Angus@newS - Vitrinebage
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1<br />
Impresso<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
Especial<br />
JULHO/AGOSTO DE 2011<br />
ANO 12 - Nº 53<br />
Angus @newS<br />
I N F O R M A T I V O O F I C I A L D A A S S O C I A Ç Ã O B R A S I L E I R A D E A N G U S<br />
9912270051 – DR/RS<br />
Associação<br />
Brasileira de Angus<br />
CORREIOS
2<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
EDITORIAL<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Paulo de Castro Marques<br />
Quando assumimos<br />
o posto de comando da<br />
raça Angus, lançamos<br />
como uma de nossas metas<br />
o reconhecimento das<br />
inúmeras qualidades da<br />
genética Angus para a padronização<br />
de rebanhos e<br />
para o cruzamento com<br />
vacadas zebuínas visando<br />
o melhoramento de rebanhos<br />
e a produção de carne<br />
de qualidade. Pois já<br />
estamos sendo surpreendidos<br />
pelo uso e pela so-<br />
Angus cresce<br />
e Brasil reconhece<br />
licitação de nossa genética<br />
nas principais regiões<br />
produtoras do País, com<br />
especial ênfase ao Brasil<br />
Central, onde estão os<br />
grandes projetos de pecuária<br />
com vistas à produção<br />
de carne de qualidade<br />
e em quantidade.<br />
O reconhecimento está<br />
vindo rápido, e atribuo estes<br />
resultados não só aos<br />
esforços que vem sendo<br />
empreendidos pela ABA e<br />
seus criadores, juntamente<br />
com o Programa Carne<br />
Angus Certificada, mas<br />
HUMOR - LUCA RISI<br />
também, em muito, porque<br />
a raça tem mesmo alta<br />
qualidade. Como os norte<br />
americanos e o mundo já<br />
sabe, Angus é mesmo uma<br />
raça completa.<br />
Nosso foco agora, até<br />
para consolidar esta expansão,<br />
é provar e promover<br />
o uso da genética<br />
Angus nacional. Estamos<br />
investindo em ações técnicas<br />
- como testes de<br />
progênie e provas para<br />
touros – capazes de ofertar<br />
ao mercado o sêmen<br />
de reprodutores de produ-<br />
ção nacional de apurada e<br />
comprovada eficácia.<br />
As vendas de sêmen<br />
Angus, se em 2010 surpreenderam,<br />
colocando<br />
a raça em primeiríssimo<br />
lugar, só perdendo para o<br />
enorme Nelore, neste ano o<br />
salto de crescimento seguramente<br />
deverá ser ainda<br />
maior.<br />
Esses e muitos outros<br />
assuntos que mostram a<br />
movimentação da raça<br />
Angus no Brasil estão em<br />
foco nas páginas do nosso<br />
<strong>Angus@newS</strong>, que aliás<br />
E X P E D I E N T E AssociAção BrAsileirA de Angus<br />
diretoria Biênio 2011/2012<br />
diretoria executiva - diretor Presidente: Paulo de Castro Marques - diretor 1ºVice Presidente: José Roberto Pires Weber - diretor Vice Presidente: Mariana Franco Tellechea - diretor Vice Presidente:<br />
Eduardo Macedo Linhares - diretor Vice Presidente: Valdomiro Poliselli Junior - diretor Financeiro: Reynaldo Titof f Salvador - diretor Administrativo: Marco Antônio Gomes da Costa - diretor de Marketing:<br />
Felipe Moura - diretor de núcleos: Sérgio Colaço da Silva - diretor de carne: Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello - conselho de Administração - Membros eleitos: Antônio Maciel Neto, Renato<br />
Zancanaro, Renato Ramirez, Antonino de Souza Dornelles, Carlos Alberto Martins Bastos - Membros natos (ex-Presidentes da ABA): Angelo Bastos Tellechea, Antônio Martins Bastos Filho, Fernando Bonotto,<br />
Hermes Pinto, José Roberto Pires Weber, Reynaldo Titoff Salvador, José Paulo Dornelles Cairoli, Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello - conselho Fiscal - Membros efetivos: João Francisco Bade Wolf, Ronaldo<br />
Zechlinski de Oliveira, Fábio Luiz Gomes - Membros suplentes: Roberto Soares Beck, Frederico Fittipaldi Pons, Elio Sacco - conselho Técnico: Susana Macedo Salvador – Presidente (ciaazul@terra.com.br), José<br />
Fernando Piva Lobato, Ricardo Macedo Gregory, Rogério Rotta Assis, Roberto Vilhena, Ângela Linhares, Amilton Cardoso Elias - Representante ANC (amilton@herdbook.org.br).<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
coordenação: Juliana Brunelli de Moraes (gerencia@angus.org.br)<br />
Jornalistas responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834<br />
colaboradores: Jorn. Alexandre Gruszynski, jorn. Ana Esteves e jorn. Marina Corrêa - diagramação: Jorge Macedo<br />
departamento comercial: Luana Rosales - 51 3231.6210 // 51 8116.9784<br />
Edição, Diagramação, Arte e Finalização: Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210 - Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502 - CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS<br />
www.agenciaciranda.com.br :: ciranda@agenciaciranda.com.br<br />
Associação Brasileira de Angus - Av. Carlos Gomes, 141 / conj. 501 - CEP 90.480-003 - Porto Alegre - RS - www.angus.org.br - angus@angus.org.br - Fone: 51 3328.9122<br />
* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.<br />
ressurge nesta Expointer<br />
com uma edição mostrando<br />
ainda mais vigor (são<br />
72 páginas!) e de roupa<br />
nova, com um moderno<br />
Projeto Gráfico, que qualifica<br />
ainda mais este fantástico<br />
produto de Comunicação.<br />
São muitos trabalhos,<br />
mas também grandes alegrias<br />
...<br />
A todos, uma excelente<br />
leitura.<br />
Paulo de Castro Marques<br />
Presidente da ABA<br />
Destaques<br />
desta edição<br />
O boom do sêmen Angus 03<br />
Ultrassonografia, o início 14<br />
Programa Carne Angus 20<br />
Concurso Angus Mirim 30<br />
Feicorte e a Nacional de Angus 38<br />
Expointer 2011 46<br />
Genética Nacional, eu acredito 52<br />
Perfil - Luiz Anselmo Cassol 60<br />
Prova de touros da Embrapa 66<br />
Como ser competitivo na pecuária 68
3<br />
3<br />
Julho/Agosto de 2011 MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />
Julho/Agosto <strong>Angus@newS</strong><br />
de 2011<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Por Eduardo<br />
Fehn Teixeira<br />
O boom do sêmen,<br />
a IATF, os projetos dos grandes frigoríficos<br />
e a expansão da genética Angus<br />
Nos últimos cinco anos, a procura pela genética Angus alcançou o<br />
crescimento percentual de 192%, triplicando do ano de 2006 para cá.<br />
Isto é um salto realmente fantástico. E segundo garante o presidente<br />
da Associação Brasileira de Angus (ABA), Paulo de Castro Marques,<br />
os pecuaristas preocupados com características como fertilidade,<br />
precocidade sexual, musculosidade, rápido ganho de peso e terminação,<br />
preferem Angus.<br />
cada cinco bezerros<br />
nascidos ”De<br />
de cruzamento<br />
industrial no Brasil, quatro<br />
são de genética Angus”, impacta<br />
Marques, mostrando<br />
que a preferência pela genética<br />
Angus, a partir de seus<br />
resultados, cresce como<br />
bola de neve entre técnicos<br />
e produtores, sendo também<br />
indicada nos grandes projetos<br />
de grupos frigoríficos,<br />
caso do Silva, no Rio Grande<br />
do Sul, e do Marfrig,<br />
com larga atuação no Brasil<br />
Central.<br />
Não é mais novidade que<br />
a raça Angus vem demons-<br />
trando ano a ano um significativo<br />
crescimento no mercado<br />
brasileiro de sêmen,<br />
situação que a posiciona na<br />
liderança deste segmento,<br />
mesmo levando em consideração<br />
as vendas de sêmen<br />
de todas as demais raças<br />
taurinas.<br />
Em março deste ano,<br />
quando foi divulgado ao<br />
mercado o tradicional Relatório<br />
da Associação Brasileira<br />
de Inseminação Artificial<br />
(Asbia), relativo ao ano<br />
de 2010, ficava evidente a<br />
liderança Angus. Em 2010<br />
a raça registrou um crescimento<br />
de vendas de sêmen<br />
de 23,38% em relação à<br />
comercialização de sêmen<br />
de 2009, alcançando um<br />
volume de 1.792.496 de<br />
doses negociadas, contra<br />
os 1.452.813 obtidos em<br />
2009.<br />
Esses dados, sem dúvida<br />
alguma, colocam a Angus<br />
na liderança entre as demais<br />
raças de origem européia,<br />
com 83,52% de todo<br />
o mercado nacional. Angus<br />
só perde mesmo para o Nelore<br />
entre todas as raças de<br />
corte. E com estes números<br />
a Angus já responde por<br />
29,75% de todo o sêmen<br />
das raças de corte comer-<br />
cializado no Brasil, que totalizam<br />
6.025.214 doses.<br />
Avanço no<br />
centro oeste<br />
Ainda mais revelador<br />
do efetivo avanço da genética<br />
Angus, o relatório da<br />
ASBIA mostrou que das<br />
1.792.496 doses de sêmen<br />
Angus vendidas em 2010,<br />
um percentual de 49,32%<br />
(ou 884.033 doses) foram<br />
negociadas para o Centro<br />
Oeste do Brasil, onde estão<br />
os grandes projetos de pecuária<br />
que tem como base<br />
o Nelore. E para garantir<br />
um futuro realmente enorme<br />
para a genética Angus,<br />
o mesmo documento revela<br />
estimativas que apontam<br />
que apenas 9% das fêmeas<br />
em idade reprodutiva são<br />
inseminadas no Brasil, escancarando<br />
um mega mercado<br />
ainda por ser desbravado.<br />
>>>
4<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Por que Angus?<br />
Segundo o sub gerente<br />
ABA Programa Carne<br />
Angus Certificada - Melhoramento<br />
Angus, Fábio<br />
Medeiros, nos últimos 5<br />
anos o volume total de sêmen<br />
comercializado no<br />
Brasil teve crescimento de<br />
57,52%. No mesmo período<br />
a venda nacional de sêmen<br />
Angus cresceu 192,22%.<br />
Este crescimento mostra<br />
fundamentalmente que a<br />
experiência dos produtores<br />
na utilização da genética<br />
Angus tem sido produtiva e<br />
positiva.<br />
As vantagens de utilizar<br />
a genética Angus não se restringem<br />
apenas às expressivas<br />
valorizações que os<br />
novilhos recebem no abate<br />
dentro do Programa Carne<br />
Angus Certificada (que podem<br />
chegar a 10% acima<br />
Cristiano Leal<br />
do mercado), como também<br />
nos resultados dentro da<br />
porteira. A genética Angus<br />
resulta em animais produtivos<br />
em termos de desempenho,<br />
fertilidade e precocidade<br />
de terminação, tanto<br />
na raça pura como no cruzamento<br />
industrial. No momento<br />
da comercialização,<br />
seja de animais terminados,<br />
bezerros, novilhos para terminação,<br />
ventres para reprodução,<br />
o pecuarista se<br />
depara com excelente liquidez<br />
e valorização em todos<br />
os elos da cadeia.<br />
A crescente procura por<br />
Angus pode ser visualizada<br />
quando se compara a evolução<br />
da raça com o crescimento<br />
do mercado de inse-<br />
MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
minação artificial como um<br />
todo. No Rio Grande do Sul,<br />
por exemplo, berço da raça<br />
no Brasil, cerca de 55% do<br />
total das doses de sêmen de<br />
gado de corte utilizadas são<br />
da genética Angus.<br />
Já no Brasil central, o<br />
grande interesse dos pecuaristas<br />
é resultado da excelente<br />
complementariedade<br />
da genética Angus com as<br />
raças zebuínas criadas naquela<br />
região, notadamente<br />
o gado Nelore. Os animais<br />
cruzados com Angus apresentam<br />
excelentes índices<br />
zootécnicos alcançando<br />
acabamento superior precocemente,<br />
com excelentes<br />
pesos de carcaça, compatíveis<br />
com os mais exigentes<br />
mercados.<br />
Angus/nelore<br />
é caminho sem volta<br />
Com larga experiência<br />
em projetos de produção<br />
pecuária, em melhoramento<br />
genético e em seleção e comercialização<br />
de sêmen no<br />
Brasil e na América Latina,<br />
o veterinário Luis Alberto<br />
Müller, do alto de sua visão<br />
internacional da movimentação<br />
da pecuária no Brasil,<br />
primeiramente deixa claro<br />
A procura por Angus pode ser<br />
identificada quando se compara<br />
a evolução da inseminação<br />
A iATF vai trazer os mesmos<br />
benefícios que o plantio direto<br />
trouxe para a agricultura<br />
Luis Alberto Müller<br />
que o casamento Angus/<br />
Nelore (zebu) é um caminho<br />
sem volta. Ele garante<br />
que especialmente a partir<br />
de 2009/2010, com o incremento<br />
do trabalho dos<br />
grandes frigoríficos junto<br />
aos produtores e aos mercados<br />
de venda de carne tanto<br />
interno quanto externos, o<br />
mercado brasileiro de pecuária<br />
percebeu e descobriu as<br />
vantagens do uso da genética<br />
Angus para a produção<br />
de carcaças melhoradas, de<br />
carne de maior qualificação.<br />
iATF é o Plantio direto<br />
E Müller já sai comparando<br />
os efeitos do uso da<br />
IATF (Inseminação Artificial<br />
a Tempo Fixo) sobre<br />
a pecuária nacional aos<br />
benefícios trazidos à nossa<br />
agricultura pela técnica do<br />
Plantio Direto. Segundo ele,<br />
um salto, que na pecuária<br />
ainda não pode ser dimensionado<br />
com exatidão, mas<br />
que é mesmo enorme em ganhos<br />
para toda a atividade.<br />
Atuando atualmente<br />
como Gerente Geral da Ciale<br />
Alta na Argentina, Müller<br />
argumenta que a intensificação<br />
dos protocolos de<br />
IATF na produção pecuária<br />
possibilitaram maior velocidade<br />
na produtividade<br />
através da melhoria genética,<br />
com redução nos custos.<br />
“Em 2010, 50% de toda a<br />
inseminação artificial em<br />
gado de corte no Brasil foi<br />
realizada através do uso de<br />
hormônios para a sincronização<br />
de cio”, diz o técnico,<br />
lembrando que houve<br />
grandes investimentos em<br />
pesquisas e na geração de<br />
produtos por parte dos laboratório,<br />
assim como enorme<br />
esforço para a difusão<br />
dessas novas tecnologias<br />
aos técnicos e ao mercado<br />
de pecuária, eliminando em<br />
muito os históricos períodos<br />
de resistência ao novo.<br />
Fábio Medeiros >>>
5 5<br />
Julho/Agosto de 2011 MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />
Março/Abril <strong>Angus@newS</strong><br />
de 2010<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
SOLUÇÃO GENÉTICA
6<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
crescimento endógeno<br />
“Para as empresas de<br />
inseminação, houve um<br />
crescimento endógeno, ou<br />
seja: os clientes já existentes<br />
passaram a inseminar muito<br />
mais, adquirindo muito mais<br />
doses de sêmen”, identifica<br />
Müller, mostrando como foi<br />
construído grande parte da<br />
verdadeira explosão especialmente<br />
nas vendas de sêmen<br />
Angus. Para ele, o surgimento<br />
da IATF, ao menos<br />
num primeiro momento, eliminou<br />
a realização de investimentos<br />
e esforços por parte<br />
das centrais de sêmen na<br />
captação de novos clientes.<br />
Por outro lado, Luis<br />
Müller lembra que os preços<br />
que vem sendo obtidos pelos<br />
bezerros (ou pelo boi de<br />
abate) são bastante remuneradores,<br />
e por isso o produtor<br />
quer sempre mais e mais<br />
bezerros, mais e mais bois/<br />
novilhos para abate. Provas<br />
o crescimento da genética<br />
Angus no Brasil também está<br />
ocorrendo na Argentina<br />
incontestes são os sucessos<br />
que vem sendo obtidos tanto<br />
pelo Programa Carne Angus<br />
Certificada, quanto pelo<br />
Programa Terneiro Angus<br />
Certificado, ambos da Associação<br />
Brasileira de Angus<br />
(ABA). E insiste que nesse<br />
boom do sêmen, o Angus<br />
tem grande destaque, por<br />
sua performance junto aos<br />
grandes rebanhos Nelore.<br />
Luis Müller está projetando<br />
para este ano um<br />
crescimento nas vendas de<br />
sêmen bastante similar ao<br />
do ano passado: cerca de<br />
20%. E ele lembra que a<br />
preferência por genética<br />
Angus, que é algo notório no<br />
MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Marcelo Vezozzo Sérgio Saud<br />
Brasil, também está ocorrendo<br />
com igual intensidade<br />
na Argentina.<br />
cri sempre<br />
apostou em Angus<br />
Sérgio Saud, diretor executivo<br />
da CRI Genética, já<br />
sai afirmando que o mercado<br />
brasileiro de sêmen é<br />
muito otimista e lembra que<br />
a CRI já vem se preparando<br />
para enfrentar esse boom<br />
do sêmen e da genética Angus<br />
no Brasil há mais de seis<br />
anos, considerando também<br />
que a empresa tem sua base<br />
na genética Angus. Ele reafirma<br />
que a CRI sempre<br />
teve a raça Aberdeen Angus<br />
como o carro-chefe de seu<br />
catálogo corte.<br />
“Numa atualização<br />
constante, os melhores criadores<br />
de Angus, especialmente<br />
dos Estados Unidos<br />
onde está o melhor em Angus<br />
no mundo, são nossos<br />
parceiros há muitos anos”,<br />
diz o executivo, afirmando<br />
que a CRI apresenta ao<br />
mercado no Brasil o que há<br />
de mais atual em sêmen Angus,<br />
tanto para animais de<br />
argola (de cabanha), voltados<br />
à produção de matrizes<br />
e reprodutores, quando para<br />
a chamada produção de<br />
campo, com destaque aos<br />
cruzamentos industriais.<br />
Ségio Saud aponta algumas<br />
razões incontestáveis<br />
para a centralização da preferência<br />
pelo sêmen e pela<br />
genética Angus. Conforme<br />
argumenta, a genética Angus<br />
dá padrão ao gado e<br />
melhora as carcaças, a carne.<br />
Internamente o consumidor<br />
brasileiro está podendo<br />
pagar mais e quer uma carne<br />
mais saborosa e macia. E<br />
os frigoríficos também estão<br />
identificando nichos de<br />
mercados no exterior e para<br />
lá mandando carne de melhor<br />
qualidade, produzida a<br />
partir de cruzamentos com<br />
Angus. Esses mesmos frigoríficos,<br />
a exemplo do que faz<br />
o Programa Carne Angus<br />
Certificada, também estão<br />
relacionando a genética Angus<br />
em seus grandes projetos<br />
de parceria com produtores,<br />
recomendando com o<br />
uso da IATF aos neloristas<br />
o cruzamento com Angus.<br />
“É a melhor genética, melhorando<br />
a carne do maior<br />
rebanho brasileiro”, aponta<br />
o executivo da CRI.<br />
Com todo esse movimento<br />
no mercado, Sérgio Saud<br />
revela que só no primeiro<br />
semestre deste 2011 a CRI<br />
registra crescimento nas<br />
vendas de sêmen Angus da<br />
ordem dos 70%<br />
Araucária: é o início<br />
da decolagem<br />
Marcelo Vezozzo, da<br />
Araucária Genética Bovina,<br />
acredita que tendo como<br />
base os dados de comercialização<br />
de sêmen Angus da<br />
Asbia – relatório 2010, em<br />
2011 o crescimento mínimo<br />
deverá ser de 30% sobre<br />
2010. “Angus não é modismo.<br />
É, isto sim, carne de<br />
qualidade, a partir de comprovado<br />
melhoramento genético”,<br />
ratifica o dirigente.<br />
Não importando se sêmen<br />
nacional ou vindo do<br />
exterior, o que o mercado<br />
quer é eficiência, diz Vezozzo.<br />
Ele apóia sua aposta<br />
de que a explosão do uso da<br />
genética Angus está apenas<br />
começando, na verdadeira<br />
parceria que estão acontecendo<br />
no mercado, unindo<br />
indústrias e produtores. “Os<br />
programas de produção de<br />
carne de qualidade, a exemplo<br />
do pioneiro Programa<br />
Carne Angus Certificada, da<br />
ABA, se multiplicam pelo<br />
Brasil, e os grandes produtores<br />
já podem contar com<br />
o apoio das áreas técnicas<br />
dos frigoríficos para selecionar<br />
os melhores touros, que<br />
melhor vão atender às suas<br />
demandas em suas regiões<br />
de atuação”, detalha Vezozzo.<br />
crV investe em<br />
provas de touros<br />
Para o gerente corte<br />
taurinos da CRV Lagoa,<br />
veterinário Cristiano Leal,<br />
o enorme incremento na<br />
comercialização de sêmen<br />
Angus, se por um lado é<br />
altamente positivo, de outro<br />
não representa novidade<br />
para quem é do agro.<br />
“Esse crescimento da genética<br />
Angus já é histórico.<br />
Já aconteceu nos estados<br />
unidos e em outros centros<br />
e era questão apenas de um<br />
maior amadurecimento do<br />
mercado brasileiro para se<br />
tornar fato também aqui”,<br />
diz o técnico.<br />
>>>
7<br />
7<br />
Julho/Agosto de 2011 MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />
Março/Abril <strong>Angus@newS</strong><br />
de 2010<br />
<strong>Angus@newS</strong>
8<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Ele chama a atenção dos por problemas de nutrição muito mais profissional,<br />
criadores de Angus para as e de manejo, com o auge mas técnica e consciente<br />
provas de touros que vem deste travamento ocorrendo de nossas potencialidades,<br />
sendo promovidas pela CP em 2005, que registrou na e isto se revela através do<br />
CRV Lagoa. “Nós não esta- venda de sêmen Angus de sêmen que vem sendo cada<br />
mos apenas comercializando apenas 500 mil doses. vez mais vendido, com lar-<br />
sêmen Angus. Estamos in- Avaliando o cenário nago destaque ao sêmen, à<br />
vestindo em touros nacionais cional da atualidade, Vasco genética Angus”, posiciona<br />
com vistas à geração de uma lembra que o que ocorre Beheregaray Neto.<br />
genética adaptada às condi- hoje no Brasil é quase óbções<br />
brasileiras e capaz de vio, se revisarmos os fatos Momento da<br />
remunerar melhor o criador que marcaram o crescimen- pecuária brasileira<br />
e por certo o selecionador to da raça Aberdeen Angus Depois de passar por um<br />
nacional”, defende.<br />
especialmente nos Estados processo de amadurecimen-<br />
Vasco Beheregaray Neto Mas concorda que a par- Unidos, onde ela se transto, o momento que experi-<br />
Heverardo Carvalho<br />
tir de agora são os grandes formou, há muitos anos, em menta a pecuária brasileira<br />
Mas se por um lado comemora,<br />
de outro Cristiano<br />
lamenta o ainda ganho incipiente<br />
dos selecionadores<br />
brasileiros produtores de<br />
genética de alto nível. “Do<br />
total do sêmen Angus vendido,<br />
como registra o relatório<br />
da Asbia, tão somente 34%<br />
(o que equivale a cerca de<br />
600 mil doses) são de touros<br />
nacionais”, aponta o<br />
técnico.<br />
Ele critica que o ganho<br />
maior ainda é de criadores<br />
norte-americanos e argentinos.<br />
E seu discurso tem razão<br />
de ser. Cristiano lembra<br />
que a Lagoa é a central que<br />
mais investe no fomento do<br />
sêmen Angus Nacional. Diz<br />
por exemplo, que dos pouco<br />
mais de 30% do sêmen nacional<br />
negociado em 2010,<br />
12% vieram de touros avaliados<br />
na Central de Performance<br />
CRV Lagoa, propagandeia.<br />
frigoríficos que passam a líder de mercado.<br />
comandar a festa da pecuá- Ele completa a trajeria<br />
nacional. “Como resultatória da pecuária nacional<br />
do desses grandes projetos lembrando que de 2005 em<br />
envolvendo o maior rebanho diante, aí com mais crité-<br />
brasileiro,<br />
Nelore, temos<br />
a elevação<br />
da Junto com o Angus, entramos<br />
q u a lid a d e<br />
da carne e numa fase mais profissional,<br />
da quanti- técnica e consciente<br />
dade de carcaçasabatidas.<br />
E isso só vai crescer, rios e maior tecnologia, os<br />
junto com o uso da genética cruzamentos efetivamente<br />
Angus”, afirma ele. decolaram. “Veio o uso da<br />
IATF e outras tecnologias<br />
ABs: lembrando e aliados aos confinamentos<br />
do primeiro salto e ao apoio das indústrias<br />
“O auge do uso de sêmen frigoríficas, tudo se modifi-<br />
Angus nos cruzamentos incou e melhorou muitíssimo,<br />
dustriais no Brasil ocorreu possibilitando caminhos<br />
em 2001, com 1,14 milhão seguros e o real desenvolvi-<br />
de doses”, recorda o gerente mento da pecuária brasilei-<br />
corte da ABS, Vasco Behera. “Agora, comparados ao<br />
regaray Neto. “Tempos de- chamado primeiro mundo,<br />
pois os cruzamentos entra- ingressamos numa segunram<br />
em crise, especialmente da fase de nossa pecuária,<br />
é o maior responsável pelo<br />
marcante crescimento na<br />
comercialização de sêmen<br />
Angus no País. É deste modo<br />
que o diretor da Ciale Alta<br />
(Alta Genetics)<br />
no Brasil, Heverardo<br />
Carvalho,<br />
justifica o incremento<br />
de vendas<br />
comprovado<br />
pelo relatório da<br />
Asbia relativo<br />
ao ano passado.<br />
“E este ano e nos próximos<br />
esse crescimento será ainda<br />
mais significativo, principalmente<br />
em razão dos visíveis<br />
bons resultados que já são e<br />
por certo serão obtidos com<br />
a aplicação da genética Angus<br />
nos cruzamentos industriais<br />
com gados anelorados<br />
no Brasil Central”, situa o<br />
dirigente.<br />
Heverardo recorda que<br />
até cerca de sete anos atrás,<br />
os pecuaristas realizavam o<br />
que se pode chamar de misturamento<br />
de raças, e não<br />
ganhos a partir de 20%<br />
mais. “Dessas aventuras resultaram<br />
graves problemas<br />
aos rebanhos, que demandaram<br />
algum tempo para que<br />
fosse corrigidos, a partir de<br />
uma retomada com base<br />
nas modernas informações<br />
e tecnologias disponíveis”,<br />
asseverou. Mas conforme o<br />
dirigente, há quatro ou cinco<br />
anos o mercado da pecuária<br />
tomou novos rumos no Brasil,<br />
agora corretos, e com o<br />
uso de técnica e orientação,<br />
inclusive com franca participação<br />
no processo dos<br />
grandes grupos frigoríficos,<br />
e alavancados pela excelência<br />
dos resultados do uso da<br />
IATF, os produtores passaram<br />
a cruzar certo, fazer<br />
melhoramento genético e<br />
neste processo a genética<br />
Angus é um dos componentes<br />
responsáveis por todo<br />
o sucesso que vem sendo<br />
obtido. “Não é por acaso o<br />
enorme crescimento da venda<br />
de sêmen e de genéticas<br />
cruzamentos orientados, Angus”, certifica o técnico<br />
técnicos, capazes de gerar da Ciale Alta.
9<br />
9<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL CARNE<br />
Março/Abril <strong>Angus@newS</strong><br />
de 2010<br />
<strong>Angus@newS</strong>
10<br />
Julho/Agosto de 2011 MELHORAMENTO GENÉTICO<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Escolha do sêmen:<br />
Por Ana Esteves<br />
A<br />
escolha do sêmen para<br />
realização de técnicas<br />
de inseminação artificial<br />
em bovinos é considerada<br />
como um dos momentos<br />
cruciais da atividade pecuária,<br />
quer seja para o criador<br />
que se dedica à produção<br />
de terneiros para engorda<br />
ou para aquele cujo foco é<br />
a criação e comercialização<br />
de grandes reprodutores.<br />
A tarefa não é fácil e deve<br />
sempre se basear numa série<br />
de critérios para que o material<br />
selecionado possa efetivamente<br />
ter os resultados<br />
genéticos esperados.<br />
“Na hora de escolher o<br />
sêmen é importante atentarse<br />
para as questões ligadas<br />
à sua qualidade, o que fica<br />
por conta da confiabilidade<br />
que se deposita na central<br />
que coleta e comercializa o<br />
sêmen”, afirma a geneticista<br />
da Gensys, Fernanda Brito.<br />
De acordo com a especialista,<br />
as questões ligadas ao<br />
potencial de produção do<br />
touro escolhido em relação<br />
ao objetivo que se quer para<br />
o rebanho é outro ponto a<br />
ser levado em conta. “Nisso<br />
entram as DEPs e suas respectivas<br />
acurácias que nortearão<br />
a escolha e intensidade<br />
de uso de determinado<br />
sêmen”, diz a especialista.<br />
Fernanda explica que a<br />
DEP do animal, cujo sêmen<br />
está sendo comercializado,<br />
representa a diferença de<br />
produção esperada na progênie<br />
em relação à média<br />
da população onde os filhos<br />
foram avaliados. Ou seja,<br />
a DEP se refere ao valor<br />
mais próximo possível do<br />
valor genético verdadeiro do<br />
touro, daquilo que ele pode<br />
passar através da contri-<br />
um momento crucial!<br />
buição de seu genoma para<br />
as gerações futuras. Para<br />
entender conceitualmente<br />
a DEP, a geneticista tomou<br />
como exemplo a característica<br />
número de dias para ganhar<br />
400 kg do nascimento<br />
ao sobreano (D400). “Consideremos<br />
os touros A e B,<br />
com DEPs de 40 e 10 dias,<br />
respectivamente. A diferença<br />
entre as DEPs dos touros A<br />
e B é, portanto, de 30 dias.<br />
Isto significa que se ambos<br />
os touros forem acasalados<br />
com grupos semelhantes de<br />
vacas e os produtos forem<br />
submetidos às mesmas condições<br />
ambientais, os produtos<br />
do touro A serão, em<br />
média, 30 dias mais precoces<br />
para ganhar 400 kg de<br />
peso do que os produtos do<br />
touro B”.<br />
Acurácia da deP<br />
Outro conceito importante<br />
na hora de escolher o sêmen<br />
se refere à acurácia da<br />
DEP. Fernanda Brito mede<br />
justamente o quão próximo<br />
a DEP está do valor genético<br />
verdadeiro. É a correlação<br />
entre estes dois valores.<br />
A acurácia indica, portanto,<br />
o grau de confiança depositado<br />
na estimativa da DEP.<br />
Os valores de acurácia podem<br />
variar de 0 a 1 (ou 0 a<br />
100), sendo que os valores<br />
mais elevados indicam maior<br />
segurança na estimativa da<br />
DEP. “A acurácia é uma função<br />
da quantidade de informação<br />
disponível para avaliação<br />
do touro. São fontes<br />
de informação os dados do<br />
seu próprio desempenho, do<br />
desempenho de sua progênie<br />
e de todos os seus parentes<br />
(pai, mãe, irmãos inteiros,<br />
meio-irmãos, etc.). Quanto<br />
maior a quantidade de informação<br />
disponível, mais elevado<br />
é o valor da acurácia”.<br />
importância dos<br />
sumários<br />
O geneticista Mário Pic-<br />
Fernanda Brito<br />
coli, também da equipe da<br />
Gensys, destaca ainda o uso<br />
dos sumários como critério<br />
essencial na hora de escolher<br />
o sêmen. “Com esse<br />
documento de dados, o produtor<br />
tem a certeza de estar<br />
escolhendo touros testados”,<br />
valoriza. Além disso, o especialista<br />
enfatizou a importância<br />
de serem escolhidos<br />
animais jovens, incluídos nos<br />
parâmetros de aval da raça.<br />
“É o sumário que norteia a<br />
compra de animais bem ranqueados<br />
e o produtor deve<br />
preferir sempre os 10% melhores<br />
e mais jovens.”<br />
Terneiros ou Touros?<br />
Piccoli enfatiza que as<br />
duas principais características<br />
observadas pelos produtores<br />
devem ser sempre as<br />
que se referem à produtividade<br />
dos animais, para quem<br />
trabalha com terneiros para<br />
engorda e, por outro lado, os<br />
aspectos reprodutivos, para<br />
os criadores que se dediquem<br />
à produção de touros. “Só<br />
depois é que os produtores<br />
devem fazer o tal pente fino<br />
do fenótipo, de acordo com<br />
a identidade de seu rebanho:<br />
se é vermelho ou preto, se<br />
tem pelo mais comprido ou<br />
mais curto, entre outros”.<br />
o Mérito genético<br />
Fernanda Brito complementa<br />
e explica que a seleção<br />
do sêmen costuma ser<br />
feita com base em mais de<br />
uma característica, formando<br />
um índice que agrega<br />
num único valor o Mérito<br />
Genético total do animal. As<br />
características são definidas<br />
buscando-se um equilíbrio<br />
entre as características de<br />
carcaça (avaliadas através<br />
de ultra-som e de escores<br />
visuais de conformação, precocidade<br />
e musculatura), a<br />
velocidade de ganho de peso<br />
(expressa em kg ou dias) e<br />
o perímetro escrotal (como<br />
indicadora de precocidade<br />
sexual).<br />
Ao traçar um comparativo<br />
entre as provas nacionais<br />
e as importadas, Fernanda<br />
diz que as produzidas no<br />
Brasil não deixam nada a<br />
desejar em relação às constituídas<br />
fora do País. “Pelo<br />
contrário, o volume de dados<br />
produzido em nosso país<br />
provoca “inveja” nos estrangeiros<br />
dependendo da raça”.<br />
O que acontece é que há<br />
características medidas em<br />
programas estrangeiros que<br />
não apresentam um volume<br />
expressivo aqui e vice-versa<br />
o que dá o caráter de complementariedade<br />
entre as<br />
provas nacionais e as fora do<br />
Brasil.<br />
genótipo-Ambiente<br />
Sobre a questão da interação<br />
genótipo-ambiente,<br />
numa situação em que o<br />
sêmen de um reprodutor de<br />
um país é exportado para<br />
outro, a geneticista explica<br />
que avaliar e considerar essa<br />
interação em programas de<br />
melhoramento pode trazer<br />
vantagens econômicas significativas.<br />
“Tanto no sentido<br />
de detectar a significância<br />
dessa interação, como no de<br />
utilizá-la na seleção, predizendo<br />
e otimizando os ganhos<br />
de acordo com os diferentes<br />
sistemas de produção”. Ela<br />
lembra que o fenótipo dos<br />
indivíduos é o resultado de<br />
seu genótipo, manifestado<br />
segundo o ambiente em que<br />
este indivíduo está exposto.<br />
Desconsiderar a ocorrência<br />
de interação genótipo-ambiente<br />
nos modelos em que<br />
ela de fato ocorre não tem<br />
implicação nas propriedades<br />
estatísticas da DEP, porém a<br />
sua aplicação na seleção de<br />
animais em ambientes muito<br />
diferentes daqueles em que<br />
os dados foram coletados<br />
fica prejudicada e o progresso<br />
genético esperado se torna<br />
menor.<br />
nacional ou importado?<br />
Para o veterinário Luis<br />
Alberto Müller, Gerente Geral<br />
da Ciale Alta na Argentina,<br />
independentemente de<br />
ser nacional ou importado,<br />
o sêmen a ser utilizado deve<br />
ser selecionado de acordo<br />
com a adequação da necessidade<br />
do sistema produtivo,<br />
do tipo de gado, do meio ambiente<br />
onde está a produção<br />
e do objetivo da exploração.<br />
Müller observa que a genética<br />
Angus, por sua enorme<br />
variedade genética, possibilita<br />
um amplo espectro<br />
de escolhas.<br />
“Até demorou, mas a genética<br />
Angus e seus ganhos<br />
finalmente foram descobertos<br />
e estão sendo cada vez<br />
mais utilizados pelo mercado,<br />
com visíveis ganhos<br />
a todos os componentes do<br />
processo, começando pelos<br />
produtores e terminando<br />
com os consumidores finais”,<br />
observa o técnico.<br />
Mário Piccoli
11<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Julho/Agosto de 2011 LEILÕES EDITORIAL CHANCELADOS<br />
Março/Abril <strong>Angus@newS</strong><br />
de 2010
12<br />
Julho/Agosto de 2011 MELHORAMENTO GENÉTICO<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Por Alexandre<br />
Gruszinsky<br />
A<br />
tecnologia da IATF<br />
(Inseminação Artificial<br />
em Tempo Fixo)<br />
vem destacando o Brasil<br />
entre os demais países produtores<br />
de carne. Não somos<br />
apenas um dos maiores<br />
usuários dessa moderna<br />
ferramenta no mundo da<br />
pecuária, como também<br />
temos o maior projeto de<br />
inseminação por IATF de<br />
todo o planeta. Localizado<br />
no estado do Pará, o projeto<br />
contempla 130 mil matrizes<br />
inseminadas com esta tecnologia.<br />
A informação é do<br />
gerente técnico responsável<br />
pela linha de produtos reprodutivos<br />
da MSD Saúde<br />
Animal, uma empresa do<br />
grupo Merck, João Paulo<br />
Barbuio.<br />
Falando para o Angus@<br />
newS, o técnico explica que<br />
a tecnologia da IATF foi de-<br />
TÉCNICOS CREDENCIADOS<br />
Utilize os serviços do Corpo Técnico da Associação<br />
UF CIDADE NOME TELEFONES<br />
PR Arapongas Antônio Francisco Chaves Neto 43 3275.1811 / 43 9972.0309<br />
SC Lages Aristorides Tadeu Ribeiro de Melo 49 9146 5455<br />
RS Porto Alegre Dimas Correa Rocha 51 9904.3356<br />
RS Bagé Fábio Azeredo 53 9946.6031<br />
RS Porto Alegre Fernando Furtado Velloso 51 3392.6502 / 51 9835.8100<br />
RS Alegrete Flávio Montenegro Alves 55 3422.7595 / 55 9974.3024<br />
RS Vacaria Ivan Pedro Verdi Guazzelli 54 9117.0773<br />
RS Cachoeira do Sul Joel Rocha Scroferneker 51 3724.2495 / 51 9975.1985<br />
No Pará,<br />
maior Projeto de IATF do mundo<br />
senvolvida para dar maior<br />
dinamicidade à pecuária,<br />
eliminando duas limitações<br />
que existem na inseminação<br />
artificial: a duração do cio<br />
das fêmeas de origem zebuína<br />
que é mais curto que o<br />
das fêmeas de origem taurina,<br />
e o intervalo entre os cios<br />
das vacas paridas, tanto das<br />
espécies européias quanto<br />
das zebuínas, que vai de 90<br />
a 120 dias após a parição.<br />
Como o intervalo do cio das<br />
vacas é de 12 horas a cada<br />
21 dias, sendo somente no<br />
período dessas 12 horas que<br />
as fêmeas aceitam o macho<br />
ou podem ser inseminadas<br />
artificialmente, o pecuarista<br />
inseminava todo o seu rebanho<br />
num período muito<br />
maior, porque os cios não<br />
ocorrem ao mesmo tempo<br />
em todas as vacas.<br />
“Após o surgimento da<br />
IATF, porém, aquelas limitações<br />
foram superadas e já<br />
é possível a inseminação de<br />
todo o rebanho ao mesmo<br />
tempo”, destaca o especia-<br />
lista.<br />
A IATF foi desenvolvido<br />
em pesquisas nos Estados<br />
Unidos e Europa e começou<br />
a ser usado no Brasil no final<br />
da década de 80 e início<br />
dos anos 90 pelo professor<br />
Ed Hoffmann Madureira,<br />
do Departamento de Reprodução<br />
Animal da Faculdade<br />
de Medicina Veterinário e<br />
Zootecnia da Universidade<br />
de São Paulo. A tecnologia<br />
permite a sincronização do<br />
cio através de um tratamento<br />
hormonal, com hormônios<br />
que são produzidos pelos<br />
próprios animais. O Protocolo<br />
é composto por um conjunto<br />
de injeções e implantes<br />
auriculares ou intra-vaginais<br />
que são aplicados nas fêmeas<br />
e permitem manipular os<br />
seus hormônios naturais e<br />
sincronizar o cio.<br />
A tecnologia se tornou<br />
disponível comercialmente<br />
em fins do século passado<br />
e início do ano 2000, mas o<br />
seu “boom” se deu a partir<br />
de 2007 para cá. “Segun-<br />
do estatísticas, em 2001 a<br />
inseminação por IATF atingia<br />
somente 1% das vacas<br />
inseminadas artificialmente.<br />
No ano passado os dados<br />
mostraram que este<br />
percentual já havia atingido<br />
os 50%”, informa o técnico<br />
da Merck.<br />
Na análise de João Paulo<br />
este é o fator que vem<br />
ocasionando o crescimento<br />
das vendas de sêmen no<br />
Brasil nos últimos anos. Ele<br />
lembra que historicamente<br />
a média da venda de sêmen<br />
no País era de sete milhões<br />
de doses por ano, mas a<br />
partir de 2007 este número<br />
vem crescendo em torno de<br />
um milhão por ano. “E isto<br />
é em função da utilização<br />
desse Protocolo, cujo objetivo<br />
é aumentar a eficiência<br />
e agregar valor a pecuária”,<br />
complementa ele.<br />
De acordo com o gerente<br />
da Merck, na estação de<br />
monta 2010/2011 foram<br />
inseminadas por IATF 5,5<br />
milhões de matrizes. A ex-<br />
pectativa é que se inseminem<br />
cerca de sete milhões<br />
nesta próxima estação.<br />
Angus vai<br />
crescer bem mais<br />
O zootecnista e gerente<br />
da linha genômica da Merck,<br />
Alexandre Zadra, não<br />
tem dúvidas de que a utilização<br />
do IATF impulsionará<br />
cada vez mais a venda<br />
de sêmen. Ele acredita que<br />
a raça Angus em particular<br />
presenciará um crescimento<br />
ainda maior em 2011 do<br />
que já teve no ano passado.<br />
“Os programas de carne<br />
vem promovendo o crescimento<br />
do uso de sêmen<br />
Angus porque ele complementa<br />
o zebu e como a vaca<br />
Nelore é a matriz da pecuária<br />
no Brasil tropical e existe<br />
uma demanda crescente<br />
por parte da indústria por<br />
carcaças de animais jovens<br />
e bem acabados a tendência<br />
de utilização do Angus na<br />
inseminação será crescente”,<br />
conclui.<br />
UF CIDADE NOME TELEFONES<br />
RS Cachoeira do Sul José Carlos Guasso 15 9602.0365 / 55 9995.8189<br />
RS São Borja Josemin de Lima Guerreiro 55 3431.6497 / 55 9977.6644<br />
PR Cascavel Luis Augusto Copetti 45 9972.3425<br />
RS Pelotas Luiz Sérgio Santos de Faria 53 3225.3805 / 53 9983.0813<br />
RS S. do Livramento Luiz Walter Leal Ribeiro 55 9112.3916 / 55 3242.1312<br />
RS Sto. Antônio Patrulha Pedro Adair F. dos Santos 51 9837.6501 / 55 9969.1464<br />
SP S. J. do Rio Preto Rednilson Morelli Goes 17 9114.6487 / 17 9608.2674<br />
RS Uruguaiana Renato Pinto Paiva 55 3412.5339 / 55 9977.7281<br />
SP Promissão Tito Mondadori 14 8147.7797
13<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
14<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Por Horst Knak<br />
No final de junho, a<br />
ultrassonografia foi<br />
o tema central do I<br />
Workshop Internacional de<br />
Avaliação Animal, realizado<br />
na Faculdade de Agronomia<br />
da Ufrgs, em Porto Alegre,<br />
RS, e organizado pelo<br />
professor e especialista do<br />
tema,Jaime Tarouco, tendo<br />
a ABA como uma das patrocinadoras.<br />
Convidados<br />
especiais de Tarouco, dois<br />
técnicos norte-americanos<br />
concentraram as atenções.<br />
O diretor executivo da Ultrasound<br />
Guidelines Council,<br />
PhD Michael Tess, explicou o<br />
funcionamento do sistema de<br />
MELHORAMENTO GENÉTICO<br />
Ultrassonografia<br />
O início da certificação no País<br />
ultrassonografia em seu país,<br />
onde é uma tecnologia consagrada<br />
há pelo menos 15<br />
anos. Nos dias 30 de junho e<br />
1º de julho, foram realizados<br />
o treinamento e certificação<br />
de técnicos de laboratório<br />
para a prática da ultrassonografia<br />
bovina, conduzidos<br />
pela UGC.<br />
A UGC – criada pelas<br />
principais associações de<br />
raça dos EUA - é o órgão<br />
certificador de técnicos e<br />
coordenador do sistema de<br />
ultrassonografia de carcaças<br />
nos Estados Unidos.<br />
Além de preparar técnicos,<br />
fiscaliza e regula a atividade.<br />
Segundo Michael Tess,<br />
os valores variam entre US$<br />
15 e US$ 20 por animal<br />
avaliado. Na raça Angus,<br />
somente em 2010, foram<br />
avaliados 200 mil cabeças.<br />
No gado fino, todos os machos<br />
e fêmeas entram no<br />
programa de ultrassonografia,<br />
o que garante resultados<br />
próximos da perfeição na<br />
avaliação do rebanho.<br />
O técnico Mike Henry,<br />
que atua na National Cup<br />
Lab (Centralized Ultrassound<br />
Processing), um dos<br />
laboratórios credenciados<br />
pela UGC, definiu a questão<br />
com uma frase: o melhoramento<br />
genético não pode<br />
ser atingido se não for possível<br />
medi-lo. Em sua palestra,<br />
explicou que a idéia<br />
de usar a ultrassonografia<br />
no melhoramento genético<br />
foi dos pesquisadores John<br />
Crouch (ligado à American<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Mike Henry Michael Tess<br />
Angus Association) e David os softwares e os equipa-<br />
Nichols, com a participamentos só terão a eficiênção<br />
efetiva de Doyle Wilson cia desejada se as imagens<br />
e Gene Rouse. A partir de tiverem alta qualidade e os<br />
2001 o sistema informati- dados gerados forem muito<br />
zado foi usado na avaliação precisos. Com isso reduzem-<br />
genética, sendo adotado pese os erros de interpretação<br />
las Associações de Raça dos e os ganhos genéticos se<br />
EUA. Segundo ele, todos tornam possíveis. >>>
15<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
16<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Jaime Tarouco Luciano Andrade<br />
Para a indústria, o ultrassom é uma<br />
ferramenta que vai acrescentar<br />
qualidade ao produto final<br />
O gerente de fomento do<br />
Marfrig, Luciano Andrade,<br />
assinalou em sua palestra<br />
a necessidade da indústria<br />
de identificar produtores<br />
e sistemas que direcionam<br />
para qualidade. De acordo<br />
com os produtos ofertados,<br />
a empresa já possui<br />
nichos de mercados específicos.<br />
Por isso, ele explicou<br />
que se busca a superação<br />
das principais dificuldades,<br />
como a avaliação pu-<br />
MELHORAMENTO GENÉTICO<br />
ramente visual, a falta de<br />
equipamentos precisos,<br />
a falta de padronização<br />
dos rebanhos, diferenças<br />
nos tamanhos dos lotes e<br />
a falta do pagamento por<br />
mérito.<br />
Segundo ele, as novas<br />
tecnologias – em especial<br />
o ultrassom – vão beneficiar<br />
diretamente os mercados<br />
da alta gastronomia, o<br />
“doméstico premium”, as<br />
churrascarias, a exportação<br />
de carne de qualidade<br />
e o mercado do vitelo. Segundo<br />
ele, estes segmentos<br />
muito exigentes também<br />
empurram a indústria para<br />
os caminhos da ultrassonografia.<br />
Ele explica: “a alta<br />
gastronomia (o restaurante<br />
Varanda Grill, por exemplo)<br />
quer grande área de<br />
olho de lombo, peças com<br />
determinado tamanho e<br />
comprimento, marmoreio,<br />
acabamento, peso final e<br />
idade de abate, um tempo<br />
mínimo de confinamento,<br />
entre outras exigências”.<br />
Segundo ele, o ultrassom<br />
indica que determinado<br />
animal tem potencial para<br />
preencher as exigências de<br />
um segmento específico de<br />
mercado.<br />
Já na linha doméstica<br />
premium – onde estão<br />
perfilados a dona de casa<br />
e o churrasqueiro de fim<br />
de semana – conta muito<br />
a maciez e o acabamento<br />
do produto. “Para termos<br />
carne macia, precisamos<br />
trabalhar muito a idade de<br />
abate e a genética. Atualmente<br />
o Marfrig apresenta<br />
ao consumidor a compra<br />
destes cortes já porcionados<br />
– o que representa<br />
qualidade com economia.<br />
O consumidor abre a embalagem<br />
e consome, sem<br />
qualquer perda”, aponta.<br />
Já para as churrascarias<br />
de porte, a apresentação<br />
do corte é fundamental.<br />
Para Luciano Andrade,<br />
do ponto de vista da indústria,<br />
a ultrassonografia<br />
tem importância estratégi-<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
ca, porque contribui para a<br />
antecipação do potencial<br />
animal, permite estimar o<br />
retorno econômico, permite<br />
racionalizar o manejo e<br />
o tempo de confinamento,<br />
bem como a padronização<br />
dos lotes. Cada dia a menos<br />
em confinamento representa<br />
um enorme ganho<br />
financeiro para a cadeia.<br />
Para Luciano, a ultrassonografia<br />
vai caminhar lado<br />
a lado com outras técnicas<br />
de ponta, como a inseminação<br />
artificial, o cruzamento<br />
industrial, as dietas de<br />
alta concentração, a IATF,<br />
a transferência de embriões<br />
e o uso de grãos inteiro<br />
no acabamento.<br />
O professor da faculdade<br />
de Zootécnica da USP,<br />
Saulo da Luz e Silva, destacou<br />
a importância da avaliação<br />
das características<br />
que interferem na produção<br />
de carne de qualidade. Ele<br />
apresentou suas pesquisas<br />
e aplicações desenvolvidas<br />
no Brasil Central.
17<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
18<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Aspectos Técnicos<br />
Rednilson<br />
Moreli Gois<br />
A produção in vitro de<br />
embriões, nada mais é que<br />
uma evolução na técnica de<br />
transferência de embriões<br />
(in vivo), essa tecnologia<br />
(FIV) envolve as etapas de<br />
recuperação e maturação<br />
dos oócitos, a fertilização<br />
ou fecundação do oócito<br />
maduro e subseqüente desenvolvimento<br />
embrionário<br />
in vitro e sua inovulação em<br />
receptoras. Com o advento<br />
da FIV, outras tecnologias<br />
relacionadas a reprodução<br />
também ganharam força<br />
comercialmente como a clonagem<br />
e transgenia animal<br />
(produção de animais transgênicos<br />
e clones), novas técnicas<br />
de criopreservação de<br />
embriões (vitrificação).<br />
Para maior compreensão<br />
da técnica, dividimos em<br />
três técnicas distintas envolvidas<br />
na FIV:<br />
1º Aspiração Folicular.<br />
2º Produção in vitro do<br />
embrião.<br />
3º Inovulação do embrião<br />
na receptora.<br />
Aspiração Folicular: é<br />
feita através da utilização<br />
de imagens feitas por ultrassonografia,<br />
com o auxilio<br />
de uma guia (probe e<br />
agulha) e bomba de vácuo,<br />
os folículos ovarianos são<br />
aspirados e seus oócitos são<br />
recuperados, lavados, classificados<br />
e encaminhados<br />
para o laboratório.<br />
Fatores que influenciam<br />
na recuperação e<br />
qualidade dos oócitos:<br />
- Doadora: idade, estado<br />
corporal, nutrição, raça e ciclo<br />
estral.<br />
- Responsável técnico:<br />
habilidade e equipamento.<br />
Produção in vitro dos<br />
embriões (FIV) esta dividida<br />
em três etapas: maturação,<br />
fertilização e cultivo in<br />
vitro. A maturação ocorre<br />
em 24 horas , começando<br />
na hora que os oócitos são<br />
aspirados e colocados em<br />
meios de maturação e concentração<br />
de CO² controlados<br />
(estufas de CO²). Após<br />
as 24 horas de maturação<br />
os oócitos estão aptos a fecundação,<br />
com sêmen previamente<br />
escolhido e preparado<br />
para a fertilização<br />
in vitro. O cultivo começa a<br />
partir dos oócitos serem fecundados<br />
(Clivagem) e seu<br />
desenvolvimento até embriões<br />
(Blastócitos) tem a duração<br />
de 7 dias.<br />
Fatores que influenciam<br />
na produção e cultivo<br />
de embriões<br />
- Transporte dos oócitos:<br />
temperatura e meio de<br />
transporte adequado.<br />
- Distancia: quanto menor<br />
a distancia maior a pro-<br />
A seleção em tempos de<br />
globalização, mudanças climáticas<br />
e tecnologias genômicas<br />
OPINIÃO<br />
e Comerciais da FIV<br />
Com o avanço da pecuária brasileira nos últimos anos , apresentou-se<br />
importante papel na evolução da economia e desenvolvimento do país.<br />
Segundo o Conselho Nacional da Pecuária de Corte a partir de 2007 o Brasil<br />
consolidou-se como o maior exportador mundial de carne bovina. Esse ganho<br />
deve-se a melhoria da produtividade e qualidade da carne, aos avanços<br />
alcançados na criação (manejo e alimentação) e ao potencial genético dos<br />
animais, principalmente na produção de reprodutores através da Técnica de<br />
FIV, raças Zebuínas desde 2000 e agora as raças taurinas ganham força,<br />
principalmente o Angus<br />
dução (08 horas).<br />
- Qualidade dos oócitos:<br />
quanto maior melhor a produção<br />
- Sêmem: variações entre<br />
touros e raças, conservação<br />
e partidas.<br />
- Acasalamento: variações<br />
individuais entre touros<br />
e doadoras.<br />
- Condições de produção<br />
in vitro dos embriões: Laboratório,<br />
meios utilizados,<br />
treinamento e qualificação<br />
dos profissionais.<br />
Inovulação do embrião<br />
(Blastocisto) nas receptoras<br />
ocorre 8 dias após a<br />
aspiração folicular (1 dia<br />
maturação, 7 dias de cultivo<br />
e desenvolvimento embrionário),<br />
são transferidos<br />
somente os embriões grau 1<br />
de qualidade, e alguns fatores<br />
influenciam no índice de<br />
prenhez desses embriões:<br />
- Qualidade, avaliação e<br />
seleção do embrião;<br />
- Receptoras: estado<br />
cor poral, qualidade do corpo<br />
lúteo.<br />
- Responsável Técnico:<br />
habilidade do veterinário.<br />
- Sincronização do embrião<br />
e receptora: estagio<br />
de desenvolvimento do embrião<br />
é data do cio base da<br />
receptora.<br />
- Distância: 12 horas.<br />
Principais vantagens<br />
na produção de embrião<br />
pela técnica de FiV<br />
- Pode ser usada em conjunto<br />
a coleta de embrião<br />
convencional, aumentando o<br />
nº de embriões, conseqüen-<br />
temente aumentando o numero<br />
de gestações de uma<br />
única doadora em um curto<br />
período de tempo.<br />
- Intervalo entre aspirações<br />
: doadoras podem ser<br />
aspiradas 1 vez por semana.<br />
- Indicado para fêmeas<br />
em diversas faixas etárias:<br />
bezerras pré-pubis (diminuição<br />
do intervalo entre gerações)<br />
ate vacas senis.<br />
Alguns números da evolução de FIV no Brasil.<br />
Hoje somos os maiores produtores de<br />
embriões de FIV do mundo.<br />
Técnica 2000 2006<br />
FIV 12.597 196.663 1561%<br />
TE 38.595 69.886 181%<br />
TOTAL 51.199 266.549 521%<br />
SBTE<br />
Produção de embriões de FIV,<br />
mostra a evolução nos resultados.<br />
Ano Oócito Embriões (BL) % BL Prenhes<br />
2002 18.246 5.814 32% 28%<br />
2009 103.071 35.226 34% 40%<br />
Vitrogen<br />
Efeitos das Raças.<br />
Com maior utilização da técnicas em raças zebuínas,<br />
observamos melhores resultados que em raças taurinas.<br />
Raça Oócito BL % BL<br />
Angus 2.149 513 24%<br />
Brahma 143.678 51.235 36%<br />
Brangus 963 215 22%<br />
Hereford 767 269 35%<br />
Holandês 2972 797 27%<br />
Embryo<br />
Concluímos com isso que o emprego da FIV em animais<br />
de alto valor genético, para produção de matrizes e touros<br />
(reprodutores) vai a cada ano contribuindo mais com o<br />
desenvolvimento da pecuária de corte no Brasil.<br />
Central Embryo Rio Preto, SP<br />
Embryo Sul – Alegrete, RS<br />
www.centralembryo.com.br<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
- Reprodução de doadoras<br />
que não respondem bem<br />
aos protocolos de super<br />
ovulação ou que apresentam<br />
patologia reprodutivas<br />
adquiridas (mucometra,<br />
obstrução de tuba uterina,<br />
aderência de útero, etc.)<br />
- Doadoras gestantes:<br />
ate o 4º mês de gestação<br />
- Não administração de<br />
hormônios: nos casos onde<br />
alguns proprietários mostram-se<br />
contrários e reticentes<br />
ao uso dos mesmos.<br />
- Pós-morte: Fêmeas de<br />
alto valor genético que por<br />
algum motivo morreram ou<br />
foram sacrificadas.<br />
- Alto custo de dose de<br />
sêmen de alguns touros: 01<br />
dose para cada 10 doadoras<br />
(em torno de 300 oócitos<br />
por dose de sêmen).
19<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
20<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Feira da Novilha<br />
Angus – Expointer<br />
A Associação Brasileira de Angus, Santa Úrsula Remates<br />
e Farsul estão preparando para este ano mais<br />
uma edição da Feira da Novilha Angus, evento que em<br />
sua IV Edição já é sinônimo de volume e qualidade de<br />
ventres da raça na Expointer.<br />
Na edição de 2010, 540 ventres Angus foram ofertados<br />
e comercializados com liquidez e valorização superior.<br />
Os compradores reconhecem o trabalho de seleção<br />
que é feito pelos técnicos da ABA e identificam na<br />
feira a oportunidade de compra de animais superiores<br />
que vão produzir eficiência e rentabilidade nas propriedades.<br />
A edição deste ano será realizada em 3 de setembro,<br />
às 14h, na pista J – Parque de Exposições Assis Brasil.<br />
A intenção é superar o volume de animais ofertados na<br />
edição anterior, com qualidade ainda melhor.<br />
Auditoria internacional aprova<br />
certificação Programa Angus<br />
A certificadora internacional<br />
Ausqual, através da<br />
sua subsidiária Brasil Certificação,<br />
aprovou mais uma<br />
vez o Programa Carne Angus<br />
Certificada em todos os<br />
quesitos avaliados. A aprovação<br />
foi concedida após<br />
auditoria realizada pelos<br />
auditores, Guilherme Beil<br />
Amado e Samira Baldin que<br />
visitaram no final de junho<br />
e primeira semana de julho<br />
as unidades dos frigoríficos<br />
parceiros no Rio Grande do<br />
Sul, São Paulo e Goiás. Com<br />
isso, o Programa Carne Angus<br />
Certificada é o único da<br />
área de carnes do Brasil a<br />
contar com certificação internacional<br />
desde 2007. As<br />
auditorias são periódicas e<br />
os especialistas da Brasil<br />
Certificação verificam todos<br />
os processos e registros do<br />
programa da ABA, atestando<br />
sua confiabilidade.<br />
O subgerente da ABA e<br />
coordenador dos programas<br />
de carne de qualidade,<br />
Fabio Medeiros explica que<br />
para atingir o atual status<br />
de certificação internacional,<br />
a ABA iniciou em 2005<br />
a padronização dos processos<br />
envolvidos. Também capacitou<br />
inspetores e instalou<br />
sistema de gestão pela<br />
qualidade que normatiza<br />
os procedimentos de todas<br />
as etapas do programa: das<br />
questões internas de certificação<br />
da carne até as relacionadas<br />
à satisfação dos<br />
pecuaristas e dos consumidores<br />
finais.<br />
O presidente da ABA,<br />
Paulo de Castro Marques<br />
ressalta que, “ter o aval de<br />
uma certificadora internacional,<br />
como a Ausqual, é<br />
fundamental para o Programa<br />
Carne Angus Certificada,<br />
pois evidencia a<br />
credibilidade e a idoneidade<br />
do selo fornecido pela Associação<br />
Brasileira de Angus<br />
apenas para os frigoríficos<br />
parceiros”, conclui.<br />
CARNE<br />
O Marfrig, ABA e Progen<br />
realizaram nos meses<br />
de março a maio uma rodada<br />
de divulgação e implantação<br />
do Programa de Fomento<br />
Angus no Rio Grande<br />
do Sul. A iniciativa visou<br />
fortalecer a integração entre<br />
indústria e produtor, por<br />
meio de reuniões com os<br />
produtores de terneiros e<br />
invernadores das principais<br />
regiões produtoras de carne<br />
de qualidade do Estado.<br />
“Nossa parceria com o<br />
projeto se dá pelo fornecimento<br />
de material genético<br />
para inseminação artificial<br />
e para IATF (Inseminação<br />
Em sua VIII edição, o<br />
tradicional evento da ABA<br />
na Expointer traz neste ano<br />
a temática da “Estruturação<br />
da cadeia da carne para<br />
agregação de valor”. O evento,<br />
que tem transmissão pelo<br />
Canal Rural, apresenta como<br />
destaque a palestra do Diretor<br />
da Abiec – Fernando<br />
Sampaio, que apresenta o<br />
novo programa de marketing<br />
capitaneado pela entidade<br />
para a promoção da imagem<br />
da pecuária Brasileira.<br />
O Programa “Pecuária<br />
do Brasil” conta ao mundo,<br />
A ABA participa pelo terceiro ano consecutivo da Vitrine da<br />
Carne Gaúcha, uma promoção do Sistema Farsul que visa valorizar<br />
as marcas de carnes de qualidade produzidas no estado.<br />
A atividade totalmente interativa é composta de uma explanação<br />
sobre a qualidade das carnes enquanto é realizada uma<br />
desossa ao vivo onde os participantes tem a oportunidade de entender<br />
como as marcas de carnes apresentadas são produzidas,<br />
a origem , denominação e melhor forma de preparo dos cortes<br />
da carne Angus.<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Programa Marfrig Fomento Angus<br />
Artificial em Tempo Fixo),<br />
além da coordenação de<br />
serviços e apuração dos<br />
dados para as reuniões”,<br />
observou o sócio diretor da<br />
Alta Progen, Fábio Barreto.<br />
Dentro da agenda de<br />
reuniões de divulgação do<br />
Programa de Fomento Angus,<br />
os detalhes sobre o funcionamento<br />
do programa,<br />
bonificações aos produtores<br />
de Angus no Marfrig e alguns<br />
resultados dos abates<br />
do Programa de Carne Angus<br />
da ABA tem despertado<br />
interesse de produtores das<br />
principais praças de gado<br />
de corte do Rio Grande do<br />
Sul, agrupando cerca de<br />
120 pecuaristas por evento.<br />
Segundo Fábio Schuler<br />
Medeiros, subgerente<br />
da ABA - Programa Carne<br />
Angus Certificada, que participou<br />
das reuniões realizadas<br />
nas principais feiras do<br />
Estado gaúcho, a iniciativa<br />
de estimular o emprego de<br />
tecnologia e o investimento<br />
do produtor de terneiros na<br />
genética Angus, que agrega<br />
produtividade e valorização<br />
ao produto, é vista como<br />
muito positiva. A entidade<br />
busca dar sua contribuição<br />
levando até o pecuarista<br />
o direcionamento para o<br />
produto ideal que cada vez<br />
mais está sendo valorizado<br />
pela indústria da carne e<br />
pelo consumidor.<br />
O Programa Marfrig Fomento<br />
Angus é um trabalho<br />
de base que visa ampliar<br />
a oferta de matéria-prima<br />
que vai abastecer a indústria<br />
nos próximos anos e<br />
orientar os produtores para<br />
as atuais tendências do negócio<br />
da carne. É, portanto,<br />
o reconhecimento da Marfrig<br />
sobre a qualidade da<br />
carne Angus, produto que<br />
tende a ter cada vez mais<br />
valorização dentro do mercado.<br />
Veja mais em www.<br />
marfrig.com.br/fomento<br />
Workshop da Carne Angus: novidades!<br />
e inclusive aos Brasileiros<br />
urbanos, a origem, evolução<br />
e conquistas de nossa<br />
pecuária através de dados,<br />
informações atualizadas e<br />
principalmente mostrando<br />
como é produzida nossa<br />
carne de norte a sul do País.<br />
Este trabalho será realizado<br />
de forma integrada entre os<br />
elos da cadeia. A Associação<br />
Brasileira de Angus (ABA) é<br />
apoiadora oficial deste projeto<br />
e participa através de seu<br />
diretor de Marketing – Luiz<br />
Felipe Moura e do coordenador<br />
do Programa Carne Angus<br />
– Fábio Medeiros – das<br />
discussões do projeto.<br />
O Programa Pecuária do<br />
Brasil será apresentado no<br />
workshop sendo esta a pri-<br />
meira exposição do mesmo<br />
em caráter nacional, com<br />
transmissão ao vivo.<br />
O Evento conta também<br />
com um painel sobre comercialização<br />
agropecuária<br />
que explora através de especialistas<br />
de nível nacional<br />
as diferentes modalidades<br />
de negociação existente no<br />
Brasil e discute alternativas<br />
de harmonização da relação<br />
comercial – produtor x industria,<br />
através da utilização<br />
de indicadores como o índice<br />
ESALQ, alem de expor<br />
algumas ferramentas para<br />
análise de longo prazo na<br />
pecuária.<br />
O evento acontece na<br />
Casa da RBS, no dia 01 de<br />
setembro, às 13h30min.<br />
Vitrine da Carne Gaúcha - Expointer
21<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
22<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
O<br />
produtor de animais<br />
de genética Angus<br />
que participa do Programa<br />
Carne Angus Certificada,<br />
da Associação Brasileira<br />
de Angus (ABA), já<br />
sabe que precisa observar<br />
as exigências dos frigoríficos<br />
parceiros do programa,<br />
porque o tipo de animal determinado<br />
pelos frigoríficos<br />
para abate no programa, é<br />
justamente o que o mercado<br />
consumidor quer. E com<br />
o avanço do programa da<br />
ABA, em qualidade e quantidade<br />
de animais abatidos,<br />
o presidente da entidade,<br />
Paulo de Castro Marques,<br />
faz um novo desafio aos produtores:<br />
superar neste ano a<br />
edição de 2010 do Concurso<br />
de Carcaças Angus.<br />
A Associação Brasileira<br />
de Angus (ABA) e a Mar-<br />
CARNE<br />
Concurso de Carcaças quer<br />
qualidade em<br />
quantidade<br />
ABA e Marfrig desafiam produtores a superar edição de 2010<br />
frig Alimentos promovem<br />
esta 6ª edição do Concurso<br />
de Carcaças Angus, com<br />
abate técnico na unidade<br />
de Alegrete do Marfrig, em<br />
23 de setembro de 2011,<br />
em categorias de animais<br />
definidos e cruzados em separado.<br />
Serão avaliadas as<br />
características economicamente<br />
relevantes de carcaça<br />
bovina, como idade, grau de<br />
acabamento, conformação,<br />
peso e até a sanidade do lote<br />
e podem participar os criadores<br />
de Angus e Cruza Angus<br />
do Rio Grande do Sul.<br />
Sintonizados com a<br />
proposta do concurso, no<br />
ano passado os produtores<br />
apresentaram 500 animais<br />
para abate no concurso.<br />
“Estamos agora lançando<br />
um desafio aos criadores de<br />
Angus para superar o resul-<br />
tado de 2010 em volume e<br />
qualidade, mostrando ao<br />
mercado a força da raça e o<br />
seu foco claro na produção<br />
de animais de alta qualidade<br />
e carcaça como demonstrado<br />
nas edições anteriores<br />
do concurso”, evoca o presidente<br />
da ABA.<br />
O diretor do Programa<br />
Carne Angus Certificada,<br />
Joaquim Mello, não tem dúvidas<br />
sobre a importância<br />
desses concursos de carcaças.<br />
Aliás, foi ele o vencedor<br />
da edição de 2010. “Esse<br />
concurso chama os produtores<br />
a competirem entre si<br />
e revela ao mercado todo o<br />
potencial da genética Angus<br />
para a produção de carne de<br />
qualidade superior”, valoriza<br />
o dirigente.<br />
Joaquim Mello lembra<br />
que além de criar esse am-<br />
biente de competitividade<br />
– o que é positivo para o<br />
desenvolvimento da raça -, o<br />
concurso de carcaças também<br />
aproxima o produtor do<br />
frigorífico. “Muitas vezes é<br />
participando dos abates que<br />
o produtor realmente passa<br />
a entender as exigências do<br />
programa sobre as características<br />
dos animais e das<br />
carcaças, além de corrigir<br />
aspectos oriundos do manejo”,<br />
completa o diretor.<br />
O subgerente da ABA e<br />
coordenador do Programa<br />
Carne Angus Certificada,<br />
Fábio Medeiros, dá os detalhes:<br />
“O produtor pode<br />
participar com um ou mais<br />
lotes de no mínimo 22 animais.<br />
São aceitos machos e<br />
fêmeas com idade de até 4<br />
dentes que atendem ao padrão<br />
da racial do Programa<br />
Carne Angus Certificada,<br />
isto é Angus e Cruzas Angus<br />
com no mínimo 50%<br />
de sangue Angus no cruzamento<br />
com raças taurinas<br />
e mínimo de 5/8 de sangue<br />
Angus no cruzamento com<br />
raças zebuínas e sintéticas”,<br />
explica o técnico.<br />
“O Concurso de Carcaças<br />
Angus tem por objetivo<br />
o estímulo à produção de<br />
animais de qualidade e o direcionamento<br />
da produção<br />
aos padrões de qualidade<br />
demandados pela indústria.<br />
E os criadores não podem<br />
esquecer que é preciso produzir<br />
segundo o padrão exigido<br />
pelos frigoríficos porque<br />
é o que os consumidores<br />
desejam”, ressalta Paulo de<br />
Castro Marques.<br />
“O Concurso de Carcaça<br />
é uma oportunidade ímpar<br />
para os pecuaristas apresentarem<br />
a excelência de<br />
sua produção de novilhos<br />
para abate e para os selecionadores<br />
mostrarem o que<br />
sua genética é capaz de produzir”,<br />
complementa Fábio<br />
Medeiros.<br />
As inscrições para o 6º<br />
Concurso de Carcaças Angus<br />
2011 já estão abertas e<br />
devem ser feitas diretamente<br />
na Associação Brasileira<br />
de Angus até o dia 09 de setembro.<br />
Importante: o concurso<br />
está aberto a todos os<br />
pecuaristas do Rio Grande<br />
do Sul, sejam ou não associados<br />
da ABA. O regulamento<br />
estará disponível nos<br />
próximos dias no site www.<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
carneangus.org.br. Os campeões<br />
do concurso recebem<br />
premiações especiais.<br />
Na ocasião, além do<br />
abate das carcaças, haverá<br />
atividade técnica, com palestras<br />
e dias de campo.<br />
As premiações<br />
Conforme Fábio Medeiros,<br />
todos os lotes participantes<br />
receberão uma premiação<br />
adicional de 5% e<br />
para os lotes campeões de<br />
categoria a premiação será<br />
de 10% acima da tabela<br />
do Programa Carne Angus<br />
Marfrig RS. “Esta premiação<br />
acumulada (concurso<br />
+ tabela) proporcionará<br />
valores muito superiores<br />
ao praticado no mercado,<br />
permitindo que o produtor<br />
participe com o que produz<br />
de melhor em sua propriedade”,<br />
diz.<br />
Paulo Marques evidencia<br />
que as premiações foram<br />
idealizadas para servir<br />
como estímulo maior à<br />
participação dos produtores<br />
nessa nova edição do evento,<br />
que se configura como uma<br />
oportunidade ímpar para os<br />
pecuaristas apresentarem<br />
a excelência de sua produção<br />
de novilhos para abate<br />
e para os selecionadores<br />
mostrarem o que sua genética<br />
é capaz de produzir.<br />
“Assim, teremos um verdadeiro<br />
show de qualidade no<br />
Concurso de Carcaças Angus<br />
RS 2011”, completa o<br />
presidente.<br />
Para Diego Brasil, gerente<br />
de fomento da Marfrig,<br />
essa premiação serve<br />
como força motivadora para<br />
o produtor rural buscar excelência<br />
na manutenção de<br />
animais com carcaça melhor<br />
acabada. “Esse concurso é<br />
uma via de mão dupla. Enquanto<br />
a premiação gera<br />
estímulo de trabalho ao<br />
produtor rural, a tecnologia<br />
usada para essa manutenção<br />
fica disponível para outros<br />
pecuaristas entenderem que<br />
é possível adequar seus animais<br />
a indústria, ao mercado<br />
e ao consumidor”.
23<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
VPJ
24<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
CARNE<br />
Boas práticas de manejo<br />
interferem no lucro do produtor<br />
Por Mário Macedo<br />
A<br />
seleção de animais<br />
para o abate, comentada<br />
anteriormente<br />
nesse espaço, é parte fundamental<br />
para alcançarmos<br />
uma remuneração com todos<br />
os bônus disponíveis no<br />
mercado. Porém, devemos<br />
ter uma atenção especial<br />
com as boas práticas de manejo,<br />
já que estas, não sendo<br />
bem executadas podem ocasionar<br />
perdas capazes inclusive,<br />
de impedir o acesso às<br />
bonificações.<br />
De nada adianta o produtor<br />
investir em formação<br />
de pastagens, cujos investimentos<br />
são cada vez mais<br />
elevados, adquirir e ou produzir<br />
animais de alta seleção<br />
genética, com grande<br />
capacidade de conversão de<br />
pasto em proteína vermelha,<br />
se, no momento de manejálos<br />
não tiver noção de boas<br />
práticas de manejo.<br />
Sabemos que as perdas<br />
por contusões em animais<br />
abatidos, tem sido significativas.<br />
Assim, vale um alerta<br />
para que nos preocupemos<br />
com o produto que estamos<br />
vendendo. Seja pelo que podemos<br />
perder diretamente,<br />
através de uma lesão no<br />
momento do embarque para<br />
o abate, ou perdas anteriores,<br />
as quais muitas vezes<br />
não são percebidas, como a<br />
compra de um animal que<br />
sofreu maus tratos, alguma<br />
batida num moirão, ou até<br />
mesmo um aperto em uma<br />
porteira. Estes acidentes citados<br />
anteriormente podem<br />
acarretar vários dias de<br />
prejuízo, pois dependendo<br />
da gravidade, enquanto houver<br />
um hematoma, o animal<br />
permanecerá sem ganhar<br />
peso.<br />
Até mesmo, excluindo<br />
alguém que potencialmente<br />
consumiria carne de fazê-lo,<br />
como por exemplo, aplicando<br />
uma vacina ou produto<br />
veterinário em local inadequado,<br />
como na picanha,<br />
onde muitas vezes não se<br />
nota que há um abscesso<br />
interno e que só será percebido<br />
na mesa de um consumidor,<br />
que possivelmente,<br />
ao encontrá-lo durante uma<br />
refeição, não voltará a consumir<br />
este produto.<br />
Atualmente existem vários<br />
profissionais capacitados<br />
a orientar os produtores<br />
e seus colaboradores a<br />
manejarem corretamente<br />
seus animais, oportunizando<br />
um ganho substancial ao<br />
produtor. Os procedimentos<br />
corretos nada mais são que<br />
conhecer as necessidades<br />
dos animais, suas atitudes e<br />
defesas, utilizando-as como<br />
ferramentas de proteção ao<br />
produto que estamos vendendo.<br />
Para se vender um<br />
produto de qualidade e cobrar<br />
por ele, também é necessário<br />
um trabalho qualificado.<br />
Acredito que nossas atitudes<br />
são fundamentais na<br />
qualificação e valorização<br />
de um produto. Está mais<br />
do que na hora de começarmos<br />
a cobrar pelo que<br />
estamos entregando. Hoje,<br />
ainda cobramos pelo produto<br />
que temos, por exemplo:<br />
crio Angus, quero bônus<br />
pela qualidade dos meus<br />
animais. Mas, terão todos<br />
os Angus a mesma qualidade,<br />
independentemente da<br />
genética aplicada, manejo<br />
e alimentação recebidos?<br />
Temos animais de alto padrão<br />
genético, mas conforme<br />
o nosso trabalho, podemos<br />
fazer deste, um produto<br />
de “Excelente ou Péssima<br />
Qualidade”.<br />
Zootecnista<br />
Especialista em<br />
Gestão em Agronegócios<br />
Semana Acadêmica da UPF teve<br />
palestra do Carne Angus<br />
Durante o mês de maio foi realizada a tradicional semana acadêmica do Curso de Medicina<br />
Veterinária da Universidade Federal de Passo Fundo. A atividade contou neste ano com uma palestra<br />
do Programa Carne Angus Certificada – Tendências para o mercado de Carne de Qualidade.<br />
O evento que reúne os acadêmicos e professores do curso contou com palestras sobre as diversas<br />
áreas da atividade do Médico Veterinário. Para Medeiros, despertar o interesse dos futuros profissionais<br />
para produção de carne de qualidade e colaborar para seu conhecimento sobre temas<br />
referentes ao mercado da carne são fundamentais para o futuro da raça no estado.<br />
O Programa<br />
Carne<br />
Angus participoudurante<br />
a Feicorte<br />
2011 de<br />
um inovador<br />
evento promovido<br />
pelo<br />
B e e f Po i n t<br />
– Happy Hour do Agronegócio.<br />
O evento realizado<br />
no modelo Ignite Talk foi<br />
composto por 20 palestras<br />
de 5 minutos em ambiente<br />
descontraído onde os participantes<br />
puderam conhecer<br />
uma série de ações e entidades<br />
de forma rápida e objetiva<br />
(a palestra relativa ao<br />
Carne Angus está disponível<br />
em vídeo no site BeefPoint).<br />
A convite do BeefPoint,<br />
o Programa Carne Angus<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Congresso da<br />
Carne em Campo<br />
Grande<br />
Nos dias 8 e 9 de junho foi realizado pela FAMA-<br />
SUL, em Campo Grande, MS, o Congresso Internacional<br />
da Carne. A convite do parceiro Marfrig, patrocinador<br />
do evento, os técnicos do Programa Carne Angus<br />
Certificada Fábio Medeiros e Angélica Pereira estiveram<br />
presentes na atividade, que reuniu mais de 1200<br />
participantes.<br />
O evento contou com palestrantes de renome internacional<br />
sendo marcado pelas discussões sobre estratégias<br />
de promoção da carne e pela importância da<br />
participação de todos os elos da cadeia, de forma coordenada<br />
e pró-ativa neste processo.<br />
Carne no Happy Hour<br />
do Agronegócio<br />
Fábio Medeiros<br />
foi apresentado<br />
por seu<br />
coordenador<br />
– Fábio Medeiros<br />
falando da<br />
trajetória deste<br />
trabalho vitorioso<br />
na área<br />
de certificação<br />
de carnes que<br />
traz benefícios a todos os<br />
elos da cadeia produtiva do<br />
Angus no Brasil. As palestras<br />
completas estão disponíveis<br />
no BeefPoint em vídeo. Segundo<br />
Medeiros, o modelo<br />
proposto, além de um desafio<br />
a todos os participantes<br />
foi uma oportunidade ímpar<br />
de divulgação do programa<br />
da ABA. O BeefPoint planeja<br />
repetir este modelo de<br />
eventos ainda este ano em<br />
data a ser divulgada.<br />
Visita ao Programa Carne<br />
Angus Argentina<br />
Durante a Exposição de Palermo 2011 foi realizada<br />
uma visita de integração entre o Programa Carne Angus<br />
Certificada do Brasil e da coirmã Argentina. O Coordenador<br />
do Programa Carne Angus Certificada – Fábio Medeiros realizou<br />
visita técnica a entidade argentina. Foi recepcionado<br />
pelo Coordenado do Programa Argentino, Dr. Victor Javier<br />
Marotta, e pelo diretor do Programa, Agrônomo Marcos<br />
Raul Firpo.<br />
Para Medeiros, a oportunidade de integração e troca de<br />
experiências e informações entre os programas da ABA e<br />
da AAA foi extremamente rica e proveitosa para ambas as<br />
entidades. “Pudemos discutir questões referentes a mercados,<br />
processos de certificação e programas de fomento, em<br />
ambiente de total integração”, revela o técnico.
25<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
26<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Passada a temporada<br />
de Outono com excelentes<br />
resultados para<br />
os produtores de terneiros,<br />
as expectativas para os remates<br />
da Primavera no Sul<br />
do Brasil são das melhores.<br />
Se quem apresentou nas feiras<br />
um gado pouco preparado<br />
em função da seca, também<br />
conseguiu bons lucros,<br />
quem apresentou em pista<br />
animais de primeira linha,<br />
certificados, conseguiu rentabilidade<br />
realmente surpreendente.<br />
Ao todo, foram<br />
vendidos neste ano mais de<br />
5 mil exemplares de Terneiros<br />
Angus Certificados, que<br />
pelo que se verificou, se venderam<br />
correndo nos remates<br />
das feiras.<br />
A cada ano, os terneiros<br />
de genética Angus – os Terneiros<br />
Angus Certificados<br />
– fazem mais sucesso nas<br />
chamadas feiras de terneiros<br />
de Outono. Esses terneiros<br />
são certificados pela<br />
Associação Brasileira de<br />
Angus (ABA), e via de regra<br />
CARNE<br />
Certificação<br />
Angelo Antônio Martins Bastos<br />
Por Marina Corrêa concentram a preferência<br />
do mercado comprador, registrando<br />
preços acima da<br />
média, tanto para machos<br />
quando para fêmeas. E não<br />
há novidade nesta preferência<br />
do mercado: é o que os<br />
terneiros de genética Angus<br />
tem qualidade e também<br />
tem padrão, que é o que todos<br />
querem.<br />
Terneiros Angus Certificados<br />
valeram 21% a mais<br />
nas feiras de 2010 e até<br />
30,8% a mais nas de 2011,<br />
se comparados aos outros<br />
terneiros, os não certificados.<br />
Os produtores estão convictos<br />
de que vão ter melhor<br />
remuneração pela bezerrada.<br />
Um dos produtores que<br />
mais vendeu terneiros na<br />
temporada, Angelo Antônio<br />
Martins Bastos, da fazenda<br />
Itapitocai, em Uruguaiana,<br />
destaca a importância da<br />
certificação. Só em um remate<br />
realizado no município<br />
ele vendeu cerca de 1,8 mil<br />
terneiros das raças Angus e<br />
Brangus. Para o produtor,<br />
a certificação é o selo de<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
é garantia de negócio<br />
melhor remunerado<br />
qualidade do produto. “Valoriza<br />
o boi no momento do<br />
abate. Os frigoríficos pagam<br />
mais pela carne da raça certificada”,<br />
diz.<br />
gana por qualidade<br />
vem de berço<br />
A seca que abalou muitos<br />
produtores na temporada<br />
de Outono e fez com que<br />
a Secretaria de Agricultura<br />
do Rio Grande do Sul baixasse<br />
o peso mínimo dos<br />
animais para as feiras não<br />
chegou nem perto das porteiras<br />
da Cabanha Itapitocai.<br />
Os terneiros levados<br />
para comercialização pesavam,<br />
em média, 217 quilos.<br />
Exemplares assim, acima<br />
da média, resultam de uma<br />
dedicação de mais de uma<br />
década à estância e seu rebanho.<br />
Bastos se criou com o<br />
avô, pai e tios nas lides campeiras<br />
e desde guri era presença<br />
atenta nos remates<br />
da família. A administração<br />
da Itapitocai tocou para o<br />
jovem produtor em 1998,<br />
quando Bastos iniciou o<br />
trabalho de seleção que lhe<br />
garante hoje um gado de<br />
qualidade, muito parelho, de<br />
alto padrão.<br />
Ele conta que com a ajuda<br />
do veterinário Marcelo<br />
Teixeira Napoleão, iniciou<br />
a seleção das matrizes já<br />
existes na fazenda, a compra<br />
das melhores matrizes<br />
de cabanhas renomadas e<br />
a inseminação com os melhores<br />
touros disponíveis no<br />
mercado. “Isso, aliado a um<br />
cuidado muito grande com a<br />
sanidade dos animais e capacitação<br />
dos empregados,<br />
foi melhorando nosso rebanho<br />
até chegar no patamar<br />
que estamos hoje. Também<br />
não posso deixar de citar os<br />
campos no qual eu crio, que<br />
são muito bons. Meu avô já<br />
obtinha bons resultados”,<br />
explica, demonstrando modéstia,<br />
o dedicado criador.<br />
A compra de um produto<br />
a ser engordado é uma<br />
peça chave para o invernador.<br />
Bastos destaca que é<br />
importante ter em mente<br />
que não é fácil encontrar<br />
todos os exemplares em um<br />
mesmo local. O invernador<br />
recorre vários lugares do<br />
Estado para achar animais<br />
com padronização da raça,<br />
pelo e peso. “Depois de anos<br />
vendendo nossos terneiros<br />
em casa veio o reconhecimento<br />
dos invernadores e<br />
corretores. Tínhamos vários<br />
clientes e não conseguíamos<br />
atender a todos, pois não<br />
produzíamos tantos terneiros.<br />
Aumentamos então o<br />
número de matrizes e a área<br />
de campo destinada à criação.<br />
Nosso objetivo é seguir<br />
aumentando, buscando genética<br />
para melhorar a qualidade<br />
da carne. Não pode-<br />
mos competir com o Brasil<br />
Central na quantidade mas,<br />
sim, na qualidade da carne”,<br />
ressalta o produtor.<br />
Na rotina da fazenda,<br />
todos os animais ganham<br />
a mesma atenção, independente<br />
de sexo ou idade.<br />
Ao contrário do que muito<br />
preconizam, os machos não<br />
têm cuidados especiais, já<br />
que as matrizes serão as futuras<br />
mães.<br />
Bastos diz que não foi o<br />
bom momento do mercado<br />
que fez com que a estância<br />
fizesse o remate de terneiros<br />
de outono com oferta<br />
de quase 2 mil cabeças. “A<br />
nossa opção pela forma de<br />
comercializar veio acompanhada<br />
com a falta do produto<br />
e consequentemente<br />
a alta dos preços”, explica.<br />
No ano passado, a estância<br />
levou para pista 1,2 mil cabeças.<br />
O aumento no número<br />
da oferta este ano é atribuído<br />
à elevação do índice<br />
de prenhes do rebanho em<br />
5%. “No ano passado levei<br />
só machos. Este ano, consegui<br />
inserir 600 fêmeas. Eu<br />
busco a padronização do<br />
meu rebanho e às vezes me<br />
desfaço de animais de alta<br />
genética em prol desse rebanho<br />
parelho que persigo.<br />
Não teria espaço para essas<br />
600 fêmeas e mais todos os<br />
novos que irão nascer”, finaliza.
27<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
CRV LAGOA
28<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
OPINIÃO<br />
O quebra-cabeça da<br />
Por Stefan Staiger<br />
Schneider<br />
Construir economias<br />
falsas com preços artificiais<br />
pode gerar um<br />
colapso tão rápido quanto a<br />
construção realizada. A recente<br />
crise dos países do sul<br />
da Europa retrata bem isso,<br />
e a imprensa britânica logo<br />
tratou de criar uma sigla<br />
para eles: PIGS (termo em<br />
inglês que significa “porcos”<br />
em português). Diferentemente<br />
dos BRICs (Brasil,<br />
Rússia, Índia e China), que<br />
representa o grupo dos principais<br />
países emergentes<br />
do planeta, a sigla PIGS<br />
refere-se a Portugal, Itália,<br />
Grécia e Espanha (Spain,<br />
em inglês), cujos povos são<br />
famosos no norte da Europa<br />
por trabalharem cargas<br />
horárias mais curtas, terem<br />
mais feriados, pagarem menos<br />
impostos e, para completar,<br />
se aposentarem mais<br />
cedo que os povos do norte.<br />
Na Grécia, por exemplo,<br />
existia a possibilidade de cidadãos<br />
se aposentarem aos<br />
47 anos de idade. Somado a<br />
isso, os PIGS também têm<br />
ainda o Euro, uma moeda<br />
forte demais para as suas<br />
economias nacionais que,<br />
para garantir a sua estabilidade,<br />
exige uma política<br />
financeira comum em todos<br />
os países do Euro, o que os<br />
PIGS não fizeram. A Grécia<br />
até falsificou dados para o<br />
Banco Central Europeu, em<br />
Frankfurt.<br />
Na pecuária de corte,<br />
igualmente se deve cuidar<br />
com preços artificiais e,<br />
eficiência bovina<br />
o que é mais grave, com a<br />
formação de cartéis no mercado,<br />
já que colapsos são<br />
altamente possíveis. É apenas<br />
uma questão de tempo.<br />
Aliás, algumas raças européias<br />
continentais já foram<br />
professoras do que pode vir<br />
a acontecer.<br />
Em termos de reprodutores,<br />
se você concorda que<br />
o cliente de touros é o pecuarista<br />
proprietário de gado<br />
comercial, então as chamadas<br />
“modas” devem desaparecer<br />
e é necessário buscar<br />
aquilo que a ciência já comprovou<br />
como o melhor para<br />
o país e não para a região.<br />
Precisa-se buscar as Economically<br />
Relevant Traits<br />
(ERTs) – as características<br />
de relevância econômica.<br />
Criadas nos anos 1970 por<br />
veterinários,<br />
zootecnistas<br />
e agrônomos<br />
dos Estados<br />
Unidos, elas<br />
têm sido sucessivamenteaperfeiçoadas<br />
desde<br />
então. As áreas gerais que<br />
costumam ser analisadas<br />
geneticamente são as características<br />
de rendimento<br />
como o tamanho animal, a<br />
velocidade de crescimento<br />
e as Diferenças Esperadas<br />
de Progênie (DEPs) para<br />
carcaça, por exemplo. No<br />
entanto, pesquisas demonstraram<br />
que a reprodução é<br />
de 2 a 10 vezes mais economicamente<br />
relevante que as<br />
características de carcaça<br />
nos bovinos.<br />
Isso significa, então, que<br />
os pecuaristas devem ignorar<br />
as características de<br />
carcaça? Não, os clientes<br />
de touros precisam produzir<br />
carne saborosa. Mas, o<br />
questionamento feito demonstra<br />
a tolice de se dar<br />
bem menos ênfase à reprodução,<br />
o que pode gerar uma<br />
elevação de custos associa-<br />
da à performance bovina<br />
que for inferior ao máximo.<br />
Por exemplo, de que adianta<br />
comprar numa exposição<br />
um touro denominado “rústico”,<br />
embora ele caminhe<br />
de patas abertas por causa<br />
do seu estado corporal e<br />
seja tão obeso ou mais que<br />
os touros de argola? Sim,<br />
alguns compradores gostam<br />
de ser enganados pelos<br />
próprios olhos e de precisar<br />
emagrecer o touro durante<br />
semanas para poder deixarlo<br />
trabalhar. Os pecuaristas<br />
americanos, no entanto, costumam<br />
dizer que os touros<br />
com um excessivo estado de<br />
preparo são mais propensos<br />
a problemas de fertilidade,<br />
não apresentam a disposição<br />
que se espera em grandes<br />
invernadas e grandes<br />
rodeios de fêmeas, poderão<br />
ter problemas nos aprumos<br />
e longevidade inferior devido<br />
à sua condição de obesidade.<br />
Vamos agora dar uma<br />
olhada nas seguintes características:<br />
crescimento,<br />
manutenção, carcaça e reprodução.<br />
A característica<br />
de crescimento está conosco<br />
desde que começamos a<br />
utilizar as DEPs, inclusive o<br />
controle de desenvolvimento<br />
ponderal para os pesos ao<br />
nascimento, à desmama e<br />
ao ano, além do total materno.<br />
O que precisamos saber<br />
é quando será o suficiente?<br />
Não é tão difícil assim. É<br />
necessário definir objetivos<br />
e reduzir os tantos relativismos<br />
que existem por aí.<br />
Vamos imaginar se os médicos<br />
em hospitais tratassem<br />
seres humanos assim! Lite-<br />
ralmente, nenhum paciente<br />
receberia alta porque os<br />
relativismos de pontos de<br />
vistas entre os médicos e o<br />
conflito entre eles, ao invés<br />
do acompanhamento clínico<br />
dos exames e medicamentos<br />
do paciente, não permitiriam.<br />
E um julgamento de<br />
bovinos numa pista de exposição<br />
é apenas a metade de<br />
uma fotografia! Isso é ainda<br />
mais verdadeiro na América<br />
do Sul, onde os juízes<br />
não recebem relatórios das<br />
DEPs dos produtos em pista,<br />
médias da raça e grupos<br />
contemporâneos na exposição<br />
para consultar e tomar<br />
suas decisões.<br />
As DEPs para carcaça<br />
foram uma tremenda ferramenta.<br />
O Angus tem carne<br />
marmorizada e ter bovinos<br />
Angus significa<br />
ter<br />
um gado<br />
com um<br />
alto potencial<br />
de<br />
marmoreio.<br />
Isso é um<br />
luxo que é<br />
transmitido em programas<br />
de cruzamento na medida<br />
em que o Angus injeta a sua<br />
força no produto cruzado.<br />
O gado Angus não tem<br />
uma musculatura pesada e<br />
nem surgiu para ter, já que<br />
é uma raça maternal. É importante<br />
deixar claro que<br />
há bovinos com rápida velocidade<br />
de crescimento e<br />
moderado tamanho adulto<br />
e há também bovinos com<br />
moderado a alto potencial<br />
maternal que mantêm a sua<br />
condição corporal. Além<br />
disso, animais da raça nunca<br />
foram utilizados para<br />
tração, diferentemente de<br />
algumas raças européias<br />
continentais.<br />
Eu gostaria de falar um<br />
pouco agora sobre a Gordura<br />
da Carcaça. Existe uma<br />
correlação genética entre<br />
a Gordura de Carcaça e<br />
não podemos nos deixar enganar pelos<br />
próprios olhos e adquirir touros que<br />
podem estar com excesso de peso<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
a Área de Olho de Lombo<br />
(AOL), ganho de peso até<br />
o desmame e após o desmame.<br />
Isso quer dizer que,<br />
se você selecionar para a<br />
DEP de Gordura de Carcaça<br />
negativa, o resultado será<br />
também uma orientação negativa<br />
para a AOL, o ganho<br />
de peso até o desmame e<br />
após o desmame, mesmo<br />
que isso tenha sido feito de<br />
forma não intencional ou inconsciente.<br />
Portanto, tenha<br />
cuidado ao analisar dados e<br />
programar acasalamentos.<br />
Você, tendo ou não as<br />
DEPs, precisa saber também<br />
que a seleção através<br />
de características reprodutivas<br />
precisa ser seguida, já<br />
que a fertilidade própria de<br />
um animal é a importância<br />
econômica máxima! A eficiência<br />
bovina é como um<br />
quebra-cabeça envolvendo<br />
rendimentos e custos. Rendimentos<br />
nas características<br />
de velocidade de crescimento<br />
e carcaça são altamente<br />
herdáveis. Por isso, é necessário<br />
sempre lembrar o<br />
lado da equação que trata<br />
dos custos para não tornar<br />
a atividade inviável – não<br />
estamos criando gado para<br />
tambo de leite.<br />
Manter o gado em combinação<br />
com o que os clientes<br />
querem e o meio-ambiente<br />
pode gerar disciplinados<br />
programas de reprodução<br />
bovina. As exposições, no<br />
entanto, complicam o quebra-cabeça,<br />
eis que tanto<br />
selecionadores quanto compradores<br />
deixam-se persuadir<br />
pelas opiniões dos juízes.<br />
Isso dificulta que eles<br />
um dia digam “tenho a raça<br />
certa, o tipo do meu gado<br />
está correto e agora quero<br />
apenas multiplicar”. Assim,<br />
não se engane com artificialismos<br />
e evite colapsos. Nem<br />
sempre eles são iminentes e,<br />
quando identificados, costuma<br />
ser tarde demais e os<br />
efeitos inevitáveis.
29<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
30<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
NOTÍCIAS<br />
ABA lança o<br />
Concurso Angus Mirim<br />
É uma das novidades que<br />
a Associação Brasileira de<br />
Angus (ABA) preparou para<br />
esta Expointer. A realização,<br />
pela primeira vez, em caráter<br />
de demonstração, da<br />
primeira edição do Concurso<br />
Angus Mirim (ou Júnior,<br />
como alguns querem chamar).<br />
É mais uma maneira<br />
de “incluir” os filhos dos<br />
criadores de Angus na raça.<br />
“A garotada, desde<br />
os pequeninos, até os já<br />
garotos, agora vai poder<br />
efetivamente participar<br />
nas lidas com a raça,<br />
interagindo diretamente<br />
com os animais e, desde<br />
cedo, aprendendo e tomando<br />
gosto pela atividade”,<br />
sintetiza a coordenadora<br />
de Exposições<br />
da ABA, Fabiana Gomes.<br />
Segundo ela, é uma<br />
forma de incentivar os<br />
jovens a iniciar na pista<br />
e no trato com os animais,<br />
e ao mesmo tempo<br />
uma excelente maneira<br />
de demonstrar aos novos<br />
investidores e interessados<br />
em Angus a grande docilidade,<br />
que é uma das características<br />
positivas da raça.<br />
A petizada a partir dos<br />
tenros 6 anos de idade já<br />
pode participar, na categoria<br />
Mirim, para crianças dos<br />
6 aos 9 anos completos. E<br />
por fim a categoria Junior,<br />
que abrange crianças de 10<br />
aos 14 anos. Importante:<br />
cada categoria será avaliada<br />
separadamente. E meninos e<br />
meninas competem juntos,<br />
sendo a divisão das catego-<br />
rias feita unicamente por<br />
faixa etária.<br />
Os participantes deverão<br />
ter preenchida uma ficha de<br />
inscrição, sem custo algum,<br />
sendo que esta ficha deverá<br />
ser assinada pelos pais (pai<br />
e mãe) independentemente<br />
de serem ou não sócios da<br />
ABA.<br />
Os competidores serão<br />
julgados de acordo com cri-<br />
Fabiana Gomes<br />
térios como:<br />
- Habilidade, manuseio e<br />
resposta do animal ao competidor;<br />
- Utilização correta de equipamentos<br />
pelo participante<br />
durante o concurso;<br />
- Cordialidade e esportividade;<br />
- Capacidade de seguir as<br />
instruções durante a competição.<br />
No final do concurso,<br />
todos os participantes recebem<br />
premiações da ABA,<br />
Parceria com Revista feed&food<br />
Com a meta de ampliar<br />
ainda mais a divulgação da<br />
raça, a Associação Brasileira<br />
de Angus (ABA) selou parceria<br />
com a revista feed&food,<br />
uma publicação especializada<br />
em nutrição e saúde animal.<br />
“Essa é mais uma parceria<br />
de sucesso que fechamos<br />
de olho na ampliação da divulgação<br />
da raça que mais<br />
cresce nos pastos brasileiros”,<br />
explica Felipe Moura,<br />
sendo que os três primeiros<br />
lugares vão merecer troféus<br />
e os demais medalhas de<br />
participação.<br />
ouvidoria<br />
Mantendo pontual participação<br />
tanto nos eventos<br />
quanto em todos os movimentos<br />
de mercado por<br />
parte da ABA, a Diretora<br />
de Exposições da entidade<br />
observa entretanto que<br />
vem funcionando muito<br />
mais como uma ouvidoria.<br />
“Os criadores me<br />
procuram para fazer sugestões<br />
e reclamações,<br />
que procuro levar ao<br />
conhecimento da diretoria<br />
para providências”,<br />
revela Fabiana.<br />
Ela cita o exemplo<br />
que alguns criadores<br />
gostariam ou acham importante<br />
que nos eventos,<br />
nas exposições, houvesse<br />
maior exposição<br />
da “marca Angus”, seja<br />
através do uso de bonés,<br />
roupas com a logomarca<br />
estampada, entre outros<br />
produtos que podem ser<br />
criados.<br />
Sobre as exposições, Fabiana<br />
Gomes aproveita para<br />
lembrar que os requisitos<br />
exigidos para que um animal<br />
esteja apto a participar de<br />
exposições devem ser cumpridos<br />
por todos os criadores.<br />
“Afinal, uma exposição<br />
é também uma competição,<br />
e esses prerequisitos também<br />
funcionam em benefício<br />
ou em prejuízo dos animais”,<br />
sintetiza a dirigente.<br />
diretor de marketing da entidade.<br />
A parceria entre a ABA e<br />
a revista, cujo conteúdo central<br />
é a temática “Do Campo<br />
à mesa”, objetiva o intercâmbio<br />
de informações entre a<br />
entidade e o leitor.<br />
Para o editor diretor da<br />
Curuca, editora responsável<br />
pela revista, Osvaldo Penha<br />
Ciasulli, a feed&food só tem<br />
a ganhar. “Como nós somos<br />
Foi com a<br />
meta principal<br />
de promover a<br />
verdadeira imagem<br />
da pecuária<br />
brasileira nos<br />
países que importam a carne<br />
nacional, e também no mercado<br />
interno, visando fortalecer<br />
a cadeia da carne do brasileira,<br />
que a Associação Brasileira<br />
das Indústrias Exportadoras<br />
de Carnes (Abiec), criou o<br />
projeto Pecuária Brasil. A iniciativa<br />
tem o slogan “O Brasil<br />
evolui com a pecuária. A<br />
pecuária evolui com o Brasil.<br />
E não poderia ser diferente:<br />
o projeto já conta com total<br />
apoio, na forma de parceria,<br />
da Associação Brasileira de<br />
Angus (ABA).<br />
Hoje, as receitas geradas<br />
com a exportação de carne,<br />
próximas a US$ 5 bilhões<br />
de dólares, movimentam a<br />
economia de milhares de cidades<br />
em todo o Brasil. Porém<br />
os incontáveis casos de<br />
sucesso protagonizados pelos<br />
pecuaristas brasileiros não<br />
são devidamente contados.<br />
“É justamente nessa questão<br />
que a Angus terá participação<br />
efetiva, resgatando parte<br />
dessa memória e apresentando<br />
de forma transparente as<br />
melhores práticas do setor<br />
que representa”, explica Monique<br />
Morata, coordenadora<br />
de Marketing da Abiec.<br />
Já o diretor de marketing<br />
da ABA, Felipe Moura, atento<br />
à similaridade do projeto<br />
com as metas de trabalho<br />
que vem sendo defendidas<br />
pela ABA, não deixa por menos.<br />
“A idéia principal é levar<br />
ao mundo o cenário de que a<br />
carne que produzimos aqui<br />
não é proveniente de áreas<br />
porta-voz do segmento, é de<br />
interesse nosso divulgar as<br />
atividades que a ABA desenvolve<br />
com a raça Angus no<br />
Rio Grande do Sul e no Brasil”.<br />
A entidade terá espaço<br />
mensal na divulgação, onde<br />
poderão ser publicados artigos<br />
técnicos/científicos,<br />
opiniões, entrevistas ou reportagens<br />
de interesse da<br />
ABA. A revista on-line será<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
ABA apóia projeto<br />
Pecuária Brasil<br />
de desmatamento nem tem<br />
envolvimento com trabalho<br />
escravo, e sim de uma cadeia<br />
produtiva sustentável, competente<br />
e comprometida com a<br />
qualidade do produto e atenta<br />
às questões sociais e ambientais”,<br />
explica o dirigente.<br />
Tendo como base e síntese<br />
o lema “O Brasil evolui com a<br />
pecuária. A pecuária evolui com<br />
o Brasil”, o projeto da Abiec<br />
vai pretende mostrar as muitas<br />
contribuições do setor para o<br />
desenvolvimento do País, assim<br />
como a evolução dos criadores<br />
e dos processos industriais que<br />
formam conquistados no Brasil<br />
ao longo dos anos.<br />
“O projeto quer traçar o<br />
perfil dos diferentes pecuaristas<br />
brasileiros, sem generalização.<br />
A Angus vai apoiar<br />
essa iniciativa auxiliando a<br />
balizar o perfil do produtor<br />
de Angus, dando visibilidade<br />
sempre ao nosso manejo<br />
e qualidade de carne diferenciada<br />
produzida pela raça”,<br />
antecipa Felipe Moura.<br />
Inicialmente a Associação<br />
Brasileira de Angus colabora<br />
repassando dados, imagens<br />
e estatísticas sobre a raça<br />
Angus, emprestando forte<br />
apoio institucional à Abiec.<br />
Também vai participar do comitê<br />
de debates e será fonte<br />
de pesquisa na construção da<br />
campanha “Pecuária Brasil”,<br />
num pioneirismo mais do que<br />
necessário ao reconhecimento<br />
do Brasil como um dos grandes<br />
produtores de carne de<br />
qualidade no mundo.<br />
enviada para todos os associados<br />
e não associados<br />
da ABA sem custo. “Dessa<br />
forma as atividades da Associação<br />
Brasileira de Angus<br />
estarão disponíveis a todos<br />
os associados, criadores, entusiastas<br />
e interessados na<br />
raça“, completa o diretor de<br />
marketing. O resultado da<br />
parceria já pode ser conferido<br />
na edição de setembro da<br />
Revista feed&food.
31<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
32<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
A<br />
C.R.I. Genética Brasil<br />
levou um grupo de<br />
clientes e alguns integrantes<br />
da sua equipe para<br />
o Beef Tour 2011, nos Estados<br />
Unidos, uma viagem de<br />
13 dias, com visita à central<br />
da Cooperative Resources<br />
International (C.R.I.) e a<br />
várias fazendas americanas.<br />
Durante a viagem, realizada<br />
de 17 a 28 de junho,<br />
o grupo teve a oportunidade<br />
de conferir a excelência<br />
dos touros da bateria da<br />
Cooperative Resources International<br />
(C.R.I.) – Genex<br />
Hawkeye West, em Billings,<br />
Montana. No local, conheceram<br />
de perto alguns dos<br />
mais importantes touros<br />
Angus da empresa, entre os<br />
quais Traveller 004, Brushpopper,<br />
Bismarck, Jackson,<br />
Update, Uptrend, Big Sky,<br />
Major League e Packer. Depois,<br />
visitaram várias propriedades<br />
americanas, onde<br />
conheceram os sistemas de<br />
criação de Angus, a excelência<br />
genética dos touros e<br />
suas progênies, entre outros<br />
detalhes dos criatórios.<br />
Para a maioria dos participantes,<br />
o Beef Tour foi<br />
uma viagem de aprendizado<br />
sobre seleção genética.<br />
“A cada viagem que faço<br />
me surpreendo mais com a<br />
genética e a pureza racial”,<br />
afirma Divalni Soldeira, de<br />
Panambi, RS. Vimos muita<br />
genética boa. A C.R.I. está<br />
mexendo com gado de excelente<br />
qualidade. Pode comprar”,<br />
recomenda Frederico<br />
da Fazenda Boa Sorte, de<br />
PARCEIROS<br />
C.R.I. Genética<br />
Bonópolis, GO.<br />
“Fizemos muitas amizades<br />
e aprendemos com<br />
os americanos, que não são<br />
melhores nem piores que<br />
nós. Aproveitamos o que<br />
eles têm de bom e uma dessas<br />
coisas é o sistema de seleção<br />
genética para usarmos<br />
e adaptarmos às condições<br />
do Brasil”, atesta Marcos<br />
Silveira, Marcolino, criador<br />
de Angus e representante da<br />
C.R.I. Genética.<br />
Para Patricio Mariano<br />
da Rocha, agrônomo de<br />
Santa Maria, a viagem foi<br />
mais que um farm tour. “Foi<br />
uma residência em agronegócios<br />
com especialização<br />
em Angus, uma imersão<br />
durante 13 dias. Começamos<br />
pela C.R.I., uma grande<br />
central de inseminação,<br />
conversando, discutindo,<br />
encontrando e colocando a<br />
mão nos nossos touros preferidos.<br />
Cada fazenda mostrando<br />
o jeito de produzir,<br />
a paixão pelo seu gado, a<br />
diversidade, a qualidade e o<br />
avanço americano. Em alguns<br />
casos, vimos famílias<br />
empenhadas em seu criatório.<br />
Voltamos entusiasmados<br />
e até com mais vontade<br />
de trabalhar”, detalha.<br />
Já Eduardo Luis, da Fazenda<br />
Boa Sorte, de Boa<br />
Nova de Goiás, recomenda o<br />
Angus americano principalmente<br />
para quem faz cruza.<br />
“Ficamos conhecendo mais<br />
sobre o gado, a maneira certa<br />
de selecionar um animal<br />
para cruzamento, compartilhamos<br />
informações e até<br />
aprendemos uma maneira<br />
da gente selecionar o nosso<br />
gado para uma melhor produtividade”,<br />
diz.<br />
Para Julio Cesar, de<br />
Água Boa, o Beef Tour<br />
mostrou-se uma ferramenta<br />
para levar ao cliente uma<br />
pecuária diferente, moderna,<br />
produtiva e agressiva, de<br />
forma a torná-lo mais competitivo.<br />
“Tudo que a gente<br />
viu lá fora vai servir para<br />
isso.”<br />
Gustavo Pires Ribeiro,<br />
de Água Boa, MT, que<br />
trabalha com reprodução,<br />
ficou impressionado com<br />
a qualidade dos animais e<br />
a genética americana. “É<br />
impressionante a força que<br />
eles têm para trabalhar. A<br />
família americana é unida,<br />
todos trabalham juntos, do<br />
filho pequeno ao avô. O filho<br />
pequenininho, de cinco<br />
anos, já está falando sobre<br />
genética, DEP, filho, mãe,<br />
avô de touro. Daí eu cheguei<br />
à conclusão de quantas<br />
DEPs eles têm. A qualidade<br />
é indiscutível. Temos que<br />
utilizar cada vez mais, pois<br />
Angus iguais aos que vimos,<br />
nos Estados Unidos, não<br />
tem”, explana.<br />
“Amei o trabalho dos<br />
americanos. Com certeza<br />
daqui para frente vai<br />
dar para a gente usar pelo<br />
menos 90% dos touros da<br />
C.R.I.”, declara Nivaldo<br />
Christel, administrador de<br />
fazenda em Canarana.<br />
“É importante a gente<br />
ver a genética Angus que o<br />
criador americano está se-<br />
lecionando e a gente precisa<br />
usar, tanto no Sul como no<br />
Centro-Oeste para produzir<br />
carne para o resto mundo.<br />
E, é lá que está a melhor<br />
genética do mundo”, observa<br />
Airton Leopoldino Neto,<br />
Água Boa, MT.<br />
Para Harisson Barcelos,<br />
Glorinha, RS, o Beef Tour<br />
foi extremamente produtivo<br />
e trouxe uma bagagem que<br />
vai permitir acelerar muitos<br />
anos na frente no que<br />
se refere ao conhecimento<br />
da genética e do crescimento<br />
do Angus, uma raça<br />
que está no mundo inteiro<br />
fazendo a grande diferença<br />
com uma carne de excelente<br />
qualidade, um gado de excelente<br />
performance. “Com o<br />
nosso gado no Brasil e com<br />
as nossas condições climáticas<br />
e o auxílio da C.R.I.,<br />
com certeza, conhecendo<br />
esse gado americano, vamos<br />
adiantar bastante a evolução<br />
dos nossos rebanhos,<br />
principalmente os criadores<br />
de gado PO no Rio Grande<br />
do Sul.” Segundo Harisson,<br />
a Cabanha Judá, de sua propriedade,<br />
tem embriões para<br />
nascer com genética 100%<br />
americana, que representa<br />
a oportunidade de obter um<br />
animal de ponta baseado<br />
na vantagem da condição<br />
climática para expandir<br />
para o Brasil Central. “Os<br />
criadores dessa região, que<br />
trabalham com gado de<br />
terminação, estão maravilhados<br />
com os resultados<br />
dos touros utilizados na inseminação<br />
para fazer meio<br />
sangue, o que contribui para<br />
maximizar os lucros, além<br />
de trazer mais confiança e,<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
realiza Beef Tour nos Estados Unidos<br />
principalmente, mais resultados<br />
que é o que interessa<br />
pra nós”, explica.<br />
Na opinião de Nelson<br />
Camargo, representante da<br />
C.R.I., a interação com pessoas<br />
de regiões diferentes<br />
do País, a possibilidade de<br />
saber o que cada um está<br />
usando, o que cada técnico<br />
está oferecendo para o<br />
mercado, foi de valia muito<br />
grande. Ele acrescenta que<br />
“o Beef Tour possibilitou<br />
conhecer a genética que<br />
a gente tem expandido no<br />
mercado nacional e enxergar<br />
como é tratada nos Estados<br />
Unidos nos dá mais<br />
confiança para falarmos<br />
dos touros”.<br />
“Foi uma oportunidade<br />
de conhecer a C.R.I. Internacional,<br />
de visualizar os<br />
touros que a gente usa e<br />
trazer os clientes para ver a<br />
nossa estrutura nos Estados<br />
Unidos e também, além de<br />
conhecer pessoas de outras<br />
regiões para trocar ideias<br />
de forma a concretizar cada<br />
vez mais as informações”,<br />
avalia Murilo Tovar, veterinário<br />
e representante da<br />
C.R.I., da regional de Goiás.<br />
“Pudemos comprovar<br />
a qualidade dos rebanhos e<br />
conhecer mais sobre o sistema<br />
de seleção genética<br />
adotado pela C.R.I. e, principalmente,<br />
mostrar a todos<br />
os participantes que nós estamos<br />
disponibilizando para<br />
o mercado brasileiro o que<br />
há de melhor na genética<br />
Angus”, conclui o diretor<br />
executivo da C.R.I. Genética<br />
Brasil, Sergio Saud, que<br />
acompanhou o grupo na viagem.<br />
sobre a c.r.i.<br />
C.R.I. Genética Brasil é uma subsidiária da Cooperative<br />
Resources International (C.R.I.). C.R.I. é uma<br />
holding de cooperativas agrícolas, composta por três<br />
subsidiárias: Central Livestock Association, AgSource<br />
Cooperative Services e Genex. A missão da C.R.I.<br />
resume nosso objetivo: “Fornecer produtos e serviços<br />
da maneira mais eficiente possível para maximizar a<br />
lucratividade dos seus cooperados e clientes ao redor<br />
do mundo, mantendo uma cooperativa forte.”
33<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
FUMAÇA
34<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
A novilha “Três Marias 8334 Areia”, que já havia conquistado o Grande<br />
Campeonato fêmea de Palermo em 2010, repetiu o feito este ano e pela<br />
primeira vez na história dessa feira é sagrada Bi Grande Campeã da exposição.<br />
Areia também levou o título de Suprema Campeã Angus na pesada<br />
pista de Palermo, na Argentina.<br />
O exemplar é um consórcio entre a Três Marias, da Argentina, proprietária<br />
de 50% do animal e as cabanhas gaúchas da Corticeira, propriedade<br />
de Luiz Anselmo Cassol, Terra Costa, de Marco Antônio Costa e Rincón Del<br />
Sarandy,de Cláudia Silva, proprietários dos outros 50% do animal.<br />
NOTÍCIAS<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Consórcio Brasil x Argentina<br />
conquista bi campeonato fêmea em Palermo<br />
Príncipe Charles<br />
Ainda nesta exposição a parceria entre a Cabanha Rincon del Sarandy e<br />
a empresa gaúcha Solução Genética, que representa a Cabanha Tres Marias<br />
no Brasil, faturaram o Reservado Grande Campeão macho com o exemplar<br />
Tres Marias 8334 Cumbiero. Este touro integrara a seleta bateria de touros<br />
disponíveis aqui no Brasil para esta Primavera.<br />
A Raça Aberdeen Angus apresentou 504 animais em Palermo. Os julgamentos<br />
foram realizados nos dias 20, 21 e 22 de julho, frente às arquibancadas<br />
absolutamente lotadas e o jurado americano Jack Ward elogiou a<br />
excelente qualidade dos animais apresentados.<br />
Patrono da Sociedade<br />
Britânica de Angus<br />
O príncipe Charles, herdeiro da coroa britânica, é o patrono da Aberdeen-Angus Cattle Society<br />
(Sociedade de Angus da Grã-Bretanha). O príncipe segue os passos de sua avó, a rainha-mãe,<br />
recentemente falecida, criando a raça com sucesso em Highgrove e mantém forte interesse no rebanho<br />
do Castelo de Mey, em Caithness, que é conduzido agora pelo The Queen Elizabeth Castle of<br />
Mey Trust. “São muito poucos os países, no mundo atual, que não possuem um rebanho relevante<br />
de Angus e que não sofrem a influência desta raça”, assinalou o Príncipe Charles em um vídeo<br />
disponibilizado no site da Sociedade Britânica de Angus.<br />
A criação de Angus data do início do Século 19 a partir do gado mocho e predominantemente<br />
preto do nordeste da Escócia, conhecidos localmente como “doddies” e “hummlies”.<br />
As primeiras criações organizadas remetem à metade do Século 18, mas as entidades representativas<br />
foram fundadas muito depois: Herd Book em 1862 e a Sociedade de Aberdeen-Angus<br />
em 1879.<br />
Mas a justiça precisa ser feita aos pioneiros. Os primórdios da criação de Angus deveu-se especialmente<br />
aos esforços de três fazendeiros daquele tempo. Hugh Watson tornou-se arrendatário da<br />
Fazenda Keillor, em Angus, em 1808. Ele ampliou sua criação e produziu gado com uma qualidade<br />
e característica notáveis.<br />
William McCombie adquiriu a fazenda de Tillyfour, no condado de Aberdeen em 1824 e iniciou<br />
um rebanho com predominância das linhas de sangue desenvolvidas em Keillor. Esta bem<br />
documentada criação produziu um gado notável que foi apresentado largamente na Inglaterra e<br />
na França. A reputação da raça Aberdeen Angus firmou-se com os feitos e esforços da família<br />
McCombie.<br />
Sir George Macpherson-Grant retornou de Oxford a seu estabelecimento recebido de herança<br />
em Ballindalloch, junto ao rio Spey, in 1861 e seguiu refinando o rebanho, o que se tornou o trabalho<br />
de sua vida por quase 50 anos.<br />
Com foco na criação e seleção por tipo, estes criadores pioneiros estabeleceram os fundamentos<br />
daquela que por sobrados argumentos é considerada a mais importante raça de corte do mundo.<br />
Nestes tempos antigos, a Grã-Bretanha alcançou a reputação de ser a fonte da genética Aberdeen<br />
Angus, o que levou criadores de ponta, vindos de todas as partes do mundo, a buscarem esta<br />
genética. O mercado exportador continua muito favorável aos criadores britânicos de Angus.
35<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
36<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
<strong>Angus@newS</strong><br />
MELHORAMENTO GENÉTICO<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
37
38<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Por Eduardo<br />
Fehn Teixeira<br />
uma vez a<br />
raça Angus fez<br />
”Mais<br />
bonito na principal<br />
vitrine da pecuária<br />
brasileira de alta performance”,<br />
definiu o articulado<br />
presidente do Núcleo<br />
de Criadores de Angus de<br />
São Paulo, Renato Ramires,<br />
que juntamente com a<br />
Associação Brasileira de<br />
Angus (ABA), foi responsável<br />
pela organização da 11ª<br />
Exposição Nacional de Angus,<br />
durante a 17ª edição<br />
da Feicorte (2011), de 13<br />
a 17 de Junho. Com cerca<br />
de 160 animais Angus em<br />
pista (machos e fêmeas), a<br />
feira foi realizada em am-<br />
O Leilão Prime Angus -<br />
promovido por Agropecuária<br />
Fumaça, Casa Branca Agropastoril,<br />
Agropecuária HR e<br />
3E Agropecuária - mais uma<br />
vez ratificou o bom trabalho<br />
que vem sendo realizado dentro<br />
do Nú-<br />
EXPOSIÇÕES<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Feicorte<br />
destacou a Nacional de Angus<br />
biente “indoor”, no moderno<br />
Centro de Exposições<br />
Imigrantes, em São Paulo,<br />
SP.<br />
Para o presidente da<br />
ABA, selecionador Paulo<br />
de Castro Marques, com um<br />
mercado interno aquecido,<br />
a Feicorte funcionou para<br />
alavancar a consolidação da<br />
raça Angus entre os produtores<br />
brasileiros. “Com uma<br />
grande estrutura, neste ano<br />
inclusive colocamos técnicos<br />
à disposição de investidores<br />
e visitantes, para tirar<br />
dúvidas e dar sugestões sobre<br />
os melhores usos da eficiente<br />
genética Angus”, diz<br />
o dirigente.<br />
Vitórias nas pistas<br />
O grande vencedor desta<br />
Nacional de Angus na<br />
Feicorte foi sem dúvida o<br />
selecionador Eloy Tuffi, proprietário<br />
da Fazenda MC,<br />
em Espírito Santo do Pinhal,<br />
SP. Com o touro “Garupa<br />
7880”, Tuffi faturou o<br />
Grande Campeonato macho.<br />
E com o macho MC Insano<br />
Defesa”, conquistou o título<br />
de Reservado de Grande<br />
Campeão. Uma dobradinha<br />
mesmo surpreendente.<br />
“Como todo o criador, eu<br />
tinha minhas expectativas.<br />
Mas lá na feira, presenciando<br />
meus animais serem eleitos<br />
campeões por um famo-<br />
so jurado norte americano,<br />
isso foi realmente fantástico,<br />
muito gratificante, uma verdadeira<br />
recompensa a todo<br />
o esforço que se faz por esta<br />
raça”, definiu, emocionado,<br />
Eloy Tuffi. Na pista, na hora<br />
das premiações, ele fez a<br />
maior festa com sua equipe,<br />
jogando ao alto seu boné e<br />
sendo cumprimentado pelos<br />
demais técnicos e criadores<br />
presentes. O terceiro melhor<br />
macho ficou com a Cabanha<br />
da Maya, de Zuleika Torrealba,<br />
de Bagé, RS.<br />
Nas fêmeas, a Grande<br />
Campeã ficou com a criadora<br />
Zuleika Torrealba – Cabanha<br />
da Maya, Bagé, RS.<br />
Já a Reservada de Grande<br />
Campeã ficou com o selecionador<br />
gaúcho Roberto Beck,<br />
da Estância do Espinilho, de<br />
Cruz Alta.<br />
“Vencer numa Nacional<br />
de Angus e inda mais na<br />
Feicorte, em São Paulo, representa<br />
uma vitrine imperdível”,<br />
comemorou o criador.<br />
A terceira melhor fêmea<br />
ficou para a Cabanha Maufer,<br />
de Cruzeiro do Sul, RS.<br />
“Para nós, que estamos ainda<br />
no início de uma trajetória<br />
na raça (começamos em<br />
2008), obter uma premiação<br />
nacional é gratificante”, definiu<br />
Maurício Weiand, um<br />
dos proprietários.<br />
Prime Angus fatura R$ 607,2 mil na Feicorte<br />
cleo de criadores de Angus de<br />
São Paulo (o Núcleo Angus<br />
São Paulo). Na noite de 15<br />
de junho, durante a Feicorte,<br />
em São Paulo, SP, com casa<br />
cheia e palco de elite, o pregão<br />
comercializou 26 lotes<br />
de vacas e prenheses, num fa-<br />
turamento total de R$ 607,2<br />
mil e a elevada média individual<br />
de R$ 23.811,00.<br />
A fêmea “FSL G Electra<br />
49 TE” confirmou as expectativas<br />
e foi o maior destaque<br />
o pregão. Grande Campeã<br />
Nacional Angus em 2010,<br />
Electra teve 50% de sua propriedade<br />
vendida pela Casa<br />
Branca Agropastoril para a<br />
Safron Agropecuária por R$<br />
74,4 mil.<br />
“Electra é uma fêmea<br />
excepcional. Seus atributos<br />
produtivos e reprodutivos a<br />
credenciam a ser valorizada<br />
e disputada por selecionadores<br />
que acreditam nas ca-<br />
racterísticas da raça Angus”,<br />
disse o selecionador e atual<br />
presidente da Associação<br />
Brasileira de Angus (ABA),<br />
Paulo de Castro Marques,<br />
proprietário da Casa Branca<br />
Agropastoril.<br />
Castro Marques também<br />
ressaltou a liquidez total dos<br />
animais no leilão e a intensa<br />
disputa por todos os lotes.<br />
“É gratificante acompanhar<br />
o crescente interesse dos<br />
criadores pela raça Angus.<br />
A carne de qualidade é cada<br />
vez mais valorizada no Brasil<br />
e exigida pelos importadores.<br />
O Angus comprovadamente<br />
produz a melhor carne do<br />
mundo e esse é um diferencial<br />
importante para acelerar<br />
a disseinação da raça no<br />
Brasil”, avalia o dirigente,<br />
satisfeito com o sucesso comercial<br />
da raça na Feicorte.<br />
O maior comprador do<br />
leilão foi a Cabanha da<br />
Maya, de Bagé, RS, de Zuleika<br />
Borges Torrealba, selecionadora<br />
da raça há cerca<br />
de cinco anos, que acumulou<br />
compras no valor de R$ 94,8<br />
mil. Já o posto de maior vendedor<br />
do Prime Angus 2011<br />
ficou para a Casa Branca<br />
Agropastoril, de Fama, MG,<br />
que com as vendas acumulou<br />
receita de R$ 206,4 mil.<br />
>>>
39<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
40<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Mark McCully<br />
Impressionado com a<br />
qualidade dos animais e também<br />
com o profissionalismo<br />
dos criadores brasileiros,<br />
o técnico norte americano<br />
Mark McCully conduziu os<br />
Julgamentos de Classificação<br />
da 11ª Exposição Nacional<br />
Angus, durante a Feicorte<br />
2011, nos dias 15 e 16 de junho,<br />
em ambiente “indoor”,<br />
no moderno Centro de Exposições<br />
Imigrantes, em São<br />
Paulo, SP.<br />
“Animais consistentes, de<br />
bom e correto padrão e classes<br />
homogêneas, o que deixa<br />
claro que os criadores daqui<br />
têm as mesmas preocupações<br />
que os produtores dos Estados<br />
Unidos: ter o tipo de pista<br />
próximo aos animais de produção”,<br />
classificou o jurado.<br />
Jurado americano<br />
para a Nacional de Angus<br />
Técnico da “Certified Angus<br />
Beef” - subsidiária da associação<br />
norte-americana de<br />
Angus - McCully atuou pela<br />
primeira vez no Brasil, e já<br />
apontando os melhores animais<br />
numa importante prova<br />
que integra o Ranking Oficial<br />
da Raça no País.<br />
Além de técnico da Certified<br />
Angus Beef, Mark Mc-<br />
Cully é vice-presidente do<br />
Programa Carne Angus norte<br />
americano, pertencente<br />
à Associação Americana de<br />
Angus e também é experiente<br />
criador de Angus nos Estados<br />
Unidos. Para ele, num programa<br />
de carne de qualidade, o<br />
mais importante é a relação<br />
que estão construindo, juntos,<br />
indústria e produtores. Disso<br />
vão resultar as melhores<br />
soluções para o desenvolvimento<br />
da raça. “Eu não imaginava<br />
que o Brasil estivesse<br />
tão desenvolvido em Angus”,<br />
declarou McCully. Para ele, o<br />
sabor da carne é o primeiro<br />
item a ser distinguido pelo<br />
consumidor. Já a gordura de<br />
marmoreio é mais saudável<br />
que outras de cobertura, com<br />
EXPOSIÇÕES<br />
a diferença de que nos Estados<br />
Unidos não há zebu e a<br />
carne é sempre macia.<br />
ganho de visibilidade<br />
“A escolha de McCully<br />
dimensiona bem a meta de<br />
ganho de visibilidade da raça<br />
no Brasil e também frente a<br />
países de forte tradição em<br />
Angus”, apontou o presidente<br />
do Núcleo de Criadores de<br />
Angus de São Paulo, selecionador<br />
Renato Ramires.<br />
“Optamos por um jurado<br />
isento e de conhecimento máximo<br />
e atualizado da raça no<br />
principal centro de criação de<br />
Angus no mundo, numa busca<br />
das melhores referências internacionais”,<br />
definiu o presidente<br />
da Associação Brasileira<br />
de Angus (ABA), Paulo de<br />
Castro Marques.<br />
Ele lembra que a raça<br />
vive um momento extremamente<br />
positivo no Brasil e já<br />
ocupa a primeira colocação<br />
entre as raças taurinas de<br />
corte em venda de sêmen –<br />
tendo comercializado cerca<br />
de 1,8 milhão de doses em<br />
2010.<br />
Mccully conheceu<br />
produção<br />
Angus em Porto Feliz, SP<br />
Em sua visita ao Brasil<br />
para atuar como jurado de<br />
Angus na nacional da raça<br />
na Feicorte 2011, Mark<br />
McCully incluiu em sua programação<br />
uma visita às instalações<br />
do confinamento do<br />
Grupo Marfrig (parceiro da<br />
ABA), na Fazenda Jequitibá,<br />
em Porto Feliz, SP.<br />
Ao lado dos técnicos Fábio<br />
Medeiros, subgerente da ABA<br />
- Programa Carne Angus Certificada<br />
da Associação Brasileira<br />
de Angus, e Luciano de<br />
Andrade, gerente de Fomento<br />
do Marfrig, o especialista conheceu<br />
um pouco do sistema<br />
de produção da carne Angus,<br />
que une tecnologia com a<br />
genética Angus certificada e<br />
boas práticas de manejo.<br />
“O resultado é um animal<br />
abatido jovem, com ótima<br />
terminação de carcaça e com<br />
uma carne que atende os paladares<br />
mais exigentes, destaca<br />
Fábio Medeiros, da ABA.<br />
Para o técnico, a visita<br />
de McCully é um fato de ex-<br />
VEJA AQUI OS ANIMAIS CAMPEÕES<br />
Grande Campeão Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho<br />
Grande Campeã Reservada Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
trema importância para os<br />
criadores de Angus do Brasil,<br />
pois essa é a primeira vez<br />
que um técnico da ‘Certified<br />
Angus Beef’, equivalente ao<br />
programa ‘Carne Angus Certificada,’<br />
vem ao País para<br />
conhecer o sistema de uma<br />
fazenda de produção que usa<br />
tecnologia de ponta.<br />
“O objetivo é garantir que<br />
os produtos Angus oferecidos<br />
pelo grupo Marfrig ao mercado<br />
tenham o máximo de qualidade<br />
em questões de acabamento<br />
de carcaça, maciez e<br />
marmoreio da carne”, argumentou<br />
na ocasião Luciano<br />
Andrade, do Marfrig.<br />
Toda a infraestrutura da<br />
fazenda foi planejada com o<br />
propósito de garantir eficiência<br />
produtiva e bem estar<br />
aos animais. Com capacidade<br />
estática para acomodar 7,5<br />
mil cabeças, a fazenda trabalha<br />
atualmente com 60% da<br />
sua lotação, aproximadamente<br />
4,5 mil animais, que após<br />
150 dias de confinamento<br />
chegam à indústria pensando<br />
entre 450 kg para as fêmeas<br />
e 520 kg nos machos.<br />
>>>
41<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
SÃO XAVIER
42<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
GRANDE CAMPEÃO<br />
Nome: GARUPÁ 7880 DATELINE<br />
Tat: 7880<br />
Nasc: 12/06/2008 Idade: 1095<br />
Dias Registro: O128373<br />
Pai: VERMILION DATELINE 7078<br />
Mãe: AZUL 6169 7TROUXAS<br />
RELÂMPAGO<br />
Peso: 1215<br />
Perímetro Escrotal : 44,5<br />
ALT: 1,50 DENTE: 8 FRAME: 6,75<br />
Expositor: ELOY TUFFI<br />
Estabelecimento: FAZENDA MC<br />
Cidade: ESP; SANTO DO PINHAL /SP<br />
Criador: João Vieira de Macedo Neto<br />
RESERVADO GRANDE<br />
CAMPEÃO<br />
Nome: MC INSANO DEFESA Tat: 992<br />
Nasc: 20/06/2009 Idade: 722 Dias<br />
Registro: O137413<br />
Pai: SANTA SÉRGIA TOMY RUBIO<br />
Mãe: PAINEIRAS GRAN CANYON<br />
DEFESA 1046 TE<br />
Peso: 810 Perímetro Escrotal : 38<br />
ALT: 1,40 DENTE: 2 FRAME: 5,75<br />
AOL: 113,40 EGS: 8,36 P8: 13,09<br />
Expositor: ELOY TUFFI<br />
Estabelecimento: FAZENDA MC<br />
Cidade: ESP. SANTO DO PINHAL /SP<br />
Criador: Eloy Tuffi<br />
TERCEIRO MELHOR MACHO<br />
Nome: MAYA 97 ELEUTÉRIO Tat: 97<br />
Nasc: 08/10/2008 Idade: 977 Dias<br />
Registro: O128233<br />
Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE<br />
Mãe: MAYA 33 CAMÉLIA JOÃO LANO<br />
NANINE<br />
Peso: 996 Perímetro Escrotal : 42<br />
ALT: 1,41 DENTE: 6 FRAME: 5,50<br />
Expositor: ZULEIKA BORGES<br />
TORREALBA<br />
Estabelecimento: CABANHA DA MAYA<br />
Cidade: BAGÉ /RS Criador: Zuleika<br />
Borges Torrealba<br />
GRANDE CAMPEÃ<br />
Nome: MAYA TE131 FLORIDA<br />
EXPOSIÇÕES<br />
DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA FEICORTE<br />
Tat: TE131<br />
Nasc: 26/07/2009 Idade: 686 Dias<br />
Registro: O136378<br />
Pai: SAV 8180 TRAVELER 004<br />
Mãe: CATANDUVA IMPALA STRYKER<br />
4128-TE68<br />
Peso: 700 Est. Gest.: Prenha<br />
ALT: 1,35 DENTE: DL FRAME: 6,75<br />
AOL: 105,20 EGS: 10,16<br />
P8: 14,23<br />
Expositor: ZULEIKA BORGES<br />
TORREALBA<br />
Estabelecimento: CABANHA DA MAYA<br />
Cidade: BAGÉ /RS<br />
Criador: Zuleika Borges Torrealba<br />
RESERVADA GRANDE<br />
CAMPEÃ<br />
Nome: ESPINILHO TE33 Tat: TE33<br />
Nasc: 01/09/2008 Idade: 1014<br />
Dias Registro: O131128<br />
Pai: SAV NET WORTH 4200<br />
Mãe: OTTONO B1558 TE LÁBIA<br />
Peso: 744 Est. Gest.: C/Cria<br />
ALT: 1,36 DENTE: 4 FRAME: 6,50<br />
Expositor: ROBERTO SOARES BECK<br />
Estabelecimento: ESTÂNCIA DO<br />
ESPINILHO<br />
Cidade: CRUZ ALTA /RS<br />
Criador: Roberto Soares Beck<br />
TERCEIRA MELHOR FÊMEA<br />
Nome: MAUFER 022 RAINHA<br />
Tat: 022<br />
Nasc: 30/09/2010 Idade: 255 Dias<br />
Registro: O143644<br />
Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE<br />
Mãe: CATANDUVA 1328 RAINHA<br />
TE213-169 Est.<br />
Peso: 304 Gest.: Vazia<br />
ALT: 1,14 DENTE: DL FRAME: 5,50<br />
AOL: 76,62 EGS: 3,84 P8: 5,42<br />
Expositor: MAURÍCIO E<br />
FERNANDO L. WEIAND<br />
Estabelecimento: CABANHA MAUFER<br />
Cidade: CRUZEIRO DO SUL /RS<br />
Criador: Maurício e<br />
Fernando Lampert Weiand<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Do Mato Grosso<br />
para ver Angus<br />
Veio de Alta Araguaia, no<br />
Mato Grosso, MT, diretamente<br />
para ver a raça Angus brilhar<br />
na Feicorte, em São Paulo, SP.<br />
Foi o que contou o novo criador<br />
de Angus Guilherme Rigo, que<br />
trabalha com a raça há apenas<br />
dois anos, em sua Fazenda<br />
Pampas 2. “Sou cliente do<br />
selecionador de Angus Renato<br />
Ramires, que foi quem me incentivou<br />
a investir nesta bela e<br />
produtiva raça”, revelou Rigo,<br />
sentando com a filha Vitória e<br />
o sobrinho Gabriel numa das<br />
mesas do Estande Angus na<br />
Feicorte, e se deliciando com<br />
cubos de carne Angus feitos ali,<br />
na grelha, bem em sua frente.<br />
Mas nosso novo criador<br />
de Angus não é marinheiro de<br />
primeira viagem. Ele já criou<br />
Canchim e ainda cria Limousin<br />
e Brahman. Agora espera as<br />
crias de uma vaca Angus e examina<br />
possibilidades de, assim<br />
que tiver produtos à altura, trabalhar<br />
com o Marfrig n o projeto<br />
Carne Angus, da ABA. Ele<br />
trabalha com cerca de cinco<br />
mil cabeças para cruzamento.<br />
>>>
43<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
PAI PASSO
44<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Através de seu Programa<br />
Carne Angus Certificada,<br />
a Associação<br />
Brasileira de Angus (ABA)<br />
novamente colocou em prática<br />
durante a Exposição<br />
Nacional de Angus, na 17ª<br />
edição da Feira Internacional<br />
da Cadeia Produtiva da<br />
Carne, a Feicorte, o marketing<br />
campeão de resultados,<br />
representado pela degustação<br />
da carne Angus Certificada.<br />
“O objetivo foi levar até<br />
o público presente na feira<br />
toda qualidade que a carne<br />
do rebanho Angus tem a<br />
Todo o crescimento que<br />
a Associação Brasileira de<br />
Angus (ABA) e que a raça<br />
Angus experimentou no ano<br />
de 2010 foi passado “como<br />
um filme” para a cabeça<br />
das cerca de uma centena<br />
de pessoas presentes no Estande<br />
da ABA na Feicorte.<br />
O feito foi protagonizado<br />
oferecer em termos de sabor,<br />
maciez e marmoreio”, explica<br />
Felipe Moura, diretor de<br />
marketing da ABA. Segundo<br />
ele, saber das qualidades e<br />
diferenciais da Carne Angus<br />
é importante para qualquer<br />
consumidor que busca uma<br />
carne superior. Mas provar a<br />
carne Angus, feita na hora,<br />
no estande da raça e tendo<br />
ao fundo os animais nas argolas,<br />
aí é mesmo uma experiência<br />
verdadeiramente<br />
inesquecível.<br />
Na Feicorte, na grelha<br />
do estande da ABA, a Carne<br />
Angus Certificada do<br />
EXPOSIÇÕES<br />
degustação da Carne Angus<br />
Marfrig e VPJ Alimentos<br />
foi servida todos os dias aos<br />
frequentadores, sempre em<br />
cubos fatiados na hora, de<br />
cortes especiais como Beef<br />
Ancho, Mini Burguer de Picanha<br />
e Stake de Alcatra.<br />
Os freqüentadores da feira<br />
ficavam admirados com os<br />
cortes de carnes apresentados<br />
num expositor refrigerado<br />
no estande Angus. E boa<br />
parte desses cortes não são<br />
feitos com as partes nobres<br />
do animal.<br />
“Com essas degustações,<br />
queremos que o consumidor<br />
passe pela experiência<br />
de consumir uma carne de<br />
real qualidade. “O que mais<br />
chama atenção no paladar<br />
da carne é a textura que ela<br />
possui, aliada a um alto teor<br />
de suculência”, aponta Felipe.<br />
Na Feicorte, a degustação<br />
de Carne Angus foi possível<br />
graças a uma parceria<br />
entre a ABA e o Grupo Marfrig<br />
e a VPJ Alimentos.<br />
inovações<br />
Durante a Feicorte a<br />
VPJ Alimentos apresentou,<br />
entre outras inovações em<br />
cortes de carne Angus, a<br />
sua nova linha hambúrgueres<br />
Angus Certificados pelo<br />
programa de certificação<br />
da Associação Brasileira de<br />
Criadores de Angus. A empresa<br />
é a única a produzir<br />
hambúrgueres de pura carne<br />
Angus, oriunda de animais<br />
super jovens.<br />
Os cortes Angus Prime<br />
da VPJ vêm conquistando<br />
cada vez mais o mercado de<br />
carnes nobres. Praticamente<br />
todos os empórios, supermercados,<br />
restaurantes e<br />
lanchonetes de<br />
qualidade dos<br />
Estados de São<br />
Paulo, Rio de Janeiro,<br />
Paraná e<br />
Minas Gerais já<br />
comercializam<br />
os produtos Angus<br />
Prime VPJ,<br />
(considerada a<br />
melhor carne do<br />
mundo).<br />
“Na Feicorte<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
No ambiente da feira,<br />
mostramos uma nova linha<br />
de hambúrgueres, oriundos<br />
de vários cortes conhecidos<br />
do mercado como hambúrguer<br />
de costela, hambúrguer<br />
de picanha, hambúrguer de<br />
fraldinha, hambúrguer de<br />
patinho, hambúrguer de alcatra,<br />
hambúrguer de filet<br />
mignon. Todos já disponíveis<br />
para o mercado consumidor,<br />
sendo que vários restaurantes<br />
e hamburguerias<br />
já operam com as delicias<br />
produzidas e distribuídas<br />
pela empresa.” - diz Antônio<br />
Augusto, gerente da VPJ<br />
Alimentos.<br />
Lançamento do Anuário ABA 2010<br />
foi um dos pontos altos na Feicorte<br />
pelo diretor de Marketing<br />
da ABA, Felipe Moura, durante<br />
evento de lançamento<br />
do Anuário Angus 2010,<br />
dia 15, no estande da ABA,<br />
na Feicorte. Num momento<br />
bastante feliz, Felipe Moura<br />
literalmente hipnotizou e<br />
cativou as atenções das pessoas<br />
com palavras e frases<br />
realmente contundentes e<br />
reveladoras sobre o trabalho<br />
realizado no ano passado.<br />
A confecção do anuário<br />
contou com os esforços de toda<br />
a equipe Angus e o resultado é<br />
um material bastante completo<br />
que certamente agrada bastante<br />
aos apreciadores da raça<br />
Angus. “Queremos que esse<br />
anuário seja encarado como<br />
uma enciclopédia da raça”, explicou<br />
Moura.<br />
O lançamento do Anuário<br />
da ABA também teve<br />
a presença e participação<br />
do técnico norte americano<br />
Mark McCully, da Certified<br />
Angus Beef, e jurado da raça<br />
na Feicorte, que falou rapidamente<br />
sobre sua primeira<br />
experiência em terras brasileiras,<br />
País muito bonito segundo<br />
ele. O dirigente ainda<br />
respondeu a perguntas do<br />
público e imprensa presentes<br />
ao evento de maneira<br />
bastante descontraída. Mark<br />
discorreu sobre o modelo<br />
de produção utilizado pelos<br />
produtores de Angus nos<br />
EUA, que apesar das diferenças<br />
com o modelo nacional,<br />
possui muitas coisas em<br />
comum, como o controle da<br />
produção e a rastreabilida-<br />
de. “É importante que o pecuarista<br />
passe a se enxergar<br />
como parte de uma cadeia<br />
ampla voltada a produção<br />
de alimentos”, aconselhou o<br />
esoecialista.<br />
McCully disse ainda que<br />
nos EUA, nos últimos dez<br />
anos o percentual de animais<br />
que integram programas de<br />
carne certificada subiu de<br />
30% para 90%. Deste total<br />
aproximadamente 60% dos<br />
animais abatidos possuem<br />
tipificação de carcaça Angus.<br />
Sobre a qualidade do<br />
rebanho Angus presente na<br />
Feicorte, o jurado explicou<br />
que é muito difícil analisar<br />
visualmente quesitos como<br />
marmoreio nos animais expostos<br />
em pista, mas que de<br />
maneira geral gostou muito<br />
da qualidade dos bovinos<br />
avaliados.<br />
Em relação ao conteúdo<br />
do anuário, uma das informações<br />
mais relevantes<br />
destacadas por pesquisa foi<br />
o aumento de 89% do número<br />
de abates Angus no<br />
Brasil. “De 79 mil abates no<br />
ano de 2009, pulamos para<br />
150 mil abates realizados<br />
pelos frigoríficos parceiros<br />
do Programa Carnes Angus<br />
Certificada em 2010, aliada<br />
com o produtor da raça<br />
no Brasil”, acrescentou na<br />
ocasição a gerente da ABA,<br />
Juliana Brunelli. E proveitou<br />
para anunciar que “o plano<br />
da ABA é de que sejam inseminadas<br />
cerca de 200 mil<br />
vacas com genética Angus<br />
até 2015”.
45<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
46<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
A Associação Brasileira<br />
de Angus (ABA), seguindo<br />
sua filosofia de constante<br />
aperfeiçoamento para atender<br />
seus associados e buscando<br />
sempre o melhor que<br />
o mundo do Angus pode oferecer,<br />
inova mais uma vez<br />
na maior vitrine da raça na<br />
América Latina, a Expointer,<br />
com a realização do Shopping<br />
Angus. A iniciativa visa<br />
dar oportunidade a todos os<br />
criadores da raça de ofertarem<br />
seus animais de argola<br />
durante a feira.<br />
Para isto será criado um<br />
ambiente totalmente dife-<br />
A Expointer 2011 será<br />
palco para a última etapa do<br />
Ranking Nacional Angus, que<br />
vai apontar o Melhor Criador<br />
e Melhor Expositor Angus de<br />
2011. Perto da reta final, a<br />
Associação Brasileira de Angus<br />
(ABA) destaca a penúltima<br />
etapa do ranking nacional<br />
de exposições oficiais, realizada<br />
na Feicorte, SP. O balanço<br />
parcial de pontos divulgado<br />
pela ABA mostra que, até o<br />
momento, os cinco primeiros<br />
colocados na disputa pelo<br />
troféu de Melhor Criador do<br />
Ranking Nacional são: Antonio<br />
Maciel Neto, proprietário<br />
da FSL Angus Itu - Fazenda<br />
São Luiz- Itu (SP); Luiz Anselmo<br />
Cassol, proprietário da<br />
EXPOSIÇÕES<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Expointer: Angus vem para brilhar!<br />
A raça Angus vem para<br />
esta Expointer com um total<br />
de 307 animais de argola e<br />
141 exemplares rústicos. No<br />
total são 448 animais. Conforme<br />
os registros da Associação<br />
Brasileira de Angus<br />
(ABA), são 57 expositores<br />
de animais de argola e 25 de<br />
animais rústicos.<br />
Na área da argola, onde<br />
o incremento na comparação<br />
com 2010 é de 6,5%, são<br />
202 fêmeas e 105 machos. Já<br />
nos exemplares inscritos para<br />
a 4° Nacional de Rústicos,<br />
são 42 fêmeas PO (14 trios),<br />
21 fêmeas PC (7 trios), 45<br />
machos PO (15 trios) e 33<br />
machos PC (11 trios). Nos<br />
rústicos, na comparação com<br />
o ano passado, o aumento é<br />
de 42%.<br />
A programação Angus<br />
Shopping Angus oferta<br />
o melhor de argola<br />
renciado dentro do pavilhão<br />
de bovinos de corte, onde os<br />
animais ficarão expostos e<br />
os interessados receberão<br />
informações e atendimento<br />
personalizado. Cada animal<br />
ofertado terá um valor préfixado<br />
pelo vendedor, e uma<br />
identificação específica com<br />
seus dados, como paternidade<br />
e informações do proprietário.<br />
As propostas serão feitas<br />
através de envelope, modelo<br />
de comercialização que já<br />
está se tornando conhecido<br />
entre os investidores.<br />
A gerente da ABA, Juliana<br />
Brunelli, destaca que a<br />
oportunidade é ímpar, porque<br />
como todos os Angus do shopping<br />
irão a julgamento durante<br />
a Expointer, o produtor<br />
poderá comprar um animal<br />
que terá chances de ser um<br />
campeão.<br />
Somente participam do<br />
Shopping os animais de argola<br />
que já estavam inscritos<br />
para o julgamento da raça na<br />
feira.<br />
O evento será assessorado<br />
pela empresa FF Velloso<br />
e Dimas Rocha, que estará<br />
presente em tempo integral no<br />
shopping, ao lado da leiloeira<br />
Trajano Silva Remates.<br />
Está se realizando durante esta Expointer, a quarta<br />
edição da Exposição Nacional de Rústicos Angus.<br />
Promoção da Associação Brasileira de Angus (ABA), o<br />
evento representa uma das mais importantes etapas do<br />
Ranking Nacional dos Expositores de Rústicos, e conta<br />
com um importante leilão, que trará para a pista de<br />
remate os animais premiados nesta exposição.<br />
“Esse é mais um estimulo à participação dos criadores.<br />
Nessa reta final, é importante acompanhar os resultados<br />
de perto, por isso a ABA está à disposição para fornecer<br />
os resultados de rankings regionais ou detalhamento da<br />
pontuação dos sócios, diretamente na entidade”, completa<br />
Juliana.<br />
Palco da última etapa do Ranking Nacional<br />
Cabanha da Corticeira - São<br />
Borja (RS); Eloy Tuffi, da Fazenda<br />
MC - Espírito Santo do<br />
Pinhal (SP); Cabanha Rincón<br />
Del Sarandy - Uruguaiana<br />
(RS); e Reconquista Agropecuária<br />
Ltda. - de Alegrete<br />
(RS).<br />
Já na disputa ao posto<br />
de Melhor Expositor do<br />
Ranking Nacional de 2011,<br />
os cinco primeiros são: Eloy<br />
Tuffi, da Fazenda MC- Espírito<br />
Santo do Pinhal (SP);<br />
Antonio Maciel Neto, proprietário<br />
da FSL Angus Itu-<br />
Fazenda São Luiz – Itu (SP);<br />
Cabanha Rincón Del Sarandy-<br />
Uruguaiana (RS); Parceria<br />
Cabanha da Corticeira e<br />
GB Agropecuária; e Luiz An-<br />
na feira conta com três momentos<br />
de julgamentos. O<br />
primeiro é o Julgamento de<br />
Rústicos, que acontece no dia<br />
29/08, segunda-feira, 09h,<br />
na Pista 20. Na pista central,<br />
ocorrem os outros dois,<br />
ambos de argola: as fêmeas<br />
serão julgadas no dia 30 e os<br />
machos no dia 31, ambos às<br />
09h.<br />
Este ano atua como jurado<br />
de Angus na Expointer<br />
o experiente norte americano<br />
Randy Daniel, que pela<br />
terceira vez trabalha no<br />
Brasil.<br />
Daniel administra a fazenda<br />
da família, Partisover<br />
Ranch, em Colbert, na Geórgia<br />
(EUA). No dia a dia,<br />
trabalha ao lado da esposa,<br />
Beth, e do pai, Dan. Como ju-<br />
selmo Cassol, proprietário da<br />
Cabanha da Corticeira - São<br />
Borja (RS).<br />
Hot site<br />
Com o objetivo de facilitar<br />
o acesso às informações<br />
sobre o Ranking de criadores<br />
e de expositores, um hotsite<br />
traz informações sobre os<br />
principais eventos oficiais<br />
que a ABA que os núcleos regionais<br />
de criadores promovem<br />
pelo Brasil.<br />
Com esta ferramenta inovadora<br />
criada para os seus<br />
associados, é possível acompanhar<br />
de forma detalhada<br />
as pontuações dentro do<br />
Ranking de criadores e ex-<br />
rado de Angus, Randy inclui<br />
em sua atribulada agenda 39<br />
estados americanos e mais o<br />
Brasil, a Argentina e o Uruguai.<br />
cursos e Palestras<br />
Cursos e palestras também<br />
fazem parte da participação<br />
Angus na maior vitrine<br />
da América Latina. Começando<br />
pelo curso de Cabanheiros,<br />
que acontece no estande Angus,<br />
em 25 e 26 de agosto, às<br />
9h. Já a segunda semana da<br />
mostra inicia com a primeira<br />
edição do Campeonato Angus<br />
Mirim, dia 31, quarta-feira,<br />
às 14h, na pista central. No<br />
dia seguinte, às 13h30, é vez<br />
do Workshop Carne Angus,<br />
na casa da RBS. No sábado,<br />
dia 3, às 09h, o auditório do<br />
Senar abriga o último curso<br />
positores somando à agenda<br />
das exposições, resultados<br />
e informações específicas a<br />
respeito, bastando para isso<br />
solicitar login e senha diretamente<br />
no escritório da entidade<br />
(51.3328.9122).<br />
A gerente da Angus, Juliana<br />
Brunelli, destaca que uma<br />
das vantagens deste novo serviço<br />
é que o associado poderá<br />
fazer as inscrições de seus<br />
animais para as exposições<br />
ranqueadas diretamente pelo<br />
hot site. “Essa será uma alternativa<br />
prática que diminuirá<br />
a burocracia no ato das<br />
inscrições, pois não haverá a<br />
necessidade de envio de documentação,<br />
como cópia de<br />
registros e ficha de inscrições<br />
Angus da edição, o Curso de<br />
Jurado Jovem.<br />
Ao cair do martelo<br />
E a melhor genética não<br />
poderia deixar de ter os melhores<br />
leilões. O Shopping<br />
Angus será a atração deste<br />
ano no Pavilhão de Bovinos<br />
de Corte, de 27/08 a 02/09.<br />
No dia 29, segunda-feira,<br />
acontecem dois remates: o<br />
Leilão Nacional de Rústicos,<br />
às 13h30 e o Selo Racial Reserva<br />
Especial, às 20h. Este<br />
último é no restaurante internacional<br />
e o primeiro na<br />
Pista J.<br />
No restaurante internacional<br />
também acontece o<br />
Leilão Divas, dia 31, às 21h.<br />
Encerrando, acontece na Pista<br />
J, dia 03/09, às 14h, a Feira<br />
da Novilha.<br />
para a associação”, observa<br />
Juliana.<br />
Outra vantagem é que os<br />
núcleos regionais poderão<br />
realizar suas exposições por<br />
meio de um programa análogo<br />
ao da associação, onde<br />
os responsáveis terão acesso<br />
as planilhas, catálogos, entre<br />
outros documentos oficiais,<br />
tudo com acesso fácil e prático<br />
no site da Angus.<br />
Para acessar o ambiente<br />
das exposições oficiais da<br />
ABA basta acessar o site<br />
principal da entidade no<br />
www.angus.org.br e clicar no<br />
banner eletrônico, posicionado<br />
no lado direito da tela, que<br />
leva diretamente ao ambiente<br />
virtual das exposições.
47<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
48<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Foi realizada entre os<br />
dias 8 e 17 de julho no Recinto<br />
de Exposições, Clibas<br />
de Almeida Prado, em Araçatuba<br />
(SP), a 52ª Expo-<br />
Agro, O evento que contou<br />
com a participação do Núcleo<br />
Paulista dos Criadores<br />
de Angus, serviu como<br />
palco de um dos maiores<br />
remates da raça Angus do<br />
país com a realização do<br />
4º Leilão Genética Angus<br />
GRANDE CAMPEÃ<br />
Nome: CIA.AZUL HERANÇA 0997 Tat: 0997<br />
Nasc: 17/09/2008 Idade: 1031 Dias Registro:<br />
O129555<br />
Pai: CIA.AZUL TE0146 CANYON SANGÜINE Peso: 764<br />
Mãe: CIA.AZUL 0141-G5480-G3140<br />
Est. Gest.: Prenha<br />
Expositor: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES<br />
Estabelecimento: FAZENDA TABAPUÃ<br />
Cidade: PONTA LINDA /SP<br />
Criador: SUSANA MACEDO SALVADOR<br />
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ<br />
Nome: LC SCARLET TES161 Tat: TES161<br />
Nasc: 24/07/2009 Idade: 721Dias<br />
Registro: O134805<br />
Pai: SAV NET WORTH 4200 Peso: 770<br />
Mãe: NEGRITA 370 DA CORTICEIRA<br />
Est. Gest.: Prenha<br />
AOL: 102,9 EGS: 11,4 P8: 15,4<br />
Expositor: CABANHA SANTA HELENA<br />
Estabelecimento: FAZENDA SANTA HELENA Cidade:<br />
SANTA ADÉLIA/SP<br />
Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL<br />
3ª MELHOR FÊMEA<br />
Nome: ASD 920 TE MAJOR MUSA<br />
Tat: TE920<br />
Nasc: 30/09/2009 Idade: 653 Dias<br />
Registro: O135708<br />
Pai: LEACHMAN MAJOR LEAGUE A502M Peso:<br />
695<br />
Mãe: ASD 418 RINCÓN PANCHO GEMADA Est.<br />
Gest.: Prenha<br />
AOL: 104,2 EGS: 12,0 P8: 20,6<br />
Expositor: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES<br />
Estabelecimento: FAZENDA TABAPUÃ<br />
Cidade: PONTA LINDA /SP<br />
Criador: ANTONINO SOUZA DORNELES<br />
EXPOSIÇÕES<br />
GRANDE CAMPEÃO<br />
Nome: MC IMPOSTO FLORA TRAVELER 6807-TE973<br />
Tat: TE973<br />
Nasc: 22/04/2009 Idade: 814 Dias<br />
Registro: O134809<br />
Pai: SS TRAVELER 6807-T510 Peso: 950<br />
Mãe: ASD 132 SANDS MATHILDE FLORA Perímetro<br />
Escrotal : 49<br />
Expositor: ELOY TUFFI<br />
Estabelecimento: FAZENDA MC<br />
Cidade: ESPÍRITO SANTO DO PINHAL /SP<br />
Criador: ELOY TUFFI<br />
RESERVADO GRANDE CAMPEÃO<br />
Nome: HR AMÉRICO K09 TE Tat: TEK09<br />
Nasc: 19/02/2010 Idade: 511 Dias Registro:<br />
O140037<br />
Pai: OTTONO B1777 TE HERDEIRO<br />
Peso: 660<br />
Mãe: SA BAVÁRIA 358<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
52ª ExpoAgro de Araçatuba (SP)<br />
leva mais de 100 animais à pista<br />
Grande Campeão<br />
Grande Campeã<br />
no dia 12 de julho. A Agropecuária<br />
HR e 3E ofertaram<br />
30 touros Angus para<br />
trabalho no campo, 100<br />
novilhas Nelores prenhas<br />
e com cria ao pé Angus e<br />
1000 animais meio sangue<br />
Angus. Segundo o gerente<br />
da Agropecuária HR, Luís<br />
Fernando Rodrigues, esse é<br />
considerado um dos maiores<br />
leilões Angus do Brasil<br />
com um número tão expres-<br />
sivo de animais em um único<br />
remate.<br />
No dia 16 foi realizado<br />
o julgamento da exposição,<br />
contando pontos para o<br />
ranking regional da raça.<br />
Participaram mais de 10<br />
fazendas com um número<br />
superior a 100 animais em<br />
pista.<br />
raça espetacular<br />
Na opinião do médico<br />
veterinário e jurado da ex-<br />
posição de Araçatuba, José<br />
Geraldo Candido, o Angus é<br />
uma raça espetacular que<br />
produz carne no mundo inteiro<br />
e já provou o quanto<br />
vale. Ele destaca a qualidade<br />
dos animais que foram<br />
a julgamento e o trabalho<br />
de divulgação que o Núcleo<br />
Paulista está realizando<br />
com o apoio da Associação<br />
Brasileira de Angus (ABA),<br />
através do seu corpo de téc-<br />
Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho<br />
Reservada Grande Campeã<br />
DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DE ARAÇATUBA<br />
nicos qualificados. “É importante<br />
quando um jurado<br />
tem numa mesma pista animais<br />
de várias raças criadas<br />
no país. Ao analisar estes<br />
animais, o Angus se sobressai<br />
sobre os demais pelo seu<br />
biótipo”, destacou o jurado,<br />
elogiando a qualidade apresentada<br />
em pista, o cuidado<br />
dos criadores com os planteis<br />
e a supervisão dos técnicos<br />
da ABA.<br />
Terceiro Melhor Fêmea<br />
Perímetro Escrotal: 40<br />
AOL: 111,1 EGS: 14,2 P8: 15,2<br />
Expositor: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES<br />
Estabelecimento: FAZENDA TABAPUÃ<br />
Cidade: PONTA LINDA /SP<br />
Criador: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES<br />
3º MELHOR MACHO<br />
Nome: 3E BARNEY A461 Tat: TEA461<br />
Nasc: 01/04/2010 Idade: 470 Dias Registro:<br />
O140041<br />
Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE<br />
Peso: 604<br />
Mãe: SALA ALAMEDA<br />
Perímetro Escrotal: 40<br />
AOL: 105,6 EGS: 10,2 P8: 13,6<br />
Expositor: 3E AGROPECUÁRIA<br />
Estabelecimento: FAZENDA TRÊS MARIAS Cidade:<br />
JOSÉ BONIFÁCIO /SP<br />
Criador: 3E AGROPECUÁRIA LTDA - EPP
49<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
SELECT SIRES
50<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Núcleo Angus São Paulo:<br />
passagem ao Centro Oeste<br />
“É produzido hoje em<br />
impressionante<br />
como o Angus<br />
São Paulo é mais produtivo<br />
do que o animal de oito anos<br />
atrás, quando eu entrei na<br />
raça. Além de outras qualidades,<br />
o meio sangue Angus<br />
está pronto para o abate entre<br />
10 e 12 meses mais cedo<br />
que outras raças e oferece<br />
até 20% a mais de ganho de<br />
peso. É ou não é a raça ideal<br />
para a pecuária brasileira,<br />
cada vez mais profissional e<br />
que busca resultados comprovados?”<br />
A convicção do Angus<br />
como a opção genética mais<br />
indicada para a expansão da<br />
pecuária está em cada palavra<br />
do criador Renato Ramires<br />
Jr., presidente do Núcleo<br />
Angus São Paulo e proprietário<br />
da 3E Agropecuária,<br />
com fazenda no município de<br />
José Bonifácio, SP.<br />
Entrando no terceiro<br />
mandato à frente do Núcleo,<br />
Ramires utiliza os resultados<br />
produtivos e reprodutivos do<br />
Angus e a indiscutível qualidade<br />
da carne para expressar<br />
sua confiança no avanço da<br />
raça rumo ao Brasil Cen-<br />
Trabalho do núcleo paulista é<br />
ponte para o avanço da raça rumo<br />
ao centro oeste brasileiro ...<br />
Renato Ramires Jr.<br />
tral. “O Angus evolui rápido<br />
em termos zootécnicos e em<br />
adaptabilidade. Há algum<br />
tempo não se admitia a raça<br />
pura no Centro-Oeste; hoje<br />
vendemos touros a partir de<br />
São Paulo para o extremo<br />
Norte do País e as informações<br />
colhidas são inquestionáveis:<br />
os animais produzem<br />
tão bem quanto o zebu”, ressalta<br />
o presidente do Núcleo<br />
Angus São Paulo.<br />
Isso só é possível porque<br />
os criadores paulistas<br />
desenvolveram programas<br />
de fomento que respeitam<br />
os interesses dos produtores<br />
e, aproveitando uma base<br />
genética versátil, composta<br />
por gado originário dos<br />
plantéis do Rio Grande do<br />
Sul – berço da raça no país<br />
– mas também do Canadá e<br />
dos Estados Unidos, fizeram<br />
a lição de casa, investiram na<br />
adaptação e em acasalamentos<br />
direcionados. Resultado:<br />
constituíram um pólo de disseminação<br />
de genética Angus<br />
de São Paulo para cima, chegando<br />
hoje a Minas Gerais,<br />
NÚCLEOS<br />
Goiás, Mato Grosso do Sul,<br />
Mato Grosso e Tocantins e<br />
daí para o Norte.<br />
orientação, o<br />
começo de tudo<br />
Tudo começa com a<br />
orientação profissional e<br />
técnica aos produtores que<br />
buscam auxílio para entrar<br />
na raça. “O Angus está<br />
num momento excelente e<br />
é comum que pecuaristas<br />
procurem o Núcleo para obter<br />
informações. Nesse momento,<br />
não os direcionamos<br />
para outros criadores, mas<br />
acionamos a parceria com a<br />
Associação Brasileira de Angus<br />
(ABA), que envia um dos<br />
seus três técnicos no Estado<br />
de São Paulo para atender<br />
as consultas de maneira absolutamente<br />
profissional. Assim,<br />
os técnicos da entidade<br />
fazem um verdadeiro raio-x<br />
do projeto pecuário e mostram<br />
os caminhos a seguir,<br />
de acordo com os preceitos<br />
da raça e dos mandamentos<br />
da pecuária moderna. Esse<br />
trabalho tem surtido excelentes<br />
resultados”, informa<br />
Renato Ramires Jr.<br />
Numa outra ponta, o núcleo<br />
paulista investe na divulgação<br />
da raça, levando-a<br />
a várias partes do estado de<br />
São Paulo com o seu ranking<br />
de exposições, que inclui as<br />
mostras de Avaré, Itapetininga,<br />
Feicorte, Araçatuba e<br />
São José do Rio Preto.<br />
O trabalho já atrai criadores<br />
de Minas Gerais, que<br />
em breve devem se integrar<br />
ao Núcleo. “O potencial é<br />
grande. Também estamos<br />
avaliando com muita atenção<br />
o sul de Mato Grosso do Sul.<br />
O objetivo principal é o fortalecimento<br />
da raça e entendemos<br />
que ter uma entidade<br />
forte é um fator indispensável<br />
desse processo”, assinala<br />
o dirigente.<br />
economia favorece<br />
Renato reconhece que a<br />
conjuntura econômica converge<br />
para o fortalecimento<br />
do Angus. “Carne de qualidade<br />
é um alimento essencial<br />
e cada vez mais valorizado.<br />
As estatísticas estão aí para<br />
provar que o mundo precisa<br />
da carne brasileira. E se for<br />
de Angus ainda melhor, pois<br />
os países desenvolvidos já<br />
pagam bônus por sua qualidade.<br />
Esse movimento começa<br />
a chegar ao país, a partir<br />
da concepção do Programa<br />
Carne Angus Certificada, que<br />
tem frigoríficos parceiros<br />
no Sul, Sudeste e Centro-<br />
Oeste”. No caso de SP, GO e<br />
MS, Renato refere-se à Marfrig,<br />
parceira do programa<br />
há quatro anos.<br />
Em termos globais, o cenário<br />
também é promissor<br />
para o Angus. “Temos dois<br />
belos desafios pela frente:<br />
quantidade e preço. Em ambos<br />
o Angus é um instrumento<br />
muito importante para a<br />
pecuária brasileira. Por suas<br />
características produtivas,<br />
fica pronto para o abate mais<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
cedo; como tem qualidade<br />
reconhecida agrega valor ao<br />
negócio, o que é bom para o<br />
Brasil e também para o pecuarista<br />
que utiliza essa genética”,<br />
diz Renato.<br />
Time que joga junto!<br />
Com as ações de fomento<br />
realizadas pelo Núcleo<br />
São Paulo, Renato Ramires<br />
Jr. confia que os resultados<br />
– que já aparecem – tendem<br />
a melhorar ainda mais no futuro.<br />
“Somos um time coeso,<br />
que joga junto e trabalha em<br />
prol do mesmo objetivo. Isso<br />
significa que o importante<br />
para os associados do Núcleo<br />
é a raça, e não só os campeonatos<br />
e o ranking. Assim,<br />
ganham todos: a raça, os<br />
criadores e a pecuária”.<br />
A confiança de Renato<br />
decorre da segurança que<br />
adquiriu no Angus desde que<br />
iniciou na pecuária. Empresário<br />
de varejo e atacado<br />
no interior de São Paulo ele<br />
sempre desejou investir em<br />
um outro negócio, que lhe<br />
desse a satisfação de contribuir<br />
para algo maior. A<br />
pecuária foi a atividade e o<br />
Angus a raça escolhida.<br />
“Pesquisei muito antes de<br />
me decidir pelo Angus. Pesei:<br />
se vou investir na pecuária de<br />
corte tem de ser em uma raça<br />
altamente produtiva, que efetivamente<br />
contribua para a<br />
maior oferta de proteína. O<br />
Angus foi a escolha perfeita”.<br />
O seu trabalho agora, à<br />
frente do Núcleo São Paulo,<br />
é levar essa mensagem a outros<br />
produtores e contribuir<br />
para fortalecer a raça em<br />
novas praças. Os resultados<br />
estão aparecendo.
51<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
NUCLEO PAULISTA
52<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Esta nova coluna, criada<br />
especialmente para<br />
o <strong>Angus@newS</strong>, visa<br />
revelar a avaliação de importantes<br />
selecionadores de<br />
Angus sobre a importância<br />
do uso da genética nacional<br />
da raça.<br />
A cada edição, dois cria-<br />
MELHORAMENTO GENÉTICO<br />
Genética Nacional:<br />
“Eu acredito!”<br />
Fotos: Horst Knak/Agência Ciranda<br />
dores estarão se manifestando<br />
sobre este tema, que<br />
é prioridade do Conselho<br />
Técnico e da atual direção<br />
da Associação Brasileira de<br />
Angus (ABA).<br />
Fábio gomes - cabanha<br />
catanduva, com sede<br />
em cachoeira do sul, rs:<br />
“Acredito em touros nacionais<br />
porque a seleção genética<br />
do Angus está atenta<br />
para que os animais sirvam<br />
tanto para facilitar a criação<br />
e terminação quanto<br />
para que os touros trabalhem<br />
sem dificuldades em<br />
nosso meio ambiente, que<br />
é diferente de outros onde<br />
o Angus também se destaca,<br />
como nos Estados Unidos<br />
e Canadá, por exemplo.<br />
Precisamos produzir touros<br />
que possam trabalhar em<br />
grandes centros produtores<br />
de carne, como no Brasil<br />
Central. Precisamos de touros<br />
com pelo curto, porque<br />
os animais de pelo longo<br />
sofrem muito e produzem<br />
pouco. E esta produção de<br />
touros capazes de atender<br />
as nossas necessidades, nós<br />
só podemos fazer aqui, no<br />
nosso meio ambiente”.<br />
Fábio Luiz Gomes<br />
luiz Fernando campana<br />
rodrigues – Agropecuária<br />
Hr, de Fernandópolis,<br />
sP.<br />
“Os touros nacionais são<br />
filhos de touros nascidos e<br />
criados aqui e, portanto, já<br />
adaptados ao nosso clima,<br />
nossos parasitas e nossa<br />
alimentação do dia a dia.<br />
Eles já nascem com maior<br />
resistência às nossas pragas<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Luiz Fernando Campana Rodrigues<br />
e ao nosso meio. Os touros<br />
ou sêmen de touros importados,<br />
embora transmitam<br />
todas as características<br />
genéticas inerentes à raça,<br />
não tem esta adaptabilidade<br />
e, portanto, não podem<br />
transmiti-la aos seus filhos.<br />
Por isso acredito nos touros<br />
nacionais e uso 100% deles<br />
para os cruzamentos industriais<br />
na HR”.
53<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
54<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
A<br />
viagem à Três Marias,<br />
que contou com a participação<br />
de cerca de<br />
40 criadores e técnicos brasileiros,<br />
teve a coordenação<br />
do selecionador gaúcho Luis<br />
Felipe Cassol, um dos diretores<br />
da Solução Genética,<br />
em São Luiz Gonzaga, RS,<br />
e também da Cabanha da<br />
Corticeira, em São Borja,<br />
RS.<br />
Luis Felipe esteve acompanhado<br />
dos veterinários<br />
Bianca e Dimas Rocha, da<br />
Assessoria Agropecuária<br />
FFVelloso & Dimas Rocha,<br />
que novamente este ano assessora<br />
o leilão da Cabanha<br />
Três Marias, no dia 18 de<br />
agosto.<br />
um plantel de cinema<br />
A Cabanha Três Marias,<br />
de propriedade do selecionador<br />
Horácio Gutierrez,<br />
ostenta bem mais do que<br />
o mérito de ser a cabanha<br />
de Angus mais premiada<br />
da Argentina. Trabalhando<br />
com um plantel de aproximadamente<br />
1,2 mil ventres<br />
registrados, anualmente, o<br />
criatório produz aproximadamente<br />
500 touros, e com<br />
um grupo muito seleto de<br />
150 doadoras, gera cerca<br />
de dois mil embriões ao ano,<br />
volume que é destinado para<br />
NOTÍCIAS<br />
recebe grupo de técnicos e<br />
criadores brasileiros<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Premiadíssima Três Marias<br />
Luis Felipe Cassol<br />
Iniciativa da empresa gaúcha Solução Genética, que no Brasil<br />
representa a Cabanha Três Marias, foi realizado em 29 de junho<br />
um dia de campo de visitação àquele seleto estabelecimento de<br />
criação de Angus na Argentina.<br />
a própria cabanha, para o<br />
mercado interno e à exportação.<br />
O dia de campo – já promovido<br />
em 2010 também<br />
pela Solução Genética, que<br />
fornece o material genético<br />
da Três Marias em solo brasileiro<br />
- neste ano foi prestigiada<br />
por técnicos da Associação<br />
Brasileira de Angus<br />
(ABA) e por criadores do<br />
Rio Grande do Sul, Santa<br />
Catarina e do Paraná.<br />
grandes mães<br />
Quatro estações foram<br />
visitadas pelo grupo. Na<br />
primeira foram revisadas<br />
aproximadamente 100 doadoras;<br />
lote composto por<br />
grandes mães e produtoras<br />
de campeões e touros pais.<br />
Doadoras como Jefa, Mulata,<br />
Fenomena, Baraja entre<br />
tantas outras.<br />
Através da revisão das<br />
doadoras da fazenda, foi<br />
possível entender um dos<br />
pontos chaves do sucesso<br />
desta cabanha: a grande<br />
qualidade da base de seu<br />
plantel, ou seja, das mães.<br />
Tourada de peso<br />
Na segunda estação, a<br />
comitiva conferiu o confinamento<br />
para preparo de touros<br />
de venda utilizado no se-<br />
gundo inverno dos animais<br />
para comercialização no<br />
remate de agosto de 2011.<br />
Neste local estavam sendo<br />
preparados aproximadamente<br />
400 touros PO e PC,<br />
para venda aos dois anos e<br />
peso médio de 750-800 kg.<br />
Palermo e clones<br />
Na terceira estação, os<br />
visitantes conheceram os<br />
animais de argola preparados<br />
pela Cabanha Três Marias<br />
para a tradicional Exposição<br />
de Palermo, de 20 a<br />
22 de julho. Foi apresentada<br />
a Grande Campeã Palermo<br />
2010, Areia, animal este<br />
adquirido por criador brasileiro<br />
no leilão de 2009. Entre<br />
os animais podem estar<br />
os Grandes Campeões da<br />
mais importante exposição<br />
de Angus do mundo, no conceito<br />
de muitos criadores.<br />
Nesta etapa da visita<br />
também foram apresentados<br />
dois clones da mãe de<br />
Três Marias Zorzal, um dos<br />
touros sul-americanos mais<br />
influentes da atualidade.<br />
Os animais clonados, aliás,<br />
já foram incorporados ao<br />
núcleo de doadoras da cabanha,<br />
e se encontram em<br />
franca multiplicação. Estas<br />
doadoras já foram coletadas<br />
com 10 touros diferentes,<br />
apresentando sempre a<br />
mesma consistência.<br />
Fêmeas Po<br />
O lote de fêmeas PO destinadas<br />
à comercialização<br />
no leilão de agosto foi conhecido<br />
na quarta estação.<br />
Divididos em grupos ordenados<br />
por idade, os lotes<br />
totalizam uma oferta de 70<br />
fêmeas PO.<br />
A fantástica padronização<br />
dos animais em tamanho,<br />
qualidade e caracterização<br />
racial, consequência<br />
da criteriosa escolha dos<br />
pais e da grande qualidade<br />
da base de fêmeas, realmente<br />
surpreendeu a todos.<br />
A padronização em tamanho,<br />
qualidade e caracterização racial<br />
surpreendeu a todos
55<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
56<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
O<br />
Angus é uma raça milenar<br />
pura conhecida<br />
mundialmente e a base<br />
dos grandes rebanhos nos<br />
EUA e na Argentina. Nas regiões<br />
subtropicais – abaixo<br />
da latitude de 25º - ela predomina<br />
com grande destaque.<br />
Naturalmente mocho, os animais<br />
da raça Angus possuem<br />
excelente habilidade maternal<br />
e se adaptam as mais diversas<br />
PARCEIROS<br />
O Angus<br />
do presente e do futuro<br />
Marcelo Vezozzo<br />
regiões. É também reconhecida<br />
em todo o mundo pelo programa<br />
Angus Certified Beef<br />
– uma raça completa que vai<br />
desde a genética até o prato<br />
do consumidor. Sua carne é<br />
bastante apreciada no mercado<br />
e elogiada pelos chefes<br />
de culinária dos restaurantes,<br />
principalmente pelo excelente<br />
marmoreio e maciez.<br />
No Brasil, nos últimos três<br />
anos em virtude da parceria<br />
entre a Associação Brasileira<br />
de Angus – com o programa<br />
Carne Angus Certificada – e a<br />
indústria frigorífica houve um<br />
grande impulso na comercialização<br />
da sua genética, o que<br />
pode ser constatado pelos relatórios<br />
divulgados pela Asbia<br />
– Associação Brasileira de Inseminação<br />
Artificial. Os criadores<br />
brasileiros estão produzindo<br />
os terneiros (bezerros)<br />
para atender a demanda do<br />
mercado interno e, em breve,<br />
para o comércio do exterior,<br />
podendo agregar mais valor<br />
para o seu produto. O Brasil<br />
vai poder demonstrar a qualidade<br />
do seu produto, saindo<br />
assim da comoditização.<br />
Entretanto, tenho visto no<br />
nosso País, uma pasteurização<br />
do frame do touro Angus para<br />
ser utilizado no rebanho nacional.<br />
Dentro e fora do Brasil<br />
tenho presenciado sistemas<br />
diversificados de produção que<br />
devem ser atendidos: as necessidades<br />
técnicas, econômicas,<br />
ambientais, entre outros.<br />
Por exemplo, se necessitamos<br />
fazer um bezerro hiperprecoce<br />
com produção intensiva e<br />
acabamento rápido é um determinado<br />
reprodutor; para o<br />
superprecoce é outro; para o<br />
precoce é outro touro; para o<br />
tradicional também, ou seja,<br />
vamos precisar de indivíduos<br />
diferenciados. Se queremos<br />
utilizá-los em semi-confinamento,<br />
confinamento ou a<br />
pasto, nos pampas gaúchos,<br />
no pantanal, no Mato Grosso<br />
ou Pará, são necessários produtos<br />
com características diferenciadas.<br />
Sem falar em outros pontos<br />
determinantes: qual é a<br />
matriz genética que será empregada<br />
(zebu, ½ sangue ou<br />
européia)? Qual é o tipo de<br />
alimentação e o manejo que<br />
será oferecido para este indivíduo?<br />
Cada resultado deste<br />
cruzamento tem a sua exigência<br />
nutricional e de acordo<br />
com a oferta ele vai ter a<br />
curva de acabamento (massa<br />
muscular e gordura) no seu<br />
tempo apropriado.<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Dentro desta sistemática,<br />
sugiro aos selecionadores e<br />
produtores de novilhos precoces<br />
que façam uma análise<br />
profunda da escolha desta<br />
genética a ser utilizada para<br />
atender o seu sistema de produção,<br />
focando as suas necessidades<br />
como: precocidade,<br />
aumento de gordura na carcaça,<br />
melhorar a qualidade da<br />
carne, aumentar a habilidade<br />
materna, diminuir ou aumentar<br />
o peso das suas carcaças,<br />
assim por diante.<br />
Para finalizar, parabenizo<br />
os selecionadores de Angus<br />
que já utilizam a genética da<br />
raça com esta visão do presente<br />
e do futuro.<br />
Diretor-presidente da<br />
Araucária Genética Bovina
57<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
CRI
58<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
PARCEIROS<br />
EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
O cruzamento como<br />
ferramenta de expansão de mercado<br />
Octaviano Alves<br />
Pereira Neto<br />
O<br />
Brasil tem se constituído<br />
no país líder na produção<br />
e exportação de<br />
alimentos de origem vegetal e<br />
animal. Temos todos os componentes<br />
necessários para atingir<br />
este objetivo: sol, água, terra,<br />
clima, genética nos rebanhos,<br />
mão de obra, tecnologia, etc...<br />
Estima-se que mais de 70%<br />
do rebanho nacional é composto<br />
por zebuínos ou seus cruzamen-<br />
tos. É indiscutível a fantástica<br />
adaptação do binômio nelore<br />
e braquiária às condições do<br />
Centro Oeste brasileiro, sendo<br />
uma grande oportunidade à raça<br />
Angus, a qual poderá impactar<br />
decisivamente no processo de<br />
produção de carne bovina.<br />
Os ganhos em produtividade<br />
oriundos dos cruzamentos são<br />
imensos e amplamente descritos<br />
na literatura, principalmente<br />
resultado da heterose alcançada<br />
que é a superioridade média no<br />
desempenho de indivíduos em relação<br />
às raças materna e paterna<br />
que o originaram. A heterose resulta<br />
em uma maior precocidade<br />
sexual, melhores características<br />
das carcaças, uma melhor conversão<br />
alimentar e adaptação à<br />
ambientes hostis, especialmente<br />
no que diz respeito aos desafios<br />
parasitários.<br />
Empresários eficientes têm<br />
menos paixão e mais razão na<br />
hora da tomada de decisão. Não<br />
se trata da discutir se a raça A,<br />
B ou C é “melhor ou pior”, pois<br />
é uma discussão improdutiva. O<br />
correto é identificar qual responde<br />
de forma mais adequada<br />
em um determinado ecossistema,<br />
conforme seu clima, vegetação,<br />
manejo, etc... Estabelecidos<br />
estes critérios, opta-se por quais<br />
serão as raças a serem usadas.<br />
Certamente os rebanhos puros<br />
de origem serão mantidos<br />
e aprimorados, pois são fundamentais<br />
na geração de animais<br />
superiores e multiplicadores das<br />
qualidades e benesses da raça,<br />
porém serão cada vez mais focados<br />
na venda de reprodutores<br />
para rebanhos comerciais, tanto<br />
de mesmo genótipo quanto para<br />
cruzamentos. O modelo é conhecido<br />
há décadas, mas faltam<br />
ainda acertos para maximizar o<br />
desempenho.<br />
Não parece lógico ficar à<br />
margem desse negócio, mas para<br />
ingressá-lo é fundamental contornar<br />
problemas, tais como o<br />
estresse térmico, causado pelo<br />
calor das Regiões Sudeste e Centro<br />
Oeste, e o desafio parasitário,<br />
especialmente as moscas dos<br />
chifres e os carrapatos. Animais<br />
meio sangue ou outros graus de<br />
cruzamento costumam ser mais<br />
sensíveis aos parasitos que o zebuíno<br />
puro, que por seleção natural<br />
tornaram-se mais resistentes<br />
desde a sua formação.<br />
O carrapato é um exemplo<br />
claro, pois afeta severamente<br />
bovinos com sangue taurino e<br />
suas cruzas, causando espoliação<br />
e a transmissão de doenças,<br />
tais como a Tristeza Parasitária.<br />
Atualmente a resistência parasitária<br />
constitui uma barreira<br />
crescente ao processo de avanço<br />
das raças européias nestes<br />
ambientes, pois não elimina os<br />
parasitos de forma eficiente, havendo<br />
queda no desempenho dos<br />
animais.<br />
Os Inibidores de Crescimento<br />
de Ácaros, como é o caso do<br />
Acatak ® , têm auxiliado os produtores<br />
na introdução de genótipos<br />
taurinos nestes ambientes ou<br />
mesmo produzir mais em locais<br />
onde havia anteriormente sérios<br />
problemas com carrapatos.<br />
Outra vantagem é o sistema de<br />
aplicação pour-on que oferece<br />
maior facilidade para o controle<br />
dos carrapatos, sem necessidade<br />
de construção de banheiros de<br />
pulverização e imersão. É uma<br />
economia de tempo e investimento<br />
muito interessante aos<br />
sistemas de produção.<br />
Concluindo, a introdução de<br />
genes europeus em rebanhos zebuínos<br />
poderá ser o impulso que<br />
falta para o setor atingir a excelência<br />
no mercado de carne bovina<br />
mundial e tornar decisivamente<br />
o Brasil o maior produtor<br />
de tão nobre fonte de proteína.<br />
Medidas de controle parasitário<br />
eficazes permitirão que os indivíduos,<br />
oriundo dos cruzamentos,<br />
expressem seu potencial produtivo<br />
em ambientes de alto desafio<br />
parasitário, oferecendo aos pecuaristas<br />
excelentes ganhos em<br />
escala de produção e de qualidade<br />
na carcaça dos animais.<br />
Méd. Vet., Mestre em Zootecnia<br />
Gerente Técnico – Bovinos<br />
Novartis Saúde Animal Ltda.<br />
® Marca Registrada Novartis,<br />
AG, Basiléia, Suíça.<br />
Todos os direitos reservados.<br />
É proibida a reprodução total<br />
ou parcial do conteúdo desta<br />
publicação sem a autorização<br />
da Novartis Saúde Animal
59<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
60<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Cassol:<br />
Uma filosofia de trabalho<br />
que envolve toda<br />
uma família e com<br />
uma diretriz enfatizando<br />
a qualidade dos seus produtos<br />
em primeiro plano.<br />
Um elevado senso de ética,<br />
respeito e humildade que<br />
vem, ao longo dos anos,<br />
sendo reconhecido, respeitado<br />
e admirado por nomes<br />
de expressão no panorama<br />
da raça Angus. Estas<br />
características, aliadas à<br />
busca constante pelo aprimoramento<br />
do seu criatório,<br />
traçam a trajetória do<br />
pecuarista Luiz Anselmo<br />
Cassol, titular da Cabanha<br />
da Corticeira, de São Borja<br />
(na região das Missões do<br />
Estado gaúcho), e de sua<br />
família, dentro do universo<br />
das grandes cabanhas brasileiras<br />
de Angus.<br />
A história da Cabanha<br />
da Corticeira no criatório<br />
da raça iniciou em 1990,<br />
quando Cassol, que trabalhava<br />
com cria de gado<br />
geral, uma atividade que já<br />
vinha de seus pais, resolve<br />
mudar o foco da sua fazenda<br />
para iniciar a criação e<br />
seleção de uma raça definida.<br />
Ao visitar uma exposição<br />
agropecuária em Santa<br />
Maria, onde o filho, Luiz<br />
Felipe (hoje um criador e<br />
técnico consagrado), cursava<br />
a Faculdade de Agronomia,<br />
conhece a raça Angus.<br />
E após várias pesquisas define<br />
a Angus como a raça<br />
padrão para iniciar o seu<br />
criatório.<br />
Nesse ponto inicia a trajetória<br />
dessa propriedade<br />
que, ao longo dos anos, vem<br />
se destacando pelas qualidades<br />
já mencionadas, aliadas<br />
à excelência dos seus<br />
produtos, reconhecidos nas<br />
pistas das maiores Exposi-<br />
PERFIL<br />
uma família unida em<br />
torno da raça Angus<br />
Por Alexandre<br />
Gruszinsky<br />
ções da raça Angus no País.<br />
da corticeira<br />
Em 1970, aos 22 anos<br />
de idade, já casado com<br />
Margarete, Cassol assume<br />
a propriedade em Panambi,<br />
onde além de agricultura, se<br />
criava gado geral. O pecuarista<br />
Cassol explica porque<br />
escolheu a raça Angus para<br />
iniciar o seu criatório. “O<br />
Angus comprovadamente é<br />
a raça que complementa todas<br />
as outras que se queira<br />
melhorar. Pela qualidade da<br />
sua carne, pela precocidade<br />
sexual, pela rusticidade e<br />
pela capacidade de transmitir<br />
essas características<br />
nos cruzamentos a tornam<br />
a raça ideal tanto como<br />
raça pura, como para os<br />
cruzamentos com qualquer<br />
outra raça ou espécie (caso<br />
do Nelore). Por isso o Angus<br />
é a raça do momento e<br />
do futuro, afirma Cassol.<br />
Escolhida a raça, o primeiro<br />
plantel de Angus,<br />
embrião da então nova<br />
propriedade, foi adquirido<br />
em leilão na Exposição de<br />
Santa Maria, sendo um lote<br />
de touros Red Angus e dez<br />
vacas pretas PC. No ano<br />
seguinte, 1991, Cassol adquiriu<br />
um lote de 75 vacas<br />
Angus PO e mais algumas<br />
Angus PC, formando um<br />
plantel de aproximadamente<br />
100 animais. Com o nascimento<br />
dos primeiros produtos,<br />
para obter o registro<br />
junto a ANC, teve que criar<br />
um afixo, e como na região<br />
de Panambi, onde residia<br />
na época, existiam muitas<br />
arvores da espécie corticeira,<br />
escolheu o nome Cabanha<br />
da Corticeira. Hoje<br />
os seus animais usam como<br />
afixo LC. Em 1995 a propriedade,<br />
já com um plantel<br />
significativo, começou a<br />
participar de algumas exposições<br />
no Rio Grande do<br />
Sul, com gado Angus rústico.<br />
Em 1997 iniciaram a<br />
A história da cabanha da<br />
corticeira no criatório da<br />
raça iniciou em 1990<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
participação na Exposição<br />
de Londrina, PR, competindo<br />
na categoria de rústicos.<br />
Nessa categoria, a Cabanha<br />
da Corticeiras conquistou,<br />
durante cinco anos consecutivos,<br />
o campeonato de<br />
animais PO e quatro vezes<br />
o de PC.<br />
Cabe salientar que durante<br />
este período - 1995<br />
a 2000 - impossibilitado de<br />
se ausentar da lavoura, era<br />
tempo de colheita e com os<br />
filhos Luis Felipe e Carina<br />
estudando, a esposa Margarete<br />
assumia o comando<br />
da cabanha, se encarregando<br />
de apresentar e também<br />
de comercializar os animais<br />
nas exposições.<br />
Animais de Argola<br />
No ano de 2000, após<br />
conclusão dos estudos, o<br />
filho Luis Felipe se junta à<br />
>>>
61<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
ARAUCARIA
62<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
equipe da fazenda, focando<br />
seu trabalho principalmente<br />
no melhoramento genético<br />
a partir dos animais<br />
já existentes, com novas<br />
aquisições. Já em 2001,<br />
com o aprimoramento do<br />
seu plantel, a cabanha de<br />
Cassol começou a participar<br />
nas exposições também<br />
com animais de argola.<br />
Nesse ano, pela primeira<br />
vez se apresenta com um<br />
touro de dois anos em Esteio,<br />
que conquistou o campeonato<br />
da categoria. Grande<br />
vitória. No ano seguinte<br />
ele leva dois touros de dois<br />
anos e novamente ganha o<br />
campeonato da categoria.<br />
Mais uma vitória.<br />
Ao longo desses anos,<br />
a qualidade do seu criatório<br />
e o reconhecimento que<br />
foi conquistando entre os<br />
criadores da raça, acabou<br />
promovendo várias parcerias,<br />
uma delas, em 2006,<br />
com a GB Agropecuária, de<br />
Porecatu, PR, propriedade<br />
do famoso apresentador da<br />
Rede Globo, Galvão Bueno.<br />
A partir de 2007, o<br />
trabalho de seleção e de<br />
melhoramento genético finalmente<br />
começa a se consolidar<br />
e a ganhar destaque<br />
nas principais exposições<br />
da raça. O ano começa<br />
promissor, quando a Corticeira<br />
ganha na Exposição<br />
de Londrina o prêmio<br />
de Reservada de Grande<br />
Campeã, e na Expointer, a<br />
principal e mais qualificada<br />
exposição da raça Angus do<br />
Brasil, conquista o Grande<br />
Campeonato de Fêmeas.<br />
Em 2008 na Expointer fica<br />
com a Reservada de Grande<br />
Campeã, em 2009 conquista<br />
o Grande Campeonato<br />
de Machos e em 2010 conquista,<br />
novamente, o Grande<br />
Campeonato de fêmeas.<br />
Prêmios a granel ...<br />
A produção<br />
Atualmente a cabanha<br />
trabalha com um plantel<br />
de aproximadamente 300<br />
vacas Angus PO e 100 Angus<br />
PC, produzindo por ano<br />
320 bezerros. Destes animais,<br />
aproximadamente 50<br />
entre machos e fêmeas, são<br />
selecionados como elite, e<br />
passam a ser preparados<br />
para as Exposições. Durante<br />
o ano a cabanha comercializa<br />
100 touros com<br />
dois anos e 100 novilhas,<br />
tanto na propriedade como<br />
em três eventos comerciais:<br />
Remate Selo Racial Produção,<br />
e leilões Aliança Genética<br />
e Pró a Pró. Também<br />
vende aproximadamente 40<br />
animais de argola por ano,<br />
a maioria em três eventos<br />
anuais, em conjunto com<br />
outras grandes cabanhas.<br />
No leilão Royal Angus Londrina,<br />
em abril, no Selo Racial<br />
Reserva Especial, em<br />
agosto, durante a Expointer<br />
e no Royal Angus Porto<br />
Alegre, em novembro. A ca-<br />
PERFIL<br />
banha também tem se destacado<br />
na produção de prenheses<br />
e embriões por TE e<br />
FIV, produzindo para seu<br />
uso e para comercialização,<br />
colaborando com a difusão<br />
da genética Angus de elite<br />
em todo Brasil.<br />
Família<br />
Com uma vida inteira<br />
dedicada às lides do campo,<br />
Cassol tem no seu grupo<br />
familiar o apoio necessário<br />
que possibilitou os bons resultados<br />
obtidos pela Cabanha<br />
da Corticeira ao longo<br />
dos últimos anos. De fato, a<br />
propriedade é uma empresa<br />
eminentemente familiar,<br />
sob a supervisão geral do<br />
patriarca Cassol, que também<br />
se encarrega da parte<br />
de agricultura, - planta arroz<br />
e soja – auxiliado pela<br />
esposa Margarete. O filho,<br />
Luis Felipe, agrônomo, se<br />
encarrega da pecuária. O<br />
sobrinho, Eduardo Nunes é<br />
o veterinário. A filha Carina,<br />
é responsável pelo escritório<br />
em São Luiz Gonzaga<br />
e pela parte financeira, enquanto<br />
o genro, Caubi Vin-<br />
A partir de 2007, o trabalho<br />
de seleção e de melhoramento<br />
genético começa a se consolidar<br />
censi, administra a parte<br />
burocrática, cuidando da<br />
documentação, registros,<br />
transferências, embriões,<br />
etc.<br />
Para finalizar o rico<br />
perfil desse pecuarista, o<br />
<strong>Angus@newS</strong> reproduz na<br />
íntegra, as palavras finais<br />
do patriarca Cassol a respeito<br />
do seu trabalho, sua<br />
família e o seu modo de<br />
pensar:<br />
“Esse é o nosso trabalho,<br />
a nossa família. Sem<br />
ela jamais seríamos o que<br />
somos hoje. Como vivemos<br />
exclusivamente da atividade<br />
agropecuária, nossas<br />
vidas são uma mistura de<br />
“plantar e criar,“ sempre<br />
focados, não em quantidade,<br />
mas, principalmente em<br />
qualidade. Também primamos<br />
por ter bons amigos e<br />
parceiros, em quem pode-<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
mos confiar e também conviver.<br />
Os portões da fazenda<br />
e da Cabanha sempre estão<br />
abertos para os amigos e<br />
para as pessoas interessadas<br />
em conhecer ou adquirir<br />
animais da raça Angus,<br />
a raça que produz a carne<br />
que o mundo inteiro quer.<br />
Para encerrar, não poderia<br />
deixar de mencionar<br />
uma frase de Theodore<br />
Roosevelt, a mim transmitida<br />
por meu pai e que procuro<br />
transmitir aos meus<br />
filhos:<br />
É muito melhor arriscar<br />
coisas grandiosas, alcançar<br />
triunfo e glória, mesmo expondo-se<br />
a derrota, do que<br />
formar fila com os pobres<br />
de espírito, que nem gozam<br />
muito nem sofrem muito,<br />
porque vivem nessa penumbra<br />
cinzenta que não conhece<br />
vitória e nem derrota.
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
RECONQUISTA
64<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
PARCEIROS<br />
Utilizar o carrapaticida que ainda está funcionando<br />
até esgotá-lo é um erro imenso<br />
Por gerar danos tão graves<br />
aos bovinos, o carrapato<br />
é um parasito<br />
que requer muita atenção<br />
e cuidados no seu combate.<br />
Determinadas orientações<br />
que ouvimos no dia-a-dia,<br />
partindo de pessoas não especializadas,<br />
muitas vezes,<br />
podem representar uma<br />
grande armadilha ao pecuarista.<br />
Refiro-me, nesse momento,<br />
a uma recomendação<br />
comum no mercado, que diz<br />
o seguinte: “se o carrapaticida<br />
que você utiliza ainda<br />
apresenta resultados satisfatórios,<br />
continue utilizando e<br />
só mude para algo diferente<br />
quando o período residual<br />
diminuir sensivelmente, ou<br />
seja, quando não funcionar<br />
mais”. Se o amigo pecuarista<br />
já ouviu algo semelhante,<br />
saiba que, infelizmente, esta<br />
prática induz a uma falha<br />
grave que poderá resultar em<br />
Por Antonio<br />
Cabistani<br />
Buscar a temperatura ideal<br />
que proporcione a manutenção<br />
das funções fisiológicas para<br />
cumprir com eficiência a produtividade<br />
tão desejada é o desafio.<br />
Calor é energia que pode<br />
ser produzida através da influência<br />
direta do sol, da pressão<br />
atmosférica, da radiação da terra,<br />
da vaporização das águas ou<br />
através da produção do próprio<br />
animal como a alimentação (digestão),<br />
movimentação (locomoção),<br />
metabolismo celular (quei-<br />
perdas imensuráveis. O objetivo<br />
desse artigo é alertar aos<br />
pecuaristas sobre este risco e<br />
demonstrar uma forma mais<br />
racional e com melhor custobenefício<br />
para o combate do<br />
carrapato.<br />
É sabido que o uso intensivo<br />
de um mesmo princípio<br />
ativo no combate ao carrapato<br />
leva ao desenvolvimento<br />
de mecanismos de resistência<br />
por parte deste parasito. De<br />
uma forma simples, significa<br />
que o carrapato ao ser<br />
freqüentemente atacado por<br />
uma molécula que possui o<br />
mesmo mecanismo de ação,<br />
desenvolve resistência a esse<br />
ativo, visando a sua sobrevivência<br />
e de sua espécie. Este<br />
mecanismo de defesa ao princípio<br />
ativo é transmitido às<br />
futuras gerações do parasito.<br />
A rotação de princípios<br />
ativos retarda este processo,<br />
pois alternado moléculas<br />
ma de energia).<br />
Este calor “energia” deve ser eliminado<br />
pelo animal através de seus<br />
mecanismos fisiológicos:<br />
- pele (pelo curto e liso)<br />
- evaporação<br />
- transpiração<br />
- excrementos alimentares (fezes<br />
e urina)<br />
- transferência ao ar mais frio<br />
(noite)<br />
- contato com outro corpo mais<br />
frio (água)<br />
O desequilíbrio entre a produção<br />
e a eliminação de calor, leva o animal<br />
a um stress térmico.<br />
Os diferentes desequilíbrios térmicos:<br />
quando a incidência externa e a<br />
produção interna de calor são maiores<br />
que a capacidade do animal eliminar<br />
calor, teremos:<br />
se elimina aqueles indivíduos<br />
que vinham tornando-se<br />
resistentes a outra antiga.<br />
Quando falamos de “diferentes<br />
princípios ativos” é<br />
importante entender que tratam-se<br />
de moléculas distintas<br />
e não apenas diferentes marcas<br />
comerciais, que tenham o<br />
mesmo mecanismo de ação.<br />
A orientação de um veterinário<br />
auxiliará na correta escolha<br />
do produto.<br />
Atualmente, o princípio<br />
ativo que apresenta resultados<br />
contundentes no controle<br />
de carrapatos é o fluazuron,<br />
encontrado no mercado sob a<br />
marca comercial ACATAK ® .<br />
O carrapato, por não ter ainda<br />
desenvolvido mecanismos<br />
de resistência contra esse<br />
produto, faz com que o ACA-<br />
TAK ® seja um forte aliado do<br />
pecuarista para se utilizar em<br />
rotação com outro carrapaticida<br />
que esteja apresentando<br />
OPINIÃO<br />
uma eficácia satisfatória na<br />
propriedade.<br />
Isso torna-se ainda mais<br />
importante nos dias de hoje,<br />
já que há poucos princípios<br />
ativos no mercado que atuam<br />
satisfatoriamente no controle<br />
do carrapato (lembre-se que<br />
não estamos falando de marcas<br />
comerciais) e não há previsão<br />
de novos lançamentos<br />
nos próximos anos. Devemos<br />
portanto, preservar os produtos<br />
existentes, evitando perdê-los<br />
definitivamente para<br />
o combate dos carrapatos.<br />
E a melhor forma para isso<br />
é alternar o uso do carrapaticida<br />
tradicional que se vem<br />
utilizando, com outro carrapaticida<br />
que possua comprovadamente<br />
um mecanismo de<br />
atuação diferente, como é o<br />
caso do ACATAK ® .<br />
Em resumo, amigo pecuarista:<br />
ACATAK ® é reconhecido<br />
como um produto alta-<br />
- aumento de consumo de água<br />
- busca da sombra (letargia)<br />
- sudoração aumentada<br />
- taquicardia e taquipnéia (respiração<br />
rápida e ofegante)<br />
- aumento da temperatura retal<br />
b) quando a incidência externa<br />
e a produção interna de calor são<br />
menores que a necessidade de calor<br />
do animal, teremos:<br />
- vasoconstrição periférica<br />
- pilocreção (pelos iriçados)<br />
- tremores musculares<br />
- hiper-alimentação (aumento de<br />
apetite)<br />
Qualquer dos casos teremos perda<br />
de energia diminuindo assim a<br />
capacidade produtiva, seja carniceira<br />
ou leiteira.<br />
O bem estar ou conforto animal<br />
é a solução para o equilíbrio do indivíduo<br />
com o meio em que vive. Esta<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
mente eficaz no controle do<br />
carrapato, mas muitos ainda<br />
retardam o seu uso, como se<br />
o preservassem para um momento<br />
futuro, quando nenhum<br />
outro produto estiver funcionando.<br />
Isso é justamente<br />
o que devemos evitar, pois<br />
quando nada mais funcionar<br />
bem, o próprio uso de ACA-<br />
TAK ® estaria comprometido<br />
no médio/longo prazos, já<br />
que a pressão de uso de um<br />
único produto (ACATAK ® )<br />
provavelmente comprometeria<br />
também sua eficácia.<br />
Portanto, o segredo é simples:<br />
utilize ACATAK ® agora<br />
de forma alternada com outro<br />
carrapaticida que ainda<br />
apresente algum resultado<br />
satisfatório, preservando os<br />
mecanismos de ação diferentes<br />
no combate ao carrapato.<br />
Assim, será possível obter um<br />
controle muito mais eficaz,<br />
racional e econômico no médio<br />
prazo.<br />
Novartis Saúde Animal Ltda.<br />
® Marca Registrada Novartis,<br />
AG, Basiléia, Suíça.<br />
O que é adaptabilidade?<br />
parece ser a explicação simplista<br />
da teoria da evolução das espécies<br />
de Charles Darvin.<br />
Se utilizarmos este raciocínio<br />
lógico nos programas de seleção<br />
e melhoramento genético teremos<br />
finalmente entendido a mensagem<br />
que a natureza nos dá.<br />
Finalmente respondendo a<br />
pergunta inicial; a adaptabilidade<br />
é a capacidade que o animal<br />
tem de expressar a sua funcionalidade.<br />
Nos próximos artigos estaremos<br />
sendo mais específicos<br />
sobre estes mecanismos fisiológicos<br />
e seus limites de equilíbrio<br />
com o meio ambiente.<br />
Diretor da Cort<br />
Genética Brasil
65<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
NOVARTIS
66<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Com a meta de, nas mesmas<br />
condições de ambiente<br />
e alimentação,<br />
comparar a performance dos<br />
touros Angus e identificar<br />
animais superiores para a produção<br />
a pasto, a Associação<br />
Brasileira de Angus (ABA),<br />
juntamente com a Embrapa<br />
Pecuária Sul, de Bagé, RS, estão<br />
desenvolvendo a 2ª Prova<br />
de Avaliação a Campo de Reprodutores<br />
Angus.<br />
Durante 8 meses - até<br />
março de 2012, os touros serão<br />
avaliados em suas características<br />
de desempenho e<br />
performance, de fenótipo com<br />
foco na conformação frigorífica,<br />
precocidade de terminação<br />
e musculosidade, além de<br />
área de olho de lombo, espessura<br />
de gordura subcutânea e<br />
marmoreio.<br />
O teste tem o apoio do<br />
Núcleo Bageense de Criadores<br />
de Angus e é coordenado<br />
MELHORAMENTO GENÉTICO<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
ABA e Embrapa Pecuária Sul<br />
tocam a 2ª Prova de Avaliação de Reprodutores Angus<br />
pelos pesquisadores da Embrapa<br />
Fernando Cardoso e<br />
Joal Brazzale Leal.<br />
Palavra do presidente<br />
Para o presidente da<br />
ABA, Paulo de Castro Marques,<br />
unir mais uma vez o<br />
“know how” da Embrapa<br />
com o trabalho de seleção genética<br />
Angus promovida pela<br />
Associação é muito importante<br />
e com certeza agrega<br />
qualidade às ações realizadas<br />
para impulsionar o desenvolvimento<br />
da raça e de genéticas<br />
nacionais provadas.<br />
Inclusive, quando da realização<br />
do dia de campo para<br />
o anúncio dos resultados da<br />
primeira prova, no início de<br />
junho deste ano, Paulo Marques<br />
fez questão e visitar a<br />
Embrapa, em Bagé, tendo<br />
ficado impressionado com a<br />
qualidade do trabalho e com<br />
a estrutura e equipe técnica<br />
daquele tradicional centro de<br />
pesquisa em pecuária do Estado<br />
gaúcho.<br />
Marketing para<br />
as cabanhas<br />
Participam da prova 30<br />
touros nascidos entre 1º de<br />
agosto e 10 de outubro de<br />
2010 e o Assistente Técnico<br />
da ABA, Jean Carlos Soares,<br />
destaca que os produtores<br />
que inscreveram animais na<br />
prova terão oportunidade de<br />
avaliar seus touros em comparação<br />
com vários outros<br />
criadores, participar de uma<br />
prova chancelada pela Embrapa<br />
e ainda divulgar, na forma<br />
de marketing, o trabalho<br />
de melhoramento genético<br />
desenvolvido por suas cabanhas.<br />
especialistas e isentos<br />
Para o proprietário do<br />
touro vencedor da primeira<br />
edição da prova (touro de tatuagem<br />
615), e que na mesma<br />
prova também conquistou<br />
a quarta colocação (com o<br />
touro Tat. 1.300) o selecionador<br />
Joaquim Mello, proprietário<br />
da Cabanha Santa<br />
Eulália, em Pelotas, RS, os<br />
testes comparativos entre<br />
touros realizados num mesmo<br />
ambiente e com iguais<br />
condições alimentares são<br />
Cabanhas participantes da prova<br />
sempre positivos ao aprimoramento<br />
da raça, a partir da<br />
identificação de reprodutores<br />
comprovadamente superiores.<br />
“E a escolha pela ABA<br />
da Embrapa como parceira<br />
para a realização dessas provas<br />
é mesmo campeã, porque<br />
sendo um conceituado órgão<br />
público dedicado à pesquisa<br />
em pecuária, leia-se também<br />
tratar-se de um agente com<br />
profundo conhecimento e o<br />
que é muito importante: com<br />
total isenção, o que dá credibilidade<br />
ainda maior aos resultados”,<br />
argumenta o tradicional<br />
criador.<br />
Nome Propriedade Município<br />
Agropecuária Ponderosa Estância do Salso Bagé<br />
Alfredo da Cunha Pinheiro Estância do Baú Bagé<br />
Alvaro Augusto Almeida Salles Cabanha Acácia Dom Pedrito<br />
Carlos Ignácio Talavera Campos Agropecuária Albardão Sta. Vitória do Palmar<br />
Francisco de Paula Cardoso Júnior Fazenda da Barragem Dom Pedrito<br />
Helena Rodrigues Rotta Estância Santa Amélia Sta. Vitória do Palmar<br />
João Francisco Bade Wolf Cabanha dos Tapes Tapes<br />
Joaquim Francisco B. de A. Mello Estância Santa Eulália Pelotas<br />
José Paulo Dornelles Cairolli Reconquista Agropec. Alegrete<br />
Nélia J. Teixeira Gonçalves e Filhos Cabanha Santa Nélia Jaguarão<br />
Parceria Rotta Assis Estância Tradição Sta. Vitória do Palmar<br />
Sulimar Nunes Farias Agropecuaria Proteção Rio Grande<br />
Ulisses Rodrigues Amaral Cabanha Santa Joana Sta. Vitória do Palmar
67<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />
CHANCELADOS
68<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
Ricardo Pedroso Oaigen 1 e<br />
Júlio Otávio Jardim Barcellos 2<br />
Em termos gerais, a<br />
competitividade pode<br />
ser entendida como a<br />
capacidade sustentável de<br />
sobreviver e, de preferência,<br />
crescer nos mercados concorrentes<br />
ou em novos mercados<br />
através de um sistema<br />
de informações capaz de suprir<br />
as necessidades gerenciais<br />
derivadas do planejamento<br />
de longo prazo. Sendo<br />
a mesma determinada por<br />
fatores sistêmicos (ambiente<br />
concorrencial), estru turais<br />
(relativos ao mercado) e internos<br />
(relativos à empresa).<br />
As empresas agropecuárias<br />
precisam apresentar<br />
capacidade para desenvolver<br />
e sustentar vantagens competitivas<br />
frente a seus concorrentes,<br />
para assim poderem<br />
se tornar competidoras<br />
frente ao mercado interno e<br />
externo. Neste sentido, identificar<br />
e mensurar o nível de<br />
competitividade dos sistemas<br />
de produção agropecuários<br />
se tornou fundamental<br />
através da definição de<br />
direcionadores, sejam estes<br />
tecnológicos, gerenciais, de<br />
Direcionador: TECNOLOGIA<br />
1.Adequação de um sistema produtivo 2.Qualidade, manejo e espécies de pastagens<br />
3.Suplementação animal 4.Integração lavoura e pecuária<br />
5. Manejo reprodutivo 6.Genética do rebanho<br />
7. Sanidade do rebanho 8. Controle zootécnico<br />
9.Assessoria técnica regular 10.Manejo de rotina com os animais<br />
Direcionador: GESTÃO<br />
1.Capacitação da mão-de-obra 2.Patrimônio<br />
3.Orçamentação e fluxo de caixa 4.Planejamento estratégico<br />
5. Controle dos custos de produção 6. Cálculo de indicadores financeiros<br />
7. Identificação do rebanho 8.Comercialização<br />
9. Informatização da propriedade 10.Escala de produção<br />
Direcionador: RELAÇÕES DE MERCADO<br />
1.Relação produtor-fornecedor 2.Relação produtor-frigorífico<br />
3. Formação de preços 4.Diferenciação de produtos<br />
Direcionador: AMBIENTE INSTITUCIONAL<br />
1.Acesso a inovações tecnológicas 2.Política e fiscalização tributária e trabalhista<br />
3. Política e fiscalização ambiental 4. Política de crédito agropecuário<br />
5.Política e fiscalização sanitária 6.Legislação oficial e regularização fundiária<br />
7.Organização dos produtores<br />
OPINIÃO<br />
Como ser<br />
competitivo<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
na bovinocultura de corte?<br />
Atualmente um dos grandes desafios dos pecuaristas é tornar os<br />
seus sistemas de produção competitivos, mas afinal de contas o<br />
que é competitividade? Como maximizá-la? Quais os pilares que a<br />
sustentam? Neste artigo inicial descreveremos alguns conceitos básicos<br />
de competitividade e posteriormente apresentaremos sucintamente<br />
seus direcionadores e fatores, dando ênfase aqueles que dependem,<br />
sobretudo, da pró-atividade e da adaptação aos novos conceitos<br />
gerenciais por parte do empresário rural.<br />
mercado ou mesmo relacionados<br />
ao ambiente externo.<br />
Somente assim será possível<br />
diferenciar aquelas empresas<br />
que sabem compreender,<br />
posicionar-se e decidir com<br />
base na sinalização da cadeia<br />
produtiva na qual estão<br />
inseridas. A diferença está<br />
no posicionamento estratégico<br />
voltado para o futuro,<br />
com base no seu passado e<br />
na real compreensão de sua<br />
situação presente.<br />
A figura desta página<br />
apresenta uma síntese dos<br />
quatro principais direcionadores<br />
utilizados para avaliar<br />
o grau de competitividade de<br />
sistemas de produção pecuários.<br />
Os sistemas de produção<br />
necessitam de modernizações<br />
constantes (tecnologia<br />
de processos e/ou de insumos)<br />
para alcançar um nível<br />
de competitividade adequado<br />
à realidade sócio-econômica<br />
das empresas rurais. Os<br />
gestores enfrentam o desafio<br />
de proporcionar condições<br />
para que os produtos alcancem<br />
a qualidade desejada a<br />
níveis de custos competitivos.<br />
Nesta perspectiva, são<br />
necessárias informações<br />
consistentes de maneira<br />
que os empresários possam<br />
utilizá-las na administração,<br />
para correção de falhas, redirecionamento<br />
dos recursos<br />
e auxilio na lógica organiza-<br />
Tabela 1. – Direcionadores e fatores utilizados para determinar o índice<br />
de competitividade “dentro da porteira” na bovinocultura de corte.<br />
cional. (Veja tabela 1)<br />
Além dos fatores internos,<br />
tecnologia e gestão, a<br />
competitividade das empresas<br />
agroindustriais também<br />
é fortemente condicionada<br />
por fatores externos às empresas.<br />
Afinal, as transações<br />
não se dão apenas intrafirma,<br />
mas se apóiam em elementos<br />
externos a ela, como<br />
as condições relacionadas<br />
com a infraestrutura física<br />
(estradas, ferrovias, portos)<br />
e as de caráter econômico<br />
(política creditícia, tributária,<br />
salarial e cambial). As<br />
condições técnico-científicas<br />
não podem ser esquecidas,<br />
uma vez que a qualificação<br />
dos recursos humanos,<br />
a existência de centros de<br />
pesquisa e a normatização<br />
e certificação da qualidade<br />
Parte 1<br />
são também fundamentais.<br />
Nos próximos quatro artigos<br />
descreveremos detalhadamente<br />
cada um dos quatro<br />
direcionadores de competitividade,<br />
para que ocorra por<br />
parte do leitor um melhor<br />
entendimento deste conceito<br />
extremante dinâmico e relevante<br />
para a cadeia produtiva<br />
da carne bovina. Dessa<br />
forma o pecuarista poderá<br />
a partir das peculiaridades<br />
de sua fazenda, implantar<br />
ações conduzidas às dimensões<br />
específicas auxiliará a<br />
manutenção de sua atividade<br />
econômica.<br />
1 Professor Adjunto da Universidade<br />
Federal do Pará (UFPA),<br />
oaigenricardo@terra.com.br,<br />
Membro NESPRO/UFRGS.<br />
Atua na área de Gestão<br />
de Sistemas de Produção<br />
Pecuários.<br />
2 Professor Associado da<br />
Universidade Federal do Rio<br />
Grande do Sul (UFRGS), julio.<br />
barcellos@ufrgs.br, Coordenador<br />
do NESPRO/UFRGS - Núcleo<br />
de Estudos em Sistemas de<br />
Produção e Cadeia Produtiva<br />
da Carne Bovina.<br />
www.nespro.ufrgs.br/
69<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>
70<br />
Julho/Agosto de 2011<br />
O<br />
propósito original das<br />
exposições de animais<br />
era o de proporcionar<br />
um local para a comercialização.<br />
Entretanto, a exibição<br />
de animais não destinados<br />
a venda, também<br />
se constituía em uma parte<br />
destacada, como nos mostra,<br />
por exemplo, a história<br />
Nas últimas edições do<br />
Sumário de Touros Angus<br />
vem sendo incluídas tabelas<br />
adicionais, que tem gerado<br />
grande interesse pelos usuários<br />
desta genética: Listagem<br />
de Vacas Líderes Angus<br />
PO, Vacas Líderes Angus<br />
PC e Listagem de Touros<br />
Jovens S.A.<br />
VAcAs lÍderes<br />
Com o objetivo de valorizar<br />
os ventres PO e PC<br />
com comprovado destaque<br />
em suas progênies, são disponibilizadas<br />
anualmente<br />
através do Sumário Angus a<br />
Listagem das Vacas Líderes<br />
no PROMEBO®. Esta listagem<br />
apresenta as melhores<br />
vacas ativas entre todos os<br />
rebanhos Angus que participam<br />
do Programa de Avaliação<br />
Genética da ABA.<br />
Para constar nesta listagem<br />
as fêmeas deverão<br />
cumprir os seguintes requisitos:<br />
- vacas em atividade, ou<br />
seja, com pelo menos uma<br />
cria avaliada nas duas últi-<br />
OPINIÃO<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
As exposições de animais no melhoramento da<br />
pecuária de corte<br />
Por Leonardo<br />
T. Campos<br />
da raça Shorthorn, em que<br />
o famoso boi “durham” de<br />
Charles Colling foi levado,<br />
em 1801, para uma gira<br />
de exibição que durou seis<br />
anos.<br />
A competição efetuada<br />
nas exposições atrai para<br />
um mesmo lugar, gado de<br />
prestígio na raça para medições<br />
individuais, apreciação<br />
visual e julgamento do<br />
exterior, através de um jurado<br />
que classifica os animais<br />
concorrentes. De acordo<br />
com o professor norte-americano<br />
Jay Lush, a exposição<br />
é uma forma de manter<br />
os criadores informados a<br />
respeito dos ideais da raça,<br />
podendo determinar assim<br />
a orientação que deverá seguir<br />
seu tipo médio.<br />
Nos animais domésticos<br />
produtores de carne existe,<br />
na verdade, uma relação<br />
definida entre a apreciação<br />
visual de tipo e a qualidade<br />
da carcaça, relação esta importante<br />
o bastante, segundo<br />
diversos autores, para<br />
que possa ser usada como<br />
um critério geral de qualificação.<br />
Por outro lado, as<br />
estimações visuais de tipo<br />
não revelam, com o rigor suficiente,<br />
a eficiência produtiva.<br />
Por conseguinte, para<br />
que se obtenha o máximo<br />
progresso, devem ser com-<br />
plementadas com registros<br />
de produção. Pesquisadores<br />
como Warwick & Legates<br />
alertam que a seleção para<br />
tipos ou padrões raciais torna-se<br />
até mesmo perigosa<br />
quando os itens selecionados<br />
não têm relação com o<br />
valor produtivo.<br />
Apesar de suas limitações,<br />
as exposições de animais<br />
foram, até meados do<br />
século XX, a única forma de<br />
comparar animais criados<br />
em rebanhos diferentes. E<br />
mesmo nos dias atuais, em<br />
países com avançados programas<br />
de melhoramento<br />
genético, as exposições continuam<br />
a exercer sua influ-<br />
ência. Entre seus aspectos<br />
positivos, destaca-se como<br />
uma oportunidade para o<br />
intercâmbio de idéias em<br />
toda a indústria de carne<br />
bovina, atendendo também<br />
propósitos educacionais e<br />
atividades paralelas de promoção<br />
e comercialização.<br />
Destaques do Sumário de Touros Angus 2010-2011<br />
Por Leonardo<br />
Talavera Campos<br />
mas safras;<br />
- devem apresentar, no<br />
mínimo, três (3) produtos<br />
com avaliação genética<br />
completa no desmame e sobreano<br />
e<br />
- classificadas como<br />
deca 1 para índice final<br />
Consulte no Sumário<br />
a listagem destas fêmeas<br />
para 2011. Aproveite para<br />
conhecê-las e identificar<br />
esta genética destacada.<br />
Touros JoVens s.A.<br />
- Touros Jovens Superiores<br />
para Acasalamentos:<br />
Esta Listagem de Touros<br />
Jovens S.A. ou Touros Jovens<br />
Superiores para Acasalamentos<br />
apresenta aproximadamente<br />
uma centena<br />
de touros de dois (2) anos<br />
- da geração 2009.<br />
São considerados como<br />
superiores para utilização<br />
em Acasalamentos Dirigidos,<br />
através de uma simulação<br />
usando todas as novilhas<br />
da mesma geração ou<br />
safra.<br />
Para qualificar na Listagem<br />
os touros:<br />
- Devem estar com Registro<br />
Provisório na ANC,<br />
na época de elaboração do<br />
Sumário.<br />
- Serem classificados<br />
como Recursos Genéticos,<br />
enquadrando-se nos critérios<br />
seletivos como candidatos<br />
a dupla marca, ou seja:<br />
(1) Índice Final superior:<br />
todos são Deca 1, com<br />
valores maiores do que 10<br />
unidades do índice final padronizado<br />
de seleção Angus<br />
(maior que 10,00).<br />
(2) Índice Desmama positivo<br />
(maior que zero).<br />
(3) Devem atender o critério<br />
de DEPs balanceadas<br />
na composição do Índice<br />
Final.<br />
(4) Escore para Caracterização<br />
Racial superior<br />
(de 3 a 5).<br />
- Algumas, entre<br />
outras, restrições<br />
adotadas pelo programa<br />
de seleção de<br />
Touros Jovens para<br />
Acasalamentos Dirigidos,<br />
não qualificando<br />
então como superior:<br />
Índice Desmama<br />
menor que 4 unidades<br />
de índice (menor que<br />
4,00).<br />
Índice Desmama e<br />
Final do pai menor do<br />
que 6 unidades (menor que<br />
6,00).<br />
Índice Desmama e Final<br />
da mãe menor do que 6 unidades<br />
também.<br />
Deca da DEP para Ganho<br />
do Nascimento a Desmama<br />
e DEP para Ganho<br />
Pós-desmama maior que<br />
5 ou Conformação, Precocidade,<br />
Musculatura e Perímetro<br />
Escrotal maior do<br />
que 7.<br />
- No programa de acasalamentos<br />
dirigidos é simulado<br />
o acasalamento de<br />
cada reprodutor com todas<br />
as novilhas da geração. São<br />
analisados então os acasalamentos<br />
que resultaram,<br />
ou não, em produtos endogâmicos,<br />
entre outras avaliações.<br />
Destas análises, apresentamos<br />
na Listagem de<br />
Touros Jovens S.A., aproximadamente<br />
uma centena<br />
de reprodutores superiores<br />
e qualificados (duas páginas<br />
do Sumário Angus 2011-<br />
2012), ordenados pelo Índice<br />
Final, resultantes desta<br />
avaliação genética global<br />
ou total.<br />
Coordenador Técnico do<br />
PROMEBO®<br />
ltcampos@terra.com.br
71 71<br />
Julho/Agosto de 2011 OPINIÃO EDITORIAL Julho/Agosto <strong>Angus@newS</strong><br />
de 2011<br />
<strong>Angus@newS</strong><br />
Com a faca<br />
Por Alcides de Moura<br />
Torres Junior<br />
Não é espantoso saber<br />
que a Austrália é o segundo<br />
maior exportador de carne<br />
bovina do mundo, atrás<br />
apenas do Brasil, quando<br />
analisamos as estratégias de<br />
marketing e de mercado desenvolvidas<br />
pelo país.<br />
Mesmo com grande parte<br />
do território em áreas de deserto,<br />
a produção agropecuária<br />
faz parte da história e é<br />
fundamental para economia<br />
desta nação.<br />
Segundo dados do Meat &<br />
Livestock Australia (MLA), o<br />
setor emprega cerca de cento<br />
e setenta mil pessoas, exporta<br />
para mais de cem países<br />
e movimenta algo torno de<br />
US$16 bilhões.<br />
O que a grande maioria<br />
desconhece é a forte política<br />
de marketing da pecuária,<br />
que vem crescendo ao longo<br />
dos anos.<br />
A indústria da carne vermelha,<br />
por meio do MLA, em<br />
colaboração com o governo<br />
australiano, investe mais de<br />
US$13 milhões por ano em<br />
pesquisa e desenvolvimento,<br />
com a finalidade de melhor<br />
compreender os impactos e<br />
promover a eficiência da produção.<br />
um exemplo a<br />
ser seguido<br />
Segundo o estudo publicado<br />
em 2009 pela Universidade<br />
de New South Wales,<br />
o país possui uma das mais<br />
baixas emissões de carbono<br />
entre os maiores produtores<br />
de carne.<br />
Devido ao manejo e seleção<br />
intensiva de animais<br />
com maiores rendimentos de<br />
carcaça e precocidade, desde<br />
1990, as emissões de gases<br />
de efeito estufa (GEEs) provenientes<br />
da bovinocultura<br />
caíram 6,5% por quilograma<br />
de carne produzida.<br />
É importante lembrar<br />
que, de acordo com dados<br />
citados pelo MLA, mundialmente,<br />
a emissão de metano<br />
na atmosfera se mantém estável<br />
há 10 anos.<br />
A produção de carne e<br />
número de animais cresce a<br />
cada ano, sem contar as áreas<br />
de pastagens, que diminuíram<br />
nos últimos anos nos principais<br />
países bovinocultores.<br />
A pesquisa é focada em<br />
pontos como forrageiras e<br />
grãos que possuam maior digestibilidade<br />
e o correto manejo<br />
do solo e da água.<br />
Os estudos ainda quantificam<br />
a emissão de gases não<br />
só da pecuária, mas de outras<br />
fontes emissoras de metano,<br />
como pântanos, cultivo de arroz,<br />
além da queima de combustíveis<br />
fósseis.<br />
duas décadas<br />
de expansão<br />
Sabe-se que nos últimos<br />
vinte anos o rebanho bovino<br />
brasileiro aumentou cerca de<br />
38%, saindo de 148,8 milhões<br />
de cabeças em 1990<br />
para 205,3 milhões em 2010<br />
(várias fontes).<br />
Em 1990 detínhamos<br />
13,5% do rebanho do planeta.<br />
Em 2010, a participação<br />
subiu para 20,7%.<br />
Enquanto isso, a Austrália<br />
possuía 24,6 milhões de<br />
cabeças em 1990 e 27,9 milhões<br />
no último ano, passando<br />
de 2,2% para 2,8% do rebanho<br />
mundial.<br />
Ainda no mesmo período,<br />
a produção de carne brasileira<br />
cresceu 82,6%, quase<br />
quatro vezes mais que o crescimento<br />
da produção australiana,<br />
cujo crescimento foi de<br />
21,6%.<br />
Observe na figura 1 a evolução<br />
da produção nos dois<br />
países.<br />
Em 1990, a Austrália<br />
abatia 8,1 milhões de cabeças.<br />
Em 2010, este número<br />
ficou em 8,4 milhões, um<br />
acréscimo de 2,9%.<br />
e a carne na mão<br />
Já no Brasil, do início da<br />
década retrasada até o ano<br />
passado, o abate de bovinos<br />
saltou 70,2%, passando de<br />
24,2 para 41,2 milhões de<br />
cabeças.<br />
conclusão<br />
É evidente que a pecuária<br />
e a produção brasileira de<br />
carne bovina é muito maior<br />
quando comparada com a<br />
australiana, e que somos tão<br />
ou mais eficientes em diversos<br />
aspectos da produção.<br />
Mas mesmo assim aquele<br />
país consegue se manter<br />
bem posicionado no ranking<br />
e atingir mercados extremamente<br />
exigentes.<br />
Qual o motivo? Soluções<br />
éticas, sustentáveis e que<br />
promovem a cadeia produtiva<br />
do setor, além do comprometimento<br />
do governo e dos<br />
produtores, focados em um<br />
Fonte: USDA / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br<br />
produto de qualidade.<br />
Os números não mentem,<br />
a pecuária brasileira se consolidou<br />
nos últimos anos.<br />
Porém, o marketing ainda<br />
é uma questão a ser trabalhada<br />
para fortalecer a pecuária<br />
nacional e permitir o acesso<br />
a mercados exigentes, que remuneram<br />
melhor a produção.<br />
Temos a faca e o queijo,<br />
ou melhor, a carne na mão.<br />
* Engenheiro agrônomo, diretor<br />
da Scot Consultoria -<br />
alcides.torres@scotconsultoria.com.br<br />
Colaboraram:<br />
Gustavo Adolpho Maranhão<br />
Aguiar – zootecnista e diretor da<br />
Scot Consultoria.<br />
gm@scotconsultoria.com.br<br />
Douglas Coelho de Oliveira –<br />
zootecnista e trainee da Scot<br />
Consultoria.<br />
do@scotconsultoria.com.br<br />
Figura 1.<br />
Aumento do rebanho, produção de carne e cabeças abatidas nos últimos 20 anos do Brasil e Austrália
72<br />
Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>