VJ SET 2008 A.p65 - Visão Judaica
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O festim das hienas<br />
Eduardo Kohn *<br />
As imagens ficaram na retina, e nos fizeram pensar, uma<br />
vez mais, nas diferenças entre os que idolatram a morte e os<br />
que crêem na vida como valor supremo. As imagens não mostraram<br />
sangue nem atos de violência, mas as telas de TV brilhavam<br />
como se estivessem banhadas em sangue e os primeiros<br />
planos eram dos rostos do desprezo e o ódio.<br />
As imagens daquela quarta-feira, 16 de julho no Líbano,<br />
mostraram como todo o governo daquele país esperou na escadinha<br />
de um avião junto a um tapete vermelho um desprezível<br />
assassino a quem eles denominaram "herói nacional",<br />
um homem cujo nome não interessa registrar, que para ser<br />
"herói" entre seus pares matou um pai diante de sua filha de 4<br />
anos, e depois matou a menina e, ainda por cima, esmagou<br />
seu crânio com a culatra de seu fuzil até que a cabeça da pequena<br />
ficou arrebentada.<br />
Quarta-feira 16 de julho foi feriado no Líbano para receber<br />
esse criminoso. Festa nas ruas, bailes e bandeiras ao vento. Assassinar<br />
alguém indefeso sempre é coisa de covardes desprezíveis,<br />
mas em determinados lugares do nosso planeta, isso é de<br />
"heróis". Na selva, nem as hienas compartilhariam essa opinião.<br />
Por que está livre alguém assim? Porque, apesar de muitas<br />
autoridades governamentais de vários lugares, intelectuais,<br />
formadores de opinião, Israel é uma democracia fundada em<br />
valores. E os soldados israelenses devem estar em sua terra.<br />
Se não estão vivos, seus restos mortais não devem ser objetos<br />
do festim das hienas. Claro que a decisão de Israel de<br />
trocar os restos dos dois soldados israelenses, seqüestrados<br />
pelo Hezbolá em território israelense, por duas centenas de<br />
corpos de terroristas e por assassinos, agora "heróis" no Líbano,<br />
foi uma decisão muito complexa e que contrariou muitos<br />
cidadãos israelenses.<br />
E em contexto semelhante, não deve ser complexo compreender<br />
tanto a dúvida como o sofrimento. Mas os dois soldados<br />
israelenses deviam voltar à sua terra e aos seus entes<br />
queridos, e seus restos não deviam continuar entre o escárnio<br />
e as mentiras dos imorais que os assassinaram.<br />
O prestigioso jornalista do Haaretz, Shmuel Rosner define<br />
claramente o conceito que moveu Israel a fazer uma<br />
troca desse tipo:<br />
"Israel é uma sociedade onde todos se conhecem, na qual<br />
o destino de cada soldado preocupa cada cidadão. É uma sociedade<br />
que exige o serviço militar de cada jovem, homem ou<br />
mulher, uma sociedade na qual o Estado de guerra é o habitual<br />
há 60 anos, e na qual a solidariedade nacional é sempre uma<br />
questão existencial. Para uma sociedade assim, olhar nos olhos<br />
de um pai ou uma esposa de um soldado seqüestrado e dizerlhes<br />
que o preço a pagar para trazer de volta seu ou marido<br />
mesmo que esteja morto, é algo que nenhuma autoridade<br />
pode fazer nem irá fazer".<br />
Em conseqüência, o Hezbolá, seus patrões no Irã, seus cúmplices<br />
no Líbano e em várias partes do mundo, continuarão<br />
celebrando a morte, o assassinato, e todas as sevicias possíveis<br />
de que o homem é capaz de cometer contra seu próximo.<br />
E continuarão qualificando seus festejos de "vitória contra o<br />
imperialismo" e outras frases feitas de que tanto gostam os<br />
que acreditam no terrorismo e o definem como "luta social".<br />
Enquanto isso, outros no Oriente Médio continuarão sonhando<br />
com a paz entre povos e entre governos. Um sonho<br />
que já se tornou fragmentos mais vezes do que se possa contar.<br />
E aquela quarta-feira 16 de julho teve um novo e brutal<br />
tropeção, desta vez pela mão do presidente da Autoridade<br />
Palestina, Abu Mazen. Era uma oportunidade para ficar calado<br />
e passar despercebido, ou para dar uma mensagem que realmente<br />
estimulasse os sonhos. Ao invés disto, saudou a "libertação"<br />
de um assassino desprezível, "herói" no Líbano.<br />
Não só perdeu uma oportunidade, como voltou a demonstrar<br />
quem é quem. Ao fim e ao cabo, por trás das fotos coloridas<br />
nos belos palácios, está é a realidade. E se alguém tivesse<br />
esquecido por algum momento de otimismo humano, Abu Mazen,<br />
no final das contas, fez bem em fazer retornar todos ao<br />
mundo da verdade.<br />
* Eduardo Kohn é vice-presidente Executivo da B'nai B'rith Latinoamericana.<br />
Publicado originalmente pelo website Por Israel.org<br />
(www.porisrael.org).<br />
VISÃO JUDAICA setembro de <strong>2008</strong> Elul / Tishrê 5768 / 5769<br />
Sucot - A Festa das Cabanas<br />
Véspera 13/10 - acendimento das velas 18h01<br />
m período alegre é iniciado<br />
com a festa de<br />
Sucot, compensando o<br />
solene período de<br />
Rosh Hashaná e Iom Kipur.<br />
Há mitsvot nas quais utilizamos<br />
apenas algumas partes de nosso corpo,<br />
por exemplo: a mitsvá de tefilin,<br />
filactérios, que envolve o braço e a<br />
cabeça; tefilá, prece, envolve a mente<br />
e o coração e assim por diante.<br />
Em Sucot, temos uma mitsvá (preceito)<br />
singular, que é a construção<br />
de uma sucá; a única mitsvá que literalmente<br />
envolve a pessoa de corpo<br />
inteiro, com suas vestes materiais.<br />
A sucá nos lembra das Nuvens<br />
de Glória que rodearam nosso povo<br />
durante suas peregrinações pelo deserto<br />
a caminho da Terra Prometida.<br />
Todos então viram a especial proteção<br />
Divina, que D-us lhes concedeu<br />
durante aqueles anos difíceis.<br />
Mas embora as Nuvens de Glória desaparecessem<br />
no quadragésimo<br />
ano, na véspera da entrada na Terra<br />
de Israel, nunca cessamos de acreditar<br />
que D-us nos dá Sua proteção,<br />
e esta é a razão de termos sobrevivido<br />
a todos nossos inimigos em todas<br />
as gerações.<br />
A A sucá sucá<br />
sucá<br />
Para que o judeu não se esqueça<br />
de seu verdadeiro propósito na<br />
vida, D-us, em Sua infinita sabedo-<br />
ria e bondade, nos faz deixar nossas<br />
casas confortáveis nesta época,<br />
para habitar numa frágil sucá,<br />
cabana, por sete dias.<br />
A sucá nos lembra que confiamos<br />
em D-us para nossa proteção, pois a<br />
sucá não é nenhuma fortaleza, nem<br />
ao menos fornecendo um telhado sólido<br />
sobre nossa cabeça. Lembra-nos<br />
também de que a vida nesta terra é<br />
apenas temporária.<br />
As As refeições refeições na na sucá<br />
sucá<br />
Durante a festa de Sucot, os homens<br />
devem comer diariamente<br />
numa sucá (cabana) especialmente<br />
construída para este fim. Nestes<br />
sete dias, não é permitido comer fora<br />
da sucá qualquer refeição que contenha<br />
pão ou massa. Há aqueles que<br />
não costumam beber nem ao menos<br />
um copo de água fora da sucá.<br />
Nos primeiros dois dias e noites<br />
da festa, o kidush, prece sobre o vinho,<br />
antecede a refeição. Nas duas<br />
primeiras noites, é obrigatório comer<br />
na sucá ao menos uma fatia de pão<br />
(além do kidush), mesmo que esteja<br />
chovendo. Nos outros dias, se chover,<br />
é permitido fazer as refeições<br />
dentro de casa.<br />
Confiança Confiança em em em D-us D-us<br />
D-us<br />
Refletir sobre a sucá nos dá uma<br />
ampla visão do significado de fé em<br />
D-us e da extensão de Sua Divina Pro-<br />
Jaques Wagner e Clara Ant na Conib:<br />
Justiça Social e o prestigio de Israel<br />
Durante a 37ª Convenção Anual<br />
da Confederação Israelita do Brasil<br />
(Conib), realizada dia 25 de novembro<br />
de 2006, em São Paulo, o governador<br />
da Bahia Jaques Wagner, destacou:<br />
"Cada vez que temos um representante<br />
da comunidade judaica<br />
em um posto público, isso se reflete<br />
como algo positivo para todos nós.<br />
E, como judeu, lutarei pelo que todos<br />
desejamos, a justiça social".<br />
Já a assessora especial do presidente<br />
Luiz Inácio Lula da Silva, Clara<br />
Ant, destacou que "no primeiro<br />
mandato, as relações entre Brasil e<br />
Israel se ampliaram. O governo brasileiro<br />
atuou em defesa da inclusão<br />
de Israel no Mercosul e o intercâmbio<br />
entre os dois países cresceu em<br />
diferentes áreas. Foi criado um grupo<br />
de interlocução entre os dois países,<br />
que já se reuniu no Brasil, e<br />
acaba de se reunir em Israel". Mais<br />
adiante, Clara Ant observou que "o<br />
governo de Israel foi prestigiado.<br />
Pela primeira vez em dezesseis anos<br />
um ministro israelense foi recebido<br />
pelo presidente da República, disse<br />
referindo-se a Ehud Olmert, então<br />
ministro da Indústria e Comércio israelense",<br />
- acrescentando que - "há<br />
uma disposição mútua nas relações<br />
bilaterais e só podem crescer em benefício<br />
dos dois países, como tem<br />
sido no âmbito da tecnologia, educação,<br />
entre outros".<br />
A Assessora lembrou também<br />
que o presidente foi o primeiro a<br />
assinar documento contra o antisemitismo,<br />
citando a frase emblemática<br />
dita pelo presidente Luiz<br />
Inácio Lula da Silva no Dia Internacional<br />
de Recordação do Holocausto<br />
- data estabelecida pela<br />
ONU, em novembro de 2005. Celebrado<br />
em 27 de janeiro de 2006,<br />
em solenidade promovida no serviço<br />
religioso do Shabat, na sinagoga<br />
da Congregação Israelita Paulista<br />
(CIP) em conjunto com a B'<br />
nai B'rith do Brasil, o presidente<br />
Lula foi enfático ao dizer: "Mesmo<br />
que não houvesse judeus no Brasil<br />
eu combateria o anti-semitismo".<br />
17<br />
vidência. Vamos para a sucá durante<br />
a Festa da Colheita depois de haver<br />
colhido o fruto dos campos.<br />
Se uma pessoa recebeu a bênção<br />
Divina e sua terra produziu com<br />
fartura, seus estoques e adegas estão<br />
repletos, alegria e confiança preenchem<br />
seu espírito - aí a Torá a leva<br />
a abandonar a casa e residir em uma<br />
frágil sucá, para ensiná-la que nem<br />
riquezas, nem posses, nem terras são<br />
proteções na vida; somente D-us é que<br />
sustenta, mesmo os que habitam em<br />
tendas e cabanas e oferece uma proteção<br />
de confiança. E se alguém está<br />
empobrecido e seu trabalho não conheceu<br />
a bênção Divina; se a terra<br />
não deu o seu produto, se o fruto da<br />
árvore não foi armazenado em celeiros<br />
e se está incerto e temeroso<br />
ao encarar o perigo da fome nos<br />
dias de inverno que se aproximam,<br />
também encontrará repouso para<br />
seu espírito na sucá. Lembrará como<br />
D-us hospedou-nos em Sucot no deserto;<br />
nos sustentou e nos abasteceu,<br />
não nos deixando faltar nada.<br />
A sucá o ensinará que a Divina Providência<br />
é segurança melhor do que<br />
qualquer bem material, pois não<br />
abandona os que verdadeiramente<br />
crêem em D-us. A sucá o ensinará a<br />
ser forte e corajoso, feliz e tranqüilo,<br />
mesmo na aflição e na dificuldade.<br />
(www.chabad.or.br).<br />
Além do governador Jaques Wagner,<br />
da assessora do presidente<br />
Lula, Clara Ant, a convenção da Conib,<br />
naquela data contou ainda com<br />
as presenças da embaixadora de Israel<br />
no Brasil Tzipora Rimon; do presidente<br />
da Confederação Israelita do<br />
Brasil e do Congresso Judaico Latino-Americano<br />
Jack Leon Terpins; do<br />
diretor do Congresso Judaico Mundial<br />
para a América Latina Manuel<br />
Tenenbaum, do então presidente do<br />
Rabinato da Congregação Israelita<br />
Paulista rabino Henry Sobel, da vicepresidente<br />
da Fundação Victor Civita<br />
Claudia Costin, dos vice-presidentes<br />
da Conib Osias Wurman e Cláudio<br />
Lottenberg, e de presidentes e<br />
representantes de cada uma das comunidades<br />
judaicas brasileiras.<br />
A Conib tem filiadas no Amazonas,<br />
Bahia, Brasília, Ceará, Minas<br />
Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco,<br />
Rio Grande do Norte, Rio Grande do<br />
Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e<br />
São Paulo. O Amapá também esteve<br />
representado na Convenção.