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PRAGAS DO<br />
FEIJOEIRO NO<br />
ESTADO DO PARANÁ<br />
Manual para Identificação no Campo<br />
Sueli Martinez de Carvalho<br />
Celso Luiz Hohmann<br />
Alfre<strong>do</strong> Otávio Rodrigues de Carvalho
Carvalho, Sueli Martinez de<br />
C331 Pragas <strong>do</strong> feijoeiro no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná;<br />
manual para identificação no campo, por Sueli<br />
Martinez de Carvalho, Celso Luiz Hohmann e<br />
Alfre<strong>do</strong> Otávio Rodrigues de Carvalho. Londrina,<br />
IAPAR, 1982.<br />
41 p. ilust. (Documentos, IAPAR, 5).<br />
1. Feijão-Pragas-Brasil-Paraná.I. Hohmann,<br />
Celso Luiz, colab. II. Carvalho, Alfre<strong>do</strong> Otávio<br />
Rodrigues de, colab. III. Fundação Instituto<br />
Agronômico <strong>do</strong> Paraná, Londrina, PR. IV.<br />
Título. V. Série.<br />
CDD 635.65297<br />
AGRIS H10 1410
SUMÁRIO<br />
APRESENTAÇÃO.......................................................... 5<br />
PRAGAS DO SOLO<br />
Lagarta Elasmo............................................................ 6<br />
Mosca da S<strong>em</strong>ente....................................................... 8<br />
Lagarta Rosca ............................................................. 10<br />
Pulgão da Raiz............................................................. 12<br />
PRAGAS QUE ATACAM A FOLHAGEM<br />
Vaquinha..................................................................... 14<br />
Mosca Branca.............................................................. 16<br />
Cigarrinha Verde ......................................................... 18<br />
Ácaro Branco .............................................................. 20<br />
Tripes.......................................................................... 22<br />
Mina<strong>do</strong>r....................................................................... 24<br />
Broca das Axilas .......................................................... 26<br />
Lagarta Enroladeira das Folhas .................................... 28<br />
Lagarta Cabeça de Fósforo .......................................... 30<br />
PRAGAS QUE ATACAM AS VAGENS<br />
Broca da Vag<strong>em</strong>........................................................... 32<br />
Lagarta da Vag<strong>em</strong>........................................................ 34<br />
Manhoso...................................................................... 36<br />
PRAGAS QUE ATACAM OS GRÃOS ARMAZE-<br />
NADOS<br />
Carunchos ................................................................... 38<br />
NEMATÓIDES................................................................. 40
Apresentação<br />
As pragas constitu<strong>em</strong> um <strong>do</strong>s fatores limitantes<br />
ao cultivo <strong>do</strong> feijoeiro, concorren<strong>do</strong> para<br />
a redução de sua produtividade e elevação <strong>do</strong>s<br />
custos de produção. A necessidade de se reconhecer<br />
as principais pragas que ocorr<strong>em</strong> no<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, possibilitan<strong>do</strong> a a<strong>do</strong>ção de<br />
medidas adequadas de controle tornou indispensável<br />
a elaboração deste guia.<br />
São apresentadas informações de caráter<br />
prático, destinadas aos engenheiros agrônomos e<br />
técnicos agrícolas responsáveis pela orientação<br />
<strong>do</strong>s agricultores, com o objetivo de colaborar na<br />
identificação <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as de pragas existentes<br />
nas lavouras de feijão.<br />
Este manual não visa à recomendação de<br />
defensivos, deven<strong>do</strong> ser consultadas para esse<br />
fim, publicações já existentes, relacionadas ao<br />
assunto.
PRAGAS DO SOLO<br />
Lagarta Elasmo<br />
Elasmopalpus lignosellus (Zeller, 1848)<br />
(Lepi<strong>do</strong>ptera: Pyralidae)<br />
6<br />
Sua ocorrência está condicionada a perío<strong>do</strong>s<br />
de estiag<strong>em</strong> no início <strong>do</strong> desenvolvimento<br />
da cultura. Os adultos med<strong>em</strong> de 15 a 25 mm de<br />
envergadura, sen<strong>do</strong> os machos par<strong>do</strong>-amarela<strong>do</strong>s<br />
e as fêmeas par<strong>do</strong>-escuras ou cinzas. As lagartas<br />
são de coloração verde-azulada, com estrias marrons<br />
(Fig. 1). Perfuram as plântulas na região <strong>do</strong><br />
colo, construin<strong>do</strong> uma galeria <strong>em</strong> seu interior, a<br />
qual se comunica externamente através de uma<br />
câmara, constituída pelo agrupamento de terra,<br />
detritos e teia (Fig. 2). O ataque da lagarta elasmo<br />
provoca o amarelecimento, murcha e morte<br />
da planta (Fig. 3). Não se recomenda o controle<br />
químico dessa praga pois os produtos utiliza<strong>do</strong>s<br />
têm se mostra<strong>do</strong> pouco eficientes. A prática da<br />
irrigação abundante reduz a populaçãode lagartas.<br />
Fig. 1
Fig. 3<br />
Fig. 2
Mosca da S<strong>em</strong>ente<br />
8<br />
Delia p/atura (Meigen, 1826)<br />
(Diptera: Anthomyiidae)<br />
Os adultos são s<strong>em</strong>elhantes à mosca <strong>do</strong>méstica,<br />
cinzas, com aproximadamente 5 mm de<br />
envergadura. As larvas são branco-amareladas,<br />
medin<strong>do</strong> <strong>em</strong> seu máximo desenvolvimento, cerca<br />
de 6 mm (Fig. 4). Atacam s<strong>em</strong>entes <strong>em</strong> fase<br />
de germinação, perfuram os cotilé<strong>do</strong>nes (Fig. 5),<br />
causan<strong>do</strong> deformação da planta e não raro,<br />
destruin<strong>do</strong> o <strong>em</strong>brião. As larvas pod<strong>em</strong> ainda<br />
broquear o caule da planta. Em regiões onde<br />
constitu<strong>em</strong> probl<strong>em</strong>a, o controle pode ser realiza<strong>do</strong><br />
através de tratamento das s<strong>em</strong>entes ou<br />
aplicação de inseticida no sulco de plantio.
Fig. 4<br />
Fig. 5<br />
9
Lagarta Rosca<br />
10<br />
Agrotis spp. (Lepi<strong>do</strong>ptera:<br />
Noctuidae)<br />
São mariposas que apresentam as asas anteriores<br />
marrons com manchas claras e posteriores<br />
s<strong>em</strong>i-transparentes, medin<strong>do</strong> 35 mm de envergadura.<br />
As lagartas são de coloração variável,<br />
pre<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> a cinza escura com listras longitudinais<br />
pouco pronunciadas (Fig. 6). Têm hábitos<br />
noturnos, permanecen<strong>do</strong> abrigadas no solo<br />
durante o dia. Seccionam o colmo das plântulas<br />
logo acima da superfície <strong>do</strong> solo, causan<strong>do</strong>-lhes<br />
a morte (Fig. 7). As plantas mais desenvolvidas<br />
pod<strong>em</strong> tolerar o dano por t<strong>em</strong>po mais prolonga<strong>do</strong>,<br />
porém murcham e pod<strong>em</strong> sofrer tombamento<br />
pelo vento. Para seu controle, utilizam-se<br />
inseticidas <strong>em</strong> polvilhamento ou <strong>em</strong> pulverização<br />
dirigida à base das plantas, logo após o aparecimento<br />
<strong>do</strong>s primeiros sintomas de ataque.
Fig. 6<br />
Fig. 7<br />
11
Pulgão da Raiz<br />
12<br />
Smynthurodes betae (Westwood, 1849)<br />
(Homoptera: Aphididae)<br />
Os adultos med<strong>em</strong> cerca de 2mm de comprimento,<br />
são negros, enquanto que as ninfas<br />
possu<strong>em</strong> coloração de branco-pérola a marrom.<br />
Tanto as formas ápteras como as aladas fixam-se<br />
às raízes <strong>do</strong> feijoeiro, sugan<strong>do</strong> a seiva (Fig. 8).<br />
Altos níveis de infestação provocam o amarelecimento<br />
e murcha das plantas. Em regiões onde<br />
a ocorrência dessa praga é frequente, visto que<br />
os sintomas se manifestam tardiamente, o controle<br />
pode ser realiza<strong>do</strong> através de tratamento de<br />
s<strong>em</strong>entes ou aplicação de inseticida no sulco de<br />
plantio.
Fig. 8<br />
13
14<br />
PRAGAS QUE ATACAM A FOLHAGEM<br />
Vaquinha<br />
Diabrotica speciosa (Germar, 1824)<br />
(Coleoptera: Chrysomelidae)<br />
Besouro cosmopolita, ataca a maioria <strong>do</strong>s<br />
cultivos causan<strong>do</strong> danos tanto na fase larval<br />
como adulta. Os adultos possu<strong>em</strong> cerca de 6 mm<br />
de comprimento, coloração verde, com 6 manchas<br />
amarelas nos élitros e cabeça castanha<br />
(Fig. 9). Causam desfolha durante to<strong>do</strong> o ciclo<br />
<strong>do</strong> feijoeiro. Os danos são mais severos na fase<br />
inicial (Fig. 10), poden<strong>do</strong> se estender também<br />
posteriormente às flores e às vagens (Fig. 11 ) . A<br />
postura é feita no solo, onde se desenvolv<strong>em</strong> as<br />
larvas. Estas são branco-leitosas, com a cabeça e<br />
o último segmento ab<strong>do</strong>minal castanho-escuros.<br />
(Fig. 12). Med<strong>em</strong>, <strong>em</strong> seu máximo desenvolvimento,<br />
cerca de 10 mm de comprimento. As<br />
larvas atacam as s<strong>em</strong>entes <strong>em</strong> germinação, as<br />
raízes e a região subterrânea <strong>do</strong> caule, causan<strong>do</strong><br />
atrofia das plantas e amarelecimento das folhas<br />
basais. Os adultos pod<strong>em</strong> ser controla<strong>do</strong>s através<br />
de pulverização de inseticida quan<strong>do</strong> se observar<strong>em</strong><br />
25% de desfolha até 20 dias ( 1 o trifolíolo desenvolvi<strong>do</strong>)<br />
ou 40% após esse perío<strong>do</strong> até início<br />
da fase de enchimento de grãos.<br />
Fig. 9
Fig. 10<br />
Fig. 11<br />
Fig. 12
Mosca Branca<br />
16<br />
B<strong>em</strong>isia tabaci (Gennadius, 1889)<br />
(Homoptera: Aleyrodidae)<br />
Os adultos possu<strong>em</strong> coloração branco-leitosa<br />
e med<strong>em</strong> aproximadamente 2 mm de comprimento<br />
(Fig. 13). Os ovos são coloca<strong>do</strong>s isoladamente<br />
na face inferior das folhas, onde se fixam<br />
as ninfas (Fig. 13). Estas são de coloração<br />
verde-clara, translúcidas, de contorno ovala<strong>do</strong> e<br />
<strong>em</strong> forma de escamas. Permanec<strong>em</strong> imóveis, sugan<strong>do</strong><br />
a seiva até a <strong>em</strong>ergência <strong>do</strong>s adultos. Embora<br />
ocorra competição de nutrientes pela sucção<br />
contínua, os maiores prejuízos se dev<strong>em</strong> à transmissão<br />
de viroses, principalmente o mosaico<br />
<strong>do</strong>ura<strong>do</strong> (Fig. 14), fator limitante à produção<br />
<strong>do</strong> feijão da seca no Norte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.<br />
Nas regiões <strong>em</strong> que ocorr<strong>em</strong> altas infestações,<br />
o controle químico não t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> eficiente na<br />
redução das populações a níveis que não comprometam<br />
o rendimento da cultura, pela transmissão<br />
<strong>do</strong> mosaico <strong>do</strong>ura<strong>do</strong>. Entretanto, nas<br />
regiões <strong>em</strong> que a incidência da praga é menor,<br />
principalmente, na safra das águas, pulverizações,<br />
logo que se constate a praga, pod<strong>em</strong> reduzir<br />
a diss<strong>em</strong>inação da virose.
Fig. 13<br />
Fig. 14
Cigarrinha Verde<br />
18<br />
Empoasca kra<strong>em</strong>eri Ross & Moore, 1957<br />
(Homoptera: Cicadellidae)<br />
Constitui praga de grande importância econômica<br />
não só no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, como <strong>em</strong> to<strong>do</strong><br />
Brasil e <strong>em</strong> muitos outros países da América<br />
Latina. Os adultos são verdes, e med<strong>em</strong> cerca de<br />
3mm (Fig 15). As ninfas possu<strong>em</strong> a mesma coloração<br />
e são facilmente identificáveis pelo seu movimento<br />
lateral característico (Fig. 16). As formas<br />
jovens e adultas localizam-se principalmente na<br />
face inferior das folhas e nos pecíolos, causan<strong>do</strong><br />
danos pela sucção direta da seiva e injeção de<br />
toxinas. Altas populações reduz<strong>em</strong> drasticamente<br />
a produtividade <strong>do</strong> feijoeiro. Quan<strong>do</strong> o ataque<br />
ocorre nas fases iniciais <strong>do</strong> desenvolvimento da<br />
planta, observa-se um enfezamento, caracteriza<strong>do</strong><br />
pela presença de folíolos coriáceos, com<br />
bor<strong>do</strong>s encurva<strong>do</strong>s para baixo e paralização <strong>do</strong><br />
crescimento (Fig. 1 7 ) . Em fases posteriores de<br />
desenvolvimento, os sintomas se manifestam<br />
pelo enrolamento <strong>do</strong>s folíolos, amarelecimento<br />
e posterior necrose <strong>do</strong>s bor<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s mesmos<br />
(Fig. 18). O controle pode ser efetua<strong>do</strong> através<br />
da pulverização de inseticida , quan<strong>do</strong> o nível<br />
populacional atingir cerca de 2 ninfas por<br />
trifolíolo.<br />
Fig. 15 Fig. 16
Fig. 17<br />
Fig. 18<br />
19
Ácaro Branco<br />
20<br />
Polyphagotarson<strong>em</strong>us latus (Banks, 1904)<br />
(Acarina: Tarson<strong>em</strong>idae)<br />
De ampla distribuição, causa danos severos<br />
principalmente à cultura da seca. No estágio<br />
adulto, são de coloração branca e praticamente<br />
invisíveis a olho nu. A infestação inicial se dá <strong>em</strong><br />
reboleiras e é constatada pelo enrolamento <strong>do</strong>s<br />
bor<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s folíolos para cima, principalmente<br />
os <strong>do</strong>s ponteiros (Fig. 1 9 ) . Posteriormente, a<br />
página inferior torna-se bronzeada e as folhas,<br />
coriáceas e quebradiças (Fig. 20), culminan<strong>do</strong><br />
com a seca e queda das mesmas. O ataque pode<br />
se estender também às vagens (Fig. 2 1 ) , tornan<strong>do</strong>as<br />
bronzeadas e retorcidas. O controle deve ser<br />
inicia<strong>do</strong> tão logo se constate a presença <strong>do</strong> ácaro<br />
na lavoura, ou seja, assim que se observar<strong>em</strong> os<br />
primeiros folíolos enrola<strong>do</strong>s. Recomenda-se uma<br />
nova aplicação 5 dias após para evitar<br />
reinfestação, já que o ácaro, <strong>em</strong> condições favoráveis<br />
(alta t<strong>em</strong>peratura e umidade), pode completar<br />
o ciclo <strong>em</strong> apenas 5 dias.<br />
Fig. 19
Fig. 20<br />
Fig. 21<br />
21
22<br />
Tripes<br />
Caliothrips phaseoli (Hood, 1912)<br />
Frankliniella schulzei Trybom, 1920<br />
(Thysanoptera: Thripidae)<br />
As ninfas de C. phaseoli são de coloração<br />
branco-amarelada e os adultos são escuros, com<br />
asas pretas franjadas com duas faixas transversais<br />
brancas na região mediana (Fig. 22). Med<strong>em</strong><br />
aproximadamente 1 mm de comprimento e viv<strong>em</strong><br />
na página inferior da folha, É a espécie<br />
mais comum encontrada no Esta<strong>do</strong>. Os sintomas<br />
de ataque são pontuações esbranquiçadas na<br />
face superior das folhas, resultantes da sucção<br />
<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> celular (Fig. 23), Infestações<br />
severas no início <strong>do</strong> desenvolvimento das plantas<br />
causam a seca das folhas. As formas jovens de<br />
F. schulzei são de coloração amarela enquanto<br />
que os adultos são marrom-escuros, não ultrapassan<strong>do</strong><br />
3 mm de comprimento. Alimentam-se<br />
<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> celular provocan<strong>do</strong> bronzeamento<br />
nas folhas. No Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, esses insetos<br />
geralmente dispensam controle químico, uma<br />
vez que ocorr<strong>em</strong> <strong>em</strong> baixas populações.
Fig. 23<br />
Fig. 22<br />
23
Mina<strong>do</strong>r<br />
Agromyza spp.<br />
Liriomyza spp.<br />
(Diptera: Agromyzidae)<br />
24<br />
Normalmente, o aparecimento desses mina<strong>do</strong>res<br />
se dá no início <strong>do</strong> desenvolvimento da<br />
cultura e é favoreci<strong>do</strong> por perío<strong>do</strong>s de estiag<strong>em</strong>.<br />
Os adultos med<strong>em</strong> cerca de 1 mm de comprimento,<br />
e sua ocorrência é facilmente detectável<br />
pela presença de pontuações esbranquiçadas<br />
nos foi Tolos, resultantes da alimentação e ovoposição<br />
das fêmeas. As larvas desses pequenos<br />
dípteros minam as folhas originan<strong>do</strong> lesões esbranquiçadas<br />
características ao longo <strong>do</strong> caminho<br />
que percorr<strong>em</strong> (Fig. 24). Embora esses mina<strong>do</strong>res<br />
ocorram com frequência, não se justifica<br />
economicamente seu controle pois na maioria<br />
das vezes não afetam os rendimentos da cultura.
Fig. 24<br />
25
Broca das Axilas<br />
26<br />
Epinotia apor<strong>em</strong>a (Walsingham, 1914)<br />
(Lepi<strong>do</strong>ptera: Tortricidae)<br />
As mariposas dessa espécie med<strong>em</strong> 14 mm<br />
de envergadura, possu<strong>em</strong> coloração acinzentada<br />
com manchas claras nas asas anteriores (Fig. 25).<br />
A postura é realizada nos ponteiros, onde geralmente<br />
se inicia o ataque petas lagartas. Estas<br />
(Fig. 26) são inicialmente branco-esverdeadas,<br />
com cabeça escura, assum<strong>em</strong> posteriormente a<br />
coloração amarelada chegan<strong>do</strong> a rósea quan<strong>do</strong><br />
prestes a <strong>em</strong>pupar. Têm como característica o<br />
hábito de unir as partes vegetativas através de<br />
uma teia onde ficam protegidas. Causam deformação<br />
ou morte <strong>do</strong>s brotos terminais e foliolos<br />
(Fig. 27), poden<strong>do</strong> ainda broquear peciolos<br />
e ramos, construin<strong>do</strong> uma galeria descendente.<br />
E comum ainda o dano às vagens (Fig, 28).<br />
O controle dessa broca pode ser efetua<strong>do</strong> através<br />
da pulverização de inseticida antes <strong>do</strong> perío<strong>do</strong><br />
de formação de vagens.<br />
Fig. 25
Fig. 26<br />
Fig. 27<br />
Fig. 28
28<br />
Lagarta Enroladeira das Folhas<br />
Hedylepta indicata (Fabricius, 1794)<br />
(Lepi<strong>do</strong>ptera: Pyralidae)<br />
Os adultos têm as asas amarelas, com linhas<br />
transversais mais escuras e med<strong>em</strong> 20 mm de<br />
envergadura (Fig. 29). As lagartas são inicialmente<br />
amareladas toman<strong>do</strong> a coloração verde à<br />
medida que se desenvolv<strong>em</strong>, atingin<strong>do</strong> cerca de<br />
20 mm de comprimento (Fig. 30). Sua presença<br />
é constatada pela característica que apresentam<br />
de unir as folhas com fios de seda, fican<strong>do</strong> protegidas<br />
no seu interior. Raspam o parênquima foliar,<br />
tornan<strong>do</strong> o folíolo rendilha<strong>do</strong> e provocan<strong>do</strong><br />
a seca das folhas quan<strong>do</strong> o ataque é intenso. Seu<br />
controle é facilmente efetua<strong>do</strong> através da pulverização<br />
de inseticidas adequa<strong>do</strong>s.
Fig. 29<br />
Fig. 30<br />
29
30<br />
Lagarta Cabeça de Fósforo<br />
Urbanus proteus (Linnaeus, 1758)<br />
(Lepi<strong>do</strong>ptera: Hesperiidae)<br />
Os aduitos são escuros com reflexos verdeazula<strong>do</strong>s<br />
no corpo e nas asas e med<strong>em</strong> cerca<br />
de 45 mm de envergadura. Apresentam manchas<br />
brancas nas asas anteriores e um prolongamento<br />
nas posteriores (Fig. 3 1 ) . As lagartas<br />
apresentam coloração verde-escura com estrias<br />
longitudinais amarelas. São de fácil identificação<br />
devi<strong>do</strong> a sua cabeça pro<strong>em</strong>inente de coloração<br />
marron-escura (Fig. 32). As lagartas são desfo-<br />
Iha<strong>do</strong>ras e se proteg<strong>em</strong> <strong>em</strong> secções <strong>do</strong>bradas das<br />
folhas (Fig. 33). O controle dessa praga pode ser<br />
realiza<strong>do</strong> de maneira s<strong>em</strong>elhante ao da lagarta<br />
das folhas.<br />
Fig. 31
Fig. 32<br />
Fig. 33<br />
31
32<br />
PRAGAS QUE ATACAM AS VAGENS<br />
Broca da Vag<strong>em</strong><br />
Etiella zinckenella (Treitschke, 1832)<br />
(Lepi<strong>do</strong>ptera: Pyralidae)<br />
Sua incidência v<strong>em</strong> aumentan<strong>do</strong> consideravelmente<br />
nos últimos anos, ocasionan<strong>do</strong><br />
perdas elevadas <strong>em</strong> algumas regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
Os adultos possu<strong>em</strong> as asas anteriores cinzas e<br />
as posteriores claras com franjas brancas nos<br />
bor<strong>do</strong>s (Fig. 34). Med<strong>em</strong> aproximadamente<br />
20 mm de envergadura. As lagartas inicialmente<br />
são de coloração branca e cabeça escura, tornan<strong>do</strong>-se<br />
verdes e, quan<strong>do</strong> prestes a <strong>em</strong>pupar,<br />
rosadas, atingin<strong>do</strong> cerca de 20 mm (Fig. 35).<br />
Penetram nas vagens, destruin<strong>do</strong> os grãos <strong>em</strong> formação,<br />
afetan<strong>do</strong> diretamente a produção. O<br />
controle dessa praga deve ser efetua<strong>do</strong> no início<br />
<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de formação de vagens.
Fig. 34<br />
Fig. 35<br />
33
Lagarta da Vag<strong>em</strong><br />
34<br />
Thecla jebus Godart, 1819<br />
(Lepi<strong>do</strong>ptera: Lycaenidae)<br />
As lagartas são achatadas, s<strong>em</strong>elhantes a<br />
lesmas (Fig. 36). Em seu máximo desenvolvimento<br />
med<strong>em</strong> cerca de 20 mm. Os adultos<br />
apresentam dimorfismo sexual, sen<strong>do</strong> as asas<br />
<strong>do</strong>s machos de coloração azul- metálica e das<br />
fêmeas azul-pálidas, com os bor<strong>do</strong>s escureci<strong>do</strong>s,<br />
medin<strong>do</strong> aproximadamente 20 mm de envergadura<br />
(Fig. 37). Sua presença pode ser evidenciada<br />
pelo orifício irregular na vag<strong>em</strong>, de tamanho<br />
variável, o que difere das d<strong>em</strong>ais lagartas<br />
cujos orifícios de penetração são mais ou menos<br />
circulares. São muito vorazes, destruin<strong>do</strong> integralmente<br />
os grãos. O controle dessa lagarta<br />
deve ser realiza<strong>do</strong> logo no início <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de<br />
formação de vagens.
Fig. 36<br />
Fig. 37<br />
35
Manhoso<br />
36<br />
Chalcodermus sp. (Coleoptera:<br />
Curculionidae)<br />
De ocorrência incipiente, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> constata<strong>do</strong><br />
há três anos no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, sua<br />
população e distribuição têm aumenta<strong>do</strong> consideravelmente<br />
nas últimas safras. São pequenos<br />
besouros negros, com cerca de 2 mm de comprimento<br />
(Fig. 38). As fêmeas realizam a postura<br />
dentro das vagens sobre os grãos. As larvas<br />
são brancas, ating<strong>em</strong> aproximadamente 2 mm no<br />
seu máximo desenvolvimento, causan<strong>do</strong> danos<br />
diretos, pois se alimentam <strong>do</strong>s grãos <strong>em</strong> formação.<br />
A ocorrência dessa praga pode ser detectada<br />
pela presença de pontuações escuras dispostas<br />
sobre a superfície da vag<strong>em</strong>, nas regiões<br />
correspondentes aos grãos (Fig. 39). Seu controle<br />
pode ser efetua<strong>do</strong> com a aplicação de inseticidas<br />
<strong>em</strong> pulverização.
Fig. 38<br />
Fig. 39<br />
37
38<br />
PRAGAS QUE ATACAM OS GRÃOS<br />
ARMAZENADOS<br />
Carunchos<br />
Acanthoscelides obtectus (Say,1813)<br />
Zabrotes subfasciatus (Boh<strong>em</strong>an, 1833)<br />
(Coleoptera: Bruchidae)<br />
Insetos cosmopolitas, sen<strong>do</strong> de maior im<br />
portância <strong>em</strong> nossas condições, a espécie Z. sub<br />
fasciatus. Os adultos dessa espécie apresentam<br />
coloração castanho-escura e med<strong>em</strong> 1,8 a<br />
2,5 mm de comprimento (Fig. 40). As fêmeas<br />
possu<strong>em</strong> os élitros mais escuros que os machos e<br />
manchas b<strong>em</strong> claras no pronoto. Os ovos são<br />
deposita<strong>do</strong>s diretamente sobre os grãos. As<br />
formas adultas de A. obtectus são ovóides e<br />
med<strong>em</strong> 2 a 4 mm de comprimento (Fig. 4 1 ) .<br />
Possu<strong>em</strong> coloração par<strong>do</strong>-escura com pontua<br />
ções avermelhadas no ab<strong>do</strong>me e pernas. A pos<br />
tura é realizada entre os grãos nos depósitos. Os<br />
prejuízos são provoca<strong>do</strong>s pelas larvas de ambas<br />
as espécies que destro<strong>em</strong> os cotilé<strong>do</strong>nes (Fig. 42),<br />
afetan<strong>do</strong> a qualidade <strong>do</strong> produto, poden<strong>do</strong> ainda<br />
alterar o poder germinativo das s<strong>em</strong>entes. Seu<br />
controle através de expurgo ou mistura <strong>do</strong>s grãos<br />
com inseticidas de curto poder residual, t<strong>em</strong> se<br />
mostra<strong>do</strong> eficiente. Fig. 40
Fig. 41<br />
Fig. 42<br />
39
NEMATÓIDES<br />
40<br />
Meloi<strong>do</strong>gyne incognita (Kofoid e White, 1919)<br />
Chitwood, 1949<br />
Meloi<strong>do</strong>gyne javanica (Treub, 1885)<br />
Chitwood, 1949<br />
Essas espécies são amplamente distribuídas<br />
no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná e parasitam a maior<br />
parte das plantas cultivadas, sen<strong>do</strong> seu desenvolvimento<br />
favoreci<strong>do</strong> <strong>em</strong> solos úmi<strong>do</strong>s e depaupera<strong>do</strong>s.<br />
As fêmeas viv<strong>em</strong> no interior das<br />
raízes, causan<strong>do</strong> o espessamento das mesmas,<br />
induzin<strong>do</strong> à formação de galhas (Fig. 43). Este<br />
é o principal sintoma da presença desse gênero<br />
de n<strong>em</strong>atóides. As galhas não pod<strong>em</strong> ser<br />
confundidas com nódulos de bactérias nitrificantes,<br />
os quais se desenvolv<strong>em</strong> sobre a raiz e se<br />
desprend<strong>em</strong> facilmente. Quan<strong>do</strong> parasita<strong>do</strong><br />
(Fig. 44),. principalmente <strong>em</strong> condições de<br />
"stress", o feijoeiro se apresenta amarela<strong>do</strong>, com<br />
menor vigor vegetativo, vagens menores e algumas<br />
vezes chochas, resultan<strong>do</strong> <strong>em</strong> queda na produção.<br />
Nas horas mais quentes <strong>do</strong> dia, apresenta<br />
"murcha" da parte aérea. Em infestações iniciais,<br />
esses n<strong>em</strong>atóides ocorr<strong>em</strong> <strong>em</strong> reboleiras<br />
poden<strong>do</strong> haver posteriormente diss<strong>em</strong>inação por<br />
erosão ou impl<strong>em</strong>entos agrícolas. Como medida<br />
de controle, sugere-se rotação de culturas, utilizan<strong>do</strong>-se<br />
espécies vegetais resistentes ao parasito.
Fig. 44<br />
Fig. 43<br />
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