Diversificação de investimentos permite solidez do patrimônio - Petros

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ISSN 2237-8928
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9772237 892000
Ano 1 n nº 7
set/out 2012
Fundos de pensão enFrentam o aumento das demandas judiciais
A alocação dos recursos
em estratégias distintas
é uma forma de assegurar
uma boa rentabilidade
sem a necessidade de
correr mais riscos
Diversificação de investimentos
permite solidez do patrimônio

Nosso maior presente é fazer
parte da história da sua vida
Ganhar presente é bom demais. Melhor ainda quando ele se traduz na realização
de sonhos e conquistas. Tem sido assim ao longo dessa década no Clube Petros,
que completa seu 10º aniversário com bons motivos para comemorar com nossos
150 mil participantes: cerca de cinco mil estabelecimentos de diversas categorias
em todo o país e um site totalmente reformulado, com novas funcionalidades.
Comemore com a gente!
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anos
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ShutterStoCk
Ano 1 número 7 Setembro/outubro 2012
Petros e seU DiNHeiro
DiverSificaçãO De inveStimentOS
permite SOliDez DO patrimôniO
Diante de um cenário de juros baixos,
8fundos de pensão enfrentam o desafio
de diversificar seus investimentos,
garantindo a melhor rentabilidade
com menor risco
reIS, tôrreS e FlorênCIo AdvoCACIA / ASS. ComunICAção
18
Para sUa traNQUiLiDaDe
eventOS prOmOvem
cOnfraternizaçãO entre OS
participanteS
5
seções
Encontro Petros com o
Participante – Previdência
& seu Futuro é sucesso no
Rio e em Salvador
cartaS 4
De Seu intereSSe 20 a 23
20 Site Sempre Ativo
22 Incentivo fiscal no Ir
23 XII Corrida rústica
Por DeNtro
Dos PLaNos
açÕeS JuDiciaiS
15
Setor de previdência
complementar busca
alternativas para
enfrentar aumento
de ações na Justiça
eNtreVista
a viSãO DO eSpecialiSta
Adacir Reis analisa o atual cenário
das ações judiciais que atingem
o setor dos fundos de pensão
saÚDe pOr SOnia HirScH
Como lidar com hábitos e vícios
24
capacitaçãO DOS
repreSentanteS 27
BaStiDOreS 28 e 29
GuStavO cerBaSi 30
ShutterStoCk
IluStrAçÕeS: CrIS tAtI
cara Leitora,
caro Leitor
DeSafiOS atuaiS
para OS funDOS
De penSãO
o
cenário de crise mundial
trouxe a realidade de
taxas de juros baixas
para a economia brasileira em
2012. A redução dos juros é boa
para os cidadãos e para o país.
E desafiadora para os fundos de
pensão, que precisarão buscar
alternativas para a rentabilidade
do patrimônio dos participantes.
A saída apontada por dirigentes,
autoridades e especialistas
do setor é a busca pela diversificação
dos investimentos. A
Petros já trilha esse caminho há
alguns anos e essa estratégia
foi ampliada a partir da crise de
2008. Com bons resultados já
obtidos nessa linha de atuação, a
Fundação encontra-se preparada
para este novo momento.
O aumento das ações judiciais
de participantes contra os
fundos é outro importante desafio
das entidades do setor. Neste
caso, uma das soluções encontradas
tem sido a educação
previdenciária. A informação
clara e precisa aos participantes,
às entidades que os representam
e até mesmo para o Judiciário
tem sido um dos recursos para
enfrentar a situação.
Esses dois temas são destaque
nesta edição da Petros e Você.
Mas a sua revista tem muito mais.
Boa leitura!
Fernando Fulanetti
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 3

cartas
eNtre em coNtato
Fale com a equipe da revista. Envie sugestões, críticas e dúvidas pelo
e-mail revista@petros.com.br ou por carta, para revista Petros e Você
Rua do Ouvidor, 98, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20040-030. Na mensagem,
por carta ou e-mail, informe sua cidade e estado. As cartas são editadas,
sem prejuízo do conteúdo, para podermos publicar mais mensagens.
VÍDeo sobre PeNsÃo Por morte
Você Solicito enviar o texto do programa
da TV Petros sobre como solicitar
pensão em caso de morte do titular. O vídeo
tem uma abordagem clara e objetiva,
que seria importante estar registrada no
formato de texto.
Derly Ferreira dos Santos, Parati, RJ
Petros e Você Caro senhor Derly,
agradecemos pelo seu contato e sugestão.
A Petros tem se esforçado para
produzir material com linguagem clara e
objetiva sobre os temas de interesse dos
participantes em seus canais, mas cada
veículo tem a sua linguagem específica.
Para tanto, nos comprometemos a produzir
conteúdo sobre este e outros
temas de interesse dos participantes
para novas edições da revista Petros.
corriDa rÚstica
Você Peço esclarecer se a Corrida
Rústica da Petros vai acontecer em
outras cidades do país, como Salvador,
por exemplo.
Francisco Nilson Oliveira de Souza,
Salvador, BA
Petros e Você Caro senhor Francisco,
agradecemos por sua mensagem e
interesse na Corrida Rústica. Informamos
que este evento requer uma
logística de organização e investimento,
que atualmente são limitadores
Para faLar com a Petros
0800 025 35 45
CentrAl de AtendImento Fale com um atendente
nos dias úteis, das 8 às 19 horas, ou use o atendimento
por meio de gravação todos os dias, 24h
4 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
para sua realização fora do Rio de
Janeiro, sede da Fundação. No entanto,
a Petros estuda a possibilidade de realizar
eventos semelhantes em outras
cidades do Brasil futuramente.
cLUbe Petros e o coNVêNio
com a reNaULt
Você Fiz a compra de um veículo zero
km pelo convênio do Clube Petros com
a Renault. Fui informado que o prazo
para entrega era de 30 a 45 dias. O
carro foi faturado há 54 dias e ainda
não recebi o veículo nem tenho informação
consistente sobre o assunto.
Bruno de Jesus Carneiro, Rio de Janeiro, RJ
Petros e Você Caro senhor Bruno,
o seu contato é muito importante para
avaliarmos os convênios do Clube. Informamos
que para oferecer o desconto,
a Renault realiza a venda diretamente
da fábrica. Assim, o prazo de entrega
depende da data de fabricação, da
disponibilidade do estoque, do prazo de
frete e da logística de entrega. Segundo
a empresa, esse prazo pode ser de
60 dias úteis para veículos nacionais
e 120 para os importados. Em todos
os convênios do Clube, as condições
de entrega e as formas de pagamento
são de responsabilidade das empresas
conveniadas. Mas a nossa equipe está
atuando junto a elas para garantir o
melhor atendimento aos participantes.
(21) 2506-0855
ouvIdorIA dias úteis, das 8 às 19 horas
www.Petros.com.br
PortAl dA PetroS / Fale conosco
Fundação Petrobras
de seguridade social – Petros
diretoria eXecutiVa
Presidente
luís Carlos Fernandes Afonso
diretores
Carlos Fernando Costa, maurício França rubem
e newton Carneiro da Cunha
secretário-geral
Wagner luiz Constantino de lima
conselHo deliberatiVo
titulares
diego hernandes (presidente), Jorge José
nahas neto, nilton Antonio de Almeida maia,
Paulo César Chamadoiro martin, Paulo teixeira
brandão e ronaldo tedesco vilardo
suplentes
Agnelson Camilo da Silva, Alexandre Aparecido
barros, Claudia Padilha de Araújo Gomes,
danilo Ferreira da Silva, eurico dias rodrigues
e Fernando leite Siqueira
conselHo Fiscal
titulares
Silvio Sinedino Pinheiro (presidente),
bruno Passos da Silva melo, epaminondas
de Souza mendes e José elias da Silva
suplentes
denise Frazão Ginzo, emidio rebelo Filho,
oscar Angelo Scottá e Walber monteiro de Almeida
gerente executivo de comunicação
e relações institucionais
Fernando Fulanetti
diretor de redação
Fernando Fulanetti (mtb 21.186/SP)
editora
tatiana Stallone, Gerente de relações
Institucionais
reportagem e redacão
Antonia moraes, Charles nascimento, Gleice
Pacheco, Priscilla Azevedo, Silvia Yared e
larissa Silva (estagiária)
arte e criação
diego Arada, Felipe Claudino, Iêda oliveira, luiz
Cesar Cabral e márcio Araujo
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redação
rua do ouvidor, 98 – Centro
rio de Janeiro, rJ – CeP 20040-030
tel: (21) 2506-0335
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diagramação e revisão
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tiragem
150 mil exemplares

e
no primeiro semestre do ano, a direção da Petros
tradicionalmente promove eventos para prestar
contas aos participantes. Em geral, são apresentados
os resultados do exercício anterior e anunciadas
as principais metas a serem alcançadas. Já a agenda
da segunda metade do ano reserva espaço para encontros
um pouco mais informais, marcados pelo clima
de congraçamento. Foi assim, por exemplo, nas
edições do Encontro Petros com o Participante – Previdência
& seu Futuro, realizadas no Rio de Janeiro e
em Salvador, respectivamente nos dias 14 de agosto
e 14 de setembro.
Uma característica de ambos os encontros, patrocinados
pelo banco Bradesco, foi a presença maciça do público.
Em solo carioca o evento superou a marca de 800
pessoas. O presidente Luís Carlos Afonso, representando
a diretoria, manifestou a satisfação em receber os participantes
e falou sobre o esforço dos gestores para melhorar
a qualidade dos serviços prestados pela Fundação.
A presença do Coral da Petros durante a abertura do
encontro no Rio foi a grande surpresa. As palmas e a
animação do público ajudaram a ditar o ritmo da apresentação
do grupo. “O coral está cantando cada vez
ncOntrOS prOmOvem
cOnfraternizaçãO
Para sUa
traNQUiLiDaDe
entre OS participanteS
eDições Do eVeNto atraÍram PÚbLico
recorDe No rio De JaNeiro e em saLVaDor
melhor e vamos trabalhar para incluí-lo em outros
eventos”, disse Luís Afonso.
O encontro da Bahia bateu o recorde de público, totalizando
quase mil pessoas. “É uma ótima oportunidade
para rever amigos do tempo da ativa, até porque
a maioria aqui é de aposentados”, explicou o diretor de
Seguridade, Maurício Rubem. Segundo ele, o sucesso
do encontro mostra que a Petros tem buscado uma
aproximação cada vez maior com os participantes. “As
pesquisas de satisfação demostram que estamos no caminho
certo.”
Os dirigentes aproveitaram para anunciar oficialmente
o site Sempre Ativo, uma das ações do Programa
Petros de Educação Financeira e Previdenciária
– leia matéria na página 20. O tema continuou em
pauta com a apresentação das palestras e, de acordo
com os depoimentos dos participantes, foi um dos
pontos altos dos encontros.
Para o especialista em educação financeira e previdenciária
Álvaro Modernell, é importante que um
fundo de pensão do porte da Petros leve o tema ao
conhecimento dos participantes, para que eles possam
alcançar maior qualidade de vida. “O estresse
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 5
>>

Para sUa traNQUiLiDaDe encOntrO petrOS
renAto velASCo
financeiro é um problema crônico
e está relacionado à maioria dos
outros problemas profissionais
e familiares”, explicou Modernell,
em sua palestra na Bahia.
Segundo ele, as estatísticas mostram
que mais da metade dos divórcios
no Brasil estão relacionados
a problemas financeiros.
riO De JaneirO, rJ, 14 De aGOStO
“A missão da Petros está
sendo cumprida e merecemos
festejar com este evento tão
maravilhoso.”
Marília Faria Sampaio fez parte do grupo
de trabalho que deu origem à Petros
e está aposentada desde 1998
6 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
o Coral da Petros: destaque no
encontro no rio de Janeiro
A programação dos encontros
também abordou o tema da
educação previdenciária. O gerente
de Gestão de Contas Petrobras,
Marcos Antônio Baptista,
apresentou ao público o plano
ANAPARprev, que permite aos
participantes inscreverem seus
familiares. Nas duas cidades a
“Já encontrei dois amigos;
infelizmente, só nessas
ocasiões a gente se encontra.
Gosto muito deste evento. É
primordial para os aposentados!”
Josué Rocha de Souza, aposentado
desde 2008 pela Petrobras, trabalhava
embarcado. Foi com a esposa Waldete de Souza
palestra repercutiu muito bem
entre os assistidos.
A plateia ainda contou com o
sorteio de brindes oferecidos pelo
Bradesco e por empresas parceiras
do Clube Petros (Dell Computadores,
Electrolux, Hotel Urbano,
Compra Certa, GE Dako Continental).
O participante alagoano Nemezio
Nelman Albuquerque, por
exemplo, levou para sua casa, em
Macáe, RJ, um microondas Electrolux.
“A festa está maravilhosa,
bem organizada e eu ainda fui
premiado. Estou muito satisfeito!”,
disse ele, aposentado há 21 anos.
Os encontros tiveram ainda atrações
musicais. Para os cariocas, a
banda Rio Babilônia mostrou muita
interação com o público, que dançou
com entusiasmo. Já os baianos
fizeram jus à tradição de povo festeiro,
o que levou os músicos do
grupo Los Guaranis a estenderem o
show por mais meia hora, pois ninguém
queria arredar o pé do salão.
“Este evento é explicativo e as
palestras são boas e didáticas.
Além disso, é ótimo para rever os
antigos amigos. Já encontrei uns
dez amigos da época da ativa.”
O carioca Adilson Guerreiro está aposentado
há 17 anos pela Petrobras e veio de Nilópolis
para participar do evento
FotoS: renAto velASCo

SalvaDOr, Ba, 14 De SetemBrO
“Além da transparência que
a direção demonstra, esses
encontros trazem os participantes
para dentro do sistema para
entender melhor esta discussão
envolvendo a Petros.”
Jair Lima, coordenador do posto Petros
em Aracaju (SE). Assumiu a função
atual há dois anos e meio, depois de
24 anos no posto Petros Salvador
avaliaçãO pOSitiva
47%
Pelas avaliações dos participantes
recolhidas após os encontros, os
eventos no Rio de Janeiro e Salvador
foram um enorme sucesso. Na
capital carioca, 323 participantes
responderam à pesquisa e 47% dos
entrevistados avaliaram o evento
como “ótimo”. Outros 47% classi-
“Quando chego à Petros
sou bem tratada e o que eu
peço geralmente obtenho
com facilidade. Gosto
muito dos funcionários do
posto.”
A baiana Maura Alcantara Baia Short
é pensionista desde 2005 e optou
pela repactuação
rio de janeiro bahia
ÓtimO
BOm
reGular
“No ano passado eu havia
participado do evento e
achei muito interessante.
Estes encontros são bem
organizados e as palestras,
relevantes.”
Celso Rufino, empregado da ativa,
admitido na Petrobras em 1986.
Compareceu acompanhado da esposa,
Chirlene Rufino
avaliaçãO Geral paleStraS avaliaçãO Geral
paleStraS
6% 12% 3% 3%
47%
46%
42%
45%
ficaram o encontro como “bom”, o
que representou um total de 94% de
aprovação. Com relação à qualidade
das palestras, 42% consideraram
“ótima” e 46% “boa” – aprovação
de 88%.
Na Bahia, os formulários respondidos
totalizaram 368. Para
ASSIStA na tv Petros à cobertura dos encontros Petros com os Participantes.
52%
40%
57%
52% deles, o evento foi “ótimo” e
para outros 45%, foi “bom” – 97%
de avaliações positivas. Quanto às
palestras, 57% disseram ter sido
“ótimas”. Enquanto isso, 40% dos
respondentes opinaram que as apresentações
foram “boas” – os mesmos
97% na soma geral.
FotoS: ArenA eventoS
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 7

Petros e seU DiNHeiro inveStimentOS
dDiVersificaçÃo
De iNVestimeNtos
Permite a soLiDez Do PatrimôNio
Dos PLaNos De beNefÍcios
ocenário de instabilidade econômica
global dos últimos
anos revelou ao mundo e aos
brasileiros a maturidade e solidez da
economia brasileira, que reduziram
os impactos da crise no país. Prova
disso é que o Brasil ainda aproveitou
a oportunidade para baixar sua taxa
de juros a patamares inéditos, atendendo
a um antigo anseio das empresas
e da população brasileira. Em outubro,
o Comitê de Política Monetária,
órgão do Banco Central (BC), fixou a
taxa de juros Selic em 7,25% ao ano,
na décima redução consecutiva.
A trajetória de queda teve início em
agosto de 2011, quando a economia
8 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
eSafiO para
creScer cOm OS
JurOS BaixOS
interna começou a mostrar sinais
de desaquecimento devido à piora
da crise mundial, especialmente na
Europa. Segundo nota do BC, a decisão
considerou o risco de inflação, a
recuperação da atividade doméstica
e a complexidade que envolve o ambiente
internacional.
Mas quem ganha com a baixa
da Selic? A taxa é um dos principais
instrumentos de controle de preço no
país. Sua redução, em tese, estimula
o consumo porque o crédito fica mais
barato. A indústria também passa a
contar com condições mais favoráveis
para ampliar a produção e atender
os consumidores. A queda da Selic
diminui ainda o custo da dívida do
governo, que fica com mais dinheiro
disponível para investir nas melhorias
de setores essenciais para o país.
Como se vê, muita gente ganha
com a queda da Selic: o governo, a indústria,
os consumidores. Enfim, toda
a sociedade tem benefícios. A taxa
funciona como uma espécie de piso,
que serve de referência para os juros
do crediário, do cartão de crédito, dos
empréstimos. Se a Selic pende para
baixo, os outros seguem na mesma
direção. Com isso, fazer crediário fica
mais em conta, assim como financiar
um carro ou o sonho da casa própria.
Para as empresas, a redução da
Selic abre espaço para novos investimentos.
Compensa colocar dinheiro
na produção e buscar ganhos com o
aumento das vendas, que pode ser
maior que a rentabilidade do mercado
financeiro. Como os juros baixos
estimulam a economia, são gerados
novos empregos, conjuntura ideal
para ajudar o país a crescer. A estratégia
do governo é justamente
garantir um crescimento econômico
mais robusto, visando atrair investidores
para o setor produtivo.
DiVersificar aUmeNta
as oPortUNiDaDes
As perspectivas atuais da economia
global e seus reflexos no Brasil
apontam que a Selic poderá continuar
em patamares mais baixos por um
longo prazo. Essa tendência impõe
desafios para boa parte do segmento
de previdência complementar, exigindo
que os fundos de pensão revejam
suas políticas de investimentos.
A Petros se antecipou a esse movimento
e começou a redistribuir

o trabalho da mesa de operações da diretoria de Investimentos é uma alternativa da Petros para alavancar a rentabilidade dos planos
sua carteira desde 2003. Durante
a crise internacional de 2008, a
Fundação aproveitou para comprar
ações de empresas de primeira linha,
cujos preços estavam abaixo
da média do mercado.
Nos últimos anos, a Petros tem
buscado oportunidades em setores
de infraestrutura, envolvendo os
segmentos de energia, saneamento,
óleo e gás. São áreas que estimulam
o crescimento da economia,
com forte impacto na geração de
emprego e renda.
Na avaliação do presidente da
Petros, Luís Carlos Afonso, a economia
brasileira tem perspectiva de
continuar a crescer, apesar das incertezas
no cenário internacional.
Segundo o executivo, a queda das
taxas de juros é boa para país e os
fundos de pensão devem procurar
as oportunidades que surgem com
essa nova realidade.
Luís Afonso acredita que o momento
oferece a possibilidade de o
segmento de previdência diversificar
o patrimônio de investimento, comumente
alocado em produtos tipicamente
financeiros, buscando oportunidades
com bom potencial de retorno
no setor produtivo. “A Fundação já
coloca isso em prática há algum tempo,
ao selecionar aonde vai aportar
“a QUeDa Dos JUros
é boa Para a socieDaDe
mas imPõe Desafios”
os recursos de investimento. O resultado
dessa estratégia é a criação de
postos de trabalho nas empresas e o
surgimento de novos negócios, o que
é bom para o país.”
renAto velASCo
No camiNHo certo
Um estudo realizado pela consultoria
Towers Watson, que avaliou
o impacto da queda dos juros
na gestão dos planos de benefício
pelos fundos de pensão, comprova
o que vem sendo realizado pelos
executivos da Fundação. Os investimentos
em renda fixa do setor
mantiveram-se praticamente estáveis
nos últimos sete
anos. Eram 60,5% do
patrimônio global em
dezembro de 2004 e
estavam em 61%, no
fechamento de dezembro
de 2011. Na
Petros, a fatia de recursos
em renda fixa
diminuiu de 66,91% para 50,61%
nesse mesmo período. Na Fundação,
ganharam espaço na carteira
novas opções de renda variável,
os investimentos estruturados e as
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 9
>>

Petros e seU DiNHeiro inveStimentOS
participações imobiliárias. Compare a evolução dos ativos
por tipo de investimentos no gráfico abaixo.
A diversificação dos investimentos somada às escolhas
acertadas garantiram os resultados favoráveis alcançados
nos últimos anos pela Fundação. Com isso, de
2007 a 2011 o patrimônio da Petros aumentou quase R$
20 bilhões, a despeito da crise econômica internacional.
Nos últimos anos, a Petros vem colhendo os frutos das
opções acertadas feitas em cima de boas oportunidades
de negócio que surgiram a partir do início da crise mundial
há cinco anos. Em 2008 e 2009, a Fundação partiu
para a compra de ações, que estavam com bom preço,
permitindo crescer no segmento de renda variável.
Em 2010, o foco dessa carteira voltou-se para grandes
oportunidades como compra de participação na holding
Itaúsa e o aumento na participação na Brasil Foods. Nesse
ano, por exemplo, o patrimônio cresceu R$ 10 bilhões.
evolução doS AtIvoS Por tIPo de InveStImento
pOSiçãO DO mercaDO
30,1%
3,1% 1,8%
4,5%
pOSiçãO Da petrOS
2,19%
3,81%
4,05%
23,04%
renda FiXa
renda VariáVel
iMÓVeis
2004
2004
60,5%
66,91%
10 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
30,1%
2,6% 2,7%
3,6%
2011
2,7% 6,39%
3,27%
2011
oPeraçÕes coM ParticiPantes
61%
37,03% 50,61%
inVestiMentos estruturados e outros
evolução do PAtrImônIo de InveStImentoS*
(*em bilhões de reais)
R$ 57,9
R$ 38
2007
R$ 39,6
2008
R$ 45,9
2009
R$ 55,6
2010
2011
aNo DifÍciL, boNs resULtaDos
Mesmo com a piora do cenário mundial novamente em
2011, os resultados da Petros foram considerados muito
bons, com crescimento de R$ 2,3 bilhões no patrimônio.
Os números asseguraram o melhor desempenho entre os
maiores fundos de pensão brasileiros. São frutos da experiência
da Petros na gestão de uma diversificada carteira de
investimentos e da capacidade de análise das boas oportunidades
do mercado.
Em 2011, a carteira de renda fixa teve contribuição significativa
para os resultados da Fundação, registrando rentabilidade
de 14,78%, superior à meta atuarial de 12,89%
(IPCA + 6%). Aproveitando as oportunidades do mercado,
com a compra de títulos públicos de médio e longo prazo a
excelentes preços, os investimentos em Notas do Tesouro
Nacional renderam 13,54%, por exemplo.
Ainda em renda fixa, os títulos de crédito privado alcançaram
rentabilidade de 14%, também superando a meta
atuarial. Esse segmento é composto por ativos de crédito
emitidos pelas empresas de médio porte, tais como as cédulas
de crédito bancário (CCB), cédulas de crédito imobiliário
(CCI), debêntures e fundos de investimento em direitos creditórios
(FIDC). Relevantes na estratégia de diversificação,
estes investimentos totalizaram um volume de R$ 4 bilhões
em 2011, ou 7% do patrimônio da Fundação.
A participação em grandes empresas como Brasil Foods,
Telemar, Invepar, Vale e Itaúsa, que tiveram um bom
desempenho no período, permitiu alavancar a performance
da carteira de renda variável no ano passado. O resultado
da Petros foi de 6,25%, enquanto o índice Ibovespa,
da bolsa de valores, terminou o ano com índice negativo
de -18,11%.

entAbIlIdAde dA CArteIrA de InveStImentoS *
(*em 2011)
15,48%
26,52%
14,78%
8,96%
6,25%
renda FiXa
renda VariáVel
inVestiMentos
estruturados
iMÓVeis
oPeraçÕes coM
ParticiPantes
Outra carteira da Fundação que superou as expectativas
foi a de imóveis, que registrou a maior rentabilidade,
com 26,5%. O resultado das operações com participantes
(empréstimos) também teve um rendimento muito positivo,
fechando 2011 em 15,48%.
HorizoNte fUtUro, caUteLa PreseNte
Luís Afonso diz que novos investimentos continuarão
sendo procurados pelos gestores das carteiras de
investimentos da Fundação. “Nossa experiência sugere
cautela. Teremos de aumentar a exposição ao risco,
mas ao risco calculado e com segurança.”
Hoje os fundos de pensão administram recursos na
ordem de R$ 620 bilhões e são grandes investidores institucionais
do Brasil. Esse montante de recursos confere
às entidades uma enorme responsabilidade, uma vez que
mudanças em suas estratégias de alocação do patrimônio
investido, por menores que sejam, podem impactar
a economia. Como diz Luís Afonso, alguns dos grandes
fundos de pensão “são como transatlânticos e como tais
não devem fazer movimentos bruscos”.
Ele ressalta que, na Petros, qualquer decisão sobre
investimento é tomada em conjunto, e nem a Diretoria
Executiva tem poderes para decidir sozinha. Antes de
qualquer negócio ser fechado um grupo de profissionais
faz uma análise criteriosa das oportunidades e das variáveis
para rentabilização dos recursos investidos.
A Fundação tem comitês de investimentos que
recomendam sobre a destinação das aplicações dos
planos. Alguns planos contam ainda com comitês
gestores que auxiliam na administração do plano,
inclusive no tocante a recomendações para os investimentos
do patrimônio.
Afonso ressalta ainda que a prioridade tem sido ampliar
a alocação, de maneira moderada, em ativos de crédito,
escLareceNDo
Como FunCIonA A tAXA de Juro
o
juro é o preço do dinheiro aplicado ou emprestado.
Por isso, você pagará uma taxa se tomar dinheiro
emprestado de um banco, por exemplo. Essa taxa,
de juros, é o valor que o dono do dinheiro cobra pelo tempo
em que não poderá usá-lo, uma vez que estava emprestado.
Num exemplo oposto, você pode receber juros ao
deixar seu dinheiro render em uma aplicação financeira
durante algum tempo.
As taxas de juros variam de acordo com o contrato,
com a aplicação, o risco, dentre outros fatores. Mas há
uma taxa específica que serve de referência para todos os
contratos: é a Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e
Custódia). Ela é considerada a taxa básica de juros no Brasil
porque é usada em operações e empréstimos de curto
prazo entre os bancos, balizando todas as demais, como
os juros do parcelamento da compra de um eletrodoméstico,
por exemplo.
O Banco Central criou a Taxa Selic em 1979 para facilitar
a negociação de títulos públicos federais negociados
com os bancos. A definição da Selic passou a ser um dos
principais instrumentos de controle da inflação, na década
de 1990, com a estabilização da economia. Além disso, ao
alterar a taxa, o BC é capaz de aquecer (queda da taxa) ou
desaquecer (alta) a economia e influenciar os principais
indicadores de crescimento econômico do país.
Fonte: Portal Brasil / SECOM - Presidência da República
(www.brasil.gov.br/sobre/economia/mercado-financeiro/juros).
priorizando papéis atrelados à inflação e à infraestrutura.
Em renda variável, os recursos têm sido investidos em
empresas nas quais a Petros participa do bloco de controle
de ações ou tem um percentual relevante. Com essa
estratégia, a Fundação participa da gestão do negócio,
incentivando melhorias nas práticas da governança corporativa
e de sustentabilidade.
Se a Petros pode ser comparada a um transatlântico, sua
carta de navegação são as políticas de investimentos. O documento
dá as coordenadas a serem seguidas pelos dirigentes.
No caso específico da Fundação, por um horizonte de
cinco anos. Porém, é reavaliada todos os anos. Em caso de
eventual necessidade, são feitos ajustes na rota. “Tudo com
muita prudência para evitar solavancos desnecessários.
As políticas de investimentos devem buscar outros portos
seguros para a diversificação. O período pós-crise costuma
trazer boas oportunidades”, afirma o presidente.
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 11
>>

nelSon PereZ
Petros e seU DiNHeiro inveStimentOS
a VisÃo De LoNGo Prazo
A ideia que norteia o conceito de previdência complementar
é a de longo prazo. O trabalhador faz um esforço
para acumular recursos mensalmente, durante vários anos,
objetivando usufruir um benefício futuro. Este conceito de
longo prazo, acrescenta o presidente da Petros, precisa ser
compreendido pelos participantes: eles devem acompanhar
os resultados e olhar para o desempenho do plano com a
perspectiva de um período maior.
Embora a situação da crise internacional esteja se prolongando,
o desempenho do patrimônio investido da Petros
caminha bem e tudo indica que a Fundação irá superar a
meta atuarial em 2012.
Luís Carlos Afonso,
presidente da Petros
“Nossa equipe trabalha para alcançar resultados
que superem a meta todos os anos, mas a avaliação
precisa ser feita no longo prazo, sempre observando
como os períodos melhores compensam os resultados
dos períodos de crise”, explica Luís Afonso.
Traduzindo o conceito de meta atuarial, pode-se
dizer que é a rentabilidade de referência a ser alcançada
para o plano previdenciário arcar com os compromissos
assumidos com os participantes e assistidos.
No período de 2007 a 2011, a rentabilidade acumulada
da Petros foi de 96,32%, superando uma meta
atuarial de 73,80%. Nesses cinco anos, o patrimônio
de investimentos da Fundação cresceu R$ 20 bilhões
e fechou o ano passado com R$ 57,9 bilhões de recursos
investidos.
O dirigente explica que, sob o ponto de vista estratégico,
a decisão de entrar ou sair de um investimen-
12 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
“Momentos de crise
costumam oferecer
boas oportunidades.
A receita é ter
cautela e uma
equipe capacitada
para avaliar
criteriosamente as
opções de negócios.
A Petros consolidou
essa experiência.”
to exclusivamente para bater a meta atuarial em um
determinado ano pode não ser um bom negócio. “A
Petros tem como estratégia buscar o momento ideal,
tanto para alocar o investimento como para desinvestir
os ativos, sempre com a visão de longo prazo e
valendo-se da nossa capacidade de análise”, esclarece
Luís Afonso.
dIverSIFICAção em
InFrAeStruturA
e ImÓveIS
A decisão de investir em infraestrutura tem se mostrado
acertada, com excelentes perspectivas de retorno.
Trata-se de uma área com grande necessidade de recursos
para promover o desenvolvimento do país. Um
dos investimentos da Fundação nesse segmento ocorre
por meio da Invepar, empresa na qual a Petros detém
25% de participação. Em fevereiro de 2012 o consórcio
Invepar/ACSA ganhou a disputa pela concessão da administração
do Aeroporto Internacional de Guarulhos,
na Grande São Paulo.
“O setor de infraestrutura tem muitos gargalos para
o desenvolvimento econômico, e o potencial de crescimento
assegura uma rentabilidade consistente para
um fundo de pensão como a Petros. São investimentos
de longo prazo, com rentabilidade adequada ao nosso
perfil”, declara Carlos Fernando Costa, diretor de Investimentos
da Petros.
Ainda no segmento voltado à infraestrutura, a Fundação
é uma das principais acionistas da Sete Brasil,
por meio de um fundo de investimentos no qual detém
quase 20% das ações. A empresa foi criada em 2011
para administrar a construção e a operação de sondas
que perfuram poços para a Petrobras.
Em agosto deste ano, firmou contrato para construir
seis navios-sondas que fazem parte de um lote
de 28 sondas já encomendadas pela Petrobras, cujo
valor total está orçado em R$ 10 bilhões. A construção
exige 60% de insumo nacional, o que além de
criar empregos no mercado interno, propicia avanços
tecnológicos neste setor.

o edifício Porto brasilis, primeiro triple A na região portuária do rio de Janeiro, é um investimento da Fundação no setor imobiliário
Os navios serão os primeiros de uma série construídos
no país, que atenderão à exploração de óleo e gás
na camada pré-sal.
A Sete Brasil tem um plano de investimentos de US$ 27
bilhões até 2020 e recentemente aprovou um aumento de
capital, que contará com recursos da Petros. Outros contratos
de estaleiros estão sendo feitos no Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Bahia e Pernambuco, com impacto positivo
na economia destas regiões.
Segundo Carlos Costa, esse é
um investimento com risco baixo e
rentabilidade segura, aderente aos
compromissos de longo prazo da
Petros de pagamento dos benefícios
de aposentadoria.
boNs NeGÓcios
em imÓVeis
No segmento imobiliário predomina a aquisição de escritórios
de alto padrão como o Porto Brasilis, no Rio de
Janeiro, e a Torre Pituba, em Salvador. “São negócios que
correspondem ao objetivo de perenidade da Petros, com
rentabilidade segura para o patrimônio investido. Isso traz
nelSon PereZ
tranquilidade para a Fundação e seus participantes”,
diz o executivo.
O Porto Brasilis é o primeiro triple A próximo ao
Porto Maravilha, projeto de reurbanização na região
portuária do Rio de Janeiro. Inaugurado em março, foi
reconhecido como um dos melhores projetos do setor
com o Prêmio Master Imobiliário, na categoria empreendimento
comercial, concedido em setembro.
Assim como o
Porto Brasilis, o Tor-
“a fUNDaçÃo bUsca
NeGÓcios atreLaDos ao
PerfiL De LoNGo Prazo
Dos PLaNos De beNefÍcios”
re Pituba também
atenderá a critérios
de sustentabilidade
por se tratar de um
empreendimento
altamente eficiente
no uso dos recursos
naturais não renováveis.
Hoje a sua construção soma 680 empregos diretos e
indiretos e até a sua conclusão serão 900 postos de trabalho.
De acordo com o diretor de Investimentos, Carlos Costa,
além de edifícios comerciais, também estão previstos investimentos
em condomínios logísticos.
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 13
>>

Petros e seU DiNHeiro inveStimentOS
deSAFIoS PArA A PrevIdênCIA ComPlementAr
deSAFIoS PArA A PrevIdênCIA ComPlementAr
Apesar da queda da Selic ser uma situação nova para
os investidores de longo prazo, como os fundos de pensão,
na avaliação do titular da Secretaria de Políticas de
Previdência Complementar (SPPC), Jaime Mariz, “o sistema
de previdência complementar se acomodará facilmente a
esta realidade”. Segundo o representante do Ministério de
Previdência Social, a Europa e os Estados Unidos já convivem
com taxas baixas há muito tempo. “Com o nível de
profissionalismo que temos, não será problema sairmos do
comodismo da renda fixa para outros investimentos, buscando
rentabilizar melhor a poupança do trabalhador.”
Apesar das incertezas do cenário de crise internacional,
o superintendente da Associação Brasileira das Entidades
Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), Devanir
Silva, afirma que os fundos de pensão têm títulos públicos
em quantidade e remuneração adequadas para fazer a
transição da carteira de acordo com o tempo e a capacidade
necessárias a cada plano.
Por outro lado, lembra que os planos previdenciários tiveram
uma metodologia de concepção que provavelmente
será modificada. Devanir diz que a legislação brasileira
sempre foi muito restritiva, e pede flexibilidade. “Temos
algumas regras completamente desatualizadas para o momento
atual e precisamos quebrar essas barreiras”, sugerindo
maior agilidade ao processo decisório.
o Debate Do momeNto
Autoridades, especialistas, investidores e dirigentes debateram
questões fundamentais para a sustentabilidade do
setor de previdência complementar em dois eventos ocorridos
em São Paulo durante outubro.
Em seminário realizado pela Towers Watson, no início
do mês, a tônica foi a preocupação com o fato de que a
maioria dos fundos de pensão ainda mantém uma parcela
A ComPoSIção doS InveStImentoS doS FundoS em outroS PAÍSeS
23%
18%
9%
50%
auStrália
14 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
14%
2%
considerável dos recursos alocada em renda fixa, o que
aponta a necessidade de buscar maior diversificação.
Embora a queda de juros seja algo novo para as entidades
fechadas de previdência complementar do país, na Europa
e nos Estados Unidos os gestores estão acostumados a
conviver com a pressão de diversificar a carteira, conforme
indicam os gráficos abaixo.
Uma das conclusões dos especialistas é que os fundos
de pensão terão de assumir mais riscos e que as alternativas
parecem caminhar na direção da tendência global: renda
variável, investimentos em infraestrutura e imóveis, por
exemplo. Diante desse cenário, os especialistas reforçaram
a necessidade de os fundos aprimorarem o gerenciamento
da carteira, melhorando a eficiência.
Outra proposta é a redução das metas dos planos, o que
na prática pode significar para o participante aumento das
contribuições ou retardo na aposentadoria. Estudos a respeito
da expectativa de vida do brasileiro sugerem que a
população está vivendo mais, graças principalmente aos
avanços sociais nos últimos anos. A longevidade do brasileiro
representa um desafio a mais para o setor - pagar
benefícios por um prazo maior.
No final do mês, o congresso anual da Abrapp – com o
tema Transição para um Novo Tempo – também dedicou
boa parte da programação à discussão sobre os efeitos da
queda da taxa de juros. Predomina no mercado a visão
de que os gestores terão de impor mudanças à alocação de
recursos, aumentando a exposição ao risco.
“A previdência complementar atravessa um momento de
grandes desafios. A queda das taxas de juros abre espaço
para o crescimento da economia, trazendo boas oportunidades
de negócios. A experiência adquirida nos últimos
anos faz com que a Petros esteja preparada para esse novo
cenário”, avalia o presidente Luís Carlos Afonso.
25%
20%
reinO
eStaDOS
uniDO
uniDOS
39%
45%
31%
44%
37%
açÕes renda FiXa outros caiXa
2%
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munDO
ShutterStoCk

gcresceNtes
DemaNDas JUDiciais coNtra
os fUNDos De PeNsÃo ameaçam o
PatrimôNio Dos ParticiPaNtes
anHO De unS,
preJuízO
De muitOS
e
stá em curso no Supremo Tribunal Federal (STF)
um questionamento decisivo para o futuro do sistema
de previdência complementar fechado no
Brasil. Os magistrados irão decidir se os processos envolvendo
os participantes e os fundos de pensão serão julgados
pela Justiça do Trabalho ou pela Justiça Comum. A
votação está empatada em 2 a 2 e foi suspensa porque
o ministro Joaquim Barbosa pediu vistas ao processo.
O STF tem 11 ministros e não há data definida para o término
dessa votação.
O que pode parecer uma questão meramente burocrática
é vital para o setor previdenciário. Será decidido a quem
cabe a responsabilidade para julgar as ações judiciais que
envolvem as entidades e os participantes. Até agora, as
ações com origem na relação trabalhista são de competência
da Justiça do Trabalho. Nos outros casos, os processos
são encaminhados à Justiça Comum. Por enquanto, os
questionamentos estão aguardando manifestação do STF.
Por DeNtro
Dos PLaNos
Qualquer que seja a decisão dos ministros, os fundos
de pensão veem o volume de ações contra eles
aumentar ano a ano. O cenário preocupa e o setor
está se mobilizando no sentido de alertar os participantes
sobre as consequências de acionar o fundo de
pensão na Justiça.
Não se trata de tentar impedir os participantes
de buscarem seus direitos. As sentenças, mesmo
aquelas favoráveis a eles, se mal embasadas sob o
ponto de vista técnico, podem comprometer a estabilidade
econômico-financeira dos planos de previdência.
Neste setor, cada centavo concedido deve
ter como contrapartida a contribuição do participante
e da patrocinadora. Muitas vezes, a tendência
do magistrado de aplicar princípios de proteção ao
trabalhador pode ter o efeito contrário ao desejado.
Em larga escala, as sentenças tendem a acarretar o
desequilíbrio entre as receitas e as despesas do plano.
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 15
>>
ShutterStoCk

Por DeNtro Dos PLaNos açÕeS JuDiciaiS
Fonte: Abrapp
Diversos atores que protagonizam
a previdência complementar
também têm manifestado preocupação
em relação ao tema. O
superintendente geral da Associação
Brasileira de Entidades
Fechadas de Previdência Complementar
(Abrapp), Devanir Silva,
considera a necessidade de diminuir
as demandas judiciais uma
das questões estratégicas do segmento
atualmente.
O superintendente geral da
Abrapp defende uma grande mobilização
dentro do setor, envolvendo
inclusive os participantes,
que precisam saber os custos
dessas ações e os reflexos diretos
para a poupança previdenciária
deles. “O participante precisa entender
que está desestabilizando
algo que é dele próprio.” Ainda
de acordo com Devanir, em geral
totAl ComPromISSAdo Pelo Setor de
PrevIdênCIA ComPlementAr*
(*em bilhões de reais)
2010
11,1
16 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
2011
12,7
os participantes são induzidos a
entrar na justiça com ações contra
o plano, mas não são informados
sobre as consequências.
O superintendente vê com bons
olhos a tentativa de os fundos de
pensão estenderem a educação previdenciária
ao Judiciário. “O magistrado
precisa entender que o patrimônio
de um fundo de pensão é
socializado entre seus participantes”,
acrescenta Devanir.
Em dezembro de 2009, a Abrapp
realizou uma pesquisa consultando
suas associadas sobre o contencioso
judicial. Ao todo, 60 entidades
responderam ao questionário.
A realidade é que a quantia provisionada
pelas entidades fechadas
de previdência complementar para
despesas com demandas judiciais
só tem aumentado, conforme ilustração
abaixo.
2012
13,4
ShutterStoCk
iNformar é Preciso
O gerente executivo Jurídico da
Petros, Igor Souto, também concorda
que muitas vezes o participante
ingressa na Justiça contra o plano
por falta de informação. Para ele, as
entidades precisam fazer um trabalho
de conscientização, explicando
os riscos que essas despesas extras
representam. Na Fundação, o esforço
para diminuir as demandas
judiciais consta inclusive no planejamento
estratégico como um dos
objetivos a serem alcançados.
Igor reiterou que a maioria dos
planos das entidades fechadas tem
caráter solidário e que a conta das
ações judiciais é sempre paga por
todos os participantes. Em geral,
o aumento nos valores dos benefícios
autorizados pela Justiça não
recebe a contrapartida de aporte
financeiro, gerando desequilíbrio
nos planos. Quando isso ocorre,
a solução é aumentar as contribuições
ou reduzir os benefícios
futuros, conforme determina a lei.
Os recursos destinados aos processos
poderiam ser investidos, por
exemplo, na melhoria contínua
dos serviços prestados aos participantes.
Já o dinheiro pago aos participantes
que porventura venham
a ganhar os processos judiciais sai
do patrimônio do plano.
A adesão a um plano previdenciário
é um contrato de longo prazo,
lembra Igor. Por isso, ele considera
natural que sejam feitas adequações
nos regulamentos dos planos
decorrentes de mudanças na conjuntura
e na legislação.

enAto velASCo
Para o gerente executivo Jurídico, Igor Souto, as entidades têm um
papel importante na conscientização dos participantes
aLto cUsto
Atualmente, mais de 80% das
ações envolvendo a Petros são encaminhadas
à Justiça do Trabalho e
o restante para a Justiça Comum. O
tempo médio de cada processo é de
cinco anos, devido aos recursos que
as partes podem requerer. O processo
pode percorrer até três instâncias
antes do veredicto final.
Em alguns pleitos já existe inclusive
jurisprudência em favor
da Petros e o reclamante não tem
possibilidade de reverter a decisão.
Mesmo nestes casos, a Fundação é
obrigada a apresentar sua defesa.
Somente com a contratação de escritórios
de advocacia, o desembolso
mensal é de cerca de R$ 800 mil.
escLareceNDo o
JUDiciário
A Abrapp tem coordenado uma
série de iniciativas para disseminar
a cultura previdenciária de maneira
mais articulada. Duas de suas comissões
técnicas regionais (CTRs)
realizam um trabalho conjunto
para elaborar um memorial sobre
as ações judiciais, a ser divulgado
nos órgãos de Justiça da região sul.
A ideia da CTR Sul de Seguridade e
de Comunicação e Marketing é elaborar
uma publicação didática com
conceitos básicos relacionados à
previdência complementar fechada.
Os integrantes das CTRs pretendem
esclarecer ainda que os
participantes e assistidos têm representação
nos órgãos de gestão
da entidade, por meio dos conselheiros
eleitos. Por isso, estariam
envolvidos teoricamente, ainda
que de forma indireta, nas tomadas
de decisão. No que diz respeito
às alterações no regulamento dos
planos, outra queixa recorrente, o
trabalho da comissão vai destacar
que as mudanças decorrem dos
avanços na legislação. Elas visam
adequar as regras do plano e se
fazem necessárias para garantir a
perenidade do plano e os direitos
à coletividade.
aNaPar
A questão jurídica tem trazido
preocupação também à Associação
Nacional dos Participantes dos Fundos
de Pensão (Anapar). A entidade
promoveu o seu primeiro fórum
específico sobre o tema nos dias 20
e 21 de setembro, reunindo mais de
60 pessoas. Como resultado final foi
proposta a elaboração de uma tese
para fazer contraponto aos argumentos
jurídicos dos patrocinadores.
Para a presidente da Anapar,
Cláudia Ricaldoni, as atuais demandas
judiciais são consequência
natural de aspectos que se
aceleraram na década de 1990,
quando as modelagens dos planos
começaram a ser alteradas.
“Naquela época foram feitas muitas
mudanças nos regulamentos,
a maioria das vezes unilateralmente
pelas patrocinadoras.”
Claudia criticou a perda do caráter
solidário da previdência complementar
e a maneira como o
órgão fiscalizador vem atuando.
A presidente da Anapar concorda
que os regulamentos possam
ser alterados, mas defende a
manutenção dos direitos contratados.
“Desejamos que a previdência
complementar cresça, mas, do jeito
que está, fica difícil o trabalhador
acreditar na estabilidade do sistema
e no respeito a seus direitos.”
ASSIStA na tv Petros
ao programa sobre as
demandas judiciais contra
os fundos de pensão.
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 17
>>

Por DeNtro Dos PLaNos açÕeS JuDiciaiS
entreviSta
cOnHeça viSãO De eSpecialiSta na área JuríDica
Em entrevista exclusiva à revista Petros e Você,
o advogado Adacir Reis disse considerar preocupante
o atual volume de processos judiciais contra
as entidades fechadas de previdência complementar.
Para ele, é necessário aprimorar a gestão dos
riscos jurídicos tanto na prevenção como na condução
das demandas. Reis considera que há espaço
para a educação previdenciária dos participantes e
dos patrocinadores, com o objetivo de esclarecer
melhor as regras dos planos.
Adacir Reis é um dos maiores especialistas brasileiros
em previdência complementar. Foi titular
da antiga Secretaria de Previdência Complementar
e atualmente é sócio do Escritório Reis, Torres e
Florêncio Advocacia e presidente do Instituto San
Tiago Dantas de Direito e Economia.
Em sua opinião, quais fatores
têm contribuído para aumentar
as demandas judiciais
contra os fundos de pensão?
Com a expansão e a complexidade
da previdência complementar,
é natural que conflitos
possam surgir. O problema hoje
é o volume de processos e sua
progressão geométrica. Há participantes
que legitimamente entendem
que têm razão em suas
demandas. Há outros que talvez
nem saibam ao certo o que está
em discussão, mas como alguém
disse que um outro alguém ganhou,
ingressam em juízo. Há
ainda os processos alimentados
18 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
reIS, tôrreS e FlorênCIo AdvoCACIA / ASS. ComunICAção
pela famosa “indústria do contencioso”,
pois aprendemos nas
faculdades de Direito que o contencioso
judicial é a base da advocacia.
Os pleitos contra fundos
de pensão são diversos. Há questões
muito simples, como pedidos
de incorporação de verbas
que não têm amparo no contrato
previdenciário, não compuseram
a base de custeio do benefício e
sequer têm natureza permanente,
como é o caso do auxílio-
-cesta-alimentação e de abonos.
Em tais situações, o magistrado,
tendo um conhecimento mínimo
da legislação especial da previdência
complementar, saberá
decidir a questão preservando
as regras do plano de benefícios.
Mas há também questões mais
complexas, nas quais haverá necessidade
de maior esclarecimento,
tanto para os participantes
e suas lideranças como para os
magistrados. Não acho que toda
demanda contra o fundo de pensão
seja a priori sem legitimidade,
mas entendo que o quadro
atual exige reflexão de todos os
atores envolvidos com a previdência
complementar.
Que medidas podem ser tomadas
para os fundos diminuírem
este contencioso?

Acho que na gestão de riscos
jurídicos, cabe a todo fundo de
previdência fazer uma avaliação
sobre as causas de cada processo
judicial ou de cada tese jurídica
levada a juízo contra a entidade.
É preciso avaliar se faltou comunicação
ou se um esforço de
convencimento junto à parte interessada
poderia provocar outro
resultado. Além disso, a entidade
deve avaliar a origem dos conflitos
– se os mesmos estão na
patrocinadora, se são do sistema
de previdência como um todo
ou peculiares à fundação ou até
mesmo se decorrem de alterações
feitas no plano de benefícios.
Nesses casos, a negociação e
a comunicação entre fundos
de pensão e patrocinadoras
também são importantes?
Cabe à entidade de previdência
fazer um trabalho de educação
previdenciária para separar
a essência da aparência. A comunicação
e o diálogo também
podem ajudar. A negociação e
a mediação entre fundos de pensão,
patrocinadores e entidades
de representação dos partici-
pantes poderiam ajudar muito
na inibição de novas demandas
judiciais. É claro que não se pode
negociar à revelia do regulamento
do plano de benefícios ou da
legislação, mas antes de se fazer
uma migração, um saldamento
ou uma alteração de plano de benefícios,
o esforço de composição
pode ser o caminho mais seguro
para uma boa solução. Num
plano de benefícios, todos estão
no mesmo barco. Trata-se de um
conflito no interior de uma coletividade
e não apenas um conflito
entre “fulano” versus “beltrano”.
O risco do passivo judicial
pode ameaçar o futuro de algumas
entidades?
Há casos e casos. É fato que
a redução da taxa de juros vai
tornar a vida dos gestores de
fundos de pensão mais complicada,
já que a rentabilidade,
que compõe o benefício ao lado
das contribuições, será menor e
mais difícil de ser alcançada. Se
“NUm PLaNo De beNefÍcios, toDos
estÃo No mesmo barco. trata-se
De Um coNfLito No iNterior De Uma
coLetiViDaDe e NÃo aPeNas eNtre
‘fULaNo’ VersUs ‘beLtraNo’”
houver concessão ou majoração
de benefício sem o devido
custeio, a conta não vai fechar.
Para tanto, é fundamental que
todos os participantes tenham
consciência de seus direitos, e
também das limitações do seu
plano de previdência. Embora
a economia brasileira apresente
bons fundamentos, e o Brasil
esteja numa fase diferenciada
de desenvolvimento econômico
e social, é preciso atentar
para o que está acontecendo
na Europa e nos Estados Unidos
e para os efeitos da globalização,
fenômeno que trouxe
benefícios, mas tornou o mundo
interdependente. O aumento
da longevidade é uma nova realidade
que também requer atenção.
Um outro desafio é precificar
adequadamente o próprio
passivo judicial.
Às vezes, o participante recorre
à Justiça em questões nas
quais já existe jurisprudência.
Como fazer para conscientizá-
-lo de que ele está jogando
contra o próprio patrimônio?
Todo processo judicial tem custos,
tem custas, tem despesas com advogados
e peritos. Ainda que o fundo
deixe de ser condenado, terá gastos
com o processo, o que acaba onerando
o próprio plano. A tramitação
é em geral lenta e penosa. Por isso,
uma política de educação previdenciária
para os participantes e assistidos
e também para os patrocinadores
é muito importante. É preciso
refletir sobre quais são os reais beneficiados
pela judicialização da previdência
complementar. O tempo milita
a favor da melhor compreensão
das regras de funcionamento dos
fundos de pensão, tema bem mais
novo que a previdência pública.
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 19

De seU iNteresse
Site SOBre eDucaçãO financeira e
previDenciária aGraDa na eStreia
semPre atiVo tem siDo ÚtiL aos ParticiPaNtes No Dia a Dia
P
ouco mais de dois meses após ser lançado,
o site Sempre Ativo do Programa Petros de
Educação Financeira e Previdenciária conta com
7.339 usuários. Desses, 7.075 são participantes
da Petros. Lúcia Maria Conceição Galvão pretende
comprar mais um imóvel e já começou a pesquisar
a opção que melhor se adequa às suas necessidades
e ao orçamento familiar. “O site vai ser muito útil,
por exemplo, para eu saber quanto preciso poupar
por mês para alcançar o valor desejado”,
explicou a empregada da área de informática e
telecomunicações da Petrobras na Bahia.
O objetivo do Sempre Ativo é oferecer
orientações que podem ajudar o participante
a ficar mais perto de seus objetivos
financeiros. Para isso, dispõe de informações
personalizadas e ferramentas específicas como
o gerenciador de objetivos, simuladores e
consultoria financeira.
Lúcia espera utilizar tudo isso quando
estiver prestes a fechar o negócio. Diz já ter
experimentado – e gostado muito – os artigos
e dicas publicados no site, “excelentes fontes
de informação”. Mas, por se tratar de um
assunto bastante pessoal, ela prefere acessálo
somente em casa.
Quem também aprovou a ideia foi a
paranaense Dirce dos Passos Baron, que vive
na cidade de Ponta Grossa (PR) e trabalha
na área administrativa da patrocinadora
Liquigás. Casada, mãe de duas filhas, achou
“a ferramenta extremamente interessante”.
Ela avalia que o site será útil no dia a dia.
““O que mais gostei foi dos simuladores
financeiros e dos depoimentos. Com toda
a certeza o site vai ajudar muito. Principalmente
20 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
no meu caso: mãe, trabalhando fora e ainda
administrando a casa e o pequeno espaço de tempo
para lazer com a família.” Para Dirce, o tema educação
financeira deve ser debatido desde a infância. “Meu
principal objetivo é ensinar para as minhas filhas o
que só fui aprender depois dos 30 anos.”
A página principal do site Sempre Ativo. Grande número de
acessos comprova o interesse dos participantes
ASSIStA na tv Petros ao evento de
lançamento do Sempre Ativo.

Petros estreita relacionamento com participantes
A
Petros já desenvolve ações de educação financeira e
previdenciária há alguns anos e o lançamento do site
Sempre Ativo passa a ser um marco para as atividades da
Fundação nessa área.
O lançamento oficial do programa ocorreu no dia 28
de agosto, durante evento que reuniu gestores de recursos
humanos das empresas patrocinadoras dos planos
localizadas no Rio de Janeiro. O evento contou com a
presença dos diretores Maurício Rubem, de Seguridade,
e Newton Carneiro, Administrativo e Financeiro, além de
gerentes de diversas áreas da Petros.
Newton diz ter boas expectativas em relação ao
programa. “Sou antigo militante da questão da educação
financeira e previdenciária nos fundos de pensão. Agora,
finalmente estou vendo as alternativas que discutíamos se
tornarem realidade.”
Atendendo a uma resolução de 2009 da Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (Previc), a Fundação
começou a realizar iniciativas com suporte à Estratégia
Nacional de Educação Financeira (Enef), do governo federal.
O objetivo é promover o tema e contribuir para o
fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema
financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por
parte dos cidadãos.
Em 2010, a Petros enviou ao órgão regulador sua primeira
proposta com um programa de educação financeira e
previdenciária. Este ano as iniciativas ganharam ainda mais
força graças ao novo site.
DifereNciaL
O serviço oferecido aos participantes pelo Sempre Ativo
é um diferencial, na opinião de Isabela Cadena, gerente de
Comunicação e Marketing da Par Relacionamento, empresa
com larga experiência em ações de educação financeira e
previdenciária e parceira da Petros nesta iniciativa.
“Os participantes têm a oportunidade de acessar
informações que agora estão disponíveis com apenas um
clique”. Isabela acredita que a oportunidade de colocar em
prática o conhecimento adquirido no site será proveitosa
para o público. As ações de educação financeira e
previdenciária devem focar uma perspectiva de longo prazo,
defende Isabela, acompanhando os participantes desde o
momento em que ingressam no plano até quando passam a
usufruir dos recursos da aposentadoria.
“Em um momento
em que o país
começa a estabilizar
a sua economia e
a gente esquece o
fantasma da inflação,
é fundamental
incentivarmos a
cultura previdenciária
e a necessidade de
equilibrar as finanças
e começar a poupar.”
Newton Carneiro, diretor
Administrativo e
Financeiro
“A educação financeira e previdenciária
é fundamental para manter a qualidade
de vida dos participantes durante a fase
laboral e enquanto gozam dos benefícios
na aposentadoria.”
renAto velASCo
reProdução tv PetroS
Isabela Cadena, gerente
de Comunicação e
Marketing da Par
Relacionamento
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 21

De seU iNteresse
lei Garante vantaGem aOS participanteS
coNtribUições feitas aos PLaNos De PreViDêNcia PoDem ser abatiDas
Na DecLaraçÃo De imPosto De reNDa
A
legislação tributária permite que contribuições
feitas em favor de planos de previdência complementar
sejam abatidas, até o limite de 12% da
renda bruta anual do titular e seus dependentes, na
Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda.
a coNta é bem simPLes
Imagine uma renda bruta anual de R$ 70.000,00.
O participante que recolher R$ 8.400,00 para o seu
plano de previdência, ou seja, 12% de sua renda
bruta anual, terá uma dedução de R$ 2.310,00 no
valor do imposto de renda. Faça uma simulação no
site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br)
e confira as vantagens no seu caso.
ateNçÃo Para as coNtribUições NÃo DescoNtaDas em foLHa
Os participantes da Petros que fizeram contribuições
extras, os que contribuíram para os planos instituídos e os
autopatrocinados tiveram suas declarações de Imposto de
Renda retidas pela Receita Federal. A situação atingiu todo
o setor de previdência complementar.
Isso ocorreu porque a Receita Federal cruzou as informações
prestadas pelos contribuintes com as declaradas
pelas entidades fechadas de previdência complementar.
O que gerou o equívoco é que atualmente não
existe normatização que possibilite aos fundos de pensão
informarem ao órgão fiscalizador as contribuições
que não são descontadas em folha.
Em junho, a Associação Brasileira das Entidades
Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) solicitou
à Receita Federal providências para adotar mecanismos
que possibilitem às entidades informarem
essas contribuições. Em setembro, a Abrapp, a Superintendência
Nacional de Previdência Complementar
(Previc) e a Secretaria de Políticas de Previdência
Complementar (SPPC) fizeram nota conjunta para que
22 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
como cHeGar aos 12%
Somente os participantes de planos de Contribuição
Definida (CD) ou Contribuição Variável (CV) podem
fazer contribuições extras que somem 12% da renda
bruta anual. Para isso, basta consultar o extrato de
contribuições na área de autoatendimento do portal
Petros (www.petros.com.br) ou pelo 0800-025 35 45
e avaliar a necessidade de contribuir adicionalmente
para o plano.
No caso dos participantes dos planos de Benefício
Definido (BD), é possível se inscrever no ANAPARprev
e aproveitar o benefício. Para se informar sobre o plano,
acesse o portal da Petros ou ligue para a Central
de Atendimento.
a Receita emita ato normativo com os critérios para
apresentação dessas informações.
Como até o momento não foi emitido ato normativo,
na tentativa de solucionar o problema o mais breve possível,
a Petros tomou a iniciativa de informar à Receita todas
as contribuições individuais feitas pelos participantes
sem desconto em folha de pagamento.
Para identificar se você caiu na
malha por este motivo, verifique
se a pendência informada pela Receita
é a existência de suposta
“Diferença no valor de previdência
privada” com a seguinte
mensagem “O valor da contribuição
à previdência privada
que consta em sua declaração
é maior do que a informada
pelas entidades de previdência
privada e aqueles informados
pelo(s) seu(s) empregador(es).”
sHutterstock

oreSteS loCAtel
cOrriDa rÚStica inteGra OS participanteS
P
no belo cenário da Quinta da boa vista, o diretor maurício rubem dá a largada da prova
articipantes dos quatro cantos do país aceitaram o
desafio de ‘madrugar’ em pleno domingo para participarem
da XII Corrida Rústica da Petros. Nem o fato
da data ter coincidido com o horário de verão, o que na
prática fez os competidores acordarem uma hora mais
cedo, desanimou os atletas.
Eles foram chegando aos poucos e quem ainda não conhecia
o belo cenário da Quinta da Boa Vista ficou impressionado
com o local. Foi a primeira vez que a disputa ocorreu
no antigo endereço da família imperial e a Fundação
fará uma pesquisa para saber se a mudança está aprovada.
Como de costume, o evento foi marcado pelo clima de
confraternização entre participantes e familiares. Além da
integração social, a corrida promoveu a solidariedade e a
qualidade de vida entre os competidores. Um dos maiores
símbolos desta filosofia é Antonio Pereira da Silva, 83 anos,
que comparece todos os anos. “Eu estou correndo para viver,
não para ganhar de ninguém”, afirmou.
A representante da entidade MAP – Movimento de Amor
ao Próximo, uma das beneficiadas com a doação dos alimentos
arrecadados durante a inscrição, também resumiu
bem o espírito da prova. “É a esperança de um mundo
melhor e mais digno para todos”, disse Leila Castro. Ao
todo, 1.184 quilos de alimentos foram destinados a duas
instituições da cidade.
resULtaDos Da corriDa
433 CorredoreS
mascULiNo
1º lugar: mArCoS FerreIrA mello, dA reFInArIA de CAPuAvA
reCAP, SP
2º lugar: roberto de holAndA ChrIStoPh, dA PetrobrAS, rJ
3º lugar: AleXAndre de mourA holAndA, do CenPeS, rJ
femiNiNo
1º lugar: mônICA dIAS de noronhA, dA PetrobrAS, rJ
2º lugar: AndréIA JothA FerreIrA, dA PetrobrAS, rJ
3º lugar: mArISA dA SIlvA CruZ, APoSentAdA, rJ
Doações arrecaDaDas
1.184kG de AlImentoS não-PereCÍveIS
ASSIStA na tv Petros ao programa sobre
a XII Corrida rústica da Petros.
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 23

PAtt neveS
24 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
saÚDe
pOr SOnia HirScH
hábitos e vícios: como
lidamos com eles
v
er filmes antigos num domingão pode suscitar muitas
reflexões. Charmosos galãs e divas dos anos 1950 fumavam
o tempo todo, com ou sem piteira, como se não
fosse nada demais, levando milhões de pessoas a imitarem
seus gestos. Décadas mais tarde, ações judiciais em série
forçaram a indústria do tabaco a pagar indenizações milionárias
a pessoas que adoeceram e até morreram por fumar
muito. Hoje, quem compra um maço de cigarros é obrigado
a ver imagens horrendas de males supostamente causados
pelo fumo, o que não impede
qualquer um de comprar e fumar.
Por quê? Porque faz parte da natureza
humana estabelecer hábitos,
bons e maus, alguns dos quais se
convertem em vícios, e aqui a conotação
é sempre ruim. Vícios, na
definição do dicionário, são pecaminosos,
imorais, corruptores, depravados,
degenerantes e daí para pior.
O mau hábito pode ser corrigido;
pede só um pouco de bom senso. O
vício dá trabalho, porque é o desejo
contínuo por algo que não faz bem –
mas assim mesmo atrai.
Açúcar, por exemplo. O grosso da humanidade não o
conhecia. Quando se tornou mais acessível na Europa, por
volta de 1650, os danos que causava à saúde foram percebidos
pelos médicos, que chegaram a fundar em Londres uma
sociedade antissacarita para combater a nova moda. Deu
em nada. Mesmo sabendo que engorda, rouba vitaminas e
minerais, dá euforia e depois depressão e não raro emburrece,
além de alimentar parasitas de toda espécie e estragar
os dentes, a humanidade ama açúcar. E mel, malte, melado,
maple syrup, mel de figos, mel de romãs, xarope de
agave, açúcar mascavo, rapadura e até mesmo adoçantes
artificiais com retrogosto amargo. Ingerir coisas doces é tão
viciante que a abstinência produz crises.
Assim como o café – já tentou parar? Dá dor de cabeça,
mal-estar, tonteira. Na Idade Média as autoridades cristãs
chegaram a proibi-lo porque, sendo um hábito criado por
muçulmanos, não poderia ser bom; estes, por sua vez, eram
proibidos de beber álcool pelos efeitos
deletérios no corpo e na mente; como
se vê, a ciranda de vícios e proibições
é antiga. Trabalhar, usar a internet,
frequentar redes sociais, fazer sexo,
apaixonar-se, tomar remédios, falar
da vida alheia – muito do que dá um
grande prazer também vicia. Até mesmo
café com leite de manhã. (Ou pão
com manteiga. Ou granola com chá.
Ou mamão.)
Consumir vicia. Se a pessoa for ligada
em tecnologia, então, vicia ainda
mais. São muitos equipamentos, programas
e como usar, como atualizar, e muitas horas olhando
a luz de telas e telinhas que levam a infinitas possibilidades
de experiência aqui mesmo agora já, impossível parar...
Desligo a TV, pego na estante o Pequeno Tratado das
Grandes Virtudes, do filósofo André Comte-Sponville, e me
deparo com a seguinte constatação: “Na sociedade mais
rica, o ouro e o luxo sempre faltam. Como seríamos felizes
uma vez que somos insatisfeitos? E como seríamos satisfeitos
uma vez que nossos desejos não têm limites?”

IluStrAçÕeS: CrIS tAtI
A virtude a ser cultivada para sair do desejo escravizante,
diz ele, é a temperança – “Um meio para a independência,
assim como esta é um meio para a liberdade. A temperança
pertence à arte de desfrutar; é um trabalho do desejo sobre
si mesmo. Não se trata de desfrutar menos, mas de desfrutar
melhor. Ela não visa superar nossos limites, mas respeitá-
-los. É uma virtude ética, mais do que moral, menos do âmbito
do dever do que do bom senso.”
Um pouco de filosofia, alguma virtude, um olhar sobre a
fronteira entre o bom e o excessivo.
Bem-vinda temperança.
Sonia Hirsch é jornalista e escritora especializada em promoção da saúde
www.soniahirsch.com
Conserva de vegetais
em salmoura
1 vidro grande com tampa e vegetais da estação:
cenouras, pepinos, rabanetes, cebolas, pimenta,
alho, gengibre, sementes de mostarda, louro etc,
lavados e secos. 2 litros de água sem cloro.
100 gramas de sal. Misturar a água e o sal.
Aquecer até ver os primeiros sinais de fervura.
Desligar o fogo, deixar esfriar. Colocar os vegetais
no vidro e completar com a salmoura fria.
Cobrir a boca do vidro com uma gaze e deixar à
temperatura ambiente por 48 horas para fermentar:
é o ácido lático assim produzido que conserva
os alimentos. Depois colocar a tampa e guardar
em geladeira. Se der mofo branco por cima,
é normal: basta retirar.
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 25

treinamentO
entre 10 e 13 de setembro, a Fundação
promoveu uma capacitação
para novos representantes
do Plano Petros do Sistema Petrobras
e do Plano Petros-2. A primeira turma
deste ano reuniu 42 empregados das
patrocinadoras e terceirizados.
Embora a Petros tenha vários
canais de atendimento, os representantes
estão mais próximos dos
participantes e assim conseguem
entender melhor suas demandas.
Em uma empresa como a Petrobras,
com presença em todo o país,
esta proximidade é estratégica
para a patrocinadora. Como alguns
temas são complexos, os representantes
também recebem apoio das
HaBilita nOvOS
repreSentanteS
atUaçÃo Nas PatrociNaDoras LeVa
escLarecimeNto sobre os PLaNos De
beNefÍcios aos ParticiPaNtes
gerências da Petros, que oferecem
o suporte técnico necessário no
dia a dia.
O diretor de Seguridade, Maurício
Rubem, esteve presente ao terceiro
dia do curso, quando agradeceu
aos empregados e terceirizados
capacitados. “O papel do
representante é de suma importância
porque muitas vezes este é
o primeiro contato do participante
com a Petros”, explica.
Segundo Rubem, a pesquisa de
satisfação realizada anualmente
pela Petros tem mostrado resultados
bastante positivos no quesito “atendimento
prestado”. Ainda de acordo
com o dirigente, os representantes
FotoS: renAto velASCo
Para sUa
traNQUiLiDaDe
Rosiley Pinho (Posto de Atendimento
da Regap), 25 anos de Petrobras
“Está entrando muita gente
nova na companhia e nós
precisamos estar preparados.”
Aluízio dos Santos (Posto de Atendimento
da Reduc), 29 anos de Petrobras
“Nosso participante precisa
de todas as informações para
melhor administrar sua vida.”
são peças-chave para o alcance dos
elevados percentuais de satisfação
– em alguns casos mais de 90% de
avaliação positiva.
O diretor ressaltou que os dois
planos pertencentes ao Sistema
Petrobras reúnem 86% dos participantes,
o que dá uma dimensão
da importância do papel desempenhado
pelos representantes.
“Quanto mais capacitado estiver
o representante Petros, melhor poderá
atender as necessidades dos
nossos participantes”, afirma.
ASSIStA na tv Petros
à notícia sobre
a capacitação dos
representantes.
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 27

astiDores
FotoS: renAto velASCo
novo painel de orientação indica os setores em cada andar
Quadro informativo na recepção
eDifíciO-SeDe tem nOva
cOmunicaçãO viSual
o
s participantes que usam os serviços do atendimento
presencial do edifício-sede, no Rio de
Janeiro, encontrarão novidades. O prédio conta com
uma nova sinalização que facilita o fluxo de pessoas,
tornando o local mais personalizado e agradável.
Recentemente a comunicação visual passou por
uma reformulação. O projeto inclui novos painéis de
orientação e quadros com fotografias que registram
momentos com os empregados, participantes, patrocinadores
e eventos, entre outros.
28 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
Canal direto
Informativo interno também
passa por renovação
Um dos principais meios de comunicação interna da
Petros é o Canal Direto. Lançado em outubro de 1999,
o jornal mural traz informações estratégicas e de entretenimento.
O Canal Direto garante que todos tenham
acesso à informação, permitindo o fortalecimento da
cultura e dos valores da Petros.
Em setembro, o Canal Direto estreou um novo projeto
gráfico. Com um design moderno e uma diagramação
mais fluida e atraente, permite textos mais objetivos
para uma leitura rápida e leve.

AntonIA morAeS
João rodarte ministra palestra sobre previdência complementar
empregados em constante atualização
C
om o objetivo de qualificar
o quadro funcional visando
aprimorar a qualidade dos serviços
prestados aos participantes, a
Petros investe na atualização dos
seus empregados.
No dia 4 de setembro, João
Roberto Rodarte, diretor geral da
consultoria em estatística e atuária
Rodarte Nogueira, ministrou a
palestra “Previdência Complementar
- um olhar para o futuro: perspectivas,
tendências e desafios”.
Segundo o palestrante, a
democratização da previdência
complementar por meio do vínculo
associativo traz perspectivas de
expansão para o setor. A Petros
contribui significativamente
com a oferta de planos instituídos.
Além da democratização,
essa estratégia representa também
um estímulo à poupança
interna do país.
fOrtalecimentO DO SetOr Na
opinião do especialista, o fortalecimento
dos programas de
educação financeira e previdenciária,
assim como a incorporação
do conceito de sustentabilidade
na gestão de investimentos, são
grandes aliados para a evolução
da previdência no Brasil.
Rodarte também falou sobre
perfis de investimentos e redução
de taxa de juros. Ele esclareceu que
os fundos precisam adequar suas
metas atuariais à nova realidade
econômica de maneira gradativa.
O diretor Administrativo e Financeiro
da Petros, Newton Carneiro,
esteve presente na palestra
e afirmou que o evento possibilita
a disseminação de temas
essenciais por todas as áreas.
“Questões atuariais e de legislação
não podem ficar restritas às
gerências específicas; precisam
ser entendidas por todos os profissionais
da Fundação”.
Petros e Você Setembro/Outubro 2012 29

JulIo vIlelA
30 Petros e Você Setembro/Outubro 2012
coLUNa
GuStavO cerBaSi
Segundo levantamento da Fundação
Instituto de Administração,
hoje, 25% da renda das
famílias que ganham até três salários
mínimos são gastos com o pagamento
de juros. Uma insensatez, diante das
necessidades que deixam de ser atendidas
com essa prática. Famílias estão
deixando de ter lazer, de se vestir dignamente
e até de se alimentar adequadamente
para simplesmente pagar
juros aos bancos.
Com os típicos gastos de final
de ano, é comum que as famílias
assumam diversos compromissos
parcelados para o ano seguinte, comprometendo
por antecipação o orçamento
de diversos meses. Em janeiro
e fevereiro, a situação se agrava, com
a chegada dos carnês de IPVA e IPTU.
O consumo fica concentrado, portanto,
em poucos dias do ano, levando
o comércio à prática desesperada de
instituir incontáveis datas simbólicas
para fomentar vendas, como o dia da
sogra, dia do cachorro, dia do amigo.
A forma mais saudável de consumir
seria distribuindo melhor o consumo
ao longo do ano (o consumo, e não o
pagamento do consumo de um único
mês), aumentando a frequência do
gratificante prazer de gastar e fortalecendo
o comércio e seus trabalhadores.
Não há outro meio de corrigir tamanha
disfunção a não ser através da
disseminação de práticas de educação
DeveríamOS cOnSumir maiS
financeira. Associações, igrejas, escolas,
imprensa e empresas socialmente
responsáveis vêm se preocupando
em alertar para as perigosas
armadilhas discretamente embutidas
nas práticas de vendas a prazo,
envio de cartões e propostas de
crédito pelo correio, facilidades das
“a forma mais
saUDáVeL De coNsUmir:
DistribUiNDo o coNsUmo
ao LoNGo Do aNo”
financeiras e uso de instrumentos
de pagamento como cheques e cartões
de crédito. Mas ainda há muito
mais armadilhas do que informação
agindo diariamente nas mentes
dos trabalhadores.
Conscientizar o consumidor envolve
traduzir em números os efeitos
dos juros, demonstrando o custo que
a antecipação de sonhos traz a seu
orçamento. A família brasileira não
está em dificuldade por gastar mais
do que ganha, mas sim por gastar,
sem saber, naquilo de que não precisa
e depois lamentar a falta de verba
para itens relevantes em sua vida.
Não seria preciso fazer muito esforço
de poupança para aumentar a
riqueza dos brasileiros. Bastaria incentivar
aqueles que gastam grande
parte de seu salário em juros a ter
disciplina e passar a gastar mais com
coisas que lhes proporcionam benefícios
diretos como lazer, alimentos
diferenciados e educação complementar.
A atitude de gastar mais
tiraria parte do lucro
dos bancos e passaria
essa parcela dos
lucros ao comércio e
à indústria, beneficiados
por um consumo
mais consciente
e de qualidade. Essa
percepção pode parecer
ofensiva ao sucesso
da atividade bancária no país.
Porém, perceba que até mesmo os
bancos e seus acionistas terão mais
a ganhar no longo prazo com o incentivo
à construção de riqueza. Em
vez de lucrar com o amplo spread cobrado
sobre pequenos volumes movimentados,
o ganho viria na forma
de um spread menor sobre uma massa
maior de recursos, ao financiar o
crescimento dos negócios.n
Gustavo Cerbasi (www.maisdinheiro.com.br)
é consultor financeiro e autor dos livros Casais
Inteligentes enriquecem Juntos (Ed. Gente) e
Como organizar sua vida Financeira (Ed. Campus).
No Twitter: @gcerbasi.

Petros e Você Setembro/Outubro 2012 31
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Coloque o futuro da
sua família nas mãos
de quem você confia
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Queremos oferecer a sua família a mesma proteção que
damos a você, que é participante da Petros. O ANAPARprev é
uma ótima opção de previdência, com custos menores que os
praticados por bancos e seguradoras. Esse plano de previdência
foi criado pela Associação Nacional dos Participantes de Fundos
de Pensão (ANAPAR) e é administrado pela Petros, que você já
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Informe-se: acesse www.petros.com.br, na área “Planos de
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