Prova de Português 1, Português 2 e Inglês - Colégio Santa Clara
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45. As novas tecnologias da informação e comunicação<br />
tornaram-se uma realida<strong>de</strong> nas relações sociais<br />
contemporâneas e contribuem para a maior integração das<br />
pessoas neste início do século XXI. Sobre as alterações nas<br />
práticas culturais <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ssas novas tecnologias<br />
informacionais, é correto afirmar:<br />
a) As pessoas <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> contatar as re<strong>de</strong>s sociais já<br />
consolidadas e as substituíram por encontros presenciais<br />
realizados por meio da re<strong>de</strong> mundial <strong>de</strong> computadores.<br />
b) As dinâmicas das culturas vinculadas à virtualida<strong>de</strong> dos<br />
meios <strong>de</strong> comunicação consolidam a cultura popular em<br />
<strong>de</strong>trimento da cultura <strong>de</strong> massa e da indústria cultural.<br />
c) A violência urbana impe<strong>de</strong> que sejam ampliadas as re<strong>de</strong>s e<br />
grupos sociais tradicionalmente vinculados ao capitalismo, o<br />
que intensifica o uso convencional dos serviços dos<br />
correios.<br />
d) A educação e a religião estão apartadas do processo <strong>de</strong><br />
utilização <strong>de</strong> mídias eletrônicas, e isso causou o afastamento<br />
das pessoas das lutas por causas sociais mais amplas.<br />
e) As novas tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação têm sido<br />
utilizadas nas ações coletivas <strong>de</strong> pessoas envolvidas com as<br />
<strong>de</strong>mandas dos movimentos sociais.<br />
46.<br />
CRUCIFIXO<br />
É um crucifixo <strong>de</strong> marfim<br />
Ligeiramente amarelado,<br />
Pátina do tempo escoado.<br />
Sempre o vi patinado assim.<br />
Mãe, irmã, pais meus estreitados<br />
Tiveram-no ao chegar o fim.<br />
Hoje, em meu quarto colocado,<br />
Ei-lo velando sobre mim.<br />
E quando se cumprir aquele<br />
Instante, que tardando vai,<br />
De eu <strong>de</strong>ixar esta vida, quero<br />
Morrer agarrado com ele.<br />
Talvez me salve. Como – espero –<br />
Minha mãe, minha irmã, meu pai.<br />
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p. 270.<br />
No poema, o eu lírico<br />
a) está certo da salvação <strong>de</strong> sua alma, caso esteja segurando o<br />
crucifixo à hora <strong>de</strong> sua morte.<br />
b) se ressente do fato <strong>de</strong> ter sobrevivido à morte <strong>de</strong> todos os<br />
seus familiares.<br />
c) transmite a impressão <strong>de</strong> que o momento <strong>de</strong> sua morte está<br />
<strong>de</strong>morando a ocorrer.<br />
d) vê-se acometido por um sentimento <strong>de</strong> nostalgia em relação<br />
ao seu passado familiar.<br />
e) se vê encurralado pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> morrer cedo porque<br />
há um crucifixo na pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu quarto.<br />
47.<br />
Quando Bauer, o <strong>de</strong> pés ligeiros, se apo<strong>de</strong>rou da cobiçada<br />
esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao encalço, mas já<br />
Brandãozinho, semelhante à chama, lhe cortou a avançada. A<br />
tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> olhos radiosos se fez mais clara para contemplar<br />
aquele combate, enquanto os agudos gritos e imprecações em<br />
redor animavam os contendores. A uma investida <strong>de</strong> Cár<strong>de</strong>nas,<br />
o <strong>de</strong> fera catadura, o couro inquieto quase se foi <strong>de</strong>positar no<br />
arco <strong>de</strong> Castilho, que com torva face o repeliu. Eis que Djalma,<br />
<strong>de</strong> aladas plantas, rompe entre os adversários atônitos, e<br />
conduz sua presa até o solerte Julinho, que a transfere ao<br />
valoroso Didi, e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga.<br />
(...)<br />
Assim gostaria eu <strong>de</strong> ouvir a <strong>de</strong>scrição do jogo entre brasileiros<br />
e mexicanos, e a <strong>de</strong> todos os jogos: à maneira <strong>de</strong> Homero. Mas<br />
o estilo atual é outro, e o sentimento dramático se orna <strong>de</strong><br />
termos técnicos.<br />
Carlos Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Quando é dia <strong>de</strong> futebol.<br />
Rio: Record, 2002.<br />
Ao narrar o jogo entre brasileiros e mexicanos “à maneira <strong>de</strong><br />
Homero”, o autor refere-se ao estilo<br />
a) épico.<br />
b) lírico.<br />
c) satírico.<br />
d) técnico.<br />
e) teatral.<br />
48.<br />
CAPÍTULO 73 - O Luncheon*<br />
O <strong>de</strong>spropósito fez-me per<strong>de</strong>r outro capítulo. Que melhor não<br />
era dizer as coisas lisamente, sem todos estes solavancos! Já<br />
comparei o meu estilo ao andar dos ébrios. Se a i<strong>de</strong>ia vos<br />
parece in<strong>de</strong>corosa, direi que ele é o que eram as minhas<br />
refeições com Virgília, na casinha da Gamboa, on<strong>de</strong> às vezes<br />
fazíamos a nossa patuscada, o nosso luncheon. Vinho, frutas,<br />
compotas. Comíamos, é verda<strong>de</strong>, mas era um comer virgulado<br />
<strong>de</strong> palavrinhas doces, <strong>de</strong> olhares ternos, <strong>de</strong> criancices, uma<br />
infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses apartes do coração, aliás o verda<strong>de</strong>iro, o<br />
ininterrupto discurso do amor. Às vezes vinha o arrufo<br />
temperar o nímio adocicado da situação. Ela <strong>de</strong>ixava-me,<br />
refugiava-se num canto do canapé, ou ia para o interior ouvir<br />
as <strong>de</strong>nguices <strong>de</strong> Dona Plácida. Cinco ou <strong>de</strong>z minutos <strong>de</strong>pois,<br />
reatávamos a palestra, como eu reato a narração, para <strong>de</strong>satá-la<br />
outra vez. Note-se que, longe <strong>de</strong> termos horror ao método, era<br />
nosso costume convidá-lo, na pessoa <strong>de</strong> Dona Plácida, a<br />
sentar-se conosco à mesa; mas Dona Plácida não aceitava<br />
nunca.<br />
Machado <strong>de</strong> Assis, Memórias póstumas <strong>de</strong> Brás Cubas.<br />
(*) Luncheon (Ing.): lanche, refeição ligeira, merenda.<br />
Consi<strong>de</strong>re as seguintes afirmações sobre o excerto das<br />
Memórias póstumas <strong>de</strong> Brás Cubas, obra fundamental da<br />
literatura brasileira:<br />
I. Depois <strong>de</strong> haver comparado seu estilo ao andar dos ébrios, o<br />
narrador resolve compará-lo também ao “luncheon”,<br />
penitenciando-se, assim, dos vícios que praticara em vida –<br />
entre eles, o do alcoolismo.<br />
II. Nas comparações com o “luncheon”, presentes no excerto, o<br />
narrador revela ser o capricho (ou arbítrio) o móvel<br />
dominante tanto <strong>de</strong> seu estilo quanto das ações que relata.<br />
III. Na autocrítica do narrador, realizada com ingenuida<strong>de</strong> no<br />
excerto, oculta-se a crítica do realista Machado <strong>de</strong> Assis ao<br />
Naturalismo dominante em sua época.<br />
Está correto o que se afirma em<br />
a) I, apenas.<br />
b) II, apenas.<br />
c) I e II, apenas.<br />
d) II e III, apenas.<br />
e) I, II e III.
49. LXXVIII (Camões, 1525?-1580)<br />
Leda serenida<strong>de</strong> <strong>de</strong>leitosa,<br />
Que representa em terra um paraíso;<br />
Entre rubis e perlas doce riso;<br />
Debaixo <strong>de</strong> ouro e neve cor-<strong>de</strong>-rosa;<br />
Presença mo<strong>de</strong>rada e graciosa,<br />
On<strong>de</strong> ensinando estão <strong>de</strong>spejo e siso<br />
Que se po<strong>de</strong> por arte e por aviso,<br />
Como por natureza, ser fermosa;<br />
Fala <strong>de</strong> quem a morte e a vida pen<strong>de</strong>,<br />
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;<br />
Repouso nela alegre e comedido:<br />
Estas as armas são com que me ren<strong>de</strong><br />
E me cativa Amor; mas não que possa<br />
Despojar-me da glória <strong>de</strong> rendido.<br />
CAMÕES, L. Obra completa. Rio <strong>de</strong> janeiro: Nova Aguilar,<br />
2008.<br />
A pintura e o poema, embora sendo produtos <strong>de</strong> duas<br />
linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo<br />
contexto social e cultural <strong>de</strong> produção pelo fato <strong>de</strong> ambos<br />
a) apresentarem um retrato realista, evi<strong>de</strong>nciado pelo unicórnio<br />
presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema.<br />
b) valorizarem o excesso <strong>de</strong> enfeites na apresentação pessoa e<br />
na variação <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s da mulher, evi<strong>de</strong>nciadas pelos<br />
adjetivos do poema.<br />
c) apresentarem um retrato i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> mulher marcado pela<br />
sobrieda<strong>de</strong> e o equilíbrio, evi<strong>de</strong>nciados pela postura,<br />
expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no<br />
poema.<br />
d) <strong>de</strong>sprezarem o conceito medieval da i<strong>de</strong>alização da mulher<br />
como base da produção artística, evi<strong>de</strong>nciado pelos<br />
adjetivos usados no poema.<br />
e) apresentarem um retrato i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> mulher marcado pela<br />
emotivida<strong>de</strong> e o conflito interior, evi<strong>de</strong>nciados pela<br />
expressão da moça e pelos adjetivos do poema.<br />
50.<br />
Passaram-se semanas. Jerônimo tomava agora, todas<br />
as manhãs, uma xícara <strong>de</strong> café bem grosso, à moda da Ritinha,<br />
e 1 tragava dois <strong>de</strong>dos <strong>de</strong> parati 2 “pra cortar a friagem”.<br />
Uma 3 transformação, lenta e profunda, operava-se<br />
nele, dia a dia, hora a hora, 4 reviscerando-lhe o corpo e<br />
5 6<br />
alando-lhe os sentidos, num trabalho misterioso e surdo <strong>de</strong><br />
crisálida. A sua energia afrouxava lentamente: fazia-se<br />
contemplativo e amoroso. A vida americana e a natureza do<br />
Brasil 7 patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos e sedutores<br />
que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos sonhos <strong>de</strong><br />
ambição, para i<strong>de</strong>alizar felicida<strong>de</strong>s novas, picantes e violentas;<br />
8 tornava-se liberal, imprevi<strong>de</strong>nte e franco, mais amigo <strong>de</strong><br />
gastar que <strong>de</strong> guardar; adquiria <strong>de</strong>sejos, tomava gosto aos<br />
prazeres, e volvia-se preguiçoso, 9 resignando-se, vencido, às<br />
imposições do sol e do calor, muralha <strong>de</strong> fogo com que o<br />
espírito eternamente revoltado do último tamoio entrincheirou<br />
a pátria contra os conquistadores aventureiros.<br />
E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos<br />
os seus hábitos singelos <strong>de</strong> al<strong>de</strong>ão português: e Jerônimo<br />
abrasileirou-se. (...)<br />
E o curioso é que, quanto mais ia ele caindo nos usos<br />
e costumes brasileiros, tanto mais os seus sentidos se<br />
apuravam, 10 posto que em <strong>de</strong>trimento das suas forças físicas.<br />
Tinha agora o ouvido menos grosseiro para a música,<br />
compreendia até as intenções ,poéticas dos sertanejos, quando<br />
cantam à viola os seus amores infelizes; seus olhos, dantes só<br />
voltados para a esperança <strong>de</strong> tornar à terra, agora, como os<br />
olhos <strong>de</strong> um marujo, que se habituaram aos largos horizontes<br />
<strong>de</strong> céu e mar, já se não revoltavam com a turbulenta luz,<br />
selvagem e alegre, do Brasil, e abriam-se amplamente <strong>de</strong>fronte<br />
11 dos maravilhosos <strong>de</strong>spenha<strong>de</strong>iros ilimitados e das<br />
cordilheiras sem fim, don<strong>de</strong>, <strong>de</strong> espaço a espaço, surge um<br />
monarca gigante, que o sol veste <strong>de</strong> ouro e ricas pedrarias<br />
refulgentes e as nuvens toucam <strong>de</strong> alvos turbantes <strong>de</strong> cambraia,<br />
num luxo oriental <strong>de</strong> arábicos príncipes voluptuosos.<br />
Aluísio Azevedo, O cortiço.<br />
Um traço cultural que <strong>de</strong>corre da presença da escravidão no<br />
Brasil e que está implícito nas consi<strong>de</strong>rações do narrador do<br />
excerto é a<br />
a) <strong>de</strong>svalorização da mestiçagem brasileira.<br />
b) promoção da música a emblema da nação.<br />
c) <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração do valor do trabalho.<br />
d) crença na existência <strong>de</strong> um caráter nacional brasileiro.<br />
e) tendência ao antilusitanismo.<br />
51. Observe e compare as duas imagens:<br />
Os quadros tratam do mesmo tema, embora pertençam a dois<br />
momentos distintos da história da arte. O confronto entre as<br />
imagens revela um traço fundamental da pintura mo<strong>de</strong>rna, que<br />
se caracteriza pela<br />
a) tentativa <strong>de</strong> compor o espaço pictórico com base nas figuras<br />
naturais.<br />
b) busca em fundar a representação na evidência dos objetos.<br />
c) continuida<strong>de</strong> da preocupação com a niti<strong>de</strong>z das figuras<br />
representadas.<br />
d) secularização dos temas e dos objetos figurados com base na<br />
assimilação <strong>de</strong> técnicas do Oriente.<br />
e) ruptura com o princípio <strong>de</strong> imitação característico das artes<br />
visuais no Oci<strong>de</strong>nte.
52.<br />
O bicho (Manuel Ban<strong>de</strong>ira )<br />
Vi ontem um bicho<br />
Na imundície do pátio<br />
Catando comida entre os <strong>de</strong>tritos.<br />
Quando achava alguma coisa,<br />
Não examinava nem cheirava:<br />
Engolia com voracida<strong>de</strong>.<br />
O bicho não era um cão,<br />
Não era um gato,<br />
Não era um rato.<br />
O bicho, meu Deus, era um homem.<br />
Estrela da vida inteira. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira: 1993. p. 201-202.<br />
Quanto aos aspectos semânticos, a leitura <strong>de</strong> ambos os poemas leva à<br />
a) reflexão sobre as disparida<strong>de</strong>s sociais.<br />
b) i<strong>de</strong>alização <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> m,ais igualitária.<br />
c) comicida<strong>de</strong> promovida pelo jogo <strong>de</strong> palavras no primeiro e o elemento-surpresa no segundo.<br />
d) objetivida<strong>de</strong> ao se tratar <strong>de</strong> temas atuais.<br />
e) atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> imparcialida<strong>de</strong> dos poetas diante dos temas apresentados.<br />
53. Ofendi-vos, meu Deus, é bem verda<strong>de</strong>,<br />
É verda<strong>de</strong>, Senhor, que hei <strong>de</strong>linquido,<br />
Delinquido vos tenho, e ofendido<br />
Ofendido vos tem minha malda<strong>de</strong>.<br />
MATOS, Gregório <strong>de</strong>. Ofendi-vos, meu Deus, é bem verda<strong>de</strong>. In: Poemas escolhidos. Seleção, introdução e notas <strong>de</strong> José<br />
Miguel Wisnik. São Paulo: Cultrix, s.d. p. 299.<br />
A profusão dos elementos que compõem as imagens correspon<strong>de</strong>, nos versos <strong>de</strong> Gregório <strong>de</strong> Matos, a uma linguagem<br />
a) neologista.<br />
b) racionalista.<br />
c) rebuscada.<br />
d) sarcástica.<br />
e) sintética.<br />
54. A sabedoria <strong>de</strong> Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto <strong>de</strong> partida na afirmação “sei que<br />
nada sei”, registrada na obra Apologia <strong>de</strong> Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos<br />
homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão <strong>de</strong> que ele se diferenciava dos <strong>de</strong>mais por<br />
reconhecer a sua própria ignorância.<br />
O “sei que nada sei” é um ponto <strong>de</strong> partida para a Filosofia, pois<br />
a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos.<br />
b) é um exercício <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os<br />
ensinamentos dos filósofos gregos.<br />
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verda<strong>de</strong>s dogmáticas a partir <strong>de</strong> métodos<br />
rigorosos.<br />
d) é uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas<br />
abstratas.
55. Leia a tira abaixo.<br />
Sobre a argumentação <strong>de</strong> Calvin, consi<strong>de</strong>re as seguintes afirmativas:<br />
1. Ao se dirigir à professora, Calvin faz uma simulação do discurso jurídico, tanto no vocabulário quanto na organização dos<br />
argumentos.<br />
2. A argumentação <strong>de</strong> Calvin está fundada na premissa <strong>de</strong> que a ignorância é uma condição necessária para a felicida<strong>de</strong>.<br />
3. Calvin questiona a eficiência da professora quando diz que sua aula é uma tentativa <strong>de</strong>liberada <strong>de</strong> privá-lo da felicida<strong>de</strong>.<br />
4. Ao gritar “Ditadura!” no último quadrinho, Calvin protesta contra o <strong>de</strong>srespeito à Constituição, que lhe garante o direito<br />
inalienável à felicida<strong>de</strong>.<br />
Assinale a alternativa correta.<br />
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verda<strong>de</strong>iras.<br />
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verda<strong>de</strong>iras.<br />
c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verda<strong>de</strong>iras.<br />
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verda<strong>de</strong>iras.<br />
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verda<strong>de</strong>iras.<br />
56. A conservação <strong>de</strong> alimentos é a arte <strong>de</strong> mantê-los o mais<br />
estáveis possível em suas características físicas, químicas e<br />
biológicas. Existem vários métodos para isso, entre eles, a<br />
conservação pelo frio, a irradiação e o uso <strong>de</strong> conservantes<br />
químicos.<br />
Com base na figura e nos conhecimentos sobre Andy Warhol,<br />
consi<strong>de</strong>re as afirmativas.<br />
I - Contrariando os meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa, Andy<br />
Warhol adotava a pintura a óleo para representar as<br />
personalida<strong>de</strong>s, pois assim reforçaria a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> imortalida<strong>de</strong> e<br />
durabilida<strong>de</strong> dos mitos.<br />
II - Seus trabalhos para embalagens <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> consumo,<br />
bem como a utilização do silkscreen para a reprodução,<br />
apontam para sua formação artística advinda da Bauhaus.<br />
III - A Arte Pop se coloca na cena artística como um dos<br />
movimentos que recusa a separação arte/vida, pela<br />
incorporação das histórias em quadrinhos e da publicida<strong>de</strong>.<br />
IV - O artista acreditava que a multiplicação das imagens pelo<br />
silkscreen enfatizava a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> anonimato e afastava qualquer<br />
vestígio <strong>de</strong> seus gestos.<br />
Assinale a alternativa correta.<br />
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.<br />
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.<br />
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.<br />
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.<br />
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.<br />
57. Leia.<br />
A mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> não pertence a cultura nenhuma, mas surge<br />
sempre CONTRA uma cultura particular, como uma fenda,<br />
uma fissura no tecido <strong>de</strong>sta. Assim, na Europa, a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />
não surge como um <strong>de</strong>senvolvimento da cultura cristã, mas<br />
como uma crítica a esta, feita por indivíduos como Copérnico,<br />
Montaigne, Bruno, Descartes, indivíduos que, na medida em<br />
que a criticavam, já <strong>de</strong>la se separavam, já <strong>de</strong>la se<br />
<strong>de</strong>senraizavam. A crítica faz parte da razão que, não<br />
pertencendo a cultura particular nenhuma, está em princípio<br />
disponível a todos os seres humanos e culturas. Entendida<br />
<strong>de</strong>sse modo, a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> não consiste numa etapa da<br />
história da Europa ou do mundo, mas numa postura crítica<br />
ante a cultura, postura que é capaz <strong>de</strong> surgir em diferentes<br />
momentos e regiões do mundo, como na Atenas <strong>de</strong> Péricles, na<br />
Índia do imperador Ashoka ou no Brasil <strong>de</strong> hoje.<br />
(Antonio Cícero. Resenha sobre o livro “O Roubo da História”.<br />
Folha <strong>de</strong> S.Paulo, 01.11.2008. Adaptado.)<br />
Com a leitura do texto, a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser entendida<br />
como<br />
a) uma tendência filosófica especificamente europeia e<br />
oci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> crítica cultural e religiosa.<br />
b) uma tendência oposta a diversas formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da autonomia individual.<br />
c) um conjunto <strong>de</strong> princípios morais absolutos, dotados <strong>de</strong><br />
fundamentação teológica e cristã.<br />
d) um movimento amplo <strong>de</strong> propagação da crítica racional a<br />
diversas formas <strong>de</strong> preconceito.<br />
e) um movimento filosófico <strong>de</strong>sconectado dos princípios<br />
racionais do iluminismo europeu.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 58 a 61:<br />
Conversando com os mortos<br />
Neste exato instante em que seus olhos passam por estas linhas, está ocorrendo um pequeno milagre da tecnologia. Não, não estou<br />
falando do computador nem da transmissão <strong>de</strong> dados pela internet, mas da boa e velha leitura, inventada pela primeira vez cerca<br />
<strong>de</strong> 5.500 anos atrás. Para nós, leitores experimentados, ela parece a coisa mais natural do mundo, mas 1 isso não passa <strong>de</strong> uma<br />
ilusão. Ler não apenas não é natural como ainda envolve cooptar uma complexa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> processos neurológicos que surgiram para<br />
outras finalida<strong>de</strong>s.<br />
Acho que dá até para argumentar que a escrita é a mais fundamental criação da humanida<strong>de</strong>. Ela nos permitiu ampliar nossa<br />
memória para horizontes antes inimagináveis. Não fosse por ela, jamais teríamos atingido os níveis <strong>de</strong> acúmulo, transmissão e<br />
integração <strong>de</strong> conhecimento que logramos obter. Nosso modo <strong>de</strong> vida provavelmente não diferiria muito daquele experimentado<br />
por nossos ancestrais do Neolítico.<br />
A conclusão é que, <strong>de</strong> alguma forma, conseguimos adaptar nosso cérebro <strong>de</strong> primatas para lidar com a escrita. Para Stanislas<br />
Dehaene (matemático e neurocientista francês), operou 2 aqui o fenômeno da reciclagem neuronal, pelo qual processos que<br />
surgiram para outras funções foram recrutados para a leitura. 3 A coisa funcionou tão bem que nos tornamos capazes <strong>de</strong> ler com<br />
proficiência e rapi<strong>de</strong>z, obtendo a façanha <strong>de</strong> absorver a linguagem através da visão, 4 algo para o que nosso corpo e mente não<br />
foram <strong>de</strong>senhados.<br />
Antes <strong>de</strong> continuar, é preciso qualificar um pouco melhor esse "funcionou tão bem". É claro que funcionou, tanto que me<br />
comunico agora com você, leitor, através <strong>de</strong>sse código especial. Mas, se você puxar pela memória, vai se lembrar <strong>de</strong> que teve <strong>de</strong><br />
apren<strong>de</strong>r a ler, um processo que, na maioria esmagadora dos casos, exigiu instrução formal e vários anos <strong>de</strong> treinamento até<br />
atingir a presente eficiência.<br />
Enquanto a aquisição da linguagem oral ocorre, esta sim, naturalmente e sem esforço (basta jogar uma criança pequena numa<br />
comunida<strong>de</strong> linguística qualquer que ela "ganha" o idioma), a escrita/leitura precisa ser ensinada e praticada.<br />
As dificulda<strong>de</strong>s não são poucas. Começam nos olhos (só conseguimos ler o que é captado pela fóvea) e se esten<strong>de</strong>m por todo o<br />
tecido neuronal. Um problema particularmente interessante é o da invariância. Como o cérebro faz para concluir que os caracteres<br />
mostrados na figura 1 são a mesma letra, apesar dos diferentes <strong>de</strong>senhos? Pior, mesmo quando fazemos uma sopa <strong>de</strong> fontes e<br />
misturamos tudo, continuamos <strong>de</strong>cifrando a mensagem com pouca perda <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. Comprove lendo a frase da figura 2.<br />
Sobre quem gosta <strong>de</strong> ler<br />
(Adaptado <strong>de</strong> SCHWARTSMAN, Hélio. Conversando com os mortos. Folha <strong>de</strong> S. Paulo. 14 jun. 2012.)<br />
Quando você vê alguém lendo um livro, presencia uma pessoa às voltas com uma gran<strong>de</strong> exigência. A palavra escrita o põe na<br />
pare<strong>de</strong>: pe<strong>de</strong> a ele uma interação e manda às favas a passivida<strong>de</strong>. A leitura fricciona a percepção; é a fricção <strong>de</strong> duas pedras – fiat<br />
lux!<br />
Não, quem lê não está imóvel, é puro dinamismo e motor. É como uma barriga grávida, num aceleradíssimo tempo <strong>de</strong> prenhez.<br />
A leitura enfia-se no presente, fabrica o que virá. Quem lê é um da Vinci, diagramando os recursos recebidos, aplicando cor. E<br />
fazendo.<br />
A importância primeira do ato <strong>de</strong> ler é essa negação da passivida<strong>de</strong>, essa incondicional exigência <strong>de</strong> ação. É um ato <strong>de</strong> otimismo<br />
intrínseco.<br />
(Tom Zé (músico). In: Almanaque Brasil. www.almanaquebrasil.com.br/curiosida<strong>de</strong>s-literatura/7171. Acesso em 11 jul. 2012.)
58. A partir da leitura do texto, consi<strong>de</strong>re as seguintes<br />
afirmativas:<br />
1. A escrita é um recurso tecnológico, um código, e sua<br />
invenção redimensionou o conhecimento humano.<br />
2. Na escrita, observa-se o problema da invariância quando um<br />
mesmo sinal gráfico é usado para representar letras<br />
diferentes.<br />
3. O aprendizado da leitura é análogo ao da oralida<strong>de</strong>: ambos<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> instrução formal e treinamento.<br />
4. A escrita não possibilita apenas a ampliação da memória<br />
humana, mas também a interligação e o compartilhamento<br />
<strong>de</strong> informações.<br />
Correspon<strong>de</strong>(m) ao ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Schwartsman no texto<br />
a(s) afirmativa(s):<br />
a) 1 apenas.<br />
b) 2 apenas.<br />
c) 2 e 3 apenas.<br />
d) 1 e 4 apenas.<br />
e) 1, 3 e 4 apenas.<br />
59. Para a a<strong>de</strong>quada interpretação do texto, é necessário<br />
i<strong>de</strong>ntificar a que informações apresentadas previamente<br />
correspon<strong>de</strong>m algumas expressões <strong>de</strong> sentido vago empregadas<br />
pelo autor. Consi<strong>de</strong>re as seguintes correspondências:<br />
1. "Isso" (ref. 1) refere-se à existência <strong>de</strong> leitores experientes.<br />
2. "Aqui" (ref. 2) refere-se à adaptação do cérebro para o uso<br />
da escrita.<br />
3. "A coisa" (ref. 3) refere-se ao fenômeno da reciclagem<br />
neuronal.<br />
4. "Algo" (ref. 4) refere-se ao <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> processos <strong>de</strong><br />
sua função original para possibilitar a leitura.<br />
Assinale a alternativa correta.<br />
a) Somente a afirmativa 4 é verda<strong>de</strong>ira.<br />
b) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verda<strong>de</strong>iras.<br />
c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verda<strong>de</strong>iras.<br />
d) Somente as afirmativas 1 e 4 são verda<strong>de</strong>iras.<br />
e) Somente as afirmativas 2 e 3 são verda<strong>de</strong>iras.<br />
60. Compare os seguintes trechos extraídos dos textos<br />
“Conversando com os mortos” e “Sobre quem gosta <strong>de</strong> ler”:<br />
— “Não, não estou falando do computador nem da transmissão<br />
<strong>de</strong> dados pela internet [...]”. (Schwartsman)<br />
— “Não, quem lê não está imóvel, é puro dinamismo e motor”.<br />
(Tom Zé)<br />
Em ambos os casos, os autores usam reiteradamente a negação<br />
para:<br />
a) questionar possíveis inferências que o leitor possa fazer a<br />
partir <strong>de</strong> afirmações anteriores.<br />
b) retificar afirmações feitas em trechos anteriores dos textos.<br />
c) dar ênfase aos trechos, <strong>de</strong>stacando sua relevância na<br />
exposição do ponto <strong>de</strong> vista dos autores.<br />
d) inverter o sentido das frases, já que duas negações<br />
equivalem a uma afirmação.<br />
e) respon<strong>de</strong>r questões formuladas pelos próprios autores ao<br />
longo dos textos.<br />
61. Os textos <strong>de</strong> Hélio Schwartsman e Tom Zé têm um tema<br />
em comum: a leitura. Sobre a abordagem <strong>de</strong>sse tema pelos dois<br />
autores, é correto afirmar:<br />
a) Os aspectos neurofisiológicos da leitura são abordados em<br />
ambos os textos, embora os autores adotem pontos <strong>de</strong> vista<br />
diversos.<br />
b) Os aspectos interativos da leitura são abordados em ambos<br />
os textos, sendo sinalizados pelo título do texto <strong>de</strong><br />
Schwartsman e tratados como tema central por Tom Zé.<br />
c) Ambos os autores têm como interlocutores principais as<br />
pessoas que não gostam <strong>de</strong> ler e apresentam argumentos<br />
para convencê-las da importância da leitura.<br />
d) Os dois autores focalizam as dificulda<strong>de</strong>s relacionadas ao<br />
processo <strong>de</strong> aprendizagem da leitura, tema que tem a mesma<br />
relevância em ambos os textos.<br />
e) A contribuição do leitor na construção do sentido do texto é<br />
um tema recorrente nos dois textos, com maior ênfase no<br />
texto <strong>de</strong> Schwartsman.<br />
62. Aquele bêbado<br />
— Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com os<br />
indicadores. Acrescentou: — Álcool.<br />
O mais, ele achou que podia beber. Bebia paisagens, músicas<br />
<strong>de</strong> Tom Jobim, versos <strong>de</strong> Mário Quintana. Tomou um pileque<br />
<strong>de</strong> Segall. Nos fins <strong>de</strong> semana embebedava-se <strong>de</strong> Índia<br />
Reclinada, <strong>de</strong> Celso Antônio.<br />
— Curou-se 100% <strong>de</strong> vício — comentavam os amigos.<br />
Só ele sabia que andava bêbado que nem um gambá. Morreu<br />
<strong>de</strong> etilismo abstrato, no meio <strong>de</strong> uma carraspana <strong>de</strong> pôr do sol<br />
no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras coroas <strong>de</strong> exalcoólatras<br />
anônimos.<br />
ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />
Record, 1991.<br />
A causa mortis do personagem, expressa no último parágrafo,<br />
adquire um efeito irônico no texto porque, ao longo da<br />
narrativa, ocorre uma<br />
a) metaforização do sentido literal do verbo “beber”.<br />
b) aproximação exagerada da estética abstracionista.<br />
c) apresentação gradativa da coloquialida<strong>de</strong> da linguagem.<br />
d) exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”.<br />
e) citação aleatória <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> diferentes artistas.<br />
63. A partida<br />
Acor<strong>de</strong>i pela madrugada. 1 A princípio com tranquilida<strong>de</strong>, e<br />
logo com obstinação, quis novamente dormir. Inútil, o sono<br />
esgotara-se. Com precaução, acendi um fósforo: passava das<br />
três. 2 Restava-me, portanto, menos <strong>de</strong> duas horas, pois o trem<br />
chegaria às cinco. Veio-me então o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> não passar mais<br />
nem uma hora naquela casa. 4 Partir, sem dizer nada, <strong>de</strong>ixar<br />
quanto antes minhas ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> disciplina e <strong>de</strong> amor.<br />
Com receio <strong>de</strong> fazer barulho, dirigi-me à cozinha, lavei o rosto,<br />
os <strong>de</strong>ntes, penteei-me e, voltando ao meu quarto, vesti-me.<br />
3 Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira da cama.<br />
Minha avó continuava dormindo. 5 Deveria fugir ou falar com<br />
ela?<br />
Ora, algumas palavras... Que me custava acordá-la, dizer-lhe<br />
a<strong>de</strong>us?<br />
LINS, O. A partida. Melhores contos. Seleção e prefácio<br />
<strong>de</strong> Sandra Nitrini. São Paulo: Global, 2003.<br />
No texto, o personagem narrador, na iminência da partida,<br />
<strong>de</strong>screve a sua hesitação em separar-se da avó. Esse sentimento<br />
contraditório fica claramente expresso no trecho:<br />
a) “A princípio com tranquilida<strong>de</strong>, e logo com obstinação, quis<br />
novamente dormir” (ref.1).<br />
b) “Restava-me, portanto, menos <strong>de</strong> duas horas, pois o trem<br />
chegaria às cinco” (ref. 2).<br />
c) “Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira da cama”<br />
(ref. 3).<br />
d) “Partir, sem dizer nada, <strong>de</strong>ixar quanto antes minhas ca<strong>de</strong>ias<br />
<strong>de</strong> disciplina e amor” (ref. 4).<br />
e) “Deveria fugir ou falar com ela? Ora, algumas palavras...”<br />
(ref. 5).
Why Bilinguals Are Smarter<br />
Speaking two languages 5 rather than just one has obvious<br />
practical benefits in an increasingly globalized world. But in<br />
recent years, scientists have begun to show that 10 the<br />
advantages of bilingualism are even more fundamental than<br />
being able to converse with 11 a wi<strong>de</strong>r range of people. Being<br />
bilingual, it turns out, makes you smarter. It can have a<br />
profound effect on your brain, improving cognitive skills not<br />
related to language and even protecting from <strong>de</strong>mentia in old<br />
age.<br />
This view of bilingualism is 1 remarkably different from 12 the<br />
un<strong>de</strong>rstanding of bilingualism through much of the 20th<br />
century. Researchers, educators and policy makers long<br />
consi<strong>de</strong>red a second language to be an interference, cognitively<br />
speaking, that <strong>de</strong>layed a child’s aca<strong>de</strong>mic and intellectual<br />
<strong>de</strong>velopment. They were not wrong about the interference:<br />
there is ample evi<strong>de</strong>nce that in a bilingual’s brain both<br />
language systems are active even when he is using only one<br />
language, thus creating situations in which one system<br />
obstructs the other. But this interference, researchers are<br />
finding out, isn’t so much a handicap as a blessing in disguise.<br />
It forces the brain to resolve internal conflict, giving the mind a<br />
workout that strengthens its cognitive muscles.<br />
Bilinguals, 2 for instance, seem to be more a<strong>de</strong>pt than<br />
monolinguals at solving certain kinds of mental puzzles. In a<br />
2004 study by the psychologists Ellen Bialystok and Michelle<br />
Martin-Rhee, bilingual and monolingual preschoolers were<br />
asked to sort blue circles and red squares presented on a<br />
computer screen into two digital bins — one marked with a<br />
blue square and the other marked with a red circle. In the first<br />
task, the children had to sort the shapes by color, placing blue<br />
circles in the bin marked with the blue square and red squares<br />
in the bin marked with the red circle. Both groups did this with<br />
comparable ease. Next, the children were asked to sort by<br />
shape, which was more challenging because it required placing<br />
the images in a bin marked with a conflicting color. 13 The<br />
bilinguals were quicker at performing this task.<br />
6 The collective evi<strong>de</strong>nce from a number of such studies<br />
suggests that the bilingual experience improves the brain’s 3socalled<br />
executive function — a command system that directs the<br />
attention processes that we use for planning, solving problems<br />
and performing various other mentally <strong>de</strong>manding tasks. These<br />
processes inclu<strong>de</strong> ignoring distractions to stay focused,<br />
switching attention willfully from one thing to another and<br />
holding information in mind — like remembering a sequence<br />
of directions while driving.<br />
14 Why does the fight between two simultaneously active<br />
language systems improve these aspects of cognition? Until<br />
recently, researchers thought 7 the bilingual advantage was<br />
centered primarily in an ability for inhibition that was<br />
improved by the exercise of suppressing one language system:<br />
this suppression, it was thought, would help train the bilingual<br />
mind to ignore distractions in other contexts. But that<br />
explanation increasingly appears to be ina<strong>de</strong>quate, since<br />
studies have shown that bilinguals perform better than<br />
monolinguals 4 even at tasks that do not require inhibition, like<br />
threading a line through an ascending series of numbers<br />
scattered randomly on a page.<br />
The bilingual experience appears to influence the brain from<br />
infancy to old age (and 8 there is reason to believe that it may<br />
also apply to those who learn a second language later in life).<br />
In a 2009 study led by Agnes Kovacs of the International<br />
School for Advanced Studies in Trieste, Italy, 7-month-old<br />
babies exposed to two languages from birth were compared<br />
with peers raised with one language. In an initial set of tests,<br />
the infants were presented with an audio stimulus and then<br />
shown a puppet on one si<strong>de</strong> of a screen. Both infant groups<br />
learned to look at that si<strong>de</strong> of the screen in anticipation of the<br />
puppet. But in a later set of tests, when the puppet began<br />
appearing on the opposite si<strong>de</strong> of the screen, the babies<br />
exposed to a bilingual environment quickly learned to switch<br />
their anticipatory gaze in the new direction while the other<br />
babies did not.<br />
Bilingualism’s effects also extend into the twilight years. In a<br />
recent study of 44 el<strong>de</strong>rly Spanish-English bilinguals, scientists<br />
led by the neuropsychologist Tamar Gollan of the University<br />
of California, San Diego, found that individuals with a higher<br />
<strong>de</strong>gree of bilingualism — measured through a comparative<br />
evaluation of proficiency in each language — were more<br />
resistant than others to the beginning of <strong>de</strong>mentia and other<br />
symptoms of Alzheimer’s disease: the higher the <strong>de</strong>gree of<br />
bilingualism, the later the age of occurrence.<br />
Nobody ever doubted the power of language. 9 But who would<br />
have imagined that the words we hear and the sentences we<br />
speak might be leaving such a <strong>de</strong>ep imprint?<br />
Adapted from<br />
http://www.nytimes.com/2012/03/18/opinion/sunday/thebenefitsof-bilingualism.html<br />
64. The psychological study done in 2004 (3rd paragraph)<br />
showed that<br />
a) the children in preschool had the same performances in both<br />
tests.<br />
b) bilingual children were more efficient in the most complex<br />
test.<br />
c) monolinguals are better at solving mental puzzles.<br />
d) blue and red are confusing colors for both groups.<br />
65. The last two sentences of the second paragraph mean that<br />
the interference of bilingualism<br />
a) was consi<strong>de</strong>red positive in the past, but nowadays this view<br />
has changed.<br />
b) has always been a problem, since the brain has to solve an<br />
internal conflict.<br />
c) brings to the brain an internal conflict that improves its<br />
cognition.<br />
d) has proved to increase the disabilities of the brain and<br />
reduce the blessings it can have.<br />
66. Mark the INCORRECT option. According to the text,<br />
recent researches prove that bilingualism<br />
a) causes general cognitive <strong>de</strong>velopment.<br />
b) enables people to communicate better in both languages<br />
only.<br />
c) prevents people from suffering from problems related to<br />
memory and other mental disor<strong>de</strong>rs or <strong>de</strong>lay these problems.<br />
d) is seen as positive cognitive interference.<br />
67. Based on the text, it is NOT correct to state that<br />
bilingualism<br />
a) <strong>de</strong>lays the symptoms of diseases related to old age.<br />
b) has effect on children’s brains.<br />
c) <strong>de</strong>velops the ability of performing difficult tasks.<br />
d) is irrelevant for the el<strong>de</strong>rly.