Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp
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tentamos tornar conscientes esses impulsos reprimi<strong>do</strong>s, damo-nos conta das forças repressivas<br />
sob a forma <strong>de</strong> resistência. A consecução da repressão, porém, fracassa <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />
especialmente fácil no caso <strong>do</strong>s instintos sexuais. Sua libi<strong>do</strong> represada encontra outras saídas<br />
<strong>do</strong> inconsciente, porque regri<strong>de</strong> a fases anteriores <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e a atitu<strong>de</strong>s anteriores<br />
para com os objetos, e em pontos fracos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento libidinal, on<strong>de</strong> existem fixações<br />
infantis, irrompe na consciência e obtém <strong>de</strong>scarga. O que resulta é um sintoma e,<br />
conseqüentemente, em sua essência, uma satisfação sexual substitutiva. Não obstante, o<br />
sintoma não po<strong>de</strong> escapar inteiramente às forças repressivas <strong>do</strong> ego, ten<strong>do</strong> assim <strong>de</strong> submeter-<br />
se a modificações e <strong>de</strong>slocamentos - exatamente como acontece com os sonhos - através <strong>do</strong>s<br />
quais sua característica <strong>de</strong> satisfação sexual se torna irreconhecível. Conseqüentemente, os<br />
sintomas têm a natureza <strong>de</strong> conciliações entre os instintos sexuais reprimi<strong>do</strong>s e os instintos<br />
repressores <strong>do</strong> ego; representam uma realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo para ambas as partes <strong>do</strong> conflito<br />
simultaneamente, uma realização porém incompleta para cada uma <strong>de</strong>las. Isso é inteira e<br />
estritamente genuíno <strong>do</strong>s sintomas da histeria, ao passo que nos sintomas da neurose obsessiva<br />
há amiú<strong>de</strong> uma ênfase mais forte no la<strong>do</strong> da função repressora <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao erguimento <strong>de</strong><br />
formações reativas, que são garantias contra a satisfação sexual.<br />
Transferência. - Se hovesse necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras provas da verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que as forças<br />
motiva<strong>do</strong>ras por trás da formação <strong>de</strong> sintomas neuróticos são <strong>de</strong> natureza sexual, elas seriam<br />
encontradas no fato <strong>de</strong>, no <strong>de</strong>curso <strong>do</strong> tratamento analítico, formar-se regularmente entre o<br />
paciente e o médico uma relação emocional especial, relaçao que vai muito além <strong>do</strong>s limites<br />
racionais. Ela varia entre a <strong>de</strong>voção mais afetuosa e a inimiza<strong>de</strong> mais obstinada e <strong>de</strong>riva todas<br />
as suas características <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s eróticas anteriores <strong>do</strong> paciente, as quais se tornaram<br />
inconscientes. Essa transferência, tanto em sua forma positiva quanto negativa, é utilizada como<br />
arma pela resistência; porém, nas mãos <strong>do</strong> médico, transforma-se no mais po<strong>de</strong>roso instrumento<br />
terapêutico e <strong>de</strong>sempenha um papel que dificilmente se po<strong>de</strong> superestimar na dinâmica <strong>do</strong><br />
processo <strong>de</strong> cura.<br />
As Pedras Angulares da Teoria Psicanalítica. - A pressuposição <strong>de</strong> existirem processos<br />
mentais inconscientes, o reconhecimento da teoria da resistência e repressão, a apreciação da<br />
importância da sexualida<strong>de</strong> e <strong>do</strong> complexo <strong>de</strong> Édipo constituem o principal tema da psicanálise e<br />
os fundamentos <strong>de</strong> sua teoria. Aquele que não possa aceitá-los a to<strong>do</strong>s não <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar-se<br />
a si mesmo como psicanalista.<br />
História Posterior da Psicanálise. - A psicanálise foi conduzida aproximadamente até aí<br />
pelo trabalho <strong>do</strong> autor <strong>de</strong>ste verbete, que por mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos foi seu único representante. Em<br />
1906, os psiquiatras suíços Bleuler e C. G. Jung começaram a <strong>de</strong>sempenhar um papel vigoroso<br />
na análise; em 1907, uma primeira conferência <strong>de</strong> seus segui<strong>do</strong>res realizou-se em Salzburg e a<br />
jovem ciência ce<strong>do</strong> <strong>de</strong>scobriu-se como centro <strong>de</strong> interesse tanto entre psiquiatras quanto entre<br />
leigos. Sua recepção na Alemanha, o país com seu mórbi<strong>do</strong> anseio por autorida<strong>de</strong>, não foi