03.06.2013 Views

MANUAL DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS - BM&FBovespa

MANUAL DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS - BM&FBovespa

MANUAL DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS - BM&FBovespa

SHOW MORE
SHOW LESS

Transforme seus PDFs em revista digital e aumente sua receita!

Otimize suas revistas digitais para SEO, use backlinks fortes e conteúdo multimídia para aumentar sua visibilidade e receita.

<strong>MANUAL</strong> <strong>DE</strong> ADMINISTRAÇÃO <strong>DE</strong> RISCO<br />

DA CÂMARA <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>RIVATIVOS: SEGMENTO BM&F<br />

Março 2011<br />

Página 1


ÍNDICE<br />

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4<br />

2. CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM <strong>DE</strong> GARANTIA .............................................................. 6<br />

2.1. METODOLOGIAS <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM <strong>DE</strong> GARANTIA ............................................................................... 7<br />

2.2. PRINCIPAIS CONCEITOS E <strong>DE</strong>FINIÇÕES ............................................................................................................ 9<br />

2.2.1. Fator Primitivo de Risco ................................................................................................................. 9<br />

2.2.2. Cenário para um Fator Primitivo de Risco ..................................................................................... 11<br />

2.2.3. Variação financeira sob Cenário ................................................................................................... 13<br />

2.2.4. Área de Cenários .......................................................................................................................... 15<br />

2.2.5. Margem Teórica Máxima .............................................................................................................. 16<br />

2.3. TESTE <strong>DE</strong> ESTRESSE SOBRE VALOR PRESENTE - METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA CARTEIRA <strong>DE</strong><br />

CONTRATOS FUTUROS FINANCEIROS ......................................................................................................... 17<br />

2.3.1. Identificação e decomposição de contratos futuros em FPRs ............................................................ 17<br />

2.3.2. Variação financeira sob cenário .................................................................................................... 25<br />

2.3.3. Cálculo de risco de mercado.......................................................................................................... 27<br />

2.3.4. Controle da compensação do risco entre posições em vencimentos distintos de um contrato ............... 32<br />

2.3.5. Fator Hedger ............................................................................................................................... 34<br />

2.3.6. Resumo ........................................................................................................................................ 36<br />

2.3.7. Procedimento Subcarteira 2 – compensação de risco entre posições de vencimentos curtos e longos ... 38<br />

2.3.8. Subcarteira de contratos futuros – cálculo de risco de subcarteira e margem de uma subcarteira ....... 41<br />

2.4. MARGEM <strong>DE</strong> GARANTIA <strong>DE</strong> CONTRATOS FUTUROS AGROPECUÁRIOS ............................................................... 46<br />

2.4.1. Decomposição em FPR e Agrupamento em Subcarteiras ................................................................. 46<br />

2.4.2. Cálculo de Margem de Garantia Fora do Período de Entrega .......................................................... 47<br />

2.4.3. Cálculo de Margem de Garantia no Período de Entrega .................................................................. 49<br />

2.5. TESTE <strong>DE</strong> ESTRESSE SOBRE VALOR PRESENTE - METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA CARTEIRA <strong>DE</strong><br />

CONTRATOS PADRONIZADOS <strong>DE</strong> OPÇÃO .................................................................................................... 53<br />

2.5.1. Identificação de Fatores Primitivos de Risco .................................................................................. 54<br />

2.5.2. Cenários Contíguos ...................................................................................................................... 54<br />

2.5.3. Margem de Garantia de Opções sem Ajuste Diário ......................................................................... 55<br />

2.5.4. Margem de Garantia de Opções com Ajuste Diário ......................................................................... 65<br />

2.5.5. Margem de Garantia de Opções sobre Contratos Futuros ................................................................ 83<br />

2.6. METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA OPERAÇÕES REALIZADAS NA SESSÃO <strong>DE</strong> NEGOCIAÇÃO AFTER-<br />

HOURS .................................................................................................................................................... 84<br />

2.7. MARGEM <strong>DE</strong> POSIÇÕES RESULTANTES <strong>DE</strong> OPERAÇÃO ESTRUTURADA .............................................................. 88<br />

2.8. TESTE <strong>DE</strong> ESTRESSE SOBRE O FLUXO <strong>DE</strong> CAIXA - METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA CARTEIRA <strong>DE</strong><br />

CONTRATOS <strong>DE</strong> SWAP.............................................................................................................................. 89<br />

2.8.1. Definições e Notação .................................................................................................................... 89<br />

2.8.2. Margem de Garantia ..................................................................................................................... 94<br />

2.9. TESTE <strong>DE</strong> ESTRESSE PARA OPÇÕES FLEXÍVEIS - METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA CARTEIRA <strong>DE</strong><br />

CONTRATOS <strong>DE</strong> OPÇÃO FLEXÍVEL ........................................................................................................... 110<br />

Página 2


2.9.1. Margem de Uma Posição Titular ................................................................................................. 111<br />

2.9.2. Margem de Uma Posição Lançadora ........................................................................................... 111<br />

2.9.3. Margem de Posições Travadas .................................................................................................... 113<br />

2.9.4. Margem da Carteira de Opções Flexíveis ..................................................................................... 115<br />

2.10. METODOLOGIA <strong>DE</strong> CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM PARA CARTEIRA <strong>DE</strong> CONTRATOS A TERMO <strong>DE</strong> OURO ...................... 119<br />

Página 3


1. INTRODUÇÃO<br />

Estão descritos neste Manual de Administração de Risco as metodologias adotas pela Câmara de Registro,<br />

Compensação e Liquidação de Operações de Derivativos da BM&FBOVESPA para cálculo de margem de garantia<br />

e controle de adequação dos participantes aos limites operacionais por ela definidos. Informações completas sobre a<br />

organização da Câmara, seus participantes, salvaguardas, regras e procedimentos operacionais e mecanismos de<br />

mitigação de risco podem ser encontradas no Regulamento e no Manual de Procedimentos Operacionais da<br />

Câmara.<br />

Este Manual foi submetido à avaliação do Banco Central do Brasil e por ele aprovado.<br />

São listadas a seguir algumas definições, siglas, abreviações e funções matemáticas utilizadas ao longo deste<br />

documento.<br />

BM&FBOVESPA BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros<br />

Bacen Banco Central do Brasil<br />

Câmara<br />

Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Derivativos da<br />

BM&FBOVESPA.<br />

Comitente Investidor titular das operações realizadas e/ou registradas por sua conta e ordem<br />

nos mercados da BM&FBOVESPA com liquidação garantida pela Câmara.<br />

Conglomerado<br />

econômico / financeiro<br />

Grupo de instituições que mantenham vínculos societários de coligação ou de<br />

controle ou vínculos contratuais e/ou administrativos.<br />

Entrega Liquidação das obrigações decorrentes de uma Operação por meio da entrega, pela<br />

Câmara ou pelo Comitente vendedor, conforme o caso, dos ativos ou mercadorias<br />

negociados.<br />

Especificação Procedimento por meio do qual são indicados o Comitente de uma Operação e o<br />

Membro de Compensação responsável por seu registro e liquidação.<br />

Inadimplemento Descumprimento de obrigação, por um Membro de Compensação, Liquidante,<br />

Negociador, Intermediário por Conta ou Comitente, perante a Câmara ou perante<br />

os demais Participantes.<br />

Intermediário por Conta Participante que opera por conta e ordem de terceiros, transmitindo ordens de<br />

negociação a um Negociador.<br />

Liquidação Cumprimento, perante a Câmara ou perante os Membros de Compensação e os<br />

demais participantes, de obrigações decorrentes de uma ou mais Operações.<br />

Membro de<br />

Compensação<br />

Participante ao qual é facultado registrar, compensar e liquidar Operações<br />

registradas nos sistemas registro, compensação e liquidação da Câmara.<br />

Negociador Participante com acesso direto aos sistemas de negociação e de registro da<br />

BM&FBOVESPA, que recebe ordem e executa a Operação em pregão e/ou a<br />

registra nos sistemas de registro.<br />

Operação Negócio realizado em qualquer dos pregões ou sistemas de negociação da<br />

BM&FBOVESPA e/ou registrado em seus sistemas, cuja liquidação se dá por<br />

Página 4


meio do serviço de liquidação da Câmara.<br />

Participante Todo aquele vinculado à Câmara e submetido às normas e aos procedimentos por<br />

ela estabelecidos.<br />

Posição Saldo de contratos resultante das Operações de um Comitente.<br />

Segmento BM&F Segmento de mercado de bolsa ou de balcão de derivativos financeiros e do<br />

agronegócio administrados pela BM&FBOVESPA.<br />

dc Abreviação para dias corridos.<br />

du Abreviação para dias úteis.<br />

FPR Abreviação para fator primitivo de risco.<br />

pb Abreviação para pontos-base (100 pb = 1%).<br />

Função valor mínimo<br />

Função valor máximo<br />

Função sinal<br />

Função valor absoluto<br />

Somatório<br />

Produtório<br />

min xy ,<br />

x se x y<br />

y se x y<br />

min a , a , , a é o menor valor dentre os valores de a1 , a2 , , a n<br />

1 2<br />

max xy ,<br />

n<br />

y se x y<br />

x se x y<br />

max a , a , , a é o maior valor dentre os valores de a1 , a2 , , a n<br />

sgn<br />

x<br />

1 2<br />

abs x x<br />

n<br />

i 1<br />

n<br />

i 1<br />

n<br />

-1 se x 0<br />

1 se x 0<br />

x se x 0<br />

x se x 0<br />

a a a a a<br />

i 1 2 n 1 n<br />

a a a a a<br />

i 1 2 n 1 n<br />

Produto cartesiano dos conjuntos A a1, a2, , a n e B b1, b2, , b m<br />

A B a , b , a , b , , a , b , a , b , a , b , , a , b , , a , b , a , b , , a , b<br />

1 1 1 2 1 m 2 1 2 2 2 m n 1 n 2<br />

n m<br />

No próximo capítulo são apresentadas as metodologias adotadas pela Câmara para cálculo de margem de garantia.<br />

O capítulo 3 apresenta os critérios para monitoramento do risco intradiário dos participantes da Câmara. Por fim,<br />

dos Apêndices 1 e 2 constam as regras de mapeamento dos contratos futuros e os modelos de apreçamento de<br />

contratos de opção, respectivamente.<br />

Página 5


2. CÁLCULO <strong>DE</strong> MARGEM <strong>DE</strong> GARANTIA<br />

Para fins deste Manual, denomina-se Mercado de Bolsa o conjunto de mercados, administrados pela<br />

BM&FBOVESPA, onde se realizam operações com contratos derivativos e mercadorias - contratos padronizados<br />

futuros, de opções e a termo e o contrato disponível de ouro; denomina-se Mercado de Balcão o mercado de<br />

operações com contratos de swap, a termo e de opção flexível, realizadas diretamente entre as contrapartes e não<br />

em pregão, registrados em modalidade com garantia, total ou parcial, da BM&FBOVESPA.<br />

Os mercados de Bolsa e de Balcão assim definidos são os mercados do Segmento BM&F para os quais a Câmara<br />

atua como contraparte central garantidora para fins de liquidação e, portanto, de cujos participantes exige-se o<br />

depósito de garantias. Margem é a denominação para valor em garantia, com as seguintes variações:<br />

Margem de garantia requerida é o valor mínimo que o participante deve depositar junto à da Câmara para<br />

garantir a liquidação das obrigações decorrentes das operações a ele atribuídas.<br />

Margem de garantia depositada é o valor que o participante mantém depositado junto à Câmara, para garantir a<br />

liquidação das obrigações decorrentes das operações a ele atribuídas.<br />

Chamada de margem de garantia é a diferença negativa entre a margem de garantia requerida e a margem de<br />

garantia depositada, ou seja, é o valor que o participante deve depositar junto à Câmara a fim de atender ao<br />

requerimento de margem.<br />

O valor da margem de garantia requerida do participante deve ser suficiente para cobrir o custo total de<br />

encerramento das posições de sua carteira - venda de posições compradas e compra de posições vendidas - em caso<br />

de inadimplemento do participante. Até que a carteira do participante faltoso seja integralmente liquidada, os<br />

preços, taxas e indicadores de mercado podem sofrer alterações, modificando o valor do correspondente custo de<br />

liquidação. Por este motivo, o valor da margem de garantia requerida da carteira deve ser suficiente para cobrir seu<br />

custo de liquidação a valor de mercado e a potencial elevação deste custo, definida como risco de mercado da<br />

carteira e avaliada por meio de metodologias de teste de cenários de estresse.<br />

A Câmara determina também termos adicionais de margem de garantia, em função de características relativas a<br />

contratos, regras de liquidação, critérios de limitação de posições e quaisquer outras condições que julgar<br />

necessário estabelecer.<br />

A margem de garantia requerida pode então ser representada, de forma bastante geral, pela seguinte equação<br />

Margem Custo de Liquidação Risco de Mercado Termos Adicionais<br />

sob a convenção de que a margem é um valor positivo e que o risco de mercado, negativo.<br />

A margem de garantia requerida dos participantes é atualizada com freqüência diária após a compensação dos<br />

negócios do dia. A chamada de margem resultante deve ser atendida com o depósito de garantias em dinheiro ou, a<br />

critério da Câmara, em ativos e/ou outros instrumentos financeiros. Por meio do acompanhamento de risco<br />

intradiário a Câmara é capaz de antecipar a chamada de margem, tantas vezes quantas forem necessárias ao longo<br />

do dia, com base nas operações realizadas pelos participantes e em suas posições em aberto nos mercados de Bolsa<br />

Página 6


e de Balcão com garantia, atualizadas. Os critérios para constituição, movimentação e utilização de garantias, bem<br />

como para atendimento à antecipação de chamada de margem estão descritos no Manual de Procedimentos<br />

Operacionais da Câmara.<br />

Nas próximas seções deste capítulo são descritas as metodologias para apuração do risco de mercado e da margem<br />

de garantia requerida para carteiras de contratos derivativos. Tais metodologias são definidas pelo Comitê de Risco<br />

da BM&FBOVESPA e submetidas à aprovação do Bacen. É função deste Comitê definir também os valores dos<br />

parâmetros das metodologias e garantir que sejam frequentemente revisados, podendo alterá-los a qualquer<br />

momento, a seu critério.<br />

As regras e critérios estabelecidos em tais metodologias não encerram os meios disponíveis para atribuição de<br />

risco, podendo a Câmara exigir, a seu critério e a qualquer momento, margem complementar de qualquer<br />

participante ou grupo de participantes.<br />

2.1. Metodologias de Cálculo de Margem de Garantia<br />

A margem de garantia de uma carteira de posições em contratos derivativos é determinada a partir de metodologias<br />

distintas, discriminadas em função das características de cada contrato, como a freqüência de marcação a mercado,<br />

a linearidade das variações, a liquidez dos mercados, etc. As metodologias de cálculo de margem adotadas pela<br />

Câmara baseiam-se em modelos de teste de estresse, que consistem da avaliação de uma carteira de posições em<br />

contratos derivativos sob cenários de variação para as variáveis relevantes à determinação de seu valor.<br />

Para fins de cálculo de margem de garantia e definição das metodologias, os contratos derivativos são assim<br />

agrupados:<br />

Contratos futuros: contratos futuros financeiros, agropecuários e energéticos e swaps cambiais com ajuste 1<br />

(SCC e SC3);<br />

Contratos padronizados de opção: opções sobre disponível e sobre futuro, com e sem ajuste, negociadas no<br />

Mercado de Bolsa;<br />

Contratos de swap: contratos de swap e a termo negociados no Mercado de Balcão e registrados na modalidade<br />

com garantia da BM&FBOVESPA;<br />

Contratos de opção flexível: opções flexíveis negociadas no Mercado de Balcão e registradas na modalidade<br />

com garantia da BM&FBOVESPA; e<br />

Outros contratos: inclui o Contrato a Termo de Ouro, do Mercado de Bolsa.<br />

Na figura a seguir estão discriminadas as metodologias de cálculo de margem de garantia correspondentes a<br />

estes grupos de contratos e que compõem o sistema de risco da Câmara.<br />

1 A existência de ajuste periódico para estes contratos de swap permite que eles sejam incluídos na categoria de contratos<br />

futuros. Não havendo menção em contrário, vale a inclusão sempre que se fizer referência à categoria de contratos futuros.<br />

Página 7


SISTEMA <strong>DE</strong> RISCO DA CÂMARA <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>RIVATIVOS<br />

METODOLOGIAS <strong>DE</strong> RISCO PARA CONTRATOS DO MERCADO <strong>DE</strong> BOLSA<br />

Teste de Estresse sobre o Valor Presente (Contratos Futuros)<br />

Teste de Estresse sobre o Valor Presente – Full Valuation (Contratos de Opção)<br />

Margem para Contratos a Termo de Ouro<br />

METODOLOGIA <strong>DE</strong> RISCO PARA CONTRATOS DO MERCADO <strong>DE</strong> BALCÃO<br />

Teste de Estresse sobre o Fluxo de Caixa – Swap e Termo<br />

Teste de Estresse para Opções Flexíveis<br />

Figura 1.1-1 – Metodologias de cálculo de margem de garantia<br />

Considerando este agrupamento dos contratos, uma carteira de posições em contratos derivativos -<br />

denominada simplesmente carteira - é expressa como<br />

Carteira<br />

Posição em Futuros<br />

Posição em Opções Padronizadas com Ajuste<br />

Posição em Opções Padronizadas sem Ajuste<br />

Posição em Contratos a Termo de Ouro<br />

Posição em Swaps eTermo<br />

Posição em Opções Flexíveis ,<br />

Posição em Outros Contratos<br />

A aplicação de metodologias distintas sobre a carteira se dá ao longo dos grupos de contratos cobertos por<br />

cada uma, de modo que o valor da margem de garantia requerida de uma carteira é decomposto da seguinte<br />

forma:<br />

O termo Carteira refere-se ao conjunto das posições de um Comitente registradas sob responsabilidade de um<br />

mesmo Intermediário por Conta, se houver, um mesmo Negociador e um mesmo Membro de Compensação.<br />

Página 8<br />

(1)


Em geral, a margem de garantia requerida do Comitente com diversas contas – atribuídas a um mesmo<br />

Negociador ou a Negociadores distintos, associadas a um ou mais Membros de Compensação - é determinada<br />

como soma dos valores de margem calculados, de maneira independente, para cada carteira associada a uma<br />

trinca (Membro de Compensação, Negociador, Comitente), ou conta, conforme descrição da estrutura de<br />

contas, constante do Manual de Procedimentos Operacionais. A seu critério, a Câmara pode permitir, para fins<br />

de requerimento e chamada de margem de garantia, a consolidação de diferentes contas vinculadas ao mesmo<br />

Comitente.<br />

Nas próximas seções apresenta-se, de forma detalhada, o cálculo de cada parcela de margem de garantia da<br />

equação (1). Primeiramente são definidos os principais conceitos comuns às metodologias - os conceitos de<br />

fator primitivo de risco, cenário de variação para um fator primitivo de risco, área de cenários e variação<br />

financeira sob cenário. Em seguida são apresentadas as metodologias de cálculo de risco e margem para<br />

posições em contratos do Mercado de Bolsa e as metodologias para posições com garantia da<br />

BM&FBOVESPA no Mercado de Balcão. Por fim, são apresentados os critérios para a apuração do risco<br />

intradiário.<br />

2.2. Principais Conceitos e Definições<br />

São comuns às metodologias de cálculo de margem os conceitos de fator primitivo de risco, cenário para fator<br />

primitivo de risco, área de cenários e variação financeira sob cenário, definidos a seguir.<br />

2.2.1. Fator Primitivo de Risco<br />

Fator primitivo de risco (FPR) associado a um contrato derivativo é a denominação dada à variável<br />

financeira relevante à formação do valor, ou preço, do contrato. Ao se determinar o valor de um contrato<br />

derivativo por meio de uma relação matemática bem definida envolvendo um conjunto de variáveis<br />

econômicas, como a que resulta da assunção do Princípio de Não-Arbitragem, define-se que tais variáveis<br />

representam os fatores primitivos de risco do contrato.<br />

O rol de FPRs considerados nas metodologias de cálculo de margem abrange os preços dos mercados à vista e<br />

futuro, taxas de juro, volatilidades e índices de inflação, entre outros.<br />

1 2<br />

NFPR<br />

Seja CFPR FPR , FPR , , FPR um conjunto de N FPR fatores primitivos de risco. Ao longo deste manual,<br />

j<br />

Ibovespa<br />

quando conveniente, um fator FPR é identificado pela variável a ele associada, por exemplo FPR , ou<br />

apenas Ibovespa.<br />

O FPR que representa uma variável associada a um prazo, como, por exemplo, um preço futuro ou uma taxa<br />

de juro, é definido por meio de uma estrutura temporal, ou seja,<br />

j<br />

FPR<br />

j,1 FPR ,<br />

j, T j, T 1 j, T 2<br />

, FPR , FPR , FPR ,... . Por simplificação, utiliza-se uma quantidade finita e restrita<br />

de prazos, tomados como prazos de referência e denominados vértices. Por exemplo, pode-se estabelecer<br />

como vértices do FPR taxa de juro pré-fixada o prazo de 1 dia e os prazos múltiplos de 21 dias úteis, sendo o<br />

Pré<br />

fator representado pelo conjunto FPR<br />

Pré,1 Pré,21 Pré,42 Pré,63<br />

FPR , FPR , FPR , FPR ,... .<br />

Página 9


FPR<br />

* *<br />

v 1<br />

do tipo estrutura temporal<br />

v 2<br />

Figura 2.2-1 – Fator primitivo de risco do tipo estrutura temporal<br />

Ao longo deste documento, faz-se referência a um FPR deste tipo ora de maneira genérica, sem referência<br />

ao(s) vértice(s), ora com menção explícita dele(s), quando tal identificação for necessária.<br />

A identificação de FPRs é a definição do conjunto de FPRs associados a um contrato.<br />

A decomposição, ou mapeamento, de uma posição em FPRs consiste em, identificados os FPRs a ela<br />

associados, expressar sua exposição a risco como função das exposições aos FPRs.<br />

Enquanto a identificação de FPRs é uma etapa comum às metodologias de cálculo de margem para contratos<br />

futuros e de opção, o procedimento de decomposição faz parte apenas da metodologia de cálculo de margem<br />

de posições em futuros e permite expressar a variação do valor de uma posição como combinação linear de<br />

variações dos FPRs. Nos exemplos a seguir são identificados os FPRs dos contratos de opção de taxa de<br />

câmbio à vista e futuros de taxa de juro pré-fixada e de taxa de câmbio à vista.<br />

Exemplo 1: Um contrato de opção tem seu preço, ou prêmio, usualmente determinado por um modelo de<br />

apreçamento como função das variáveis preço do ativo-objeto, taxa de juro livre de risco, custo de<br />

carregamento e volatilidade:<br />

Prêmio da opção f S, K, r, rc, t,<br />

onde<br />

f : função de apreçamento da opção;<br />

S : valor do ativo-objeto (taxa de câmbio, neste exemplo);<br />

K : preço de exercício da opção;<br />

r : taxa de juro interna livre de risco;<br />

rc : taxa de juro externa livre de risco;<br />

t : prazo até o vencimento da opção; e<br />

: volatilidade.<br />

*<br />

v 3<br />

*<br />

v 4<br />

v , FPR<br />

Desse modo, à exceção de K e t , estas variáveis são os FPRs da opção. K e t não são considerados<br />

fatores de risco, pois K é um parâmetro constante do contrato e t é uma variável determinística.<br />

*<br />

Exemplo 2: O valor do contrato futuro de taxa de depósitos interfinanceiros de um dia (contrato FUT<br />

DI1) representa o valor presente de $ 100.000, expresso em função da taxa de juro pré-fixada em moeda<br />

i<br />

vi<br />

Página 10<br />

jv , i<br />

*<br />

vnv<br />

2<br />

*<br />

vnv<br />

1<br />

*<br />

vnv<br />

Prazo


nacional para o período até o vencimento do contrato, r<br />

:<br />

1<br />

1<br />

F 100.000 1 r 100.000 PU r<br />

onde PU r 1 r é o valor presente de 1 unidade monetária.<br />

Portanto, a taxa de juro é o único fator de risco do contrato.<br />

A variação relativa FF, supondo que a taxa de juro varie de r para r , ou equivalentemente, que PU r<br />

varie para PU r é<br />

F PU r<br />

F PU<br />

Exemplo 3: O contrato futuro de taxa de câmbio da moeda nacional por uma moeda estrangeira tem seu<br />

valor expresso em função do preço à vista da moeda estrangeira e das taxas de juro pré-fixadas nas<br />

moedas nacional e estrangeira, da seguinte maneira:<br />

F S r rc 1<br />

1 1<br />

onde<br />

F : valor futuro da taxa de câmbio;<br />

S : valor à vista da taxa de câmbio;<br />

r : taxa de juro pré-fixada em moeda nacional para o prazo até o vencimento do contrato; e<br />

rc : taxa de juro pré-fixada na moeda estrangeira (cupom cambial limpo) para o prazo até o<br />

vencimento do contrato.<br />

Supondo que a taxa de câmbio à vista S e as taxas de juro r e rc variem para S , r e rc ,<br />

respectivamente, o valor F varia para F S r rc 1<br />

1 1 .<br />

2.2.2. Cenário para um Fator Primitivo de Risco<br />

Um cenário para um fator primitivo de risco representa uma variação hipotética do valor do fator a ocorrer ao<br />

longo de determinado período, expressa como variação ( ) relativa ou absoluta sobre um valor de referência<br />

do FPR (usualmente o seu valor de mercado).<br />

O período associado à variação definida pelo cenário é denominado horizonte de tempo (holding period). Ao<br />

utilizar o cenário na avaliação de risco de uma posição, o horizonte de tempo do cenário representa o prazo<br />

necessário ao encerramento total da posição sob avaliação. Deste modo, em função das características dos<br />

contratos, podem ser definidos, para um FPR comum a contratos distintos, cenários para horizontes de tempo<br />

distintos.<br />

Um cenário pode ser neutro, de alta ou de baixa, conforme assuma valor nulo, positivo ou negativo,<br />

respectivamente. O cenário neutro é denominado cenário de referência, uma vez que, sob tal cenário, o fator<br />

não sofre variação.<br />

Página 11<br />

r


Variações relativas são, em geral, definidas para fatores expressos em forma de preço, enquanto variações<br />

absolutas referem-se aos fatores do tipo taxa de juro, bem como para volatilidades, quando aplicável. Denote<br />

por FPR Ref o valor de referência do fator e por FPR cenário seu valor sob cenário, ou seja, supondo a ocorrência<br />

da variação por ele definida sobre o valor de referência.<br />

FPR cenário FPR Ref<br />

Um cenário de variação relativa define a variação cenário<br />

;<br />

FPR<br />

Um cenário de variação absoluta define a variação cenário FPR cenário FPR Ref .<br />

O conjunto de nc j cenários para o j -ésimo fator primitivo de risco,<br />

j<br />

FPR j j j<br />

C Cen , Cen , , Cen .<br />

Cen 1 2<br />

ncj<br />

Página 12<br />

Ref<br />

j<br />

FPR , é denotado<br />

Na tabela a seguir estão dispostos, em cada linha, os cenários atribuídos a um mesmo fator primitivo de risco.<br />

FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />

1<br />

FPR<br />

2<br />

FPR<br />

Cen<br />

Cen<br />

1<br />

1<br />

2<br />

1<br />

Cen<br />

Cen<br />

j<br />

j<br />

j<br />

FPR Cen Cen<br />

1<br />

2<br />

N<br />

N<br />

N<br />

FPR Cen Cen<br />

1<br />

2<br />

1<br />

2<br />

2<br />

2<br />

Cen<br />

Cen<br />

1<br />

nc<br />

N<br />

1<br />

ncN<br />

Cen<br />

Tabela 2.2-1 – Cenários para Fatores Primitivos de Risco<br />

j<br />

j<br />

Um cenário Cen k para um fator FPR do tipo estrutura temporal representa um grupo de cenários, com um<br />

jv ,<br />

j<br />

cenário Cen para cada vértice v do fator FPR .<br />

k<br />

Exemplo 4: Considere os FPRs Ibovespa e Volatilidade de Ibovespa e os seguintes cenários: queda de<br />

20% para o Ibovespa e alta de 50% para a volatilidade. Supondo que os valores de referência dos fatores<br />

sejam 40.000 pontos para o Ibovespa e 15% aa para a Volatilidade, sob os respectivos cenários seus<br />

valores são 32.000 pontos e 22,5% aa, respectivamente.<br />

Exemplo 5: O FPR Cupom Cambial ( rc ) é um fator do tipo estrutura temporal. Considere que ele seja<br />

definido nos vértices v 1 dc, v 180 dc, v 360 dc e v 720 dc, e que sejam estabelecidos 3<br />

1 2 3 4<br />

rc rc rc rc<br />

rc<br />

cenários de variação sobre o valor de referência, CCen Cen 1 , Cen 2 , Cen 3 . Cada cenário Cen k<br />

corresponde a um conjunto de 4 cenários – um para cada vértice. A tabela e o gráfico a seguir apresentam<br />

um exemplo de cenários e o efeito deles sobre os valores de mercado do fator.<br />

2<br />

nc2<br />

Cen<br />

j<br />

ncj


c<br />

FPR<br />

rc<br />

FPR ,1<br />

rc<br />

FPR ,180<br />

rc<br />

FPR ,360<br />

rc<br />

FPR ,720<br />

rc<br />

Cen 1<br />

-150 +250 +350<br />

-200 +120 +300<br />

-250 +0 +200<br />

-300 -200 +200<br />

Cupom Cambial<br />

Página 13<br />

Cenários para o FPR Cupom Cambial<br />

0 180 360 540 720<br />

Vértice (dc)<br />

Um cenário contíguo para um conjunto de N fatores primitivos de risco é uma combinação de N cenários -<br />

um para cada FPR. Um cenário contíguo contém um elemento de cada linha da tabela 2.2-1. Dados os<br />

1<br />

FPR<br />

Cen<br />

rc<br />

Cen 2<br />

2<br />

FPR<br />

Cen<br />

N<br />

FPR<br />

Cen<br />

conjuntos de cenários C , C , ... , C , um cenário contíguo é um elemento dentre todos os elementos<br />

gerados pelo produto cartesiano destes conjuntos. Cenários contíguos são utilizados explicitamente na<br />

metodologia de teste de estresse para opções do Mercado de Bolsa e para swaps.<br />

Denota-se um cenário contíguo por<br />

Contíguo 1 2<br />

N<br />

Cen Cen c , Cen , , 1 c Cen 2<br />

c , onde<br />

N<br />

j<br />

cj<br />

M erc<br />

Cen1<br />

Cen2<br />

Cen3<br />

Cen é o cj -ésimo<br />

j<br />

cenário para o fator FPR , lembrando que, para fatores do tipo estrutura temporal, este elemento é um grupo<br />

de cenários. Sob tal notação, os índices c j e c k , j k, não são necessariamente os mesmos. Por exemplo, o<br />

1 2 3 4<br />

cenário Cen , Cen , Cen , Cen é um cenário contíguo para os fatores de risco<br />

2 4 1 2<br />

1<br />

FPR ,<br />

4<br />

FPR , cujos cenários estão na tabela a seguir, destacados aqueles que compõem o cenário contíguo.<br />

2.2.3. Variação financeira sob Cenário<br />

FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />

1<br />

FPR<br />

2<br />

FPR<br />

3<br />

FPR<br />

4<br />

FPR<br />

rc<br />

Cen 3<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

1<br />

1<br />

2<br />

1<br />

3<br />

1<br />

4<br />

1<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

2<br />

FPR ,<br />

3<br />

FPR e<br />

Cenários de variação são utilizados para estimar o risco de mercado de uma carteira de posições em contratos<br />

derivativos. Faz-se esta estimação por meio da avaliação da perda potencial da carteira, decorrente de<br />

variações nos valores dos FPRs, expressas através dos cenários definidos para eles. Os exemplos a seguir<br />

ilustram, de maneira sucinta, com apenas um cenário para cada FPR, a utilização de cenários no cômputo da<br />

perda potencial para posições em contrato futuro e de opção. Em seções específicas, à frente, são apresentadas,<br />

de forma detalhada, as respectivas metodologias.<br />

Exemplo 6: Considere uma posição comprada em 1 unidade (q 1) do contrato futuro de taxa de câmbio<br />

de real por dólar, de tamanho igual a 50.000 dólares, cotado em R$ / 1.000 US$ (contrato FUT DOL).<br />

Estão apresentados na tabela a seguir os valores de referência dos fatores primitivos de risco do contrato,<br />

1<br />

2<br />

2<br />

2<br />

3<br />

2<br />

4<br />

2<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

1<br />

3<br />

2<br />

3<br />

3<br />

3<br />

Cen<br />

2<br />

4


em como os cenários de variação definidos para eles e seus valores sob cenário.<br />

FPR<br />

VALOR <strong>DE</strong><br />

REFERÊNCIA<br />

Sob os cenários de referência dos FPRs, o valor futuro da taxa de câmbio vale 2.500 R$ / 1.000 US$<br />

e a posição, R$ 125.000:<br />

1 1<br />

Ref Ref 1 Ref 1 Ref 2.300 1,19 1,0948 2.500,00<br />

F DOL r rc<br />

VFRef q F Ref<br />

Página 14<br />

50 125.000,00<br />

Sob os cenários de estresse definidos para os FPRs, o contrato e a posição valem, respectivamente:<br />

F DOL 1 r 1 rc 2.139 1,18 1,0948 2.305,46<br />

cen cen cen cen<br />

CENÁRIO <strong>DE</strong><br />

VARIAÇÃO<br />

1 1<br />

VFcen q Fcen 50 115.273,11<br />

VALOR SOB<br />

CENÁRIO<br />

DOL (R$ / US$) 2,300 - 7% 2,139<br />

r (% no período) 19,00 - 100 pb 18,00<br />

PU (R$) r<br />

0,8403 0,86% 0,8475<br />

rc (% no período) 9,48 0 pb 9,48<br />

PU rc (US$) 0,9134 0% 0,9134<br />

Preço futuro da taxa de<br />

câmbio<br />

(R$ / 1000 US$)<br />

Valor da posição no<br />

contrato FUT DOL (R$)<br />

2.500,00<br />

-7,78%<br />

2.305,46<br />

125.000 115.273,11<br />

A variação do valor VF da posição, sob os cenários definidos para os fatores DOL, r e rc é a diferença<br />

entre VF cen e VF Ref , ou seja, VF 115.273,11 125.000,00 9.726,89 R$, ou, equivalentemente,<br />

à variação de -7,78% em relação ao valor de referência da posição.<br />

Exemplo 7: Considere uma posição comprada em 1 unidade da opção de compra de dólar, a vencer no<br />

prazo de 78 du / 113 dc, com preço de exercício igual a R$ 2,10 / US$ e cujo tamanho é de 50.000<br />

dólares. Considere os mesmos cenários do exemplo anterior para os fatores DOL, r e rc e, para o fator<br />

Volatilidade da taxa de câmbio, , considere o cenário de queda 20%. O quadro a seguir apresenta os<br />

valores, de referência e sob cenário, dos FPRs do contrato de opção e da posição.<br />

FPR<br />

VALOR <strong>DE</strong><br />

REFERÊNCIA<br />

CENÁRIO <strong>DE</strong><br />

VARIAÇÃO<br />

VALOR SOB<br />

CENÁRIO<br />

DOL (R$ / US$) 2,300 - 7% 2,139<br />

r (% no período) 19,00 -100 pb 18,00<br />

rc (% no período) 9,48 0 pb 9,48<br />

(% aa) 12,00 -20% 9,60<br />

Prêmio da opção (R$) 0,246<br />

0,097<br />

-60,62%<br />

Valor da posição (R$) 12.300,00 4.843,56


Seja f a função de apreçamento da opção. O prêmio da opção e o valor da posição valem<br />

sob os cenários de referência dos FPRs:<br />

Prêmio Ref f 2,300, 2,100, 19%, 9,48%, 78 du , 12% 0,246 R$<br />

sob os cenários de variação dos FPRs:<br />

VFRef q Prêmio Ref 50.000 12.300,00<br />

Prêmio cen f 2,139, 2,100, 18%, 9,48%, 78 du , 9,6% 0,097 R$<br />

VF q Prêmio 50.000 4.843,56<br />

cen cen<br />

A variação do valor da posição sob os cenários para DOL, r , rc e , vale, portanto,<br />

2.2.4. Área de Cenários<br />

VF 4.843,56 12.300,00 7.456,44 R$<br />

Ao avaliar uma carteira que apresenta exposição a diversos fatores de risco são utilizados cenários contíguos<br />

de variação para estes fatores, formados a partir da combinação dos cenários definidos para cada fator. A<br />

adoção de todas as combinações do produto cartesiano dos conjuntos de cenários de cada FPR elimina a<br />

subjetividade na formação de cenários contíguos. Todavia, podem ser criados cenários extremamente<br />

improváveis do ponto de vista macroeconômico. A fim de evitar o uso de tais cenários e manter reduzido o<br />

nível de subjetividade na formação deles, são definidas áreas de cenários.<br />

Uma área de cenários é um grupo de subconjuntos de cenários, tal que cada subconjunto está associado a um<br />

FPR. Uma área pode ser representada como<br />

j<br />

Página 15<br />

1 2<br />

N<br />

FPR FPR FPR<br />

Cen , Cen , , Cen<br />

Área de cenários SC SC SC<br />

FPR<br />

onde SC Cen é um subconjunto dos cenários definidos para o fator<br />

cenários da j -ésima linha da tabela 2.2-1.<br />

j<br />

FPR , ou seja,<br />

j<br />

FPR<br />

Cen<br />

SC contém parte dos<br />

Exemplo 8: Considere os cenários para os FPRs Taxa de câmbio à vista de real por dólar (DOL) e índice<br />

Ibovespa à vista ( IBV ), definidos conforme tabela a seguir:<br />

FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />

DOL<br />

IBV<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

DOL<br />

Cen 4<br />

DOL<br />

Cen 5<br />

DOL<br />

Cen 6<br />

-7% -4% 0 +2% +4% +7%<br />

IBV<br />

Cen 1<br />

IBV<br />

Cen 2<br />

IBV<br />

Cen 3<br />

IBV<br />

Cen 4<br />

IBV<br />

Cen 5<br />

-12% -6% 0 +3% +10%<br />

Pode-se definir uma área representativa de situação de melhora econômica ( A ) agrupando cenários de


aixa para a taxa de câmbio e de alta para o Ibovespa. Analogamente, uma área que expresse situação de<br />

piora econômica ( A ) é obtida com os cenários de alta para DOL e de baixa para IBV . Suponha que as<br />

áreas A e A sejam definidas conforme indicado na tabela seguinte, com os cenários pertencentes às<br />

áreas de melhora e de piora econômica indicados respectivamente em tom claro e tom escuro.<br />

FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />

DOL<br />

IBV<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

Esta definição de áreas produz os cenários contíguos listados na tabela a seguir, dentre os quais não há<br />

cenários que combinem queda simultânea para DOL e para IBV ou alta simultânea para DOL e para<br />

IBV .<br />

Página 16<br />

DOL<br />

Cen 4<br />

DOL<br />

Cen 5<br />

DOL<br />

Cen 6<br />

-7% -4% - +2% +4% +7%<br />

IBV<br />

Cen 1<br />

2.2.5. Margem Teórica Máxima<br />

IBV<br />

Cen 2<br />

IBV<br />

Cen 3<br />

IBV<br />

Cen 4<br />

IBV<br />

Cen 5<br />

-12% -6% - +3% +10%<br />

CENÁRIOS CONTÍGUOS<br />

Cen Cen , Cen<br />

Contíguo DOL IBV<br />

i k<br />

Área de cenários A Área de cenários A<br />

7%, 3% 4%, 12%<br />

7%, 10% 4%, 6%<br />

4%, 3% 7%, 12%<br />

4%, 10% 7%, 6%<br />

0%, 3%<br />

0%, 10%<br />

Margem teórica máxima de um contrato é a denominação para sua margem unitária, ou seja, para a margem de<br />

garantia requerida de uma posição em 1 unidade do contrato. Como as metodologias de cálculo de margem<br />

prevêem diversificação de risco, em geral não é possível utilizar os valores de margem teórica máxima para<br />

determinar o valor da margem de uma carteira com diversas posições – em contratos e vencimentos distintos.<br />

A diversificação de risco implica em margem de garantia da carteira igual ou inferior ao somatório das<br />

margens de cada posição da carteira, tomadas de forma isolada.<br />

As regras para diversificação de risco são parte das metodologias de cálculo de margem, abordadas nas seções<br />

seguintes deste capítulo.


2.3. Teste de Estresse sobre Valor Presente - Metodologia de Cálculo de<br />

Margem para Carteira de Contratos Futuros Financeiros<br />

A margem de garantia para a porção de uma carteira de derivativos que compreende as posições em contratos<br />

futuros decorre da equação geral definida para margem de garantia. Desconsiderando-se os termos de margem<br />

adicional, e sob a convenção de que o valor atribuído ao risco de mercado é negativo ou nulo e que o valor da<br />

margem é positivo ou nulo, segue que<br />

Margem Custo de Liquidação Risco de Mercado<br />

O custo de liquidação representa o valor envolvido no encerramento da posição – a compra (venda) de<br />

contratos para liquidação das posições vendidas (compradas). Dada a característica de marcação a mercado e<br />

liquidação de ajuste diário, o custo de liquidação de contratos futuros é nulo.<br />

O risco de mercado é avaliado através de modelo de teste de estresse, analisando-se variações do valor da<br />

posição sob os cenários de estresse definidos para os FPRs a ela associados, recorrendo-se, para estimação de<br />

variações sob cenário, à decomposição linear das posições em contratos futuros em exposições aos fatores<br />

primitivos de risco.<br />

Portanto, a equação acima, quando restrita a uma posição em contatos futuros, é simplificada para<br />

Margem Carteira de Futuros Risco de Mercado Carteira de Futuros (2)<br />

A metodologia de Teste de Estresse sobre o Valor Presente é a metodologia utilizada para estimar o risco de<br />

mercado das posições em contratos futuros. Sua apresentação está organizada conforme os tópicos a seguir:<br />

Identificação e decomposição de contratos futuros em FPRs;<br />

Variação financeira sob cenário;<br />

Cálculo de risco de mercado - análise de cenários, risco local e risco global;<br />

Controle da compensação de risco entre posições em vencimentos distintos de um contrato;<br />

Fator Hedger;<br />

Procedimento Subcarteira 2 - compensação de risco entre posições de vencimentos curtos e longos; e<br />

Subcarteiras de contratos futuros – cálculo de risco de subcarteira e margem de uma carteira.<br />

A metodologia aqui apresentada não abrange características relativas à liquidação por entrega, abordadas na<br />

seção dedicada aos contratos futuros sobre mercadorias agropecuárias, tampouco à compensação de risco entre<br />

contratos futuros e de opção com ajuste periódico, abordada na seção que trata da metodologia de cálculo de<br />

margem de garantia para este tipo de opção.<br />

2.3.1. Identificação e decomposição de contratos futuros em FPRs<br />

A identificação dos fatores primitivos de risco de um contrato futuro e a decomposição do contrato em FPRs<br />

decorrem do modelo de apreçamento do contrato.<br />

O valor de um contrato futuro, quando definido com base no Princípio de Não-Arbitragem, que estabelece que<br />

o resultado de uma operação financeira independe dos instrumentos utilizados para realizá-la, pode ser<br />

expresso como uma função da seguinte forma<br />

Página 17


F A B C 1 (3)<br />

onde os termos A, B e C referem-se, respectivamente, ao valor do ativo-base do contrato futuro, ao<br />

rendimento proporcionado pelo investimento no ativo-base (dividendos de uma ação, por exemplo) e ao custo<br />

de financiamento, todos representados em forma de preço.<br />

A equação (3) define um valor teórico para o preço futuro, que mais se aproxima do valor futuro real quanto<br />

mais precisamente se incluir, na formulação, as variáveis relevantes à formação de seu preço. Por exemplo,<br />

podem ser relevantes variáveis relacionadas à liquidez, a custos tributários e de armazenagem, ou ainda a<br />

características específicas do ativo-objeto, como sazonalidade de preços, de produção, etc.. Em alguns casos,<br />

pode ser mais conveniente obter F diretamente da curva de preços futuros do ativo-objeto, sem lançar mão da<br />

formulação acima. Os resultados que seguem, apesar de expressos em função de A, B e C , podem ser<br />

generalizados para qualquer quantidade de termos na equação (3).<br />

A taxa de variação contínua de F, supondo que A, B e C variem para A , B e C , respectivamente, é dada<br />

por<br />

1<br />

F A B C A B C<br />

RF ln ln ln ln ln RA RB RC<br />

(4)<br />

1<br />

F A B C A B C<br />

onde R A , R B e R C são as taxas de variação contínuas de A, B e C , respectivamente.<br />

Uma posição em q unidades do contrato futuro de valor F e tamanho TM assume valor VF e sofre variação<br />

VF correspondente à variação no preço do contrato futuro, ou seja,<br />

onde R F é a taxa de variação de F, RF F F 1.<br />

VF q F TM (5)<br />

VF VF R F<br />

(6)<br />

A aproximação de taxas discretas por taxas contínuas permite estimar VF através de uma função linear das<br />

variações de A, B e C . De fato, aproximando a taxa de variação discreta F R pela taxa contínua R F , bem<br />

como as taxas contínuas A R , R B e R C pelas respectivas taxas discretas A R , B R e R C , obtém-se, das equações<br />

(4) e (6), a seguinte aproximação para VF<br />

VF VF RF VF RA VF RB VF R C<br />

(7)<br />

As equações (4) e (7) são combinações lineares das taxas de variação de A, B e C . Na equação (4), os<br />

coeficientes da combinação valem 1 ou -1; na equação (7) valem VF ou VF . O sinal de cada parcela é o<br />

mesmo do expoente da variável correspondente na equação (3). O erro da aproximação linear é tanto maior<br />

quanto maiores os valores de R F , R A , R B e R C .<br />

Página 18


Exemplo 1: O valor do contrato futuro de taxa de câmbio de real por dólar é função da taxa de câmbio à<br />

vista, DOL, da taxa de cupom cambial rc e da taxa de juro pré-fixada em real r<br />

1 1<br />

F DOL 1 rc 1 r DOL PU rc<br />

PU r<br />

A variação de F para F DOL r rc 1<br />

1 1 é expressa em função das variações dos fatores de<br />

risco DOL, r e rc , conforme a seguinte equação<br />

R<br />

F<br />

F DOL 1 r 1 rc DOL PU r PU<br />

ln ln ln<br />

F DOL 1 r 1 rc DOL PU PU<br />

Página 19<br />

r rc<br />

A posição resultante da compra (venda) de tal contrato equivale à posição comprada (vendida) na moeda<br />

estrangeira, vendida (comprada) em PU de taxa de juro pré-fixada em moeda nacional e comprada<br />

(vendida) em PU de cupom cambial.<br />

A variação VF da posição que vale VF q F TM é a soma das parcelas de variação decorrentes de<br />

cada FPR<br />

DOL<br />

PU<br />

PU<br />

r<br />

rc<br />

VF VF RF VF VF VF<br />

DOL PU r PU rc<br />

Exemplo 2: Considere a posição comprada em 1 unidade do contrato futuro de taxa de câmbio de real<br />

por dólar, de tamanho igual a 50.000 dólares, cotado em R$ / US$ 1.000 (contrato FUT DOL), nas<br />

mesmas condições do Exemplo 6 da seção anterior.<br />

No Exemplo 6 calculou-se de forma exata a variação VF da posição, supondo as variações dadas pelos<br />

cenários de queda de 7% para DOL, de 100 pb para r e variação nula para rc , obtendo-se variação de -<br />

9.726,89 R$ ou -7,78% do valor da posição, de 125.000 R$.<br />

Neste exemplo, calcula-se VF utilizando-se a decomposição linear, conforme a derivação no Exemplo<br />

1. O quadro a seguir apresenta os valores de referência e sob cenário dos FPRs do contrato e, na última<br />

coluna, as parcelas de variação associadas a cada FPR sob o respectivo cenário de variação, componentes<br />

da aproximação linear para VF.<br />

FPR<br />

VALOR <strong>DE</strong><br />

REFERÊNCIA<br />

CENÁRIO <strong>DE</strong><br />

VARIAÇÃO<br />

CÁLCULO EXATO<br />

VALOR SOB<br />

CENÁRIO<br />

rc<br />

CÁLCULO<br />

APROXIMADO<br />

PARCELA DA<br />

VARIAÇÃO TOTAL<br />

DOL (R$ / US$) 2,300 - 7% 2,139 -8.750,00<br />

r<br />

(% no período) 19,00 - 100 pb 18,00<br />

PU<br />

r<br />

(R$) 0,8403 0,86% 0,8475<br />

VF<br />

-1.071,05


c<br />

(% no período) 9,48 0 pb 9,48<br />

PU<br />

rc<br />

Variação financeira da<br />

posição<br />

(US$) 0,9134 0% 0,9134<br />

A variação relativa do valor da posição obtida pelo cálculo aproximado derivado da decomposição linear<br />

vale<br />

VF DOL<br />

PU<br />

r<br />

PU<br />

VF DOL PU PU<br />

r rc<br />

As variações absolutas referentes a cada FPR são as seguintes:<br />

rc<br />

Página 20<br />

7% 0,86% 0 7,86%<br />

variação decorrente da exposição a DOL : VF<br />

DOL<br />

DOL<br />

125.000 7% 8.750,00<br />

variação decorrente da exposição a r : VF<br />

PU r<br />

PU<br />

125.000 0,86% 1.071,05<br />

PU rc<br />

variação decorrente da exposição a rc : VF 125.000 0 0<br />

PU<br />

variação financeira aproximada da posição:<br />

- -9.726,89 -9.821,05<br />

Valor da posição 125.000<br />

115.273,11 115.178,95<br />

-7,78%<br />

Preço futuro 2.500,00 2.305,46 2.346,42<br />

r<br />

rc<br />

DOL<br />

PU<br />

PU<br />

r<br />

rc<br />

VF VF VF 9.821,05<br />

DOL PU PU<br />

r rc<br />

Ao estimar VF a partir da decomposição linear de R F , incorre-se no erro de aproximação – a diferença<br />

entre as variações aproximada e exata. Neste exemplo, as variações financeiras aproximada e exata valem,<br />

respectivamente, -9.821,05 R$ e -9.726,89 R$ e o erro da aproximação é de -94,16 R$, ou 0,97% do valor<br />

exato da variação.<br />

De maneira geral, as equações (3), (4) e (7) para F, R F e VF, respectivamente, podem ser reescritas da<br />

seguinte maneira<br />

s1 s2 sN<br />

F Y1 Y2 YN<br />

, sk 1, k 1,2, , N<br />

R s R s R s R s R<br />

F 1 Y1 2 Y2 N YN k Yk<br />

k 1<br />

VF s VF R s VF R s VF R s VF R<br />

1 Y1 2<br />

Y2 N YN k Yk<br />

k 1<br />

Os termos Y k da equação para o preço F representam os fatores primitivos de risco do contrato. O termo<br />

sk VF da equação para VF é a exposição financeira da posição ao fator de risco Y k .<br />

N<br />

N<br />

-


Segue desta representação para R F a denominação decomposição linear de um contrato futuro em FPRs – a<br />

variação do valor do contrato decorre da variação conjunta observada nas variáveis primitivas e pode ser<br />

obtida, de forma aproximada, como soma de tais variações.<br />

Por conseguinte à decomposição linear dos contratos futuros, a variação financeira de uma carteira de<br />

contratos futuros também pode ser aproximada por uma função linear, qual seja a soma das decomposições<br />

lineares das variações de cada contrato nas variações de seus respectivos fatores de risco.<br />

A avaliação da variação potencial da carteira sob cenário para os FPRs requer, portanto, a determinação da<br />

exposição financeira da carteira a cada FPR - identificados os fatores primitivos de risco dos contratos futuros<br />

presentes na carteira, a decomposição linear da posição consiste em expressá-la em termos de exposições<br />

financeiras aos FPRs.<br />

O mapeamento em fatores primitivos de risco dos demais contratos futuros financeiros é similar ao descrito,<br />

no Exemplo 1, para o contrato futuro de taxa de câmbio. A Tabela 2.3-1 apresenta os FPRs associados aos<br />

principais contratos futuros financeiros da BM&FBOVESPA.<br />

ESTRUTURAS TEMPORAIS<br />

<strong>DE</strong> TAXA <strong>DE</strong> JURO<br />

MERCADOS À VISTA<br />

FATOR PRIMITIVO<br />

<strong>DE</strong> RISCO<br />

Taxa de juro pré-fixada *<br />

DI 1, DI Longo<br />

Cupom Cambial,<br />

SCC, SC3<br />

Taxa câmbio R$ / US$<br />

Taxa câmbio R$ / EUR<br />

Página 21<br />

Ibovespa<br />

CONTRATO FUTURO<br />

IBrX-50<br />

Ouro<br />

* * * * * * *<br />

Cupom Cambial US$ * * * * *<br />

Spread US$xEUR *<br />

Convenience Yield Brasil * *<br />

Cupom de IGP-M * *<br />

Cupom de IPC-A * *<br />

Taxa de Câmbio R$/US$ * *<br />

Taxa de Câmbio R$/EUR *<br />

IBVSP *<br />

IBrX-50 *<br />

Ouro *<br />

Global Bonds *<br />

US T- Note 10Y *<br />

Global Bond<br />

US T- Note 10Y<br />

IGP-M<br />

Cupom de IGP-M<br />

IPCA<br />

Cupom de IPCA


ÍNDICES <strong>DE</strong><br />

INFLAÇÃO<br />

IGP-M * *<br />

Prêmio IGP-M *<br />

IPC-A * *<br />

Tabela 2.3-1 – Fatores primitivos de risco associados a contratos futuros financeiros da BM&FBOVESPA<br />

Por simplificação, não são utilizados, no mapeamento dos contratos futuros sobre Global Bonds e US<br />

Treasury Note, os vértices da estrutura temporal das respectivas curvas de juro. No que se refere aos Global<br />

Bonds há que se considerar ainda o impacto das diferenças de liquidez dos diversos títulos. Diante disso, se<br />

utiliza os preços dos respectivos títulos como fator primitivo de risco no mapeamento de tais contratos.<br />

De maneira geral, a transformação de uma carteira de contratos derivativos em uma carteira de exposições a<br />

fatores primitivos de risco equivale à soma horizontal, ao longo de cada linha da Tabela 2.3-1, obtendo-se a<br />

exposição total da carteira a um FPR como soma das exposições de cada posição a esse fator.<br />

O mapeamento detalhado dos contratos futuros - cálculo do valor financeiro e das exposições aos respectivos<br />

FPRs - encontra-se no Apêndice 1 – Regras de Mapeamento de Contratos Futuros em Fatores Primitivos de<br />

Risco.<br />

Em função da adoção de vértices fixos para os FPRs do tipo estrutura temporal, uma posição que apresente<br />

exposição a um fator deste tipo para um prazo t não coincidente com qualquer de seus vértices é mapeada nos<br />

vértices adjacentes ao prazo da exposição original.<br />

Denotando por v inf e v sup os vértices imediatamente adjacentes a t (v t vsup ), a exposição original<br />

FPRt<br />

Exposição , é substituída pelas exposições<br />

Note que<br />

Exposição s VF t<br />

FPRv , inf vinf<br />

FPR<br />

v t v<br />

inf<br />

inf<br />

t 1 e<br />

v v<br />

sup inf<br />

FPRv , FPRv ,<br />

inf<br />

sup<br />

FPRt ,<br />

e<br />

Página 22<br />

inf<br />

FPRv ,<br />

v<br />

FPR<br />

sup<br />

sup<br />

Exposição s VF t<br />

vsup vinf<br />

Exposição Exposição Exposição s VF .<br />

(8)<br />

t 1 t<br />

(9)<br />

Portanto, pode-se expressar a exposição de uma posição com valor financeiro VF a qualquer FPR como<br />

FPR<br />

Exposição s VF (10)<br />

FPRv ,<br />

v<br />

FPR<br />

onde s FPR é o sinal (±1) correspondente ao fator FPR na decomposição linear do contrato em questão e<br />

um fator de distribuição da exposição financeira entre os vértices do FPR.<br />

v é


v<br />

Para o FPR que não é do tipo estrutura temporal, supõe-se um único vértice v e 1,<br />

obtendo-se<br />

FPR<br />

Exposição sFPR VF.<br />

O exemplo a seguir ilustra o mapeamento em vértices.<br />

Exemplo 3: Os FPRs do contrato futuro de taxa de câmbio de real por dólar são a taxa de câmbio à vista<br />

DOL e as taxas de juro pré-fixadas em real e em dólar, respectivamente taxa pré ( r ) e cupom cambial (<br />

rc ). Considere que os vértices dos FPRs taxa pré e cupom cambial sejam os prazos múltiplos de 21 dias<br />

úteis (du) e de 30 dias corridos (dc), respectivamente, além do vértice de 1 dia,<br />

Vértices r<br />

1, 21, 42, 63, 84, e Vértices rc<br />

1, 30, 60, 90, 120, .<br />

Considere uma posição de valor VF neste contrato, a vencer em 78 du / 113 dc. Como este prazo não<br />

coincide com os vértices de r e de rc , a posição é mapeada<br />

nos vértices do fator r adjacentes a 78 du – os vértices de 63 du e 84 du e<br />

nos vértices do fator rc adjacentes a 113 dc – os vértices de 90 dc e 120 dc.<br />

A posição assim mapeada apresenta as seguintes exposições:<br />

<br />

DOL<br />

Exposição ao FPR Taxa de câmbio à vista: Exposição VF<br />

Exposição ao FPR Taxa pré:<br />

r,63<br />

Exposição VF 0,285712 e<br />

Exposição ao FPR Cupom cambial:<br />

rc,90<br />

Exposição VF<br />

0,233333 e<br />

63 du 78 63<br />

78 1 0,285712<br />

84 63<br />

r ,84<br />

Exposição VF<br />

Página 23<br />

0,714288<br />

90 dc<br />

113 90<br />

113 1 0,233333<br />

120 90<br />

rc,120<br />

Exposição VF<br />

Veja, na tabela a seguir, o mapeamento de uma posição de valor VF<br />

r<br />

rc<br />

0,766667<br />

FPR EXPOSIÇÃO FINANCEIRA<br />

DOL VF 125.000,00<br />

vértice 63 du<br />

vértice 84 du<br />

vértice 90 dc<br />

vértice 120 dc<br />

VF<br />

VF<br />

VF<br />

VF<br />

63 du<br />

- 35.714,00<br />

63 du<br />

1 - 89.286,00<br />

90 dc<br />

125.000<br />

29.167,00<br />

90 dc<br />

1 95.833,00<br />

Como se observa na Tabela 2.3-1 há fatores de risco comuns a contratos futuros distintos e, portanto, a<br />

exposição de uma carteira a um fator primitivo de risco pode advir de posições em contratos distintos.<br />

Desconsiderando por ora mecanismos de controle de compensação de risco entre posições em vencimentos<br />

distintos de um mesmo contrato, calcula-se a parcela da variação financeira da carteira, associada ao fator


FPR, em seu vértice v , a partir do valor da exposição total da carteira a esse fator, dada pelo somatório das<br />

exposições geradas por cada contrato e cada vencimento.<br />

FPRv<br />

Denota-se por Exposição cT<br />

,<br />

v<br />

, a exposição financeira ao fator FPR oriunda de uma posição no vencimento T<br />

de um contrato c , calculada conforme equação (10). Havendo M contratos distintos, cada qual com Q<br />

vencimentos distintos, então a exposição total da carteira ao fator FPR, no vértice v é<br />

FPRv ,<br />

M Q<br />

FPRv ,<br />

m 1q 1<br />

cm, Tq<br />

Exposição Exposição<br />

A combinação de posições compradas e vendidas em contratos distintos pode resultar em redução da<br />

exposição a um ou mais fatores de risco. Tal é o caso, por exemplo, de posição comprada em futuro de taxa de<br />

câmbio de real por dólar e vendida em futuro de cupom cambial, com a redução da exposição ao FPR taxa de<br />

câmbio à vista.<br />

Outro exemplo de redução de exposição a um fator de risco é a combinação de posições em contratos futuros<br />

de DI1, de cupom cambial e de taxa de câmbio de real por dólar, em que as exposições a todos os FPRs<br />

podem ser anuladas completamente, desde que as quantidades de contratos das posições compradas e de<br />

vendidas obedeçam às proporções corretas.<br />

Exemplo 4: Considere a carteira formada por uma posição vendida em contrato futuro de cupom cambial<br />

(FUT DDI) e uma posição comprada em contrato futuro de taxa de câmbio de real por dólar (FUT DOL),<br />

com vencimentos iguais, no prazo de 78 du / 113 dc, e de valores iguais a R$ 120.000 e R$ 125.000,<br />

respectivamente.<br />

Ao mapear as posições, as exposições financeiras à taxa de câmbio à vista DOL se compensam e resultam<br />

em exposição total de R$ 5.000 a este fator de risco. Também se compensam as exposições ao fator cupom<br />

cambial. Veja, na tabela seguinte, o mapeamento de cada posição e as exposições resultantes. “C” e “V”<br />

indicam compra e venda de contratos, respectivamente.<br />

CARTEIRA<br />

Contrato FUT DDI FUT DOL<br />

Prazo (du / dc) 78 / 113 78 / 113<br />

C / V Qtde contratos V 1 C 1<br />

r<br />

rc<br />

VF -120.000 125.000<br />

FPR<br />

EXPOSIÇÃO FINANCEIRA<br />

FUT DDI FUT DOL TOTAL<br />

DOL -120.000 125.000 5.000<br />

vértice 63 du - 35.714 - 35.714<br />

vértice 84 du - 89.286 - 89.286<br />

vértice 90 dc -28.000 29.167 1.167<br />

vértice 120 dc -92.000 95.833 3.833<br />

Página 24


2.3.2. Variação financeira sob cenário<br />

A partir do mapeamento linear de um contrato futuro em fatores primitivos de risco, derivou-se, na seção<br />

anterior, a variação financeira de uma posição em tal contrato como somatório das parcelas da variação<br />

decorrentes da exposição a cada FPR.<br />

Sob o cenário<br />

Cen , a parcela da variação financeira da posição de valor VF , decorrente da variação do<br />

FPRv ,<br />

k<br />

fator FPR, em seu vértice v , é dada por<br />

O termo<br />

FPRv ,<br />

k<br />

FPRv , FPRv , FPRv ,<br />

VF k Exposição k (11)<br />

v v<br />

FPRv ,<br />

k<br />

k<br />

v<br />

FPR Ref<br />

Ref<br />

Página 25<br />

FPR FPR<br />

da equação (11) é a variação do fator primitivo de risco quando expresso em preço, mesmo<br />

que o fator seja indicado como uma variável do tipo taxa. Por exemplo, no caso do fator Taxa pré-fixada em<br />

real, o termo rv ,<br />

k , na equação (11) para a variação<br />

rv ,<br />

VF k , é a variação relativa entre os preços PU<br />

correspondentes às taxas sob os cenários<br />

rv<br />

Cen k<br />

, rv<br />

e Cen Ref<br />

,<br />

, PU r 1 r .<br />

Dados nv vértices do fator FPR - v1, v2 , ... , v nv - a variação financeira de uma posição relativa ao FPR, sob<br />

seu k -ésimo cenário, é denotada<br />

FPR<br />

VF k e obtida como soma das variações associadas aos vértices, ou<br />

seja,<br />

nv nv<br />

FPR FPRv , i FPRv , i FPRv , i<br />

VF k VF k Exposição k<br />

i 1 i 1<br />

Na tabela a seguir estão representadas as variações financeiras sob cenário, por vértice do fator FPR, sob cada<br />

um dos nc cenários. As variações financeiras totais relativas ao fator FPR, sob cada cenário, estão indicadas<br />

na última linha da tabela.<br />

FPR<br />

FPR<br />

FPR<br />

v<br />

, vértice 1<br />

, vértice v nv<br />

FPR<br />

Cen<br />

FPR<br />

1<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

FPR , v1<br />

FPR , v1<br />

VF 1<br />

VF<br />

FPR , vnv<br />

FPR<br />

VF<br />

1<br />

1<br />

FPR<br />

k<br />

1<br />

Cen<br />

FPR<br />

FPR , v1<br />

VF k VF nc<br />

FPR , vnv<br />

VF k<br />

FPR<br />

VF k<br />

nc<br />

FPR , vnv<br />

VF nc<br />

FPR<br />

VF nc<br />

Tabela 2.3-2 – Variações financeiras sob cenário associadas a um FPR, por vértice<br />

Soma<br />

das<br />

variações<br />

ao longo<br />

dos<br />

vértices<br />

Dados N fatores primitivos de risco aos quais uma posição apresenta exposição e um cenário para cada um<br />

Contíguo<br />

deles, combinados no cenário contíguo Cen k<br />

1 2<br />

Cen k , Cen , 1 k2 N<br />

, Cen kN<br />

, segue da decomposição linear<br />

r<br />

(12)


dos contratos futuros que a variação financeira total do valor da posição sob este cenário é o somatório das<br />

variações associadas a cada FPR, sob o respectivo cenário<br />

onde<br />

1 2<br />

N<br />

VF k VF k1 VF k2 VF kN<br />

(13)<br />

j<br />

VF k j é a parcela de variação financeira da posição sob o cenário<br />

conforme a equação (12) para j 1,2, , N.<br />

Portanto<br />

N<br />

j<br />

j<br />

N nvj<br />

j, vi j, vi<br />

j<br />

j 1 j 1 i 1<br />

VF k VF k Exposição k<br />

Página 26<br />

Cen do fator de risco<br />

j<br />

k j<br />

j<br />

FPR , dada<br />

Na Tabela 2.3-3 estão destacadas as variações financeiras sob o cenário de cada fator que compõe o cenário<br />

Contíguo<br />

contíguo Cen k . De acordo com a equação (13), a soma de tais variações resulta na variação total da<br />

posição, VF k .<br />

FPR VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

1<br />

FPR<br />

j<br />

FPR<br />

N<br />

FPR<br />

Cen 1<br />

1<br />

1<br />

VF<br />

1<br />

j<br />

Cen 1<br />

j<br />

VF<br />

N<br />

Cen 1<br />

N<br />

VF<br />

1<br />

1<br />

Cen<br />

j<br />

k j<br />

j<br />

VF k j<br />

1<br />

Cen k1<br />

1<br />

VF k 1<br />

Cen<br />

j<br />

ncj<br />

j<br />

VF nc j<br />

Cen<br />

N<br />

k<br />

N<br />

N<br />

VF k N<br />

1<br />

Cen nc1<br />

1<br />

VF nc1<br />

Tabela 2.3-3 – Composição da variação financeira sob uma combinação de cenários<br />

Cen<br />

N<br />

nc<br />

N<br />

N<br />

VF nc N<br />

Exemplo 5: Considere novamente a posição comprada em 1 unidade do contrato futuro de taxa de câmbio<br />

de real por dólar, de tamanho igual a 50.000 dólares, cotado em 2.500 R$ / US$ 1.000 e vencimento no<br />

prazo de 78 du / 113 dc.<br />

Suponha definidos 5 cenários para o fator de risco taxa de juro pré-fixada, 3 cenários para a taxa de cupom<br />

cambial e 3 cenários para a taxa de câmbio à vista, sob os quais se obtêm as variações financeiras<br />

associadas a cada FPR, conforme a tabela a seguir.<br />

FPR<br />

r<br />

EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

r<br />

Cen 1<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

r<br />

Cen 2<br />

r<br />

Cen 3<br />

r<br />

Cen 4<br />

r<br />

Cen 5<br />

v inf<br />

-35.714 -43 38 - -38 43<br />

v sup<br />

-89.286 -230 183 - -184 237<br />

rc<br />

rc<br />

Cen 1<br />

rc<br />

Cen 2<br />

rc<br />

Cen 3<br />

(14)


v inf<br />

29.167 96 - -155<br />

v sup<br />

95.833 624 - -993<br />

DOL<br />

Considere o cenário contíguo formado pelos cenários destacados na tabela,<br />

Contíguo<br />

Cen<br />

r rc DOL<br />

Cen , Cen , Cen . Conforme a equação (13), a ocorrência de tal cenário implica em<br />

2 3 3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

valorização da posição no valor de $ 7.823 , pois<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

r rc DOL<br />

VF VF 2 VF 3 VF 3 38 183 155 993 8.750 7.823<br />

2.3.3. Cálculo de risco de mercado<br />

Página 27<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

125.000 -8.750 - 8.750<br />

A metodologia de teste de cenários busca a pior variação financeira de uma posição quando avaliada sob um<br />

conjunto de cenários previamente definidos.<br />

Define-se amplo e diversificado conjunto de cenários para cada FPR, oriundos de análises técnicas e/ou<br />

estatísticas (simulação histórica, modelos econométricos, teoria de valores extremos etc.), bem como de<br />

avaliação consensual da conjuntura dos mercados. São definidas também as áreas de cenários, de modo a<br />

evitar a utilização de cenários contíguos improváveis do ponto de vista macroeconômico.<br />

Decorre do mapeamento linear dos contratos futuros, ou seja, da linearidade da variação financeira total em<br />

relação às variações associadas a cada FPR, que, para se obter a pior variação total sob cenário, Min VF,<br />

j<br />

basta tomar a mínima variação sob cenário associada a cada fator, Min VF ,<br />

Min VF Min VF<br />

Define-se risco de mercado local de um conjunto de posições como a pior variação financeira da carteira sob<br />

os cenários pertencentes à determinada área de cenários.<br />

A mínima variação financeira sob cenário associada ao fator FPR em uma área A é denotada por<br />

FPR<br />

Min VF A e expressa como<br />

FPR<br />

Min VF A min<br />

1 k nc<br />

FPR<br />

VF k, A min<br />

FPR<br />

VF 1, A , ,<br />

FPR<br />

VF nc, A<br />

VF k, A<br />

N<br />

j 1<br />

FPR FPR<br />

VF k se o cenário Cen pertence à área A<br />

FPR k<br />

0 caso contrário<br />

j<br />

(15)


Assim, dentre todos os cenários definidos para o fator FPR -<br />

avaliação local em A apenas aqueles pertences à área A.<br />

Página 28<br />

FPR<br />

Cen 1 , ... ,<br />

FPR<br />

Cen nc - são considerados para<br />

O risco local em A é então obtido como o somatório, ao longo dos fatores de risco, das piores variações<br />

financeiras sob cenário na área A, se negativo<br />

N<br />

j 1<br />

N<br />

Risco Local<br />

j<br />

Min VF A<br />

j<br />

1<br />

N<br />

Min VF A A A<br />

1 1<br />

min VF 1, A , , VF nc , A<br />

A<br />

Min VF Min VF<br />

1<br />

Pior variação financeira associada ao fator FPR ,<br />

dados os cenários para este fator pertencentes à área A<br />

min 0, (16)<br />

1<br />

j 1<br />

min 1, , , ,<br />

N N<br />

VF A VF ncN A<br />

N<br />

Pior variação financeira associada ao fator FPR ,<br />

dados os cenários para este fator pertencentes à área A<br />

Estão representadas na Tabela 2.3-4 as variações financeiras de uma carteira associadas a cada fator de risco,<br />

sob os diversos cenários definidos para cada um deles. As variações mínimas, na área A,<br />

associadas a cada<br />

fator estão indicadas na última coluna.<br />

FPR VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIOS DA ÁREA A<br />

1<br />

FPR<br />

j<br />

FPR<br />

N<br />

FPR<br />

1<br />

VF 1, A<br />

1<br />

VF 2, A<br />

PIOR VARIAÇÃO<br />

NA ÁREA A<br />

Min VF 1<br />

1<br />

1 , VF nc A A<br />

j<br />

j<br />

j<br />

VF 1, A VF 2, A VF nc , A<br />

N<br />

N<br />

N<br />

VF 1, A VF 2, A VF nc , A<br />

Tabela 2.3-4 – Apuração da medida risco local na área de cenários<br />

N<br />

Escolha da mínima variação<br />

financeira sob cenário, associada a<br />

cada FPR<br />

j<br />

j<br />

Min VF A<br />

N<br />

Min VF A<br />

Toma-se como medida de risco da carteira o menor dentre os valores de risco local correspondentes às diversas<br />

áreas de cenários A 1 , A 2 , ... .<br />

Risco de Mercado min Risco Local Área1 , Risco Local Área2 , Risco Local Área3<br />

, (17)<br />

O exemplo a seguir ilustra o cálculo de risco unitário do contrato futuro de taxa de câmbio de real por dólar (sua<br />

margem teórica máxima) considerando-se duas áreas de cenários.<br />

Exemplo 6: Cálculo da margem de garantia do contrato futuro de taxa de câmbio de real por dólar, de<br />

vencimento T .<br />

Supondo que o preço do contrato seja R$ 2.500 / US$ 1.000 e que o contrato tenha tamanho 50.000 dólares, o<br />

A


valor da posição comprada em 1 unidade do contrato é VF 2. 500 50 125. 000 .<br />

Conforme o Exemplo 1, os FPRs deste contrato são a taxa de câmbio à vista DOL e as taxas de juro préfixadas<br />

em real e em dólar, respectivamente, taxa pré ( r ) e cupom cambial ( rc ). A tabela a seguir apresenta<br />

os cenários dos FPRs do contrato, nos vértices em que a posição é mapeada. Os cenários para r e rc estão<br />

expressos em pontos-base.<br />

Considere as áreas de cenários<br />

r r r rc rc DOL DOL DOL<br />

A1 Cen 1 ,Cen 3 ,Cen 4 ,Cen 2 ,Cen 3 ,Cen 1 ,Cen 2 ,Cen 3<br />

e<br />

FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO PARA FPR<br />

r<br />

r r r rc rc DOL DOL DOL<br />

A2 Cen 2 ,Cen 3 ,Cen 5 ,Cen 1 ,Cen 2 ,Cen 1 ,Cen 2 ,Cen 3 .<br />

A próxima tabela apresenta as variações financeiras sob cenário para cálculo da margem da posição:<br />

FPR<br />

r<br />

EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

Cen<br />

Página 29<br />

Cen<br />

r<br />

Cen 1<br />

r<br />

Cen 2<br />

r<br />

3<br />

r<br />

Cen 4<br />

r<br />

5<br />

v inf -162 +145 - -145 +166<br />

v sup -175 +141 - -140 +183<br />

rc<br />

Cen<br />

rc<br />

Cen 1<br />

rc<br />

Cen 2<br />

rc<br />

3<br />

v inf -396 - +642<br />

v sup -392 - +634<br />

DOL<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

-7% - +7%<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB<br />

CENÁRIOS DA ÁREA<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB<br />

CENÁRIOS DA ÁREA A<br />

r<br />

Cen 1<br />

r<br />

Cen 3<br />

r<br />

Cen 4<br />

r<br />

Cen 2<br />

r<br />

Cen 3<br />

r<br />

Cen 5<br />

v inf<br />

-35.714 -43 - -38 38 - 43<br />

v sup<br />

-89.286 -230 - -184 183 - 237<br />

rc<br />

-273 - -222 221 - 280<br />

Cen<br />

rc<br />

rc<br />

Cen 2<br />

3<br />

v inf<br />

29.167 - -155 96 -<br />

v sup<br />

95.833 - -993 624 -<br />

DOL<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

Cen<br />

- -1.148 720 -<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

A1 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

rc<br />

2<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

125.000 -8.750 - 8.750 -8.750 - 8.750<br />

-8.750 - 8.750 -8.750 - 8.750


c DOL<br />

Risco Local A min 0, Min VF A Min VF A Min VF A<br />

1 1 1 1<br />

min 0, 273 1.148 8.750 10.171<br />

r rc DOL<br />

Risco Local A Min VF A Min VF A Min VF A<br />

2 2 2 2<br />

min 0, min 0, 0 0 8.750 8.750<br />

Risco de Mercado min Risco Local A , Risco Local A min 10.171, 8.750 10.171<br />

1 2<br />

Para se obter a margem da posição oposta, ou seja, da posição vendida em 1 unidade do contrato, basta<br />

inverter os sinais das variações sob cenário da tabela anterior, com os seguintes resultados:<br />

Risco Local A min 0, 0 0 8.750 8.750<br />

1<br />

Risco Local A min 0, 280 720 8.750 9.750<br />

2<br />

Risco de Mercado min Risco Local A , Risco Local A min 8.750, 9.750 9.750<br />

1 2<br />

Define-se risco de mercado global de um conjunto de posições como a pior variação financeira da carteira,<br />

considerando todos os cenários definidos para os fatores primitivos de risco, se negativa, sem qualquer<br />

restrição às combinações de cenários. Analogamente ao risco local, o risco global é obtido como o somatório,<br />

ao longo dos fatores, das piores variações financeiras sob cenário, considerados todos os cenários definidos<br />

FPR<br />

para os fatores de risco. Não havendo restrição às combinações de cenários, denota-se por Min VF esta<br />

variação mínima.<br />

N<br />

j 1<br />

j<br />

1<br />

Min VF Min Min<br />

N<br />

min 0,<br />

j<br />

(18)<br />

Risco Global Min VF<br />

VF VF<br />

N<br />

min 1 ; ; min 1 ; ;<br />

Página 30<br />

j 1<br />

1 1<br />

N N<br />

VF VF nc1 VF VF ncN<br />

1<br />

Mínima variação financeira associada ao fator FPR ,<br />

N<br />

Mínima<br />

variação financeira associada ao fator FPR ,<br />

considerando todos os cenários para este fator<br />

considerando todos os cenários para este fator<br />

Risco de mercado global e risco de mercado local diferem apenas quanto ao conjunto de cenários envolvidos no<br />

FPR<br />

cômputo das variações financeiras VF , sendo que a medida de risco global assume valor igual ou inferior ao<br />

valor de risco local, ou seja, Risco Global Risco Local A , para qualquer área de cenários A. Vale a<br />

igualdade Risco Global Risco Local A quando a área A contém todos os cenários de todos os fatores<br />

primitivos de risco.<br />

Exemplo 7: Considere uma carteira de futuros cujas posições representem exposições aos FPRs taxa de<br />

câmbio à vista de real por dólar ( DOL) e índice Ibovespa ( IBV ), ambas de valor igual a $1.000. Para estes<br />

FPRs, considere os seguintes cenários:<br />

C Cen , Cen , Cen , Cen , Cen , Cen 7%, 4%,0, 2%, 4%, 7% e<br />

DOL DOL DOL DOL DOL DOL DOL<br />

Cen<br />

1 2 3 4 5 6


C Cen , Cen , Cen , Cen , Cen 12%, 6%,0, 3%, 10%<br />

IBV IBV IBV IBV IBV IBV<br />

Cen<br />

1 2 3 4 5<br />

O quadro a seguir apresenta as variações sob tais cenários, bem como a variação mínima associada a<br />

cada FPR.<br />

FPR<br />

DOL<br />

IBV<br />

EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIR<br />

A<br />

1.000<br />

1.000<br />

Cen<br />

DOL<br />

DOL DOL<br />

VF min 1 , , 6 min 70, 40, 0, 20, 40, 70 70<br />

Min VF VF<br />

DOL<br />

1<br />

CENÁRIO <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

DOL<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

3<br />

IBV IBV IBV<br />

Min VF min VF 1 , , VF 5 min 120, 60, 0, 30, 100 120<br />

DOL IBV<br />

Risco Global min 0, Min VF Min VF min 0, 70 120 190<br />

Não havendo restrição à combinação de cenários, Risco de Mercado Risco Global<br />

Cen<br />

Considere duas áreas de cenários - uma área de melhora ( A ) e uma de piora ( A ) da situação<br />

econômica – assim definidas: A contém os cenários 1 e 2 do fator DOL e os cenários 4 e 5 do fator<br />

IBV ; A contém os cenários 5 e 6 do fator DOL e os cenários 1 e 2 do fator IBV .O risco local da<br />

carteira na área A vale -40 $ e na área A vale -80 $.<br />

FPR<br />

EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

DOL 1.000<br />

IBV<br />

FPR<br />

1.000<br />

EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

DOL 1.000<br />

Página 31<br />

DOL<br />

DOL<br />

DOL<br />

Cen Cen Cen<br />

4<br />

5<br />

6<br />

MÍNIMA<br />

VARIAÇÃO<br />

190<br />

Cen<br />

-7% -4% - +2% +4% +7% -7%<br />

-70 -40 - 20 40 70 -70<br />

Cen<br />

IBV<br />

1<br />

Cen<br />

IBV<br />

IBV<br />

Cen 2<br />

3<br />

Cen<br />

IBV<br />

IBV<br />

Cen 4<br />

5<br />

DOL<br />

1<br />

Cen<br />

-12% -6% - +3% +10% -12%<br />

Cen<br />

-120 -60 - 30 100 -120<br />

DOL<br />

1<br />

CENÁRIO NA ÁREA <strong>DE</strong> “MELHORA” ( A )<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

DOL<br />

2<br />

IBV<br />

1<br />

MÍNIMA<br />

VARIAÇÃO<br />

Cen<br />

-7% -4% -7%<br />

-70 -40 -70<br />

Cen<br />

IBV<br />

IBV<br />

Cen 4<br />

5<br />

CENÁRIO NA ÁREA <strong>DE</strong> “PIORA” ( A )<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

DOL<br />

1<br />

Cen<br />

+3% +12% +3%<br />

30 120 +30<br />

IBV<br />

1<br />

MÍNIMA<br />

VARIAÇÃO<br />

DOL<br />

DOL<br />

DOL<br />

Cen Cen Cen<br />

5<br />

6<br />

5<br />

+4% +7% +4%


IBV<br />

1.000<br />

Cen<br />

IBV<br />

1<br />

DOL IBV<br />

Risco Local A min 0, Min VF A Min VF A min 0, 70 30 40<br />

DOL IBV<br />

Risco Local A min 0, Min VF A Min VF A min 0, 40 120 80<br />

Risco de Mercado min Risco Local A , Risco Local A min 40, 80 80<br />

Cen<br />

IBV<br />

2<br />

O risco de mercado da carteira - o mínimo risco local - refere-se à área A , sob a qual a pior variação<br />

financeira vale -80 $, inferior à perda sob a área de cenários A (-40 $). Desconsiderando as áreas, ou<br />

seja, permitindo qualquer combinação de cenários individuais, a perda da carteira atinge o valor de 190 $<br />

(risco de mercado global), advinda dos cenários 1 de cada FPR, que representam queda para os dois<br />

fatores, situação excluída do cálculo do risco da carteira com a definição das áreas A e A .<br />

Página 32<br />

40 70 40<br />

Cen<br />

-12% -6% -12%<br />

-120 -60 -120<br />

2.3.4. Controle da compensação do risco entre posições em vencimentos distintos de um<br />

contrato<br />

Em função da existência, para algumas mercadorias / contratos, de assimetria de movimentos de preços em<br />

relação ao prazo, e de ineficiências no processo de reversão de posições, bem como de diferenças de liquidez<br />

entre vencimentos, entre outros fatores, a metodologia de cálculo de margem permite controlar a compensação<br />

de risco entre vencimentos distintos do mesmo contrato.<br />

O mecanismo de controle de compensação de risco entre vencimentos assume que variações financeiras<br />

positivas associadas a um FPR não se realizam em sua totalidade. A partir desta hipótese, o mecanismo<br />

promove, no cômputo da variação financeira total associada a um FPR, a redução do benefício de variações<br />

financeiras sob cenário positivas, advindas de posições em vencimentos distintos de um mesmo contrato. Tal<br />

redução se dá pela multiplicação de cada variação positiva por um parâmetro, denominado fator de<br />

compensação, definido por contrato e vencimento.<br />

Seja<br />

FPRv ,<br />

VFcT , k a variação financeira associada ao fator FPR, em seu vértice v , e sob o k -ésimo cenário,<br />

decorrente da posição no vencimento T do contrato c<br />

VF k Exposição k (19)<br />

FPRv , FPRv , FPRv ,<br />

c, T c, T<br />

O fator de compensação , definido para o vencimento T do contrato c , altera o valor das variações<br />

financeiras<br />

FPRv ,<br />

VF k positivas para a seguinte variação ajustada:<br />

cT ,<br />

FPR , v FPR , v<br />

FPR , v<br />

c, T se c, T<br />

cT , ,<br />

FPR , v<br />

VFcT , k<br />

VF k<br />

VF k VF k<br />

caso contrário<br />

0<br />

IBV<br />

, 0 1 (20)<br />

Tal alteração abrange as variações financeiras associadas a todos os fatores de risco do contrato.<br />

1


Exemplo 8: Considere duas posições opostas nos vencimentos T 1 e T 2 de um mesmo contrato c , um<br />

fator FPR comum às duas posições, com apenas um vértice e um cenário de variação .<br />

A variação financeira associada ao fator é a soma das variações decorrentes de cada posição,<br />

FPR<br />

VF cenário<br />

FPR<br />

Exposição e<br />

FPR<br />

VF cenário<br />

FPR<br />

Exposição . Como as posições têm<br />

c, T c, T<br />

1 1<br />

c, T c, T<br />

2 2<br />

sentidos opostos, as parcelas têm sinais opostos e se compensam. Suponha que as variações sob cenário<br />

valham<br />

FPR<br />

VF cenário 1.000 e<br />

FPR<br />

VF cenário 2.000.<br />

cT ,<br />

1<br />

cT ,<br />

2<br />

A variação total associada ao fator é calculada em três situações, considerando-se três valores para o<br />

fator de compensação do vencimento T 2 : 1, 0,8 e 0,3, respectivamente em (i), (ii) e (iii):<br />

(i)<br />

(ii)<br />

(iii)<br />

FPR FPR FPR<br />

VF Exposição Exposição 1 1.000 2.000 1.000<br />

c, T c, T<br />

1 2<br />

FPR FPR FPR<br />

VF Exposição Exposição 0,8 1.000 1600 600<br />

c, T c, T<br />

1 2<br />

FPR FPR FPR<br />

VF Exposição Exposição 0,3 1.000 600 400<br />

c, T c, T<br />

1 2<br />

Note que, em (ii), apesar da redução do ganho associado à posição no vencimento T 2 , de 2.000 para<br />

FPR<br />

1.600, a variação VF ainda é positiva e, portanto, não onera o risco da carteira.<br />

A variação financeira das posições nos diversos vencimentos do contrato c , associada ao fator FPR e apurada<br />

sob seu k -ésimo cenário, é dada por<br />

Q nv<br />

FPR FPRv , i<br />

VFc k VFc , T k q<br />

q 1 i 1<br />

Página 33<br />

, (21)<br />

onde Q é a quantidade de vencimentos do contrato c e nv a quantidade de vértices do fator FPR.<br />

Por fim, a variação financeira das posições em M contratos c1, c2 , ... , c M , associada ao fator FPR e apurada<br />

sob seu k -ésimo cenário é o somatório das variações decorrentes de cada contrato com exposição ao mesmo<br />

fator,<br />

VF k VF k VF k<br />

FPR FPR FPR<br />

c c<br />

1<br />

Permite-se compensação máxima de risco sob a hipótese de que ganhos e perdas estimados sob cenário de<br />

estresse realizam-se integralmente, independentemente de contrato e vencimento das posições, caso em que os<br />

fatores de compensação valem 1. Nesta situação, a variação financeira sob cenário associada a um fator pode<br />

FPRv ,<br />

ser obtida pela aplicação do cenário à exposição líquida ao fator, Exposição :<br />

FPRv , FPRv , FPRv ,<br />

VF k Exposição k<br />

M<br />

(22)


Exposição Exposição Exposição Exposição<br />

FPRv , FPRv , FPRv , FPRv ,<br />

c c c<br />

1 2<br />

Exposição Exposição Exposição<br />

FPRv , FPRv , FPRv ,<br />

c c, T1 c, TQ<br />

FPRv ,<br />

M Q<br />

FPRv ,<br />

m 1q 1<br />

cm, Tq<br />

ou seja, Exposição Exposição<br />

2.3.5. Fator Hedger<br />

A margem de garantia de uma posição em contrato futuro para o qual o Comitente é classificado pela Câmara como<br />

Não-hedger 2 é superior à margem calculada para posição semelhante, porém de titularidade de um Comitente<br />

Hedger para o contrato. O acréscimo advém da aplicação de um fator multiplicativo, denominado fator Hedger e<br />

definido por fator primitivo de risco, à exposição financeira da posição no contrato para o qual o Comitente é<br />

classificado como Não-hedger.<br />

Sendo o fator Hedger definido por FPR e aplicado conforme a classificação do Comitente para o contrato, aplica-se<br />

v<br />

o fator à exposição financeira a cada fator primitivo de risco. Assim, a exposição ao fator FPR decorrente de uma<br />

posição no vencimento T de um contrato c e ajustada pelo fator Hedger definido para este FPR, H FPR , é dada por<br />

Exposição<br />

s VF T<br />

FPR , v FPR<br />

v<br />

vértice<br />

cT ,<br />

sFPR VF<br />

v<br />

vértice T HFPR<br />

Página 34<br />

M<br />

se comitente hedger no contrato c<br />

caso contrário<br />

, H FPR 1 (23)<br />

Quando o fator H FPR assume o mesmo valor para todos os fatores primitivos de risco de um contrato, a margem da<br />

posição do Comitente Não-hedger para o contrato é aumentada, em relação à margem do Comitente Hedger, na<br />

mesma proporção.<br />

Exemplo 9: Retome o Exemplo 6, onde se calcula a margem de garantia do contrato futuro de taxa de câmbio<br />

de real por dólar, sem ajuste dos valores de exposição em função da classificação do Comitente como Hedger<br />

ou Não-hedger, ou seja, a margem requerida do Comitente Hedger no contrato. Considerando posição em<br />

apenas um contrato, a aplicação da equação (23) implica na multiplicação dos valores apresentados no<br />

Exemplo 6 pelos respectivos fatores Hedger. Supondo fator Hedger igual a 1,2 para todos os FPRs do<br />

contrato, a tabela a seguir apresenta os resultados para a posição comprada.<br />

FPR<br />

r<br />

EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIR<br />

A<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB<br />

CENÁRIOS DA ÁREA 1 A<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB<br />

CENÁRIOS DA ÁREA 2 A<br />

r<br />

Cen 1<br />

r<br />

Cen 3<br />

r<br />

Cen 4<br />

r<br />

Cen 2<br />

r<br />

Cen 3<br />

r<br />

Cen 5<br />

v inf -42.856,80 -51,60 - -45,60 45,60 - 51,60<br />

v sup -107.143,20 -276,60 - -220,80 219,60 - 284,40<br />

rc<br />

-327,60 - -266,40 265,20 - 336<br />

Cen<br />

rc<br />

rc<br />

Cen 2<br />

3<br />

v inf 35.000,40 - -186 115,20 -<br />

2 É denominado Hedger o Comitente, pessoa física ou jurídica, produtor, comerciante, instituição financeira ou investidor<br />

institucional cuja atividade esteja diretamente relacionada aos produtos negociados na BM&FBOVESPA.<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

Cen<br />

rc<br />

2


v sup 114.999,60 - -1.191,60 748,80 -<br />

DOL<br />

Risco Local A 1<br />

Risco Local A<br />

2<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

327,60 1.377,60 10.500 12.205,20<br />

0 0 10.500 10.500,00<br />

- -1.377,60 864 -<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

Risco de Mercado min Risco Local A , Risco Local A 12.205,20<br />

1 2<br />

Invertendo-se os sinais das exposições, obtêm-se os valores de margem para a posição vendida:<br />

Risco de Mercado min Risco Local A , Risco Local A min 10.500 11.700 11.700<br />

1 2<br />

Página 35<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

150.000 -10.500 - 10.500 -10.500 - 10.500<br />

-10.500 - 10.500 -10.500 - 10.500


2.3.6. Resumo<br />

As figuras a seguir ilustram as etapas de consolidação de variações financeiras sob cenário para o cálculo da<br />

margem para a porção de posições em contratos futuros de uma carteira.<br />

VÉRTICE DO<br />

FATOR FPR<br />

CENÁRIO<br />

FPR<br />

Cen k<br />

Vencimento T Vencimento T<br />

1<br />

Q<br />

VF k<br />

FPR , v1<br />

cT , ,<br />

1<br />

FPR , vnv<br />

VFcT k<br />

1<br />

, ,<br />

VF k<br />

Página 36<br />

FPR , v1<br />

,<br />

cT , Q<br />

VF k<br />

FPR , vnv<br />

,<br />

cT , Q<br />

VF k VF k<br />

FPR<br />

c<br />

FPRv ,<br />

c, T ,<br />

T v<br />

Figura 2.3-5 – Cálculo das variações financeiras sob cenário associadas ao fator FPR, decorrentes de posição em vários<br />

vencimentos de um contrato c<br />

O cálculo da Figura 2.3-5, para todos os fatores de risco de um mesmo contrato produz todas as variações<br />

financeiras sob cenário associadas ao contrato, ou seja, todos os valores VF k , para k 1,2, , nc e<br />

j 1,2, , N.<br />

j<br />

c j<br />

j j<br />

A soma, ao longo dos contratos, das variações associadas a um mesmo FPR gera a variação financeira total<br />

associada ao fator, conforme Figura 2.3-6.<br />

FPR CONTRATO<br />

FPR 1<br />

N<br />

FPR<br />

v1<br />

vnv<br />

Contrato c 1<br />

Contrato c M<br />

Contato c 1<br />

Contrato M<br />

VF<br />

VF<br />

VF<br />

VF<br />

1<br />

c 1<br />

1<br />

1<br />

c 1<br />

M<br />

1<br />

1<br />

N<br />

c<br />

1<br />

1<br />

N<br />

c VF 1<br />

c<br />

VF<br />

M<br />

N<br />

Soma ao longo dos<br />

vencimentos do contrato c<br />

1<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

Por Contrato e Total por FPR<br />

VF k<br />

1<br />

c<br />

1<br />

VF k<br />

1<br />

c<br />

M<br />

1<br />

VF k<br />

VF k<br />

N<br />

c<br />

1<br />

VF k<br />

N<br />

c<br />

M<br />

N<br />

VF k<br />

VF nc<br />

1<br />

c<br />

1<br />

1<br />

c<br />

M<br />

1<br />

1<br />

VF nc<br />

VF nc<br />

VF nc<br />

1<br />

1<br />

1<br />

N<br />

c N<br />

VF nc<br />

N<br />

c N<br />

M<br />

N<br />

VF nc<br />

Figura 2.3-6 – Consolidação das variações financeiras sob cenário por contrato associadas a cada FPR<br />

Obtidas as variações financeiras sob cada cenário de cada FPR, ou seja,<br />

Soma ao longo<br />

dos vértices do<br />

FPR<br />

N<br />

Soma de<br />

variações ao<br />

longo dos<br />

contratos<br />

Soma de<br />

variações ao<br />

longo dos<br />

contratos<br />

j<br />

VF k j , para 1, 2, ,<br />

j N e<br />

kj 1, 2, , nc j , seleciona-se, para cada fator primitivo de risco a mínima variação ao longo dos cenários a ele<br />

associados e pertencentes à área de cenários A,<br />

conforme a equação (15). Por fim, a soma das variações<br />

financeiras mínimas na área A associadas a cada FPR determina o risco local em A,<br />

indicado na Figura 2.3-7.


FPR<br />

FPR 1<br />

j<br />

FPR<br />

N<br />

FPR<br />

1<br />

VF<br />

j<br />

VF<br />

N<br />

VF<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA TOTAL<br />

SOB CENÁRIO<br />

1<br />

1<br />

1<br />

Escolha da mínima variação<br />

financeira sob cenário<br />

associada a cada FPR<br />

Página 37<br />

MÍNIMA VARIAÇÃO SOB<br />

CENÁRIO NA ÁREA A<br />

1<br />

1<br />

VF nc Min VF A<br />

1<br />

j<br />

VF nc j<br />

N<br />

VF nc N<br />

j<br />

Min VF A<br />

N<br />

Min VF A<br />

Somatório das<br />

variações mínimas sob<br />

cenários da área A<br />

associadas a cada FPR<br />

N<br />

Risco Local A min 0,<br />

j<br />

Min VF A<br />

Figura 2.3-7 – Escolha da menor variação financeira sob cenário por FPR, na área A e cálculo do risco local<br />

A apuração das variações financeiras mínimas em todas as áreas de cenários fornece as respectivas medidas de<br />

risco local, dentre as quais a menor é tomada como medida de risco.<br />

j 1


2.3.7. Procedimento Subcarteira 2 – compensação de risco entre posições de vencimentos<br />

curtos e longos<br />

Em certas situações, o vencimento de uma posição pode causar alteração brusca dos valores de margem de<br />

garantia, como, por exemplo, quando posições em contratos de vencimento curto servem de hedge para posições<br />

em contratos de vencimento mais longo. O eventual aumento de risco em função do vencimento de posições é<br />

antecipado, na determinação do valor da margem de garantia, por meio da imposição de restrições sobre a<br />

diversificação de risco de mercado entre posições em contratos de vencimentos curtos e longos sobre o mesmo<br />

ativo-objeto, conforme a proximidade do vencimento da posição mais curta.<br />

Este procedimento é denominado Procedimento Subcarteira 2 e aplica-se aos contratos futuros com liquidação<br />

financeira ou por entrega. Os detalhes pertinentes aos contratos com liquidação por entrega são apresentados na<br />

seção que trata da margem de garantia de contratos futuros agropecuários.<br />

No período compreendido entre o início da validade do Procedimento Subcarteira 2 e o último dia de risco do<br />

contrato, inclusive, faz-se a avaliação de cenários sobre dois subconjuntos das posições sob avaliação: o conjunto<br />

original e o conjunto original excluídas as posições próximas do vencimento.<br />

A figura a seguir ilustra o cálculo de margem em função da aproximação do vencimento do contrato.<br />

Sejam<br />

Figura 2.3-8 – Procedimento Subcarteira 2<br />

Ndias Sub2<br />

c : a quantidade de dias anteriores ao vencimento do contrato c , que define o início do período<br />

durante o qual aplica-se o Procedimento Subcarteira 2 às posições no referido contrato;<br />

Subcarteira : o conjunto de todos os contratos, com exceção daqueles que se encontrem no último dia de<br />

Todos<br />

risco ou cujo último dia de risco já tenha decorrido (carteira completa); e<br />

Subcarteira : o conjunto que contém apenas os contratos que estejam a mais de NdiasSub2 dias dos<br />

Longos<br />

Início de negociação<br />

do contrato<br />

Análise de cenários<br />

sobre a carteira completa<br />

Análise de cenários sobre a<br />

carteira completa e sobre a<br />

subcarteira de posições<br />

longas<br />

respectivos vencimentos (carteira de contratos longos).<br />

Um contrato c pertence à Subcarteira Longos se a quantidade de dias úteis entre a data de referência da avaliação<br />

da carteira ( D ) e a de seu vencimento (T ) é maior que Ndias Sub2<br />

c , ou seja, se Ndias Sub2<br />

c T D .<br />

A equação (17) definida para cálculo do risco de mercado de uma carteira,<br />

Risco de Mercado Carteira de Futuros min Risco Local A, Carteira de Futuros<br />

A<br />

Página 38<br />

Procedimento<br />

Subcarteira 2<br />

Vencimento<br />

do contrato<br />

Tempo


é então modificada para contemplar o Procedimento Subcarteira 2. O risco de mercado relativo à posição de<br />

fechamento do dia D, que define a margem de garantia a ser atendida no dia útil subseqüente D 1 , é dado por<br />

Risco de Mercado Carteira de Futuros<br />

min min Risco Local A, Subcarteira , Risco Local A, Subcarteira<br />

A<br />

Página 39<br />

Todos Longos<br />

Na ausência de posição em contrato que se encontre a menos de Ndias Sub2<br />

c dias do vencimento, as subcarteiras<br />

indicadas por Todos e Longos são iguais e o risco de mercado é determinado através da avaliação sob cenário de<br />

estresse de todas as posições.<br />

Risco de Mercado Carteira de Futuros Risco Subcarteira Todos Risco Subcarteira Longos<br />

Considere um contrato com vencimento em T , último dia de risco em T T k e último dia de liquidação de<br />

ajuste em T T x . Conforme a proximidade do vencimento T à data de referência da avaliação de risco da<br />

carteira, D, tal posição é incluída nas subcarteiras Todos e Longos, da seguinte maneira:<br />

Em D T Ndias c não se aplica o Procedimento Subcarteira 2, o que equivale a incluir a posição nas<br />

Sub 2<br />

duas subcarteiras;<br />

Em D T Ndias c tem início o Procedimento Subcarteira 2; a partir desta data e até a data T 1 - o<br />

Sub 2<br />

dia anterior ao último dia de risco do contrato - a posição é excluída da Subcarteira Longos ;<br />

Exemplo 11: Considere a carteira com posições nos contratos futuros de cupom cambial (FUT DDI) e de taxa<br />

de câmbio de real por dólar (FUT DOL), sendo este o contrato de vencimento curto, descrita na tabela abaixo,<br />

onde “C” e “V” indicam compra e venda de contratos, respectivamente.<br />

CARTEIRA<br />

Contrato FUT DDI FUT DOL<br />

Prazo (du / dc) 24 / 36 6 / 4<br />

C / V Qtde contratos V 50 C 50<br />

VF 6.380.403 6.416.997<br />

Suponha definida apenas uma área de cenários, A,<br />

e que a margem de garantia é calculada no período em que<br />

se aplica ao contrato FUT DOL o Procedimento Subcarteira 2, em data anterior ao último dia de risco do<br />

contrato.<br />

Os valores das variações financeiras sob cenário e o risco das subcarteiras Todos e Longos estão<br />

apresentados nas tabelas a seguir – considere-os ajustados de acordo com os fatores de compensação e com a<br />

(24)


condição do Comitente titular da carteira como de Hedger / Não-hedger.<br />

FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

r<br />

r<br />

Cen<br />

1<br />

Caso não se aplicasse o Procedimento Subcarteira 2, a margem desta carteira assumiria o valor de 24.896 $.<br />

Dado o procedimento, a exclusão da posição a vencer (posição no contrato FUT DOL) equivale, neste caso, a<br />

desconsiderar o benefício, em termos de risco, que tal posição representa para a carteira em face da posição<br />

longa, principalmente em relação ao FPR taxa de câmbio à vista.<br />

Risco de Mercado min Risco Local A, Subcarteira Todos , Risco Local A, Subcarteira Longos 471.757<br />

Suponha que as posições sejam ambas compradas, ou seja, inverte-se o sinal das exposições aos FPRs e das<br />

variações sob cenários associadas à posição em FUT DDI. No cômputo dos valores de risco, ao excluir as<br />

posições de vencimento curto obtém-se um valor de risco menor que o valor de risco da carteira completa, de<br />

modo que o risco advém da posição completa. Os valores estão apresentados na tabela a seguir:<br />

Página 40<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 2<br />

3<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 4<br />

5<br />

1 du FUT DOL -5.454,447 -288 284 - -288 284<br />

21 du FUT DOL -962,550 -1.152 1.019 - -1.029 1.162<br />

rc<br />

-1.440 1.303 - -1.317 1.446<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

Cen<br />

rc<br />

rc<br />

Cen 2<br />

3<br />

rc<br />

Cen 4<br />

rc<br />

Cen 5<br />

1 dc FUT DOL 5.310,618 589 589 - -957 -957<br />

30 dc<br />

FUT DOL 1.106,379 3.646 3.644 - -5.857 -5.860<br />

FUT DDI -5.104.322 -16.819 -16.813 - 27.022 27.033<br />

60 dc FUT DDI -1.276.081 -8.310 -8.307 - 13.208 13.213<br />

DOL<br />

-20.894 -20.887 - 33.415 33.429<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

FUT DOL 6.416.997 -449.190 - 449.190<br />

FUT DDI -6.380.403 446.628 - -446.628<br />

-2.562 - 2.562<br />

Risco Local A, Subcarteira Todos min 0, 1.440 20.894 2.562 24.896<br />

FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

rc<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

rc<br />

rc<br />

Cen 2<br />

3<br />

rc<br />

Cen 4<br />

rc<br />

Cen 5<br />

30 dc FUT DDI -5.104.322 -16.819 -16.813 - 27.022 27.033<br />

60 dc FUT DDI -1.276.081 -8.310 -8.307 - 13.208 13.213<br />

DOL<br />

-25.129 -25.120 - 40.230 40.246<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

FUT DDI -6.380.403 446.628 - -446.628<br />

446.628 - -446.628<br />

Risco Local A, Subcarteira<br />

Longos min 0, 25.129 446.628 471.757


FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

r<br />

r<br />

Cen<br />

CENÁRIO <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

Risco de Mercado min Risco Local A, Subcarteira Todos , Risco Local A, Subcarteira Longos 944.321<br />

1<br />

A margem de garantia desta carteira corresponde ao risco da carteira completa, que inclui as posições de<br />

vencimento curto. A carteira contendo apenas as posições longas representa menor risco, pois não apresenta<br />

exposição ao FPR Taxa Pré-fixada em moeda local e as exposições aos FPRs comuns - rc e DOL são menores<br />

comparativamente às da carteira completa.<br />

Página 41<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 2<br />

3<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 4<br />

5<br />

1 du FUT DOL -5.454.447 -288 284 - -288 284<br />

21 du FUT DOL -962.550 -1.152 1.019 - -1.029 1.162<br />

rc<br />

-1.440 1.303 - -1.317 1.446<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

Cen<br />

rc<br />

rc<br />

Cen 2<br />

3<br />

rc<br />

Cen 4<br />

rc<br />

Cen 5<br />

1 dc FUT DOL 5.310,618 589 589 - -957 -957<br />

30 dc<br />

FUT DOL 1.106.379 3.646 3.644 - -5.857 -5.860<br />

FUT DDI 5.104.322 16.819 16.813 - -27.022 -27.033<br />

60 dc FUT DDI 1.276.081 8.310 8.307 - -13.208 -13.213<br />

DOL<br />

29.364 29.353 - -47.044 -47.063<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

FUT DOL 6.416.997 -449.190 - 449.190<br />

FUT DDI 6.380.403 -446.628 - 446.628<br />

-895.818 - 895.818<br />

Risco Local A, Subcarteira Todos min 0, 1.440 47.063 895.818 944.321<br />

FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

rc<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

CENÁRIO <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

rc<br />

rc<br />

Cen 2<br />

3<br />

rc<br />

Cen 4<br />

rc<br />

Cen 5<br />

30 dc FUT DDI 5.104.322 16.819 16.813 - -27.022 -27.033<br />

60 dc FUT DDI 1.276.081 8.310 8.307 - -13.208 -13.213<br />

DOL<br />

25.129 25.120 - -40.230 -40.246<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

FUT DDI 6.380.403 -446.628 - 446.628<br />

-446.628 - 446.628<br />

Risco Local A, Subcarteira min 0, 40.246 446.628 486.874<br />

Longos<br />

2.3.8. Subcarteira de contratos futuros – cálculo de risco de subcarteira e margem de uma<br />

subcarteira<br />

Uma subcarteira é um agrupamento disjunto de contratos futuros, definido com o propósito tanto de tratar<br />

situações específicas como de controlar a diversificação de risco. Entende-se por diversificação de risco a<br />

compensação de exposições a fatores primitivos de risco comuns a posições oriundas de contratos distintos.


Decorre diretamente do agrupamento dos contratos futuros em subcarteiras o agrupamento das posições de<br />

uma carteira em subcarteiras. Utiliza-se, portanto, o termo subcarteira para designar ambos.<br />

Desse modo, uma carteira de contratos futuros é representada por um conjunto de subcarteiras, uma<br />

subcarteira é um conjunto de contratos e cada contrato, por sua vez, é negociado em diversos vencimentos,<br />

conforme ilustrado a seguir, onde N Subc indica a quantidade de subcarteiras, M s a quantidade de contratos<br />

pertencentes à s-ésima subcarteira e n venc m a quantidade de vencimentos negociados do m -ésimo contrato<br />

futuro.<br />

CARTEIRA<br />

Subcarteira<br />

Subcarteira<br />

Subcarteira<br />

Figura 4 – Agrupamento de contratos futuros em subcarteiras<br />

As subcarteiras a seguir são um exemplo de agrupamento dos contratos futuros:<br />

Subcarteira 1 - contendo todos os vencimentos dos contratos futuros de taxas de juro, de taxas de câmbio,<br />

de índices de ações e de inflação;<br />

Subcarteira 2 - contendo todos os vencimentos dos contratos futuros sobre títulos de dívida externa<br />

(Global Bonds); e<br />

Subcarteira 3 – contendo todos os vencimentos do contrato futuro sobre determinada mercadoria agrícola.<br />

Respeitadas as regras de controle da compensação de posições em vencimentos distintos de um contrato, bem<br />

como do Procedimento Subcarteira 2, permite-se compensar riscos oriundos de posições pertencentes à<br />

mesma subcarteira. Todavia, é vedada a compensação entre posições pertencentes à subcarteiras distintas. A<br />

margem de garantia requerida de uma carteira é definida, portanto, como soma das margens requeridas das<br />

subcarteiras. Considerando o agrupamento dos contratos em N Subc subcarteiras,<br />

N<br />

Subc<br />

Margem Carteira de Futuros Margem Subc Margem Subc Margem Subc<br />

s 1<br />

Subc 1<br />

Subc s<br />

Subc NSubc<br />

Página 42<br />

Contrato Futuro<br />

Contrato Futuro<br />

Contrato Futuro<br />

Vencimento<br />

Vencimento<br />

s 1<br />

N<br />

Margem Subc Risco de Mercado Subc (26)<br />

s s<br />

onde Margem Subc s e Risco de Mercado Subc s representam, respectivamente, a margem de garantia<br />

e o risco de mercado das posições da carteira nos contratos pertencentes à s-ésima<br />

subcarteira. O risco de<br />

mercado de uma subcarteira é obtido da avaliação de cenários de estresse, conforme apresentado nas seções<br />

anteriores:<br />

c 1<br />

cm<br />

cMs<br />

T 1<br />

T Qn<br />

Subc<br />

(25)


Risco de Mercado Subc min min Risco Local A, Subc , Risco Local A, Subc (27)<br />

onde<br />

j<br />

Subc s<br />

s s, Todos s, Longos<br />

A<br />

, min 0, FPR N<br />

j<br />

Risco Local A Subc Min VF A (28)<br />

j<br />

Min VF A é a mínima variação financeira sob cenário, associada ao fator de risco FPR ,<br />

decorrente das posições pertencentes à subcarteira s e dos cenários pertencentes à área A<br />

.<br />

Decorre que o risco de mercado da carteira é dado por<br />

Nsubc<br />

Risco de Mercado Carteira de Futuros Risco de Mercado Subc<br />

s 1<br />

Página 43<br />

j 1<br />

s<br />

Subc<br />

Risco de Mercado Subc Risco de Mercado Subc<br />

O exemplo a seguir ilustra o impacto, sobre a margem de garantia, do agrupamento dos contratos em carteiras.<br />

Exemplo 12: Considere a carteira com posições compradas em 1 unidade dos contratos futuros de cupom<br />

cambial (FUT DDI) e de Global 2040 (FUT GB40), descrita na tabela a seguir, onde “C” e “V” indicam<br />

compra e venda de contratos, respectivamente.<br />

CARTEIRA<br />

Contrato FUT DDI FUT GB40<br />

Prazo (du / dc) 17 / 23 18 / 26<br />

C / V Qtde contratos C 1 C 1<br />

VF 105.050 140.816<br />

Os fatores primitivos de risco associados à carteira são o cupom cambial ( rc ), nos vértices de 1 e 30 dc, a taxa<br />

de câmbio à vista de real por dólar ( DOL) e o preço à vista do título Global 2040 (G40) . Considere os<br />

seguintes cenários de variação, expressos em variação percentual para DOL e G40 e em pontos-base para rc<br />

.<br />

FPR CENÁRIOS <strong>DE</strong> VARIAÇÃO<br />

rc<br />

Cen<br />

Calcula-se a seguir a margem de garantia da carteira em duas situações:<br />

i. os dois contratos pertencem à mesma subcarteira, Subc ; e<br />

ii. os contratos pertencem a subcarteiras distintas - Subc 1 e Subc 2 .<br />

rc<br />

1<br />

rc<br />

rc<br />

Cen 2<br />

3<br />

1<br />

Cen<br />

rc<br />

Cen 4<br />

rc<br />

Cen 5<br />

1 dc -600 -400 - +100 +300<br />

30 dc -500 -400 - +300 +300<br />

G40<br />

DOL<br />

G<br />

Cen 40<br />

1<br />

G<br />

Cen 40<br />

2<br />

G<br />

Cen 40<br />

3<br />

-3% - +3%<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

-7% - +7%<br />

NSubc<br />

(29)


Supondo haver apenas uma área de cenários e que nenhum dos contratos encontra-se em período de<br />

Procedimento Subcarteira 2, o cálculo do risco de mercado de qualquer subcarteira, conforme equação (27), é<br />

simplificado para<br />

Risco de Mercado Subcarteira Risco Local A, Subcarteira<br />

Na situação (i), havendo apenas a subcarteira Subc , a margem da carteira vale R$11.648,80, conforme os<br />

detalhes na tabela a seguir, onde estão indicadas em negrito as variações mínimas associadas a cada FPR.<br />

Margem Carteira de Futuros Risco Local A, Subc 11.648,80<br />

FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

rc<br />

G40<br />

DOL<br />

1 dc<br />

30 dc<br />

Na situação (ii), a margem da carteira é a soma das margens de cada subcarteira. Considere que o<br />

contrato FUT GB40 pertence à Subc 1 e o contrato FUT DDI pertence à Subc 2 . Conforme os detalhes<br />

apresentados nas tabelas a seguir,<br />

r<br />

Cen<br />

1<br />

Margem Carteira de Futuros Margem Subc Margem Subc 4.673,99 7.578,96 12.252,95<br />

1 2<br />

Subcarteira Subc 1<br />

Página 44<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 2<br />

3<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 4<br />

5<br />

FUT DDI 14.490 2,42 1,61 - -0,40 -1,21<br />

FUT GB40 -33.990 -5,66 -3,78 - 0,94 2,83<br />

FUT DDI 90.560 376,26 300,76 - -224,27 -224,27<br />

FUT GB40 -106.826 -443,84 -354,78 - 264,55 264,55<br />

-70,83 -56,18 - 40,83 41,91<br />

G<br />

Cen 40<br />

1<br />

G<br />

Cen 40<br />

2<br />

G<br />

Cen 40<br />

3<br />

FUT GB40 140.816 -4.224,49 - 4.224,49<br />

-4.224,49 - 4.224,49<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

FUT DDI 105.050 -7.353,48 - 7.353,48<br />

-7.353,48 - 7.353,48<br />

Risco Local A, Subc min 0, 70,83 4.224,49 7.353,48 11.648,80<br />

FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

rc<br />

r<br />

Cen<br />

1<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 2<br />

3<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 4<br />

5<br />

1 dc FUT GB40 -33.990 -5,66 -3,78 - 0,94 2,83<br />

30 dc FUT GB40 -106.826 -443,84 -354,78 - 264,55 264,55<br />

G40<br />

-449,50 -358,56 - 265,49 267,38<br />

G<br />

Cen 40<br />

1<br />

G<br />

Cen 40<br />

2<br />

G<br />

Cen 40<br />

3<br />

FUT GB40 140.816 -4.224,49 - 4.224,49<br />

-4.224,49 - 4.224,49<br />

Risco Local A, Subc<br />

min 0, 449,50 4.224,49 4.673,99<br />

1


Subcarteira Subc 2<br />

FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

rc<br />

r<br />

Cen<br />

1<br />

Na situação (ii), a alocação dos contratos em subcarteiras distintas faz com que não ocorra a compensação<br />

do risco associado ao fator de risco cupom cambial que se verifica na situação (i). O valor do risco de<br />

mercado é aproximadamente 5% superior ao valor do risco de mercado obtido ao agrupá-los na mesma<br />

subcarteira.<br />

Página 45<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 2<br />

3<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 4<br />

5<br />

1 dc FUT DDI 14.490 2,42 1,61 - -0,40 -1,21<br />

30 dc FUT DDI 90.560 376,26 300,76 - -224,27 -224,27<br />

DOL<br />

378,68 302,37 - -224,67 -225,48<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

FUT DDI 105.050 -7.353,48 - 7.353,48<br />

-7.353,48 - 7.353,48<br />

Risco Local A, Subc<br />

min 0, 225,48 7.353,48 7.578,96<br />

2


2.4. Margem de Garantia de Contratos Futuros Agropecuários<br />

A margem de garantia dos contratos futuros agropecuários é apurada conforme metodologia de teste de cenários de<br />

estresse, de forma bastante semelhante à apresentada ao longo das seções anteriores.<br />

A principal diferença deve-se à modalidade de liquidação destes contratos, qual seja a liquidação por entrega, ou<br />

liquidação física. Em função de tal modalidade de liquidação, o cálculo de margem dos contratos futuros<br />

agropecuários é diferenciado conforme se avalie o risco da posição no período de entrega ou fora dele.<br />

O período de entrega de um contrato é o período durante o qual o Comitente vendedor pode manifestar sua<br />

decisão, ou intenção, conforme o contrato, de proceder à entrega da mercadoria objeto do contrato, dando início aos<br />

procedimentos da liquidação por entrega de sua posição; o início e a extensão do período de entrega são definidos<br />

em função do ativo subjacente e do vencimento do contrato.<br />

Ao manifestar sua decisão pela liquidação física, por meio de registro específico no sistema de liquidação por<br />

entrega, o vendedor informa à Câmara a parcela da sua posição a ser liquidada fisicamente e definem-se as<br />

posições compradoras que participarão desta liquidação. Posições vendidas não designadas para entrega no prazo<br />

estabelecido para tanto devem ser encerradas ou transferidas.<br />

2.4.1. Decomposição em FPR e Agrupamento em Subcarteiras<br />

Em função de características específicas dos mercados agropecuários, como existência de sazonalidade e<br />

rendimento de conveniência, assimetria de movimento entre vencimentos distintos, liquidação física, entre outros,<br />

posições em contratos futuros agropecuários são mapeadas em apenas um fator de risco - a curva de preço futuro da<br />

respectiva mercadoria objeto do contrato - conforme apresentado na Tabela 2.4-1.<br />

ESTRUTURAS TEMPORAIS <strong>DE</strong><br />

PREÇO FUTURO<br />

FATOR PRIMITIVO<br />

<strong>DE</strong> RISCO<br />

Café Arábica *<br />

Café Conillon *<br />

Açúcar Cristal<br />

Boi Gordo<br />

Café Arábica<br />

Café Conillon<br />

Página 46<br />

Açúcar Cristal<br />

CONTRATO FUTURO<br />

Bezerro *<br />

Algodão *<br />

Etanol *<br />

*<br />

Soja *<br />

Milho *<br />

Tabela 2.4-1 – Fatores primitivos de risco associados aos principais contratos futuros agropecuários da BM&FBOVESPA<br />

Boi Gordo<br />

*<br />

Bezerro<br />

Algodão<br />

Etanol<br />

Soja<br />

Milho


Sendo a curva de preço futuro um fator primitivo do tipo estrutura temporal, o as posições são mapeadas em<br />

vértices desta curva, conforme as equações de decomposição (8), (9) e (10).<br />

Em virtude das peculiaridades de cada mercado e/ou commodity e da especificidade dos fatores primitivos de risco,<br />

não se permite compensação de risco entre posições em contratos sobre commodities distintas, de modo que, para<br />

estimar o risco de mercado sob a metodologia de teste de cenários, contrato sobre ativos subjacentes distintos<br />

pertencem a subcarteiras distintas.<br />

2.4.2. Cálculo de Margem de Garantia Fora do Período de Entrega<br />

A única forma de se encerrar uma posição em um contrato futuro com liquidação por entrega que não se encontre<br />

em período de entrega é mediante a realização de operação de natureza oposta à da posição, em pregão.<br />

Sendo assim, calcula-se a margem de garantia de uma posição em contratos futuros agropecuários que não se<br />

encontrem em período de entrega conforme a metodologia de Teste de Estresse sobre o Valor Presente, apresentada<br />

ao longo das seções 2.2 e 2.3. Seguem dois exemplos desta avaliação.<br />

Exemplo 13: Considere uma carteira com posições compradas em contrato futuro de Café Arábica (FUT<br />

ICF), de vencimentos distintos T 1 e T 2 , suficientemente distantes para se ignorar o Procedimento Subcarteira<br />

2.<br />

O FPR deste contrato é o Preço futuro de Café Arábica, P.<br />

A tabela a seguir apresenta a carteira e as<br />

exposições financeiras decorrentes do mapeamento em FPR, supondo o fator P<br />

definido nos vértices de 1 du<br />

e múltiplos de 21 du. O procedimento de decomposição segue conforme as equações (8), (9) e (10).<br />

CARTEIRA <strong>DE</strong> CONTRATOS FUT ICF<br />

Vencimento T 1 T 2<br />

Prazo (du / dc) 52 / 76 196 / 285<br />

C / V Qtde contratos C 10 C 10<br />

P<br />

VF 282.688,08 310.262,26<br />

FPR<br />

EXPOSIÇÃO FINANCEIRA<br />

FUT ICF T 1 FUT ICF T 2 TOTAL<br />

Vértice 42 du 148.074,70 - 148.074,70<br />

Vértice 63 du 134.613,38 - 134.613,38<br />

Vértice 189 du - 206.841,51 206.841,51<br />

Vértice 210 du - 103.420,75 103.420,75<br />

Suponha definidos 3 cenários para a estrutura temporal de preços de café: os cenários de variação de ±4% e o<br />

cenário neutro, constantes por prazo e agrupados em apenas uma área de cenários.<br />

A tabela a seguir apresenta os resultados da avaliação de cenários de estresse, considerando fatores de<br />

compensação iguais a 1 para qualquer vencimento.<br />

Página 47


FPR CONTRATO<br />

P<br />

EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

Conforme as equações (25) – (28), a margem desta carteira, que envolve apenas um contrato e, portanto,<br />

apenas uma subcarteira, é facilmente calculada:<br />

P<br />

Margem Risco de Mercado Risco Local A, Subc min 0, Min VF 23.719<br />

Página 48<br />

P<br />

Cen 1<br />

VARIAÇÃO SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

P<br />

P<br />

Cen 2<br />

3<br />

42 du FUT ICF T 1 148.074,70 -5.923 - 5.923<br />

63 du FUT ICF T 1 134.613,38 -5.385 - 5.385<br />

189 du FUT ICF T 2 206.841,51 -8.274 - 8.274<br />

210 du<br />

FUT ICF T 2<br />

103.420,75 -4.137 - 4.137<br />

-23.719 - 23.719<br />

Exemplo 14: Considere a carteira do exemplo anterior, porém com posições opostas nos vencimentos T 1 e T 2<br />

- comprada no contrato de vencimento curto e vendida no contrato longo.<br />

A tabela a seguir apresenta os resultados do teste de estresse, com os mesmos cenários para o fator P,<br />

porém<br />

sob duas parametrizações distintas do modelo:<br />

i. com fatores de compensação iguais a 1 para os dois vencimentos; e<br />

ii. com fatores de compensação iguais a 0,7, para os dois vencimentos.<br />

FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

P<br />

T 1<br />

VARIAÇÃO SOB CENÁRIO VARIAÇÃO SOB CENÁRIO<br />

P<br />

Cen 1<br />

ICF, T1 ICF, T 1 2<br />

P<br />

P<br />

Cen 2<br />

3<br />

ICF, T1 ICF, T 0,7<br />

2<br />

Observe, nas linhas da tabela referentes à posição no contrato de vencimento T 1 , que, ao utilizar fatores de<br />

compensação iguais a 0,7, as variações positivas sob o cenário 3 (alta de 4%) são 30% inferiores às obtidas<br />

com fatores de compensação unitários, o que equivale à utilização de um cenário de alta de apenas 2,8% e não<br />

de 4%, como definido originalmente. Estas variações positivas que refletem uma alta de 2,8% no preço futuro<br />

do Café compensam as variações financeiras negativas da posição vendida no vencimento T 2 , sob o cenário de<br />

alta de 4%.<br />

O mesmo ocorre com as variações sob o cenário 1, de queda de 4% no preço futuro do Café, porém em sentido<br />

oposto em relação aos vencimentos T 1 e T 2 .<br />

Portanto, com fatores de compensação iguais a 0,7, restringe-se o benefício da compensação. As variações<br />

Cen<br />

P<br />

Cen 1<br />

Cen<br />

P<br />

P<br />

Cen 2<br />

3<br />

42 du FUT ICF 148.074,70 -5.923 - 5.923 -5.923 - 4.146<br />

T 1<br />

63 du FUT ICF 134.613,38 -5.385 - 5.385 -5.385 - 3.769<br />

T 2<br />

189 du FUT ICF -206.841,51 8.274 - -8.274 5.792 - -8.274<br />

T 2<br />

210 du FUT ICF -103.420,75 4.137 - -4.137 2.896 - -4.137<br />

1.103 - -1.103 -2.620 - -4.496


totais sob os cenários 1 e 3 valem -2.620$ e -4.496$, respectivamente, ante +1.103$ e -1.103$,<br />

respectivamente, obtidas com fatores de compensação iguais a 1.<br />

A margem de garantia da carteira, por sua vez, passa de 1.103 $, na situação em que a compensação entre<br />

posições de vencimentos distintos é total, para 4.496 $, com compensação parcial.<br />

2.4.3. Cálculo de Margem de Garantia no Período de Entrega<br />

O encerramento de uma posição em contrato futuro agropecuário com liquidação por entrega que se encontre em<br />

período de entrega pode envolver operações no mercado futuro e/ou no mercado à vista do ativo subjacente,<br />

respectivamente mediante operação de natureza oposta, em pregão, e/ou entrega da mercadoria, conforme a posição<br />

tenha ou não sido designada para entrega. Desse modo, a avaliação de risco das posições em tais contratos deve<br />

contemplar, além da liquidação das posições em pregão, a possibilidade de que parte da posição esteja designada<br />

para liquidação por entrega.<br />

Sobre a liquidação por entrega de contratos futuros, destaca-se que:<br />

i. Havendo inadimplência do participante (comprador ou vendedor), a Câmara é obrigada a liquidar a posição no<br />

mercado físico, incorrendo em riscos específicos deste mercado como, por exemplo, possibilidade de liquidez<br />

reduzida e de diferenças maiores entre preços de compra e de venda. O custo decorrente desta situação é<br />

acrescentado à margem de garantia como parcela de margem adicional, uma vez que não está previsto na<br />

parcela da margem determinada por avaliação de cenários de estresse; e<br />

ii. Posições alocadas para liquidação por entrega 3 não são marcadas a mercado e, portanto, não há compensação<br />

de risco entre elas e a posição não-alocada para entrega, tampouco entre posições compradas e vendidas<br />

alocadas para entrega. A contribuição de posições designadas para liquidação por entrega ao risco da carteira é<br />

calculada de maneira independente de qualquer outra posição.<br />

Em função do exposto em (i) e (ii), a margem de garantia requerida da posição em um contrato com liquidação<br />

física a partir do início do período de entrega é composta por uma parcela obtida da avaliação de cenários de<br />

estresse e uma parcela adicional<br />

Margem Margem Margem (30)<br />

Análise de Cenários Adicional<br />

Liq . física<br />

O cálculo de cada termo da equação (30) baseia-se na decomposição de uma posição em um contrato com<br />

liquidação por entrega em 3 parcelas:<br />

uma parcela não alocada para liquidação por entrega;<br />

uma parcela comprada alocada para entrega; e<br />

uma parcela vendida alocada para entrega.<br />

Não havendo compensação de risco entre estas parcelas de posição, conforme mencionado em (ii), define-se<br />

uma subcarteira para cada uma delas, respectivamente<br />

3 Os procedimentos de alocação de posição para entrega encontram-se descritos no Manual de Procedimentos Operacionais<br />

da Câmara.<br />

Página 49


a subcarteira de posições não alocadas para liquidação por entrega,<br />

a subcarteira de posições compradas alocadas para entrega,<br />

a subcarteira de posições vendidas alocadas para entrega,<br />

Página 50<br />

Alocada<br />

Subc C ; e<br />

Alocada<br />

Subc V .<br />

Não alocada<br />

Subc ;<br />

A parcela de margem determinada por avaliação de cenários de estresse é obtida conforme as equações (25) -<br />

(28), sendo que o Procedimento Subcarteira 2 não se aplica às subcarteiras de posições alocadas. Portanto,<br />

Análise de Cenários Não alocada Alocada Alocada<br />

Margem Margem Subc Margem Subc C Margem Subc V (31)<br />

com<br />

Margem Subc min min Risco Local A, Subc , Risco Local A, Subc<br />

Não alocada Não alocada Não alocada<br />

A<br />

Todos Longos<br />

Margem Subc min Risco Local A, Subc<br />

Alocada Alocada<br />

C<br />

A<br />

C<br />

Margem Subc min Risco Local A, Subc<br />

Alocada Alocada<br />

V<br />

A<br />

V<br />

A parcela de margem adicional também abrange posições alocadas e não alocadas para entrega e não prevê<br />

compensação entre posições compradas e vendidas. O valor da margem adicional é função da proximidade do<br />

vencimento do contrato em questão, das parcelas da posição alocadas para entrega e da conformidade dos<br />

Comitentes aos requisitos referentes à liquidação por entrega 4 .<br />

O acréscimo de margem para uma posição em x unidades do contrato, sujeita ao percentual de margem<br />

adicional, referente ao descasamento entre os mercados futuro e à vista, definido por vencimento do contrato, é<br />

dado por<br />

Acréscimo x, Abs VF<br />

(32)<br />

Sejam q a quantidade de contratos da posição em uma subcarteira e q i a porção da quantidade q sujeita a<br />

acréscimo percentual de i . O acréscimo de margem para a posição da subcarteira é dado por<br />

MgA Subcarteira Acréscimo q , Acréscimo q , Acréscimo q ,<br />

1 1 2 2<br />

Por fim, a margem adicional total associada ao contrato é o somatório dos acréscimos associados às subcarteiras<br />

Não alocada<br />

Subc , Subc e Subc .<br />

Alocada<br />

C<br />

Alocada<br />

V<br />

Adicional Não alocada Alocada Alocada<br />

Margem Liq. física MgA Subc MgA Subc C MgA Subc V<br />

(33)<br />

A figura a seguir ilustra os períodos relevantes para cálculo de margem de uma posição em contrato futuro com<br />

liquidação por entrega.<br />

4 Os requisitos de cada contrato podem ser encontrados nas especificações contratuais e o procedimento de liquidação por<br />

entrega está descrito no Manual de Procedimentos Operacionais da Câmara.<br />

n n


Figura 2.4-2 – Margem de garantia de contratos com liquidação por entrega<br />

Exemplo 15: Considere a carteira resultante da inclusão, à carteira do Exemplo 14, de posições no<br />

vencimento curto do contrato FUT ICF – comprada e vendida alocadas para entrega e comprada não<br />

alocada para entrega, conforme a tabela a seguir. Considere também os mesmos cenários utilizados no<br />

Exemplo 14, agrupados em apenas uma área, e fatores de compensação entre vencimentos iguais a 1 para<br />

qualquer vencimento.<br />

Considere que estão sujeitas à margem adicional todas as posições no vencimento curto T 0 , alocadas ou<br />

não para entrega física, com percentual de margem adicional 1% .<br />

P<br />

Início de<br />

negociação do<br />

contrato<br />

Alocação da<br />

posição para<br />

entrega<br />

Período de Entrega<br />

CARTEIRA <strong>DE</strong> CONTRATOS FUT ICF<br />

Alocada / Não Alocada Alocada Alocada Não alocada Não alocada Não alocada<br />

Vencimento T 0 T 0 T 0 T 1 T 2<br />

Prazo (du / dc) 10 / 14 10 / 14 10 / 14 52 / 76 196 / 285<br />

C / V Qtde contratos C 10 V 10 C 10 C 10 V 10<br />

VF 269.300,40 -269.300,40 269.300,40 282.688,08 -310.262,26<br />

FPR EXPOSIÇÃO FINANCEIRA<br />

Vértice 1 du 148.115,22 -148.115,22 148.115,22 - -<br />

Vértice 21 du 121.185,18 -121.185,18 121.185,18 - -<br />

Vértice 42 du - - - 148.074,70 -<br />

Vértice 63 du - - - 134.613,38 -<br />

Vértice 189 du - - - - -206.841,51<br />

Vértice 210 du - - - - -103.420,75<br />

As posições alocadas, comprada e vendida, para entrega pertencem às subcarteiras<br />

Página 51<br />

Procedimento<br />

Subcarteira 2<br />

Aplicável às posições<br />

não alocadas para<br />

entrega<br />

Vencimento<br />

do contrato<br />

Não há compensação de risco entre posições alocadas<br />

compradas, alocadas vendidas e posições não-alocadas<br />

Requerimento de margem adicional<br />

Tempo<br />

Alocada<br />

Subc C e


Subc , respectivamente, enquanto as demais posições pertencem à subcarteira<br />

Alocada<br />

V<br />

Página 52<br />

Não alocada<br />

Subc . Os<br />

resultados da análise de cenário aplicada a cada subcarteira estão apresentados nas tabelas a seguir.<br />

Subcarteira<br />

Não alocada<br />

Subc<br />

FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

P<br />

Análise de Cenários Não alocada Alocada Alocada<br />

Margem Margem Subc Margem Subc C Margem Subc V<br />

9.669 10.772 10.772 31.213<br />

Adicional<br />

Margem Liq. física 3 2.693,00 8.079,00 pois<br />

Não alocada Alocada Alocada<br />

MgA Subc MgA Subc C MgA Subc V<br />

Margem Margem Margem<br />

Análise de Cenários Adicional<br />

Liq . física<br />

P<br />

Cen 1<br />

VARIAÇÃO SOB CENÁRIO<br />

39.292,00<br />

ICF, T0 ICF, T1 ICF, T 1 2<br />

Cen<br />

P<br />

P<br />

Cen 2<br />

3<br />

1 du FUT ICF T 0 148.115,22 -5.925 - 5.925<br />

21 du FUT ICF T 0 121.185,18 -4.847 - 4.847<br />

42 du FUT ICF T 1 148.074,70 -5.923 - 5.923<br />

63 du FUT ICF T 1 134.613,38 -5.385 - 5.385<br />

189 du FUT ICF T 2 -206.841,51 8.274 - -8.274<br />

210 du FUT ICF T 2 -103.420,75 4.137 - -4.137<br />

Subcarteira<br />

Alocada<br />

Subc C<br />

FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

P<br />

-9.669 - 9.669<br />

P<br />

Cen 1<br />

VARIAÇÃO SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

P<br />

P<br />

Cen 2<br />

3<br />

1 du FUT ICF T 0 148.115,22 -5.925 - 5.925<br />

21 du FUT ICF T 0 121.185,18 -4.847 - 4.847<br />

Subcarteira<br />

Alocada<br />

Subc V<br />

FPR CONTRATO EXPOSIÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

P<br />

-10.772 - 10.772<br />

P<br />

Cen 1<br />

VARIAÇÃO SOB CENÁRIO<br />

Cen<br />

P<br />

P<br />

Cen 2<br />

3<br />

1 du FUT ICF T 0 -148.115,22 5.925 - -5.925<br />

21 du FUT ICF T 0 -121.185,18 4.847 - -4.847<br />

10.772 - -10.772<br />

269.300,40 0,01 2.693,00


2.5. Teste de Estresse sobre Valor Presente - Metodologia de Cálculo de<br />

Margem para Carteira de Contratos Padronizados de Opção<br />

A margem de garantia para a porção de uma carteira de derivativos que compreende as posições em contratos de<br />

opção – sobre disponível ou sobre contrato futuro, com ou sem ajuste diário – é dada, assim como a margem das<br />

posições em futuros e adicionados os critérios de consolidação de posições para compensação de risco, por<br />

Margem max Custo de Liquidação Risco de Mercado ; 0<br />

(34)<br />

Toma-se o máximo nesta equação de forma a garantir que a margem assuma valor não negativo. No que segue,<br />

abrevia-se o termo Custo de Liquidação por CLC .<br />

Tal como para posições em contratos futuros, avalia-se o risco de mercado de posições em opções por meio de teste<br />

de estresse sobre o valor de mercado da posição, com a utilização de cenários de estresse para FPRs na avaliação da<br />

variação financeira potencial da posição.<br />

Contratos de opção com e sem ajuste não são tratados sob a mesma metodologia de cálculo de margem, em função<br />

de algumas características que os distinguem. As características do contrato de opção com ajuste que justificam a<br />

diferenciação entre as metodologias e permitem a compensação de risco com posições em futuros, são,<br />

principalmente, a marcação a mercado diária e a liquidação de ajustes diários até a data de vencimento do contrato.<br />

A existência de fluxo de caixa diário decorrente do processo de marcação a mercado, tal como ocorre com posições<br />

em futuros, torna imediata a compensação de resultados opostos advindos de posições em contratos futuros e em<br />

opções com ajuste, e promove, portanto, redução da margem requerida de posições opostas em futuro e em opção<br />

com ajuste, comparativamente ao que resulta da adição das margens de cada uma destas carteiras.<br />

Já posições em contratos futuro e de opção sem ajuste têm margens de garantia calculadas de forma independente,<br />

sem qualquer compensação de risco entre os contratos, dado que seus fluxos de caixa não são, necessariamente,<br />

coincidentes. Como a Câmara deve manter margem suficiente para garantir a liquidação diária de obrigações e as<br />

opções sem ajuste não afetam tal liquidação, exceto nos casos de pagamento de prêmio e liquidação por exercício, a<br />

expectativa sobre o valor do fluxo de caixa diário não pode derivar de resultados não realizados de posições em<br />

opções sem ajuste. Por exemplo, um ajuste negativo associado a uma posição vendida em contrato futuro não pode<br />

ser compensado pelo aumento do valor de mercado em uma posição comprada em opção européia de compra sobre<br />

o mesmo ativo-objeto pois, excetuando-se as posições a apenas um dia do vencimento, o ganho com a opção<br />

representa aumento de seu valor de mercado mas não gera fluxo financeiro no dia seguinte, como ocorre com a<br />

perda na posição no contrato futuro, cujo resultado é realizado com o pagamento de ajuste. Na hipótese de<br />

inadimplemento do participante, as suas garantias devem ser suficientes para o pagamento do ajuste negativo da<br />

posição no contrato futuro, que não deve, portanto, ter seu valor reduzido em função do resultado positivo da<br />

posição na opção sem ajuste.<br />

A metodologia de cálculo de margem para opções é, portanto, apresentada em duas partes, sendo a primeira<br />

dedicada ao modelo para opções sem ajuste e a segunda para os contratos com ajuste. As metodologias têm em<br />

comum a avaliação sob cenários e a busca da pior variação financeira sob cenário. Todavia, a compensação de risco<br />

entre posições em contratos futuros e de opção, bem como entre posições em vencimentos distintos, ocorre apenas<br />

no caso de opções com ajuste. As regras de compensação definem, portanto, a alocação das opções em subcarteiras<br />

- as opções sem ajuste são agrupadas em subcarteiras de opções sobre o mesmo ativo-objeto e com mesma<br />

modalidade de exercício e as opções com ajuste podem pertencer à subcarteiras que contenham contratos futuros<br />

com FPRs comuns aos seus.<br />

Página 53


2.5.1. Identificação de Fatores Primitivos de Risco<br />

Enquanto o valor de um contrato futuro pode ser representado de forma que sua variação sob cenário de<br />

estresse seja bem aproximada por uma função linear das variações de seus fatores primitivos de risco, o<br />

prêmio de um contrato de opção não admite uma aproximação linear para a variação sob cenário estresse tão<br />

precisa. As variações do prêmio de uma opção são então obtidas de forma direta, como a diferença exata entre<br />

os valores de prêmio em diferentes cenários, o que confere à metodologia a denominação full valuation.<br />

De maneira geral, o valor, ou prêmio, de uma opção é dado por uma função f de apreçamento, usualmente<br />

definida de forma analítica em um modelo de apreçamento, cujas variáveis representam características do<br />

contrato e de mercado.<br />

Prêmio f S, X, r, rc, t,<br />

(35)<br />

São características do contrato as variáveis X e t , respectivamente preço de exercício da opção e o prazo até<br />

o vencimento do contrato, contado da data de avaliação. Os demais parâmetros da função de apreçamento são<br />

variáveis de mercado:<br />

S : valor do ativo-objeto da opção;<br />

r : taxa de juro livre de risco;<br />

rc : custo de carregamento; e<br />

: volatilidade implícita do ativo-objeto da opção.<br />

A variação do valor de um contrato de opção é dada por<br />

Prêmio f S, X, r , rc , t, f S, X, r, rc, t,<br />

(36)<br />

de modo que, uma vez que as variáveis do contrato - X e t - são não aleatórias, constituem fatores primitivos<br />

de risco da opção apenas as variáveis de mercado S, r , rc , e e, para efeito de cálculo de margem de<br />

garantia, todos eles são contemplados no modelo de teste de estresse.<br />

2.5.2. Cenários Contíguos<br />

A metodologia de teste de estresse via full valuation baseia-se em cenários de variação contíguos para o<br />

conjunto de FPRs dos contratos de opção - S, r , rc e . É denotado Cen o k -ésimo cenário<br />

contíguo para este conjunto de fatores<br />

Cen Cen ,Cen ,Cen ,Cen<br />

Contíguo S r rc<br />

k kS kr krc k<br />

Página 54<br />

Contíguo<br />

k<br />

FPR<br />

onde Cen i é um cenário de variação definido para fator FPR, sob o qual ele assume o valor FPR i ,<br />

correspondente à variação<br />

FPR<br />

i em relação ao seu valor de referência. O cenário de referência<br />

Contíguo<br />

Cen Ref S Ref ,r Ref ,rc Ref , Ref implica em variações nulas para os fatores de risco. Ao longo desta seção,<br />

Contíguo<br />

faz-se referência ao cenário Cen k através dos valores dos FPRs sob cenário ou das variações dadas pelo<br />

cenário ou apenas dos índices k FPR , conforme a conveniência.


Dados nc S cenários para S, nc r cenários para r , nc rc cenários para rc e nc cenários para , formam-se<br />

NC ncS ncr ncrc nc cenários contíguos.<br />

Apesar da existência de fatores de risco comuns aos contratos futuros e de opção, os cenários de estresse<br />

utilizados na apuração de margem de posições em futuros, de posições em opções sem ajuste e de posições em<br />

opções com ajuste , bem como os respectivos horizontes de tempo, não são necessariamente os mesmos,<br />

essencialmente por condições distintas de liquidez de cada mercado.<br />

2.5.3. Margem de Garantia de Opções sem Ajuste Diário<br />

Nesta seção, o termo opção designa o contrato de opção sem ajuste periódico, sendo explicitamente identificados os<br />

contratos com e sem ajuste sempre que necessário.<br />

A margem de garantia requerida de posições em contratos de opção decorre da equação geral de margem<br />

Margem Posição em Opções max CLC Risco de Mercado , 0 (37)<br />

O custo de liquidação de uma carteira de opções é o valor resultante da liquidação da carteira, ou,<br />

equivalentemente, o oposto do seu valor financeiro de referência. Este valor de referência é obtido a partir dos<br />

valores de referência de mercado das variáveis de apreçamento, P Ref .<br />

O custo de liquidação de uma posição em q<br />

unidades de um contrato de opção é<br />

onde<br />

VF : valor financeiro da posição;<br />

P : prêmio da opção, P f S, X, r, rc, t,<br />

;<br />

TM : tamanho do contrato; e<br />

TC : taxa de câmbio, se aplicável.<br />

CLC VF , VF P q TM TC (38)<br />

O prêmio de referência de mercado é P Ref f SRef , X, rRef , rcRef , t , Ref .<br />

Considerando-se o spread de compra e venda – a diferença entre preços de compra e de venda praticados no<br />

mercado – aplica-se ao cálculo do valor financeiro um fator F , com a função de reduzir o valor de posições<br />

compradas (q 0 ) e aumentar o valor absoluto de posições vendidas ( q 0 ), dado por<br />

onde o parâmetro é definido por série 5 de opção.<br />

F 1 sgn q , 0 1 (39)<br />

Contíguo S r rc<br />

O prêmio da opção e o valor da posição sob o cenário Cen Cen ,Cen ,Cen ,Cen são dados por<br />

Página 55<br />

k kS kr krc k<br />

5 Uma série é definida por tipo de opção (opção de compra ou de venda), ativo-objeto, vencimento, preço de exercício e modalidade de<br />

exercício.


P k f S , X, r , rc , t , e VF k P k F q TM TC (40)<br />

kS kr krc k<br />

As variáveis r e rc requeridas no apreçamento da opção dependem do prazo t . Sob qualquer cenário,<br />

inclusive o de mercado, seus valores são obtidos por interpolação dos valores dos respectivos FPRs, definidos<br />

em vértices, sob o mesmo cenário.<br />

rcen t Função de Interpolação t ,rcen v 1 , ,rcen vnv<br />

e<br />

rccen t Função de Interpolação t ,rccen v 1 , ,rccen vnv<br />

FPR sob cenário<br />

* *<br />

v 1<br />

v 2<br />

*<br />

v 3<br />

v k<br />

Figura 2.5-1 – Interpolação de FPR do tipo estrutura temporal<br />

A variável volatilidade, , corresponde a um ponto da superfície de volatilidade do ativo-objeto da opção,<br />

função do prazo e do preço de exercício do contrato. Os cenários de variação para o FPR volatilidade poderão<br />

ser definidos de duas maneiras - de forma multiplicativa (cenários de variação relativa) ou aditiva (cenários de<br />

variação absoluta).<br />

Os cenários multiplicativos são definidos de forma constante em relação ao prazo até o vencimento da opção,<br />

ou seja, para qualquer prazo t ,<br />

t t 1 cen<br />

cen Ref<br />

No caso aditivo, um cenário de variação corresponde a um conjunto de variações associadas a prazos fixos que<br />

geram, por meio de interpolação, a variação para a volatilidade no prazo específico de uma opção.<br />

Cenário de variação para volatilidade<br />

* *<br />

v 1<br />

v 2<br />

*<br />

v 3<br />

*<br />

*<br />

v k<br />

º<br />

t<br />

º<br />

t<br />

vk 1<br />

Figura 2.5-2 – Interpolação de cenários aditivos de variação para volatilidade<br />

*<br />

*<br />

vk 1<br />

Página 56<br />

Função de interpolação<br />

*<br />

vnv 2<br />

*<br />

vnv 2<br />

*<br />

vnv 1<br />

*<br />

vnv 1<br />

*<br />

vnv<br />

*<br />

vnv<br />

Prazo<br />

Função de interpolação<br />

Prazo


Obtida a variação correspondente ao prazo da opção, a volatilidade sob cenário é obtida da forma usual, qual<br />

seja,<br />

,t<br />

cen t Ref t cen<br />

nv<br />

cen Função de Interpolação t , cen , , cen<br />

, t , v1 , v<br />

A fim de facilitar o entendimento da metodologia de margem para opções, os exemplos apresentados consideram<br />

apenas cenários multiplicativos.<br />

O risco de mercado da posição é estimado a partir das variações financeiras sob cenário, ou seja, as diferenças<br />

entre o valor da posição sob cenários contíguos e seu valor de referência de mercado<br />

É denominado o pior cenário e denotado<br />

VF k VF k VF Ref P k P Ref F q TM TC (41)<br />

Cen Cen ,Cen ,Cen ,Cen , aquele, dentre os NC<br />

Contíguo S r rc<br />

k kS kr krc k<br />

cenários contíguos, associado à mínima variação financeira da posição. Esta variação mínima, denotada Min VF,<br />

é a medida de risco de mercado da posição<br />

Risco de Mercado Min VF min<br />

Cenário contíguo k<br />

VF k min VF 1 ; VF 2 ; ; VF NC (42)<br />

Portanto, a equação (34) para a margem de garantia é reescrita como<br />

onde k indica o pior cenário.<br />

Margem max CLC Ref Min VF ; 0 max VF k ; 0 (43)<br />

De acordo com esta equação, é nula a margem requerida de uma carteira que contenha apenas posições compradas.<br />

Tal carteira tem CLC negativo e os termos VF, se negativos, são limitados inferiormente pelo valor do CLC , de<br />

modo que o termo CLC Ref Min VF da equação (43) é sempre negativo ou nulo.<br />

Exemplo 1: Considere um contrato de opção e que sejam definidos 3 cenários para o valor do ativo-objeto S,<br />

1 cenário para r , 1 cenário para rc e 2 cenários para a volatilidade . Combinados, estes cenários geram 6<br />

cenários contíguos, que por sua vez geram 6 valores para o prêmio da opção e as respectivas variações destes<br />

prêmios em relação ao prêmio de referência de mercado, conforme tabela a seguir.<br />

Contíguo<br />

Cen 1<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

CENÁRIO CONTÍGUO PRÊMIO DA<br />

S r rc<br />

OPÇÃO<br />

S 1 r 1 rc 1 1<br />

S 1 r 1 rc 1 2<br />

Contíguo<br />

Cen S r rc 3 2 1 1 1<br />

Página 57<br />

VARIAÇÃO<br />

FINANCEIRA SOB<br />

CENÁRIO<br />

P 1 VF 1<br />

P 2 VF 2<br />

P 3 VF 3


Contíguo<br />

Cen 4<br />

S 2 r 1 rc 1 2<br />

Contíguo<br />

Cen S r rc 5 3 1 1 1<br />

Contíguo<br />

Cen S r rc 6 3 1 1 2<br />

Suponha tratar-se de uma posição vendida em opção de compra de taxa de câmbio de real por dólar, com<br />

preço de exercício R$ 2,150 / US$, vencimento em 1 mês (21 du / 30 dc) e tamanho US$ 50.000.<br />

Estão apresentados na tabela a seguir os cenários, os valores dos FPRs sob cenário, bem como os prêmios da<br />

opção e as variações financeiras da posição sob os cenários.<br />

CENÁRIO CONTÍGUO<br />

DOL r rc<br />

O risco de mercado do contrato vale, de acordo com a equação (42), -6.143,21 $, e corresponde à variação<br />

Contíguo<br />

financeira da posição sob o cenário .<br />

Cen 6<br />

DOL<br />

A margem de garantia requerida desta posição é, portanto<br />

Margem max CLC Ref Risco de Mercado ; 0 max 1.319,98 6.143,21 ; 0 7.463,19<br />

Página 58<br />

PRÊMIO DA<br />

OPÇÃO<br />

(por 1.000 US$)<br />

P 4 VF 4<br />

P 5 VF 5<br />

P 6 VF 6<br />

VALOR<br />

FINANCEIRO<br />

VARIAÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

SOB CENÁRIO<br />

Contíguo<br />

Cen 2,131 13,09% 6,53% 12% 26,40 -1.319,98 -<br />

Ref<br />

Contíguo<br />

Cen 1<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 3<br />

Contíguo<br />

Cen 4<br />

Contíguo<br />

Cen 5<br />

Contíguo<br />

Cen 6<br />

Margem Mínima<br />

-7%<br />

1,982<br />

-<br />

2,131<br />

+7%<br />

2,280<br />

+50 pb<br />

13,59%<br />

-100 pb<br />

5,53%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

0 0 1.319,98<br />

3,88 -194,06 1.125,92<br />

12,45 -622,41 -697,57<br />

42,375 -2.118,76 -798,78<br />

143,03 -7.151,49 -5.831,51<br />

149,26 -7.463,19 -6.143,21<br />

A fim de estabelecer um valor mínimo de margem, com efeito, especialmente, sobre posições vendidas em opções<br />

muito fora do dinheiro, define-se a margem mínima MM , cujo valor é determinado com base em um percentual do<br />

valor nocional da posição. Ao incorporar o termo de margem mínima ao cálculo da margem, tem-se<br />

Margem Posição em Opções max CLC Risco de Mercado , MM , 0 (44)<br />

ou ainda Margem Posição em Opções max VF k , MM , 0 (45)<br />

A margem mínima de uma posição em q<br />

unidades de um contrato de opção é dada por


MM<br />

MM VAR max q , 0 TC TM<br />

MM<br />

VAR SRef<br />

MM<br />

onde VAR é a margem mínima para cada unidade do ativo objeto e é o fator de margem mínima, definido<br />

por série de opção, 0 .<br />

Para uma carteira de opções, a simples determinação de um valor de margem mínima para cada posição vendida da<br />

carteira pode gerar inconsistências relevantes na avaliação de risco da carteira. Uma delas refere-se a posições<br />

vendidas cobertas, que não apresentam, de modo geral, custo de liquidação positivo.<br />

Uma posição vendida em opção de compra é coberta se existe uma posição comprada em opção de compra de<br />

mesmos tipo 6 e vencimento, em quantidade igual ou superior à da posição vendida e com preço de exercício<br />

inferior ao da opção da posição vendida.<br />

Analogamente, uma posição vendida em opção de venda é coberta se existe uma posição comprada em opção de<br />

venda de mesmos tipo e vencimento, em quantidade igual ou superior à da posição vendida e com preço de<br />

exercício superior ao da opção da posição vendida.<br />

Os gráficos na figura a seguir apresentam os valores das posições que formam uma posição vendida coberta e da<br />

posição coberta, no vencimento, em função do valor do ativo-objeto. Como o pior resultado da carteira (gráficos<br />

inferiores) é o resultado nulo, um valor não-negativo, a margem mínima também deve ser nula.<br />

Perda Ganho<br />

Perda Ganho<br />

Pay-off - opções de compra<br />

Posição titular - opção de exercício X<br />

Posição lançadora - opção de exercício Y, Y > X<br />

Carteira<br />

Valor do ativo-objeto no vencimento<br />

Figura 2.5-2 – Pay-off de posições vendidas cobertas<br />

6 Opções de mesmo tipo refere-se a opções sobre o mesmo ativo-objeto e de mesma modalidade de exercício.<br />

Página 59<br />

Perda Ganho<br />

Perda Ganho<br />

Pay-off - opções de venda<br />

Posição titular - opção de exercício X<br />

Posição lançadora - opção de exercício Y, Y < X<br />

Valor do ativo-objeto no vencimento<br />

Carteira<br />

(46)


Assim, para que o valor da margem mínima da carteira seja consistente com seu perfil de risco, avalia-se a maior<br />

perda potencial da carteira na data de vencimento. Adicionalmente, a margem mínima da carteira não pode superar<br />

o valor do somatório das margens mínimas de cada posição, o que impõe, no que se refere ao cálculo de margem<br />

mínima, um limitador à perda máxima de cada posição vendida, em valor igual ao da correspondente margem<br />

mínima. Na prática, obtém-se esta limitação por meio da criação de uma posição comprada para cada posição<br />

vendida da carteira original – aquela para a qual se deseja determinar a margem mínima. A carteira resultante da<br />

criação destas posições compradas é denominada carteira protegida.<br />

A carteira protegida é composta pela carteira original e por novas posições compradas, da seguinte maneira:<br />

i. para cada posição original vendida em q unidades da opção de compra com preço de exercício X , cria-se uma<br />

posição comprada em q unidades da opção de compra com preço de exercício<br />

Página 60<br />

MM<br />

X VAR ; e<br />

ii. para cada posição original vendida em q unidades da opção de venda com preço de exercício X , cria-se uma<br />

posição comprada em q<br />

unidades de opção de venda com preço de exercício<br />

Definida a carteira protegida, a margem mínima da carteira original é dada por<br />

MM min 0, VV X , VV X , , VV X<br />

CP<br />

MCP<br />

CP<br />

j ,<br />

CP<br />

j<br />

j 1<br />

VV s VV s VV s<br />

CP CP CP CP CP CP<br />

1 2<br />

MCP<br />

max s X , 0 q TM TC<br />

CP<br />

j j<br />

max X s, 0 q TM TC<br />

CP<br />

j j<br />

MM<br />

X VAR .<br />

se opção de compra<br />

se opção de venda<br />

onde<br />

CP<br />

VV s : valor da carteira protegida na data de vencimento, supondo que o ativo-objeto vale s nesta data;<br />

CP<br />

X j : preço de exercício da j-ésima opção da carteira protegida;<br />

CP<br />

VVj s : valor da posição na j-ésima opção da carteira protegida na data de vencimento e supondo que o<br />

q<br />

ativo-objeto vale s nesta data;<br />

: quantidade de contratos da posição na j -ésima opção da carteira protegida; qj 0 se a posição é<br />

j<br />

comprada e qj 0 se a posição é vendida; e<br />

M CP : quantidade de opções da carteira protegida.<br />

Observa-se que o cálculo da margem mínima é definido para opções com preços de exercício denominados em<br />

preço. Desse modo, para efeito de apuração de margem mínima, deve-se alterar a natureza de uma opção com<br />

preço de exercício denominado em taxa – de opção de compra em taxa para opção de venda em preço e vice-versa.<br />

Note que a equação (44) é o caso particular da equação (47) para uma carteira com apenas uma posição. De fato,<br />

tratando-se de posição comprada em opção de exercício X , a carteira protegida correspondente é igual à<br />

CP<br />

carteira original, ou seja, X Xe,<br />

segue de (13) que<br />

CP CP<br />

MM min 0, VV X1 min 0, 0 0<br />

1<br />

(47)


tratando-se de posição vendida em opção de exercício X , a carteira protegida correspondente contém opções<br />

CP<br />

de exercícios X1 CP<br />

X e X2 X<br />

MM<br />

VAR e segue de (47) que<br />

CP CP CP CP MM<br />

MM min 0, VV X1 , VV X2 VAR q TM TC<br />

O exemplo a seguir ilustra o cálculo de margem mínima de uma carteira.<br />

Exemplo 2: Considere a carteira de opções sobre a taxa de câmbio à vista de real por dólar, de mesmos<br />

vencimentos, no prazo de 177 du / 257 dc, tamanho-padrão de US$50.000 e preços expressos por 1.000 US$,<br />

conforme tabela a seguir.<br />

Considere os seguintes valores para os fatores primitivos de risco:<br />

Sob o cenário de referência: DOL Ref 2.564,50 , r Ref 19,42% aa,<br />

rcRef 3,563% aa e Ref 12,50% aa.<br />

Sob o pior cenário: DOL 2.333,70 , r 16,57% , rc 8,030% e 15% .<br />

POSIÇÃO<br />

TIPO DA<br />

OPÇÃO<br />

PREÇO <strong>DE</strong><br />

EXERCÍCIO<br />

Opc 1 CALL 3.800,00<br />

PRAZO<br />

du / dc<br />

CARTEIRA<br />

QT<strong>DE</strong> PRÊMIO<br />

Página 61<br />

VALOR DA POSIÇÃO ORIGINAL<br />

Sob o cenário de<br />

referência<br />

Sob o pior cenário<br />

-30 0,2280 -342,00 -34,80<br />

Opc 2 CALL 3.850,00 -30 0,1498 -224,70 -23,10<br />

177 / 257<br />

Opc 3 PUT 2.000,00 -30 0,0256 -38,40 -7.908,60<br />

Opc 4 CALL 3.750,00 60 0,3440 1.032,00 103,80<br />

-426,90 -7.862,70<br />

A carteira protegida é composta das 4 posições originais e das 3 posições compradas criadas correspondentes às<br />

posições vendidas originais.<br />

Considerando fator de margem mínima 3% para todas as opções, o termo<br />

MM<br />

VAR que define os preços de<br />

exercício das opções das posições compradas adicionadas à carteira original, calculado com truncamento na<br />

MM<br />

segunda decimal, vale VAR 2.564,50 3% 76,93 .<br />

O cálculo da margem mínima da carteira é detalhado na tabela a seguir dos gráficos de pay-off das carteiras<br />

original e protegida.<br />

750.000<br />

0<br />

-750.000<br />

-1.500.000<br />

-2.250.000<br />

-3.000.000<br />

Pay-off - Carteira Original<br />

0 1.000 2.000 3.000 4.000<br />

600.000<br />

400.000<br />

200.000<br />

0<br />

-200.000<br />

Pay-off - Carteira Protegida<br />

1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000


POSIÇÃO<br />

TIPO QT<strong>DE</strong><br />

EXERCÍCIO<br />

Página 62<br />

VALOR DA POSIÇÃO NO VENCIMENTO<br />

EM FUNÇÃO DO VALOR DO ATIVO-OBJETO<br />

1.923,07 2.000,00 3.750,00 3.800,00 3.850,00 3.876,93 3.926,93<br />

1- original CALL -30 3.800,00 - - - - -75.000 -115.395 -190.395<br />

2 – adicional CALL 30 3.876,93 - - - - - - 75.000<br />

3 – original CALL -30 3.850,00 - - - - - -40.395 -115.395<br />

4 – adicional CALL 30 3.926,93 - - - - - - -<br />

5 – original PUT -30 2.000,00 -115.395 - - - - - -<br />

6 – adicional PUT 30 1.923,00 - - - - - - -<br />

7 – original CALL 60 3.750,00 - - - 150.000 300.000 380.790 530.790<br />

Valor da carteira protegida -115.395 - 150.000 225.000 225.000 300.000<br />

A margem mínima vale $115.395, que é o valor mínimo da carteira protegida no vencimento, supondo os preços<br />

do ativo-objeto iguais aos preços de exercício de suas posições.<br />

A margem mínima desta carteira é determinada de acordo com o valor atribuído à posição vendida na opção de<br />

venda, uma vez que as posições vendidas em opções de compra são cobertas por uma opção de compra com preço<br />

de exercício inferior.<br />

A margem requerida da carteira original vale, portanto,<br />

Margem max 7.862,60 ; 115.395,00 ; 0 115.395,00<br />

Subcarteira de opções sem ajuste - cálculo de risco de subcarteira e margem de uma carteira<br />

Assim como os contratos futuros, os contratos de opção são agrupados em subcarteiras e a margem de garantia de<br />

uma carteira de opções é dada pelo somatório das margens das correspondentes subcarteiras, ou seja, as<br />

subcarteiras às quais pertencem os contratos de opção presentes na carteira.<br />

Margem Posição em Opções Margem Subc<br />

N<br />

Subc<br />

s 1<br />

s<br />

Margem Subc Margem Subc Margem Subc<br />

1 2<br />

A margem para o conjunto de posições de uma mesma subcarteira, por sua vez, é o somatório das margens dos<br />

agrupamentos de tais posições por ativo-objeto ( AO ) e modalidade de exercício (Ex ) e data de vencimento (T )<br />

Margem Subcarteira Margem G Margem G Margem<br />

1 2 G3<br />

onde G1 , G2 , G3 , ... indicam os agrupamentos por AO, Ex, T das opções pertencentes à subcateira.<br />

A margem das posições de um mesmo grupo G , Margem G , é calculada conforme as equações (44) e (45),<br />

restritas às posições do grupo.<br />

N<br />

Subc<br />

(48)<br />

(49)


Margem G max CLC G Ref Min VF G , MM G , 0 max VFG k , MM G , 0 (50)<br />

Min VF min VF k min VF 1 ; VF 2 ; ; VF NC<br />

G G G G G<br />

Cenário contíguo k<br />

VF k VF k VF Ref<br />

G G, i G, i<br />

i<br />

onde<br />

VFGi , k é o valor financeiro da posição na i -ésima opção do grupo G , sob o k -ésimo cenário contíguo dos<br />

<br />

seus fatores de risco; e<br />

a margem mínima MM G é dada pela equação (47), restrita às posições do grupoG .<br />

A margem de garantia de uma posição é função do pior cenário associado a cada grupo AO, Ex, T de ativo-<br />

objeto, modalidade de exercício e vencimento, em cada subcarteira. Não ocorre, portanto, compensação de risco<br />

entre posições em opções de vencimentos, ativos-objeto e modalidade de exercício distintos. Não havendo<br />

compensação entre vencimentos, o Procedimento Subcarteira 2 não tem efeito sobre a carteira de opções sem<br />

ajuste.<br />

Exemplo 3: Considere a carteira descrita na tabela a seguir, envolvendo opções sobre o mesmo ativo-objeto<br />

(taxa de câmbio à vista de real por dólar), de mesma modalidade de exercício, porém com 3 vencimentos<br />

distintos, T 1 , T 2 e T 3 .<br />

Portanto, para o cálculo de margem da carteira as opções são agrupadas em 3 grupos, diferenciados pelos<br />

vencimentos T 1 , T 2 e T 3 e a margem de garantia é dada pela soma das margens de cada grupo.<br />

Margem Margem G Margem 1 G Margem<br />

2 G3<br />

Considerando fator de margem mínima 3% para todos os vencimentos, a margem mínima da carteira vale<br />

MM 3.196,50 .<br />

G1<br />

Considere volatilidade constante por vencimento e os cenários contíguos gerados por combinação dos seguintes<br />

cenários para os fatores de risco da carteira:<br />

Taxa de câmbio à vista, DOL: cenário de referência e variações de 7%<br />

Taxa de juro pré fixada r : variação de 50 pb<br />

Cupom cambial rc : variação de 100 pb<br />

Volatilidade da taxa de câmbio : variação de 50%<br />

POSIÇÃO<br />

TIPO DA<br />

OPÇÃO<br />

PREÇO <strong>DE</strong><br />

EXERCÍCIO<br />

CARTEIRA<br />

Página 63<br />

PRAZO<br />

du /dc<br />

QT<strong>DE</strong><br />

PRÊMIO<br />

(R$ / 1.000 US$)<br />

Opc 1 CALL 2.400,00 32 / 48 1<br />

-1 33,58<br />

Opc 2 CALL 2.300,00<br />

-1 7,16<br />

54 / 78 T2<br />

Opc 3 CALL 2.100,00 1 77,68<br />

T


Opc 4 CALL 2.100,00<br />

Opc 5 CALL 2.150,00 74 / 109 3<br />

1 61,20<br />

Margem da posição de vencimento em T 1 (posição vendida em uma opção de compra):<br />

2,280<br />

Margem max CLC Ref Min VF , MM +50% , 0 max 6,37 1.121,31 , 3.196,50 , 0 3.196,50<br />

Contíguo<br />

Cen G1G1 G1G1 6<br />

Margem da posição de vencimento em T 2 (posição comprada em spread de alta):<br />

Conforme as informações na tabela a seguir, a margem mínima desta posição vale MM 0<br />

Margem max CLC Ref Min VF , MM , 0 max 3.525,94 3.455,97 , 0 , 0 0<br />

G G G<br />

2 2 G2<br />

2<br />

Margem da posição de vencimento emT 3 :<br />

Página 64<br />

-1 90,08<br />

Opc 6 PUT 2.100,00 -1 28,04<br />

CENÁRIO CONTÍGUO<br />

DOL r rc DOL<br />

PRÊMIO DA<br />

OPÇÃO<br />

(R$ / 1.000 US$)<br />

VALOR<br />

FINANCEIRO<br />

DA POSIÇÃO<br />

G<br />

2<br />

VARIAÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

DA POSIÇÃO<br />

Contíguo<br />

Cen 2,131 12,55% 6,45% 12% 0,127 -6,37 -<br />

Ref<br />

Contíguo<br />

Cen 1<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 3<br />

Contíguo<br />

Cen 4<br />

Contíguo<br />

Cen 5<br />

-7%<br />

1,982<br />

-<br />

2,131<br />

+7%<br />

+50 pb<br />

13,05%<br />

ENÁRIO CONTÍGUO<br />

-100 pb<br />

5,45%<br />

DOL r rc DOL<br />

Contíguo<br />

Cen 2,131 12,48% 6,50% 12%<br />

Ref<br />

Contíguo<br />

Cen 1<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 3<br />

Contíguo<br />

Cen 4<br />

Contíguo<br />

Cen 5<br />

Contíguo<br />

Cen 6<br />

-7%<br />

1,982<br />

-<br />

2,131<br />

+7%<br />

2,280<br />

+50 pb<br />

12,98%<br />

-100 pb<br />

5,50%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

-50%<br />

6%<br />

18%<br />

T<br />

0 0 6,37<br />

0,09 -4,45 1,92<br />

0 0 6,37<br />

2,509 -125,46 -119,09<br />

0,432 -21,62 -15,25<br />

22,554 -1.127,68 -1.121,31<br />

PRÊMIOS DAS<br />

OPÇÕES<br />

(R$ / 1.000 US$)<br />

7,16<br />

77,68<br />

0<br />

1,399<br />

3,92<br />

31,86<br />

0,27<br />

64,75<br />

24,03<br />

103,32<br />

31,92<br />

207,82<br />

81,34<br />

218,67<br />

VALOR<br />

FINANCEIRO<br />

DA POSIÇÃO<br />

VARIAÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

DA POSIÇÃO<br />

3.525,94 -<br />

69,97 -3.455,97<br />

1.396,75 -2.129,19<br />

3.223,73 -302,21<br />

3.964,80 438,86<br />

8.794,76 5.268,82<br />

6.866,49 3.340,55


CENÁRIO CONTÍGUO<br />

DOL r rc DOL<br />

Contíguo<br />

Cen 2,131 12,40% 6,30% 12%<br />

Ref<br />

Contíguo<br />

Cen 1<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 3<br />

Contíguo<br />

Cen 4<br />

Contíguo<br />

Cen 5<br />

Contíguo<br />

Cen 6<br />

-7%<br />

1,982<br />

-<br />

2,131<br />

+7%<br />

2,280<br />

+50 pb<br />

12,90%<br />

-100 pb<br />

5,30%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

-50%<br />

6%<br />

+50%<br />

18%<br />

Margem max CLC Ref Min VF , MM , 0 max 2.846,25 3.879,84 , 3.196,50, 0 6.726,09<br />

G3 G3 G3<br />

G3<br />

Margem Margem Margem Margem<br />

G G G<br />

1 2 3<br />

Página 65<br />

PRÊMIOS DAS<br />

OPÇÕES<br />

(R$ / 1.000 US$)<br />

90,08<br />

61,20<br />

28,04<br />

3,94<br />

0,76<br />

78,91<br />

45,58<br />

31,62<br />

120,56<br />

76,77<br />

40,53<br />

4,86<br />

121,25<br />

93,54<br />

49,34<br />

218,85<br />

170,76<br />

0,02<br />

234,53<br />

195,43<br />

15,69<br />

2.5.4. Margem de Garantia de Opções com Ajuste Diário<br />

VALOR<br />

FINANCEIRO<br />

DA POSIÇÃO<br />

VARIAÇÃO<br />

FINANCEIRA<br />

DA POSIÇÃO<br />

-2.846,25 -<br />

-4.104,77 -1.258,52<br />

-6.726,09 -3.879,84<br />

-2.054,99 791,26<br />

-3.852,15 -1.005,90<br />

-2.405,30 440,95<br />

-2.739,76 106,49<br />

7.917,04 0 6.726,09 14.643,13<br />

A opção com ajuste possui, no vencimento, o mesmo pay-off da opção convencional (sem ajuste) e apresenta fluxo<br />

de caixa diário análogo ao de um contrato futuro. As principais características que a diferenciam da opção<br />

convencional são:<br />

ausência de pagamento de prêmio ao vendedor pelo comprador;<br />

marcação a mercado e movimentação de ajuste, diariamente, até a data de vencimento;<br />

requerimento de garantias do comprador e do vendedor;<br />

compensação de risco, para fins de determinação do valor da margem requerida, entre posições em contratos<br />

futuros e de opção com ajuste; e<br />

compensação de risco, para fins de determinação do valor da margem requerida, entre posições em opção com<br />

ajuste sobre o mesmo ativo-objeto e de vencimentos distintos.<br />

O cálculo de margem das opções com ajuste baseia-se no modelo de full valuation, tal qual descrito na seção<br />

anterior, incorporadas as peculiaridades das opções com ajuste. O modelo é aplicado sem alterações das regras e<br />

critérios gerais de apreçamento, ou seja, são considerados todos os cenários contíguos para os fatores de risco S, r<br />

, rc , e . Devido à ausência de pagamento de prêmio e à liquidação diária de ajuste, o risco de tais contratos<br />

relaciona-se somente ao valor de ajuste a ser liquidado, que representa a variação do valor financeiro da posição,


decorrência direta da variação dos prêmios (de ajuste) entre dois dias consecutivos. A variação de prêmios baseiase<br />

no preço de referência (de mercado) e no preço avaliado sob um cenário contíguo das variáveis de apreçamento.<br />

As seções a seguir tratam da definição dos cenários de estresse utilizados, do cálculo de variações financeiras sob<br />

cenário e da consolidação de risco de posições em contratos futuros e em opções com ajuste.<br />

Cenários Contíguos Utilizados na Avaliação de Risco de Opções com Ajuste<br />

Apesar de o mecanismo de ajuste diário associado às opções com ajuste amenizar o problema da não coincidência<br />

dos fluxos de caixa de contratos futuros e de opções, a compensação de risco entre os dois contratos é definida com<br />

cautela, especialmente em função de eventual diferença de liquidez entre os mercados futuros e de opções. Com a<br />

finalidade de controlar o grau de compensação de risco entre futuros e opções com ajuste, os cenários de estresse<br />

aplicados aos contratos futuros e de opção com ajuste no cálculo de margem apresentam algumas diferenças.<br />

Tal diferenciação decorre da utilização de duas classes de parâmetros - e - que modificam os cenários<br />

definidos originalmente para os fatores primitivos de risco.<br />

Apresenta-se a seguir os critérios de geração, a partir dos cenários originais, de e de , dos cenários utilizados<br />

no cálculo da margem de garantia.<br />

Cenários gerados a partir do parâmetro<br />

A utilização do parâmetro visa incorporar ao cálculo da margem a diferença de liquidez entre os mercados<br />

futuro e de opção com ajuste e o eventual aumento do período necessário à liquidação / encerramento das posições,<br />

potencializando os cenários de estresse.<br />

Os cenários de um FPR qualquer, originalmente definidos para avaliação de posições em contratos futuros e que<br />

compõem os cenários contíguos originais são potencializados pela adição (subtração) de às variações de alta<br />

(baixa) a eles associadas. Cada cenário original dá origem a um novo cenário – de alta ou de baixa, conforme o<br />

cenário original é de alta ou de baixa, respectivamente.<br />

FPR<br />

Cen k<br />

Se o cenário original de<br />

variação positiva<br />

FPR<br />

Cen k,<br />

Figura 2.5-3 – Substituição de cenários através do parâmetro<br />

Página 66<br />

FPR<br />

Cen k<br />

FPR<br />

Cen k,<br />

Se o cenário original de<br />

variação negativa


O cenário resultante da aplicação de ao cenário original<br />

associada,<br />

Página 67<br />

Cen é denotado<br />

FPRv ,<br />

k<br />

FPRv<br />

Cen k<br />

,<br />

, e a variação a ele<br />

FPRv ,<br />

k , é dada pela equação (51-a) ou (51-b), com 0 expresso em variação percentual ou<br />

absoluta (pb), conforme tratar-se de FPR do tipo preço ou taxa, respectivamente.<br />

FPR , v<br />

k<br />

k 1 k (51-a)<br />

FPRv , FPRv ,<br />

k se k > 0 (cenário de alta)<br />

k se k < 0 (cenário de baixa) (51-b)<br />

FPR , v FPR , v<br />

FPR , v FPR , v<br />

Sob o novo cenário, o fator assume os valores dados pelas equações (52-a) ou (52-b), conforme tratar-se de FPR do<br />

tipo preço ou taxa, respectivamente<br />

FPR<br />

FPR<br />

FPR k FPR Ref<br />

k<br />

FPR k<br />

FPR,v<br />

k<br />

k,<br />

FPR k<br />

FPR,v<br />

k<br />

, 1 1 (52-a)<br />

se > 0 (cenário original de alta)<br />

se < 0 (cenário original de baixa) (52-b)<br />

De acordo com as equações acima, o cenário gerado da aplicação de sobre um cenário original é mais agressivo<br />

que o cenário original, ou seja, representa variação superior à variação dada pelo cenário original.<br />

Os novos cenários – e somente eles – são utilizados na avaliação de risco das posições em opção com ajuste, não<br />

afetando a avaliação das posições em futuros.<br />

Cen Cen , Cen , Cen , Cen , oriundo do cenário<br />

Contíguo S r rc<br />

Portanto, utiliza-se o cenário k, kS, S kr , r krc , rc k ,<br />

Contíguo S r rc<br />

original Cen Cen , Cen , Cen , Cen e dos parâmetros definidos para cada FPR.<br />

k kS kr krc k<br />

Cenários gerados a partir do parâmetro<br />

A utilização do parâmetro visa incorporar ao cálculo da margem o efeito da compensação imperfeita de risco<br />

entre posições em contratos futuros e de opção com ajuste decorrente da impossibilidade de se reverter<br />

simultaneamente posições nos dois tipos de contrato, ou seja, sob cenários coincidentes. Resultam da aplicação de<br />

a diminuição do grau de compensação de risco entre futuros e opções e a elevação da margem requerida de<br />

carteiras com posições opostas.<br />

Enquanto o cenário gerado da aplicação de substitui o cenário que o originou, os cenários gerados a partir de<br />

são adicionados ao rol de cenários utilizados na avaliação da posição em opções com ajuste, ou seja, tanto o cenário<br />

modificado quanto o que deu origem a ele são utilizados na avaliação das carteiras.<br />

O parâmetro é aplicado apenas aos cenários do fator S das opções, sendo que a aplicação de precede a<br />

aplicação de , ou seja, aplica-se ao cenário resultante do ajuste do cenário original pelo parâmetro .<br />

Portanto,<br />

para a avaliação das posições em contratos futuros, modifica o cenário de S originalmente definido para tal<br />

avaliação; e


para avaliação das posições em opções com ajuste, modifica o cenário derivado da aplicação de sobre o<br />

cenário original.<br />

Expresso em variação percentual e aplicado a um cenário de variação para S, o parâmetro gera um novo<br />

cenário de variação , dada por<br />

1 1 1 (53)<br />

S<br />

Para cada cenário Cen k são definidos dois valores de , um choque negativo k e um choque positivo k , que<br />

geram, respectivamente, os cenários e , sob os quais S assume, respectivamente, os valores<br />

S<br />

Cen k,<br />

S<br />

Cen k,<br />

S<br />

S<br />

S 1 k e S 1 k para posições em futuros (54-a)<br />

Ref<br />

S 1 k<br />

e<br />

S<br />

k, k<br />

k<br />

Ref<br />

S<br />

k, k<br />

k<br />

S 1 k para posições em opções com ajuste (54-b)<br />

Figura 2.5-4 – Geração de cenários adicionais através do parâmetro<br />

A tabela a seguir ilustra a construção e a utilização de cenários para FPRs envolvidos em opções com ajuste,<br />

conforme se avalie posições em opção com ajuste ou em contratos futuros. São utilizados os cenários originais dos<br />

fatores não mencionados na tabela.<br />

FPR<br />

S<br />

r<br />

CENÁRIO<br />

ORIGINAL<br />

S<br />

Cen 1<br />

Cen<br />

S<br />

ncS<br />

r<br />

Cen 1<br />

Cen<br />

S<br />

Cen k<br />

r<br />

ncr<br />

CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO <strong>DE</strong> POSIÇÕES EM<br />

Gerados<br />

por<br />

S<br />

Cen 1,<br />

S<br />

S<br />

Cen ncS,<br />

S<br />

r<br />

Cen 1,<br />

r<br />

Cen ncr<br />

, r<br />

r<br />

S<br />

Cen k,<br />

S<br />

Cen k,<br />

Cenários utilizados na avaliação das<br />

posições em contratos futuros<br />

OPÇÕES COM AJUSTE<br />

S<br />

Cen 1, S,<br />

S<br />

Cen<br />

ncS<br />

, S,<br />

Gerados por<br />

e<br />

S<br />

Cen 1, S,<br />

S<br />

Cen<br />

ncS<br />

, S,<br />

Página 68<br />

S Cen k,<br />

S<br />

CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO <strong>DE</strong> POSIÇÕES<br />

Originais<br />

EM CONTRATOS FUTUROS<br />

Cen<br />

S<br />

S<br />

Cen 1<br />

1,<br />

Cen<br />

S<br />

S<br />

Cen ncS<br />

ncS<br />

,<br />

r<br />

Cen 1<br />

Cen<br />

r<br />

ncr<br />

Cen ,<br />

S<br />

k,<br />

S<br />

S Cen k,<br />

S,<br />

Cenários utilizados na avaliação das<br />

posições em contratos de opção com ajuste<br />

Gerados por<br />

e<br />

S<br />

Cen<br />

1,<br />

S<br />

Cen<br />

ncS<br />

,


c<br />

rc<br />

Cen 1<br />

Cen<br />

rc<br />

ncrc<br />

rc<br />

Cen 1,<br />

rc<br />

rc<br />

Cen ncrc<br />

, rc<br />

Cen Cen 1<br />

1,<br />

Cen Cen nc<br />

nc ,<br />

Página 69<br />

rc<br />

Cen 1<br />

Tabela 2.5-5 – Cenários de estresse para avaliação de posições em contratos futuros e de opção com ajuste<br />

Contíguo Contíguo<br />

Portanto, são utilizados na avaliação de risco de opções com ajuste os cenários contíguos Cen k,<br />

, Cen e<br />

Cen gerados a partir de cada cenário contíguo original<br />

Contíguo<br />

k,<br />

,<br />

Contíguo<br />

Cen k :<br />

Cen<br />

rc<br />

ncrc<br />

Cen Cen , Cen , Cen , Cen<br />

Contíguo S r rc<br />

k, kS, S kr , r krc , rc k ,<br />

Cen Cen , Cen , Cen , Cen<br />

, , , ,<br />

Contíguo S r rc<br />

k kS<br />

S<br />

kr , r krc , rc k ,<br />

Cen Cen , Cen , Cen , Cen<br />

, , , ,<br />

Contíguo S r rc<br />

k kS<br />

S<br />

kr , r krc , rc k ,<br />

Exemplo 3: Considere definidos três cenários para cada um dos FPRs S, r , rc e de uma opção qualquer –<br />

cenários originais de queda, neutro e de alta – e os respectivos parâmetros e .<br />

A tabela a seguir apresenta os cenários originais, os valores dos parâmetros e e os cenários derivados<br />

para a avaliação de posições em opções com ajuste e em futuros. Segue à tabela o detalhamento da obtenção<br />

dos cenários gerados.<br />

FPR<br />

S<br />

r<br />

rc<br />

CENÁRIO<br />

ORIGINAL<br />

PARÂMETROS<br />

e<br />

CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO <strong>DE</strong><br />

POSIÇÕES EM OPÇÕES COM AJUSTE<br />

Gerados<br />

por<br />

Gerados por<br />

e<br />

k,<br />

,<br />

CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO <strong>DE</strong><br />

POSIÇÕES EM CONTRATOS<br />

FUTUROS<br />

Gerados por<br />

Originais<br />

e<br />

-6% 20% 0% 2% -7,2% -7,2% -5,2% -6% -6% -4%<br />

- - -2% 3% - -2% 3% - -2% 3%<br />

+6% 30% -1% 0% +7,8% 6,8% 7,8% +6% 5% 6%<br />

-100 pb 10 -110 pb -100 pb<br />

- - - -<br />

+150 pb 10 +160 pb +150 pb<br />

-50 pb - -50 pb -50 pb<br />

- - - -<br />

+10 pb - +10 pb +10 pb<br />

-20% 200 -22%<br />

- - -<br />

+50% - +50%


Aplicação dos parâmetros :<br />

Cenários para S:<br />

Cenários para r :<br />

S S S<br />

Cen : 1 1 1 0,06 1,20 7,2%<br />

1,<br />

S S S<br />

Cen : 3 3 1 0,06 1,30 7,8%<br />

3,<br />

r r r<br />

Cen : 1 1 100 10 110 pb<br />

1,<br />

r r r<br />

Cen : 3 3 150 10 160 pb<br />

3,<br />

Cenários para : Cen : 1 1 2000 200 22%<br />

1, 1<br />

Cen : 3 3 5000 0 50%<br />

3,<br />

Cenários para rc : são iguais aos cenários originais, pois 0 para os cenários de rc .<br />

Aplicação dos parâmetros e para geração dos cenários utilizados na avaliação de posições em opção<br />

com ajuste:<br />

: 1 1 0,072 0 7,2%<br />

S S S<br />

Cen<br />

1, , ,<br />

: 1 1 0,072 0,02 5,2%<br />

S S S<br />

Cen<br />

1, , ,<br />

: 2 2 0 0,02 2%<br />

S S S<br />

Cen<br />

2, , ,<br />

: 2 2 0 0,03 3%<br />

S S S<br />

Cen<br />

2, , ,<br />

: 3 3 0,078 0,01 6,8%<br />

S S S<br />

Cen<br />

3, , ,<br />

: 3 3 0,078 0 7,8%<br />

S S S<br />

Cen<br />

3, , ,<br />

Aplicação dos parâmetros e para geração dos cenários utilizados na avaliação de posições em<br />

contratos futuros:<br />

: 1 1 0,06 0 6%<br />

S S S<br />

Cen<br />

1,<br />

: 1 1 0,06 0,02 4%<br />

S S S<br />

Cen<br />

1,<br />

: 2 2 0 0,02 2%<br />

S S S<br />

Cen<br />

2,<br />

: 2 2 0 0,03 3%<br />

S S S<br />

Cen<br />

2,<br />

: 3 3 0,06 0,01 5%<br />

S S S<br />

Cen<br />

3,<br />

: 3 3 0,06 0 6%<br />

S S S<br />

Cen<br />

3,<br />

Definidos os cenários de estresse, a determinação da margem de garantia segue do cálculo de variação financeira<br />

das posições sob cenário e do agrupamento de tais variações.<br />

Página 70


Cálculo de Variação Financeira sob Cenário e Consolidação das Variações Financeiras sob Cenário de<br />

Posições em Futuros e em Opções com Ajuste<br />

O modelo de full valuation utilizado no cálculo de risco de mercado de posições em opções com ajuste baseia-se<br />

nas mesmas fórmulas adotadas para as opções sem ajuste.<br />

Sob o cenário contíguo Cen k , a estimativa do valor do ajuste de uma posição em q<br />

unidades de uma opção com<br />

ajuste é a variação financeira dada pela equação (41).<br />

VF k VF k VF Ref P k P Ref F q TC TM<br />

Para o que se apresenta a seguir, as variações financeiras associadas a posições em contratos futuros e em contratos<br />

de opção com ajuste são representadas por<br />

FPR<br />

VF e VF OpcA , respectivamente.<br />

Variações financeiras sob cenário - posições em contratos futuros<br />

Sejam<br />

FPR<br />

VF k ,<br />

respectivamente sob os cenários<br />

FPR<br />

VF k e<br />

FPR<br />

Cen k ,<br />

FPR<br />

VF k as variações financeiras associadas ao fator FPR,<br />

FPR<br />

Cen k,<br />

e<br />

FPR<br />

Cen k,<br />

Página 71<br />

, decorrentes da posição em contratos futuros, obtidas<br />

pelo somatório das variações por contrato c e vencimento T sob os respectivos cenários, ou seja,<br />

VF k VF k<br />

FPR FPR<br />

cT ,<br />

c T<br />

VF k VF k<br />

FPR FPR<br />

cT ,<br />

c T<br />

VF k VF k<br />

FPR FPR<br />

cT ,<br />

c T<br />

S FPR<br />

Dada a aproximação para a variação k associada ao cenário Cen k,<br />

(equação (53)) e considerando que<br />

FPR<br />

não é suficientemente grande para inverter o sentido (alta/baixa) do cenário Cen k , as variações por contrato e<br />

vencimento são dadas por<br />

onde os termos<br />

FPR<br />

VFcT , k e<br />

VF k VF k Exposição<br />

FPR FPR FPR<br />

c, T c, T c, T<br />

VF k VF k Exposição<br />

FPR FPR FPR<br />

c, T c, T c, T<br />

FPR<br />

Exposição cT , são dados, respectivamente, pelas equações (20) e (22).<br />

Define-se a variação financeira mínima associada ao fator FPR e ao cenário original<br />

FPR<br />

Cen k como<br />

FPR FPR FPR FPR<br />

VF k min VF k , VF k , VF k (57)<br />

Variações financeiras sob cenário - posições em contratos de opção com ajuste<br />

(55)<br />

(56)


Sejam VFOpcA S T k<br />

VF k<br />

VF k<br />

, , , OpcA, S, T e OpcA, S, T as variações financeiras da posição em opções com<br />

ajuste sobre S, de mesma modalidade de exercício e vencimento em T , respectivamente sob os cenários<br />

Cen ,<br />

Contíguo<br />

k,<br />

Contíguo<br />

Cen e Cen . Denota-se por VFOpcA S T k<br />

Contíguo<br />

k,<br />

,<br />

k,<br />

,<br />

Página 72<br />

, , a mínima variação entre elas<br />

VF k min VF k , VF k , VF k<br />

(58)<br />

OpcA, S, T OpcA, S, T OpcA, S, T OpcA, S, T<br />

Ao tomar as variações financeiras mínimas conforme as equações (57) e (58), considera-se que posições em<br />

contratos futuros e de opção com ajuste podem ser revertidas sob qualquer dos três cenários associados a um<br />

mesmo cenário original – o próprio e os derivados através de e . Desta maneira, é possível avaliar opções<br />

com ajuste e futuros sob cenários distintos, reduzindo-se o grau de compensação de risco entre eles.<br />

Consolidação do risco de posições em contratos futuros e de opção com ajuste<br />

A margem de garantia da carteira de futuros e opções com ajuste resulta da consolidação das variações financeiras<br />

sob cenário, obtidas sob cenários diferenciados para cada tipo de contrato - opções com ajuste ou futuros – pela<br />

aplicação dos parâmetros e aos cenários originalmente definidos. Tal consolidação de risco entre posições em<br />

contratos futuros e de opções com ajuste é representada através da matriz de consolidação de riscos, cuja<br />

construção descreve-se a seguir.<br />

Considere como fatores de risco do tipo rr os fatores associados às taxas de juro livre de risco e aos custos de<br />

carregamento das opções com ajuste, cujos cenários sejam componentes dos cenários contíguos utilizados na<br />

avaliação das opções com ajuste. Considere os cenários gerados do produto cartesiano apenas dos cenários<br />

r, rc<br />

definidos para estes fatores, ou seja, os cenários contíguos Cen i , i , i ..., i , onde i n indica o in -ésimo<br />

cenário para n -ésimo fator do tipo rr .<br />

i 1 2 3 X<br />

A matriz de consolidação de riscos é uma matriz de variações financeiras sob cenário, cujas colunas estão<br />

associadas a fatores primitivos de risco, exceto volatilidades, e cujas linhas correspondem aos cenários contíguos<br />

para os fatores do tipo rr .<br />

Contíguo rr<br />

Cen 1<br />

Contíguo rr<br />

Cen 2<br />

MATRIZ <strong>DE</strong> CONSOLIDAÇÃO <strong>DE</strong> RISCOS<br />

FPR 1 FPR 2 j<br />

FPR<br />

Contíguo rr<br />

Cen MCR i, j<br />

i<br />

Figura 2.5-6 – Matriz de consolidação de risco de posições em contratos futuros e de opção com ajuste diário<br />

O elemento da posição i, j da matriz de consolidação de riscos, MCR i, j , representa a consolidação de dois<br />

riscos, quais sejam:


(i) o risco da posição em opções com ajuste sobre o ativo-objeto cuja variação de preço / cotação é o fator<br />

j<br />

(ii) o risco associado ao fator FPR decorrente das posições em contratos futuros,<br />

sendo ambos avaliados sob a restrição do cenário contíguo<br />

juro livre de risco e custos de carregamento de opções com ajuste.<br />

Página 73<br />

j<br />

FPR e<br />

Contíguo rr<br />

Cen i para os fatores que representam taxas de<br />

Por exemplo, a matriz de consolidação de riscos de uma carteira com posições em contratos futuros e de opção<br />

com ajuste, ambos sobre a taxa de câmbio à vista de real por dólar, possui colunas referentes aos FPRs taxa de<br />

câmbio à vista, DOL, taxa de juro pré-fixada r e cupom cambial rc , e tantas linhas quanto a quantidade de<br />

cenários contíguos para o par de fatores r, rc obtidos por combinação dos cenários para r e para rc .<br />

Apresenta-se a seguir a metodologia para obtenção de MCR i, j .<br />

Seja VFC a variação financeira sob cenário consolidada das posições em opções com ajuste e em contratos<br />

futuros, definida por fator de risco e cenário, conforme a equação (59) a seguir. Caso o fator FPR não seja ativoobjeto<br />

de nenhuma opção com ajuste, Cen representa um cenário individual para o fator FPR; caso o fator FPR<br />

seja ativo-objeto de alguma opção com ajuste, Cen representa um cenário contíguo para os fatores primitivos de<br />

risco da opção.<br />

FPR<br />

VFC FPR , Cen VFOpcA , FPR Cen VF Cen<br />

Variação financeira da posição em<br />

opções com ajuste sobre o ativo-objeto<br />

FPR , sob o cenário contíguo Cen<br />

Variação financeira da posição em<br />

futuros, associada<br />

ao fator FPR e sob<br />

o cenário deste fator contido em Cen<br />

onde<br />

VFOpcA , FPR Cen : mínima variação financeira referente ao cenário contíguo Cen , associada às posições em<br />

opções com ajuste sobre o ativo-objeto FPR, de mesma modalidade de exercício e<br />

vencimentos diversos<br />

VF Cen VF Cen<br />

OpcA, FPR OpcA, FPRT ,<br />

Vencimentos<br />

T<br />

VFOpcA , FPRT , Cen conforme equação (58)<br />

FPR<br />

VF Cen : variação financeira da posição em contratos futuros sob o cenário do fator FPR que compõe<br />

o cenário contíguo Cen , conforme equação (57).<br />

No caso em que o fator FPR não é ativo-objeto de nenhuma opção com ajuste, o primeiro termo da soma na<br />

equação (59) é nulo, ou seja, VFC FPRCen , representa apenas a variação financeira da posição em futuros,<br />

associada ao fator FPR e sob o cenário Cen deste fator, ou seja,<br />

FPR<br />

VFC FPR , Cen VF Cen<br />

O risco representado pelo elemento MCR i, j da matriz de consolidação de risco é dado por<br />

Contíguo rr<br />

Cen k | Ceni<br />

(59)<br />

j<br />

MCR i, j min VFC FPR , Cen (60)<br />

k


Observe que a determinação da variação consolidada<br />

j<br />

VFC FPR Cen k<br />

Página 74<br />

, mínima, na equação em (60), é uma<br />

escolha restrita, ou condicionada, ao i -ésimo cenário contíguo dos fatores de risco que representam taxas de juro<br />

livres de risco e custos de carregamento de opções com ajuste, Cen . Considere as seguintes possibilidades<br />

para o fator<br />

j<br />

FPR :<br />

Contíguo rr<br />

i<br />

(A)<br />

j j<br />

não existe opção com ajuste sobre o ativo-objeto FPR e FPR não é do tipo rr ;<br />

(B)<br />

j j<br />

não existe opção com ajuste sobre o ativo-objeto FPR e FPR é do tipo rr ; e<br />

(C)<br />

j<br />

existe opção com ajuste sobre o ativo-objeto FPR .<br />

No caso (A), a restrição ao cenário<br />

para<br />

j<br />

Cenk<br />

j<br />

FPR<br />

MCR i, j min VF k .<br />

No caso (B), a minimização restrita ao cenário<br />

Contíguo rr<br />

Cen i não é ativa na minimização da equação (60), que é então reduzida<br />

Cen resulta na utilização do cenário do fator<br />

Contíguo rr<br />

i<br />

compõe o cenárioCen<br />

; denotando este cenário por<br />

Contíguo rr<br />

i<br />

j<br />

FPR j<br />

MCR i, j VF Cen .<br />

No caso (C), toma-se a menor variação consolidada<br />

j<br />

VFC FPR Cen k<br />

contíguos Cen cujos cenários para r e rc compõemCen<br />

.<br />

Contíguo<br />

k<br />

j<br />

FPR que<br />

j<br />

Cen , a equação (60) é simplificada para<br />

, dentre aquelas avaliadas sob cenários<br />

Contíguo rr<br />

i<br />

A soma das variações consolidadas por fator de risco, restritas ao cenário Cen (a soma dos elementos da i<br />

Contíguo rr<br />

i<br />

-ésima linha da matriz de consolidação de riscos), define a variação consolidada total restrita a<br />

Total<br />

1 2 3<br />

VFC i MCR i FPR MCR i FPR MCR i FPR<br />

Contíguo rr<br />

Cen i<br />

, , , (61)<br />

Por fim, a mínima variação consolidada total determina o risco da carteira de contratos futuros e de opção com<br />

ajuste.<br />

Contíguo rr<br />

Cen 1<br />

Contíguo rr<br />

2<br />

Risco de Mercado VFC i VFC VFC<br />

Total Total Total<br />

min min 1 , 2 , (62)<br />

i<br />

MATRIZ <strong>DE</strong> CONSOLIDAÇÃO <strong>DE</strong> RISCOS VARIAÇÃO<br />

TOTAL<br />

FPR 1 j<br />

FPR<br />

Total<br />

VFC<br />

Total<br />

Cen VFC 2<br />

Contíguo rr<br />

Cen i<br />

Soma das mínimas variações consolidadas<br />

MCR i, j ao longo dos fatores de risco<br />

1<br />

Total<br />

VFC i<br />

Total<br />

Risco de Mercado min VFC i<br />

Figura 2.5-7 – Cálculo de risco de mercado a partir da matriz de consolidação de riscos<br />

i<br />

Escolha da<br />

mínima<br />

variação<br />

consolidada<br />

total


Exemplo 4: Considere uma carteira com posição nos contratos futuros FUT DOL, FUT DDI e FUT DI1 e em<br />

opção com ajuste sobre a taxa de câmbio à vista de real por dólar, cujos fatores de risco são a taxa de câmbio à<br />

vista, a taxa de juro pré-fixada, o cupom cambial e a volatilidade da taxa de câmbio, respectivamente DOL, r ,<br />

r r r<br />

rc rc<br />

rc e DOL . Supondo definidos os cenários Cen 1 , Cen 2 e Cen 3 para r e os cenários Cen 1 e Cen 2 para rc ,<br />

a matriz de consolidação de riscos possui 6 linhas, correspondentes aos 6 cenários contíguos para r, rc , e 3<br />

colunas, correspondentes aos FPRs da carteira, excluída a volatilidade DOL .<br />

Descreve-se a seguir os elementos de uma linha da matriz - os elementos das demais linhas são semelhantes.<br />

r rc<br />

Cen 1 Cen 1<br />

r rc<br />

Cen 1 Cen 2<br />

r rc<br />

Cen 2 Cen 1<br />

r rc<br />

Cen 2 Cen 2<br />

r rc DOL<br />

r rc<br />

Cen 3 Cen 1 MCR 5,1 MCR 5,2 MCR 5,3<br />

r rc<br />

Cen 3 Cen<br />

2<br />

Como não existe opção com ajuste sobre r , o termo MCR 5,1 representa apenas a variação da posição nos<br />

Contíguo rr r<br />

contratos futuros, associada ao fator r e sob o cenário de r que está no cenário contíguo Cen 5 , Cen 3 .<br />

Da mesma forma, o termo MCR 5,2 representa a variação apenas da posição em futuros, associada ao fator<br />

Contíguo rr rc<br />

rc e sob o cenário para rc que está no cenário contíguoCen<br />

5 , Cen 1 .<br />

O termo MCR 5,3 representa variações da posição em opção e das posições em futuros que têm a taxa de<br />

câmbio à vista como fator de risco. Assim, para o cálculo de MCR 5,3 , é considerada, na minimização, a<br />

variação consolidada VFC DOL, Cen k tal que:<br />

i. sua parcela de variação da posição em opção com ajuste, VF OpcA, FPR , envolve apenas as variações<br />

r rc<br />

calculadas sob os cenários contíguos Cen k que sejam formados com os cenários Cen 3 e Cen 1 , além<br />

dos cenários para DOL e DOL ; e<br />

ii. sua parcela de variação da posição em futuros,<br />

Página 75<br />

FPR<br />

VF Cen refere-se apenas às posições nos<br />

contratos FUT DDI e FUT DOL e envolve o mesmo cenário do FPR DOL do cenário contíguo Cen k<br />

utilizado no cálculo de variação da posição em opções.


Exemplo 5: Considere uma carteira com posição em contratos futuro e de opção com ajuste sobre a taxa de<br />

câmbio à vista de real por dólar, agrupados na mesma subcarteira.<br />

Considere os seguintes cenários para os FPRs, agrupados na mesma área:<br />

r<br />

Cen 1 ,<br />

r<br />

2<br />

rc<br />

Cen 1 e<br />

rc<br />

2<br />

DOL<br />

Cen 1 ,<br />

DOL<br />

2<br />

1<br />

r<br />

Cen e Cen 3 para r : de baixa de taxa, nulo e de alta de taxa<br />

Cen para rc : nulo e de alta de taxa<br />

DOL<br />

Cen e Cen 3 para DOL: de variações 7% e nula<br />

Cen de variação nula para .<br />

A tabela a seguir apresenta os cenários utilizados na avaliação das posições no contrato futuro e na opção com<br />

ajuste, dados os parâmetros (apenas para o FPR DOL) e :<br />

FPR<br />

DOL<br />

r<br />

rc<br />

CENÁRIO<br />

ORIGINA<br />

L<br />

PARÂMETRO<br />

e<br />

CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO DA<br />

POSIÇÃO EM OPÇÃO COM AJUSTE<br />

Gerados<br />

por<br />

Página 76<br />

Gerados por<br />

e<br />

CENÁRIOS PARA AVALIAÇÃO <strong>DE</strong><br />

POSIÇÃO NO CONTRATO FUTURO<br />

Originais<br />

Gerados por<br />

-7% 25% 0% 1% -8,75% -8,75% -7,75% -7% -7% -6%<br />

- - -1% 1% - -1% 1% - -1% +1%<br />

+7% 25% -1% 0% 8,75% 7,75% 8,75% +7% +6% +7%<br />

r<br />

Cen 1<br />

-<br />

r<br />

Cen 2<br />

-<br />

r<br />

Cen 3<br />

-<br />

rc<br />

Cen 1<br />

-<br />

rc<br />

Cen 2<br />

-<br />

Cen 1<br />

-<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cálculo de variações sob cenários da posição em contrato futuro:<br />

r<br />

1<br />

r<br />

2<br />

r<br />

3<br />

rc<br />

1<br />

rc<br />

2<br />

1<br />

CARTEIRA<br />

Contrato FUT DOL OPC AJU DOL<br />

Prazo (du/dc) Vencimento 29 / 43 T 1<br />

29/ 43 T 1<br />

C / V Qtde contratos V 15 C 20<br />

Preço de exercício 2.050,00<br />

VF 1.566.022,50 48.478,00<br />

FPR VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

r<br />

rc<br />

r<br />

Cen<br />

1<br />

FPR FPR<br />

VF Cen<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 2<br />

3<br />

2.624,27 - -2.647,67<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

Cen<br />

- 11.708,24<br />

rc<br />

2<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

r<br />

1<br />

r<br />

2<br />

r<br />

3<br />

rc<br />

1<br />

rc<br />

2<br />

1<br />

e


DOL<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

Avaliação da posição em opção com ajuste e consolidação com a posição em futuro:<br />

Contíguo<br />

Cen 1<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 3<br />

Contíguo<br />

Cen 4<br />

Contíguo<br />

Cen 5<br />

Contíguo<br />

Cen 6<br />

Contíguo<br />

Cen 7<br />

Contíguo<br />

Cen 8<br />

Contíguo<br />

Cen 9<br />

Contíguo<br />

Cen 10<br />

Contíguo<br />

Cen 11<br />

Contíguo<br />

Cen 12<br />

Contíguo<br />

Cen 13<br />

Contíguo<br />

Cen 14<br />

Contíguo<br />

Cen 15<br />

Contíguo<br />

Cen 16<br />

Contíguo<br />

Cen 17<br />

Contíguo<br />

Cen 18<br />

Na tabela acima, as colunas sob o título Cenário Contíguo apresentam os cenários contíguos, bem como os<br />

cenários individuais de FPR que os formam.<br />

As colunas sob o título Variação financeira sob cenário - Posição em opção com ajuste venc. 1 T<br />

apresentam as variações, da posição em opção com ajuste, sob cenário contíguo – para cada linha, são<br />

calculadas variações sob o cenário contíguo formado pelo cenário de DOL alterado por e (i) sem impacto<br />

Página 77<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

109.621,57 - -109.621,57 sob o cenário original<br />

109.621,57 15.660,23 -93.961,35 sob cenário modificado por<br />

93.961,35 -15.660,23 -109.621,57 sob cenário modificado por<br />

93.961,35 -15.660,23 -109.621,57<br />

CENÁRIO CONTÍGUO Cenários<br />

gerados<br />

DOL r rc DOL<br />

por<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

r<br />

Cen<br />

1<br />

r<br />

Cen<br />

2<br />

r<br />

Cen<br />

2<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

rc<br />

2<br />

rc<br />

1<br />

rc<br />

rc<br />

r<br />

Cen 3<br />

1<br />

Cen<br />

rc<br />

r<br />

Cen 3<br />

2<br />

2<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

VF Cen<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

POSIÇÃO EM OPÇÃO - VENCIMENTO T 1<br />

Cenários<br />

gerados<br />

por<br />

Cenários<br />

gerados<br />

por<br />

Mínimo<br />

POSIÇÃO EM<br />

FUTUROS<br />

TOTAL<br />

-48.361 -48.162 -48.361 -48.361 93.961 45.601<br />

-2.546 13.547 -16.299 -16.299 -15.660 -31.959<br />

168.910 168.910 146.252 146.252 -109.622 36.630<br />

-48.424 -48.323 -48.424 -48.424 93.961 45.537<br />

-12.730 1.608 -24.475 -24.475 -15.660 -40.135<br />

152.560 152.560 130.084 130.084 -109.622 20.462<br />

-48.339 -48.108 -48.339 -48.339 93.961 45.623<br />

0 16.465 -14.198 -14.198 -15.660 -29.858<br />

172.708 172.708 150.009 150.009 -109.622 40.387<br />

-48.413 -48.294 -48.413 -48.413 93.961 45.548<br />

-10.499 4.264 -22.717 -22.717 -15.660 -38.377<br />

156.329 156.329 133.809 133.809 -109.622 24.187<br />

-48.312 -48.045 -48.312 -48.312 93.961 45.649<br />

2.643 19.470 -11.995 -11.995 -15.660 -27.656<br />

176.554 176.554 153.814 153.814 -109.622 44.192<br />

-48.400 -48.261 -48.400 -48.400 93.961 45.561<br />

-8.167 7.014 -20.859 -20.859 -15.660 -36.519<br />

160.146 160.146 137.583 137.583 -109.622 27.961


de , (ii) com impacto de e (iii) com impacto de ; por fim, para cada cenário contíguo original (cada<br />

linha) toma-se a mínima variação dentre as variações sob cada um dos 3 cenários contíguos derivados do<br />

cenário original.<br />

Na penúltima coluna da tabela, cada linha contém a variação financeira da posição em futuros associada ao<br />

FPR DOL e sob o cenário de DOL correspondente da linha, ou seja, a mínima dentre aquelas (i) sob o<br />

cenário original, (ii) sob o cenário alterado por e (iii) sob o cenário alterado por .<br />

A última coluna da tabela representa a soma das variações das duas colunas anteriores. Os valores em negrito<br />

correspondem à variação mínima, dentre as variações sob cenários contíguos com mesmo par de cenários para<br />

r, rc - estas são as variações consolidadas mínimas da coluna da matriz de consolidação de riscos referente<br />

ao FPR DOL.<br />

A matriz de consolidação de riscos tem, em cada linha da coluna referente ao FPR r , a variação da posição<br />

em futuro associada a r e sob o cenário de r que forma o cenário contíguo para o par r, rc correspondente<br />

à linha. Analogamente, cada linha da coluna referente ao FPR rc contém o valor da variação da posição em<br />

futuro associada ao fator rc e sob o cenário de rc do cenário contíguo para o par r, rc correspondente à<br />

linha. A coluna correspondente ao fator DOL contém, em cada linha, a mínima variação consolidada das<br />

posições em futuro e em opção com ajuste – destacadas em negrito na última coluna da tabela acima.<br />

r rc DOL<br />

r rc<br />

Cen 1 Cen 1<br />

2.624,27 - -31.959<br />

r rc<br />

Cen 1 Cen 2<br />

2.624,27 11.708,24 -40.135<br />

r rc<br />

Cen 2 Cen 1<br />

- - -29.858<br />

r rc<br />

Cen 2 Cen 2<br />

- 11.708,24 -38.377<br />

r rc<br />

Cen 3 Cen 1 -2.647,67 - -27.656<br />

r rc<br />

Cen 3 Cen<br />

2<br />

-2.647,67 11.708,24 -36.519<br />

Risco de Mercado<br />

Total<br />

VFC i<br />

i<br />

min 30.304<br />

Página 78<br />

VARIAÇÃO TOTAL<br />

Total<br />

VFC<br />

-29.335<br />

-25.802<br />

-29.858<br />

-26.669<br />

-30.304<br />

-27.458<br />

Exemplo 6: Considere a carteira do Exemplo 5 e adicione uma posição comprada em opção com ajuste de<br />

vencimentoT 2 , uma posição comprada em contrato futuro de Ibovespa e uma posição comprada em contrato<br />

futuro de cupom cambial, todas pertencentes à mesma subcarteira.<br />

CARTEIRA<br />

Contrato FUT DOL OPC AJU<br />

DOL<br />

Prazo (du/dc) Venc 29 / 43 T 1 29/ 43 T 1<br />

OPC AJU DOL FUT IND FUT DDI<br />

73/ 51 T 2<br />

85/ 58 T 3<br />

29/ 43 T 1<br />

C / V Qtde contratos V 15 C 20 C 20 C 30 C 20<br />

Preço de exercício 2.050,00 2.050,00<br />

VF 1.566.022,50 48.478,00 62.639,70 1.351.710,00 2.060.713,35


Considere os mesmos cenários para os fatores r , rc , DOL e definidos no Exemplo 5 , bem como os<br />

parâmetros e e, para os fatores de risco adicionais, considere um cenário de variação nula para a taxa de<br />

convenience yield, cy , e 3 cenários para o FPR valor do Ibovespa à vista – cenários nulo e de variação de<br />

10%<br />

– agrupados em uma única área, de modo que é omitida a tabela de cenários.<br />

Cálculo de variações sob cenários da posição em contratos futuros: além das variações associadas aos<br />

fatores adicionais cy e IBV , as variações associadas ao fator r também são alteradas.<br />

FPR VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

r<br />

rc<br />

DOL<br />

cy<br />

IBV<br />

r<br />

Cen<br />

1<br />

Avaliação da posição em opções com ajuste: havendo posições em opções de vencimentos distintos,<br />

seleciona-se, por vencimento, a mínima variação associada a um cenário contíguo original - dentre as variações<br />

sob cada um dos 3 cenários contíguos gerados a partir dos parâmetros , e . Isso significa que a tabela<br />

de avaliação da carteira de opções com ajuste possui tantos blocos sob o título Variação financeira sob<br />

cenário quanto a quantidade de vencimentos distintos de opções na carteira. A variação mínima da carteira de<br />

opções é dada pela soma das variações mínimas de cada vencimento.<br />

Página 79<br />

FPR FPR<br />

VF Cen<br />

Cen<br />

r<br />

r<br />

Cen 2<br />

3<br />

-2.213,44 - 2.308,77<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

Cen<br />

- -3.698,51<br />

rc<br />

2<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

DOL<br />

Cen 3<br />

-34.628,36 - 34.628,36 sob o cenário original<br />

-34.628,36 -4.946,91 29.681,45 sob cenário modificado por<br />

-29.681,45 4.946,91 34.628,36 sob cenário modificado por<br />

-34.628,36 -4.946,91 29.681,45<br />

cy<br />

Cen 1<br />

-<br />

Cen<br />

IBV<br />

1<br />

Cen<br />

IBV<br />

IBV<br />

Cen 2<br />

3<br />

-135.171 - 135.171<br />

DOL<br />

VF Cen


Contíguo<br />

Cen 1<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 3<br />

Contíguo<br />

Cen 4<br />

Contíguo<br />

Cen 5<br />

Contíguo<br />

Cen 6<br />

Contíguo<br />

Cen 7<br />

Contíguo<br />

Cen 8<br />

Contíguo<br />

Cen 9<br />

Contíguo<br />

Cen 10<br />

Contíguo<br />

Cen 11<br />

Contíguo<br />

Cen 12<br />

Contíguo<br />

Cen 13<br />

Contíguo<br />

Cen 14<br />

Contíguo<br />

Cen 15<br />

Contíguo<br />

Cen 16<br />

Contíguo<br />

Cen 17<br />

Contíguo<br />

Cen 18<br />

CENÁRIO CONTÍGUO Cenários<br />

alterados<br />

DOL r rc DOL<br />

por<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

Cen<br />

1<br />

Página 80<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

POSIÇÃO OPÇÕES VENC. T POSIÇÃO OPÇÕES, VENC. 1<br />

2 T<br />

Cenários<br />

alterados<br />

por<br />

Cenários<br />

alterados<br />

por<br />

Cenários<br />

alterados<br />

por<br />

Cenários<br />

alterados<br />

por<br />

Cenários<br />

alterados<br />

-48.361 -48.162 -48.361 61.515 60.566 61.515<br />

-2.546 13.547 -16.299 4.645 -10.927 18.395<br />

DOL<br />

Cen 168.910 168.910 146.252 -162.617 -162.617 -140.001<br />

3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

r<br />

Cen<br />

1<br />

Cen<br />

rc<br />

2<br />

-48.424 -48.323 -48.424 62.161 61.698 62.161<br />

-12.730 1.608 -24.475 21.668 8.615 32.699<br />

DOL<br />

Cen 152.560 152.560 130.084 -134.092 -134.092 -111.943<br />

3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

r<br />

Cen<br />

2<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

-48.339 -48.108 -48.339 61.272 60.157 61.272<br />

0 16.465 -14.198 0 -16.131 14.384<br />

DOL<br />

Cen 172.708 172.708 150.009 -169.644 -169.644 -146.931<br />

3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

r<br />

Cen<br />

2<br />

Cen<br />

rc<br />

2<br />

-48.413 -48.294 -48.413 62.045 61.490 62.045<br />

-10.499 4.264 -22.717 17.832 4.138 29.535<br />

DOL<br />

Cen 156.329 156.329 133.809 -140.993 -140.993 -118.718<br />

3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

r<br />

Cen<br />

3<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

-48.312 -48.045 -48.312 60.977 59.669 60.977<br />

2.643 19.470 -11.995 -4.948 -21.627 10.066<br />

DOL<br />

Cen 176.554 176.554 153.814 -176.872 -176.872 -154.064<br />

3<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

r<br />

Cen<br />

3<br />

Cen<br />

rc<br />

2<br />

-48.400 -48.261 -48.400 61.902 61.235 61.902<br />

-8.167 7.014 -20.859 13.690 -644 26.079<br />

DOL<br />

Cen 160.146 160.146 137.583 -148.098 -148.098 -125.702<br />

3<br />

por


Contíguo<br />

DOL<br />

Cen 1 Cen 1<br />

Contíguo<br />

DOL<br />

Cen 2 Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 3<br />

Contíguo<br />

Cen 4<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

Contíguo<br />

Cen 5<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 6<br />

Contíguo<br />

Cen 7<br />

DOL<br />

Cen 1<br />

Contíguo<br />

Cen 8<br />

DOL<br />

Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 9<br />

Contíguo<br />

DOL<br />

Cen 10 Cen 1<br />

Contíguo<br />

DOL<br />

Cen 11 Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 12<br />

Contíguo<br />

DOL<br />

Cen 13 Cen 1<br />

Contíguo<br />

DOL<br />

Cen 14 Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 15<br />

Contíguo<br />

DOL<br />

Cen 16 Cen 1<br />

Contíguo<br />

DOL<br />

Cen 17 Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 18<br />

CENÁRIO CONTÍGUO Mínimo<br />

DOL r rc DOL<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

Cen<br />

As colunas sob o título Variação financeira sob cenário - Posição em opções com ajuste apresentam as<br />

variações associadas a cada vencimento e a soma delas. A penúltima coluna contém a variação financeira da<br />

posição em futuro associada ao FPR e a última coluna representa a soma das duas anteriores.<br />

Comparativamente à carteira do Exemplo 5, a matriz de consolidação de riscos da carteira deste exemplo tem<br />

duas colunas adicionais, referentes aos FPRs adicionados com a inclusão da posição no contrato futuro de<br />

Ibovespa, cy e IBV . Como estes fatores não são do tipo rr e as variações associadas a eles decorrem apenas<br />

da posição em futuros, as linhas de cada nova coluna contêm o mesmo valor, igual à mínima variação sob<br />

cenário. Além disso, as variações associadas ao fator r , que no Exemplo 5 decorriam apenas da posição no<br />

contrato futuro de taxa de câmbio, aqui incluem também as variações da posição no contrato futuro de<br />

Ibovespa.<br />

VARIAÇÃO<br />

TOTAL<br />

Total<br />

r rc DOL cy IBV<br />

VFC<br />

r rc<br />

Cen 1 Cen 1<br />

-2.213,44 - -32.172,91 - -135.171<br />

-169.557<br />

r rc<br />

Cen 1 Cen 2<br />

-2.213,44 -3.698,51 -21.354,36 - -135.171<br />

r rc<br />

Cen 2 Cen 1 - - -35.275,91 - -135.171<br />

1<br />

Página 81<br />

VARIAÇÃO FINANCEIRA SOB CENÁRIO<br />

POSIÇÃO OPÇÕES COM AJUSTE<br />

T<br />

1<br />

Mínimo<br />

T<br />

2<br />

Mínimo T + 1<br />

Mínimo 2 T<br />

POSIÇÃO EM<br />

FUTUROS<br />

-162.437<br />

-170.447<br />

TOTAL<br />

-48.361 60.566 12.205 -34.628,36 -22.423,36<br />

-16.299 -10.927 -27.226 -4.946,91 -32.172,91<br />

DOL<br />

Cen 146.252 -162.617 -16.365 29.681,45 13.316,45<br />

3<br />

r<br />

Cen<br />

1<br />

Cen<br />

rc<br />

2<br />

-48.424 61.698 13.274 -34.628,36 -21.354,36<br />

-24.475 8.615 -15.860 -4.946,91 -20.806,91<br />

DOL<br />

Cen 130.084 -134.092 -4.008 29.681,45 25.673,45<br />

3<br />

r<br />

Cen<br />

2<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

-48.339 60.157 11.818 -34.628,36 -22.810,36<br />

-14.198 -16.131 -30.329 -4.946,91 -35.275,91<br />

DOL<br />

Cen 150.009 -169.644 -19.635 29.681,45 10.046,45<br />

3<br />

r<br />

Cen<br />

2<br />

Cen<br />

rc<br />

2<br />

-48.413 61.490 13.077 -34.628,36 -21.551,36<br />

-22.717 4.138 -18.579 -4.946,91 -23.525,91<br />

DOL<br />

Cen 133.809 -140.993 -7.184 29.681,45 22.497,45<br />

3<br />

r<br />

Cen<br />

3<br />

Cen<br />

rc<br />

1<br />

-48.312 59.669 11.357 -34.628,36 -23.271,36<br />

-11.995 -21.627 -33.622 -4.946,91 -38.568,91<br />

DOL<br />

Cen 153.814 -176.872 -23.058 29.681,45 6.623,45<br />

3<br />

r<br />

Cen<br />

3<br />

Cen<br />

rc<br />

2<br />

-48.400 61.235 12.835 -34.628,36 -21.793,36<br />

-20.859 -644 -21.503 -4.946,91 -26.449,91<br />

DOL<br />

Cen 137.583 -148.098 -10.515 29.681,45 19.166,45<br />

3


c<br />

Cen 2 Cen 2 - -3.698,51 -23.525,91 - -135.171<br />

r rc<br />

Cen 3 Cen 1<br />

2.308,77 - -38.568,91 - -135.171<br />

r rc<br />

Cen 3 Cen<br />

2<br />

2.308,77 -3.698,51 -26.449,91 - -135.171<br />

Risco de Mercado<br />

Total<br />

VFC i<br />

i<br />

min 171.431<br />

Página 82<br />

-162.395<br />

-171.431<br />

-163.011<br />

Assim como ocorre na avaliação de risco de posições em contratos futuros, os cenários de estresse são agrupados<br />

em áreas de cenários, a fim de excluir os resultados obtidos sob combinações pouco prováveis de cenários. Desse<br />

modo, tal como na metodologia de margem para contratos futuros, calcula-se o risco de uma carteira envolvendo<br />

opções com ajuste em cada área de cenários e toma-se o maior risco por área como o risco de mercado de tal<br />

carteira. Ao avaliar o risco local na área A, considera-se apenas os cenários pertencentes a A, ou seja, os cenários<br />

Contíguo Contíguo rr<br />

de variação para FPRs e os cenários contíguos gerados por combinação deles, Cen e Cen .<br />

Adicionalmente, os contratos de opção com ajuste também são distribuídos em subcarteiras e a consolidação de<br />

risco entre futuros e opções com ajuste ocorre entre contratos pertencentes à mesma subcarteira. A margem da<br />

carteira é obtida como somatório das margens de cada subcarteira. A margem da subcarteira, por sua vez, é função<br />

do risco local em cada área de cenários.<br />

Considerando-se, portanto, o agrupamento dos contratos em subcarteiras e o agrupamento dos cenários em áreas,<br />

aplicam-se as regras de consolidação de risco, através da matriz de consolidação de riscos, para cada par de<br />

subcarteira e área de cenários. Supondo que os contratos de uma carteira – futuros e opções com ajuste - estejam<br />

agrupados em N Subc subcarteiras, denotadas por Subc s,<br />

tem-se que<br />

Risco de Mercado Subc min Risco Local A, Subc<br />

s s<br />

A<br />

Margem Subc Risco de Mercado Subc<br />

s s<br />

NSubc<br />

Margem Futuros e Opções com Ajuste Margem Subc<br />

onde Risco Local A, Subc s é dado pela equação (62), considerando-se apenas os cenários da área A e apenas<br />

aos contratos / posições pertencentes à subcarteira Subc s.<br />

Procedimento Subcarteira 2<br />

Aplica-se o Procedimento Subcarteira 2 no cálculo da margem de opções com ajuste, tal como apresentado na<br />

seção sobre margem de contratos futuros, ou seja, dada uma carteira, a margem advém de dois valores de risco -<br />

um relativo à carteira completa, Subcarteira Todos , e outro relativo à carteira original excluídas as posições em<br />

contratos curtos, Subcarteira Longos . Assim,<br />

Risco de Mercado Subc<br />

s<br />

= min min Risco Local A, Subcarteira , Risco Local A, Subcarteira<br />

A<br />

s=1<br />

s,Todos s, Longos<br />

s<br />

(63)


onde Subcarteira s, Todos e Subcarteira s, Longos são aquelas referentes ao procedimento –original e sem os<br />

contratos curtos - considerando-se apenas os contratos pertencentes à subcarteira s.<br />

Margem Mínima<br />

Não há cobrança de margem mínima para posições em opções com ajuste.<br />

2.5.5. Margem de Garantia de Opções sobre Contratos Futuros<br />

A margem de garantia de uma posição em contrato de opção sobre um contrato futuro é determinada conforme a<br />

metodologia ora descrita, até o momento do exercício ou do vencimento da opção.<br />

O exercício da opção sobre contrato futuro implica a extinção da posição no contrato de opção e a assunção de<br />

posição no contrato futuro. Para contratos futuros negociados em preço, se a opção é de compra (venda), o titular<br />

assume posição comprada (vendida) e o lançador assume posição vendida (comprada) no contrato futuro. Para<br />

contratos futuros negociados em taxa, se a opção é de compra (venda), o titular assume posição vendida<br />

(comprada) e o lançador assume posição comprada (vendida), em preço, no contrato futuro.<br />

Portanto, após o exercício de opção sobre contrato futuro, a margem de garantia refere-se à posição no mercado<br />

futuro, calculada conforme a metodologia correspondente.<br />

Página 83


2.6. Metodologia de Cálculo de Margem para Operações Realizadas na<br />

Sessão de Negociação After-hours<br />

A margem de garantia, conforme as metodologias descritas nas seções precedentes, é função da diferença entre o<br />

custo de liquidação e o risco de mercado da carteira. Da forma como apresentado anteriormente, (i) o cálculo do<br />

custo de liquidação da carteira abrange apenas as posições resultantes das operações realizadas na sessão regular de<br />

negociação e (ii) o cálculo do risco de mercado da carteira aplica-se às posições resultantes das operações<br />

realizadas nas sessões de negociação regular e after-hours.<br />

As operações realizadas na sessão after-hours, na data D , são consideradas parte do movimento do pregão regular<br />

de D 1 e a liquidação financeira ocorre em D 2.<br />

Para efeito de requerimento de margem de garantia, contudo,<br />

tais operações são consideradas na apuração da posição líquida de fechamento de D 1 e adiciona-se ao custo de<br />

liquidação da carteira eventuais resultados financeiros negativos decorrentes de redução da posição de<br />

encerramento da sessão regular, o que equivale a um day-trade com resultado negativo.<br />

A parcela adicionada ao custo de liquidação da carteira, CLC After , é dada por<br />

com<br />

After , c<br />

M<br />

CLC max CLC ,0<br />

(64)<br />

After After , c<br />

c 1<br />

NC NV<br />

min c c, j , c c, j c c c c<br />

j 1 j 1<br />

CLC QPC QCA QPV QVA PMC PMV M TC (65)<br />

PMV<br />

NV<br />

PA QPV PVA QVA<br />

c c c, j c, j<br />

j 1<br />

c NV<br />

QPV QVA<br />

c c, j<br />

j 1<br />

e<br />

PMC<br />

Página 84<br />

NC<br />

PA QPC PCA QCA<br />

c c c, j c, j<br />

j 1<br />

c NC<br />

QPC QCA<br />

c c, j<br />

j 1<br />

onde<br />

CLC : custo de liquidação adicionado à carteira, em decorrência das operações realizadas na sessão after-<br />

After<br />

hours, na data D ;<br />

CLC After . c : parcela do custo de liquidação adicionado à carteira em decorrência das operações realizadas na<br />

sessão after-hours, na data D, referente à operações envolvendo o contrato c ;<br />

QPC c : quantidade de contratos da posição comprada no contrato c , no encerramento da sessão regular de<br />

negociação, em D ;<br />

QPV c : quantidade de contratos da posição vendida no contrato c , no encerramento da sessão regular de<br />

negociação, em D ;<br />

(66)


QCA cj , : quantidade de contratos c comprados na j -ésima operação de compra realizada na sessão after-<br />

hours, em D ;<br />

QVA cj , : quantidade de contratos c vendidos na j -ésima operação de venda realizada na sessão after-hours,<br />

em D ;<br />

NC : quantidade de operações de compra do contrato c realizadas na sessão after-hours, em D ;<br />

NV : quantidade de operações de venda do contrato c realizadas na sessão after-hours, em D ;<br />

PMC c : preço médio das operações de compra do contrato c realizadas em D ;<br />

PMV c : preço médio das operações de venda do contrato c realizadas em D ;<br />

PCA cj , : preço da j -ésima operação de compra do contrato c realizada na sessão after-hours, em D ;<br />

PVA cj , : preço da j -ésima operação de venda do contrato c realizada na sessão after-hours, em D ;<br />

PA c : preço de ajuste do contrato c , em D , corrigido para a data do próximo pregão;<br />

M c : multiplicador do contrato c ; e<br />

TC : taxa de câmbio, conforme o caso.<br />

Exemplo 1: Considere que o participante encerre a sessão regular de negociação com posição comprada<br />

em 100 contratos futuros de Ibovespa, de um determinado vencimento, e que, em seguida, na sessão afterhours,<br />

realize as operações descritas na tabela a seguir.<br />

Considerando-se que o preço de ajuste corrigido valha 41.000 pontos de índice, os preços médios de compra<br />

e de venda das operações realizadas na sessão after-hours valem, respectivamente,<br />

PMV<br />

NV<br />

PA QPV PVA QPV<br />

c c c, j c, j<br />

j 1<br />

c NV<br />

QPV QVA<br />

Sessão After-hours – contrato futuro de Ibovespa<br />

Operação Compra/Venda<br />

c c, j<br />

j 1<br />

Qtde de contratos<br />

negociados<br />

0 40.000 30 41.000 20<br />

Página 85<br />

0 50<br />

Preço<br />

1 C 25 40.500<br />

2 V 30 40.000<br />

3 V 20 41.000<br />

40.400


PMC<br />

NC<br />

PA QPC PCA QCA<br />

c c c, j c, j<br />

j 1<br />

c NC<br />

After , c<br />

QPC QCA<br />

c c, j<br />

j 1<br />

41.000 100 40.500 25<br />

Página 86<br />

100 25<br />

40.900<br />

NC NV<br />

min c c, j , c c, j c c min 125, 50 500 25.000<br />

j 1 j 1<br />

CLC QPC QCA QPV QVA PMC PMV<br />

Tendo negociado apenas um contrato na sessão after-hours, e sendo positivo o custo de liquidação adicional deste<br />

contrato, segue que o custo de liquidação total a ser adicionado vale<br />

M<br />

CLC max CLC , 0 max 25.000, 0 25.000<br />

After After , c<br />

c 1<br />

A margem de garantia para a carteira de contratos futuros do participante é calculada segundo a metodologia de<br />

teste de cenários de estresse, aplicada à carteira de contratos futuros obtida após o encerramento da sessão afterhours<br />

– sua carteira de futuros de Ibovespa, por exemplo, é a posição comprada em 75 contratos.<br />

Supondo que o risco das posições em contratos futuros do participante seja avaliado em R$ 500.000 conforme a<br />

metodologia de cenários de estresse, a margem de garantia requerida será de R$ 525.000, pois<br />

Margem Custo de Liquidação Risco de Mercado<br />

25.000 500.000 525.000<br />

Exemplo 2: Considere o exemplo anterior, porém com novo preço para a operação de venda de 30<br />

contratos realizada na sessão after-hours, conforme a tabela a seguir.<br />

Considerando-se que o preço de ajuste corrigido valha 41.000 pontos de índice, os preços médios de compra<br />

e de venda das operações realizadas na sessão after-hours valem, respectivamente,<br />

PMV c<br />

PMC c<br />

, min 125, 50 700 35.000<br />

CLC After c<br />

Sessão After-hours – contrato futuro de Ibovespa<br />

0 42.000 30 41.000 20<br />

0 50<br />

41.000 100 40.500 25<br />

100 25<br />

Operação Compra/Venda<br />

41.600<br />

40.900<br />

Qtde de contratos<br />

negociados<br />

Preço<br />

1 C 25 40.500<br />

2 V 30 42.000<br />

3 V 20 41.000


Tendo negociado apenas um contrato na sessão after-hours, e sendo negativo o custo de liquidação adicional<br />

deste contrato, o custo de liquidação total a ser adicionado é nulo,<br />

M<br />

CLC max CLC , 0 max 35.000, 0 0<br />

After After , c<br />

c 1<br />

Como as operações realizadas na sessão after-hours não resultam em acréscimo de custo de liquidação, a margem<br />

requerida da carteira é dada pelo valor do risco de mercado – R$ 500.000, conforme exemplo anterior.<br />

Página 87


2.7. Margem de Posições Resultantes de Operação Estruturada<br />

Operação estruturada é um mecanismo que viabiliza a execução de uma estratégia de negociação com contratos<br />

derivativos. Resulta da negociação de uma operação estruturada um conjunto de posições nos contratos que a<br />

definem.<br />

São operações estruturadas os negócios do tipo forward rate agreement e as operações de volatilidade. O negócio<br />

do tipo forward rate agreement de cupom cambial, por exemplo, resulta em posições em dois vencimentos distintos<br />

do contrato futuro de cupom cambial. A negociação de volatilidade de um ativo-objeto, por sua vez, envolve<br />

contratos futuro e de opção sobre o ativo-objeto.<br />

Posto que não existe posição em uma estratégia, mas sim as posições geradas da negociação dela, a margem<br />

associada a esse negócio deriva das metodologias aplicáveis a cada contrato.<br />

Por exemplo, ao negociar a compra de volatilidade de taxa de câmbio, através da Operação Estruturada de<br />

Volatilidade de Taxa de Câmbio (VTC) com opção de compra, série X , o Comitente assume duas posições<br />

simultaneamente: (1) uma posição vendida no contrato futuro de taxa de câmbio de vencimento no mesmo mês de<br />

vencimento da série X da opção e (2) uma posição comprada na opção de compra série X . A margem de garantia<br />

do Comitente, após esta negociação, é calculada sobre a carteira resultante da adição das posições (1) e (2) à sua<br />

carteira inicial, ou seja, a partir da aplicação das metodologias de cálculo de margem descritas nas sessões<br />

anteriores, a cada grupo de contrato correspondente.<br />

Página 88


2.8. Teste de Estresse sobre o Fluxo de Caixa - Metodologia de Cálculo<br />

de Margem para Carteira de Contratos de Swap<br />

A margem de garantia de uma carteira de swaps deve ser suficiente para cobrir os valores de liquidação futuros de<br />

todas as posições. A metodologia consiste da avaliação de todo o conjunto de fluxos financeiros previstos, a partir<br />

de cenários de estresse para os valores futuros das variáveis envolvidas nos swaps da carteira. Precede a descrição<br />

da metodologia uma seção dedicada a algumas definições e respectivas notações.<br />

2.8.1. Definições e Notação<br />

O contrato de swap define dois conjuntos de parâmetros, associados às suas pontas ativa (ou comprada) e passiva<br />

(ou vendida). Cada conjunto de parâmetros contém uma variável y , um percentual p aplicável sobre a variação<br />

diária de y e uma taxa de juros c acrescida à variação de y , combinados conforme as regras do contrato e<br />

utilizados na valorização de uma das pontas do swap. Faz-se referência a este conjunto de parâmetros y, p, c<br />

apenas como y . Por exemplo, pode-se ter y a taxa de câmbio de real por dólar e c um valor de cupom cambial.<br />

A margem de uma carteira de swap é determinada a partir de cenários de estresse. Enquanto nas metodologias de<br />

cálculo de margem de contratos padronizados futuros e de opção, define-se cenários para os fatores primitivos de<br />

risco, na metodologia de margem de swap são definidos cenários de estresse para as variáveis y indexadoras das<br />

pontas de um swap e para a taxa de juro r utilizada no cálculo de valor presente.<br />

Valor futuro e valor presente das pontas de um swap<br />

Denote por Fc t1, t2<br />

o fator acumulado, no período compreendido entre t 1 e t 2 , da taxa de juros c e por<br />

F y, p, t1, t 2 o fator de variação acumulado, no período compreendido entre t 1 e t 2 , da porcentagem p da<br />

variação (diária) de y . A função F y, p, t1, t2<br />

representa o fator utilizado para “carregar” adiante no período de<br />

tempo entre t1 e t 2 quando t1 t2<br />

, e, no caso em que t1 t2<br />

, representa o fator de desconto no período de t 2 a t1 ,<br />

ou seja, F y, p, t1, t 2<br />

1<br />

F y, p, t , t<br />

.<br />

2 1<br />

A ponta do swap indexada à variável y vale, no vencimento T ,<br />

onde<br />

s<br />

1<br />

1<br />

Página 89<br />

yT<br />

VV ,<br />

yT ,<br />

VV s V0 F y p T0 T Fc T0 T<br />

se y é a variavel da ponta passiva do swap<br />

se y é a variavel da ponta ativa do swap<br />

V 0 : valor-base do swap;<br />

T 0 : data-base do swap; e<br />

T : data de vencimento do swap.<br />

, , , , (73)<br />

Na data de vencimento, o swap de pontas ativa e passiva indexadas a y Ativo e y Passivo , respectivamente, vale<br />

T<br />

VVSwap


T yAtivo , T yPassivo , T<br />

VVSwap VV VV<br />

O valor presente, em t , da ponta indexada a y de um swap com vencimento em T é denotada<br />

pelo desconto do valor futuro<br />

yT<br />

VV ,<br />

VP<br />

pela taxa de juro, em t , para o período entre t e T .<br />

s V F y p T T F T T<br />

yT ,<br />

yT , VV<br />

0 , , 0, c 0,<br />

F t, T F t , T<br />

r r<br />

Página 90<br />

yT<br />

VP ,<br />

(74)<br />

, e obtida<br />

(75-a)<br />

Decompondo o fator F y, p, T0 , T em dois fatores – o fator de variação acumulada no período compreendido<br />

entre a data-base T0 e t e o fator de variação acumulada no período entre t e o vencimento T , como na equação a<br />

seguir:<br />

resulta na seguinte equação alternativa à equação (75-a)<br />

F y, p, T0, T F y, p, T0, t F y, p, t, T<br />

yT ,<br />

VP s V0 Fc T0 , T F y, p, T0 , t<br />

F y, p, t, T<br />

F t, T<br />

r<br />

(75-b)<br />

Ao avaliar um swap após sua data-base, em t T0 , o termo F y, p, T0 , t , na equação acima, representa fator de<br />

correção “adiante”, entre t eT0 . Na avaliação de um swap a termo em uma data t anterior à data-base T0 , o termo<br />

F y, p, T0 , t representa o fator de desconto no período de t a T0 , e a equação (75-b) pode ser reescrita como<br />

yT ,<br />

VP s V0 Fc T0, T<br />

1 F y, p, t, T<br />

F y, p, t, T F t, T<br />

Exemplo 1: Considere um swap com prazo de 3 anos e com uma ponta indexada à taxa de câmbio de real por<br />

dólar, mais taxa de cupom cambial de 3% aa.<br />

Suponha que se queira avaliar o valor desta ponta do swap, decorridos 2 anos desde a sua data-base T 0 , ou seja<br />

t T 0 = 2 anos e T t = 1 ano. Suponha que a variação cambial observada no período de T 0 a t seja de -<br />

0,5% e que, em t , as expectativas para a variação cambial e para a taxa de juro para o prazo de 1 ano sejam de<br />

+2% e 12% aa, respectivamente. Sob tais condições, o valor presente associado à variável taxa de câmbio<br />

assume, em t ,<br />

yT ,<br />

VP s V0 s V0<br />

0<br />

1 0,02<br />

1 0,03 3 1 0,005 0,988<br />

1 0,12<br />

Exemplo 2: Considere um swap com prazo de 2 anos, a termo para 1 ano a partir da data de avaliação, e com<br />

uma ponta indexada à taxa de câmbio de real por dólar, mais taxa de cupom cambial de 3% aa.<br />

r<br />

(75-c)


Suponha que as expectativas para a taxa de câmbio, na data de avaliação t , sejam de desvalorização de 4,5%<br />

no período entre t e a data base e de valorização de 2% entre t e o vencimento. Para a taxa de juro para o<br />

prazo de 3 anos, espera-se 12% aa. Sob tais condições, o valor presente associado à variável taxa de câmbio<br />

assume, em t ,<br />

1 1 0,02<br />

1 0,03 2 0,806<br />

1 0,045 1 0,12<br />

yT ,<br />

VP s V0 s V<br />

3<br />

0<br />

Fluxo de caixa de uma carteira de swaps<br />

Uma carteira de swaps define um fluxo financeiro, ou fluxo de caixa, cujo valor associado à data T ,<br />

Página 91<br />

T<br />

VL ,<br />

representa o valor líquido, em T , dos swaps que vencem nesta data. Para uma carteira contendo G swaps com<br />

T<br />

vencimento em T , VL é dado por<br />

onde<br />

Sejam<br />

G<br />

T T T T T<br />

1 2<br />

G g<br />

g 1<br />

VL VVSwap VVSwap VVSwap VVSwap<br />

T<br />

VVSwap g é o valor de liquidação do g -ésimo swap de vencimento T .<br />

yT ,<br />

SVV e<br />

Fluxos<br />

positivos<br />

Fluxos<br />

Negativos<br />

yT<br />

SVP ,<br />

T<br />

VL 1<br />

T<br />

VL 2<br />

Tq<br />

VL<br />

Tq<br />

VL 1<br />

TQ<br />

VL<br />

Figura 2.8-1 – Fluxo de caixa, a valor futuro, de uma carteira de swap<br />

Tempo<br />

respectivamente o valor consolidado no vencimento T e o valor presente consolidado, de<br />

todas as pontas de swap indexadas à variável y e que vencem em T . Supondo que a carteira contém G posições /<br />

contratos com ponta indexada a y e de vencimento em T , então<br />

SVV VV VV<br />

y, T y, T y, T<br />

1<br />

G<br />

Valor, em T, da ponta Valor, em T,<br />

da ponta<br />

indexada a y do primeiro indexada a y do G-ésimo<br />

swap de vencimento T e swap de vencimento T e<br />

ponta indexada a y ponta indexada a y<br />

SVP VP VP<br />

y, T y, T y, T<br />

1<br />

G<br />

Valor presente da ponta Valor presente da ponta<br />

indexada a y do primeiro indexada a y do G-ésimo<br />

swap de vencimento T e swap de vencimento T e<br />

ponta indexada a y<br />

ponta indexada<br />

a y<br />

(76)<br />

G<br />

yT ,<br />

VV g<br />

(77)<br />

g 1<br />

G<br />

yT ,<br />

VP g<br />

(78-a)<br />

g 1


Havendo N variáveis y1 , y2 ,..., y N associadas à carteira de swap,<br />

equação (76), como<br />

E o valor presente de<br />

N<br />

T y T y T y y N T<br />

j T<br />

1, ,<br />

2 , ,<br />

VL SVV SVV SVV SVV<br />

T<br />

T<br />

VL , denotado VLE , como<br />

VL<br />

1<br />

VLE SVP SVP<br />

F t, T<br />

T<br />

T y , T y , T<br />

r<br />

Página 92<br />

N<br />

T<br />

VL pode ser expresso, alternativamente à<br />

N<br />

j 1<br />

Valor presente consolidado Valor presente consolidado<br />

de todas as pontas indexadas<br />

a y e de vencimento T<br />

de todas as pontas indexadas<br />

a y e de vencimento T<br />

1<br />

Assim, o fluxo de caixa da carteira pode ser representado a valor futuro ou a valor presente<br />

Fluxo de caixa<br />

Futuro<br />

T1 T2<br />

VL , VL ,<br />

TQ<br />

, VL<br />

Fluxo de caixa<br />

A valor presente<br />

T1 T2<br />

VLE , VLE ,<br />

TQ<br />

, VLE<br />

N<br />

j 1<br />

y T<br />

j SVP ,<br />

O risco de mercado da carteira é calculado a partir de estimativas para os valores de liquidação nos diversos<br />

vencimentos da carteira, com base em cenários para os valores das variáveis envolvidas. É conveniente, portanto,<br />

yT<br />

expressar os termos SVP ,<br />

de forma alternativa à equação (78-a), conforme se descreve a seguir<br />

yT ,<br />

No caso de variável y que não admite parâmetro p 100% , todos os termos VP da equação (78-a) têm<br />

em comum a razão<br />

yT<br />

SVP ,<br />

F y,1, t, T<br />

F t, T<br />

pode ser expresso como<br />

r<br />

g<br />

(79)<br />

(80)<br />

. Havendo G pontas de swap indexadas a y e com vencimento em T ,<br />

F y,1, t, T<br />

G<br />

yT ,<br />

SVP<br />

Fr t, T<br />

FC g<br />

g 1<br />

F y,1, T0, g,<br />

t<br />

FC g sg V0, g Fc T0, g,<br />

T<br />

(78-b)<br />

No caso de variável y que admite parâmetro p 100% , é possível obter o fator F y, pg, t, T de correção<br />

futura em função do fator F y,1, t, T , da seguinte maneira<br />

T<br />

1<br />

p yd<br />

T<br />

j t<br />

g j T<br />

m g j T<br />

j g<br />

j t 1<br />

yd j<br />

j t<br />

j t<br />

F y, p , t, T 1 p yd 1 yd Q y, p , t, T F y,1, t, T


onde Q y, p, t1, t 2 é a razão entre os fatores de correção acumulados no período entre t1 e t 2 de percentual<br />

p da taxa y diária, yd , e de percentual 100% da taxa diária yd<br />

t2 t2<br />

Q y, p, t , t 1 p yd 1 yd<br />

1 2<br />

j j<br />

j t1 j t1<br />

A partir da aproximação r<br />

através da equação a seguir<br />

ln 1 r , válida para r suficientemente pequeno, calcula-se Q y, p, t , t<br />

Substituindo o somatório de taxas diárias<br />

Página 93<br />

t2<br />

Q y, p, t , t exp p 1 yd<br />

t2<br />

j t1<br />

yd<br />

1 2<br />

j<br />

j t1<br />

j<br />

1 2<br />

pela média das taxas diárias no período de n dias entre t 1 e<br />

t 2 , yd , e acrescentando o parâmetro z em contrapartida ao erro desta substituição, 0 z 1, segue<br />

Q y, p, t1, t 2 exp p 1 n yd 1 z<br />

(81)<br />

yT ,<br />

Decorre que a equação (75-b) para o valor presente VP g da g -ésima ponta indexada ao percentual p g de y<br />

e a equação (78-a) são reescritas, respectivamente, como<br />

e<br />

VP FC F y, p , T , t Q y, p , t , T<br />

yT ,<br />

g g g 0, g g<br />

F y,1, t, T<br />

F y,1, t, T<br />

F t, T<br />

G<br />

yT ,<br />

SVP<br />

Fr t, T g 1<br />

FC g F y, pg, T0, g, t Q y, pg, t, T<br />

FC g sg V0, g Fc T0, g,<br />

T<br />

Exemplo 3: Considere a carteira formada por dois swaps de mesmo vencimento, conforme a tabela a seguir:<br />

Swap Venc.<br />

Prazo<br />

Total<br />

Prazo a<br />

decorrer<br />

Valor<br />

base<br />

CARTEIRA<br />

Ponta ativa Ponta passiva<br />

Variação<br />

decorrida desde a<br />

data-base<br />

y p c y p c DI DOL<br />

1<br />

2 anos<br />

1.000.000 DOL 4% DI 100 - 12,50% 1%<br />

T<br />

1 ano<br />

2 3 anos 1.500.000 DI 110 - DOL - 3% 27,35% -0,5%<br />

Suponha as seguintes expectativas sobre as variáveis da carteira para o final do prazo a decorrer – 1 ano, da<br />

data de análise até o vencimento T :<br />

- taxa de câmbio de Real por Dólar: 8%<br />

- taxa DI acumulada e taxa de juro pré: 12% aa, com média diária de 0,0444%.<br />

O valor de liquidação em T é composto de uma parcela referente à variável DOL,<br />

variável DI,<br />

DI, T<br />

SVP .<br />

r<br />

(78-c)<br />

DOLT ,<br />

SVP , e outra referente à


De acordo com a equação (78-b),<br />

T DOLT , DI, T<br />

VLE SVP SVP<br />

DOL T<br />

FC ,<br />

1 1 1.000.000 1 0,04 2 1.080.000<br />

DOL T<br />

FC ,<br />

2 1 1.500.000 1 0,03 3 1.635.000<br />

SVP<br />

DOL T<br />

, 1 0,08<br />

1 0,12<br />

De acordo com as equações (78-c) e (81),<br />

1.080.000 1 0,01 1.635.000 1 0,005 516.881,25<br />

DI T<br />

FC ,<br />

1 1 1.000.000 1 1.000.000 , Q 1<br />

DI T<br />

FC ,<br />

2 1 1.500.000 1 1.500.000, Q exp 1,1 1 252 0,0444% 1,011<br />

DI, T<br />

SVP<br />

1<br />

1<br />

0,12<br />

0,12<br />

1.000.000 1 0,125 1 1.500.000 1 0,2735 1,011 806.262,75<br />

Por fim, o valor estimado a liquidar em T , a valor presente, é<br />

2.8.2. Margem de Garantia<br />

A metodologia de cálculo de margem de garantia para carteiras de swap baseia-se na avaliação, sob cenários de<br />

estresse, do fluxo de caixa a valor presente da carteira e o valor da margem, por fim, decorre do cenário que resulta<br />

no maior risco. O risco da carteira, por sua vez, é medido através do valor acumulado do fluxo de caixa.<br />

Valor acumulado do fluxo de caixa<br />

T DOLT , DI, T<br />

VLE SVP SVP<br />

O valor acumulado do fluxo de caixa a valor presente<br />

Fluxo de caixa<br />

A valor presente<br />

T1 T2<br />

VLE , VLE ,<br />

TQ<br />

, VLE<br />

é denotado VAFC e definido a partir das somas parciais dos valores de liquidação estimados, conforme a equação<br />

(82)<br />

A hipótese de que não se liquida uma posição em swap antes de seu vencimento implica na não compensação entre<br />

valores de liquidação em datas distintas quando o fluxo negativo antecede o fluxo positivo.<br />

Página 94<br />

289.381,50<br />

T1 T1 T2 T1 T2<br />

TQ<br />

VAFC min 0 , VLE , VLE VLE , ,<br />

VLE VLE VLE<br />

(82)


Considere, por exemplo, a inadimplência de um participante cuja carteira contenha swaps de vencimentos e ,<br />

T<br />

T<br />

T<br />

T T , com valores de liquidação estimados e . No caso em que VLE e , não é<br />

1 T<br />

0 VLE 2 0<br />

1 2<br />

possível utilizar em o ganho estimado para , uma vez que o fluxo positivo está previsto para ocorrer<br />

T<br />

apenas em T2 . Já o caso oposto, em que VLE e , o ganho em pode ser utilizado pela Câmara<br />

para cobrir, em , a perda prevista para este vencimento (e caso o fluxo financeiro em seja, de fato, negativo).<br />

1 T<br />

0 VLE 2 0 T1 T 2<br />

Exemplo 4: Considere uma carteira com o seguinte fluxo de caixa estimado:<br />

O valor acumulado deste fluxo, de acordo com a equação (82), é<br />

Apesar de o valor positivo do fluxo em ser suficiente para cobrir valor acumulado de todos os fluxos<br />

anteriores, apenas o fluxo positivo de é utilizado para compensar os fluxos negativos em e . Além<br />

disso, VAFC é determinado pelo valor do penúltimo fluxo.<br />

O cálculo do risco de mercado da carteira consiste da avaliação, sob cenário, do valor acumulado do fluxo de caixa,<br />

T<br />

através da estimação dos fluxos financeiros VLE sob cenários para a taxa de juro e para as variáveis y<br />

associadas aos swaps da carteira. Toma-se como medida de risco o mínimo valor de VAFC , dentre os valores<br />

assumidos sob os diversos cenários contíguos.<br />

As próximas sessões apresentam os critérios para o cálculo dos valores de liquidação estimados e do valor<br />

acumulado do fluxo de caixa sob cenário, que definem o risco de mercado da carteira. A margem de garantia é, por<br />

fim, determinada por uma parcela de margem mínima e pelo risco de mercado.<br />

Cenários para as variáveis do swap e para a taxa de juro<br />

As equações para o valor presente consolidado de todas as pontas indexadas a y e de mesmo vencimento T ,<br />

yT<br />

SVP ,<br />

yT<br />

SVP ,<br />

, envolvem a razão entre F y,1, t, T e Fr t, T . Sendo estes termos desconhecidos em t , estima-se<br />

para tais cenários:<br />

yT<br />

Cen i<br />

,<br />

T 1<br />

T<br />

VLE 1 100<br />

VAFC<br />

T<br />

VLE 2 20<br />

VLE 1<br />

T 2<br />

VLE 2<br />

através de cenários definidos para as variáveis y e para a taxa de juro r . Utiliza-se a seguinte notação<br />

T<br />

: representa o i -ésimo cenário de estresse para y em T , sob o qual assume valor y , com variação<br />

yT ,<br />

i em relação ao valor de referência<br />

0<br />

yRef<br />

, com<br />

yT ,<br />

i<br />

T 0<br />

yiyRef 0<br />

yRef<br />

ou<br />

y, T<br />

i<br />

T<br />

yi T<br />

yRef,<br />

respectivamente nos casos em que a variável y<br />

é do tipo preço ou do tipo taxa;<br />

Página 95<br />

T<br />

VLE 2<br />

T 2<br />

T<br />

VLE 4 T6<br />

70 VLE 200<br />

T<br />

VLE 3 150<br />

T<br />

VLE 5 100<br />

min 0 , 100 , 80 , 70 , 0 , 100 , 100 100<br />

T4 T1 T2 T3 T<br />

i<br />

T 1<br />

T 2


Cen : representa o i -ésimo cenário para a curva de y , ou seja, é o conjunto dos cenários definidos y em<br />

y<br />

i<br />

q<br />

cada data futura, , q 1, 2, 3, ... .<br />

A figura a seguir ilustra os cenários para variáveis do tipo preço e do tipo taxa.<br />

rT<br />

Cen j<br />

,<br />

T<br />

yi 2<br />

T<br />

yi 1<br />

0<br />

yRef<br />

Figura 2.8-2 – Curva de uma variável sob cenário<br />

: representa o j -ésimo cenário da taxa de juro r para o período de t a T , sob o qual a taxa<br />

T<br />

r, T T T<br />

(nominal) vale r , ou seja, o cenário indica variação r r ;<br />

Cen : representa o j -ésimo cenário para a curva de r , dado pelo conjunto dos cenários para cada prazo,<br />

r<br />

i<br />

Cen<br />

Contíguo , T<br />

k<br />

rTq<br />

Cen j<br />

,<br />

, q 1, 2, ... .;<br />

:é o k -ésimo cenário contíguo para todas as variáveis y e para a taxa r , na data futura T ; e<br />

Contíguo<br />

Cen k : é o k -ésimo cenário contíguo para o conjunto das variáveis y e a taxa r , composto por um cenário<br />

para cada curva y e um cenário para a curva de taxa de juro r ,<br />

São descartados da análise de risco os cenários contíguos resultantes de combinações dos cenários individuais das<br />

variáveis y e da taxa de juro, que o Comitê de Risco considere pouco prováveis do ponto de vista econômico.<br />

Estimação sob cenário<br />

yT<br />

Cen i<br />

,<br />

Curva de preço y sob cenário<br />

A avaliação de risco da carteira fornece tantos valores para o valor acumulado do fluxo de caixa quanto a<br />

quantidade de cenários contíguos definidos para o cálculo da margem.<br />

Contíguo<br />

Denote por VAFC k o valor acumulado do fluxo de caixa sob o k -ésimo cenário contíguo, Cen , e por<br />

T<br />

yi 2<br />

T<br />

yi 1<br />

T<br />

Ref<br />

T<br />

VLE k o valor estimado de liquidação em T sob o mesmo cenário.<br />

y 2<br />

yT<br />

Cen i<br />

2 ,<br />

yT<br />

Cen i<br />

1 , T<br />

yRef 1<br />

.<br />

Página 96<br />

yT<br />

Cen i<br />

1 ,<br />

T 1 T 2 T 1 T 2<br />

j<br />

y<br />

Cen<br />

i<br />

Cen Cen , Cen , Cen , , Cen<br />

Contíguo r y1 y2 yN<br />

k kr k1 k2 kN<br />

y<br />

Curva de taxa y sob cenário<br />

i i Ref<br />

yT<br />

Cen i<br />

2 ,<br />

y<br />

Cen i<br />

Curva y de<br />

referência<br />

k


T1 T1 T2 T1 T2<br />

TQ<br />

VAFC k min 0, VLE k , VLE k VLE k , , VLE k VLE k VLE k<br />

yT , yT<br />

O cômputo da parcela SVP k consiste do cálculo de SVP sob os cenários para curva de taxa de juro e<br />

,<br />

r<br />

Contíguo<br />

para y pertencentes ao cenário Cen k . Para tanto, substitui-se, nas equações (78-b) e (78-c), os termos<br />

F y,1, t, T e Fr t, T - e o termo F y,1, T0 , t nos casos em que t T0(swaps a termo avaliados antes da data-<br />

yT , rT<br />

base) - por suas respectivas estimativas implícitas nos cenários Cen e Cen .<br />

,<br />

Considerando a possibilidade de uma carteira conter operações de swap a termo, é conveniente, tomar<br />

como soma do valor presente associado às operações a termo e do valor presente associado às operações não a<br />

yT , Contíguo<br />

termo. Assim, o valor de SVP sob o cenário Cen é dado por<br />

Considere que, dentre as operações com ponta indexada a e vencimento , não são a termo e são a<br />

termo.<br />

SVP k<br />

yT ,<br />

Não termo<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

A taxa média, no período de t a T , yd , utilizada no cálculo de Q , conforme equação (81), é a taxa diária<br />

T<br />

yT<br />

correspondente a y , dada pelo cenário .<br />

SVP k<br />

yT ,<br />

Termo<br />

i<br />

T y1, T yN , T<br />

VLE k SVP k SVP k<br />

A taxa média, no período de t a T , yd , utilizada no cálculo de Q , conforme equação (81), é a taxa diária<br />

yT<br />

correspondente à taxa forward para o período de a , y , implícita no cenário Cen .<br />

,<br />

k<br />

SVP k SVP k SVP k<br />

y, T y, T y, T<br />

Não termo Termo<br />

G y T G 1 G 2<br />

y, T<br />

i<br />

T<br />

G1<br />

j g 1<br />

dr<br />

d<br />

d<br />

y, T<br />

i<br />

G1<br />

rT ,<br />

j g 1<br />

g g 0, g<br />

g g 0, g<br />

T<br />

i g<br />

A diferenciação entre operações a termo e não a termo é necessária pois, no caso de operações a termo, o fator de<br />

variação acumulada de y entre t e T0 (o termo F y,1, T ,<br />

t da equação (75-b)) representa variação futura e é<br />

Página 97<br />

i<br />

FC F y, p , T , t se y é variável do tipo preço<br />

FC F y, p , T , t Q y , p , t , T se y é variável do tipo taxa<br />

Cen i<br />

,<br />

1 1<br />

FC se y é variável do tipo preço<br />

1 dr<br />

1<br />

y, T<br />

i<br />

G2<br />

T<br />

j g 1<br />

g yT , 0, g<br />

i<br />

1 d<br />

1<br />

FC Q y , p , t, T se y é variável do tipo taxa<br />

1 d 1 d<br />

y, T<br />

i<br />

G2<br />

rT ,<br />

j g 1<br />

g yT , 0, g<br />

i<br />

i g<br />

T 0 T i<br />

0<br />

i<br />

i<br />

(83)<br />

(84)<br />

yT<br />

SVP ,<br />

(85)<br />

(86)


desconhecido em t . Para estas operações, este fator é estimado a partir do cenário para y pertencente ao cenário<br />

Contíguo<br />

Cen k<br />

.<br />

Definidos NC cenários contíguos, a margem de garantia corresponde ao menor valor acumulado do fluxo de<br />

caixa, se negativo, dentre os valores obtidos sob cada cenário contíguo<br />

Exemplo 5: Considere a carteira de swap descrita na tabela a seguir, envolvendo três vencimentos distintos.<br />

Swap Venc.<br />

Margem Carteira de Swaps min VAFC 1 , VAFC 2 , , VAFC NC<br />

T<br />

T<br />

Prazo<br />

Total<br />

Prazo a<br />

decorrer<br />

Valor<br />

base<br />

CARTEIRA<br />

PONTA ATIVA PONTA PASSIVA<br />

Página 98<br />

Variação decorrida<br />

desde a data-base<br />

y p c y p c DI DOL<br />

1 1 2 anos<br />

1.000.000 DOL 4% DI 100 - 12,50% 1%<br />

1 ano<br />

2 3 anos 1.500.000 DI 110 - DOL - 3% 27,35% -0,5%<br />

1<br />

T2<br />

T<br />

3 2 anos 1,5 ano 1.000.000 DI 100 - Pré - 12% 6,0%<br />

4 3 2,5 anos 2 anos 2.000.000 DOL - 3% Pré - 13% -1,5%<br />

Suponha dois cenários contíguos para as variáveis da carteira, dentre as quais Pré e DI são representadas pela<br />

taxa de juro r :<br />

VARIÁVEL<br />

DOL<br />

DI<br />

Pré<br />

DOL, T<br />

SVP<br />

DI, T<br />

SVP Pré,T<br />

SVP<br />

T<br />

VLE<br />

VAFC<br />

CENÁRIO CONTÍGUO<br />

Contíguo<br />

Cen 1<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

T1 T2 3 T 1 T T2 3 T<br />

8% 10% 11% -8% -10% -15%<br />

(aa) 12% 12,5% 12,8% 12% 10,5% 9%<br />

(aa) 12% 12,5% 12,8% 12% 10,5% 9%<br />

VALOR <strong>DE</strong> LIQUIDAÇÃO ESTIMADO SOB CENÁRIO CONTÍGUO<br />

-516.881 - 1.847.479 -440.306 - 1.515.098<br />

806.263 1.060.000 - 806.263 1.060.000 -<br />

- -1.051.253 -2.082.705 - -1.079.923 -2.230.452<br />

289.382 8.747 -235.226 365.957 -19.923 -715.354<br />

0 -369.320<br />

VAFC VLE VLE VLE VLE VLE VLE 3<br />

T1 T1 T2 T1 T2<br />

T<br />

1 min 0, 1 , 1 1 , 1 1 1<br />

min 0, 289.382, 298.129, 62.903 0<br />

VAFC VLE VLE VLE VLE VLE VLE 3<br />

T1 T1 T2 T1 T2<br />

T<br />

2 min 0, 2 , 2 2 , 2 2 2<br />

min 0, 365.957, 346.034, 369.320 369.320<br />

(87)


Supondo a utilização apenas dos cenários e na estimação dos fluxos financeiros, a<br />

margem de garantia vale 369.320 $:<br />

Parâmetros de segurança – ampliação do conjunto de cenários<br />

A fim de contemplar a possibilidade de um choque, ou ruptura, nos níveis das variáveis, além das variações já<br />

implícitas nos cenários definidos originalmente, são definidos parâmetros de segurança, que, aplicados aos cenários<br />

originais de y , geram novos cenários. São eles os parâmetros Jump e de Volatilidade, que permitem gerar cenários<br />

mais conservadores que os originais.<br />

Contíguo<br />

Cen 1<br />

Nesta sessão são definidos os critérios para utilização destes parâmetros sobre os cenários originais e a utilização<br />

dos novos cenários no cálculo da margem de garantia.<br />

Parâmetro Volatilidade - cenários para variáveis do tipo taxa<br />

Este parâmetro está associado às variáveis que representam taxa de juro. O parâmetro é definido por variável e<br />

cenário contíguo, em valor percentual positivo. Supondo, por exemplo, os cenários contíguos,<br />

Contiguo<br />

e<br />

Contiguo<br />

Cen 2 com os respectivos parâmetros de volatilidade 1 e 2 associados a uma variável y , ao cenário de y<br />

pertencente ao cenário contíguo aplica-se e ao cenário de pertencente ao cenário contíguo<br />

aplica-se , mesmo que os cenários de em cada cenário contíguo sejam os mesmos.<br />

Aplica-se às taxas efetivas dadas pelo cenário original, gerando cenários que figuram como uma banda em torno<br />

da curva da variável sob este cenário original - a banda inferior resulta da aplicação de e a banda superior<br />

resulta da aplicação de .<br />

Figura 2.8-3 – Cenários para a curva da variável supondo um choque ao longo da curva<br />

Página 99<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

Margem Carteira de Swaps min VAFC 1 , VAFC 2 369.320<br />

Contiguo<br />

Cen 2 2 y<br />

Taxa de juros y<br />

nominal (aa)<br />

Taxa de juros y<br />

(efetiva)<br />

Contiguo<br />

Cen 1 1 y<br />

Vencimento T<br />

y<br />

Curva sob cenário com +<br />

Curva sob cenário original<br />

Curva sob cenário com -<br />

Curva sob cenário com +<br />

Curva sob cenário original<br />

Curva sob cenário com -<br />

Cen 1


Seja d a taxa efetiva no período entre t e T , correspondente à taxa nominal tx,<br />

onde R é a razão entre o período efetivo de capitalização do juro ( T t ) e o período de referência da taxa<br />

nominal.<br />

y<br />

y<br />

Denote por o cenário derivado do cenário original Cen em função do choque . As variações implícitas<br />

no novo cenário são dadas por<br />

onde as taxas nominais valem, respectivamente quando o novo cenário resulta da adição ou da subtração de<br />

,<br />

e (90)<br />

As taxas efetivas correspondentes são<br />

e (91)<br />

O novo cenário substitui o cenário original na avaliação de risco da carteira de swap, na estimação dos fluxos<br />

T<br />

yT<br />

financeiros VLE . O fator de correção F y,1, t, T utilizado no cálculo dos termos vale, sob o novo<br />

cenário,<br />

Cen i,<br />

T<br />

y i,<br />

y<br />

y<br />

d<br />

d d<br />

y, T y, T<br />

i, i<br />

d d<br />

y, T y, T<br />

i, i<br />

R<br />

1 tx 1 se tx com capitalização exponencial<br />

R tx se tx com capitalização linear<br />

T<br />

T i<br />

i,<br />

T<br />

i<br />

R<br />

y y<br />

y, T T T<br />

i, i, Ref<br />

sendo adicionado ou subtraído conforme a posição indexada a y<br />

seja, respectivamente passiva ou ativa.<br />

1 R<br />

1 y 1 1 se y exponencial<br />

y 1 se y linear<br />

T<br />

T i<br />

i,<br />

T<br />

i<br />

R<br />

1 R<br />

1 y 1 1 se y exponencial<br />

y 1 se y linear<br />

1<br />

1<br />

T<br />

i<br />

T<br />

i<br />

R<br />

Página 100<br />

i<br />

1 y 1 1 se y exponencial<br />

y R 1 se y linear<br />

T<br />

i<br />

T<br />

i<br />

R<br />

1 y 1 1 se y exponencial<br />

y R 1 se y linear<br />

F y,1, t, T 1 d 1 d 1<br />

T T<br />

i, i<br />

SVP ,<br />

(88)<br />

(89)<br />

(92)


Exemplo 6: Considere o cenário para a curva da variável taxa de juro pré-fixada que indique variação de +100<br />

pontos-base em relação à curva de referência, em todos os prazos. A tabela apresenta alguns pontos da curva de<br />

juro – cada célula contém o cenário de variação em relação à curva de referência, em pontos-base, e as taxas de<br />

juro, ao ano e efetiva, para o período correspondente. Suponha taxa exponencial e parâmetro 20% .<br />

CENÁRIO<br />

PARA A TAXA PRÉ<br />

Cenário original<br />

Cenário original com<br />

adição de 20%<br />

Cenário original com<br />

subtração de 20%<br />

No cenário alterado por choque positivo:<br />

Página 101<br />

PRAZO<br />

1 dia 3 meses 12 meses 24 meses<br />

100<br />

13,70%<br />

0,051%<br />

395,66<br />

16,66%<br />

0,061%<br />

-188,19<br />

10,82%<br />

0,041%<br />

3m 3m R<br />

1 R<br />

1 4<br />

Cen Cen<br />

No cenário alterado por choque negativo:<br />

e<br />

100<br />

13,50%<br />

3,10%<br />

385,61<br />

16,36%<br />

3,86%<br />

-180,32<br />

10,70%<br />

2,57%<br />

Parâmetro Jump ( J)<br />

– cenários para variáveis do tipo preço<br />

100<br />

12,50%<br />

12,50%<br />

350,00<br />

15,00%<br />

15,00%<br />

-150,00<br />

10,00%<br />

10,00%<br />

r , 1 r 1 1 = 1,135 1,2 0,2 1 16,36%<br />

r ,3 m r ,3m 3m 14<br />

1 4<br />

Cen Cen Cen<br />

d , d 1 1 r 1 1 1,135 1 1,2 3,86%<br />

y<br />

3m 1 4<br />

Cen<br />

100<br />

10,00%<br />

21,00%<br />

289,28<br />

11,89%<br />

25,20%<br />

-92,60<br />

8,07%<br />

16,80%<br />

Fatores deste tipo estão associados às variáveis que representam preço ou valor de um índice, como taxas de<br />

câmbio de moedas, índices de inflação, de ações, etc., e são definidos com a finalidade de capturar a ocorrência de<br />

um salto, ou choque, não previsto nos cenários definidos originalmente.<br />

O parâmetro Jump é definido por variável e cenário contíguo, tal qual o parâmetro , sendo estabelecidos dois<br />

valores percentuais, J e J , respectivamente negativo e positivo, para cada combinação de variável e cenário<br />

contíguo.<br />

, 1,135 0,8 0,2 1 10,70%<br />

4<br />

A suposição da ocorrência, em data futura T , de um choque de valor J sobre a variável y corresponde à<br />

aplicação do choque J à curva de y sob cenário em todas as datas posteriores a T , de modo que a curva sofre<br />

variação apenas a partir de T . A figura a seguir ilustra as curvas sob um cenário original e sob o cenário dele<br />

derivado através de J.<br />

d<br />

4<br />

r,3m 1 4<br />

Cen<br />

, 1,135 1 0,8 2,57%


Valor da variável y<br />

Curva y sob cenário original<br />

Curva y sob novo cenário, J > 0<br />

Curva y sob novo cenário, J < 0<br />

Figura 2.8-4 – Cenários para a curva de uma variável supondo a ocorrência de um choque em<br />

y<br />

y<br />

Denote por Cen * o cenário decorrente do cenário original Cen para a curva de y em função do choque J,<br />

i,, J T<br />

y<br />

em T . Os valores de y sob este novo cenário Cen * e as variações nele implícitas são , respectivamente,<br />

y<br />

T<br />

T i<br />

iJ , T<br />

i<br />

y se T T<br />

y 1 J se T T<br />

yT ,<br />

i<br />

se T T<br />

yT ,<br />

e iJ , (93)<br />

yT ,<br />

1 1 J 1 se T T<br />

O salto do cenário original para o novo cenário, ou seja, a diferença entre a curva sob o cenário e a<br />

y<br />

y<br />

curva sob o cenário Cen , em cada T a partir de T , é linear no valor de y , pois<br />

T<br />

Na avaliação do valor de liquidação VLE , o fator de correção F y,1, t, T utilizado no cálculo dos termos<br />

yT<br />

SVP ,<br />

vale, sob o novo cenário de y ,<br />

i<br />

T*<br />

i,, J T<br />

Data futura T<br />

Salto y y J y<br />

Exemplo 7: Considere o cenário para a curva futura da variável taxa de câmbio de real por dólar, que indique<br />

variações de 6%, 7%, 8%, 10% e 11%, respectivamente nos prazos de 1 dia, 3, 12, 18 e 24 meses. Suponha que<br />

os parâmetros J e J<br />

desta variável sejam definidos em -5% e 5% respectivamente, em todos os cenários<br />

Página 102<br />

y J T<br />

T T T T<br />

i, J i i<br />

F y,1, t, T 1 1 1 J<br />

y, T y, T<br />

i, J i<br />

i<br />

i<br />

y<br />

y<br />

Cen *<br />

i,, J T<br />

(94)


contíguos que contenham este cenário. O cenário para a curva de taxa de câmbio gerado sob a hipótese de<br />

ocorrência de choque negativo em algum momento entre o 6 o e o 12 o meses é dado pelas seguintes variações:<br />

DOL,1 d DOL,1 d<br />

Cen, J Cen<br />

DOL,3 m DOL,3m Cen, J Cen<br />

6%<br />

A tabela a seguir apresenta a variação e o valor da taxa de câmbio, para os prazos de 3, 6, 12, 18 e 24 meses,<br />

sob o cenário original e sob os cenários gerados sob a hipótese de ocorrência (i) de choque negativo entre o 6 o e<br />

o 12 o meses e (ii) de choque positivo entre o 12 o e o 18 o meses. Supõe-se a taxa de câmbio a vista a R$ 2 / US$<br />

na data de análise.<br />

CENÁRIO<br />

PARA A TAXA <strong>DE</strong><br />

CÂMBIO REAL x<br />

DÓLAR<br />

Cenário original<br />

Cenário original com<br />

entre o 6 o e o 12 o meses<br />

Cenário original com<br />

entre o 12 o e o 18 o meses<br />

7%<br />

1 1 J 1 1 0,08 1 0,05 1 2,60%<br />

,<br />

DOL,12 m DOL,12 m<br />

Cen J<br />

Cen<br />

1 1 J 1 1 0,1 1 0,05 1 4,50%<br />

,<br />

DOL,18 m DOL,18 m<br />

Cen J<br />

Cen<br />

1 1 J 1 1 0,11 1 0,05 1 5,45%<br />

,<br />

DOL,24 m DOL,24 m<br />

Cen J<br />

Cen<br />

J<br />

J<br />

Página 103<br />

PRAZO<br />

1 dia 3 meses 12 meses 18 meses 24 meses<br />

6%<br />

2,12<br />

6%<br />

2,12<br />

6%<br />

2,12<br />

7%<br />

2,14<br />

7%<br />

2,14<br />

7%<br />

2,14<br />

8%<br />

2,16<br />

2,60%<br />

2,052<br />

8%<br />

2,16<br />

10%<br />

2,20<br />

4,50%<br />

2,09<br />

15,50%<br />

2,31<br />

11%<br />

2,22<br />

5,45%<br />

2,109<br />

16,55%<br />

2,331<br />

A incorporação dos parâmetros de segurança à avaliação de risco da carteira representa uma ampliação do conjunto<br />

de cenários contíguos, além daqueles definidos originalmente. O critério para aplicação dos choques e formação<br />

dos novos cenários contíguos deve permitir que se avalie o impacto deles sobre o fluxo de caixa da carteira em<br />

função da data de ocorrência do choque nas variáveis do tipo preço. A data deste choque é de fato relevante - dado<br />

y<br />

um cenário Cen para a variável y e uma carteira contendo uma ponta de swap associada a y , com vencimento<br />

em T , o valor acumulado do fluxo da carteira assume valores distintos de acordo com o momento do choque sobre<br />

y - antes de T ou após T . O cenário resultante da ocorrência de choque antes de T tem impacto sobre o valor de<br />

liquidação desta ponta, em relação ao cenário original, enquanto que o cenário resultante de um choque em<br />

qualquer data posterior a T<br />

gera um novo cenário sob o qual o valor de liquidação é igual ao estimado sob o<br />

cenário original.<br />

Para o cálculo da margem de garantia utilizando os parâmetros de segurança, avalia-se o fluxo de caixa acumulado<br />

sob os cenários contíguos derivados das situações (i), (ii) e (iii), percorrendo todos os vencimentos presentes na<br />

carteira ao simular (ii) e (iii):


i. ocorrência de choque<br />

do tipo preço;<br />

em todas as variáveis do tipo taxa e não ocorrência de choque J em nenhuma variável<br />

ii. ocorrência de choque em todas as variáveis do tipo taxa e ocorrência de choque J positivo imediatamente e<br />

apenas antes de um vencimento T , em todas as variáveis do tipo preço; e<br />

iii. ocorrência de choque em todas as variáveis do tipo taxa e a ocorrência de choque J negativo imediatamente<br />

e apenas antes de um vencimento T , em todas as variáveis do tipo preço.<br />

Seja VAFC k, o valor acumulado do fluxo de caixa sob o cenário que resulta da aplicação de sobre os<br />

Contíguo<br />

cenários das variáveis do tipo taxa que compõem o cenário contíguo original Cen .<br />

Sejam VAFC k, , J , T e VAFC k, , J , T os valores acumulados do fluxo de caixa calculados sob o cenário<br />

Contíguo<br />

original Cen alterado por e por choque, respectivamente negativo e positivo, imediatamente e apenas<br />

antes de T , em todas as variáveis do tipo preço. Os valores de J e J são os correspondentes a cada variável no<br />

Contíguo<br />

cenário Cen .<br />

k<br />

k<br />

Cada cenário contíguo original gera, desta maneira, 1 2 Q novos cenários contíguos:<br />

(0) o cenário original com choque nas variáveis do tipo taxa e nenhum choque nas variáveis do<br />

tipo preço<br />

(1) o cenário em (0) com choque negativo, imediatamente e apenas antes de , nas variáveis do<br />

tipo preço<br />

(2) o cenário em (0) com choque negativo, imediatamente e apenas antes de , nas variáveis do<br />

tipo preço<br />

( ) o cenário em (0) com choque negativo, imediatamente e apenas antes de T , nas variáveis do<br />

Q Q<br />

tipo preço<br />

Q T 1<br />

( +1) o cenário em (0) com choque positivo, imediatamente e apenas antes de , nas variáveis do tipo<br />

preço<br />

Q T 2<br />

( +2) o cenário em (0) com choque positivo, imediatamente e apenas antes de , nas variáveis do tipo<br />

preço<br />

( 2Q ) o cenário em (0) com choque positivo, imediatamente e apenas antes de TQ<br />

, nas variáveis do<br />

tipo preço.<br />

Página 104<br />

k<br />

T 1<br />

T 2


Havendo NC cenários contíguos originais, uma carteira de swap com Q vencimentos é avaliada sob, no mínimo<br />

NC e no máximo NC 1 2 Q cenários distintos.<br />

O valor da margem de garantia é dado pelo menor valor do fluxo de caixa sob todos os cenários resultantes dos<br />

cenários originais em função dos parâmetros de segurança e Jump .<br />

onde VAFC k representa o valor acumulado do fluxo de caixa associado aos cenários gerados a partir de<br />

Cen e dos parâmetros e J<br />

Contíguo<br />

k<br />

Exemplo 8: Considere a carteira descrita na tabela a seguir.<br />

Swap Venc. Prazo<br />

Total<br />

T<br />

1 2 anos<br />

1<br />

Prazo a<br />

decorrer<br />

1<br />

ano<br />

Valor<br />

base<br />

CARTEIRA<br />

Ponta ativa Ponta passiva<br />

Variação decorrida desde<br />

a data-base<br />

y p c y p c DI DOL EUR<br />

1.000.000 DOL 4% DI 100 - 12,50% 1%<br />

2<br />

2 anos<br />

1.000.000 DOL 4% DI 100 -<br />

-1%<br />

1,5<br />

T2 6,0%<br />

ano<br />

3 2 anos 1.000.000 DI 100 - EUR - 5% -1%<br />

Neste exemplo, calcula-se a margem de garantia considerando-se o efeito dos fatores de segurança para as taxas<br />

de câmbio e para a taxa de juro.<br />

Suponha dois cenários contíguos para as variáveis da carteira, dentre as quais Pré e DI são representadas pela<br />

taxa de juro r .<br />

O valor presente associado à variável DI representa posições passiva e ativa, respectivamente em e em ,<br />

de modo que o choque aplicado à curva de juro, na correção do valor da ponta até o vencimento é positivo<br />

na estimação de<br />

T<br />

e negativo na estimação de<br />

T<br />

.<br />

VARIÁVEL<br />

Margem Carteira de Swaps min VAFC 1 , VAFC 2 , , VAFC NC<br />

VLE 1<br />

VAFC k min VAFC k, , VAFC k, , J , T , VAFC k, , J , T<br />

1 q Q<br />

20% em r 20% em r<br />

CENÁRIOS GERADOS A PARTIR <strong>DE</strong><br />

T 1<br />

Antes de :<br />

J 5%<br />

DOL<br />

J 5%<br />

EUR<br />

VLE 2<br />

Página 105<br />

20% em r<br />

T 1<br />

T 2<br />

Entre e :<br />

J 5%<br />

DOL<br />

J 5%<br />

EUR<br />

q q<br />

Contíguo<br />

Cen 1<br />

=20% em<br />

T 1<br />

Antes de :<br />

J 5%<br />

DOL<br />

J 3%<br />

EUR<br />

r<br />

=20% para<br />

T 1<br />

Entre e :<br />

T1 T2 T 2<br />

J 5%<br />

DOL<br />

J 3%<br />

EUR<br />

T1 T2 1 T T2 1 T T2 1 T T2 1 T T2<br />

r<br />

(95)


DOL 8% 10% 2,60% 4,50% 8% 4,50% 13,40% 15,50% 8% 15,50%<br />

EUR 7% 12% 1,65% 6,40% 7% 6,40% 10,21% 15,36% 7% 15,36%<br />

DI (aa) 14,40% 10,06% 14,40% 10,06% 14,40% 10,06% 14,40% 10,06% 14,40% 10,06%<br />

Pré (aa) 12,00% 12,50% 12,00% 12,50% 12,00% 12,50% 12,00% 12,50% 12,00% 12,50%<br />

T<br />

VLE<br />

VAFC<br />

-95,70 -37,40 -148,40 -35,50 -95,70 -35,50 -43,00 -18,70 -95,70 -18,70<br />

-133,10 -183,90 -131,20 -61,70 -114,40<br />

Análise semelhante para os cenários gerados a partir do cenário , com os mesmos valores para os<br />

parâmetros , , , e J , resulta nas seguintes estimativas:<br />

VARIÁVEL<br />

JDOL JDOL JEUR EUR<br />

20% em r<br />

T 1<br />

Antes de :<br />

J 5%<br />

DOL<br />

J 5%<br />

EUR<br />

CENÁRIOS GERADOS A PARTIR <strong>DE</strong><br />

20% em r<br />

T 1<br />

T 2<br />

Entre e :<br />

J 5%<br />

DOL<br />

J 5%<br />

EUR<br />

=20% em<br />

Antes de :<br />

Página 106<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

=20% para<br />

Entre e :<br />

20% em r<br />

DOL -8% -10% -12,60% -14,50% -8,00% -14,50% -3,40% -5,50% -8,00% -5,50%<br />

EUR -7% -11% -11,65% -15,45% -7,00% -15,45% -4,21% -8,33% -7,00% -8,33%<br />

DI (aa) 14,40% 8,44% 14,40% 8,44% 14,40% 8,44% 14,40% 8,44% 14,40% 8,44%<br />

Pré (aa) 12,00% 10,50% 12,00% 10,50% 12,00% 10,50% 12,00% 10,50% 12,00% 10,50%<br />

T<br />

VLE<br />

VAFC<br />

-251,77 -6,64 -296,63 -6,30 -251,77 -6,30 -206,90 9,76 -251,77 9,76<br />

-258,40 -302,94 -258,07 -206,90 -251,77<br />

A margem de garantia decorre dos valores acumulados de fluxo de caixa sob todos os cenários derivados dos<br />

cenários contíguos originais<br />

Contíguo<br />

e<br />

Contíguo<br />

Este resultado é observado sob o cenário , com choque negativo nas taxas de câmbio antes do<br />

vencimento mais curto (swap 1), além do choque na taxa utilizada para corrigir o valor da posição indexada à<br />

variável DI, da data de análise até o vencimento.<br />

T 1<br />

J 5%<br />

DOL<br />

J 3%<br />

EUR<br />

r<br />

T 1<br />

J 5%<br />

DOL<br />

J 3%<br />

EUR<br />

T1 T2 1 T T2 1 T T2 1 T T2 1 T T2<br />

Cen 1<br />

Cen 2<br />

Margem Carteira de Swaps<br />

Contíguo<br />

Cen 2<br />

302,94<br />

T 2<br />

r


Margem Mínima<br />

A margem de swap é composta, além da parcela obtida da análise de cenários de estresse, por uma parcela de<br />

margem mínima, que representa mais um fator de segurança, definido em função da liquidez do contrato.<br />

A margem mínima é calculada por operação, de acordo com as variáveis de cada ponta do swap e com o prazo. A<br />

margem mínima para a operação de valor-base , com pontas indexadas a e y e vencimento em T ,<br />

correspondente a prazo de n em dias corridos em relação à data de análise, é dada por<br />

onde o fator<br />

0 .<br />

ab , n é o parâmetro de margem mínima para swaps com pontas indexadas a a e y e prazo n ,<br />

A margem mínima de uma operação a termo é calculada sobre o período desde a data de análise até o vencimento<br />

do swap.<br />

A margem mínima da carteira associada a cada par de indexadores e é a consolidação das margens mínimas<br />

y<br />

de todas as operações envolvendo as duas variáveis.<br />

V0 ya b<br />

MM Op y , y V n<br />

a b 0 a, b<br />

Por fim, a margem mínima da carteira é a soma dos valores absolutos de margem mínima associada a cada par de<br />

variáveis<br />

A margem de garantia da carteira, incorporada a sua parcela de margem mínima é, portanto, dada por<br />

Página 107<br />

n<br />

360<br />

ya b<br />

MM y , y Abs MM Op y , y MM Op y , y<br />

a b i a b j a b<br />

Swaps<br />

y a x yb Swaps<br />

y b x ya<br />

MM MM y , y<br />

ya, yb<br />

a b<br />

y b<br />

Margem Carteira de Swaps min VAFC 1 , VAFC 2 , ,<br />

VAFC NC MM<br />

(96)<br />

(97)<br />

(98)<br />

(99)


Exemplo 9: Considere a carteira do Exemplo 5. A última coluna na tabela a seguir indica os valores de<br />

margem mínima de cada swap, obtidos conforme a equação (96), supondo fator de margem mínima igual a 1%<br />

para qualquer par de variáveis e qualquer prazo.<br />

Swap Venc.<br />

T<br />

Prazo<br />

Total<br />

Prazo a<br />

decorrer<br />

Valor<br />

base<br />

CARTEIRA<br />

PONTA ATIVA PONTA PASSIVA Margem mínima<br />

eq. (21)<br />

y p c y p c<br />

1 1 2 anos<br />

1.000.000 DOL 4% DI 100 - 10.000,00<br />

1 ano<br />

2 3 anos 1.500.000 DI 110 - DOL - 3% 15.000,00<br />

T1<br />

T2<br />

T<br />

3 2 anos 1,5 ano 1.000.000 DI 100 - Pré - 12% 12.247,45<br />

4 3 2,5 anos 2 anos 2.000.000 DOL - 3% Pré - 13% 28.284,27<br />

A margem mínima desta carteira é dada por<br />

A margem mínima correspondente aos swaps envolvendo as variáveis DOL e DI é a diferença entre a soma das<br />

margens mínimas dos swaps DOL x DI e a soma das margens mínimas dos swaps DI x DOL<br />

Analogamente para os demais pares, MM Pré, DI 12.247,45 e MM DOL, Pré 28.284,27<br />

A margem mínima total da carteira vale<br />

e a margem de garantia da carteira, incorporada a parcela de margem mínima, passa a valer,<br />

A margem de garantia para posições em contratos a termo negociados no Mercado de Balcão – sobre moedas e<br />

commodities metálicas – é apurada conforme a metodologia de cálculo de margem para contratos de swap, uma vez<br />

um contrato a termo equivale a um ou mais contratos de swap. Tal equivalência refere-se ao resultado da operação<br />

a termo e do(s) swap(s).<br />

Considere a forma mais simples de um contrato a termo – aquele que determina a compra / venda de uma<br />

quantidade q de um ativo-objeto, à vista, pelo preço F , na data futura T , sendo F fixado em moeda local.<br />

Denote por e S os preços à vista de referência do ativo-objeto, respectivamente na data em que se firmou o<br />

contrato a termo e na data de vencimento. O resultado da operação para o comprador é dado por<br />

que pode ser reescrito como<br />

MM MM DOL, DI MM Pré, DI MM DOL, Pré<br />

MM DOL, DI Abs 10.000 15.000 5.000<br />

MM MM DOL, DI MM Pré, DI MM DOL, Pré 45.531,72<br />

Margem Carteira de Swaps min VAFC 1 , VAFC 2 MM 369.320 45.531,72 414.851,72<br />

S0 T<br />

q ST F<br />

Página 108<br />

(100)


S F S<br />

q S q S 1 c<br />

T T<br />

0<br />

S0 S0 0<br />

S0<br />

onde é a taxa efetiva implícita na diferença entre S e F , conhecida quando da negociação do contrato. Esta<br />

c 0<br />

equação representa o valor de um swap com as seguintes características:<br />

valor nocional q S ;<br />

0<br />

vencimento em T ;<br />

ponta ativa indexada ao preço à vista do ativo-objeto do contrato a termo; e<br />

ponta passiva pré-fixada em moeda local, à taxa efetiva c .<br />

Supondo que o preço do ativo-objeto seja fixado em moeda estrangeira, a compra a termo é equivalente a um swap<br />

com as mesmas características descritas acima, à exceção da ponta passiva, que, neste caso, é indexada à taxa de<br />

câmbio entre a moeda local e a moeda estrangeira mais uma taxa de juro pré-fixada na moeda estrangeira.<br />

As características do(s) swap(s) equivalente(s) a um contrato a termo dependem das características do contrato a<br />

termo – o ativo-objeto do contrato, as moedas envolvidas, o tipo de cotação utilizada na definição de F<br />

, etc.<br />

Sendo assim, para apuração da margem de garantia do conjunto de posições em contratos a termo, cada contrato é<br />

convertido em um contrato de swap e incorporado ao conjunto de posições em swap, aplicando-se a metodologia de<br />

cálculo de margem definida para um portfólio de swaps.<br />

Página 109<br />

(101)


2.9. Teste de Estresse para Opções Flexíveis - Metodologia de Cálculo de<br />

Margem para Carteira de Contratos de Opção Flexível<br />

A margem de garantia requerida para uma carteira de opções flexíveis deve ser suficiente para cobrir o valor<br />

de liquidação da posição que, para apuração do risco deste tipo de contrato, corresponde à soma dos valores de<br />

liquidação de cada posição da carteira no respectivo vencimento.<br />

A metodologia de cálculo de margem baseia-se na avaliação do valor de liquidação das posições sob cenários<br />

para o valor do ativo-objeto, cenários estes definidos a partir de parâmetros relacionados ao ativo-objeto, sua<br />

volatilidade e às taxas de juro. Posições travadas podem promover redução de margem e, em função da<br />

liquidez reduzida, não há compensação de risco entre posições em opções sobre ativos-objeto e vencimentos<br />

distintos.<br />

Esta seção apresenta os critérios da metodologia em 4 partes<br />

margem de uma posição titular;<br />

margem de uma posição lançadora;<br />

margem de posições travadas; e<br />

margem da carteira de opções flexíveis.<br />

T<br />

Sejam S e S os valores do ativo-objeto, respectivamente na data de avaliação da carteira e na data futura T ,<br />

vencimento de uma opção. A metodologia baseia-se em dois cenários para o valor do ativo-objeto em cada<br />

ST , ST , T<br />

vencimento – um cenário de alta Cen e um cenário de baixa Cen . Sob tais cenários, S assume os<br />

T T<br />

valores S e S , respectivamente,<br />

e<br />

A<br />

n<br />

T<br />

n<br />

, A 1 i 1 F 360<br />

1 1 F2 F4<br />

1 (102)<br />

360<br />

n<br />

T<br />

n<br />

, B 1 i 1 F 360<br />

1 1 F2 F4<br />

1 (103)<br />

360<br />

onde n é o prazo até o vencimento T da posição, em dias corridos, e i , F1 , F2 e F4 são parâmetros da<br />

metodologia.<br />

B<br />

T T<br />

SA S 1 A<br />

T T<br />

SB S 1 B<br />

A<br />

Define-se um valor mínimo para o valor de liquidação no vencimento / encerramento da posição, denominado<br />

margem mínima e denotado MM<br />

MM F S Abs Q<br />

3<br />

C V<br />

Posições titulares e lançadoras são denotadas respectivamente por Pos e Pos . Os índices “ C ” e “ V<br />

”<br />

adicionados às demais variáveis, se necessário, fazem referência às posições titular e lançadora,<br />

respectivamente. O termo prêmio refere-se ao valor total pago / recebido da operação envolvido na operação<br />

que originou sua posição<br />

Página 110<br />

B<br />

(104)


Os contratos de opção flexível contêm diversas características que lhe conferem a denominação “flexível”, tais<br />

como (i) não padronização de datas de vencimento; (ii) possibilidade de escolha da data de pagamento do<br />

prêmio e da modalidade de exercício; e (iii) possibilidade de definição de limite para o valor do ativo-objeto<br />

no exercício (limitador de preço), de definição de barreira knock-in, barreira knock-out e prêmio de rebate,<br />

pago ao titular em caso de acionamento / não acionamento das barreiras knock-out / knock-in.<br />

Os parâmetros do contrato referentes a tais características são denominados de acordo com a seguinte notação:<br />

P<br />

X<br />

PB<br />

ID<br />

IU<br />

OD<br />

OU<br />

Reb<br />

: prêmio da opção, determinado na negociação;<br />

: preço de exercício da opção;<br />

: limitador para o valor do ativo-objeto no exercício;<br />

: valor da barreira do tipo knock-in-and-down;<br />

: valor da barreira do tipo knock-in-and-up;<br />

: valor da barreira do tipo knock-out-and-down;<br />

: valor da barreira do tipo knock-out-and-up;<br />

: prêmio de rebate, por unidade do ativo-objeto;<br />

T : vencimento da opção; e<br />

TM : tamanho do contrato;<br />

Define-se Q como a quantidade total do ativo-objeto correspondente à posição em q unidades de uma opção,<br />

Q q TM .<br />

2.9.1. Margem de Uma Posição Titular<br />

Uma vez que a única obrigação, perante a Câmara, do titular de uma opção flexível é o pagamento do prêmio,<br />

a margem dele requerida é nula após a liquidação do prêmio, ou seja,<br />

C<br />

Margem Pos<br />

2.9.2. Margem de Uma Posição Lançadora<br />

P até a liquidação do prêmio P<br />

Diferentemente do titular de uma opção, a obrigação do lançador estende-se até o vencimento do contrato,<br />

sendo ele a contraparte devedora. Assim, para o cálculo da margem de garantia requerida de uma posição<br />

lançadora são definidos cenários de estresse para o valor do ativo-objeto na data de vencimento da opção.<br />

Em relação ao acionamento de barreiras knock-in e knock-out, vale ressaltar que<br />

0<br />

após a liquidação do prêmio P<br />

considera-se sem barreira knock-in a opção cuja barreira knock-in tenha sido atingida até o momento do<br />

cálculo da margem; e<br />

deixa de compor a carteira a posição cuja barreira knock-out tenha sido acionada até o momento do cálculo<br />

da margem.<br />

Página 111<br />

(105)


Dada a possibilidade de combinação, no mesmo contrato, de limitador de preço ( PB ) e barreiras knock-in (<br />

ID ou IU ) e knock-out ( OD ou OU ), a estimação do valor de liquidação no vencimento / encerramento da<br />

posição deve contemplar as diversas possibilidades de combinação entre barreiras acionadas e não acionadas.<br />

Por isso, o valor da margem é determinado através da avaliação de uma seqüência de condições, conforme<br />

descrito a seguir.<br />

Considere os limites superior e inferior para o valor do ativo-objeto, na data de vencimento – o limitador de<br />

preço, caso esteja definido, ou o valor do ativo-objeto, caso contrário.<br />

LimS<br />

A<br />

S se não está definido PB<br />

T<br />

A<br />

PB se está definido PB<br />

T<br />

SB se não está definido PB<br />

e LimSB<br />

(106)<br />

PB se está definido PB<br />

Margem de posição lançadora em opção de compra<br />

Considere as seguintes situações referentes ao acionamento / não acionamento das barreiras knock-in e knock-<br />

T<br />

out, sob os cenários para S .<br />

(i) a opção tem barreira IU e S IU<br />

T<br />

(vii) a opção tem barreira OU e S OU , com<br />

A margem da posição é determinada através da verificação de todas as condições a seguir, na seqüência em<br />

que são apresentadas:<br />

V<br />

se (i) ou (ii), Margem Pos max MM, Reb<br />

(C-1)<br />

V T<br />

se (iv) ou (vi), Margem Pos max MM , Abs Q min LimS , S X<br />

(C-2)<br />

V T<br />

se (v), Margem Pos max MM , Reb, Abs Q min LimS , S X<br />

(C-3)<br />

V<br />

se (vii), Margem Pos max MM , Reb, Abs Q min LimS , OU X (C-4)<br />

V T<br />

caso contrário, Margem Pos max MM , Reb, Abs Q min LimS , S X<br />

(C-5)<br />

Margem de posição lançadora em opção de venda<br />

Considere as seguintes situações referentes ao acionamento / não acionamento das barreiras knock-in e knock-<br />

T<br />

out, sob cenários para S :<br />

(i) a opção tem barreira IU e<br />

T<br />

A<br />

T<br />

B<br />

T<br />

B<br />

T<br />

B<br />

T<br />

B<br />

T<br />

(ii) a opção tem barreira ID e S ID<br />

(iii) a opção tem barreira ID e S ID<br />

(iv) a opção tem barreira OD e S OD<br />

(v) a opção tem barreira OD e S OD<br />

(vi) a opção tem barreira OU e S OU<br />

T<br />

SA IU<br />

S<br />

T<br />

ID<br />

S<br />

Página 112<br />

1 se (iii)<br />

A<br />

A<br />

1 caso contrário<br />

A<br />

A<br />

A<br />

A


(ii) a opção tem barreira IU e S IU<br />

(v) a opção tem barreira OD e<br />

(vi) a opção tem barreira OU e<br />

T<br />

A<br />

T<br />

B<br />

T<br />

(iii) a opção tem barreira ID e S ID<br />

(iv) a opção tem barreira OD e S OD<br />

T<br />

S OD<br />

T<br />

SA OU<br />

T<br />

(vii) a opção tem barreira OU e S OU , com<br />

A margem da posição é determinada através da verificação das condições a seguir, na seqüência em que são<br />

apresentadas:<br />

V<br />

se (i) ou (iii), Margem Pos max MM, Reb<br />

(V-1)<br />

V T<br />

se (iv) ou (vi), Margem Pos max MM , Abs Q X max LimS , S<br />

(V-2)<br />

V<br />

se (v), Margem Pos max MM , Reb, Abs Q X max LimS , OD<br />

(V-3)<br />

V T<br />

se (vii), Margem Pos max MM , Reb , Abs Q X max LimS , S<br />

(V-4)<br />

V T<br />

caso contrário Margem Pos max MM , Reb, Abs Q X max LimS , S<br />

(V-5)<br />

2.9.3. Margem de Posições Travadas<br />

A<br />

S<br />

Uma trava é um par de posições – uma posição comprada e uma posição vendida - em opções do mesmo tipo<br />

(opção de compra ou opção de venda), européias, e, em comum o ativo-objeto, o vencimento, a cotação do<br />

ativo-objeto no exercício, o tipo e o valor da barreira.<br />

Trava<br />

O tamanho da trava, Q , corresponde à menor dentre as quantidades das posições comprada e vendida que<br />

formam a trava, ou seja,<br />

O saldo de uma posição parcialmente travada pode ser utilizado na formação de outras travas. Caso tal<br />

utilização não ocorra, determina-se a margem de garantia da posição remanescente de acordo com os critérios<br />

descritos para uma posição titular ou lançadora, conforme o caso. A seqüência de formação de travas obedece<br />

à ordenação dos preços de exercício, minimizando as diferenças entre os preços de exercício das posições<br />

titular e lançadora - dentre as opções que podem formar uma trava com uma opção de preço de exercício X ,<br />

toma-se aquela com preço de exercício mais próximo a X .<br />

Havendo prêmio a liquidar da posição titular, o prêmio proporcional à parcela da posição titular na trava, IP<br />

, compõe o valor da margem da trava<br />

T<br />

Página 113<br />

IU<br />

S<br />

Trava C V<br />

Q min Q , Q<br />

1 se (ii)<br />

B<br />

B<br />

1 caso contrário<br />

B<br />

B<br />

B<br />

B<br />

(107)


C<br />

IP<br />

C<br />

P<br />

Trava<br />

Q<br />

até a liquidação do prêmio diferido<br />

C<br />

Q<br />

0 após a liquidação do prêmio diferido<br />

Trava<br />

Para trava envolvendo barreira (knock-out), define-se Reb como o rebate resultante para posição travada,<br />

dado por<br />

Reb<br />

Trava<br />

Reb<br />

V<br />

max 0 ,Reb Reb<br />

V C<br />

O rebate da trava é incorporado à margem quando, sob cenário, a barreira knock-out da posição vendida é<br />

acionada. Para simplificar as equações de margem, utilizam-se as constantes ,<br />

0 se S OU<br />

T<br />

A<br />

V<br />

A T<br />

1 se SA V<br />

OU<br />

Página 114<br />

(108)<br />

se barreira knock - out da compra barreira knock - out da venda<br />

se barreira knock - out da compra barreira knock - out da venda<br />

(109)<br />

T V<br />

0 se SB OD<br />

e B (110)<br />

T V<br />

1 se S OD<br />

A metodologia reconhece as travas listadas a seguir, consideradas apenas quando implicarem em redução de<br />

margem.<br />

Trava com opções idênticas<br />

C<br />

Esta é a trava mais trivial – as posições titular e lançadora têm preços de exercício iguais ( X<br />

V<br />

X ),<br />

C<br />

limitadores de preço no exercício iguais ( PB<br />

V<br />

C<br />

PB ), mesmos valores de barreira knock-in ( ID<br />

V<br />

ID ou<br />

C<br />

IU<br />

V<br />

C<br />

IU ), mesmos valores de barreira knock-out ( OD<br />

V<br />

C<br />

OD ou OU<br />

V<br />

OU ) e mesmos valores de<br />

C<br />

rebate ( Reb<br />

V<br />

Reb ). A igualdade de todas as características equivale a uma posição “zerada” em um<br />

mesmo contrato de opção e, portanto, não requer margem de garantia além do valor do prêmio ainda não<br />

liquidado referente à assunção da posição titular.<br />

C<br />

Margem Trava I P<br />

Trava com opções sem barreiras e sem limitadores de preço<br />

Esta trava corresponde aos spreads de alta ou de baixa, cujos pay-offs são limitados entre zero e a diferença<br />

entre os preços de exercício. A margem de garantia é dada por<br />

Margem Trava<br />

C Trava C V<br />

I P Q max 0, X X se Trava com opções de compra<br />

C Trava V C<br />

I P Q max 0, X X se Trava<br />

com opções de venda<br />

B<br />

(111)<br />

(112)


Trava com opções de compra exclusivamente com barreira knock-out-and-down e sem limitadores de<br />

preço<br />

Margem Trava<br />

I P Reb se X X<br />

C Trava C V<br />

B<br />

I P max MM , Reb , Q min X ,S X se X X<br />

C V Trava Trava C T V C V<br />

B A<br />

Trava com opções de compra exclusivamente com barreira knock-out-and-up e sem limitadores de<br />

preço<br />

Margem Trava<br />

I P Reb se X X<br />

C Trava C V<br />

A<br />

I P max MM , Q min X ,S X se X X e S OU<br />

C V Trava C T V C V T V<br />

A A<br />

C V Trava Trava C V V<br />

I P max MM , Reb , Q min X ,OU X se X X e S OU<br />

Trava com opções de venda exclusivamente com barreira knock-out-and-down e sem limitadores de<br />

preço<br />

Margem Trava<br />

I P Reb se X X<br />

C Trava C V<br />

B<br />

Trava com opções de venda exclusivamente com barreira knock-out-and-up e sem limitadores de preço<br />

As travas são formadas através da execução de um algoritmo sobre cada grupo de posições que atendam a definição<br />

de trava. No grupo de posições em opções de venda, a busca segue a ordem crescente de preço de exercício; no<br />

grupo de posições em opções de compra, a busca segue a ordem decrescente de preço de exercício.<br />

2.9.4. Margem da Carteira de Opções Flexíveis<br />

A margem de uma carteira de opções flexíveis é dada pela soma das margens de cada posição, ou da trava da qual a<br />

posição faça parte, se a formação da trava representar diminuição da margem.<br />

Página 115<br />

(113)<br />

C V T<br />

A<br />

V<br />

I P max MM , Q X max X ,S se X X e S OD<br />

C V Trava V C T C V T V<br />

B B<br />

C V Trava Trava V C<br />

I P max MM , Reb , Q X max X , OD se X X e S OD<br />

Margem Trava<br />

V C V T<br />

B<br />

V<br />

I P Reb se X X<br />

C Trava C V<br />

A<br />

I P max MM , Reb , Q X max X ,S se X X<br />

C V Trava Trava V C T C V<br />

A B<br />

(114)<br />

(115)<br />

(116)


Considere que as posições de uma carteira – posições compradas e vendidas – sejam tais que, dentre todas as<br />

possíveis travas, apenas representem benefício de margem, restando posições compradas e N posições<br />

vendidas. A margem da carteira é então expressa conforme a equação a seguir<br />

C<br />

V<br />

onde os termos Margem Pos são dados conforme equação (105), Margem Pos conforme equações (C-1)<br />

a (C-5) e (V-1) a (V-5) e Margem Trava conforme as equações (111) a (116).<br />

Exemplo1: Considere uma carteira de opções flexíveis de Ibovespa, conforme descrição na tabela a seguir, onde<br />

as células destacadas em cinza escuro indicam uma barreira acionada. Todas as posições têm as mesmas<br />

características em relação à alternativa de preço para a liquidação. Na data de cálculo da margem, o índice vale<br />

35.000.<br />

Suponha que o parâmetro de margem mínima, F3 , vale 3%, e que os parâmetros i , F1 , F2 e F4 resultem nas<br />

variações e para o vencimento e e , com as<br />

seguintes cotações do Ibovespa nos vencimentos da carteira:<br />

- 30.700 e 40.900 em , respectivamente sob os cenários de baixa e de alta<br />

- 29.757 e 47.943 em , respectivamente sob os cenários de baixa e de alta.<br />

Opc Venc.<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

Call/Put<br />

C/V Qtde<br />

Put<br />

V 20<br />

Put<br />

V 30<br />

Call<br />

V 12<br />

Call<br />

V 10<br />

Call<br />

C 15<br />

Put<br />

V 10<br />

Put<br />

V 25<br />

Put<br />

C 10<br />

Put<br />

C 20<br />

NT NC V<br />

CARTEIRA<br />

Preço de exercício Limitador<br />

X de preço PB<br />

NC C<br />

NV V<br />

NT<br />

i i i<br />

i 1 i 1 i 1<br />

Margem Posição Opções Flexíveis Margem Pos Margem Pos Margem Trava<br />

T 1<br />

T 2<br />

T<br />

A 1 16,9%<br />

T1 T2 i<br />

i<br />

T<br />

B 1 12,3% T1 Página 116<br />

T<br />

A 2 37%<br />

Barreiras Knock–in e Knock-out Prêmio<br />

ID IU OD OU<br />

a liquidar<br />

(117)<br />

Rebate<br />

42.000 40.000 - 40.000 38.000 - - 3.000<br />

37.000 - 36.000 - 34.000 - - 2.000<br />

38.000 - - - - - 1.200 -<br />

38.500 - - - - - - -<br />

35.000 - - - - - 6.000 -<br />

36.000 - - - - - 350 -<br />

38.000 - - - - 40.500 - 1.000<br />

36.500 - - 38.000 - - - -<br />

37.000 - - - - 40.500 - 3.000<br />

Opc 1: não há possibilidade de formação de trava com esta opção, pois ela possui barreira knock-in. Sob os<br />

cenários de alta e de baixa para a cotação do Ibovespa em , a opção tem suas barreiras knock-in e knock-out<br />

T1<br />

T1 T1<br />

acionadas, pois S 40.900 IU e S IU 1 35.080 OD . De acordo com a equação (V-3),<br />

A<br />

Margem Pos<br />

1<br />

B<br />

T 1<br />

i<br />

T<br />

B 2 15%<br />

max 21.000, 3.000, 20 42.000 max 40.000,38.000 40.000


Opc 2: esta posição poderia formar trava, pois ela possui apenas barreira knock-out-and-down e não possui<br />

limitador de preço, não fosse o fato de não haver posição comprada em opção de venda semelhante no mesmo<br />

vencimento. Sua barreira knock-in é ignorada, pois já foi acionada, e sua barreira knock-out, sob cenário de baixa,<br />

é atingida. Portanto, a margem da posição é dada pela equação (V-5)<br />

Margem Pos max MM , Reb, Abs Q X max LimS , S<br />

2<br />

max 31.500, 2.000, 30 37.000 max 30.700,30.700 189.000<br />

Opc 3: a posição, avaliada de forma isolada, tem margem dada pela equação (C-5).<br />

T<br />

Margem Pos max MM , Reb, Abs Q min LimS , S X<br />

3 A<br />

max 12.600, 0, 12 min 40.900,40.900 38.000 34.800<br />

No entanto, a posição na Opc 3 pode formar trava com a posição na Opc 4 e o saldo remanescente com a Opc 5,<br />

ambas envolvendo opções de compra sem barreiras e sem limitadores de prêmio.<br />

Trava<br />

A trava com a Opc 4, de tamanho Q 10 , reduz a margem, pois vale 5.000 $, inferior à margem de da<br />

posição lançadora, de 29.000 $ (dez doze avos da margem da posição total)<br />

C Trava C V<br />

Margem Trava I P Q max 0, X X 0 10 max 0,38.500 38.000 5.000<br />

Trava<br />

A trava com a Opc 5, de tamanho Q 2 , não reduz a margem, pois vale 7.800 $, superior à margem de da<br />

posição lançadora, de 5.800 $ (dois doze avos da margem da posição total)<br />

C Trava C V 6.000 2<br />

Margem Trava I P Q max 0, X X<br />

2 max 0,38.500 35.000 7.800<br />

15<br />

Portanto, no cômputo da margem da carteira, parte da posição na Opc 3 (10/12) contribui através da trava com a<br />

Opc 4 e o restante (2/12) contribui de forma isolada.<br />

Opc 4: esta posição foi integralmente utilizada na trava com a Opc 3. Caso ela não compusesse nenhuma trava,<br />

teria margem nula.<br />

Opc 5: não tendo sido utilizada na formação de travas, a margem desta posição equivale ao valor do prêmio ainda<br />

não liquidado. Conforme equação (105),<br />

Margem Pos 5<br />

Página 117<br />

6.000<br />

B<br />

T


Opc 6: a margem desta posição, considerada de forma isolada, é dada pela equação (V-5) e vale<br />

Margem Pos<br />

6<br />

No entanto, ela forma trava com a posição na Opc 8, uma vez que a barreira de knock-in da Opc 8 já foi acionada.<br />

A margem da trava reduz completamente a margem da posição na Opc 6, pois<br />

Opc 7: a margem desta posição, se avaliada isoladamente, é dada pela equação (V-4)<br />

A trava desta posição com a Opc 9, no entanto, representa redução de margem. Esta trava envolve opções de venda<br />

apenas com barreiras knock-out-and-up iguais e sem limitadores de prêmio, pois, com o preço de exercício da<br />

T V<br />

posição titular superior ao da posição lançadora e com S 40.900 OU - sua margem vale, portanto,<br />

Opc 8: esta posição foi integralmente utilizada na trava com a Opc 6. Caso ela não compusesse nenhuma trava,<br />

teria margem nula.<br />

Opc 9: a posição remanescente da trava formada com a Opc 7 tem margem nula, pois é uma posição comprada<br />

sem prêmio diferido a liquidar.<br />

Por fim, a margem da carteira é dada por<br />

max 10.500, 0, 10 36.500 max 29.757,30.700 58.000<br />

C Trava V C<br />

Margem Trava I P Q max 0, X X 10 max 0,36.500 37.000 0<br />

Margem Pos max MM , Reb , Abs Q X max LimS , S<br />

7<br />

max 21.000, 3.000, 20 37.000 max 30.700,30.700 126.000<br />

A<br />

Margem Trava I P Reb 0 max 0, Reb Reb 2.000<br />

C Trava V C<br />

A<br />

Margem Carteira Margem Pos Margem Pos Margem Pos +Margem Trava Pos , Pos<br />

1 2 3 3 4<br />

Margem Pos Margem Trava Pos , Pos Margem Pos<br />

5 6 8 8<br />

Margem Trava Pos , Pos Margem Pos<br />

7 9<br />

2<br />

40.000 189.000 34.800 5.000 6.000 0 0 2.000 0 247.800<br />

12<br />

Caso a metodologia não permitisse reduzir a margem por conta da formação de travas, o valor da margem da<br />

carteira atingiria o valor de 452.800 $.<br />

Página 118<br />

9<br />

B<br />

T


2.10. Metodologia de Cálculo de Margem para Carteira de Contratos a<br />

Termo de Ouro<br />

A margem de garantia de uma posição em contrato a termo de Ouro é proporcional à diferença entre os preços à<br />

vista e do compromisso a termo do Ouro.<br />

Sejam S o preço à vista do Ouro de referência na data de apuração da margem, PT o preço do Ouro negociado a<br />

termo negociado e a diferença entre eles,<br />

A margem de uma posição em q unidades de um contrato a termo é dada pelas equações a seguir, conforme a<br />

posição seja comprada ou vendida<br />

e<br />

com<br />

A 0,1 PT<br />

B 0,1 PT 0,1<br />

C 1,5<br />

e<br />

PT S<br />

S PT<br />

se posição comprada<br />

se posição vendida<br />

C<br />

Margem Pos q max A,min B, C<br />

V<br />

Margem Pos<br />

q A<br />

q max B, C se 0<br />

O termo A define o valor mínimo de margem, enquanto os termos B e C são diretamente proporcionais a , de<br />

modo que (i) a margem decresce linearmente conforme o preço à vista se aproxima do preço negociado e (ii)<br />

mantém-se constante, igual a q A no caso de posição comprada e preço à vista superior ao preço a termo, ou<br />

igual a q A no caso de posição vendida e preço à vista inferior ao preço a termo negociado.<br />

A margem requerida da carteira de contratos a termo de Ouro composta por posições compradas e<br />

posições vendidas é dada pelo somatório das margens de cada posição.<br />

C<br />

V<br />

com Margem Pos e Margem Pos<br />

dados conforme as equações (119) e (120).<br />

Página 119<br />

se 0<br />

NC C<br />

NV<br />

V<br />

i i<br />

i 1 i 1<br />

Margem Posição Termo de Ouro Margem Pos Margem Pos<br />

i<br />

i<br />

(118)<br />

(119)<br />

(120)<br />

NC NV<br />

(121)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!