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Foto: Festa das Rosas, Vila Franca do Lima (Viana do Castelo) a Bordo do CoMBoio regionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
Linha do Minho<br />
Barcelos<br />
Viana do Castelo<br />
Caminha<br />
Vila nova de Cerveira<br />
Valença
LINHA DO MINHO<br />
Ermesinde<br />
Trofa<br />
Famalicão<br />
Nine<br />
Barcelos<br />
Viana do Castelo<br />
Afife<br />
Âncora-Praia<br />
Moledo do Minho<br />
Caminha<br />
Gondarém<br />
Vila Nova de Cerveira<br />
Valença<br />
“a linha<br />
segue<br />
<strong>para</strong>lela<br />
ao mar, em<br />
direcção<br />
ao Norte”
a exuberância do norte<br />
Mergulhando no verde<br />
LINHA DO MINHO<br />
Construída no final do século XIX, a linha que liga o Porto à cidade fronteiriça de Valença,<br />
atravessa o Douro Litoral e a zona noroeste do Minho ao longo de 132 quilómetros<br />
onde o verde é o tom dominante.<br />
Seja da estação de Campanhã ou de<br />
São Bento (com magníficos painéis<br />
de azulejos de Jorge Colaço), é na<br />
cidade do Porto que partimos <strong>para</strong> uma viagem pelas<br />
paisagens do Minho, onde o verde domina mas também<br />
não faltam os cenários ribeirinhos. Deixando a periferia<br />
da Invicta, entramos de imediato no universo minhoto<br />
em direcção à Trofa e Famalicão.<br />
Apesar da modernidade das cidades e vilas, entre elas<br />
viajamos por paisagens rurais onde a natureza é soberana.<br />
Nine é a estação que estabelece a ligação com Braga<br />
mas seguimos em direcção a Barcelos, passando por pequenos<br />
apeadeiros entre bosques cerrados que alternam<br />
com o casario solitário.<br />
Depois de cruzado o rio Cávado, a linha passa sem dar a<br />
justa perspectiva dessa cidade e, por isso, <strong>para</strong> conhecer<br />
o centro histórico de Barcelos é necessária uma <strong>para</strong>gem<br />
prolongada, antes de regressar ao caminho que nos levará<br />
entre espigueiros, latadas e milheirais até Viana do<br />
Castelo.<br />
Viana e o Atlântico<br />
Ponte Eiffel em Viana do Castelo<br />
Até <strong>aqui</strong> marcado pelas serras, o horizonte modifica-se<br />
com a aproximação àquela cidade minhota e crescem as<br />
montanhas como pano de fundo do cenário urbano.<br />
Viana está na outra margem do Lima e atravessamos<br />
este rio pela ponte metálica<br />
desenhada por Eiffel,<br />
com os olhos pos-<br />
tos nas praias, nos cais e na silhueta<br />
citadina, coroada pelo santuário de<br />
Santa Luzia.<br />
Contornada a cidade, encontramos<br />
a costa atlântica e a linha segue <strong>para</strong>lela<br />
ao mar em direcção ao norte. Entre praias e pinhal,<br />
passam-se as vilas costeiras que se sucedem até encontrarmos<br />
a foz dos rios Minho e Caminha. Deixando esta<br />
cidade, atravessamos a confluência do rio Minho com o<br />
seu afluente Coura.<br />
Rio Minho<br />
A linha continua pelo rio acima, acompanhando a margem,<br />
ora de perto, ora mais afastado, fazendo o azul das<br />
águas doces alternar com o verde da paisagem. Do outro<br />
lado, o relevo acentua-se e pequenas localidades vão-se<br />
revelando até que Vila Nova de Cerveira nos recebe.<br />
Assim entramos no troço final desta viagem, sempre com<br />
o rio Minho como companheiro, que apenas abandonamos<br />
<strong>para</strong> entrar em Valença. Na vila que marca o fim<br />
da linha, destaca-se a magnífica praça-forte,<br />
que ainda hoje guarda com imponência<br />
o centro histórico,<br />
de visita obrigatória.<br />
Foz do rio Minho<br />
3
4<br />
BARCELOS<br />
Terra de comércio<br />
No coração do Minho, à beira do Cávado, Barcelos<br />
tem uma das maiores feiras do país e<br />
deu nome a um dos mais conhecidos símbolos<br />
portugueses, o Galo de Barcelos.<br />
D. Afonso Henriques concedeu-lhe foral em<br />
1140 e D. Dinis criou o condado com o mesmo<br />
nome, em 1298, com a nomeação do seu primeiro<br />
conde, D. João Afonso Telo de Menezes. Em 1515 D.<br />
Manuel atribuiu-lhe novo foral. O passar dos tempos<br />
fez de Barcelos uma grande comarca e importante<br />
pólo comercial, vincado pela feira semanal que começou<br />
a realizar-se na Idade Média. Tem lugar às<br />
quintas-feiras em pleno centro da cidade, no Campo<br />
da Feira, sendo a maior do Minho.<br />
Barcelos era uma das vias de peregrinação <strong>para</strong><br />
Santiago de Compostela tendo o seu nome origem<br />
no termo «a pequena barca» (Barc + ellus), como lugar<br />
de «passagem» <strong>para</strong> o Alto Minho e Santiago de<br />
Compostela. Durante o século XVIII, a cidade extravasou<br />
o perímetro amuralhado, conciliando a estrutura<br />
medieval com construções barrocas. Conserva um<br />
importante centro histórico, dominado pelo Paço<br />
dos Duques, Igreja Matriz e o Solar dos Pinheiros.<br />
A este núcleo, que inclui<br />
ainda o pelourinho e a<br />
ponte,<br />
Feira de Barcelos<br />
Estação de Barcelos<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
8 km 1 km<br />
A pé<br />
Táxi: T. 253 811 299, 253 812 163<br />
associa-se o<br />
Largo do Apoio, uma<br />
zona de características medievais,<br />
onde se encontra a Casa dos Carmonas, com<br />
uma torre do XIII. O oitavo conde de Barcelos, D.<br />
Afonso, filho bastardo de D. João I, trouxe prestígio a<br />
Barcelos, ao mudar-se de Chaves <strong>para</strong> <strong>aqui</strong>. A ele se<br />
devem a construção do Paço dos Duques,<br />
a reconstrução da Igreja Matriz<br />
e a edificação da muralha.
o QUe Ver<br />
Igreja Matriz<br />
Mandada construir por D. Pedro, terceiro conde de Barcelos,<br />
no século XIV, sofreu ampliações nos séculos seguintes.<br />
A frontaria, apesar de muito modificada, mantém<br />
o portal gótico com alguns motivos românicos. No<br />
interior apresenta duas belas imagens de Nossa Senhora<br />
da Assunção, sua padroeira, uma imagem gótica da<br />
Senhora da Franqueira, do século XV, e uma outra, em<br />
pedra de ançã, do século XIV. O órgão e os azulejos que<br />
cobrem as paredes são do século XVIII.<br />
Feira de Barcelos<br />
A feira de Barcelos remonta ao século XIII e realiza-se<br />
todas as quintas-feiras, sendo uma das maiores do<br />
Minho. Os feirantes enchem o campo da Feira desde<br />
a madrugada. No centro, é o núcleo da feira. Começa<br />
bem cedo, a partir das sete horas com vegetais e frutas.<br />
Também há galinhas vivas e flores de todas as cores. A<br />
feira dos panos, começa um pouco mais tarde e ainda<br />
vende pano a metro. Confecções, sapatos, botas, artigos<br />
<strong>para</strong> caça, linhos, lãs, toalhas, bolos e doces, não<br />
esquecendo as alfaias agrícolas e ferragens, são outros<br />
tantos atractivos desta feira. Na esquina em frente à<br />
igreja do Senhor Jesus da Cruz é a zona do artesanato,<br />
com destaque <strong>para</strong> o barro vermelho, pintado ou não.<br />
Paço dos Condes de Barcelos<br />
(Museu Arqueológico)<br />
Castelo apalaçado, construído na primeira metade do<br />
século XV, por D. Afonso, oitavo Conde de Barcelos e<br />
primeiro duque de Bragança. As suas altas chaminés<br />
simbolizavam a casa mais rica de Barcelos. Encontra-se<br />
LINHA DO MINHO BARCELOS<br />
<strong>aqui</strong> instalado o Museu Arqueológico de Barcelos. Do seu<br />
espólio destaca-se o Cruzeiro do Galo, ex-libris da cidade.<br />
Ponte Medieval<br />
Edificada sobre o rio Cávado, a ponte medieval, em pedra<br />
e ainda sólida, faz a ligação entre Barcelos e Barcelinhos.<br />
É uma edificação gótica do início do século XIV.<br />
Foi mandada construir por D. Pedro, terceiro conde de<br />
Barcelos, e veio reforçar o papel de pólo comercial que<br />
Barcelos já havia conquistado.<br />
Largo do Apoio<br />
Este teria sido o primeiro largo da cidade. No centro<br />
ergue-se, um chafariz renascentista, atribuído a João<br />
Lopes. Neste local encontra-se, também, a Casa dos<br />
Carmonas, a Casa do Alferes Barcelense e a Casa do<br />
Condestável. É a cidade de Barcelos medieval que revivemos,<br />
neste conjunto e nas ruelas vizinhas.<br />
Edifício da Câmara Municipal<br />
Totalmente remodelado em 1849, este edifício engloba<br />
também o antigo Hospital do Espírito Santo<br />
que no século XIV serviu de posto de assistência dos<br />
peregrinos a Santiago de Compostela. Existem ainda<br />
vestígios da antiga Capela de Santa Maria (século XIV)<br />
e da Igreja da Misericórdia (século XVI). A torre e a<br />
5
6<br />
BARCELOS LINHA DO MINHO<br />
Casa da Câmara são do século XV. Obras recentes de<br />
valorização e restauro mantém este conjunto bem<br />
preservado.<br />
Torre Nova /Centro de Artesanato<br />
É a única existente das três torres (Torre da Ponte, Torre<br />
da Porta Nova ou do Cimo de Vila e Torre da Porta<br />
do Vale), que correspondiam às entradas da vila. Torre<br />
em granito de base quadrangular, era inicialmente<br />
em forma de U, com apenas três faces em pedra,<br />
aberta <strong>para</strong> o interior da vila. Desde o século XVI até<br />
1932 foi uma cadeia. Hoje em dia está ocupada pelo<br />
posto de turismo e um centro de artesanato.<br />
Museu da Olaria<br />
Barcelos é terra de oleiros. São famosas as suas peças<br />
desta arte popular, que traduz a tradição de um povo.<br />
Este museu possui um espólio de mais de seis mil peças<br />
provenientes de diferentes regiões de Portugal,<br />
dos países africanos de expressão portuguesa e de<br />
outras regiões do mundo. Rosa Ramalho, Mistério e<br />
uma legião de outros artistas populares tornaram famosos<br />
os barros de Barcelos, quase sempre pintados<br />
e figurando santos, diabretes e animais fantásticos.<br />
Isto, claro está, <strong>para</strong> além do famoso Galo de Barcelos,<br />
ícone da cidade e de Portugal inteiro.<br />
Igreja do Bom Jesus da Cruz<br />
Com planta arredondada e de grandes dimensões, é<br />
uma das marcas do centro histórico barcelense, perto<br />
do Campo da Feira. Construção barroca de inspiração<br />
italiana, é um edifício possante de planta octogonal,<br />
cujo campanário encima uma fachada saliente, rematada<br />
por uma balaustrada com pináculos. Interiormente<br />
a nave tem planta em cruz latina, coberta por uma<br />
impressionante cúpula esférica. Os altares de talha barroca,<br />
os azulejos do século XVIII e oito painéis em tela<br />
são algumas das atracções desta invulgar igreja.<br />
Chafariz do Campo da Feira<br />
Fontanário edificado em 1621, está situado no Passeio<br />
dos Assentos (ou das Obras) e foi desenhado por João<br />
Lopes. Monumental, é um chafariz de tanque redondo e<br />
dupla taça e está encimado por um pináculo que ostenta<br />
as armas reais e o antigo brasão de Barcelos, por entre<br />
águias. Está ladeado por quatro escadarias e quatro fontes,<br />
decoradas com máscaras trágicas de onde sai a água.<br />
Museu Arqueológico de Barcelos<br />
Instalado no terreiro que circunda as ruínas do antigo<br />
Paço dos Condes de Barcelos, recolhe exemplares arqueológicos<br />
medievais (lápides, capitéis, cruzeiro da<br />
lenda do galo).
onde CoMer<br />
Aqui d´Algarve €€<br />
Muxama, griséus ou alcagoitas são algumas das palavras<br />
do léxico algarvio pouco conhecidas a Norte.<br />
Pouco conhecidas e pouco saboreadas, motivos que<br />
levaram Vítor Galvão Nazaré a abrir o restaurante Aqui<br />
d`Algarve em plena região minhota. A fachada logo<br />
denuncia ao que vem: recria uma tradicional moradia<br />
algarvia e dentro encontramos inúmeras referências à<br />
região. Mas é na cozinha que ela reina, em receitas típicas<br />
e sabiamente elaboradas, com produtos genuinamente<br />
algarvios, das amêijoas da ria Formosa à galinha<br />
com hortelã. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />
M Rua Doutor Augusto Monteiro, Loja 20<br />
T 969 497 303<br />
Bagoeira €€<br />
Cozinha tradicional conhecida pela sua qualidade numa<br />
casa centenária especialista em bem servir os pratos<br />
minhotos. O serviço é atento e eficiente, mesmo com<br />
muito movimento nas suas nove salas, especialmente<br />
à quinta-feira, dia de feira em Barcelos e de cozido à<br />
portuguesa. Outras especialidades que fazem a fama<br />
da casa: polvo e bacalhau assados na brasa, lampreia<br />
à bordalesa (na época), rojões à minhota, papas de<br />
sarrabulho e posta de vitela. Na doçaria perca-se com<br />
tentações como toucinho do céu ou sopa dourada. Zona<br />
de fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Avenida Doutor Sidónio Pais, 495<br />
T 253 811 236<br />
www.bagoeira.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DO MINHO BARCELOS<br />
Pedra Furada €€<br />
Num ambiente simpático, com mobiliário de traça antiga,<br />
as iguarias servidas são confeccionadas com produtos<br />
de cultivo próprio. Não fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira ao jantar<br />
M Rua Nova, Pedra Furada<br />
T 252 951 144<br />
onde dorMir<br />
Hotel Bagoeira ***<br />
Situado em frente ao campo da feira, foi inaugurado<br />
em 2004 e oferece quartos modernos,<br />
confortáveis e bem equipados.<br />
Quartos 54<br />
M Avenida Doutor Sidónio Pais, 495<br />
T 253 809 500<br />
www.bagoeira.com<br />
7
8<br />
VIANA DO CASTELO<br />
Princesa do Lima<br />
No ano de 1258 Viana foi fundada junto à desembocadura<br />
do rio Lima por D. Afonso III. Durante a época<br />
das Descobertas, teve bastante importância. Em<br />
tempos conhecida como Viana da Foz do Lima e Viana<br />
do Minho, é elevada a cidade em 1848, ganhando<br />
o nome definitivo de Viana do Castelo.<br />
Ergue-se junto à foz do rio Lima, num fértil vale, que<br />
constitui a entrada natural da cidade. O rio, a serra<br />
e o mar dão-lhe uma beleza invulgar. Aliás, Viana é<br />
mesmo uma das mais bonitas cidades portuguesas.<br />
O enquadramento paisagístico, com o estuário do<br />
Lima e o Monte de Santa Luzia, não podia ser melhor.<br />
O seu centro histórico é um dos mais bem conservados<br />
do país e é tudo menos um museu: é habitado<br />
e tem vida própria, sendo um prazer percorrer as<br />
ruas estreitas e lajeadas onde o tempo parece não<br />
ter passado. A cidade guarda vários monumentos,<br />
testemunhos de muitos séculos e de diversos estilos<br />
arquitectónicos. Tem beneficiado de intervenções recentes<br />
nas ruas e praças, da criação de vias pedonais<br />
e de uma ciclovia urbana.<br />
A proximidade do rio e do mar proporcionam excelentes<br />
condições <strong>para</strong> a prática de desportos náuticos<br />
e <strong>para</strong> o acolhimento de barcos de recreio na marina<br />
em frente ao jardim da cidade. Para além da paisagem<br />
e do valor histórico, a riqueza da etnografia, do<br />
artesanato (com destaque <strong>para</strong> as loiças e a filigrana)<br />
e da gastronomia, são trunfos que fazem de Viana do<br />
Castelo um destino obrigatório, especialmente em<br />
Agosto, por ocasião das festas da Senhora<br />
da Agonia, evento anual que<br />
atrai muitos milhares<br />
de visitantes.<br />
Edifício da estação ferroviária e escultura de homenagem ao folclore minhoto<br />
Estação de Viana<br />
do Castelo<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
0.5 km<br />
Táxis: 258 826 641<br />
Autocarros: Mini-autocarro eléctrico Gulliver<br />
que realiza o circuito centro histórico.<br />
De 2ª a 6ª, das 09h30h às 13h00 e das<br />
14h00 às 18h30.<br />
A estação<br />
Considerada “a mais<br />
bela estação de Portugal”<br />
por Ramalho<br />
de Ortigão, que também<br />
elogiou uma<br />
harmonia arquitectónica<br />
“que desafia toda a com<strong>para</strong>ção”, a estação de Viana<br />
foi construída em finais do século XIX (1878-1882). Este<br />
edifício em granito (das pedreiras de Afife) apresenta um<br />
desenho clássico e simétrico com um frontão<br />
central mais elevado, onde existe um<br />
relógio e uma coroa real.
o QUe Ver<br />
Santa Luzia<br />
Chegar ao Alto do Monte de Santa Luzia por elevador é<br />
uma experiência a não perder. O elevador, recuperado<br />
há poucos anos, foi construído em 1923. As duas pequenas<br />
carruagens sobem e descem até à Basílica de<br />
Santa Luzia. A viagem é segura e começa numa pequena<br />
central com acesso na estação ferroviária. Sete<br />
minutos e 600 metros depois, alcança-se o topo. E lá<br />
no alto, um panorama deslumbrante sobre a cidade, o<br />
rio Lima e o mar. As melhores vistas são do zimbório da<br />
basílica, que pode ser acedido através de um elevador<br />
ou por escadas na basílica. Pode então visitar a basílica,<br />
obra revivalista de Ventura Terra, construída em 1903,<br />
imitando o Sacré Coeur de Paris. Perto da basílica, encontra-se<br />
a Citânia de Santa Luzia, um dos castros mais<br />
conhecidos do Norte de Portugal, da Idade do Ferro.<br />
Praça da República<br />
Conjunto monumental no coração<br />
da zona histórica<br />
da cidade<br />
Igreja Matriz<br />
A Sé Catedral de Viana, de estrutura românica, é uma<br />
obra com influência gótica. A sua construção teve início<br />
do século XV. O portal apresenta um arco ogivado recortado<br />
por três arquivoltas decoradas, que são suportadas<br />
por seis esculturas que representam os apóstolos:<br />
São Pedro, São Paulo, São João, São Bartolomeu, São<br />
Tiago e Santo André.<br />
LINHA DO MINHO VIANA DO CASTELO<br />
de Viana do Castelo. O chafariz no centro da praça, obra<br />
do mestre canteiro João Lopes «O velho», foi, durante<br />
séculos, o ponto de abastecimento de água potável<br />
da cidade. De assinalar, também, os antigos Paços do<br />
Concelho, construídos entre os séculos XV e XVI. A completar<br />
o enquadramento desta bela praça a Igreja e a<br />
Casa das Varandas, edifício da Misericórdia, exemplar<br />
único da arquitectura renascentista e maneirista, com<br />
influências italianas e flamengas. A igreja, remodelada<br />
em 1716, apresenta no seu interior uma grande riqueza<br />
decorativa, em talha e azulejos e frescos pintados no<br />
tecto. É um dos melhores exemplares barrocos do país.<br />
Biblioteca Municipal<br />
A nova Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, da autoria<br />
do arquitecto Siza Vieira, está situada entre o rio<br />
Lima e o centro histórico da cidade. Muito bem integrado<br />
na paisagem, é um edifício de grande beleza, com<br />
luz natural a inundar os vários espaços. Desenvolve-se<br />
em dois pisos, tendo no rés-do-chão instalação de serviços<br />
técnicos, sala polivalente, bar e balcão de atendimento.<br />
O piso superior tem uma grande sala de leitura<br />
e uma secção infantil, salas de trabalho,<br />
zonas mais restritas <strong>para</strong> leitura e<br />
ateliês de expressão artística.<br />
9
10<br />
VIANA DO CASTELO LINHA DO MINHO<br />
Navio Gil Eannes<br />
O navio-hospital Gil Eanes, construído em 1955, apoiou,<br />
durante décadas, a frota bacalhoeira portuguesa da<br />
Terra Nova e Gronelândia. Está actualmente fundeado<br />
na antiga doca comercial de Viana e foi reconvertido<br />
pela Fundação Gil Eannes em espaço museológico ligado<br />
ao mar. Parte do navio foi também adaptado a<br />
pousada de juventude.<br />
Forte de Santiago da Barra<br />
Com os Descobrimentos, o porto de Viana torna-se um<br />
centro de comércio internacional, o terceiro mais movimentado<br />
do país, e um importante estaleiro, pelo que<br />
surgiu a necessidade de o defender, procedendo-se ao<br />
reforço da fortificação medieval existente. Passou a ser<br />
constituída por uma muralha quadrangular, tendo no<br />
centro a torre de Roqueta, que ainda hoje existe, ostentando<br />
as armas reais, ladeadas pela esfera armilar e pela<br />
cruz de Cristo. É durante o domínio filipino que decorrem<br />
as maiores obras que lhe conferiram o aspecto actual.<br />
o QUe SaBorear<br />
Doçaria<br />
Além das diversas pastelarias/cafés dispersos pela<br />
cidade onde pode apreciar a imensa variedade de<br />
doçaria, a Casa Natário, na Rua Manuel Espregueira<br />
n.º 37 é de visita obrigatória <strong>para</strong> os gulosos. Aqui<br />
encontra diversos doces e salgados tradicionais de<br />
Viana tais como: as famosas bolas de Berlim, manjericos,<br />
meias-luas, biscoitos de Viana, pão-de-ló,<br />
empadas de pato, salmão e lampreia, folhados de<br />
camarão e carne, frigideiras, entre outros.<br />
o QUe FaZer<br />
PrograMa<br />
CoMBoio aVenTUra<br />
Rotas do Minho<br />
Venha descobrir uma terra de encantos. Em Viana,<br />
faça uma viagem de funicular até ao Monte<br />
de Santa Luzia; após o almoço, um passeio pelo<br />
centro histórico, visita ao Navio Gil Eanes, passeio<br />
de barco no Lima, prova de vinhos verdes e lanche.<br />
Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />
Romaria de Nossa Senhora<br />
da Agonia<br />
A <strong>CP</strong> associa-se às maiores festas e eventos nacionais.<br />
Acompanhe no nosso site o calendário<br />
de iniciativas culturais e lúdicas, escolhendo<br />
o comboio como meio de deslocação.<br />
Informações em 808 208 208<br />
ou cp.pt
onde CoMer<br />
Casa d`Armas €€€<br />
Numa antiga casa senhorial conhecida por Casa do<br />
Campo da Feira, o restaurante é famoso pelos seus pratos<br />
de peixe e marisco. Lista de vinhos muito completa.<br />
Não fumadores.<br />
Encerra Quarta-feira<br />
M Largo 5 de Outubro, 30<br />
T 258 824 999<br />
Casa de Pasto Maria de Perre €<br />
Casa minhota que prima pela qualidade da cozinha<br />
sendo um dos melhores restaurantes da cidade. Decoração<br />
em estilo rústico num ambiente muito agradável.<br />
Na ementa há bacalhau à Zé do Pipo, cabritinho e vitela<br />
assada no forno, arroz de cabidela, rojões e arroz de sarrabulho.<br />
Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />
todo o dia<br />
M Rua de Viana, 118<br />
T 258 822 410<br />
Os Três Potes €€<br />
Comida bem tradicional a privilegiar os sabores minhotos<br />
com os rojões e os assados à cabeça, mas também<br />
com lugar <strong>para</strong> a reconhecida lampreia. Situado em<br />
Viana do Castelo, numa antiga padaria comunitária,<br />
com velhas faianças a emoldurar as paredes de granito.<br />
Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Beco dos Fornos, 7/9<br />
T 258 829 928<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DO MINHO VIANA DO CASTELO<br />
onde dorMir<br />
Hotel Axis Viana - Business & SPA ****<br />
Junto ao centro histórico de Viana, é um hotel<br />
moderno, de arquitectura contemporânea e decoração<br />
de interiores cuidada. Tem restaurante, bar,<br />
piscina, esplanada e spa.<br />
Quartos 87<br />
M Avenida Capitão Gaspar de Castro<br />
T 258 802 000<br />
www.axishoteisegolfe.com<br />
Hotel Flôr de Sal ****<br />
Janela aberta <strong>para</strong> o Atlântico e <strong>para</strong> a serra de<br />
Santa Luzia, o hotel aposta na serenidade <strong>para</strong><br />
dias e noites bem relaxados. Para fazer jus ao<br />
nome a piscina é de água salgada e os tratamentos<br />
do spa incluem a água do mar. Distingue-se<br />
pela luminosidade e pelo pormenor na decoração.<br />
Quartos 60<br />
M Avenida de Cabo Verde,<br />
Parque Empresarial da Praia Norte<br />
T 258 800 100<br />
www.hotelflordesal.com<br />
Hotel Rali ***<br />
Moderna e funcional unidade hoteleira situada<br />
junto ao centro histórico e comercial de Viana do<br />
Castelo.<br />
Quartos 38<br />
M Avenida Afonso III, 180<br />
T 258 829 770<br />
www.hotelrali.com<br />
11
12<br />
CAMINHA<br />
guardiã lusa na foz<br />
do Minho<br />
Situada num local de rara beleza, na foz do rio Minho,<br />
que <strong>aqui</strong> serve de fronteira, a secular vila de Caminha<br />
foi personagem activa em todos os diferendos e lutas<br />
entre Portugal e Espanha.<br />
D. Dinis concedeu-lhe foral em 1284, Dom João I<br />
tornou-a um porto franco e D. João IV mandou construir,<br />
em 1540, as fortes muralhas que envolveram a<br />
cidade, sempre com o objectivo de defender o território<br />
luso.<br />
Região de um rico património histórico, podemos<br />
admirá-lo nos inúmeros monumentos, dos quais a<br />
Igreja Matriz é a sua jóia principal e a Torre do Relógio<br />
(entre a Praça Municipal e a Rua Direita) o melhor<br />
exemplo da arquitectura medieval. No centro histórico<br />
da vila, agora restaurado, encontramos também o<br />
renascentista Chafariz do Terreiro (em frente à torre)<br />
e pelas ruas sinuosas da vila encontram-se também<br />
belos solares, capelas e portões decorados.<br />
A paisagem é diversificada e rica, graças aos rios,<br />
serras e mar. Nas margens dos rios - Minho, Coura<br />
e Âncora – há vegetação abundante, e a envolvente<br />
da serra d’ Arga, a 700 metros de altitude, enriquece<br />
o património natural, ao qual acrescem também<br />
as belíssimas praias e zonas balneares de Vila Praia<br />
de Âncora e Moledo. Com rico artesanato e gastronomia,<br />
as festas populares, como é característico da<br />
região minhota, têm grande significado, com<br />
destaque <strong>para</strong> as festividades de<br />
Agosto em honra de<br />
Santa Rita<br />
Chafariz do Terreiro na Praça do Conselheiro Silva Torres (Terreiro de Caminha)<br />
Estação de Caminha<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
8 0.5 km km<br />
A pé<br />
Táxi: T. 258 921 401<br />
A estação<br />
É a única estação<br />
da Linha do Minho<br />
revestida com azulejos<br />
neoclássicos.<br />
São 19 painéis de<br />
Gilberto Renda,<br />
que mostram, entre<br />
outros motivos, a praia de Moledo, a faina dos<br />
pescadores no rio ou a praça prin-<br />
cipal de Caminha num<br />
dia de feira.<br />
de Cássia.<br />
Mas maior fama tem<br />
o Festival de Vilar de Mouros, o<br />
mais antigo festival de música do país, que<br />
se realizou pela primeira vez em 1971, sendo então<br />
apelidado de “Woodstock português”. A segunda<br />
edição viria a acontecer apenas em 1982. A<br />
última edição foi em 2006, assinalando<br />
os 35 anos<br />
do evento.
o QUe Ver<br />
Muralhas de Caminha<br />
Da cerca com dez torres que protegia o burgo no século<br />
XII hoje em dia resta apenas a do relógio, que corresponde<br />
à torre de menagem medieval. No século XVII o<br />
velho castelo medieval é substituído por uma fortificação<br />
poligonal, cujos baluartes protegiam a zona virada<br />
aos rios Minho e Coura. Actualmente ainda são visíveis<br />
o baluarte da Matriz, mesmo em frente à barra que<br />
ostenta as armas reais, e o baluarte de Santo António,<br />
na parte alta da vila, e que protegia o antigo Convento<br />
de Santo António. Na foz do rio, numa ilhota fronteira,<br />
vê-se o Forte da Ínsua construído durante a ocupação<br />
filipina sobre uma estrutura militar manuelina e reconstruído<br />
após a Restauração<br />
Igreja Matriz de Caminha<br />
É um templo que marca a transição do gótico final <strong>para</strong><br />
o renascimento, contendo azulejos do século XVII, retábulos<br />
de talha dourada do estilo nacional e dois<br />
confessionários neo-manuelinos. Templo<br />
de raiz gótica, todo em<br />
granito, apre-<br />
Torre do Relógio<br />
A Torre do Relógio é o edifício mais característico<br />
de Caminha. Situada no centro da vila, a torre<br />
faz a ligação com a zona histórica e forma com o<br />
edifício da Câmara Municipal, século XVI, e o da<br />
Misericórdia, século XVI, um destacado conjunto<br />
arquitectónico. Trata-se de um monumento medieval,<br />
construído no século XV.<br />
LINHA DO MINHO CAMINHA<br />
senta uma fachada com portal renascentista, encimada<br />
por uma rosácea, e é flanqueado por uma robusta torre.<br />
Forte da Ínsua<br />
D. João IV mandou construir esta fortaleza, em 1649,<br />
numa ilhota da foz do rio Minho. Mas suas origens remontam<br />
a 1392, ano da fundação de um convento franciscano<br />
sobre uma ermida pré-existente. Eventualmente<br />
teria <strong>aqui</strong> havido obras defensivas desde o reinado de<br />
D. Manuel. Tem planta hexagonal, com baluartes nos<br />
vértices. Ajudou a repelir uma tentativa de desembarque<br />
durante a II Invasão Francesa, em 1809. Durante as<br />
Lutas Liberais, foi vencida pela esquadra de D. Pedro, comandada<br />
pelo britânico Napier. É monumento nacional<br />
e foi alvo de melhoramentos em 2001. O acesso ao forte<br />
é feito por barco, a partir da praia de Moledo.<br />
Proporciona vistas fantásticas sobre o<br />
estuário do rio Minho.<br />
13
14<br />
CAMINHA LINHA DO MINHO<br />
Paços do Concelho<br />
Edifício de dois pisos, com arcada alpendrada assente<br />
em pilares. No interior eleva-se uma monumental escadaria<br />
de pedra. Cobre a sala de sessões um tecto de castanho,<br />
de 32 caixotões octogonais, com lavores de talha.<br />
Capela da Misericórdia de Caminha<br />
Igreja renascentista de nave única, com elementos do<br />
barroco e do rococó. No interior predomina o barroco,<br />
sendo o altar-mor de estilo nacional, com um belo frontal<br />
esculpido. A sacristia, forrada a azulejos tipo tapete,<br />
guarda imagens de assinalável valor artístico.<br />
Forte da Lagarteira<br />
Mandado construir por D. Pedro II, em 1702, juntamente<br />
com o Forte do Cão, a sul de Vila Praia de Âncora.<br />
Além de defender a costa a norte da vila, também servia<br />
de refúgio à população em caso de ameaça vinda<br />
do mar. Permitia vigiar, fazer fogo sobre navios hostis e<br />
evitar desembarques inimigos na praia.<br />
Forte do Cão<br />
Situa-se a norte de Afife e a sul de Vila Praia de Âncora.<br />
Embora em ruínas faz parte da memória do sistema<br />
defensivo desta costa. Articulava-se estrategicamente<br />
com o Forte da Lagarteira, do lado norte da vila.<br />
o QUe FaZer<br />
Ecovia do Atlântico<br />
Esta ecovia é constituída por três percursos -<br />
Foz do Minho, Caminho do Sargaceiro e Caminho<br />
das Camboas, permitindo um agradável<br />
passeio em contacto com a natureza. O troço<br />
da Foz do Minho, com cerca de 1 km, permite<br />
admirar o estuário do rio Minho. O fragmento<br />
do Sargaceiro, liga Moledo a Cruz Vermelha,<br />
são 1,7 km de caminho junto à praia. O troço<br />
de Camboas vai até Campo do Castelo sendo a<br />
paisagem marcada pelo oceano Atlântico em<br />
fundo.<br />
onde CoMer<br />
Adega do Chico €<br />
Casa típica e rústica, com uma sala agradável e acolhedora,<br />
que dá primazia às especialidades minhotas. Não fumadores.<br />
Encerra Quarta-feira ao jantar e quinta-feira<br />
M Rua Visconde Sousa Rego, 30<br />
T 258 921 781<br />
Amândio €€<br />
Na zona histórica de Caminha, é uma casa pequena,<br />
com decoração sóbria e uma cozinha de respeito, como<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
é tradição nesta zona do país. Serve petiscos bem portugueses,<br />
das pataniscas de bacalhau, às sardinhas de<br />
escabeche ou o polvo vinagrete. Cuidado <strong>para</strong> não se<br />
perder com as entradas. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar<br />
M Rua Direita, 129<br />
T 258 921 177<br />
Café Valadares €<br />
Casa essencialmente petisqueira, e que petiscos! Também<br />
conhecido por Parreirinha, dispõe de uma sala<br />
ampla envidraçada, muito convidativa. Não fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira<br />
M Travessa Cabo Custódio<br />
T 258 921 097<br />
Duque de Caminha €€<br />
Situado junto à Igreja Matriz de Caminha, é conhecido<br />
pelas especialidades regionais. Uma refeição <strong>aqui</strong> termina<br />
quase sempre com uma maçã flamejada. A garrafeira é outro<br />
ponto forte. A sala de refeições apresenta-se forrada a<br />
pedra oferecendo um ambiente acolhedor. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />
(excepto em Agosto)<br />
M Rua Ricardo Jo<strong>aqui</strong>m de Sousa, 111/113<br />
T 258 722 046<br />
LINHA DO MINHO CAMINHA<br />
onde dorMir<br />
Hotel Porta do Sol ****<br />
Entre a praia de Moledo e Caminha, junto à Mata do<br />
Camarido, com vista fabulosa <strong>para</strong> o rio Coura e o<br />
estuário do Minho. Com restaurante, piscina e ténis.<br />
Quartos 93<br />
M Avenida Marginal Lote 1<br />
T 258 710 360<br />
www.hotelportadosol.eu<br />
Parque de Campismo de Caminha<br />
A curta distância da fronteira com Espanha e apenas<br />
a 200 metros da praia, oferece vastas zonas<br />
de sombras naturais. Fica localizado num pinhal<br />
sobranceiro ao estuário do rio Minho.<br />
M EN 13, Km 90 Mata do Camarido<br />
T 258 921 295<br />
www.orbitur.com<br />
15
16<br />
VILA NOVA DE CERVEIRA<br />
Terra de artes à beira<br />
Minho<br />
Debruçada sobre o rio Minho, a fronteiriça<br />
Vila Nova de Cerveira foi fundada<br />
pelo rei D. Dinis em 1317, altura em<br />
que a sua posição geográfica era muito<br />
importante <strong>para</strong> a defesa da passagem<br />
fluvial que dá acesso à região<br />
da Ribeira Lima. Para defender a jovem povoação, o<br />
monarca mandou então construir uma fortaleza de<br />
planta oval com oito torres. Ao longo dos séculos,<br />
o castelo foi sendo sucessivamente alterado e uma<br />
parte está integrada na Pousada D. Dinis. Dentro do<br />
recinto amuralhado conservam-se ainda a antiga<br />
Casa da Câmara, o pelourinho do século XVI e a Igreja<br />
setecentista da Misericórdia. Já na rua direita existe<br />
um arco gótico que fazia parte do antigo Paço medieval<br />
dos Governadores.<br />
Além do seu património histórico, a vila oferece também<br />
uma grande riqueza natural, que se pode admirar,<br />
por exemplo, do Miradouro do Monte da Senhora<br />
da Encarnação. Aqui existe uma escultura metálica<br />
de um cervo (animal que deu nome à vila), de onde<br />
se avista uma das mais belas paisagens minhotas,<br />
autêntico postal ilustrado da região, no qual uma<br />
bela paisagem verdejante envolve o rio com as suas<br />
duas curiosas ilhas, a da Boega e a dos<br />
Amores. Apesar de ser uma vila<br />
modesta, cuja economia<br />
assenta<br />
em<br />
Vista das muralhas sobre o rio Minho<br />
Estação de Vila Nova<br />
de Cerveira<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0.5Km<br />
A pé<br />
boa parte<br />
Táxi: T. 251 797 120<br />
na agricultura,<br />
Vila Nova de Cerveira passou<br />
a integrar também os principais<br />
roteiros culturais do país, graças a uma importante<br />
bienal de arte que regularmente abre as suas<br />
portas a artistas de todo o mundo. A Bienal Internacional<br />
de Artes originou também a criação de um<br />
museu que guarda o espólio das bienais, testemunhando<br />
a evolução das artes plásticas ao longo dos<br />
últimos 25 anos. De referir, ainda, o valioso espólio<br />
do espaço museológico do Convento de São Paio<br />
e o Aquamuseu do Rio Minho, criado em<br />
2005, no Parque de Lazer do<br />
Castelinho.
o QUe Ver<br />
Castelo<br />
Durante séculos, o castelo de Vila Nova de Cerveira desempenhou<br />
um papel decisivo na defesa da fronteira norte de<br />
Portugal. Se as muralhas de Caminha e o Forte da Ínsua<br />
defendiam a foz do rio Minho, a vila de Cerveira, 10 km<br />
<strong>para</strong> montante, cobria um ponto estratégico importante,<br />
onde as condições da margem e dos fundos favoreciam<br />
a travessia das forças invasoras. Do perímetro fortificado<br />
que existiu até século XIX só subsiste o castelo medieval<br />
mandado reforçar por D. Dinis, já que a maior parte das<br />
linhas abaluartadas mandadas fazer após a Restauração<br />
foi destruída a partir de 1880. A visita ao castelo está<br />
condicionada por <strong>aqui</strong> funcionar uma unidade<br />
hoteleira, a Pousada de<br />
D. Diniz.<br />
Miradouro do Monte da Senhora da<br />
Encarnação<br />
D<strong>aqui</strong> abarca-se uma das mais belas paisagens da região,<br />
dominada pelas margens verdejantes do rio Minho<br />
e as ilhas da Boega e dos Amores. Este miradouro<br />
destaca-se do cenário através de uma escultura metálica<br />
de um cervo (animal que deu nome à vila), da autoria<br />
do escultor José Rodrigues. A subida desde o centro da<br />
vila até ao cimo do monte oferece várias perspectivas e<br />
ângulos de observação de um panorama excepcional<br />
que se estende desde a foz do rio Minho até às serras de<br />
ambos os lados da fronteira. Vale a pena <strong>para</strong>r a meio da<br />
subida <strong>para</strong> visitar uma antiga atalaia medieval, perdida<br />
no meio da mata, de onde se alcança uma vista fabulosa.<br />
LINHA DO MINHO VILA NOVA DE CERVEIRA<br />
Perto da beira-rio e <strong>para</strong> montante do castelo, fica o Forte<br />
de Lovelhe, que completava a defesa da vila.<br />
Pousada de D. Diniz<br />
Convento de São Paio<br />
Conjunto patrimonial composto pela igreja e claustros,<br />
salas expositivas, jardins e uma zona de mata e lagoas.<br />
Guarda o espólio do escultor Mestre José Rodrigues, do<br />
qual fazem parte as esculturas em bronze expostas nos<br />
jardins, desenhos de autores portugueses do século<br />
XIX à actualidade, esculturas em metal<br />
dos anos de 1960, entre<br />
outras obras.
18<br />
VILA NOVA DE CERVEIRA LINHA DO MINHO<br />
Igreja Matriz<br />
Dedicada a S. Cipriano, apresenta uma fachada imponente,<br />
de feição barroca, ladeada por duas torres<br />
sineiras. Tem planta de três naves, se<strong>para</strong>das por arcos<br />
assentes em grossas colunas toscanas, um arco triunfal<br />
neoclássico e uma pequena capela-mor. O templo merece<br />
destaque, sobretudo, belo belíssimo retábulo barroco<br />
do altar-mor, em estilo nacional, datado de 1734,<br />
da autoria do mestre cerveirense Veríssimo Barbosa.<br />
Pelourinho<br />
O pelourinho de Vila Nova de Cerveira é do século XVI,<br />
estando assente sobre três degraus. Possui fuste liso e<br />
capitel, sendo rematado por um corpo tronco-cónico<br />
com brasão de armas. Ainda conserva os ferros antigos.<br />
Aquamuseu do Rio Minho<br />
Inaugurado em Julho de 2005, é um projecto destinado a<br />
de aquários está ordenado de forma a permitir uma viagem<br />
pelo cursos do rio, começando em Lugo (Espanha)<br />
e terminando na foz, em Caminha. Ao longo do trajecto,<br />
representativas do rio, como a truta, a tainha ou a lampreia.<br />
Além das quatro dezenas de peixes nos aquários,<br />
há ainda um casal de lontras alojado num espaço próprio,<br />
-<br />
nhecer as artes da pesca que atravessaram gerações de<br />
homens ligados ao rio, <strong>para</strong> além de equipamentos, materiais,<br />
utensílios e roupas utilizados pelos pescadores.<br />
Uma biblioteca/cafetaria com esplanada, convertível em<br />
auditório, completa as infra-estruturas de apoio.<br />
O QUE FAZER<br />
Parque de Lazer do Castelinho<br />
Inaugurado em 2007, é uma zona de lazer com<br />
forte componente pedagógica ligada à Natureza<br />
e aos recursos hídricos, em harmonia com o<br />
Aquamuseu do Rio Minho, <strong>aqui</strong> integrado. Existe<br />
no parque uma réplica do rio Minho, em que o<br />
curso do mesmo foi recriado através de canais e<br />
comportas, e um trilho botânico com espécies<br />
autóctones (choupo, salgueiro, amieiro, loureiro,<br />
vidoeiro). Existe ainda uma charca interpretativa<br />
mais representativas do rio Minho.<br />
Considerada umas das melhores do país, a praia<br />
Nova de Cerveira. A escassos minutos do Aquamuseu<br />
e banhada pelo rio Minho, possui bons<br />
acessos e equipamentos de apoio.<br />
É uma praia vigiada, com<br />
restaurante e bar.
onde CoMer<br />
Casa do Lau €<br />
Com uma soberba esplanada com vista <strong>para</strong> o rio Minho,<br />
esta casa serve pratos regionais bem conseguidos.<br />
Serve lampreia e sável na época. Não fumadores.<br />
Encerra Quinta-feira<br />
M Rua da Igreja, Loivo<br />
T 251 795 162<br />
Marinelo €<br />
No centro da vila, serve a boa cozinha minhota em<br />
ambiente simples. Bacalhau frito à minhota e sável e<br />
lampreia, na época. Não fumadores.<br />
M Rua Queirós Ribeiro<br />
T 251 795 114<br />
Casa das Velhas €€<br />
Belíssimo espaço, em granito e a madeira, com sala de refeições<br />
espaçosa e esplanada com magnífica vista panorâmica.<br />
Na ementa há polvo na brasa, cabrito assado à serra d’ Arga<br />
e posta mirandesa, entre outros pratos. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />
M Quinta Mineirinhas<br />
T 251 708 400<br />
www.mineirinhas.com<br />
LINHA DO MINHO VILA NOVA DE CERVEIRA<br />
Casa das Velhas<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
onde dorMir<br />
Hotel Turismo do Minho ****<br />
Unidade hoteleira moderna e acolhedora, inserida<br />
numa região de natureza ímpar, reconhecida<br />
também pelo seu estatuto artístico e prazeres<br />
gastronómicos. Com restaurante, piscina e ténis.<br />
Quartos 65<br />
M EN 13, Vila Meã<br />
T 251 700 245<br />
www.hotelminho.com<br />
Pousada de Juventude de V. Nova de Cerveira<br />
Pousada moderna, com óptimas condições e<br />
equipamentos, constituindo um bom ponto de<br />
partida <strong>para</strong> descobrir o Alto Minho.<br />
M Rua Alto das Viegas<br />
T 251 796 113<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
19
20<br />
VALENçA<br />
Praça de guerra<br />
Sobre uma pequena elevação sobranceira ao rio<br />
Minho, ergue-se a vila fortificada de Valença, também<br />
conhecida por Valença do Minho. Pouco se sabe<br />
sobre as suas origens. A existência de castros nas redondezas<br />
e de um marco miliário ao pé do rio, confirma<br />
que esta terra já era habitada no tempo da romanização,<br />
mas estações rupestres e monumentos<br />
megalíticos fazem remontar as suas raízes a tempos<br />
mais longínquos. Repovoada por ordem de D. Sancho<br />
I, tem foral concedido por D. Afonso III, em 1262.<br />
A razão de ser de Valença, cuja praça-forte é considerada<br />
uma obra-prima da arquitectura militar, foi,<br />
durante séculos, a defesa deste ponto da fronteira.<br />
As suas muralhas, por mais de uma vez destruídas<br />
mas sucessivamente reconstruídas, merecem uma<br />
visita demorada, seja pelo seu traçado único, seja<br />
pela sua extensão ou pela sua conservação e beleza.<br />
Quem as percorrer, fica deslumbrado pela panorâmica<br />
que a cada passo vai desfrutando: o rio Minho<br />
com as suas águas tranquilas, a Galiza ribeirinha e<br />
Tuy, dominada pela imponente sé catedral.<br />
Valença é hoje um pólo de grande atracção turística,<br />
uma cidade onde convivem o antigo e o moderno;<br />
onde, a par da construção e arquitectura passadas,<br />
se levantam novas construções e estruturas, o<br />
comércio floresce e a actividade hoteleira<br />
e similar progride dia<br />
após dia.<br />
Fortaleza de Valença<br />
Estação de Valença<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
1 km<br />
A pé<br />
Táxi: T. 251 822 121<br />
A estação<br />
Esta estação fronteiriça<br />
que marca<br />
o fim da Linha do<br />
Minho apresenta<br />
um elegante edifício<br />
com telhado<br />
amansarrado à<br />
francesa (o único do género numa gare portuguesa)<br />
e pórticos com colunas metálicas. A sul, existe<br />
um curioso núcleo museológico, numa antiga<br />
cocheira ferroviária, com locomotivas<br />
antigas, carruagens e outro material<br />
do século XIX.
o QUe Ver<br />
Fortaleza de Valença<br />
Construída após a Restauração, esta fortaleza foi o<br />
ponto-chave da defesa da fronteira do Minho. Apesar<br />
de um sem-número de combates (contra espanhóis e<br />
franceses, liberais e absolutistas, cabralistas e setembristas),<br />
esta estrutura militar está razoavelmente<br />
conservada. O perímetro fortificado actual resulta da<br />
sobreposição da praça setecentista e do castelo medieval,<br />
do qual restam alguns vestígios. A fortaleza é<br />
constituída por dois corpos, a Coroada (posterior) e a<br />
Vila Velha, ligados pelas pontes e portas reforçadas,<br />
conhecidas como Portas do Meio. No interior do corpo<br />
o Campo de Marte com o seu Paiol Geral, a Capela Militar<br />
do Bom Jesus e a Capela de São Sebastião, assim<br />
como a estátua de São Teotónio, padroeiro de Valença.<br />
O acesso ao corpo principal da fortaleza é feito pelas<br />
Portas do Sol, a nascente, as Portas da Fonte da Vila, a<br />
poente e as Portas da Gabiarra, a norte.<br />
Capela da Misericórdia<br />
Belo exemplar da arquitectura religiosa, barroca e neoclássica.<br />
No interior tem dois balcões, possivelmente <strong>para</strong><br />
o cadeiral dos mesários, colocados superiormente junto<br />
ao coro-alto e retábulos de talha policroma<br />
da neoclássica.<br />
Museu Ferroviário de Valença<br />
Como em outras secções museológicas da <strong>CP</strong>, <strong>aqui</strong> podem<br />
admirar-se bonitas locomotivas e carruagens que nos fazem<br />
sonhar com tempos idos e viagens míticas como as<br />
do antigo Expresso do Oriente ou mesmo do Sud Express.<br />
É o caso do salão rolante, de fabrico francês, que era<br />
aquecido por uma pequena salamandra e cujas louças<br />
da casa de banho são ainda hoje um gosto <strong>para</strong> o olhar.<br />
Também outra carruagem salão de 1884 nos surpreende<br />
pelos seus cadeirões de veludo, lavatórios e cómodas com<br />
tampo de mármore. Ao contrário do que hoje muito se<br />
apregoa, <strong>aqui</strong>lo é que era qualidade de vida…<br />
LINHA DO MINHO VALENçA<br />
Igreja de Santo Estevão<br />
Com uma fachada simples, ao estilo renascença, conserva<br />
na capela-mor pinturas alusivas à vida do santo<br />
padroeiro e um quadro quinhentista que representa a<br />
igreja de origem medieval.<br />
Igreja de Santa Maria dos Anjos<br />
Igreja matriz da cidade, é um templo de estilo românico,<br />
datado do século XIII. É constituído por uma estrutura<br />
de nave única. Tem a capela-mor, a torre sineira,<br />
uma capela e sacristia, em corpo único rectangular,<br />
adossado a sul. A fachada principal da igreja exibe uma<br />
cornija saliente e um portal em arco de<br />
volta perfeita.<br />
21
22<br />
VALENçA LINHA DO MINHO<br />
o QUe FaZer<br />
PrograMa<br />
CoMBoio aVenTUra<br />
Rotas do Minho<br />
Venha descobrir uma terra de encantos, onde se<br />
conjugam vários factores. É no apego às romarias<br />
que a alma do Minho se desvenda, onde as tradições<br />
marcam a história, num berço folhado de<br />
verde. A <strong>CP</strong> estabeleceu parcerias com entidades<br />
organizadoras de eventos, a pensar na di<strong>versão</strong><br />
de todos. Em Valença o programa é composto por<br />
um passeio de BTT pela ecopista, almoço no restaurante<br />
na Fortaleza de Valença, passeio guiado<br />
pelo centro histórico e tempo livre. Informações<br />
em 808 208 208 ou cp.pt<br />
Ecopista do Rio Minho<br />
Os 12 km do troço final da Linha do Minho, entre Valença<br />
e Monção, foram transformados numa ecopista,<br />
acessível a peões e bicicletas. Desenvolve-se entre os<br />
arredores da estação de Valença (perto do local onde<br />
a linha bifurca <strong>para</strong> Espanha) e o antigo apeadeiro da<br />
Senhora da Cabeça, a 3 km de Monção. Quase sempre<br />
com o rio Minho à vista, permite um passeio inesquecível<br />
pelo meio da Natureza.<br />
Capela de Nossa Senhora do Faro<br />
Está localizada no Monte do Faro, local elevado de<br />
onde se abarca uma magnífica panorâmica sobre Valença<br />
e o rio Minho. O templo é uma pequena capela<br />
barroca do século XVIII com tecto da nave em madeira<br />
e capela-mor com abóbada de caixotões. Possui<br />
retábulo-mor de estilo nacional. É <strong>aqui</strong> que se<br />
realiza a Romaria de Nossa Senhora<br />
do Faro, a 15 de Agosto.<br />
Trilhos Pedestres<br />
Existem em Valença vários percursos pedestres sinalizados,<br />
criados pela Câmara Municipal. É o caso do<br />
trilho do Monte do Faro, um dos mais interessantes<br />
do ponto de vista paisagístico. Com uma extensão de<br />
8 km, desenvolve-se nas elevações a leste de Valença,<br />
em redor da Ermida da Senhora do Faro, e proporciona<br />
belos panoramas sobre o vale do rio Minho e o sul da<br />
Galiza. Menção ainda <strong>para</strong> os outros trilhos: Mosteiro<br />
(em Cerdal, à descoberta do Ribeiro Mira), Via Romana,<br />
Veiga da Mira, Ínsua do Crasto (complementar à<br />
ecopista) e Entre Mosteiros (com passagem pelos conventos<br />
de Ganfei e Sanfins).
onde CoMer<br />
Mané €€<br />
Restaurante com uma boa cozinha minhota, agradavelmente<br />
decorado e com um serviço muito profissional.<br />
Não fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira.<br />
M Avenida Miguel Dantas<br />
T 251 823 402<br />
Quinta do Prazo €€€<br />
Instalado desde 2005 numa antiga quinta agrícola recuperada,<br />
combina as vertentes de restaurante e espaço<br />
<strong>para</strong> eventos. Assume-se como um projecto de qualidade,<br />
no registo de cozinha de autor. Ao comando estão<br />
Paulo Fonseca e Amaya Guterres, sendo ela responsável<br />
pela cozinha e ele por tudo o que diz respeito ao vinho.<br />
Reinterpretando a cozinha tradicional minhota, Amaya<br />
recupera receitas antigas e trabalha os produtos da região<br />
com recurso a novas técnicas. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo (jantar) e Segunda-feira<br />
M Lugar da Urgeira<br />
T 251 821 230<br />
www.restaurantequintadoprazo.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DO MINHO VALENçA<br />
onde dorMir<br />
Pousada de São Teotónio<br />
Charme e muita discrição dentro da Fortaleza de<br />
Valença e com direito a vista <strong>para</strong> Tui e o rio Minho.<br />
No restaurante provem-se as iguarias da região.<br />
Quartos 18<br />
M Baluarte do Socorro<br />
T 251 800 260<br />
www.pousadas.pt<br />
Hotel Valença do Minho ***<br />
Localizado no centro da vila, perto da estação de<br />
comboios e da rodoviária, este hotel tem piscina<br />
exterior, parque de estacionamento e ainda serviço<br />
de restaurante e bar.<br />
Quartos 36<br />
M Avenida Miguel Dantas<br />
T 251 824 392<br />
www.hotelvalencadominho.com<br />
23
a Bordo do CoMBoio regionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
1 Linha do Minho<br />
2 Linha do douro<br />
3 Linha do Vouga<br />
4 Linha do norte e ramal de Tomar<br />
5 Linha da Beira alta<br />
6 Linha da Beira Baixa<br />
7 Linha do oeste<br />
8 Linha do Leste e ramal de Cáceres<br />
9 Linha do algarve
Foto: Vista sobre o rio Douro e os vinhedos em socalco a boRdo do comboio RegionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
Linha do doURo<br />
Peso da Régua<br />
Pinhão<br />
Tua<br />
Pocinho
LINHA DO DOurO<br />
Ermesinde<br />
Paredes<br />
Penafiel<br />
Marco de Canaveses<br />
Barqueiros<br />
Caldas de Moledo<br />
Peso da régua<br />
Pinhão<br />
Tua<br />
Ferradosa<br />
Pocinho<br />
“a viagem<br />
torna-se<br />
grandiosa<br />
d<strong>aqui</strong> em<br />
diante”
ao encontro das vinhas históricas<br />
LINHA DO DOurO<br />
É um dos mais belos trajectos ferroviários portugueses e desenvolve-se durante mais<br />
de 150 quilómetros ao longo do rio Douro, por entre as paisagens vinhateiras classificadas<br />
como Património da Humanidade.<br />
Pelas margens de um rio<br />
A estação de São Bento, ou a da<br />
Campanhã, no Porto, marcam o<br />
início desta linha ferroviária que<br />
antes nos levava até à fronteira com<br />
Espanha, em Barca d’Alva. O troço final do percurso está<br />
encerrado desde 1988 pelo que o passeio termina agora<br />
na estação do Pocinho. Mas até lá, grande parte do<br />
trajecto acompanha as margens do rio Douro, naquela<br />
que é a maior extensão de via-férrea portuguesa ladeada<br />
de água.<br />
Durante a primeira hora de viagem, entre o Porto e Marco<br />
de Canaveses, a Linha do Douro leva-nos entre periferias<br />
urbanas, enquadradas pelas serras de Valongo, da Aboboreira<br />
e do Marão. Em Penafiel, atinge-se o ponto mais a<br />
norte, e mais elevado, do percurso. A partir daí, o comboio<br />
começa uma descida até ao rio, que se acentua depois da<br />
passagem por Marco de Canaveses. Atravessa-se o longo<br />
túnel do Juncal e antes da <strong>para</strong>gem em Mosteirô e da<br />
ponte <strong>para</strong> Cinfães, de súbito, como que explode à direita<br />
da carruagem a imponência das paisagens do Douro.<br />
Coimboio a vapor na estação do Tua<br />
Cenários deslumbrantes<br />
A viagem torna-se grandiosa d<strong>aqui</strong> em diante, com o<br />
grande espelho de água do Douro à direita e os primeiros<br />
socalcos vinhateiros a aparecerem na outra margem.<br />
Será neste registo que se vai desenrolar a viagem até<br />
Peso da Régua, a histórica cidade do Douro Vinhateiro<br />
onde apetece passear pela zona ribeirinha e<br />
apreciar o movimento das chegadas<br />
e partidas dos cruzeiros.<br />
Mas estamos ainda<br />
a meio<br />
do antigo traçado pelo que retomamos<br />
a marcha pelos montes de vinhas<br />
enfileiradas, sempre com vista<br />
<strong>para</strong> o rio.<br />
Não tardamos a chegar à pacata vila<br />
do Pinhão, com a sua praia fluvial e os antigos armazéns<br />
vinhateiros. Esta é outra <strong>para</strong>gem aconselhada, a começar<br />
pela belíssima estação que alberga uma wine house<br />
que convida a provar os melhores vinhos da região.<br />
Na Rota das Amendoeiras<br />
Se fizer a viagem entre os meses de Fevereiro e Março,<br />
espere encontrar no caminho mais um cenário de beleza<br />
exuberante. Nesses meses, as amendoeiras do Alto Douro<br />
antecipam a chegada da Primavera com um espectáculo<br />
florido que torna este percurso ainda mais especial, sobretudo<br />
a partir do túnel da barragem da Valeira, pouco<br />
depois de passar pelo Pinhão.<br />
Aqui as amendoeiras cobrem as íngremes e rochosas encostas<br />
de branco, como se tivesse nevado. Os tons variam<br />
consoante o avanço da floração, variando da alvura ao<br />
cor-de-rosa. E é no meio deste inesquecível<br />
espectáculo natural que chegamos<br />
ao Pocinho, termo actual<br />
da Linha do Douro.<br />
Vista do miradouro de Casal de Loivos sobre o comboio histórico na linha do Douro à chegada ao Pinhão<br />
3
4<br />
PEsO DA réguA<br />
capital do Vinho<br />
do Porto<br />
Não existem certezas das origens da localidade, mas<br />
pensa-se <strong>aqui</strong> ter existido uma casa romana de campo<br />
denominada “Villa Reguela”. O seu maior desenvolvimento<br />
dá-se, no entanto, a partir de 1756 com a criação<br />
pelo Marquês de Pombal, da Real Companhia Geral<br />
da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, que instituiu<br />
a 1ª região demarcada de produção vitivinícola a nível<br />
mundial.<br />
Constroem-se, então, em Peso da Régua os armazéns<br />
da Companhia, e realizam-se as primeiras “feiras dos<br />
vinhos” que estiveram na origem da criação de vários<br />
estabelecimentos comerciais, hospedarias, casas de<br />
jogo e tantas outras mais valias <strong>para</strong> a localidade. Era<br />
daí que partiam os típicos barcos rabelos que se aventuravam<br />
pelo rio Douro <strong>para</strong> transportar os barris de<br />
vinho até Vila Nova de Gaia, onde o vinho envelhecia<br />
nas caves.<br />
Foi elevada a vila no dia 3 de Fevereiro de 1837 e à<br />
categoria de cidade a 14 de Agosto de 1985. Em 1998<br />
foi reconhecida pelo Office Internacional de la Vigne et<br />
du Vin como Cidade Internacional da Vinha e do Vinho.<br />
As paisagens naturais desta região são únicas,<br />
estando o Alto Douro vinhateiro<br />
classificado pela UNESCO<br />
como Património<br />
da<br />
Barco de cruzeiro no rio Douro<br />
Estação de Peso da Régua<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
0.6 km<br />
Táxi: T. 254 312 972<br />
Humanidade.<br />
A cidade possui várias<br />
infra-estruturas de lazer como uma<br />
área pedonal, campos de ténis, piscinas e equipamentos<br />
<strong>para</strong> pesca, lojas de artesanato, restaurantes e<br />
bares. Do cais fluvial chegam e partem os barcos de<br />
turismo que cruzam o Rio Douro.<br />
A riqueza patrimonial do concelho é muito rica e variada,<br />
dela se destacando as casas senhoriais, os pequenos<br />
palacetes e as quintas dos produtores de<br />
Vinho do Porto, muitas delas abertas<br />
ao público <strong>para</strong> visitas e<br />
provas de vinhos.
o QUe VeR<br />
Museu do Douro<br />
Inaugurado no final de 2008, a sede do museu ocupa<br />
a recuperada Casa da Companhia, da Real Companhia<br />
Velha. A exposição inaugural foi dedicada ao Barão de<br />
Forrester, empresário inglês e acérrimo defensor do<br />
vinho do Porto. O edifício tem diversas valências e equipamentos,<br />
entre os quais biblioteca e arquivo com o<br />
espólio de várias quintas, salas <strong>para</strong> consulta de livros e<br />
um restaurante. Bem integrado na paisagem, das janelas<br />
do edifício os visitantes podem observar a paisagem<br />
dos vinhedos em socalcos, enquanto saboreiam, talvez,<br />
um cálice de Porto. Museu de território, integra vários<br />
núcleos expositivos espalhados pela Região Demarcada<br />
do Douro como o Pão e Vinho em Favaios, Amêndoa em<br />
Vila Nova de Foz Côa, Cereja em Resende, Vinho em São<br />
João da Pesqueira, Seda em Freixo de Espada à Cinta e<br />
Imaginário em Tabuaço.<br />
Miradouro de São Leonardo de Galafura<br />
Do alto do Miradouro de São Leonardo da Galafura,<br />
a norte da Régua, a paisagem é deslumbrante, <strong>para</strong><br />
já não dizer mágica. O Douro desdobra-se como uma<br />
larga fita azul que, <strong>aqui</strong> e ali, vai reflectindo tudo o<br />
que a envolve. Este era um dos locais de eleição de<br />
Miguel Torga, onde segundo ele, ia buscar muitas vezes<br />
a inspiração.<br />
Dizia ele que São Leonardo era como um barco de quilha<br />
<strong>para</strong> o ar, que a Natureza voltara a meio do vale.<br />
Um gigante granítico que parece querer barrar ao rio<br />
o caminho <strong>para</strong> o mar. Não é todos os dias que pode<br />
ter o privilégio de encontrar um local como este. Pare<br />
e fique em silêncio, respirando fundo e enchendo-se<br />
LINHA DO DOurO PEsO DA réguA<br />
com o que de melhor a Natureza ainda tem <strong>para</strong> nos<br />
dar.<br />
Em São Leonardo da Galafura pode também admirar<br />
a força e a tenacidade daqueles que, não obstante a<br />
adversidade dos solos, modelaram com as suas mãos<br />
a paisagem de socalcos onde a vinha se agarrou e absorveu<br />
a força da terra e o calor do solo <strong>para</strong> depois<br />
oferecer ao homem o melhor vinho do mundo.<br />
o QUe SaboReaR<br />
Doçaria regional<br />
Para além de «falachas» (à base de farinha de<br />
castanha), «rabelos» (em forma de barco rabelo)<br />
e «ferreirinhas» (com frutos secos), têm fama os<br />
rebuçados da Régua, vendidos pelas «rebuçadeiras»,<br />
principalmente junto à estação de comboios.<br />
De tradição muito antiga, são cortados manualmente<br />
e embrulhados em forma de laço.<br />
5
PEsO DA réguA LINHA DO DOurO<br />
o QUe FaZeR<br />
PRogRama<br />
comboio hiSTÓRico<br />
De Junho a Outubro em comboio especial Régua – Tua<br />
Este percurso propõe uma viagem pela história e tradição<br />
em locomotivas a vapor e carruagens de madeira, do início<br />
do século XX. A 30 quilómetros por hora, a velha locomotiva<br />
percorre a linha do Douro, tendo como pano de fundo o<br />
rio Douro e os socalcos da paisagem vinhateira Património<br />
Mundial da UNESCO. Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />
FeSTa daS VindimaS<br />
Nos fins-de-semana de Setembro em comboio especial<br />
Porto Campanhã-Régua.<br />
Celebre a tradição da época das vindimas aproveitando<br />
este novo programa da <strong>CP</strong>. Com a duração de um dia, o<br />
programa inclui almoço regional, visita a uma adega,<br />
animação musical e participação nas tradicionais lagaradas.<br />
Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />
Cruzeiros no Douro<br />
Aproveitando as fantásticas paisagens do rio Douro e<br />
do seu vale, são já muitas as empresas a realizar cruzeiros<br />
turísticos nestas águas. Estes percursos permitem<br />
conhecer o curso do rio Douro no total de 209km, desde<br />
Barca d`Alva até Vila Nova de Gaia ou Porto. Os passeios<br />
têm a duração de uma manhã ou tarde, ou mesmo de<br />
dia inteiro ou dois dias. Noutra vertente, existe também<br />
a possibilidade de realizar viagens de oito dias em que<br />
o visitante poderá conhecer outros locais na região<br />
envolvente ao Vale do Douro. Como pontos de partida,<br />
chegada ou passagem estão o Porto, Vila Nova de Gaia,<br />
Peso da Régua, Pinhão, Pocinho e Barca d`Alva. Havendo<br />
vários operadores turísticos a oferecer este tipo<br />
de serviços, o turista só tem de decidir se, por exemplo,<br />
quer entrar no Porto e ir até à Régua ou se prefere<br />
entrar <strong>aqui</strong> e seguir <strong>para</strong> o Pocinho. Pode regressar de<br />
comboio ao local de onde partiu. Durante a viagem, os<br />
pontos altos são as mudanças de cota junto às barragens,<br />
quando o barco entra numa eclusa e espera que<br />
a água suba ou desça <strong>para</strong> prosseguir viagem. Uma<br />
experiência a não perder.
onde comeR<br />
Cacho D`Oiro €€<br />
Restaurante de referência da cidade, tem especialidades<br />
a dias certos e uma cozinha onde impera a excelência.<br />
Arroz de polvo com filetes do mesmo, arroz de feijão com<br />
bacalhau frito e bacalhau assado com batata a murro são<br />
algumas opções de peixe. Nas carnes há, por exemplo,<br />
cabrito assado com arroz de forno em alguidar, posta à<br />
casa, feijoada e arroz de pato. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Travessa Branca Martinho<br />
T 254 321 455<br />
www.restaurantecachodoiro.com<br />
Douro In €€€<br />
Vista regalada <strong>para</strong> o rio com direito a design. Cozinha<br />
elegante onde se destacam míscaros do monte salteados,<br />
espetadas de polvo com migas, bacalhau com broa<br />
azeiteira, naco de novilho maronês e lombo de novilho<br />
com queijo da serra e vinho do Porto. Não fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira e terça ao almoço<br />
M Avenida João Franco<br />
T 254 323 009<br />
www.douro-in.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DO DOurO PEsO DA réguA<br />
Quinta de São Domingos €€<br />
Localizada perto do centro da Régua, junto à estação<br />
ferroviária, a Quinta de S. Domingos está ligada à produção<br />
de Vinho do Porto. Para além de realizar visitas<br />
às caves e provas de vinhos, tem um agradável restaurante<br />
de cozinha regional. Na ementa há diversas especialidades<br />
tradicionais como cabrito assado recheado,<br />
bacalhau com broa, posta à maronesa e bacalhau com<br />
Vinho do Porto à moda da casa. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />
M Avenida Diocese de Vila Real<br />
T 254 320 263<br />
www.castelinho-vinhos.com<br />
onde doRmiR<br />
Hotel Régua Douro ****<br />
Quartos com vista <strong>para</strong> as quintas durienses e serviço<br />
de qualidade. Situado numa zona de rápido<br />
acesso à mais antiga região demarcada do mundo.<br />
Tem restaurante, piscina e ginásio.<br />
Quartos 77<br />
M Largo da Estação da <strong>CP</strong><br />
T 254 320 700<br />
www.hotelreguadouro.pt<br />
7
8<br />
PINHãO<br />
alma vinhateira<br />
Na confluência do rio homónimo<br />
com o Douro, na margem direita<br />
deste, o Pinhão é uma das mais belas<br />
localidades da zona vinhateira,<br />
classificada como Património da Humanidade<br />
pela UNESCO. Entreposto<br />
do Vinho do Porto e local privilegiado de contemplação<br />
do rio, <strong>aqui</strong> o casario dispõe-se segundo as<br />
curvas de nível, com um núcleo antigo e bem conservado<br />
a acompanhar o ponto onde confluem os dois<br />
rios. Para além de uma praia fluvial com esplanadas e<br />
de um hotel de luxo, conserva uma das estações ferroviárias<br />
mais bonitas e bem decoradas de Portugal.<br />
Há poucos anos, parte da estação foi reconvertida<br />
numa Wine House, com venda de vinhos e outros<br />
produtos locais como compotas ou azeites, e núcleo<br />
museológico alusivo ao ciclo do vinho. Em pleno<br />
coração do Douro, a paisagem ao redor do Pinhão é<br />
dominada pelos espectaculares terraços vinhateiros<br />
que descem até ao rio. Não é difícil entender a razão<br />
pela qual Jaime Cortesão chamou a esta paisagem<br />
«o mais belo e doloroso monumento ao trabalho do<br />
Povo Português». Para obter uma das melhores vistas<br />
sobre o Pinhão, vale a pena subir ao miradouro de<br />
Casal de Loivos, um dos mais impressionantes miradouros<br />
durienses. A povoação integra o concelho de<br />
Alijó, delimitado pelos rios Tua, Pinhão e Douro e pelas<br />
montanhas transmontanas que lhe dão um carácter<br />
altivo. O município guarda antigos castros, pinturas<br />
rupestres e vestígios de estradas romanas, bem<br />
como algumas igrejas e elegantes moradias, caso da<br />
actual Pousada Barão de Forrester, cujo nome evoca<br />
o barão de Forrester, escocês entusiasta do vinho do<br />
Porto, morto no afundamento de um<br />
barco rabelo no Cachão da<br />
Valeira.<br />
Estação ferroviária do Pinhão<br />
Estação de Pinhão<br />
Distância da estação ao centro da vila<br />
Acessos:<br />
0.3 km<br />
A pé<br />
A estação<br />
De norte a sul do<br />
país muitas são as<br />
estações de comboio<br />
que nos oferecem<br />
o encanto das<br />
histórias contadas<br />
nos seus azulejos. A estação do Pinhão ocupa um lugar<br />
à parte, sendo uma das mais bonitas e bem decoradas<br />
de Portugal. Como povoação à beira-Douro, ligada ao<br />
Vinho do Porto, os painéis de azulejos que decoram a<br />
estação estão ligados a esta temática. Desenhados por<br />
J. Oliveira, foram produzidos em 1937 na fábrica Aleluia<br />
de Aveiro. Estendendo-se a toda a volta do edifício,<br />
retratam cenas típicas, desde o transporte das pipas<br />
nos barcos rabelos, até às diversas fases da vindima,<br />
<strong>para</strong> além de fixarem, com rigor etnográfico, os trajes<br />
usados na época pelos homens e mulheres que trabalhavam<br />
na vindima, mostrando ainda as paisagens<br />
durienses nos arredores do Pinhão. Alguns painéis<br />
têm o interesse suplementar de mostrarem paisagens<br />
desaparecidas como o Cachão da Valeira, submerso<br />
pela construção da barragem homónima, e a ponte<br />
ferroviária da Ferradosa, substituída por<br />
outra devido ao enchimento<br />
da albufeira.
o QUe FaZeR<br />
Cruzeiros no Douro<br />
Com o rio represado em várias barragens, as viagens<br />
no Douro são hoje longos passeios calmos, bem diferentes<br />
dos tempos em que navegar <strong>aqui</strong> significava<br />
enfrentar águas turbulentas e escolhos traiçoeiros,<br />
como os que engoliram o barão de Forrester. Agora,<br />
pode desfrutar da majestosa paisagem vinhateira<br />
enquanto toma uma bebida ou mesmo uma refeição.<br />
Para isso só tem que escolher a empresa (há vários<br />
operadores turísticos a oferecer este tipo de serviços)<br />
e decidir o percurso. Com partida do Pinhão, há<br />
cruzeiros até ao Tua, e tendo o Pinhão<br />
como destino, há percursos a<br />
partir da Régua ou do<br />
Porto.<br />
o QUe VeR<br />
Miradouro do Casal de Loivos<br />
Um dos mais impressionantes miradouros durienses,<br />
proporciona uma vista ímpar sobre uma grande<br />
extensão do rio Douro e os vinhedos em socalco, incluindo<br />
o famoso “L” que o curso do rio descreve em frente ao<br />
Pinhão, localidade que também domina esta paisagem.<br />
Wine House<br />
Parte da estação ferroviária do Pinhão foi reconvertida<br />
em loja de produtos regionais: vinhos, compotas, azeites<br />
e chás de ervas, entre outras delícias locais. O espaço<br />
engloba ainda um núcleo museológico com objectos relativos<br />
ao ciclo do vinho e uma sala <strong>para</strong> jantares vínicos<br />
e cursos de formação.<br />
LINHA DO DOurO PINHãO<br />
onde comeR<br />
Ponte Romana €<br />
É um dos restaurantes mais recomendáveis do Pinhão,<br />
muito frequentado por turistas e locais. Tem uma sala<br />
ampla, com muita luz natural, a oferecer magníficas<br />
vistas sobre o rio. Variações de linguado, salmão e<br />
dourada são confeccionadas a preceito, bem como<br />
a açorda e o arroz de marisco. A tradição por <strong>aqui</strong> é<br />
servida com apontamentos de distinção. Experimente,<br />
por exemplo, o bacalhau com natas… na brasa. Garrafeira<br />
de excelência, com predominância dos vinhos<br />
da regiões. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar<br />
M Rua de Santo António, 2, Pinhão<br />
T 254 732 978<br />
onde doRmiR<br />
Vintage House Hotel ****<br />
Há lugares que valem a pena espreitar, nem que<br />
seja <strong>para</strong> tomar um chá, com vista <strong>para</strong> as plácidas<br />
águas do Douro. Mesmo junto à estação do Pinhão,<br />
uma casa antiga foi transformada em hotel de requinte<br />
com vista <strong>para</strong> o rio. Visite a Academia de<br />
Vinho e usufrua da piscina e court de ténis.<br />
Quartos 43<br />
M Lugar da Ponte, Pinhão<br />
T 254 730 230<br />
www.csvintagehouse.com<br />
Pensão Residencial Ponto Grande<br />
Aprazível residencial de ambiente familiar, com um<br />
bom restaurante de cozinha regional, é uma alternativa<br />
acessível de alojamento na região.<br />
M Rua António Manuel Saraiva, 41<br />
T 254 732 456<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
10<br />
TuA<br />
na confluência de dois<br />
rios<br />
No ponto de encontro do rio Tua com o Douro, uma<br />
pequena povoação herdou o nome desta confluência e<br />
ganhou protagonismo com o desenvolvimento da rede<br />
ferroviária nacional, no final do século XIX. A Linha do<br />
Douro estabeleceu a estação do Tua que, mais tarde, foi<br />
a primeira <strong>para</strong>gem da ligação <strong>para</strong> Bragança. Os passageiros<br />
que viajavam entre as duas linhas ajudaram<br />
ao crescimento da aldeia de Foz Tua (pertencente ao<br />
concelho de Carrazeda de Ansiães), hoje mais conhecida<br />
pelo simples nome do afluente do Douro e da estação de<br />
comboios. A sua localização privilegiada junto às águas<br />
dos rios é apenas um aspecto da magnífica evolvente<br />
natural da aldeia, pois <strong>aqui</strong> estamos em plena Região<br />
Vinhateira do Alto Douro. E <strong>para</strong> além das reconhecidas<br />
paisagens das vinhas em socalcos, outro espectáculo<br />
natural dá vida e cor a estas <strong>para</strong>gens: entre Fevereiro<br />
e Março, as amendoeiras antecipam a chegada da Primavera<br />
e exibem, esplendorosas, as suas flores aos visitantes.<br />
À volta, uma série de miradouros são de visita<br />
obrigatória: Beira Grande (vista sobre os vinhedos e a<br />
estação homónima), Senhora da Ribeira (na margem<br />
direita, um dos pontos mais bonitos do Alto Douro, com<br />
ancoradouro <strong>para</strong> passeios fluviais), São Salvador do<br />
Mundo (impressionante vista sobre a barragem<br />
da Valeira), e ainda a Ferradosa, ponto<br />
notável da linha do<br />
Douro.<br />
Comboio a vapor na estação do Tua<br />
Estação do Tua<br />
Distância da estação ao centro da localidade<br />
Acessos:<br />
8 0 km<br />
A pé<br />
Táxi: T. 278 685 241<br />
A estação<br />
Pertencente à<br />
linha do Douro,<br />
esta estação serve<br />
igualmente de<br />
destino final ao<br />
único serviço turístico<br />
de locomotivas a vapor ainda em funcionamento<br />
no nosso país, que parte da cidade da Régua até esta<br />
pequena localidade. Além do edifício principal de<br />
dois andares, conta ainda com um pequeno museu.<br />
No espaço merece também olhar atento uma velhinha<br />
locomotiva e a grande placa giratória utilizada<br />
<strong>para</strong> a in<strong>versão</strong> das máquinas a vapor.
o QUe VeR<br />
Miradouro da Senhora da Ribeira<br />
Um dos pontos mais bonitos do Alto Douro (margem<br />
direita). Aqui existem um ancoradouro (há passeios fluviais),<br />
dois restaurantes e possibilidade de alojamento.<br />
O nome resulta de se situar <strong>aqui</strong> a confluência da ribeira<br />
da Uceira com o Douro. D<strong>aqui</strong> parte <strong>para</strong> montante um<br />
estradão que durante 12 km corre à cota das águas, entre<br />
laranjais, olivais, hortas e amendoeiras.<br />
Miradouro da Beira Grande<br />
Na estrada que desce de Beira Grande <strong>para</strong> o Douro encontra-se<br />
à cota de 550 m um miradouro com esplêndidos<br />
panoramas: avistam-se na margem esquerda os<br />
vinhedos da Quinta da Vargela e, em baixo, a estação<br />
homónima da Linha do Douro. Ao fundo, o monte com<br />
a Capela da Senhora do Viso (altitude 814 m).<br />
Ferradosa<br />
Ponto notável da Linha do Douro correspondente ao<br />
km 151 e onde esta muda de margem, passando<br />
<strong>para</strong> o lado sul do rio, orientação<br />
que manterá até<br />
ao terminal no<br />
Pocinho.<br />
onde doRmiR<br />
Casa do Tua<br />
Situada junto à estação de Foz-Tua, oferece soberbas<br />
vistas sobre o rio. Com ambiente familiar e acolhedor,<br />
resultou da recuperação de uma casa em ruínas, tendo<br />
sido aproveitadas as paredes de xisto. Tem uma sala de<br />
jantar espaçosa, uma sala de estar acolhedora e uma<br />
agradável sala de jogos. A pedido, são confeccionadas<br />
refeições que valorizam os produtos típicos da região.<br />
Quartos 12<br />
M Foz Tua<br />
T 278 681 116<br />
www.casadotua.com<br />
LINHA DO DOurO TuA<br />
onde comeR<br />
Café Beira-Rio €<br />
Está um pouco afastado da estação mas <strong>para</strong> lá chegar<br />
basta descer uma rua junto ao rio. De resto, é sentar-se,<br />
apreciar a vista sobre o Douro e aguardar pela boa cozinha<br />
local, com destaque <strong>para</strong> os peixes de rio.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua do Douro, Foz Tua<br />
T 278 685 271<br />
Calça Curta €€<br />
Casa afamada, tem como especialidades os peixes de<br />
rio em escabeche, o ensopado ou a caldeirada de enguias.<br />
Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Estação de Foz Tua<br />
T 278 685 255<br />
o QUe FaZeR<br />
comboio hiSTÓRico<br />
PRogRama<br />
De Junho a Outubro em comboio especial Régua – Tua.<br />
Este percurso propõe uma viagem pela história e tradição<br />
em locomotivas a vapor e carruagens de madeira, do início<br />
do século XX. A 30 quilómetros por hora, a velha locomotiva<br />
percorre as linhas do Douro, tendo como pano de fundo o<br />
rio Douro e os socalcos da paisagem vinhateira Património<br />
Mundial da UNESCO. Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
12<br />
POCINHO<br />
amendoeiras e<br />
gravuras rupestres<br />
Entre as curvas do Douro, uma pequena aldeia<br />
cresceu como entreposto comercial, após a construção<br />
das linhas ferroviárias que uniram as principais<br />
localidades da região norte do país. Na bonita<br />
estação do Pocinho, onde agora termina a Linha do<br />
Douro, antes cruzavam-se bens e passageiros que circulavam<br />
entre esta via e a desactivada Linha do Sabor.<br />
A aldeia beneficiou assim da sua localização estratégica,<br />
sendo um dos pontos de ligação entre os distritos<br />
da Guarda e de Bragança, ligando os concelhos<br />
de Vila Nova de Foz Côa e Torre de Moncorvo. Já nos<br />
anos 80, o Pocinho conheceu outra fase do seu desenvolvimento,<br />
com a construção da sua barragem<br />
e a criação de uma albufeira onde são permitidas<br />
actividades náuticas como o windsurf, a navegação à<br />
vela ou a simples natação. A natureza ganhou assim<br />
outro protagonismo na aldeia, que é agora ponto de<br />
<strong>para</strong>gem obrigatória nos roteiros turísticos que nos<br />
levam pelas paisagens do Douro vinhateiro e, sobretudo,<br />
por quem procura ver as amendoeiras a anunciar<br />
a chegada da Primavera.<br />
Mas desde há alguns anos que a região ganhou outra<br />
grande atracção turística e cultural: as gravuras rupestres<br />
do Vale do Côa, descobertas em 1992 e classificadas<br />
como Património da Humanidade da UNESCO<br />
em 1998, distinção que reconhece a importância<br />
deste património como um dos maiores centros arqueológicos<br />
de arte rupestre da Europa.<br />
Em plena Terra Quente transmontana,<br />
Vila Nova<br />
de Foz Côa,<br />
Embarcação Senhora da Veiga<br />
Estação do Pocinho<br />
Distância da estação a Vila Nova de Foz Côa<br />
Acessos:<br />
7 km<br />
Duas carreiras diárias, às 11h15 e às<br />
19h20, da empresa Lopes & Filhos (tel.<br />
271 312 112)<br />
Táxi: T. 967017934, 914465510<br />
A estação<br />
Neste grande edifício<br />
amarelo, que<br />
marca o ponto<br />
final da linha do<br />
Douro, sobressaem<br />
o alpendre do cais<br />
(suportado por consolas em margarida) e os painéis<br />
de azulejos com cenas rurais que, como os da estação<br />
do Pinhão, são da autoria de J. Oliveira. Há<br />
também um pequeno e cuidado<br />
jardim, e um antigo ar-<br />
mazémferroviário. também apelidada<br />
de “capital da amendoeira”,<br />
assume-se assim como um destino<br />
turístico incontornável, de<br />
grande riqueza paisagística<br />
e patrimonial.
o QUe VeR<br />
Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC)<br />
O PAVC abrange 17 km do curso do rio e seus afluentes.<br />
As primeiras gravuras rupestres paleolíticas foram<br />
descobertas em 1992, na zona da Canada do Inferno,<br />
no decurso de levantamentos arqueológicos prévios<br />
à construção da barragem. Novos reconhecimentos<br />
<strong>para</strong> montante levaram a mais descobertas em 1994-<br />
95, como na Ribeira de Piscos (Muxagata), Penascosa<br />
(Castelo Melhor) e Quinta da Barca Chãs. Foi decidido,<br />
em Novembro de 1995, suspender a construção da barragem<br />
e criar o parque. As gravuras do Paleolítico Superior<br />
(de 28 a 8 mil a.C.) representam cavalos, auroques<br />
(bois selvagens) e cabras. As do Neolítico e do Calcolítico<br />
(entre 2 e 4 mil anos a.C.) incluem representações<br />
humanas. Finalmente, as da Idade do Ferro (1000 anos<br />
a.C.) representam guerreiros a cavalo.<br />
Os núcleos de gravuras<br />
rupestres<br />
Igreja Matriz de Foz Côa<br />
Erguida sobre anterior templo românico, no reinado de<br />
D. João II, sofreu posteriores modificações. Exemplo disso,<br />
o portal gótico-manuelino, com a imagem de Nossa<br />
Senhora do Pranto, padroeira da vila, no meio de dois<br />
escudos com as armas reais. A igreja apoia-se em seis<br />
colunas, que apresentam inclinação <strong>para</strong> Sul, provável<br />
consequência do terramoto de 1755, que dividem o seu<br />
interior em três naves, coberto por tecto com pinturas<br />
de cenas da Paixão de Cristo. As pinturas das paredes<br />
laterais da capela-mor são da escola de Grão.<br />
LINHA DO DOurO POCINHO<br />
foram classificados como Património da Humanidade,<br />
pela UNESCO, em Dezembro de 1998. Há três itinerários<br />
de visita: Castelo Melhor-Penascosa (na margem direita<br />
do Côa), Canada do Inferno (na margem esquerda,<br />
próximo da confluência com o rio Douro), e Muxagata-<br />
-Ribeira de Priscos (afluente do rio Côa na margem<br />
esquerda). As visitas devem ser marcadas com alguma<br />
antecedência (tel. 279 768 260/1) pois o número de visitantes<br />
é limitado. A partir dos centros de recepção, os<br />
visitantes são transportados em viaturas todo-o-terreno<br />
do PAVC, com capacidade <strong>para</strong> oito visitantes mais<br />
um guia. Cada visita tem a duração média de duas horas.<br />
Num dia é apenas possível visitar dois núcleos de<br />
gravuras, um durante a manhã e outro durante a tarde.<br />
É bastante aconselhável o uso de roupa e calçado confortáveis,<br />
bem como chapéu e protector solar, no Verão,<br />
e um impermeável no Inverno.<br />
Castelo (Torre do Relógio)<br />
Construído no reinado de D. Afonso V, do Castelo de<br />
Vila Nova de Foz Côa, apenas restam alguns panos de<br />
muralha e a denominada Torre do Relógio, que<br />
poderá ter feito parte da cintura<br />
de muralhas.<br />
13
14<br />
POCINHO LINHA DO DOurO<br />
o QUe FaZeR<br />
PRogRama<br />
RoTa daS amendoeiRaS<br />
De Fevereiro a Março<br />
Embarque na memorável viagem da Rota das Amendoeiras<br />
e deixe-se deslumbrar pelo vasto cenário florido de<br />
uma das regiões mais verdejantes de Portugal. Sendo o<br />
mais antigo programa turístico da <strong>CP</strong>, a Rota das Amendoeiras<br />
permite-lhe viajar por percursos únicos, onde a história<br />
e a tradição andam de mãos dadas com a beleza das<br />
paisagens. Uma viagem de cortar a respiração. Percorrendo<br />
as terras do Alto Douro e Trás-os-Montes em comboios<br />
especiais, no percurso Porto-Campanhã/ Pocinho e volta,<br />
a Rota está complementada com circuitos rodoviários à<br />
sua escolha. Informações 808 208 2008 www.cp.pt<br />
Passeios na embarcação<br />
«Senhora da Veiga»<br />
A Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa realiza<br />
passeios no Douro no barco rabelo «Senhora da Veiga»,<br />
entre a Régua e Barca d’ Alva, com serviço de almoço<br />
regional a bordo. Os passeios realizam-se todos os dias,<br />
desde que haja um número mínimo de pessoas. Marcações<br />
através dos telefones 279 760 000 ou 961 340 107.
onde comeR<br />
Miradouro €<br />
Simpático café-restaurante, a cinco minutos da estação<br />
do Pocinho. Serve grelhados diversos e ao fim-de-semana<br />
tem como especialidades o assado de borrego e o<br />
lombo assado. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Estrada Nacional 102, Pocinho<br />
T 279 762 702<br />
O Bruiço €€<br />
Ocupando uma antiga discoteca, o espaço é amplo e a<br />
ementa recria, com sucesso, alguns dos mais tradicionais<br />
pratos transmontanos. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo (jantar) e Segunda (todo o dia)<br />
M Lugar do Frango, Estrada do Poio (EN102)<br />
T 279 764379<br />
O Gaveto €<br />
Junto à estação do Pocinho, é um restaurante simples<br />
e familiar, de boa cozinha portuguesa. Há bacalhau assado,<br />
vitela estufada e lombo assado. Não fumadores.<br />
Aberto Todos os dias<br />
M Estação do Pocinho<br />
T 279 762 728<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DO DOurO POCINHO<br />
onde doRmiR<br />
Albergaria Vale do Côa<br />
Situada no centro de Foz Côa, esta Albergaria tem<br />
<strong>para</strong> oferecer um ambiente confortável e familiar,<br />
com instalações aprazíveis e bem equipadas.<br />
Quartos 22<br />
M Avenida Cidade Nova 1 A, VN Foz Côa<br />
T 279 760 010<br />
www.albergariavaledocoa.net<br />
Pousada de Juventude de Foz Côa<br />
Edifício com varanda panorâmica <strong>para</strong> o Vale do Côa.<br />
A pousada beneficia da proximidade de um importante<br />
património arqueológico e arquitectónico.<br />
Quartos 27<br />
M Caminho Vicinal Currauteles, 5, VN Foz Côa<br />
T 279 764 041<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
15
a boRdo do comboio RegionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
1 Linha do minho<br />
2 Linha do douro<br />
3 Linha do Vouga<br />
4 Linha do norte e Ramal de Tomar<br />
5 Linha da beira alta<br />
6 Linha da beira baixa<br />
7 Linha do oeste<br />
8 Linha do Leste e Ramal de cáceres<br />
9 Linha do algarve
Foto: Castelo de Santa Maria da Feira a bordo do coMboio reGionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
Linha do VoUGa<br />
Santa Maria da Feira
LINHA DO VOUGA MINHO<br />
Aveiro<br />
Águeda<br />
Mourisca do Vouga<br />
Sernada do Vouga<br />
Albergaria-a-Velha<br />
Oliveira de Azeméis<br />
S. João da Madeira<br />
Vila da Feira<br />
Oleiros<br />
Espinho<br />
“serpenteia<br />
a serra <strong>para</strong><br />
desembocar<br />
na praia”
Um comboio chamado Vouguinha<br />
Uma linha nostálgica<br />
LINHA DO VOUGA<br />
Um comboio regional que serpenteia a serra <strong>para</strong> desembocar na praia, no percurso<br />
entre Sernada do Vouga e Espinho. Uma linha centenária, inaugurada pela monarquia.<br />
Aventure-se no desconhecido e deixe-se embalar pela carruagem.<br />
Uma povoação perdida no tempo e<br />
no espaço... Assim pode ser descrita<br />
Sernada do Vouga, o início da nossa<br />
viagem pela linha baptizada com o mesmo nome do<br />
rio que a saúda, o Vouga. A povoação é pequena, com<br />
ruas íngremes, típicas dos lugarejos da serra. No alto, a<br />
capela de Santo Amaro proporciona-nos a melhor vista<br />
panorâmica. Ao longe vemos o rio Vouga, que oferece<br />
agradáveis momentos a quem o visita, desde banhos,<br />
pesca desportiva e mesmo actividades radicais.<br />
O apito do comboio avisa que a viagem está prestes a<br />
ter início. É um comboio regional, de cor vermelha, com<br />
apenas uma carruagem, apelidado carinhosamente de<br />
“Vouguinha”. Assim que arranca, somos imediatamente<br />
abraçados pelo vasto eucaliptal da serra da Gralheira e<br />
aproveitamos <strong>para</strong> respirar ar puro.<br />
Em Albergaria-a-Velha, a primeira <strong>para</strong>gem, temos<br />
uma lufada de civilização. O facto de ser um comboio<br />
regional faz com que a viagem seja demorada mas, ao<br />
mesmo tempo, mais familiar.<br />
Esta é uma linha bastante antiga. O primeiro troço, entre<br />
Espinho e Oliveira de Azeméis foi inaugurado pelo rei<br />
D. Manuel II em 1908, e não admira que tenha criado<br />
fortes laços nas gentes que a acolhe. Outra <strong>para</strong>gem<br />
urbana acontece na estação de Vila da Feira, nome<br />
pela qual também é conhecida a dinâmica<br />
cidade de Santa Maria da Feira,<br />
com uma fervilhante<br />
vida cultural.<br />
Vista sobre a estação de Sernada do Vouga<br />
Troço pitoresco, a caminho<br />
do mar<br />
A viagem continua no meio de<br />
eucaliptos e minifúndios pincelados<br />
com criativos espantalhos, feitos a partir de materiais<br />
reciclados. Capelas, casas palacianas, bois, alfaias agrícolas...<br />
tudo concorre <strong>para</strong> chamar a nossa atenção. Também<br />
as estações de comboios surgem pitorescas ao longo<br />
do trajecto. Continuamos a ser embalados pelo ondular<br />
da carruagem e já nos habituámos a ouvir os constantes<br />
apitos que avisam os incautos, nas passagens de nível<br />
sem guarda, de que o comboio vai passar. À medida que<br />
nos aproximamos do destino, os eucaliptos cedem o seu<br />
lugar a cidades e somos invadidos pela brisa do mar que<br />
anuncia a proximidade ao apeadeiro Espinho-Vouga, localizado<br />
a cerca de 800 metros do centro. Se quiser também<br />
pode fazer o percurso inverso e apanhar o comboio<br />
em Espinho. Seja qual for a sua opção, prepare-se <strong>para</strong><br />
vislumbrar, de <strong>para</strong>gem em <strong>para</strong>gem, pequenos mimos<br />
com que a Natureza nos brinda e perfeitos desconhecidos<br />
que nos acenam de uma forma<br />
amigável. E tudo pelo simples<br />
espreitar de uma janela…<br />
Painel de azulejos da estação ferroviária de Espinho<br />
3
4<br />
SANTA MARIA DA FEIRA<br />
cidade cultural<br />
Situada perto da orla marítima, a 186 metros de altitude,<br />
Santa Maria da Feira deve o seu nome a uma<br />
antiquíssima feira medieval que se realizava (pelo<br />
menos desde o século XII) junto ao monte do castelo.<br />
Esta imponente fortaleza, anterior à fundação de<br />
Portugal e classificada como monumento nacional, é<br />
o ex-libris da cidade e um dos castelos mais belos do<br />
país, com as suas invulgares torres de forma cónica.<br />
Este pode ser o ponto de partida <strong>para</strong> uma visita ao<br />
resto do concelho, onde merecem atenção a igreja<br />
matriz e o convento dos Lóios, que acolhe o museu<br />
municipal. Nos arredores da localidade existem também<br />
várias atracções, como as Termas de São Jorge,<br />
o Zoo de Lourosa - Parque Ornitológico ou o Europarque,<br />
um dos principais centros de congressos e feiras<br />
do norte do país, que alberga também um importante<br />
espaço de ciência – o Visionarium.<br />
Nos últimos tempos Santa Maria da Feira ganhou<br />
uma notável dinâmica cultural que tem a sua expressão<br />
mais visível na realização de diversos eventos<br />
que ocupam já um lugar de destaque no calendário<br />
cultural do país. É o caso do Festival <strong>para</strong><br />
Gente Sentada (em Fevereiro, dedicado à<br />
música), do Imaginarius – Festival<br />
Internacional de Teatro de<br />
Rua (Maio) e do<br />
Castelo de Santa Maria da Feira<br />
Estação de Santa Maria<br />
da Feira<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
1 km<br />
A pé<br />
Autocarros: Transfeira, autocarros de 50<br />
em 50 min.<br />
Táxi: T. 256 374 000,<br />
256 010 089<br />
Festival de<br />
Cinema Luso-Brasileiro<br />
(Dezembro), entre outros.<br />
Isto <strong>para</strong> além do grande cartaz turístico-<br />
-cultural da cidade, a Viagem Medieval, um mega-<br />
-evento de recriação histórica da época medieval,<br />
de características únicas no país e que pretende ser<br />
uma referência europeia nesta categoria de eventos<br />
históricos. Realiza-se entre o final de Julho e o início<br />
de Agosto e engloba uma vasta programação,<br />
atraindo à cidade milhares<br />
de turistas.
o QUe Ver<br />
Museu do Papel<br />
Situado em Paços de Brandão, o Museu do Papel foi<br />
criado em 2001 e está instalado num antigo engenho<br />
papeleiro do século XIX. O museu integra duas antigas<br />
fábricas de papel (Fábrica de Custódio Pais e Fábrica dos<br />
Azevedos), situadas à beira-rio e ligadas entre si por um<br />
percurso pedonal. A principal característica diferenciadora<br />
deste espaço museológico reside no facto de se<br />
tratar de um museu manufactureiro e industrial em<br />
actividade, integrando um espaço de produção manual<br />
de papel (antigo Engenho da Lourença) e um espaço<br />
industrial (Casa da Máquina) que mostra o processo de<br />
fabrico em contínuo. Pelo seu carácter inovador e distintivo<br />
no contexto da museologia, mereceu já diversos<br />
prémios e distinções, nomeadamente uma menção<br />
honrosa atribuída pelo European Museum Fórum.<br />
Igreja da Misericórdia<br />
Localizada no centro histórico da Feira, foi fundada em<br />
1594, em homenagem a Nossa Senhora dos Prazeres. A<br />
sua traça actual remonta, contudo, ao século XVIII. No<br />
interior, destaque <strong>para</strong> o retábulo principal, exemplo do<br />
estilo barroco do reinado de D. Pedro. O templo é precedido<br />
por uma elegante escadaria do século XVIII, onde<br />
LINHA DO VOUGA SANTA MARIA DA FEIRA<br />
sobressai um chafariz de espaldar triangular. Do alto da<br />
escadaria obtém-se uma vista privilegiada da cidade,<br />
com o castelo ao fundo.<br />
Igreja Matriz de Santa Maria da Feira<br />
Templo do século XVI de planta em cruz latina, de uma<br />
só nave e claustro de dois pisos. De estilo maneirista,<br />
domina, conjuntamente com o Convento dos Lóios, a<br />
praça principal da cidade.<br />
Museu do Convento dos Lóios<br />
Dedicado à história e à cultura do concelho de Santa<br />
Maria da Feira, o Convento dos Lóios foi recuperado e<br />
adaptado a museu municipal, tendo sido inaugurado<br />
em 2009. Mostra colecções de arqueologia, história,<br />
etnografia, indústria e arte, que testemunham as vivências<br />
ao longo dos séculos em Terras de Santa Maria.<br />
No piso térreo existe uma sala dedicada a um artista da<br />
terra, o pintor António Jo<strong>aqui</strong>m, que doou ao museu<br />
várias obras que retratam temas, figuras e monumentos<br />
regionais, com destaque <strong>para</strong> o Castelo da Feira.<br />
Existe também um núcleo dedicado às artes e ofícios,<br />
onde se mostram os tradicionais e característicos da região,<br />
como os de jugueiro, oleiro, tanoeiro e sapateiro.<br />
Da era industrial estão representadas duas actividades<br />
de grande importância no concelho, o fabrico de papel<br />
e de rolhas de cortiça, esta última ainda hoje em dia<br />
com grande expressão.<br />
Castelo da Feira<br />
Foi construído no século XI sobre vestígios castrejos,<br />
romanos e visigóticos, como o provam vestígios no primeiro<br />
piso da torre de menagem. Localizado num ponto<br />
alto, podia controlar a navegação costeira. Por volta<br />
5
6<br />
SANTA MARIA DA FEIRA LINHA DO VOUGA<br />
de 1300 o castelo é doado por D. Dinis à sua mulher, a<br />
rainha Santa Isabel. Modificado ao longo dos séculos,<br />
guarda, por isso, testemunhos da evolução das técnicas<br />
de defesa entre os século XI e XVI. Com a perda<br />
da importância militar, no século XVI, o<br />
conde da Feira, vai transformar<br />
a torre de menagem<br />
do castelo em<br />
paço<br />
o QUe Saborear<br />
Fogaça<br />
A fogaça é um dos ex-libris de Santa Maria da Feira. Trata-<br />
-se de um pão doce, de forma arredondada e encimada<br />
por quatro bicos que representam as quatro torres do<br />
castelo da Feira. Com origens muito antigas, o seu surgimento<br />
está ligado a práticas religiosas e de caridade.<br />
Mais tarde, no início do século XVI, quando a região foi<br />
dizimada pela peste, nasceu a promessa feita aos santos<br />
de oferecer a “fogaça” se as gentes fossem poupadas. É<br />
essa a origem da Festa das Fogaceiras, realizada anualmente<br />
em Santa Maria da Feira, em que a fogaça é transportada<br />
na cabeça pelas fogaceiras. Em 2002 foi criada a<br />
Confraria da Fogaça da Feira.<br />
o QUe FaZer<br />
Visionarium<br />
Museu ciência interactivo, onde os visitantes podem realizar<br />
experiências, manipulando os equipamentos expostos.<br />
Integra as Cinco Odisseias Científicas (Terra, Matéria, Universo,<br />
Informação, Vida), um espectáculo multisensorial, o<br />
Experimentário e uma sala de exposições temporárias.<br />
senhorial, de gosto renascentista. Com a morte do último<br />
conde em 1700, o paço ficou em ruínas na sequência<br />
de um incêndio. A alcáçova do castelo tem quatro<br />
torreões com cobertura cónica e quatro pináculos.<br />
Subsistiram duas cercas, sendo a principal a medieval,<br />
com a sua barbacã, acrescentada no século XVI <strong>para</strong><br />
reforço da entrada principal, a chamada Porta da Vila.<br />
Na segunda, a mais recente e exterior, adaptada ao uso<br />
da artilharia, são visíveis terraplenos e bombardeiras.<br />
Na cerca principal fica ainda a Torre do Poço do século<br />
XV, com 136 degraus em caracol, a Torre da Casamata<br />
e a Torre das Sentinas, de desenho<br />
invulgar.<br />
Destaque<br />
ainda <strong>para</strong> os jardins,<br />
com cerca de 25.000<br />
metros quadrados, com diversas<br />
intervenções e jogos de água.<br />
M Centro de Ciência do Europarque<br />
T 256 370 605<br />
www.visionarium.pt<br />
Viagem Medieval<br />
A Viagem Medieval em Terras de Santa Maria é um grande<br />
evento de recriação histórica da época medieval que<br />
se realiza todos os anos, entre o final de Julho e o início<br />
de Agosto, nas ruas do centro histórico de Santa Maria da<br />
Feira. Com a ambição de se tornar no “maior projecto de<br />
recriação medieval da Europa”, integra diversas actividades<br />
tais como, a feira franca, visitas guiadas ao castelo,<br />
ceias e jogos medievais, o grande torneio e as justas, o<br />
arraial, o cortejo, entre outras, numa festa grandiosa que<br />
atrai à cidade milhares de visitantes.
onde coMer<br />
Adega Regional O Monhé €€<br />
Palco de uma festa de sabores africanos, portugueses<br />
e brasileiros, num ambiente agradável e com serviço<br />
afável, em duas salas confortáveis e bem decoradas. A<br />
alma da casa é o chefe e proprietário Luís Sotto Mayor<br />
que procura continuamente renovar as suas criações<br />
com novos produtos e paladares. A carta de vinhos assegura<br />
o acompanhamento certo. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar<br />
M Rua Doutor Elísio Castro, 55<br />
T 256 375 412<br />
Orfeu €€<br />
Situado junto ao castelo, ocupa parte do antigo Solar<br />
dos Condes de Fijô. Tem duas salas interiores e uma ampla<br />
esplanada. Funciona como restaurante, petisqueira<br />
e bar de vinhos. Na ementa há bacalhau de diversas<br />
maneiras, polvo no forno com batatinha “Fogaça”, arroz<br />
de pato, carré de vitela Arouquesa, porco preto e vários<br />
pratos vegetarianos. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua António de Castro Real<br />
T 256 283 002<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DO VOUGA SANTA MARIA DA FEIRA<br />
onde dorMir<br />
Hotel Nova Cruz ***<br />
Perto das Caldas de São Jorge, um hotel acessível<br />
rodeado de espaços verdes.<br />
Caldas de São Jorge.<br />
Quartos 65<br />
M Rua São Paulo da Cruz<br />
T 256 371 400<br />
www.novacruzhotel.com<br />
Hotel Ibis Porto Sul Europarque **<br />
Bem localizado e com bons acessos, inserido<br />
no complexo do Europarque, é uma opção de<br />
alojamento acessível e de razoável conforto e<br />
comodidade.<br />
Quartos 63<br />
M Espargo, Europarque<br />
T 256 332 507<br />
www.ibishotel.com<br />
7
a bordo do coMboio reGionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
1 Linha do Minho<br />
2 Linha do douro<br />
3 Linha do Vouga<br />
4 Linha do norte e ramal de Tomar<br />
5 Linha da beira alta<br />
6 Linha da beira baixa<br />
7 Linha do oeste<br />
8 Linha do Leste e ramal de cáceres<br />
9 Linha do algarve
Foto: Torre de Belém, Lisboa A BORDO DO COmBOIO REgIONAL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
LINHA DO NORTE<br />
E RAmAL DE TOmAR<br />
Lisboa Sta Apolónia / Oriente<br />
Vila Franca de Xira<br />
Santarém<br />
Tomar (Ramal de Tomar)<br />
Pombal<br />
Coimbra A / Coimbra B<br />
Curia<br />
Aveiro<br />
Porto
“são as<br />
terras do<br />
Mondego (…)<br />
com Coimbra<br />
na outra<br />
margem”<br />
Linha do norte<br />
e ramaL de tomar<br />
Lisboa sta apoLónia/oriente<br />
aLverca<br />
viLa Franca de Xira<br />
azambuja<br />
santarém<br />
entroncamento<br />
tomar (ramaL de tomar)<br />
Fátima<br />
pombaL<br />
soure<br />
coimbra a/coimbra b<br />
pampiLhosa<br />
meaLhada<br />
curia<br />
oLiveira do bairro<br />
aveiro<br />
estarreja<br />
ovar<br />
esmoriz<br />
viLa nova de Gaia<br />
porto campanhã<br />
CURIA
Linha do norte e ramaL de tomar<br />
Ligação entre as principais cidades do país<br />
É do coração de Lisboa antiga que partimos rumo à cidade Invicta. Até ao Porto são<br />
mais de 300 quilómetros, desvendando a paisagem ao longo dos rios ou pela beiramar,<br />
transpondo vales e cursos de água pela linha mais moderna do país.<br />
Onde o comboio nasceu<br />
Mesmo aos pés de Alfama, a estação<br />
de Santa Apolónia continua a<br />
ser o local onde muitos passageiros<br />
fazem a despedida a Lisboa e embarcam<br />
nesta Linha do Norte, considerada a mais importante<br />
do país. Mas a grande maioria opta agora por subir<br />
na moderna Gare do Oriente.<br />
Ambas merecem ser o ponto de partida nesta viagem,<br />
onde começamos por percorrer o troço inaugural da<br />
ferrovia portuguesa, que nos faz encontrar o Tejo em Vila<br />
Franca de Xira e termina no Carregado, hoje uma estação<br />
que apenas vemos a correr pela janela enquanto avançamos<br />
<strong>para</strong> as lezírias ribatejanas.<br />
A bonita estação de Santarém surge depois, no sopé do<br />
planalto onde a cidade guarda os seus tesouros góticos,<br />
longe do olhar de quem apenas passa e avança <strong>para</strong> o<br />
Entroncamento. A partir desta estação o relevo acentua-<br />
-se na paisagem e não tardamos a contornar a serra dos<br />
Candeeiros.<br />
Terras do centro<br />
A região centro é então atravessada entre serranias e<br />
casario mas após a <strong>para</strong>gem em Pombal os terrenos de<br />
cultivo tornam-se mais frequentes e alagadiços. São as<br />
terras do Mondego, rio que atravessamos com a silhueta<br />
de Coimbra na outra margem.<br />
Algumas <strong>para</strong>gens curiosas ficam pelo caminho até<br />
Aveiro, como a estação da Pampilhosa, onde<br />
podemos partir até à fronteira espanhola,<br />
ou a charmosa<br />
Curia, vila termal<br />
que mantém viva a aura do princípio<br />
do século. Já na cidade da ria,<br />
os olhos pousam de imediato nos<br />
azulejos da estação, que conferem à<br />
gare uma personalidade sem igual,<br />
pelos painéis que retratam paisagens da ria e da cidade.<br />
Estação de Santa Apolónia<br />
Aproximação ao mar<br />
A viagem entre Aveiro e o Porto é relativamente rápida<br />
e atravessa bonitas paisagens, sobretudo no troço entre<br />
Espinho e Vila Nova de Gaia. É então que a linha se aproxima<br />
do mar, desenvolvendo-se <strong>para</strong>lela às águas, com<br />
vista <strong>para</strong> a praia, as dunas e o Atlântico. Tem ainda o interesse<br />
de passar em zonas com arquitectura balnear de<br />
outras épocas, caso da Granja e da Aguda, estações que<br />
estão decoradas com azulejos de autor.<br />
Depois, regressamos ao interior e atravessamos parte da<br />
área metropolitana do Porto até chegarmos à margem<br />
do rio Douro. A travessia é feita pela ponte de São João,<br />
com extraordinária vista sobre a zona ribeirinha do Porto,<br />
Património Mundial e as encostas de Gaia. A recta<br />
final é assim digna da monumentalidade<br />
desta linha, que liga as principais cidades<br />
do país num percurso<br />
cada vez mais<br />
rápido.<br />
Ribeira do Porto<br />
3
4<br />
Lisboa<br />
Cidade das mil cores<br />
No «Livro do Desassossego», Bernardo Soares exalta,<br />
assim, a capital portuguesa: «Não há, <strong>para</strong> mim,<br />
flores como, sob o sol, o colorido variadíssimo de<br />
Lisboa». Com ou sem interposto heterónimo, outros<br />
escritores <strong>para</strong> além de Fernando Pessoa tiveram<br />
nesta cidade a fonte da sua inspiração: Garcia de<br />
Resende, Camões, D. Francisco Manuel de Melo, isto<br />
<strong>para</strong> nos ficarmos pelos clássicos. Que tem, afinal, de<br />
tão inspirador?<br />
Em primeiro lugar, o sítio: um imenso estuário, recortando-se<br />
a perder de vista, com a serra da Arrábida<br />
ao fundo. Depois, a topografia. Não é só Roma que se<br />
orgulha das suas sete colinas. Lisboa sobe e desce, da<br />
Graça ao Castelo, do Campo de Santana a São Pedro<br />
de Alcântara, da Estrela à Politécnica. E, finalmente,<br />
a História. Dos fenícios, gregos e romanos, aos visigodos<br />
e mouros, todos os povos que por <strong>aqui</strong> comerciaram,<br />
guerrearam ou se fixaram, acabaram por deixar<br />
as suas marcas, umas mais evidentes, outras mais<br />
subtis. Mas Lisboa foi, também, uma cidade imperial,<br />
onde fundeavam as naus e galeões carregados<br />
com os tesouros de África, do Oriente e do Brasl. E<br />
em cujas ruas se acotovelavam, no dizer do cronista,<br />
«muitas e desvairadas gentes».<br />
As marcas dos séculos passados e uma<br />
parte do esplendor imperial<br />
foram-se em poucos<br />
segundos, ao<br />
Vista sobre o casario e o Tejo<br />
nascer do dia 1 de Novembro<br />
de 1755, quando o pior<br />
terramoto da sua história<br />
arrasou Lisboa. Mas nem<br />
tudo desabou e foi consumido<br />
pelas chamas. Alfama e Mouraria, afloramentos da<br />
cidade antiga, passaram a coexistir com a geométrica<br />
e luminosa Baixa Pombalina, símbolo do renascimento<br />
das cinzas de uma cidade que não se rendeu<br />
à cólera dos deuses e se reergue banhada pelas luzes<br />
da Razão. Depois, a conquista oitocentista, à custa<br />
de aterros, das margens do Tejo, do Cais do Sodré a<br />
Belém, o rasgar das Avenidas Novas, o urbanismo<br />
autoritário e monumental de Duarte Pacheco nos<br />
anos 40, a recon<strong>versão</strong> urbanística da zona oriental<br />
de Lisboa <strong>para</strong> a Expo’98. Tudo isso moldou a cidade<br />
que conhecemos.<br />
Cidade que, tal como no tempo de Damião de Góis, é<br />
feita de muita gente e muitas culturas, onde se mistura<br />
a luz de uma cidade mediterrânica com a geometria<br />
de uma capital atlântica. Onde<br />
modernidade e tradição convivem<br />
lado a lado, em<br />
harmonia.
Estação de Santa Apolónia<br />
Distância da estação ao centro<br />
1.5 km<br />
Gare do Oriente<br />
Distância da estação ao centro<br />
10 km<br />
Acessos: Metro: www.metrolisboa.pt<br />
(Santa Apolónia, Linha Azul / Gare do<br />
Oriente, Linha Vermelha)<br />
www.carris.pt<br />
Táxi: T 217 932 756 (Rádio Táxis Lisboa)<br />
Linha do norte e ramaL de tomar Lisboa<br />
Santa Apolónia<br />
Situada à beira Tejo,<br />
a estação de Santa<br />
Apolónia é indissociável<br />
da história dos<br />
caminhos-de-ferro<br />
em Portugal, desde<br />
logo porque foi d<strong>aqui</strong> que partiu, em 1856, a primeira<br />
viagem de comboio do país, percorrendo os 37 quilómetros<br />
entre Lisboa e o Carregado. A estação foi inaugurada<br />
em 1865, servindo na altura os passageiros<br />
que seguiam <strong>para</strong> Norte e <strong>para</strong> Leste. D<strong>aqui</strong> partiram<br />
também muitos emigrantes portugueses, como recorda<br />
o “Monumento ao Emigrante”, no largo da estação.<br />
Gare do Oriente<br />
Símbolo da modernidade<br />
arquitectónica<br />
da capital, a Estação<br />
do Oriente foi construída<br />
em 1998 por<br />
ocasião da Exposição<br />
Universal de Lisboa (Expo 98), segundo o traço do arquitecto<br />
galego Santiago Calatrava. Este desenhou uma<br />
interface de transportes com vários níveis onde sobressai<br />
a cobertura de ferro e vidro que faz lembrar um conjunto<br />
de grandes palmeiras. Esta gare intermodal permite o<br />
acesso à linha ferroviária, metro e autocarros.<br />
O QUE VER<br />
Miradouros<br />
Uma cidade com sete colinas tem que ter, pelo menos,<br />
outros tantos miradouros. Na verdade, são bastantes<br />
mais, sobretudo se contarmos com os pontos exteriores<br />
a partir dos quais a capital pode ser observada. Começando<br />
pelos locais com vista <strong>para</strong> o rio, o Miradouro de<br />
Santa Catarina, perto do Chiado, vem à cabeça. Dali ou<br />
do vizinho Noobai Café se avistam Almada, a ponte 25<br />
de Abril e o movimento dos cacilheiros entre uma e a<br />
outra margem. Ainda na zona central, retenha o topo<br />
do elevador de Santa Justa, como local privilegiado<br />
<strong>para</strong> ver, em planta, a Baixa Pombalina. Quem queira<br />
contemplar o Tejo mais <strong>para</strong> montante pode fazê-lo<br />
dos miradouros gémeos de Santa Luzia ou das Portas<br />
do Sol, entre a Sé e a Graça. Já o Rossio e a Avenida<br />
da Liberdade podem ser apreciados dos dois lados, ou<br />
seja, de São Pedro de Alcântara e do Torel (Campo de<br />
Santana). Da Graça e da Senhora do Monte vêem-se a<br />
parte central da cidade e um pouco do Tejo, proporção<br />
que se inverte se subirmos ao Castelo de São Jorge.<br />
Lisboa vista da margem sul é inesquecível,<br />
seja do Cristo-Rei, seja do<br />
elevador panorâmico<br />
de Almada.<br />
Miradouro de São Pedro de Alcântara<br />
5
Lisboa Linha do norte e ramaL de tomar<br />
Esplanada do restaurante Piazza di Mare<br />
Zona ribeirinha<br />
Está longe de formar um contínuo ao longo da margem<br />
norte do Tejo mas conta já com boas manchas de contacto<br />
franco entre a cidade e o rio. De montante <strong>para</strong><br />
jusante, são elas: o Parque das Nações, com uma pista<br />
pedonal que se estende de Cabo Ruivo a Sacavém; o<br />
Cais do Sodré, desde a estação fluvial a Santos; a Doca<br />
do Espanhol entre a Rocha do Conde de Óbidos e os arredores<br />
de Alcântara; o núcleo mais antigo e consolidado<br />
da Doca de Santo Amaro que se prolonga como passeio<br />
ribeirinho pela Central Tejo, Clube Naval, Padrão<br />
dos Descobrimentos e Torre de Belém. E,<br />
finalmente, uma zona interessante,<br />
sobretudo <strong>para</strong><br />
andar a pé,<br />
Bairros típicos<br />
Os chamados bairros populares são<br />
um dos atractivos de Lisboa. Num mundo cada<br />
vez mais globalizado, pasteurizado e uniformizado, representam<br />
as marcas da diferença: um micro-cosmos<br />
afável e fraterno, onde se vendem hortaliças na rua<br />
e toda a gente parece conhecer-se. Um labirinto de<br />
casas, pracetas e escadinhas, pelo meio das quais o<br />
eléctrico 28 parece romper, a custo, passagem. E que<br />
vibram de uma forma especial nas Festas da Cidade,<br />
em Junho, entre o feriado nacional de dia 10 e o feriado<br />
municipal dedicado a Santo António, a 13. Eis alguns<br />
dos principais: Alfama, com um jeito muito próprio,<br />
antigo bairro de marinheiros, onde sobrevivem casas<br />
anteriores ao Terramoto. Bairro Alto, com uma curiosa<br />
mistura de boémia, vida cultural, divertimento e habitantes<br />
tradicionais. Graça, verdadeiro miradouro sobre<br />
Lisboa, e Campo de Ourique, mistura equilibrada de<br />
novos e velhos, tráfego e peões, habitação e serviços.<br />
de patins, de bicicleta ou doutra forma qualquer, desde<br />
a estação de Algés até aos arredores de Caxias. Toda<br />
esta vasta área tem, de uma forma geral, uma dupla<br />
característica: zona de fruição da natureza, com pistas,<br />
relvados e jardins e, ao mesmo tempo, pólo de animação<br />
nocturna, com bares e esplanadas. Nalguns casos,<br />
como no Parque das Nações, a estas duas vertentes<br />
junta-se, ainda, a parte cultural, com museus e salas<br />
de espectáculos e exposições.<br />
Modernidade<br />
As marcas da arquitectura moderna são outra característica<br />
marcante de Lisboa. A nordeste, entre o aeroporto e<br />
o rio, o bairro dos Olivais, construído em princípios dos<br />
anos 60, exemplifica, com brilhantismo, os princípios da<br />
Carta de Atenas: habitação em torre ou em banda, longe<br />
dos eixos viários e rodeada por jardins e zonas comunitárias.<br />
O Parque das Nações, sobretudo na parte correspondente<br />
ao antigo recinto da EXPO’98, ilustra uma<br />
cidade utópica, em diálogo com o Tejo e com minucioso<br />
tratamento do espaço público. A Fundação Gulbenkian e<br />
seus jardins são um ponto alto da arquitectura moderna,<br />
tal como o Centro Cultural de Belém ou o Centro Comercial<br />
das Amoreiras. A antiga zona industrial de Alcântara<br />
mostra as primeiras marcas da renovação urbanística,<br />
tal como os estádios construídos por<br />
ocasião do EURO2004, caso<br />
dos da Luz (Sport<br />
Lisboa e<br />
Vista sobre Alfama e o Tejo
Linha do norte e ramaL de tomar Lisboa<br />
Benfica) e Alvalade XII (Sporting Clube de Portugal) se<br />
tornaram numa marca e numa mais-valia da cidade.<br />
Gare do Oriente<br />
Tejo<br />
Sem o rio, Lisboa não seria a cidade extraordinária<br />
que é. Foi nos esteiros e praias do Tejo, onde hoje está<br />
a Baixa Pombalina, que os fenícios e gregos estabeleceram<br />
as primeiras feitorias nos séculos II e III a.C. As<br />
colinas vizinhas da margem começaram a ser fortificadas<br />
quando a cidade começou a crescer e a ganhar importância<br />
comercial, primeiro pelos romanos e depois<br />
pelos mouros e primeiros reis portugueses. E será ao<br />
longo do rio que a expansão da capital se fará até ao<br />
séc. XIX. Contemplar o Tejo a partir dos miradouros, viajar<br />
nos cacilheiros entre as duas margens, passear nos<br />
relvados da Torre de Belém ou nos passadiços do Parque<br />
das Nações são experiências inesquecíveis.<br />
Cacilheiro no Tejo<br />
Fado<br />
Lisboa está na rota dos principais concertos de música,<br />
tanto ligeira como clássica e tem uma vida cultural importante.<br />
Contudo, o fado, como expressão musical ancestral<br />
e de raízes populares é uma referência da cidade<br />
e uma das marcas que a projectam internacionalmente.<br />
Canção dolente que desfia a luta contra as agruras do<br />
destino, os amores infelizes ou o ciúme, ganhou foros<br />
de cidadania. Os turistas mais apressados ouvem-na<br />
nas casas de fado do Bairro Alto. Os verdadeiros apreciadores<br />
procuram o fado vadio nas tabernas desse<br />
mesmo bairro ou de Alfama. E aqueles que querem<br />
entender melhor este mistério, lisboeta mas também<br />
luso, vão ao Museu do Fado, entre o Terreiro do Paço e<br />
Santa Apolónia.<br />
Núcleo histórico<br />
Numa área relativamente pequena, do Bairro Alto à<br />
Graça, coexistem, a leste, a Lisboa muçulmana e popular<br />
(Alfama e Mouraria), ao centro, a Baixa Pombalina,<br />
fruto da reconstrução levada a cabo após o terramoto<br />
de 1755 e, a oeste, o Bairro Alto e o Chiado, zonas onde<br />
se misturam construções anteriores ao séc. XVIII e expoentes<br />
do urbanismo oitocentista. Todas estas áreas,<br />
com diferentes lastros históricos, se tocam e interligam,<br />
sendo possível percorrê-las a pé, ou, <strong>para</strong> ter uma visão<br />
de síntese, na carreira 28 do eléctrico.<br />
Representam as várias faces de uma mesma cidade.<br />
As colinas inicialmente ocupadas e protegidas pela<br />
muralha medieval. E as zonas <strong>para</strong> onde Lisboa se foi<br />
expandindo, caso da Baixa, quando, no século XVI a<br />
corte sai do Castelo de São Jorge e se instala à beira-<br />
-rio. A reconstrução pós-terramoto, levada a cabo sob<br />
a direcção do enérgico Marquês de Pombal, marca uma<br />
Lisboa muito avançada <strong>para</strong> a sua época: geométrica,<br />
de ruas largas e quarteirões ortogonais, com edifícios<br />
construídos segundo dois ou três projectos-tipo e com<br />
capacidade <strong>para</strong> resistir satisfatoriamente aos sismos.<br />
Uma marca de modernidade que o passar de mais de<br />
dois séculos não apagou.<br />
Arco triunfal da Rua Augusta e estátua equestre de D. José I<br />
7
8<br />
Eléctrico 28<br />
Lisboa Linha do norte e ramaL de tomar<br />
O QUE FAZER<br />
Os prazeres do eléctrico<br />
Sendo Lisboa a cidade que é, onde há tanto <strong>para</strong> fazer,<br />
descobrir e experimentar, é difícil eleger uma única experiência<br />
como a melhor, a mais imperdível ou inesquecível.<br />
Contudo, há coisas que, se nunca fez, não deve mesmo<br />
perder, como uma viagem nos eléctricos de Lisboa. E<br />
já agora, escolha o percurso mais pitoresco, o do famoso e<br />
cinematográfico eléctrico 28, entre a Graça e os Prazeres.<br />
Aproveite uma terça-feira e comece o dia com uma visita<br />
à popular Feira da Ladra, uma das mais antigas e características<br />
feiras lisboetas, que se realiza um pouco abaixo<br />
do Largo da Graça, no Campo de Santa Clara, junto ao<br />
antigo Mosteiro de São Vicente de Fora, todas as terças<br />
e sábados. Depois, é apanhar o 28 em qualquer <strong>para</strong>gem<br />
do lado descendente. Procure um lugar à janela e veja a<br />
cidade a passar ao seu lado. Primeiro, as ruas estreitas<br />
que se<strong>para</strong>m a Graça de Alfama. Depois, as Escolas Gerais<br />
onde funcionou a primeira universidade de Lisboa.<br />
Seguem-se o Largo das Portas do Sol e o Miradouro de<br />
Santa Luzia, onde somos brindados por uma deslumbrante<br />
vista sobre o Tejo. Pode querer voltar <strong>aqui</strong> mais<br />
tarde <strong>para</strong> se sentar numa das esplanadas panorâmicas<br />
e desfrutar do cenário com mais calma.<br />
Já a descer, vamos dar à Sé e passar pelas igrejas de Santo<br />
António e da Madalena. Depois de cruzar a Baixa Pombalina<br />
pela Rua da Conceição, vai subir ao Chiado e descer a<br />
castiça Calçada do Combro. Daí é um pulo até à Estrela,<br />
passando ao lado da Assembleia da República, em São<br />
Bento. Por último, é a passagem por Campo de Ourique,<br />
um dos mais harmoniosos e aprazíveis bairros da capital.<br />
A linha termina no Cemitério dos Prazeres onde funciona<br />
um pequeno núcleo museológico sobre os rituais da<br />
morte. Apesar de parecer bizarro, não deixe de o visitar<br />
e com o apoio de desdobráveis, oferecidos pelo museu,<br />
faça um dos dez percursos temáticos propostos e admire<br />
algumas pequenas jóias de arquitectura desenhadas por<br />
arquitectos de nomeada, como Cinatti, Manini ou Korrodi<br />
<strong>para</strong> jazigos, respectivamente do duque de Palmela, de<br />
Carvalho Monteiro e do conde de Burnay. E assim se vai<br />
da Graça aos Prazeres!
ONDE COmER<br />
Avenidas Novas<br />
Linha do norte e ramaL de tomar Lisboa<br />
Adega da Tia Matilde €€<br />
Um dos mais antigos e característicos restaurantes lisboetas,<br />
continua a ser poiso procurado <strong>para</strong> variadas<br />
ocasiões, dos negócios às refeições em família. As especialidades<br />
são, pois claro, bem portuguesas: caldeirada,<br />
arroz de frango, cabrito, iscas, pataniscas e por aí fora.<br />
Zona de fumadores.<br />
Encerra Sábado (jantar) e domingo (almoço)<br />
M Rua da Beneficência, 77<br />
T 217 972 172<br />
Belém, Alcântara e Ajuda<br />
A Commenda €€€<br />
Integrado no edifício do Centro Cultural de Belém, é um<br />
espaço de ambiente sóbrio e requintado, com agradável<br />
vista sobre o Tejo. Gastronomia de tendência mediterrânica,<br />
a tirar partido dos sabores e produtos portugueses.<br />
Tranche de garoupa com puré de alho francês e empadão<br />
de perdiz são algumas das sugestões da ementa. Aos domingos,<br />
durante o período de Outono / Inverno, há buffet<br />
de cozido à portuguesa. Não fumadores.<br />
Encerra De domingo a sexta (jantar)<br />
M Praça do Império, Centro Cultural de Belém<br />
T 213 648 561<br />
www.cerger.com<br />
O Painel de Alcântara €€<br />
É um dos bons garfos lisboetas com maior longevidade,<br />
cuja popularidade não esmorece, diz-se que muito por<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
causa da gerência e ambiente familiar e, claro está, pelos<br />
pratos tipicamente portugueses. O cozido das quartas-feiras<br />
atrai verdadeiras multidões mas o Painel tem<br />
muito mais <strong>para</strong> oferecer: arroz de tamboril, cabrito<br />
assado no forno, filetes de pescada e os indispensáveis<br />
pastéis e pataniscas de bacalhau. Zona de fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua do Arco de Alcântara, 7/13<br />
T 213 965 920<br />
Campo de Ourique, Amoreiras e Estrela<br />
Coelho da Rocha €€<br />
Um clássico no característico bairro de Campo de Ourique,<br />
junto ao mercado. Decorado com madeiras e painéis<br />
de azulejos, esmera-se numa ementa que não varia<br />
muito e que por isso conquistou, ao longo dos anos,<br />
legiões de fiéis: amêijoas à Bulhão Pato, arroz de coelho,<br />
cabrito no forno, arroz de cabidela, empadão de lebre ou<br />
perdiz, peixe assado no forno (pargo ou garoupa), linguadinhos<br />
fritos com arroz de tomate. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua Coelho da Rocha, 104<br />
T 213 900 831<br />
Stop do Bairro €<br />
É o típico restaurante de bairro, de ambiente familiar,<br />
com boa cozinha portuguesa a preços acessíveis. Quarta-feira<br />
é dia de cozido, às quintas há ossubuco e a sexta<br />
está reservada à cabidela. Exclusivamente fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira<br />
M Rua Tenente Ferreira Durão, 55 A<br />
T 213 888 856<br />
www.hed-web.com/stop/<br />
9
10<br />
Lisboa Linha do norte e ramaL de tomar<br />
Castelo, Alfama, Graça e Santa Apolónia<br />
Bica do Sapato €€€<br />
Dos mesmos donos da discoteca Lux-Frágil - mesmo ao<br />
lado - e do mítico Pap’Açorda, no Bairro Alto, continua a<br />
ser um dos principais sítios da moda em Lisboa. Magnífica<br />
e ampla sala com decoração moderna e esplanada<br />
virada <strong>para</strong> o Tejo. Para além da ementa de cozinha mediterrânica<br />
(carpaccio de ganso salpicado com flor de<br />
sal, vieiras salteadas com risotto de baunilha, magret<br />
de pato lacado), funcionam ainda uma cafetaria, no<br />
piso inferior, e um sushi-bar, no piso de cima (aberto<br />
apenas <strong>para</strong> jantares). Zona de fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira (almoço)<br />
M Avenida Infante Dom Henrique Armazém B, Cais<br />
da Pedra à Bica do Sapato<br />
T 218 810 320<br />
www.bicadosapato.com<br />
Bica do Sapato<br />
Casanova €€<br />
Em Santa Apolónia, no Cais da Pedra, é a pizzaria que<br />
não sai de moda , sempre cheia e com filas à porta, seja<br />
a que dia e hora for. Da mesma proprietária do Casanostra,<br />
no Bairro Alto, muitos dizem que estas são as<br />
melhores pizzas de Lisboa: massa fina e estaladiça,<br />
pre<strong>para</strong>das à vista do cliente, com ingredientes vindos<br />
directamente de Nápoles, e cozidas em forno de lenha.<br />
A sala é uma alegre confusão, com mesas de mármore<br />
corridas, tipo cantina, e vista <strong>para</strong> o rio. Não fumadores.<br />
Encerra Segunda e terça-feira (almoço)<br />
M Av. Infante Dom Henrique, Cais da Pedra à Bica do<br />
Sapato, Loja 7<br />
T 218 877 532<br />
www.restaurantecasanostra.com/cnova/<br />
Chiado e Bairro Alto<br />
Antigo 1º de Maio €€<br />
Lugar de culto, frequentado por gerações de intelectuais<br />
e artistas, continua a ser muito procurado<br />
por turistas e locais, em busca do ambiente e da<br />
comida de inconfundível toque caseiro. Entre os<br />
pratos emblemáticos constam filetes de peixegalo<br />
com açorda, pastéis de bacalhau com arroz de<br />
pimentos e cabrito na brasa. Não fumadores.<br />
Encerra Sábado (almoço) e Domingo<br />
M Rua da Atalaia, 8<br />
T 213 426 840<br />
Farta Brutos €€<br />
Típico e castiço, serve boa<br />
cozinha caseira, com incidência nos<br />
pratos lisboetas: pataniscas com arroz de<br />
grelos, rojões à lisbonense e iscas com elas. Não<br />
fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Travessa da Espera, 20<br />
T 213 426 756<br />
Das Docas ao Cais do Sodré<br />
Piazza di Mare €€<br />
Merece referência pela localização, em sala envidraçada<br />
e ampla esplanada, mesmo em cima do Tejo. A ementa<br />
incide nos pratos italianos. Zona de fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Avenida Brasília, Pavilhão Poente<br />
T 213 624 235<br />
www.piazzadimare.com
Linha do norte e ramaL de tomar Lisboa<br />
Tromba Rija €€€<br />
O conhecido restaurante de Marrazes (Leiria) abriu<br />
um espaço em Lisboa (e também em Vila Nova de<br />
Gaia) <strong>para</strong> gáudio dos bons garfos da capital. Repete o<br />
conceito, com a farta mesa de entradas e os pratos de<br />
resistência. Não aconselhável a estômagos fracos. Não<br />
fumadores.<br />
Encerra Domingo (jantar) e segunda-feira (almoço)<br />
M Rua Cintura do Porto de Lisboa, Ed. 254,<br />
Armazém 1<br />
T 213 971 507<br />
www.trombarija.com<br />
Do Marquês à Baixa Pombalina<br />
Cervejaria Ramiro €€<br />
Na Almirante Reis, a servir até tarde, é uma cervejaria<br />
de referência em Lisboa, sempre com excelente<br />
marisco, <strong>para</strong> além do habitual prego no pão e outros<br />
petiscos. Possui estacionamento <strong>para</strong> clientes, na rua<br />
perpendicular à avenida. Zona de fumadores.<br />
Encerra Terça-feira<br />
M Avenida Almirante Reis 1- H<br />
T 218 851 024<br />
Lisboa Norte<br />
O Galito €€<br />
Nascido na serra d’ Ossa, onde era local de “peregrinação”,<br />
veio <strong>para</strong> a capital nos anos 90 onde se tornou referência<br />
incontornável da cozinha alentejana. Mudou-se,<br />
entretanto, da pequena sala onde quase nunca havia<br />
lugar face a tantos pedidos, <strong>para</strong> outra mais espaçosa<br />
nas imediações da antiga. São já míticos os pratos que<br />
saem das mãos de D. Maria Gertrudes, a cozinheira de<br />
sempre desta casa. Das entradas às sobremesas, é tudo<br />
do domínio do divinal. Será injusto destacar mas ainda<br />
assim registem-se as mil e uma entradinhas, as sopas e<br />
açordas, o ensopado de borrego e a perdiz de escabeche<br />
à D. Gertrudes. Fumadores.<br />
Encerra Domingo e Feriados<br />
M Rua da Fonte, 18 D<br />
T 217 111 088<br />
São Bento<br />
Café de São Bento €€<br />
Junto à Assembleia da República, tem como imagem<br />
de marca os apetitosos bifes, servidos até horas tardias<br />
num característico ambiente de conforto requintado.<br />
Zona de fumadores.<br />
Encerra Sábado e Domingo ao almoço<br />
M Rua de São Bento, 212<br />
T 213 952 911<br />
Oriente<br />
Restaurantes do Parque das Nações<br />
Esta zona da cidade merece destaque pela quantidade e<br />
variedade de restaurantes e esplanadas, sendo possível<br />
encontrar opções <strong>para</strong> todos os gostos. Para além dos restaurantes<br />
do Casino Lisboa (Suite, Spot Lx e Atrio), podemos<br />
sugerir, a título de exemplos: cervejarias (Sagresjaria,<br />
218957041), cozinha italiana (La Rúcula, 218922747),<br />
japonesa (Origami - Sushihouse, 218967132), brasileira<br />
(Sabor a Brasil, 218955143), vegetariana (Miss Saigon,<br />
210996589) ou portuguesa (Água e Sal, 218936189),<br />
entre muitas outras opções.<br />
11
Lisboa Linha do norte e ramaL de tomar<br />
ONDE DORmIR<br />
Bairro Alto Hotel *****<br />
Apesar de relativamente recente (2005) é um hotel carismático<br />
não só pela sua localização no centro boémio<br />
e artístico de Lisboa, mas também por ter vindo ocupar<br />
o edifício do Grande Hotel da Europa, um dos primeiros<br />
hotéis da capital (meados do século XIX). A decoração<br />
conjuga o clássico com o moderno e remete <strong>para</strong> um<br />
cenário art déco que se prolonga <strong>para</strong> o restaurante<br />
Flores e bar Garrett. Do alto do sexto piso, no terraço<br />
panorâmico aberto a não hóspedes, espreita-se a cidade<br />
que desce até ao Tejo. Razões que levaram a Condé<br />
Nast Traveller (uma das mais prestigiadas publicações<br />
na área do turismo) a considerá-lo um dos 60 melhores<br />
hotéis do mundo.<br />
Quartos 55<br />
MPraça Luís de Camões, 8<br />
T 213 408 288<br />
www.bairroaltohotel.com<br />
Hotel Novotel Lisboa ****<br />
Totalmente renovado, caracteriza-o o lobby de dimensões<br />
imensas onde o vermelho vivo vem fazer<br />
contraste com o branco e preto da decoração minimal.<br />
A fórmula repete-se em alguns quartos, onde uma cor<br />
forte como o azul pinta uma das paredes. Tem piscina<br />
e restaurante.<br />
Quartos 249<br />
M Avenida José Malhoa, 1 1A<br />
T 217 244 800<br />
www.accorhotels.com<br />
Hotel Olissippo Oriente ****<br />
No Parque das Nações, vizinho do Casino Lisboa, do<br />
Oceanário e da FIL. Quartos modernos decorados a tons<br />
pastel, áreas wifi <strong>para</strong> quem viaja com o computador e<br />
cafetaria com esplanada. Tem restaurante.<br />
Quarto 182<br />
MAvenida Dom João II Lote 1.03.2.2<br />
T 213 182 791<br />
www.olissippohotels.com<br />
Hotel Vila Galé Ópera ****<br />
Situado à beira do Tejo, perto do Centro de Congressos<br />
de Lisboa, foi inaugurado em Julho de 2002 e<br />
tem a assinatura do arquitecto Manuel<br />
Salgado. Todo o ambiente do<br />
hotel está subordinado<br />
ao
Linha do norte e ramaL de tomar Lisboa<br />
tema da música, presente no mobiliário, no design, em<br />
diversos pormenores decorativos e em toda a concepção<br />
do projecto. A decoração é moderna e leve, privilegiando<br />
o conforto e o bem-estar. No restaurante Falstaff poderá<br />
saborear elaboradas e criativas especialidades gastronómicas<br />
num ambiente elegante e requintado.<br />
Quartos 243<br />
M Travessa do Conde Ponte<br />
T 213 605 400<br />
www.vilagale.pt<br />
Hotel Vila Galé Ópera<br />
Hotel Ibis Lisboa Saldanha **<br />
Cadeia que disponibiliza quartos pequenos mas funcionais,<br />
com pequeno-almoço pago à parte (5,50€ por<br />
pessoa). Os que foram renovados recentemente - caso<br />
do Ibis Lisboa Saldanha - disponibilizam quartos com<br />
televisor plasma.<br />
Quartos 116<br />
M Avenida Casal Ribeiro 23<br />
T 213 191 690<br />
www.ibishotel.com<br />
Pousada de Juventude de Lisboa<br />
Quartos duplos com casa de banho e múltiplos com quatro<br />
e seis camas perfazem este alojamento que disponibiliza<br />
ainda um quarto adaptado a pessoas com mobilidade<br />
condicionada. Tem refeitório e cacifos. Quem não tem<br />
Cartão Jovem terá que apresentar Cartão de Alberguista.<br />
Quartos 41<br />
M Rua Andrade Corvo, 46<br />
T 213 532 696<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
Elevador da Bica
14<br />
viLa Franca de Xira<br />
Terra de cavalos<br />
e toureiros<br />
Entre a serra, a lezíria e o rio, a meia hora de Lisboa,<br />
Vila Franca de Xira é um concelho em franco desenvolvimento<br />
económico e urbanístico, intimamente ligado<br />
à história dos campinos, dos touros e dos cavalos. Esta<br />
tradição permanece bem viva em vários locais da cidade,<br />
dos restaurantes às casas tauromáquicas, mas tem<br />
o seu expoente máximo nas famosas Festas do Colete<br />
Encarnado que recebem milhares de turistas em Julho,<br />
atraídos pelas largadas de touros, actuações de folclore<br />
e concertos. Banhada pelo Tejo, onde ainda podem<br />
ver-se algumas embarcações tradicionais (em especial<br />
o barco varino), Vila Franca de Xira integra a Reserva<br />
Natural do Estuário do Tejo, que além de enriquecer as<br />
pastagens e terrenos agrícolas da região, permite também<br />
a observação de aves e flora em pleno habitat.<br />
Muitos dos notáveis que <strong>aqui</strong> viveram estão associados<br />
à criação de alguns dos mais importantes museus<br />
do concelho, casos do escritor Alves Redol, com trabalhos<br />
guardados no Museu do Neo-realismo, e do toureiro<br />
Mário Coelho, que deu nome a uma casa-museu<br />
muito apreciada pelos aficionados. Também o local<br />
onde nasceu o conhecido Dr. Sousa Martins acolhe<br />
agora o Museu de Alhandra, que além de expor objectos<br />
pessoais do médico, conta também com várias exposições<br />
sobre a vivência dos vilafranquenses.<br />
Referência ainda <strong>para</strong> a gastronomia,<br />
intimamente ligada ao rio<br />
e à lezíria.<br />
Ponte Marechal Carmona e cais dos pescadores<br />
Estação de Vila Franca<br />
de Xira<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
0.4 km<br />
Táxi: T 263 272 670<br />
A estação<br />
Numa cidade de touros e<br />
touradas não podiam faltar<br />
as referências à tradição<br />
taurina nesta estação<br />
da linha do Norte. Seja no<br />
monumento ao toureiro<br />
(da autoria de Rui Fernandes), situado no largo da estação,<br />
ou nos painéis de azulejos (de Jorge Colaço) que<br />
circundam todo o edifício principal e retratam também<br />
outros temas, como a pesca tradicional ou a produção<br />
de vinhos e cereais. Por estar localizada a dois passos<br />
do Tejo, vale a pena um breve passeio até<br />
ao rio, com passagem pelo jardim<br />
situado do outro lado da<br />
linha férrea.
Linha do norte e ramaL de tomar viLa Franca de Xira<br />
O QUE VER<br />
Museu do Neo-Realismo<br />
Inaugurado em 2001, o Museu do Neo-Realismo possui<br />
um centro de documentação especializado em acervos<br />
bibliográficos, arquivísticos e iconográficos do movimento<br />
nacional neo-realista. Alberga um importante<br />
espólio literário, com destaque <strong>para</strong> esta corrente, além<br />
de uma área dedicada às artes plásticas. A sua exposição<br />
permanente chama-se "Da batalha pelo conteúdo",<br />
mas realiza também frequentemente várias mostras<br />
temporárias.<br />
Casa Museu Mário Coelho<br />
A casa onde nasceu o toureiro Mário Coelho é um ponto<br />
de visita obrigatório <strong>para</strong> os aficionados, o qual guarda<br />
as memórias e os troféus deste célebre vilafranquense.<br />
Com uma carreira de 40 anos, o matador lidou mais de<br />
3000 toiros, actuando em 1427 corridas e mais de 200<br />
festivais de beneficência.<br />
Quinta Municipal do Paço do Sobralinho<br />
Na Quinta do Paço do Sobralinho, <strong>para</strong> além do secular<br />
património construído e da área de parque e pomar,<br />
encontramos também vestígios de algumas matas<br />
representativas da vegetação natural do Maciço Calcá-<br />
rio Estremenho, importante pelas plantas endémicas<br />
e raras que apresenta e por tratar-se de uma mancha<br />
de vegetação florestal já pouco representada no<br />
concelho. O palácio foi construído em 1661 em estilo<br />
barroco <strong>para</strong> servir de residência sazonal aos Condes<br />
de Vila Flor, mas em 1991 a autarquia vilafranquense<br />
adquiriu a quinta e requalificou-a <strong>para</strong> ser desfrutada<br />
pela população.<br />
Painel de azulejos da estação ferroviária
16<br />
viLa Franca de Xira Linha do norte e ramaL de tomar<br />
O QUE FAZER<br />
Ciclovia junto ao Tejo<br />
Com o Tejo por companhia, é possível passear a<br />
pé ou de bicicleta ao longo de três quilómetros,<br />
entre Alhandra e o Parque Urbano de Vila Franca.<br />
O percurso ribeirinho oferece boas perspectivas<br />
sobre a Reserva Natural do Estuário do Tejo.<br />
O QUE SABOREAR<br />
Gastronomia<br />
A ligação ao rio está bem presente na cultura<br />
gastronómica da região onde o sável é rei. Na<br />
época, entre Março e Abril, há um festival que lhe<br />
é dedicado e os restaurantes do concelho esmeram-se<br />
na confecção de uma das especialidades<br />
mais emblemáticas: sável frito com açorda de<br />
ovas. De sabor ribeirinho há também as enguias<br />
à pescador e as ricas caldeiradas.<br />
ONDE COmER<br />
O Comboio €€<br />
Junto à estação ferroviária, é um poiso seguro <strong>para</strong><br />
uma refeição bem servida e bem confeccionada, a preços<br />
razoáveis. Na ementa há bacalhau à portimonense,<br />
bacalhau à Brás, lulas à francesa, lombo de porco no<br />
churrasco e escalopes de vaca. A decoração é alusiva ao<br />
mundo dos comboios. Não fumadores.<br />
Encerra Quarta-feira<br />
M Rua Serpa Pinto, 126/128<br />
T 263 273 080<br />
O Forno €€<br />
Situado numa das ruas típicas de Vila Franca, com ambiente<br />
acolhedor e decoração típica, a homenagear o<br />
Ribatejo, serve boa comida a preços acessíveis. As espetadas<br />
são a especialidade da casa mas também há um<br />
bom arroz de tamboril. Zona de fumadores.<br />
Encerra Terça-feira<br />
M Rua Doutor Miguel Bombarda, 143<br />
T 263 282 106<br />
O Redondel €€<br />
Restaurante já muito antigo e tradicional, inserido na<br />
Praça de Touros Palha Blanco. Oferece nos seus pratos<br />
o sabor da gastronomia típica ribatejana. Eis algumas<br />
das especialidades: bacalhau à Redondel, linguadinhos<br />
fritos, sável com açorda de ovas, ensopado de enguias e<br />
cabrito no forno. A lista de vinhos é extensa e de qualidade.<br />
Zona de fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira<br />
M Arcadas da Praça de Touros<br />
T 263 272 973<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
Linha do norte e ramaL de tomar viLa Franca de Xira<br />
ONDE DORmIR<br />
Lezíria Parque Hotel ***<br />
Com vistas sobre a paisagem do Tejo e da Lezíria, oferece<br />
quartos confortáveis e funcionais.<br />
Quartos 71<br />
M Estrada Nacional 1<br />
T 263 276 670<br />
www.leziriaparquehotel.pt<br />
Lezíria Parque Hotel<br />
Residencial Flora<br />
Situada no centro da cidade desde 1957, tornou-se bastante<br />
conhecida pelo seu restaurante que entretanto já<br />
não funciona (fechou portas em Abril de 2009). Continua<br />
a existir como residencial, oferecendo quartos simples<br />
mas cómodos e um ambiente acolhedor de pensão<br />
tradicional, sendo quase um ex-libris de Vila Franca.<br />
Quartos 21<br />
M Rua Noel Perdigão, 12<br />
T 263 271 272<br />
Residencial Flora<br />
Parque de Campismo Municipal<br />
de Vila Franca de Xira<br />
Perto do centro da cidade, oferece dois campos de ténis,<br />
piscina coberta de 50 metros, polidesportivo com<br />
campo descoberto de futsal e restaurante.<br />
MPiscinas Municipais, Povos<br />
T 263 275 258<br />
Painel de azulejos do mercado municipal
18<br />
santarém<br />
Capital do gótico<br />
Santarém esteve sempre presente<br />
nos principais momentos da História<br />
de Portugal, desde a conquista<br />
da cidade por D. Afonso Henriques<br />
em 1147, até à partida, na madrugada<br />
do 25 de Abril de 1974, dos<br />
blindados da Escola Prática de Cavalaria, comandados<br />
pelo Capitão Salgueiro Maia, em direcção<br />
ao Terreiro do Paço, em Lisboa. O rio Tejo e a planície<br />
fértil da lezíria, que envolvem o planalto de<br />
Santarém, determinaram o povoamento do local<br />
desde épocas remotas, já se conhecendo vestígios<br />
da actividade humana nesta região desde os finais<br />
do Neolítico. Começou por se chamar Scalabis antes<br />
da ocupação romana, <strong>para</strong> durante o império passar<br />
a Scalabis Castrum e Praesidium Julium (com Júlio<br />
César). Conquistada pelos Visigodos no século VII,<br />
muda a toponímia <strong>para</strong> Santa Irene (ou Santa Iria).<br />
Quatro denominações <strong>para</strong> uma cidade de notável<br />
e riquíssimo património. A importância que teve<br />
no período medieval reflecte-se hoje na riqueza do<br />
património construído. Apelidada hoje de «Capital<br />
do Gótico», Almeida Garrett chamou-lhe «Livro de<br />
pedra em que a mais interessante e mais poética das<br />
nossas crónicas está escrita».<br />
A cidade é percorrida por pórticos e rosáceas, elementos<br />
decorativos de traço ogival, janelas manuelinas,<br />
cunhais da renascença, torres e cúpulas. Uma<br />
caminhada pelo centro histórico, requalificado no<br />
quadro do Programa Polis, permite facilmente<br />
apreciar todos estes<br />
elementos.<br />
Estação ferroviária de Santarém<br />
Estação de Santarém<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
2 km<br />
Táxi: T 243 332 919<br />
Carreira urbana da Rodotejo, de 10 em<br />
10 m na hora de ponta e de 20 em 20<br />
nos restantes períodos www.rodotejo.pt<br />
A estação<br />
Na capital do Ribatejo,<br />
os touros,<br />
os campinos e a<br />
agricultura são<br />
presença inevitável<br />
nos belos painéis<br />
de azulejos que compõem a fachada virada <strong>para</strong> as<br />
linhas. As temáticas escolhidas pelo pintor J. Oliveira<br />
mostram também os monumentos da cidade,<br />
(a Igreja da Graça, as Portas do Sol ou a tomada do<br />
castelo aos mouros). Mas o principal atractivo da<br />
estação é, provavelmente, a secção museológica situada<br />
na antiga cocheira das locomotivas. Inaugurada<br />
em 1979, o seu espólio integra<br />
duas locomotivas de via<br />
estreita.
O QUE VER<br />
Linha do norte e ramaL de tomar santarém<br />
Igreja de Nossa Senhora da Graça<br />
Igreja de Nossa Senhora da Graça<br />
Obra arquitectónica dos finais do século XIV, pertenceu<br />
aos monges agostinhos. No interior, destacam-se<br />
a campa rasa de Pedro Álvares Cabral, descobridor do<br />
Brasil, bem como o túmulo de D. Pedro de Menezes e de<br />
sua esposa D. Beatriz Coutinho, assente sobre oito leões<br />
esculpidos em pedra calcária. O seu pórtico, gótico flamejante,<br />
é encimado por uma grande rosácea estrelada<br />
– uma das imagens mais promovidas de Santarém.<br />
Igreja de Nossa Senhora de Marvila<br />
Com um belíssimo pórtico manuelino, foi erigida na<br />
sequência da Reconquista. O interior é totalmente revestido<br />
por azulejos executados entre 1617 e 1642,<br />
azuis e brancos e com composições de<br />
azul e amarelo. A capela-mor é<br />
formada por abóbadas<br />
polinervuradas.<br />
Igreja de São João de Alporão<br />
Templo românico-gótico de uma só nave com arcos de<br />
volta inteira, mísulas e capitéis de motivos vegetalistas<br />
e zoomórficos. O portal e a rosácea são ricos exemplos<br />
do estilo gótico. Depois de entre 1994 e 2007 ter albergado<br />
diversas exposições, reabre despida de elementos<br />
expositivos, passando a ser disponibilizados ao público<br />
unidades portáteis com conteúdos acerca de três monumentos<br />
da cidade (Alporão, Graça e Sé) em formato<br />
áudio de elevada qualidade, em diversos idiomas.<br />
Miradouro de São Bento<br />
Situado no bairro dos anos 40. Local de acolhimento<br />
de peregrinos desde o século XVI, d<strong>aqui</strong> pode fazer-se<br />
nova leitura da cidade: da frontaria do Colégio dos Jesuítas<br />
à Mouraria, aos pináculos sineiros de Marvila e<br />
da Torre das Cabaças até às muralhas da Alcáçova .<br />
Portas do Sol<br />
Os troços de muralha envolvem o planalto sobranceiro<br />
ao Tejo, onde se ergue a cidade de Santarém. Das oito<br />
portas restam actualmente apenas duas: a de Santiago<br />
e a do Sol. Esta está situada na zona da antiga alcáçova,<br />
transformada em jardim público e miradouro, conhecido<br />
como Portas do Sol. Ex libris da cidade, d<strong>aqui</strong> se<br />
avista Almeirim, Alpiarça e a lezíria atravessada pelo<br />
rio Tejo.<br />
Igreja do Santíssimo Milagre<br />
De raiz românica, está relacionada com a «Lenda<br />
do Milagre», de meados do século<br />
XIII, que relata a transubstanciação<br />
da Hóstia<br />
Sagrada.
20<br />
santarém Linha do norte e ramaL de tomar<br />
Igreja da Misericórdia<br />
Igreja da Misericórdia<br />
Templo quinhentista com três naves e colunas toscanas,<br />
sob o traço de Miguel Arruda (1559). A estrutura<br />
do tipo igreja-salão é coberta por uma rica abóbada<br />
de berço, ritmada por elegante cruzaria de nervuras.<br />
Casa Pedro Álvares Cabral<br />
Local onde se julga ter estado edificada, séculos atrás,<br />
a casa do navegador português, Pedro Álvares Cabral.<br />
Inaugurada em 2000, é um espaço dedicado à história<br />
e à cultura dos dois países.<br />
Torre das Cabaças<br />
Torres das Cabaças<br />
Recentemente restaurada, contempla um espaço dedicado<br />
à organização do tempo com diversos objectos<br />
relacionados com a medição das horas e minutos.<br />
Praças e ruas<br />
Verdadeiro coração da cidade é a Praça Sá da Bandeira,<br />
beneficiada por novo arranjo urbanístico, com a Igreja<br />
do Colégio num dos topos. D<strong>aqui</strong> irradiam as ruas<br />
antigas com comércio tradicional, onde fica também<br />
o mercado municipal, muito animado aos sábados,<br />
exteriormente revestido a azulejos dos anos 30 com<br />
cenas agrícolas e de tradições taurinas.<br />
O QUE FAZER<br />
Complexo Aquático de Santarém<br />
Complexo composto por piscinas descobertas,<br />
uma delas com escorregas e outra de ondas, com<br />
480 metros quadrados. Possui ainda piscinas cobertas<br />
e tanques de aprendizagem e iniciação.<br />
Aberto das 10:00 às 13:00, das 13:30 às 16:30<br />
e das 17:00 às 20:00.<br />
Encerra Domingo (Inverno)<br />
M Jardim de Baixo, Santarém<br />
T 243 300 900<br />
www.scalabisport.com<br />
Touradas<br />
Por ser capital do Ribatejo, província marcadamente<br />
ligada à Festa Brava, Santarém não podia<br />
deixar de ser uma terra aficcionada por excelência.<br />
A sua praça de toiros, «Monumental Celestino<br />
Graça», é a maior do país e substituiu a histórica<br />
praça que ficava junto do velho Convento de São<br />
Domingos. Tem sede na cidade o mais antigo e<br />
prestigiado Grupo de Forcados Amadores de Portugal.<br />
Aqui se evoca, também, o campino, orientando<br />
as difíceis tarefas na condução do gado<br />
bravo, montado no seu cavalo.
ONDE COmER<br />
Linha do norte e ramaL de tomar santarém<br />
Taberna do Quinzena €<br />
O facto do exterior já se parecer com uma praça de<br />
touros em ponto pequeno não é ao acaso. Dentro, os<br />
motivos decorativos, como os cartazes, convergem no<br />
mesmo sentido: a tourada. Junto ao balcão de mármore,<br />
os clientes regulares da casa bebem o seu copo de<br />
vinho. Nas restantes salas fica o restaurante propriamente<br />
dito com mesas de madeira e bancos corridos. O<br />
bacalhau assado, o cozido, o pernil de porco ou o pato<br />
assado no forno são alguns exemplos dos pratos substanciais<br />
da casa que podem ser provados em dias diferentes<br />
e pré-determinados. E quando estes acabarem<br />
há os permanentes. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo e feriados<br />
M Rua Pedro de Santarém, 93<br />
T 243 322 804<br />
http://quinzena.com/<br />
O QUE SABOREAR<br />
Celestes e Pampilhos<br />
Santarém é uma zona com história muito ligada às ordens<br />
religiosas. Não é por isso de estranhar que tenha<br />
tantas, e tão boas, provas de doçaria conventual. Das<br />
cozinhas dos conventos saíram preciosidades como os<br />
arrepiados de Almoster, os celestes de Santa Clara ou<br />
os queijinhos do céu do Convento das Donas, sobremesas<br />
que farão, sem dúvida, as delícias dos mais exigentes.<br />
O nome dos campilhos homenageia o campino.<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
Mina Velha €€<br />
Restaurante implantado num antigo celeiro mantendo<br />
algumas das suas características, como a vasta extensão<br />
do espaço. A ementa está repleta de pratos ribatejanos<br />
e a acompanhá-los uma garrafeira invejável. Não<br />
fumadores.<br />
Encerra Domingo (jantar) e segunda-feira<br />
M Urbanização Quinta das<br />
Fontaínhas<br />
lote 9001- 319<br />
T 243 372 581<br />
ONDE DORmIR<br />
Santarém Hotel ****<br />
Junto ao Centro Nacional de Exposições, tem quartos com<br />
vista sobre a lezíria e o rio Tejo. O restaurante, com buffet<br />
variado, também oferece boas panorâmicas. O hotel tem<br />
piscina interior e exterior, sauna e ginásio.<br />
Quartos 105<br />
M Avenida Madre Andaluz<br />
T 243 309 500<br />
www.santaremhotel.net<br />
Hotel Alfageme ***<br />
Perto do centro histórico, oferece quartos simples e<br />
confortáveis. Tem bar e salas de reuniões.<br />
Quartos 67<br />
M Avenida Bernardo Santareno, 38<br />
T 243 377 240<br />
www.hotelalfageme.com<br />
21
22<br />
tomar<br />
memórias templárias<br />
O núcleo histórico da cidade, cruzada pelo rio Nabão, é<br />
um exemplo de urbanismo medieval traçado sob a influência<br />
da Ordem dos Templários. Em 1147, D. Afonso<br />
Henriques conquistou-a aos muçulmanos, doando-a a<br />
esta ordem. Gualdim Pais, segundo mestre da Ordem do<br />
Templo, atribui-lhe foral em 1162. O notável Convento<br />
de Cristo começou a ser construído no século XII, sendo<br />
a charola, um templo-fortaleza de inspiração oriental,<br />
o edifício mais antigo. A permanência do infante D.<br />
Henrique como administrador da Ordem de Cristo, que<br />
herdara os bens dos Templários, entretanto extintos,<br />
confere prosperidade e desenvolvimento a Tomar, no<br />
século XV, com a urbanização de uma nova zona e construção<br />
de edifícios e claustros na antiga zona de oração<br />
dos Templários, a charola. Mais tarde, a cidade beneficia<br />
de novos investimentos durante o domínio filipino,<br />
casos do claustro principal do convento e do aqueduto<br />
dos Pegões. Várias fábricas viriam a instalar-se na vila<br />
até ao século XIX. No rio Nabão, que percorre a cidade,<br />
ainda se vêem os açudes, exemplo do aproveitamento<br />
da força motriz das águas <strong>para</strong> uso industrial desde o<br />
século XVI. Na sequência da visita da rainha D. Maria II,<br />
Tomar foi elevada a cidade em 1844. A sua fama vem,<br />
desde logo, da presença de famosos monumentos,<br />
dos quais se destaca o Convento de Cristo, Património<br />
Mundial da UNESCO desde 1984. As potencialidades<br />
turísticas incluem a visita a inúmeras edificações históricas,<br />
relíquias arqueológicas, passeios pelos seus<br />
frondosos jardins, <strong>para</strong> além desse cartaz<br />
local que é a Festa dos<br />
Tabuleiros.<br />
Festa dos Tabuleiros<br />
Estação de Tomar<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
0.6 km<br />
Táxi: T 249 312 373<br />
Carreiras da Tutomar, com partida da estação,<br />
de 10 em 10 min. em hora de ponta e<br />
de 20 em 20 min. nos restantes períodos.<br />
De 2ª a 6ª feira, entre as 07h30 e as 20h,<br />
sábados, das 08h10 às 14h, domingos e<br />
feriados das 14h10 às 20h.<br />
A estação<br />
Inaugurada em<br />
1928, a estação<br />
de Tomar situa-se<br />
no extremo sul da<br />
cidade e apresenta<br />
uma fachada<br />
clássica desenhada por Cottinelli Telmo. Aqui termina<br />
o ramal homónimo que liga a localidade à Linha do<br />
Norte (Entroncamento), bifurcando na<br />
estação da Lamarosa.
O QUE VER<br />
Linha do norte e ramaL de tomar tomar<br />
Convento de Santa Iria<br />
Associado à lenda da santa que no ano 600 terá sido<br />
martirizada e deitada ao Nabão, foi criado este convento<br />
de religiosas, reduzido à obediência franciscana<br />
em 1523 e modificado sob traça de João Castilho, em<br />
1536. Na fachada virada <strong>para</strong> o rio é visível o nicho de<br />
Santa Iria. A porta da igreja é quinhentista e o altar, em<br />
pedra de Ançã, é atribuído a João de Ruão. O claustro é<br />
renascentista.<br />
Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto<br />
Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto<br />
A antiga sinagoga fica na antiga Rua da Judiaria, actual<br />
Rua Jo<strong>aqui</strong>m Jacinto. Data, provavelmente, de 1430, tendo<br />
a sua construção sido autorizada pelo Infante D. Henrique.<br />
Conheceu diversos usos após ter sido encerrada em<br />
1496, só vindo a ser recuperada em 1939 quando Samuel<br />
Schwarz, que a adquirira 16 anos antes, a doa ao Estado<br />
<strong>para</strong> a instalação do museu luso-hebraico<br />
Convento de Cristo<br />
Fundado pelos Templários, em 1160, é uma sobreposição<br />
extraordinária de épocas e estilos que levou à sua<br />
classificação como Património Mundial. Do período inicial<br />
é a charola, capela de inspiração bizantina, hoje integrada<br />
na igreja do convento. Estrutura redonda, com<br />
oito colunas interiores que sustentam uma cúpula central,<br />
tem na periferia, uma abóbada circular que cobre o<br />
deambulatório do templo. As paredes são cobertas por<br />
frescos do séc. XVI, representando cenas bíblicas. No<br />
século XIV, já com a Ordem de Cristo a suceder à dos<br />
Templários, o convento recebe mais dois claustros (da<br />
Lavagem e do Cemitério) e o paço do Infante D. Hen-<br />
rique, mestre da Ordem. No reinado de D. Manuel foi<br />
levantada uma nova igreja que sacrificou uma parte<br />
da charola e se ligou a esta. Desta época é, também, a<br />
famosa janela da Sala do Capítulo ponto alto do estilo<br />
do manuelino expresso na decoração à base de troncos,<br />
nós, laços, cordas, animais marinhos, etc. Com D. João<br />
III, o convento volta a sofrer transformações. Desta vez<br />
são edificados novos claustros (Santa Bárbara, Hospedaria,<br />
Micha e Corvos), o refeitório e o dormitório. Logo<br />
após a perda da independência, também Filipe II manda<br />
Filipe Terzio construir o chamado Claustro dos Filipes,<br />
uma das obras mais importantes do maneirismo<br />
português. Por último, D. Pedro II manda levantar na<br />
fachada norte a Enfermaria dos Frades, posteriormente<br />
adaptada a Hospital Militar Regional.<br />
Convento de Cristo<br />
23
24<br />
tomar Linha do norte e ramaL de tomar<br />
Aqueduto de Pegões<br />
Mandado edificar em 1593 por Filipe I, tem seis quilómetros<br />
de extensão e tinha como objectivo abastecer<br />
de água o Convento de Cristo. Mais tarde reforçaria o<br />
abastecimento da própria cidade. Veio a ser concluído<br />
em 1613, sendo o projecto de Filipe Terzio (arquitecto-<br />
-mor do reino e responsável por muitas obras importantes<br />
da época).<br />
O QUE FAZER<br />
PROgRAmA<br />
Festa dos Tabuleiros<br />
A <strong>CP</strong> associa-se às maiores festas e eventos nacionais.<br />
Acompanhe no nosso site o calendário<br />
de iniciativas culturais e lúdicas, escolhendo<br />
o comboio como meio de deslocação.<br />
Informações em 808 208 208<br />
ou cp.pt<br />
O QUE SABOREAR<br />
Doçaria<br />
Pela presença secular de ordens monásticas na<br />
cidade, Tomar tem uma longa tradição de doçaria<br />
de inspiração conventual. Os mais conhecidos são à<br />
base de fios de ovos e doces de ovos e têm nomes<br />
curiosos como «Beija-me Depressa», <strong>para</strong> não falar<br />
nos quase desaparecidos «Doces de Cama». Encontra-os<br />
à venda na principal rua do centro, a antiga<br />
Corredoura (Rua Serpa Pinto), reservada <strong>para</strong> os<br />
peões, em casas como a «Estrelas de Tomar». Mas<br />
o doce mais emblemático da cidade são as fatias<br />
de Tomar. Levam apenas gemas de ovos, exaustivamente<br />
batidas, depois cozidas em banho-maria<br />
numa dupla panela especialmente concebida <strong>para</strong><br />
o efeito e, por fim, passadas em calda de açúcar. A<br />
referida panela data de meados do século XX e foi<br />
inventada por um dos mestres latoeiros da cidade<br />
que as vendia com a receita do doce no interior.<br />
Segundo se conta, esta simples mas delicada especialidade<br />
terá tido origem na cozinha do Convento<br />
de Santa Iria de Tomar. Inicialmente designadas<br />
como fatias da China, a sua excelência levou João<br />
da Mata a inclui-las no livro Arte de Cozinha (1876).<br />
Por serem provenientes de Tomar, ficaram depois<br />
conhecidas pelo nome da cidade.<br />
Fatias de Tomar
ONDE COmER<br />
Linha do norte e ramaL de tomar tomar<br />
Restaurante da Estalagem de Santa Iria €€<br />
Integrado na pequena estalagem situada no Parque do<br />
Mouchão, tem a vantagem adicional da envolvente verde<br />
do parque. No alpendre existe uma pequena esplanada<br />
onde também são servidas refeições. Na ementa há lulas<br />
na cataplana, espetada de lulas e camarão, arroz de tamboril<br />
na caçarola e atum à provincial. Nas carnes destaca-<br />
-se o lombo de porco com amêijoas. À tarde pode também<br />
tomar <strong>aqui</strong> um chá ou uma bebida fresca. Não fumadores.<br />
M Parque do Mouchão<br />
T 249 313 326<br />
www.estalagemsantairia.com<br />
A Bela Vista €<br />
Bem localizado, perto da ponte velha sobre o rio Nabão,<br />
no centro da cidade, serve uma cozinha simples e<br />
bem confeccionada. Das especialidades constam, entre<br />
outros pratos, arroz de pato, açorda de bacalhau, cabrito<br />
assado e plumas de porco preto. Zona de fumadores<br />
(esplanada).<br />
Encerra Segunda-feira (jantar) e terça-feira<br />
M Rua Marquês Pombal, 6 Ponte Velha<br />
T 249 312 870<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
ONDE DORmIR<br />
Hotel dos Templários ****<br />
Convenientemente situado no centro de Tomar,<br />
dispõe de quartos bem equipados, com varanda<br />
com vista sobre o Nabão. O restaurante panorâmico<br />
serve comida tradicional portuguesa. O hotel<br />
oferece ainda uma série de actividades de lazer<br />
como a pesca e a canoagem e diversas festas temáticas<br />
sobre fado, fandango e, principalmente,<br />
os famosos jantares medievais no Convento de<br />
Cristo, que recriam ao pormenor o ambiente da<br />
época. Também pode usufruir da piscina e do health<br />
club ou jogar ténis. Há sala de jogos e heliporto.<br />
Quartos 177<br />
M Largo Cândido dos Reis, 1<br />
T 249 310 100<br />
www.hoteldostemplarios.com<br />
Hotel dos Templários<br />
Estalagem de Santa Iria ****<br />
Situada no Parque do Mouchão, tem excelentes<br />
condições <strong>para</strong> uma agradável estadia. Oferece<br />
uma confortável sala de estar com lareira e bar,<br />
restaurante também com lareira e uma esplanada<br />
num agradável alpendre com vista <strong>para</strong> o parque.<br />
Quartos 14<br />
M Parque do Mouchão<br />
T 249 313 326<br />
www.estalagemsantairia.com<br />
25
26<br />
pombaL<br />
mar e serra na cidade<br />
do marquês<br />
Entre o oceano e a serra de Sicó, num vale do rio Soure<br />
(ou Arunca), esta cidade do centro do país está inevitavelmente<br />
associada à figura do Marquês de Pombal,<br />
primeiro-ministro do rei D. José, que <strong>aqui</strong> viveu. As<br />
memórias do estadista estão espalhadas por toda a<br />
sede de concelho, desde a antiga Casa do Celeiro, que<br />
mostra o seu brasão e armas, ao Museu Municipal<br />
Marquês de Pombal, onde está exposta uma colecção<br />
de arte e de documentos a ele ligados. As origens do<br />
município remontam, no entanto, ao século XII, altura<br />
em que Gualdim Pais, mestre da ordem dos Templários,<br />
ergueu o castelo no cimo de um morro. Pombal<br />
recebeu foral em 1174. Em 1509 o rei D. Manuel ordenou<br />
a recuperação do castelo e em 1512 concedeu<br />
à vila novo foral. Dominado tradicionalmente pela<br />
actividade agrícola, o concelho de Pombal é hoje um<br />
dos principais centros do país de indústrias resinosas.<br />
No património da cidade, <strong>para</strong> além do imponente<br />
castelo, destacam-se ainda o Convento de Santo António,<br />
várias igrejas, pelourinhos, solares e antigas<br />
aldeias serranas. Já em matéria de património natural<br />
merecem referência o vale do rio Anços, a vasta e<br />
sossegada praia dourada do Osso da Baleia, ladeada<br />
por grandes dunas (localizada a cerca de<br />
30 km de Pombal) e ainda a<br />
Mata Nacional do Urso,<br />
uma área de<br />
Castelo de Pombal<br />
Estação de Pombal<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
0.3 km<br />
Táxi: T 236 219 176 / 236 244 638<br />
grande riqueza<br />
natural onde é possível<br />
realizar percursos pedestres devidamente<br />
sinalizados. É o caso do Trilho da Lagoa de<br />
São José, na freguesia de Carriço, na zona envolvente<br />
aquele espelho de água. Entre o mar e a serra, a gastronomia<br />
do concelho reflecte esta envolvente, embora<br />
predomine uma cozinha rural, caracterizada por<br />
receitas de substância, com sopas ricas, (como a sopa<br />
à lavrador) e pratos retemperadores como o bacalhau<br />
à Marquês de Pombal, as tibornadas e o carneiro<br />
confeccionado de diversas formas. Na<br />
doçaria provem-se os pastéis<br />
do Louriçal, à base de<br />
amêndoa.
O QUE VER<br />
Linha do norte e ramaL de tomar pombaL<br />
Castelo de Pombal<br />
Fundado por Gualdim Pais, a quem D. Afonso Henriques<br />
doou os territórios <strong>para</strong> a edificação de fortaleza, pertenceu<br />
à Ordem de Cristo no século XIV e foi reconstruído por<br />
D. Manuel no início do século XVI. Está implantado numa<br />
elevação sobranceira à cidade e tem a forma de um escudo,<br />
com as suas muralhas ameadas. Estas são rasgadas<br />
por duas portas ogivais flanquedas por torreões, apresentando<br />
uma delas o escudo real entre a esfera armilar e<br />
a cruz de Cristo. Do lado exterior, junto à zona da cidadela,<br />
estão as ruínas de outro pano de muralhas e de uma capela<br />
da Igreja de Santa Maria do Castelo.<br />
Torre do Relógio Velho<br />
Destacando-se do casario envolvente, foi mandada<br />
construir no século XIV por D. Pedro I <strong>para</strong> recolha dos<br />
tributos pagos por judeus e mouros à coroa. Sofreu alterações<br />
no início do século XVI, época em que adquiriu<br />
a feição actual, com forma prismática rematada por<br />
uma cúpula piramidal.<br />
Museu de Arte Popular Portuguesa<br />
Situado no piso térreo do Centro Cultural de Pombal, na<br />
zona histórica da cidade, conta com um espólio de cerca<br />
de duas mil peças de artesanato. Obras-primas de todas<br />
as regiões do país que se reúnem <strong>para</strong> celebrar a arte<br />
popular portuguesa e as tradições do país. Vestido a<br />
rigor, apresenta um festival de cor, onde todas as peças<br />
trazem consigo uma história. Este espaço museológico<br />
é o resultado de um trabalho de procura e selecção de<br />
Nelson Lobo Rocha, técnico aposentado da Fundação<br />
Calouste Gulbenkian, ao longo de mais de vinte e cinco<br />
anos de convívio com os próprios artesãos. A colecção<br />
foi doada à Câmara Municipal de Pombal.<br />
Museu Marquês de Pombal<br />
Museu criado em 1982 pela doação do antiquário Manuel<br />
Gameiro. O espólio está distribuído por cinco salas<br />
temáticas, recordando o passado político e pessoal do antigo<br />
secretário de Estado do Reino nos tempos de D. José.<br />
ONDE COmER<br />
O Manjar do Marquês €€<br />
Houve quem lhe vaticinasse o fim após a conclusão da<br />
auto-estrada do Norte mas a reconhecida cozinha teimou<br />
em resistir. Divide-se em duas salas, uma mais popular<br />
servida por um menu diversificado a preços que rondam<br />
os 15 euros e outra mais requintada. Pataniscas de bacalhau,<br />
rojões com migas de nabiça e morcela de arroz e<br />
burras de porco preto em vinho tinto expressam-se com<br />
brilhantismo. Afamado é o arroz de tomate que acompanha<br />
muitos pratos. Garrafeira variada. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo (jantar)<br />
M EN1, km 151<br />
T 236 200 960<br />
www.omanjardomarques.com<br />
ONDE DORmIR<br />
Hotel Pombalense ***<br />
Acessível e modernamente equipado, fica situado<br />
junto à estação ferroviária. Integra um restaurante,<br />
Palomino, que serve pratos da cozinha portuguesa<br />
e outros de gosto mais internacional.<br />
Quartos 40<br />
M Rua Alexandre Herculano, 26<br />
T 236 200 990<br />
www.hotelpombalense.pt<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
27
28<br />
coimbra<br />
Cidade do<br />
conhecimento<br />
Associada aos amores infelizes de D. Pedro e de D.<br />
Inês, que terá sido assassinada nos arredores, na<br />
Quinta das Lágrimas, Coimbra é também conhecida<br />
por ser a mais antiga cidade universitária de Portugal<br />
e uma das primeiras da Europa. Na zona alta, Coimbra<br />
preserva, a par dos edifícios modernos da Universidade,<br />
vielas tortuosas que pouco terão mudado<br />
desde a Idade Média. Aí, ainda se podem encontrar<br />
algumas repúblicas, residências de estudantes, que<br />
foram, durante décadas, os centros das tradições libertárias<br />
e contestatárias estudantis. É da parte alta<br />
que se pode ter uma visão do resto da cidade e do rio.<br />
O Pátio das Escolas e a Couraça de Lisboa ou o Penedo<br />
da Saudade, sobre o lado oriental e um dos pontos<br />
míticos da cidade, são alguns desses locais.<br />
Junto ao Mondego a cidade apresenta características<br />
bem diferentes. É a zona comercial, onde se concentra<br />
a maior parte dos serviços. As ruas Ferreira Borges<br />
e Visconde da Luz, ambas pedonais, constituem as<br />
principais artérias da Baixa. Bem perto, desenvolve-<br />
-se a Baixinha, um emaranhado de vielas e travessas,<br />
onde o comércio tradicional e a animação lhe conferem<br />
um encanto muito especial.<br />
A zona ribeirinha, no final do Parque Dr. Manuel Braga,<br />
foi renovada no âmbito do Programa Polis, com a<br />
criação de uma frente de lazer. Daí parte a romântica<br />
ponte pedonal dedicada aos amores infelizes<br />
de D. Pedro e D. Inês<br />
de Castro e que<br />
d á<br />
Vista sobre a cidade e o rio Mondego<br />
Estação de Coimbra A<br />
Distância da estação ao centro<br />
Estação de Coimbra B<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
0 km<br />
2 km<br />
SMTUC - Transportes Urbanos de Coimbra,<br />
www.smtuc.pt<br />
Táxi: T 239 822 472, 239 499 090<br />
acesso a<br />
uma zona equivalente<br />
na margem esquerda. É<br />
<strong>aqui</strong> que se situa o medieval Mosteiro de Santa<br />
Clara-a-Velha, resgatado das águas e lodos que<br />
o submergiram durante séculos. Bem perto, Santa<br />
Clara-a-Nova e o Portugal dos Pequenitos, idealizado<br />
pelo arquitecto Cassiano Branco, e que desde<br />
1940 faz a delícia de pequenos<br />
e grandes.
O QUE VER<br />
Linha do norte e ramaL de tomar coimbra<br />
Universidade<br />
Criada em 1308, a Universidade de Coimbra é, ainda<br />
hoje, identificada à distância pela sua elevada torre, com<br />
o relógio e os sinos, cujo toque, durante séculos regulou<br />
o dia-a-dia de estudantes e professores. À volta desenvolve-se<br />
o Pátio das Escolas com edifícios emblemáticos<br />
como a monumental Biblioteca Joanina, a quinhentista<br />
Capela de São Miguel, as salas dos Capelos e do Exame<br />
Privado, etc.. Aqui se encontram também curiosos museus<br />
onde se podem ver instrumentos científicos antigos<br />
e outras colecções valiosas. Um destes é o moderno Museu<br />
de Ciência, instalado no antigo refeitório dos Jesuítas.<br />
Na outra vertente da colina, do lado oposto ao Pátio,<br />
encontram-se as Escadarias Monumentais e a Associação<br />
Académica, que foram durante o Estado Novo cenários<br />
dos principais episódios da luta estudantil.<br />
Torre da Universidade<br />
Biblioteca Joanina<br />
É um dos edifícios mais marcantes da universidade.<br />
Construído, em 1717, por vontade expressa do rei D.<br />
João V, é considerada uma das mais bonitas bibliotecas<br />
do mundo. Em estilo barroco, a sua entrada faz-se através<br />
de um pórtico monumental, encimado pelo escudo<br />
de Portugal. Três soberbas salas decoradas, guardam<br />
mais de 250 mil livros, alguns dos quais muito raros,<br />
versando as áreas do Direito, Filosofia e Teologia.<br />
Parque Verde do Mondego<br />
As obras do Programa Polis permitiram requalificar as<br />
duas margens do Mondego a montante da Ponte de<br />
Santa Clara. Surgiram duas zonas ajardinadas, acompanhando<br />
o Mondego durante várias centenas de metros.<br />
Incluem, <strong>para</strong> além de relvados, esplanadas e passeios<br />
ribeirinhos (também conhecidos como «Docas», por<br />
analogia com Lisboa) e do Pavilhão Centro de Portugal<br />
(Siza Vieira e Souto Moura), uma nova ponte, dedicada<br />
aos amores infelizes de D. Pedro e D. Inês de Castro e<br />
que, unindo as duas margens foi, também, concebida<br />
<strong>para</strong> funcionar como miradouro e zona de lazer.<br />
“Docas” de Coimbra, Parque Verde do Mondego<br />
Sé Velha<br />
Monumento nacional, a Sé Velha é de fundação românica<br />
(1162). Alterada, ao longo dos séculos, é uma<br />
curiosa sobreposição de épocas e estilos. No lado sul,<br />
preserva o mais antigo claustro gótico português (século<br />
XIII). O interior é de três naves e <strong>aqui</strong> se encontram<br />
os túmulos de figuras importantes da história coimbrã.<br />
Na fachada lateral norte, o destaque vai <strong>para</strong> a famosa<br />
Porta Especiosa, construída no século XVI e atribuída a<br />
João de Ruão ou a Nicolau de Chanterene. Na cabeceira<br />
da Sé fica a capela-mor, onde se encontra um retábulo<br />
gótico-flamengo de 1508, feito por Jean de Ypres e Olivier<br />
de Gand, consagrado à «Assunção da Virgem Maria».<br />
Anualmente, no adro da Sé, realiza-se a serenata<br />
monumental de fados de Coimbra, que marca o início<br />
da Queima das Fitas.<br />
Igreja de Santa Cruz<br />
Esta igreja é uma das mais bonitas de Coimbra, situando-<br />
-se no topo da Rua Visconde da Luz. A sua origem remonta<br />
a 1113. Obras posteriores, sobretudo no século<br />
XVI, conferiram-lhe o aspecto actual. As esculturas do<br />
portal principal, desenhado em 1523 por Diogo de Castilho,<br />
impressionam pela sua sofisticação. Tanto quanto<br />
se sabe são da autoria de João de Ruão e Nicolau Chanterenne.<br />
Deste último é também o púlpito monumental,<br />
29
30<br />
coimbra Linha do norte e ramaL de tomar<br />
obra-prima do renascimento e das estátuas jacentes dos<br />
túmulos de D. Afonso Henriques e do seu filho D. Sancho<br />
I. Na sacristia encontram-se pinturas do grande mestre<br />
português, Grão Vasco. Destaque também <strong>para</strong> o órgão<br />
barroco de 1724. Ao lado, em antigas instalações da igreja,<br />
o curioso Café Santa Cruz, referência da Baixa coimbrã.<br />
Igreja de Santa Cruz<br />
Santa Clara-a-Velha<br />
Com uma intervenção iniciada pelo IPPAR, em 1995,<br />
foi possível, finalmente resgatar o mosteiro de Santa<br />
Clara a Velha que se encontrava desde há séculos semi-<br />
-enterrado nas areias do Mondego. Ao contrário do que<br />
era habitual na arquitectura mendicante, que só abobadava<br />
normalmente a capela-mor, tendo o resto do templo<br />
cobertura de madeira esta igreja tem as três naves,<br />
cobertas por abóbadas, de berço quebrado na central e<br />
de ogivas nas laterais. A obra da construção da igreja foi<br />
da responsabilidade do mestre Domingos Domingues.<br />
Desde cedo, que a subida das águas do rio começou a<br />
fazer-se sentir. De início, ainda foi tentada uma solução<br />
<strong>para</strong> resolver este problema com a criação de um piso<br />
sobrelevado no interior do mosteiro. Mas perante a evidência<br />
da força da Natureza, a Ordem acabou por abandonar<br />
o mosteiro, no século XVII, e mudar-se <strong>para</strong> a nova<br />
casa de Santa Clara-a-Nova. A partir daí, as águas do rio<br />
e as areias começaram a ocupar o mosteiro vazio. Nos<br />
Santa Clara-a-Velha<br />
anos 1940, os Monumentos Nacionais ainda tentaram,<br />
em vão a sua recuperação. Foi somente com o apoio das<br />
tecnologias recentes que se conseguiu fazer emergir esta<br />
antiga estrutura religiosa. Em 1995 começaram também<br />
campanhas de escavação arqueológica que vieram pôr<br />
a descoberto um espólio excepcional, sobretudo de cerâmica<br />
e faiança com muitas peças ainda intactas. Para<br />
além disso, foram encontrados vários túmulos e, o claustro<br />
com as estruturas de suporte praticamente intactas e<br />
com muitos capitéis ainda no lugar original. O mosteiro é<br />
visitado segundo marcação feita através do IPPAR.<br />
Baixinha<br />
Zona de cariz medieval, organizou-se, durante séculos,<br />
por ofícios e corporações como indicam os nomes das<br />
suas ruas tortuosas: Rua da Moeda, da Louça, das Padeiras,<br />
entre outras. Hoje é uma zona castiça onde se<br />
pode encontrar de tudo e geralmente a preços surpreendentes.<br />
Do calçado à roupa, passando por ferramentas<br />
e alfaias agrícolas, <strong>para</strong> além de boas tascas.<br />
Penedo da Saudade<br />
Miradouros<br />
Tendo-se desenvolvido numa região de colinas, Coimbra<br />
é, como Lisboa, a cidade dos miradouros. Para uma vista<br />
de conjunto da cidade, nada melhor do que os da margem<br />
esquerda. O mais espectacular é o do Vale do Inferno,<br />
na antiga estrada que descia <strong>para</strong> a ponte de Santa<br />
Clara. A uma cota inferior, o adro de Santa Clara-a-Nova<br />
dá, também, uma bonita panorâmica sobre a cidade. Na<br />
outra margem, as perspectivas são mais parcelares. A<br />
Torre de Anto ou a Couraça de Lisboa são alguns exemplos,<br />
embora o grande miradouro deste lado do Mondego<br />
seja, pelo seu simbolismo académico-saudosista, o<br />
Penedo da Saudade, perto da Praça da República.
Linha do norte e ramaL de tomar coimbra<br />
O QUE FAZER O QUE SABOREAR<br />
Portugal dos Pequenitos<br />
Inaugurado em 1940, este projecto é o primeiro parque<br />
temático feito em Portugal. O projecto é do arquitecto<br />
Cassiano Branco. Está dividido em três núcleos. O primeiro,<br />
dedicado às viagens dos navegadores portugueses,<br />
com pavilhões sobre cada uma das antigas colónias.<br />
O segundo apresenta, em miniatura, uma montagem<br />
dos principais monumentos portugueses. O último é<br />
constituído por dezenas de casinhas de metro e meio de<br />
altura, representativas dos diversos tipos da arquitectura<br />
regional portuguesa. Gerido pela Fundação Bissaya<br />
Barreto, o Portugal dos Pequenitos tem, actualmente,<br />
novas atracções e um simpático parque infantil.<br />
OdaBarca – O Basófias<br />
A OdaBarca opera «O Basófias», uma embarcação<br />
fluvial que realiza diariamente passeios ao longo do<br />
Mondego, dando a conhecer a cidade de outra perspectiva,<br />
através das margens do rio. Descubra os encantos<br />
de Coimbra num magnífico percurso fluvial, que lhe<br />
mostra a Ponte de Santa Clara, Praça da Canção e Ponte<br />
Europa, entre outros locais. Com capacidade <strong>para</strong> 60<br />
pessoas sentadas e 100 em área livre, a embarcação<br />
também pode ser alugada <strong>para</strong> festas e eventos.<br />
Doçaria conventual<br />
A região de Coimbra é bastante afamada pela<br />
sua gastronomia, de grande riqueza e tradição.<br />
Do leitão da Bairrada, regado por um espumante<br />
da região à perdiz fria, passando pela nabada<br />
à moda de Coimbra, a escolha é variada e<br />
apetitosa. Mas é principalmente no capítulo da<br />
doçaria que se podem encontrar as verdadeiras<br />
e mais delicadas preciosidades, quase todas inspiradas<br />
em antiquíssimas receitas conventuais.<br />
Na cidade ainda se encontraram sem dificuldade<br />
os deliciosos pastéis folhados de Santa Clara, as<br />
tentadoras arrufadas, originárias do Convento<br />
de Santa Ana, assim como os capelos, as tricanas,<br />
os pingos de Tocha, as talhadas do Príncipe,<br />
o pudim de ovos, os biscoitos, entre outras<br />
tentações. D<strong>aqui</strong> perto, são também os inesquecíveis<br />
pastéis de Tentúgal com a sua finíssima<br />
massa folhada recheada de doce de ovos. Qualquer<br />
uma destas iguarias poderá ser degustada<br />
com todo o conforto numa das boas pastelarias<br />
da cidade. É o caso da tradicional Briosa, com localização<br />
central, em pleno Largo da Portagem,<br />
ou a menos central, mas igualmente recomendável,<br />
e muito frequentada, Pastelaria Vénus, na<br />
zona da Cruz de Celas.<br />
31
32<br />
coimbra Linha do norte e ramaL de tomar<br />
ONDE COmER<br />
A Taberna €€<br />
O forno a lenha que se avista da sala desta casa rústica é<br />
logo bom prenúncio confirmado depois na qualidade do<br />
pão ali cozido e outros pratos dignos de autênticos manjares.<br />
O bacalhau com batatas a murro, as migas à lagareiro,<br />
a chanfana e a posta mirandesa são pratos emblemáticos.<br />
Doses bem servidas e vinhos a preços nada escandalosos.<br />
Doçaria conventual <strong>para</strong> remate. Zona de fumadores.<br />
Encerra Domingo (jantar) e segunda-feira<br />
M Rua dos Combatentes da Grande Guerra, 86<br />
T 239 716 265<br />
DOM Azeite €€<br />
Instalado num antigo lagar de azeite, está decorado<br />
com objectos e m<strong>aqui</strong>naria ligados à extracção do mesmo.<br />
Na ementa o azeite também está em evidência,<br />
em pratos como tibornada de bacalhau, lagareira de<br />
cherne ou cabrito à moda do lagar, entre muitos outros.<br />
Não fumadores.<br />
Encerra Domingo (jantar)<br />
M Rua dos Combatentes, 95, Taveiro<br />
T 239 981 010<br />
www.domazeite.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
Pensão Flor de Coimbra €<br />
Integrado numa pequena pensão coimbrã, serve apenas<br />
jantares e convém confirmar antes se está aberto<br />
porque o funcionamento não é regular. Mas vale a referência<br />
pela boa cozinha regional a bom preço, havendo<br />
ainda a opção de um prato vegetariano. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias só <strong>para</strong> jantares<br />
M Rua do Poço, 5<br />
T 239 823 865<br />
Salão Brazil €€<br />
Em plena Baixa de Coimbra, o Salão Brazil é um dos mais<br />
recentes pontos de encontro da cidade. À vantagem da<br />
localização central, alia o charme de se situar num edifício<br />
centenário, um antigo e tradicional salão de bilhares,<br />
agora reconvertido em restaurante de cozinha de autor<br />
(do chefe António Fonseca, um “histórico” de Coimbra<br />
que já passou pela Quinta das Lágrimas e pela Quinta da<br />
Romeira) e em sala de espectáculos, com uma agenda<br />
regular de concertos e eventos. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Largo do Poço, nº 3 - 1º andar<br />
T 239 824 217<br />
http://salaobrazil.blogspot.com<br />
Salão Brazil<br />
Zé Neto €<br />
Restaurante de gerência familiar, situado no coração da<br />
cidade de Coimbra. Cardápio com uma ou outra especialidade<br />
de excepção, como o polvo ou cabrito assado<br />
no forno, o sarrabulho e a açorda de coentros com petingas.<br />
Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua das Azeiteiras, 8/10<br />
T 239 826 786
ONDE DORmIR<br />
Linha do norte e ramaL de tomar coimbra<br />
Hotel Tivoli Coimbra ****<br />
No centro da cidade, perto da estação de caminhos-de-<br />
-ferro, é um hotel moderno recentemente remodelado.<br />
Tem bar, ginásio, piscina e restaurante.<br />
Quartos 100<br />
M Rua João Machado, 4<br />
T 239 858 300<br />
www.tivolihotels.com<br />
Hotel Astória ***<br />
Inaugurado em 1926, fica no coração de Coimbra, no<br />
Largo da Portagem, frente ao Mondego. Está instalado<br />
num edifício histórico que é um dos símbolos arquitectónicos<br />
da cidade e mantém o ambiente de época.<br />
Quartos 62<br />
M Avenida Emídio Navarro, 21<br />
T 239 853 020<br />
www.almeidahotels.com<br />
Parque de Campismo de Coimbra<br />
Inaugurado em 2005, é um parque moderno e bem<br />
equipado, com piscina, mini-golfe, health club e circuitos<br />
de manutenção, estes disponíveis <strong>para</strong> o público em<br />
geral. Tem bungalows <strong>para</strong> alugar.<br />
Aberto durante todo o ano.<br />
M Rua da Escola, Alto do Areeiro<br />
T 239 086 902<br />
www.campingcoimbra.com<br />
Pousada de Juventude de Coimbra<br />
Situada perto do bairro de Celas, a 3 km da estação de<br />
Coimbra A e apenas a 10 minutos a pé da Praça da República,<br />
a pousada permite o acesso fácil e rápido ao<br />
centro da cidade.<br />
M Rua Doutor António Henrique Seco, 14<br />
T 239 829 228<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
Ponte pedonal Pedro e Inês
34<br />
curia<br />
Espumantes e termas<br />
no coração da Bairrada<br />
Pertencente à freguesia de Tamengos, no coração da<br />
região da Bairrada e a três quilómetros da Anadia, a<br />
Curia é uma das principais estâncias termais do país,<br />
de grande fama e tradição, que consolidou desde a sua<br />
fundação, no início do século XX. Albano Coutinho, um<br />
dos seus fundadores, personagem marcante na história<br />
da Curia, importante viticultor da Bairrada, rodeou-<br />
-se das pessoas mais influentes da região, com o objectivo<br />
de criar uma estância à imagem das melhores<br />
da Europa. Apesar de tantos anos passados, a estrutura<br />
básica das instalações termais continua a ser a mesma<br />
das primeiras décadas de existência. A Curia é, essencialmente,<br />
um local sossegado e aprazível, com vegetação<br />
abundante, ar puro e perfumado, convidativo<br />
ao repouso ou a longos passeios a pé. O património<br />
é também relevante, já que <strong>aqui</strong> se encontram belos<br />
exemplares da arquitectura “Belle Époque” e “Arte<br />
Nova”, com destaque <strong>para</strong> o Palace Hotel da Curia. O<br />
conjunto das instalações hoteleiras e balneário termal<br />
está situado dentro de um frondoso e idílico parque,<br />
com um grande lago. A Curia faz parte do concelho da<br />
Anadia, um dos principais centros produtores de vinhos<br />
espumantes naturais do país, sendo as suas caves<br />
(que podem ser visitadas) muito afamadas. Em termos<br />
gastronómicos, o emblema incontestado da região é o<br />
tão apreciado leitão à moda da Bairrada.<br />
Na vila da Anadia, as principais referências<br />
arquitectónicas são o palacete<br />
do Conde da<br />
“Buvette” nas Termas da Curia<br />
Estação de Curia<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
1 km<br />
Táxi: T 231 512 311<br />
A estação<br />
O último projecto<br />
de Cottinelli Telmo<br />
<strong>para</strong> a <strong>CP</strong> (1944)<br />
tem especial significado<br />
por ser uma<br />
das poucas estações<br />
em que a cobertura da plataforma não é em ferro ou<br />
em pala de betão. De facto, o cais é coberto por um<br />
pórtico apoiado em pilares de pedra, que ao juntar-se<br />
com o imponente telhado agrega todos os volumes do<br />
edifício num só corpo. Mesmo ao lado da estação<br />
está o parque de merendas<br />
da Curia.<br />
Anadia, o<br />
Paço dos Marqueses<br />
da Graciosa e a igreja matriz. O miradouro<br />
do Monte Castro proporciona<br />
uma magnífica vista sobre toda<br />
a região da Bairrada.
O QUE VER<br />
Linha do norte e ramaL de tomar curia<br />
Parque das Termas da Curia<br />
Parque com 14 hectares de mata e jardins, com amplas<br />
alamedas entre árvores centenárias. Há, também, um<br />
lago e campos de jogos. O complexo termal e alguns<br />
hotéis, com destaque <strong>para</strong> o Grande Hotel da Curia estão<br />
inseridos no parque, sendo que as recentes obras<br />
de recuperação respeitaram a atmosfera de princípios<br />
do século XX. Um lugar de visita obrigatória <strong>para</strong> quem<br />
gosta da arquitectura termal.<br />
Historicamente, numa estância termal, o parque era<br />
um elemento imprescindível, que proporcionava os<br />
indispensáveis passeios e o contacto relaxante com a<br />
natureza. No vasto parque da Curia, onde foram plantadas<br />
árvores das mais diversas espécies, construiu-se um<br />
imenso lago, então o maior lago artificial da Península<br />
Ibérica, onde não faltavam as ilhas ligadas por pontes<br />
de corte romântico, os recantos de sombra, com bancos<br />
de pedra trabalhada junto dos chorões. Os passeios de<br />
barco eram uma das formas eleitas de distracção dos<br />
<strong>aqui</strong>stas. Os passeios de carruagem pelos arredores<br />
eram outra atracção, conforme um jornal da época: «os<br />
hóspedes dos hotéis têm dado frequentes passeios de<br />
carruagem pelos arredores da Curia, visitando na Anadia<br />
a quinta das Felgueiras, o fabrico do ‘champagne’,<br />
e percorrendo os sitios e logares mais predilectos dos<br />
‘touristes’ destas thermas, como Agueda, Fermentelos,<br />
Valle da Mó, Luso e Buçaco...»<br />
É na passagem do século XIX <strong>para</strong> o século XX que a<br />
melhor fase das termas nacionais tem lugar. A Curia,<br />
recentemente surgida, tem <strong>aqui</strong> também o seu protagonismo,<br />
figurando entre as mais concorridas do país<br />
Sucediam-se os bailes, «tea dancing» e ceias. Jogava-<br />
-se no casino, organizavam-se arraiais e concertos, havia<br />
sessões de cinema e teatro. Animação não faltava.<br />
Chegou a funcionar durante alguns anos uma praça de<br />
touros, onde brilhou o Marquês da Graciosa. Esta exuberância<br />
é reveladora do cariz elitista, característico das<br />
temporadas de verão. Era a clientela mais abastada que<br />
predominava na vida estival da Curia, como o era no<br />
Vidago ou no Estoril.<br />
35
36<br />
curia Linha do norte e ramaL de tomar<br />
Museu do Vinho da Bairrada<br />
Inaugurado em 2003, fica situado na Anadia e ocupa<br />
um edifício desenhado pelo arqº André Santos, com<br />
uma das fachadas laterais com amplas vidraças com<br />
vista <strong>para</strong> as vinhas. O espólio inclui artefactos que ilustram<br />
a evolução técnica da viticultura e testemunhos<br />
da história dos produtores da Bairrada. A exposição<br />
permanente, intitulada "Percursos do Vinho", distribui-<br />
-se por seis salas temáticas.<br />
Curia Palace Hotel<br />
Entrar no Palace da Curia é como fazer uma viagem no<br />
tempo. O ambiente dos anos 20 permanece, expresso<br />
no mobiliário, no fabuloso elevador, na «salle du petit<br />
déjeuner» ou na sala de jantar com galeria. Para quem<br />
ama o requinte genuíno, que importância tem que o<br />
elevador se arraste ou que os quartos pareçam antiquados?<br />
Aqui foi rodado o filme «Belle Époque», Óscar<br />
do melhor filme estrangeiro em 1992.<br />
Centro Cultural da Anadia<br />
Inaugurado em 2001, integra as bibliotecas Rodrigues<br />
Lapa (filólogo) e Luciano de Castro (estadista), bem como<br />
duas Galerias de Exposições, uma das quais permanente,<br />
dedicada ao pintor Paul Nicholas Woronoff (1914-1989),<br />
natural da Geórgia (ex-URSS). Contempla, ainda, um es-<br />
paço dedicado a Manuel Ribeiro (1879-1936), soldado<br />
anadiense condecorado com a Torre e Espada, mais alta<br />
condecoração portuguesa, em 11 de Novembro de 1906.<br />
ONDE COmER<br />
O Painel €€<br />
Se é essencialmente conhecido por causa do leitão,<br />
diversifica habilmente a ementa, de forma a atrair<br />
outra clientela, nomeadamente com um prato famoso,<br />
o churrasco de mar e terra (marisco e misto de carnes<br />
grelhadas). Zona de fumadores.<br />
Encerra Terça–feira<br />
M EN 1, Lugar de Aguim<br />
T 231 512 984<br />
Anadia (Grande Hotel da Curia) €€<br />
Integrado no Grande Hotel da Cúria, está aberto ao<br />
público em geral <strong>para</strong> almoços e jantares. Serve especialidades<br />
da cozinha portuguesa, com destaque <strong>para</strong><br />
os pratos regionais leitão à Bairrada, chanfana e cozido<br />
à Portuguesa. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias.<br />
M Curia<br />
T 231 515 720<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
ONDE DORmIR<br />
Linha do norte e ramaL de tomar curia<br />
Curia Palace Hotel<br />
Spa & Golf Resort ****<br />
Hotel emblemático, reabriu em Junho de 2008 totalmente<br />
remodelado, mas mantendo inalterável o estilo<br />
clássico e a decoração arte nova, característica dos anos<br />
20. Oferece, entre outros serviços, piscina interior aquecida,<br />
spa (Le Cigne), o restaurante Belle Époque e um<br />
campo de golfe de 9 buracos.<br />
Quartos 100<br />
M Curia<br />
T 231 510 300<br />
www.almeidahotels.com<br />
Curia Palace Hotel<br />
Belver Grande Hotel da Curia<br />
Golfe & SPA ****<br />
Na estância termal da Curia, mantém a bela fachada do<br />
século XIX, a elegante sala de jantar, onde funciona o<br />
restaurante, e sala de festas, oferecendo também piscina<br />
exterior e interior. Embora sem grandes luxos, os<br />
quartos são espaçosos.<br />
Quartos 84<br />
M Curia<br />
T 231 515 720<br />
www.grandehoteldacuria.com<br />
Hotel das Termas, campo de golfe<br />
Hotel das Termas ***<br />
Situado no interior de um parque com 14 hectares, esta<br />
unidade oferece um ambiente de grande sossego. Os<br />
quartos têm vista <strong>para</strong> o parque. Os serviços incluem<br />
restaurante, bar, piscina exterior, spa e campo de golfe.<br />
Quartos 105<br />
M Termas da Curia Spa Resort<br />
T 231 519 800<br />
www.termasdacuria.com<br />
Hotel do Parque **<br />
Instalado num edifício estilo Belle Époque, que conserva<br />
a traça original, está rodeado pelo verde do parque<br />
termal e oferece quartos e suites simples e confortáveis.<br />
Quartos 22<br />
M Curia<br />
T 231 512 031<br />
www.hoteldoparquecuria.com<br />
Parque das Termas
38<br />
aveiro<br />
Cidade da Ria<br />
Muitas vezes chamada a «Veneza portuguesa»,<br />
Aveiro é uma cidade atravessada por uma série de<br />
canais, que se estendem da zona central do Rossio<br />
até junto da estação de caminho-de-ferro. A proximidade<br />
do mar e da ria conferiu-lhe uma luminosidade<br />
muito especial e ditou-lhe o destino. Desde<br />
cedo, Aveiro foi uma terra com fortes ligações às<br />
artes da pesca, à extracção de sal e ao comércio marítimo.<br />
A estabilização da actual barra e a chegada<br />
do comboio, no século XIX, criaram-lhe um maior dinamismo<br />
que acabou por se traduzir na proliferação<br />
de bonitas casas de arquitectura de Arte Nova, que<br />
ainda hoje embelezam a zona do Rossio, ao longo do<br />
canal. Hoje Aveiro é uma cidade moderna, com intervenções<br />
de grandes arquitectos contemporâneos<br />
como Siza Vieira, Souto Moura, Alcino Soutinho,<br />
Fernando Távora, entre outros. Paralelamente, conserva<br />
as marcas do seu passado. O antigo Convento<br />
de Jesus, hoje Museu Municipal, a Igreja da Misericórdia<br />
ou a das Carmelitas são bem exemplo disso.<br />
De um passado mais recente ficou também a exuberante<br />
estação ferroviária, toda decorada a azulejos,<br />
e a antiga Fábrica de Cerâmica Campos, hoje centro<br />
cultural. Mas Aveiro tem ainda outros atractivos,<br />
como os seus deliciosos ovos-moles embalados nas<br />
vistosas barricas de madeira. E bem perto, a cerca de<br />
10 km, tem as praias da Barra e da Costa Nova. Esta<br />
última ainda conserva os coloridos “palheiros”, onde<br />
se guardavam os apetrechos da faina, depois<br />
transformados em casas<br />
de veraneio.<br />
Canal central<br />
Estação de Aveiro<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
1 km<br />
Movebus, autocarros <strong>para</strong> o centro da cidade<br />
de 10 em 10m www.moveaveiro.pt<br />
Táxi: T 234 385 799 / 234 343 266<br />
A estação<br />
É uma das mais<br />
belas estações do<br />
país. As últimas<br />
obras de ampliação<br />
estabeleceram um<br />
interessante diálogo<br />
entre o antigo e o moderno na estação de Aveiro,<br />
mas a sua principal atracção continua a ser o impressionante<br />
conjunto de painéis de azulejos que cobrem<br />
as fachadas (do lado da cidade e do lado das linhas)<br />
até à cobertura do edifício. Desenhados por Francisco<br />
Pereira e Licínio Pinto em 1916, são quase 30 painéis<br />
que retratam os monumentos da cidade, como<br />
o Convento de Jesus, as paisagens<br />
e a faina do sal.
O QUE VER<br />
Linha do norte e ramaL de tomar aveiro<br />
Museu Municipal / Mosteiro de Jesus<br />
O museu encontra-se, desde 1911, no antigo Mosteiro<br />
de Jesus, convento feminino fundado em 1458. Em 1472<br />
ingressou nesta casa religiosa a Princesa D. Joana, filha<br />
do rei D. Afonso V que <strong>aqui</strong> viria morrer com fama de santa.<br />
A partir dessa altura, o mosteiro foi por diversas vezes<br />
engrandecido, tendo sofrido várias reformas. Aqui pode<br />
ver uma importante colecção de arte barroca portuguesa<br />
(séculos XVII/XVIII), peças de escultura, talha, <strong>para</strong>mentaria<br />
e ourivesaria. Há, ainda, obras de pintura portuguesa<br />
dos séculos XV a XVIII, com destaque <strong>para</strong> o retrato da<br />
Princesa Santa Joana. A par deste espólio o visitante pode<br />
ver a Igreja de Jesus, decorada a talha dourada e azulejos,<br />
o túmulo da princesa, obra-prima do barroco, o claustro<br />
(séculos XV/XVI) e o refeitório, de paredes revestidas a<br />
azulejo, <strong>para</strong> além da tribuna de leitura.<br />
Sé Catedral<br />
A igreja do antigo convento dominicano do séc. XV foi<br />
elevada à dignidade episcopal, tendo nas imediações<br />
um interessante cruzeiro manuelino. Apresenta fachada<br />
barroca. Por ter sofrido diversas alterações ao longo dos<br />
séculos, cruza diversos estilos.<br />
Praça do Peixe<br />
Belo exemplar da chamada<br />
arquitectura do ferro,<br />
a sua<br />
Casas Arte Nova<br />
Espalhadas pela zona do Rossio Aveirense, à volta do<br />
Canal Central, são belos exemplares do gosto arquitectónico<br />
e da decoração das primeiras décadas do século<br />
XX. Destaquem-se alguns exemplos: Casa do Major<br />
Pessoa (Rua Barbosa Magalhães, 9 a 11), Casa Silva<br />
Rocha (Rua do Carmo, 12) e antigo edifício do BNU, actual<br />
Região de Turismo (Rua João Mendonça, 8). Este<br />
último foi construído em 1920 segundo o projecto do<br />
arquitecto de origem suíça Ernesto Korrodi.<br />
construção remonta a 1905. Recuperado exemplarmente<br />
em 2004 foi mantido nas suas funções originais, ainda<br />
que acrescentado de uma zona <strong>para</strong> restaurante. A zona<br />
envolvente, com outros restaurantes, bares e esplanadas,<br />
é uma das mais animadas da cidade.<br />
Centro Cultural e de Congressos<br />
Magnífico exemplar de arqueologia industrial, a antiga<br />
Fábrica de Cerâmica Campos, construída entre 1915 e<br />
1917, segundo projecto do arquitecto José Olímpio, foi<br />
recuperada exemplarmente e é hoje um Centro Cultural<br />
e de Congressos de grande qualidade. Um passeio ribeirinho,<br />
ao longo do Forum Aveiro, permite aceder a pé do<br />
Rossio até esta zona.<br />
Ecomuseu da Troncalhada<br />
A salinicultura é uma actividade conhecida nesta região<br />
desde o século X como se pode comprovar pelo testamento<br />
da condessa Mumadona Dias. O ecomuseu localizado<br />
numa marinha de sal permite observar<br />
os métodos ancestrais característicos<br />
desta actividade<br />
económica.
40<br />
aveiro Linha do norte e ramaL de tomar<br />
O QUE FAZER<br />
BUGA<br />
As famosas Bicicletas de Utilização Gratuita estão espalhadas<br />
por cerca de trinta parques na cidade de Aveiro.<br />
Para as utilizar basta dirigir-se a um dos parques e colocar<br />
uma moeda de 1€ num sistema idêntico ao dos carrinhos<br />
de supermercado. Pode andar dentro dos limites<br />
da cidade, sendo a moeda devolvida quando voltar a<br />
colocar a BUGA num dos parques. Na Loja BUGA pode<br />
solicitar bicicletas equipadas com cadeirinhas <strong>para</strong><br />
bebés.<br />
Fábrica de Ciência Viva de Aveiro<br />
Esta fábrica dedicada à ciência tem exposições temáticas,<br />
um laboratório didáctico e uma cozinha-laboratório<br />
onde literalmente se põe a «mão na massa»,<br />
observando e testando os processos subjacentes às<br />
transformações químicas e bioquímicas que ocorrem<br />
nos alimentos quando são pre<strong>para</strong>dos. Tem ainda um<br />
espaço dedicado à robótica, ao cinema e ao teatro.<br />
Horario Terça a sexta-feira, das 10:00 às 18:00. Sábado,<br />
domingo e feriados, das 11:00 às 19:00<br />
M Rua dos Santos Mártires, Aveiro<br />
T 234 427 053<br />
www.fabrica.ua.pt<br />
Passeio de moliceiro na ria<br />
Com partida do Rossio, perto do edifício da Região de Turismo,<br />
é possível fazer pequenos cruzeiros pelos canais da<br />
ria, passando por algumas ilhotas, praias de junco, a ilha<br />
do Rebolho, o porto bacalhoeiro e os estaleiros navais.<br />
O QUE SABOREAR<br />
Doçaria<br />
Quem não se deliciou já com os deliciosos ovos-moles<br />
de Aveiro, quer na sua <strong>versão</strong> animada (peixinhos e búzios<br />
de hóstia recheados de ovos moles), quer na <strong>versão</strong><br />
mais gulosa dentro de pequenas barricas de madeira<br />
prontas a serem comidas à colher? Ainda em Aveiro,<br />
não se olvidem as raivas, pequenos emaranhados em<br />
massa de biscoito. E já que está na região, encontrará<br />
facilmente o famoso pão-de-ló de Ovar.
Linha do norte e ramaL de tomar aveiro<br />
ONDE COmER ONDE DORmIR<br />
A Tasca do Confrade €€<br />
Com uma sala pequena, rústica e acolhedora, serve<br />
pratos de peixe e marisco por excelência ou não estivesse<br />
localizado numa rua castiça, nas proximidades do<br />
Mercado de Peixe em Aveiro. Comece por provar as deliciosas<br />
entradas (petinga frita, polvo de vinagrete, espetadas<br />
de mexilhão, pataniscas) que abrem o apetite<br />
<strong>para</strong> uma boa caldeirada de enguias ou uma chanfana.<br />
Decoração regional com painéis de azulejos e utensílios<br />
do campo. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo (jantar) e segunda-feira<br />
M Rua dos Marnotos, 34<br />
T 234 386 381<br />
O Telheiro €€<br />
Uma das salas faz lembrar uma antiga adega mas há<br />
outra mais moderna. A cozinha rege-se pela tradição e<br />
os pratos de peixe são predominantes. Os bolinhos de<br />
bacalhau abrem o apetite <strong>para</strong> um polvo à lagareiro,<br />
um ensopado de enguias ou <strong>para</strong> um simples peixe na<br />
grelha. Não fumadores.<br />
Encerra Sábado<br />
M Largo da Praça do Peixe, 20/21<br />
T 234 429 473<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
Meliá Ria - Hotel & Spa ****<br />
Inaugurado em 2005, é um hotel que atrai pelo<br />
seu design moderno e arrojado, com localização<br />
privilegiada num dos braços da ria de Aveiro. Revestido<br />
a vidro serigrafado, é um quatro estrelas<br />
superior, com nível de conforto e serviços a condizer.<br />
Tem spa, restaurante e piscina interior .<br />
Quartos 128<br />
MCais da Fonte Nova, Lote 5<br />
T 234 401 000<br />
www.meliaria.com<br />
Meliá Ria – Hotel & Spa<br />
Veneza Hotel ***<br />
Antigo Hotel Mercure, está instalado num bonito<br />
edifício dos anos 30 com decoração inspirada<br />
na porcelana portuguesa Vista Alegre.<br />
Quartos 49<br />
M Rua Luís Gomes de Carvalho, 23<br />
T 234 404 400<br />
www.venezahotel.pt<br />
Pousada de Juventude de Aveiro<br />
Alojamento acessível e bem localizado na cidade<br />
dos canais.<br />
M Rua das Pombas, Edifício do IPJ<br />
T 234 420 536<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
41
42<br />
porto<br />
Cidade sem fronteiras<br />
Descobrir o Porto é viver um sem número de contrastes.<br />
O seu ambiente hospitaleiro e conservador<br />
convive com uma cidade moderna e criativa. Esta<br />
atmosfera especial sente-se um pouco por todo o<br />
lado: nas ruas, na arquitectura e nos monumentos,<br />
nos parques e jardins, nas esplanadas e nas zonas<br />
comerciais.<br />
A cidade nasceu e desenvolveu-se na Idade Média.<br />
A conquista de Portucale em 868 por Vímara Peres,<br />
guerreiro de Afonso III, de Leão, é considerada o<br />
acontecimento mais antigo da história do Porto. A<br />
povoação era, desde a segunda metade do século VI,<br />
sede da Diocese Portucalense, mas a partir de 868 a<br />
sua importância aumenta, tornando-se no centro do<br />
movimento de reconquista das terras circundantes,<br />
que passam a constituir a província Portugalensis, a<br />
cujos habitantes se deu o nome de portugalenses.<br />
Esta foi a origem do nome de Portugal.<br />
Com uma forte identidade e características muito<br />
próprias, o Porto orgulha-se de ser conhecido como<br />
a cidade do trabalho, tendo <strong>aqui</strong> sede os principais<br />
grupos económicos nacionais.<br />
Paralelamente, o Porto desde<br />
sempre foi emprestando<br />
Ribeira do Porto<br />
nomes altos à cultura portuguesa como<br />
Almeida Garrett, Ramalho Ortigão, Soares<br />
dos Reis, Júlio Dinis, Raul Brandão,<br />
Sophia de Mello Breyner, Manoel<br />
de Oliveira, entre tantos outros.<br />
Actualmente, a cidade continua<br />
a ser culturalmente marcada por movimentos de<br />
vanguarda, com projectos inovadores nos campos<br />
da música, da moda e, sobretudo, da arquitectura,<br />
onde se destacam vários nomes consagrados internacionalmente.<br />
Hoje o Porto extravasa os seus próprios limites,<br />
assumindo-se como a capital de uma região dinâmica<br />
cuja influência se estende até à Galiza, nomeadamente<br />
através da associação Eixo Atlântico do<br />
Noroeste Peninsular, uma associação que integra<br />
nove cidades do Norte de Portugal e nove da<br />
Galiza, com Porto e Vigo no epicentro<br />
desta ligação.
Estação de São Bento<br />
Distância da estação ao centro<br />
Estação da Campanhã<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0 km<br />
5 km<br />
Linha do norte e ramaL de tomar porto<br />
A pé<br />
Metro: www.metrodoporto.pt/<br />
Autocarro: www.stcp.pt<br />
Estação de São<br />
Bento<br />
Autêntico ex-libris<br />
da cidade do Porto,<br />
a sua construção<br />
demorou cerca de 15<br />
anos (1901 a 1915)<br />
embora os comboios <strong>aqui</strong> chegassem desde 1896. Impressiona<br />
pela sua imponente fachada, mas sobretudo<br />
pelo magnífico interior do átrio, onde sobressaem os<br />
esplendorosos painéis de azulejos, da autoria de Jorge<br />
Colaço, retratando episódios da História de Portugal,<br />
cenas regionais e a evolução dos meios de transporte,<br />
entre outros temas. Uns, os de cariz histórico, seguem a<br />
tradicional coloração a azul e branco, enquanto os referentes<br />
à evolução dos meios de transporte têm já uma<br />
completa panóplia de cores. Estes painéis – que tornaram<br />
a estação internacionalmente famosa – viriam<br />
a sofrer um importante restauro já nas décadas de 80<br />
e 90. Já na zona da plataforma, existe uma cobertura<br />
de ferro e vidro sustentada por grandes colunas, que<br />
fazem dela uma exemplo da arquitectura do ferro em<br />
Portugal. O projecto da estação, que segue um desenho<br />
clássico de inspiração francesa, tem a assinatura<br />
do portuense Marques da Silva (1869-1947), também<br />
responsável, entre muitos edifícios nortenhos, pelo<br />
vizinho Teatro de São João.<br />
O QUE VER<br />
Casa da Música<br />
Uma das obras recentes com maior impacto no perfil<br />
e na vida cultural da cidade, foi pensada no âmbito da<br />
Porto «2001 – Capital da Cultura», vindo a ser inaugurada<br />
apenas em 2005. Trata-se, antes de mais, um<br />
projecto arquitectonicamente arrojado, da autoria do<br />
arquitecto holandês Rem Koolhaas, situado junto à Rotunda<br />
da Boavista. À ousadia do edifício junta-se a ambição<br />
de uma programação dinâmica e inovadora, com<br />
espaço <strong>para</strong> todas as músicas, das grandes produções<br />
às manifestações de franja, capaz de atrair públicos<br />
variados, incentivando o gosto pela música, dinamizando<br />
culturalmente uma região que vai muito além<br />
do Porto, e colocando a cidade nos grandes roteiros<br />
internacionais de música. Isto <strong>para</strong> além de um papel<br />
importante na vertente educativa, com actividades,<br />
ateliers e workshops diversos, nomeadamente <strong>para</strong> as<br />
famílias e as crianças, e na área da investigação musical.<br />
Realizam-se todos os dias visitas guiadas ao edifício,<br />
que dispõe de vários bares de apoio, <strong>para</strong> além de<br />
um requintado restaurante, com decoração contemporânea,<br />
onde se destaca uma peça de Joana<br />
Vasconcelos, magnificamente<br />
localizado na cobertura,<br />
com vista sobre a<br />
cidade.<br />
43
44<br />
porto Linha do norte e ramaL de tomar<br />
Ponte D. Maria Pia<br />
Pontes<br />
Durante séculos, o Porto esteve dependente dos<br />
barcos <strong>para</strong> a travessia do Douro. A situação começaria<br />
a alterar-se apenas depois do desastre da<br />
Ponte das Barcas, em 1809. Surgiu a Ponte Pênsil,<br />
mais sólida, mas ainda pouco satisfatória. Foi preciso<br />
esperar por 1878 <strong>para</strong> surgir a primeira ponte<br />
moderna, dedicada à Rainha D. Maria Pia. Era<br />
usada pelo comboio e consagrou o génio de Gustavo<br />
Eiffel. Em 1886 era a vez da Ponte D. Luís, com<br />
dois tabuleiros <strong>para</strong> peões e veículos. Esta ponte<br />
é, ainda hoje, imagem recorrente nos postais turísticos<br />
da cidade, pelo conjunto que forma com<br />
a pitoresca Ribeira e a zona ribeirinha de Gaia, na<br />
outra margem. Edgar Cardoso projectou duas das<br />
pontes seguintes: a da Arrábida, em 1963, e a de<br />
São João que veio substituir a Maria Pia em 1991.<br />
Refira-se que a Ponte da Arrábida tinha, à época, o<br />
maior arco em betão armado do mundo. Seguiu-se<br />
a ponte rodoviária do Freixo (1995) com projecto de<br />
António Reis, localizada a montante de todas as outras.<br />
Liga a auto-estrada do Norte à Via de Cintura<br />
Interna. Logo à saída da ponte, do lado esquerdo de<br />
quem vem do sul, O Dragão, o novo estádio do Futebol<br />
Clube do Porto (projecto de Manuel Salgado),<br />
dá as boas-vindas a quem chega à cidade. Por fim,<br />
a ponte mais recente, a do Infante, inaugurada<br />
em 2003, da autoria de Adão da Fonseca,<br />
que veio substituir o tabuleiro<br />
superior da ponte D. Luís,<br />
agora usado pelo<br />
Metro.<br />
Arquitectura<br />
Foi com a internacionalização de nomes como Távora, o<br />
mestre visionário, mais tarde de Siza Vieira, o discípulo, seguindo-se<br />
Alcino Soutinho, Souto Moura e muitos outros,<br />
o que a Escola do Porto se afirmou como um estilo próprio<br />
onde impera a sobriedade. Mas este avanço na arquitectura<br />
teve como mentor Carlos Ramos, responsável pela Escola<br />
de Belas Artes do Porto, quando na década de 50 do século<br />
XX, define uma nova metodologia no ensino. A Escola<br />
afirmou-se contra o estilo do regime através da ousadia de<br />
Rogério Azevedo, com a Garagem d' O Comércio do Porto,<br />
e de Artur Andrade, com o Cinema Batalha. A essência do<br />
estilo começa no traço. É pelo desenho que se definem as<br />
formas e os conceitos, mais tarde transformados em espaços<br />
onde a poesia do esquisso se encaixa perfeitamente<br />
na escolha dos materiais. Siza Vieira criou o Museu de Arte<br />
Contemporânea de Serralves, tratou da mudança de imagem<br />
da Avenida dos Aliados e projectou a casa da pintora<br />
Estádio do Dragão<br />
Armanda Passos. Eduardo Souto Moura fez a recuperação<br />
do Centro Português de Fotografia, desenhou estações do<br />
Metro, fez a Casa de Manoel de Oliveira e o edifício Burgo,<br />
na Avenida da Boavista, uma das mais recentes criações. A<br />
Fernando Távora deve-se a manutenção do Palácio do Freixo<br />
e também a requalificação do Museu de Soares dos Reis.<br />
O Estádio do Dragão de Manuel Salgado tornou-se numa<br />
das referências de arquitectura moderna a merecer uma visita.<br />
Mas é uma criação holandesa, a Casa da Música, que se<br />
assume como um dos locais de <strong>para</strong>gem obrigatória <strong>para</strong><br />
apreciar a ousadia de Rem Koolhaas.<br />
Ribeira<br />
Bairro de casas coloridas debruçadas sobre o Douro,<br />
com vielas estreitas plenas de vida e de contrastes. A
Linha do norte e ramaL de tomar porto<br />
Ribeira turística, com os cais de partida dos cruzeiros,<br />
os restaurantes e esplanadas, e a Ribeira onde a vida<br />
se desenrola em ruas estreitas, as crianças brincam, a<br />
água escorre pelas calçadas de pedra e os sons e odores<br />
do quotidiano se misturam. Pitoresca e popular, abrangida<br />
pela classificação da UNESCO, a Ribeira perdeu<br />
alguma importância como local de animação nocturna<br />
(em favor da vizinha Baixa), mas mantém os seus cafés,<br />
tascas e esplanadas, atraindo ainda bastante gente,<br />
entre os quais, é claro, muitos turistas que <strong>aqui</strong> vêm em<br />
busca do mais típico viver portuense.<br />
Torre dos Clérigos<br />
Torre dos Clérigos<br />
Visível de qualquer ângulo de observação do Porto,<br />
mesmo de muito longe, tornou-se num verdadeiro<br />
símbolo da cidade. Foi construída entre 1748 e 1763,<br />
adossada à cabeceira da igreja homónima. Uma e outra<br />
são obra do mesmo autor: o grande arquitecto italiano<br />
Nicolau Nasoni. Observando a fachada principal, pode<br />
admirar-se a concepção dos sucessivos andares da<br />
torre, que joga habilmente com formas e decorações,<br />
umas vezes austeras e outras exuberantes. A conjugação<br />
entre a altura da torre e o ponto alto onde está<br />
construída tornam-na um miradouro privilegiado. A<br />
vizinha igreja dos Clérigos abriu ao culto no ano em que<br />
se iniciavam as obras de construção da torre. A frontaria<br />
é de traça barroca. O portal tem acesso por uma escadaria<br />
monumental.<br />
Sé do Porto<br />
A Sé é um edifício de estrutura românica, dos séculos<br />
XII e XIII, tendo sofrido grandes remodelações no período<br />
barroco. No exterior, tem o aspecto de uma igreja-<br />
-fortaleza. No seu interior encontram-se as imagens da<br />
Nossa Senhora da Vandoma, do<br />
século XIV, o «altar de prata»,<br />
importante claustro gótico, o<br />
«claustro velho», a Capela de São<br />
Vicente e a Casa do Cabido, onde<br />
estão expostas notáveis peças de arte sacra dos séculos<br />
XIV e XVIII. De salientar o Tesouro da Sé, constituído por<br />
inúmeras alfaias do culto, <strong>para</strong>mentos, pratas e livros<br />
litúrgicos dos séculos XV a XIX.<br />
Museu de Arte Contemporânea de Serralves<br />
Com projecto do arquitecto Siza Vieira, o Museu de Arte<br />
Contemporânea de Serralves é o primeiro projecto do<br />
género em Portugal e o maior centro cultural multidisciplinar<br />
do Norte do país. O museu pertence à Fundação<br />
de Serralves, cuja missão é sensibilizar o público <strong>para</strong><br />
a arte contemporânea e o ambiente. Unanimemente<br />
reconhecida pela sua dinâmica programação, constitui,<br />
talvez, um dos maiores focos de atracção da cidade,<br />
integrando também o circuito europeu da arte contemporânea.<br />
Menção ainda <strong>para</strong> os belos jardins, onde se<br />
encontra a sossegada casa de chá.<br />
Museu de Arte Contemporânea de Serralves<br />
Museu Nacional de Soares dos Reis<br />
Antigo Museu Portuense e o primeiro museu de arte de<br />
Portugal, foi fundado em 1833 por D. Pedro IV. O objectivo<br />
da sua fundação foi a preservação do património<br />
artístico proveniente sobretudo dos conventos extintos.<br />
Está instalado desde 1940 no Palácio dos Carrancas,<br />
construído nos finais do século XVIII. Recentemente foi<br />
objecto de profunda intervenção, segundo projecto do<br />
arquitecto Fernando Távora que, preservando as características<br />
do edifício histórico, dotou o museu de novos<br />
espaços interiores e exteriores.<br />
45
46<br />
porto Linha do norte e ramaL de tomar<br />
Igreja de São Francisco<br />
É um dos poucos edifícios medievais que a cidade do<br />
Porto ainda conserva, sendo a única igreja de estilo<br />
gótico. Fazia parte de um convento franciscano e a sua<br />
construção estendeu-se por finais do século XIV e início<br />
do seguinte. Durante os séculos XVII e XVIII o seu<br />
interior foi totalmente revestido de talha, formando-se<br />
uma espécie de caixa de ouro, um dos mais belos interiores<br />
barrocos do país.<br />
Livraria Lello e Irmão<br />
Na Rua das Carmelitas, artéria que estabelece a ligação<br />
entre a Avenida dos Aliados e o Carmo, ali bem perto da<br />
Torre dos Clérigos, fica a mais bonita das livrarias portuenses<br />
(e uma das mais bonitas do mundo). A antiga<br />
Chardron chama-se, desde há décadas, Lello e Irmão e<br />
foi alvo de profundas obras de recuperação no início da<br />
década de 90. No interior, as estantes e as mesas em<br />
madeiras nobres transformam o acto de folhear um livro,<br />
numa verdadeira cerimónia. A própria escolha das<br />
obras expostas ajuda a dar outro sabor a esta original e<br />
inesquecível livraria.<br />
Parque da Cidade<br />
Um dos mais belos e recentes espaços verdes do Porto,<br />
é também o maior parque urbano do país, com uma<br />
superfície superior a 80 hectares e cerca 8,5 km de caminhos<br />
que se estendem até ao Oceano Atlântico. Foi<br />
projectado pelo arquitecto paisagista Sidónio Pardal e<br />
inaugurado em 1993. Sobretudo ao fim-de-semana, o<br />
parque enche-se de visitantes que <strong>para</strong> <strong>aqui</strong> vêm passear,<br />
correr, andar de bicicleta ou simplesmente fruir o<br />
verde. Não deixe de espreitar o núcleo rural que costuma<br />
ter oficinas criativas <strong>para</strong> crianças.<br />
O QUE FAZER<br />
Eléctricos seculares<br />
A história dos eléctricos no Porto tem mais de cem anos.<br />
Mantém-se em funcionamento a mais antiga linha da<br />
cidade, ligando a Praça do Infante, junto à Ribeira, ao<br />
Passeio Alegre, na Foz. É um passeio a não perder e que<br />
permite apreciar a paisagem ribeirinha e o novo arranjo<br />
urbanístico da cidade. No Largo de Massarelos, o Museu<br />
do Eléctrico, testemunha esta aventura secular.<br />
Passeios de barco no Douro<br />
São inúmeras as propostas de passeio no Douro. Alguns<br />
fazem-se no tradicional barco rabelo, uns são panorâmicos,<br />
outros incluem agradáveis refeições. Os nomes<br />
são sugestivos: «Porto Património Mundial», «Cruzeiro<br />
das 5 pontes», «Porto à la carte» e até há um «Vintage»<br />
e um «Tawny». É só escolher ao sabor do momento e da<br />
bolsa. Partidas do cais da Ribeira.<br />
Elevador dos Guindais<br />
Descida pelo Funicular dos Guindais<br />
A escarpa dos Guindais sempre foi um lugar marcante da<br />
cidade do Porto. Por <strong>aqui</strong> passava um troço da muralha medieval.<br />
Aqui se ancorou um dos extremos da Ponte Pênsil<br />
que funcionou até ser construída a ponte D. Luís, em 1886.<br />
Por baixo deste monte abriu-se, em 1896, o túnel ferroviá-
Linha do norte e ramaL de tomar porto<br />
rio ligando Campanhã a São Bento. Nova galeria foi aberta<br />
já no século XXI <strong>para</strong> as obras do Metro. E, como se tudo<br />
isto não bastasse, no quadro das obras do Porto 2001, Capital<br />
da Cultura, foi construído um funicular ao longo desta<br />
íngreme escarpa. Foi a concretização de uma ideia antiga<br />
uma vez que, em 1891, foi <strong>aqui</strong> instalado um funicular projectado<br />
por Raul Mesnier que viria a ser desactivado dois<br />
anos depois, na sequência de um acidente. O actual funicular<br />
abriu ao público em 2004. Ligando as imediações<br />
da Praça da Batalha, no topo, às proximidades<br />
do tabuleiro inferior da Ponte D. Luís,<br />
vence um declive acentuado.<br />
O percurso no sentido<br />
descen-<br />
O QUE SABOREAR<br />
A Francesinha<br />
Verdadeiro ícone da cidade do Porto, a francesinha é uma<br />
especialidade gastronómica de criação relativamente<br />
recente mas que rapidamente ganhou foros de tradição,<br />
difundindo-se pelo resto do país. Terá sido criada na<br />
década de 50, no restaurante A Regaleira, por um emigrante<br />
oriundo de França, que se terá inspirado no gaulês<br />
«Croque-Monsieur». Consiste num bife frito, fiambre,<br />
salsicha fresca e linguiça entre duas fatias de pão tostado,<br />
coberta com queijo e servida com um molho especial, e<br />
que lhe deu a fama – uma mistura de cerveja e molho<br />
de marisco, temperado com brandy, mostarda, molho<br />
inglês e manteiga, sabiamente doseados. Muito popular<br />
nas noites do Porto, a francesinha é pretexto <strong>para</strong> um<br />
concorrido festival que se costuma realizar em Junho ou<br />
dente é mais impressionante, uma vez que, no troço final, a<br />
cabina parece inclinar-se <strong>para</strong> mergulhar no abismo.<br />
Escusado será dizer que a viagem, de pouco<br />
mais de três minutos, não oferece<br />
o mínimo perigo e proporciona<br />
belíssimas<br />
vistas.<br />
Julho, junto ao Castelo do Queijo. Para além da <strong>versão</strong><br />
tradicional, alguns bares e restaurantes propõem outras<br />
variações, introduzindo ingredientes diferentes.<br />
O Vinho do Porto<br />
Autêntico símbolo de Portugal, o Vinho do Porto goza<br />
de grande prestígio internacional. É produzido na Região<br />
Demarcada do Douro, a mais antiga do mundo<br />
(1756), cuja paisagem está classificada pela UNESCO<br />
como Património da Humanidade. É um vinho generoso,<br />
de características únicas, graças à qualidade<br />
das uvas e às particulares condições agro-climáticas<br />
da zona. Agora como há 300 anos, altura das primeiras<br />
produções, este néctar envelhece nas centenárias<br />
e históricas caves de Vila Nova de Gaia. Com circuitos<br />
guiados de visita, provas e venda de vinho, algumas das<br />
caves oferecem o atractivo suplementar de restaurante<br />
ou esplanada com vista sobre o rio, podendo concluirse<br />
a visita com uma refeição panorâmica. Outro obrigatório<br />
é o Solar do Vinho do Porto, na Quinta da Maceirinha.<br />
Com belas vistas sobre o Douro e a Foz Atlântica, é<br />
um espaço de informação e acolhimento, de atmosfera<br />
requintada, onde poderá provar e adquirir os diferentes<br />
tipos e marcas de Vinho do Porto.
48<br />
porto Linha do norte e ramaL de tomar<br />
ONDE COmER<br />
Adega São Nicolau €€<br />
Bem perto do rio Douro, uma das casas mais pitorescas<br />
da Ribeira, com uma pequena esplanada. Prove o bacalhau<br />
à Gomes de Sá ou as tripas. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua São Nicolau, 1<br />
T 222 008 232<br />
Adega Vila Meã €€<br />
Come-se muito bem nesta casa escondida numa típica<br />
rua portuense, perto dos Clérigos. Cozinha tradicional<br />
com pratos certos por dias da semana. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua dos Caldeireiros,62<br />
T 222 082 967<br />
Casa Aleixo €€<br />
Um clássico da cozinha portuense, com ambiente acolhedor<br />
e cozinha bem tradicional. São sobejamente<br />
conhecidos os filetes de pescada e de polvo. Apresenta<br />
um prato fixo a cada dia da semana. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo e feriados<br />
M Rua da Estação, 216<br />
T 225 370 462<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
Casa Aleixo<br />
Casa Nanda €€<br />
Casa tradicional do Porto, onde se volta sempre pela boa<br />
comida, com reminiscências do sabor da cozinha das<br />
avós. Atente-se em pratos que são marca da casa, como<br />
os filetes de polvo com arroz do mesmo ou filetes de bacalhau<br />
com arroz de feijão. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo (jantar) e Segunda-feira<br />
M Rua da Alegria 394<br />
T 225 370 575<br />
Buhle €€€<br />
Um restaurante<br />
sofisticado, com o mar no<br />
horizonte. Um dos mais recentes<br />
restaurantes da Invicta, e de decoração<br />
minimalista Paulo Lobo. O chefe Rodrigo Garret<br />
apresenta uma cozinha inovadora de fusão de<br />
sabores europeus e asiáticos. Zona de fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Avenida Montevideu, 810<br />
T 220 109 929<br />
www.buhle.pt
Linha do norte e ramaL de tomar porto<br />
Foz Velha €€€<br />
Requinte e distinção no restaurante situado na zona<br />
antiga da Foz do Douro. Pretende diferenciar-se não só<br />
pela originalidade da ementa, a cargo do chefe Marco<br />
Gomes, exímio na arte de criar novos sabores a partir<br />
da gastronomia tradicional. A carta muda a cada estação,<br />
a testar em completos menus de degustação. Não<br />
fumadores.<br />
Encerra Domingo (todo o dia) e segunda-feira<br />
(almoço)<br />
M Esplanada do Castelo 141<br />
T 226 154 178<br />
www.fozvelha.com<br />
Pedro Lemos €€€<br />
Na zona da Foz, é um dos restaurantes mais recentes<br />
da cidade, dedicado aos sabores originais portugueses,<br />
com o toque contemporâneo do chefe Pedro Lemos. O<br />
espaço é multifacetado, integrando três conceitos distintos:<br />
Petiscos, Vinhos e Guloseimas. No terraço cresce<br />
ainda uma pequena horta em socalcos, inspirada na<br />
paisagem do Douro. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua Padre Luís Cabral, 974, Porto<br />
T 220 115 986<br />
www.pedrolemos.net<br />
Pombeiro €€<br />
Restaurante simples, de ambiente familiar e boa comida,<br />
com destaque <strong>para</strong> as já premiadas Tripas à Moda<br />
do Porto. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua Capitão Pombeiro 218<br />
T 225 97 446<br />
Tripeiro €€<br />
Em plena baixa, a poucos passos da cosmopolita Rua de<br />
Santa Catarina e do Coliseu, é uma referência na região<br />
por servir uma cozinha local, com destaque <strong>para</strong> as tripas.<br />
Não fumadores.<br />
Encerra Domingo (jantar)<br />
M Rua Passos Manuel 193 - 195<br />
T 222 005 886<br />
www.restaurantetripeiro.com<br />
Shis €€€<br />
Magnífica localização, com esplanada debruçada sobre<br />
o mar, na Praia do Ourigo. A cozinha de fusão com<br />
incidência japonesa tem a assinatura do chefe António<br />
Silva. A decoração é de Paulo Lobo. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Esplanada do Castelo<br />
T 226 189 593<br />
49
50<br />
porto Linha do norte e ramaL de tomar<br />
ONDE O QUE DORmIR FAZER<br />
Hotel Ipanema Porto ****<br />
Situado à entrada da cidade, na zona da Boavista, logo<br />
após a saída da ponte da Arrábida, oferece quartos e<br />
suites amplos e confortáveis. Integra um restaurante<br />
(Rio´s) famoso pela qualidade da sua cozinha, a cargo<br />
de um chefe experimentado. O bar oferece o ambiente<br />
ideal <strong>para</strong> um serão relaxante e tem uma pequena<br />
esplanada virada <strong>para</strong> a rua, em pleno Campo Alegre.<br />
Quartos 148<br />
M Rua do Campo Alegre, 156<br />
T 226 075 059<br />
www.hoteisfenix.com<br />
Hotel Vila Galé Porto ****<br />
Moderno e confortável, fica situado num edifício com<br />
19 pisos, integrado no Oporto Center. Os quartos, de<br />
decoração luxuosa, oferecem excelentes vistas panorâmicas<br />
sobre a cidade, o rio e o mar. Tem restaurante e<br />
clube de saúde panorâmico, entre outros serviços.<br />
Quartos 292<br />
M Avenida Fernão de Magalhães, 7<br />
T 225 191 800<br />
www.vilagale.pt<br />
Pestana Porto Hotel ****<br />
É uma unidade de luxo na castiça Ribeira com direito a<br />
vista <strong>para</strong> as caves, serra do Pilar, Douro e Ponte D. Luís.<br />
Os edifícios, que remontam aos séculos XVI, XVII e XVIII<br />
(também classificados pela UNESCO como Património<br />
Mundial), foram transformados em hotel de charme.<br />
Perfeitamente justificado pela paisagem está a designação<br />
do restaurante, Vintage.<br />
Quartos 48<br />
M Praça da Ribeira, 1<br />
T 223 402 300<br />
www.pestana.com<br />
Grande Hotel do Porto<br />
Grande Hotel do Porto ***<br />
Hotel cinematográfico, centenário, com aura de um<br />
tempo que já passou mas que ainda se procura preservar.<br />
Transposta a porta, deixa-se <strong>para</strong> trás o bulício da<br />
frenética Rua de Santa Catarina e sente-se que se está<br />
noutra dimensão. A remodelação de 2002 preservou<br />
a sumptuosidade, mantendo os espelhos luxuosos,<br />
os florões dourados e as colunatas em mármore. Tem<br />
restaurante.<br />
Quartos 99<br />
MRua de Santa Catarina, 197<br />
T 222 076 690<br />
www.grandehotelporto.com<br />
Hotel Quality Inn Praça Batalha-Porto ***<br />
Em plena Praça da Batalha, a curta<br />
distância da zona comercial<br />
da baixa, bem perto<br />
do Teatro Nacional
São João e do Coliseu, tem quartos com todos os confortos<br />
modernos.<br />
Quartos 113<br />
M Praça da Batalha, 127/130<br />
T 223 392 300<br />
Hotel Tuela Porto ***<br />
Situado junto à rotunda da Boavista, tem acesso fácil a<br />
diversos pontos de interesse do Porto, como Serralves<br />
ou a Casa da Música. Os quartos são confortáveis e bem<br />
equipados e os serviços disponíveis incluem restaurante<br />
(Pimenta Preta) e bar acolhedor.<br />
Quartos 197<br />
M Rua Arquitecto Marques da Silva, 200<br />
T 226 004 747<br />
www.hoteltuela.com<br />
Pousada de Juventude do Porto<br />
Com vista <strong>para</strong> a foz do Douro<br />
e o Atlântico, a poucos<br />
passos da praia<br />
Linha do norte e ramaL de tomar porto<br />
é poiso ideal <strong>para</strong> partir à descoberta da cidade.<br />
MRua Paulo Gama, 551<br />
T 226 177 257<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
Praia do Ourigo<br />
Tryp Porto Centro ***<br />
Localizado na baixa portuense e de acesso fácil aos<br />
principais pontos turísticos, tem quartos modernos e<br />
dispõe de restaurante.<br />
Quartos 62<br />
MRua da Alegria, 685 - 689<br />
T 225 194 800<br />
www.trypportocentro.<br />
solmelia.com<br />
Pérgula da Foz
A BORDO DO COmBOIO REgIONAL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
1 Linha do minho<br />
2 Linha do Douro<br />
3 Linha do Vouga<br />
4 Linha do Norte e Ramal de Tomar<br />
5 Linha da Beira Alta<br />
6 Linha da Beira Baixa<br />
7 Linha do Oeste<br />
8 Linha do Leste e Ramal de Cáceres<br />
9 Linha do Algarve
Foto: Sé Catedral da Guarda a bordo do comboio reGionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
Linha da beira aLta<br />
Luso - buçaco<br />
nelas<br />
Guarda<br />
Vilar Formoso
LINHA DA BEIRA ALTA<br />
Figueira da Foz<br />
Luso-Buçaco<br />
Mortágua<br />
Pampilhosa<br />
Coimbra<br />
Pampilhosa<br />
Luso-Buçaco<br />
Santa Comba Dão<br />
Mortágua<br />
Santa Comba Dão<br />
Carregal do Sal<br />
Canas-Felgueira<br />
Nelas<br />
Mangualde<br />
Nelas<br />
Gouveia<br />
Moimenta-Alcafache<br />
Mangualde<br />
Gouveia<br />
Fornos de Algodres<br />
Celorico da Beira<br />
Vila Franca das Naves<br />
Pinhel<br />
Guarda<br />
Castelo Mendo<br />
Vila Franca<br />
das Naves<br />
Celorico<br />
da Beira<br />
Pinhel<br />
Fornos<br />
de Algodres<br />
Guarda<br />
Parque Natural<br />
da Serra da Estrela<br />
Vilar Formoso<br />
Covilhã<br />
Vilar Formoso<br />
Castelo Mendo<br />
“começa “Um intenso a surgir<br />
o aroma exuberante<br />
verde a maresia da mata do<br />
Buçaco” invade<br />
as carruagens”
LINHA DA BEIRA ALTA<br />
natureza e história alinhadas ao centro<br />
Até à fronteira<br />
Construída no final do século XIX com o objectivo de ligar o litoral do país a Espanha. Vilar<br />
Formoso tornava-se, assim, no ponto mais concorrido da fronteira portuguesa, sendo<br />
esta linha a principal ligação ferroviária com a Europa, num percurso que ainda hoje<br />
atravessa algumas das mais belas paisagens da região centro.<br />
Considerado um dos percursos fer‑<br />
roviários mais singulares do país,<br />
é marcado pela diversidade de<br />
cenários que podem ser admirados<br />
ao longo dos seus 202 quilómetros e que percorrem um<br />
vasto território, desde a histórica estação da Pampilho‑<br />
sa até à fronteira, em Vilar Formoso, com uma das mais<br />
bonitas estações ferroviárias do país, toda decorada<br />
a azulejo. Logo nos primeiros quilómetros, começa<br />
a surgir o exuberante verde da mata do Buçaco. Para<br />
além da beleza natural desta serra, é reconhecida na<br />
região a qualidade das nascentes de água, sendo a do<br />
Luso a mais popular. Esta pequena localidade cresceu<br />
como reputada estância termal, sobretudo durante as<br />
primeiras décadas do século XX. A herança arquitectó‑<br />
nica da época encontra‑se bem preservada. Passeando<br />
pelas ruas, transparece de imediato o charme de outro‑<br />
ra, ainda intacto. E se as águas são um bem natural ao<br />
longo desta linha, os vinhos não ficam atrás. As vinhas<br />
do Dão integram o cenário que nos acompanha, sobre‑<br />
tudo na zona de Nelas: um mosaico de serras, florestas<br />
e campos de cultivo, entrecortado por aldeias típicas. A<br />
imponente serra da Estrela surge então no horizonte,<br />
com as suas paisagens extraordinárias que levaram a<br />
que boa parte da serra e da sua envolvente fosse classi‑<br />
ficada como parque natural. Com 101 mil hecta‑<br />
res, este parque é a maior área protegida<br />
portuguesa, sendo um grande<br />
ponto de atracção<br />
turística. Du‑<br />
rante<br />
Vista do Miradouro da Cruz Alta do Buçaco<br />
Fiel e Formosa<br />
os meses frios é a serra coberta<br />
de neve que atrai visitantes mas<br />
no resto do ano são as paisagens<br />
majestosas e refrescantes, de verde<br />
e água.<br />
A riqueza desta região está longe de se esgotar na bele‑<br />
za da paisagem. A preservação do património histórico é<br />
notável, com aldeias, vilas e cidades bem conservadas. É o<br />
caso da Guarda, que do alto do seu planalto conta a histó‑<br />
ria do passado, enquanto cresce numa modernidade onde<br />
a cultura ganha destaque. A qualidade da programação<br />
do Teatro Municipal da Guarda garante bons espectáculos<br />
durante todo o ano. A linha da Beira Alta cruza, assim, di‑<br />
versos atractivos e paisagens, entre vales e colinas suaves<br />
e montanhas de maior envergadura, passando por nume‑<br />
rosos cursos e linhas de água, vinhas e cerejais, campos de<br />
milho, de centeio, pomares de macieiras e laranjais, a lem‑<br />
brar que a riqueza destas <strong>para</strong>gens passa também<br />
pela mesa, onde não pode faltar o vinho<br />
do Dão, o delicioso pão e o reco‑<br />
nhecido queijo da serra<br />
da Estrela.<br />
Convento de Santa Cruz do Buçaco<br />
3
4<br />
LUSO - BUÇACO<br />
reino das termas<br />
e do leitão<br />
Pertencente ao concelho da Mealhada e in‑<br />
tegrada na chamada região da Bairrada, a<br />
vila do Luso fica situada na encosta poente<br />
da serra do Buçaco, entre duas colinas, ofe‑<br />
recendo uma inesquecível imagem de acolhi‑<br />
mento. As suas origens remontam ao século<br />
XI e estão ligadas ao Mosteiro da Vacariça. Mais tarde,<br />
desde o final do século XIX, desenvolveu‑se e ganhou<br />
fama como estância termal e turística. As Termas do<br />
Luso são das mais frequentadas e famosas termas<br />
portuguesas, constituindo um magnífico exemplo<br />
de arquitectura termal, patente tanto nas unida‑<br />
des hoteleiras, como nos balneários e parques. Na<br />
mesma encosta onde se situa o Luso, e na vizinhança<br />
imediata das termas, fica a Mata Nacional do Buça‑<br />
co, verdadeiro <strong>para</strong>íso natural. É uma área aprazível<br />
<strong>para</strong> passear a pé e gozar o contacto com a natureza<br />
no meio da qual há uma via‑sacra com capelas, em<br />
cujo interior há imagens quase em tamanho natural.<br />
Igualmente digno de visita é o Palace Hotel do Bus‑<br />
saco, exemplo maior de arquitectura revivalista<br />
do início do século XX. Nesta mon‑<br />
tanha travou‑se, em<br />
Setembro<br />
Vista do miradouro da Cruz Alta do Buçaco<br />
Estação de Luso-Buçaco<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
1 km<br />
A pé<br />
Táxis: T. 231 939 220<br />
de 1810,<br />
uma importante<br />
batalha entre os invasores<br />
franceses e as tropas anglo‑lusas, evocada<br />
nos azulejos do átrio do referido hotel. E também no<br />
museu militar existente nas redondezas. A região é<br />
também famosa pela sua gastronomia, onde avulta<br />
o leitão assado, e pela produção de vinhos, quer de<br />
mesa, quer de espumantes. Naturalmente não fal‑<br />
tam por <strong>aqui</strong> restaurantes dedicados à arte de bem<br />
confeccionar e bem servir tão afamada e<br />
apreciada especialidade.
o QUe Ver<br />
Termas do Luso<br />
Situado na vertente oeste da serra do Buçaco, o com‑<br />
plexo das Termas do Luso alia tradição e modernidade.<br />
No século XIX foi construído o complexo dos Banhos de<br />
Luso que passaria até aos nossos dias por sucessivas<br />
ampliações e reconstruções. Alguns dos maiores arqui‑<br />
tectos portugueses do século XX deixaram <strong>aqui</strong> a sua<br />
marca, como foi o caso de Cassiano Branco, autor do<br />
Grande Hotel do Luso.<br />
Mata Nacional do Buçaco<br />
Esta mata <strong>para</strong>disíaca foi começada a plantar pelos<br />
frades carmelitas que <strong>para</strong> <strong>aqui</strong> vieram viver em clau‑<br />
sura no primeiro quartel do século XVII. Tem 20 km de<br />
comprimento máximo, elevando‑se até aos 549 metros<br />
na Cruz Alta. Possui espécies vegetais do mundo intei‑<br />
ro, algumas delas oriundas da América, de Creta, do<br />
Ganges, de Goa, da Itália e do Líbano, além do mun‑<br />
dialmente conhecido cedro do Bussaco. Além do Palace<br />
Hotel do Bussaco, refiram‑se o Vale dos Fetos, a Fonte<br />
Fria e a Via Sacra. Nesta serra, na vertente leste, deu‑se<br />
a Batalha do Buçaco durante a III Invasão Francesa em<br />
Setembro de 1810.<br />
LINHA DA BEIRA ALTA LUSO - BUÇACO<br />
Palace Hotel do Bussaco<br />
Desenhado, no final do século XIX por Luigi Manini, o<br />
edifício do actual hotel, começou por ser um pavilhão<br />
de caça do rei D. Carlos. Inspirado nos cânones estéticos<br />
do Manuelino, esta construção tem semelhanças evi‑<br />
dentes com alguns dos monumentos que o inspiraram,<br />
como é o caso da Torre de Belém. Para a construção des‑<br />
te edifício, parte do antigo convento de carmelitas que<br />
<strong>aqui</strong> existia, desde 1629, teve de ser derrubado. Para<br />
enquadrar esta peça notável da arquitectura neo‑ma‑<br />
nuelina, nada melhor do que a Mata do Buçaco, auten‑<br />
tico santuário ecológico que se deve também à acção<br />
dos monges carmelitas que <strong>aqui</strong> habitaram. Dentro da<br />
cerca do convento, os frades foram, ao longo dos tem‑<br />
pos, introduzindo novas espécies vegetais, algumas das<br />
quais vindas de outros continentes, como as araucárias,<br />
que se misturaram com o coberto vegetal original<br />
composto por cedros, ciprestes e freixos, formando um<br />
conjunto surpreendente. Durante a vida do mosteiro,<br />
as regras eram muito rígidas no que diz respeito a uma<br />
série de proibições, destacando‑se entre elas o corte de<br />
árvores e a entrada de mulheres na cerca do convento.<br />
Conta‑se, que obrigados a receber contra sua vontade a<br />
irmã do rei D. Pedro II, os monges mandaram abrir uma<br />
porta nova na cerca do convento, que ficaria conhecida<br />
pela Porta da Rainha, <strong>para</strong> impedir que D. Catarina en‑<br />
trasse pela porta normal.<br />
Museu Militar do Buçaco<br />
Foi inaugurado a 27 de Setembro de 1910, por ocasião<br />
do primeiro Centenário da Batalha do Buçaco. Dispõe<br />
de valiosas colecções de armas, uniformes, equipamen‑<br />
tos utilizados na batalha e de pinturas que descrevem<br />
5
6<br />
LUSO - BUÇACO LINHA DA BEIRA ALTA<br />
este episódio da Guerra Peninsular. De salientar que<br />
todos os anos se festeja este acontecimento com uma<br />
<strong>para</strong>da e um desfile militar, em que os participantes se<br />
apresentam com os uniformes da época.<br />
Miradouro da Cruz Alta do Buçaco<br />
À altitude de 549 metros, este miradouro proporciona<br />
um dos melhores panoramas de Portugal. Para poente<br />
fica o mar, surgindo no plano intermédio Anadia e a<br />
Mealhada, <strong>para</strong> nordeste ficam as serras do Caramulo<br />
e da Estrela e <strong>para</strong> sudoeste, fica a serra de Lousã, <strong>para</strong><br />
além do admirável panorama da floresta, imediata‑<br />
mente em baixo, com o Convento das Carmelitas e o<br />
Palace Hotel do Bussaco.<br />
o QUe Saborear<br />
Leitão assado à Bairrada<br />
O leitão à moda da Bairrada é o rei incontestado<br />
no domínio das carnes, sendo considerado “um<br />
dos mais notáveis assados da cozinha portugue‑<br />
sa”. Ou melhor, o príncipe, pois o que o distingue,<br />
<strong>para</strong> além da arte do assado, é a idade do animal<br />
que deve ser de “mama” ou seja, ter entre um<br />
mês e mês e meio. Barrado por dentro e por fora<br />
com uma mistura de banha (unto), alhos pisa‑<br />
dos, pimenta preta, toucinho e, pelo menos, uma<br />
folha de louro (há quem adicione também um<br />
pouco de vinho branco), o leitão é enfiado num<br />
espeto e vai a assar, lentamente (cerca de duas<br />
horas) em forno de tijolo que deve estar bem<br />
quente. De vez em quando borrifa‑se com bom<br />
vinho branco da região, utilizando <strong>para</strong> isso um<br />
ramo de carqueja, de louro ou de salsa, <strong>para</strong> que<br />
a pele não enfole nem rebente. Pouco antes do<br />
fim da assadura, tem lugar uma outra operação<br />
fundamental que se chama “constipar” o leitão<br />
e que contribui <strong>para</strong> que a pele fique rija mas<br />
estaladiça: o bicho é retirado rapidamente do ar<br />
quente do forno <strong>para</strong> o frio e volta ao calor. Por<br />
fim, quando já está assado, sai do forno e é ainda<br />
submetido a uma ”sangria”, que consiste em fazer<br />
um pequeno orifício na barriga <strong>para</strong> deixar sair o<br />
molho que aí se juntou, após o que deverá voltar<br />
ao forno uns minutos <strong>para</strong> secar um pouco. Está<br />
pronto a ser trinchado e servido, acompanhado a<br />
preceito por um bom vinho tinto da região ou por<br />
espumante natural.
onde comer<br />
O Cesteiro €<br />
Para além do famoso leitão da região, <strong>aqui</strong> podem sabo‑<br />
rear‑se outras especialidades, de bacalhau, chanfana e<br />
cabrito. Não fumadores.<br />
Encerra Quarta‑feira<br />
M Rua Monsenhor Mira, 78, Luso<br />
T 231 939 360<br />
O Selas (Pensão Astória) €<br />
Serve também no registo da cozinha regional, pontu‑<br />
ando na ementa, além do apreciado leitão à Bairrada, a<br />
chanfana e o bacalhau à Selas. Não fumadores.<br />
Encerra Terça‑feira todo o dia e de segunda a<br />
quinta ao jantar<br />
M Rua Emídio Navarro, 144, Luso<br />
T 231 939 182<br />
Cruz Alta (Grande Hotel de Luso) €€<br />
A gastronomia regional está em evidência no acolhedor<br />
restaurante do Grande Hotel. Na decoração destaca‑se<br />
uma pintura do artista Nuno Sanpayo. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua Doutor Cidade de Oliveira, 86, Luso<br />
T 231 937 937<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DA BEIRA ALTA LUSO - BUÇACO<br />
onde dormir<br />
Grande Hotel do Luso ****<br />
Projecto de Cassiano Branco, é um hotel histórico<br />
que marca o perfil da vila termal do Luso. Quartos<br />
amplos e confortáveis a que se junta o atractivo<br />
suplementar das piscinas, uma exterior e olímpica,<br />
outra interior e aquecida.<br />
Quartos 143<br />
M Rua Doutor Cidade de Oliveira, 86, Luso<br />
T 231 937 937<br />
Parque de Campismo do Luso<br />
O parque situa‑se a 1,5 km do Luso, um local calmo<br />
e acolhedor. Com boas infra‑estruturas e equipa‑<br />
mentos, dispõe de bungalows.<br />
Aberto durante todo o ano.<br />
M Quinta de Vale do Jorge, Luso<br />
T 231 107 551
8<br />
NELAS<br />
Águas terapêuticas e<br />
vinhos de excelência<br />
Situado na extremidade do pla‑<br />
nalto de Viseu e sulcado pelos<br />
vales do Dão e do Mondego, o<br />
concelho de Nelas apresen‑<br />
ta uma paisagem dominada<br />
pelo verde dos pinhais e por extensos vinhedos<br />
que produzem os célebres vinhos do Dão, que têm<br />
direito a região demarcada. No património arquitec‑<br />
tónico destacam‑se os solares senhoriais dos séculos<br />
XVII e XVIII, bem como algum património religioso.<br />
Canas de Senhorim, a 6 km da sede de concelho, e<br />
Santar (a 7 km), são duas das freguesias mais ricas do<br />
concelho. Em Canas merece referência a igreja matriz<br />
com fachada joanina, o pelourinho e as casas solaren‑<br />
gas, como a Casa do Soito. Santar é uma povoação que<br />
conserva características medievais, casas em granito<br />
e caminhos romanos, sendo também um importante<br />
centro vinhateiro do Dão. A 10 km de Nelas, no cená‑<br />
rio bucólico e verdejante do vale do Alto Mondego, na<br />
margem direita do rio, fica o moderno centro termal<br />
das Caldas da Felgueira, cujas origens remontam ao<br />
início do século XIX. A 220 metros de altitude,<br />
está enquadrado pelas serras da<br />
Estrela, do Buçaco e do<br />
Caramulo.<br />
Estação de Nelas<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0.3 km<br />
A pé<br />
Táxi: T. 232 945 195<br />
A estação<br />
A estação de Nelas<br />
foi oficialmente<br />
inaugurada em<br />
1882, embora<br />
já fosse utilizada<br />
antes. As paredes do<br />
edifício principal apresentam azulejos de Francisco<br />
Pereira e Licínio Pinto, também autores dos painéis<br />
da estação de Aveiro. Entre os temas retratados<br />
destacam‑se os trajes regionais e as<br />
paisagens da vizinha serra da<br />
Estrela.<br />
Casa de de Santar
o QUe Ver<br />
Casas senhoriais<br />
A vila conserva alguns solares e casas senhoriais, como<br />
é o caso da Casa dos Tavares. Exemplar de residência<br />
senhorial beirã, com planta em L, encontra‑se em bom<br />
estado de conservação. De salientar a escadaria de dois<br />
lanços na fachada, as duas janelas do lado direito com<br />
os suportes em balcões escalonados e ferragens ca‑<br />
racterísticas do século XVII. Mais relevante ainda é o<br />
portão que dá acesso ao pátio, com lintel decorado e<br />
rematado por frontão com brasão de armas.<br />
Igreja Matriz<br />
Dedicada a Nossa Senhora da Conceição, a antiga igreja<br />
estava situada no Largo de São João de Deus, no centro<br />
da vila. Mais tarde, foi transferida <strong>para</strong> o actual local,<br />
com o propósito de adaptação a capela da<br />
Irmandade de São Miguel.<br />
o QUe FaZer<br />
Parque Ecológico da Quinta da Cerca<br />
Instalado numa quinta secular, oferece um pacote de<br />
serviços bastante diverso, em áreas tão distintas como<br />
o turismo ambiental, cultural, científico e natural, ha‑<br />
vendo ainda lugar <strong>para</strong> os desportos radicais. O pro‑<br />
jecto abarca as seguintes vertentes e equipamentos:<br />
quinta pedagógica; parque de jogos didácticos; uma<br />
rede articulada de percursos pedonais; um circuito de<br />
manutenção; jardim e parque de merendas; o horto<br />
municipal; centro de congressos; formação e educação<br />
ambiental; e formação outdoor e animação cultural.<br />
LINHA DA BEIRA ALTA NELAS<br />
onde comer<br />
Bem-Haja €€<br />
Instalado num antigo lagar, procura perpetuar a boa<br />
cozinha beirã. A sobriedade das paredes em granito e<br />
a imponência da lareira no centro da sala contrastam<br />
com o moderno colorido das mesas e a luminosidade<br />
interior, atribuindo‑lhe uma sensação de conforto<br />
enquanto aprecia a sua refeição, num espaço que se<br />
torna íntimo e até romântico. Boa selecção de vinhos<br />
do Dão. Zona de fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua da Restauração, 5<br />
T 232 944 903<br />
www.bemhaja.net<br />
Os Antónios €€<br />
Instalado nas adegas de um antigo solar de jesuítas,<br />
<strong>aqui</strong> a gastronomia regional ocupa lugar de destaque.<br />
Na ementa há filetes de polvo com migas de broa, file‑<br />
tes de pescada, bacalhau assado, à lagareiro e patanis‑<br />
cas. Nas carnes há cabrito assado, arroz de pato, rojões e<br />
galinha do campo de cabidela. Acompanhe com vinhos<br />
do Dão, bem seleccionados. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar<br />
M Largo Vasco da Gama, 1<br />
T 232 949 515<br />
www.osantonios.com<br />
onde dormir<br />
Hotel Nelas Parq ***<br />
Hotel moderno, situado no coração do Dão e a pouca<br />
distância das serras da Estrela e Caramulo. Em frente ao<br />
hotel, existe um complexo desportivo com piscina co‑<br />
berta e descoberta e campo de futebol relvado. Integra<br />
ainda um restaurante de cozinha regional.<br />
Quartos 75<br />
M Avenida Professor Dr. Fortunato de Almeida, Nelas<br />
T 232 941 470<br />
www.hotelnelasparq.pt<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
9
10<br />
GUARDA<br />
Fria e Formosa<br />
Situada no último esporão seten‑<br />
trional da serra da Estrela, a uma al‑<br />
titude de 1056 metros, o que a torna<br />
a cidade mais alta de Portugal, a<br />
Guarda domina o planalto beirão.<br />
Encostada à raia e dominando os<br />
vales do Mondego e do Côa, cedo assumiu o papel<br />
de atalaia. Na verdade, a fronteira de Vilar Formo‑<br />
so fica a menos de meia centena de quilómetros. O<br />
isolamento ditado pela sua condição geográfica e<br />
os condicionalismos militares a que esteve sujeita,<br />
levaram a que, durante séculos, a cidade fosse mar‑<br />
cada pela interioridade e virada sobre si mesma. Nas<br />
últimas décadas, a abertura de novas e boas vias de<br />
comunicação (desde as auto‑estradas A23 e A25,<br />
o antigo IP5, até à electrificação da Linha da Beira<br />
Alta, principal ligação internacional da rede ferro‑<br />
viária portuguesa) e a expansão do sistema de ensi‑<br />
no, <strong>aqui</strong> funcionando dois pólos universitários, pôs<br />
fim a este isolamento. Hoje, a Guarda é uma cidade<br />
virada <strong>para</strong> o futuro que preserva a sua história e<br />
tradições mas está empenhada em modernizar‑se.<br />
Enquadrada por uma paisagem forte e de grande<br />
beleza, próxima de várias aldeias históri‑<br />
cas e da vizinha Espanha, com<br />
bons hotéis e uma<br />
gastrono‑<br />
Estação da Guarda<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
8 km 4 km<br />
A pé<br />
Rodoviária da Beira Interior (www.rbi.pt)<br />
e mini‑bus; autocarros de 20 em 20 min.<br />
Táxis: T. 271 221 863, 271 221 209<br />
mia rica e variada, a<br />
Guarda é uma boa aposta <strong>para</strong><br />
quem queira descobrir os encantos da raia<br />
beirã. O património construído é uma das suas gran‑<br />
des mais‑valias, merecendo uma referência especial<br />
a monumental sé, belo exemplo de igreja‑<br />
‑fortaleza, decorada interiormente<br />
com um famoso retábulo<br />
de pedra.<br />
Igreja da Misericórdia
o QUe Ver<br />
Casas do centro histórico<br />
Como qualquer cidade antiga que se preze, a Guarda<br />
tem um bonito centro histórico, onde se podem admirar<br />
pormenores arquitectónicos muito interessantes. Assim,<br />
na Rua Francisco dos Passos (antiga Rua Direita), no nº<br />
15, pode observar‑se uma bela construção em grani‑<br />
to com pilastras decoradas e gárgulas que partem da<br />
cornija. Mais à frente, nos nº 26 e 28, há que ver outra<br />
casa de granito com uma varanda assente em mísulas.<br />
Destaque, também, <strong>para</strong> a janela manuelina. No nº 1<br />
da Rua de D. Sancho, encontra‑se a casa onde nasceu o<br />
primeiro duque de Bragança, filho bastardo de D. João I<br />
e de D. Inês Pires. Na mesma rua, nos nº18 a 22, existe<br />
uma bonita janela de ângulo com coluna de mármore.<br />
Sé<br />
Antes da construção da sé actual, a cidade teve<br />
duas outras catedrais, entretanto desa‑<br />
parecidas. A primeira, do século<br />
XIII foi levantada num<br />
local próximo<br />
da<br />
Igreja da Misericórdia<br />
Levantada no lugar onde existiu a segunda Sé da<br />
Guarda, mandada deitar abaixo por D. Fernando por se<br />
encontrar fora das muralhas, a Igreja da Misericórdia<br />
é um templo de características barrocas. De uma só<br />
nave, tem os altares revestidos a talha dourada. Des‑<br />
taque ainda <strong>para</strong> o púlpito e a cobertura de madeira<br />
da nave.<br />
LINHA DA BEIRA ALTA GUARDA<br />
actual e a segunda situava‑se fora de portas, onde hoje<br />
se encontra a Igreja da Misericórdia. As obras inicia‑<br />
ram‑se no reinado de D. João I, em 1390, mas duraram<br />
até ao século XVI. As duas torres da entrada principal<br />
e outros elementos construtivos dão‑lhe uma imagem<br />
acastelada, própria de uma cidade inserida num cená‑<br />
rio de permanentes guerras. Com características góti‑<br />
cas e manuelinas, a porta principal situa‑se no topo<br />
contrário às torres, com pequeno portal manuelino.<br />
Actualmente a entrada faz‑se pela escadaria proces‑<br />
sional. No interior, o destaque vai <strong>para</strong> as colunas tor‑<br />
sas e, sobretudo, <strong>para</strong> o retábulo em pedra de Ançã,<br />
atribuído a João de Ruão, com mais de uma centena<br />
de figuras, distribuídas por seis andares, teatralizando<br />
a Paixão e Morte de Cristo.<br />
Castelo<br />
A posição geográfica da cidade da Guarda e a sua loca‑<br />
lização num planalto levou a que a mesma se tivesse<br />
desenvolvido à sombra de um castelo. Desta estrutura<br />
medieval já pouco resta. Apenas uma parte im‑<br />
portante da cerca primitiva, a torre de<br />
menagem datada do século XII<br />
e a torre dos Ferreiros,<br />
construída no<br />
11
12<br />
GUARDA LINHA DA BEIRA ALTA<br />
século seguinte, chegaram aos nossos dias.<br />
Esta última foi levantada <strong>para</strong> reforço de uma<br />
das portas de entrada da cidade. No seu in‑<br />
terior tem, <strong>para</strong> além de outras duas portas,<br />
uma terceira, de guilhotina, que a tornava inex‑<br />
pugnável.<br />
Seminário Episcopal da Guarda<br />
O Seminário Episcopal e o Paço foram mandados le‑<br />
vantar, em 1601, por D. Nuno de Noronha. De linhas<br />
sóbrias, tem uma fachada dividida em três corpos, dois<br />
laterais em granito e o do meio em alvenaria pintada<br />
de branco que corresponde à igreja. Neste edifício fun‑<br />
ciona, desde 1940, o Museu da Guarda. Reformulado,<br />
em 1985, pertence, actualmente, à rede do Instituto<br />
Português de Museus. Com um espólio muito variado,<br />
tem colecções de arqueologia, numismática, arte sacra<br />
dos séculos XVII e XVIII, cerâmica, fotografia, etnogra‑<br />
fia, escultura e pintura. Esta última inclui obras de pin‑<br />
tores portugueses, nomeadamente Carlos Reis, Antó‑<br />
nio Carneiro, Eduarda Lapa, Almeida e Silva e João Vaz.<br />
Igreja de São Vicente<br />
O edifício actual é de final do século XVIII, altura em<br />
que o bispo D. Jerónimo de Car‑<br />
valhal e Silva a<br />
mandou reconstruir e lhe agregou a residência. A fa‑<br />
chada tem duas torres sineiras e sobre o portal pode<br />
ver‑se o brasão do bispo. É decorada no interior a talha<br />
barroca e a azulejos figurados setecentistas ilustrando<br />
a vida de Jesus, a Sagrada Família e a Via Sacra. Para<br />
além disso destaca‑se o painel existente na capela‑<br />
‑mor, com os símbolos da Paixão e a porta policroma‑<br />
da em trompe l’oeil.<br />
Judiaria<br />
É um dos recantos mais pitorescos da cidade e uma das<br />
suas zonas mais antigas. Localiza‑se na Rua do Am‑<br />
paro e anexas. Como era habitual na época, a judiaria<br />
estava se<strong>para</strong>da do resto da cidade. O que começou<br />
por ser uma área modesta com casas de caracterís‑<br />
ticas rurais acabou por se transformar, com o desen‑<br />
volvimento do comércio, nos séculos XVI e XVII, numa<br />
zona mais opulenta em que as casas humildes foram<br />
por vezes substituídas por edifícios ornamentados de<br />
maior dimensão.<br />
Teatro Municipal da Guarda<br />
Inaugurado em 2005, o Teatro Municipal da Guarda<br />
veio dinamizar e, em grande medida, revolucionar a<br />
vida cultural de toda a região. Com uma programação<br />
constante, diversificada e ambiciosa, o TMG integra<br />
diversos equipamentos, incluindo um grande auditório<br />
com condições <strong>para</strong> receber grandes produções de tea‑<br />
tro, ópera, dança e música, um pequeno auditório que<br />
também funciona como sala de cinema, uma galeria de<br />
arte e ainda uma zona de café‑concerto. O projecto ar‑<br />
quitectónico, coordenado pelo arquitecto Carlos Veloso,<br />
procurou a integração do edifício, constituído por dois<br />
cubos gigantes, em declive no tecido urbano.
o QUe Saborear<br />
Cozinha serrana<br />
O cabrito e a chanfana são pratos serranos típi‑<br />
cos, tal como os enchidos. Neste capítulo tem<br />
especial fama a morcela da Guarda, que acom‑<br />
panha bem com maça ou ananás. Fruto de um<br />
saber ancestral é o Queijo da Serra, produzi‑<br />
do a partir do leite de vaca e com<br />
um sabor e uma textura<br />
inconfundíveis.<br />
onde comer<br />
Belo Horizonte €<br />
Está instalado numa casa de pedra em plena zona histó‑<br />
rica. Os enchidos e o queijo da serra imperam nas entra‑<br />
das. O resto também não foge à tradição. Cabrito, baca‑<br />
lhau à conde da Guarda ou cozido com grão são estrelas<br />
de uma ementa bem regional. Não fumadores.<br />
Encerra Sábado<br />
M Largo de São Vicente, 2<br />
T 271 211 454<br />
onde dormir<br />
Lusitânia Parque Hotel ****<br />
Perto do centro da Guarda, com bons acessos à serra, é<br />
uma das mais recentes unidades hoteleiras da cidade.<br />
Tem restaurante, sala de jogos, campo de futebol e té‑<br />
nis, piscina interior e exterior e health club com sauna<br />
e ginásio.<br />
Quartos 63<br />
M Urbanização Quinta das Covas, Lote 34<br />
T 271 238 285<br />
www.hotellusitaniaparque.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DA BEIRA ALTA GUARDA<br />
O Ferrinho €€<br />
Situado junto à Sé Catedral, em pleno centro histórico da<br />
cidade, confecciona pratos e petiscos típicos da gastrono‑<br />
mia beirã. Comece com morcela da Guarda tostada com<br />
erva e prossiga com truta grelhada recheada com pre‑<br />
sunto ou cabrito assado. Também costuma haver alguns<br />
pratos de caça, como javali. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua Francisco de Passos, Guarda<br />
T 271 211 9 90<br />
Solar da Beira €<br />
Situado no centro histórico da Guarda, junto à Sé Cate‑<br />
dral, com sala de refeições acolhedora e boa cozinha, a<br />
preços muito razoáveis. Não fumadores.<br />
M Rua Doutor Francisco<br />
de Passos, 9<br />
T 271 211 563<br />
Hotel VanGuarda ***<br />
Situado a mais de 1000 metros<br />
de altitude, proporciona excelentes vis‑<br />
tas panorâmicas sobre a envolvente serrana. É<br />
um três estrelas superior, com todas as comodidades<br />
indispensáveis e ainda com a vantagem do bar e res‑<br />
taurante panorâmicos.<br />
Quartos 82<br />
M Avenida Monsenhor Mendes do Carmo<br />
T 271 208 390<br />
www.hotelvanguarda.com<br />
Hotel VanGuarda<br />
13
14<br />
VILAR FORMOSO<br />
terra de fronteira<br />
Vilar Formoso era apenas uma tranquila lo‑<br />
calidade raiana até ser inaugurada a linha<br />
férrea que uniu Portugal à Europa, em 1882.<br />
O corropio de gente e mercadorias não se fez<br />
esperar e ali se estabeleceu uma das principais<br />
alfândegas nacionais. O pequeno lugar foi en‑<br />
tão crescendo, entre a magnífica estação de comboios<br />
e a margem da ribeira de Tourões, onde se debruçava<br />
o casario mais antigo. Com a abertura da fronteira e<br />
o menor número de passageiros, a economia local<br />
ressentiu‑se mas a estação continuou a ser considera‑<br />
da a sala de visitas de Vilar Formoso, sendo uma das<br />
mais bonitas de Portugal. É imperdoável viajar pela<br />
linha da Beira Alta sem vir a Vilar Formoso apreciar os<br />
belíssimos painéis de azulejos da estação ferroviária,<br />
autêntico retrato simbólico do país e mostruário das<br />
belezas turísticas do Portugal dos anos 30 e 40. Se<br />
estiver na Guarda, por exemplo, vale a pena percorrer<br />
tranquilamente os 40 quilómetros de planalto graní‑<br />
tico (com passagem pela alta ponte sobre o Côa) que<br />
se<strong>para</strong>m a capital de distrito da fronteira com Espanha.<br />
Mas <strong>para</strong> além da estação, outros monumentos enri‑<br />
quecem o património desta localidade pertencente ao<br />
concelho de Almeida. A igreja paroquial, construída no<br />
século XIII pelos Templários, ou a escultura pública que<br />
homenageia os muitos emigrantes que por ali passa‑<br />
ram. O austero edifício alfandegário merece também<br />
um olhar atento, bem como a velhinha locomotiva a<br />
vapor, modelo emblemático que é exposto<br />
<strong>para</strong> nunca esquecer a ligação es‑<br />
treita de Vilar Formoso<br />
ao comboio.<br />
Estação de Vilar Formoso<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
1 Km<br />
A pé<br />
Táxis: T. 271 512 358, 271 513 038<br />
A estação<br />
Vilar Formoso<br />
recebe os visi‑<br />
tantes com uma<br />
notável colecção<br />
de 50 painéis de<br />
azulejos, da autoria<br />
de João Alves de Sá. O artista representou diver‑<br />
sos temas, mas ganham especial destaque os que<br />
ilustram os principais monumentos e paisagens do<br />
país, como a serra da Estrela ou as florestas da ilha<br />
de São Miguel. Interessantes, até pelo simbolismo,<br />
são também os painéis que apresentam o escudo<br />
nacional e a palavra «Portugal», motivo de alegria<br />
<strong>para</strong> muitos emigrantes lusos que durante<br />
décadas tiveram esta gare como<br />
porta de entrada no<br />
nosso país.
onde comer<br />
O Beira Raia €<br />
Restaurante pertencente a uma residencial, oferece um<br />
ambiente simples e familiar e uma cozinha igualmente<br />
caseira. A ementa privilegia pratos da cozinha portu‑<br />
guesa, confeccionados de forma simples e saborosa.<br />
Peça, por exemplo, o bacalhau à Brás ou borrego estu‑<br />
fado. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua Externato, 13<br />
T 271 512 153<br />
Quinta do Prado Verde €€<br />
Complexo turístico, vocacionado <strong>para</strong> a realização de<br />
eventos, integra um restaurante aberto diariamente<br />
ao público em geral. De Inverno a lareira aconchega e<br />
no Verão são a piscina e os jardins que refrescam o am‑<br />
biente. Não fumadores.<br />
Encerra De segunda a quinta ao jantar<br />
M Vilar Formoso<br />
T 271 511 413<br />
http://quintapradoverde.planetaclix.pt/<br />
onde dormir<br />
Hotel Lusitano***<br />
Alojamento simples e confortável junto à fronteira com<br />
Espanha. Com bar, restaurante e sala de estar.<br />
Quartos 34<br />
M Avenida da Fronteira, Vilar Formoso<br />
T 271 513 503<br />
Hospedaria Turismo<br />
Oferece quartos simples e confortáveis, a preço acessí‑<br />
vel, com pequeno‑almoço incluído. Dispõe de bar.<br />
Quartos 33<br />
M Rua da Sofia<br />
T 271 510 080<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DA BEIRA ALTA VILAR FORMOSO<br />
o QUe Ver<br />
Igreja Paroquial de S. João Baptista<br />
Igreja de uma só nave onde se destaca a capela‑mor<br />
coberta por tecto mudéjar policromo. Conserva uma<br />
pia baptismal monolítica e os altares são barrocos.<br />
Capela de Nossa Senhora da Paz<br />
Pequena capela de traça românica, mandada edificar<br />
pelos Templários, tem uma estrutura simples e<br />
robusta, quase totalmente destitu‑<br />
ída de motivos deco‑<br />
rativos.
a bordo do comboio reGionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
1 Linha do minho<br />
2 Linha do douro<br />
3 Linha do Vouga<br />
4 Linha do norte e ramal de tomar<br />
5 Linha da beira alta<br />
6 Linha da beira baixa<br />
7 Linha do oeste<br />
8 Linha do Leste e ramal de cáceres<br />
9 Linha do algarve
Foto: Cereja do Fundão<br />
A bordo do comboio regionAl<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
linhA dA beirA bAiXA Praia do ribatejo<br />
Abrantes<br />
belver<br />
Vila Velha de ródão<br />
castelo branco<br />
Fundão<br />
covilhã
LINHA DA BEIRA BAIXA<br />
Entroncamento<br />
Barquinha<br />
Tancos<br />
Almourol<br />
Praia do Ribatejo<br />
Abrantes<br />
Belver<br />
Ródão<br />
Castelo Branco<br />
Alcains<br />
Castelo Novo<br />
Alpedrinha<br />
Penamacor<br />
Donas<br />
Fundão<br />
Tortosendo<br />
Covilhã<br />
COVILHÃ<br />
FUNDÃO<br />
RÓDÃO<br />
Belmonte-Manteigas<br />
Sabugal<br />
“o Castelo<br />
de Almourol<br />
emerge<br />
das suas<br />
águas<br />
tranquilas”
io acima até às serras<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA<br />
Uma viagem de comboio que acompanha o Tejo, através das lezírias ribatejanas e das<br />
margens escarpadas beirãs. Paisagens bucólicas feitas de arrozais, pastos e serras<br />
guardadas por castelos medievais, que nos lembram o Portugal de outros tempos.<br />
Onde a linha do Norte se cruza com<br />
a da Beira Baixa, cresceu a cidade<br />
do Entroncamento e a estação<br />
onde é dado o sinal de partida nesta<br />
viagem. Até à Covilhã, são 242<br />
quilómetros de paisagens que ganham relevo à medida<br />
que nos aproximamos do destino.<br />
Por enquanto, sucedem-se as povoações alvas e anónimas<br />
até que se vislumbra Vila Nova da Barquinha e o<br />
Tejo, rio que define e acompanha grande parte do trajecto.<br />
Adiante, o Castelo de Almourol emerge das suas<br />
águas tranquilas, como uma miragem. Edificado em<br />
1171, esta fortificação, classificada como monumento<br />
nacional, mantém quase intacta a sua torre de menagem<br />
e muralhas.<br />
Constância surge pouco depois, com a sua arquitectura<br />
harmoniosa, assistindo calmamente ao encontro do<br />
Tejo com o Zêzere. Mas após a passagem por esta vila,<br />
perdemos o rio de vista e ficamos entre campos de regadio<br />
e extensões de montado.<br />
Mas o Tejo acaba por regressar “aos pés” de Abrantes,<br />
cidade florida e de boa gastronomia, que funcionou em<br />
tempos como guarda avançada das Beiras e do Ribatejo<br />
e porto fluvial.<br />
Serpenteando caminho<br />
Atravessada a ponte sobre o Tejo, à saída de<br />
Abrantes, o rio deixa aos poucos o seu<br />
curso tranquilo, na planície,<br />
<strong>para</strong> rasgar escarpasrocho-<br />
Linha da Beira Baixa junto ao Tejo<br />
sas. Eis então que aparece a Barragem<br />
de Belver, emoldurada por<br />
pitorescos caniçais. A linha aproxima-se<br />
cada vez mais das águas do<br />
rio que volta a dominar a paisagem<br />
quando passamos pela Barragem do Fratel.<br />
As encostas tornam-se mais pronunciadas até que<br />
surgem as míticas Portas do Ródão: duas formações<br />
rochosas que quase se beijam, não fossem apartadas<br />
pelo grandioso Tejo. Mas acabamos por nos afastar das<br />
suas águas, rumo a Castelo Branco, por entre grandes<br />
extensões de mata e pinhal.<br />
A etapa de montanha<br />
Passada a capital da Beira Baixa, a próxima cidade do<br />
itinerário é a Covilhã. Mas até lá é necessário contornar<br />
a serra da Gardunha e entrar na fértil Cova da Beira,<br />
passando pelo Fundão e pelos seus cerejais.<br />
Nesta viagem cruzam-se assim as paisagens mais distintas<br />
do centro do país, entre as lezírias do Ribatejo e<br />
as escarpas da serra da Estrela, por uma linha<br />
construída no século XIX, ainda hoje<br />
uma das mais belas de Portugal.<br />
Barquinha Parque<br />
3
4<br />
PRAIA DO RIBATEJO<br />
castelo encantado<br />
A vila de Praia do Ribatejo cresceu nas margens<br />
do rio Tejo como Pay Pelle, nome cuja<br />
origem remonta ao século XII e que resistiu<br />
até 1927. Nesse ano, o antigo concelho<br />
de Paio de Pele deu lugar ao de Vila Nova da<br />
Barquinha, nascendo a actual freguesia de<br />
Praia do Ribatejo. O povoado estruturou-se durante o<br />
período medieval, estando directamente relacionado<br />
com o sistema defensivo lusitano<br />
O grande testemunho deste papel é o singular castelo<br />
de Almourol, mandado construir pela Ordem dos<br />
Templários. Erguido sobre uma pequena ilha escarpada<br />
no meio do Tejo, é uma das edificações militares<br />
mais emblemáticas e também cenográfica, pela sua<br />
localização ímpar. O final da Reconquista Cristã levou<br />
ao abandono da fortificação e à sua degradação, só<br />
contrariada pelo Romantismo do século XIX e pelas<br />
obras que lhe deram a actual configuração. A classificação<br />
de Monumento Nacional foi atribuída em<br />
1910 e mais recentemente foi um dos finalistas da<br />
iniciativa que elegeu as Sete Maravilhas de Portugal,<br />
sendo o principal cartão de vista desta vila ribeirinha.<br />
Nas proximidades de Praia do Ribatejo há outras<br />
referências a ter em conta, também acessíveis por<br />
comboio. É o caso de Tancos, com apeadeiro<br />
próprio, aprazível vila florida situada<br />
na margem direita do<br />
Tejo, em repousante<br />
Estação de Praia do<br />
Ribatejo<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
1 km<br />
A pé<br />
e<br />
Táxis: T. 249 733 139<br />
pitoresco<br />
cenário ribeirinho.<br />
O Barquinha Parque (apeadeiro<br />
da Barquinha), inaugurado em 2005, desenvolve-se<br />
junto às margens do Tejo e é o maior espaço<br />
de lazer e recreação do concelho. Com diversos<br />
equipamentos, foi distinguido em 2007 com um<br />
prémio de arquitectura. Para além dos monumentos<br />
e belas paisagens ribeirinhas, onde sabe bem<br />
descansar o olhar, a gastronomia é outro dos grandes<br />
atractivos desta região, especialmente<br />
animadas na época do sável e da<br />
lampreia, em Fevereiro<br />
e Março.<br />
Castelo de Almourol
o QUe Ver<br />
Tancos (apeadeiro de Tancos)<br />
Situada na margem direita do Tejo e apelidada de “vila<br />
florida”, Tancos é uma aprazível vila ribeirinha onde<br />
sabe bem <strong>para</strong>r e ficar a descansar a vista no Tejo, num<br />
anfiteatro que aí existe <strong>para</strong> esse efeito, desfrutando de<br />
um cenário paisagístico calmo e repousante.<br />
Igreja Matriz de Tancos (apeadeiro de Tancos)<br />
Datada do século XVI, é dedicada a Nossa Senhora da<br />
Conceição. De referir a abóbada de caixotões, os azulejos<br />
do século XVII e um retábulo de talha maneirista.<br />
Mas vale sobretudo pela beleza do cenário ribeirinho<br />
em que se insere.<br />
Igreja Matriz de Tancos<br />
Barquinha Parque (apeadeiro da Barquinha)<br />
Distinguido com o Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista<br />
em 2007, é o maior espaço de lazer e recreação<br />
do concelho. Com cerca de 7 hectares, desenvolve-se<br />
junto ao rio Tejo e reúne equipamentos desportivos,<br />
zonas lúdicas <strong>para</strong> as crianças e percursos ribeirinhos.<br />
Museu Etnográfico “21” (apeadeiro da Barquinha)<br />
Colecção particular de Jo<strong>aqui</strong>m Matos Vieira, composta<br />
por diversos objectos, recolhidos pelo proprietário,<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA PRAIA DO RIBATEJO<br />
Museu Etnográfico “21”<br />
que retratam a história de Vila Nova da Barquinha e<br />
das suas gentes. Existe ainda um acolhedor bar com<br />
decoração típica, alusiva às vivências locais, e o artesanato<br />
está presente nas miniaturas em<br />
barro do Castelo de Almourol,<br />
da autoria de Jo<strong>aqui</strong>m<br />
Vieira.<br />
Tancos
6<br />
PRAIA DO RIBATEJO LINHA DA BEIRA BAIXA<br />
Castelo de Almourol (apeadeiro de Almourol)<br />
Situado num ilhéu do rio Tejo, a meio caminho entre<br />
Vila Nova da Barquinha e Constância, o castelo ergue-se<br />
sobre um afloramento granítico de 18 metros de altura<br />
por 310 de comprimento. É caso único nos castelos portugueses.<br />
Tanto o enquadramento paisagístico como a<br />
antiguidade fazem dele uma importante atracção turística,<br />
não admirando, assim, que seja um dos finalistas<br />
do concurso das Maravilhas de Portugal. Por informação<br />
arqueológica sabe-se que foi construído sobre uma fortificação<br />
romana. Conquistado aos mouros por D. Afonso<br />
Henriques foi, em 1171 entregue à Ordem dos Templários,<br />
sendo então reconstruído e ampliado por ordem do<br />
seu Mestre, Guadim Pais, como se pode ler na lápide sobre<br />
a portada interior do castelo. De planta quadrangular,<br />
passada a porta flanqueada por dois torreões, encontra-<br />
-se o caminho que contorna a torre de menagem, a que<br />
é imprescindível subir, e a muralha do castelo, coroada<br />
de cubelos, ameias e adarves com íngremes escadas de<br />
acesso. Foi restaurado pelos Monumentos Nacionais nos<br />
anos de 1940, tendo-lhe sido devolvida a traça original.<br />
Para o visitar tem de recorrer a um barqueiro que se encontra<br />
na margem esperando os visitantes e com o qual<br />
se combina a viagem de ida e volta.<br />
Arripiado<br />
Debruçada em anfiteatro sobre o Tejo, a aldeia do Arripiado<br />
(pertencente ao concelho da Chamusca) fica<br />
localizada mesmo em frente à vila de Tancos, na outra<br />
margem do rio. D<strong>aqui</strong> se avista o castelo de Almourol,<br />
bem como a lezíria ribatejana que <strong>aqui</strong> começa. Junto à<br />
margem do rio, existe um belíssimo passeio ribeirinho<br />
em calçada portuguesa, decorado com esculturas de<br />
José Coelho. Existem dois cais fluviais, o Cais Militar, as-<br />
sim chamado por servir sobretudo <strong>para</strong> usos militares,<br />
e o Cais de S. Marcos. É neste último que se encontra<br />
uma embarcação, conhecida como a barca do Arripiado,<br />
que faz a travessia até Tancos ou transporta os visitantes<br />
até ao castelo de Almourol. A embarcação funciona<br />
todos os dias e permite fazer belos passeios no rio Tejo,<br />
admirando as paisagens e vilas ribeirinhas.<br />
Praça de Touros de Vila Nova da Barquinha<br />
Construída em 1853, é a segunda praça mais antiga do<br />
país e está situada junto à estação ferroviária. Foi restaurada<br />
recentemente, mantendo a sua traça original.<br />
Igreja Matriz de Atalaia<br />
Datada do século XVI, está classificada como monumento<br />
nacional e é um belo exemplar da arquitectura renascentista<br />
no nosso país. Dedicada a Nossa Senhora da Assunção,<br />
ostenta uma fachada imponente. O portal nobre,<br />
antecedido por uma escadaria, é da autoria do arquitecto<br />
francês João de Ruão. A capela-mor, atribuída a Diogo de<br />
Castilho, tem um arco pleno profusamente decorado e<br />
guarda o túmulo barroco do segundo cardeal-patriarca<br />
de Lisboa, D. José Manuel da Câmara. Destacam-se ainda<br />
bonitos azulejos do século XVII e uma escultura do século<br />
XV, em calcário, representando a Virgem com o Menino e<br />
atribuída ao escultor Diogo Pires, o Velho.
o QUe SAboreAr<br />
Gastronomia<br />
O concelho de Vila Nova da Barquinha, ao qual Praia<br />
do Ribatejo pertence, é banhado por três rios - Tejo,<br />
Zêzere e Nabão – facto que tem influência determinante<br />
na gastronomia da região. Os chamados<br />
peixes de rio são a base de uma cozinha rica e engenhosa<br />
que acompanha as épocas e as estações.<br />
Caldeiradas, ensopados e açordas não falham nas<br />
ementas dos restaurantes da região durante todo<br />
o ano. Mas especialmente animada é a época do<br />
sável e da lampreia, entre os meses de Fevereiro e<br />
Março, quando a açorda de sável e o arroz de lampreia<br />
são as estrelas gastronómicas nos restaurantes<br />
aderentes às mostras e eventos gastronómicos<br />
que nesta altura o município incentiva e promove.<br />
o QUe FAZer<br />
De barco até Almourol<br />
Para visitar o castelo de Almourol há diversas<br />
opções: a partir de Tancos (Cais d’ El Rei), numa<br />
embarcação de recreio com capacidade <strong>para</strong> 50<br />
pessoas; na barca de passagem do Arripiado<br />
(Cais de S. Marcos) e nas embarcações junto ao<br />
castelo, com capacidade <strong>para</strong> 20 pessoas.<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA PRAIA DO RIBATEJO<br />
onde comer<br />
Almourol €€<br />
(apeadeiro de Tancos)<br />
A funcionar desde 1991, oferece um bom plano do Tejo,<br />
da ilhota e do castelo cujo nome baptizou a casa. Especialidades<br />
à base de peixe do rio - enguias fritas ou fritada<br />
de peixe do rio com açorda de tomate - e de carne<br />
- entrecosto grelhado com migas de couve e grelhada<br />
mista de carnes com migas e arroz de feijão <strong>para</strong> duas<br />
pessoas, são exemplos. Zona de fumadores (esplanada).<br />
Encerra Terça-feira<br />
M Rua Cais de Tancos, 2, Tancos<br />
T 249 720 100<br />
www.almourol.com<br />
O Chico €<br />
Situado em Praia do Ribatejo, é um restaurante familiar,<br />
de bom acolhimento, com uma cozinha simples<br />
a preços acessíveis. Tem como especialidades sável e<br />
lampreia, na época, <strong>para</strong> além dos chocos ao alhinho,<br />
pernil e cozido à portuguesa ao domingo, entre outros<br />
pratos. A sala de refeições é ampla e espaçosa e oferece<br />
uma magnífica vista <strong>para</strong> o rio. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua Comendador Manuel V Cruz,<br />
Praia do Ribatejo<br />
T 249 733 224<br />
onde dormir<br />
Residencial Soltejo<br />
(apeadeiro da Barquinha)<br />
Alojamento com razoáveis condições de conforto,<br />
acessível através do apeadeiro da Barquinha.<br />
Quartos 14<br />
M Estrada Nacional 3 Km 88,300, Barquinha<br />
T 249 720 150<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
7
8<br />
ABRANTES<br />
Sentinela do Tejo<br />
Na fronteira entre a Beira e o Alentejo, com<br />
história e património interessantes, bonitos<br />
parques e jardins e atractivos gastronómicos,<br />
Abrantes é uma cidade cada vez mais procurada<br />
também devido à grande oferta de turismo<br />
activo.<br />
Segundo alguns autores, terá sido fundada pelos<br />
túrdulos, 990 anos antes de Cristo, segundo outros<br />
por galo-celtas em 308 a.C. Foi senhoreada por romanos,<br />
visigodos, árabes e, por fim, a 8 de Dezembro<br />
de 1148, conquistada por D. Afonso Henriques, que,<br />
seis anos depois, a doou à Ordem de Santiago de Espada,<br />
concedendo-lhe foral. A história de Abrantes<br />
cruzou-se, por diversas vezes, com a monarquia, destacando-se<br />
relevantes episódios históricos. Foi d<strong>aqui</strong><br />
que D. João I partiu <strong>para</strong> a Batalha de Aljubarrota, em<br />
1385. No início do século XVI (1506 e 1507) <strong>aqui</strong> nasceram<br />
os Infantes D. Luís e D. Fernando, no Paço Real,<br />
filhos de D. Manuel I, que permaneceu em Abrantes,<br />
refugiando-se da peste que se fazia sentir em Lisboa.<br />
Localizada na confluência de três «províncias»,<br />
Abrantes tinha ao seu dispor uma via de desenvolvimento,<br />
o rio Tejo, que lhe possibilitou uma diversificada<br />
actividade comercial com Santarém,<br />
Lisboa e ainda trocas directas com<br />
o estrangeiro. Existe em<br />
Abrantes um<br />
vasto<br />
Vista do castelo de Abrantes<br />
Estação de Abrantes<br />
Distância da estação ao centro<br />
1 km<br />
Acessos:<br />
Autocarro: Rodoviária do Tejo, carreira<br />
com partida da estação 1003<br />
www.rodotejo.pt<br />
Táxis: T. 241 362 846<br />
e rico conjunto<br />
patrimonial,<br />
paisagístico, parques, jardins e,<br />
cada vez mais, desde a construção do projecto<br />
Aquapolis (parque urbano ribeirinho que se estende<br />
pelas duas margens do Tejo) pela sua enorme<br />
oferta de turismo activo: actividades náuticas, hipismo,<br />
basebol, karting, BTT, entre outros.<br />
Na gastronomia sobressai a ligação ao rio<br />
Tejo, bem como uma apreciada<br />
doçaria conventual de<br />
longa tradição.
o QUe Ver<br />
Igreja de Santa Maria do Castelo<br />
Museu Municipal D. Lopo de Almeida<br />
Confundindo-se com a existência do castelo, a igreja foi<br />
mandada edificar por D. Afonso II em 1215 e reconstruída<br />
após o terramoto de 1429, com características góticas<br />
e manuelinas. No interior, de uma só nave, merecem<br />
destaque o arco triunfal gótico e os painéis de azulejos<br />
hispano-árabes. Panteões dos Almeidas, nele se destacam<br />
os túmulos góticos. A capela-mor tem notáveis azulejos<br />
sevilhanos de corda seca e um retábulo. Aqui se instalou<br />
em 1921 o Museu Municipal D. Lopo de Almeida,<br />
que guarda um rico acervo histórico e artístico,<br />
com colecções de arqueologia, pintura,<br />
escultura, <strong>para</strong>mentaria,<br />
etnografia e arte<br />
sacra.<br />
Castelo/Fortaleza<br />
De planta poligonal irregular, ergue-se numa colina a<br />
196 metros de altitude. Terá sido mandado construir por<br />
D. Afonso Henriques, no século XII, <strong>para</strong> defesa da linha<br />
do Tejo. Foi alvo de sucessivas reconstruções e ocupações<br />
militares, desde a sua primitiva construção até ao século<br />
XX. Desempenhou papel de relevo na defesa contra as<br />
invasões estrangeiras. Esta fortaleza com torre de menagem,<br />
mandada construir por D. Dinis em 1300, é detentora<br />
da maior e mais bela panorâmica desta região,<br />
vendo-se paisagem a toda a volta, num raio de 70 km,<br />
permitindo contemplar a lezíria ribatejana, a charneca<br />
alentejana e as serranias da Beira.<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA ABRANTES<br />
Museu da Escultura em Ferro ao ar livre<br />
Situado num local elevado da cidade (Alto de Santo<br />
António, junto ao edifício Pirâmide), é um dos mais<br />
interessantes atractivos de Abrantes. O Parque do Alto<br />
de Santo António sofreu uma profunda remodelação<br />
urbanística, <strong>aqui</strong> surgindo um Museu de Escultura em<br />
Ferro ao Ar Livre. É neste local que encontramos todos<br />
os trabalhos resultantes do I e II Simpósio de Escultura<br />
em Ferro, de Abrantes.<br />
Igreja de São João Baptista<br />
Classificada como monumento nacional, terá sido<br />
fundada no século XII, segundo se conta pela Rainha<br />
Santa Isabel. O actual templo apresenta uma fachada<br />
maneirista inacabada, faltando-lhe uma torre.<br />
Merecem destaque os azulejos que revestem a<br />
capela-mor, os caixotões em pedra e o<br />
retábulo em talha dourada policroma,<br />
entre outros<br />
elementos.
10<br />
ABRANTES LINHA DA BEIRA BAIXA<br />
o QUe SAboreAr<br />
Doçaria e pratos típicos<br />
Há duas grandes tradições na doçaria de Abrantes: a<br />
primeira associada ao movimento fluvial que em tempos<br />
animava o Tejo, sendo Abrantes porto de <strong>para</strong>gem<br />
no abastecimento de fardos de palha <strong>para</strong> os animais<br />
da capital. Assim nasceu a citação «se queres palha vai<br />
a Abrantes». Outro ditado popular diz que “Vale a pena<br />
ser burro <strong>para</strong> comer a palha de Abrantes!”. É senso comum<br />
que, tanto este doce de ovos como a tigelada, cozida<br />
tradicionalmente em tigelas de barro não vidrado,<br />
tiveram a sua origem nos conventos da cidade, nomeadamente<br />
no convento dominicano da Graça.<br />
No capítulo dos pratos típicos, a ligação ao rio Tejo é<br />
forte e marcante. As receitas de peixe estão em evidência,<br />
como o achigã grelhado, o arroz de lampreia ou a<br />
açorda de sável. Cabrito e maranhos são algumas das<br />
especialidades mais relevantes no capítulo das carnes.<br />
Parque Urbano Ribeirinho - Aquapolis<br />
o QUe FAZer<br />
Parque Urbano Ribeirinho - Aquapolis<br />
Resultante da reabilitação das duas margens do Tejo, junto<br />
à encosta sul da cidade de Abrantes, o Aquapolis – Parque<br />
Urbano Ribeirinho é um espaço de lazer e recreio recente,<br />
criado em 2007, pensado como local privilegiado<br />
<strong>para</strong> a fruição do rio. Abrange uma área total de 85 hectares<br />
e integra diversas infra-estruturas e equipamentos.<br />
O açude insuflável, com cerca de 240 metros de comprimento,<br />
é um dos principais. Deu origem a uma albufeira<br />
artificial que transformou radicalmente a paisagem. A<br />
oferta desportiva é outro dos pontos fortes, já que é possível<br />
praticar, no espelho de água, modalidades como a<br />
canoagem, remo, vela e windsurf. Em terra, numa zona<br />
de areal, existem campos de voleibol, futebol e râguebi<br />
de praia, <strong>para</strong> além de estruturas de apoio a desportos<br />
radicais como patins e skate. Vastas áreas verdes e ajardinadas,<br />
parques de merendas e zonas <strong>para</strong> passeios a pé<br />
ou de bicicleta permitem um contacto estreito com o rio,<br />
assim como a oferta de esplanadas, bares e restaurantes.<br />
O factor histórico não foi esquecido, fazendo-se sobressair<br />
o conjunto de pilares de uma antiga ponte de barcas<br />
do século XIX – os mourões - e a Fonte dos Touros (antigo<br />
lavadouro público restaurado).<br />
Parque Urbano Mata de S. Lourenço<br />
A Mata de S. Lourenço fica dentro do perímetro urbano<br />
da cidade de Abrantes, ocupando 14 hectares. Remodelada<br />
em 2004, tem percursos pedonais e uma ciclovia<br />
(há aluguer de bicicletas). Um parque infantil e de<br />
merendas, uma parede de escalada, uma ludoteca, um<br />
espaço <strong>para</strong> paintball, um lago, um café/restaurante e<br />
um parque de insufláveis completam o equipamento.<br />
No espaço circundante fica a ermida do século XVI, dedicada<br />
a São Lourenço
onde comer<br />
A Cascata €€<br />
Restaurante de cozinha regional, classificado com vários<br />
prémios de gastronomia e menções honrosas. Comece<br />
com enchidos regionais e prossiga com o bacalhau com<br />
broa, cabrito assado com arroz de miúdos ou especialidades<br />
da região como maranhos à moda da Beira Baixa ou<br />
bucho recheado. Zona de fumadores (esplanadas).<br />
Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />
M Rua Manuel Lopes Valente Júnior, 19<br />
T 241 361 011<br />
www.cascata.pt<br />
Santa Isabel €<br />
Restaurante de ambiente familiar, situado numa das ruas<br />
mais típicas de Abrantes. É uma casa constituída por três<br />
salas rústicas e oferece uma gastronomia com influências<br />
do Ribatejo, Beiras e Alentejo. Tem como especialidade<br />
mais curiosa o bacalhau assado no forno em pão saloio<br />
que deve ser encomendado previamente. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo e feriados<br />
M Rua Santa Isabel 12 - 14<br />
T 967 893 970<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA ABRANTES<br />
onde dormir<br />
Hotel de Turismo de Abrantes ***<br />
Inaugurado em 1954, fica numa das colinas de<br />
Abrantes com óptima vista sobre a cidade. O restaurante<br />
destaca-se pelas paredes envidraçadas<br />
que permitem desfrutar da panorâmica sobre o<br />
vale do Tejo. Bar e sala de jogos são algumas das<br />
opções de lazer disponíveis.<br />
Quartos 43<br />
M Largo de Santo António<br />
T 241 361 261<br />
www.hotelabrantes.pt<br />
Pousada de Juventude de Abrantes<br />
Pegue num mapa de Portugal e aponte o dedo<br />
<strong>para</strong> o centro do país. A pousada fica mesmo<br />
ali, empoleirada numa colina, entre a cidade e<br />
o Tejo. Para conhecer as imediações, o melhor é<br />
alugar uma bicicleta e partir à descoberta. Tem<br />
cozinha de alberguista, bar, refeitório, snooker e<br />
ténis de mesa.<br />
M Avenida Engº Adelino Amaro da Costa<br />
T 241 379 210<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
11
12<br />
BELvER<br />
castelo que vigia o Tejo<br />
Alteada pelo seu castelo medieval, a<br />
vila de Belver nasceu na margem<br />
direita do rio Tejo durante o século<br />
XII, altura em que D. Sancho I<br />
iniciou o povoamento permanente<br />
desta região. Foi também o monarca<br />
que lhe atribuiu o nome Belver, interpretado como<br />
“bela vista” e que estará relacionada com a localização<br />
do referido castelo, no alto de um morro que<br />
oferece uma bonita panorâmica do território envolvente.<br />
Vila acastelada, debruçada sobre o Tejo, Belver<br />
enquadra-se num cenário ímpar, de magníficas<br />
paisagens, de olivais e vinhas em socalco. Situada<br />
na fronteira entre a Beira e o Alentejo, uma ponte<br />
rodoviária sobre o rio faz a ligação entre estas duas<br />
regiões. A localidade guarda vestígios antigos, destacando-se<br />
a Anta do Penedo Gordo e diversos achados<br />
romanos. Da época medieval é o ex-libris da vila, o<br />
castelo altaneiro que integrava a linha defensiva do<br />
Tejo (da qual também faziam parte as fortificações<br />
de Almourol e Amieira do Tejo) e desempenhou um<br />
importante papel no período da Reconquista Cristã.<br />
Considerado um dos mais completos da arquitectura<br />
militar medieval, a construção do castelo de<br />
Belver é atribuída a Gualdim Pais, o<br />
cruzado português que lutou<br />
ao lado de Dom<br />
Afonso<br />
Rio Tejo em Belver<br />
Estação de Belver<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
8 0.8 km km<br />
A pé<br />
Táxis: T. 241 634 228<br />
Henriques<br />
contra os mouros e<br />
que, mais tarde, viria a ser nomeado<br />
Grão-Mestre da Ordem dos Templários. Classificado<br />
como monumento nacional em 1910, é o mais<br />
valioso património cultural desta povoação e um dos<br />
principais pontos de interesse turístico, apenas superado<br />
pelas excelentes condições de lazer oferecidas<br />
pela barragem de Belver. Menção ainda <strong>para</strong> um<br />
atractivo turístico mais recente, a feira medieval<br />
anual, uma recriação histórica da época,<br />
que desde 2001 atrai à<br />
vila milhares de visitantes.
o QUe Ver<br />
Castelo de Belver<br />
Formoso e bem conservado castelo, virado <strong>para</strong> o Tejo,<br />
foi edificado por D. Afonso Pais, em 1194 e reconstruído<br />
em 1390 por D. Nuno Álvares Pereira. Conserva os<br />
panos de muralha, em parte ameados e com restos de<br />
torreões. A porta de entrada é do século XV, com arco<br />
de volta redonda. A Capela de São Brás, no interior do<br />
castelo, contém um retábulo renascentista digno de<br />
nota. Com belas vistas sobre o Tejo, retenha que, <strong>para</strong><br />
o visitar vindo do Gavião, tem de descer uma estrada<br />
estreita e sinuosa e cruzar o Tejo pela ponte metálica.<br />
Igreja Matriz de Belver<br />
Dedicado a Nossa Senhora da Visitação, é datada do século<br />
XVI. É de assinalar, no seu interior, o painel do Altar<br />
das Almas que retrata S. Miguel no Purgatório, atribuído<br />
a Pedro Alexandrino, autor do retábulo do altar-mor<br />
da Sé de Lisboa.<br />
Capela de São Brás<br />
Localizada no castelo, data de finais do século XVI e<br />
guarda, no altar, um retábulo em madeira que foi oferecido<br />
pelo Infante D. Luís. Este ofertou igualmente o<br />
cofre com as Santas Relíquias trazidas da Terra Santa,<br />
que está hoje na Igreja Matriz e é motivo de festa anual<br />
em Agosto.<br />
Ermida de Nossa Senhora do Pilar<br />
Pequena capela, situada já fora da povoação de Belver,<br />
datada de finais do século XVII. Foi recentemente restaurada<br />
e guarda no tecto uma pintura a fresco.<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA BELvER<br />
o QUe FAZer<br />
ProgrAmA<br />
comboio AVenTUrA<br />
Rota de Belver<br />
Chegue a Belver e aprecie o percurso pitoresco,<br />
sobretudo ao longo do rio Tejo, onde a paisagem<br />
se destaca pelas suas insinuantes montanhas e<br />
verdes dominantes. Depois de embalado por<br />
este cenário prepare-se <strong>para</strong> saltar, correr, subir,<br />
descer, passear. Algumas das actividades<br />
propostas incluem prova mini-challenger; slide,<br />
canoagem, tiro com arco, prova de obstáculos<br />
(pontes de cordas), paintball e passeio pedestre<br />
pelo passadiço do Alamal. Para retemperar forças,<br />
delicie-se à mesa de um bom restaurante,<br />
com especialidades da gastronomia portuguesa.<br />
A <strong>CP</strong> estabeleceu parcerias com entidades<br />
organizadoras de eventos, a pensar na di<strong>versão</strong><br />
de todos. Há programas adequados aos miúdos<br />
e aos graúdos, a grupos de amigos, casais de<br />
aventureiros, famílias com filhos ou escolas. Com<br />
saídas de Lisboa, Vila Franca de Xira, Santarém e<br />
Entroncamento, agora só tem de escolher o melhor<br />
programa <strong>para</strong> si e marcar a data de partida.<br />
Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />
13
14<br />
BELvER LINHA DA BEIRA BAIXA<br />
ProgrAmA<br />
roTAS gASTronómicAS<br />
Rota da Lampreia<br />
Nunca é tarde <strong>para</strong> partir à descoberta dos locais<br />
mais escondidos do país, nem cedo demais <strong>para</strong><br />
começar a saborear as iguarias que o nosso país<br />
oferece. Temos uma vasta e diversa história e<br />
tradição <strong>para</strong> conhecer e explorar. A <strong>CP</strong> sugere<br />
uma viagem até Belver, local típico do prato de<br />
lampreia.<br />
Partidas de Fevereiro a Março em comboio regional.<br />
Viagem de ida e volta e reserva <strong>para</strong> almoço<br />
em restaurante seleccionado, junto à barragem.<br />
Para grupos a partir de 10 pessoas. Informações<br />
em 808 208 208 ou cp.pt<br />
Praia Fluvial do Alamal<br />
Situada na margem esquerda do rio Tejo, é das poucas<br />
praias do Alentejo com bandeira azul. Integrada<br />
no complexo da Quinta do Alamal, oferece um extenso<br />
areal junto à água, bem como vastas zonas<br />
verdes com o Castelo de Belver como imagem de<br />
fundo. Para almoçar descontraidamente, usufruindo<br />
da magnífica paisagem, existe um bar-restaurante.<br />
Está classificada como “Praia Acessível”.<br />
onde comer<br />
A Lena €<br />
Restaurante situado no apeadeiro da Barragem de<br />
Belver, oferece instalações simples mas confortáveis. A<br />
melhor opção é o peixe, com destaque <strong>para</strong> a lampreia,<br />
na época. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Barragem de Belver, Ortiga<br />
T 241 573 457<br />
Kabras €<br />
Restaurante típico e rústico, com ambiente acolhedor e<br />
familiar. O cardápio possui sugestões de carnes e enchidos<br />
da região e peixe do rio Tejo apanhado diariamente.<br />
A acompanhar o repasto, vinho regional de Mação ou<br />
vinho de Pias em jarro. Dando atenção ao nome, pode-se<br />
cair no engano - apesar de servir boa carne, a sua<br />
especialidade é a fataça grelhada ou frita, bem como<br />
outros peixes do rio (enguias, sável, lampreia, achigãs),<br />
sempre acompanhados pela açorda de ovas. Nas carnes<br />
há maranhos e grelhados de javali, porco preto, borrego,<br />
cabrito e vitela. Não fumadores.<br />
M Estrada da Barragem, Ortiga<br />
T 917 008 389<br />
www.restaurante-kabras.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
onde dormir<br />
Casa Covão da Abitureira Turismo Rural<br />
Situado num local privilegiado, mesmo sobre o rio Tejo, na<br />
fronteira entre o Alentejo e a Beira Baixa), esta casa proporciona<br />
um alojamento acolhedor e confortável, em estreita<br />
ligação ao cenário natural envolvente. Do seu terraço panorâmico<br />
é possível avistar o castelo de Belver e o rio Tejo, que<br />
se tornam a nossa companhia permanente. Os proprietários<br />
desta unidade organizam também circuitos serranos,<br />
a pé ou de bicicleta e canoagem.<br />
Quartos 7<br />
M Rua da Estação, Cotovelo da <strong>CP</strong> S/N , Belver<br />
T 241 635 211<br />
www.abitureira.com<br />
Quinta do Belo-Ver Turismo Rural<br />
Com localização privilegiada em Belver, esta aprazível casa<br />
tem vista sobre o rio Tejo e o castelo da vila. A casa é datada<br />
do início do século XX e encontra-se rodeada de muralhas,<br />
à maneira de uma fortificação. Tem traça característica das<br />
habitações alentejanas, sobressaindo as barras<br />
e cercaduras amarelas nas paredes<br />
brancas. Oferece sete quartos<br />
confortáveis e bem<br />
equipados,<br />
Linha da Beira Baixa à passagem por Belver<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA BELvER<br />
cada um com a sua decoração própria. Referência especial<br />
<strong>para</strong> a piscina, estrategicamente enquadrada pela magnífica<br />
paisagem envolvente, com vista <strong>para</strong> o rio, assim<br />
como <strong>para</strong> o terraço com esplanada, a desfrutar do mesmo<br />
panorama. Existe ainda campo de ténis, sala de jogos, um<br />
agradável pátio ajardinado e um restaurante de cozinha<br />
regional que funciona de sexta a domingo.<br />
Quartos 7<br />
M Rua Capitão João Pires, 2, Belver<br />
T 241 639 040<br />
www.quintadobelover.net<br />
Quinta do Belo-Ver<br />
Quinta do Ribeirinho<br />
Bem integrada na paisagem, proporciona estadias em<br />
grande sossego. Tem bicicletas <strong>para</strong> alugar e loja de produtos<br />
regionais.<br />
Quartos 4<br />
M Rua da Fonte 4, Vilar da Mó<br />
T 241 555 135<br />
www.quintadoribeirinho.com<br />
Quinta do Ribeirinho<br />
15
16<br />
vILA vELHA DE RODãO<br />
escarpas e montes que<br />
guardam o Tejo<br />
Este concelho é irrigado pelos rios Tejo,<br />
Ocreza e Pônsul, que lhe conferem uma<br />
paisagem refrescante, envolta por floresta,<br />
campos agrícolas, olival e árvores<br />
de fruto. As suas terras são habitadas<br />
desde tempos remotos, como comprova<br />
o Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo, que ocupa<br />
cerca de 40 quilómetros, considerado um dos mais importantes<br />
conjuntos de arte pós-paleolítica da Europa.<br />
Ex-libris do concelho são as Portas de Ródão, impressionante<br />
formação geológica constituída por<br />
dois corpos rochosos que quase se tocam, como num<br />
beijo, não estivessem se<strong>para</strong>dos pelo curso das águas<br />
do Tejo. De visita obrigatória é a aldeia tipicamente<br />
beirã da Foz do Cobrão e o castelo de Ródão, antiga<br />
fortaleza medieval, excelente representante de<br />
torre-atalaia edificada em local de valor estratégico.<br />
O concelho oferece óptimas condições no campo do<br />
desporto e lazer, havendo grande diversidade de<br />
propostas. Desportos náuticos (como a motonáutica,<br />
o esqui aquático, a canoagem ou o remo), passeios<br />
de barco com partida do cais fluvial da vila, escola de<br />
escalada e um leque muito variado de actividades de<br />
turismo activo.<br />
A vegetação espontânea desta região origina<br />
um mel de altíssima qualidade e o<br />
cultivo da oliveira em terrenos<br />
propícios,<br />
aliado a<br />
Portas de Ródão<br />
Estação de Vila Velha<br />
de Ródão<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0.5 km<br />
A pé<br />
Táxi: T 272 989 322, 272 989 618<br />
métodos de transformação<br />
em lagares<br />
tradicionais, fazem do seu azeite<br />
um dos nossos melhores produtos locais.<br />
De referir ainda que o concelho faz parte do Geoparque<br />
Naturtejo da Meseta Meridional, inserido na<br />
rede de geoparques da UNESCO. Trata-se de um território<br />
com um riquíssimo património geológico, de<br />
grande valor científico e cultural, que integra rochas,<br />
fósseis, paisagens, formas e minas. O geoturismo é a<br />
forma de conhecer este património, através de<br />
percursos pedestres, rotas e diversas<br />
actividades pedagógicas e<br />
culturais.
o QUe Ver<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA vILA vELHA DE RODãO<br />
Portas de Ródão<br />
Ex-líbris de Vila Velha de Ródão, as chamadas Portas<br />
de Ródão são imponentes corpos rochosos, guardiães<br />
das águas do rio Tejo. Nas suas escarpas, vestidas de<br />
esteva, urze, giesta e zimbro encontram abrigo várias<br />
espécies de avifauna raras, como a cegonha negra ou o<br />
bufo real. Pela sua localização elevada e pela riqueza da<br />
paisagem natural que o envolve, este local é também<br />
um excelente miradouro.<br />
Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo<br />
É considerado um dos mais importantes conjuntos de<br />
arte pós-paleolítica da Europa, constituído por mais de<br />
30 000 gravuras dispersas ao longo de 40 quilómetros,<br />
em ambas as margens do rio Tejo e do rio Ocreza,<br />
abrangendo os concelhos de Vila Velha de<br />
Ródão, Mação e Nisa. As gravuras<br />
foram identificadas em<br />
1971 e datadas entre<br />
os anos<br />
Castelo de Ródão e Senhora do Castelo<br />
Conjunto patrimonial composto por uma torre-atalaia<br />
de forma quadrangular, erguida provavelmente pelos<br />
Templários. Também conhecido como castelo do Rei<br />
Wamba, localiza-se numa escarpa sobranceira ao rio<br />
e oferece magníficas vistas sobre as Portas de Ródão e<br />
o vale do Tejo. A cerca de 150 metros existe um templo<br />
rústico erguido em honra de Nossa Senhora do Castelo<br />
que recebe todos os anos uma famosa romaria.<br />
6500 a.C. e 2500 a.C. Contêm diversas representações,<br />
essencialmente símbolos geométricos, antropomórficos<br />
e zoomórficos. Actualmente mais de metade destas<br />
encontram-se submersas pela albufeira da barragem de<br />
Fratel, sendo visíveis apenas na área de Perais e a jusante<br />
da barragem. Entre as estações arqueológicas mais<br />
importantes do concelho estão as do Enxarrique, Alagadouro<br />
e S. Simão. Em Mação foi criado o Museu de Arte<br />
Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo, inaugurado<br />
em 2005.
18<br />
vILA vELHA DE RODãO LINHA DA BEIRA BAIXA<br />
o QUe SAboreAr<br />
Pratos típicos e doçaria<br />
A proximidade do rio Tejo sempre influenciou a gastronomia<br />
local. Como é comum nas localidades ribeirinhas, os<br />
peixes do rio são ingredientes indispensáveis na cozinha<br />
da região. As sopas de peixe do rio, bem como o dito peixe<br />
frito, eram habituais na alimentação. Lampreia, caldeirada<br />
de enguias, mas também sopa da boda (com maranhos),<br />
feijão frade com salada de almeirão (uma espécie de chicória<br />
ou endívia) e o cabrito assado no forno. Na doçaria, e<br />
em épocas festivas, a mesa recebe as tradicionais tigeladas,<br />
habituais pela Páscoa, e as filhós e nógados pelo Natal.<br />
o QUe FAZer<br />
Flor de almeirão<br />
ProgrAmA<br />
comboio AVenTUrA<br />
Rota de Ródão<br />
Chegue a Vila Velha de Ródão e aprecie o percurso pitoresco,<br />
sobretudo ao longo do rio Tejo, onde a paisagem se destaca<br />
pelas suas insinuantes montanhas e verdes dominantes.<br />
Depois de embalado por este cenário prepare-se <strong>para</strong><br />
saltar, correr, subir, descer, passear. Embarque numa aventura<br />
no Geoparque com múltiplas actividades, como BTT,<br />
canoagem, tiro com arco, arvorismo, paintball, matr<strong>aqui</strong>lhos<br />
gigantes e bola gigante insuflável. Para retemperar<br />
forças, delicie-se à mesa de um bom<br />
restaurante, com especialidades<br />
da gastronomia portuguesa.<br />
A <strong>CP</strong><br />
es-<br />
tabeleceu parcerias com entidades organizadoras de eventos,<br />
a pensar na di<strong>versão</strong> de todos. Há programas adequados<br />
aos miúdos e aos graúdos, a grupos de amigos, casais<br />
de aventureiros, famílias com filhos ou escolas. Com saídas<br />
de Lisboa, Vila Franca de Xira, Santarém e Entroncamento,<br />
agora só tem de escolher o melhor programa <strong>para</strong> si e marcar<br />
a data de partida. Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />
Passeios de barco pelo Tejo<br />
Com partida do cais fluvial de Vila Velha de Ródão, levam<br />
os visitantes até às Portas de Ródão e permitem a<br />
observação das gravuras rupestres do Alto Tejo.<br />
Linha da Beira Baixa à passagem pelas Portas de Ródão
onde comer<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA vILA vELHA DE RODãO<br />
Restaurante da Estalagem Portas de Ródão €<br />
Integrado numa unidade hoteleira, é um restaurante<br />
de cozinha regional, com incidência nas especialidades<br />
beirãs. Sala de refeições agradável e bem decorada,<br />
com vista <strong>para</strong> o rio. Entre os pratos disponíveis na<br />
ementa contam-se a sopa de peixe, diversos pratos de<br />
bacalhau, miga de peixe, cabrito assado, ensopado de<br />
cabrito, rolo de carne assado, entre outros. Para sobremesa,<br />
recomenda-se o arroz-doce, típico das Beiras.<br />
Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua da Senhora da Alagada<br />
T 272 541 060<br />
Júlio €<br />
Restaurante de cozinha regional, está situado na rua<br />
principal da vila, apenas a 10 minutos da estação de<br />
comboios. Costumam ter sempre enguias fritas e outros<br />
peixes do rio. Sável e lampreia na época. Nas carnes,<br />
<strong>para</strong> além do frango no churrasco, há entrecosto e<br />
entremeada assada. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo.<br />
M Estrada Nacional 18<br />
T 272 54 53 06<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
O Motorista €<br />
Situado a cinco minutos a pé da estação ferroviária<br />
(basta descer a rua), é um restaurante amplo (tem capacidade<br />
<strong>para</strong> 80 pessoas). A ementa é extensa, com<br />
grande variedade de pratos, incluindo do dia. Nos<br />
peixes há bacalhau assado, bacalhau frito à Motorista,<br />
peixes <strong>para</strong> grelhar, etc. E nas carnes também predominam<br />
os grelhados de todo o tipo. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua Estrada 1325, Porto Tejo<br />
T 272 54 52 63<br />
onde dormir<br />
Estalagem Portas de Ródão ****<br />
O antigo complexo das Portas de Ródão foi renovado<br />
e transformado numa estalagem de quatro estrelas,<br />
inaugurada em 2005. A nova unidade proporciona<br />
um ambiente de conforto e sossego <strong>para</strong> uma estadia<br />
em contacto com a paisagem natural da região,<br />
dominada pelo Tejo. Com treze quartos, a unidade<br />
integra ainda um bom restaurante de cozinha regional,<br />
zonas ajardinadas bem cuidadas e piscina.<br />
Quartos 13<br />
M Rua Senhora da Alagada<br />
T 272 541 060<br />
19
20<br />
CASTELO BRANCO<br />
rainha da beira-baixa<br />
Capital da Beira Baixa, Castelo Branco é uma<br />
cidade antiga que, do alto do seu miradouro,<br />
domina a campina raiana da Beira Baixa. Ao<br />
longo dos séculos, a passagem do tempo foi<br />
deixando as suas marcas. As ruínas do castelo<br />
templário, os bonitos jardins barrocos do<br />
Episcopado, os inúmeros portais quinhentistas do seu<br />
casco histórico, os solares das grandes famílias da região<br />
ou o edifício modernista do Cine-Teatro Avenida,<br />
recentemente restaurado, são algumas dessas marcas.<br />
Conhecida internacionalmente pelas suas magníficas<br />
colchas de noivas, Castelo Branco soube aproveitar<br />
a sua influência <strong>para</strong> embelezar a cidade. Para<br />
quem esteja atento, os bonitos motivos das colchas<br />
estão também preservados em desenhos de basalto e<br />
calcário que atapetam, em calçada portuguesa, muitos<br />
dos passeios da cidade, num trabalho artístico de<br />
grande paciência levado a cabo pelos anónimos calceteiros<br />
da Câmara Municipal. Determinada em contrariar<br />
os efeitos da interioridade, Castelo Branco tem<br />
apostado na fixação de indústrias na região, de modo<br />
a evitar a desertificação, tarefa que já está a dar<br />
os seus frutos. As marcas de algumas<br />
intervenções recentes, nomeadamente<br />
do<br />
Progra-<br />
Jardins do Episcopado<br />
Estação de Castelo<br />
Branco<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0.7 km<br />
A pé<br />
Táxis: T. 272341539<br />
ma Polis são<br />
bem visíveis, sobretudo<br />
na zona central da cidade,<br />
com rearranjo da ampla praça junto ao Governo<br />
Civil, construção de diversos túneis e parques subterrâneos<br />
e acrescento de uma vasta zona ajardinada,<br />
prolongando os Jardins do Episcopado.<br />
Numa região de grande beleza natural, Castelo<br />
Branco tem, nas proximidades, pitorescas<br />
aldeias históricas,<br />
a merecer visita<br />
atenta.
o QUe Ver<br />
Jardins do Episcopado<br />
Um dos mais bonitos e característicos jardins barrocos<br />
portugueses. Foi criado pelo bispo da Guarda, D. João<br />
de Mendonça, no início do século XVIII, e mais tarde<br />
embelezado pelo 2º bispo de Castelo Branco, D. Vicente<br />
Ferrer Rocha. De planta rectangular, o jardim é dominado<br />
por balcões e varandas com guardas de ferro e<br />
balaústres de cantaria. Tem cinco lagos, animados com<br />
jogos de água, o que acontece também no patamar intermédio<br />
da Escadaria dos Reis. Por entre os canteiros<br />
de buxo, há estátuas de granito que representam os<br />
Novíssimos do Homem, as Quatro Virtudes Cardeais, as<br />
Três Virtudes Teologais, os Signos do Zodíaco, as Partes<br />
do Mundo, as Quatro Estações do Ano, o Fogo e a Caça.<br />
Os Apóstolos e os Reis de Portugal até D. José I figuram<br />
através de estátuas dispostas ao longo de um escadório.<br />
Intervencionado no âmbito do programa Polis, <strong>aqui</strong><br />
foi encontrado intacto, durante as obras de conservação<br />
e restauro, um sistema hidráulico datado de 1725.<br />
Igreja de São Miguel Arcanjo (Sé)<br />
Sede de um episcopado breve (1771- 1881), Castelo<br />
Branco aproveitou a Igreja de São Miguel Arcanjo, cuja<br />
origem parece remontar ao século XIII ou XIV, <strong>para</strong> aí<br />
instalar a Sé. Ainda no último quartel do século<br />
XVII, e por iniciativa do bispo<br />
da Guarda, D. Martim<br />
Afonso<br />
Castelo (Miradouro)<br />
Castelo Branco pouco guarda da estrutura militar que<br />
lhe deu o nome. Da antiga fortificação restam a Porta do<br />
Pelame, a Torre do Relógio, a antiga torre de menagem<br />
e alguns panos de muralha embebidos no casario. De<br />
origem romana e depois ocupado pelos árabes, o castelo<br />
terá sido reconstruído nos reinados de D. Dinis e de<br />
D. Afonso IV. Perdida a função militar, foi demolido, em<br />
1835. Hoje, nesse local, abre-se um miradouro com bela<br />
vista sobre a cidade e os arredores.<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA CASTELO BRANCO<br />
de Melo, a igreja foi reedificada. Instalada numa zona<br />
pobre e com duas outras dioceses importantes na vizinhança,<br />
Castelo Branco nunca viu a sua catedral engrandecida<br />
como as outras. Por esse motivo o templo<br />
conservou um estilo austero e pouco ornamentado. Tem<br />
nave única que é se<strong>para</strong>da da capela-mor por um bonito<br />
arco triunfal renascentista onde se pode ver o brasão<br />
de armas do bispo D. Martim Afonso de Melo. No final<br />
do século XVIII, e por iniciativa do 2º bispo de Castelo<br />
Branco, Frei Vicente Ferrer da Costa, foram acrescentados<br />
ao edifício dois corpos laterais: a Sacristia Grande e<br />
a Capela do Santíssimo Sacramento. A influência barroca<br />
é notória nestes corpos que apresentam<br />
alguma decoração «rocaille» nas<br />
molduras das portas<br />
e janelas.<br />
21
22<br />
CASTELO BRANCO LINHA DA BEIRA BAIXA<br />
Paço Episcopal e Museu Proença Júnior<br />
O paço foi mandado fazer por D. Nuno de Noronha, bispo<br />
da Guarda, entre 1596 e 1598. Mais tarde, no início do<br />
século XVII, o paço sofreu algumas transformações ordenadas<br />
pelo então bispo da Guarda D. João de Mendonça.<br />
Com a ascensão de Castelo Branco a bispado, em 1771,<br />
o edifício foi adaptado a palácio episcopal com grandes<br />
remodelações no seu interior. Desse período é também<br />
a construção da varanda alpendrada. Com a extinção<br />
desta diocese, em 1881, o palácio passou a albergar vários<br />
serviços públicos. Entre 1911 e 1946 foi Liceu Central<br />
tendo também funcionado neste edifício a Escola Normal<br />
e a Escola Comercial. A partir de 1971 tornou-se o Museu<br />
Francisco Tavares Proença Júnior que expõe uma importante<br />
colecção de colchas antigas. Conhecidas desde<br />
meados do século XVI, as colchas de Castelo Branco eram<br />
peças fundamentais dos enxovais de qualquer noiva desta<br />
região. Bordadas com fio de seda em pano de linho,<br />
parecem ter tido na sua génese uma influência oriental.<br />
A simbologia dos seus desenhos está necessariamente<br />
ligada ao casamento, ao lar, aos filhos e ao amor. As de<br />
produção actual podem ser adquiridas no museu ou na<br />
Loja da Vila.<br />
Domus Municipalis<br />
No centro do burgo medieval, a Praça Velha, encontra-se<br />
o que resta da antiga Domus Municipalis. Provavelmente<br />
construída no princípio do século XVI, foi<br />
muito descaracterizada por obras posteriores. Conserva-se<br />
a escadaria, assente em arcos que termina num<br />
balcão com guardas de ferro apoiadas em balaústres<br />
de granito. Na fachada pode-se ver a esfera armilar, as<br />
armas de D. Manuel e uma lápide epigrafada em latim,<br />
datada de 1646, que refere a consagração de Portugal<br />
à Imaculada Conceição. Sobre a porta principal,<br />
encontra-se um campanário, cujo sino, agora retirado,<br />
anunciava o fecho das portas da cidade.<br />
o QUe SAboreAr<br />
Queijo de Castelo Branco<br />
Para os bons apreciadores de queijo, o que é produzido<br />
nas zonas de Alcains e Idanha-a-Nova,<br />
designado geralmente por queijo de Castelo<br />
Branco, é um dos melhores de Portugal. Confeccionado<br />
a partir de leite de ovelha, é muitas<br />
vezes chamado de cabreiro, vá-se lá saber porquê….<br />
De aroma e paladar intenso, é um queijo<br />
curado com uma crosta semi-dura e uma coloração<br />
amarelada.
onde comer<br />
Praça Velha €€<br />
Situação no centro histórico albicastrense num edifício<br />
que já foi celeiro, desde 1990. O granito figura nas paredes<br />
e as traves ainda se vêem nos tectos. O que é tradicional<br />
da Beira Baixa marca presença naquela que é, uma<br />
das melhores representações restaurativas de Castelo<br />
Branco com referência «Bib Gourmand» no Guia Michelin.<br />
Comece por umas castanhas salteadas com ervas ou<br />
um queijo regional. Depois prossiga <strong>para</strong> umas migas<br />
de cação com ervas da Beira Baixa, terrina de<br />
lebre ou espetada do cachaço de<br />
porco ibérico. Boa caça<br />
na altura<br />
onde dormir<br />
Hotel Colina do Castelo ***<br />
Situado numa colina sobranceira a Castelo Branco, tem<br />
panorama excepcional sobre a cidade. Dispõe de restaurante,<br />
health club com piscina climatizada e ténis.<br />
Quartos 103<br />
M Rua da Piscina<br />
T 272 349 280<br />
www.trypcolinadocastelo.solmelia.com<br />
Hotel Rainha D. Amélia ***<br />
Situado no centro da cidade, perto da zona histórica<br />
e junto da mais importante zona comercial, o hotel<br />
dispõe de quartos totalmente insonorizados. O restau-<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA CASTELO BRANCO<br />
dela e durante todo o ano vinhos a preços nada exagerados.<br />
No fim, incline-se <strong>para</strong> uma tigelada, umas farófias<br />
ou uns papos de anjo. Tem menus de degustação e de<br />
prova de vinhos. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />
M Praça Luís de Camões, 17<br />
T 272328640<br />
www.pracavelha.<br />
com<br />
rante “Varanda Real” proporciona ao visitante os mais<br />
diversos pratos regionais e internacionais.<br />
Quartos 64<br />
M Rua de Santiago, 15<br />
T 272 348 800<br />
www.bestwestern.com/pt/hotelrainhadamelia<br />
Pousada de Juventude de Castelo Branco<br />
Remodelada em 2008 e situada numa zona central da<br />
cidade, é uma unidade moderna e confortável, decorada<br />
num estilo arrojado e colorido.<br />
M Rua Doutor Francisco José Palmeiro, Ed. IPJ<br />
T 272 321 363<br />
www.pousadasjuventude.pt
24<br />
FuNDãO<br />
A Terra da cereja<br />
Situado no sopé da serra da Gardunha, o<br />
Fundão é um importante centro agrícola<br />
da Cova da Beira. Nas produções da região<br />
destaca-se o cultivo da cereja, que tem direito<br />
a uma grande festa em Junho, na povoação<br />
de Alcongosta.<br />
Com um território muito fértil e rico em minerais<br />
(volfrâmio, estanho, chumbo e prata), o município<br />
viveu também de florescentes unidades fabris, nomeadamente<br />
do sector têxtil. Desse passado industrial,<br />
requalificou-se a antiga moagem de cereais que<br />
é hoje um moderno e dinâmico espaço museológico<br />
com várias valências culturais: a Cidade do Engenho e<br />
das Artes. Rico em monumentos, o concelho integra<br />
as aldeias históricas de Castelo Novo e de Alpedrinha,<br />
bem preservadas. A primeira apresenta um harmonioso<br />
traçado urbano e locais de passagem obrigatória<br />
como a Casa da Câmara ou o castelo. Já na segunda<br />
sobressaem as muitas fontes e chafarizes, graças à<br />
abundância de água na região.<br />
Do lado do Fundão, a serra da Gardunha (que corre<br />
<strong>para</strong>lela à serra da Estrela), ostenta um manto<br />
de vegetação de grande beleza,<br />
conhecido como Mata do<br />
Fundão, onde se<br />
situa<br />
Festa da Cereja<br />
Estação do Fundão<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
1 km<br />
A pé (600m)<br />
Táxis: T. 275 752 707, 967 017 499<br />
o Parque<br />
Florestal<br />
da Gardunha. Atinge o seu<br />
ponto culminante (1227 m) a norte de<br />
Castelo Novo. A partir deste ponto de observação,<br />
a vista que se abarca é extensa e grandiosa, contemplando-se<br />
<strong>para</strong> sul a vasta planície de Castelo<br />
Branco e <strong>para</strong> norte as alturas da serra da<br />
Estrela, o profundo vale do Zêzere<br />
e a fértil depressão da<br />
Cova da Beira.
o QUe Ver<br />
A Moagem - Cidade do Engenho e das Artes<br />
Do edifício da antiga moagem nasceu um Centro de<br />
Interpretação que retrata a arqueologia industrial no<br />
interior do país, com destaque <strong>para</strong> o antigo processo<br />
de transformação do cereal em farinha. Além da área<br />
museológica, este espaço moderno que se desenvolve<br />
por três pisos apresenta também um auditório, uma<br />
sala de exposições e um estúdio, bem como um Laboratório<br />
de Tecnologias Criativas e uma Blackbox, sala<br />
dedicada à apresentação e experimentalismo de novas<br />
produções culturais. Nota ainda <strong>para</strong> o restaurante e<br />
<strong>para</strong> o bar panorâmico.<br />
Edifício dos Paços do Concelho<br />
Edifício em estilo neoclássico, mandado construir no<br />
século XVIII pelo Marquês de Pombal, serviu, à época,<br />
<strong>para</strong> albergar uma fábrica de têxteis. Posteriormente, o<br />
edifício foi ampliado e remodelado <strong>para</strong> receber as várias<br />
instâncias administrativas. Destaque <strong>para</strong> o portal<br />
com frontão triangular interrompido,<br />
encimado por um relógio e um<br />
alpendre com arcos de<br />
volta inteira.<br />
Igreja Matriz do Fundão<br />
Construída no século XVIII sobre um antigo templo romano,<br />
esta igreja é de influência maneirista e barroca.<br />
Possui duas torres sineiras adossadas à fachada principal<br />
e no seu interior merece destaque o altar-mor em<br />
talha dourada e a pia baptismal.<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA FuNDãO<br />
Museu Arqueológico Municipal José Monteiro<br />
Situado no antigo Solar Taborda Falcão de Elvas, no coração<br />
da cidade do Fundão, este museu é um espaço<br />
polivalente dedicado à arqueologia ibérica. Entre os<br />
núcleos de epigrafia, de pré-história e outro dedicado à<br />
cultura castreja (idade do Bronze e Ferro), reúne peças<br />
únicas de valor científico, didáctico e histórico. Organiza<br />
também exposições temporárias e tem uma sala - a<br />
Universia – sobre o mundo da internet.<br />
Centro Cívico<br />
A zona central do Fundão foi requalificada em 2006,<br />
integrando uma nova praça municipal, a biblioteca municipal<br />
Eugénio Andrade, um pavilhão multiusos, áreas<br />
de lazer com espaços verdes e fontes luminosas, e<br />
ainda um complexo escultórico, da autoria<br />
de Gabriel Seixas, que homenageia<br />
as gentes<br />
da terra.<br />
25
26<br />
FuNDãO LINHA DA BEIRA BAIXA<br />
o QUe SAboreAr<br />
Cereja da Cova da Beira<br />
Produzida nos concelhos do Fundão, Covilhã e Belmonte,<br />
a Cereja da Cova da Beira é um produto certificado<br />
com Indicação Geográfica Protegida. São cerejas provenientes<br />
de diversas variedades de cerejeira tradicionalmente<br />
cultivadas na zona designada por Cova da Beira.<br />
Obtidas a partir das cerejeiras das variedades regionais<br />
«De Saco», «Napoleão Pé Comprido», «Morangão» e<br />
«Espanhola», as suas características diferem consoante<br />
a variedade. Destacam-se, no entanto, a «Morangão»,<br />
de forma arredondada, polpa branca e cor vermelha<br />
viva, com pequenas pontuações escuras e brilho muito<br />
intenso, e a «De Saco», de cor vermelha escura avinhada,<br />
com esta designação singular atribuída devido à<br />
sua notável resistência ao transporte.<br />
Azeites da Beira Interior DOP<br />
Já no século XVII os azeites da Beira Interior se exportavam<br />
<strong>para</strong> os países do norte da Europa, trazendo<br />
desenvolvimento à economia da região e contribuindo<br />
<strong>para</strong> mudanças na paisagem rural e no nível de vida<br />
das populações. Caracterizados por um aroma sui generis,<br />
um sabor frutado e uma baixa acidez, são azeites<br />
de cor amarela clara ou levemente esverdeada obtidos,<br />
principalmente, a partir da azeitona da variedade Galega,<br />
mas também da Bical e Cordovil.<br />
o QUe FAZer<br />
Palácio do Picadeiro<br />
Edifico emblemático do concelho, foi recentemente reabilitado.<br />
Imponente solar, em estilo barroco, datado do<br />
século XVIII, serviu inicialmente de residência e posteriormente<br />
diversas outras funções. Foi inaugurado como<br />
espaço cultural em 2009, sob o lema “Conhecer é uma<br />
viagem”. Em três pisos, há exposições, conteúdos e valências<br />
que orientam uma viagem pela vila histórica, a<br />
serra da Gardunha, rota da transumância e a pastorícia.<br />
M Largo D. João V, Alpedrinha<br />
T 275 561 121<br />
www.palaciodopicadeiro.com<br />
ProgrAmA<br />
Festa da Cereja<br />
A <strong>CP</strong> associa-se às maiores festas e eventos nacionais.<br />
Acompanhe no nosso site o calendário de iniciativas<br />
culturais e lúdicas, escolhendo o comboio<br />
como meio de deslocação. Informações<br />
em 808 208<br />
208 ou cp.pt<br />
Palácio do Picadeiro
onde comer<br />
O Alambique de Ouro €€<br />
Situado numa unidade hoteleira, é uma das referências<br />
gastronómicas da região. Sala acolhedora com decoração<br />
de pendor regional e uma ementa recheada de<br />
especialidades a condizer. Não fumadores.<br />
M EN 18, Quinta da Meia Légua, Sítio da Gramessa<br />
Pêro Viseu<br />
T 275 774 169<br />
www.hotelalambique.com<br />
Hermínia €<br />
Pertencente ao Hotel Samasa, fica situado no centro da<br />
cidade, mesmo na avenida principal, perto da Câmara<br />
Municipal. Serve especialidades da cozinha tradicional<br />
beirã, com incidência na gastronomia da Beira Baixa.<br />
A morcela ou a farinheira da Beira recomenda-se como<br />
entrada, assim como a sopa beirã. Em seguida, poderá<br />
optar pelo bacalhau à Hermínia, truta do paul recheada<br />
com presunto, naco à serrana, tornedó à casa, cabritinho<br />
do Fundão na brasa. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Avenida da Liberdade, 123/5<br />
T 275 752 537<br />
www.hotelsamasafundao.com/herminia<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA FuNDãO<br />
onde dormir<br />
Hotel Samasa ***<br />
Totalmente remodelado em 2000, está situado<br />
no centro da cidade e disponibiliza quartos confortáveis<br />
e bem equipados.<br />
Quartos 50<br />
M Rua Vasco da Gama<br />
T 275 779 930<br />
www.hotelsamasafundao.com<br />
Fundão Palace Hotel ***<br />
Hotel moderno, inaugurado em 2005, situado em<br />
plena Cova da Beira. Com quartos confortáveis,<br />
restaurante regional, bar panorâmico e piscinas<br />
exteriores.<br />
Quartos 44<br />
M EN 18, Quinta Nova<br />
T 275 779 340<br />
www.fundaopalacehotel.com<br />
27
28<br />
COvILHã<br />
Vizinha da Serra<br />
Para a maior parte dos turistas, a cidade da Covilhã<br />
é a porta de entrada da serra da Estrela. Por ela<br />
passamos na alegre expectativa da montanha e da<br />
neve. No regresso, já cansados, dizemos-lhe adeus,<br />
com o olhar. E muitas vezes sem <strong>para</strong>r, ignoramos<br />
que ali está uma cidade acolhedora, animada e<br />
com muito que ver. A sua situação geográfica, na<br />
vertente leste da serra, ditou-lhe, durante séculos,<br />
algum desenvolvimento económico. Não foi por<br />
acaso que o marquês de Pombal <strong>aqui</strong> instalou as<br />
primeiras fábricas de lanifícios do país já que, <strong>para</strong><br />
além da lã, a Covilhã também beneficiava da existência<br />
de linhas de água que desciam da montanha<br />
e asseguravam a força motriz necessária à indústria<br />
dos lanifícios. Até meados do século XX, os lanifícios<br />
foram a principal produção local. Da memória<br />
desse tempo ficaram páginas fortes da literatura<br />
portuguesa num dos mais conhecidos romances de<br />
Ferreira de Castro, «A Lã e a Neve», e importantes<br />
testemunhos de arqueologia industrial.<br />
Hoje a Covilhã é uma cidade virada <strong>para</strong> o ensino.<br />
Importante pólo universitário, a cidade<br />
animou-se e entrou num período de<br />
forte expansão. Não tendo<br />
um património monumental<br />
Vista geral da Covilhã<br />
Estação de Covilhã<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
2 km<br />
A pé (1 km)<br />
Autocarros: Covibus - linha 1, carreiras de<br />
30 em 30 minutos com partida da estação;<br />
T 275 098 097 www.covibus.com<br />
Táxis: T. 275 323 653, 275 951 274<br />
muito<br />
rico, oferece<br />
óptimos espaços verdes,<br />
uma gastronomia invejável e todo<br />
o conforto de uma cidade moderna,<br />
que tem a sorte de ter a serra<br />
da Estrela mesmo<br />
ao lado.
o QUe Ver<br />
Museu de Lanifícios<br />
Gerido pela Universidade da Beira Interior, este museu<br />
está dividido pelos núcleos da Real Fábrica de Panos, da<br />
Real Fábrica Veiga e das Râmolas de Sol. É considerado<br />
um dos melhores museus da Europa nesta área. O primeiro<br />
preserva a memória da manufactura do Estado,<br />
<strong>aqui</strong> mandada instalar pelo marquês de Pombal em<br />
1764. As estruturas e os objectos conservados evocam<br />
os primórdios da industrialização que recorria, ainda, à<br />
água das ribeiras da serra como força motriz principal. O<br />
segundo núcleo, correspondente a uma fase tecnológica<br />
mais avançada e que estava ligada à m<strong>aqui</strong>naria a vapor.<br />
Caldeiras de vapor da antiga Fábrica Veiga, as antigas<br />
instalações tintureiras, com as suas fornalhas e os poços<br />
cilíndricos <strong>para</strong> tingir as lãs, são algumas das coisas que<br />
se podem ver neste museu.<br />
Salão dos Continentes (Casa das Morgadas)<br />
A Casa das Morgadas é um interessante exemplar de solar<br />
do século XVII. No seu interior sobressai o Salão dos Continentes,<br />
com um tecto em caixotões de madeira, com<br />
pinturas a óleo datadas de 1690, alusivas a alegorias sobre<br />
os Continentes conhecidos à data. Sabe-se que a obra<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA COvILHã<br />
foi executada por um mestre de uma oficina da Covilhã,<br />
Manuel Pereira. O Salão dos Continentes foi alvo de um<br />
cuidado trabalho de recuperação, concluído em 2002.<br />
Jardim Público<br />
Construído no início do século XX na cerca do antigo Convento<br />
de São Francisco, o Jardim Público foi sendo transformado<br />
ao longo dos tempos. Cenário de festas e espectáculos<br />
(o que ainda hoje se verifica), <strong>aqui</strong> tinham lugar<br />
os festejos que acompanhavam a Feira de São Tiago e aos<br />
domingos uma banda tocava no coreto. Uma profunda<br />
renovação, levada a cabo em 2001, segundo projecto do<br />
arquitecto paisagista Luís Cabral, alargou a área verde,<br />
criando novas alamedas e substituindo os espaços asfaltados<br />
por passadiços em madeira. Foi construída nova<br />
ponte sobre o lago e instalado um novo parque infantil.<br />
Jardim do Lago<br />
Jardim do Lago<br />
Inaugurado em Janeiro de 2005, é a maior área verde<br />
da cidade com cerca de três hectares de área ajardinada<br />
e quatro mil metros quadrados de espelho de água.<br />
Construído no âmbito do Programa Polis, foi desenhado<br />
pelo arquitecto paisagista Luís Cabral. Integra várias<br />
infra-estruturas, como um restaurante, dois bares com<br />
quiosques, diversos percursos pedonais, parque de passeio<br />
<strong>para</strong> barcos de recreio de pequeno porte, diversos<br />
pontões sobre o espelho de água, parque de desportos<br />
radicais e parque infantil. À volta fez-se, também, a<br />
requalificação dos terrenos, com estacionamento e<br />
uma zona <strong>para</strong> a realização da tradicional Feira de São<br />
Tiago. Em 2008 o espaço foi complementado com uma<br />
piscina-praia, da autoria do arquitecto Marçal Grilo,<br />
construída em área contígua, entre o Jardim do Lago e<br />
a linha de caminho-de-ferro.<br />
29
30<br />
COvILHã LINHA DA BEIRA BAIXA<br />
NAS PROXIMIDADES<br />
(acesso por automóvel, Penhas da Saúde a 10 km)<br />
Parque Natural da Serra da Estrela<br />
Com os seus 101.000 hectares, o Parque Natural da<br />
Serra da Estrela é a maior área protegida portuguesa.<br />
É um importante ponto de atracção turística, graças<br />
não só à grandiosidade da paisagem e à existência<br />
de neve durante o Inverno, mas também por albergar<br />
o ponto mais alto do território continental português<br />
(1993 m), situado na Torre. Corresponde a um polígono<br />
com o eixo maior orientado de nordeste <strong>para</strong> sudoeste<br />
e cujos vértices são a Guarda, Celorico da Beira, Oliveira<br />
do Hospital e Covilhã. O maciço central é o coração<br />
do parque natural, aí situando-se a Torre, os Cântaros<br />
(enormes penedos situados imediatamente a norte) e<br />
as Penhas da Saúde. O vale glaciar do Zêzere, com o<br />
seu característico recorte em U, une as Penhas da Saúde<br />
e Manteigas, enquanto no topo norte do parque,<br />
estende-se o planalto de Videmonte, cavado pelo leito<br />
do Alto Mondego. Nos vales a sudoeste situam-se pitorescas<br />
aldeias serranas como Loriga e Alvoco da Serra.<br />
Já a encosta noroeste estende-se de Seia à aldeia histórica<br />
de Linhares da Beira, com o seu castelo medieval<br />
bem conservado. A meio caminho entre Seia e a Torre<br />
fica o Sabugueiro, a mais alta aldeia habitada de Portugal,<br />
hoje bastante turística. No que diz respeito à flora,<br />
podemos destacar a giesta, a urze, o carvalho negro e o<br />
zimbro, mas a serra serve também de refúgio a inúmeras<br />
espécies animais, como a águia-de-asa-redonda, a<br />
raposa, a codorniz, a toupeira-da-água e a lontra. Os<br />
lobos parecem ter desaparecido por completo, mas não<br />
os famosos cães da serra da Estrela que protegiam os<br />
rebanhos de ovinos e caprinos.<br />
onde comer<br />
Cozinha da Avó €€<br />
Quatro salas de uma antiga casa recuperada, onde domina<br />
a madeira e a pedra, servem cozinha tradicional<br />
mas em simultâneo com a de autor em que o menu<br />
temático é modificado todos os dias da semana. Assim<br />
como há um dia do bacalhau, também poderá haver o<br />
da cabidela ou o do cabrito, sendo que não existe só<br />
uma escolha. Distintos pratos preenchem estas categorias.<br />
Convém ainda que saiba dos bufetts de entradas<br />
frias, quentes e de fruta, doces e queijos da região.<br />
Zona de fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />
M Quinta do Covelo, Clube de Campo da Covilhã<br />
T 275331174<br />
www.imb-hotels.com/gastronomia/casadecampo.asp<br />
Solneve €€<br />
Integrado no Hotel Solneve, situado no centro da cidade,<br />
este restaurante oferece uma cozinha regional de<br />
boa confecção e uma garrafeira bem seleccionada. De<br />
entrada poderá optar pela morcela, chouriça ou salada<br />
de orelheira. Nas especialidades refira-se o cabrito<br />
assado à serrana, ou em ensopado com migas de broa<br />
de milho, a carne de porco com enchidos ou vitela no<br />
forno. Para sobremesa recomenda-se o Queijo da Serra<br />
com requeijão e a fechar a aguardente de Zimbro, uma<br />
bebida típica da região. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua Visconde da Coriscada, 126<br />
T 275 323 001<br />
www.solneve.pt<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
o QUe SAboreAr<br />
Queijo da Serra<br />
Aninhada numa das encostas da serra da Estrela, a<br />
Covilhã é uma das cidades onde se pode encontrar um<br />
verdadeiro manancial de petiscos serranos. Aqui os<br />
queijos e enchidos de qualidade são coisa que nunca<br />
falta. Apreciado em todo o mundo, o Queijo da Serra<br />
continua a ser feito de modo artesanal, utilizando na<br />
sua produção apenas leite de ovelha, mugido nos meses<br />
frios, entre Novembro e Março. A produção deste<br />
queijo, que tem região demarcada e selo de qualidade,<br />
obedece a normas rígidas.<br />
onde dormir<br />
Hotel Turismo da Covilhã ***<br />
Unidade de boas dimensões localizada junto a uma das<br />
principais entradas da cidade, dispõe de amplas áreas<br />
comuns, bem como quartos confortáveis e bem equipados.<br />
O restaurante Piornos, a servir cozinha<br />
regional e internacional, com buffet<br />
diário, merece, por si só, uma<br />
visita, com a vantagem<br />
de es-<br />
Vale Glaciar do Zêzere<br />
LINHA DA BEIRA BAIXA COvILHã<br />
tar aberto todos os dias. Tem ainda o bar Galeria com<br />
sala de jogos e exposições permanentes de pintura,<br />
um moderno health club, Natura Clube, piscina coberta<br />
aquecida e piscina exterior rodeada de bonitos jardins.<br />
Quartos 104<br />
M Acesso à Variante, Quinta da Olivosa<br />
T 275 330 400<br />
www.imb-hotels.com<br />
Hotel Tryp D. Maria ***<br />
Situado à entrada de Covilhã, tem vistas panorâmicas<br />
e constitui uma boa alternativa de alojamento <strong>para</strong><br />
quem visita a serra. Tem bar, restaurante, piscina (coberta<br />
no Inverno) e um centro de beleza.<br />
Quartos 87<br />
M Alameda Pêro da Covilhã, Covilhã<br />
T 275 310 000<br />
www.solmelia.com<br />
Hotel Turismo da Covilhã<br />
Covilhã Parque Hotel **<br />
Situado junto ao jardim central da Covilhã, é um hotel<br />
moderno, confortável e bem equipado, tendo sido recentemente<br />
renovado. A sua localização central facilita<br />
o acesso a pé aos locais de animação, restaurantes e<br />
zona comercial da cidade.<br />
Quartos 141<br />
M Avenida Frei Heitor Pinto, Bloco A<br />
T 275 329 320<br />
www.imb-hotels.com<br />
31
A bordo do comboio regionAl<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
1 linha do minho<br />
2 linha do douro<br />
3 linha do Vouga<br />
4 linha do norte e ramal de Tomar<br />
5 linha da beira Alta<br />
6 linha da beira baixa<br />
7 linha do oeste<br />
8 linha do leste e ramal de cáceres<br />
9 linha do Algarve
Foto: Castelo e vila medieval de Óbidos a BoRdo do CoMBoio ReGionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
Linha do oeste<br />
torres Vedras<br />
Bombarral<br />
Óbidos<br />
Caldas da Rainha<br />
são Martinho do Porto<br />
Valado-nazaré<br />
Marinha Grande<br />
Leiria<br />
Monte Real<br />
Figueira da Foz
“a travessia<br />
do secular<br />
pinhal de<br />
Leiria”<br />
LINHA DO OESTE<br />
Mira-Sintra Meleças<br />
Mafra<br />
Malveira<br />
Torres Vedras<br />
Bombarral<br />
Dagorda-Peniche<br />
Óbidos<br />
Caldas da Rainha<br />
São Martinho do Porto<br />
Valado – Nazaré<br />
Pataias<br />
Marinha Grande<br />
Leiria<br />
Monte Real<br />
Figueira da Foz
LINHA DO OESTE<br />
Rumo à praia, por entre belas vilas e cidades<br />
Incursão no Oeste<br />
Um passeio desde a área metropolitana de Lisboa até à Figueira da Foz, por entre colinas,<br />
pinhais e arrozais, não esquecendo a vila medieval amuralhada de Óbidos e as<br />
Caldas da Rainha.<br />
Quando foi construída, em 1888, a<br />
linha do Oeste ligava a cidade de<br />
Lisboa à Figueira da Foz mas o troço<br />
inicial deste trajecto pertence actualmente à linha<br />
de Sintra. Assim, a saída é feita na estação de Meleças/<br />
Mira-Sintra, perto do Cacém, a partir da qual são percorridos<br />
cerca de 200 quilómetros e atravessadas duas<br />
regiões distintas da zona centro do país.<br />
O início do percurso é sinuoso, com a serra de Montejunto<br />
a dominar a paisagem. Ultrapassada a cidade<br />
de Torres Vedras e o seu castelo ancestral, viajamos<br />
pelos terrenos agrícolas e vinhateiros da região Oeste.<br />
Não tardamos a fazer a aproximação à vila medieval<br />
de Óbidos, naquele que é um dos pontos mais bonitos<br />
do passeio.<br />
Mas <strong>para</strong> além do cenário contemplado, também cativa<br />
a estrutura da linha nesta primeira metade do trajecto,<br />
pelo desenho e ambiente das estações, caracteristicamente<br />
oitocentistas. Sucedem-se os alpendres de ferro<br />
protegendo os cais, os característicos edifícios das estações<br />
com rés-do-chão e primeiro piso, revestidos com<br />
azulejos figurativos.<br />
Do pinhal ao Mondego<br />
As Caldas da Rainha são o próximo<br />
ponto de <strong>para</strong>gem<br />
e é nesta cidade<br />
de<br />
Panorâmica sobre a estação de Óbidos<br />
grandes tradições ceramistas que<br />
damos início à segunda metade do<br />
passeio. A partir d<strong>aqui</strong> os horizontes<br />
vão alargar-se e o trajecto vai<br />
tornar-se mais plano, sobretudo<br />
com o início da travessia do secular pinhal de Leiria.<br />
Depois, a chegada à estação de Leiria é anunciada pelo<br />
elegante castelo da cidade. Quando a deixamos, fica<br />
também <strong>para</strong> trás o pinhal de Leiria e é a partir deste<br />
momento que começamos a entrar nos campos ribeirinhos<br />
do Mondego, onde os terrenos alagadiços são<br />
transformados em extensos arrozais.<br />
E com o final da viagem não muito distante, segue-se<br />
a passagem pelo longo viaduto metálico sobre o Mondego.<br />
O rio irá agora acompanhar-nos até à Figueira da<br />
Foz, onde desagua entre os extensos areais das populares<br />
praias desta cidade.<br />
Completa-se assim a travessia pela região Oeste, numa<br />
linha histórica que surpreende a cada quilómetro<br />
percorrido, tanto pela beleza das<br />
vilas e cidades que visita como<br />
pelas paisagens que<br />
atravessa.<br />
Miradouro da Bandeira, Figueira da Foz<br />
3
4<br />
TORRES VEDRAS<br />
história, termas<br />
e praias<br />
D. Afonso Henriques terá conquistado<br />
Torres Vedras em 1148 e doado o<br />
seu senhorio a D. Fuas Roupinho,<br />
no ano seguinte. O primeiro foral<br />
é concedido em 1250 por D. Afonso<br />
III, como reconhecimento do crescimento<br />
económico do burgo. Com o desenvolvimento<br />
de vários ofícios, num contexto em que o fabrico de<br />
panos ganhou notoriedade, existe referência a confrarias<br />
de alfaiates e de sapateiros desde meados do<br />
século XIV. As antigas muralhas desapareceram quase<br />
por completo, restando apenas vestígios na zona<br />
leste do castelo.<br />
Foi em Torres Vedras que D. João I reuniu com o seu<br />
conselho, <strong>para</strong> decidir sobre a conquista de Ceuta. Em<br />
1810 o avanço das tropas de Napoleão em direcção<br />
a Lisboa, durante o ciclo das Invasões Francesas, foi<br />
travado pela dupla rede de fortificações que passou à<br />
posteridade como Linhas de Torres. A cidade situa-se<br />
no meio de uma planície de aluvião, na margem esquerda<br />
do rio Lizandro, protegida por uma colina<br />
coroada com um castelo. A dezena e<br />
meia de quilómetros do<br />
litoral,<br />
Termas do Vimeiro<br />
Estação de Torres Vedras<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
0.4 km<br />
TUT - Transportes Urbanos de Torres,<br />
autocarros de 30 em 30 m<br />
Táxis: T. 261 315 094<br />
gozando de<br />
uma paisagem de<br />
grande beleza em seu redor (com as<br />
praias de Santa Cruz ou da Assenta, bem como o<br />
aprazível complexo das Termas do Vimeiro), tornou-<br />
-se um local de visita obrigatória. Merece ainda referência<br />
pela organização do seu já famoso e popular<br />
Carnaval que atrai à cidade muitos visitantes<br />
em busca de di<strong>versão</strong>.
o QUe VeR<br />
Linha de Torres<br />
A designação Linhas de Torres Vedras, ou simplesmente,<br />
Linhas de Torres refere-se à dupla linha fortificada, que se<br />
estendia do Atlântico ao Tejo, constituída por 152 redutos<br />
(sendo um dos mais importantes o Forte de São Vicente<br />
em Torres Vedras), armados por 600 peças de artilharia.<br />
Em Novembro de 1810 este dispositivo travará o avanço<br />
de Massena, comandante da III Invasão francesa. A primeira<br />
linha nascia no Alto do Boneco, perto de Vila Franca<br />
de Xira, e vinha terminar na Praia Azul, a sul de Santa Cruz,<br />
passando no Castelo e Forte de S. Vicente, em Torres Vedras,<br />
um dos seus pontos mais fortificados, no qual ainda<br />
hoje podem observar-se diversos elementos restaurados,<br />
como parcelas de fossos, trincheiras, abatises, paióis e<br />
fortificações. A segunda linha ligava o Alto da Quintela<br />
(em Alverca) à foz de São Lourenço (em<br />
Ribamar), passando pelos cabeços<br />
de Montachique, Gradil e<br />
Murgueira.<br />
Linhas de Torres, recriação histórica<br />
Castelo Medieval<br />
Reconstruído por D. Afonso Henriques<br />
após a conquista aos mouros, o castelo<br />
medieval de Torres Vedras foi ampliado no final do século<br />
XIII por D. Dinis. Foi também alvo de intervenções<br />
nos reinados de D. Fernando (1373) e de D. Manuel I<br />
(1516) e de obras de reconstrução em 1886 e na década<br />
de 1980. Sobre o portão de acesso ao recinto muralhado,<br />
encontram-se pedras de armas manuelinas,<br />
ladeadas por esferas armilares com a Cruz de Cristo.<br />
Fez parte, em 1810, do famoso complexo fortificado<br />
das Linhas de Torres.<br />
LINHA DO OESTE TORRES VEDRAS<br />
Forte de São Vicente<br />
A fortaleza tem raiz medieval mas foi reconstruída em<br />
1809 no contexto das invasões francesas, tornando-se,<br />
junto com o Forte do Sobral, a mais importante das Linhas<br />
de Torres. Ergue-se no cimo do monte, dominando a vila<br />
de Torres Vedras. É constituída por três baluartes assimétricos,<br />
em cujos muros se abrem as canhoneiras, se<strong>para</strong>dos<br />
por fossos profundos, que se distribuem formando um<br />
Y. No seu ponto mais alto, a nascente, estão as ruínas da<br />
capela primitiva de São Vicente.<br />
Aqueduto<br />
À saída <strong>para</strong> Runa, remonta a 1561.<br />
Prolonga-se umas vezes pelo<br />
subsolo, outras sobre<br />
arcos, do-
6<br />
TORRES VEDRAS LINHA DO OESTE<br />
brados ou singelos, distribuídos por mais de dois quilómetros.<br />
Sofreu várias obras de reconstrução e restauro, nomeadamente<br />
no século XVIII e, mais recentemente, em 1990.<br />
Igreja de Santa Maria<br />
Considerada monumento nacional, tem uma só nave<br />
com diversos espaços e profundo presbitério. De fundação<br />
muito antiga, na fachada são visíveis restos do<br />
portal românico, assim como a porta lateral, também<br />
decorada com motivos românicos.<br />
Igreja de Santa Maria<br />
Igreja de São Pedro<br />
Classificada monumento nacional, reconstruída no<br />
século XVI, tem a fachada com um portal tipo manuelino<br />
com decoração de influência renascentista. O<br />
interior é de três naves de quatro tramos, cujos arcos<br />
redondos assentam em colunas, com capitéis toscanos.<br />
A capela-mor é se<strong>para</strong>da da nave por uma teia<br />
seiscentista de pau.<br />
Igreja de São Pedro<br />
Igreja e Convento de Nossa Senhora da Graça<br />
Fundado no século XVI por Eremitas Calçados de Santo<br />
Agostinho, o convento alberga, actualmente, o Museu<br />
Municipal Leonel Trindade. A igreja mantém o seu antigo<br />
esplendor e é notável pela talha e imagens barrocas,<br />
particularmente da primeira metade do século XVII.<br />
o QUe FaZeR<br />
Feira Rural<br />
Todos os sábados, de Abril a Outubro, realiza-se<br />
a animada Feira Rural de Torres Vedras, nas ruas<br />
pedonais do centro histórico da cidade. Cheiros,<br />
cores e sabores misturam-se numa algazarra de<br />
bancas coloridas que vendem os produtos locais e<br />
típicos da região, das frutas e hortícolas, vinho, pão<br />
e doçaria, ao artesanato e velharias. A feira decorre<br />
durante todo o dia e existe até uma zona <strong>para</strong> as<br />
crianças com actividades lúdico-pedagógicas. Paralelamente,<br />
há animação de rua e um comboio<br />
turístico gratuito que leva os visitantes<br />
até à feira.<br />
onde CoMeR<br />
BOC Restaurante €€<br />
O BOC, situado no Hotel Império, no centro histórico de<br />
Torres Vedras, é restaurante, bar e enoteca. Um espaço<br />
sofisticado e cosmopolita, <strong>para</strong> desfrutar de uma refeição<br />
com vista <strong>para</strong> a cidade. Para os apreciadores de<br />
vinho sugere-se uma visita à enoteca. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Praça 25 de Abril, 17<br />
T 261 314 232<br />
www.hotel-imperio.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
Moinho do Paul €<br />
Casa de cariz regional, já premiada em concursos gastronómicos,<br />
com pratos representativos da boa cozinha<br />
da região. Caldeirada de peixe, robalo recheado<br />
no forno e perdiz de caça estufada com castanhas são<br />
algumas das propostas, <strong>para</strong> além de grande variedade<br />
de peixe fresco. Dispõe de duas salas, sendo possível<br />
reservar <strong>para</strong> grupos. Não fumadores.<br />
Encerra De segunda a quinta ao jantar e domingo<br />
todo o dia.<br />
M Avenida da Lapa 13, Paúl<br />
T 261 323 696<br />
Trás d´Orelha €€<br />
Instalado numa antiga adega, abriu em 2003 e é já uma<br />
referência na região. Serve cozinha tradicional, recorrendo<br />
apenas aos melhores produtos. Para começar, há<br />
grande variedade de petiscos (pitéu de línguas de bacalhau,<br />
pimentos recheados) e a ementa segue com sugestões<br />
como posta de cherne frita com açorda de ovas,<br />
cabritinho assado no forno ou javali com batata doce.<br />
A decoração é rústica e alusiva à caça. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo e feriados<br />
M Rua da Paz, 9, Catefica<br />
T 261 326 018<br />
www.trasdorelha.com<br />
LINHA DO OESTE TORRES VEDRAS<br />
onde doRMiR<br />
Hotel Império ****<br />
Situado a 40 km a norte de Lisboa e a 15 km da<br />
praia, no centro histórico de Torres Vedras, perto do<br />
principal jardim e a cinco minutos do castelo, dispõe<br />
de quartos bem equipados, com detalhes especiais<br />
como jarras de flores frescas. Um espaço elegante<br />
com design contemporâneo e vistas panorâmicas.<br />
M Praça 25 de Abril, 17<br />
T 261 314 232<br />
www.hotel-imperio.com<br />
Pensão Residencial dos Arcos<br />
Situada junto à entrada norte da cidade, oferece<br />
quartos simples mas confortáveis e bem equipados.<br />
Tem vista sobre o castelo e o forte de São Vicente.<br />
Quartos 28<br />
M Praça José Gouveia, 1<br />
T 261 312 489<br />
www.residencialdosar<br />
cos.com<br />
7
8<br />
BOMBARRAL<br />
a Capital da Pêra Rocha<br />
Situada numa fértil planície de aluvião com pequenos<br />
outeiros em seu redor, o Bombarral é um importante<br />
e activo centro vinícola, que tem a<br />
agricultura como base da sua economia.<br />
A pêra rocha é uma das principais produções<br />
do concelho, com enorme sucesso<br />
em termos de exportação. Existe mesmo<br />
um festival nacional em honra da mesma,<br />
durante a época da colheita, em Agosto. Além deste<br />
evento, a vila organiza também o Festival do Vinho,<br />
que todos os anos (em Julho) atrai à vila muitos milhares<br />
de visitantes.<br />
Pensa-se que o nome Bombarral terá tido origem<br />
no facto de se extrair bom barro das suas terras, habitadas<br />
desde há vários milénios, como mostam as<br />
grutas paleolíticas de Columbeira e os castros de São<br />
Mamede e Carvalhal.<br />
Para além da sua riqueza histórica, materializada sobretudo<br />
nas capelas e solares espalhados pelas várias<br />
freguesias, o concelho apresenta belezas naturais<br />
como a mata municipal, a lagoa do Ruão e a gruta do<br />
Rio com corrente subterrânea. O Palácio do Gorjão,<br />
do século XVII, alberga o museu municipal,<br />
com um bom acervo<br />
arqueológico.<br />
Vista do miradouro do Picoto<br />
Estação do Bombarral<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0.6 km<br />
A pé<br />
Táxi: T. 262 605 332<br />
A estação<br />
Os painéis de azulejos<br />
da década de 1930, com<br />
imagens de trabalhos<br />
na vinha, são o cartão<br />
de visita da estação do<br />
Bombarral. Aqui existe<br />
um depósito de água do século XIX, o mais antigo<br />
da linha do Oeste.
o QUe VeR<br />
Buddha Eden – Jardim da Paz<br />
Inaugurado em 2009, é jardim de inspiração oriental,<br />
que se estende ao longo de cerca de 35 hectares. Mandado<br />
construir por Joe Berardo, é um espaço de beleza e<br />
recolhimento, que evoca a espiritualidade oriental através<br />
de vários dos seus símbolos, dos pagodes chineses<br />
às estátuas de Buda. No total, foram trazidas <strong>para</strong> este<br />
parque budista cerca de seis mil toneladas de estátuas.<br />
Museu Municipal<br />
Instalado no Palácio Gorjão, um edifício do século XVII,<br />
reúne um importante acervo arqueológico, sobretudo<br />
da época pré-histórica. Para além disso, guarda colecções<br />
de medalhística e escultura figurativa, alberga os<br />
espólios dos escultores Vasco da Conceição e Maria Barreira,<br />
e tem um núcleo dedicado ao escritor Júlio César<br />
Machado e outro a Jorge de Almeida Monteiro, artista<br />
bombarrelense.<br />
o QUe saBoReaR<br />
Pêra Rocha do Oeste - DOP<br />
Com uma cor, textura e sabor apetecíveis e ainda uma excelente<br />
capacidade de conservação, a Pêra Rocha do Oeste<br />
é uma variedade muito apreciada, identificada em 1836,<br />
no concelho de Sintra. Concentrada na região Oeste, na<br />
orla marítima desde Sintra até Leiria, este fruto apresenta<br />
uma casca amarelo-clara com uma mancha levemente rosada<br />
do lado do sol. De aroma acentuado, a polpa é branca,<br />
macia-fundente, granulosa, doce e muito suculenta.<br />
LINHA DO OESTE BOMBARRAL<br />
onde CoMeR<br />
Dom José €<br />
Situada à entrada do Bombarral, é uma casa de cozinha<br />
regional bem conhecida e afamada, em especial<br />
pelos seus panadinhos de linguado com arroz de feijão,<br />
prato já distinguido em concursos de gastronomia.<br />
Outras sugestões da ementa são as lulinhas à D.<br />
José com grelos, feijoada e lombinhos com castanhas.<br />
Tem uma sala de refeições confortável e uma pequena<br />
esplanada coberta.Não fumadores.<br />
Encerra ao Domingo<br />
M Rua Doutor Alberto Martins dos Santos, 4<br />
T 262 604 384<br />
onde doRMiR<br />
Hotel Comendador ***<br />
Inaugurado em Junho de 1998, situado no centro<br />
do Bombarral, a 10 minutos da vila de Óbidos e a<br />
15 minutos da serra de Montejunto. Com restaurante<br />
e bar.<br />
M Largo Comendador João Ferreira dos Santos<br />
T 262 601 638<br />
www.hotelcomendador.com<br />
9
10<br />
ÓBIDOS<br />
Preferida das Rainhas<br />
No cimo de um maciço rochoso surge a vila de Óbidos,<br />
com as suas casas caiadas de branco com cunhais<br />
pintados de azul ou amarelo. São bem patentes os<br />
traços medievais e a cada passo surgem pitorescos<br />
recantos de sabor antigo. Inteiramente cercada por<br />
muralhas, conserva cinco portas e dois postigos,<br />
sendo as mais antigas a Porta da Traição e a Porta da<br />
Cerca. Por todo o lado, as ruas estreitas, igrejas e janelas<br />
manuelinas são complementadas pelo colorido<br />
das flores e trepadeiras que dão vida a esta cidade,<br />
considerada Monumento Nacional desde 1951. Em<br />
1148 D. Afonso Henriques tomou Óbidos aos mouros.<br />
O Cruzeiro da Memória é um monumento da época,<br />
mais tarde restaurado. Com a doação por D. Sancho II<br />
à sua mulher D. Urraca, a vila passou a fazer parte do<br />
dote de todas as rainhas portuguesas até 1834. Por<br />
<strong>aqui</strong> passaram a maioria das rainhas de Portugal. O<br />
aqueduto da Usseira, o chafariz da praça e diversas<br />
fontes foram oferecidas por Catarina de Áustria, mulher<br />
de D. João III, no século XVI. O terramoto de 1755<br />
fez-se <strong>aqui</strong> sentir com intensidade. Havendo a necessidade<br />
de recuperar a vila <strong>para</strong> fins turísticos, foram<br />
promovidas medidas de protecção e de restauro, quer<br />
destinadas ao conjunto urbano, quer a edifícios ou estruturas<br />
de grande impacto, como as muralhas, o Paço<br />
da Alcaidaria (transformado em pousada) e de alguns<br />
templos. A preservação dos traços mais pitorescos<br />
da urbe permitiu que fosse definida<br />
como Vila-Museu.<br />
Vista sobre o casario e as muralhas<br />
Estação de Óbidos<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
8 1.5 km km<br />
A pé<br />
OBI - Transportes do concelho de Óbidos<br />
Táxis: T. 262 959 183, 262 959 233<br />
A estação<br />
Com vista <strong>para</strong> as muralhas<br />
do castelo, que se<br />
erguem no alto de um<br />
monte fronteiro, a estação<br />
de Óbidos fica ainda<br />
longe do centro do vila,<br />
desafiando os turistas a subirem até lá por uma escadaria<br />
rodeada de mata. No edifício da gare existem<br />
vários painéis de azulejos, com imagens do castelo e<br />
do casario histórico, por exemplo, e os habituais<br />
pilares de ferro azul a suster o<br />
alpendre.
o QUe VeR<br />
Porta da Vila<br />
Jóia barroca, é encimada por uma inscrição, dedicada<br />
à Imaculada Conceição, proclamada padroeira do reino<br />
após a restauração, em 1640. Ornamentada com azulejos<br />
em honra da padroeira Nossa Senhora da Piedade,<br />
é um belo exemplar das artes decorativas portuguesas<br />
daquele período.<br />
Rua Direita<br />
Conhecida por esta designação já no século XIV, liga a<br />
Porta da Vila ao Paço dos Alcaides. Nos séculos XVI e XVII,<br />
a Rua Direita sofreu importantes transformações, ficando<br />
ocultos alguns dos antigos portais góticos das casas.<br />
Igreja de Santa Maria<br />
Foi reconstruída sobre uma mesquita e templo visigótico<br />
no tempo de D. Afonso Henriques, mas ganhou<br />
a sua forma actual com a intervenção<br />
ordenada por D. Leonor, em<br />
1485. Deste monumento,<br />
Castelo Medieval<br />
No contexto da Guerra Peninsular,<br />
a fortificação de Óbidos disparou os tiros de<br />
artilharia no contexto da batalha de Roliça (Agosto de<br />
1808), primeira derrota das tropas de Napoleão em<br />
solo português. Posteriormente registou-se a adaptação<br />
da torre albarrã a Torre do Relógio (1842) e a<br />
construção de escada exterior de acesso à Torre de D.<br />
Fernando (1869). A partir de 1932, sofreu as primeiras<br />
intervenções de consolidação, reconstrução e restauro,<br />
que se estenderam pelas décadas seguintes até aos<br />
nossos dias.<br />
LINHA DO OESTE ÓBIDOS<br />
diz José Saramago: «A Igreja de Santa Maria é, toda ela,<br />
uma preciosidade. É-o imediatamente na proporção<br />
geral da frontaria, no delicado portal renascentista, na<br />
robusta e sóbria torre sineira. E torna a sê-lo lá dentro<br />
nas magníficas decorações do tecto, festa dos olhos que<br />
não se cansam de percorrer volutas, medalhões e mais<br />
elementos, onde não faltam figuras enigmáticas (…)».<br />
Museu Municipal<br />
Instalado no antigo edifício quinhentista dos Paços do<br />
Concelho, e posteriormente cadeia, possui magníficas<br />
colecções de arte sacra, pintura e escultura. De grande<br />
interesse é, também, o espólio das invasões<br />
napoleónicas. Na pintura, destaque<br />
<strong>para</strong> as obras de Josefa<br />
d’Óbidos.
12<br />
ÓBIDOS LINHA DO OESTE<br />
o QUe FaZeR<br />
Festas e RoMaRias<br />
PRoGRaMa<br />
Festival Internacional de Chocolate de Óbidos<br />
A <strong>CP</strong> associa-se às maiores festas e eventos nacionais.<br />
Acompanhe no nosso site o calendário<br />
de iniciativas culturais e lúdicas, escolhendo o<br />
comboio como meio de deslocação.<br />
Informações 808 208 2008 www.cp.pt<br />
Visitas guiadas<br />
Aconselha-se uma visita guiada pela vila, assegurada<br />
por um técnico qualificado e com a duração<br />
de 1h30, ao património histórico, que percorre<br />
os principais locais e monumentos: Porta da Vila,<br />
Igreja de São Pedro (onde jaz a pintora Josefa<br />
de Óbidos), Igreja da Misericórdia, Praça<br />
de Santa Maria, Igreja de Santa<br />
Maria, Rua Direita, Castelo,<br />
entre outros.<br />
onde CoMeR<br />
A Ilustre Casa de Ramiro €€€<br />
Casa com uma década de existência mas decorada ao<br />
estilo de outros tempos com o chão em pedra, lareira e<br />
grandes potes a marcarem a decoração. O arroz de pato<br />
é rei, mas o cabrito assado à padeiro, o bife com pimenta,<br />
as cerejas bêbedas e as trouxas de ovos são muito<br />
aconselhados. Não fumadores.<br />
Encerra Quinta-feira<br />
M Rua Porta do Vale<br />
T 262 959 194<br />
Josefa d`Óbidos €€<br />
Fora das muralhas de Óbidos, mas dentro da estalagem<br />
com o mesmo nome que é também o da pintora que viveu<br />
nos arredores desta vila, dote de rainhas. Não possui<br />
janelas mas a sala é ampla e o espaço bem aproveitado.<br />
A ementa destaca a fritada de frutos do mar <strong>para</strong><br />
entrada(camarão e mexilhão com um molho especial),<br />
a caçarola de peixe de seguida ou os nacos de carne na<br />
telha. A pêra mourisca e, claro, a ginjinha de Óbidos são<br />
bons finais. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua Dom João de Ornelas<br />
T 262 959 228<br />
www.josefadobidos.com/restaurant.html<br />
O Caldeirão €€<br />
Às portas de Óbidos, em frente ao Santuário do Senhor<br />
Jesus da Pedra, com espaço <strong>para</strong> estacionar à vontade<br />
e particularidades na decoração como o caldeirão em<br />
bronze que faz jus à denominação da casa. O cardápio<br />
varia entre o peixe (arroz ou lombinhos de tamboril) e<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
a carne (postas mirandesas, bife da pedra) mas estando<br />
Óbidos relativamente próximo de Peniche, come-se<br />
bom peixe fresco diariamente. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Urbanização da Quinta de São José<br />
Senhor da Pedra<br />
T 262 959 839<br />
o QUe saBoReaR<br />
Ginginha d’ Óbidos<br />
Ex-libris da vila, a sua origem deverá remontar ao século<br />
XVII, estando ligada a uma receita conventual, da<br />
autoria de um frade que terá experimentado produzir<br />
um licor a partir dos frutos abundantes que ali existiam.<br />
De facto, o micro-clima da região é favorável ao aparecimento<br />
de ginjas silvestres de grande qualidade. Mais<br />
tarde, o licor passou a ser produzido pelas famílias que,<br />
orgulhosamente, o davam a provar aos visitantes. De<br />
sabor intenso e perfumado e cor vermelho-escura, o<br />
licor pode ser simples ou então com frutos no interior<br />
e aromatizado com baunilha ou um pau de canela. O<br />
bar Ibn Errik Rex, na Rua Direita, é local obrigatório de<br />
<strong>para</strong>gem <strong>para</strong> provar um copinho de ginja.<br />
LINHA DO OESTE ÓBIDOS<br />
onde doRMiR<br />
Hotel Real d´Óbidos ****<br />
Hotel de charme situado num edifício classificado,<br />
datado do século XIV, que serviu de residência<br />
aos capitães-mor da vila de Óbidos. A decoração<br />
é de época e o ambiente singular. Cada pormenor<br />
foi estudado <strong>para</strong> recriar uma atmosfera medieval,<br />
com o máximo conforto e bem-estar. Depois<br />
de visitar Óbidos pode relaxar na esplanada com<br />
vista até às Caldas da Rainha ou dar umas braçadas<br />
na piscina. Ao fim do dia, adormeça num dos<br />
quartos com nome de reis e rainhas.<br />
Quartos 17<br />
M Rua Dom João de Ornelas<br />
T 262 955 090<br />
www.hotelrealdobidos.com<br />
Albergaria Josefa d`Óbidos<br />
Situada à entrada da vila, deve o nome à pintora<br />
Josefa de Ayala, nascida em 1630, que ficou conhecida<br />
como Josefa d´Óbidos. Oferece quartos<br />
confortáveis e bem equipados. Com bar, restaurante<br />
e sala de reuniões.<br />
Quartos 34<br />
MRua Dom João de Ornelas<br />
T 262 959 228<br />
www.josefadobidos.com<br />
13
14<br />
CALDAS DA RAINHA<br />
Banhos Reais<br />
A cidade também conhecida como «Termas<br />
da Rainha» nasceu e cresceu em torno do<br />
primeiro Hospital Termal, mandado edificar<br />
por D. Leonor em 1485. Desde o século XVI<br />
foram realizados estudos das águas, tendo-se<br />
concluído serem indicadas <strong>para</strong> o tratamento<br />
de várias doenças. A grande notoriedade das Caldas<br />
da Rainha deu-se no século XVIII, com D. João V, que<br />
reconstruiu e ampliou o hospital e que <strong>aqui</strong> veio com<br />
a família, até ao fim da sua vida, beneficiar das águas<br />
termais. A abundância de argila na zona levou à criação<br />
de fábricas de cerâmica, tendo a cidade sido convertida<br />
num dos principais centros de cerâmica do país, onde<br />
se destacaram as criações do famoso artista do século<br />
XIX, Rafael Bordalo Pinheiro, autor do conhecido Zé<br />
Povinho. Famosa pela sua loiça de cerâmica, de características<br />
populares, encontram-se desde pratos e travessas<br />
com feitio de couves e outros vegetais e frutos,<br />
até serviços de jantar coloridos e pequenas ou grandes<br />
figuras de cerâmica, tanto eróticas como humorísticas.<br />
Quem passa nas Caldas tem que fazer uma incursão<br />
às pastelarias da Rua da Liberdade, rua pedonal, <strong>para</strong><br />
saborear as célebres cavacas, os beijinhos ou as trouxas<br />
das Caldas e ao mercado diário de frutos e legumes<br />
na Praça da República. Mas os atractivos que oferece<br />
esta cidade vão <strong>para</strong> além do turismo termal e<br />
da cerâmica. Na sua orla marítima a<br />
praia Foz do Arelho merece<br />
destaque.<br />
Passeio de charrete no Parque D. Carlos I<br />
Estação de Caldas<br />
da Rainha<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0.5 km<br />
A pé<br />
Táxi: 262 831 098<br />
Rede urbana TOMA, com autocarros de de<br />
10 em 10 m em hora de ponta e de 20 em<br />
20 nos restantes períodos.<br />
A estação<br />
Neste edifício de dois pisos<br />
destacam-se os azulejos<br />
de 1924, produzidos<br />
pela Fábrica Aleluia, com<br />
imagens de alguns dos<br />
locais mais emblemáticos<br />
da cidade.
o QUe VeR<br />
Hospital Termal Rainha D. Leonor e Museu<br />
Considerado o hospital termal mais antigo do mundo.<br />
Durante os seus cinco séculos de história passou por<br />
três grandes fases. Tendo a sua construção sido iniciada<br />
em 1485, veio a receber os primeiros doentes três<br />
anos mais tarde. Em 1747, D. João V (visitante assíduo<br />
da estância termal) ordena o restauro, foi então construído<br />
um edifício de estilo joanino com dois pisos. A<br />
última fase do restauro teve início em 1888, tendo<br />
sido construído um terceiro piso <strong>para</strong> as enfermarias,<br />
conservando-se a traça da fachada. O museu do hospital<br />
possui um vastíssimo espólio de cerâmica, pintura,<br />
talha, ourivesaria e instrumentos médicos e científicos,<br />
do século XVI ao século XX.<br />
Parque D. Carlos I<br />
Magnífico jardim romântico no centro da cidade, projectado<br />
por Rodrigo Berquó em 1889, tem equipamentos<br />
recreativos - lago, campos de ténis, coreto e casa de<br />
chá - e culturais – Museu José Malhoa e obras escultóricas.<br />
À sua volta se estabeleceu um variado núcleo<br />
museológico.<br />
LINHA DO OESTE CALDAS DA RAINHA<br />
Igreja de Nossa Senhora do Pópulo<br />
Antiga Capela do Hospital das Termas, adossada ao<br />
edifício hospitalar, foi mandada construir em 1500 pela<br />
Rainha D. Leonor. Posteriormente, foi convertida em<br />
Igreja Matriz das Caldas da Rainha. Dedicado a Nossa<br />
Senhora do Pópulo, é um templo de uma só nave com<br />
capela-mor de planta quadrada e abóbada artesoada<br />
com a emblemática de D. Leonor a arrematar os bocetes.<br />
O interior é revestido a belos azulejos de padrão<br />
do século XVII. O seu altar-mor conserva uma pia baptismal<br />
pré-manuelina, de estilo gótico, esculpida em<br />
pedra calcária e um retábulo em pedra evocativo da<br />
«Paixão de Cristo», localizado sob o Arco do Triunfo que<br />
une a nave ao altar.<br />
Praça da República<br />
A praça principal das Caldas da Rainha apresenta-se enquadrada<br />
por bonitos edifícios do século XIX revestidos a<br />
azulejos, como os prédios da Pastelaria Bocage e da Pastelaria<br />
Zaira. Destaque também <strong>para</strong> a fachada da casa de<br />
ferragens Jo<strong>aqui</strong>m Baptista (n.º 94), rematada com dois<br />
frisos de inspiração arte nova e <strong>para</strong> o edifício restaurado<br />
da Caixa Geral de Depósitos. Destinava-se à população<br />
que do campo se deslocava às Caldas. A calçada é portuguesa<br />
de basalto negro sobre fundo branco. Mantendo<br />
as características rurais essencialmente agrícolas, a praça<br />
preenche-se diariamente com os cheiros, cores e aromas<br />
do pitoresco e animado mercado de frutas e legumes.<br />
Aqui se encontram os Paços do Concelho, projectados por<br />
Manuel da Maia, belíssimo exemplar de arquitectura joanina,<br />
e ainda a Ermida de São Sebastião, reconstrução de<br />
um antigo templo quinhentista, interiormente revestida<br />
a azulejos barrocos da primeira metade do século XVIII.<br />
Paços do Concelho e Praça da República<br />
15
16<br />
CALDAS DA RAINHA LINHA DO OESTE<br />
Fábrica e Museu de Faianças Rafael Bordalo<br />
Pinheiro<br />
Com Rafael Bordalo Pinheiro, a cerâmica Caldense foi<br />
divulgada a uma escala sem precedentes. Este complexo<br />
museológico engloba a fábrica, museu, restaurante<br />
e loja. No museu poderá observar o tipo de faiança<br />
decorativa inspirada em motivos naturalistas. A casa-<br />
-museu situa-se na Rua Rafael Bordalo Pinheiro, antiga<br />
residência do seu filho Manuel Gustavo. O museu foi<br />
fundado no ano de 1884 com peças produzidas no decorrer<br />
dos anos na fábrica de cerâmica do artista e nele<br />
se exibem as diferentes fases de elaboração. Muitas<br />
destas peças se devem ao trabalho religioso e humorístico<br />
de Rafael Bordalo Pinheiro que retratou os sentimentos<br />
do cidadão comum português. Em 1875 criou<br />
uma figura de aspecto exasperado e sofredor, conhecida<br />
como «Zé Povinho», o qual ainda representa, de<br />
certa maneira, a atitude de um trabalhador português.<br />
Centro de Artes<br />
Desde o ano de 1985, o município de Caldas da Rainha<br />
conheceu um grande desenvolvimento nos equipamentos<br />
culturais com a criação do actual Centro de Artes,<br />
que oferece aos artistas e estudantes as condições<br />
ideais <strong>para</strong> aprofundar o seu trabalho. O centro integra<br />
o Atelier-Museu António Duarte, João Fragoso, Barata<br />
Feyo, Leopoldo de Almeida, o Pavilhão de Ateliers e a<br />
Residência de Artistas.<br />
Museu de José Malhoa<br />
Situa-se no Parque D. Carlos I e foi inaugurado no ano<br />
de 1934 em memória de José Malhoa, um dos mais<br />
importantes pintores portugueses, natural da cidade.<br />
No seu interior abriga uma grande colecção de obras<br />
do artista e também numerosas obras, esculturas,<br />
pinturas, cerâmicas, etc., de outros famosos mestres<br />
portugueses – Columbano, Silva Porto, Teixeira Lopes,<br />
Roque Gameiro, etc.<br />
o QUe saBoReaR<br />
Sabores do mar e doçaria<br />
A proximidade da Lagoa e do mar também influencia<br />
<strong>aqui</strong> a gastronomia regional. Mariscos<br />
da lagoa, peixe fresco, caldeirada, ensopado<br />
de enguias são um dos muitos pratos que <strong>aqui</strong><br />
pode encontrar. Nos doces a escolha também é<br />
excelente: cavacas, beijinhos, trouxas das Caldas,<br />
lampreia, esses, e pão-de-ló de Landal são só algumas<br />
das delícias que deve experimentar.
onde CoMeR<br />
Sabores de Itália €€<br />
Restaurante de inspiração italiana, tem também pratos<br />
portugueses na ementa. Os proprietários, um casal<br />
português que esteve muitos anos na Suíça, arriscaram<br />
e bem na utilização de produtos de qualidade e pouco<br />
conhecidos. Mudou recentemente <strong>para</strong> novas instalações,<br />
num edifício recuperado no centro histórico da<br />
cidade. Não fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira e domingo ao jantar<br />
M Rua Engenheiro Duarte Pacheco, 17<br />
T 262 845 600<br />
www.saboresditalia.com<br />
São Rafael €€<br />
Uma referência também pela localização que lhe confere<br />
vista <strong>para</strong> o pátio do museu da Fábrica de Faianças<br />
Bordalo Pinheiro. Escusado será referir a predominância<br />
de peças de Bordalo Pinheiro na decoração. Quanto às<br />
outras artes que vêm da cozinha refiram-se as vieiras<br />
gratinadas, a cataplana de peixe, os fondues e a carne.<br />
Não fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira<br />
M Rua Rafael Bordalo Pinheiro, 53<br />
T 963 911 414<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DO OESTE CALDAS DA RAINHA<br />
onde doRMiR<br />
Hotel Cristal Caldas ***<br />
Uma opção prática e confortável de alojamento<br />
perto do centro da cidade. Oferece restaurante e<br />
piscina.<br />
Quartos 111<br />
MRua António Sérgio, 31<br />
T 262 840 260<br />
www.hoteiscristal.pt<br />
Residencial D. Carlos<br />
Renovada em 2006, está situada em frente ao<br />
Parque D. Carlos e oferece quartos confortáveis.<br />
Tem restaurante e bar.<br />
Quartos 18<br />
M Rua de Camões, 39 A<br />
T 262 832 551<br />
www.domcarlos.net<br />
17
18<br />
SãO MARTINHO DO PORTO<br />
a baía azul<br />
São Martinho do Porto, pertencente ao concelho de<br />
Alcobaça, é uma afamada estância balnear. Situada<br />
na parte setentrional da baía com o mesmo nome,<br />
foi desbravada pelos monges de Alcobaça que lhe<br />
outorgaram foral em 1257. Foi sede de concelho até<br />
1855 e desde a Idade Média teve indústria de construção<br />
naval, apenas extinta em 1923. Até finais do<br />
século XIX foi um dos principais portos do país.<br />
É famosa pela sua praia em forma de concha perfeita,<br />
com um areal que se estende por três quilómetros<br />
e águas de grande quietude, graças à protecção,<br />
contra a agressividade do mar, de dois promontórios<br />
entre os quais se faz a comunicação com o oceano<br />
Atlântico. É procurada por muitos veraneantes devido<br />
à mansidão das suas águas e condições propícias<br />
à prática de desportos náuticos, tendo também importância<br />
como porto de recreio.<br />
A vila desenvolve-se em anfiteatro até à praia, seguindo<br />
pela Avenida Marginal até às dunas de Salir. A<br />
avenida é um dos centros da localidade, com os seus<br />
inúmeros restaurantes, lojas e bares.<br />
Na área envolvente à vila é de salientar a<br />
Capela de Santo António, o miradouro<br />
do Facho e alguns<br />
exemplares<br />
Praia de S. Martinho do Porto<br />
Estação de São Martinho<br />
do Porto<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0.5 km<br />
A pé<br />
Táxi: T. 262 989 891<br />
habitacionais<br />
da arte nova que ainda<br />
restam, apesar da explosão descontrolada<br />
da construção civil que retirou a São<br />
Martinho alguma da sua beleza. Em Alfeizerão, a<br />
4 km, encontram-se as muralhas do antigo castelo<br />
que protegia o seu outrora existente porto<br />
marítimo. Aqui é produzido o mais<br />
famoso pão-de-ló de<br />
Portugal.
o QUe VeR<br />
Monte do Facho e Capela de Santo António<br />
Situado um pouco a norte de São Martinho do Porto,<br />
o monte do Facho oferece boas panorâmicas sobre as<br />
falésias, a praia da Gralha e a baía de São Martinho. O<br />
local é propício à observação de aves como a gaivota-<br />
-argêntea e o andorinhão-real. Sobranceira ao mar,<br />
<strong>aqui</strong> existe uma pequena capela, dedicada a Santo<br />
António, com bonitos azulejos azuis no exterior. No interior,<br />
merecem destaque as inscrições dos painéis de<br />
azulejos que fazem referência à vida marítima e seus<br />
perigos, preocupação constante de uma vila piscatória.<br />
onde CoMeR<br />
A Casa €€<br />
A vista <strong>para</strong> a baía é um regalo <strong>para</strong> os olhos nesta casa<br />
dedicada aos sabores do mar. Peça um arroz de marisco,<br />
uma cataplana do mesmo ou um robalo ao sal. De início<br />
pode começar por umas amêijoas à Bulhão Pato.<br />
Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Avenida Marginal, Casa Azul<br />
T 262 989 633<br />
A Caravela €€<br />
Fica mesmo no cais de São Martinho do Porto e as mariscadas<br />
são a não perder. Durante a época baixa abre<br />
apenas aos fins-de-semana. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias (na época alta)<br />
M Rua Cândido dos Reis<br />
T 262 989 294<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
LINHA DO OESTE SãO MARTINHO DO PORTO<br />
o QUe saBoReaR<br />
Pão-de-ló de Alfeizerão<br />
Pertence a Alfeizerão uma das mais populares receitas<br />
de pão-de-ló, cuja fama ultrapassa largamente<br />
as fronteiras da região onde é confeccionado. Apreciado<br />
por todo o país, revela no interior uma consistência<br />
cremosa que se deve ao facto de ser mal<br />
cozido. Diz a tradição que a receita original pertencia<br />
às freiras do Convento de Cós e teria sido transmitido<br />
a algumas senhoras da terra. No dia em que D. Carlos<br />
visitou Alfeizerão, foi chamada uma dessas senhoras<br />
<strong>para</strong> confeccionar um pão-de-ló <strong>para</strong> o rei. Mas a<br />
pressão sentida foi tal que cozedura ficou incompleta<br />
e, ao invés do esperado, a atrapalhação resultou<br />
num enorme sucesso que mereceu a preferência<br />
real e o aplauso dos presentes, nascendo assim o<br />
pão-de-ló de Alfeizerão, tal como o conhecemos.<br />
onde doRMiR<br />
Albergaria Santo António da Baía<br />
Oferece quartos confortáveis, alguns com varanda<br />
com vista sobre a baía.<br />
Quartos 22<br />
M Rua dos Bombeiros Voluntários<br />
T 262 989 666<br />
http://albergaria-st-antonio.com<br />
19
20<br />
VALADO-NAzARé<br />
Miradouro do atlântico<br />
Uma praia em meia-lua espectacular, o casario branco<br />
dos pescadores e enormes penhascos sobre um mar<br />
de um azul intenso fazem desta vila piscatória um<br />
destino turístico de eleição, sobretudo devido às suas<br />
características tradicionais. Talvez pela teimosia que<br />
lhes foi necessária ao longo dos tempos, <strong>para</strong> conseguirem<br />
arrancar a sua subsistência do mar (primeiro<br />
nos areais da praia e desde a década de 1980 a partir<br />
do actual porto de abrigo), as gentes da Nazaré não<br />
abandonaram o modo de trajar que lhes é tão característico.<br />
A tradição manda as mulheres vestirem<br />
sete saias, e se hoje podem ser apenas três ou quatro,<br />
continuam a vesti-las do mesmo modo, chinelo<br />
no pé, mantas de lã grossa traçadas, mãos cheias<br />
de anéis e fios ao pescoço. As peixeiras da Nazaré<br />
são mulheres de voz forte, habituadas a clamar pela<br />
qualidade do peixe que os seus homens, de barrete<br />
na cabeça e camisa de flanela aos quadrados, trazem<br />
no seu barco de proa levantada, chamado «candil».<br />
Começou a ser conhecida e procurada, como praia de<br />
banhos, em meados do século XIX. A sul está a serra<br />
da Pederneira, sendo a praia limitada a norte por um<br />
promontório que, além de constituir uma das falésias<br />
mais interessantes da costa portuguesa, também tem<br />
história. Além do prazer de passear em frente ao mar,<br />
ao longo do paredão, a Nazaré tem outros atractivos,<br />
como bares e esplanadas, realizando-se<br />
no Verão espectáculos de<br />
rua e touradas.<br />
Praia da Nazaré vista do Sítio<br />
Estação de Valado<br />
Distância da estação ao centro<br />
8 km<br />
Acessos:<br />
Rodotejo, consultar horários em<br />
www.rodotejo.pt<br />
Táxi: T. 262 551 363<br />
A estação<br />
São os valiosos azulejos<br />
do lado da linha que mais<br />
surpreendem o visitante<br />
nesta estação que, além<br />
de Valado, serve também<br />
as povoações de Nazaré e<br />
Alcobaça. Estas duas localidades turísticas têm, por<br />
isso, direito a figurar nos painéis, mas se a imagem do<br />
mosteiro de Albobaça parece intemporal, já a vista da<br />
“Nazareh - uma praia de banhos” (como aparece escrito)<br />
mostra um casario bem diferente e menos<br />
denso do que existe hoje.
o QUe VeR<br />
Sítio<br />
Num dia claro, do alto dos 110 metros do miradouro do<br />
Suberco, desfruta-se de uma vista soberba sobre a vila,<br />
o pinhal e, mais a sul, São Martinho do Porto e a Foz do<br />
Arelho (lagoa de Óbidos).<br />
Onde hoje chegam autocarros carregados de turistas, no<br />
Largo da Nossa Senhora da Nazaré, <strong>para</strong>ram séquitos de<br />
gente ilustre. Foi o caso do rei D. João I, a agradecer a vitória<br />
sobre os castelhanos em Aljubarrota. Também Vasco da<br />
Gama, antes de descobrir o caminho marítimo <strong>para</strong> a Índia,<br />
por <strong>aqui</strong> passou, como o evoca um padrão. São Francisco<br />
Xavier, apóstolo das Índias foi outro visitante ilustre,<br />
tal como D. Sebastião que <strong>aqui</strong> rezou pelo sucesso da sua<br />
expedição a Alcácer-Quibir. À beira do precipício e no local<br />
onde, segundo a lenda, Nossa Senhora da Nazaré salvou a<br />
vida a D. Fuas Roupinho, em 1182, ergue-se a pequena Ermida<br />
da Memória mandada construir em acção de graças.<br />
De arquitectura singela, tinha quatro arcos que foram fechados<br />
no século XIV. Ao nível do telhado, coberto de azulejaria,<br />
um grupo escultórico representa D. Fuas Roupinho<br />
na gruta com os seus companheiros, em oração à Senhora.<br />
No interior, uma pequena escada dá acesso a uma<br />
lapa onde primitivamente estava a imagem<br />
da Virgem. À entrada, de ambos os<br />
lados, lápides em mármore<br />
contam a<br />
lenda<br />
Igreja e Santuário<br />
de Nossa Senhora da Nazaré<br />
De traços barrocos, no interior apresenta uma riqueza<br />
antiga e inconfundível, como é o caso do tecto de madeira<br />
e do altar-mor trabalhado. No altar encontra-se a<br />
imagem da Virgem e do Menino oferecidos por D. João<br />
V. Nas traseiras deste santuário situa-se o hospital que<br />
desde sempre acudiu aos problemas dos peregrinos. Na<br />
primeira metade do século XX era <strong>para</strong> o Sítio que se<br />
dirigia anualmente, em Setembro, a maior romaria de<br />
toda a Estremadura, aliando o culto religioso dos círios<br />
ao profano na forma de touradas, feira e fogo-de-artifício,<br />
tradição que ainda hoje se mantém.<br />
LINHA DO OESTE VALADO-NAzARé<br />
do milagre, segundo a <strong>versão</strong> do cronista cisterciense Frei<br />
Bernardo de Brito. Na fachada virada ao mar, azulejos figuram<br />
o milagre.<br />
Elevador<br />
Ex libris da vila, o ascensor é referência obrigatória <strong>para</strong> todos<br />
os que visitam a Nazaré. No intuito de servir os interesses<br />
da população e de facilitar a chegada dos peregrinos<br />
até à Senhora da Nazaré, foi fundada uma parceria <strong>para</strong><br />
a construção de um ascensor mecânico em finais do século<br />
XIX. O autor do projecto foi Raoul Mesnier du Ponsard,<br />
discípulo de Eiffel e autor do Elevador de Santa Justa, em<br />
Lisboa. A linha foi assente em leito próprio, funcionando o<br />
cabo a descoberto sobre roldanas, numa extensão de 318<br />
metros, com uma inclinação de 42%. Inaugurado a 28 de<br />
Julho de 1889, o elevador da Nazaré funcionou até 1963,<br />
movido por uma máquina a vapor. Após um acidente nesse<br />
ano, voltou à actividade em 1968 com novos<br />
veículos e sistema eléctrico. Em 24 de<br />
Junho de 2002 entrou em funcionamento<br />
o actual<br />
elevador.
22<br />
VALADO-NAZARÉ LINHA DO OESTE<br />
ONDE COMER<br />
A Celeste €€<br />
Três pequenas salas decoradas com imagens da Nazaré<br />
de há mais de cem anos e uma esplanada, estão<br />
ao comando da Celeste que é a proprietária e quem<br />
maneja o fogão, vai <strong>para</strong> mais de 50 anos. O mar é o<br />
fornecedor principal desta cozinha que pre<strong>para</strong> açorda<br />
de marisco servida no pão, caldeirada e arroz especial.<br />
-<br />
balo ou dourada ao sal. Qualquer que seja o prato, traz<br />
sempre quatro acompanhamentos. Zona de fumadores<br />
(esplanada).<br />
Aberto todos os dias<br />
M Avenida da República, 54<br />
T 262 551 695<br />
Adega Oceano €€<br />
Inserido numa simpática residencial no centro da vila,<br />
serve à base de peixe e mariscos frescos, em ambiente<br />
de bom conforto. Tem uma ampla sala panorâmica,<br />
adequada a grupos e eventos. Não fumadores.<br />
M Avenida da República, 51<br />
T 262 561 161<br />
www.adegaoceano.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
Mar Bravo €€<br />
Pertencente a uma albergaria, tem excelente vista sobre<br />
o oceano e um ambiente acolhedor. Serve essencialmente<br />
à base de peixe e mariscos, com grande selecção<br />
e variedade diária. A ementa completa-se, nas carnes,<br />
com lombinhos de porco ibérico com amêijoas, perna de<br />
franco recheada com morcela, magret de pato, entre outros.<br />
Para além disso, há ainda pratos vegetarianos e uma<br />
carta de tapas e petiscos. Dispõe de duas salas e uma boa<br />
esplanada. Zona de fumadores (esplanada).<br />
Aberto todos os dias<br />
M Praça Sousa Oliveira, 71<br />
T 262 569 160<br />
www.marbravo.com<br />
O Casalinho €<br />
Situado numa das pontas da praia da Nazaré, é uma casa<br />
especializada em mariscos e peixe grelhado. Barca de<br />
marisco e cataplanas várias, como a de cherne com amêijoas,<br />
são algumas das opções. Para além da sala principal,<br />
dispõe de uma esplanada fechada. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Praça Sousa Oliveira, 7<br />
T 262 551 328
onde doRMiR<br />
Hotel Praia ****<br />
A dois minutos da praia, é um hotel descontraído com<br />
decoração contemporânea inspirada em motivos marítimos.<br />
Os quartos têm varanda e alguns, uma vista<br />
privilegiada sobre o mar. No último andar (5º piso)<br />
pode desfrutar de uma magnífica piscina coberta e<br />
aquecida no Inverno, e deslumbrar-se com o facto de<br />
ter esta vila de pescadores a seus pés. Além do restaurante,<br />
onde pode saborear bom peixe e marisco, o bar<br />
também serve refeições ligeiras. O pátio e o lounge<br />
convidam ao descanso num ambiente descontraído e<br />
pode ainda usufruir do ginásio, da sauna e do jacuzzi.<br />
Quartos 80<br />
M Avenida Vieira Guimarães, 39<br />
T 262 569 200<br />
www.hotelpraia.com<br />
Parque de Campismo Vale Paraíso<br />
Fica no meio da maior reserva ecológica de pinheiros<br />
bravos da Península Ibérica, a dois quilómetros da Nazaré.<br />
Pode ficar instalado em apartamentos, bungalows<br />
e chalets com kitchenete. Natação e outros desportos<br />
como voleibol, basquetebol, futebol, badmington<br />
ou ainda jogos de lazer tais<br />
como a malha, petanque,<br />
corda e outros mais<br />
tradicionais<br />
são<br />
LINHA DO OESTE VALADO-NAzARé<br />
algumas das actividades disponíveis. Parques infantis<br />
e o mini-clube permitem aos mais novos ocupar o<br />
seu tempo. O bar, com um espaço <strong>para</strong> jogar snooker,<br />
proporciona durante a noite espectáculos de karaoke<br />
e durante os meses de Julho e Agosto música ao vivo.<br />
M EN242, km 31,5, Nazaré<br />
T 262 561 800<br />
www.vale<strong>para</strong>iso.com<br />
Valado Camping Orbitur<br />
Num pinhal frondoso, é perfeito <strong>para</strong> desfrutar de umas<br />
férias em tendas ou bungalows. Pode exercitar-se nos<br />
campos de ténis e as crianças têm parque infantil. Ali<br />
perto tem as praias, mas não deixe de explorar o centro<br />
da Nazaré, a dois quilómetros, nem de dar um passeio<br />
no funicular.<br />
M EN8, km 5, Nazaré<br />
T 262 561 609<br />
www.orbitur.pt<br />
Hotel Praia
24<br />
MARINHA GRANDE<br />
a cidade do vidro<br />
Situada numa extensa planície de chão arenoso, na<br />
margem esquerda do rio Lis e com o pinhal de Leiria<br />
em seu redor, a Marinha Grande começou a crescer<br />
quando Guilherme Stephens, um grande industrial<br />
inglês, obteve alvará <strong>para</strong> <strong>aqui</strong> estabelecer a indústria<br />
vidreira.<br />
Ainda hoje a arte de trabalhar o vidro da Marinha<br />
Grande é conhecida além fronteiras, sendo os seus<br />
objectos, das mais variadas formas e utilidades, produtos<br />
indissociáveis da região. A antiga Fábrica-Escola<br />
dos Irmãos Stephens é um dos principais testemunhos<br />
da tradicional desta indústria, alojando hoje o<br />
interessante Museu do Vidro.<br />
Para além do Pinhal de Leiria, que se espraia por uma<br />
área de 11000 hectares, o concelho conta também<br />
com um vasto património natural e belas praias, como<br />
a praia da Vieira e São Pedro de Moel, duas estações<br />
balneares de referência na região. Em São Pedro de<br />
Moel, junto ao Penedo da Saudade, as ondas batem<br />
incansavelmente no rochedo, levantando neblina. A<br />
povoação tem ruas íngremes e moradias de rés-de-<br />
-chão dando acesso a uma praia de águas mansas,<br />
com um estreito areal coberto de toldos. A grande<br />
piscina oceânica que domina a praia,<br />
testemunha a vitalidade e antiguidade<br />
da tradição<br />
balnear.<br />
Praia Velha, S. Pedro de Moel<br />
Estação da Marinha<br />
Grande<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
2.5 km<br />
TUMG - Transportes Urbanos da Marinha<br />
grande, autocarros de 20 em 20 min.<br />
www.tumg.pt<br />
Táxi: T. 244 504 000<br />
A praia<br />
da Vieira tem mar<br />
batido, um areal extenso e a<br />
proximidade do pinhal do Rei, sendo bastante<br />
procurada <strong>para</strong> a prática de surf. Aqui é ainda<br />
possível apreciar a tradição pesqueira da arte xávega<br />
(pesca de arrasto tradicional da Beira Litoral). Desta<br />
zona costeira saem alguns dos mais afamados<br />
pratos da gastronomia regional, com<br />
destaque <strong>para</strong> as caldeiradas<br />
e o arroz de marisco.
o QUe VeR<br />
Museu Jo<strong>aqui</strong>m Correia<br />
Espaço museológico inaugurado em 1999 na Casa Taibner<br />
de Morais Santos Barbosa, um solar edificado em finais<br />
do século XIX. Dependente da fábrica de vidros que<br />
lhe dá nome, faz mostra das ferramentas e utensílios<br />
utilizados na indústria do vidro durante os séculos XIX e<br />
XX. O museu expõe também as obras doadas à Câmara<br />
Municipal da Marinha Grande pelo professor e escultor<br />
Jo<strong>aqui</strong>m Correia.<br />
Museu do Vidro<br />
O Museu do Vidro encontra-se instalado no Palácio Stephens,<br />
edifício de inspiração neoclássica, construído na<br />
segunda metade do século XVIII. Criado por decreto-lei<br />
em 1954, o espaço só abriu ao público a 13 de Dezembro<br />
de 1998, ano em que a cidade da Marinha Grande<br />
comemorou 250 anos de indústria vidreira. As atribuições<br />
do museu são a recolha, estudo, conservação, não<br />
só da cidade mas também de todo o país. A exposição<br />
permanente está organizada em núcleos, segundo a<br />
função e técnica de fabrico e decoração das peças, e é<br />
constituída por peças provenientes de vários centros<br />
de fabrico nacionais, produzidas entre o século XVII e<br />
o século XX. Estão também expostas as principais ferramentas<br />
e máquinas utilizadas <strong>para</strong> a produção e decoração<br />
de vidro, tanto no espaço fabril como na pequena<br />
oficina doméstica.<br />
Casa do Vidreiro<br />
Situada no Largo 5 de Outubro, recria o ambiente quotidiano<br />
de uma habitação de vidreiros característica das<br />
LINHA DO OESTE MARINHA GRANDE<br />
primeiras décadas do século XX. Casa alpendrada, é um<br />
dos poucos exemplares que resta deste tipo de habitação.<br />
Casa-Museu Afonso Lopes Vieira<br />
Instalada na Colónia Balnear Afonso Lopes Vieira, em S.<br />
Pedro de Moel, é constituída por um edifício residencial<br />
principal (junto ao mar, onde funciona, no 1º andar, a<br />
casa-museu), e parte das instalações da colónia balnear,<br />
bem como uma capela dedicada a Nossa Senhora de Fátima<br />
e um edifício anexo, onde funcionam os dormitórios.<br />
O poeta Afonso Lopes Vieira viveu longos períodos nesta<br />
casa, à qual chamava “Casa-Nau”, tendo <strong>aqui</strong> produzido<br />
boa parte das suas obras literárias. Lápides e azulejos<br />
usados como elementos decorativos fazem alusão a<br />
várias das suas obras. Em 1938 o poeta legou a casa à<br />
Câmara Municipal <strong>para</strong> instalação de uma colónia<br />
balnear infantil, dirigida aos filhos dos<br />
operários vidreiros, bombeiros<br />
e trabalhadores das<br />
Matas Nacionais.<br />
25
26<br />
MARINHA GRANDE LINHA DO OESTE<br />
Parque do Engenho<br />
Situado a 1,5 km do centro da cidade, o Parque do Engenho<br />
remonta ao século XVIII quando <strong>aqui</strong> foi edificado<br />
um engenho de serração de madeira, movido a vento.<br />
Começou a ser plantado no primeiro quartel do século<br />
XIX com viveiros de espécies florestais diversas. É um<br />
extenso parque arborizado, com vastos jardins, que se estende<br />
por mais de 25.000 metros quadrados. Este parque<br />
deverá acolher o futuro Museu Nacional da Floresta.<br />
o QUe FaZeR<br />
Ciclovia da Estrada Atlântica<br />
Pedale os 10 km que se<strong>para</strong>m a Marinha Grande de<br />
São Pedro de Moel, atravessando o histórico pinhal<br />
do rei D. Dinis. O piso é quase plano, com ligeiras subidas<br />
que o fazem inspirar ainda com mais vontade<br />
o ar fresco do pinhal. A última recta recompensa o<br />
esforço físico com uma deslumbrante vista de mar.<br />
Este troço faz parte da Estrada Atlântica, uma rota<br />
com mais de 20 km que se estende desde a Nazaré<br />
até a praia da Vieira. É um percurso de grande beleza<br />
paisagística, marcado pelo contínuo verde do pinhal<br />
e das matas nacionais e pela sucessão de praias e<br />
arribas deste pedaço de costa bem preservado. Com<br />
uma largura total de sete metros e duas faixas<br />
de rodagem, constitui um imperdível<br />
circuito turístico por algumas<br />
das melhores praias<br />
da região.<br />
onde CoMeR<br />
Chiringuitto €<br />
O Chiringuitto encontra-se no edifício Cristal Park, à<br />
entrada da Marinha Grande. Uma casa de tapas que<br />
reinventa a gastronomia lusa, com um toque de modernidade.<br />
A sala é decorada com madeira escura, candeeiros<br />
em tons quentes e sofás de veludo vermelhos.<br />
Aqui servem-se tapas variadas como chourição ibérico<br />
e pezinhos de coentrada, <strong>para</strong> acompanhar há vinho à<br />
pressão e sangria. Zona de fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Estrada de Leiria, 233 Edifício Cristal Park<br />
T 244 569 264<br />
www.chiringuitto.com<br />
Nostra Kasa €€<br />
Abriu as portas em 2008, numa das mais movimentadas<br />
ruas da Marinha Grande. Com decoração contemporânea,<br />
em tons prata e dourado, propõe uma ementa<br />
onde se juntam os sabores da cozinha portuguesa e<br />
italiana. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua das Portas Verdes 5-B Loja A<br />
T 244 566 583<br />
www.nostrakasa.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
Papadoc caffé €<br />
Espaço com uma agradável decoração de cores quentes<br />
e alegres, com um ambiente jovem e descontraído.<br />
Propõe uma cozinha que incide, mas não se esgota, nas<br />
especialidades italianas. Assim, <strong>para</strong> além das diversas<br />
pizzas e pastas, poderá ficar indeciso entre burras de<br />
Estremoz (faceira de porco preto grelhado), medalhões<br />
de porco com cogumelos silvestres ou rolinhos de lombo<br />
de porco recheados com molho de gorgonzolla. Não<br />
fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua lha do Corvo, 1<br />
T 244 568 882<br />
www.papadoccaffe.com<br />
O Vitral (Hotel Cristal) €<br />
O restaurante do principal hotel da cidade oferece uma<br />
boa cozinha regional, num ambiente tradicional e de<br />
bom conforto. Servem em regime de buffet, com grande<br />
variedade de pratos. É também possível optar pelo<br />
serviço à carta. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua de Leiria, 112-114<br />
T 244 574 530<br />
www.hoteiscristal.pt<br />
LINHA DO OESTE MARINHA GRANDE<br />
onde doRMiR<br />
Hotel Cristal Marinha ***<br />
Bem localizado na capital do vidro, dispõe de<br />
quartos confortáveis e bem equipados. Oferece<br />
restaurante com buffet de cozinha regional.<br />
Quartos 70<br />
MRua de Leiria, 112 – 114<br />
T 244 574 530<br />
www.hoteiscristal.pt<br />
Pensão Residencial Paris<br />
Pequena e modesta residencial, situada na avenida<br />
principal da cidade, junto ao jardim municipal.<br />
Quartos 24<br />
M Avenida Victor Gallo, 13/15<br />
T 244 569 821<br />
27
28<br />
LEIRIA<br />
Rainha do Pinhal<br />
As pedras da antiga cidade romana de Collippo foram<br />
usadas na Idade Média <strong>para</strong> construir parte de Leiria.<br />
Quem entra na cidade vê de imediato o castelo. Lá<br />
do alto, avista-se o tecido urbano da cidade, assim<br />
como a sua periferia rural. Em 1135 D. Afonso Henriques<br />
conquista o reduto, mas só em 1195 o castelo se<br />
torna de todo cristão. Dentro da muralha levantada<br />
por D. Fernando e D. João I, a alcáçova com a torre<br />
de menagem evoca a passada importância militar. Os<br />
Paços Reais, onde viveram D. Dinis e a Rainha Santa<br />
Isabel, ficariam no exterior e estiveram na origem de<br />
muitas das lendas que envolvem a cidade.<br />
Após as diversas batalhas por que passou, desde as<br />
lutas com os muçulmanos até às invasões francesas,<br />
ficou parcialmente destruído. No princípio do século<br />
XX, o castelo sofreu importantes obras de reconstrução,<br />
sob a direcção do arquitecto Ernesto Korrodi.<br />
D. Dinis mandou fazer importantes obras, entre elas<br />
o enxugo do paul do Ulmar e o desenvolvimento da<br />
mata de Leiria (hoje pinhal de Leiria) <strong>para</strong> suster as<br />
dunas costeiras, a norte da cidade. A plantação intensiva<br />
de pinheiro bravo viria a ser de grande importância<br />
<strong>para</strong> a construção naval. Desde sempre se<br />
fizeram no rio Lis moinhos <strong>para</strong> aproveitamento<br />
da energia hidráulica. Em 1411, a<br />
comunidade judaica instalou<br />
<strong>aqui</strong> o primeiro<br />
engenho<br />
Vista sobre o castelo<br />
Estação de Leiria<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
3 km<br />
A pé<br />
Rodotejo, autocarros <strong>para</strong> o centro da<br />
cidade. Consultar horários em www.<br />
rodotejo.pt<br />
Táxi: T. 244 831 925, 244 815 900<br />
de fabrico<br />
de papel.<br />
A Leiria dos nossos dias já<br />
pouco se enquadra na cidade descrita por<br />
Eça de Queiroz em «O Crime do Padre Amaro». Os peregrinos<br />
a caminho da Cova da Iria passam por<br />
<strong>aqui</strong> e os estudantes animam a urbe.<br />
A feira anual realiza-se de 1<br />
a 25 de Maio.
o QUe VeR<br />
Sé Catedral<br />
O início da sua construção data de 1559, em pleno século<br />
XVI, tendo sido concluída na segunda metade do<br />
século XVII. Embora apresente a verticalidade das catedrais<br />
góticas, nela transparece o sentido de proporção<br />
das partes, dado pelo cálculo matemático, dentro de<br />
um espírito tipicamente renascentista e classicizante<br />
em que a ideia de projecto arquitectónico ganha uma<br />
dimensão moderna. É desprovida de torre sineira. Um<br />
adro alto dos inícios do século XVII, acompanhado por<br />
uma balaustrada de pedraria, envolve o edifício, segundo<br />
o desenho inicial de Afonso Álvares, e veio a ser colocada<br />
<strong>aqui</strong> talvez <strong>para</strong> precaver as inundações do Lis.<br />
Praça Rodrigues Lobo<br />
Antiga Praça de São Martinho, é a mais agradável praça<br />
da cidade, da qual foi, durante muitos anos, o verdadeiro<br />
centro. Não faltam esplanadas, rodeadas<br />
por um conjunto de casas airosas.<br />
Ergue-se no local<br />
onde existiu a<br />
Igreja<br />
Castelo de Leiria<br />
Depois de conquistar Leiria aos Mouros, D. Afonso Henriques<br />
mandou, em 1135, construir um castelo nesta<br />
localidade. Foi amuralhado em 1195, a mando de D.<br />
Sancho I e, em 1324, D. Dinis ordenou a edificação da<br />
torre de menagem e de um paço. Ao longo do tempo as<br />
muralhas foram sendo acrescentadas e reconstruídas.<br />
O castelo, tal como hoje se apresenta, é fruto de uma<br />
recriação recente. No século XIX, estando a fortificação<br />
medieval em ruínas, o arquitecto suíço Ernesto Korrodi<br />
elaborou um plano de reconstrução de inspiração<br />
romântica, tendo as obras durado de 1915 a 1950. A<br />
não perder, a magnifica vista sobre a cidade, a partir<br />
da galeria da alcáçova, com oito arcos ogivais, uma das<br />
salas mais bonitas do castelo. No recinto, erguem-se os<br />
Paços Reais e a Capela de Nossa Senhora da Pena.<br />
LINHA DO OESTE LEIRIA<br />
de São Martinho (século XIII). O arco desta igreja fechava<br />
a praça, mantendo-se até aos finais do século XIX. O<br />
traçado forma um quadrilátero quase regular, remontando<br />
à segunda metade do século XVI. De destacar a<br />
estátua em bronze sobre pedestal de pedra, da autoria<br />
do escultor Jo<strong>aqui</strong>m Correia, homenageando o grande<br />
poeta Francisco Rodrigues Lobo, que tão bem descreveu<br />
a mansidão do rio.<br />
Teatro José Lúcio da Silva<br />
Reabriu as portas em Janeiro de 2007, depois de obras de<br />
requalificação. Moderno e arejado, o edifício caracteriza-<br />
-se pela utilização do branco, em contraste com<br />
o preto. Vidro e linhas direitas destacam-no<br />
do ambiente que o<br />
envolve: o centro<br />
de Leiria.
30<br />
LEIRIA LINHA DO OESTE<br />
o QUe saBoReaR onde CoMeR<br />
Brisas do Lis e outras delícias<br />
As tão famosas Brisas do Lis (a especialidade mais<br />
conhecida da cidade no capítulo da doçaria) têm<br />
uma origem bastante remota. Segundo se conta,<br />
as delicadas iguarias eram confeccionadas no<br />
antigo Convento de Santana, entretanto desaparecido<br />
(dando lugar ao mercado municipal e<br />
posteriormente a um centro cultural). O segredo<br />
da receita foi transmitido por uma freira a uma senhora<br />
muito devota que era, à época, proprietária<br />
do Café Colonial. Este estabelecimento ainda hoje<br />
existe, sendo um dos mais antigos e conhecidos<br />
de todos os leirienses. Igualmente doces e deliciosas<br />
são as celebradas lampreias de ovos da região.<br />
A de Leiria, pre<strong>para</strong>da com massa de ovos e amêndoa,<br />
segundo antiga receita, está entre as mais<br />
conhecidas. De referir também os canudos de<br />
Leiria (folhados recheados com doce de ovos) que<br />
se diz terem sido inventados em honra da rainha<br />
Santa Isabel. A mesa doceira regional completa-<br />
-se ainda com bolos de arroz, merendeiras, migas<br />
de leite, migas pobres, ovos folhados e delícias<br />
de Frei João (uma especialidade à base de frutas,<br />
açúcar e nozes, característico de Alcobaça).<br />
Cardamomo €€<br />
O número 43 da rua que os leirienses conhecem como<br />
sendo a Direita, dá acesso a um universo gastronómico<br />
alternativo. Num ambiente informal e descontraído, os<br />
sabores de Goa misturam-se com os paladares vegetarianos,<br />
gerando uma cozinha de fusão inspirada pela criatividade<br />
do chefe Nuno Sequeira. Neste espaço, também<br />
acontecem workshops gastronómicos. Não fumadores<br />
(almoço) / Fumadores (jantar)<br />
Encerra Segunda-feira<br />
MRua Barão Viamonte, 43, 1º<br />
T 244 832 033<br />
Casinha Velha €€€<br />
É uma das referências gastronómicas da região. Aqui<br />
há forno a lenha, elemento de grande importância<br />
na ementa desta casa já que boa parte dos pratos são<br />
confeccionados no dito. As especialidades vão-se repartindo<br />
pelos dias da semana (cabrito, galo assado, entrecosto<br />
assado no forno…). Nos restantes dias há cogumelos<br />
panados, pimentos gratinados <strong>para</strong> começar,<br />
a massa de robalo ou a posta mirandesa a seguir. Boa<br />
garrafeira que acolhe vinhos do dia-a-dia e algumas<br />
preciosidades, sem contar com as novidades e copos<br />
adequados a cada escolha. Se no piso térreo funciona<br />
o bar onde se tomam os aperitivos, no superior fica a<br />
sala. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo ao jantar e terça-feira<br />
M Rua Professor Portelas, 23, Marrazes<br />
T 244 855 952<br />
www.casinhavelha.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
Matilde Noca €€<br />
Matilde Valente ganhou a alcunha do pai, o proprietário<br />
da Taberna do Ti Noca, em Marrazes. A experiência acumulada<br />
permitiu-lhe manter o mesmo sucesso com este<br />
restaurante aberto em 1991 e remodelado em 2004. É<br />
a própria que se ocupa da cozinha cujas especialidades<br />
variam diariamente. A título de exemplo se quiser provar<br />
um bacalhau na telha vá à Matilde Noca à segunda, mas<br />
se o cabrito assado no forno estiver nas suas preferências,<br />
escolha a terça e se lhe apetecer a cabidela de galo caseiro<br />
visite este restaurante à quarta. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua Martingil, 157, Marrazes<br />
T 244 856 073<br />
www.matildenoca.net<br />
Tromba Rija €€<br />
Quando a qualidade se junta à quantidade, a fórmula<br />
pode ter como conclusão o Tromba Rija. Com clientes<br />
de todas as pontas do país a organizarem autênticas<br />
romarias <strong>para</strong> provarem a meia centena de entradas<br />
onde constam queijos, saladas e enchidos, com direito<br />
a sala própria. Convém não ficar preso ao universo dos<br />
petiscos pois ainda tem <strong>para</strong> escolher à carta os pratos<br />
principais onde a feijoada que deu o nome à casa<br />
é cabeça de cartaz às quintas-feiras. Nas sobremesas,<br />
novamente em bufett estão tartes, arroz-doce e fruta.<br />
Não fumadores.<br />
Encerra Domingos e feriados ao jantar<br />
e segunda-feira<br />
M Rua Professores Portela, 22, Marrazes<br />
T 244 852 277<br />
www.trombarija.com<br />
LINHA DO OESTE LEIRIA<br />
onde doRMiR<br />
Hotel Eurosol Leiria ***<br />
Hotel com quartos bem equipados, ideal como<br />
ponto de partida <strong>para</strong> a descoberta da região.<br />
A diversidade de serviços é garantia de que não<br />
lhe vai faltar nada: pode passear no jardim e dar<br />
uns mergulhos na piscina exterior, manter-se em<br />
forma no ginásio, relaxar na sauna, usufruir do<br />
serviço de massagens e desfrutar da excelente<br />
vista no restaurante panorâmico no oitavo andar.<br />
Quartos 135<br />
M Rua Dom José Alves Correia da Silva<br />
T 244 849 849<br />
www.eurosol.pt<br />
Hotel Ibis Leiria **<br />
A sul de Leiria, a 10 minutos do centro da cidade.<br />
Todos os quartos têm ar condicionado, o restaurante<br />
está à sua disposição 365 dias por ano e o<br />
bar aberto 24 horas por dia. Aceitam animais de<br />
estimação.<br />
Quartos 56<br />
M Quinta do Taborda, lote 56<br />
T 244 816 700<br />
www.ibishotel.com<br />
31
32<br />
MONTE REAL<br />
termas reais<br />
Entre os férteis campos do rio Lis, a<br />
vila de Monte Real foi fundada em<br />
1292 por D. Dinis, monarca que ali<br />
terá estabelecido morada durante<br />
a plantação do pinhal de Leiria. O<br />
nome descende então desta época<br />
da qual ainda restam, na parte mais alta da povoação,<br />
vestígios do antigo Paço Real. Distinguem-se<br />
assim em Monte Real duas partes: a antiga, localizada<br />
numa colina, enquanto a moderna ocupa a zona<br />
mais baixa e deve o seu desenvolvimento à exploração<br />
termal. Os efeitos terapêuticos das águas de<br />
Monte Real eram já conhecidos durante a ocupação<br />
romana mas a sua exploração apenas começou no<br />
início do século XX.<br />
O Parque Termal de Monte Real foi recentemente<br />
requalificado, tendo reaberto ao público no Verão<br />
de 2009 totalmente modernizado e adaptado às novas<br />
condições e exigências do termalismo, seja este<br />
na <strong>versão</strong> clássica, seja na mais recente vertente do<br />
bem-estar.<br />
A requalificação contemplou a reabertura<br />
das termas, a recon<strong>versão</strong><br />
do hotel termal, uma<br />
área de<br />
Edifício nas Termas de Monte Real<br />
Estação Monte Real<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
2 km<br />
Rodotejo, consultar horários em www.<br />
rodotejo.pt/<br />
Táxi: T. 244 612 869<br />
bem-estar e<br />
ainda a criação de<br />
três quilómetros de percursos<br />
pedestres pelos 24 hectares de parque verde<br />
que envolve o complexo. Na povoação de Monte<br />
Real parece prolongar-se a calma sentida no parque<br />
das termas, embora a base aérea esteja por perto.<br />
Predominam as casas de piso térreo<br />
e os hotéis e as antigas pensões<br />
termais são<br />
discretos.
o QUe VeR<br />
Termas de Monte Real<br />
As Termas de Monte Real têm uma localização particularmente<br />
favorável. Com excepção das termas do<br />
Vimeiro, situadas umas boas dezenas de quilómetros<br />
<strong>para</strong> sul e das Termas do Carapacho, na ilha açoriana da<br />
Graciosa, Monte Real é a única estância termal portuguesa<br />
que se pode gabar da vizinhança da praia. O oceano<br />
está apenas a 10 km e a rodear a vila fica o secular<br />
e verdejante Pinhal de Leiria.<br />
Sabe-se que, <strong>aqui</strong> como em tantos outros casos, a origem<br />
das termas remonta aos tempos romanos, não<br />
sendo, no entanto, conhecidos muitos registos ou testemunhos<br />
desta presença. Uma das excepções foi a descoberta<br />
de uma árula (pequeno altar) com inscrições<br />
latinas e algumas moedas, junto da nascente das águas<br />
das termas, hoje visíveis no Museu Nacional de Arqueologia.<br />
E a isto se resumem as provas mais palpáveis do<br />
conhecimento por parte dos romanos das propriedades<br />
terapêuticas desta água.<br />
Será preciso deixar passar muitos séculos <strong>para</strong> que se<br />
volte a ouvir falar destas termas. Terão sido reconstruídas<br />
sob a égide da Igreja, por iniciativa do Bispo de Leiria,<br />
já no começo do século XIX. Contudo, a exploração<br />
organizada deste centro termal começou efectivamente<br />
no princípio do século XX.<br />
Nesta época, as Termas de Monte Real, eram um local<br />
onde, <strong>para</strong> além do descanso e dos tratamentos, também<br />
era considerado de bom-tom passar férias. O Hotel<br />
das Termas, curioso edifício que faz lembrar o Palace de<br />
Vidago, ainda que numa escala mais reduzida, foi recentemente<br />
recuperado no âmbito da reabilitação de<br />
LINHA DO OESTE MONTE REAL<br />
todo o parque termal que reabriu ao público no Verão de<br />
2009 após profundas obras de requalificação. O Hotel das<br />
Termas é um ponto indiscutível de visita, com o parque<br />
termal a envolver e valorizar a elegância do edifício. Espreitando<br />
através da porta principal é perceptível a grandeza<br />
do átrio de entrada, podendo, ainda, observar-se<br />
uma das salas com bonitos azulejos da época. Foi local de<br />
festas de grande a<strong>para</strong>to, como o casamento de uma das<br />
descendentes da família proprietária original. Num passeio<br />
pelo amplo terraço da entrada, vale a pena observar<br />
o grafismo dos azulejos da época, alguns aplicados nos<br />
bancos dispersos pela orla do romântico parque termal,<br />
onde as árvores seculares, os fetos e as hortênsias<br />
marcam presença. Junto ao edifício das<br />
termas fica a pequenina capela<br />
de Santa Rita de Cássia<br />
que em tempos<br />
funcio-<br />
Paços Reais e Capela da Rainha Santa Isabel
34<br />
MONTE REAL LINHA DO OESTE<br />
nou numa dependência dos balneários. A actual capela<br />
foi benzida em 1938 pelo Bispo de Lamego e é o local<br />
onde, por iniciativa das Termas, se realiza a festa de Santa<br />
Rita de Cassia. Esta incluía a tradicional procissão que<br />
percorria a avenida das Termas até ao Hotel com o andor<br />
de Santa Rita levado pelas enfermeiras fardadas com as<br />
suas toucas brancas. Mantém-se aberta ao culto durante<br />
a época termal, com celebração de missa diária. Relativamente<br />
às fontes, a mais conhecida é a chamada Fonte da<br />
Rainha Santa que a tradição diz ser milagrosa pelo facto<br />
de Isabel de Aragão supostamente <strong>aqui</strong> ter vindo muitas<br />
vezes. No edifício termal, chama a atenção a arquitectura<br />
característica do princípio de século XX. O principal destaque<br />
vai <strong>para</strong> a «buvette» (edifício da fonte termal) em<br />
mármore, dotada de cacifos <strong>para</strong> os copos dos frequentadores,<br />
com a particularidade de, vista de fora, fazer lembrar<br />
a lareira de uma casa grande de família…<br />
Capela no parque termal<br />
Monte Real (povoação)<br />
Na povoação merece destaque o Pelourinho de Monte<br />
Real com a sua coluna construída sobre três degraus<br />
circulares, ostentando as armas nacionais e datado de<br />
1573. Perto, fica o local conhecido como Sítios dos Paços<br />
de Monte Real que, segundo a tradição, terá sido<br />
construído por ordem da rainha Santa Isabel que <strong>aqui</strong><br />
teria passado diversas temporadas. No entanto, não<br />
se conhecem provas documentais que confirmem esta<br />
lenda. A nova Igreja Matriz foi projectada nos anos 40<br />
com projecto do arquitecto Korrodi e foi construída por<br />
pressão após o desmoronamento da antiga Igreja Matriz,<br />
sendo, na altura, o culto feito na pequena capela<br />
da Rainha Santa, sem condições <strong>para</strong> acolher os habitantes<br />
de Monte Real.<br />
onde CoMeR<br />
A Fonte €<br />
Restaurante de cozinha regional, tem no bacalhau à<br />
Fonte e no ensopado de borrego duas das suas principais<br />
especialidades. Não fumadores.<br />
Encerra à Quinta-feira<br />
M Estrada da Base Aérea 5, Segodim<br />
T 244 612 663<br />
Ângulo Real €<br />
De ambiente acolhedor e familiar. Aposta principalmente<br />
nos peixes e mariscos. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Estrada da Base Aérea, 5<br />
T 244 611 145<br />
Paços da Rainha €€<br />
Inserido no Hotel Palace, tem um ambiente requintado<br />
e uma cozinha de inovação com influência mediterrânica<br />
e tradicional portuguesa. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Termas de Monte Real<br />
T 244 618 900<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
onde doRMiR<br />
Palace Hotel Monte Real ****<br />
Resultado de uma profunda recuperação arquitectónica,<br />
mantém a fachada romântica do antigo Hotel Termal.<br />
A unidade encontra-se ligada ao parque termal e<br />
conjuga a sobriedade das suas linhas com o conforto<br />
das instalações. Oferece restaurante, um bar junto ao<br />
jardim interior, piscina, bar exterior e jardins.<br />
Quartos 101<br />
M Termas de Monte Real<br />
T 244 618 900<br />
www.termasdemontereal.pt<br />
Hotel Dom Afonso***<br />
Na vila de Monte Real encontra este hotel que, até à recuperação<br />
do antigo hotel das termas, era o maior nas<br />
proximidades desta zona termal. Para além das facilidades<br />
características de uma unidade com esta classificação,<br />
dispõe ainda de uma piscina coberta<br />
e aquecida e restaurante.<br />
Encerra entre Janeiro e<br />
Março.<br />
LINHA DO OESTE MONTE REAL<br />
Quartos 74<br />
M Rua Dr. Oliveira Salazar<br />
T 244 611 238<br />
www.hoteldomafonso.com<br />
Hotel Flora***<br />
Fica situado junto à praia, apenas a um quilómetro das<br />
Termas de Monte Real, permitindo conjugar uma estadia<br />
termal com outras actividades.<br />
Quartos 52<br />
M Rua Duarte Pacheco<br />
T 244 612 121w.flora-hotel.com<br />
Pensão Cozinha Portuguesa<br />
Unidade hoteleira de tradição em Monte Real, teve as<br />
suas instalações remodeladas, melhorando as condições<br />
dos seus quartos. Funciona de Julho a Setembro.<br />
Quartos 90<br />
M Estrada da Base Aérea 5<br />
T 244 612 112<br />
www.hoteldomafonso.com
36<br />
FIGuEIRA DA FOz<br />
Princesa das praias<br />
Situada entre o mar e a foz do Mondego e perfumada<br />
pelos ares da serra da Boa Viagem, a Figueira da Foz<br />
ficou a dever o seu primeiro impulso de desenvolvimento<br />
à pesca e à construção naval. Depois, a partir<br />
de finais do século XIX, começou a ganhar nome<br />
como praia de banhos. A sua fama foi crescendo e, à<br />
medida que a moda do veraneio se alicerçava, os seus<br />
Verões tornaram-se cada vez mais concorridos. Famílias<br />
de todo o país, sobretudo do norte e do centro,<br />
bem como da vizinha Espanha, <strong>aqui</strong> marcavam o seu<br />
ponto de encontro, ano após ano. O escritor Jorge de<br />
Sena imortalizou-a, ao escolhê-la <strong>para</strong> cenário do seu<br />
livro, Sinais de Fogo. Durante a II Guerra Mundial, a<br />
Figueira recebeu de braços abertos milhares de refugiados,<br />
que fugiam do perigo nazi, deixando em todos<br />
estes homens e mulheres uma grata recordação.<br />
Mas o tempo não <strong>para</strong>, e a cidade está virada <strong>para</strong> o<br />
futuro e <strong>para</strong> o turismo. Cosmopolita, tem boas infra-<br />
-estruturas hoteleiras, grande variedade de restaurantes<br />
(a maior parte dos quais vocacionados <strong>para</strong> o<br />
peixe e o marisco), um casino, salas de espectáculos,<br />
boas áreas comerciais e um moderno Centro de Arte e<br />
Espectáculos. Por tudo isto continua a merecer<br />
o título que ganhou nos anos 40 de<br />
«Princesa das Praias» de<br />
Portugal.<br />
Avenida marginal e praia da Figueira da Foz<br />
Estação da Figueira<br />
da Foz<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0.5 km<br />
A pé<br />
Urbanos da Figueira da Foz, autocarros<br />
de 10 em 10 ou de 20 em 20 m<br />
Táxi: T. 233 423 500<br />
A Figueira<br />
já foi, assim, terra<br />
de pescadores, estância balnear<br />
internacional, porto de abrigo de refugiados<br />
durante a II Guerra. Hoje é uma cidade moderna, ampla<br />
e ensolarada, com uma luz difícil de esquecer.<br />
Enquadrada pela serra da Boa Viagem,<br />
tem à sua volta uma bonita<br />
região <strong>para</strong> descobrir.
o QUe VeR<br />
Mercado<br />
Edifício característico da arquitectura do ferro, o mercado<br />
da Figueira encontra-se junto ao edifício dos Paços<br />
do Concelho. Aqui se pode comprar todo o tipo de<br />
produtos frescos da região, doces tradicionais, queijos<br />
e enchidos.<br />
Núcleo Museológico do Sal<br />
Situado na margem esquerda do Mondego, junto à salina<br />
do Corredor da Cobra, inclui uma exposição permanente<br />
composta por vários temas, com destaque <strong>para</strong><br />
a evolução histórica da produção salina em Portugal. O<br />
núcleo museológico inclui ainda a «Rota das Salinas»,<br />
um percurso pedestre com perto de 3 km que permite<br />
o contacto com as técnicas de produção do sal, assim<br />
como apreciar a fauna e flora local.<br />
Miradouro da Bandeira<br />
Situado do lado norte da Serra da Boa Viagem é um dos<br />
mais espectaculares miradouros da costa portuguesa.<br />
A elevação deste penhasco proporciona grande amplitude<br />
visual. Avista-se toda a costa desde Quiaos (logo<br />
LINHA DO OESTE FIGuEIRA DA FOz<br />
abaixo) até Mira e mais além. Nalguns dias o jogo das<br />
luzes gera curiosos efeitos, confundindo-se, por vezes,<br />
o verde da mata nacional com a cor do oceano, de forma<br />
que o areal parece uma extensa ilha.<br />
Fortaleza de Santa Catarina<br />
Junto à praia, encontra-se a antiga Fortaleza de Santa<br />
Catarina, mandada levantar no tempo em que Filipe II<br />
era rei de Portugal. Apesar de arruinada, esta fortificação,<br />
adaptada posteriormente a farol, continua a ser uma<br />
imagem de marca da Figueira da Foz. A sua configuração<br />
triangular torna-a caso quase inédito no nosso país, só<br />
existindo, em território nacional, mais outro. Mas o que<br />
a torna especial é o episódio de que foi palco durante a<br />
I Invasão Francesa, no Verão de 1808. Ciente da importância<br />
de recuperar este forte, que se encontrava na<br />
mão dos invasores, o Reitor da Universidade de Coimbra<br />
incentivou um estudante, o sargento Bernardo António<br />
Zagalo, a pegar em armas e a comandar esta arriscada<br />
empresa. Com o auxílio de 3000 voluntários, muitos dos<br />
quais estudantes, armados como podiam, o grupo cercou<br />
o forte que acabou por se render a 27 de Junho de 1808.<br />
Com uma bonita vista sobre a praia, o forte preserva no<br />
seu interior a capela-oratório dedicada a Santa Catarina.<br />
37
38<br />
FIGuEIRA DA FOz LINHA DO OESTE<br />
o QUe FaZeR<br />
Aquaparque Teimoso<br />
Um parque aquático em Buarcos, à beira-mar,<br />
com uma das melhores vistas sobre o mar da<br />
Figueira da Foz. Animação e divertimento <strong>para</strong><br />
toda a família. De Junho a Setembro, das 10:00<br />
às 19:00<br />
M Avenida Dom João II, 70<br />
Cabo Mondego, Buarcos<br />
T 233 402 720<br />
www.teimoso.com<br />
Centro de Artes e Espectáculos<br />
Inaugurado em Junho de 2002, é um espaço polivalente,<br />
de linhas sóbrias e modernas, da autoria<br />
do arquitecto Marçal Grilo. Com uma programação<br />
cultural cuidada, o Centro de Artes e Espectáculos<br />
tem uma oferta variada de exposições,<br />
concertos, espectáculos, teatro, cinema etc.<br />
www.cae.pt<br />
o QUe saBoReaR<br />
Gelados da Emanha<br />
É um clássico da Figueira. Abriu a primeira loja em<br />
1980, na avenida marginal, junto à rotunda de<br />
Buarcos, e rapidamente foi conquistando<br />
adeptos, continuando a ser<br />
uma referência.<br />
onde CoMeR<br />
Caçarola II €€<br />
Clássica marisqueira, que se espera encontrar junto ao<br />
mar, tem como oferta principal mexilhões, camarões,<br />
lagosta e lavagante. Mas quem aprecia os prazeres da<br />
carne não vai deixar de experimentar o cozido, a vitela<br />
barrosã ou o cabrito, este ao domingo. Zona de fumadores<br />
(esplanada).<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua Bernardo Lopes, 85/87<br />
T 233 425 347<br />
Carrossel €€<br />
Em terra de pescadores, a servir pratos da tradição da<br />
Figueira. Havendo, é ponto obrigatório o polvo de vinagrete<br />
e a cavala alimada <strong>para</strong> começo. Adequado ao<br />
receituário marinho está a canja de bacalhau, a sopa do<br />
mar, a dobrada do mar, a chora de línguas com marisco<br />
e a raia de pitau, entre outros pitéus. Não fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira<br />
M Largo Beira-Mar, Cova-Gala<br />
T 233 431 457<br />
www.restaurantecarrossel.blogspot.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
onde doRMiR<br />
Hotel Apartamento Sottomayor ****<br />
Unidade recentemente remodelada, fica numa zona<br />
residencial da cidade, perto do Palácio Sottomayor,<br />
apenas a 10 minutos a pé do centro. Dispõe de 74<br />
apartamentos, incluindo 18 suites totalmente renovadas.<br />
Tem bar, restaurantes (cozinha indiana, italiana e<br />
portuguesa), piscina exterior, massagens ao ar livre e<br />
parque infantil.<br />
Quartos 74<br />
M Rua dos Lusíadas, s/n<br />
T 233 429 455<br />
www.sabirhoteis.pt<br />
Hotel Mercure Figueira da Foz ****<br />
Antigo Grande Hotel, persiste como marca dos anos 50,<br />
época áurea da Figueira como estância balnear. Para<br />
além do evidente valor arquitectónico, a escolha<br />
recomenda-se pela localização, em frente<br />
à praia, com as varandas voltadas<br />
ao mar. Tem restaurante.<br />
LINHA DO OESTE FIGuEIRA DA FOz<br />
Quartos 102<br />
M Avenida 25 de Abril, 22<br />
T 233 403 900<br />
www.accorhotels.com<br />
Hotel Ibis Figueira da Foz**<br />
Situado no centro da cidade, perto das praias e de todos<br />
os atractivos da Figueira.<br />
Quartos 47<br />
M Rua da Liberdade, 20<br />
T 233 408 190<br />
h2104@accor.com<br />
Parque de Campismo da Figueira da Foz<br />
Fica em plena Mata de Lavos, a 400 metros da praia.<br />
Tem bungalows <strong>para</strong> alugar, restaurante, piscina, ténis,<br />
parque infantil, campo de futebol, sala de jogos e<br />
supermercado.<br />
Aberto durante todo o ano.<br />
M EN 109 km 4, Gala<br />
T 233 431 492<br />
www.orbitur.pt<br />
Porto de recreio da Figueira da Foz<br />
39
a BoRdo do CoMBoio ReGionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
1 Linha do Minho<br />
2 Linha do douro<br />
3 Linha do Vouga<br />
4 Linha do norte e Ramal de tomar<br />
5 Linha da Beira alta<br />
6 Linha da Beira Baixa<br />
7 Linha do oeste<br />
8 Linha do Leste e Ramal de Cáceres<br />
9 Linha do algarve
Foto: Castelo de Marvão a BoRdo do ComBoio RegionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
Linha do Leste e RamaL de<br />
CáCeRes<br />
marvão - Beirã
LinhA do LESTE<br />
E RAMAL dE CáCERES<br />
Entroncamento<br />
Abrantes<br />
Ponte de Sôr<br />
Torre das Vargens<br />
Vale do Peso<br />
Castelo de Vide<br />
Marvão-Beirã<br />
Crato<br />
Portalegre<br />
Arronches<br />
Elvas<br />
“começa a<br />
desenhar-se<br />
ao fundo a<br />
serra de São<br />
Mamede”
LinhA do LESTE E RAMAL dE CáCERES<br />
ao encontro das defesas do alentejo<br />
Ligação a Espanha<br />
Uma viagem pela Linha do Leste, entre Abrantes e Elvas, atravessando as bonitas paisagens<br />
alentejanas e desembocando numa das principais praças-fortes portuguesas.<br />
A Linha do Leste foi a primeira ligação<br />
internacional portuguesa,<br />
fazendo a passagem por Elvas e<br />
pela fronteira espanhola até Badajoz. O passeio poderá<br />
começar no Entroncamento, aproveitando assim os quilómetros<br />
em que a linha acompanha o Tejo de perto e<br />
nos leva ao longo dos seus campos agrícolas. A passagem<br />
junto ao castelo de Almourol, edificado nas águas<br />
sobre uma pequena ilha rochosa, é um dos momentos<br />
que marcam o caminho até Abrantes. A cidade vai surgir<br />
na margem contrária do rio, alteada pelo castelo que<br />
Dom Afonso Henriques mandou erguer no século XII<br />
<strong>para</strong> defender a linha do Tejo.<br />
Prenúncio de Alentejo<br />
Neste primeiro troço, a paisagem transita suavemente<br />
dos campos ribatejanos <strong>para</strong> as planuras de sobreiros<br />
que anunciam a entrada no Alentejo e a chegada a Ponte<br />
de Sôr. A cidade fica a uma curta distância da estação<br />
mas, logo ali ao lado, um antigo armazém da <strong>CP</strong> foi convertido<br />
num restaurante onde poderá conhecer a boa<br />
gastronomia regional.<br />
Seguindo viagem, não tardamos a passar em Torre das<br />
Vargens, uma estação curiosa onde saudações aos viajantes<br />
foram escritas em diversas línguas nos bancos<br />
da gare. E podemos vê-las mais de perto se<br />
quisermos chegar a Marvão pois<br />
é <strong>aqui</strong> que começa o Ramal<br />
de Cáceres,<br />
o troço<br />
que nos leva até Marvão-Beirã, a<br />
estação mais próxima daquela vila<br />
histórica.<br />
Nas alturas de S. Mamede<br />
Mas seguindo <strong>para</strong> Elvas, a paisagem muda um pouco,<br />
com muita penedia e algum arvoredo, característica que<br />
se manterá até à histórica vila do Crato. Depois, as matizes<br />
verdes e roxas da natureza dão cor à ondulação da<br />
paisagem onde se começa a desenhar ao fundo a serra<br />
de São Mamede. Portalegre é a <strong>para</strong>gem que se segue<br />
mas a capital de distrito dista cerca de dez quilómetros<br />
da estação pelo que a vemos ao longe, com o casario a<br />
subir pela falda da serra. A partir d<strong>aqui</strong> o trajecto inflecte<br />
um pouco <strong>para</strong> sul e a planície é mais aberta. A praça-<br />
-forte de Elvas começa a avistar-se ao longe, destacando-se<br />
no alto de um morro. Esta é a última <strong>para</strong>gem<br />
antes da fronteira com Espanha e também o final desta<br />
Linha do Leste, a parte nacional do traçado ferroviário<br />
que sempre uniu as capitais dos dois países. Assim,<br />
ainda hoje é possível continuar viagem<br />
e sair de Elvas de comboio, pela<br />
Extremadura espanhola<br />
em direcção a<br />
Madrid.<br />
Estação de Marvão-Beirã<br />
3
4<br />
MARVÃo<br />
acima do voo das águias<br />
Situada a cavalo de uma escarpa rochosa, a 862 metros<br />
de altitude, Marvão é uma das jóias do Alentejo.<br />
Das muralhas avistam-se as serras da Estrela e da<br />
Gardunha (ambas a norte) e de São Mamede (a sul),<br />
até às terras espanholas mais próximas, passando por<br />
Castelo de Vide, Nisa, Póvoa e Meadas e a respectiva<br />
barragem. Em dias excepcionais, um ponto branco a<br />
sul corresponde à cidade de Estremoz. Desde a antiguidade<br />
que se diz que esta crista era tão alta que se<br />
encontrava «acima do voo dos milhafres».<br />
O valor de Marvão não tem, apenas, a ver com a paisagem.<br />
O casario intramuros apresenta-se bem conservado<br />
e parece saído de uma máquina do tempo<br />
que nos tivesse feito recuar dois ou três séculos. É um<br />
emaranhado de ruas pitorescas onde, como escrevia<br />
Raul Proença no Guia de Portugal, se multiplicam<br />
«casas apinhadas em ruas estreitas e tortuosas, algumas<br />
em degraus, com janelas típicas e curiosas<br />
chaminés alentejanas; arcos góticos e recantos pitorescos».<br />
Os arredores imediatos de Marvão também<br />
têm muito que ver.<br />
Na base do monte, perto das margens do rio Sever,<br />
fica a povoação de Portagem, um nome que se explica<br />
em função do aglomerado que, ao longo dos séculos,<br />
<strong>aqui</strong> se foi desenvolvendo. Para cobrar o direito<br />
de passagem havia uma ponte medieval fortificada,<br />
ainda hoje visível. Uma calçada medieval convida a<br />
um passeio a pé até às alturas de Marvão. Um pouco<br />
mais longe, a antiga cidade romana de Ammaia<br />
que tem sido escavada nas últimas décadas, ilustra<br />
o apreço que os Césares tinham por esta região. Para<br />
poder apreciar tudo isto não falta um razoável<br />
parque hoteleiro e bons restaurantes.<br />
Igreja de Santa Maria do Castelo<br />
Estação de Marvão-Beirã<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
11 km<br />
Autocarros: está previsto <strong>para</strong> breve um<br />
serviço de autocarros<br />
Táxi: T. 245 993 171<br />
A estação<br />
O Ramal de Cáceres<br />
foi uma das primeiras<br />
ligações ferroviárias<br />
internacionais<br />
do país, criada em<br />
1880, a partir de<br />
uma derivação da<br />
Linha do Leste, em Torre das Vargens, <strong>para</strong> encurtar o<br />
tempo de viagem até Madrid. Testemunho da importância<br />
desta via férrea, a estação que serve Marvão está<br />
decorada com belos azulejos que, por si só, justificam<br />
a visita. Representando alguns dos principais monumentos<br />
nacionais, o conjunto, produzido pela Cerâmica<br />
Lusitana, foi pintado por Jorge Colaço, autor dos painéis<br />
da vizinha estação de Castelo de Vide e do magnífico<br />
átrio da gare portuense de São Bento. Mas <strong>aqui</strong>, enquanto<br />
ponto fronteiriço, não podiam faltar também as<br />
áreas que pertenceram à Guarda Fiscal, à Alfândega e à<br />
fiscalização dos passaportes. Curiosa é, igualmente,<br />
uma antiga sala reservada aos passageiros<br />
de primeira classe.
o QUe VeR<br />
LinhA do LESTE E RAMAL dE CáCERES MARVÃo<br />
Fortaleza<br />
As muralhas são reforçadas por torreões, aos quais se<br />
juntaram baluartes com guaritas. No ponto mais alto<br />
de Marvão situa-se a porta de entrada no último reduto<br />
do castelo, de impressionantes dimensões. No<br />
interior não impressiona menos a profundidade da<br />
cisterna, com capacidade <strong>para</strong> abastecer a vila durante<br />
meio ano. Do <strong>para</strong>peito das muralhas avistam-se terras<br />
portuguesas e espanholas, panorama que se alarga<br />
quando se sobe à alta torre de menagem. Raul Proença<br />
descreveu-o assim: «E, finalmente, o alteroso castelo,<br />
com a bela torre de menagem dionisíaca, a linha do<br />
adarve desenhando as sinuosidades dos muros, as<br />
guaritas cobertas de cúpulas, e a cidadela virada a sul,<br />
sobre panos de muralha talhados em escarpa».<br />
Cidade romana de Ammaia<br />
Estas ruínas, situadas não muito longe de Marvão,<br />
na estrada <strong>para</strong> Castelo de Vide,<br />
testemunham a importância<br />
da cidade<br />
romana<br />
Vila intramuros<br />
Para quem vem do exterior, o ideal será <strong>para</strong>r<br />
o carro no exterior da primeira muralha e partir a pé à<br />
descoberta de Marvão. Entre na vila pela Rua de Cima e<br />
comece a saborear um passeio único. Depois de ver o Largo<br />
do Pelourinho, recue até junto do arco, transponha-o<br />
e suba pela Rua do Espírito Santo até à igreja, de portal<br />
renascentista, com pilastras e capitéis decorados com<br />
folhas de acanto e tendo de cada lado dois bustos. Mais<br />
acima, do lado direito, fica a Casa dos Governadores, com<br />
bonitas varandas de ferro forjado. Para chegar ao castelo<br />
já só falta subir mais uns metros, tanto em cota, como<br />
em linha recta. Depois de o visitar, desça em direcção ao<br />
Largo de Santa Maria. Na igreja homónima encontra o<br />
Museu Municipal. Na Rua de Santiago encontra a igreja<br />
dedicada ao apóstolo da Reconquista, de pórtico ogival<br />
(séc. XVI). Continue ao longo da muralha até ao Largo do<br />
Calvário e ao Postigo do Sol, já perto da saída.<br />
que <strong>aqui</strong> se desenvolveu a partir do séc. I e que seria<br />
elevada a «municipium» pelo imperador Lúcio Vero. A<br />
estruturas das ruas e a forma como a planta da cidade<br />
estava organizada obedece aos cânones rigorosos e<br />
geométricos do Alto Império. O Museu Monográfico<br />
e o laboratório de restauro de peças completam<br />
o enquadramento deste<br />
sítio verdadeiramente<br />
excepcional.<br />
Rua da vila intramuros
6<br />
MARVÃO LINHA DO LESTE E RAMAL DE CÁCERES<br />
O QUE FAZER ONDE COMER<br />
COMBOIO AVENTURA<br />
Rotas de Marvão<br />
Nesta vila, construída entre castelos e monumentos<br />
únicos que contam histórias, o ambiente<br />
medieval transporta quem lá passa até aos mais<br />
curiosos acontecimentos que se deram há muitos<br />
da história e da boa cozinha portuguesa a embarcar<br />
nesta rota pela bela região do Marvão.<br />
Canoagem na barragem da Apartadura ou peddy-<br />
-papper pela vila <strong>para</strong> os mais energéticos, visitas<br />
temáticas até ao Castelo com torneios “Medievais”<br />
<strong>para</strong> os curiosos ou jantares medievais “dignos de<br />
rei” <strong>para</strong> os bons garfos. As propostas são imensas<br />
e <strong>para</strong> todos os gostos.<br />
Adultos ou crianças, todos vão ter o seu momento<br />
na história desta vila. Descubra tudo e prepare-<br />
-se <strong>para</strong> uma viagem no tempo verdadeiramente<br />
inesquecível. Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />
Barragem da Apartadura<br />
PROGRAMA<br />
Restaurante da Pousada de Santa Maria €€<br />
O restaurante da Pousada tem uma agradável sala<br />
envidraçada com amplas vista panorâmicas. Serve<br />
um leque variado de especialidades regionais como o<br />
bacalhau dourado, bacalhau recheado com presunto e<br />
puré de castanhas, açorda de bacalhau com coentros,<br />
borrego assado e migas com carne de porco. Na doçaria<br />
também não faltam as mais conhecidas referências da<br />
região como a encharcada ou a sericaia. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua 24 de Janeiro, 7<br />
T 245 993 201<br />
Varanda do Alentejo €<br />
Com uma localização privilegiada, é uma varanda<br />
debruçada sobre a principal praça da vila de Marvão.<br />
Integrado na casa de hóspedes homónima, é um espaço<br />
tradicional onde, desde 1987, há bons petiscos<br />
alentejanos <strong>para</strong> abrir o apetite e pratos regionais <strong>para</strong><br />
acalmar a fome. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Praça do Pelourinho, 1 A<br />
T 245 993 272<br />
www.varandadoalentejo.com<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
onde doRmiR<br />
LinhA do LESTE E RAMAL dE CáCERES MARVÃo<br />
Pousada de Santa Maria<br />
Resultante da adaptação de duas casas de aldeia, a sua<br />
localização proporciona uma vista panorâmica de rara<br />
beleza. De pequena dimensão, é particularmente acolhedora<br />
no Inverno, quando a bruma invade a serra e<br />
um ambiente caloroso reina nos salões decorados com<br />
mobiliário típico.<br />
Quartos 28<br />
M Rua 24 de Janeiro, 7<br />
T 245 993 201<br />
www.pousadas.pt<br />
Albergaria El-Rei Dom Manuel<br />
Situada no centro de Marvão, está instalada num edifício<br />
antigo, restaurado <strong>para</strong> o efeito. Oferece quartos<br />
são sóbrios, simples e confortáveis.<br />
Quartos 15<br />
M Largo de Olivença<br />
T 245 909 150<br />
www.turismarvao.pt<br />
Pensão Residencial Casa Dom Dinis<br />
Casa típica de Marvão, localizada na parte mais alta da<br />
vila, junto ao castelo, terraço com magnífica vista panorâmica.<br />
Quartos 8<br />
M Rua Doutor Matos Magalhães, 7<br />
T 245 993 957<br />
www.casaddinis.panet.pt<br />
Castelo de Marvão
a BoRdo do ComBoio RegionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
1 Linha do minho<br />
2 Linha do douro<br />
3 Linha do Vouga<br />
4 Linha do norte e Ramal de tomar<br />
5 Linha da Beira alta<br />
6 Linha da Beira Baixa<br />
7 Linha do oeste<br />
8 Linha do Leste e Ramal de Cáceres<br />
9 Linha do algarve
Foto: Praia da Marinha, Lagoa a bordo do comboio regionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
Linha do aLgarve Lagos<br />
Portimão<br />
albufeira<br />
Faro<br />
Tavira<br />
vila real de Sto. antónio
Vila<br />
do Bispo<br />
LINHA DO ALGARVE<br />
Monchique<br />
MEIA PRAIA<br />
ALCANTARILHA<br />
PORTIMÃO<br />
ALBUFEIRA<br />
LAGOS<br />
Lagoa<br />
LAGOS<br />
MEIA-PRAIA<br />
PORTIMÃO<br />
Albufeira<br />
LOULÉ<br />
Loulé<br />
FARO<br />
FERRAGUDO - PARCHAL<br />
ESTÔMBAR - LAGOA<br />
SILVES<br />
ALCANTARILHA - ARMAÇÃO DE PÊRA<br />
ALGOZ<br />
TUNES<br />
ALBUFEIRA<br />
TAVIRA<br />
Parque Natural<br />
da Ria Formosa<br />
OLHÃO<br />
BOLIQUEIME<br />
LOUÉ - QUARTEIRA / VILAMOURA<br />
ALMANCIL<br />
FARO<br />
OLHÃO<br />
FUSETA<br />
TAVIRA<br />
CACELA<br />
CASTRO MARIM<br />
MONTE GORDO<br />
VILA REAL STO. ANTÓNIO<br />
VILA REAL DE<br />
STO. ANTÓNIO<br />
MONTE GORGO<br />
CASTRO MARIM<br />
“Um intenso<br />
aroma<br />
a maresia<br />
invade<br />
as carruagens”
entre o azul do céu e do mar<br />
LINHA DO ALGARVE<br />
A linha ferroviária mais meridional de Portugal une Lagos e Vila Real de Santo António<br />
ao longo de 140 quilómetros, onde se descobrem lugares singulares e que reflectem as<br />
características da região: um misto de mar e serra, sempre na companhia do sol.<br />
Mar e ria<br />
Vizinha da marina, a estação de<br />
Lagos, onde começa esta viagem,<br />
tem a praia mesmo ali ao lado. O<br />
comboio corre <strong>para</strong>lelo ao areal da Praia do Pinhão<br />
Meia Praia, com o azul do Atlântico<br />
a emoldurar a paisagem.<br />
Pouco depois, as águas da ria de Alvor antecipam a passagem<br />
pela bem recuperada estação da Mexilhoeira Grande<br />
onde o ambiente rural domina a paisagem. Mas logo<br />
nos aproximamos de <strong>para</strong>gens mais urbanas. Portimão é<br />
atravessada até chegarmos à zona do cais onde se perfilam<br />
os restaurantes de peixe fresco, tão apreciado nesta<br />
cidade que deixamos, enquanto cruzamos o sapal do rio<br />
Arade e seguimos em direcção ao barrocal Algarvio.<br />
Não tardamos a vislumbrar o casario de Estombar e<br />
avançamos <strong>para</strong> Silves, famosa pelo seu castelo em grés<br />
vermelho. Nos quilómetros que se seguem, são os extensos<br />
laranjais que recortam a paisagem até Tunes, onde o<br />
primeiro comboio vindo de Lisboa chegou em 1889. A<br />
partir desta estação seguimos pela secção mais antiga da<br />
linha, ainda com o mar à distância. Mas é dele que nos<br />
aproximamos, com a constante presença das laranjeiras,<br />
figueiras e pinheiros mansos.<br />
Salinas e praias a perder de vista<br />
As estações que servem Albufeira, Boliqueime e Loulé<br />
seguem-se nesta linha que nos leva até Faro,<br />
onde chegamos depois de passar<br />
pelo colorido do estádio do<br />
Algarve e entrar no<br />
sapal da<br />
Ria Formosa. Sempre a par da ria,<br />
contornamos Faro. Um intenso aroma<br />
a maresia invade as carruagens<br />
e pela janela entreaberta desfilam<br />
visões de bancos de areia, sapais,<br />
salinas, cursos de água doce, pinhais<br />
e campos agrícolas.<br />
A viagem por este parque natural deslumbra a cada<br />
minuto e, quando menos se espera, a cidade de Olhão<br />
é anunciada por marinas já cobertas de sal. Segue-se a<br />
Fuseta de onde partem, no Verão, os barcos <strong>para</strong> as ilhas<br />
da Armona e da Fuseta. Aproximamo-nos depois de Tavira,<br />
uma das cidades algarvias mais bem preservadas,<br />
erguida nas margens do rio Gilão.<br />
D<strong>aqui</strong> em diante, a paisagem torna-se cada vez mais<br />
campestre e entre campos de vinha e pomares, chegamos<br />
a Castro Marim. Após Monte Gordo, alcançamos Vila<br />
Real de Santo António. Reconstruída após o terramoto<br />
de 1755, está hoje voltada <strong>para</strong> o comércio e turismo.<br />
Aqui poderá almoçar, descansar nos bancos de jardim,<br />
de frente ao Guadiana ou talvez dar um “salto”<br />
de ferry-boat, até Ayamonte. Afinal,<br />
Espanha fica do outro lado<br />
do rio.<br />
Ria Formosa<br />
3
4<br />
LAGOS<br />
rainha do barlavento<br />
Olhe-se <strong>para</strong> o centro de Lagos, <strong>para</strong> as ruas<br />
semi-pedonais que se desenvolvem entre<br />
a Praça Gil Eanes e a Praça da República e<br />
não faltam duas coisas: bares e turistas. Será<br />
que, por causa disso, a cidade perdeu a sua<br />
identidade? Não parece ser esse o caso, pois<br />
ao longo desta zona central não há grandes alterações<br />
à traça dos bairros antigos. Mais, ainda, todos os<br />
grandes monumentos da cidade estão preservados<br />
e são muito visitados, da Igreja de Santo António,<br />
com a sua esplendorosa talha dourada, ao Forte<br />
da Bandeira ou à Igreja de São Sebastião. Ou seja,<br />
não há uma incompatibilidade de raiz entre turismo,<br />
ambiente e património. É tudo uma questão de<br />
bom-senso e de proporções. A zona mais moderna da<br />
cidade, a que se desenvolve em torno da marina, situa-se<br />
na margem contrária da ribeira de Bensafrim.<br />
E, <strong>para</strong> oriente do porto de recreio, estendem-se os<br />
infindáveis areais da Meia Praia, com a ria de Alvor<br />
lá ao fundo. Na direcção oposta, a caminho de Porto<br />
de Mós ou da Praia da Luz, faz-se a transição <strong>para</strong><br />
o Algarve de feição mais atlântica, de águas frias e<br />
praias batidas pela nortada vespertina. Estes areais,<br />
onde raramente há multidões ou apertos<br />
têm, por isso mesmo, um grande<br />
número de apreciadores.<br />
Mais longe,<br />
Marina de Lagos<br />
Estação de Lagos<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0.5 km<br />
A pé (passeio marítimo ao longo da Marina<br />
de Lagos)<br />
ONDA, Transportes Urbanos de Lagos, autocarros<br />
de 30 em 30 min www.aonda.pt<br />
Táxi - T. 282 763 587<br />
ainda, mas com<br />
acessos fáceis por autocarro,<br />
as falésias imponentes da<br />
ponta de Sagres e do cabo de São Vicente, <strong>para</strong><br />
norte das quais se estende o «outro Algarve», o das<br />
praias preferidas pelos amantes da Natureza,<br />
da Cordoama ao Amado e<br />
da Bordeira à Arrifana.
o QUe ver<br />
Igreja de Santo António<br />
Jóia do património de Lagos é, a par das suas congéneres<br />
de São Roque (Lisboa) e São Francisco (Porto), a<br />
mais esplendorosamente decorada das igrejas barrocas<br />
portuguesas. Os azulejos setecentistas azuis e brancos<br />
parecem cobrir todos os centímetros quadrados do<br />
interior, arrancando do pavimento e parecendo trepar<br />
pelo tecto, ao encontro de uma talha dourada de uma<br />
riqueza extraordinária. É do início do século XVIII, tendo<br />
sido recuperada após o terramoto de 1755. Em edifício<br />
contíguo funciona o Museu Municipal.<br />
Forte da Bandeira<br />
Como, do lado nascente, fronteiro ao mar, a muralha da<br />
cidade não atingia a costa, foi construída, no século XVII,<br />
a Fortaleza da Ponta da Bandeira, na foz da ribeira de<br />
Bensafrim. De planta aproximadamente quadrangular, a<br />
entrada pelo lado de terra faz-se através de uma ponte<br />
levadiça que dá acesso a um arco de cantaria lavrada. No<br />
pátio interior há um núcleo museológico dedicado aos<br />
Descobrimentos, ou não tivesse sido nesta cidade que o<br />
Infante D. Henrique fundou a sua escola náutica que tanto<br />
impulsionou os Descobrimentos portugueses dos séculos<br />
XV e XVI. A vista da esplanada alta é de não perder.<br />
LINHA DO ALGARVE LAGOS<br />
o QUe FaZer<br />
Animação nocturna<br />
As ruas 25 de Abril e Silva Lopes concentram o essencial<br />
da animação nocturna lacobrigense. Aqui se<br />
encontra de tudo, desde bares onde se pode ouvir<br />
jazz e a língua dominante é o inglês, até esplanadas<br />
e restaurantes abertos até tarde e onde se pode<br />
provar a cozinha dos quatro cantos do mundo. Outro<br />
ponto de concentração de estabelecimentos de<br />
di<strong>versão</strong> é, como não podia deixar de ser, a marina,<br />
na margem esquerda da ribeira de Bensafrim.<br />
Passeio de barco às grutas<br />
Um dos principais atractivos da costa de Lagos é<br />
a descoberta das grutas e recantos das falésias, a<br />
partir do mar. Pequenos barcos de pescadores, reciclados<br />
em embarcações turísticas, proporcionam<br />
visitas guiadas a um verdadeiro mundo encantado.<br />
Zoo de Lagos<br />
Parque com animais de espécies exóticas e endémicas,<br />
num total de 120 espécies. Dispõe também de<br />
uma grande variedade de plantas oriundas dos cinco<br />
continentes. Entre as atracções principais estão<br />
a Ilha dos Primatas e o Lago dos Patos. Aberto de 1<br />
de Abril a 30 de Setembro, das 10h às 19h e de 1 de<br />
Outubro a 31 de Março, das 10h às 17h<br />
M Barão de São João<br />
T 282 680 100<br />
www.zoolagos.com<br />
5
6<br />
LAGOS LINHA DO ALGARVE<br />
onde comer<br />
A Lota €<br />
Restaurante simples e sem quaisquer pretensões, com<br />
mesas e bancos de madeira corridos, está localizado<br />
mesmo junto ao porto de pesca de Lagos. O serviço é<br />
eficiente e dá bom despacho aos muitos clientes da casa,<br />
principalmente nos meses quentes. O uso exclusivo do<br />
grelhador proporciona óptimas refeições onde sardinhas,<br />
carapaus, peixes-espada e robalos têm presença assídua.<br />
Acompanha com boa batata cozida e salada. Nas carnes<br />
há menos escolha mas há sempre um prato do dia, geralmente<br />
de carne. No final a conta não vai defraudar. E isso<br />
não é coisa pouca. Zona de fumadores (esplanada).<br />
Encerra Domingo<br />
M Porto de Pesca<br />
T 282 764 048<br />
Adega da Marina €<br />
Central, na avenida principal e em frente à marina, tem<br />
uma ampla sala com decoração rústica e uma esplanada<br />
que se estende pelo passeio. Aqui o mais relevante é<br />
a qualidade e frescura dos peixes e da carne que, depois<br />
de grelhados, vêm <strong>para</strong> as mesas corridas em travessas.<br />
Besugos, espadarte, peixe-espada e sardinhas assadas<br />
são um consolo ou não fossem as batatas cozidas com<br />
casca, a salada viçosa, o pão regional e as azeitonas<br />
também exemplares. Nas carnes há frango, entrecosto,<br />
febras, costeleta, lombo e naco de novilho. Zona de fumadores<br />
(esplanada).<br />
Aberto todos os dias<br />
M Avenida dos Descobrimentos, 35<br />
T 282 764 284<br />
http://adegadamarina.grupoadm.pt<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
Dom Sebastião €€<br />
Sem luxos, mas de bom acolhimento, assim é esta casa<br />
situada no centro da cidade, com esplanada a dar <strong>para</strong><br />
a rua mais movimentada de Lagos. A ementa, totalmente<br />
dedicada à cozinha algarvia, aconselha a massada<br />
de peixe e o peixe fresco, <strong>para</strong> grelhar. Amêijoas<br />
na cataplana, sopa de peixe e arroz de marisco também<br />
se destacam. Emblemas da serra são os pratos de carne<br />
de que consta uma chanfana de cabrito. Boa garrafeira.<br />
Zona de fumadores (esplanada).<br />
Aberto todos os dias<br />
M Rua 25 de Abril, 20<br />
T 282 780 480<br />
www.restaurantedonsebastiao.com<br />
São Roque €€<br />
Sobre o areal da Meia Praia, aprazível e confortável,<br />
serve petiscos à base de marisco – percebes, ostras, carabineiros,<br />
lagosta, condelipas – e grelhados, de peixe e<br />
carne. Refugie-se <strong>aqui</strong> nas horas de maior calor e aprecie<br />
a sua refeição que também poderá passar por uma<br />
cataplana ou caldeirada. Fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira (Inverno)<br />
M Meia Praia<br />
T 282 792 101
onde dormir<br />
Hotel Tivoli Lagos ****<br />
Uma antiga fábrica transformadora de mármore cedeu<br />
lugar a um hotel inaugurado em 1967, hoje num local<br />
considerado central, tal foi o crescimento da cidade.<br />
Recentemente remodelado, mantém do início a sua estrutura<br />
labiríntica, distribuída por diversos edifícios e os<br />
traços decorativos de Maria José Salavisa. À disposição<br />
dos hóspedes estão os bares (um junto à piscina exterior,<br />
outro no interior do hotel), três restaurantes, ginásio<br />
e piscina interior. Para chegar ao Duna Praia, estrutura<br />
de apoio na Meia Praia com piscina e restaurante,<br />
exclusivo <strong>para</strong> hóspedes, utilize o transporte do hotel.<br />
Quartos 324<br />
M Rua António Crisógno Santos<br />
T 282 790 079<br />
www.tivolihotels.com<br />
Hotel Vila Galé Lagos ****<br />
Inaugurado em 2009, este hotel fica junto à<br />
Meia Praia, dispondo-se em forma de<br />
`U` em frente ao Atlântico.<br />
Piscina exterior, spa,<br />
courts de<br />
Hotel Vila Galé Lagos<br />
LINHA DO ALGARVE LAGOS<br />
ténis, campo de golfe, ginásio e clube de crianças contam-se<br />
entre as facilidades oferecidas. Refira-se que<br />
a decoração do espaço contou com a participação de<br />
vários estilistas portugueses de renome.<br />
M Estrada da Meia Praia<br />
T 282 771 400<br />
www.vilagale.pt<br />
Pousada de Juventude de Lagos<br />
Situada no centro histórico de Lagos, é um alojamento<br />
acessível perto de todos os atractivos da cidade e com<br />
as praias mesmo ao pé.<br />
Quartos 64 camas<br />
M Rua Lançarote de Freitas, 50<br />
T 282 761 970<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
Parque de Campismo de Espiche<br />
Recomendado pelos principais guias europeus, está<br />
localizado em terreno arborizado a apenas três quilómetros<br />
de Lagos e perto de algumas das melhores<br />
praias da região. Está pre<strong>para</strong>do <strong>para</strong> receber tendas,<br />
caravanas e autocaravanas. Os 44 bungalows também<br />
são hipótese. Os equipamentos e serviços incluem<br />
restaurante, campo multidesportos, parque infantil e<br />
piscinas.<br />
M EN 125, Espiche<br />
T 282 789 265<br />
www.turiscampo.com
8<br />
PORTIMÃO<br />
entre o arade<br />
e o atlântico<br />
Se há cidade algarvia que mudou muito em 20 ou<br />
30 anos, foi esse, seguramente, o caso de Portimão.<br />
De terra de pescadores, transformou-se em grande<br />
centro turístico, tirando partido da proximidade das<br />
praias, a começar pela da Rocha. Olhando <strong>para</strong> Portimão,<br />
quando atravessamos a ponte rodoviária da<br />
EN125 sobre o rio Arade, podemos avaliar como a<br />
Natureza foi generosa com esta cidade do Barlavento<br />
algarvio. Desde logo porque a foz do rio possibilitou<br />
o desenvolvimento de uma frente ribeirinha que tem<br />
vindo a ser requalificada, formando, agora, um moderno<br />
e agradável passeio ribeirinho, com marina,<br />
restaurantes e esplanadas. Depois, e esse é, de facto,<br />
o grande trunfo, a proximidade de praias excepcionais<br />
faz toda a diferença.<br />
A primeira destas é a Praia da Rocha, um areal espectacular,<br />
tanto em extensão como em largura. A areia<br />
parece ter crescido sobre os rochedos, que emergem,<br />
<strong>aqui</strong> e além, como ilhas num oceano. As águas são<br />
tranquilas e quentes. Esta praia pagou<br />
algum tributo ao progresso, com a urbanização<br />
de toda a marginal<br />
e terrenos mais <strong>para</strong><br />
o interior,<br />
Estação de Portimão<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
1 km<br />
Rede mini-autocarros “Vai e Vem” com<br />
<strong>para</strong>gem perto da estação<br />
Táxi: T. 282 460 610, 282 418 730<br />
formando uma mancha<br />
contínua que já não se distingue<br />
de Portimão. Terra natal do último Presidente<br />
da I República, o escritor Manuel Teixeira Gomes,<br />
Portimão tem toda a animação e as infra-<br />
-estruturas que o turismo moderno<br />
pressupõe.<br />
Vista do miradouro da Fortaleza de Santa Catarina sobre a Praia da Rocha
o QUe ver<br />
Praia da Rocha<br />
Praias<br />
Durante décadas a imagem da Praia da Rocha figurava<br />
em todos os cartazes de propaganda do turismo algarvio:<br />
um arco rochoso, projectando-se entre a areia e o<br />
azul do mar. Ainda hoje essas caprichosas formas da<br />
Natureza lá estão e tomam nomes adequados às suas<br />
formas. É o caso dos Três Ursos, das Rochas Furadas e dos<br />
Dois Irmãos. Para quem prefira um registo um pouco<br />
mais familiar e menos concorrido, a Praia do Vau, com as<br />
suas falésias argilosas, lá está, um pouco mais <strong>para</strong> poente.<br />
E daí até ao Alvor há muito por onde escolher, sendo<br />
de destacar o curioso conjunto formado pelas praias<br />
vizinhas dos Três Irmãos e da Prainha, ligadas através<br />
de túneis que o mar foi escavando na rocha<br />
costeira. Depois, é o areal, a perder<br />
de vista, do Alvor, com a<br />
tranquila ria ao<br />
fundo.<br />
Passeio ribeirinho<br />
Moderno passeio pedonal com cerca de 3 km, estende-se<br />
entre a nova marina, perto da Praia da Rocha, e o cais<br />
junto à estação ferroviária. Ao longo deste percurso há<br />
tudo o que é preciso <strong>para</strong> uma manhã ou uma tarde bem<br />
passadas, incluindo bancos públicos, esplanadas e, <strong>para</strong> os<br />
mais atléticos, uma ciclovia. Em frente à Casa Inglesa (estabelecimento<br />
emblemático da cidade, misto de salão de<br />
chá à antiga e café), situa-se o cais dos barcos que fazem<br />
os cruzeiros turísticos até Silves, aproveitando a maré <strong>para</strong><br />
subir o curso sinuoso do Arade.<br />
LINHA DO ALGARVE PORTIMÃO<br />
Fortaleza de Santa Catarina<br />
Construída no século XVI, tinha como função defender<br />
o porto e a cidade. À fortaleza pertencia também a<br />
pequena ermida, que ainda hoje se pode ver, dedicada<br />
a Santa Catarina. Situada na praia da Rocha é, actualmente,<br />
um dos pontos turísticos mais visitados da região.<br />
D<strong>aqui</strong> pode-se desfrutar de uma vista magnífica<br />
sobre o oceano e a marina, sobretudo numa esplanada,<br />
ao fim da tarde.<br />
Museu de Portimão<br />
Inaugurado em Maio de 2008, o novo museu da cidade<br />
está instalado junto ao rio Arade, no edifício da antiga<br />
fábrica de conservas Feu, preservando a memória<br />
desta actividade de grande importância na região.<br />
Dedicado à história e património locais, dispõe de um<br />
importante acervo industrial, naval, arqueológico, etnográfico<br />
e subaquático. Com a vantagem da localização<br />
ribeirinha, a vertente de lazer,<br />
com restaurante e esplanada,<br />
é outra das suas<br />
mais-valias.
10<br />
PORTIMÃO LINHA DO ALGARVE<br />
o QUe FaZer<br />
Quinta Pedagógica de Portimão<br />
Um espaço de lazer e formação pedagógica que<br />
pretende aproximar os mais jovens do mundo<br />
rural e do contacto com animais como vacas,<br />
burros, ovelhas ou porcos. Ocupa uma área de<br />
dois hectares divididos em zonas distintas de<br />
cultivo, abrigo de animais, um lago e zonas verdes<br />
e de lazer.<br />
Horário Entre Maio e Setembro aberto de<br />
terça a sexta das 9:30 às 19:30, e ao sábado,<br />
domingo e feriados das 10:00 às 19:30. De Outubro<br />
e Abril, aberto de terça a sexta das 9:30<br />
às 17:30 e ao sábado, domingo e feriados das<br />
10:00 às 17:30<br />
M Aldeia Nova da Boa Vista<br />
T 282 480 730<br />
onde comer<br />
Carvi €€<br />
A qualidade e frescura do peixe e do marisco são <strong>aqui</strong><br />
um ponto de honra. Das sugestões da casa, há muita<br />
coisa que apetece: sapateira recheada, ostras, búzios,<br />
aos quais se seguem as cataplanas (de tamboril e de<br />
lagosta com amêijoas) ou os arrozes de línguas de bacalhau<br />
ou lingueirão. O ensopado de cação é outra boa<br />
razão <strong>para</strong> voltar uma segunda vez.<br />
Não fumadores.<br />
Encerra Terça-feira<br />
M Rua Direita, 34 A<br />
T 282 417 912<br />
Forte e Feio €€<br />
Na zona ribeirinha da cidade, junto à ponte velha de<br />
Portimão, o primeiro ponto vai logo <strong>para</strong> a localização,<br />
um antigo armazém portuário cujo subterrâneo de salmoura<br />
foi aproveitado <strong>para</strong> nova função, a de viveiros<br />
de marisco. Entre outras amostras da tradição culinária<br />
algarvia estão as diversas famílias de peixe vindas da<br />
lota de Portimão que marcam com o seu inconfundível<br />
sabor a sopa de peixe, a feijoada de gambas, a massi-<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
nha de peixe e a cataplana. De referir ainda as papinhas<br />
de berbigão, a sopa de lingueirão e a feijoada de buzinas<br />
que gozam de boa fama.<br />
Zona de fumadores (esplanada).<br />
Aberto todos os dias<br />
M Largo da Barca, 1<br />
T 282 413 809<br />
Do Cais €€<br />
Situado no Clube Naval de<br />
Portimão, tem um ambiente<br />
moderno, com decoração<br />
contemporânea. A localização<br />
ribeirinha é uma vantagem,<br />
a proporcionar boas vistas sobre<br />
o rio Arade. A ementa privilegia os<br />
pratos de peixe e marisco. Experimente,<br />
por exemplo, o arroz de tamboril<br />
com camarão e amêijoas<br />
ou o tamboril à<br />
chefe. Nas<br />
onde dormir<br />
Hotel Tivoli Marina Portimão ****<br />
Inaugurado em Maio de 2003 como Tivoli Arade, mudou<br />
entretanto de nome reflectindo agora a localização,<br />
em plena marina de Portimão. Destaque <strong>para</strong> os<br />
diversos equipamentos e infra-estruturas de lazer,<br />
como três piscinas de água salgada, restaurantes panorâmicos,<br />
ginásio e espaços verdes.<br />
Apartamentos 183<br />
M Marina de Portimão, Praia da Rocha<br />
T 282 460 200<br />
www.tivolihotels.com<br />
Oceano Atlântico ****<br />
Apartamentos Turísticos<br />
O espaço generoso dos apartamentos (com cozinha<br />
equipada e grandes varandas) aliado à decoração moderna,<br />
fazem desta unidade hoteleira um sítio indicado<br />
LINHA DO ALGARVE PORTIMÃO<br />
carnes poderá optar pelo carré de borrego à Provençal.<br />
Não fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira<br />
M Edifício Clube Naval de Portimão, Zona Ribeirinha<br />
- Doca de Recreio<br />
T 282 432 325<br />
http://restauranteclubenaval.fazclick.com<br />
<strong>para</strong> estadias em família. Um conjunto de serviços de<br />
restauração abarcam os gostos mais variados, desde as<br />
refeições ligeiras, à beira da piscina, até à cozinha regional<br />
e internacional, escolhida à carta.<br />
Apartamentos 119<br />
M Avenida V6, Praia da Rocha<br />
T 282 460 080<br />
www.oceanoatlantico.com.pt<br />
Pousada de Juventude de Portimão<br />
Pousada moderna, com decoração irreverente e colorida,<br />
oferece alojamento confortável. Conta, entre outros<br />
atractivos, com uma agradável esplanada e piscina.<br />
M Rua da Nossa Senhora da Conceição<br />
T 282 491 804<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
Pousada de Juventude de Portimão<br />
11
12<br />
ALBUFEIRA<br />
Pitoresca, turística<br />
e animada<br />
É como se houvesse duas Albufeiras diferentes: a vilazinha<br />
de pescadores que, em começos da década<br />
de 1960, encantou o artista britânico Cliff Richards<br />
e outros visitantes ilustres... e a cidade desenvolvida<br />
<strong>para</strong> o turismo que cresceu em torno da antiga<br />
povoação ribeirinha de casinhas brancas e arcos<br />
mouriscos, feita de hotéis costeiros e, sobretudo,<br />
de uma impressionante profusão de aldeamentos<br />
turísticos, discotecas, restaurantes e afins.<br />
É neste concelho que se situam algumas das mais<br />
conhecidas e, quase sempre, das mais frequentadas<br />
praias do Algarve, dos Olhos de Água, à praia<br />
da Oura ou à Balaia, sem esquecer essa maravilha<br />
que é o Barranco das Belharucas. Escusado será<br />
dizer que, tal como na vizinha Almancil (concelho<br />
de Loulé), <strong>aqui</strong> se encontram restaurantes <strong>para</strong> todos<br />
os gostos e bolsas, incluindo estabelecimentos<br />
distinguidos pelo Guia Michelin. São os trunfos de<br />
uma cidade que apostou a cem por cento no turismo,<br />
urbanizando fortemente o litoral<br />
e tornando-se muito conhecida<br />
além-fronteiras, sobretudo<br />
no Reino<br />
Unido<br />
Praia dos Pescadores<br />
Estação de Albufeira<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
8 km 8 km<br />
Rede Eva, autocarros de 20 em 20m <strong>para</strong> o<br />
centro da cidade, www.eva-bus.com<br />
Táxi – T. 289 583 230, 289 583 232<br />
e na Alemanha.<br />
Do ponto de vista do<br />
património edificado, vale a pena<br />
fazer referência a essa curiosidade que é o castelo<br />
de Paderne, situado perto da confluência da Via<br />
do Infante com o IC2, e que apresenta os<br />
restos da sua muralha de taipa,<br />
característica do período<br />
islâmico.
o QUe ver<br />
Albufeira antiga<br />
Para sentir o sabor da Albufeira do começo da década<br />
de 1960 basta passear pela Rua 5 de Outubro e passar<br />
o túnel que dá acesso à antiga Praia dos Pescadores,<br />
ou seja, à Praia dos Barcos. D<strong>aqui</strong> pode-se apreciar a<br />
maravilha que é este litoral, feito de pequenas praias<br />
encaixadas entre falésias rochosas, por vezes se<strong>para</strong>das<br />
por caprichosos arcos, esculpidos pela milenar<br />
erosão. Boa parte do centro antigo de Albufeira está<br />
reservado aos peões, incluindo a famosa rua dos bares,<br />
de forte influência (e frequência) anglo-saxónica.<br />
Praia dos Olhos de Água<br />
Praias<br />
Se as praias no enfiamento directo de Albufeira são a<br />
escolha mais óbvia, vale a pena referir as alternativas<br />
existentes um pouco mais longe. Dominando a praia<br />
Maria Luísa, a leste da sede do concelho, fica o Hotel da<br />
Balaia, obra marcante da arquitectura dos anos de 1960<br />
(Conceição e Silva) e que, actualmente, alberga o Clube<br />
Med. Mais <strong>para</strong> leste, na fronteira com o litoral de Loulé,<br />
a pitoresca praia dos Olhos de Água, assim chamada<br />
pelas nascentes de água salobra no areal. Ainda deste<br />
lado, merece destaque especial a praia do Barranco das<br />
Belharucas, um <strong>para</strong>íso entre falésias róseas.<br />
LINHA DO ALGARVE ALBUFEIRA<br />
o QUe FaZer<br />
Zoomarine<br />
Um local onde se aprende de forma lúdica tudo<br />
sobre golfinhos, focas, tubarões, tartarugas, aves<br />
exóticas, jacarés e peixes tropicais. Um parque<br />
único em Portugal, que tem como base temática<br />
a vida dos oceanos. O Zoomarine estende-se actualmente<br />
por uma área superior a oito hectares,<br />
onde todas as actividades estão acessíveis com<br />
um único bilhete.<br />
Aberto de Março a Novembro<br />
M EN 125, Cortelhas, Albufeira<br />
T 289 560 300<br />
www.zoomarine.com<br />
Le Club<br />
Animação nocturna<br />
A animada vida nocturna é uma das marcas de<br />
Albufeira. A cidade tem um sem-número de bares<br />
e discotecas e, na época alta, quando o país se<br />
muda <strong>para</strong> o Algarve, a animação é permanente<br />
e as festas sucedem-se a um ritmo frenético. A<br />
Casa do Cerro, um bar ao estilo marroquino, é um<br />
dos sítios em voga. Mas clássicos como o Liberto’s<br />
e o Capítulo V, na praia da Oura, continuam a dar<br />
cartas. O Wild & Co., na famosa rua dos bares,<br />
no estilo irish pub, também tem feito sucesso.<br />
Referência ainda <strong>para</strong> o Le Club, um bar-<br />
-restaurante na Praia de Santa<br />
Eulália que veio ocupar o<br />
espaço do antigo<br />
Locomia.<br />
13
14<br />
ALBUFEIRA LINHA DO ALGARVE<br />
onde comer<br />
A Ruína €€€<br />
Situado na praia dos Pescadores, é um dos restaurantes<br />
mais tradicionais de Albufeira, a funcionar desde 1971<br />
num edifício antigo encaixado na falésia. Tem quatro<br />
salas de jantar, uma delas numa antiga cisterna (onde<br />
existe um pequeno espaço museológico dedicado ao<br />
vinho), um terraço no topo e uma esplanada na praia. A<br />
decoração é em estilo rústico e nas paredes há quadros<br />
que retratam a envolvente do restaurante. Na ementa<br />
predominam os pratos de peixe. Calamares, sardinhas<br />
de escabeche, carapaus alimados, salada de ovas e polvo<br />
são petiscos que fazem o papel de entradas. Chocos<br />
e salmonetes quase nunca falham. Zona de fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Cais Herculano, Praia dos Pescadores<br />
T 289 512 094<br />
www.restaurante-ruina.com<br />
A Ruína<br />
Casa da Avó €€<br />
Situado no centro da cidade, pratica uma cozinha de cariz<br />
bem tradicional. Aqui há sempre um tacho ao lume a<br />
apurar um delicioso feijão com arroz e camarão ou um<br />
borrego com molho de hortelã. Pela frigideira passou o<br />
coelho à caçador e o porco na banha com batata-doce.<br />
Entretanto, as honras das entradas já foram <strong>para</strong> o polvo<br />
em azeite, <strong>para</strong> a salada de buzinas e biqueirões<br />
alimados, só <strong>para</strong> dar alguns exemplos. Chegando as<br />
sobremesas, haja vontade <strong>para</strong> um pudim de chila.<br />
Bons vinhos acompanham a refeição. Não fumadores.<br />
Encerra Terça-feira<br />
M Rua do Movimento das Forças Armadas, 97<br />
T 289 587 886<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
Dom Carlos €€€<br />
Restaurante requintado, situado junto ao centro de<br />
Albufeira. Funciona na modalidade de menu de degustação,<br />
oferecendo todos os dias menus compostos por<br />
cinco pratos (entrada, sopa, peixe, carne e sobremesa).<br />
A cozinha baseia-se nos produtos de mercado diariamente<br />
disponíveis. Ambiente de charme e conforto,<br />
com serviço atencioso e familiar. A reserva é bastante<br />
recomendável já que o espaço é pequeno.<br />
Não fumadores.<br />
M Rua Alves Correia, 100<br />
T 289 541 224<br />
Tromba Rija €€€<br />
Um dos restaurantes mais famosos do país (originário<br />
de Marrazes e já com outros espaços em Vila Nova de<br />
Gaia e Lisboa) chegou a Albufeira no Verão de 2009.<br />
Funciona com base no seu famoso buffet, com ampla<br />
variedade de petiscos, pratos frios, quentes, queijos e<br />
doces, entre sexta e domingo. De segunda a quinta-<br />
-feira o serviço é feito à carta, existindo um mini-buffet.<br />
Só serve jantares, com excepção de domingo, dia a que<br />
também serve almoços. Não fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Quinta da Balaia<br />
T 289 586 583
onde dormir<br />
Belver Boa Vista Hotel & Spa ****<br />
Construído em altura sobre a falésia, nos anos de 1960,<br />
foi recentemente remodelado. A redecoração com peças<br />
antigas vindas do Chile, México, Índia e África, veio<br />
dar uma nova alma a este hotel. Todos os quartos oferecem<br />
varanda panorâmica. Dispõe ainda de uma piscina<br />
exterior (aquecida no Inverno), spa e restaurante.<br />
Quartos 85<br />
M Rua Samora Barros, 20<br />
T 289 589 175<br />
www.hotelboavista.pt<br />
Algarve Gardens ***<br />
Aldeamento Turístico<br />
Integrado numa área com vastas zonas verdes e ajardinadas,<br />
rodeada de pinheiros, o aldeamento fica localizado<br />
próximo da praia da Falésia. Disponibiliza<br />
confortáveis quartos e bungalows<br />
com varanda ou terraço.<br />
Conta com bons<br />
equi-<br />
Belver Boa Vista Hotel & Spa<br />
LINHA DO ALGARVE ALBUFEIRA<br />
pamentos desportivos (campos de ténis, campos de futebol<br />
relvados, etc.), minimercado, bar, restaurante e piscina.<br />
Quartos 86 | Bungalows 92<br />
M Praia da Falésia<br />
T 289 501 351<br />
www.algarve-gardens.com<br />
Algarve Gardens<br />
Parque de Campismo de Albufeira<br />
Situado a 1,5 km da cidade, é um parque muito completo,<br />
com diversas condições e infra-estruturas. A oferta de alojamento<br />
contempla caravanas residenciais e bungalows.<br />
Dispõe de restaurante, supermercado e esplanadas, entre<br />
outros serviços.<br />
Aberto durante todo o ano.<br />
M Estrada das Ferreiras<br />
T 289 587 629<br />
www.campingalbufeira.net<br />
Parque de campismo de Albufeira
16<br />
FARO<br />
capital da ria<br />
A relação com a ria Formosa, um<br />
centro histórico com diversos núcleos<br />
e uma intensa vida comercial<br />
são os trunfos de Faro, capital administrativa<br />
do Algarve.<br />
Para que a relação da cidade com<br />
a ria fosse perfeita, apenas faltaria que as águas<br />
entrassem pelo tecido urbano, desdobrando-se em<br />
canais pelo meio de ruas e praças. Como se sabe, em<br />
Portugal só Aveiro tem essa sorte. Mas não é por isso<br />
que a cidade não explora a sua relação com os sapais<br />
e lagoas que se desenvolvem <strong>para</strong> sul, na direcção<br />
do mar e da ilha de Faro. Nestes últimos anos houve<br />
um esforço de renovação da frente ribeirinha que se<br />
manifestou, por exemplo, na construção de um passeio<br />
pedonal ligando o Jardim Manuel Bivar ao Largo<br />
de São Francisco, através do perímetro exterior das<br />
muralhas, com a linha de caminho-de-ferro logo ali<br />
ao lado. A zona histórica de Faro divide-se em três<br />
núcleos. O mais óbvio é a Vila-a-Dentro, ou seja, a<br />
zona ainda quase totalmente rodeada pelas muralhas,<br />
em cujo interior se encontram a sé e alguns<br />
bairros populares. O Arco da Vila se<strong>para</strong>-o do Jardim<br />
Manuel Bivar. Desta zona verde parte, <strong>para</strong> norte, a<br />
Rua de Santo António, eixo pedonal e comercial por<br />
excelência que ocupou a antiga Mouraria e Judiaria.<br />
Finalmente, <strong>para</strong> o lado da estação estende-se o<br />
Bairro Ribeirinho, actualmente a principal zona de<br />
animação nocturna farense, centrada na Rua<br />
Conselheiro Bivar. Na saída <strong>para</strong> o<br />
aeroporto foi construída<br />
uma nova zona<br />
comer-<br />
Jardim Manuel Bivar<br />
Jardim Manuel Bivar<br />
Estação de Faro<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
0.7 km<br />
A pé<br />
Autocarro: rede de minibus, com autocarros<br />
de 15 em 15 min ou de 30 em 30 min.<br />
Táxi: T. 289 895 790<br />
A estação<br />
De assinalar o alpendre<br />
coberto,<br />
característico da<br />
arquitectura do<br />
ferro, bem como os<br />
painéis de azulejos<br />
na fachada.<br />
cial,<br />
sendo que<br />
o Estádio Algarve,<br />
cenário de todo o tipo de eventos<br />
desportivos e culturais (mas de pouco<br />
futebol), não fica longe. Os vastos areais da<br />
ilha de Faro, a prometer praia com<br />
sossego, são outro dos<br />
atractivos desta<br />
cidade.
o QUe ver<br />
Largo da Sé<br />
Mesmo <strong>para</strong> quem não se interesse por arquitectura, subir<br />
à torre sineira <strong>para</strong> observar a esplêndida vista sobre a ria<br />
Formosa, torna a visita à Sé de Faro atractiva. O largo onde<br />
se situa, rodeado por laranjais, é dos mais bonitos da zona<br />
antiga. Apesar de ter sido construída na Idade Média, após<br />
a conquista do Algarve por D. Afonso III, a igreja guarda<br />
poucos vestígios dessa época, já que teve de ser reconstruída<br />
após o saque, em 1596, das tropas inglesas do conde<br />
de Essex e, novamente, depois do terramoto de 1755.<br />
Da arquitectura primitiva, românico-gótica, subsistem o<br />
portal principal de traça gótica, a torre-pórtico do relógio,<br />
de planta quadrangular, e as duas capelas terminais do<br />
cruzeiro. Atente, no interior, à talha dourada e à estatuária,<br />
sendo algumas das imagens consideradas<br />
das melhores do Algarve. Na<br />
mesma praça, ligados por<br />
um arco, ficam<br />
o paço<br />
Castelo<br />
Título Os troços da muralha medieval ainda visíveis incluem três<br />
Texto torres. A Porta Nova dava acesso directo à ria, protegida<br />
por um troço fortificado de que ainda se conhecem vestígios<br />
junto à Galeria Arco. O Arco do Repouso, a nascente,<br />
dá <strong>para</strong> o Largo de São Francisco. Na ermida dedicada a<br />
Nossa Senhora do Repouso, diz a lenda que D. Afonso III<br />
descansou, aquando da tomada de Faro aos Mouros. D<strong>aqui</strong><br />
partia uma cerca abaluartada envolvendo o Convento<br />
de São Francisco e a Ermida do Pé da Cruz.<br />
LINHA DO ALGARVE FARO<br />
episcopal, interessante exemplar de arquitectura chã seiscentista,<br />
com telhados múltiplos ou de tesoura, e o antigo<br />
seminário, da autoria do arquitecto genovês Xavier Fabri.<br />
Mas, arquitectura à parte, o que torna esta praça e todo o<br />
centro intramuros único são a luz, as cores e os renques de<br />
laranjeiras que acentuam reminiscências mediterrânicas.<br />
Jardim Manuel Bivar<br />
Fazendo fronteira entre a Doca de Recreio e o centro histórico,<br />
é o coração de Faro. O jardim desenvolve-se na placa<br />
central, com a ria a sul. A sueste fica o Arco da Vila, construção<br />
neoclássica encomendada pelo bispo D. Manuel Gomes<br />
de Avelar a Xavier Fabri, em princípios do século XIX.<br />
Do lado oposto, <strong>para</strong> além do monumento a Manuel Bivar<br />
e do palacete homónimo, o antigo edifício da alfândega,<br />
de raiz quinhentista mas com modificações posteriores. Do<br />
lado da Rua de Santo António, avultam a obra revivalista<br />
da agência do Banco de Portugal e a Igreja da Misericórdia,<br />
reconstruída também por Fabri. Não<br />
faltam restaurantes e esplanadas<br />
<strong>para</strong> gozar tranquilamente<br />
esta vista.
18<br />
FARO LINHA DO ALGARVE<br />
o QUe FaZer<br />
Centro Ciência Viva do Algarve<br />
Inaugurado em 1997, ocupa o espaço do antigo<br />
quartel dos bombeiros, junto ao jardim Manuel<br />
Bivar. Tem por missão fomentar a educação <strong>para</strong><br />
o conhecimento científico. Para tal, apresenta uma<br />
exposição permanente dedicada ao mar e desenvolve<br />
sessões de observação astronómica, ateliers<br />
e oficinas de ciência, entre outras actividades.<br />
Encerra Segunda - feira<br />
M Rua Comandante Francisco Manuel<br />
T 289 890 920<br />
www.ccvalg.pt<br />
Programa<br />
comboio avenTUra<br />
Rotas da Ria Formosa<br />
Aprecie um percurso que tem tanto de deslumbrante,<br />
como de histórico. Sinta o aroma da<br />
maresia, a paisagem que se destaca dos bancos<br />
de areia, sapais, salinas e cursos de água. Chegado<br />
a Faro, poderá optar por um programa mais<br />
cultural ou mais desportivo. A vertente cultural<br />
inclui uma visita ao centro histórico de Faro e um<br />
passeio de barco pelos canais da ria. O programa<br />
aventura contempla um passeio de bicicleta no<br />
parque natural e um passeio de caiaque<br />
pelos canais e esteiros da ria.<br />
Informações em 808 208<br />
208 ou cp.pt<br />
onde comer<br />
Camané €€€<br />
Localização privilegiada de frente <strong>para</strong> a ria Formosa<br />
e com vistas <strong>para</strong> a serra algarvia. A cozinha apresenta<br />
os valores da região: peixes, mariscos e moluscos<br />
vindos da ria e do mar. Como o sítio puxa pelo petisco<br />
escolha-se de entre o xerém de berbigão, choquinhos<br />
ou estopeta de atum. Zona de fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira<br />
M Avenida Nascente, Praia de Faro<br />
T 289 817 539<br />
O Gargalo €<br />
No centro da cidade, serve, em ambiente de bom conforto<br />
e a preços acessíveis, uma escolha variada de pratos<br />
da cozinha italiana. Com forno a lenha à vista, onde<br />
são cozidas as deliciosas pizzas, a ementa completa-se<br />
com pastas diversas e alguns pratos de carne. Tem uma<br />
esplanada abrigada e uma sala interior bastante composta,<br />
com arcos, e decorada com vitrais que dão um<br />
colorido especial. Zona de fumadores (esplanada).<br />
Encerra Terça-feira<br />
M Largo Pé da Cruz, 30<br />
T 289 824 264<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
Taska €€<br />
Perto do Largo do Carmo, tem duas salas - uma no piso<br />
térreo, outra no superior – de acolhimento simples. A<br />
cozinha segue a mesma toada dedicando-se ao regional<br />
algarvio caso do xerém de conquilhas ou os alcabroses<br />
fritos. Impossível de evitar é o arroz de línguas<br />
de bacalhau ou a moxama de atum, isto caso não tenha<br />
vindo já com o engodo do ensopado de enguias.<br />
A carta de vinhos é competente<br />
e uma mousse de alcagoitas<br />
encerra a refeição. Não<br />
fumadores.<br />
onde dormir<br />
Hotel Eva ****<br />
Debruçado sobre a marina, tem quartos com vista sobre<br />
a ria e o mar. O terraço com piscina, o bar e restaurante<br />
panorâmico aproveitam a mesma envolvente.<br />
Quartos 134<br />
M Avenida da República, 1<br />
T 289 001 000<br />
www.tdhotels.pt<br />
Hotel Eva<br />
Hotel Faro ****<br />
Localizado no centro da cidade, junto à marina e ao<br />
centro histórico, tem quartos modernos e confortáveis.<br />
No último andar tem restaurante, bar e terraço panorâmicos,<br />
com vistas desafogadas sobre a ria Formosa.<br />
Quartos 90<br />
M Dom Francisco Gomes, 2<br />
T 289 830 830<br />
www.hotelfaro.pt<br />
LINHA DO ALGARVE FARO<br />
Encerra Domingo<br />
M Rua do Alportel, 38<br />
T 289 824 739<br />
Hotel Ibis Faro **<br />
Apenas a 2 km da cidade, oferece alojamento prático e<br />
funcional. Com piscina exterior, restaurante e bar com<br />
terraço aberto 24 horas.<br />
Quartos 81<br />
M EN125, Pontes de Marchil<br />
T 289 893 800<br />
www.ibishotel.com/pt/home<br />
Pousada de Juventude de Faro<br />
Alojamento acessível no centro da cidade, apenas a 15<br />
minutos a pé da estação de comboios. Com o habitual<br />
ambiente descontraído das pousadas, tem sala de convívio<br />
e esplanada.<br />
M Rua da PSP , Edifício do IPJ<br />
T 289 826 521<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
Pousda de Juventude de Faro<br />
Hotel Ibis<br />
19
20<br />
TAVIRA<br />
entre pontes e igrejas<br />
As populações islamizadas continuaram por <strong>aqui</strong> depois<br />
de a cidade ter sido conquistada por D. Paio Peres<br />
Correia, Mestre da Ordem de Santiago, em 1242.<br />
O primeiro bairro a ser construído extramuros, nas<br />
Ruas dos Mouros e Detraz dos Mouros, foi <strong>para</strong> este<br />
grupo de habitantes. Mais tarde, Tavira terá grande<br />
ligação às praças-fortes portuguesas em Marrocos,<br />
chegando D. João II a transferir provisoriamente a<br />
corte <strong>para</strong> <strong>aqui</strong>, em 1489. A época de ouro de Tavira<br />
foram os séculos XV e XVI, em que se estabeleceram<br />
relações comerciais intensas com o Norte de África e<br />
os entrepostos flamengos. Depressa a cidade extravasou<br />
a muralha medieval, surgindo um arrabalde<br />
de um e de outro lado do rio Gilão.<br />
Este rio, que <strong>aqui</strong> tem a sua foz, corre através da cidade,<br />
sendo atravessado por uma ponte medieval, agora<br />
reservada a peões. Mas há muito mais pontes, <strong>para</strong><br />
jusante ou <strong>para</strong> montante. Ao ponto de, <strong>para</strong> muitos,<br />
se tratar da cidade das pontes. Para outros é a cidade<br />
das igrejas. Tavira gaba-se de ter tido mais de 60<br />
igrejas, mantendo ainda cerca de metade. Contudo,<br />
<strong>para</strong> observar um dos melhores exemplares<br />
portugueses de uma tipologia rara<br />
entre nós, a igreja-salão, é<br />
preciso andar dois<br />
quilóme-<br />
Vista sobre os telhados tesoura de Tavira<br />
Estação de Albufeira<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
A pé<br />
0.8 km<br />
Táxis: T. 281 321 544, 281 325 746<br />
tros <strong>para</strong> oeste, até<br />
Luz de Tavira. A ilha de Tavira,<br />
o antigo Arraial Ferreira Neto, memória<br />
viva da pesca do atum nestas costas, Santa Luzia,<br />
dita a «capital do polvo» e a praia do Barril, com o seu<br />
acesso feito através de um pequeno comboio,<br />
são algumas razões suplementares<br />
<strong>para</strong> visitar esta cidade do<br />
sotavento algarvio.
o QUe ver<br />
Igreja de Santa Maria do Castelo<br />
Foi mesquita até os cristãos conquistarem a vila, em<br />
Julho de 1242. No interior ficam os túmulos dos sete<br />
cavaleiros cujo massacre pelos mouros terá levado ao<br />
ataque e tomada da cidade. Foi refeita em estilo neoclássico<br />
pelo arquitecto genovês Fabri. Tem, ao lado,<br />
uma torre sineira com imponente relógio.<br />
Ponte medieval<br />
Embora a lenda lhe atribua origem romana, tudo indica<br />
que tenha sido construída na Idade Média. Na margem<br />
direita, um painel de azulejos evoca os combates que<br />
<strong>aqui</strong> se travaram com os castelhanos por ocasião da crise<br />
de 1383/85. Passando a ponte, entra-se<br />
na Rua Tomás Cabreira, porta<br />
de entrada no antigo<br />
Castelo<br />
Após a conquista em 1242, a Ordem de Santiago viria<br />
a renunciar, em 1272, à posse do castelo, no contexto<br />
das guerras entre Portugal e Castela pelo domínio do<br />
Algarve. D. Dinis mandou refazer as muralhas e D. Manuel<br />
rasgar uma nova abertura, mais próxima do Rossio<br />
<strong>para</strong> facilitar o comércio. A Porta Nova, em arco de volta<br />
inteira, acabou por ficar entre dois edifícios, ligando a<br />
Rua da Afeição à do Postigo. Aqui principiava a muralha<br />
principal que serpenteava até à entrada norte. Ainda<br />
hoje são visíveis, por entre o casario, algumas torres<br />
de protecção e panos da muralha. O castelo apresenta<br />
duas torres quadradas e uma octogonal. A entrada faz-<br />
-se junto da Igreja de Santa Maria.<br />
LINHA DO ALGARVE TAVIRA<br />
arrabalde da margem esquerda. D<strong>aqui</strong> vale a pena subir<br />
à elevação onde ficam a Ermida de São Brás e a Igreja do<br />
Carmo, <strong>para</strong> ter uma outra perspectiva da cidade.<br />
Telhados de tesoura<br />
Não sendo exclusivos de Tavira, estes telhados continuam<br />
a ter grande expressão na cidade. O nome advém<br />
dos dois barrotes em ângulo que suportam a cobertura,<br />
sendo que cada sala tinha seu telhado, interiormente<br />
revestido a forro de caniço. A elevação e a caixa de ar<br />
contribuíam <strong>para</strong> ajudar a suportar os calores estivais.<br />
Arraial Ferreira Neto<br />
Onde se situa o Hotel Vila Galé Albacora, já perto das<br />
Quatro Águas, era uma das raras instalações permanentes<br />
dedicadas à pesca do atum. Era <strong>para</strong> <strong>aqui</strong> que<br />
os pescadores se mudavam na época da safra, existindo,<br />
também, instalações fabris <strong>para</strong> pre<strong>para</strong>r o<br />
pescado <strong>para</strong> a conserva e <strong>para</strong> a manutenção<br />
dos apetrechos de<br />
pesca.
22<br />
TAVIRA LINHA DO ALGARVE<br />
o QUe FaZer<br />
Centro Ciência Viva de Tavira<br />
A água e a energia são os temas fundamentais<br />
da exposição interactiva. Aqui pode ficar a saber<br />
mais sobre a poluição de cursos de água, a<br />
energia hidroeléctrica e a modelação da paisagem<br />
pela chuva e pelos rios. Além da exposição<br />
permanente existem também laboratórios apetrechados<br />
<strong>para</strong> realizar as mais diversas experiências,<br />
como o fabrico de iogurte ou sabão!<br />
Aberto Terça a sexta, das 10:00 às 18:00; Sábado<br />
e domingo das 14:00 às 18:00<br />
Encerra Segunda-feira<br />
M Convento do Carmo, Tavira<br />
T 281 326 231<br />
www.tavira.cienciaviva.pt<br />
De comboio até à praia do Barril<br />
Para chegar à famosa praia do Barril, localizada<br />
numa ilha-barreira onde as instalações do<br />
antigo arraial (casas dos pescadores de atum)<br />
foram recuperadas <strong>para</strong> apoio dos banhistas, só<br />
há duas maneiras: a pé ou de comboio. Depois<br />
de passar uma estreita ponte pênsil de madeira<br />
pode continuar a pé. São cerca de 2 km a direito<br />
até à praia. Se preferir, regresse às sensações da<br />
infância e apanhe o comboiozinho que, em poucos<br />
minutos, o leva até ao areal. Durante a viagem,<br />
deixe-se envolver pela beleza e serenidade<br />
da paisagem e aproveite, se estiver maré baixa,<br />
<strong>para</strong> observar as incursões nas lamas do sapal,<br />
de dezenas de caranguejos Boca Cava-Terra. Com<br />
um pouco de sorte, pode ainda ver de perto Perna-Longas,<br />
uma das aves mais características<br />
deste ecossistema.<br />
onde comer<br />
A Ver Tavira €€<br />
Está situado em pleno centro histórico, mesmo colado<br />
ao castelo, e oferece uma agradável e espaçosa esplanada.<br />
A oferta gastronómica mistura cozinha tradicional<br />
portuguesa com outros sabores e é servida à carta<br />
ou em sugestivos menus de degustação que mudam<br />
frequentemente, ao ritmo da estações e dos produtos<br />
disponíveis em cada época. A cozinha está a cargo do<br />
chefe João Viegas, já premiado em concursos gastronómicos.<br />
Zona de fumadores.<br />
Aberto todos os dias<br />
M Calçada da Galeria, 13<br />
T 281 381 363<br />
Pedro €€<br />
As conquilhas são um petisco obrigatório e o naco de<br />
atum bem como a feijoada de lingueirão enchem o<br />
olho e alegram o paladar. O arroz de tamboril e a cataplana<br />
de amêijoas são de qualidade assinalável. Quem<br />
gosta de carne não fica sem réplica. O bife à casa é alternativa<br />
a ter em conta. Não fumadores.<br />
Encerra Segunda-feira<br />
M Rua Capitão Baptista Marçal, 51, Cabanas<br />
T 281 370 425<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros
Vela 2 €€<br />
Localização segura e boa de encontrar, junto à PSP<br />
de Tavira. Está-se em casa de benfiquistas ferrenhos<br />
e por isso a decoração, ao contrário do que o nome<br />
sugere, nada tem que ver com o mar, mas sim com<br />
o futebol. O restaurante estende-se por duas pequenas<br />
salas. O peixe grelhado chega à mesa sem ser<br />
pedido, pois <strong>aqui</strong> não há hipótese de escolha.<br />
Besugos, linguados, sardinhas e carapaus<br />
são peixes do costume.<br />
Doces da<br />
região<br />
onde dormir<br />
Hotel Porta Nova ****<br />
Inaugurado em 2002, fica situado numa zona elevada da<br />
cidade, com vista sobre o rio Gilão e o centro histórico. Tem<br />
quartos confortáveis com varanda panorâmica, restaurante,<br />
piscinas exteriores e bar panorâmico no último piso.<br />
Quartos 137<br />
M Rua António Pinheiro<br />
T 281 329 700<br />
www.hotelportanova.com<br />
Hotel Porta Nova<br />
Hotel Vila Galé Tavira****<br />
No centro da cidade, junto ao rio Gilão, tem uma decoração<br />
de estilo árabe, inspirada no passado de Tavira.<br />
Os serviços incluem dois restaurantes, bares, piscina<br />
exterior e spa com piscina interior aquecida.<br />
Quartos 268<br />
M Rua 4 de Outubro<br />
T 281 329 900<br />
www.vilagale.pt<br />
LINHA DO ALGARVE TAVIRA<br />
<strong>para</strong> sobremesa. Não fumadores.<br />
Encerra Domingo<br />
M Campo Mártires da República, 1<br />
T 281323 661<br />
Hotel Vila Galé Tavira<br />
Pousada de Juventude de Tavira<br />
Perto do centro da cidade e com bons acessos às praias,<br />
esta pousada tem um ambiente descontraído e uma<br />
decoração moderna.<br />
Camas 62<br />
M Rua Miguel Bombarda, 36-38<br />
T 969 779 545<br />
www.pousadasjuventude.pt<br />
Parque de Campismo da Ilha de Tavira<br />
Situado em plena ilha de Tavira, na ria Formosa, tem<br />
<strong>para</strong> oferecer 11 km de praia de areia fina e mar calmo.<br />
Inserido numa zona de pinhal, tem supermercado,<br />
snack-bar e mesas <strong>para</strong> merendas.<br />
M Ilha de Tavira<br />
T 281 321 709<br />
www.campingtavira.com<br />
Praia da Ilha de Tavira
24<br />
VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO<br />
cidade geométrica<br />
Durante séculos, a única povoação portuguesa no estuário<br />
do Guadiana foi Castro Marim. Convencido da necessidade<br />
de afirmar a soberania lusa nesta zona estratégica<br />
de fronteira e de explorar os recursos pesqueiros de<br />
uma forma mais eficaz, o Marquês de Pombal ordenou a<br />
construção de uma cidade, de raiz, na foz do Guadiana.<br />
E, <strong>para</strong> que os pescadores, então fixados em Monte Gordo,<br />
viessem, de facto, <strong>para</strong> <strong>aqui</strong>, mandou a tropa incendiar<br />
as suas barracas. Este episódio ilustra as duas faces<br />
da acção do marquês de Pombal. Por um lado, o triunfo<br />
do racionalismo, criando a cidade nova onde nada existia,<br />
ordenada e geométrica. Por outro lado, a imposição<br />
violenta e ditatorial das políticas julgadas adequadas<br />
ao desenvolvimento do país. A decisão do primeiro-<br />
-ministro de D. José I foi tomada a 30 de Dezembro de<br />
1773. Quarenta dias depois já havia planta da futura<br />
cidade e, em Março de 1774, começavam a ser transportadas<br />
<strong>para</strong> <strong>aqui</strong> as peças pré-fabricadas em Lisboa.<br />
Dois anos depois, Vila Real de Santo António já tinha o<br />
essencial dos bairros pombalinos pronto e funcional. É<br />
esta cidade de quarteirões inesperadamente geométricos<br />
e de edifícios obedecendo a um pequeno leque de<br />
soluções-tipo que hoje podemos apreciar na sua parte<br />
mais central. A isto acrescem as paisagens do Guadiana,<br />
a reserva natural dos sapais mais a norte e, finalmente,<br />
as muito concorridas praias de Monte<br />
Gordo, de águas pouco batidas<br />
e quentes.<br />
Estação de Vila Real<br />
de Santo António<br />
Distância da estação ao centro<br />
Acessos:<br />
1 km<br />
A pé<br />
Táxi: T. 281 544 444<br />
A estação<br />
O projecto arquitectónico<br />
da estação<br />
de Vila Real<br />
de Santo António,<br />
datado de 1936, é<br />
da autoria de Cottinelli<br />
Telmo, conhecido<br />
como “o arquitecto ferroviário” por ter projectado,<br />
à época, a grande maioria das estações. Insere-se na<br />
arquitectura modernista, num estilo funcional<br />
e geométrico, destituído de<br />
decorações e ornamentos.<br />
Praça Marquês de Pombal
o QUe ver<br />
LINHA DO ALGARVE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO<br />
Centro histórico<br />
O plano pombalino previa a construção de um duplo quadrado<br />
constituído por 41 quarteirões. No interior destes<br />
havia quatro tipo de construções que se iam repetindo,<br />
consoante as circunstâncias. Nos prédios destes quarteirões<br />
havia séries de cinco janelas, intercaladas por outras<br />
tantas portas. Para ver tudo isto, dadas as transformações<br />
que Vila Real foi sofrendo, terá que se cingir à zona mais<br />
central, entre a Rua 5 de Outubro e a Rua Teófilo Braga.<br />
Rua do centro histórico<br />
Igreja Matriz<br />
Dedicado a Nossa Senhora da Encarnação, é<br />
um templo do século XVIII, de<br />
nave única, caracterís<br />
Marginal do Guadiana<br />
A Avenida da República corre ao longo do Guadiana,<br />
passando no enfiamento da Praça da República e junto<br />
ao edifício da alfândega, agora sem o bulício dos<br />
tempos em que a única ligação <strong>para</strong> Espanha eram<br />
os pachorrentos barcos que transportavam pessoas e<br />
carros <strong>para</strong> Ayamonte. Com a inauguração da ponte<br />
rodoviária internacional e da Via do Infante, em princípios<br />
da década de 1990, o essencial do tráfego passou<br />
a circular por ali. A marginal é um agradável passeio<br />
ribeirinho, com porto de recreio, que, na direcção da<br />
foz, se pode prolongar através de um longo paredão<br />
até ao ponto exacto onde o rio se lança no mar. É entre<br />
esta artéria e a praça que se encontram os melhores<br />
restaurantes da cidade, sendo famosa a forma como<br />
<strong>aqui</strong> se cozinha o bife de atum.<br />
tico da arquitectura pombalina. Conserva imagens<br />
do século XVIII, da autoria de Machado de Castro,<br />
nomeadamente uma imagem da padroeira no altar-<br />
-mor. Os retábulos das capelas são em estilo “rocaille”.<br />
A capela-mor e o baptistério apresentam vitrais da<br />
autoria do pintor algarvio Jo<strong>aqui</strong>m Rebocho.<br />
25
26<br />
VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO LINHA DO ALGARVE<br />
Centro Cultural António Aleixo<br />
Em pleno centro histórico, está instalado num edifício<br />
que já albergou o quartel militar e o mercado de verduras.<br />
Com a transferência do mercado <strong>para</strong> outra zona da<br />
cidade, pensou-se em atribuir ao espaço uma utilidade<br />
cultural. Inaugurado em 1998, deve o seu nome ao poeta<br />
popular António Aleixo (1899-1949), natural de Vila<br />
Real de Santo António. É um espaço cultural polivalente,<br />
com uma programação variada, e diversas valências.<br />
Obelisco<br />
Edificado como demonstração do poder do rei D. José I,<br />
ergue-se ao centro da Praça Marquês de Pombal. Datado<br />
de 1775, foi mandado construir pelo comércio das<br />
pescarias, actividade à época já bastante próspera, que<br />
viria a ser a base do desenvolvimento da cidade.<br />
Praça Marquês de Pombal<br />
Verdadeiro coração da cidade, esta praça evoca o Terreiro<br />
do Paço, em Lisboa. É rigorosamente quadrangular,<br />
tendo ao centro, revestido a calçada portuguesa, um<br />
obelisco, glorificando o poder real. Com excepção da<br />
igreja matriz, os edifícios que rodeiam a praça obedecem<br />
a uma solução-tipo que evoca os edifícios da Baixa<br />
Pombalina. Aqui se situam os Paços do Concelho.<br />
o QUe Saborear<br />
Doçaria típica<br />
Na doçaria tradicional, o Algarve é um caso sério,<br />
com toda uma panóplia de doces de amêndoa,<br />
ovos e figo. Grande destaque <strong>para</strong> os D. Rodrigos,<br />
embrulhados nas suas pratas coloridas, <strong>para</strong> o<br />
morgado de Silves, <strong>para</strong> os queijinhos e <strong>para</strong> os<br />
bolinhos de maçapão com formas de bichos e<br />
frutos, com recheio de doce de ovos. Estes doces<br />
encontram-se um pouco por todo o Algarve, mas<br />
cuidado com as imitações. Em Vila Real de Santo<br />
António, um dos locais mais recomendáveis é a<br />
Pastelaria Moderna, na Praça Marquês de Pombal.
LINHA DO ALGARVE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO<br />
onde comer<br />
Associação Naval do Guadiana €€<br />
É conhecido pelas suas tentadoras e generosas entradas,<br />
bem como pelo peixe fresquíssimo. Começando<br />
pelas primeiras a escolha é tentadora: carapaus alimados,<br />
muxama, estupeta, biqueirão em vinagrete, entre<br />
muitas delícias. Prossiga com a barriga de atum grelhada<br />
ou a massada de peixe. Para a digestão, recomenda-<br />
-se um passeio pela marginal.<br />
Zona de fumadores (esplanada).<br />
Encerra Quinta-feira<br />
M Avenida da República, Porto de Recreio<br />
T 281 513 038<br />
Pizza 2 €<br />
É um restaurante muito antigo e um dos mais conhecidos<br />
na zona a servir cozinha algarvia genuína. O nome<br />
é enganoso, pois esta casa nada tem a ver com especialidades<br />
italianas. Não fumadores.<br />
Encerra Quarta-feira<br />
M Rua Jornal do Algarve, 44<br />
T 281 543 157<br />
Caves do Guadiana €€<br />
Um dos mais antigos restaurantes da cidade, fica situado<br />
junto ao rio e denota na ementa a proximidade a<br />
Espanha, havendo oferta variada de tapas e especialidades<br />
do país vizinho, como a tortilha de gambas. Outras<br />
alternativas são bem mais portuguesas e regionais,<br />
como é o caso da anchova frita, das lulas <strong>para</strong> grelhar,<br />
do ensopado de eirozes, da caldeirada de cabrito ou<br />
ainda do atum, confeccionado de diversas e apetitosas<br />
€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />
maneiras. A torta de amêndoa pode ser o ponto final da<br />
refeição. Não fumadores.<br />
Encerra Quinta-feira<br />
M Avenida da República, 89-90<br />
T 281 544 498<br />
onde dormir<br />
Hotel Guadiana ***<br />
Hotel situado em edifício histórico, obra do arquitecto<br />
Ernesto Korrodi, em estilo arte nova,<br />
inaugurado em 1926. Com magnífica vista sobre<br />
a marina e o rio, tem localização privilegiada e<br />
oferece um conforto simples, sem luxos.<br />
Quartos 40<br />
M Avenida da República, 94<br />
T 281 511 482<br />
www.hotelguadiana.com.pt<br />
27
a bordo do comboio regionaL<br />
9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />
1 Linha do minho<br />
2 Linha do douro<br />
3 Linha do vouga<br />
4 Linha do norte e ramal de Tomar<br />
5 Linha da beira alta<br />
6 Linha da beira baixa<br />
7 Linha do oeste<br />
8 Linha do Leste e ramal de cáceres<br />
9 Linha do algarve