download do material - FICI - Festival Internacional de Cinema Infantil
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G ê N E S E D O f I l m E<br />
Um roteirista inspira<strong>do</strong><br />
O universo <strong>de</strong> Cain<strong>do</strong> no ridículo toma forma pelas mãos<br />
<strong>de</strong> Rémi Waterhouse, que assina o roteiro e os diálogos:<br />
“Eu tinha li<strong>do</strong> as memórias da Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Boigne, on<strong>de</strong><br />
ela conta sua infância em Versalhes. (…) O ridículo podia<br />
matar, eu não inventei nada. Quan<strong>do</strong> as meninas estavam<br />
na Corte, o Duque <strong>de</strong> Guines lhes disse: ‘Os vícios não<br />
são preocupantes, já o ridículo po<strong>de</strong> matar.’ Está no livro<br />
<strong>de</strong> Boigne. Eu levei ao pé da letra. (…) Não queria que<br />
o filme se chamasse Os ridículos: o que me interessava<br />
era O ridículo, o ridículo como gás letal. (…) Por isso o<br />
filme começa com a história <strong>do</strong> Marquês <strong>de</strong> Patatras, para<br />
mostrar <strong>do</strong> que se trata. (…) Tu<strong>do</strong> isso é real, está no livro<br />
<strong>de</strong> Boigne.<br />
Rémi Waterhouse queria dirigir seu roteiro, este seria seu<br />
primeiro longa-metragem. Mas os patrocina<strong>do</strong>res hesitaram.<br />
Para conseguir montar o projeto, convidaram um<br />
diretor <strong>de</strong> renome, Patrice Leconte. Rémi Waterhouse só<br />
começará como diretor em 1999 com Je règle mon pas<br />
sur le pas <strong>de</strong> mon père, e assinará também Mille millièmes,<br />
fantaisie immobilière, em 2002.<br />
Um cineasta entusiasma<strong>do</strong><br />
A leitura <strong>do</strong> roteiro <strong>de</strong> Cain<strong>do</strong> no ridículo entusiasmou<br />
tanto Patrice Leconte que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início ele se envolveu<br />
intensamente neste projeto, o primeiro que não participou<br />
Uma bela história<br />
como roteirista. “Li o roteiro <strong>de</strong> Cain<strong>do</strong> no ridículo sem<br />
me dar conta que se tratava <strong>de</strong> um filme <strong>de</strong> uma época<br />
diferente da minha”, conta. “Li este roteiro como uma história<br />
com personagens, um enre<strong>do</strong>, jogos emocionais. E<br />
isto funcionava muito bem. Tu<strong>do</strong> estava bem construí<strong>do</strong>,<br />
preciso, to<strong>do</strong>s os personagens estavam perfeitamente representa<strong>do</strong>s<br />
e os diálogos alcançavam seus objetivos <strong>de</strong><br />
maneira precisa. Para retomar uma fórmula <strong>de</strong> Jean Rochefort,<br />
era uma espécie <strong>de</strong> western em Versalhes on<strong>de</strong><br />
as pistolas foram trocadas por jogos <strong>de</strong> palavras. Para mim<br />
era muito estimulante em termos <strong>de</strong> direção. Eu me encontrava<br />
diante <strong>de</strong> um universo totalmente novo, me perguntava<br />
como iria me sair, se saberia como fazer e isto tornava<br />
a aventura muito excitante.”<br />
Patrice Leconte toma as ré<strong>de</strong>as <strong>do</strong> filme, mas <strong>de</strong>ve antes<br />
executar outros projeto já programa<strong>do</strong>: Les Grands Ducs.<br />
Apenas cinco semanas separam o término da filmagem<br />
<strong>de</strong> um e o início da filmagem <strong>do</strong> outro, e os <strong>do</strong>is filmes<br />
foram lança<strong>do</strong>s com apenas alguns meses <strong>de</strong> intervalo:<br />
Les Grands Ducs, em 21 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1996 e Cain<strong>do</strong><br />
no ridículo em 09 <strong>de</strong> maio.<br />
Atores pré-escolhi<strong>do</strong>s<br />
Patrick Leconte faz pessoalmente a escalação <strong>do</strong>s atores<br />
<strong>do</strong> filme: uma prática que não necessariamente é comum<br />
a to<strong>do</strong>s os cineastas (alguns preferem aprovar ou não as<br />
sugestões que lhes são dadas), mas que ele julga essencial:<br />
“Si o diretor não faz o casting, aon<strong>de</strong> ele vai parar?<br />
Eu organizei minha orquestra aos poucos. Sabia que Jean<br />
Rochefort estava disposto a interpretar o marquês <strong>de</strong> Bellegar<strong>de</strong>.<br />
Rapidamente, me certifiquei que Fanny Ardant<br />
concordaria em interpretar a Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Blayac. Inicialmente<br />
pensei em Pierre Arditi para fazer o Aba<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vilecourt,<br />
mas <strong>de</strong>pois achei que seria uma ótima oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reencontrar Bernard Girau<strong>de</strong>au, que eu havia dirigi<strong>do</strong><br />
em Viens chez moi j’habite chez une copine e Les Spécialistes.<br />
Não obtive nenhuma recusa. Sei que é uma sorte<br />
enorme, mas o roteiro era muito empolgante. Só <strong>de</strong>pois<br />
que juntei toda a orquestra que comecei a me perguntar<br />
quem seria o meu primeiro violino: nenhum ator me parecia<br />
uma boa escolha para interpretar Poncelu<strong>do</strong>n <strong>de</strong> Malavoy.<br />
Entrevistei muitos, fiz testes, o que é muito raro para mim.<br />
Charles Berling não era muito conheci<strong>do</strong>, apesar <strong>de</strong> já ter<br />
si<strong>do</strong> visto em Petits arrangements. Seu talento me convenceu<br />
e me agradava a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> os nobres serem interpreta<strong>do</strong>s<br />
por atores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> renome e Poncelu<strong>do</strong>n por um<br />
novato: fazia senti<strong>do</strong> para o enre<strong>do</strong>, um jovem nobre que<br />
ninguém conhece chega em Versalhes, on<strong>de</strong> to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />
tem um sobrenome.”<br />
Um filme muito bem produzi<strong>do</strong> e bem dirigi<strong>do</strong><br />
A filmagem <strong>de</strong> Cain<strong>do</strong> no ridículo durou 11 semanas,<br />
“mais exatamente 55 dias <strong>de</strong> filmagem com um orçamento<br />
equivalente a 5,4 milhões <strong>de</strong> euros, especifica Patrice<br />
Leconte. No final, este filme que aparenta ser muito luxuoso,<br />
é quase barato compara<strong>do</strong> com os custos habituais.<br />
Há várias explicações para isso. Gosto <strong>de</strong> planejar bem<br />
os gastos, filmo relativamente rápi<strong>do</strong>, sem <strong>de</strong>sperdiçar e<br />
o filme foi muito bem produzi<strong>do</strong>.” Como não tiveram livre<br />
acesso ao Castelo <strong>de</strong> Versalhes, on<strong>de</strong> só foram filmadas<br />
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