MANUAL DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS - BM&FBovespa
MANUAL DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS - BM&FBovespa
MANUAL DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS - BM&FBovespa
Transforme seus PDFs em revista digital e aumente sua receita!
Otimize suas revistas digitais para SEO, use backlinks fortes e conteúdo multimídia para aumentar sua visibilidade e receita.
<strong>MANUAL</strong> <strong>DE</strong> ADMINISTRAÇÃO <strong>DE</strong> RISCO<br />
DA CÂMARA <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>RIVATIVOS: SEGMENTO BM&F<br />
Março 2011<br />
Página 1
ÍNDICE<br />
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4<br />
2. CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM <strong>DE</strong> GARANTIA .............................................................. 6<br />
2.1. METODOLOGIAS <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM <strong>DE</strong> GARANTIA ............................................................................... 7<br />
2.2. PRINCIPAIS CONCEITOS E <strong>DE</strong>FINIÇÕES ............................................................................................................ 9<br />
2.2.1. Fator Primitivo de Risco ................................................................................................................. 9<br />
2.2.2. Cenário para um Fator Primitivo de Risco ..................................................................................... 11<br />
2.2.3. Variação financeira sob Cenário ................................................................................................... 13<br />
2.2.4. Área de Cenários .......................................................................................................................... 15<br />
2.2.5. Margem Teórica Máxima .............................................................................................................. 16<br />
2.3. TESTE <strong>DE</strong> ESTRESSE SOBRE VALOR PRESENTE - METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA CARTEIRA <strong>DE</strong><br />
CONTRATOS FUTUROS FINANCEIROS ......................................................................................................... 17<br />
2.3.1. Identificação e decomposição de contratos futuros em FPRs ............................................................ 17<br />
2.3.2. Variação financeira sob cenário .................................................................................................... 25<br />
2.3.3. Cálculo de risco de mercado.......................................................................................................... 27<br />
2.3.4. Controle da compensação do risco entre posições em vencimentos distintos de um contrato ............... 32<br />
2.3.5. Fator Hedger ............................................................................................................................... 34<br />
2.3.6. Resumo ........................................................................................................................................ 36<br />
2.3.7. Procedimento Subcarteira 2 – compensação de risco entre posições de vencimentos curtos e longos ... 38<br />
2.3.8. Subcarteira de contratos futuros – cálculo de risco de subcarteira e margem de uma subcarteira ....... 41<br />
2.4. MARGEM <strong>DE</strong> GARANTIA <strong>DE</strong> CONTRATOS FUTUROS AGROPECUÁRIOS ............................................................... 46<br />
2.4.1. Decomposição em FPR e Agrupamento em Subcarteiras ................................................................. 46<br />
2.4.2. Cálculo de Margem de Garantia Fora do Período de Entrega .......................................................... 47<br />
2.4.3. Cálculo de Margem de Garantia no Período de Entrega .................................................................. 49<br />
2.5. TESTE <strong>DE</strong> ESTRESSE SOBRE VALOR PRESENTE - METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA CARTEIRA <strong>DE</strong><br />
CONTRATOS PADRONIZADOS <strong>DE</strong> OPÇÃO .................................................................................................... 53<br />
2.5.1. Identificação de Fatores Primitivos de Risco .................................................................................. 54<br />
2.5.2. Cenários Contíguos ...................................................................................................................... 54<br />
2.5.3. Margem de Garantia de Opções sem Ajuste Diário ......................................................................... 55<br />
2.5.4. Margem de Garantia de Opções com Ajuste Diário ......................................................................... 65<br />
2.5.5. Margem de Garantia de Opções sobre Contratos Futuros ................................................................ 83<br />
2.6. METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA OPERAÇÕES REALIZADAS NA SESSÃO <strong>DE</strong> NEGOCIAÇÃO AFTER-<br />
HOURS .................................................................................................................................................... 84<br />
2.7. MARGEM <strong>DE</strong> POSIÇÕES RESULTANTES <strong>DE</strong> OPERAÇÃO ESTRUTURADA .............................................................. 88<br />
2.8. TESTE <strong>DE</strong> ESTRESSE SOBRE O FLUXO <strong>DE</strong> CAIXA - METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA CARTEIRA <strong>DE</strong><br />
CONTRATOS <strong>DE</strong> SWAP.............................................................................................................................. 89<br />
2.8.1. Definições e Notação .................................................................................................................... 89<br />
2.8.2. Margem de Garantia ..................................................................................................................... 94<br />
2.9. TESTE <strong>DE</strong> ESTRESSE PARA OPÇÕES FLEXÍVEIS - METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA CARTEIRA <strong>DE</strong><br />
CONTRATOS <strong>DE</strong> OPÇÃO FLEXÍVEL ........................................................................................................... 110<br />
Página 2
2.9.1. Margem de Uma Posição Titular ................................................................................................. 111<br />
2.9.2. Margem de Uma Posição Lançadora ........................................................................................... 111<br />
2.9.3. Margem de Posições Travadas .................................................................................................... 113<br />
2.9.4. Margem da Carteira de Opções Flexíveis ..................................................................................... 115<br />
2.10. METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA CARTEIRA <strong>DE</strong> CONTRATOS A TERMO <strong>DE</strong> OURO ...................... 119<br />
Página 3
1. INTRODUÇÃO<br />
Estão descritos neste Manual de Administração de Risco as metodologias adotas pela Câmara de Registro,<br />
Compensação e Liquidação de Operações de Derivativos da BM&FBOVESPA para cálculo de margem de garantia<br />
e controle de adequação dos participantes aos limites operacionais por ela definidos. Informações completas sobre a<br />
organização da Câmara, seus participantes, salvaguardas, regras e procedimentos operacionais e mecanismos de<br />
mitigação de risco podem ser encontradas no Regulamento e no Manual de Procedimentos Operacionais da<br />
Câmara.<br />
Este Manual foi submetido à avaliação do Banco Central do Brasil e por ele aprovado.<br />
São listadas a seguir algumas definições, siglas, abreviações e funções matemáticas utilizadas ao longo deste<br />
documento.<br />
BM&FBOVESPA BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros<br />
Bacen Banco Central do Brasil<br />
Câmara<br />
Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Derivativos da<br />
BM&FBOVESPA.<br />
Comitente Investidor titular das operações realizadas e/ou registradas por sua conta e ordem<br />
nos mercados da BM&FBOVESPA com liquidação garantida pela Câmara.<br />
Conglomerado<br />
econômico / financeiro<br />
Grupo de instituições que mantenham vínculos societários de coligação ou de<br />
controle ou vínculos contratuais e/ou administrativos.<br />
Entrega Liquidação das obrigações decorrentes de uma Operação por meio da entrega, pela<br />
Câmara ou pelo Comitente vendedor, conforme o caso, dos ativos ou mercadorias<br />
negociados.<br />
Especificação Procedimento por meio do qual são indicados o Comitente de uma Operação e o<br />
Membro de Compensação responsável por seu registro e liquidação.<br />
Inadimplemento Descumprimento de obrigação, por um Membro de Compensação, Liquidante,<br />
Negociador, Intermediário por Conta ou Comitente, perante a Câmara ou perante<br />
os demais Participantes.<br />
Intermediário por Conta Participante que opera por conta e ordem de terceiros, transmitindo ordens de<br />
negociação a um Negociador.<br />
Liquidação Cumprimento, perante a Câmara ou perante os Membros de Compensação e os<br />
demais participantes, de obrigações decorrentes de uma ou mais Operações.<br />
Membro de<br />
Compensação<br />
Participante ao qual é facultado registrar, compensar e liquidar Operações<br />
registradas nos sistemas registro, compensação e liquidação da Câmara.<br />
Negociador Participante com acesso direto aos sistemas de negociação e de registro da<br />
BM&FBOVESPA, que recebe ordem e executa a Operação em pregão e/ou a<br />
registra nos sistemas de registro.<br />
Operação Negócio realizado em qualquer dos pregões ou sistemas de negociação da<br />
BM&FBOVESPA e/ou registrado em seus sistemas, cuja liquidação se dá por<br />
Página 4
meio do serviço de liquidação da Câmara.<br />
Participante Todo aquele vinculado à Câmara e submetido às normas e aos procedimentos por<br />
ela estabelecidos.<br />
Posição Saldo de contratos resultante das Operações de um Comitente.<br />
Segmento BM&F Segmento de mercado de bolsa ou de balcão de derivativos financeiros e do<br />
agronegócio administrados pela BM&FBOVESPA.<br />
dc Abreviação para dias corridos.<br />
du Abreviação para dias úteis.<br />
FPR Abreviação para fator primitivo de risco.<br />
pb Abreviação para pontos-base (100 pb = 1%).<br />
Função valor mínimo<br />
Função valor máximo<br />
Função sinal<br />
Função valor absoluto<br />
Somatório<br />
Produtório<br />
min xy ,<br />
x se x y<br />
y se x y<br />
min a , a , , a é o menor valor dentre os valores de a1 , a2 , , a n<br />
1 2<br />
max xy ,<br />
n<br />
y se x y<br />
x se x y<br />
max a , a , , a é o maior valor dentre os valores de a1 , a2 , , a n<br />
sgn<br />
x<br />
1 2<br />
abs x x<br />
n<br />
i 1<br />
n<br />
i 1<br />
n<br />
-1 se x 0<br />
1 se x 0<br />
x se x 0<br />
x se x 0<br />
a a a a a<br />
i 1 2 n 1 n<br />
a a a a a<br />
i 1 2 n 1 n<br />
Produto cartesiano dos conjuntos A a1, a2, , a n e B b1, b2, , b m<br />
A B a , b , a , b , , a , b , a , b , a , b , , a , b , , a , b , a , b , , a , b<br />
1 1 1 2 1 m 2 1 2 2 2 m n 1 n 2<br />
n m<br />
No próximo capítulo são apresentadas as metodologias adotadas pela Câmara para cálculo de margem de garantia.<br />
O capítulo 3 apresenta os critérios para monitoramento do risco intradiário dos participantes da Câmara. Por fim,<br />
dos Apêndices 1 e 2 constam as regras de mapeamento dos contratos futuros e os modelos de apreçamento de<br />
contratos de opção, respectivamente.<br />
Página 5
2. CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM <strong>DE</strong> GARANTIA<br />
Para fins deste Manual, denomina-se Mercado de Bolsa o conjunto de mercados, administrados pela<br />
BM&FBOVESPA, onde se realizam operações com contratos derivativos e mercadorias - contratos padronizados<br />
futuros, de opções e a termo e o contrato disponível de ouro; denomina-se Mercado de Balcão o mercado de<br />
operações com contratos de swap, a termo e de opção flexível, realizadas diretamente entre as contrapartes e não<br />
em pregão, registrados em modalidade com garantia, total ou parcial, da BM&FBOVESPA.<br />
Os mercados de Bolsa e de Balcão assim definidos são os mercados do Segmento BM&F para os quais a Câmara<br />
atua como contraparte central garantidora para fins de liquidação e, portanto, de cujos participantes exige-se o<br />
depósito de garantias. Margem é a denominação para valor em garantia, com as seguintes variações:<br />
Margem de garantia requerida é o valor mínimo que o participante deve depositar junto à da Câmara para<br />
garantir a liquidação das obrigações decorrentes das operações a ele atribuídas.<br />
Margem de garantia depositada é o valor que o participante mantém depositado junto à Câmara, para garantir a<br />
liquidação das obrigações decorrentes das operações a ele atribuídas.<br />
Chamada de margem de garantia é a diferença negativa entre a margem de garantia requerida e a margem de<br />
garantia depositada, ou seja, é o valor que o participante deve depositar junto à Câmara a fim de atender ao<br />
requerimento de margem.<br />
O valor da margem de garantia requerida do participante deve ser suficiente para cobrir o custo total de<br />
encerramento das posições de sua carteira - venda de posições compradas e compra de posições vendidas - em caso<br />
de inadimplemento do participante. Até que a carteira do participante faltoso seja integralmente liquidada, os<br />
preços, taxas e indicadores de mercado podem sofrer alterações, modificando o valor do correspondente custo de<br />
liquidação. Por este motivo, o valor da margem de garantia requerida da carteira deve ser suficiente para cobrir seu<br />
custo de liquidação a valor de mercado e a potencial elevação deste custo, definida como risco de mercado da<br />
carteira e avaliada por meio de metodologias de teste de cenários de estresse.<br />
A Câmara determina também termos adicionais de margem de garantia, em função de características relativas a<br />
contratos, regras de liquidação, critérios de limitação de posições e quaisquer outras condições que julgar<br />
necessário estabelecer.<br />
A margem de garantia requerida pode então ser representada, de forma bastante geral, pela seguinte equação<br />
Margem Custo de Liquidação Risco de Mercado Termos Adicionais<br />
sob a convenção de que a margem é um valor positivo e que o risco de mercado, negativo.<br />
A margem de garantia requerida dos participantes é atualizada com freqüência diária após a compensação dos<br />
negócios do dia. A chamada de margem resultante deve ser atendida com o depósito de garantias em dinheiro ou, a<br />
critério da Câmara, em ativos e/ou outros instrumentos financeiros. Por meio do acompanhamento de risco<br />
intradiário a Câmara é capaz de antecipar a chamada de margem, tantas vezes quantas forem necessárias ao longo<br />
do dia, com base nas operações realizadas pelos participantes e em suas posições em aberto nos mercados de Bolsa<br />
Página 6
e de Balcão com garantia, atualizadas. Os critérios para constituição, movimentação e utilização de garantias, bem<br />
como para atendimento à antecipação de chamada de margem estão descritos no Manual de Procedimentos<br />
Operacionais da Câmara.<br />
Nas próximas seções deste capítulo são descritas as metodologias para apuração do risco de mercado e da margem<br />
de garantia requerida para carteiras de contratos derivativos. Tais metodologias são definidas pelo Comitê de Risco<br />
da BM&FBOVESPA e submetidas à aprovação do Bacen. É função deste Comitê definir também os valores dos<br />
parâmetros das metodologias e garantir que sejam frequentemente revisados, podendo alterá-los a qualquer<br />
momento, a seu critério.<br />
As regras e critérios estabelecidos em tais metodologias não encerram os meios disponíveis para atribuição de<br />
risco, podendo a Câmara exigir, a seu critério e a qualquer momento, margem complementar de qualquer<br />
participante ou grupo de participantes.<br />
2.1. Metodologias de Cálculo de Margem de Garantia<br />
A margem de garantia de uma carteira de posições em contratos derivativos é determinada a partir de metodologias<br />
distintas, discriminadas em função das características de cada contrato, como a freqüência de marcação a mercado,<br />
a linearidade das variações, a liquidez dos mercados, etc. As metodologias de cálculo de margem adotadas pela<br />
Câmara baseiam-se em modelos de teste de estresse, que consistem da avaliação de uma carteira de posições em<br />
contratos derivativos sob cenários de variação para as variáveis relevantes à determinação de seu valor.<br />
Para fins de cálculo de margem de garantia e definição das metodologias, os contratos derivativos são assim<br />
agrupados:<br />
Contratos futuros: contratos futuros financeiros, agropecuários e energéticos e swaps cambiais com ajuste 1<br />
(SCC e SC3);<br />
Contratos padronizados de opção: opções sobre disponível e sobre futuro, com e sem ajuste, negociadas no<br />
Mercado de Bolsa;<br />
Contratos de swap: contratos de swap e a termo negociados no Mercado de Balcão e registrados na modalidade<br />
com garantia da BM&FBOVESPA;<br />
Contratos de opção flexível: opções flexíveis negociadas no Mercado de Balcão e registradas na modalidade<br />
com garantia da BM&FBOVESPA; e<br />
Outros contratos: inclui o Contrato a Termo de Ouro, do Mercado de Bolsa.<br />
Na figura a seguir estão discriminadas as metodologias de cálculo de margem de garantia correspondentes a<br />
estes grupos de contratos e que compõem o sistema de risco da Câmara.<br />
1 A existência de ajuste periódico para estes contratos de swap permite que eles sejam incluídos na categoria de contratos<br />
futuros. Não havendo menção em contrário, vale a inclusão sempre que se fizer referência à categoria de contratos futuros.<br />
Página 7
SISTEMA <strong>DE</strong> RISCO DA CÂMARA <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>RIVATIVOS<br />
METODOLOGIAS <strong>DE</strong> RISCO PARA CONTRATOS DO MERCADO <strong>DE</strong> BOLSA<br />
Teste de Estresse sobre o Valor Presente (Contratos Futuros)<br />
Teste de Estresse sobre o Valor Presente – Full Valuation (Contratos de Opção)<br />
Margem para Contratos a Termo de Ouro<br />
METODOLOGIA <strong>DE</strong> RISCO PARA CONTRATOS DO MERCADO <strong>DE</strong> BALCÃO<br />
Teste de Estresse sobre o Fluxo de Caixa – Swap e Termo<br />
Teste de Estresse para Opções Flexíveis<br />
Figura 1.1-1 – Metodologias de cálculo de margem de garantia<br />
Considerando este agrupamento dos contratos, uma carteira de posições em contratos derivativos -<br />
denominada simplesmente carteira - é expressa como<br />
Carteira<br />
Posição em Futuros<br />
Posição em Opções Padronizadas com Ajuste<br />
Posição em Opções Padronizadas sem Ajuste<br />
Posição em Contratos a Termo de Ouro<br />
Posição em Swaps eTermo<br />
Posição em Opções Flexíveis ,<br />
Posição em Outros Contratos<br />
A aplicação de metodologias distintas sobre a carteira se dá ao longo dos grupos de contratos cobertos por<br />
cada uma, de modo que o valor da margem de garantia requerida de uma carteira é decomposto da seguinte<br />
forma:<br />
O termo Carteira refere-se ao conjunto das posições de um Comitente registradas sob responsabilidade de um<br />
mesmo Intermediário por Conta, se houver, um mesmo Negociador e um mesmo Membro de Compensação.<br />
Página 8<br />
(1)
Em geral, a margem de garantia requerida do Comitente com diversas contas – atribuídas a um mesmo<br />
Negociador ou a Negociadores distintos, associadas a um ou mais Membros de Compensação - é determinada<br />
como soma dos valores de margem calculados, de maneira independente, para cada carteira associada a uma<br />
trinca (Membro de Compensação, Negociador, Comitente), ou conta, conforme descrição da estrutura de<br />
contas, constante do Manual de Procedimentos Operacionais. A seu critério, a Câmara pode permitir, para fins<br />
de requerimento e chamada de margem de garantia, a consolidação de diferentes contas vinculadas ao mesmo<br />
Comitente.<br />
Nas próximas seções apresenta-se, de forma detalhada, o cálculo de cada parcela de margem de garantia da<br />
equação (1). Primeiramente são definidos os principais conceitos comuns às metodologias - os conceitos de<br />
fator primitivo de risco, cenário de variação para um fator primitivo de risco, área de cenários e variação<br />
financeira sob cenário. Em seguida são apresentadas as metodologias de cálculo de risco e margem para<br />
posições em contratos do Mercado de Bolsa e as metodologias para posições com garantia da<br />
BM&FBOVESPA no Mercado de Balcão. Por fim, são apresentados os critérios para a apuração do risco<br />
intradiário.<br />
2.2. Principais Conceitos e Definições<br />
São comuns às metodologias de cálculo de margem os conceitos de fator primitivo de risco, cenário para fator<br />
primitivo de risco, área de cenários e variação financeira sob cenário, definidos a seguir.<br />
2.2.1. Fator Primitivo de Risco<br />
Fator primitivo de risco (FPR) associado a um contrato derivativo é a denominação dada à variável<br />
financeira relevante à formação do valor, ou preço, do contrato. Ao se determinar o valor de um contrato<br />
derivativo por meio de uma relação matemática bem definida envolvendo um conjunto de variáveis<br />
econômicas, como a que resulta da assunção do Princípio de Não-Arbitragem, define-se que tais variáveis<br />
representam os fatores primitivos de risco do contrato.<br />
O rol de FPRs considerados nas metodologias de cálculo de margem abrange os preços dos mercados à vista e<br />
futuro, taxas de juro, volatilidades e índices de inflação, entre outros.<br />
1 2<br />
NFPR<br />
Seja CFPR FPR , FPR , , FPR um conjunto de N FPR fatores primitivos de risco. Ao longo deste manual,<br />
j<br />
Ibovespa<br />
quando conveniente, um fator FPR é identificado pela variável a ele associada, por exemplo FPR , ou<br />
apenas Ibovespa.<br />
O FPR que representa uma variável associada a um prazo, como, por exemplo, um preço futuro ou uma taxa<br />
de juro, é definido por meio de uma estrutura temporal, ou seja,<br />
j<br />
FPR<br />
j,1 FPR ,<br />
j, T j, T 1 j, T 2<br />
, FPR , FPR , FPR ,... . Por simplificação, utiliza-se uma quantidade finita e restrita<br />
de prazos, tomados como prazos de referência e denominados vértices. Por exemplo, pode-se estabelecer<br />
como vértices do FPR taxa de juro pré-fixada o prazo de 1 dia e os prazos múltiplos de 21 dias úteis, sendo o<br />
Pré<br />
fator representado pelo conjunto FPR<br />
Pré,1 Pré,21 Pré,42 Pré,63<br />
FPR , FPR , FPR , FPR ,... .<br />
Página 9
FPR<br />
* *<br />
v 1<br />
do tipo estrutura temporal<br />
v 2<br />
Figura 2.2-1 – Fator primitivo de risco do tipo estrutura temporal<br />
Ao longo deste documento, faz-se referência a um FPR deste tipo ora de maneira genérica, sem referência<br />
ao(s) vértice(s), ora com menção explícita dele(s), quando tal identificação for necessária.<br />
A identificação de FPRs é a definição do conjunto de FPRs associados a um contrato.<br />
A decomposição, ou mapeamento, de uma posição em FPRs consiste em, identificados os FPRs a ela<br />
associados, expressar sua exposição a risco como função das exposições aos FPRs.<br />
Enquanto a identificação de FPRs é uma etapa comum às metodologias de cálculo de margem para contratos<br />
futuros e de opção, o procedimento de decomposição faz parte apenas da metodologia de cálculo de margem<br />
de posições em futuros e permite expressar a variação do valor de uma posição como combinação linear de<br />
variações dos FPRs. Nos exemplos a seguir são identificados os FPRs dos contratos de opção de taxa de<br />
câmbio à vista e futuros de taxa de juro pré-fixada e de taxa de câmbio à vista.<br />
Exemplo 1: Um contrato de opção tem seu preço, ou prêmio, usualmente determinado por um modelo de<br />
apreçamento como função das variáveis preço do ativo-objeto, taxa de juro livre de risco, custo de<br />
carregamento e volatilidade:<br />
Prêmio da opção f S, K, r, rc, t,<br />
onde<br />
f : função de apreçamento da opção;<br />
S : valor do ativo-objeto (taxa de câmbio, neste exemplo);<br />
K : preço de exercício da opção;<br />
r : taxa de juro interna livre de risco;<br />
rc : taxa de juro externa livre de risco;<br />
t : prazo até o vencimento da opção; e<br />
: volatilidade.<br />
*<br />
v 3<br />
*<br />
v 4<br />
v , FPR<br />
Desse modo, à exceção de K e t , estas variáveis são os FPRs da opção. K e t não são considerados<br />
fatores de risco, pois K é um parâmetro constante do contrato e t é uma variável determinística.<br />
*<br />
Exemplo 2: O valor do contrato futuro de taxa de depósitos interfinanceiros de um dia (contrato FUT<br />
DI1) representa o valor presente de $ 100.000, expresso em função da taxa de juro pré-fixada em moeda<br />
i<br />
vi<br />
Página 10<br />
jv , i<br />
*<br />
vnv<br />
2<br />
*<br />
vnv<br />
1<br />
*<br />
vnv<br />
Prazo
nacional para o período até o vencimento do contrato, r<br />
:<br />
1<br />
1<br />
F 100.000 1 r 100.000 PU r<br />
onde PU r 1 r é o valor presente de 1 unidade monetária.<br />
Portanto, a taxa de juro é o único fator de risco do contrato.<br />
A variação relativa FF, supondo que a taxa de juro varie de r para r , ou equivalentemente, que PU r<br />
varie para PU r é<br />
F PU r<br />
F PU<br />
Exemplo 3: O contrato futuro de taxa de câmbio da moeda nacional por uma moeda estrangeira tem seu<br />
valor expresso em função do preço à vista da moeda estrangeira e das taxas de juro pré-fixadas nas<br />
moedas nacional e estrangeira, da seguinte maneira:<br />
F S r rc 1<br />
1 1<br />
onde<br />
F : valor futuro da taxa de câmbio;<br />
S : valor à vista da taxa de câmbio;<br />
r : taxa de juro pré-fixada em moeda nacional para o prazo até o vencimento do contrato; e<br />
rc : taxa de juro pré-fixada na moeda estrangeira (cupom cambial limpo) para o prazo até o<br />
vencimento do contrato.<br />
Supondo que a taxa de câmbio à vista S e as taxas de juro r e rc variem para S , r e rc ,<br />
respectivamente, o valor F varia para F S r rc 1<br />
1 1 .<br />
2.2.2. Cenário para um Fator Primitivo de Risco<br />
Um cenário para um fator primitivo de risco representa uma variação hipotética do valor do fator a ocorrer ao<br />
longo de determinado período, expressa como variação ( ) relativa ou absoluta sobre um valor de referência<br />
do FPR (usualmente o seu valor de mercado).<br />
O período associado à variação definida pelo cenário é denominado horizonte de tempo (holding period). Ao<br />
utilizar o cenário na avaliação de risco de uma posição, o horizonte de tempo do cenário representa o prazo<br />
necessário ao encerramento total da posição sob avaliação. Deste modo, em função das características dos<br />
contratos, podem ser definidos, para um FPR comum a contratos distintos, cenários para horizontes de tempo<br />
distintos.<br />
Um cenário pode ser neutro, de alta ou de baixa, conforme assuma valor nulo, positivo ou negativo,<br />
respectivamente. O cenário neutro é denominado cenário de referência, uma vez que, sob tal cenário, o fator<br />
não sofre variação.<br />
Página 11<br />
r
Variações relativas são, em geral, definidas para fatores expressos em forma de preço, enquanto variações<br />
absolutas referem-se aos fatores do tipo taxa de juro, bem como para volatilidades, quando aplicável. Denote<br />
por FPR Ref o valor de referência do fator e por FPR cenário seu valor sob cenário, ou seja, supondo a ocorrência<br />
da variação por ele definida sobre o valor de referência.<br />
FPR cenário FPR Ref<br />
Um cenário de variação relativa define a variação cenário<br />
;<br />
FPR<br />
Um cenário de variação absoluta define a variação cenário FPR cenário FPR Ref .<br />
O conjunto de nc j cenários para o j -ésimo fator primitivo de risco,<br />
j<br />
FPR j j j<br />
C Cen , Cen , , Cen .<br />
Cen 1 2<br />
ncj<br />
Página 12<br />
Ref<br />
j<br />
FPR , é denotado<br />
Na tabela a seguir estão dispostos, em cada linha, os cenários atribuídos a um mesmo fator primitivo de risco.<br />
FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />
1<br />
FPR<br />
2<br />
FPR<br />
Cen<br />
Cen<br />
1<br />
1<br />
2<br />
1<br />
Cen<br />
Cen<br />
j<br />
j<br />
j<br />
FPR Cen Cen<br />
1<br />
2<br />
N<br />
N<br />
N<br />
FPR Cen Cen<br />
1<br />
2<br />
1<br />
2<br />
2<br />
2<br />
Cen<br />
Cen<br />
1<br />
nc<br />
N<br />
1<br />
ncN<br />
Cen<br />
Tabela 2.2-1 – Cenários para Fatores Primitivos de Risco<br />
j<br />
j<br />
Um cenário Cen k para um fator FPR do tipo estrutura temporal representa um grupo de cenários, com um<br />
jv ,<br />
j<br />
cenário Cen para cada vértice v do fator FPR .<br />
k<br />
Exemplo 4: Considere os FPRs Ibovespa e Volatilidade de Ibovespa e os seguintes cenários: queda de<br />
20% para o Ibovespa e alta de 50% para a volatilidade. Supondo que os valores de referência dos fatores<br />
sejam 40.000 pontos para o Ibovespa e 15% aa para a Volatilidade, sob os respectivos cenários seus<br />
valores são 32.000 pontos e 22,5% aa, respectivamente.<br />
Exemplo 5: O FPR Cupom Cambial ( rc ) é um fator do tipo estrutura temporal. Considere que ele seja<br />
definido nos vértices v 1 dc, v 180 dc, v 360 dc e v 720 dc, e que sejam estabelecidos 3<br />
1 2 3 4<br />
rc rc rc rc<br />
rc<br />
cenários de variação sobre o valor de referência, CCen Cen 1 , Cen 2 , Cen 3 . Cada cenário Cen k<br />
corresponde a um conjunto de 4 cenários – um para cada vértice. A tabela e o gráfico a seguir apresentam<br />
um exemplo de cenários e o efeito deles sobre os valores de mercado do fator.<br />
2<br />
nc2<br />
Cen<br />
j<br />
ncj
c<br />
FPR<br />
rc<br />
FPR ,1<br />
rc<br />
FPR ,180<br />
rc<br />
FPR ,360<br />
rc<br />
FPR ,720<br />
rc<br />
Cen 1<br />
-150 +250 +350<br />
-200 +120 +300<br />
-250 +0 +200<br />
-300 -200 +200<br />
Cupom Cambial<br />
Página 13<br />
Cenários para o FPR Cupom Cambial<br />
0 180 360 540 720<br />
Vértice (dc)<br />
Um cenário contíguo para um conjunto de N fatores primitivos de risco é uma combinação de N cenários -<br />
um para cada FPR. Um cenário contíguo contém um elemento de cada linha da tabela 2.2-1. Dados os<br />
1<br />
FPR<br />
Cen<br />
rc<br />
Cen 2<br />
2<br />
FPR<br />
Cen<br />
N<br />
FPR<br />
Cen<br />
conjuntos de cenários C , C , ... , C , um cenário contíguo é um elemento dentre todos os elementos<br />
gerados pelo produto cartesiano destes conjuntos. Cenários contíguos são utilizados explicitamente na<br />
metodologia de teste de estresse para opções do Mercado de Bolsa e para swaps.<br />
Denota-se um cenário contíguo por<br />
Contíguo 1 2<br />
N<br />
Cen Cen c , Cen , , 1 c Cen 2<br />
c , onde<br />
N<br />
j<br />
cj<br />
M erc<br />
Cen1<br />
Cen2<br />
Cen3<br />
Cen é o cj -ésimo<br />
j<br />
cenário para o fator FPR , lembrando que, para fatores do tipo estrutura temporal, este elemento é um grupo<br />
de cenários. Sob tal notação, os índices c j e c k , j k, não são necessariamente os mesmos. Por exemplo, o<br />
1 2 3 4<br />
cenário Cen , Cen , Cen , Cen é um cenário contíguo para os fatores de risco<br />
2 4 1 2<br />
1<br />
FPR ,<br />
4<br />
FPR , cujos cenários estão na tabela a seguir, destacados aqueles que compõem o cenário contíguo.<br />
2.2.3. Variação financeira sob Cenário<br />
FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />
1<br />
FPR<br />
2<br />
FPR<br />
3<br />
FPR<br />
4<br />
FPR<br />
rc<br />
Cen 3<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
1<br />
1<br />
2<br />
1<br />
3<br />
1<br />
4<br />
1<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
2<br />
FPR ,<br />
3<br />
FPR e<br />
Cenários de variação são utilizados para estimar o risco de mercado de uma carteira de posições em contratos<br />
derivativos. Faz-se esta estimação por meio da avaliação da perda potencial da carteira, decorrente de<br />
variações nos valores dos FPRs, expressas através dos cenários definidos para eles. Os exemplos a seguir<br />
ilustram, de maneira sucinta, com apenas um cenário para cada FPR, a utilização de cenários no cômputo da<br />
perda potencial para posições em contrato futuro e de opção. Em seções específicas, à frente, são apresentadas,<br />
de forma detalhada, as respectivas metodologias.<br />
Exemplo 6: Considere uma posição comprada em 1 unidade (q 1) do contrato futuro de taxa de câmbio<br />
de real por dólar, de tamanho igual a 50.000 dólares, cotado em R$ / 1.000 US$ (contrato FUT DOL).<br />
Estão apresentados na tabela a seguir os valores de referência dos fatores primitivos de risco do contrato,<br />
1<br />
2<br />
2<br />
2<br />
3<br />
2<br />
4<br />
2<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
1<br />
3<br />
2<br />
3<br />
3<br />
3<br />
Cen<br />
2<br />
4
em como os cenários de variação definidos para eles e seus valores sob cenário.<br />
FPR<br />
VALOR <strong>DE</strong><br />
REFERÊNCIA<br />
Sob os cenários de referência dos FPRs, o valor futuro da taxa de câmbio vale 2.500 R$ / 1.000 US$<br />
e a posição, R$ 125.000:<br />
1 1<br />
Ref Ref 1 Ref 1 Ref 2.300 1,19 1,0948 2.500,00<br />
F DOL r rc<br />
VFRef q F Ref<br />
Página 14<br />
50 125.000,00<br />
Sob os cenários de estresse definidos para os FPRs, o contrato e a posição valem, respectivamente:<br />
F DOL 1 r 1 rc 2.139 1,18 1,0948 2.305,46<br />
cen cen cen cen<br />
CENÁRIO <strong>DE</strong><br />
VARIAÇÃO<br />
1 1<br />
VFcen q Fcen 50 115.273,11<br />
VALOR SOB<br />
CENÁRIO<br />
DOL (R$ / US$) 2,300 - 7% 2,139<br />
r (% no período) 19,00 - 100 pb 18,00<br />
PU (R$) r<br />
0,8403 0,86% 0,8475<br />
rc (% no período) 9,48 0 pb 9,48<br />
PU rc (US$) 0,9134 0% 0,9134<br />
Preço futuro da taxa de<br />
câmbio<br />
(R$ / 1000 US$)<br />
Valor da posição no<br />
contrato FUT DOL (R$)<br />
2.500,00<br />
-7,78%<br />
2.305,46<br />
125.000 115.273,11<br />
A variação do valor VF da posição, sob os cenários definidos para os fatores DOL, r e rc é a diferença<br />
entre VF cen e VF Ref , ou seja, VF 115.273,11 125.000,00 9.726,89 R$, ou, equivalentemente,<br />
à variação de -7,78% em relação ao valor de referência da posição.<br />
Exemplo 7: Considere uma posição comprada em 1 unidade da opção de compra de dólar, a vencer no<br />
prazo de 78 du / 113 dc, com preço de exercício igual a R$ 2,10 / US$ e cujo tamanho é de 50.000<br />
dólares. Considere os mesmos cenários do exemplo anterior para os fatores DOL, r e rc e, para o fator<br />
Volatilidade da taxa de câmbio, , considere o cenário de queda 20%. O quadro a seguir apresenta os<br />
valores, de referência e sob cenário, dos FPRs do contrato de opção e da posição.<br />
FPR<br />
VALOR <strong>DE</strong><br />
REFERÊNCIA<br />
CENÁRIO <strong>DE</strong><br />
VARIAÇÃO<br />
VALOR SOB<br />
CENÁRIO<br />
DOL (R$ / US$) 2,300 - 7% 2,139<br />
r (% no período) 19,00 -100 pb 18,00<br />
rc (% no período) 9,48 0 pb 9,48<br />
(% aa) 12,00 -20% 9,60<br />
Prêmio da opção (R$) 0,246<br />
0,097<br />
-60,62%<br />
Valor da posição (R$) 12.300,00 4.843,56
Seja f a função de apreçamento da opção. O prêmio da opção e o valor da posição valem<br />
sob os cenários de referência dos FPRs:<br />
Prêmio Ref f 2,300, 2,100, 19%, 9,48%, 78 du , 12% 0,246 R$<br />
sob os cenários de variação dos FPRs:<br />
VFRef q Prêmio Ref 50.000 12.300,00<br />
Prêmio cen f 2,139, 2,100, 18%, 9,48%, 78 du , 9,6% 0,097 R$<br />
VF q Prêmio 50.000 4.843,56<br />
cen cen<br />
A variação do valor da posição sob os cenários para DOL, r , rc e , vale, portanto,<br />
2.2.4. Área de Cenários<br />
VF 4.843,56 12.300,00 7.456,44 R$<br />
Ao avaliar uma carteira que apresenta exposição a diversos fatores de risco são utilizados cenários contíguos<br />
de variação para estes fatores, formados a partir da combinação dos cenários definidos para cada fator. A<br />
adoção de todas as combinações do produto cartesiano dos conjuntos de cenários de cada FPR elimina a<br />
subjetividade na formação de cenários contíguos. Todavia, podem ser criados cenários extremamente<br />
improváveis do ponto de vista macroeconômico. A fim de evitar o uso de tais cenários e manter reduzido o<br />
nível de subjetividade na formação deles, são definidas áreas de cenários.<br />
Uma área de cenários é um grupo de subconjuntos de cenários, tal que cada subconjunto está associado a um<br />
FPR. Uma área pode ser representada como<br />
j<br />
Página 15<br />
1 2<br />
N<br />
FPR FPR FPR<br />
Cen , Cen , , Cen<br />
Área de cenários SC SC SC<br />
FPR<br />
onde SC Cen é um subconjunto dos cenários definidos para o fator<br />
cenários da j -ésima linha da tabela 2.2-1.<br />
j<br />
FPR , ou seja,<br />
j<br />
FPR<br />
Cen<br />
SC contém parte dos<br />
Exemplo 8: Considere os cenários para os FPRs Taxa de câmbio à vista de real por dólar (DOL) e índice<br />
Ibovespa à vista ( IBV ), definidos conforme tabela a seguir:<br />
FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />
DOL<br />
IBV<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
DOL<br />
Cen 4<br />
DOL<br />
Cen 5<br />
DOL<br />
Cen 6<br />
-7% -4% 0 +2% +4% +7%<br />
IBV<br />
Cen 1<br />
IBV<br />
Cen 2<br />
IBV<br />
Cen 3<br />
IBV<br />
Cen 4<br />
IBV<br />
Cen 5<br />
-12% -6% 0 +3% +10%<br />
Pode-se definir uma área representativa de situação de melhora econômica ( A ) agrupando cenários de
aixa para a taxa de câmbio e de alta para o Ibovespa. Analogamente, uma área que expresse situação de<br />
piora econômica ( A ) é obtida com os cenários de alta para DOL e de baixa para IBV . Suponha que as<br />
áreas A e A sejam definidas conforme indicado na tabela seguinte, com os cenários pertencentes às<br />
áreas de melhora e de piora econômica indicados respectivamente em tom claro e tom escuro.<br />
FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />
DOL<br />
IBV<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
Esta definição de áreas produz os cenários contíguos listados na tabela a seguir, dentre os quais não há<br />
cenários que combinem queda simultânea para DOL e para IBV ou alta simultânea para DOL e para<br />
IBV .<br />
Página 16<br />
DOL<br />
Cen 4<br />
DOL<br />
Cen 5<br />
DOL<br />
Cen 6<br />
-7% -4% - +2% +4% +7%<br />
IBV<br />
Cen 1<br />
2.2.5. Margem Teórica Máxima<br />
IBV<br />
Cen 2<br />
IBV<br />
Cen 3<br />
IBV<br />
Cen 4<br />
IBV<br />
Cen 5<br />
-12% -6% - +3% +10%<br />
CENÁRIOS CONTÍGUOS<br />
Cen Cen , Cen<br />
Contíguo DOL IBV<br />
i k<br />
Área de cenários A Área de cenários A<br />
7%, 3% 4%, 12%<br />
7%, 10% 4%, 6%<br />
4%, 3% 7%, 12%<br />
4%, 10% 7%, 6%<br />
0%, 3%<br />
0%, 10%<br />
Margem teórica máxima de um contrato é a denominação para sua margem unitária, ou seja, para a margem de<br />
garantia requerida de uma posição em 1 unidade do contrato. Como as metodologias de cálculo de margem<br />
prevêem diversificação de risco, em geral não é possível utilizar os valores de margem teórica máxima para<br />
determinar o valor da margem de uma carteira com diversas posições – em contratos e vencimentos distintos.<br />
A diversificação de risco implica em margem de garantia da carteira igual ou inferior ao somatório das<br />
margens de cada posição da carteira, tomadas de forma isolada.<br />
As regras para diversificação de risco são parte das metodologias de cálculo de margem, abordadas nas seções<br />
seguintes deste capítulo.
2.3. Teste de Estresse sobre Valor Presente - Metodologia de Cálculo de<br />
Margem para Carteira de Contratos Futuros Financeiros<br />
A margem de garantia para a porção de uma carteira de derivativos que compreende as posições em contratos<br />
futuros decorre da equação geral definida para margem de garantia. Desconsiderando-se os termos de margem<br />
adicional, e sob a convenção de que o valor atribuído ao risco de mercado é negativo ou nulo e que o valor da<br />
margem é positivo ou nulo, segue que<br />
Margem Custo de Liquidação Risco de Mercado<br />
O custo de liquidação representa o valor envolvido no encerramento da posição – a compra (venda) de<br />
contratos para liquidação das posições vendidas (compradas). Dada a característica de marcação a mercado e<br />
liquidação de ajuste diário, o custo de liquidação de contratos futuros é nulo.<br />
O risco de mercado é avaliado através de modelo de teste de estresse, analisando-se variações do valor da<br />
posição sob os cenários de estresse definidos para os FPRs a ela associados, recorrendo-se, para estimação de<br />
variações sob cenário, à decomposição linear das posições em contratos futuros em exposições aos fatores<br />
primitivos de risco.<br />
Portanto, a equação acima, quando restrita a uma posição em contatos futuros, é simplificada para<br />
Margem Carteira de Futuros Risco de Mercado Carteira de Futuros (2)<br />
A metodologia de Teste de Estresse sobre o Valor Presente é a metodologia utilizada para estimar o risco de<br />
mercado das posições em contratos futuros. Sua apresentação está organizada conforme os tópicos a seguir:<br />
Identificação e decomposição de contratos futuros em FPRs;<br />
Variação financeira sob cenário;<br />
Cálculo de risco de mercado - análise de cenários, risco local e risco global;<br />
Controle da compensação de risco entre posições em vencimentos distintos de um contrato;<br />
Fator Hedger;<br />
Procedimento Subcarteira 2 - compensação de risco entre posições de vencimentos curtos e longos; e<br />
Subcarteiras de contratos futuros – cálculo de risco de subcarteira e margem de uma carteira.<br />
A metodologia aqui apresentada não abrange características relativas à liquidação por entrega, abordadas na<br />
seção dedicada aos contratos futuros sobre mercadorias agropecuárias, tampouco à compensação de risco entre<br />
contratos futuros e de opção com ajuste periódico, abordada na seção que trata da metodologia de cálculo de<br />
margem de garantia para este tipo de opção.<br />
2.3.1. Identificação e decomposição de contratos futuros em FPRs<br />
A identificação dos fatores primitivos de risco de um contrato futuro e a decomposição do contrato em FPRs<br />
decorrem do modelo de apreçamento do contrato.<br />
O valor de um contrato futuro, quando definido com base no Princípio de Não-Arbitragem, que estabelece que<br />
o resultado de uma operação financeira independe dos instrumentos utilizados para realizá-la, pode ser<br />
expresso como uma função da seguinte forma<br />
Página 17
F A B C 1 (3)<br />
onde os termos A, B e C referem-se, respectivamente, ao valor do ativo-base do contrato futuro, ao<br />
rendimento proporcionado pelo investimento no ativo-base (dividendos de uma ação, por exemplo) e ao custo<br />
de financiamento, todos representados em forma de preço.<br />
A equação (3) define um valor teórico para o preço futuro, que mais se aproxima do valor futuro real quanto<br />
mais precisamente se incluir, na formulação, as variáveis relevantes à formação de seu preço. Por exemplo,<br />
podem ser relevantes variáveis relacionadas à liquidez, a custos tributários e de armazenagem, ou ainda a<br />
características específicas do ativo-objeto, como sazonalidade de preços, de produção, etc.. Em alguns casos,<br />
pode ser mais conveniente obter F diretamente da curva de preços futuros do ativo-objeto, sem lançar mão da<br />
formulação acima. Os resultados que seguem, apesar de expressos em função de A, B e C , podem ser<br />
generalizados para qualquer quantidade de termos na equação (3).<br />
A taxa de variação contínua de F, supondo que A, B e C variem para A , B e C , respectivamente, é dada<br />
por<br />
1<br />
F A B C A B C<br />
RF ln ln ln ln ln RA RB RC<br />
(4)<br />
1<br />
F A B C A B C<br />
onde R A , R B e R C são as taxas de variação contínuas de A, B e C , respectivamente.<br />
Uma posição em q unidades do contrato futuro de valor F e tamanho TM assume valor VF e sofre variação<br />
VF correspondente à variação no preço do contrato futuro, ou seja,<br />
onde R F é a taxa de variação de F, RF F F 1.<br />
VF q F TM (5)<br />
VF VF R F<br />
(6)<br />
A aproximação de taxas discretas por taxas contínuas permite estimar VF através de uma função linear das<br />
variações de A, B e C . De fato, aproximando a taxa de variação discreta F R pela taxa contínua R F , bem<br />
como as taxas contínuas A R , R B e R C pelas respectivas taxas discretas A R , B R e R C , obtém-se, das equações<br />
(4) e (6), a seguinte aproximação para VF<br />
VF VF RF VF RA VF RB VF R C<br />
(7)<br />
As equações (4) e (7) são combinações lineares das taxas de variação de A, B e C . Na equação (4), os<br />
coeficientes da combinação valem 1 ou -1; na equação (7) valem VF ou VF . O sinal de cada parcela é o<br />
mesmo do expoente da variável correspondente na equação (3). O erro da aproximação linear é tanto maior<br />
quanto maiores os valores de R F , R A , R B e R C .<br />
Página 18
Exemplo 1: O valor do contrato futuro de taxa de câmbio de real por dólar é função da taxa de câmbio à<br />
vista, DOL, da taxa de cupom cambial rc e da taxa de juro pré-fixada em real r<br />
1 1<br />
F DOL 1 rc 1 r DOL PU rc<br />
PU r<br />
A variação de F para F DOL r rc 1<br />
1 1 é expressa em função das variações dos fatores de<br />
risco DOL, r e rc , conforme a seguinte equação<br />
R<br />
F<br />
F DOL 1 r 1 rc DOL PU r PU<br />
ln ln ln<br />
F DOL 1 r 1 rc DOL PU PU<br />
Página 19<br />
r rc<br />
A posição resultante da compra (venda) de tal contrato equivale à posição comprada (vendida) na moeda<br />
estrangeira, vendida (comprada) em PU de taxa de juro pré-fixada em moeda nacional e comprada<br />
(vendida) em PU de cupom cambial.<br />
A variação VF da posição que vale VF q F TM é a soma das parcelas de variação decorrentes de<br />
cada FPR<br />
DOL<br />
PU<br />
PU<br />
r<br />
rc<br />
VF VF RF VF VF VF<br />
DOL PU r PU rc<br />
Exemplo 2: Considere a posição comprada em 1 unidade do contrato futuro de taxa de câmbio de real<br />
por dólar, de tamanho igual a 50.000 dólares, cotado em R$ / US$ 1.000 (contrato FUT DOL), nas<br />
mesmas condições do Exemplo 6 da seção anterior.<br />
No Exemplo 6 calculou-se de forma exata a variação VF da posição, supondo as variações dadas pelos<br />
cenários de queda de 7% para DOL, de 100 pb para r e variação nula para rc , obtendo-se variação de -<br />
9.726,89 R$ ou -7,78% do valor da posição, de 125.000 R$.<br />
Neste exemplo, calcula-se VF utilizando-se a decomposição linear, conforme a derivação no Exemplo<br />
1. O quadro a seguir apresenta os valores de referência e sob cenário dos FPRs do contrato e, na última<br />
coluna, as parcelas de variação associadas a cada FPR sob o respectivo cenário de variação, componentes<br />
da aproximação linear para VF.<br />
FPR<br />
VALOR <strong>DE</strong><br />
REFERÊNCIA<br />
CENÁRIO <strong>DE</strong><br />
VARIAÇÃO<br />
CÁLCULO EXATO<br />
VALOR SOB<br />
CENÁRIO<br />
rc<br />
CÁLCULO<br />
APROXIMADO<br />
PARCELA DA<br />
VARIAÇÃO TOTAL<br />
DOL (R$ / US$) 2,300 - 7% 2,139 -8.750,00<br />
r<br />
(% no período) 19,00 - 100 pb 18,00<br />
PU<br />
r<br />
(R$) 0,8403 0,86% 0,8475<br />
VF<br />
-1.071,05
c<br />
(% no período) 9,48 0 pb 9,48<br />
PU<br />
rc<br />
Variação financeira da<br />
posição<br />
(US$) 0,9134 0% 0,9134<br />
A variação relativa do valor da posição obtida pelo cálculo aproximado derivado da decomposição linear<br />
vale<br />
VF DOL<br />
PU<br />
r<br />
PU<br />
VF DOL PU PU<br />
r rc<br />
As variações absolutas referentes a cada FPR são as seguintes:<br />
rc<br />
Página 20<br />
7% 0,86% 0 7,86%<br />
variação decorrente da exposição a DOL : VF<br />
DOL<br />
DOL<br />
125.000 7% 8.750,00<br />
variação decorrente da exposição a r : VF<br />
PU r<br />
PU<br />
125.000 0,86% 1.071,05<br />
PU rc<br />
variação decorrente da exposição a rc : VF 125.000 0 0<br />
PU<br />
variação financeira aproximada da posição:<br />
- -9.726,89 -9.821,05<br />
Valor da posição 125.000<br />
115.273,11 115.178,95<br />
-7,78%<br />
Preço futuro 2.500,00 2.305,46 2.346,42<br />
r<br />
rc<br />
DOL<br />
PU<br />
PU<br />
r<br />
rc<br />
VF VF VF 9.821,05<br />
DOL PU PU<br />
r rc<br />
Ao estimar VF a partir da decomposição linear de R F , incorre-se no erro de aproximação – a diferença<br />
entre as variações aproximada e exata. Neste exemplo, as variações financeiras aproximada e exata valem,<br />
respectivamente, -9.821,05 R$ e -9.726,89 R$ e o erro da aproximação é de -94,16 R$, ou 0,97% do valor<br />
exato da variação.<br />
De maneira geral, as equações (3), (4) e (7) para F, R F e VF, respectivamente, podem ser reescritas da<br />
seguinte maneira<br />
s1 s2 sN<br />
F Y1 Y2 YN<br />
, sk 1, k 1,2, , N<br />
R s R s R s R s R<br />
F 1 Y1 2 Y2 N YN k Yk<br />
k 1<br />
VF s VF R s VF R s VF R s VF R<br />
1 Y1 2<br />
Y2 N YN k Yk<br />
k 1<br />
Os termos Y k da equação para o preço F representam os fatores primitivos de risco do contrato. O termo<br />
sk VF da equação para VF é a exposição financeira da posição ao fator de risco Y k .<br />
N<br />
N<br />
-
Segue desta representação para R F a denominação decomposição linear de um contrato futuro em FPRs – a<br />
variação do valor do contrato decorre da variação conjunta observada nas variáveis primitivas e pode ser<br />
obtida, de forma aproximada, como soma de tais variações.<br />
Por conseguinte à decomposição linear dos contratos futuros, a variação financeira de uma carteira de<br />
contratos futuros também pode ser aproximada por uma função linear, qual seja a soma das decomposições<br />
lineares das variações de cada contrato nas variações de seus respectivos fatores de risco.<br />
A avaliação da variação potencial da carteira sob cenário para os FPRs requer, portanto, a determinação da<br />
exposição financeira da carteira a cada FPR - identificados os fatores primitivos de risco dos contratos futuros<br />
presentes na carteira, a decomposição linear da posição consiste em expressá-la em termos de exposições<br />
financeiras aos FPRs.<br />
O mapeamento em fatores primitivos de risco dos demais contratos futuros financeiros é similar ao descrito,<br />
no Exemplo 1, para o contrato futuro de taxa de câmbio. A Tabela 2.3-1 apresenta os FPRs associados aos<br />
principais contratos futuros financeiros da BM&FBOVESPA.<br />
ESTRUTURAS TEMPORAIS<br />
<strong>DE</strong> TAXA <strong>DE</strong> JURO<br />
MERCADOS À VISTA<br />
FATOR PRIMITIVO<br />
<strong>DE</strong> RISCO<br />
Taxa de juro pré-fixada *<br />
DI 1, DI Longo<br />
Cupom Cambial,<br />
SCC, SC3<br />
Taxa câmbio R$ / US$<br />
Taxa câmbio R$ / EUR<br />
Página 21<br />
Ibovespa<br />
CONTRATO FUTURO<br />
IBrX-50<br />
Ouro<br />
* * * * * * *<br />
Cupom Cambial US$ * * * * *<br />
Spread US$xEUR *<br />
Convenience Yield Brasil * *<br />
Cupom de IGP-M * *<br />
Cupom de IPC-A * *<br />
Taxa de Câmbio R$/US$ * *<br />
Taxa de Câmbio R$/EUR *<br />
IBVSP *<br />
IBrX-50 *<br />
Ouro *<br />
Global Bonds *<br />
US T- Note 10Y *<br />
Global Bond<br />
US T- Note 10Y<br />
IGP-M<br />
Cupom de IGP-M<br />
IPCA<br />
Cupom de IPCA
ÍNDICES <strong>DE</strong><br />
INFLAÇÃO<br />
IGP-M * *<br />
Prêmio IGP-M *<br />
IPC-A * *<br />
Tabela 2.3-1 – Fatores primitivos de risco associados a contratos futuros financeiros da BM&FBOVESPA<br />
Por simplificação, não são utilizados, no mapeamento dos contratos futuros sobre Global Bonds e US<br />
Treasury Note, os vértices da estrutura temporal das respectivas curvas de juro. No que se refere aos Global<br />
Bonds há que se considerar ainda o impacto das diferenças de liquidez dos diversos títulos. Diante disso, se<br />
utiliza os preços dos respectivos títulos como fator primitivo de risco no mapeamento de tais contratos.<br />
De maneira geral, a transformação de uma carteira de contratos derivativos em uma carteira de exposições a<br />
fatores primitivos de risco equivale à soma horizontal, ao longo de cada linha da Tabela 2.3-1, obtendo-se a<br />
exposição total da carteira a um FPR como soma das exposições de cada posição a esse fator.<br />
O mapeamento detalhado dos contratos futuros - cálculo do valor financeiro e das exposições aos respectivos<br />
FPRs - encontra-se no Apêndice 1 – Regras de Mapeamento de Contratos Futuros em Fatores Primitivos de<br />
Risco.<br />
Em função da adoção de vértices fixos para os FPRs do tipo estrutura temporal, uma posição que apresente<br />
exposição a um fator deste tipo para um prazo t não coincidente com qualquer de seus vértices é mapeada nos<br />
vértices adjacentes ao prazo da exposição original.<br />
Denotando por v inf e v sup os vértices imediatamente adjacentes a t (v t vsup ), a exposição original<br />
FPRt<br />
Exposição , é substituída pelas exposições<br />
Note que<br />
Exposição s VF t<br />
FPRv , inf vinf<br />
FPR<br />
v t v<br />
inf<br />
inf<br />
t 1 e<br />
v v<br />
sup inf<br />
FPRv , FPRv ,<br />
inf<br />
sup<br />
FPRt ,<br />
e<br />
Página 22<br />
inf<br />
FPRv ,<br />
v<br />
FPR<br />
sup<br />
sup<br />
Exposição s VF t<br />
vsup vinf<br />
Exposição Exposição Exposição s VF .<br />
(8)<br />
t 1 t<br />
(9)<br />
Portanto, pode-se expressar a exposição de uma posição com valor financeiro VF a qualquer FPR como<br />
FPR<br />
Exposição s VF (10)<br />
FPRv ,<br />
v<br />
FPR<br />
onde s FPR é o sinal (±1) correspondente ao fator FPR na decomposição linear do contrato em questão e<br />
um fator de distribuição da exposição financeira entre os vértices do FPR.<br />
v é
v<br />
Para o FPR que não é do tipo estrutura temporal, supõe-se um único vértice v e 1,<br />
obtendo-se<br />
FPR<br />
Exposição sFPR VF.<br />
O exemplo a seguir ilustra o mapeamento em vértices.<br />
Exemplo 3: Os FPRs do contrato futuro de taxa de câmbio de real por dólar são a taxa de câmbio à vista<br />
DOL e as taxas de juro pré-fixadas em real e em dólar, respectivamente taxa pré ( r ) e cupom cambial (<br />
rc ). Considere que os vértices dos FPRs taxa pré e cupom cambial sejam os prazos múltiplos de 21 dias<br />
úteis (du) e de 30 dias corridos (dc), respectivamente, além do vértice de 1 dia,<br />
Vértices r<br />
1, 21, 42, 63, 84, e Vértices rc<br />
1, 30, 60, 90, 120, .<br />
Considere uma posição de valor VF neste contrato, a vencer em 78 du / 113 dc. Como este prazo não<br />
coincide com os vértices de r e de rc , a posição é mapeada<br />
nos vértices do fator r adjacentes a 78 du – os vértices de 63 du e 84 du e<br />
nos vértices do fator rc adjacentes a 113 dc – os vértices de 90 dc e 120 dc.<br />
A posição assim mapeada apresenta as seguintes exposições:<br />
<br />
DOL<br />
Exposição ao FPR Taxa de câmbio à vista: Exposição VF<br />
Exposição ao FPR Taxa pré:<br />
r,63<br />
Exposição VF 0,285712 e<br />
Exposição ao FPR Cupom cambial:<br />
rc,90<br />
Exposição VF<br />
0,233333 e<br />
63 du 78 63<br />
78 1 0,285712<br />
84 63<br />
r ,84<br />
Exposição VF<br />
Página 23<br />
0,714288<br />
90 dc<br />
113 90<br />
113 1 0,233333<br />
120 90<br />
rc,120<br />
Exposição VF<br />
Veja, na tabela a seguir, o mapeamento de uma posição de valor VF<br />
r<br />
rc<br />
0,766667<br />
FPR EXPOSIÇÃO FINANCEIRA<br />
DOL VF 125.000,00<br />
vértice 63 du<br />
vértice 84 du<br />
vértice 90 dc<br />
vértice 120 dc<br />
VF<br />
VF<br />
VF<br />
VF<br />
63 du<br />
- 35.714,00<br />
63 du<br />
1 - 89.286,00<br />
90 dc<br />
125.000<br />
29.167,00<br />
90 dc<br />
1 95.833,00<br />
Como se observa na Tabela 2.3-1 há fatores de risco comuns a contratos futuros distintos e, portanto, a<br />
exposição de uma carteira a um fator primitivo de risco pode advir de posições em contratos distintos.<br />
Desconsiderando por ora mecanismos de controle de compensação de risco entre posições em vencimentos<br />
distintos de um mesmo contrato, calcula-se a parcela da variação financeira da carteira, associada ao fator
FPR, em seu vértice v , a partir do valor da exposição total da carteira a esse fator, dada pelo somatório das<br />
exposições geradas por cada contrato e cada vencimento.<br />
FPRv<br />
Denota-se por Exposição cT<br />
,<br />
v<br />
, a exposição financeira ao fator FPR oriunda de uma posição no vencimento T<br />
de um contrato c , calculada conforme equação (10). Havendo M contratos distintos, cada qual com Q<br />
vencimentos distintos, então a exposição total da carteira ao fator FPR, no vértice v é<br />
FPRv ,<br />
M Q<br />
FPRv ,<br />
m 1q 1<br />
cm, Tq<br />
Exposição Exposição<br />
A combinação de posições compradas e vendidas em contratos distintos pode resultar em redução da<br />
exposição a um ou mais fatores de risco. Tal é o caso, por exemplo, de posição comprada em futuro de taxa de<br />
câmbio de real por dólar e vendida em futuro de cupom cambial, com a redução da exposição ao FPR taxa de<br />
câmbio à vista.<br />
Outro exemplo de redução de exposição a um fator de risco é a combinação de posições em contratos futuros<br />
de DI1, de cupom cambial e de taxa de câmbio de real por dólar, em que as exposições a todos os FPRs<br />
podem ser anuladas completamente, desde que as quantidades de contratos das posições compradas e de<br />
vendidas obedeçam às proporções corretas.<br />
Exemplo 4: Considere a carteira formada por uma posição vendida em contrato futuro de cupom cambial<br />
(FUT DDI) e uma posição comprada em contrato futuro de taxa de câmbio de real por dólar (FUT DOL),<br />
com vencimentos iguais, no prazo de 78 du / 113 dc, e de valores iguais a R$ 120.000 e R$ 125.000,<br />
respectivamente.<br />
Ao mapear as posições, as exposições financeiras à taxa de câmbio à vista DOL se compensam e resultam<br />
em exposição total de R$ 5.000 a este fator de risco. Também se compensam as exposições ao fator cupom<br />
cambial. Veja, na tabela seguinte, o mapeamento de cada posição e as exposições resultantes. “C” e “V”<br />
indicam compra e venda de contratos, respectivamente.<br />
CARTEIRA<br />
Contrato FUT DDI FUT DOL<br />
Prazo (du / dc) 78 / 113 78 / 113<br />
C / V Qtde contratos V 1 C 1<br />
r<br />
rc<br />
VF -120.000 125.000<br />
FPR<br />
EXPOSIÇÃO FINANCEIRA<br />
FUT DDI FUT DOL TOTAL<br />
DOL -120.000 125.000 5.000<br />
vértice 63 du - 35.714 - 35.714<br />
vértice 84 du - 89.286 - 89.286<br />
vértice 90 dc -28.000 29.167 1.167<br />
vértice 120 dc -92.000 95.833 3.833<br />
Página 24
2.3.2. Variação financeira sob cenário<br />
A partir do mapeamento linear de um contrato futuro em fatores primitivos de risco, derivou-se, na seção<br />
anterior, a variação financeira de uma posição em tal contrato como somatório das parcelas da variação<br />
decorrentes da exposição a cada FPR.<br />
Sob o cenário<br />
Cen , a parcela da variação financeira da posição de valor VF , decorrente da variação do<br />
FPRv ,<br />
k<br />
fator FPR, em seu vértice v , é dada por<br />
O termo<br />
FPRv ,<br />
k<br />
FPRv , FPRv , FPRv ,<br />
VF k Exposição k (11)<br />
v v<br />
FPRv ,<br />
k<br />
k<br />
v<br />
FPR Ref<br />
Ref<br />
Página 25<br />
FPR FPR<br />
da equação (11) é a variação do fator primitivo de risco quando expresso em preço, mesmo<br />
que o fator seja indicado como uma variável do tipo taxa. Por exemplo, no caso do fator Taxa pré-fixada em<br />
real, o termo rv ,<br />
k , na equação (11) para a variação<br />
rv ,<br />
VF k , é a variação relativa entre os preços PU<br />
correspondentes às taxas sob os cenários<br />
rv<br />
Cen k<br />
, rv<br />
e Cen Ref<br />
,<br />
, PU r 1 r .<br />
Dados nv vértices do fator FPR - v1, v2 , ... , v nv - a variação financeira de uma posição relativa ao FPR, sob<br />
seu k -ésimo cenário, é denotada<br />
FPR<br />
VF k e obtida como soma das variações associadas aos vértices, ou<br />
seja,<br />
nv nv<br />
FPR FPRv , i FPRv , i FPRv , i<br />
VF k VF k Exposição k<br />
i 1 i 1<br />
Na tabela a seguir estão representadas as variações financeiras sob cenário, por vértice do fator FPR, sob cada<br />
um dos nc cenários. As variações financeiras totais relativas ao fator FPR, sob cada cenário, estão indicadas<br />
na última linha da tabela.<br />
FPR<br />
FPR<br />
FPR<br />
v<br />
, vértice 1<br />
, vértice v nv<br />
FPR<br />
Cen<br />
FPR<br />
1<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
FPR , v1<br />
FPR , v1<br />
VF 1<br />
VF<br />
FPR , vnv<br />
FPR<br />
VF<br />
1<br />
1<br />
FPR<br />
k<br />
1<br />
Cen<br />
FPR<br />
FPR , v1<br />
VF k VF nc<br />
FPR , vnv<br />
VF k<br />
FPR<br />
VF k<br />
nc<br />
FPR , vnv<br />
VF nc<br />
FPR<br />
VF nc<br />
Tabela 2.3-2 – Variações financeiras sob cenário associadas a um FPR, por vértice<br />
Soma<br />
das<br />
variações<br />
ao longo<br />
dos<br />
vértices<br />
Dados N fatores primitivos de risco aos quais uma posição apresenta exposição e um cenário para cada um<br />
Contíguo<br />
deles, combinados no cenário contíguo Cen k<br />
1 2<br />
Cen k , Cen , 1 k2 N<br />
, Cen kN<br />
, segue da decomposição linear<br />
r<br />
(12)
dos contratos futuros que a variação financeira total do valor da posição sob este cenário é o somatório das<br />
variações associadas a cada FPR, sob o respectivo cenário<br />
onde<br />
1 2<br />
N<br />
VF k VF k1 VF k2 VF kN<br />
(13)<br />
j<br />
VF k j é a parcela de variação financeira da posição sob o cenário<br />
conforme a equação (12) para j 1,2, , N.<br />
Portanto<br />
N<br />
j<br />
j<br />
N nvj<br />
j, vi j, vi<br />
j<br />
j 1 j 1 i 1<br />
VF k VF k Exposição k<br />
Página 26<br />
Cen do fator de risco<br />
j<br />
k j<br />
j<br />
FPR , dada<br />
Na Tabela 2.3-3 estão destacadas as variações financeiras sob o cenário de cada fator que compõe o cenário<br />
Contíguo<br />
contíguo Cen k . De acordo com a equação (13), a soma de tais variações resulta na variação total da<br />
posição, VF k .<br />
FPR VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
1<br />
FPR<br />
j<br />
FPR<br />
N<br />
FPR<br />
Cen 1<br />
1<br />
1<br />
VF<br />
1<br />
j<br />
Cen 1<br />
j<br />
VF<br />
N<br />
Cen 1<br />
N<br />
VF<br />
1<br />
1<br />
Cen<br />
j<br />
k j<br />
j<br />
VF k j<br />
1<br />
Cen k1<br />
1<br />
VF k 1<br />
Cen<br />
j<br />
ncj<br />
j<br />
VF nc j<br />
Cen<br />
N<br />
k<br />
N<br />
N<br />
VF k N<br />
1<br />
Cen nc1<br />
1<br />
VF nc1<br />
Tabela 2.3-3 – Composição da variação financeira sob uma combinação de cenários<br />
Cen<br />
N<br />
nc<br />
N<br />
N<br />
VF nc N<br />
Exemplo 5: Considere novamente a posição comprada em 1 unidade do contrato futuro de taxa de câmbio<br />
de real por dólar, de tamanho igual a 50.000 dólares, cotado em 2.500 R$ / US$ 1.000 e vencimento no<br />
prazo de 78 du / 113 dc.<br />
Suponha definidos 5 cenários para o fator de risco taxa de juro pré-fixada, 3 cenários para a taxa de cupom<br />
cambial e 3 cenários para a taxa de câmbio à vista, sob os quais se obtêm as variações financeiras<br />
associadas a cada FPR, conforme a tabela a seguir.<br />
FPR<br />
r<br />
EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
r<br />
Cen 1<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
r<br />
Cen 2<br />
r<br />
Cen 3<br />
r<br />
Cen 4<br />
r<br />
Cen 5<br />
v inf<br />
-35.714 -43 38 - -38 43<br />
v sup<br />
-89.286 -230 183 - -184 237<br />
rc<br />
rc<br />
Cen 1<br />
rc<br />
Cen 2<br />
rc<br />
Cen 3<br />
(14)
v inf<br />
29.167 96 - -155<br />
v sup<br />
95.833 624 - -993<br />
DOL<br />
Considere o cenário contíguo formado pelos cenários destacados na tabela,<br />
Contíguo<br />
Cen<br />
r rc DOL<br />
Cen , Cen , Cen . Conforme a equação (13), a ocorrência de tal cenário implica em<br />
2 3 3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
valorização da posição no valor de $ 7.823 , pois<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
r rc DOL<br />
VF VF 2 VF 3 VF 3 38 183 155 993 8.750 7.823<br />
2.3.3. Cálculo de risco de mercado<br />
Página 27<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
125.000 -8.750 - 8.750<br />
A metodologia de teste de cenários busca a pior variação financeira de uma posição quando avaliada sob um<br />
conjunto de cenários previamente definidos.<br />
Define-se amplo e diversificado conjunto de cenários para cada FPR, oriundos de análises técnicas e/ou<br />
estatísticas (simulação histórica, modelos econométricos, teoria de valores extremos etc.), bem como de<br />
avaliação consensual da conjuntura dos mercados. São definidas também as áreas de cenários, de modo a<br />
evitar a utilização de cenários contíguos improváveis do ponto de vista macroeconômico.<br />
Decorre do mapeamento linear dos contratos futuros, ou seja, da linearidade da variação financeira total em<br />
relação às variações associadas a cada FPR, que, para se obter a pior variação total sob cenário, Min VF,<br />
j<br />
basta tomar a mínima variação sob cenário associada a cada fator, Min VF ,<br />
Min VF Min VF<br />
Define-se risco de mercado local de um conjunto de posições como a pior variação financeira da carteira sob<br />
os cenários pertencentes à determinada área de cenários.<br />
A mínima variação financeira sob cenário associada ao fator FPR em uma área A é denotada por<br />
FPR<br />
Min VF A e expressa como<br />
FPR<br />
Min VF A min<br />
1 k nc<br />
FPR<br />
VF k, A min<br />
FPR<br />
VF 1, A , ,<br />
FPR<br />
VF nc, A<br />
VF k, A<br />
N<br />
j 1<br />
FPR FPR<br />
VF k se o cenário Cen pertence à área A<br />
FPR k<br />
0 caso contrário<br />
j<br />
(15)
Assim, dentre todos os cenários definidos para o fator FPR -<br />
avaliação local em A apenas aqueles pertences à área A.<br />
Página 28<br />
FPR<br />
Cen 1 , ... ,<br />
FPR<br />
Cen nc - são considerados para<br />
O risco local em A é então obtido como o somatório, ao longo dos fatores de risco, das piores variações<br />
financeiras sob cenário na área A, se negativo<br />
N<br />
j 1<br />
N<br />
Risco Local<br />
j<br />
Min VF A<br />
j<br />
1<br />
N<br />
Min VF A A A<br />
1 1<br />
min VF 1, A , , VF nc , A<br />
A<br />
Min VF Min VF<br />
1<br />
Pior variação financeira associada ao fator FPR ,<br />
dados os cenários para este fator pertencentes à área A<br />
min 0, (16)<br />
1<br />
j 1<br />
min 1, , , ,<br />
N N<br />
VF A VF ncN A<br />
N<br />
Pior variação financeira associada ao fator FPR ,<br />
dados os cenários para este fator pertencentes à área A<br />
Estão representadas na Tabela 2.3-4 as variações financeiras de uma carteira associadas a cada fator de risco,<br />
sob os diversos cenários definidos para cada um deles. As variações mínimas, na área A,<br />
associadas a cada<br />
fator estão indicadas na última coluna.<br />
FPR VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIOS DA ÁREA A<br />
1<br />
FPR<br />
j<br />
FPR<br />
N<br />
FPR<br />
1<br />
VF 1, A<br />
1<br />
VF 2, A<br />
PIOR VARIAÇÃO<br />
NA ÁREA A<br />
Min VF 1<br />
1<br />
1 , VF nc A A<br />
j<br />
j<br />
j<br />
VF 1, A VF 2, A VF nc , A<br />
N<br />
N<br />
N<br />
VF 1, A VF 2, A VF nc , A<br />
Tabela 2.3-4 – Apuração da medida risco local na área de cenários<br />
N<br />
Escolha da mínima variação<br />
financeira sob cenário, associada a<br />
cada FPR<br />
j<br />
j<br />
Min VF A<br />
N<br />
Min VF A<br />
Toma-se como medida de risco da carteira o menor dentre os valores de risco local correspondentes às diversas<br />
áreas de cenários A 1 , A 2 , ... .<br />
Risco de Mercado min Risco Local Área1 , Risco Local Área2 , Risco Local Área3<br />
, (17)<br />
O exemplo a seguir ilustra o cálculo de risco unitário do contrato futuro de taxa de câmbio de real por dólar (sua<br />
margem teórica máxima) considerando-se duas áreas de cenários.<br />
Exemplo 6: Cálculo da margem de garantia do contrato futuro de taxa de câmbio de real por dólar, de<br />
vencimento T .<br />
Supondo que o preço do contrato seja R$ 2.500 / US$ 1.000 e que o contrato tenha tamanho 50.000 dólares, o<br />
A
valor da posição comprada em 1 unidade do contrato é VF 2. 500 50 125. 000 .<br />
Conforme o Exemplo 1, os FPRs deste contrato são a taxa de câmbio à vista DOL e as taxas de juro préfixadas<br />
em real e em dólar, respectivamente, taxa pré ( r ) e cupom cambial ( rc ). A tabela a seguir apresenta<br />
os cenários dos FPRs do contrato, nos vértices em que a posição é mapeada. Os cenários para r e rc estão<br />
expressos em pontos-base.<br />
Considere as áreas de cenários<br />
r r r rc rc DOL DOL DOL<br />
A1 Cen 1 ,Cen 3 ,Cen 4 ,Cen 2 ,Cen 3 ,Cen 1 ,Cen 2 ,Cen 3<br />
e<br />
FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO PARA FPR<br />
r<br />
r r r rc rc DOL DOL DOL<br />
A2 Cen 2 ,Cen 3 ,Cen 5 ,Cen 1 ,Cen 2 ,Cen 1 ,Cen 2 ,Cen 3 .<br />
A próxima tabela apresenta as variações financeiras sob cenário para cálculo da margem da posição:<br />
FPR<br />
r<br />
EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
Cen<br />
Página 29<br />
Cen<br />
r<br />
Cen 1<br />
r<br />
Cen 2<br />
r<br />
3<br />
r<br />
Cen 4<br />
r<br />
5<br />
v inf -162 +145 - -145 +166<br />
v sup -175 +141 - -140 +183<br />
rc<br />
Cen<br />
rc<br />
Cen 1<br />
rc<br />
Cen 2<br />
rc<br />
3<br />
v inf -396 - +642<br />
v sup -392 - +634<br />
DOL<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
-7% - +7%<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB<br />
CENÁRIOS DA ÁREA<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB<br />
CENÁRIOS DA ÁREA A<br />
r<br />
Cen 1<br />
r<br />
Cen 3<br />
r<br />
Cen 4<br />
r<br />
Cen 2<br />
r<br />
Cen 3<br />
r<br />
Cen 5<br />
v inf<br />
-35.714 -43 - -38 38 - 43<br />
v sup<br />
-89.286 -230 - -184 183 - 237<br />
rc<br />
-273 - -222 221 - 280<br />
Cen<br />
rc<br />
rc<br />
Cen 2<br />
3<br />
v inf<br />
29.167 - -155 96 -<br />
v sup<br />
95.833 - -993 624 -<br />
DOL<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
Cen<br />
- -1.148 720 -<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
A1 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
rc<br />
2<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
125.000 -8.750 - 8.750 -8.750 - 8.750<br />
-8.750 - 8.750 -8.750 - 8.750
c DOL<br />
Risco Local A min 0, Min VF A Min VF A Min VF A<br />
1 1 1 1<br />
min 0, 273 1.148 8.750 10.171<br />
r rc DOL<br />
Risco Local A Min VF A Min VF A Min VF A<br />
2 2 2 2<br />
min 0, min 0, 0 0 8.750 8.750<br />
Risco de Mercado min Risco Local A , Risco Local A min 10.171, 8.750 10.171<br />
1 2<br />
Para se obter a margem da posição oposta, ou seja, da posição vendida em 1 unidade do contrato, basta<br />
inverter os sinais das variações sob cenário da tabela anterior, com os seguintes resultados:<br />
Risco Local A min 0, 0 0 8.750 8.750<br />
1<br />
Risco Local A min 0, 280 720 8.750 9.750<br />
2<br />
Risco de Mercado min Risco Local A , Risco Local A min 8.750, 9.750 9.750<br />
1 2<br />
Define-se risco de mercado global de um conjunto de posições como a pior variação financeira da carteira,<br />
considerando todos os cenários definidos para os fatores primitivos de risco, se negativa, sem qualquer<br />
restrição às combinações de cenários. Analogamente ao risco local, o risco global é obtido como o somatório,<br />
ao longo dos fatores, das piores variações financeiras sob cenário, considerados todos os cenários definidos<br />
FPR<br />
para os fatores de risco. Não havendo restrição às combinações de cenários, denota-se por Min VF esta<br />
variação mínima.<br />
N<br />
j 1<br />
j<br />
1<br />
Min VF Min Min<br />
N<br />
min 0,<br />
j<br />
(18)<br />
Risco Global Min VF<br />
VF VF<br />
N<br />
min 1 ; ; min 1 ; ;<br />
Página 30<br />
j 1<br />
1 1<br />
N N<br />
VF VF nc1 VF VF ncN<br />
1<br />
Mínima variação financeira associada ao fator FPR ,<br />
N<br />
Mínima<br />
variação financeira associada ao fator FPR ,<br />
considerando todos os cenários para este fator<br />
considerando todos os cenários para este fator<br />
Risco de mercado global e risco de mercado local diferem apenas quanto ao conjunto de cenários envolvidos no<br />
FPR<br />
cômputo das variações financeiras VF , sendo que a medida de risco global assume valor igual ou inferior ao<br />
valor de risco local, ou seja, Risco Global Risco Local A , para qualquer área de cenários A. Vale a<br />
igualdade Risco Global Risco Local A quando a área A contém todos os cenários de todos os fatores<br />
primitivos de risco.<br />
Exemplo 7: Considere uma carteira de futuros cujas posições representem exposições aos FPRs taxa de<br />
câmbio à vista de real por dólar ( DOL) e índice Ibovespa ( IBV ), ambas de valor igual a $1.000. Para estes<br />
FPRs, considere os seguintes cenários:<br />
C Cen , Cen , Cen , Cen , Cen , Cen 7%, 4%,0, 2%, 4%, 7% e<br />
DOL DOL DOL DOL DOL DOL DOL<br />
Cen<br />
1 2 3 4 5 6
C Cen , Cen , Cen , Cen , Cen 12%, 6%,0, 3%, 10%<br />
IBV IBV IBV IBV IBV IBV<br />
Cen<br />
1 2 3 4 5<br />
O quadro a seguir apresenta as variações sob tais cenários, bem como a variação mínima associada a<br />
cada FPR.<br />
FPR<br />
DOL<br />
IBV<br />
EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIR<br />
A<br />
1.000<br />
1.000<br />
Cen<br />
DOL<br />
DOL DOL<br />
VF min 1 , , 6 min 70, 40, 0, 20, 40, 70 70<br />
Min VF VF<br />
DOL<br />
1<br />
CENÁRIO <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
DOL<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
3<br />
IBV IBV IBV<br />
Min VF min VF 1 , , VF 5 min 120, 60, 0, 30, 100 120<br />
DOL IBV<br />
Risco Global min 0, Min VF Min VF min 0, 70 120 190<br />
Não havendo restrição à combinação de cenários, Risco de Mercado Risco Global<br />
Cen<br />
Considere duas áreas de cenários - uma área de melhora ( A ) e uma de piora ( A ) da situação<br />
econômica – assim definidas: A contém os cenários 1 e 2 do fator DOL e os cenários 4 e 5 do fator<br />
IBV ; A contém os cenários 5 e 6 do fator DOL e os cenários 1 e 2 do fator IBV .O risco local da<br />
carteira na área A vale -40 $ e na área A vale -80 $.<br />
FPR<br />
EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
DOL 1.000<br />
IBV<br />
FPR<br />
1.000<br />
EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
DOL 1.000<br />
Página 31<br />
DOL<br />
DOL<br />
DOL<br />
Cen Cen Cen<br />
4<br />
5<br />
6<br />
MÍNIMA<br />
VARIAÇÃO<br />
190<br />
Cen<br />
-7% -4% - +2% +4% +7% -7%<br />
-70 -40 - 20 40 70 -70<br />
Cen<br />
IBV<br />
1<br />
Cen<br />
IBV<br />
IBV<br />
Cen 2<br />
3<br />
Cen<br />
IBV<br />
IBV<br />
Cen 4<br />
5<br />
DOL<br />
1<br />
Cen<br />
-12% -6% - +3% +10% -12%<br />
Cen<br />
-120 -60 - 30 100 -120<br />
DOL<br />
1<br />
CENÁRIO NA ÁREA <strong>DE</strong> “MELHORA” ( A )<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
DOL<br />
2<br />
IBV<br />
1<br />
MÍNIMA<br />
VARIAÇÃO<br />
Cen<br />
-7% -4% -7%<br />
-70 -40 -70<br />
Cen<br />
IBV<br />
IBV<br />
Cen 4<br />
5<br />
CENÁRIO NA ÁREA <strong>DE</strong> “PIORA” ( A )<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
DOL<br />
1<br />
Cen<br />
+3% +12% +3%<br />
30 120 +30<br />
IBV<br />
1<br />
MÍNIMA<br />
VARIAÇÃO<br />
DOL<br />
DOL<br />
DOL<br />
Cen Cen Cen<br />
5<br />
6<br />
5<br />
+4% +7% +4%
IBV<br />
1.000<br />
Cen<br />
IBV<br />
1<br />
DOL IBV<br />
Risco Local A min 0, Min VF A Min VF A min 0, 70 30 40<br />
DOL IBV<br />
Risco Local A min 0, Min VF A Min VF A min 0, 40 120 80<br />
Risco de Mercado min Risco Local A , Risco Local A min 40, 80 80<br />
Cen<br />
IBV<br />
2<br />
O risco de mercado da carteira - o mínimo risco local - refere-se à área A , sob a qual a pior variação<br />
financeira vale -80 $, inferior à perda sob a área de cenários A (-40 $). Desconsiderando as áreas, ou<br />
seja, permitindo qualquer combinação de cenários individuais, a perda da carteira atinge o valor de 190 $<br />
(risco de mercado global), advinda dos cenários 1 de cada FPR, que representam queda para os dois<br />
fatores, situação excluída do cálculo do risco da carteira com a definição das áreas A e A .<br />
Página 32<br />
40 70 40<br />
Cen<br />
-12% -6% -12%<br />
-120 -60 -120<br />
2.3.4. Controle da compensação do risco entre posições em vencimentos distintos de um<br />
contrato<br />
Em função da existência, para algumas mercadorias / contratos, de assimetria de movimentos de preços em<br />
relação ao prazo, e de ineficiências no processo de reversão de posições, bem como de diferenças de liquidez<br />
entre vencimentos, entre outros fatores, a metodologia de cálculo de margem permite controlar a compensação<br />
de risco entre vencimentos distintos do mesmo contrato.<br />
O mecanismo de controle de compensação de risco entre vencimentos assume que variações financeiras<br />
positivas associadas a um FPR não se realizam em sua totalidade. A partir desta hipótese, o mecanismo<br />
promove, no cômputo da variação financeira total associada a um FPR, a redução do benefício de variações<br />
financeiras sob cenário positivas, advindas de posições em vencimentos distintos de um mesmo contrato. Tal<br />
redução se dá pela multiplicação de cada variação positiva por um parâmetro, denominado fator de<br />
compensação, definido por contrato e vencimento.<br />
Seja<br />
FPRv ,<br />
VFcT , k a variação financeira associada ao fator FPR, em seu vértice v , e sob o k -ésimo cenário,<br />
decorrente da posição no vencimento T do contrato c<br />
VF k Exposição k (19)<br />
FPRv , FPRv , FPRv ,<br />
c, T c, T<br />
O fator de compensação , definido para o vencimento T do contrato c , altera o valor das variações<br />
financeiras<br />
FPRv ,<br />
VF k positivas para a seguinte variação ajustada:<br />
cT ,<br />
FPR , v FPR , v<br />
FPR , v<br />
c, T se c, T<br />
cT , ,<br />
FPR , v<br />
VFcT , k<br />
VF k<br />
VF k VF k<br />
caso contrário<br />
0<br />
IBV<br />
, 0 1 (20)<br />
Tal alteração abrange as variações financeiras associadas a todos os fatores de risco do contrato.<br />
1
Exemplo 8: Considere duas posições opostas nos vencimentos T 1 e T 2 de um mesmo contrato c , um<br />
fator FPR comum às duas posições, com apenas um vértice e um cenário de variação .<br />
A variação financeira associada ao fator é a soma das variações decorrentes de cada posição,<br />
FPR<br />
VF cenário<br />
FPR<br />
Exposição e<br />
FPR<br />
VF cenário<br />
FPR<br />
Exposição . Como as posições têm<br />
c, T c, T<br />
1 1<br />
c, T c, T<br />
2 2<br />
sentidos opostos, as parcelas têm sinais opostos e se compensam. Suponha que as variações sob cenário<br />
valham<br />
FPR<br />
VF cenário 1.000 e<br />
FPR<br />
VF cenário 2.000.<br />
cT ,<br />
1<br />
cT ,<br />
2<br />
A variação total associada ao fator é calculada em três situações, considerando-se três valores para o<br />
fator de compensação do vencimento T 2 : 1, 0,8 e 0,3, respectivamente em (i), (ii) e (iii):<br />
(i)<br />
(ii)<br />
(iii)<br />
FPR FPR FPR<br />
VF Exposição Exposição 1 1.000 2.000 1.000<br />
c, T c, T<br />
1 2<br />
FPR FPR FPR<br />
VF Exposição Exposição 0,8 1.000 1600 600<br />
c, T c, T<br />
1 2<br />
FPR FPR FPR<br />
VF Exposição Exposição 0,3 1.000 600 400<br />
c, T c, T<br />
1 2<br />
Note que, em (ii), apesar da redução do ganho associado à posição no vencimento T 2 , de 2.000 para<br />
FPR<br />
1.600, a variação VF ainda é positiva e, portanto, não onera o risco da carteira.<br />
A variação financeira das posições nos diversos vencimentos do contrato c , associada ao fator FPR e apurada<br />
sob seu k -ésimo cenário, é dada por<br />
Q nv<br />
FPR FPRv , i<br />
VFc k VFc , T k q<br />
q 1 i 1<br />
Página 33<br />
, (21)<br />
onde Q é a quantidade de vencimentos do contrato c e nv a quantidade de vértices do fator FPR.<br />
Por fim, a variação financeira das posições em M contratos c1, c2 , ... , c M , associada ao fator FPR e apurada<br />
sob seu k -ésimo cenário é o somatório das variações decorrentes de cada contrato com exposição ao mesmo<br />
fator,<br />
VF k VF k VF k<br />
FPR FPR FPR<br />
c c<br />
1<br />
Permite-se compensação máxima de risco sob a hipótese de que ganhos e perdas estimados sob cenário de<br />
estresse realizam-se integralmente, independentemente de contrato e vencimento das posições, caso em que os<br />
fatores de compensação valem 1. Nesta situação, a variação financeira sob cenário associada a um fator pode<br />
FPRv ,<br />
ser obtida pela aplicação do cenário à exposição líquida ao fator, Exposição :<br />
FPRv , FPRv , FPRv ,<br />
VF k Exposição k<br />
M<br />
(22)
Exposição Exposição Exposição Exposição<br />
FPRv , FPRv , FPRv , FPRv ,<br />
c c c<br />
1 2<br />
Exposição Exposição Exposição<br />
FPRv , FPRv , FPRv ,<br />
c c, T1 c, TQ<br />
FPRv ,<br />
M Q<br />
FPRv ,<br />
m 1q 1<br />
cm, Tq<br />
ou seja, Exposição Exposição<br />
2.3.5. Fator Hedger<br />
A margem de garantia de uma posição em contrato futuro para o qual o Comitente é classificado pela Câmara como<br />
Não-hedger 2 é superior à margem calculada para posição semelhante, porém de titularidade de um Comitente<br />
Hedger para o contrato. O acréscimo advém da aplicação de um fator multiplicativo, denominado fator Hedger e<br />
definido por fator primitivo de risco, à exposição financeira da posição no contrato para o qual o Comitente é<br />
classificado como Não-hedger.<br />
Sendo o fator Hedger definido por FPR e aplicado conforme a classificação do Comitente para o contrato, aplica-se<br />
v<br />
o fator à exposição financeira a cada fator primitivo de risco. Assim, a exposição ao fator FPR decorrente de uma<br />
posição no vencimento T de um contrato c e ajustada pelo fator Hedger definido para este FPR, H FPR , é dada por<br />
Exposição<br />
s VF T<br />
FPR , v FPR<br />
v<br />
vértice<br />
cT ,<br />
sFPR VF<br />
v<br />
vértice T HFPR<br />
Página 34<br />
M<br />
se comitente hedger no contrato c<br />
caso contrário<br />
, H FPR 1 (23)<br />
Quando o fator H FPR assume o mesmo valor para todos os fatores primitivos de risco de um contrato, a margem da<br />
posição do Comitente Não-hedger para o contrato é aumentada, em relação à margem do Comitente Hedger, na<br />
mesma proporção.<br />
Exemplo 9: Retome o Exemplo 6, onde se calcula a margem de garantia do contrato futuro de taxa de câmbio<br />
de real por dólar, sem ajuste dos valores de exposição em função da classificação do Comitente como Hedger<br />
ou Não-hedger, ou seja, a margem requerida do Comitente Hedger no contrato. Considerando posição em<br />
apenas um contrato, a aplicação da equação (23) implica na multiplicação dos valores apresentados no<br />
Exemplo 6 pelos respectivos fatores Hedger. Supondo fator Hedger igual a 1,2 para todos os FPRs do<br />
contrato, a tabela a seguir apresenta os resultados para a posição comprada.<br />
FPR<br />
r<br />
EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIR<br />
A<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB<br />
CENÁRIOS DA ÁREA 1 A<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB<br />
CENÁRIOS DA ÁREA 2 A<br />
r<br />
Cen 1<br />
r<br />
Cen 3<br />
r<br />
Cen 4<br />
r<br />
Cen 2<br />
r<br />
Cen 3<br />
r<br />
Cen 5<br />
v inf -42.856,80 -51,60 - -45,60 45,60 - 51,60<br />
v sup -107.143,20 -276,60 - -220,80 219,60 - 284,40<br />
rc<br />
-327,60 - -266,40 265,20 - 336<br />
Cen<br />
rc<br />
rc<br />
Cen 2<br />
3<br />
v inf 35.000,40 - -186 115,20 -<br />
2 É denominado Hedger o Comitente, pessoa física ou jurídica, produtor, comerciante, instituição financeira ou investidor<br />
institucional cuja atividade esteja diretamente relacionada aos produtos negociados na BM&FBOVESPA.<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
Cen<br />
rc<br />
2
v sup 114.999,60 - -1.191,60 748,80 -<br />
DOL<br />
Risco Local A 1<br />
Risco Local A<br />
2<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
327,60 1.377,60 10.500 12.205,20<br />
0 0 10.500 10.500,00<br />
- -1.377,60 864 -<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
Risco de Mercado min Risco Local A , Risco Local A 12.205,20<br />
1 2<br />
Invertendo-se os sinais das exposições, obtêm-se os valores de margem para a posição vendida:<br />
Risco de Mercado min Risco Local A , Risco Local A min 10.500 11.700 11.700<br />
1 2<br />
Página 35<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
150.000 -10.500 - 10.500 -10.500 - 10.500<br />
-10.500 - 10.500 -10.500 - 10.500
2.3.6. Resumo<br />
As figuras a seguir ilustram as etapas de consolidação de variações financeiras sob cenário para o cálculo da<br />
margem para a porção de posições em contratos futuros de uma carteira.<br />
VÉRTICE DO<br />
FATOR FPR<br />
CENÁRIO<br />
FPR<br />
Cen k<br />
Vencimento T Vencimento T<br />
1<br />
Q<br />
VF k<br />
FPR , v1<br />
cT , ,<br />
1<br />
FPR , vnv<br />
VFcT k<br />
1<br />
, ,<br />
VF k<br />
Página 36<br />
FPR , v1<br />
,<br />
cT , Q<br />
VF k<br />
FPR , vnv<br />
,<br />
cT , Q<br />
VF k VF k<br />
FPR<br />
c<br />
FPRv ,<br />
c, T ,<br />
T v<br />
Figura 2.3-5 – Cálculo das variações financeiras sob cenário associadas ao fator FPR, decorrentes de posição em vários<br />
vencimentos de um contrato c<br />
O cálculo da Figura 2.3-5, para todos os fatores de risco de um mesmo contrato produz todas as variações<br />
financeiras sob cenário associadas ao contrato, ou seja, todos os valores VF k , para k 1,2, , nc e<br />
j 1,2, , N.<br />
j<br />
c j<br />
j j<br />
A soma, ao longo dos contratos, das variações associadas a um mesmo FPR gera a variação financeira total<br />
associada ao fator, conforme Figura 2.3-6.<br />
FPR CONTRATO<br />
FPR 1<br />
N<br />
FPR<br />
v1<br />
vnv<br />
Contrato c 1<br />
Contrato c M<br />
Contato c 1<br />
Contrato M<br />
VF<br />
VF<br />
VF<br />
VF<br />
1<br />
c 1<br />
1<br />
1<br />
c 1<br />
M<br />
1<br />
1<br />
N<br />
c<br />
1<br />
1<br />
N<br />
c VF 1<br />
c<br />
VF<br />
M<br />
N<br />
Soma ao longo dos<br />
vencimentos do contrato c<br />
1<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
Por Contrato e Total por FPR<br />
VF k<br />
1<br />
c<br />
1<br />
VF k<br />
1<br />
c<br />
M<br />
1<br />
VF k<br />
VF k<br />
N<br />
c<br />
1<br />
VF k<br />
N<br />
c<br />
M<br />
N<br />
VF k<br />
VF nc<br />
1<br />
c<br />
1<br />
1<br />
c<br />
M<br />
1<br />
1<br />
VF nc<br />
VF nc<br />
VF nc<br />
1<br />
1<br />
1<br />
N<br />
c N<br />
VF nc<br />
N<br />
c N<br />
M<br />
N<br />
VF nc<br />
Figura 2.3-6 – Consolidação das variações financeiras sob cenário por contrato associadas a cada FPR<br />
Obtidas as variações financeiras sob cada cenário de cada FPR, ou seja,<br />
Soma ao longo<br />
dos vértices do<br />
FPR<br />
N<br />
Soma de<br />
variações ao<br />
longo dos<br />
contratos<br />
Soma de<br />
variações ao<br />
longo dos<br />
contratos<br />
j<br />
VF k j , para 1, 2, ,<br />
j N e<br />
kj 1, 2, , nc j , seleciona-se, para cada fator primitivo de risco a mínima variação ao longo dos cenários a ele<br />
associados e pertencentes à área de cenários A,<br />
conforme a equação (15). Por fim, a soma das variações<br />
financeiras mínimas na área A associadas a cada FPR determina o risco local em A,<br />
indicado na Figura 2.3-7.
FPR<br />
FPR 1<br />
j<br />
FPR<br />
N<br />
FPR<br />
1<br />
VF<br />
j<br />
VF<br />
N<br />
VF<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA TOTAL<br />
SOB CENÁRIO<br />
1<br />
1<br />
1<br />
Escolha da mínima variação<br />
financeira sob cenário<br />
associada a cada FPR<br />
Página 37<br />
MÍNIMA VARIAÇÃO SOB<br />
CENÁRIO NA ÁREA A<br />
1<br />
1<br />
VF nc Min VF A<br />
1<br />
j<br />
VF nc j<br />
N<br />
VF nc N<br />
j<br />
Min VF A<br />
N<br />
Min VF A<br />
Somatório das<br />
variações mínimas sob<br />
cenários da área A<br />
associadas a cada FPR<br />
N<br />
Risco Local A min 0,<br />
j<br />
Min VF A<br />
Figura 2.3-7 – Escolha da menor variação financeira sob cenário por FPR, na área A e cálculo do risco local<br />
A apuração das variações financeiras mínimas em todas as áreas de cenários fornece as respectivas medidas de<br />
risco local, dentre as quais a menor é tomada como medida de risco.<br />
j 1
2.3.7. Procedimento Subcarteira 2 – compensação de risco entre posições de vencimentos<br />
curtos e longos<br />
Em certas situações, o vencimento de uma posição pode causar alteração brusca dos valores de margem de<br />
garantia, como, por exemplo, quando posições em contratos de vencimento curto servem de hedge para posições<br />
em contratos de vencimento mais longo. O eventual aumento de risco em função do vencimento de posições é<br />
antecipado, na determinação do valor da margem de garantia, por meio da imposição de restrições sobre a<br />
diversificação de risco de mercado entre posições em contratos de vencimentos curtos e longos sobre o mesmo<br />
ativo-objeto, conforme a proximidade do vencimento da posição mais curta.<br />
Este procedimento é denominado Procedimento Subcarteira 2 e aplica-se aos contratos futuros com liquidação<br />
financeira ou por entrega. Os detalhes pertinentes aos contratos com liquidação por entrega são apresentados na<br />
seção que trata da margem de garantia de contratos futuros agropecuários.<br />
No período compreendido entre o início da validade do Procedimento Subcarteira 2 e o último dia de risco do<br />
contrato, inclusive, faz-se a avaliação de cenários sobre dois subconjuntos das posições sob avaliação: o conjunto<br />
original e o conjunto original excluídas as posições próximas do vencimento.<br />
A figura a seguir ilustra o cálculo de margem em função da aproximação do vencimento do contrato.<br />
Sejam<br />
Figura 2.3-8 – Procedimento Subcarteira 2<br />
Ndias Sub2<br />
c : a quantidade de dias anteriores ao vencimento do contrato c , que define o início do período<br />
durante o qual aplica-se o Procedimento Subcarteira 2 às posições no referido contrato;<br />
Subcarteira : o conjunto de todos os contratos, com exceção daqueles que se encontrem no último dia de<br />
Todos<br />
risco ou cujo último dia de risco já tenha decorrido (carteira completa); e<br />
Subcarteira : o conjunto que contém apenas os contratos que estejam a mais de NdiasSub2 dias dos<br />
Longos<br />
Início de negociação<br />
do contrato<br />
Análise de cenários<br />
sobre a carteira completa<br />
Análise de cenários sobre a<br />
carteira completa e sobre a<br />
subcarteira de posições<br />
longas<br />
respectivos vencimentos (carteira de contratos longos).<br />
Um contrato c pertence à Subcarteira Longos se a quantidade de dias úteis entre a data de referência da avaliação<br />
da carteira ( D ) e a de seu vencimento (T ) é maior que Ndias Sub2<br />
c , ou seja, se Ndias Sub2<br />
c T D .<br />
A equação (17) definida para cálculo do risco de mercado de uma carteira,<br />
Risco de Mercado Carteira de Futuros min Risco Local A, Carteira de Futuros<br />
A<br />
Página 38<br />
Procedimento<br />
Subcarteira 2<br />
Vencimento<br />
do contrato<br />
Tempo
é então modificada para contemplar o Procedimento Subcarteira 2. O risco de mercado relativo à posição de<br />
fechamento do dia D, que define a margem de garantia a ser atendida no dia útil subseqüente D 1 , é dado por<br />
Risco de Mercado Carteira de Futuros<br />
min min Risco Local A, Subcarteira , Risco Local A, Subcarteira<br />
A<br />
Página 39<br />
Todos Longos<br />
Na ausência de posição em contrato que se encontre a menos de Ndias Sub2<br />
c dias do vencimento, as subcarteiras<br />
indicadas por Todos e Longos são iguais e o risco de mercado é determinado através da avaliação sob cenário de<br />
estresse de todas as posições.<br />
Risco de Mercado Carteira de Futuros Risco Subcarteira Todos Risco Subcarteira Longos<br />
Considere um contrato com vencimento em T , último dia de risco em T T k e último dia de liquidação de<br />
ajuste em T T x . Conforme a proximidade do vencimento T à data de referência da avaliação de risco da<br />
carteira, D, tal posição é incluída nas subcarteiras Todos e Longos, da seguinte maneira:<br />
Em D T Ndias c não se aplica o Procedimento Subcarteira 2, o que equivale a incluir a posição nas<br />
Sub 2<br />
duas subcarteiras;<br />
Em D T Ndias c tem início o Procedimento Subcarteira 2; a partir desta data e até a data T 1 - o<br />
Sub 2<br />
dia anterior ao último dia de risco do contrato - a posição é excluída da Subcarteira Longos ;<br />
Exemplo 11: Considere a carteira com posições nos contratos futuros de cupom cambial (FUT DDI) e de taxa<br />
de câmbio de real por dólar (FUT DOL), sendo este o contrato de vencimento curto, descrita na tabela abaixo,<br />
onde “C” e “V” indicam compra e venda de contratos, respectivamente.<br />
CARTEIRA<br />
Contrato FUT DDI FUT DOL<br />
Prazo (du / dc) 24 / 36 6 / 4<br />
C / V Qtde contratos V 50 C 50<br />
VF 6.380.403 6.416.997<br />
Suponha definida apenas uma área de cenários, A,<br />
e que a margem de garantia é calculada no período em que<br />
se aplica ao contrato FUT DOL o Procedimento Subcarteira 2, em data anterior ao último dia de risco do<br />
contrato.<br />
Os valores das variações financeiras sob cenário e o risco das subcarteiras Todos e Longos estão<br />
apresentados nas tabelas a seguir – considere-os ajustados de acordo com os fatores de compensação e com a<br />
(24)
condição do Comitente titular da carteira como de Hedger / Não-hedger.<br />
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
r<br />
r<br />
Cen<br />
1<br />
Caso não se aplicasse o Procedimento Subcarteira 2, a margem desta carteira assumiria o valor de 24.896 $.<br />
Dado o procedimento, a exclusão da posição a vencer (posição no contrato FUT DOL) equivale, neste caso, a<br />
desconsiderar o benefício, em termos de risco, que tal posição representa para a carteira em face da posição<br />
longa, principalmente em relação ao FPR taxa de câmbio à vista.<br />
Risco de Mercado min Risco Local A, Subcarteira Todos , Risco Local A, Subcarteira Longos 471.757<br />
Suponha que as posições sejam ambas compradas, ou seja, inverte-se o sinal das exposições aos FPRs e das<br />
variações sob cenários associadas à posição em FUT DDI. No cômputo dos valores de risco, ao excluir as<br />
posições de vencimento curto obtém-se um valor de risco menor que o valor de risco da carteira completa, de<br />
modo que o risco advém da posição completa. Os valores estão apresentados na tabela a seguir:<br />
Página 40<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 2<br />
3<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 4<br />
5<br />
1 du FUT DOL -5.454,447 -288 284 - -288 284<br />
21 du FUT DOL -962,550 -1.152 1.019 - -1.029 1.162<br />
rc<br />
-1.440 1.303 - -1.317 1.446<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
Cen<br />
rc<br />
rc<br />
Cen 2<br />
3<br />
rc<br />
Cen 4<br />
rc<br />
Cen 5<br />
1 dc FUT DOL 5.310,618 589 589 - -957 -957<br />
30 dc<br />
FUT DOL 1.106,379 3.646 3.644 - -5.857 -5.860<br />
FUT DDI -5.104.322 -16.819 -16.813 - 27.022 27.033<br />
60 dc FUT DDI -1.276.081 -8.310 -8.307 - 13.208 13.213<br />
DOL<br />
-20.894 -20.887 - 33.415 33.429<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
FUT DOL 6.416.997 -449.190 - 449.190<br />
FUT DDI -6.380.403 446.628 - -446.628<br />
-2.562 - 2.562<br />
Risco Local A, Subcarteira Todos min 0, 1.440 20.894 2.562 24.896<br />
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
rc<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
rc<br />
rc<br />
Cen 2<br />
3<br />
rc<br />
Cen 4<br />
rc<br />
Cen 5<br />
30 dc FUT DDI -5.104.322 -16.819 -16.813 - 27.022 27.033<br />
60 dc FUT DDI -1.276.081 -8.310 -8.307 - 13.208 13.213<br />
DOL<br />
-25.129 -25.120 - 40.230 40.246<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
FUT DDI -6.380.403 446.628 - -446.628<br />
446.628 - -446.628<br />
Risco Local A, Subcarteira<br />
Longos min 0, 25.129 446.628 471.757
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
r<br />
r<br />
Cen<br />
CENÁRIO <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
Risco de Mercado min Risco Local A, Subcarteira Todos , Risco Local A, Subcarteira Longos 944.321<br />
1<br />
A margem de garantia desta carteira corresponde ao risco da carteira completa, que inclui as posições de<br />
vencimento curto. A carteira contendo apenas as posições longas representa menor risco, pois não apresenta<br />
exposição ao FPR Taxa Pré-fixada em moeda local e as exposições aos FPRs comuns - rc e DOL são menores<br />
comparativamente às da carteira completa.<br />
Página 41<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 2<br />
3<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 4<br />
5<br />
1 du FUT DOL -5.454.447 -288 284 - -288 284<br />
21 du FUT DOL -962.550 -1.152 1.019 - -1.029 1.162<br />
rc<br />
-1.440 1.303 - -1.317 1.446<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
Cen<br />
rc<br />
rc<br />
Cen 2<br />
3<br />
rc<br />
Cen 4<br />
rc<br />
Cen 5<br />
1 dc FUT DOL 5.310,618 589 589 - -957 -957<br />
30 dc<br />
FUT DOL 1.106.379 3.646 3.644 - -5.857 -5.860<br />
FUT DDI 5.104.322 16.819 16.813 - -27.022 -27.033<br />
60 dc FUT DDI 1.276.081 8.310 8.307 - -13.208 -13.213<br />
DOL<br />
29.364 29.353 - -47.044 -47.063<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
FUT DOL 6.416.997 -449.190 - 449.190<br />
FUT DDI 6.380.403 -446.628 - 446.628<br />
-895.818 - 895.818<br />
Risco Local A, Subcarteira Todos min 0, 1.440 47.063 895.818 944.321<br />
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
rc<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
CENÁRIO <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
rc<br />
rc<br />
Cen 2<br />
3<br />
rc<br />
Cen 4<br />
rc<br />
Cen 5<br />
30 dc FUT DDI 5.104.322 16.819 16.813 - -27.022 -27.033<br />
60 dc FUT DDI 1.276.081 8.310 8.307 - -13.208 -13.213<br />
DOL<br />
25.129 25.120 - -40.230 -40.246<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
FUT DDI 6.380.403 -446.628 - 446.628<br />
-446.628 - 446.628<br />
Risco Local A, Subcarteira min 0, 40.246 446.628 486.874<br />
Longos<br />
2.3.8. Subcarteira de contratos futuros – cálculo de risco de subcarteira e margem de uma<br />
subcarteira<br />
Uma subcarteira é um agrupamento disjunto de contratos futuros, definido com o propósito tanto de tratar<br />
situações específicas como de controlar a diversificação de risco. Entende-se por diversificação de risco a<br />
compensação de exposições a fatores primitivos de risco comuns a posições oriundas de contratos distintos.
Decorre diretamente do agrupamento dos contratos futuros em subcarteiras o agrupamento das posições de<br />
uma carteira em subcarteiras. Utiliza-se, portanto, o termo subcarteira para designar ambos.<br />
Desse modo, uma carteira de contratos futuros é representada por um conjunto de subcarteiras, uma<br />
subcarteira é um conjunto de contratos e cada contrato, por sua vez, é negociado em diversos vencimentos,<br />
conforme ilustrado a seguir, onde N Subc indica a quantidade de subcarteiras, M s a quantidade de contratos<br />
pertencentes à s-ésima subcarteira e n venc m a quantidade de vencimentos negociados do m -ésimo contrato<br />
futuro.<br />
CARTEIRA<br />
Subcarteira<br />
Subcarteira<br />
Subcarteira<br />
Figura 4 – Agrupamento de contratos futuros em subcarteiras<br />
As subcarteiras a seguir são um exemplo de agrupamento dos contratos futuros:<br />
Subcarteira 1 - contendo todos os vencimentos dos contratos futuros de taxas de juro, de taxas de câmbio,<br />
de índices de ações e de inflação;<br />
Subcarteira 2 - contendo todos os vencimentos dos contratos futuros sobre títulos de dívida externa<br />
(Global Bonds); e<br />
Subcarteira 3 – contendo todos os vencimentos do contrato futuro sobre determinada mercadoria agrícola.<br />
Respeitadas as regras de controle da compensação de posições em vencimentos distintos de um contrato, bem<br />
como do Procedimento Subcarteira 2, permite-se compensar riscos oriundos de posições pertencentes à<br />
mesma subcarteira. Todavia, é vedada a compensação entre posições pertencentes à subcarteiras distintas. A<br />
margem de garantia requerida de uma carteira é definida, portanto, como soma das margens requeridas das<br />
subcarteiras. Considerando o agrupamento dos contratos em N Subc subcarteiras,<br />
N<br />
Subc<br />
Margem Carteira de Futuros Margem Subc Margem Subc Margem Subc<br />
s 1<br />
Subc 1<br />
Subc s<br />
Subc NSubc<br />
Página 42<br />
Contrato Futuro<br />
Contrato Futuro<br />
Contrato Futuro<br />
Vencimento<br />
Vencimento<br />
s 1<br />
N<br />
Margem Subc Risco de Mercado Subc (26)<br />
s s<br />
onde Margem Subc s e Risco de Mercado Subc s representam, respectivamente, a margem de garantia<br />
e o risco de mercado das posições da carteira nos contratos pertencentes à s-ésima<br />
subcarteira. O risco de<br />
mercado de uma subcarteira é obtido da avaliação de cenários de estresse, conforme apresentado nas seções<br />
anteriores:<br />
c 1<br />
cm<br />
cMs<br />
T 1<br />
T Qn<br />
Subc<br />
(25)
Risco de Mercado Subc min min Risco Local A, Subc , Risco Local A, Subc (27)<br />
onde<br />
j<br />
Subc s<br />
s s, Todos s, Longos<br />
A<br />
, min 0, FPR N<br />
j<br />
Risco Local A Subc Min VF A (28)<br />
j<br />
Min VF A é a mínima variação financeira sob cenário, associada ao fator de risco FPR ,<br />
decorrente das posições pertencentes à subcarteira s e dos cenários pertencentes à área A<br />
.<br />
Decorre que o risco de mercado da carteira é dado por<br />
Nsubc<br />
Risco de Mercado Carteira de Futuros Risco de Mercado Subc<br />
s 1<br />
Página 43<br />
j 1<br />
s<br />
Subc<br />
Risco de Mercado Subc Risco de Mercado Subc<br />
O exemplo a seguir ilustra o impacto, sobre a margem de garantia, do agrupamento dos contratos em carteiras.<br />
Exemplo 12: Considere a carteira com posições compradas em 1 unidade dos contratos futuros de cupom<br />
cambial (FUT DDI) e de Global 2040 (FUT GB40), descrita na tabela a seguir, onde “C” e “V” indicam<br />
compra e venda de contratos, respectivamente.<br />
CARTEIRA<br />
Contrato FUT DDI FUT GB40<br />
Prazo (du / dc) 17 / 23 18 / 26<br />
C / V Qtde contratos C 1 C 1<br />
VF 105.050 140.816<br />
Os fatores primitivos de risco associados à carteira são o cupom cambial ( rc ), nos vértices de 1 e 30 dc, a taxa<br />
de câmbio à vista de real por dólar ( DOL) e o preço à vista do título Global 2040 (G40) . Considere os<br />
seguintes cenários de variação, expressos em variação percentual para DOL e G40 e em pontos-base para rc<br />
.<br />
FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />
rc<br />
Cen<br />
Calcula-se a seguir a margem de garantia da carteira em duas situações:<br />
i. os dois contratos pertencem à mesma subcarteira, Subc ; e<br />
ii. os contratos pertencem a subcarteiras distintas - Subc 1 e Subc 2 .<br />
rc<br />
1<br />
rc<br />
rc<br />
Cen 2<br />
3<br />
1<br />
Cen<br />
rc<br />
Cen 4<br />
rc<br />
Cen 5<br />
1 dc -600 -400 - +100 +300<br />
30 dc -500 -400 - +300 +300<br />
G40<br />
DOL<br />
G<br />
Cen 40<br />
1<br />
G<br />
Cen 40<br />
2<br />
G<br />
Cen 40<br />
3<br />
-3% - +3%<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
-7% - +7%<br />
NSubc<br />
(29)
Supondo haver apenas uma área de cenários e que nenhum dos contratos encontra-se em período de<br />
Procedimento Subcarteira 2, o cálculo do risco de mercado de qualquer subcarteira, conforme equação (27), é<br />
simplificado para<br />
Risco de Mercado Subcarteira Risco Local A, Subcarteira<br />
Na situação (i), havendo apenas a subcarteira Subc , a margem da carteira vale R$11.648,80, conforme os<br />
detalhes na tabela a seguir, onde estão indicadas em negrito as variações mínimas associadas a cada FPR.<br />
Margem Carteira de Futuros Risco Local A, Subc 11.648,80<br />
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
rc<br />
G40<br />
DOL<br />
1 dc<br />
30 dc<br />
Na situação (ii), a margem da carteira é a soma das margens de cada subcarteira. Considere que o<br />
contrato FUT GB40 pertence à Subc 1 e o contrato FUT DDI pertence à Subc 2 . Conforme os detalhes<br />
apresentados nas tabelas a seguir,<br />
r<br />
Cen<br />
1<br />
Margem Carteira de Futuros Margem Subc Margem Subc 4.673,99 7.578,96 12.252,95<br />
1 2<br />
Subcarteira Subc 1<br />
Página 44<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 2<br />
3<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 4<br />
5<br />
FUT DDI 14.490 2,42 1,61 - -0,40 -1,21<br />
FUT GB40 -33.990 -5,66 -3,78 - 0,94 2,83<br />
FUT DDI 90.560 376,26 300,76 - -224,27 -224,27<br />
FUT GB40 -106.826 -443,84 -354,78 - 264,55 264,55<br />
-70,83 -56,18 - 40,83 41,91<br />
G<br />
Cen 40<br />
1<br />
G<br />
Cen 40<br />
2<br />
G<br />
Cen 40<br />
3<br />
FUT GB40 140.816 -4.224,49 - 4.224,49<br />
-4.224,49 - 4.224,49<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
FUT DDI 105.050 -7.353,48 - 7.353,48<br />
-7.353,48 - 7.353,48<br />
Risco Local A, Subc min 0, 70,83 4.224,49 7.353,48 11.648,80<br />
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
rc<br />
r<br />
Cen<br />
1<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 2<br />
3<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 4<br />
5<br />
1 dc FUT GB40 -33.990 -5,66 -3,78 - 0,94 2,83<br />
30 dc FUT GB40 -106.826 -443,84 -354,78 - 264,55 264,55<br />
G40<br />
-449,50 -358,56 - 265,49 267,38<br />
G<br />
Cen 40<br />
1<br />
G<br />
Cen 40<br />
2<br />
G<br />
Cen 40<br />
3<br />
FUT GB40 140.816 -4.224,49 - 4.224,49<br />
-4.224,49 - 4.224,49<br />
Risco Local A, Subc<br />
min 0, 449,50 4.224,49 4.673,99<br />
1
Subcarteira Subc 2<br />
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
rc<br />
r<br />
Cen<br />
1<br />
Na situação (ii), a alocação dos contratos em subcarteiras distintas faz com que não ocorra a compensação<br />
do risco associado ao fator de risco cupom cambial que se verifica na situação (i). O valor do risco de<br />
mercado é aproximadamente 5% superior ao valor do risco de mercado obtido ao agrupá-los na mesma<br />
subcarteira.<br />
Página 45<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 2<br />
3<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 4<br />
5<br />
1 dc FUT DDI 14.490 2,42 1,61 - -0,40 -1,21<br />
30 dc FUT DDI 90.560 376,26 300,76 - -224,27 -224,27<br />
DOL<br />
378,68 302,37 - -224,67 -225,48<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
FUT DDI 105.050 -7.353,48 - 7.353,48<br />
-7.353,48 - 7.353,48<br />
Risco Local A, Subc<br />
min 0, 225,48 7.353,48 7.578,96<br />
2
2.4. Margem de Garantia de Contratos Futuros Agropecuários<br />
A margem de garantia dos contratos futuros agropecuários é apurada conforme metodologia de teste de cenários de<br />
estresse, de forma bastante semelhante à apresentada ao longo das seções anteriores.<br />
A principal diferença deve-se à modalidade de liquidação destes contratos, qual seja a liquidação por entrega, ou<br />
liquidação física. Em função de tal modalidade de liquidação, o cálculo de margem dos contratos futuros<br />
agropecuários é diferenciado conforme se avalie o risco da posição no período de entrega ou fora dele.<br />
O período de entrega de um contrato é o período durante o qual o Comitente vendedor pode manifestar sua<br />
decisão, ou intenção, conforme o contrato, de proceder à entrega da mercadoria objeto do contrato, dando início aos<br />
procedimentos da liquidação por entrega de sua posição; o início e a extensão do período de entrega são definidos<br />
em função do ativo subjacente e do vencimento do contrato.<br />
Ao manifestar sua decisão pela liquidação física, por meio de registro específico no sistema de liquidação por<br />
entrega, o vendedor informa à Câmara a parcela da sua posição a ser liquidada fisicamente e definem-se as<br />
posições compradoras que participarão desta liquidação. Posições vendidas não designadas para entrega no prazo<br />
estabelecido para tanto devem ser encerradas ou transferidas.<br />
2.4.1. Decomposição em FPR e Agrupamento em Subcarteiras<br />
Em função de características específicas dos mercados agropecuários, como existência de sazonalidade e<br />
rendimento de conveniência, assimetria de movimento entre vencimentos distintos, liquidação física, entre outros,<br />
posições em contratos futuros agropecuários são mapeadas em apenas um fator de risco - a curva de preço futuro da<br />
respectiva mercadoria objeto do contrato - conforme apresentado na Tabela 2.4-1.<br />
ESTRUTURAS TEMPORAIS <strong>DE</strong><br />
PREÇO FUTURO<br />
FATOR PRIMITIVO<br />
<strong>DE</strong> RISCO<br />
Café Arábica *<br />
Café Conillon *<br />
Açúcar Cristal<br />
Boi Gordo<br />
Café Arábica<br />
Café Conillon<br />
Página 46<br />
Açúcar Cristal<br />
CONTRATO FUTURO<br />
Bezerro *<br />
Algodão *<br />
Etanol *<br />
*<br />
Soja *<br />
Milho *<br />
Tabela 2.4-1 – Fatores primitivos de risco associados aos principais contratos futuros agropecuários da BM&FBOVESPA<br />
Boi Gordo<br />
*<br />
Bezerro<br />
Algodão<br />
Etanol<br />
Soja<br />
Milho
Sendo a curva de preço futuro um fator primitivo do tipo estrutura temporal, o as posições são mapeadas em<br />
vértices desta curva, conforme as equações de decomposição (8), (9) e (10).<br />
Em virtude das peculiaridades de cada mercado e/ou commodity e da especificidade dos fatores primitivos de risco,<br />
não se permite compensação de risco entre posições em contratos sobre commodities distintas, de modo que, para<br />
estimar o risco de mercado sob a metodologia de teste de cenários, contrato sobre ativos subjacentes distintos<br />
pertencem a subcarteiras distintas.<br />
2.4.2. Cálculo de Margem de Garantia Fora do Período de Entrega<br />
A única forma de se encerrar uma posição em um contrato futuro com liquidação por entrega que não se encontre<br />
em período de entrega é mediante a realização de operação de natureza oposta à da posição, em pregão.<br />
Sendo assim, calcula-se a margem de garantia de uma posição em contratos futuros agropecuários que não se<br />
encontrem em período de entrega conforme a metodologia de Teste de Estresse sobre o Valor Presente, apresentada<br />
ao longo das seções 2.2 e 2.3. Seguem dois exemplos desta avaliação.<br />
Exemplo 13: Considere uma carteira com posições compradas em contrato futuro de Café Arábica (FUT<br />
ICF), de vencimentos distintos T 1 e T 2 , suficientemente distantes para se ignorar o Procedimento Subcarteira<br />
2.<br />
O FPR deste contrato é o Preço futuro de Café Arábica, P.<br />
A tabela a seguir apresenta a carteira e as<br />
exposições financeiras decorrentes do mapeamento em FPR, supondo o fator P<br />
definido nos vértices de 1 du<br />
e múltiplos de 21 du. O procedimento de decomposição segue conforme as equações (8), (9) e (10).<br />
CARTEIRA <strong>DE</strong> CONTRATOS FUT ICF<br />
Vencimento T 1 T 2<br />
Prazo (du / dc) 52 / 76 196 / 285<br />
C / V Qtde contratos C 10 C 10<br />
P<br />
VF 282.688,08 310.262,26<br />
FPR<br />
EXPOSIÇÃO FINANCEIRA<br />
FUT ICF T 1 FUT ICF T 2 TOTAL<br />
Vértice 42 du 148.074,70 - 148.074,70<br />
Vértice 63 du 134.613,38 - 134.613,38<br />
Vértice 189 du - 206.841,51 206.841,51<br />
Vértice 210 du - 103.420,75 103.420,75<br />
Suponha definidos 3 cenários para a estrutura temporal de preços de café: os cenários de variação de ±4% e o<br />
cenário neutro, constantes por prazo e agrupados em apenas uma área de cenários.<br />
A tabela a seguir apresenta os resultados da avaliação de cenários de estresse, considerando fatores de<br />
compensação iguais a 1 para qualquer vencimento.<br />
Página 47
FPR CONTRATO<br />
P<br />
EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
Conforme as equações (25) – (28), a margem desta carteira, que envolve apenas um contrato e, portanto,<br />
apenas uma subcarteira, é facilmente calculada:<br />
P<br />
Margem Risco de Mercado Risco Local A, Subc min 0, Min VF 23.719<br />
Página 48<br />
P<br />
Cen 1<br />
VARIAÇÃO SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
P<br />
P<br />
Cen 2<br />
3<br />
42 du FUT ICF T 1 148.074,70 -5.923 - 5.923<br />
63 du FUT ICF T 1 134.613,38 -5.385 - 5.385<br />
189 du FUT ICF T 2 206.841,51 -8.274 - 8.274<br />
210 du<br />
FUT ICF T 2<br />
103.420,75 -4.137 - 4.137<br />
-23.719 - 23.719<br />
Exemplo 14: Considere a carteira do exemplo anterior, porém com posições opostas nos vencimentos T 1 e T 2<br />
- comprada no contrato de vencimento curto e vendida no contrato longo.<br />
A tabela a seguir apresenta os resultados do teste de estresse, com os mesmos cenários para o fator P,<br />
porém<br />
sob duas parametrizações distintas do modelo:<br />
i. com fatores de compensação iguais a 1 para os dois vencimentos; e<br />
ii. com fatores de compensação iguais a 0,7, para os dois vencimentos.<br />
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
P<br />
T 1<br />
VARIAÇÃO SOB CENÁRIO VARIAÇÃO SOB CENÁRIO<br />
P<br />
Cen 1<br />
ICF, T1 ICF, T 1 2<br />
P<br />
P<br />
Cen 2<br />
3<br />
ICF, T1 ICF, T 0,7<br />
2<br />
Observe, nas linhas da tabela referentes à posição no contrato de vencimento T 1 , que, ao utilizar fatores de<br />
compensação iguais a 0,7, as variações positivas sob o cenário 3 (alta de 4%) são 30% inferiores às obtidas<br />
com fatores de compensação unitários, o que equivale à utilização de um cenário de alta de apenas 2,8% e não<br />
de 4%, como definido originalmente. Estas variações positivas que refletem uma alta de 2,8% no preço futuro<br />
do Café compensam as variações financeiras negativas da posição vendida no vencimento T 2 , sob o cenário de<br />
alta de 4%.<br />
O mesmo ocorre com as variações sob o cenário 1, de queda de 4% no preço futuro do Café, porém em sentido<br />
oposto em relação aos vencimentos T 1 e T 2 .<br />
Portanto, com fatores de compensação iguais a 0,7, restringe-se o benefício da compensação. As variações<br />
Cen<br />
P<br />
Cen 1<br />
Cen<br />
P<br />
P<br />
Cen 2<br />
3<br />
42 du FUT ICF 148.074,70 -5.923 - 5.923 -5.923 - 4.146<br />
T 1<br />
63 du FUT ICF 134.613,38 -5.385 - 5.385 -5.385 - 3.769<br />
T 2<br />
189 du FUT ICF -206.841,51 8.274 - -8.274 5.792 - -8.274<br />
T 2<br />
210 du FUT ICF -103.420,75 4.137 - -4.137 2.896 - -4.137<br />
1.103 - -1.103 -2.620 - -4.496
totais sob os cenários 1 e 3 valem -2.620$ e -4.496$, respectivamente, ante +1.103$ e -1.103$,<br />
respectivamente, obtidas com fatores de compensação iguais a 1.<br />
A margem de garantia da carteira, por sua vez, passa de 1.103 $, na situação em que a compensação entre<br />
posições de vencimentos distintos é total, para 4.496 $, com compensação parcial.<br />
2.4.3. Cálculo de Margem de Garantia no Período de Entrega<br />
O encerramento de uma posição em contrato futuro agropecuário com liquidação por entrega que se encontre em<br />
período de entrega pode envolver operações no mercado futuro e/ou no mercado à vista do ativo subjacente,<br />
respectivamente mediante operação de natureza oposta, em pregão, e/ou entrega da mercadoria, conforme a posição<br />
tenha ou não sido designada para entrega. Desse modo, a avaliação de risco das posições em tais contratos deve<br />
contemplar, além da liquidação das posições em pregão, a possibilidade de que parte da posição esteja designada<br />
para liquidação por entrega.<br />
Sobre a liquidação por entrega de contratos futuros, destaca-se que:<br />
i. Havendo inadimplência do participante (comprador ou vendedor), a Câmara é obrigada a liquidar a posição no<br />
mercado físico, incorrendo em riscos específicos deste mercado como, por exemplo, possibilidade de liquidez<br />
reduzida e de diferenças maiores entre preços de compra e de venda. O custo decorrente desta situação é<br />
acrescentado à margem de garantia como parcela de margem adicional, uma vez que não está previsto na<br />
parcela da margem determinada por avaliação de cenários de estresse; e<br />
ii. Posições alocadas para liquidação por entrega 3 não são marcadas a mercado e, portanto, não há compensação<br />
de risco entre elas e a posição não-alocada para entrega, tampouco entre posições compradas e vendidas<br />
alocadas para entrega. A contribuição de posições designadas para liquidação por entrega ao risco da carteira é<br />
calculada de maneira independente de qualquer outra posição.<br />
Em função do exposto em (i) e (ii), a margem de garantia requerida da posição em um contrato com liquidação<br />
física a partir do início do período de entrega é composta por uma parcela obtida da avaliação de cenários de<br />
estresse e uma parcela adicional<br />
Margem Margem Margem (30)<br />
Análise de Cenários Adicional<br />
Liq . física<br />
O cálculo de cada termo da equação (30) baseia-se na decomposição de uma posição em um contrato com<br />
liquidação por entrega em 3 parcelas:<br />
uma parcela não alocada para liquidação por entrega;<br />
uma parcela comprada alocada para entrega; e<br />
uma parcela vendida alocada para entrega.<br />
Não havendo compensação de risco entre estas parcelas de posição, conforme mencionado em (ii), define-se<br />
uma subcarteira para cada uma delas, respectivamente<br />
3 Os procedimentos de alocação de posição para entrega encontram-se descritos no Manual de Procedimentos Operacionais<br />
da Câmara.<br />
Página 49
a subcarteira de posições não alocadas para liquidação por entrega,<br />
a subcarteira de posições compradas alocadas para entrega,<br />
a subcarteira de posições vendidas alocadas para entrega,<br />
Página 50<br />
Alocada<br />
Subc C ; e<br />
Alocada<br />
Subc V .<br />
Não alocada<br />
Subc ;<br />
A parcela de margem determinada por avaliação de cenários de estresse é obtida conforme as equações (25) -<br />
(28), sendo que o Procedimento Subcarteira 2 não se aplica às subcarteiras de posições alocadas. Portanto,<br />
Análise de Cenários Não alocada Alocada Alocada<br />
Margem Margem Subc Margem Subc C Margem Subc V (31)<br />
com<br />
Margem Subc min min Risco Local A, Subc , Risco Local A, Subc<br />
Não alocada Não alocada Não alocada<br />
A<br />
Todos Longos<br />
Margem Subc min Risco Local A, Subc<br />
Alocada Alocada<br />
C<br />
A<br />
C<br />
Margem Subc min Risco Local A, Subc<br />
Alocada Alocada<br />
V<br />
A<br />
V<br />
A parcela de margem adicional também abrange posições alocadas e não alocadas para entrega e não prevê<br />
compensação entre posições compradas e vendidas. O valor da margem adicional é função da proximidade do<br />
vencimento do contrato em questão, das parcelas da posição alocadas para entrega e da conformidade dos<br />
Comitentes aos requisitos referentes à liquidação por entrega 4 .<br />
O acréscimo de margem para uma posição em x unidades do contrato, sujeita ao percentual de margem<br />
adicional, referente ao descasamento entre os mercados futuro e à vista, definido por vencimento do contrato, é<br />
dado por<br />
Acréscimo x, Abs VF<br />
(32)<br />
Sejam q a quantidade de contratos da posição em uma subcarteira e q i a porção da quantidade q sujeita a<br />
acréscimo percentual de i . O acréscimo de margem para a posição da subcarteira é dado por<br />
MgA Subcarteira Acréscimo q , Acréscimo q , Acréscimo q ,<br />
1 1 2 2<br />
Por fim, a margem adicional total associada ao contrato é o somatório dos acréscimos associados às subcarteiras<br />
Não alocada<br />
Subc , Subc e Subc .<br />
Alocada<br />
C<br />
Alocada<br />
V<br />
Adicional Não alocada Alocada Alocada<br />
Margem Liq. física MgA Subc MgA Subc C MgA Subc V<br />
(33)<br />
A figura a seguir ilustra os períodos relevantes para cálculo de margem de uma posição em contrato futuro com<br />
liquidação por entrega.<br />
4 Os requisitos de cada contrato podem ser encontrados nas especificações contratuais e o procedimento de liquidação por<br />
entrega está descrito no Manual de Procedimentos Operacionais da Câmara.<br />
n n
Figura 2.4-2 – Margem de garantia de contratos com liquidação por entrega<br />
Exemplo 15: Considere a carteira resultante da inclusão, à carteira do Exemplo 14, de posições no<br />
vencimento curto do contrato FUT ICF – comprada e vendida alocadas para entrega e comprada não<br />
alocada para entrega, conforme a tabela a seguir. Considere também os mesmos cenários utilizados no<br />
Exemplo 14, agrupados em apenas uma área, e fatores de compensação entre vencimentos iguais a 1 para<br />
qualquer vencimento.<br />
Considere que estão sujeitas à margem adicional todas as posições no vencimento curto T 0 , alocadas ou<br />
não para entrega física, com percentual de margem adicional 1% .<br />
P<br />
Início de<br />
negociação do<br />
contrato<br />
Alocação da<br />
posição para<br />
entrega<br />
Período de Entrega<br />
CARTEIRA <strong>DE</strong> CONTRATOS FUT ICF<br />
Alocada / Não Alocada Alocada Alocada Não alocada Não alocada Não alocada<br />
Vencimento T 0 T 0 T 0 T 1 T 2<br />
Prazo (du / dc) 10 / 14 10 / 14 10 / 14 52 / 76 196 / 285<br />
C / V Qtde contratos C 10 V 10 C 10 C 10 V 10<br />
VF 269.300,40 -269.300,40 269.300,40 282.688,08 -310.262,26<br />
FPR EXPOSIÇÃO FINANCEIRA<br />
Vértice 1 du 148.115,22 -148.115,22 148.115,22 - -<br />
Vértice 21 du 121.185,18 -121.185,18 121.185,18 - -<br />
Vértice 42 du - - - 148.074,70 -<br />
Vértice 63 du - - - 134.613,38 -<br />
Vértice 189 du - - - - -206.841,51<br />
Vértice 210 du - - - - -103.420,75<br />
As posições alocadas, comprada e vendida, para entrega pertencem às subcarteiras<br />
Página 51<br />
Procedimento<br />
Subcarteira 2<br />
Aplicável às posições<br />
não alocadas para<br />
entrega<br />
Vencimento<br />
do contrato<br />
Não há compensação de risco entre posições alocadas<br />
compradas, alocadas vendidas e posições não-alocadas<br />
Requerimento de margem adicional<br />
Tempo<br />
Alocada<br />
Subc C e
Subc , respectivamente, enquanto as demais posições pertencem à subcarteira<br />
Alocada<br />
V<br />
Página 52<br />
Não alocada<br />
Subc . Os<br />
resultados da análise de cenário aplicada a cada subcarteira estão apresentados nas tabelas a seguir.<br />
Subcarteira<br />
Não alocada<br />
Subc<br />
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
P<br />
Análise de Cenários Não alocada Alocada Alocada<br />
Margem Margem Subc Margem Subc C Margem Subc V<br />
9.669 10.772 10.772 31.213<br />
Adicional<br />
Margem Liq. física 3 2.693,00 8.079,00 pois<br />
Não alocada Alocada Alocada<br />
MgA Subc MgA Subc C MgA Subc V<br />
Margem Margem Margem<br />
Análise de Cenários Adicional<br />
Liq . física<br />
P<br />
Cen 1<br />
VARIAÇÃO SOB CENÁRIO<br />
39.292,00<br />
ICF, T0 ICF, T1 ICF, T 1 2<br />
Cen<br />
P<br />
P<br />
Cen 2<br />
3<br />
1 du FUT ICF T 0 148.115,22 -5.925 - 5.925<br />
21 du FUT ICF T 0 121.185,18 -4.847 - 4.847<br />
42 du FUT ICF T 1 148.074,70 -5.923 - 5.923<br />
63 du FUT ICF T 1 134.613,38 -5.385 - 5.385<br />
189 du FUT ICF T 2 -206.841,51 8.274 - -8.274<br />
210 du FUT ICF T 2 -103.420,75 4.137 - -4.137<br />
Subcarteira<br />
Alocada<br />
Subc C<br />
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
P<br />
-9.669 - 9.669<br />
P<br />
Cen 1<br />
VARIAÇÃO SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
P<br />
P<br />
Cen 2<br />
3<br />
1 du FUT ICF T 0 148.115,22 -5.925 - 5.925<br />
21 du FUT ICF T 0 121.185,18 -4.847 - 4.847<br />
Subcarteira<br />
Alocada<br />
Subc V<br />
FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
P<br />
-10.772 - 10.772<br />
P<br />
Cen 1<br />
VARIAÇÃO SOB CENÁRIO<br />
Cen<br />
P<br />
P<br />
Cen 2<br />
3<br />
1 du FUT ICF T 0 -148.115,22 5.925 - -5.925<br />
21 du FUT ICF T 0 -121.185,18 4.847 - -4.847<br />
10.772 - -10.772<br />
269.300,40 0,01 2.693,00
2.5. Teste de Estresse sobre Valor Presente - Metodologia de Cálculo de<br />
Margem para Carteira de Contratos Padronizados de Opção<br />
A margem de garantia para a porção de uma carteira de derivativos que compreende as posições em contratos de<br />
opção – sobre disponível ou sobre contrato futuro, com ou sem ajuste diário – é dada, assim como a margem das<br />
posições em futuros e adicionados os critérios de consolidação de posições para compensação de risco, por<br />
Margem max Custo de Liquidação Risco de Mercado ; 0<br />
(34)<br />
Toma-se o máximo nesta equação de forma a garantir que a margem assuma valor não negativo. No que segue,<br />
abrevia-se o termo Custo de Liquidação por CLC .<br />
Tal como para posições em contratos futuros, avalia-se o risco de mercado de posições em opções por meio de teste<br />
de estresse sobre o valor de mercado da posição, com a utilização de cenários de estresse para FPRs na avaliação da<br />
variação financeira potencial da posição.<br />
Contratos de opção com e sem ajuste não são tratados sob a mesma metodologia de cálculo de margem, em função<br />
de algumas características que os distinguem. As características do contrato de opção com ajuste que justificam a<br />
diferenciação entre as metodologias e permitem a compensação de risco com posições em futuros, são,<br />
principalmente, a marcação a mercado diária e a liquidação de ajustes diários até a data de vencimento do contrato.<br />
A existência de fluxo de caixa diário decorrente do processo de marcação a mercado, tal como ocorre com posições<br />
em futuros, torna imediata a compensação de resultados opostos advindos de posições em contratos futuros e em<br />
opções com ajuste, e promove, portanto, redução da margem requerida de posições opostas em futuro e em opção<br />
com ajuste, comparativamente ao que resulta da adição das margens de cada uma destas carteiras.<br />
Já posições em contratos futuro e de opção sem ajuste têm margens de garantia calculadas de forma independente,<br />
sem qualquer compensação de risco entre os contratos, dado que seus fluxos de caixa não são, necessariamente,<br />
coincidentes. Como a Câmara deve manter margem suficiente para garantir a liquidação diária de obrigações e as<br />
opções sem ajuste não afetam tal liquidação, exceto nos casos de pagamento de prêmio e liquidação por exercício, a<br />
expectativa sobre o valor do fluxo de caixa diário não pode derivar de resultados não realizados de posições em<br />
opções sem ajuste. Por exemplo, um ajuste negativo associado a uma posição vendida em contrato futuro não pode<br />
ser compensado pelo aumento do valor de mercado em uma posição comprada em opção européia de compra sobre<br />
o mesmo ativo-objeto pois, excetuando-se as posições a apenas um dia do vencimento, o ganho com a opção<br />
representa aumento de seu valor de mercado mas não gera fluxo financeiro no dia seguinte, como ocorre com a<br />
perda na posição no contrato futuro, cujo resultado é realizado com o pagamento de ajuste. Na hipótese de<br />
inadimplemento do participante, as suas garantias devem ser suficientes para o pagamento do ajuste negativo da<br />
posição no contrato futuro, que não deve, portanto, ter seu valor reduzido em função do resultado positivo da<br />
posição na opção sem ajuste.<br />
A metodologia de cálculo de margem para opções é, portanto, apresentada em duas partes, sendo a primeira<br />
dedicada ao modelo para opções sem ajuste e a segunda para os contratos com ajuste. As metodologias têm em<br />
comum a avaliação sob cenários e a busca da pior variação financeira sob cenário. Todavia, a compensação de risco<br />
entre posições em contratos futuros e de opção, bem como entre posições em vencimentos distintos, ocorre apenas<br />
no caso de opções com ajuste. As regras de compensação definem, portanto, a alocação das opções em subcarteiras<br />
- as opções sem ajuste são agrupadas em subcarteiras de opções sobre o mesmo ativo-objeto e com mesma<br />
modalidade de exercício e as opções com ajuste podem pertencer à subcarteiras que contenham contratos futuros<br />
com FPRs comuns aos seus.<br />
Página 53
2.5.1. Identificação de Fatores Primitivos de Risco<br />
Enquanto o valor de um contrato futuro pode ser representado de forma que sua variação sob cenário de<br />
estresse seja bem aproximada por uma função linear das variações de seus fatores primitivos de risco, o<br />
prêmio de um contrato de opção não admite uma aproximação linear para a variação sob cenário estresse tão<br />
precisa. As variações do prêmio de uma opção são então obtidas de forma direta, como a diferença exata entre<br />
os valores de prêmio em diferentes cenários, o que confere à metodologia a denominação full valuation.<br />
De maneira geral, o valor, ou prêmio, de uma opção é dado por uma função f de apreçamento, usualmente<br />
definida de forma analítica em um modelo de apreçamento, cujas variáveis representam características do<br />
contrato e de mercado.<br />
Prêmio f S, X, r, rc, t,<br />
(35)<br />
São características do contrato as variáveis X e t , respectivamente preço de exercício da opção e o prazo até<br />
o vencimento do contrato, contado da data de avaliação. Os demais parâmetros da função de apreçamento são<br />
variáveis de mercado:<br />
S : valor do ativo-objeto da opção;<br />
r : taxa de juro livre de risco;<br />
rc : custo de carregamento; e<br />
: volatilidade implícita do ativo-objeto da opção.<br />
A variação do valor de um contrato de opção é dada por<br />
Prêmio f S, X, r , rc , t, f S, X, r, rc, t,<br />
(36)<br />
de modo que, uma vez que as variáveis do contrato - X e t - são não aleatórias, constituem fatores primitivos<br />
de risco da opção apenas as variáveis de mercado S, r , rc , e e, para efeito de cálculo de margem de<br />
garantia, todos eles são contemplados no modelo de teste de estresse.<br />
2.5.2. Cenários Contíguos<br />
A metodologia de teste de estresse via full valuation baseia-se em cenários de variação contíguos para o<br />
conjunto de FPRs dos contratos de opção - S, r , rc e . É denotado Cen o k -ésimo cenário<br />
contíguo para este conjunto de fatores<br />
Cen Cen ,Cen ,Cen ,Cen<br />
Contíguo S r rc<br />
k kS kr krc k<br />
Página 54<br />
Contíguo<br />
k<br />
FPR<br />
onde Cen i é um cenário de variação definido para fator FPR, sob o qual ele assume o valor FPR i ,<br />
correspondente à variação<br />
FPR<br />
i em relação ao seu valor de referência. O cenário de referência<br />
Contíguo<br />
Cen Ref S Ref ,r Ref ,rc Ref , Ref implica em variações nulas para os fatores de risco. Ao longo desta seção,<br />
Contíguo<br />
faz-se referência ao cenário Cen k através dos valores dos FPRs sob cenário ou das variações dadas pelo<br />
cenário ou apenas dos índices k FPR , conforme a conveniência.
Dados nc S cenários para S, nc r cenários para r , nc rc cenários para rc e nc cenários para , formam-se<br />
NC ncS ncr ncrc nc cenários contíguos.<br />
Apesar da existência de fatores de risco comuns aos contratos futuros e de opção, os cenários de estresse<br />
utilizados na apuração de margem de posições em futuros, de posições em opções sem ajuste e de posições em<br />
opções com ajuste , bem como os respectivos horizontes de tempo, não são necessariamente os mesmos,<br />
essencialmente por condições distintas de liquidez de cada mercado.<br />
2.5.3. Margem de Garantia de Opções sem Ajuste Diário<br />
Nesta seção, o termo opção designa o contrato de opção sem ajuste periódico, sendo explicitamente identificados os<br />
contratos com e sem ajuste sempre que necessário.<br />
A margem de garantia requerida de posições em contratos de opção decorre da equação geral de margem<br />
Margem Posição em Opções max CLC Risco de Mercado , 0 (37)<br />
O custo de liquidação de uma carteira de opções é o valor resultante da liquidação da carteira, ou,<br />
equivalentemente, o oposto do seu valor financeiro de referência. Este valor de referência é obtido a partir dos<br />
valores de referência de mercado das variáveis de apreçamento, P Ref .<br />
O custo de liquidação de uma posição em q<br />
unidades de um contrato de opção é<br />
onde<br />
VF : valor financeiro da posição;<br />
P : prêmio da opção, P f S, X, r, rc, t,<br />
;<br />
TM : tamanho do contrato; e<br />
TC : taxa de câmbio, se aplicável.<br />
CLC VF , VF P q TM TC (38)<br />
O prêmio de referência de mercado é P Ref f SRef , X, rRef , rcRef , t , Ref .<br />
Considerando-se o spread de compra e venda – a diferença entre preços de compra e de venda praticados no<br />
mercado – aplica-se ao cálculo do valor financeiro um fator F , com a função de reduzir o valor de posições<br />
compradas (q 0 ) e aumentar o valor absoluto de posições vendidas ( q 0 ), dado por<br />
onde o parâmetro é definido por série 5 de opção.<br />
F 1 sgn q , 0 1 (39)<br />
Contíguo S r rc<br />
O prêmio da opção e o valor da posição sob o cenário Cen Cen ,Cen ,Cen ,Cen são dados por<br />
Página 55<br />
k kS kr krc k<br />
5 Uma série é definida por tipo de opção (opção de compra ou de venda), ativo-objeto, vencimento, preço de exercício e modalidade de<br />
exercício.
P k f S , X, r , rc , t , e VF k P k F q TM TC (40)<br />
kS kr krc k<br />
As variáveis r e rc requeridas no apreçamento da opção dependem do prazo t . Sob qualquer cenário,<br />
inclusive o de mercado, seus valores são obtidos por interpolação dos valores dos respectivos FPRs, definidos<br />
em vértices, sob o mesmo cenário.<br />
rcen t Função de Interpolação t ,rcen v 1 , ,rcen vnv<br />
e<br />
rccen t Função de Interpolação t ,rccen v 1 , ,rccen vnv<br />
FPR sob cenário<br />
* *<br />
v 1<br />
v 2<br />
*<br />
v 3<br />
v k<br />
Figura 2.5-1 – Interpolação de FPR do tipo estrutura temporal<br />
A variável volatilidade, , corresponde a um ponto da superfície de volatilidade do ativo-objeto da opção,<br />
função do prazo e do preço de exercício do contrato. Os cenários de variação para o FPR volatilidade poderão<br />
ser definidos de duas maneiras - de forma multiplicativa (cenários de variação relativa) ou aditiva (cenários de<br />
variação absoluta).<br />
Os cenários multiplicativos são definidos de forma constante em relação ao prazo até o vencimento da opção,<br />
ou seja, para qualquer prazo t ,<br />
t t 1 cen<br />
cen Ref<br />
No caso aditivo, um cenário de variação corresponde a um conjunto de variações associadas a prazos fixos que<br />
geram, por meio de interpolação, a variação para a volatilidade no prazo específico de uma opção.<br />
Cenário de variação para volatilidade<br />
* *<br />
v 1<br />
v 2<br />
*<br />
v 3<br />
*<br />
*<br />
v k<br />
º<br />
t<br />
º<br />
t<br />
vk 1<br />
Figura 2.5-2 – Interpolação de cenários aditivos de variação para volatilidade<br />
*<br />
*<br />
vk 1<br />
Página 56<br />
Função de interpolação<br />
*<br />
vnv 2<br />
*<br />
vnv 2<br />
*<br />
vnv 1<br />
*<br />
vnv 1<br />
*<br />
vnv<br />
*<br />
vnv<br />
Prazo<br />
Função de interpolação<br />
Prazo
Obtida a variação correspondente ao prazo da opção, a volatilidade sob cenário é obtida da forma usual, qual<br />
seja,<br />
,t<br />
cen t Ref t cen<br />
nv<br />
cen Função de Interpolação t , cen , , cen<br />
, t , v1 , v<br />
A fim de facilitar o entendimento da metodologia de margem para opções, os exemplos apresentados consideram<br />
apenas cenários multiplicativos.<br />
O risco de mercado da posição é estimado a partir das variações financeiras sob cenário, ou seja, as diferenças<br />
entre o valor da posição sob cenários contíguos e seu valor de referência de mercado<br />
É denominado o pior cenário e denotado<br />
VF k VF k VF Ref P k P Ref F q TM TC (41)<br />
Cen Cen ,Cen ,Cen ,Cen , aquele, dentre os NC<br />
Contíguo S r rc<br />
k kS kr krc k<br />
cenários contíguos, associado à mínima variação financeira da posição. Esta variação mínima, denotada Min VF,<br />
é a medida de risco de mercado da posição<br />
Risco de Mercado Min VF min<br />
Cenário contíguo k<br />
VF k min VF 1 ; VF 2 ; ; VF NC (42)<br />
Portanto, a equação (34) para a margem de garantia é reescrita como<br />
onde k indica o pior cenário.<br />
Margem max CLC Ref Min VF ; 0 max VF k ; 0 (43)<br />
De acordo com esta equação, é nula a margem requerida de uma carteira que contenha apenas posições compradas.<br />
Tal carteira tem CLC negativo e os termos VF, se negativos, são limitados inferiormente pelo valor do CLC , de<br />
modo que o termo CLC Ref Min VF da equação (43) é sempre negativo ou nulo.<br />
Exemplo 1: Considere um contrato de opção e que sejam definidos 3 cenários para o valor do ativo-objeto S,<br />
1 cenário para r , 1 cenário para rc e 2 cenários para a volatilidade . Combinados, estes cenários geram 6<br />
cenários contíguos, que por sua vez geram 6 valores para o prêmio da opção e as respectivas variações destes<br />
prêmios em relação ao prêmio de referência de mercado, conforme tabela a seguir.<br />
Contíguo<br />
Cen 1<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
CENÁRIO CONTÍGUO PRÊMIO DA<br />
S r rc<br />
OPÇÃO<br />
S 1 r 1 rc 1 1<br />
S 1 r 1 rc 1 2<br />
Contíguo<br />
Cen S r rc 3 2 1 1 1<br />
Página 57<br />
VARIAÇÃO<br />
FINANCEIRA SOB<br />
CENÁRIO<br />
P 1 VF 1<br />
P 2 VF 2<br />
P 3 VF 3
Contíguo<br />
Cen 4<br />
S 2 r 1 rc 1 2<br />
Contíguo<br />
Cen S r rc 5 3 1 1 1<br />
Contíguo<br />
Cen S r rc 6 3 1 1 2<br />
Suponha tratar-se de uma posição vendida em opção de compra de taxa de câmbio de real por dólar, com<br />
preço de exercício R$ 2,150 / US$, vencimento em 1 mês (21 du / 30 dc) e tamanho US$ 50.000.<br />
Estão apresentados na tabela a seguir os cenários, os valores dos FPRs sob cenário, bem como os prêmios da<br />
opção e as variações financeiras da posição sob os cenários.<br />
CENÁRIO CONTÍGUO<br />
DOL r rc<br />
O risco de mercado do contrato vale, de acordo com a equação (42), -6.143,21 $, e corresponde à variação<br />
Contíguo<br />
financeira da posição sob o cenário .<br />
Cen 6<br />
DOL<br />
A margem de garantia requerida desta posição é, portanto<br />
Margem max CLC Ref Risco de Mercado ; 0 max 1.319,98 6.143,21 ; 0 7.463,19<br />
Página 58<br />
PRÊMIO DA<br />
OPÇÃO<br />
(por 1.000 US$)<br />
P 4 VF 4<br />
P 5 VF 5<br />
P 6 VF 6<br />
VALOR<br />
FINANCEIRO<br />
VARIAÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
SOB CENÁRIO<br />
Contíguo<br />
Cen 2,131 13,09% 6,53% 12% 26,40 -1.319,98 -<br />
Ref<br />
Contíguo<br />
Cen 1<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 3<br />
Contíguo<br />
Cen 4<br />
Contíguo<br />
Cen 5<br />
Contíguo<br />
Cen 6<br />
Margem Mínima<br />
-7%<br />
1,982<br />
-<br />
2,131<br />
+7%<br />
2,280<br />
+50 pb<br />
13,59%<br />
-100 pb<br />
5,53%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
0 0 1.319,98<br />
3,88 -194,06 1.125,92<br />
12,45 -622,41 -697,57<br />
42,375 -2.118,76 -798,78<br />
143,03 -7.151,49 -5.831,51<br />
149,26 -7.463,19 -6.143,21<br />
A fim de estabelecer um valor mínimo de margem, com efeito, especialmente, sobre posições vendidas em opções<br />
muito fora do dinheiro, define-se a margem mínima MM , cujo valor é determinado com base em um percentual do<br />
valor nocional da posição. Ao incorporar o termo de margem mínima ao cálculo da margem, tem-se<br />
Margem Posição em Opções max CLC Risco de Mercado , MM , 0 (44)<br />
ou ainda Margem Posição em Opções max VF k , MM , 0 (45)<br />
A margem mínima de uma posição em q<br />
unidades de um contrato de opção é dada por
MM<br />
MM VAR max q , 0 TC TM<br />
MM<br />
VAR SRef<br />
MM<br />
onde VAR é a margem mínima para cada unidade do ativo objeto e é o fator de margem mínima, definido<br />
por série de opção, 0 .<br />
Para uma carteira de opções, a simples determinação de um valor de margem mínima para cada posição vendida da<br />
carteira pode gerar inconsistências relevantes na avaliação de risco da carteira. Uma delas refere-se a posições<br />
vendidas cobertas, que não apresentam, de modo geral, custo de liquidação positivo.<br />
Uma posição vendida em opção de compra é coberta se existe uma posição comprada em opção de compra de<br />
mesmos tipo 6 e vencimento, em quantidade igual ou superior à da posição vendida e com preço de exercício<br />
inferior ao da opção da posição vendida.<br />
Analogamente, uma posição vendida em opção de venda é coberta se existe uma posição comprada em opção de<br />
venda de mesmos tipo e vencimento, em quantidade igual ou superior à da posição vendida e com preço de<br />
exercício superior ao da opção da posição vendida.<br />
Os gráficos na figura a seguir apresentam os valores das posições que formam uma posição vendida coberta e da<br />
posição coberta, no vencimento, em função do valor do ativo-objeto. Como o pior resultado da carteira (gráficos<br />
inferiores) é o resultado nulo, um valor não-negativo, a margem mínima também deve ser nula.<br />
Perda Ganho<br />
Perda Ganho<br />
Pay-off - opções de compra<br />
Posição titular - opção de exercício X<br />
Posição lançadora - opção de exercício Y, Y > X<br />
Carteira<br />
Valor do ativo-objeto no vencimento<br />
Figura 2.5-2 – Pay-off de posições vendidas cobertas<br />
6 Opções de mesmo tipo refere-se a opções sobre o mesmo ativo-objeto e de mesma modalidade de exercício.<br />
Página 59<br />
Perda Ganho<br />
Perda Ganho<br />
Pay-off - opções de venda<br />
Posição titular - opção de exercício X<br />
Posição lançadora - opção de exercício Y, Y < X<br />
Valor do ativo-objeto no vencimento<br />
Carteira<br />
(46)
Assim, para que o valor da margem mínima da carteira seja consistente com seu perfil de risco, avalia-se a maior<br />
perda potencial da carteira na data de vencimento. Adicionalmente, a margem mínima da carteira não pode superar<br />
o valor do somatório das margens mínimas de cada posição, o que impõe, no que se refere ao cálculo de margem<br />
mínima, um limitador à perda máxima de cada posição vendida, em valor igual ao da correspondente margem<br />
mínima. Na prática, obtém-se esta limitação por meio da criação de uma posição comprada para cada posição<br />
vendida da carteira original – aquela para a qual se deseja determinar a margem mínima. A carteira resultante da<br />
criação destas posições compradas é denominada carteira protegida.<br />
A carteira protegida é composta pela carteira original e por novas posições compradas, da seguinte maneira:<br />
i. para cada posição original vendida em q unidades da opção de compra com preço de exercício X , cria-se uma<br />
posição comprada em q unidades da opção de compra com preço de exercício<br />
Página 60<br />
MM<br />
X VAR ; e<br />
ii. para cada posição original vendida em q unidades da opção de venda com preço de exercício X , cria-se uma<br />
posição comprada em q<br />
unidades de opção de venda com preço de exercício<br />
Definida a carteira protegida, a margem mínima da carteira original é dada por<br />
MM min 0, VV X , VV X , , VV X<br />
CP<br />
MCP<br />
CP<br />
j ,<br />
CP<br />
j<br />
j 1<br />
VV s VV s VV s<br />
CP CP CP CP CP CP<br />
1 2<br />
MCP<br />
max s X , 0 q TM TC<br />
CP<br />
j j<br />
max X s, 0 q TM TC<br />
CP<br />
j j<br />
MM<br />
X VAR .<br />
se opção de compra<br />
se opção de venda<br />
onde<br />
CP<br />
VV s : valor da carteira protegida na data de vencimento, supondo que o ativo-objeto vale s nesta data;<br />
CP<br />
X j : preço de exercício da j-ésima opção da carteira protegida;<br />
CP<br />
VVj s : valor da posição na j-ésima opção da carteira protegida na data de vencimento e supondo que o<br />
q<br />
ativo-objeto vale s nesta data;<br />
: quantidade de contratos da posição na j -ésima opção da carteira protegida; qj 0 se a posição é<br />
j<br />
comprada e qj 0 se a posição é vendida; e<br />
M CP : quantidade de opções da carteira protegida.<br />
Observa-se que o cálculo da margem mínima é definido para opções com preços de exercício denominados em<br />
preço. Desse modo, para efeito de apuração de margem mínima, deve-se alterar a natureza de uma opção com<br />
preço de exercício denominado em taxa – de opção de compra em taxa para opção de venda em preço e vice-versa.<br />
Note que a equação (44) é o caso particular da equação (47) para uma carteira com apenas uma posição. De fato,<br />
tratando-se de posição comprada em opção de exercício X , a carteira protegida correspondente é igual à<br />
CP<br />
carteira original, ou seja, X Xe,<br />
segue de (13) que<br />
CP CP<br />
MM min 0, VV X1 min 0, 0 0<br />
1<br />
(47)
tratando-se de posição vendida em opção de exercício X , a carteira protegida correspondente contém opções<br />
CP<br />
de exercícios X1 CP<br />
X e X2 X<br />
MM<br />
VAR e segue de (47) que<br />
CP CP CP CP MM<br />
MM min 0, VV X1 , VV X2 VAR q TM TC<br />
O exemplo a seguir ilustra o cálculo de margem mínima de uma carteira.<br />
Exemplo 2: Considere a carteira de opções sobre a taxa de câmbio à vista de real por dólar, de mesmos<br />
vencimentos, no prazo de 177 du / 257 dc, tamanho-padrão de US$50.000 e preços expressos por 1.000 US$,<br />
conforme tabela a seguir.<br />
Considere os seguintes valores para os fatores primitivos de risco:<br />
Sob o cenário de referência: DOL Ref 2.564,50 , r Ref 19,42% aa,<br />
rcRef 3,563% aa e Ref 12,50% aa.<br />
Sob o pior cenário: DOL 2.333,70 , r 16,57% , rc 8,030% e 15% .<br />
POSIÇÃO<br />
TIPO DA<br />
OPÇÃO<br />
PREÇO <strong>DE</strong><br />
EXERCÍCIO<br />
Opc 1 CALL 3.800,00<br />
PRAZO<br />
du / dc<br />
CARTEIRA<br />
QT<strong>DE</strong> PRÊMIO<br />
Página 61<br />
VALOR DA POSIÇÃO ORIGINAL<br />
Sob o cenário de<br />
referência<br />
Sob o pior cenário<br />
-30 0,2280 -342,00 -34,80<br />
Opc 2 CALL 3.850,00 -30 0,1498 -224,70 -23,10<br />
177 / 257<br />
Opc 3 PUT 2.000,00 -30 0,0256 -38,40 -7.908,60<br />
Opc 4 CALL 3.750,00 60 0,3440 1.032,00 103,80<br />
-426,90 -7.862,70<br />
A carteira protegida é composta das 4 posições originais e das 3 posições compradas criadas correspondentes às<br />
posições vendidas originais.<br />
Considerando fator de margem mínima 3% para todas as opções, o termo<br />
MM<br />
VAR que define os preços de<br />
exercício das opções das posições compradas adicionadas à carteira original, calculado com truncamento na<br />
MM<br />
segunda decimal, vale VAR 2.564,50 3% 76,93 .<br />
O cálculo da margem mínima da carteira é detalhado na tabela a seguir dos gráficos de pay-off das carteiras<br />
original e protegida.<br />
750.000<br />
0<br />
-750.000<br />
-1.500.000<br />
-2.250.000<br />
-3.000.000<br />
Pay-off - Carteira Original<br />
0 1.000 2.000 3.000 4.000<br />
600.000<br />
400.000<br />
200.000<br />
0<br />
-200.000<br />
Pay-off - Carteira Protegida<br />
1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000
POSIÇÃO<br />
TIPO QT<strong>DE</strong><br />
EXERCÍCIO<br />
Página 62<br />
VALOR DA POSIÇÃO NO VENCIMENTO<br />
EM FUNÇÃO DO VALOR DO ATIVO-OBJETO<br />
1.923,07 2.000,00 3.750,00 3.800,00 3.850,00 3.876,93 3.926,93<br />
1- original CALL -30 3.800,00 - - - - -75.000 -115.395 -190.395<br />
2 – adicional CALL 30 3.876,93 - - - - - - 75.000<br />
3 – original CALL -30 3.850,00 - - - - - -40.395 -115.395<br />
4 – adicional CALL 30 3.926,93 - - - - - - -<br />
5 – original PUT -30 2.000,00 -115.395 - - - - - -<br />
6 – adicional PUT 30 1.923,00 - - - - - - -<br />
7 – original CALL 60 3.750,00 - - - 150.000 300.000 380.790 530.790<br />
Valor da carteira protegida -115.395 - 150.000 225.000 225.000 300.000<br />
A margem mínima vale $115.395, que é o valor mínimo da carteira protegida no vencimento, supondo os preços<br />
do ativo-objeto iguais aos preços de exercício de suas posições.<br />
A margem mínima desta carteira é determinada de acordo com o valor atribuído à posição vendida na opção de<br />
venda, uma vez que as posições vendidas em opções de compra são cobertas por uma opção de compra com preço<br />
de exercício inferior.<br />
A margem requerida da carteira original vale, portanto,<br />
Margem max 7.862,60 ; 115.395,00 ; 0 115.395,00<br />
Subcarteira de opções sem ajuste - cálculo de risco de subcarteira e margem de uma carteira<br />
Assim como os contratos futuros, os contratos de opção são agrupados em subcarteiras e a margem de garantia de<br />
uma carteira de opções é dada pelo somatório das margens das correspondentes subcarteiras, ou seja, as<br />
subcarteiras às quais pertencem os contratos de opção presentes na carteira.<br />
Margem Posição em Opções Margem Subc<br />
N<br />
Subc<br />
s 1<br />
s<br />
Margem Subc Margem Subc Margem Subc<br />
1 2<br />
A margem para o conjunto de posições de uma mesma subcarteira, por sua vez, é o somatório das margens dos<br />
agrupamentos de tais posições por ativo-objeto ( AO ) e modalidade de exercício (Ex ) e data de vencimento (T )<br />
Margem Subcarteira Margem G Margem G Margem<br />
1 2 G3<br />
onde G1 , G2 , G3 , ... indicam os agrupamentos por AO, Ex, T das opções pertencentes à subcateira.<br />
A margem das posições de um mesmo grupo G , Margem G , é calculada conforme as equações (44) e (45),<br />
restritas às posições do grupo.<br />
N<br />
Subc<br />
(48)<br />
(49)
Margem G max CLC G Ref Min VF G , MM G , 0 max VFG k , MM G , 0 (50)<br />
Min VF min VF k min VF 1 ; VF 2 ; ; VF NC<br />
G G G G G<br />
Cenário contíguo k<br />
VF k VF k VF Ref<br />
G G, i G, i<br />
i<br />
onde<br />
VFGi , k é o valor financeiro da posição na i -ésima opção do grupo G , sob o k -ésimo cenário contíguo dos<br />
<br />
seus fatores de risco; e<br />
a margem mínima MM G é dada pela equação (47), restrita às posições do grupoG .<br />
A margem de garantia de uma posição é função do pior cenário associado a cada grupo AO, Ex, T de ativo-<br />
objeto, modalidade de exercício e vencimento, em cada subcarteira. Não ocorre, portanto, compensação de risco<br />
entre posições em opções de vencimentos, ativos-objeto e modalidade de exercício distintos. Não havendo<br />
compensação entre vencimentos, o Procedimento Subcarteira 2 não tem efeito sobre a carteira de opções sem<br />
ajuste.<br />
Exemplo 3: Considere a carteira descrita na tabela a seguir, envolvendo opções sobre o mesmo ativo-objeto<br />
(taxa de câmbio à vista de real por dólar), de mesma modalidade de exercício, porém com 3 vencimentos<br />
distintos, T 1 , T 2 e T 3 .<br />
Portanto, para o cálculo de margem da carteira as opções são agrupadas em 3 grupos, diferenciados pelos<br />
vencimentos T 1 , T 2 e T 3 e a margem de garantia é dada pela soma das margens de cada grupo.<br />
Margem Margem G Margem 1 G Margem<br />
2 G3<br />
Considerando fator de margem mínima 3% para todos os vencimentos, a margem mínima da carteira vale<br />
MM 3.196,50 .<br />
G1<br />
Considere volatilidade constante por vencimento e os cenários contíguos gerados por combinação dos seguintes<br />
cenários para os fatores de risco da carteira:<br />
Taxa de câmbio à vista, DOL: cenário de referência e variações de 7%<br />
Taxa de juro pré fixada r : variação de 50 pb<br />
Cupom cambial rc : variação de 100 pb<br />
Volatilidade da taxa de câmbio : variação de 50%<br />
POSIÇÃO<br />
TIPO DA<br />
OPÇÃO<br />
PREÇO <strong>DE</strong><br />
EXERCÍCIO<br />
CARTEIRA<br />
Página 63<br />
PRAZO<br />
du /dc<br />
QT<strong>DE</strong><br />
PRÊMIO<br />
(R$ / 1.000 US$)<br />
Opc 1 CALL 2.400,00 32 / 48 1<br />
-1 33,58<br />
Opc 2 CALL 2.300,00<br />
-1 7,16<br />
54 / 78 T2<br />
Opc 3 CALL 2.100,00 1 77,68<br />
T
Opc 4 CALL 2.100,00<br />
Opc 5 CALL 2.150,00 74 / 109 3<br />
1 61,20<br />
Margem da posição de vencimento em T 1 (posição vendida em uma opção de compra):<br />
2,280<br />
Margem max CLC Ref Min VF , MM +50% , 0 max 6,37 1.121,31 , 3.196,50 , 0 3.196,50<br />
Contíguo<br />
Cen G1G1 G1G1 6<br />
Margem da posição de vencimento em T 2 (posição comprada em spread de alta):<br />
Conforme as informações na tabela a seguir, a margem mínima desta posição vale MM 0<br />
Margem max CLC Ref Min VF , MM , 0 max 3.525,94 3.455,97 , 0 , 0 0<br />
G G G<br />
2 2 G2<br />
2<br />
Margem da posição de vencimento emT 3 :<br />
Página 64<br />
-1 90,08<br />
Opc 6 PUT 2.100,00 -1 28,04<br />
CENÁRIO CONTÍGUO<br />
DOL r rc DOL<br />
PRÊMIO DA<br />
OPÇÃO<br />
(R$ / 1.000 US$)<br />
VALOR<br />
FINANCEIRO<br />
DA POSIÇÃO<br />
G<br />
2<br />
VARIAÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
DA POSIÇÃO<br />
Contíguo<br />
Cen 2,131 12,55% 6,45% 12% 0,127 -6,37 -<br />
Ref<br />
Contíguo<br />
Cen 1<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 3<br />
Contíguo<br />
Cen 4<br />
Contíguo<br />
Cen 5<br />
-7%<br />
1,982<br />
-<br />
2,131<br />
+7%<br />
+50 pb<br />
13,05%<br />
ENÁRIO CONTÍGUO<br />
-100 pb<br />
5,45%<br />
DOL r rc DOL<br />
Contíguo<br />
Cen 2,131 12,48% 6,50% 12%<br />
Ref<br />
Contíguo<br />
Cen 1<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 3<br />
Contíguo<br />
Cen 4<br />
Contíguo<br />
Cen 5<br />
Contíguo<br />
Cen 6<br />
-7%<br />
1,982<br />
-<br />
2,131<br />
+7%<br />
2,280<br />
+50 pb<br />
12,98%<br />
-100 pb<br />
5,50%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
-50%<br />
6%<br />
18%<br />
T<br />
0 0 6,37<br />
0,09 -4,45 1,92<br />
0 0 6,37<br />
2,509 -125,46 -119,09<br />
0,432 -21,62 -15,25<br />
22,554 -1.127,68 -1.121,31<br />
PRÊMIOS DAS<br />
OPÇÕES<br />
(R$ / 1.000 US$)<br />
7,16<br />
77,68<br />
0<br />
1,399<br />
3,92<br />
31,86<br />
0,27<br />
64,75<br />
24,03<br />
103,32<br />
31,92<br />
207,82<br />
81,34<br />
218,67<br />
VALOR<br />
FINANCEIRO<br />
DA POSIÇÃO<br />
VARIAÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
DA POSIÇÃO<br />
3.525,94 -<br />
69,97 -3.455,97<br />
1.396,75 -2.129,19<br />
3.223,73 -302,21<br />
3.964,80 438,86<br />
8.794,76 5.268,82<br />
6.866,49 3.340,55
CENÁRIO CONTÍGUO<br />
DOL r rc DOL<br />
Contíguo<br />
Cen 2,131 12,40% 6,30% 12%<br />
Ref<br />
Contíguo<br />
Cen 1<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 3<br />
Contíguo<br />
Cen 4<br />
Contíguo<br />
Cen 5<br />
Contíguo<br />
Cen 6<br />
-7%<br />
1,982<br />
-<br />
2,131<br />
+7%<br />
2,280<br />
+50 pb<br />
12,90%<br />
-100 pb<br />
5,30%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
-50%<br />
6%<br />
+50%<br />
18%<br />
Margem max CLC Ref Min VF , MM , 0 max 2.846,25 3.879,84 , 3.196,50, 0 6.726,09<br />
G3 G3 G3<br />
G3<br />
Margem Margem Margem Margem<br />
G G G<br />
1 2 3<br />
Página 65<br />
PRÊMIOS DAS<br />
OPÇÕES<br />
(R$ / 1.000 US$)<br />
90,08<br />
61,20<br />
28,04<br />
3,94<br />
0,76<br />
78,91<br />
45,58<br />
31,62<br />
120,56<br />
76,77<br />
40,53<br />
4,86<br />
121,25<br />
93,54<br />
49,34<br />
218,85<br />
170,76<br />
0,02<br />
234,53<br />
195,43<br />
15,69<br />
2.5.4. Margem de Garantia de Opções com Ajuste Diário<br />
VALOR<br />
FINANCEIRO<br />
DA POSIÇÃO<br />
VARIAÇÃO<br />
FINANCEIRA<br />
DA POSIÇÃO<br />
-2.846,25 -<br />
-4.104,77 -1.258,52<br />
-6.726,09 -3.879,84<br />
-2.054,99 791,26<br />
-3.852,15 -1.005,90<br />
-2.405,30 440,95<br />
-2.739,76 106,49<br />
7.917,04 0 6.726,09 14.643,13<br />
A opção com ajuste possui, no vencimento, o mesmo pay-off da opção convencional (sem ajuste) e apresenta fluxo<br />
de caixa diário análogo ao de um contrato futuro. As principais características que a diferenciam da opção<br />
convencional são:<br />
ausência de pagamento de prêmio ao vendedor pelo comprador;<br />
marcação a mercado e movimentação de ajuste, diariamente, até a data de vencimento;<br />
requerimento de garantias do comprador e do vendedor;<br />
compensação de risco, para fins de determinação do valor da margem requerida, entre posições em contratos<br />
futuros e de opção com ajuste; e<br />
compensação de risco, para fins de determinação do valor da margem requerida, entre posições em opção com<br />
ajuste sobre o mesmo ativo-objeto e de vencimentos distintos.<br />
O cálculo de margem das opções com ajuste baseia-se no modelo de full valuation, tal qual descrito na seção<br />
anterior, incorporadas as peculiaridades das opções com ajuste. O modelo é aplicado sem alterações das regras e<br />
critérios gerais de apreçamento, ou seja, são considerados todos os cenários contíguos para os fatores de risco S, r<br />
, rc , e . Devido à ausência de pagamento de prêmio e à liquidação diária de ajuste, o risco de tais contratos<br />
relaciona-se somente ao valor de ajuste a ser liquidado, que representa a variação do valor financeiro da posição,
decorrência direta da variação dos prêmios (de ajuste) entre dois dias consecutivos. A variação de prêmios baseiase<br />
no preço de referência (de mercado) e no preço avaliado sob um cenário contíguo das variáveis de apreçamento.<br />
As seções a seguir tratam da definição dos cenários de estresse utilizados, do cálculo de variações financeiras sob<br />
cenário e da consolidação de risco de posições em contratos futuros e em opções com ajuste.<br />
Cenários Contíguos Utilizados na Avaliação de Risco de Opções com Ajuste<br />
Apesar de o mecanismo de ajuste diário associado às opções com ajuste amenizar o problema da não coincidência<br />
dos fluxos de caixa de contratos futuros e de opções, a compensação de risco entre os dois contratos é definida com<br />
cautela, especialmente em função de eventual diferença de liquidez entre os mercados futuros e de opções. Com a<br />
finalidade de controlar o grau de compensação de risco entre futuros e opções com ajuste, os cenários de estresse<br />
aplicados aos contratos futuros e de opção com ajuste no cálculo de margem apresentam algumas diferenças.<br />
Tal diferenciação decorre da utilização de duas classes de parâmetros - e - que modificam os cenários<br />
definidos originalmente para os fatores primitivos de risco.<br />
Apresenta-se a seguir os critérios de geração, a partir dos cenários originais, de e de , dos cenários utilizados<br />
no cálculo da margem de garantia.<br />
Cenários gerados a partir do parâmetro<br />
A utilização do parâmetro visa incorporar ao cálculo da margem a diferença de liquidez entre os mercados<br />
futuro e de opção com ajuste e o eventual aumento do período necessário à liquidação / encerramento das posições,<br />
potencializando os cenários de estresse.<br />
Os cenários de um FPR qualquer, originalmente definidos para avaliação de posições em contratos futuros e que<br />
compõem os cenários contíguos originais são potencializados pela adição (subtração) de às variações de alta<br />
(baixa) a eles associadas. Cada cenário original dá origem a um novo cenário – de alta ou de baixa, conforme o<br />
cenário original é de alta ou de baixa, respectivamente.<br />
FPR<br />
Cen k<br />
Se o cenário original de<br />
variação positiva<br />
FPR<br />
Cen k,<br />
Figura 2.5-3 – Substituição de cenários através do parâmetro<br />
Página 66<br />
FPR<br />
Cen k<br />
FPR<br />
Cen k,<br />
Se o cenário original de<br />
variação negativa
O cenário resultante da aplicação de ao cenário original<br />
associada,<br />
Página 67<br />
Cen é denotado<br />
FPRv ,<br />
k<br />
FPRv<br />
Cen k<br />
,<br />
, e a variação a ele<br />
FPRv ,<br />
k , é dada pela equação (51-a) ou (51-b), com 0 expresso em variação percentual ou<br />
absoluta (pb), conforme tratar-se de FPR do tipo preço ou taxa, respectivamente.<br />
FPR , v<br />
k<br />
k 1 k (51-a)<br />
FPRv , FPRv ,<br />
k se k > 0 (cenário de alta)<br />
k se k < 0 (cenário de baixa) (51-b)<br />
FPR , v FPR , v<br />
FPR , v FPR , v<br />
Sob o novo cenário, o fator assume os valores dados pelas equações (52-a) ou (52-b), conforme tratar-se de FPR do<br />
tipo preço ou taxa, respectivamente<br />
FPR<br />
FPR<br />
FPR k FPR Ref<br />
k<br />
FPR k<br />
FPR,v<br />
k<br />
k,<br />
FPR k<br />
FPR,v<br />
k<br />
, 1 1 (52-a)<br />
se > 0 (cenário original de alta)<br />
se < 0 (cenário original de baixa) (52-b)<br />
De acordo com as equações acima, o cenário gerado da aplicação de sobre um cenário original é mais agressivo<br />
que o cenário original, ou seja, representa variação superior à variação dada pelo cenário original.<br />
Os novos cenários – e somente eles – são utilizados na avaliação de risco das posições em opção com ajuste, não<br />
afetando a avaliação das posições em futuros.<br />
Cen Cen , Cen , Cen , Cen , oriundo do cenário<br />
Contíguo S r rc<br />
Portanto, utiliza-se o cenário k, kS, S kr , r krc , rc k ,<br />
Contíguo S r rc<br />
original Cen Cen , Cen , Cen , Cen e dos parâmetros definidos para cada FPR.<br />
k kS kr krc k<br />
Cenários gerados a partir do parâmetro<br />
A utilização do parâmetro visa incorporar ao cálculo da margem o efeito da compensação imperfeita de risco<br />
entre posições em contratos futuros e de opção com ajuste decorrente da impossibilidade de se reverter<br />
simultaneamente posições nos dois tipos de contrato, ou seja, sob cenários coincidentes. Resultam da aplicação de<br />
a diminuição do grau de compensação de risco entre futuros e opções e a elevação da margem requerida de<br />
carteiras com posições opostas.<br />
Enquanto o cenário gerado da aplicação de substitui o cenário que o originou, os cenários gerados a partir de<br />
são adicionados ao rol de cenários utilizados na avaliação da posição em opções com ajuste, ou seja, tanto o cenário<br />
modificado quanto o que deu origem a ele são utilizados na avaliação das carteiras.<br />
O parâmetro é aplicado apenas aos cenários do fator S das opções, sendo que a aplicação de precede a<br />
aplicação de , ou seja, aplica-se ao cenário resultante do ajuste do cenário original pelo parâmetro .<br />
Portanto,<br />
para a avaliação das posições em contratos futuros, modifica o cenário de S originalmente definido para tal<br />
avaliação; e
para avaliação das posições em opções com ajuste, modifica o cenário derivado da aplicação de sobre o<br />
cenário original.<br />
Expresso em variação percentual e aplicado a um cenário de variação para S, o parâmetro gera um novo<br />
cenário de variação , dada por<br />
1 1 1 (53)<br />
S<br />
Para cada cenário Cen k são definidos dois valores de , um choque negativo k e um choque positivo k , que<br />
geram, respectivamente, os cenários e , sob os quais S assume, respectivamente, os valores<br />
S<br />
Cen k,<br />
S<br />
Cen k,<br />
S<br />
S<br />
S 1 k e S 1 k para posições em futuros (54-a)<br />
Ref<br />
S 1 k<br />
e<br />
S<br />
k, k<br />
k<br />
Ref<br />
S<br />
k, k<br />
k<br />
S 1 k para posições em opções com ajuste (54-b)<br />
Figura 2.5-4 – Geração de cenários adicionais através do parâmetro<br />
A tabela a seguir ilustra a construção e a utilização de cenários para FPRs envolvidos em opções com ajuste,<br />
conforme se avalie posições em opção com ajuste ou em contratos futuros. São utilizados os cenários originais dos<br />
fatores não mencionados na tabela.<br />
FPR<br />
S<br />
r<br />
CENÁRIO<br />
ORIGINAL<br />
S<br />
Cen 1<br />
Cen<br />
S<br />
ncS<br />
r<br />
Cen 1<br />
Cen<br />
S<br />
Cen k<br />
r<br />
ncr<br />
CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO <strong>DE</strong> POSIÇÕES EM<br />
Gerados<br />
por<br />
S<br />
Cen 1,<br />
S<br />
S<br />
Cen ncS,<br />
S<br />
r<br />
Cen 1,<br />
r<br />
Cen ncr<br />
, r<br />
r<br />
S<br />
Cen k,<br />
S<br />
Cen k,<br />
Cenários utilizados na avaliação das<br />
posições em contratos futuros<br />
OPÇÕES COM AJUSTE<br />
S<br />
Cen 1, S,<br />
S<br />
Cen<br />
ncS<br />
, S,<br />
Gerados por<br />
e<br />
S<br />
Cen 1, S,<br />
S<br />
Cen<br />
ncS<br />
, S,<br />
Página 68<br />
S Cen k,<br />
S<br />
CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO <strong>DE</strong> POSIÇÕES<br />
Originais<br />
EM CONTRATOS FUTUROS<br />
Cen<br />
S<br />
S<br />
Cen 1<br />
1,<br />
Cen<br />
S<br />
S<br />
Cen ncS<br />
ncS<br />
,<br />
r<br />
Cen 1<br />
Cen<br />
r<br />
ncr<br />
Cen ,<br />
S<br />
k,<br />
S<br />
S Cen k,<br />
S,<br />
Cenários utilizados na avaliação das<br />
posições em contratos de opção com ajuste<br />
Gerados por<br />
e<br />
S<br />
Cen<br />
1,<br />
S<br />
Cen<br />
ncS<br />
,
c<br />
rc<br />
Cen 1<br />
Cen<br />
rc<br />
ncrc<br />
rc<br />
Cen 1,<br />
rc<br />
rc<br />
Cen ncrc<br />
, rc<br />
Cen Cen 1<br />
1,<br />
Cen Cen nc<br />
nc ,<br />
Página 69<br />
rc<br />
Cen 1<br />
Tabela 2.5-5 – Cenários de estresse para avaliação de posições em contratos futuros e de opção com ajuste<br />
Contíguo Contíguo<br />
Portanto, são utilizados na avaliação de risco de opções com ajuste os cenários contíguos Cen k,<br />
, Cen e<br />
Cen gerados a partir de cada cenário contíguo original<br />
Contíguo<br />
k,<br />
,<br />
Contíguo<br />
Cen k :<br />
Cen<br />
rc<br />
ncrc<br />
Cen Cen , Cen , Cen , Cen<br />
Contíguo S r rc<br />
k, kS, S kr , r krc , rc k ,<br />
Cen Cen , Cen , Cen , Cen<br />
, , , ,<br />
Contíguo S r rc<br />
k kS<br />
S<br />
kr , r krc , rc k ,<br />
Cen Cen , Cen , Cen , Cen<br />
, , , ,<br />
Contíguo S r rc<br />
k kS<br />
S<br />
kr , r krc , rc k ,<br />
Exemplo 3: Considere definidos três cenários para cada um dos FPRs S, r , rc e de uma opção qualquer –<br />
cenários originais de queda, neutro e de alta – e os respectivos parâmetros e .<br />
A tabela a seguir apresenta os cenários originais, os valores dos parâmetros e e os cenários derivados<br />
para a avaliação de posições em opções com ajuste e em futuros. Segue à tabela o detalhamento da obtenção<br />
dos cenários gerados.<br />
FPR<br />
S<br />
r<br />
rc<br />
CENÁRIO<br />
ORIGINAL<br />
PARÂMETROS<br />
e<br />
CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO <strong>DE</strong><br />
POSIÇÕES EM OPÇÕES COM AJUSTE<br />
Gerados<br />
por<br />
Gerados por<br />
e<br />
k,<br />
,<br />
CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO <strong>DE</strong><br />
POSIÇÕES EM CONTRATOS<br />
FUTUROS<br />
Gerados por<br />
Originais<br />
e<br />
-6% 20% 0% 2% -7,2% -7,2% -5,2% -6% -6% -4%<br />
- - -2% 3% - -2% 3% - -2% 3%<br />
+6% 30% -1% 0% +7,8% 6,8% 7,8% +6% 5% 6%<br />
-100 pb 10 -110 pb -100 pb<br />
- - - -<br />
+150 pb 10 +160 pb +150 pb<br />
-50 pb - -50 pb -50 pb<br />
- - - -<br />
+10 pb - +10 pb +10 pb<br />
-20% 200 -22%<br />
- - -<br />
+50% - +50%
Aplicação dos parâmetros :<br />
Cenários para S:<br />
Cenários para r :<br />
S S S<br />
Cen : 1 1 1 0,06 1,20 7,2%<br />
1,<br />
S S S<br />
Cen : 3 3 1 0,06 1,30 7,8%<br />
3,<br />
r r r<br />
Cen : 1 1 100 10 110 pb<br />
1,<br />
r r r<br />
Cen : 3 3 150 10 160 pb<br />
3,<br />
Cenários para : Cen : 1 1 2000 200 22%<br />
1, 1<br />
Cen : 3 3 5000 0 50%<br />
3,<br />
Cenários para rc : são iguais aos cenários originais, pois 0 para os cenários de rc .<br />
Aplicação dos parâmetros e para geração dos cenários utilizados na avaliação de posições em opção<br />
com ajuste:<br />
: 1 1 0,072 0 7,2%<br />
S S S<br />
Cen<br />
1, , ,<br />
: 1 1 0,072 0,02 5,2%<br />
S S S<br />
Cen<br />
1, , ,<br />
: 2 2 0 0,02 2%<br />
S S S<br />
Cen<br />
2, , ,<br />
: 2 2 0 0,03 3%<br />
S S S<br />
Cen<br />
2, , ,<br />
: 3 3 0,078 0,01 6,8%<br />
S S S<br />
Cen<br />
3, , ,<br />
: 3 3 0,078 0 7,8%<br />
S S S<br />
Cen<br />
3, , ,<br />
Aplicação dos parâmetros e para geração dos cenários utilizados na avaliação de posições em<br />
contratos futuros:<br />
: 1 1 0,06 0 6%<br />
S S S<br />
Cen<br />
1,<br />
: 1 1 0,06 0,02 4%<br />
S S S<br />
Cen<br />
1,<br />
: 2 2 0 0,02 2%<br />
S S S<br />
Cen<br />
2,<br />
: 2 2 0 0,03 3%<br />
S S S<br />
Cen<br />
2,<br />
: 3 3 0,06 0,01 5%<br />
S S S<br />
Cen<br />
3,<br />
: 3 3 0,06 0 6%<br />
S S S<br />
Cen<br />
3,<br />
Definidos os cenários de estresse, a determinação da margem de garantia segue do cálculo de variação financeira<br />
das posições sob cenário e do agrupamento de tais variações.<br />
Página 70
Cálculo de Variação Financeira sob Cenário e Consolidação das Variações Financeiras sob Cenário de<br />
Posições em Futuros e em Opções com Ajuste<br />
O modelo de full valuation utilizado no cálculo de risco de mercado de posições em opções com ajuste baseia-se<br />
nas mesmas fórmulas adotadas para as opções sem ajuste.<br />
Sob o cenário contíguo Cen k , a estimativa do valor do ajuste de uma posição em q<br />
unidades de uma opção com<br />
ajuste é a variação financeira dada pela equação (41).<br />
VF k VF k VF Ref P k P Ref F q TC TM<br />
Para o que se apresenta a seguir, as variações financeiras associadas a posições em contratos futuros e em contratos<br />
de opção com ajuste são representadas por<br />
FPR<br />
VF e VF OpcA , respectivamente.<br />
Variações financeiras sob cenário - posições em contratos futuros<br />
Sejam<br />
FPR<br />
VF k ,<br />
respectivamente sob os cenários<br />
FPR<br />
VF k e<br />
FPR<br />
Cen k ,<br />
FPR<br />
VF k as variações financeiras associadas ao fator FPR,<br />
FPR<br />
Cen k,<br />
e<br />
FPR<br />
Cen k,<br />
Página 71<br />
, decorrentes da posição em contratos futuros, obtidas<br />
pelo somatório das variações por contrato c e vencimento T sob os respectivos cenários, ou seja,<br />
VF k VF k<br />
FPR FPR<br />
cT ,<br />
c T<br />
VF k VF k<br />
FPR FPR<br />
cT ,<br />
c T<br />
VF k VF k<br />
FPR FPR<br />
cT ,<br />
c T<br />
S FPR<br />
Dada a aproximação para a variação k associada ao cenário Cen k,<br />
(equação (53)) e considerando que<br />
FPR<br />
não é suficientemente grande para inverter o sentido (alta/baixa) do cenário Cen k , as variações por contrato e<br />
vencimento são dadas por<br />
onde os termos<br />
FPR<br />
VFcT , k e<br />
VF k VF k Exposição<br />
FPR FPR FPR<br />
c, T c, T c, T<br />
VF k VF k Exposição<br />
FPR FPR FPR<br />
c, T c, T c, T<br />
FPR<br />
Exposição cT , são dados, respectivamente, pelas equações (20) e (22).<br />
Define-se a variação financeira mínima associada ao fator FPR e ao cenário original<br />
FPR<br />
Cen k como<br />
FPR FPR FPR FPR<br />
VF k min VF k , VF k , VF k (57)<br />
Variações financeiras sob cenário - posições em contratos de opção com ajuste<br />
(55)<br />
(56)
Sejam VFOpcA S T k<br />
VF k<br />
VF k<br />
, , , OpcA, S, T e OpcA, S, T as variações financeiras da posição em opções com<br />
ajuste sobre S, de mesma modalidade de exercício e vencimento em T , respectivamente sob os cenários<br />
Cen ,<br />
Contíguo<br />
k,<br />
Contíguo<br />
Cen e Cen . Denota-se por VFOpcA S T k<br />
Contíguo<br />
k,<br />
,<br />
k,<br />
,<br />
Página 72<br />
, , a mínima variação entre elas<br />
VF k min VF k , VF k , VF k<br />
(58)<br />
OpcA, S, T OpcA, S, T OpcA, S, T OpcA, S, T<br />
Ao tomar as variações financeiras mínimas conforme as equações (57) e (58), considera-se que posições em<br />
contratos futuros e de opção com ajuste podem ser revertidas sob qualquer dos três cenários associados a um<br />
mesmo cenário original – o próprio e os derivados através de e . Desta maneira, é possível avaliar opções<br />
com ajuste e futuros sob cenários distintos, reduzindo-se o grau de compensação de risco entre eles.<br />
Consolidação do risco de posições em contratos futuros e de opção com ajuste<br />
A margem de garantia da carteira de futuros e opções com ajuste resulta da consolidação das variações financeiras<br />
sob cenário, obtidas sob cenários diferenciados para cada tipo de contrato - opções com ajuste ou futuros – pela<br />
aplicação dos parâmetros e aos cenários originalmente definidos. Tal consolidação de risco entre posições em<br />
contratos futuros e de opções com ajuste é representada através da matriz de consolidação de riscos, cuja<br />
construção descreve-se a seguir.<br />
Considere como fatores de risco do tipo rr os fatores associados às taxas de juro livre de risco e aos custos de<br />
carregamento das opções com ajuste, cujos cenários sejam componentes dos cenários contíguos utilizados na<br />
avaliação das opções com ajuste. Considere os cenários gerados do produto cartesiano apenas dos cenários<br />
r, rc<br />
definidos para estes fatores, ou seja, os cenários contíguos Cen i , i , i ..., i , onde i n indica o in -ésimo<br />
cenário para n -ésimo fator do tipo rr .<br />
i 1 2 3 X<br />
A matriz de consolidação de riscos é uma matriz de variações financeiras sob cenário, cujas colunas estão<br />
associadas a fatores primitivos de risco, exceto volatilidades, e cujas linhas correspondem aos cenários contíguos<br />
para os fatores do tipo rr .<br />
Contíguo rr<br />
Cen 1<br />
Contíguo rr<br />
Cen 2<br />
MATRIZ <strong>DE</strong> CONSOLIDAÇÃO <strong>DE</strong> RISCOS<br />
FPR 1 FPR 2 j<br />
FPR<br />
Contíguo rr<br />
Cen MCR i, j<br />
i<br />
Figura 2.5-6 – Matriz de consolidação de risco de posições em contratos futuros e de opção com ajuste diário<br />
O elemento da posição i, j da matriz de consolidação de riscos, MCR i, j , representa a consolidação de dois<br />
riscos, quais sejam:
(i) o risco da posição em opções com ajuste sobre o ativo-objeto cuja variação de preço / cotação é o fator<br />
j<br />
(ii) o risco associado ao fator FPR decorrente das posições em contratos futuros,<br />
sendo ambos avaliados sob a restrição do cenário contíguo<br />
juro livre de risco e custos de carregamento de opções com ajuste.<br />
Página 73<br />
j<br />
FPR e<br />
Contíguo rr<br />
Cen i para os fatores que representam taxas de<br />
Por exemplo, a matriz de consolidação de riscos de uma carteira com posições em contratos futuros e de opção<br />
com ajuste, ambos sobre a taxa de câmbio à vista de real por dólar, possui colunas referentes aos FPRs taxa de<br />
câmbio à vista, DOL, taxa de juro pré-fixada r e cupom cambial rc , e tantas linhas quanto a quantidade de<br />
cenários contíguos para o par de fatores r, rc obtidos por combinação dos cenários para r e para rc .<br />
Apresenta-se a seguir a metodologia para obtenção de MCR i, j .<br />
Seja VFC a variação financeira sob cenário consolidada das posições em opções com ajuste e em contratos<br />
futuros, definida por fator de risco e cenário, conforme a equação (59) a seguir. Caso o fator FPR não seja ativoobjeto<br />
de nenhuma opção com ajuste, Cen representa um cenário individual para o fator FPR; caso o fator FPR<br />
seja ativo-objeto de alguma opção com ajuste, Cen representa um cenário contíguo para os fatores primitivos de<br />
risco da opção.<br />
FPR<br />
VFC FPR , Cen VFOpcA , FPR Cen VF Cen<br />
Variação financeira da posição em<br />
opções com ajuste sobre o ativo-objeto<br />
FPR , sob o cenário contíguo Cen<br />
Variação financeira da posição em<br />
futuros, associada<br />
ao fator FPR e sob<br />
o cenário deste fator contido em Cen<br />
onde<br />
VFOpcA , FPR Cen : mínima variação financeira referente ao cenário contíguo Cen , associada às posições em<br />
opções com ajuste sobre o ativo-objeto FPR, de mesma modalidade de exercício e<br />
vencimentos diversos<br />
VF Cen VF Cen<br />
OpcA, FPR OpcA, FPRT ,<br />
Vencimentos<br />
T<br />
VFOpcA , FPRT , Cen conforme equação (58)<br />
FPR<br />
VF Cen : variação financeira da posição em contratos futuros sob o cenário do fator FPR que compõe<br />
o cenário contíguo Cen , conforme equação (57).<br />
No caso em que o fator FPR não é ativo-objeto de nenhuma opção com ajuste, o primeiro termo da soma na<br />
equação (59) é nulo, ou seja, VFC FPRCen , representa apenas a variação financeira da posição em futuros,<br />
associada ao fator FPR e sob o cenário Cen deste fator, ou seja,<br />
FPR<br />
VFC FPR , Cen VF Cen<br />
O risco representado pelo elemento MCR i, j da matriz de consolidação de risco é dado por<br />
Contíguo rr<br />
Cen k | Ceni<br />
(59)<br />
j<br />
MCR i, j min VFC FPR , Cen (60)<br />
k
Observe que a determinação da variação consolidada<br />
j<br />
VFC FPR Cen k<br />
Página 74<br />
, mínima, na equação em (60), é uma<br />
escolha restrita, ou condicionada, ao i -ésimo cenário contíguo dos fatores de risco que representam taxas de juro<br />
livres de risco e custos de carregamento de opções com ajuste, Cen . Considere as seguintes possibilidades<br />
para o fator<br />
j<br />
FPR :<br />
Contíguo rr<br />
i<br />
(A)<br />
j j<br />
não existe opção com ajuste sobre o ativo-objeto FPR e FPR não é do tipo rr ;<br />
(B)<br />
j j<br />
não existe opção com ajuste sobre o ativo-objeto FPR e FPR é do tipo rr ; e<br />
(C)<br />
j<br />
existe opção com ajuste sobre o ativo-objeto FPR .<br />
No caso (A), a restrição ao cenário<br />
para<br />
j<br />
Cenk<br />
j<br />
FPR<br />
MCR i, j min VF k .<br />
No caso (B), a minimização restrita ao cenário<br />
Contíguo rr<br />
Cen i não é ativa na minimização da equação (60), que é então reduzida<br />
Cen resulta na utilização do cenário do fator<br />
Contíguo rr<br />
i<br />
compõe o cenárioCen<br />
; denotando este cenário por<br />
Contíguo rr<br />
i<br />
j<br />
FPR j<br />
MCR i, j VF Cen .<br />
No caso (C), toma-se a menor variação consolidada<br />
j<br />
VFC FPR Cen k<br />
contíguos Cen cujos cenários para r e rc compõemCen<br />
.<br />
Contíguo<br />
k<br />
j<br />
FPR que<br />
j<br />
Cen , a equação (60) é simplificada para<br />
, dentre aquelas avaliadas sob cenários<br />
Contíguo rr<br />
i<br />
A soma das variações consolidadas por fator de risco, restritas ao cenário Cen (a soma dos elementos da i<br />
Contíguo rr<br />
i<br />
-ésima linha da matriz de consolidação de riscos), define a variação consolidada total restrita a<br />
Total<br />
1 2 3<br />
VFC i MCR i FPR MCR i FPR MCR i FPR<br />
Contíguo rr<br />
Cen i<br />
, , , (61)<br />
Por fim, a mínima variação consolidada total determina o risco da carteira de contratos futuros e de opção com<br />
ajuste.<br />
Contíguo rr<br />
Cen 1<br />
Contíguo rr<br />
2<br />
Risco de Mercado VFC i VFC VFC<br />
Total Total Total<br />
min min 1 , 2 , (62)<br />
i<br />
MATRIZ <strong>DE</strong> CONSOLIDAÇÃO <strong>DE</strong> RISCOS VARIAÇÃO<br />
TOTAL<br />
FPR 1 j<br />
FPR<br />
Total<br />
VFC<br />
Total<br />
Cen VFC 2<br />
Contíguo rr<br />
Cen i<br />
Soma das mínimas variações consolidadas<br />
MCR i, j ao longo dos fatores de risco<br />
1<br />
Total<br />
VFC i<br />
Total<br />
Risco de Mercado min VFC i<br />
Figura 2.5-7 – Cálculo de risco de mercado a partir da matriz de consolidação de riscos<br />
i<br />
Escolha da<br />
mínima<br />
variação<br />
consolidada<br />
total
Exemplo 4: Considere uma carteira com posição nos contratos futuros FUT DOL, FUT DDI e FUT DI1 e em<br />
opção com ajuste sobre a taxa de câmbio à vista de real por dólar, cujos fatores de risco são a taxa de câmbio à<br />
vista, a taxa de juro pré-fixada, o cupom cambial e a volatilidade da taxa de câmbio, respectivamente DOL, r ,<br />
r r r<br />
rc rc<br />
rc e DOL . Supondo definidos os cenários Cen 1 , Cen 2 e Cen 3 para r e os cenários Cen 1 e Cen 2 para rc ,<br />
a matriz de consolidação de riscos possui 6 linhas, correspondentes aos 6 cenários contíguos para r, rc , e 3<br />
colunas, correspondentes aos FPRs da carteira, excluída a volatilidade DOL .<br />
Descreve-se a seguir os elementos de uma linha da matriz - os elementos das demais linhas são semelhantes.<br />
r rc<br />
Cen 1 Cen 1<br />
r rc<br />
Cen 1 Cen 2<br />
r rc<br />
Cen 2 Cen 1<br />
r rc<br />
Cen 2 Cen 2<br />
r rc DOL<br />
r rc<br />
Cen 3 Cen 1 MCR 5,1 MCR 5,2 MCR 5,3<br />
r rc<br />
Cen 3 Cen<br />
2<br />
Como não existe opção com ajuste sobre r , o termo MCR 5,1 representa apenas a variação da posição nos<br />
Contíguo rr r<br />
contratos futuros, associada ao fator r e sob o cenário de r que está no cenário contíguo Cen 5 , Cen 3 .<br />
Da mesma forma, o termo MCR 5,2 representa a variação apenas da posição em futuros, associada ao fator<br />
Contíguo rr rc<br />
rc e sob o cenário para rc que está no cenário contíguoCen<br />
5 , Cen 1 .<br />
O termo MCR 5,3 representa variações da posição em opção e das posições em futuros que têm a taxa de<br />
câmbio à vista como fator de risco. Assim, para o cálculo de MCR 5,3 , é considerada, na minimização, a<br />
variação consolidada VFC DOL, Cen k tal que:<br />
i. sua parcela de variação da posição em opção com ajuste, VF OpcA, FPR , envolve apenas as variações<br />
r rc<br />
calculadas sob os cenários contíguos Cen k que sejam formados com os cenários Cen 3 e Cen 1 , além<br />
dos cenários para DOL e DOL ; e<br />
ii. sua parcela de variação da posição em futuros,<br />
Página 75<br />
FPR<br />
VF Cen refere-se apenas às posições nos<br />
contratos FUT DDI e FUT DOL e envolve o mesmo cenário do FPR DOL do cenário contíguo Cen k<br />
utilizado no cálculo de variação da posição em opções.
Exemplo 5: Considere uma carteira com posição em contratos futuro e de opção com ajuste sobre a taxa de<br />
câmbio à vista de real por dólar, agrupados na mesma subcarteira.<br />
Considere os seguintes cenários para os FPRs, agrupados na mesma área:<br />
r<br />
Cen 1 ,<br />
r<br />
2<br />
rc<br />
Cen 1 e<br />
rc<br />
2<br />
DOL<br />
Cen 1 ,<br />
DOL<br />
2<br />
1<br />
r<br />
Cen e Cen 3 para r : de baixa de taxa, nulo e de alta de taxa<br />
Cen para rc : nulo e de alta de taxa<br />
DOL<br />
Cen e Cen 3 para DOL: de variações 7% e nula<br />
Cen de variação nula para .<br />
A tabela a seguir apresenta os cenários utilizados na avaliação das posições no contrato futuro e na opção com<br />
ajuste, dados os parâmetros (apenas para o FPR DOL) e :<br />
FPR<br />
DOL<br />
r<br />
rc<br />
CENÁRIO<br />
ORIGINA<br />
L<br />
PARÂMETRO<br />
e<br />
CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO DA<br />
POSIÇÃO EM OPÇÃO COM AJUSTE<br />
Gerados<br />
por<br />
Página 76<br />
Gerados por<br />
e<br />
CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO <strong>DE</strong><br />
POSIÇÃO NO CONTRATO FUTURO<br />
Originais<br />
Gerados por<br />
-7% 25% 0% 1% -8,75% -8,75% -7,75% -7% -7% -6%<br />
- - -1% 1% - -1% 1% - -1% +1%<br />
+7% 25% -1% 0% 8,75% 7,75% 8,75% +7% +6% +7%<br />
r<br />
Cen 1<br />
-<br />
r<br />
Cen 2<br />
-<br />
r<br />
Cen 3<br />
-<br />
rc<br />
Cen 1<br />
-<br />
rc<br />
Cen 2<br />
-<br />
Cen 1<br />
-<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cálculo de variações sob cenários da posição em contrato futuro:<br />
r<br />
1<br />
r<br />
2<br />
r<br />
3<br />
rc<br />
1<br />
rc<br />
2<br />
1<br />
CARTEIRA<br />
Contrato FUT DOL OPC AJU DOL<br />
Prazo (du/dc) Vencimento 29 / 43 T 1<br />
29/ 43 T 1<br />
C / V Qtde contratos V 15 C 20<br />
Preço de exercício 2.050,00<br />
VF 1.566.022,50 48.478,00<br />
FPR VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
r<br />
rc<br />
r<br />
Cen<br />
1<br />
FPR FPR<br />
VF Cen<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 2<br />
3<br />
2.624,27 - -2.647,67<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
Cen<br />
- 11.708,24<br />
rc<br />
2<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
r<br />
1<br />
r<br />
2<br />
r<br />
3<br />
rc<br />
1<br />
rc<br />
2<br />
1<br />
e
DOL<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
Avaliação da posição em opção com ajuste e consolidação com a posição em futuro:<br />
Contíguo<br />
Cen 1<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 3<br />
Contíguo<br />
Cen 4<br />
Contíguo<br />
Cen 5<br />
Contíguo<br />
Cen 6<br />
Contíguo<br />
Cen 7<br />
Contíguo<br />
Cen 8<br />
Contíguo<br />
Cen 9<br />
Contíguo<br />
Cen 10<br />
Contíguo<br />
Cen 11<br />
Contíguo<br />
Cen 12<br />
Contíguo<br />
Cen 13<br />
Contíguo<br />
Cen 14<br />
Contíguo<br />
Cen 15<br />
Contíguo<br />
Cen 16<br />
Contíguo<br />
Cen 17<br />
Contíguo<br />
Cen 18<br />
Na tabela acima, as colunas sob o título Cenário Contíguo apresentam os cenários contíguos, bem como os<br />
cenários individuais de FPR que os formam.<br />
As colunas sob o título Variação financeira sob cenário - Posição em opção com ajuste venc. 1 T<br />
apresentam as variações, da posição em opção com ajuste, sob cenário contíguo – para cada linha, são<br />
calculadas variações sob o cenário contíguo formado pelo cenário de DOL alterado por e (i) sem impacto<br />
Página 77<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
109.621,57 - -109.621,57 sob o cenário original<br />
109.621,57 15.660,23 -93.961,35 sob cenário modificado por<br />
93.961,35 -15.660,23 -109.621,57 sob cenário modificado por<br />
93.961,35 -15.660,23 -109.621,57<br />
CENÁRIO CONTÍGUO Cenários<br />
gerados<br />
DOL r rc DOL<br />
por<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
r<br />
Cen<br />
1<br />
r<br />
Cen<br />
2<br />
r<br />
Cen<br />
2<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
rc<br />
2<br />
rc<br />
1<br />
rc<br />
rc<br />
r<br />
Cen 3<br />
1<br />
Cen<br />
rc<br />
r<br />
Cen 3<br />
2<br />
2<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
VF Cen<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
POSIÇÃO EM OPÇÃO - VENCIMENTO T 1<br />
Cenários<br />
gerados<br />
por<br />
Cenários<br />
gerados<br />
por<br />
Mínimo<br />
POSIÇÃO EM<br />
FUTUROS<br />
TOTAL<br />
-48.361 -48.162 -48.361 -48.361 93.961 45.601<br />
-2.546 13.547 -16.299 -16.299 -15.660 -31.959<br />
168.910 168.910 146.252 146.252 -109.622 36.630<br />
-48.424 -48.323 -48.424 -48.424 93.961 45.537<br />
-12.730 1.608 -24.475 -24.475 -15.660 -40.135<br />
152.560 152.560 130.084 130.084 -109.622 20.462<br />
-48.339 -48.108 -48.339 -48.339 93.961 45.623<br />
0 16.465 -14.198 -14.198 -15.660 -29.858<br />
172.708 172.708 150.009 150.009 -109.622 40.387<br />
-48.413 -48.294 -48.413 -48.413 93.961 45.548<br />
-10.499 4.264 -22.717 -22.717 -15.660 -38.377<br />
156.329 156.329 133.809 133.809 -109.622 24.187<br />
-48.312 -48.045 -48.312 -48.312 93.961 45.649<br />
2.643 19.470 -11.995 -11.995 -15.660 -27.656<br />
176.554 176.554 153.814 153.814 -109.622 44.192<br />
-48.400 -48.261 -48.400 -48.400 93.961 45.561<br />
-8.167 7.014 -20.859 -20.859 -15.660 -36.519<br />
160.146 160.146 137.583 137.583 -109.622 27.961
de , (ii) com impacto de e (iii) com impacto de ; por fim, para cada cenário contíguo original (cada<br />
linha) toma-se a mínima variação dentre as variações sob cada um dos 3 cenários contíguos derivados do<br />
cenário original.<br />
Na penúltima coluna da tabela, cada linha contém a variação financeira da posição em futuros associada ao<br />
FPR DOL e sob o cenário de DOL correspondente da linha, ou seja, a mínima dentre aquelas (i) sob o<br />
cenário original, (ii) sob o cenário alterado por e (iii) sob o cenário alterado por .<br />
A última coluna da tabela representa a soma das variações das duas colunas anteriores. Os valores em negrito<br />
correspondem à variação mínima, dentre as variações sob cenários contíguos com mesmo par de cenários para<br />
r, rc - estas são as variações consolidadas mínimas da coluna da matriz de consolidação de riscos referente<br />
ao FPR DOL.<br />
A matriz de consolidação de riscos tem, em cada linha da coluna referente ao FPR r , a variação da posição<br />
em futuro associada a r e sob o cenário de r que forma o cenário contíguo para o par r, rc correspondente<br />
à linha. Analogamente, cada linha da coluna referente ao FPR rc contém o valor da variação da posição em<br />
futuro associada ao fator rc e sob o cenário de rc do cenário contíguo para o par r, rc correspondente à<br />
linha. A coluna correspondente ao fator DOL contém, em cada linha, a mínima variação consolidada das<br />
posições em futuro e em opção com ajuste – destacadas em negrito na última coluna da tabela acima.<br />
r rc DOL<br />
r rc<br />
Cen 1 Cen 1<br />
2.624,27 - -31.959<br />
r rc<br />
Cen 1 Cen 2<br />
2.624,27 11.708,24 -40.135<br />
r rc<br />
Cen 2 Cen 1<br />
- - -29.858<br />
r rc<br />
Cen 2 Cen 2<br />
- 11.708,24 -38.377<br />
r rc<br />
Cen 3 Cen 1 -2.647,67 - -27.656<br />
r rc<br />
Cen 3 Cen<br />
2<br />
-2.647,67 11.708,24 -36.519<br />
Risco de Mercado<br />
Total<br />
VFC i<br />
i<br />
min 30.304<br />
Página 78<br />
VARIAÇÃO TOTAL<br />
Total<br />
VFC<br />
-29.335<br />
-25.802<br />
-29.858<br />
-26.669<br />
-30.304<br />
-27.458<br />
Exemplo 6: Considere a carteira do Exemplo 5 e adicione uma posição comprada em opção com ajuste de<br />
vencimentoT 2 , uma posição comprada em contrato futuro de Ibovespa e uma posição comprada em contrato<br />
futuro de cupom cambial, todas pertencentes à mesma subcarteira.<br />
CARTEIRA<br />
Contrato FUT DOL OPC AJU<br />
DOL<br />
Prazo (du/dc) Venc 29 / 43 T 1 29/ 43 T 1<br />
OPC AJU DOL FUT IND FUT DDI<br />
73/ 51 T 2<br />
85/ 58 T 3<br />
29/ 43 T 1<br />
C / V Qtde contratos V 15 C 20 C 20 C 30 C 20<br />
Preço de exercício 2.050,00 2.050,00<br />
VF 1.566.022,50 48.478,00 62.639,70 1.351.710,00 2.060.713,35
Considere os mesmos cenários para os fatores r , rc , DOL e definidos no Exemplo 5 , bem como os<br />
parâmetros e e, para os fatores de risco adicionais, considere um cenário de variação nula para a taxa de<br />
convenience yield, cy , e 3 cenários para o FPR valor do Ibovespa à vista – cenários nulo e de variação de<br />
10%<br />
– agrupados em uma única área, de modo que é omitida a tabela de cenários.<br />
Cálculo de variações sob cenários da posição em contratos futuros: além das variações associadas aos<br />
fatores adicionais cy e IBV , as variações associadas ao fator r também são alteradas.<br />
FPR VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
r<br />
rc<br />
DOL<br />
cy<br />
IBV<br />
r<br />
Cen<br />
1<br />
Avaliação da posição em opções com ajuste: havendo posições em opções de vencimentos distintos,<br />
seleciona-se, por vencimento, a mínima variação associada a um cenário contíguo original - dentre as variações<br />
sob cada um dos 3 cenários contíguos gerados a partir dos parâmetros , e . Isso significa que a tabela<br />
de avaliação da carteira de opções com ajuste possui tantos blocos sob o título Variação financeira sob<br />
cenário quanto a quantidade de vencimentos distintos de opções na carteira. A variação mínima da carteira de<br />
opções é dada pela soma das variações mínimas de cada vencimento.<br />
Página 79<br />
FPR FPR<br />
VF Cen<br />
Cen<br />
r<br />
r<br />
Cen 2<br />
3<br />
-2.213,44 - 2.308,77<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
Cen<br />
- -3.698,51<br />
rc<br />
2<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
DOL<br />
Cen 3<br />
-34.628,36 - 34.628,36 sob o cenário original<br />
-34.628,36 -4.946,91 29.681,45 sob cenário modificado por<br />
-29.681,45 4.946,91 34.628,36 sob cenário modificado por<br />
-34.628,36 -4.946,91 29.681,45<br />
cy<br />
Cen 1<br />
-<br />
Cen<br />
IBV<br />
1<br />
Cen<br />
IBV<br />
IBV<br />
Cen 2<br />
3<br />
-135.171 - 135.171<br />
DOL<br />
VF Cen
Contíguo<br />
Cen 1<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 3<br />
Contíguo<br />
Cen 4<br />
Contíguo<br />
Cen 5<br />
Contíguo<br />
Cen 6<br />
Contíguo<br />
Cen 7<br />
Contíguo<br />
Cen 8<br />
Contíguo<br />
Cen 9<br />
Contíguo<br />
Cen 10<br />
Contíguo<br />
Cen 11<br />
Contíguo<br />
Cen 12<br />
Contíguo<br />
Cen 13<br />
Contíguo<br />
Cen 14<br />
Contíguo<br />
Cen 15<br />
Contíguo<br />
Cen 16<br />
Contíguo<br />
Cen 17<br />
Contíguo<br />
Cen 18<br />
CENÁRIO CONTÍGUO Cenários<br />
alterados<br />
DOL r rc DOL<br />
por<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
Cen<br />
1<br />
Página 80<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
POSIÇÃO OPÇÕES VENC. T POSIÇÃO OPÇÕES, VENC. 1<br />
2 T<br />
Cenários<br />
alterados<br />
por<br />
Cenários<br />
alterados<br />
por<br />
Cenários<br />
alterados<br />
por<br />
Cenários<br />
alterados<br />
por<br />
Cenários<br />
alterados<br />
-48.361 -48.162 -48.361 61.515 60.566 61.515<br />
-2.546 13.547 -16.299 4.645 -10.927 18.395<br />
DOL<br />
Cen 168.910 168.910 146.252 -162.617 -162.617 -140.001<br />
3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
r<br />
Cen<br />
1<br />
Cen<br />
rc<br />
2<br />
-48.424 -48.323 -48.424 62.161 61.698 62.161<br />
-12.730 1.608 -24.475 21.668 8.615 32.699<br />
DOL<br />
Cen 152.560 152.560 130.084 -134.092 -134.092 -111.943<br />
3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
r<br />
Cen<br />
2<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
-48.339 -48.108 -48.339 61.272 60.157 61.272<br />
0 16.465 -14.198 0 -16.131 14.384<br />
DOL<br />
Cen 172.708 172.708 150.009 -169.644 -169.644 -146.931<br />
3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
r<br />
Cen<br />
2<br />
Cen<br />
rc<br />
2<br />
-48.413 -48.294 -48.413 62.045 61.490 62.045<br />
-10.499 4.264 -22.717 17.832 4.138 29.535<br />
DOL<br />
Cen 156.329 156.329 133.809 -140.993 -140.993 -118.718<br />
3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
r<br />
Cen<br />
3<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
-48.312 -48.045 -48.312 60.977 59.669 60.977<br />
2.643 19.470 -11.995 -4.948 -21.627 10.066<br />
DOL<br />
Cen 176.554 176.554 153.814 -176.872 -176.872 -154.064<br />
3<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
r<br />
Cen<br />
3<br />
Cen<br />
rc<br />
2<br />
-48.400 -48.261 -48.400 61.902 61.235 61.902<br />
-8.167 7.014 -20.859 13.690 -644 26.079<br />
DOL<br />
Cen 160.146 160.146 137.583 -148.098 -148.098 -125.702<br />
3<br />
por
Contíguo<br />
DOL<br />
Cen 1 Cen 1<br />
Contíguo<br />
DOL<br />
Cen 2 Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 3<br />
Contíguo<br />
Cen 4<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
Contíguo<br />
Cen 5<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 6<br />
Contíguo<br />
Cen 7<br />
DOL<br />
Cen 1<br />
Contíguo<br />
Cen 8<br />
DOL<br />
Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 9<br />
Contíguo<br />
DOL<br />
Cen 10 Cen 1<br />
Contíguo<br />
DOL<br />
Cen 11 Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 12<br />
Contíguo<br />
DOL<br />
Cen 13 Cen 1<br />
Contíguo<br />
DOL<br />
Cen 14 Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 15<br />
Contíguo<br />
DOL<br />
Cen 16 Cen 1<br />
Contíguo<br />
DOL<br />
Cen 17 Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 18<br />
CENÁRIO CONTÍGUO Mínimo<br />
DOL r rc DOL<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
Cen<br />
As colunas sob o título Variação financeira sob cenário - Posição em opções com ajuste apresentam as<br />
variações associadas a cada vencimento e a soma delas. A penúltima coluna contém a variação financeira da<br />
posição em futuro associada ao FPR e a última coluna representa a soma das duas anteriores.<br />
Comparativamente à carteira do Exemplo 5, a matriz de consolidação de riscos da carteira deste exemplo tem<br />
duas colunas adicionais, referentes aos FPRs adicionados com a inclusão da posição no contrato futuro de<br />
Ibovespa, cy e IBV . Como estes fatores não são do tipo rr e as variações associadas a eles decorrem apenas<br />
da posição em futuros, as linhas de cada nova coluna contêm o mesmo valor, igual à mínima variação sob<br />
cenário. Além disso, as variações associadas ao fator r , que no Exemplo 5 decorriam apenas da posição no<br />
contrato futuro de taxa de câmbio, aqui incluem também as variações da posição no contrato futuro de<br />
Ibovespa.<br />
VARIAÇÃO<br />
TOTAL<br />
Total<br />
r rc DOL cy IBV<br />
VFC<br />
r rc<br />
Cen 1 Cen 1<br />
-2.213,44 - -32.172,91 - -135.171<br />
-169.557<br />
r rc<br />
Cen 1 Cen 2<br />
-2.213,44 -3.698,51 -21.354,36 - -135.171<br />
r rc<br />
Cen 2 Cen 1 - - -35.275,91 - -135.171<br />
1<br />
Página 81<br />
VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />
POSIÇÃO OPÇÕES COM AJUSTE<br />
T<br />
1<br />
Mínimo<br />
T<br />
2<br />
Mínimo T + 1<br />
Mínimo 2 T<br />
POSIÇÃO EM<br />
FUTUROS<br />
-162.437<br />
-170.447<br />
TOTAL<br />
-48.361 60.566 12.205 -34.628,36 -22.423,36<br />
-16.299 -10.927 -27.226 -4.946,91 -32.172,91<br />
DOL<br />
Cen 146.252 -162.617 -16.365 29.681,45 13.316,45<br />
3<br />
r<br />
Cen<br />
1<br />
Cen<br />
rc<br />
2<br />
-48.424 61.698 13.274 -34.628,36 -21.354,36<br />
-24.475 8.615 -15.860 -4.946,91 -20.806,91<br />
DOL<br />
Cen 130.084 -134.092 -4.008 29.681,45 25.673,45<br />
3<br />
r<br />
Cen<br />
2<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
-48.339 60.157 11.818 -34.628,36 -22.810,36<br />
-14.198 -16.131 -30.329 -4.946,91 -35.275,91<br />
DOL<br />
Cen 150.009 -169.644 -19.635 29.681,45 10.046,45<br />
3<br />
r<br />
Cen<br />
2<br />
Cen<br />
rc<br />
2<br />
-48.413 61.490 13.077 -34.628,36 -21.551,36<br />
-22.717 4.138 -18.579 -4.946,91 -23.525,91<br />
DOL<br />
Cen 133.809 -140.993 -7.184 29.681,45 22.497,45<br />
3<br />
r<br />
Cen<br />
3<br />
Cen<br />
rc<br />
1<br />
-48.312 59.669 11.357 -34.628,36 -23.271,36<br />
-11.995 -21.627 -33.622 -4.946,91 -38.568,91<br />
DOL<br />
Cen 153.814 -176.872 -23.058 29.681,45 6.623,45<br />
3<br />
r<br />
Cen<br />
3<br />
Cen<br />
rc<br />
2<br />
-48.400 61.235 12.835 -34.628,36 -21.793,36<br />
-20.859 -644 -21.503 -4.946,91 -26.449,91<br />
DOL<br />
Cen 137.583 -148.098 -10.515 29.681,45 19.166,45<br />
3
c<br />
Cen 2 Cen 2 - -3.698,51 -23.525,91 - -135.171<br />
r rc<br />
Cen 3 Cen 1<br />
2.308,77 - -38.568,91 - -135.171<br />
r rc<br />
Cen 3 Cen<br />
2<br />
2.308,77 -3.698,51 -26.449,91 - -135.171<br />
Risco de Mercado<br />
Total<br />
VFC i<br />
i<br />
min 171.431<br />
Página 82<br />
-162.395<br />
-171.431<br />
-163.011<br />
Assim como ocorre na avaliação de risco de posições em contratos futuros, os cenários de estresse são agrupados<br />
em áreas de cenários, a fim de excluir os resultados obtidos sob combinações pouco prováveis de cenários. Desse<br />
modo, tal como na metodologia de margem para contratos futuros, calcula-se o risco de uma carteira envolvendo<br />
opções com ajuste em cada área de cenários e toma-se o maior risco por área como o risco de mercado de tal<br />
carteira. Ao avaliar o risco local na área A, considera-se apenas os cenários pertencentes a A, ou seja, os cenários<br />
Contíguo Contíguo rr<br />
de variação para FPRs e os cenários contíguos gerados por combinação deles, Cen e Cen .<br />
Adicionalmente, os contratos de opção com ajuste também são distribuídos em subcarteiras e a consolidação de<br />
risco entre futuros e opções com ajuste ocorre entre contratos pertencentes à mesma subcarteira. A margem da<br />
carteira é obtida como somatório das margens de cada subcarteira. A margem da subcarteira, por sua vez, é função<br />
do risco local em cada área de cenários.<br />
Considerando-se, portanto, o agrupamento dos contratos em subcarteiras e o agrupamento dos cenários em áreas,<br />
aplicam-se as regras de consolidação de risco, através da matriz de consolidação de riscos, para cada par de<br />
subcarteira e área de cenários. Supondo que os contratos de uma carteira – futuros e opções com ajuste - estejam<br />
agrupados em N Subc subcarteiras, denotadas por Subc s,<br />
tem-se que<br />
Risco de Mercado Subc min Risco Local A, Subc<br />
s s<br />
A<br />
Margem Subc Risco de Mercado Subc<br />
s s<br />
NSubc<br />
Margem Futuros e Opções com Ajuste Margem Subc<br />
onde Risco Local A, Subc s é dado pela equação (62), considerando-se apenas os cenários da área A e apenas<br />
aos contratos / posições pertencentes à subcarteira Subc s.<br />
Procedimento Subcarteira 2<br />
Aplica-se o Procedimento Subcarteira 2 no cálculo da margem de opções com ajuste, tal como apresentado na<br />
seção sobre margem de contratos futuros, ou seja, dada uma carteira, a margem advém de dois valores de risco -<br />
um relativo à carteira completa, Subcarteira Todos , e outro relativo à carteira original excluídas as posições em<br />
contratos curtos, Subcarteira Longos . Assim,<br />
Risco de Mercado Subc<br />
s<br />
= min min Risco Local A, Subcarteira , Risco Local A, Subcarteira<br />
A<br />
s=1<br />
s,Todos s, Longos<br />
s<br />
(63)
onde Subcarteira s, Todos e Subcarteira s, Longos são aquelas referentes ao procedimento –original e sem os<br />
contratos curtos - considerando-se apenas os contratos pertencentes à subcarteira s.<br />
Margem Mínima<br />
Não há cobrança de margem mínima para posições em opções com ajuste.<br />
2.5.5. Margem de Garantia de Opções sobre Contratos Futuros<br />
A margem de garantia de uma posição em contrato de opção sobre um contrato futuro é determinada conforme a<br />
metodologia ora descrita, até o momento do exercício ou do vencimento da opção.<br />
O exercício da opção sobre contrato futuro implica a extinção da posição no contrato de opção e a assunção de<br />
posição no contrato futuro. Para contratos futuros negociados em preço, se a opção é de compra (venda), o titular<br />
assume posição comprada (vendida) e o lançador assume posição vendida (comprada) no contrato futuro. Para<br />
contratos futuros negociados em taxa, se a opção é de compra (venda), o titular assume posição vendida<br />
(comprada) e o lançador assume posição comprada (vendida), em preço, no contrato futuro.<br />
Portanto, após o exercício de opção sobre contrato futuro, a margem de garantia refere-se à posição no mercado<br />
futuro, calculada conforme a metodologia correspondente.<br />
Página 83
2.6. Metodologia de Cálculo de Margem para Operações Realizadas na<br />
Sessão de Negociação After-hours<br />
A margem de garantia, conforme as metodologias descritas nas seções precedentes, é função da diferença entre o<br />
custo de liquidação e o risco de mercado da carteira. Da forma como apresentado anteriormente, (i) o cálculo do<br />
custo de liquidação da carteira abrange apenas as posições resultantes das operações realizadas na sessão regular de<br />
negociação e (ii) o cálculo do risco de mercado da carteira aplica-se às posições resultantes das operações<br />
realizadas nas sessões de negociação regular e after-hours.<br />
As operações realizadas na sessão after-hours, na data D , são consideradas parte do movimento do pregão regular<br />
de D 1 e a liquidação financeira ocorre em D 2.<br />
Para efeito de requerimento de margem de garantia, contudo,<br />
tais operações são consideradas na apuração da posição líquida de fechamento de D 1 e adiciona-se ao custo de<br />
liquidação da carteira eventuais resultados financeiros negativos decorrentes de redução da posição de<br />
encerramento da sessão regular, o que equivale a um day-trade com resultado negativo.<br />
A parcela adicionada ao custo de liquidação da carteira, CLC After , é dada por<br />
com<br />
After , c<br />
M<br />
CLC max CLC ,0<br />
(64)<br />
After After , c<br />
c 1<br />
NC NV<br />
min c c, j , c c, j c c c c<br />
j 1 j 1<br />
CLC QPC QCA QPV QVA PMC PMV M TC (65)<br />
PMV<br />
NV<br />
PA QPV PVA QVA<br />
c c c, j c, j<br />
j 1<br />
c NV<br />
QPV QVA<br />
c c, j<br />
j 1<br />
e<br />
PMC<br />
Página 84<br />
NC<br />
PA QPC PCA QCA<br />
c c c, j c, j<br />
j 1<br />
c NC<br />
QPC QCA<br />
c c, j<br />
j 1<br />
onde<br />
CLC : custo de liquidação adicionado à carteira, em decorrência das operações realizadas na sessão after-<br />
After<br />
hours, na data D ;<br />
CLC After . c : parcela do custo de liquidação adicionado à carteira em decorrência das operações realizadas na<br />
sessão after-hours, na data D, referente à operações envolvendo o contrato c ;<br />
QPC c : quantidade de contratos da posição comprada no contrato c , no encerramento da sessão regular de<br />
negociação, em D ;<br />
QPV c : quantidade de contratos da posição vendida no contrato c , no encerramento da sessão regular de<br />
negociação, em D ;<br />
(66)
QCA cj , : quantidade de contratos c comprados na j -ésima operação de compra realizada na sessão after-<br />
hours, em D ;<br />
QVA cj , : quantidade de contratos c vendidos na j -ésima operação de venda realizada na sessão after-hours,<br />
em D ;<br />
NC : quantidade de operações de compra do contrato c realizadas na sessão after-hours, em D ;<br />
NV : quantidade de operações de venda do contrato c realizadas na sessão after-hours, em D ;<br />
PMC c : preço médio das operações de compra do contrato c realizadas em D ;<br />
PMV c : preço médio das operações de venda do contrato c realizadas em D ;<br />
PCA cj , : preço da j -ésima operação de compra do contrato c realizada na sessão after-hours, em D ;<br />
PVA cj , : preço da j -ésima operação de venda do contrato c realizada na sessão after-hours, em D ;<br />
PA c : preço de ajuste do contrato c , em D , corrigido para a data do próximo pregão;<br />
M c : multiplicador do contrato c ; e<br />
TC : taxa de câmbio, conforme o caso.<br />
Exemplo 1: Considere que o participante encerre a sessão regular de negociação com posição comprada<br />
em 100 contratos futuros de Ibovespa, de um determinado vencimento, e que, em seguida, na sessão afterhours,<br />
realize as operações descritas na tabela a seguir.<br />
Considerando-se que o preço de ajuste corrigido valha 41.000 pontos de índice, os preços médios de compra<br />
e de venda das operações realizadas na sessão after-hours valem, respectivamente,<br />
PMV<br />
NV<br />
PA QPV PVA QPV<br />
c c c, j c, j<br />
j 1<br />
c NV<br />
QPV QVA<br />
Sessão After-hours – contrato futuro de Ibovespa<br />
Operação Compra/Venda<br />
c c, j<br />
j 1<br />
Qtde de contratos<br />
negociados<br />
0 40.000 30 41.000 20<br />
Página 85<br />
0 50<br />
Preço<br />
1 C 25 40.500<br />
2 V 30 40.000<br />
3 V 20 41.000<br />
40.400
PMC<br />
NC<br />
PA QPC PCA QCA<br />
c c c, j c, j<br />
j 1<br />
c NC<br />
After , c<br />
QPC QCA<br />
c c, j<br />
j 1<br />
41.000 100 40.500 25<br />
Página 86<br />
100 25<br />
40.900<br />
NC NV<br />
min c c, j , c c, j c c min 125, 50 500 25.000<br />
j 1 j 1<br />
CLC QPC QCA QPV QVA PMC PMV<br />
Tendo negociado apenas um contrato na sessão after-hours, e sendo positivo o custo de liquidação adicional deste<br />
contrato, segue que o custo de liquidação total a ser adicionado vale<br />
M<br />
CLC max CLC , 0 max 25.000, 0 25.000<br />
After After , c<br />
c 1<br />
A margem de garantia para a carteira de contratos futuros do participante é calculada segundo a metodologia de<br />
teste de cenários de estresse, aplicada à carteira de contratos futuros obtida após o encerramento da sessão afterhours<br />
– sua carteira de futuros de Ibovespa, por exemplo, é a posição comprada em 75 contratos.<br />
Supondo que o risco das posições em contratos futuros do participante seja avaliado em R$ 500.000 conforme a<br />
metodologia de cenários de estresse, a margem de garantia requerida será de R$ 525.000, pois<br />
Margem Custo de Liquidação Risco de Mercado<br />
25.000 500.000 525.000<br />
Exemplo 2: Considere o exemplo anterior, porém com novo preço para a operação de venda de 30<br />
contratos realizada na sessão after-hours, conforme a tabela a seguir.<br />
Considerando-se que o preço de ajuste corrigido valha 41.000 pontos de índice, os preços médios de compra<br />
e de venda das operações realizadas na sessão after-hours valem, respectivamente,<br />
PMV c<br />
PMC c<br />
, min 125, 50 700 35.000<br />
CLC After c<br />
Sessão After-hours – contrato futuro de Ibovespa<br />
0 42.000 30 41.000 20<br />
0 50<br />
41.000 100 40.500 25<br />
100 25<br />
Operação Compra/Venda<br />
41.600<br />
40.900<br />
Qtde de contratos<br />
negociados<br />
Preço<br />
1 C 25 40.500<br />
2 V 30 42.000<br />
3 V 20 41.000
Tendo negociado apenas um contrato na sessão after-hours, e sendo negativo o custo de liquidação adicional<br />
deste contrato, o custo de liquidação total a ser adicionado é nulo,<br />
M<br />
CLC max CLC , 0 max 35.000, 0 0<br />
After After , c<br />
c 1<br />
Como as operações realizadas na sessão after-hours não resultam em acréscimo de custo de liquidação, a margem<br />
requerida da carteira é dada pelo valor do risco de mercado – R$ 500.000, conforme exemplo anterior.<br />
Página 87
2.7. Margem de Posições Resultantes de Operação Estruturada<br />
Operação estruturada é um mecanismo que viabiliza a execução de uma estratégia de negociação com contratos<br />
derivativos. Resulta da negociação de uma operação estruturada um conjunto de posições nos contratos que a<br />
definem.<br />
São operações estruturadas os negócios do tipo forward rate agreement e as operações de volatilidade. O negócio<br />
do tipo forward rate agreement de cupom cambial, por exemplo, resulta em posições em dois vencimentos distintos<br />
do contrato futuro de cupom cambial. A negociação de volatilidade de um ativo-objeto, por sua vez, envolve<br />
contratos futuro e de opção sobre o ativo-objeto.<br />
Posto que não existe posição em uma estratégia, mas sim as posições geradas da negociação dela, a margem<br />
associada a esse negócio deriva das metodologias aplicáveis a cada contrato.<br />
Por exemplo, ao negociar a compra de volatilidade de taxa de câmbio, através da Operação Estruturada de<br />
Volatilidade de Taxa de Câmbio (VTC) com opção de compra, série X , o Comitente assume duas posições<br />
simultaneamente: (1) uma posição vendida no contrato futuro de taxa de câmbio de vencimento no mesmo mês de<br />
vencimento da série X da opção e (2) uma posição comprada na opção de compra série X . A margem de garantia<br />
do Comitente, após esta negociação, é calculada sobre a carteira resultante da adição das posições (1) e (2) à sua<br />
carteira inicial, ou seja, a partir da aplicação das metodologias de cálculo de margem descritas nas sessões<br />
anteriores, a cada grupo de contrato correspondente.<br />
Página 88
2.8. Teste de Estresse sobre o Fluxo de Caixa - Metodologia de Cálculo<br />
de Margem para Carteira de Contratos de Swap<br />
A margem de garantia de uma carteira de swaps deve ser suficiente para cobrir os valores de liquidação futuros de<br />
todas as posições. A metodologia consiste da avaliação de todo o conjunto de fluxos financeiros previstos, a partir<br />
de cenários de estresse para os valores futuros das variáveis envolvidas nos swaps da carteira. Precede a descrição<br />
da metodologia uma seção dedicada a algumas definições e respectivas notações.<br />
2.8.1. Definições e Notação<br />
O contrato de swap define dois conjuntos de parâmetros, associados às suas pontas ativa (ou comprada) e passiva<br />
(ou vendida). Cada conjunto de parâmetros contém uma variável y , um percentual p aplicável sobre a variação<br />
diária de y e uma taxa de juros c acrescida à variação de y , combinados conforme as regras do contrato e<br />
utilizados na valorização de uma das pontas do swap. Faz-se referência a este conjunto de parâmetros y, p, c<br />
apenas como y . Por exemplo, pode-se ter y a taxa de câmbio de real por dólar e c um valor de cupom cambial.<br />
A margem de uma carteira de swap é determinada a partir de cenários de estresse. Enquanto nas metodologias de<br />
cálculo de margem de contratos padronizados futuros e de opção, define-se cenários para os fatores primitivos de<br />
risco, na metodologia de margem de swap são definidos cenários de estresse para as variáveis y indexadoras das<br />
pontas de um swap e para a taxa de juro r utilizada no cálculo de valor presente.<br />
Valor futuro e valor presente das pontas de um swap<br />
Denote por Fc t1, t2<br />
o fator acumulado, no período compreendido entre t 1 e t 2 , da taxa de juros c e por<br />
F y, p, t1, t 2 o fator de variação acumulado, no período compreendido entre t 1 e t 2 , da porcentagem p da<br />
variação (diária) de y . A função F y, p, t1, t2<br />
representa o fator utilizado para “carregar” adiante no período de<br />
tempo entre t1 e t 2 quando t1 t2<br />
, e, no caso em que t1 t2<br />
, representa o fator de desconto no período de t 2 a t1 ,<br />
ou seja, F y, p, t1, t 2<br />
1<br />
F y, p, t , t<br />
.<br />
2 1<br />
A ponta do swap indexada à variável y vale, no vencimento T ,<br />
onde<br />
s<br />
1<br />
1<br />
Página 89<br />
yT<br />
VV ,<br />
yT ,<br />
VV s V0 F y p T0 T Fc T0 T<br />
se y é a variavel da ponta passiva do swap<br />
se y é a variavel da ponta ativa do swap<br />
V 0 : valor-base do swap;<br />
T 0 : data-base do swap; e<br />
T : data de vencimento do swap.<br />
, , , , (73)<br />
Na data de vencimento, o swap de pontas ativa e passiva indexadas a y Ativo e y Passivo , respectivamente, vale<br />
T<br />
VVSwap
T yAtivo , T yPassivo , T<br />
VVSwap VV VV<br />
O valor presente, em t , da ponta indexada a y de um swap com vencimento em T é denotada<br />
pelo desconto do valor futuro<br />
yT<br />
VV ,<br />
VP<br />
pela taxa de juro, em t , para o período entre t e T .<br />
s V F y p T T F T T<br />
yT ,<br />
yT , VV<br />
0 , , 0, c 0,<br />
F t, T F t , T<br />
r r<br />
Página 90<br />
yT<br />
VP ,<br />
(74)<br />
, e obtida<br />
(75-a)<br />
Decompondo o fator F y, p, T0 , T em dois fatores – o fator de variação acumulada no período compreendido<br />
entre a data-base T0 e t e o fator de variação acumulada no período entre t e o vencimento T , como na equação a<br />
seguir:<br />
resulta na seguinte equação alternativa à equação (75-a)<br />
F y, p, T0, T F y, p, T0, t F y, p, t, T<br />
yT ,<br />
VP s V0 Fc T0 , T F y, p, T0 , t<br />
F y, p, t, T<br />
F t, T<br />
r<br />
(75-b)<br />
Ao avaliar um swap após sua data-base, em t T0 , o termo F y, p, T0 , t , na equação acima, representa fator de<br />
correção “adiante”, entre t eT0 . Na avaliação de um swap a termo em uma data t anterior à data-base T0 , o termo<br />
F y, p, T0 , t representa o fator de desconto no período de t a T0 , e a equação (75-b) pode ser reescrita como<br />
yT ,<br />
VP s V0 Fc T0, T<br />
1 F y, p, t, T<br />
F y, p, t, T F t, T<br />
Exemplo 1: Considere um swap com prazo de 3 anos e com uma ponta indexada à taxa de câmbio de real por<br />
dólar, mais taxa de cupom cambial de 3% aa.<br />
Suponha que se queira avaliar o valor desta ponta do swap, decorridos 2 anos desde a sua data-base T 0 , ou seja<br />
t T 0 = 2 anos e T t = 1 ano. Suponha que a variação cambial observada no período de T 0 a t seja de -<br />
0,5% e que, em t , as expectativas para a variação cambial e para a taxa de juro para o prazo de 1 ano sejam de<br />
+2% e 12% aa, respectivamente. Sob tais condições, o valor presente associado à variável taxa de câmbio<br />
assume, em t ,<br />
yT ,<br />
VP s V0 s V0<br />
0<br />
1 0,02<br />
1 0,03 3 1 0,005 0,988<br />
1 0,12<br />
Exemplo 2: Considere um swap com prazo de 2 anos, a termo para 1 ano a partir da data de avaliação, e com<br />
uma ponta indexada à taxa de câmbio de real por dólar, mais taxa de cupom cambial de 3% aa.<br />
r<br />
(75-c)
Suponha que as expectativas para a taxa de câmbio, na data de avaliação t , sejam de desvalorização de 4,5%<br />
no período entre t e a data base e de valorização de 2% entre t e o vencimento. Para a taxa de juro para o<br />
prazo de 3 anos, espera-se 12% aa. Sob tais condições, o valor presente associado à variável taxa de câmbio<br />
assume, em t ,<br />
1 1 0,02<br />
1 0,03 2 0,806<br />
1 0,045 1 0,12<br />
yT ,<br />
VP s V0 s V<br />
3<br />
0<br />
Fluxo de caixa de uma carteira de swaps<br />
Uma carteira de swaps define um fluxo financeiro, ou fluxo de caixa, cujo valor associado à data T ,<br />
Página 91<br />
T<br />
VL ,<br />
representa o valor líquido, em T , dos swaps que vencem nesta data. Para uma carteira contendo G swaps com<br />
T<br />
vencimento em T , VL é dado por<br />
onde<br />
Sejam<br />
G<br />
T T T T T<br />
1 2<br />
G g<br />
g 1<br />
VL VVSwap VVSwap VVSwap VVSwap<br />
T<br />
VVSwap g é o valor de liquidação do g -ésimo swap de vencimento T .<br />
yT ,<br />
SVV e<br />
Fluxos<br />
positivos<br />
Fluxos<br />
Negativos<br />
yT<br />
SVP ,<br />
T<br />
VL 1<br />
T<br />
VL 2<br />
Tq<br />
VL<br />
Tq<br />
VL 1<br />
TQ<br />
VL<br />
Figura 2.8-1 – Fluxo de caixa, a valor futuro, de uma carteira de swap<br />
Tempo<br />
respectivamente o valor consolidado no vencimento T e o valor presente consolidado, de<br />
todas as pontas de swap indexadas à variável y e que vencem em T . Supondo que a carteira contém G posições /<br />
contratos com ponta indexada a y e de vencimento em T , então<br />
SVV VV VV<br />
y, T y, T y, T<br />
1<br />
G<br />
Valor, em T, da ponta Valor, em T,<br />
da ponta<br />
indexada a y do primeiro indexada a y do G-ésimo<br />
swap de vencimento T e swap de vencimento T e<br />
ponta indexada a y ponta indexada a y<br />
SVP VP VP<br />
y, T y, T y, T<br />
1<br />
G<br />
Valor presente da ponta Valor presente da ponta<br />
indexada a y do primeiro indexada a y do G-ésimo<br />
swap de vencimento T e swap de vencimento T e<br />
ponta indexada a y<br />
ponta indexada<br />
a y<br />
(76)<br />
G<br />
yT ,<br />
VV g<br />
(77)<br />
g 1<br />
G<br />
yT ,<br />
VP g<br />
(78-a)<br />
g 1
Havendo N variáveis y1 , y2 ,..., y N associadas à carteira de swap,<br />
equação (76), como<br />
E o valor presente de<br />
N<br />
T y T y T y y N T<br />
j T<br />
1, ,<br />
2 , ,<br />
VL SVV SVV SVV SVV<br />
T<br />
T<br />
VL , denotado VLE , como<br />
VL<br />
1<br />
VLE SVP SVP<br />
F t, T<br />
T<br />
T y , T y , T<br />
r<br />
Página 92<br />
N<br />
T<br />
VL pode ser expresso, alternativamente à<br />
N<br />
j 1<br />
Valor presente consolidado Valor presente consolidado<br />
de todas as pontas indexadas<br />
a y e de vencimento T<br />
de todas as pontas indexadas<br />
a y e de vencimento T<br />
1<br />
Assim, o fluxo de caixa da carteira pode ser representado a valor futuro ou a valor presente<br />
Fluxo de caixa<br />
Futuro<br />
T1 T2<br />
VL , VL ,<br />
TQ<br />
, VL<br />
Fluxo de caixa<br />
A valor presente<br />
T1 T2<br />
VLE , VLE ,<br />
TQ<br />
, VLE<br />
N<br />
j 1<br />
y T<br />
j SVP ,<br />
O risco de mercado da carteira é calculado a partir de estimativas para os valores de liquidação nos diversos<br />
vencimentos da carteira, com base em cenários para os valores das variáveis envolvidas. É conveniente, portanto,<br />
yT<br />
expressar os termos SVP ,<br />
de forma alternativa à equação (78-a), conforme se descreve a seguir<br />
yT ,<br />
No caso de variável y que não admite parâmetro p 100% , todos os termos VP da equação (78-a) têm<br />
em comum a razão<br />
yT<br />
SVP ,<br />
F y,1, t, T<br />
F t, T<br />
pode ser expresso como<br />
r<br />
g<br />
(79)<br />
(80)<br />
. Havendo G pontas de swap indexadas a y e com vencimento em T ,<br />
F y,1, t, T<br />
G<br />
yT ,<br />
SVP<br />
Fr t, T<br />
FC g<br />
g 1<br />
F y,1, T0, g,<br />
t<br />
FC g sg V0, g Fc T0, g,<br />
T<br />
(78-b)<br />
No caso de variável y que admite parâmetro p 100% , é possível obter o fator F y, pg, t, T de correção<br />
futura em função do fator F y,1, t, T , da seguinte maneira<br />
T<br />
1<br />
p yd<br />
T<br />
j t<br />
g j T<br />
m g j T<br />
j g<br />
j t 1<br />
yd j<br />
j t<br />
j t<br />
F y, p , t, T 1 p yd 1 yd Q y, p , t, T F y,1, t, T
onde Q y, p, t1, t 2 é a razão entre os fatores de correção acumulados no período entre t1 e t 2 de percentual<br />
p da taxa y diária, yd , e de percentual 100% da taxa diária yd<br />
t2 t2<br />
Q y, p, t , t 1 p yd 1 yd<br />
1 2<br />
j j<br />
j t1 j t1<br />
A partir da aproximação r<br />
através da equação a seguir<br />
ln 1 r , válida para r suficientemente pequeno, calcula-se Q y, p, t , t<br />
Substituindo o somatório de taxas diárias<br />
Página 93<br />
t2<br />
Q y, p, t , t exp p 1 yd<br />
t2<br />
j t1<br />
yd<br />
1 2<br />
j<br />
j t1<br />
j<br />
1 2<br />
pela média das taxas diárias no período de n dias entre t 1 e<br />
t 2 , yd , e acrescentando o parâmetro z em contrapartida ao erro desta substituição, 0 z 1, segue<br />
Q y, p, t1, t 2 exp p 1 n yd 1 z<br />
(81)<br />
yT ,<br />
Decorre que a equação (75-b) para o valor presente VP g da g -ésima ponta indexada ao percentual p g de y<br />
e a equação (78-a) são reescritas, respectivamente, como<br />
e<br />
VP FC F y, p , T , t Q y, p , t , T<br />
yT ,<br />
g g g 0, g g<br />
F y,1, t, T<br />
F y,1, t, T<br />
F t, T<br />
G<br />
yT ,<br />
SVP<br />
Fr t, T g 1<br />
FC g F y, pg, T0, g, t Q y, pg, t, T<br />
FC g sg V0, g Fc T0, g,<br />
T<br />
Exemplo 3: Considere a carteira formada por dois swaps de mesmo vencimento, conforme a tabela a seguir:<br />
Swap Venc.<br />
Prazo<br />
Total<br />
Prazo a<br />
decorrer<br />
Valor<br />
base<br />
CARTEIRA<br />
Ponta ativa Ponta passiva<br />
Variação<br />
decorrida desde a<br />
data-base<br />
y p c y p c DI DOL<br />
1<br />
2 anos<br />
1.000.000 DOL 4% DI 100 - 12,50% 1%<br />
T<br />
1 ano<br />
2 3 anos 1.500.000 DI 110 - DOL - 3% 27,35% -0,5%<br />
Suponha as seguintes expectativas sobre as variáveis da carteira para o final do prazo a decorrer – 1 ano, da<br />
data de análise até o vencimento T :<br />
- taxa de câmbio de Real por Dólar: 8%<br />
- taxa DI acumulada e taxa de juro pré: 12% aa, com média diária de 0,0444%.<br />
O valor de liquidação em T é composto de uma parcela referente à variável DOL,<br />
variável DI,<br />
DI, T<br />
SVP .<br />
r<br />
(78-c)<br />
DOLT ,<br />
SVP , e outra referente à
De acordo com a equação (78-b),<br />
T DOLT , DI, T<br />
VLE SVP SVP<br />
DOL T<br />
FC ,<br />
1 1 1.000.000 1 0,04 2 1.080.000<br />
DOL T<br />
FC ,<br />
2 1 1.500.000 1 0,03 3 1.635.000<br />
SVP<br />
DOL T<br />
, 1 0,08<br />
1 0,12<br />
De acordo com as equações (78-c) e (81),<br />
1.080.000 1 0,01 1.635.000 1 0,005 516.881,25<br />
DI T<br />
FC ,<br />
1 1 1.000.000 1 1.000.000 , Q 1<br />
DI T<br />
FC ,<br />
2 1 1.500.000 1 1.500.000, Q exp 1,1 1 252 0,0444% 1,011<br />
DI, T<br />
SVP<br />
1<br />
1<br />
0,12<br />
0,12<br />
1.000.000 1 0,125 1 1.500.000 1 0,2735 1,011 806.262,75<br />
Por fim, o valor estimado a liquidar em T , a valor presente, é<br />
2.8.2. Margem de Garantia<br />
A metodologia de cálculo de margem de garantia para carteiras de swap baseia-se na avaliação, sob cenários de<br />
estresse, do fluxo de caixa a valor presente da carteira e o valor da margem, por fim, decorre do cenário que resulta<br />
no maior risco. O risco da carteira, por sua vez, é medido através do valor acumulado do fluxo de caixa.<br />
Valor acumulado do fluxo de caixa<br />
T DOLT , DI, T<br />
VLE SVP SVP<br />
O valor acumulado do fluxo de caixa a valor presente<br />
Fluxo de caixa<br />
A valor presente<br />
T1 T2<br />
VLE , VLE ,<br />
TQ<br />
, VLE<br />
é denotado VAFC e definido a partir das somas parciais dos valores de liquidação estimados, conforme a equação<br />
(82)<br />
A hipótese de que não se liquida uma posição em swap antes de seu vencimento implica na não compensação entre<br />
valores de liquidação em datas distintas quando o fluxo negativo antecede o fluxo positivo.<br />
Página 94<br />
289.381,50<br />
T1 T1 T2 T1 T2<br />
TQ<br />
VAFC min 0 , VLE , VLE VLE , ,<br />
VLE VLE VLE<br />
(82)
Considere, por exemplo, a inadimplência de um participante cuja carteira contenha swaps de vencimentos e ,<br />
T<br />
T<br />
T<br />
T T , com valores de liquidação estimados e . No caso em que VLE e , não é<br />
1 T<br />
0 VLE 2 0<br />
1 2<br />
possível utilizar em o ganho estimado para , uma vez que o fluxo positivo está previsto para ocorrer<br />
T<br />
apenas em T2 . Já o caso oposto, em que VLE e , o ganho em pode ser utilizado pela Câmara<br />
para cobrir, em , a perda prevista para este vencimento (e caso o fluxo financeiro em seja, de fato, negativo).<br />
1 T<br />
0 VLE 2 0 T1 T 2<br />
Exemplo 4: Considere uma carteira com o seguinte fluxo de caixa estimado:<br />
O valor acumulado deste fluxo, de acordo com a equação (82), é<br />
Apesar de o valor positivo do fluxo em ser suficiente para cobrir valor acumulado de todos os fluxos<br />
anteriores, apenas o fluxo positivo de é utilizado para compensar os fluxos negativos em e . Além<br />
disso, VAFC é determinado pelo valor do penúltimo fluxo.<br />
O cálculo do risco de mercado da carteira consiste da avaliação, sob cenário, do valor acumulado do fluxo de caixa,<br />
T<br />
através da estimação dos fluxos financeiros VLE sob cenários para a taxa de juro e para as variáveis y<br />
associadas aos swaps da carteira. Toma-se como medida de risco o mínimo valor de VAFC , dentre os valores<br />
assumidos sob os diversos cenários contíguos.<br />
As próximas sessões apresentam os critérios para o cálculo dos valores de liquidação estimados e do valor<br />
acumulado do fluxo de caixa sob cenário, que definem o risco de mercado da carteira. A margem de garantia é, por<br />
fim, determinada por uma parcela de margem mínima e pelo risco de mercado.<br />
Cenários para as variáveis do swap e para a taxa de juro<br />
As equações para o valor presente consolidado de todas as pontas indexadas a y e de mesmo vencimento T ,<br />
yT<br />
SVP ,<br />
yT<br />
SVP ,<br />
, envolvem a razão entre F y,1, t, T e Fr t, T . Sendo estes termos desconhecidos em t , estima-se<br />
para tais cenários:<br />
yT<br />
Cen i<br />
,<br />
T 1<br />
T<br />
VLE 1 100<br />
VAFC<br />
T<br />
VLE 2 20<br />
VLE 1<br />
T 2<br />
VLE 2<br />
através de cenários definidos para as variáveis y e para a taxa de juro r . Utiliza-se a seguinte notação<br />
T<br />
: representa o i -ésimo cenário de estresse para y em T , sob o qual assume valor y , com variação<br />
yT ,<br />
i em relação ao valor de referência<br />
0<br />
yRef<br />
, com<br />
yT ,<br />
i<br />
T 0<br />
yiyRef 0<br />
yRef<br />
ou<br />
y, T<br />
i<br />
T<br />
yi T<br />
yRef,<br />
respectivamente nos casos em que a variável y<br />
é do tipo preço ou do tipo taxa;<br />
Página 95<br />
T<br />
VLE 2<br />
T 2<br />
T<br />
VLE 4 T6<br />
70 VLE 200<br />
T<br />
VLE 3 150<br />
T<br />
VLE 5 100<br />
min 0 , 100 , 80 , 70 , 0 , 100 , 100 100<br />
T4 T1 T2 T3 T<br />
i<br />
T 1<br />
T 2
Cen : representa o i -ésimo cenário para a curva de y , ou seja, é o conjunto dos cenários definidos y em<br />
y<br />
i<br />
q<br />
cada data futura, , q 1, 2, 3, ... .<br />
A figura a seguir ilustra os cenários para variáveis do tipo preço e do tipo taxa.<br />
rT<br />
Cen j<br />
,<br />
T<br />
yi 2<br />
T<br />
yi 1<br />
0<br />
yRef<br />
Figura 2.8-2 – Curva de uma variável sob cenário<br />
: representa o j -ésimo cenário da taxa de juro r para o período de t a T , sob o qual a taxa<br />
T<br />
r, T T T<br />
(nominal) vale r , ou seja, o cenário indica variação r r ;<br />
Cen : representa o j -ésimo cenário para a curva de r , dado pelo conjunto dos cenários para cada prazo,<br />
r<br />
i<br />
Cen<br />
Contíguo , T<br />
k<br />
rTq<br />
Cen j<br />
,<br />
, q 1, 2, ... .;<br />
:é o k -ésimo cenário contíguo para todas as variáveis y e para a taxa r , na data futura T ; e<br />
Contíguo<br />
Cen k : é o k -ésimo cenário contíguo para o conjunto das variáveis y e a taxa r , composto por um cenário<br />
para cada curva y e um cenário para a curva de taxa de juro r ,<br />
São descartados da análise de risco os cenários contíguos resultantes de combinações dos cenários individuais das<br />
variáveis y e da taxa de juro, que o Comitê de Risco considere pouco prováveis do ponto de vista econômico.<br />
Estimação sob cenário<br />
yT<br />
Cen i<br />
,<br />
Curva de preço y sob cenário<br />
A avaliação de risco da carteira fornece tantos valores para o valor acumulado do fluxo de caixa quanto a<br />
quantidade de cenários contíguos definidos para o cálculo da margem.<br />
Contíguo<br />
Denote por VAFC k o valor acumulado do fluxo de caixa sob o k -ésimo cenário contíguo, Cen , e por<br />
T<br />
yi 2<br />
T<br />
yi 1<br />
T<br />
Ref<br />
T<br />
VLE k o valor estimado de liquidação em T sob o mesmo cenário.<br />
y 2<br />
yT<br />
Cen i<br />
2 ,<br />
yT<br />
Cen i<br />
1 , T<br />
yRef 1<br />
.<br />
Página 96<br />
yT<br />
Cen i<br />
1 ,<br />
T 1 T 2 T 1 T 2<br />
j<br />
y<br />
Cen<br />
i<br />
Cen Cen , Cen , Cen , , Cen<br />
Contíguo r y1 y2 yN<br />
k kr k1 k2 kN<br />
y<br />
Curva de taxa y sob cenário<br />
i i Ref<br />
yT<br />
Cen i<br />
2 ,<br />
y<br />
Cen i<br />
Curva y de<br />
referência<br />
k
T1 T1 T2 T1 T2<br />
TQ<br />
VAFC k min 0, VLE k , VLE k VLE k , , VLE k VLE k VLE k<br />
yT , yT<br />
O cômputo da parcela SVP k consiste do cálculo de SVP sob os cenários para curva de taxa de juro e<br />
,<br />
r<br />
Contíguo<br />
para y pertencentes ao cenário Cen k . Para tanto, substitui-se, nas equações (78-b) e (78-c), os termos<br />
F y,1, t, T e Fr t, T - e o termo F y,1, T0 , t nos casos em que t T0(swaps a termo avaliados antes da data-<br />
yT , rT<br />
base) - por suas respectivas estimativas implícitas nos cenários Cen e Cen .<br />
,<br />
Considerando a possibilidade de uma carteira conter operações de swap a termo, é conveniente, tomar<br />
como soma do valor presente associado às operações a termo e do valor presente associado às operações não a<br />
yT , Contíguo<br />
termo. Assim, o valor de SVP sob o cenário Cen é dado por<br />
Considere que, dentre as operações com ponta indexada a e vencimento , não são a termo e são a<br />
termo.<br />
SVP k<br />
yT ,<br />
Não termo<br />
1<br />
1<br />
1<br />
1<br />
A taxa média, no período de t a T , yd , utilizada no cálculo de Q , conforme equação (81), é a taxa diária<br />
T<br />
yT<br />
correspondente a y , dada pelo cenário .<br />
SVP k<br />
yT ,<br />
Termo<br />
i<br />
T y1, T yN , T<br />
VLE k SVP k SVP k<br />
A taxa média, no período de t a T , yd , utilizada no cálculo de Q , conforme equação (81), é a taxa diária<br />
yT<br />
correspondente à taxa forward para o período de a , y , implícita no cenário Cen .<br />
,<br />
k<br />
SVP k SVP k SVP k<br />
y, T y, T y, T<br />
Não termo Termo<br />
G y T G 1 G 2<br />
y, T<br />
i<br />
T<br />
G1<br />
j g 1<br />
dr<br />
d<br />
d<br />
y, T<br />
i<br />
G1<br />
rT ,<br />
j g 1<br />
g g 0, g<br />
g g 0, g<br />
T<br />
i g<br />
A diferenciação entre operações a termo e não a termo é necessária pois, no caso de operações a termo, o fator de<br />
variação acumulada de y entre t e T0 (o termo F y,1, T ,<br />
t da equação (75-b)) representa variação futura e é<br />
Página 97<br />
i<br />
FC F y, p , T , t se y é variável do tipo preço<br />
FC F y, p , T , t Q y , p , t , T se y é variável do tipo taxa<br />
Cen i<br />
,<br />
1 1<br />
FC se y é variável do tipo preço<br />
1 dr<br />
1<br />
y, T<br />
i<br />
G2<br />
T<br />
j g 1<br />
g yT , 0, g<br />
i<br />
1 d<br />
1<br />
FC Q y , p , t, T se y é variável do tipo taxa<br />
1 d 1 d<br />
y, T<br />
i<br />
G2<br />
rT ,<br />
j g 1<br />
g yT , 0, g<br />
i<br />
i g<br />
T 0 T i<br />
0<br />
i<br />
i<br />
(83)<br />
(84)<br />
yT<br />
SVP ,<br />
(85)<br />
(86)
desconhecido em t . Para estas operações, este fator é estimado a partir do cenário para y pertencente ao cenário<br />
Contíguo<br />
Cen k<br />
.<br />
Definidos NC cenários contíguos, a margem de garantia corresponde ao menor valor acumulado do fluxo de<br />
caixa, se negativo, dentre os valores obtidos sob cada cenário contíguo<br />
Exemplo 5: Considere a carteira de swap descrita na tabela a seguir, envolvendo três vencimentos distintos.<br />
Swap Venc.<br />
Margem Carteira de Swaps min VAFC 1 , VAFC 2 , , VAFC NC<br />
T<br />
T<br />
Prazo<br />
Total<br />
Prazo a<br />
decorrer<br />
Valor<br />
base<br />
CARTEIRA<br />
PONTA ATIVA PONTA PASSIVA<br />
Página 98<br />
Variação decorrida<br />
desde a data-base<br />
y p c y p c DI DOL<br />
1 1 2 anos<br />
1.000.000 DOL 4% DI 100 - 12,50% 1%<br />
1 ano<br />
2 3 anos 1.500.000 DI 110 - DOL - 3% 27,35% -0,5%<br />
1<br />
T2<br />
T<br />
3 2 anos 1,5 ano 1.000.000 DI 100 - Pré - 12% 6,0%<br />
4 3 2,5 anos 2 anos 2.000.000 DOL - 3% Pré - 13% -1,5%<br />
Suponha dois cenários contíguos para as variáveis da carteira, dentre as quais Pré e DI são representadas pela<br />
taxa de juro r :<br />
VARIÁVEL<br />
DOL<br />
DI<br />
Pré<br />
DOL, T<br />
SVP<br />
DI, T<br />
SVP Pré,T<br />
SVP<br />
T<br />
VLE<br />
VAFC<br />
CENÁRIO CONTÍGUO<br />
Contíguo<br />
Cen 1<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
T1 T2 3 T 1 T T2 3 T<br />
8% 10% 11% -8% -10% -15%<br />
(aa) 12% 12,5% 12,8% 12% 10,5% 9%<br />
(aa) 12% 12,5% 12,8% 12% 10,5% 9%<br />
VALOR <strong>DE</strong> LIQUIDAÇÃO ESTIMADO SOB CENÁRIO CONTÍGUO<br />
-516.881 - 1.847.479 -440.306 - 1.515.098<br />
806.263 1.060.000 - 806.263 1.060.000 -<br />
- -1.051.253 -2.082.705 - -1.079.923 -2.230.452<br />
289.382 8.747 -235.226 365.957 -19.923 -715.354<br />
0 -369.320<br />
VAFC VLE VLE VLE VLE VLE VLE 3<br />
T1 T1 T2 T1 T2<br />
T<br />
1 min 0, 1 , 1 1 , 1 1 1<br />
min 0, 289.382, 298.129, 62.903 0<br />
VAFC VLE VLE VLE VLE VLE VLE 3<br />
T1 T1 T2 T1 T2<br />
T<br />
2 min 0, 2 , 2 2 , 2 2 2<br />
min 0, 365.957, 346.034, 369.320 369.320<br />
(87)
Supondo a utilização apenas dos cenários e na estimação dos fluxos financeiros, a<br />
margem de garantia vale 369.320 $:<br />
Parâmetros de segurança – ampliação do conjunto de cenários<br />
A fim de contemplar a possibilidade de um choque, ou ruptura, nos níveis das variáveis, além das variações já<br />
implícitas nos cenários definidos originalmente, são definidos parâmetros de segurança, que, aplicados aos cenários<br />
originais de y , geram novos cenários. São eles os parâmetros Jump e de Volatilidade, que permitem gerar cenários<br />
mais conservadores que os originais.<br />
Contíguo<br />
Cen 1<br />
Nesta sessão são definidos os critérios para utilização destes parâmetros sobre os cenários originais e a utilização<br />
dos novos cenários no cálculo da margem de garantia.<br />
Parâmetro Volatilidade - cenários para variáveis do tipo taxa<br />
Este parâmetro está associado às variáveis que representam taxa de juro. O parâmetro é definido por variável e<br />
cenário contíguo, em valor percentual positivo. Supondo, por exemplo, os cenários contíguos,<br />
Contiguo<br />
e<br />
Contiguo<br />
Cen 2 com os respectivos parâmetros de volatilidade 1 e 2 associados a uma variável y , ao cenário de y<br />
pertencente ao cenário contíguo aplica-se e ao cenário de pertencente ao cenário contíguo<br />
aplica-se , mesmo que os cenários de em cada cenário contíguo sejam os mesmos.<br />
Aplica-se às taxas efetivas dadas pelo cenário original, gerando cenários que figuram como uma banda em torno<br />
da curva da variável sob este cenário original - a banda inferior resulta da aplicação de e a banda superior<br />
resulta da aplicação de .<br />
Figura 2.8-3 – Cenários para a curva da variável supondo um choque ao longo da curva<br />
Página 99<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
Margem Carteira de Swaps min VAFC 1 , VAFC 2 369.320<br />
Contiguo<br />
Cen 2 2 y<br />
Taxa de juros y<br />
nominal (aa)<br />
Taxa de juros y<br />
(efetiva)<br />
Contiguo<br />
Cen 1 1 y<br />
Vencimento T<br />
y<br />
Curva sob cenário com +<br />
Curva sob cenário original<br />
Curva sob cenário com -<br />
Curva sob cenário com +<br />
Curva sob cenário original<br />
Curva sob cenário com -<br />
Cen 1
Seja d a taxa efetiva no período entre t e T , correspondente à taxa nominal tx,<br />
onde R é a razão entre o período efetivo de capitalização do juro ( T t ) e o período de referência da taxa<br />
nominal.<br />
y<br />
y<br />
Denote por o cenário derivado do cenário original Cen em função do choque . As variações implícitas<br />
no novo cenário são dadas por<br />
onde as taxas nominais valem, respectivamente quando o novo cenário resulta da adição ou da subtração de<br />
,<br />
e (90)<br />
As taxas efetivas correspondentes são<br />
e (91)<br />
O novo cenário substitui o cenário original na avaliação de risco da carteira de swap, na estimação dos fluxos<br />
T<br />
yT<br />
financeiros VLE . O fator de correção F y,1, t, T utilizado no cálculo dos termos vale, sob o novo<br />
cenário,<br />
Cen i,<br />
T<br />
y i,<br />
y<br />
y<br />
d<br />
d d<br />
y, T y, T<br />
i, i<br />
d d<br />
y, T y, T<br />
i, i<br />
R<br />
1 tx 1 se tx com capitalização exponencial<br />
R tx se tx com capitalização linear<br />
T<br />
T i<br />
i,<br />
T<br />
i<br />
R<br />
y y<br />
y, T T T<br />
i, i, Ref<br />
sendo adicionado ou subtraído conforme a posição indexada a y<br />
seja, respectivamente passiva ou ativa.<br />
1 R<br />
1 y 1 1 se y exponencial<br />
y 1 se y linear<br />
T<br />
T i<br />
i,<br />
T<br />
i<br />
R<br />
1 R<br />
1 y 1 1 se y exponencial<br />
y 1 se y linear<br />
1<br />
1<br />
T<br />
i<br />
T<br />
i<br />
R<br />
Página 100<br />
i<br />
1 y 1 1 se y exponencial<br />
y R 1 se y linear<br />
T<br />
i<br />
T<br />
i<br />
R<br />
1 y 1 1 se y exponencial<br />
y R 1 se y linear<br />
F y,1, t, T 1 d 1 d 1<br />
T T<br />
i, i<br />
SVP ,<br />
(88)<br />
(89)<br />
(92)
Exemplo 6: Considere o cenário para a curva da variável taxa de juro pré-fixada que indique variação de +100<br />
pontos-base em relação à curva de referência, em todos os prazos. A tabela apresenta alguns pontos da curva de<br />
juro – cada célula contém o cenário de variação em relação à curva de referência, em pontos-base, e as taxas de<br />
juro, ao ano e efetiva, para o período correspondente. Suponha taxa exponencial e parâmetro 20% .<br />
CENÁRIO<br />
PARA A TAXA PRÉ<br />
Cenário original<br />
Cenário original com<br />
adição de 20%<br />
Cenário original com<br />
subtração de 20%<br />
No cenário alterado por choque positivo:<br />
Página 101<br />
PRAZO<br />
1 dia 3 meses 12 meses 24 meses<br />
100<br />
13,70%<br />
0,051%<br />
395,66<br />
16,66%<br />
0,061%<br />
-188,19<br />
10,82%<br />
0,041%<br />
3m 3m R<br />
1 R<br />
1 4<br />
Cen Cen<br />
No cenário alterado por choque negativo:<br />
e<br />
100<br />
13,50%<br />
3,10%<br />
385,61<br />
16,36%<br />
3,86%<br />
-180,32<br />
10,70%<br />
2,57%<br />
Parâmetro Jump ( J)<br />
– cenários para variáveis do tipo preço<br />
100<br />
12,50%<br />
12,50%<br />
350,00<br />
15,00%<br />
15,00%<br />
-150,00<br />
10,00%<br />
10,00%<br />
r , 1 r 1 1 = 1,135 1,2 0,2 1 16,36%<br />
r ,3 m r ,3m 3m 14<br />
1 4<br />
Cen Cen Cen<br />
d , d 1 1 r 1 1 1,135 1 1,2 3,86%<br />
y<br />
3m 1 4<br />
Cen<br />
100<br />
10,00%<br />
21,00%<br />
289,28<br />
11,89%<br />
25,20%<br />
-92,60<br />
8,07%<br />
16,80%<br />
Fatores deste tipo estão associados às variáveis que representam preço ou valor de um índice, como taxas de<br />
câmbio de moedas, índices de inflação, de ações, etc., e são definidos com a finalidade de capturar a ocorrência de<br />
um salto, ou choque, não previsto nos cenários definidos originalmente.<br />
O parâmetro Jump é definido por variável e cenário contíguo, tal qual o parâmetro , sendo estabelecidos dois<br />
valores percentuais, J e J , respectivamente negativo e positivo, para cada combinação de variável e cenário<br />
contíguo.<br />
, 1,135 0,8 0,2 1 10,70%<br />
4<br />
A suposição da ocorrência, em data futura T , de um choque de valor J sobre a variável y corresponde à<br />
aplicação do choque J à curva de y sob cenário em todas as datas posteriores a T , de modo que a curva sofre<br />
variação apenas a partir de T . A figura a seguir ilustra as curvas sob um cenário original e sob o cenário dele<br />
derivado através de J.<br />
d<br />
4<br />
r,3m 1 4<br />
Cen<br />
, 1,135 1 0,8 2,57%
Valor da variável y<br />
Curva y sob cenário original<br />
Curva y sob novo cenário, J > 0<br />
Curva y sob novo cenário, J < 0<br />
Figura 2.8-4 – Cenários para a curva de uma variável supondo a ocorrência de um choque em<br />
y<br />
y<br />
Denote por Cen * o cenário decorrente do cenário original Cen para a curva de y em função do choque J,<br />
i,, J T<br />
y<br />
em T . Os valores de y sob este novo cenário Cen * e as variações nele implícitas são , respectivamente,<br />
y<br />
T<br />
T i<br />
iJ , T<br />
i<br />
y se T T<br />
y 1 J se T T<br />
yT ,<br />
i<br />
se T T<br />
yT ,<br />
e iJ , (93)<br />
yT ,<br />
1 1 J 1 se T T<br />
O salto do cenário original para o novo cenário, ou seja, a diferença entre a curva sob o cenário e a<br />
y<br />
y<br />
curva sob o cenário Cen , em cada T a partir de T , é linear no valor de y , pois<br />
T<br />
Na avaliação do valor de liquidação VLE , o fator de correção F y,1, t, T utilizado no cálculo dos termos<br />
yT<br />
SVP ,<br />
vale, sob o novo cenário de y ,<br />
i<br />
T*<br />
i,, J T<br />
Data futura T<br />
Salto y y J y<br />
Exemplo 7: Considere o cenário para a curva futura da variável taxa de câmbio de real por dólar, que indique<br />
variações de 6%, 7%, 8%, 10% e 11%, respectivamente nos prazos de 1 dia, 3, 12, 18 e 24 meses. Suponha que<br />
os parâmetros J e J<br />
desta variável sejam definidos em -5% e 5% respectivamente, em todos os cenários<br />
Página 102<br />
y J T<br />
T T T T<br />
i, J i i<br />
F y,1, t, T 1 1 1 J<br />
y, T y, T<br />
i, J i<br />
i<br />
i<br />
y<br />
y<br />
Cen *<br />
i,, J T<br />
(94)
contíguos que contenham este cenário. O cenário para a curva de taxa de câmbio gerado sob a hipótese de<br />
ocorrência de choque negativo em algum momento entre o 6 o e o 12 o meses é dado pelas seguintes variações:<br />
DOL,1 d DOL,1 d<br />
Cen, J Cen<br />
DOL,3 m DOL,3m Cen, J Cen<br />
6%<br />
A tabela a seguir apresenta a variação e o valor da taxa de câmbio, para os prazos de 3, 6, 12, 18 e 24 meses,<br />
sob o cenário original e sob os cenários gerados sob a hipótese de ocorrência (i) de choque negativo entre o 6 o e<br />
o 12 o meses e (ii) de choque positivo entre o 12 o e o 18 o meses. Supõe-se a taxa de câmbio a vista a R$ 2 / US$<br />
na data de análise.<br />
CENÁRIO<br />
PARA A TAXA <strong>DE</strong><br />
CÂMBIO REAL x<br />
DÓLAR<br />
Cenário original<br />
Cenário original com<br />
entre o 6 o e o 12 o meses<br />
Cenário original com<br />
entre o 12 o e o 18 o meses<br />
7%<br />
1 1 J 1 1 0,08 1 0,05 1 2,60%<br />
,<br />
DOL,12 m DOL,12 m<br />
Cen J<br />
Cen<br />
1 1 J 1 1 0,1 1 0,05 1 4,50%<br />
,<br />
DOL,18 m DOL,18 m<br />
Cen J<br />
Cen<br />
1 1 J 1 1 0,11 1 0,05 1 5,45%<br />
,<br />
DOL,24 m DOL,24 m<br />
Cen J<br />
Cen<br />
J<br />
J<br />
Página 103<br />
PRAZO<br />
1 dia 3 meses 12 meses 18 meses 24 meses<br />
6%<br />
2,12<br />
6%<br />
2,12<br />
6%<br />
2,12<br />
7%<br />
2,14<br />
7%<br />
2,14<br />
7%<br />
2,14<br />
8%<br />
2,16<br />
2,60%<br />
2,052<br />
8%<br />
2,16<br />
10%<br />
2,20<br />
4,50%<br />
2,09<br />
15,50%<br />
2,31<br />
11%<br />
2,22<br />
5,45%<br />
2,109<br />
16,55%<br />
2,331<br />
A incorporação dos parâmetros de segurança à avaliação de risco da carteira representa uma ampliação do conjunto<br />
de cenários contíguos, além daqueles definidos originalmente. O critério para aplicação dos choques e formação<br />
dos novos cenários contíguos deve permitir que se avalie o impacto deles sobre o fluxo de caixa da carteira em<br />
função da data de ocorrência do choque nas variáveis do tipo preço. A data deste choque é de fato relevante - dado<br />
y<br />
um cenário Cen para a variável y e uma carteira contendo uma ponta de swap associada a y , com vencimento<br />
em T , o valor acumulado do fluxo da carteira assume valores distintos de acordo com o momento do choque sobre<br />
y - antes de T ou após T . O cenário resultante da ocorrência de choque antes de T tem impacto sobre o valor de<br />
liquidação desta ponta, em relação ao cenário original, enquanto que o cenário resultante de um choque em<br />
qualquer data posterior a T<br />
gera um novo cenário sob o qual o valor de liquidação é igual ao estimado sob o<br />
cenário original.<br />
Para o cálculo da margem de garantia utilizando os parâmetros de segurança, avalia-se o fluxo de caixa acumulado<br />
sob os cenários contíguos derivados das situações (i), (ii) e (iii), percorrendo todos os vencimentos presentes na<br />
carteira ao simular (ii) e (iii):
i. ocorrência de choque<br />
do tipo preço;<br />
em todas as variáveis do tipo taxa e não ocorrência de choque J em nenhuma variável<br />
ii. ocorrência de choque em todas as variáveis do tipo taxa e ocorrência de choque J positivo imediatamente e<br />
apenas antes de um vencimento T , em todas as variáveis do tipo preço; e<br />
iii. ocorrência de choque em todas as variáveis do tipo taxa e a ocorrência de choque J negativo imediatamente<br />
e apenas antes de um vencimento T , em todas as variáveis do tipo preço.<br />
Seja VAFC k, o valor acumulado do fluxo de caixa sob o cenário que resulta da aplicação de sobre os<br />
Contíguo<br />
cenários das variáveis do tipo taxa que compõem o cenário contíguo original Cen .<br />
Sejam VAFC k, , J , T e VAFC k, , J , T os valores acumulados do fluxo de caixa calculados sob o cenário<br />
Contíguo<br />
original Cen alterado por e por choque, respectivamente negativo e positivo, imediatamente e apenas<br />
antes de T , em todas as variáveis do tipo preço. Os valores de J e J são os correspondentes a cada variável no<br />
Contíguo<br />
cenário Cen .<br />
k<br />
k<br />
Cada cenário contíguo original gera, desta maneira, 1 2 Q novos cenários contíguos:<br />
(0) o cenário original com choque nas variáveis do tipo taxa e nenhum choque nas variáveis do<br />
tipo preço<br />
(1) o cenário em (0) com choque negativo, imediatamente e apenas antes de , nas variáveis do<br />
tipo preço<br />
(2) o cenário em (0) com choque negativo, imediatamente e apenas antes de , nas variáveis do<br />
tipo preço<br />
( ) o cenário em (0) com choque negativo, imediatamente e apenas antes de T , nas variáveis do<br />
Q Q<br />
tipo preço<br />
Q T 1<br />
( +1) o cenário em (0) com choque positivo, imediatamente e apenas antes de , nas variáveis do tipo<br />
preço<br />
Q T 2<br />
( +2) o cenário em (0) com choque positivo, imediatamente e apenas antes de , nas variáveis do tipo<br />
preço<br />
( 2Q ) o cenário em (0) com choque positivo, imediatamente e apenas antes de TQ<br />
, nas variáveis do<br />
tipo preço.<br />
Página 104<br />
k<br />
T 1<br />
T 2
Havendo NC cenários contíguos originais, uma carteira de swap com Q vencimentos é avaliada sob, no mínimo<br />
NC e no máximo NC 1 2 Q cenários distintos.<br />
O valor da margem de garantia é dado pelo menor valor do fluxo de caixa sob todos os cenários resultantes dos<br />
cenários originais em função dos parâmetros de segurança e Jump .<br />
onde VAFC k representa o valor acumulado do fluxo de caixa associado aos cenários gerados a partir de<br />
Cen e dos parâmetros e J<br />
Contíguo<br />
k<br />
Exemplo 8: Considere a carteira descrita na tabela a seguir.<br />
Swap Venc. Prazo<br />
Total<br />
T<br />
1 2 anos<br />
1<br />
Prazo a<br />
decorrer<br />
1<br />
ano<br />
Valor<br />
base<br />
CARTEIRA<br />
Ponta ativa Ponta passiva<br />
Variação decorrida desde<br />
a data-base<br />
y p c y p c DI DOL EUR<br />
1.000.000 DOL 4% DI 100 - 12,50% 1%<br />
2<br />
2 anos<br />
1.000.000 DOL 4% DI 100 -<br />
-1%<br />
1,5<br />
T2 6,0%<br />
ano<br />
3 2 anos 1.000.000 DI 100 - EUR - 5% -1%<br />
Neste exemplo, calcula-se a margem de garantia considerando-se o efeito dos fatores de segurança para as taxas<br />
de câmbio e para a taxa de juro.<br />
Suponha dois cenários contíguos para as variáveis da carteira, dentre as quais Pré e DI são representadas pela<br />
taxa de juro r .<br />
O valor presente associado à variável DI representa posições passiva e ativa, respectivamente em e em ,<br />
de modo que o choque aplicado à curva de juro, na correção do valor da ponta até o vencimento é positivo<br />
na estimação de<br />
T<br />
e negativo na estimação de<br />
T<br />
.<br />
VARIÁVEL<br />
Margem Carteira de Swaps min VAFC 1 , VAFC 2 , , VAFC NC<br />
VLE 1<br />
VAFC k min VAFC k, , VAFC k, , J , T , VAFC k, , J , T<br />
1 q Q<br />
20% em r 20% em r<br />
CENÁRIOS GERADOS A PARTIR <strong>DE</strong><br />
T 1<br />
Antes de :<br />
J 5%<br />
DOL<br />
J 5%<br />
EUR<br />
VLE 2<br />
Página 105<br />
20% em r<br />
T 1<br />
T 2<br />
Entre e :<br />
J 5%<br />
DOL<br />
J 5%<br />
EUR<br />
q q<br />
Contíguo<br />
Cen 1<br />
=20% em<br />
T 1<br />
Antes de :<br />
J 5%<br />
DOL<br />
J 3%<br />
EUR<br />
r<br />
=20% para<br />
T 1<br />
Entre e :<br />
T1 T2 T 2<br />
J 5%<br />
DOL<br />
J 3%<br />
EUR<br />
T1 T2 1 T T2 1 T T2 1 T T2 1 T T2<br />
r<br />
(95)
DOL 8% 10% 2,60% 4,50% 8% 4,50% 13,40% 15,50% 8% 15,50%<br />
EUR 7% 12% 1,65% 6,40% 7% 6,40% 10,21% 15,36% 7% 15,36%<br />
DI (aa) 14,40% 10,06% 14,40% 10,06% 14,40% 10,06% 14,40% 10,06% 14,40% 10,06%<br />
Pré (aa) 12,00% 12,50% 12,00% 12,50% 12,00% 12,50% 12,00% 12,50% 12,00% 12,50%<br />
T<br />
VLE<br />
VAFC<br />
-95,70 -37,40 -148,40 -35,50 -95,70 -35,50 -43,00 -18,70 -95,70 -18,70<br />
-133,10 -183,90 -131,20 -61,70 -114,40<br />
Análise semelhante para os cenários gerados a partir do cenário , com os mesmos valores para os<br />
parâmetros , , , e J , resulta nas seguintes estimativas:<br />
VARIÁVEL<br />
JDOL JDOL JEUR EUR<br />
20% em r<br />
T 1<br />
Antes de :<br />
J 5%<br />
DOL<br />
J 5%<br />
EUR<br />
CENÁRIOS GERADOS A PARTIR <strong>DE</strong><br />
20% em r<br />
T 1<br />
T 2<br />
Entre e :<br />
J 5%<br />
DOL<br />
J 5%<br />
EUR<br />
=20% em<br />
Antes de :<br />
Página 106<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
=20% para<br />
Entre e :<br />
20% em r<br />
DOL -8% -10% -12,60% -14,50% -8,00% -14,50% -3,40% -5,50% -8,00% -5,50%<br />
EUR -7% -11% -11,65% -15,45% -7,00% -15,45% -4,21% -8,33% -7,00% -8,33%<br />
DI (aa) 14,40% 8,44% 14,40% 8,44% 14,40% 8,44% 14,40% 8,44% 14,40% 8,44%<br />
Pré (aa) 12,00% 10,50% 12,00% 10,50% 12,00% 10,50% 12,00% 10,50% 12,00% 10,50%<br />
T<br />
VLE<br />
VAFC<br />
-251,77 -6,64 -296,63 -6,30 -251,77 -6,30 -206,90 9,76 -251,77 9,76<br />
-258,40 -302,94 -258,07 -206,90 -251,77<br />
A margem de garantia decorre dos valores acumulados de fluxo de caixa sob todos os cenários derivados dos<br />
cenários contíguos originais<br />
Contíguo<br />
e<br />
Contíguo<br />
Este resultado é observado sob o cenário , com choque negativo nas taxas de câmbio antes do<br />
vencimento mais curto (swap 1), além do choque na taxa utilizada para corrigir o valor da posição indexada à<br />
variável DI, da data de análise até o vencimento.<br />
T 1<br />
J 5%<br />
DOL<br />
J 3%<br />
EUR<br />
r<br />
T 1<br />
J 5%<br />
DOL<br />
J 3%<br />
EUR<br />
T1 T2 1 T T2 1 T T2 1 T T2 1 T T2<br />
Cen 1<br />
Cen 2<br />
Margem Carteira de Swaps<br />
Contíguo<br />
Cen 2<br />
302,94<br />
T 2<br />
r
Margem Mínima<br />
A margem de swap é composta, além da parcela obtida da análise de cenários de estresse, por uma parcela de<br />
margem mínima, que representa mais um fator de segurança, definido em função da liquidez do contrato.<br />
A margem mínima é calculada por operação, de acordo com as variáveis de cada ponta do swap e com o prazo. A<br />
margem mínima para a operação de valor-base , com pontas indexadas a e y e vencimento em T ,<br />
correspondente a prazo de n em dias corridos em relação à data de análise, é dada por<br />
onde o fator<br />
0 .<br />
ab , n é o parâmetro de margem mínima para swaps com pontas indexadas a a e y e prazo n ,<br />
A margem mínima de uma operação a termo é calculada sobre o período desde a data de análise até o vencimento<br />
do swap.<br />
A margem mínima da carteira associada a cada par de indexadores e é a consolidação das margens mínimas<br />
y<br />
de todas as operações envolvendo as duas variáveis.<br />
V0 ya b<br />
MM Op y , y V n<br />
a b 0 a, b<br />
Por fim, a margem mínima da carteira é a soma dos valores absolutos de margem mínima associada a cada par de<br />
variáveis<br />
A margem de garantia da carteira, incorporada a sua parcela de margem mínima é, portanto, dada por<br />
Página 107<br />
n<br />
360<br />
ya b<br />
MM y , y Abs MM Op y , y MM Op y , y<br />
a b i a b j a b<br />
Swaps<br />
y a x yb Swaps<br />
y b x ya<br />
MM MM y , y<br />
ya, yb<br />
a b<br />
y b<br />
Margem Carteira de Swaps min VAFC 1 , VAFC 2 , ,<br />
VAFC NC MM<br />
(96)<br />
(97)<br />
(98)<br />
(99)
Exemplo 9: Considere a carteira do Exemplo 5. A última coluna na tabela a seguir indica os valores de<br />
margem mínima de cada swap, obtidos conforme a equação (96), supondo fator de margem mínima igual a 1%<br />
para qualquer par de variáveis e qualquer prazo.<br />
Swap Venc.<br />
T<br />
Prazo<br />
Total<br />
Prazo a<br />
decorrer<br />
Valor<br />
base<br />
CARTEIRA<br />
PONTA ATIVA PONTA PASSIVA Margem mínima<br />
eq. (21)<br />
y p c y p c<br />
1 1 2 anos<br />
1.000.000 DOL 4% DI 100 - 10.000,00<br />
1 ano<br />
2 3 anos 1.500.000 DI 110 - DOL - 3% 15.000,00<br />
T1<br />
T2<br />
T<br />
3 2 anos 1,5 ano 1.000.000 DI 100 - Pré - 12% 12.247,45<br />
4 3 2,5 anos 2 anos 2.000.000 DOL - 3% Pré - 13% 28.284,27<br />
A margem mínima desta carteira é dada por<br />
A margem mínima correspondente aos swaps envolvendo as variáveis DOL e DI é a diferença entre a soma das<br />
margens mínimas dos swaps DOL x DI e a soma das margens mínimas dos swaps DI x DOL<br />
Analogamente para os demais pares, MM Pré, DI 12.247,45 e MM DOL, Pré 28.284,27<br />
A margem mínima total da carteira vale<br />
e a margem de garantia da carteira, incorporada a parcela de margem mínima, passa a valer,<br />
A margem de garantia para posições em contratos a termo negociados no Mercado de Balcão – sobre moedas e<br />
commodities metálicas – é apurada conforme a metodologia de cálculo de margem para contratos de swap, uma vez<br />
um contrato a termo equivale a um ou mais contratos de swap. Tal equivalência refere-se ao resultado da operação<br />
a termo e do(s) swap(s).<br />
Considere a forma mais simples de um contrato a termo – aquele que determina a compra / venda de uma<br />
quantidade q de um ativo-objeto, à vista, pelo preço F , na data futura T , sendo F fixado em moeda local.<br />
Denote por e S os preços à vista de referência do ativo-objeto, respectivamente na data em que se firmou o<br />
contrato a termo e na data de vencimento. O resultado da operação para o comprador é dado por<br />
que pode ser reescrito como<br />
MM MM DOL, DI MM Pré, DI MM DOL, Pré<br />
MM DOL, DI Abs 10.000 15.000 5.000<br />
MM MM DOL, DI MM Pré, DI MM DOL, Pré 45.531,72<br />
Margem Carteira de Swaps min VAFC 1 , VAFC 2 MM 369.320 45.531,72 414.851,72<br />
S0 T<br />
q ST F<br />
Página 108<br />
(100)
S F S<br />
q S q S 1 c<br />
T T<br />
0<br />
S0 S0 0<br />
S0<br />
onde é a taxa efetiva implícita na diferença entre S e F , conhecida quando da negociação do contrato. Esta<br />
c 0<br />
equação representa o valor de um swap com as seguintes características:<br />
valor nocional q S ;<br />
0<br />
vencimento em T ;<br />
ponta ativa indexada ao preço à vista do ativo-objeto do contrato a termo; e<br />
ponta passiva pré-fixada em moeda local, à taxa efetiva c .<br />
Supondo que o preço do ativo-objeto seja fixado em moeda estrangeira, a compra a termo é equivalente a um swap<br />
com as mesmas características descritas acima, à exceção da ponta passiva, que, neste caso, é indexada à taxa de<br />
câmbio entre a moeda local e a moeda estrangeira mais uma taxa de juro pré-fixada na moeda estrangeira.<br />
As características do(s) swap(s) equivalente(s) a um contrato a termo dependem das características do contrato a<br />
termo – o ativo-objeto do contrato, as moedas envolvidas, o tipo de cotação utilizada na definição de F<br />
, etc.<br />
Sendo assim, para apuração da margem de garantia do conjunto de posições em contratos a termo, cada contrato é<br />
convertido em um contrato de swap e incorporado ao conjunto de posições em swap, aplicando-se a metodologia de<br />
cálculo de margem definida para um portfólio de swaps.<br />
Página 109<br />
(101)
2.9. Teste de Estresse para Opções Flexíveis - Metodologia de Cálculo de<br />
Margem para Carteira de Contratos de Opção Flexível<br />
A margem de garantia requerida para uma carteira de opções flexíveis deve ser suficiente para cobrir o valor<br />
de liquidação da posição que, para apuração do risco deste tipo de contrato, corresponde à soma dos valores de<br />
liquidação de cada posição da carteira no respectivo vencimento.<br />
A metodologia de cálculo de margem baseia-se na avaliação do valor de liquidação das posições sob cenários<br />
para o valor do ativo-objeto, cenários estes definidos a partir de parâmetros relacionados ao ativo-objeto, sua<br />
volatilidade e às taxas de juro. Posições travadas podem promover redução de margem e, em função da<br />
liquidez reduzida, não há compensação de risco entre posições em opções sobre ativos-objeto e vencimentos<br />
distintos.<br />
Esta seção apresenta os critérios da metodologia em 4 partes<br />
margem de uma posição titular;<br />
margem de uma posição lançadora;<br />
margem de posições travadas; e<br />
margem da carteira de opções flexíveis.<br />
T<br />
Sejam S e S os valores do ativo-objeto, respectivamente na data de avaliação da carteira e na data futura T ,<br />
vencimento de uma opção. A metodologia baseia-se em dois cenários para o valor do ativo-objeto em cada<br />
ST , ST , T<br />
vencimento – um cenário de alta Cen e um cenário de baixa Cen . Sob tais cenários, S assume os<br />
T T<br />
valores S e S , respectivamente,<br />
e<br />
A<br />
n<br />
T<br />
n<br />
, A 1 i 1 F 360<br />
1 1 F2 F4<br />
1 (102)<br />
360<br />
n<br />
T<br />
n<br />
, B 1 i 1 F 360<br />
1 1 F2 F4<br />
1 (103)<br />
360<br />
onde n é o prazo até o vencimento T da posição, em dias corridos, e i , F1 , F2 e F4 são parâmetros da<br />
metodologia.<br />
B<br />
T T<br />
SA S 1 A<br />
T T<br />
SB S 1 B<br />
A<br />
Define-se um valor mínimo para o valor de liquidação no vencimento / encerramento da posição, denominado<br />
margem mínima e denotado MM<br />
MM F S Abs Q<br />
3<br />
C V<br />
Posições titulares e lançadoras são denotadas respectivamente por Pos e Pos . Os índices “ C ” e “ V<br />
”<br />
adicionados às demais variáveis, se necessário, fazem referência às posições titular e lançadora,<br />
respectivamente. O termo prêmio refere-se ao valor total pago / recebido da operação envolvido na operação<br />
que originou sua posição<br />
Página 110<br />
B<br />
(104)
Os contratos de opção flexível contêm diversas características que lhe conferem a denominação “flexível”, tais<br />
como (i) não padronização de datas de vencimento; (ii) possibilidade de escolha da data de pagamento do<br />
prêmio e da modalidade de exercício; e (iii) possibilidade de definição de limite para o valor do ativo-objeto<br />
no exercício (limitador de preço), de definição de barreira knock-in, barreira knock-out e prêmio de rebate,<br />
pago ao titular em caso de acionamento / não acionamento das barreiras knock-out / knock-in.<br />
Os parâmetros do contrato referentes a tais características são denominados de acordo com a seguinte notação:<br />
P<br />
X<br />
PB<br />
ID<br />
IU<br />
OD<br />
OU<br />
Reb<br />
: prêmio da opção, determinado na negociação;<br />
: preço de exercício da opção;<br />
: limitador para o valor do ativo-objeto no exercício;<br />
: valor da barreira do tipo knock-in-and-down;<br />
: valor da barreira do tipo knock-in-and-up;<br />
: valor da barreira do tipo knock-out-and-down;<br />
: valor da barreira do tipo knock-out-and-up;<br />
: prêmio de rebate, por unidade do ativo-objeto;<br />
T : vencimento da opção; e<br />
TM : tamanho do contrato;<br />
Define-se Q como a quantidade total do ativo-objeto correspondente à posição em q unidades de uma opção,<br />
Q q TM .<br />
2.9.1. Margem de Uma Posição Titular<br />
Uma vez que a única obrigação, perante a Câmara, do titular de uma opção flexível é o pagamento do prêmio,<br />
a margem dele requerida é nula após a liquidação do prêmio, ou seja,<br />
C<br />
Margem Pos<br />
2.9.2. Margem de Uma Posição Lançadora<br />
P até a liquidação do prêmio P<br />
Diferentemente do titular de uma opção, a obrigação do lançador estende-se até o vencimento do contrato,<br />
sendo ele a contraparte devedora. Assim, para o cálculo da margem de garantia requerida de uma posição<br />
lançadora são definidos cenários de estresse para o valor do ativo-objeto na data de vencimento da opção.<br />
Em relação ao acionamento de barreiras knock-in e knock-out, vale ressaltar que<br />
0<br />
após a liquidação do prêmio P<br />
considera-se sem barreira knock-in a opção cuja barreira knock-in tenha sido atingida até o momento do<br />
cálculo da margem; e<br />
deixa de compor a carteira a posição cuja barreira knock-out tenha sido acionada até o momento do cálculo<br />
da margem.<br />
Página 111<br />
(105)
Dada a possibilidade de combinação, no mesmo contrato, de limitador de preço ( PB ) e barreiras knock-in (<br />
ID ou IU ) e knock-out ( OD ou OU ), a estimação do valor de liquidação no vencimento / encerramento da<br />
posição deve contemplar as diversas possibilidades de combinação entre barreiras acionadas e não acionadas.<br />
Por isso, o valor da margem é determinado através da avaliação de uma seqüência de condições, conforme<br />
descrito a seguir.<br />
Considere os limites superior e inferior para o valor do ativo-objeto, na data de vencimento – o limitador de<br />
preço, caso esteja definido, ou o valor do ativo-objeto, caso contrário.<br />
LimS<br />
A<br />
S se não está definido PB<br />
T<br />
A<br />
PB se está definido PB<br />
T<br />
SB se não está definido PB<br />
e LimSB<br />
(106)<br />
PB se está definido PB<br />
Margem de posição lançadora em opção de compra<br />
Considere as seguintes situações referentes ao acionamento / não acionamento das barreiras knock-in e knock-<br />
T<br />
out, sob os cenários para S .<br />
(i) a opção tem barreira IU e S IU<br />
T<br />
(vii) a opção tem barreira OU e S OU , com<br />
A margem da posição é determinada através da verificação de todas as condições a seguir, na seqüência em<br />
que são apresentadas:<br />
V<br />
se (i) ou (ii), Margem Pos max MM, Reb<br />
(C-1)<br />
V T<br />
se (iv) ou (vi), Margem Pos max MM , Abs Q min LimS , S X<br />
(C-2)<br />
V T<br />
se (v), Margem Pos max MM , Reb, Abs Q min LimS , S X<br />
(C-3)<br />
V<br />
se (vii), Margem Pos max MM , Reb, Abs Q min LimS , OU X (C-4)<br />
V T<br />
caso contrário, Margem Pos max MM , Reb, Abs Q min LimS , S X<br />
(C-5)<br />
Margem de posição lançadora em opção de venda<br />
Considere as seguintes situações referentes ao acionamento / não acionamento das barreiras knock-in e knock-<br />
T<br />
out, sob cenários para S :<br />
(i) a opção tem barreira IU e<br />
T<br />
A<br />
T<br />
B<br />
T<br />
B<br />
T<br />
B<br />
T<br />
B<br />
T<br />
(ii) a opção tem barreira ID e S ID<br />
(iii) a opção tem barreira ID e S ID<br />
(iv) a opção tem barreira OD e S OD<br />
(v) a opção tem barreira OD e S OD<br />
(vi) a opção tem barreira OU e S OU<br />
T<br />
SA IU<br />
S<br />
T<br />
ID<br />
S<br />
Página 112<br />
1 se (iii)<br />
A<br />
A<br />
1 caso contrário<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A
(ii) a opção tem barreira IU e S IU<br />
(v) a opção tem barreira OD e<br />
(vi) a opção tem barreira OU e<br />
T<br />
A<br />
T<br />
B<br />
T<br />
(iii) a opção tem barreira ID e S ID<br />
(iv) a opção tem barreira OD e S OD<br />
T<br />
S OD<br />
T<br />
SA OU<br />
T<br />
(vii) a opção tem barreira OU e S OU , com<br />
A margem da posição é determinada através da verificação das condições a seguir, na seqüência em que são<br />
apresentadas:<br />
V<br />
se (i) ou (iii), Margem Pos max MM, Reb<br />
(V-1)<br />
V T<br />
se (iv) ou (vi), Margem Pos max MM , Abs Q X max LimS , S<br />
(V-2)<br />
V<br />
se (v), Margem Pos max MM , Reb, Abs Q X max LimS , OD<br />
(V-3)<br />
V T<br />
se (vii), Margem Pos max MM , Reb , Abs Q X max LimS , S<br />
(V-4)<br />
V T<br />
caso contrário Margem Pos max MM , Reb, Abs Q X max LimS , S<br />
(V-5)<br />
2.9.3. Margem de Posições Travadas<br />
A<br />
S<br />
Uma trava é um par de posições – uma posição comprada e uma posição vendida - em opções do mesmo tipo<br />
(opção de compra ou opção de venda), européias, e, em comum o ativo-objeto, o vencimento, a cotação do<br />
ativo-objeto no exercício, o tipo e o valor da barreira.<br />
Trava<br />
O tamanho da trava, Q , corresponde à menor dentre as quantidades das posições comprada e vendida que<br />
formam a trava, ou seja,<br />
O saldo de uma posição parcialmente travada pode ser utilizado na formação de outras travas. Caso tal<br />
utilização não ocorra, determina-se a margem de garantia da posição remanescente de acordo com os critérios<br />
descritos para uma posição titular ou lançadora, conforme o caso. A seqüência de formação de travas obedece<br />
à ordenação dos preços de exercício, minimizando as diferenças entre os preços de exercício das posições<br />
titular e lançadora - dentre as opções que podem formar uma trava com uma opção de preço de exercício X ,<br />
toma-se aquela com preço de exercício mais próximo a X .<br />
Havendo prêmio a liquidar da posição titular, o prêmio proporcional à parcela da posição titular na trava, IP<br />
, compõe o valor da margem da trava<br />
T<br />
Página 113<br />
IU<br />
S<br />
Trava C V<br />
Q min Q , Q<br />
1 se (ii)<br />
B<br />
B<br />
1 caso contrário<br />
B<br />
B<br />
B<br />
B<br />
(107)
C<br />
IP<br />
C<br />
P<br />
Trava<br />
Q<br />
até a liquidação do prêmio diferido<br />
C<br />
Q<br />
0 após a liquidação do prêmio diferido<br />
Trava<br />
Para trava envolvendo barreira (knock-out), define-se Reb como o rebate resultante para posição travada,<br />
dado por<br />
Reb<br />
Trava<br />
Reb<br />
V<br />
max 0 ,Reb Reb<br />
V C<br />
O rebate da trava é incorporado à margem quando, sob cenário, a barreira knock-out da posição vendida é<br />
acionada. Para simplificar as equações de margem, utilizam-se as constantes ,<br />
0 se S OU<br />
T<br />
A<br />
V<br />
A T<br />
1 se SA V<br />
OU<br />
Página 114<br />
(108)<br />
se barreira knock - out da compra barreira knock - out da venda<br />
se barreira knock - out da compra barreira knock - out da venda<br />
(109)<br />
T V<br />
0 se SB OD<br />
e B (110)<br />
T V<br />
1 se S OD<br />
A metodologia reconhece as travas listadas a seguir, consideradas apenas quando implicarem em redução de<br />
margem.<br />
Trava com opções idênticas<br />
C<br />
Esta é a trava mais trivial – as posições titular e lançadora têm preços de exercício iguais ( X<br />
V<br />
X ),<br />
C<br />
limitadores de preço no exercício iguais ( PB<br />
V<br />
C<br />
PB ), mesmos valores de barreira knock-in ( ID<br />
V<br />
ID ou<br />
C<br />
IU<br />
V<br />
C<br />
IU ), mesmos valores de barreira knock-out ( OD<br />
V<br />
C<br />
OD ou OU<br />
V<br />
OU ) e mesmos valores de<br />
C<br />
rebate ( Reb<br />
V<br />
Reb ). A igualdade de todas as características equivale a uma posição “zerada” em um<br />
mesmo contrato de opção e, portanto, não requer margem de garantia além do valor do prêmio ainda não<br />
liquidado referente à assunção da posição titular.<br />
C<br />
Margem Trava I P<br />
Trava com opções sem barreiras e sem limitadores de preço<br />
Esta trava corresponde aos spreads de alta ou de baixa, cujos pay-offs são limitados entre zero e a diferença<br />
entre os preços de exercício. A margem de garantia é dada por<br />
Margem Trava<br />
C Trava C V<br />
I P Q max 0, X X se Trava com opções de compra<br />
C Trava V C<br />
I P Q max 0, X X se Trava<br />
com opções de venda<br />
B<br />
(111)<br />
(112)
Trava com opções de compra exclusivamente com barreira knock-out-and-down e sem limitadores de<br />
preço<br />
Margem Trava<br />
I P Reb se X X<br />
C Trava C V<br />
B<br />
I P max MM , Reb , Q min X ,S X se X X<br />
C V Trava Trava C T V C V<br />
B A<br />
Trava com opções de compra exclusivamente com barreira knock-out-and-up e sem limitadores de<br />
preço<br />
Margem Trava<br />
I P Reb se X X<br />
C Trava C V<br />
A<br />
I P max MM , Q min X ,S X se X X e S OU<br />
C V Trava C T V C V T V<br />
A A<br />
C V Trava Trava C V V<br />
I P max MM , Reb , Q min X ,OU X se X X e S OU<br />
Trava com opções de venda exclusivamente com barreira knock-out-and-down e sem limitadores de<br />
preço<br />
Margem Trava<br />
I P Reb se X X<br />
C Trava C V<br />
B<br />
Trava com opções de venda exclusivamente com barreira knock-out-and-up e sem limitadores de preço<br />
As travas são formadas através da execução de um algoritmo sobre cada grupo de posições que atendam a definição<br />
de trava. No grupo de posições em opções de venda, a busca segue a ordem crescente de preço de exercício; no<br />
grupo de posições em opções de compra, a busca segue a ordem decrescente de preço de exercício.<br />
2.9.4. Margem da Carteira de Opções Flexíveis<br />
A margem de uma carteira de opções flexíveis é dada pela soma das margens de cada posição, ou da trava da qual a<br />
posição faça parte, se a formação da trava representar diminuição da margem.<br />
Página 115<br />
(113)<br />
C V T<br />
A<br />
V<br />
I P max MM , Q X max X ,S se X X e S OD<br />
C V Trava V C T C V T V<br />
B B<br />
C V Trava Trava V C<br />
I P max MM , Reb , Q X max X , OD se X X e S OD<br />
Margem Trava<br />
V C V T<br />
B<br />
V<br />
I P Reb se X X<br />
C Trava C V<br />
A<br />
I P max MM , Reb , Q X max X ,S se X X<br />
C V Trava Trava V C T C V<br />
A B<br />
(114)<br />
(115)<br />
(116)
Considere que as posições de uma carteira – posições compradas e vendidas – sejam tais que, dentre todas as<br />
possíveis travas, apenas representem benefício de margem, restando posições compradas e N posições<br />
vendidas. A margem da carteira é então expressa conforme a equação a seguir<br />
C<br />
V<br />
onde os termos Margem Pos são dados conforme equação (105), Margem Pos conforme equações (C-1)<br />
a (C-5) e (V-1) a (V-5) e Margem Trava conforme as equações (111) a (116).<br />
Exemplo1: Considere uma carteira de opções flexíveis de Ibovespa, conforme descrição na tabela a seguir, onde<br />
as células destacadas em cinza escuro indicam uma barreira acionada. Todas as posições têm as mesmas<br />
características em relação à alternativa de preço para a liquidação. Na data de cálculo da margem, o índice vale<br />
35.000.<br />
Suponha que o parâmetro de margem mínima, F3 , vale 3%, e que os parâmetros i , F1 , F2 e F4 resultem nas<br />
variações e para o vencimento e e , com as<br />
seguintes cotações do Ibovespa nos vencimentos da carteira:<br />
- 30.700 e 40.900 em , respectivamente sob os cenários de baixa e de alta<br />
- 29.757 e 47.943 em , respectivamente sob os cenários de baixa e de alta.<br />
Opc Venc.<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
8<br />
9<br />
Call/Put<br />
C/V Qtde<br />
Put<br />
V 20<br />
Put<br />
V 30<br />
Call<br />
V 12<br />
Call<br />
V 10<br />
Call<br />
C 15<br />
Put<br />
V 10<br />
Put<br />
V 25<br />
Put<br />
C 10<br />
Put<br />
C 20<br />
NT NC V<br />
CARTEIRA<br />
Preço de exercício Limitador<br />
X de preço PB<br />
NC C<br />
NV V<br />
NT<br />
i i i<br />
i 1 i 1 i 1<br />
Margem Posição Opções Flexíveis Margem Pos Margem Pos Margem Trava<br />
T 1<br />
T 2<br />
T<br />
A 1 16,9%<br />
T1 T2 i<br />
i<br />
T<br />
B 1 12,3% T1 Página 116<br />
T<br />
A 2 37%<br />
Barreiras Knock–in e Knock-out Prêmio<br />
ID IU OD OU<br />
a liquidar<br />
(117)<br />
Rebate<br />
42.000 40.000 - 40.000 38.000 - - 3.000<br />
37.000 - 36.000 - 34.000 - - 2.000<br />
38.000 - - - - - 1.200 -<br />
38.500 - - - - - - -<br />
35.000 - - - - - 6.000 -<br />
36.000 - - - - - 350 -<br />
38.000 - - - - 40.500 - 1.000<br />
36.500 - - 38.000 - - - -<br />
37.000 - - - - 40.500 - 3.000<br />
Opc 1: não há possibilidade de formação de trava com esta opção, pois ela possui barreira knock-in. Sob os<br />
cenários de alta e de baixa para a cotação do Ibovespa em , a opção tem suas barreiras knock-in e knock-out<br />
T1<br />
T1 T1<br />
acionadas, pois S 40.900 IU e S IU 1 35.080 OD . De acordo com a equação (V-3),<br />
A<br />
Margem Pos<br />
1<br />
B<br />
T 1<br />
i<br />
T<br />
B 2 15%<br />
max 21.000, 3.000, 20 42.000 max 40.000,38.000 40.000
Opc 2: esta posição poderia formar trava, pois ela possui apenas barreira knock-out-and-down e não possui<br />
limitador de preço, não fosse o fato de não haver posição comprada em opção de venda semelhante no mesmo<br />
vencimento. Sua barreira knock-in é ignorada, pois já foi acionada, e sua barreira knock-out, sob cenário de baixa,<br />
é atingida. Portanto, a margem da posição é dada pela equação (V-5)<br />
Margem Pos max MM , Reb, Abs Q X max LimS , S<br />
2<br />
max 31.500, 2.000, 30 37.000 max 30.700,30.700 189.000<br />
Opc 3: a posição, avaliada de forma isolada, tem margem dada pela equação (C-5).<br />
T<br />
Margem Pos max MM , Reb, Abs Q min LimS , S X<br />
3 A<br />
max 12.600, 0, 12 min 40.900,40.900 38.000 34.800<br />
No entanto, a posição na Opc 3 pode formar trava com a posição na Opc 4 e o saldo remanescente com a Opc 5,<br />
ambas envolvendo opções de compra sem barreiras e sem limitadores de prêmio.<br />
Trava<br />
A trava com a Opc 4, de tamanho Q 10 , reduz a margem, pois vale 5.000 $, inferior à margem de da<br />
posição lançadora, de 29.000 $ (dez doze avos da margem da posição total)<br />
C Trava C V<br />
Margem Trava I P Q max 0, X X 0 10 max 0,38.500 38.000 5.000<br />
Trava<br />
A trava com a Opc 5, de tamanho Q 2 , não reduz a margem, pois vale 7.800 $, superior à margem de da<br />
posição lançadora, de 5.800 $ (dois doze avos da margem da posição total)<br />
C Trava C V 6.000 2<br />
Margem Trava I P Q max 0, X X<br />
2 max 0,38.500 35.000 7.800<br />
15<br />
Portanto, no cômputo da margem da carteira, parte da posição na Opc 3 (10/12) contribui através da trava com a<br />
Opc 4 e o restante (2/12) contribui de forma isolada.<br />
Opc 4: esta posição foi integralmente utilizada na trava com a Opc 3. Caso ela não compusesse nenhuma trava,<br />
teria margem nula.<br />
Opc 5: não tendo sido utilizada na formação de travas, a margem desta posição equivale ao valor do prêmio ainda<br />
não liquidado. Conforme equação (105),<br />
Margem Pos 5<br />
Página 117<br />
6.000<br />
B<br />
T
Opc 6: a margem desta posição, considerada de forma isolada, é dada pela equação (V-5) e vale<br />
Margem Pos<br />
6<br />
No entanto, ela forma trava com a posição na Opc 8, uma vez que a barreira de knock-in da Opc 8 já foi acionada.<br />
A margem da trava reduz completamente a margem da posição na Opc 6, pois<br />
Opc 7: a margem desta posição, se avaliada isoladamente, é dada pela equação (V-4)<br />
A trava desta posição com a Opc 9, no entanto, representa redução de margem. Esta trava envolve opções de venda<br />
apenas com barreiras knock-out-and-up iguais e sem limitadores de prêmio, pois, com o preço de exercício da<br />
T V<br />
posição titular superior ao da posição lançadora e com S 40.900 OU - sua margem vale, portanto,<br />
Opc 8: esta posição foi integralmente utilizada na trava com a Opc 6. Caso ela não compusesse nenhuma trava,<br />
teria margem nula.<br />
Opc 9: a posição remanescente da trava formada com a Opc 7 tem margem nula, pois é uma posição comprada<br />
sem prêmio diferido a liquidar.<br />
Por fim, a margem da carteira é dada por<br />
max 10.500, 0, 10 36.500 max 29.757,30.700 58.000<br />
C Trava V C<br />
Margem Trava I P Q max 0, X X 10 max 0,36.500 37.000 0<br />
Margem Pos max MM , Reb , Abs Q X max LimS , S<br />
7<br />
max 21.000, 3.000, 20 37.000 max 30.700,30.700 126.000<br />
A<br />
Margem Trava I P Reb 0 max 0, Reb Reb 2.000<br />
C Trava V C<br />
A<br />
Margem Carteira Margem Pos Margem Pos Margem Pos +Margem Trava Pos , Pos<br />
1 2 3 3 4<br />
Margem Pos Margem Trava Pos , Pos Margem Pos<br />
5 6 8 8<br />
Margem Trava Pos , Pos Margem Pos<br />
7 9<br />
2<br />
40.000 189.000 34.800 5.000 6.000 0 0 2.000 0 247.800<br />
12<br />
Caso a metodologia não permitisse reduzir a margem por conta da formação de travas, o valor da margem da<br />
carteira atingiria o valor de 452.800 $.<br />
Página 118<br />
9<br />
B<br />
T
2.10. Metodologia de Cálculo de Margem para Carteira de Contratos a<br />
Termo de Ouro<br />
A margem de garantia de uma posição em contrato a termo de Ouro é proporcional à diferença entre os preços à<br />
vista e do compromisso a termo do Ouro.<br />
Sejam S o preço à vista do Ouro de referência na data de apuração da margem, PT o preço do Ouro negociado a<br />
termo negociado e a diferença entre eles,<br />
A margem de uma posição em q unidades de um contrato a termo é dada pelas equações a seguir, conforme a<br />
posição seja comprada ou vendida<br />
e<br />
com<br />
A 0,1 PT<br />
B 0,1 PT 0,1<br />
C 1,5<br />
e<br />
PT S<br />
S PT<br />
se posição comprada<br />
se posição vendida<br />
C<br />
Margem Pos q max A,min B, C<br />
V<br />
Margem Pos<br />
q A<br />
q max B, C se 0<br />
O termo A define o valor mínimo de margem, enquanto os termos B e C são diretamente proporcionais a , de<br />
modo que (i) a margem decresce linearmente conforme o preço à vista se aproxima do preço negociado e (ii)<br />
mantém-se constante, igual a q A no caso de posição comprada e preço à vista superior ao preço a termo, ou<br />
igual a q A no caso de posição vendida e preço à vista inferior ao preço a termo negociado.<br />
A margem requerida da carteira de contratos a termo de Ouro composta por posições compradas e<br />
posições vendidas é dada pelo somatório das margens de cada posição.<br />
C<br />
V<br />
com Margem Pos e Margem Pos<br />
dados conforme as equações (119) e (120).<br />
Página 119<br />
se 0<br />
NC C<br />
NV<br />
V<br />
i i<br />
i 1 i 1<br />
Margem Posição Termo de Ouro Margem Pos Margem Pos<br />
i<br />
i<br />
(118)<br />
(119)<br />
(120)<br />
NC NV<br />
(121)