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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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uma forma <strong>de</strong> pensar, uma transformação <strong>do</strong> material pré-consciente <strong>do</strong> pensamento pela<br />

elaboração onírica e suas condições. Nossa terminologia das neuroses não é aplicável ao<br />

material reprimi<strong>do</strong>, que não po<strong>de</strong> ser chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> histérico, obsessivo ou paranóico. Opon<strong>do</strong>-se<br />

a isso, a outra parte <strong>do</strong> material sujeita ao processo <strong>de</strong> formação onírica - os pensamentos pré-<br />

conscientes - po<strong>de</strong> ser normal ou apresentar o caráter <strong>de</strong> qualquer neurose; eles po<strong>de</strong>m ser os<br />

produtos <strong>de</strong> qualquer <strong>do</strong>s processos patogênicos em que resi<strong>de</strong> a essência <strong>de</strong> uma neurose.<br />

Não parece haver razão para que qualquer idéia patológica <strong>do</strong> gênero não <strong>de</strong>va ser<br />

transformada em um sonho. Um sonho po<strong>de</strong>, assim, simplesmente representar uma fantasia<br />

histérica, uma idéia obsessiva ou um <strong>de</strong>lírio, isto é, po<strong>de</strong> revelar um ou outro <strong>de</strong>sses fatos após<br />

a interpretação. A observação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is paranóicos <strong>de</strong>monstra que os sonhos <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les eram<br />

inteiramente normais enquanto sujeito a seu <strong>de</strong>lírio, e que os <strong>do</strong> outro eram paranóicos em<br />

conteú<strong>do</strong> enquanto tratava suas idéias <strong>de</strong>lirantes com <strong>de</strong>sprezo. Logo, em ambos os casos, o<br />

sonho aproveitava o material que, na ocasião, se achava força<strong>do</strong> para o segun<strong>do</strong> plano na vida<br />

<strong>de</strong>sperta. Entretanto, isso também não precisa necessariamente constituir uma regra invariável.<br />

C<br />

Homossexualismo. - O reconhecimento <strong>do</strong> fator orgânico no homossexualismo não nos<br />

isenta da obrigação <strong>de</strong> estudar os processos psíquicos vincula<strong>do</strong>s à sua origem. O processo<br />

típico, já estabeleci<strong>do</strong> em casos inumeráveis, é <strong>de</strong> um jovem, alguns anos após a puberda<strong>de</strong>, e<br />

que até então fora intensamente fixa<strong>do</strong> na mãe, mudar <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>; i<strong>de</strong>ntifica-se com ela e procura<br />

objetos amorosos em quem possa re<strong>de</strong>scobrir-se e a quem possa então amar como a mãe o<br />

amara. A marca característica <strong>de</strong>sse processo é que, por vários anos, uma das condições<br />

necessárias para o seu amor consiste em o objeto masculino ter, em geral, a mesma ida<strong>de</strong> que<br />

ele próprio tinha quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>u a mudança. Vimos a conhecer diversos fatores que contribuem<br />

para esse resulta<strong>do</strong>, provavelmente em graus diferentes. Primeiro há a fixação na mãe, que fica<br />

difícil <strong>de</strong> passar para outra mulher. A i<strong>de</strong>ntificação com a mãe é um resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa ligação e ao<br />

mesmo temppo, em certo senti<strong>do</strong>, permite que o filho lhe permaneça fiel, a ela que foi seu<br />

primeiro objeto. Há em seguida inclinação no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma escolha <strong>de</strong> objeto narcísico, que<br />

em geral se encontra mais à mão e é mais fácil <strong>de</strong> efetuar que um movimento no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

outro sexo. Por trás <strong>de</strong>sse último fator jaz oculto um outro, <strong>de</strong> força bastante excepcional, ou<br />

talvez coincida com ele: o alto valor atribuí<strong>do</strong> ao órgão masculino e a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tolerar sua<br />

ausência num objeto amoroso. A <strong>de</strong>preciação das mulheres, a aversão e até mesmo o horror a<br />

elas <strong>de</strong>rivam-se geralmente da precoce <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> que as mulheres não possuem pênis.<br />

Subseqüentemente <strong>de</strong>scobrimos, como outro po<strong>de</strong>roso motivo a compelir no senti<strong>do</strong> da escolha<br />

homossexual <strong>de</strong> objeto, a consi<strong>de</strong>ração pelo pai ou o me<strong>do</strong> <strong>de</strong>le, porque a renúncia às mulheres<br />

significa que toda a rivalida<strong>de</strong> com aquele (ou com to<strong>do</strong>s os homens que po<strong>de</strong>m tomar seu

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