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Luca - Moa Sipriano

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“Céus, como adoro um ‘homosexo’”, pensou Detlev, ofegante. O suor escorria-lhe pela face.<br />

O corpo estava encharcado, enquanto uma boca sem dentes lhe sugava o membro rígido. Dez<br />

minutos bastaram para a realização daquele ato mecânico. Após ter ejaculado na boca do velhote,<br />

Detlev retirou o lenço italiano do bolso da Ellus desbotada. Enxugou primeiramente o rosto,<br />

depois o peito liso e ensopado de suor.<br />

“Tome um agrado e, por favor, saia do meu carro!”, ele disse ao velho homem que acabara<br />

de lhe dar prazer. Este lhe sorriu maliciosamente, contando as notas, como se dissesse: “tudo bem,<br />

senhor!”, abrindo a porta do Nissan Altima, ganhando a noite fria da ilha, enxugando a boca úmida<br />

com as costas da mão fina, enrugada, suja.<br />

Assim que o homem saiu do seu carro, Detlev apertou um botão no painel, travando<br />

automaticamente todas as entradas. Secou o membro desfalecido, guardando-o dentro do tecido de<br />

seda pura. Fechou em seguida os botões de metal do jeans preferido utilizado nas noites de prazer.<br />

Sorria de satisfação pelo ato realizado, pois curtia rapidinhas com homens morenos, andarilhos da<br />

noite, corpos sem identidades.<br />

Detlev era um homem atraente. Vaidoso, o alemão tinha uma pele muito bem cuidada. Era<br />

dono do maior patrimônio que um homem pode ter na vida: dentes naturais e perfeitos. E a<br />

exuberante cabeleira cor de prata harmonizava com brilhantes e astutos olhos azuis acinzentados.<br />

Advogado, especialista em causas que outros profissionais do seu ramo achavam<br />

impossíveis, fez fama e fortuna na cidade grande, defendendo os interesses de empresas e<br />

comerciantes influentes de Downie, sua terra natal.<br />

Aos quarenta e três anos, no auge da fama, decidiu viver no anonimato da pequena e pacata<br />

Lovland, que descobrira durante uma visita a um cliente multimilionário, morador antigo da ilha,<br />

que solicitara seus eficientes serviços. Lovland tem o poder de atrair homens solitários.<br />

Solteiro, era cobiçado por mulheres e homens. Estabilizado, culto, viajado, não fumante, não<br />

sedentário. Bebidas? Somente duas taças de vinho tinto por dia; uma no almoço e outra na hora do<br />

jantar solitário. No restante do tempo embebedava-se de Perrier. Litros por dia.<br />

Defeitos? Eram poucos. Detlev era um homem prático e objetivo nas ações. Filho único de<br />

mãe solteira, que dedicou a vida toda para o bem estar do menino, dando-lhe, com esforço, a<br />

melhor educação possível; bons colégios, boa alimentação e vestuário decente, na medida de suas<br />

posses. Detlev aprendeu com a mãe a tomar conta de si mesmo desde muito cedo, tornando-se<br />

independente logo aos quinze.<br />

Vícios? Somente um: sexo. Detlev era fascinado pela arte do sexo. Manteve-se virgem, casto<br />

e ignorante até os vinte e dois. Tímido, jamais avançara o sinal com nenhum ser humano.<br />

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