educação cidadania - Uniso
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Coleta seletiva, um bem<br />
ao meio ambiente<br />
A<br />
Cooperativa de Trabalho dos Catadores de<br />
Material Reaproveitável de Sorocaba (Catares)<br />
teve grandes avanços no último ano.<br />
Para se ter uma ideia, na arrecadação, houve um<br />
salto de cerca de quinze toneladas de material reciclável<br />
para 29855,5 toneladas, um aumento de 99% no<br />
volume coletado, em onze meses. Isso rendeu aos dez<br />
catadores um incremento na renda mensal, que passou<br />
de R$381,26, em janeiro para R$635,20 em novembro,<br />
quase dobrando o valor.<br />
Os resultados se devem a uma série de esforços e<br />
um modelo de trabalho em equipe que vem sendo<br />
desenvolvido na Catares, com o envolvimento da <strong>Uniso</strong>,<br />
a colaboração da Prefeitura de Sorocaba, de voluntários<br />
e principalmente pelo trabalho dos cooperados da<br />
Catares que recolhem e separam os materiais reciclados<br />
no dia-a-dia da Cooperativa.<br />
Em 2009, a <strong>Uniso</strong> iniciou um Projeto de Apoio<br />
Operacional para Melhorias no Sistema de Coleta<br />
e Reciclagem da Cooperativa – Catares, dentro do<br />
Programa de Bolsas de Extensão (Probex), que contribuiu<br />
para a melhoria dos resultados e maior participação da<br />
comunidade.<br />
A iniciativa, que envolve professores, alunos e<br />
profissionais, pretende propiciar melhores condições de<br />
trabalho, inclusão social, geração de renda, segurança,<br />
qualidade de vida, além da conscientização na separação<br />
do material reciclável.<br />
Uma das ações, o Plano de Reciclagem reestruturou<br />
todo o trabalho de coleta e reciclagem. Uma equipe<br />
percorre os doze bairros, mais de mil residências da<br />
região central da cidade, encaminhando os resíduos<br />
para a Cooperativa, onde outro grupo faz o processo<br />
de triagem, prensagem e comercialização. Os recursos<br />
obtidos são divididos entre os cooperados.<br />
“Antes, tudo acontecia individualmente dificultando<br />
o trabalho”, conta a cooperada Silvia Regina de Moura<br />
Campos, há dois anos na Cooperativa, que aprova o novo<br />
formato. “Hoje, com a evolução da Catares, conquistei<br />
muitas coisas, reformei parte da minha casa, passei por<br />
médico particular, renovei meu óculos. Espero melhorar<br />
cada vez mais”.<br />
Quem também está feliz é Flávio Henrique Oliveira<br />
Polaino, com quatro filhos, o mais novo cooperado na<br />
Catares. Ele buscou a Cooperativa, depois da crise da<br />
venda pelas ruas, quando chegou a ganhar R$ 300,00<br />
por mês.<br />
Dentro desse novo formato, os cooperados também<br />
participam de cursos. O I Encontro de Formação<br />
e Capacitação de Cooperados da Cooperativa de<br />
Reciclagem Catares – 2009, realizado na <strong>Uniso</strong>, reuniu<br />
palestras sobre economia familiar e doméstica, primeiros<br />
socorros e relações interpessoais, além de recreação<br />
para os filhos dos trabalhadores.<br />
Com o crescimento da Catares, além dos agentes<br />
Jornal Semestral da <strong>Uniso</strong> 2009 12<br />
<strong>Uniso</strong> implanta projeto de melhorias em cooperativa de catadores de material reaproveitável, a Catares<br />
Coleta de material reciclável quase dobrou de janeiro para novembro, resultando em maior renda aos dez catadores da Catares<br />
ambientais, o meio ambiente também ganha. Segundo<br />
o Coordenador do projeto, professor José Lázaro Ferraz,<br />
dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia da<br />
Produção, o lixo é um dos grandes desafios para as<br />
sociedades no mundo.<br />
“A reciclagem contribui para diminuir a geração do<br />
lixo, evitando o envio de resíduos para os aterros, reduz<br />
a poluição de solo, da água e do ar, os vetores de doença,<br />
resultando em uma cidade mais limpa e em qualidade de<br />
vida à população. Além disso, os resíduos passam a ser<br />
valorizados gerando emprego e renda para a sociedade”,<br />
explica. “É preciso criar o ciclo ecológico dos materiais:<br />
retirar os recursos naturais da natureza, utilizá-los para a<br />
industrialização de bens e depois reutilizar e reciclar, ao<br />
invés de enterrar o lixo após o uso. Temos que eliminar o<br />
ciclo impactante, de retirar coisas boas da natureza, gerar<br />
lixo e contaminar o solo – não podemos mais continuar<br />
fazendo do planeta uma verdadeira lata de lixo”.<br />
E, para que tudo dê certo, a Catares ganhou um<br />
novo coordenador operacional, Miguel Arcanjo de Jesus<br />
Almeida, formando em Gestão Ambiental pela <strong>Uniso</strong> e<br />
funcionário cedido pela empresa Johnson Control para<br />
trabalhos voluntários em reciclagem. “Miguel passou<br />
a apoiar mais diretamente a Catares desde agosto<br />
quando deu-se o início do Projeto Probex 2009”, explica<br />
o professor Lázaro.<br />
O Projeto também tem a participação dos alunos<br />
de Engenharia Ambiental, Ana Maria Pereira de Lima,<br />
Daiane Cristina Ribeiro, Raphael Henrick Silva Silveira<br />
e Talita de Freitas e Oliveira, com a orientação dos<br />
professores José Lázaro e Nobel Penteado de Freitas,<br />
Coordenador do curso de Gestão Ambiental e do Núcleo<br />
de Estudos Ambientais da <strong>Uniso</strong> (Neas).<br />
A Catares resulta de uma parceria entre a Fundação<br />
Dom Aguirre, por meio da <strong>Uniso</strong>, e a Prefeitura Municipal<br />
de Sorocaba, que oferece infraestrutura.<br />
Amigos da Catares - Sabendo que o programa<br />
precisa crescer ainda mais, a <strong>Uniso</strong> lançará o projeto<br />
“Amigos da Catares”, que envolverá toda a comunidade<br />
universitária para contribuir com o desenvolvimento da<br />
Cooperativa, seja trazendo material reciclável, indicando<br />
parceiros ou desenvolvendo outras atividades.<br />
Um levantamento sobre geração de resíduos já<br />
deu início a esse processo. O objetivo é implantar um<br />
sistema de coleta seletiva na <strong>Uniso</strong>, com o apoio dos<br />
colaboradores. A ideia é que o material que venha a ser<br />
coletado seja destinado à Cooperativa, que já recebe<br />
latas de alumínio e outros produtos.<br />
Em 2009, de 1,6 quilos de latinhas arrecadadas em<br />
janeiro, a coleta saltou para 50 quilos em setembro,<br />
totalizando nesse período 189,6 quilos, evitando que o<br />
alumínio, totalmente reciclável, permaneça na natureza<br />
de 100 a 500 anos até se degradar.