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Medicina da Produção – Módulo Leporídeos - Veterinaria

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Sebenta electrónica para fins didácticos<br />

2008<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong> <strong>–</strong> <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

As características destas e outras<br />

raças de coelhos estão disponíveis<br />

em:<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of<br />

_rabbit_breeds<br />

e www.cuniculture.info<br />

(Setembro de 2008)<br />

Compare-as!<br />

João Simões<br />

Saiba mais sobre nós em<br />

www.veterinaria.com.pt


Nota prévia, 3<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

1- Introdução ao módulo de <strong>Leporídeos</strong>: generali<strong>da</strong>des, 4<br />

2- Instalações e materiais: conforto e higiene (Ecopatologia/Biossegurança), 15<br />

3- Patologias com significado em cunicultura, 25<br />

4- Doses de fármacos usados em leporídeos, 46<br />

5- Referências bibliogáficas, 48<br />

2


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Nota prévia<br />

Esta sebenta electrónica intitula<strong>da</strong> “<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong> - <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong>” foi<br />

elabora<strong>da</strong> com o propósito de servir de apoio a 9 horas de aulas <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de curricular de<br />

<strong>Medicina</strong> de Aves, <strong>Leporídeos</strong> e Suínos (2008/2009) do mestrado integrado em <strong>Medicina</strong><br />

Veterinária <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).<br />

Pretende ser um guia técnico, principalmente em língua portuguesa, para todos os<br />

alunos que futuramente queiram envere<strong>da</strong>r pela medicina de produção em cunicultura ou<br />

simplesmente o consultar. No entanto, entendemos pela experiência obti<strong>da</strong> em largos anos<br />

no ensino <strong>da</strong> disciplina de Clínica <strong>da</strong>s Espécies Pecuárias que somente um número muito<br />

reduzido optará por essa via profissional. A corroborar esta sentença, estão as afirmações<br />

dos produtores <strong>da</strong> falta de técnicos ou mesmo a escassa informação técnica e científica<br />

disponível sobre a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> produção cunícula nacional, delegando nas empresas de<br />

alimentação animal tal empreendimento. De facto, até 1985, a cunicultura portuguesa<br />

(semi)intensiva era residual, sendo as explorações familiares. Por esse motivo, o presente<br />

guia de aulas foi elaborado tendo em especial atenção o saber adquirido transmitido por<br />

quem realmente apoia a criação de coelhos de forma empresarial. Porventura, a<br />

investigação na produção e saúde desta espécie encontra-se também reflecti<strong>da</strong> em várias<br />

revistas científicas <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong>de. A todos eles o nosso especial agradecimento pelos<br />

<strong>da</strong>dos, os quais temos intenção de actualizar com acesso a novas informações.<br />

A feitura deste trabalho trouxe à minha memória os tempos de infância, em que a<br />

curiosi<strong>da</strong>de de conhecer o mundo me levou durante alguns anos a fazer a sua criação<br />

familiar (em 79-81). Por vezes, com algum desânimo meu, ocorria mortan<strong>da</strong>de significativa<br />

principalmente na descendência, sem que ninguém a pudesse explicar, talvez por falta de<br />

formação zootécnica e veterinária sobre este assunto. Actualmente, a produção tornou-se<br />

industrial para poder ser rentável, embora nos 2 últimos anos o comércio de coelhos tenha<br />

conhecido alguns reveses sérios.<br />

Um bom estudo (ou consulta) para todos!<br />

João Simões<br />

As figuras decorativas dos coelhos foram obti<strong>da</strong>s em http://www.cuniculture.info/<br />

e têm como objectivo tornar mais atractiva a leitura.<br />

3


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

1- Introdução ao módulo de <strong>Leporídeos</strong>: generali<strong>da</strong>des<br />

(www.cuniculture.info/) ( 1)<br />

4<br />

(www.jornalnordeste.com) (2 )


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Noções gerais<br />

O coelho doméstico é originário do sul <strong>da</strong> Europa e norte de África.<br />

Existem numerosas raças (ver http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_rabbit_breeds) (3), incluindo<br />

os híbridos comerciais, que se classificam segundo a sua aptidão produtiva: carne, pele e pelo<br />

ou ain<strong>da</strong> com destino à investigação científica e provas laboratoriais.<br />

Esta espécie tem a caracteristica particular de proceder à digestão em duas fases (cecotrofia)<br />

possibilitando o aproveitamento de nutrientes, incluindo vitaminas hidrosolúveis sintetiza<strong>da</strong>s a<br />

nível intestinal pela respectiva flora:<br />

são fezes moles de aspecto gelatinoso e recobertas por<br />

mucosi<strong>da</strong>de que o coelho ingere directamente do anús pela manhã (ou 3 vezes ao dia <strong>–</strong><br />

adultos). Os láparos iniciam esta “coprofagia” a partir do momento <strong>da</strong> sua alimentação sóli<strong>da</strong>.<br />

Estas raças atingem a maturi<strong>da</strong>de sexual de acordo com a corpulência (de raças gigantes a<br />

coelhos miniatura).<br />

5<br />

(4)


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

A nível reprodutivo, os leporídeos apresentam uma prolifici<strong>da</strong>de variável em função <strong>da</strong> raça,<br />

com destaque para as de aptidão cárnica.<br />

A coelha é poliestrica com ovulação induzi<strong>da</strong> pela cópula:<br />

Cronologia <strong>da</strong> função reprodutiva <strong>da</strong>s coelhas (5)<br />

Actualmente, é utiliza<strong>da</strong> a inseminação artificial com sémen refigerado (na empresa ou a partir<br />

de centros especializados).<br />

A indução do cio surge por administração de eCG (15-25 UI) segui<strong>da</strong> (48 a 56 h) de indução<br />

<strong>da</strong> ovulação com a aplicação de GnRH (0.8 µg de acetato de buserelina).<br />

Esta conducta reprodutiva permite a produção de coelhos por ban<strong>da</strong> (conjunto de animais no<br />

mesmo estádio (re)produtivo), com as várias vantagens <strong>da</strong>í decorrentes<br />

6


Figure 8 : Vue de l'implantation des<br />

dents chez le lapin. L'os a été dégagé<br />

pour laisser apparaître la base des<br />

dents (d'après Barone et al., 1973)<br />

Fórmula dentária :<br />

I (2/1) ; C(0/0) ; PM(3/2); M(3/3)<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Particulari<strong>da</strong>des anatómicas e fisiológicas<br />

Morfologia<br />

Figure 1 : Les différentes parties du corps du lapin (d'après Barone et al., 1973) (1)<br />

7


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Aparelho digestivo<br />

Figure 11: Schéma des différents éléments du tube digestif du lapin (d'après Lebas et al., 1996b) (1)<br />

Figure 13 : Évolution nycthémérale du pH<br />

cæcal chez de jeunes lapins de 5 semaines et<br />

chez des sujets adultes (18 semaines), d'après<br />

Bellier 1994. (Alimentation à volonté -<br />

ingestion de cæcotrophes observée de 4 h à<br />

12 h chez les jeunes, et de 8 h à 14 h chez les<br />

adultes) (1)<br />

8


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Aparelho digestivo: a cecotrofia (5)<br />

Figure 17 : Schéma général de fonctionnement de la digestion chez le lapin (D'après Lebas, 1979) (1)<br />

9


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Aparelho digestivo: a cecotrofia (5)<br />

10


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Aparelho reprodutivo <strong>da</strong> fêmea<br />

Embora com aspecto externo similar a outros mamíferos, a coelha apresenta<br />

2 cornos uterinos, 2 corpos do útero e 2 cérvix totalmente independentes.<br />

11<br />

Figure 34.: Schéma de<br />

l'appareil génital de la<br />

femelle (d'après Lebas et<br />

al., 1996)<br />

(1)


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Constantes fisiológicas, hematologia e bioquímica (6,7)<br />

12


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

13


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Parâmetros produtivos e reprodutivos dos coelhos (5,6)<br />

Estes parâmetros variam de acordo com a raça, estado fisiológico e de<br />

desenvolvimento dos animais<br />

Nº de láparos nascidos por parto 10 (1-20)<br />

Peso ao nascimento 50-90 grs<br />

Abertura dos olhos 10 dias<br />

Início de alimentação sóli<strong>da</strong> 17-21 dias<br />

Lactação 35-42 dias<br />

I<strong>da</strong>de ao desmame 30-32 dias<br />

Peso ao desmame 600-1000 grs<br />

Ingestão diária de alimento (Manutenção) 150 grs<br />

Nº de ingestões diárias 25-35<br />

Alimento ingerido por ca<strong>da</strong> toma 4-5 grs<br />

% de alimento ingerido por noite 65%<br />

GMD de peso vivo em engor<strong>da</strong> 38-55 grs<br />

Necessi<strong>da</strong>des em água 120 cc/Kgpeso<br />

I<strong>da</strong>de de ven<strong>da</strong> 58-70 dias<br />

Peso de ven<strong>da</strong> 1,9-2,5 Kg<br />

Maturi<strong>da</strong>de sexual do macho 5 meses<br />

Maturi<strong>da</strong>de sexual <strong>da</strong> fêmea 4 meses<br />

Duração <strong>da</strong> gestação 31-32 dias<br />

Peso do macho adulto 5-5,5 Kg<br />

Peso <strong>da</strong> fêmea adulta 4-4,5 Kg<br />

Vi<strong>da</strong> produtiva 1-3 anos<br />

Longevi<strong>da</strong>de 5 anos<br />

Consumo mensal por 100 coelhos em materni<strong>da</strong>de 2,5-3 tonela<strong>da</strong>s<br />

índice de conversão em engor<strong>da</strong> 2,8-3<br />

índice de conversão total 4-4,3<br />

14


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

2- Instalações e materiais: conforto e higiene (Ecopatologia/Biossegurança)<br />

Regras básicas:<br />

1. Temperatura: Os coelhos suportam melhor o frio do que o calor. São especialmente<br />

sensíveis a alterações bruscas de temperatura.<br />

2. Higrometria: deve ser estável, sem excessos nem defeitos<br />

3. Stresse ambiental, correntes de ar, etc.<br />

Tipo de instalações:<br />

1. Ar livre (aberto e sem cobertura)<br />

2. Ambiente natural (nave coberta com ventilação natural através de janelas;


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Características técnicas dos pavilhões (5)<br />

16


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Características dos desinfectantes usados nas estruturas, material<br />

e vazios sanitários (5)<br />

17


Inseminação (a<strong>da</strong>ptado de 5)<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

3- Maneio <strong>da</strong> exploração<br />

(semi)intensiva<br />

O maneio em ban<strong>da</strong> (pautas para a sua aplicação)<br />

18<br />

(1)


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Introdução dos reprodutores<br />

1- Deve verificar-se o estado sanitário de ca<strong>da</strong> animal à chega<strong>da</strong> e<br />

proceder à sua identificação (procedência, i<strong>da</strong>de e número)<br />

2- Colocar os animais recém-chegados em quarentena, ou se não<br />

possivel, o mais longe dos presentes<br />

3- Fêmeas com i<strong>da</strong>de entre as 7 e 12 semanas e machos entre 12 a 15<br />

semanas têm uma melhor a<strong>da</strong>ptação<br />

4- Reposição de reprodutoras com 1 dia de i<strong>da</strong>de: são colocados com<br />

fêmeas sãs e de eleva<strong>da</strong> aptidão maternal. Possibilita a a<strong>da</strong>ptação<br />

dos láparos ao microbismo <strong>da</strong> exploração, reduz o stresse de<br />

transporte e é mais económico<br />

5- Reposição de reprodutoras gestantes de 12-14 dias: especialmente<br />

para explorações com vazios sanitários e novas explorações. São<br />

fêmeas gestantes com cerca 19 semanas de i<strong>da</strong>de, que encurtam o<br />

ciclo produtivo <strong>da</strong> exploração<br />

6- Autoreposição: consiste em guar<strong>da</strong>r filhas <strong>da</strong>s melhores<br />

reprodutoras <strong>da</strong> exploração. É válido sempre que a prolifici<strong>da</strong>de e<br />

produção láctea <strong>da</strong>s coelhas não diminua. Isto ocorre normalmente<br />

quando as fêmeas reprodutoras provenientes de centros de<br />

melhoramento genético é inferior a 30-40%<br />

19


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Programa vacinal dos reprodutores <strong>da</strong> cunicultura<br />

Doença Tipo de vacinação Via de administração Protocolo<br />

Primovacinação aos<br />

Heteróloga (fibroma de Shope) Subcutânea 3 meses com rapel 2-<br />

3 vezes ao ano<br />

Mixomatose<br />

Homóloga<br />

Subcutânea<br />

Intradérmica<br />

Primovacinação às 4<br />

semanas, reforço<br />

após 6 semanas e<br />

rappel ca<strong>da</strong> 4-6<br />

meses<br />

Doença vírica<br />

hemorrágica<br />

Homóloga<br />

Subcutânea<br />

Intradérmica<br />

Primovacinação aos<br />

3-4 meses e rappel<br />

anual<br />

Primovacinação aos<br />

Enterotoxemia<br />

Bacterina polivalente com<br />

anatoxinas específicas<br />

Subcutânea<br />

Oral<br />

3 meses com reforço<br />

ao fim de 20-25 dias<br />

Rappel anual<br />

Primovacinação com<br />

Pasteurelose bacterina Subcutânea<br />

reforço após 3<br />

semanas e rappel 2-3<br />

vezes ao ano<br />

Não vacinar fêmeas no último terço de gestação (Stresse vacinal)<br />

Principais alterações e afecções com expressão durante as<br />

diversas fases de produção: diagnósticos diferenciais (6)<br />

A nível <strong>da</strong> (in)fertili<strong>da</strong>de<br />

Erros na dosificação de produtos hormonais (eCG e GnRH)<br />

Factores de stresse<br />

Falhas na administração de água<br />

Temperaturas extremas<br />

Ritmo de iluminação inadequado<br />

Causas infecciosas<br />

Estados carenciais<br />

Animais excessivamente gordos<br />

Pseudogestação (14 dias)<br />

20


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

A nível do parto<br />

Atraso no parto ou retenção dos fetos: indução com<br />

ocitocina<br />

Secreções uterinas purulentas (metrite): (1) situações<br />

pontuais <strong>–</strong> eliminar os animais; (2) nº significativo de<br />

fêmeas: enviar alguns animais para laboratório e aplicar o<br />

tratamento de acordo com o antibiograma<br />

Canibalismo: é uma situação comportamental patológica<br />

especial em que a mãe morde, come ou abandona os<br />

láparos recém-nascidos. Se se observar este<br />

comportamento em 2 partos consecutivos, a fêmea deve ser<br />

elimina<strong>da</strong>. As causas mais frequentes são:<br />

1. Condições ambientais adversas<br />

2. Deficiente estado sanitário <strong>da</strong> mãe<br />

3. Animais muito nervorsos<br />

4. Ninho mal acondicionado<br />

5. Falta de produção de leite<br />

6. Presença de roedores e aoutroa animais extranhos<br />

7. Animais em estado carencial ou mal alimentados<br />

8. Parasitismo interno e externo<br />

9. Alterações do instinto maternal (principalmente<br />

primíparas)<br />

Alterações <strong>da</strong> lactação<br />

Mamites: principalmente por St. aureus; outros agentes implicados: Pasteurella,<br />

Streptococcus, Klebsiela, Pseudomonas.<br />

É uma <strong>da</strong>s principais causas de mortali<strong>da</strong>de dos láparos devido à agaláxia e<br />

contaminação directa.<br />

21


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Outras causas de mortali<strong>da</strong>de no ninho:<br />

Canibalismo e abandono <strong>da</strong> ninha<strong>da</strong><br />

Traumatismos (esmagadelas)<br />

Deficiências de higiene do ninho<br />

Frio e humi<strong>da</strong>de excessivos do ninho.<br />

Infecções: Estafilococia e diarreia colibacilar neonatal<br />

Principais causas de mortali<strong>da</strong>de na engor<strong>da</strong><br />

No início <strong>da</strong> engor<strong>da</strong> a mortali<strong>da</strong>de deve-se principalmente a alterações<br />

digestivas e no final a alterações respiratórias<br />

Animais muito jovens ou com pouco peso no momento do desmame: Não se<br />

deve retirar a mãe antes dos 30 dias de vi<strong>da</strong>, ou se os láparos apresentarem peso<br />

inferior a 600 grs.<br />

Maneio brusco na mu<strong>da</strong>nça do desmame<br />

Alterações na água de bebi<strong>da</strong><br />

Alterações <strong>da</strong> composição dos alimentos (desequilíbrio fibra/Proteína)<br />

(5)<br />

22


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Causas infecciosas: síndrome digestivo, coccidiose, estafilococia, pasteurelose<br />

Surtos de mixomatose<br />

Devido ao estado sanitário:<br />

Critérios de eliminação dos reprodutores (6)<br />

Estafilococia subcutânea<br />

Otite interna (torcicolo)<br />

Sintomatologia respiratória acentua<strong>da</strong> (pneumonia grave)<br />

Mamites<br />

Metrites<br />

Abcessos<br />

Caquexia/enfraquecimento acentuado<br />

Devido a factores zootécnicos:<br />

Três gestações negativas após inseminação<br />

Menos de 24 láparos nado-vivos nos primeiros 3 partos<br />

Menos de 20 láparos desmamados nos primeiros 3 partos (falta de leite)<br />

Duas ninha<strong>da</strong>s nasci<strong>da</strong>s mortas<br />

Duas ninha<strong>da</strong>s mortas antes do desmame<br />

23


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Índices técnico-económicos (5,6)<br />

Taxa de ocupação <strong>da</strong>s jaulas <strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de 120-150%<br />

Taxa de reposição anual 100-140%<br />

Fertili<strong>da</strong>de (inseminação vs cobrição) 70-90%<br />

Nº de inseminações coelha/ano 8-10<br />

Nº de partos coelha/ano 7-9<br />

Intervalo entre partos 38-45 dias<br />

Prolifici<strong>da</strong>de (nados-vivos/parto) 8-11<br />

Mortali<strong>da</strong>de (nados-vivos/parto) 5%<br />

Láparos nascidos coelha/ano 64-82<br />

Mortali<strong>da</strong>de nascimento/desmame (máximo) 18%<br />

Láparos desmamados por parto 7-10<br />

Ninha<strong>da</strong>s desmama<strong>da</strong>s coelha/ano 6,5-8,5<br />

Láparos desmamados coelha/ano 50-70<br />

Mortali<strong>da</strong>de na engor<strong>da</strong> (máximo) 10%<br />

Animais de reposição selecionados/semana 2-4%<br />

Eliminação de reprodutoras/mês 6-8%<br />

Índice de conversão na engor<strong>da</strong> 2,5-3<br />

Índice de conversão global 3,4-4,2<br />

Mortali<strong>da</strong>de mensal <strong>da</strong>s reprodutoras 3-5%<br />

Estes valores variam consoante a exploração intensiva ou semi-intensiva<br />

dos coelhos, a qual depende do intervalo parto-inseminação<br />

24


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

3- Patologias com significado em cunicultura<br />

São foca<strong>da</strong>s, neste capítulo, as questões relativas à ecopatologia cunícula,<br />

incluindo os sindromes respiratório e digestivo, e as patologias individuais.<br />

Embora esta patologias possam ser classifica<strong>da</strong>s de acordo com os principais sistemas afectados<br />

(respiratório, digestivo, genito-urinário, tegumento) ou com a origem (vírica, bacteriana, parasitária,<br />

fúngica), julgamos de maior interesse estruturá-las individualmente para focar o estudo na<br />

importância de ca<strong>da</strong> uma e não na sua eventual classificação.<br />

3.1- A ecopatologia<br />

Com a intensificação reprodutiva e produtiva dos animais, muitas doenças adquirem uma<br />

definição de sindrome, uma vez que existem um conjunto de causas e manisfestações<br />

intimamente relaciona<strong>da</strong>s com o meio onde são explorados. As patologias individuais, bem<br />

defini<strong>da</strong>s, embora importantes, são deixa<strong>da</strong>s para 2º plano adquirindo os factores de risco-<br />

agressão (ambientais, maneio, alimentares, etc.) um papel fun<strong>da</strong>mental. Muitos destes<br />

factores e o seu controlo já se encontram anteriormente descritos.<br />

Torna-se importante avaliar as múltiplas causas assim como diagnosticar as suas<br />

manisfestações.<br />

3.2- Síndrome Respiratório <strong>–</strong> Pasteurelose<br />

Podemos identificar este sindrome, primáriamente por rinite (coriza contagioso),<br />

pneumonia ou um complexo rino-pneumonia onde está presente o género Pasteurela,<br />

embora não exlusivamente. Nele podemos incluir um conjunto de manisfestações clínicas<br />

em diversos orgãos.<br />

25


Factores predisponentes:<br />

1. Variações bruscas de temperatura<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Etiologia<br />

2. Alterações de ventilização e deficiências em renovação do ar<br />

3. Humi<strong>da</strong>de relativa do ar < 50%<br />

4. Teores elevados em amoníaco<br />

5. Eleva<strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de de animais<br />

6. Ambientes contaminados (poeiras)<br />

7. Alimento poeirento<br />

8. Falta de higiene e deficiente remoção do pêlo<br />

9. Doenças concomitantes (Mixomatose) e parasitismo<br />

10. Outros factores de stress (< índices de conversão)<br />

Agentes envolvidos:<br />

Pasteurella multoci<strong>da</strong><br />

Bordetella bronquiseptica<br />

Pasteurella haemolítica<br />

Stafilococcus aureus<br />

Haemophilus influenzae<br />

Pseudomonas<br />

Klebsielas<br />

Micoplasmas<br />

Sintomatologia<br />

A pasteurelose origina uma rinite ou um complexo de rino-pneumonia com formas clínicas<br />

hiperagu<strong>da</strong>s (período de incubação de 24 a 72 h e decúbito lateral 10 a 20 h após os<br />

primeiros sintomas de estado febril, seguido de morte), agu<strong>da</strong>s (período de incubação de 4<br />

a 6 h) e crónicas.<br />

26


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Na pasteurelose agu<strong>da</strong>, surge hipertermia (41,5 ºC a 42,5 ºC), sintomas respiratórios com<br />

hepatização pulmonar e disseminação de focos purulentos. Na forma crónica, a doença<br />

pode evoluir para uma forma catarral maligna (purulenta), de progronóstico mortal ou para<br />

uma forma abce<strong>da</strong>tiva com o surgimento de fleimões subcutâneos que rupturam.<br />

Diagnóstico<br />

A sintomatologia orienta para o problema respiratório<br />

A necrópsia revela o grau de afecção dos animais (Lobos apicais e cardíacos<br />

hepatizados)<br />

O isolamento bacteriano e antibiograma determinam a natureza dos agentes<br />

envolvidos e a sua sensibili<strong>da</strong>de aos antibacterianos<br />

27<br />

(5)


Avaliar a situação e eventuais refugos.<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Tratamento<br />

Administração de antibacterianos na ração, água de bebi<strong>da</strong> ou mesmo injectável:<br />

Sanitária:<br />

tetraciclinas, sulfami<strong>da</strong>s potencia<strong>da</strong>s, penicilina e estreptomicina, macrólidos,<br />

florfenicol, tiamulina, amoxicilina com ácido clavulâmico e cefalosporinas.<br />

Profilaxia<br />

Ventilação adequa<strong>da</strong><br />

Vazios sanitários<br />

Eliminação dos animais doentes (muitos são portadores)<br />

Locais e utensílios bem desinfectados<br />

Médica<br />

Vacinas ou autovacinas, embora a eficácia não seja eleva<strong>da</strong> devido à variabili<strong>da</strong>de<br />

antigénica presente.<br />

3. 3- Síndrome Digestivo<br />

É uma <strong>da</strong>s afecções que maiores per<strong>da</strong>s económicas provoca. Está intimamente liga<strong>da</strong> a<br />

factores desecadeantes de origem ambientais, maneio, alimentar e ligados à propria<br />

capaci<strong>da</strong>de rústica dos animais. Também aqui uma varia<strong>da</strong>de de agentes pode estar<br />

relaciona<strong>da</strong>, com destaque para alguns serótipos <strong>da</strong> E. coli e coccídeas.<br />

Factores predisponentes<br />

Etiofisiopatologia<br />

Desequilíbrios dietéticos<br />

Alterações quimicas e microbiológicas <strong>da</strong> água<br />

Situações de stresse e variações ambientais<br />

Doenças intercorrentes (estafilococia, complexo respiratório)<br />

28


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Causas imunosupressoras (Mixomatose, Parasitoses)<br />

Antibioterapia incorrecta<br />

Factores de agressão e desequilíbrio digestivo (5)<br />

29


Agentes infecciosos envolvidos<br />

Bactérias<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

E. coli <strong>–</strong> diferentes estripes (enteropatogénicas) com elevado poder paroténico dependendo<br />

<strong>da</strong> i<strong>da</strong>de dos animais afectados<br />

(7)<br />

30


C. perfingens (Tipo A)<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

C. spiriforme (tiflite hemorrágica, com eleva<strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de)<br />

Pseudomonas<br />

Salmonella (raro, pode ocassionar abortos nas reprodutoras)<br />

Vírus<br />

Rotavírus (diarreia amarela em láparos de 7 a 21 dias, com eleva<strong>da</strong> mortan<strong>da</strong>de)<br />

Coronavírus, adenovírus e parvovírus<br />

Coccideas<br />

Parasitas<br />

Cryptosporidium (diarreia amarela, com eleva<strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de)<br />

Ténias, Passalurus, Cisticercos<br />

Fungos (Sacharomyces)<br />

Neste sindrome podem ocorrer manifestações:<br />

Manifestações e sintomatologia<br />

o em forma de diarreia: Enterite catarral, Disenteria, tifo-colite hiperagu<strong>da</strong><br />

o em forma de constipação: Parésia cecal, enterite mucóide, enterotoxemia<br />

A colibacilose é o processo mais frequente e depende dos serótipos presentes<br />

O serótipo O-109 afecta láparos de 3-5 dias. Na necrópsia apresentam o estomago repleto<br />

de leite coagulado e intestino com conteudo líquido e amarelo sem que se observem lesões<br />

inflamatórias significativas<br />

Colibacilose pós-desmame (láparos de 5 a 7 semanas de vi<strong>da</strong>): diarreia profusa e líqui<strong>da</strong><br />

alterna<strong>da</strong> com fezes recobertas de muco, por vezes sanguinolentas, com ou sem<br />

timpanismo abdominal. Mortali<strong>da</strong>de de 30%.<br />

31


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Diagnóstico<br />

É fun<strong>da</strong>mental, perante a sintomatologia digestiva, o envio para laboratório de animais<br />

afectados sem qualquer tratamento para identificação de agentes envolvidos.<br />

No caso <strong>da</strong> E. coli é necessário determinar o biótipo e o serótipo.<br />

Tratamento<br />

Deve ter em consideração os factores de risco e o seu controlo. No uso de antibioterapia,<br />

são geralmente usados neomicina, tetraciclinas, quinolonas, sulfami<strong>da</strong>s potencia<strong>da</strong>s,<br />

apramicina entre outras. O tratamento pode ser demorado e revisto ca<strong>da</strong> 2-3 meses.<br />

Evitar os factores predisponentes.<br />

3.4- Enterotoxemias<br />

Profilaxia<br />

Etiopatologia<br />

Provoca<strong>da</strong> pela multiplicação de Cl. perfingens que liberta exotoxinas, atinge<br />

principalmente reprodutoras (período de gestação e pós-parto) e secundáriamente láparos<br />

de engor<strong>da</strong>.<br />

Com a industrialização <strong>da</strong> produção (controlo dos factores ambientais, alimentares, etc.), a<br />

sua incidência diminui.<br />

Factores predisponentes<br />

o Dietas ricas em hidratos de carbono e proteina, e situações de alcalose intestinal.<br />

o Carências de água<br />

o Situações de stresse e alterações ambientais bruscas,<br />

o Doenças debilitantes<br />

32


Existem duas formas:<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Mecanismos etiopatológicos <strong>da</strong> enterotoxemia (Renault, 1980) (5)<br />

Manifestações clínicas<br />

Timpanismo abdominal por paralisia intestinal com acumulação de gases (hipotermia,<br />

anorexia, morte rápi<strong>da</strong>). Se sobrevive aparece uma diarreia féti<strong>da</strong> amarela<br />

Diarreia com excrementos líquidos e fétidos<br />

Diagnóstico<br />

A sintomatologia associa<strong>da</strong> à rápi<strong>da</strong> decomposição ca<strong>da</strong>vérica, com distenção <strong>da</strong>s paredes<br />

intestinais (hemorragias e focos ulcerativos) é indicativo <strong>da</strong> afecção. O figado aparece<br />

amarelo e friável por vezes com focos necróticos e rins friáveis de cor acinzenta<strong>da</strong>.<br />

Gânglios mesentéricos hipertrofiados. Atraso na coagulaçõa do sangue, surgindo duas<br />

cama<strong>da</strong>s.<br />

Dieta menos proteica e mais rica em fibra.<br />

Tratamento<br />

Acidificação <strong>da</strong> água com ácido acético (0,5 cc/L) ou vinagre (2 cc/L)<br />

Antibioterapia: Neomicina e oxitetraciclina<br />

33


Controlar os factores de risco<br />

3.5- Estafilococia<br />

Agente: St. aureus<br />

Factores predisponentes:<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Profilaxia<br />

Etiologia<br />

Ventilação desajusta<strong>da</strong> e excesso de amoníaco, humi<strong>da</strong>de relativa do ar eleva<strong>da</strong>,<br />

locais húmidos<br />

Utilização de desinfectantes irritantes, má preparação dos ninhos, stress de diversas<br />

origens (ruido, animais extranhos)<br />

Deficiencias em vitaminas (Vit. A, complexo B) e oligoelementos(Zinco, Cobre,<br />

Manganésio, Cobalto)<br />

Lesões traumáticas <strong>da</strong> pele e membros, assim como soluções de continui<strong>da</strong>de<br />

provoca<strong>da</strong>s por sarna, tinha, necrobacilose plantar, etc.<br />

Introdução de animais afectados e eliminação deficiente de positivos não curáveis.<br />

O contágio é directo<br />

Forma cutânea:<br />

Sintomas<br />

Grãos de pús que evoluem para furúnculos, com localização no abdómen,<br />

membros, pescoço e dorso de láparos lactantes, com eleva<strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de.<br />

Abcessos de dimensão variável com localização similar, no caso dos adultos<br />

Forma septicémica (diseminação de um foco)<br />

Associa-se com frequência ao género Pasteurella (a pasteurelose!!):<br />

Inflamação <strong>da</strong> conjuntiva ocular e pálpebras<br />

Otite média e interna (torcicolo)<br />

Mastites purulentas (característico)<br />

Metrites purulentas<br />

34


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Abcessos em orgãos intenos (pulmão, pleura, rim, fígado)<br />

Abortos<br />

Enterites necróticas<br />

Diagnóstico:<br />

Sintomatologia e microbiologia com antibiograma<br />

Sanitário<br />

Tratamento<br />

Rigorosa eliminação <strong>da</strong>s reprodutoras afecta<strong>da</strong>s com abcessos, metrite, mamite, mal de patas e<br />

sintomatologia respiratória, assim como dos láparos em amentação.<br />

Suspender a técnica de adopção e manter os ninhos limpos e secos<br />

Médico<br />

Aplicação de antibióticos na ração ou por via injectável consoante a gravi<strong>da</strong>de<br />

Penicilina-estreptomicina (inject.), Espiramicina, Sulfami<strong>da</strong>s potencia<strong>da</strong>s<br />

Profilaxia<br />

Aplicação de pós desinfectantes, secantes e modificadoes de pH nos ninhos<br />

Eliminação de animais e ninha<strong>da</strong>s afecta<strong>da</strong>s<br />

Especial antenção de reprodutoras introduzi<strong>da</strong>s na exploração durante o primeiro<br />

parto.<br />

Eventualmente, usar vacina polivalente (ou autovacina) (Pasteurella, Estafilococcus)<br />

nos reprodutores de reposição com primovacinação aos 2,5 meses e reforço após 2<br />

semanas.<br />

3.6- Necrobacilose plantar- “ Mal de Patas”<br />

Etiologia<br />

Provoca<strong>da</strong> por Fusobacterium necrophorum, St. aureus, Corynobacterium e outros<br />

gérmens Gram+<br />

35


Factores predisponentes:<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Jaulas de malha inadequa<strong>da</strong><br />

Peso dos animais (raças grandes, machos, fêmeas gestantes)<br />

Ambiente húmidos com excesso de amoníaco<br />

O contágio não é directo (são necessários factores de agressão), salvo na presença<br />

de agentes altamente contagiosos (F. necrophorum)<br />

Sintomas<br />

Dificul<strong>da</strong>des de apoio dos membro e emagrecimento. A mãe deixa de amamentar os<br />

láparos.<br />

Diagnóstico<br />

Sintomatologia. Presença de zona ulcera<strong>da</strong>s e hemorrágicas, e crostas na zona plantar e<br />

palmar do pé.<br />

Eliminação de animais muito afectados<br />

Tratamento<br />

Aplicação de iodo ou sprays de oxitetraciclina e violeta de genciana<br />

Modificação do chão <strong>da</strong> jaula.<br />

Antibioterapia parentérica em caso de vários membros afectados<br />

Profilaxia<br />

Evitar os factores predisponentes<br />

3.7- Coccidiose<br />

Etiologia<br />

A cocidiose é provoca<strong>da</strong> por protozoários do género Eimeria que parasitam o intestino ou o<br />

fígado no caso <strong>da</strong> E. sti<strong>da</strong>e, que pode ou não ter uma forma instestinal.<br />

36


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Factores predisponentes (elevado grau de infestação)<br />

Deficiente situações higio-sanitárias<br />

Situações de Stress, principalmente no pós-desmame<br />

37<br />

(7)<br />

Ciclo do parasita e Patogenia<br />

O contágio ocorre por ingestão de ooquistos que se tornam infestantes a<br />

temperaturas de 25-30 graus, com ambiente húmido e bem oxigenado.<br />

Em situações adversas, podem perdurar na jaula até um ano. Após divisões<br />

sucessivas, transformam-se em esporozoítos os quais colonizam os enterócitos ou<br />

alcançam o figado através dos canais biliares (E. sti<strong>da</strong>e).<br />

Dentro <strong>da</strong>s células, sofrem divisões com aumento de tamanho, destroem os<br />

enterócitos e completam o ciclo (15-18 dias) com nova formação de ooquistos.


http://en.wikipedia.org (3)<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

O contágio é feco-oral e as mães portadores infestam os láparos.<br />

Sintomas<br />

Coccidiose hepática- emagrecimento progressivo e hepatomegália (aumento do volume<br />

abdominal) e enventual morte por infecções secundárias<br />

Coccidiose intestinal- na forma agu<strong>da</strong>, afecta láparos de 4-5 semanas de i<strong>da</strong>de com<br />

diarreia, abdómen dilatado por acumulação degás e líquidos intestinais e emagrecimento<br />

que conduz à morte rápi<strong>da</strong> de um elevado número de animais<br />

Diagnóstico<br />

Coccidiose hepática- Figado hipertrofiado com presença característica de nódulos<br />

preominentes esbranquiçados ou ligeiramente amarelados de pequeno tamanho.<br />

Coccidiose intestinal- Observação de áreas hemmorágicas, por vezes com engrossamento<br />

<strong>da</strong>s paredes do intestino delgado e ceco.<br />

O diagnóstico definitivo é efectuado pelo exame coprológico com avaliação dos ooquistos.<br />

38


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Tratamento<br />

Incorporação de coccidiostáticos na ração para controlo de surtos.<br />

Em casos de surtos poderam usar-se sulfami<strong>da</strong>s ou outros coccidioci<strong>da</strong>s.<br />

Profilaxia<br />

Limpeza e desinfecção <strong>da</strong>s estruturas<br />

Aplicação de superfosfato de cal para impedir a maturação dos ooquistos<br />

3.8- Sarna<br />

Psorope cuniculi (sarna psoróptica)<br />

Sarcoptes scabiei (sarna sarcóptica)<br />

Notoedres cuniculi (sarna notoédrica)<br />

Factores predisponentes<br />

Etiologia<br />

o Instalações húmi<strong>da</strong>s, com deficiente renovação de ar e escassa iluminação<br />

o Densi<strong>da</strong>de animal eleva<strong>da</strong><br />

o Presença de roedores ou entra<strong>da</strong> de animais estranhos<br />

Prurido, alopécias e crostas<br />

Sintomas<br />

Sarna psoróptica: Localiza<strong>da</strong> no pavilhão auricular de adultos e jovens (morte!). Alopécias<br />

e crostas. Os animais encontram-se agitados tentando arrancar as crostas com os<br />

membros<br />

Sarna sarcóptica: Zonas de alopécias na cabeça e membros, progredindo para todo o<br />

corpo<br />

Sarna notoédrica: Localiza-se na cabeça iniciando-se nos lábios, focinho, face e orelhas<br />

Diagnóstico<br />

Sintomatologia e exame microscópico com raspagem <strong>da</strong>s zonas afecta<strong>da</strong>s<br />

39


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Tratamento<br />

o Local, com acarici<strong>da</strong>s externos ou ivermectinas<br />

o Limpeza de instalações e jaulas com acarici<strong>da</strong>s<br />

Profilaxia<br />

Evitar os factores predisponentes<br />

Pulverização semanal com insectici<strong>da</strong> não tóxicos para os coelhos<br />

Aplicar cal viva ou superfosfato de cal nas fossas.<br />

3.9- Tinha<br />

Etiologia e transmissão<br />

Provoca<strong>da</strong> por fungos do género Tricophyton (T. mentagrophites) e Microsporum (M. canis)<br />

Factores predisponentes:<br />

Ambientes húmidos e temperaturas entre 15-35ºC<br />

Eleva<strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de de animais<br />

Presença de animais estranhos<br />

Entra<strong>da</strong> de animais portadores ou doentes<br />

Presença de ectoparasitas<br />

Uso abusivo de antibióticos<br />

O contágio desta zoonose faz-se através de utensílios e <strong>da</strong> mãe para a ninha<strong>da</strong><br />

Sintomas<br />

Láparos de engor<strong>da</strong>: zonas de alopécias circulares na cara,orelhas, membros e lombo<br />

Reprodutoras: actuam como portadoras. As lesões podem observar-se em láparos antes do<br />

desmame. As lesões são menos evidentes do que nos Láparos de engor<strong>da</strong> e localizam-se<br />

nas orelhas, nuca e muito especialmente na zona <strong>da</strong> glandula mamária.<br />

Ocorre atraso no crescimento, com aumentos dos índices de conversão e desci<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

produtivi<strong>da</strong>de global <strong>da</strong> exploração.<br />

40


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Diagnóstico<br />

Sintomatologia e exame microscópico para diagóstico diferencial com sarna sarcóptica.<br />

Tratamento<br />

Em fase inicial, sem a ocorrência de per<strong>da</strong>s produtivas é suficiente aplicar as medi<strong>da</strong>s<br />

profilácticas e aplicar por via tópica, duas vezes por semana, fungici<strong>da</strong>s (iodo, derivados<br />

aldeídos, enilconazol). Deve ser acompanhado de refugo de portadores e pulverizar jaulas e<br />

ninhos com enxofre.<br />

Em fases avança<strong>da</strong>s, incorporar griseofluvina na ração entre 20 a 40 dias. Não ocorre<br />

erradicação <strong>da</strong> doença, pelo que se deve continuar a usar as soluções tópicas. (8)<br />

41


Quarentena de novos reprodutores<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Profilaxia<br />

Eliminar continuamente o pêlo (contem esporos) dos animais. Queimar com<br />

maçarico.<br />

Desinfecções com agentes antifúngicos<br />

Evitar valores de humi<strong>da</strong>de relativa do ar > 70%<br />

Evitar presença de ratos, cães e gatos nas explorações<br />

Tratar a doença no momento <strong>da</strong> sua detecção<br />

3.10- Enterocolite epizoótica do coelho<br />

Anteriormente denomina<strong>da</strong> de enterite mucóide, de origem desconheci<strong>da</strong> embora<br />

com aparente causa multifactorial:<br />

Alimentos com alto valor proteíco e energético<br />

Variações significativas de ingestão<br />

Alterações bruscas de temperatura<br />

Afecta reprodutores e láparos a partir dos 17 dias de i<strong>da</strong>de<br />

Sintomas<br />

Parésia parcial ou total do transito digestivo. Anorexia, timpanismo abdominal, odontoprise<br />

(dor), eliminando por vezes muco translúcido pelo anûs. A morte acorre aos 4-5 dias com<br />

uma taxa de 80%<br />

Necrópsia<br />

Abdomén aumentado de tamanho, presença de muco transparente no colon proximal. Ceco<br />

repleto de conteúdo duro e seco<br />

O tratamento é dificil embora se possa utilizar neomicina, enrofloxacina, tiamulina ou<br />

apramicina<br />

3.11- Doença de Tizzer (1965)<br />

Etiologia<br />

Bacilus piliforme afectando reprodutoras e láparos de 3 a 10 semanas<br />

42


Factores predisponentes:<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

Desmames precoces<br />

Alterações bruscas de temperatura<br />

Desequilíbrios dietéticos<br />

Contágio por via oral através de fezes que contaminam material, alimentos e água<br />

Sintomatologia<br />

Forma agu<strong>da</strong>: diarreia e desidratação grave com morte (70% dos casos) em 48-72 horas.<br />

Forma crónica: afecta principalmente adultos com per<strong>da</strong> de peso e diarreia modera<strong>da</strong>.<br />

Na necrópsia observam-se lesões necróticas no fígado, paredes intestinais e coração.<br />

Diagnóstico: sintomatologia com confirmação microbiológica<br />

Tratamento: respondem bem a tetraciclinas<br />

Profilaxia: higiene e evitar factores de risco<br />

3.12- Os casos especiais <strong>da</strong> Mixomatose e <strong>da</strong> Doença Vírica Hemorágica<br />

Mixomatose<br />

Provoca<strong>da</strong> por poxvirus denominado vírus de Sanarelli<br />

Transmite-se por pica<strong>da</strong> de mosquitos e tábanos; contacto directo, alimentos<br />

contaminados, iatrogénica e manuseamento incorrecto (pegar em animais são após os<br />

afectados)<br />

Existe uma forma nodular cutânea clássica: período de incubação de 6 a 10 dias, com<br />

aparecimento de um mixoma no ponto de inoculação, segui<strong>da</strong> de edema (cabeça incha<strong>da</strong>),<br />

blefaroconjuntivite bilateral serosa a mucopurulenta. O animal deixa de ver e não come.<br />

Estas lesões estendem-se ao ânus e orgãos genitais. A morte surge entre os 5-7 dias por<br />

asfixia ou inanição.<br />

A forma respiratória tem um período de incubação de 7 a 21 dias. Evolui de forma<br />

subagu<strong>da</strong> ou crónica em explorações de eleva<strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de animal. Predominam sintomas<br />

43


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

respiratórios com epífora, sem surgirem lesões cutâneas significativas. Taxas de aborto,<br />

mortali<strong>da</strong>de perinatal e infertili<strong>da</strong>de anormalmente eleva<strong>da</strong>s podem contituir índicios <strong>da</strong><br />

doença.<br />

Diagnóstico: sintomatologia e laboratorial<br />

Tratamento: não existe<br />

Profilaxia<br />

Sanitária: vírus resistente permanescendo em forma deseca<strong>da</strong> durante 220 dias, e 7<br />

dias nos cadáveres em putrefacção. Inactiva-se no calor húmido a 55ºC durante 1<br />

minuto ou por calor (seco) a 37ºC. É muito resistente a desinfectantes químicos<br />

inacivando-se com cloro, fenóis a doses muito altas e formol a 2%.<br />

Vacinação: vacinar os láparos entre os 28 a 31 dias de i<strong>da</strong>de, com rappel ca<strong>da</strong> 4<br />

meses (vacinas homólogas) ou memo ca<strong>da</strong> 2 meses (vacinas heterólogas). Ter em<br />

consideração que pode ocorrer casos de hipersensibili<strong>da</strong>de à vacina com eclosão<br />

pós-vacinal <strong>da</strong> doença 10 a 20 dias<br />

Doença Vírica Hemorágica<br />

Calicivírus que se transmite que se transmite por via respiratória, digestiva e por feri<strong>da</strong>s.<br />

Depois de um período de incubação de 2-3 dias, apresenta uma forma agu<strong>da</strong> que afecta<br />

principalmente láparos a partir dos 45 dias de i<strong>da</strong>de com mortali<strong>da</strong>de de 80% ou mesmo<br />

100%. A morte ocorre em poucas horas. Em alguns dos animais observa-se abatimento,<br />

dispneia intensa, incoordenação motora, convulsões. Pode surgir sangue com coagulação<br />

incompleta nas fossas nasais dos cadáveres.<br />

Vacinar os reprodutores a partir <strong>da</strong>s 8 semanas de i<strong>da</strong>de, com revacinações anuais.<br />

3.13- Outras doenças com menor impacto em cunicultura industrial<br />

A Sífilis do coelho é causa<strong>da</strong> pela bactéria Treponema cuniculi, sendo pouco<br />

frequente em cunicultura industrial (troca de machos entre explorações). O contágio<br />

ocorre por via venéria e em jaulas infecta<strong>da</strong>s. Os genitais inflamados segregam um<br />

líquido viscoso que pode passar a purulento. Surgem lesões ulcerativas e crostas<br />

paraqueratósicas dificultando a cobrição. Os treponemas são visualizados em<br />

microscópio de fundo escuro. O tratamento consiste na administração de macrólidos<br />

ou penicilina.<br />

44


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

A Listeriose (Listeria monocitogenes) provoca quadro febril com presença de<br />

abortos. São observados focos inflamatórios no fígado, genitais, SNC, entre outos<br />

locais.<br />

A Parésia Puerperal (hipocalcémia) manifesta-se geralmente entre os 2-3 dias após o<br />

parto, em animais debilitados e muitas vezes associado a problemas de cetose<br />

(toxemia de gestação).<br />

A cetose está relaciona<strong>da</strong> com dietas excessivamente proteícas e com elevado<br />

conteudo em glicidos com baixos níveis de fibra e animais obesos ou com doenças<br />

debilitantes. Aparece em animais (pseudo)gestantes e secundáriamente em lactante.<br />

Na forma hiperagu<strong>da</strong> (morte rápi<strong>da</strong>) obsrva-se um animal magro e desgenerescência<br />

hepática e por vezes renal. Na forma agu<strong>da</strong>, podem ocorrer abortos ou abandono <strong>da</strong><br />

ninha<strong>da</strong>. Além <strong>da</strong>s alterações dietéticas pode-se adminitrar metionina glicosa<strong>da</strong> por<br />

vis SC entre o 25-26 dias de gestação.<br />

A mal oclusão dos incicivos e molares e o prognatismo mandibular são afecções<br />

hereditárias.<br />

Giardia duodenalis (parasita o duodeno, jejuno e ceco); Tricomastix cuniculi (ceco);<br />

Chilomastix cuniculi (ceco) e Entamoeba cuniculi.<br />

Destacar, ain<strong>da</strong>, o aspecto zoonótico de algumas doenças:<br />

Tularémia, Pasteurelose, Pseudotuberculose (Yersinia pseudotuberculosis),<br />

Listeriose, Salmonelose, Tinhas, Toxoplasmose e ain<strong>da</strong> as sarnas.<br />

3.14- Controlo <strong>da</strong>s principais parasitoses<br />

É efectuado com piperazina/levamisol/ivermectina ca<strong>da</strong> 4-6 meses. Estes fármacos são<br />

eficazes contra nemátodos: Parasulus ambiguus (oxiuro do ceco e intestino grosso);<br />

Graphidium strigosum, Trichostrongylus retartaeformis e Obeliscoides cuniculi<br />

(Estrongiloses gástrica e duedonal); Nematodirus leporis, Longistriata noviberiae e<br />

Trichostrongylus calcaratus (Estrongilose do intestino delgado).<br />

Existem ain<strong>da</strong> alguns tremátodos- Hasstilesia tricolor e Hasstilesia texensis - que parasitam<br />

o duodeno e jejuno e céstodos <strong>–</strong> Cittotaenia variabilis e Railletina salmoni <strong>–</strong> que parasitam<br />

o intestino degado.<br />

45


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

4- Doses de fármacos usados em leporídeos (The Veterinary Formulary) (http://books.google.com/) (9)<br />

O uso de cloranfenicol está proibido em espécies destina<strong>da</strong>s a alimentação humana (substituido por florfenicol)<br />

46


<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

47


5- Referências bibliogáficas<br />

1- www.cuniculture.info/<br />

2- www.jornalnordeste.com<br />

3- http://en.wikipedia.org/<br />

<strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> <strong>Produção</strong>: <strong>Módulo</strong> <strong>Leporídeos</strong><br />

2008<br />

4- Pinto de Araújo, J., 2007. Cunicultura. Escola Superior Agrária. IPVC.<br />

www.ci.esapl.pt/pedropi/PDFs%20de%20Zootecnia/COELHOS_1_2007.pdf (acesso em Setembro 2008)<br />

5- Pereira, A, 1994. Cunicultura. Provimi.<br />

6- Vega Fernández, D., 2000. Manual de producción de conejos. 3ª ed. Cogal.<br />

7- Okerman, L., 1994. Disease of Domestic Rabbits. Blackwell Scientific Publications, London<br />

8- Boucher, S., Nouaille L., 2001. Les teignes des lapins et leurs traitement en France : une synthèse. World Rabbit<br />

Science, 9 : 39-45.<br />

9- Bishop, Y, 2005. The Veterinary Formulary. British Veterinary Association. Pharmaceutical Press. Parcialmente<br />

disponível em http://books.google.com<br />

48

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