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Estudo Comparativo do Consumo de Benzodiazepínicos entre ... - Ucg

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ANA PAULA PIMENTA E SILVA<br />

BRISA CRISTINE FILGUEIRA LELIS<br />

ELLEN SILVA BRANDÃO<br />

FABIANA ALVES DE MIRANDA<br />

GISELE ALMEIDA AMARAL<br />

MENANDES ALVES DE SOUZA NETO<br />

<strong>Estu<strong>do</strong></strong> comparativo <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> benzodiazepínicos <strong>entre</strong><br />

drogarias e farmácia <strong>de</strong> manipulação na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia-Go<br />

GOIÂNIA – GO


ANA PAULA PIMENTA E SILVA<br />

BRISA CRISTINE FILGUEIRA LELIS<br />

ELLEN SILVA BRANDÃO<br />

FABIANA ALVES DE MIRANDA<br />

GISELE ALMEIDA AMARAL<br />

MENANDES ALVES DE SOUZA NETO<br />

<strong>Estu<strong>do</strong></strong> comparativo <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> benzodiazepínicos <strong>entre</strong><br />

drogarias e farmácia <strong>de</strong> manipulação na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia-Go<br />

Monografia apresentada como parte<br />

<strong>do</strong>s requisitos para a obtenção <strong>do</strong> título<br />

<strong>de</strong> Especialista em Farmácia Clínica da<br />

Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Goiás – UCG.<br />

GOIÂNIA – GO<br />

2


RESUMO<br />

Atualmente, existem medicamentos capazes <strong>de</strong> atuar sobre a ansieda<strong>de</strong> e a<br />

tensão. Estes são <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s ansiolíticos, ou seja, os benzodiazepínicos.<br />

Eles possuem nomes químicos que geralmente terminam pelo sufixo pam. Há<br />

uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> da comercialização <strong>do</strong>s benzodiazepínicos, mesmo<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que esses ansiolíticos tenham sua venda controlada através <strong>do</strong><br />

receituário <strong>de</strong> controle especial tanto nas drogarias quanto nas farmácias <strong>de</strong><br />

manipulação. O nosso estu<strong>do</strong> é <strong>de</strong> natureza <strong>de</strong>scritiva <strong>de</strong> corte <strong>do</strong> tipo<br />

transversal, no qual fator e efeito são observa<strong>do</strong>s simultaneamente, a partir <strong>de</strong><br />

da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s através da análise e contagem das prescrições médicas <strong>do</strong>s<br />

benzodiazepínicos que foram lança<strong>do</strong>s, nos livros <strong>de</strong> controle especial das<br />

drogarias A e B e na farmácia <strong>de</strong> manipulação na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia-Go.<br />

Palavras-chave: benzodiazepínicos, ansiolíticos, consumo, sexo, ansieda<strong>de</strong>,<br />

tensão.<br />

3


SUMÁRIO<br />

I – INTRODUÇÃO.............................................................................................05<br />

1 – Análise e caracterização <strong>do</strong>s benzodiazepínicos...................................09<br />

2 – Ansiolíticos benzodiazepínicos disponíveis no Brasil..........................17<br />

II – OBJETIVO...................................................................................................18<br />

III – METODOLOGIA.........................................................................................19<br />

IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................20<br />

V – GRÁFICOS..................................................................................................21<br />

VI – CONCLUSÃO............................................................................................23<br />

VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................24<br />

VIII – ANEXOS..................................................................................................25<br />

.<br />

4


I – INTRODUÇÃO<br />

A vida mo<strong>de</strong>rna, o corre-corre <strong>do</strong> dia a dia faz com que as pessoas<br />

tenham muitas tensões, cobranças e preocupações, as quais provocam<br />

<strong>de</strong>sconforto emocional, causan<strong>do</strong> stress e ansieda<strong>de</strong>.<br />

Em termos biológicos, a ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como forma<br />

particular <strong>de</strong> inibição comportamental que ocorre em resposta a acontecimentos<br />

ambientais que são novos, não gratificantes ou punitivos. Muitas vezes a<br />

ansieda<strong>de</strong> está associada a certos tipos <strong>de</strong> patologias como hipertensão, asma,<br />

hipertireoidismo, distúrbios <strong>do</strong> pânico, câncer, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> causar <strong>de</strong>sconforto<br />

grave ao paciente (SILVA, 1998).<br />

Os agentes ansiolíticos estão <strong>entre</strong> as substâncias prescritas com<br />

maior freqüência e utilizadas regularmente por mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z por cento da<br />

população na maioria <strong>do</strong>s países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s.<br />

Os ansiolíticos surgiram em 1950, com o meprobamato, que<br />

praticamente <strong>de</strong>sapareceu após a <strong>de</strong>scoberta <strong>do</strong> clorodiazepoxi<strong>do</strong>, em 1950. A<br />

partir daí, segui-se uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s que se mostraram muito eficientes<br />

no controle da ansieda<strong>de</strong>, insônias e certos distúrbios epiléticos. A<br />

benzodiazepina, sintetizada na década <strong>de</strong> 50, tem mais <strong>de</strong> 2000 <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s.<br />

Existem 19 substâncias comercializadas no Brasil, com mais <strong>de</strong> 250 nomes<br />

comerciais. O meprobamato foi sen<strong>do</strong> aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> e as benzodiazepinas<br />

<strong>do</strong>minam completamente os tratamentos farmacológicos das neuroses e das<br />

formas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. Além da gran<strong>de</strong> eficiência terapêutica, mostraram-se<br />

drogas muito seguras. Têm uso terapêutico como ansiolítico, hipnótico e<br />

síndrome <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> álcool. O crescimento <strong>do</strong> seu consumo foi<br />

vertiginoso <strong>entre</strong> 1960 e 1980 e estima-se que cerca <strong>de</strong> 10% da população<br />

adulta <strong>do</strong>s países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s faz uso <strong>de</strong> diazepínicos, regular ou<br />

esporadicamente (CEBRID, 2004).<br />

Segun<strong>do</strong> SILVA (1998) os fármacos disponíveis no arsenal terapêutico<br />

contra a ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>do</strong>s em:<br />

<strong>Benzodiazepínicos</strong> – a classe mais importante utilizada no tratamento<br />

<strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> insônia;<br />

Agonistas <strong>do</strong>s receptores 5-HT – recentemente introduzi<strong>do</strong>s mostran<strong>do</strong><br />

ativida<strong>de</strong> ansiolítica com pouca sedação.<br />

5


Barbitúricos – na atualida<strong>de</strong> são em gran<strong>de</strong> parte obsoletos como<br />

agentes ansiolíticos/sedativos, embora sejam algumas vezes prescritos.<br />

Antagonistas <strong>do</strong>s receptores ß-adrenérgicos – utiliza<strong>do</strong>s principalmente<br />

para reduzir os sintomas físicos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> (tremor, palpitação etc), nenhum<br />

efeito sobre o componente afetivo.<br />

O potencial <strong>de</strong> abuso <strong>do</strong>s benzodiazepínicos, culminan<strong>do</strong> com a<br />

produção da síndrome <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência é um fenômeno clínico relativamente<br />

recente. Foi somente a partir <strong>de</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos 70 – quan<strong>do</strong> os primeiros<br />

estu<strong>do</strong>s clínicos evi<strong>de</strong>nciaram o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência e sintomas<br />

<strong>de</strong> abstinência em <strong>do</strong>ses terapêuticas – que se passou a consi<strong>de</strong>rar o risco <strong>do</strong>s<br />

benzodiazepínicos para induzirem abuso ou <strong>de</strong>pendência. Mesmo assim,<br />

durante algum tempo consi<strong>de</strong>rava-se a própria <strong>de</strong>pendência como uma<br />

complicação rara. Nessa época, o diazepam tornou-se, em pouco tempo, o<br />

benzodiazepínico mais vendi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro da classe <strong>do</strong>s sedativos, hipnóticos e<br />

ansiolíticos, chegan<strong>do</strong> a li<strong>de</strong>rar o ranking das medicações mais prescritas nos<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s <strong>entre</strong> 1972 a 1983 (CASTRO e LARANJEIRA, 2000).<br />

Muito <strong>de</strong>sta relutância em aceitar o potencial <strong>de</strong> abuso <strong>do</strong>s<br />

benzodiazepínicos <strong>de</strong>ve-se ao perfil benigno <strong>do</strong>s seus efeitos adversos,<br />

tornan<strong>do</strong>-o uma droga segura em relação aos barbitúricos e outros sedativos<br />

hipnóticos. No começo <strong>do</strong>s anos 80, quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>monstrou que 50% <strong>do</strong>s<br />

usuários crônicos <strong>de</strong> benzodiazepínicos (acima <strong>de</strong> 12 meses) evoluíam com<br />

uma síndrome <strong>de</strong> abstinência, esta visão ‘complacente’ <strong>do</strong>s benzodiazepínicos<br />

alterou-se acentuadamente.<br />

Para CASTRO e LARANJEIRA (2000), as principais vantagens <strong>do</strong>s<br />

benzodiazepínicos, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s aos antigos sedativos hipnóticos eram:<br />

menor potencial letal para <strong>de</strong>pressão respiratória e <strong>do</strong> SNC; menor potencial<br />

para induzir tolerância e <strong>de</strong>pendência; Maior margem <strong>de</strong> segurança <strong>do</strong>s efeitos<br />

sedativos e ansiolíticos<br />

“Partin<strong>do</strong> para uma caracterização <strong>do</strong>s usuários, estima-se que<br />

1,6% da população adulta é usuária crônica <strong>de</strong> benzodiazepínicos,<br />

principalmente os pacientes <strong>do</strong> sexo feminino, acima <strong>de</strong> 50 anos e<br />

apresentan<strong>do</strong> problemas clínicos crônicos, tais como transtornos <strong>de</strong><br />

ansieda<strong>de</strong>” (HANSON, 1995).<br />

Os indivíduos que abusam <strong>de</strong> benzodiazepínicos, geralmente o fazem<br />

para lidar com as reações, por exemplo, ao estresse <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao luto,<br />

6


<strong>de</strong>semprego, etc. Com a expectativa <strong>de</strong> que tais medicações po<strong>de</strong>m ajudá-los a<br />

resolver os seus próprios problemas, ou então, simplesmente busca <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

motivacional para a realização <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s cotidianas. Quan<strong>do</strong> os<br />

pacientes adquirem tolerância a algum <strong>de</strong>sses efeitos ten<strong>de</strong>m a procurar um<br />

médico com o objetivo <strong>de</strong> persuadi-lo a prescrever um benzodiazepínico, ou<br />

então, compram <strong>de</strong> forma ilegal a medicação (CASTRO e LARANJEIRA, 2000).<br />

Durante nossa rotina <strong>de</strong> trabalho nos chamou a atenção a gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> benzodiazepínicos dispensa<strong>do</strong>s, o que <strong>de</strong>spertou nosso<br />

interesse por esta classe <strong>de</strong> medicamentos.<br />

Para esses mesmos autores, os usuários crônicos <strong>de</strong><br />

benzodiazepínicos são classifica<strong>do</strong>s em 4 tipos principais:<br />

Usuários Médicos: são os usuários que são medica<strong>do</strong>s com<br />

benzodiazepínicos por indicação médica, como é o caso <strong>do</strong>s pacientes<br />

porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças músculo-esqueléticas assim como espasmos<br />

musculares e neurológicos, como, por exemplo, epilepsia. Os usuários médicos<br />

raramente <strong>de</strong>senvolvem abuso ou <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong>s benzodiazepínicos, quan<strong>do</strong><br />

compara<strong>do</strong>s aqueles com insônia ou esta<strong>do</strong>s ansiosos.<br />

Uma possível explicação para esta observação clínica é a menor<br />

prevalência <strong>de</strong> características <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> e sintomas psiquiátricos <strong>entre</strong><br />

os pacientes que são medica<strong>do</strong>s por razões médicas. Além disso, existe muita<br />

controvérsia se a prescrição <strong>de</strong> benzodiazepínicos para <strong>de</strong>terminadas<br />

condições médicas, particularmente as <strong>do</strong>enças músculo-esqueléticas é efetiva.<br />

Usuários diurnos: são os usuários que fazem uso <strong>de</strong><br />

benzodiazepínicos por indicação psiquiátrica, tais como: ansieda<strong>de</strong> crônica,<br />

como transtornos fóbicos. Clinicamente, os pacientes caracterizam-se por<br />

serem mais jovens, não manifestan<strong>do</strong> <strong>do</strong>enças físicas e uso <strong>do</strong>s<br />

benzodiazepínicos por curto perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo.<br />

Usuários Noturnos: são os usuários caracteriza<strong>do</strong>s pela presença <strong>de</strong><br />

alterações crônicas <strong>do</strong> sono. Estima-se que 15% <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos fazem uso <strong>de</strong><br />

algum hipnótico para tratar a insônia. É o grupo pre<strong>do</strong>minante <strong>de</strong>ntre os quatro<br />

tipos <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> benzodiazepínicos. Os pacientes caracterizam-se por<br />

serem i<strong>do</strong>sos, pre<strong>do</strong>minantemente <strong>do</strong> sexo feminino, sen<strong>do</strong> comum a presença<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças físicas e esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>pressivo crônico. Costumam tomar baixas <strong>do</strong>ses<br />

<strong>do</strong>s benzodiazepínicos, <strong>entre</strong>tanto, são os usuários que mais relutam em tratar-<br />

7


se, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvem <strong>de</strong>pendência. Porém, quan<strong>do</strong> se submetem a alguma<br />

intervenção psico-social, como terapia <strong>de</strong> relaxamento que, costumam aceitar<br />

o tratamento para <strong>de</strong>scontinuar ou reduzir o uso <strong>de</strong> benzodiazepínico.<br />

Poli-usuários <strong>de</strong> Drogas: são usuários que engloba um pequeno<br />

grupo <strong>de</strong> pacientes, que fazem uso caótico e ilícito <strong>de</strong> outras drogas como,<br />

opiói<strong>de</strong>s, psico-estimulantes.<br />

Segun<strong>do</strong> CASTRO e LARANJEIRA (2000), os usuários <strong>de</strong><br />

benzodiazepínicos caracterizam-se pelos seguintes da<strong>do</strong>s clínicos<br />

- Pacientes mais jovens;<br />

- Uso <strong>de</strong> altas <strong>do</strong>ses diárias <strong>de</strong> benzodiazepínicos;<br />

- Maior exposição aos benzodiazepínicos;<br />

- Presença <strong>de</strong> vários problemas psico-sociais e clínicos causa<strong>do</strong>s pelo<br />

abuso <strong>de</strong> drogas ilícitas.<br />

To<strong>do</strong>s os benzodiazepínicos são capazes <strong>de</strong> estimular os mecanismos<br />

no nosso cérebro que normalmente combatem esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tensão e ansieda<strong>de</strong>.<br />

Assim, quan<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às tensões <strong>do</strong> dia-a-dia ou por causas mais sérias,<br />

<strong>de</strong>terminadas áreas <strong>do</strong> nosso cérebro funcionam exageradamente resultan<strong>do</strong><br />

num esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, os benzodiazepínicos exercem um efeito contrário<br />

isto é, inibem os mecanismos que estavam hiperfuncionantes e a pessoa fica<br />

mais tranqüila como que <strong>de</strong>sligada <strong>do</strong> meio ambiente e <strong>do</strong>s estímulos internos<br />

(CEBRID, 2004).<br />

Os benzodiazepínicos possuem gran<strong>de</strong> margem <strong>de</strong> segurança, sen<strong>do</strong><br />

raro os casos <strong>de</strong> morte por ‘over<strong>do</strong>se’. Entretanto, isso fez com que muitos<br />

médicos prescrevessem <strong>de</strong> forma abusiva os benzodiazepínicos,<br />

principalmente os <strong>de</strong> ação mais curta, tais como, o diazepam, o alprazolam e o<br />

lorazepam, acreditan<strong>do</strong> que se tratavam <strong>de</strong> uma classe <strong>de</strong> medicação<br />

<strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> induzir <strong>de</strong>pendência. O uso prolonga<strong>do</strong> <strong>de</strong> altas <strong>do</strong>ses<br />

<strong>de</strong> benzodiazepínicos para tratar transtornos psiquiátricos primários (esta<strong>do</strong>s<br />

ansiosos e alterações <strong>do</strong> sono, principalmente as queixas <strong>de</strong> insônia), que<br />

compreen<strong>de</strong>m perío<strong>do</strong>s acima <strong>de</strong> quatro a seis semanas, po<strong>de</strong> levar ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tolerância, abstinência e conseqüentemente <strong>de</strong>pendência,<br />

particularmente quan<strong>do</strong> se prescreve <strong>do</strong>ses elevadas <strong>de</strong> benzodiazepínicos <strong>de</strong><br />

alta potência e <strong>de</strong> meia-vida curta, como o midazolam, lorazepam, alprazolam<br />

(CEBRID, 2004).<br />

8


1 - Análise e Caracterização <strong>do</strong>s <strong>Benzodiazepínicos</strong>.<br />

Existem medicamentos que são capazes <strong>de</strong> atuar sobre a ansieda<strong>de</strong> e<br />

tensão. Atualmente, estes tipos <strong>de</strong> medicamentos são <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

ansiolíticos, ou seja, que ‘<strong>de</strong>stroem’ (lise) a ansieda<strong>de</strong>. Estas drogas foram<br />

chamadas <strong>de</strong> tranqüilizantes, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s às pessoas em esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> estresse,<br />

tensão e ansieda<strong>de</strong> (CEBRID, 2004).<br />

Dessa forma quan<strong>do</strong> falamos em ansiolíticos estamos falan<strong>do</strong>,<br />

praticamente, <strong>do</strong>s <strong>Benzodiazepínicos</strong>. De longe, os <strong>Benzodiazepínicos</strong> são as<br />

drogas mais usadas em to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Estes têm nomes químicos que<br />

geralmente terminam pelo sufixo pam (BALLONE, 2004).<br />

Os atuais problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, referentes ao abuso <strong>do</strong>s<br />

benzodiazepínicos, po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao abuso nas indicações <strong>de</strong>sses<br />

medicamentos.<br />

Legalmente, os medicamentos são dividi<strong>do</strong>s em duas categorias: os<br />

que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> prescrição (receita) para compra e os <strong>de</strong> venda livre. Os<br />

medicamentos <strong>de</strong> receita obrigatória – consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s seguros para uso apenas<br />

sob supervisão médica – po<strong>de</strong>m ser forneci<strong>do</strong>s somente mediante uma receita<br />

por escrito <strong>de</strong> um profissional habilita<strong>do</strong> como, por exemplo, médicos.<br />

Os benzodiazepínicos são controla<strong>do</strong>s pela ANVISA – Agência<br />

Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária – sen<strong>do</strong> que drogarias e farmácias <strong>de</strong><br />

manipulação só po<strong>de</strong>m vendê-los mediante receita especial <strong>do</strong> médico que fica<br />

retida para posterior controle (ANVISA, 1998). Para melhores esclarecimentos<br />

ver anexo 1 e 2.<br />

O diagnóstico <strong>de</strong> pacientes estuda<strong>do</strong>s em experiências clínicas<br />

controladas com benzodiazepínicos correspon<strong>de</strong>ntes a distúrbios <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong><br />

generalizada em que se consi<strong>de</strong>ra uma classificação da Organização Mundial<br />

da Saú<strong>de</strong> (OMS), ou seja: ansieda<strong>de</strong> persistente generalizada manifestada por<br />

sintomas das seguintes categorias:<br />

9


Tensão motora: instabilida<strong>de</strong>, agitação, nervosismo, tremores, tensão,<br />

mialgias, fatigabilida<strong>de</strong>, incapacida<strong>de</strong> para relaxar, contração muscular da<br />

pálpebra, testa enrugada, face extenuada, <strong>de</strong>sassossego, sobressalto, diplopia.<br />

Hiperativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema nervoso autônomo: su<strong>do</strong>rese,<br />

palpitações, taquicardia, frio, mãos frias e pegajosas, boca seca, tontura, <strong>de</strong>lírio,<br />

parestesias (formigamento das mãos ou pés), distúrbios estomacais, acessos<br />

<strong>de</strong> calor ou frio, micção freqüente, diarréia, <strong>de</strong>sconforto epigástrico, nó na<br />

garganta, rubor, pali<strong>de</strong>z, pulso e respiração muito rápi<strong>do</strong>s em repouso.<br />

Expectativa apreensiva: ansieda<strong>de</strong>, preocupação, me<strong>do</strong>, reflexão e<br />

pressentimento <strong>do</strong> infortúnio para si mesmo ou para outros.<br />

Vigilância e vigília: esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> hiperalerta que resulta em distração,<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentração, insônia, sensibilida<strong>de</strong> extrema, irritabilida<strong>de</strong> e<br />

impaciência.<br />

tais como:<br />

Ressalta também as manifestações relacionadas à ansieda<strong>de</strong> e tensão<br />

- distúrbios funcionais cardiovasculares e respiratórios, tais como:<br />

pseu<strong>do</strong>-angina <strong>do</strong> peito, ansieda<strong>de</strong> precordial, taquicardia, hipertensão<br />

psicogênica, dispnéia, hiperventilação;<br />

- distúrbios funcionais gastrintestinais, como: síndrome <strong>de</strong> cólon<br />

irritável, colite ulcerativa, <strong>do</strong>r epigástrica, espasmos, distensão ab<strong>do</strong>minal e<br />

diarréia;<br />

- distúrbios funcionais geniturinários, como: bexiga irritável, freqüência<br />

urinária alterada; e outros distúrbios psicossomáticos, tais como: cefaléia e<br />

<strong>de</strong>rmatoses psicogênicas;<br />

Os efeitos colaterais <strong>do</strong>s fármacos são, sintomas mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s,<br />

transitórios e que ocorrem em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> <strong>do</strong>se diária elevada ou<br />

sensibilida<strong>de</strong> individual, ocorre sonolência, hipotonia muscular, amnésia<br />

anterograda (<strong>de</strong>scrita essencialmente com os benzodiazepínicos injetáveis),<br />

sensação <strong>de</strong> embriagamento, fadiga, cefaléia, vertigens, constipação. ‘Rash’ e<br />

pruri<strong>do</strong> po<strong>de</strong>m ocorrer, em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> individual. Estes efeitos<br />

colaterais po<strong>de</strong>m ser observa<strong>do</strong>s muito raramente, assim como a elevação das<br />

transaminases e da fosfatase alcalina, assim como icterícia. Têm si<strong>do</strong> <strong>de</strong>scritas<br />

reações para<strong>do</strong>xais, tais como, excitação aguda, ansieda<strong>de</strong>, distúrbios <strong>do</strong> sono<br />

e alucinações.<br />

10


Po<strong>de</strong>-se observar alguma perda <strong>de</strong> eficácia a hipnóticos após uso<br />

repeti<strong>do</strong> por algumas semanas (ROCHE, 2004).<br />

Hipersensibilida<strong>de</strong>: Reações <strong>de</strong> hipersensibilida<strong>de</strong> como vermelhidão<br />

cutânea, inchaço ou queda da pressão po<strong>de</strong>m ocorrer em indivíduos<br />

suscetíveis.<br />

Dependência: O uso <strong>de</strong> benzodiazepínicos e similares po<strong>de</strong> levar à<br />

<strong>de</strong>pendência física e psíquica. O risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência aumenta com a <strong>do</strong>se e<br />

duração <strong>do</strong> tratamento; história prévia <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência ou abuso <strong>de</strong> álcool ou<br />

outras substâncias agravam este risco. A ocorrência <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong><br />

abstinência é provável naqueles pacientes que <strong>de</strong>senvolveram <strong>de</strong>pendência e<br />

interrompam o uso abruptamente. Portanto, a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>do</strong> remédio <strong>de</strong>ve<br />

ser feita sob orientação médica. A síndrome <strong>de</strong> abstinência se caracteriza por<br />

cefaléia, <strong>do</strong>res musculares, ansieda<strong>de</strong> extrema, tensão, inquietação, confusão e<br />

irritabilida<strong>de</strong>. Nos casos severos, os seguintes sintomas po<strong>de</strong>m ocorrer:<br />

<strong>de</strong>srealização, <strong>de</strong>spersonalização, a<strong>do</strong>rmecimento e formigamento <strong>de</strong><br />

extremida<strong>de</strong>s, hipersensibilida<strong>de</strong> à luz, ruí<strong>do</strong> ou contato físico, alucinações e<br />

crises convulsivas.<br />

Efeito rebote: Consiste <strong>de</strong> uma síndrome transitória, na qual os<br />

sintomas que levaram à indicação <strong>de</strong> tratamento com o benzodiazepínico ou<br />

similar, reaparecem em grau mais eleva<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> da interrupção <strong>do</strong> uso.<br />

Po<strong>de</strong>m estar presentes ainda os sintomas <strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong> humor, ansieda<strong>de</strong> e<br />

inquietação. Mesmo quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> por relativo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo, a<br />

interrupção <strong>do</strong> uso po<strong>de</strong> levar a uma redução transitória <strong>do</strong> sono, ou mesmo ao<br />

ressurgimento <strong>de</strong> sintomas semelhantes aos que levaram ao tratamento, só que<br />

em menor escala.<br />

Amnésia: Os benzodiazepínicos po<strong>de</strong>m induzir amnésia anterógrada.<br />

On<strong>de</strong> ocorre mais freqüentemente nas primeiras horas após a ingestão <strong>do</strong><br />

produto, e portanto, para diminuir o risco <strong>de</strong> sua ocorrência, <strong>de</strong>ve-se assegurar<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o paciente po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> 7 a 8 horas para <strong>do</strong>rmir <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> ininterrupto após a administração.<br />

Reações psiquiátricas para<strong>do</strong>xais: Reações como inquietação,<br />

agitação, irritabilida<strong>de</strong>, agressivida<strong>de</strong> e mais raramente <strong>de</strong> <strong>de</strong>lírios, furor,<br />

pesa<strong>de</strong>los, alucinações, psicose, comportamento ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e outros<br />

transtornos <strong>do</strong> comportamento po<strong>de</strong>m ocorrer associa<strong>do</strong>s ao uso <strong>de</strong><br />

11


enzodiazepínicos. Caso isto ocorra, o uso da medicação <strong>de</strong>ve ser<br />

interrompi<strong>do</strong>. Estas reações são mais prováveis em pacientes i<strong>do</strong>sos.<br />

Depressão: A <strong>de</strong>pressão preexistente po<strong>de</strong> irromper com<br />

sintomatologia nítida durante o uso <strong>de</strong> benzodiazepínicos.<br />

Dirigir veículos e operar máquinas: A sedação, amnésia, distúrbios<br />

da atenção e o comprometimento da função muscular são efeitos que po<strong>de</strong>m<br />

ser observa<strong>do</strong>s e que comprometem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dirigir veículos e operar<br />

máquinas. Se vier a ocorrer insuficiente duração <strong>do</strong> sono, é provável que o<br />

prejuízo da atenção seja ainda mais grave (CEBRID, 2004).<br />

No caso <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> diazepínicos durante a gravi<strong>de</strong>z, foi <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong> em<br />

vários estu<strong>do</strong>s o risco <strong>de</strong> malformações congênitas associadas com<br />

tranqüilizantes menores assim como por exemplo o Diazepam <strong>de</strong>ntre outros,<br />

durante o primeiro trimestre <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z (CEBRID, 2004).<br />

Po<strong>de</strong>m ocorrer algumas reações adversas, assim como, sonolência<br />

durante o dia, embotamento emocional, atenção prejudicada, cansaço, <strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

cabeça, tontura, fraqueza muscular, ataxia ou visão dupla. Quan<strong>do</strong> vistos, estes<br />

fenômenos ocorrem pre<strong>do</strong>minantemente no início <strong>do</strong> tratamento e geralmente<br />

<strong>de</strong>saparecem com a administração contínua. Outros efeitos adversos como<br />

gastrintestinais, mudanças na libi<strong>do</strong> ou reações <strong>de</strong> pele têm si<strong>do</strong> <strong>de</strong>scritos<br />

ocasionalmente.<br />

Os benzodiazepínicos estão contra-indica<strong>do</strong>s no tratamento <strong>de</strong><br />

pacientes com insuficiência hepática severa, pois po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar<br />

encefalopatia. Não são indica<strong>do</strong>s para tratamento primário <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

psiquiátricas. Além disso não <strong>de</strong>vem ser utiliza<strong>do</strong>s isoladamente para o<br />

tratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão ou ansieda<strong>de</strong> associada à <strong>do</strong>ença <strong>de</strong>pressiva <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

ao risco <strong>de</strong> suicídio potencial <strong>de</strong>stes pacientes. Seu uso <strong>de</strong>ve ser feito com<br />

extrema cautela em pacientes com história prévia <strong>de</strong> abuso <strong>de</strong> álcool e/ou<br />

outras drogas.<br />

No caso <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z e lactação o diazepam e seus metabólitos<br />

atravessam a barreira placentária e atingem o leite materno. E também a<br />

administração contínua <strong>de</strong> benzodiazepínicos durante a gravi<strong>de</strong>z po<strong>de</strong> originar<br />

hipotensão, diminuição da função respiratória e hipotermia no recém nasci<strong>do</strong>.<br />

No caso da presença <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença hepática ou renal, síndrome cerebral<br />

crônica ou glaucoma <strong>de</strong> ângulo fecha<strong>do</strong>, os pacientes <strong>de</strong>vem ser<br />

12


cuida<strong>do</strong>samente monitoriza<strong>do</strong>s e se necessário à <strong>do</strong>se <strong>de</strong>sse medicamento<br />

<strong>de</strong>ve ser reduzida.<br />

No tratamento da miastenia, a administração <strong>de</strong> benzodiazepínicos, só<br />

<strong>de</strong>ve ser feita sob rigorosa vigilância médica. Nos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão: antes <strong>de</strong><br />

tratar um esta<strong>do</strong> ansioso associa<strong>do</strong> à instabilida<strong>de</strong> emocional, <strong>de</strong>ve-se<br />

assegurar que o paciente não sofre <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão que requeira tratamento<br />

específico ou complementar. Em pessoas i<strong>do</strong>sas, a prudência se impõe neste<br />

caso, e <strong>de</strong>ve se diminuir a posologia. O risco <strong>de</strong> agravação da insuficiência<br />

respiratória impõe prudência e redução da posologia. A suspensão brusca <strong>do</strong><br />

tratamento com benzodiazepínicos po<strong>de</strong> levar a uma síndrome <strong>de</strong> privação, o<br />

qual po<strong>de</strong> ter como sintomas: alterações menores: irritabilida<strong>de</strong>, ansieda<strong>de</strong>,<br />

mialgias, tremores, insônia <strong>de</strong> rebote e pesa<strong>de</strong>los, náuseas, vômitos;<br />

excepcionalmente, alterações maiores: convulsões isoladas, esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> mal<br />

mioclônico com síndrome confusional, po<strong>de</strong>m aparecer após alguns dias, e são<br />

geralmente precedi<strong>do</strong>s por sintomas menores.<br />

Po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong>pendência quan<strong>do</strong> da terapia com benzodiazepínicos.<br />

O risco é mais evi<strong>de</strong>nte em pacientes em uso prolonga<strong>do</strong>, altas <strong>do</strong>sagens e<br />

particularmente em pacientes predispostos, com história <strong>de</strong> alcoolismo, abuso<br />

<strong>de</strong> drogas, forte personalida<strong>de</strong> ou outros distúrbios psiquiátricos graves.<br />

Assim no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> minimizar o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência, os<br />

benzodiazepínicos só <strong>de</strong>vem ser prescritos após cuida<strong>do</strong>sa avaliação quanto à<br />

indicação e <strong>de</strong>vem ser administra<strong>do</strong>s por perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo o mais curto<br />

possível. A continuação <strong>do</strong> tratamento, quan<strong>do</strong> necessário, <strong>de</strong>ve ser<br />

acompanha<strong>do</strong>, já que a duração prolongada <strong>do</strong> tratamento só é justificada após<br />

cuida<strong>do</strong>sa avaliação <strong>do</strong>s riscos e benefícios.<br />

Em indivíduos normais e pacientes, a interrupção <strong>do</strong> tratamento com<br />

benzodiazepínicos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> várias semanas ou meses provoca aumento nos<br />

sistemas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, juntamente com humor e vertigem. Os<br />

benzodiazepínicos <strong>de</strong> ação curta causam efeitos <strong>de</strong> abstinência mais abruptos.<br />

Em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sintomas físicos <strong>de</strong> abstinência, os pacientes têm<br />

dificulda<strong>de</strong>s em aban<strong>do</strong>nar o uso <strong>de</strong> benzodiazepínicos, todavia, a <strong>de</strong>pendência<br />

psicológica grave, como a que ocorre prontamente com muitas drogas que<br />

levam ao abuso não é um problema significativo.<br />

13


No manejo da super<strong>do</strong>sagem <strong>do</strong>s diazepínicos, <strong>de</strong>ve-se levar em conta<br />

que na maioria <strong>do</strong>s casos, várias substâncias são geralmente ingeridas. Após<br />

uma ingestão exagerada <strong>de</strong> benzodiazepínicos, a primeira providência é a<br />

indução <strong>de</strong> vômitos (se o paciente se encontra consciente), ou lavagem gástrica<br />

com proteção das vias aéreas contra a aspiração, em pacientes <strong>de</strong>sacorda<strong>do</strong>s.<br />

Se o esvaziamento gástrico não for eficaz, <strong>de</strong>ve-se ministrar carvão ativa<strong>do</strong><br />

para reduzir a absorção.<br />

O mecanismo <strong>de</strong> ação <strong>do</strong>s benzodiazepínicos consiste em<br />

potencializar a resposta ao GABA, facilitan<strong>do</strong> a abertura <strong>do</strong>s canais <strong>de</strong> cloreto<br />

ativa<strong>do</strong>s pelo GABA. Eles ligam-se especificamente a um sítio <strong>de</strong> ligação ao<br />

GABA, e atuam <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> alostérico aumentan<strong>do</strong> a afinida<strong>de</strong> <strong>do</strong> GABA pelo<br />

receptor (SILVA. 1998).<br />

Os benzodiazepínicos não afetam os receptores <strong>de</strong> outros<br />

aminoáci<strong>do</strong>s, como glicina ou glutamato. Por motivos <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s, a<br />

potencialização da resposta neuroronal ao GABA aplica<strong>do</strong>, parece ser mais<br />

pronunciada <strong>do</strong> que a potencialização das respostas sinápticas, além disso o<br />

efeito <strong>do</strong>s benzodiazepínicos <strong>de</strong> potencialização <strong>do</strong> GABA atinge um nível<br />

máximo em baixas concentrações e fica reduzi<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se aumenta a<br />

concentração, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que é possível que os outros mecanismos possam<br />

contribuir para seus efeitos globais (SILVA, 1998).<br />

Os benzodiazepínicos atuam como <strong>de</strong>pressores <strong>do</strong> SNC, produzin<strong>do</strong><br />

to<strong>do</strong>s os seus níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma leve sedação até hipnose,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da <strong>do</strong>se. Calcula-se que por exemplo o clonazepam estimule os<br />

receptores <strong>de</strong> GABA (áci<strong>do</strong> gama aminobutírico) no sistema reticular ativa<strong>do</strong>r<br />

ascen<strong>de</strong>nte. Da<strong>do</strong> que o GABA é inibi<strong>do</strong>r, a estimulação <strong>do</strong>s receptores<br />

aumenta a inibição e bloqueia a excitação cortical e límbica, após estimular a<br />

formação reticular <strong>do</strong> talo cerebral. (SILVA, 1998).<br />

Segun<strong>do</strong> RANG e RITTER (2001), os efeitos mais importantes <strong>do</strong>s<br />

benzodiazepínicos são exerci<strong>do</strong>s sobre o sistema nervoso central e consistem<br />

em:<br />

Redução da ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> agressão: Os benzodiazepínicos<br />

exercem acentua<strong>do</strong> efeito <strong>de</strong> <strong>do</strong>mesticação, permitin<strong>do</strong> que os animais<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da espécie sejam manipula<strong>do</strong>s com mais facilida<strong>de</strong>. Ou seja, os<br />

benzodiazepínicos reduzem o número <strong>de</strong> ataques por parte <strong>do</strong> animal<br />

14


<strong>do</strong>minante e aumenta o número <strong>de</strong> ataques <strong>do</strong>s quais são aferi<strong>do</strong>s. Com<br />

exceção <strong>do</strong> alprazolam, os benzodiazepínicos não exercem efeitos<br />

anti<strong>de</strong>pressivos. Por outro la<strong>do</strong> tais elementos produzem um aumento na<br />

irritabilida<strong>de</strong> e na agressão em certos indivíduos. Fato particularmente<br />

observa<strong>do</strong> com a droga <strong>de</strong> ação ultracurta triazolam, sen<strong>do</strong> geralmente mais<br />

comum com os compostos <strong>de</strong> ação curta. Provavelmente refere-se a uma<br />

manifestação <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong> abstinência <strong>do</strong>s benzodiazepínicos, que ocorre<br />

com todas essas drogas, mas que é mais intensa com drogas on<strong>de</strong> sua ação<br />

<strong>de</strong>saparece em curto intervalo <strong>de</strong> tempo.<br />

Sedação e indução <strong>do</strong> sono: Os benzodiazepínicos diminuem o<br />

tempo para que o indivíduo atinja o sono e aumentam a duração <strong>do</strong> mesmo,<br />

sen<strong>do</strong> que este último efeito é visualiza<strong>do</strong> apenas em indivíduos com ciclo <strong>de</strong><br />

sono inferior a seis horas por noite. Porém tais efeitos costumam ter notável<br />

<strong>de</strong>clínio quan<strong>do</strong> os benzodiazepínicos são administra<strong>do</strong>s regularmente durante<br />

um intervalo <strong>de</strong> uma a duas semanas. Qualquer agente hipnótico reduz a<br />

proporção <strong>do</strong> sono REM, enquanto os benzodiazepínicos interferem menos <strong>do</strong><br />

que outros hipnóticos. A interrupção artificial <strong>do</strong> sono REM provoca irritabilida<strong>de</strong><br />

e ansieda<strong>de</strong>, mesmo com a quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> sono não sen<strong>do</strong> reduzida, e o<br />

sono REM perdi<strong>do</strong>. Acredita-se que o sono REM <strong>de</strong>sempenha alguma função,<br />

e sua redução relativamente pequena provocada pelos benzodiazepínicos<br />

constitui um ponto favorável.<br />

Redução <strong>do</strong> tônus muscular da coor<strong>de</strong>nação: Os benzodiazepínicos<br />

reduzem o tônus muscular através <strong>de</strong> uma ação central totalmente alheia a seu<br />

efeito sedativo. Os experimentos feitos com camun<strong>do</strong>ngos testam a<br />

coor<strong>de</strong>nação medin<strong>do</strong>-se o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo durante o qual a cobaia<br />

permanece sobre um bastão <strong>de</strong> plástico horizontal em rotação lenta ou o tempo<br />

que leva para escapar <strong>do</strong> confinamento, subin<strong>do</strong> pelo interior <strong>de</strong> uma chaminé<br />

tubular. Tal <strong>de</strong>sempenho em habilida<strong>de</strong>s acrobáticas é afeta<strong>do</strong> pelos<br />

<strong>Benzodiazepínicos</strong> e por outros sedativos, mas não fica claro se <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />

fármacos apresentam seletivida<strong>de</strong> nesse aspecto em outras espécies. <strong>Estu<strong>do</strong></strong>s<br />

realiza<strong>do</strong>s em seres humanos não conseguiram <strong>de</strong>monstrar quaisquer<br />

diferenças <strong>entre</strong> os benzodiazepínicos. Em esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> nos seres<br />

humanos é comum o aumento <strong>do</strong> tônus muscular, sen<strong>do</strong> este característico <strong>de</strong><br />

tal esta<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> contribuir em quadros <strong>de</strong> mialgias e <strong>do</strong>res, incluin<strong>do</strong><br />

15


cefaléia, que freqüentemente atormentam os pacientes ansiosos. Ten<strong>do</strong> em<br />

vista tais quadros po<strong>de</strong>-se avaliar que o efeito relaxante <strong>do</strong>s benzodiazepínicos<br />

seja clinicamente útil. O tônus muscular aparentemente po<strong>de</strong> ser reduzi<strong>do</strong> sem<br />

que haja apreciável da coor<strong>de</strong>nação.<br />

Segun<strong>do</strong> os mesmos autores, to<strong>do</strong>s os benzodiazepínicos exercem<br />

ativida<strong>de</strong> anticonvulsivante verificada em testes realiza<strong>do</strong>s em animais<br />

experimentais. Tais elementos mostram-se altamente eficazes contra<br />

convulsões quimicamente induzidas, causadas pelo leptazol, pela bicuculina e<br />

por drogas semelhantes, mas sua eficácia é reduzida em relação a convulsões<br />

eletricamente induzidas. Não foram notadas alterações no esta<strong>do</strong> convulsivo<br />

induzi<strong>do</strong> pela estricnina em animais, com o uso <strong>de</strong> benzodiazepínicos. Tanto a<br />

bicuculina quanto a estricnina po<strong>de</strong>m bloquear a ação <strong>de</strong> transmissores<br />

inibitórios <strong>do</strong> sistema nervoso central. Como os benzodiazepínicos<br />

potencializam a ação <strong>do</strong> GABA, mas não da glicina, a seletivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua ação<br />

anticonvulsivante é explicável. O clonazepam, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua ação<br />

anticonvulsivante seletiva, é utiliza<strong>do</strong> no tratamento <strong>de</strong> epilepsia, assim como o<br />

diazepam, que é administra<strong>do</strong> por via intravenosa para controlar convulsões<br />

potencialmente fatais no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> mal epilético.<br />

Os benzodiazepínicos são bem absorvi<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> administra<strong>do</strong>s por<br />

via oral, produzin<strong>do</strong>, em geral, concentração plasmática máxima em cerco <strong>de</strong><br />

uma hora. É absorvi<strong>do</strong> no trato gastrintestinal. A eliminação <strong>do</strong> fármaco é lenta,<br />

pois os metabólitos ativos po<strong>de</strong>m permanecer no sangue vários dias e inclusive<br />

semanas, com efeitos persistentes. O clonazepam por exemplo, é um fármaco<br />

<strong>de</strong> meia-vida intermediária.<br />

Com exceção <strong>do</strong> lorazepam, a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s benzodiazepínicos<br />

tem meia-vida longa, em geral <strong>entre</strong> 10 e 30 horas. Isso faz com que o<br />

equilíbrio dinâmico da droga no organismo ocorra até <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 3 dias <strong>de</strong> uso.<br />

To<strong>do</strong>s os benzodiazepínicos são metaboliza<strong>do</strong>s no fíga<strong>do</strong> e, por fim,<br />

excreta<strong>do</strong>s na forma <strong>de</strong> conjuga<strong>do</strong>s <strong>de</strong> glicuronídio na urina, ou seja,<br />

eliminação renal. Variam acentuadamente na sua duração <strong>de</strong> ação e po<strong>de</strong>m ser<br />

dividi<strong>do</strong>s, a grosso mo<strong>do</strong>, em composto <strong>de</strong> ação rápida, média e prolongada.<br />

Vários são converti<strong>do</strong>s em metabólitos ativos que possuem meia-vida <strong>de</strong> cerca<br />

<strong>de</strong> 60 horas e é responsável pela tendência <strong>de</strong> muitos benzodiazepínicos a<br />

produzir efeitos cumulativos e longas ressacas quan<strong>do</strong> são administra<strong>do</strong>s a<br />

16


intervalos regulares. Os compostos <strong>de</strong> ação curta são aqueles metaboliza<strong>do</strong>s<br />

diretamente por conjugação com glicuronídio.<br />

2 - Ansiolíticos benzodiazepínicos disponíveis no Brasil<br />

A seguir encontram se lista<strong>do</strong>s os fármacos benzodiazepínicos<br />

disponíveis em nosso país.<br />

N. Nome Químico Nome Comercial<br />

1 Alprazolam Apraz ® , Frontal ® , Tranquinal ®<br />

2 Bromozepam Brozepax ® , Deptra ® , Lexotan<br />

Nervium ® Novazepam ® , Somalium ® ,<br />

Sulpan ®<br />

3 Clobazam Frisium ® , Urbanil ®<br />

4 Clonazepam Rivotril ® ,Clonotril ®<br />

5 clordiazepóxi<strong>do</strong> Psicosedin<br />

6 cloxazolam Elum ® , Olcadil ®<br />

7 Diazepam Ansilive ® , Calmociteno ® , Diazepam ®<br />

Kiatrium ® , Somaplus ® , Valium ®<br />

8 lorazepam Lorium ® , Lorax ® , Mesmerin<br />

9 Flunitrazepam Rohypnol ®<br />

10 Flurazepam Dalma<strong>do</strong>rm ®<br />

11 Midazolam Dormonid ®<br />

12 Nitrazepam Nitrazepol ® ,Sonebon ®<br />

17


II – OBJETIVO:<br />

Este estu<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> durante o I Curso <strong>de</strong> Especialização em<br />

Farmácia Clínica da Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Goiás - UCG, no ano <strong>de</strong> 2004,<br />

com o propósito primeiramente <strong>de</strong> analisar, o consumo <strong>do</strong>s benzodiazepínicos<br />

que foram dispensa<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2002 a Junho <strong>de</strong> 2003 nas<br />

drogarias A e B e numa farmácia <strong>de</strong> manipulação na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia – Go.<br />

Em segun<strong>do</strong> lugar conhecer os medicamentos mais utiliza<strong>do</strong>s e avaliar<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>sses princípios ativos para outras finalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> local em que eles foram dispensa<strong>do</strong>s.<br />

18


III – METODOLOGIA:<br />

O estu<strong>do</strong> é <strong>de</strong> natureza <strong>de</strong>scritiva <strong>de</strong> corte <strong>do</strong> tipo transversal, no qual<br />

fator e efeito são observa<strong>do</strong>s simultaneamente, a partir <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

através da análise e contagem das prescrições médicas <strong>do</strong>s benzodiazepínicos<br />

que foram lança<strong>do</strong>s, nos livros <strong>de</strong> controle especial das drogarias A e B e na<br />

farmácia <strong>de</strong> manipulação na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia – Go, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong><br />

2002 à Junho <strong>de</strong> 2003.<br />

Foram consi<strong>de</strong>radas algumas variáveis e suas respectivas<br />

modalida<strong>de</strong>s, ou seja, o sexo (masculino e feminino) na data da compra <strong>do</strong><br />

medicamento. E, também o local da compra, realiza<strong>do</strong> nas drogarias A e B e na<br />

farmácia <strong>de</strong> manipulação. Os da<strong>do</strong>s foram compila<strong>do</strong>s no banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e<br />

analisa<strong>do</strong>s pelo Programa Excel.<br />

Nas drogarias as receitas <strong>de</strong> benzodiazepínicos são dispensadas em<br />

caixas (com variação da <strong>do</strong>sagem e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimi<strong>do</strong>s). Já na<br />

farmácia <strong>de</strong> manipulação a <strong>do</strong>sagem dispensada é somente em miligramas<br />

(mg). Para obtermos um estu<strong>do</strong> comparativo <strong>do</strong>s benzodiazepínicos<br />

convertemos todas as caixas dispensadas nas drogarias para uma quantida<strong>de</strong><br />

total em miligramas (mg).<br />

19


IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO:<br />

Gráficos referentes ao estu<strong>do</strong> comparativo da dispensação <strong>de</strong><br />

benzodiazepínicos, que são dispensa<strong>do</strong>s nas drogarias A e B e em uma<br />

farmácia <strong>de</strong> manipulação na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia – Go, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong><br />

2002 a Junho <strong>de</strong> 2003.<br />

Avaliamos a dispensação por sexo (masculino e feminino), bem como o<br />

local <strong>de</strong> compra, realiza<strong>do</strong> nas drogarias A e B e na farmácia <strong>de</strong> manipulação.<br />

Com base nos levantamentos obti<strong>do</strong>s observou-se primeiramente que,<br />

tanto nas drogarias A e B, quanto na farmácia <strong>de</strong> manipulação o consumo <strong>de</strong><br />

benzodiazepínicos é pre<strong>do</strong>minante no sexo feminino, parte disso po<strong>de</strong> ser<br />

atribuí<strong>do</strong> `a uma clientela preferencialmente feminina.<br />

Observou-se então, que na farmácia <strong>de</strong> manipulação obteve-se uma<br />

maior dispensação em relação à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receitas (gráfico 1) e<br />

conseqüentemente um maior consumo em miligramas (mg).<br />

20


V – GRÁFICOS:<br />

Observou-se então, que na farmácia <strong>de</strong> manipulação obteve-se uma<br />

maior dispensação em relação á quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receitas (gráfico 1) e<br />

conseqüentemente um maior consumo em miligramas(gráfico 2).<br />

.<br />

Gráfico 1<br />

Porcentagem da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receitas dispensadas <strong>de</strong><br />

benzodiazepínicos nas drogarias A e B e farmácia <strong>de</strong> manipulação<br />

37% 31% Drogaria A<br />

32%<br />

Drogaria B<br />

Farm . Manip.<br />

Gráfico 2<br />

Porcentagem em mg <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> benzodiazepínicos nas drogarias A e<br />

B e farmácia <strong>de</strong> manipulação.<br />

90%<br />

5% 5%<br />

Drogaria A<br />

Drogaria B<br />

Farm . Manip.<br />

21


Observou-se que tanto nas drogarias A e B e na farmácia <strong>de</strong><br />

manipulação o consumo <strong>de</strong> benzodiazepínicos foi pre<strong>do</strong>minante no sexo<br />

feminino (gráficos 3 e 4).<br />

Gráfico 3<br />

Porcentagem <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> benzodiazepínicos por sexo nas<br />

drogarias A e B.<br />

32%<br />

68%<br />

FEMININO<br />

MASCULINO<br />

Gráfico 4<br />

Porcentagem <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> benzodiazepínicos por sexo na farmácia <strong>de</strong><br />

manipulação.<br />

18%<br />

82%<br />

FEMININO<br />

MASCULINO<br />

22


VI – CONCLUSÃO:<br />

Observamos que o consumo <strong>de</strong> benzodiazepínicos é maior <strong>entre</strong> as<br />

mulheres, tanto nas drogarias A e B quanto na farmácia <strong>de</strong> manipulação, na<br />

qual verificamos também maior consumo que nas drogarias A e B<br />

23


VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:<br />

BALLONE, Geral<strong>do</strong> José Dr. Curso <strong>de</strong> Psicofarmacologia – Disponi<br />

vel em: http://gballone sites.uol.com.br/cursos/fármaco2. Acesso Maio /2004<br />

CEBRI - Centro Brasileiro <strong>de</strong> Informações sobre Drogas Psicotrópicas.<br />

Departamento <strong>de</strong> Psicobiologia/ UNIFESP Disponível em<br />

http://www.sau<strong>de</strong>.inf.br/cebrid.htm. E : http://www.cebrid.epm.br/questdrogas/<br />

ansioliticos.html Acesso Abril / 2004.<br />

HANSON, G & Venturelli, P.J. - Drugs and Society. 4nd ed. Boston, MA,USA.<br />

Jones and Bartlett Publishers, 1995. Apud Luiz André P.G. Castro e Ronal<strong>do</strong><br />

Laranjeira, 2000. Dependência <strong>de</strong> <strong>Benzodiazepínicos</strong>. Disponível em http:<br />

//www.unia<strong>de</strong>. org.br/<strong>do</strong>c/benzos/<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia.pdf. Acesso Abril / 2004<br />

RANG, H. P., DALE A. F., RITTER, J. M., Farmacologia. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Guanabara Koogan, 2001.<br />

ROCHE. Produtos Químicos e Farmacêuticos S/A. Disponível em<br />

http://azul.mistersite.com.br/~epuchome/<strong>de</strong>f/paginas/41129.htm) Acesso Maio/<br />

2004.<br />

SILVA, Penil<strong>do</strong>n. Farmacologia. 5. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Guanabara Koogan,<br />

1998.<br />

http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/344_98.htm.<br />

http://www.psiqweb.med.br/farmaco/ansiol.html.<br />

http://www.psiqweb.med.br/farmaco/ansiol.html.<br />

24


VIII – ANEXOS:<br />

ANEXO 1 – NOTIFICAÇÃO DA RECEITA B<br />

25


ANEXO 2 – PORTARIA 344/1998 – ANVISA:<br />

Art. 45 A Notificação <strong>de</strong> Receita "B", <strong>de</strong> cor azul, impressa as expensas<br />

<strong>do</strong> profissional ou da instituição, conforme mo<strong>de</strong>los anexos (X e XI) a este<br />

Regulamento Técnico, terá valida<strong>de</strong> por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 30 (trinta) dias conta<strong>do</strong>s<br />

a partir <strong>de</strong> sua emissão e somente <strong>de</strong>ntro da Unida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>rativa que conce<strong>de</strong>u<br />

a numeração.<br />

Art. 25 A compra, venda, transferência ou <strong>de</strong>volução das substâncias<br />

constantes das listas, "B1" e "B2" (psicotrópicas), precursoras <strong>de</strong>ste<br />

Regulamento Técnico e <strong>de</strong> suas atualizações, bem como os medicamentos que<br />

as contenham, <strong>de</strong>vem estar acompanhadas <strong>de</strong> Nota Fiscal ou Nota Fiscal<br />

Fatura, isentos <strong>de</strong> visto da Autorida<strong>de</strong> Sanitária local <strong>do</strong> <strong>do</strong>micílio <strong>do</strong> remetente.<br />

Art. 35 A Notificação <strong>de</strong> Receita é o <strong>do</strong>cumento que acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

receita autoriza a dispensação <strong>de</strong> medicamentos a base <strong>de</strong> substâncias<br />

constantes das listas "B1" e "B2" (psicotrópicas), <strong>de</strong>ste Regulamento Técnico e<br />

<strong>de</strong> suas atualizações.<br />

Art. 36 A Notificação <strong>de</strong> Receita conforme anexo X (mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

talonário - para as listas "B1" e "B2"), <strong>de</strong>verá conter os itens referentes as<br />

alíneas a, b e c <strong>de</strong>vidamente impressos e apresentan<strong>do</strong> as seguintes<br />

características:<br />

a) sigla da Unida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração;<br />

b) i<strong>de</strong>ntificação numérica: - a seqüência numérica será fornecida pela<br />

Autorida<strong>de</strong> Sanitária competente <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s, Municípios e Distrito Fe<strong>de</strong>ral;<br />

c) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> emitente: - nome <strong>do</strong> profissional com sua inscrição<br />

no Conselho Regional com a sigla da respectiva Unida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração; ou<br />

nome da instituição, en<strong>de</strong>reço completo e telefone;<br />

d) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> usuário: nome e en<strong>de</strong>reço completo <strong>do</strong> paciente, e<br />

no caso <strong>de</strong> uso veterinário, nome e en<strong>de</strong>reço completo <strong>do</strong> proprietário e<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> animal;<br />

e) nome <strong>do</strong> medicamento ou da substância: prescritos sob a forma <strong>de</strong><br />

Denominação Comum Brasileira (DCB), <strong>do</strong>sagem ou concentração, forma<br />

farmacêutica, quantida<strong>de</strong> (em algarismos arábicos e por extenso) e posologia;<br />

-f) símbolo indicativo: no caso da prescrição <strong>de</strong> retinóicos <strong>de</strong>verá conter<br />

um símbolo <strong>de</strong> uma mulher grávida, recortada ao meio, com a seguinte<br />

advertência: "Risco <strong>de</strong> graves <strong>de</strong>feitos na face, nas orelhas, no coração e no<br />

sistema nervoso <strong>do</strong> feto";<br />

g) data da emissão;<br />

h) assinatura <strong>do</strong> prescritor: quan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> profissional estiverem<br />

<strong>de</strong>vidamente impressos no campo <strong>do</strong> emitente, este po<strong>de</strong>rá apenas assinar a<br />

Notificação <strong>de</strong> Receita. No caso <strong>de</strong> o profissional pertencer a uma instituição ou<br />

estabelecimento hospitalar, <strong>de</strong>verá i<strong>de</strong>ntificar a assinatura com carimbo,<br />

constan<strong>do</strong> a inscrição no Conselho Regional, ou manualmente, <strong>de</strong> forma<br />

legível;<br />

i) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> compra<strong>do</strong>r: nome completo, número <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, en<strong>de</strong>reço completo e telefone;<br />

j) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r: nome e en<strong>de</strong>reço completo, nome <strong>do</strong><br />

responsável pela dispensação e data <strong>do</strong> atendimento;<br />

l) i<strong>de</strong>ntificação da gráfica: nome, en<strong>de</strong>reço e C.N.P.J./ C.G.C.<br />

impressos no rodapé <strong>de</strong> cada folha <strong>do</strong> talonário. Deverá constar também, a<br />

26


numeração inicial e final concedidas ao profissional ou instituição e o número da<br />

Autorização para confecção <strong>de</strong> talonários emitida pela Vigilância Sanitária local;<br />

m) i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> registro: anotação da quantida<strong>de</strong> aviada, no verso,<br />

e quan<strong>do</strong> tratar-se <strong>de</strong> formulações magistrais, o número <strong>de</strong> registro da receita<br />

no livro <strong>de</strong> receituário.<br />

27

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