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IguALDADE DE OPORTuNIDADES<br />
O mapa do preconceito<br />
Deficientes, mulheres e negros são vítimas de discriminação nos bancos<br />
Os bancos que atuam no Brasil<br />
são preconceituosos, contratam<br />
poucos negros, as mulheres têm<br />
menos chances de subir na carreira que<br />
os homens e o número de bancários com<br />
deficiência é tão pequeno que não atinge<br />
nem a cota mínima de 5% exigida pela lei.<br />
Esse é o resultado da pesquisa do Mapa<br />
da Diversidade nos bancos, divulgado no<br />
dia 2 de julho pela federação <strong>dos</strong> bancos<br />
(Fenaban), durante audiência pública na<br />
Comissão de Direitos Humanos e Minorias<br />
da Câmara <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>, em Brasília.<br />
Elaborada e aplicada pelos<br />
próprios bancos a pedido <strong>dos</strong><br />
sindicatos, a pesquisa confirma o<br />
que o movimento <strong>dos</strong> trabalhadores<br />
denuncia há mais de duas<br />
décadas: as instituições financeiras<br />
discriminam as pessoas na hora de<br />
contratar e as oportunidades dentro<br />
das empresas são desiguais.<br />
“Hoje é um dia histórico, pois essa<br />
é a primeira vez que as instituições<br />
financeiras reconhecem que há<br />
discriminação no mercado de trabalho<br />
bancário. O Mapa da Diversidade<br />
confirma o que a gente já sabia e<br />
é de extrema importância porque,<br />
com ele, poderemos elaborar um<br />
plano de ação para negociarmos com<br />
os bancos na tentativa de resolver<br />
o problema”, explica a diretora do<br />
<strong>Sindicato</strong> Neiva Ribeiro <strong>dos</strong> Santos.<br />
A pesquisa foi realizada no ano<br />
passado e respondida por mais de 200<br />
mil bancários, a metade da categoria.<br />
Dia Nacional de Luta – Em 14 de julho, os<br />
bancários do Brasil inteiro realizaram uma<br />
série de manifestações num Dia Nacional<br />
de Luta pela Igualdade de Oportunidades<br />
nos bancos. Em São Paulo, o <strong>Sindicato</strong><br />
promoveu pela manhã reuniões com os<br />
bancários para detalhar alguns da<strong>dos</strong><br />
do Mapa da Diversidade e explicar as<br />
principais reivindicações para acabar com<br />
a discriminação no mercado de trabalho<br />
bancário. No início da tarde, o <strong>Sindicato</strong><br />
realizou uma manifestação na Avenida<br />
Paulista, em frente à matriz do Real.<br />
NúmEROS DA DISCRImINAçãO<br />
SITUAÇÃO DOS NEGROS<br />
Menos de 3% <strong>dos</strong> bancários (excluindo os par<strong>dos</strong>) são negros e eles ganham 64,2% do salário<br />
<strong>dos</strong> brancos. as mulheres negras ocupam menos de 1% <strong>dos</strong> postos de trabalho nos bancos. Há<br />
menos de 1% de negros em cargos de gerência, superintendência e outras funções de gestão.<br />
SITUAÇÃO DAS MULHERES<br />
as mulheres ganham, em média, 78% <strong>dos</strong> salários <strong>dos</strong> homens. um gerente recebe em média<br />
R$ 40 por hora, enquanto uma gerente ganha R$ 30 por hora. Mesmo com escolaridade<br />
maior que a <strong>dos</strong> homens, as mulheres ocupam cargos inferiores nos bancos.<br />
SITUAÇÃO DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA<br />
os bancos reconhecem que não cumprem a cota mínima exigida pela lei que garante 5% das<br />
vagas para pessoas com deficiência. atualmente existem 7 mil bancários com deficiência, o<br />
que atinge 64% da cota.<br />
FOLHA bANCáRIA RESumO AgOSTO DE 2009