Formato PDF - aicep Portugal Global
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Janeiro 2012 // www.portugalglobal.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global<br />
Empresas 30<br />
The Fladgate Partnership<br />
Xerox<br />
Pescanova<br />
Preh <strong>Portugal</strong><br />
Artlant PTA<br />
Cisco<br />
Embraer<br />
Nestlé <strong>Portugal</strong><br />
Autoeuropa<br />
Renault Cacia<br />
Tegopi<br />
Huf<br />
Huawei<br />
Sugalidal<br />
Continental Mabor<br />
Petrogal<br />
Hikma<br />
Pense global pense <strong>Portugal</strong><br />
Entrevista<br />
Pedro Reis,<br />
Presidente da AICEP<br />
Agência reforça Rede<br />
e potencia exportações<br />
e investimento 6<br />
Destaque<br />
Investir em <strong>Portugal</strong><br />
O papel da AICEP<br />
e os factores<br />
de competitividade 14
Janeiro 2012 // www.portugalglobal.pt<br />
sumário<br />
Entrevista // 6<br />
Pedro Reis, presidente da AICEP, destaca, em entrevista,<br />
o papel da Agência na promoção das exportações, na<br />
captação de investimento e na internacionalização da<br />
economia portuguesa, bem como da sua integração no<br />
MNE e articulação com a nova diplomacia económica.<br />
Destaque // 14<br />
Uma panorâmica do investimento em <strong>Portugal</strong>, com<br />
destaque para os factores de competitividade do país em<br />
matéria de atractividade de IDE e para o papel da AICEP na<br />
captação e acompanhamento de investidores, potenciador<br />
de desenvolvimento empresarial, de redução do défice da<br />
balança comercial e de criação de emprego. Investidores<br />
estrangeiros e nacionais apontam os aspectos positivos e<br />
negativos do investimento em <strong>Portugal</strong>.<br />
Empresas // 30<br />
Conheça os investimentos de sucesso de 17 empresas,<br />
nacionais e estrangeiras, que apostaram em <strong>Portugal</strong>:<br />
The Fladgate Partnership (Yeatman Hotel), Xerox,<br />
Pescanova, Preh <strong>Portugal</strong>, Artlant PTA, Cisco, Embraer,<br />
Nestlé <strong>Portugal</strong>, Autoeuropa, Renault Cacia, Tegopi,<br />
Huf Portuguesa, Huawei, Sugalidal, Continental Mabor,<br />
Petrogal (Galp) e Hikma Farmacêutica.<br />
Opinião // 62<br />
Um artigo de José Galamba de Oliveira, presidente da<br />
Direcção da Associação <strong>Portugal</strong> Outsourcing, sobre a<br />
promoção e divulgação internacional de <strong>Portugal</strong> como<br />
destino de eleição para o investimento no sector das<br />
Tecnologias de Informação e Comunicação.<br />
Análise de risco por país – COSEC // 64<br />
Veja também a tabela classificativa de países.<br />
Estatísticas // 67<br />
Investimento directo e comércio externo.<br />
AICEP Rede Externa // 70<br />
Bookmarks // 72
EDITORIAL<br />
4<br />
Revista <strong>Portugal</strong>global<br />
Av. 5 de Outubro, 101<br />
1050-051 Lisboa<br />
Tel.: +351 217 909 500<br />
Fax: +351 217 909 578<br />
Propriedade<br />
<strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong><br />
O’Porto Bessa Leite Complex<br />
R. António Bessa Leite, 1430 – 2º<br />
4150-074 Porto<br />
Tel.: +351 226 055 300<br />
Fax: +351 226 055 399<br />
NIFiscal 506 320 120<br />
Conselho de Administração<br />
Pedro Reis (Presidente),<br />
António Almeida Lima,<br />
José Vital Morgado,<br />
Manuel Mendes Brandão,<br />
Pedro Pereira Gonçalves (Vogais)<br />
Directora<br />
Ana de Carvalho<br />
ana.carvalho@portugalglobal.pt<br />
Redacção<br />
Cristina Cardoso<br />
cristina.cardoso@portugalglobal.pt<br />
Vitor Quelhas<br />
vitor.quelhas@portugalglobal.pt<br />
Colaboram neste número<br />
Ana Margarida Costa, Alexandra Ferreira Leite,<br />
Carla Tavares, Direcção Internacional da COSEC,<br />
Joana Peixoto, João Manuel Santos,<br />
José Galamba de Oliveira, Luís Gonçalves,<br />
Luís Florindo, Magda Pereira, Maria Manuel Branco,<br />
Marta Pinheiro, Nuno Várzea, Paulo Borges,<br />
Pedro Macedo Leão, Pedro Reis, Pedro Pinto Sousa,<br />
Pedro Silveira, Philomène Dias.<br />
Fotografia e ilustração<br />
©Fotolia, Rodrigo Marques<br />
Publicidade<br />
Cristina Valente Almeida<br />
cristina.valente@portugalglobal.pt<br />
Secretariado<br />
Cristina Santos<br />
cristina.santos@portugalglobal.pt<br />
Assinaturas<br />
REGISTE-SE AQUI<br />
Projecto gráfico<br />
<strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong><br />
Paginação e programação<br />
Rodrigo Marques<br />
rodrigo.marques@portugalglobal.pt<br />
ERC: Registo nº 125362<br />
As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-<br />
ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente<br />
da revista <strong>Portugal</strong>global ou da <strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong>.<br />
A aceitação de publicidade pela revista <strong>Portugal</strong>global<br />
não implica qualquer compromisso por parte desta<br />
com os produtos/serviços visados.<br />
// Janeiro 2012 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Ano novo,<br />
mercados novos<br />
Em declarações que fiz muito recentemente<br />
a um jornal económico – que<br />
me questionava sobre quais os mercados<br />
em que as empresas portuguesas<br />
deveriam procurar negócios em 2012<br />
– respondi, e cito, “não existem receitas<br />
mágicas para a internacionalização<br />
das empresas portuguesas e nem todos<br />
os sectores de actividade terão sucesso<br />
em todos os mercados, pelo que é essencial<br />
ter foco estratégico”.<br />
Recupero a ideia para este editorial<br />
porque é importante, no ano em que<br />
agora entramos, que as empresas portuguesas<br />
que já operam lá fora – e em<br />
especial as que procuram alargar os<br />
seus horizontes para mercados terceiros<br />
– olhem para a AICEP como um<br />
parceiro que pode acompanhar os seus<br />
processos de expansão e, sobretudo,<br />
como sendo capaz de fazer a diferença<br />
no momento de obter resultados.<br />
A reorganização da rede da AICEP em<br />
função de uma mais estreita e intensa<br />
articulação com a rede diplomática e<br />
consular e do turismo, tarefa que levaremos<br />
a cabo nos próximos meses, será<br />
essencial para aumentarmos também as<br />
nossas redes de intelligence económica<br />
e comercial e de networking institucional.<br />
A AICEP estará, assim, mais habilitada<br />
a prestar um melhor serviço e a<br />
fornecer às empresas informações cada<br />
vez mais precisas e rigorosas sobre os<br />
mercados que são alvo do seu interesse.<br />
Nos mercados consolidados, a articulação<br />
com as redes diplomática, consular<br />
e do turismo reforçará a actuação da<br />
AICEP, conferindo-lhe uma maior consistência<br />
e solidez na actuação. Mas a nossa<br />
economia precisa de novos mercados:<br />
os negócios internacionais de <strong>Portugal</strong>,<br />
quer seja investimento directo estrangeiro<br />
em <strong>Portugal</strong>, quer sejam importações,<br />
exportações e investimento das empre-<br />
sas portuguesas no estrangeiro, estão<br />
demasiado concentrados nos parceiros<br />
da União Europeia. Com a economia<br />
europeia à beira de uma estagnação e<br />
com quatro dos nossos principais parceiros<br />
comerciais – Espanha, França, Reino<br />
Unido e Itália – a implementar, simultaneamente,<br />
medidas de austeridade, a<br />
situação torna-se mais complexa.<br />
Há, por isso, que trabalhar no sentido<br />
de desbravar novos mercados e novos<br />
destinos para as empresas portuguesas,<br />
que sejam atractivos e tenham potencial.<br />
A par dos mercados consolidados,<br />
onde trabalharemos para aprofundar a<br />
presença portuguesa, as apostas passam<br />
por mercados com dimensão interna<br />
muito relevante, como é o caso<br />
do mercado norte-americano e, como<br />
é evidente, pelos mercados da lusofonia,<br />
com destaque para Angola, Brasil,<br />
Moçambique e Timor. Ao nível dos mercados<br />
emergentes, diria que a nossa actuação<br />
passa por aprofundar o conhecimento<br />
daqueles mercados que podem<br />
oferecer oportunidades mais interessantes<br />
para as empresas portuguesas.<br />
A par da China – que vai ser certamente<br />
uma avenida nova para a economia<br />
portuguesa e que pode abrir oportunidades<br />
em mercados vizinhos – diria<br />
que toda a zona do Magrebe e do Golfo,<br />
sem esquecer a Índia e o México,<br />
são mercados que a AICEP está particularmente<br />
empenhada em conquistar.<br />
Remato este editorial recuperando a<br />
frase com que terminei as declarações<br />
a que aludi no início e que é a seguinte:<br />
“a AICEP estará onde a economia<br />
portuguesa e as suas empresas dela<br />
mais necessitarem”.<br />
Bom ano a todos!<br />
PEDRO REIS<br />
Presidente do Conselho de Administração da AICEP
ENTREVISTA<br />
6<br />
ENTREVISTA AO PRESIDENTE DA AICEP<br />
REDE DA AICEP POTENCIA<br />
EXPORTAÇÕES<br />
E INTERNACIONALIZAÇÃO<br />
DAS EMPRESAS<br />
O papel da AICEP na promoção das exportações, na captação de investimento e na<br />
internacionalização da economia portuguesa, a integração da Agência no MNE e a sua<br />
articulação com a nova diplomacia económica, a gestão renovada da imagem do país,<br />
bem como a aposta em novos mercados e na competitividade empresarial, são alguns dos<br />
temas focados nesta entrevista de Pedro Reis, presidente da <strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong>.<br />
// Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global
Com a integração da AICEP no âmbito do MNE, qual<br />
será o seu papel estratégico em termos de promoção<br />
da exportação, de captação de investimento e de<br />
internacionalização?<br />
A meu ver, a AICEP ganha uma nova dinâmica com esta articulação,<br />
pois no âmbito da rede diplomática passa a estar,<br />
não em 40 mercados, mas em cerca de 80, abrangendo todos<br />
os países em que existem representações diplomáticas e consulares,<br />
beneficiando ainda do facto de muitos embaixadores<br />
estarem acreditados em mais do que um país. A dimensão<br />
económica da diplomacia portuguesa sai, por isso, reforçada<br />
com este novo protagonismo da AICEP, à qual continuam atribuídos<br />
os papéis estratégicos nas áreas da promoção da exportação,<br />
da captação de investimento e da internacionalização.<br />
Naturalmente que com a transferência da tutela da AICEP<br />
para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, esta continuará<br />
a articular-se estreitamente com o Ministério da Economia, e<br />
também com outros ministérios e entidades públicas.<br />
De que modo se vai articular a AICEP no âmbito da<br />
nova diplomacia económica e com outras redes que<br />
actuam no terreno, como a do MNE e a do Turismo?<br />
Os embaixadores irão receber uma carta de missão em que<br />
se explica também o papel coordenador que a AICEP terá<br />
em matéria económica e comercial. Os embaixadores serão<br />
funcionalmente responsáveis pelas delegações da Agência<br />
no estrangeiro mas, por seu lado, deverão cumprir um plano<br />
estratégico elaborado em conjunto com esta, com objectivos<br />
concretos e métricas de avaliação bem definidas para que se<br />
possam aferir os resultados obtidos, recebendo instruções da<br />
AICEP quanto ao plano de trabalhos definido. Neste sentido,<br />
a AICEP passará, muito em breve, a comunicar directamente<br />
com a rede diplomática e consular, que orientará em matéria<br />
económica e comercial. Na minha perspectiva, o que muda<br />
fundamentalmente para melhor é a estratégia de reforço,<br />
consolidação e agilização da articulação que já existia no terreno<br />
entre a AICEP e as Embaixadas, uma realidade que tanto<br />
os nossos delegados no exterior como os nossos embaixadores<br />
confirmam estar a funcionar bem. Há que dar mais<br />
corpo a isso, institucionalizando os canais de comunicação e<br />
definindo claramente as responsabilidades.<br />
Qual o papel da Agência na promoção da imagem de<br />
<strong>Portugal</strong> e das suas marcas no exterior?<br />
A definição e promoção de uma imagem integrada e estável<br />
do país no exterior, a chamada “Marca <strong>Portugal</strong>”, é um dos<br />
grandes desafios que temos pela frente este ano, dado que<br />
esta tem que ser necessariamente o espelho do ADN do país<br />
e dos seus factores de diferenciação, caracterizados por séculos<br />
de história e cultura e com todos os factores de atractividade<br />
que nos distinguem dos outros povos e nações. Contudo,<br />
essa “Marca <strong>Portugal</strong>” deve resultar de um esforço de<br />
concertação de perspectivas diversas, especialmente ao nível<br />
da AICEP e do Turismo de <strong>Portugal</strong>, que se traduza numa<br />
mensagem estável e reconhecida por todos os quadrantes<br />
políticos, económicos e sociais relevantes da nossa sociedade.<br />
<strong>Portugal</strong> precisa de recuperar a sua credibilidade externa<br />
ENTREVISTA<br />
e a sua boa imagem internacional. Há, pois, que começar<br />
por “desconstruir” o valor negativo frequentemente associado<br />
à marca <strong>Portugal</strong>.<br />
Quais são as suas previsões, no contexto de um 2012<br />
difícil, considerando a dinâmica das áreas de actuação<br />
da AICEP?<br />
Em termos de dinâmica da AICEP, há duas observações a<br />
fazer. A primeira, diz respeito à actual equipa directiva, que<br />
está a olhar cuidadosamente para o mapa da rede externa,<br />
analisando as necessidades de serviço e os objectivos<br />
geo-estratégicos e económicos, conjugando-os com a nova<br />
realidade do movimento diplomático anunciado há dias,<br />
em articulação com os mercados em que queremos apostar<br />
fortemente este ano. Estamos ainda a elaborar conceitos<br />
estratégicos e seguidamente vamos definir os perfis dos<br />
mercados em que é imperativo actuar. O mundo mudou<br />
muito neste último ano e coloca-nos, sem dúvida, novos<br />
desafios. A par dos mercados consolidados, há que definir<br />
um mapa de novas oportunidades de negócio para as<br />
empresas e, nesta medida, a AICEP tem que estar não só<br />
“A AICEP vai passar a comunicar directamente<br />
com a rede diplomática e consular,<br />
que orientará em matéria económica<br />
e comercial.”<br />
onde já estão as empresas portuguesas, como apoiar, com<br />
todos os meios ao seu alcance, o desejo, por parte destas,<br />
de descobrir novos mercados.<br />
O que é que se pode esperar da evolução da economia<br />
portuguesa no actual contexto europeu e mundial e<br />
em função dos desafios que esta enfrenta este ano?<br />
Sabemos que as perspectivas para 2012 são exigentes, mas<br />
tenho a certeza de que a situação transitória que vivemos,<br />
fruto da austeridade decorrente do plano de ajustamento<br />
implementado pelo Governo, trará resultados benéficos e<br />
será positivo para o futuro do país. A situação económica,<br />
transitória, não nos deve desencorajar, devendo antes servir<br />
de incentivo ao esforço de superação das dificuldades e levar-nos<br />
a dar o melhor de nós próprios em prol de <strong>Portugal</strong><br />
nesta hora decisiva para o nosso futuro.<br />
Considerando a experiência e o know-how da AICEP<br />
em matéria de mercados, como é que esta contribuirá<br />
para potenciar novas oportunidades de negócio?<br />
Quais são os mercados considerados prioritários?<br />
Os mercados prioritários são, antes de mais, aqueles onde<br />
já estão as empresas portuguesas. Em relação a potenciar<br />
novas oportunidades de negócios, esse é justamente o core<br />
business da AICEP no exterior, que tem por missão central<br />
conhecer aprofundadamente os mercados, bem como os<br />
principais sectores de actividade empresarial e todos os pro-<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 7
ENTREVISTA<br />
8<br />
cedimentos administrativos e regulamentares que tenham a<br />
ver com a entrada de serviços ou bens portugueses nesses<br />
mercados. E, claro está, a Agência tem a obrigação de colocar<br />
essa intelligence com valor acrescentado ao serviço da<br />
exportação e da internacionalização das nossas empresas.<br />
Nesta medida, o que é que está a mudar na geografia<br />
das exportações portuguesas e como é que se<br />
conquistam e consolidam novos mercados estratégicos?<br />
Tenho sublinhado em diferentes ocasiões que as nossas exportações<br />
estão excessivamente dependentes do mercado<br />
europeu, o que agora nos obriga ao reforço da estratégia de<br />
diversificação de mercados levada a cabo pela AICEP. Essa<br />
diversificação tem que centrar-se na procura de mercados<br />
pujantes e em que se verifiquem taxas de crescimento elevadas.<br />
Contudo, se a AICEP pode contribuir para identificar<br />
tais mercados, apoiando com esse conhecimento e outros<br />
meios ao seu alcance as empresas, não lhe compete, no entanto,<br />
decidir quais os países para onde as empresas devem<br />
investir, decisão que tem que ver com as opções estratégicas<br />
“A definição e promoção de uma imagem<br />
integrada e estável do país no exterior, a<br />
chamada Marca <strong>Portugal</strong>, é um dos grandes<br />
desafios que temos pela frente este ano,<br />
dado que esta tem que ser necessariamente o<br />
espelho do ADN do país e dos seus factores de<br />
diferenciação, caracterizados por séculos de<br />
história e cultura e com todos os factores de<br />
atractividade que nos distinguem dos outros<br />
povos e nações.”<br />
de cada empresa acima de tudo. Tanto mais que há mercados<br />
que são uma boa aposta para um conjunto relevante de<br />
sectores, mas há também outros que só fazem sentido para<br />
um conjunto reduzido. Este conhecimento dos mercados<br />
torna-se essencial sobretudo para as apostas das pequenas<br />
e médias empresas, com menores recursos e dimensão.<br />
Em matéria de captação de investimento estrangeiro,<br />
qual será a actuação estratégica a seguir neste<br />
domínio e quais são os factores que, quanto a si,<br />
tornam <strong>Portugal</strong> claramente mais atractivo?<br />
Há que encontrar uma narrativa sólida, coerente e estável<br />
para os negócios com <strong>Portugal</strong>, que permita que o nosso<br />
país esteja permanentemente na mira dos investidores internacionais,<br />
apesar das dificuldades conjunturais que possa<br />
atravessar. A actuação e a eficácia estratégicas, em matéria<br />
de atracção de investimento, serão a partir de agora<br />
potenciadas pelo elevado nível de articulação institucional<br />
entre a AICEP, o ministério da tutela e outros ministérios<br />
e organismos do Estado, procurando eliminar custos de<br />
contexto e promovendo a criação das melhores condições<br />
para o investimento. <strong>Portugal</strong> oferece boas condições de<br />
atractividade para além dos benefícios fiscais de que al-<br />
// Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
guns investimentos podem beneficiar: membro pleno da<br />
União Europeia, com ligações profundas a África e ao Brasil<br />
e estabilidade política, <strong>Portugal</strong> é um país seguro, que<br />
possui uma excelente rede de infra-estruturas, bem como<br />
de óptimos acessos viários, ferroviários, fluviais e aéreos, de<br />
portos e logística portuária e de comunicações. Dotado de<br />
mão-de-obra qualificada e motivada, de bons centros de<br />
formação, de investigação científica e tecnológica, assim<br />
como de universidades reconhecidas internacionalmente e<br />
com centros de competências que são referência nas mais<br />
diversas áreas, <strong>Portugal</strong> proporciona ao investidor exigente<br />
além da excelência, inovação e competitividade, todos os<br />
meios para o desenvolvimento do seu negócio.<br />
Quais são as características, consideradas incontornáveis,<br />
de uma empresa exportadora, ou que o queira ser, no<br />
actual contexto da economia e da concorrência globais,<br />
seja ela uma grande empresa ou uma PME?<br />
Dados os actuais desafios do contexto nacional e internacional,<br />
o país precisa de exportar mais, através de mais<br />
empresas, de vender mais e melhores produtos ao exterior,<br />
com mais valor acrescentado, diversificando os seus<br />
mercados. Nesta medida, a exportação de bens e serviços<br />
assume-se como estratégica para o país e como um passo<br />
fundamental para a internacionalização da economia portuguesa.<br />
Mas, para que tal aconteça, é necessário que as<br />
empresas ganhem capacidade de concorrer globalmente. E<br />
isso exige planeamento de recursos e consistência empresarial,<br />
devendo esta pautar-se por uma correcta avaliação<br />
do potencial exportador e competitivo da empresa, por<br />
uma avaliação cuidada de quais os factores decisivos, como<br />
uma estratégia de internacionalização (que passa por uma<br />
análise do mercado, da concorrência, dos potenciais clientes<br />
e dos pontos fracos e fortes da estrutura da empresa),<br />
“As nossas exportações estão excessivamente<br />
dependentes do mercado europeu, o que<br />
agora obriga ao reforço da estratégia de<br />
diversificação de mercados levada a cabo pela<br />
AICEP, diversificação essa que deve centrar-se<br />
na procura de mercados pujantes e em que se<br />
verifiquem taxas de crescimento elevadas.”<br />
assim como a formação de quadros superiores e intermédios<br />
e mão-de-obra especializada e motivada, ou acesso a<br />
financiamento e garantias. É igualmente incontornável a<br />
aposta em marcas próprias e na diferenciação do serviço<br />
prestado ao cliente, bem como no marketing, no design e<br />
na implementação de programas de promoção adaptados<br />
aos mercados alvo.<br />
No processo de exportação e internacionalização,<br />
quais as vantagens e desvantagens de ser PME?<br />
No passado, a dimensão, pequena ou média, de uma<br />
empresa poderia constituir um obstáculo à sua activida-
de exportadora. Mas hoje as PME com assumida vocação<br />
exportadora, têm vindo a melhorar a sua capacidade para<br />
satisfazer as expectativas do cliente final e neste sentido estão<br />
mais bem apetrechadas a vários níveis: têm cada vez<br />
mais uma boa relação qualidade/preço dos produtos, um<br />
adequado know-how e flexibilidade produtiva, diversidade<br />
de oferta qualificada, uma crescente capacidade de resposta<br />
técnica às exigências do consumidor externo. Por outro<br />
lado, encontram-se bem equipadas em termos de inovação<br />
e desenvolvimento tecnológico (I&D), apostam em altos padrões<br />
de diferenciação e qualidade, na criação e no aproveitamento<br />
de economias de escala e de gama. A certificação<br />
da qualidade dos produtos, que permite fazer a diferença,<br />
e dos processos de gestão, são hoje factores determinantes.<br />
Ou seja, a chave não está na dimensão da empresa mas sim<br />
na sua capacidade para vingar nos mercados externos.<br />
Pode fazer um resumo, que fique na memória<br />
dos leitores, dos factores de sucesso que devem<br />
caracterizar uma empresa exportadora?<br />
Para uma grande empresa ou para uma PME ganhar o desafio<br />
da exportação, mesmo considerando que já domina<br />
os factores de competitividade mais importantes (inovação,<br />
qualidade, design, marca, imagem e marketing), esta<br />
deve reunir outros factores de sucesso, entre os quais um<br />
bom conhecimento dos mercados, ter uma clara percepção<br />
das áreas em que é fundamental ter excelência e deter<br />
vantagens competitivas face à concorrência, desenvolver<br />
capacidades de fazer/produzir diferente, transmitindo valor<br />
acrescentado ao cliente e afirmando uma imagem de solidez<br />
empresarial, bem como uma base financeira sólida para<br />
se abalançar para novos mercados. Ou seja: antes de uma<br />
empresa avançar para um processo de exportação regular,<br />
ENTREVISTA<br />
deve reunir condições de viabilidade estratégica, económica,<br />
financeira e técnica que permitam a expansão dos negócios,<br />
com sucesso, na economia global.<br />
“A actuação e a eficácia estratégicas, em<br />
matéria de atracção de investimento, serão<br />
potenciadas pelo elevado nível de articulação<br />
institucional entre a AICEP, o ministério da<br />
tutela e outros ministérios e organismos<br />
do Estado, procurando eliminar custos<br />
de contexto e promovendo a criação das<br />
melhores condições para o investimento.”<br />
Na presente conjuntura da economia e com<br />
a crescente dificuldade dos recém-licenciados<br />
conseguirem emprego, o programa INOV Contacto –<br />
um programa que conquistou a popularidade junto<br />
do tecido empresarial – atrai cada vez mais jovens. O<br />
que está previsto nesta matéria?<br />
Uma das primeiras decisões que esta administração tomou<br />
quando tomou posse foi a de desbloquear o processo do<br />
INOV Contacto que se encontrava parado. Deu-se já início<br />
ao processo de escolha dos 250 jovens que iniciarão o<br />
seu estágio no próximo mês de Abril. É uma iniciativa para<br />
continuar, mas vamos avaliar em que moldes e com que<br />
modelo de financiamento. Admito que, no futuro, uma pequena<br />
componente da retribuição dos estagiários possa ser<br />
suportada pelas empresas, de forma a podermos continuar<br />
a assegurar a viabilidade do programa.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 9
NOVO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />
DA AICEP<br />
Presidente<br />
Pedro Reis, 43 anos, é licenciado em Gestão e Administração<br />
de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa<br />
(1986-1992), tendo complementado o seu percurso académico<br />
com formações na Harvard Business School (EUA)<br />
em Strategic Finance (2005), no Insead (França) no AMP<br />
– Advanced Management Program (1995) e, também na<br />
Universidade Católica, no PAGE – Programa Avançado de<br />
Gestão para Executivos (1994-95).<br />
Autor do livro “Voltar a Crescer”, em que traça um diagnóstico<br />
da economia portuguesa com base num estudo feito<br />
junto de 55 empresários e gestores portugueses (Março de<br />
2011), o novo presidente da AICEP era consultor na empresa<br />
Cunha Vaz & Associados com a função de vice-presidente.<br />
Do seu percurso profissional destacam-se igualmente os<br />
cargos que ocupou na Imago, como administrador, e no<br />
grupo Tubus e na Altamira, como presidente. Foi ainda colaborador<br />
de várias revistas especializadas em assuntos económicos<br />
e comentador na TVI24.<br />
Na AICEP, tem a seu cargo a representação externa da<br />
Agência, as participadas Capital <strong>Global</strong> e <strong>Global</strong> Parques, a<br />
Secretaria-geral, e a Verificação de Incentivos de GE e PME.<br />
Vogais<br />
AICEP<br />
António Almeida Lima, licenciado em Direito pela Universidade<br />
Católica Portuguesa (Lisboa), era Cônsul-Geral de<br />
<strong>Portugal</strong> no Rio de Janeiro desde 2006, tendo um vasto<br />
percurso profissional ligado à carreira diplomática, que iniciou<br />
em 1983 como Adido de Embaixada. Entre os vários<br />
postos que ocupou contam-se a Representação Permanente<br />
de <strong>Portugal</strong> na ONU, em Nova Iorque, a Embaixada em<br />
Londres, a Delegação permanente junto da NATO, em Bruxelas,<br />
a Embaixada em Maputo, e as Direcções de Serviços<br />
da América do Norte e da África Subsariana do MNE, além<br />
de Subdirector Geral das Relações Bilaterais. Foi chefe de<br />
gabinete da ministra do Negócios Estrangeiros e das Comunidades<br />
Portuguesas em 2003/2004.<br />
Tem a seu cargo na AICEP as áreas da Diplomacia Económica<br />
e Relações Institucionais, Apoio à Rede, Relações Públicas, Comunicação,<br />
Contact Center e Sites, Programação e Gestão de<br />
Eventos e o relacionamento com o Turismo de <strong>Portugal</strong>.<br />
Manuel Brandão é licenciado em Direito pela Universidade<br />
Católica do Porto, formação a que acrescem os cursos<br />
de Direito Fiscal e Integração Europeia que concluiu na<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 11
AICEP<br />
Universidade de Saarbrücken, na Alemanha, e o curso de<br />
pós-graduação de Direito do Ordenamento, do Urbanismo<br />
e do Ambiente que frequentou na Faculdade de Direito da<br />
Universidade de Coimbra.<br />
Profissionalmente, e até integrar o CA da AICEP, exercia<br />
advocacia nas áreas de Corporate, Contratação Pública,<br />
Direito Marítimo e Portuário, Imobiliário e Publicidade na<br />
sociedade de advogados Albuquerque & Associados. O seu<br />
percurso está também ligado à OGMA, onde foi administra-<br />
dor não-executivo, e representante nacional junto do Nato<br />
Industrial Advisory Group (NIAG) na Bélgica. Foi também<br />
chefe de gabinete do ministro da Defesa Nacional entre<br />
2003 e 2005.<br />
PME, Assessoria Jurídica, Capacitação, Conhecimento, Informação<br />
Internacional e Nacional e o relacionamento com o<br />
IAPMEI são os pelouros da sua responsabilidade na Agência.<br />
Pedro Pereira Gonçalves é licenciado em Economia pela<br />
Universidade Católica Portuguesa e Mestre (MBA) pela Universidade<br />
Nova de Lisboa e pelo Scottish Doctoral Programme<br />
& Masters Degree in Economics. Trabalhava actualmente<br />
no Banco Espírito Santo, onde era Director Coordenador<br />
do Gabinete de Monetização e Crédito a Empresas, tendo,<br />
ao longo do seu percurso profissional, desempenhado funções<br />
na Companhia de Seguros Tranquilidade, e em diversos<br />
gabinetes governamentais entre 2002 e 2005.<br />
São da sua responsabilidade na AICEP as áreas das Grandes<br />
Empresas (GE), Angariação, Marketing Estratégico,<br />
Financeira, Incentivos PME e GE, Contratos GE, Auditoria<br />
interna, Custos de contexto e relacionamento com Capitais<br />
de Risco.<br />
12 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
José Vital Morgado é licenciado em engenharia civil pelo<br />
Instituto Superior Técnico, tendo ingressado no ICEP em<br />
1987, onde foi director, em <strong>Portugal</strong>, e delegado em Nova<br />
Iorque e em Madrid, sendo vogal executivo da administração<br />
da AICEP desde a sua criação em Julho de 2007. O seu<br />
percurso profissional fez-se também em empresas do sector<br />
da construção como a Corul – Construções Urbanas, Lda.,<br />
a Ilídio Monteiro Construções, Lda., e a Sogel – Sociedade<br />
Geral de Empreitadas, Lda.<br />
Tem actualmente a seu cargo os pelouros do INOV Contacto,<br />
dos Recursos Humanos, do Património, Logística e<br />
Compras, e dos Sistemas e Tecnologias de Informação.
DESTAQUE<br />
VALE A PENA INVESTIR<br />
EM PORTUGAL<br />
Uma panorâmica do investimento em <strong>Portugal</strong>, com destaque para projectos bem<br />
sucedidos de investimento estrangeiro, mostra-se incontornável no actual contexto<br />
de crise global. Primeiro, porque reforça a imagem positiva do país e também porque<br />
confere confiança aos nossos parceiros económicos, mostrando-lhes de forma credível<br />
que há boas razões para investirem em <strong>Portugal</strong>. Segundo, porque sendo a AICEP, em<br />
matéria de investimento, parte indissociável da solução, torna-se fundamental realçar<br />
o seu papel e a sua experiência na captação, viabilização e acompanhamento do<br />
investimento estrangeiro, potenciador de desenvolvimento empresarial, de redução<br />
do défice da balança comercial e de criação de emprego.<br />
14 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global
FACTORES DE COMPETITIVIDADE<br />
Vários factores de competitividade colocam<br />
<strong>Portugal</strong> na rota do investimento<br />
directo estrangeiro, pese embora a<br />
conjuntura adversa particularmente<br />
sentida no mundo ocidental e que levou<br />
já a um decréscimo dos fluxos de<br />
IDE em muitos mercados.<br />
A localização geo-estratégica de <strong>Portugal</strong>,<br />
no cruzamento das rotas marítimas<br />
e aéreas que ligam a África, a Europa e<br />
as Américas, é uma das vantagens do<br />
país enquanto receptor de investimento<br />
estrangeiro. Igualmente, infra-estruturas<br />
portuárias como Sines, Lisboa ou<br />
Leixões e os aeroportos de Lisboa ou<br />
Porto podem ser pontos de apoio fundamentais<br />
para o transporte de pessoas<br />
e mercadorias que pretendam aceder ao<br />
mercado da União Europeia, hoje com<br />
cerca de 500 milhões de habitantes.<br />
No domínio das comunicações e telecomunicações,<br />
dos transportes e da logística,<br />
<strong>Portugal</strong> tem hoje infra-estruturas<br />
modernas e capazes de responder às necessidades<br />
de qualquer investidor, assegurando<br />
uma rápida ligação e comunicação<br />
com os mercados internacionais.<br />
A mão-de-obra portuguesa é reconhecida<br />
pela sua qualidade e flexibilidade,<br />
pela sua qualificação e pela sua produtividade,<br />
factores que a tornam altamente<br />
competitiva em relação a outros<br />
países também receptores de IDE.<br />
É de sublinhar que se trata de um país<br />
politicamente estável e seguro, pres-<br />
“A mão-de-obra portuguesa<br />
é reconhecida pela sua<br />
qualidade e flexibilidade,<br />
pela sua qualificação e pela<br />
sua produtividade, factores<br />
que a tornam altamente<br />
competitiva em relação<br />
a outros países também<br />
receptores de IDE.”<br />
DESTAQUE<br />
Competência, qualificação e flexibilidade são alguns dos adjectivos que investidores<br />
estrangeiros em <strong>Portugal</strong> atribuem aos seus colaboradores. A existência de mão-deobra<br />
qualificada é, assim, um dos factores de atractividade de <strong>Portugal</strong> na captação<br />
de investimento directo estrangeiro. A localização estratégica do país, a existência de<br />
boas infra-estruturas de comunicação e até a hospitalidade dos portugueses e o clima<br />
agradável são outros factores que pesam na tomada de decisão de um investidor<br />
estrangeiro. Mas, afinal, quais são as vantagens competitivas de <strong>Portugal</strong> face aos<br />
seus mais directos concorrentes?<br />
tigiado a nível internacional, pela sua<br />
Historia e pela sua politica externa, que<br />
dialoga facilmente com distintos países.<br />
Membro da União Europeia, é também<br />
o membro europeu da Comunida-<br />
de dos Países de Língua Portuguesa e<br />
mantém um relacionamento cada vez<br />
mais importante não só com os países<br />
vizinhos do Norte de África, mas também<br />
com mercados com economias<br />
em rápido crescimento, como a China,<br />
a Índia, a África do Sul ou o México.<br />
<strong>Portugal</strong>, pela sua colocação no mundo<br />
pode ser, e já é em muitos casos, uma<br />
plataforma de parcerias no quadro das<br />
relações económicas internacionais.<br />
<strong>Portugal</strong> distingue-se também pelo investimento<br />
que tem vindo a efectuar<br />
em áreas de ponta, como as do ambiente<br />
e as energias renováveis, confirmando<br />
o esforço de modernização<br />
económica do país e dispondo de um<br />
know-how e experiência que fazem<br />
das empresas portuguesas destes sectores<br />
parceiros importantes para potenciais<br />
investidores.<br />
<strong>Portugal</strong> beneficia ainda da vantagem<br />
de ter um excelente clima, uma boa<br />
qualidade de vida e uma população<br />
hospitaleira e aberta ao estrangeiro, o<br />
que o torna atractivo e de fácil adaptação<br />
para os quadros expatriados.<br />
Onde investir<br />
Mais do que sectores, <strong>Portugal</strong> privilegia<br />
a atracção de projectos que sejam<br />
inovadores e tecnologicamente avançados<br />
que possam contribuir para o<br />
esforço de modernização e internacionalização<br />
da nossa base produtiva em<br />
diferentes áreas e sectores, contando<br />
para isso com a AICEP e a sua rede espalhada<br />
em mais de 40 países.<br />
Além das áreas do ambiente e das energias<br />
renováveis, já referidas, são de assinalar<br />
os sectores automóvel, onde existe<br />
um cluster de grande importância; a<br />
aeronáutica, que o recente investimento<br />
da Embraer veio impulsionar de forma<br />
decisiva; as TIC, onde se destaca um<br />
conjunto apreciável de empresas nacionais<br />
com projecção internacional; o turismo<br />
e as biotecnologias, entre outros.<br />
Os dados relativos ao investimento em<br />
<strong>Portugal</strong>, desde 2000, confirmam o<br />
crescente interesse de empresas estrangeiras<br />
em investir no país, com uma média<br />
anual de IDE da ordem dos 20 a 30<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 15
DESTAQUE<br />
mil milhões de euros. Mesmo em anos<br />
mais recentes e apesar da crise internacional,<br />
<strong>Portugal</strong> continua a ser um destino<br />
de IDE importante para empresas<br />
com estratégias de internacionalização<br />
globais. Por outro lado dado o crescente<br />
investimento de empresas portuguesas<br />
no estrangeiro, nomeadamente em países<br />
como a Espanha, Brasil ou Angola<br />
fazem de <strong>Portugal</strong> um parceiro potencial<br />
para empresas estrangeiras interessadas<br />
em aceder a esses mercados.<br />
De acordo com vários relatórios internacionais, <strong>Portugal</strong> encontra-se bem posicionado<br />
em diversos rankings de competitividade internacional no que se refere a factores<br />
relevantes para a tomada de decisão de localização de investimentos. Vejamos alguns<br />
destes indicadores.<br />
16 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Apoios<br />
A AICEP apoia, sobretudo, projectos de<br />
qualidade, virados para a exportação e<br />
que podem trazer valor acrescentado ao<br />
país em termos de tecnologia e inovação.<br />
São vários os exemplos de grandes<br />
empresas que investiram e continuam a<br />
investir em <strong>Portugal</strong> beneficiando de diferentes<br />
apoios. Mas há também projectos<br />
de PME que, pelo seu potencial interesse,<br />
podem ser apoiadas, em parceria com o<br />
PORTUGAL<br />
VERSUS<br />
DESTINOS CONCORRENTES<br />
INFRA-ESTRUTURAS (físicas e tecnológicas)<br />
Qualidade global<br />
das infra-estruturas (ranking)<br />
<strong>Global</strong> Competitiveness Report 2011/2012<br />
World Economic Forum (142 países)<br />
Qualidade global das infra-estruturas:<br />
Num universo de 142 países,<br />
<strong>Portugal</strong> ocupa a 12ª posição,<br />
à frente de países como Holanda,<br />
Bélgica, Espanha, Reino Unido, República<br />
Checa, Irlanda e Grécia.<br />
Qualidade das estradas<br />
The <strong>Global</strong> Enabling Trade Report 2010<br />
World Economic Forum (125 países)<br />
Qualidade da rede rodoviária: De<br />
125 países analisados, 9º lugar, à<br />
frente da Holanda, Espanha, Reino<br />
Unido, Irlanda, Hungria, República<br />
Checa, Polónia, Roménia.<br />
IAPMEI (Instituto de Apoio as Pequenas<br />
e Médias Empresas Industriais). Tudo<br />
depende do projecto e das suas características,<br />
havendo um leque de apoios<br />
que vão desde o acompanhamento do<br />
investidor ao longo de todo o processo<br />
de instalação nas diversas componentes<br />
(contactos com entidades locais, apoio<br />
jurídico, informação, etc.) aos apoios de<br />
índole financeira, nos quais se incluem os<br />
apoios à formação de trabalhadores.<br />
Disponibilidade das tecnologias<br />
mais avançadas (ranking)<br />
<strong>Global</strong> Competitiveness Report 2011/2012<br />
World Economic Forum (142 países)<br />
Disponibilidade das tecnologias<br />
mais avançadas: Em 142 economias<br />
avaliadas, 16º lugar, à frente do Luxemburgo,<br />
Alemanha, Espanha, Itália,<br />
Polónia.
INOVAÇÃO<br />
Performance da inovação (Taxa de<br />
crescimento médio)<br />
Innovation Union Scoreboard 2010<br />
PRO INNO Europe (40 países)<br />
<strong>Portugal</strong> apresenta a maior taxa de<br />
crescimento médio, de entre 40 países<br />
analisados, no que se refere à<br />
performance da inovação.<br />
FORNECIMENTO DE SERVIÇOS<br />
Velocidade média de Internet de banda<br />
larga declarada (ranking)<br />
Estatísticas OCDE, Setembro 2010 (35 países)<br />
<strong>Portugal</strong> ocupa o 2º melhor lugar no<br />
ranking de 35 países, relativamente à<br />
velocidade média de Internet de<br />
Banda Larga anunciada pelos operadores.<br />
À frente, por exemplo, da França,<br />
da Noruega, da Alemanha, entre outros.<br />
Performance da inovação por dimensão<br />
(Innovators)<br />
Innovation Union Scoreboard 2010<br />
PRO INNO Europe (40 países)<br />
A categoria em que <strong>Portugal</strong> melhor<br />
pontua no que se refere à performance<br />
da Inovação, é na “Innovators”, que<br />
traduz a capacidade de inovação empresarial<br />
(novos produtos, serviços, processos<br />
organizacionais e marketing). O<br />
lugar ocupado é o 3º deste ranking.<br />
Qualidade do fornecimento de<br />
electricidade<br />
<strong>Global</strong> Competitiveness Report 2011/2012<br />
World Economic Forum (142 países)<br />
Qualidade de fornecimento de eletricidade:<br />
num universo de 142 países,<br />
28º lugar, à frente de países como Espanha,<br />
Hungria, Itália, Polónia, Grécia.<br />
DESTAQUE<br />
CUSTOS OPERACIONAIS<br />
Custos de electricidade para uso<br />
industrial<br />
<strong>Global</strong> Benchmark Report 2011<br />
Confederation of Danish Industry (21 países da OCDE)<br />
<strong>Portugal</strong> posiciona-se em 5º lugar<br />
numa amostra de 21 países da OCDE,<br />
no que se refere ao custo da electricidade<br />
para uso industrial, à frente<br />
de países como a Grécia, a Espanha,<br />
a Polónia, a Irlanda, o Reino Unido, a<br />
Holanda, a República Checa.<br />
Crescimento anual nos custos unitários<br />
laborais (2005-2009)<br />
<strong>Global</strong> Benchmark Report 2010<br />
Confederation of Danish Industry (29 países da OCDE)<br />
De entre 29 países da OCDE analisados,<br />
<strong>Portugal</strong> é o 4º país com menor<br />
crescimento nos custos unitários<br />
laborais entre 2005 e 2009, à frente<br />
da República Checa, Polónia, Hungria<br />
e Turquia, países habitualmente associados<br />
a baixos custos de mão-de-obra.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 17
DESTAQUE<br />
AMBIENTE DE NEGÓCIOS<br />
Barreiras legislativas à criação de empresas<br />
IMD Survey 2009 (28 países da OCDE)<br />
De entre 28 países da OCDE analisados,<br />
<strong>Portugal</strong> é o 3º melhor classificado<br />
em termos de ausência de<br />
barreiras legislativas à criação de<br />
empresas. Melhor posicionado que,<br />
por exemplo, a Irlanda, a Holanda e o<br />
Reino Unido.<br />
Duração de criação de empresa (em dias)<br />
Doing Business 2011<br />
Banco Mundial (183 países)<br />
Tempo necessário para criar uma<br />
empresa: 6 dias, à frente de países<br />
como a Holanda (8 dias), Roménia<br />
(10 dias), Reino Unido e Irlanda (13),<br />
República Checa (20), Polónia (32),<br />
Espanha (47).<br />
18 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Proteção de investidores (ranking)<br />
Doing Business 2011<br />
Banco Mundial (183 países)<br />
Proteção aos investidores: Embora<br />
<strong>Portugal</strong> se situe apenas um pouco<br />
acima do meio da tabela (44º), está<br />
em igualdade de situação com países<br />
habitualmente conotados como muito<br />
competitivos como a Polónia e a Roménia.<br />
Mas está acima da República<br />
Abertura da economia (comércio internacional)<br />
Doing Business 2011<br />
Banco Mundial (183 países)<br />
Abertura da economia (comércio internacional):<br />
27ª lugar, antes da Bélgica,<br />
Polónia, Espanha, Itália e Hungria.<br />
Checa (93º) e ainda mais distanciada<br />
da Holanda (109º). Pontuamos bem<br />
em aspectos como garantias de confidencialidade,<br />
favorecimento de responsabilização<br />
criminal de dirigentes<br />
em casos de má conduta de gestão ou<br />
proteção de acionistas minoritários,<br />
nomedamente no acesso a informação<br />
corporativa.<br />
Eficiência dos procedimentos de<br />
importação/exportação<br />
The <strong>Global</strong> Enabling Trade Report 2010<br />
World Economic Forum (125 países)<br />
Eficiência dos procedimentos de<br />
importação/exportação: 20º lugar<br />
antes de Luxemburgo, Suiça, Bélgica,<br />
Polónia, Itália, Espanha, Bulgária.
Facilidade em contratar estrangeiros<br />
The <strong>Global</strong> Enabling Trade Report 2010<br />
World Economic Forum (125 países)<br />
Facilidade em contratar estran-<br />
geiros: 13º lugar, à frente do Reino<br />
Unido, Hungria, República Checa,<br />
Roménia, Holanda, Espanha, Polónia.<br />
RECURSOS HUMANOS<br />
Percentagem de licenciados<br />
em Ciência e Engenharia<br />
<strong>Global</strong> Benchmark Report 2011<br />
Confederation of Danish Industry (35 países)<br />
<strong>Portugal</strong> obtem a 2ª melhor posição<br />
num ranking de 35 países avaliados<br />
quanto à percentagem de licenciados<br />
em Ciência e Engenharia.<br />
Custo de vida<br />
Cost of living survey 2010<br />
Mercer (214 países)<br />
Num indicador especialmente impor-<br />
tante para a instalação de actividades<br />
de serviços, em que as multinacionais<br />
escolhem muitas vezes as capitais e<br />
Competências linguísticas<br />
World Competitiveness Yearbook 2009 IMD (58 países)<br />
Competências linguísticas: Em 58<br />
países avaliados, <strong>Portugal</strong> obtém 7<br />
pontos, bastante à frente de países<br />
como a Polónia, a República Checa, a<br />
Irlanda, a Roménia, a Hungria, o Reino<br />
Unido e a Espanha.<br />
DESTAQUE<br />
fazem habitualmente deslocar expatriados,<br />
Lisboa – num universo<br />
de 214 cidades mundiais analisadas<br />
– pontua melhor do Madrid, Praga,<br />
Istambul, Dublin, Amesterdão ou<br />
Londres, no que se refere ao índice<br />
de custo de vida.<br />
Inscritos no ensino secundário<br />
<strong>Global</strong> Competitiveness Report 2011/2012<br />
World Economic Forum (142 países)<br />
Estudantes inscritos no Ensino Secundário:<br />
13ª posição, à frente de países<br />
como a Suiça, Hungria, Reino Unido,<br />
Polónia, Itália, Alemanha e Grécia.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 19
DESTAQUE<br />
A AICEP E A CAPTAÇÃO<br />
DE INVESTIMENTO<br />
Cabe à AICEP, enquanto agência pública responsável pela<br />
captação de investimento estrangeiro e promoção da<br />
internacionalização das empresas e das exportações nacionais,<br />
um papel fundamental na angariação de investimento<br />
estruturante para o país. A AICEP angaria e acompanha os<br />
projectos de investimento em todas as suas etapas, apoiando aqueles<br />
que melhor concorram para a competitividade e sustentabilidade da<br />
economia portuguesa, contribuindo para os objectivos de aumentar o valor<br />
acrescentado, reduzir o défice da balança comercial e criar emprego.<br />
A captação de investimento estrangeiro<br />
é globalmente considerada uma prioridade<br />
para o crescimento das economias,<br />
mesmo as mais desenvolvidas, pelos impactos<br />
directos que resultam desses fluxos:<br />
transferência de tecnologia, criação<br />
de emprego e geração de valor. Isto significa<br />
que praticamente todos os países<br />
têm uma política activa de captação de<br />
novos investimentos, tornando esta actividade<br />
extremamente competitiva.<br />
As decisões de investimento, especialmente<br />
no âmbito de grandes multinacionais,<br />
são baseadas numa avaliação<br />
competitiva e profissional dos factores<br />
de atracção de várias localizações. Nos<br />
últimos anos, por força das dificuldades<br />
globais de financiamento, constata-se<br />
que mesmo para projectos de menor<br />
dimensão, as multinacionais envolvem<br />
equipas especializadas na análise comparativa<br />
de várias localizações alternativas,<br />
avaliando um conjunto de requisitos<br />
relevante para o respectivo negócio<br />
e procedendo à eliminação sucessiva de<br />
localizações até chegarem a uma lista<br />
mais limitada, para decisão final.<br />
A experiência da Agência nesta matéria<br />
mostra que é comum um processo de<br />
escolha de localizações começar com<br />
de uma lista com dez a vinte alternativas<br />
(a “long list”), escolhida em função<br />
de indicadores macroeconómicos e da<br />
percepção que existe sobre localizações<br />
competitivas para uma determinada<br />
actividade. Em muitos casos, as multi-<br />
20 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
nacionais limitam-se a dar a oportunidade<br />
às suas filiais em vários mercados<br />
para concorrerem pela atribuição de um<br />
novo projecto de investimento.<br />
Este conjunto de localizações possíveis é<br />
depois reduzido a uma lista mais pequena<br />
(“short list”), essencialmente com base<br />
“A passagem à “short list”,<br />
bem como a decisão final<br />
de localização, dependem<br />
essencialmente de factores<br />
micro económicos. Ou<br />
o modelo de negócios<br />
ajustado a uma determinada<br />
localização atinge os critérios<br />
de decisão previamente<br />
definidos, ou não existe<br />
investimento.”<br />
na resposta que as várias agências de<br />
promoção de investimento conseguem<br />
dar aos requisitos de localização do projecto<br />
ou por recomendação de consultores<br />
especializados. As últimas três a cinco<br />
localizações são então objecto de visita e<br />
de recolha de informação, construindo-se<br />
um plano de negócios que vai basear a<br />
decisão final da empresa.<br />
A passagem à “short list”, bem como<br />
a decisão final de localização, dependem<br />
essencialmente de factores micro<br />
económicos. Ou o modelo de negócios<br />
ajustado a uma determinada localização<br />
atinge os critérios de decisão previamente<br />
definidos, ou não existe investimento.<br />
A actuação da AICEP na fase em que o<br />
nosso país se encontra numa “long list”<br />
para decisão de um projecto de investimento,<br />
inclui as seguintes actividades:<br />
• Recolha, tratamento e apresentação da<br />
informação requerida pelo investidor;<br />
• Identificação de localizações adequadas<br />
aos requisitos de negócio do projecto,<br />
envolvendo um contacto próximo<br />
com municípios, zonas industriais,<br />
parques empresariais, mediadoras<br />
imobiliárias, centros tecnológicos ou<br />
de investigação, universidades, centros<br />
de formação profissional, etc.;<br />
• Planeamento, preparação e acompanhamento<br />
de missões de prospecção a<br />
<strong>Portugal</strong>. A experiência demonstra que<br />
o sucesso destas missões depende da<br />
capacidade de as planear e preparar<br />
com rigor, devendo ser definidos roteiros<br />
adequados ao perfil dos visitantes;<br />
• Acompanhamento destas missões por<br />
colaboradores da Agência, com visitas a<br />
terrenos, empresas, entidades públicas,<br />
universidades, portos ou outros interlocutores<br />
relevantes para que o investidor<br />
faça uma avaliação completa da competitividade<br />
do nosso país.<br />
Nos casos em que não se consegue a<br />
passagem à “short list”, procura-se identificar<br />
qual a localização vencedora, quais
as vantagens e de que forma é que se<br />
pode melhorar para uma próxima oportunidade.<br />
Quando chega a boa notícia<br />
de que <strong>Portugal</strong> continua na corrida,<br />
entra-se numa nova fase crítica, em que<br />
todos os dados se têm de alinhar para<br />
que a decisão final nos seja favorável:<br />
• Pode ser necessário preparar e acompanhar<br />
novas visitas, ainda mais<br />
detalhadas;<br />
• São normalmente solicitados dados<br />
mais específicos sobre os custos e a<br />
disponibilidade de utilities, os custos<br />
logísticos e a disponibilidade de rotas<br />
marítimas ou ferroviárias (onde aplicável);<br />
a disponibilidade e o custo de recursos<br />
humanos com as qualificações<br />
necessárias ao projecto, entre outros;<br />
• É avaliado o enquadramento do projecto<br />
nos sistemas de incentivos em<br />
vigor e são preparadas simulações<br />
do que poderá vir a ser o pacote de<br />
apoios a negociar;<br />
• São identificados todos os aspectos<br />
em que a proposta portuguesa possa<br />
ser melhorada e são remetidos à<br />
empresa todos os elementos que permitam<br />
a construção do melhor plano<br />
de negócios, de entre as várias localizações<br />
que ainda estejam na corrida.<br />
“Uma forma eficaz<br />
de conseguir mais<br />
investimento é conseguir<br />
que os investidores que<br />
já se encontram no nosso<br />
país, sejam nacionais ou<br />
estrangeiros, alcancem<br />
resultados que os levem a<br />
reinvestir.”<br />
Esta fase é a mais sensível de todo o<br />
processo, procurando-se alcançar o<br />
equilíbrio entre o impacto económico<br />
que o projecto pode ter e uma utilização<br />
racional dos recursos públicos a<br />
alocar ao projecto, sem que se conheça<br />
em detalhe quais são as ofertas das<br />
localizações alternativas. No final, resta<br />
esperar – insistindo, persistindo, procurando<br />
sempre mais formas de melhorar<br />
a proposta de valor de <strong>Portugal</strong> – que<br />
chegue a decisão favorável.<br />
Refira-se que os clientes da AICEP, na<br />
vertente da captação de investimento,<br />
são empresas, em regra, de grande dimensão,<br />
com um volume de negócios<br />
anual na ordem dos 75 milhões de euros<br />
ou com projectos de investimento<br />
DESTAQUE<br />
superiores a 25 milhões de euros. Mas<br />
está igualmente confiada à agência a<br />
missão de promover, captar e acompanhar<br />
projectos que, mesmo não cumprindo<br />
estes critérios qualitativos, possam,<br />
pelo respectivo mérito, contribuir<br />
significativamente para o desenvolvimento<br />
da economia nacional, através<br />
da criação ou expansão de actividades<br />
inovadoras e potenciadoras de efeitos<br />
relevantes na cadeia de valor e no emprego<br />
qualificado.<br />
Desenvolvendo<br />
mais investimento<br />
A máxima que diz que “é mais barato<br />
reter clientes do que conseguir clientes<br />
novos” também se aplica à promoção<br />
de investimento. Uma forma eficaz de<br />
conseguir mais investimento é conseguir<br />
que os investidores que já se encontram<br />
no nosso país, sejam nacionais<br />
ou estrangeiros, alcancem resultados<br />
que os levem a reinvestir.<br />
Sendo os impactos económicos entre<br />
projectos de raiz ou de expansão idênticos,<br />
mas com custos de transacção muito<br />
menores, até para as próprias empresas,<br />
é normal que as agências de promoção<br />
de investimento apliquem uma<br />
parte significativa dos seus recursos no<br />
acompanhamento dos investidores que<br />
têm presença nos respectivos países.<br />
Na AICEP, uma equipa de 15 gestores de<br />
clientes tem a responsabilidade de, no<br />
dia-a-dia, acompanhar as maiores empresas<br />
presentes no país, procurando identificar<br />
as dificuldades que possam estar<br />
a prejudicar a sua actividade actual, sem<br />
deixar de identificar novos projectos de<br />
investimento em <strong>Portugal</strong>.<br />
As grandes empresas estão normalmente<br />
inseridas em grandes grupos cuja estratégia<br />
global e cuja alocação de recursos<br />
e de novos projectos de investimento é<br />
muitas vezes decidida a nível central, em<br />
função de critérios que nem sempre seguem<br />
uma lógica estritamente económico-financeira.<br />
Daqui resulta que a possibilidade<br />
de acesso a informação relevante<br />
para a identificação de novas oportunidades<br />
ou ameaças depende normalmente<br />
do estabelecimento de uma relação de<br />
confiança entre essas empresas e o gestor<br />
de cliente da AICEP.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 21
DESTAQUE<br />
Localizações de excelência à distância<br />
de um clique<br />
O <strong>Global</strong> Find é uma Plataforma desenvolvida pela <strong>aicep</strong> <strong>Global</strong> Parques que<br />
identifica de forma célere soluções de localização empresarial em <strong>Portugal</strong><br />
continental, actuando como instrumento de apoio ao investimento.<br />
Disponível em www.globalparques.pt ou directamente em http://globalfind.<br />
globalparques.pt, o <strong>Global</strong> Find permite efectuar pesquisas livres em mapa e/ou<br />
identificar opções de localização através da selecção de distintos critérios prédefinidos<br />
infra-estruturais, demográficos e socioeconómicos. Basta seleccionar<br />
os requisitos pretendidos e esta ferramenta cruza-los-á, oferecendo os<br />
resultados correspondentes à pesquisa e permitindo o download de relatórios<br />
muito completos sobre a localização seleccionada.<br />
À distância de um clique, qualquer utilizador poderá aceder directamente<br />
no mapa à caracterização e descrição de diversos pontos de interesse de<br />
contextualização industrial ou logística tais como Portos e Terminais Portuários,<br />
Aeroportos, Plataformas Logísticas, Parques de Ciência e Tecnologia.<br />
Disponível em quatro línguas – português, inglês, espanhol e alemão –, o<br />
<strong>Global</strong> Find promove todos os sites livres para instalação empresarial, inseridos<br />
na Plataforma, no mercado internacional de localizações para investimento.<br />
O <strong>Global</strong> Find está em permanente actualização e desenvolvimento, quer da<br />
ferramenta quer dos dados nela constantes. Actualmente conta com 8.500 lotes,<br />
dos quais 3.600 disponíveis para ocupação, e mais de 200 parques empresariais.<br />
22 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Esta equipa procura ainda aumentar<br />
o impacto económico destes investimentos,<br />
designadamente o aumento<br />
do recurso a fornecedores locais, a colaboração<br />
entre empresas e mesmo o<br />
desenvolvimento de estratégias de internacionalização<br />
concertadas.<br />
O conhecimento da oferta nacional,<br />
a capacidade de identificar potenciais<br />
fornecedores para uma determinada<br />
necessidade e a disponibilidade para<br />
apoiar o processo de qualificação destes<br />
fornecedores têm sido instrumentais na<br />
identificação de novas oportunidades de<br />
negócio que resultam na substituição de<br />
importações e em investidores mais satisfeitos<br />
com a sua presença em <strong>Portugal</strong>.<br />
Custos de Contexto<br />
Um aspecto realmente crítico para a<br />
percepção que os investidores têm do<br />
nosso país é a forma como os seus<br />
processos são geridos pelas entidades<br />
da administração pública com que se<br />
relacionam. Nos casos em que os prazos<br />
não são cumpridos ou em que há<br />
omissão de decisões administrativas,<br />
conflitos de competência entre entidades<br />
públicas, decisões não fundamentadas<br />
ou obstáculos burocráticos que<br />
se traduzem em entraves ao desenvolvimento<br />
da actividade das empresas, a<br />
Agência disponibiliza o apoio da sua<br />
equipa de Custos de Contexto.<br />
Neste domínio, a AICEP actua ao nível<br />
da tramitação administrativa de muitos<br />
projectos de investimento, ajudando<br />
as empresas no encaminhamento mais<br />
adequado dos processos, através da articulação<br />
com outras entidades da administração<br />
pública. Nesta actividade,<br />
procura-se equilibrar o que resulta de<br />
um conhecimento muito detalhado da<br />
legislação aplicável com a capacidade<br />
de levar as entidades públicas e os privados<br />
a dialogarem com o objectivo de se<br />
identificarem todos os constrangimentos<br />
ao desenvolvimento de um determinado<br />
projecto. São assim identificadas<br />
as bases de um entendimento que, no<br />
respeito da legislação existente, permita<br />
ao investidor ter um cenário claro das<br />
condições em que pode ou não fazer o<br />
investimento e dos custos associados.
IDE EM PORTUGAL<br />
FACTOS E NÚMEROS<br />
DESTAQUE<br />
<strong>Portugal</strong> continua a atrair elevados fluxos de investimento directo estrangeiro (IDE)<br />
bruto, devendo em 2011 ter, de novo, superado a barreira dos 30 mil milhões de<br />
euros, apesar da crise financeira vivida no país e na Europa. De realçar também que o<br />
stock de IDE tem vindo sucessivamente a aumentar, atingindo, em Setembro de 2011,<br />
o seu valor mais elevado de sempre: 83,9 mil milhões de euros.<br />
GRÁFICO I – FLUXOS DE IDE EM PORTUGAL, 1996-2011 (JAN/OUT) (MILHÕES EUR)<br />
Investimento Desinvestimento Líquido<br />
O período de crescimento significativo<br />
do IDE em <strong>Portugal</strong> teve início a partir de<br />
1995 (54,5 por cento de crescimento médio<br />
anual em 1996-2000), aproveitando<br />
os efeitos do investimento da Autoeuropa<br />
(1991), que ajudou a dinamizar as<br />
indústrias automóvel, electrónica e metalomecânica<br />
e a retomar uma vertente<br />
mais industrialista do IDE, após uma fase<br />
anterior de aposta no sector dos serviços.<br />
A partir de 2000, os valores absolutos<br />
de IDE bruto atingiram patamares nunca<br />
antes observados, culminando em<br />
2006-2010 com uma média anual de<br />
34 mil milhões de euros (crescimento<br />
de 23 por cento face à média de 2001-<br />
2005), embora se verifique simultaneamente<br />
o aumento do desinvestimento.<br />
Deste modo, o IDE líquido foi de 3,4<br />
mil milhões de euros em média anual<br />
GRÁFICO II – FLUXOS DE IDE BRUTO EM PORTUGAL, POR ACTIVIDADE, 1996-2011 (JAN/OUT) (MILHÕES EUR)<br />
Ind. Transformadora Comércio Act. Financeiras e de Seguros<br />
nos últimos cinco anos, que compara<br />
com 4,0 mil milhões de euros em<br />
2001-2005. O valor máximo de IDE<br />
líquido captado por <strong>Portugal</strong> ocorreu<br />
em 2006 (8,7 mil milhões de euros),<br />
enquanto em 2009 e 2010 foi de 1,5<br />
mil milhões (média anual).<br />
De sublinhar, contudo, o facto de, pelo<br />
menos desde 1965, o valor absoluto<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 23
DESTAQUE<br />
GRÁFICO III – FLUXOS DE IDE BRUTO EM PORTUGAL, POR ORIGEM, 1996-2011 (JAN/OUT) (% IDE BRUTO TOTAL)<br />
UE27<br />
GRÁFICO IV – STOCK DE IDE EM PORTUGAL, 1996-2011 (JAN/SET)<br />
Stock IDE (Meur)<br />
do IDE líquido nunca ter sido negativo,<br />
apesar de, ao longo dos anos, se terem<br />
verificado algumas oscilações na captação<br />
de investimento estrangeiro em<br />
determinados períodos.<br />
Em termos sectoriais, regista-se a perda<br />
de peso da Indústria Transformadora<br />
(média anual de 39 por cento em<br />
1996-2000 contra 31 por cento em<br />
GRÁFICO V – FLUXOS DE IDE LÍQUIDO MUNDIAL, NA EU27 E EM PORTUGAL, 1996-2010 (MILHÕES USD)<br />
Mundo<br />
Extra UE<br />
24 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Stock IDE/PIB (%)<br />
2001-2005 e 26 por cento em 2006-<br />
2010), e o aumento do peso do Comércio<br />
(31 por cento em 2006-2010<br />
contra 22 por cento em 2001-2005).<br />
Por tipo de operação, destaque para<br />
as operações em Empréstimos e Suprimentos<br />
(85 por cento em 2010 contra<br />
56 por cento em 2000), e a diminuição<br />
do investimento em operações de<br />
UE27 <strong>Portugal</strong> (eixo dir.)<br />
Capital (10 por cento em 2010 contra<br />
35,5 por cento em 2000).<br />
No que respeita à origem do investimento<br />
bruto em <strong>Portugal</strong>, a União<br />
Europeia tem sido a principal fonte de<br />
IDE, representando 86,6 por cento do<br />
total em 2010.<br />
Quanto ao stock de IDE, este tem vindo<br />
sucessivamente a aumentar, atingindo,
em Setembro de 2011, o seu valor<br />
mais elevado de sempre: 83,9 mil milhões<br />
de euros (em 2010, o stock de<br />
IDE equivaleu a 47,8 por cento do PIB),<br />
o que revela a capacidade por parte de<br />
<strong>Portugal</strong> para valorizar os activos.<br />
Apesar do cenário menos favorável<br />
nos anos mais recentes quanto ao IDE<br />
em <strong>Portugal</strong> (e na União Europeia em<br />
geral), nomeadamente nos últimos<br />
cinco anos e sobretudo ao nível do IDE<br />
líquido), é de referir que, a nível mundial,<br />
2008 marca o fim dum ciclo de<br />
crescimento iniciado em 2004 e que<br />
culminou em 2007 com o máximo de<br />
sempre: 1.971 mil milhões de dólares<br />
líquidos de investimento directo.<br />
DESTAQUE<br />
GRÁFICO VI – FLUXOS DE IDE LÍQUIDO MÉDIO ANUAL, EM PORTUGAL E PECO, 1996-2010 (% IDE LÍQUIDO MUNDIAL NA EU27 TOTAL)<br />
Polónia<br />
Roménia<br />
Bulgária<br />
Rep. Checa<br />
<strong>Portugal</strong><br />
Hungria<br />
GRÁFICO VII – FLUXOS DE IDE LÍQUIDO MUNDIAL, 1970-2010 (MILHÕES USD)<br />
Desenvolvidos PVD Transição<br />
Eslováquia<br />
Estónia<br />
Lituânia<br />
A reter também o facto de, no novo<br />
milénio, a Ásia ter ganho preponderância<br />
como centro económico mundial,<br />
nomeadamente a China e a Índia, com<br />
crescimentos económicos elevados, enquanto<br />
na Europa se verificou a abertura<br />
da União Europeia a Leste.<br />
Outro aspecto que importa salientar é<br />
o facto de, pela primeira vez, em 2010,<br />
as economias em desenvolvimento e<br />
em transição terem captado mais de<br />
metade do ID líquido mundial (52 por<br />
cento), enquanto a Europa captou apenas<br />
24,5 por cento do ID líquido total<br />
(43,2 por cento em 2007), e que segundo<br />
o World Investment Prospects<br />
Survey 2010-2012, da UNCTAD, os três<br />
Letónia<br />
Eslováquia<br />
mercados prioritários como destino dos<br />
investimentos das empresas transnacionais<br />
são a China, Índia e Brasil. No<br />
top 10 do ranking constam sete países<br />
asiáticos; o principal país comunitário<br />
é o Reino Unido, em sexto lugar no<br />
ranking geral.<br />
Até 2013, a UNCTAD prevê que os fluxos<br />
mundiais de investimento directo retomem<br />
os valores anteriores ao início da<br />
crise financeira internacional. Face à forte<br />
concorrência internacional na captação<br />
de ID, caberá, assim, a <strong>Portugal</strong> desenvolver<br />
competências cada vez mais assentes<br />
na inovação e na economia do conhecimento,<br />
a par de alterações de natureza<br />
fiscal e da redução da dívida pública.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 25
DESTAQUE<br />
INVESTIR EM PORTUGAL<br />
OS PRÓS E OS CONTRAS VISTOS<br />
PELAS EMPRESAS<br />
É ponto assente que a captação e fixação de investimento em <strong>Portugal</strong> constitui<br />
um instrumento importante no processo de modernização, internacionalização e<br />
globalização do tecido empresarial e que por esta via contribui para a dinamização<br />
da economia, nomeadamente em matéria de competitividade. Porque investem as<br />
empresas estrangeiras em <strong>Portugal</strong>? As empresas respondem.<br />
Embora alguns dos factores de competitividade<br />
e de atractividade se tenham<br />
alterado com a crise das dívidas soberanas<br />
e dos mercados, <strong>Portugal</strong> continua<br />
a ser um destino apetecível para<br />
o investimento interno e externo mais<br />
consistente e sustentável, sem dúvida<br />
a melhor opção ao investimento circunstancial<br />
e mais volátil, que explora<br />
os custos mais baixos dos factores de<br />
produção, com fraca ou nula repercussão<br />
no desenvolvimento económico.<br />
Nesta medida, existem factores que<br />
importa realçar, dado que continuam<br />
a influenciar a decisão de investidores,<br />
nomeadamente estrangeiros, não só<br />
26 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
pela positiva como pela negativa. Face<br />
à crise económico-financeira europeia<br />
e internacional, a questão de como<br />
competir e captar investimento ganha<br />
ainda maior relevância.<br />
É certo que o investimento estrangeiro<br />
em <strong>Portugal</strong> acusou uma retracção em<br />
2010/11, comparando com anos anteriores,<br />
o que é confirmado pela UNC-<br />
TAD, a agência da ONU para o comércio<br />
e o investimento. Contudo, apesar<br />
deste factor de constrangimento, o país<br />
continua a contar com um ambiente<br />
empresarial favorável, de que desfrutam<br />
algumas das maiores empresas inter-<br />
nacionais, e também com um historial<br />
de sucesso em matéria de Investimento<br />
Directo Estrangeiro (IDE), de que são<br />
exemplo a Autoeuropa (indústria automóvel),<br />
a brasileira Embraer (sector aeronáutico)<br />
ou a alemã Siemens, que há<br />
mais de um século desempenha um papel<br />
activo no desenvolvimento económico<br />
do país, sendo líder nos seus sectores<br />
de indústria, energia e saúde.<br />
Não surpreende, pois, que uma empresa<br />
como a Cisco <strong>Portugal</strong>, líder<br />
mundial em soluções de rede, afirme<br />
que “é impossível encontrar aspectos<br />
negativos do investimento realizado”.
Quem o diz é Nuno Varandas, director<br />
do Centro Hércules da Cisco, que<br />
defende que <strong>Portugal</strong> tem neste momento<br />
as condições necessárias para<br />
ser a “Califórnia da Europa”.<br />
Também John Chambers, o CEO da multinacional<br />
nos EUA, reafirmou recentemente<br />
o interesse da empresa em continuar<br />
a investir em <strong>Portugal</strong>, uma vez<br />
que os “resultados deste investimento<br />
têm sido extremamente positivos”.<br />
Seja como for, nunca é demais potenciar<br />
a percepção de <strong>Portugal</strong> no<br />
exterior, pois numa sociedade competitiva<br />
não basta fazer bem, é essencial<br />
fazer melhor, de preferência primeiro,<br />
dando-se a conhecer pela excelência. E<br />
para isso, nada melhor que o testemunho<br />
de empresas que estão a investir<br />
em <strong>Portugal</strong>.<br />
“Apesar dos constrangimento<br />
conjunturais, o país continua<br />
a contar com um ambiente<br />
empresarial favorável, de<br />
que desfrutam algumas<br />
das maiores empresas<br />
internacionais, e também<br />
com um historial de sucesso<br />
em matéria de IDE.”<br />
Pontos positivos<br />
Para as empresas que olham para <strong>Portugal</strong><br />
como país e plataforma de investimento,<br />
são de destacar factores<br />
como a abertura económica portuguesa,<br />
bem como os fortes laços que unem<br />
o país à União Europeia, e por sua vez<br />
a União aos mercados mundiais, bem<br />
como a ligação do país com o continente<br />
africano, Brasil e EUA, relações<br />
que constituem uma base sólida para a<br />
internacionalização. Para a Xerox, por<br />
exemplo, o posicionamento geográfico<br />
de <strong>Portugal</strong> foi um factor decisivo<br />
quando optou por se instalar em Lisboa:<br />
“Para além da comparação entre<br />
factores como custo do emprego, disponibilidade<br />
de idiomas ou instalações,<br />
a acessibilidade foi determinante, dado<br />
que nos permite apoiar clientes euro-<br />
peus e norte-americanos”. Em contrapartida,<br />
para a Continental Mabor,<br />
fabricante de pneus e câmaras-de-ar,<br />
“se o facto de <strong>Portugal</strong> estar localizado<br />
na União Europeia tem vantagens, já o<br />
situar-se geograficamente na periferia<br />
aumenta os custos de logística”.<br />
<strong>Portugal</strong> é também um país dotado de<br />
um ambiente empresarial favorável ao<br />
investimento estrangeiro, tanto mais<br />
que tem feito apostas em medidas que<br />
fomentam a promoção da competitividade.<br />
São exemplo disso o Código de<br />
Trabalho, o Sistema Fiscal e Incentivos<br />
Fiscais, a Reforma Administrativa, as<br />
Infra-estruturas de Apoio à Actividade<br />
Económica e a Regulação do Mercado.<br />
Nesta medida, para a Huf Portuguesa<br />
(componentes para automóveis), “as<br />
relações institucionais com as entidades<br />
de apoio às empresas – AICEP, IA-<br />
PMEI e IEFP e com entidades políticas e<br />
autárquicas – têm sido fluidas e muito<br />
positivas”.Também para a farmacêutica<br />
HIKMA, entre outros aspectos positivos<br />
para o investimento (localização geográfica,<br />
apoio institucional, qualidade<br />
dos serviços locais e da mão-de-obra), é<br />
a competitividade que se destaca: “Em<br />
função dos elevados padrões de qualidade<br />
apresentados, os custos de produção<br />
continuam a ser competitivos e isto é primordial<br />
quando se concorre, dentro do<br />
Grupo Hikma, com outras subsidiárias<br />
sedeadas em localizações ‘low cost’ “.<br />
Por outro lado, a mão-de-obra portuguesa<br />
caracteriza-se por ser qualificada,<br />
versátil, empenhada e facilmente adaptável<br />
às novas práticas tecnológicas,<br />
comerciais e comunicacionais. É esta a<br />
opinião da Huawei <strong>Portugal</strong>, que sublinha<br />
a “responsabilidade, qualidade<br />
e empenho dos colaboradores locais,<br />
que cumprem de forma exemplar, as<br />
funções que lhe são atribuídas”. Para<br />
a Xerox, empresa de soluções tecnológicas<br />
para escritório, <strong>Portugal</strong> oferece<br />
“facilidade de recrutamento aliada à<br />
qualidade dos recursos humanos, com<br />
licenciados altamente motivados, produtividade<br />
elevada, domínio de línguas,<br />
adaptabilidade, facilidade de comunicar<br />
com diferentes culturas, serviço de<br />
elevada qualidade”, ou seja, “um con-<br />
DESTAQUE<br />
junto de vantagens que permite uma<br />
estratégia de preço competitiva”.<br />
Os custos laborais em <strong>Portugal</strong> são considerados<br />
os mais competitivos da União<br />
Europeia, quer no sector dos serviços,<br />
quer na indústria. É este também o parecer<br />
da Renault Cacia, que realça que no<br />
contexto da Europa Ocidental, <strong>Portugal</strong><br />
“É necessário mudar para<br />
melhor a percepção de<br />
<strong>Portugal</strong> no exterior, pois<br />
numa sociedade competitiva<br />
não basta fazer bem, é<br />
essencial fazer melhor,<br />
de preferência primeiro,<br />
dando-se a conhecer pela<br />
excelência.”<br />
conta “com uma mão-de-obra qualificada<br />
e com custos competitivos, o que<br />
a par dos incentivos ao investimento é<br />
um factor positivo e preponderante na<br />
decisão de investir”. A Continental Mabor<br />
sublinha igualmente os custos competitivos<br />
e a perfomance profissional dos<br />
seus colaboradores portugueses na sua<br />
fábrica do Lousado, “onde trabalham<br />
num ambiente industrial de elevada<br />
complexidade e com produtos de grande<br />
dificuldade tecnológica”.<br />
Rui Marques Dias, membro de gerência<br />
da Preh <strong>Portugal</strong> afirma que<br />
“é necessário acabar com o mito da<br />
falta de produtividade dos portugueses”.<br />
É neste sentido que levanta dúvidas<br />
quanto à competência de muitos<br />
empresários e gestores portugueses,<br />
quando se trata de gerir as suas próprias<br />
empresas: “A bem do futuro de<br />
<strong>Portugal</strong> é necessário resolver urgentemente<br />
o problema da falta de ‘produtividade’<br />
de uma parte significativa<br />
de empresários e gestores portugueses”,<br />
responsabilizando-os directamente<br />
pela falta de competitividade<br />
das mesmas, que habitualmente recai<br />
sobre os colaboradores. O Grupo<br />
Nestlé, presente em <strong>Portugal</strong> há quase<br />
um século, não tem dúvidas quanto<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 27
DESTAQUE<br />
à qualidade dos seus colaboradores:<br />
“continuamos a confiar na capacidade<br />
produtiva dos portugueses, no seu<br />
empenho, dedicação e exigência”.<br />
No âmbito técnico-científico, existe em<br />
<strong>Portugal</strong> uma comunidade científica e<br />
tecnológica internacionalizada, em que<br />
se destaca um conjunto de investigadores<br />
jovens, muitos dos quais com<br />
obra reconhecida a nível internacional,<br />
o que não tem passado despercebido<br />
aos investidores.<br />
Pontos negativos<br />
Mas nem tudo é fácil para as empresas<br />
que investem. Para os promotores do<br />
The Yeatman, um hotel de luxo localizado<br />
no centro de Vila Nova de Gaia,<br />
junto às antigas caves do vinho do Porto,<br />
“a frequente complexidade e morosidade<br />
dos procedimentos burocráticos<br />
constituíram um aspecto menos positivo<br />
da execução do projecto”. Um potencial<br />
entrave a alguns dos projectos<br />
futuros “é a falta de uma política totalmente<br />
integrada de desenvolvimento<br />
do turismo para toda a zona da Área<br />
Metropolitana do Porto”.<br />
Para a Huf Portuguesa, fábrica de componentes<br />
para automóvel, duas das<br />
principais causas de dificuldade para o<br />
investimento são o “excesso de legislação<br />
aplicável às empresas e a pouca<br />
qualidade da mesma em alguns casos”<br />
bem como “a falta de flexibilidade e<br />
desequilíbrio da legislação laboral”.<br />
Para a Preh <strong>Portugal</strong>, empresa especializada<br />
na produção de componentes<br />
electrónicos para automóveis, além<br />
dos obstáculos criados pela legislação<br />
laboral e pela burocracia, há a considerar<br />
para quem investe a “permanente<br />
alteração das leis fiscais, a morosidade<br />
da justiça e a localização periférica na<br />
Europa”. A Hikma, por sua vez, também<br />
sublinha o peso da carga fiscal,<br />
“o que é um factor negativo de atracção<br />
de investimento estrangeiro”. A<br />
Renault Cacia enfatiza que <strong>Portugal</strong><br />
tem “uma burocracia exagerada que<br />
dificulta a aplicação prática do desejo<br />
de investir”. Também a Huawei Portu-<br />
28 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
<strong>Portugal</strong> em positivo e negativo<br />
Positivo<br />
• Ambiente de negócio favorável e em rápida evolução.<br />
• Apoio eficaz às empresas (AICEP, IAPMEI, IEFP, autarquias).<br />
• Boas infra-estruturas, de nível mundial.<br />
• Custos operacionais competitivos.<br />
• Capacidade de I&D.<br />
• Empresas inovadoras e bem sucedidas internacionalmente.<br />
• Localização geográfica estratégica.<br />
• Fácil acesso aos principais mercados.<br />
• Mão-de-obra qualificada em áreas-chave.<br />
• Facilidade de recrutamento e fácil domínio das línguas, em particular<br />
do inglês comercial.<br />
• Responsabilidade, qualidade e empenho dos colaboradores.<br />
Negativo<br />
• Burocracia exagerada desmotiva o investimento.<br />
• Economia em recessão.<br />
• Incumprimento de prazos de pagamento acordados, nomeadamente<br />
por parte do sector público.<br />
• Dificuldade na obtenção de financiamentos à exportação.<br />
• Excesso de legislação aplicável às empresas.<br />
• Excesso de complexidade e morosidade dos procedimentos<br />
burocráticos, nomeadamente na obtenção de vistos.<br />
• Desequilíbrios na legislação laboral.<br />
• Justiça excessivamente morosa.<br />
• Localização periférica na Europa.<br />
gal, líder nacional nas telecomunicações<br />
móveis, destaca a “complexidade<br />
e burocracia na obtenção de vistos”,<br />
que não facilita a vida aos especialistas<br />
da empresa que se deslocam com frequência<br />
entre a China e <strong>Portugal</strong> para<br />
apoiar os projectos em curso.<br />
Já para a Tegopi, empresa metalomecânica<br />
líder de mercado em <strong>Portugal</strong><br />
em matéria de projecto e fabrico de<br />
pontes, pórticos, gruas e monorails, e<br />
também a maior produtora nacional de<br />
torres eólicas, as principais dificuldades<br />
residem fundamentalmente na “economia<br />
em recessão, no investimento<br />
estagnado e na escassez de financiamento<br />
à exportação”, aspectos partilhados<br />
pela Hikma, que refere não só<br />
a escassez mas também o actual custo<br />
do financiamento: “o que coloca em<br />
causa projectos geradores de valor”.
A expansão nos mercados externos é uma possibilidade para inúmeras<br />
empresas, que estão preparadas e têm as condições necessárias para<br />
expandir as suas fronteiras e os seus limites.<br />
Amplie os seus mercados e aumente as suas exportações, com o nosso<br />
apoio. Somos parte de um grupo Bancário de grande dimensão, com capacidade<br />
financeira e reconhecido prestígio internacional.<br />
Estamos preparados e queremos apoiar o Negócio Internacional, dispomos<br />
de mais de 2300 agências bancárias na península ibérica, assim como de<br />
um conjunto de parcerias bancárias, para facilitar os seus negócios.<br />
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Quer internacionalizar<br />
o seu negócio?<br />
Use a energia certa.
EMPRESAS<br />
INVESTIMENTOS DE SUCESSO<br />
Estas são empresas que investiram e continuam a investir em <strong>Portugal</strong>. De<br />
forma consistente e sustentada. O seu sucesso deve-se à aposta que fizeram<br />
no País, na sua modernização e boas infra-estruturas, no seu ambiente<br />
empresarial favorável e nas suas oportunidades de negócio, nos seus<br />
apoios e incentivos, no seu fácil acesso aos mercados e na sua mão-deobra<br />
qualificada. Razões de sobra para investir em <strong>Portugal</strong>.<br />
THE YEATMAN HOTEL<br />
PROJECTO DE LUXO PROMOVE VINHOS<br />
E TURISMO NO DOURO<br />
Mais de 32 milhões de euros foi quanto custou o The Yeatman Hotel, em Gaia, à The<br />
Fladgate Partnership, uma empresa familiar de origem inglesa ligada ao vinho do<br />
Porto. Apresenta-se como hotel vínico de luxo e os seus mercados-alvo principais são<br />
Espanha, França, Reino Unido e América do Norte e do Sul.<br />
30 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global
Inaugurado em Setembro de 2010, o<br />
The Yeatman é um hotel vínico de luxo<br />
localizado em Gaia (Porto) que tem por<br />
objectivo redefinir a oferta hoteleira<br />
no Porto e tornar-se uma referência de<br />
qualidade, proporcionando aos hóspedes<br />
“a melhor e mais autêntica experiência<br />
da cidade, do vinho do Porto e<br />
dos vinhos portugueses”, como refere<br />
fonte da empresa, frisando tratar-se de<br />
um hotel de 5 estrelas diferente dos<br />
outros na região porque oferece “um<br />
pacote completo e autêntico”.<br />
Rodeado de espaços verdes e inserido em<br />
2,6 hectares, o hotel disponibiliza apenas<br />
82 quartos, todos com vista para o rio<br />
Douro e para a zona histórica do Porto.<br />
Com um edifício construído de raiz, o The<br />
Yeatman apostou no conforto, na tranquilidade<br />
e na hospitalidade, associados<br />
à qualidade, à gastronomia e ao vinho,<br />
que é também o mote do Spa de Vinotherapia®<br />
que o hotel disponibiliza aos<br />
hóspedes. É também de sublinhar que<br />
o restaurante do hotel foi recentemente<br />
reconhecido com a atribuição de uma estrela<br />
Michelin e com o Prémio de Melhor<br />
Carta de Vinhos (pela Revista dos Vinhos).<br />
Num investimento que ascendeu a<br />
32,5 milhões de euros, procurou-se<br />
igualmente reduzir o seu impacto no<br />
meio ambiente, através da incorporação<br />
de tecnologias que promovem a<br />
poupança de energia. O The Yeatman<br />
utiliza painéis solares para aquecimento<br />
da água, células fotovoltaicas para<br />
produção de electricidade reduzindo a<br />
energia eléctrica consumida, e iluminação<br />
de baixo consumo em todo o edifício.<br />
Igualmente, através da captação<br />
das águas das chuvas, é possível fornecer<br />
água para uso sanitário e rega de<br />
jardins, tendo ainda sido adoptado um<br />
sistema de purificação de água da rede<br />
pública para tornar agradável o seu<br />
consumo e para contribuir para a redução<br />
de emissões de dióxido de carbono<br />
geradas com o transporte da água engarrafada<br />
e reciclagem do vidro.<br />
Na génese deste projecto esteve a intenção<br />
do grupo The Fladgate Partnership<br />
de criar um hotel vínico, beneficiando<br />
das raízes da indústria do vinho do Porto<br />
e da experiência dos proprietários neste<br />
sector. A empresa, de origem britânica<br />
e de carácter familiar, cresceu devido à<br />
consolidação do negócio do vinho do<br />
Porto, concretamente à marca Taylor’s<br />
que se mantém na família original desde<br />
a sua fundação, em 1692. A família<br />
continua a gerir o negócio que cresceu<br />
com a fusão das marcas Taylor’s com a<br />
Fonseca em 1949, e mais tarde com a<br />
Croft em 2001.<br />
A The Fladgate Partnership tem ainda<br />
experiência como proprietária e gestora<br />
no sector hoteleiro: construiu e geriu o<br />
primeiro hotel de luxo na região do Douro,<br />
o The Vintage House no Pinhão. Com<br />
o The Yeatman é objectivo “apoiar em<br />
força os vinhos portugueses, tornando-o<br />
instantaneamente num forte cartão-devisita<br />
da qualidade desta importante indústria”,<br />
reforça a mesma fonte.<br />
EMPRESAS<br />
Além disso, a procura de saúde e bemestar<br />
tem aumentado na Europa, apresentando<br />
um crescimento médio anual<br />
entre 5 e 10 por cento. Este é um tipo<br />
de turismo associado a um estilo de vida<br />
baseado no conceito de wellness, actualmente<br />
com maior e mais diversificada<br />
oferta e que deixou de estar associada<br />
ao turismo com fins medicinais.<br />
O The Yeatman tem como mercadosalvo<br />
Espanha, França, Reino Unido e<br />
América do Norte e Sul (onde as marcas<br />
TFP são fortes), bem como os países<br />
orientais, a Escandinávia e a Austrália.<br />
Refira-se que o turismo é já a maior<br />
indústria a nível mundial. Em 2010,<br />
cerca de 940 milhões de pessoas visitaram<br />
países estrangeiros, estimando<br />
a OMT (Organização Mundial do<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 31
EMPRESAS<br />
Turismo) que esse número duplique<br />
até 2030.<br />
Estratégia de promoção<br />
concertada<br />
<strong>Portugal</strong> tem enorme potencial turístico<br />
e inúmeros factores de atracção, tais<br />
como as condições climatéricas, recursos<br />
naturais e culturais, onde se inclui<br />
o vinho do Porto e a região do vale do<br />
Douro. A actividade de promoção turística<br />
do vinho do Porto é responsável<br />
pelas novas dinâmicas locais, quer<br />
a nível económico quer a nível social,<br />
e, consequentemente, permite um aumento<br />
do número de visitantes e da<br />
procura de alojamento de qualidade.<br />
Por outro lado, a região do Porto e Douro<br />
deverá tornar-se o destino do país<br />
com um dos melhores desempenhos,<br />
prevendo-se que cresça anualmente a<br />
uma taxa de 8,5 por cento, atingindo<br />
mais de 1,7 milhões de dormidas de<br />
estrangeiros em 2015.<br />
Beneficiando da notoriedade dos vinhos<br />
do grupo The Fladgate Partnership,<br />
o novo hotel de luxo, localizado<br />
na zona histórica de Gaia, terá assim<br />
um papel de relevo na promoção e divulgação<br />
da região do Vale do Douro<br />
32 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
enquanto destino turístico, projectando<br />
a sua imagem a nível internacional.<br />
A curto prazo o grupo pretende integrar<br />
a oferta do hotel com serviços<br />
“O The Yeatman tem como<br />
mercados-alvo Espanha,<br />
França, Reino Unido e<br />
América do Norte e Sul (onde<br />
as marcas TFP são fortes), bem<br />
como os países orientais, a<br />
Escandinávia e a Austrália.”<br />
oferecidos por outros operadores, organismos<br />
e estabelecimentos na cidade<br />
do Porto e regiões envolventes de<br />
forma a enriquecer a experiência global<br />
do visitante. O objectivo é atrair um<br />
turismo de qualidade, com mais poder<br />
de compra e mais amplitude de interesses,<br />
e prolongar o tempo médio de<br />
estadia. Igualmente, pretende-se explorar<br />
o enorme potencial do chamado<br />
experiential tourism que proporciona<br />
ao visitante, não apenas um ambiente<br />
agradável, mas um conjunto de experiências<br />
memoráveis através das quais<br />
se sente enriquecido cultural, física ou<br />
emocionalmente, tornando-se embaixador<br />
do destino que visitou.<br />
Neste contexto pretende-se explorar<br />
duas áreas específicas, entre outras. A<br />
primeira é a oferta turística conjunta da<br />
cidade do Porto e da região do Douro,<br />
através do desenvolvimento de programas<br />
que abrangem as duas regiões.<br />
Segundo a fonte, “este conjunto de<br />
ofertas complementares oferece inúmeras<br />
sinergias e, desde que explorado e<br />
promovido com profissionalismo, representa<br />
um potencial considerável, não<br />
apenas no âmbito do turismo vinícola”.<br />
A mais longo prazo, é objectivo explorar<br />
o considerável potencial do turismo<br />
marítimo que irá desenvolver-se com a<br />
abertura da nova marina da Afurada e<br />
sobretudo com a construção da nova<br />
gare marítima do porto de Leixões.<br />
O The Yeatman é membro da cadeia<br />
internacional Relais & Châteaux. Sendo<br />
apenas a oitava propriedade em <strong>Portugal</strong><br />
a pertencer à Relais & Châteaux, o The<br />
Yeatman juntou-se ao exclusivo grupo<br />
dos 500 melhores hotéis e restaurantes<br />
do mundo, em 55 países.<br />
www.the-yeatman-hotel.com
XEROX<br />
SOLUÇÕES INOVADORAS AO SERVIÇO<br />
DA EXPECTATIVA E SATISFAÇÃO<br />
DOS CLIENTES<br />
Nos anos 90, na Europa, a Xerox centralizou<br />
os serviços geridos de impressão, nomeadamente<br />
a estrutura delivery, numa<br />
plataforma integrada e especializada em<br />
Dublin, na Irlanda. Durante este período<br />
foi dada continuidade à expansão dos<br />
serviços e da capacidade instalada para<br />
reforçar o posicionamento no mercado,<br />
numa procura constante de novas tecnologias<br />
e soluções adequadas às necessidades<br />
e expectativas dos clientes.<br />
Mundialmente a Xerox dispõe ainda<br />
de mais três centros, dois nos Estados<br />
Unidos e um no Japão, resultante da<br />
parceria com a Fuji para a Ásia.<br />
Lisboa surge como a fase seguinte<br />
desta evolução e expansão das capa-<br />
EMPRESAS<br />
A Xerox é uma empresa em desenvolvimento contínuo, integrada numa organização<br />
de nível mundial, líder em processos de negócios e gestão de documentos, avaliada em<br />
22,5 mil milhões de dólares. Há duas décadas que a empresa identificou as tendências<br />
de mercado na área da tecnologia de impressão e, antecipando-se, investiu e assegurou<br />
o crescimento sustentado neste segmento de negócio.<br />
“A localização do edifício<br />
da Xerox em Lisboa e a<br />
disponibilidade de recursos<br />
especializados e qualificados<br />
permitem uma estratégia de<br />
preço competitiva, os quais<br />
se adaptam facilmente a<br />
comunicar com diferentes<br />
culturas e a fornecer um<br />
serviço de elevada qualidade<br />
aos utilizadores finais.”<br />
cidades da empresa, tendo como foco<br />
o suporte ao crescimento exponencial<br />
do volume de contratos nesta área. O<br />
<strong>Global</strong> Delivery Centre de Lisboa foi<br />
criado em Março de 2010 para dar<br />
resposta às novas necessidades do<br />
negócio, e dar à Europa um espaço<br />
para alargar a sua base de contratos<br />
globais. Desde o seu lançamento, mais<br />
de um milhão de euros foi investido<br />
na criação do centro em <strong>Portugal</strong>, valor<br />
que somado aos custos em recursos<br />
humanos, rondará, até o final de<br />
2012, os 2,5 milhões de euros.<br />
O Delivery Centre sedeado em Lisboa é<br />
uma parte fundamental de um conjunto<br />
de centros globais que disponibilizam<br />
um suporte à oferta em Managed Print<br />
Services (EPS e XPS/XPPS), 24horas por<br />
dia, sete dias por semana. O centro português<br />
tem como principal função o suporte<br />
a novos serviços para o mercado<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 33
EMPRESAS<br />
empresarial, desde grandes corporações<br />
a pequenas e médias empresas.<br />
A relação qualidade/preço que <strong>Portugal</strong><br />
oferece foi um factor determinante<br />
para a vinda desta estrutura para<br />
<strong>Portugal</strong>. A localização do edifício da<br />
Xerox em Lisboa e a disponibilidade<br />
de recursos especializados e qualificados<br />
permitem uma estratégia de preço<br />
competitiva, os quais se adaptam facilmente<br />
a comunicar com diferentes<br />
culturas e a fornecer um serviço de elevada<br />
qualidade aos utilizadores finais.<br />
<strong>Portugal</strong> tem as condições ideais para<br />
Serviço de Delivery e de Operações. Está<br />
englobado na estrutura da Xerox Europa<br />
e tem um mercado de trabalho com<br />
todas as línguas relevantes, juntamente<br />
com um equilíbrio muito interessante<br />
entre o custo/qualificações da sua população<br />
e também as competências necessárias<br />
para dotar o centro com a capacidade<br />
de resposta a uma oferta que<br />
é líder de mercado e muito mais do que<br />
uma central de atendimento.<br />
34 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Num contexto económico em que as<br />
exportações são apontadas como uma<br />
forma de alavancar a economia, 90 por<br />
cento do volume de facturação do <strong>Global</strong><br />
Delivery Centre de Lisboa são prestação<br />
de serviços para contratos globais<br />
a nível europeu em países como o<br />
Reino Unido, Irlanda, Holanda, França,<br />
Bélgica, Espanha, Itália, Luxemburgo,<br />
Suíça, Alemanha, Áustria e países nórdicos<br />
(Dinamarca, Suécia, Finlândia e<br />
Noruega), onde estão englobadas marcas<br />
como a Fiat, Roche, GE, GoodYear,<br />
Reuters, entre outras. No seu total, o<br />
centro em Lisboa gere actualmente cerca<br />
de 800 contratos multimarca.<br />
Actualmente, o GDC de Lisboa faz uma<br />
gestão pró-activa através do processamento<br />
de alertas electrónicos gerados<br />
pelos equipamentos instalados no ambiente<br />
de impressão dos nossos clientes,<br />
o que permite ao cliente libertar<br />
a sua área de IT de tarefas sem valor<br />
acrescentado para o negócio.<br />
www.xerox.pt<br />
Pregado ou Psetta Maxima, o seu nome<br />
científico, é o peixe que a Pescanova<br />
produz na sua unidade de aquicultura<br />
em <strong>Portugal</strong>, no âmbito do investimento<br />
concluído em Outubro de 2009 e que<br />
envolveu um montante global de cerca<br />
de 150 milhões de euros. Esta unidade<br />
da empresa galega tem uma capacidade<br />
de 7.000 toneladas por ano, encontrando-se<br />
em pleno funcionamento.<br />
O projecto, considerado como Projecto<br />
de Interesse Nacional (PIN) pela AICEP,<br />
envolve também uma fábrica de processamento<br />
de peixe, para aumentar a<br />
competitividade do projecto e a qualidade<br />
do produto final. Com este investimento,<br />
que decorre durante quatro<br />
anos, são criados 200 postos de trabalho<br />
directos (190 até ao final deste ano<br />
e 200 no final de 2012).
A produção destina-se quase na totalidade<br />
para exportação, sobretudo para<br />
países da União Europeia, mas também<br />
para países terceiros. A capacidade total<br />
desta unidade corresponde ao actual<br />
volume de produção da aquicultura<br />
nacional, pelo que com este projecto<br />
<strong>Portugal</strong> irá duplicar a sua produção<br />
anual. As primeiras vendas ocorreram<br />
em 2010, com vendas de mais de<br />
1.000 toneladas e totalmente destinadas<br />
ao mercado externo.<br />
A Pescanova foi fundada em 1960,<br />
junto ao porto de Vigo, devendo o seu<br />
sucesso, em grande parte, à tecnologia<br />
desenvolvida pela empresa, através da<br />
qual o peixe é limpo, cortado, ultracongelado<br />
e empacotado logo após a sua<br />
captura, o que permite manter as qualidades<br />
nutritivas do produto. Com esta<br />
PESCANOVA<br />
EM PORTUGAL<br />
AQUICULTURA GALEGA<br />
PARA EXPORTAÇÃO<br />
EMPRESAS<br />
A empresa espanhola Pescanova investiu cerca de<br />
150 milhões de euros na criação de uma unidade de<br />
aquicultura de pregado com uma capacidade de 7.000<br />
toneladas por ano. Localizado no concelho de Mira, foi<br />
considerado um projecto PIN pela AICEP e é já a maior<br />
unidade de aquicultura de pregado na Europa.<br />
inovação no mundo da pesca, a Pescanova<br />
conseguiu um rápido e sólido<br />
crescimento, tendo então começado a<br />
investir no processamento do peixe.<br />
A selecção de <strong>Portugal</strong> como país de<br />
localização deste novo investimento<br />
da Pescanova assenta nas boas condições<br />
existentes no nosso país para<br />
a aquicultura, nomeadamente, uma<br />
zona costeira vasta e com elevado potencial<br />
para implantação de instalações<br />
de aquicultura, água do mar sem poluição,<br />
com temperatura, salinidade e<br />
condições oceanográficas adequadas<br />
para a produção de pregado e disponibilidade<br />
de mão-de-obra com saber<br />
popular de pescado.<br />
A Pescanova é líder no mercado espanhol<br />
de congelados e uma das maiores<br />
empresas do sector pesqueiro a nível<br />
mundial. Na Europa, e além da Espanha,<br />
os seus principais mercados de<br />
penetração são <strong>Portugal</strong>, França e Itália.<br />
A sua divisão pesqueira conta com<br />
cerca de 120 embarcações de pesca<br />
nos mares da União Europeia, Moçambique,<br />
Argentina, Chile, Uruguai e Austrália.<br />
O grupo integra 57 sociedades<br />
que empregam perto de 3.399 pessoas<br />
e tem frigoríficos em oito países. A<br />
divisão industrial da Pescanova inclui<br />
32 centros de produção, dos quais 11<br />
estão em Espanha. Na aquicultura, a<br />
empresa tem unidades no Chile, Brasil,<br />
Nicarágua e Equador, sendo o investimento<br />
em <strong>Portugal</strong> o mais recente realizado<br />
nesta área.<br />
www.pescanova.es<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 35
EMPRESAS<br />
PREH PORTUGAL<br />
CRESCER EM PORTUGUÊS<br />
Em <strong>Portugal</strong> desde 1969, a Preh é uma empresa de capital alemão, situada na Trofa,<br />
que produz componentes electrónicos para a indústria automóvel, exportando mais<br />
de 99 por cento da produção. Tem na Alemanha, na BMW e no grupo VW os seus<br />
principais clientes.<br />
A Preh <strong>Portugal</strong> produz componentes<br />
electrónicos para a indústria automóvel,<br />
nomeadamente painéis de comando<br />
centrais de climatização e multimédia<br />
(MMI). Com um volume de negócios de<br />
125 milhões de euros em 2010 e uma<br />
estimativa de 137 milhões de euros em<br />
2011, a empresa encontra-se tecnologicamente<br />
ao mais alto nível na sua área<br />
de actividade e tem nos seus 571 colaboradores<br />
o seu grande capital.<br />
A Preh instalou-se em <strong>Portugal</strong> em 1969,<br />
na Trofa, perto do Porto, e é hoje uma<br />
das maiores empresas industriais daquele<br />
concelho, contribuindo de forma determinante<br />
para a sua riqueza. Começou<br />
por produzir componentes electromecânicos<br />
(trimmers, potenciómetros, interruptores<br />
e fichas) para a indústria de<br />
grande consumo, tendo, em 1982, dado<br />
36 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
“Os objectivos de curto<br />
e médio prazo da Preh<br />
<strong>Portugal</strong> passam por garantir<br />
a manutenção do primeiro<br />
lugar como unidade produtiva<br />
do grupo, quer em actividade,<br />
quer em produtividade,<br />
quer em competitividade<br />
dos produtos produzidos<br />
naquela unidade.”<br />
início à produção de cablagens especiais<br />
destinadas à indústria informática, nomeadamente<br />
para transmissão de dados a<br />
alta velocidade, área entretanto já extinta.<br />
Actualmente, além dos componentes<br />
electrónicos para a indústria automóvel,<br />
a Preh <strong>Portugal</strong> tem nos moldes e equipamento<br />
industrial uma segunda área<br />
de negócio, embora em 2010 a área da<br />
electrónica tenha representado 98 por<br />
cento da actividade total da empresa.<br />
A entrada na área de negócio automóvel<br />
da fábrica portuguesa do grupo<br />
Preh deu-se em 1992, com a montagem<br />
dos primeiros painéis de controlo<br />
de ventilação e de aquecimento com<br />
tecnologia baseada em sistemas de<br />
comando mecânicos, para o cliente<br />
Volkswagen. Cinco anos mais tarde,<br />
foi instalada a primeira linha automática<br />
de inserção de componentes<br />
electrónicos (SMD), mas foi 2001 que<br />
marcou a grande viragem, quer na tecnologia<br />
utilizada, quer nos produtos<br />
fabricados, explica Rui Marques Dias,<br />
membro da gerência da empresa desde
1999. Em 2005, iniciou-se o processo<br />
de tratamento de superfícies plásticas,<br />
o que permitiu à empresa preparar-se<br />
para a produção dos produtos hoje desenvolvidos.<br />
O mesmo responsável sublinha que a<br />
área da electrónica automóvel passou<br />
de 53 por cento das vendas em 2000<br />
para, em 2010, representar cerca de 98<br />
por cento. Ainda assim, a focalização<br />
nesta área de negócio não impediu um<br />
crescimento, em valor absoluto para<br />
o mesmo período, de cerca de 270<br />
por cento (56 por cento de 2009 para<br />
2010). Em cada uma destas áreas de<br />
negócio, a Preh <strong>Portugal</strong> desenvolve<br />
uma multiplicidade de produtos.<br />
A área de moldes e equipamento industrial,<br />
que tem como actividade principal<br />
o desenvolvimento e construção<br />
de ferramentas e o desenvolvimento<br />
e construção de equipamento industrial,<br />
embora represente apenas 2 por<br />
cento do volume de negócios da Preh<br />
<strong>Portugal</strong> tem um impacto superior na<br />
organização, uma vez que esta área<br />
também desenvolve e produz ferra-<br />
mentas e equipamento industrial para<br />
a própria empresa.<br />
Exportação quase total<br />
Com um volume de vendas no mercado<br />
interno quase residual, a Preh Por-<br />
tugal exporta 99,5 por cento da sua<br />
produção. Também na compra de materiais,<br />
o mercado externo é de especial<br />
importância para a Preh, representando<br />
75 por cento dos fornecedores.<br />
O principal mercado da Preh <strong>Portugal</strong><br />
é a União Europeia, no qual a Alemanha<br />
(país dos principais construtores de<br />
automóveis) se destaca de outros países<br />
como a Espanha, República Checa<br />
e Polónia. Contudo, o mercado extra<br />
comunitário já representou, em 2010,<br />
cerca de 8 por cento do total das exportações,<br />
segundo a mesma fonte.<br />
A Preh <strong>Portugal</strong> produz componentes<br />
electrónicos para os maiores fabricantes<br />
mundiais de automóveis, de que se<br />
destacam a BWW, o grupo VW/Audi/<br />
Seat/Skoda, a GM/Opel/Vauxhall e a<br />
Daimler. O grupo Preh, o grupo Behr, o<br />
grupo TRW e a Pierburg são os principais<br />
clientes intermédios.<br />
Em 2010, o principal cliente foi a BMW,<br />
com um peso de cerca de 24 por cento<br />
do total das vendas do exercício. Exceptuando<br />
as vendas para o grupo Preh<br />
(20 por cento), o grupo BEHR assumiu<br />
igualmente um peso relevante no total<br />
das vendas (cerca de 17 por cento),<br />
logo seguido da AUDI, com 14 por cento.<br />
Mais abaixo aparecem o grupo GM<br />
(10 por cento), o resto do Grupo VW (3<br />
EMPRESAS<br />
por cento) e Pierburg (3 por cento). De<br />
referir que as vendas à Behr em termos<br />
de OEM correspondem também a vendas<br />
ao grupo VW.<br />
Quanto ao futuro, Rui Marques Dias<br />
refere que o grupo Preh continuará a<br />
concentrar esforços na área da electrónica<br />
automóvel, aproveitando as<br />
oportunidades de negócio que existem<br />
nomeadamente na América do Norte e<br />
na China, neste caso, explica a fonte,<br />
aproveitando o facto da maioria do capital<br />
do grupo ser desde o ano passado<br />
detido pelo grupo chinês Joyson, o<br />
que através da implementação da Preh<br />
China potenciará o desenvolvimento e<br />
a angariação de projectos a nível local.<br />
De referir que, “pese embora a maioria<br />
do capital tenha sido adquirido pelo<br />
grupo Joyson, a sede continuará a ser<br />
na Alemanha, mantendo-se a estrutura<br />
e a organização do grupo sem qualquer<br />
alteração”, acrescenta.<br />
No que diz respeito à Preh <strong>Portugal</strong>,<br />
os objectivos de curto e médio prazo<br />
passam por garantir a manutenção do<br />
primeiro lugar como unidade produtiva<br />
do grupo, quer em actividade, quer em<br />
produtividade, quer em competitividade<br />
dos produtos produzidos nesta unidade,<br />
conclui o mesmo responsável.<br />
www.preh.com<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 37
EMPRESAS<br />
ARTLANT PTA<br />
INVESTIMENTO COM IMPACTOS<br />
MACROECONÓMICOS POSITIVOS<br />
A unidade industrial da Artlant PTA, em Sines, além de ter efeitos positivos na<br />
balança comercial e de pagamentos, irá dinamizar o Porto de Sines como plataforma<br />
logística e terá efeitos de consolidação na fileira petroquímica instalada em <strong>Portugal</strong>.<br />
Um investimento superior a 500 milhões de euros, com uma facturação anual de cerca<br />
de 600 milhões em velocidade de cruzeiro.<br />
Artlant PTA é o novo nome da Artenius<br />
Sines, designação que pretende<br />
reforçar a ligação da empresa à técnica,<br />
ao saber, ao talento e à competência,<br />
como características fundamentais<br />
para uma adaptação efectiva<br />
à mudança e aos desafios do mercado<br />
38 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
global, bem como estreitar o relacionamento<br />
da empresa com o ambiente,<br />
o mar e os recursos que são necessários<br />
proteger.<br />
Esta alteração surge na sequência da recente<br />
recomposição da estrutura accio-<br />
nista da empresa, operação financeira<br />
que envolveu um aumento de capital e a<br />
alienação de 59 por cento da participação<br />
da La Seda de Barcelona na Artenius<br />
Sines (cuja primeira pedra foi lançada em<br />
2008), a três novas entidades – a ECS<br />
Capital, Caixa Capital e o fundo Inov Ca-
pital. A operação envolveu um aumento<br />
de capital e a entrada no projecto de<br />
96,9 milhões de euros em fundos.<br />
A Artlant domina o processo químico<br />
de produção do PTA (ácido tereftálico<br />
purificado), que é utilizado como matéria-prima<br />
na produção do politereftalato<br />
de etileno (PET), material reciclável<br />
muito utilizado no fabrico de embalagens<br />
para o sector alimentar (garrafas<br />
de água, refrigerantes e outras bebidas)<br />
e na produção de fibras de poliéster<br />
utilizadas no sector têxtil.<br />
O mercado do PET (politereftalato de<br />
etileno) está em forte expansão, sendo<br />
um produto com características de<br />
commodity quando destinado à indústria<br />
de embalagem para o sector<br />
alimentar, mas que também tem aplicações<br />
em nichos de mercado, com<br />
maiores margens e valor acrescentado,<br />
como é o caso das indústrias farmacêutica,<br />
cosmética ou automóvel.<br />
“A Artlant faz um forte<br />
investimento em tecnologia<br />
e inovação e assume, como<br />
vantagem competitiva, a<br />
qualidade do produto e<br />
eficiência de produção, com<br />
inteiro respeito pelo ambiente<br />
e pela comunidade.“<br />
Responsáveis da empresa enfatizam que<br />
esta fábrica será uma das instalações<br />
mais avançadas da Europa na produção<br />
de PTA e estimam uma facturação na<br />
ordem dos 600 milhões de euros, prevendo<br />
uma produção anual de 700 mil<br />
toneladas de PTA. Deste volume, 95 por<br />
cento destina-se à exportação.<br />
O paraxileno, destinado à produção de<br />
ácido tereftálico purificado (PTA) na fábrica<br />
da Artlant PTA em Sines, é uma<br />
matéria-prima base que é produzida pela<br />
refinaria da Galp Energia em Matosinhos,<br />
a única fornecedora deste produto<br />
em <strong>Portugal</strong>, tendo as empresas já firmado<br />
o acordo de fornecimento de 80 mil<br />
toneladas de paraxileno. A Galp tem actualmente<br />
uma capacidade de produzir<br />
120 mil toneladas em Matosinhos.<br />
A fábrica da Artlant situa-se na ZILS<br />
(Zona Industrial e Logística de Sines),<br />
Artlant PTA em números<br />
Investimento: superior a 500 milhões de euros<br />
Área total: cerca de 170.000 m2<br />
Produção PTA: 700. 000 ton/ano<br />
Colaboradores: 150 postos de trabalho directos e 200 indirectos<br />
Exportações: 95 por cento da produção<br />
Redução de custos energéticos: em 25 por cento<br />
Facturação anual prevista: cerca de 600 milhões de euros<br />
EMPRESAS<br />
uma localização estratégica que permite<br />
escoar a produção de PTA com rapidez<br />
e facilidade para todos os pontos<br />
do mundo. Na zona portuária, a Artlant<br />
procederá às operações de descarga de<br />
paraxileno e ácido acético, utilizando<br />
o terminal portuário, especializado na<br />
movimentação de granéis líquidos, bem<br />
como à armazenagem dos mesmos, em<br />
três tanques de construção metálica,<br />
para posterior expedição através de pipeline<br />
para a sua fábrica na ZILS.<br />
O produto resultante das operações<br />
de transformação na fábrica da Artlant<br />
PTA constitui a matéria-prima para a<br />
produção de poliésteres – onde se incluem<br />
as garrafas de PET (polímero<br />
termoplástico utilizado em embalagens<br />
para bebidas e outras aplicações da indústria<br />
alimentar) –, a qual será expedida<br />
a partir do terminal de contentores<br />
do porto de Sines (Terminal XXI).<br />
Em <strong>Portugal</strong>, a Artlant tem como único<br />
cliente a Selenis <strong>Portugal</strong>, em Portalegre,<br />
ao qual se estima que forneça cerca<br />
de 40 milhões de euros de produto<br />
ao ano, um reforço para a consolidação<br />
do cluster do PET no país. Por outro<br />
lado, potencia sinergias significativas<br />
na fileira petroquímica instalada em<br />
<strong>Portugal</strong>, decorrentes da aquisição de<br />
um volume considerável de matériaprima<br />
e utilities no âmbito nacional.<br />
A empresa, que dispõe de uma equipa<br />
de 150 colaboradores com competências<br />
técnicas e comportamentais,<br />
experiente e motivada, faz um forte<br />
investimento em tecnologia e inovação<br />
e assume, como vantagem competitiva,<br />
a qualidade do produto e eficiência<br />
de produção, com inteiro respeito pelo<br />
ambiente e pela comunidade.<br />
www.artlantpta.com<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 39
EMPRESAS<br />
CISCO<br />
SUCESSO CONDUZ A NOVOS<br />
INVESTIMENTOS<br />
Sessão de Telepresença entre o Presidente da República nos Headquarters da Cisco em Silicon Valley e a equipa de gestão da Cisco <strong>Portugal</strong>,<br />
nos escritorios em Lisboa<br />
A Cisco Systems está em <strong>Portugal</strong> desde 1997, mas foi a abertura, dez anos depois, do<br />
Centro Hércules, um centro de operações de suporte a vendas para toda a Europa,<br />
que deu maior impulso aos investimentos do gigante norte-americano no nosso país.<br />
A presença da Cisco em <strong>Portugal</strong> foi reforçada com a abertura de novos centros, onde<br />
se destaca a qualidade dos recursos existentes no país.<br />
O CEO da Cisco Systems, John Chambers,<br />
não tem dúvidas em afirmar que o<br />
sucesso da aposta da empresa no nosso<br />
país poderá conduzir a novos investimentos.<br />
Ainda recentemente, por ocasião da<br />
visita do Presidente da República português<br />
aos Estados Unidos e, em concreto,<br />
a Silicon Valley onde está sedeada a Cisco<br />
Systems, Chambers reafirmou o interesse<br />
da empresa em continuar a investir<br />
em <strong>Portugal</strong>, já que os resultados dos<br />
investimentos efectuados têm sido “extremamente<br />
positivos”. Também Nuno<br />
Varandas, Director do Centro Hércules,<br />
considera que <strong>Portugal</strong> tem condições<br />
para ser a “Califórnia da Europa”.<br />
40 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
A Cisco veio para <strong>Portugal</strong> em 1997,<br />
onde criou uma história de sucesso<br />
através da presença no mercado com<br />
soluções inovadoras, dirigidas a diferentes<br />
segmentos. Em 2007, a Cisco<br />
International decidiu localizar em <strong>Portugal</strong><br />
o seu centro de operações de<br />
suporte a vendas para toda a Europa.<br />
Conhecido como Centro Hércules, a<br />
abertura desta unidade implicou a contratação<br />
imediata em <strong>Portugal</strong> de 60<br />
novos colaboradores qualificados.<br />
De acordo com Nuno Varandas, a opção<br />
da Cisco de abrir em <strong>Portugal</strong> este<br />
centro teve como principais factores a<br />
disponibilidade de recursos qualificados,<br />
o domínio de idiomas estrangeiros,<br />
as infra-estruturas de telecomunicações<br />
existentes, e outros factores<br />
característicos dos portugueses como<br />
a hospitalidade, a fácil integração de<br />
estrangeiros em <strong>Portugal</strong> e a própria<br />
imagem de segurança do país.<br />
O sucesso deste centro colocou <strong>Portugal</strong><br />
no centro das decisões da Cisco,<br />
levando a que a empresa fizesse novos<br />
investimentos no país. Assim, surgiram<br />
novos centros que vieram reforçar a<br />
predominância da Cisco <strong>Portugal</strong> na<br />
Europa e a imagem de qualidade dos
ecursos existentes no país. Assistiu-se<br />
também à vinda de alguns colaboradores<br />
internacionais para <strong>Portugal</strong>, provocada<br />
pela existência de condições favoráveis<br />
para a colocação de elementos<br />
estrangeiros no país.<br />
Os 180 colaboradores actuais dos centros<br />
instalados em <strong>Portugal</strong> apresentam<br />
uma média de idades de 30 anos, 95<br />
por cento são licenciados (de 16 perfis<br />
académicos diferentes) e 66 por cento<br />
são mulheres. Para 12 por cento destes<br />
colaboradores, trata-se do seu primeiro<br />
emprego, enquanto 22 por cento dos<br />
contratados estavam desempregados.<br />
Sublinha Nuno Varandas que “existem<br />
25 diferentes nacionalidades e falamse<br />
sete idiomas diariamente no escritório,<br />
contribuindo para uma diversidade<br />
cultural extremamente rica”.<br />
Hoje a realidade da Cisco <strong>Portugal</strong> (depois<br />
de cinco centros inaugurados nos<br />
últimos quatro anos) é uma plataforma<br />
de Centros de Excelência que dão<br />
apoio a clientes, parceiros e colaboradores<br />
internos da Cisco. Tudo funciona<br />
a partir das instalações da empresa<br />
no Lagoas Park. De 50 colaboradores<br />
em 2007, a Cisco em <strong>Portugal</strong> tem<br />
hoje cerca de 250 colaboradores, o<br />
que revela o grande investimento em<br />
recursos humanos realizado nos últimos<br />
quatro anos.<br />
Em 2011, a empresa foi considerada<br />
pelo Great Place to Work Institute a<br />
melhor empresa para trabalhar em <strong>Portugal</strong>,<br />
a melhor empresa para as mulheres<br />
trabalharem, além de ter recebido<br />
ainda uma menção honrosa pelos<br />
seus esforços na área da solidariedade.<br />
A Cisco Systems, Inc. é líder mundial em<br />
soluções de rede de banda larga. Criada<br />
em 1984 por um casal de cientistas da<br />
Universidade de Stanford, na Califórnia,<br />
a empresa conta hoje com mais de<br />
72.000 colaboradores em todo o mundo.<br />
As soluções de rede da Cisco baseadas<br />
no protocolo da Internet (IP) são a<br />
base operacional da maioria das redes<br />
empresariais, educacionais e da administração<br />
pública, de operadores fixos, móveis<br />
e de cabo, em todo o mundo.<br />
A estratégia da Cisco assenta em três<br />
pilares: no Customer Transformation, ou<br />
seja, na aposta contínua nos clientes e<br />
na evolução da sua infra-estrutura, de<br />
forma a suportar as necessidades actuais<br />
e futuras; no Partner Centric Approach<br />
em que aposta na rede de parcerias<br />
existente como uma forma de potenciar<br />
as soluções da Cisco no mercado; e na<br />
Next Generation Company, onde se posiciona<br />
como a melhor e mais completa<br />
empresa, quer na vertente da qualidade<br />
dos seus produtos quer pela vasta oferta<br />
de soluções end-to-end.<br />
“O sucesso do centro Hércules<br />
colocou <strong>Portugal</strong> no centro<br />
das decisões da Cisco, levando<br />
a que a empresa fizesse<br />
novos investimentos no<br />
país, tendo surgido novos<br />
centros que vieram reforçar<br />
a predominância da Cisco<br />
<strong>Portugal</strong> na Europa e a<br />
imagem de qualidade dos<br />
recursos existentes no país.”<br />
A Cisco aposta continuamente na inovação,<br />
lançando, todos os anos no<br />
mercado, soluções diferenciadoras.<br />
Além dos equipamentos de routing e<br />
EMPRESAS<br />
switching, que constituem o core da<br />
empresa, as soluções de collaboration,<br />
por exemplo, onde a Cisco possui<br />
já uma experiência de largos anos,<br />
abrangem hoje diversas vertentes da<br />
comunicação. Disso é exemplo a telepresença,<br />
uma solução que estende<br />
esta comunicação ao vídeo, numa experiência<br />
única e que ultrapassa a vídeo-conferência.<br />
A empresa tem também<br />
feito uma grande aposta na área<br />
de data center e virtualização, tendo<br />
lançado ainda uma nova área de servidores,<br />
refere o mesmo responsável.<br />
Nuno Varandas realça o papel actualmente<br />
desempenhado pela Cisco<br />
no desenvolvimento da sociedade de<br />
informação, revelando-se uma empresa<br />
completa que apresenta soluções<br />
para todos os mercados (do mercado<br />
empresarial ao residencial), destacando-se<br />
ainda pelo desenvolvimento de<br />
projectos como as Networking Academies,<br />
em que a empresa certifica<br />
jovens na sua tecnologia, e a parceria<br />
que tem com organismos locais de<br />
modo a formar jovens na casa-mãe<br />
em Silicon Valley.<br />
www.cisco.pt<br />
Cavaco Silva com John Chambers, President & CEO da Cisco<br />
www.cisco.com<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 41
EMPRESAS<br />
EMBRAER<br />
INVESTIMENTO EM ÉVORA AVANÇA<br />
COM NOVOS PROJECTOS NA MIRA<br />
A Embraer é hoje uma das três maiores construtoras mundias de aviões comerciais,<br />
dispondo de uma base global de clientes, de importantes parceiros de renome<br />
internacional e de unidades instaladas no Brasil, EUA, Ásia e Europa. É no âmbito<br />
desta geografia de negócios, que a empresa assume o mercado português como<br />
estratégico na sua relação com os mercados da União Europeia.<br />
A Embraer e <strong>Portugal</strong> têm uma história<br />
de boas relações. Investiu inicialmente<br />
no mercado português de aeronáutica<br />
através da sua participação na OGMA<br />
– Indústria Aeronáutica de <strong>Portugal</strong>,<br />
S.A., uma empresa com prestígio internacional,<br />
que se dedica à manutenção<br />
de aeronaves, bem como ao fabrico de<br />
componentes e ao suporte logístico e<br />
de engenharia. O seu capital é detido<br />
em 65 por cento pelo consórcio Airhol-<br />
42 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
ding SGPS, composto pela Embraer e<br />
pela EADS, sendo os restantes 35 por<br />
cento detidos pelo Estado português<br />
(Empordef). Para a empresa brasileira,<br />
instalada desde 1983 em Le Bourget,<br />
em França, a OGMA representa um<br />
reforço significativo da sua imagem e<br />
presença na Europa.<br />
Também no âmbito do seu projecto de<br />
investimento em <strong>Portugal</strong>, a Embraer<br />
está a construir duas fábricas na cidade<br />
de Évora, destinadas à produção de estruturas<br />
metálicas (Embraer Metálicas)<br />
e de estruturas em materiais compósitos<br />
(Embraer Compósitos), as quais começarão<br />
a produzir em 2012.<br />
A concretização destes dois projectos<br />
em <strong>Portugal</strong>, com um investimento<br />
superior a 148 milhões de euros, decorrerá<br />
ao longo de seis anos, estando
previsto que gerará cerca de 2.000 empregos<br />
entre directos e indirectos, sendo<br />
objectivo da casa-mãe ter o máximo<br />
possível de portugueses a trabalhar nas<br />
duas unidades.<br />
A Embraer está também a apostar em<br />
fornecedores portugueses. Desde 2009<br />
que está a apoiar um grupo de empresas<br />
no desenvolvimento de competências<br />
neste sector e já qualificou algumas<br />
como fornecedores. A sua aposta em<br />
<strong>Portugal</strong> foi determinada não só pelo<br />
factor de proximidade cultural mas também<br />
pelas competências nacionais.<br />
A Embraer Compósitos conta com um<br />
investimento inicial previsto de 48 milhões<br />
de euros e a Embraer Metálicas<br />
de cerca de 100 milhões de euros. Em<br />
Évora, a Embraer vai produzir inicialmente<br />
componentes de duas novas<br />
aeronaves para a aviação executiva, o<br />
Legacy 500 e o Legacy 450, estando<br />
o primeiro mais avançado, com os primeiros<br />
protótipos já a serem produzidos<br />
no Brasil, os quais já incorporam<br />
componentes produzidos por empresas<br />
em <strong>Portugal</strong>.<br />
Estas duas fábricas que o gigante brasileiro<br />
está a construir constituem não<br />
apenas um importante papel para a<br />
mobilização do investimento produtivo<br />
em <strong>Portugal</strong>, como contribui decisivamente<br />
para a formação e consolidação<br />
de um cluster aeronáutico no país, po-<br />
“A Embraer está a construir<br />
duas fábricas na cidade de<br />
Évora, destinadas à produção<br />
de estruturas metálicas<br />
(Embraer Metálicas) e de<br />
estruturas em materiais<br />
compósitos (Embraer<br />
Compósitos), as quais<br />
começarão a produzir em<br />
2012.“<br />
tenciador de excelência industrial, de<br />
desenvolvimento tecnológico e inovação,<br />
e de qualificação das empresas,<br />
especialmente das PME com maior desempenho<br />
tecnológico, e dos seus co-<br />
laboradores. É de assinalar que outras<br />
empresas do sector já manifestaram a<br />
intenção de também se instalar no parque<br />
industrial aeronáutico da cidade,<br />
uma tendência que demonstra o efeito<br />
de arrastamento e de âncora destes<br />
dois grandes projectos.<br />
As duas novas unidades serão Centros<br />
de Excelência nas suas áreas. Contarão<br />
com tecnologias e processos de última<br />
geração, seguindo os conceitos lean<br />
manufacturing, ou produção optimizada,<br />
implementando uma dinâmica de<br />
eliminação dos desperdícios e de maximização<br />
do valor acrescentado. Neste<br />
sentido e com o objectivo de manter e<br />
aprimorar as competências do seu centro<br />
de excelência em materiais compósitos,<br />
a Embraer continua a estabelecer<br />
contactos e parcerias com organizações<br />
locais, tais como potenciais fornecedores,<br />
centros de pesquisa e universidades.<br />
É ainda no capítulo da excelência que<br />
se celebrou o contrato de parceria assinado<br />
recentemente entre a Embraer<br />
e as portuguesas OGMA e Empresa<br />
de Engenharia Aeronáutica (uma participada<br />
do IAPMEI), que prevê a concepção,<br />
testes e produção de partes do<br />
novo avião militar KC-390, que deverá<br />
estar a voar em 2014.<br />
A OGMA deverão investir cerca de 3,8<br />
milhões de euros para concretizar esta<br />
aposta na aeronáutica e capacidade<br />
tecnológica nacionais.<br />
O KC390 é um jacto de transporte militar<br />
de última geração, havendo já empresas<br />
portuguesas, como a OGMA e a Critical<br />
Software, a posicionar-se como fornecedoras<br />
de sistemas de software para produzir<br />
o “cérebro” desta aeronave. No<br />
âmbito da sua estratégia de mercado, a<br />
fabricante brasileira tem negociado com<br />
vários países a repartição da produção<br />
dos diferentes componentes deste avião<br />
militar, procurando assegurar, por outro<br />
lado, a venda destes aviões aos países<br />
envolvidos no projecto, substituindo assim<br />
aeronaves de transporte obsoletas.<br />
É de sublinhar que em anos recentes,<br />
a cidade de Évora – que é considerada<br />
Património Mundial pela Organização<br />
Educacional, Científica e Cultural das<br />
EMPRESAS<br />
Nações Unidas – incentivou o desenvolvimento<br />
do sector aeroespacial,<br />
criando um parque industrial com<br />
873.290 metros quadrados, contíguo<br />
ao aerodromo municipal, que terá a<br />
Embraer como principal parceiro.<br />
Esta nova dinâmica em torno do sector<br />
aeronáutico nacional levou <strong>Portugal</strong> a<br />
estar com a maior representação alguma<br />
vez feita, com um pavilhão no Salão<br />
de Le Bourget 2011 e no Salão de<br />
Farnborough 2010, com a presença de<br />
cerca de 40 entidades em cada certame,<br />
os mais importantes e mais antigos<br />
certames do sector a nível mundial.<br />
www.embraer.com<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 43
EMPRESAS<br />
NESTLÉ PORTUGAL<br />
INVESTIMENTO DE SUCESSO<br />
NUM RELACIONAMENTO<br />
DURADOURO<br />
Em <strong>Portugal</strong> há quase 90 anos, a suíça Nestlé tem em<br />
curso um novo investimento na modernização da sua<br />
principal unidade industrial em <strong>Portugal</strong>, superior a<br />
9 milhões de euros. É da fábrica de Avanca que saem<br />
os produtos que abastecem o mercado nacional, mas<br />
também Espanha e Itália. O novo investimento reforça<br />
os laços já históricos que unem a Nestlé ao nosso país.<br />
A Nestlé está presente em <strong>Portugal</strong> desde<br />
1923 e industrialmente desde 1933,<br />
quando a Nestlé Suíça (então Nestlé &<br />
Anglo-Swiss Condensed Milk, Co.) demonstrou<br />
interesse numa pequena mas,<br />
na altura, avançada e qualificada unidade<br />
de processamento de leite, localizada<br />
em Avanca (distrito de Aveiro), então<br />
propriedade da Sociedade de Produtos<br />
Lácteos, Lda. Esta sociedade tinha sido<br />
fundada em 1923 pelo Prof. Egas Moniz,<br />
Prémio Nobel da Medicina em 1949.<br />
A fábrica de Avanca é ainda hoje a principal<br />
unidade de produção da Nestlé em<br />
<strong>Portugal</strong>, que detém também uma fábrica<br />
de cafés torrados no Porto, uma unidade<br />
industrial de recolha e enchimento<br />
de garrafões de água em Coruche e uma<br />
unidade, sedeada nos Açores, dedicada<br />
à produção de leite em pó.<br />
Com um importante e largo percurso<br />
histórico no universo do grupo Nestlé,<br />
a fábrica de Avanca produz actualmente<br />
um conjunto diversificado de produtos<br />
de gamas sobejamente conhecidas<br />
no mercado, como sejam as farinhas<br />
Cerelac e Nestum, os cereais de pequeno-almoço<br />
Estrelitas e Chocapic, as<br />
bebidas solúveis Tofina, Brasa, Bolero,<br />
Mokambo e Pensal, bem como produtos<br />
destinados à restauração na gama<br />
44 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Professional (pudins, mousses, CLIC), e<br />
natas para o negócio de refrigerados.<br />
Esta unidade produtiva conta, presentemente,<br />
com um total de 311<br />
colaboradores e produz anualmente<br />
cerca de 33.000 toneladas de produtos,<br />
oriundos de cinco áreas distintas<br />
de produção (farinhas infantis, cereais<br />
de pequeno-almoço, bebidas solúveis,<br />
leite em pó e professional), cada qual<br />
com diferentes processos produtivos<br />
inerentes. Estes produtos destinam-se<br />
em partes iguais ao consumo do mercado<br />
português e internacional, nomeadamente<br />
Espanha e Itália, segundo<br />
refere fonte da empresa.<br />
A mesma fonte sublinha que, apesar<br />
da “instabilidade da actual conjuntura<br />
macroeconómica, a Nestlé <strong>Portugal</strong><br />
tem sabido manter, ao longo dos últimos<br />
anos, um significativo crescimento,<br />
verificável pela consolidação da<br />
sua actividade económica em território<br />
nacional e reforço da sua liderança no<br />
mercado”. A este nível, refira-se que,<br />
em 2010, contando com cerca de<br />
1.749 colaboradores, a Nestlé em <strong>Portugal</strong><br />
atingiu um volume de negócios<br />
de mais de 600 milhões de euros, sendo<br />
a terceira maior empresa a actuar<br />
no sector alimentar em <strong>Portugal</strong>.
No âmbito das decisões estratégicas da<br />
Nestlé <strong>Portugal</strong> para a sustentabilidade<br />
da sua actividade a médio e longo prazo,<br />
está a ser actualmente concretizado (biénio<br />
2011/2012) um importante plano de<br />
investimento na fábrica de Avanca, que<br />
ascende a mais de 9 milhões de euros.<br />
Do montante total do investimento,<br />
adianta a mesma fonte, 2 milhões de<br />
euros foram aplicados na introdução<br />
de um novo produto, através da deslocação<br />
da produção de cereais Nesquik,<br />
até agora produzido em Itancourt<br />
(França) para Avanca. Com esta nova<br />
linha de produção, a capacidade total<br />
de produção instalada referente a cereais<br />
de pequeno-almoço aumentará em<br />
mais de 40 por cento, sendo que mais<br />
de 60 por cento da nova produção será<br />
para exportação.<br />
Ao incremento da eficiência e capacidade<br />
produtiva foram afectos 2,2 mi-<br />
“No âmbito das<br />
decisões estratégicas da<br />
Nestlé <strong>Portugal</strong> para a<br />
sustentabilidade da sua<br />
actividade a médio e longo<br />
prazo, está a ser actualmente<br />
concretizado (biénio<br />
2011/2012) um importante<br />
plano de investimento na<br />
fábrica de Avanca, que<br />
ascende a mais de 9 milhões<br />
de euros.”<br />
lhões de euros, através da implementação<br />
de melhorias significativas nos<br />
actuais processos, destacando-se pela<br />
sua importância transversal os novos<br />
calibradores (num custo que ascende<br />
a mais de 400.000 euros) e o novo<br />
evaporador, que permitirá aumentar<br />
a capacidade do icechiller instalado e<br />
a substituição do gás refrigerante R22<br />
para um composto menos agressivo.<br />
Ainda foram investidos 4,8 milhões<br />
de euros no reforço dos níveis de segurança,<br />
higiene e ambiente. Destacase<br />
aqui o investimento superior a 2,5<br />
milhões de euros numa torre “Egron”,<br />
EMPRESAS<br />
que permitirá a instalação de um filtro<br />
para reduzir significativamente as<br />
emissões poluentes de pó, originando<br />
igualmente uma poupança de 50.000<br />
euros/ano em perdas de produto.<br />
De acordo com a fonte da empresa,<br />
o investimento na modernização da<br />
principal unidade industrial detida pela<br />
Nestlé em <strong>Portugal</strong> demonstra, acima<br />
de tudo, a preocupação constante<br />
da empresa em fornecer aos consumidores<br />
produtos ainda melhores e<br />
mais saudáveis, mas é também “uma<br />
demonstração clara e inequívoca da<br />
forma como o grupo Nestlé olha para<br />
<strong>Portugal</strong>, no modo como continua a<br />
confiar na capacidade produtiva dos<br />
portugueses, no seu empenho, dedicação<br />
e exigência, tal como sempre o<br />
fez nos seus 90 anos (a comemorar em<br />
2013) de existência em <strong>Portugal</strong>”.<br />
Os laços (já históricos) que unem a Nestlé<br />
a <strong>Portugal</strong>, “a excelente reputação<br />
não só dos seus produtos, como da própria<br />
imagem da empresa no nosso país,<br />
permitem aferir que esta é uma relação<br />
douradora, com um elevado grau de satisfação<br />
para todos que permitirá, certamente,<br />
a contínua aposta da Nestlé em<br />
fornecer aos consumidores portugueses<br />
produtos cada vez mais saborosos e<br />
saudáveis”, conclui a mesma fonte.<br />
A colocação no mercado de produtos<br />
saborosos, diversificados e saudáveis, a<br />
par de princípios corporativos que a empresa<br />
considera fundamentais para o desenvolvimento<br />
da sua actividade, como<br />
a liderança e responsabilidade social dos<br />
seus colaboradores, as relações de exigência<br />
com os fornecedores e clientes,<br />
uma política de efectivo apoio ao desenvolvimento<br />
rural, a optimização dos recursos<br />
hídricos e a sustentabilidade ambiental<br />
das suas práticas empresariais,<br />
orientam toda a actividade da Nestlé.<br />
O grupo tem um volume de negócios<br />
anual de cerca de 86 mil milhões de euros,<br />
emprega mais de 280.000 colaboradores,<br />
está presente em mais de 150<br />
países (tendo 443 unidades industriais<br />
em 83 desses países) e gere mais de<br />
10.000 marcas a nível mundial.<br />
www.nestle.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 45
EMPRESAS<br />
AUTOEUROPA<br />
SUCESSO EM QUATRO RODAS<br />
A Autoeuropa nasceu há 20 anos. E continua a ser a maior fábrica de automóveis de<br />
<strong>Portugal</strong>, sendo reconhecida internacionalmente como uma das melhores do grupo<br />
alemão Volkswagen, que já a partir deste ano vai investir mais de 200 milhões de<br />
euros na modernização das suas instalações fabris de Palmela.<br />
A Autoeuropa exporta 99 por cento<br />
da produção, principalmente para a<br />
Europa, com grande destaque para o<br />
mercado alemão, bem como para os<br />
Estados Unidos e China, representando<br />
este fluxo exportador cerca de um por<br />
cento do Produto Interno Bruto (PIB)<br />
português. Para responder ao crescimento<br />
da procura, a empresa produziu<br />
nos primeiros 11 meses de 2011 um<br />
total de 126.256 viaturas, números que<br />
incluem a entrada do modelo Volkswagen<br />
Sharan no mercado chinês.<br />
A dinâmica da unidade de Palmela, que<br />
emprega mais de 3.000 pessoas, tem<br />
uma estratégia sustentada de crescimento,<br />
e faz neste sentido uma aposta<br />
46 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
“A AUTOEUROPA exporta<br />
99 por cento da produção,<br />
principalmente para a Europa,<br />
com grande destaque para o<br />
mercado alemão, bem como<br />
para os Estados Unidos e<br />
China, representando este<br />
fluxo exportador cerca de um<br />
por cento do Produto Interno<br />
Bruto português.”<br />
continuada em produtos de sucesso,<br />
na qualidade, na produtividade, no<br />
emprego, na formação e na estabilida-<br />
de social da empresa. É de referir que a<br />
Autoeuropa investiu nos últimos anos<br />
mais de 7 milhões de horas em formação<br />
no posto de trabalho e em sala,<br />
sendo que cerca de 1.000 colaboradores<br />
tiveram formação no estrangeiro.<br />
Em 2011, dado o incremento das encomendas,<br />
a Autoeuropa reforçou os<br />
níveis de produtividade e de qualidade<br />
final dos seus produtos, bem como o<br />
aumento de eficiência do sistema logístico<br />
e redução de custos dos transportes,<br />
dado que a empresa tem montado<br />
um sistema de transporte por comboio<br />
até Barcelona, o que permite reduzir<br />
significativamente o transporte rodoviário<br />
de e para a Autoeuropa.
Por outro lado, a empresa de Palmela<br />
está a investir igualmente no reforço da<br />
rede de fornecedores em <strong>Portugal</strong>.<br />
Dos quatro modelos produzidos na fábrica<br />
da Volkswagen de Palmela, três registaram<br />
aumentos na produção (Sharan,<br />
Seat Alhambra e EOS) e um registou um<br />
ligeiro decréscimo (Scirocco). A maior subida<br />
na produção pertenceu à Volkswagen<br />
Sharan, com 47.483 viaturas, mais<br />
147 por cento do que as 19.210 produzidas<br />
entre Janeiro e Novembro de 2010.<br />
Segue-se o Seat Alhambra, com 16.003<br />
viaturas produzidas, mais 73 por cento<br />
em relação às 9.250 do ano passado. A<br />
produção do Volkswagen EOS registou<br />
um crescimento de 12 por cento nos<br />
primeiros 11 meses do ano transacto,<br />
fixando-se em 21.907 viaturas, contra<br />
19.500, em 2010.<br />
Um pouco de história<br />
A primeira pedra da Autoeuropa foi<br />
lançada em Dezembro de 1991, em<br />
Palmela, constituindo o maior investimento<br />
estrangeiro de sempre em <strong>Portugal</strong>,<br />
no montante de 1,9 mil milhões<br />
de euros. A fábrica foi construída no<br />
âmbito de uma parceria entre a Ford<br />
e a Volkswagen, para a produção do<br />
MPV (Multi-Purpose Vehicle) nos anos<br />
90. Este investimento permitiu desenvolver<br />
os seus três modelos iniciais:<br />
os monovolumes Volkswagen Sharan,<br />
Seat Alhambra e Ford Galaxy.<br />
Em 1999, o Grupo Volkswagen assumiu<br />
os 100 por cento do capital social da Autoeuropa,<br />
mas a Ford e a Volkswagen<br />
continuaram a cooperar na fábrica de<br />
Palmela, mantendo-se a produção dos<br />
monovolumes das duas marcas. Considerada<br />
uma das melhores e mais modernas<br />
unidades de produção de automóveis do<br />
espaço europeu, a Autoeuropa atingiu<br />
a produção de um milhão de unidades<br />
em 2003, ano em que foi feito um novo<br />
investimento de 600 milhões de euros,<br />
que permitiu preparar a produção de um<br />
Autoeuropa<br />
em números<br />
(Fonte: Volkswagen Autoeuropa)<br />
Localização: Concelho de<br />
Palmela, Distrito de Setúbal<br />
Áreas do projecto, em m²<br />
Área de produção: 1.100. 000<br />
Parque industrial: 900.000<br />
Área total: 2. 000.000<br />
Inauguração:<br />
26 de Abril de 1995<br />
Início da produção em série:<br />
Maio de 1995<br />
Investimento inicial<br />
(em milhões de EUR)<br />
Implementação<br />
da fábrica: 1.282<br />
Desenvolvimento<br />
do produto: 479<br />
Fornecedores<br />
Total: 671<br />
Europeus: 660<br />
Não europeus: 11<br />
Produto<br />
VW Sharan<br />
VW Eos (Desde Fev. 2006)<br />
Seat Alhambra<br />
Ford Galaxy (Até Fev. 2006)<br />
VW Scirocco (Desde Jun. 2008)<br />
EMPRESAS<br />
novo modelo, o Volkswagen Eos, um<br />
cabriolet com capota rígida e o primeiro<br />
carro de luxo da marca Volkswagen<br />
a ser produzido em <strong>Portugal</strong>. Em 2006<br />
foi anunciada a construção de um outro<br />
modelo, o Scirocco.<br />
Em 2007, a fábrica de Palmela atinge a<br />
produção de um milhão e meio de veículos.<br />
A Volkswagen anuncia então mais<br />
um investimento de 541 milhões de euros,<br />
agora direccionado para uma reestruturação<br />
e uma melhoria tecnológica,<br />
de forma a permitir diferentes produtos<br />
numa única linha de produção. Cinco<br />
anos depois, quando celebra os 20 anos<br />
de início de construção da fábrica, o grupo<br />
Volkswagen irá investir um montante<br />
superior a 200 milhões de euros, destinados<br />
à modernização da sua fábrica.<br />
www.volkswagenautoeuropa.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 47
EMPRESAS<br />
RENAULT CACIA<br />
FORTE INVESTIMENTO NA DIVERSIDADE<br />
DOS PRODUTOS E DOS MERCADOS<br />
A RENAULT CACIA, fábrica de mecânica do Grupo Renault, iniciou a sua<br />
actividade em 1981. Tem por missão fabricar órgãos e componentes para veículos<br />
Renault/Nissan, os seus principais clientes. Entre 2011 e 2013, prevê investimentos<br />
em novas linhas de montagem no valor total de 35 milhões de euros.<br />
Em Setembro de 2011, a RENAULT<br />
CACIA, cuja ambição é tornar-se uma<br />
referência em matéria de competitividade<br />
no sector automóvel, celebrou<br />
30 anos de actividade. Só na última<br />
década investiu na sua fábrica de Aveiro<br />
mais de 220 milhões de euros, não<br />
apenas na instalação de novas linhas<br />
e renovação de outras, mas também<br />
na formação dos colaboradores, melhoria<br />
das condições do ambiente de<br />
48 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
trabalho, reforço da responsabilidade<br />
ambiental da empresa.<br />
O investimento dos últimos anos foi<br />
especialmente direccionado para as<br />
actividades de I&D (investigação e desenvolvimento)<br />
no âmbito de uma série<br />
de projectos produto/processo, desenvolvidos<br />
com o objectivo de melhor<br />
adaptar a empresa à nova realidade<br />
do mercado automóvel mundial, cuja<br />
experiência de exportação passa por<br />
países como França, Espanha, Roménia,<br />
Reino Unido, África do Sul, Brasil,<br />
Chile, Irão, Índia, Marrocos e Rússia.<br />
Refira-se que a produção da RENAULT<br />
CACIA, que emprega mais de 1.000<br />
colaboradores, se destina na totalidade<br />
à exportação. No final do ano passado,<br />
a fábrica de Aveiro passou também a<br />
exportar peças para mercados como o
México, Colômbia, Japão, China, Malásia<br />
e Tailândia.<br />
A RENAULT CACIA fabrica um vasto leque<br />
de produtos: dois tipos de caixas de<br />
velocidades (com 6 velocidades, para utilização<br />
em veículos de gama superior, e<br />
com 5 velocidades, para veículos de gama<br />
média), assim como vários componentes<br />
para motores, nomeadamente bombas<br />
de óleo (para 90 por cento da gama de<br />
motores), árvores de equilibragem, volantes,<br />
colectores e outros componentes<br />
para diversos tipos de motores, e ainda<br />
componentes para caixas, como os cárteres,<br />
pinhões, árvores, entre outros.<br />
“O investimento dos últimos<br />
anos foi especialmente<br />
direccionado para as<br />
actividades de I&D no<br />
âmbito de uma série de<br />
projectos produto/processo,<br />
desenvolvidos com o objectivo<br />
de melhor adaptar a empresa<br />
à nova realidade do mercado<br />
automóvel mundial.”<br />
Na realidade, a Renault desenvolve veículos<br />
que respondem às necessidades<br />
dos mercados e dos clientes, o que faz<br />
com que a gama mecânica permita uma<br />
centena de combinações entre motores<br />
e caixas de velocidades, portanto uma<br />
grande diversidade de produto. Neste<br />
universo, as caixas de velocidades montadas<br />
na RENAULT CACIA são destinadas<br />
a fábricas de carroçaria-montagem<br />
e os componentes, tanto de motores<br />
como de caixas para outras fábricas<br />
de mecânica, situadas em países como<br />
França, Espanha, Roménia.<br />
As caixas de velocidades fabricadas na<br />
RENAULT CACIA em conjunto com os<br />
novos motores, são os últimos grupos<br />
moto-propulsores desenvolvidos pelo<br />
grupo Renault, adaptados à evolução<br />
das normas ambientais da União Europeia<br />
e equipam toda a gama Dacia e<br />
EMPRESAS<br />
Renault, desde o Logan até à gama alta<br />
e veículos utilitários.<br />
Trata-se, pois, de um investimento no<br />
desenvolvimento sustentável, fabricando<br />
produtos para veículos mais<br />
económicos e mais ecológicos, que<br />
contribuem para a redução do impacto<br />
ambiental na sua actividade de fabricação<br />
de caixas de velocidades com a<br />
assinatura ECO2 (Ecológico e Económico),<br />
reduzindo as emissões de CO2,<br />
logo amigos do ambiente.<br />
www.renault.pt<br />
www.renault.pt/descubra-a-renault/<br />
cacia/<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 49
EMPRESAS<br />
TEGOPI<br />
EXEMPLO DE EXCELÊNCIA<br />
A TEGOPI, uma empresa portuguesa com 65 anos, é especializada em metalomecânica<br />
pesada. Nos anos 90, investiu no fabrico de torres eólicas e é hoje o maior fabricante<br />
nacional destes equipamentos, exportando 95 por cento da sua produção. Com uma<br />
internacionalização bem sucedida e em expansão, a empresa elege a qualidade e a<br />
inovação como importantes factores que contribuiriam para este sucesso.<br />
Fundada em 1946, a TEGOPI desenvolve<br />
a sua actividade no ramo da metalomecânica<br />
pesada, sendo líder do mercado,<br />
nomeadamente em equipamentos<br />
de elevação e edifícios metálicos. A<br />
empresa, adquirida pelo grupo Quintas<br />
& Quintas nos anos 90, iniciou em<br />
1997 o fabrico de torres eólicas, sendo<br />
hoje o maior fabricante nacional deste<br />
tipo de equipamentos e exportando<br />
cerca de 95 por cento da sua produção.<br />
A actividade da TEGOPI desenvolve-se<br />
em torno de três áreas de negócio: torres<br />
eólicas, equipamentos de elevação e<br />
movimentação e mecano soldados. Ao<br />
longo da sua história, a empresa desen-<br />
50 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
“A Tegopi pretende reforçar<br />
alianças e parcerias, com<br />
clientes e parceiros de<br />
desenvolvimento no sentido<br />
de poder vir a apostar em<br />
novos segmentos de mercado,<br />
como sejam a produção de<br />
torres eólicas com tecnologia<br />
offshore, uma área de<br />
crescimento exponencial<br />
expectável a partir de<br />
2013/2014.”<br />
volveu reconhecidas competências em<br />
tecnologia de soldadura que lhe permitiram<br />
conquistar posições em mercados<br />
de elevada exigência como o das energias<br />
renováveis (eólica, hídrica e das ondas).<br />
Os seus principais mercados são a<br />
Alemanha, a França, <strong>Portugal</strong> e o Reino<br />
Unido e os seus maiores clientes são a<br />
GE, Nordex, Enercon, Efacec e TEREX.<br />
O processo de internacionalização da TE-<br />
GOPI arrancou em 2009, através da constituição<br />
de uma joint-venture na Turquia<br />
para produzir e comercializar torres eólicas<br />
na região do Mar Negro. A unidade<br />
da Turquia (ALKEG-TEGOPI) iniciou a laboração<br />
em Outubro de 2010. Os objec-
tivos da empresa passam agora por chegar<br />
à África do Sul e ao Brasil no âmbito<br />
da sua estratégia de internacionalização.<br />
A empresa orgulha-se do sucesso que<br />
a internacionalização da TEGOPI alcançou<br />
na última década, afirma fonte da<br />
empresa, frisando que esse orgulho é<br />
partilhado “por todo o sector empresarial<br />
português, já que temos contribuído<br />
para expandir positivamente a<br />
marca <strong>Portugal</strong> no estrangeiro”.<br />
Quanto aos planos para o futuro, de<br />
acordo com a mesma fonte, a empresa<br />
aposta na internacionalização para espaços<br />
com forte crescimento ao nível<br />
do consumo de energia sustentável, de<br />
forma a rentabilizar as competências<br />
específicas entretanto adquiridas, reforçando<br />
expressivamente a dimensão<br />
da empresa. Deslocalizar as instalações<br />
fabris da TEGOPI para uma nova unidade<br />
dotada de um layout produtivo<br />
apropriado, permitindo incrementos ao<br />
nível da eficiência produtiva, é também<br />
um objectivo estratégico da empresa.<br />
A empresa investiu de 19 milhões de euros<br />
neste projecto, dos quais cerca de 12<br />
milhões de euros em equipamentos que<br />
visam aumentar a capacidade produtiva e<br />
a introdução de novas tecnologias de produção.<br />
O aumento de capital, em 2009,<br />
para 7,8 milhões de euros com a entrada<br />
da PME Investimentos, veio contribuir<br />
para a realização deste investimento.<br />
No médio prazo, a empresa pretende reforçar<br />
alianças e parcerias, com clientes e<br />
parceiros de desenvolvimento no sentido<br />
de poder vir a apostar em novos segmentos<br />
de mercado, como sejam a produção<br />
de torres eólicas com tecnologia offshore,<br />
uma área de crescimento exponencial expectável<br />
a partir de 2013/2014. É tam-<br />
bém um objectivo estratégico para a<br />
TEGOPI a aposta constante na inovação<br />
e no desenvolvimento ao nível de novos<br />
processos produtivos e no reforço de<br />
competências de fabrico e produção.<br />
O volume de negócios da empresa terá<br />
atingido os 39 milhões de euros em 2011<br />
(EBITDA estimado de 3 milhões de euros),<br />
prevendo-se que esse valor aumente para<br />
42 milhões de euros em 2012 (EBITDA<br />
estimado de 3,6 milhões de euros). A exportação<br />
deverá continuar a representar<br />
95 por cento do volume de negócios.<br />
Três áreas em crescimento<br />
Em 1997, a TEGOPI produziu a primeira<br />
torre eólica made in <strong>Portugal</strong>, sendo<br />
hoje fornecedora dos maiores produtores<br />
mundiais de aerogeradores. Na<br />
área das torres eólicas há perspectivas<br />
de forte crescimento nos próximos<br />
anos, sendo um sector onde a TEGOPI<br />
mantém uma forte aposta, também no<br />
seguimento da abertura de uma unidade<br />
de produção na Turquia.<br />
A entrada da TEGOPI no sector dos equipamentos<br />
de elevação e movimentação<br />
ocorreu em 1958, sendo actualmente<br />
líder de mercado em <strong>Portugal</strong> com cerca<br />
de 50 por cento de quota. Nesta área de<br />
negócio, destaca-se a recente participação<br />
da TEGOPI nos projectos de geração<br />
de energia hídrica de Picote II, Bemposta<br />
II, Alqueva II, Venda Nova e Salamonde,<br />
e o fornecimento de equipamentos para<br />
a nova fábrica da Portucel.<br />
Outra área em franco crescimento é a<br />
dos mecano soldados. A TEGOPI produz<br />
e comercializa vários tipos de estruturas<br />
(chassis, flechas e charriots)<br />
para equipamentos de movimentação,<br />
nomeadamente stackers, fornecendo<br />
os maiores fabricantes de âmbito internacional.<br />
O crescimento estimado<br />
EMPRESAS<br />
para 2012 é de cerca de 50 por cento,<br />
aumentando para 6 milhões de euros o<br />
respectivo volume de negócios.<br />
Fruto da experiência e know-how adquiridos<br />
ao longo de décadas, a TEGOPI é hoje<br />
uma referência mundial na montagem<br />
de estruturas metálicas e na produção de<br />
equipamentos de elevação e torres eólicas,<br />
sendo de realçar o acompanhamento<br />
do cliente para lá da fase de montagem.<br />
A TEGOPI tem “uma grande tradição metalomecânica,<br />
recheada de exemplos de<br />
excelência, com reconhecimento alémfronteiras”,<br />
reforça a mesma fonte.<br />
Para esse reconhecimento tem contribuído<br />
a aposta permanente da empresa na<br />
inovação tecnológica e a realização dos<br />
necessários investimentos para garantir<br />
a optimização dos processos. A qualidade<br />
é também uma atitude de princípio<br />
para a empresa e uma prática de rotina<br />
quotidiana. A utilização de metodologias<br />
Lean nos processos produtivos, a melhoria<br />
contínua dos processos de soldadura<br />
e a aposta constante na inovação, têm<br />
permitido à empresa atingir padrões de<br />
qualidade elevados que se traduzem<br />
numa característica diferenciadora face<br />
a outras empresas do sector, conclui a<br />
fonte da TEGOPI.<br />
www.tegopi.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 51
EMPRESAS<br />
HUF COM NOVO INVESTIMENTO<br />
EM PORTUGAL<br />
Em <strong>Portugal</strong> há mais de 20 anos, a Huf tem um projecto de investimento para a<br />
produção de novos componentes para o sector automóvel, no montante de 9,4<br />
milhões de euros. A Huf é de origem alemã e tem como principal actividade o fabrico<br />
de sistemas de acesso, segurança e imobilização para a indústria automóvel.<br />
O novo projecto de investimento é considerado<br />
fundamental para a continuidade<br />
da Huf em <strong>Portugal</strong>, e envolve a<br />
criação de um produto novo – o Rear<br />
View Camera para o grupo Volkswagen<br />
–, o aumento da componente<br />
electrónica em produtos já existentes<br />
(chaves para a GM EMMA), e a entrada<br />
no segmento premium do mercado automóvel,<br />
passando a fornecer marcas<br />
como a BMW e a Daimler.<br />
Orçado em 9,4 milhões de euros, o investimento<br />
está em curso e a empresa<br />
52 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
“A Huf Portuguesa exporta<br />
para os cinco continentes,<br />
fornecendo componentes<br />
para dez fábricas da PSA<br />
(Peugeot Citroën), sete<br />
fábricas da VW, 13 fábricas da<br />
GM e 12 fábricas da Ford.”<br />
já está a fornecer os projectos referidos<br />
(VW, BMW, Daimler e GM), segundo<br />
adianta fonte da empresa.<br />
A Huf Portuguesa, criada em 1991, é<br />
uma empresa do grupo Huf Hülsbeck<br />
& Fürst, com sede em Velbert (Alemanha).<br />
Em <strong>Portugal</strong>, os primeiros componentes<br />
produzidos, há 20 anos, foram<br />
sistemas de fechaduras para a Ford e<br />
para a GM, seguindo-se o fornecimento<br />
de componentes para os modelos<br />
da Autoeuropa. A Huf Portuguesa foi o<br />
4º investimento estrangeiro da Huf e a<br />
primeira empresa do grupo a produzir<br />
sistemas de fechaduras para o mercado<br />
francês (cliente PSA). Em 2002 foi adjudicado<br />
à Huf Portuguesa um novo con-
ceito de chaves o que originou a implementação<br />
da 1ª linha de electrónica.<br />
Ao longo dos seus 20 anos, já forneceu<br />
componentes a mais de 50 milhões de<br />
veículos, tendo como principal actividade<br />
o fabrico de sistemas de acesso, segurança<br />
e imobilização para a indústria<br />
automóvel – CASIM.<br />
Dentro da sua gama de produtos, destacam-se<br />
o Driver Authorization Systems<br />
(sistemas de acesso e funcionamento<br />
do automóvel); o Car Access Authorization<br />
Systems (sistemas de chaves<br />
e dispositivos de rádio frequência), o<br />
Power Tailgate Systems (puxadores de<br />
porta-bagagens com e sem câmara<br />
de visão incorporada), o Mechanical<br />
Locking Systems (sistemas de fechaduras<br />
e sistemas de bloqueio da coluna<br />
da direcção) e o Door Handles Systems<br />
(puxadores externos de portas).<br />
O grupo Huf tem uma presença global<br />
em 16 países de quatro continentes,<br />
contando com fábricas de produção,<br />
escritórios de vendas e engenharia de<br />
desenvolvimento globalizadas.<br />
Inicialmente especializada no desenvolvimento<br />
e no fabrico de produtos mecânicos,<br />
a Huf integrou, no início dos anos<br />
80, um novo know-how na área da<br />
electrónica. A aquisição de duas empresas<br />
especializadas em electrónica para<br />
o automóvel, sedeadas na Alemanha,<br />
assegurou ao grupo Huf a liderança actual,<br />
no desenvolvimento de produtos<br />
mecatrónicos no segmento CASIM (Car<br />
Access, Security and Immobilization).<br />
“Ao longo dos seus 20<br />
anos, a Huf já forneceu<br />
componentes a mais de 50<br />
milhões de veículos, tendo<br />
como principal actividade o<br />
fabrico de sistemas de acesso,<br />
segurança e imobilização para<br />
a indústria automóvel.”<br />
O volume de negócios da empresa atingiu<br />
o valor de 70,5 milhões de euros em<br />
2010, mais 4 milhões do que em 2009, o<br />
que representa um crescimento de 7 por<br />
cento, ou seja, sublinha a mesma fonte,<br />
verificou-se uma ligeira recuperação<br />
depois da forte descida originada pela<br />
crise económica. As previsões para 2011<br />
apontam para um volume de negócios<br />
de 76 milhões de euros.<br />
Relativamente à distribuição geográfica<br />
dos mercados, ganham importância a<br />
Alemanha (30 por cento), França e Espanha<br />
(27 por cento), destacando-se<br />
ainda os 5 por cento da Eslováquia e<br />
os 4 por cento da Bélgica. Mais de 90<br />
por cento da produção é destinada ao<br />
mercado europeu.<br />
EMPRESAS<br />
A Huf Portuguesa exporta para os cinco<br />
continentes, fornecendo componentes<br />
para dez fábricas da PSA (Peugeot Citroën),<br />
sete fábricas da VW, 13 fábricas<br />
da GM e 12 fábricas da Ford. A PSA é o<br />
maior cliente com 29 por cento das vendas<br />
totais, seguindo-se a Ford com uma<br />
quota de 22 por cento, a GM com 17 por<br />
cento e o grupo Volkswagen com 11 por<br />
cento. Estes quatro clientes representam<br />
79 por cento da facturação. As vendas<br />
nos “Tier 1 Suppliers” situam-se nos 11<br />
por cento (produtos para veículos GM/<br />
Opel e produtos para veículos VW). O<br />
grupo Huf representa uma percentagem<br />
de 6 por cento do valor total de vendas.<br />
A mesma fonte refere ainda que a Huf<br />
Portuguesa foi pioneira na avaliação da<br />
satisfação dos colaboradores através da<br />
implementação de Estudos de Opinião<br />
internos e externos. É best in class na<br />
área da Saúde e Segurança, tendo os<br />
índices de frequência e gravidade mais<br />
baixos do sector, atingido um recorde<br />
de 384 dias sem acidentes de trabalho.<br />
Mais recentemente foi escolhida pela<br />
European Commission (Employment<br />
Social Affairs and Equal Opportunities)<br />
and International Training Centre – ILO<br />
– como empresa modelo no que respeita<br />
às boas práticas nas medidas antecipadoras<br />
de reestruturação (participação<br />
em seminários em Lisboa e Bruxelas).<br />
www.huf-group.com<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 53
EMPRESAS<br />
HUAWEI<br />
UMA APOSTA DE<br />
SUCESSO NO SECTOR DAS<br />
TECNOLOGIAS, SISTEMAS<br />
E INFORMAÇÃO<br />
A Huawei, empresa de tecnologias, sistemas e soluções<br />
de comunicação e informação de origem chinesa, está<br />
em <strong>Portugal</strong> desde 2004 e é um dos fornecedores de<br />
equipamentos e soluções para os principais operadores<br />
de telecomunicações no nosso país. Já investiu em<br />
<strong>Portugal</strong> 40 milhões de euros e irá brevemente<br />
inaugurar um Centro de Suporte Técnico para apoio<br />
aos projectos implementados, num investimento que<br />
ascende a 10 milhões de euros.<br />
Em <strong>Portugal</strong> desde 2004, a Huawei<br />
tem fornecido equipamentos e soluções<br />
para os principais operadores de<br />
telecomunicações: PT, Vodafone, Sonaecom<br />
e Zon. Dispondo de soluções<br />
integradas “end-to-end” para redes<br />
54 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
de comunicações, bem como serviços,<br />
a Huawei tem sido uma referência em<br />
<strong>Portugal</strong> em áreas tão importantes<br />
como as Redes de Nova Geração; Redes<br />
de Banda Larga Móvel e Fixa, disponibilizando<br />
equipamentos terminais<br />
inovadores que possibilitaram a massificação<br />
da Banda Larga no nosso país.<br />
Dos inúmeros projectos em que participou,<br />
a empresa destaca as parcerias efectuadas<br />
no âmbito do programa eEscolas<br />
com o fornecimento de Datacards com<br />
a TMN, Vodafone e Optimus; no fornecimento<br />
da tecnologia das redes de comunicações<br />
em fibra óptica nos projectos<br />
“Meo-Fibra” da PT e “Fibra-Clix” da<br />
Optimus; e nos pilotos tecnológicos em<br />
Redes Móveis de “Nova Geração” Tecnologia<br />
LTE para a Optimus e TMN.<br />
Até 2010, a Huawei investiu em <strong>Portugal</strong><br />
cerca de 40 milhões de euros na<br />
criação da Huawei <strong>Portugal</strong>, Lda., onde<br />
conta actualmente com cerca de 100<br />
colaboradores, directos e indirectos. No<br />
início de 2012 a Huawei irá inaugurar<br />
um Centro de Suporte Técnico para<br />
apoio aos projectos implementados,<br />
cujo investimento ascende a 10 milhões<br />
de euros. Este Centro irá dispor<br />
de um laboratório multi-tecnologia e<br />
de equipas com as competências necessárias<br />
para, numa primeira fase,<br />
dar suporte aos projectos em curso em<br />
<strong>Portugal</strong>. Equipado com as diversas soluções<br />
e equipamentos Huawei, esta<br />
infra-estrutura poderá vir a evoluir para<br />
um Training Center e um Centro de<br />
Demonstração, caso as competências<br />
locais se desenvolvam conforme esperado,<br />
de acordo com fonte da empresa.<br />
Com sede em Lisboa, no Parque das<br />
Nações, e escritórios no Porto, com um
centro Logístico em Alverca e um Centro<br />
Tecnológico também em Lisboa, o<br />
“crescimento sustentado da empresa<br />
tem sido uma realidade que permite<br />
transmitir ao mercado e aos nossos<br />
clientes confiança na sua escolha”,<br />
afirma a mesma fonte, adiantado que<br />
a decisão da Huawei de investir em<br />
<strong>Portugal</strong> foi tomada de forma global,<br />
no seguimento da definição da estratégia<br />
de internacionalização da empresa,<br />
em meados de 2002. “Os resultados<br />
que temos obtido ao longo dos anos,<br />
com base no rigor do nosso trabalho,<br />
na qualidade dos nossos produtos e<br />
soluções e com a confiança que temos<br />
vindo a granjear junto dos nossos clientes,<br />
permite-nos afirmar que foi uma<br />
aposta ganha”, frisa.<br />
O volume de negócios da Huawei <strong>Portugal</strong><br />
deverá ter atingido, em 2011, os 70<br />
milhões de euros. Além do mercado das<br />
telecomunicações, já referido, a empresa<br />
tem vindo gradualmente a estender a<br />
oferta ao sector das TIC, nomeadamente<br />
ao sector empresarial com soluções<br />
IP, telepresença, videoconferência e soluções<br />
unificadas de comunicações.<br />
Fundada em 1988 em Shenzhen, na<br />
China, a Huawei tem hoje operações<br />
em mais de 160 países nos cinco continentes,<br />
e conta com mais de 120 mil<br />
colaboradores. Em 2010, registou um<br />
volume de negócios de 28 mil milhões<br />
de dólares, sendo actualmente a segunda<br />
maior empresa do mundo no<br />
sector das tecnologias, sistemas e soluções<br />
de comunicação e informação.<br />
A empresa aposta fortemente na Investigação<br />
e Desenvolvimento, afectando<br />
40 por cento dos seus funcionários e<br />
reinvestindo 20 por cento dos lucros em<br />
I&D, de forma a poder colocar no mercado<br />
produtos e soluções inovadores. A<br />
Huawei disponibiliza um vasto portfolio<br />
de equipamentos e soluções na área das<br />
comunicações e tecnologias de informação,<br />
apresentando como principal<br />
vantagem o facto de dispor soluções<br />
“end-to-end” e “IP-Convergents” para<br />
a maior parte das solicitações, apresentando<br />
soluções integradas, eficientes e<br />
inovadoras, conclui a mesma fonte.<br />
www.huawei.com<br />
SUGALIDAL<br />
MEIO SÉCULO A<br />
EXPORTAR 100 POR<br />
CENTO PORTUGUÊS<br />
EMPRESAS<br />
A Sugalidal, S.A. é a maior empresa nacional do sector<br />
de produção de concentrado de tomate. Com um<br />
volume de negócios de 88 milhões de euros em 2010, a<br />
empresa é uma referência pela sua ligação quer ao sector<br />
agrícola português, quer ao maior produtor mundial de<br />
produtos alimentares à base de tomate, a multinacional<br />
Heinz. Com o objectivo de manter a sua competitividade<br />
global, pois exporta mais de 95 por cento da produção, a<br />
empresa aposta numa estratégia de rigorosa qualidade e<br />
de desenvolvimento e inovação contínuos.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 55
EMPRESAS<br />
A Sugalidal, resultado da fusão, em<br />
2009, entre a Sugal Alimentos, em<br />
Azambuja, e a Idal de Benavente, processo<br />
que veio reforçar a competitividade<br />
das duas empresas no mercado global,<br />
permanece uma empresa familiar,<br />
não obstante ser hoje a maior empresa<br />
do sector na Europa e uma das maiores<br />
a nível mundial. O crescimento ao longo<br />
das últimas cinco décadas tem sido<br />
fruto do trabalho e dedicação de uma<br />
equipa que transmite os valores e conhecimentos<br />
de geração em geração,<br />
e que tem procurado apostar sempre<br />
mais na qualidade e inovação dos seus<br />
produtos, que têm origem numa matéria-prima<br />
100 por cento nacional.<br />
“A Sugalidal concluiu em 2010<br />
um projecto de investimento<br />
na unidade de Benavente,<br />
que ascendeu a 9 milhões<br />
de euros, e que consiste<br />
na reformulação de todo<br />
o processo de fabrico de<br />
concentrado de tomate.”<br />
Situada na região do Ribatejo, a Sugalidal<br />
possui duas instalações fabris, em<br />
Azambuja e em Benavente, que processam<br />
anualmente 500 mil toneladas<br />
de tomate fresco. A fábrica da Azambuja<br />
está vocacionada para a primeira<br />
transformação, ou seja, na produção<br />
de concentrado de tomate. A fábrica<br />
de Benavente, para além da primeira<br />
transformação, dedica-se também à 2ª<br />
transformação, onde são produzidos<br />
os produtos Guloso.<br />
Actualmente, mais de 95 por cento da<br />
produção de ambas as fábricas destinase<br />
aos mercados europeus e asiáticos,<br />
utilizando apenas matéria-prima nacional.<br />
Os seus produtos são vendidos sob<br />
as mais conceituadas marcas, sendo de<br />
destacar a Heinz, a McDonalds e a Burger<br />
King. No mercado nacional, os produtos<br />
são vendidos sob a marca Guloso<br />
de que é proprietária.<br />
A unidade fabril de Benavente é o<br />
maior empregador individual no eixo<br />
Vila Franca de Xira/Santarém, naquela<br />
margem do Tejo. A origem da sua<br />
56 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
matéria-prima reside no próprio concelho<br />
de Benavente e áreas limítrofes,<br />
contribuindo assim fortemente para a<br />
redução das assimetrias regionais por<br />
duas vias: assegurando o escoamento<br />
da matéria-prima produzida pelos agricultores<br />
desta região e sendo responsável<br />
por um conjunto muito importante<br />
de postos de trabalho directos e<br />
indirectos, permite fixar a população<br />
que depois contribuirá para a sustentabilidade<br />
dos restantes sectores da<br />
economia local.<br />
Na Sugalidal são transformadas mais<br />
de 500 milhões de quilogramas de tomate<br />
fresco, recorrendo a empresa a<br />
mais de 6.000 hectares de plantações<br />
de tomate, numa lógica de parceria<br />
com os produtores, assente em práticas<br />
agrícolas de agricultura sustentável<br />
e de responsabilidade social. No campo,<br />
os técnicos agrícolas da empresa<br />
acompanham todas as etapas de crescimento<br />
da cultura, zelando pelo cumprimento<br />
dos cadernos de encargos<br />
dos seus clientes, bem como pelas boas<br />
práticas agrícolas. “A proximidade entre<br />
o campo e os locais de laboração é<br />
fundamental para a obtenção de frutos<br />
frescos de qualidade, que proporcionam<br />
produtos finais de excelência”,<br />
sublinha fonte da empresa.<br />
A Sugalidal concluiu em 2010 um projecto<br />
de investimento na unidade de<br />
Benavente, que ascendeu a 9 milhões<br />
de euros, e que consiste na reformulação<br />
de todo o processo de fabrico<br />
de concentrado de tomate, desde a<br />
descarga até ao acondicionamento do<br />
concentrado em recipientes próprios.<br />
Este investimento permitiu à Sugalidal<br />
adoptar a mais moderna tecnologia<br />
existente mundialmente no sector, e<br />
teve como objectivo melhorar a eficiência<br />
na produção de concentrado<br />
de tomate, tornando-a numa unidade<br />
produtiva com uma eficiência que lhe<br />
permita competir, num mercado que é<br />
global, com os produtores mais eficientes<br />
do mundo.<br />
Com uma estratégia de investimento,<br />
desenvolvimento e inovação constantes,<br />
a nível da tecnologia e dos processos,<br />
a Sugalidal pretende ser parceira<br />
em todos os segmentos de mercado:<br />
industrial, food service e retalho. Se-<br />
“Com uma estratégia<br />
de investimento,<br />
desenvolvimento e inovação<br />
constantes, a nível da<br />
tecnologia e dos processos, a<br />
Sugalidal pretende ser parceira<br />
em todos os segmentos de<br />
mercado: industrial, food<br />
service e retalho.”<br />
gundo a mesma fonte, “a nossa estratégia<br />
tem passado pelo investimento e<br />
diversificação no portefólio de produtos<br />
e apostar na eficiência produtiva de<br />
forma a oferecer produtos derivados<br />
de tomate competitivamente – a mais<br />
alta qualidade, ao melhor preço”.<br />
A combinação de um produto que é<br />
alimentar, com o facto de os respectivos<br />
clientes se encontrarem entre os<br />
mais exigentes a nível mundial, obriga a<br />
empresa a manter e a desenvolver permanentemente<br />
técnicas e práticas de
investigação que reduzam ao mínimo<br />
os riscos para a saúde dos consumidores<br />
finais. Tal só é possível com um permanente<br />
investimento em equipamentos<br />
e formação em práticas exigentes, que<br />
permitam a evolução dos produtos e<br />
processos sem comprometer a segurança<br />
dos seus consumidores finais.<br />
Neste sentido, dispõe de um moderno<br />
e bem equipado laboratório onde são<br />
analisadas as amostras de produto regularmente<br />
retiradas ao longo de todo o<br />
processo produtivo para respectiva avaliação<br />
e garantia de cumprimento das<br />
especificações definidas relativamente às<br />
características físico-químicas tais como<br />
a cor, sal, pH, consistência e características<br />
microbiológicas, presença de resíduos<br />
de pesticidas, entre outras. “Através<br />
do controlo dos nossos fornecedores<br />
de ingredientes e materiais de embalagem,<br />
procuramos garantir que os nossos<br />
produtos correspondam às expectativas<br />
dos nossos clientes e consumidores. A<br />
Sugalidal tem implementado em todas<br />
as suas linhas de produção o sistema de<br />
auto-controlo HACCP (Hazard Analysis<br />
and Critical Control Points), onde estão<br />
identificados todos os possíveis riscos<br />
bem como as medidas de controlo”,<br />
acrescentou a fonte da empresa.<br />
A combinação de rentabilidades com<br />
uma unidade moderna e competitiva<br />
em custos, como a de Benavente, permite<br />
à Sugalidal potenciar a competitividade<br />
e o incremento significativo da<br />
produção, satisfazendo deste modo as<br />
necessidades dos seus clientes nacionais<br />
e internacionais.<br />
www.sugalidal.pt<br />
EMPRESAS<br />
CONTINENTAL MABOR<br />
EXPANSÃO EM PORTUGAL<br />
PARA PRODUTOS TOPO<br />
DE GAMA<br />
A Continental Mabor tem em curso um investimento de<br />
expansão da fábrica de Lousado, em Famalicão, para<br />
aumentar a capacidade produtiva e tecnológica na<br />
gama de pneus de alta performance. A multinacional<br />
alemã está em <strong>Portugal</strong> desde 1989 e emprega 1.600<br />
pessoas só nesta fábrica.<br />
Fundada em finais de 1989, a Continental<br />
Mabor produz pneus para veículos<br />
automóveis ligeiros, para SUV<br />
(Sport Utility Vehicles) e pneus antifuro<br />
(ou selados, os ContiSeal), em<br />
gama variada quer em medidas, quer<br />
em tipos, quer em marcas. Ao todo,<br />
tem 800 artigos em produção de 20<br />
diferentes marcas.<br />
Exporta 97 por cento da sua produção<br />
e tem como principais mercados a Alemanha,<br />
os países do Benelux, Espanha,<br />
França, Reino Unido e Itália. Em 2010 registou<br />
um volume de negócios de perto<br />
de 600 milhões de euros, prevendo-se<br />
que este valor tenha sido largamente ultrapassado<br />
no exercício de 2011, segundo<br />
revelou fonte da Continental Mabor.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 57
EMPRESAS<br />
A empresa tem-se distinguido pelo<br />
bom desempenho no grupo Continental,<br />
nomeadamente no que respeita a<br />
inovações tecnológicas, tendo em curso<br />
um investimento de cerca de 80 milhões<br />
de euros destinado ao aumento<br />
da capacidade produtiva da fábrica de<br />
Lousado e consequente adaptação a<br />
uma maior complexidade na gama de<br />
pneus de alta performance.<br />
Este investimento deverá estar concluído<br />
até final de 2013 e, segundo a mesma<br />
fonte, a empresa espera ainda obter<br />
aprovação para novos investimentos<br />
a realizar a partir de 2014, para<br />
elevar a sua capacidade de produção<br />
58 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
“A empresa tem-se<br />
distinguido pelo bom<br />
desempenho no grupo<br />
Continental, nomeadamente<br />
no que respeita a inovações<br />
tecnológicas, tendo em curso<br />
um investimento de cerca de<br />
80 milhões de euros destinado<br />
ao aumento da capacidade<br />
produtiva da fábrica de<br />
Lousado e consequente<br />
adaptação a uma maior<br />
complexidade na gama de<br />
pneus de alta performance.”<br />
acima de 20 milhões de pneus anuais.<br />
Ambos os projectos visam reforçar a<br />
produção de pneus de topo de gama<br />
(alta performance).<br />
A aposta da multinacional alemã em<br />
<strong>Portugal</strong> resulta da “boa experiência<br />
de investimento” em Lousado. A<br />
Continental realça a “experiência da<br />
equipa na concretização dos investimentos,<br />
a rapidez na transformação<br />
do investimento em produtos transaccionáveis<br />
e a capacidade da equipa de<br />
Lousado em trabalhar num ambiente<br />
industrial de elevada complexidade e<br />
com produtos de grande dificuldade<br />
tecnológica”, refere a fonte.<br />
A Continental Mabor é resultado de<br />
uma joint-venture, firmada em 1989,<br />
entre a Mabor Manufactura Nacional<br />
de Borracha, S.A. – empresa portuguesa<br />
com assistência técnica da General<br />
Tire, a sua associada americana,<br />
que fabricava e comercializava pneus<br />
e câmaras de ar para veículos automóveis<br />
– e a Continental AG, de Hanôver,<br />
a maior produtora de artigos de borracha<br />
da Alemanha e o quarto fabricante<br />
de pneus no mundo. Em 1993<br />
a Continental adquiriu os restantes 40<br />
por cento da empresa, tornando-se<br />
assim o seu único accionista.<br />
A unidade da Continental em Lousado<br />
é hoje uma das mais modernas<br />
do grupo Continental. O processo de<br />
modernização da fábrica da Mabor<br />
teve início em 1990, num investimento<br />
global superior a 100 milhões de<br />
euros efectuado durante um período<br />
de cinco anos (1990-95). Este projecto<br />
redimensionou a capacidade produtiva<br />
da empresa, com a instalação de<br />
equipamento sofisticado e eficiente<br />
que permitiu racionalizar a produção,<br />
introduzindo novas tecnologias, novos<br />
métodos e processos.<br />
A Continental Mabor tem actualmente<br />
um capital social superior a 30 milhões<br />
de euros e emprega 1.600 trabalhadores<br />
na fábrica de Lousado.<br />
www.continental-corporation.com
PETROGAL S.A.<br />
COMBUSTÍVEIS GLOBAIS<br />
A Petróleos de <strong>Portugal</strong> - Petrogal, SA, constituída em 1976, desenvolve a sua<br />
actividade nas áreas de exploração, produção, refinação e distribuição de produtos<br />
petrolíferos. Detida a 100 por cento pela Galp Energia, a empresa atingiu, em 2010,<br />
um volume de negócios de 12,5 mil milhões euros.<br />
A Petrogal possui as únicas refinarias<br />
existentes em <strong>Portugal</strong> – Sines e Matosinhos<br />
– onde a empresa processa<br />
petróleo bruto. No seu conjunto estas<br />
refinarias possuem uma capacidade de<br />
refinação total de 330 mil barris de petróleo<br />
bruto por dia, 20 por cento da<br />
capacidade de refinação ibérica.<br />
A Galp Energia é o único grupo integrado<br />
de produtos petrolíferos e gás natural<br />
de <strong>Portugal</strong>, com actividades que se<br />
estendem da exploração e produção de<br />
petróleo e gás natural, até à refinação<br />
e distribuição dos seus produtos, bem<br />
como à distribuição e venda de gás natural<br />
e à geração de energia eléctrica.<br />
As actividades da Galp Energia estão<br />
em forte expansão à escala global e<br />
desenvolvem-se, essencialmente, em<br />
<strong>Portugal</strong>, Espanha, Brasil, Angola, Venezuela,<br />
Moçambique, Cabo Verde,<br />
Guiné-Bissau, Suazilândia, Gambia, Timor-Leste,<br />
Uruguai e Guiné-Equatorial.<br />
O programa de investimentos da Petrogal<br />
para a área de refinação, entre os<br />
anos 2006 e 2012, ascende a cerca de<br />
500 milhões de euros, contemplando,<br />
entre outros, a modernização do terminal<br />
petrolífero de Leixões, a monobóia<br />
para descarga de crude (já em funcionamento),<br />
para além dos investimentos<br />
na renovação dos parques de tanques<br />
e dos pipelines e investimentos de melhoria<br />
ambiental e eficiência energética<br />
em ambas as refinarias.<br />
Adicionalmente, e com vista a ajustar o<br />
perfil de produção às necessidades do<br />
mercado ibérico, onde existe um défice<br />
de gasóleo e uma contínua diminuição<br />
do consumo de fuel oil, a Petrogal iniciou,<br />
em 2008, o processo de reconfiguração<br />
do seu complexo refinador,<br />
que representa um custo total superior<br />
a 1.400 milhões de euros, sendo<br />
o maior investimento industrial já efectuado<br />
em <strong>Portugal</strong>. O valor global do<br />
investimento atinge, assim, um valor<br />
próximo de 2 mil milhões de euros.<br />
EMPRESAS<br />
Este projecto de reconfiguração consiste<br />
no aumento da capacidade de conversão<br />
das duas refinarias, anteriormente<br />
mais direccionadas para a produção de<br />
gasolina, dotando-as de unidades de<br />
conversão vocacionadas para a transformação<br />
de fracções pesadas de petróleo<br />
bruto em destilados de petróleo médios,<br />
nomeadamente gasóleo. Após a conclusão<br />
do projecto a actividade de refinação<br />
em <strong>Portugal</strong> passa a poder transformar<br />
crudes mais pesados, com maior oferta<br />
no mercado internacional, de que resulta<br />
uma maior autonomia estratégica quanto<br />
às respectivas fontes de abastecimento.<br />
A Petrogal optimiza, deste modo, a sua<br />
gama de matérias-primas e produtos<br />
e melhorou a integração das duas refinarias.<br />
De referir que o projecto de<br />
reconfiguração do aparelho refinador,<br />
para além de ser gerador de emprego,<br />
cumpre apertados critérios de ordem<br />
ambiental e de segurança.<br />
www.petrogal.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 59
EMPRESAS<br />
HIKMA FARMACÊUTICA APOSTA<br />
EM PORTUGAL E INAUGURA NOVA FÁBRICA<br />
Presente em <strong>Portugal</strong> desde 1989, a farmacêutica Hikma reforçou a aposta no nosso<br />
país e inaugurou recentemente uma nova fábrica, num investimento de 12 milhões<br />
de euros que irá permitir aumentar as vendas em 4,5 milhões de euros. Originária<br />
da Jordânia, a Hikma possui uma dimensão à escala global, mas foi em <strong>Portugal</strong> que<br />
iniciou o seu processo de internacionalização.<br />
Fundada em 1978, na Jordânia, a Hikma<br />
é um grupo farmacêutico multinacional<br />
focado no desenvolvimento, fabrico e<br />
comercialização de uma vasta gama de<br />
medicamentos genéricos e sob licença.<br />
Actualmente a Hikma possui uma<br />
dimensão à escala global, estando presente<br />
na Europa, nos Estados Unidos,<br />
Médio Oriente e Norte de África, com<br />
uma facturação consolidada superior a<br />
mil milhões de dólares e empregando<br />
mais de 6.000 pessoas.<br />
A subsidiária portuguesa do grupo, a<br />
Hikma Farmacêutica (<strong>Portugal</strong>), S.A.,<br />
foi fundada em 1989 e marcou o início<br />
do processo de internacionalização da<br />
empresa. A Hikma <strong>Portugal</strong> é o centro<br />
de decisão do segmento de injectáveis<br />
ao nível do grupo, sendo responsável<br />
por um volume de negócios global superior<br />
a 190 milhões de dólares.<br />
60 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
A Hikma Farmacêutica dedica-se à produção<br />
e comercialização especializada<br />
de medicamentos genéricos, para uso<br />
exclusivo hospitalar, quer para o mercado<br />
nacional quer para o mercado<br />
internacional. O parque industrial, situado<br />
em Sintra, foi inaugurado em 9<br />
de Junho de 1994, e tem, desde essa<br />
data, sido alvo de contínuos investimentos<br />
no sentido da sua ampliação e<br />
modernização. Com uma área de construção<br />
de 9.500 metros quadrados, as<br />
valências instaladas incorporam áreas<br />
de produção, embalagem e armazenamento,<br />
bem como áreas dedicadas a<br />
laboratórios equipados com as mais recentes<br />
tecnologias. Os medicamentos<br />
produzidos nesta unidade destinam-se<br />
exclusivamente ao mercado hospitalar<br />
e cobrem um vasto leque de categorias<br />
terapêuticas entre as quais: anti-infecciosos,<br />
anestésicos, sistema nervoso<br />
central, analgésicos e cardiovasculares.<br />
A Hikma emprega em <strong>Portugal</strong> 322 colaboradores<br />
directos.<br />
De acordo com Riad Mechlaoui, director<br />
geral da empresa, o grupo Hikma<br />
vai continuar a investir em <strong>Portugal</strong>,<br />
quer na expansão e melhoria das suas<br />
instalações produtivas quer na formação<br />
e qualificação dos nossos profissionais.<br />
“Pese a conjuntura depressiva, a<br />
empresa espera continuar a ter crescimentos<br />
de dois dígitos no seu volume<br />
de negócios”, afirma a mesma fonte.<br />
Essa aposta traduziu-se na recente inauguração<br />
de uma nova unidade industrial<br />
de liofilização em Sintra, no seguimento<br />
de um contrato de investimento celebrado<br />
com o Estado português e no âmbito<br />
de um projecto de investimento iniciado<br />
em 2005 e cuja primeira fase agora foi<br />
concluída. A nova fábrica, que tem uma<br />
área bruta de 4.000 metros quadrados,
epresentou um investimento de 12 milhões<br />
de euros, criou 32 novos postos<br />
de trabalho directos e irá contribuir para<br />
um aumento de vendas na ordem dos<br />
4,5 milhões euros. O Ministro da Economia<br />
e Emprego, Álvaro Santos Pereira,<br />
esteve presente na inauguração desta<br />
nova unidade de liofilização.<br />
No curto prazo, a Hikma <strong>Portugal</strong> vai<br />
continuar a investir na expansão da sua<br />
capacidade produtiva e na melhoria dos<br />
seus níveis de eficiência. Está já em curso<br />
a construção de uma nova área de armazenamento,<br />
num investimento total<br />
de 1,2 milhões de euros, que vai permitir<br />
ultrapassar alguns constrangimentos<br />
logísticos, adianta Riad Mechlaoui. Para<br />
2012 está previsto o início da expansão<br />
das áreas de embalagem, completando<br />
a segunda fase de expansão do parque<br />
industrial. A médio prazo está ainda previsto<br />
a construção de mais uma unidade<br />
de produção com o intuito de aumentar<br />
a gama de produtos da Hikma. Estes investimentos<br />
serão acompanhados de um<br />
aumento no número de colaboradores,<br />
que se estima que durante o ano de 2012<br />
venha a ultrapassar os 350, acrescenta.<br />
Uma empresa exportadora<br />
Sendo a Hikma uma empresa exportadora<br />
por excelência, a conjuntura macroeconómica<br />
que se vive no país não tem<br />
tido reflexos significativos no desempenho<br />
financeiro e operacional da empresa.<br />
O mesmo responsável revelou que a Hikma<br />
<strong>Portugal</strong> terá ultrapassado, pela<br />
primeira vez em 2011, a barreira dos 50<br />
milhões de euros de facturação. “Olhando<br />
para o passado recente, desde o início<br />
do projecto de investimento em 2004 até<br />
ao presente exercício o volume de negócios<br />
tem crescido a uma taxa média anual<br />
constante de 15 por cento”, explica,<br />
acrescentando que cerca de 90 por cento<br />
deste volume de negócios serão exportações,<br />
estando aproximadamente 47 milhões<br />
de euros estimados para 2011.<br />
Os resultados operacionais têm vindo<br />
a acompanhar este crescimento na<br />
facturação, pelo que o resultado operacional<br />
do presente exercício será superior<br />
a 6 milhões de euros, que compara<br />
com 4 milhões de euros em 2010<br />
e 1,7 milhões em 2009, adianta Riad<br />
Mechlaoui, sublinhando que as pers-<br />
pectivas para 2012 são “animadoras”,<br />
esperando-se um aumento do volume<br />
de negócios superior a 10 por cento,<br />
com um reforço claro das exportações,<br />
sobretudo para o Médio Oriente e para<br />
o mercado americano.<br />
“Grande parte das exportações resulta<br />
da procura interna do grupo, com um<br />
peso aproximado de 60 por cento do<br />
total da procura internacional. A Hikma<br />
<strong>Portugal</strong> é o centro de excelência para<br />
a produção de medicamentos injectáveis<br />
e este facto sustenta toda nossa<br />
estratégia de internacionalização. Posteriormente<br />
são as diferentes subsidiárias<br />
espalhadas pelo mundo que fazem<br />
a distribuição do produto final”, diz<br />
ainda o director geral da empresa.<br />
Actualmente a Hikma exporta para 13<br />
mercados externos, sendo os principais<br />
destinos da sua produção: a Jordânia, os<br />
Estados Unidos da América, a Alemanha,<br />
a Finlândia, a Arábia Saudita e a Argélia.<br />
EMPRESAS<br />
A Hikma investe anualmente mais de 4<br />
por cento do seu volume de negócios<br />
em despesas de Investigação e desenvolvimento.<br />
A empresa aposta também<br />
em elevados padrões de qualidade dos<br />
seus produtos, sendo de referir que as<br />
instalações produtivas em Sintra estão<br />
aprovadas pela FDA (“Food and Drug<br />
Administration”, a autoridade norteamericana<br />
para o sector) desde 1997.<br />
Outro factor de diferenciação é a equipa<br />
de profissionais altamente qualificados<br />
e com elevado grau de especialização<br />
que está ao serviço da Hikma<br />
em <strong>Portugal</strong>, correspondendo aos requisitos<br />
regulamentares mais elevados<br />
da indústria determinados quer pelos<br />
standards do grupo Hikma quer pelas<br />
normas nacionais e internacionais<br />
(GMP - Good Manufacturing Practices),<br />
conclui o director geral da empresa.<br />
www.hikma.com<br />
Ministro da Economia e do Emprego na visita à nova fábrica da Hikma<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 61
OPINIÃO<br />
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO<br />
E COMUNICAÇÃO<br />
INVESTIMENTO EM PORTUGAL<br />
> POR JOSÉ GALAMBA DE OLIVEIRA, PRESIDENTE DA DIRECÇÃO<br />
DA ASSOCIAÇÃO PORTUGAL OUTSOURCING<br />
62 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
A Associação <strong>Portugal</strong> Outsourcing<br />
foi constituída em Setembro de 2008<br />
com o fim último de contribuir para o<br />
desenvolvimento do sector português<br />
de Outsourcing de Tecnologias de Informação<br />
e Comunicação, nomeadamente<br />
através da sua divulgação nacional<br />
e internacional, da promoção de<br />
melhores práticas, da dinamização da<br />
discussão de temas relevantes para o<br />
desenvolvimento do sector e do apoio<br />
ao desenvolvimento de estudos estratégicos<br />
sobre o mesmo.<br />
Sendo a percepção interna hoje existente<br />
da actividade e oferta do outsourcing<br />
em <strong>Portugal</strong> bem diferente<br />
daquela que existia antes de se iniciar<br />
este trajecto, fruto do trabalho realizado<br />
desde então, é igualmente verdade<br />
que na perspectiva externa, como resultado<br />
do empenho do conjunto de<br />
empresas que compõem a <strong>Portugal</strong><br />
Outsourcing, o nosso país foi reconhecido<br />
em 2011, pela primeira vez, como<br />
um dos 11 países desenvolvidos do<br />
mundo a serem ponderados para a realização<br />
de outsourcing de tecnologias<br />
de informação e processos, logo após<br />
uma lista de 30 países dominada pelos<br />
mercados emergentes.<br />
Porém, e se ainda que este reconhecimento<br />
internacional muito deveria<br />
contribuir, num cenário económico de<br />
maior estabilidade, para um mais fácil<br />
potenciar do nosso país no processo de<br />
promoção e de captação internacional<br />
de investimento estrangeiro na área<br />
dos serviços de outsourcing de base<br />
tecnológica, a verdade é que, face à<br />
significativa alteração da realidade do<br />
país nos tempos mais recentes e ao<br />
cenário de grave crise económica que
nos afecta, a percepção dos principais<br />
investidores e analistas internacionais<br />
têm da imagem de <strong>Portugal</strong> deixou de<br />
ser tão positiva também neste sector.<br />
Ainda assim, e justamente porque<br />
<strong>Portugal</strong> reúne efectivamente um<br />
conjunto de factores muito vantajosos<br />
face a destinos concorrentes numa<br />
perspectiva de nearshore, a Associação<br />
<strong>Portugal</strong> Outsourcing continuará<br />
em 2012 a apostar na sua promoção<br />
e divulgação internacional, com destaque<br />
para a existência de diversas<br />
infra-estruturas de comunicação de<br />
altíssima qualidade, essenciais às operações,<br />
para o facto de o nosso país<br />
ser um destino de referência no domínio<br />
de línguas estrangeiras e para<br />
a capacidade inata dos profissionais<br />
portugueses para trabalhar em diferentes<br />
países e em ambientes multiculturais,<br />
estando aliás a comunidade<br />
portuguesa de profissionais do sector<br />
das TIC entre as mais competentes,<br />
criativas e empenhadas quando<br />
comparadas com os seus pares numa<br />
perspectiva internacional.<br />
Outras das vantagens a destacar assentam<br />
no facto de <strong>Portugal</strong> ainda se<br />
apresentar como um destino competitivo<br />
em termos de custos/valor face aos<br />
seus concorrentes, e o facto de se ter<br />
assistido, em <strong>Portugal</strong>, a uma recente<br />
“<strong>Portugal</strong> reúne um<br />
conjunto de factores<br />
muito vantajosos face a<br />
destinos concorrentes numa<br />
perspectiva de nearshore, pelo<br />
que a Associação <strong>Portugal</strong><br />
Outsourcing continuará<br />
em 2012 a apostar na sua<br />
promoção e divulgação<br />
internacional, com destaque<br />
para a existência de<br />
diversas infra-estruturas de<br />
comunicação de altíssima<br />
qualidade, essenciais às<br />
operações, para o facto de<br />
o nosso país ser um destino<br />
de referência no domínio<br />
de línguas estrangeiras e<br />
para a capacidade inata dos<br />
profissionais portugueses<br />
para trabalhar em diferentes<br />
países e em ambientes<br />
multiculturais.”<br />
forte aposta na Educação, com foco<br />
crescente em I&D e aplicações comerciais,<br />
por exemplo, sendo <strong>Portugal</strong> considerado<br />
líder em eGovernment e dispor<br />
de serviços públicos informatizados<br />
OPINIÃO<br />
de altíssima qualidade, factos positivamente<br />
observados pelas entidades que<br />
avaliam o nosso país.<br />
Já na perspectiva interna, a <strong>Portugal</strong><br />
Outsourcing acredita que o sector<br />
pode efectivamente, de forma concreta<br />
e consistente, contribuir para o<br />
cumprimento de algumas das medidas<br />
estruturantes que se impõem no país,<br />
devendo as reformas profundas que se<br />
avizinham ao nível, entre outros, dos<br />
serviços partilhados do Estado, passar<br />
também pela disponibilidade das nossas<br />
empresas e sua própria capacidade<br />
de investimento para trabalhar conjuntamente<br />
com o Governo português na<br />
definição das melhores soluções nas<br />
áreas nas que a nossa proposta de valor<br />
se adeque. E é assim, crente no papel<br />
que este sector poderá desempenhar<br />
no que respeita à redução de custos, à<br />
melhoria da produtividade e à eficiência<br />
dos processos dos serviços públicos,<br />
que a <strong>Portugal</strong> Outsourcing está neste<br />
momento a trabalhar na organização<br />
de um Seminário totalmente orientado<br />
à Administração Pública, a decorrer em<br />
Janeiro de 2012, que dará grande destaque<br />
e visibilidade ao nosso sector enquanto<br />
parte da solução da actual crise<br />
em que nos encontramos.<br />
www.portugaloutsourcing.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 63
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS<br />
COSEC<br />
No âmbito de apólices individuais<br />
África do Sul*<br />
China*<br />
C Aberta sem condições restritivas. C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
M/L Garantia bancária.<br />
casuística).<br />
Chipre<br />
Angola<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
C Caso a caso numa base restritiva. M/L Não definida.<br />
M/L Garantia soberana. Limite total de<br />
responsabilidades.<br />
Colômbia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
Antilhas Holandesas<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Coreia do Sul<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
Arábia Saudita<br />
M/L Não definida.<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Caso a caso.<br />
Costa do Marfim<br />
T Decisão casuística.<br />
Argélia<br />
C Sector público: aberta sem restrições.<br />
Sector privado: eventual<br />
Costa Rica<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
exigência de carta de crédito Croácia<br />
irrevogável.<br />
C Carta de crédito irrevogável ou<br />
M/L Em princípio, exigência de garan- garantia bancária. Extensão do<br />
tia bancária ou garantia soberana. prazo constitutivo de sinistro para<br />
Argentina<br />
T Caso a caso.<br />
12 meses. Redução da percentagem<br />
de cobertura para 90 por<br />
cento. Limite por operação.<br />
Barein<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
soberana. Extensão do prazo<br />
M/L Garantia bancária.<br />
constitutivo de sinistro para 12<br />
Benim<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
meses. Redução da percentagem<br />
de cobertura para 90 por cento.<br />
Limite por operação.<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
Cuba<br />
restritiva, e com exigência de<br />
T Fora de cobertura.<br />
garantia soberana ou bancária. Egipto<br />
Brasil*<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
C Aberta sem condições restritivas. M/L Caso a caso.<br />
M/L Clientes soberanos: Aberta sem Emirados Árabes Unidos<br />
condições restritivas. Outros Clien-<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
tes públicos e privados: Aberta, caso M/L Garantia bancária (decisão<br />
a caso, com eventual exigência de<br />
casuística).<br />
garantia soberana ou bancária.<br />
Eslováquia<br />
Bulgária<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Cabo Verde<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Eventual exigência de garantia<br />
bancária ou de garantia soberana<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Não definida.<br />
Eslovénia<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Estónia<br />
Camarões<br />
T Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Etiópia<br />
Cazaquistão<br />
Temporariamente fora de cobertura.<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso numa base muito<br />
restritiva.<br />
Chile<br />
C Aberta sem restrições.<br />
Filipinas<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Clientes públicos: aberta sem<br />
M/L Não definida.<br />
condições restritivas. Clientes privados:<br />
em princípio, aberta sem<br />
condições restritivas. Eventual<br />
exigência de garantia bancária<br />
Gana<br />
C Caso a caso numa base muito<br />
restritiva.<br />
numa base casuística.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
64 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Políticas de cobertura para mercados<br />
Geórgia<br />
Letónia<br />
C Caso a caso numa base restritiva, C Carta de crédito irrevogável.<br />
privilegiando-se operações de<br />
M/L Garantia bancária.<br />
pequeno montante.<br />
Líbano<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
C Clientes públicos: caso a caso<br />
restritiva e com a exigência de<br />
numa base muito restritiva.<br />
contra garantias.<br />
Clientes privados: carta de crédito<br />
Guiné-Bissau<br />
irrevogável ou garantia bancária.<br />
T Fora de cobertura.<br />
M/L Clientes públicos: fora de cobertura.<br />
Clientes privados: caso a<br />
Guiné Equatorial<br />
caso numa base muito restritiva.<br />
C Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Líbia<br />
M/L Clientes públicos e soberanos:<br />
T Fora de cobertura.<br />
caso a caso, mediante análise das<br />
garantias oferecidas, designadamente<br />
contrapartidas do<br />
petróleo. Clientes privados: caso<br />
Lituânia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
a caso, numa base muito restri- Macau<br />
tiva, condicionada a eventuais<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
contrapartidas (garantia de banco M/L Não definida.<br />
comercial aceite pela COSEC ou<br />
contrapartidas do petróleo).<br />
Malásia<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
Hong-Kong<br />
M/L Não definida.<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Malawi<br />
C Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Hungria<br />
M/L Clientes públicos: fora de co-<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
bertura, excepto para operações<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
de interesse nacional. Clientes<br />
privados: análise casuística, numa<br />
base muito restritiva.<br />
Iémen<br />
Malta<br />
C Caso a caso, numa base restritiva.<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Marrocos*<br />
Índia<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária ou garantia<br />
M/L Garantia bancária.<br />
soberana.<br />
Indonésia<br />
Martinica<br />
C Caso a caso, com eventual<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
exigência de carta de crédito irre- M/L Não definida.<br />
vogável ou garantia bancária.<br />
México*<br />
M/L Caso a caso, com eventual exi-<br />
C Aberta sem restrições.<br />
gência de garantia bancária ou<br />
M/L Em princípio aberta sem restrições.<br />
garantia soberana.<br />
A eventual exigência de garantia<br />
Irão<br />
C Carta de crédito irrevogável ou<br />
bancária, para clientes privados,<br />
será decidida casuisticamente.<br />
garantia bancária.<br />
Moçambique<br />
M/L Garantia soberana.<br />
C Caso a caso, numa base restritiva<br />
(eventualmente com a exigência de<br />
Iraque<br />
carta de crédito irrevogável, garan-<br />
T Fora de cobertura.<br />
tia bancária emitida por um banco<br />
Israel<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
aceite pela COSEC e aumento do<br />
prazo constitutivo de sinistro).<br />
M/L Aumento do prazo constitutivo<br />
de sinistro. Sector privado: caso a<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva. caso numa base muito restritiva.<br />
Jordânia<br />
C Caso a caso.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Operações relativas a projectos<br />
geradores de divisas e/ou que<br />
admitam a afectação prioritária<br />
de receitas ao pagamento dos<br />
Koweit<br />
créditos garantidos, terão uma<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
ponderação positiva na análise do<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
risco; sector público: caso a caso<br />
casuística).<br />
numa base muito restritiva.
de destino das exportações portuguesas<br />
Montenegro<br />
C Caso a caso, numa base restritiva,<br />
privilegiando-se operações de<br />
pequeno montante.<br />
M/L Caso a caso, com exigência de garantia<br />
soberana ou bancária, para<br />
operações de pequeno montante.<br />
Nigéria<br />
C Caso a caso, numa base restritiva<br />
(designadamente em termos de<br />
alargamento do prazo constitutivo<br />
de sinistro e exigência de<br />
garantia bancária).<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva, condicionado a eventuais<br />
garantias (bancárias ou contrapartidas<br />
do petróleo) e ao alargamento<br />
do prazo contitutivo de sinistro.<br />
Oman<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão casuística).<br />
Panamá<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Paquistão<br />
Temporariamente fora de cobertura.<br />
Paraguai<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Peru<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Clientes soberanos: aberta sem<br />
condições restritivas. Clientes<br />
públicos e privados: aberta, caso<br />
a caso, com eventual exigência de<br />
garantia soberana ou bancária.<br />
Polónia*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Qatar<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Quénia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
República Checa<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão casuística).<br />
República Dominicana<br />
C Aberta caso a caso, com eventual<br />
exigência de carta de crédito irrevogável<br />
ou garantia bancária emitida<br />
por um banco aceite pela COSEC.<br />
M/L Aberta caso a caso com exigência<br />
de garantia soberana (emitida pela<br />
Secretaria de Finanzas ou pelo Banco<br />
Central) ou garantia bancária.<br />
Roménia<br />
C Exigência de carta de crédito<br />
irrevogável (decisão casuística).<br />
M/L Exigência de garantia bancária<br />
ou garantia soberana (decisão<br />
casuística).<br />
Rússia<br />
C Sector público: aberta sem restrições.<br />
Sector privado: caso a caso.<br />
M/L Sector público: aberta sem restrições,<br />
com eventual exigência de<br />
garantia bancária ou garantia soberana.<br />
Sector privado: caso a caso.<br />
S. Tomé e Príncipe<br />
T Fora de cobertura.<br />
Senegal<br />
C Em princípio, exigência de<br />
garantia bancária emitida por<br />
um banco aceite pela COSEC e<br />
eventual alargamento do prazo<br />
constitutivo de sinistro.<br />
M/L Eventual alargamento do prazo<br />
constitutivo de sinistro. Sector<br />
público: caso a caso, com exigência<br />
de garantia de pagamento e<br />
transferência emitida pela Autoridade<br />
Monetária (BCEAO); sector<br />
privado: exigência de garantia<br />
bancária ou garantia emitida pela<br />
Autoridade Monetária (preferência<br />
a projectos que permitam a<br />
alocação prioritária dos cash-flows<br />
ao reembolso do crédito).<br />
Sérvia<br />
C Caso a caso, numa base restritiva,<br />
privilegiando-se operações de<br />
pequeno montante.<br />
M/L Caso a caso, com exigência de<br />
garantia soberana ou bancária,<br />
para operações de pequeno<br />
montante.<br />
Singapura<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Síria<br />
T Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
Suazilândia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Tailândia<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Não definida.<br />
Taiwan<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Tanzânia<br />
T Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS<br />
No âmbito de apólices globais<br />
Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única<br />
transação para um determinado mercado, enquanto a apólice<br />
global cobre todas as transações em todos os países para onde o<br />
empresário exporta os seus produtos ou serviços.<br />
As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens<br />
de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de<br />
curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se<br />
repetem com alguma frequência.<br />
Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a<br />
política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que<br />
a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.<br />
Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque<br />
e S. Tomé e Príncipe.<br />
Tunísia*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Turquia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Ucrânia<br />
C Clientes públicos: eventual<br />
exigência de garantia soberana.<br />
Clientes privados: eventual<br />
exigência de carta de crédito<br />
irrevogável.<br />
M/L Clientes públicos: eventual<br />
exigência de garantia soberana.<br />
Clientes privados: eventual exigência<br />
de garantia bancária.<br />
Para todas as operações, o prazo<br />
constitutivo de sinistro é definido caso<br />
a caso.<br />
Uganda<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Uruguai<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Não definida.<br />
Venezuela<br />
C Clientes públicos: aberta caso<br />
a caso com eventual exigência<br />
de garantia de transferência ou<br />
soberana. Clientes privados: aberta<br />
caso a caso com eventual exigência<br />
de carta de crédito irrevogável e/ou<br />
garantia de transferência.<br />
M/L Aberta caso a caso com exigência<br />
de garantia soberana.<br />
Zâmbia<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Zimbabwe<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Advertência:<br />
A lista e as políticas de cobertura são<br />
indicativas e podem ser alteradas<br />
sempre que se justifique. Os países<br />
que constam da lista são os mais<br />
representativos em termos de consultas<br />
e responsabilidades assumidas. Todas<br />
as operações são objecto de análise e<br />
decisão específicas.<br />
Legenda:<br />
C Curto Prazo<br />
M/L Médio / Longo Prazo<br />
T Todos os Prazos<br />
* Mercado prioritário.<br />
COSEC<br />
Companhia de Seguro<br />
de Créditos, S. A.<br />
Direcção Internacional<br />
Avenida da República, 58<br />
1069-057 Lisboa<br />
Tel.: +351 217 913 832<br />
Fax: +351 217 913 839<br />
internacional@cosec.pt<br />
www.cosec.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 65
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES<br />
COSEC<br />
Tabela classificativa de países<br />
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação<br />
A <strong>Portugal</strong>global e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa<br />
de Países com a graduação dos mercados em função<br />
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de<br />
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e<br />
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres-<br />
pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento<br />
e o grupo 7 à maior.<br />
As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do<br />
risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas<br />
de prémio aplicáveis.<br />
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7<br />
Alemanha *<br />
Andorra *<br />
Austrália *<br />
Áustria *<br />
Bélgica *<br />
Canadá *<br />
Checa, Rep. *<br />
Chipre<br />
Coreia do Sul *<br />
Dinamarca *<br />
Eslováquia *<br />
Eslovénia *<br />
Espanha *<br />
Estónia<br />
EUA *<br />
Finlândia *<br />
França *<br />
Grécia *<br />
Holanda *<br />
Hong-Kong<br />
Hungria *<br />
Irlanda *<br />
Islândia *<br />
Israel *<br />
Itália *<br />
Japão *<br />
Liechtenstein *<br />
Luxemburgo *<br />
Malta *<br />
Mónaco *<br />
Noruega *<br />
Nova Zelândia *<br />
Polónia *<br />
<strong>Portugal</strong> *<br />
Reino Unido *<br />
São Marino *<br />
Singapura *<br />
Suécia *<br />
Suiça *<br />
Taiwan<br />
Vaticano *<br />
Arábia Saudita<br />
Brunei<br />
Chile<br />
China •<br />
Gibraltar<br />
Koweit<br />
Macau<br />
Malásia<br />
Oman<br />
Qatar<br />
Trind. e Tobago<br />
África do Sul •<br />
Argélia<br />
Bahamas<br />
Barbados<br />
Botswana<br />
Brasil •<br />
Costa Rica<br />
Dep/ter Austr. b<br />
Dep/ter Din. c<br />
Dep/ter Esp. d<br />
Dep/ter EUA e<br />
Dep/ter Fra. f<br />
Dep/ter N. Z. g<br />
Dep/ter RU h<br />
EAU a<br />
Ilhas Marshall<br />
Índia<br />
Marrocos •<br />
Maurícias<br />
México •<br />
Micronésia<br />
Namíbia<br />
Palau<br />
Panamá<br />
Peru<br />
Rússia<br />
Tailândia<br />
Tunísia •<br />
Uruguai<br />
Aruba<br />
Barein<br />
Bulgária<br />
Colômbia<br />
Egipto<br />
El Salvador<br />
Fidji<br />
Filipinas<br />
Indonésia<br />
Lituânia<br />
Roménia<br />
Turquia<br />
Azerbeijão<br />
Cabo Verde<br />
Cazaquistão<br />
Croácia<br />
Dominicana, Rep.<br />
Gabão<br />
Gana<br />
Guatemala<br />
Jordânia<br />
Lesoto<br />
Letónia<br />
Macedónia<br />
Mongólia<br />
Nigéria<br />
Papua–Nova Guiné<br />
Paraguai<br />
S. Vic. e Gren.<br />
Santa Lúcia<br />
Vietname<br />
Albânia<br />
Angola<br />
Ant. e Barbuda<br />
Arménia<br />
Bangladesh<br />
Belize<br />
Benin<br />
Bolívia<br />
Butão<br />
Camarões<br />
Camboja<br />
Comores<br />
Congo<br />
Djibouti<br />
Dominica<br />
Geórgia<br />
Honduras<br />
Irão<br />
Jamaica<br />
Kiribati<br />
Mali<br />
Moçambique<br />
Montenegro<br />
Nauru<br />
Quénia<br />
Samoa Oc.<br />
Senegal<br />
Sérvia<br />
Sri Lanka<br />
Suazilândia<br />
Tanzânia<br />
Turquemenistão<br />
Tuvalu<br />
Uganda<br />
Uzbequistão<br />
Vanuatu<br />
Zâmbia<br />
Afeganistão<br />
Argentina<br />
Bielorussia<br />
Bósnia e Herzegovina<br />
Burkina Faso<br />
Burundi<br />
Campuchea<br />
Cent. Af, Rep.<br />
Chade<br />
Congo, Rep. Dem.<br />
Coreia do Norte<br />
C. do Marfim<br />
Cuba •<br />
Equador<br />
Eritreia<br />
Etiópia<br />
Gâmbia<br />
Grenada<br />
Guiana<br />
Guiné Equatorial<br />
Guiné, Rep. da<br />
Guiné-Bissau •<br />
Haiti<br />
Iemen<br />
Iraque •<br />
Kosovo<br />
Laos<br />
Líbano<br />
Libéria<br />
Líbia<br />
Madagáscar<br />
Malawi<br />
Maldivas<br />
Mauritânia<br />
Moldávia<br />
Myanmar<br />
Nepal<br />
Nicarágua<br />
Níger<br />
Paquistão<br />
Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A.<br />
* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção do Chipre, Hong-Kong e Taiwan.<br />
• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura, excepto operações de relevante interesse nacional<br />
NOTAS<br />
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma<br />
b) Ilhas Norfolk<br />
c) Ilhas Faroe e Gronelândia<br />
d) Ceuta e Melilha<br />
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico<br />
66<br />
// Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Quirguistão<br />
Ruanda<br />
S. Crist. e Nevis<br />
S. Tomé e Príncipe •<br />
Salomão<br />
Seicheles<br />
Serra Leoa<br />
Síria<br />
Somália<br />
Sudão<br />
Suriname<br />
Tadzequistão<br />
Togo<br />
Tonga<br />
Ucrânia<br />
Venezuela<br />
Zimbabué<br />
f) Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia<br />
Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna<br />
g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive<br />
h) Anguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta.<br />
Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
INVESTIMENTO<br />
e COMÉRCIO EXTERNO<br />
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE), EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.<br />
INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR<br />
INVESTIMENTO DIRECTO<br />
DO EXTERIOR EM PORTUGAL<br />
2010 tvh 10/09<br />
2010<br />
Jan./Nov.<br />
2011<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Nov./Nov.<br />
tvc 11/11<br />
Nov./Out.<br />
IDE bruto 35.099 9,6% 31.753 30.792 -3,0% 15,4% 5,5%<br />
IDE desinvestimento 34.002 13,1% 29.619 28.041 -5,3% 11,4% 7,2%<br />
IDE líquido 1.097 -43,7% 2.135 2.751 28,8% 150,6% -15,4%<br />
IDE Intra UE 30.380 3,2% 27.527 27.309 -0,8% 13,5% 0,3%<br />
IDE Extra UE 4.719 82,3% 4.226 3.483 -17,6% 28,6% 55,6%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
IDE Intra UE 86,6% – 86,7% 88,7% – – –<br />
IDE Extra UE 13,4% – 13,3% 11,3% – – –<br />
% Total IDE bruto<br />
IDE bruto - Origens 2011 Jan./Nov. % Total tvh 11/10 IDE bruto - Sector 2011 Jan./Nov. % Total tvh 11/10<br />
Espanha 20,3% 46,3% Comércio 44,9% 11,2%<br />
França 16,8% -3,0% Ind. Transformadoras 23,9% -6,0%<br />
Reino Unido 16,1% 12,1% Activ. Financeiras e de Seguros 9,6% -50,1%<br />
Países Baixos 13,4% 27,8% Activ. de Informação e Comunicação 6,5% 7,4%<br />
Alemanha 11,2% -41,9% Act. de Consultoria e Técnicas 3,2% -1,7%<br />
INVESTIMENTO DIRECTO<br />
DE PORTUGAL NO EXTERIOR<br />
2010 tvh 10/09<br />
2010<br />
Jan./Nov.<br />
2011<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Jan./Nov.<br />
IDPE bruto - Destinos 2011 Jan./Nov. % Total tvh 11/10 IDPE bruto - Sector 2011 Jan./Nov. % Total tvh 11/010<br />
Países Baixos 66,4% 784,9% Activ. Financeiras e de Seguros 76,4% 94,1%<br />
Espanha 13,1% 74,5% Ind. Transformadoras 5,8% 108,8%<br />
Brasil 4,9% -54,9% Electricidade, Gás, Água 5,2% 1.105,9%<br />
Angola 2,0% n.d. Activ. de Consultoria e Técnicas 3,9% -38,5%<br />
Estados Unidos 1,4% -15,3% Construção 2,9% -13,9%<br />
2009 Dez. 2010 Dez. tvh 10/09 2010 Set. 2011 Set.<br />
tvh 11/10<br />
Nov./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Set./Set.<br />
tvc 11/11<br />
Nov./Out.<br />
IDPE bruto 6.866 -11,6% 6.185 10.214 65,1% -1,0% 46,4%<br />
IDPE desinvestimento 13.191 83,7% 10.811 5.512 -49,0% 79,1% -44,9%<br />
IDPE líquido -6.325 -1.176,2% -4.626 4.702 201,7% -27,0% 549,0%<br />
IDPE Intra UE 3.932 -28,5% 3.645 8.722 139,3% 204,5% 80,6%<br />
IDPE Extra UE 2.934 29,3% 2.540 1.493 -41,2% -79,1% -28,4%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
IDPE Intra UE 57,3% – 58,9% 85,4% – – –<br />
IDPE Extra UE 42,7% – 41,1% 14,6% – – –<br />
% Total IDPE bruto<br />
n.d. – não disponível<br />
ESTATÍSTICAS<br />
tvc 11/11<br />
Set./Jun.<br />
Stock IDE 79.626 82.504 3,6% 81.908 83.939 2,5% -2,1%<br />
Stock IDPE 47.530 48.352 1,7% 48.693 52.835 8,5% 1,0%<br />
Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de <strong>Portugal</strong><br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 67
ESTATÍSTICAS<br />
COMÉRCIO INTERNACIONAL<br />
BENS (Exportação) 2010 tvh 10/09<br />
68 // Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
2010<br />
Jan./Nov.<br />
2011<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Nov./Nov.<br />
tvc 11/11<br />
Nov./Out.<br />
Exportações bens 36.762 16,0% 33.630 39.049 16,1% 15,4% 1,4%<br />
Exportações bens UE27 27.573 15,4% 25.280 29.059 14,9% 8,7% -0,5%<br />
Exportações bens Extra UE27 9.189 17,7% 8.349 9.990 19,7% 37,0% 6,8%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
Exportações bens UE27 75,0% – 75,2% 74,4% – – –<br />
Exportações bens Extra UE27 25,0% – 24,8% 25,6% – – –<br />
Unidade: % do total<br />
Exp. Bens - Clientes 2011 Jan./Nov. % Total tvh 11/10 Exp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p.<br />
Espanha 25,0% 8,7% Alemanha 1.018 3,0<br />
Alemanha 13,8% 23,3% Espanha 783 2,3<br />
França 12,1% 18,4% França 734 2,2<br />
Angola 5,4% 22,2% Angola 382 1,1<br />
Reino Unido 5,1% 6,7% Bélgica 273 0,8<br />
Países Baixos 4,0% 19,1% Países Baixos 247 0,7<br />
Itália 3,7% 11,6% Líbia -22 -0,1<br />
Exp. Bens - Produtos 2011 Jan./Nov. % Total tvh 11/10 Exp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p.<br />
Máquinas; Aparelhos 14,5% 12,6% Veículos, Out. Mat. Transporte 1.106 3,3<br />
Veículos, Out. Mat. Transporte 13,4% 26,8% Máquinas; Aparelhos 636 1,9<br />
Metais Comuns 8,1% 18,5% Químicos 530 1,6<br />
Combustíveis Minerais 7,1% 21,3% Metais Comuns 495 1,5<br />
Plásticos, Borracha 6,9% 15,1% Combustíveis Minerais 485 1,4<br />
SERVIÇOS 2010 tvh 10/09<br />
2010<br />
Jan./Nov.<br />
2011<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Nov./Nov.<br />
tvc 11/11<br />
Nov./Out.<br />
Exportações totais de serviços 17.572 7,7% 16.044 17.551 9,4% 6,0% -13,2%<br />
Exportações serviços UE27 12.688 5,8% 11.623 12.594 8,4% 5,9% -14,8%<br />
Exportações serviços extra UE27 4.884 13,0% 4.421 4.957 12,1% 6,5% -9,3%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
Exportações serviços UE27 72,2% – 72,4% 71,8% – – –<br />
Exportações serviços extra UE27 27,8% – 27,6% 28,2% – – –<br />
Unidade: % do total
BENS (Importação) 2010 tvh 10/09<br />
2010<br />
Jan./Nov.<br />
2011<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Nov./Nov.<br />
ESTATÍSTICAS<br />
tvc 11/11<br />
Nov./Out.<br />
Importações bens 57.053 11,0% 51.863 53.275 2,7% -7,3% 0,5%<br />
Importações bens UE27 43.205 7,0% 39.069 38.820 -0,6% -13,8% -2,6%<br />
Importações bens Extra UE27 13.849 25,9% 12.795 14.455 13,0% 16,5% 10,0%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
Importações bens UE27 75,4% – 75,3% 72,9% – – –<br />
Importações bens Extra UE27 24,3% – 24,7% 27,1% – – –<br />
Unidade: % do total<br />
Imp. Bens - Fornecedores 2011 Jan./Nov. % Total tvh 11/10 Imp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p.<br />
Espanha 31,4% 3,2% Argélia 590 1,1<br />
Alemanha 12,4% -3,3% Espanha 520 1,0<br />
França 6,9% -3,6% Angola 466 0,9<br />
Itália 5,3% -4,1% Brasil 414 0,8<br />
Países Baixos 4,8% -5,1% Arábia Saudita 381 0,7<br />
Reino Unido 3,4% -9,1% EUA 263 0,5<br />
Nigéria 2,7% 14,2% Líbia -722 -1,4<br />
Imp. Bens - Produtos 2011 Jan./Nov. % Total tvh 11/10 Imp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p.<br />
Combustíveis Minerais 17,8% 23,3% Combustíveis Minerais 1.791 3,5<br />
Máquinas, Aparelhos 15,0% -6,6% Agrícolas 554 1,1<br />
Veículos, Out. Mat. Transporte 10,8% -17,9% Plásticos, Borracha 295 0,6<br />
Químicos 10,4% 5,3% Máquinas, Aparelhos -561 -1,1<br />
Agrícolas 10,3% 11,2% Veículos, Out. Mat. Transporte -1.251 -2,4<br />
SERVIÇOS 2010 tvh 10/09<br />
2010<br />
Jan./Nov.<br />
2011<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Jan./Nov.<br />
tvh 11/10<br />
Nov./Nov.<br />
tvc 11/11<br />
Nov./Out.<br />
Importações totais de serviços 10.866 5,2% 9.914 10.472 5,6% 7,5% 1,6%<br />
Importações serviços UE27 7.678 2,8% 7.009 7.402 5,6% 1,6% -1,1%<br />
Importações serviços extra UE27 3.188 11,2% 2.905 3.070 5,7% 22,7% 8,0%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
Importações serviços UE27 41,5% – 70,7% 70,7% – – –<br />
Importações serviços extra UE27 58,5% – 29,3% 29,3% – – –<br />
Unidade: % do total<br />
PREVISÕES 2011 : 2012 (tvh real %) 2010<br />
2011<br />
(Jan./Set.)<br />
FMI CE OCDE<br />
Min.<br />
Finanças<br />
INE INE Set. 11 Nov. 11 Nov. 11 Out. 11 Jan. 12<br />
PIB 1,4 -1,1 -2,2 : -1,8 -1,9 : -3,0 -1,6 : -3,2 -2,2 : -2,8 -1,6 : -3,1<br />
Exportações Bens e Serviços 8,8 7,8 6,6 : 6,5 6,6 : 4,2 7,2 : 4,0 6,7 : 4,8 7,3 : 4,1<br />
Fontes: INE/Banco de <strong>Portugal</strong><br />
Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga<br />
tvc - Taxa de variação em cadeia<br />
BdP<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 69
REDE<br />
EXTERNA<br />
DA AICEP<br />
Centro de Negócios<br />
Escritórios<br />
Representações<br />
70<br />
// Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
S. Francisco<br />
ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo<br />
ALEMANHA / Berlim<br />
ANGOLA / Benguela<br />
ANGOLA / Luanda<br />
ARGÉLIA / Argel<br />
ARGENTINA / Buenos Aires<br />
ÁUSTRIA / Viena<br />
BÉLGICA / Bruxelas<br />
Cidade do México<br />
Santiago do Chile<br />
Toronto<br />
Nova Iorque<br />
Caracas<br />
Buenos Aires<br />
BRASIL / São Paulo<br />
CABO VERDE / Praia<br />
CANADÁ / Toronto<br />
CHILE / Santiago do Chile<br />
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA<br />
/ Macau<br />
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA<br />
/ Pequim<br />
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA<br />
/ Xangai<br />
São Paulo<br />
Copenhaga<br />
Berlim<br />
Haia<br />
Bruxelas<br />
Dublin<br />
Londres<br />
Paris<br />
Milão<br />
Vigo<br />
Barcelona<br />
Madrid<br />
Mérida<br />
Praia<br />
Rabat<br />
Argel
Tunes<br />
DINAMARCA / Copenhaga<br />
ESPANHA / Madrid<br />
ESPANHA / Barcelona<br />
ESPANHA / Mérida<br />
ESPANHA / Vigo<br />
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA<br />
/ Nova Iorque<br />
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA<br />
/ S. Francisco<br />
Tripoli<br />
Luanda<br />
Benguela<br />
Helsínquia<br />
Estocolmo<br />
Zurique Moscovo<br />
Maputo<br />
Joanesburgo<br />
Varsóvia<br />
Praga<br />
Budapeste<br />
Viena<br />
Bucareste<br />
Ancara<br />
Istambul<br />
Atenas<br />
FINLÂNDIA / Helsínquia<br />
FRANÇA / Paris<br />
GRÉCIA/ Atenas<br />
HOLANDA / Haia<br />
HUNGRIA / Budapeste<br />
ÍNDIA, REPÚBLICA DA / Nova Deli<br />
INDONÉSIA / Jacarta<br />
IRLANDA / Dublin<br />
ITÁLIA / Milão<br />
Nova Deli<br />
Kuala Lumpur<br />
JAPÃO / Tóquio<br />
LÍBIA / Tripoli<br />
MALÁSIA/ Kuala Lumpur<br />
MARROCOS / Rabat<br />
MÉXICO / Cidade do México<br />
MOÇAMBIQUE / Maputo<br />
POLÓNIA / Varsóvia<br />
REINO UNIDO / Londres<br />
REPÚBLICA CHECA / Praga<br />
Pequim<br />
Macau<br />
Xangai<br />
Singapura<br />
Jacarta<br />
Tóquio<br />
ROMÉNIA / Bucareste<br />
RÚSSIA / Moscovo<br />
SINGAPURA / Singapura<br />
SUÉCIA / Estocolmo<br />
SUÍÇA / Zurique<br />
TUNÍSIA / Tunes<br />
TURQUIA / Ancara<br />
TURQUIA / Istambul<br />
VENEZUELA / Caracas<br />
<strong>Portugal</strong>global // Janeiro 12 // 71
BOOKMARKS<br />
GESTÃO ESTRATÉGICA<br />
A gestão estratégica, uma das áreas da<br />
gestão em que se verifica um maior dinamismo<br />
quer no seu desenvolvimento<br />
teórico quer no que respeita à sua<br />
aplicação prática é, geralmente, vista<br />
como a cúpula das diversas áreas em<br />
que se pode decompor a gestão de<br />
uma empresa.<br />
O livro vai ao encontro das necessidades<br />
desses dois grupos de estudantes<br />
(de graduação e pós-graduação) bem<br />
como dos gestores que exercem ou<br />
perspectivam vir a assumir funções de<br />
gestão nos níveis superiores, ou consultores<br />
e outros técnicos que pretendam<br />
desenvolver ou reciclar conhecimentos<br />
nesta área.<br />
Parte-se do princípio de que não existem<br />
receitas para resolver os problemas<br />
de gestão estratégica e que um seguro<br />
domínio da diversidade de teorias e<br />
abordagens facilita a tomada das decisões<br />
que traduzem a concretização da<br />
estratégia pensada.<br />
Sem prejuízo da procura do equilíbrio<br />
entre a teoria e a prática, atribui-se, intencionalmente,<br />
um peso mais significa-<br />
A CRISE MUNDIAL<br />
Daniel Altman, professor de economia<br />
na Stern School of Business da Universidade<br />
de Nova Iorque, e um especialista<br />
no campo do desenvolvimento internacional,<br />
defende, nesta obra reveladora<br />
e bem fundamentada, que é urgente<br />
adoptar uma visão do futuro alargada,<br />
que nos permita perceber as tendências<br />
globais ocultas, mais profundas, que<br />
irão determinar os limites, os obstáculos,<br />
os desafios, os riscos e as oportunidades<br />
que nos esperam nos próximos<br />
anos, e que ditarão o desenvolvimento<br />
da economia global num futuro a longo<br />
prazo. Nesse sentido, Altman apresentanos,<br />
numa análise lógica, incisiva e arrojada,<br />
um conjunto de doze tendências<br />
que nos proporciona insights essenciais<br />
e nos aponta o caminho a seguir nos<br />
tempos conturbados que atravessamos.<br />
72<br />
// Janeiro 12 // <strong>Portugal</strong>global<br />
tivo do que é habitual à implementação<br />
e controlo da estratégia, isto é, à acção<br />
estratégica propriamente dita, pois só<br />
pela acção a estratégia se concretiza.<br />
Sebastião Leite Teixeira é Doutor em<br />
Gestão Industrial pela Universidade de<br />
Aveiro e Licenciado em Economia pela<br />
Faculdade de Economia da Universidade<br />
do Porto. É Professor Associado no<br />
Instituto Superior da Maia onde coordena<br />
a licenciatura em Gestão de Empresas<br />
e lecciona Gestão. Foi quadro<br />
bancário e administrador executivo de<br />
várias empresas industriais e de serviços,<br />
nomeadamente Vinhos Borges,<br />
Mabor e Leasinvest. Tem várias publicações<br />
sobre Gestão Estratégica e Organização<br />
de Empresas.<br />
Autores: Sebastião Teixeira<br />
Editor: Escolar Editora<br />
Nº de páginas: 456<br />
Ano: 2011<br />
Preço: 29.50€<br />
Daniel Altman licenciou-se em Economia<br />
pela Universidade de Harvard,<br />
onde fez também o doutoramento.<br />
Colaborou, enquanto colunista de assuntos<br />
económicos, com a revista The<br />
Economist e os jornais International<br />
Herald Tribune e The New York Times.<br />
É o fundador e presidente da North<br />
Yard Economics.<br />
Autor: Daniel Altman<br />
Editor: Editorial Presença<br />
Nº de páginas: 320<br />
Ano: 2011<br />
Preço: 16.90€