13.07.2013 Views

Clique aqui para versão PDF - CP

Clique aqui para versão PDF - CP

Clique aqui para versão PDF - CP

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Foto: Festa das Rosas, Vila Franca do Lima (Viana do Castelo) a Bordo do CoMBoio regionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

Linha do Minho<br />

Barcelos<br />

Viana do Castelo<br />

Caminha<br />

Vila nova de Cerveira<br />

Valença


LINHA DO MINHO<br />

Ermesinde<br />

Trofa<br />

Famalicão<br />

Nine<br />

Barcelos<br />

Viana do Castelo<br />

Afife<br />

Âncora-Praia<br />

Moledo do Minho<br />

Caminha<br />

Gondarém<br />

Vila Nova de Cerveira<br />

Valença<br />

“a linha<br />

segue<br />

<strong>para</strong>lela<br />

ao mar, em<br />

direcção<br />

ao Norte”


a exuberância do norte<br />

Mergulhando no verde<br />

LINHA DO MINHO<br />

Construída no final do século XIX, a linha que liga o Porto à cidade fronteiriça de Valença,<br />

atravessa o Douro Litoral e a zona noroeste do Minho ao longo de 132 quilómetros<br />

onde o verde é o tom dominante.<br />

Seja da estação de Campanhã ou de<br />

São Bento (com magníficos painéis<br />

de azulejos de Jorge Colaço), é na<br />

cidade do Porto que partimos <strong>para</strong> uma viagem pelas<br />

paisagens do Minho, onde o verde domina mas também<br />

não faltam os cenários ribeirinhos. Deixando a periferia<br />

da Invicta, entramos de imediato no universo minhoto<br />

em direcção à Trofa e Famalicão.<br />

Apesar da modernidade das cidades e vilas, entre elas<br />

viajamos por paisagens rurais onde a natureza é soberana.<br />

Nine é a estação que estabelece a ligação com Braga<br />

mas seguimos em direcção a Barcelos, passando por pequenos<br />

apeadeiros entre bosques cerrados que alternam<br />

com o casario solitário.<br />

Depois de cruzado o rio Cávado, a linha passa sem dar a<br />

justa perspectiva dessa cidade e, por isso, <strong>para</strong> conhecer<br />

o centro histórico de Barcelos é necessária uma <strong>para</strong>gem<br />

prolongada, antes de regressar ao caminho que nos levará<br />

entre espigueiros, latadas e milheirais até Viana do<br />

Castelo.<br />

Viana e o Atlântico<br />

Ponte Eiffel em Viana do Castelo<br />

Até <strong>aqui</strong> marcado pelas serras, o horizonte modifica-se<br />

com a aproximação àquela cidade minhota e crescem as<br />

montanhas como pano de fundo do cenário urbano.<br />

Viana está na outra margem do Lima e atravessamos<br />

este rio pela ponte metálica<br />

desenhada por Eiffel,<br />

com os olhos pos-<br />

tos nas praias, nos cais e na silhueta<br />

citadina, coroada pelo santuário de<br />

Santa Luzia.<br />

Contornada a cidade, encontramos<br />

a costa atlântica e a linha segue <strong>para</strong>lela<br />

ao mar em direcção ao norte. Entre praias e pinhal,<br />

passam-se as vilas costeiras que se sucedem até encontrarmos<br />

a foz dos rios Minho e Caminha. Deixando esta<br />

cidade, atravessamos a confluência do rio Minho com o<br />

seu afluente Coura.<br />

Rio Minho<br />

A linha continua pelo rio acima, acompanhando a margem,<br />

ora de perto, ora mais afastado, fazendo o azul das<br />

águas doces alternar com o verde da paisagem. Do outro<br />

lado, o relevo acentua-se e pequenas localidades vão-se<br />

revelando até que Vila Nova de Cerveira nos recebe.<br />

Assim entramos no troço final desta viagem, sempre com<br />

o rio Minho como companheiro, que apenas abandonamos<br />

<strong>para</strong> entrar em Valença. Na vila que marca o fim<br />

da linha, destaca-se a magnífica praça-forte,<br />

que ainda hoje guarda com imponência<br />

o centro histórico,<br />

de visita obrigatória.<br />

Foz do rio Minho<br />

3


4<br />

BARCELOS<br />

Terra de comércio<br />

No coração do Minho, à beira do Cávado, Barcelos<br />

tem uma das maiores feiras do país e<br />

deu nome a um dos mais conhecidos símbolos<br />

portugueses, o Galo de Barcelos.<br />

D. Afonso Henriques concedeu-lhe foral em<br />

1140 e D. Dinis criou o condado com o mesmo<br />

nome, em 1298, com a nomeação do seu primeiro<br />

conde, D. João Afonso Telo de Menezes. Em 1515 D.<br />

Manuel atribuiu-lhe novo foral. O passar dos tempos<br />

fez de Barcelos uma grande comarca e importante<br />

pólo comercial, vincado pela feira semanal que começou<br />

a realizar-se na Idade Média. Tem lugar às<br />

quintas-feiras em pleno centro da cidade, no Campo<br />

da Feira, sendo a maior do Minho.<br />

Barcelos era uma das vias de peregrinação <strong>para</strong><br />

Santiago de Compostela tendo o seu nome origem<br />

no termo «a pequena barca» (Barc + ellus), como lugar<br />

de «passagem» <strong>para</strong> o Alto Minho e Santiago de<br />

Compostela. Durante o século XVIII, a cidade extravasou<br />

o perímetro amuralhado, conciliando a estrutura<br />

medieval com construções barrocas. Conserva um<br />

importante centro histórico, dominado pelo Paço<br />

dos Duques, Igreja Matriz e o Solar dos Pinheiros.<br />

A este núcleo, que inclui<br />

ainda o pelourinho e a<br />

ponte,<br />

Feira de Barcelos<br />

Estação de Barcelos<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

8 km 1 km<br />

A pé<br />

Táxi: T. 253 811 299, 253 812 163<br />

associa-se o<br />

Largo do Apoio, uma<br />

zona de características medievais,<br />

onde se encontra a Casa dos Carmonas, com<br />

uma torre do XIII. O oitavo conde de Barcelos, D.<br />

Afonso, filho bastardo de D. João I, trouxe prestígio a<br />

Barcelos, ao mudar-se de Chaves <strong>para</strong> <strong>aqui</strong>. A ele se<br />

devem a construção do Paço dos Duques,<br />

a reconstrução da Igreja Matriz<br />

e a edificação da muralha.


o QUe Ver<br />

Igreja Matriz<br />

Mandada construir por D. Pedro, terceiro conde de Barcelos,<br />

no século XIV, sofreu ampliações nos séculos seguintes.<br />

A frontaria, apesar de muito modificada, mantém<br />

o portal gótico com alguns motivos românicos. No<br />

interior apresenta duas belas imagens de Nossa Senhora<br />

da Assunção, sua padroeira, uma imagem gótica da<br />

Senhora da Franqueira, do século XV, e uma outra, em<br />

pedra de ançã, do século XIV. O órgão e os azulejos que<br />

cobrem as paredes são do século XVIII.<br />

Feira de Barcelos<br />

A feira de Barcelos remonta ao século XIII e realiza-se<br />

todas as quintas-feiras, sendo uma das maiores do<br />

Minho. Os feirantes enchem o campo da Feira desde<br />

a madrugada. No centro, é o núcleo da feira. Começa<br />

bem cedo, a partir das sete horas com vegetais e frutas.<br />

Também há galinhas vivas e flores de todas as cores. A<br />

feira dos panos, começa um pouco mais tarde e ainda<br />

vende pano a metro. Confecções, sapatos, botas, artigos<br />

<strong>para</strong> caça, linhos, lãs, toalhas, bolos e doces, não<br />

esquecendo as alfaias agrícolas e ferragens, são outros<br />

tantos atractivos desta feira. Na esquina em frente à<br />

igreja do Senhor Jesus da Cruz é a zona do artesanato,<br />

com destaque <strong>para</strong> o barro vermelho, pintado ou não.<br />

Paço dos Condes de Barcelos<br />

(Museu Arqueológico)<br />

Castelo apalaçado, construído na primeira metade do<br />

século XV, por D. Afonso, oitavo Conde de Barcelos e<br />

primeiro duque de Bragança. As suas altas chaminés<br />

simbolizavam a casa mais rica de Barcelos. Encontra-se<br />

LINHA DO MINHO BARCELOS<br />

<strong>aqui</strong> instalado o Museu Arqueológico de Barcelos. Do seu<br />

espólio destaca-se o Cruzeiro do Galo, ex-libris da cidade.<br />

Ponte Medieval<br />

Edificada sobre o rio Cávado, a ponte medieval, em pedra<br />

e ainda sólida, faz a ligação entre Barcelos e Barcelinhos.<br />

É uma edificação gótica do início do século XIV.<br />

Foi mandada construir por D. Pedro, terceiro conde de<br />

Barcelos, e veio reforçar o papel de pólo comercial que<br />

Barcelos já havia conquistado.<br />

Largo do Apoio<br />

Este teria sido o primeiro largo da cidade. No centro<br />

ergue-se, um chafariz renascentista, atribuído a João<br />

Lopes. Neste local encontra-se, também, a Casa dos<br />

Carmonas, a Casa do Alferes Barcelense e a Casa do<br />

Condestável. É a cidade de Barcelos medieval que revivemos,<br />

neste conjunto e nas ruelas vizinhas.<br />

Edifício da Câmara Municipal<br />

Totalmente remodelado em 1849, este edifício engloba<br />

também o antigo Hospital do Espírito Santo<br />

que no século XIV serviu de posto de assistência dos<br />

peregrinos a Santiago de Compostela. Existem ainda<br />

vestígios da antiga Capela de Santa Maria (século XIV)<br />

e da Igreja da Misericórdia (século XVI). A torre e a<br />

5


6<br />

BARCELOS LINHA DO MINHO<br />

Casa da Câmara são do século XV. Obras recentes de<br />

valorização e restauro mantém este conjunto bem<br />

preservado.<br />

Torre Nova /Centro de Artesanato<br />

É a única existente das três torres (Torre da Ponte, Torre<br />

da Porta Nova ou do Cimo de Vila e Torre da Porta<br />

do Vale), que correspondiam às entradas da vila. Torre<br />

em granito de base quadrangular, era inicialmente<br />

em forma de U, com apenas três faces em pedra,<br />

aberta <strong>para</strong> o interior da vila. Desde o século XVI até<br />

1932 foi uma cadeia. Hoje em dia está ocupada pelo<br />

posto de turismo e um centro de artesanato.<br />

Museu da Olaria<br />

Barcelos é terra de oleiros. São famosas as suas peças<br />

desta arte popular, que traduz a tradição de um povo.<br />

Este museu possui um espólio de mais de seis mil peças<br />

provenientes de diferentes regiões de Portugal,<br />

dos países africanos de expressão portuguesa e de<br />

outras regiões do mundo. Rosa Ramalho, Mistério e<br />

uma legião de outros artistas populares tornaram famosos<br />

os barros de Barcelos, quase sempre pintados<br />

e figurando santos, diabretes e animais fantásticos.<br />

Isto, claro está, <strong>para</strong> além do famoso Galo de Barcelos,<br />

ícone da cidade e de Portugal inteiro.<br />

Igreja do Bom Jesus da Cruz<br />

Com planta arredondada e de grandes dimensões, é<br />

uma das marcas do centro histórico barcelense, perto<br />

do Campo da Feira. Construção barroca de inspiração<br />

italiana, é um edifício possante de planta octogonal,<br />

cujo campanário encima uma fachada saliente, rematada<br />

por uma balaustrada com pináculos. Interiormente<br />

a nave tem planta em cruz latina, coberta por uma<br />

impressionante cúpula esférica. Os altares de talha barroca,<br />

os azulejos do século XVIII e oito painéis em tela<br />

são algumas das atracções desta invulgar igreja.<br />

Chafariz do Campo da Feira<br />

Fontanário edificado em 1621, está situado no Passeio<br />

dos Assentos (ou das Obras) e foi desenhado por João<br />

Lopes. Monumental, é um chafariz de tanque redondo e<br />

dupla taça e está encimado por um pináculo que ostenta<br />

as armas reais e o antigo brasão de Barcelos, por entre<br />

águias. Está ladeado por quatro escadarias e quatro fontes,<br />

decoradas com máscaras trágicas de onde sai a água.<br />

Museu Arqueológico de Barcelos<br />

Instalado no terreiro que circunda as ruínas do antigo<br />

Paço dos Condes de Barcelos, recolhe exemplares arqueológicos<br />

medievais (lápides, capitéis, cruzeiro da<br />

lenda do galo).


onde CoMer<br />

Aqui d´Algarve €€<br />

Muxama, griséus ou alcagoitas são algumas das palavras<br />

do léxico algarvio pouco conhecidas a Norte.<br />

Pouco conhecidas e pouco saboreadas, motivos que<br />

levaram Vítor Galvão Nazaré a abrir o restaurante Aqui<br />

d`Algarve em plena região minhota. A fachada logo<br />

denuncia ao que vem: recria uma tradicional moradia<br />

algarvia e dentro encontramos inúmeras referências à<br />

região. Mas é na cozinha que ela reina, em receitas típicas<br />

e sabiamente elaboradas, com produtos genuinamente<br />

algarvios, das amêijoas da ria Formosa à galinha<br />

com hortelã. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />

M Rua Doutor Augusto Monteiro, Loja 20<br />

T 969 497 303<br />

Bagoeira €€<br />

Cozinha tradicional conhecida pela sua qualidade numa<br />

casa centenária especialista em bem servir os pratos<br />

minhotos. O serviço é atento e eficiente, mesmo com<br />

muito movimento nas suas nove salas, especialmente<br />

à quinta-feira, dia de feira em Barcelos e de cozido à<br />

portuguesa. Outras especialidades que fazem a fama<br />

da casa: polvo e bacalhau assados na brasa, lampreia<br />

à bordalesa (na época), rojões à minhota, papas de<br />

sarrabulho e posta de vitela. Na doçaria perca-se com<br />

tentações como toucinho do céu ou sopa dourada. Zona<br />

de fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Avenida Doutor Sidónio Pais, 495<br />

T 253 811 236<br />

www.bagoeira.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DO MINHO BARCELOS<br />

Pedra Furada €€<br />

Num ambiente simpático, com mobiliário de traça antiga,<br />

as iguarias servidas são confeccionadas com produtos<br />

de cultivo próprio. Não fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira ao jantar<br />

M Rua Nova, Pedra Furada<br />

T 252 951 144<br />

onde dorMir<br />

Hotel Bagoeira ***<br />

Situado em frente ao campo da feira, foi inaugurado<br />

em 2004 e oferece quartos modernos,<br />

confortáveis e bem equipados.<br />

Quartos 54<br />

M Avenida Doutor Sidónio Pais, 495<br />

T 253 809 500<br />

www.bagoeira.com<br />

7


8<br />

VIANA DO CASTELO<br />

Princesa do Lima<br />

No ano de 1258 Viana foi fundada junto à desembocadura<br />

do rio Lima por D. Afonso III. Durante a época<br />

das Descobertas, teve bastante importância. Em<br />

tempos conhecida como Viana da Foz do Lima e Viana<br />

do Minho, é elevada a cidade em 1848, ganhando<br />

o nome definitivo de Viana do Castelo.<br />

Ergue-se junto à foz do rio Lima, num fértil vale, que<br />

constitui a entrada natural da cidade. O rio, a serra<br />

e o mar dão-lhe uma beleza invulgar. Aliás, Viana é<br />

mesmo uma das mais bonitas cidades portuguesas.<br />

O enquadramento paisagístico, com o estuário do<br />

Lima e o Monte de Santa Luzia, não podia ser melhor.<br />

O seu centro histórico é um dos mais bem conservados<br />

do país e é tudo menos um museu: é habitado<br />

e tem vida própria, sendo um prazer percorrer as<br />

ruas estreitas e lajeadas onde o tempo parece não<br />

ter passado. A cidade guarda vários monumentos,<br />

testemunhos de muitos séculos e de diversos estilos<br />

arquitectónicos. Tem beneficiado de intervenções recentes<br />

nas ruas e praças, da criação de vias pedonais<br />

e de uma ciclovia urbana.<br />

A proximidade do rio e do mar proporcionam excelentes<br />

condições <strong>para</strong> a prática de desportos náuticos<br />

e <strong>para</strong> o acolhimento de barcos de recreio na marina<br />

em frente ao jardim da cidade. Para além da paisagem<br />

e do valor histórico, a riqueza da etnografia, do<br />

artesanato (com destaque <strong>para</strong> as loiças e a filigrana)<br />

e da gastronomia, são trunfos que fazem de Viana do<br />

Castelo um destino obrigatório, especialmente em<br />

Agosto, por ocasião das festas da Senhora<br />

da Agonia, evento anual que<br />

atrai muitos milhares<br />

de visitantes.<br />

Edifício da estação ferroviária e escultura de homenagem ao folclore minhoto<br />

Estação de Viana<br />

do Castelo<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

0.5 km<br />

Táxis: 258 826 641<br />

Autocarros: Mini-autocarro eléctrico Gulliver<br />

que realiza o circuito centro histórico.<br />

De 2ª a 6ª, das 09h30h às 13h00 e das<br />

14h00 às 18h30.<br />

A estação<br />

Considerada “a mais<br />

bela estação de Portugal”<br />

por Ramalho<br />

de Ortigão, que também<br />

elogiou uma<br />

harmonia arquitectónica<br />

“que desafia toda a com<strong>para</strong>ção”, a estação de Viana<br />

foi construída em finais do século XIX (1878-1882). Este<br />

edifício em granito (das pedreiras de Afife) apresenta um<br />

desenho clássico e simétrico com um frontão<br />

central mais elevado, onde existe um<br />

relógio e uma coroa real.


o QUe Ver<br />

Santa Luzia<br />

Chegar ao Alto do Monte de Santa Luzia por elevador é<br />

uma experiência a não perder. O elevador, recuperado<br />

há poucos anos, foi construído em 1923. As duas pequenas<br />

carruagens sobem e descem até à Basílica de<br />

Santa Luzia. A viagem é segura e começa numa pequena<br />

central com acesso na estação ferroviária. Sete<br />

minutos e 600 metros depois, alcança-se o topo. E lá<br />

no alto, um panorama deslumbrante sobre a cidade, o<br />

rio Lima e o mar. As melhores vistas são do zimbório da<br />

basílica, que pode ser acedido através de um elevador<br />

ou por escadas na basílica. Pode então visitar a basílica,<br />

obra revivalista de Ventura Terra, construída em 1903,<br />

imitando o Sacré Coeur de Paris. Perto da basílica, encontra-se<br />

a Citânia de Santa Luzia, um dos castros mais<br />

conhecidos do Norte de Portugal, da Idade do Ferro.<br />

Praça da República<br />

Conjunto monumental no coração<br />

da zona histórica<br />

da cidade<br />

Igreja Matriz<br />

A Sé Catedral de Viana, de estrutura românica, é uma<br />

obra com influência gótica. A sua construção teve início<br />

do século XV. O portal apresenta um arco ogivado recortado<br />

por três arquivoltas decoradas, que são suportadas<br />

por seis esculturas que representam os apóstolos:<br />

São Pedro, São Paulo, São João, São Bartolomeu, São<br />

Tiago e Santo André.<br />

LINHA DO MINHO VIANA DO CASTELO<br />

de Viana do Castelo. O chafariz no centro da praça, obra<br />

do mestre canteiro João Lopes «O velho», foi, durante<br />

séculos, o ponto de abastecimento de água potável<br />

da cidade. De assinalar, também, os antigos Paços do<br />

Concelho, construídos entre os séculos XV e XVI. A completar<br />

o enquadramento desta bela praça a Igreja e a<br />

Casa das Varandas, edifício da Misericórdia, exemplar<br />

único da arquitectura renascentista e maneirista, com<br />

influências italianas e flamengas. A igreja, remodelada<br />

em 1716, apresenta no seu interior uma grande riqueza<br />

decorativa, em talha e azulejos e frescos pintados no<br />

tecto. É um dos melhores exemplares barrocos do país.<br />

Biblioteca Municipal<br />

A nova Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, da autoria<br />

do arquitecto Siza Vieira, está situada entre o rio<br />

Lima e o centro histórico da cidade. Muito bem integrado<br />

na paisagem, é um edifício de grande beleza, com<br />

luz natural a inundar os vários espaços. Desenvolve-se<br />

em dois pisos, tendo no rés-do-chão instalação de serviços<br />

técnicos, sala polivalente, bar e balcão de atendimento.<br />

O piso superior tem uma grande sala de leitura<br />

e uma secção infantil, salas de trabalho,<br />

zonas mais restritas <strong>para</strong> leitura e<br />

ateliês de expressão artística.<br />

9


10<br />

VIANA DO CASTELO LINHA DO MINHO<br />

Navio Gil Eannes<br />

O navio-hospital Gil Eanes, construído em 1955, apoiou,<br />

durante décadas, a frota bacalhoeira portuguesa da<br />

Terra Nova e Gronelândia. Está actualmente fundeado<br />

na antiga doca comercial de Viana e foi reconvertido<br />

pela Fundação Gil Eannes em espaço museológico ligado<br />

ao mar. Parte do navio foi também adaptado a<br />

pousada de juventude.<br />

Forte de Santiago da Barra<br />

Com os Descobrimentos, o porto de Viana torna-se um<br />

centro de comércio internacional, o terceiro mais movimentado<br />

do país, e um importante estaleiro, pelo que<br />

surgiu a necessidade de o defender, procedendo-se ao<br />

reforço da fortificação medieval existente. Passou a ser<br />

constituída por uma muralha quadrangular, tendo no<br />

centro a torre de Roqueta, que ainda hoje existe, ostentando<br />

as armas reais, ladeadas pela esfera armilar e pela<br />

cruz de Cristo. É durante o domínio filipino que decorrem<br />

as maiores obras que lhe conferiram o aspecto actual.<br />

o QUe SaBorear<br />

Doçaria<br />

Além das diversas pastelarias/cafés dispersos pela<br />

cidade onde pode apreciar a imensa variedade de<br />

doçaria, a Casa Natário, na Rua Manuel Espregueira<br />

n.º 37 é de visita obrigatória <strong>para</strong> os gulosos. Aqui<br />

encontra diversos doces e salgados tradicionais de<br />

Viana tais como: as famosas bolas de Berlim, manjericos,<br />

meias-luas, biscoitos de Viana, pão-de-ló,<br />

empadas de pato, salmão e lampreia, folhados de<br />

camarão e carne, frigideiras, entre outros.<br />

o QUe FaZer<br />

PrograMa<br />

CoMBoio aVenTUra<br />

Rotas do Minho<br />

Venha descobrir uma terra de encantos. Em Viana,<br />

faça uma viagem de funicular até ao Monte<br />

de Santa Luzia; após o almoço, um passeio pelo<br />

centro histórico, visita ao Navio Gil Eanes, passeio<br />

de barco no Lima, prova de vinhos verdes e lanche.<br />

Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />

Romaria de Nossa Senhora<br />

da Agonia<br />

A <strong>CP</strong> associa-se às maiores festas e eventos nacionais.<br />

Acompanhe no nosso site o calendário<br />

de iniciativas culturais e lúdicas, escolhendo<br />

o comboio como meio de deslocação.<br />

Informações em 808 208 208<br />

ou cp.pt


onde CoMer<br />

Casa d`Armas €€€<br />

Numa antiga casa senhorial conhecida por Casa do<br />

Campo da Feira, o restaurante é famoso pelos seus pratos<br />

de peixe e marisco. Lista de vinhos muito completa.<br />

Não fumadores.<br />

Encerra Quarta-feira<br />

M Largo 5 de Outubro, 30<br />

T 258 824 999<br />

Casa de Pasto Maria de Perre €<br />

Casa minhota que prima pela qualidade da cozinha<br />

sendo um dos melhores restaurantes da cidade. Decoração<br />

em estilo rústico num ambiente muito agradável.<br />

Na ementa há bacalhau à Zé do Pipo, cabritinho e vitela<br />

assada no forno, arroz de cabidela, rojões e arroz de sarrabulho.<br />

Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />

todo o dia<br />

M Rua de Viana, 118<br />

T 258 822 410<br />

Os Três Potes €€<br />

Comida bem tradicional a privilegiar os sabores minhotos<br />

com os rojões e os assados à cabeça, mas também<br />

com lugar <strong>para</strong> a reconhecida lampreia. Situado em<br />

Viana do Castelo, numa antiga padaria comunitária,<br />

com velhas faianças a emoldurar as paredes de granito.<br />

Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Beco dos Fornos, 7/9<br />

T 258 829 928<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DO MINHO VIANA DO CASTELO<br />

onde dorMir<br />

Hotel Axis Viana - Business & SPA ****<br />

Junto ao centro histórico de Viana, é um hotel<br />

moderno, de arquitectura contemporânea e decoração<br />

de interiores cuidada. Tem restaurante, bar,<br />

piscina, esplanada e spa.<br />

Quartos 87<br />

M Avenida Capitão Gaspar de Castro<br />

T 258 802 000<br />

www.axishoteisegolfe.com<br />

Hotel Flôr de Sal ****<br />

Janela aberta <strong>para</strong> o Atlântico e <strong>para</strong> a serra de<br />

Santa Luzia, o hotel aposta na serenidade <strong>para</strong><br />

dias e noites bem relaxados. Para fazer jus ao<br />

nome a piscina é de água salgada e os tratamentos<br />

do spa incluem a água do mar. Distingue-se<br />

pela luminosidade e pelo pormenor na decoração.<br />

Quartos 60<br />

M Avenida de Cabo Verde,<br />

Parque Empresarial da Praia Norte<br />

T 258 800 100<br />

www.hotelflordesal.com<br />

Hotel Rali ***<br />

Moderna e funcional unidade hoteleira situada<br />

junto ao centro histórico e comercial de Viana do<br />

Castelo.<br />

Quartos 38<br />

M Avenida Afonso III, 180<br />

T 258 829 770<br />

www.hotelrali.com<br />

11


12<br />

CAMINHA<br />

guardiã lusa na foz<br />

do Minho<br />

Situada num local de rara beleza, na foz do rio Minho,<br />

que <strong>aqui</strong> serve de fronteira, a secular vila de Caminha<br />

foi personagem activa em todos os diferendos e lutas<br />

entre Portugal e Espanha.<br />

D. Dinis concedeu-lhe foral em 1284, Dom João I<br />

tornou-a um porto franco e D. João IV mandou construir,<br />

em 1540, as fortes muralhas que envolveram a<br />

cidade, sempre com o objectivo de defender o território<br />

luso.<br />

Região de um rico património histórico, podemos<br />

admirá-lo nos inúmeros monumentos, dos quais a<br />

Igreja Matriz é a sua jóia principal e a Torre do Relógio<br />

(entre a Praça Municipal e a Rua Direita) o melhor<br />

exemplo da arquitectura medieval. No centro histórico<br />

da vila, agora restaurado, encontramos também o<br />

renascentista Chafariz do Terreiro (em frente à torre)<br />

e pelas ruas sinuosas da vila encontram-se também<br />

belos solares, capelas e portões decorados.<br />

A paisagem é diversificada e rica, graças aos rios,<br />

serras e mar. Nas margens dos rios - Minho, Coura<br />

e Âncora – há vegetação abundante, e a envolvente<br />

da serra d’ Arga, a 700 metros de altitude, enriquece<br />

o património natural, ao qual acrescem também<br />

as belíssimas praias e zonas balneares de Vila Praia<br />

de Âncora e Moledo. Com rico artesanato e gastronomia,<br />

as festas populares, como é característico da<br />

região minhota, têm grande significado, com<br />

destaque <strong>para</strong> as festividades de<br />

Agosto em honra de<br />

Santa Rita<br />

Chafariz do Terreiro na Praça do Conselheiro Silva Torres (Terreiro de Caminha)<br />

Estação de Caminha<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

8 0.5 km km<br />

A pé<br />

Táxi: T. 258 921 401<br />

A estação<br />

É a única estação<br />

da Linha do Minho<br />

revestida com azulejos<br />

neoclássicos.<br />

São 19 painéis de<br />

Gilberto Renda,<br />

que mostram, entre<br />

outros motivos, a praia de Moledo, a faina dos<br />

pescadores no rio ou a praça prin-<br />

cipal de Caminha num<br />

dia de feira.<br />

de Cássia.<br />

Mas maior fama tem<br />

o Festival de Vilar de Mouros, o<br />

mais antigo festival de música do país, que<br />

se realizou pela primeira vez em 1971, sendo então<br />

apelidado de “Woodstock português”. A segunda<br />

edição viria a acontecer apenas em 1982. A<br />

última edição foi em 2006, assinalando<br />

os 35 anos<br />

do evento.


o QUe Ver<br />

Muralhas de Caminha<br />

Da cerca com dez torres que protegia o burgo no século<br />

XII hoje em dia resta apenas a do relógio, que corresponde<br />

à torre de menagem medieval. No século XVII o<br />

velho castelo medieval é substituído por uma fortificação<br />

poligonal, cujos baluartes protegiam a zona virada<br />

aos rios Minho e Coura. Actualmente ainda são visíveis<br />

o baluarte da Matriz, mesmo em frente à barra que<br />

ostenta as armas reais, e o baluarte de Santo António,<br />

na parte alta da vila, e que protegia o antigo Convento<br />

de Santo António. Na foz do rio, numa ilhota fronteira,<br />

vê-se o Forte da Ínsua construído durante a ocupação<br />

filipina sobre uma estrutura militar manuelina e reconstruído<br />

após a Restauração<br />

Igreja Matriz de Caminha<br />

É um templo que marca a transição do gótico final <strong>para</strong><br />

o renascimento, contendo azulejos do século XVII, retábulos<br />

de talha dourada do estilo nacional e dois<br />

confessionários neo-manuelinos. Templo<br />

de raiz gótica, todo em<br />

granito, apre-<br />

Torre do Relógio<br />

A Torre do Relógio é o edifício mais característico<br />

de Caminha. Situada no centro da vila, a torre<br />

faz a ligação com a zona histórica e forma com o<br />

edifício da Câmara Municipal, século XVI, e o da<br />

Misericórdia, século XVI, um destacado conjunto<br />

arquitectónico. Trata-se de um monumento medieval,<br />

construído no século XV.<br />

LINHA DO MINHO CAMINHA<br />

senta uma fachada com portal renascentista, encimada<br />

por uma rosácea, e é flanqueado por uma robusta torre.<br />

Forte da Ínsua<br />

D. João IV mandou construir esta fortaleza, em 1649,<br />

numa ilhota da foz do rio Minho. Mas suas origens remontam<br />

a 1392, ano da fundação de um convento franciscano<br />

sobre uma ermida pré-existente. Eventualmente<br />

teria <strong>aqui</strong> havido obras defensivas desde o reinado de<br />

D. Manuel. Tem planta hexagonal, com baluartes nos<br />

vértices. Ajudou a repelir uma tentativa de desembarque<br />

durante a II Invasão Francesa, em 1809. Durante as<br />

Lutas Liberais, foi vencida pela esquadra de D. Pedro, comandada<br />

pelo britânico Napier. É monumento nacional<br />

e foi alvo de melhoramentos em 2001. O acesso ao forte<br />

é feito por barco, a partir da praia de Moledo.<br />

Proporciona vistas fantásticas sobre o<br />

estuário do rio Minho.<br />

13


14<br />

CAMINHA LINHA DO MINHO<br />

Paços do Concelho<br />

Edifício de dois pisos, com arcada alpendrada assente<br />

em pilares. No interior eleva-se uma monumental escadaria<br />

de pedra. Cobre a sala de sessões um tecto de castanho,<br />

de 32 caixotões octogonais, com lavores de talha.<br />

Capela da Misericórdia de Caminha<br />

Igreja renascentista de nave única, com elementos do<br />

barroco e do rococó. No interior predomina o barroco,<br />

sendo o altar-mor de estilo nacional, com um belo frontal<br />

esculpido. A sacristia, forrada a azulejos tipo tapete,<br />

guarda imagens de assinalável valor artístico.<br />

Forte da Lagarteira<br />

Mandado construir por D. Pedro II, em 1702, juntamente<br />

com o Forte do Cão, a sul de Vila Praia de Âncora.<br />

Além de defender a costa a norte da vila, também servia<br />

de refúgio à população em caso de ameaça vinda<br />

do mar. Permitia vigiar, fazer fogo sobre navios hostis e<br />

evitar desembarques inimigos na praia.<br />

Forte do Cão<br />

Situa-se a norte de Afife e a sul de Vila Praia de Âncora.<br />

Embora em ruínas faz parte da memória do sistema<br />

defensivo desta costa. Articulava-se estrategicamente<br />

com o Forte da Lagarteira, do lado norte da vila.<br />

o QUe FaZer<br />

Ecovia do Atlântico<br />

Esta ecovia é constituída por três percursos -<br />

Foz do Minho, Caminho do Sargaceiro e Caminho<br />

das Camboas, permitindo um agradável<br />

passeio em contacto com a natureza. O troço<br />

da Foz do Minho, com cerca de 1 km, permite<br />

admirar o estuário do rio Minho. O fragmento<br />

do Sargaceiro, liga Moledo a Cruz Vermelha,<br />

são 1,7 km de caminho junto à praia. O troço<br />

de Camboas vai até Campo do Castelo sendo a<br />

paisagem marcada pelo oceano Atlântico em<br />

fundo.<br />

onde CoMer<br />

Adega do Chico €<br />

Casa típica e rústica, com uma sala agradável e acolhedora,<br />

que dá primazia às especialidades minhotas. Não fumadores.<br />

Encerra Quarta-feira ao jantar e quinta-feira<br />

M Rua Visconde Sousa Rego, 30<br />

T 258 921 781<br />

Amândio €€<br />

Na zona histórica de Caminha, é uma casa pequena,<br />

com decoração sóbria e uma cozinha de respeito, como<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


é tradição nesta zona do país. Serve petiscos bem portugueses,<br />

das pataniscas de bacalhau, às sardinhas de<br />

escabeche ou o polvo vinagrete. Cuidado <strong>para</strong> não se<br />

perder com as entradas. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar<br />

M Rua Direita, 129<br />

T 258 921 177<br />

Café Valadares €<br />

Casa essencialmente petisqueira, e que petiscos! Também<br />

conhecido por Parreirinha, dispõe de uma sala<br />

ampla envidraçada, muito convidativa. Não fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira<br />

M Travessa Cabo Custódio<br />

T 258 921 097<br />

Duque de Caminha €€<br />

Situado junto à Igreja Matriz de Caminha, é conhecido<br />

pelas especialidades regionais. Uma refeição <strong>aqui</strong> termina<br />

quase sempre com uma maçã flamejada. A garrafeira é outro<br />

ponto forte. A sala de refeições apresenta-se forrada a<br />

pedra oferecendo um ambiente acolhedor. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />

(excepto em Agosto)<br />

M Rua Ricardo Jo<strong>aqui</strong>m de Sousa, 111/113<br />

T 258 722 046<br />

LINHA DO MINHO CAMINHA<br />

onde dorMir<br />

Hotel Porta do Sol ****<br />

Entre a praia de Moledo e Caminha, junto à Mata do<br />

Camarido, com vista fabulosa <strong>para</strong> o rio Coura e o<br />

estuário do Minho. Com restaurante, piscina e ténis.<br />

Quartos 93<br />

M Avenida Marginal Lote 1<br />

T 258 710 360<br />

www.hotelportadosol.eu<br />

Parque de Campismo de Caminha<br />

A curta distância da fronteira com Espanha e apenas<br />

a 200 metros da praia, oferece vastas zonas<br />

de sombras naturais. Fica localizado num pinhal<br />

sobranceiro ao estuário do rio Minho.<br />

M EN 13, Km 90 Mata do Camarido<br />

T 258 921 295<br />

www.orbitur.com<br />

15


16<br />

VILA NOVA DE CERVEIRA<br />

Terra de artes à beira<br />

Minho<br />

Debruçada sobre o rio Minho, a fronteiriça<br />

Vila Nova de Cerveira foi fundada<br />

pelo rei D. Dinis em 1317, altura em<br />

que a sua posição geográfica era muito<br />

importante <strong>para</strong> a defesa da passagem<br />

fluvial que dá acesso à região<br />

da Ribeira Lima. Para defender a jovem povoação, o<br />

monarca mandou então construir uma fortaleza de<br />

planta oval com oito torres. Ao longo dos séculos,<br />

o castelo foi sendo sucessivamente alterado e uma<br />

parte está integrada na Pousada D. Dinis. Dentro do<br />

recinto amuralhado conservam-se ainda a antiga<br />

Casa da Câmara, o pelourinho do século XVI e a Igreja<br />

setecentista da Misericórdia. Já na rua direita existe<br />

um arco gótico que fazia parte do antigo Paço medieval<br />

dos Governadores.<br />

Além do seu património histórico, a vila oferece também<br />

uma grande riqueza natural, que se pode admirar,<br />

por exemplo, do Miradouro do Monte da Senhora<br />

da Encarnação. Aqui existe uma escultura metálica<br />

de um cervo (animal que deu nome à vila), de onde<br />

se avista uma das mais belas paisagens minhotas,<br />

autêntico postal ilustrado da região, no qual uma<br />

bela paisagem verdejante envolve o rio com as suas<br />

duas curiosas ilhas, a da Boega e a dos<br />

Amores. Apesar de ser uma vila<br />

modesta, cuja economia<br />

assenta<br />

em<br />

Vista das muralhas sobre o rio Minho<br />

Estação de Vila Nova<br />

de Cerveira<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0.5Km<br />

A pé<br />

boa parte<br />

Táxi: T. 251 797 120<br />

na agricultura,<br />

Vila Nova de Cerveira passou<br />

a integrar também os principais<br />

roteiros culturais do país, graças a uma importante<br />

bienal de arte que regularmente abre as suas<br />

portas a artistas de todo o mundo. A Bienal Internacional<br />

de Artes originou também a criação de um<br />

museu que guarda o espólio das bienais, testemunhando<br />

a evolução das artes plásticas ao longo dos<br />

últimos 25 anos. De referir, ainda, o valioso espólio<br />

do espaço museológico do Convento de São Paio<br />

e o Aquamuseu do Rio Minho, criado em<br />

2005, no Parque de Lazer do<br />

Castelinho.


o QUe Ver<br />

Castelo<br />

Durante séculos, o castelo de Vila Nova de Cerveira desempenhou<br />

um papel decisivo na defesa da fronteira norte de<br />

Portugal. Se as muralhas de Caminha e o Forte da Ínsua<br />

defendiam a foz do rio Minho, a vila de Cerveira, 10 km<br />

<strong>para</strong> montante, cobria um ponto estratégico importante,<br />

onde as condições da margem e dos fundos favoreciam<br />

a travessia das forças invasoras. Do perímetro fortificado<br />

que existiu até século XIX só subsiste o castelo medieval<br />

mandado reforçar por D. Dinis, já que a maior parte das<br />

linhas abaluartadas mandadas fazer após a Restauração<br />

foi destruída a partir de 1880. A visita ao castelo está<br />

condicionada por <strong>aqui</strong> funcionar uma unidade<br />

hoteleira, a Pousada de<br />

D. Diniz.<br />

Miradouro do Monte da Senhora da<br />

Encarnação<br />

D<strong>aqui</strong> abarca-se uma das mais belas paisagens da região,<br />

dominada pelas margens verdejantes do rio Minho<br />

e as ilhas da Boega e dos Amores. Este miradouro<br />

destaca-se do cenário através de uma escultura metálica<br />

de um cervo (animal que deu nome à vila), da autoria<br />

do escultor José Rodrigues. A subida desde o centro da<br />

vila até ao cimo do monte oferece várias perspectivas e<br />

ângulos de observação de um panorama excepcional<br />

que se estende desde a foz do rio Minho até às serras de<br />

ambos os lados da fronteira. Vale a pena <strong>para</strong>r a meio da<br />

subida <strong>para</strong> visitar uma antiga atalaia medieval, perdida<br />

no meio da mata, de onde se alcança uma vista fabulosa.<br />

LINHA DO MINHO VILA NOVA DE CERVEIRA<br />

Perto da beira-rio e <strong>para</strong> montante do castelo, fica o Forte<br />

de Lovelhe, que completava a defesa da vila.<br />

Pousada de D. Diniz<br />

Convento de São Paio<br />

Conjunto patrimonial composto pela igreja e claustros,<br />

salas expositivas, jardins e uma zona de mata e lagoas.<br />

Guarda o espólio do escultor Mestre José Rodrigues, do<br />

qual fazem parte as esculturas em bronze expostas nos<br />

jardins, desenhos de autores portugueses do século<br />

XIX à actualidade, esculturas em metal<br />

dos anos de 1960, entre<br />

outras obras.


18<br />

VILA NOVA DE CERVEIRA LINHA DO MINHO<br />

Igreja Matriz<br />

Dedicada a S. Cipriano, apresenta uma fachada imponente,<br />

de feição barroca, ladeada por duas torres<br />

sineiras. Tem planta de três naves, se<strong>para</strong>das por arcos<br />

assentes em grossas colunas toscanas, um arco triunfal<br />

neoclássico e uma pequena capela-mor. O templo merece<br />

destaque, sobretudo, belo belíssimo retábulo barroco<br />

do altar-mor, em estilo nacional, datado de 1734,<br />

da autoria do mestre cerveirense Veríssimo Barbosa.<br />

Pelourinho<br />

O pelourinho de Vila Nova de Cerveira é do século XVI,<br />

estando assente sobre três degraus. Possui fuste liso e<br />

capitel, sendo rematado por um corpo tronco-cónico<br />

com brasão de armas. Ainda conserva os ferros antigos.<br />

Aquamuseu do Rio Minho<br />

Inaugurado em Julho de 2005, é um projecto destinado a<br />

de aquários está ordenado de forma a permitir uma viagem<br />

pelo cursos do rio, começando em Lugo (Espanha)<br />

e terminando na foz, em Caminha. Ao longo do trajecto,<br />

representativas do rio, como a truta, a tainha ou a lampreia.<br />

Além das quatro dezenas de peixes nos aquários,<br />

há ainda um casal de lontras alojado num espaço próprio,<br />

-<br />

nhecer as artes da pesca que atravessaram gerações de<br />

homens ligados ao rio, <strong>para</strong> além de equipamentos, materiais,<br />

utensílios e roupas utilizados pelos pescadores.<br />

Uma biblioteca/cafetaria com esplanada, convertível em<br />

auditório, completa as infra-estruturas de apoio.<br />

O QUE FAZER<br />

Parque de Lazer do Castelinho<br />

Inaugurado em 2007, é uma zona de lazer com<br />

forte componente pedagógica ligada à Natureza<br />

e aos recursos hídricos, em harmonia com o<br />

Aquamuseu do Rio Minho, <strong>aqui</strong> integrado. Existe<br />

no parque uma réplica do rio Minho, em que o<br />

curso do mesmo foi recriado através de canais e<br />

comportas, e um trilho botânico com espécies<br />

autóctones (choupo, salgueiro, amieiro, loureiro,<br />

vidoeiro). Existe ainda uma charca interpretativa<br />

mais representativas do rio Minho.<br />

Considerada umas das melhores do país, a praia<br />

Nova de Cerveira. A escassos minutos do Aquamuseu<br />

e banhada pelo rio Minho, possui bons<br />

acessos e equipamentos de apoio.<br />

É uma praia vigiada, com<br />

restaurante e bar.


onde CoMer<br />

Casa do Lau €<br />

Com uma soberba esplanada com vista <strong>para</strong> o rio Minho,<br />

esta casa serve pratos regionais bem conseguidos.<br />

Serve lampreia e sável na época. Não fumadores.<br />

Encerra Quinta-feira<br />

M Rua da Igreja, Loivo<br />

T 251 795 162<br />

Marinelo €<br />

No centro da vila, serve a boa cozinha minhota em<br />

ambiente simples. Bacalhau frito à minhota e sável e<br />

lampreia, na época. Não fumadores.<br />

M Rua Queirós Ribeiro<br />

T 251 795 114<br />

Casa das Velhas €€<br />

Belíssimo espaço, em granito e a madeira, com sala de refeições<br />

espaçosa e esplanada com magnífica vista panorâmica.<br />

Na ementa há polvo na brasa, cabrito assado à serra d’ Arga<br />

e posta mirandesa, entre outros pratos. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />

M Quinta Mineirinhas<br />

T 251 708 400<br />

www.mineirinhas.com<br />

LINHA DO MINHO VILA NOVA DE CERVEIRA<br />

Casa das Velhas<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

onde dorMir<br />

Hotel Turismo do Minho ****<br />

Unidade hoteleira moderna e acolhedora, inserida<br />

numa região de natureza ímpar, reconhecida<br />

também pelo seu estatuto artístico e prazeres<br />

gastronómicos. Com restaurante, piscina e ténis.<br />

Quartos 65<br />

M EN 13, Vila Meã<br />

T 251 700 245<br />

www.hotelminho.com<br />

Pousada de Juventude de V. Nova de Cerveira<br />

Pousada moderna, com óptimas condições e<br />

equipamentos, constituindo um bom ponto de<br />

partida <strong>para</strong> descobrir o Alto Minho.<br />

M Rua Alto das Viegas<br />

T 251 796 113<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

19


20<br />

VALENçA<br />

Praça de guerra<br />

Sobre uma pequena elevação sobranceira ao rio<br />

Minho, ergue-se a vila fortificada de Valença, também<br />

conhecida por Valença do Minho. Pouco se sabe<br />

sobre as suas origens. A existência de castros nas redondezas<br />

e de um marco miliário ao pé do rio, confirma<br />

que esta terra já era habitada no tempo da romanização,<br />

mas estações rupestres e monumentos<br />

megalíticos fazem remontar as suas raízes a tempos<br />

mais longínquos. Repovoada por ordem de D. Sancho<br />

I, tem foral concedido por D. Afonso III, em 1262.<br />

A razão de ser de Valença, cuja praça-forte é considerada<br />

uma obra-prima da arquitectura militar, foi,<br />

durante séculos, a defesa deste ponto da fronteira.<br />

As suas muralhas, por mais de uma vez destruídas<br />

mas sucessivamente reconstruídas, merecem uma<br />

visita demorada, seja pelo seu traçado único, seja<br />

pela sua extensão ou pela sua conservação e beleza.<br />

Quem as percorrer, fica deslumbrado pela panorâmica<br />

que a cada passo vai desfrutando: o rio Minho<br />

com as suas águas tranquilas, a Galiza ribeirinha e<br />

Tuy, dominada pela imponente sé catedral.<br />

Valença é hoje um pólo de grande atracção turística,<br />

uma cidade onde convivem o antigo e o moderno;<br />

onde, a par da construção e arquitectura passadas,<br />

se levantam novas construções e estruturas, o<br />

comércio floresce e a actividade hoteleira<br />

e similar progride dia<br />

após dia.<br />

Fortaleza de Valença<br />

Estação de Valença<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

1 km<br />

A pé<br />

Táxi: T. 251 822 121<br />

A estação<br />

Esta estação fronteiriça<br />

que marca<br />

o fim da Linha do<br />

Minho apresenta<br />

um elegante edifício<br />

com telhado<br />

amansarrado à<br />

francesa (o único do género numa gare portuguesa)<br />

e pórticos com colunas metálicas. A sul, existe<br />

um curioso núcleo museológico, numa antiga<br />

cocheira ferroviária, com locomotivas<br />

antigas, carruagens e outro material<br />

do século XIX.


o QUe Ver<br />

Fortaleza de Valença<br />

Construída após a Restauração, esta fortaleza foi o<br />

ponto-chave da defesa da fronteira do Minho. Apesar<br />

de um sem-número de combates (contra espanhóis e<br />

franceses, liberais e absolutistas, cabralistas e setembristas),<br />

esta estrutura militar está razoavelmente<br />

conservada. O perímetro fortificado actual resulta da<br />

sobreposição da praça setecentista e do castelo medieval,<br />

do qual restam alguns vestígios. A fortaleza é<br />

constituída por dois corpos, a Coroada (posterior) e a<br />

Vila Velha, ligados pelas pontes e portas reforçadas,<br />

conhecidas como Portas do Meio. No interior do corpo<br />

o Campo de Marte com o seu Paiol Geral, a Capela Militar<br />

do Bom Jesus e a Capela de São Sebastião, assim<br />

como a estátua de São Teotónio, padroeiro de Valença.<br />

O acesso ao corpo principal da fortaleza é feito pelas<br />

Portas do Sol, a nascente, as Portas da Fonte da Vila, a<br />

poente e as Portas da Gabiarra, a norte.<br />

Capela da Misericórdia<br />

Belo exemplar da arquitectura religiosa, barroca e neoclássica.<br />

No interior tem dois balcões, possivelmente <strong>para</strong><br />

o cadeiral dos mesários, colocados superiormente junto<br />

ao coro-alto e retábulos de talha policroma<br />

da neoclássica.<br />

Museu Ferroviário de Valença<br />

Como em outras secções museológicas da <strong>CP</strong>, <strong>aqui</strong> podem<br />

admirar-se bonitas locomotivas e carruagens que nos fazem<br />

sonhar com tempos idos e viagens míticas como as<br />

do antigo Expresso do Oriente ou mesmo do Sud Express.<br />

É o caso do salão rolante, de fabrico francês, que era<br />

aquecido por uma pequena salamandra e cujas louças<br />

da casa de banho são ainda hoje um gosto <strong>para</strong> o olhar.<br />

Também outra carruagem salão de 1884 nos surpreende<br />

pelos seus cadeirões de veludo, lavatórios e cómodas com<br />

tampo de mármore. Ao contrário do que hoje muito se<br />

apregoa, <strong>aqui</strong>lo é que era qualidade de vida…<br />

LINHA DO MINHO VALENçA<br />

Igreja de Santo Estevão<br />

Com uma fachada simples, ao estilo renascença, conserva<br />

na capela-mor pinturas alusivas à vida do santo<br />

padroeiro e um quadro quinhentista que representa a<br />

igreja de origem medieval.<br />

Igreja de Santa Maria dos Anjos<br />

Igreja matriz da cidade, é um templo de estilo românico,<br />

datado do século XIII. É constituído por uma estrutura<br />

de nave única. Tem a capela-mor, a torre sineira,<br />

uma capela e sacristia, em corpo único rectangular,<br />

adossado a sul. A fachada principal da igreja exibe uma<br />

cornija saliente e um portal em arco de<br />

volta perfeita.<br />

21


22<br />

VALENçA LINHA DO MINHO<br />

o QUe FaZer<br />

PrograMa<br />

CoMBoio aVenTUra<br />

Rotas do Minho<br />

Venha descobrir uma terra de encantos, onde se<br />

conjugam vários factores. É no apego às romarias<br />

que a alma do Minho se desvenda, onde as tradições<br />

marcam a história, num berço folhado de<br />

verde. A <strong>CP</strong> estabeleceu parcerias com entidades<br />

organizadoras de eventos, a pensar na di<strong>versão</strong><br />

de todos. Em Valença o programa é composto por<br />

um passeio de BTT pela ecopista, almoço no restaurante<br />

na Fortaleza de Valença, passeio guiado<br />

pelo centro histórico e tempo livre. Informações<br />

em 808 208 208 ou cp.pt<br />

Ecopista do Rio Minho<br />

Os 12 km do troço final da Linha do Minho, entre Valença<br />

e Monção, foram transformados numa ecopista,<br />

acessível a peões e bicicletas. Desenvolve-se entre os<br />

arredores da estação de Valença (perto do local onde<br />

a linha bifurca <strong>para</strong> Espanha) e o antigo apeadeiro da<br />

Senhora da Cabeça, a 3 km de Monção. Quase sempre<br />

com o rio Minho à vista, permite um passeio inesquecível<br />

pelo meio da Natureza.<br />

Capela de Nossa Senhora do Faro<br />

Está localizada no Monte do Faro, local elevado de<br />

onde se abarca uma magnífica panorâmica sobre Valença<br />

e o rio Minho. O templo é uma pequena capela<br />

barroca do século XVIII com tecto da nave em madeira<br />

e capela-mor com abóbada de caixotões. Possui<br />

retábulo-mor de estilo nacional. É <strong>aqui</strong> que se<br />

realiza a Romaria de Nossa Senhora<br />

do Faro, a 15 de Agosto.<br />

Trilhos Pedestres<br />

Existem em Valença vários percursos pedestres sinalizados,<br />

criados pela Câmara Municipal. É o caso do<br />

trilho do Monte do Faro, um dos mais interessantes<br />

do ponto de vista paisagístico. Com uma extensão de<br />

8 km, desenvolve-se nas elevações a leste de Valença,<br />

em redor da Ermida da Senhora do Faro, e proporciona<br />

belos panoramas sobre o vale do rio Minho e o sul da<br />

Galiza. Menção ainda <strong>para</strong> os outros trilhos: Mosteiro<br />

(em Cerdal, à descoberta do Ribeiro Mira), Via Romana,<br />

Veiga da Mira, Ínsua do Crasto (complementar à<br />

ecopista) e Entre Mosteiros (com passagem pelos conventos<br />

de Ganfei e Sanfins).


onde CoMer<br />

Mané €€<br />

Restaurante com uma boa cozinha minhota, agradavelmente<br />

decorado e com um serviço muito profissional.<br />

Não fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira.<br />

M Avenida Miguel Dantas<br />

T 251 823 402<br />

Quinta do Prazo €€€<br />

Instalado desde 2005 numa antiga quinta agrícola recuperada,<br />

combina as vertentes de restaurante e espaço<br />

<strong>para</strong> eventos. Assume-se como um projecto de qualidade,<br />

no registo de cozinha de autor. Ao comando estão<br />

Paulo Fonseca e Amaya Guterres, sendo ela responsável<br />

pela cozinha e ele por tudo o que diz respeito ao vinho.<br />

Reinterpretando a cozinha tradicional minhota, Amaya<br />

recupera receitas antigas e trabalha os produtos da região<br />

com recurso a novas técnicas. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo (jantar) e Segunda-feira<br />

M Lugar da Urgeira<br />

T 251 821 230<br />

www.restaurantequintadoprazo.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DO MINHO VALENçA<br />

onde dorMir<br />

Pousada de São Teotónio<br />

Charme e muita discrição dentro da Fortaleza de<br />

Valença e com direito a vista <strong>para</strong> Tui e o rio Minho.<br />

No restaurante provem-se as iguarias da região.<br />

Quartos 18<br />

M Baluarte do Socorro<br />

T 251 800 260<br />

www.pousadas.pt<br />

Hotel Valença do Minho ***<br />

Localizado no centro da vila, perto da estação de<br />

comboios e da rodoviária, este hotel tem piscina<br />

exterior, parque de estacionamento e ainda serviço<br />

de restaurante e bar.<br />

Quartos 36<br />

M Avenida Miguel Dantas<br />

T 251 824 392<br />

www.hotelvalencadominho.com<br />

23


a Bordo do CoMBoio regionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

1 Linha do Minho<br />

2 Linha do douro<br />

3 Linha do Vouga<br />

4 Linha do norte e ramal de Tomar<br />

5 Linha da Beira alta<br />

6 Linha da Beira Baixa<br />

7 Linha do oeste<br />

8 Linha do Leste e ramal de Cáceres<br />

9 Linha do algarve


Foto: Vista sobre o rio Douro e os vinhedos em socalco a boRdo do comboio RegionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

Linha do doURo<br />

Peso da Régua<br />

Pinhão<br />

Tua<br />

Pocinho


LINHA DO DOurO<br />

Ermesinde<br />

Paredes<br />

Penafiel<br />

Marco de Canaveses<br />

Barqueiros<br />

Caldas de Moledo<br />

Peso da régua<br />

Pinhão<br />

Tua<br />

Ferradosa<br />

Pocinho<br />

“a viagem<br />

torna-se<br />

grandiosa<br />

d<strong>aqui</strong> em<br />

diante”


ao encontro das vinhas históricas<br />

LINHA DO DOurO<br />

É um dos mais belos trajectos ferroviários portugueses e desenvolve-se durante mais<br />

de 150 quilómetros ao longo do rio Douro, por entre as paisagens vinhateiras classificadas<br />

como Património da Humanidade.<br />

Pelas margens de um rio<br />

A estação de São Bento, ou a da<br />

Campanhã, no Porto, marcam o<br />

início desta linha ferroviária que<br />

antes nos levava até à fronteira com<br />

Espanha, em Barca d’Alva. O troço final do percurso está<br />

encerrado desde 1988 pelo que o passeio termina agora<br />

na estação do Pocinho. Mas até lá, grande parte do<br />

trajecto acompanha as margens do rio Douro, naquela<br />

que é a maior extensão de via-férrea portuguesa ladeada<br />

de água.<br />

Durante a primeira hora de viagem, entre o Porto e Marco<br />

de Canaveses, a Linha do Douro leva-nos entre periferias<br />

urbanas, enquadradas pelas serras de Valongo, da Aboboreira<br />

e do Marão. Em Penafiel, atinge-se o ponto mais a<br />

norte, e mais elevado, do percurso. A partir daí, o comboio<br />

começa uma descida até ao rio, que se acentua depois da<br />

passagem por Marco de Canaveses. Atravessa-se o longo<br />

túnel do Juncal e antes da <strong>para</strong>gem em Mosteirô e da<br />

ponte <strong>para</strong> Cinfães, de súbito, como que explode à direita<br />

da carruagem a imponência das paisagens do Douro.<br />

Coimboio a vapor na estação do Tua<br />

Cenários deslumbrantes<br />

A viagem torna-se grandiosa d<strong>aqui</strong> em diante, com o<br />

grande espelho de água do Douro à direita e os primeiros<br />

socalcos vinhateiros a aparecerem na outra margem.<br />

Será neste registo que se vai desenrolar a viagem até<br />

Peso da Régua, a histórica cidade do Douro Vinhateiro<br />

onde apetece passear pela zona ribeirinha e<br />

apreciar o movimento das chegadas<br />

e partidas dos cruzeiros.<br />

Mas estamos ainda<br />

a meio<br />

do antigo traçado pelo que retomamos<br />

a marcha pelos montes de vinhas<br />

enfileiradas, sempre com vista<br />

<strong>para</strong> o rio.<br />

Não tardamos a chegar à pacata vila<br />

do Pinhão, com a sua praia fluvial e os antigos armazéns<br />

vinhateiros. Esta é outra <strong>para</strong>gem aconselhada, a começar<br />

pela belíssima estação que alberga uma wine house<br />

que convida a provar os melhores vinhos da região.<br />

Na Rota das Amendoeiras<br />

Se fizer a viagem entre os meses de Fevereiro e Março,<br />

espere encontrar no caminho mais um cenário de beleza<br />

exuberante. Nesses meses, as amendoeiras do Alto Douro<br />

antecipam a chegada da Primavera com um espectáculo<br />

florido que torna este percurso ainda mais especial, sobretudo<br />

a partir do túnel da barragem da Valeira, pouco<br />

depois de passar pelo Pinhão.<br />

Aqui as amendoeiras cobrem as íngremes e rochosas encostas<br />

de branco, como se tivesse nevado. Os tons variam<br />

consoante o avanço da floração, variando da alvura ao<br />

cor-de-rosa. E é no meio deste inesquecível<br />

espectáculo natural que chegamos<br />

ao Pocinho, termo actual<br />

da Linha do Douro.<br />

Vista do miradouro de Casal de Loivos sobre o comboio histórico na linha do Douro à chegada ao Pinhão<br />

3


4<br />

PEsO DA réguA<br />

capital do Vinho<br />

do Porto<br />

Não existem certezas das origens da localidade, mas<br />

pensa-se <strong>aqui</strong> ter existido uma casa romana de campo<br />

denominada “Villa Reguela”. O seu maior desenvolvimento<br />

dá-se, no entanto, a partir de 1756 com a criação<br />

pelo Marquês de Pombal, da Real Companhia Geral<br />

da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, que instituiu<br />

a 1ª região demarcada de produção vitivinícola a nível<br />

mundial.<br />

Constroem-se, então, em Peso da Régua os armazéns<br />

da Companhia, e realizam-se as primeiras “feiras dos<br />

vinhos” que estiveram na origem da criação de vários<br />

estabelecimentos comerciais, hospedarias, casas de<br />

jogo e tantas outras mais valias <strong>para</strong> a localidade. Era<br />

daí que partiam os típicos barcos rabelos que se aventuravam<br />

pelo rio Douro <strong>para</strong> transportar os barris de<br />

vinho até Vila Nova de Gaia, onde o vinho envelhecia<br />

nas caves.<br />

Foi elevada a vila no dia 3 de Fevereiro de 1837 e à<br />

categoria de cidade a 14 de Agosto de 1985. Em 1998<br />

foi reconhecida pelo Office Internacional de la Vigne et<br />

du Vin como Cidade Internacional da Vinha e do Vinho.<br />

As paisagens naturais desta região são únicas,<br />

estando o Alto Douro vinhateiro<br />

classificado pela UNESCO<br />

como Património<br />

da<br />

Barco de cruzeiro no rio Douro<br />

Estação de Peso da Régua<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

0.6 km<br />

Táxi: T. 254 312 972<br />

Humanidade.<br />

A cidade possui várias<br />

infra-estruturas de lazer como uma<br />

área pedonal, campos de ténis, piscinas e equipamentos<br />

<strong>para</strong> pesca, lojas de artesanato, restaurantes e<br />

bares. Do cais fluvial chegam e partem os barcos de<br />

turismo que cruzam o Rio Douro.<br />

A riqueza patrimonial do concelho é muito rica e variada,<br />

dela se destacando as casas senhoriais, os pequenos<br />

palacetes e as quintas dos produtores de<br />

Vinho do Porto, muitas delas abertas<br />

ao público <strong>para</strong> visitas e<br />

provas de vinhos.


o QUe VeR<br />

Museu do Douro<br />

Inaugurado no final de 2008, a sede do museu ocupa<br />

a recuperada Casa da Companhia, da Real Companhia<br />

Velha. A exposição inaugural foi dedicada ao Barão de<br />

Forrester, empresário inglês e acérrimo defensor do<br />

vinho do Porto. O edifício tem diversas valências e equipamentos,<br />

entre os quais biblioteca e arquivo com o<br />

espólio de várias quintas, salas <strong>para</strong> consulta de livros e<br />

um restaurante. Bem integrado na paisagem, das janelas<br />

do edifício os visitantes podem observar a paisagem<br />

dos vinhedos em socalcos, enquanto saboreiam, talvez,<br />

um cálice de Porto. Museu de território, integra vários<br />

núcleos expositivos espalhados pela Região Demarcada<br />

do Douro como o Pão e Vinho em Favaios, Amêndoa em<br />

Vila Nova de Foz Côa, Cereja em Resende, Vinho em São<br />

João da Pesqueira, Seda em Freixo de Espada à Cinta e<br />

Imaginário em Tabuaço.<br />

Miradouro de São Leonardo de Galafura<br />

Do alto do Miradouro de São Leonardo da Galafura,<br />

a norte da Régua, a paisagem é deslumbrante, <strong>para</strong><br />

já não dizer mágica. O Douro desdobra-se como uma<br />

larga fita azul que, <strong>aqui</strong> e ali, vai reflectindo tudo o<br />

que a envolve. Este era um dos locais de eleição de<br />

Miguel Torga, onde segundo ele, ia buscar muitas vezes<br />

a inspiração.<br />

Dizia ele que São Leonardo era como um barco de quilha<br />

<strong>para</strong> o ar, que a Natureza voltara a meio do vale.<br />

Um gigante granítico que parece querer barrar ao rio<br />

o caminho <strong>para</strong> o mar. Não é todos os dias que pode<br />

ter o privilégio de encontrar um local como este. Pare<br />

e fique em silêncio, respirando fundo e enchendo-se<br />

LINHA DO DOurO PEsO DA réguA<br />

com o que de melhor a Natureza ainda tem <strong>para</strong> nos<br />

dar.<br />

Em São Leonardo da Galafura pode também admirar<br />

a força e a tenacidade daqueles que, não obstante a<br />

adversidade dos solos, modelaram com as suas mãos<br />

a paisagem de socalcos onde a vinha se agarrou e absorveu<br />

a força da terra e o calor do solo <strong>para</strong> depois<br />

oferecer ao homem o melhor vinho do mundo.<br />

o QUe SaboReaR<br />

Doçaria regional<br />

Para além de «falachas» (à base de farinha de<br />

castanha), «rabelos» (em forma de barco rabelo)<br />

e «ferreirinhas» (com frutos secos), têm fama os<br />

rebuçados da Régua, vendidos pelas «rebuçadeiras»,<br />

principalmente junto à estação de comboios.<br />

De tradição muito antiga, são cortados manualmente<br />

e embrulhados em forma de laço.<br />

5


PEsO DA réguA LINHA DO DOurO<br />

o QUe FaZeR<br />

PRogRama<br />

comboio hiSTÓRico<br />

De Junho a Outubro em comboio especial Régua – Tua<br />

Este percurso propõe uma viagem pela história e tradição<br />

em locomotivas a vapor e carruagens de madeira, do início<br />

do século XX. A 30 quilómetros por hora, a velha locomotiva<br />

percorre a linha do Douro, tendo como pano de fundo o<br />

rio Douro e os socalcos da paisagem vinhateira Património<br />

Mundial da UNESCO. Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />

FeSTa daS VindimaS<br />

Nos fins-de-semana de Setembro em comboio especial<br />

Porto Campanhã-Régua.<br />

Celebre a tradição da época das vindimas aproveitando<br />

este novo programa da <strong>CP</strong>. Com a duração de um dia, o<br />

programa inclui almoço regional, visita a uma adega,<br />

animação musical e participação nas tradicionais lagaradas.<br />

Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />

Cruzeiros no Douro<br />

Aproveitando as fantásticas paisagens do rio Douro e<br />

do seu vale, são já muitas as empresas a realizar cruzeiros<br />

turísticos nestas águas. Estes percursos permitem<br />

conhecer o curso do rio Douro no total de 209km, desde<br />

Barca d`Alva até Vila Nova de Gaia ou Porto. Os passeios<br />

têm a duração de uma manhã ou tarde, ou mesmo de<br />

dia inteiro ou dois dias. Noutra vertente, existe também<br />

a possibilidade de realizar viagens de oito dias em que<br />

o visitante poderá conhecer outros locais na região<br />

envolvente ao Vale do Douro. Como pontos de partida,<br />

chegada ou passagem estão o Porto, Vila Nova de Gaia,<br />

Peso da Régua, Pinhão, Pocinho e Barca d`Alva. Havendo<br />

vários operadores turísticos a oferecer este tipo<br />

de serviços, o turista só tem de decidir se, por exemplo,<br />

quer entrar no Porto e ir até à Régua ou se prefere<br />

entrar <strong>aqui</strong> e seguir <strong>para</strong> o Pocinho. Pode regressar de<br />

comboio ao local de onde partiu. Durante a viagem, os<br />

pontos altos são as mudanças de cota junto às barragens,<br />

quando o barco entra numa eclusa e espera que<br />

a água suba ou desça <strong>para</strong> prosseguir viagem. Uma<br />

experiência a não perder.


onde comeR<br />

Cacho D`Oiro €€<br />

Restaurante de referência da cidade, tem especialidades<br />

a dias certos e uma cozinha onde impera a excelência.<br />

Arroz de polvo com filetes do mesmo, arroz de feijão com<br />

bacalhau frito e bacalhau assado com batata a murro são<br />

algumas opções de peixe. Nas carnes há, por exemplo,<br />

cabrito assado com arroz de forno em alguidar, posta à<br />

casa, feijoada e arroz de pato. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Travessa Branca Martinho<br />

T 254 321 455<br />

www.restaurantecachodoiro.com<br />

Douro In €€€<br />

Vista regalada <strong>para</strong> o rio com direito a design. Cozinha<br />

elegante onde se destacam míscaros do monte salteados,<br />

espetadas de polvo com migas, bacalhau com broa<br />

azeiteira, naco de novilho maronês e lombo de novilho<br />

com queijo da serra e vinho do Porto. Não fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira e terça ao almoço<br />

M Avenida João Franco<br />

T 254 323 009<br />

www.douro-in.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DO DOurO PEsO DA réguA<br />

Quinta de São Domingos €€<br />

Localizada perto do centro da Régua, junto à estação<br />

ferroviária, a Quinta de S. Domingos está ligada à produção<br />

de Vinho do Porto. Para além de realizar visitas<br />

às caves e provas de vinhos, tem um agradável restaurante<br />

de cozinha regional. Na ementa há diversas especialidades<br />

tradicionais como cabrito assado recheado,<br />

bacalhau com broa, posta à maronesa e bacalhau com<br />

Vinho do Porto à moda da casa. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />

M Avenida Diocese de Vila Real<br />

T 254 320 263<br />

www.castelinho-vinhos.com<br />

onde doRmiR<br />

Hotel Régua Douro ****<br />

Quartos com vista <strong>para</strong> as quintas durienses e serviço<br />

de qualidade. Situado numa zona de rápido<br />

acesso à mais antiga região demarcada do mundo.<br />

Tem restaurante, piscina e ginásio.<br />

Quartos 77<br />

M Largo da Estação da <strong>CP</strong><br />

T 254 320 700<br />

www.hotelreguadouro.pt<br />

7


8<br />

PINHãO<br />

alma vinhateira<br />

Na confluência do rio homónimo<br />

com o Douro, na margem direita<br />

deste, o Pinhão é uma das mais belas<br />

localidades da zona vinhateira,<br />

classificada como Património da Humanidade<br />

pela UNESCO. Entreposto<br />

do Vinho do Porto e local privilegiado de contemplação<br />

do rio, <strong>aqui</strong> o casario dispõe-se segundo as<br />

curvas de nível, com um núcleo antigo e bem conservado<br />

a acompanhar o ponto onde confluem os dois<br />

rios. Para além de uma praia fluvial com esplanadas e<br />

de um hotel de luxo, conserva uma das estações ferroviárias<br />

mais bonitas e bem decoradas de Portugal.<br />

Há poucos anos, parte da estação foi reconvertida<br />

numa Wine House, com venda de vinhos e outros<br />

produtos locais como compotas ou azeites, e núcleo<br />

museológico alusivo ao ciclo do vinho. Em pleno<br />

coração do Douro, a paisagem ao redor do Pinhão é<br />

dominada pelos espectaculares terraços vinhateiros<br />

que descem até ao rio. Não é difícil entender a razão<br />

pela qual Jaime Cortesão chamou a esta paisagem<br />

«o mais belo e doloroso monumento ao trabalho do<br />

Povo Português». Para obter uma das melhores vistas<br />

sobre o Pinhão, vale a pena subir ao miradouro de<br />

Casal de Loivos, um dos mais impressionantes miradouros<br />

durienses. A povoação integra o concelho de<br />

Alijó, delimitado pelos rios Tua, Pinhão e Douro e pelas<br />

montanhas transmontanas que lhe dão um carácter<br />

altivo. O município guarda antigos castros, pinturas<br />

rupestres e vestígios de estradas romanas, bem<br />

como algumas igrejas e elegantes moradias, caso da<br />

actual Pousada Barão de Forrester, cujo nome evoca<br />

o barão de Forrester, escocês entusiasta do vinho do<br />

Porto, morto no afundamento de um<br />

barco rabelo no Cachão da<br />

Valeira.<br />

Estação ferroviária do Pinhão<br />

Estação de Pinhão<br />

Distância da estação ao centro da vila<br />

Acessos:<br />

0.3 km<br />

A pé<br />

A estação<br />

De norte a sul do<br />

país muitas são as<br />

estações de comboio<br />

que nos oferecem<br />

o encanto das<br />

histórias contadas<br />

nos seus azulejos. A estação do Pinhão ocupa um lugar<br />

à parte, sendo uma das mais bonitas e bem decoradas<br />

de Portugal. Como povoação à beira-Douro, ligada ao<br />

Vinho do Porto, os painéis de azulejos que decoram a<br />

estação estão ligados a esta temática. Desenhados por<br />

J. Oliveira, foram produzidos em 1937 na fábrica Aleluia<br />

de Aveiro. Estendendo-se a toda a volta do edifício,<br />

retratam cenas típicas, desde o transporte das pipas<br />

nos barcos rabelos, até às diversas fases da vindima,<br />

<strong>para</strong> além de fixarem, com rigor etnográfico, os trajes<br />

usados na época pelos homens e mulheres que trabalhavam<br />

na vindima, mostrando ainda as paisagens<br />

durienses nos arredores do Pinhão. Alguns painéis<br />

têm o interesse suplementar de mostrarem paisagens<br />

desaparecidas como o Cachão da Valeira, submerso<br />

pela construção da barragem homónima, e a ponte<br />

ferroviária da Ferradosa, substituída por<br />

outra devido ao enchimento<br />

da albufeira.


o QUe FaZeR<br />

Cruzeiros no Douro<br />

Com o rio represado em várias barragens, as viagens<br />

no Douro são hoje longos passeios calmos, bem diferentes<br />

dos tempos em que navegar <strong>aqui</strong> significava<br />

enfrentar águas turbulentas e escolhos traiçoeiros,<br />

como os que engoliram o barão de Forrester. Agora,<br />

pode desfrutar da majestosa paisagem vinhateira<br />

enquanto toma uma bebida ou mesmo uma refeição.<br />

Para isso só tem que escolher a empresa (há vários<br />

operadores turísticos a oferecer este tipo de serviços)<br />

e decidir o percurso. Com partida do Pinhão, há<br />

cruzeiros até ao Tua, e tendo o Pinhão<br />

como destino, há percursos a<br />

partir da Régua ou do<br />

Porto.<br />

o QUe VeR<br />

Miradouro do Casal de Loivos<br />

Um dos mais impressionantes miradouros durienses,<br />

proporciona uma vista ímpar sobre uma grande<br />

extensão do rio Douro e os vinhedos em socalco, incluindo<br />

o famoso “L” que o curso do rio descreve em frente ao<br />

Pinhão, localidade que também domina esta paisagem.<br />

Wine House<br />

Parte da estação ferroviária do Pinhão foi reconvertida<br />

em loja de produtos regionais: vinhos, compotas, azeites<br />

e chás de ervas, entre outras delícias locais. O espaço<br />

engloba ainda um núcleo museológico com objectos relativos<br />

ao ciclo do vinho e uma sala <strong>para</strong> jantares vínicos<br />

e cursos de formação.<br />

LINHA DO DOurO PINHãO<br />

onde comeR<br />

Ponte Romana €<br />

É um dos restaurantes mais recomendáveis do Pinhão,<br />

muito frequentado por turistas e locais. Tem uma sala<br />

ampla, com muita luz natural, a oferecer magníficas<br />

vistas sobre o rio. Variações de linguado, salmão e<br />

dourada são confeccionadas a preceito, bem como<br />

a açorda e o arroz de marisco. A tradição por <strong>aqui</strong> é<br />

servida com apontamentos de distinção. Experimente,<br />

por exemplo, o bacalhau com natas… na brasa. Garrafeira<br />

de excelência, com predominância dos vinhos<br />

da regiões. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar<br />

M Rua de Santo António, 2, Pinhão<br />

T 254 732 978<br />

onde doRmiR<br />

Vintage House Hotel ****<br />

Há lugares que valem a pena espreitar, nem que<br />

seja <strong>para</strong> tomar um chá, com vista <strong>para</strong> as plácidas<br />

águas do Douro. Mesmo junto à estação do Pinhão,<br />

uma casa antiga foi transformada em hotel de requinte<br />

com vista <strong>para</strong> o rio. Visite a Academia de<br />

Vinho e usufrua da piscina e court de ténis.<br />

Quartos 43<br />

M Lugar da Ponte, Pinhão<br />

T 254 730 230<br />

www.csvintagehouse.com<br />

Pensão Residencial Ponto Grande<br />

Aprazível residencial de ambiente familiar, com um<br />

bom restaurante de cozinha regional, é uma alternativa<br />

acessível de alojamento na região.<br />

M Rua António Manuel Saraiva, 41<br />

T 254 732 456<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


10<br />

TuA<br />

na confluência de dois<br />

rios<br />

No ponto de encontro do rio Tua com o Douro, uma<br />

pequena povoação herdou o nome desta confluência e<br />

ganhou protagonismo com o desenvolvimento da rede<br />

ferroviária nacional, no final do século XIX. A Linha do<br />

Douro estabeleceu a estação do Tua que, mais tarde, foi<br />

a primeira <strong>para</strong>gem da ligação <strong>para</strong> Bragança. Os passageiros<br />

que viajavam entre as duas linhas ajudaram<br />

ao crescimento da aldeia de Foz Tua (pertencente ao<br />

concelho de Carrazeda de Ansiães), hoje mais conhecida<br />

pelo simples nome do afluente do Douro e da estação de<br />

comboios. A sua localização privilegiada junto às águas<br />

dos rios é apenas um aspecto da magnífica evolvente<br />

natural da aldeia, pois <strong>aqui</strong> estamos em plena Região<br />

Vinhateira do Alto Douro. E <strong>para</strong> além das reconhecidas<br />

paisagens das vinhas em socalcos, outro espectáculo<br />

natural dá vida e cor a estas <strong>para</strong>gens: entre Fevereiro<br />

e Março, as amendoeiras antecipam a chegada da Primavera<br />

e exibem, esplendorosas, as suas flores aos visitantes.<br />

À volta, uma série de miradouros são de visita<br />

obrigatória: Beira Grande (vista sobre os vinhedos e a<br />

estação homónima), Senhora da Ribeira (na margem<br />

direita, um dos pontos mais bonitos do Alto Douro, com<br />

ancoradouro <strong>para</strong> passeios fluviais), São Salvador do<br />

Mundo (impressionante vista sobre a barragem<br />

da Valeira), e ainda a Ferradosa, ponto<br />

notável da linha do<br />

Douro.<br />

Comboio a vapor na estação do Tua<br />

Estação do Tua<br />

Distância da estação ao centro da localidade<br />

Acessos:<br />

8 0 km<br />

A pé<br />

Táxi: T. 278 685 241<br />

A estação<br />

Pertencente à<br />

linha do Douro,<br />

esta estação serve<br />

igualmente de<br />

destino final ao<br />

único serviço turístico<br />

de locomotivas a vapor ainda em funcionamento<br />

no nosso país, que parte da cidade da Régua até esta<br />

pequena localidade. Além do edifício principal de<br />

dois andares, conta ainda com um pequeno museu.<br />

No espaço merece também olhar atento uma velhinha<br />

locomotiva e a grande placa giratória utilizada<br />

<strong>para</strong> a in<strong>versão</strong> das máquinas a vapor.


o QUe VeR<br />

Miradouro da Senhora da Ribeira<br />

Um dos pontos mais bonitos do Alto Douro (margem<br />

direita). Aqui existem um ancoradouro (há passeios fluviais),<br />

dois restaurantes e possibilidade de alojamento.<br />

O nome resulta de se situar <strong>aqui</strong> a confluência da ribeira<br />

da Uceira com o Douro. D<strong>aqui</strong> parte <strong>para</strong> montante um<br />

estradão que durante 12 km corre à cota das águas, entre<br />

laranjais, olivais, hortas e amendoeiras.<br />

Miradouro da Beira Grande<br />

Na estrada que desce de Beira Grande <strong>para</strong> o Douro encontra-se<br />

à cota de 550 m um miradouro com esplêndidos<br />

panoramas: avistam-se na margem esquerda os<br />

vinhedos da Quinta da Vargela e, em baixo, a estação<br />

homónima da Linha do Douro. Ao fundo, o monte com<br />

a Capela da Senhora do Viso (altitude 814 m).<br />

Ferradosa<br />

Ponto notável da Linha do Douro correspondente ao<br />

km 151 e onde esta muda de margem, passando<br />

<strong>para</strong> o lado sul do rio, orientação<br />

que manterá até<br />

ao terminal no<br />

Pocinho.<br />

onde doRmiR<br />

Casa do Tua<br />

Situada junto à estação de Foz-Tua, oferece soberbas<br />

vistas sobre o rio. Com ambiente familiar e acolhedor,<br />

resultou da recuperação de uma casa em ruínas, tendo<br />

sido aproveitadas as paredes de xisto. Tem uma sala de<br />

jantar espaçosa, uma sala de estar acolhedora e uma<br />

agradável sala de jogos. A pedido, são confeccionadas<br />

refeições que valorizam os produtos típicos da região.<br />

Quartos 12<br />

M Foz Tua<br />

T 278 681 116<br />

www.casadotua.com<br />

LINHA DO DOurO TuA<br />

onde comeR<br />

Café Beira-Rio €<br />

Está um pouco afastado da estação mas <strong>para</strong> lá chegar<br />

basta descer uma rua junto ao rio. De resto, é sentar-se,<br />

apreciar a vista sobre o Douro e aguardar pela boa cozinha<br />

local, com destaque <strong>para</strong> os peixes de rio.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua do Douro, Foz Tua<br />

T 278 685 271<br />

Calça Curta €€<br />

Casa afamada, tem como especialidades os peixes de<br />

rio em escabeche, o ensopado ou a caldeirada de enguias.<br />

Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Estação de Foz Tua<br />

T 278 685 255<br />

o QUe FaZeR<br />

comboio hiSTÓRico<br />

PRogRama<br />

De Junho a Outubro em comboio especial Régua – Tua.<br />

Este percurso propõe uma viagem pela história e tradição<br />

em locomotivas a vapor e carruagens de madeira, do início<br />

do século XX. A 30 quilómetros por hora, a velha locomotiva<br />

percorre as linhas do Douro, tendo como pano de fundo o<br />

rio Douro e os socalcos da paisagem vinhateira Património<br />

Mundial da UNESCO. Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


12<br />

POCINHO<br />

amendoeiras e<br />

gravuras rupestres<br />

Entre as curvas do Douro, uma pequena aldeia<br />

cresceu como entreposto comercial, após a construção<br />

das linhas ferroviárias que uniram as principais<br />

localidades da região norte do país. Na bonita<br />

estação do Pocinho, onde agora termina a Linha do<br />

Douro, antes cruzavam-se bens e passageiros que circulavam<br />

entre esta via e a desactivada Linha do Sabor.<br />

A aldeia beneficiou assim da sua localização estratégica,<br />

sendo um dos pontos de ligação entre os distritos<br />

da Guarda e de Bragança, ligando os concelhos<br />

de Vila Nova de Foz Côa e Torre de Moncorvo. Já nos<br />

anos 80, o Pocinho conheceu outra fase do seu desenvolvimento,<br />

com a construção da sua barragem<br />

e a criação de uma albufeira onde são permitidas<br />

actividades náuticas como o windsurf, a navegação à<br />

vela ou a simples natação. A natureza ganhou assim<br />

outro protagonismo na aldeia, que é agora ponto de<br />

<strong>para</strong>gem obrigatória nos roteiros turísticos que nos<br />

levam pelas paisagens do Douro vinhateiro e, sobretudo,<br />

por quem procura ver as amendoeiras a anunciar<br />

a chegada da Primavera.<br />

Mas desde há alguns anos que a região ganhou outra<br />

grande atracção turística e cultural: as gravuras rupestres<br />

do Vale do Côa, descobertas em 1992 e classificadas<br />

como Património da Humanidade da UNESCO<br />

em 1998, distinção que reconhece a importância<br />

deste património como um dos maiores centros arqueológicos<br />

de arte rupestre da Europa.<br />

Em plena Terra Quente transmontana,<br />

Vila Nova<br />

de Foz Côa,<br />

Embarcação Senhora da Veiga<br />

Estação do Pocinho<br />

Distância da estação a Vila Nova de Foz Côa<br />

Acessos:<br />

7 km<br />

Duas carreiras diárias, às 11h15 e às<br />

19h20, da empresa Lopes & Filhos (tel.<br />

271 312 112)<br />

Táxi: T. 967017934, 914465510<br />

A estação<br />

Neste grande edifício<br />

amarelo, que<br />

marca o ponto<br />

final da linha do<br />

Douro, sobressaem<br />

o alpendre do cais<br />

(suportado por consolas em margarida) e os painéis<br />

de azulejos com cenas rurais que, como os da estação<br />

do Pinhão, são da autoria de J. Oliveira. Há<br />

também um pequeno e cuidado<br />

jardim, e um antigo ar-<br />

mazémferroviário. também apelidada<br />

de “capital da amendoeira”,<br />

assume-se assim como um destino<br />

turístico incontornável, de<br />

grande riqueza paisagística<br />

e patrimonial.


o QUe VeR<br />

Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC)<br />

O PAVC abrange 17 km do curso do rio e seus afluentes.<br />

As primeiras gravuras rupestres paleolíticas foram<br />

descobertas em 1992, na zona da Canada do Inferno,<br />

no decurso de levantamentos arqueológicos prévios<br />

à construção da barragem. Novos reconhecimentos<br />

<strong>para</strong> montante levaram a mais descobertas em 1994-<br />

95, como na Ribeira de Piscos (Muxagata), Penascosa<br />

(Castelo Melhor) e Quinta da Barca Chãs. Foi decidido,<br />

em Novembro de 1995, suspender a construção da barragem<br />

e criar o parque. As gravuras do Paleolítico Superior<br />

(de 28 a 8 mil a.C.) representam cavalos, auroques<br />

(bois selvagens) e cabras. As do Neolítico e do Calcolítico<br />

(entre 2 e 4 mil anos a.C.) incluem representações<br />

humanas. Finalmente, as da Idade do Ferro (1000 anos<br />

a.C.) representam guerreiros a cavalo.<br />

Os núcleos de gravuras<br />

rupestres<br />

Igreja Matriz de Foz Côa<br />

Erguida sobre anterior templo românico, no reinado de<br />

D. João II, sofreu posteriores modificações. Exemplo disso,<br />

o portal gótico-manuelino, com a imagem de Nossa<br />

Senhora do Pranto, padroeira da vila, no meio de dois<br />

escudos com as armas reais. A igreja apoia-se em seis<br />

colunas, que apresentam inclinação <strong>para</strong> Sul, provável<br />

consequência do terramoto de 1755, que dividem o seu<br />

interior em três naves, coberto por tecto com pinturas<br />

de cenas da Paixão de Cristo. As pinturas das paredes<br />

laterais da capela-mor são da escola de Grão.<br />

LINHA DO DOurO POCINHO<br />

foram classificados como Património da Humanidade,<br />

pela UNESCO, em Dezembro de 1998. Há três itinerários<br />

de visita: Castelo Melhor-Penascosa (na margem direita<br />

do Côa), Canada do Inferno (na margem esquerda,<br />

próximo da confluência com o rio Douro), e Muxagata-<br />

-Ribeira de Priscos (afluente do rio Côa na margem<br />

esquerda). As visitas devem ser marcadas com alguma<br />

antecedência (tel. 279 768 260/1) pois o número de visitantes<br />

é limitado. A partir dos centros de recepção, os<br />

visitantes são transportados em viaturas todo-o-terreno<br />

do PAVC, com capacidade <strong>para</strong> oito visitantes mais<br />

um guia. Cada visita tem a duração média de duas horas.<br />

Num dia é apenas possível visitar dois núcleos de<br />

gravuras, um durante a manhã e outro durante a tarde.<br />

É bastante aconselhável o uso de roupa e calçado confortáveis,<br />

bem como chapéu e protector solar, no Verão,<br />

e um impermeável no Inverno.<br />

Castelo (Torre do Relógio)<br />

Construído no reinado de D. Afonso V, do Castelo de<br />

Vila Nova de Foz Côa, apenas restam alguns panos de<br />

muralha e a denominada Torre do Relógio, que<br />

poderá ter feito parte da cintura<br />

de muralhas.<br />

13


14<br />

POCINHO LINHA DO DOurO<br />

o QUe FaZeR<br />

PRogRama<br />

RoTa daS amendoeiRaS<br />

De Fevereiro a Março<br />

Embarque na memorável viagem da Rota das Amendoeiras<br />

e deixe-se deslumbrar pelo vasto cenário florido de<br />

uma das regiões mais verdejantes de Portugal. Sendo o<br />

mais antigo programa turístico da <strong>CP</strong>, a Rota das Amendoeiras<br />

permite-lhe viajar por percursos únicos, onde a história<br />

e a tradição andam de mãos dadas com a beleza das<br />

paisagens. Uma viagem de cortar a respiração. Percorrendo<br />

as terras do Alto Douro e Trás-os-Montes em comboios<br />

especiais, no percurso Porto-Campanhã/ Pocinho e volta,<br />

a Rota está complementada com circuitos rodoviários à<br />

sua escolha. Informações 808 208 2008 www.cp.pt<br />

Passeios na embarcação<br />

«Senhora da Veiga»<br />

A Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa realiza<br />

passeios no Douro no barco rabelo «Senhora da Veiga»,<br />

entre a Régua e Barca d’ Alva, com serviço de almoço<br />

regional a bordo. Os passeios realizam-se todos os dias,<br />

desde que haja um número mínimo de pessoas. Marcações<br />

através dos telefones 279 760 000 ou 961 340 107.


onde comeR<br />

Miradouro €<br />

Simpático café-restaurante, a cinco minutos da estação<br />

do Pocinho. Serve grelhados diversos e ao fim-de-semana<br />

tem como especialidades o assado de borrego e o<br />

lombo assado. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Estrada Nacional 102, Pocinho<br />

T 279 762 702<br />

O Bruiço €€<br />

Ocupando uma antiga discoteca, o espaço é amplo e a<br />

ementa recria, com sucesso, alguns dos mais tradicionais<br />

pratos transmontanos. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo (jantar) e Segunda (todo o dia)<br />

M Lugar do Frango, Estrada do Poio (EN102)<br />

T 279 764379<br />

O Gaveto €<br />

Junto à estação do Pocinho, é um restaurante simples<br />

e familiar, de boa cozinha portuguesa. Há bacalhau assado,<br />

vitela estufada e lombo assado. Não fumadores.<br />

Aberto Todos os dias<br />

M Estação do Pocinho<br />

T 279 762 728<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DO DOurO POCINHO<br />

onde doRmiR<br />

Albergaria Vale do Côa<br />

Situada no centro de Foz Côa, esta Albergaria tem<br />

<strong>para</strong> oferecer um ambiente confortável e familiar,<br />

com instalações aprazíveis e bem equipadas.<br />

Quartos 22<br />

M Avenida Cidade Nova 1 A, VN Foz Côa<br />

T 279 760 010<br />

www.albergariavaledocoa.net<br />

Pousada de Juventude de Foz Côa<br />

Edifício com varanda panorâmica <strong>para</strong> o Vale do Côa.<br />

A pousada beneficia da proximidade de um importante<br />

património arqueológico e arquitectónico.<br />

Quartos 27<br />

M Caminho Vicinal Currauteles, 5, VN Foz Côa<br />

T 279 764 041<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

15


a boRdo do comboio RegionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

1 Linha do minho<br />

2 Linha do douro<br />

3 Linha do Vouga<br />

4 Linha do norte e Ramal de Tomar<br />

5 Linha da beira alta<br />

6 Linha da beira baixa<br />

7 Linha do oeste<br />

8 Linha do Leste e Ramal de cáceres<br />

9 Linha do algarve


Foto: Castelo de Santa Maria da Feira a bordo do coMboio reGionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

Linha do VoUGa<br />

Santa Maria da Feira


LINHA DO VOUGA MINHO<br />

Aveiro<br />

Águeda<br />

Mourisca do Vouga<br />

Sernada do Vouga<br />

Albergaria-a-Velha<br />

Oliveira de Azeméis<br />

S. João da Madeira<br />

Vila da Feira<br />

Oleiros<br />

Espinho<br />

“serpenteia<br />

a serra <strong>para</strong><br />

desembocar<br />

na praia”


Um comboio chamado Vouguinha<br />

Uma linha nostálgica<br />

LINHA DO VOUGA<br />

Um comboio regional que serpenteia a serra <strong>para</strong> desembocar na praia, no percurso<br />

entre Sernada do Vouga e Espinho. Uma linha centenária, inaugurada pela monarquia.<br />

Aventure-se no desconhecido e deixe-se embalar pela carruagem.<br />

Uma povoação perdida no tempo e<br />

no espaço... Assim pode ser descrita<br />

Sernada do Vouga, o início da nossa<br />

viagem pela linha baptizada com o mesmo nome do<br />

rio que a saúda, o Vouga. A povoação é pequena, com<br />

ruas íngremes, típicas dos lugarejos da serra. No alto, a<br />

capela de Santo Amaro proporciona-nos a melhor vista<br />

panorâmica. Ao longe vemos o rio Vouga, que oferece<br />

agradáveis momentos a quem o visita, desde banhos,<br />

pesca desportiva e mesmo actividades radicais.<br />

O apito do comboio avisa que a viagem está prestes a<br />

ter início. É um comboio regional, de cor vermelha, com<br />

apenas uma carruagem, apelidado carinhosamente de<br />

“Vouguinha”. Assim que arranca, somos imediatamente<br />

abraçados pelo vasto eucaliptal da serra da Gralheira e<br />

aproveitamos <strong>para</strong> respirar ar puro.<br />

Em Albergaria-a-Velha, a primeira <strong>para</strong>gem, temos<br />

uma lufada de civilização. O facto de ser um comboio<br />

regional faz com que a viagem seja demorada mas, ao<br />

mesmo tempo, mais familiar.<br />

Esta é uma linha bastante antiga. O primeiro troço, entre<br />

Espinho e Oliveira de Azeméis foi inaugurado pelo rei<br />

D. Manuel II em 1908, e não admira que tenha criado<br />

fortes laços nas gentes que a acolhe. Outra <strong>para</strong>gem<br />

urbana acontece na estação de Vila da Feira, nome<br />

pela qual também é conhecida a dinâmica<br />

cidade de Santa Maria da Feira,<br />

com uma fervilhante<br />

vida cultural.<br />

Vista sobre a estação de Sernada do Vouga<br />

Troço pitoresco, a caminho<br />

do mar<br />

A viagem continua no meio de<br />

eucaliptos e minifúndios pincelados<br />

com criativos espantalhos, feitos a partir de materiais<br />

reciclados. Capelas, casas palacianas, bois, alfaias agrícolas...<br />

tudo concorre <strong>para</strong> chamar a nossa atenção. Também<br />

as estações de comboios surgem pitorescas ao longo<br />

do trajecto. Continuamos a ser embalados pelo ondular<br />

da carruagem e já nos habituámos a ouvir os constantes<br />

apitos que avisam os incautos, nas passagens de nível<br />

sem guarda, de que o comboio vai passar. À medida que<br />

nos aproximamos do destino, os eucaliptos cedem o seu<br />

lugar a cidades e somos invadidos pela brisa do mar que<br />

anuncia a proximidade ao apeadeiro Espinho-Vouga, localizado<br />

a cerca de 800 metros do centro. Se quiser também<br />

pode fazer o percurso inverso e apanhar o comboio<br />

em Espinho. Seja qual for a sua opção, prepare-se <strong>para</strong><br />

vislumbrar, de <strong>para</strong>gem em <strong>para</strong>gem, pequenos mimos<br />

com que a Natureza nos brinda e perfeitos desconhecidos<br />

que nos acenam de uma forma<br />

amigável. E tudo pelo simples<br />

espreitar de uma janela…<br />

Painel de azulejos da estação ferroviária de Espinho<br />

3


4<br />

SANTA MARIA DA FEIRA<br />

cidade cultural<br />

Situada perto da orla marítima, a 186 metros de altitude,<br />

Santa Maria da Feira deve o seu nome a uma<br />

antiquíssima feira medieval que se realizava (pelo<br />

menos desde o século XII) junto ao monte do castelo.<br />

Esta imponente fortaleza, anterior à fundação de<br />

Portugal e classificada como monumento nacional, é<br />

o ex-libris da cidade e um dos castelos mais belos do<br />

país, com as suas invulgares torres de forma cónica.<br />

Este pode ser o ponto de partida <strong>para</strong> uma visita ao<br />

resto do concelho, onde merecem atenção a igreja<br />

matriz e o convento dos Lóios, que acolhe o museu<br />

municipal. Nos arredores da localidade existem também<br />

várias atracções, como as Termas de São Jorge,<br />

o Zoo de Lourosa - Parque Ornitológico ou o Europarque,<br />

um dos principais centros de congressos e feiras<br />

do norte do país, que alberga também um importante<br />

espaço de ciência – o Visionarium.<br />

Nos últimos tempos Santa Maria da Feira ganhou<br />

uma notável dinâmica cultural que tem a sua expressão<br />

mais visível na realização de diversos eventos<br />

que ocupam já um lugar de destaque no calendário<br />

cultural do país. É o caso do Festival <strong>para</strong><br />

Gente Sentada (em Fevereiro, dedicado à<br />

música), do Imaginarius – Festival<br />

Internacional de Teatro de<br />

Rua (Maio) e do<br />

Castelo de Santa Maria da Feira<br />

Estação de Santa Maria<br />

da Feira<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

1 km<br />

A pé<br />

Autocarros: Transfeira, autocarros de 50<br />

em 50 min.<br />

Táxi: T. 256 374 000,<br />

256 010 089<br />

Festival de<br />

Cinema Luso-Brasileiro<br />

(Dezembro), entre outros.<br />

Isto <strong>para</strong> além do grande cartaz turístico-<br />

-cultural da cidade, a Viagem Medieval, um mega-<br />

-evento de recriação histórica da época medieval,<br />

de características únicas no país e que pretende ser<br />

uma referência europeia nesta categoria de eventos<br />

históricos. Realiza-se entre o final de Julho e o início<br />

de Agosto e engloba uma vasta programação,<br />

atraindo à cidade milhares<br />

de turistas.


o QUe Ver<br />

Museu do Papel<br />

Situado em Paços de Brandão, o Museu do Papel foi<br />

criado em 2001 e está instalado num antigo engenho<br />

papeleiro do século XIX. O museu integra duas antigas<br />

fábricas de papel (Fábrica de Custódio Pais e Fábrica dos<br />

Azevedos), situadas à beira-rio e ligadas entre si por um<br />

percurso pedonal. A principal característica diferenciadora<br />

deste espaço museológico reside no facto de se<br />

tratar de um museu manufactureiro e industrial em<br />

actividade, integrando um espaço de produção manual<br />

de papel (antigo Engenho da Lourença) e um espaço<br />

industrial (Casa da Máquina) que mostra o processo de<br />

fabrico em contínuo. Pelo seu carácter inovador e distintivo<br />

no contexto da museologia, mereceu já diversos<br />

prémios e distinções, nomeadamente uma menção<br />

honrosa atribuída pelo European Museum Fórum.<br />

Igreja da Misericórdia<br />

Localizada no centro histórico da Feira, foi fundada em<br />

1594, em homenagem a Nossa Senhora dos Prazeres. A<br />

sua traça actual remonta, contudo, ao século XVIII. No<br />

interior, destaque <strong>para</strong> o retábulo principal, exemplo do<br />

estilo barroco do reinado de D. Pedro. O templo é precedido<br />

por uma elegante escadaria do século XVIII, onde<br />

LINHA DO VOUGA SANTA MARIA DA FEIRA<br />

sobressai um chafariz de espaldar triangular. Do alto da<br />

escadaria obtém-se uma vista privilegiada da cidade,<br />

com o castelo ao fundo.<br />

Igreja Matriz de Santa Maria da Feira<br />

Templo do século XVI de planta em cruz latina, de uma<br />

só nave e claustro de dois pisos. De estilo maneirista,<br />

domina, conjuntamente com o Convento dos Lóios, a<br />

praça principal da cidade.<br />

Museu do Convento dos Lóios<br />

Dedicado à história e à cultura do concelho de Santa<br />

Maria da Feira, o Convento dos Lóios foi recuperado e<br />

adaptado a museu municipal, tendo sido inaugurado<br />

em 2009. Mostra colecções de arqueologia, história,<br />

etnografia, indústria e arte, que testemunham as vivências<br />

ao longo dos séculos em Terras de Santa Maria.<br />

No piso térreo existe uma sala dedicada a um artista da<br />

terra, o pintor António Jo<strong>aqui</strong>m, que doou ao museu<br />

várias obras que retratam temas, figuras e monumentos<br />

regionais, com destaque <strong>para</strong> o Castelo da Feira.<br />

Existe também um núcleo dedicado às artes e ofícios,<br />

onde se mostram os tradicionais e característicos da região,<br />

como os de jugueiro, oleiro, tanoeiro e sapateiro.<br />

Da era industrial estão representadas duas actividades<br />

de grande importância no concelho, o fabrico de papel<br />

e de rolhas de cortiça, esta última ainda hoje em dia<br />

com grande expressão.<br />

Castelo da Feira<br />

Foi construído no século XI sobre vestígios castrejos,<br />

romanos e visigóticos, como o provam vestígios no primeiro<br />

piso da torre de menagem. Localizado num ponto<br />

alto, podia controlar a navegação costeira. Por volta<br />

5


6<br />

SANTA MARIA DA FEIRA LINHA DO VOUGA<br />

de 1300 o castelo é doado por D. Dinis à sua mulher, a<br />

rainha Santa Isabel. Modificado ao longo dos séculos,<br />

guarda, por isso, testemunhos da evolução das técnicas<br />

de defesa entre os século XI e XVI. Com a perda<br />

da importância militar, no século XVI, o<br />

conde da Feira, vai transformar<br />

a torre de menagem<br />

do castelo em<br />

paço<br />

o QUe Saborear<br />

Fogaça<br />

A fogaça é um dos ex-libris de Santa Maria da Feira. Trata-<br />

-se de um pão doce, de forma arredondada e encimada<br />

por quatro bicos que representam as quatro torres do<br />

castelo da Feira. Com origens muito antigas, o seu surgimento<br />

está ligado a práticas religiosas e de caridade.<br />

Mais tarde, no início do século XVI, quando a região foi<br />

dizimada pela peste, nasceu a promessa feita aos santos<br />

de oferecer a “fogaça” se as gentes fossem poupadas. É<br />

essa a origem da Festa das Fogaceiras, realizada anualmente<br />

em Santa Maria da Feira, em que a fogaça é transportada<br />

na cabeça pelas fogaceiras. Em 2002 foi criada a<br />

Confraria da Fogaça da Feira.<br />

o QUe FaZer<br />

Visionarium<br />

Museu ciência interactivo, onde os visitantes podem realizar<br />

experiências, manipulando os equipamentos expostos.<br />

Integra as Cinco Odisseias Científicas (Terra, Matéria, Universo,<br />

Informação, Vida), um espectáculo multisensorial, o<br />

Experimentário e uma sala de exposições temporárias.<br />

senhorial, de gosto renascentista. Com a morte do último<br />

conde em 1700, o paço ficou em ruínas na sequência<br />

de um incêndio. A alcáçova do castelo tem quatro<br />

torreões com cobertura cónica e quatro pináculos.<br />

Subsistiram duas cercas, sendo a principal a medieval,<br />

com a sua barbacã, acrescentada no século XVI <strong>para</strong><br />

reforço da entrada principal, a chamada Porta da Vila.<br />

Na segunda, a mais recente e exterior, adaptada ao uso<br />

da artilharia, são visíveis terraplenos e bombardeiras.<br />

Na cerca principal fica ainda a Torre do Poço do século<br />

XV, com 136 degraus em caracol, a Torre da Casamata<br />

e a Torre das Sentinas, de desenho<br />

invulgar.<br />

Destaque<br />

ainda <strong>para</strong> os jardins,<br />

com cerca de 25.000<br />

metros quadrados, com diversas<br />

intervenções e jogos de água.<br />

M Centro de Ciência do Europarque<br />

T 256 370 605<br />

www.visionarium.pt<br />

Viagem Medieval<br />

A Viagem Medieval em Terras de Santa Maria é um grande<br />

evento de recriação histórica da época medieval que<br />

se realiza todos os anos, entre o final de Julho e o início<br />

de Agosto, nas ruas do centro histórico de Santa Maria da<br />

Feira. Com a ambição de se tornar no “maior projecto de<br />

recriação medieval da Europa”, integra diversas actividades<br />

tais como, a feira franca, visitas guiadas ao castelo,<br />

ceias e jogos medievais, o grande torneio e as justas, o<br />

arraial, o cortejo, entre outras, numa festa grandiosa que<br />

atrai à cidade milhares de visitantes.


onde coMer<br />

Adega Regional O Monhé €€<br />

Palco de uma festa de sabores africanos, portugueses<br />

e brasileiros, num ambiente agradável e com serviço<br />

afável, em duas salas confortáveis e bem decoradas. A<br />

alma da casa é o chefe e proprietário Luís Sotto Mayor<br />

que procura continuamente renovar as suas criações<br />

com novos produtos e paladares. A carta de vinhos assegura<br />

o acompanhamento certo. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar<br />

M Rua Doutor Elísio Castro, 55<br />

T 256 375 412<br />

Orfeu €€<br />

Situado junto ao castelo, ocupa parte do antigo Solar<br />

dos Condes de Fijô. Tem duas salas interiores e uma ampla<br />

esplanada. Funciona como restaurante, petisqueira<br />

e bar de vinhos. Na ementa há bacalhau de diversas<br />

maneiras, polvo no forno com batatinha “Fogaça”, arroz<br />

de pato, carré de vitela Arouquesa, porco preto e vários<br />

pratos vegetarianos. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua António de Castro Real<br />

T 256 283 002<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DO VOUGA SANTA MARIA DA FEIRA<br />

onde dorMir<br />

Hotel Nova Cruz ***<br />

Perto das Caldas de São Jorge, um hotel acessível<br />

rodeado de espaços verdes.<br />

Caldas de São Jorge.<br />

Quartos 65<br />

M Rua São Paulo da Cruz<br />

T 256 371 400<br />

www.novacruzhotel.com<br />

Hotel Ibis Porto Sul Europarque **<br />

Bem localizado e com bons acessos, inserido<br />

no complexo do Europarque, é uma opção de<br />

alojamento acessível e de razoável conforto e<br />

comodidade.<br />

Quartos 63<br />

M Espargo, Europarque<br />

T 256 332 507<br />

www.ibishotel.com<br />

7


a bordo do coMboio reGionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

1 Linha do Minho<br />

2 Linha do douro<br />

3 Linha do Vouga<br />

4 Linha do norte e ramal de Tomar<br />

5 Linha da beira alta<br />

6 Linha da beira baixa<br />

7 Linha do oeste<br />

8 Linha do Leste e ramal de cáceres<br />

9 Linha do algarve


Foto: Torre de Belém, Lisboa A BORDO DO COmBOIO REgIONAL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

LINHA DO NORTE<br />

E RAmAL DE TOmAR<br />

Lisboa Sta Apolónia / Oriente<br />

Vila Franca de Xira<br />

Santarém<br />

Tomar (Ramal de Tomar)<br />

Pombal<br />

Coimbra A / Coimbra B<br />

Curia<br />

Aveiro<br />

Porto


“são as<br />

terras do<br />

Mondego (…)<br />

com Coimbra<br />

na outra<br />

margem”<br />

Linha do norte<br />

e ramaL de tomar<br />

Lisboa sta apoLónia/oriente<br />

aLverca<br />

viLa Franca de Xira<br />

azambuja<br />

santarém<br />

entroncamento<br />

tomar (ramaL de tomar)<br />

Fátima<br />

pombaL<br />

soure<br />

coimbra a/coimbra b<br />

pampiLhosa<br />

meaLhada<br />

curia<br />

oLiveira do bairro<br />

aveiro<br />

estarreja<br />

ovar<br />

esmoriz<br />

viLa nova de Gaia<br />

porto campanhã<br />

CURIA


Linha do norte e ramaL de tomar<br />

Ligação entre as principais cidades do país<br />

É do coração de Lisboa antiga que partimos rumo à cidade Invicta. Até ao Porto são<br />

mais de 300 quilómetros, desvendando a paisagem ao longo dos rios ou pela beiramar,<br />

transpondo vales e cursos de água pela linha mais moderna do país.<br />

Onde o comboio nasceu<br />

Mesmo aos pés de Alfama, a estação<br />

de Santa Apolónia continua a<br />

ser o local onde muitos passageiros<br />

fazem a despedida a Lisboa e embarcam<br />

nesta Linha do Norte, considerada a mais importante<br />

do país. Mas a grande maioria opta agora por subir<br />

na moderna Gare do Oriente.<br />

Ambas merecem ser o ponto de partida nesta viagem,<br />

onde começamos por percorrer o troço inaugural da<br />

ferrovia portuguesa, que nos faz encontrar o Tejo em Vila<br />

Franca de Xira e termina no Carregado, hoje uma estação<br />

que apenas vemos a correr pela janela enquanto avançamos<br />

<strong>para</strong> as lezírias ribatejanas.<br />

A bonita estação de Santarém surge depois, no sopé do<br />

planalto onde a cidade guarda os seus tesouros góticos,<br />

longe do olhar de quem apenas passa e avança <strong>para</strong> o<br />

Entroncamento. A partir desta estação o relevo acentua-<br />

-se na paisagem e não tardamos a contornar a serra dos<br />

Candeeiros.<br />

Terras do centro<br />

A região centro é então atravessada entre serranias e<br />

casario mas após a <strong>para</strong>gem em Pombal os terrenos de<br />

cultivo tornam-se mais frequentes e alagadiços. São as<br />

terras do Mondego, rio que atravessamos com a silhueta<br />

de Coimbra na outra margem.<br />

Algumas <strong>para</strong>gens curiosas ficam pelo caminho até<br />

Aveiro, como a estação da Pampilhosa, onde<br />

podemos partir até à fronteira espanhola,<br />

ou a charmosa<br />

Curia, vila termal<br />

que mantém viva a aura do princípio<br />

do século. Já na cidade da ria,<br />

os olhos pousam de imediato nos<br />

azulejos da estação, que conferem à<br />

gare uma personalidade sem igual,<br />

pelos painéis que retratam paisagens da ria e da cidade.<br />

Estação de Santa Apolónia<br />

Aproximação ao mar<br />

A viagem entre Aveiro e o Porto é relativamente rápida<br />

e atravessa bonitas paisagens, sobretudo no troço entre<br />

Espinho e Vila Nova de Gaia. É então que a linha se aproxima<br />

do mar, desenvolvendo-se <strong>para</strong>lela às águas, com<br />

vista <strong>para</strong> a praia, as dunas e o Atlântico. Tem ainda o interesse<br />

de passar em zonas com arquitectura balnear de<br />

outras épocas, caso da Granja e da Aguda, estações que<br />

estão decoradas com azulejos de autor.<br />

Depois, regressamos ao interior e atravessamos parte da<br />

área metropolitana do Porto até chegarmos à margem<br />

do rio Douro. A travessia é feita pela ponte de São João,<br />

com extraordinária vista sobre a zona ribeirinha do Porto,<br />

Património Mundial e as encostas de Gaia. A recta<br />

final é assim digna da monumentalidade<br />

desta linha, que liga as principais cidades<br />

do país num percurso<br />

cada vez mais<br />

rápido.<br />

Ribeira do Porto<br />

3


4<br />

Lisboa<br />

Cidade das mil cores<br />

No «Livro do Desassossego», Bernardo Soares exalta,<br />

assim, a capital portuguesa: «Não há, <strong>para</strong> mim,<br />

flores como, sob o sol, o colorido variadíssimo de<br />

Lisboa». Com ou sem interposto heterónimo, outros<br />

escritores <strong>para</strong> além de Fernando Pessoa tiveram<br />

nesta cidade a fonte da sua inspiração: Garcia de<br />

Resende, Camões, D. Francisco Manuel de Melo, isto<br />

<strong>para</strong> nos ficarmos pelos clássicos. Que tem, afinal, de<br />

tão inspirador?<br />

Em primeiro lugar, o sítio: um imenso estuário, recortando-se<br />

a perder de vista, com a serra da Arrábida<br />

ao fundo. Depois, a topografia. Não é só Roma que se<br />

orgulha das suas sete colinas. Lisboa sobe e desce, da<br />

Graça ao Castelo, do Campo de Santana a São Pedro<br />

de Alcântara, da Estrela à Politécnica. E, finalmente,<br />

a História. Dos fenícios, gregos e romanos, aos visigodos<br />

e mouros, todos os povos que por <strong>aqui</strong> comerciaram,<br />

guerrearam ou se fixaram, acabaram por deixar<br />

as suas marcas, umas mais evidentes, outras mais<br />

subtis. Mas Lisboa foi, também, uma cidade imperial,<br />

onde fundeavam as naus e galeões carregados<br />

com os tesouros de África, do Oriente e do Brasl. E<br />

em cujas ruas se acotovelavam, no dizer do cronista,<br />

«muitas e desvairadas gentes».<br />

As marcas dos séculos passados e uma<br />

parte do esplendor imperial<br />

foram-se em poucos<br />

segundos, ao<br />

Vista sobre o casario e o Tejo<br />

nascer do dia 1 de Novembro<br />

de 1755, quando o pior<br />

terramoto da sua história<br />

arrasou Lisboa. Mas nem<br />

tudo desabou e foi consumido<br />

pelas chamas. Alfama e Mouraria, afloramentos da<br />

cidade antiga, passaram a coexistir com a geométrica<br />

e luminosa Baixa Pombalina, símbolo do renascimento<br />

das cinzas de uma cidade que não se rendeu<br />

à cólera dos deuses e se reergue banhada pelas luzes<br />

da Razão. Depois, a conquista oitocentista, à custa<br />

de aterros, das margens do Tejo, do Cais do Sodré a<br />

Belém, o rasgar das Avenidas Novas, o urbanismo<br />

autoritário e monumental de Duarte Pacheco nos<br />

anos 40, a recon<strong>versão</strong> urbanística da zona oriental<br />

de Lisboa <strong>para</strong> a Expo’98. Tudo isso moldou a cidade<br />

que conhecemos.<br />

Cidade que, tal como no tempo de Damião de Góis, é<br />

feita de muita gente e muitas culturas, onde se mistura<br />

a luz de uma cidade mediterrânica com a geometria<br />

de uma capital atlântica. Onde<br />

modernidade e tradição convivem<br />

lado a lado, em<br />

harmonia.


Estação de Santa Apolónia<br />

Distância da estação ao centro<br />

1.5 km<br />

Gare do Oriente<br />

Distância da estação ao centro<br />

10 km<br />

Acessos: Metro: www.metrolisboa.pt<br />

(Santa Apolónia, Linha Azul / Gare do<br />

Oriente, Linha Vermelha)<br />

www.carris.pt<br />

Táxi: T 217 932 756 (Rádio Táxis Lisboa)<br />

Linha do norte e ramaL de tomar Lisboa<br />

Santa Apolónia<br />

Situada à beira Tejo,<br />

a estação de Santa<br />

Apolónia é indissociável<br />

da história dos<br />

caminhos-de-ferro<br />

em Portugal, desde<br />

logo porque foi d<strong>aqui</strong> que partiu, em 1856, a primeira<br />

viagem de comboio do país, percorrendo os 37 quilómetros<br />

entre Lisboa e o Carregado. A estação foi inaugurada<br />

em 1865, servindo na altura os passageiros<br />

que seguiam <strong>para</strong> Norte e <strong>para</strong> Leste. D<strong>aqui</strong> partiram<br />

também muitos emigrantes portugueses, como recorda<br />

o “Monumento ao Emigrante”, no largo da estação.<br />

Gare do Oriente<br />

Símbolo da modernidade<br />

arquitectónica<br />

da capital, a Estação<br />

do Oriente foi construída<br />

em 1998 por<br />

ocasião da Exposição<br />

Universal de Lisboa (Expo 98), segundo o traço do arquitecto<br />

galego Santiago Calatrava. Este desenhou uma<br />

interface de transportes com vários níveis onde sobressai<br />

a cobertura de ferro e vidro que faz lembrar um conjunto<br />

de grandes palmeiras. Esta gare intermodal permite o<br />

acesso à linha ferroviária, metro e autocarros.<br />

O QUE VER<br />

Miradouros<br />

Uma cidade com sete colinas tem que ter, pelo menos,<br />

outros tantos miradouros. Na verdade, são bastantes<br />

mais, sobretudo se contarmos com os pontos exteriores<br />

a partir dos quais a capital pode ser observada. Começando<br />

pelos locais com vista <strong>para</strong> o rio, o Miradouro de<br />

Santa Catarina, perto do Chiado, vem à cabeça. Dali ou<br />

do vizinho Noobai Café se avistam Almada, a ponte 25<br />

de Abril e o movimento dos cacilheiros entre uma e a<br />

outra margem. Ainda na zona central, retenha o topo<br />

do elevador de Santa Justa, como local privilegiado<br />

<strong>para</strong> ver, em planta, a Baixa Pombalina. Quem queira<br />

contemplar o Tejo mais <strong>para</strong> montante pode fazê-lo<br />

dos miradouros gémeos de Santa Luzia ou das Portas<br />

do Sol, entre a Sé e a Graça. Já o Rossio e a Avenida<br />

da Liberdade podem ser apreciados dos dois lados, ou<br />

seja, de São Pedro de Alcântara e do Torel (Campo de<br />

Santana). Da Graça e da Senhora do Monte vêem-se a<br />

parte central da cidade e um pouco do Tejo, proporção<br />

que se inverte se subirmos ao Castelo de São Jorge.<br />

Lisboa vista da margem sul é inesquecível,<br />

seja do Cristo-Rei, seja do<br />

elevador panorâmico<br />

de Almada.<br />

Miradouro de São Pedro de Alcântara<br />

5


Lisboa Linha do norte e ramaL de tomar<br />

Esplanada do restaurante Piazza di Mare<br />

Zona ribeirinha<br />

Está longe de formar um contínuo ao longo da margem<br />

norte do Tejo mas conta já com boas manchas de contacto<br />

franco entre a cidade e o rio. De montante <strong>para</strong><br />

jusante, são elas: o Parque das Nações, com uma pista<br />

pedonal que se estende de Cabo Ruivo a Sacavém; o<br />

Cais do Sodré, desde a estação fluvial a Santos; a Doca<br />

do Espanhol entre a Rocha do Conde de Óbidos e os arredores<br />

de Alcântara; o núcleo mais antigo e consolidado<br />

da Doca de Santo Amaro que se prolonga como passeio<br />

ribeirinho pela Central Tejo, Clube Naval, Padrão<br />

dos Descobrimentos e Torre de Belém. E,<br />

finalmente, uma zona interessante,<br />

sobretudo <strong>para</strong><br />

andar a pé,<br />

Bairros típicos<br />

Os chamados bairros populares são<br />

um dos atractivos de Lisboa. Num mundo cada<br />

vez mais globalizado, pasteurizado e uniformizado, representam<br />

as marcas da diferença: um micro-cosmos<br />

afável e fraterno, onde se vendem hortaliças na rua<br />

e toda a gente parece conhecer-se. Um labirinto de<br />

casas, pracetas e escadinhas, pelo meio das quais o<br />

eléctrico 28 parece romper, a custo, passagem. E que<br />

vibram de uma forma especial nas Festas da Cidade,<br />

em Junho, entre o feriado nacional de dia 10 e o feriado<br />

municipal dedicado a Santo António, a 13. Eis alguns<br />

dos principais: Alfama, com um jeito muito próprio,<br />

antigo bairro de marinheiros, onde sobrevivem casas<br />

anteriores ao Terramoto. Bairro Alto, com uma curiosa<br />

mistura de boémia, vida cultural, divertimento e habitantes<br />

tradicionais. Graça, verdadeiro miradouro sobre<br />

Lisboa, e Campo de Ourique, mistura equilibrada de<br />

novos e velhos, tráfego e peões, habitação e serviços.<br />

de patins, de bicicleta ou doutra forma qualquer, desde<br />

a estação de Algés até aos arredores de Caxias. Toda<br />

esta vasta área tem, de uma forma geral, uma dupla<br />

característica: zona de fruição da natureza, com pistas,<br />

relvados e jardins e, ao mesmo tempo, pólo de animação<br />

nocturna, com bares e esplanadas. Nalguns casos,<br />

como no Parque das Nações, a estas duas vertentes<br />

junta-se, ainda, a parte cultural, com museus e salas<br />

de espectáculos e exposições.<br />

Modernidade<br />

As marcas da arquitectura moderna são outra característica<br />

marcante de Lisboa. A nordeste, entre o aeroporto e<br />

o rio, o bairro dos Olivais, construído em princípios dos<br />

anos 60, exemplifica, com brilhantismo, os princípios da<br />

Carta de Atenas: habitação em torre ou em banda, longe<br />

dos eixos viários e rodeada por jardins e zonas comunitárias.<br />

O Parque das Nações, sobretudo na parte correspondente<br />

ao antigo recinto da EXPO’98, ilustra uma<br />

cidade utópica, em diálogo com o Tejo e com minucioso<br />

tratamento do espaço público. A Fundação Gulbenkian e<br />

seus jardins são um ponto alto da arquitectura moderna,<br />

tal como o Centro Cultural de Belém ou o Centro Comercial<br />

das Amoreiras. A antiga zona industrial de Alcântara<br />

mostra as primeiras marcas da renovação urbanística,<br />

tal como os estádios construídos por<br />

ocasião do EURO2004, caso<br />

dos da Luz (Sport<br />

Lisboa e<br />

Vista sobre Alfama e o Tejo


Linha do norte e ramaL de tomar Lisboa<br />

Benfica) e Alvalade XII (Sporting Clube de Portugal) se<br />

tornaram numa marca e numa mais-valia da cidade.<br />

Gare do Oriente<br />

Tejo<br />

Sem o rio, Lisboa não seria a cidade extraordinária<br />

que é. Foi nos esteiros e praias do Tejo, onde hoje está<br />

a Baixa Pombalina, que os fenícios e gregos estabeleceram<br />

as primeiras feitorias nos séculos II e III a.C. As<br />

colinas vizinhas da margem começaram a ser fortificadas<br />

quando a cidade começou a crescer e a ganhar importância<br />

comercial, primeiro pelos romanos e depois<br />

pelos mouros e primeiros reis portugueses. E será ao<br />

longo do rio que a expansão da capital se fará até ao<br />

séc. XIX. Contemplar o Tejo a partir dos miradouros, viajar<br />

nos cacilheiros entre as duas margens, passear nos<br />

relvados da Torre de Belém ou nos passadiços do Parque<br />

das Nações são experiências inesquecíveis.<br />

Cacilheiro no Tejo<br />

Fado<br />

Lisboa está na rota dos principais concertos de música,<br />

tanto ligeira como clássica e tem uma vida cultural importante.<br />

Contudo, o fado, como expressão musical ancestral<br />

e de raízes populares é uma referência da cidade<br />

e uma das marcas que a projectam internacionalmente.<br />

Canção dolente que desfia a luta contra as agruras do<br />

destino, os amores infelizes ou o ciúme, ganhou foros<br />

de cidadania. Os turistas mais apressados ouvem-na<br />

nas casas de fado do Bairro Alto. Os verdadeiros apreciadores<br />

procuram o fado vadio nas tabernas desse<br />

mesmo bairro ou de Alfama. E aqueles que querem<br />

entender melhor este mistério, lisboeta mas também<br />

luso, vão ao Museu do Fado, entre o Terreiro do Paço e<br />

Santa Apolónia.<br />

Núcleo histórico<br />

Numa área relativamente pequena, do Bairro Alto à<br />

Graça, coexistem, a leste, a Lisboa muçulmana e popular<br />

(Alfama e Mouraria), ao centro, a Baixa Pombalina,<br />

fruto da reconstrução levada a cabo após o terramoto<br />

de 1755 e, a oeste, o Bairro Alto e o Chiado, zonas onde<br />

se misturam construções anteriores ao séc. XVIII e expoentes<br />

do urbanismo oitocentista. Todas estas áreas,<br />

com diferentes lastros históricos, se tocam e interligam,<br />

sendo possível percorrê-las a pé, ou, <strong>para</strong> ter uma visão<br />

de síntese, na carreira 28 do eléctrico.<br />

Representam as várias faces de uma mesma cidade.<br />

As colinas inicialmente ocupadas e protegidas pela<br />

muralha medieval. E as zonas <strong>para</strong> onde Lisboa se foi<br />

expandindo, caso da Baixa, quando, no século XVI a<br />

corte sai do Castelo de São Jorge e se instala à beira-<br />

-rio. A reconstrução pós-terramoto, levada a cabo sob<br />

a direcção do enérgico Marquês de Pombal, marca uma<br />

Lisboa muito avançada <strong>para</strong> a sua época: geométrica,<br />

de ruas largas e quarteirões ortogonais, com edifícios<br />

construídos segundo dois ou três projectos-tipo e com<br />

capacidade <strong>para</strong> resistir satisfatoriamente aos sismos.<br />

Uma marca de modernidade que o passar de mais de<br />

dois séculos não apagou.<br />

Arco triunfal da Rua Augusta e estátua equestre de D. José I<br />

7


8<br />

Eléctrico 28<br />

Lisboa Linha do norte e ramaL de tomar<br />

O QUE FAZER<br />

Os prazeres do eléctrico<br />

Sendo Lisboa a cidade que é, onde há tanto <strong>para</strong> fazer,<br />

descobrir e experimentar, é difícil eleger uma única experiência<br />

como a melhor, a mais imperdível ou inesquecível.<br />

Contudo, há coisas que, se nunca fez, não deve mesmo<br />

perder, como uma viagem nos eléctricos de Lisboa. E<br />

já agora, escolha o percurso mais pitoresco, o do famoso e<br />

cinematográfico eléctrico 28, entre a Graça e os Prazeres.<br />

Aproveite uma terça-feira e comece o dia com uma visita<br />

à popular Feira da Ladra, uma das mais antigas e características<br />

feiras lisboetas, que se realiza um pouco abaixo<br />

do Largo da Graça, no Campo de Santa Clara, junto ao<br />

antigo Mosteiro de São Vicente de Fora, todas as terças<br />

e sábados. Depois, é apanhar o 28 em qualquer <strong>para</strong>gem<br />

do lado descendente. Procure um lugar à janela e veja a<br />

cidade a passar ao seu lado. Primeiro, as ruas estreitas<br />

que se<strong>para</strong>m a Graça de Alfama. Depois, as Escolas Gerais<br />

onde funcionou a primeira universidade de Lisboa.<br />

Seguem-se o Largo das Portas do Sol e o Miradouro de<br />

Santa Luzia, onde somos brindados por uma deslumbrante<br />

vista sobre o Tejo. Pode querer voltar <strong>aqui</strong> mais<br />

tarde <strong>para</strong> se sentar numa das esplanadas panorâmicas<br />

e desfrutar do cenário com mais calma.<br />

Já a descer, vamos dar à Sé e passar pelas igrejas de Santo<br />

António e da Madalena. Depois de cruzar a Baixa Pombalina<br />

pela Rua da Conceição, vai subir ao Chiado e descer a<br />

castiça Calçada do Combro. Daí é um pulo até à Estrela,<br />

passando ao lado da Assembleia da República, em São<br />

Bento. Por último, é a passagem por Campo de Ourique,<br />

um dos mais harmoniosos e aprazíveis bairros da capital.<br />

A linha termina no Cemitério dos Prazeres onde funciona<br />

um pequeno núcleo museológico sobre os rituais da<br />

morte. Apesar de parecer bizarro, não deixe de o visitar<br />

e com o apoio de desdobráveis, oferecidos pelo museu,<br />

faça um dos dez percursos temáticos propostos e admire<br />

algumas pequenas jóias de arquitectura desenhadas por<br />

arquitectos de nomeada, como Cinatti, Manini ou Korrodi<br />

<strong>para</strong> jazigos, respectivamente do duque de Palmela, de<br />

Carvalho Monteiro e do conde de Burnay. E assim se vai<br />

da Graça aos Prazeres!


ONDE COmER<br />

Avenidas Novas<br />

Linha do norte e ramaL de tomar Lisboa<br />

Adega da Tia Matilde €€<br />

Um dos mais antigos e característicos restaurantes lisboetas,<br />

continua a ser poiso procurado <strong>para</strong> variadas<br />

ocasiões, dos negócios às refeições em família. As especialidades<br />

são, pois claro, bem portuguesas: caldeirada,<br />

arroz de frango, cabrito, iscas, pataniscas e por aí fora.<br />

Zona de fumadores.<br />

Encerra Sábado (jantar) e domingo (almoço)<br />

M Rua da Beneficência, 77<br />

T 217 972 172<br />

Belém, Alcântara e Ajuda<br />

A Commenda €€€<br />

Integrado no edifício do Centro Cultural de Belém, é um<br />

espaço de ambiente sóbrio e requintado, com agradável<br />

vista sobre o Tejo. Gastronomia de tendência mediterrânica,<br />

a tirar partido dos sabores e produtos portugueses.<br />

Tranche de garoupa com puré de alho francês e empadão<br />

de perdiz são algumas das sugestões da ementa. Aos domingos,<br />

durante o período de Outono / Inverno, há buffet<br />

de cozido à portuguesa. Não fumadores.<br />

Encerra De domingo a sexta (jantar)<br />

M Praça do Império, Centro Cultural de Belém<br />

T 213 648 561<br />

www.cerger.com<br />

O Painel de Alcântara €€<br />

É um dos bons garfos lisboetas com maior longevidade,<br />

cuja popularidade não esmorece, diz-se que muito por<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

causa da gerência e ambiente familiar e, claro está, pelos<br />

pratos tipicamente portugueses. O cozido das quartas-feiras<br />

atrai verdadeiras multidões mas o Painel tem<br />

muito mais <strong>para</strong> oferecer: arroz de tamboril, cabrito<br />

assado no forno, filetes de pescada e os indispensáveis<br />

pastéis e pataniscas de bacalhau. Zona de fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua do Arco de Alcântara, 7/13<br />

T 213 965 920<br />

Campo de Ourique, Amoreiras e Estrela<br />

Coelho da Rocha €€<br />

Um clássico no característico bairro de Campo de Ourique,<br />

junto ao mercado. Decorado com madeiras e painéis<br />

de azulejos, esmera-se numa ementa que não varia<br />

muito e que por isso conquistou, ao longo dos anos,<br />

legiões de fiéis: amêijoas à Bulhão Pato, arroz de coelho,<br />

cabrito no forno, arroz de cabidela, empadão de lebre ou<br />

perdiz, peixe assado no forno (pargo ou garoupa), linguadinhos<br />

fritos com arroz de tomate. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua Coelho da Rocha, 104<br />

T 213 900 831<br />

Stop do Bairro €<br />

É o típico restaurante de bairro, de ambiente familiar,<br />

com boa cozinha portuguesa a preços acessíveis. Quarta-feira<br />

é dia de cozido, às quintas há ossubuco e a sexta<br />

está reservada à cabidela. Exclusivamente fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira<br />

M Rua Tenente Ferreira Durão, 55 A<br />

T 213 888 856<br />

www.hed-web.com/stop/<br />

9


10<br />

Lisboa Linha do norte e ramaL de tomar<br />

Castelo, Alfama, Graça e Santa Apolónia<br />

Bica do Sapato €€€<br />

Dos mesmos donos da discoteca Lux-Frágil - mesmo ao<br />

lado - e do mítico Pap’Açorda, no Bairro Alto, continua a<br />

ser um dos principais sítios da moda em Lisboa. Magnífica<br />

e ampla sala com decoração moderna e esplanada<br />

virada <strong>para</strong> o Tejo. Para além da ementa de cozinha mediterrânica<br />

(carpaccio de ganso salpicado com flor de<br />

sal, vieiras salteadas com risotto de baunilha, magret<br />

de pato lacado), funcionam ainda uma cafetaria, no<br />

piso inferior, e um sushi-bar, no piso de cima (aberto<br />

apenas <strong>para</strong> jantares). Zona de fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira (almoço)<br />

M Avenida Infante Dom Henrique Armazém B, Cais<br />

da Pedra à Bica do Sapato<br />

T 218 810 320<br />

www.bicadosapato.com<br />

Bica do Sapato<br />

Casanova €€<br />

Em Santa Apolónia, no Cais da Pedra, é a pizzaria que<br />

não sai de moda , sempre cheia e com filas à porta, seja<br />

a que dia e hora for. Da mesma proprietária do Casanostra,<br />

no Bairro Alto, muitos dizem que estas são as<br />

melhores pizzas de Lisboa: massa fina e estaladiça,<br />

pre<strong>para</strong>das à vista do cliente, com ingredientes vindos<br />

directamente de Nápoles, e cozidas em forno de lenha.<br />

A sala é uma alegre confusão, com mesas de mármore<br />

corridas, tipo cantina, e vista <strong>para</strong> o rio. Não fumadores.<br />

Encerra Segunda e terça-feira (almoço)<br />

M Av. Infante Dom Henrique, Cais da Pedra à Bica do<br />

Sapato, Loja 7<br />

T 218 877 532<br />

www.restaurantecasanostra.com/cnova/<br />

Chiado e Bairro Alto<br />

Antigo 1º de Maio €€<br />

Lugar de culto, frequentado por gerações de intelectuais<br />

e artistas, continua a ser muito procurado<br />

por turistas e locais, em busca do ambiente e da<br />

comida de inconfundível toque caseiro. Entre os<br />

pratos emblemáticos constam filetes de peixegalo<br />

com açorda, pastéis de bacalhau com arroz de<br />

pimentos e cabrito na brasa. Não fumadores.<br />

Encerra Sábado (almoço) e Domingo<br />

M Rua da Atalaia, 8<br />

T 213 426 840<br />

Farta Brutos €€<br />

Típico e castiço, serve boa<br />

cozinha caseira, com incidência nos<br />

pratos lisboetas: pataniscas com arroz de<br />

grelos, rojões à lisbonense e iscas com elas. Não<br />

fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Travessa da Espera, 20<br />

T 213 426 756<br />

Das Docas ao Cais do Sodré<br />

Piazza di Mare €€<br />

Merece referência pela localização, em sala envidraçada<br />

e ampla esplanada, mesmo em cima do Tejo. A ementa<br />

incide nos pratos italianos. Zona de fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Avenida Brasília, Pavilhão Poente<br />

T 213 624 235<br />

www.piazzadimare.com


Linha do norte e ramaL de tomar Lisboa<br />

Tromba Rija €€€<br />

O conhecido restaurante de Marrazes (Leiria) abriu<br />

um espaço em Lisboa (e também em Vila Nova de<br />

Gaia) <strong>para</strong> gáudio dos bons garfos da capital. Repete o<br />

conceito, com a farta mesa de entradas e os pratos de<br />

resistência. Não aconselhável a estômagos fracos. Não<br />

fumadores.<br />

Encerra Domingo (jantar) e segunda-feira (almoço)<br />

M Rua Cintura do Porto de Lisboa, Ed. 254,<br />

Armazém 1<br />

T 213 971 507<br />

www.trombarija.com<br />

Do Marquês à Baixa Pombalina<br />

Cervejaria Ramiro €€<br />

Na Almirante Reis, a servir até tarde, é uma cervejaria<br />

de referência em Lisboa, sempre com excelente<br />

marisco, <strong>para</strong> além do habitual prego no pão e outros<br />

petiscos. Possui estacionamento <strong>para</strong> clientes, na rua<br />

perpendicular à avenida. Zona de fumadores.<br />

Encerra Terça-feira<br />

M Avenida Almirante Reis 1- H<br />

T 218 851 024<br />

Lisboa Norte<br />

O Galito €€<br />

Nascido na serra d’ Ossa, onde era local de “peregrinação”,<br />

veio <strong>para</strong> a capital nos anos 90 onde se tornou referência<br />

incontornável da cozinha alentejana. Mudou-se,<br />

entretanto, da pequena sala onde quase nunca havia<br />

lugar face a tantos pedidos, <strong>para</strong> outra mais espaçosa<br />

nas imediações da antiga. São já míticos os pratos que<br />

saem das mãos de D. Maria Gertrudes, a cozinheira de<br />

sempre desta casa. Das entradas às sobremesas, é tudo<br />

do domínio do divinal. Será injusto destacar mas ainda<br />

assim registem-se as mil e uma entradinhas, as sopas e<br />

açordas, o ensopado de borrego e a perdiz de escabeche<br />

à D. Gertrudes. Fumadores.<br />

Encerra Domingo e Feriados<br />

M Rua da Fonte, 18 D<br />

T 217 111 088<br />

São Bento<br />

Café de São Bento €€<br />

Junto à Assembleia da República, tem como imagem<br />

de marca os apetitosos bifes, servidos até horas tardias<br />

num característico ambiente de conforto requintado.<br />

Zona de fumadores.<br />

Encerra Sábado e Domingo ao almoço<br />

M Rua de São Bento, 212<br />

T 213 952 911<br />

Oriente<br />

Restaurantes do Parque das Nações<br />

Esta zona da cidade merece destaque pela quantidade e<br />

variedade de restaurantes e esplanadas, sendo possível<br />

encontrar opções <strong>para</strong> todos os gostos. Para além dos restaurantes<br />

do Casino Lisboa (Suite, Spot Lx e Atrio), podemos<br />

sugerir, a título de exemplos: cervejarias (Sagresjaria,<br />

218957041), cozinha italiana (La Rúcula, 218922747),<br />

japonesa (Origami - Sushihouse, 218967132), brasileira<br />

(Sabor a Brasil, 218955143), vegetariana (Miss Saigon,<br />

210996589) ou portuguesa (Água e Sal, 218936189),<br />

entre muitas outras opções.<br />

11


Lisboa Linha do norte e ramaL de tomar<br />

ONDE DORmIR<br />

Bairro Alto Hotel *****<br />

Apesar de relativamente recente (2005) é um hotel carismático<br />

não só pela sua localização no centro boémio<br />

e artístico de Lisboa, mas também por ter vindo ocupar<br />

o edifício do Grande Hotel da Europa, um dos primeiros<br />

hotéis da capital (meados do século XIX). A decoração<br />

conjuga o clássico com o moderno e remete <strong>para</strong> um<br />

cenário art déco que se prolonga <strong>para</strong> o restaurante<br />

Flores e bar Garrett. Do alto do sexto piso, no terraço<br />

panorâmico aberto a não hóspedes, espreita-se a cidade<br />

que desce até ao Tejo. Razões que levaram a Condé<br />

Nast Traveller (uma das mais prestigiadas publicações<br />

na área do turismo) a considerá-lo um dos 60 melhores<br />

hotéis do mundo.<br />

Quartos 55<br />

MPraça Luís de Camões, 8<br />

T 213 408 288<br />

www.bairroaltohotel.com<br />

Hotel Novotel Lisboa ****<br />

Totalmente renovado, caracteriza-o o lobby de dimensões<br />

imensas onde o vermelho vivo vem fazer<br />

contraste com o branco e preto da decoração minimal.<br />

A fórmula repete-se em alguns quartos, onde uma cor<br />

forte como o azul pinta uma das paredes. Tem piscina<br />

e restaurante.<br />

Quartos 249<br />

M Avenida José Malhoa, 1 1A<br />

T 217 244 800<br />

www.accorhotels.com<br />

Hotel Olissippo Oriente ****<br />

No Parque das Nações, vizinho do Casino Lisboa, do<br />

Oceanário e da FIL. Quartos modernos decorados a tons<br />

pastel, áreas wifi <strong>para</strong> quem viaja com o computador e<br />

cafetaria com esplanada. Tem restaurante.<br />

Quarto 182<br />

MAvenida Dom João II Lote 1.03.2.2<br />

T 213 182 791<br />

www.olissippohotels.com<br />

Hotel Vila Galé Ópera ****<br />

Situado à beira do Tejo, perto do Centro de Congressos<br />

de Lisboa, foi inaugurado em Julho de 2002 e<br />

tem a assinatura do arquitecto Manuel<br />

Salgado. Todo o ambiente do<br />

hotel está subordinado<br />

ao


Linha do norte e ramaL de tomar Lisboa<br />

tema da música, presente no mobiliário, no design, em<br />

diversos pormenores decorativos e em toda a concepção<br />

do projecto. A decoração é moderna e leve, privilegiando<br />

o conforto e o bem-estar. No restaurante Falstaff poderá<br />

saborear elaboradas e criativas especialidades gastronómicas<br />

num ambiente elegante e requintado.<br />

Quartos 243<br />

M Travessa do Conde Ponte<br />

T 213 605 400<br />

www.vilagale.pt<br />

Hotel Vila Galé Ópera<br />

Hotel Ibis Lisboa Saldanha **<br />

Cadeia que disponibiliza quartos pequenos mas funcionais,<br />

com pequeno-almoço pago à parte (5,50€ por<br />

pessoa). Os que foram renovados recentemente - caso<br />

do Ibis Lisboa Saldanha - disponibilizam quartos com<br />

televisor plasma.<br />

Quartos 116<br />

M Avenida Casal Ribeiro 23<br />

T 213 191 690<br />

www.ibishotel.com<br />

Pousada de Juventude de Lisboa<br />

Quartos duplos com casa de banho e múltiplos com quatro<br />

e seis camas perfazem este alojamento que disponibiliza<br />

ainda um quarto adaptado a pessoas com mobilidade<br />

condicionada. Tem refeitório e cacifos. Quem não tem<br />

Cartão Jovem terá que apresentar Cartão de Alberguista.<br />

Quartos 41<br />

M Rua Andrade Corvo, 46<br />

T 213 532 696<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

Elevador da Bica


14<br />

viLa Franca de Xira<br />

Terra de cavalos<br />

e toureiros<br />

Entre a serra, a lezíria e o rio, a meia hora de Lisboa,<br />

Vila Franca de Xira é um concelho em franco desenvolvimento<br />

económico e urbanístico, intimamente ligado<br />

à história dos campinos, dos touros e dos cavalos. Esta<br />

tradição permanece bem viva em vários locais da cidade,<br />

dos restaurantes às casas tauromáquicas, mas tem<br />

o seu expoente máximo nas famosas Festas do Colete<br />

Encarnado que recebem milhares de turistas em Julho,<br />

atraídos pelas largadas de touros, actuações de folclore<br />

e concertos. Banhada pelo Tejo, onde ainda podem<br />

ver-se algumas embarcações tradicionais (em especial<br />

o barco varino), Vila Franca de Xira integra a Reserva<br />

Natural do Estuário do Tejo, que além de enriquecer as<br />

pastagens e terrenos agrícolas da região, permite também<br />

a observação de aves e flora em pleno habitat.<br />

Muitos dos notáveis que <strong>aqui</strong> viveram estão associados<br />

à criação de alguns dos mais importantes museus<br />

do concelho, casos do escritor Alves Redol, com trabalhos<br />

guardados no Museu do Neo-realismo, e do toureiro<br />

Mário Coelho, que deu nome a uma casa-museu<br />

muito apreciada pelos aficionados. Também o local<br />

onde nasceu o conhecido Dr. Sousa Martins acolhe<br />

agora o Museu de Alhandra, que além de expor objectos<br />

pessoais do médico, conta também com várias exposições<br />

sobre a vivência dos vilafranquenses.<br />

Referência ainda <strong>para</strong> a gastronomia,<br />

intimamente ligada ao rio<br />

e à lezíria.<br />

Ponte Marechal Carmona e cais dos pescadores<br />

Estação de Vila Franca<br />

de Xira<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

0.4 km<br />

Táxi: T 263 272 670<br />

A estação<br />

Numa cidade de touros e<br />

touradas não podiam faltar<br />

as referências à tradição<br />

taurina nesta estação<br />

da linha do Norte. Seja no<br />

monumento ao toureiro<br />

(da autoria de Rui Fernandes), situado no largo da estação,<br />

ou nos painéis de azulejos (de Jorge Colaço) que<br />

circundam todo o edifício principal e retratam também<br />

outros temas, como a pesca tradicional ou a produção<br />

de vinhos e cereais. Por estar localizada a dois passos<br />

do Tejo, vale a pena um breve passeio até<br />

ao rio, com passagem pelo jardim<br />

situado do outro lado da<br />

linha férrea.


Linha do norte e ramaL de tomar viLa Franca de Xira<br />

O QUE VER<br />

Museu do Neo-Realismo<br />

Inaugurado em 2001, o Museu do Neo-Realismo possui<br />

um centro de documentação especializado em acervos<br />

bibliográficos, arquivísticos e iconográficos do movimento<br />

nacional neo-realista. Alberga um importante<br />

espólio literário, com destaque <strong>para</strong> esta corrente, além<br />

de uma área dedicada às artes plásticas. A sua exposição<br />

permanente chama-se "Da batalha pelo conteúdo",<br />

mas realiza também frequentemente várias mostras<br />

temporárias.<br />

Casa Museu Mário Coelho<br />

A casa onde nasceu o toureiro Mário Coelho é um ponto<br />

de visita obrigatório <strong>para</strong> os aficionados, o qual guarda<br />

as memórias e os troféus deste célebre vilafranquense.<br />

Com uma carreira de 40 anos, o matador lidou mais de<br />

3000 toiros, actuando em 1427 corridas e mais de 200<br />

festivais de beneficência.<br />

Quinta Municipal do Paço do Sobralinho<br />

Na Quinta do Paço do Sobralinho, <strong>para</strong> além do secular<br />

património construído e da área de parque e pomar,<br />

encontramos também vestígios de algumas matas<br />

representativas da vegetação natural do Maciço Calcá-<br />

rio Estremenho, importante pelas plantas endémicas<br />

e raras que apresenta e por tratar-se de uma mancha<br />

de vegetação florestal já pouco representada no<br />

concelho. O palácio foi construído em 1661 em estilo<br />

barroco <strong>para</strong> servir de residência sazonal aos Condes<br />

de Vila Flor, mas em 1991 a autarquia vilafranquense<br />

adquiriu a quinta e requalificou-a <strong>para</strong> ser desfrutada<br />

pela população.<br />

Painel de azulejos da estação ferroviária


16<br />

viLa Franca de Xira Linha do norte e ramaL de tomar<br />

O QUE FAZER<br />

Ciclovia junto ao Tejo<br />

Com o Tejo por companhia, é possível passear a<br />

pé ou de bicicleta ao longo de três quilómetros,<br />

entre Alhandra e o Parque Urbano de Vila Franca.<br />

O percurso ribeirinho oferece boas perspectivas<br />

sobre a Reserva Natural do Estuário do Tejo.<br />

O QUE SABOREAR<br />

Gastronomia<br />

A ligação ao rio está bem presente na cultura<br />

gastronómica da região onde o sável é rei. Na<br />

época, entre Março e Abril, há um festival que lhe<br />

é dedicado e os restaurantes do concelho esmeram-se<br />

na confecção de uma das especialidades<br />

mais emblemáticas: sável frito com açorda de<br />

ovas. De sabor ribeirinho há também as enguias<br />

à pescador e as ricas caldeiradas.<br />

ONDE COmER<br />

O Comboio €€<br />

Junto à estação ferroviária, é um poiso seguro <strong>para</strong><br />

uma refeição bem servida e bem confeccionada, a preços<br />

razoáveis. Na ementa há bacalhau à portimonense,<br />

bacalhau à Brás, lulas à francesa, lombo de porco no<br />

churrasco e escalopes de vaca. A decoração é alusiva ao<br />

mundo dos comboios. Não fumadores.<br />

Encerra Quarta-feira<br />

M Rua Serpa Pinto, 126/128<br />

T 263 273 080<br />

O Forno €€<br />

Situado numa das ruas típicas de Vila Franca, com ambiente<br />

acolhedor e decoração típica, a homenagear o<br />

Ribatejo, serve boa comida a preços acessíveis. As espetadas<br />

são a especialidade da casa mas também há um<br />

bom arroz de tamboril. Zona de fumadores.<br />

Encerra Terça-feira<br />

M Rua Doutor Miguel Bombarda, 143<br />

T 263 282 106<br />

O Redondel €€<br />

Restaurante já muito antigo e tradicional, inserido na<br />

Praça de Touros Palha Blanco. Oferece nos seus pratos<br />

o sabor da gastronomia típica ribatejana. Eis algumas<br />

das especialidades: bacalhau à Redondel, linguadinhos<br />

fritos, sável com açorda de ovas, ensopado de enguias e<br />

cabrito no forno. A lista de vinhos é extensa e de qualidade.<br />

Zona de fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira<br />

M Arcadas da Praça de Touros<br />

T 263 272 973<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


Linha do norte e ramaL de tomar viLa Franca de Xira<br />

ONDE DORmIR<br />

Lezíria Parque Hotel ***<br />

Com vistas sobre a paisagem do Tejo e da Lezíria, oferece<br />

quartos confortáveis e funcionais.<br />

Quartos 71<br />

M Estrada Nacional 1<br />

T 263 276 670<br />

www.leziriaparquehotel.pt<br />

Lezíria Parque Hotel<br />

Residencial Flora<br />

Situada no centro da cidade desde 1957, tornou-se bastante<br />

conhecida pelo seu restaurante que entretanto já<br />

não funciona (fechou portas em Abril de 2009). Continua<br />

a existir como residencial, oferecendo quartos simples<br />

mas cómodos e um ambiente acolhedor de pensão<br />

tradicional, sendo quase um ex-libris de Vila Franca.<br />

Quartos 21<br />

M Rua Noel Perdigão, 12<br />

T 263 271 272<br />

Residencial Flora<br />

Parque de Campismo Municipal<br />

de Vila Franca de Xira<br />

Perto do centro da cidade, oferece dois campos de ténis,<br />

piscina coberta de 50 metros, polidesportivo com<br />

campo descoberto de futsal e restaurante.<br />

MPiscinas Municipais, Povos<br />

T 263 275 258<br />

Painel de azulejos do mercado municipal


18<br />

santarém<br />

Capital do gótico<br />

Santarém esteve sempre presente<br />

nos principais momentos da História<br />

de Portugal, desde a conquista<br />

da cidade por D. Afonso Henriques<br />

em 1147, até à partida, na madrugada<br />

do 25 de Abril de 1974, dos<br />

blindados da Escola Prática de Cavalaria, comandados<br />

pelo Capitão Salgueiro Maia, em direcção<br />

ao Terreiro do Paço, em Lisboa. O rio Tejo e a planície<br />

fértil da lezíria, que envolvem o planalto de<br />

Santarém, determinaram o povoamento do local<br />

desde épocas remotas, já se conhecendo vestígios<br />

da actividade humana nesta região desde os finais<br />

do Neolítico. Começou por se chamar Scalabis antes<br />

da ocupação romana, <strong>para</strong> durante o império passar<br />

a Scalabis Castrum e Praesidium Julium (com Júlio<br />

César). Conquistada pelos Visigodos no século VII,<br />

muda a toponímia <strong>para</strong> Santa Irene (ou Santa Iria).<br />

Quatro denominações <strong>para</strong> uma cidade de notável<br />

e riquíssimo património. A importância que teve<br />

no período medieval reflecte-se hoje na riqueza do<br />

património construído. Apelidada hoje de «Capital<br />

do Gótico», Almeida Garrett chamou-lhe «Livro de<br />

pedra em que a mais interessante e mais poética das<br />

nossas crónicas está escrita».<br />

A cidade é percorrida por pórticos e rosáceas, elementos<br />

decorativos de traço ogival, janelas manuelinas,<br />

cunhais da renascença, torres e cúpulas. Uma<br />

caminhada pelo centro histórico, requalificado no<br />

quadro do Programa Polis, permite facilmente<br />

apreciar todos estes<br />

elementos.<br />

Estação ferroviária de Santarém<br />

Estação de Santarém<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

2 km<br />

Táxi: T 243 332 919<br />

Carreira urbana da Rodotejo, de 10 em<br />

10 m na hora de ponta e de 20 em 20<br />

nos restantes períodos www.rodotejo.pt<br />

A estação<br />

Na capital do Ribatejo,<br />

os touros,<br />

os campinos e a<br />

agricultura são<br />

presença inevitável<br />

nos belos painéis<br />

de azulejos que compõem a fachada virada <strong>para</strong> as<br />

linhas. As temáticas escolhidas pelo pintor J. Oliveira<br />

mostram também os monumentos da cidade,<br />

(a Igreja da Graça, as Portas do Sol ou a tomada do<br />

castelo aos mouros). Mas o principal atractivo da<br />

estação é, provavelmente, a secção museológica situada<br />

na antiga cocheira das locomotivas. Inaugurada<br />

em 1979, o seu espólio integra<br />

duas locomotivas de via<br />

estreita.


O QUE VER<br />

Linha do norte e ramaL de tomar santarém<br />

Igreja de Nossa Senhora da Graça<br />

Igreja de Nossa Senhora da Graça<br />

Obra arquitectónica dos finais do século XIV, pertenceu<br />

aos monges agostinhos. No interior, destacam-se<br />

a campa rasa de Pedro Álvares Cabral, descobridor do<br />

Brasil, bem como o túmulo de D. Pedro de Menezes e de<br />

sua esposa D. Beatriz Coutinho, assente sobre oito leões<br />

esculpidos em pedra calcária. O seu pórtico, gótico flamejante,<br />

é encimado por uma grande rosácea estrelada<br />

– uma das imagens mais promovidas de Santarém.<br />

Igreja de Nossa Senhora de Marvila<br />

Com um belíssimo pórtico manuelino, foi erigida na<br />

sequência da Reconquista. O interior é totalmente revestido<br />

por azulejos executados entre 1617 e 1642,<br />

azuis e brancos e com composições de<br />

azul e amarelo. A capela-mor é<br />

formada por abóbadas<br />

polinervuradas.<br />

Igreja de São João de Alporão<br />

Templo românico-gótico de uma só nave com arcos de<br />

volta inteira, mísulas e capitéis de motivos vegetalistas<br />

e zoomórficos. O portal e a rosácea são ricos exemplos<br />

do estilo gótico. Depois de entre 1994 e 2007 ter albergado<br />

diversas exposições, reabre despida de elementos<br />

expositivos, passando a ser disponibilizados ao público<br />

unidades portáteis com conteúdos acerca de três monumentos<br />

da cidade (Alporão, Graça e Sé) em formato<br />

áudio de elevada qualidade, em diversos idiomas.<br />

Miradouro de São Bento<br />

Situado no bairro dos anos 40. Local de acolhimento<br />

de peregrinos desde o século XVI, d<strong>aqui</strong> pode fazer-se<br />

nova leitura da cidade: da frontaria do Colégio dos Jesuítas<br />

à Mouraria, aos pináculos sineiros de Marvila e<br />

da Torre das Cabaças até às muralhas da Alcáçova .<br />

Portas do Sol<br />

Os troços de muralha envolvem o planalto sobranceiro<br />

ao Tejo, onde se ergue a cidade de Santarém. Das oito<br />

portas restam actualmente apenas duas: a de Santiago<br />

e a do Sol. Esta está situada na zona da antiga alcáçova,<br />

transformada em jardim público e miradouro, conhecido<br />

como Portas do Sol. Ex libris da cidade, d<strong>aqui</strong> se<br />

avista Almeirim, Alpiarça e a lezíria atravessada pelo<br />

rio Tejo.<br />

Igreja do Santíssimo Milagre<br />

De raiz românica, está relacionada com a «Lenda<br />

do Milagre», de meados do século<br />

XIII, que relata a transubstanciação<br />

da Hóstia<br />

Sagrada.


20<br />

santarém Linha do norte e ramaL de tomar<br />

Igreja da Misericórdia<br />

Igreja da Misericórdia<br />

Templo quinhentista com três naves e colunas toscanas,<br />

sob o traço de Miguel Arruda (1559). A estrutura<br />

do tipo igreja-salão é coberta por uma rica abóbada<br />

de berço, ritmada por elegante cruzaria de nervuras.<br />

Casa Pedro Álvares Cabral<br />

Local onde se julga ter estado edificada, séculos atrás,<br />

a casa do navegador português, Pedro Álvares Cabral.<br />

Inaugurada em 2000, é um espaço dedicado à história<br />

e à cultura dos dois países.<br />

Torre das Cabaças<br />

Torres das Cabaças<br />

Recentemente restaurada, contempla um espaço dedicado<br />

à organização do tempo com diversos objectos<br />

relacionados com a medição das horas e minutos.<br />

Praças e ruas<br />

Verdadeiro coração da cidade é a Praça Sá da Bandeira,<br />

beneficiada por novo arranjo urbanístico, com a Igreja<br />

do Colégio num dos topos. D<strong>aqui</strong> irradiam as ruas<br />

antigas com comércio tradicional, onde fica também<br />

o mercado municipal, muito animado aos sábados,<br />

exteriormente revestido a azulejos dos anos 30 com<br />

cenas agrícolas e de tradições taurinas.<br />

O QUE FAZER<br />

Complexo Aquático de Santarém<br />

Complexo composto por piscinas descobertas,<br />

uma delas com escorregas e outra de ondas, com<br />

480 metros quadrados. Possui ainda piscinas cobertas<br />

e tanques de aprendizagem e iniciação.<br />

Aberto das 10:00 às 13:00, das 13:30 às 16:30<br />

e das 17:00 às 20:00.<br />

Encerra Domingo (Inverno)<br />

M Jardim de Baixo, Santarém<br />

T 243 300 900<br />

www.scalabisport.com<br />

Touradas<br />

Por ser capital do Ribatejo, província marcadamente<br />

ligada à Festa Brava, Santarém não podia<br />

deixar de ser uma terra aficcionada por excelência.<br />

A sua praça de toiros, «Monumental Celestino<br />

Graça», é a maior do país e substituiu a histórica<br />

praça que ficava junto do velho Convento de São<br />

Domingos. Tem sede na cidade o mais antigo e<br />

prestigiado Grupo de Forcados Amadores de Portugal.<br />

Aqui se evoca, também, o campino, orientando<br />

as difíceis tarefas na condução do gado<br />

bravo, montado no seu cavalo.


ONDE COmER<br />

Linha do norte e ramaL de tomar santarém<br />

Taberna do Quinzena €<br />

O facto do exterior já se parecer com uma praça de<br />

touros em ponto pequeno não é ao acaso. Dentro, os<br />

motivos decorativos, como os cartazes, convergem no<br />

mesmo sentido: a tourada. Junto ao balcão de mármore,<br />

os clientes regulares da casa bebem o seu copo de<br />

vinho. Nas restantes salas fica o restaurante propriamente<br />

dito com mesas de madeira e bancos corridos. O<br />

bacalhau assado, o cozido, o pernil de porco ou o pato<br />

assado no forno são alguns exemplos dos pratos substanciais<br />

da casa que podem ser provados em dias diferentes<br />

e pré-determinados. E quando estes acabarem<br />

há os permanentes. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo e feriados<br />

M Rua Pedro de Santarém, 93<br />

T 243 322 804<br />

http://quinzena.com/<br />

O QUE SABOREAR<br />

Celestes e Pampilhos<br />

Santarém é uma zona com história muito ligada às ordens<br />

religiosas. Não é por isso de estranhar que tenha<br />

tantas, e tão boas, provas de doçaria conventual. Das<br />

cozinhas dos conventos saíram preciosidades como os<br />

arrepiados de Almoster, os celestes de Santa Clara ou<br />

os queijinhos do céu do Convento das Donas, sobremesas<br />

que farão, sem dúvida, as delícias dos mais exigentes.<br />

O nome dos campilhos homenageia o campino.<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

Mina Velha €€<br />

Restaurante implantado num antigo celeiro mantendo<br />

algumas das suas características, como a vasta extensão<br />

do espaço. A ementa está repleta de pratos ribatejanos<br />

e a acompanhá-los uma garrafeira invejável. Não<br />

fumadores.<br />

Encerra Domingo (jantar) e segunda-feira<br />

M Urbanização Quinta das<br />

Fontaínhas<br />

lote 9001- 319<br />

T 243 372 581<br />

ONDE DORmIR<br />

Santarém Hotel ****<br />

Junto ao Centro Nacional de Exposições, tem quartos com<br />

vista sobre a lezíria e o rio Tejo. O restaurante, com buffet<br />

variado, também oferece boas panorâmicas. O hotel tem<br />

piscina interior e exterior, sauna e ginásio.<br />

Quartos 105<br />

M Avenida Madre Andaluz<br />

T 243 309 500<br />

www.santaremhotel.net<br />

Hotel Alfageme ***<br />

Perto do centro histórico, oferece quartos simples e<br />

confortáveis. Tem bar e salas de reuniões.<br />

Quartos 67<br />

M Avenida Bernardo Santareno, 38<br />

T 243 377 240<br />

www.hotelalfageme.com<br />

21


22<br />

tomar<br />

memórias templárias<br />

O núcleo histórico da cidade, cruzada pelo rio Nabão, é<br />

um exemplo de urbanismo medieval traçado sob a influência<br />

da Ordem dos Templários. Em 1147, D. Afonso<br />

Henriques conquistou-a aos muçulmanos, doando-a a<br />

esta ordem. Gualdim Pais, segundo mestre da Ordem do<br />

Templo, atribui-lhe foral em 1162. O notável Convento<br />

de Cristo começou a ser construído no século XII, sendo<br />

a charola, um templo-fortaleza de inspiração oriental,<br />

o edifício mais antigo. A permanência do infante D.<br />

Henrique como administrador da Ordem de Cristo, que<br />

herdara os bens dos Templários, entretanto extintos,<br />

confere prosperidade e desenvolvimento a Tomar, no<br />

século XV, com a urbanização de uma nova zona e construção<br />

de edifícios e claustros na antiga zona de oração<br />

dos Templários, a charola. Mais tarde, a cidade beneficia<br />

de novos investimentos durante o domínio filipino,<br />

casos do claustro principal do convento e do aqueduto<br />

dos Pegões. Várias fábricas viriam a instalar-se na vila<br />

até ao século XIX. No rio Nabão, que percorre a cidade,<br />

ainda se vêem os açudes, exemplo do aproveitamento<br />

da força motriz das águas <strong>para</strong> uso industrial desde o<br />

século XVI. Na sequência da visita da rainha D. Maria II,<br />

Tomar foi elevada a cidade em 1844. A sua fama vem,<br />

desde logo, da presença de famosos monumentos,<br />

dos quais se destaca o Convento de Cristo, Património<br />

Mundial da UNESCO desde 1984. As potencialidades<br />

turísticas incluem a visita a inúmeras edificações históricas,<br />

relíquias arqueológicas, passeios pelos seus<br />

frondosos jardins, <strong>para</strong> além desse cartaz<br />

local que é a Festa dos<br />

Tabuleiros.<br />

Festa dos Tabuleiros<br />

Estação de Tomar<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

0.6 km<br />

Táxi: T 249 312 373<br />

Carreiras da Tutomar, com partida da estação,<br />

de 10 em 10 min. em hora de ponta e<br />

de 20 em 20 min. nos restantes períodos.<br />

De 2ª a 6ª feira, entre as 07h30 e as 20h,<br />

sábados, das 08h10 às 14h, domingos e<br />

feriados das 14h10 às 20h.<br />

A estação<br />

Inaugurada em<br />

1928, a estação<br />

de Tomar situa-se<br />

no extremo sul da<br />

cidade e apresenta<br />

uma fachada<br />

clássica desenhada por Cottinelli Telmo. Aqui termina<br />

o ramal homónimo que liga a localidade à Linha do<br />

Norte (Entroncamento), bifurcando na<br />

estação da Lamarosa.


O QUE VER<br />

Linha do norte e ramaL de tomar tomar<br />

Convento de Santa Iria<br />

Associado à lenda da santa que no ano 600 terá sido<br />

martirizada e deitada ao Nabão, foi criado este convento<br />

de religiosas, reduzido à obediência franciscana<br />

em 1523 e modificado sob traça de João Castilho, em<br />

1536. Na fachada virada <strong>para</strong> o rio é visível o nicho de<br />

Santa Iria. A porta da igreja é quinhentista e o altar, em<br />

pedra de Ançã, é atribuído a João de Ruão. O claustro é<br />

renascentista.<br />

Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto<br />

Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto<br />

A antiga sinagoga fica na antiga Rua da Judiaria, actual<br />

Rua Jo<strong>aqui</strong>m Jacinto. Data, provavelmente, de 1430, tendo<br />

a sua construção sido autorizada pelo Infante D. Henrique.<br />

Conheceu diversos usos após ter sido encerrada em<br />

1496, só vindo a ser recuperada em 1939 quando Samuel<br />

Schwarz, que a adquirira 16 anos antes, a doa ao Estado<br />

<strong>para</strong> a instalação do museu luso-hebraico<br />

Convento de Cristo<br />

Fundado pelos Templários, em 1160, é uma sobreposição<br />

extraordinária de épocas e estilos que levou à sua<br />

classificação como Património Mundial. Do período inicial<br />

é a charola, capela de inspiração bizantina, hoje integrada<br />

na igreja do convento. Estrutura redonda, com<br />

oito colunas interiores que sustentam uma cúpula central,<br />

tem na periferia, uma abóbada circular que cobre o<br />

deambulatório do templo. As paredes são cobertas por<br />

frescos do séc. XVI, representando cenas bíblicas. No<br />

século XIV, já com a Ordem de Cristo a suceder à dos<br />

Templários, o convento recebe mais dois claustros (da<br />

Lavagem e do Cemitério) e o paço do Infante D. Hen-<br />

rique, mestre da Ordem. No reinado de D. Manuel foi<br />

levantada uma nova igreja que sacrificou uma parte<br />

da charola e se ligou a esta. Desta época é, também, a<br />

famosa janela da Sala do Capítulo ponto alto do estilo<br />

do manuelino expresso na decoração à base de troncos,<br />

nós, laços, cordas, animais marinhos, etc. Com D. João<br />

III, o convento volta a sofrer transformações. Desta vez<br />

são edificados novos claustros (Santa Bárbara, Hospedaria,<br />

Micha e Corvos), o refeitório e o dormitório. Logo<br />

após a perda da independência, também Filipe II manda<br />

Filipe Terzio construir o chamado Claustro dos Filipes,<br />

uma das obras mais importantes do maneirismo<br />

português. Por último, D. Pedro II manda levantar na<br />

fachada norte a Enfermaria dos Frades, posteriormente<br />

adaptada a Hospital Militar Regional.<br />

Convento de Cristo<br />

23


24<br />

tomar Linha do norte e ramaL de tomar<br />

Aqueduto de Pegões<br />

Mandado edificar em 1593 por Filipe I, tem seis quilómetros<br />

de extensão e tinha como objectivo abastecer<br />

de água o Convento de Cristo. Mais tarde reforçaria o<br />

abastecimento da própria cidade. Veio a ser concluído<br />

em 1613, sendo o projecto de Filipe Terzio (arquitecto-<br />

-mor do reino e responsável por muitas obras importantes<br />

da época).<br />

O QUE FAZER<br />

PROgRAmA<br />

Festa dos Tabuleiros<br />

A <strong>CP</strong> associa-se às maiores festas e eventos nacionais.<br />

Acompanhe no nosso site o calendário<br />

de iniciativas culturais e lúdicas, escolhendo<br />

o comboio como meio de deslocação.<br />

Informações em 808 208 208<br />

ou cp.pt<br />

O QUE SABOREAR<br />

Doçaria<br />

Pela presença secular de ordens monásticas na<br />

cidade, Tomar tem uma longa tradição de doçaria<br />

de inspiração conventual. Os mais conhecidos são à<br />

base de fios de ovos e doces de ovos e têm nomes<br />

curiosos como «Beija-me Depressa», <strong>para</strong> não falar<br />

nos quase desaparecidos «Doces de Cama». Encontra-os<br />

à venda na principal rua do centro, a antiga<br />

Corredoura (Rua Serpa Pinto), reservada <strong>para</strong> os<br />

peões, em casas como a «Estrelas de Tomar». Mas<br />

o doce mais emblemático da cidade são as fatias<br />

de Tomar. Levam apenas gemas de ovos, exaustivamente<br />

batidas, depois cozidas em banho-maria<br />

numa dupla panela especialmente concebida <strong>para</strong><br />

o efeito e, por fim, passadas em calda de açúcar. A<br />

referida panela data de meados do século XX e foi<br />

inventada por um dos mestres latoeiros da cidade<br />

que as vendia com a receita do doce no interior.<br />

Segundo se conta, esta simples mas delicada especialidade<br />

terá tido origem na cozinha do Convento<br />

de Santa Iria de Tomar. Inicialmente designadas<br />

como fatias da China, a sua excelência levou João<br />

da Mata a inclui-las no livro Arte de Cozinha (1876).<br />

Por serem provenientes de Tomar, ficaram depois<br />

conhecidas pelo nome da cidade.<br />

Fatias de Tomar


ONDE COmER<br />

Linha do norte e ramaL de tomar tomar<br />

Restaurante da Estalagem de Santa Iria €€<br />

Integrado na pequena estalagem situada no Parque do<br />

Mouchão, tem a vantagem adicional da envolvente verde<br />

do parque. No alpendre existe uma pequena esplanada<br />

onde também são servidas refeições. Na ementa há lulas<br />

na cataplana, espetada de lulas e camarão, arroz de tamboril<br />

na caçarola e atum à provincial. Nas carnes destaca-<br />

-se o lombo de porco com amêijoas. À tarde pode também<br />

tomar <strong>aqui</strong> um chá ou uma bebida fresca. Não fumadores.<br />

M Parque do Mouchão<br />

T 249 313 326<br />

www.estalagemsantairia.com<br />

A Bela Vista €<br />

Bem localizado, perto da ponte velha sobre o rio Nabão,<br />

no centro da cidade, serve uma cozinha simples e<br />

bem confeccionada. Das especialidades constam, entre<br />

outros pratos, arroz de pato, açorda de bacalhau, cabrito<br />

assado e plumas de porco preto. Zona de fumadores<br />

(esplanada).<br />

Encerra Segunda-feira (jantar) e terça-feira<br />

M Rua Marquês Pombal, 6 Ponte Velha<br />

T 249 312 870<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

ONDE DORmIR<br />

Hotel dos Templários ****<br />

Convenientemente situado no centro de Tomar,<br />

dispõe de quartos bem equipados, com varanda<br />

com vista sobre o Nabão. O restaurante panorâmico<br />

serve comida tradicional portuguesa. O hotel<br />

oferece ainda uma série de actividades de lazer<br />

como a pesca e a canoagem e diversas festas temáticas<br />

sobre fado, fandango e, principalmente,<br />

os famosos jantares medievais no Convento de<br />

Cristo, que recriam ao pormenor o ambiente da<br />

época. Também pode usufruir da piscina e do health<br />

club ou jogar ténis. Há sala de jogos e heliporto.<br />

Quartos 177<br />

M Largo Cândido dos Reis, 1<br />

T 249 310 100<br />

www.hoteldostemplarios.com<br />

Hotel dos Templários<br />

Estalagem de Santa Iria ****<br />

Situada no Parque do Mouchão, tem excelentes<br />

condições <strong>para</strong> uma agradável estadia. Oferece<br />

uma confortável sala de estar com lareira e bar,<br />

restaurante também com lareira e uma esplanada<br />

num agradável alpendre com vista <strong>para</strong> o parque.<br />

Quartos 14<br />

M Parque do Mouchão<br />

T 249 313 326<br />

www.estalagemsantairia.com<br />

25


26<br />

pombaL<br />

mar e serra na cidade<br />

do marquês<br />

Entre o oceano e a serra de Sicó, num vale do rio Soure<br />

(ou Arunca), esta cidade do centro do país está inevitavelmente<br />

associada à figura do Marquês de Pombal,<br />

primeiro-ministro do rei D. José, que <strong>aqui</strong> viveu. As<br />

memórias do estadista estão espalhadas por toda a<br />

sede de concelho, desde a antiga Casa do Celeiro, que<br />

mostra o seu brasão e armas, ao Museu Municipal<br />

Marquês de Pombal, onde está exposta uma colecção<br />

de arte e de documentos a ele ligados. As origens do<br />

município remontam, no entanto, ao século XII, altura<br />

em que Gualdim Pais, mestre da ordem dos Templários,<br />

ergueu o castelo no cimo de um morro. Pombal<br />

recebeu foral em 1174. Em 1509 o rei D. Manuel ordenou<br />

a recuperação do castelo e em 1512 concedeu<br />

à vila novo foral. Dominado tradicionalmente pela<br />

actividade agrícola, o concelho de Pombal é hoje um<br />

dos principais centros do país de indústrias resinosas.<br />

No património da cidade, <strong>para</strong> além do imponente<br />

castelo, destacam-se ainda o Convento de Santo António,<br />

várias igrejas, pelourinhos, solares e antigas<br />

aldeias serranas. Já em matéria de património natural<br />

merecem referência o vale do rio Anços, a vasta e<br />

sossegada praia dourada do Osso da Baleia, ladeada<br />

por grandes dunas (localizada a cerca de<br />

30 km de Pombal) e ainda a<br />

Mata Nacional do Urso,<br />

uma área de<br />

Castelo de Pombal<br />

Estação de Pombal<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

0.3 km<br />

Táxi: T 236 219 176 / 236 244 638<br />

grande riqueza<br />

natural onde é possível<br />

realizar percursos pedestres devidamente<br />

sinalizados. É o caso do Trilho da Lagoa de<br />

São José, na freguesia de Carriço, na zona envolvente<br />

aquele espelho de água. Entre o mar e a serra, a gastronomia<br />

do concelho reflecte esta envolvente, embora<br />

predomine uma cozinha rural, caracterizada por<br />

receitas de substância, com sopas ricas, (como a sopa<br />

à lavrador) e pratos retemperadores como o bacalhau<br />

à Marquês de Pombal, as tibornadas e o carneiro<br />

confeccionado de diversas formas. Na<br />

doçaria provem-se os pastéis<br />

do Louriçal, à base de<br />

amêndoa.


O QUE VER<br />

Linha do norte e ramaL de tomar pombaL<br />

Castelo de Pombal<br />

Fundado por Gualdim Pais, a quem D. Afonso Henriques<br />

doou os territórios <strong>para</strong> a edificação de fortaleza, pertenceu<br />

à Ordem de Cristo no século XIV e foi reconstruído por<br />

D. Manuel no início do século XVI. Está implantado numa<br />

elevação sobranceira à cidade e tem a forma de um escudo,<br />

com as suas muralhas ameadas. Estas são rasgadas<br />

por duas portas ogivais flanquedas por torreões, apresentando<br />

uma delas o escudo real entre a esfera armilar e<br />

a cruz de Cristo. Do lado exterior, junto à zona da cidadela,<br />

estão as ruínas de outro pano de muralhas e de uma capela<br />

da Igreja de Santa Maria do Castelo.<br />

Torre do Relógio Velho<br />

Destacando-se do casario envolvente, foi mandada<br />

construir no século XIV por D. Pedro I <strong>para</strong> recolha dos<br />

tributos pagos por judeus e mouros à coroa. Sofreu alterações<br />

no início do século XVI, época em que adquiriu<br />

a feição actual, com forma prismática rematada por<br />

uma cúpula piramidal.<br />

Museu de Arte Popular Portuguesa<br />

Situado no piso térreo do Centro Cultural de Pombal, na<br />

zona histórica da cidade, conta com um espólio de cerca<br />

de duas mil peças de artesanato. Obras-primas de todas<br />

as regiões do país que se reúnem <strong>para</strong> celebrar a arte<br />

popular portuguesa e as tradições do país. Vestido a<br />

rigor, apresenta um festival de cor, onde todas as peças<br />

trazem consigo uma história. Este espaço museológico<br />

é o resultado de um trabalho de procura e selecção de<br />

Nelson Lobo Rocha, técnico aposentado da Fundação<br />

Calouste Gulbenkian, ao longo de mais de vinte e cinco<br />

anos de convívio com os próprios artesãos. A colecção<br />

foi doada à Câmara Municipal de Pombal.<br />

Museu Marquês de Pombal<br />

Museu criado em 1982 pela doação do antiquário Manuel<br />

Gameiro. O espólio está distribuído por cinco salas<br />

temáticas, recordando o passado político e pessoal do antigo<br />

secretário de Estado do Reino nos tempos de D. José.<br />

ONDE COmER<br />

O Manjar do Marquês €€<br />

Houve quem lhe vaticinasse o fim após a conclusão da<br />

auto-estrada do Norte mas a reconhecida cozinha teimou<br />

em resistir. Divide-se em duas salas, uma mais popular<br />

servida por um menu diversificado a preços que rondam<br />

os 15 euros e outra mais requintada. Pataniscas de bacalhau,<br />

rojões com migas de nabiça e morcela de arroz e<br />

burras de porco preto em vinho tinto expressam-se com<br />

brilhantismo. Afamado é o arroz de tomate que acompanha<br />

muitos pratos. Garrafeira variada. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo (jantar)<br />

M EN1, km 151<br />

T 236 200 960<br />

www.omanjardomarques.com<br />

ONDE DORmIR<br />

Hotel Pombalense ***<br />

Acessível e modernamente equipado, fica situado<br />

junto à estação ferroviária. Integra um restaurante,<br />

Palomino, que serve pratos da cozinha portuguesa<br />

e outros de gosto mais internacional.<br />

Quartos 40<br />

M Rua Alexandre Herculano, 26<br />

T 236 200 990<br />

www.hotelpombalense.pt<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

27


28<br />

coimbra<br />

Cidade do<br />

conhecimento<br />

Associada aos amores infelizes de D. Pedro e de D.<br />

Inês, que terá sido assassinada nos arredores, na<br />

Quinta das Lágrimas, Coimbra é também conhecida<br />

por ser a mais antiga cidade universitária de Portugal<br />

e uma das primeiras da Europa. Na zona alta, Coimbra<br />

preserva, a par dos edifícios modernos da Universidade,<br />

vielas tortuosas que pouco terão mudado<br />

desde a Idade Média. Aí, ainda se podem encontrar<br />

algumas repúblicas, residências de estudantes, que<br />

foram, durante décadas, os centros das tradições libertárias<br />

e contestatárias estudantis. É da parte alta<br />

que se pode ter uma visão do resto da cidade e do rio.<br />

O Pátio das Escolas e a Couraça de Lisboa ou o Penedo<br />

da Saudade, sobre o lado oriental e um dos pontos<br />

míticos da cidade, são alguns desses locais.<br />

Junto ao Mondego a cidade apresenta características<br />

bem diferentes. É a zona comercial, onde se concentra<br />

a maior parte dos serviços. As ruas Ferreira Borges<br />

e Visconde da Luz, ambas pedonais, constituem as<br />

principais artérias da Baixa. Bem perto, desenvolve-<br />

-se a Baixinha, um emaranhado de vielas e travessas,<br />

onde o comércio tradicional e a animação lhe conferem<br />

um encanto muito especial.<br />

A zona ribeirinha, no final do Parque Dr. Manuel Braga,<br />

foi renovada no âmbito do Programa Polis, com a<br />

criação de uma frente de lazer. Daí parte a romântica<br />

ponte pedonal dedicada aos amores infelizes<br />

de D. Pedro e D. Inês<br />

de Castro e que<br />

d á<br />

Vista sobre a cidade e o rio Mondego<br />

Estação de Coimbra A<br />

Distância da estação ao centro<br />

Estação de Coimbra B<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

0 km<br />

2 km<br />

SMTUC - Transportes Urbanos de Coimbra,<br />

www.smtuc.pt<br />

Táxi: T 239 822 472, 239 499 090<br />

acesso a<br />

uma zona equivalente<br />

na margem esquerda. É<br />

<strong>aqui</strong> que se situa o medieval Mosteiro de Santa<br />

Clara-a-Velha, resgatado das águas e lodos que<br />

o submergiram durante séculos. Bem perto, Santa<br />

Clara-a-Nova e o Portugal dos Pequenitos, idealizado<br />

pelo arquitecto Cassiano Branco, e que desde<br />

1940 faz a delícia de pequenos<br />

e grandes.


O QUE VER<br />

Linha do norte e ramaL de tomar coimbra<br />

Universidade<br />

Criada em 1308, a Universidade de Coimbra é, ainda<br />

hoje, identificada à distância pela sua elevada torre, com<br />

o relógio e os sinos, cujo toque, durante séculos regulou<br />

o dia-a-dia de estudantes e professores. À volta desenvolve-se<br />

o Pátio das Escolas com edifícios emblemáticos<br />

como a monumental Biblioteca Joanina, a quinhentista<br />

Capela de São Miguel, as salas dos Capelos e do Exame<br />

Privado, etc.. Aqui se encontram também curiosos museus<br />

onde se podem ver instrumentos científicos antigos<br />

e outras colecções valiosas. Um destes é o moderno Museu<br />

de Ciência, instalado no antigo refeitório dos Jesuítas.<br />

Na outra vertente da colina, do lado oposto ao Pátio,<br />

encontram-se as Escadarias Monumentais e a Associação<br />

Académica, que foram durante o Estado Novo cenários<br />

dos principais episódios da luta estudantil.<br />

Torre da Universidade<br />

Biblioteca Joanina<br />

É um dos edifícios mais marcantes da universidade.<br />

Construído, em 1717, por vontade expressa do rei D.<br />

João V, é considerada uma das mais bonitas bibliotecas<br />

do mundo. Em estilo barroco, a sua entrada faz-se através<br />

de um pórtico monumental, encimado pelo escudo<br />

de Portugal. Três soberbas salas decoradas, guardam<br />

mais de 250 mil livros, alguns dos quais muito raros,<br />

versando as áreas do Direito, Filosofia e Teologia.<br />

Parque Verde do Mondego<br />

As obras do Programa Polis permitiram requalificar as<br />

duas margens do Mondego a montante da Ponte de<br />

Santa Clara. Surgiram duas zonas ajardinadas, acompanhando<br />

o Mondego durante várias centenas de metros.<br />

Incluem, <strong>para</strong> além de relvados, esplanadas e passeios<br />

ribeirinhos (também conhecidos como «Docas», por<br />

analogia com Lisboa) e do Pavilhão Centro de Portugal<br />

(Siza Vieira e Souto Moura), uma nova ponte, dedicada<br />

aos amores infelizes de D. Pedro e D. Inês de Castro e<br />

que, unindo as duas margens foi, também, concebida<br />

<strong>para</strong> funcionar como miradouro e zona de lazer.<br />

“Docas” de Coimbra, Parque Verde do Mondego<br />

Sé Velha<br />

Monumento nacional, a Sé Velha é de fundação românica<br />

(1162). Alterada, ao longo dos séculos, é uma<br />

curiosa sobreposição de épocas e estilos. No lado sul,<br />

preserva o mais antigo claustro gótico português (século<br />

XIII). O interior é de três naves e <strong>aqui</strong> se encontram<br />

os túmulos de figuras importantes da história coimbrã.<br />

Na fachada lateral norte, o destaque vai <strong>para</strong> a famosa<br />

Porta Especiosa, construída no século XVI e atribuída a<br />

João de Ruão ou a Nicolau de Chanterene. Na cabeceira<br />

da Sé fica a capela-mor, onde se encontra um retábulo<br />

gótico-flamengo de 1508, feito por Jean de Ypres e Olivier<br />

de Gand, consagrado à «Assunção da Virgem Maria».<br />

Anualmente, no adro da Sé, realiza-se a serenata<br />

monumental de fados de Coimbra, que marca o início<br />

da Queima das Fitas.<br />

Igreja de Santa Cruz<br />

Esta igreja é uma das mais bonitas de Coimbra, situando-<br />

-se no topo da Rua Visconde da Luz. A sua origem remonta<br />

a 1113. Obras posteriores, sobretudo no século<br />

XVI, conferiram-lhe o aspecto actual. As esculturas do<br />

portal principal, desenhado em 1523 por Diogo de Castilho,<br />

impressionam pela sua sofisticação. Tanto quanto<br />

se sabe são da autoria de João de Ruão e Nicolau Chanterenne.<br />

Deste último é também o púlpito monumental,<br />

29


30<br />

coimbra Linha do norte e ramaL de tomar<br />

obra-prima do renascimento e das estátuas jacentes dos<br />

túmulos de D. Afonso Henriques e do seu filho D. Sancho<br />

I. Na sacristia encontram-se pinturas do grande mestre<br />

português, Grão Vasco. Destaque também <strong>para</strong> o órgão<br />

barroco de 1724. Ao lado, em antigas instalações da igreja,<br />

o curioso Café Santa Cruz, referência da Baixa coimbrã.<br />

Igreja de Santa Cruz<br />

Santa Clara-a-Velha<br />

Com uma intervenção iniciada pelo IPPAR, em 1995,<br />

foi possível, finalmente resgatar o mosteiro de Santa<br />

Clara a Velha que se encontrava desde há séculos semi-<br />

-enterrado nas areias do Mondego. Ao contrário do que<br />

era habitual na arquitectura mendicante, que só abobadava<br />

normalmente a capela-mor, tendo o resto do templo<br />

cobertura de madeira esta igreja tem as três naves,<br />

cobertas por abóbadas, de berço quebrado na central e<br />

de ogivas nas laterais. A obra da construção da igreja foi<br />

da responsabilidade do mestre Domingos Domingues.<br />

Desde cedo, que a subida das águas do rio começou a<br />

fazer-se sentir. De início, ainda foi tentada uma solução<br />

<strong>para</strong> resolver este problema com a criação de um piso<br />

sobrelevado no interior do mosteiro. Mas perante a evidência<br />

da força da Natureza, a Ordem acabou por abandonar<br />

o mosteiro, no século XVII, e mudar-se <strong>para</strong> a nova<br />

casa de Santa Clara-a-Nova. A partir daí, as águas do rio<br />

e as areias começaram a ocupar o mosteiro vazio. Nos<br />

Santa Clara-a-Velha<br />

anos 1940, os Monumentos Nacionais ainda tentaram,<br />

em vão a sua recuperação. Foi somente com o apoio das<br />

tecnologias recentes que se conseguiu fazer emergir esta<br />

antiga estrutura religiosa. Em 1995 começaram também<br />

campanhas de escavação arqueológica que vieram pôr<br />

a descoberto um espólio excepcional, sobretudo de cerâmica<br />

e faiança com muitas peças ainda intactas. Para<br />

além disso, foram encontrados vários túmulos e, o claustro<br />

com as estruturas de suporte praticamente intactas e<br />

com muitos capitéis ainda no lugar original. O mosteiro é<br />

visitado segundo marcação feita através do IPPAR.<br />

Baixinha<br />

Zona de cariz medieval, organizou-se, durante séculos,<br />

por ofícios e corporações como indicam os nomes das<br />

suas ruas tortuosas: Rua da Moeda, da Louça, das Padeiras,<br />

entre outras. Hoje é uma zona castiça onde se<br />

pode encontrar de tudo e geralmente a preços surpreendentes.<br />

Do calçado à roupa, passando por ferramentas<br />

e alfaias agrícolas, <strong>para</strong> além de boas tascas.<br />

Penedo da Saudade<br />

Miradouros<br />

Tendo-se desenvolvido numa região de colinas, Coimbra<br />

é, como Lisboa, a cidade dos miradouros. Para uma vista<br />

de conjunto da cidade, nada melhor do que os da margem<br />

esquerda. O mais espectacular é o do Vale do Inferno,<br />

na antiga estrada que descia <strong>para</strong> a ponte de Santa<br />

Clara. A uma cota inferior, o adro de Santa Clara-a-Nova<br />

dá, também, uma bonita panorâmica sobre a cidade. Na<br />

outra margem, as perspectivas são mais parcelares. A<br />

Torre de Anto ou a Couraça de Lisboa são alguns exemplos,<br />

embora o grande miradouro deste lado do Mondego<br />

seja, pelo seu simbolismo académico-saudosista, o<br />

Penedo da Saudade, perto da Praça da República.


Linha do norte e ramaL de tomar coimbra<br />

O QUE FAZER O QUE SABOREAR<br />

Portugal dos Pequenitos<br />

Inaugurado em 1940, este projecto é o primeiro parque<br />

temático feito em Portugal. O projecto é do arquitecto<br />

Cassiano Branco. Está dividido em três núcleos. O primeiro,<br />

dedicado às viagens dos navegadores portugueses,<br />

com pavilhões sobre cada uma das antigas colónias.<br />

O segundo apresenta, em miniatura, uma montagem<br />

dos principais monumentos portugueses. O último é<br />

constituído por dezenas de casinhas de metro e meio de<br />

altura, representativas dos diversos tipos da arquitectura<br />

regional portuguesa. Gerido pela Fundação Bissaya<br />

Barreto, o Portugal dos Pequenitos tem, actualmente,<br />

novas atracções e um simpático parque infantil.<br />

OdaBarca – O Basófias<br />

A OdaBarca opera «O Basófias», uma embarcação<br />

fluvial que realiza diariamente passeios ao longo do<br />

Mondego, dando a conhecer a cidade de outra perspectiva,<br />

através das margens do rio. Descubra os encantos<br />

de Coimbra num magnífico percurso fluvial, que lhe<br />

mostra a Ponte de Santa Clara, Praça da Canção e Ponte<br />

Europa, entre outros locais. Com capacidade <strong>para</strong> 60<br />

pessoas sentadas e 100 em área livre, a embarcação<br />

também pode ser alugada <strong>para</strong> festas e eventos.<br />

Doçaria conventual<br />

A região de Coimbra é bastante afamada pela<br />

sua gastronomia, de grande riqueza e tradição.<br />

Do leitão da Bairrada, regado por um espumante<br />

da região à perdiz fria, passando pela nabada<br />

à moda de Coimbra, a escolha é variada e<br />

apetitosa. Mas é principalmente no capítulo da<br />

doçaria que se podem encontrar as verdadeiras<br />

e mais delicadas preciosidades, quase todas inspiradas<br />

em antiquíssimas receitas conventuais.<br />

Na cidade ainda se encontraram sem dificuldade<br />

os deliciosos pastéis folhados de Santa Clara, as<br />

tentadoras arrufadas, originárias do Convento<br />

de Santa Ana, assim como os capelos, as tricanas,<br />

os pingos de Tocha, as talhadas do Príncipe,<br />

o pudim de ovos, os biscoitos, entre outras<br />

tentações. D<strong>aqui</strong> perto, são também os inesquecíveis<br />

pastéis de Tentúgal com a sua finíssima<br />

massa folhada recheada de doce de ovos. Qualquer<br />

uma destas iguarias poderá ser degustada<br />

com todo o conforto numa das boas pastelarias<br />

da cidade. É o caso da tradicional Briosa, com localização<br />

central, em pleno Largo da Portagem,<br />

ou a menos central, mas igualmente recomendável,<br />

e muito frequentada, Pastelaria Vénus, na<br />

zona da Cruz de Celas.<br />

31


32<br />

coimbra Linha do norte e ramaL de tomar<br />

ONDE COmER<br />

A Taberna €€<br />

O forno a lenha que se avista da sala desta casa rústica é<br />

logo bom prenúncio confirmado depois na qualidade do<br />

pão ali cozido e outros pratos dignos de autênticos manjares.<br />

O bacalhau com batatas a murro, as migas à lagareiro,<br />

a chanfana e a posta mirandesa são pratos emblemáticos.<br />

Doses bem servidas e vinhos a preços nada escandalosos.<br />

Doçaria conventual <strong>para</strong> remate. Zona de fumadores.<br />

Encerra Domingo (jantar) e segunda-feira<br />

M Rua dos Combatentes da Grande Guerra, 86<br />

T 239 716 265<br />

DOM Azeite €€<br />

Instalado num antigo lagar de azeite, está decorado<br />

com objectos e m<strong>aqui</strong>naria ligados à extracção do mesmo.<br />

Na ementa o azeite também está em evidência,<br />

em pratos como tibornada de bacalhau, lagareira de<br />

cherne ou cabrito à moda do lagar, entre muitos outros.<br />

Não fumadores.<br />

Encerra Domingo (jantar)<br />

M Rua dos Combatentes, 95, Taveiro<br />

T 239 981 010<br />

www.domazeite.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

Pensão Flor de Coimbra €<br />

Integrado numa pequena pensão coimbrã, serve apenas<br />

jantares e convém confirmar antes se está aberto<br />

porque o funcionamento não é regular. Mas vale a referência<br />

pela boa cozinha regional a bom preço, havendo<br />

ainda a opção de um prato vegetariano. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias só <strong>para</strong> jantares<br />

M Rua do Poço, 5<br />

T 239 823 865<br />

Salão Brazil €€<br />

Em plena Baixa de Coimbra, o Salão Brazil é um dos mais<br />

recentes pontos de encontro da cidade. À vantagem da<br />

localização central, alia o charme de se situar num edifício<br />

centenário, um antigo e tradicional salão de bilhares,<br />

agora reconvertido em restaurante de cozinha de autor<br />

(do chefe António Fonseca, um “histórico” de Coimbra<br />

que já passou pela Quinta das Lágrimas e pela Quinta da<br />

Romeira) e em sala de espectáculos, com uma agenda<br />

regular de concertos e eventos. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Largo do Poço, nº 3 - 1º andar<br />

T 239 824 217<br />

http://salaobrazil.blogspot.com<br />

Salão Brazil<br />

Zé Neto €<br />

Restaurante de gerência familiar, situado no coração da<br />

cidade de Coimbra. Cardápio com uma ou outra especialidade<br />

de excepção, como o polvo ou cabrito assado<br />

no forno, o sarrabulho e a açorda de coentros com petingas.<br />

Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua das Azeiteiras, 8/10<br />

T 239 826 786


ONDE DORmIR<br />

Linha do norte e ramaL de tomar coimbra<br />

Hotel Tivoli Coimbra ****<br />

No centro da cidade, perto da estação de caminhos-de-<br />

-ferro, é um hotel moderno recentemente remodelado.<br />

Tem bar, ginásio, piscina e restaurante.<br />

Quartos 100<br />

M Rua João Machado, 4<br />

T 239 858 300<br />

www.tivolihotels.com<br />

Hotel Astória ***<br />

Inaugurado em 1926, fica no coração de Coimbra, no<br />

Largo da Portagem, frente ao Mondego. Está instalado<br />

num edifício histórico que é um dos símbolos arquitectónicos<br />

da cidade e mantém o ambiente de época.<br />

Quartos 62<br />

M Avenida Emídio Navarro, 21<br />

T 239 853 020<br />

www.almeidahotels.com<br />

Parque de Campismo de Coimbra<br />

Inaugurado em 2005, é um parque moderno e bem<br />

equipado, com piscina, mini-golfe, health club e circuitos<br />

de manutenção, estes disponíveis <strong>para</strong> o público em<br />

geral. Tem bungalows <strong>para</strong> alugar.<br />

Aberto durante todo o ano.<br />

M Rua da Escola, Alto do Areeiro<br />

T 239 086 902<br />

www.campingcoimbra.com<br />

Pousada de Juventude de Coimbra<br />

Situada perto do bairro de Celas, a 3 km da estação de<br />

Coimbra A e apenas a 10 minutos a pé da Praça da República,<br />

a pousada permite o acesso fácil e rápido ao<br />

centro da cidade.<br />

M Rua Doutor António Henrique Seco, 14<br />

T 239 829 228<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

Ponte pedonal Pedro e Inês


34<br />

curia<br />

Espumantes e termas<br />

no coração da Bairrada<br />

Pertencente à freguesia de Tamengos, no coração da<br />

região da Bairrada e a três quilómetros da Anadia, a<br />

Curia é uma das principais estâncias termais do país,<br />

de grande fama e tradição, que consolidou desde a sua<br />

fundação, no início do século XX. Albano Coutinho, um<br />

dos seus fundadores, personagem marcante na história<br />

da Curia, importante viticultor da Bairrada, rodeou-<br />

-se das pessoas mais influentes da região, com o objectivo<br />

de criar uma estância à imagem das melhores<br />

da Europa. Apesar de tantos anos passados, a estrutura<br />

básica das instalações termais continua a ser a mesma<br />

das primeiras décadas de existência. A Curia é, essencialmente,<br />

um local sossegado e aprazível, com vegetação<br />

abundante, ar puro e perfumado, convidativo<br />

ao repouso ou a longos passeios a pé. O património<br />

é também relevante, já que <strong>aqui</strong> se encontram belos<br />

exemplares da arquitectura “Belle Époque” e “Arte<br />

Nova”, com destaque <strong>para</strong> o Palace Hotel da Curia. O<br />

conjunto das instalações hoteleiras e balneário termal<br />

está situado dentro de um frondoso e idílico parque,<br />

com um grande lago. A Curia faz parte do concelho da<br />

Anadia, um dos principais centros produtores de vinhos<br />

espumantes naturais do país, sendo as suas caves<br />

(que podem ser visitadas) muito afamadas. Em termos<br />

gastronómicos, o emblema incontestado da região é o<br />

tão apreciado leitão à moda da Bairrada.<br />

Na vila da Anadia, as principais referências<br />

arquitectónicas são o palacete<br />

do Conde da<br />

“Buvette” nas Termas da Curia<br />

Estação de Curia<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

1 km<br />

Táxi: T 231 512 311<br />

A estação<br />

O último projecto<br />

de Cottinelli Telmo<br />

<strong>para</strong> a <strong>CP</strong> (1944)<br />

tem especial significado<br />

por ser uma<br />

das poucas estações<br />

em que a cobertura da plataforma não é em ferro ou<br />

em pala de betão. De facto, o cais é coberto por um<br />

pórtico apoiado em pilares de pedra, que ao juntar-se<br />

com o imponente telhado agrega todos os volumes do<br />

edifício num só corpo. Mesmo ao lado da estação<br />

está o parque de merendas<br />

da Curia.<br />

Anadia, o<br />

Paço dos Marqueses<br />

da Graciosa e a igreja matriz. O miradouro<br />

do Monte Castro proporciona<br />

uma magnífica vista sobre toda<br />

a região da Bairrada.


O QUE VER<br />

Linha do norte e ramaL de tomar curia<br />

Parque das Termas da Curia<br />

Parque com 14 hectares de mata e jardins, com amplas<br />

alamedas entre árvores centenárias. Há, também, um<br />

lago e campos de jogos. O complexo termal e alguns<br />

hotéis, com destaque <strong>para</strong> o Grande Hotel da Curia estão<br />

inseridos no parque, sendo que as recentes obras<br />

de recuperação respeitaram a atmosfera de princípios<br />

do século XX. Um lugar de visita obrigatória <strong>para</strong> quem<br />

gosta da arquitectura termal.<br />

Historicamente, numa estância termal, o parque era<br />

um elemento imprescindível, que proporcionava os<br />

indispensáveis passeios e o contacto relaxante com a<br />

natureza. No vasto parque da Curia, onde foram plantadas<br />

árvores das mais diversas espécies, construiu-se um<br />

imenso lago, então o maior lago artificial da Península<br />

Ibérica, onde não faltavam as ilhas ligadas por pontes<br />

de corte romântico, os recantos de sombra, com bancos<br />

de pedra trabalhada junto dos chorões. Os passeios de<br />

barco eram uma das formas eleitas de distracção dos<br />

<strong>aqui</strong>stas. Os passeios de carruagem pelos arredores<br />

eram outra atracção, conforme um jornal da época: «os<br />

hóspedes dos hotéis têm dado frequentes passeios de<br />

carruagem pelos arredores da Curia, visitando na Anadia<br />

a quinta das Felgueiras, o fabrico do ‘champagne’,<br />

e percorrendo os sitios e logares mais predilectos dos<br />

‘touristes’ destas thermas, como Agueda, Fermentelos,<br />

Valle da Mó, Luso e Buçaco...»<br />

É na passagem do século XIX <strong>para</strong> o século XX que a<br />

melhor fase das termas nacionais tem lugar. A Curia,<br />

recentemente surgida, tem <strong>aqui</strong> também o seu protagonismo,<br />

figurando entre as mais concorridas do país<br />

Sucediam-se os bailes, «tea dancing» e ceias. Jogava-<br />

-se no casino, organizavam-se arraiais e concertos, havia<br />

sessões de cinema e teatro. Animação não faltava.<br />

Chegou a funcionar durante alguns anos uma praça de<br />

touros, onde brilhou o Marquês da Graciosa. Esta exuberância<br />

é reveladora do cariz elitista, característico das<br />

temporadas de verão. Era a clientela mais abastada que<br />

predominava na vida estival da Curia, como o era no<br />

Vidago ou no Estoril.<br />

35


36<br />

curia Linha do norte e ramaL de tomar<br />

Museu do Vinho da Bairrada<br />

Inaugurado em 2003, fica situado na Anadia e ocupa<br />

um edifício desenhado pelo arqº André Santos, com<br />

uma das fachadas laterais com amplas vidraças com<br />

vista <strong>para</strong> as vinhas. O espólio inclui artefactos que ilustram<br />

a evolução técnica da viticultura e testemunhos<br />

da história dos produtores da Bairrada. A exposição<br />

permanente, intitulada "Percursos do Vinho", distribui-<br />

-se por seis salas temáticas.<br />

Curia Palace Hotel<br />

Entrar no Palace da Curia é como fazer uma viagem no<br />

tempo. O ambiente dos anos 20 permanece, expresso<br />

no mobiliário, no fabuloso elevador, na «salle du petit<br />

déjeuner» ou na sala de jantar com galeria. Para quem<br />

ama o requinte genuíno, que importância tem que o<br />

elevador se arraste ou que os quartos pareçam antiquados?<br />

Aqui foi rodado o filme «Belle Époque», Óscar<br />

do melhor filme estrangeiro em 1992.<br />

Centro Cultural da Anadia<br />

Inaugurado em 2001, integra as bibliotecas Rodrigues<br />

Lapa (filólogo) e Luciano de Castro (estadista), bem como<br />

duas Galerias de Exposições, uma das quais permanente,<br />

dedicada ao pintor Paul Nicholas Woronoff (1914-1989),<br />

natural da Geórgia (ex-URSS). Contempla, ainda, um es-<br />

paço dedicado a Manuel Ribeiro (1879-1936), soldado<br />

anadiense condecorado com a Torre e Espada, mais alta<br />

condecoração portuguesa, em 11 de Novembro de 1906.<br />

ONDE COmER<br />

O Painel €€<br />

Se é essencialmente conhecido por causa do leitão,<br />

diversifica habilmente a ementa, de forma a atrair<br />

outra clientela, nomeadamente com um prato famoso,<br />

o churrasco de mar e terra (marisco e misto de carnes<br />

grelhadas). Zona de fumadores.<br />

Encerra Terça–feira<br />

M EN 1, Lugar de Aguim<br />

T 231 512 984<br />

Anadia (Grande Hotel da Curia) €€<br />

Integrado no Grande Hotel da Cúria, está aberto ao<br />

público em geral <strong>para</strong> almoços e jantares. Serve especialidades<br />

da cozinha portuguesa, com destaque <strong>para</strong><br />

os pratos regionais leitão à Bairrada, chanfana e cozido<br />

à Portuguesa. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias.<br />

M Curia<br />

T 231 515 720<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


ONDE DORmIR<br />

Linha do norte e ramaL de tomar curia<br />

Curia Palace Hotel<br />

Spa & Golf Resort ****<br />

Hotel emblemático, reabriu em Junho de 2008 totalmente<br />

remodelado, mas mantendo inalterável o estilo<br />

clássico e a decoração arte nova, característica dos anos<br />

20. Oferece, entre outros serviços, piscina interior aquecida,<br />

spa (Le Cigne), o restaurante Belle Époque e um<br />

campo de golfe de 9 buracos.<br />

Quartos 100<br />

M Curia<br />

T 231 510 300<br />

www.almeidahotels.com<br />

Curia Palace Hotel<br />

Belver Grande Hotel da Curia<br />

Golfe & SPA ****<br />

Na estância termal da Curia, mantém a bela fachada do<br />

século XIX, a elegante sala de jantar, onde funciona o<br />

restaurante, e sala de festas, oferecendo também piscina<br />

exterior e interior. Embora sem grandes luxos, os<br />

quartos são espaçosos.<br />

Quartos 84<br />

M Curia<br />

T 231 515 720<br />

www.grandehoteldacuria.com<br />

Hotel das Termas, campo de golfe<br />

Hotel das Termas ***<br />

Situado no interior de um parque com 14 hectares, esta<br />

unidade oferece um ambiente de grande sossego. Os<br />

quartos têm vista <strong>para</strong> o parque. Os serviços incluem<br />

restaurante, bar, piscina exterior, spa e campo de golfe.<br />

Quartos 105<br />

M Termas da Curia Spa Resort<br />

T 231 519 800<br />

www.termasdacuria.com<br />

Hotel do Parque **<br />

Instalado num edifício estilo Belle Époque, que conserva<br />

a traça original, está rodeado pelo verde do parque<br />

termal e oferece quartos e suites simples e confortáveis.<br />

Quartos 22<br />

M Curia<br />

T 231 512 031<br />

www.hoteldoparquecuria.com<br />

Parque das Termas


38<br />

aveiro<br />

Cidade da Ria<br />

Muitas vezes chamada a «Veneza portuguesa»,<br />

Aveiro é uma cidade atravessada por uma série de<br />

canais, que se estendem da zona central do Rossio<br />

até junto da estação de caminho-de-ferro. A proximidade<br />

do mar e da ria conferiu-lhe uma luminosidade<br />

muito especial e ditou-lhe o destino. Desde<br />

cedo, Aveiro foi uma terra com fortes ligações às<br />

artes da pesca, à extracção de sal e ao comércio marítimo.<br />

A estabilização da actual barra e a chegada<br />

do comboio, no século XIX, criaram-lhe um maior dinamismo<br />

que acabou por se traduzir na proliferação<br />

de bonitas casas de arquitectura de Arte Nova, que<br />

ainda hoje embelezam a zona do Rossio, ao longo do<br />

canal. Hoje Aveiro é uma cidade moderna, com intervenções<br />

de grandes arquitectos contemporâneos<br />

como Siza Vieira, Souto Moura, Alcino Soutinho,<br />

Fernando Távora, entre outros. Paralelamente, conserva<br />

as marcas do seu passado. O antigo Convento<br />

de Jesus, hoje Museu Municipal, a Igreja da Misericórdia<br />

ou a das Carmelitas são bem exemplo disso.<br />

De um passado mais recente ficou também a exuberante<br />

estação ferroviária, toda decorada a azulejos,<br />

e a antiga Fábrica de Cerâmica Campos, hoje centro<br />

cultural. Mas Aveiro tem ainda outros atractivos,<br />

como os seus deliciosos ovos-moles embalados nas<br />

vistosas barricas de madeira. E bem perto, a cerca de<br />

10 km, tem as praias da Barra e da Costa Nova. Esta<br />

última ainda conserva os coloridos “palheiros”, onde<br />

se guardavam os apetrechos da faina, depois<br />

transformados em casas<br />

de veraneio.<br />

Canal central<br />

Estação de Aveiro<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

1 km<br />

Movebus, autocarros <strong>para</strong> o centro da cidade<br />

de 10 em 10m www.moveaveiro.pt<br />

Táxi: T 234 385 799 / 234 343 266<br />

A estação<br />

É uma das mais<br />

belas estações do<br />

país. As últimas<br />

obras de ampliação<br />

estabeleceram um<br />

interessante diálogo<br />

entre o antigo e o moderno na estação de Aveiro,<br />

mas a sua principal atracção continua a ser o impressionante<br />

conjunto de painéis de azulejos que cobrem<br />

as fachadas (do lado da cidade e do lado das linhas)<br />

até à cobertura do edifício. Desenhados por Francisco<br />

Pereira e Licínio Pinto em 1916, são quase 30 painéis<br />

que retratam os monumentos da cidade, como<br />

o Convento de Jesus, as paisagens<br />

e a faina do sal.


O QUE VER<br />

Linha do norte e ramaL de tomar aveiro<br />

Museu Municipal / Mosteiro de Jesus<br />

O museu encontra-se, desde 1911, no antigo Mosteiro<br />

de Jesus, convento feminino fundado em 1458. Em 1472<br />

ingressou nesta casa religiosa a Princesa D. Joana, filha<br />

do rei D. Afonso V que <strong>aqui</strong> viria morrer com fama de santa.<br />

A partir dessa altura, o mosteiro foi por diversas vezes<br />

engrandecido, tendo sofrido várias reformas. Aqui pode<br />

ver uma importante colecção de arte barroca portuguesa<br />

(séculos XVII/XVIII), peças de escultura, talha, <strong>para</strong>mentaria<br />

e ourivesaria. Há, ainda, obras de pintura portuguesa<br />

dos séculos XV a XVIII, com destaque <strong>para</strong> o retrato da<br />

Princesa Santa Joana. A par deste espólio o visitante pode<br />

ver a Igreja de Jesus, decorada a talha dourada e azulejos,<br />

o túmulo da princesa, obra-prima do barroco, o claustro<br />

(séculos XV/XVI) e o refeitório, de paredes revestidas a<br />

azulejo, <strong>para</strong> além da tribuna de leitura.<br />

Sé Catedral<br />

A igreja do antigo convento dominicano do séc. XV foi<br />

elevada à dignidade episcopal, tendo nas imediações<br />

um interessante cruzeiro manuelino. Apresenta fachada<br />

barroca. Por ter sofrido diversas alterações ao longo dos<br />

séculos, cruza diversos estilos.<br />

Praça do Peixe<br />

Belo exemplar da chamada<br />

arquitectura do ferro,<br />

a sua<br />

Casas Arte Nova<br />

Espalhadas pela zona do Rossio Aveirense, à volta do<br />

Canal Central, são belos exemplares do gosto arquitectónico<br />

e da decoração das primeiras décadas do século<br />

XX. Destaquem-se alguns exemplos: Casa do Major<br />

Pessoa (Rua Barbosa Magalhães, 9 a 11), Casa Silva<br />

Rocha (Rua do Carmo, 12) e antigo edifício do BNU, actual<br />

Região de Turismo (Rua João Mendonça, 8). Este<br />

último foi construído em 1920 segundo o projecto do<br />

arquitecto de origem suíça Ernesto Korrodi.<br />

construção remonta a 1905. Recuperado exemplarmente<br />

em 2004 foi mantido nas suas funções originais, ainda<br />

que acrescentado de uma zona <strong>para</strong> restaurante. A zona<br />

envolvente, com outros restaurantes, bares e esplanadas,<br />

é uma das mais animadas da cidade.<br />

Centro Cultural e de Congressos<br />

Magnífico exemplar de arqueologia industrial, a antiga<br />

Fábrica de Cerâmica Campos, construída entre 1915 e<br />

1917, segundo projecto do arquitecto José Olímpio, foi<br />

recuperada exemplarmente e é hoje um Centro Cultural<br />

e de Congressos de grande qualidade. Um passeio ribeirinho,<br />

ao longo do Forum Aveiro, permite aceder a pé do<br />

Rossio até esta zona.<br />

Ecomuseu da Troncalhada<br />

A salinicultura é uma actividade conhecida nesta região<br />

desde o século X como se pode comprovar pelo testamento<br />

da condessa Mumadona Dias. O ecomuseu localizado<br />

numa marinha de sal permite observar<br />

os métodos ancestrais característicos<br />

desta actividade<br />

económica.


40<br />

aveiro Linha do norte e ramaL de tomar<br />

O QUE FAZER<br />

BUGA<br />

As famosas Bicicletas de Utilização Gratuita estão espalhadas<br />

por cerca de trinta parques na cidade de Aveiro.<br />

Para as utilizar basta dirigir-se a um dos parques e colocar<br />

uma moeda de 1€ num sistema idêntico ao dos carrinhos<br />

de supermercado. Pode andar dentro dos limites<br />

da cidade, sendo a moeda devolvida quando voltar a<br />

colocar a BUGA num dos parques. Na Loja BUGA pode<br />

solicitar bicicletas equipadas com cadeirinhas <strong>para</strong><br />

bebés.<br />

Fábrica de Ciência Viva de Aveiro<br />

Esta fábrica dedicada à ciência tem exposições temáticas,<br />

um laboratório didáctico e uma cozinha-laboratório<br />

onde literalmente se põe a «mão na massa»,<br />

observando e testando os processos subjacentes às<br />

transformações químicas e bioquímicas que ocorrem<br />

nos alimentos quando são pre<strong>para</strong>dos. Tem ainda um<br />

espaço dedicado à robótica, ao cinema e ao teatro.<br />

Horario Terça a sexta-feira, das 10:00 às 18:00. Sábado,<br />

domingo e feriados, das 11:00 às 19:00<br />

M Rua dos Santos Mártires, Aveiro<br />

T 234 427 053<br />

www.fabrica.ua.pt<br />

Passeio de moliceiro na ria<br />

Com partida do Rossio, perto do edifício da Região de Turismo,<br />

é possível fazer pequenos cruzeiros pelos canais da<br />

ria, passando por algumas ilhotas, praias de junco, a ilha<br />

do Rebolho, o porto bacalhoeiro e os estaleiros navais.<br />

O QUE SABOREAR<br />

Doçaria<br />

Quem não se deliciou já com os deliciosos ovos-moles<br />

de Aveiro, quer na sua <strong>versão</strong> animada (peixinhos e búzios<br />

de hóstia recheados de ovos moles), quer na <strong>versão</strong><br />

mais gulosa dentro de pequenas barricas de madeira<br />

prontas a serem comidas à colher? Ainda em Aveiro,<br />

não se olvidem as raivas, pequenos emaranhados em<br />

massa de biscoito. E já que está na região, encontrará<br />

facilmente o famoso pão-de-ló de Ovar.


Linha do norte e ramaL de tomar aveiro<br />

ONDE COmER ONDE DORmIR<br />

A Tasca do Confrade €€<br />

Com uma sala pequena, rústica e acolhedora, serve<br />

pratos de peixe e marisco por excelência ou não estivesse<br />

localizado numa rua castiça, nas proximidades do<br />

Mercado de Peixe em Aveiro. Comece por provar as deliciosas<br />

entradas (petinga frita, polvo de vinagrete, espetadas<br />

de mexilhão, pataniscas) que abrem o apetite<br />

<strong>para</strong> uma boa caldeirada de enguias ou uma chanfana.<br />

Decoração regional com painéis de azulejos e utensílios<br />

do campo. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo (jantar) e segunda-feira<br />

M Rua dos Marnotos, 34<br />

T 234 386 381<br />

O Telheiro €€<br />

Uma das salas faz lembrar uma antiga adega mas há<br />

outra mais moderna. A cozinha rege-se pela tradição e<br />

os pratos de peixe são predominantes. Os bolinhos de<br />

bacalhau abrem o apetite <strong>para</strong> um polvo à lagareiro,<br />

um ensopado de enguias ou <strong>para</strong> um simples peixe na<br />

grelha. Não fumadores.<br />

Encerra Sábado<br />

M Largo da Praça do Peixe, 20/21<br />

T 234 429 473<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

Meliá Ria - Hotel & Spa ****<br />

Inaugurado em 2005, é um hotel que atrai pelo<br />

seu design moderno e arrojado, com localização<br />

privilegiada num dos braços da ria de Aveiro. Revestido<br />

a vidro serigrafado, é um quatro estrelas<br />

superior, com nível de conforto e serviços a condizer.<br />

Tem spa, restaurante e piscina interior .<br />

Quartos 128<br />

MCais da Fonte Nova, Lote 5<br />

T 234 401 000<br />

www.meliaria.com<br />

Meliá Ria – Hotel & Spa<br />

Veneza Hotel ***<br />

Antigo Hotel Mercure, está instalado num bonito<br />

edifício dos anos 30 com decoração inspirada<br />

na porcelana portuguesa Vista Alegre.<br />

Quartos 49<br />

M Rua Luís Gomes de Carvalho, 23<br />

T 234 404 400<br />

www.venezahotel.pt<br />

Pousada de Juventude de Aveiro<br />

Alojamento acessível e bem localizado na cidade<br />

dos canais.<br />

M Rua das Pombas, Edifício do IPJ<br />

T 234 420 536<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

41


42<br />

porto<br />

Cidade sem fronteiras<br />

Descobrir o Porto é viver um sem número de contrastes.<br />

O seu ambiente hospitaleiro e conservador<br />

convive com uma cidade moderna e criativa. Esta<br />

atmosfera especial sente-se um pouco por todo o<br />

lado: nas ruas, na arquitectura e nos monumentos,<br />

nos parques e jardins, nas esplanadas e nas zonas<br />

comerciais.<br />

A cidade nasceu e desenvolveu-se na Idade Média.<br />

A conquista de Portucale em 868 por Vímara Peres,<br />

guerreiro de Afonso III, de Leão, é considerada o<br />

acontecimento mais antigo da história do Porto. A<br />

povoação era, desde a segunda metade do século VI,<br />

sede da Diocese Portucalense, mas a partir de 868 a<br />

sua importância aumenta, tornando-se no centro do<br />

movimento de reconquista das terras circundantes,<br />

que passam a constituir a província Portugalensis, a<br />

cujos habitantes se deu o nome de portugalenses.<br />

Esta foi a origem do nome de Portugal.<br />

Com uma forte identidade e características muito<br />

próprias, o Porto orgulha-se de ser conhecido como<br />

a cidade do trabalho, tendo <strong>aqui</strong> sede os principais<br />

grupos económicos nacionais.<br />

Paralelamente, o Porto desde<br />

sempre foi emprestando<br />

Ribeira do Porto<br />

nomes altos à cultura portuguesa como<br />

Almeida Garrett, Ramalho Ortigão, Soares<br />

dos Reis, Júlio Dinis, Raul Brandão,<br />

Sophia de Mello Breyner, Manoel<br />

de Oliveira, entre tantos outros.<br />

Actualmente, a cidade continua<br />

a ser culturalmente marcada por movimentos de<br />

vanguarda, com projectos inovadores nos campos<br />

da música, da moda e, sobretudo, da arquitectura,<br />

onde se destacam vários nomes consagrados internacionalmente.<br />

Hoje o Porto extravasa os seus próprios limites,<br />

assumindo-se como a capital de uma região dinâmica<br />

cuja influência se estende até à Galiza, nomeadamente<br />

através da associação Eixo Atlântico do<br />

Noroeste Peninsular, uma associação que integra<br />

nove cidades do Norte de Portugal e nove da<br />

Galiza, com Porto e Vigo no epicentro<br />

desta ligação.


Estação de São Bento<br />

Distância da estação ao centro<br />

Estação da Campanhã<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0 km<br />

5 km<br />

Linha do norte e ramaL de tomar porto<br />

A pé<br />

Metro: www.metrodoporto.pt/<br />

Autocarro: www.stcp.pt<br />

Estação de São<br />

Bento<br />

Autêntico ex-libris<br />

da cidade do Porto,<br />

a sua construção<br />

demorou cerca de 15<br />

anos (1901 a 1915)<br />

embora os comboios <strong>aqui</strong> chegassem desde 1896. Impressiona<br />

pela sua imponente fachada, mas sobretudo<br />

pelo magnífico interior do átrio, onde sobressaem os<br />

esplendorosos painéis de azulejos, da autoria de Jorge<br />

Colaço, retratando episódios da História de Portugal,<br />

cenas regionais e a evolução dos meios de transporte,<br />

entre outros temas. Uns, os de cariz histórico, seguem a<br />

tradicional coloração a azul e branco, enquanto os referentes<br />

à evolução dos meios de transporte têm já uma<br />

completa panóplia de cores. Estes painéis – que tornaram<br />

a estação internacionalmente famosa – viriam<br />

a sofrer um importante restauro já nas décadas de 80<br />

e 90. Já na zona da plataforma, existe uma cobertura<br />

de ferro e vidro sustentada por grandes colunas, que<br />

fazem dela uma exemplo da arquitectura do ferro em<br />

Portugal. O projecto da estação, que segue um desenho<br />

clássico de inspiração francesa, tem a assinatura<br />

do portuense Marques da Silva (1869-1947), também<br />

responsável, entre muitos edifícios nortenhos, pelo<br />

vizinho Teatro de São João.<br />

O QUE VER<br />

Casa da Música<br />

Uma das obras recentes com maior impacto no perfil<br />

e na vida cultural da cidade, foi pensada no âmbito da<br />

Porto «2001 – Capital da Cultura», vindo a ser inaugurada<br />

apenas em 2005. Trata-se, antes de mais, um<br />

projecto arquitectonicamente arrojado, da autoria do<br />

arquitecto holandês Rem Koolhaas, situado junto à Rotunda<br />

da Boavista. À ousadia do edifício junta-se a ambição<br />

de uma programação dinâmica e inovadora, com<br />

espaço <strong>para</strong> todas as músicas, das grandes produções<br />

às manifestações de franja, capaz de atrair públicos<br />

variados, incentivando o gosto pela música, dinamizando<br />

culturalmente uma região que vai muito além<br />

do Porto, e colocando a cidade nos grandes roteiros<br />

internacionais de música. Isto <strong>para</strong> além de um papel<br />

importante na vertente educativa, com actividades,<br />

ateliers e workshops diversos, nomeadamente <strong>para</strong> as<br />

famílias e as crianças, e na área da investigação musical.<br />

Realizam-se todos os dias visitas guiadas ao edifício,<br />

que dispõe de vários bares de apoio, <strong>para</strong> além de<br />

um requintado restaurante, com decoração contemporânea,<br />

onde se destaca uma peça de Joana<br />

Vasconcelos, magnificamente<br />

localizado na cobertura,<br />

com vista sobre a<br />

cidade.<br />

43


44<br />

porto Linha do norte e ramaL de tomar<br />

Ponte D. Maria Pia<br />

Pontes<br />

Durante séculos, o Porto esteve dependente dos<br />

barcos <strong>para</strong> a travessia do Douro. A situação começaria<br />

a alterar-se apenas depois do desastre da<br />

Ponte das Barcas, em 1809. Surgiu a Ponte Pênsil,<br />

mais sólida, mas ainda pouco satisfatória. Foi preciso<br />

esperar por 1878 <strong>para</strong> surgir a primeira ponte<br />

moderna, dedicada à Rainha D. Maria Pia. Era<br />

usada pelo comboio e consagrou o génio de Gustavo<br />

Eiffel. Em 1886 era a vez da Ponte D. Luís, com<br />

dois tabuleiros <strong>para</strong> peões e veículos. Esta ponte<br />

é, ainda hoje, imagem recorrente nos postais turísticos<br />

da cidade, pelo conjunto que forma com<br />

a pitoresca Ribeira e a zona ribeirinha de Gaia, na<br />

outra margem. Edgar Cardoso projectou duas das<br />

pontes seguintes: a da Arrábida, em 1963, e a de<br />

São João que veio substituir a Maria Pia em 1991.<br />

Refira-se que a Ponte da Arrábida tinha, à época, o<br />

maior arco em betão armado do mundo. Seguiu-se<br />

a ponte rodoviária do Freixo (1995) com projecto de<br />

António Reis, localizada a montante de todas as outras.<br />

Liga a auto-estrada do Norte à Via de Cintura<br />

Interna. Logo à saída da ponte, do lado esquerdo de<br />

quem vem do sul, O Dragão, o novo estádio do Futebol<br />

Clube do Porto (projecto de Manuel Salgado),<br />

dá as boas-vindas a quem chega à cidade. Por fim,<br />

a ponte mais recente, a do Infante, inaugurada<br />

em 2003, da autoria de Adão da Fonseca,<br />

que veio substituir o tabuleiro<br />

superior da ponte D. Luís,<br />

agora usado pelo<br />

Metro.<br />

Arquitectura<br />

Foi com a internacionalização de nomes como Távora, o<br />

mestre visionário, mais tarde de Siza Vieira, o discípulo, seguindo-se<br />

Alcino Soutinho, Souto Moura e muitos outros,<br />

o que a Escola do Porto se afirmou como um estilo próprio<br />

onde impera a sobriedade. Mas este avanço na arquitectura<br />

teve como mentor Carlos Ramos, responsável pela Escola<br />

de Belas Artes do Porto, quando na década de 50 do século<br />

XX, define uma nova metodologia no ensino. A Escola<br />

afirmou-se contra o estilo do regime através da ousadia de<br />

Rogério Azevedo, com a Garagem d' O Comércio do Porto,<br />

e de Artur Andrade, com o Cinema Batalha. A essência do<br />

estilo começa no traço. É pelo desenho que se definem as<br />

formas e os conceitos, mais tarde transformados em espaços<br />

onde a poesia do esquisso se encaixa perfeitamente<br />

na escolha dos materiais. Siza Vieira criou o Museu de Arte<br />

Contemporânea de Serralves, tratou da mudança de imagem<br />

da Avenida dos Aliados e projectou a casa da pintora<br />

Estádio do Dragão<br />

Armanda Passos. Eduardo Souto Moura fez a recuperação<br />

do Centro Português de Fotografia, desenhou estações do<br />

Metro, fez a Casa de Manoel de Oliveira e o edifício Burgo,<br />

na Avenida da Boavista, uma das mais recentes criações. A<br />

Fernando Távora deve-se a manutenção do Palácio do Freixo<br />

e também a requalificação do Museu de Soares dos Reis.<br />

O Estádio do Dragão de Manuel Salgado tornou-se numa<br />

das referências de arquitectura moderna a merecer uma visita.<br />

Mas é uma criação holandesa, a Casa da Música, que se<br />

assume como um dos locais de <strong>para</strong>gem obrigatória <strong>para</strong><br />

apreciar a ousadia de Rem Koolhaas.<br />

Ribeira<br />

Bairro de casas coloridas debruçadas sobre o Douro,<br />

com vielas estreitas plenas de vida e de contrastes. A


Linha do norte e ramaL de tomar porto<br />

Ribeira turística, com os cais de partida dos cruzeiros,<br />

os restaurantes e esplanadas, e a Ribeira onde a vida<br />

se desenrola em ruas estreitas, as crianças brincam, a<br />

água escorre pelas calçadas de pedra e os sons e odores<br />

do quotidiano se misturam. Pitoresca e popular, abrangida<br />

pela classificação da UNESCO, a Ribeira perdeu<br />

alguma importância como local de animação nocturna<br />

(em favor da vizinha Baixa), mas mantém os seus cafés,<br />

tascas e esplanadas, atraindo ainda bastante gente,<br />

entre os quais, é claro, muitos turistas que <strong>aqui</strong> vêm em<br />

busca do mais típico viver portuense.<br />

Torre dos Clérigos<br />

Torre dos Clérigos<br />

Visível de qualquer ângulo de observação do Porto,<br />

mesmo de muito longe, tornou-se num verdadeiro<br />

símbolo da cidade. Foi construída entre 1748 e 1763,<br />

adossada à cabeceira da igreja homónima. Uma e outra<br />

são obra do mesmo autor: o grande arquitecto italiano<br />

Nicolau Nasoni. Observando a fachada principal, pode<br />

admirar-se a concepção dos sucessivos andares da<br />

torre, que joga habilmente com formas e decorações,<br />

umas vezes austeras e outras exuberantes. A conjugação<br />

entre a altura da torre e o ponto alto onde está<br />

construída tornam-na um miradouro privilegiado. A<br />

vizinha igreja dos Clérigos abriu ao culto no ano em que<br />

se iniciavam as obras de construção da torre. A frontaria<br />

é de traça barroca. O portal tem acesso por uma escadaria<br />

monumental.<br />

Sé do Porto<br />

A Sé é um edifício de estrutura românica, dos séculos<br />

XII e XIII, tendo sofrido grandes remodelações no período<br />

barroco. No exterior, tem o aspecto de uma igreja-<br />

-fortaleza. No seu interior encontram-se as imagens da<br />

Nossa Senhora da Vandoma, do<br />

século XIV, o «altar de prata»,<br />

importante claustro gótico, o<br />

«claustro velho», a Capela de São<br />

Vicente e a Casa do Cabido, onde<br />

estão expostas notáveis peças de arte sacra dos séculos<br />

XIV e XVIII. De salientar o Tesouro da Sé, constituído por<br />

inúmeras alfaias do culto, <strong>para</strong>mentos, pratas e livros<br />

litúrgicos dos séculos XV a XIX.<br />

Museu de Arte Contemporânea de Serralves<br />

Com projecto do arquitecto Siza Vieira, o Museu de Arte<br />

Contemporânea de Serralves é o primeiro projecto do<br />

género em Portugal e o maior centro cultural multidisciplinar<br />

do Norte do país. O museu pertence à Fundação<br />

de Serralves, cuja missão é sensibilizar o público <strong>para</strong><br />

a arte contemporânea e o ambiente. Unanimemente<br />

reconhecida pela sua dinâmica programação, constitui,<br />

talvez, um dos maiores focos de atracção da cidade,<br />

integrando também o circuito europeu da arte contemporânea.<br />

Menção ainda <strong>para</strong> os belos jardins, onde se<br />

encontra a sossegada casa de chá.<br />

Museu de Arte Contemporânea de Serralves<br />

Museu Nacional de Soares dos Reis<br />

Antigo Museu Portuense e o primeiro museu de arte de<br />

Portugal, foi fundado em 1833 por D. Pedro IV. O objectivo<br />

da sua fundação foi a preservação do património<br />

artístico proveniente sobretudo dos conventos extintos.<br />

Está instalado desde 1940 no Palácio dos Carrancas,<br />

construído nos finais do século XVIII. Recentemente foi<br />

objecto de profunda intervenção, segundo projecto do<br />

arquitecto Fernando Távora que, preservando as características<br />

do edifício histórico, dotou o museu de novos<br />

espaços interiores e exteriores.<br />

45


46<br />

porto Linha do norte e ramaL de tomar<br />

Igreja de São Francisco<br />

É um dos poucos edifícios medievais que a cidade do<br />

Porto ainda conserva, sendo a única igreja de estilo<br />

gótico. Fazia parte de um convento franciscano e a sua<br />

construção estendeu-se por finais do século XIV e início<br />

do seguinte. Durante os séculos XVII e XVIII o seu<br />

interior foi totalmente revestido de talha, formando-se<br />

uma espécie de caixa de ouro, um dos mais belos interiores<br />

barrocos do país.<br />

Livraria Lello e Irmão<br />

Na Rua das Carmelitas, artéria que estabelece a ligação<br />

entre a Avenida dos Aliados e o Carmo, ali bem perto da<br />

Torre dos Clérigos, fica a mais bonita das livrarias portuenses<br />

(e uma das mais bonitas do mundo). A antiga<br />

Chardron chama-se, desde há décadas, Lello e Irmão e<br />

foi alvo de profundas obras de recuperação no início da<br />

década de 90. No interior, as estantes e as mesas em<br />

madeiras nobres transformam o acto de folhear um livro,<br />

numa verdadeira cerimónia. A própria escolha das<br />

obras expostas ajuda a dar outro sabor a esta original e<br />

inesquecível livraria.<br />

Parque da Cidade<br />

Um dos mais belos e recentes espaços verdes do Porto,<br />

é também o maior parque urbano do país, com uma<br />

superfície superior a 80 hectares e cerca 8,5 km de caminhos<br />

que se estendem até ao Oceano Atlântico. Foi<br />

projectado pelo arquitecto paisagista Sidónio Pardal e<br />

inaugurado em 1993. Sobretudo ao fim-de-semana, o<br />

parque enche-se de visitantes que <strong>para</strong> <strong>aqui</strong> vêm passear,<br />

correr, andar de bicicleta ou simplesmente fruir o<br />

verde. Não deixe de espreitar o núcleo rural que costuma<br />

ter oficinas criativas <strong>para</strong> crianças.<br />

O QUE FAZER<br />

Eléctricos seculares<br />

A história dos eléctricos no Porto tem mais de cem anos.<br />

Mantém-se em funcionamento a mais antiga linha da<br />

cidade, ligando a Praça do Infante, junto à Ribeira, ao<br />

Passeio Alegre, na Foz. É um passeio a não perder e que<br />

permite apreciar a paisagem ribeirinha e o novo arranjo<br />

urbanístico da cidade. No Largo de Massarelos, o Museu<br />

do Eléctrico, testemunha esta aventura secular.<br />

Passeios de barco no Douro<br />

São inúmeras as propostas de passeio no Douro. Alguns<br />

fazem-se no tradicional barco rabelo, uns são panorâmicos,<br />

outros incluem agradáveis refeições. Os nomes<br />

são sugestivos: «Porto Património Mundial», «Cruzeiro<br />

das 5 pontes», «Porto à la carte» e até há um «Vintage»<br />

e um «Tawny». É só escolher ao sabor do momento e da<br />

bolsa. Partidas do cais da Ribeira.<br />

Elevador dos Guindais<br />

Descida pelo Funicular dos Guindais<br />

A escarpa dos Guindais sempre foi um lugar marcante da<br />

cidade do Porto. Por <strong>aqui</strong> passava um troço da muralha medieval.<br />

Aqui se ancorou um dos extremos da Ponte Pênsil<br />

que funcionou até ser construída a ponte D. Luís, em 1886.<br />

Por baixo deste monte abriu-se, em 1896, o túnel ferroviá-


Linha do norte e ramaL de tomar porto<br />

rio ligando Campanhã a São Bento. Nova galeria foi aberta<br />

já no século XXI <strong>para</strong> as obras do Metro. E, como se tudo<br />

isto não bastasse, no quadro das obras do Porto 2001, Capital<br />

da Cultura, foi construído um funicular ao longo desta<br />

íngreme escarpa. Foi a concretização de uma ideia antiga<br />

uma vez que, em 1891, foi <strong>aqui</strong> instalado um funicular projectado<br />

por Raul Mesnier que viria a ser desactivado dois<br />

anos depois, na sequência de um acidente. O actual funicular<br />

abriu ao público em 2004. Ligando as imediações<br />

da Praça da Batalha, no topo, às proximidades<br />

do tabuleiro inferior da Ponte D. Luís,<br />

vence um declive acentuado.<br />

O percurso no sentido<br />

descen-<br />

O QUE SABOREAR<br />

A Francesinha<br />

Verdadeiro ícone da cidade do Porto, a francesinha é uma<br />

especialidade gastronómica de criação relativamente<br />

recente mas que rapidamente ganhou foros de tradição,<br />

difundindo-se pelo resto do país. Terá sido criada na<br />

década de 50, no restaurante A Regaleira, por um emigrante<br />

oriundo de França, que se terá inspirado no gaulês<br />

«Croque-Monsieur». Consiste num bife frito, fiambre,<br />

salsicha fresca e linguiça entre duas fatias de pão tostado,<br />

coberta com queijo e servida com um molho especial, e<br />

que lhe deu a fama – uma mistura de cerveja e molho<br />

de marisco, temperado com brandy, mostarda, molho<br />

inglês e manteiga, sabiamente doseados. Muito popular<br />

nas noites do Porto, a francesinha é pretexto <strong>para</strong> um<br />

concorrido festival que se costuma realizar em Junho ou<br />

dente é mais impressionante, uma vez que, no troço final, a<br />

cabina parece inclinar-se <strong>para</strong> mergulhar no abismo.<br />

Escusado será dizer que a viagem, de pouco<br />

mais de três minutos, não oferece<br />

o mínimo perigo e proporciona<br />

belíssimas<br />

vistas.<br />

Julho, junto ao Castelo do Queijo. Para além da <strong>versão</strong><br />

tradicional, alguns bares e restaurantes propõem outras<br />

variações, introduzindo ingredientes diferentes.<br />

O Vinho do Porto<br />

Autêntico símbolo de Portugal, o Vinho do Porto goza<br />

de grande prestígio internacional. É produzido na Região<br />

Demarcada do Douro, a mais antiga do mundo<br />

(1756), cuja paisagem está classificada pela UNESCO<br />

como Património da Humanidade. É um vinho generoso,<br />

de características únicas, graças à qualidade<br />

das uvas e às particulares condições agro-climáticas<br />

da zona. Agora como há 300 anos, altura das primeiras<br />

produções, este néctar envelhece nas centenárias<br />

e históricas caves de Vila Nova de Gaia. Com circuitos<br />

guiados de visita, provas e venda de vinho, algumas das<br />

caves oferecem o atractivo suplementar de restaurante<br />

ou esplanada com vista sobre o rio, podendo concluirse<br />

a visita com uma refeição panorâmica. Outro obrigatório<br />

é o Solar do Vinho do Porto, na Quinta da Maceirinha.<br />

Com belas vistas sobre o Douro e a Foz Atlântica, é<br />

um espaço de informação e acolhimento, de atmosfera<br />

requintada, onde poderá provar e adquirir os diferentes<br />

tipos e marcas de Vinho do Porto.


48<br />

porto Linha do norte e ramaL de tomar<br />

ONDE COmER<br />

Adega São Nicolau €€<br />

Bem perto do rio Douro, uma das casas mais pitorescas<br />

da Ribeira, com uma pequena esplanada. Prove o bacalhau<br />

à Gomes de Sá ou as tripas. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua São Nicolau, 1<br />

T 222 008 232<br />

Adega Vila Meã €€<br />

Come-se muito bem nesta casa escondida numa típica<br />

rua portuense, perto dos Clérigos. Cozinha tradicional<br />

com pratos certos por dias da semana. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua dos Caldeireiros,62<br />

T 222 082 967<br />

Casa Aleixo €€<br />

Um clássico da cozinha portuense, com ambiente acolhedor<br />

e cozinha bem tradicional. São sobejamente<br />

conhecidos os filetes de pescada e de polvo. Apresenta<br />

um prato fixo a cada dia da semana. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo e feriados<br />

M Rua da Estação, 216<br />

T 225 370 462<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

Casa Aleixo<br />

Casa Nanda €€<br />

Casa tradicional do Porto, onde se volta sempre pela boa<br />

comida, com reminiscências do sabor da cozinha das<br />

avós. Atente-se em pratos que são marca da casa, como<br />

os filetes de polvo com arroz do mesmo ou filetes de bacalhau<br />

com arroz de feijão. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo (jantar) e Segunda-feira<br />

M Rua da Alegria 394<br />

T 225 370 575<br />

Buhle €€€<br />

Um restaurante<br />

sofisticado, com o mar no<br />

horizonte. Um dos mais recentes<br />

restaurantes da Invicta, e de decoração<br />

minimalista Paulo Lobo. O chefe Rodrigo Garret<br />

apresenta uma cozinha inovadora de fusão de<br />

sabores europeus e asiáticos. Zona de fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Avenida Montevideu, 810<br />

T 220 109 929<br />

www.buhle.pt


Linha do norte e ramaL de tomar porto<br />

Foz Velha €€€<br />

Requinte e distinção no restaurante situado na zona<br />

antiga da Foz do Douro. Pretende diferenciar-se não só<br />

pela originalidade da ementa, a cargo do chefe Marco<br />

Gomes, exímio na arte de criar novos sabores a partir<br />

da gastronomia tradicional. A carta muda a cada estação,<br />

a testar em completos menus de degustação. Não<br />

fumadores.<br />

Encerra Domingo (todo o dia) e segunda-feira<br />

(almoço)<br />

M Esplanada do Castelo 141<br />

T 226 154 178<br />

www.fozvelha.com<br />

Pedro Lemos €€€<br />

Na zona da Foz, é um dos restaurantes mais recentes<br />

da cidade, dedicado aos sabores originais portugueses,<br />

com o toque contemporâneo do chefe Pedro Lemos. O<br />

espaço é multifacetado, integrando três conceitos distintos:<br />

Petiscos, Vinhos e Guloseimas. No terraço cresce<br />

ainda uma pequena horta em socalcos, inspirada na<br />

paisagem do Douro. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua Padre Luís Cabral, 974, Porto<br />

T 220 115 986<br />

www.pedrolemos.net<br />

Pombeiro €€<br />

Restaurante simples, de ambiente familiar e boa comida,<br />

com destaque <strong>para</strong> as já premiadas Tripas à Moda<br />

do Porto. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua Capitão Pombeiro 218<br />

T 225 97 446<br />

Tripeiro €€<br />

Em plena baixa, a poucos passos da cosmopolita Rua de<br />

Santa Catarina e do Coliseu, é uma referência na região<br />

por servir uma cozinha local, com destaque <strong>para</strong> as tripas.<br />

Não fumadores.<br />

Encerra Domingo (jantar)<br />

M Rua Passos Manuel 193 - 195<br />

T 222 005 886<br />

www.restaurantetripeiro.com<br />

Shis €€€<br />

Magnífica localização, com esplanada debruçada sobre<br />

o mar, na Praia do Ourigo. A cozinha de fusão com<br />

incidência japonesa tem a assinatura do chefe António<br />

Silva. A decoração é de Paulo Lobo. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Esplanada do Castelo<br />

T 226 189 593<br />

49


50<br />

porto Linha do norte e ramaL de tomar<br />

ONDE O QUE DORmIR FAZER<br />

Hotel Ipanema Porto ****<br />

Situado à entrada da cidade, na zona da Boavista, logo<br />

após a saída da ponte da Arrábida, oferece quartos e<br />

suites amplos e confortáveis. Integra um restaurante<br />

(Rio´s) famoso pela qualidade da sua cozinha, a cargo<br />

de um chefe experimentado. O bar oferece o ambiente<br />

ideal <strong>para</strong> um serão relaxante e tem uma pequena<br />

esplanada virada <strong>para</strong> a rua, em pleno Campo Alegre.<br />

Quartos 148<br />

M Rua do Campo Alegre, 156<br />

T 226 075 059<br />

www.hoteisfenix.com<br />

Hotel Vila Galé Porto ****<br />

Moderno e confortável, fica situado num edifício com<br />

19 pisos, integrado no Oporto Center. Os quartos, de<br />

decoração luxuosa, oferecem excelentes vistas panorâmicas<br />

sobre a cidade, o rio e o mar. Tem restaurante e<br />

clube de saúde panorâmico, entre outros serviços.<br />

Quartos 292<br />

M Avenida Fernão de Magalhães, 7<br />

T 225 191 800<br />

www.vilagale.pt<br />

Pestana Porto Hotel ****<br />

É uma unidade de luxo na castiça Ribeira com direito a<br />

vista <strong>para</strong> as caves, serra do Pilar, Douro e Ponte D. Luís.<br />

Os edifícios, que remontam aos séculos XVI, XVII e XVIII<br />

(também classificados pela UNESCO como Património<br />

Mundial), foram transformados em hotel de charme.<br />

Perfeitamente justificado pela paisagem está a designação<br />

do restaurante, Vintage.<br />

Quartos 48<br />

M Praça da Ribeira, 1<br />

T 223 402 300<br />

www.pestana.com<br />

Grande Hotel do Porto<br />

Grande Hotel do Porto ***<br />

Hotel cinematográfico, centenário, com aura de um<br />

tempo que já passou mas que ainda se procura preservar.<br />

Transposta a porta, deixa-se <strong>para</strong> trás o bulício da<br />

frenética Rua de Santa Catarina e sente-se que se está<br />

noutra dimensão. A remodelação de 2002 preservou<br />

a sumptuosidade, mantendo os espelhos luxuosos,<br />

os florões dourados e as colunatas em mármore. Tem<br />

restaurante.<br />

Quartos 99<br />

MRua de Santa Catarina, 197<br />

T 222 076 690<br />

www.grandehotelporto.com<br />

Hotel Quality Inn Praça Batalha-Porto ***<br />

Em plena Praça da Batalha, a curta<br />

distância da zona comercial<br />

da baixa, bem perto<br />

do Teatro Nacional


São João e do Coliseu, tem quartos com todos os confortos<br />

modernos.<br />

Quartos 113<br />

M Praça da Batalha, 127/130<br />

T 223 392 300<br />

Hotel Tuela Porto ***<br />

Situado junto à rotunda da Boavista, tem acesso fácil a<br />

diversos pontos de interesse do Porto, como Serralves<br />

ou a Casa da Música. Os quartos são confortáveis e bem<br />

equipados e os serviços disponíveis incluem restaurante<br />

(Pimenta Preta) e bar acolhedor.<br />

Quartos 197<br />

M Rua Arquitecto Marques da Silva, 200<br />

T 226 004 747<br />

www.hoteltuela.com<br />

Pousada de Juventude do Porto<br />

Com vista <strong>para</strong> a foz do Douro<br />

e o Atlântico, a poucos<br />

passos da praia<br />

Linha do norte e ramaL de tomar porto<br />

é poiso ideal <strong>para</strong> partir à descoberta da cidade.<br />

MRua Paulo Gama, 551<br />

T 226 177 257<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

Praia do Ourigo<br />

Tryp Porto Centro ***<br />

Localizado na baixa portuense e de acesso fácil aos<br />

principais pontos turísticos, tem quartos modernos e<br />

dispõe de restaurante.<br />

Quartos 62<br />

MRua da Alegria, 685 - 689<br />

T 225 194 800<br />

www.trypportocentro.<br />

solmelia.com<br />

Pérgula da Foz


A BORDO DO COmBOIO REgIONAL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

1 Linha do minho<br />

2 Linha do Douro<br />

3 Linha do Vouga<br />

4 Linha do Norte e Ramal de Tomar<br />

5 Linha da Beira Alta<br />

6 Linha da Beira Baixa<br />

7 Linha do Oeste<br />

8 Linha do Leste e Ramal de Cáceres<br />

9 Linha do Algarve


Foto: Sé Catedral da Guarda a bordo do comboio reGionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

Linha da beira aLta<br />

Luso - buçaco<br />

nelas<br />

Guarda<br />

Vilar Formoso


LINHA DA BEIRA ALTA<br />

Figueira da Foz<br />

Luso-Buçaco<br />

Mortágua<br />

Pampilhosa<br />

Coimbra<br />

Pampilhosa<br />

Luso-Buçaco<br />

Santa Comba Dão<br />

Mortágua<br />

Santa Comba Dão<br />

Carregal do Sal<br />

Canas-Felgueira<br />

Nelas<br />

Mangualde<br />

Nelas<br />

Gouveia<br />

Moimenta-Alcafache<br />

Mangualde<br />

Gouveia<br />

Fornos de Algodres<br />

Celorico da Beira<br />

Vila Franca das Naves<br />

Pinhel<br />

Guarda<br />

Castelo Mendo<br />

Vila Franca<br />

das Naves<br />

Celorico<br />

da Beira<br />

Pinhel<br />

Fornos<br />

de Algodres<br />

Guarda<br />

Parque Natural<br />

da Serra da Estrela<br />

Vilar Formoso<br />

Covilhã<br />

Vilar Formoso<br />

Castelo Mendo<br />

“começa “Um intenso a surgir<br />

o aroma exuberante<br />

verde a maresia da mata do<br />

Buçaco” invade<br />

as carruagens”


LINHA DA BEIRA ALTA<br />

natureza e história alinhadas ao centro<br />

Até à fronteira<br />

Construída no final do século XIX com o objectivo de ligar o litoral do país a Espanha. Vilar<br />

Formoso tornava-se, assim, no ponto mais concorrido da fronteira portuguesa, sendo<br />

esta linha a principal ligação ferroviária com a Europa, num percurso que ainda hoje<br />

atravessa algumas das mais belas paisagens da região centro.<br />

Considerado um dos percursos fer‑<br />

roviários mais singulares do país,<br />

é marcado pela diversidade de<br />

cenários que podem ser admirados<br />

ao longo dos seus 202 quilómetros e que percorrem um<br />

vasto território, desde a histórica estação da Pampilho‑<br />

sa até à fronteira, em Vilar Formoso, com uma das mais<br />

bonitas estações ferroviárias do país, toda decorada<br />

a azulejo. Logo nos primeiros quilómetros, começa<br />

a surgir o exuberante verde da mata do Buçaco. Para<br />

além da beleza natural desta serra, é reconhecida na<br />

região a qualidade das nascentes de água, sendo a do<br />

Luso a mais popular. Esta pequena localidade cresceu<br />

como reputada estância termal, sobretudo durante as<br />

primeiras décadas do século XX. A herança arquitectó‑<br />

nica da época encontra‑se bem preservada. Passeando<br />

pelas ruas, transparece de imediato o charme de outro‑<br />

ra, ainda intacto. E se as águas são um bem natural ao<br />

longo desta linha, os vinhos não ficam atrás. As vinhas<br />

do Dão integram o cenário que nos acompanha, sobre‑<br />

tudo na zona de Nelas: um mosaico de serras, florestas<br />

e campos de cultivo, entrecortado por aldeias típicas. A<br />

imponente serra da Estrela surge então no horizonte,<br />

com as suas paisagens extraordinárias que levaram a<br />

que boa parte da serra e da sua envolvente fosse classi‑<br />

ficada como parque natural. Com 101 mil hecta‑<br />

res, este parque é a maior área protegida<br />

portuguesa, sendo um grande<br />

ponto de atracção<br />

turística. Du‑<br />

rante<br />

Vista do Miradouro da Cruz Alta do Buçaco<br />

Fiel e Formosa<br />

os meses frios é a serra coberta<br />

de neve que atrai visitantes mas<br />

no resto do ano são as paisagens<br />

majestosas e refrescantes, de verde<br />

e água.<br />

A riqueza desta região está longe de se esgotar na bele‑<br />

za da paisagem. A preservação do património histórico é<br />

notável, com aldeias, vilas e cidades bem conservadas. É o<br />

caso da Guarda, que do alto do seu planalto conta a histó‑<br />

ria do passado, enquanto cresce numa modernidade onde<br />

a cultura ganha destaque. A qualidade da programação<br />

do Teatro Municipal da Guarda garante bons espectáculos<br />

durante todo o ano. A linha da Beira Alta cruza, assim, di‑<br />

versos atractivos e paisagens, entre vales e colinas suaves<br />

e montanhas de maior envergadura, passando por nume‑<br />

rosos cursos e linhas de água, vinhas e cerejais, campos de<br />

milho, de centeio, pomares de macieiras e laranjais, a lem‑<br />

brar que a riqueza destas <strong>para</strong>gens passa também<br />

pela mesa, onde não pode faltar o vinho<br />

do Dão, o delicioso pão e o reco‑<br />

nhecido queijo da serra<br />

da Estrela.<br />

Convento de Santa Cruz do Buçaco<br />

3


4<br />

LUSO - BUÇACO<br />

reino das termas<br />

e do leitão<br />

Pertencente ao concelho da Mealhada e in‑<br />

tegrada na chamada região da Bairrada, a<br />

vila do Luso fica situada na encosta poente<br />

da serra do Buçaco, entre duas colinas, ofe‑<br />

recendo uma inesquecível imagem de acolhi‑<br />

mento. As suas origens remontam ao século<br />

XI e estão ligadas ao Mosteiro da Vacariça. Mais tarde,<br />

desde o final do século XIX, desenvolveu‑se e ganhou<br />

fama como estância termal e turística. As Termas do<br />

Luso são das mais frequentadas e famosas termas<br />

portuguesas, constituindo um magnífico exemplo<br />

de arquitectura termal, patente tanto nas unida‑<br />

des hoteleiras, como nos balneários e parques. Na<br />

mesma encosta onde se situa o Luso, e na vizinhança<br />

imediata das termas, fica a Mata Nacional do Buça‑<br />

co, verdadeiro <strong>para</strong>íso natural. É uma área aprazível<br />

<strong>para</strong> passear a pé e gozar o contacto com a natureza<br />

no meio da qual há uma via‑sacra com capelas, em<br />

cujo interior há imagens quase em tamanho natural.<br />

Igualmente digno de visita é o Palace Hotel do Bus‑<br />

saco, exemplo maior de arquitectura revivalista<br />

do início do século XX. Nesta mon‑<br />

tanha travou‑se, em<br />

Setembro<br />

Vista do miradouro da Cruz Alta do Buçaco<br />

Estação de Luso-Buçaco<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

1 km<br />

A pé<br />

Táxis: T. 231 939 220<br />

de 1810,<br />

uma importante<br />

batalha entre os invasores<br />

franceses e as tropas anglo‑lusas, evocada<br />

nos azulejos do átrio do referido hotel. E também no<br />

museu militar existente nas redondezas. A região é<br />

também famosa pela sua gastronomia, onde avulta<br />

o leitão assado, e pela produção de vinhos, quer de<br />

mesa, quer de espumantes. Naturalmente não fal‑<br />

tam por <strong>aqui</strong> restaurantes dedicados à arte de bem<br />

confeccionar e bem servir tão afamada e<br />

apreciada especialidade.


o QUe Ver<br />

Termas do Luso<br />

Situado na vertente oeste da serra do Buçaco, o com‑<br />

plexo das Termas do Luso alia tradição e modernidade.<br />

No século XIX foi construído o complexo dos Banhos de<br />

Luso que passaria até aos nossos dias por sucessivas<br />

ampliações e reconstruções. Alguns dos maiores arqui‑<br />

tectos portugueses do século XX deixaram <strong>aqui</strong> a sua<br />

marca, como foi o caso de Cassiano Branco, autor do<br />

Grande Hotel do Luso.<br />

Mata Nacional do Buçaco<br />

Esta mata <strong>para</strong>disíaca foi começada a plantar pelos<br />

frades carmelitas que <strong>para</strong> <strong>aqui</strong> vieram viver em clau‑<br />

sura no primeiro quartel do século XVII. Tem 20 km de<br />

comprimento máximo, elevando‑se até aos 549 metros<br />

na Cruz Alta. Possui espécies vegetais do mundo intei‑<br />

ro, algumas delas oriundas da América, de Creta, do<br />

Ganges, de Goa, da Itália e do Líbano, além do mun‑<br />

dialmente conhecido cedro do Bussaco. Além do Palace<br />

Hotel do Bussaco, refiram‑se o Vale dos Fetos, a Fonte<br />

Fria e a Via Sacra. Nesta serra, na vertente leste, deu‑se<br />

a Batalha do Buçaco durante a III Invasão Francesa em<br />

Setembro de 1810.<br />

LINHA DA BEIRA ALTA LUSO - BUÇACO<br />

Palace Hotel do Bussaco<br />

Desenhado, no final do século XIX por Luigi Manini, o<br />

edifício do actual hotel, começou por ser um pavilhão<br />

de caça do rei D. Carlos. Inspirado nos cânones estéticos<br />

do Manuelino, esta construção tem semelhanças evi‑<br />

dentes com alguns dos monumentos que o inspiraram,<br />

como é o caso da Torre de Belém. Para a construção des‑<br />

te edifício, parte do antigo convento de carmelitas que<br />

<strong>aqui</strong> existia, desde 1629, teve de ser derrubado. Para<br />

enquadrar esta peça notável da arquitectura neo‑ma‑<br />

nuelina, nada melhor do que a Mata do Buçaco, auten‑<br />

tico santuário ecológico que se deve também à acção<br />

dos monges carmelitas que <strong>aqui</strong> habitaram. Dentro da<br />

cerca do convento, os frades foram, ao longo dos tem‑<br />

pos, introduzindo novas espécies vegetais, algumas das<br />

quais vindas de outros continentes, como as araucárias,<br />

que se misturaram com o coberto vegetal original<br />

composto por cedros, ciprestes e freixos, formando um<br />

conjunto surpreendente. Durante a vida do mosteiro,<br />

as regras eram muito rígidas no que diz respeito a uma<br />

série de proibições, destacando‑se entre elas o corte de<br />

árvores e a entrada de mulheres na cerca do convento.<br />

Conta‑se, que obrigados a receber contra sua vontade a<br />

irmã do rei D. Pedro II, os monges mandaram abrir uma<br />

porta nova na cerca do convento, que ficaria conhecida<br />

pela Porta da Rainha, <strong>para</strong> impedir que D. Catarina en‑<br />

trasse pela porta normal.<br />

Museu Militar do Buçaco<br />

Foi inaugurado a 27 de Setembro de 1910, por ocasião<br />

do primeiro Centenário da Batalha do Buçaco. Dispõe<br />

de valiosas colecções de armas, uniformes, equipamen‑<br />

tos utilizados na batalha e de pinturas que descrevem<br />

5


6<br />

LUSO - BUÇACO LINHA DA BEIRA ALTA<br />

este episódio da Guerra Peninsular. De salientar que<br />

todos os anos se festeja este acontecimento com uma<br />

<strong>para</strong>da e um desfile militar, em que os participantes se<br />

apresentam com os uniformes da época.<br />

Miradouro da Cruz Alta do Buçaco<br />

À altitude de 549 metros, este miradouro proporciona<br />

um dos melhores panoramas de Portugal. Para poente<br />

fica o mar, surgindo no plano intermédio Anadia e a<br />

Mealhada, <strong>para</strong> nordeste ficam as serras do Caramulo<br />

e da Estrela e <strong>para</strong> sudoeste, fica a serra de Lousã, <strong>para</strong><br />

além do admirável panorama da floresta, imediata‑<br />

mente em baixo, com o Convento das Carmelitas e o<br />

Palace Hotel do Bussaco.<br />

o QUe Saborear<br />

Leitão assado à Bairrada<br />

O leitão à moda da Bairrada é o rei incontestado<br />

no domínio das carnes, sendo considerado “um<br />

dos mais notáveis assados da cozinha portugue‑<br />

sa”. Ou melhor, o príncipe, pois o que o distingue,<br />

<strong>para</strong> além da arte do assado, é a idade do animal<br />

que deve ser de “mama” ou seja, ter entre um<br />

mês e mês e meio. Barrado por dentro e por fora<br />

com uma mistura de banha (unto), alhos pisa‑<br />

dos, pimenta preta, toucinho e, pelo menos, uma<br />

folha de louro (há quem adicione também um<br />

pouco de vinho branco), o leitão é enfiado num<br />

espeto e vai a assar, lentamente (cerca de duas<br />

horas) em forno de tijolo que deve estar bem<br />

quente. De vez em quando borrifa‑se com bom<br />

vinho branco da região, utilizando <strong>para</strong> isso um<br />

ramo de carqueja, de louro ou de salsa, <strong>para</strong> que<br />

a pele não enfole nem rebente. Pouco antes do<br />

fim da assadura, tem lugar uma outra operação<br />

fundamental que se chama “constipar” o leitão<br />

e que contribui <strong>para</strong> que a pele fique rija mas<br />

estaladiça: o bicho é retirado rapidamente do ar<br />

quente do forno <strong>para</strong> o frio e volta ao calor. Por<br />

fim, quando já está assado, sai do forno e é ainda<br />

submetido a uma ”sangria”, que consiste em fazer<br />

um pequeno orifício na barriga <strong>para</strong> deixar sair o<br />

molho que aí se juntou, após o que deverá voltar<br />

ao forno uns minutos <strong>para</strong> secar um pouco. Está<br />

pronto a ser trinchado e servido, acompanhado a<br />

preceito por um bom vinho tinto da região ou por<br />

espumante natural.


onde comer<br />

O Cesteiro €<br />

Para além do famoso leitão da região, <strong>aqui</strong> podem sabo‑<br />

rear‑se outras especialidades, de bacalhau, chanfana e<br />

cabrito. Não fumadores.<br />

Encerra Quarta‑feira<br />

M Rua Monsenhor Mira, 78, Luso<br />

T 231 939 360<br />

O Selas (Pensão Astória) €<br />

Serve também no registo da cozinha regional, pontu‑<br />

ando na ementa, além do apreciado leitão à Bairrada, a<br />

chanfana e o bacalhau à Selas. Não fumadores.<br />

Encerra Terça‑feira todo o dia e de segunda a<br />

quinta ao jantar<br />

M Rua Emídio Navarro, 144, Luso<br />

T 231 939 182<br />

Cruz Alta (Grande Hotel de Luso) €€<br />

A gastronomia regional está em evidência no acolhedor<br />

restaurante do Grande Hotel. Na decoração destaca‑se<br />

uma pintura do artista Nuno Sanpayo. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua Doutor Cidade de Oliveira, 86, Luso<br />

T 231 937 937<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DA BEIRA ALTA LUSO - BUÇACO<br />

onde dormir<br />

Grande Hotel do Luso ****<br />

Projecto de Cassiano Branco, é um hotel histórico<br />

que marca o perfil da vila termal do Luso. Quartos<br />

amplos e confortáveis a que se junta o atractivo<br />

suplementar das piscinas, uma exterior e olímpica,<br />

outra interior e aquecida.<br />

Quartos 143<br />

M Rua Doutor Cidade de Oliveira, 86, Luso<br />

T 231 937 937<br />

Parque de Campismo do Luso<br />

O parque situa‑se a 1,5 km do Luso, um local calmo<br />

e acolhedor. Com boas infra‑estruturas e equipa‑<br />

mentos, dispõe de bungalows.<br />

Aberto durante todo o ano.<br />

M Quinta de Vale do Jorge, Luso<br />

T 231 107 551


8<br />

NELAS<br />

Águas terapêuticas e<br />

vinhos de excelência<br />

Situado na extremidade do pla‑<br />

nalto de Viseu e sulcado pelos<br />

vales do Dão e do Mondego, o<br />

concelho de Nelas apresen‑<br />

ta uma paisagem dominada<br />

pelo verde dos pinhais e por extensos vinhedos<br />

que produzem os célebres vinhos do Dão, que têm<br />

direito a região demarcada. No património arquitec‑<br />

tónico destacam‑se os solares senhoriais dos séculos<br />

XVII e XVIII, bem como algum património religioso.<br />

Canas de Senhorim, a 6 km da sede de concelho, e<br />

Santar (a 7 km), são duas das freguesias mais ricas do<br />

concelho. Em Canas merece referência a igreja matriz<br />

com fachada joanina, o pelourinho e as casas solaren‑<br />

gas, como a Casa do Soito. Santar é uma povoação que<br />

conserva características medievais, casas em granito<br />

e caminhos romanos, sendo também um importante<br />

centro vinhateiro do Dão. A 10 km de Nelas, no cená‑<br />

rio bucólico e verdejante do vale do Alto Mondego, na<br />

margem direita do rio, fica o moderno centro termal<br />

das Caldas da Felgueira, cujas origens remontam ao<br />

início do século XIX. A 220 metros de altitude,<br />

está enquadrado pelas serras da<br />

Estrela, do Buçaco e do<br />

Caramulo.<br />

Estação de Nelas<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0.3 km<br />

A pé<br />

Táxi: T. 232 945 195<br />

A estação<br />

A estação de Nelas<br />

foi oficialmente<br />

inaugurada em<br />

1882, embora<br />

já fosse utilizada<br />

antes. As paredes do<br />

edifício principal apresentam azulejos de Francisco<br />

Pereira e Licínio Pinto, também autores dos painéis<br />

da estação de Aveiro. Entre os temas retratados<br />

destacam‑se os trajes regionais e as<br />

paisagens da vizinha serra da<br />

Estrela.<br />

Casa de de Santar


o QUe Ver<br />

Casas senhoriais<br />

A vila conserva alguns solares e casas senhoriais, como<br />

é o caso da Casa dos Tavares. Exemplar de residência<br />

senhorial beirã, com planta em L, encontra‑se em bom<br />

estado de conservação. De salientar a escadaria de dois<br />

lanços na fachada, as duas janelas do lado direito com<br />

os suportes em balcões escalonados e ferragens ca‑<br />

racterísticas do século XVII. Mais relevante ainda é o<br />

portão que dá acesso ao pátio, com lintel decorado e<br />

rematado por frontão com brasão de armas.<br />

Igreja Matriz<br />

Dedicada a Nossa Senhora da Conceição, a antiga igreja<br />

estava situada no Largo de São João de Deus, no centro<br />

da vila. Mais tarde, foi transferida <strong>para</strong> o actual local,<br />

com o propósito de adaptação a capela da<br />

Irmandade de São Miguel.<br />

o QUe FaZer<br />

Parque Ecológico da Quinta da Cerca<br />

Instalado numa quinta secular, oferece um pacote de<br />

serviços bastante diverso, em áreas tão distintas como<br />

o turismo ambiental, cultural, científico e natural, ha‑<br />

vendo ainda lugar <strong>para</strong> os desportos radicais. O pro‑<br />

jecto abarca as seguintes vertentes e equipamentos:<br />

quinta pedagógica; parque de jogos didácticos; uma<br />

rede articulada de percursos pedonais; um circuito de<br />

manutenção; jardim e parque de merendas; o horto<br />

municipal; centro de congressos; formação e educação<br />

ambiental; e formação outdoor e animação cultural.<br />

LINHA DA BEIRA ALTA NELAS<br />

onde comer<br />

Bem-Haja €€<br />

Instalado num antigo lagar, procura perpetuar a boa<br />

cozinha beirã. A sobriedade das paredes em granito e<br />

a imponência da lareira no centro da sala contrastam<br />

com o moderno colorido das mesas e a luminosidade<br />

interior, atribuindo‑lhe uma sensação de conforto<br />

enquanto aprecia a sua refeição, num espaço que se<br />

torna íntimo e até romântico. Boa selecção de vinhos<br />

do Dão. Zona de fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua da Restauração, 5<br />

T 232 944 903<br />

www.bemhaja.net<br />

Os Antónios €€<br />

Instalado nas adegas de um antigo solar de jesuítas,<br />

<strong>aqui</strong> a gastronomia regional ocupa lugar de destaque.<br />

Na ementa há filetes de polvo com migas de broa, file‑<br />

tes de pescada, bacalhau assado, à lagareiro e patanis‑<br />

cas. Nas carnes há cabrito assado, arroz de pato, rojões e<br />

galinha do campo de cabidela. Acompanhe com vinhos<br />

do Dão, bem seleccionados. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar<br />

M Largo Vasco da Gama, 1<br />

T 232 949 515<br />

www.osantonios.com<br />

onde dormir<br />

Hotel Nelas Parq ***<br />

Hotel moderno, situado no coração do Dão e a pouca<br />

distância das serras da Estrela e Caramulo. Em frente ao<br />

hotel, existe um complexo desportivo com piscina co‑<br />

berta e descoberta e campo de futebol relvado. Integra<br />

ainda um restaurante de cozinha regional.<br />

Quartos 75<br />

M Avenida Professor Dr. Fortunato de Almeida, Nelas<br />

T 232 941 470<br />

www.hotelnelasparq.pt<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

9


10<br />

GUARDA<br />

Fria e Formosa<br />

Situada no último esporão seten‑<br />

trional da serra da Estrela, a uma al‑<br />

titude de 1056 metros, o que a torna<br />

a cidade mais alta de Portugal, a<br />

Guarda domina o planalto beirão.<br />

Encostada à raia e dominando os<br />

vales do Mondego e do Côa, cedo assumiu o papel<br />

de atalaia. Na verdade, a fronteira de Vilar Formo‑<br />

so fica a menos de meia centena de quilómetros. O<br />

isolamento ditado pela sua condição geográfica e<br />

os condicionalismos militares a que esteve sujeita,<br />

levaram a que, durante séculos, a cidade fosse mar‑<br />

cada pela interioridade e virada sobre si mesma. Nas<br />

últimas décadas, a abertura de novas e boas vias de<br />

comunicação (desde as auto‑estradas A23 e A25,<br />

o antigo IP5, até à electrificação da Linha da Beira<br />

Alta, principal ligação internacional da rede ferro‑<br />

viária portuguesa) e a expansão do sistema de ensi‑<br />

no, <strong>aqui</strong> funcionando dois pólos universitários, pôs<br />

fim a este isolamento. Hoje, a Guarda é uma cidade<br />

virada <strong>para</strong> o futuro que preserva a sua história e<br />

tradições mas está empenhada em modernizar‑se.<br />

Enquadrada por uma paisagem forte e de grande<br />

beleza, próxima de várias aldeias históri‑<br />

cas e da vizinha Espanha, com<br />

bons hotéis e uma<br />

gastrono‑<br />

Estação da Guarda<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

8 km 4 km<br />

A pé<br />

Rodoviária da Beira Interior (www.rbi.pt)<br />

e mini‑bus; autocarros de 20 em 20 min.<br />

Táxis: T. 271 221 863, 271 221 209<br />

mia rica e variada, a<br />

Guarda é uma boa aposta <strong>para</strong><br />

quem queira descobrir os encantos da raia<br />

beirã. O património construído é uma das suas gran‑<br />

des mais‑valias, merecendo uma referência especial<br />

a monumental sé, belo exemplo de igreja‑<br />

‑fortaleza, decorada interiormente<br />

com um famoso retábulo<br />

de pedra.<br />

Igreja da Misericórdia


o QUe Ver<br />

Casas do centro histórico<br />

Como qualquer cidade antiga que se preze, a Guarda<br />

tem um bonito centro histórico, onde se podem admirar<br />

pormenores arquitectónicos muito interessantes. Assim,<br />

na Rua Francisco dos Passos (antiga Rua Direita), no nº<br />

15, pode observar‑se uma bela construção em grani‑<br />

to com pilastras decoradas e gárgulas que partem da<br />

cornija. Mais à frente, nos nº 26 e 28, há que ver outra<br />

casa de granito com uma varanda assente em mísulas.<br />

Destaque, também, <strong>para</strong> a janela manuelina. No nº 1<br />

da Rua de D. Sancho, encontra‑se a casa onde nasceu o<br />

primeiro duque de Bragança, filho bastardo de D. João I<br />

e de D. Inês Pires. Na mesma rua, nos nº18 a 22, existe<br />

uma bonita janela de ângulo com coluna de mármore.<br />

Sé<br />

Antes da construção da sé actual, a cidade teve<br />

duas outras catedrais, entretanto desa‑<br />

parecidas. A primeira, do século<br />

XIII foi levantada num<br />

local próximo<br />

da<br />

Igreja da Misericórdia<br />

Levantada no lugar onde existiu a segunda Sé da<br />

Guarda, mandada deitar abaixo por D. Fernando por se<br />

encontrar fora das muralhas, a Igreja da Misericórdia<br />

é um templo de características barrocas. De uma só<br />

nave, tem os altares revestidos a talha dourada. Des‑<br />

taque ainda <strong>para</strong> o púlpito e a cobertura de madeira<br />

da nave.<br />

LINHA DA BEIRA ALTA GUARDA<br />

actual e a segunda situava‑se fora de portas, onde hoje<br />

se encontra a Igreja da Misericórdia. As obras inicia‑<br />

ram‑se no reinado de D. João I, em 1390, mas duraram<br />

até ao século XVI. As duas torres da entrada principal<br />

e outros elementos construtivos dão‑lhe uma imagem<br />

acastelada, própria de uma cidade inserida num cená‑<br />

rio de permanentes guerras. Com características góti‑<br />

cas e manuelinas, a porta principal situa‑se no topo<br />

contrário às torres, com pequeno portal manuelino.<br />

Actualmente a entrada faz‑se pela escadaria proces‑<br />

sional. No interior, o destaque vai <strong>para</strong> as colunas tor‑<br />

sas e, sobretudo, <strong>para</strong> o retábulo em pedra de Ançã,<br />

atribuído a João de Ruão, com mais de uma centena<br />

de figuras, distribuídas por seis andares, teatralizando<br />

a Paixão e Morte de Cristo.<br />

Castelo<br />

A posição geográfica da cidade da Guarda e a sua loca‑<br />

lização num planalto levou a que a mesma se tivesse<br />

desenvolvido à sombra de um castelo. Desta estrutura<br />

medieval já pouco resta. Apenas uma parte im‑<br />

portante da cerca primitiva, a torre de<br />

menagem datada do século XII<br />

e a torre dos Ferreiros,<br />

construída no<br />

11


12<br />

GUARDA LINHA DA BEIRA ALTA<br />

século seguinte, chegaram aos nossos dias.<br />

Esta última foi levantada <strong>para</strong> reforço de uma<br />

das portas de entrada da cidade. No seu in‑<br />

terior tem, <strong>para</strong> além de outras duas portas,<br />

uma terceira, de guilhotina, que a tornava inex‑<br />

pugnável.<br />

Seminário Episcopal da Guarda<br />

O Seminário Episcopal e o Paço foram mandados le‑<br />

vantar, em 1601, por D. Nuno de Noronha. De linhas<br />

sóbrias, tem uma fachada dividida em três corpos, dois<br />

laterais em granito e o do meio em alvenaria pintada<br />

de branco que corresponde à igreja. Neste edifício fun‑<br />

ciona, desde 1940, o Museu da Guarda. Reformulado,<br />

em 1985, pertence, actualmente, à rede do Instituto<br />

Português de Museus. Com um espólio muito variado,<br />

tem colecções de arqueologia, numismática, arte sacra<br />

dos séculos XVII e XVIII, cerâmica, fotografia, etnogra‑<br />

fia, escultura e pintura. Esta última inclui obras de pin‑<br />

tores portugueses, nomeadamente Carlos Reis, Antó‑<br />

nio Carneiro, Eduarda Lapa, Almeida e Silva e João Vaz.<br />

Igreja de São Vicente<br />

O edifício actual é de final do século XVIII, altura em<br />

que o bispo D. Jerónimo de Car‑<br />

valhal e Silva a<br />

mandou reconstruir e lhe agregou a residência. A fa‑<br />

chada tem duas torres sineiras e sobre o portal pode<br />

ver‑se o brasão do bispo. É decorada no interior a talha<br />

barroca e a azulejos figurados setecentistas ilustrando<br />

a vida de Jesus, a Sagrada Família e a Via Sacra. Para<br />

além disso destaca‑se o painel existente na capela‑<br />

‑mor, com os símbolos da Paixão e a porta policroma‑<br />

da em trompe l’oeil.<br />

Judiaria<br />

É um dos recantos mais pitorescos da cidade e uma das<br />

suas zonas mais antigas. Localiza‑se na Rua do Am‑<br />

paro e anexas. Como era habitual na época, a judiaria<br />

estava se<strong>para</strong>da do resto da cidade. O que começou<br />

por ser uma área modesta com casas de caracterís‑<br />

ticas rurais acabou por se transformar, com o desen‑<br />

volvimento do comércio, nos séculos XVI e XVII, numa<br />

zona mais opulenta em que as casas humildes foram<br />

por vezes substituídas por edifícios ornamentados de<br />

maior dimensão.<br />

Teatro Municipal da Guarda<br />

Inaugurado em 2005, o Teatro Municipal da Guarda<br />

veio dinamizar e, em grande medida, revolucionar a<br />

vida cultural de toda a região. Com uma programação<br />

constante, diversificada e ambiciosa, o TMG integra<br />

diversos equipamentos, incluindo um grande auditório<br />

com condições <strong>para</strong> receber grandes produções de tea‑<br />

tro, ópera, dança e música, um pequeno auditório que<br />

também funciona como sala de cinema, uma galeria de<br />

arte e ainda uma zona de café‑concerto. O projecto ar‑<br />

quitectónico, coordenado pelo arquitecto Carlos Veloso,<br />

procurou a integração do edifício, constituído por dois<br />

cubos gigantes, em declive no tecido urbano.


o QUe Saborear<br />

Cozinha serrana<br />

O cabrito e a chanfana são pratos serranos típi‑<br />

cos, tal como os enchidos. Neste capítulo tem<br />

especial fama a morcela da Guarda, que acom‑<br />

panha bem com maça ou ananás. Fruto de um<br />

saber ancestral é o Queijo da Serra, produzi‑<br />

do a partir do leite de vaca e com<br />

um sabor e uma textura<br />

inconfundíveis.<br />

onde comer<br />

Belo Horizonte €<br />

Está instalado numa casa de pedra em plena zona histó‑<br />

rica. Os enchidos e o queijo da serra imperam nas entra‑<br />

das. O resto também não foge à tradição. Cabrito, baca‑<br />

lhau à conde da Guarda ou cozido com grão são estrelas<br />

de uma ementa bem regional. Não fumadores.<br />

Encerra Sábado<br />

M Largo de São Vicente, 2<br />

T 271 211 454<br />

onde dormir<br />

Lusitânia Parque Hotel ****<br />

Perto do centro da Guarda, com bons acessos à serra, é<br />

uma das mais recentes unidades hoteleiras da cidade.<br />

Tem restaurante, sala de jogos, campo de futebol e té‑<br />

nis, piscina interior e exterior e health club com sauna<br />

e ginásio.<br />

Quartos 63<br />

M Urbanização Quinta das Covas, Lote 34<br />

T 271 238 285<br />

www.hotellusitaniaparque.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DA BEIRA ALTA GUARDA<br />

O Ferrinho €€<br />

Situado junto à Sé Catedral, em pleno centro histórico da<br />

cidade, confecciona pratos e petiscos típicos da gastrono‑<br />

mia beirã. Comece com morcela da Guarda tostada com<br />

erva e prossiga com truta grelhada recheada com pre‑<br />

sunto ou cabrito assado. Também costuma haver alguns<br />

pratos de caça, como javali. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua Francisco de Passos, Guarda<br />

T 271 211 9 90<br />

Solar da Beira €<br />

Situado no centro histórico da Guarda, junto à Sé Cate‑<br />

dral, com sala de refeições acolhedora e boa cozinha, a<br />

preços muito razoáveis. Não fumadores.<br />

M Rua Doutor Francisco<br />

de Passos, 9<br />

T 271 211 563<br />

Hotel VanGuarda ***<br />

Situado a mais de 1000 metros<br />

de altitude, proporciona excelentes vis‑<br />

tas panorâmicas sobre a envolvente serrana. É<br />

um três estrelas superior, com todas as comodidades<br />

indispensáveis e ainda com a vantagem do bar e res‑<br />

taurante panorâmicos.<br />

Quartos 82<br />

M Avenida Monsenhor Mendes do Carmo<br />

T 271 208 390<br />

www.hotelvanguarda.com<br />

Hotel VanGuarda<br />

13


14<br />

VILAR FORMOSO<br />

terra de fronteira<br />

Vilar Formoso era apenas uma tranquila lo‑<br />

calidade raiana até ser inaugurada a linha<br />

férrea que uniu Portugal à Europa, em 1882.<br />

O corropio de gente e mercadorias não se fez<br />

esperar e ali se estabeleceu uma das principais<br />

alfândegas nacionais. O pequeno lugar foi en‑<br />

tão crescendo, entre a magnífica estação de comboios<br />

e a margem da ribeira de Tourões, onde se debruçava<br />

o casario mais antigo. Com a abertura da fronteira e<br />

o menor número de passageiros, a economia local<br />

ressentiu‑se mas a estação continuou a ser considera‑<br />

da a sala de visitas de Vilar Formoso, sendo uma das<br />

mais bonitas de Portugal. É imperdoável viajar pela<br />

linha da Beira Alta sem vir a Vilar Formoso apreciar os<br />

belíssimos painéis de azulejos da estação ferroviária,<br />

autêntico retrato simbólico do país e mostruário das<br />

belezas turísticas do Portugal dos anos 30 e 40. Se<br />

estiver na Guarda, por exemplo, vale a pena percorrer<br />

tranquilamente os 40 quilómetros de planalto graní‑<br />

tico (com passagem pela alta ponte sobre o Côa) que<br />

se<strong>para</strong>m a capital de distrito da fronteira com Espanha.<br />

Mas <strong>para</strong> além da estação, outros monumentos enri‑<br />

quecem o património desta localidade pertencente ao<br />

concelho de Almeida. A igreja paroquial, construída no<br />

século XIII pelos Templários, ou a escultura pública que<br />

homenageia os muitos emigrantes que por ali passa‑<br />

ram. O austero edifício alfandegário merece também<br />

um olhar atento, bem como a velhinha locomotiva a<br />

vapor, modelo emblemático que é exposto<br />

<strong>para</strong> nunca esquecer a ligação es‑<br />

treita de Vilar Formoso<br />

ao comboio.<br />

Estação de Vilar Formoso<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

1 Km<br />

A pé<br />

Táxis: T. 271 512 358, 271 513 038<br />

A estação<br />

Vilar Formoso<br />

recebe os visi‑<br />

tantes com uma<br />

notável colecção<br />

de 50 painéis de<br />

azulejos, da autoria<br />

de João Alves de Sá. O artista representou diver‑<br />

sos temas, mas ganham especial destaque os que<br />

ilustram os principais monumentos e paisagens do<br />

país, como a serra da Estrela ou as florestas da ilha<br />

de São Miguel. Interessantes, até pelo simbolismo,<br />

são também os painéis que apresentam o escudo<br />

nacional e a palavra «Portugal», motivo de alegria<br />

<strong>para</strong> muitos emigrantes lusos que durante<br />

décadas tiveram esta gare como<br />

porta de entrada no<br />

nosso país.


onde comer<br />

O Beira Raia €<br />

Restaurante pertencente a uma residencial, oferece um<br />

ambiente simples e familiar e uma cozinha igualmente<br />

caseira. A ementa privilegia pratos da cozinha portu‑<br />

guesa, confeccionados de forma simples e saborosa.<br />

Peça, por exemplo, o bacalhau à Brás ou borrego estu‑<br />

fado. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua Externato, 13<br />

T 271 512 153<br />

Quinta do Prado Verde €€<br />

Complexo turístico, vocacionado <strong>para</strong> a realização de<br />

eventos, integra um restaurante aberto diariamente<br />

ao público em geral. De Inverno a lareira aconchega e<br />

no Verão são a piscina e os jardins que refrescam o am‑<br />

biente. Não fumadores.<br />

Encerra De segunda a quinta ao jantar<br />

M Vilar Formoso<br />

T 271 511 413<br />

http://quintapradoverde.planetaclix.pt/<br />

onde dormir<br />

Hotel Lusitano***<br />

Alojamento simples e confortável junto à fronteira com<br />

Espanha. Com bar, restaurante e sala de estar.<br />

Quartos 34<br />

M Avenida da Fronteira, Vilar Formoso<br />

T 271 513 503<br />

Hospedaria Turismo<br />

Oferece quartos simples e confortáveis, a preço acessí‑<br />

vel, com pequeno‑almoço incluído. Dispõe de bar.<br />

Quartos 33<br />

M Rua da Sofia<br />

T 271 510 080<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DA BEIRA ALTA VILAR FORMOSO<br />

o QUe Ver<br />

Igreja Paroquial de S. João Baptista<br />

Igreja de uma só nave onde se destaca a capela‑mor<br />

coberta por tecto mudéjar policromo. Conserva uma<br />

pia baptismal monolítica e os altares são barrocos.<br />

Capela de Nossa Senhora da Paz<br />

Pequena capela de traça românica, mandada edificar<br />

pelos Templários, tem uma estrutura simples e<br />

robusta, quase totalmente destitu‑<br />

ída de motivos deco‑<br />

rativos.


a bordo do comboio reGionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

1 Linha do minho<br />

2 Linha do douro<br />

3 Linha do Vouga<br />

4 Linha do norte e ramal de tomar<br />

5 Linha da beira alta<br />

6 Linha da beira baixa<br />

7 Linha do oeste<br />

8 Linha do Leste e ramal de cáceres<br />

9 Linha do algarve


Foto: Cereja do Fundão<br />

A bordo do comboio regionAl<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

linhA dA beirA bAiXA Praia do ribatejo<br />

Abrantes<br />

belver<br />

Vila Velha de ródão<br />

castelo branco<br />

Fundão<br />

covilhã


LINHA DA BEIRA BAIXA<br />

Entroncamento<br />

Barquinha<br />

Tancos<br />

Almourol<br />

Praia do Ribatejo<br />

Abrantes<br />

Belver<br />

Ródão<br />

Castelo Branco<br />

Alcains<br />

Castelo Novo<br />

Alpedrinha<br />

Penamacor<br />

Donas<br />

Fundão<br />

Tortosendo<br />

Covilhã<br />

COVILHÃ<br />

FUNDÃO<br />

RÓDÃO<br />

Belmonte-Manteigas<br />

Sabugal<br />

“o Castelo<br />

de Almourol<br />

emerge<br />

das suas<br />

águas<br />

tranquilas”


io acima até às serras<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA<br />

Uma viagem de comboio que acompanha o Tejo, através das lezírias ribatejanas e das<br />

margens escarpadas beirãs. Paisagens bucólicas feitas de arrozais, pastos e serras<br />

guardadas por castelos medievais, que nos lembram o Portugal de outros tempos.<br />

Onde a linha do Norte se cruza com<br />

a da Beira Baixa, cresceu a cidade<br />

do Entroncamento e a estação<br />

onde é dado o sinal de partida nesta<br />

viagem. Até à Covilhã, são 242<br />

quilómetros de paisagens que ganham relevo à medida<br />

que nos aproximamos do destino.<br />

Por enquanto, sucedem-se as povoações alvas e anónimas<br />

até que se vislumbra Vila Nova da Barquinha e o<br />

Tejo, rio que define e acompanha grande parte do trajecto.<br />

Adiante, o Castelo de Almourol emerge das suas<br />

águas tranquilas, como uma miragem. Edificado em<br />

1171, esta fortificação, classificada como monumento<br />

nacional, mantém quase intacta a sua torre de menagem<br />

e muralhas.<br />

Constância surge pouco depois, com a sua arquitectura<br />

harmoniosa, assistindo calmamente ao encontro do<br />

Tejo com o Zêzere. Mas após a passagem por esta vila,<br />

perdemos o rio de vista e ficamos entre campos de regadio<br />

e extensões de montado.<br />

Mas o Tejo acaba por regressar “aos pés” de Abrantes,<br />

cidade florida e de boa gastronomia, que funcionou em<br />

tempos como guarda avançada das Beiras e do Ribatejo<br />

e porto fluvial.<br />

Serpenteando caminho<br />

Atravessada a ponte sobre o Tejo, à saída de<br />

Abrantes, o rio deixa aos poucos o seu<br />

curso tranquilo, na planície,<br />

<strong>para</strong> rasgar escarpasrocho-<br />

Linha da Beira Baixa junto ao Tejo<br />

sas. Eis então que aparece a Barragem<br />

de Belver, emoldurada por<br />

pitorescos caniçais. A linha aproxima-se<br />

cada vez mais das águas do<br />

rio que volta a dominar a paisagem<br />

quando passamos pela Barragem do Fratel.<br />

As encostas tornam-se mais pronunciadas até que<br />

surgem as míticas Portas do Ródão: duas formações<br />

rochosas que quase se beijam, não fossem apartadas<br />

pelo grandioso Tejo. Mas acabamos por nos afastar das<br />

suas águas, rumo a Castelo Branco, por entre grandes<br />

extensões de mata e pinhal.<br />

A etapa de montanha<br />

Passada a capital da Beira Baixa, a próxima cidade do<br />

itinerário é a Covilhã. Mas até lá é necessário contornar<br />

a serra da Gardunha e entrar na fértil Cova da Beira,<br />

passando pelo Fundão e pelos seus cerejais.<br />

Nesta viagem cruzam-se assim as paisagens mais distintas<br />

do centro do país, entre as lezírias do Ribatejo e<br />

as escarpas da serra da Estrela, por uma linha<br />

construída no século XIX, ainda hoje<br />

uma das mais belas de Portugal.<br />

Barquinha Parque<br />

3


4<br />

PRAIA DO RIBATEJO<br />

castelo encantado<br />

A vila de Praia do Ribatejo cresceu nas margens<br />

do rio Tejo como Pay Pelle, nome cuja<br />

origem remonta ao século XII e que resistiu<br />

até 1927. Nesse ano, o antigo concelho<br />

de Paio de Pele deu lugar ao de Vila Nova da<br />

Barquinha, nascendo a actual freguesia de<br />

Praia do Ribatejo. O povoado estruturou-se durante o<br />

período medieval, estando directamente relacionado<br />

com o sistema defensivo lusitano<br />

O grande testemunho deste papel é o singular castelo<br />

de Almourol, mandado construir pela Ordem dos<br />

Templários. Erguido sobre uma pequena ilha escarpada<br />

no meio do Tejo, é uma das edificações militares<br />

mais emblemáticas e também cenográfica, pela sua<br />

localização ímpar. O final da Reconquista Cristã levou<br />

ao abandono da fortificação e à sua degradação, só<br />

contrariada pelo Romantismo do século XIX e pelas<br />

obras que lhe deram a actual configuração. A classificação<br />

de Monumento Nacional foi atribuída em<br />

1910 e mais recentemente foi um dos finalistas da<br />

iniciativa que elegeu as Sete Maravilhas de Portugal,<br />

sendo o principal cartão de vista desta vila ribeirinha.<br />

Nas proximidades de Praia do Ribatejo há outras<br />

referências a ter em conta, também acessíveis por<br />

comboio. É o caso de Tancos, com apeadeiro<br />

próprio, aprazível vila florida situada<br />

na margem direita do<br />

Tejo, em repousante<br />

Estação de Praia do<br />

Ribatejo<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

1 km<br />

A pé<br />

e<br />

Táxis: T. 249 733 139<br />

pitoresco<br />

cenário ribeirinho.<br />

O Barquinha Parque (apeadeiro<br />

da Barquinha), inaugurado em 2005, desenvolve-se<br />

junto às margens do Tejo e é o maior espaço<br />

de lazer e recreação do concelho. Com diversos<br />

equipamentos, foi distinguido em 2007 com um<br />

prémio de arquitectura. Para além dos monumentos<br />

e belas paisagens ribeirinhas, onde sabe bem<br />

descansar o olhar, a gastronomia é outro dos grandes<br />

atractivos desta região, especialmente<br />

animadas na época do sável e da<br />

lampreia, em Fevereiro<br />

e Março.<br />

Castelo de Almourol


o QUe Ver<br />

Tancos (apeadeiro de Tancos)<br />

Situada na margem direita do Tejo e apelidada de “vila<br />

florida”, Tancos é uma aprazível vila ribeirinha onde<br />

sabe bem <strong>para</strong>r e ficar a descansar a vista no Tejo, num<br />

anfiteatro que aí existe <strong>para</strong> esse efeito, desfrutando de<br />

um cenário paisagístico calmo e repousante.<br />

Igreja Matriz de Tancos (apeadeiro de Tancos)<br />

Datada do século XVI, é dedicada a Nossa Senhora da<br />

Conceição. De referir a abóbada de caixotões, os azulejos<br />

do século XVII e um retábulo de talha maneirista.<br />

Mas vale sobretudo pela beleza do cenário ribeirinho<br />

em que se insere.<br />

Igreja Matriz de Tancos<br />

Barquinha Parque (apeadeiro da Barquinha)<br />

Distinguido com o Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista<br />

em 2007, é o maior espaço de lazer e recreação<br />

do concelho. Com cerca de 7 hectares, desenvolve-se<br />

junto ao rio Tejo e reúne equipamentos desportivos,<br />

zonas lúdicas <strong>para</strong> as crianças e percursos ribeirinhos.<br />

Museu Etnográfico “21” (apeadeiro da Barquinha)<br />

Colecção particular de Jo<strong>aqui</strong>m Matos Vieira, composta<br />

por diversos objectos, recolhidos pelo proprietário,<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA PRAIA DO RIBATEJO<br />

Museu Etnográfico “21”<br />

que retratam a história de Vila Nova da Barquinha e<br />

das suas gentes. Existe ainda um acolhedor bar com<br />

decoração típica, alusiva às vivências locais, e o artesanato<br />

está presente nas miniaturas em<br />

barro do Castelo de Almourol,<br />

da autoria de Jo<strong>aqui</strong>m<br />

Vieira.<br />

Tancos


6<br />

PRAIA DO RIBATEJO LINHA DA BEIRA BAIXA<br />

Castelo de Almourol (apeadeiro de Almourol)<br />

Situado num ilhéu do rio Tejo, a meio caminho entre<br />

Vila Nova da Barquinha e Constância, o castelo ergue-se<br />

sobre um afloramento granítico de 18 metros de altura<br />

por 310 de comprimento. É caso único nos castelos portugueses.<br />

Tanto o enquadramento paisagístico como a<br />

antiguidade fazem dele uma importante atracção turística,<br />

não admirando, assim, que seja um dos finalistas<br />

do concurso das Maravilhas de Portugal. Por informação<br />

arqueológica sabe-se que foi construído sobre uma fortificação<br />

romana. Conquistado aos mouros por D. Afonso<br />

Henriques foi, em 1171 entregue à Ordem dos Templários,<br />

sendo então reconstruído e ampliado por ordem do<br />

seu Mestre, Guadim Pais, como se pode ler na lápide sobre<br />

a portada interior do castelo. De planta quadrangular,<br />

passada a porta flanqueada por dois torreões, encontra-<br />

-se o caminho que contorna a torre de menagem, a que<br />

é imprescindível subir, e a muralha do castelo, coroada<br />

de cubelos, ameias e adarves com íngremes escadas de<br />

acesso. Foi restaurado pelos Monumentos Nacionais nos<br />

anos de 1940, tendo-lhe sido devolvida a traça original.<br />

Para o visitar tem de recorrer a um barqueiro que se encontra<br />

na margem esperando os visitantes e com o qual<br />

se combina a viagem de ida e volta.<br />

Arripiado<br />

Debruçada em anfiteatro sobre o Tejo, a aldeia do Arripiado<br />

(pertencente ao concelho da Chamusca) fica<br />

localizada mesmo em frente à vila de Tancos, na outra<br />

margem do rio. D<strong>aqui</strong> se avista o castelo de Almourol,<br />

bem como a lezíria ribatejana que <strong>aqui</strong> começa. Junto à<br />

margem do rio, existe um belíssimo passeio ribeirinho<br />

em calçada portuguesa, decorado com esculturas de<br />

José Coelho. Existem dois cais fluviais, o Cais Militar, as-<br />

sim chamado por servir sobretudo <strong>para</strong> usos militares,<br />

e o Cais de S. Marcos. É neste último que se encontra<br />

uma embarcação, conhecida como a barca do Arripiado,<br />

que faz a travessia até Tancos ou transporta os visitantes<br />

até ao castelo de Almourol. A embarcação funciona<br />

todos os dias e permite fazer belos passeios no rio Tejo,<br />

admirando as paisagens e vilas ribeirinhas.<br />

Praça de Touros de Vila Nova da Barquinha<br />

Construída em 1853, é a segunda praça mais antiga do<br />

país e está situada junto à estação ferroviária. Foi restaurada<br />

recentemente, mantendo a sua traça original.<br />

Igreja Matriz de Atalaia<br />

Datada do século XVI, está classificada como monumento<br />

nacional e é um belo exemplar da arquitectura renascentista<br />

no nosso país. Dedicada a Nossa Senhora da Assunção,<br />

ostenta uma fachada imponente. O portal nobre,<br />

antecedido por uma escadaria, é da autoria do arquitecto<br />

francês João de Ruão. A capela-mor, atribuída a Diogo de<br />

Castilho, tem um arco pleno profusamente decorado e<br />

guarda o túmulo barroco do segundo cardeal-patriarca<br />

de Lisboa, D. José Manuel da Câmara. Destacam-se ainda<br />

bonitos azulejos do século XVII e uma escultura do século<br />

XV, em calcário, representando a Virgem com o Menino e<br />

atribuída ao escultor Diogo Pires, o Velho.


o QUe SAboreAr<br />

Gastronomia<br />

O concelho de Vila Nova da Barquinha, ao qual Praia<br />

do Ribatejo pertence, é banhado por três rios - Tejo,<br />

Zêzere e Nabão – facto que tem influência determinante<br />

na gastronomia da região. Os chamados<br />

peixes de rio são a base de uma cozinha rica e engenhosa<br />

que acompanha as épocas e as estações.<br />

Caldeiradas, ensopados e açordas não falham nas<br />

ementas dos restaurantes da região durante todo<br />

o ano. Mas especialmente animada é a época do<br />

sável e da lampreia, entre os meses de Fevereiro e<br />

Março, quando a açorda de sável e o arroz de lampreia<br />

são as estrelas gastronómicas nos restaurantes<br />

aderentes às mostras e eventos gastronómicos<br />

que nesta altura o município incentiva e promove.<br />

o QUe FAZer<br />

De barco até Almourol<br />

Para visitar o castelo de Almourol há diversas<br />

opções: a partir de Tancos (Cais d’ El Rei), numa<br />

embarcação de recreio com capacidade <strong>para</strong> 50<br />

pessoas; na barca de passagem do Arripiado<br />

(Cais de S. Marcos) e nas embarcações junto ao<br />

castelo, com capacidade <strong>para</strong> 20 pessoas.<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA PRAIA DO RIBATEJO<br />

onde comer<br />

Almourol €€<br />

(apeadeiro de Tancos)<br />

A funcionar desde 1991, oferece um bom plano do Tejo,<br />

da ilhota e do castelo cujo nome baptizou a casa. Especialidades<br />

à base de peixe do rio - enguias fritas ou fritada<br />

de peixe do rio com açorda de tomate - e de carne<br />

- entrecosto grelhado com migas de couve e grelhada<br />

mista de carnes com migas e arroz de feijão <strong>para</strong> duas<br />

pessoas, são exemplos. Zona de fumadores (esplanada).<br />

Encerra Terça-feira<br />

M Rua Cais de Tancos, 2, Tancos<br />

T 249 720 100<br />

www.almourol.com<br />

O Chico €<br />

Situado em Praia do Ribatejo, é um restaurante familiar,<br />

de bom acolhimento, com uma cozinha simples<br />

a preços acessíveis. Tem como especialidades sável e<br />

lampreia, na época, <strong>para</strong> além dos chocos ao alhinho,<br />

pernil e cozido à portuguesa ao domingo, entre outros<br />

pratos. A sala de refeições é ampla e espaçosa e oferece<br />

uma magnífica vista <strong>para</strong> o rio. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua Comendador Manuel V Cruz,<br />

Praia do Ribatejo<br />

T 249 733 224<br />

onde dormir<br />

Residencial Soltejo<br />

(apeadeiro da Barquinha)<br />

Alojamento com razoáveis condições de conforto,<br />

acessível através do apeadeiro da Barquinha.<br />

Quartos 14<br />

M Estrada Nacional 3 Km 88,300, Barquinha<br />

T 249 720 150<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

7


8<br />

ABRANTES<br />

Sentinela do Tejo<br />

Na fronteira entre a Beira e o Alentejo, com<br />

história e património interessantes, bonitos<br />

parques e jardins e atractivos gastronómicos,<br />

Abrantes é uma cidade cada vez mais procurada<br />

também devido à grande oferta de turismo<br />

activo.<br />

Segundo alguns autores, terá sido fundada pelos<br />

túrdulos, 990 anos antes de Cristo, segundo outros<br />

por galo-celtas em 308 a.C. Foi senhoreada por romanos,<br />

visigodos, árabes e, por fim, a 8 de Dezembro<br />

de 1148, conquistada por D. Afonso Henriques, que,<br />

seis anos depois, a doou à Ordem de Santiago de Espada,<br />

concedendo-lhe foral. A história de Abrantes<br />

cruzou-se, por diversas vezes, com a monarquia, destacando-se<br />

relevantes episódios históricos. Foi d<strong>aqui</strong><br />

que D. João I partiu <strong>para</strong> a Batalha de Aljubarrota, em<br />

1385. No início do século XVI (1506 e 1507) <strong>aqui</strong> nasceram<br />

os Infantes D. Luís e D. Fernando, no Paço Real,<br />

filhos de D. Manuel I, que permaneceu em Abrantes,<br />

refugiando-se da peste que se fazia sentir em Lisboa.<br />

Localizada na confluência de três «províncias»,<br />

Abrantes tinha ao seu dispor uma via de desenvolvimento,<br />

o rio Tejo, que lhe possibilitou uma diversificada<br />

actividade comercial com Santarém,<br />

Lisboa e ainda trocas directas com<br />

o estrangeiro. Existe em<br />

Abrantes um<br />

vasto<br />

Vista do castelo de Abrantes<br />

Estação de Abrantes<br />

Distância da estação ao centro<br />

1 km<br />

Acessos:<br />

Autocarro: Rodoviária do Tejo, carreira<br />

com partida da estação 1003<br />

www.rodotejo.pt<br />

Táxis: T. 241 362 846<br />

e rico conjunto<br />

patrimonial,<br />

paisagístico, parques, jardins e,<br />

cada vez mais, desde a construção do projecto<br />

Aquapolis (parque urbano ribeirinho que se estende<br />

pelas duas margens do Tejo) pela sua enorme<br />

oferta de turismo activo: actividades náuticas, hipismo,<br />

basebol, karting, BTT, entre outros.<br />

Na gastronomia sobressai a ligação ao rio<br />

Tejo, bem como uma apreciada<br />

doçaria conventual de<br />

longa tradição.


o QUe Ver<br />

Igreja de Santa Maria do Castelo<br />

Museu Municipal D. Lopo de Almeida<br />

Confundindo-se com a existência do castelo, a igreja foi<br />

mandada edificar por D. Afonso II em 1215 e reconstruída<br />

após o terramoto de 1429, com características góticas<br />

e manuelinas. No interior, de uma só nave, merecem<br />

destaque o arco triunfal gótico e os painéis de azulejos<br />

hispano-árabes. Panteões dos Almeidas, nele se destacam<br />

os túmulos góticos. A capela-mor tem notáveis azulejos<br />

sevilhanos de corda seca e um retábulo. Aqui se instalou<br />

em 1921 o Museu Municipal D. Lopo de Almeida,<br />

que guarda um rico acervo histórico e artístico,<br />

com colecções de arqueologia, pintura,<br />

escultura, <strong>para</strong>mentaria,<br />

etnografia e arte<br />

sacra.<br />

Castelo/Fortaleza<br />

De planta poligonal irregular, ergue-se numa colina a<br />

196 metros de altitude. Terá sido mandado construir por<br />

D. Afonso Henriques, no século XII, <strong>para</strong> defesa da linha<br />

do Tejo. Foi alvo de sucessivas reconstruções e ocupações<br />

militares, desde a sua primitiva construção até ao século<br />

XX. Desempenhou papel de relevo na defesa contra as<br />

invasões estrangeiras. Esta fortaleza com torre de menagem,<br />

mandada construir por D. Dinis em 1300, é detentora<br />

da maior e mais bela panorâmica desta região,<br />

vendo-se paisagem a toda a volta, num raio de 70 km,<br />

permitindo contemplar a lezíria ribatejana, a charneca<br />

alentejana e as serranias da Beira.<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA ABRANTES<br />

Museu da Escultura em Ferro ao ar livre<br />

Situado num local elevado da cidade (Alto de Santo<br />

António, junto ao edifício Pirâmide), é um dos mais<br />

interessantes atractivos de Abrantes. O Parque do Alto<br />

de Santo António sofreu uma profunda remodelação<br />

urbanística, <strong>aqui</strong> surgindo um Museu de Escultura em<br />

Ferro ao Ar Livre. É neste local que encontramos todos<br />

os trabalhos resultantes do I e II Simpósio de Escultura<br />

em Ferro, de Abrantes.<br />

Igreja de São João Baptista<br />

Classificada como monumento nacional, terá sido<br />

fundada no século XII, segundo se conta pela Rainha<br />

Santa Isabel. O actual templo apresenta uma fachada<br />

maneirista inacabada, faltando-lhe uma torre.<br />

Merecem destaque os azulejos que revestem a<br />

capela-mor, os caixotões em pedra e o<br />

retábulo em talha dourada policroma,<br />

entre outros<br />

elementos.


10<br />

ABRANTES LINHA DA BEIRA BAIXA<br />

o QUe SAboreAr<br />

Doçaria e pratos típicos<br />

Há duas grandes tradições na doçaria de Abrantes: a<br />

primeira associada ao movimento fluvial que em tempos<br />

animava o Tejo, sendo Abrantes porto de <strong>para</strong>gem<br />

no abastecimento de fardos de palha <strong>para</strong> os animais<br />

da capital. Assim nasceu a citação «se queres palha vai<br />

a Abrantes». Outro ditado popular diz que “Vale a pena<br />

ser burro <strong>para</strong> comer a palha de Abrantes!”. É senso comum<br />

que, tanto este doce de ovos como a tigelada, cozida<br />

tradicionalmente em tigelas de barro não vidrado,<br />

tiveram a sua origem nos conventos da cidade, nomeadamente<br />

no convento dominicano da Graça.<br />

No capítulo dos pratos típicos, a ligação ao rio Tejo é<br />

forte e marcante. As receitas de peixe estão em evidência,<br />

como o achigã grelhado, o arroz de lampreia ou a<br />

açorda de sável. Cabrito e maranhos são algumas das<br />

especialidades mais relevantes no capítulo das carnes.<br />

Parque Urbano Ribeirinho - Aquapolis<br />

o QUe FAZer<br />

Parque Urbano Ribeirinho - Aquapolis<br />

Resultante da reabilitação das duas margens do Tejo, junto<br />

à encosta sul da cidade de Abrantes, o Aquapolis – Parque<br />

Urbano Ribeirinho é um espaço de lazer e recreio recente,<br />

criado em 2007, pensado como local privilegiado<br />

<strong>para</strong> a fruição do rio. Abrange uma área total de 85 hectares<br />

e integra diversas infra-estruturas e equipamentos.<br />

O açude insuflável, com cerca de 240 metros de comprimento,<br />

é um dos principais. Deu origem a uma albufeira<br />

artificial que transformou radicalmente a paisagem. A<br />

oferta desportiva é outro dos pontos fortes, já que é possível<br />

praticar, no espelho de água, modalidades como a<br />

canoagem, remo, vela e windsurf. Em terra, numa zona<br />

de areal, existem campos de voleibol, futebol e râguebi<br />

de praia, <strong>para</strong> além de estruturas de apoio a desportos<br />

radicais como patins e skate. Vastas áreas verdes e ajardinadas,<br />

parques de merendas e zonas <strong>para</strong> passeios a pé<br />

ou de bicicleta permitem um contacto estreito com o rio,<br />

assim como a oferta de esplanadas, bares e restaurantes.<br />

O factor histórico não foi esquecido, fazendo-se sobressair<br />

o conjunto de pilares de uma antiga ponte de barcas<br />

do século XIX – os mourões - e a Fonte dos Touros (antigo<br />

lavadouro público restaurado).<br />

Parque Urbano Mata de S. Lourenço<br />

A Mata de S. Lourenço fica dentro do perímetro urbano<br />

da cidade de Abrantes, ocupando 14 hectares. Remodelada<br />

em 2004, tem percursos pedonais e uma ciclovia<br />

(há aluguer de bicicletas). Um parque infantil e de<br />

merendas, uma parede de escalada, uma ludoteca, um<br />

espaço <strong>para</strong> paintball, um lago, um café/restaurante e<br />

um parque de insufláveis completam o equipamento.<br />

No espaço circundante fica a ermida do século XVI, dedicada<br />

a São Lourenço


onde comer<br />

A Cascata €€<br />

Restaurante de cozinha regional, classificado com vários<br />

prémios de gastronomia e menções honrosas. Comece<br />

com enchidos regionais e prossiga com o bacalhau com<br />

broa, cabrito assado com arroz de miúdos ou especialidades<br />

da região como maranhos à moda da Beira Baixa ou<br />

bucho recheado. Zona de fumadores (esplanadas).<br />

Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />

M Rua Manuel Lopes Valente Júnior, 19<br />

T 241 361 011<br />

www.cascata.pt<br />

Santa Isabel €<br />

Restaurante de ambiente familiar, situado numa das ruas<br />

mais típicas de Abrantes. É uma casa constituída por três<br />

salas rústicas e oferece uma gastronomia com influências<br />

do Ribatejo, Beiras e Alentejo. Tem como especialidade<br />

mais curiosa o bacalhau assado no forno em pão saloio<br />

que deve ser encomendado previamente. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo e feriados<br />

M Rua Santa Isabel 12 - 14<br />

T 967 893 970<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA ABRANTES<br />

onde dormir<br />

Hotel de Turismo de Abrantes ***<br />

Inaugurado em 1954, fica numa das colinas de<br />

Abrantes com óptima vista sobre a cidade. O restaurante<br />

destaca-se pelas paredes envidraçadas<br />

que permitem desfrutar da panorâmica sobre o<br />

vale do Tejo. Bar e sala de jogos são algumas das<br />

opções de lazer disponíveis.<br />

Quartos 43<br />

M Largo de Santo António<br />

T 241 361 261<br />

www.hotelabrantes.pt<br />

Pousada de Juventude de Abrantes<br />

Pegue num mapa de Portugal e aponte o dedo<br />

<strong>para</strong> o centro do país. A pousada fica mesmo<br />

ali, empoleirada numa colina, entre a cidade e<br />

o Tejo. Para conhecer as imediações, o melhor é<br />

alugar uma bicicleta e partir à descoberta. Tem<br />

cozinha de alberguista, bar, refeitório, snooker e<br />

ténis de mesa.<br />

M Avenida Engº Adelino Amaro da Costa<br />

T 241 379 210<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

11


12<br />

BELvER<br />

castelo que vigia o Tejo<br />

Alteada pelo seu castelo medieval, a<br />

vila de Belver nasceu na margem<br />

direita do rio Tejo durante o século<br />

XII, altura em que D. Sancho I<br />

iniciou o povoamento permanente<br />

desta região. Foi também o monarca<br />

que lhe atribuiu o nome Belver, interpretado como<br />

“bela vista” e que estará relacionada com a localização<br />

do referido castelo, no alto de um morro que<br />

oferece uma bonita panorâmica do território envolvente.<br />

Vila acastelada, debruçada sobre o Tejo, Belver<br />

enquadra-se num cenário ímpar, de magníficas<br />

paisagens, de olivais e vinhas em socalco. Situada<br />

na fronteira entre a Beira e o Alentejo, uma ponte<br />

rodoviária sobre o rio faz a ligação entre estas duas<br />

regiões. A localidade guarda vestígios antigos, destacando-se<br />

a Anta do Penedo Gordo e diversos achados<br />

romanos. Da época medieval é o ex-libris da vila, o<br />

castelo altaneiro que integrava a linha defensiva do<br />

Tejo (da qual também faziam parte as fortificações<br />

de Almourol e Amieira do Tejo) e desempenhou um<br />

importante papel no período da Reconquista Cristã.<br />

Considerado um dos mais completos da arquitectura<br />

militar medieval, a construção do castelo de<br />

Belver é atribuída a Gualdim Pais, o<br />

cruzado português que lutou<br />

ao lado de Dom<br />

Afonso<br />

Rio Tejo em Belver<br />

Estação de Belver<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

8 0.8 km km<br />

A pé<br />

Táxis: T. 241 634 228<br />

Henriques<br />

contra os mouros e<br />

que, mais tarde, viria a ser nomeado<br />

Grão-Mestre da Ordem dos Templários. Classificado<br />

como monumento nacional em 1910, é o mais<br />

valioso património cultural desta povoação e um dos<br />

principais pontos de interesse turístico, apenas superado<br />

pelas excelentes condições de lazer oferecidas<br />

pela barragem de Belver. Menção ainda <strong>para</strong> um<br />

atractivo turístico mais recente, a feira medieval<br />

anual, uma recriação histórica da época,<br />

que desde 2001 atrai à<br />

vila milhares de visitantes.


o QUe Ver<br />

Castelo de Belver<br />

Formoso e bem conservado castelo, virado <strong>para</strong> o Tejo,<br />

foi edificado por D. Afonso Pais, em 1194 e reconstruído<br />

em 1390 por D. Nuno Álvares Pereira. Conserva os<br />

panos de muralha, em parte ameados e com restos de<br />

torreões. A porta de entrada é do século XV, com arco<br />

de volta redonda. A Capela de São Brás, no interior do<br />

castelo, contém um retábulo renascentista digno de<br />

nota. Com belas vistas sobre o Tejo, retenha que, <strong>para</strong><br />

o visitar vindo do Gavião, tem de descer uma estrada<br />

estreita e sinuosa e cruzar o Tejo pela ponte metálica.<br />

Igreja Matriz de Belver<br />

Dedicado a Nossa Senhora da Visitação, é datada do século<br />

XVI. É de assinalar, no seu interior, o painel do Altar<br />

das Almas que retrata S. Miguel no Purgatório, atribuído<br />

a Pedro Alexandrino, autor do retábulo do altar-mor<br />

da Sé de Lisboa.<br />

Capela de São Brás<br />

Localizada no castelo, data de finais do século XVI e<br />

guarda, no altar, um retábulo em madeira que foi oferecido<br />

pelo Infante D. Luís. Este ofertou igualmente o<br />

cofre com as Santas Relíquias trazidas da Terra Santa,<br />

que está hoje na Igreja Matriz e é motivo de festa anual<br />

em Agosto.<br />

Ermida de Nossa Senhora do Pilar<br />

Pequena capela, situada já fora da povoação de Belver,<br />

datada de finais do século XVII. Foi recentemente restaurada<br />

e guarda no tecto uma pintura a fresco.<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA BELvER<br />

o QUe FAZer<br />

ProgrAmA<br />

comboio AVenTUrA<br />

Rota de Belver<br />

Chegue a Belver e aprecie o percurso pitoresco,<br />

sobretudo ao longo do rio Tejo, onde a paisagem<br />

se destaca pelas suas insinuantes montanhas e<br />

verdes dominantes. Depois de embalado por<br />

este cenário prepare-se <strong>para</strong> saltar, correr, subir,<br />

descer, passear. Algumas das actividades<br />

propostas incluem prova mini-challenger; slide,<br />

canoagem, tiro com arco, prova de obstáculos<br />

(pontes de cordas), paintball e passeio pedestre<br />

pelo passadiço do Alamal. Para retemperar forças,<br />

delicie-se à mesa de um bom restaurante,<br />

com especialidades da gastronomia portuguesa.<br />

A <strong>CP</strong> estabeleceu parcerias com entidades<br />

organizadoras de eventos, a pensar na di<strong>versão</strong><br />

de todos. Há programas adequados aos miúdos<br />

e aos graúdos, a grupos de amigos, casais de<br />

aventureiros, famílias com filhos ou escolas. Com<br />

saídas de Lisboa, Vila Franca de Xira, Santarém e<br />

Entroncamento, agora só tem de escolher o melhor<br />

programa <strong>para</strong> si e marcar a data de partida.<br />

Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />

13


14<br />

BELvER LINHA DA BEIRA BAIXA<br />

ProgrAmA<br />

roTAS gASTronómicAS<br />

Rota da Lampreia<br />

Nunca é tarde <strong>para</strong> partir à descoberta dos locais<br />

mais escondidos do país, nem cedo demais <strong>para</strong><br />

começar a saborear as iguarias que o nosso país<br />

oferece. Temos uma vasta e diversa história e<br />

tradição <strong>para</strong> conhecer e explorar. A <strong>CP</strong> sugere<br />

uma viagem até Belver, local típico do prato de<br />

lampreia.<br />

Partidas de Fevereiro a Março em comboio regional.<br />

Viagem de ida e volta e reserva <strong>para</strong> almoço<br />

em restaurante seleccionado, junto à barragem.<br />

Para grupos a partir de 10 pessoas. Informações<br />

em 808 208 208 ou cp.pt<br />

Praia Fluvial do Alamal<br />

Situada na margem esquerda do rio Tejo, é das poucas<br />

praias do Alentejo com bandeira azul. Integrada<br />

no complexo da Quinta do Alamal, oferece um extenso<br />

areal junto à água, bem como vastas zonas<br />

verdes com o Castelo de Belver como imagem de<br />

fundo. Para almoçar descontraidamente, usufruindo<br />

da magnífica paisagem, existe um bar-restaurante.<br />

Está classificada como “Praia Acessível”.<br />

onde comer<br />

A Lena €<br />

Restaurante situado no apeadeiro da Barragem de<br />

Belver, oferece instalações simples mas confortáveis. A<br />

melhor opção é o peixe, com destaque <strong>para</strong> a lampreia,<br />

na época. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Barragem de Belver, Ortiga<br />

T 241 573 457<br />

Kabras €<br />

Restaurante típico e rústico, com ambiente acolhedor e<br />

familiar. O cardápio possui sugestões de carnes e enchidos<br />

da região e peixe do rio Tejo apanhado diariamente.<br />

A acompanhar o repasto, vinho regional de Mação ou<br />

vinho de Pias em jarro. Dando atenção ao nome, pode-se<br />

cair no engano - apesar de servir boa carne, a sua<br />

especialidade é a fataça grelhada ou frita, bem como<br />

outros peixes do rio (enguias, sável, lampreia, achigãs),<br />

sempre acompanhados pela açorda de ovas. Nas carnes<br />

há maranhos e grelhados de javali, porco preto, borrego,<br />

cabrito e vitela. Não fumadores.<br />

M Estrada da Barragem, Ortiga<br />

T 917 008 389<br />

www.restaurante-kabras.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


onde dormir<br />

Casa Covão da Abitureira Turismo Rural<br />

Situado num local privilegiado, mesmo sobre o rio Tejo, na<br />

fronteira entre o Alentejo e a Beira Baixa), esta casa proporciona<br />

um alojamento acolhedor e confortável, em estreita<br />

ligação ao cenário natural envolvente. Do seu terraço panorâmico<br />

é possível avistar o castelo de Belver e o rio Tejo, que<br />

se tornam a nossa companhia permanente. Os proprietários<br />

desta unidade organizam também circuitos serranos,<br />

a pé ou de bicicleta e canoagem.<br />

Quartos 7<br />

M Rua da Estação, Cotovelo da <strong>CP</strong> S/N , Belver<br />

T 241 635 211<br />

www.abitureira.com<br />

Quinta do Belo-Ver Turismo Rural<br />

Com localização privilegiada em Belver, esta aprazível casa<br />

tem vista sobre o rio Tejo e o castelo da vila. A casa é datada<br />

do início do século XX e encontra-se rodeada de muralhas,<br />

à maneira de uma fortificação. Tem traça característica das<br />

habitações alentejanas, sobressaindo as barras<br />

e cercaduras amarelas nas paredes<br />

brancas. Oferece sete quartos<br />

confortáveis e bem<br />

equipados,<br />

Linha da Beira Baixa à passagem por Belver<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA BELvER<br />

cada um com a sua decoração própria. Referência especial<br />

<strong>para</strong> a piscina, estrategicamente enquadrada pela magnífica<br />

paisagem envolvente, com vista <strong>para</strong> o rio, assim<br />

como <strong>para</strong> o terraço com esplanada, a desfrutar do mesmo<br />

panorama. Existe ainda campo de ténis, sala de jogos, um<br />

agradável pátio ajardinado e um restaurante de cozinha<br />

regional que funciona de sexta a domingo.<br />

Quartos 7<br />

M Rua Capitão João Pires, 2, Belver<br />

T 241 639 040<br />

www.quintadobelover.net<br />

Quinta do Belo-Ver<br />

Quinta do Ribeirinho<br />

Bem integrada na paisagem, proporciona estadias em<br />

grande sossego. Tem bicicletas <strong>para</strong> alugar e loja de produtos<br />

regionais.<br />

Quartos 4<br />

M Rua da Fonte 4, Vilar da Mó<br />

T 241 555 135<br />

www.quintadoribeirinho.com<br />

Quinta do Ribeirinho<br />

15


16<br />

vILA vELHA DE RODãO<br />

escarpas e montes que<br />

guardam o Tejo<br />

Este concelho é irrigado pelos rios Tejo,<br />

Ocreza e Pônsul, que lhe conferem uma<br />

paisagem refrescante, envolta por floresta,<br />

campos agrícolas, olival e árvores<br />

de fruto. As suas terras são habitadas<br />

desde tempos remotos, como comprova<br />

o Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo, que ocupa<br />

cerca de 40 quilómetros, considerado um dos mais importantes<br />

conjuntos de arte pós-paleolítica da Europa.<br />

Ex-libris do concelho são as Portas de Ródão, impressionante<br />

formação geológica constituída por<br />

dois corpos rochosos que quase se tocam, como num<br />

beijo, não estivessem se<strong>para</strong>dos pelo curso das águas<br />

do Tejo. De visita obrigatória é a aldeia tipicamente<br />

beirã da Foz do Cobrão e o castelo de Ródão, antiga<br />

fortaleza medieval, excelente representante de<br />

torre-atalaia edificada em local de valor estratégico.<br />

O concelho oferece óptimas condições no campo do<br />

desporto e lazer, havendo grande diversidade de<br />

propostas. Desportos náuticos (como a motonáutica,<br />

o esqui aquático, a canoagem ou o remo), passeios<br />

de barco com partida do cais fluvial da vila, escola de<br />

escalada e um leque muito variado de actividades de<br />

turismo activo.<br />

A vegetação espontânea desta região origina<br />

um mel de altíssima qualidade e o<br />

cultivo da oliveira em terrenos<br />

propícios,<br />

aliado a<br />

Portas de Ródão<br />

Estação de Vila Velha<br />

de Ródão<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0.5 km<br />

A pé<br />

Táxi: T 272 989 322, 272 989 618<br />

métodos de transformação<br />

em lagares<br />

tradicionais, fazem do seu azeite<br />

um dos nossos melhores produtos locais.<br />

De referir ainda que o concelho faz parte do Geoparque<br />

Naturtejo da Meseta Meridional, inserido na<br />

rede de geoparques da UNESCO. Trata-se de um território<br />

com um riquíssimo património geológico, de<br />

grande valor científico e cultural, que integra rochas,<br />

fósseis, paisagens, formas e minas. O geoturismo é a<br />

forma de conhecer este património, através de<br />

percursos pedestres, rotas e diversas<br />

actividades pedagógicas e<br />

culturais.


o QUe Ver<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA vILA vELHA DE RODãO<br />

Portas de Ródão<br />

Ex-líbris de Vila Velha de Ródão, as chamadas Portas<br />

de Ródão são imponentes corpos rochosos, guardiães<br />

das águas do rio Tejo. Nas suas escarpas, vestidas de<br />

esteva, urze, giesta e zimbro encontram abrigo várias<br />

espécies de avifauna raras, como a cegonha negra ou o<br />

bufo real. Pela sua localização elevada e pela riqueza da<br />

paisagem natural que o envolve, este local é também<br />

um excelente miradouro.<br />

Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo<br />

É considerado um dos mais importantes conjuntos de<br />

arte pós-paleolítica da Europa, constituído por mais de<br />

30 000 gravuras dispersas ao longo de 40 quilómetros,<br />

em ambas as margens do rio Tejo e do rio Ocreza,<br />

abrangendo os concelhos de Vila Velha de<br />

Ródão, Mação e Nisa. As gravuras<br />

foram identificadas em<br />

1971 e datadas entre<br />

os anos<br />

Castelo de Ródão e Senhora do Castelo<br />

Conjunto patrimonial composto por uma torre-atalaia<br />

de forma quadrangular, erguida provavelmente pelos<br />

Templários. Também conhecido como castelo do Rei<br />

Wamba, localiza-se numa escarpa sobranceira ao rio<br />

e oferece magníficas vistas sobre as Portas de Ródão e<br />

o vale do Tejo. A cerca de 150 metros existe um templo<br />

rústico erguido em honra de Nossa Senhora do Castelo<br />

que recebe todos os anos uma famosa romaria.<br />

6500 a.C. e 2500 a.C. Contêm diversas representações,<br />

essencialmente símbolos geométricos, antropomórficos<br />

e zoomórficos. Actualmente mais de metade destas<br />

encontram-se submersas pela albufeira da barragem de<br />

Fratel, sendo visíveis apenas na área de Perais e a jusante<br />

da barragem. Entre as estações arqueológicas mais<br />

importantes do concelho estão as do Enxarrique, Alagadouro<br />

e S. Simão. Em Mação foi criado o Museu de Arte<br />

Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo, inaugurado<br />

em 2005.


18<br />

vILA vELHA DE RODãO LINHA DA BEIRA BAIXA<br />

o QUe SAboreAr<br />

Pratos típicos e doçaria<br />

A proximidade do rio Tejo sempre influenciou a gastronomia<br />

local. Como é comum nas localidades ribeirinhas, os<br />

peixes do rio são ingredientes indispensáveis na cozinha<br />

da região. As sopas de peixe do rio, bem como o dito peixe<br />

frito, eram habituais na alimentação. Lampreia, caldeirada<br />

de enguias, mas também sopa da boda (com maranhos),<br />

feijão frade com salada de almeirão (uma espécie de chicória<br />

ou endívia) e o cabrito assado no forno. Na doçaria, e<br />

em épocas festivas, a mesa recebe as tradicionais tigeladas,<br />

habituais pela Páscoa, e as filhós e nógados pelo Natal.<br />

o QUe FAZer<br />

Flor de almeirão<br />

ProgrAmA<br />

comboio AVenTUrA<br />

Rota de Ródão<br />

Chegue a Vila Velha de Ródão e aprecie o percurso pitoresco,<br />

sobretudo ao longo do rio Tejo, onde a paisagem se destaca<br />

pelas suas insinuantes montanhas e verdes dominantes.<br />

Depois de embalado por este cenário prepare-se <strong>para</strong><br />

saltar, correr, subir, descer, passear. Embarque numa aventura<br />

no Geoparque com múltiplas actividades, como BTT,<br />

canoagem, tiro com arco, arvorismo, paintball, matr<strong>aqui</strong>lhos<br />

gigantes e bola gigante insuflável. Para retemperar<br />

forças, delicie-se à mesa de um bom<br />

restaurante, com especialidades<br />

da gastronomia portuguesa.<br />

A <strong>CP</strong><br />

es-<br />

tabeleceu parcerias com entidades organizadoras de eventos,<br />

a pensar na di<strong>versão</strong> de todos. Há programas adequados<br />

aos miúdos e aos graúdos, a grupos de amigos, casais<br />

de aventureiros, famílias com filhos ou escolas. Com saídas<br />

de Lisboa, Vila Franca de Xira, Santarém e Entroncamento,<br />

agora só tem de escolher o melhor programa <strong>para</strong> si e marcar<br />

a data de partida. Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />

Passeios de barco pelo Tejo<br />

Com partida do cais fluvial de Vila Velha de Ródão, levam<br />

os visitantes até às Portas de Ródão e permitem a<br />

observação das gravuras rupestres do Alto Tejo.<br />

Linha da Beira Baixa à passagem pelas Portas de Ródão


onde comer<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA vILA vELHA DE RODãO<br />

Restaurante da Estalagem Portas de Ródão €<br />

Integrado numa unidade hoteleira, é um restaurante<br />

de cozinha regional, com incidência nas especialidades<br />

beirãs. Sala de refeições agradável e bem decorada,<br />

com vista <strong>para</strong> o rio. Entre os pratos disponíveis na<br />

ementa contam-se a sopa de peixe, diversos pratos de<br />

bacalhau, miga de peixe, cabrito assado, ensopado de<br />

cabrito, rolo de carne assado, entre outros. Para sobremesa,<br />

recomenda-se o arroz-doce, típico das Beiras.<br />

Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua da Senhora da Alagada<br />

T 272 541 060<br />

Júlio €<br />

Restaurante de cozinha regional, está situado na rua<br />

principal da vila, apenas a 10 minutos da estação de<br />

comboios. Costumam ter sempre enguias fritas e outros<br />

peixes do rio. Sável e lampreia na época. Nas carnes,<br />

<strong>para</strong> além do frango no churrasco, há entrecosto e<br />

entremeada assada. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo.<br />

M Estrada Nacional 18<br />

T 272 54 53 06<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

O Motorista €<br />

Situado a cinco minutos a pé da estação ferroviária<br />

(basta descer a rua), é um restaurante amplo (tem capacidade<br />

<strong>para</strong> 80 pessoas). A ementa é extensa, com<br />

grande variedade de pratos, incluindo do dia. Nos<br />

peixes há bacalhau assado, bacalhau frito à Motorista,<br />

peixes <strong>para</strong> grelhar, etc. E nas carnes também predominam<br />

os grelhados de todo o tipo. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua Estrada 1325, Porto Tejo<br />

T 272 54 52 63<br />

onde dormir<br />

Estalagem Portas de Ródão ****<br />

O antigo complexo das Portas de Ródão foi renovado<br />

e transformado numa estalagem de quatro estrelas,<br />

inaugurada em 2005. A nova unidade proporciona<br />

um ambiente de conforto e sossego <strong>para</strong> uma estadia<br />

em contacto com a paisagem natural da região,<br />

dominada pelo Tejo. Com treze quartos, a unidade<br />

integra ainda um bom restaurante de cozinha regional,<br />

zonas ajardinadas bem cuidadas e piscina.<br />

Quartos 13<br />

M Rua Senhora da Alagada<br />

T 272 541 060<br />

19


20<br />

CASTELO BRANCO<br />

rainha da beira-baixa<br />

Capital da Beira Baixa, Castelo Branco é uma<br />

cidade antiga que, do alto do seu miradouro,<br />

domina a campina raiana da Beira Baixa. Ao<br />

longo dos séculos, a passagem do tempo foi<br />

deixando as suas marcas. As ruínas do castelo<br />

templário, os bonitos jardins barrocos do<br />

Episcopado, os inúmeros portais quinhentistas do seu<br />

casco histórico, os solares das grandes famílias da região<br />

ou o edifício modernista do Cine-Teatro Avenida,<br />

recentemente restaurado, são algumas dessas marcas.<br />

Conhecida internacionalmente pelas suas magníficas<br />

colchas de noivas, Castelo Branco soube aproveitar<br />

a sua influência <strong>para</strong> embelezar a cidade. Para<br />

quem esteja atento, os bonitos motivos das colchas<br />

estão também preservados em desenhos de basalto e<br />

calcário que atapetam, em calçada portuguesa, muitos<br />

dos passeios da cidade, num trabalho artístico de<br />

grande paciência levado a cabo pelos anónimos calceteiros<br />

da Câmara Municipal. Determinada em contrariar<br />

os efeitos da interioridade, Castelo Branco tem<br />

apostado na fixação de indústrias na região, de modo<br />

a evitar a desertificação, tarefa que já está a dar<br />

os seus frutos. As marcas de algumas<br />

intervenções recentes, nomeadamente<br />

do<br />

Progra-<br />

Jardins do Episcopado<br />

Estação de Castelo<br />

Branco<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0.7 km<br />

A pé<br />

Táxis: T. 272341539<br />

ma Polis são<br />

bem visíveis, sobretudo<br />

na zona central da cidade,<br />

com rearranjo da ampla praça junto ao Governo<br />

Civil, construção de diversos túneis e parques subterrâneos<br />

e acrescento de uma vasta zona ajardinada,<br />

prolongando os Jardins do Episcopado.<br />

Numa região de grande beleza natural, Castelo<br />

Branco tem, nas proximidades, pitorescas<br />

aldeias históricas,<br />

a merecer visita<br />

atenta.


o QUe Ver<br />

Jardins do Episcopado<br />

Um dos mais bonitos e característicos jardins barrocos<br />

portugueses. Foi criado pelo bispo da Guarda, D. João<br />

de Mendonça, no início do século XVIII, e mais tarde<br />

embelezado pelo 2º bispo de Castelo Branco, D. Vicente<br />

Ferrer Rocha. De planta rectangular, o jardim é dominado<br />

por balcões e varandas com guardas de ferro e<br />

balaústres de cantaria. Tem cinco lagos, animados com<br />

jogos de água, o que acontece também no patamar intermédio<br />

da Escadaria dos Reis. Por entre os canteiros<br />

de buxo, há estátuas de granito que representam os<br />

Novíssimos do Homem, as Quatro Virtudes Cardeais, as<br />

Três Virtudes Teologais, os Signos do Zodíaco, as Partes<br />

do Mundo, as Quatro Estações do Ano, o Fogo e a Caça.<br />

Os Apóstolos e os Reis de Portugal até D. José I figuram<br />

através de estátuas dispostas ao longo de um escadório.<br />

Intervencionado no âmbito do programa Polis, <strong>aqui</strong><br />

foi encontrado intacto, durante as obras de conservação<br />

e restauro, um sistema hidráulico datado de 1725.<br />

Igreja de São Miguel Arcanjo (Sé)<br />

Sede de um episcopado breve (1771- 1881), Castelo<br />

Branco aproveitou a Igreja de São Miguel Arcanjo, cuja<br />

origem parece remontar ao século XIII ou XIV, <strong>para</strong> aí<br />

instalar a Sé. Ainda no último quartel do século<br />

XVII, e por iniciativa do bispo<br />

da Guarda, D. Martim<br />

Afonso<br />

Castelo (Miradouro)<br />

Castelo Branco pouco guarda da estrutura militar que<br />

lhe deu o nome. Da antiga fortificação restam a Porta do<br />

Pelame, a Torre do Relógio, a antiga torre de menagem<br />

e alguns panos de muralha embebidos no casario. De<br />

origem romana e depois ocupado pelos árabes, o castelo<br />

terá sido reconstruído nos reinados de D. Dinis e de<br />

D. Afonso IV. Perdida a função militar, foi demolido, em<br />

1835. Hoje, nesse local, abre-se um miradouro com bela<br />

vista sobre a cidade e os arredores.<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA CASTELO BRANCO<br />

de Melo, a igreja foi reedificada. Instalada numa zona<br />

pobre e com duas outras dioceses importantes na vizinhança,<br />

Castelo Branco nunca viu a sua catedral engrandecida<br />

como as outras. Por esse motivo o templo<br />

conservou um estilo austero e pouco ornamentado. Tem<br />

nave única que é se<strong>para</strong>da da capela-mor por um bonito<br />

arco triunfal renascentista onde se pode ver o brasão<br />

de armas do bispo D. Martim Afonso de Melo. No final<br />

do século XVIII, e por iniciativa do 2º bispo de Castelo<br />

Branco, Frei Vicente Ferrer da Costa, foram acrescentados<br />

ao edifício dois corpos laterais: a Sacristia Grande e<br />

a Capela do Santíssimo Sacramento. A influência barroca<br />

é notória nestes corpos que apresentam<br />

alguma decoração «rocaille» nas<br />

molduras das portas<br />

e janelas.<br />

21


22<br />

CASTELO BRANCO LINHA DA BEIRA BAIXA<br />

Paço Episcopal e Museu Proença Júnior<br />

O paço foi mandado fazer por D. Nuno de Noronha, bispo<br />

da Guarda, entre 1596 e 1598. Mais tarde, no início do<br />

século XVII, o paço sofreu algumas transformações ordenadas<br />

pelo então bispo da Guarda D. João de Mendonça.<br />

Com a ascensão de Castelo Branco a bispado, em 1771,<br />

o edifício foi adaptado a palácio episcopal com grandes<br />

remodelações no seu interior. Desse período é também<br />

a construção da varanda alpendrada. Com a extinção<br />

desta diocese, em 1881, o palácio passou a albergar vários<br />

serviços públicos. Entre 1911 e 1946 foi Liceu Central<br />

tendo também funcionado neste edifício a Escola Normal<br />

e a Escola Comercial. A partir de 1971 tornou-se o Museu<br />

Francisco Tavares Proença Júnior que expõe uma importante<br />

colecção de colchas antigas. Conhecidas desde<br />

meados do século XVI, as colchas de Castelo Branco eram<br />

peças fundamentais dos enxovais de qualquer noiva desta<br />

região. Bordadas com fio de seda em pano de linho,<br />

parecem ter tido na sua génese uma influência oriental.<br />

A simbologia dos seus desenhos está necessariamente<br />

ligada ao casamento, ao lar, aos filhos e ao amor. As de<br />

produção actual podem ser adquiridas no museu ou na<br />

Loja da Vila.<br />

Domus Municipalis<br />

No centro do burgo medieval, a Praça Velha, encontra-se<br />

o que resta da antiga Domus Municipalis. Provavelmente<br />

construída no princípio do século XVI, foi<br />

muito descaracterizada por obras posteriores. Conserva-se<br />

a escadaria, assente em arcos que termina num<br />

balcão com guardas de ferro apoiadas em balaústres<br />

de granito. Na fachada pode-se ver a esfera armilar, as<br />

armas de D. Manuel e uma lápide epigrafada em latim,<br />

datada de 1646, que refere a consagração de Portugal<br />

à Imaculada Conceição. Sobre a porta principal,<br />

encontra-se um campanário, cujo sino, agora retirado,<br />

anunciava o fecho das portas da cidade.<br />

o QUe SAboreAr<br />

Queijo de Castelo Branco<br />

Para os bons apreciadores de queijo, o que é produzido<br />

nas zonas de Alcains e Idanha-a-Nova,<br />

designado geralmente por queijo de Castelo<br />

Branco, é um dos melhores de Portugal. Confeccionado<br />

a partir de leite de ovelha, é muitas<br />

vezes chamado de cabreiro, vá-se lá saber porquê….<br />

De aroma e paladar intenso, é um queijo<br />

curado com uma crosta semi-dura e uma coloração<br />

amarelada.


onde comer<br />

Praça Velha €€<br />

Situação no centro histórico albicastrense num edifício<br />

que já foi celeiro, desde 1990. O granito figura nas paredes<br />

e as traves ainda se vêem nos tectos. O que é tradicional<br />

da Beira Baixa marca presença naquela que é, uma<br />

das melhores representações restaurativas de Castelo<br />

Branco com referência «Bib Gourmand» no Guia Michelin.<br />

Comece por umas castanhas salteadas com ervas ou<br />

um queijo regional. Depois prossiga <strong>para</strong> umas migas<br />

de cação com ervas da Beira Baixa, terrina de<br />

lebre ou espetada do cachaço de<br />

porco ibérico. Boa caça<br />

na altura<br />

onde dormir<br />

Hotel Colina do Castelo ***<br />

Situado numa colina sobranceira a Castelo Branco, tem<br />

panorama excepcional sobre a cidade. Dispõe de restaurante,<br />

health club com piscina climatizada e ténis.<br />

Quartos 103<br />

M Rua da Piscina<br />

T 272 349 280<br />

www.trypcolinadocastelo.solmelia.com<br />

Hotel Rainha D. Amélia ***<br />

Situado no centro da cidade, perto da zona histórica<br />

e junto da mais importante zona comercial, o hotel<br />

dispõe de quartos totalmente insonorizados. O restau-<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA CASTELO BRANCO<br />

dela e durante todo o ano vinhos a preços nada exagerados.<br />

No fim, incline-se <strong>para</strong> uma tigelada, umas farófias<br />

ou uns papos de anjo. Tem menus de degustação e de<br />

prova de vinhos. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />

M Praça Luís de Camões, 17<br />

T 272328640<br />

www.pracavelha.<br />

com<br />

rante “Varanda Real” proporciona ao visitante os mais<br />

diversos pratos regionais e internacionais.<br />

Quartos 64<br />

M Rua de Santiago, 15<br />

T 272 348 800<br />

www.bestwestern.com/pt/hotelrainhadamelia<br />

Pousada de Juventude de Castelo Branco<br />

Remodelada em 2008 e situada numa zona central da<br />

cidade, é uma unidade moderna e confortável, decorada<br />

num estilo arrojado e colorido.<br />

M Rua Doutor Francisco José Palmeiro, Ed. IPJ<br />

T 272 321 363<br />

www.pousadasjuventude.pt


24<br />

FuNDãO<br />

A Terra da cereja<br />

Situado no sopé da serra da Gardunha, o<br />

Fundão é um importante centro agrícola<br />

da Cova da Beira. Nas produções da região<br />

destaca-se o cultivo da cereja, que tem direito<br />

a uma grande festa em Junho, na povoação<br />

de Alcongosta.<br />

Com um território muito fértil e rico em minerais<br />

(volfrâmio, estanho, chumbo e prata), o município<br />

viveu também de florescentes unidades fabris, nomeadamente<br />

do sector têxtil. Desse passado industrial,<br />

requalificou-se a antiga moagem de cereais que<br />

é hoje um moderno e dinâmico espaço museológico<br />

com várias valências culturais: a Cidade do Engenho e<br />

das Artes. Rico em monumentos, o concelho integra<br />

as aldeias históricas de Castelo Novo e de Alpedrinha,<br />

bem preservadas. A primeira apresenta um harmonioso<br />

traçado urbano e locais de passagem obrigatória<br />

como a Casa da Câmara ou o castelo. Já na segunda<br />

sobressaem as muitas fontes e chafarizes, graças à<br />

abundância de água na região.<br />

Do lado do Fundão, a serra da Gardunha (que corre<br />

<strong>para</strong>lela à serra da Estrela), ostenta um manto<br />

de vegetação de grande beleza,<br />

conhecido como Mata do<br />

Fundão, onde se<br />

situa<br />

Festa da Cereja<br />

Estação do Fundão<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

1 km<br />

A pé (600m)<br />

Táxis: T. 275 752 707, 967 017 499<br />

o Parque<br />

Florestal<br />

da Gardunha. Atinge o seu<br />

ponto culminante (1227 m) a norte de<br />

Castelo Novo. A partir deste ponto de observação,<br />

a vista que se abarca é extensa e grandiosa, contemplando-se<br />

<strong>para</strong> sul a vasta planície de Castelo<br />

Branco e <strong>para</strong> norte as alturas da serra da<br />

Estrela, o profundo vale do Zêzere<br />

e a fértil depressão da<br />

Cova da Beira.


o QUe Ver<br />

A Moagem - Cidade do Engenho e das Artes<br />

Do edifício da antiga moagem nasceu um Centro de<br />

Interpretação que retrata a arqueologia industrial no<br />

interior do país, com destaque <strong>para</strong> o antigo processo<br />

de transformação do cereal em farinha. Além da área<br />

museológica, este espaço moderno que se desenvolve<br />

por três pisos apresenta também um auditório, uma<br />

sala de exposições e um estúdio, bem como um Laboratório<br />

de Tecnologias Criativas e uma Blackbox, sala<br />

dedicada à apresentação e experimentalismo de novas<br />

produções culturais. Nota ainda <strong>para</strong> o restaurante e<br />

<strong>para</strong> o bar panorâmico.<br />

Edifício dos Paços do Concelho<br />

Edifício em estilo neoclássico, mandado construir no<br />

século XVIII pelo Marquês de Pombal, serviu, à época,<br />

<strong>para</strong> albergar uma fábrica de têxteis. Posteriormente, o<br />

edifício foi ampliado e remodelado <strong>para</strong> receber as várias<br />

instâncias administrativas. Destaque <strong>para</strong> o portal<br />

com frontão triangular interrompido,<br />

encimado por um relógio e um<br />

alpendre com arcos de<br />

volta inteira.<br />

Igreja Matriz do Fundão<br />

Construída no século XVIII sobre um antigo templo romano,<br />

esta igreja é de influência maneirista e barroca.<br />

Possui duas torres sineiras adossadas à fachada principal<br />

e no seu interior merece destaque o altar-mor em<br />

talha dourada e a pia baptismal.<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA FuNDãO<br />

Museu Arqueológico Municipal José Monteiro<br />

Situado no antigo Solar Taborda Falcão de Elvas, no coração<br />

da cidade do Fundão, este museu é um espaço<br />

polivalente dedicado à arqueologia ibérica. Entre os<br />

núcleos de epigrafia, de pré-história e outro dedicado à<br />

cultura castreja (idade do Bronze e Ferro), reúne peças<br />

únicas de valor científico, didáctico e histórico. Organiza<br />

também exposições temporárias e tem uma sala - a<br />

Universia – sobre o mundo da internet.<br />

Centro Cívico<br />

A zona central do Fundão foi requalificada em 2006,<br />

integrando uma nova praça municipal, a biblioteca municipal<br />

Eugénio Andrade, um pavilhão multiusos, áreas<br />

de lazer com espaços verdes e fontes luminosas, e<br />

ainda um complexo escultórico, da autoria<br />

de Gabriel Seixas, que homenageia<br />

as gentes<br />

da terra.<br />

25


26<br />

FuNDãO LINHA DA BEIRA BAIXA<br />

o QUe SAboreAr<br />

Cereja da Cova da Beira<br />

Produzida nos concelhos do Fundão, Covilhã e Belmonte,<br />

a Cereja da Cova da Beira é um produto certificado<br />

com Indicação Geográfica Protegida. São cerejas provenientes<br />

de diversas variedades de cerejeira tradicionalmente<br />

cultivadas na zona designada por Cova da Beira.<br />

Obtidas a partir das cerejeiras das variedades regionais<br />

«De Saco», «Napoleão Pé Comprido», «Morangão» e<br />

«Espanhola», as suas características diferem consoante<br />

a variedade. Destacam-se, no entanto, a «Morangão»,<br />

de forma arredondada, polpa branca e cor vermelha<br />

viva, com pequenas pontuações escuras e brilho muito<br />

intenso, e a «De Saco», de cor vermelha escura avinhada,<br />

com esta designação singular atribuída devido à<br />

sua notável resistência ao transporte.<br />

Azeites da Beira Interior DOP<br />

Já no século XVII os azeites da Beira Interior se exportavam<br />

<strong>para</strong> os países do norte da Europa, trazendo<br />

desenvolvimento à economia da região e contribuindo<br />

<strong>para</strong> mudanças na paisagem rural e no nível de vida<br />

das populações. Caracterizados por um aroma sui generis,<br />

um sabor frutado e uma baixa acidez, são azeites<br />

de cor amarela clara ou levemente esverdeada obtidos,<br />

principalmente, a partir da azeitona da variedade Galega,<br />

mas também da Bical e Cordovil.<br />

o QUe FAZer<br />

Palácio do Picadeiro<br />

Edifico emblemático do concelho, foi recentemente reabilitado.<br />

Imponente solar, em estilo barroco, datado do<br />

século XVIII, serviu inicialmente de residência e posteriormente<br />

diversas outras funções. Foi inaugurado como<br />

espaço cultural em 2009, sob o lema “Conhecer é uma<br />

viagem”. Em três pisos, há exposições, conteúdos e valências<br />

que orientam uma viagem pela vila histórica, a<br />

serra da Gardunha, rota da transumância e a pastorícia.<br />

M Largo D. João V, Alpedrinha<br />

T 275 561 121<br />

www.palaciodopicadeiro.com<br />

ProgrAmA<br />

Festa da Cereja<br />

A <strong>CP</strong> associa-se às maiores festas e eventos nacionais.<br />

Acompanhe no nosso site o calendário de iniciativas<br />

culturais e lúdicas, escolhendo o comboio<br />

como meio de deslocação. Informações<br />

em 808 208<br />

208 ou cp.pt<br />

Palácio do Picadeiro


onde comer<br />

O Alambique de Ouro €€<br />

Situado numa unidade hoteleira, é uma das referências<br />

gastronómicas da região. Sala acolhedora com decoração<br />

de pendor regional e uma ementa recheada de<br />

especialidades a condizer. Não fumadores.<br />

M EN 18, Quinta da Meia Légua, Sítio da Gramessa<br />

Pêro Viseu<br />

T 275 774 169<br />

www.hotelalambique.com<br />

Hermínia €<br />

Pertencente ao Hotel Samasa, fica situado no centro da<br />

cidade, mesmo na avenida principal, perto da Câmara<br />

Municipal. Serve especialidades da cozinha tradicional<br />

beirã, com incidência na gastronomia da Beira Baixa.<br />

A morcela ou a farinheira da Beira recomenda-se como<br />

entrada, assim como a sopa beirã. Em seguida, poderá<br />

optar pelo bacalhau à Hermínia, truta do paul recheada<br />

com presunto, naco à serrana, tornedó à casa, cabritinho<br />

do Fundão na brasa. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Avenida da Liberdade, 123/5<br />

T 275 752 537<br />

www.hotelsamasafundao.com/herminia<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA FuNDãO<br />

onde dormir<br />

Hotel Samasa ***<br />

Totalmente remodelado em 2000, está situado<br />

no centro da cidade e disponibiliza quartos confortáveis<br />

e bem equipados.<br />

Quartos 50<br />

M Rua Vasco da Gama<br />

T 275 779 930<br />

www.hotelsamasafundao.com<br />

Fundão Palace Hotel ***<br />

Hotel moderno, inaugurado em 2005, situado em<br />

plena Cova da Beira. Com quartos confortáveis,<br />

restaurante regional, bar panorâmico e piscinas<br />

exteriores.<br />

Quartos 44<br />

M EN 18, Quinta Nova<br />

T 275 779 340<br />

www.fundaopalacehotel.com<br />

27


28<br />

COvILHã<br />

Vizinha da Serra<br />

Para a maior parte dos turistas, a cidade da Covilhã<br />

é a porta de entrada da serra da Estrela. Por ela<br />

passamos na alegre expectativa da montanha e da<br />

neve. No regresso, já cansados, dizemos-lhe adeus,<br />

com o olhar. E muitas vezes sem <strong>para</strong>r, ignoramos<br />

que ali está uma cidade acolhedora, animada e<br />

com muito que ver. A sua situação geográfica, na<br />

vertente leste da serra, ditou-lhe, durante séculos,<br />

algum desenvolvimento económico. Não foi por<br />

acaso que o marquês de Pombal <strong>aqui</strong> instalou as<br />

primeiras fábricas de lanifícios do país já que, <strong>para</strong><br />

além da lã, a Covilhã também beneficiava da existência<br />

de linhas de água que desciam da montanha<br />

e asseguravam a força motriz necessária à indústria<br />

dos lanifícios. Até meados do século XX, os lanifícios<br />

foram a principal produção local. Da memória<br />

desse tempo ficaram páginas fortes da literatura<br />

portuguesa num dos mais conhecidos romances de<br />

Ferreira de Castro, «A Lã e a Neve», e importantes<br />

testemunhos de arqueologia industrial.<br />

Hoje a Covilhã é uma cidade virada <strong>para</strong> o ensino.<br />

Importante pólo universitário, a cidade<br />

animou-se e entrou num período de<br />

forte expansão. Não tendo<br />

um património monumental<br />

Vista geral da Covilhã<br />

Estação de Covilhã<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

2 km<br />

A pé (1 km)<br />

Autocarros: Covibus - linha 1, carreiras de<br />

30 em 30 minutos com partida da estação;<br />

T 275 098 097 www.covibus.com<br />

Táxis: T. 275 323 653, 275 951 274<br />

muito<br />

rico, oferece<br />

óptimos espaços verdes,<br />

uma gastronomia invejável e todo<br />

o conforto de uma cidade moderna,<br />

que tem a sorte de ter a serra<br />

da Estrela mesmo<br />

ao lado.


o QUe Ver<br />

Museu de Lanifícios<br />

Gerido pela Universidade da Beira Interior, este museu<br />

está dividido pelos núcleos da Real Fábrica de Panos, da<br />

Real Fábrica Veiga e das Râmolas de Sol. É considerado<br />

um dos melhores museus da Europa nesta área. O primeiro<br />

preserva a memória da manufactura do Estado,<br />

<strong>aqui</strong> mandada instalar pelo marquês de Pombal em<br />

1764. As estruturas e os objectos conservados evocam<br />

os primórdios da industrialização que recorria, ainda, à<br />

água das ribeiras da serra como força motriz principal. O<br />

segundo núcleo, correspondente a uma fase tecnológica<br />

mais avançada e que estava ligada à m<strong>aqui</strong>naria a vapor.<br />

Caldeiras de vapor da antiga Fábrica Veiga, as antigas<br />

instalações tintureiras, com as suas fornalhas e os poços<br />

cilíndricos <strong>para</strong> tingir as lãs, são algumas das coisas que<br />

se podem ver neste museu.<br />

Salão dos Continentes (Casa das Morgadas)<br />

A Casa das Morgadas é um interessante exemplar de solar<br />

do século XVII. No seu interior sobressai o Salão dos Continentes,<br />

com um tecto em caixotões de madeira, com<br />

pinturas a óleo datadas de 1690, alusivas a alegorias sobre<br />

os Continentes conhecidos à data. Sabe-se que a obra<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA COvILHã<br />

foi executada por um mestre de uma oficina da Covilhã,<br />

Manuel Pereira. O Salão dos Continentes foi alvo de um<br />

cuidado trabalho de recuperação, concluído em 2002.<br />

Jardim Público<br />

Construído no início do século XX na cerca do antigo Convento<br />

de São Francisco, o Jardim Público foi sendo transformado<br />

ao longo dos tempos. Cenário de festas e espectáculos<br />

(o que ainda hoje se verifica), <strong>aqui</strong> tinham lugar<br />

os festejos que acompanhavam a Feira de São Tiago e aos<br />

domingos uma banda tocava no coreto. Uma profunda<br />

renovação, levada a cabo em 2001, segundo projecto do<br />

arquitecto paisagista Luís Cabral, alargou a área verde,<br />

criando novas alamedas e substituindo os espaços asfaltados<br />

por passadiços em madeira. Foi construída nova<br />

ponte sobre o lago e instalado um novo parque infantil.<br />

Jardim do Lago<br />

Jardim do Lago<br />

Inaugurado em Janeiro de 2005, é a maior área verde<br />

da cidade com cerca de três hectares de área ajardinada<br />

e quatro mil metros quadrados de espelho de água.<br />

Construído no âmbito do Programa Polis, foi desenhado<br />

pelo arquitecto paisagista Luís Cabral. Integra várias<br />

infra-estruturas, como um restaurante, dois bares com<br />

quiosques, diversos percursos pedonais, parque de passeio<br />

<strong>para</strong> barcos de recreio de pequeno porte, diversos<br />

pontões sobre o espelho de água, parque de desportos<br />

radicais e parque infantil. À volta fez-se, também, a<br />

requalificação dos terrenos, com estacionamento e<br />

uma zona <strong>para</strong> a realização da tradicional Feira de São<br />

Tiago. Em 2008 o espaço foi complementado com uma<br />

piscina-praia, da autoria do arquitecto Marçal Grilo,<br />

construída em área contígua, entre o Jardim do Lago e<br />

a linha de caminho-de-ferro.<br />

29


30<br />

COvILHã LINHA DA BEIRA BAIXA<br />

NAS PROXIMIDADES<br />

(acesso por automóvel, Penhas da Saúde a 10 km)<br />

Parque Natural da Serra da Estrela<br />

Com os seus 101.000 hectares, o Parque Natural da<br />

Serra da Estrela é a maior área protegida portuguesa.<br />

É um importante ponto de atracção turística, graças<br />

não só à grandiosidade da paisagem e à existência<br />

de neve durante o Inverno, mas também por albergar<br />

o ponto mais alto do território continental português<br />

(1993 m), situado na Torre. Corresponde a um polígono<br />

com o eixo maior orientado de nordeste <strong>para</strong> sudoeste<br />

e cujos vértices são a Guarda, Celorico da Beira, Oliveira<br />

do Hospital e Covilhã. O maciço central é o coração<br />

do parque natural, aí situando-se a Torre, os Cântaros<br />

(enormes penedos situados imediatamente a norte) e<br />

as Penhas da Saúde. O vale glaciar do Zêzere, com o<br />

seu característico recorte em U, une as Penhas da Saúde<br />

e Manteigas, enquanto no topo norte do parque,<br />

estende-se o planalto de Videmonte, cavado pelo leito<br />

do Alto Mondego. Nos vales a sudoeste situam-se pitorescas<br />

aldeias serranas como Loriga e Alvoco da Serra.<br />

Já a encosta noroeste estende-se de Seia à aldeia histórica<br />

de Linhares da Beira, com o seu castelo medieval<br />

bem conservado. A meio caminho entre Seia e a Torre<br />

fica o Sabugueiro, a mais alta aldeia habitada de Portugal,<br />

hoje bastante turística. No que diz respeito à flora,<br />

podemos destacar a giesta, a urze, o carvalho negro e o<br />

zimbro, mas a serra serve também de refúgio a inúmeras<br />

espécies animais, como a águia-de-asa-redonda, a<br />

raposa, a codorniz, a toupeira-da-água e a lontra. Os<br />

lobos parecem ter desaparecido por completo, mas não<br />

os famosos cães da serra da Estrela que protegiam os<br />

rebanhos de ovinos e caprinos.<br />

onde comer<br />

Cozinha da Avó €€<br />

Quatro salas de uma antiga casa recuperada, onde domina<br />

a madeira e a pedra, servem cozinha tradicional<br />

mas em simultâneo com a de autor em que o menu<br />

temático é modificado todos os dias da semana. Assim<br />

como há um dia do bacalhau, também poderá haver o<br />

da cabidela ou o do cabrito, sendo que não existe só<br />

uma escolha. Distintos pratos preenchem estas categorias.<br />

Convém ainda que saiba dos bufetts de entradas<br />

frias, quentes e de fruta, doces e queijos da região.<br />

Zona de fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar e segunda-feira<br />

M Quinta do Covelo, Clube de Campo da Covilhã<br />

T 275331174<br />

www.imb-hotels.com/gastronomia/casadecampo.asp<br />

Solneve €€<br />

Integrado no Hotel Solneve, situado no centro da cidade,<br />

este restaurante oferece uma cozinha regional de<br />

boa confecção e uma garrafeira bem seleccionada. De<br />

entrada poderá optar pela morcela, chouriça ou salada<br />

de orelheira. Nas especialidades refira-se o cabrito<br />

assado à serrana, ou em ensopado com migas de broa<br />

de milho, a carne de porco com enchidos ou vitela no<br />

forno. Para sobremesa recomenda-se o Queijo da Serra<br />

com requeijão e a fechar a aguardente de Zimbro, uma<br />

bebida típica da região. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua Visconde da Coriscada, 126<br />

T 275 323 001<br />

www.solneve.pt<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


o QUe SAboreAr<br />

Queijo da Serra<br />

Aninhada numa das encostas da serra da Estrela, a<br />

Covilhã é uma das cidades onde se pode encontrar um<br />

verdadeiro manancial de petiscos serranos. Aqui os<br />

queijos e enchidos de qualidade são coisa que nunca<br />

falta. Apreciado em todo o mundo, o Queijo da Serra<br />

continua a ser feito de modo artesanal, utilizando na<br />

sua produção apenas leite de ovelha, mugido nos meses<br />

frios, entre Novembro e Março. A produção deste<br />

queijo, que tem região demarcada e selo de qualidade,<br />

obedece a normas rígidas.<br />

onde dormir<br />

Hotel Turismo da Covilhã ***<br />

Unidade de boas dimensões localizada junto a uma das<br />

principais entradas da cidade, dispõe de amplas áreas<br />

comuns, bem como quartos confortáveis e bem equipados.<br />

O restaurante Piornos, a servir cozinha<br />

regional e internacional, com buffet<br />

diário, merece, por si só, uma<br />

visita, com a vantagem<br />

de es-<br />

Vale Glaciar do Zêzere<br />

LINHA DA BEIRA BAIXA COvILHã<br />

tar aberto todos os dias. Tem ainda o bar Galeria com<br />

sala de jogos e exposições permanentes de pintura,<br />

um moderno health club, Natura Clube, piscina coberta<br />

aquecida e piscina exterior rodeada de bonitos jardins.<br />

Quartos 104<br />

M Acesso à Variante, Quinta da Olivosa<br />

T 275 330 400<br />

www.imb-hotels.com<br />

Hotel Tryp D. Maria ***<br />

Situado à entrada de Covilhã, tem vistas panorâmicas<br />

e constitui uma boa alternativa de alojamento <strong>para</strong><br />

quem visita a serra. Tem bar, restaurante, piscina (coberta<br />

no Inverno) e um centro de beleza.<br />

Quartos 87<br />

M Alameda Pêro da Covilhã, Covilhã<br />

T 275 310 000<br />

www.solmelia.com<br />

Hotel Turismo da Covilhã<br />

Covilhã Parque Hotel **<br />

Situado junto ao jardim central da Covilhã, é um hotel<br />

moderno, confortável e bem equipado, tendo sido recentemente<br />

renovado. A sua localização central facilita<br />

o acesso a pé aos locais de animação, restaurantes e<br />

zona comercial da cidade.<br />

Quartos 141<br />

M Avenida Frei Heitor Pinto, Bloco A<br />

T 275 329 320<br />

www.imb-hotels.com<br />

31


A bordo do comboio regionAl<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

1 linha do minho<br />

2 linha do douro<br />

3 linha do Vouga<br />

4 linha do norte e ramal de Tomar<br />

5 linha da beira Alta<br />

6 linha da beira baixa<br />

7 linha do oeste<br />

8 linha do leste e ramal de cáceres<br />

9 linha do Algarve


Foto: Castelo e vila medieval de Óbidos a BoRdo do CoMBoio ReGionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

Linha do oeste<br />

torres Vedras<br />

Bombarral<br />

Óbidos<br />

Caldas da Rainha<br />

são Martinho do Porto<br />

Valado-nazaré<br />

Marinha Grande<br />

Leiria<br />

Monte Real<br />

Figueira da Foz


“a travessia<br />

do secular<br />

pinhal de<br />

Leiria”<br />

LINHA DO OESTE<br />

Mira-Sintra Meleças<br />

Mafra<br />

Malveira<br />

Torres Vedras<br />

Bombarral<br />

Dagorda-Peniche<br />

Óbidos<br />

Caldas da Rainha<br />

São Martinho do Porto<br />

Valado – Nazaré<br />

Pataias<br />

Marinha Grande<br />

Leiria<br />

Monte Real<br />

Figueira da Foz


LINHA DO OESTE<br />

Rumo à praia, por entre belas vilas e cidades<br />

Incursão no Oeste<br />

Um passeio desde a área metropolitana de Lisboa até à Figueira da Foz, por entre colinas,<br />

pinhais e arrozais, não esquecendo a vila medieval amuralhada de Óbidos e as<br />

Caldas da Rainha.<br />

Quando foi construída, em 1888, a<br />

linha do Oeste ligava a cidade de<br />

Lisboa à Figueira da Foz mas o troço<br />

inicial deste trajecto pertence actualmente à linha<br />

de Sintra. Assim, a saída é feita na estação de Meleças/<br />

Mira-Sintra, perto do Cacém, a partir da qual são percorridos<br />

cerca de 200 quilómetros e atravessadas duas<br />

regiões distintas da zona centro do país.<br />

O início do percurso é sinuoso, com a serra de Montejunto<br />

a dominar a paisagem. Ultrapassada a cidade<br />

de Torres Vedras e o seu castelo ancestral, viajamos<br />

pelos terrenos agrícolas e vinhateiros da região Oeste.<br />

Não tardamos a fazer a aproximação à vila medieval<br />

de Óbidos, naquele que é um dos pontos mais bonitos<br />

do passeio.<br />

Mas <strong>para</strong> além do cenário contemplado, também cativa<br />

a estrutura da linha nesta primeira metade do trajecto,<br />

pelo desenho e ambiente das estações, caracteristicamente<br />

oitocentistas. Sucedem-se os alpendres de ferro<br />

protegendo os cais, os característicos edifícios das estações<br />

com rés-do-chão e primeiro piso, revestidos com<br />

azulejos figurativos.<br />

Do pinhal ao Mondego<br />

As Caldas da Rainha são o próximo<br />

ponto de <strong>para</strong>gem<br />

e é nesta cidade<br />

de<br />

Panorâmica sobre a estação de Óbidos<br />

grandes tradições ceramistas que<br />

damos início à segunda metade do<br />

passeio. A partir d<strong>aqui</strong> os horizontes<br />

vão alargar-se e o trajecto vai<br />

tornar-se mais plano, sobretudo<br />

com o início da travessia do secular pinhal de Leiria.<br />

Depois, a chegada à estação de Leiria é anunciada pelo<br />

elegante castelo da cidade. Quando a deixamos, fica<br />

também <strong>para</strong> trás o pinhal de Leiria e é a partir deste<br />

momento que começamos a entrar nos campos ribeirinhos<br />

do Mondego, onde os terrenos alagadiços são<br />

transformados em extensos arrozais.<br />

E com o final da viagem não muito distante, segue-se<br />

a passagem pelo longo viaduto metálico sobre o Mondego.<br />

O rio irá agora acompanhar-nos até à Figueira da<br />

Foz, onde desagua entre os extensos areais das populares<br />

praias desta cidade.<br />

Completa-se assim a travessia pela região Oeste, numa<br />

linha histórica que surpreende a cada quilómetro<br />

percorrido, tanto pela beleza das<br />

vilas e cidades que visita como<br />

pelas paisagens que<br />

atravessa.<br />

Miradouro da Bandeira, Figueira da Foz<br />

3


4<br />

TORRES VEDRAS<br />

história, termas<br />

e praias<br />

D. Afonso Henriques terá conquistado<br />

Torres Vedras em 1148 e doado o<br />

seu senhorio a D. Fuas Roupinho,<br />

no ano seguinte. O primeiro foral<br />

é concedido em 1250 por D. Afonso<br />

III, como reconhecimento do crescimento<br />

económico do burgo. Com o desenvolvimento<br />

de vários ofícios, num contexto em que o fabrico de<br />

panos ganhou notoriedade, existe referência a confrarias<br />

de alfaiates e de sapateiros desde meados do<br />

século XIV. As antigas muralhas desapareceram quase<br />

por completo, restando apenas vestígios na zona<br />

leste do castelo.<br />

Foi em Torres Vedras que D. João I reuniu com o seu<br />

conselho, <strong>para</strong> decidir sobre a conquista de Ceuta. Em<br />

1810 o avanço das tropas de Napoleão em direcção<br />

a Lisboa, durante o ciclo das Invasões Francesas, foi<br />

travado pela dupla rede de fortificações que passou à<br />

posteridade como Linhas de Torres. A cidade situa-se<br />

no meio de uma planície de aluvião, na margem esquerda<br />

do rio Lizandro, protegida por uma colina<br />

coroada com um castelo. A dezena e<br />

meia de quilómetros do<br />

litoral,<br />

Termas do Vimeiro<br />

Estação de Torres Vedras<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

0.4 km<br />

TUT - Transportes Urbanos de Torres,<br />

autocarros de 30 em 30 m<br />

Táxis: T. 261 315 094<br />

gozando de<br />

uma paisagem de<br />

grande beleza em seu redor (com as<br />

praias de Santa Cruz ou da Assenta, bem como o<br />

aprazível complexo das Termas do Vimeiro), tornou-<br />

-se um local de visita obrigatória. Merece ainda referência<br />

pela organização do seu já famoso e popular<br />

Carnaval que atrai à cidade muitos visitantes<br />

em busca de di<strong>versão</strong>.


o QUe VeR<br />

Linha de Torres<br />

A designação Linhas de Torres Vedras, ou simplesmente,<br />

Linhas de Torres refere-se à dupla linha fortificada, que se<br />

estendia do Atlântico ao Tejo, constituída por 152 redutos<br />

(sendo um dos mais importantes o Forte de São Vicente<br />

em Torres Vedras), armados por 600 peças de artilharia.<br />

Em Novembro de 1810 este dispositivo travará o avanço<br />

de Massena, comandante da III Invasão francesa. A primeira<br />

linha nascia no Alto do Boneco, perto de Vila Franca<br />

de Xira, e vinha terminar na Praia Azul, a sul de Santa Cruz,<br />

passando no Castelo e Forte de S. Vicente, em Torres Vedras,<br />

um dos seus pontos mais fortificados, no qual ainda<br />

hoje podem observar-se diversos elementos restaurados,<br />

como parcelas de fossos, trincheiras, abatises, paióis e<br />

fortificações. A segunda linha ligava o Alto da Quintela<br />

(em Alverca) à foz de São Lourenço (em<br />

Ribamar), passando pelos cabeços<br />

de Montachique, Gradil e<br />

Murgueira.<br />

Linhas de Torres, recriação histórica<br />

Castelo Medieval<br />

Reconstruído por D. Afonso Henriques<br />

após a conquista aos mouros, o castelo<br />

medieval de Torres Vedras foi ampliado no final do século<br />

XIII por D. Dinis. Foi também alvo de intervenções<br />

nos reinados de D. Fernando (1373) e de D. Manuel I<br />

(1516) e de obras de reconstrução em 1886 e na década<br />

de 1980. Sobre o portão de acesso ao recinto muralhado,<br />

encontram-se pedras de armas manuelinas,<br />

ladeadas por esferas armilares com a Cruz de Cristo.<br />

Fez parte, em 1810, do famoso complexo fortificado<br />

das Linhas de Torres.<br />

LINHA DO OESTE TORRES VEDRAS<br />

Forte de São Vicente<br />

A fortaleza tem raiz medieval mas foi reconstruída em<br />

1809 no contexto das invasões francesas, tornando-se,<br />

junto com o Forte do Sobral, a mais importante das Linhas<br />

de Torres. Ergue-se no cimo do monte, dominando a vila<br />

de Torres Vedras. É constituída por três baluartes assimétricos,<br />

em cujos muros se abrem as canhoneiras, se<strong>para</strong>dos<br />

por fossos profundos, que se distribuem formando um<br />

Y. No seu ponto mais alto, a nascente, estão as ruínas da<br />

capela primitiva de São Vicente.<br />

Aqueduto<br />

À saída <strong>para</strong> Runa, remonta a 1561.<br />

Prolonga-se umas vezes pelo<br />

subsolo, outras sobre<br />

arcos, do-


6<br />

TORRES VEDRAS LINHA DO OESTE<br />

brados ou singelos, distribuídos por mais de dois quilómetros.<br />

Sofreu várias obras de reconstrução e restauro, nomeadamente<br />

no século XVIII e, mais recentemente, em 1990.<br />

Igreja de Santa Maria<br />

Considerada monumento nacional, tem uma só nave<br />

com diversos espaços e profundo presbitério. De fundação<br />

muito antiga, na fachada são visíveis restos do<br />

portal românico, assim como a porta lateral, também<br />

decorada com motivos românicos.<br />

Igreja de Santa Maria<br />

Igreja de São Pedro<br />

Classificada monumento nacional, reconstruída no<br />

século XVI, tem a fachada com um portal tipo manuelino<br />

com decoração de influência renascentista. O<br />

interior é de três naves de quatro tramos, cujos arcos<br />

redondos assentam em colunas, com capitéis toscanos.<br />

A capela-mor é se<strong>para</strong>da da nave por uma teia<br />

seiscentista de pau.<br />

Igreja de São Pedro<br />

Igreja e Convento de Nossa Senhora da Graça<br />

Fundado no século XVI por Eremitas Calçados de Santo<br />

Agostinho, o convento alberga, actualmente, o Museu<br />

Municipal Leonel Trindade. A igreja mantém o seu antigo<br />

esplendor e é notável pela talha e imagens barrocas,<br />

particularmente da primeira metade do século XVII.<br />

o QUe FaZeR<br />

Feira Rural<br />

Todos os sábados, de Abril a Outubro, realiza-se<br />

a animada Feira Rural de Torres Vedras, nas ruas<br />

pedonais do centro histórico da cidade. Cheiros,<br />

cores e sabores misturam-se numa algazarra de<br />

bancas coloridas que vendem os produtos locais e<br />

típicos da região, das frutas e hortícolas, vinho, pão<br />

e doçaria, ao artesanato e velharias. A feira decorre<br />

durante todo o dia e existe até uma zona <strong>para</strong> as<br />

crianças com actividades lúdico-pedagógicas. Paralelamente,<br />

há animação de rua e um comboio<br />

turístico gratuito que leva os visitantes<br />

até à feira.<br />

onde CoMeR<br />

BOC Restaurante €€<br />

O BOC, situado no Hotel Império, no centro histórico de<br />

Torres Vedras, é restaurante, bar e enoteca. Um espaço<br />

sofisticado e cosmopolita, <strong>para</strong> desfrutar de uma refeição<br />

com vista <strong>para</strong> a cidade. Para os apreciadores de<br />

vinho sugere-se uma visita à enoteca. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Praça 25 de Abril, 17<br />

T 261 314 232<br />

www.hotel-imperio.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


Moinho do Paul €<br />

Casa de cariz regional, já premiada em concursos gastronómicos,<br />

com pratos representativos da boa cozinha<br />

da região. Caldeirada de peixe, robalo recheado<br />

no forno e perdiz de caça estufada com castanhas são<br />

algumas das propostas, <strong>para</strong> além de grande variedade<br />

de peixe fresco. Dispõe de duas salas, sendo possível<br />

reservar <strong>para</strong> grupos. Não fumadores.<br />

Encerra De segunda a quinta ao jantar e domingo<br />

todo o dia.<br />

M Avenida da Lapa 13, Paúl<br />

T 261 323 696<br />

Trás d´Orelha €€<br />

Instalado numa antiga adega, abriu em 2003 e é já uma<br />

referência na região. Serve cozinha tradicional, recorrendo<br />

apenas aos melhores produtos. Para começar, há<br />

grande variedade de petiscos (pitéu de línguas de bacalhau,<br />

pimentos recheados) e a ementa segue com sugestões<br />

como posta de cherne frita com açorda de ovas,<br />

cabritinho assado no forno ou javali com batata doce.<br />

A decoração é rústica e alusiva à caça. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo e feriados<br />

M Rua da Paz, 9, Catefica<br />

T 261 326 018<br />

www.trasdorelha.com<br />

LINHA DO OESTE TORRES VEDRAS<br />

onde doRMiR<br />

Hotel Império ****<br />

Situado a 40 km a norte de Lisboa e a 15 km da<br />

praia, no centro histórico de Torres Vedras, perto do<br />

principal jardim e a cinco minutos do castelo, dispõe<br />

de quartos bem equipados, com detalhes especiais<br />

como jarras de flores frescas. Um espaço elegante<br />

com design contemporâneo e vistas panorâmicas.<br />

M Praça 25 de Abril, 17<br />

T 261 314 232<br />

www.hotel-imperio.com<br />

Pensão Residencial dos Arcos<br />

Situada junto à entrada norte da cidade, oferece<br />

quartos simples mas confortáveis e bem equipados.<br />

Tem vista sobre o castelo e o forte de São Vicente.<br />

Quartos 28<br />

M Praça José Gouveia, 1<br />

T 261 312 489<br />

www.residencialdosar<br />

cos.com<br />

7


8<br />

BOMBARRAL<br />

a Capital da Pêra Rocha<br />

Situada numa fértil planície de aluvião com pequenos<br />

outeiros em seu redor, o Bombarral é um importante<br />

e activo centro vinícola, que tem a<br />

agricultura como base da sua economia.<br />

A pêra rocha é uma das principais produções<br />

do concelho, com enorme sucesso<br />

em termos de exportação. Existe mesmo<br />

um festival nacional em honra da mesma,<br />

durante a época da colheita, em Agosto. Além deste<br />

evento, a vila organiza também o Festival do Vinho,<br />

que todos os anos (em Julho) atrai à vila muitos milhares<br />

de visitantes.<br />

Pensa-se que o nome Bombarral terá tido origem<br />

no facto de se extrair bom barro das suas terras, habitadas<br />

desde há vários milénios, como mostam as<br />

grutas paleolíticas de Columbeira e os castros de São<br />

Mamede e Carvalhal.<br />

Para além da sua riqueza histórica, materializada sobretudo<br />

nas capelas e solares espalhados pelas várias<br />

freguesias, o concelho apresenta belezas naturais<br />

como a mata municipal, a lagoa do Ruão e a gruta do<br />

Rio com corrente subterrânea. O Palácio do Gorjão,<br />

do século XVII, alberga o museu municipal,<br />

com um bom acervo<br />

arqueológico.<br />

Vista do miradouro do Picoto<br />

Estação do Bombarral<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0.6 km<br />

A pé<br />

Táxi: T. 262 605 332<br />

A estação<br />

Os painéis de azulejos<br />

da década de 1930, com<br />

imagens de trabalhos<br />

na vinha, são o cartão<br />

de visita da estação do<br />

Bombarral. Aqui existe<br />

um depósito de água do século XIX, o mais antigo<br />

da linha do Oeste.


o QUe VeR<br />

Buddha Eden – Jardim da Paz<br />

Inaugurado em 2009, é jardim de inspiração oriental,<br />

que se estende ao longo de cerca de 35 hectares. Mandado<br />

construir por Joe Berardo, é um espaço de beleza e<br />

recolhimento, que evoca a espiritualidade oriental através<br />

de vários dos seus símbolos, dos pagodes chineses<br />

às estátuas de Buda. No total, foram trazidas <strong>para</strong> este<br />

parque budista cerca de seis mil toneladas de estátuas.<br />

Museu Municipal<br />

Instalado no Palácio Gorjão, um edifício do século XVII,<br />

reúne um importante acervo arqueológico, sobretudo<br />

da época pré-histórica. Para além disso, guarda colecções<br />

de medalhística e escultura figurativa, alberga os<br />

espólios dos escultores Vasco da Conceição e Maria Barreira,<br />

e tem um núcleo dedicado ao escritor Júlio César<br />

Machado e outro a Jorge de Almeida Monteiro, artista<br />

bombarrelense.<br />

o QUe saBoReaR<br />

Pêra Rocha do Oeste - DOP<br />

Com uma cor, textura e sabor apetecíveis e ainda uma excelente<br />

capacidade de conservação, a Pêra Rocha do Oeste<br />

é uma variedade muito apreciada, identificada em 1836,<br />

no concelho de Sintra. Concentrada na região Oeste, na<br />

orla marítima desde Sintra até Leiria, este fruto apresenta<br />

uma casca amarelo-clara com uma mancha levemente rosada<br />

do lado do sol. De aroma acentuado, a polpa é branca,<br />

macia-fundente, granulosa, doce e muito suculenta.<br />

LINHA DO OESTE BOMBARRAL<br />

onde CoMeR<br />

Dom José €<br />

Situada à entrada do Bombarral, é uma casa de cozinha<br />

regional bem conhecida e afamada, em especial<br />

pelos seus panadinhos de linguado com arroz de feijão,<br />

prato já distinguido em concursos de gastronomia.<br />

Outras sugestões da ementa são as lulinhas à D.<br />

José com grelos, feijoada e lombinhos com castanhas.<br />

Tem uma sala de refeições confortável e uma pequena<br />

esplanada coberta.Não fumadores.<br />

Encerra ao Domingo<br />

M Rua Doutor Alberto Martins dos Santos, 4<br />

T 262 604 384<br />

onde doRMiR<br />

Hotel Comendador ***<br />

Inaugurado em Junho de 1998, situado no centro<br />

do Bombarral, a 10 minutos da vila de Óbidos e a<br />

15 minutos da serra de Montejunto. Com restaurante<br />

e bar.<br />

M Largo Comendador João Ferreira dos Santos<br />

T 262 601 638<br />

www.hotelcomendador.com<br />

9


10<br />

ÓBIDOS<br />

Preferida das Rainhas<br />

No cimo de um maciço rochoso surge a vila de Óbidos,<br />

com as suas casas caiadas de branco com cunhais<br />

pintados de azul ou amarelo. São bem patentes os<br />

traços medievais e a cada passo surgem pitorescos<br />

recantos de sabor antigo. Inteiramente cercada por<br />

muralhas, conserva cinco portas e dois postigos,<br />

sendo as mais antigas a Porta da Traição e a Porta da<br />

Cerca. Por todo o lado, as ruas estreitas, igrejas e janelas<br />

manuelinas são complementadas pelo colorido<br />

das flores e trepadeiras que dão vida a esta cidade,<br />

considerada Monumento Nacional desde 1951. Em<br />

1148 D. Afonso Henriques tomou Óbidos aos mouros.<br />

O Cruzeiro da Memória é um monumento da época,<br />

mais tarde restaurado. Com a doação por D. Sancho II<br />

à sua mulher D. Urraca, a vila passou a fazer parte do<br />

dote de todas as rainhas portuguesas até 1834. Por<br />

<strong>aqui</strong> passaram a maioria das rainhas de Portugal. O<br />

aqueduto da Usseira, o chafariz da praça e diversas<br />

fontes foram oferecidas por Catarina de Áustria, mulher<br />

de D. João III, no século XVI. O terramoto de 1755<br />

fez-se <strong>aqui</strong> sentir com intensidade. Havendo a necessidade<br />

de recuperar a vila <strong>para</strong> fins turísticos, foram<br />

promovidas medidas de protecção e de restauro, quer<br />

destinadas ao conjunto urbano, quer a edifícios ou estruturas<br />

de grande impacto, como as muralhas, o Paço<br />

da Alcaidaria (transformado em pousada) e de alguns<br />

templos. A preservação dos traços mais pitorescos<br />

da urbe permitiu que fosse definida<br />

como Vila-Museu.<br />

Vista sobre o casario e as muralhas<br />

Estação de Óbidos<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

8 1.5 km km<br />

A pé<br />

OBI - Transportes do concelho de Óbidos<br />

Táxis: T. 262 959 183, 262 959 233<br />

A estação<br />

Com vista <strong>para</strong> as muralhas<br />

do castelo, que se<br />

erguem no alto de um<br />

monte fronteiro, a estação<br />

de Óbidos fica ainda<br />

longe do centro do vila,<br />

desafiando os turistas a subirem até lá por uma escadaria<br />

rodeada de mata. No edifício da gare existem<br />

vários painéis de azulejos, com imagens do castelo e<br />

do casario histórico, por exemplo, e os habituais<br />

pilares de ferro azul a suster o<br />

alpendre.


o QUe VeR<br />

Porta da Vila<br />

Jóia barroca, é encimada por uma inscrição, dedicada<br />

à Imaculada Conceição, proclamada padroeira do reino<br />

após a restauração, em 1640. Ornamentada com azulejos<br />

em honra da padroeira Nossa Senhora da Piedade,<br />

é um belo exemplar das artes decorativas portuguesas<br />

daquele período.<br />

Rua Direita<br />

Conhecida por esta designação já no século XIV, liga a<br />

Porta da Vila ao Paço dos Alcaides. Nos séculos XVI e XVII,<br />

a Rua Direita sofreu importantes transformações, ficando<br />

ocultos alguns dos antigos portais góticos das casas.<br />

Igreja de Santa Maria<br />

Foi reconstruída sobre uma mesquita e templo visigótico<br />

no tempo de D. Afonso Henriques, mas ganhou<br />

a sua forma actual com a intervenção<br />

ordenada por D. Leonor, em<br />

1485. Deste monumento,<br />

Castelo Medieval<br />

No contexto da Guerra Peninsular,<br />

a fortificação de Óbidos disparou os tiros de<br />

artilharia no contexto da batalha de Roliça (Agosto de<br />

1808), primeira derrota das tropas de Napoleão em<br />

solo português. Posteriormente registou-se a adaptação<br />

da torre albarrã a Torre do Relógio (1842) e a<br />

construção de escada exterior de acesso à Torre de D.<br />

Fernando (1869). A partir de 1932, sofreu as primeiras<br />

intervenções de consolidação, reconstrução e restauro,<br />

que se estenderam pelas décadas seguintes até aos<br />

nossos dias.<br />

LINHA DO OESTE ÓBIDOS<br />

diz José Saramago: «A Igreja de Santa Maria é, toda ela,<br />

uma preciosidade. É-o imediatamente na proporção<br />

geral da frontaria, no delicado portal renascentista, na<br />

robusta e sóbria torre sineira. E torna a sê-lo lá dentro<br />

nas magníficas decorações do tecto, festa dos olhos que<br />

não se cansam de percorrer volutas, medalhões e mais<br />

elementos, onde não faltam figuras enigmáticas (…)».<br />

Museu Municipal<br />

Instalado no antigo edifício quinhentista dos Paços do<br />

Concelho, e posteriormente cadeia, possui magníficas<br />

colecções de arte sacra, pintura e escultura. De grande<br />

interesse é, também, o espólio das invasões<br />

napoleónicas. Na pintura, destaque<br />

<strong>para</strong> as obras de Josefa<br />

d’Óbidos.


12<br />

ÓBIDOS LINHA DO OESTE<br />

o QUe FaZeR<br />

Festas e RoMaRias<br />

PRoGRaMa<br />

Festival Internacional de Chocolate de Óbidos<br />

A <strong>CP</strong> associa-se às maiores festas e eventos nacionais.<br />

Acompanhe no nosso site o calendário<br />

de iniciativas culturais e lúdicas, escolhendo o<br />

comboio como meio de deslocação.<br />

Informações 808 208 2008 www.cp.pt<br />

Visitas guiadas<br />

Aconselha-se uma visita guiada pela vila, assegurada<br />

por um técnico qualificado e com a duração<br />

de 1h30, ao património histórico, que percorre<br />

os principais locais e monumentos: Porta da Vila,<br />

Igreja de São Pedro (onde jaz a pintora Josefa<br />

de Óbidos), Igreja da Misericórdia, Praça<br />

de Santa Maria, Igreja de Santa<br />

Maria, Rua Direita, Castelo,<br />

entre outros.<br />

onde CoMeR<br />

A Ilustre Casa de Ramiro €€€<br />

Casa com uma década de existência mas decorada ao<br />

estilo de outros tempos com o chão em pedra, lareira e<br />

grandes potes a marcarem a decoração. O arroz de pato<br />

é rei, mas o cabrito assado à padeiro, o bife com pimenta,<br />

as cerejas bêbedas e as trouxas de ovos são muito<br />

aconselhados. Não fumadores.<br />

Encerra Quinta-feira<br />

M Rua Porta do Vale<br />

T 262 959 194<br />

Josefa d`Óbidos €€<br />

Fora das muralhas de Óbidos, mas dentro da estalagem<br />

com o mesmo nome que é também o da pintora que viveu<br />

nos arredores desta vila, dote de rainhas. Não possui<br />

janelas mas a sala é ampla e o espaço bem aproveitado.<br />

A ementa destaca a fritada de frutos do mar <strong>para</strong><br />

entrada(camarão e mexilhão com um molho especial),<br />

a caçarola de peixe de seguida ou os nacos de carne na<br />

telha. A pêra mourisca e, claro, a ginjinha de Óbidos são<br />

bons finais. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua Dom João de Ornelas<br />

T 262 959 228<br />

www.josefadobidos.com/restaurant.html<br />

O Caldeirão €€<br />

Às portas de Óbidos, em frente ao Santuário do Senhor<br />

Jesus da Pedra, com espaço <strong>para</strong> estacionar à vontade<br />

e particularidades na decoração como o caldeirão em<br />

bronze que faz jus à denominação da casa. O cardápio<br />

varia entre o peixe (arroz ou lombinhos de tamboril) e<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


a carne (postas mirandesas, bife da pedra) mas estando<br />

Óbidos relativamente próximo de Peniche, come-se<br />

bom peixe fresco diariamente. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Urbanização da Quinta de São José<br />

Senhor da Pedra<br />

T 262 959 839<br />

o QUe saBoReaR<br />

Ginginha d’ Óbidos<br />

Ex-libris da vila, a sua origem deverá remontar ao século<br />

XVII, estando ligada a uma receita conventual, da<br />

autoria de um frade que terá experimentado produzir<br />

um licor a partir dos frutos abundantes que ali existiam.<br />

De facto, o micro-clima da região é favorável ao aparecimento<br />

de ginjas silvestres de grande qualidade. Mais<br />

tarde, o licor passou a ser produzido pelas famílias que,<br />

orgulhosamente, o davam a provar aos visitantes. De<br />

sabor intenso e perfumado e cor vermelho-escura, o<br />

licor pode ser simples ou então com frutos no interior<br />

e aromatizado com baunilha ou um pau de canela. O<br />

bar Ibn Errik Rex, na Rua Direita, é local obrigatório de<br />

<strong>para</strong>gem <strong>para</strong> provar um copinho de ginja.<br />

LINHA DO OESTE ÓBIDOS<br />

onde doRMiR<br />

Hotel Real d´Óbidos ****<br />

Hotel de charme situado num edifício classificado,<br />

datado do século XIV, que serviu de residência<br />

aos capitães-mor da vila de Óbidos. A decoração<br />

é de época e o ambiente singular. Cada pormenor<br />

foi estudado <strong>para</strong> recriar uma atmosfera medieval,<br />

com o máximo conforto e bem-estar. Depois<br />

de visitar Óbidos pode relaxar na esplanada com<br />

vista até às Caldas da Rainha ou dar umas braçadas<br />

na piscina. Ao fim do dia, adormeça num dos<br />

quartos com nome de reis e rainhas.<br />

Quartos 17<br />

M Rua Dom João de Ornelas<br />

T 262 955 090<br />

www.hotelrealdobidos.com<br />

Albergaria Josefa d`Óbidos<br />

Situada à entrada da vila, deve o nome à pintora<br />

Josefa de Ayala, nascida em 1630, que ficou conhecida<br />

como Josefa d´Óbidos. Oferece quartos<br />

confortáveis e bem equipados. Com bar, restaurante<br />

e sala de reuniões.<br />

Quartos 34<br />

MRua Dom João de Ornelas<br />

T 262 959 228<br />

www.josefadobidos.com<br />

13


14<br />

CALDAS DA RAINHA<br />

Banhos Reais<br />

A cidade também conhecida como «Termas<br />

da Rainha» nasceu e cresceu em torno do<br />

primeiro Hospital Termal, mandado edificar<br />

por D. Leonor em 1485. Desde o século XVI<br />

foram realizados estudos das águas, tendo-se<br />

concluído serem indicadas <strong>para</strong> o tratamento<br />

de várias doenças. A grande notoriedade das Caldas<br />

da Rainha deu-se no século XVIII, com D. João V, que<br />

reconstruiu e ampliou o hospital e que <strong>aqui</strong> veio com<br />

a família, até ao fim da sua vida, beneficiar das águas<br />

termais. A abundância de argila na zona levou à criação<br />

de fábricas de cerâmica, tendo a cidade sido convertida<br />

num dos principais centros de cerâmica do país, onde<br />

se destacaram as criações do famoso artista do século<br />

XIX, Rafael Bordalo Pinheiro, autor do conhecido Zé<br />

Povinho. Famosa pela sua loiça de cerâmica, de características<br />

populares, encontram-se desde pratos e travessas<br />

com feitio de couves e outros vegetais e frutos,<br />

até serviços de jantar coloridos e pequenas ou grandes<br />

figuras de cerâmica, tanto eróticas como humorísticas.<br />

Quem passa nas Caldas tem que fazer uma incursão<br />

às pastelarias da Rua da Liberdade, rua pedonal, <strong>para</strong><br />

saborear as célebres cavacas, os beijinhos ou as trouxas<br />

das Caldas e ao mercado diário de frutos e legumes<br />

na Praça da República. Mas os atractivos que oferece<br />

esta cidade vão <strong>para</strong> além do turismo termal e<br />

da cerâmica. Na sua orla marítima a<br />

praia Foz do Arelho merece<br />

destaque.<br />

Passeio de charrete no Parque D. Carlos I<br />

Estação de Caldas<br />

da Rainha<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0.5 km<br />

A pé<br />

Táxi: 262 831 098<br />

Rede urbana TOMA, com autocarros de de<br />

10 em 10 m em hora de ponta e de 20 em<br />

20 nos restantes períodos.<br />

A estação<br />

Neste edifício de dois pisos<br />

destacam-se os azulejos<br />

de 1924, produzidos<br />

pela Fábrica Aleluia, com<br />

imagens de alguns dos<br />

locais mais emblemáticos<br />

da cidade.


o QUe VeR<br />

Hospital Termal Rainha D. Leonor e Museu<br />

Considerado o hospital termal mais antigo do mundo.<br />

Durante os seus cinco séculos de história passou por<br />

três grandes fases. Tendo a sua construção sido iniciada<br />

em 1485, veio a receber os primeiros doentes três<br />

anos mais tarde. Em 1747, D. João V (visitante assíduo<br />

da estância termal) ordena o restauro, foi então construído<br />

um edifício de estilo joanino com dois pisos. A<br />

última fase do restauro teve início em 1888, tendo<br />

sido construído um terceiro piso <strong>para</strong> as enfermarias,<br />

conservando-se a traça da fachada. O museu do hospital<br />

possui um vastíssimo espólio de cerâmica, pintura,<br />

talha, ourivesaria e instrumentos médicos e científicos,<br />

do século XVI ao século XX.<br />

Parque D. Carlos I<br />

Magnífico jardim romântico no centro da cidade, projectado<br />

por Rodrigo Berquó em 1889, tem equipamentos<br />

recreativos - lago, campos de ténis, coreto e casa de<br />

chá - e culturais – Museu José Malhoa e obras escultóricas.<br />

À sua volta se estabeleceu um variado núcleo<br />

museológico.<br />

LINHA DO OESTE CALDAS DA RAINHA<br />

Igreja de Nossa Senhora do Pópulo<br />

Antiga Capela do Hospital das Termas, adossada ao<br />

edifício hospitalar, foi mandada construir em 1500 pela<br />

Rainha D. Leonor. Posteriormente, foi convertida em<br />

Igreja Matriz das Caldas da Rainha. Dedicado a Nossa<br />

Senhora do Pópulo, é um templo de uma só nave com<br />

capela-mor de planta quadrada e abóbada artesoada<br />

com a emblemática de D. Leonor a arrematar os bocetes.<br />

O interior é revestido a belos azulejos de padrão<br />

do século XVII. O seu altar-mor conserva uma pia baptismal<br />

pré-manuelina, de estilo gótico, esculpida em<br />

pedra calcária e um retábulo em pedra evocativo da<br />

«Paixão de Cristo», localizado sob o Arco do Triunfo que<br />

une a nave ao altar.<br />

Praça da República<br />

A praça principal das Caldas da Rainha apresenta-se enquadrada<br />

por bonitos edifícios do século XIX revestidos a<br />

azulejos, como os prédios da Pastelaria Bocage e da Pastelaria<br />

Zaira. Destaque também <strong>para</strong> a fachada da casa de<br />

ferragens Jo<strong>aqui</strong>m Baptista (n.º 94), rematada com dois<br />

frisos de inspiração arte nova e <strong>para</strong> o edifício restaurado<br />

da Caixa Geral de Depósitos. Destinava-se à população<br />

que do campo se deslocava às Caldas. A calçada é portuguesa<br />

de basalto negro sobre fundo branco. Mantendo<br />

as características rurais essencialmente agrícolas, a praça<br />

preenche-se diariamente com os cheiros, cores e aromas<br />

do pitoresco e animado mercado de frutas e legumes.<br />

Aqui se encontram os Paços do Concelho, projectados por<br />

Manuel da Maia, belíssimo exemplar de arquitectura joanina,<br />

e ainda a Ermida de São Sebastião, reconstrução de<br />

um antigo templo quinhentista, interiormente revestida<br />

a azulejos barrocos da primeira metade do século XVIII.<br />

Paços do Concelho e Praça da República<br />

15


16<br />

CALDAS DA RAINHA LINHA DO OESTE<br />

Fábrica e Museu de Faianças Rafael Bordalo<br />

Pinheiro<br />

Com Rafael Bordalo Pinheiro, a cerâmica Caldense foi<br />

divulgada a uma escala sem precedentes. Este complexo<br />

museológico engloba a fábrica, museu, restaurante<br />

e loja. No museu poderá observar o tipo de faiança<br />

decorativa inspirada em motivos naturalistas. A casa-<br />

-museu situa-se na Rua Rafael Bordalo Pinheiro, antiga<br />

residência do seu filho Manuel Gustavo. O museu foi<br />

fundado no ano de 1884 com peças produzidas no decorrer<br />

dos anos na fábrica de cerâmica do artista e nele<br />

se exibem as diferentes fases de elaboração. Muitas<br />

destas peças se devem ao trabalho religioso e humorístico<br />

de Rafael Bordalo Pinheiro que retratou os sentimentos<br />

do cidadão comum português. Em 1875 criou<br />

uma figura de aspecto exasperado e sofredor, conhecida<br />

como «Zé Povinho», o qual ainda representa, de<br />

certa maneira, a atitude de um trabalhador português.<br />

Centro de Artes<br />

Desde o ano de 1985, o município de Caldas da Rainha<br />

conheceu um grande desenvolvimento nos equipamentos<br />

culturais com a criação do actual Centro de Artes,<br />

que oferece aos artistas e estudantes as condições<br />

ideais <strong>para</strong> aprofundar o seu trabalho. O centro integra<br />

o Atelier-Museu António Duarte, João Fragoso, Barata<br />

Feyo, Leopoldo de Almeida, o Pavilhão de Ateliers e a<br />

Residência de Artistas.<br />

Museu de José Malhoa<br />

Situa-se no Parque D. Carlos I e foi inaugurado no ano<br />

de 1934 em memória de José Malhoa, um dos mais<br />

importantes pintores portugueses, natural da cidade.<br />

No seu interior abriga uma grande colecção de obras<br />

do artista e também numerosas obras, esculturas,<br />

pinturas, cerâmicas, etc., de outros famosos mestres<br />

portugueses – Columbano, Silva Porto, Teixeira Lopes,<br />

Roque Gameiro, etc.<br />

o QUe saBoReaR<br />

Sabores do mar e doçaria<br />

A proximidade da Lagoa e do mar também influencia<br />

<strong>aqui</strong> a gastronomia regional. Mariscos<br />

da lagoa, peixe fresco, caldeirada, ensopado<br />

de enguias são um dos muitos pratos que <strong>aqui</strong><br />

pode encontrar. Nos doces a escolha também é<br />

excelente: cavacas, beijinhos, trouxas das Caldas,<br />

lampreia, esses, e pão-de-ló de Landal são só algumas<br />

das delícias que deve experimentar.


onde CoMeR<br />

Sabores de Itália €€<br />

Restaurante de inspiração italiana, tem também pratos<br />

portugueses na ementa. Os proprietários, um casal<br />

português que esteve muitos anos na Suíça, arriscaram<br />

e bem na utilização de produtos de qualidade e pouco<br />

conhecidos. Mudou recentemente <strong>para</strong> novas instalações,<br />

num edifício recuperado no centro histórico da<br />

cidade. Não fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira e domingo ao jantar<br />

M Rua Engenheiro Duarte Pacheco, 17<br />

T 262 845 600<br />

www.saboresditalia.com<br />

São Rafael €€<br />

Uma referência também pela localização que lhe confere<br />

vista <strong>para</strong> o pátio do museu da Fábrica de Faianças<br />

Bordalo Pinheiro. Escusado será referir a predominância<br />

de peças de Bordalo Pinheiro na decoração. Quanto às<br />

outras artes que vêm da cozinha refiram-se as vieiras<br />

gratinadas, a cataplana de peixe, os fondues e a carne.<br />

Não fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira<br />

M Rua Rafael Bordalo Pinheiro, 53<br />

T 963 911 414<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DO OESTE CALDAS DA RAINHA<br />

onde doRMiR<br />

Hotel Cristal Caldas ***<br />

Uma opção prática e confortável de alojamento<br />

perto do centro da cidade. Oferece restaurante e<br />

piscina.<br />

Quartos 111<br />

MRua António Sérgio, 31<br />

T 262 840 260<br />

www.hoteiscristal.pt<br />

Residencial D. Carlos<br />

Renovada em 2006, está situada em frente ao<br />

Parque D. Carlos e oferece quartos confortáveis.<br />

Tem restaurante e bar.<br />

Quartos 18<br />

M Rua de Camões, 39 A<br />

T 262 832 551<br />

www.domcarlos.net<br />

17


18<br />

SãO MARTINHO DO PORTO<br />

a baía azul<br />

São Martinho do Porto, pertencente ao concelho de<br />

Alcobaça, é uma afamada estância balnear. Situada<br />

na parte setentrional da baía com o mesmo nome,<br />

foi desbravada pelos monges de Alcobaça que lhe<br />

outorgaram foral em 1257. Foi sede de concelho até<br />

1855 e desde a Idade Média teve indústria de construção<br />

naval, apenas extinta em 1923. Até finais do<br />

século XIX foi um dos principais portos do país.<br />

É famosa pela sua praia em forma de concha perfeita,<br />

com um areal que se estende por três quilómetros<br />

e águas de grande quietude, graças à protecção,<br />

contra a agressividade do mar, de dois promontórios<br />

entre os quais se faz a comunicação com o oceano<br />

Atlântico. É procurada por muitos veraneantes devido<br />

à mansidão das suas águas e condições propícias<br />

à prática de desportos náuticos, tendo também importância<br />

como porto de recreio.<br />

A vila desenvolve-se em anfiteatro até à praia, seguindo<br />

pela Avenida Marginal até às dunas de Salir. A<br />

avenida é um dos centros da localidade, com os seus<br />

inúmeros restaurantes, lojas e bares.<br />

Na área envolvente à vila é de salientar a<br />

Capela de Santo António, o miradouro<br />

do Facho e alguns<br />

exemplares<br />

Praia de S. Martinho do Porto<br />

Estação de São Martinho<br />

do Porto<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0.5 km<br />

A pé<br />

Táxi: T. 262 989 891<br />

habitacionais<br />

da arte nova que ainda<br />

restam, apesar da explosão descontrolada<br />

da construção civil que retirou a São<br />

Martinho alguma da sua beleza. Em Alfeizerão, a<br />

4 km, encontram-se as muralhas do antigo castelo<br />

que protegia o seu outrora existente porto<br />

marítimo. Aqui é produzido o mais<br />

famoso pão-de-ló de<br />

Portugal.


o QUe VeR<br />

Monte do Facho e Capela de Santo António<br />

Situado um pouco a norte de São Martinho do Porto,<br />

o monte do Facho oferece boas panorâmicas sobre as<br />

falésias, a praia da Gralha e a baía de São Martinho. O<br />

local é propício à observação de aves como a gaivota-<br />

-argêntea e o andorinhão-real. Sobranceira ao mar,<br />

<strong>aqui</strong> existe uma pequena capela, dedicada a Santo<br />

António, com bonitos azulejos azuis no exterior. No interior,<br />

merecem destaque as inscrições dos painéis de<br />

azulejos que fazem referência à vida marítima e seus<br />

perigos, preocupação constante de uma vila piscatória.<br />

onde CoMeR<br />

A Casa €€<br />

A vista <strong>para</strong> a baía é um regalo <strong>para</strong> os olhos nesta casa<br />

dedicada aos sabores do mar. Peça um arroz de marisco,<br />

uma cataplana do mesmo ou um robalo ao sal. De início<br />

pode começar por umas amêijoas à Bulhão Pato.<br />

Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Avenida Marginal, Casa Azul<br />

T 262 989 633<br />

A Caravela €€<br />

Fica mesmo no cais de São Martinho do Porto e as mariscadas<br />

são a não perder. Durante a época baixa abre<br />

apenas aos fins-de-semana. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias (na época alta)<br />

M Rua Cândido dos Reis<br />

T 262 989 294<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

LINHA DO OESTE SãO MARTINHO DO PORTO<br />

o QUe saBoReaR<br />

Pão-de-ló de Alfeizerão<br />

Pertence a Alfeizerão uma das mais populares receitas<br />

de pão-de-ló, cuja fama ultrapassa largamente<br />

as fronteiras da região onde é confeccionado. Apreciado<br />

por todo o país, revela no interior uma consistência<br />

cremosa que se deve ao facto de ser mal<br />

cozido. Diz a tradição que a receita original pertencia<br />

às freiras do Convento de Cós e teria sido transmitido<br />

a algumas senhoras da terra. No dia em que D. Carlos<br />

visitou Alfeizerão, foi chamada uma dessas senhoras<br />

<strong>para</strong> confeccionar um pão-de-ló <strong>para</strong> o rei. Mas a<br />

pressão sentida foi tal que cozedura ficou incompleta<br />

e, ao invés do esperado, a atrapalhação resultou<br />

num enorme sucesso que mereceu a preferência<br />

real e o aplauso dos presentes, nascendo assim o<br />

pão-de-ló de Alfeizerão, tal como o conhecemos.<br />

onde doRMiR<br />

Albergaria Santo António da Baía<br />

Oferece quartos confortáveis, alguns com varanda<br />

com vista sobre a baía.<br />

Quartos 22<br />

M Rua dos Bombeiros Voluntários<br />

T 262 989 666<br />

http://albergaria-st-antonio.com<br />

19


20<br />

VALADO-NAzARé<br />

Miradouro do atlântico<br />

Uma praia em meia-lua espectacular, o casario branco<br />

dos pescadores e enormes penhascos sobre um mar<br />

de um azul intenso fazem desta vila piscatória um<br />

destino turístico de eleição, sobretudo devido às suas<br />

características tradicionais. Talvez pela teimosia que<br />

lhes foi necessária ao longo dos tempos, <strong>para</strong> conseguirem<br />

arrancar a sua subsistência do mar (primeiro<br />

nos areais da praia e desde a década de 1980 a partir<br />

do actual porto de abrigo), as gentes da Nazaré não<br />

abandonaram o modo de trajar que lhes é tão característico.<br />

A tradição manda as mulheres vestirem<br />

sete saias, e se hoje podem ser apenas três ou quatro,<br />

continuam a vesti-las do mesmo modo, chinelo<br />

no pé, mantas de lã grossa traçadas, mãos cheias<br />

de anéis e fios ao pescoço. As peixeiras da Nazaré<br />

são mulheres de voz forte, habituadas a clamar pela<br />

qualidade do peixe que os seus homens, de barrete<br />

na cabeça e camisa de flanela aos quadrados, trazem<br />

no seu barco de proa levantada, chamado «candil».<br />

Começou a ser conhecida e procurada, como praia de<br />

banhos, em meados do século XIX. A sul está a serra<br />

da Pederneira, sendo a praia limitada a norte por um<br />

promontório que, além de constituir uma das falésias<br />

mais interessantes da costa portuguesa, também tem<br />

história. Além do prazer de passear em frente ao mar,<br />

ao longo do paredão, a Nazaré tem outros atractivos,<br />

como bares e esplanadas, realizando-se<br />

no Verão espectáculos de<br />

rua e touradas.<br />

Praia da Nazaré vista do Sítio<br />

Estação de Valado<br />

Distância da estação ao centro<br />

8 km<br />

Acessos:<br />

Rodotejo, consultar horários em<br />

www.rodotejo.pt<br />

Táxi: T. 262 551 363<br />

A estação<br />

São os valiosos azulejos<br />

do lado da linha que mais<br />

surpreendem o visitante<br />

nesta estação que, além<br />

de Valado, serve também<br />

as povoações de Nazaré e<br />

Alcobaça. Estas duas localidades turísticas têm, por<br />

isso, direito a figurar nos painéis, mas se a imagem do<br />

mosteiro de Albobaça parece intemporal, já a vista da<br />

“Nazareh - uma praia de banhos” (como aparece escrito)<br />

mostra um casario bem diferente e menos<br />

denso do que existe hoje.


o QUe VeR<br />

Sítio<br />

Num dia claro, do alto dos 110 metros do miradouro do<br />

Suberco, desfruta-se de uma vista soberba sobre a vila,<br />

o pinhal e, mais a sul, São Martinho do Porto e a Foz do<br />

Arelho (lagoa de Óbidos).<br />

Onde hoje chegam autocarros carregados de turistas, no<br />

Largo da Nossa Senhora da Nazaré, <strong>para</strong>ram séquitos de<br />

gente ilustre. Foi o caso do rei D. João I, a agradecer a vitória<br />

sobre os castelhanos em Aljubarrota. Também Vasco da<br />

Gama, antes de descobrir o caminho marítimo <strong>para</strong> a Índia,<br />

por <strong>aqui</strong> passou, como o evoca um padrão. São Francisco<br />

Xavier, apóstolo das Índias foi outro visitante ilustre,<br />

tal como D. Sebastião que <strong>aqui</strong> rezou pelo sucesso da sua<br />

expedição a Alcácer-Quibir. À beira do precipício e no local<br />

onde, segundo a lenda, Nossa Senhora da Nazaré salvou a<br />

vida a D. Fuas Roupinho, em 1182, ergue-se a pequena Ermida<br />

da Memória mandada construir em acção de graças.<br />

De arquitectura singela, tinha quatro arcos que foram fechados<br />

no século XIV. Ao nível do telhado, coberto de azulejaria,<br />

um grupo escultórico representa D. Fuas Roupinho<br />

na gruta com os seus companheiros, em oração à Senhora.<br />

No interior, uma pequena escada dá acesso a uma<br />

lapa onde primitivamente estava a imagem<br />

da Virgem. À entrada, de ambos os<br />

lados, lápides em mármore<br />

contam a<br />

lenda<br />

Igreja e Santuário<br />

de Nossa Senhora da Nazaré<br />

De traços barrocos, no interior apresenta uma riqueza<br />

antiga e inconfundível, como é o caso do tecto de madeira<br />

e do altar-mor trabalhado. No altar encontra-se a<br />

imagem da Virgem e do Menino oferecidos por D. João<br />

V. Nas traseiras deste santuário situa-se o hospital que<br />

desde sempre acudiu aos problemas dos peregrinos. Na<br />

primeira metade do século XX era <strong>para</strong> o Sítio que se<br />

dirigia anualmente, em Setembro, a maior romaria de<br />

toda a Estremadura, aliando o culto religioso dos círios<br />

ao profano na forma de touradas, feira e fogo-de-artifício,<br />

tradição que ainda hoje se mantém.<br />

LINHA DO OESTE VALADO-NAzARé<br />

do milagre, segundo a <strong>versão</strong> do cronista cisterciense Frei<br />

Bernardo de Brito. Na fachada virada ao mar, azulejos figuram<br />

o milagre.<br />

Elevador<br />

Ex libris da vila, o ascensor é referência obrigatória <strong>para</strong> todos<br />

os que visitam a Nazaré. No intuito de servir os interesses<br />

da população e de facilitar a chegada dos peregrinos<br />

até à Senhora da Nazaré, foi fundada uma parceria <strong>para</strong><br />

a construção de um ascensor mecânico em finais do século<br />

XIX. O autor do projecto foi Raoul Mesnier du Ponsard,<br />

discípulo de Eiffel e autor do Elevador de Santa Justa, em<br />

Lisboa. A linha foi assente em leito próprio, funcionando o<br />

cabo a descoberto sobre roldanas, numa extensão de 318<br />

metros, com uma inclinação de 42%. Inaugurado a 28 de<br />

Julho de 1889, o elevador da Nazaré funcionou até 1963,<br />

movido por uma máquina a vapor. Após um acidente nesse<br />

ano, voltou à actividade em 1968 com novos<br />

veículos e sistema eléctrico. Em 24 de<br />

Junho de 2002 entrou em funcionamento<br />

o actual<br />

elevador.


22<br />

VALADO-NAZARÉ LINHA DO OESTE<br />

ONDE COMER<br />

A Celeste €€<br />

Três pequenas salas decoradas com imagens da Nazaré<br />

de há mais de cem anos e uma esplanada, estão<br />

ao comando da Celeste que é a proprietária e quem<br />

maneja o fogão, vai <strong>para</strong> mais de 50 anos. O mar é o<br />

fornecedor principal desta cozinha que pre<strong>para</strong> açorda<br />

de marisco servida no pão, caldeirada e arroz especial.<br />

-<br />

balo ou dourada ao sal. Qualquer que seja o prato, traz<br />

sempre quatro acompanhamentos. Zona de fumadores<br />

(esplanada).<br />

Aberto todos os dias<br />

M Avenida da República, 54<br />

T 262 551 695<br />

Adega Oceano €€<br />

Inserido numa simpática residencial no centro da vila,<br />

serve à base de peixe e mariscos frescos, em ambiente<br />

de bom conforto. Tem uma ampla sala panorâmica,<br />

adequada a grupos e eventos. Não fumadores.<br />

M Avenida da República, 51<br />

T 262 561 161<br />

www.adegaoceano.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

Mar Bravo €€<br />

Pertencente a uma albergaria, tem excelente vista sobre<br />

o oceano e um ambiente acolhedor. Serve essencialmente<br />

à base de peixe e mariscos, com grande selecção<br />

e variedade diária. A ementa completa-se, nas carnes,<br />

com lombinhos de porco ibérico com amêijoas, perna de<br />

franco recheada com morcela, magret de pato, entre outros.<br />

Para além disso, há ainda pratos vegetarianos e uma<br />

carta de tapas e petiscos. Dispõe de duas salas e uma boa<br />

esplanada. Zona de fumadores (esplanada).<br />

Aberto todos os dias<br />

M Praça Sousa Oliveira, 71<br />

T 262 569 160<br />

www.marbravo.com<br />

O Casalinho €<br />

Situado numa das pontas da praia da Nazaré, é uma casa<br />

especializada em mariscos e peixe grelhado. Barca de<br />

marisco e cataplanas várias, como a de cherne com amêijoas,<br />

são algumas das opções. Para além da sala principal,<br />

dispõe de uma esplanada fechada. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Praça Sousa Oliveira, 7<br />

T 262 551 328


onde doRMiR<br />

Hotel Praia ****<br />

A dois minutos da praia, é um hotel descontraído com<br />

decoração contemporânea inspirada em motivos marítimos.<br />

Os quartos têm varanda e alguns, uma vista<br />

privilegiada sobre o mar. No último andar (5º piso)<br />

pode desfrutar de uma magnífica piscina coberta e<br />

aquecida no Inverno, e deslumbrar-se com o facto de<br />

ter esta vila de pescadores a seus pés. Além do restaurante,<br />

onde pode saborear bom peixe e marisco, o bar<br />

também serve refeições ligeiras. O pátio e o lounge<br />

convidam ao descanso num ambiente descontraído e<br />

pode ainda usufruir do ginásio, da sauna e do jacuzzi.<br />

Quartos 80<br />

M Avenida Vieira Guimarães, 39<br />

T 262 569 200<br />

www.hotelpraia.com<br />

Parque de Campismo Vale Paraíso<br />

Fica no meio da maior reserva ecológica de pinheiros<br />

bravos da Península Ibérica, a dois quilómetros da Nazaré.<br />

Pode ficar instalado em apartamentos, bungalows<br />

e chalets com kitchenete. Natação e outros desportos<br />

como voleibol, basquetebol, futebol, badmington<br />

ou ainda jogos de lazer tais<br />

como a malha, petanque,<br />

corda e outros mais<br />

tradicionais<br />

são<br />

LINHA DO OESTE VALADO-NAzARé<br />

algumas das actividades disponíveis. Parques infantis<br />

e o mini-clube permitem aos mais novos ocupar o<br />

seu tempo. O bar, com um espaço <strong>para</strong> jogar snooker,<br />

proporciona durante a noite espectáculos de karaoke<br />

e durante os meses de Julho e Agosto música ao vivo.<br />

M EN242, km 31,5, Nazaré<br />

T 262 561 800<br />

www.vale<strong>para</strong>iso.com<br />

Valado Camping Orbitur<br />

Num pinhal frondoso, é perfeito <strong>para</strong> desfrutar de umas<br />

férias em tendas ou bungalows. Pode exercitar-se nos<br />

campos de ténis e as crianças têm parque infantil. Ali<br />

perto tem as praias, mas não deixe de explorar o centro<br />

da Nazaré, a dois quilómetros, nem de dar um passeio<br />

no funicular.<br />

M EN8, km 5, Nazaré<br />

T 262 561 609<br />

www.orbitur.pt<br />

Hotel Praia


24<br />

MARINHA GRANDE<br />

a cidade do vidro<br />

Situada numa extensa planície de chão arenoso, na<br />

margem esquerda do rio Lis e com o pinhal de Leiria<br />

em seu redor, a Marinha Grande começou a crescer<br />

quando Guilherme Stephens, um grande industrial<br />

inglês, obteve alvará <strong>para</strong> <strong>aqui</strong> estabelecer a indústria<br />

vidreira.<br />

Ainda hoje a arte de trabalhar o vidro da Marinha<br />

Grande é conhecida além fronteiras, sendo os seus<br />

objectos, das mais variadas formas e utilidades, produtos<br />

indissociáveis da região. A antiga Fábrica-Escola<br />

dos Irmãos Stephens é um dos principais testemunhos<br />

da tradicional desta indústria, alojando hoje o<br />

interessante Museu do Vidro.<br />

Para além do Pinhal de Leiria, que se espraia por uma<br />

área de 11000 hectares, o concelho conta também<br />

com um vasto património natural e belas praias, como<br />

a praia da Vieira e São Pedro de Moel, duas estações<br />

balneares de referência na região. Em São Pedro de<br />

Moel, junto ao Penedo da Saudade, as ondas batem<br />

incansavelmente no rochedo, levantando neblina. A<br />

povoação tem ruas íngremes e moradias de rés-de-<br />

-chão dando acesso a uma praia de águas mansas,<br />

com um estreito areal coberto de toldos. A grande<br />

piscina oceânica que domina a praia,<br />

testemunha a vitalidade e antiguidade<br />

da tradição<br />

balnear.<br />

Praia Velha, S. Pedro de Moel<br />

Estação da Marinha<br />

Grande<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

2.5 km<br />

TUMG - Transportes Urbanos da Marinha<br />

grande, autocarros de 20 em 20 min.<br />

www.tumg.pt<br />

Táxi: T. 244 504 000<br />

A praia<br />

da Vieira tem mar<br />

batido, um areal extenso e a<br />

proximidade do pinhal do Rei, sendo bastante<br />

procurada <strong>para</strong> a prática de surf. Aqui é ainda<br />

possível apreciar a tradição pesqueira da arte xávega<br />

(pesca de arrasto tradicional da Beira Litoral). Desta<br />

zona costeira saem alguns dos mais afamados<br />

pratos da gastronomia regional, com<br />

destaque <strong>para</strong> as caldeiradas<br />

e o arroz de marisco.


o QUe VeR<br />

Museu Jo<strong>aqui</strong>m Correia<br />

Espaço museológico inaugurado em 1999 na Casa Taibner<br />

de Morais Santos Barbosa, um solar edificado em finais<br />

do século XIX. Dependente da fábrica de vidros que<br />

lhe dá nome, faz mostra das ferramentas e utensílios<br />

utilizados na indústria do vidro durante os séculos XIX e<br />

XX. O museu expõe também as obras doadas à Câmara<br />

Municipal da Marinha Grande pelo professor e escultor<br />

Jo<strong>aqui</strong>m Correia.<br />

Museu do Vidro<br />

O Museu do Vidro encontra-se instalado no Palácio Stephens,<br />

edifício de inspiração neoclássica, construído na<br />

segunda metade do século XVIII. Criado por decreto-lei<br />

em 1954, o espaço só abriu ao público a 13 de Dezembro<br />

de 1998, ano em que a cidade da Marinha Grande<br />

comemorou 250 anos de indústria vidreira. As atribuições<br />

do museu são a recolha, estudo, conservação, não<br />

só da cidade mas também de todo o país. A exposição<br />

permanente está organizada em núcleos, segundo a<br />

função e técnica de fabrico e decoração das peças, e é<br />

constituída por peças provenientes de vários centros<br />

de fabrico nacionais, produzidas entre o século XVII e<br />

o século XX. Estão também expostas as principais ferramentas<br />

e máquinas utilizadas <strong>para</strong> a produção e decoração<br />

de vidro, tanto no espaço fabril como na pequena<br />

oficina doméstica.<br />

Casa do Vidreiro<br />

Situada no Largo 5 de Outubro, recria o ambiente quotidiano<br />

de uma habitação de vidreiros característica das<br />

LINHA DO OESTE MARINHA GRANDE<br />

primeiras décadas do século XX. Casa alpendrada, é um<br />

dos poucos exemplares que resta deste tipo de habitação.<br />

Casa-Museu Afonso Lopes Vieira<br />

Instalada na Colónia Balnear Afonso Lopes Vieira, em S.<br />

Pedro de Moel, é constituída por um edifício residencial<br />

principal (junto ao mar, onde funciona, no 1º andar, a<br />

casa-museu), e parte das instalações da colónia balnear,<br />

bem como uma capela dedicada a Nossa Senhora de Fátima<br />

e um edifício anexo, onde funcionam os dormitórios.<br />

O poeta Afonso Lopes Vieira viveu longos períodos nesta<br />

casa, à qual chamava “Casa-Nau”, tendo <strong>aqui</strong> produzido<br />

boa parte das suas obras literárias. Lápides e azulejos<br />

usados como elementos decorativos fazem alusão a<br />

várias das suas obras. Em 1938 o poeta legou a casa à<br />

Câmara Municipal <strong>para</strong> instalação de uma colónia<br />

balnear infantil, dirigida aos filhos dos<br />

operários vidreiros, bombeiros<br />

e trabalhadores das<br />

Matas Nacionais.<br />

25


26<br />

MARINHA GRANDE LINHA DO OESTE<br />

Parque do Engenho<br />

Situado a 1,5 km do centro da cidade, o Parque do Engenho<br />

remonta ao século XVIII quando <strong>aqui</strong> foi edificado<br />

um engenho de serração de madeira, movido a vento.<br />

Começou a ser plantado no primeiro quartel do século<br />

XIX com viveiros de espécies florestais diversas. É um<br />

extenso parque arborizado, com vastos jardins, que se estende<br />

por mais de 25.000 metros quadrados. Este parque<br />

deverá acolher o futuro Museu Nacional da Floresta.<br />

o QUe FaZeR<br />

Ciclovia da Estrada Atlântica<br />

Pedale os 10 km que se<strong>para</strong>m a Marinha Grande de<br />

São Pedro de Moel, atravessando o histórico pinhal<br />

do rei D. Dinis. O piso é quase plano, com ligeiras subidas<br />

que o fazem inspirar ainda com mais vontade<br />

o ar fresco do pinhal. A última recta recompensa o<br />

esforço físico com uma deslumbrante vista de mar.<br />

Este troço faz parte da Estrada Atlântica, uma rota<br />

com mais de 20 km que se estende desde a Nazaré<br />

até a praia da Vieira. É um percurso de grande beleza<br />

paisagística, marcado pelo contínuo verde do pinhal<br />

e das matas nacionais e pela sucessão de praias e<br />

arribas deste pedaço de costa bem preservado. Com<br />

uma largura total de sete metros e duas faixas<br />

de rodagem, constitui um imperdível<br />

circuito turístico por algumas<br />

das melhores praias<br />

da região.<br />

onde CoMeR<br />

Chiringuitto €<br />

O Chiringuitto encontra-se no edifício Cristal Park, à<br />

entrada da Marinha Grande. Uma casa de tapas que<br />

reinventa a gastronomia lusa, com um toque de modernidade.<br />

A sala é decorada com madeira escura, candeeiros<br />

em tons quentes e sofás de veludo vermelhos.<br />

Aqui servem-se tapas variadas como chourição ibérico<br />

e pezinhos de coentrada, <strong>para</strong> acompanhar há vinho à<br />

pressão e sangria. Zona de fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Estrada de Leiria, 233 Edifício Cristal Park<br />

T 244 569 264<br />

www.chiringuitto.com<br />

Nostra Kasa €€<br />

Abriu as portas em 2008, numa das mais movimentadas<br />

ruas da Marinha Grande. Com decoração contemporânea,<br />

em tons prata e dourado, propõe uma ementa<br />

onde se juntam os sabores da cozinha portuguesa e<br />

italiana. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua das Portas Verdes 5-B Loja A<br />

T 244 566 583<br />

www.nostrakasa.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


Papadoc caffé €<br />

Espaço com uma agradável decoração de cores quentes<br />

e alegres, com um ambiente jovem e descontraído.<br />

Propõe uma cozinha que incide, mas não se esgota, nas<br />

especialidades italianas. Assim, <strong>para</strong> além das diversas<br />

pizzas e pastas, poderá ficar indeciso entre burras de<br />

Estremoz (faceira de porco preto grelhado), medalhões<br />

de porco com cogumelos silvestres ou rolinhos de lombo<br />

de porco recheados com molho de gorgonzolla. Não<br />

fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua lha do Corvo, 1<br />

T 244 568 882<br />

www.papadoccaffe.com<br />

O Vitral (Hotel Cristal) €<br />

O restaurante do principal hotel da cidade oferece uma<br />

boa cozinha regional, num ambiente tradicional e de<br />

bom conforto. Servem em regime de buffet, com grande<br />

variedade de pratos. É também possível optar pelo<br />

serviço à carta. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua de Leiria, 112-114<br />

T 244 574 530<br />

www.hoteiscristal.pt<br />

LINHA DO OESTE MARINHA GRANDE<br />

onde doRMiR<br />

Hotel Cristal Marinha ***<br />

Bem localizado na capital do vidro, dispõe de<br />

quartos confortáveis e bem equipados. Oferece<br />

restaurante com buffet de cozinha regional.<br />

Quartos 70<br />

MRua de Leiria, 112 – 114<br />

T 244 574 530<br />

www.hoteiscristal.pt<br />

Pensão Residencial Paris<br />

Pequena e modesta residencial, situada na avenida<br />

principal da cidade, junto ao jardim municipal.<br />

Quartos 24<br />

M Avenida Victor Gallo, 13/15<br />

T 244 569 821<br />

27


28<br />

LEIRIA<br />

Rainha do Pinhal<br />

As pedras da antiga cidade romana de Collippo foram<br />

usadas na Idade Média <strong>para</strong> construir parte de Leiria.<br />

Quem entra na cidade vê de imediato o castelo. Lá<br />

do alto, avista-se o tecido urbano da cidade, assim<br />

como a sua periferia rural. Em 1135 D. Afonso Henriques<br />

conquista o reduto, mas só em 1195 o castelo se<br />

torna de todo cristão. Dentro da muralha levantada<br />

por D. Fernando e D. João I, a alcáçova com a torre<br />

de menagem evoca a passada importância militar. Os<br />

Paços Reais, onde viveram D. Dinis e a Rainha Santa<br />

Isabel, ficariam no exterior e estiveram na origem de<br />

muitas das lendas que envolvem a cidade.<br />

Após as diversas batalhas por que passou, desde as<br />

lutas com os muçulmanos até às invasões francesas,<br />

ficou parcialmente destruído. No princípio do século<br />

XX, o castelo sofreu importantes obras de reconstrução,<br />

sob a direcção do arquitecto Ernesto Korrodi.<br />

D. Dinis mandou fazer importantes obras, entre elas<br />

o enxugo do paul do Ulmar e o desenvolvimento da<br />

mata de Leiria (hoje pinhal de Leiria) <strong>para</strong> suster as<br />

dunas costeiras, a norte da cidade. A plantação intensiva<br />

de pinheiro bravo viria a ser de grande importância<br />

<strong>para</strong> a construção naval. Desde sempre se<br />

fizeram no rio Lis moinhos <strong>para</strong> aproveitamento<br />

da energia hidráulica. Em 1411, a<br />

comunidade judaica instalou<br />

<strong>aqui</strong> o primeiro<br />

engenho<br />

Vista sobre o castelo<br />

Estação de Leiria<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

3 km<br />

A pé<br />

Rodotejo, autocarros <strong>para</strong> o centro da<br />

cidade. Consultar horários em www.<br />

rodotejo.pt<br />

Táxi: T. 244 831 925, 244 815 900<br />

de fabrico<br />

de papel.<br />

A Leiria dos nossos dias já<br />

pouco se enquadra na cidade descrita por<br />

Eça de Queiroz em «O Crime do Padre Amaro». Os peregrinos<br />

a caminho da Cova da Iria passam por<br />

<strong>aqui</strong> e os estudantes animam a urbe.<br />

A feira anual realiza-se de 1<br />

a 25 de Maio.


o QUe VeR<br />

Sé Catedral<br />

O início da sua construção data de 1559, em pleno século<br />

XVI, tendo sido concluída na segunda metade do<br />

século XVII. Embora apresente a verticalidade das catedrais<br />

góticas, nela transparece o sentido de proporção<br />

das partes, dado pelo cálculo matemático, dentro de<br />

um espírito tipicamente renascentista e classicizante<br />

em que a ideia de projecto arquitectónico ganha uma<br />

dimensão moderna. É desprovida de torre sineira. Um<br />

adro alto dos inícios do século XVII, acompanhado por<br />

uma balaustrada de pedraria, envolve o edifício, segundo<br />

o desenho inicial de Afonso Álvares, e veio a ser colocada<br />

<strong>aqui</strong> talvez <strong>para</strong> precaver as inundações do Lis.<br />

Praça Rodrigues Lobo<br />

Antiga Praça de São Martinho, é a mais agradável praça<br />

da cidade, da qual foi, durante muitos anos, o verdadeiro<br />

centro. Não faltam esplanadas, rodeadas<br />

por um conjunto de casas airosas.<br />

Ergue-se no local<br />

onde existiu a<br />

Igreja<br />

Castelo de Leiria<br />

Depois de conquistar Leiria aos Mouros, D. Afonso Henriques<br />

mandou, em 1135, construir um castelo nesta<br />

localidade. Foi amuralhado em 1195, a mando de D.<br />

Sancho I e, em 1324, D. Dinis ordenou a edificação da<br />

torre de menagem e de um paço. Ao longo do tempo as<br />

muralhas foram sendo acrescentadas e reconstruídas.<br />

O castelo, tal como hoje se apresenta, é fruto de uma<br />

recriação recente. No século XIX, estando a fortificação<br />

medieval em ruínas, o arquitecto suíço Ernesto Korrodi<br />

elaborou um plano de reconstrução de inspiração<br />

romântica, tendo as obras durado de 1915 a 1950. A<br />

não perder, a magnifica vista sobre a cidade, a partir<br />

da galeria da alcáçova, com oito arcos ogivais, uma das<br />

salas mais bonitas do castelo. No recinto, erguem-se os<br />

Paços Reais e a Capela de Nossa Senhora da Pena.<br />

LINHA DO OESTE LEIRIA<br />

de São Martinho (século XIII). O arco desta igreja fechava<br />

a praça, mantendo-se até aos finais do século XIX. O<br />

traçado forma um quadrilátero quase regular, remontando<br />

à segunda metade do século XVI. De destacar a<br />

estátua em bronze sobre pedestal de pedra, da autoria<br />

do escultor Jo<strong>aqui</strong>m Correia, homenageando o grande<br />

poeta Francisco Rodrigues Lobo, que tão bem descreveu<br />

a mansidão do rio.<br />

Teatro José Lúcio da Silva<br />

Reabriu as portas em Janeiro de 2007, depois de obras de<br />

requalificação. Moderno e arejado, o edifício caracteriza-<br />

-se pela utilização do branco, em contraste com<br />

o preto. Vidro e linhas direitas destacam-no<br />

do ambiente que o<br />

envolve: o centro<br />

de Leiria.


30<br />

LEIRIA LINHA DO OESTE<br />

o QUe saBoReaR onde CoMeR<br />

Brisas do Lis e outras delícias<br />

As tão famosas Brisas do Lis (a especialidade mais<br />

conhecida da cidade no capítulo da doçaria) têm<br />

uma origem bastante remota. Segundo se conta,<br />

as delicadas iguarias eram confeccionadas no<br />

antigo Convento de Santana, entretanto desaparecido<br />

(dando lugar ao mercado municipal e<br />

posteriormente a um centro cultural). O segredo<br />

da receita foi transmitido por uma freira a uma senhora<br />

muito devota que era, à época, proprietária<br />

do Café Colonial. Este estabelecimento ainda hoje<br />

existe, sendo um dos mais antigos e conhecidos<br />

de todos os leirienses. Igualmente doces e deliciosas<br />

são as celebradas lampreias de ovos da região.<br />

A de Leiria, pre<strong>para</strong>da com massa de ovos e amêndoa,<br />

segundo antiga receita, está entre as mais<br />

conhecidas. De referir também os canudos de<br />

Leiria (folhados recheados com doce de ovos) que<br />

se diz terem sido inventados em honra da rainha<br />

Santa Isabel. A mesa doceira regional completa-<br />

-se ainda com bolos de arroz, merendeiras, migas<br />

de leite, migas pobres, ovos folhados e delícias<br />

de Frei João (uma especialidade à base de frutas,<br />

açúcar e nozes, característico de Alcobaça).<br />

Cardamomo €€<br />

O número 43 da rua que os leirienses conhecem como<br />

sendo a Direita, dá acesso a um universo gastronómico<br />

alternativo. Num ambiente informal e descontraído, os<br />

sabores de Goa misturam-se com os paladares vegetarianos,<br />

gerando uma cozinha de fusão inspirada pela criatividade<br />

do chefe Nuno Sequeira. Neste espaço, também<br />

acontecem workshops gastronómicos. Não fumadores<br />

(almoço) / Fumadores (jantar)<br />

Encerra Segunda-feira<br />

MRua Barão Viamonte, 43, 1º<br />

T 244 832 033<br />

Casinha Velha €€€<br />

É uma das referências gastronómicas da região. Aqui<br />

há forno a lenha, elemento de grande importância<br />

na ementa desta casa já que boa parte dos pratos são<br />

confeccionados no dito. As especialidades vão-se repartindo<br />

pelos dias da semana (cabrito, galo assado, entrecosto<br />

assado no forno…). Nos restantes dias há cogumelos<br />

panados, pimentos gratinados <strong>para</strong> começar,<br />

a massa de robalo ou a posta mirandesa a seguir. Boa<br />

garrafeira que acolhe vinhos do dia-a-dia e algumas<br />

preciosidades, sem contar com as novidades e copos<br />

adequados a cada escolha. Se no piso térreo funciona<br />

o bar onde se tomam os aperitivos, no superior fica a<br />

sala. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo ao jantar e terça-feira<br />

M Rua Professor Portelas, 23, Marrazes<br />

T 244 855 952<br />

www.casinhavelha.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


Matilde Noca €€<br />

Matilde Valente ganhou a alcunha do pai, o proprietário<br />

da Taberna do Ti Noca, em Marrazes. A experiência acumulada<br />

permitiu-lhe manter o mesmo sucesso com este<br />

restaurante aberto em 1991 e remodelado em 2004. É<br />

a própria que se ocupa da cozinha cujas especialidades<br />

variam diariamente. A título de exemplo se quiser provar<br />

um bacalhau na telha vá à Matilde Noca à segunda, mas<br />

se o cabrito assado no forno estiver nas suas preferências,<br />

escolha a terça e se lhe apetecer a cabidela de galo caseiro<br />

visite este restaurante à quarta. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua Martingil, 157, Marrazes<br />

T 244 856 073<br />

www.matildenoca.net<br />

Tromba Rija €€<br />

Quando a qualidade se junta à quantidade, a fórmula<br />

pode ter como conclusão o Tromba Rija. Com clientes<br />

de todas as pontas do país a organizarem autênticas<br />

romarias <strong>para</strong> provarem a meia centena de entradas<br />

onde constam queijos, saladas e enchidos, com direito<br />

a sala própria. Convém não ficar preso ao universo dos<br />

petiscos pois ainda tem <strong>para</strong> escolher à carta os pratos<br />

principais onde a feijoada que deu o nome à casa<br />

é cabeça de cartaz às quintas-feiras. Nas sobremesas,<br />

novamente em bufett estão tartes, arroz-doce e fruta.<br />

Não fumadores.<br />

Encerra Domingos e feriados ao jantar<br />

e segunda-feira<br />

M Rua Professores Portela, 22, Marrazes<br />

T 244 852 277<br />

www.trombarija.com<br />

LINHA DO OESTE LEIRIA<br />

onde doRMiR<br />

Hotel Eurosol Leiria ***<br />

Hotel com quartos bem equipados, ideal como<br />

ponto de partida <strong>para</strong> a descoberta da região.<br />

A diversidade de serviços é garantia de que não<br />

lhe vai faltar nada: pode passear no jardim e dar<br />

uns mergulhos na piscina exterior, manter-se em<br />

forma no ginásio, relaxar na sauna, usufruir do<br />

serviço de massagens e desfrutar da excelente<br />

vista no restaurante panorâmico no oitavo andar.<br />

Quartos 135<br />

M Rua Dom José Alves Correia da Silva<br />

T 244 849 849<br />

www.eurosol.pt<br />

Hotel Ibis Leiria **<br />

A sul de Leiria, a 10 minutos do centro da cidade.<br />

Todos os quartos têm ar condicionado, o restaurante<br />

está à sua disposição 365 dias por ano e o<br />

bar aberto 24 horas por dia. Aceitam animais de<br />

estimação.<br />

Quartos 56<br />

M Quinta do Taborda, lote 56<br />

T 244 816 700<br />

www.ibishotel.com<br />

31


32<br />

MONTE REAL<br />

termas reais<br />

Entre os férteis campos do rio Lis, a<br />

vila de Monte Real foi fundada em<br />

1292 por D. Dinis, monarca que ali<br />

terá estabelecido morada durante<br />

a plantação do pinhal de Leiria. O<br />

nome descende então desta época<br />

da qual ainda restam, na parte mais alta da povoação,<br />

vestígios do antigo Paço Real. Distinguem-se<br />

assim em Monte Real duas partes: a antiga, localizada<br />

numa colina, enquanto a moderna ocupa a zona<br />

mais baixa e deve o seu desenvolvimento à exploração<br />

termal. Os efeitos terapêuticos das águas de<br />

Monte Real eram já conhecidos durante a ocupação<br />

romana mas a sua exploração apenas começou no<br />

início do século XX.<br />

O Parque Termal de Monte Real foi recentemente<br />

requalificado, tendo reaberto ao público no Verão<br />

de 2009 totalmente modernizado e adaptado às novas<br />

condições e exigências do termalismo, seja este<br />

na <strong>versão</strong> clássica, seja na mais recente vertente do<br />

bem-estar.<br />

A requalificação contemplou a reabertura<br />

das termas, a recon<strong>versão</strong><br />

do hotel termal, uma<br />

área de<br />

Edifício nas Termas de Monte Real<br />

Estação Monte Real<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

2 km<br />

Rodotejo, consultar horários em www.<br />

rodotejo.pt/<br />

Táxi: T. 244 612 869<br />

bem-estar e<br />

ainda a criação de<br />

três quilómetros de percursos<br />

pedestres pelos 24 hectares de parque verde<br />

que envolve o complexo. Na povoação de Monte<br />

Real parece prolongar-se a calma sentida no parque<br />

das termas, embora a base aérea esteja por perto.<br />

Predominam as casas de piso térreo<br />

e os hotéis e as antigas pensões<br />

termais são<br />

discretos.


o QUe VeR<br />

Termas de Monte Real<br />

As Termas de Monte Real têm uma localização particularmente<br />

favorável. Com excepção das termas do<br />

Vimeiro, situadas umas boas dezenas de quilómetros<br />

<strong>para</strong> sul e das Termas do Carapacho, na ilha açoriana da<br />

Graciosa, Monte Real é a única estância termal portuguesa<br />

que se pode gabar da vizinhança da praia. O oceano<br />

está apenas a 10 km e a rodear a vila fica o secular<br />

e verdejante Pinhal de Leiria.<br />

Sabe-se que, <strong>aqui</strong> como em tantos outros casos, a origem<br />

das termas remonta aos tempos romanos, não<br />

sendo, no entanto, conhecidos muitos registos ou testemunhos<br />

desta presença. Uma das excepções foi a descoberta<br />

de uma árula (pequeno altar) com inscrições<br />

latinas e algumas moedas, junto da nascente das águas<br />

das termas, hoje visíveis no Museu Nacional de Arqueologia.<br />

E a isto se resumem as provas mais palpáveis do<br />

conhecimento por parte dos romanos das propriedades<br />

terapêuticas desta água.<br />

Será preciso deixar passar muitos séculos <strong>para</strong> que se<br />

volte a ouvir falar destas termas. Terão sido reconstruídas<br />

sob a égide da Igreja, por iniciativa do Bispo de Leiria,<br />

já no começo do século XIX. Contudo, a exploração<br />

organizada deste centro termal começou efectivamente<br />

no princípio do século XX.<br />

Nesta época, as Termas de Monte Real, eram um local<br />

onde, <strong>para</strong> além do descanso e dos tratamentos, também<br />

era considerado de bom-tom passar férias. O Hotel<br />

das Termas, curioso edifício que faz lembrar o Palace de<br />

Vidago, ainda que numa escala mais reduzida, foi recentemente<br />

recuperado no âmbito da reabilitação de<br />

LINHA DO OESTE MONTE REAL<br />

todo o parque termal que reabriu ao público no Verão de<br />

2009 após profundas obras de requalificação. O Hotel das<br />

Termas é um ponto indiscutível de visita, com o parque<br />

termal a envolver e valorizar a elegância do edifício. Espreitando<br />

através da porta principal é perceptível a grandeza<br />

do átrio de entrada, podendo, ainda, observar-se<br />

uma das salas com bonitos azulejos da época. Foi local de<br />

festas de grande a<strong>para</strong>to, como o casamento de uma das<br />

descendentes da família proprietária original. Num passeio<br />

pelo amplo terraço da entrada, vale a pena observar<br />

o grafismo dos azulejos da época, alguns aplicados nos<br />

bancos dispersos pela orla do romântico parque termal,<br />

onde as árvores seculares, os fetos e as hortênsias<br />

marcam presença. Junto ao edifício das<br />

termas fica a pequenina capela<br />

de Santa Rita de Cássia<br />

que em tempos<br />

funcio-<br />

Paços Reais e Capela da Rainha Santa Isabel


34<br />

MONTE REAL LINHA DO OESTE<br />

nou numa dependência dos balneários. A actual capela<br />

foi benzida em 1938 pelo Bispo de Lamego e é o local<br />

onde, por iniciativa das Termas, se realiza a festa de Santa<br />

Rita de Cassia. Esta incluía a tradicional procissão que<br />

percorria a avenida das Termas até ao Hotel com o andor<br />

de Santa Rita levado pelas enfermeiras fardadas com as<br />

suas toucas brancas. Mantém-se aberta ao culto durante<br />

a época termal, com celebração de missa diária. Relativamente<br />

às fontes, a mais conhecida é a chamada Fonte da<br />

Rainha Santa que a tradição diz ser milagrosa pelo facto<br />

de Isabel de Aragão supostamente <strong>aqui</strong> ter vindo muitas<br />

vezes. No edifício termal, chama a atenção a arquitectura<br />

característica do princípio de século XX. O principal destaque<br />

vai <strong>para</strong> a «buvette» (edifício da fonte termal) em<br />

mármore, dotada de cacifos <strong>para</strong> os copos dos frequentadores,<br />

com a particularidade de, vista de fora, fazer lembrar<br />

a lareira de uma casa grande de família…<br />

Capela no parque termal<br />

Monte Real (povoação)<br />

Na povoação merece destaque o Pelourinho de Monte<br />

Real com a sua coluna construída sobre três degraus<br />

circulares, ostentando as armas nacionais e datado de<br />

1573. Perto, fica o local conhecido como Sítios dos Paços<br />

de Monte Real que, segundo a tradição, terá sido<br />

construído por ordem da rainha Santa Isabel que <strong>aqui</strong><br />

teria passado diversas temporadas. No entanto, não<br />

se conhecem provas documentais que confirmem esta<br />

lenda. A nova Igreja Matriz foi projectada nos anos 40<br />

com projecto do arquitecto Korrodi e foi construída por<br />

pressão após o desmoronamento da antiga Igreja Matriz,<br />

sendo, na altura, o culto feito na pequena capela<br />

da Rainha Santa, sem condições <strong>para</strong> acolher os habitantes<br />

de Monte Real.<br />

onde CoMeR<br />

A Fonte €<br />

Restaurante de cozinha regional, tem no bacalhau à<br />

Fonte e no ensopado de borrego duas das suas principais<br />

especialidades. Não fumadores.<br />

Encerra à Quinta-feira<br />

M Estrada da Base Aérea 5, Segodim<br />

T 244 612 663<br />

Ângulo Real €<br />

De ambiente acolhedor e familiar. Aposta principalmente<br />

nos peixes e mariscos. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Estrada da Base Aérea, 5<br />

T 244 611 145<br />

Paços da Rainha €€<br />

Inserido no Hotel Palace, tem um ambiente requintado<br />

e uma cozinha de inovação com influência mediterrânica<br />

e tradicional portuguesa. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Termas de Monte Real<br />

T 244 618 900<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


onde doRMiR<br />

Palace Hotel Monte Real ****<br />

Resultado de uma profunda recuperação arquitectónica,<br />

mantém a fachada romântica do antigo Hotel Termal.<br />

A unidade encontra-se ligada ao parque termal e<br />

conjuga a sobriedade das suas linhas com o conforto<br />

das instalações. Oferece restaurante, um bar junto ao<br />

jardim interior, piscina, bar exterior e jardins.<br />

Quartos 101<br />

M Termas de Monte Real<br />

T 244 618 900<br />

www.termasdemontereal.pt<br />

Hotel Dom Afonso***<br />

Na vila de Monte Real encontra este hotel que, até à recuperação<br />

do antigo hotel das termas, era o maior nas<br />

proximidades desta zona termal. Para além das facilidades<br />

características de uma unidade com esta classificação,<br />

dispõe ainda de uma piscina coberta<br />

e aquecida e restaurante.<br />

Encerra entre Janeiro e<br />

Março.<br />

LINHA DO OESTE MONTE REAL<br />

Quartos 74<br />

M Rua Dr. Oliveira Salazar<br />

T 244 611 238<br />

www.hoteldomafonso.com<br />

Hotel Flora***<br />

Fica situado junto à praia, apenas a um quilómetro das<br />

Termas de Monte Real, permitindo conjugar uma estadia<br />

termal com outras actividades.<br />

Quartos 52<br />

M Rua Duarte Pacheco<br />

T 244 612 121w.flora-hotel.com<br />

Pensão Cozinha Portuguesa<br />

Unidade hoteleira de tradição em Monte Real, teve as<br />

suas instalações remodeladas, melhorando as condições<br />

dos seus quartos. Funciona de Julho a Setembro.<br />

Quartos 90<br />

M Estrada da Base Aérea 5<br />

T 244 612 112<br />

www.hoteldomafonso.com


36<br />

FIGuEIRA DA FOz<br />

Princesa das praias<br />

Situada entre o mar e a foz do Mondego e perfumada<br />

pelos ares da serra da Boa Viagem, a Figueira da Foz<br />

ficou a dever o seu primeiro impulso de desenvolvimento<br />

à pesca e à construção naval. Depois, a partir<br />

de finais do século XIX, começou a ganhar nome<br />

como praia de banhos. A sua fama foi crescendo e, à<br />

medida que a moda do veraneio se alicerçava, os seus<br />

Verões tornaram-se cada vez mais concorridos. Famílias<br />

de todo o país, sobretudo do norte e do centro,<br />

bem como da vizinha Espanha, <strong>aqui</strong> marcavam o seu<br />

ponto de encontro, ano após ano. O escritor Jorge de<br />

Sena imortalizou-a, ao escolhê-la <strong>para</strong> cenário do seu<br />

livro, Sinais de Fogo. Durante a II Guerra Mundial, a<br />

Figueira recebeu de braços abertos milhares de refugiados,<br />

que fugiam do perigo nazi, deixando em todos<br />

estes homens e mulheres uma grata recordação.<br />

Mas o tempo não <strong>para</strong>, e a cidade está virada <strong>para</strong> o<br />

futuro e <strong>para</strong> o turismo. Cosmopolita, tem boas infra-<br />

-estruturas hoteleiras, grande variedade de restaurantes<br />

(a maior parte dos quais vocacionados <strong>para</strong> o<br />

peixe e o marisco), um casino, salas de espectáculos,<br />

boas áreas comerciais e um moderno Centro de Arte e<br />

Espectáculos. Por tudo isto continua a merecer<br />

o título que ganhou nos anos 40 de<br />

«Princesa das Praias» de<br />

Portugal.<br />

Avenida marginal e praia da Figueira da Foz<br />

Estação da Figueira<br />

da Foz<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0.5 km<br />

A pé<br />

Urbanos da Figueira da Foz, autocarros<br />

de 10 em 10 ou de 20 em 20 m<br />

Táxi: T. 233 423 500<br />

A Figueira<br />

já foi, assim, terra<br />

de pescadores, estância balnear<br />

internacional, porto de abrigo de refugiados<br />

durante a II Guerra. Hoje é uma cidade moderna, ampla<br />

e ensolarada, com uma luz difícil de esquecer.<br />

Enquadrada pela serra da Boa Viagem,<br />

tem à sua volta uma bonita<br />

região <strong>para</strong> descobrir.


o QUe VeR<br />

Mercado<br />

Edifício característico da arquitectura do ferro, o mercado<br />

da Figueira encontra-se junto ao edifício dos Paços<br />

do Concelho. Aqui se pode comprar todo o tipo de<br />

produtos frescos da região, doces tradicionais, queijos<br />

e enchidos.<br />

Núcleo Museológico do Sal<br />

Situado na margem esquerda do Mondego, junto à salina<br />

do Corredor da Cobra, inclui uma exposição permanente<br />

composta por vários temas, com destaque <strong>para</strong><br />

a evolução histórica da produção salina em Portugal. O<br />

núcleo museológico inclui ainda a «Rota das Salinas»,<br />

um percurso pedestre com perto de 3 km que permite<br />

o contacto com as técnicas de produção do sal, assim<br />

como apreciar a fauna e flora local.<br />

Miradouro da Bandeira<br />

Situado do lado norte da Serra da Boa Viagem é um dos<br />

mais espectaculares miradouros da costa portuguesa.<br />

A elevação deste penhasco proporciona grande amplitude<br />

visual. Avista-se toda a costa desde Quiaos (logo<br />

LINHA DO OESTE FIGuEIRA DA FOz<br />

abaixo) até Mira e mais além. Nalguns dias o jogo das<br />

luzes gera curiosos efeitos, confundindo-se, por vezes,<br />

o verde da mata nacional com a cor do oceano, de forma<br />

que o areal parece uma extensa ilha.<br />

Fortaleza de Santa Catarina<br />

Junto à praia, encontra-se a antiga Fortaleza de Santa<br />

Catarina, mandada levantar no tempo em que Filipe II<br />

era rei de Portugal. Apesar de arruinada, esta fortificação,<br />

adaptada posteriormente a farol, continua a ser uma<br />

imagem de marca da Figueira da Foz. A sua configuração<br />

triangular torna-a caso quase inédito no nosso país, só<br />

existindo, em território nacional, mais outro. Mas o que<br />

a torna especial é o episódio de que foi palco durante a<br />

I Invasão Francesa, no Verão de 1808. Ciente da importância<br />

de recuperar este forte, que se encontrava na<br />

mão dos invasores, o Reitor da Universidade de Coimbra<br />

incentivou um estudante, o sargento Bernardo António<br />

Zagalo, a pegar em armas e a comandar esta arriscada<br />

empresa. Com o auxílio de 3000 voluntários, muitos dos<br />

quais estudantes, armados como podiam, o grupo cercou<br />

o forte que acabou por se render a 27 de Junho de 1808.<br />

Com uma bonita vista sobre a praia, o forte preserva no<br />

seu interior a capela-oratório dedicada a Santa Catarina.<br />

37


38<br />

FIGuEIRA DA FOz LINHA DO OESTE<br />

o QUe FaZeR<br />

Aquaparque Teimoso<br />

Um parque aquático em Buarcos, à beira-mar,<br />

com uma das melhores vistas sobre o mar da<br />

Figueira da Foz. Animação e divertimento <strong>para</strong><br />

toda a família. De Junho a Setembro, das 10:00<br />

às 19:00<br />

M Avenida Dom João II, 70<br />

Cabo Mondego, Buarcos<br />

T 233 402 720<br />

www.teimoso.com<br />

Centro de Artes e Espectáculos<br />

Inaugurado em Junho de 2002, é um espaço polivalente,<br />

de linhas sóbrias e modernas, da autoria<br />

do arquitecto Marçal Grilo. Com uma programação<br />

cultural cuidada, o Centro de Artes e Espectáculos<br />

tem uma oferta variada de exposições,<br />

concertos, espectáculos, teatro, cinema etc.<br />

www.cae.pt<br />

o QUe saBoReaR<br />

Gelados da Emanha<br />

É um clássico da Figueira. Abriu a primeira loja em<br />

1980, na avenida marginal, junto à rotunda de<br />

Buarcos, e rapidamente foi conquistando<br />

adeptos, continuando a ser<br />

uma referência.<br />

onde CoMeR<br />

Caçarola II €€<br />

Clássica marisqueira, que se espera encontrar junto ao<br />

mar, tem como oferta principal mexilhões, camarões,<br />

lagosta e lavagante. Mas quem aprecia os prazeres da<br />

carne não vai deixar de experimentar o cozido, a vitela<br />

barrosã ou o cabrito, este ao domingo. Zona de fumadores<br />

(esplanada).<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua Bernardo Lopes, 85/87<br />

T 233 425 347<br />

Carrossel €€<br />

Em terra de pescadores, a servir pratos da tradição da<br />

Figueira. Havendo, é ponto obrigatório o polvo de vinagrete<br />

e a cavala alimada <strong>para</strong> começo. Adequado ao<br />

receituário marinho está a canja de bacalhau, a sopa do<br />

mar, a dobrada do mar, a chora de línguas com marisco<br />

e a raia de pitau, entre outros pitéus. Não fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira<br />

M Largo Beira-Mar, Cova-Gala<br />

T 233 431 457<br />

www.restaurantecarrossel.blogspot.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


onde doRMiR<br />

Hotel Apartamento Sottomayor ****<br />

Unidade recentemente remodelada, fica numa zona<br />

residencial da cidade, perto do Palácio Sottomayor,<br />

apenas a 10 minutos a pé do centro. Dispõe de 74<br />

apartamentos, incluindo 18 suites totalmente renovadas.<br />

Tem bar, restaurantes (cozinha indiana, italiana e<br />

portuguesa), piscina exterior, massagens ao ar livre e<br />

parque infantil.<br />

Quartos 74<br />

M Rua dos Lusíadas, s/n<br />

T 233 429 455<br />

www.sabirhoteis.pt<br />

Hotel Mercure Figueira da Foz ****<br />

Antigo Grande Hotel, persiste como marca dos anos 50,<br />

época áurea da Figueira como estância balnear. Para<br />

além do evidente valor arquitectónico, a escolha<br />

recomenda-se pela localização, em frente<br />

à praia, com as varandas voltadas<br />

ao mar. Tem restaurante.<br />

LINHA DO OESTE FIGuEIRA DA FOz<br />

Quartos 102<br />

M Avenida 25 de Abril, 22<br />

T 233 403 900<br />

www.accorhotels.com<br />

Hotel Ibis Figueira da Foz**<br />

Situado no centro da cidade, perto das praias e de todos<br />

os atractivos da Figueira.<br />

Quartos 47<br />

M Rua da Liberdade, 20<br />

T 233 408 190<br />

h2104@accor.com<br />

Parque de Campismo da Figueira da Foz<br />

Fica em plena Mata de Lavos, a 400 metros da praia.<br />

Tem bungalows <strong>para</strong> alugar, restaurante, piscina, ténis,<br />

parque infantil, campo de futebol, sala de jogos e<br />

supermercado.<br />

Aberto durante todo o ano.<br />

M EN 109 km 4, Gala<br />

T 233 431 492<br />

www.orbitur.pt<br />

Porto de recreio da Figueira da Foz<br />

39


a BoRdo do CoMBoio ReGionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

1 Linha do Minho<br />

2 Linha do douro<br />

3 Linha do Vouga<br />

4 Linha do norte e Ramal de tomar<br />

5 Linha da Beira alta<br />

6 Linha da Beira Baixa<br />

7 Linha do oeste<br />

8 Linha do Leste e Ramal de Cáceres<br />

9 Linha do algarve


Foto: Castelo de Marvão a BoRdo do ComBoio RegionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

Linha do Leste e RamaL de<br />

CáCeRes<br />

marvão - Beirã


LinhA do LESTE<br />

E RAMAL dE CáCERES<br />

Entroncamento<br />

Abrantes<br />

Ponte de Sôr<br />

Torre das Vargens<br />

Vale do Peso<br />

Castelo de Vide<br />

Marvão-Beirã<br />

Crato<br />

Portalegre<br />

Arronches<br />

Elvas<br />

“começa a<br />

desenhar-se<br />

ao fundo a<br />

serra de São<br />

Mamede”


LinhA do LESTE E RAMAL dE CáCERES<br />

ao encontro das defesas do alentejo<br />

Ligação a Espanha<br />

Uma viagem pela Linha do Leste, entre Abrantes e Elvas, atravessando as bonitas paisagens<br />

alentejanas e desembocando numa das principais praças-fortes portuguesas.<br />

A Linha do Leste foi a primeira ligação<br />

internacional portuguesa,<br />

fazendo a passagem por Elvas e<br />

pela fronteira espanhola até Badajoz. O passeio poderá<br />

começar no Entroncamento, aproveitando assim os quilómetros<br />

em que a linha acompanha o Tejo de perto e<br />

nos leva ao longo dos seus campos agrícolas. A passagem<br />

junto ao castelo de Almourol, edificado nas águas<br />

sobre uma pequena ilha rochosa, é um dos momentos<br />

que marcam o caminho até Abrantes. A cidade vai surgir<br />

na margem contrária do rio, alteada pelo castelo que<br />

Dom Afonso Henriques mandou erguer no século XII<br />

<strong>para</strong> defender a linha do Tejo.<br />

Prenúncio de Alentejo<br />

Neste primeiro troço, a paisagem transita suavemente<br />

dos campos ribatejanos <strong>para</strong> as planuras de sobreiros<br />

que anunciam a entrada no Alentejo e a chegada a Ponte<br />

de Sôr. A cidade fica a uma curta distância da estação<br />

mas, logo ali ao lado, um antigo armazém da <strong>CP</strong> foi convertido<br />

num restaurante onde poderá conhecer a boa<br />

gastronomia regional.<br />

Seguindo viagem, não tardamos a passar em Torre das<br />

Vargens, uma estação curiosa onde saudações aos viajantes<br />

foram escritas em diversas línguas nos bancos<br />

da gare. E podemos vê-las mais de perto se<br />

quisermos chegar a Marvão pois<br />

é <strong>aqui</strong> que começa o Ramal<br />

de Cáceres,<br />

o troço<br />

que nos leva até Marvão-Beirã, a<br />

estação mais próxima daquela vila<br />

histórica.<br />

Nas alturas de S. Mamede<br />

Mas seguindo <strong>para</strong> Elvas, a paisagem muda um pouco,<br />

com muita penedia e algum arvoredo, característica que<br />

se manterá até à histórica vila do Crato. Depois, as matizes<br />

verdes e roxas da natureza dão cor à ondulação da<br />

paisagem onde se começa a desenhar ao fundo a serra<br />

de São Mamede. Portalegre é a <strong>para</strong>gem que se segue<br />

mas a capital de distrito dista cerca de dez quilómetros<br />

da estação pelo que a vemos ao longe, com o casario a<br />

subir pela falda da serra. A partir d<strong>aqui</strong> o trajecto inflecte<br />

um pouco <strong>para</strong> sul e a planície é mais aberta. A praça-<br />

-forte de Elvas começa a avistar-se ao longe, destacando-se<br />

no alto de um morro. Esta é a última <strong>para</strong>gem<br />

antes da fronteira com Espanha e também o final desta<br />

Linha do Leste, a parte nacional do traçado ferroviário<br />

que sempre uniu as capitais dos dois países. Assim,<br />

ainda hoje é possível continuar viagem<br />

e sair de Elvas de comboio, pela<br />

Extremadura espanhola<br />

em direcção a<br />

Madrid.<br />

Estação de Marvão-Beirã<br />

3


4<br />

MARVÃo<br />

acima do voo das águias<br />

Situada a cavalo de uma escarpa rochosa, a 862 metros<br />

de altitude, Marvão é uma das jóias do Alentejo.<br />

Das muralhas avistam-se as serras da Estrela e da<br />

Gardunha (ambas a norte) e de São Mamede (a sul),<br />

até às terras espanholas mais próximas, passando por<br />

Castelo de Vide, Nisa, Póvoa e Meadas e a respectiva<br />

barragem. Em dias excepcionais, um ponto branco a<br />

sul corresponde à cidade de Estremoz. Desde a antiguidade<br />

que se diz que esta crista era tão alta que se<br />

encontrava «acima do voo dos milhafres».<br />

O valor de Marvão não tem, apenas, a ver com a paisagem.<br />

O casario intramuros apresenta-se bem conservado<br />

e parece saído de uma máquina do tempo<br />

que nos tivesse feito recuar dois ou três séculos. É um<br />

emaranhado de ruas pitorescas onde, como escrevia<br />

Raul Proença no Guia de Portugal, se multiplicam<br />

«casas apinhadas em ruas estreitas e tortuosas, algumas<br />

em degraus, com janelas típicas e curiosas<br />

chaminés alentejanas; arcos góticos e recantos pitorescos».<br />

Os arredores imediatos de Marvão também<br />

têm muito que ver.<br />

Na base do monte, perto das margens do rio Sever,<br />

fica a povoação de Portagem, um nome que se explica<br />

em função do aglomerado que, ao longo dos séculos,<br />

<strong>aqui</strong> se foi desenvolvendo. Para cobrar o direito<br />

de passagem havia uma ponte medieval fortificada,<br />

ainda hoje visível. Uma calçada medieval convida a<br />

um passeio a pé até às alturas de Marvão. Um pouco<br />

mais longe, a antiga cidade romana de Ammaia<br />

que tem sido escavada nas últimas décadas, ilustra<br />

o apreço que os Césares tinham por esta região. Para<br />

poder apreciar tudo isto não falta um razoável<br />

parque hoteleiro e bons restaurantes.<br />

Igreja de Santa Maria do Castelo<br />

Estação de Marvão-Beirã<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

11 km<br />

Autocarros: está previsto <strong>para</strong> breve um<br />

serviço de autocarros<br />

Táxi: T. 245 993 171<br />

A estação<br />

O Ramal de Cáceres<br />

foi uma das primeiras<br />

ligações ferroviárias<br />

internacionais<br />

do país, criada em<br />

1880, a partir de<br />

uma derivação da<br />

Linha do Leste, em Torre das Vargens, <strong>para</strong> encurtar o<br />

tempo de viagem até Madrid. Testemunho da importância<br />

desta via férrea, a estação que serve Marvão está<br />

decorada com belos azulejos que, por si só, justificam<br />

a visita. Representando alguns dos principais monumentos<br />

nacionais, o conjunto, produzido pela Cerâmica<br />

Lusitana, foi pintado por Jorge Colaço, autor dos painéis<br />

da vizinha estação de Castelo de Vide e do magnífico<br />

átrio da gare portuense de São Bento. Mas <strong>aqui</strong>, enquanto<br />

ponto fronteiriço, não podiam faltar também as<br />

áreas que pertenceram à Guarda Fiscal, à Alfândega e à<br />

fiscalização dos passaportes. Curiosa é, igualmente,<br />

uma antiga sala reservada aos passageiros<br />

de primeira classe.


o QUe VeR<br />

LinhA do LESTE E RAMAL dE CáCERES MARVÃo<br />

Fortaleza<br />

As muralhas são reforçadas por torreões, aos quais se<br />

juntaram baluartes com guaritas. No ponto mais alto<br />

de Marvão situa-se a porta de entrada no último reduto<br />

do castelo, de impressionantes dimensões. No<br />

interior não impressiona menos a profundidade da<br />

cisterna, com capacidade <strong>para</strong> abastecer a vila durante<br />

meio ano. Do <strong>para</strong>peito das muralhas avistam-se terras<br />

portuguesas e espanholas, panorama que se alarga<br />

quando se sobe à alta torre de menagem. Raul Proença<br />

descreveu-o assim: «E, finalmente, o alteroso castelo,<br />

com a bela torre de menagem dionisíaca, a linha do<br />

adarve desenhando as sinuosidades dos muros, as<br />

guaritas cobertas de cúpulas, e a cidadela virada a sul,<br />

sobre panos de muralha talhados em escarpa».<br />

Cidade romana de Ammaia<br />

Estas ruínas, situadas não muito longe de Marvão,<br />

na estrada <strong>para</strong> Castelo de Vide,<br />

testemunham a importância<br />

da cidade<br />

romana<br />

Vila intramuros<br />

Para quem vem do exterior, o ideal será <strong>para</strong>r<br />

o carro no exterior da primeira muralha e partir a pé à<br />

descoberta de Marvão. Entre na vila pela Rua de Cima e<br />

comece a saborear um passeio único. Depois de ver o Largo<br />

do Pelourinho, recue até junto do arco, transponha-o<br />

e suba pela Rua do Espírito Santo até à igreja, de portal<br />

renascentista, com pilastras e capitéis decorados com<br />

folhas de acanto e tendo de cada lado dois bustos. Mais<br />

acima, do lado direito, fica a Casa dos Governadores, com<br />

bonitas varandas de ferro forjado. Para chegar ao castelo<br />

já só falta subir mais uns metros, tanto em cota, como<br />

em linha recta. Depois de o visitar, desça em direcção ao<br />

Largo de Santa Maria. Na igreja homónima encontra o<br />

Museu Municipal. Na Rua de Santiago encontra a igreja<br />

dedicada ao apóstolo da Reconquista, de pórtico ogival<br />

(séc. XVI). Continue ao longo da muralha até ao Largo do<br />

Calvário e ao Postigo do Sol, já perto da saída.<br />

que <strong>aqui</strong> se desenvolveu a partir do séc. I e que seria<br />

elevada a «municipium» pelo imperador Lúcio Vero. A<br />

estruturas das ruas e a forma como a planta da cidade<br />

estava organizada obedece aos cânones rigorosos e<br />

geométricos do Alto Império. O Museu Monográfico<br />

e o laboratório de restauro de peças completam<br />

o enquadramento deste<br />

sítio verdadeiramente<br />

excepcional.<br />

Rua da vila intramuros


6<br />

MARVÃO LINHA DO LESTE E RAMAL DE CÁCERES<br />

O QUE FAZER ONDE COMER<br />

COMBOIO AVENTURA<br />

Rotas de Marvão<br />

Nesta vila, construída entre castelos e monumentos<br />

únicos que contam histórias, o ambiente<br />

medieval transporta quem lá passa até aos mais<br />

curiosos acontecimentos que se deram há muitos<br />

da história e da boa cozinha portuguesa a embarcar<br />

nesta rota pela bela região do Marvão.<br />

Canoagem na barragem da Apartadura ou peddy-<br />

-papper pela vila <strong>para</strong> os mais energéticos, visitas<br />

temáticas até ao Castelo com torneios “Medievais”<br />

<strong>para</strong> os curiosos ou jantares medievais “dignos de<br />

rei” <strong>para</strong> os bons garfos. As propostas são imensas<br />

e <strong>para</strong> todos os gostos.<br />

Adultos ou crianças, todos vão ter o seu momento<br />

na história desta vila. Descubra tudo e prepare-<br />

-se <strong>para</strong> uma viagem no tempo verdadeiramente<br />

inesquecível. Informações em 808 208 208 ou cp.pt<br />

Barragem da Apartadura<br />

PROGRAMA<br />

Restaurante da Pousada de Santa Maria €€<br />

O restaurante da Pousada tem uma agradável sala<br />

envidraçada com amplas vista panorâmicas. Serve<br />

um leque variado de especialidades regionais como o<br />

bacalhau dourado, bacalhau recheado com presunto e<br />

puré de castanhas, açorda de bacalhau com coentros,<br />

borrego assado e migas com carne de porco. Na doçaria<br />

também não faltam as mais conhecidas referências da<br />

região como a encharcada ou a sericaia. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua 24 de Janeiro, 7<br />

T 245 993 201<br />

Varanda do Alentejo €<br />

Com uma localização privilegiada, é uma varanda<br />

debruçada sobre a principal praça da vila de Marvão.<br />

Integrado na casa de hóspedes homónima, é um espaço<br />

tradicional onde, desde 1987, há bons petiscos<br />

alentejanos <strong>para</strong> abrir o apetite e pratos regionais <strong>para</strong><br />

acalmar a fome. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Praça do Pelourinho, 1 A<br />

T 245 993 272<br />

www.varandadoalentejo.com<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


onde doRmiR<br />

LinhA do LESTE E RAMAL dE CáCERES MARVÃo<br />

Pousada de Santa Maria<br />

Resultante da adaptação de duas casas de aldeia, a sua<br />

localização proporciona uma vista panorâmica de rara<br />

beleza. De pequena dimensão, é particularmente acolhedora<br />

no Inverno, quando a bruma invade a serra e<br />

um ambiente caloroso reina nos salões decorados com<br />

mobiliário típico.<br />

Quartos 28<br />

M Rua 24 de Janeiro, 7<br />

T 245 993 201<br />

www.pousadas.pt<br />

Albergaria El-Rei Dom Manuel<br />

Situada no centro de Marvão, está instalada num edifício<br />

antigo, restaurado <strong>para</strong> o efeito. Oferece quartos<br />

são sóbrios, simples e confortáveis.<br />

Quartos 15<br />

M Largo de Olivença<br />

T 245 909 150<br />

www.turismarvao.pt<br />

Pensão Residencial Casa Dom Dinis<br />

Casa típica de Marvão, localizada na parte mais alta da<br />

vila, junto ao castelo, terraço com magnífica vista panorâmica.<br />

Quartos 8<br />

M Rua Doutor Matos Magalhães, 7<br />

T 245 993 957<br />

www.casaddinis.panet.pt<br />

Castelo de Marvão


a BoRdo do ComBoio RegionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

1 Linha do minho<br />

2 Linha do douro<br />

3 Linha do Vouga<br />

4 Linha do norte e Ramal de tomar<br />

5 Linha da Beira alta<br />

6 Linha da Beira Baixa<br />

7 Linha do oeste<br />

8 Linha do Leste e Ramal de Cáceres<br />

9 Linha do algarve


Foto: Praia da Marinha, Lagoa a bordo do comboio regionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

Linha do aLgarve Lagos<br />

Portimão<br />

albufeira<br />

Faro<br />

Tavira<br />

vila real de Sto. antónio


Vila<br />

do Bispo<br />

LINHA DO ALGARVE<br />

Monchique<br />

MEIA PRAIA<br />

ALCANTARILHA<br />

PORTIMÃO<br />

ALBUFEIRA<br />

LAGOS<br />

Lagoa<br />

LAGOS<br />

MEIA-PRAIA<br />

PORTIMÃO<br />

Albufeira<br />

LOULÉ<br />

Loulé<br />

FARO<br />

FERRAGUDO - PARCHAL<br />

ESTÔMBAR - LAGOA<br />

SILVES<br />

ALCANTARILHA - ARMAÇÃO DE PÊRA<br />

ALGOZ<br />

TUNES<br />

ALBUFEIRA<br />

TAVIRA<br />

Parque Natural<br />

da Ria Formosa<br />

OLHÃO<br />

BOLIQUEIME<br />

LOUÉ - QUARTEIRA / VILAMOURA<br />

ALMANCIL<br />

FARO<br />

OLHÃO<br />

FUSETA<br />

TAVIRA<br />

CACELA<br />

CASTRO MARIM<br />

MONTE GORDO<br />

VILA REAL STO. ANTÓNIO<br />

VILA REAL DE<br />

STO. ANTÓNIO<br />

MONTE GORGO<br />

CASTRO MARIM<br />

“Um intenso<br />

aroma<br />

a maresia<br />

invade<br />

as carruagens”


entre o azul do céu e do mar<br />

LINHA DO ALGARVE<br />

A linha ferroviária mais meridional de Portugal une Lagos e Vila Real de Santo António<br />

ao longo de 140 quilómetros, onde se descobrem lugares singulares e que reflectem as<br />

características da região: um misto de mar e serra, sempre na companhia do sol.<br />

Mar e ria<br />

Vizinha da marina, a estação de<br />

Lagos, onde começa esta viagem,<br />

tem a praia mesmo ali ao lado. O<br />

comboio corre <strong>para</strong>lelo ao areal da Praia do Pinhão<br />

Meia Praia, com o azul do Atlântico<br />

a emoldurar a paisagem.<br />

Pouco depois, as águas da ria de Alvor antecipam a passagem<br />

pela bem recuperada estação da Mexilhoeira Grande<br />

onde o ambiente rural domina a paisagem. Mas logo<br />

nos aproximamos de <strong>para</strong>gens mais urbanas. Portimão é<br />

atravessada até chegarmos à zona do cais onde se perfilam<br />

os restaurantes de peixe fresco, tão apreciado nesta<br />

cidade que deixamos, enquanto cruzamos o sapal do rio<br />

Arade e seguimos em direcção ao barrocal Algarvio.<br />

Não tardamos a vislumbrar o casario de Estombar e<br />

avançamos <strong>para</strong> Silves, famosa pelo seu castelo em grés<br />

vermelho. Nos quilómetros que se seguem, são os extensos<br />

laranjais que recortam a paisagem até Tunes, onde o<br />

primeiro comboio vindo de Lisboa chegou em 1889. A<br />

partir desta estação seguimos pela secção mais antiga da<br />

linha, ainda com o mar à distância. Mas é dele que nos<br />

aproximamos, com a constante presença das laranjeiras,<br />

figueiras e pinheiros mansos.<br />

Salinas e praias a perder de vista<br />

As estações que servem Albufeira, Boliqueime e Loulé<br />

seguem-se nesta linha que nos leva até Faro,<br />

onde chegamos depois de passar<br />

pelo colorido do estádio do<br />

Algarve e entrar no<br />

sapal da<br />

Ria Formosa. Sempre a par da ria,<br />

contornamos Faro. Um intenso aroma<br />

a maresia invade as carruagens<br />

e pela janela entreaberta desfilam<br />

visões de bancos de areia, sapais,<br />

salinas, cursos de água doce, pinhais<br />

e campos agrícolas.<br />

A viagem por este parque natural deslumbra a cada<br />

minuto e, quando menos se espera, a cidade de Olhão<br />

é anunciada por marinas já cobertas de sal. Segue-se a<br />

Fuseta de onde partem, no Verão, os barcos <strong>para</strong> as ilhas<br />

da Armona e da Fuseta. Aproximamo-nos depois de Tavira,<br />

uma das cidades algarvias mais bem preservadas,<br />

erguida nas margens do rio Gilão.<br />

D<strong>aqui</strong> em diante, a paisagem torna-se cada vez mais<br />

campestre e entre campos de vinha e pomares, chegamos<br />

a Castro Marim. Após Monte Gordo, alcançamos Vila<br />

Real de Santo António. Reconstruída após o terramoto<br />

de 1755, está hoje voltada <strong>para</strong> o comércio e turismo.<br />

Aqui poderá almoçar, descansar nos bancos de jardim,<br />

de frente ao Guadiana ou talvez dar um “salto”<br />

de ferry-boat, até Ayamonte. Afinal,<br />

Espanha fica do outro lado<br />

do rio.<br />

Ria Formosa<br />

3


4<br />

LAGOS<br />

rainha do barlavento<br />

Olhe-se <strong>para</strong> o centro de Lagos, <strong>para</strong> as ruas<br />

semi-pedonais que se desenvolvem entre<br />

a Praça Gil Eanes e a Praça da República e<br />

não faltam duas coisas: bares e turistas. Será<br />

que, por causa disso, a cidade perdeu a sua<br />

identidade? Não parece ser esse o caso, pois<br />

ao longo desta zona central não há grandes alterações<br />

à traça dos bairros antigos. Mais, ainda, todos os<br />

grandes monumentos da cidade estão preservados<br />

e são muito visitados, da Igreja de Santo António,<br />

com a sua esplendorosa talha dourada, ao Forte<br />

da Bandeira ou à Igreja de São Sebastião. Ou seja,<br />

não há uma incompatibilidade de raiz entre turismo,<br />

ambiente e património. É tudo uma questão de<br />

bom-senso e de proporções. A zona mais moderna da<br />

cidade, a que se desenvolve em torno da marina, situa-se<br />

na margem contrária da ribeira de Bensafrim.<br />

E, <strong>para</strong> oriente do porto de recreio, estendem-se os<br />

infindáveis areais da Meia Praia, com a ria de Alvor<br />

lá ao fundo. Na direcção oposta, a caminho de Porto<br />

de Mós ou da Praia da Luz, faz-se a transição <strong>para</strong><br />

o Algarve de feição mais atlântica, de águas frias e<br />

praias batidas pela nortada vespertina. Estes areais,<br />

onde raramente há multidões ou apertos<br />

têm, por isso mesmo, um grande<br />

número de apreciadores.<br />

Mais longe,<br />

Marina de Lagos<br />

Estação de Lagos<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0.5 km<br />

A pé (passeio marítimo ao longo da Marina<br />

de Lagos)<br />

ONDA, Transportes Urbanos de Lagos, autocarros<br />

de 30 em 30 min www.aonda.pt<br />

Táxi - T. 282 763 587<br />

ainda, mas com<br />

acessos fáceis por autocarro,<br />

as falésias imponentes da<br />

ponta de Sagres e do cabo de São Vicente, <strong>para</strong><br />

norte das quais se estende o «outro Algarve», o das<br />

praias preferidas pelos amantes da Natureza,<br />

da Cordoama ao Amado e<br />

da Bordeira à Arrifana.


o QUe ver<br />

Igreja de Santo António<br />

Jóia do património de Lagos é, a par das suas congéneres<br />

de São Roque (Lisboa) e São Francisco (Porto), a<br />

mais esplendorosamente decorada das igrejas barrocas<br />

portuguesas. Os azulejos setecentistas azuis e brancos<br />

parecem cobrir todos os centímetros quadrados do<br />

interior, arrancando do pavimento e parecendo trepar<br />

pelo tecto, ao encontro de uma talha dourada de uma<br />

riqueza extraordinária. É do início do século XVIII, tendo<br />

sido recuperada após o terramoto de 1755. Em edifício<br />

contíguo funciona o Museu Municipal.<br />

Forte da Bandeira<br />

Como, do lado nascente, fronteiro ao mar, a muralha da<br />

cidade não atingia a costa, foi construída, no século XVII,<br />

a Fortaleza da Ponta da Bandeira, na foz da ribeira de<br />

Bensafrim. De planta aproximadamente quadrangular, a<br />

entrada pelo lado de terra faz-se através de uma ponte<br />

levadiça que dá acesso a um arco de cantaria lavrada. No<br />

pátio interior há um núcleo museológico dedicado aos<br />

Descobrimentos, ou não tivesse sido nesta cidade que o<br />

Infante D. Henrique fundou a sua escola náutica que tanto<br />

impulsionou os Descobrimentos portugueses dos séculos<br />

XV e XVI. A vista da esplanada alta é de não perder.<br />

LINHA DO ALGARVE LAGOS<br />

o QUe FaZer<br />

Animação nocturna<br />

As ruas 25 de Abril e Silva Lopes concentram o essencial<br />

da animação nocturna lacobrigense. Aqui se<br />

encontra de tudo, desde bares onde se pode ouvir<br />

jazz e a língua dominante é o inglês, até esplanadas<br />

e restaurantes abertos até tarde e onde se pode<br />

provar a cozinha dos quatro cantos do mundo. Outro<br />

ponto de concentração de estabelecimentos de<br />

di<strong>versão</strong> é, como não podia deixar de ser, a marina,<br />

na margem esquerda da ribeira de Bensafrim.<br />

Passeio de barco às grutas<br />

Um dos principais atractivos da costa de Lagos é<br />

a descoberta das grutas e recantos das falésias, a<br />

partir do mar. Pequenos barcos de pescadores, reciclados<br />

em embarcações turísticas, proporcionam<br />

visitas guiadas a um verdadeiro mundo encantado.<br />

Zoo de Lagos<br />

Parque com animais de espécies exóticas e endémicas,<br />

num total de 120 espécies. Dispõe também de<br />

uma grande variedade de plantas oriundas dos cinco<br />

continentes. Entre as atracções principais estão<br />

a Ilha dos Primatas e o Lago dos Patos. Aberto de 1<br />

de Abril a 30 de Setembro, das 10h às 19h e de 1 de<br />

Outubro a 31 de Março, das 10h às 17h<br />

M Barão de São João<br />

T 282 680 100<br />

www.zoolagos.com<br />

5


6<br />

LAGOS LINHA DO ALGARVE<br />

onde comer<br />

A Lota €<br />

Restaurante simples e sem quaisquer pretensões, com<br />

mesas e bancos de madeira corridos, está localizado<br />

mesmo junto ao porto de pesca de Lagos. O serviço é<br />

eficiente e dá bom despacho aos muitos clientes da casa,<br />

principalmente nos meses quentes. O uso exclusivo do<br />

grelhador proporciona óptimas refeições onde sardinhas,<br />

carapaus, peixes-espada e robalos têm presença assídua.<br />

Acompanha com boa batata cozida e salada. Nas carnes<br />

há menos escolha mas há sempre um prato do dia, geralmente<br />

de carne. No final a conta não vai defraudar. E isso<br />

não é coisa pouca. Zona de fumadores (esplanada).<br />

Encerra Domingo<br />

M Porto de Pesca<br />

T 282 764 048<br />

Adega da Marina €<br />

Central, na avenida principal e em frente à marina, tem<br />

uma ampla sala com decoração rústica e uma esplanada<br />

que se estende pelo passeio. Aqui o mais relevante é<br />

a qualidade e frescura dos peixes e da carne que, depois<br />

de grelhados, vêm <strong>para</strong> as mesas corridas em travessas.<br />

Besugos, espadarte, peixe-espada e sardinhas assadas<br />

são um consolo ou não fossem as batatas cozidas com<br />

casca, a salada viçosa, o pão regional e as azeitonas<br />

também exemplares. Nas carnes há frango, entrecosto,<br />

febras, costeleta, lombo e naco de novilho. Zona de fumadores<br />

(esplanada).<br />

Aberto todos os dias<br />

M Avenida dos Descobrimentos, 35<br />

T 282 764 284<br />

http://adegadamarina.grupoadm.pt<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

Dom Sebastião €€<br />

Sem luxos, mas de bom acolhimento, assim é esta casa<br />

situada no centro da cidade, com esplanada a dar <strong>para</strong><br />

a rua mais movimentada de Lagos. A ementa, totalmente<br />

dedicada à cozinha algarvia, aconselha a massada<br />

de peixe e o peixe fresco, <strong>para</strong> grelhar. Amêijoas<br />

na cataplana, sopa de peixe e arroz de marisco também<br />

se destacam. Emblemas da serra são os pratos de carne<br />

de que consta uma chanfana de cabrito. Boa garrafeira.<br />

Zona de fumadores (esplanada).<br />

Aberto todos os dias<br />

M Rua 25 de Abril, 20<br />

T 282 780 480<br />

www.restaurantedonsebastiao.com<br />

São Roque €€<br />

Sobre o areal da Meia Praia, aprazível e confortável,<br />

serve petiscos à base de marisco – percebes, ostras, carabineiros,<br />

lagosta, condelipas – e grelhados, de peixe e<br />

carne. Refugie-se <strong>aqui</strong> nas horas de maior calor e aprecie<br />

a sua refeição que também poderá passar por uma<br />

cataplana ou caldeirada. Fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira (Inverno)<br />

M Meia Praia<br />

T 282 792 101


onde dormir<br />

Hotel Tivoli Lagos ****<br />

Uma antiga fábrica transformadora de mármore cedeu<br />

lugar a um hotel inaugurado em 1967, hoje num local<br />

considerado central, tal foi o crescimento da cidade.<br />

Recentemente remodelado, mantém do início a sua estrutura<br />

labiríntica, distribuída por diversos edifícios e os<br />

traços decorativos de Maria José Salavisa. À disposição<br />

dos hóspedes estão os bares (um junto à piscina exterior,<br />

outro no interior do hotel), três restaurantes, ginásio<br />

e piscina interior. Para chegar ao Duna Praia, estrutura<br />

de apoio na Meia Praia com piscina e restaurante,<br />

exclusivo <strong>para</strong> hóspedes, utilize o transporte do hotel.<br />

Quartos 324<br />

M Rua António Crisógno Santos<br />

T 282 790 079<br />

www.tivolihotels.com<br />

Hotel Vila Galé Lagos ****<br />

Inaugurado em 2009, este hotel fica junto à<br />

Meia Praia, dispondo-se em forma de<br />

`U` em frente ao Atlântico.<br />

Piscina exterior, spa,<br />

courts de<br />

Hotel Vila Galé Lagos<br />

LINHA DO ALGARVE LAGOS<br />

ténis, campo de golfe, ginásio e clube de crianças contam-se<br />

entre as facilidades oferecidas. Refira-se que<br />

a decoração do espaço contou com a participação de<br />

vários estilistas portugueses de renome.<br />

M Estrada da Meia Praia<br />

T 282 771 400<br />

www.vilagale.pt<br />

Pousada de Juventude de Lagos<br />

Situada no centro histórico de Lagos, é um alojamento<br />

acessível perto de todos os atractivos da cidade e com<br />

as praias mesmo ao pé.<br />

Quartos 64 camas<br />

M Rua Lançarote de Freitas, 50<br />

T 282 761 970<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

Parque de Campismo de Espiche<br />

Recomendado pelos principais guias europeus, está<br />

localizado em terreno arborizado a apenas três quilómetros<br />

de Lagos e perto de algumas das melhores<br />

praias da região. Está pre<strong>para</strong>do <strong>para</strong> receber tendas,<br />

caravanas e autocaravanas. Os 44 bungalows também<br />

são hipótese. Os equipamentos e serviços incluem<br />

restaurante, campo multidesportos, parque infantil e<br />

piscinas.<br />

M EN 125, Espiche<br />

T 282 789 265<br />

www.turiscampo.com


8<br />

PORTIMÃO<br />

entre o arade<br />

e o atlântico<br />

Se há cidade algarvia que mudou muito em 20 ou<br />

30 anos, foi esse, seguramente, o caso de Portimão.<br />

De terra de pescadores, transformou-se em grande<br />

centro turístico, tirando partido da proximidade das<br />

praias, a começar pela da Rocha. Olhando <strong>para</strong> Portimão,<br />

quando atravessamos a ponte rodoviária da<br />

EN125 sobre o rio Arade, podemos avaliar como a<br />

Natureza foi generosa com esta cidade do Barlavento<br />

algarvio. Desde logo porque a foz do rio possibilitou<br />

o desenvolvimento de uma frente ribeirinha que tem<br />

vindo a ser requalificada, formando, agora, um moderno<br />

e agradável passeio ribeirinho, com marina,<br />

restaurantes e esplanadas. Depois, e esse é, de facto,<br />

o grande trunfo, a proximidade de praias excepcionais<br />

faz toda a diferença.<br />

A primeira destas é a Praia da Rocha, um areal espectacular,<br />

tanto em extensão como em largura. A areia<br />

parece ter crescido sobre os rochedos, que emergem,<br />

<strong>aqui</strong> e além, como ilhas num oceano. As águas são<br />

tranquilas e quentes. Esta praia pagou<br />

algum tributo ao progresso, com a urbanização<br />

de toda a marginal<br />

e terrenos mais <strong>para</strong><br />

o interior,<br />

Estação de Portimão<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

1 km<br />

Rede mini-autocarros “Vai e Vem” com<br />

<strong>para</strong>gem perto da estação<br />

Táxi: T. 282 460 610, 282 418 730<br />

formando uma mancha<br />

contínua que já não se distingue<br />

de Portimão. Terra natal do último Presidente<br />

da I República, o escritor Manuel Teixeira Gomes,<br />

Portimão tem toda a animação e as infra-<br />

-estruturas que o turismo moderno<br />

pressupõe.<br />

Vista do miradouro da Fortaleza de Santa Catarina sobre a Praia da Rocha


o QUe ver<br />

Praia da Rocha<br />

Praias<br />

Durante décadas a imagem da Praia da Rocha figurava<br />

em todos os cartazes de propaganda do turismo algarvio:<br />

um arco rochoso, projectando-se entre a areia e o<br />

azul do mar. Ainda hoje essas caprichosas formas da<br />

Natureza lá estão e tomam nomes adequados às suas<br />

formas. É o caso dos Três Ursos, das Rochas Furadas e dos<br />

Dois Irmãos. Para quem prefira um registo um pouco<br />

mais familiar e menos concorrido, a Praia do Vau, com as<br />

suas falésias argilosas, lá está, um pouco mais <strong>para</strong> poente.<br />

E daí até ao Alvor há muito por onde escolher, sendo<br />

de destacar o curioso conjunto formado pelas praias<br />

vizinhas dos Três Irmãos e da Prainha, ligadas através<br />

de túneis que o mar foi escavando na rocha<br />

costeira. Depois, é o areal, a perder<br />

de vista, do Alvor, com a<br />

tranquila ria ao<br />

fundo.<br />

Passeio ribeirinho<br />

Moderno passeio pedonal com cerca de 3 km, estende-se<br />

entre a nova marina, perto da Praia da Rocha, e o cais<br />

junto à estação ferroviária. Ao longo deste percurso há<br />

tudo o que é preciso <strong>para</strong> uma manhã ou uma tarde bem<br />

passadas, incluindo bancos públicos, esplanadas e, <strong>para</strong> os<br />

mais atléticos, uma ciclovia. Em frente à Casa Inglesa (estabelecimento<br />

emblemático da cidade, misto de salão de<br />

chá à antiga e café), situa-se o cais dos barcos que fazem<br />

os cruzeiros turísticos até Silves, aproveitando a maré <strong>para</strong><br />

subir o curso sinuoso do Arade.<br />

LINHA DO ALGARVE PORTIMÃO<br />

Fortaleza de Santa Catarina<br />

Construída no século XVI, tinha como função defender<br />

o porto e a cidade. À fortaleza pertencia também a<br />

pequena ermida, que ainda hoje se pode ver, dedicada<br />

a Santa Catarina. Situada na praia da Rocha é, actualmente,<br />

um dos pontos turísticos mais visitados da região.<br />

D<strong>aqui</strong> pode-se desfrutar de uma vista magnífica<br />

sobre o oceano e a marina, sobretudo numa esplanada,<br />

ao fim da tarde.<br />

Museu de Portimão<br />

Inaugurado em Maio de 2008, o novo museu da cidade<br />

está instalado junto ao rio Arade, no edifício da antiga<br />

fábrica de conservas Feu, preservando a memória<br />

desta actividade de grande importância na região.<br />

Dedicado à história e património locais, dispõe de um<br />

importante acervo industrial, naval, arqueológico, etnográfico<br />

e subaquático. Com a vantagem da localização<br />

ribeirinha, a vertente de lazer,<br />

com restaurante e esplanada,<br />

é outra das suas<br />

mais-valias.


10<br />

PORTIMÃO LINHA DO ALGARVE<br />

o QUe FaZer<br />

Quinta Pedagógica de Portimão<br />

Um espaço de lazer e formação pedagógica que<br />

pretende aproximar os mais jovens do mundo<br />

rural e do contacto com animais como vacas,<br />

burros, ovelhas ou porcos. Ocupa uma área de<br />

dois hectares divididos em zonas distintas de<br />

cultivo, abrigo de animais, um lago e zonas verdes<br />

e de lazer.<br />

Horário Entre Maio e Setembro aberto de<br />

terça a sexta das 9:30 às 19:30, e ao sábado,<br />

domingo e feriados das 10:00 às 19:30. De Outubro<br />

e Abril, aberto de terça a sexta das 9:30<br />

às 17:30 e ao sábado, domingo e feriados das<br />

10:00 às 17:30<br />

M Aldeia Nova da Boa Vista<br />

T 282 480 730<br />

onde comer<br />

Carvi €€<br />

A qualidade e frescura do peixe e do marisco são <strong>aqui</strong><br />

um ponto de honra. Das sugestões da casa, há muita<br />

coisa que apetece: sapateira recheada, ostras, búzios,<br />

aos quais se seguem as cataplanas (de tamboril e de<br />

lagosta com amêijoas) ou os arrozes de línguas de bacalhau<br />

ou lingueirão. O ensopado de cação é outra boa<br />

razão <strong>para</strong> voltar uma segunda vez.<br />

Não fumadores.<br />

Encerra Terça-feira<br />

M Rua Direita, 34 A<br />

T 282 417 912<br />

Forte e Feio €€<br />

Na zona ribeirinha da cidade, junto à ponte velha de<br />

Portimão, o primeiro ponto vai logo <strong>para</strong> a localização,<br />

um antigo armazém portuário cujo subterrâneo de salmoura<br />

foi aproveitado <strong>para</strong> nova função, a de viveiros<br />

de marisco. Entre outras amostras da tradição culinária<br />

algarvia estão as diversas famílias de peixe vindas da<br />

lota de Portimão que marcam com o seu inconfundível<br />

sabor a sopa de peixe, a feijoada de gambas, a massi-<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


nha de peixe e a cataplana. De referir ainda as papinhas<br />

de berbigão, a sopa de lingueirão e a feijoada de buzinas<br />

que gozam de boa fama.<br />

Zona de fumadores (esplanada).<br />

Aberto todos os dias<br />

M Largo da Barca, 1<br />

T 282 413 809<br />

Do Cais €€<br />

Situado no Clube Naval de<br />

Portimão, tem um ambiente<br />

moderno, com decoração<br />

contemporânea. A localização<br />

ribeirinha é uma vantagem,<br />

a proporcionar boas vistas sobre<br />

o rio Arade. A ementa privilegia os<br />

pratos de peixe e marisco. Experimente,<br />

por exemplo, o arroz de tamboril<br />

com camarão e amêijoas<br />

ou o tamboril à<br />

chefe. Nas<br />

onde dormir<br />

Hotel Tivoli Marina Portimão ****<br />

Inaugurado em Maio de 2003 como Tivoli Arade, mudou<br />

entretanto de nome reflectindo agora a localização,<br />

em plena marina de Portimão. Destaque <strong>para</strong> os<br />

diversos equipamentos e infra-estruturas de lazer,<br />

como três piscinas de água salgada, restaurantes panorâmicos,<br />

ginásio e espaços verdes.<br />

Apartamentos 183<br />

M Marina de Portimão, Praia da Rocha<br />

T 282 460 200<br />

www.tivolihotels.com<br />

Oceano Atlântico ****<br />

Apartamentos Turísticos<br />

O espaço generoso dos apartamentos (com cozinha<br />

equipada e grandes varandas) aliado à decoração moderna,<br />

fazem desta unidade hoteleira um sítio indicado<br />

LINHA DO ALGARVE PORTIMÃO<br />

carnes poderá optar pelo carré de borrego à Provençal.<br />

Não fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira<br />

M Edifício Clube Naval de Portimão, Zona Ribeirinha<br />

- Doca de Recreio<br />

T 282 432 325<br />

http://restauranteclubenaval.fazclick.com<br />

<strong>para</strong> estadias em família. Um conjunto de serviços de<br />

restauração abarcam os gostos mais variados, desde as<br />

refeições ligeiras, à beira da piscina, até à cozinha regional<br />

e internacional, escolhida à carta.<br />

Apartamentos 119<br />

M Avenida V6, Praia da Rocha<br />

T 282 460 080<br />

www.oceanoatlantico.com.pt<br />

Pousada de Juventude de Portimão<br />

Pousada moderna, com decoração irreverente e colorida,<br />

oferece alojamento confortável. Conta, entre outros<br />

atractivos, com uma agradável esplanada e piscina.<br />

M Rua da Nossa Senhora da Conceição<br />

T 282 491 804<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

Pousada de Juventude de Portimão<br />

11


12<br />

ALBUFEIRA<br />

Pitoresca, turística<br />

e animada<br />

É como se houvesse duas Albufeiras diferentes: a vilazinha<br />

de pescadores que, em começos da década<br />

de 1960, encantou o artista britânico Cliff Richards<br />

e outros visitantes ilustres... e a cidade desenvolvida<br />

<strong>para</strong> o turismo que cresceu em torno da antiga<br />

povoação ribeirinha de casinhas brancas e arcos<br />

mouriscos, feita de hotéis costeiros e, sobretudo,<br />

de uma impressionante profusão de aldeamentos<br />

turísticos, discotecas, restaurantes e afins.<br />

É neste concelho que se situam algumas das mais<br />

conhecidas e, quase sempre, das mais frequentadas<br />

praias do Algarve, dos Olhos de Água, à praia<br />

da Oura ou à Balaia, sem esquecer essa maravilha<br />

que é o Barranco das Belharucas. Escusado será<br />

dizer que, tal como na vizinha Almancil (concelho<br />

de Loulé), <strong>aqui</strong> se encontram restaurantes <strong>para</strong> todos<br />

os gostos e bolsas, incluindo estabelecimentos<br />

distinguidos pelo Guia Michelin. São os trunfos de<br />

uma cidade que apostou a cem por cento no turismo,<br />

urbanizando fortemente o litoral<br />

e tornando-se muito conhecida<br />

além-fronteiras, sobretudo<br />

no Reino<br />

Unido<br />

Praia dos Pescadores<br />

Estação de Albufeira<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

8 km 8 km<br />

Rede Eva, autocarros de 20 em 20m <strong>para</strong> o<br />

centro da cidade, www.eva-bus.com<br />

Táxi – T. 289 583 230, 289 583 232<br />

e na Alemanha.<br />

Do ponto de vista do<br />

património edificado, vale a pena<br />

fazer referência a essa curiosidade que é o castelo<br />

de Paderne, situado perto da confluência da Via<br />

do Infante com o IC2, e que apresenta os<br />

restos da sua muralha de taipa,<br />

característica do período<br />

islâmico.


o QUe ver<br />

Albufeira antiga<br />

Para sentir o sabor da Albufeira do começo da década<br />

de 1960 basta passear pela Rua 5 de Outubro e passar<br />

o túnel que dá acesso à antiga Praia dos Pescadores,<br />

ou seja, à Praia dos Barcos. D<strong>aqui</strong> pode-se apreciar a<br />

maravilha que é este litoral, feito de pequenas praias<br />

encaixadas entre falésias rochosas, por vezes se<strong>para</strong>das<br />

por caprichosos arcos, esculpidos pela milenar<br />

erosão. Boa parte do centro antigo de Albufeira está<br />

reservado aos peões, incluindo a famosa rua dos bares,<br />

de forte influência (e frequência) anglo-saxónica.<br />

Praia dos Olhos de Água<br />

Praias<br />

Se as praias no enfiamento directo de Albufeira são a<br />

escolha mais óbvia, vale a pena referir as alternativas<br />

existentes um pouco mais longe. Dominando a praia<br />

Maria Luísa, a leste da sede do concelho, fica o Hotel da<br />

Balaia, obra marcante da arquitectura dos anos de 1960<br />

(Conceição e Silva) e que, actualmente, alberga o Clube<br />

Med. Mais <strong>para</strong> leste, na fronteira com o litoral de Loulé,<br />

a pitoresca praia dos Olhos de Água, assim chamada<br />

pelas nascentes de água salobra no areal. Ainda deste<br />

lado, merece destaque especial a praia do Barranco das<br />

Belharucas, um <strong>para</strong>íso entre falésias róseas.<br />

LINHA DO ALGARVE ALBUFEIRA<br />

o QUe FaZer<br />

Zoomarine<br />

Um local onde se aprende de forma lúdica tudo<br />

sobre golfinhos, focas, tubarões, tartarugas, aves<br />

exóticas, jacarés e peixes tropicais. Um parque<br />

único em Portugal, que tem como base temática<br />

a vida dos oceanos. O Zoomarine estende-se actualmente<br />

por uma área superior a oito hectares,<br />

onde todas as actividades estão acessíveis com<br />

um único bilhete.<br />

Aberto de Março a Novembro<br />

M EN 125, Cortelhas, Albufeira<br />

T 289 560 300<br />

www.zoomarine.com<br />

Le Club<br />

Animação nocturna<br />

A animada vida nocturna é uma das marcas de<br />

Albufeira. A cidade tem um sem-número de bares<br />

e discotecas e, na época alta, quando o país se<br />

muda <strong>para</strong> o Algarve, a animação é permanente<br />

e as festas sucedem-se a um ritmo frenético. A<br />

Casa do Cerro, um bar ao estilo marroquino, é um<br />

dos sítios em voga. Mas clássicos como o Liberto’s<br />

e o Capítulo V, na praia da Oura, continuam a dar<br />

cartas. O Wild & Co., na famosa rua dos bares,<br />

no estilo irish pub, também tem feito sucesso.<br />

Referência ainda <strong>para</strong> o Le Club, um bar-<br />

-restaurante na Praia de Santa<br />

Eulália que veio ocupar o<br />

espaço do antigo<br />

Locomia.<br />

13


14<br />

ALBUFEIRA LINHA DO ALGARVE<br />

onde comer<br />

A Ruína €€€<br />

Situado na praia dos Pescadores, é um dos restaurantes<br />

mais tradicionais de Albufeira, a funcionar desde 1971<br />

num edifício antigo encaixado na falésia. Tem quatro<br />

salas de jantar, uma delas numa antiga cisterna (onde<br />

existe um pequeno espaço museológico dedicado ao<br />

vinho), um terraço no topo e uma esplanada na praia. A<br />

decoração é em estilo rústico e nas paredes há quadros<br />

que retratam a envolvente do restaurante. Na ementa<br />

predominam os pratos de peixe. Calamares, sardinhas<br />

de escabeche, carapaus alimados, salada de ovas e polvo<br />

são petiscos que fazem o papel de entradas. Chocos<br />

e salmonetes quase nunca falham. Zona de fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Cais Herculano, Praia dos Pescadores<br />

T 289 512 094<br />

www.restaurante-ruina.com<br />

A Ruína<br />

Casa da Avó €€<br />

Situado no centro da cidade, pratica uma cozinha de cariz<br />

bem tradicional. Aqui há sempre um tacho ao lume a<br />

apurar um delicioso feijão com arroz e camarão ou um<br />

borrego com molho de hortelã. Pela frigideira passou o<br />

coelho à caçador e o porco na banha com batata-doce.<br />

Entretanto, as honras das entradas já foram <strong>para</strong> o polvo<br />

em azeite, <strong>para</strong> a salada de buzinas e biqueirões<br />

alimados, só <strong>para</strong> dar alguns exemplos. Chegando as<br />

sobremesas, haja vontade <strong>para</strong> um pudim de chila.<br />

Bons vinhos acompanham a refeição. Não fumadores.<br />

Encerra Terça-feira<br />

M Rua do Movimento das Forças Armadas, 97<br />

T 289 587 886<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

Dom Carlos €€€<br />

Restaurante requintado, situado junto ao centro de<br />

Albufeira. Funciona na modalidade de menu de degustação,<br />

oferecendo todos os dias menus compostos por<br />

cinco pratos (entrada, sopa, peixe, carne e sobremesa).<br />

A cozinha baseia-se nos produtos de mercado diariamente<br />

disponíveis. Ambiente de charme e conforto,<br />

com serviço atencioso e familiar. A reserva é bastante<br />

recomendável já que o espaço é pequeno.<br />

Não fumadores.<br />

M Rua Alves Correia, 100<br />

T 289 541 224<br />

Tromba Rija €€€<br />

Um dos restaurantes mais famosos do país (originário<br />

de Marrazes e já com outros espaços em Vila Nova de<br />

Gaia e Lisboa) chegou a Albufeira no Verão de 2009.<br />

Funciona com base no seu famoso buffet, com ampla<br />

variedade de petiscos, pratos frios, quentes, queijos e<br />

doces, entre sexta e domingo. De segunda a quinta-<br />

-feira o serviço é feito à carta, existindo um mini-buffet.<br />

Só serve jantares, com excepção de domingo, dia a que<br />

também serve almoços. Não fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Quinta da Balaia<br />

T 289 586 583


onde dormir<br />

Belver Boa Vista Hotel & Spa ****<br />

Construído em altura sobre a falésia, nos anos de 1960,<br />

foi recentemente remodelado. A redecoração com peças<br />

antigas vindas do Chile, México, Índia e África, veio<br />

dar uma nova alma a este hotel. Todos os quartos oferecem<br />

varanda panorâmica. Dispõe ainda de uma piscina<br />

exterior (aquecida no Inverno), spa e restaurante.<br />

Quartos 85<br />

M Rua Samora Barros, 20<br />

T 289 589 175<br />

www.hotelboavista.pt<br />

Algarve Gardens ***<br />

Aldeamento Turístico<br />

Integrado numa área com vastas zonas verdes e ajardinadas,<br />

rodeada de pinheiros, o aldeamento fica localizado<br />

próximo da praia da Falésia. Disponibiliza<br />

confortáveis quartos e bungalows<br />

com varanda ou terraço.<br />

Conta com bons<br />

equi-<br />

Belver Boa Vista Hotel & Spa<br />

LINHA DO ALGARVE ALBUFEIRA<br />

pamentos desportivos (campos de ténis, campos de futebol<br />

relvados, etc.), minimercado, bar, restaurante e piscina.<br />

Quartos 86 | Bungalows 92<br />

M Praia da Falésia<br />

T 289 501 351<br />

www.algarve-gardens.com<br />

Algarve Gardens<br />

Parque de Campismo de Albufeira<br />

Situado a 1,5 km da cidade, é um parque muito completo,<br />

com diversas condições e infra-estruturas. A oferta de alojamento<br />

contempla caravanas residenciais e bungalows.<br />

Dispõe de restaurante, supermercado e esplanadas, entre<br />

outros serviços.<br />

Aberto durante todo o ano.<br />

M Estrada das Ferreiras<br />

T 289 587 629<br />

www.campingalbufeira.net<br />

Parque de campismo de Albufeira


16<br />

FARO<br />

capital da ria<br />

A relação com a ria Formosa, um<br />

centro histórico com diversos núcleos<br />

e uma intensa vida comercial<br />

são os trunfos de Faro, capital administrativa<br />

do Algarve.<br />

Para que a relação da cidade com<br />

a ria fosse perfeita, apenas faltaria que as águas<br />

entrassem pelo tecido urbano, desdobrando-se em<br />

canais pelo meio de ruas e praças. Como se sabe, em<br />

Portugal só Aveiro tem essa sorte. Mas não é por isso<br />

que a cidade não explora a sua relação com os sapais<br />

e lagoas que se desenvolvem <strong>para</strong> sul, na direcção<br />

do mar e da ilha de Faro. Nestes últimos anos houve<br />

um esforço de renovação da frente ribeirinha que se<br />

manifestou, por exemplo, na construção de um passeio<br />

pedonal ligando o Jardim Manuel Bivar ao Largo<br />

de São Francisco, através do perímetro exterior das<br />

muralhas, com a linha de caminho-de-ferro logo ali<br />

ao lado. A zona histórica de Faro divide-se em três<br />

núcleos. O mais óbvio é a Vila-a-Dentro, ou seja, a<br />

zona ainda quase totalmente rodeada pelas muralhas,<br />

em cujo interior se encontram a sé e alguns<br />

bairros populares. O Arco da Vila se<strong>para</strong>-o do Jardim<br />

Manuel Bivar. Desta zona verde parte, <strong>para</strong> norte, a<br />

Rua de Santo António, eixo pedonal e comercial por<br />

excelência que ocupou a antiga Mouraria e Judiaria.<br />

Finalmente, <strong>para</strong> o lado da estação estende-se o<br />

Bairro Ribeirinho, actualmente a principal zona de<br />

animação nocturna farense, centrada na Rua<br />

Conselheiro Bivar. Na saída <strong>para</strong> o<br />

aeroporto foi construída<br />

uma nova zona<br />

comer-<br />

Jardim Manuel Bivar<br />

Jardim Manuel Bivar<br />

Estação de Faro<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

0.7 km<br />

A pé<br />

Autocarro: rede de minibus, com autocarros<br />

de 15 em 15 min ou de 30 em 30 min.<br />

Táxi: T. 289 895 790<br />

A estação<br />

De assinalar o alpendre<br />

coberto,<br />

característico da<br />

arquitectura do<br />

ferro, bem como os<br />

painéis de azulejos<br />

na fachada.<br />

cial,<br />

sendo que<br />

o Estádio Algarve,<br />

cenário de todo o tipo de eventos<br />

desportivos e culturais (mas de pouco<br />

futebol), não fica longe. Os vastos areais da<br />

ilha de Faro, a prometer praia com<br />

sossego, são outro dos<br />

atractivos desta<br />

cidade.


o QUe ver<br />

Largo da Sé<br />

Mesmo <strong>para</strong> quem não se interesse por arquitectura, subir<br />

à torre sineira <strong>para</strong> observar a esplêndida vista sobre a ria<br />

Formosa, torna a visita à Sé de Faro atractiva. O largo onde<br />

se situa, rodeado por laranjais, é dos mais bonitos da zona<br />

antiga. Apesar de ter sido construída na Idade Média, após<br />

a conquista do Algarve por D. Afonso III, a igreja guarda<br />

poucos vestígios dessa época, já que teve de ser reconstruída<br />

após o saque, em 1596, das tropas inglesas do conde<br />

de Essex e, novamente, depois do terramoto de 1755.<br />

Da arquitectura primitiva, românico-gótica, subsistem o<br />

portal principal de traça gótica, a torre-pórtico do relógio,<br />

de planta quadrangular, e as duas capelas terminais do<br />

cruzeiro. Atente, no interior, à talha dourada e à estatuária,<br />

sendo algumas das imagens consideradas<br />

das melhores do Algarve. Na<br />

mesma praça, ligados por<br />

um arco, ficam<br />

o paço<br />

Castelo<br />

Título Os troços da muralha medieval ainda visíveis incluem três<br />

Texto torres. A Porta Nova dava acesso directo à ria, protegida<br />

por um troço fortificado de que ainda se conhecem vestígios<br />

junto à Galeria Arco. O Arco do Repouso, a nascente,<br />

dá <strong>para</strong> o Largo de São Francisco. Na ermida dedicada a<br />

Nossa Senhora do Repouso, diz a lenda que D. Afonso III<br />

descansou, aquando da tomada de Faro aos Mouros. D<strong>aqui</strong><br />

partia uma cerca abaluartada envolvendo o Convento<br />

de São Francisco e a Ermida do Pé da Cruz.<br />

LINHA DO ALGARVE FARO<br />

episcopal, interessante exemplar de arquitectura chã seiscentista,<br />

com telhados múltiplos ou de tesoura, e o antigo<br />

seminário, da autoria do arquitecto genovês Xavier Fabri.<br />

Mas, arquitectura à parte, o que torna esta praça e todo o<br />

centro intramuros único são a luz, as cores e os renques de<br />

laranjeiras que acentuam reminiscências mediterrânicas.<br />

Jardim Manuel Bivar<br />

Fazendo fronteira entre a Doca de Recreio e o centro histórico,<br />

é o coração de Faro. O jardim desenvolve-se na placa<br />

central, com a ria a sul. A sueste fica o Arco da Vila, construção<br />

neoclássica encomendada pelo bispo D. Manuel Gomes<br />

de Avelar a Xavier Fabri, em princípios do século XIX.<br />

Do lado oposto, <strong>para</strong> além do monumento a Manuel Bivar<br />

e do palacete homónimo, o antigo edifício da alfândega,<br />

de raiz quinhentista mas com modificações posteriores. Do<br />

lado da Rua de Santo António, avultam a obra revivalista<br />

da agência do Banco de Portugal e a Igreja da Misericórdia,<br />

reconstruída também por Fabri. Não<br />

faltam restaurantes e esplanadas<br />

<strong>para</strong> gozar tranquilamente<br />

esta vista.


18<br />

FARO LINHA DO ALGARVE<br />

o QUe FaZer<br />

Centro Ciência Viva do Algarve<br />

Inaugurado em 1997, ocupa o espaço do antigo<br />

quartel dos bombeiros, junto ao jardim Manuel<br />

Bivar. Tem por missão fomentar a educação <strong>para</strong><br />

o conhecimento científico. Para tal, apresenta uma<br />

exposição permanente dedicada ao mar e desenvolve<br />

sessões de observação astronómica, ateliers<br />

e oficinas de ciência, entre outras actividades.<br />

Encerra Segunda - feira<br />

M Rua Comandante Francisco Manuel<br />

T 289 890 920<br />

www.ccvalg.pt<br />

Programa<br />

comboio avenTUra<br />

Rotas da Ria Formosa<br />

Aprecie um percurso que tem tanto de deslumbrante,<br />

como de histórico. Sinta o aroma da<br />

maresia, a paisagem que se destaca dos bancos<br />

de areia, sapais, salinas e cursos de água. Chegado<br />

a Faro, poderá optar por um programa mais<br />

cultural ou mais desportivo. A vertente cultural<br />

inclui uma visita ao centro histórico de Faro e um<br />

passeio de barco pelos canais da ria. O programa<br />

aventura contempla um passeio de bicicleta no<br />

parque natural e um passeio de caiaque<br />

pelos canais e esteiros da ria.<br />

Informações em 808 208<br />

208 ou cp.pt<br />

onde comer<br />

Camané €€€<br />

Localização privilegiada de frente <strong>para</strong> a ria Formosa<br />

e com vistas <strong>para</strong> a serra algarvia. A cozinha apresenta<br />

os valores da região: peixes, mariscos e moluscos<br />

vindos da ria e do mar. Como o sítio puxa pelo petisco<br />

escolha-se de entre o xerém de berbigão, choquinhos<br />

ou estopeta de atum. Zona de fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira<br />

M Avenida Nascente, Praia de Faro<br />

T 289 817 539<br />

O Gargalo €<br />

No centro da cidade, serve, em ambiente de bom conforto<br />

e a preços acessíveis, uma escolha variada de pratos<br />

da cozinha italiana. Com forno a lenha à vista, onde<br />

são cozidas as deliciosas pizzas, a ementa completa-se<br />

com pastas diversas e alguns pratos de carne. Tem uma<br />

esplanada abrigada e uma sala interior bastante composta,<br />

com arcos, e decorada com vitrais que dão um<br />

colorido especial. Zona de fumadores (esplanada).<br />

Encerra Terça-feira<br />

M Largo Pé da Cruz, 30<br />

T 289 824 264<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


Taska €€<br />

Perto do Largo do Carmo, tem duas salas - uma no piso<br />

térreo, outra no superior – de acolhimento simples. A<br />

cozinha segue a mesma toada dedicando-se ao regional<br />

algarvio caso do xerém de conquilhas ou os alcabroses<br />

fritos. Impossível de evitar é o arroz de línguas<br />

de bacalhau ou a moxama de atum, isto caso não tenha<br />

vindo já com o engodo do ensopado de enguias.<br />

A carta de vinhos é competente<br />

e uma mousse de alcagoitas<br />

encerra a refeição. Não<br />

fumadores.<br />

onde dormir<br />

Hotel Eva ****<br />

Debruçado sobre a marina, tem quartos com vista sobre<br />

a ria e o mar. O terraço com piscina, o bar e restaurante<br />

panorâmico aproveitam a mesma envolvente.<br />

Quartos 134<br />

M Avenida da República, 1<br />

T 289 001 000<br />

www.tdhotels.pt<br />

Hotel Eva<br />

Hotel Faro ****<br />

Localizado no centro da cidade, junto à marina e ao<br />

centro histórico, tem quartos modernos e confortáveis.<br />

No último andar tem restaurante, bar e terraço panorâmicos,<br />

com vistas desafogadas sobre a ria Formosa.<br />

Quartos 90<br />

M Dom Francisco Gomes, 2<br />

T 289 830 830<br />

www.hotelfaro.pt<br />

LINHA DO ALGARVE FARO<br />

Encerra Domingo<br />

M Rua do Alportel, 38<br />

T 289 824 739<br />

Hotel Ibis Faro **<br />

Apenas a 2 km da cidade, oferece alojamento prático e<br />

funcional. Com piscina exterior, restaurante e bar com<br />

terraço aberto 24 horas.<br />

Quartos 81<br />

M EN125, Pontes de Marchil<br />

T 289 893 800<br />

www.ibishotel.com/pt/home<br />

Pousada de Juventude de Faro<br />

Alojamento acessível no centro da cidade, apenas a 15<br />

minutos a pé da estação de comboios. Com o habitual<br />

ambiente descontraído das pousadas, tem sala de convívio<br />

e esplanada.<br />

M Rua da PSP , Edifício do IPJ<br />

T 289 826 521<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

Pousda de Juventude de Faro<br />

Hotel Ibis<br />

19


20<br />

TAVIRA<br />

entre pontes e igrejas<br />

As populações islamizadas continuaram por <strong>aqui</strong> depois<br />

de a cidade ter sido conquistada por D. Paio Peres<br />

Correia, Mestre da Ordem de Santiago, em 1242.<br />

O primeiro bairro a ser construído extramuros, nas<br />

Ruas dos Mouros e Detraz dos Mouros, foi <strong>para</strong> este<br />

grupo de habitantes. Mais tarde, Tavira terá grande<br />

ligação às praças-fortes portuguesas em Marrocos,<br />

chegando D. João II a transferir provisoriamente a<br />

corte <strong>para</strong> <strong>aqui</strong>, em 1489. A época de ouro de Tavira<br />

foram os séculos XV e XVI, em que se estabeleceram<br />

relações comerciais intensas com o Norte de África e<br />

os entrepostos flamengos. Depressa a cidade extravasou<br />

a muralha medieval, surgindo um arrabalde<br />

de um e de outro lado do rio Gilão.<br />

Este rio, que <strong>aqui</strong> tem a sua foz, corre através da cidade,<br />

sendo atravessado por uma ponte medieval, agora<br />

reservada a peões. Mas há muito mais pontes, <strong>para</strong><br />

jusante ou <strong>para</strong> montante. Ao ponto de, <strong>para</strong> muitos,<br />

se tratar da cidade das pontes. Para outros é a cidade<br />

das igrejas. Tavira gaba-se de ter tido mais de 60<br />

igrejas, mantendo ainda cerca de metade. Contudo,<br />

<strong>para</strong> observar um dos melhores exemplares<br />

portugueses de uma tipologia rara<br />

entre nós, a igreja-salão, é<br />

preciso andar dois<br />

quilóme-<br />

Vista sobre os telhados tesoura de Tavira<br />

Estação de Albufeira<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

A pé<br />

0.8 km<br />

Táxis: T. 281 321 544, 281 325 746<br />

tros <strong>para</strong> oeste, até<br />

Luz de Tavira. A ilha de Tavira,<br />

o antigo Arraial Ferreira Neto, memória<br />

viva da pesca do atum nestas costas, Santa Luzia,<br />

dita a «capital do polvo» e a praia do Barril, com o seu<br />

acesso feito através de um pequeno comboio,<br />

são algumas razões suplementares<br />

<strong>para</strong> visitar esta cidade do<br />

sotavento algarvio.


o QUe ver<br />

Igreja de Santa Maria do Castelo<br />

Foi mesquita até os cristãos conquistarem a vila, em<br />

Julho de 1242. No interior ficam os túmulos dos sete<br />

cavaleiros cujo massacre pelos mouros terá levado ao<br />

ataque e tomada da cidade. Foi refeita em estilo neoclássico<br />

pelo arquitecto genovês Fabri. Tem, ao lado,<br />

uma torre sineira com imponente relógio.<br />

Ponte medieval<br />

Embora a lenda lhe atribua origem romana, tudo indica<br />

que tenha sido construída na Idade Média. Na margem<br />

direita, um painel de azulejos evoca os combates que<br />

<strong>aqui</strong> se travaram com os castelhanos por ocasião da crise<br />

de 1383/85. Passando a ponte, entra-se<br />

na Rua Tomás Cabreira, porta<br />

de entrada no antigo<br />

Castelo<br />

Após a conquista em 1242, a Ordem de Santiago viria<br />

a renunciar, em 1272, à posse do castelo, no contexto<br />

das guerras entre Portugal e Castela pelo domínio do<br />

Algarve. D. Dinis mandou refazer as muralhas e D. Manuel<br />

rasgar uma nova abertura, mais próxima do Rossio<br />

<strong>para</strong> facilitar o comércio. A Porta Nova, em arco de volta<br />

inteira, acabou por ficar entre dois edifícios, ligando a<br />

Rua da Afeição à do Postigo. Aqui principiava a muralha<br />

principal que serpenteava até à entrada norte. Ainda<br />

hoje são visíveis, por entre o casario, algumas torres<br />

de protecção e panos da muralha. O castelo apresenta<br />

duas torres quadradas e uma octogonal. A entrada faz-<br />

-se junto da Igreja de Santa Maria.<br />

LINHA DO ALGARVE TAVIRA<br />

arrabalde da margem esquerda. D<strong>aqui</strong> vale a pena subir<br />

à elevação onde ficam a Ermida de São Brás e a Igreja do<br />

Carmo, <strong>para</strong> ter uma outra perspectiva da cidade.<br />

Telhados de tesoura<br />

Não sendo exclusivos de Tavira, estes telhados continuam<br />

a ter grande expressão na cidade. O nome advém<br />

dos dois barrotes em ângulo que suportam a cobertura,<br />

sendo que cada sala tinha seu telhado, interiormente<br />

revestido a forro de caniço. A elevação e a caixa de ar<br />

contribuíam <strong>para</strong> ajudar a suportar os calores estivais.<br />

Arraial Ferreira Neto<br />

Onde se situa o Hotel Vila Galé Albacora, já perto das<br />

Quatro Águas, era uma das raras instalações permanentes<br />

dedicadas à pesca do atum. Era <strong>para</strong> <strong>aqui</strong> que<br />

os pescadores se mudavam na época da safra, existindo,<br />

também, instalações fabris <strong>para</strong> pre<strong>para</strong>r o<br />

pescado <strong>para</strong> a conserva e <strong>para</strong> a manutenção<br />

dos apetrechos de<br />

pesca.


22<br />

TAVIRA LINHA DO ALGARVE<br />

o QUe FaZer<br />

Centro Ciência Viva de Tavira<br />

A água e a energia são os temas fundamentais<br />

da exposição interactiva. Aqui pode ficar a saber<br />

mais sobre a poluição de cursos de água, a<br />

energia hidroeléctrica e a modelação da paisagem<br />

pela chuva e pelos rios. Além da exposição<br />

permanente existem também laboratórios apetrechados<br />

<strong>para</strong> realizar as mais diversas experiências,<br />

como o fabrico de iogurte ou sabão!<br />

Aberto Terça a sexta, das 10:00 às 18:00; Sábado<br />

e domingo das 14:00 às 18:00<br />

Encerra Segunda-feira<br />

M Convento do Carmo, Tavira<br />

T 281 326 231<br />

www.tavira.cienciaviva.pt<br />

De comboio até à praia do Barril<br />

Para chegar à famosa praia do Barril, localizada<br />

numa ilha-barreira onde as instalações do<br />

antigo arraial (casas dos pescadores de atum)<br />

foram recuperadas <strong>para</strong> apoio dos banhistas, só<br />

há duas maneiras: a pé ou de comboio. Depois<br />

de passar uma estreita ponte pênsil de madeira<br />

pode continuar a pé. São cerca de 2 km a direito<br />

até à praia. Se preferir, regresse às sensações da<br />

infância e apanhe o comboiozinho que, em poucos<br />

minutos, o leva até ao areal. Durante a viagem,<br />

deixe-se envolver pela beleza e serenidade<br />

da paisagem e aproveite, se estiver maré baixa,<br />

<strong>para</strong> observar as incursões nas lamas do sapal,<br />

de dezenas de caranguejos Boca Cava-Terra. Com<br />

um pouco de sorte, pode ainda ver de perto Perna-Longas,<br />

uma das aves mais características<br />

deste ecossistema.<br />

onde comer<br />

A Ver Tavira €€<br />

Está situado em pleno centro histórico, mesmo colado<br />

ao castelo, e oferece uma agradável e espaçosa esplanada.<br />

A oferta gastronómica mistura cozinha tradicional<br />

portuguesa com outros sabores e é servida à carta<br />

ou em sugestivos menus de degustação que mudam<br />

frequentemente, ao ritmo da estações e dos produtos<br />

disponíveis em cada época. A cozinha está a cargo do<br />

chefe João Viegas, já premiado em concursos gastronómicos.<br />

Zona de fumadores.<br />

Aberto todos os dias<br />

M Calçada da Galeria, 13<br />

T 281 381 363<br />

Pedro €€<br />

As conquilhas são um petisco obrigatório e o naco de<br />

atum bem como a feijoada de lingueirão enchem o<br />

olho e alegram o paladar. O arroz de tamboril e a cataplana<br />

de amêijoas são de qualidade assinalável. Quem<br />

gosta de carne não fica sem réplica. O bife à casa é alternativa<br />

a ter em conta. Não fumadores.<br />

Encerra Segunda-feira<br />

M Rua Capitão Baptista Marçal, 51, Cabanas<br />

T 281 370 425<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros


Vela 2 €€<br />

Localização segura e boa de encontrar, junto à PSP<br />

de Tavira. Está-se em casa de benfiquistas ferrenhos<br />

e por isso a decoração, ao contrário do que o nome<br />

sugere, nada tem que ver com o mar, mas sim com<br />

o futebol. O restaurante estende-se por duas pequenas<br />

salas. O peixe grelhado chega à mesa sem ser<br />

pedido, pois <strong>aqui</strong> não há hipótese de escolha.<br />

Besugos, linguados, sardinhas e carapaus<br />

são peixes do costume.<br />

Doces da<br />

região<br />

onde dormir<br />

Hotel Porta Nova ****<br />

Inaugurado em 2002, fica situado numa zona elevada da<br />

cidade, com vista sobre o rio Gilão e o centro histórico. Tem<br />

quartos confortáveis com varanda panorâmica, restaurante,<br />

piscinas exteriores e bar panorâmico no último piso.<br />

Quartos 137<br />

M Rua António Pinheiro<br />

T 281 329 700<br />

www.hotelportanova.com<br />

Hotel Porta Nova<br />

Hotel Vila Galé Tavira****<br />

No centro da cidade, junto ao rio Gilão, tem uma decoração<br />

de estilo árabe, inspirada no passado de Tavira.<br />

Os serviços incluem dois restaurantes, bares, piscina<br />

exterior e spa com piscina interior aquecida.<br />

Quartos 268<br />

M Rua 4 de Outubro<br />

T 281 329 900<br />

www.vilagale.pt<br />

LINHA DO ALGARVE TAVIRA<br />

<strong>para</strong> sobremesa. Não fumadores.<br />

Encerra Domingo<br />

M Campo Mártires da República, 1<br />

T 281323 661<br />

Hotel Vila Galé Tavira<br />

Pousada de Juventude de Tavira<br />

Perto do centro da cidade e com bons acessos às praias,<br />

esta pousada tem um ambiente descontraído e uma<br />

decoração moderna.<br />

Camas 62<br />

M Rua Miguel Bombarda, 36-38<br />

T 969 779 545<br />

www.pousadasjuventude.pt<br />

Parque de Campismo da Ilha de Tavira<br />

Situado em plena ilha de Tavira, na ria Formosa, tem<br />

<strong>para</strong> oferecer 11 km de praia de areia fina e mar calmo.<br />

Inserido numa zona de pinhal, tem supermercado,<br />

snack-bar e mesas <strong>para</strong> merendas.<br />

M Ilha de Tavira<br />

T 281 321 709<br />

www.campingtavira.com<br />

Praia da Ilha de Tavira


24<br />

VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO<br />

cidade geométrica<br />

Durante séculos, a única povoação portuguesa no estuário<br />

do Guadiana foi Castro Marim. Convencido da necessidade<br />

de afirmar a soberania lusa nesta zona estratégica<br />

de fronteira e de explorar os recursos pesqueiros de<br />

uma forma mais eficaz, o Marquês de Pombal ordenou a<br />

construção de uma cidade, de raiz, na foz do Guadiana.<br />

E, <strong>para</strong> que os pescadores, então fixados em Monte Gordo,<br />

viessem, de facto, <strong>para</strong> <strong>aqui</strong>, mandou a tropa incendiar<br />

as suas barracas. Este episódio ilustra as duas faces<br />

da acção do marquês de Pombal. Por um lado, o triunfo<br />

do racionalismo, criando a cidade nova onde nada existia,<br />

ordenada e geométrica. Por outro lado, a imposição<br />

violenta e ditatorial das políticas julgadas adequadas<br />

ao desenvolvimento do país. A decisão do primeiro-<br />

-ministro de D. José I foi tomada a 30 de Dezembro de<br />

1773. Quarenta dias depois já havia planta da futura<br />

cidade e, em Março de 1774, começavam a ser transportadas<br />

<strong>para</strong> <strong>aqui</strong> as peças pré-fabricadas em Lisboa.<br />

Dois anos depois, Vila Real de Santo António já tinha o<br />

essencial dos bairros pombalinos pronto e funcional. É<br />

esta cidade de quarteirões inesperadamente geométricos<br />

e de edifícios obedecendo a um pequeno leque de<br />

soluções-tipo que hoje podemos apreciar na sua parte<br />

mais central. A isto acrescem as paisagens do Guadiana,<br />

a reserva natural dos sapais mais a norte e, finalmente,<br />

as muito concorridas praias de Monte<br />

Gordo, de águas pouco batidas<br />

e quentes.<br />

Estação de Vila Real<br />

de Santo António<br />

Distância da estação ao centro<br />

Acessos:<br />

1 km<br />

A pé<br />

Táxi: T. 281 544 444<br />

A estação<br />

O projecto arquitectónico<br />

da estação<br />

de Vila Real<br />

de Santo António,<br />

datado de 1936, é<br />

da autoria de Cottinelli<br />

Telmo, conhecido<br />

como “o arquitecto ferroviário” por ter projectado,<br />

à época, a grande maioria das estações. Insere-se na<br />

arquitectura modernista, num estilo funcional<br />

e geométrico, destituído de<br />

decorações e ornamentos.<br />

Praça Marquês de Pombal


o QUe ver<br />

LINHA DO ALGARVE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO<br />

Centro histórico<br />

O plano pombalino previa a construção de um duplo quadrado<br />

constituído por 41 quarteirões. No interior destes<br />

havia quatro tipo de construções que se iam repetindo,<br />

consoante as circunstâncias. Nos prédios destes quarteirões<br />

havia séries de cinco janelas, intercaladas por outras<br />

tantas portas. Para ver tudo isto, dadas as transformações<br />

que Vila Real foi sofrendo, terá que se cingir à zona mais<br />

central, entre a Rua 5 de Outubro e a Rua Teófilo Braga.<br />

Rua do centro histórico<br />

Igreja Matriz<br />

Dedicado a Nossa Senhora da Encarnação, é<br />

um templo do século XVIII, de<br />

nave única, caracterís<br />

Marginal do Guadiana<br />

A Avenida da República corre ao longo do Guadiana,<br />

passando no enfiamento da Praça da República e junto<br />

ao edifício da alfândega, agora sem o bulício dos<br />

tempos em que a única ligação <strong>para</strong> Espanha eram<br />

os pachorrentos barcos que transportavam pessoas e<br />

carros <strong>para</strong> Ayamonte. Com a inauguração da ponte<br />

rodoviária internacional e da Via do Infante, em princípios<br />

da década de 1990, o essencial do tráfego passou<br />

a circular por ali. A marginal é um agradável passeio<br />

ribeirinho, com porto de recreio, que, na direcção da<br />

foz, se pode prolongar através de um longo paredão<br />

até ao ponto exacto onde o rio se lança no mar. É entre<br />

esta artéria e a praça que se encontram os melhores<br />

restaurantes da cidade, sendo famosa a forma como<br />

<strong>aqui</strong> se cozinha o bife de atum.<br />

tico da arquitectura pombalina. Conserva imagens<br />

do século XVIII, da autoria de Machado de Castro,<br />

nomeadamente uma imagem da padroeira no altar-<br />

-mor. Os retábulos das capelas são em estilo “rocaille”.<br />

A capela-mor e o baptistério apresentam vitrais da<br />

autoria do pintor algarvio Jo<strong>aqui</strong>m Rebocho.<br />

25


26<br />

VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO LINHA DO ALGARVE<br />

Centro Cultural António Aleixo<br />

Em pleno centro histórico, está instalado num edifício<br />

que já albergou o quartel militar e o mercado de verduras.<br />

Com a transferência do mercado <strong>para</strong> outra zona da<br />

cidade, pensou-se em atribuir ao espaço uma utilidade<br />

cultural. Inaugurado em 1998, deve o seu nome ao poeta<br />

popular António Aleixo (1899-1949), natural de Vila<br />

Real de Santo António. É um espaço cultural polivalente,<br />

com uma programação variada, e diversas valências.<br />

Obelisco<br />

Edificado como demonstração do poder do rei D. José I,<br />

ergue-se ao centro da Praça Marquês de Pombal. Datado<br />

de 1775, foi mandado construir pelo comércio das<br />

pescarias, actividade à época já bastante próspera, que<br />

viria a ser a base do desenvolvimento da cidade.<br />

Praça Marquês de Pombal<br />

Verdadeiro coração da cidade, esta praça evoca o Terreiro<br />

do Paço, em Lisboa. É rigorosamente quadrangular,<br />

tendo ao centro, revestido a calçada portuguesa, um<br />

obelisco, glorificando o poder real. Com excepção da<br />

igreja matriz, os edifícios que rodeiam a praça obedecem<br />

a uma solução-tipo que evoca os edifícios da Baixa<br />

Pombalina. Aqui se situam os Paços do Concelho.<br />

o QUe Saborear<br />

Doçaria típica<br />

Na doçaria tradicional, o Algarve é um caso sério,<br />

com toda uma panóplia de doces de amêndoa,<br />

ovos e figo. Grande destaque <strong>para</strong> os D. Rodrigos,<br />

embrulhados nas suas pratas coloridas, <strong>para</strong> o<br />

morgado de Silves, <strong>para</strong> os queijinhos e <strong>para</strong> os<br />

bolinhos de maçapão com formas de bichos e<br />

frutos, com recheio de doce de ovos. Estes doces<br />

encontram-se um pouco por todo o Algarve, mas<br />

cuidado com as imitações. Em Vila Real de Santo<br />

António, um dos locais mais recomendáveis é a<br />

Pastelaria Moderna, na Praça Marquês de Pombal.


LINHA DO ALGARVE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO<br />

onde comer<br />

Associação Naval do Guadiana €€<br />

É conhecido pelas suas tentadoras e generosas entradas,<br />

bem como pelo peixe fresquíssimo. Começando<br />

pelas primeiras a escolha é tentadora: carapaus alimados,<br />

muxama, estupeta, biqueirão em vinagrete, entre<br />

muitas delícias. Prossiga com a barriga de atum grelhada<br />

ou a massada de peixe. Para a digestão, recomenda-<br />

-se um passeio pela marginal.<br />

Zona de fumadores (esplanada).<br />

Encerra Quinta-feira<br />

M Avenida da República, Porto de Recreio<br />

T 281 513 038<br />

Pizza 2 €<br />

É um restaurante muito antigo e um dos mais conhecidos<br />

na zona a servir cozinha algarvia genuína. O nome<br />

é enganoso, pois esta casa nada tem a ver com especialidades<br />

italianas. Não fumadores.<br />

Encerra Quarta-feira<br />

M Rua Jornal do Algarve, 44<br />

T 281 543 157<br />

Caves do Guadiana €€<br />

Um dos mais antigos restaurantes da cidade, fica situado<br />

junto ao rio e denota na ementa a proximidade a<br />

Espanha, havendo oferta variada de tapas e especialidades<br />

do país vizinho, como a tortilha de gambas. Outras<br />

alternativas são bem mais portuguesas e regionais,<br />

como é o caso da anchova frita, das lulas <strong>para</strong> grelhar,<br />

do ensopado de eirozes, da caldeirada de cabrito ou<br />

ainda do atum, confeccionado de diversas e apetitosas<br />

€ até 15 euros €€ entre 15 e 30 euros €€€ mais de 30 euros<br />

maneiras. A torta de amêndoa pode ser o ponto final da<br />

refeição. Não fumadores.<br />

Encerra Quinta-feira<br />

M Avenida da República, 89-90<br />

T 281 544 498<br />

onde dormir<br />

Hotel Guadiana ***<br />

Hotel situado em edifício histórico, obra do arquitecto<br />

Ernesto Korrodi, em estilo arte nova,<br />

inaugurado em 1926. Com magnífica vista sobre<br />

a marina e o rio, tem localização privilegiada e<br />

oferece um conforto simples, sem luxos.<br />

Quartos 40<br />

M Avenida da República, 94<br />

T 281 511 482<br />

www.hotelguadiana.com.pt<br />

27


a bordo do comboio regionaL<br />

9 linhas <strong>para</strong> descobrir Portugal<br />

1 Linha do minho<br />

2 Linha do douro<br />

3 Linha do vouga<br />

4 Linha do norte e ramal de Tomar<br />

5 Linha da beira alta<br />

6 Linha da beira baixa<br />

7 Linha do oeste<br />

8 Linha do Leste e ramal de cáceres<br />

9 Linha do algarve

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!