CAXAMBU - Gerais de Minas

EDITORIAL
“A LINGUAGEM E A VIDA SÃO UMA COISA SÓ. QUEM NÃO
FIZER DO IDIOMA O ESPELHO DE SUA PERSONALIDADE NÃO
VIVE; E COMO A VIDA É UMA CORRENTE CONTÍNUA,
A LINGUAGEM TAMBÉM DEVE EVOLUIR CONSTANTEMENTE.”
Bem-vindo às Veredas da Palavra!
João Guimarães Rosa
Se for mineiro ótimo, e se for um apaixonado por Minas Gerais (mineiro ou não), tanto melhor! Este
é o mais novo produto Veredas, uma agência de Comunicação que aposta nos caminhos possíveis para
se promover a boa informação.
O projeto Gerais de Minas vai percorrer o Estado com foco nas principais notícias sobre: Cultura,
Patrimônio Histórico, Meio-ambiente e Turismo. Na edição de estreia (já sem acento pelas novas regras
e cumprindo a evolução anunciada pelo consagrado escritor mineiro), destacamos algumas cidades próximas
na região Sul de Minas, como um convite a você, para conhecer Caxambu, Conceição do Rio Verde,
Cruzília, e Baependy – neste número charmosamente grafada com o Y, que acaba de ter a volta oficializada
ao nosso alfabeto, mas apenas para indicar uma sugestão do Gerais em ver o nome do município
como originalmente era...
E também sugerimos que inclua a Estrada Real no seu próximo roteiro de viagem, passeando pelas
maravilhas da Minas sacra e colonial, do Circuito do Ouro. Mas aproveitamos para dizer que as informações
de uma cidade ou circuito turístico jamais serão esgotadas em apenas uma reportagem. Ou seja, o
projeto Gerais de Minas faz como um turista: registra em vários momentos o que há de melhor e mais
bonito nas cidades que visita, voltando outras tantas vezes, e a cada uma delas, com um novo olhar.
Outros
destaques
desta edição:
www.veredascomunicacao.com.br
contato@veredascomunicacao.com.br
Igreja Matriz de Baependi:
Monumento do Patrimônio
Histórico e Religioso (pág 9)
Vídeos-documentários,
jornais, revistas, livros e
projetos de endomarketing
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Uma boa viagem pra você.
Jornalista responsável
Gerais de Minas
Laticínios Cruzília:
Um jeito muito especial de colorir
de Azul o seu paladar (pág 8)
ASSINE O GERAIS DE MINAS
Publicação bimestral sobre Cultura, Patrimônio
Histórico, Meio-Ambiente e Turismo.
(35) 9142-2598
Ano I - nº 1
Março / Abril de 2009
www.geraisminas.com.br
Jornalista Responsável:
Fafate Costa - Mtb 5201-MG
(35) 9142-2598
jornal@geraisminas.com.br
Projeto gráfico e arte:
Márcio Miranda
www.marciomiranda.com
Colaborações nesta edição:
Zezeth Nicoliello
Ass. de Comunicação - IPHAN
Dom Serafim F. de Araújo
Impressão:
Gráfica Novo Mundo
São Lourenço - MG
Uma publicação:
Rua da Conceição n. 44, Loja 1 – Centro
Baependi, MG – CEP: 37443-000
Tel: (35) 3343-1005
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CNPJ 08.852.401/0001-81
Fotos da capa:
(Caxambu) Márcio Miranda
(Baependy) in “Caxambu”, H. Monat, 1894
(Conceição do Rio Verde) Divulgação
Congonhas:
Os profetas do Mestre
Aleijadinho (pág 12)
ANUNCIE NO GERAIS DE MINAS
Amigo de Minas: associe a imagem de sua
empresa, instituição ou serviços, junto às
belezas de nosso Estado.
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ENTREVISTA
No primeiro número do Jornal Gerais de Minas, nossa entrevista especial é um
reconhecimento ao trabalho da presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural
de Baependi, Patrícia Felizalle. Há sete anos no Conselho, os últimos três como presidente,
a Mestre em Biodireito, Ética e Cidadania, não poupa investimentos pessoais em aprimorarse
na área em que atua. Em fase de concluir sua Pós-graduação em Gestão do Patrimônio
Cultural, Patrícia se consolida como um dos nomes mais proeminentes em trabalho,
ações, estudos e projetos pela preservação da História de Minas. Com equilíbrio e muito
conhecimento, coordena as ações de preservação Patrimonial e Cultural na cidade que tem o
único tombamento federal em todo o Sul do Estado.
Gerais de Minas: Patrícia, por
que a palavra “tombamento”
ainda causa espanto, ou provoca
até um certo temor a algumas
pessoas?
Patrícia Felizalle: A nossa sociedade,
de uma forma histórica no
mundo ocidental, tem uma concepção
da posse muito arraigada;
uma espécie de atavismo do
direito de propriedade, mas que
é um direito individual sobre o
coletivo. Só que hoje em dia
nós não podemos pensar dessa
forma, porque as propriedades
cumprem uma função social.
Há um desconhecimento geral
sobre a importância dos tombamentos.
Quem tem direito de saber
da nossa história não somos
nós, nós já sabemos, mas são as
futuras gerações que merecem
conhecer amanhã, o que preservarmos
hoje.
GM: Em Baependi você tem obtido
bons resultados na formação
desta consciência?
PF: Nosso Conselho tem sido
muito atuante. O grupo reúne
pessoas com um grande ideal
e muito amor à cidade. Procuramos
demonstrar que o tombamento
é um registro, ele não
tira a propriedade da pessoa. O
proprietário continua no imóvel,
pode alugar, vender, usufrir da
melhor maneira. Se existem restrições
pela preservação, existem
também as vantagens. Por
exemplo: 90% de desconto no
valor do IPTU; ou ainda, o auxílio
do poder público para a manutenção
do bem tombado, se ficar
comprovado que o proprietário
não dispõe de recursos para sua
conservação. Em Baependi já
existem, inclusive, alguns tombamentos
voluntários; o dono
do imóvel procurou o Conselho e
ofereceu a propriedade para ser
tombada. Mas a cidade dispõe
de muitos outros imóveis que
merecem esta honraria.
“Quando a gente
pensa que o
próprio governo
federal olhou
para nossa arte, é
motivo de muito
orgulho para nós,
muita honra”
GM: Aliás, a cidade goza de
um privilégio: é a única do Sul
de Minas a possuir um tombamento
em nível federal, a Igreja
Matriz de Nossa Senhora do
Montserrat.
PF: Ah, sim! E mesmo os autos do
processo de tombamento já são
um documento histórico. O Conselho
tem uma cópia do processo,
de 1953, com os depoimentos
de Rodrigo Melo Franco de
Andrade, Eduardo Soeiro, Carlos
Drummond de Andrade, Pedro
Calmon, Judith Martins, entre outros
ícones importantes no cenário
de preservação do Patrimônio
Cultural, que votaram favoráveis
ao tombamento da Matriz. Quando
a gente pensa que o próprio
governo federal olhou para nossas
relíquias, para a nossa arte - a
Igreja recebeu a indicação de patrimônio
no livro das Belas Artes
-, é motivo de muito orgulho para
nós, muita honra.
GM: Estranhamente o processo
ficou arquivado por mais de cinco
décadas... e no fim de 2006
você teve a oportunidade de trazê-lo
ao conhecimento público.
PF: Pois é, num dado momento da
história, o processo ficou esquecido
em alguma gaveta. Eu fui a Belo
Horizonte, até o Instituto Estadual
do Patrimônio Histórico e Artístico
de Minas Gerais, como presidente
do Conselho, para pleitear o tombamento
estadual, já que a Igreja
Matriz é tombada pelo município.
Foi na checagem de todos os dados
e documentos junto ao IE-
PHA, que chegou até nossas mãos
a informação de que o processo
federal havia sido aberto mais de
50 anos antes! Então, com muito
entusiasmo, demos prosseguimento
ao processo, para a inscrição
definitiva no Livro do Tombo
do Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional, o IPHAN.
Faltam poucas formalidades para
passar do estágio de tombamento
provisório, para definitivo. Este
tombamento tem legalmente o
mesmo efeito que o definitivo e
é irreversível. A Igreja Matriz de
Baependi já tem toda a proteção;
inclusive isto trouxe maior pontuação
no repasse de ICMS cultural
para a cidade.
GM: Nesta edição do Gerais de
Minas, vamos apresentar algumas
páginas adiante, o caráter
de exemplaridade da Matriz de
Baependi. Gostaríamos, para
finalizar a entrevista, que você
comentasse sobre esta fusão do
religioso e do histórico...
“Arte e religião
convivem
de forma
harmoniosa na
Igreja Matriz de
Baependi”
PF: Há uma reverência pela nossa
Matriz, que além de ser atávica,
tem sido aguçada ao longo
dos anos. A própria comunidade
cuida, com muito boa vontade;
a Igreja é o orgulho nosso. As
pedras que fizeram soerguer a
Matriz foram trazidas em romaria.
Há uma comunicação muito
grande com o povo. A interação
do histórico com o religioso,
amalgamada na nossa cultura há
muitos anos, faz aumentar a importância
dela. Como símbolo da
nossa religiosidade, a Matriz estimula
um fervor muito grande.
E, particularmente nesta Igreja,
arte e religião convivem de forma
harmoniosa e tranquila. A
comunidade percebe e respeita
muito isso.
Em outras edições, acompanhe mais
projetos desenvolvidos pelo Conselho
Municipal do Patrimônio Cultural de Baependi.
Neste número, leia mais sobre a
Igreja Matriz na pág. 9.
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..... marco / abril 2009