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capas botanica - ftc ead

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BOTÂNICA GERAL E<br />

COMPARADA 1<br />

1


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

2<br />

SOMESB<br />

Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.<br />

Presidente ♦<br />

Vice-Presidente ♦<br />

Superintendente Administrativo e<br />

Financeiro ♦<br />

Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦<br />

Superintendente de Desenvolvimento e>><br />

Planejamento Acadêmico ♦<br />

FTC - EaD<br />

Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância<br />

Diretor Geral ♦<br />

Diretor Acadêmico ♦<br />

Diretor de Tecnologia ♦<br />

Diretor Administrativo e Financeiro ♦<br />

Gerente Acadêmico ♦<br />

Gerente de Ensino ♦<br />

Gerente de Suporte Tecnológico ♦<br />

Coord. de Softwares e Sistemas ♦<br />

Coord. de Telecomunicações e Hardware ♦<br />

Coord. de Produção de Material Didático ♦<br />

EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO:<br />

♦PRODUÇÃO ACADÊMICA♦<br />

Gerente de Ensino ♦ Jane Freire<br />

Coordenação de Curso ♦ Letícia Machado<br />

Autor (a) ♦ José Eustáquio G. Queiroz<br />

Supervisão ♦ Ana Paula Amorim<br />

Gervásio Meneses de Oliveira<br />

William Oliveira<br />

Samuel Soares<br />

Germano Tabacof<br />

Pedro Daltro Gusmão da Silva<br />

Waldeck Ornelas<br />

Roberto Frederico Merhy<br />

Reinaldo de Oliveira Borba<br />

André Portnoi<br />

Ronaldo Costa<br />

Jane Freire<br />

Jean Carlo Nerone<br />

Romulo Augusto Merhy<br />

Osmane Chaves<br />

João Jacomel<br />

♦PRODUÇÃO TÉCNICA ♦<br />

Revisão Final ♦ Carlos Magno<br />

Coordenação ♦ João Jacomel<br />

Equipe ♦ Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito,<br />

Ederson Paixão, Fabio Gonçalves, Francisco França Júnior,<br />

Israel Dantas, Lucas do Vale, Marcus Bacelar e Yuri Fontes.<br />

Editoração ♦ Francisco França Junior<br />

Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource<br />

Ilustrações ♦ Francisco França Junior<br />

copyright © FTC EaD<br />

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98.<br />

É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito,<br />

da FTC EaD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância.<br />

www.<strong>ftc</strong>.br/<strong>ead</strong>


CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS<br />

VEGETAIS E ORGANOGRAFIA<br />

BRIÓFITAS, PLANTAS VASCULARES SEM SEMENTES<br />

E PLANTAS COM SEMENTES<br />

Estudo das Briófitas<br />

Plantas Vasculares sem Sementes - Pteridófilas<br />

Plantas Vasculares com Sementes - Gminospermas<br />

Plantas Vasculares com Sementes - Angiospermas<br />

Organografia da Raiz das Angiospermas<br />

Organografia do Caule das Angiospermas<br />

Organografia das Folhas das Angiospermas<br />

SUMÁRIO<br />

SUMÁRIO<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

ORGANOGRAFIA DA RAIZ, CAULE, FOLHA, FLOR,<br />

FRUTO E SEMENTE DAS ANGIOSPERMAS<br />

Organografia da Flor, do Fruto e da Semente<br />

das Angiospermas<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○24<br />

ANATOMIA E SISTEMÁTICA ○<br />

Formação do Embrião, Celuas e Tecido<br />

07<br />

07<br />

07<br />

10<br />

12<br />

13<br />

16<br />

16<br />

19<br />

22<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 34<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

ANATOMIA DAS ANGIOSPERMAS ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

34<br />

34<br />

3


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

4<br />

Anatomia da raiz<br />

Anatomia do Caule<br />

Anatomia da Folha<br />

Classificação dos Seres Vivos<br />

Sistema Binomial<br />

Métodos de Classificação<br />

Principais Grupos de Seres Vivos<br />

Atividade Orientada<br />

Glossário<br />

Referências Bibliográficas<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

SISTEMÁTICAS DAS PLANTAS ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

43<br />

45<br />

48<br />

50<br />

51<br />

53<br />

55<br />

58<br />

63<br />

65<br />

68


Apresentação da Disciplina<br />

Caro aluno procuraremos sempre, nesse nosso estudo<br />

apresentar os conteúdos usando uma linguagem simples e objetiva<br />

e destacando ao final de cada tema e dos blocos temáticos,<br />

através do emprego de figuras, esquemas ou gráficos, as<br />

informações que, fundamentalmente precisam ser adquiridas.<br />

Visando ainda mais, contribuir para ampliar e sedimentar o seu<br />

aprendizado, enfatizaremos também, assim que um tema e um<br />

bloco temático forem concluídos, questões reflexivas e<br />

investigativas, estimulando com isso, o crescimento do seu espírito<br />

científico e crítico.<br />

O reino das plantas é um importante ramo da biologia que<br />

engloba os mais extraordinários seres vivos da Terra. Os vegetais,<br />

além de provocarem deslumbramento pela beleza de suas flores<br />

e frutos, de amenizar a temperatura do ar, de proteger os solos e<br />

os corpos d’água, incorporam e transformam, através da<br />

fotossíntese, substâncias inorgânicas e luz em carboidratos. Essas<br />

fantásticas moléculas representam a possibilidade da vida, sem<br />

as quais o nosso planeta seria estéril.<br />

Em nosso estudo destacaremos e caracterizaremos os<br />

principais grupos de plantas e sua organização morfológica<br />

externa e interna, assim como, os métodos e os critérios usados<br />

para classificá-los. Em função da importância econômica e por<br />

apresentarem o maior número de espécies, hábitats e um corpo<br />

vegetativo completo, o filo das angiospermas será prioritariamente<br />

enfatizado.<br />

Sinceramente, querido aluno, desejamos que esse material<br />

didático possa contribuir para o seu sucesso acadêmico e,<br />

sobretudo, que a educação possa fomentar em você, a<br />

cristalização de bons valores morais.<br />

Prof. José Eustáquio G. Queiroz<br />

5


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

6


CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS<br />

VEGETAIS E ORGANOGRAFIA<br />

Reino Plantae<br />

Os componentes do reino das plantas, possivelmente, evoluíram das algas verdes,<br />

são todos multicelulares eucariontes, predominantemente terrestres e fotossintetizantes.<br />

Atualmente, o grupo dos vegetais está formado por doze filos, distribuídos da seguinte<br />

maneira: três filos de briófitas e nove filos de plantas vasculares, todos reunidos no subreino<br />

Embryophyta.<br />

BRIÓFITAS, PLANTAS VASCULARES SEM SEMENTES E<br />

PLANTAS COM SEMENTES<br />

Começaremos nossos estudos e descobertas pelo reino das plantas fazendo uma<br />

pequena abordagem sobre a história evolutiva e, prioritariamente, descrevendo as principais<br />

características dos atuais grupos vegetais. Nossa explanação inicial será sobre as briófitas,<br />

plantas estruturalmente simples, mas que têm uma importância ecológica muito grande.<br />

Estudo das Briófitas<br />

Possivelmente, as briófitas são as plantas mais antigas e que marcam a passagem<br />

evolutiva dos vegetais do ambiente aquático para o terrestre. Compondo este grupo de<br />

vegetais estão as hepáticas, os<br />

antóceros e os musgos.<br />

Curiosidades sobre Briófitas<br />

As briófitas, juntamente com os<br />

líquenes, são os primeiros organismos<br />

a iniciar uma sucessão ecológica<br />

primária.<br />

Estas plantas são também<br />

indicadoras de poluição atmosférica,<br />

além de serem extremamente<br />

importantes na ciclagem do gás<br />

carbônico.<br />

Aproximadamente 1% da<br />

superfície da terra é ocupada pelo<br />

musgo Sphagnum.<br />

As briófitas são plantas<br />

pequenas, apresentando indivíduos com<br />

altura variando entre 2,0 e 20,0 centímetros. A maioria das briófitas é terrestre, encontradas<br />

preferencialmente em ambientes úmidos, mas existem espécies aquáticas. Estas plantas<br />

estão amplamente distribuídas, podendo ser encontradas nos mais variados ecossistemas,<br />

7


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

8<br />

desde florestas tropicais e temperadas a significativas populações nos pólos<br />

norte e sul e, até, em desertos.<br />

Nas briófitas, as raízes, caules e folhas, devido à ausência de vasos condutores, não<br />

são consideradas estruturas verdadeiras, sendo, por isso, denominadas, respectivamente,<br />

de rizóides, caulóides e filóides. Os rizóides, que podem ser unicelular ou multicelular, na<br />

maioria das briófitas têm apenas a função de fixar a planta ao substrato. A transferência de<br />

nutrientes, que nos vegetais vasculares é atribuição das raízes, neste grupo, é feita pelos<br />

gametófitos, através de tricomas localizados nos caulóides e filóides.<br />

A Reprodução de um Musgo<br />

Os caulóides e filóides, juntos, formam a estrutura aérea da planta denominada<br />

gametófito, responsável pela produção de anterídios (órgãos sexuais masculinos) e<br />

arquegônios (órgãos sexuais femininos). Dos anterídios saem anterozóides que, levados<br />

pela água alcançam o arquegônio, e um deles, fertiliza a oosfera. Com a fusão dos gametas<br />

(anterozóide e a oosfera) é formada uma célula diplóide, denominada zigoto. Ainda no interior<br />

do arquegônio o zigoto transforma-se num<br />

embrião (esporófito) pluricelular, que<br />

amadurece, sofre várias divisões meióticas e<br />

produz células haplóides denominadas<br />

esporos.<br />

Ao saírem das cápsulas onde ficam<br />

armazenados, os esporos são transportados<br />

pelo ar ou pela água. Em ambientes úmidos<br />

germinam, formando estruturas filamentosas<br />

e ramificadas denominadas protonemas.<br />

Com o crescimento desses protonemas<br />

surgem gametófitos haplóides (novas plantas),<br />

masculinos ou femininos, que darão<br />

continuidade ao ciclo reprodutivo dos musgos e de algumas hepáticas.


Os antóceros produzem esporos no interior de esporângios, de onde são liberados<br />

e, em condições favoráveis, germinam formando um novo<br />

gametófito, que pode ser unissexuado ou bissexuado. Entre os<br />

antóceros não é formado o protonema.<br />

Em algumas briófitas, pequenos fragmentos ou gemas<br />

garantem a propagação vegetativa da planta, permitindo, também,<br />

a realização de reprodução assexuada entre as plantas deste grupo.<br />

Sugestão de Leitura...<br />

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) – Biologia vegetal.<br />

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.<br />

www.ficharionline.com/biologia/pagina_exibe.php?pagina=011195<br />

As Primeiras Plantas<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

As briófitas não têm raízes, caules e folhas, mas possuem estruturas análogas a<br />

esses órgãos, que podem desempenhar funções similares. Descreva que estruturas são<br />

essas e quais as suas funções.<br />

Concluímos nosso estudo sobre as briófitas e aprendemos que estas plantas não<br />

têm vasos, crescem em locais úmidos e são de pequeno porte. Agora iremos conhecer as<br />

primeiras plantas vascularizadas, entre elas, as bonitas e populares samambaias.<br />

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Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

10<br />

Plantas Vasculares sem Sementes - Pteridófitas<br />

As plantas vasculares sem sementes, atualmente, estão agrupadas em<br />

quatro filos (psilotófitas, licófitas, esfenófitas e pterófitas), tendo as<br />

samambaias, as avencas e as cavalinhas como os representantes mais<br />

conhecidos.<br />

Estas plantas habitam quase sempre locais úmidos e sombr<strong>ead</strong>os, a<br />

maioria é terrestre, embora existam espécies epífitas e aquáticas. O caule pode ser<br />

subterrâneo, chamado rizoma, como o observado na samambaia (Polypodium vulgare)<br />

ou aéreo como o da samambaiaçu (Dicksonia selowiana).<br />

Este grupo de plantas apresentam um sistema radicular que absorve água e sais<br />

minerais do solo e um sistema caulinar formado pelo caule e pelas folhas, com vasos para<br />

o transporte de substâncias e órgãos fotossintetizantes. A lignificação das paredes das<br />

células de sustentação e de condução possibilitou o surgimento de plantas altas.<br />

Filo Pterophyta<br />

Em nosso estudo sobre as plantas vasculares sem sementes estaremos destacando<br />

somente o filo pterófita ou samambaias. A maioria destas plantas cresce em regiões<br />

tropicais, podem ser pequenas ou apresentarem uma estrutura arbórea com até 30 metros<br />

de altura.<br />

A Reprodução das Pteridófitas<br />

A reprodução é feita por esporos formados no interior de esporângios, organizados<br />

em estruturas localizadas geralmente na face inferior das folhas, denominadas soros.<br />

Espalhado pelo vento, o esporo cai em locais úmidos, germina formando um prótalo<br />

(gametófito jovem), masculino (anterídio) ou feminino (arquegônio). Do interior do anterídio<br />

sai um anterozóide, que com ajuda da água, chega ao arquegônio e fecunda a oosfera,<br />

formando uma nova célula, denominada zigoto. Com o desenvolvimento do zigoto e sua<br />

diferenciação, surge um embrião jovem que amadurece formando uma nova samambaia<br />

(ou esporófito) e, com ela, a possibilidade de um novo ciclo.<br />

Entre as pteridófitas, comumente, a reprodução é feita por esporos, embora possa<br />

ocorrer a propagação vegetativa, como é o caso da Asplenium viviparum, planta em cujas<br />

folhas formam-se brotos que originam novas plântulas.


Sugestão de Leitura...<br />

FERRI, Mário Guimarães, Botânica: Morfologia<br />

Externa das Plantas (Organografia). 15 ed. – 6 a reimpressão<br />

(1990) – São Paulo: Nobel, 1983.<br />

www.ficharionline.com/biologia/pagina_exibe.php?pagina=011196<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

Plantas vaculares sem sementes<br />

As plantas vasculares têm raiz, caule e folhas, além de um sistema de vasos para o<br />

transporte de substâncias inorgânicas e orgânicas. Para conhecer melhor este grupo de<br />

plantas, descubra na sua região alguns espécimes, observe-os e descreva seus habitats e<br />

suas principais características externas.<br />

À medida que a evolução avança, novas estruturas vão sendo adicionadas ao corpo<br />

da planta. Além da raiz, do caule, das folhas e dos vasos, como vimos até aqui, surgem as<br />

flores e as sementes. O grupo de plantas que apresentam estas estruturas, as plantas<br />

vasculares com sementes - são, a partir de agora, o nosso objeto de estudo.<br />

11


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

12<br />

Plantas Vasculares com Sementes<br />

As plantas que compõem este grupo formam cinco filos (Cycadophyta,<br />

Ginkgophyta, Coniferophyta, Gnetophyta e Anthophyta) e apresentam uma<br />

estrutura vegetativa completa, formada por raiz, caule, folha, flor e semente.<br />

Pela primeira vez na história evolutiva das plantas o embrião é protegido por<br />

uma semente, que garante a sua dispersão em substituição ao esporo e cede<br />

nutrientes para os primeiros estágios da germinação.<br />

Os quatro primeiros filos citados acima podem ser genericamente denominados de<br />

gimnospermas, o quinto e último representa as plantas conhecidas com angiospermas.<br />

Esses dois grupos englobam plantas consideradas superiores e que têm uma grande<br />

importância econômica para a humanidade, especialmente as angiospermas.<br />

Plantas Vasculares com Sementes - Gimnospermas<br />

A Reprodução das Gimnospermas<br />

As gimnospermas podem ser encontradas em várias<br />

partes do mundo, especialmente no hemisfério norte. Entre<br />

as plantas deste grupo destacam-se os abetos, ciprestes,<br />

pinheiros e as enormes sequóias. Este grupo de plantas,<br />

apesar de terem raízes, caule, folhas e de produzem flores e<br />

sementes, não apresentam frutos.<br />

No Brasil, devido às características climáticas serem<br />

essencialmente tropicais, este grupo de vegetais não<br />

apresenta expressiva diversidade. O pinheiro-do-paraná é o<br />

mais significativo representante brasileiro.<br />

Na maioria das gimnospermas, os gametas são produzidos<br />

no interior de estróbilos ou pinhas. O estróbilo masculino forma os<br />

grãos de pólen e o feminino forma os óvulos.<br />

As sementes das gimnospermas são produzidas quando um<br />

gametófito masculino (haplóide) imaturo, protegido pelo grão de pólen<br />

é transportado pelo vento e atinge o gametófito feminino, um óvulo.<br />

Lentamente, o gametófito masculino inicia seu<br />

amadurecimento, formando o tubo polínico e realizando uma divisão que dá origem a uma<br />

célula estéril e uma célula gametogênica. Em seguida, a célula gametogênica divide-se,<br />

produzindo dois gametas masculinos.<br />

Especialmente entre os Pinus, 15 meses após o gametófito masculino ter penetrado<br />

no óvulo, o tubo polínico contendo os dois gametas, alcança a oosfera e um deles funde-se<br />

a ela, promovendo sua fertilização. Após esse evento, o outro gameta masculino é<br />

degenerado.<br />

Com a fecundação, o óvulo amadurece e transforma-se em uma semente ou pinhão.<br />

As sementes da maioria das gimnospermas apresentam além do embrião, substâncias<br />

nutritivas e tegumento.


Plantas sem frutos<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

Qual a importância do pinheiro-do-paraná para os povos do sul do Brasil e qual a<br />

situação atual deste ecossistema?<br />

O grupo de plantas que estudaremos agora é formado por plantas consideradas<br />

completas e apresenta uma grande diversidade de espécies. Este grupo, as<br />

angiospermas, produz a maior parte do alimento consumido pelos seres humanos e pelos<br />

animais, além de fornecer vários insumos para a indústria.<br />

Plantas Vasculares com Sementes - Angiospermas<br />

As angiospermas formam um filo megadiverso, cujos<br />

representantes podem ser encontrados em todo o mundo e<br />

potencialmente dominam as zonas intertropicais. Na Floresta<br />

Amazônica e na Mata Atlântica, a exuberância e a potencialidade<br />

industrial dessas plantas justificam o interesse multinacional.<br />

O grupo das angiospermas é o mais evoluído, apresentando<br />

todas as estruturas observadas entre a gimnospermas (raízes, caule,<br />

folhas, flores e sementes), e uma exclusiva, o fruto.<br />

13


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

14<br />

As angiospermas formam o filo Anthophyta, que está dividido em duas<br />

grandes classes, as monocotiledôneas e as eudicotiledôneas. Estas<br />

denominações ocorrem em função da presença, na semente, do cotilédone,<br />

folha embrionária geralmente portadora de reservas nutricionais, que<br />

possibilitam o desenvolvimento inicial do embrião, até a formação das<br />

primeiras folhas e a realização da fotossíntese.<br />

Monocotiledôneas<br />

Nas monocotiledôneas, as sementes apresentam apenas um cotilédone. Nesta classe<br />

existe um grande número de plantas, como, por exemplo, o arroz, o milho, o trigo, a canade-açúcar,<br />

a orquídea, a palmeira, a bananeira, entre outras.<br />

Eudicotiledôneas<br />

As eudicotiledôneas têm sementes com dois cotilédones. Quase todas as plantas<br />

de porte arbóreo, exceto as coníferas, compõem esta classe.<br />

Além dos cotilédones, outras características importantes permitem diferenciar uma<br />

monocotiledônea de uma eudicotiledônea. Veja algumas destas diferenças na tabela abaixo.<br />

Leia com atenção...<br />

Caro aluno, acabamos agora nosso estudo sobre os principais grupos de vegetais.<br />

Você conheceu as briófitas - os musgos -, vegetais de pequeno porte, sem vasos condutores,<br />

que crescem em locais úmidos e sombr<strong>ead</strong>os e que têm o corpo da planta estruturado em


izóides, caulóides e filóides. Estudamos, também, as plantas vasculares sem sementes,<br />

- as samambaias - e aprendemos que neste grupo de vegetais a raiz, o caule e as folhas<br />

estão presentes e interligados por um sistema de vasos. Por fim, conhecemos as plantas<br />

com sementes, grupo que apresenta uma estrutura vegetativa completa, formada por raiz,<br />

caule, folha, flor e semente. Os dois principais filos são as gimnospermas - o pinheiro-doparaná<br />

-, plantas que têm sementes, mas não possuem frutos, e as angiospermas - o<br />

abacateiro -, o grupo mais evoluído e que devido ao desenvolvimento do ovário, forma um<br />

fruto.<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

1.<br />

Compreender e diferenciar os grupos de vegetais.<br />

Descreva as principais diferenças observadas entre briófitas, pteridófitas,<br />

gimnospermas e angiospermas. Você pode, por exemplo, montar um quadro e nele<br />

descrever: o tamanho da planta (pequeno e/ou grande); a existência de vasos condutores,<br />

flor, semente e fruto (presentes ou ausentes).<br />

2.As briófitas e as pteridófitas dependem da água para que os gametas masculinos<br />

(anterozóides) possam nadar até os gametas femininos (oosferas) e promover a fecundação.<br />

Entre as gimnospermas e angiospermas, uma importante adaptação à vida terrestre<br />

substituiu o nadar dos anterezóides, permitindo a fecundação sem a necessidade de água.<br />

Comente e faça um esquema sobre este importante passo evolutivo das plantas com<br />

sementes.<br />

15


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

16<br />

ORGANOGRAFIA DA RAIZ, CAULE, FOLHA,<br />

FLOR, FRUTO E SEMENTE DAS ANGIOSPERMAS<br />

Estudaremos, agora, a morfologia externa ou organografia das<br />

angiospermas. Esse importante ramo da botânica se preocupa com os estudos<br />

relacionados com a forma externa dos órgãos vegetativos e reprodutivos. Analisaremos a<br />

organização da raiz, do caule, da folha, da flor e do fruto. Estas estruturas podem ser facilmente<br />

encontradas, permitindo que você possa observá-las e estudá-las sem dificuldade.<br />

Iniciaremos nosso estudo organológico pela raiz, órgão das plantas que tem a função<br />

de absorção, sustentação, além de outras atribuições importantes, como veremos agora.<br />

Organografia da Raiz das Angiospermas<br />

A raiz começa seu desenvolvimento a partir do crescimento e diferenciação do<br />

embrião. Assim que a semente inicia o processo de germinação, a radícula começa a<br />

absorver e transferir do solo para a nova plântula água e sais minerais.<br />

Nas plantas terrestres, a raiz tem ainda a função de fixar o vegetal ao solo. Nas<br />

epífitas, este órgão modificado fixa a planta ao caule do vegetal que está sendo usado com<br />

morada.<br />

São ainda funções de algumas raízes, o armazenamento de carboidratos, como a<br />

raiz tuberosa da cenoura (Daucus carota L.) e do rabanete (Raphanus sativus L.), e a<br />

síntese de substâncias como a nicotina e alguns hormônios como citocininas e giberelinas.<br />

A Raiz das Monocotiledôneas<br />

Nas monocotiledôneas, a primeira raiz que é<br />

formada com a germinação da semente é temporária,<br />

dando lugar a outras raízes, denominadas adventícias. Estas<br />

raízes posicionadas radialmente no caule, onde uma não<br />

é significativamente maior que a outra, forma o sistema<br />

radicular fasciculado. As raízes das monocotiledôneas<br />

têm uma penetração menor no solo em comparação às<br />

raízes das eudicotiledôneas.<br />

A Raiz das Eudicotiledôneas<br />

Com a diferenciação<br />

do embrião, surge a raiz<br />

primária, denominada raiz pivotante ou axial. Com o<br />

crescimento dessa raiz, surgem ramificações que irão formar<br />

as raízes laterais. A raiz pivotante e as raízes laterais formam<br />

o sistema radicular pivotante, característico das<br />

eudicotiledôneas.


Partes de uma Raiz<br />

A partir da extremidade, as principais partes de uma raiz são: o ápice, a região lisa,<br />

a região pilífera e a região suberosa.<br />

O ápice é a parte terminal da raiz, formado por tecidos meristemáticos responsáveis<br />

pelo crescimento. Estes tecidos muito jovens e frágeis são protegidos por um capuz,<br />

conhecido como coifa. Este órgão, à medida que a raiz cresce, é empurrado contra o solo,<br />

provocando a descamação de suas células periféricas que, então, secretam um líquido<br />

(substância denominada mucilagem) lubrificante, que facilita a penetração da raiz. A coifa<br />

apresenta sensores de gravidade, uma coluna central de células, com bastante amiloplastos.<br />

Possivelmente, esses carboidratos são os responsáveis pelo crescimento da raiz sempre<br />

em direção ao solo, fenômeno denominado gravitropismo ou geotropismo positivo.<br />

Próximo ao ápice, numa área pequena, de poucos milímetros, denominada região<br />

lisa ou de crescimento, as células estão em intensa atividade mitótica, promovendo o<br />

crescimento longitudinal da raiz. Nas outras regiões da raiz só ocorre crescimento diametral.<br />

Acima da zona lisa começa a região pilífera ou de absorção, onde as células estão<br />

em fase de amadurecimento e diferenciação dos seus primeiros tecidos. Nessa região,<br />

crescem os pêlos radiculares, responsáveis pela absorção de substâncias inorgânicas do<br />

solo. Esses pêlos duram poucos dias, mas, à medida que a raiz cresce, outros surgem,<br />

assumindo suas funções.<br />

Com a queda dos pêlos radiculares e a suberização do tecido periférico, forma-se a<br />

região suberosa ou de ramificação, responsável pelo crescimento endógeno das raízes<br />

laterais, também conhecidas como radicelas ou secundárias.<br />

Classificação das Raízes<br />

A maioria das raízes cresce a partir da radícula, outras, no<br />

entanto, nascem nos caules, nos ramos ou folhas e são denominadas<br />

adventícias. Estas raízes, também denominadas aéreas, podem, por<br />

exemplo: escorar a planta, como ocorre no milho, – raízes escoras -; ou<br />

promover a respiração em ambiente com pouco oxigênio – raízes de<br />

aeração ou pneumatóforos –, encontradas nas plantas de mangue.<br />

Outras raízes aéreas podem ser: estranguladoras, como nos cipós, mata<br />

pau; ou sugadoras, aderentes e tabulares, encontradas em plantas<br />

como erva-de-passarinho (Struthanthus sp), hera (Hedera helix) e laurelda-índia<br />

(Ficus microcarpa L.), respectivamente.<br />

17


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

VIDAL, Waldomiro Nunes, Botânica – Organografia; quadros sinóticos<br />

ilustrados de fanerógamas – 4 ed. Ver. Ampli. – Viçosa: VFV, 2003. 124 p. :il.<br />

18<br />

Sugestão de Leitura...


Analise e Responda<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

Finalizando nosso estudo sobre a raiz, é importante que você, caro aluno, faça uma<br />

descrição das principais funções desse órgão e estabeleça as diferenças que existem entre<br />

os sistemas pivotante e fasciculado.<br />

A partir de agora estudaremos o caule e suas estruturas externas. Este órgão sustenta<br />

o corpo da planta e possibilita a circulação de substâncias importantes, como veremos a<br />

seguir.<br />

Organografia do Caule das Angiospermas<br />

O caule e suas folhas formam o sistema caulinar que, na maioria da plantas, cresce<br />

acima da superfície do solo, a partir da diferenciação do embrião. Este órgão, geralmente<br />

aclorofilado, tem gemas laterais, nós e entrenós e sustenta os ramos, as flores e os frutos.<br />

No seu ápice encontra-se a gema apical, responsável pelo crescimento longitudinal e, na<br />

sua base, a raiz com função de sustentação e absorção. Entre a base do caule e a raiz<br />

existe uma área de transição denominada colo ou coleto.<br />

Através de um sistema de vasos, o caule leva, do solo até as<br />

folhas, substâncias inorgânicas e, de lá, recebe e distribui para todas<br />

as partes da planta os produtos da fotossíntese. O caule pode, ainda,<br />

armazenar alimentos e água ou garantir a perpetuação da espécie<br />

através de sua propagação vegetativa.<br />

Partes do Caule<br />

O caule é formado por: nós, entrenós e gemas. Nós - locais<br />

onde se inserem as folhas, as estípulas, as brácteas, as escamas<br />

e as gavinhas. Entrenós - espaço entre dois nós consecutivos. Gemas<br />

- botões que podem originar um ramo com folhas ou modificar-se<br />

em flores.<br />

19


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

20<br />

Tipos de Caules<br />

Entre as plantas podem ser observados vários tipos de caules. Os<br />

caules aéreos das árvores e arbustos são lenhosos e resistentes, conhecidos<br />

como tronco; entre as ervas, como o feijão, o caule é herbáceo muito frágil<br />

formando uma haste; plantas como as gramíneas têm um caule denominado<br />

colmo; as palmeiras têm um caule muito resistente, sem ramificações, chamado<br />

de estipe. Outros caules aéreos podem ser volúveis e apoiam-se em uma planta ou outro<br />

suporte para se fixar e subir, é o caso das plantas trepadeiras como a uva e o chuchu; ou<br />

rastejantes, crescendo paralelo ao solo, como, por exemplo, o caule da abóbora e do<br />

morangueiro.<br />

Alguns caules crescem abaixo da superfície do solo. O rizoma é o caule característico<br />

das bananeiras e samambaias; o tubérculo pode ser observado na batata inglesa; e o bulbo<br />

no alho e na cebola. Em algumas plantas, o rizoma ou o bulbo pode formar um caule não<br />

ramificado e com flores na extremidade, denominada escapo, como o que aparece na falsatiririca.<br />

Caules Modificados<br />

Em algumas plantas, podem ocorrer mecanismos de adaptações ao meio, como<br />

entre as cactáceas (Opuntia sp), cujos caules compridos e chatos, conhecidos como<br />

cladódio, assumiram o papel das folhas, além de armazenar carboidratos e água. Outros<br />

caules formam ramos curtos de crescimento limitado semelhante a uma folha, denominado<br />

filocládio, como o do aspargo (Aspargus officinalis). Os espinhos podem ser formados de<br />

ramos, como ocorre na laranja (Citrus aurantium L.) ou de folhas modificadas, como aparece<br />

no figo-da-índia. Na uva, no maracujá, e entre outras plantas, ramos, folhas e, até mesmo<br />

raízes, modificam-se formando um acessório denominado gavinha, que prende a planta a<br />

um suporte. Confundido às vezes com um espinho, o acúleo, encontrado nos ramos da<br />

roseira e do pau brasil, tem origem epidérmica, não possui vasos condutores e pode ser<br />

facilmente destacado da planta.


Tipos de Ramificações dos Caules<br />

São três os tipos de ramificações observadas nos caules: monopodial, simpodial e<br />

dicásio. Na ramificação monopodial o ramo principal é dominante em relação aos ramos<br />

laterais, que vão surgindo, como pode ser verificado no pinheiro-do-paraná. Quando cada<br />

novo broto formado assume a função de promover o crescimento da planta, como no ficus<br />

sp, a ramificação é denominada simpodial. Ramificação em dicásio, comum em plantas<br />

inferiores, ocorre quando dois brotos laterais do caule principal assumem o papel de<br />

alongamento do vegetal.<br />

Sugestão de Leitura...<br />

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) – Biologia vegetal. Rio de<br />

Janeiro: Guanabara Koogan.<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

VAMOS AMOS PESQUISAR?<br />

PESQUISAR?<br />

Alguns caules, dependendo das condições ambientais, modificam-se, podendo<br />

desempenhar outras funções importantes. Para compreender melhor estes fenômenos, faça<br />

uma pesquisa sobre estes caules e descubra que atribuições são estas.<br />

21


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

22<br />

As folhas compõem o sistema caulinar e desempenham funções<br />

importantes, que garantem o funcionamento de toda a planta. Nosso estudo,<br />

a partir de agora, abordará os principais tipos de folhas, suas formas e as<br />

curiosas modificações desse órgão.<br />

Organografia das Folhas das Angiospermas<br />

A folha tem sua origem de uma expansão laminar do caule, geralmente é plana, sua<br />

superfície pode ser lisa, coberta de pêlos ou cerosa e forma a cobertura aérea de um vegetal.<br />

As folhas captam a luz do sol e são os principais sítios de fotossíntese da planta.<br />

Partes da Folha<br />

Uma folha completa apresenta as seguintes partes: limbo, pecíolo,<br />

bainha e estípulas. O limbo é a parte da folha em forma de lâmina, muito<br />

delgada e de coloração predominantemente verde, sustentado e ligado<br />

ao caule por um eixo denominado pecíolo, cuja parte inferior, chamada<br />

bainha, une a folha ao caule. Na base dos pecíolos de algumas plantas,<br />

aparecem, geralmente, dois apêndices foliares, denominados<br />

estípulas.<br />

Nas folhas incompletas, uma ou mais estruturas podem estar<br />

ausentes. As gramíneas, por exemplo, apresentam folhas sésseis,<br />

ou seja, sem pecíolo.<br />

Formas do Limbo<br />

Os limbos das folhas podem ser: simples ou compostos. As folhas<br />

simples apresentam um limbo sem divisões e com uma ampla<br />

diversidade morfológica, como pode ser observado na figura abaixo.<br />

Quando o limbo é divido, as folhas são denominadas compostas. As pequenas folhas<br />

são chamadas de folíolos e os seus pequenos pecíolos de peciólulos.<br />

As folhas compostas são denominadas pinadas (ou penadas) quando os peciólulos<br />

estão localizados em ambos os lados da raque (extensão do pecíolo). Caso o folíolo seja<br />

subdividido em folíolos menores, a folha é denominada de bipinada (ou bipenada) ou<br />

recomposta. Um outro tipo muito comum de folha composta, denominada palmada ou<br />

digitada, apresenta os folíolos divergindo do ápice do pecíolo.


Heterofilia<br />

Algumas plantas apresentam polimorfismo foliar (heterofilia). Tal fenômeno promove<br />

o crescimento de folhas com configurações diferentes ao longo do caule ou dos ramos,<br />

com pode ser observado na mamona.<br />

Metamorfose Foliar<br />

Alterações morfológicas e estruturais produzem modificações nas folhas de algumas<br />

plantas. A metamorfose foliar pode ser observada, por exemplo, em folhas flutuantes, em<br />

escamas que protegem as gemas, em folhas que se transformam em raízes ou tornaram-se<br />

adaptadas para capturar insetos. Outras modificações foliares são: as brácteas, as gavinhas,<br />

as sépalas, as pétalas, os estames e os carpelos.<br />

Filotaxia<br />

A filotaxia estuda a disposição das folhas sobre os caules. Quando apenas uma<br />

folha é observada por nó, a inserção é denominada alternas. Denomina-se inserção opostas<br />

quando duas folhas estão ocupando, em lados opostos, um mesmo nó. Quando os pares<br />

de folhas de diferentes nós cruzam-se em ângulo reto, as folhas são chamadas de opostas<br />

cruzadas. Na inserção verticiladas, três ou mais folhas podem estar inseridas no mesmo nó<br />

ou num mesmo nível.<br />

23


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

umbuzeiro.<br />

24<br />

Nervação<br />

A nervação, ou disposição das nervuras ao longo do limbo da folha ou<br />

dos folíolos, pode ser de dois tipos: paralela, como é característico da maioria<br />

das monocotiledôneas, como por exemplo arroz, o milho e a cana-de-açúcar;<br />

ou em forma de rede, como pode ser verificado entre quase todas as<br />

eudicotiledôneas, como, por exemplo, o feijoeiro, a jaboticabeira e o<br />

Sugestão de Leitura...<br />

VIDAL, Waldomiro Nunes, Botânica – Organografia; quadros sinóticos<br />

ilustrados de fanerógamas – 4 ed. Ver. Ampli. – Viçosa: VFV, 2003. 124 p.: il.<br />

Folhas - Saiba mais sobre elas<br />

Colete algumas folhas de monocotiledôneas e de eudicotiledôneas, identifique suas<br />

principais partes, os tipos de nervuras, e separe-as em simples ou compostas.<br />

Estudamos até aqui a morfologia externa da raiz, do caule e da folha. Nossa próxima<br />

descoberta será a flor, com sua beleza e importância para a perpetuação dos vegetais.<br />

Com a fecundação, você poderá acompanhar os fenômenos que culminam com a formação<br />

do fruto e posteriormente sua dispersão.<br />

Organografia da Flor, do Fruto e da Semente das Angiospermas<br />

FLOR – Estruturas Externas<br />

A flor ou o conjunto delas, a inflorescência, é órgão especializado responsável pela<br />

reprodução da planta. Este órgão origina-se de modificações estruturais e fisiológicas dos<br />

ramos. A flor é formada por um pedúnculo (ou eixo floral) e pelos elementos florais (ou verticilos<br />

florais).<br />

O pedúnculo é a haste de uma flor, preso ao caule, que sustenta em seu ápice,<br />

denominado receptáculo, os elementos florais.<br />

Os elementos florais, também conhecidos como verticilos ou órgãos florais, são<br />

folhas modificadas inseridas no receptáculo. Uma flor é considerada completa, com todos<br />

os elementos florais, quando apresenta cálice, corola, androceu e gineceu. O cálice e a<br />

corola são estruturas de proteção e formam um conjunto denominado perianto, enquanto


o androceu e o gineceu constituem os órgãos sexuais. Caso falte algum desses elementos,<br />

a flor é tida como incompleta.<br />

O cálice é formado por folhas modificadas, geralmente verdes, denominadas sépalas.<br />

A corola, quase sempre a parte mais bonita e colorida da flor, é constituída por pétalas.<br />

Inflorescência<br />

Em algumas espécies, as flores estão agrupadas sobre o ramo, formando uma<br />

inflorescência. Este conjunto de flores sobre um mesmo ramo pode está organizado de<br />

várias maneiras: na forma de um cacho, espiga, umbela, panícula, racemo, capítulo, amentilho<br />

e corimbo.<br />

Androceu<br />

É o órgão masculino da flor, que abriga os estames ou folhas estaminais. O estame<br />

é formado por um filamento delgado - o filete -, que suporta no seu ápice uma antera bilobada<br />

contendo os sacos polínicos (microesporângios) com os grãos de pólen.<br />

25


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

26<br />

Microsporogênese: formação do pólen<br />

O processo de formação do grão de pólen, que<br />

ocorre dentro da antera, é denominado microsporogênese.<br />

A antera, porção dilatada no ápice do filete, abriga quatro<br />

sacos polínicos. No interior do saco polínico existem células<br />

diplóides – células-mãe - que realizam meioses,<br />

produzindo cada uma, quatro células haplóides, denominadas<br />

micrósporos. Em seguida, essas células sofrem mitoses e formam o<br />

grão de pólen. A nova célula formada, o grão de pólen, é envolvida por<br />

uma membrana externa resistente, a exina; e uma interna, a intina, que<br />

protegem dois núcleos haplóides: um denominado vegetativo ou nutritivo (macronúcleo) e<br />

o outro conhecido como reprodutivo (micronúcleo).<br />

Posição do Estame em Relação ao Gineceu<br />

Nas flores do cacaueiro e da laranjeira, por exemplo, os estames estão inseridos<br />

abaixo do ovário e, por isso, são classificados como hipóginos. Quando os estames estão<br />

acima do ovário, como pode ser observado, por exemplo, nas flores do cafeeiro, da goiabeira<br />

e do eucalipto, são denominados epíginos. Estames períginos estão inseridos na região<br />

basal ou mediana do ovário, e podem ser encontrados nas flores do cajueiro e da roseira,<br />

entre outras.<br />

Gineceu<br />

O gineceu é o órgão feminino da flor, formado pelo conjunto<br />

de carpelos fundidos. A diferenciação do carpelo forma: o<br />

ovário, o estilete e o estigma. O ovário, que pode ter um,<br />

dois ou mais lóculos e abrigar, no seu interior, um ou mais<br />

óvulos. O estilete é um fino<br />

prolongamento do ovário, por<br />

onde crescem os tubos polínicos.<br />

O estigma localizado na parte de cima<br />

do estilete é uma estrutura que<br />

apresenta uma substância<br />

mucilaginosa (pegajosa), com função<br />

de capturar o grão de pólen e permitir<br />

sua germinação.


Macrosporogênese: formação do óvulo<br />

O processo que conduz à formação do saco embrionário do óvulo é denominado<br />

macrosporogênese. Este corpúsculo, o óvulo, é formado pelo nucelo ou nucela, maciço<br />

celular protegido por um ou dois tegumentos ou integumentos, unidos pela calaza, a primina<br />

(externa) e a secundina (interna), com uma abertura numa extremidade, a micrópila.<br />

O óvulo (megasporângio) em desenvolvimento abriga uma única célula diplóide –<br />

célula-mãe - que sofre meiose e forma quatro células haplóides (macrósporas). Três dessas<br />

células degeneram e, apenas uma – megásporo funcional -, a mais distante da micrópila,<br />

sobrevive, desenvolve e realiza três mitoses seguidas. Após<br />

a terceira mitose são formados oitos núcleos haplóides<br />

que irão formar sete células, sendo uma delas com dois<br />

núcleos.<br />

No interior do óvulo (ou nucelo) o<br />

saco embrionário abriga sete células e oito núcleos,<br />

distribuídas e classificadas da seguinte maneira:<br />

oosfera, sinérgidas, antípodas e os núcleos<br />

polares.<br />

Próximo à micrópila encontra-se<br />

uma célula denominada oosfera que é lad<strong>ead</strong>a por<br />

duas outras, de ciclo vital curto, denominadas<br />

sinérgidas; na extremidade oposta à micrópila ficam<br />

três células conhecidas como antípodas; e na<br />

região mediana é encontrada uma célula com dois<br />

núcleos - núcleos polares - que se fundem<br />

formando o albúmen ou endosperma.<br />

O óvulo é o órgão que forma e abriga o gameta feminino (oosfera) e transforma-se<br />

em semente após a fecundação.<br />

Placentação<br />

A placenta é um tecido do ovário que dá origem e prende os óvulos no interior desse<br />

órgão. A maneira como os óvulos estão presos à parede do ovário é denominada<br />

placentação. Os vários tipos de placentação, comumente observados entre as plantas,<br />

podem ser observados no quadro abaixo.<br />

27


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

28<br />

O óvulo é ligado à placenta por um pedúnculo chamado funículo. O<br />

local da inserção do funículo ao óvulo é denominado hilo.<br />

Posição do Ovário em Relação aos Verticilos Florais<br />

Quando o ovário está situado num nível mais elevado que os verticilos florais, como<br />

pode ser observado nas flores hipóginas da laranjeira e do algodoeiro, é denominado<br />

súpero. Nas flores cujos verticilos florais estão presos perto do ápice dos ovários, esses<br />

são chamados de ínferos, como por exemplo, os ovários das flores epíginas do cafeeiro e<br />

da goiabeira. O ovário pode ser descrito como médio ou semi-ínfero, quando está<br />

posicionado entre os verticilos florais, como é o caso das flores períginas da beldroega e<br />

da paineira.<br />

Planta Monóica e Planta Dióica<br />

Quando uma flor apresenta estames e carpelos, sendo capazes de produzir o grão<br />

de pólen e o óvulo, esta flor é considerada perfeita e a planta, como por exemplo, o milho, é<br />

denominada monóica. Na falta do estame ou do carpelo, a flor é considerada imperfeita e<br />

o vegetal conhecido como dióico, como o salgueiro, a maconha, o pinheiro-do-paraná,<br />

entre outros.<br />

Polinização<br />

A transferência do pólen da antera para o estigma da flor, entre as angiospermas,<br />

pode ser por animais – zoofilia -, preferencialmente em flores coloridas ou pelo vento –<br />

anemofilia -, nas flores sem odores e com pouco colorido.<br />

No estigma, o grão de pólen germina crescendo dentro do estilete em direção a<br />

micrópila do óvulo. Esse crescimento do grão de pólen forma um prolongamento denominado<br />

tubo polínico. No interior desse tubo existem dois núcleos: um denominado vegetativo e<br />

o outro reprodutivo. Após direcionar o crescimento do tubo polínico, o núcleo vegetativo<br />

degenera-se e o núcleo reprodutivo divide-se, formando dois núcleos espermáticos<br />

haplóides, que irão atuar na fecundação. O tubo polínico, então, penetra no saco embrionário,<br />

pela micrópila e um dos núcleos espermáticos fertiliza a oosfera formando o zigoto diplóide.


O outro núcleo espermático une-se com os núcleos da célula binucl<strong>ead</strong>a, formando<br />

um tecido triplóide, rico em substâncias de reservas, chamado endosperma ou albúmen.<br />

Essas reservas podem ser absorvidas pelo embrião para formar os cotilédones, como ocorre<br />

com as eudicotiledôneas, ou permanecer na semente madura como acontece no milho, no<br />

arroz e no coco, exemplo de monocotiledôneas.<br />

A diferenciação do zigoto origina o embrião que ficará<br />

protegido pela semente após modificações do óvulo. A semente,<br />

então, ficará guardada dentro de um fruto, formado com o<br />

crescimento e desenvolvimento do ovário.<br />

Tipos de Polinização<br />

Polinização Cruzada<br />

A polinização cruzada, geneticamente vantajosa, ocorre quando a fecundação da<br />

oosfera se dá com o grão de pólen de uma flor diferente, que pode ser do mesmo espécime<br />

(geitonogamia) ou de espécime diferente (xenogamia).<br />

Autopolinização<br />

A autopolinização ocorre quando em uma mesma flor pode ser encontrado o gameta<br />

masculino e feminino em estágios semelhantes de desenvolvimento; nesse caso, o grão de<br />

pólen pode fecundar a oosfera. A autopolinização reduz a amplitude genética das espécies<br />

e, para evitá-la, com veremos a seguir, alguns mecanismos naturais foram desenvolvidos.<br />

Mecanismos para Evitar a Autopolinização<br />

Dicogamia<br />

A dicogamia ocorre quando os gametas, pólen (androceu) e oosfera (gineceu), de<br />

uma mesma flor, ficam maduros em épocas diferentes, protandria e protoginia,<br />

respectivamente.<br />

Auto-incompatibilidade Genética<br />

Em algumas espécies existe um fenômeno denominado auto-incompatibilidade<br />

genética, isto é, o pólen degenera-se e não consegue fecundar a oosfera da mesma flor.<br />

Hercogamia<br />

A autopolinização também pode ser evitada quando existe uma barreira física,<br />

hercogamia, dificultando ou impedindo o contato dos gametas masculinos e femininos de<br />

uma mesma flor.<br />

Heterostilia<br />

A heterostilia ocorre quando uma espécie apresenta espécimes com flores de<br />

estames e pistilos de tamanhos desiguais. Quando a flor tem o estilete longo e os filetes<br />

são curtos, o fenômeno é conhecido como longestilia. Denomina-se brevestilia quando o<br />

estilete da flor é curto e os filetes são longos.<br />

29


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

30<br />

Fruto e Semente<br />

Partes do Fruto<br />

O fruto, formado a partir do<br />

desenvolvimento do ovário, é o<br />

envoltório protetor e garante,<br />

também, através de suas cores, aromas e<br />

sabores a dispersão da semente, permitindo<br />

dessa forma, a perpetuação do indivíduo.<br />

O fruto é formado por duas partes<br />

distintas: o pericarpo e a semente. O<br />

pericarpo é originado da parede do ovário e<br />

pode ser dividido em: epicarpo, mesocarpo e<br />

endocarpo. Epicarpo – a parte externa e<br />

delgada. Mesocarpo – a parte mediana,<br />

comestível, que pode formar uma polpa<br />

volumosa. Endocarpo – a parte interna que<br />

fica em contato com a semente.<br />

Fruto Partenocárpico – o fruto sem “pai”!<br />

Quando não ocorre fertilização é formado um fruto que não tem sementes,<br />

denominado partenocárpico.<br />

Os frutos da laranja-da-bahia, da banana, do abacaxi e da pêra são alguns exemplos<br />

de frutos partenocárpico.<br />

Em alguns frutos partenocárpico os embriões são abortados, como podem ser<br />

observados na uva, no corinto e na sutanina.<br />

Tipos de Frutos Simples Carnosos Indeiscentes<br />

Os principais frutos simples carnosos e indeiscentes são: as bagas, as drupas, os<br />

hesperídeos e os peponídeos.<br />

As bagas, a exemplo do tomate, da uva e do mamão, são frutos formados por um ou<br />

vários carpelos, geralmente com muitas sementes, com epicarpo delgado, mesocarpo e<br />

endocarpo carnudos. Podendo ter um ou vários carpelos, mas, cada um, com apenas uma<br />

semente. As drupas, pêssegos, cerejas, ameixas e cocos têm a camada interna do fruto<br />

dura e aderida à semente. O hesperídeo, laranja, lima e limão é originário de ovário<br />

gamocarpelar, epicarpo com glândulas oleíferas e mesocarpo, correspondente ao número<br />

de carpelos, com células papiliformes, cheias de suco, envolvendo as sementes. A abóbora,<br />

o melão e a melancia, têm o fruto denominado peponídeo, que apresenta uma grande<br />

cavidade central, com muitas sementes, mesocarpo volumoso e endocarpo pouco<br />

consistente e às vezes liqüefeito.<br />

Frutos Secos Deiscentes e Indeiscentes<br />

As paredes do fruto deiscente maduro desidratam-se e, em seguida, abrem-se<br />

liberando as sementes que estavam guardadas no seu interior. O fruto Indeiscente maduro,<br />

mesmo separado da planta ainda conserva as sementes no seu interior.


Tipos de Frutos Secos Deiscentes<br />

Os principais frutos secos deiscentes são: o folículo, o legume, a síliqua, a cápsula, o<br />

opercarpo e o pixídio.<br />

O folículo é um fruto derivado de um único carpelo com muitas sementes e<br />

apresentando deiscência longitudinal, como exemplo, grevílea, esporinha e chichá. Legume<br />

é um fruto seco, como a ervilha e o feijoeiro que apresenta deiscência longitudinal em ambos<br />

os lados. O fruto formado por dois carpelos fundidos e que tem várias sementes é chamado<br />

síliqua, como mostarda, couve e repolho. A deiscência nesse tipo de fruto ocorre por quatro<br />

fendas que se abrem de baixo para cima. A cápsula é o tipo de fruto seco deiscente mais<br />

amplamente distribuído, como cravinha, lírio e tabaco. Na cápsula, a deiscência pode ser<br />

através de abertura lateral da cápsula ou por poros. O fruto da papoula, chamado de<br />

opercarpo, apresenta uma cápsula com poros, por onde ocorre a deiscência. Pixídio é a<br />

denominação dada ao fruto da sapucaia. Este fruto, quase sempre polispérmico, apresenta<br />

uma urna e uma abertura na linha lateral, o opérculo, para a saída das sementes.<br />

Tipos de Frutos Simples Secos Indeiscentes<br />

Os tipos mais comuns de frutos simples secos indeiscentes são: aquênio, sâmara,<br />

cariopse, cipsela, nozes e esquizocarpo.<br />

Aquênio é um fruto com apenas uma semente ligada ao pericarpo pelo funículo, como<br />

a castanha do caju. A parte suculenta é o pedúnculo desenvolvido, portanto, um pseudofruto.<br />

Sâmara é um aquênio alado (expansão do pericarpo), que pode ser facilmente levado pelo<br />

vento. A sâmara é um fruto seco com apenas uma semente observado no araribá e na<br />

tipuana. Cariopse ou grãos é o fruto típico das gramíneas, como por exemplo, o arroz, o<br />

trigo e o sorgo. Este tipo de fruto tem a semente completamente ligada ao pericarpo. Cipsela<br />

é um fruto derivado de um ovário ínfero com mais de um carpelo, parecido e também chamado<br />

de aquênio. O cálice modificado, coberto por escamas, cerdas e pêlos, estruturas em forma<br />

de pluma que podem ser facilmente levadas pelo vento. A cipsela é o fruto característico do<br />

dente de leão e outras compostas, como serralha e alcachofra-de-são-joão. Nozes são<br />

frutos semelhantes aos aquênios, com pericarpo (fruto) lenhoso, muito duro, característico<br />

da amêndoa (corylus avellana). Esquizocarpo é um fruto que, quando maduro, abre-se em<br />

duas ou mais parte. Em cada compartimento existe apenas uma semente que pode ser<br />

disseminada pelo vento. Este tipo de fruto é produzido pela erva-doce e pelo gerânio.<br />

Partes da Semente<br />

A semente, com reservas nutritivas abriga, o embrião e é formada pela transformação<br />

do óvulo que amadurece e diferencia em: tegumento ou casca e a amêndoa. O tegumento<br />

é um tecido de proteção e apresenta uma camada externa resistente, a testa e uma interna<br />

chamada de tégmen ou tegna.<br />

O embrião, envolvido pela amêndoa, apresenta uma radícula, um caulículo, uma<br />

gêmula ou plúmula e um ou mais cotilédones.<br />

As reservas nutritivas da semente são denominadas: albúmen ou endosperma e<br />

perisperma. As sementes que têm albúmen, tecido reserva envolvendo os embriões são<br />

albuminados, como pode ser observado na semente da mamona. Aquelas sem estas<br />

reservas são exalbuminadas, com as sementes da orquídea e do feijoeiro. Nesses casos, a<br />

reserva está no próprio embrião, nos cotilédones. O perisperma é também um tecido de<br />

reserva, derivado do nucelo, que pode ser encontrado em algumas angiospermas.<br />

31


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

32<br />

As sementes estão ligadas ao<br />

fruto pelo funículo. Após o<br />

amadurecimento do fruto a semente se<br />

separa e no local de inserção do funículo<br />

fica uma cicatriz denominada hilo.<br />

Localizadas próximo ao hilo, as<br />

sementes têm ainda a micrópila,<br />

correspondente à do óvulo, e a rafe, na forma de uma<br />

cicatriz deixada pela impressão do funículo contra o<br />

óvulo.<br />

Algumas sementes apresentam tegumento<br />

suplementar que reveste e fornece proteção, como,<br />

por exemplo: o arilo, revestimento que se forma no<br />

funículo e pode cobrir toda a semente; o arilóide tecido<br />

que cobre a semente, semelhante ao arilo, mas com<br />

origem próxima à micrópila; e a carúncula,<br />

excrescência carnosa que se forma junto à micrópila.<br />

Estes tegumentos podem ser observados nas<br />

sementes do maracujá, da noz-moscada e da<br />

mamona, respectivamente.<br />

Tipos de Dispersão das Sementes<br />

Em algumas espécies, a disseminação é autocoria, isto é, o fruto desidrata-se e as<br />

sementes, em alguns casos, são lançadas à distância. Outros frutos têm dispersão zoocoria,<br />

ganchos ou espinhos, como ocorre com carrapichos e picões, prendem-se ao corpo, aos<br />

pêlos, às penas dos animais e são espalhadas por vários ambientes. A dispersão zoocoria<br />

ocorre também, quando as sementes são ingeridas por aves, macacos, e disseminadas,<br />

como a erva-de-passarinho, junto com as fezes. Alguns são leves e plumosas, como os<br />

frutos do ipê e do dente-de-leão e facilmente são transportados pelo vento, esse tipo de<br />

dispersão é conhecida com anemocoria. Na disseminação hidrocoria, feita pela água, frutos<br />

que retêm ar ou uma cutícula impermeável, flutuam e são transportados para os mais variados<br />

ambientes. A dispersão voluntária ou involuntária, feita pelo homem é conhecida como<br />

antropocoria.<br />

Germinação da Semente<br />

Algumas sementes, durante a germinação, têm seus cotilédones posicionados acima<br />

da superfície do solo. Germinação desse tipo é denominada epígea, e pode ser observada<br />

no feijão e na mamona, por exemplo. Quando, como pode ser verificado no milho e em<br />

outras plantas, o (s) cotilédone (s) permanece (m) dentro do solo, a germinação é classificada<br />

como hipógea.<br />

O processo de germinação da semente se inicia com o aumento da umidade, da<br />

temperatura, da presença de oxigênio, da luz, além de uma complexa interação enzimática<br />

e hormonal. Sob estes estímulos o embrião se desenvolve transformando-se numa pequena<br />

planta – plântula – que cresce e sai do interior da semente.<br />

Com o aumento da umidade e do volume da semente o tegumento é rompido,<br />

permitindo que a radícula e o caulículo, no caso de germinação epígea, ou a coleóptila, em<br />

se tratando de germinação hipógea, alcance o meio externo.


À medida que a germinação<br />

avança, como pode ser observado<br />

durante à germinação do feijoeiro,<br />

entre a raiz e os cotilédones da<br />

plântula surge uma região<br />

denominada hipocótilo. Logo acima<br />

dos cotilédones em direção a gêmula<br />

é formado o epicótilo, que representa<br />

o primeiro entrenó ou o caule com<br />

suas folhas.<br />

Nas plantas que realizam germinação hipógea, como o milho, o cotilédone permanece<br />

soterrado e o epicótilo alonga-se permitido que coleóptila cresça em direção à luz e a plântula,<br />

em função desse crescimento, produza novas folhas.<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

1.<br />

Da Raiz ao Fruto<br />

Descreva as principais partes de uma raiz.<br />

2. Esquematize e diferencie os principais tipos de caules aéreos.<br />

3.<br />

Estabeleça as diferenças entre um fruto, um pseudofruto e uma infrutescência.<br />

33


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

Neste bloco, estudaremos duas importantes áreas da botânica, a anatomia e a<br />

sistemática. A primeira se preocupa com o estudo das estruturas internas e a segunda, em<br />

classificar, agrupar e nomear os seres vivos.<br />

34<br />

ANATOMIA E SISTEMÁTICA<br />

ANATOMIA DAS ANGIOSPERMAS<br />

Anatomia ou morfologia interna é um ramo da botânica que estuda a organização<br />

interna do corpo da planta, suas células, tecidos e órgãos.<br />

Formação do Embrião, Células e Tecido<br />

Iniciaremos nossos estudos e descobertas pelo embrião em desenvolvimento. Em<br />

seguida destacaremos a morfologia da raiz, do caule e das folhas.<br />

Formação do Embrião<br />

A embriogênese estuda, a formação, diferenciação e especialização das células,<br />

tecidos e órgãos do embrião. O embrião é formado após a fusão de um dos núcleos<br />

reprodutivas do grão de pólen com a oosfera. Com a fertilização, o embrião ainda imaturo,<br />

é denominado zigoto. A primeira divisão do zigoto é assimétrica e transversal ao maior eixo<br />

de comprimento deste, formando as duas primeiras células. A célula do pólo superior (calazal)<br />

formará a maior parte do embrião, e a outra célula, mais próxima à micrópila, pólo inferior,<br />

produzirá uma estrutura alongada, o suspensor, que ancora o embrião à micrópila. Com<br />

esta primeira divisão, a polaridade do embrião é estabelecida. Forma-se, então, o pólo<br />

caulinar e o pólo radicular.<br />

Organização Inicial dos Tecidos<br />

No início da embriogênese, o embrião é formado por uma massa de células, sem<br />

completa diferenciação. Com o crescimento e desenvolvimento do embrião, divisões<br />

paralelas à superfície (periclinais), formam a protoderme. Divisões perpendiculares à<br />

superfície (anticlinais), nas células internas do embrião, resultam na formação do procâmbio<br />

e do meristema fundamental.


Com o avanço da diferenciação do<br />

embrião, a protoderme, o procâmbio e o<br />

meristema fundamental, juntos, formarão<br />

os chamados meristemas primários.<br />

Esses tecidos meristemáticos estendemse<br />

para outras regiões do embrião e<br />

formam os meristemas apicais do caule<br />

e da raiz, que serão responsáveis pelo<br />

crescimento longitudinal da planta.<br />

Atividades dos Maristemas<br />

O embrião maduro das angiospermas apresenta um eixo contendo um ou dois<br />

cotilédones, dependendo se for monocotiledônea ou eudicotiledônea, respectivamente. Nas<br />

extremidades desse eixo estão os meristemas apicais do caule e da raiz. Após a<br />

germinação da semente o meristema apical do caule forma as folhas, os nós e os entrenós<br />

e todas as outras partes do caule, e o meristema apical da raiz dá origem à raiz primária e<br />

a todos os outros órgãos da raiz.<br />

Os meristemas apicais apresentam células em constante divisão, o que contribui<br />

para aumentar o corpo da planta. A cada divisão celular, são formadas duas novas células,<br />

uma chamada de inicial e a outra derivada. A célula inicial terá a função de produzir uma<br />

nova célula meristemática e a derivada, irá formar o corpo da planta.<br />

Iniciais e derivadas constituem os meristemas apicais, do caule e da raiz, responsáveis<br />

pela extensão do corpo da planta e pela formação dos tecidos primários. Esse crescimento<br />

é denominado primário e os tecidos que compõem, formam o corpo primário da planta.<br />

Nos vegetais, diferentemente dos animais, a atuação dos meristemas, que adiciona células<br />

ao corpo da planta é prolongado e ilimitado – indeterminado –. O crescimento indeterminado<br />

possibilita a exploração constante de novos ambientes pelas raízes, em busca de água e<br />

nutrientes, e os movimentos do caule em direção à luz, analogicamente comparado ao<br />

deslocamento dos animais em busca de alimentos e água.<br />

Crescimento, Morfogênese e Diferenciação<br />

Todos os eventos que progressivamente formam o corpo da planta, o crescimento, a<br />

morfogênese e a diferenciação, determinam o seu desenvolvimento. O crescimento é o<br />

35


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

36<br />

aumento do tamanho, combinado pela formação de novas células e sua<br />

expansão. Cada órgão adquire uma forma característica, única, que é<br />

determinada pela morfogênese de suas células e tecidos. O processo de<br />

diferenciação ocorre quando células geneticamente iguais especializam-se<br />

em determinadas atividades, isto é, tornam-se diferentes umas das outras e<br />

também das que lhes deram origem.<br />

Organização Interna do Corpo da Planta<br />

As células como unidades morfológicas dos seres vivos, agrupam-se formando os<br />

tecidos. Os tecidos são agrupados em unidades maiores conhecidas como sistema de<br />

tecidos.<br />

Na planta existem três sistemas de tecidos: o sistema dérmico, o sistema<br />

fundamental e o sistema vascular, todos derivados dos meristemas primários -<br />

protoderme, meristema fundamental e procâmbio, respectivamente.<br />

No corpo da planta, a distribuição dos três sistemas apresenta variações que<br />

dependem, do grupo taxonômico, da parte da planta ou de ambos.<br />

Sistema Dérmico<br />

O sistema dérmico ou sistema de revestimento apresenta um tecido complexo,<br />

formado por dois ou mais tipos de células. Este sistema é formado por tecidos que revestem<br />

externamente o corpo primário da planta – a epiderme -, e mais tarde pela periderme, em<br />

locais onde ocorre crescimento secundário, que promove o aumento do diâmetro.<br />

Epiderme<br />

A epiderme é o tecido mais externo que tem o papel de proteger a planta contra<br />

choques mecânicos, microrganismos e desidratação. Isto ocorre porque a maioria das células<br />

epidérmicas é justaposta e recoberta por cera e cutina. Este tecido pode apresentar ainda,<br />

estômatos e tricomas.<br />

Estômatos<br />

Entre as células epidérmicas (sem cloroplastos) e as subsidiárias, são encontradas,<br />

células clorofiladas, conhecidas como células-guardas. Estas células controlam o fluxo de<br />

entrada e saída de gases e a saída de vapor d’água, por pequenos poros chamados<br />

estômatos. Comumente o termo estômato é empregado para designar o conjunto das duas<br />

células-guardas e o poro.


Tricomas<br />

Os estômatos estão amplamente distribuídos<br />

nas partes aéreas das plantas, sendo mais<br />

abundantes nas folhas.<br />

Quase sempre o estômato está envolvido por<br />

células epidérmicas, que diferem das demais,<br />

chamadas células subsidiárias.<br />

Os tricomas apresentam uma<br />

grande variedade de formas, podem ser<br />

unicelulares ou multicelulares, ter um único<br />

eixo ou ser ramificado e desempenhar<br />

várias funções. Os tricomas radiculares,<br />

conhecidos como pêlos radiculares,<br />

absorvem água e sais minerais. Os<br />

glandulares podem excretar óleos, néctar, sais, resinas,<br />

mucilagem, sucos digestivos (em plantas carnívoras) e água.<br />

Já os foliares, como os das bromélias epífitas, absorvem<br />

água e substâncias inorgânicas. Os tricomas podem ainda, formar fibras como o algodão<br />

ou aumentar a reflectância da luz, e com isso, diminuir a temperatura da folha e a perda de<br />

água. Nas plantas de ambientes halóficos, como os manguezais, os tricomas excretam<br />

sais para evitar o acúmulo na planta. Alguns tricomas protegem as plantas contra insetos,<br />

outros secretam substâncias urticantes promovendo uma defesa química da planta.<br />

Periderme<br />

A periderme promove proteção secundária e substitui a epiderme nos caules e nas<br />

raízes, que apresentam crescimento secundário. Esse tecido se desenvolve nas superfícies<br />

de abcisão de folhas e ramos, e em tecidos danificados ou mortos (por ferimento mecânico<br />

ou por parasitas). Em algumas regiões, da raiz e do caule, as células da periderme<br />

apresentam-se frouxamente organizadas, formando estruturas de denominadas lenticelas.<br />

As lenticelas aparecem na periderme das plantas vasculares, como pequenas aberturas<br />

que facilitam as trocas gasosas entre os tecidos internos da planta e o ambiente.<br />

A periderme está estruturalmente<br />

dividida em: súber, felogênio e feloderme.<br />

O felogênio (ou câmbio da casca ou<br />

feloderme) é um tecido meristemático que<br />

forma o súber para o exterior e a feloderme<br />

para o interior.<br />

O súber (cortiça ou felema) é um<br />

tecido morto e com células de paredes<br />

suberizadas. A espessa camada formada<br />

pela cortiça, em alguns caules, funciona<br />

como um eficiente isolante térmico.<br />

A feloderme apresenta células<br />

ativas, alinhadas com as células do<br />

felogênio, semelhantes às observadas no<br />

37


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

38<br />

parênquima cortical. Entre as células da feloderme, algumas têm capacidade<br />

fotossintética, outras secretoras (produzem compostos fenólicos) e há ainda<br />

um grupo que podem formar esclereídes.<br />

Sistema Fundamental<br />

O sistema fundamental é formado por um tecido simples, composto<br />

por um único tipo de célula. Este sistema é formado por tecidos conhecidos como<br />

fundamentais e está assim dividido: parênquima, colênquima e esclerênquima.<br />

Parênquima<br />

O parênquima é um tecido fundamental que está presente em todas os órgãos da<br />

planta. As células parenquimáticas formam um tecido contínuo no córtex e medula dos<br />

caules e raízes, no tecido fundamental dos pecíolos e mesofilo foliar, na porção carnosa dos<br />

frutos e até nos tecidos vasculares, formando cordões verticais (nos tecidos vasculares<br />

primários) e horizontais (nos tecidos vasculares secundários) dando origem a raios. As<br />

células parenquimáticas permanecem vivas quando maduras, retendo sua capacidade<br />

meristemática e realizando diversas atividades metabólicas. Dentre estas atividades, citamse:<br />

regeneração, cicatrização, formação de raízes adventícias, fotossíntese, armazenamento,<br />

secreção, movimento de água e o transporte de substâncias nas plantas. A movimentação<br />

de água e soluto é facilitada pelas células de transferência. Estas células apresentam<br />

invaginações na sua parede que ampliam a superfície da membrana plasmática.<br />

Forma das Células<br />

As células que formam o parênquima podem ter formas poliédricas, estreladas ou<br />

lobadas. Algumas células, especialmente as poliédricas podem ter até quatorze faces.<br />

Parede Celular<br />

As paredes celulares das células parenquimáticas são finas, constituídas de<br />

carboidratos, como celulose, hemicelulose e substâncias pécticas.<br />

Colênquima<br />

Assim como o parênquima, o colênquima também apresenta células vivas. A diferença<br />

marcante é que as células do colênquima têm paredes mais espessas, são mais compridas<br />

e brilhantes. Células colenquimáticas estão presentes nas regiões periféricas do caule, da<br />

folha e envolvendo o feixe vascular (floema e xilema). O colênquima é o tecido de sustentação<br />

da planta jovem, que ainda apresenta parede primária mole e flexível. Este tecido quando<br />

maduro, torna-se forte com paredes secundárias lignificadas e transforma-se em<br />

esclerênquima.<br />

Esclerênquima<br />

O esclerênquima é um tecido cujas células têm paredes espessas, lignificadas e<br />

sem protoplastos na maturidade. A principal função do esclerênquima é promover a<br />

sustentação das plantas que pararam o crescimento, portanto, aquelas completamente<br />

desenvolvidas. O tecido esclerenquimático pode ser encontrado em qualquer parte da planta,<br />

no corpo primário e/ou secundário, formando massas contínuas ou pequenos grupos, além<br />

de ser encontrado no espaço intercelular.


Sistema Vascular<br />

O sistema vascular é formado por tecidos complexos, com dois ou mais tipos de<br />

células. Este sistema, formado pela diferenciação do procâmbio, tipo de meristema primário,<br />

apresenta vasos que absorvem e transportam substâncias inorgânicas e orgânicas, o xilema<br />

e o floema, respectivamente.<br />

Xilema<br />

O xilema é o principal tecido condutor de água e sais<br />

minerais das plantas vasculares, podendo ser encontrado em<br />

todas as partes da planta, da raiz ao caule. Este sistema de<br />

vasos, ainda promove armazenamento de substâncias e<br />

também tem função de sustentação da planta.<br />

Durante o crescimento secundário os novos tecidos<br />

do xilema são formados pelo câmbio vascular em substituição<br />

ao procâmbio, responsável pelo crescimento primário (ou<br />

corpo primário da planta).<br />

Tipos de Células do Xilema<br />

O xilema realiza o transporte de substâncias, água e<br />

sais minerais, por células alongadas, sem protoplasto,<br />

quando maduras (mortas), com pontoações nas paredes,<br />

conhecidas como elementos<br />

traqueais. As células que formam<br />

os elementos traqueais são<br />

denominadas: elementos de vaso<br />

e traqueídes.<br />

Elementos de Vaso<br />

Os elementos de vaso, além de<br />

apresentar estruturas comuns com as<br />

traqueídes, têm ainda orifícios na parede<br />

da célula, denominadas perfurações.<br />

Essas perfurações formam regiões<br />

conhecidas como placa de perfuração,<br />

que facilitam o transporte de água de um<br />

elemento de vaso a outro.<br />

A união dos elementos de vaso<br />

forma tubos contínuos ou colunas,<br />

especializados na condução de água,<br />

conhecidos como vasos. Os elementos de vaso, devido às perfurações na parede das<br />

células, são mais eficientes no transporte de água, que as traqueídes.<br />

39


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

40<br />

As Traqueídes<br />

As traqueídes, apesar de serem menos eficientes no transporte de<br />

água que os elementos de vaso, como anteriormente comentado, são mais<br />

seguras. Como, por exemplo, devido à presença de membranas, um par de<br />

pontoações entre uma traqueíde e outra, bolhas de ar são impedidas de circular<br />

livremente, ficando restritas a uma única traqueíde. No elemento de vaso, isto<br />

não ocorreria, e o transporte de água em toda<br />

a extensão do vaso seria bloqu<strong>ead</strong>o. As<br />

paredes secundárias dos elementos traqueais<br />

do xilema primário podem ter vários tipos de<br />

espessamentos. A deposição para a formação<br />

das paredes secundárias pode ser feita sob<br />

forma de anéis ou espirais. Estes<br />

espessamentos permitem que os elementos<br />

traqueais possam ser esticados.<br />

O xilema apresenta também, além das<br />

traqueídes e dos elementos de vaso, células<br />

parenquimáticas. Essas células, dispostas<br />

em fileiras verticais, têm a função de armazenar<br />

amido, óleos, compostos taníferos, cristais e<br />

também realizam a translocação de água e<br />

solutos a curta distância.<br />

Floema<br />

O floema é o tecido condutor de substâncias orgânicas das plantas vasculares,<br />

podendo ser encontrado em todos os órgãos da planta, da raiz à folha. Nos vasos do floema,<br />

na solução floemática, podem ser encontrados carboidratos, água, aminoácidos, lipídios,<br />

hormônios, vitaminas e também íons.<br />

Tipos de Células do Floema<br />

As células do floema formam um tecido complexo, especializado em transporte,<br />

armazenamento e sustentação e são conhecidas, conjuntamente, como elementos<br />

crivados. Os elementos crivados são formados: pelas células crivadas e pelos elementos<br />

de tubo crivado.


Células Crivadas<br />

As células crivadas são alongadas com áreas crivadas em todas as paredes sem,<br />

no entanto, apresentar as placas crivadas, características dos elementos de tubo crivado.<br />

Estas células, com menor especialização que os elementos de tubo crivado, ocorrem,<br />

predominantemente, entre as gimnospermas e as plantas vasculares sem sementes e sua<br />

função principal é conduzir substâncias orgânicas.<br />

Células Albuminosas<br />

Entre as gimnospermas, as células crivadas estão associadas com células<br />

parenquimáticas, conhecidas com células albuminosas. A origem e as funções destas<br />

células, como veremos a seguir, em nosso estudo sobre os elementos de tubo crivado, é<br />

muito semelhante ao que ocorre com as células companheiras das angiospermas.<br />

Elementos de Tubo Crivado<br />

Os elementos de tubo crivado, característicos das angiospermas, apresentam<br />

células mais curtas que as células crivadas, e são unidas pelas extremidades, formando os<br />

chamados tubos crivados. Os elementos de tubo crivado apresentam vários poros nas<br />

paredes de suas células. Esses poros, conhecidos como áreas crivadas, permitem a união<br />

dos protoplastos de elementos crivados contínuos. As áreas crivadas podem ser formadas<br />

por poros menores ou maiores. Os maiores formam áreas denominadas placas crivadas.<br />

Calose<br />

Geralmente, os elementos de tubo crivado apresentam a calose, formada por um<br />

polissacarídeo, que reveste os poros da placa crivada. A deposição da calose pode ser por<br />

ferimento (calose de cicatrização) ou ocorrer naturalmente em elementos crivados<br />

senescentes (calose definitiva).<br />

Na maioria das angiospermas, os protoplastos dos elementos de tubo crivado,<br />

apresentam uma substância de natureza protéica, conhecida como proteína-P (o P referese<br />

a floema; da inicial da palavra inglesa “phloem”). Alguns estudiosos acreditam que a<br />

proteína-P, associada à calose de cicatrização, serve para obstruir os poros da placa crivada,<br />

evitando, com isso, a perda do conteúdo dos tubos crivados, em caso de injúria.<br />

Células Companheiras<br />

Os elementos de tubo crivado mantêm uma<br />

associação com células parenquimáticas especializadas,<br />

conhecidas com companheiras. Essas células apresentam<br />

todos os orgânulos celulares de uma célula viva e mantêmse<br />

assim durante todo o tempo de atividade do elemento de<br />

tubo crivado. As células companheiras e o elemento de tubo<br />

crivado derivam de uma mesma célula-mãe e permanecem<br />

unidas por numerosas conexões citoplasmáticas, através de<br />

plasmodesmos e poros. Estas pontes, que unem as duas<br />

células, permitem que as células companheiras transfiram<br />

substâncias, como por exemplo, proteínas e ATP, garantido<br />

o funcionamento do elemento do tubo crivado.<br />

41


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

42<br />

Nos floemas primários e secundários, outras células parenquimáticas<br />

não-especializadas, são comumente encontradas. Estas células, fibras e<br />

esclereídes, são responsáveis pela sustentação da planta e pelo<br />

armazenamento de substâncias.<br />

Saiba mais...<br />

Os elementos crivados - células crivadas e elementos<br />

de tubo crivado - são formados por células com protoplastos<br />

vivos na maturidade. Com a diferenciação, o núcleo e o tonoplasto<br />

(membrana do vacúolo) do elemento crivado se degeneram. A<br />

mistura do material do vacúolo com o citoplasma, forma um<br />

líquido contínuo de uma célula a outra através da placa crivada,<br />

denominado mitoplasma. À medida que a diferenciação avança,<br />

ocorre também perda de ribossomos, complexo golgiense e do<br />

citoesqueleto. Completada a diferenciação, resta somente a<br />

membrana plasmática, o retículo endoplasmático liso, as<br />

mitocôndrias e alguns plastídios.<br />

Sugestão de Leitura...<br />

GLÓRIA, B. A. da, GUERREIRO, S. M. C. – Anatomia Vegetal. Viçosa:<br />

UFV, 2003. 438 p.: il.<br />

http://atlasveg.ib.usp.br/focara<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anatomia<br />

Plantas vaculares<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

O surgimento de vasos condutores representa um avanço significativo para os<br />

vegetais. Quais são estes vasos e os produtos por eles translocados?


A partir de agora você conhecerá as estruturas internas da raiz, os tecidos<br />

primários e secundários e os sistemas por eles formados.<br />

Anatomia da Raiz<br />

Estrutura Primária da Raiz<br />

Com o crescimento primário, o meristema apical da raiz, origina os meristemas<br />

primários: protoderme, procâmbio e meristema fundamental.<br />

Após a diferenciação desses meristemas a raiz primária apresenta três sistemas de<br />

tecidos: o dérmico, o fundamental e o vascular.<br />

Sistema Dérmico<br />

O sistema dérmico - a epiderme da raiz geralmente é formada por uma única camada<br />

de células, o que facilita a absorção de água e de sais minerais.<br />

Sistema Fundamental<br />

O sistema fundamental - o córtex é formado por várias camadas de células<br />

parenquimáticas e representa o tecido mais volumoso da raiz primária, da maioria das<br />

plantas. Nos espaços intercelulares das células corticais, freqüentemente, podem ser<br />

observados depósitos de amido e ar.<br />

A camada mais interna do córtex, denominada endoderme, é formada por células<br />

muito unidas entre si, e por isso, sem espaços intercelulares. A endoderme apresenta células<br />

com paredes suberizadas e, em alguns casos, lignificadas. A suberização e a lignificação<br />

dessas paredes originam uma faixa impermeável à água e a íons, conhecida como estrias<br />

de Caspary.<br />

Sistema Vascular<br />

O sistema vascular - o cilindro vascular da raiz é formado por tecidos vasculares<br />

primários e por uma ou mais camadas de células não-vasculares, o periciclo. Encontrado<br />

entre os tecidos vasculares e a endoderme, o periciclo, forma as raízes laterais das plantas<br />

com sementes, contribui para a formação do câmbio vascular, do felogênio (câmbio da<br />

casca) e produz novas células do periciclo.<br />

Estrutura Secundária da Raiz<br />

O crescimento secundário das raízes resulta da atividade do câmbio vascular e da<br />

periderme. Esse tipo de crescimento quase sempre é observado entre as gimnospermas<br />

e as eudicotiledôneas. As raízes das monocotiledôneas, geralmente, só apresentam<br />

crescimento primário.<br />

43


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

44<br />

Câmbio Vascular<br />

As estruturas secundárias da raiz resultam das atividades das células<br />

meristemáticas do procâmbio, localizada entre o floema e o xilema primário.<br />

Essas células dividem-se, dando início a formação do câmbio vascular. Quase<br />

simultaneamente, células do periciclo também realizam mitoses. As novas<br />

células formadas com essas divisões conectam-se a aquelas anteriormente<br />

formadas pelo procâmbio, contribuindo para formar o câmbio vascular. Posteriormente, o<br />

câmbio vascular cobre completamente o xilema. O câmbio vascular em atividade, produz<br />

xilema secundário para o lado de dentro e o floema secundário para o lado de fora. O<br />

xilema e o floema secundários ficam cada vez mais largos, comprimem ou obliteram o<br />

floema primário.<br />

Periderme<br />

A periderme é um tecido protetor, de origem secundária, formado a partir da<br />

proliferação do periciclo e que serve de substituição à epiderme. Na parte externa do periciclo<br />

proliferado, surge um cilindro completo de câmbio<br />

da casca, que produz súber para o lado externo e<br />

feloderme para o lado interno. Em algumas áreas<br />

da periderme, células frouxamente arranjadas,<br />

permitem a passagem de ar, facilitando a respiração<br />

da raiz. Estas áreas são denominadas lenticelas. O<br />

surgimento da periderme em uma raiz provoca o<br />

isolamento, morte e descamação do córtex e da<br />

epiderme.<br />

Sugestão de Leitura...<br />

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) – Biologia vegetal. Rio<br />

de Janeiro: Guanabara Koogan.


Raiz Primária<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

Os meristemas primários da raiz originam os sistemas dérmico, fundamental e<br />

vascular. Descreva, sucintamente, as principais funções desses tecidos.<br />

A partir de agora, o caule com suas células meristemáticas que crescem rapidamente<br />

promovendo o alongamento da planta, é o nosso novo tema de estudo.<br />

Anatomia do Caúle<br />

Origem e Crescimento dos Tecidos Primários do Caule<br />

O meristema apical do sistema caulinar é responsável pelo crescimento do corpo<br />

primário da planta, através da adição de novas células, que irão formar folhas e ramos. A<br />

proteção do meristema apical do sistema caulinar é feita por folhas jovens, que se dobram,<br />

mantendo-o bem guardado.<br />

No caule em crescimento ativo o meristema apical origina primórdios foliares tão<br />

rapidamente que, inicialmente, os nós e entrenós não são claramente identificados.<br />

Posteriormente, o alongamento dos entrenós promove o crescimento longitudinal do caule.<br />

O aumento diametral do caule, durante o crescimento primário, envolve divisões longitudinais<br />

(periclinais) e o aumento do volume celular.<br />

A intensa atividade do meristema apical caulinar produz também, os cordões<br />

procambiais, numa área denominada capa meristemática. De maneira semelhante à raiz,<br />

o meristema apical do sistema caulinar, também origina os meristemas primários:<br />

protoderme, procâmbio e meristema fundamental.<br />

Estes meristemas primários, quando maduros, formarão o corpo primário da planta,<br />

a epiderme, os tecidos vasculares primários e o tecido fundamental.<br />

Estrutura Primária do Caule<br />

A organização da estrutura primária dos caules, das plantas com sementes, é bastante<br />

diversa, no entanto, três tipos fundamentais de organização são prioritariamente estudados.<br />

No primeiro tipo, o sistema vascular forma um cilindro oco quase contínuo, com a medula<br />

no seu interior e o córtex do lado de fora. O segundo tipo de organização apresenta tecidos<br />

vasculares arranjados na forma de feixes isolados, formando um anel ao redor da medula.<br />

45


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

46<br />

No terceiro tipo, os feixes vasculares, estão dispersos no tecido fundamental<br />

e não existe uma clara identificação do córtex e da medula.<br />

O amadurecimento dos meristemas primários permite a formação da epiderme, do<br />

tecido fundamental e dos tecidos vasculares primários.<br />

Epiderme<br />

Originada da protoderme, a epiderme da maioria dos caules é formada por uma<br />

única camada de células revestidas pela cutícula. Apesar de numericamente menor, que os<br />

observados na epiderme das folhas, a epiderme dos caules também apresenta estômatos<br />

e tricomas.<br />

Tecido Fundamental<br />

O córtex, localizado abaixo da epiderme, é formado a partir do meristema fundamental<br />

e apresenta dois tipos de células: células de colênquima e células de parênquima. As células<br />

de colênquima (ou às vezes esclerênquima) formam um cilindro contínuo com função de<br />

sustentação. As células de parênquima têm cloroplastos quando maduras, e ocupa a<br />

maior parte do córtex.<br />

Células corticais especiais, observadas em algumas espécies, podem secretar látex,<br />

mucilagem, resina ou ainda conter cristais de oxalato de cálcio e sílica.<br />

Tecidos Vasculares Primários<br />

Em quase todos os caules, as células mais externas do procâmbio formam o floema<br />

primário e as mais internas originam o xilema primário. Algumas células procambiais<br />

permanecem meristemáticas, dando origem ao câmbio vascular.<br />

Estrutura Secundária do Caule<br />

O crescimento secundário promove o aumento em espessura do caule, em regiões<br />

onde não ocorre mais alongamento. Este tipo de crescimento é observado com maior<br />

freqüência entre as eudicotiledôneas arbóreas, gimnospermas, magnoliidas, e algumas<br />

poucas monocotiledôneas. O crescimento diametral - crescimento secundário - resulta da<br />

atividade de dois meristemas laterais: o câmbio vascular e o câmbio de casca.<br />

Câmbio Vascular<br />

O câmbio vascular é formado por células altamente vacuolizadas denominadas:<br />

iniciais fusiformes e iniciais radiais. As iniciais fusiformes são longas e orientadas


Câmbio de Casca<br />

verticalmente, e as iniciais radiais, ligeiramente<br />

alongadas ou quadradas e orientadas<br />

horizontalmente.<br />

Divisões periclinais, ou seja,<br />

paralelas à superfície do caule, destas<br />

iniciais e suas derivadas formam o xilema<br />

e floema secundários. A derivada de uma<br />

inicial cambial pode ser direcionada tanto<br />

para o lado externo como para o lado<br />

interno do caule (ou da raiz), originando<br />

células do floema e xilema,<br />

respectivamente.<br />

Logo após a formação do floema e xilema secundários, na maioria dos caules<br />

lenhosos (e também das raízes lenhosas) é formada a periderme.<br />

A periderme, que substitui a epiderme, é uma camada protetora, composta de três<br />

partes: câmbio de casca, súber e feloderme. O câmbio da casca ou felogênio é um tecido<br />

meristemático que produz a periderme. O súber ou felema, com função de proteção, é um<br />

tecido formado pelo felogênio, em direção ao lado externo do caule. A feloderme é um<br />

tecido parenquimático vivo, formada pelo meristema, que cresce em direção ao centro do<br />

caule.<br />

Os caules que apresentam crescimento secundário, após o primeiro ano, têm os<br />

seguintes tecidos: restos da epiderme, periderme (câmbio da casca, súber e feloderme),<br />

córtex, floema primário, floema secundário, câmbio vascular, xilema secundário, xilema<br />

primário e medular.<br />

Sugestão de Leitura...<br />

ROCHA, ZÉLIA M. da e Silva, CARLINDA, P. – Manual de Anatomia e<br />

Organografia de Vegetais Superiores. Salvador: UFBA, 1997.<br />

47


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

48<br />

Como o Caúle cresce e Engrossa<br />

Descreva os processos que promovem o crescimento longitudinal e diametral do<br />

caule.<br />

Após estudarmos a anatomia da raiz e do caule, começaremos agora a nossa última<br />

etapa sobre a morfologia interna das plantas, aprendendo um pouco mais sobre a anatomia<br />

da folha.<br />

Anatomia da Folha<br />

O caule e as suas folhas mantêm uma íntima associação física e de desenvolvimento.<br />

Com o crescimento dos primórdios foliares os cordões procambiais do caule se diferenciam<br />

em direção a eles, formando feixes “vasculares” contínuos. Essas extensões, do sistema<br />

vascular do caule até as folha, são denominados traços foliares.<br />

A folha, assim como a raiz e o caule, é formada por três sistemas de tecidos: o<br />

sistema dérmico, o sistema fundamental e o sistema vascular.<br />

Sistema Dérmico<br />

A epiderme da folha é formada por células muito unidas entre si e revestidas por uma<br />

cutícula cerosa que reduz a perda de água e evita a entrada de microrganismos causadores<br />

de doenças.<br />

Na epiderme da folha normalmente são encontrados vários estômatos. Essas<br />

estruturas, promotoras de trocas gasosas, podem ser encontradas em um ou em ambos os<br />

lados das folhas, dependendo da espécie e do hábitat. Nas espécies hidrófitas, que flutuam<br />

na superfície da água, os estômatos aparecem na epiderme superior. Os estômatos podem<br />

estar organizados em fileiras paralelas, como pode ser observado nas folhas da maioria<br />

das monocotiledôneas ou mostrar-se espalhados assimetricamente sobre a superfície da<br />

folha, como é comum entre as magnoliidas e eudicotiledôneas.<br />

Sistema Fundamental<br />

Mesofilo<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

O mesofilo da folha é formado por todos os tecidos situados entre a epiderme e o<br />

sistema vascular. Este tecido fundamental da folha, o mesofilo, apresenta vários cloroplastos,


orgânulos especializados na<br />

fotossíntese. Os clorosplastos têm<br />

muitos espaços ou lacunas entre<br />

suas células e estão conectados ao<br />

meio externo através dos estômatos.<br />

O mesofilo da maioria das<br />

folhas está quase sempre<br />

diferenciado em parênquima<br />

paliçádico e parênquima<br />

lacunoso. As células do<br />

parênquima paliçádico são<br />

colunares e estão orientadas<br />

perpendicularmente com a<br />

epiderme, enquanto as células do<br />

parênquima lacunoso ou esponjoso possuem formas irregulares.<br />

Nas células do parênquima paliçádico o número de cloroplastos é muito maior do<br />

que nas células do parênquima lacunoso. Geralmente, o parênquima paliçádico está<br />

localizado na superfície superior da folha (ventral ou adaxial), e o parênquima lacunoso na<br />

superfície inferior (dorsal ou abaxial). Em algumas plantas como, por exemplo, muitas<br />

xerófitas, o parênquima paliçádico pode ser encontrado em ambos os lados da folha.<br />

Existem plantas, como é o caso do milho e outras gramíneas, que não mostram uma<br />

clara distinção entre os tipos de células do mesofilo, o parênquima paliçádico e o lacunoso<br />

são muitos parecidos.<br />

Sistema Vascular<br />

O sistema vascular das folhas é uma continuação do sistema vascular do caule. No<br />

mesofilo foliar esse sistema de vasos, espalha-se e formam os feixes vasculares ou as<br />

nervuras.<br />

Disposição das Nervuras<br />

As nervuras quase sempre são de origem primária, e têm xilema no lado superior e<br />

floema no lado inferior. O xilema e o floema são circundados por uma bainha - a bainha do<br />

feixe - de natureza parenquimática. Essa bainha tem a função de controlar o movimento de<br />

entrada e saída de substâncias no xilema e no floema.<br />

Os carboidratos produzidos pela fotossíntese são capturados pelas nervuras de<br />

menor porte, imersas no tecido do mesofilo, e destas, transferidos para as nervuras de<br />

maior porte, muito comum no lado inferior da folha. As nervuras de maior porte têm a função<br />

de transportar os fotoassimilados, produzidos, principalmente, nas folhas, para as outras<br />

partes da planta.<br />

Abaixo da epiderme, promovendo o suporte à folha, podem ser encontrados<br />

colênquima e esclerênquima, além de fibras, dispostas ao longo dos bordos.<br />

Folha de Sol e Sombra<br />

A luz, desde o primórdio de gema, tem um papel fundamental e irreversível no<br />

desenvolvimento da folha. Quando a incidência de luz é muito intensa, as folhas – folhas de<br />

sol - são menores e mais espessas que as folhas - folhas de sombra -, que recebem uma<br />

menor quantidade de luz. Em uma mesma planta podem ser encontradas folhas de luz e<br />

folhas de sombra.<br />

49


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

50<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

1.<br />

Tecidos Fundamentais<br />

Descreva as principais características, localização e funções do parênquima.<br />

2. Descreva as principais características, localização e funções do colênquima.<br />

3. Descreva as principais características, localização e funções do esclerênquima.<br />

SISTEMÁTICAS DAS PLANTAS<br />

Para melhor compreender e estudar este importante grupo de seres vivos, desde a<br />

antigüidade os cientistas vêm criando métodos e regras de classificação. O sistema de<br />

classificação atualmente aceito, com modificações, foi proposto por Linnaeus, naturalista<br />

sueco, em 1753. Este sistema natural de classificação e suas alterações serão a partir<br />

de agora melhor detalhado em nosso estudo sobre a sistemática das plantas.


Classificação dos Seres Vivos<br />

Sistemática<br />

A grande diversidade de organismos vivos existentes na terra, têm, desde a<br />

antigüidade, estimulado os estudiosos a criar métodos e regras para melhor entendê-los, e<br />

com isso, agrupá-los nas suas semelhanças. Atualmente, as várias formas de vida, suas<br />

principais características e sua trajetória evolutiva são analisadas pelo importante ramo da<br />

biologia chamado sistemática. Um dos mais significativos pesquisadores deste tema foi o<br />

professor, médico e naturalista sueco Carl Von Linnaeus (1707-1778). Lineu, como é<br />

conhecido, pretendia nomear e descrever todos as espécies de plantas, animais e minerais.<br />

Estes seres formavam três reinos: o vegetal, o animal e o mineral. Outros cientistas<br />

contemporâneos de Lineu também reconheciam esta forma de classificação.<br />

Os Reinos Atuais<br />

Atualmente, os seres vivos estão agrupados em cinco reinos. Segundo Robert<br />

Whittaker, 1969, com modificações de Lynn Margulis e Karlene Schwartz, na década de<br />

1980, estes cinco reinos estão assim organizados: Monera, Protista, Fungi, Plantae e<br />

Animalia. Cada reino é constituído por seres vivos com características comuns, portanto,<br />

engloba uma grande quantidade de organismos filogeneticamente próximos.<br />

Organização Hierárquica dos Seres Vivos<br />

Os trabalhos de Lineu e de importantes antecessores e sucessores, possibilitaram o<br />

surgimento de regras que propuseram a criação de níveis hierárquicos entre os diferentes<br />

grupos de seres vivos. Estes níveis - categorias – foram criados, tendo com base as<br />

semelhanças anatômicas e estruturais dos organismos. As principais categorias, atualmente<br />

aceitas, estão organizadas, como pode ser observado abaixo, partindo do nível mais simples<br />

para o mais diversificado.<br />

51


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

52<br />

Taxonomia<br />

A taxonomia é um importante ramo da sistemática que se ocupa em<br />

descrever, nomear e, por fim, classificar os seres vivos. Cada categoria<br />

hierárquica, desde reino até espécie, está representada por um táxon. A<br />

representação dos nomes dos diferentes táxons obedece a regras que os<br />

tornam distintos. Os nomes de famílias de plantas terminam em – aceae (com<br />

poucas exceções) e os nomes de ordens de plantas terminam em – ales. Cada táxon deve<br />

ser escrito em latim com letra inicial maiúscula. O quadro a seguir, usando como exemplo o<br />

milho, mostra as principais categorias e os seus respectivos táxons.<br />

Sugestão de Leitura...<br />

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) – Biologia vegetal. Rio<br />

de Janeiro: Guanabara Koogan.<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistem%C3%A1tica<br />

Sistemática<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

Qual o papel da sistemática e quais as categorias propostas por Lineu e por outros<br />

cientistas?


Em 1753, Lineu publicou um trabalho com o título species plantarum (“as espécies<br />

vegetais”). Nesse trabalho, descreveu cada espécie em latim, usando uma frase com doze<br />

palavras – polinômios -. Analisando o que havia anteriormente idealizado Caspar Bauhin<br />

(1560-1624), Lineu criou o sistema binominal de nomenclatura, simplificando, dessa forma,<br />

a maneira de identificar e descrever as espécies e, com isso, abandonando a regra dos<br />

polinômios.<br />

A eficiência e a simplicidade do sistema binomial foi amplamente aceita e adotada<br />

em todo o mundo. Veremos, a partir de agora, as principais regras desse sistema.<br />

Sistema Binomial<br />

O nome científico qualquer ser vivo, deve ser criado tendo como base as regras do<br />

sistema binominal. Este nome terá que ser sempre grafado em latim, ser único e universal e<br />

composto por dois termos, que devem ser grifados quando manuscrito ou em tipo itálico<br />

quando digitado. O primeiro dos dois termos, indica o gênero e o segundo o epíteto<br />

específico.<br />

O Gênero<br />

O gênero, geralmente, é um substantivo que deve ser escrito com letra inicial<br />

maiúscula. Como exemplo, a planta conhecida popularmente como pau brasil pertence ao<br />

gênero Caesalpinia.<br />

Quando for necessário a referência de um gênero com epíteto específico não<br />

conhecido, pode-se acrescentar após o gênero, em minúsculo, as letras sp., que indicam a<br />

abreviatura do termo inglês “species”, que significa espécie. Pode-se escrever, por exemplo,<br />

Rosa sp., quando se pretende referir apenas ao gênero deste grupo de<br />

plantas.<br />

Caso uma espécie foi incluída num gênero errado, esta deve<br />

conservar o epíteto específico no novo<br />

gênero para o qual foi transferida. Se<br />

já existir uma espécie neste novo<br />

gênero, com o mesmo epíteto<br />

específico, deve-se criar um outro<br />

nome.<br />

O Epíteto Específico<br />

O segundo termo, que quase sempre é um adjetivo, é o epíteto<br />

específico e deve ser grafado com letras minúsculas. A criação de<br />

um epíteto específico, além descrever uma característica do ser vivo,<br />

que está sendo descrito, pode fazer<br />

alusões a locais ou a pessoas. O pau<br />

brasil, que teve o gênero citado<br />

anteriormente, tem o epíteto<br />

específico definido como echinata.<br />

53


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

54<br />

O Nome Científico<br />

O nome do gênero seguido do epíteto específico forma o nome<br />

científico. Seguindo esse critério, o nome científico do pau brasil, que teve o<br />

gênero e o epíteto específico citados anteriormente é: Caesalpinia echinata.<br />

Recomenda-se acrescentar, após o nome científico, o nome abreviado do cientista<br />

que identificou a espécie. Como é o caso do pau brasil, Caesalpinia echinata L. e do<br />

cacaueiro, Theobroma cacao L., descritas por Lineu.<br />

No nome científico, pode ter, além dos dois termos, nomes adicionais que contribuem<br />

para melhor identificar um organismo, como por exemplo: subespécie e subgênero.<br />

Subespécie<br />

Para identificar uma subespécie, variedade ou raça deve-se acrescentar um terceiro<br />

nome, após o epíteto específico. Este termo deve ser grafado em tipo itálico e com letras<br />

minúsculas, mesmo quando é feito referência a uma pessoa. Por exemplo, a cobra conhecida<br />

como cascavel que pertence à subespécie terrificus, tem seu nome científico escrito da<br />

seguinte forma: Crotalus durissus terrificus.<br />

Outra maneira de indicar uma subespécie ou variedade é acrescentar em minúsculo,<br />

após o epíteto específico a palavra variedade abreviada “var.”. Como está descrito o<br />

pessegueiro (Prunus persica var. persica) e a nectarina (Prunus persica var. nectarina).<br />

Subgênero<br />

Quando houver necessidade de identificação de um subgênero, este deve ser escrito<br />

após o gênero e antes do epíteto específico, em tipo itálico, com inicial maiúscula e entre<br />

parêntese. O mosquito transmissor da dengue e da febre amarela, pertence ao subgênero<br />

Stegomya, e seu nome científico completo é: Aedes (Stegomya) aegypti.


Sugestão de Leitura...<br />

WETTSTEIN, R. et. Alli. Tratado de Botânica Sistemática. Trad. Font. Quer.<br />

Buenos Aires: Labor 1944. 1039 p.<br />

Sistema binomial<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

Quais são as regras utilizadas para escrever o nome científico de um ser vivo?<br />

A seguir estudaremos os métodos usados para classificar os seres vivos. Iniciaremos<br />

analisando os métodos tradicionais e em seguida conheceremos as novas possibilidades<br />

de classificação com os recursos da biologia molecular.<br />

Métodos de Classificação<br />

Classificação e Filogenia<br />

As idéias fixistas de Lineu e da grande maioria dos cientistas da época, começaram<br />

a perder espaço com a publicação, em 1859, do livro Origem das Espécies do naturalista<br />

inglês Charles Robert Darwin, (1809-1882). Nesta obra, diferentemente do pensamento da<br />

imutabilidade estabelecido com o criacionismo, Darwin apresentava evidências que<br />

indicavam a ocorrência de mutações e uma possível origem comum ou filogenia.<br />

As diferenças e as semelhanças entre os seres vivos possibilitaram a criação de<br />

diagramas conhecidos como árvores filogenéticas. Nestas árvores são analisados os<br />

aspectos evolutivos observados entre os organismos. Quando os representantes de um<br />

55


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

56<br />

táxon têm um único ancestral, independente do nível hierárquico (categoria),<br />

dizemos que o táxon é monofilético. A ciência ainda não dispõe de recursos<br />

para o estabelecimento, com segurança, de táxons monofiléticos,<br />

conceitualmente chamados de táxons naturais. Alguns táxons, chamados<br />

polifiléticos, são formados por descendentes fílogeneticamente distantes.<br />

Existem também os táxons parafiléticos que excluem um ou mais<br />

descendentes de um ancestral comum. Táxons polifiléticos e parafiléticos são<br />

conhecidos como táxons artificiais, visto que, as relações de filogenia não são completamente<br />

compreendidas.<br />

Métodos de Classificação<br />

Quando uma nova espécie de planta é descoberta,<br />

o pesquisador precisa coletar e enviar para um museu ou<br />

herbário, um exemplar da planta inteira ou um ramo,<br />

contendo além das folhas, flores e, se possível frutos. O<br />

vegetal a ser herborizado precisa ser prensado, seco,<br />

montado e identificado. Ao material vegetal assim preparado<br />

dá-se o nome de exsicata. O espécime herborizado é então<br />

guardado, servindo como referência para os estudos de<br />

identificação, comparação ou confirmação de classificação<br />

anteriormente estabelecida.<br />

Método Tradicional<br />

A observação das características externas é<br />

tradicionalmente a forma mais usada para classificar um<br />

organismo recém-descoberto. Os métodos tradicionais constróem árvores filogenéticas,<br />

baseando-se muitas vezes, em informações intuitivas que refletem a opinião do pesquisador,<br />

por isso, pode ocorrer classificação diferente para um único organismo, o que torna o método,<br />

de certa forma, questionável.<br />

Método Cladístico<br />

O método cladístico é atualmente o mais usado para a classificação dos seres vivos.<br />

A cladística surgiu a partir de 1966, após a publicação dos trabalhos de Willi Hennig, cientista<br />

alemão, estudioso de insetos. Este método organiza uma classificação tendo como<br />

referência a origem e a linha evolutiva, ou seja, é estabelecido após a análise filogenética<br />

da espécie, usando fósseis, seres atuais e material genético.<br />

A cladística procura identificar grupos monofíléticos, ou clados analisando para cada<br />

característica o que ocorre em um ancestral - condição primitiva – e o que surge em função<br />

dele - condição derivada.<br />

Neste método, as análises das relações de parentesco entre um grupo de seres<br />

vivos são feitas através de diagramas conhecidos como cladogramas. Os cladogramas<br />

precisam ser elaborados de maneira simples e deve ser eficiente, - principio da parcimônia<br />

-. Além da concisão de dados, os cladogramas que apresentam um número maior de<br />

características homólogas em comparação com as análogas, são preferencialmente aceitos.<br />

A base de um cladograma, como pode ser observado no diagrama que se segue, é<br />

chamada raiz. Da raiz partem ramos que têm nos seus ápices os táxons ou terminais. Os<br />

locais de onde partem os ramos são denominados nós ou nodos.


Grupos que compartilham um mesmo nó, teoricamente, têm um ancestral comum.<br />

Os terminais dos cladogramas podem representar espécies, gêneros, famílias ou outros<br />

níveis hierárquicos, e as posições nos cladogramas indicam, de modo relativo, o tempo de<br />

divergência.<br />

Sistemática Molecular<br />

A sistemática molecular é, atualmente, uma importante ferramenta que está sendo<br />

usada parta auxiliar os pesquisadores na classificação das espécies. Diferentemente das<br />

técnicas anteriormente usadas, que se baseavam na morfologia e anatomia comparadas,<br />

esta técnica permite uma análise a nível molecular, ou seja, determinando as seqüências de<br />

aminoácidos ou nucleotídeos de proteínas e ácidos nucléicos, respectivamente. A análise<br />

molecular possibilita de maneira segura, através da interpretação de uma grande quantidade<br />

de dados, a classificação de novas espécies e a correção de erros do passado.<br />

Como, por exemplo, a análise molecular de seqüências de RNA ribossômico,<br />

possibilitou, a descoberta de que o mundo vivo é composto por três grandes grupos ou<br />

domínios – bacteria,<br />

archaea, e eukarya.<br />

Todos os três<br />

domínios têm um único<br />

ancestral, sendo que os<br />

grupos archaea e<br />

eukarya compartilham<br />

uma via evolutiva<br />

comum, independente<br />

do domínio bacteria.<br />

Embora a moderna biologia molecular forneça dados importantes e esclarecedores,<br />

para os estudos filogenéticos, as outras áreas do conhecimento, como por exemplo, a<br />

paleontologia, a organografia, e a anatomia, ainda continuam contribuindo de maneira<br />

significativa para a classificação dos seres vivos.<br />

57


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

58<br />

Métodos de Classificação<br />

Sugestão de Leitura...<br />

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) –<br />

Biologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

]<br />

Descreva os principais métodos de classificação dos seres vivos.<br />

Finalizando nossos estudos, descreveremos agora, os atuais cinco reinos, suas<br />

principais características e os mais populares representantes.<br />

Principais Grupos de Seres Vivos<br />

Como comentado anteriormente, Lineu e outros, reconheciam e acreditavam na<br />

existência de três reinos - animal, planta e mineral -. Mais recentemente, os seres foram<br />

classificados como animais e plantas. Nesta classificação todos os seres que se moviam e<br />

que tinham crescimento limitado eram denominados animais e todos os outros eram então,<br />

incluídos no reino das plantas.<br />

Graças aos avanços tecnológicos surgidos no século XX, novas metodologias foram<br />

incluídas, e com elas, novos conceitos começaram a auxiliar na compreensão e classificação<br />

dos seres vivos. Estas informações possibilitaram a identificação de organismos procariotos,<br />

que foram agrupados no reino monera e eucariotos, incluídos nos reinos protista, fungi,<br />

plantae e animaliae.<br />

Como visto anteriormente, estudos taxonômicos atuais e amplamente aceitos<br />

apontam para a existência dos domínios bacteria, archaea, e eukarya, que resumidamente<br />

abordaremos a seguir.


Domínio Bacteria<br />

Neste domínio todos os organismos são procariotos e considerados como bactérias<br />

verdadeiras.<br />

Domínio Archaea<br />

Os organismos deste domínio, também procariotos, vivem em ambientes de alta<br />

salinidade ou com temperaturas elevadas e alguns são metanogênicos.<br />

Os domínios Bacteria e Archaea formam o reino Monera, e diferentemente do domínio<br />

Eukarya, têm divisões bem definidas e relações mais simples.<br />

Domínio Eukarya<br />

Entre os organismos desse domínio, estão todos os eucariotos, incluindo os protistas,<br />

as plantas, os fungos e os animais.<br />

Origem dos Eucariotos<br />

As células procarióticas foram as primeiras células que surgiram, marcando o início<br />

da vida na terra. Estas células, estruturalmente simples, não têm um envelope, denominado<br />

carioteca, que retém o material genético, formando um núcleo, como pode ser observado<br />

nas células eucarióticas.<br />

As células eucarióticas, mais complexas e com um volume bem maior, evoluíram a<br />

partir das procarióticas. Nestas células existem vários orgânulos, como por exemplo,<br />

mitocôndrias, envoltório nuclear, citoesqueleto interno e um exclusivo das plantas e algas,<br />

os cloroplastos.<br />

Origem da Mitocôndria e do Cloroplasto<br />

Possivelmente, as mitocôndrias e os cloroplastos são descendentes das bactérias<br />

que foram englobadas por uma antiga célula hospedeira – teoria endossimbiótica em<br />

série -, e passaram a viver simbioticamente, juntos.<br />

Grande parte do DNA dos precursores das mitocôndrias e dos cloroplastos, assim<br />

como, muitas de suas funções, foram transferidas para o núcleo do hospedeiro. Apesar<br />

destas perdas, esses orgânulos têm DNA com capacidade de autoduplicação e ainda<br />

conservam características dos procariotos primitivos.<br />

Para refletir...<br />

Endossimbiose Moderna<br />

A endossimbiose é comum entre os microrganismos.<br />

Atualmente, vários deles estão vivendo juntos, como, por<br />

exemplo, o protista heterotrófico Vorticella que mantém uma<br />

relação de endossimbiose com a alga verde Chorella. Nessa<br />

relação, ambos ganham, o protozoário fornece proteção e<br />

sais minerais e a alga, em troca, cede carboidratos.<br />

59


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

60<br />

Formação do Núcleo<br />

Especialistas acreditam que invaginações na membrana plasmática<br />

da célula procariótica tenha sido decisivo para a formação de compartimentos<br />

internos, que futuramente iriam abrigar os ácidos nucléicos, formando uma<br />

estrutura denominada núcleo.<br />

Reinos Eucarióticos<br />

Resumidamente, a partir de agora, estudaremos o complexo domínio Eukarya e os<br />

seus quatro reinos. O primeiro reino, denominado Protista, apresenta predominantemente<br />

organismos unicelulares. Os outros três reinos, Plantae, Fungi e Animalia, são formados<br />

basicamente, por organismos multicelulares derivados dos protistas.


Reino Protista<br />

O reino Protista é formado por organismos eucariotos, unicelulares ou multicelulares,<br />

comumente conhecidos como protozoários heterótrofos, e por algas autotróficas. Alguns<br />

protistas são sésseis e outros são móveis. Os protozoários movimentam-se através do<br />

batimento de flagelos ou cílios ou ainda por movimentos amebóides. A reprodução entre os<br />

protistas pode ocorrer de maneira assexuada, por divisão celular ou sexuada com a<br />

participação de gameta.<br />

Outros organismos heterótrofos, tradicionalmente descritos como fungos, como por<br />

exemplo, Oomicetos e grupos relacionados (filo Domycota), os organismos<br />

pseudoplasmodiais (filo Dictyosteliomycota) e os organismos plasmodiais (filo Myxomycota)<br />

também fazem parte do reino Protista.<br />

Reino Plantae<br />

Como discutido no início desse trabalho, as plantas incluem um grande grupo de<br />

organismos, todos eucariotos, multicelulares, sendo a maioria autotrófica e terrestre. O Reino<br />

das plantas é formado pelos musgos, samambaias, pinheiros, mangueiras, cafeeiros entre<br />

outros. A reprodução é primariamente realizada através da fusão de gametas, mas entre<br />

muitas espécies a propagação vegetativa é a alternativa mais usual e viável.<br />

Reino Fungi<br />

Os componentes do reino Fungi, são eucariotos, unicelulares ou multicelulares,<br />

parasitas ou decompositores. Até recentemente, os fungos eram agrupados com plantas,<br />

mas investigações mais precisas mostram uma linha evolutiva independente, muito mais<br />

próxima dos animais que das plantas. Os fungos têm crescimento filamentoso e suas paredes<br />

celulares são formadas por quitina. A reprodução dos fungos pode ser de maneira assexuada,<br />

através de esporos, ou por processos sexuais.<br />

Reino Animalia<br />

O reino Animalia é formado por organismos eucariotos, multicelulares e heterotróficos.<br />

Os animais podem permanecer fixos, ou móveis como a grande maioria. A reprodução<br />

entre os animais é dominantemente sexuada.<br />

61


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

62<br />

[ Agora é hora de<br />

TRABALHAR<br />

Os Cinco Reinos<br />

]<br />

Atualmente, os seres vivos estão<br />

agrupados em cinco reinos: monera, protista,<br />

fungi, plantae, animaliae e um grupo separado,<br />

os vírus. Analise cada grupo e de maneira sucinta<br />

descreva-os.<br />

1. Descrição do Reino Monera.<br />

2. Descrição do Reino Protista.<br />

3. Descrição do Reino Fungi.<br />

4. Descrição do Reino Plantae.<br />

5. Descrição do Reino Animaliae.<br />

6. Descrição dos Vírus.


Prezado aluno,<br />

Atividade<br />

Orientada<br />

Objetivando estimular a ampliação dos seus conhecimentos a partir de agora<br />

iniciaremos uma nova atividade avaliativa de caráter obrigatório. Esta tarefa será<br />

desenvolvida em três etapas ao longo da nossa disciplina, na sua Unidade Pedagógica e<br />

com o auxílio e supervisão do seu tutor.<br />

Todas as questões propostas poderão ser facilmente realizadas com os recursos<br />

materiais disponíveis na sua comunidade, combinados com os novos conhecimentos<br />

científicos adquiridos e com a sua experiência de vida.<br />

Gostaríamos que em todas as etapas desta atividade, você querido aluno, pudesse<br />

expressar, além dos seus conhecimentos técnicos, a importância da educação na formação<br />

de valores morais.<br />

Bas<strong>ead</strong>o no texto abaixo, nos seus conhecimentos gerais e específicos e<br />

evidenciando sempre a ética e a cidadania, resolva as questões propostas, nas etapas<br />

seguintes.<br />

Pau-Brasil<br />

Seus lindos cabelos verdes, entre os raios do Sol, sua pele vermelha ao descamar,<br />

seus pés nus, na terra virgem a pisar. Ao primeiro olhar, oh! Dama maior, roubar teu coração,<br />

marinheiros, todos e capitães mores. Foi vendida, trocada, traída, foi na Europa morar.<br />

Fizeram-lhe uma homenagem. Como seu nome, cresceu um povo, sem nome, com fome,<br />

saúde e educação só ficção. Mataram suas terras, suas gemas foram roubadas e suas<br />

águas foram contaminadas. De sua espécie assolada, pouco resta, em parques,<br />

assombrada, pele tatuada por turistas, eu te amo e “I love you”. (José Eustáquio G. Queiroz)<br />

Etapa<br />

Etapa<br />

Etapa 1 (INDIVIDUAL,<br />

VALOR = 3,0 Pontos)<br />

Como apresentado no texto que você acabou de ler, a beleza do pau brasil e a<br />

possibilidade de sua exploração econômica, estimulou a aceleração do processo de<br />

colonização e degradação do meio ambiente em nosso país. Para conhecer melhor esta<br />

fantástica planta responda aos questionamentos abaixo:<br />

a) Qual o bioma e a região do Brasil onde o pau brasil é endêmico?<br />

b) Qual a situação atual desse ecossistema?<br />

2<br />

Etapa Etapa<br />

(INDIVIDUAL, VALOR = 3,0 Pontos)<br />

Elabore um texto descritivo sobre o Pau-Brasil citando o maior número possível de<br />

características morfológicas externas. Você pode, por exemplo, descrever: o sistema<br />

63


64<br />

Botânica<br />

Geral e<br />

3 Etapa Comparada 1 Etapa<br />

radicular; o tipo de caule; se as folhas são simples ou compostas; o tipo de<br />

nervura das folhas; se existem espinhos ou acúleos; se a planta é monóica ou<br />

dióica; qual o tipo de flor e de fruto; entre outras.<br />

(EQUIPE, 4 ou 5 alunos, VALOR = 4,0 Pontos)<br />

Elabore um estudo sobre o principal bioma da sua região: como era antes da<br />

ocupação humana e depois da antropização. Feito isto, construa uma maquete mostrando<br />

as duas situações. Indique também as ações que podem ser realizadas para minimizar<br />

impactos nocivos, caso eles existam.<br />

Não Esqueça – Para a montagem da maquete reutilize objetos e materiais<br />

domésticos; não use materiais novos, como por exemplo, isopor.


Glossário<br />

Glossário<br />

Anatomia (do grego: anatomein, ação de cortar, dissecar e ana: para cima): Ramo<br />

da biologia que estuda a estrutura interna dos organismos.<br />

Angiosperma (do grego: angeion, urna e sperma, semente): Grupo de plantas que<br />

têm as suas sementes protegidas por um fruto.<br />

Anthophyta: Filo das angiospermas ou plantas que produzem flores.<br />

Bainha: Parte basal ou todo o pecíolo de uma folha, que se dilata envolvendo o nó ou<br />

o entrenó.<br />

Cladogramas (do grego klado, ramo): Diagramas que usam linhas para indicar a<br />

possível origem e a relação de parentesco entre um grupo de seres vivos.<br />

Coleóptilo: Bainha fechada, presente em gramíneas, que abriga o meristema apical<br />

e as primeiras folhas do embrião.<br />

Coleorriza: Bainha fechada do embrião de gramíneas, dentro da qual se encontra a<br />

radícula em crescimento.<br />

Cutina (do latim: cutis, pele): Substância muito resistente, de natureza lipídica,<br />

encontrada especialmente nas paredes externas das células epidérmicas, formando uma<br />

camada de proteção conhecida como cutícula.<br />

Dióico (do grego: di, dois e oikos, casa) Denominação dada ao vegetal que apresenta<br />

somente um tipo de gameta. Estames e óvulos estão em indivíduos diferentes da mesma<br />

espécie.<br />

Domínio: Nível taxonômico mais alto que reino; Categoria taxonômica recente,<br />

formada pelos domínios bacteria, archaea, e eukarya.<br />

Embryophytas: Referência comum à todas as plantas, desde briófitas até<br />

angiospermas. As plantas produzem um embrião multicelular e matrotrófico, o que serviu de<br />

fundamento para a criação do termo embriófitas.<br />

Epicótilo: Parte superior do eixo do embrião, acima dos cotilédones que forma o<br />

primeiro entrenó.<br />

Epífitas: Designação comum à todas as plantas que vivem sobre o caule ou ramos<br />

de outros vegetais sem parasitá-los.<br />

Esclerênquima (do grego: skeros, duro e do latim: enchyma, preenchimento): Tecido<br />

de sustentação, formado por células com paredes espessadas e lignificadas, as fibras e<br />

as esclereídes.<br />

65


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

esporos.<br />

66<br />

escutelo: Denominação dada ao único cotilédone do embrião das<br />

gramíneas, que tem a função de absorver o endosperma.<br />

espermatófitas (do grego: sperma, semente e phyton, planta): Termo<br />

que se refere à todas as plantas com sementes.<br />

esporângios: Estruturas que produzem células haplóides denominadas<br />

estômatos (do grego: estoma, boca): Aberturas encontradas na epiderme de folhas<br />

e caules, que permite trocas gasosas entre a planta e o meio.<br />

estróbilos: Denominação dada a inflorescência quase sempre compacta, encontrada<br />

nas extremidades de alguns ramos de gimnospermas.<br />

gametófitos: Plantas formadas com o crescimento e desenvolvimento dos<br />

protonemas. Os gametófitos são observados entre os musgos e algumas hepáticas.<br />

gimnosperma (do grego; gymnos, nu e sperma, semente): Planta como o pinheirodo-paraná,<br />

que não produz frutos, as sementes são nuas.<br />

herbário: Coleção de espécimes vegetais secos, montados e identificados, para<br />

estudos de classificação, comparação ou como comprovantes de classificações anteriores.<br />

hipocótilo: Região do embrião ou da plântula entre a raiz e as cotilédones<br />

Infrutescência: Denominação dada ao fruto originário de inflorescência cujas flores,<br />

muito próximas, unem-se formando uma única unidade carpológica.<br />

lóculo (do latim: loculus, câmara pequena): Compartimento do ovário que contém<br />

os óvulos.<br />

magnoliidas: Plantas que representam 3% das angiospermas vivas com<br />

características mais primitivas. As magnoliidas são ancestrais tanto de monocotiledôneas<br />

quanto de eudicotiledôneas.<br />

monóica (do grego: monos, único e oikos, casa): Planta que possui flores capazes<br />

de produzir o grão de pólen e o óvulo, num mesmo indivíduo.<br />

placenta: denomina-se placenta a parte da parede do ovário à qual se prendem os<br />

óvulos ou sementes.<br />

protandria: amadurecimento dos gametas masculinos antes dos femininos.<br />

protoginia: amadurecimento dos gametas femininos antes dos masculinos.<br />

protonemas (do grego: prõtos, primeiro e nema, filamento): Primeira fase do<br />

desenvolvimento do gametófito de algumas briófitas.<br />

pseudofruto: Quando o fruto não é originado do ovário ou é proveniente de vários<br />

ovários.


pteridófita: Plantas vasculares, sem flores que geralmente crescem em locais úmidos<br />

e sombr<strong>ead</strong>os. Algumas pteridófitas são epífitas, outras terrestres e umas poucas espécies<br />

são aquáticas.<br />

rizoma: Caule subterrâneo que cresce paralelo à superfície do solo e apresenta<br />

raízes de um lado e folhas de outro, como pode ser verificado na samambaia.<br />

suspensor: Estrutura encontrada na base do embrião que fornece nutrientes,<br />

proteínas e reguladores de crescimento, permitindo o rápido desenvolvimento da plântula.<br />

O Suspensor morre no estágio de torpedo do embrião.<br />

táxon: Termo escrito em latim usado para representar as categorias taxonômicas,<br />

de reino à espécie.<br />

taxonomia (do grego: taxis, ordenamento e nomos, lei): É ramo das ciências que<br />

trata das classificações dos seres vivos.<br />

tricomas (do grego: trichos, pêlo): Projeções da epiderme, genericamente chamadas<br />

de pêlos.<br />

67


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

68<br />

Referências<br />

Referências<br />

Bibliográficas<br />

Bibliográficas<br />

BEZERRA, Prisco & FERNANDES, Afrânio. Fundamentos de Taxonomia Vegetal.<br />

Fortaleza: Univ. Federal do Ceará. 1984.<br />

FERRI, Mário Guimarães, Botânica: Morfologia Externa das Plantas (Organografia). 15<br />

ed. – 6 a reimpressão (1990) – São Paulo: Nobel, 1983.<br />

GLORIA, B. A. da GUEREIRO, S. M. C. – ANATOMIA VEGETAL. Viçosa: UFV, 2003. 438<br />

p.: il.<br />

LAWRENCE, G. H. M. – Taxonomia das Plantas Vasculares, I Volume., Lisboa: Fundação<br />

Calouste Gulbekian, 1973.<br />

MODESTO, Zulmira, M. M. e SIQUEIRA, J. B. Botânica. São Paulo: Pedagógica<br />

Universitária. 1981.<br />

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) – Biologia vegetal. Rio de Janeiro:<br />

Guanabara Koogan.<br />

ROCHA, ZÉLIA M. da e Silva, CARLINDA, P. – Manual de Anatomia e Organografia de<br />

Vegetais Superiores. Salvador: UFBA, 1997.<br />

VIDAL, Waldomiro Nunes, Botânica – Organografia; quadros sinóticos ilustrados de<br />

fanerógamas – 4 ed. Ver. Ampli. – Viçosa: VFV, 2003. 124 p.: il.<br />

WETTSTEIN, R. et. Alli. Tratado de Botânica Sistemática. Trad. Font. Quer. Buenos Aires:<br />

Labor 1944. 1039 p.<br />

SITES:<br />

http://atlasveg.ib.usp.br/focara<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anatomia<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistem%C3%A1tica<br />

www.Bdt.fat.org.br/mata.atlantica<br />

www.cenargem.embrapa.br<br />

www.ficharionline.com/biologia/pagina_exibe.php?pagina=011195<br />

www.ficharionline.com/biologia/pagina_exibe.php?pagina=011196<br />

www.ficharionline.com/biologia/pagina_exibe.php?pagina=011198


Anotações<br />

Anotações<br />

69


Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

70<br />

Anotações<br />

Anotações


Anotações<br />

Anotações<br />

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Botânica<br />

Geral e<br />

Comparada 1<br />

72<br />

FTC - EaD<br />

Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância<br />

Democratizando a Educação.<br />

www.<strong>ftc</strong>.br/<strong>ead</strong>

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