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O Navegante das Índias Orientais - Sueca Rolamentos Ltda.

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O <strong>Navegante</strong><br />

<strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong><br />

Götheborg no Brasil<br />

Recife - 30 de dezembro de 2005


A primeira Companhia <strong>das</strong> <strong>Índias</strong><br />

<strong>Orientais</strong> foi estabelecida pelos<br />

portugueses no ano de 1587. Junto<br />

com os holandeses, ingleses e<br />

espanhóis, tinham monopolizado o<br />

comércio com a China durante todo o<br />

século 17. Entretanto, havia outros<br />

países que queriam participar dos<br />

negócios lucrativos com o Oriente e<br />

assim foi fundada a Companhia <strong>Sueca</strong><br />

<strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong> (SOIC) em 1731<br />

AS ORIGENS DO SONHO<br />

As grandes navegações ao Oriente no século 18<br />

eja bem vindo a bordo<br />

do <strong>Navegante</strong><br />

<strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong><br />

Götheborg, o maior<br />

ve leiro de madeira em<br />

uso do mundo e que, entre 30<br />

de dezembro e 10 de janeiro, os<br />

brasileiros terão o privilégio de<br />

ver atracado no porto de Recife,<br />

Pernambuco. Esta edição especial<br />

tem o intuito de partilhar<br />

uma experiência única, resultado<br />

de esforços de inúmeras<br />

instituições e empresas suecas,<br />

entre elas a SKF, em construir<br />

uma réplica de uma embarcação<br />

que existiu em 1738.<br />

Essa nau de bandeira sueca,<br />

como você poderá conferir na<br />

série de reportagens a seguir,<br />

teve uma trajetória de glória<br />

e tragédia. Ela naufragou em<br />

1745 próximo a seu porto<br />

base, na cidade de Gotemburgo,<br />

na Suécia, ao retornar de<br />

sua terceira viagem ao concorrido<br />

circuito do comércio<br />

<strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong> em busca<br />

de especiarias e principalmente<br />

porcelana, e onde o destino<br />

principal era a China.<br />

O novo <strong>Navegante</strong> <strong>das</strong> Ín-<br />

2 • Götheborg no Brasil<br />

dias <strong>Orientais</strong> demorou 10 anos<br />

para ser construído. Coube à<br />

mesma Companhia <strong>Sueca</strong> <strong>das</strong><br />

<strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong> (SOIC) de<br />

1731, a missão de levar adiante<br />

este projeto, que dependeu<br />

sobretudo <strong>das</strong> explorações e pesquisas<br />

na região do naufrágio,<br />

muito trabalho de engenharia<br />

e resgate de conhecimentos da<br />

construção naval daquela época.<br />

A SOIC é reconhecida como a<br />

marca registrada sueca que mais<br />

teve sucesso em todos os tempos.<br />

A companhia mercantil realizou<br />

um total de 132 expedições com<br />

37 embarcações diferentes. Uma<br />

delas foi o Götheborg.<br />

O novo Götheborg foi lançado<br />

à água, em sua primeira<br />

etapa de construção, no dia 6 de<br />

junho de 2003, diante de uma<br />

multidão agitada. Dois anos<br />

mais tarde, no dia 2 de outubro<br />

de 2005, fi nalmente içou suas<br />

velas e iniciou sua travessia histórica<br />

à China, da mesma forma<br />

que centenas de seus antecessores.<br />

Parou no porto de Cádis, na<br />

Espanha, em 19 de novembro, e<br />

vem lentamente em direção ao<br />

Brasil. A expedição prevê oito<br />

etapas e terá um percurso total<br />

de 37 mil milhas náuticas. Em<br />

meados de julho de 2006, o<br />

<strong>Navegante</strong> <strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong><br />

Götheborg chegará a seu ponto<br />

de destino: Cantão, na China. E<br />

se os bons ventos assim permitirem,<br />

estará de volta ao porto de<br />

origem, em Gotemburgo, em<br />

12 de setembro de 2007.<br />

O objetivo da travessia da<br />

nova embarcação é promover<br />

um resgate da história <strong>das</strong> grandes<br />

navegações comerciais do<br />

século 18, iniciar laços de amizade<br />

entre diferentes povos e<br />

fazer aumentar o interesse pela<br />

cultura sueca.<br />

A SKF, maior fabricante<br />

de rolamentos industriais no<br />

mundo, sente-se orgulhosa em<br />

partilhar com os brasileiros essa<br />

experiência de resgate e, ainda,<br />

as informações históricas tão<br />

instigantes e surpreendentes sobre<br />

navegação daquela época.<br />

Afi nal, o Brasil representou importante<br />

papel no período <strong>das</strong><br />

grandes navegações do século<br />

16, como um destino altamente<br />

cobiçado tanto por Portugal<br />

como Espanha, países que ocu-<br />

param por muitos anos lugar de<br />

destaque na era <strong>das</strong> expedições<br />

marítimas em busca do Novo<br />

Mundo. Além disso, a madrinha<br />

do Götheborg é a rainha Silvia<br />

da Suécia, de nacionalidade<br />

bra sileira, sendo o rei Carl XVI<br />

Gustaf o primeiro benfeitor do<br />

barco. Outro fato que fazemos<br />

questão de destacar é que a<br />

SKF está presente em terras brasileiras<br />

desde 1914. São 90 anos<br />

de excelente relação comercial<br />

com o Brasil.<br />

Aos afi cionados por náutica<br />

e aventuras marítimas, além da<br />

leitura deste suplemento tão<br />

ricamente preparado aqui no<br />

Brasil com base em informações<br />

da Companhia <strong>Sueca</strong> <strong>das</strong><br />

<strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong>, indicamos<br />

ainda o website criado para o<br />

Götheborg – www.soic.se. Nele<br />

é possível saber, a qualquer hora<br />

do dia ou da noite, a localização<br />

exata da embarcação, com imagens<br />

em vídeo atualiza<strong>das</strong> minuto<br />

a minuto e, ainda, diários<br />

de bordo de alguns tripulantes e<br />

inúmeros outros detalhes sobre<br />

essa grande expedição.<br />

Boa leitura!


A ÚLTIMA TRAVESSIA<br />

A história de um misterioso naufrágio<br />

s barcos <strong>das</strong> <strong>Índias</strong><br />

<strong>Orientais</strong> eram os<br />

navios de carga daqueles<br />

tempos, construídos<br />

para navegar a<br />

barlavento e transportar o máximo<br />

de carga possível. Em 1731,<br />

ano em que a Suécia, a exemplo<br />

de outros países, fundou sua<br />

Companhia <strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong>,<br />

havia uma invasão cultural<br />

chinesa na Europa. O país<br />

acabara de abrir suas fronteiras<br />

para o comércio e, em todo o<br />

continente europeu, as pessoas<br />

estavam loucas por qualquer<br />

coisa que pudesse ser descrita<br />

como oriental. Os suecos não<br />

demoraram a aderir à nova<br />

moda. Eles absorviam tudo o<br />

que a China tinha a oferecer:<br />

botânica, cultura, fi losofi a, arte<br />

e política. Qualquer casa de respeito<br />

naquela época ostentava<br />

mobília e tapeçarias chinesas;<br />

os alimentos eram servidos em<br />

porcelana da China e até mesmo<br />

os jardins tinham infl uência daquele<br />

país do Oriente. Assim, a<br />

Companhia <strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong><br />

satisfaria o desejo do sueco pelo<br />

exótico.<br />

Muita porcelana<br />

De 1731 a 1806, 37 embarcações<br />

diferentes conduziram<br />

132 expedições entre as cidades<br />

de Gotemburgo e Cantão, na<br />

China. De to<strong>das</strong> as companhias<br />

européias <strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong>, a<br />

SOIC foi a que mais porcelana<br />

transportou, por volta de 50<br />

milhões de peças. Grande parte<br />

da valiosa mercadoria fi cou<br />

na Suécia, junto com outros<br />

artigos como seda, chá, ervas<br />

e condimentos, leques, meias<br />

de seda, fi tas, pinturas, zinco,<br />

obras de laca e verniz e outros<br />

produtos exóticos.<br />

O Götheborg foi uma <strong>das</strong><br />

37 embarcações da Companhia<br />

<strong>Sueca</strong> <strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong>. Ela<br />

foi construída nos estaleiros de<br />

Estocolmo no ano de 1738 e<br />

teve tempo de realizar três lucrativas<br />

travessias. A última foi<br />

tão dramática como fatal.<br />

Após deixar a Suécia, sua primeira<br />

parada foi o porto espanhol<br />

de Cadis. Lá a carga de objetos<br />

de ferro e madeira, piche,<br />

alcatrão e óleo de baleia foi vendida<br />

por prata. A próxima etapa<br />

da viagem levou a embarcação<br />

diretamente a Java, um percurso<br />

longo que durou cerca de três<br />

meses. Nesse árduo trajeto, o<br />

navio foi danifi cado durante fortes<br />

tempestades, a água a bordo<br />

tornou-se pútrida e os barris de<br />

madeira se encheram de larvas<br />

– porém a tripulação não parou<br />

por receio de piratas. A perda da<br />

monção causou grande privação<br />

à tripulação.<br />

Amargo regresso<br />

Ao começar a viagem de regresso,<br />

fortes vendavais danifi -<br />

caram o aparelho, pouco depois<br />

de içar as velas, e tiveram que<br />

fazer difíceis e extensos reparos<br />

sob condições extremas em<br />

alto-mar, açoitados por ventos<br />

tormentosos, a fi m de poder<br />

seguir navegando.<br />

Finalmente, no dia 12 de setembro<br />

de 1745, o <strong>Navegante</strong><br />

<strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong> Götheborg<br />

foi visto por inúmeros cidadãos<br />

nas rias da entrada do porto de<br />

Gotemburgo. Era de conhecimento<br />

geral, até mesmo na época,<br />

a existência de uma rocha<br />

– Hunnebadan – muito próxima<br />

à Fortaleza de Älvsborg, na entrada<br />

do porto de Gotemburgo.<br />

Apesar disto, o Götheborg navegou<br />

diretamente sobre essa<br />

rocha, colidindo fortemente e<br />

abrindo um grande buraco no<br />

casco a meio-nau. A carga, que<br />

valia mais que o tesouro público<br />

da nação inteira, afundou a<br />

dez metros de profundidade.<br />

Não houve registros de mortes<br />

no acidente e grande parte do<br />

carregamento pôde ser resgatado,<br />

tendo a contabilidade<br />

a pontado que a viagem dera<br />

um lucro de 14% apesar de seu<br />

desastroso fi m.<br />

Dúvi<strong>das</strong><br />

O que realmente fez o<br />

Götheborg naufragar tão vergonhosamente,<br />

pouco antes<br />

de chegar a seu porto natal em<br />

1745? Até hoje é um mistério<br />

por que o Götheborg navegou<br />

diretamente na direção da conhecida<br />

rocha submersa, no<br />

meio do dia e em condições<br />

climáticas limpas. Uma teoria<br />

é que a tripulação estava embriagada<br />

de schnapps espanhol.<br />

Qualquer que seja a razão, o<br />

naufrágio histórico resultou em<br />

muitas operações de resgate ins-<br />

tigantes ao longo dos anos.<br />

Götheborg no Brasil • 3


Recuperação da carga<br />

Já nos primeiros dias após o<br />

naufrágio do Götheborg, em<br />

1745, a sociedade de mergulho<br />

de Gotemburgo enviou pessoas<br />

para resgatar o tesouro do fundo<br />

do mar. Este resgate incluiu<br />

2.677 baús de chá, 19 de seda<br />

e 3,4 tonela<strong>das</strong> de madrepérola.<br />

No total, um terço da carga,<br />

os equipamentos e os canhões<br />

foram recuperados.<br />

Cerca de 160 anos mais tarde,<br />

outras operações de resgate<br />

ocorreram. No ínício do século<br />

19, buscas no local do naufrágio<br />

recuperaram mais porcelana<br />

<strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong>. A famosa<br />

coleção Keillerska foi recuperada<br />

entre 1906 e 1907, quando<br />

mais de 3.000 peças intactas de<br />

porcelana foram encontra<strong>das</strong>.<br />

Passa<strong>das</strong> mais sete déca<strong>das</strong>,<br />

em dezembro de 1984, o<br />

Götheborg foi redescoberto por<br />

mergulhadores. Teve início uma<br />

escavação marítima arqueológica.<br />

Mesmo neste período, quase<br />

240 anos após o naufrágio,<br />

4 • Götheborg no Brasil<br />

mais porcelana, chá, especiarias<br />

e seda foram encontrados<br />

sob cama<strong>das</strong> de sedimento.<br />

Entretanto, os mergulhadores<br />

também encontraram itens<br />

que a tripulação comercializava<br />

pessoalmente, tais como leques,<br />

cadeados chineses, partes de<br />

uma cadeira de dobrar chinesa,<br />

ferramentas e tinta.<br />

Entretanto, em meio às últimas<br />

preciosidades do navio<br />

Götheborg, um grupo de obstinados<br />

pesquisadores extraiu<br />

um sonho: o de reconstruir a<br />

embarcação. Ou seja, criar uma<br />

réplica exata da nau que existiu<br />

em 1745.<br />

Marcou-se ali o começo do<br />

projeto que em outubro de<br />

2005 tornou-se realidade. Uma<br />

empreitada que durou mais<br />

de 10 anos, demandou muita<br />

dedicação e envolveu, além de<br />

artesãos, profi ssionais de engenharia<br />

náutica, mais de 200<br />

instituições públicas e priva<strong>das</strong><br />

da Suécia seduzi<strong>das</strong> pelo renascimento<br />

do Götheborg.<br />

O resgate do naufrágio trouxe à tona 2.677 baús de<br />

chá, 19 de seda e 3,4 tonela<strong>das</strong> de madrepérola. No<br />

total, um terço da carga, os equipamentos e os canhões<br />

foram recuperados. Cerca de 160 anos mais<br />

tarde, outras operações de resgate ocorreram. No<br />

ínício do século 19, buscas no local do naufrágio<br />

recuperaram mais porcelana <strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong>.<br />

A vida em<br />

alto-mar<br />

té seis chefes de carga acompanhavam cada<br />

viagem. Eles representavam a diretoria da<br />

Companhia <strong>Sueca</strong> <strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong> e eram<br />

responsáveis por toda a expedição. Eles mantinham<br />

os livros e os registros dos eventos durante toda<br />

a viagem e inspecionavam todos o produtos que eram<br />

comprados.<br />

Assim como para o capitão, ofi ciais, pregador e primeiro<br />

barbeiro-cirurgião, a vida a bordo era boa para os chefes<br />

de carga. Tinham suas próprias cabines, seu próprio chefe<br />

de cozinha e serviçais a seu dispor. No convés de canhões,<br />

entretanto, a vida era muito diferente. Os marinheiros dividiam<br />

este convés com cerca de trinta canhões, sem falar<br />

em bois, porcos, ovelhas e centenas de galinhas, patos e<br />

gansos. No século 18, a viagem de Gotemburgo a Cantão<br />

demorava no mínimo seis meses. Era um intento árduo,<br />

apressado, e a falta de higiene, desnutrição, doenças e<br />

elementos naturais signifi cavam que uma tripulação entre<br />

100 e 120 homens poderia diminuir drasticamente.


Anúncio institucional<br />

da SKF<br />

Götheborg no Brasil • 5


A RÉPLICA PERFEITA<br />

Os desafi os da reconstrução<br />

do veleiro Götheborg<br />

novo <strong>Navegante</strong> <strong>das</strong><br />

<strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong> Götheborg<br />

foi construído<br />

se guindo os<br />

antigos métodos de<br />

construção naval e utilizando<br />

materiais tradicionais,<br />

os mesmos que foram usados<br />

nas embarcações originais. Para<br />

tanto, além de uma equipe de<br />

artesãos e construtores navais<br />

altamente motivados e preparados<br />

para essa missão, contou<br />

prioritariamente com a ajuda<br />

fi nanceira de três grandes marcas<br />

suecas de maior penetração<br />

internacional: SKF, Volvo e o<br />

banco sueco FöreningsSparbanken.<br />

Os principais desafi os entretanto<br />

foram as muitas complicações<br />

singulares e que lançavam<br />

dúvi<strong>das</strong> a todo momento: Quais<br />

eram as especifi cações para as<br />

velas ou os troncos de carvalho<br />

há 250 anos? Quais eram os<br />

métodos usados e como eram as<br />

ferramentas que utilizavam?<br />

Joakim Severinson<br />

Joakim Severinson é um dos<br />

principais entusiastas que está<br />

por trás do Götheburgo. Para<br />

ele, o veleiro se tornou virtualmente<br />

o projeto de uma vida.<br />

6 • Götheborg no Brasil<br />

Ele tinha 24 anos quando se envolveu<br />

nas operações de resgate<br />

submarino. “Eu praticava mergulho<br />

livre desde a adolescência<br />

e me envolvi quando as operações<br />

de resgate começaram em<br />

1986. Três anos depois, eu me<br />

tornei gerente <strong>das</strong> escavações<br />

em tempo integral. Apesar da<br />

idéia de um veleiro moderno<br />

ter existido desde o início, eu<br />

jamais teria sonhado que fosse<br />

evoluir no que temos hoje”,<br />

diz ele.<br />

O tiro de largada do projeto<br />

da nau Götheborg foi a catalogação<br />

do material da escavação.<br />

Joakim e outros integrantes da<br />

equipe começaram a analisar as<br />

condições para se construir um<br />

veleiro. Seria possível de fato<br />

navegar em um veleiro East<br />

Indiaman?<br />

Os primeiros desenhos<br />

Foi em meados dos anos 80<br />

que se desenharam os primeiros<br />

planos de construção. Joakim<br />

desenhou o casco depois de ter<br />

realizado minuciosas investigações<br />

e também liderou a produção.<br />

Agora, dezessete anos<br />

depois <strong>das</strong> primeiras escavações,<br />

pode ser intitulado o Construtor<br />

Naval Mestre. “Graças a<br />

uma enorme tenacidade e um<br />

pessoal incrivelmente dedicado<br />

é que conseguimos acabar a<br />

nau. Costumo dizer que somos<br />

como os besouros – não<br />

poderiam voar, mas voam assim<br />

mesmo. O mesmo pode ser<br />

aplicado a todo o pessoal dos<br />

estaleiros Terra Nova: construímos<br />

um barco que não podia<br />

Joakim Severinson, 41<br />

anos: 17 dedicados ao<br />

projeto de construção<br />

da réplica do<br />

Götheborg<br />

ser construído”, diz<br />

Severinson.<br />

Não havia projetos<br />

do veleiro Götheborg.<br />

Na ver dade, a<br />

existência de projetos<br />

de navios mercantes<br />

não era u ma prática<br />

comum naquela época.<br />

Quan do pro jetos<br />

eram fei tos, transcorriam<br />

vá rios anos<br />

após a construção da<br />

embarcação, sendo<br />

uti lizados como material<br />

de referência.<br />

O Götheborg foi construído com 1.000 troncos de<br />

carvalho, 50 tonela<strong>das</strong> de ferro, 1.000 moitões<br />

feitos à mão, 25 tonela<strong>das</strong> de cordame preparado<br />

à mão e 1.900 m2 de velas de linho costura<strong>das</strong><br />

à mão. O mais importante, no entanto, é que foi<br />

construído com base em grandes visões, patrocinadores<br />

perseverantes e uma paixão ardente de<br />

realizar um sonho.


O projeto mais antigo que<br />

se conhece na Suécia data de<br />

1617. Apenas no fi nal de 1700<br />

os pro jetos começaram a ter<br />

maior de ta lha mento e, mesmo<br />

assim, somente quando as embarcações<br />

eram de guerra. Joakim<br />

baseou seus projetos pa ra<br />

o casco do Götheborg nas escavações,<br />

em materiais de arquivo<br />

e em miniaturas antigas.<br />

“Desde o princípio, em 1992,<br />

tínhamos uma boa idéia de qual<br />

seria a aparência da embarcação.<br />

Então era essencial encontrar<br />

um conceito que tanto o órgão<br />

regulador Det Norske Veritas<br />

quanto a Administração Marítima<br />

<strong>Sueca</strong> aceitassem.” Não é<br />

fácil adaptar um veleiro do século<br />

18 às exigências modernas<br />

de sistemas e funções técnicas.<br />

“Era importante tornar os sistemas<br />

modernos o mais invisíveis<br />

possível. Muitas concessões precisaram<br />

ser feitas em um longo<br />

processo,” diz ele.<br />

Pesquisa contínua<br />

Muitas horas foram dedica<strong>das</strong><br />

à produção dos materiais<br />

e equipamentos certos para<br />

construir a embarcação. “Houve<br />

muitas tarefas não-convencionais.<br />

Precisamos redescobrir<br />

conhecimentos, técnicas de<br />

fabricação e métodos antigos.<br />

Foi necessário pesquisar e construir<br />

a embarcação ao mesmo<br />

tempo,” diz Joakim.<br />

Três quartos do navio foram<br />

feitos com carvalho, madeira<br />

considerada a melhor para a<br />

construção de barcos: é dura,<br />

forte e não apodrece facilmente.<br />

As árvores devem ter entre<br />

100 a 200 anos de idade. Os<br />

carvalhos mais jovens não são<br />

sufi cientemente duros e os mais<br />

velhos podem ter seu interior<br />

apodrecido.<br />

Doações de madeira<br />

Dois engenheiros fl orestais<br />

fi zeram um inventário do estado<br />

dos bosques que poderiam<br />

ser usados e selecionaram a<br />

madeira para o Götheborg.<br />

Muitas pessoas também tiveram<br />

a amabilidade de doar madeira<br />

de carvalho para o projeto, além<br />

de pinho velho e abeto usados<br />

em outras partes do veleiro. O<br />

pinho foi usado principalmente<br />

no cavername, a estrutura do<br />

barco em forma de costelas que<br />

dá sustentação ao casco. Nos<br />

países nórdicos é atualmente<br />

impossível conseguir sufi ciente<br />

quantidade de carvalho curvado<br />

para construir um navio dessas<br />

dimensões. No total, utilizou-se<br />

50 km de lâminas de pinho para<br />

o cavername, o único desvio do<br />

uso de materiais originais.<br />

No estaleiro Terra Nova, em<br />

Gotemburgo, também foram<br />

processa<strong>das</strong> 50 tonela<strong>das</strong> de<br />

ferro que, entre outras coisas,<br />

se converteram em 70 mil pregos<br />

forjados à mão e 10 mil<br />

moitões. Para os aparelhos que<br />

movimentam as velas foram feitas<br />

700 polias de diferentes modelos<br />

e tamanhos, produzi<strong>das</strong><br />

em madeira olmo, submeti<strong>das</strong> a<br />

uma secagem lenta e tratamento<br />

com óleo de linhaça. Quase 2<br />

mil metros quadrados de velas<br />

foram manufaturados para o<br />

projeto a partir de linho feito<br />

à mão. Tanto o peso como as<br />

dimensões foram historicamente<br />

corretos.<br />

O fato de reconstruir um barco de 1700 em escala<br />

1:1 e sem documentação nem planos de construção<br />

parecia um sonho impossível. Não obstante,<br />

quase 250 anos depois do naufrágio, começou a<br />

sua construção no dia 11 de junho de 1995 e dez<br />

anos depois a nova embarcação iça suas velas<br />

para principiar sua travessia histórica à China.<br />

Principais dados técnicos da embarcação<br />

Comprimento ........................................................................... 40,9 metros<br />

Comprimento total incluindo o gurupés ...................... 58,5 metros<br />

Mastro ............................................................................................... 11 metros<br />

Altura sobre a linha do mar .................................................... 47 metros<br />

Área da vela ................................................................................. 1.900 m2<br />

Calado: ..................................................................... 5,25 metros de popa<br />

4,75 metros de proa<br />

Lastro .................................................................................... 400 tonela<strong>das</strong><br />

Deslocamento (peso do barco e da carga) ........... 1.150 tonela<strong>das</strong><br />

Motor ................................... 2 Volvo Penta 2X22 kwH, com uma<br />

potência combinada de 1.100 cavalos<br />

5-6 nós, com uma velocidade de motor<br />

máxima de 8 nós.<br />

Tripulação ...................................................... 80, 50 dos quais estudantes<br />

Armazenamento ............. Mantimentos para 80 pessoas por 60 dias<br />

Equipamento moderno de navegação ............. GPS, radar e Satcom B<br />

Götheborg no Brasil • 7


O <strong>Navegante</strong><br />

<strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong>


Götheborg no Brasil<br />

Recife - 30 de dezembro de 2005


Zarpando<br />

rumo<br />

à China<br />

Uma <strong>das</strong> datas históricas do<br />

navio foi seu lançamento à<br />

água, realizado no Dia Nacional<br />

da Suécia, em 6 de junho<br />

de 2003, diante de membros<br />

da família real sueca e cerca<br />

de 100 mil espectadores. Na<br />

China, o evento foi visto por<br />

cerca de 300 milhões de pessoas<br />

no canal de televisão<br />

estatal CCTV e a cobertura<br />

jornalística da cerimônia ao<br />

redor do mundo foi massiva.<br />

Mas o grande dia foi mesmo a<br />

zarpa, ocorrida em 2 de outubro<br />

de 2005.<br />

domingo do dia<br />

2 de outubro de<br />

2005 foi um dia<br />

histórico esperado e<br />

antecipado por muita<br />

gente. Depois de vários anos de<br />

preparações e um verão cheio de<br />

navegações de teste, só faltava<br />

mesmo içar as velas.<br />

Às 13h47, após uma breve<br />

cerimônia de bênção pelo<br />

pastor Alf Österström, quatro<br />

membros da tripulação soltam<br />

as amarras da popa. Com uma<br />

salva de tiros, o <strong>Navegante</strong> <strong>das</strong><br />

<strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong> Götheborg começa<br />

sua travessia e sai orgulhosamente<br />

do porto acompanhado<br />

por uma multidão de barcos de<br />

escolta. O público presente começa<br />

a se alegrar e milhares de<br />

pessoas com bandeirinhas nas<br />

mãos seguem o barco pelo porto<br />

de Gotemburgo em direção<br />

ao mar aberto. A embarcação<br />

passa o reconhecido farol de<br />

Viga e segue seu caminho rumo<br />

10 • Götheborg no Brasil<br />

ao horizonte. A grande aventura<br />

começou.<br />

Tripulação<br />

A tripulação a bordo consiste<br />

de 19 membros fi xos e<br />

60 recrutas, sendo no total<br />

umas 50 pessoas a menos que<br />

a tripulação do original em sua<br />

última travessia no ano de 1743.<br />

Naqueles tempos era necessário<br />

ter marinheiros de sobra, já que<br />

sempre tinha que se contar com<br />

certas per<strong>das</strong>.<br />

Fatores como condições de<br />

trabalho muito duras, temperaturas<br />

extremas e água e alimentos<br />

rançosos costumavam<br />

dizimar a tripulação.<br />

Ainda que possam passar<br />

por momentos difíceis durante<br />

a navegação histórica de 2005-<br />

2007, as circunstâncias a bordo<br />

são muito diferentes hoje em<br />

dia e os tripulantes não têm<br />

que sofrer os incômodos do<br />

século 18.<br />

Depois de fazer escala nos portos de Vigo, Cádis,<br />

Recife, Cidade do Cabo, Fremantle e Jacarta, o<br />

navio chegará à meta, Cantão, em julho de 2006.<br />

Estará de regresso em Gotemburgo no dia 12 de<br />

setembro de 2007 depois de navegar umas 37.000<br />

milhas náuticas no total. A posição exata durante<br />

toda a travessia, pode ser vista, minuto por minuto,<br />

no site www.soic.se


Recife<br />

Cádis<br />

Cidade<br />

do Cabo<br />

Gotemburgo<br />

Nelson<br />

Mandela<br />

Metro<br />

Cantão<br />

Jacarta<br />

Xangai<br />

Fremantle<br />

Hong Kong<br />

To<strong>das</strong> as etapas da grande aventura marítima<br />

1a. Etapa - 2.400 MN<br />

Gotemburgo - Vigo - Cádis -<br />

(19/11/05)<br />

Em Vigo o navio “Götheborg” tem<br />

a honra de ser barco de saída da volta<br />

ao mundo à vela: a regata Volvo<br />

Ocean Race. Segue para o porto histórico<br />

de Cádis, onde permanecerá<br />

durante 12 dias. Como em to<strong>das</strong> as<br />

escalas ao longo do trajeto, aconteceram<br />

recepções ofi ciais e diferentes<br />

atividades, além de exibições em<br />

colaboração com os diversos patrocinadores<br />

do navio. Depois do abastecimento<br />

e manutenção, a travessia<br />

continua.<br />

2a. Etapa - 3.100 MN<br />

Cádis - Recife -<br />

(30/12/2005)<br />

Cruza-se o Atlântico até o Recife,<br />

na costa oriental do Brasil. Os ventos<br />

alísios e as correntes equatoriais<br />

são favoráveis. Se tudo sair como o<br />

previsto, será comemorado o Ano<br />

Novo de 2006 no porto de Recife.<br />

3a. Etapa - 4.200 MN<br />

Recife ˆ Cidade do Cabo - Nelson<br />

Mandela Metro - (11/03/06)<br />

Depois de aproximadamente 40<br />

dias no mar, o <strong>Navegante</strong> <strong>das</strong> <strong>Índias</strong><br />

<strong>Orientais</strong> entrará em um dos portos<br />

mais bonitos do mundo, escala<br />

freqüente dos navios antigos. Aqui<br />

se fará o revezamento do capitão e<br />

da tripulação principal e, no total,<br />

a estadia durará de 18 a 20 dias.<br />

Antes de iniciar a longa passagem<br />

a Fremantle, se realizará uma breve<br />

visita à cidade irmã de Gotemburgo,<br />

Nelson Mandela Metro (Port<br />

Elizabeth).<br />

4a. Etapa - 4.900 MN<br />

Nelson Mandela Metro -<br />

Fremantle - (13/05/06)<br />

O navio iniciará sua etapa mais longa<br />

em meados de março, um trajeto<br />

de quase 9.000 km. Fortes ventos<br />

do oeste, junto com os ventos chamados<br />

“the Roaring forties”, fazem<br />

com que o trajeto seja realizado em<br />

aproximadamente 40 dias.<br />

5a. Etapa - 1.800 MN<br />

Fremantle - Jacarta - (18/06/<br />

06)<br />

A travessia segue para o norte,<br />

passando pelo Estreito de Sonda<br />

entre Java e Sumatra, com destino à<br />

Indonésia e sua capital Jacarta, cujo<br />

nome histórico é Batávia.<br />

6a. Etapa - 2.000 MN<br />

Jacarta - Cantão - (20/07/06)<br />

Atravessam-se águas ricas em tufões<br />

e piratas e em meados de julho de<br />

2006 se avista a Boca Tigris, desembocadura<br />

do Rio da Pérola. O<br />

<strong>Navegante</strong> <strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong> terá<br />

que baixar os mastros para passar<br />

por debaixo <strong>das</strong> pontes e cabos<br />

elétricos e logo navegará rio acima<br />

para chegar à sua meta histórica de<br />

Cantão (Guangzhou). Depois de<br />

algumas semanas cheias de atividades,<br />

a viagem continua até Xangai,<br />

onde o barco permanecerá durante<br />

4 meses para manutenção.<br />

7a. Etapa - 800 MN<br />

Xangai - Hong Kong - Cingapura<br />

Zarpa com a monção noroeste no<br />

começo de dezembro de 2006. As<br />

festividades de Natal e Ano Novo<br />

provavelmente serão celebra<strong>das</strong> em<br />

Hong Kong e logo se inicia o longo<br />

trajeto para Cingapura, o maior<br />

porto do mundo, no qual fi cará<br />

aproximadamente 20 dias.<br />

8a. Etapa - 200 MN<br />

Cingapura- Malásia<br />

Seguido de una escala de doze dias<br />

em Cingapura, espera uma visita ofi -<br />

cial à Malásia a convite do rei do referido<br />

país. O ponto de ancoragem<br />

será Port Klein, cidade portuária de<br />

Kuala Lumpur, após uma navegação<br />

de apenas quatro dias. Com isso, o<br />

<strong>Navegante</strong> <strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong> içará<br />

suas velas com destino ao porto próprio<br />

de Gotemburgo, chegando de<br />

regresso em setembro de 2007.<br />

Götheborg no Brasil • 11


Concepção antiga<br />

com alta tecnologia a bordo<br />

Götheborg foi construído da<br />

mesma maneira e com praticamente<br />

os mesmos materiais que<br />

os utilizados em 1738. À mão, de<br />

um carvalho de alta qualidade, cânhamo<br />

forte e lona resistente. Mas a bordo, podem<br />

ser encontrados os motores, a mecânica, a<br />

eletrônica e os equipamentos de informática<br />

mais modernos. Entre eles o Multilog®,<br />

um sistema da SKF para a supervisão contínua<br />

da maquinaria e as funções do barco<br />

através de 28 sensores colocados em pontos<br />

críticos. Com eles, informações como alterações<br />

de temperatura e vibrações podem<br />

ser acompanha<strong>das</strong> nos mais diferentes setores<br />

da embarcação.<br />

Os sinais são enviados via satélite a um<br />

sofi sticado computador localizado nos escritórios<br />

centrais da SKF em Gotemburgo.<br />

O computador, que está programado com<br />

@ptitude®, um sistema de apoio à tomada<br />

de decisões, interpreta os sinais e os traduz<br />

em instruções de linguagem normal.<br />

Estas são transmiti<strong>das</strong> imediatamente de<br />

volta à ponte de comando do capitão no<br />

Göteborg. Tudo acontece em tempo real,<br />

12 • Götheborg no Brasil<br />

independentemente de onde se encontre o<br />

barco ou do momento do dia. Se existir o<br />

risco, por exemplo, de que o gerador não<br />

possa fornecer eletricidade sufi ciente para<br />

que o forno doure os biscoitos, ou se uma<br />

bomba está a ponto de falhar, o comandante<br />

receberá um sinal de alarme com<br />

bastante antecedência. O sistema também<br />

possui um acompanhamento do ângulo de<br />

inclinação do barco. A tecnologia de monitoramento<br />

Multilog usada no Götheborg é<br />

a mesma da qual dispõe o comandante do<br />

conhecido e suntuoso navio Queen Elisabeth<br />

II, ligeiramente maior. Existem, além<br />

desse, uns vinte navios supervisionados<br />

com a ajuda dos equipamentos e técnicos<br />

da SKF, a maioria cruzeiros de luxo.<br />

O <strong>Navegante</strong> <strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong><br />

Götheborg é ainda uma embarcação que<br />

dispõe de dois motores Volvo Penta com<br />

1.100 CF, algo que faltava ao navio original.<br />

Isso lhe permite contar além <strong>das</strong> forças<br />

do vento, com a força mecânica caso seja<br />

necessário, o que confere à expedição e<br />

seus tripulantes, maior tranqüilidade durante<br />

o trajeto até a China.<br />

Cenas a bordo


1.900 metros quadrados de<br />

vela. Neste desenho, o linho<br />

<strong>das</strong> velas é transparente para<br />

que se possa ver as linhas de<br />

construção do barco<br />

Os mastros estão divididos<br />

em três seções, podendo<br />

assim ser substituídos sem<br />

ter que mexer no conjunto<br />

todo<br />

A altura é de 47 metros acima do<br />

nível do mar. Este mastro da bandeira<br />

precisa ser desmontado para passar<br />

sob a ponte Älvsborg<br />

Botes salva-vi<strong>das</strong>. O<br />

Götheborg original<br />

possuía um barco longo<br />

no convés de armas<br />

que era içado quando<br />

necessário – esta<br />

solução não poderia ser<br />

usada hoje<br />

A área do<br />

timoneiro é<br />

coberta.<br />

Os cabos são feitos em<br />

uma antiga fábrica de<br />

cabos de Älvängen.<br />

A estrutura do cavername<br />

é laminada de pinho,<br />

entretanto o casco é feito<br />

de carvalho<br />

No século dezoito, a tripulação<br />

usava a coberta de proa como<br />

latrina. Entretanto, o novo<br />

Götheborg possui instalações<br />

sanitárias modernas<br />

Calado de 5,25 metros<br />

O novo Götheborg<br />

m termos de linhas, casco e<br />

aparelho, o novo Götheborg<br />

é uma réplica exata do<br />

<strong>Navegante</strong> <strong>das</strong> <strong>Índias</strong><br />

<strong>Orientais</strong>, que afundou na<br />

Fortaleza de Älvsborg em 1745. Em<br />

2005, o novo Götheborg partiu para<br />

sua primeira viagem à China<br />

As vergas foram feitas de madeira<br />

de abeto<br />

Mastro de pinho. As partes mais<br />

grossas foram feitas de vários<br />

troncos fi namente trabalhados e<br />

então amarrados juntos<br />

Convés de pinho<br />

Comprimento total<br />

de 58,5 metros incluindo<br />

o gurupés. O casco tem<br />

40,9 metros de extensão<br />

Mascarão de proa (fi gura de<br />

proa). Uma versão de Göa Lion (o<br />

leão de dois rabos visto no brasão<br />

da cidade de Gotemburgo)<br />

Götheborg no Brasil • 13


14 • Götheborg no Brasil<br />

Anúncio institucional<br />

da SKF


Cabine pequena<br />

com sacada<br />

COBERTA ALTA<br />

COBERTA SUPERIOR<br />

O novo desenho interno do <strong>Navegante</strong><br />

<strong>das</strong> <strong>Índias</strong> <strong>Orientais</strong><br />

Capitão<br />

Primeiro ofi cial<br />

Navegador<br />

Estação de incêndio<br />

Cabine grande<br />

Médico do barco<br />

Segundo ofi cial e<br />

carpinteiro<br />

Duas centrais<br />

elétricas<br />

Enfermaria<br />

Cozinha<br />

Ponte de comando<br />

Chefe de máquinas<br />

Veleiro Terceiro ofi cial<br />

Dois motores de 550<br />

CF cada um Quatro depósitos de<br />

combustível, cisternas e<br />

central depuradora<br />

Duchas<br />

Caldeira de calefação<br />

e compressor<br />

Quatro depósitos<br />

de água e lavadoras<br />

inda que o barco original tivesse uma<br />

tripulação maior (130 homens), assim como<br />

mais canhões (30), a nova embarcação<br />

Götheborg está mais bem equipada que<br />

suas predecessoras. A tripulação de 80<br />

pessoas dispõe de uma nave moderna equipada com<br />

nova tecnologia de navegação e espaços modernos<br />

no seu interior. Também tem dois motores diesel de<br />

550 CF cada um, uma série de sistemas de segurança e<br />

cumpre com os mais rígidos regulamentos marítimos.<br />

Redes de dormir<br />

Botes<br />

salva-vi<strong>das</strong><br />

Cozinha e despensa refrigerada<br />

Geladeira/freezer e<br />

armazém<br />

Carpinteiro<br />

Depósito de aparelho<br />

COBERTA PRINCIPAL<br />

COBERTA INFERIOR<br />

SALA DE MÁQUINAS<br />

E PORÃO<br />

Götheborg no Brasil • 15


16 • Götheborg no Brasil<br />

Anúncio institucional<br />

da SKF<br />

Esta é uma publicação especial da SKF do Brasil (www.skf.com.br) com circulação nos Estados de Pernambuco, Alagoas,<br />

Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Sergipe e São Paulo. Coordenação: Anthony Gladek. Produção e Edição:<br />

Conteúdo Comunicação – Divisão de Publicações (www.conteudocomunicacao.com.br) - Editora – Diva de Moura<br />

Borges. As informações conti<strong>das</strong> neste suplemento foram basea<strong>das</strong> em relatos da SOIC – Companhia <strong>Sueca</strong> <strong>das</strong> <strong>Índias</strong><br />

<strong>Orientais</strong>. Tradução: Marcello Sawczuck e Georgia Rodriguez – Revisão: José Paulo Ferrer – Ilustrações: Renato Alarcão<br />

– Impressão: Leograf – Tiragem: 43.000 exemplares

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