IMPRESSO - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro
03
CPV
CAIXA POSTAL 65107 CEP 01390-970 Sao Paulo SP
0
eu
o
Ano III-N 9 17-Abril de 1998
UM JORNAL SOBRE DIREITOS HUMANOS
□ Novo encarte especial sobre Saúde
e Direitos Humanos.
D Saiba como concorrer a vídeo sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente,
participando da nossa pesquisa, (pág. 4)
IMPRESSO
■?,
7)
Atenção! Asifíscrições para participar da
Secretaria Executiva da Fórum Estadual e
para a Conselho Estadual da Criança e
do Adolescente já estão abertas.
(Informações - ligar para
Projeto Legal/IBISS 242-6418 e 252-4458)
Nesta Edição
Uma visita aos
berçários e
leitos das
Maternidades
da Praça XV e
Instituto
Fernandes
Figueira
(pág. 3)
A tristeza de
um artista
aprisionado,
segundo
Ozéias.
(pág- 2)
Editorial
Outono chegou. Mais
um verão caótico aca-
bou. Será que a próxi-
ma estação trará me-
nos probiemas e preocupa-
ções? Será que não precisare-
mos mais ouvir de chuvas for-
tes, enchentes, casas caídas,
epidemias de dengue e recém-
nascidos mortos nas maternida-
des dos hospitais públicos do
Rio de Janeiro? Será mesmo?
No outono que vem tudo me-
lhorará? No ano que vem tal-
vez? Ou só à partir do ano
2000?
As nossas esperanças de um
futuro melhor nunca se cansa-
rão? Não parece que estamos
andando no meio de um deser-
to de problemas insolúveis,
quebrando as nossas cabeças
para achar a "fada morgana"
que nunca estará ao nosso al-
cance? Não é este, o sentimen-
to da maioria dos cariocas
quando a questão se torna po-
lítica demais? Não pensamos
ás vezes: "Deixa para lá." Não
parece que um problema só se
acaba, quando outro, mais
grave, é denunciado nos jor-
nais, e o limitado espaço no jor-
nal bota o outro para fora?
Vendo todos os problemas
muitas pessoas se desesperam
PROJETO
LEGAL
Diretor Executivo do IBISS:
Nanko Geerdidines Van Buuren
Coordenador do Projeto Legal:
Carlos Nicodemos
Conselho Editorial:
Carlos Nicodemos, , Wanda Batista Pe-
reira, Marcos Antônio da Silveira San-
tos
Equipe:
Aderlan Viana Crespo, Déborah Jeor-
gina da Silva Gomes, Cristiane Augus-
to Branco, Ebe Campinha dos Santos,
Eduardo Pimentel, Frans W.P.M. Neders-
tlgt, Helena Lúcia Francisco, José Luiz
de Souza, Jussara Melo Nogueira, Lu-
ciana Simas Chaves, Maria Eliane Nas-
cimento Souza, Marta de Cássia P. Pan-
gaio, Nubimar Huber Batista, Rosana
dos Santos Alcântara.
Editora:
Angélica Baptista Silva
Mtb.: 17.762
Estagiário de Jornalismo:
Evandro Soares (fotos e redação)
Projeto Legal/IBISS
Ladeira de Santa Teresa, 18
CEP20241-140 Rio de Janeiro RJ
Telefax: (55021) 252-4458, 242-6418
E-mail: ibissplegal@alternex.com.br
http://www.alternex.com.br/-ibissplegal
INSTITUTO BRASILEIRO DE INOVAÇÕES
EM SAÚDE SOCIAL
El Nino
com a pergunta: "Por onde co-
meçar?" Outras, com mais co-
ragem. Já dão um pequeno
passo a frente e buscam al-
guém que pode ser responsabi-
lizado. Às vezes, esta tentativa
não passa da intenção de bo-
tar a culpa no outro, ou em
qualquer bode expiatório dis-
ponível.
Atualmente, está muito na
moda botar a culpa no El Nino,
palavra em espanhol para A
Criança, Este fenômeno climá-
tico já é considerado grande
responsável pelos temporais,
que provocaram quedas de ca-
sas populares e alagaram as
ruas do Rio. Mas não é fácil de-
mais botar a culpa numa crian-
ça que nem existe? Por outro
lado, a criança na rua, da fa-
vela ou fora da escola é mui-
tas das vezes considerada uma
real ameaça à sociedade. Não
se ouve que estas crianças "lar-
gadas" serão os grandes la-
drões de amanhã? O fenôme-
no El Nino parece ser um refle-
xo do pensamento que A Cri-
ança é um ótimo bode expia-
tório, e que este ser humano
não somente serve para levar a
culpa das mudanças climáti-
cas, mas também da violência
e da miséria.
Outra saída para a questão
da responsabilização foi dada
na época das enchentes pelo
próprio Prefeito Luiz Paulo Con-
de que admitiu que "o jeito é
rezar". Será, então, que pode-
mos botar a culpa em Deus?
Mas, não acreditamos que Deus
criou o homem com livre von-
tade, capaz de criar, por exem-
plo um esgoto que poderia ab-
sorver toda esta água?
Para entender os problemas
que provocam tanto mal estar
em nossa sociedade, precisa-
mos analisá-los detalhadamen-
te evitando que responsabilize-
mos somente um El Nino ou
qualquer outro bode expiató-
rio. Precisamos ter a vontade
de realmente ir ao fundo na
questão e achar os verdadeiros
responsáveis.
Os blecautes durante a verão
foram provocados pelo aumen-
to inesperado do consumo, ou
será que a privatização da Li-
ght não deu certo? Será que o
aeroporto Santos Dummont foi
destruído pelo fogo, ou será
que faltou água para apagá-
lo? A chacina de quatro jovens
que dormiam em baixo de um
viaduto em Madureira foi mais
um ato "póstumo" do perigoso
"Sexta-Feira Treze", ou será que
Fala, Garotada!
GRADES TENTAM, MAS NÃO SILENCIAM
A vida intensa de Ozéias Alves de
Araújo, 22, daria um livro. Aos 11
anos, deixou sua casa para viver na
rua. Em 1993, seu talento e sensibili-
dade o levou para França como mú-
sico, flautista, através de uma insti-
tuição assistencial. Passou por dele-
gacias, onde cumpriu parte da sen-
tença de 6 anos e 2 meses, por rou-
bo. Ao ser transferido para a Colônia
Agrícola de Magé, outro desafio con-
fronta sua vida conturbada - é amea-
çado de morte pelo grupo de exter-
mínio local, quando foi visitar os pais,
que moram no mesmo município. Re-
sultado: foge mesmo perto do bene-
fício da liberdade condicional. O co-
tidiano do violento das comunidades
empobrecidas mais uma vez vai mar-
car o destino de Ozéias nessa volta a
rua no começo de 1997.
No mesmo dia da sua fuga dç Magé,
é pego em flagrante, num morro no
centro do Rio e leva um tiro na per-
na. Mesmo com testemunhas, afir-
mando que ele só acompanhava o gru-
po, foi condenado a 7 anos e 2 me-
ses, por porte de arma e tráfico. No
momento, encontra-se no estabeleci-
mento penal Edgar Costa, em Niterói,
enquanto o Projeto Legal/IBISS entra
com um recurso especial para pleite-
ar a revisão desta condenação.
As cartas de Ozéias, carregadas
de desenhos cintilantes e letras de
música, são agora substitutos de
sua flauta e a presença sempre ani-
mada e risonha. O discurso pare-
ce confuso, sem esperança, um re-
trato da exclusão, mas o furor ar-
tístico e criador não pára, tal qual
um Artaud, que nem os eletrocho-
ques e a internação num manicô-
mio durante a 2 a Guerra Mundial
conseguiu calar e cuja a arte in-
fluenciaria as reflexões de Fou-
cault sobre o aprisionamento e o
poder na sociedade contemporânea.
PFOQP- O que você achou deste ve-
rão no Rio?
Ozéias- Tenho acesso ao que
POSSO FALAR 0 QUE EU PENSO ? - N^ 17 - Página 2
existem ainda outros extermina-
dores? Será que os bebês morre-
ram nas maternidades por causa
dos erros médicos no plantão, ou
será que o Ministério de Saúde de-
veria investir mais na saúde públi-
ca? A Dengue é culpa dos mos-
quitos, ou será que está faltando
uma política integrada para pre-
venir melhor esta doença? Será
que o Palace II caiu porque um
morador estava fazendo obra na
varanda, ou será que o Deputa-
do Sérgio Naya arbitrariamente
usou cimento de má qualidade?
É realmente importante não
nos cansar na busca pela ver-
dade. É fundamental querer
acabar com a impunidade do
modo geral e discutir quem são
os verdadeiros responsáveis de
um problema ou de outro. Mas,
é só um primeiro passo; apon-
tar é fácil, principalmente
quando o dedo é direcionado
para El Nino ou outro bode ex-
piatório. Só denunciar não bas-
ta. Resta construir em conjunto.
Resta pensar, refletir e propor
alternativas. Precisamos botar a
mão na massa, antes do "infer-
no" chegar.
Por Frans Nederstlgt -
jurista internacional e
assessor da coordenação
do Projeto Lega i/i BI SS
acontece lá fora por uma TV, que,
às vezes, eu posso assistir. Vi que
as chuvas que deixaram várias pes-
soas desabrigadas. Acho um ver-
dadeiro absurdo pessoas precisa-
rem de um lugar para morar e as
autoridades não fazerem nada quan-
to a essa questão.
PFOQP- Do que você sente mais fal-
ta na cadeia?
Ozéias- Sinto falta das pessoas que
sempre me ajudaram. Vou mostrar
para todos que a gente vem para cá e
pode dar a volta por cima. Todas as
pessoas acham que a gente não pode,
mas eu vou dar.
PFOQP- Quais são os artistas que
você mais admira?
Ozéias- Um cara que toca teclado
chamado Ozéias e o Tim Maia. Eu já
sei que ele morreu. Eu sei um monte
de música dele.
PFOQP- Você tem criado?
Ozéias- Não consigo criar. Antes eu
tocava um violão que tinha aqui. O vi-
olão quebrou e eu não tenho mais ne-
nhum instrumento. Vocês poderiam
arranjar um violão para mim ou uma
flauta, ou uma gaita?
UM OLHAR SOBRE AS MATERNIDADES DO RIO
Praça XV e Fernandes Figueira em foco
No último dia 24, eram 43 o número de bebês mortos nas 20 maternidades públicas da cidade do Rio de Janeiro. Um número não muito
distante das 72 mortes de Janeiro. Acordos foram feitos, convênios assinados, mas a realidade três meses depois é que nenhum leito de
UTI Neonatal foi inaugurado. O Projeto Legal/IBISS esteve em duas maternidades do Rio, o Instituto Fernandes Figueira e o Hospital
Maternidade Praça XV, a fim de discutir com os profissionais, que trabalham diariamente nesta realidade, as causas dessa mortandade
e averiguar as condições dos leitos e dos berçários das duas instituições.
y^ealidades bem diferenciadas, que
Mf começam pelo atendimento. O
JÊL \. Instituto Femandes Figueira - ins-
tituição criada por uma parte da Funda-
ção Oswaldo Cruz - tem uma clientela
seletiva. Segundo o professor e chefe
do departamento de Obstetrícia, Luiz
Guilherme Pessoa da Silva, o instituto
trabalha exclusivamente com gestação
de alto risco, aquelas mulheres que tem
possibilidade muito elevada de morrer,
de agravar sua doença durante a gravi-
dez ou então com a probabilidade de ter
um filho com algum problema decorren-
te da doença. Já no Hospital Materni-
dade Praça XV, o cenário sugere uma
superlotação, pois ela é aberta a comu-
nidade em geral.
Com um dos berçários mais completo
da cidade, o IFF realiza cerca de 1000
consultas por mês, porém 30% das ges-
tantes chegam na emergência, no
final da gravidez, com grande pos-
sibilidade de má formação do feto,
o que leva o berçário a ficar "en-
garrafado", São crianças que vão
morar no berçário pelo menos uns
2 a 3 meses, que não podem nm
mudar para outro berço, tem que
permanecer muito tempo no de bai-
xo peso. A capacidade da mater-
nidade é de 30 leitos. Cerca de 100
pacientes novas são encaminhadas
por postos de saúde, entidades fi-
lantrópicas e hospitais mensalmen-
te.
A especificidade do alto risco,
altamente frisada pelo Dr. Luiz Guilher-
me, pode ser vista pela própria iniciati-
va institucional. Dois ambulatórios es-
tão sendo implantados, um para soro-
positivos - portadores de HIV - e ou-
tro para doença hemolítica perinatal, a
das mães com sangue RH Negativo,
cuja gravidez precisa de cuidados es-
peciais.
Indagado quanto aos programas vol-
tados a comunidade, Dr. Luiz cita que
há um ano e meio, existe um grupo de
assistência a gestante idosas e adoles-
centes. Este é um ponto em comum nas
duas instituições, a Maternidade da Pra-
ça XV, segundo a ginecologista e dire-
tora Sara Asenjo, 20% da clientela é
adolescente. Esta demanda fez surgir
um trabalho direcionado, um ambulató-
rio especializado em gravidez na ado-
lescência, uma assistência que vai até a
sala de parto. A equipe resolveu siste-
matizar todo este trabalho num progra-
ma há um ano, com intervenção da Psi-
cologia e do Serviço Social.
O doutor Moysés Rechtman - che-
fe do departamento de Obstetrícia e Di-
retor da Comissão da Saúde da Mulher
do Sindicato dos Médicos - mostrou as
duas enfermarias especializadas em
adolescente, devidamente lotadas pelas
jovens e suas mães. O pré-natal do IFF
conta com uma cartilha, que acompa-
nha toda o processo da gravidez. Se-
gundo o Dr. Luiz, a gravidez entre me-
ninas tem aumentado exorbitantemente
nos últimos anos.
Em comparação aos 1.200 partos por
ano do IFF, temos a Praça XV com seus
87 leitos e 6.700 partos no
mesmo período. A grande an-
gústia da equipe é a insuficiên-
cia de pessoal: 5 obstetras, 3
pediatras, 2 anestesistas e 5
clínicos para toda maternidade.
A comunidade não é só a cida-
de, mas o Grande Rio, onde as
mães esbarram na falta de es-
equipe do I.F.Figueira, trabalhando dentro
do berçário de alto risco
trutura, que as colocam numa dolorosa
peregrinação em busca da internação.
O PARTO VIAJADO - Segundo
Dr. Moysés, a assistência ao parto es-
barra neste problema sério: "Um exem-
plo: a paciente sai de sua casa na Roci-
nha aí vai para o Miguel Couto não tem
vaga, vai de carro ou de ônibus para a
Maternidade Escola e pára na Praça XV
já tendo o bebê, com hemorragia e mui-
tas morrem nesse caminho, têm o bebê
sem assistência. Esta peregrinação se
resolveria com uma central de vagas,
que você chegasse no primeiro hospi-
tal, soubesse quantas vagas têm nos
outros hospitais e ir de ambulância para
um, onde teria a vaga. Não é uma coisa
difícil de se-fazer. E colocar um micro
em cada maternidade, dizendo quantas
vagas tem a cada momento não é difí-
cil. Nós já propusemos. Eles é que não
tem vontade política de fazer. É uma coi-
sa perversa. Eu li um livro que falava
de circularidade perversa, é um círculo
. que se faz: o governo estadual não re-
solve, diz que o problema é do munici-
pal, que diz que o problema é do federal
e ,enfim, eles fazem um círculo que joga
um a responsabilidade em cima do ou-
tro e nada se faz."
BERÇÁRIOS LOTADOS - Há
4 meses foram instalados os berçários
para bebês abaixo de dois quilos e a
equipe ainda está em treinamento na
Praça XV, segundo a chefe de enfer-
magem Grace. Com lotação para 6 be-
bês, no momento da reportagem, o ber-
çário abrigava 12. Quando perguntou-
se à equipe, como se fazia com os res-
Adolescentes no ambulatório especi-
alizado da Praça XV dormem ao lado
de seus bebês
piradouros, eles disseram que, às ve-
zes, conseguiam um emprestado. No
IFF, todas os berços estavam ocupa-
dos, Dr. Luiz tem uma opinião asserti-
va acerca da mortandade nas mater-
nidades Alexander Flemming e Fer-
nandes Magalhães - A mortalidade en-
tre os bebês que nascem com o peso
abaixo de 1 kg é de 70%, segundo os
critérios internacionais. A população
precisa estar bem informada. Na Ale-
xander Flemming e na Femandes Ma-
galhães, não se perguntou quais foram
as crianças que morreram. Antes de
qualquer coisa, é preciso conscientiza-
ção, instruir a população a fim de que
esta cobre os critérios mínimos de as-
sistência e consulta, é um exercício de
cidadania.
PROGRAMAS ESPECIAIS - A
Maternidade da tem um programa
chamado PROGEST coordenado
pelo dr. Moysés, que é voltado para
a gestante trabalhadora (ver quadro).
Outro programa é o RECRIAR, que
acompanha bebês que tenham nas-
cido pré-maturos ou com caracterís-
ticas específicas até a fase escolar,
6 a 7 anos. A maternidade é can-
didata a "Hospital Amigo da Cri-
ança", que é um título oferecido
pela UNICEF e para adquiri-lo está
reciclando toda a equipe, dando ên-
fase a questão do aleitamento ma-
terno.
POSSO FALAR 0 QUE EU PENSO ? - N^ 17 - Página 3
PRAÇA XV DESENVOLVE
PROGRAMA SOCIAL PARA
GESTANTE
TRABALHADORA
O PROGEST - Programa da Ges-
tante Trabalhadora - é uma ação da
maternidade, que procura concili-
ar o trabalho da futura mãe com
uma gravidez saudável, através de
vários mecanismos, c, ao mesmo
tempo, informá-la sobre seus direi-
tos básicos. O programa nasceu de
uma pesquisa, elaborada c efetua-
da por uma equipe multiprofissio-
nal, entre setembro de 1995 e maio
de 1996.
A pesquisa só veio confirmar a
hipótese, que já havia sido detec-
tada tanto pelos médicos, quanto
pelo Serviço Social - as condições
de trabalho da gestante atendida na
Maternidade Praça XV propiciam
problemas na gravidez e até a in-
terrupção desta. Os resultados dão
um triste painel do que pode so-
frer a mulher no mercado de tra-
balho, que opta por ser mãe. Do
total de entrevistadas - 58% desco-
nhecem qualquer direito trabalhis-
ta ou previdenciário e mais da me-
tade trabalhavam em faxina ou
como doméstica, profissões que
geralmente não estão formalmente
no mercado de trabalho. A instabi-
lidade enfrentada por estas mulhe-
res afeta diretamente o quadro de
saúde apresentado na gravidez.
Depois de fazer uma entrevista e
fornecer um parecer medico, a ma-
ternidade passa a negociar direta-
mente com o empregador cia ges-
tante atendida pelo PROGEST a si-
tuação ideal para que ela trabalhe
durante a gestação de uma manei-
ra que garanta a sua saúde c a do
bebê. Se o empregador não aceitar
as condições e demitir a gestante,
o PROGEST a encaminha a insti-
tuições que oferecem serviços de
orientação jurídica, ou de proposi-
ção de ação trabalhista. Além des-
te auxilio, a equipe acompanha a
gestante até o nascimento do bebê.
procurando dar encaminhamento a
outras demandas e trabalhar a
questão da cidadania. Além deste
atendimento, a Maternidade da Pra-
ça XV está com dois programas em
construção: o Maternidade Segura
e o Hospital Amigo da Criança.
A mulher trabalhadora que precisar
deste auxilio poderá ligar para 221-
1107 e falar com o Serviço Social ou
se dirigir ao Hospital Maternidade Pra-
ça XV, na Praça XV de Novembro. 4 -
i Fundos. J
Informe Legal
OBJETIVO SEM
MISTÉRIOS
A equipe multiprofissional do Projeto
Legal esteve reunida entre os dias 3 e 6
de fevereiro último em Petrópolis, re-
gião serrana do Estado do Rio de Janei-
ro, para análise das atividades de 1997,
e o planejamento para 1998. Dentre as
inúmeras mudanças no Legal, destaca-
se a maior clareza na redação do obje-
tivo geral do centro de defesa. A mis-
são do Projeto Legal passa a ser : De-
fender, Garantir e Promover os Direi-
tos Humanos. Outra novidade é uma
atuação intensiva e sistemática na área
de Saúde.
Os componentes do Projeto Legal,
discutindo as prioridades de 1998
MNDH ANALISA 15
ANOS DE TRABALHO
O Movimento Nacional de Direitos
Humanos promoveu, em janeiro,\0-X
Encontro Nacional da Instituição, em
Brasília/DF. Na pauta, pontos como os
15 anos do movimento e a sua ação no
futuro (ocupação política; Programa
Nacional de Direitos Humanos e cin-
qüentenário das Declarações dos Direi-
tos Humanos), estrutura e mudança da
sede nacional, a globalização dos direi-
tos humanos, as novas exigências da co-
operação internacional, a instituição ou
não de taxa de contribuição para enti-
dades filiadas e a realização de um pro-
jeto para o trabalho de Comunicação
Social, no âmbito nacional. No final do
encontro alguns pontos eram consen-
so como, a necessidade de ocupação do
espaço público, fortalecimento da arti-
culação política, mobilização e lobby,
capacitação dos militantes e busca de
parcerias governamentais e não-gover-
namentais.
SEMINÁRIO DISCUTE
RELATÓRIO DA OEA
Entre os dias 13 e 17 deste mês, vá-
rios representantes governamentais e
da sociedade civil organizada estarão
comentando na UERJ o Relatório so-
bre a situação dos Direitos Humanos no
Brasil, elaborado pela Comissão Inte-
ramericana de Direitos Humanos, em
1997. É a primeiro documento, feito pela
Organização dos Estados Americanos,
que revela a evolução dos direitos fun-
damentais no Brasil. Os debates serão
sempre às 16 h. e 18h. e 30 min.. Entre
os temas analisados nas mesas, desta-
cam-se a propriedade da terra, as con-
dições do sistema penitenciário, o direi-
to das crianças, mulheres e portadores
de deficiência.
ANISTIA
INTERNACIONAL
VISITA A CIDADE
Uma comissão da Anistia Internacio-
nal formada pelas inglesas Fiona Ma-
caulay e Julia Rochester esteve em
março no Brasil, numa visita de três
semanas a delegacias e presídios do
país, e entre os dias 24 e 26 a comissão
visitou o Rio de Janeiro. A Anistia tra-
balha em cima de denúncias e o objeti-
vo desta visita é colher dados para um
relatório, na tentativa de poder melho-
rar as condições dos presos no Brasil.
No Rio, a pauta foi, entre outras, uma
reunião com a Deputada Estadual He-
loneida Studart e Presidente da Comis-
são dos Direitos Humanos da ALERJ e
visita ao presídio Talavera Bruce em
Bangu, com o Presidente do Conselho
da Comunidade Carlos Nicodemos e
um representante do grupo Tortura Nun-
ca Mais. A representante da Anistia
Sra. Macaulay recebeu inúmeras denún-
cias de espancamento das detentas e
constatou as condições subumanas no
presídio. Daqui há seis meses, a comis-
são deve voltar com um especialista na
execução penal. Coitado, depois da vi-
sita ele vai querer trabalhar na área de
direito comercial!!!
Fique por dentro ■■^■■■■■■■1 Opinião
ADOLESCENTES
CONTINUAM EM
PRESÍDIO NO RIO
Desde dezembro, os 387 adolescentes
infratores da Escola João Luís Alves
estão amontoados no presidio Moniz
Sodré, no Complexo Penitenciário de
Bangu, RJ. Segundo um jornal de gran-
de circulação, 6 jovens estão alojados
numa cela, onde só cabem duas pesso-
as. O habeas corpus com pedido de li-
minar impetrado pelo Projeto Legal/
IBISS , no mesmo mês, acabou de ser
negado pelo desembargador Paulo Sér-
gio Falcão. Um dos documentos em que
ele baseia seu julgamento é a diligência
feita pelo serviço de vigilância , inspe-
ção e plantão, onde é dito que os jo-
vens estavam tendo aula de informática
e que estavam sendo alimentados pela
mesma firma, que fornece comida de má
qualidade aos presídios e delegacias.
A principal alegação do juiz da 2 a Vara da
Infância e da Juventude, Guaraci de Cam-
pos Vianna, um dos componentes da co-
missão que aprovou a ida dos internos para
o presídio, é de que o Instituto Moniz So-
dré estaria em melhor condições do que a
Escola João Luiz Alves. Segundo Guaraci, a
escola precisava de reformas para aplica-
ção das medidas sócio-educativas, depois
das duas rebeliões, ocorridas nesta. Porém,
o próprio Moniz Sodré estava desativado
por apresentar condições precárias. Quem
acredita que um rapaz irá serenamente as-
sistir uma aula de informática e depois dor-
mir enfurnado num lugar, que só poderia
dividir com mais um, e, onde, na verdade,
ficam mais cinco? Mais uma vez, a lei do
mais forte prevalece...
VIII Simpósio Nacional - Direito visita a sala dedicada aos traba- cife, PE CEP; 52051-410- Tele- Qual a importância da liminar expedida pelo Juizado
Penal e Processual Penal lhos de Artur Bispo do Rosário... fax: (081) 441-2325/441-9003. j£ r.,*s„„;„ „ ,h. l..,„.„*,.J,. h^J,.,!* «« ,L,n„Act! ,I„
Dms 23, 24 e 25 de Abril de Ingresso: estudantes R$1, pú- Seminário AIDS: Feminização e da Infância C da Juventude, baseado no diagnostico do
1998 - Minas Centro - Belo blico em geral R$4. aos domin- Pobreza Crenterj, determinando a abertura de 51 leitOS
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Acadêmicos- até 20/04 R$ sos com mais de 65 anos não pa- Documentação e Informação Eu acho que a liminar do Siro tem uma força política fantástica. É uma
110,00 / após R$ 120,00. gam. Coisa de Mulher realizará o I f 0 Estado realmente assumir a parte que lhe toca. Acho que
Informações: R. da Bahia, 905/ XXIII Congresso Mundial de Seminário para Mulheres do ■ da mas não sej se 0 Estado vai cumprir) porque 0 Marcelo Allencar
T^Í\ ; Ce . n Í T0 " ^? .^'f aX J 01 -! 1 ^ 5 7 Seminário Inter- Interior, Favelas e Periferia. As J e . nem ar lei A tem várias ViminaKS contra0 Marcei0
(031) 213-1412 ou 213-1413 ou nac.onal da Informação, Comu- inscrições serão no local -Praia ' ^ c ^ a ào das C0( ativa estão
R. da Quitanda,19/1.014 - Cen- nicaçao e Tecnologia do Flamengo, 20 - entre 12 e 15 ., „ ,_ '.A- „ ,,„ i,,: „ n„JÍ,s~ A*nroiinZn A^h^^ail^t^iai*
tro -RJ (021) 233-8354/232-3925 De 3 a 7 de maio no Centro de horas, no próprio dia 16. t0 ^r^ f ra ^ ,e ^^
Obs. inscrições pelo correio Convenções de Recife-Olmda-Per- Encontro Preparatório para o esta fora da le e ele mantém esta questão do Help programa Help enfim
só serão aceitas até o dia 13/ nambuco Congresso Regional de estas co.sas todas demonstram que ele nao esta nem a. para le.. As
04/98 Participação de 400 jornalistas Psicologia resoluções do Conselho Estadual de Saúde sao ignoradas. Eles fa/em o
Exposição Dali Monumental de 112 paises filiados a FIJ. Dia 6 de maio na Faculdade que eles querem. Então, eu acho uma lorça política importante neste
De 23 de Março a 24 de Maio no Preço: Profissionais Sindica- de Direito da UFRJ - Largo do momento que a gente esta com carência, mas eu nao sei se o Marcelo
Museu Nacional de Belas Artes, lizados - R$ 160,00 / Não sindi- Caco, s/n 0 (no Campo de San- Allencíu vai cumprir.
Av. RioBranco,199.Deterçaado- calizados - R$ 230,00 / Estu- tana) Dr.Moysé -pitai
mingede 10hàs22h, paraopúbli- dantes - R$ 80,00. Maiores informações no Con- Maternidade Praça XV, Diretor da Comissão da Saúde da Mulher do
co e de 8h às lOh, para escolas. Inscrições : R. Dona Rosa da selho Regional de Psicologia - Sindicato dos Médicos
DICA - Aproveite para fazer uma Fonseca,75 Casa Amarela, Re- tel.: 543-1087 ^ importante, mas a complexidade de uma UTI Neonatal é grande.
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GANHE l M VÍDEO E UMA CAMISETA -CIDADANIA NAS ESCOLAS".EN VIANDO ESTE CUPOM dentro de uma área fixa, com oxigênio e ar comprimido, com vácuo. Não
(o nome dos ganhadores sorteados virá no jornal 18) é isso. Isso é o mais fácil de executar do que todo o restante, que foi a
1 -Sua instituição recebe regularmente o "Posso Falar O Que Eu Penso?" I última coisa que pensaram cm resolver, a questão do pessoal. O pessoal
I I Sun I I Não" não é só o médico e a enfermeira que trabalha lá dentro, eles dependem
2-Gostaria de continuar recebendo'.' de uma equipe de apoio. Eu falo isso para as enfermeiras. Posso fazer
dl Sim CH Não uina prescrição do recém-nascido linda, igualzinho a de um médico ame-
3-Ouala sua opinião quanto a redução damenoridade penal de 18 para 16 anos? ricano, inglês, da melhor qualidade, atualizada. Sc eu não tiver quem
f NOMF A taVOr Contra execute, não vai adiantar nada. Esse diagnóstico do Cremerj, eu acrecli-
FNnFRFrn CEP- to, que ele esteja correto, pois foi baseado na realidade do município do
| ^I utKtt ' u Rio de Janeiro. Preci.sa:se e tem-se passos a „ rem tomados. Eu acho
E-MAÍL c l lie este executar é uma coisa lenta, e eu acho, que de todos os passos,
' Envie este cupom via fM^e-maii ou correio para ^ Santa Teresa, 18 CEP2Ò24Í-Í4Ó o mais difícil e o mais importante é o treinamento da equipe.
1 Rio de Janeiro RJ Telefax: (55021) 252-4458, :42-(>418 e-mail: ibissplegal@altemex.com.br Dra, Olga Bonfim, Neonatologista, do Instituto Fernandes Figueira
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POSSO FALAR 0 QUE EU PENSO ? - N^ 17 - Página 4