Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp
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<strong>de</strong>pois vi um retrato com as feições da senhora, pertencente a um <strong>do</strong>s filhos. Era realmente a<br />
primeira esposa. No retrato, ela parecia em muito boa saú<strong>de</strong>; acabara <strong>de</strong> fazer um tratamento<br />
para engordar e isso altera o aspecto <strong>de</strong> uma paciente tísica. Estes são apenas alguns exemplos<br />
entre muitos.<br />
‘O sonho [recorrente]. - Vi uma língua <strong>de</strong> terra ro<strong>de</strong>ada <strong>de</strong> água. As vagas eram<br />
impelidas para a frente e, <strong>de</strong>pois, para trás, pelas ondas <strong>de</strong> rebentação. Nesse pedaço <strong>de</strong> terra<br />
erguia-se uma palmeira, um tanto torcida em direção da água. Uma mulher passara o braço em<br />
torno <strong>do</strong> caule da palmeira e se inclinava para a água, on<strong>de</strong> um homem tentava alcançar a praia.<br />
Por fim, ela <strong>de</strong>itou-se no solo, agarrou-se fortemente à palmeira com a mão esquerda e<br />
esten<strong>de</strong>u a mão direita tão longe quanto podia na direção <strong>do</strong> homem na água, mas sem<br />
alcançá-lo. Nesse ponto, caio da cama e acor<strong>do</strong>. Tinha aproximadamente 15 ou 16 anos <strong>de</strong><br />
ida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> compreendi que essa mulher era eu própria e, a partir <strong>de</strong>ssa época, não apenas<br />
experimentei todas as suas apreensões em relação ao homem, mas, às vezes, me <strong>de</strong>tive lá,<br />
como uma terceira pessoa, olhan<strong>do</strong> para a cena sem participar <strong>de</strong>la. Já tive esse sonho também<br />
em cenas separadas. Quan<strong>do</strong> em mim <strong>de</strong>spertou algum interesse pelos homens (<strong>do</strong>s 18 aos 20<br />
anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>), tentei ver o rosto <strong>do</strong> homem, mas isso nunca foi possível. A espuma ocultava<br />
tu<strong>do</strong>, salvo sua nuca e a parte <strong>de</strong> trás da cabeça. Duas vezes estive noiva, mas, a julgar por sua<br />
cabeça e compleição, ele não era nenhum <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is homens com quem fui comprometida. Certa<br />
vez, <strong>de</strong>itada no sanatório, sob a influência <strong>do</strong> paral<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, vi o rosto <strong>do</strong> homem, o qual agora<br />
sempre vejo no sonho. Era o rosto <strong>do</strong> médico sob cujos cuida<strong>do</strong>s me achava. Gostava <strong>de</strong>le<br />
como médico, mas não me sentia atraída por ele <strong>de</strong> nenhuma outra forma.<br />
‘Lembranças. Seis a nove meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. - Achava-me num carrinho <strong>de</strong> bebê. À minha<br />
direita estavam <strong>do</strong>is cavalos; um <strong>de</strong>les, <strong>de</strong> cor castanha, olhava-me muito atenta e<br />
expressivamente. Foi a minha mais vívida experiência; tive a impressão <strong>de</strong> tratar-se <strong>de</strong> um ser<br />
humano.<br />
‘Um ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. - Papai e eu no parque municipal, on<strong>de</strong> um guarda <strong>do</strong> parque estava<br />
pon<strong>do</strong> um passarinho em minha mão. Seus olhos fitaram os meus. Senti: “Essa é uma criatura<br />
como você.”<br />
‘Animais sen<strong>do</strong> abati<strong>do</strong>s. - Quan<strong>do</strong> ouvia os porcos gritan<strong>do</strong>, sempre pedia socorro e<br />
gritava: “Você está matan<strong>do</strong> uma pessoa!” (quatro anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>). Sempre me recusei a comer<br />
carne. A carne <strong>de</strong> porco invariavelmente me faz vomitar. Somente durante a guerra vim a comer<br />
carne e apenas contra a vonta<strong>de</strong>; agora estou apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a passar novamente sem ela.<br />
‘Cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. - Minha mãe estava dan<strong>do</strong> à luz e eu a ouvia gritar. Tive a<br />
sensação: “Há um ser humano ou um animal em gran<strong>de</strong> aflição”, tal como tivera quan<strong>do</strong> da<br />
matança <strong>do</strong>s porcos.<br />
‘Em criança fui inteiramente indiferente aos assuntos sexuais; aos <strong>de</strong>z anos ainda não<br />
tinha concepção das ofensas contra a castida<strong>de</strong>. A menstruação apareceu aos <strong>do</strong>ze anos. A