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Angus@newS - Vitrinebage

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1<br />

Impresso<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

Especial<br />

JULHO/AGOSTO DE 2011<br />

ANO 12 - Nº 53<br />

Angus @newS<br />

I N F O R M A T I V O O F I C I A L D A A S S O C I A Ç Ã O B R A S I L E I R A D E A N G U S<br />

9912270051 – DR/RS<br />

Associação<br />

Brasileira de Angus<br />

CORREIOS


2<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

EDITORIAL<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Paulo de Castro Marques<br />

Quando assumimos<br />

o posto de comando da<br />

raça Angus, lançamos<br />

como uma de nossas metas<br />

o reconhecimento das<br />

inúmeras qualidades da<br />

genética Angus para a padronização<br />

de rebanhos e<br />

para o cruzamento com<br />

vacadas zebuínas visando<br />

o melhoramento de rebanhos<br />

e a produção de carne<br />

de qualidade. Pois já<br />

estamos sendo surpreendidos<br />

pelo uso e pela so-<br />

Angus cresce<br />

e Brasil reconhece<br />

licitação de nossa genética<br />

nas principais regiões<br />

produtoras do País, com<br />

especial ênfase ao Brasil<br />

Central, onde estão os<br />

grandes projetos de pecuária<br />

com vistas à produção<br />

de carne de qualidade<br />

e em quantidade.<br />

O reconhecimento está<br />

vindo rápido, e atribuo estes<br />

resultados não só aos<br />

esforços que vem sendo<br />

empreendidos pela ABA e<br />

seus criadores, juntamente<br />

com o Programa Carne<br />

Angus Certificada, mas<br />

HUMOR - LUCA RISI<br />

também, em muito, porque<br />

a raça tem mesmo alta<br />

qualidade. Como os norte<br />

americanos e o mundo já<br />

sabe, Angus é mesmo uma<br />

raça completa.<br />

Nosso foco agora, até<br />

para consolidar esta expansão,<br />

é provar e promover<br />

o uso da genética<br />

Angus nacional. Estamos<br />

investindo em ações técnicas<br />

- como testes de<br />

progênie e provas para<br />

touros – capazes de ofertar<br />

ao mercado o sêmen<br />

de reprodutores de produ-<br />

ção nacional de apurada e<br />

comprovada eficácia.<br />

As vendas de sêmen<br />

Angus, se em 2010 surpreenderam,<br />

colocando<br />

a raça em primeiríssimo<br />

lugar, só perdendo para o<br />

enorme Nelore, neste ano o<br />

salto de crescimento seguramente<br />

deverá ser ainda<br />

maior.<br />

Esses e muitos outros<br />

assuntos que mostram a<br />

movimentação da raça<br />

Angus no Brasil estão em<br />

foco nas páginas do nosso<br />

<strong>Angus@newS</strong>, que aliás<br />

E X P E D I E N T E AssociAção BrAsileirA de Angus<br />

diretoria Biênio 2011/2012<br />

diretoria executiva - diretor Presidente: Paulo de Castro Marques - diretor 1ºVice Presidente: José Roberto Pires Weber - diretor Vice Presidente: Mariana Franco Tellechea - diretor Vice Presidente:<br />

Eduardo Macedo Linhares - diretor Vice Presidente: Valdomiro Poliselli Junior - diretor Financeiro: Reynaldo Titof f Salvador - diretor Administrativo: Marco Antônio Gomes da Costa - diretor de Marketing:<br />

Felipe Moura - diretor de núcleos: Sérgio Colaço da Silva - diretor de carne: Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello - conselho de Administração - Membros eleitos: Antônio Maciel Neto, Renato<br />

Zancanaro, Renato Ramirez, Antonino de Souza Dornelles, Carlos Alberto Martins Bastos - Membros natos (ex-Presidentes da ABA): Angelo Bastos Tellechea, Antônio Martins Bastos Filho, Fernando Bonotto,<br />

Hermes Pinto, José Roberto Pires Weber, Reynaldo Titoff Salvador, José Paulo Dornelles Cairoli, Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello - conselho Fiscal - Membros efetivos: João Francisco Bade Wolf, Ronaldo<br />

Zechlinski de Oliveira, Fábio Luiz Gomes - Membros suplentes: Roberto Soares Beck, Frederico Fittipaldi Pons, Elio Sacco - conselho Técnico: Susana Macedo Salvador – Presidente (ciaazul@terra.com.br), José<br />

Fernando Piva Lobato, Ricardo Macedo Gregory, Rogério Rotta Assis, Roberto Vilhena, Ângela Linhares, Amilton Cardoso Elias - Representante ANC (amilton@herdbook.org.br).<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

coordenação: Juliana Brunelli de Moraes (gerencia@angus.org.br)<br />

Jornalistas responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834<br />

colaboradores: Jorn. Alexandre Gruszynski, jorn. Ana Esteves e jorn. Marina Corrêa - diagramação: Jorge Macedo<br />

departamento comercial: Luana Rosales - 51 3231.6210 // 51 8116.9784<br />

Edição, Diagramação, Arte e Finalização: Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210 - Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502 - CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS<br />

www.agenciaciranda.com.br :: ciranda@agenciaciranda.com.br<br />

Associação Brasileira de Angus - Av. Carlos Gomes, 141 / conj. 501 - CEP 90.480-003 - Porto Alegre - RS - www.angus.org.br - angus@angus.org.br - Fone: 51 3328.9122<br />

* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.<br />

ressurge nesta Expointer<br />

com uma edição mostrando<br />

ainda mais vigor (são<br />

72 páginas!) e de roupa<br />

nova, com um moderno<br />

Projeto Gráfico, que qualifica<br />

ainda mais este fantástico<br />

produto de Comunicação.<br />

São muitos trabalhos,<br />

mas também grandes alegrias<br />

...<br />

A todos, uma excelente<br />

leitura.<br />

Paulo de Castro Marques<br />

Presidente da ABA<br />

Destaques<br />

desta edição<br />

O boom do sêmen Angus 03<br />

Ultrassonografia, o início 14<br />

Programa Carne Angus 20<br />

Concurso Angus Mirim 30<br />

Feicorte e a Nacional de Angus 38<br />

Expointer 2011 46<br />

Genética Nacional, eu acredito 52<br />

Perfil - Luiz Anselmo Cassol 60<br />

Prova de touros da Embrapa 66<br />

Como ser competitivo na pecuária 68


3<br />

3<br />

Julho/Agosto de 2011 MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />

Julho/Agosto <strong>Angus@newS</strong><br />

de 2011<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Por Eduardo<br />

Fehn Teixeira<br />

O boom do sêmen,<br />

a IATF, os projetos dos grandes frigoríficos<br />

e a expansão da genética Angus<br />

Nos últimos cinco anos, a procura pela genética Angus alcançou o<br />

crescimento percentual de 192%, triplicando do ano de 2006 para cá.<br />

Isto é um salto realmente fantástico. E segundo garante o presidente<br />

da Associação Brasileira de Angus (ABA), Paulo de Castro Marques,<br />

os pecuaristas preocupados com características como fertilidade,<br />

precocidade sexual, musculosidade, rápido ganho de peso e terminação,<br />

preferem Angus.<br />

cada cinco bezerros<br />

nascidos ”De<br />

de cruzamento<br />

industrial no Brasil, quatro<br />

são de genética Angus”, impacta<br />

Marques, mostrando<br />

que a preferência pela genética<br />

Angus, a partir de seus<br />

resultados, cresce como<br />

bola de neve entre técnicos<br />

e produtores, sendo também<br />

indicada nos grandes projetos<br />

de grupos frigoríficos,<br />

caso do Silva, no Rio Grande<br />

do Sul, e do Marfrig,<br />

com larga atuação no Brasil<br />

Central.<br />

Não é mais novidade que<br />

a raça Angus vem demons-<br />

trando ano a ano um significativo<br />

crescimento no mercado<br />

brasileiro de sêmen,<br />

situação que a posiciona na<br />

liderança deste segmento,<br />

mesmo levando em consideração<br />

as vendas de sêmen<br />

de todas as demais raças<br />

taurinas.<br />

Em março deste ano,<br />

quando foi divulgado ao<br />

mercado o tradicional Relatório<br />

da Associação Brasileira<br />

de Inseminação Artificial<br />

(Asbia), relativo ao ano<br />

de 2010, ficava evidente a<br />

liderança Angus. Em 2010<br />

a raça registrou um crescimento<br />

de vendas de sêmen<br />

de 23,38% em relação à<br />

comercialização de sêmen<br />

de 2009, alcançando um<br />

volume de 1.792.496 de<br />

doses negociadas, contra<br />

os 1.452.813 obtidos em<br />

2009.<br />

Esses dados, sem dúvida<br />

alguma, colocam a Angus<br />

na liderança entre as demais<br />

raças de origem européia,<br />

com 83,52% de todo<br />

o mercado nacional. Angus<br />

só perde mesmo para o Nelore<br />

entre todas as raças de<br />

corte. E com estes números<br />

a Angus já responde por<br />

29,75% de todo o sêmen<br />

das raças de corte comer-<br />

cializado no Brasil, que totalizam<br />

6.025.214 doses.<br />

Avanço no<br />

centro oeste<br />

Ainda mais revelador<br />

do efetivo avanço da genética<br />

Angus, o relatório da<br />

ASBIA mostrou que das<br />

1.792.496 doses de sêmen<br />

Angus vendidas em 2010,<br />

um percentual de 49,32%<br />

(ou 884.033 doses) foram<br />

negociadas para o Centro<br />

Oeste do Brasil, onde estão<br />

os grandes projetos de pecuária<br />

que tem como base<br />

o Nelore. E para garantir<br />

um futuro realmente enorme<br />

para a genética Angus,<br />

o mesmo documento revela<br />

estimativas que apontam<br />

que apenas 9% das fêmeas<br />

em idade reprodutiva são<br />

inseminadas no Brasil, escancarando<br />

um mega mercado<br />

ainda por ser desbravado.<br />

>>>


4<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Por que Angus?<br />

Segundo o sub gerente<br />

ABA Programa Carne<br />

Angus Certificada - Melhoramento<br />

Angus, Fábio<br />

Medeiros, nos últimos 5<br />

anos o volume total de sêmen<br />

comercializado no<br />

Brasil teve crescimento de<br />

57,52%. No mesmo período<br />

a venda nacional de sêmen<br />

Angus cresceu 192,22%.<br />

Este crescimento mostra<br />

fundamentalmente que a<br />

experiência dos produtores<br />

na utilização da genética<br />

Angus tem sido produtiva e<br />

positiva.<br />

As vantagens de utilizar<br />

a genética Angus não se restringem<br />

apenas às expressivas<br />

valorizações que os<br />

novilhos recebem no abate<br />

dentro do Programa Carne<br />

Angus Certificada (que podem<br />

chegar a 10% acima<br />

Cristiano Leal<br />

do mercado), como também<br />

nos resultados dentro da<br />

porteira. A genética Angus<br />

resulta em animais produtivos<br />

em termos de desempenho,<br />

fertilidade e precocidade<br />

de terminação, tanto<br />

na raça pura como no cruzamento<br />

industrial. No momento<br />

da comercialização,<br />

seja de animais terminados,<br />

bezerros, novilhos para terminação,<br />

ventres para reprodução,<br />

o pecuarista se<br />

depara com excelente liquidez<br />

e valorização em todos<br />

os elos da cadeia.<br />

A crescente procura por<br />

Angus pode ser visualizada<br />

quando se compara a evolução<br />

da raça com o crescimento<br />

do mercado de inse-<br />

MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

minação artificial como um<br />

todo. No Rio Grande do Sul,<br />

por exemplo, berço da raça<br />

no Brasil, cerca de 55% do<br />

total das doses de sêmen de<br />

gado de corte utilizadas são<br />

da genética Angus.<br />

Já no Brasil central, o<br />

grande interesse dos pecuaristas<br />

é resultado da excelente<br />

complementariedade<br />

da genética Angus com as<br />

raças zebuínas criadas naquela<br />

região, notadamente<br />

o gado Nelore. Os animais<br />

cruzados com Angus apresentam<br />

excelentes índices<br />

zootécnicos alcançando<br />

acabamento superior precocemente,<br />

com excelentes<br />

pesos de carcaça, compatíveis<br />

com os mais exigentes<br />

mercados.<br />

Angus/nelore<br />

é caminho sem volta<br />

Com larga experiência<br />

em projetos de produção<br />

pecuária, em melhoramento<br />

genético e em seleção e comercialização<br />

de sêmen no<br />

Brasil e na América Latina,<br />

o veterinário Luis Alberto<br />

Müller, do alto de sua visão<br />

internacional da movimentação<br />

da pecuária no Brasil,<br />

primeiramente deixa claro<br />

A procura por Angus pode ser<br />

identificada quando se compara<br />

a evolução da inseminação<br />

A iATF vai trazer os mesmos<br />

benefícios que o plantio direto<br />

trouxe para a agricultura<br />

Luis Alberto Müller<br />

que o casamento Angus/<br />

Nelore (zebu) é um caminho<br />

sem volta. Ele garante<br />

que especialmente a partir<br />

de 2009/2010, com o incremento<br />

do trabalho dos<br />

grandes frigoríficos junto<br />

aos produtores e aos mercados<br />

de venda de carne tanto<br />

interno quanto externos, o<br />

mercado brasileiro de pecuária<br />

percebeu e descobriu as<br />

vantagens do uso da genética<br />

Angus para a produção<br />

de carcaças melhoradas, de<br />

carne de maior qualificação.<br />

iATF é o Plantio direto<br />

E Müller já sai comparando<br />

os efeitos do uso da<br />

IATF (Inseminação Artificial<br />

a Tempo Fixo) sobre<br />

a pecuária nacional aos<br />

benefícios trazidos à nossa<br />

agricultura pela técnica do<br />

Plantio Direto. Segundo ele,<br />

um salto, que na pecuária<br />

ainda não pode ser dimensionado<br />

com exatidão, mas<br />

que é mesmo enorme em ganhos<br />

para toda a atividade.<br />

Atuando atualmente<br />

como Gerente Geral da Ciale<br />

Alta na Argentina, Müller<br />

argumenta que a intensificação<br />

dos protocolos de<br />

IATF na produção pecuária<br />

possibilitaram maior velocidade<br />

na produtividade<br />

através da melhoria genética,<br />

com redução nos custos.<br />

“Em 2010, 50% de toda a<br />

inseminação artificial em<br />

gado de corte no Brasil foi<br />

realizada através do uso de<br />

hormônios para a sincronização<br />

de cio”, diz o técnico,<br />

lembrando que houve<br />

grandes investimentos em<br />

pesquisas e na geração de<br />

produtos por parte dos laboratório,<br />

assim como enorme<br />

esforço para a difusão<br />

dessas novas tecnologias<br />

aos técnicos e ao mercado<br />

de pecuária, eliminando em<br />

muito os históricos períodos<br />

de resistência ao novo.<br />

Fábio Medeiros >>>


5 5<br />

Julho/Agosto de 2011 MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />

Março/Abril <strong>Angus@newS</strong><br />

de 2010<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

SOLUÇÃO GENÉTICA


6<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

crescimento endógeno<br />

“Para as empresas de<br />

inseminação, houve um<br />

crescimento endógeno, ou<br />

seja: os clientes já existentes<br />

passaram a inseminar muito<br />

mais, adquirindo muito mais<br />

doses de sêmen”, identifica<br />

Müller, mostrando como foi<br />

construído grande parte da<br />

verdadeira explosão especialmente<br />

nas vendas de sêmen<br />

Angus. Para ele, o surgimento<br />

da IATF, ao menos<br />

num primeiro momento, eliminou<br />

a realização de investimentos<br />

e esforços por parte<br />

das centrais de sêmen na<br />

captação de novos clientes.<br />

Por outro lado, Luis<br />

Müller lembra que os preços<br />

que vem sendo obtidos pelos<br />

bezerros (ou pelo boi de<br />

abate) são bastante remuneradores,<br />

e por isso o produtor<br />

quer sempre mais e mais<br />

bezerros, mais e mais bois/<br />

novilhos para abate. Provas<br />

o crescimento da genética<br />

Angus no Brasil também está<br />

ocorrendo na Argentina<br />

incontestes são os sucessos<br />

que vem sendo obtidos tanto<br />

pelo Programa Carne Angus<br />

Certificada, quanto pelo<br />

Programa Terneiro Angus<br />

Certificado, ambos da Associação<br />

Brasileira de Angus<br />

(ABA). E insiste que nesse<br />

boom do sêmen, o Angus<br />

tem grande destaque, por<br />

sua performance junto aos<br />

grandes rebanhos Nelore.<br />

Luis Müller está projetando<br />

para este ano um<br />

crescimento nas vendas de<br />

sêmen bastante similar ao<br />

do ano passado: cerca de<br />

20%. E ele lembra que a<br />

preferência por genética<br />

Angus, que é algo notório no<br />

MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Marcelo Vezozzo Sérgio Saud<br />

Brasil, também está ocorrendo<br />

com igual intensidade<br />

na Argentina.<br />

cri sempre<br />

apostou em Angus<br />

Sérgio Saud, diretor executivo<br />

da CRI Genética, já<br />

sai afirmando que o mercado<br />

brasileiro de sêmen é<br />

muito otimista e lembra que<br />

a CRI já vem se preparando<br />

para enfrentar esse boom<br />

do sêmen e da genética Angus<br />

no Brasil há mais de seis<br />

anos, considerando também<br />

que a empresa tem sua base<br />

na genética Angus. Ele reafirma<br />

que a CRI sempre<br />

teve a raça Aberdeen Angus<br />

como o carro-chefe de seu<br />

catálogo corte.<br />

“Numa atualização<br />

constante, os melhores criadores<br />

de Angus, especialmente<br />

dos Estados Unidos<br />

onde está o melhor em Angus<br />

no mundo, são nossos<br />

parceiros há muitos anos”,<br />

diz o executivo, afirmando<br />

que a CRI apresenta ao<br />

mercado no Brasil o que há<br />

de mais atual em sêmen Angus,<br />

tanto para animais de<br />

argola (de cabanha), voltados<br />

à produção de matrizes<br />

e reprodutores, quando para<br />

a chamada produção de<br />

campo, com destaque aos<br />

cruzamentos industriais.<br />

Ségio Saud aponta algumas<br />

razões incontestáveis<br />

para a centralização da preferência<br />

pelo sêmen e pela<br />

genética Angus. Conforme<br />

argumenta, a genética Angus<br />

dá padrão ao gado e<br />

melhora as carcaças, a carne.<br />

Internamente o consumidor<br />

brasileiro está podendo<br />

pagar mais e quer uma carne<br />

mais saborosa e macia. E<br />

os frigoríficos também estão<br />

identificando nichos de<br />

mercados no exterior e para<br />

lá mandando carne de melhor<br />

qualidade, produzida a<br />

partir de cruzamentos com<br />

Angus. Esses mesmos frigoríficos,<br />

a exemplo do que faz<br />

o Programa Carne Angus<br />

Certificada, também estão<br />

relacionando a genética Angus<br />

em seus grandes projetos<br />

de parceria com produtores,<br />

recomendando com o<br />

uso da IATF aos neloristas<br />

o cruzamento com Angus.<br />

“É a melhor genética, melhorando<br />

a carne do maior<br />

rebanho brasileiro”, aponta<br />

o executivo da CRI.<br />

Com todo esse movimento<br />

no mercado, Sérgio Saud<br />

revela que só no primeiro<br />

semestre deste 2011 a CRI<br />

registra crescimento nas<br />

vendas de sêmen Angus da<br />

ordem dos 70%<br />

Araucária: é o início<br />

da decolagem<br />

Marcelo Vezozzo, da<br />

Araucária Genética Bovina,<br />

acredita que tendo como<br />

base os dados de comercialização<br />

de sêmen Angus da<br />

Asbia – relatório 2010, em<br />

2011 o crescimento mínimo<br />

deverá ser de 30% sobre<br />

2010. “Angus não é modismo.<br />

É, isto sim, carne de<br />

qualidade, a partir de comprovado<br />

melhoramento genético”,<br />

ratifica o dirigente.<br />

Não importando se sêmen<br />

nacional ou vindo do<br />

exterior, o que o mercado<br />

quer é eficiência, diz Vezozzo.<br />

Ele apóia sua aposta<br />

de que a explosão do uso da<br />

genética Angus está apenas<br />

começando, na verdadeira<br />

parceria que estão acontecendo<br />

no mercado, unindo<br />

indústrias e produtores. “Os<br />

programas de produção de<br />

carne de qualidade, a exemplo<br />

do pioneiro Programa<br />

Carne Angus Certificada, da<br />

ABA, se multiplicam pelo<br />

Brasil, e os grandes produtores<br />

já podem contar com<br />

o apoio das áreas técnicas<br />

dos frigoríficos para selecionar<br />

os melhores touros, que<br />

melhor vão atender às suas<br />

demandas em suas regiões<br />

de atuação”, detalha Vezozzo.<br />

crV investe em<br />

provas de touros<br />

Para o gerente corte<br />

taurinos da CRV Lagoa,<br />

veterinário Cristiano Leal,<br />

o enorme incremento na<br />

comercialização de sêmen<br />

Angus, se por um lado é<br />

altamente positivo, de outro<br />

não representa novidade<br />

para quem é do agro.<br />

“Esse crescimento da genética<br />

Angus já é histórico.<br />

Já aconteceu nos estados<br />

unidos e em outros centros<br />

e era questão apenas de um<br />

maior amadurecimento do<br />

mercado brasileiro para se<br />

tornar fato também aqui”,<br />

diz o técnico.<br />

>>>


7<br />

7<br />

Julho/Agosto de 2011 MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />

Março/Abril <strong>Angus@newS</strong><br />

de 2010<br />

<strong>Angus@newS</strong>


8<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

MELHORAMENTO EDITORIAL GENÉTICO<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Ele chama a atenção dos por problemas de nutrição muito mais profissional,<br />

criadores de Angus para as e de manejo, com o auge mas técnica e consciente<br />

provas de touros que vem deste travamento ocorrendo de nossas potencialidades,<br />

sendo promovidas pela CP em 2005, que registrou na e isto se revela através do<br />

CRV Lagoa. “Nós não esta- venda de sêmen Angus de sêmen que vem sendo cada<br />

mos apenas comercializando apenas 500 mil doses. vez mais vendido, com lar-<br />

sêmen Angus. Estamos in- Avaliando o cenário nago destaque ao sêmen, à<br />

vestindo em touros nacionais cional da atualidade, Vasco genética Angus”, posiciona<br />

com vistas à geração de uma lembra que o que ocorre Beheregaray Neto.<br />

genética adaptada às condi- hoje no Brasil é quase óbções<br />

brasileiras e capaz de vio, se revisarmos os fatos Momento da<br />

remunerar melhor o criador que marcaram o crescimen- pecuária brasileira<br />

e por certo o selecionador to da raça Aberdeen Angus Depois de passar por um<br />

nacional”, defende.<br />

especialmente nos Estados processo de amadurecimen-<br />

Vasco Beheregaray Neto Mas concorda que a par- Unidos, onde ela se transto, o momento que experi-<br />

Heverardo Carvalho<br />

tir de agora são os grandes formou, há muitos anos, em menta a pecuária brasileira<br />

Mas se por um lado comemora,<br />

de outro Cristiano<br />

lamenta o ainda ganho incipiente<br />

dos selecionadores<br />

brasileiros produtores de<br />

genética de alto nível. “Do<br />

total do sêmen Angus vendido,<br />

como registra o relatório<br />

da Asbia, tão somente 34%<br />

(o que equivale a cerca de<br />

600 mil doses) são de touros<br />

nacionais”, aponta o<br />

técnico.<br />

Ele critica que o ganho<br />

maior ainda é de criadores<br />

norte-americanos e argentinos.<br />

E seu discurso tem razão<br />

de ser. Cristiano lembra<br />

que a Lagoa é a central que<br />

mais investe no fomento do<br />

sêmen Angus Nacional. Diz<br />

por exemplo, que dos pouco<br />

mais de 30% do sêmen nacional<br />

negociado em 2010,<br />

12% vieram de touros avaliados<br />

na Central de Performance<br />

CRV Lagoa, propagandeia.<br />

frigoríficos que passam a líder de mercado.<br />

comandar a festa da pecuá- Ele completa a trajeria<br />

nacional. “Como resultatória da pecuária nacional<br />

do desses grandes projetos lembrando que de 2005 em<br />

envolvendo o maior rebanho diante, aí com mais crité-<br />

brasileiro,<br />

Nelore, temos<br />

a elevação<br />

da Junto com o Angus, entramos<br />

q u a lid a d e<br />

da carne e numa fase mais profissional,<br />

da quanti- técnica e consciente<br />

dade de carcaçasabatidas.<br />

E isso só vai crescer, rios e maior tecnologia, os<br />

junto com o uso da genética cruzamentos efetivamente<br />

Angus”, afirma ele. decolaram. “Veio o uso da<br />

IATF e outras tecnologias<br />

ABs: lembrando e aliados aos confinamentos<br />

do primeiro salto e ao apoio das indústrias<br />

“O auge do uso de sêmen frigoríficas, tudo se modifi-<br />

Angus nos cruzamentos incou e melhorou muitíssimo,<br />

dustriais no Brasil ocorreu possibilitando caminhos<br />

em 2001, com 1,14 milhão seguros e o real desenvolvi-<br />

de doses”, recorda o gerente mento da pecuária brasilei-<br />

corte da ABS, Vasco Behera. “Agora, comparados ao<br />

regaray Neto. “Tempos de- chamado primeiro mundo,<br />

pois os cruzamentos entra- ingressamos numa segunram<br />

em crise, especialmente da fase de nossa pecuária,<br />

é o maior responsável pelo<br />

marcante crescimento na<br />

comercialização de sêmen<br />

Angus no País. É deste modo<br />

que o diretor da Ciale Alta<br />

(Alta Genetics)<br />

no Brasil, Heverardo<br />

Carvalho,<br />

justifica o incremento<br />

de vendas<br />

comprovado<br />

pelo relatório da<br />

Asbia relativo<br />

ao ano passado.<br />

“E este ano e nos próximos<br />

esse crescimento será ainda<br />

mais significativo, principalmente<br />

em razão dos visíveis<br />

bons resultados que já são e<br />

por certo serão obtidos com<br />

a aplicação da genética Angus<br />

nos cruzamentos industriais<br />

com gados anelorados<br />

no Brasil Central”, situa o<br />

dirigente.<br />

Heverardo recorda que<br />

até cerca de sete anos atrás,<br />

os pecuaristas realizavam o<br />

que se pode chamar de misturamento<br />

de raças, e não<br />

ganhos a partir de 20%<br />

mais. “Dessas aventuras resultaram<br />

graves problemas<br />

aos rebanhos, que demandaram<br />

algum tempo para que<br />

fosse corrigidos, a partir de<br />

uma retomada com base<br />

nas modernas informações<br />

e tecnologias disponíveis”,<br />

asseverou. Mas conforme o<br />

dirigente, há quatro ou cinco<br />

anos o mercado da pecuária<br />

tomou novos rumos no Brasil,<br />

agora corretos, e com o<br />

uso de técnica e orientação,<br />

inclusive com franca participação<br />

no processo dos<br />

grandes grupos frigoríficos,<br />

e alavancados pela excelência<br />

dos resultados do uso da<br />

IATF, os produtores passaram<br />

a cruzar certo, fazer<br />

melhoramento genético e<br />

neste processo a genética<br />

Angus é um dos componentes<br />

responsáveis por todo<br />

o sucesso que vem sendo<br />

obtido. “Não é por acaso o<br />

enorme crescimento da venda<br />

de sêmen e de genéticas<br />

cruzamentos orientados, Angus”, certifica o técnico<br />

técnicos, capazes de gerar da Ciale Alta.


9<br />

9<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL CARNE<br />

Março/Abril <strong>Angus@newS</strong><br />

de 2010<br />

<strong>Angus@newS</strong>


10<br />

Julho/Agosto de 2011 MELHORAMENTO GENÉTICO<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Escolha do sêmen:<br />

Por Ana Esteves<br />

A<br />

escolha do sêmen para<br />

realização de técnicas<br />

de inseminação artificial<br />

em bovinos é considerada<br />

como um dos momentos<br />

cruciais da atividade pecuária,<br />

quer seja para o criador<br />

que se dedica à produção<br />

de terneiros para engorda<br />

ou para aquele cujo foco é<br />

a criação e comercialização<br />

de grandes reprodutores.<br />

A tarefa não é fácil e deve<br />

sempre se basear numa série<br />

de critérios para que o material<br />

selecionado possa efetivamente<br />

ter os resultados<br />

genéticos esperados.<br />

“Na hora de escolher o<br />

sêmen é importante atentarse<br />

para as questões ligadas<br />

à sua qualidade, o que fica<br />

por conta da confiabilidade<br />

que se deposita na central<br />

que coleta e comercializa o<br />

sêmen”, afirma a geneticista<br />

da Gensys, Fernanda Brito.<br />

De acordo com a especialista,<br />

as questões ligadas ao<br />

potencial de produção do<br />

touro escolhido em relação<br />

ao objetivo que se quer para<br />

o rebanho é outro ponto a<br />

ser levado em conta. “Nisso<br />

entram as DEPs e suas respectivas<br />

acurácias que nortearão<br />

a escolha e intensidade<br />

de uso de determinado<br />

sêmen”, diz a especialista.<br />

Fernanda explica que a<br />

DEP do animal, cujo sêmen<br />

está sendo comercializado,<br />

representa a diferença de<br />

produção esperada na progênie<br />

em relação à média<br />

da população onde os filhos<br />

foram avaliados. Ou seja,<br />

a DEP se refere ao valor<br />

mais próximo possível do<br />

valor genético verdadeiro do<br />

touro, daquilo que ele pode<br />

passar através da contri-<br />

um momento crucial!<br />

buição de seu genoma para<br />

as gerações futuras. Para<br />

entender conceitualmente<br />

a DEP, a geneticista tomou<br />

como exemplo a característica<br />

número de dias para ganhar<br />

400 kg do nascimento<br />

ao sobreano (D400). “Consideremos<br />

os touros A e B,<br />

com DEPs de 40 e 10 dias,<br />

respectivamente. A diferença<br />

entre as DEPs dos touros A<br />

e B é, portanto, de 30 dias.<br />

Isto significa que se ambos<br />

os touros forem acasalados<br />

com grupos semelhantes de<br />

vacas e os produtos forem<br />

submetidos às mesmas condições<br />

ambientais, os produtos<br />

do touro A serão, em<br />

média, 30 dias mais precoces<br />

para ganhar 400 kg de<br />

peso do que os produtos do<br />

touro B”.<br />

Acurácia da deP<br />

Outro conceito importante<br />

na hora de escolher o sêmen<br />

se refere à acurácia da<br />

DEP. Fernanda Brito mede<br />

justamente o quão próximo<br />

a DEP está do valor genético<br />

verdadeiro. É a correlação<br />

entre estes dois valores.<br />

A acurácia indica, portanto,<br />

o grau de confiança depositado<br />

na estimativa da DEP.<br />

Os valores de acurácia podem<br />

variar de 0 a 1 (ou 0 a<br />

100), sendo que os valores<br />

mais elevados indicam maior<br />

segurança na estimativa da<br />

DEP. “A acurácia é uma função<br />

da quantidade de informação<br />

disponível para avaliação<br />

do touro. São fontes<br />

de informação os dados do<br />

seu próprio desempenho, do<br />

desempenho de sua progênie<br />

e de todos os seus parentes<br />

(pai, mãe, irmãos inteiros,<br />

meio-irmãos, etc.). Quanto<br />

maior a quantidade de informação<br />

disponível, mais elevado<br />

é o valor da acurácia”.<br />

importância dos<br />

sumários<br />

O geneticista Mário Pic-<br />

Fernanda Brito<br />

coli, também da equipe da<br />

Gensys, destaca ainda o uso<br />

dos sumários como critério<br />

essencial na hora de escolher<br />

o sêmen. “Com esse<br />

documento de dados, o produtor<br />

tem a certeza de estar<br />

escolhendo touros testados”,<br />

valoriza. Além disso, o especialista<br />

enfatizou a importância<br />

de serem escolhidos<br />

animais jovens, incluídos nos<br />

parâmetros de aval da raça.<br />

“É o sumário que norteia a<br />

compra de animais bem ranqueados<br />

e o produtor deve<br />

preferir sempre os 10% melhores<br />

e mais jovens.”<br />

Terneiros ou Touros?<br />

Piccoli enfatiza que as<br />

duas principais características<br />

observadas pelos produtores<br />

devem ser sempre as<br />

que se referem à produtividade<br />

dos animais, para quem<br />

trabalha com terneiros para<br />

engorda e, por outro lado, os<br />

aspectos reprodutivos, para<br />

os criadores que se dediquem<br />

à produção de touros. “Só<br />

depois é que os produtores<br />

devem fazer o tal pente fino<br />

do fenótipo, de acordo com<br />

a identidade de seu rebanho:<br />

se é vermelho ou preto, se<br />

tem pelo mais comprido ou<br />

mais curto, entre outros”.<br />

o Mérito genético<br />

Fernanda Brito complementa<br />

e explica que a seleção<br />

do sêmen costuma ser<br />

feita com base em mais de<br />

uma característica, formando<br />

um índice que agrega<br />

num único valor o Mérito<br />

Genético total do animal. As<br />

características são definidas<br />

buscando-se um equilíbrio<br />

entre as características de<br />

carcaça (avaliadas através<br />

de ultra-som e de escores<br />

visuais de conformação, precocidade<br />

e musculatura), a<br />

velocidade de ganho de peso<br />

(expressa em kg ou dias) e<br />

o perímetro escrotal (como<br />

indicadora de precocidade<br />

sexual).<br />

Ao traçar um comparativo<br />

entre as provas nacionais<br />

e as importadas, Fernanda<br />

diz que as produzidas no<br />

Brasil não deixam nada a<br />

desejar em relação às constituídas<br />

fora do País. “Pelo<br />

contrário, o volume de dados<br />

produzido em nosso país<br />

provoca “inveja” nos estrangeiros<br />

dependendo da raça”.<br />

O que acontece é que há<br />

características medidas em<br />

programas estrangeiros que<br />

não apresentam um volume<br />

expressivo aqui e vice-versa<br />

o que dá o caráter de complementariedade<br />

entre as<br />

provas nacionais e as fora do<br />

Brasil.<br />

genótipo-Ambiente<br />

Sobre a questão da interação<br />

genótipo-ambiente,<br />

numa situação em que o<br />

sêmen de um reprodutor de<br />

um país é exportado para<br />

outro, a geneticista explica<br />

que avaliar e considerar essa<br />

interação em programas de<br />

melhoramento pode trazer<br />

vantagens econômicas significativas.<br />

“Tanto no sentido<br />

de detectar a significância<br />

dessa interação, como no de<br />

utilizá-la na seleção, predizendo<br />

e otimizando os ganhos<br />

de acordo com os diferentes<br />

sistemas de produção”. Ela<br />

lembra que o fenótipo dos<br />

indivíduos é o resultado de<br />

seu genótipo, manifestado<br />

segundo o ambiente em que<br />

este indivíduo está exposto.<br />

Desconsiderar a ocorrência<br />

de interação genótipo-ambiente<br />

nos modelos em que<br />

ela de fato ocorre não tem<br />

implicação nas propriedades<br />

estatísticas da DEP, porém a<br />

sua aplicação na seleção de<br />

animais em ambientes muito<br />

diferentes daqueles em que<br />

os dados foram coletados<br />

fica prejudicada e o progresso<br />

genético esperado se torna<br />

menor.<br />

nacional ou importado?<br />

Para o veterinário Luis<br />

Alberto Müller, Gerente Geral<br />

da Ciale Alta na Argentina,<br />

independentemente de<br />

ser nacional ou importado,<br />

o sêmen a ser utilizado deve<br />

ser selecionado de acordo<br />

com a adequação da necessidade<br />

do sistema produtivo,<br />

do tipo de gado, do meio ambiente<br />

onde está a produção<br />

e do objetivo da exploração.<br />

Müller observa que a genética<br />

Angus, por sua enorme<br />

variedade genética, possibilita<br />

um amplo espectro<br />

de escolhas.<br />

“Até demorou, mas a genética<br />

Angus e seus ganhos<br />

finalmente foram descobertos<br />

e estão sendo cada vez<br />

mais utilizados pelo mercado,<br />

com visíveis ganhos<br />

a todos os componentes do<br />

processo, começando pelos<br />

produtores e terminando<br />

com os consumidores finais”,<br />

observa o técnico.<br />

Mário Piccoli


11<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Julho/Agosto de 2011 LEILÕES EDITORIAL CHANCELADOS<br />

Março/Abril <strong>Angus@newS</strong><br />

de 2010


12<br />

Julho/Agosto de 2011 MELHORAMENTO GENÉTICO<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Por Alexandre<br />

Gruszinsky<br />

A<br />

tecnologia da IATF<br />

(Inseminação Artificial<br />

em Tempo Fixo)<br />

vem destacando o Brasil<br />

entre os demais países produtores<br />

de carne. Não somos<br />

apenas um dos maiores<br />

usuários dessa moderna<br />

ferramenta no mundo da<br />

pecuária, como também<br />

temos o maior projeto de<br />

inseminação por IATF de<br />

todo o planeta. Localizado<br />

no estado do Pará, o projeto<br />

contempla 130 mil matrizes<br />

inseminadas com esta tecnologia.<br />

A informação é do<br />

gerente técnico responsável<br />

pela linha de produtos reprodutivos<br />

da MSD Saúde<br />

Animal, uma empresa do<br />

grupo Merck, João Paulo<br />

Barbuio.<br />

Falando para o Angus@<br />

newS, o técnico explica que<br />

a tecnologia da IATF foi de-<br />

TÉCNICOS CREDENCIADOS<br />

Utilize os serviços do Corpo Técnico da Associação<br />

UF CIDADE NOME TELEFONES<br />

PR Arapongas Antônio Francisco Chaves Neto 43 3275.1811 / 43 9972.0309<br />

SC Lages Aristorides Tadeu Ribeiro de Melo 49 9146 5455<br />

RS Porto Alegre Dimas Correa Rocha 51 9904.3356<br />

RS Bagé Fábio Azeredo 53 9946.6031<br />

RS Porto Alegre Fernando Furtado Velloso 51 3392.6502 / 51 9835.8100<br />

RS Alegrete Flávio Montenegro Alves 55 3422.7595 / 55 9974.3024<br />

RS Vacaria Ivan Pedro Verdi Guazzelli 54 9117.0773<br />

RS Cachoeira do Sul Joel Rocha Scroferneker 51 3724.2495 / 51 9975.1985<br />

No Pará,<br />

maior Projeto de IATF do mundo<br />

senvolvida para dar maior<br />

dinamicidade à pecuária,<br />

eliminando duas limitações<br />

que existem na inseminação<br />

artificial: a duração do cio<br />

das fêmeas de origem zebuína<br />

que é mais curto que o<br />

das fêmeas de origem taurina,<br />

e o intervalo entre os cios<br />

das vacas paridas, tanto das<br />

espécies européias quanto<br />

das zebuínas, que vai de 90<br />

a 120 dias após a parição.<br />

Como o intervalo do cio das<br />

vacas é de 12 horas a cada<br />

21 dias, sendo somente no<br />

período dessas 12 horas que<br />

as fêmeas aceitam o macho<br />

ou podem ser inseminadas<br />

artificialmente, o pecuarista<br />

inseminava todo o seu rebanho<br />

num período muito<br />

maior, porque os cios não<br />

ocorrem ao mesmo tempo<br />

em todas as vacas.<br />

“Após o surgimento da<br />

IATF, porém, aquelas limitações<br />

foram superadas e já<br />

é possível a inseminação de<br />

todo o rebanho ao mesmo<br />

tempo”, destaca o especia-<br />

lista.<br />

A IATF foi desenvolvido<br />

em pesquisas nos Estados<br />

Unidos e Europa e começou<br />

a ser usado no Brasil no final<br />

da década de 80 e início<br />

dos anos 90 pelo professor<br />

Ed Hoffmann Madureira,<br />

do Departamento de Reprodução<br />

Animal da Faculdade<br />

de Medicina Veterinário e<br />

Zootecnia da Universidade<br />

de São Paulo. A tecnologia<br />

permite a sincronização do<br />

cio através de um tratamento<br />

hormonal, com hormônios<br />

que são produzidos pelos<br />

próprios animais. O Protocolo<br />

é composto por um conjunto<br />

de injeções e implantes<br />

auriculares ou intra-vaginais<br />

que são aplicados nas fêmeas<br />

e permitem manipular os<br />

seus hormônios naturais e<br />

sincronizar o cio.<br />

A tecnologia se tornou<br />

disponível comercialmente<br />

em fins do século passado<br />

e início do ano 2000, mas o<br />

seu “boom” se deu a partir<br />

de 2007 para cá. “Segun-<br />

do estatísticas, em 2001 a<br />

inseminação por IATF atingia<br />

somente 1% das vacas<br />

inseminadas artificialmente.<br />

No ano passado os dados<br />

mostraram que este<br />

percentual já havia atingido<br />

os 50%”, informa o técnico<br />

da Merck.<br />

Na análise de João Paulo<br />

este é o fator que vem<br />

ocasionando o crescimento<br />

das vendas de sêmen no<br />

Brasil nos últimos anos. Ele<br />

lembra que historicamente<br />

a média da venda de sêmen<br />

no País era de sete milhões<br />

de doses por ano, mas a<br />

partir de 2007 este número<br />

vem crescendo em torno de<br />

um milhão por ano. “E isto<br />

é em função da utilização<br />

desse Protocolo, cujo objetivo<br />

é aumentar a eficiência<br />

e agregar valor a pecuária”,<br />

complementa ele.<br />

De acordo com o gerente<br />

da Merck, na estação de<br />

monta 2010/2011 foram<br />

inseminadas por IATF 5,5<br />

milhões de matrizes. A ex-<br />

pectativa é que se inseminem<br />

cerca de sete milhões<br />

nesta próxima estação.<br />

Angus vai<br />

crescer bem mais<br />

O zootecnista e gerente<br />

da linha genômica da Merck,<br />

Alexandre Zadra, não<br />

tem dúvidas de que a utilização<br />

do IATF impulsionará<br />

cada vez mais a venda<br />

de sêmen. Ele acredita que<br />

a raça Angus em particular<br />

presenciará um crescimento<br />

ainda maior em 2011 do<br />

que já teve no ano passado.<br />

“Os programas de carne<br />

vem promovendo o crescimento<br />

do uso de sêmen<br />

Angus porque ele complementa<br />

o zebu e como a vaca<br />

Nelore é a matriz da pecuária<br />

no Brasil tropical e existe<br />

uma demanda crescente<br />

por parte da indústria por<br />

carcaças de animais jovens<br />

e bem acabados a tendência<br />

de utilização do Angus na<br />

inseminação será crescente”,<br />

conclui.<br />

UF CIDADE NOME TELEFONES<br />

RS Cachoeira do Sul José Carlos Guasso 15 9602.0365 / 55 9995.8189<br />

RS São Borja Josemin de Lima Guerreiro 55 3431.6497 / 55 9977.6644<br />

PR Cascavel Luis Augusto Copetti 45 9972.3425<br />

RS Pelotas Luiz Sérgio Santos de Faria 53 3225.3805 / 53 9983.0813<br />

RS S. do Livramento Luiz Walter Leal Ribeiro 55 9112.3916 / 55 3242.1312<br />

RS Sto. Antônio Patrulha Pedro Adair F. dos Santos 51 9837.6501 / 55 9969.1464<br />

SP S. J. do Rio Preto Rednilson Morelli Goes 17 9114.6487 / 17 9608.2674<br />

RS Uruguaiana Renato Pinto Paiva 55 3412.5339 / 55 9977.7281<br />

SP Promissão Tito Mondadori 14 8147.7797


13<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


14<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Por Horst Knak<br />

No final de junho, a<br />

ultrassonografia foi<br />

o tema central do I<br />

Workshop Internacional de<br />

Avaliação Animal, realizado<br />

na Faculdade de Agronomia<br />

da Ufrgs, em Porto Alegre,<br />

RS, e organizado pelo<br />

professor e especialista do<br />

tema,Jaime Tarouco, tendo<br />

a ABA como uma das patrocinadoras.<br />

Convidados<br />

especiais de Tarouco, dois<br />

técnicos norte-americanos<br />

concentraram as atenções.<br />

O diretor executivo da Ultrasound<br />

Guidelines Council,<br />

PhD Michael Tess, explicou o<br />

funcionamento do sistema de<br />

MELHORAMENTO GENÉTICO<br />

Ultrassonografia<br />

O início da certificação no País<br />

ultrassonografia em seu país,<br />

onde é uma tecnologia consagrada<br />

há pelo menos 15<br />

anos. Nos dias 30 de junho e<br />

1º de julho, foram realizados<br />

o treinamento e certificação<br />

de técnicos de laboratório<br />

para a prática da ultrassonografia<br />

bovina, conduzidos<br />

pela UGC.<br />

A UGC – criada pelas<br />

principais associações de<br />

raça dos EUA - é o órgão<br />

certificador de técnicos e<br />

coordenador do sistema de<br />

ultrassonografia de carcaças<br />

nos Estados Unidos.<br />

Além de preparar técnicos,<br />

fiscaliza e regula a atividade.<br />

Segundo Michael Tess,<br />

os valores variam entre US$<br />

15 e US$ 20 por animal<br />

avaliado. Na raça Angus,<br />

somente em 2010, foram<br />

avaliados 200 mil cabeças.<br />

No gado fino, todos os machos<br />

e fêmeas entram no<br />

programa de ultrassonografia,<br />

o que garante resultados<br />

próximos da perfeição na<br />

avaliação do rebanho.<br />

O técnico Mike Henry,<br />

que atua na National Cup<br />

Lab (Centralized Ultrassound<br />

Processing), um dos<br />

laboratórios credenciados<br />

pela UGC, definiu a questão<br />

com uma frase: o melhoramento<br />

genético não pode<br />

ser atingido se não for possível<br />

medi-lo. Em sua palestra,<br />

explicou que a idéia<br />

de usar a ultrassonografia<br />

no melhoramento genético<br />

foi dos pesquisadores John<br />

Crouch (ligado à American<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Mike Henry Michael Tess<br />

Angus Association) e David os softwares e os equipa-<br />

Nichols, com a participamentos só terão a eficiênção<br />

efetiva de Doyle Wilson cia desejada se as imagens<br />

e Gene Rouse. A partir de tiverem alta qualidade e os<br />

2001 o sistema informati- dados gerados forem muito<br />

zado foi usado na avaliação precisos. Com isso reduzem-<br />

genética, sendo adotado pese os erros de interpretação<br />

las Associações de Raça dos e os ganhos genéticos se<br />

EUA. Segundo ele, todos tornam possíveis. >>>


15<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


16<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Jaime Tarouco Luciano Andrade<br />

Para a indústria, o ultrassom é uma<br />

ferramenta que vai acrescentar<br />

qualidade ao produto final<br />

O gerente de fomento do<br />

Marfrig, Luciano Andrade,<br />

assinalou em sua palestra<br />

a necessidade da indústria<br />

de identificar produtores<br />

e sistemas que direcionam<br />

para qualidade. De acordo<br />

com os produtos ofertados,<br />

a empresa já possui<br />

nichos de mercados específicos.<br />

Por isso, ele explicou<br />

que se busca a superação<br />

das principais dificuldades,<br />

como a avaliação pu-<br />

MELHORAMENTO GENÉTICO<br />

ramente visual, a falta de<br />

equipamentos precisos,<br />

a falta de padronização<br />

dos rebanhos, diferenças<br />

nos tamanhos dos lotes e<br />

a falta do pagamento por<br />

mérito.<br />

Segundo ele, as novas<br />

tecnologias – em especial<br />

o ultrassom – vão beneficiar<br />

diretamente os mercados<br />

da alta gastronomia, o<br />

“doméstico premium”, as<br />

churrascarias, a exportação<br />

de carne de qualidade<br />

e o mercado do vitelo. Segundo<br />

ele, estes segmentos<br />

muito exigentes também<br />

empurram a indústria para<br />

os caminhos da ultrassonografia.<br />

Ele explica: “a alta<br />

gastronomia (o restaurante<br />

Varanda Grill, por exemplo)<br />

quer grande área de<br />

olho de lombo, peças com<br />

determinado tamanho e<br />

comprimento, marmoreio,<br />

acabamento, peso final e<br />

idade de abate, um tempo<br />

mínimo de confinamento,<br />

entre outras exigências”.<br />

Segundo ele, o ultrassom<br />

indica que determinado<br />

animal tem potencial para<br />

preencher as exigências de<br />

um segmento específico de<br />

mercado.<br />

Já na linha doméstica<br />

premium – onde estão<br />

perfilados a dona de casa<br />

e o churrasqueiro de fim<br />

de semana – conta muito<br />

a maciez e o acabamento<br />

do produto. “Para termos<br />

carne macia, precisamos<br />

trabalhar muito a idade de<br />

abate e a genética. Atualmente<br />

o Marfrig apresenta<br />

ao consumidor a compra<br />

destes cortes já porcionados<br />

– o que representa<br />

qualidade com economia.<br />

O consumidor abre a embalagem<br />

e consome, sem<br />

qualquer perda”, aponta.<br />

Já para as churrascarias<br />

de porte, a apresentação<br />

do corte é fundamental.<br />

Para Luciano Andrade,<br />

do ponto de vista da indústria,<br />

a ultrassonografia<br />

tem importância estratégi-<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

ca, porque contribui para a<br />

antecipação do potencial<br />

animal, permite estimar o<br />

retorno econômico, permite<br />

racionalizar o manejo e<br />

o tempo de confinamento,<br />

bem como a padronização<br />

dos lotes. Cada dia a menos<br />

em confinamento representa<br />

um enorme ganho<br />

financeiro para a cadeia.<br />

Para Luciano, a ultrassonografia<br />

vai caminhar lado<br />

a lado com outras técnicas<br />

de ponta, como a inseminação<br />

artificial, o cruzamento<br />

industrial, as dietas de<br />

alta concentração, a IATF,<br />

a transferência de embriões<br />

e o uso de grãos inteiro<br />

no acabamento.<br />

O professor da faculdade<br />

de Zootécnica da USP,<br />

Saulo da Luz e Silva, destacou<br />

a importância da avaliação<br />

das características<br />

que interferem na produção<br />

de carne de qualidade. Ele<br />

apresentou suas pesquisas<br />

e aplicações desenvolvidas<br />

no Brasil Central.


17<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


18<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Aspectos Técnicos<br />

Rednilson<br />

Moreli Gois<br />

A produção in vitro de<br />

embriões, nada mais é que<br />

uma evolução na técnica de<br />

transferência de embriões<br />

(in vivo), essa tecnologia<br />

(FIV) envolve as etapas de<br />

recuperação e maturação<br />

dos oócitos, a fertilização<br />

ou fecundação do oócito<br />

maduro e subseqüente desenvolvimento<br />

embrionário<br />

in vitro e sua inovulação em<br />

receptoras. Com o advento<br />

da FIV, outras tecnologias<br />

relacionadas a reprodução<br />

também ganharam força<br />

comercialmente como a clonagem<br />

e transgenia animal<br />

(produção de animais transgênicos<br />

e clones), novas técnicas<br />

de criopreservação de<br />

embriões (vitrificação).<br />

Para maior compreensão<br />

da técnica, dividimos em<br />

três técnicas distintas envolvidas<br />

na FIV:<br />

1º Aspiração Folicular.<br />

2º Produção in vitro do<br />

embrião.<br />

3º Inovulação do embrião<br />

na receptora.<br />

Aspiração Folicular: é<br />

feita através da utilização<br />

de imagens feitas por ultrassonografia,<br />

com o auxilio<br />

de uma guia (probe e<br />

agulha) e bomba de vácuo,<br />

os folículos ovarianos são<br />

aspirados e seus oócitos são<br />

recuperados, lavados, classificados<br />

e encaminhados<br />

para o laboratório.<br />

Fatores que influenciam<br />

na recuperação e<br />

qualidade dos oócitos:<br />

- Doadora: idade, estado<br />

corporal, nutrição, raça e ciclo<br />

estral.<br />

- Responsável técnico:<br />

habilidade e equipamento.<br />

Produção in vitro dos<br />

embriões (FIV) esta dividida<br />

em três etapas: maturação,<br />

fertilização e cultivo in<br />

vitro. A maturação ocorre<br />

em 24 horas , começando<br />

na hora que os oócitos são<br />

aspirados e colocados em<br />

meios de maturação e concentração<br />

de CO² controlados<br />

(estufas de CO²). Após<br />

as 24 horas de maturação<br />

os oócitos estão aptos a fecundação,<br />

com sêmen previamente<br />

escolhido e preparado<br />

para a fertilização<br />

in vitro. O cultivo começa a<br />

partir dos oócitos serem fecundados<br />

(Clivagem) e seu<br />

desenvolvimento até embriões<br />

(Blastócitos) tem a duração<br />

de 7 dias.<br />

Fatores que influenciam<br />

na produção e cultivo<br />

de embriões<br />

- Transporte dos oócitos:<br />

temperatura e meio de<br />

transporte adequado.<br />

- Distancia: quanto menor<br />

a distancia maior a pro-<br />

A seleção em tempos de<br />

globalização, mudanças climáticas<br />

e tecnologias genômicas<br />

OPINIÃO<br />

e Comerciais da FIV<br />

Com o avanço da pecuária brasileira nos últimos anos , apresentou-se<br />

importante papel na evolução da economia e desenvolvimento do país.<br />

Segundo o Conselho Nacional da Pecuária de Corte a partir de 2007 o Brasil<br />

consolidou-se como o maior exportador mundial de carne bovina. Esse ganho<br />

deve-se a melhoria da produtividade e qualidade da carne, aos avanços<br />

alcançados na criação (manejo e alimentação) e ao potencial genético dos<br />

animais, principalmente na produção de reprodutores através da Técnica de<br />

FIV, raças Zebuínas desde 2000 e agora as raças taurinas ganham força,<br />

principalmente o Angus<br />

dução (08 horas).<br />

- Qualidade dos oócitos:<br />

quanto maior melhor a produção<br />

- Sêmem: variações entre<br />

touros e raças, conservação<br />

e partidas.<br />

- Acasalamento: variações<br />

individuais entre touros<br />

e doadoras.<br />

- Condições de produção<br />

in vitro dos embriões: Laboratório,<br />

meios utilizados,<br />

treinamento e qualificação<br />

dos profissionais.<br />

Inovulação do embrião<br />

(Blastocisto) nas receptoras<br />

ocorre 8 dias após a<br />

aspiração folicular (1 dia<br />

maturação, 7 dias de cultivo<br />

e desenvolvimento embrionário),<br />

são transferidos<br />

somente os embriões grau 1<br />

de qualidade, e alguns fatores<br />

influenciam no índice de<br />

prenhez desses embriões:<br />

- Qualidade, avaliação e<br />

seleção do embrião;<br />

- Receptoras: estado<br />

cor poral, qualidade do corpo<br />

lúteo.<br />

- Responsável Técnico:<br />

habilidade do veterinário.<br />

- Sincronização do embrião<br />

e receptora: estagio<br />

de desenvolvimento do embrião<br />

é data do cio base da<br />

receptora.<br />

- Distância: 12 horas.<br />

Principais vantagens<br />

na produção de embrião<br />

pela técnica de FiV<br />

- Pode ser usada em conjunto<br />

a coleta de embrião<br />

convencional, aumentando o<br />

nº de embriões, conseqüen-<br />

temente aumentando o numero<br />

de gestações de uma<br />

única doadora em um curto<br />

período de tempo.<br />

- Intervalo entre aspirações<br />

: doadoras podem ser<br />

aspiradas 1 vez por semana.<br />

- Indicado para fêmeas<br />

em diversas faixas etárias:<br />

bezerras pré-pubis (diminuição<br />

do intervalo entre gerações)<br />

ate vacas senis.<br />

Alguns números da evolução de FIV no Brasil.<br />

Hoje somos os maiores produtores de<br />

embriões de FIV do mundo.<br />

Técnica 2000 2006<br />

FIV 12.597 196.663 1561%<br />

TE 38.595 69.886 181%<br />

TOTAL 51.199 266.549 521%<br />

SBTE<br />

Produção de embriões de FIV,<br />

mostra a evolução nos resultados.<br />

Ano Oócito Embriões (BL) % BL Prenhes<br />

2002 18.246 5.814 32% 28%<br />

2009 103.071 35.226 34% 40%<br />

Vitrogen<br />

Efeitos das Raças.<br />

Com maior utilização da técnicas em raças zebuínas,<br />

observamos melhores resultados que em raças taurinas.<br />

Raça Oócito BL % BL<br />

Angus 2.149 513 24%<br />

Brahma 143.678 51.235 36%<br />

Brangus 963 215 22%<br />

Hereford 767 269 35%<br />

Holandês 2972 797 27%<br />

Embryo<br />

Concluímos com isso que o emprego da FIV em animais<br />

de alto valor genético, para produção de matrizes e touros<br />

(reprodutores) vai a cada ano contribuindo mais com o<br />

desenvolvimento da pecuária de corte no Brasil.<br />

Central Embryo Rio Preto, SP<br />

Embryo Sul – Alegrete, RS<br />

www.centralembryo.com.br<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

- Reprodução de doadoras<br />

que não respondem bem<br />

aos protocolos de super<br />

ovulação ou que apresentam<br />

patologia reprodutivas<br />

adquiridas (mucometra,<br />

obstrução de tuba uterina,<br />

aderência de útero, etc.)<br />

- Doadoras gestantes:<br />

ate o 4º mês de gestação<br />

- Não administração de<br />

hormônios: nos casos onde<br />

alguns proprietários mostram-se<br />

contrários e reticentes<br />

ao uso dos mesmos.<br />

- Pós-morte: Fêmeas de<br />

alto valor genético que por<br />

algum motivo morreram ou<br />

foram sacrificadas.<br />

- Alto custo de dose de<br />

sêmen de alguns touros: 01<br />

dose para cada 10 doadoras<br />

(em torno de 300 oócitos<br />

por dose de sêmen).


19<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


20<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Feira da Novilha<br />

Angus – Expointer<br />

A Associação Brasileira de Angus, Santa Úrsula Remates<br />

e Farsul estão preparando para este ano mais<br />

uma edição da Feira da Novilha Angus, evento que em<br />

sua IV Edição já é sinônimo de volume e qualidade de<br />

ventres da raça na Expointer.<br />

Na edição de 2010, 540 ventres Angus foram ofertados<br />

e comercializados com liquidez e valorização superior.<br />

Os compradores reconhecem o trabalho de seleção<br />

que é feito pelos técnicos da ABA e identificam na<br />

feira a oportunidade de compra de animais superiores<br />

que vão produzir eficiência e rentabilidade nas propriedades.<br />

A edição deste ano será realizada em 3 de setembro,<br />

às 14h, na pista J – Parque de Exposições Assis Brasil.<br />

A intenção é superar o volume de animais ofertados na<br />

edição anterior, com qualidade ainda melhor.<br />

Auditoria internacional aprova<br />

certificação Programa Angus<br />

A certificadora internacional<br />

Ausqual, através da<br />

sua subsidiária Brasil Certificação,<br />

aprovou mais uma<br />

vez o Programa Carne Angus<br />

Certificada em todos os<br />

quesitos avaliados. A aprovação<br />

foi concedida após<br />

auditoria realizada pelos<br />

auditores, Guilherme Beil<br />

Amado e Samira Baldin que<br />

visitaram no final de junho<br />

e primeira semana de julho<br />

as unidades dos frigoríficos<br />

parceiros no Rio Grande do<br />

Sul, São Paulo e Goiás. Com<br />

isso, o Programa Carne Angus<br />

Certificada é o único da<br />

área de carnes do Brasil a<br />

contar com certificação internacional<br />

desde 2007. As<br />

auditorias são periódicas e<br />

os especialistas da Brasil<br />

Certificação verificam todos<br />

os processos e registros do<br />

programa da ABA, atestando<br />

sua confiabilidade.<br />

O subgerente da ABA e<br />

coordenador dos programas<br />

de carne de qualidade,<br />

Fabio Medeiros explica que<br />

para atingir o atual status<br />

de certificação internacional,<br />

a ABA iniciou em 2005<br />

a padronização dos processos<br />

envolvidos. Também capacitou<br />

inspetores e instalou<br />

sistema de gestão pela<br />

qualidade que normatiza<br />

os procedimentos de todas<br />

as etapas do programa: das<br />

questões internas de certificação<br />

da carne até as relacionadas<br />

à satisfação dos<br />

pecuaristas e dos consumidores<br />

finais.<br />

O presidente da ABA,<br />

Paulo de Castro Marques<br />

ressalta que, “ter o aval de<br />

uma certificadora internacional,<br />

como a Ausqual, é<br />

fundamental para o Programa<br />

Carne Angus Certificada,<br />

pois evidencia a<br />

credibilidade e a idoneidade<br />

do selo fornecido pela Associação<br />

Brasileira de Angus<br />

apenas para os frigoríficos<br />

parceiros”, conclui.<br />

CARNE<br />

O Marfrig, ABA e Progen<br />

realizaram nos meses<br />

de março a maio uma rodada<br />

de divulgação e implantação<br />

do Programa de Fomento<br />

Angus no Rio Grande<br />

do Sul. A iniciativa visou<br />

fortalecer a integração entre<br />

indústria e produtor, por<br />

meio de reuniões com os<br />

produtores de terneiros e<br />

invernadores das principais<br />

regiões produtoras de carne<br />

de qualidade do Estado.<br />

“Nossa parceria com o<br />

projeto se dá pelo fornecimento<br />

de material genético<br />

para inseminação artificial<br />

e para IATF (Inseminação<br />

Em sua VIII edição, o<br />

tradicional evento da ABA<br />

na Expointer traz neste ano<br />

a temática da “Estruturação<br />

da cadeia da carne para<br />

agregação de valor”. O evento,<br />

que tem transmissão pelo<br />

Canal Rural, apresenta como<br />

destaque a palestra do Diretor<br />

da Abiec – Fernando<br />

Sampaio, que apresenta o<br />

novo programa de marketing<br />

capitaneado pela entidade<br />

para a promoção da imagem<br />

da pecuária Brasileira.<br />

O Programa “Pecuária<br />

do Brasil” conta ao mundo,<br />

A ABA participa pelo terceiro ano consecutivo da Vitrine da<br />

Carne Gaúcha, uma promoção do Sistema Farsul que visa valorizar<br />

as marcas de carnes de qualidade produzidas no estado.<br />

A atividade totalmente interativa é composta de uma explanação<br />

sobre a qualidade das carnes enquanto é realizada uma<br />

desossa ao vivo onde os participantes tem a oportunidade de entender<br />

como as marcas de carnes apresentadas são produzidas,<br />

a origem , denominação e melhor forma de preparo dos cortes<br />

da carne Angus.<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Programa Marfrig Fomento Angus<br />

Artificial em Tempo Fixo),<br />

além da coordenação de<br />

serviços e apuração dos<br />

dados para as reuniões”,<br />

observou o sócio diretor da<br />

Alta Progen, Fábio Barreto.<br />

Dentro da agenda de<br />

reuniões de divulgação do<br />

Programa de Fomento Angus,<br />

os detalhes sobre o funcionamento<br />

do programa,<br />

bonificações aos produtores<br />

de Angus no Marfrig e alguns<br />

resultados dos abates<br />

do Programa de Carne Angus<br />

da ABA tem despertado<br />

interesse de produtores das<br />

principais praças de gado<br />

de corte do Rio Grande do<br />

Sul, agrupando cerca de<br />

120 pecuaristas por evento.<br />

Segundo Fábio Schuler<br />

Medeiros, subgerente<br />

da ABA - Programa Carne<br />

Angus Certificada, que participou<br />

das reuniões realizadas<br />

nas principais feiras do<br />

Estado gaúcho, a iniciativa<br />

de estimular o emprego de<br />

tecnologia e o investimento<br />

do produtor de terneiros na<br />

genética Angus, que agrega<br />

produtividade e valorização<br />

ao produto, é vista como<br />

muito positiva. A entidade<br />

busca dar sua contribuição<br />

levando até o pecuarista<br />

o direcionamento para o<br />

produto ideal que cada vez<br />

mais está sendo valorizado<br />

pela indústria da carne e<br />

pelo consumidor.<br />

O Programa Marfrig Fomento<br />

Angus é um trabalho<br />

de base que visa ampliar<br />

a oferta de matéria-prima<br />

que vai abastecer a indústria<br />

nos próximos anos e<br />

orientar os produtores para<br />

as atuais tendências do negócio<br />

da carne. É, portanto,<br />

o reconhecimento da Marfrig<br />

sobre a qualidade da<br />

carne Angus, produto que<br />

tende a ter cada vez mais<br />

valorização dentro do mercado.<br />

Veja mais em www.<br />

marfrig.com.br/fomento<br />

Workshop da Carne Angus: novidades!<br />

e inclusive aos Brasileiros<br />

urbanos, a origem, evolução<br />

e conquistas de nossa<br />

pecuária através de dados,<br />

informações atualizadas e<br />

principalmente mostrando<br />

como é produzida nossa<br />

carne de norte a sul do País.<br />

Este trabalho será realizado<br />

de forma integrada entre os<br />

elos da cadeia. A Associação<br />

Brasileira de Angus (ABA) é<br />

apoiadora oficial deste projeto<br />

e participa através de seu<br />

diretor de Marketing – Luiz<br />

Felipe Moura e do coordenador<br />

do Programa Carne Angus<br />

– Fábio Medeiros – das<br />

discussões do projeto.<br />

O Programa Pecuária do<br />

Brasil será apresentado no<br />

workshop sendo esta a pri-<br />

meira exposição do mesmo<br />

em caráter nacional, com<br />

transmissão ao vivo.<br />

O Evento conta também<br />

com um painel sobre comercialização<br />

agropecuária<br />

que explora através de especialistas<br />

de nível nacional<br />

as diferentes modalidades<br />

de negociação existente no<br />

Brasil e discute alternativas<br />

de harmonização da relação<br />

comercial – produtor x industria,<br />

através da utilização<br />

de indicadores como o índice<br />

ESALQ, alem de expor<br />

algumas ferramentas para<br />

análise de longo prazo na<br />

pecuária.<br />

O evento acontece na<br />

Casa da RBS, no dia 01 de<br />

setembro, às 13h30min.<br />

Vitrine da Carne Gaúcha - Expointer


21<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


22<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

O<br />

produtor de animais<br />

de genética Angus<br />

que participa do Programa<br />

Carne Angus Certificada,<br />

da Associação Brasileira<br />

de Angus (ABA), já<br />

sabe que precisa observar<br />

as exigências dos frigoríficos<br />

parceiros do programa,<br />

porque o tipo de animal determinado<br />

pelos frigoríficos<br />

para abate no programa, é<br />

justamente o que o mercado<br />

consumidor quer. E com<br />

o avanço do programa da<br />

ABA, em qualidade e quantidade<br />

de animais abatidos,<br />

o presidente da entidade,<br />

Paulo de Castro Marques,<br />

faz um novo desafio aos produtores:<br />

superar neste ano a<br />

edição de 2010 do Concurso<br />

de Carcaças Angus.<br />

A Associação Brasileira<br />

de Angus (ABA) e a Mar-<br />

CARNE<br />

Concurso de Carcaças quer<br />

qualidade em<br />

quantidade<br />

ABA e Marfrig desafiam produtores a superar edição de 2010<br />

frig Alimentos promovem<br />

esta 6ª edição do Concurso<br />

de Carcaças Angus, com<br />

abate técnico na unidade<br />

de Alegrete do Marfrig, em<br />

23 de setembro de 2011,<br />

em categorias de animais<br />

definidos e cruzados em separado.<br />

Serão avaliadas as<br />

características economicamente<br />

relevantes de carcaça<br />

bovina, como idade, grau de<br />

acabamento, conformação,<br />

peso e até a sanidade do lote<br />

e podem participar os criadores<br />

de Angus e Cruza Angus<br />

do Rio Grande do Sul.<br />

Sintonizados com a<br />

proposta do concurso, no<br />

ano passado os produtores<br />

apresentaram 500 animais<br />

para abate no concurso.<br />

“Estamos agora lançando<br />

um desafio aos criadores de<br />

Angus para superar o resul-<br />

tado de 2010 em volume e<br />

qualidade, mostrando ao<br />

mercado a força da raça e o<br />

seu foco claro na produção<br />

de animais de alta qualidade<br />

e carcaça como demonstrado<br />

nas edições anteriores<br />

do concurso”, evoca o presidente<br />

da ABA.<br />

O diretor do Programa<br />

Carne Angus Certificada,<br />

Joaquim Mello, não tem dúvidas<br />

sobre a importância<br />

desses concursos de carcaças.<br />

Aliás, foi ele o vencedor<br />

da edição de 2010. “Esse<br />

concurso chama os produtores<br />

a competirem entre si<br />

e revela ao mercado todo o<br />

potencial da genética Angus<br />

para a produção de carne de<br />

qualidade superior”, valoriza<br />

o dirigente.<br />

Joaquim Mello lembra<br />

que além de criar esse am-<br />

biente de competitividade<br />

– o que é positivo para o<br />

desenvolvimento da raça -, o<br />

concurso de carcaças também<br />

aproxima o produtor do<br />

frigorífico. “Muitas vezes é<br />

participando dos abates que<br />

o produtor realmente passa<br />

a entender as exigências do<br />

programa sobre as características<br />

dos animais e das<br />

carcaças, além de corrigir<br />

aspectos oriundos do manejo”,<br />

completa o diretor.<br />

O subgerente da ABA e<br />

coordenador do Programa<br />

Carne Angus Certificada,<br />

Fábio Medeiros, dá os detalhes:<br />

“O produtor pode<br />

participar com um ou mais<br />

lotes de no mínimo 22 animais.<br />

São aceitos machos e<br />

fêmeas com idade de até 4<br />

dentes que atendem ao padrão<br />

da racial do Programa<br />

Carne Angus Certificada,<br />

isto é Angus e Cruzas Angus<br />

com no mínimo 50%<br />

de sangue Angus no cruzamento<br />

com raças taurinas<br />

e mínimo de 5/8 de sangue<br />

Angus no cruzamento com<br />

raças zebuínas e sintéticas”,<br />

explica o técnico.<br />

“O Concurso de Carcaças<br />

Angus tem por objetivo<br />

o estímulo à produção de<br />

animais de qualidade e o direcionamento<br />

da produção<br />

aos padrões de qualidade<br />

demandados pela indústria.<br />

E os criadores não podem<br />

esquecer que é preciso produzir<br />

segundo o padrão exigido<br />

pelos frigoríficos porque<br />

é o que os consumidores<br />

desejam”, ressalta Paulo de<br />

Castro Marques.<br />

“O Concurso de Carcaça<br />

é uma oportunidade ímpar<br />

para os pecuaristas apresentarem<br />

a excelência de<br />

sua produção de novilhos<br />

para abate e para os selecionadores<br />

mostrarem o que<br />

sua genética é capaz de produzir”,<br />

complementa Fábio<br />

Medeiros.<br />

As inscrições para o 6º<br />

Concurso de Carcaças Angus<br />

2011 já estão abertas e<br />

devem ser feitas diretamente<br />

na Associação Brasileira<br />

de Angus até o dia 09 de setembro.<br />

Importante: o concurso<br />

está aberto a todos os<br />

pecuaristas do Rio Grande<br />

do Sul, sejam ou não associados<br />

da ABA. O regulamento<br />

estará disponível nos<br />

próximos dias no site www.<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

carneangus.org.br. Os campeões<br />

do concurso recebem<br />

premiações especiais.<br />

Na ocasião, além do<br />

abate das carcaças, haverá<br />

atividade técnica, com palestras<br />

e dias de campo.<br />

As premiações<br />

Conforme Fábio Medeiros,<br />

todos os lotes participantes<br />

receberão uma premiação<br />

adicional de 5% e<br />

para os lotes campeões de<br />

categoria a premiação será<br />

de 10% acima da tabela<br />

do Programa Carne Angus<br />

Marfrig RS. “Esta premiação<br />

acumulada (concurso<br />

+ tabela) proporcionará<br />

valores muito superiores<br />

ao praticado no mercado,<br />

permitindo que o produtor<br />

participe com o que produz<br />

de melhor em sua propriedade”,<br />

diz.<br />

Paulo Marques evidencia<br />

que as premiações foram<br />

idealizadas para servir<br />

como estímulo maior à<br />

participação dos produtores<br />

nessa nova edição do evento,<br />

que se configura como uma<br />

oportunidade ímpar para os<br />

pecuaristas apresentarem<br />

a excelência de sua produção<br />

de novilhos para abate<br />

e para os selecionadores<br />

mostrarem o que sua genética<br />

é capaz de produzir.<br />

“Assim, teremos um verdadeiro<br />

show de qualidade no<br />

Concurso de Carcaças Angus<br />

RS 2011”, completa o<br />

presidente.<br />

Para Diego Brasil, gerente<br />

de fomento da Marfrig,<br />

essa premiação serve<br />

como força motivadora para<br />

o produtor rural buscar excelência<br />

na manutenção de<br />

animais com carcaça melhor<br />

acabada. “Esse concurso é<br />

uma via de mão dupla. Enquanto<br />

a premiação gera<br />

estímulo de trabalho ao<br />

produtor rural, a tecnologia<br />

usada para essa manutenção<br />

fica disponível para outros<br />

pecuaristas entenderem que<br />

é possível adequar seus animais<br />

a indústria, ao mercado<br />

e ao consumidor”.


23<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

VPJ


24<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

CARNE<br />

Boas práticas de manejo<br />

interferem no lucro do produtor<br />

Por Mário Macedo<br />

A<br />

seleção de animais<br />

para o abate, comentada<br />

anteriormente<br />

nesse espaço, é parte fundamental<br />

para alcançarmos<br />

uma remuneração com todos<br />

os bônus disponíveis no<br />

mercado. Porém, devemos<br />

ter uma atenção especial<br />

com as boas práticas de manejo,<br />

já que estas, não sendo<br />

bem executadas podem ocasionar<br />

perdas capazes inclusive,<br />

de impedir o acesso às<br />

bonificações.<br />

De nada adianta o produtor<br />

investir em formação<br />

de pastagens, cujos investimentos<br />

são cada vez mais<br />

elevados, adquirir e ou produzir<br />

animais de alta seleção<br />

genética, com grande<br />

capacidade de conversão de<br />

pasto em proteína vermelha,<br />

se, no momento de manejálos<br />

não tiver noção de boas<br />

práticas de manejo.<br />

Sabemos que as perdas<br />

por contusões em animais<br />

abatidos, tem sido significativas.<br />

Assim, vale um alerta<br />

para que nos preocupemos<br />

com o produto que estamos<br />

vendendo. Seja pelo que podemos<br />

perder diretamente,<br />

através de uma lesão no<br />

momento do embarque para<br />

o abate, ou perdas anteriores,<br />

as quais muitas vezes<br />

não são percebidas, como a<br />

compra de um animal que<br />

sofreu maus tratos, alguma<br />

batida num moirão, ou até<br />

mesmo um aperto em uma<br />

porteira. Estes acidentes citados<br />

anteriormente podem<br />

acarretar vários dias de<br />

prejuízo, pois dependendo<br />

da gravidade, enquanto houver<br />

um hematoma, o animal<br />

permanecerá sem ganhar<br />

peso.<br />

Até mesmo, excluindo<br />

alguém que potencialmente<br />

consumiria carne de fazê-lo,<br />

como por exemplo, aplicando<br />

uma vacina ou produto<br />

veterinário em local inadequado,<br />

como na picanha,<br />

onde muitas vezes não se<br />

nota que há um abscesso<br />

interno e que só será percebido<br />

na mesa de um consumidor,<br />

que possivelmente,<br />

ao encontrá-lo durante uma<br />

refeição, não voltará a consumir<br />

este produto.<br />

Atualmente existem vários<br />

profissionais capacitados<br />

a orientar os produtores<br />

e seus colaboradores a<br />

manejarem corretamente<br />

seus animais, oportunizando<br />

um ganho substancial ao<br />

produtor. Os procedimentos<br />

corretos nada mais são que<br />

conhecer as necessidades<br />

dos animais, suas atitudes e<br />

defesas, utilizando-as como<br />

ferramentas de proteção ao<br />

produto que estamos vendendo.<br />

Para se vender um<br />

produto de qualidade e cobrar<br />

por ele, também é necessário<br />

um trabalho qualificado.<br />

Acredito que nossas atitudes<br />

são fundamentais na<br />

qualificação e valorização<br />

de um produto. Está mais<br />

do que na hora de começarmos<br />

a cobrar pelo que<br />

estamos entregando. Hoje,<br />

ainda cobramos pelo produto<br />

que temos, por exemplo:<br />

crio Angus, quero bônus<br />

pela qualidade dos meus<br />

animais. Mas, terão todos<br />

os Angus a mesma qualidade,<br />

independentemente da<br />

genética aplicada, manejo<br />

e alimentação recebidos?<br />

Temos animais de alto padrão<br />

genético, mas conforme<br />

o nosso trabalho, podemos<br />

fazer deste, um produto<br />

de “Excelente ou Péssima<br />

Qualidade”.<br />

Zootecnista<br />

Especialista em<br />

Gestão em Agronegócios<br />

Semana Acadêmica da UPF teve<br />

palestra do Carne Angus<br />

Durante o mês de maio foi realizada a tradicional semana acadêmica do Curso de Medicina<br />

Veterinária da Universidade Federal de Passo Fundo. A atividade contou neste ano com uma palestra<br />

do Programa Carne Angus Certificada – Tendências para o mercado de Carne de Qualidade.<br />

O evento que reúne os acadêmicos e professores do curso contou com palestras sobre as diversas<br />

áreas da atividade do Médico Veterinário. Para Medeiros, despertar o interesse dos futuros profissionais<br />

para produção de carne de qualidade e colaborar para seu conhecimento sobre temas<br />

referentes ao mercado da carne são fundamentais para o futuro da raça no estado.<br />

O Programa<br />

Carne<br />

Angus participoudurante<br />

a Feicorte<br />

2011 de<br />

um inovador<br />

evento promovido<br />

pelo<br />

B e e f Po i n t<br />

– Happy Hour do Agronegócio.<br />

O evento realizado<br />

no modelo Ignite Talk foi<br />

composto por 20 palestras<br />

de 5 minutos em ambiente<br />

descontraído onde os participantes<br />

puderam conhecer<br />

uma série de ações e entidades<br />

de forma rápida e objetiva<br />

(a palestra relativa ao<br />

Carne Angus está disponível<br />

em vídeo no site BeefPoint).<br />

A convite do BeefPoint,<br />

o Programa Carne Angus<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Congresso da<br />

Carne em Campo<br />

Grande<br />

Nos dias 8 e 9 de junho foi realizado pela FAMA-<br />

SUL, em Campo Grande, MS, o Congresso Internacional<br />

da Carne. A convite do parceiro Marfrig, patrocinador<br />

do evento, os técnicos do Programa Carne Angus<br />

Certificada Fábio Medeiros e Angélica Pereira estiveram<br />

presentes na atividade, que reuniu mais de 1200<br />

participantes.<br />

O evento contou com palestrantes de renome internacional<br />

sendo marcado pelas discussões sobre estratégias<br />

de promoção da carne e pela importância da<br />

participação de todos os elos da cadeia, de forma coordenada<br />

e pró-ativa neste processo.<br />

Carne no Happy Hour<br />

do Agronegócio<br />

Fábio Medeiros<br />

foi apresentado<br />

por seu<br />

coordenador<br />

– Fábio Medeiros<br />

falando da<br />

trajetória deste<br />

trabalho vitorioso<br />

na área<br />

de certificação<br />

de carnes que<br />

traz benefícios a todos os<br />

elos da cadeia produtiva do<br />

Angus no Brasil. As palestras<br />

completas estão disponíveis<br />

no BeefPoint em vídeo. Segundo<br />

Medeiros, o modelo<br />

proposto, além de um desafio<br />

a todos os participantes<br />

foi uma oportunidade ímpar<br />

de divulgação do programa<br />

da ABA. O BeefPoint planeja<br />

repetir este modelo de<br />

eventos ainda este ano em<br />

data a ser divulgada.<br />

Visita ao Programa Carne<br />

Angus Argentina<br />

Durante a Exposição de Palermo 2011 foi realizada<br />

uma visita de integração entre o Programa Carne Angus<br />

Certificada do Brasil e da coirmã Argentina. O Coordenador<br />

do Programa Carne Angus Certificada – Fábio Medeiros realizou<br />

visita técnica a entidade argentina. Foi recepcionado<br />

pelo Coordenado do Programa Argentino, Dr. Victor Javier<br />

Marotta, e pelo diretor do Programa, Agrônomo Marcos<br />

Raul Firpo.<br />

Para Medeiros, a oportunidade de integração e troca de<br />

experiências e informações entre os programas da ABA e<br />

da AAA foi extremamente rica e proveitosa para ambas as<br />

entidades. “Pudemos discutir questões referentes a mercados,<br />

processos de certificação e programas de fomento, em<br />

ambiente de total integração”, revela o técnico.


25<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


26<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Passada a temporada<br />

de Outono com excelentes<br />

resultados para<br />

os produtores de terneiros,<br />

as expectativas para os remates<br />

da Primavera no Sul<br />

do Brasil são das melhores.<br />

Se quem apresentou nas feiras<br />

um gado pouco preparado<br />

em função da seca, também<br />

conseguiu bons lucros,<br />

quem apresentou em pista<br />

animais de primeira linha,<br />

certificados, conseguiu rentabilidade<br />

realmente surpreendente.<br />

Ao todo, foram<br />

vendidos neste ano mais de<br />

5 mil exemplares de Terneiros<br />

Angus Certificados, que<br />

pelo que se verificou, se venderam<br />

correndo nos remates<br />

das feiras.<br />

A cada ano, os terneiros<br />

de genética Angus – os Terneiros<br />

Angus Certificados<br />

– fazem mais sucesso nas<br />

chamadas feiras de terneiros<br />

de Outono. Esses terneiros<br />

são certificados pela<br />

Associação Brasileira de<br />

Angus (ABA), e via de regra<br />

CARNE<br />

Certificação<br />

Angelo Antônio Martins Bastos<br />

Por Marina Corrêa concentram a preferência<br />

do mercado comprador, registrando<br />

preços acima da<br />

média, tanto para machos<br />

quando para fêmeas. E não<br />

há novidade nesta preferência<br />

do mercado: é o que os<br />

terneiros de genética Angus<br />

tem qualidade e também<br />

tem padrão, que é o que todos<br />

querem.<br />

Terneiros Angus Certificados<br />

valeram 21% a mais<br />

nas feiras de 2010 e até<br />

30,8% a mais nas de 2011,<br />

se comparados aos outros<br />

terneiros, os não certificados.<br />

Os produtores estão convictos<br />

de que vão ter melhor<br />

remuneração pela bezerrada.<br />

Um dos produtores que<br />

mais vendeu terneiros na<br />

temporada, Angelo Antônio<br />

Martins Bastos, da fazenda<br />

Itapitocai, em Uruguaiana,<br />

destaca a importância da<br />

certificação. Só em um remate<br />

realizado no município<br />

ele vendeu cerca de 1,8 mil<br />

terneiros das raças Angus e<br />

Brangus. Para o produtor,<br />

a certificação é o selo de<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

é garantia de negócio<br />

melhor remunerado<br />

qualidade do produto. “Valoriza<br />

o boi no momento do<br />

abate. Os frigoríficos pagam<br />

mais pela carne da raça certificada”,<br />

diz.<br />

gana por qualidade<br />

vem de berço<br />

A seca que abalou muitos<br />

produtores na temporada<br />

de Outono e fez com que<br />

a Secretaria de Agricultura<br />

do Rio Grande do Sul baixasse<br />

o peso mínimo dos<br />

animais para as feiras não<br />

chegou nem perto das porteiras<br />

da Cabanha Itapitocai.<br />

Os terneiros levados<br />

para comercialização pesavam,<br />

em média, 217 quilos.<br />

Exemplares assim, acima<br />

da média, resultam de uma<br />

dedicação de mais de uma<br />

década à estância e seu rebanho.<br />

Bastos se criou com o<br />

avô, pai e tios nas lides campeiras<br />

e desde guri era presença<br />

atenta nos remates<br />

da família. A administração<br />

da Itapitocai tocou para o<br />

jovem produtor em 1998,<br />

quando Bastos iniciou o<br />

trabalho de seleção que lhe<br />

garante hoje um gado de<br />

qualidade, muito parelho, de<br />

alto padrão.<br />

Ele conta que com a ajuda<br />

do veterinário Marcelo<br />

Teixeira Napoleão, iniciou<br />

a seleção das matrizes já<br />

existes na fazenda, a compra<br />

das melhores matrizes<br />

de cabanhas renomadas e<br />

a inseminação com os melhores<br />

touros disponíveis no<br />

mercado. “Isso, aliado a um<br />

cuidado muito grande com a<br />

sanidade dos animais e capacitação<br />

dos empregados,<br />

foi melhorando nosso rebanho<br />

até chegar no patamar<br />

que estamos hoje. Também<br />

não posso deixar de citar os<br />

campos no qual eu crio, que<br />

são muito bons. Meu avô já<br />

obtinha bons resultados”,<br />

explica, demonstrando modéstia,<br />

o dedicado criador.<br />

A compra de um produto<br />

a ser engordado é uma<br />

peça chave para o invernador.<br />

Bastos destaca que é<br />

importante ter em mente<br />

que não é fácil encontrar<br />

todos os exemplares em um<br />

mesmo local. O invernador<br />

recorre vários lugares do<br />

Estado para achar animais<br />

com padronização da raça,<br />

pelo e peso. “Depois de anos<br />

vendendo nossos terneiros<br />

em casa veio o reconhecimento<br />

dos invernadores e<br />

corretores. Tínhamos vários<br />

clientes e não conseguíamos<br />

atender a todos, pois não<br />

produzíamos tantos terneiros.<br />

Aumentamos então o<br />

número de matrizes e a área<br />

de campo destinada à criação.<br />

Nosso objetivo é seguir<br />

aumentando, buscando genética<br />

para melhorar a qualidade<br />

da carne. Não pode-<br />

mos competir com o Brasil<br />

Central na quantidade mas,<br />

sim, na qualidade da carne”,<br />

ressalta o produtor.<br />

Na rotina da fazenda,<br />

todos os animais ganham<br />

a mesma atenção, independente<br />

de sexo ou idade.<br />

Ao contrário do que muito<br />

preconizam, os machos não<br />

têm cuidados especiais, já<br />

que as matrizes serão as futuras<br />

mães.<br />

Bastos diz que não foi o<br />

bom momento do mercado<br />

que fez com que a estância<br />

fizesse o remate de terneiros<br />

de outono com oferta<br />

de quase 2 mil cabeças. “A<br />

nossa opção pela forma de<br />

comercializar veio acompanhada<br />

com a falta do produto<br />

e consequentemente<br />

a alta dos preços”, explica.<br />

No ano passado, a estância<br />

levou para pista 1,2 mil cabeças.<br />

O aumento no número<br />

da oferta este ano é atribuído<br />

à elevação do índice<br />

de prenhes do rebanho em<br />

5%. “No ano passado levei<br />

só machos. Este ano, consegui<br />

inserir 600 fêmeas. Eu<br />

busco a padronização do<br />

meu rebanho e às vezes me<br />

desfaço de animais de alta<br />

genética em prol desse rebanho<br />

parelho que persigo.<br />

Não teria espaço para essas<br />

600 fêmeas e mais todos os<br />

novos que irão nascer”, finaliza.


27<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

CRV LAGOA


28<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

OPINIÃO<br />

O quebra-cabeça da<br />

Por Stefan Staiger<br />

Schneider<br />

Construir economias<br />

falsas com preços artificiais<br />

pode gerar um<br />

colapso tão rápido quanto a<br />

construção realizada. A recente<br />

crise dos países do sul<br />

da Europa retrata bem isso,<br />

e a imprensa britânica logo<br />

tratou de criar uma sigla<br />

para eles: PIGS (termo em<br />

inglês que significa “porcos”<br />

em português). Diferentemente<br />

dos BRICs (Brasil,<br />

Rússia, Índia e China), que<br />

representa o grupo dos principais<br />

países emergentes<br />

do planeta, a sigla PIGS<br />

refere-se a Portugal, Itália,<br />

Grécia e Espanha (Spain,<br />

em inglês), cujos povos são<br />

famosos no norte da Europa<br />

por trabalharem cargas<br />

horárias mais curtas, terem<br />

mais feriados, pagarem menos<br />

impostos e, para completar,<br />

se aposentarem mais<br />

cedo que os povos do norte.<br />

Na Grécia, por exemplo,<br />

existia a possibilidade de cidadãos<br />

se aposentarem aos<br />

47 anos de idade. Somado a<br />

isso, os PIGS também têm<br />

ainda o Euro, uma moeda<br />

forte demais para as suas<br />

economias nacionais que,<br />

para garantir a sua estabilidade,<br />

exige uma política<br />

financeira comum em todos<br />

os países do Euro, o que os<br />

PIGS não fizeram. A Grécia<br />

até falsificou dados para o<br />

Banco Central Europeu, em<br />

Frankfurt.<br />

Na pecuária de corte,<br />

igualmente se deve cuidar<br />

com preços artificiais e,<br />

eficiência bovina<br />

o que é mais grave, com a<br />

formação de cartéis no mercado,<br />

já que colapsos são<br />

altamente possíveis. É apenas<br />

uma questão de tempo.<br />

Aliás, algumas raças européias<br />

continentais já foram<br />

professoras do que pode vir<br />

a acontecer.<br />

Em termos de reprodutores,<br />

se você concorda que<br />

o cliente de touros é o pecuarista<br />

proprietário de gado<br />

comercial, então as chamadas<br />

“modas” devem desaparecer<br />

e é necessário buscar<br />

aquilo que a ciência já comprovou<br />

como o melhor para<br />

o país e não para a região.<br />

Precisa-se buscar as Economically<br />

Relevant Traits<br />

(ERTs) – as características<br />

de relevância econômica.<br />

Criadas nos anos 1970 por<br />

veterinários,<br />

zootecnistas<br />

e agrônomos<br />

dos Estados<br />

Unidos, elas<br />

têm sido sucessivamenteaperfeiçoadas<br />

desde<br />

então. As áreas gerais que<br />

costumam ser analisadas<br />

geneticamente são as características<br />

de rendimento<br />

como o tamanho animal, a<br />

velocidade de crescimento<br />

e as Diferenças Esperadas<br />

de Progênie (DEPs) para<br />

carcaça, por exemplo. No<br />

entanto, pesquisas demonstraram<br />

que a reprodução é<br />

de 2 a 10 vezes mais economicamente<br />

relevante que as<br />

características de carcaça<br />

nos bovinos.<br />

Isso significa, então, que<br />

os pecuaristas devem ignorar<br />

as características de<br />

carcaça? Não, os clientes<br />

de touros precisam produzir<br />

carne saborosa. Mas, o<br />

questionamento feito demonstra<br />

a tolice de se dar<br />

bem menos ênfase à reprodução,<br />

o que pode gerar uma<br />

elevação de custos associa-<br />

da à performance bovina<br />

que for inferior ao máximo.<br />

Por exemplo, de que adianta<br />

comprar numa exposição<br />

um touro denominado “rústico”,<br />

embora ele caminhe<br />

de patas abertas por causa<br />

do seu estado corporal e<br />

seja tão obeso ou mais que<br />

os touros de argola? Sim,<br />

alguns compradores gostam<br />

de ser enganados pelos<br />

próprios olhos e de precisar<br />

emagrecer o touro durante<br />

semanas para poder deixarlo<br />

trabalhar. Os pecuaristas<br />

americanos, no entanto, costumam<br />

dizer que os touros<br />

com um excessivo estado de<br />

preparo são mais propensos<br />

a problemas de fertilidade,<br />

não apresentam a disposição<br />

que se espera em grandes<br />

invernadas e grandes<br />

rodeios de fêmeas, poderão<br />

ter problemas nos aprumos<br />

e longevidade inferior devido<br />

à sua condição de obesidade.<br />

Vamos agora dar uma<br />

olhada nas seguintes características:<br />

crescimento,<br />

manutenção, carcaça e reprodução.<br />

A característica<br />

de crescimento está conosco<br />

desde que começamos a<br />

utilizar as DEPs, inclusive o<br />

controle de desenvolvimento<br />

ponderal para os pesos ao<br />

nascimento, à desmama e<br />

ao ano, além do total materno.<br />

O que precisamos saber<br />

é quando será o suficiente?<br />

Não é tão difícil assim. É<br />

necessário definir objetivos<br />

e reduzir os tantos relativismos<br />

que existem por aí.<br />

Vamos imaginar se os médicos<br />

em hospitais tratassem<br />

seres humanos assim! Lite-<br />

ralmente, nenhum paciente<br />

receberia alta porque os<br />

relativismos de pontos de<br />

vistas entre os médicos e o<br />

conflito entre eles, ao invés<br />

do acompanhamento clínico<br />

dos exames e medicamentos<br />

do paciente, não permitiriam.<br />

E um julgamento de<br />

bovinos numa pista de exposição<br />

é apenas a metade de<br />

uma fotografia! Isso é ainda<br />

mais verdadeiro na América<br />

do Sul, onde os juízes<br />

não recebem relatórios das<br />

DEPs dos produtos em pista,<br />

médias da raça e grupos<br />

contemporâneos na exposição<br />

para consultar e tomar<br />

suas decisões.<br />

As DEPs para carcaça<br />

foram uma tremenda ferramenta.<br />

O Angus tem carne<br />

marmorizada e ter bovinos<br />

Angus significa<br />

ter<br />

um gado<br />

com um<br />

alto potencial<br />

de<br />

marmoreio.<br />

Isso é um<br />

luxo que é<br />

transmitido em programas<br />

de cruzamento na medida<br />

em que o Angus injeta a sua<br />

força no produto cruzado.<br />

O gado Angus não tem<br />

uma musculatura pesada e<br />

nem surgiu para ter, já que<br />

é uma raça maternal. É importante<br />

deixar claro que<br />

há bovinos com rápida velocidade<br />

de crescimento e<br />

moderado tamanho adulto<br />

e há também bovinos com<br />

moderado a alto potencial<br />

maternal que mantêm a sua<br />

condição corporal. Além<br />

disso, animais da raça nunca<br />

foram utilizados para<br />

tração, diferentemente de<br />

algumas raças européias<br />

continentais.<br />

Eu gostaria de falar um<br />

pouco agora sobre a Gordura<br />

da Carcaça. Existe uma<br />

correlação genética entre<br />

a Gordura de Carcaça e<br />

não podemos nos deixar enganar pelos<br />

próprios olhos e adquirir touros que<br />

podem estar com excesso de peso<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

a Área de Olho de Lombo<br />

(AOL), ganho de peso até<br />

o desmame e após o desmame.<br />

Isso quer dizer que,<br />

se você selecionar para a<br />

DEP de Gordura de Carcaça<br />

negativa, o resultado será<br />

também uma orientação negativa<br />

para a AOL, o ganho<br />

de peso até o desmame e<br />

após o desmame, mesmo<br />

que isso tenha sido feito de<br />

forma não intencional ou inconsciente.<br />

Portanto, tenha<br />

cuidado ao analisar dados e<br />

programar acasalamentos.<br />

Você, tendo ou não as<br />

DEPs, precisa saber também<br />

que a seleção através<br />

de características reprodutivas<br />

precisa ser seguida, já<br />

que a fertilidade própria de<br />

um animal é a importância<br />

econômica máxima! A eficiência<br />

bovina é como um<br />

quebra-cabeça envolvendo<br />

rendimentos e custos. Rendimentos<br />

nas características<br />

de velocidade de crescimento<br />

e carcaça são altamente<br />

herdáveis. Por isso, é necessário<br />

sempre lembrar o<br />

lado da equação que trata<br />

dos custos para não tornar<br />

a atividade inviável – não<br />

estamos criando gado para<br />

tambo de leite.<br />

Manter o gado em combinação<br />

com o que os clientes<br />

querem e o meio-ambiente<br />

pode gerar disciplinados<br />

programas de reprodução<br />

bovina. As exposições, no<br />

entanto, complicam o quebra-cabeça,<br />

eis que tanto<br />

selecionadores quanto compradores<br />

deixam-se persuadir<br />

pelas opiniões dos juízes.<br />

Isso dificulta que eles<br />

um dia digam “tenho a raça<br />

certa, o tipo do meu gado<br />

está correto e agora quero<br />

apenas multiplicar”. Assim,<br />

não se engane com artificialismos<br />

e evite colapsos. Nem<br />

sempre eles são iminentes e,<br />

quando identificados, costuma<br />

ser tarde demais e os<br />

efeitos inevitáveis.


29<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


30<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

NOTÍCIAS<br />

ABA lança o<br />

Concurso Angus Mirim<br />

É uma das novidades que<br />

a Associação Brasileira de<br />

Angus (ABA) preparou para<br />

esta Expointer. A realização,<br />

pela primeira vez, em caráter<br />

de demonstração, da<br />

primeira edição do Concurso<br />

Angus Mirim (ou Júnior,<br />

como alguns querem chamar).<br />

É mais uma maneira<br />

de “incluir” os filhos dos<br />

criadores de Angus na raça.<br />

“A garotada, desde<br />

os pequeninos, até os já<br />

garotos, agora vai poder<br />

efetivamente participar<br />

nas lidas com a raça,<br />

interagindo diretamente<br />

com os animais e, desde<br />

cedo, aprendendo e tomando<br />

gosto pela atividade”,<br />

sintetiza a coordenadora<br />

de Exposições<br />

da ABA, Fabiana Gomes.<br />

Segundo ela, é uma<br />

forma de incentivar os<br />

jovens a iniciar na pista<br />

e no trato com os animais,<br />

e ao mesmo tempo<br />

uma excelente maneira<br />

de demonstrar aos novos<br />

investidores e interessados<br />

em Angus a grande docilidade,<br />

que é uma das características<br />

positivas da raça.<br />

A petizada a partir dos<br />

tenros 6 anos de idade já<br />

pode participar, na categoria<br />

Mirim, para crianças dos<br />

6 aos 9 anos completos. E<br />

por fim a categoria Junior,<br />

que abrange crianças de 10<br />

aos 14 anos. Importante:<br />

cada categoria será avaliada<br />

separadamente. E meninos e<br />

meninas competem juntos,<br />

sendo a divisão das catego-<br />

rias feita unicamente por<br />

faixa etária.<br />

Os participantes deverão<br />

ter preenchida uma ficha de<br />

inscrição, sem custo algum,<br />

sendo que esta ficha deverá<br />

ser assinada pelos pais (pai<br />

e mãe) independentemente<br />

de serem ou não sócios da<br />

ABA.<br />

Os competidores serão<br />

julgados de acordo com cri-<br />

Fabiana Gomes<br />

térios como:<br />

- Habilidade, manuseio e<br />

resposta do animal ao competidor;<br />

- Utilização correta de equipamentos<br />

pelo participante<br />

durante o concurso;<br />

- Cordialidade e esportividade;<br />

- Capacidade de seguir as<br />

instruções durante a competição.<br />

No final do concurso,<br />

todos os participantes recebem<br />

premiações da ABA,<br />

Parceria com Revista feed&food<br />

Com a meta de ampliar<br />

ainda mais a divulgação da<br />

raça, a Associação Brasileira<br />

de Angus (ABA) selou parceria<br />

com a revista feed&food,<br />

uma publicação especializada<br />

em nutrição e saúde animal.<br />

“Essa é mais uma parceria<br />

de sucesso que fechamos<br />

de olho na ampliação da divulgação<br />

da raça que mais<br />

cresce nos pastos brasileiros”,<br />

explica Felipe Moura,<br />

sendo que os três primeiros<br />

lugares vão merecer troféus<br />

e os demais medalhas de<br />

participação.<br />

ouvidoria<br />

Mantendo pontual participação<br />

tanto nos eventos<br />

quanto em todos os movimentos<br />

de mercado por<br />

parte da ABA, a Diretora<br />

de Exposições da entidade<br />

observa entretanto que<br />

vem funcionando muito<br />

mais como uma ouvidoria.<br />

“Os criadores me<br />

procuram para fazer sugestões<br />

e reclamações,<br />

que procuro levar ao<br />

conhecimento da diretoria<br />

para providências”,<br />

revela Fabiana.<br />

Ela cita o exemplo<br />

que alguns criadores<br />

gostariam ou acham importante<br />

que nos eventos,<br />

nas exposições, houvesse<br />

maior exposição<br />

da “marca Angus”, seja<br />

através do uso de bonés,<br />

roupas com a logomarca<br />

estampada, entre outros<br />

produtos que podem ser<br />

criados.<br />

Sobre as exposições, Fabiana<br />

Gomes aproveita para<br />

lembrar que os requisitos<br />

exigidos para que um animal<br />

esteja apto a participar de<br />

exposições devem ser cumpridos<br />

por todos os criadores.<br />

“Afinal, uma exposição<br />

é também uma competição,<br />

e esses prerequisitos também<br />

funcionam em benefício<br />

ou em prejuízo dos animais”,<br />

sintetiza a dirigente.<br />

diretor de marketing da entidade.<br />

A parceria entre a ABA e<br />

a revista, cujo conteúdo central<br />

é a temática “Do Campo<br />

à mesa”, objetiva o intercâmbio<br />

de informações entre a<br />

entidade e o leitor.<br />

Para o editor diretor da<br />

Curuca, editora responsável<br />

pela revista, Osvaldo Penha<br />

Ciasulli, a feed&food só tem<br />

a ganhar. “Como nós somos<br />

Foi com a<br />

meta principal<br />

de promover a<br />

verdadeira imagem<br />

da pecuária<br />

brasileira nos<br />

países que importam a carne<br />

nacional, e também no mercado<br />

interno, visando fortalecer<br />

a cadeia da carne do brasileira,<br />

que a Associação Brasileira<br />

das Indústrias Exportadoras<br />

de Carnes (Abiec), criou o<br />

projeto Pecuária Brasil. A iniciativa<br />

tem o slogan “O Brasil<br />

evolui com a pecuária. A<br />

pecuária evolui com o Brasil.<br />

E não poderia ser diferente:<br />

o projeto já conta com total<br />

apoio, na forma de parceria,<br />

da Associação Brasileira de<br />

Angus (ABA).<br />

Hoje, as receitas geradas<br />

com a exportação de carne,<br />

próximas a US$ 5 bilhões<br />

de dólares, movimentam a<br />

economia de milhares de cidades<br />

em todo o Brasil. Porém<br />

os incontáveis casos de<br />

sucesso protagonizados pelos<br />

pecuaristas brasileiros não<br />

são devidamente contados.<br />

“É justamente nessa questão<br />

que a Angus terá participação<br />

efetiva, resgatando parte<br />

dessa memória e apresentando<br />

de forma transparente as<br />

melhores práticas do setor<br />

que representa”, explica Monique<br />

Morata, coordenadora<br />

de Marketing da Abiec.<br />

Já o diretor de marketing<br />

da ABA, Felipe Moura, atento<br />

à similaridade do projeto<br />

com as metas de trabalho<br />

que vem sendo defendidas<br />

pela ABA, não deixa por menos.<br />

“A idéia principal é levar<br />

ao mundo o cenário de que a<br />

carne que produzimos aqui<br />

não é proveniente de áreas<br />

porta-voz do segmento, é de<br />

interesse nosso divulgar as<br />

atividades que a ABA desenvolve<br />

com a raça Angus no<br />

Rio Grande do Sul e no Brasil”.<br />

A entidade terá espaço<br />

mensal na divulgação, onde<br />

poderão ser publicados artigos<br />

técnicos/científicos,<br />

opiniões, entrevistas ou reportagens<br />

de interesse da<br />

ABA. A revista on-line será<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

ABA apóia projeto<br />

Pecuária Brasil<br />

de desmatamento nem tem<br />

envolvimento com trabalho<br />

escravo, e sim de uma cadeia<br />

produtiva sustentável, competente<br />

e comprometida com a<br />

qualidade do produto e atenta<br />

às questões sociais e ambientais”,<br />

explica o dirigente.<br />

Tendo como base e síntese<br />

o lema “O Brasil evolui com a<br />

pecuária. A pecuária evolui com<br />

o Brasil”, o projeto da Abiec<br />

vai pretende mostrar as muitas<br />

contribuições do setor para o<br />

desenvolvimento do País, assim<br />

como a evolução dos criadores<br />

e dos processos industriais que<br />

formam conquistados no Brasil<br />

ao longo dos anos.<br />

“O projeto quer traçar o<br />

perfil dos diferentes pecuaristas<br />

brasileiros, sem generalização.<br />

A Angus vai apoiar<br />

essa iniciativa auxiliando a<br />

balizar o perfil do produtor<br />

de Angus, dando visibilidade<br />

sempre ao nosso manejo<br />

e qualidade de carne diferenciada<br />

produzida pela raça”,<br />

antecipa Felipe Moura.<br />

Inicialmente a Associação<br />

Brasileira de Angus colabora<br />

repassando dados, imagens<br />

e estatísticas sobre a raça<br />

Angus, emprestando forte<br />

apoio institucional à Abiec.<br />

Também vai participar do comitê<br />

de debates e será fonte<br />

de pesquisa na construção da<br />

campanha “Pecuária Brasil”,<br />

num pioneirismo mais do que<br />

necessário ao reconhecimento<br />

do Brasil como um dos grandes<br />

produtores de carne de<br />

qualidade no mundo.<br />

enviada para todos os associados<br />

e não associados<br />

da ABA sem custo. “Dessa<br />

forma as atividades da Associação<br />

Brasileira de Angus<br />

estarão disponíveis a todos<br />

os associados, criadores, entusiastas<br />

e interessados na<br />

raça“, completa o diretor de<br />

marketing. O resultado da<br />

parceria já pode ser conferido<br />

na edição de setembro da<br />

Revista feed&food.


31<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


32<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

A<br />

C.R.I. Genética Brasil<br />

levou um grupo de<br />

clientes e alguns integrantes<br />

da sua equipe para<br />

o Beef Tour 2011, nos Estados<br />

Unidos, uma viagem de<br />

13 dias, com visita à central<br />

da Cooperative Resources<br />

International (C.R.I.) e a<br />

várias fazendas americanas.<br />

Durante a viagem, realizada<br />

de 17 a 28 de junho,<br />

o grupo teve a oportunidade<br />

de conferir a excelência<br />

dos touros da bateria da<br />

Cooperative Resources International<br />

(C.R.I.) – Genex<br />

Hawkeye West, em Billings,<br />

Montana. No local, conheceram<br />

de perto alguns dos<br />

mais importantes touros<br />

Angus da empresa, entre os<br />

quais Traveller 004, Brushpopper,<br />

Bismarck, Jackson,<br />

Update, Uptrend, Big Sky,<br />

Major League e Packer. Depois,<br />

visitaram várias propriedades<br />

americanas, onde<br />

conheceram os sistemas de<br />

criação de Angus, a excelência<br />

genética dos touros e<br />

suas progênies, entre outros<br />

detalhes dos criatórios.<br />

Para a maioria dos participantes,<br />

o Beef Tour foi<br />

uma viagem de aprendizado<br />

sobre seleção genética.<br />

“A cada viagem que faço<br />

me surpreendo mais com a<br />

genética e a pureza racial”,<br />

afirma Divalni Soldeira, de<br />

Panambi, RS. Vimos muita<br />

genética boa. A C.R.I. está<br />

mexendo com gado de excelente<br />

qualidade. Pode comprar”,<br />

recomenda Frederico<br />

da Fazenda Boa Sorte, de<br />

PARCEIROS<br />

C.R.I. Genética<br />

Bonópolis, GO.<br />

“Fizemos muitas amizades<br />

e aprendemos com<br />

os americanos, que não são<br />

melhores nem piores que<br />

nós. Aproveitamos o que<br />

eles têm de bom e uma dessas<br />

coisas é o sistema de seleção<br />

genética para usarmos<br />

e adaptarmos às condições<br />

do Brasil”, atesta Marcos<br />

Silveira, Marcolino, criador<br />

de Angus e representante da<br />

C.R.I. Genética.<br />

Para Patricio Mariano<br />

da Rocha, agrônomo de<br />

Santa Maria, a viagem foi<br />

mais que um farm tour. “Foi<br />

uma residência em agronegócios<br />

com especialização<br />

em Angus, uma imersão<br />

durante 13 dias. Começamos<br />

pela C.R.I., uma grande<br />

central de inseminação,<br />

conversando, discutindo,<br />

encontrando e colocando a<br />

mão nos nossos touros preferidos.<br />

Cada fazenda mostrando<br />

o jeito de produzir,<br />

a paixão pelo seu gado, a<br />

diversidade, a qualidade e o<br />

avanço americano. Em alguns<br />

casos, vimos famílias<br />

empenhadas em seu criatório.<br />

Voltamos entusiasmados<br />

e até com mais vontade<br />

de trabalhar”, detalha.<br />

Já Eduardo Luis, da Fazenda<br />

Boa Sorte, de Boa<br />

Nova de Goiás, recomenda o<br />

Angus americano principalmente<br />

para quem faz cruza.<br />

“Ficamos conhecendo mais<br />

sobre o gado, a maneira certa<br />

de selecionar um animal<br />

para cruzamento, compartilhamos<br />

informações e até<br />

aprendemos uma maneira<br />

da gente selecionar o nosso<br />

gado para uma melhor produtividade”,<br />

diz.<br />

Para Julio Cesar, de<br />

Água Boa, o Beef Tour<br />

mostrou-se uma ferramenta<br />

para levar ao cliente uma<br />

pecuária diferente, moderna,<br />

produtiva e agressiva, de<br />

forma a torná-lo mais competitivo.<br />

“Tudo que a gente<br />

viu lá fora vai servir para<br />

isso.”<br />

Gustavo Pires Ribeiro,<br />

de Água Boa, MT, que<br />

trabalha com reprodução,<br />

ficou impressionado com<br />

a qualidade dos animais e<br />

a genética americana. “É<br />

impressionante a força que<br />

eles têm para trabalhar. A<br />

família americana é unida,<br />

todos trabalham juntos, do<br />

filho pequeno ao avô. O filho<br />

pequenininho, de cinco<br />

anos, já está falando sobre<br />

genética, DEP, filho, mãe,<br />

avô de touro. Daí eu cheguei<br />

à conclusão de quantas<br />

DEPs eles têm. A qualidade<br />

é indiscutível. Temos que<br />

utilizar cada vez mais, pois<br />

Angus iguais aos que vimos,<br />

nos Estados Unidos, não<br />

tem”, explana.<br />

“Amei o trabalho dos<br />

americanos. Com certeza<br />

daqui para frente vai<br />

dar para a gente usar pelo<br />

menos 90% dos touros da<br />

C.R.I.”, declara Nivaldo<br />

Christel, administrador de<br />

fazenda em Canarana.<br />

“É importante a gente<br />

ver a genética Angus que o<br />

criador americano está se-<br />

lecionando e a gente precisa<br />

usar, tanto no Sul como no<br />

Centro-Oeste para produzir<br />

carne para o resto mundo.<br />

E, é lá que está a melhor<br />

genética do mundo”, observa<br />

Airton Leopoldino Neto,<br />

Água Boa, MT.<br />

Para Harisson Barcelos,<br />

Glorinha, RS, o Beef Tour<br />

foi extremamente produtivo<br />

e trouxe uma bagagem que<br />

vai permitir acelerar muitos<br />

anos na frente no que<br />

se refere ao conhecimento<br />

da genética e do crescimento<br />

do Angus, uma raça<br />

que está no mundo inteiro<br />

fazendo a grande diferença<br />

com uma carne de excelente<br />

qualidade, um gado de excelente<br />

performance. “Com o<br />

nosso gado no Brasil e com<br />

as nossas condições climáticas<br />

e o auxílio da C.R.I.,<br />

com certeza, conhecendo<br />

esse gado americano, vamos<br />

adiantar bastante a evolução<br />

dos nossos rebanhos,<br />

principalmente os criadores<br />

de gado PO no Rio Grande<br />

do Sul.” Segundo Harisson,<br />

a Cabanha Judá, de sua propriedade,<br />

tem embriões para<br />

nascer com genética 100%<br />

americana, que representa<br />

a oportunidade de obter um<br />

animal de ponta baseado<br />

na vantagem da condição<br />

climática para expandir<br />

para o Brasil Central. “Os<br />

criadores dessa região, que<br />

trabalham com gado de<br />

terminação, estão maravilhados<br />

com os resultados<br />

dos touros utilizados na inseminação<br />

para fazer meio<br />

sangue, o que contribui para<br />

maximizar os lucros, além<br />

de trazer mais confiança e,<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

realiza Beef Tour nos Estados Unidos<br />

principalmente, mais resultados<br />

que é o que interessa<br />

pra nós”, explica.<br />

Na opinião de Nelson<br />

Camargo, representante da<br />

C.R.I., a interação com pessoas<br />

de regiões diferentes<br />

do País, a possibilidade de<br />

saber o que cada um está<br />

usando, o que cada técnico<br />

está oferecendo para o<br />

mercado, foi de valia muito<br />

grande. Ele acrescenta que<br />

“o Beef Tour possibilitou<br />

conhecer a genética que<br />

a gente tem expandido no<br />

mercado nacional e enxergar<br />

como é tratada nos Estados<br />

Unidos nos dá mais<br />

confiança para falarmos<br />

dos touros”.<br />

“Foi uma oportunidade<br />

de conhecer a C.R.I. Internacional,<br />

de visualizar os<br />

touros que a gente usa e<br />

trazer os clientes para ver a<br />

nossa estrutura nos Estados<br />

Unidos e também, além de<br />

conhecer pessoas de outras<br />

regiões para trocar ideias<br />

de forma a concretizar cada<br />

vez mais as informações”,<br />

avalia Murilo Tovar, veterinário<br />

e representante da<br />

C.R.I., da regional de Goiás.<br />

“Pudemos comprovar<br />

a qualidade dos rebanhos e<br />

conhecer mais sobre o sistema<br />

de seleção genética<br />

adotado pela C.R.I. e, principalmente,<br />

mostrar a todos<br />

os participantes que nós estamos<br />

disponibilizando para<br />

o mercado brasileiro o que<br />

há de melhor na genética<br />

Angus”, conclui o diretor<br />

executivo da C.R.I. Genética<br />

Brasil, Sergio Saud, que<br />

acompanhou o grupo na viagem.<br />

sobre a c.r.i.<br />

C.R.I. Genética Brasil é uma subsidiária da Cooperative<br />

Resources International (C.R.I.). C.R.I. é uma<br />

holding de cooperativas agrícolas, composta por três<br />

subsidiárias: Central Livestock Association, AgSource<br />

Cooperative Services e Genex. A missão da C.R.I.<br />

resume nosso objetivo: “Fornecer produtos e serviços<br />

da maneira mais eficiente possível para maximizar a<br />

lucratividade dos seus cooperados e clientes ao redor<br />

do mundo, mantendo uma cooperativa forte.”


33<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

FUMAÇA


34<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

A novilha “Três Marias 8334 Areia”, que já havia conquistado o Grande<br />

Campeonato fêmea de Palermo em 2010, repetiu o feito este ano e pela<br />

primeira vez na história dessa feira é sagrada Bi Grande Campeã da exposição.<br />

Areia também levou o título de Suprema Campeã Angus na pesada<br />

pista de Palermo, na Argentina.<br />

O exemplar é um consórcio entre a Três Marias, da Argentina, proprietária<br />

de 50% do animal e as cabanhas gaúchas da Corticeira, propriedade<br />

de Luiz Anselmo Cassol, Terra Costa, de Marco Antônio Costa e Rincón Del<br />

Sarandy,de Cláudia Silva, proprietários dos outros 50% do animal.<br />

NOTÍCIAS<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Consórcio Brasil x Argentina<br />

conquista bi campeonato fêmea em Palermo<br />

Príncipe Charles<br />

Ainda nesta exposição a parceria entre a Cabanha Rincon del Sarandy e<br />

a empresa gaúcha Solução Genética, que representa a Cabanha Tres Marias<br />

no Brasil, faturaram o Reservado Grande Campeão macho com o exemplar<br />

Tres Marias 8334 Cumbiero. Este touro integrara a seleta bateria de touros<br />

disponíveis aqui no Brasil para esta Primavera.<br />

A Raça Aberdeen Angus apresentou 504 animais em Palermo. Os julgamentos<br />

foram realizados nos dias 20, 21 e 22 de julho, frente às arquibancadas<br />

absolutamente lotadas e o jurado americano Jack Ward elogiou a<br />

excelente qualidade dos animais apresentados.<br />

Patrono da Sociedade<br />

Britânica de Angus<br />

O príncipe Charles, herdeiro da coroa britânica, é o patrono da Aberdeen-Angus Cattle Society<br />

(Sociedade de Angus da Grã-Bretanha). O príncipe segue os passos de sua avó, a rainha-mãe,<br />

recentemente falecida, criando a raça com sucesso em Highgrove e mantém forte interesse no rebanho<br />

do Castelo de Mey, em Caithness, que é conduzido agora pelo The Queen Elizabeth Castle of<br />

Mey Trust. “São muito poucos os países, no mundo atual, que não possuem um rebanho relevante<br />

de Angus e que não sofrem a influência desta raça”, assinalou o Príncipe Charles em um vídeo<br />

disponibilizado no site da Sociedade Britânica de Angus.<br />

A criação de Angus data do início do Século 19 a partir do gado mocho e predominantemente<br />

preto do nordeste da Escócia, conhecidos localmente como “doddies” e “hummlies”.<br />

As primeiras criações organizadas remetem à metade do Século 18, mas as entidades representativas<br />

foram fundadas muito depois: Herd Book em 1862 e a Sociedade de Aberdeen-Angus<br />

em 1879.<br />

Mas a justiça precisa ser feita aos pioneiros. Os primórdios da criação de Angus deveu-se especialmente<br />

aos esforços de três fazendeiros daquele tempo. Hugh Watson tornou-se arrendatário da<br />

Fazenda Keillor, em Angus, em 1808. Ele ampliou sua criação e produziu gado com uma qualidade<br />

e característica notáveis.<br />

William McCombie adquiriu a fazenda de Tillyfour, no condado de Aberdeen em 1824 e iniciou<br />

um rebanho com predominância das linhas de sangue desenvolvidas em Keillor. Esta bem<br />

documentada criação produziu um gado notável que foi apresentado largamente na Inglaterra e<br />

na França. A reputação da raça Aberdeen Angus firmou-se com os feitos e esforços da família<br />

McCombie.<br />

Sir George Macpherson-Grant retornou de Oxford a seu estabelecimento recebido de herança<br />

em Ballindalloch, junto ao rio Spey, in 1861 e seguiu refinando o rebanho, o que se tornou o trabalho<br />

de sua vida por quase 50 anos.<br />

Com foco na criação e seleção por tipo, estes criadores pioneiros estabeleceram os fundamentos<br />

daquela que por sobrados argumentos é considerada a mais importante raça de corte do mundo.<br />

Nestes tempos antigos, a Grã-Bretanha alcançou a reputação de ser a fonte da genética Aberdeen<br />

Angus, o que levou criadores de ponta, vindos de todas as partes do mundo, a buscarem esta<br />

genética. O mercado exportador continua muito favorável aos criadores britânicos de Angus.


35<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


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Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


<strong>Angus@newS</strong><br />

MELHORAMENTO GENÉTICO<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

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38<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Por Eduardo<br />

Fehn Teixeira<br />

uma vez a<br />

raça Angus fez<br />

”Mais<br />

bonito na principal<br />

vitrine da pecuária<br />

brasileira de alta performance”,<br />

definiu o articulado<br />

presidente do Núcleo<br />

de Criadores de Angus de<br />

São Paulo, Renato Ramires,<br />

que juntamente com a<br />

Associação Brasileira de<br />

Angus (ABA), foi responsável<br />

pela organização da 11ª<br />

Exposição Nacional de Angus,<br />

durante a 17ª edição<br />

da Feicorte (2011), de 13<br />

a 17 de Junho. Com cerca<br />

de 160 animais Angus em<br />

pista (machos e fêmeas), a<br />

feira foi realizada em am-<br />

O Leilão Prime Angus -<br />

promovido por Agropecuária<br />

Fumaça, Casa Branca Agropastoril,<br />

Agropecuária HR e<br />

3E Agropecuária - mais uma<br />

vez ratificou o bom trabalho<br />

que vem sendo realizado dentro<br />

do Nú-<br />

EXPOSIÇÕES<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Feicorte<br />

destacou a Nacional de Angus<br />

biente “indoor”, no moderno<br />

Centro de Exposições<br />

Imigrantes, em São Paulo,<br />

SP.<br />

Para o presidente da<br />

ABA, selecionador Paulo<br />

de Castro Marques, com um<br />

mercado interno aquecido,<br />

a Feicorte funcionou para<br />

alavancar a consolidação da<br />

raça Angus entre os produtores<br />

brasileiros. “Com uma<br />

grande estrutura, neste ano<br />

inclusive colocamos técnicos<br />

à disposição de investidores<br />

e visitantes, para tirar<br />

dúvidas e dar sugestões sobre<br />

os melhores usos da eficiente<br />

genética Angus”, diz<br />

o dirigente.<br />

Vitórias nas pistas<br />

O grande vencedor desta<br />

Nacional de Angus na<br />

Feicorte foi sem dúvida o<br />

selecionador Eloy Tuffi, proprietário<br />

da Fazenda MC,<br />

em Espírito Santo do Pinhal,<br />

SP. Com o touro “Garupa<br />

7880”, Tuffi faturou o<br />

Grande Campeonato macho.<br />

E com o macho MC Insano<br />

Defesa”, conquistou o título<br />

de Reservado de Grande<br />

Campeão. Uma dobradinha<br />

mesmo surpreendente.<br />

“Como todo o criador, eu<br />

tinha minhas expectativas.<br />

Mas lá na feira, presenciando<br />

meus animais serem eleitos<br />

campeões por um famo-<br />

so jurado norte americano,<br />

isso foi realmente fantástico,<br />

muito gratificante, uma verdadeira<br />

recompensa a todo<br />

o esforço que se faz por esta<br />

raça”, definiu, emocionado,<br />

Eloy Tuffi. Na pista, na hora<br />

das premiações, ele fez a<br />

maior festa com sua equipe,<br />

jogando ao alto seu boné e<br />

sendo cumprimentado pelos<br />

demais técnicos e criadores<br />

presentes. O terceiro melhor<br />

macho ficou com a Cabanha<br />

da Maya, de Zuleika Torrealba,<br />

de Bagé, RS.<br />

Nas fêmeas, a Grande<br />

Campeã ficou com a criadora<br />

Zuleika Torrealba – Cabanha<br />

da Maya, Bagé, RS.<br />

Já a Reservada de Grande<br />

Campeã ficou com o selecionador<br />

gaúcho Roberto Beck,<br />

da Estância do Espinilho, de<br />

Cruz Alta.<br />

“Vencer numa Nacional<br />

de Angus e inda mais na<br />

Feicorte, em São Paulo, representa<br />

uma vitrine imperdível”,<br />

comemorou o criador.<br />

A terceira melhor fêmea<br />

ficou para a Cabanha Maufer,<br />

de Cruzeiro do Sul, RS.<br />

“Para nós, que estamos ainda<br />

no início de uma trajetória<br />

na raça (começamos em<br />

2008), obter uma premiação<br />

nacional é gratificante”, definiu<br />

Maurício Weiand, um<br />

dos proprietários.<br />

Prime Angus fatura R$ 607,2 mil na Feicorte<br />

cleo de criadores de Angus de<br />

São Paulo (o Núcleo Angus<br />

São Paulo). Na noite de 15<br />

de junho, durante a Feicorte,<br />

em São Paulo, SP, com casa<br />

cheia e palco de elite, o pregão<br />

comercializou 26 lotes<br />

de vacas e prenheses, num fa-<br />

turamento total de R$ 607,2<br />

mil e a elevada média individual<br />

de R$ 23.811,00.<br />

A fêmea “FSL G Electra<br />

49 TE” confirmou as expectativas<br />

e foi o maior destaque<br />

o pregão. Grande Campeã<br />

Nacional Angus em 2010,<br />

Electra teve 50% de sua propriedade<br />

vendida pela Casa<br />

Branca Agropastoril para a<br />

Safron Agropecuária por R$<br />

74,4 mil.<br />

“Electra é uma fêmea<br />

excepcional. Seus atributos<br />

produtivos e reprodutivos a<br />

credenciam a ser valorizada<br />

e disputada por selecionadores<br />

que acreditam nas ca-<br />

racterísticas da raça Angus”,<br />

disse o selecionador e atual<br />

presidente da Associação<br />

Brasileira de Angus (ABA),<br />

Paulo de Castro Marques,<br />

proprietário da Casa Branca<br />

Agropastoril.<br />

Castro Marques também<br />

ressaltou a liquidez total dos<br />

animais no leilão e a intensa<br />

disputa por todos os lotes.<br />

“É gratificante acompanhar<br />

o crescente interesse dos<br />

criadores pela raça Angus.<br />

A carne de qualidade é cada<br />

vez mais valorizada no Brasil<br />

e exigida pelos importadores.<br />

O Angus comprovadamente<br />

produz a melhor carne do<br />

mundo e esse é um diferencial<br />

importante para acelerar<br />

a disseinação da raça no<br />

Brasil”, avalia o dirigente,<br />

satisfeito com o sucesso comercial<br />

da raça na Feicorte.<br />

O maior comprador do<br />

leilão foi a Cabanha da<br />

Maya, de Bagé, RS, de Zuleika<br />

Borges Torrealba, selecionadora<br />

da raça há cerca<br />

de cinco anos, que acumulou<br />

compras no valor de R$ 94,8<br />

mil. Já o posto de maior vendedor<br />

do Prime Angus 2011<br />

ficou para a Casa Branca<br />

Agropastoril, de Fama, MG,<br />

que com as vendas acumulou<br />

receita de R$ 206,4 mil.<br />

>>>


39<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


40<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Mark McCully<br />

Impressionado com a<br />

qualidade dos animais e também<br />

com o profissionalismo<br />

dos criadores brasileiros,<br />

o técnico norte americano<br />

Mark McCully conduziu os<br />

Julgamentos de Classificação<br />

da 11ª Exposição Nacional<br />

Angus, durante a Feicorte<br />

2011, nos dias 15 e 16 de junho,<br />

em ambiente “indoor”,<br />

no moderno Centro de Exposições<br />

Imigrantes, em São<br />

Paulo, SP.<br />

“Animais consistentes, de<br />

bom e correto padrão e classes<br />

homogêneas, o que deixa<br />

claro que os criadores daqui<br />

têm as mesmas preocupações<br />

que os produtores dos Estados<br />

Unidos: ter o tipo de pista<br />

próximo aos animais de produção”,<br />

classificou o jurado.<br />

Jurado americano<br />

para a Nacional de Angus<br />

Técnico da “Certified Angus<br />

Beef” - subsidiária da associação<br />

norte-americana de<br />

Angus - McCully atuou pela<br />

primeira vez no Brasil, e já<br />

apontando os melhores animais<br />

numa importante prova<br />

que integra o Ranking Oficial<br />

da Raça no País.<br />

Além de técnico da Certified<br />

Angus Beef, Mark Mc-<br />

Cully é vice-presidente do<br />

Programa Carne Angus norte<br />

americano, pertencente<br />

à Associação Americana de<br />

Angus e também é experiente<br />

criador de Angus nos Estados<br />

Unidos. Para ele, num programa<br />

de carne de qualidade, o<br />

mais importante é a relação<br />

que estão construindo, juntos,<br />

indústria e produtores. Disso<br />

vão resultar as melhores<br />

soluções para o desenvolvimento<br />

da raça. “Eu não imaginava<br />

que o Brasil estivesse<br />

tão desenvolvido em Angus”,<br />

declarou McCully. Para ele, o<br />

sabor da carne é o primeiro<br />

item a ser distinguido pelo<br />

consumidor. Já a gordura de<br />

marmoreio é mais saudável<br />

que outras de cobertura, com<br />

EXPOSIÇÕES<br />

a diferença de que nos Estados<br />

Unidos não há zebu e a<br />

carne é sempre macia.<br />

ganho de visibilidade<br />

“A escolha de McCully<br />

dimensiona bem a meta de<br />

ganho de visibilidade da raça<br />

no Brasil e também frente a<br />

países de forte tradição em<br />

Angus”, apontou o presidente<br />

do Núcleo de Criadores de<br />

Angus de São Paulo, selecionador<br />

Renato Ramires.<br />

“Optamos por um jurado<br />

isento e de conhecimento máximo<br />

e atualizado da raça no<br />

principal centro de criação de<br />

Angus no mundo, numa busca<br />

das melhores referências internacionais”,<br />

definiu o presidente<br />

da Associação Brasileira<br />

de Angus (ABA), Paulo de<br />

Castro Marques.<br />

Ele lembra que a raça<br />

vive um momento extremamente<br />

positivo no Brasil e já<br />

ocupa a primeira colocação<br />

entre as raças taurinas de<br />

corte em venda de sêmen –<br />

tendo comercializado cerca<br />

de 1,8 milhão de doses em<br />

2010.<br />

Mccully conheceu<br />

produção<br />

Angus em Porto Feliz, SP<br />

Em sua visita ao Brasil<br />

para atuar como jurado de<br />

Angus na nacional da raça<br />

na Feicorte 2011, Mark<br />

McCully incluiu em sua programação<br />

uma visita às instalações<br />

do confinamento do<br />

Grupo Marfrig (parceiro da<br />

ABA), na Fazenda Jequitibá,<br />

em Porto Feliz, SP.<br />

Ao lado dos técnicos Fábio<br />

Medeiros, subgerente da ABA<br />

- Programa Carne Angus Certificada<br />

da Associação Brasileira<br />

de Angus, e Luciano de<br />

Andrade, gerente de Fomento<br />

do Marfrig, o especialista conheceu<br />

um pouco do sistema<br />

de produção da carne Angus,<br />

que une tecnologia com a<br />

genética Angus certificada e<br />

boas práticas de manejo.<br />

“O resultado é um animal<br />

abatido jovem, com ótima<br />

terminação de carcaça e com<br />

uma carne que atende os paladares<br />

mais exigentes, destaca<br />

Fábio Medeiros, da ABA.<br />

Para o técnico, a visita<br />

de McCully é um fato de ex-<br />

VEJA AQUI OS ANIMAIS CAMPEÕES<br />

Grande Campeão Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho<br />

Grande Campeã Reservada Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

trema importância para os<br />

criadores de Angus do Brasil,<br />

pois essa é a primeira vez<br />

que um técnico da ‘Certified<br />

Angus Beef’, equivalente ao<br />

programa ‘Carne Angus Certificada,’<br />

vem ao País para<br />

conhecer o sistema de uma<br />

fazenda de produção que usa<br />

tecnologia de ponta.<br />

“O objetivo é garantir que<br />

os produtos Angus oferecidos<br />

pelo grupo Marfrig ao mercado<br />

tenham o máximo de qualidade<br />

em questões de acabamento<br />

de carcaça, maciez e<br />

marmoreio da carne”, argumentou<br />

na ocasião Luciano<br />

Andrade, do Marfrig.<br />

Toda a infraestrutura da<br />

fazenda foi planejada com o<br />

propósito de garantir eficiência<br />

produtiva e bem estar<br />

aos animais. Com capacidade<br />

estática para acomodar 7,5<br />

mil cabeças, a fazenda trabalha<br />

atualmente com 60% da<br />

sua lotação, aproximadamente<br />

4,5 mil animais, que após<br />

150 dias de confinamento<br />

chegam à indústria pensando<br />

entre 450 kg para as fêmeas<br />

e 520 kg nos machos.<br />

>>>


41<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

SÃO XAVIER


42<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

GRANDE CAMPEÃO<br />

Nome: GARUPÁ 7880 DATELINE<br />

Tat: 7880<br />

Nasc: 12/06/2008 Idade: 1095<br />

Dias Registro: O128373<br />

Pai: VERMILION DATELINE 7078<br />

Mãe: AZUL 6169 7TROUXAS<br />

RELÂMPAGO<br />

Peso: 1215<br />

Perímetro Escrotal : 44,5<br />

ALT: 1,50 DENTE: 8 FRAME: 6,75<br />

Expositor: ELOY TUFFI<br />

Estabelecimento: FAZENDA MC<br />

Cidade: ESP; SANTO DO PINHAL /SP<br />

Criador: João Vieira de Macedo Neto<br />

RESERVADO GRANDE<br />

CAMPEÃO<br />

Nome: MC INSANO DEFESA Tat: 992<br />

Nasc: 20/06/2009 Idade: 722 Dias<br />

Registro: O137413<br />

Pai: SANTA SÉRGIA TOMY RUBIO<br />

Mãe: PAINEIRAS GRAN CANYON<br />

DEFESA 1046 TE<br />

Peso: 810 Perímetro Escrotal : 38<br />

ALT: 1,40 DENTE: 2 FRAME: 5,75<br />

AOL: 113,40 EGS: 8,36 P8: 13,09<br />

Expositor: ELOY TUFFI<br />

Estabelecimento: FAZENDA MC<br />

Cidade: ESP. SANTO DO PINHAL /SP<br />

Criador: Eloy Tuffi<br />

TERCEIRO MELHOR MACHO<br />

Nome: MAYA 97 ELEUTÉRIO Tat: 97<br />

Nasc: 08/10/2008 Idade: 977 Dias<br />

Registro: O128233<br />

Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE<br />

Mãe: MAYA 33 CAMÉLIA JOÃO LANO<br />

NANINE<br />

Peso: 996 Perímetro Escrotal : 42<br />

ALT: 1,41 DENTE: 6 FRAME: 5,50<br />

Expositor: ZULEIKA BORGES<br />

TORREALBA<br />

Estabelecimento: CABANHA DA MAYA<br />

Cidade: BAGÉ /RS Criador: Zuleika<br />

Borges Torrealba<br />

GRANDE CAMPEÃ<br />

Nome: MAYA TE131 FLORIDA<br />

EXPOSIÇÕES<br />

DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA FEICORTE<br />

Tat: TE131<br />

Nasc: 26/07/2009 Idade: 686 Dias<br />

Registro: O136378<br />

Pai: SAV 8180 TRAVELER 004<br />

Mãe: CATANDUVA IMPALA STRYKER<br />

4128-TE68<br />

Peso: 700 Est. Gest.: Prenha<br />

ALT: 1,35 DENTE: DL FRAME: 6,75<br />

AOL: 105,20 EGS: 10,16<br />

P8: 14,23<br />

Expositor: ZULEIKA BORGES<br />

TORREALBA<br />

Estabelecimento: CABANHA DA MAYA<br />

Cidade: BAGÉ /RS<br />

Criador: Zuleika Borges Torrealba<br />

RESERVADA GRANDE<br />

CAMPEÃ<br />

Nome: ESPINILHO TE33 Tat: TE33<br />

Nasc: 01/09/2008 Idade: 1014<br />

Dias Registro: O131128<br />

Pai: SAV NET WORTH 4200<br />

Mãe: OTTONO B1558 TE LÁBIA<br />

Peso: 744 Est. Gest.: C/Cria<br />

ALT: 1,36 DENTE: 4 FRAME: 6,50<br />

Expositor: ROBERTO SOARES BECK<br />

Estabelecimento: ESTÂNCIA DO<br />

ESPINILHO<br />

Cidade: CRUZ ALTA /RS<br />

Criador: Roberto Soares Beck<br />

TERCEIRA MELHOR FÊMEA<br />

Nome: MAUFER 022 RAINHA<br />

Tat: 022<br />

Nasc: 30/09/2010 Idade: 255 Dias<br />

Registro: O143644<br />

Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE<br />

Mãe: CATANDUVA 1328 RAINHA<br />

TE213-169 Est.<br />

Peso: 304 Gest.: Vazia<br />

ALT: 1,14 DENTE: DL FRAME: 5,50<br />

AOL: 76,62 EGS: 3,84 P8: 5,42<br />

Expositor: MAURÍCIO E<br />

FERNANDO L. WEIAND<br />

Estabelecimento: CABANHA MAUFER<br />

Cidade: CRUZEIRO DO SUL /RS<br />

Criador: Maurício e<br />

Fernando Lampert Weiand<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Do Mato Grosso<br />

para ver Angus<br />

Veio de Alta Araguaia, no<br />

Mato Grosso, MT, diretamente<br />

para ver a raça Angus brilhar<br />

na Feicorte, em São Paulo, SP.<br />

Foi o que contou o novo criador<br />

de Angus Guilherme Rigo, que<br />

trabalha com a raça há apenas<br />

dois anos, em sua Fazenda<br />

Pampas 2. “Sou cliente do<br />

selecionador de Angus Renato<br />

Ramires, que foi quem me incentivou<br />

a investir nesta bela e<br />

produtiva raça”, revelou Rigo,<br />

sentando com a filha Vitória e<br />

o sobrinho Gabriel numa das<br />

mesas do Estande Angus na<br />

Feicorte, e se deliciando com<br />

cubos de carne Angus feitos ali,<br />

na grelha, bem em sua frente.<br />

Mas nosso novo criador<br />

de Angus não é marinheiro de<br />

primeira viagem. Ele já criou<br />

Canchim e ainda cria Limousin<br />

e Brahman. Agora espera as<br />

crias de uma vaca Angus e examina<br />

possibilidades de, assim<br />

que tiver produtos à altura, trabalhar<br />

com o Marfrig n o projeto<br />

Carne Angus, da ABA. Ele<br />

trabalha com cerca de cinco<br />

mil cabeças para cruzamento.<br />

>>>


43<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

PAI PASSO


44<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Através de seu Programa<br />

Carne Angus Certificada,<br />

a Associação<br />

Brasileira de Angus (ABA)<br />

novamente colocou em prática<br />

durante a Exposição<br />

Nacional de Angus, na 17ª<br />

edição da Feira Internacional<br />

da Cadeia Produtiva da<br />

Carne, a Feicorte, o marketing<br />

campeão de resultados,<br />

representado pela degustação<br />

da carne Angus Certificada.<br />

“O objetivo foi levar até<br />

o público presente na feira<br />

toda qualidade que a carne<br />

do rebanho Angus tem a<br />

Todo o crescimento que<br />

a Associação Brasileira de<br />

Angus (ABA) e que a raça<br />

Angus experimentou no ano<br />

de 2010 foi passado “como<br />

um filme” para a cabeça<br />

das cerca de uma centena<br />

de pessoas presentes no Estande<br />

da ABA na Feicorte.<br />

O feito foi protagonizado<br />

oferecer em termos de sabor,<br />

maciez e marmoreio”, explica<br />

Felipe Moura, diretor de<br />

marketing da ABA. Segundo<br />

ele, saber das qualidades e<br />

diferenciais da Carne Angus<br />

é importante para qualquer<br />

consumidor que busca uma<br />

carne superior. Mas provar a<br />

carne Angus, feita na hora,<br />

no estande da raça e tendo<br />

ao fundo os animais nas argolas,<br />

aí é mesmo uma experiência<br />

verdadeiramente<br />

inesquecível.<br />

Na Feicorte, na grelha<br />

do estande da ABA, a Carne<br />

Angus Certificada do<br />

EXPOSIÇÕES<br />

degustação da Carne Angus<br />

Marfrig e VPJ Alimentos<br />

foi servida todos os dias aos<br />

frequentadores, sempre em<br />

cubos fatiados na hora, de<br />

cortes especiais como Beef<br />

Ancho, Mini Burguer de Picanha<br />

e Stake de Alcatra.<br />

Os freqüentadores da feira<br />

ficavam admirados com os<br />

cortes de carnes apresentados<br />

num expositor refrigerado<br />

no estande Angus. E boa<br />

parte desses cortes não são<br />

feitos com as partes nobres<br />

do animal.<br />

“Com essas degustações,<br />

queremos que o consumidor<br />

passe pela experiência<br />

de consumir uma carne de<br />

real qualidade. “O que mais<br />

chama atenção no paladar<br />

da carne é a textura que ela<br />

possui, aliada a um alto teor<br />

de suculência”, aponta Felipe.<br />

Na Feicorte, a degustação<br />

de Carne Angus foi possível<br />

graças a uma parceria<br />

entre a ABA e o Grupo Marfrig<br />

e a VPJ Alimentos.<br />

inovações<br />

Durante a Feicorte a<br />

VPJ Alimentos apresentou,<br />

entre outras inovações em<br />

cortes de carne Angus, a<br />

sua nova linha hambúrgueres<br />

Angus Certificados pelo<br />

programa de certificação<br />

da Associação Brasileira de<br />

Criadores de Angus. A empresa<br />

é a única a produzir<br />

hambúrgueres de pura carne<br />

Angus, oriunda de animais<br />

super jovens.<br />

Os cortes Angus Prime<br />

da VPJ vêm conquistando<br />

cada vez mais o mercado de<br />

carnes nobres. Praticamente<br />

todos os empórios, supermercados,<br />

restaurantes e<br />

lanchonetes de<br />

qualidade dos<br />

Estados de São<br />

Paulo, Rio de Janeiro,<br />

Paraná e<br />

Minas Gerais já<br />

comercializam<br />

os produtos Angus<br />

Prime VPJ,<br />

(considerada a<br />

melhor carne do<br />

mundo).<br />

“Na Feicorte<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

No ambiente da feira,<br />

mostramos uma nova linha<br />

de hambúrgueres, oriundos<br />

de vários cortes conhecidos<br />

do mercado como hambúrguer<br />

de costela, hambúrguer<br />

de picanha, hambúrguer de<br />

fraldinha, hambúrguer de<br />

patinho, hambúrguer de alcatra,<br />

hambúrguer de filet<br />

mignon. Todos já disponíveis<br />

para o mercado consumidor,<br />

sendo que vários restaurantes<br />

e hamburguerias<br />

já operam com as delicias<br />

produzidas e distribuídas<br />

pela empresa.” - diz Antônio<br />

Augusto, gerente da VPJ<br />

Alimentos.<br />

Lançamento do Anuário ABA 2010<br />

foi um dos pontos altos na Feicorte<br />

pelo diretor de Marketing<br />

da ABA, Felipe Moura, durante<br />

evento de lançamento<br />

do Anuário Angus 2010,<br />

dia 15, no estande da ABA,<br />

na Feicorte. Num momento<br />

bastante feliz, Felipe Moura<br />

literalmente hipnotizou e<br />

cativou as atenções das pessoas<br />

com palavras e frases<br />

realmente contundentes e<br />

reveladoras sobre o trabalho<br />

realizado no ano passado.<br />

A confecção do anuário<br />

contou com os esforços de toda<br />

a equipe Angus e o resultado é<br />

um material bastante completo<br />

que certamente agrada bastante<br />

aos apreciadores da raça<br />

Angus. “Queremos que esse<br />

anuário seja encarado como<br />

uma enciclopédia da raça”, explicou<br />

Moura.<br />

O lançamento do Anuário<br />

da ABA também teve<br />

a presença e participação<br />

do técnico norte americano<br />

Mark McCully, da Certified<br />

Angus Beef, e jurado da raça<br />

na Feicorte, que falou rapidamente<br />

sobre sua primeira<br />

experiência em terras brasileiras,<br />

País muito bonito segundo<br />

ele. O dirigente ainda<br />

respondeu a perguntas do<br />

público e imprensa presentes<br />

ao evento de maneira<br />

bastante descontraída. Mark<br />

discorreu sobre o modelo<br />

de produção utilizado pelos<br />

produtores de Angus nos<br />

EUA, que apesar das diferenças<br />

com o modelo nacional,<br />

possui muitas coisas em<br />

comum, como o controle da<br />

produção e a rastreabilida-<br />

de. “É importante que o pecuarista<br />

passe a se enxergar<br />

como parte de uma cadeia<br />

ampla voltada a produção<br />

de alimentos”, aconselhou o<br />

esoecialista.<br />

McCully disse ainda que<br />

nos EUA, nos últimos dez<br />

anos o percentual de animais<br />

que integram programas de<br />

carne certificada subiu de<br />

30% para 90%. Deste total<br />

aproximadamente 60% dos<br />

animais abatidos possuem<br />

tipificação de carcaça Angus.<br />

Sobre a qualidade do<br />

rebanho Angus presente na<br />

Feicorte, o jurado explicou<br />

que é muito difícil analisar<br />

visualmente quesitos como<br />

marmoreio nos animais expostos<br />

em pista, mas que de<br />

maneira geral gostou muito<br />

da qualidade dos bovinos<br />

avaliados.<br />

Em relação ao conteúdo<br />

do anuário, uma das informações<br />

mais relevantes<br />

destacadas por pesquisa foi<br />

o aumento de 89% do número<br />

de abates Angus no<br />

Brasil. “De 79 mil abates no<br />

ano de 2009, pulamos para<br />

150 mil abates realizados<br />

pelos frigoríficos parceiros<br />

do Programa Carnes Angus<br />

Certificada em 2010, aliada<br />

com o produtor da raça<br />

no Brasil”, acrescentou na<br />

ocasição a gerente da ABA,<br />

Juliana Brunelli. E proveitou<br />

para anunciar que “o plano<br />

da ABA é de que sejam inseminadas<br />

cerca de 200 mil<br />

vacas com genética Angus<br />

até 2015”.


45<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


46<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

A Associação Brasileira<br />

de Angus (ABA), seguindo<br />

sua filosofia de constante<br />

aperfeiçoamento para atender<br />

seus associados e buscando<br />

sempre o melhor que<br />

o mundo do Angus pode oferecer,<br />

inova mais uma vez<br />

na maior vitrine da raça na<br />

América Latina, a Expointer,<br />

com a realização do Shopping<br />

Angus. A iniciativa visa<br />

dar oportunidade a todos os<br />

criadores da raça de ofertarem<br />

seus animais de argola<br />

durante a feira.<br />

Para isto será criado um<br />

ambiente totalmente dife-<br />

A Expointer 2011 será<br />

palco para a última etapa do<br />

Ranking Nacional Angus, que<br />

vai apontar o Melhor Criador<br />

e Melhor Expositor Angus de<br />

2011. Perto da reta final, a<br />

Associação Brasileira de Angus<br />

(ABA) destaca a penúltima<br />

etapa do ranking nacional<br />

de exposições oficiais, realizada<br />

na Feicorte, SP. O balanço<br />

parcial de pontos divulgado<br />

pela ABA mostra que, até o<br />

momento, os cinco primeiros<br />

colocados na disputa pelo<br />

troféu de Melhor Criador do<br />

Ranking Nacional são: Antonio<br />

Maciel Neto, proprietário<br />

da FSL Angus Itu - Fazenda<br />

São Luiz- Itu (SP); Luiz Anselmo<br />

Cassol, proprietário da<br />

EXPOSIÇÕES<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Expointer: Angus vem para brilhar!<br />

A raça Angus vem para<br />

esta Expointer com um total<br />

de 307 animais de argola e<br />

141 exemplares rústicos. No<br />

total são 448 animais. Conforme<br />

os registros da Associação<br />

Brasileira de Angus<br />

(ABA), são 57 expositores<br />

de animais de argola e 25 de<br />

animais rústicos.<br />

Na área da argola, onde<br />

o incremento na comparação<br />

com 2010 é de 6,5%, são<br />

202 fêmeas e 105 machos. Já<br />

nos exemplares inscritos para<br />

a 4° Nacional de Rústicos,<br />

são 42 fêmeas PO (14 trios),<br />

21 fêmeas PC (7 trios), 45<br />

machos PO (15 trios) e 33<br />

machos PC (11 trios). Nos<br />

rústicos, na comparação com<br />

o ano passado, o aumento é<br />

de 42%.<br />

A programação Angus<br />

Shopping Angus oferta<br />

o melhor de argola<br />

renciado dentro do pavilhão<br />

de bovinos de corte, onde os<br />

animais ficarão expostos e<br />

os interessados receberão<br />

informações e atendimento<br />

personalizado. Cada animal<br />

ofertado terá um valor préfixado<br />

pelo vendedor, e uma<br />

identificação específica com<br />

seus dados, como paternidade<br />

e informações do proprietário.<br />

As propostas serão feitas<br />

através de envelope, modelo<br />

de comercialização que já<br />

está se tornando conhecido<br />

entre os investidores.<br />

A gerente da ABA, Juliana<br />

Brunelli, destaca que a<br />

oportunidade é ímpar, porque<br />

como todos os Angus do shopping<br />

irão a julgamento durante<br />

a Expointer, o produtor<br />

poderá comprar um animal<br />

que terá chances de ser um<br />

campeão.<br />

Somente participam do<br />

Shopping os animais de argola<br />

que já estavam inscritos<br />

para o julgamento da raça na<br />

feira.<br />

O evento será assessorado<br />

pela empresa FF Velloso<br />

e Dimas Rocha, que estará<br />

presente em tempo integral no<br />

shopping, ao lado da leiloeira<br />

Trajano Silva Remates.<br />

Está se realizando durante esta Expointer, a quarta<br />

edição da Exposição Nacional de Rústicos Angus.<br />

Promoção da Associação Brasileira de Angus (ABA), o<br />

evento representa uma das mais importantes etapas do<br />

Ranking Nacional dos Expositores de Rústicos, e conta<br />

com um importante leilão, que trará para a pista de<br />

remate os animais premiados nesta exposição.<br />

“Esse é mais um estimulo à participação dos criadores.<br />

Nessa reta final, é importante acompanhar os resultados<br />

de perto, por isso a ABA está à disposição para fornecer<br />

os resultados de rankings regionais ou detalhamento da<br />

pontuação dos sócios, diretamente na entidade”, completa<br />

Juliana.<br />

Palco da última etapa do Ranking Nacional<br />

Cabanha da Corticeira - São<br />

Borja (RS); Eloy Tuffi, da Fazenda<br />

MC - Espírito Santo do<br />

Pinhal (SP); Cabanha Rincón<br />

Del Sarandy - Uruguaiana<br />

(RS); e Reconquista Agropecuária<br />

Ltda. - de Alegrete<br />

(RS).<br />

Já na disputa ao posto<br />

de Melhor Expositor do<br />

Ranking Nacional de 2011,<br />

os cinco primeiros são: Eloy<br />

Tuffi, da Fazenda MC- Espírito<br />

Santo do Pinhal (SP);<br />

Antonio Maciel Neto, proprietário<br />

da FSL Angus Itu-<br />

Fazenda São Luiz – Itu (SP);<br />

Cabanha Rincón Del Sarandy-<br />

Uruguaiana (RS); Parceria<br />

Cabanha da Corticeira e<br />

GB Agropecuária; e Luiz An-<br />

na feira conta com três momentos<br />

de julgamentos. O<br />

primeiro é o Julgamento de<br />

Rústicos, que acontece no dia<br />

29/08, segunda-feira, 09h,<br />

na Pista 20. Na pista central,<br />

ocorrem os outros dois,<br />

ambos de argola: as fêmeas<br />

serão julgadas no dia 30 e os<br />

machos no dia 31, ambos às<br />

09h.<br />

Este ano atua como jurado<br />

de Angus na Expointer<br />

o experiente norte americano<br />

Randy Daniel, que pela<br />

terceira vez trabalha no<br />

Brasil.<br />

Daniel administra a fazenda<br />

da família, Partisover<br />

Ranch, em Colbert, na Geórgia<br />

(EUA). No dia a dia,<br />

trabalha ao lado da esposa,<br />

Beth, e do pai, Dan. Como ju-<br />

selmo Cassol, proprietário da<br />

Cabanha da Corticeira - São<br />

Borja (RS).<br />

Hot site<br />

Com o objetivo de facilitar<br />

o acesso às informações<br />

sobre o Ranking de criadores<br />

e de expositores, um hotsite<br />

traz informações sobre os<br />

principais eventos oficiais<br />

que a ABA que os núcleos regionais<br />

de criadores promovem<br />

pelo Brasil.<br />

Com esta ferramenta inovadora<br />

criada para os seus<br />

associados, é possível acompanhar<br />

de forma detalhada<br />

as pontuações dentro do<br />

Ranking de criadores e ex-<br />

rado de Angus, Randy inclui<br />

em sua atribulada agenda 39<br />

estados americanos e mais o<br />

Brasil, a Argentina e o Uruguai.<br />

cursos e Palestras<br />

Cursos e palestras também<br />

fazem parte da participação<br />

Angus na maior vitrine<br />

da América Latina. Começando<br />

pelo curso de Cabanheiros,<br />

que acontece no estande Angus,<br />

em 25 e 26 de agosto, às<br />

9h. Já a segunda semana da<br />

mostra inicia com a primeira<br />

edição do Campeonato Angus<br />

Mirim, dia 31, quarta-feira,<br />

às 14h, na pista central. No<br />

dia seguinte, às 13h30, é vez<br />

do Workshop Carne Angus,<br />

na casa da RBS. No sábado,<br />

dia 3, às 09h, o auditório do<br />

Senar abriga o último curso<br />

positores somando à agenda<br />

das exposições, resultados<br />

e informações específicas a<br />

respeito, bastando para isso<br />

solicitar login e senha diretamente<br />

no escritório da entidade<br />

(51.3328.9122).<br />

A gerente da Angus, Juliana<br />

Brunelli, destaca que uma<br />

das vantagens deste novo serviço<br />

é que o associado poderá<br />

fazer as inscrições de seus<br />

animais para as exposições<br />

ranqueadas diretamente pelo<br />

hot site. “Essa será uma alternativa<br />

prática que diminuirá<br />

a burocracia no ato das<br />

inscrições, pois não haverá a<br />

necessidade de envio de documentação,<br />

como cópia de<br />

registros e ficha de inscrições<br />

Angus da edição, o Curso de<br />

Jurado Jovem.<br />

Ao cair do martelo<br />

E a melhor genética não<br />

poderia deixar de ter os melhores<br />

leilões. O Shopping<br />

Angus será a atração deste<br />

ano no Pavilhão de Bovinos<br />

de Corte, de 27/08 a 02/09.<br />

No dia 29, segunda-feira,<br />

acontecem dois remates: o<br />

Leilão Nacional de Rústicos,<br />

às 13h30 e o Selo Racial Reserva<br />

Especial, às 20h. Este<br />

último é no restaurante internacional<br />

e o primeiro na<br />

Pista J.<br />

No restaurante internacional<br />

também acontece o<br />

Leilão Divas, dia 31, às 21h.<br />

Encerrando, acontece na Pista<br />

J, dia 03/09, às 14h, a Feira<br />

da Novilha.<br />

para a associação”, observa<br />

Juliana.<br />

Outra vantagem é que os<br />

núcleos regionais poderão<br />

realizar suas exposições por<br />

meio de um programa análogo<br />

ao da associação, onde<br />

os responsáveis terão acesso<br />

as planilhas, catálogos, entre<br />

outros documentos oficiais,<br />

tudo com acesso fácil e prático<br />

no site da Angus.<br />

Para acessar o ambiente<br />

das exposições oficiais da<br />

ABA basta acessar o site<br />

principal da entidade no<br />

www.angus.org.br e clicar no<br />

banner eletrônico, posicionado<br />

no lado direito da tela, que<br />

leva diretamente ao ambiente<br />

virtual das exposições.


47<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


48<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Foi realizada entre os<br />

dias 8 e 17 de julho no Recinto<br />

de Exposições, Clibas<br />

de Almeida Prado, em Araçatuba<br />

(SP), a 52ª Expo-<br />

Agro, O evento que contou<br />

com a participação do Núcleo<br />

Paulista dos Criadores<br />

de Angus, serviu como<br />

palco de um dos maiores<br />

remates da raça Angus do<br />

país com a realização do<br />

4º Leilão Genética Angus<br />

GRANDE CAMPEÃ<br />

Nome: CIA.AZUL HERANÇA 0997 Tat: 0997<br />

Nasc: 17/09/2008 Idade: 1031 Dias Registro:<br />

O129555<br />

Pai: CIA.AZUL TE0146 CANYON SANGÜINE Peso: 764<br />

Mãe: CIA.AZUL 0141-G5480-G3140<br />

Est. Gest.: Prenha<br />

Expositor: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES<br />

Estabelecimento: FAZENDA TABAPUÃ<br />

Cidade: PONTA LINDA /SP<br />

Criador: SUSANA MACEDO SALVADOR<br />

RESERVADA GRANDE CAMPEÃ<br />

Nome: LC SCARLET TES161 Tat: TES161<br />

Nasc: 24/07/2009 Idade: 721Dias<br />

Registro: O134805<br />

Pai: SAV NET WORTH 4200 Peso: 770<br />

Mãe: NEGRITA 370 DA CORTICEIRA<br />

Est. Gest.: Prenha<br />

AOL: 102,9 EGS: 11,4 P8: 15,4<br />

Expositor: CABANHA SANTA HELENA<br />

Estabelecimento: FAZENDA SANTA HELENA Cidade:<br />

SANTA ADÉLIA/SP<br />

Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL<br />

3ª MELHOR FÊMEA<br />

Nome: ASD 920 TE MAJOR MUSA<br />

Tat: TE920<br />

Nasc: 30/09/2009 Idade: 653 Dias<br />

Registro: O135708<br />

Pai: LEACHMAN MAJOR LEAGUE A502M Peso:<br />

695<br />

Mãe: ASD 418 RINCÓN PANCHO GEMADA Est.<br />

Gest.: Prenha<br />

AOL: 104,2 EGS: 12,0 P8: 20,6<br />

Expositor: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES<br />

Estabelecimento: FAZENDA TABAPUÃ<br />

Cidade: PONTA LINDA /SP<br />

Criador: ANTONINO SOUZA DORNELES<br />

EXPOSIÇÕES<br />

GRANDE CAMPEÃO<br />

Nome: MC IMPOSTO FLORA TRAVELER 6807-TE973<br />

Tat: TE973<br />

Nasc: 22/04/2009 Idade: 814 Dias<br />

Registro: O134809<br />

Pai: SS TRAVELER 6807-T510 Peso: 950<br />

Mãe: ASD 132 SANDS MATHILDE FLORA Perímetro<br />

Escrotal : 49<br />

Expositor: ELOY TUFFI<br />

Estabelecimento: FAZENDA MC<br />

Cidade: ESPÍRITO SANTO DO PINHAL /SP<br />

Criador: ELOY TUFFI<br />

RESERVADO GRANDE CAMPEÃO<br />

Nome: HR AMÉRICO K09 TE Tat: TEK09<br />

Nasc: 19/02/2010 Idade: 511 Dias Registro:<br />

O140037<br />

Pai: OTTONO B1777 TE HERDEIRO<br />

Peso: 660<br />

Mãe: SA BAVÁRIA 358<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

52ª ExpoAgro de Araçatuba (SP)<br />

leva mais de 100 animais à pista<br />

Grande Campeão<br />

Grande Campeã<br />

no dia 12 de julho. A Agropecuária<br />

HR e 3E ofertaram<br />

30 touros Angus para<br />

trabalho no campo, 100<br />

novilhas Nelores prenhas<br />

e com cria ao pé Angus e<br />

1000 animais meio sangue<br />

Angus. Segundo o gerente<br />

da Agropecuária HR, Luís<br />

Fernando Rodrigues, esse é<br />

considerado um dos maiores<br />

leilões Angus do Brasil<br />

com um número tão expres-<br />

sivo de animais em um único<br />

remate.<br />

No dia 16 foi realizado<br />

o julgamento da exposição,<br />

contando pontos para o<br />

ranking regional da raça.<br />

Participaram mais de 10<br />

fazendas com um número<br />

superior a 100 animais em<br />

pista.<br />

raça espetacular<br />

Na opinião do médico<br />

veterinário e jurado da ex-<br />

posição de Araçatuba, José<br />

Geraldo Candido, o Angus é<br />

uma raça espetacular que<br />

produz carne no mundo inteiro<br />

e já provou o quanto<br />

vale. Ele destaca a qualidade<br />

dos animais que foram<br />

a julgamento e o trabalho<br />

de divulgação que o Núcleo<br />

Paulista está realizando<br />

com o apoio da Associação<br />

Brasileira de Angus (ABA),<br />

através do seu corpo de téc-<br />

Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho<br />

Reservada Grande Campeã<br />

DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DE ARAÇATUBA<br />

nicos qualificados. “É importante<br />

quando um jurado<br />

tem numa mesma pista animais<br />

de várias raças criadas<br />

no país. Ao analisar estes<br />

animais, o Angus se sobressai<br />

sobre os demais pelo seu<br />

biótipo”, destacou o jurado,<br />

elogiando a qualidade apresentada<br />

em pista, o cuidado<br />

dos criadores com os planteis<br />

e a supervisão dos técnicos<br />

da ABA.<br />

Terceiro Melhor Fêmea<br />

Perímetro Escrotal: 40<br />

AOL: 111,1 EGS: 14,2 P8: 15,2<br />

Expositor: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES<br />

Estabelecimento: FAZENDA TABAPUÃ<br />

Cidade: PONTA LINDA /SP<br />

Criador: LUIS HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES<br />

3º MELHOR MACHO<br />

Nome: 3E BARNEY A461 Tat: TEA461<br />

Nasc: 01/04/2010 Idade: 470 Dias Registro:<br />

O140041<br />

Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE<br />

Peso: 604<br />

Mãe: SALA ALAMEDA<br />

Perímetro Escrotal: 40<br />

AOL: 105,6 EGS: 10,2 P8: 13,6<br />

Expositor: 3E AGROPECUÁRIA<br />

Estabelecimento: FAZENDA TRÊS MARIAS Cidade:<br />

JOSÉ BONIFÁCIO /SP<br />

Criador: 3E AGROPECUÁRIA LTDA - EPP


49<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

SELECT SIRES


50<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Núcleo Angus São Paulo:<br />

passagem ao Centro Oeste<br />

“É produzido hoje em<br />

impressionante<br />

como o Angus<br />

São Paulo é mais produtivo<br />

do que o animal de oito anos<br />

atrás, quando eu entrei na<br />

raça. Além de outras qualidades,<br />

o meio sangue Angus<br />

está pronto para o abate entre<br />

10 e 12 meses mais cedo<br />

que outras raças e oferece<br />

até 20% a mais de ganho de<br />

peso. É ou não é a raça ideal<br />

para a pecuária brasileira,<br />

cada vez mais profissional e<br />

que busca resultados comprovados?”<br />

A convicção do Angus<br />

como a opção genética mais<br />

indicada para a expansão da<br />

pecuária está em cada palavra<br />

do criador Renato Ramires<br />

Jr., presidente do Núcleo<br />

Angus São Paulo e proprietário<br />

da 3E Agropecuária,<br />

com fazenda no município de<br />

José Bonifácio, SP.<br />

Entrando no terceiro<br />

mandato à frente do Núcleo,<br />

Ramires utiliza os resultados<br />

produtivos e reprodutivos do<br />

Angus e a indiscutível qualidade<br />

da carne para expressar<br />

sua confiança no avanço da<br />

raça rumo ao Brasil Cen-<br />

Trabalho do núcleo paulista é<br />

ponte para o avanço da raça rumo<br />

ao centro oeste brasileiro ...<br />

Renato Ramires Jr.<br />

tral. “O Angus evolui rápido<br />

em termos zootécnicos e em<br />

adaptabilidade. Há algum<br />

tempo não se admitia a raça<br />

pura no Centro-Oeste; hoje<br />

vendemos touros a partir de<br />

São Paulo para o extremo<br />

Norte do País e as informações<br />

colhidas são inquestionáveis:<br />

os animais produzem<br />

tão bem quanto o zebu”, ressalta<br />

o presidente do Núcleo<br />

Angus São Paulo.<br />

Isso só é possível porque<br />

os criadores paulistas<br />

desenvolveram programas<br />

de fomento que respeitam<br />

os interesses dos produtores<br />

e, aproveitando uma base<br />

genética versátil, composta<br />

por gado originário dos<br />

plantéis do Rio Grande do<br />

Sul – berço da raça no país<br />

– mas também do Canadá e<br />

dos Estados Unidos, fizeram<br />

a lição de casa, investiram na<br />

adaptação e em acasalamentos<br />

direcionados. Resultado:<br />

constituíram um pólo de disseminação<br />

de genética Angus<br />

de São Paulo para cima, chegando<br />

hoje a Minas Gerais,<br />

NÚCLEOS<br />

Goiás, Mato Grosso do Sul,<br />

Mato Grosso e Tocantins e<br />

daí para o Norte.<br />

orientação, o<br />

começo de tudo<br />

Tudo começa com a<br />

orientação profissional e<br />

técnica aos produtores que<br />

buscam auxílio para entrar<br />

na raça. “O Angus está<br />

num momento excelente e<br />

é comum que pecuaristas<br />

procurem o Núcleo para obter<br />

informações. Nesse momento,<br />

não os direcionamos<br />

para outros criadores, mas<br />

acionamos a parceria com a<br />

Associação Brasileira de Angus<br />

(ABA), que envia um dos<br />

seus três técnicos no Estado<br />

de São Paulo para atender<br />

as consultas de maneira absolutamente<br />

profissional. Assim,<br />

os técnicos da entidade<br />

fazem um verdadeiro raio-x<br />

do projeto pecuário e mostram<br />

os caminhos a seguir,<br />

de acordo com os preceitos<br />

da raça e dos mandamentos<br />

da pecuária moderna. Esse<br />

trabalho tem surtido excelentes<br />

resultados”, informa<br />

Renato Ramires Jr.<br />

Numa outra ponta, o núcleo<br />

paulista investe na divulgação<br />

da raça, levando-a<br />

a várias partes do estado de<br />

São Paulo com o seu ranking<br />

de exposições, que inclui as<br />

mostras de Avaré, Itapetininga,<br />

Feicorte, Araçatuba e<br />

São José do Rio Preto.<br />

O trabalho já atrai criadores<br />

de Minas Gerais, que<br />

em breve devem se integrar<br />

ao Núcleo. “O potencial é<br />

grande. Também estamos<br />

avaliando com muita atenção<br />

o sul de Mato Grosso do Sul.<br />

O objetivo principal é o fortalecimento<br />

da raça e entendemos<br />

que ter uma entidade<br />

forte é um fator indispensável<br />

desse processo”, assinala<br />

o dirigente.<br />

economia favorece<br />

Renato reconhece que a<br />

conjuntura econômica converge<br />

para o fortalecimento<br />

do Angus. “Carne de qualidade<br />

é um alimento essencial<br />

e cada vez mais valorizado.<br />

As estatísticas estão aí para<br />

provar que o mundo precisa<br />

da carne brasileira. E se for<br />

de Angus ainda melhor, pois<br />

os países desenvolvidos já<br />

pagam bônus por sua qualidade.<br />

Esse movimento começa<br />

a chegar ao país, a partir<br />

da concepção do Programa<br />

Carne Angus Certificada, que<br />

tem frigoríficos parceiros<br />

no Sul, Sudeste e Centro-<br />

Oeste”. No caso de SP, GO e<br />

MS, Renato refere-se à Marfrig,<br />

parceira do programa<br />

há quatro anos.<br />

Em termos globais, o cenário<br />

também é promissor<br />

para o Angus. “Temos dois<br />

belos desafios pela frente:<br />

quantidade e preço. Em ambos<br />

o Angus é um instrumento<br />

muito importante para a<br />

pecuária brasileira. Por suas<br />

características produtivas,<br />

fica pronto para o abate mais<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

cedo; como tem qualidade<br />

reconhecida agrega valor ao<br />

negócio, o que é bom para o<br />

Brasil e também para o pecuarista<br />

que utiliza essa genética”,<br />

diz Renato.<br />

Time que joga junto!<br />

Com as ações de fomento<br />

realizadas pelo Núcleo<br />

São Paulo, Renato Ramires<br />

Jr. confia que os resultados<br />

– que já aparecem – tendem<br />

a melhorar ainda mais no futuro.<br />

“Somos um time coeso,<br />

que joga junto e trabalha em<br />

prol do mesmo objetivo. Isso<br />

significa que o importante<br />

para os associados do Núcleo<br />

é a raça, e não só os campeonatos<br />

e o ranking. Assim,<br />

ganham todos: a raça, os<br />

criadores e a pecuária”.<br />

A confiança de Renato<br />

decorre da segurança que<br />

adquiriu no Angus desde que<br />

iniciou na pecuária. Empresário<br />

de varejo e atacado<br />

no interior de São Paulo ele<br />

sempre desejou investir em<br />

um outro negócio, que lhe<br />

desse a satisfação de contribuir<br />

para algo maior. A<br />

pecuária foi a atividade e o<br />

Angus a raça escolhida.<br />

“Pesquisei muito antes de<br />

me decidir pelo Angus. Pesei:<br />

se vou investir na pecuária de<br />

corte tem de ser em uma raça<br />

altamente produtiva, que efetivamente<br />

contribua para a<br />

maior oferta de proteína. O<br />

Angus foi a escolha perfeita”.<br />

O seu trabalho agora, à<br />

frente do Núcleo São Paulo,<br />

é levar essa mensagem a outros<br />

produtores e contribuir<br />

para fortalecer a raça em<br />

novas praças. Os resultados<br />

estão aparecendo.


51<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

NUCLEO PAULISTA


52<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Esta nova coluna, criada<br />

especialmente para<br />

o <strong>Angus@newS</strong>, visa<br />

revelar a avaliação de importantes<br />

selecionadores de<br />

Angus sobre a importância<br />

do uso da genética nacional<br />

da raça.<br />

A cada edição, dois cria-<br />

MELHORAMENTO GENÉTICO<br />

Genética Nacional:<br />

“Eu acredito!”<br />

Fotos: Horst Knak/Agência Ciranda<br />

dores estarão se manifestando<br />

sobre este tema, que<br />

é prioridade do Conselho<br />

Técnico e da atual direção<br />

da Associação Brasileira de<br />

Angus (ABA).<br />

Fábio gomes - cabanha<br />

catanduva, com sede<br />

em cachoeira do sul, rs:<br />

“Acredito em touros nacionais<br />

porque a seleção genética<br />

do Angus está atenta<br />

para que os animais sirvam<br />

tanto para facilitar a criação<br />

e terminação quanto<br />

para que os touros trabalhem<br />

sem dificuldades em<br />

nosso meio ambiente, que<br />

é diferente de outros onde<br />

o Angus também se destaca,<br />

como nos Estados Unidos<br />

e Canadá, por exemplo.<br />

Precisamos produzir touros<br />

que possam trabalhar em<br />

grandes centros produtores<br />

de carne, como no Brasil<br />

Central. Precisamos de touros<br />

com pelo curto, porque<br />

os animais de pelo longo<br />

sofrem muito e produzem<br />

pouco. E esta produção de<br />

touros capazes de atender<br />

as nossas necessidades, nós<br />

só podemos fazer aqui, no<br />

nosso meio ambiente”.<br />

Fábio Luiz Gomes<br />

luiz Fernando campana<br />

rodrigues – Agropecuária<br />

Hr, de Fernandópolis,<br />

sP.<br />

“Os touros nacionais são<br />

filhos de touros nascidos e<br />

criados aqui e, portanto, já<br />

adaptados ao nosso clima,<br />

nossos parasitas e nossa<br />

alimentação do dia a dia.<br />

Eles já nascem com maior<br />

resistência às nossas pragas<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Luiz Fernando Campana Rodrigues<br />

e ao nosso meio. Os touros<br />

ou sêmen de touros importados,<br />

embora transmitam<br />

todas as características<br />

genéticas inerentes à raça,<br />

não tem esta adaptabilidade<br />

e, portanto, não podem<br />

transmiti-la aos seus filhos.<br />

Por isso acredito nos touros<br />

nacionais e uso 100% deles<br />

para os cruzamentos industriais<br />

na HR”.


53<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


54<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

A<br />

viagem à Três Marias,<br />

que contou com a participação<br />

de cerca de<br />

40 criadores e técnicos brasileiros,<br />

teve a coordenação<br />

do selecionador gaúcho Luis<br />

Felipe Cassol, um dos diretores<br />

da Solução Genética,<br />

em São Luiz Gonzaga, RS,<br />

e também da Cabanha da<br />

Corticeira, em São Borja,<br />

RS.<br />

Luis Felipe esteve acompanhado<br />

dos veterinários<br />

Bianca e Dimas Rocha, da<br />

Assessoria Agropecuária<br />

FFVelloso & Dimas Rocha,<br />

que novamente este ano assessora<br />

o leilão da Cabanha<br />

Três Marias, no dia 18 de<br />

agosto.<br />

um plantel de cinema<br />

A Cabanha Três Marias,<br />

de propriedade do selecionador<br />

Horácio Gutierrez,<br />

ostenta bem mais do que<br />

o mérito de ser a cabanha<br />

de Angus mais premiada<br />

da Argentina. Trabalhando<br />

com um plantel de aproximadamente<br />

1,2 mil ventres<br />

registrados, anualmente, o<br />

criatório produz aproximadamente<br />

500 touros, e com<br />

um grupo muito seleto de<br />

150 doadoras, gera cerca<br />

de dois mil embriões ao ano,<br />

volume que é destinado para<br />

NOTÍCIAS<br />

recebe grupo de técnicos e<br />

criadores brasileiros<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Premiadíssima Três Marias<br />

Luis Felipe Cassol<br />

Iniciativa da empresa gaúcha Solução Genética, que no Brasil<br />

representa a Cabanha Três Marias, foi realizado em 29 de junho<br />

um dia de campo de visitação àquele seleto estabelecimento de<br />

criação de Angus na Argentina.<br />

a própria cabanha, para o<br />

mercado interno e à exportação.<br />

O dia de campo – já promovido<br />

em 2010 também<br />

pela Solução Genética, que<br />

fornece o material genético<br />

da Três Marias em solo brasileiro<br />

- neste ano foi prestigiada<br />

por técnicos da Associação<br />

Brasileira de Angus<br />

(ABA) e por criadores do<br />

Rio Grande do Sul, Santa<br />

Catarina e do Paraná.<br />

grandes mães<br />

Quatro estações foram<br />

visitadas pelo grupo. Na<br />

primeira foram revisadas<br />

aproximadamente 100 doadoras;<br />

lote composto por<br />

grandes mães e produtoras<br />

de campeões e touros pais.<br />

Doadoras como Jefa, Mulata,<br />

Fenomena, Baraja entre<br />

tantas outras.<br />

Através da revisão das<br />

doadoras da fazenda, foi<br />

possível entender um dos<br />

pontos chaves do sucesso<br />

desta cabanha: a grande<br />

qualidade da base de seu<br />

plantel, ou seja, das mães.<br />

Tourada de peso<br />

Na segunda estação, a<br />

comitiva conferiu o confinamento<br />

para preparo de touros<br />

de venda utilizado no se-<br />

gundo inverno dos animais<br />

para comercialização no<br />

remate de agosto de 2011.<br />

Neste local estavam sendo<br />

preparados aproximadamente<br />

400 touros PO e PC,<br />

para venda aos dois anos e<br />

peso médio de 750-800 kg.<br />

Palermo e clones<br />

Na terceira estação, os<br />

visitantes conheceram os<br />

animais de argola preparados<br />

pela Cabanha Três Marias<br />

para a tradicional Exposição<br />

de Palermo, de 20 a<br />

22 de julho. Foi apresentada<br />

a Grande Campeã Palermo<br />

2010, Areia, animal este<br />

adquirido por criador brasileiro<br />

no leilão de 2009. Entre<br />

os animais podem estar<br />

os Grandes Campeões da<br />

mais importante exposição<br />

de Angus do mundo, no conceito<br />

de muitos criadores.<br />

Nesta etapa da visita<br />

também foram apresentados<br />

dois clones da mãe de<br />

Três Marias Zorzal, um dos<br />

touros sul-americanos mais<br />

influentes da atualidade.<br />

Os animais clonados, aliás,<br />

já foram incorporados ao<br />

núcleo de doadoras da cabanha,<br />

e se encontram em<br />

franca multiplicação. Estas<br />

doadoras já foram coletadas<br />

com 10 touros diferentes,<br />

apresentando sempre a<br />

mesma consistência.<br />

Fêmeas Po<br />

O lote de fêmeas PO destinadas<br />

à comercialização<br />

no leilão de agosto foi conhecido<br />

na quarta estação.<br />

Divididos em grupos ordenados<br />

por idade, os lotes<br />

totalizam uma oferta de 70<br />

fêmeas PO.<br />

A fantástica padronização<br />

dos animais em tamanho,<br />

qualidade e caracterização<br />

racial, consequência<br />

da criteriosa escolha dos<br />

pais e da grande qualidade<br />

da base de fêmeas, realmente<br />

surpreendeu a todos.<br />

A padronização em tamanho,<br />

qualidade e caracterização racial<br />

surpreendeu a todos


55<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


56<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

O<br />

Angus é uma raça milenar<br />

pura conhecida<br />

mundialmente e a base<br />

dos grandes rebanhos nos<br />

EUA e na Argentina. Nas regiões<br />

subtropicais – abaixo<br />

da latitude de 25º - ela predomina<br />

com grande destaque.<br />

Naturalmente mocho, os animais<br />

da raça Angus possuem<br />

excelente habilidade maternal<br />

e se adaptam as mais diversas<br />

PARCEIROS<br />

O Angus<br />

do presente e do futuro<br />

Marcelo Vezozzo<br />

regiões. É também reconhecida<br />

em todo o mundo pelo programa<br />

Angus Certified Beef<br />

– uma raça completa que vai<br />

desde a genética até o prato<br />

do consumidor. Sua carne é<br />

bastante apreciada no mercado<br />

e elogiada pelos chefes<br />

de culinária dos restaurantes,<br />

principalmente pelo excelente<br />

marmoreio e maciez.<br />

No Brasil, nos últimos três<br />

anos em virtude da parceria<br />

entre a Associação Brasileira<br />

de Angus – com o programa<br />

Carne Angus Certificada – e a<br />

indústria frigorífica houve um<br />

grande impulso na comercialização<br />

da sua genética, o que<br />

pode ser constatado pelos relatórios<br />

divulgados pela Asbia<br />

– Associação Brasileira de Inseminação<br />

Artificial. Os criadores<br />

brasileiros estão produzindo<br />

os terneiros (bezerros)<br />

para atender a demanda do<br />

mercado interno e, em breve,<br />

para o comércio do exterior,<br />

podendo agregar mais valor<br />

para o seu produto. O Brasil<br />

vai poder demonstrar a qualidade<br />

do seu produto, saindo<br />

assim da comoditização.<br />

Entretanto, tenho visto no<br />

nosso País, uma pasteurização<br />

do frame do touro Angus para<br />

ser utilizado no rebanho nacional.<br />

Dentro e fora do Brasil<br />

tenho presenciado sistemas<br />

diversificados de produção que<br />

devem ser atendidos: as necessidades<br />

técnicas, econômicas,<br />

ambientais, entre outros.<br />

Por exemplo, se necessitamos<br />

fazer um bezerro hiperprecoce<br />

com produção intensiva e<br />

acabamento rápido é um determinado<br />

reprodutor; para o<br />

superprecoce é outro; para o<br />

precoce é outro touro; para o<br />

tradicional também, ou seja,<br />

vamos precisar de indivíduos<br />

diferenciados. Se queremos<br />

utilizá-los em semi-confinamento,<br />

confinamento ou a<br />

pasto, nos pampas gaúchos,<br />

no pantanal, no Mato Grosso<br />

ou Pará, são necessários produtos<br />

com características diferenciadas.<br />

Sem falar em outros pontos<br />

determinantes: qual é a<br />

matriz genética que será empregada<br />

(zebu, ½ sangue ou<br />

européia)? Qual é o tipo de<br />

alimentação e o manejo que<br />

será oferecido para este indivíduo?<br />

Cada resultado deste<br />

cruzamento tem a sua exigência<br />

nutricional e de acordo<br />

com a oferta ele vai ter a<br />

curva de acabamento (massa<br />

muscular e gordura) no seu<br />

tempo apropriado.<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Dentro desta sistemática,<br />

sugiro aos selecionadores e<br />

produtores de novilhos precoces<br />

que façam uma análise<br />

profunda da escolha desta<br />

genética a ser utilizada para<br />

atender o seu sistema de produção,<br />

focando as suas necessidades<br />

como: precocidade,<br />

aumento de gordura na carcaça,<br />

melhorar a qualidade da<br />

carne, aumentar a habilidade<br />

materna, diminuir ou aumentar<br />

o peso das suas carcaças,<br />

assim por diante.<br />

Para finalizar, parabenizo<br />

os selecionadores de Angus<br />

que já utilizam a genética da<br />

raça com esta visão do presente<br />

e do futuro.<br />

Diretor-presidente da<br />

Araucária Genética Bovina


57<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

CRI


58<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

PARCEIROS<br />

EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

O cruzamento como<br />

ferramenta de expansão de mercado<br />

Octaviano Alves<br />

Pereira Neto<br />

O<br />

Brasil tem se constituído<br />

no país líder na produção<br />

e exportação de<br />

alimentos de origem vegetal e<br />

animal. Temos todos os componentes<br />

necessários para atingir<br />

este objetivo: sol, água, terra,<br />

clima, genética nos rebanhos,<br />

mão de obra, tecnologia, etc...<br />

Estima-se que mais de 70%<br />

do rebanho nacional é composto<br />

por zebuínos ou seus cruzamen-<br />

tos. É indiscutível a fantástica<br />

adaptação do binômio nelore<br />

e braquiária às condições do<br />

Centro Oeste brasileiro, sendo<br />

uma grande oportunidade à raça<br />

Angus, a qual poderá impactar<br />

decisivamente no processo de<br />

produção de carne bovina.<br />

Os ganhos em produtividade<br />

oriundos dos cruzamentos são<br />

imensos e amplamente descritos<br />

na literatura, principalmente<br />

resultado da heterose alcançada<br />

que é a superioridade média no<br />

desempenho de indivíduos em relação<br />

às raças materna e paterna<br />

que o originaram. A heterose resulta<br />

em uma maior precocidade<br />

sexual, melhores características<br />

das carcaças, uma melhor conversão<br />

alimentar e adaptação à<br />

ambientes hostis, especialmente<br />

no que diz respeito aos desafios<br />

parasitários.<br />

Empresários eficientes têm<br />

menos paixão e mais razão na<br />

hora da tomada de decisão. Não<br />

se trata da discutir se a raça A,<br />

B ou C é “melhor ou pior”, pois<br />

é uma discussão improdutiva. O<br />

correto é identificar qual responde<br />

de forma mais adequada<br />

em um determinado ecossistema,<br />

conforme seu clima, vegetação,<br />

manejo, etc... Estabelecidos<br />

estes critérios, opta-se por quais<br />

serão as raças a serem usadas.<br />

Certamente os rebanhos puros<br />

de origem serão mantidos<br />

e aprimorados, pois são fundamentais<br />

na geração de animais<br />

superiores e multiplicadores das<br />

qualidades e benesses da raça,<br />

porém serão cada vez mais focados<br />

na venda de reprodutores<br />

para rebanhos comerciais, tanto<br />

de mesmo genótipo quanto para<br />

cruzamentos. O modelo é conhecido<br />

há décadas, mas faltam<br />

ainda acertos para maximizar o<br />

desempenho.<br />

Não parece lógico ficar à<br />

margem desse negócio, mas para<br />

ingressá-lo é fundamental contornar<br />

problemas, tais como o<br />

estresse térmico, causado pelo<br />

calor das Regiões Sudeste e Centro<br />

Oeste, e o desafio parasitário,<br />

especialmente as moscas dos<br />

chifres e os carrapatos. Animais<br />

meio sangue ou outros graus de<br />

cruzamento costumam ser mais<br />

sensíveis aos parasitos que o zebuíno<br />

puro, que por seleção natural<br />

tornaram-se mais resistentes<br />

desde a sua formação.<br />

O carrapato é um exemplo<br />

claro, pois afeta severamente<br />

bovinos com sangue taurino e<br />

suas cruzas, causando espoliação<br />

e a transmissão de doenças,<br />

tais como a Tristeza Parasitária.<br />

Atualmente a resistência parasitária<br />

constitui uma barreira<br />

crescente ao processo de avanço<br />

das raças européias nestes<br />

ambientes, pois não elimina os<br />

parasitos de forma eficiente, havendo<br />

queda no desempenho dos<br />

animais.<br />

Os Inibidores de Crescimento<br />

de Ácaros, como é o caso do<br />

Acatak ® , têm auxiliado os produtores<br />

na introdução de genótipos<br />

taurinos nestes ambientes ou<br />

mesmo produzir mais em locais<br />

onde havia anteriormente sérios<br />

problemas com carrapatos.<br />

Outra vantagem é o sistema de<br />

aplicação pour-on que oferece<br />

maior facilidade para o controle<br />

dos carrapatos, sem necessidade<br />

de construção de banheiros de<br />

pulverização e imersão. É uma<br />

economia de tempo e investimento<br />

muito interessante aos<br />

sistemas de produção.<br />

Concluindo, a introdução de<br />

genes europeus em rebanhos zebuínos<br />

poderá ser o impulso que<br />

falta para o setor atingir a excelência<br />

no mercado de carne bovina<br />

mundial e tornar decisivamente<br />

o Brasil o maior produtor<br />

de tão nobre fonte de proteína.<br />

Medidas de controle parasitário<br />

eficazes permitirão que os indivíduos,<br />

oriundo dos cruzamentos,<br />

expressem seu potencial produtivo<br />

em ambientes de alto desafio<br />

parasitário, oferecendo aos pecuaristas<br />

excelentes ganhos em<br />

escala de produção e de qualidade<br />

na carcaça dos animais.<br />

Méd. Vet., Mestre em Zootecnia<br />

Gerente Técnico – Bovinos<br />

Novartis Saúde Animal Ltda.<br />

® Marca Registrada Novartis,<br />

AG, Basiléia, Suíça.<br />

Todos os direitos reservados.<br />

É proibida a reprodução total<br />

ou parcial do conteúdo desta<br />

publicação sem a autorização<br />

da Novartis Saúde Animal


59<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


60<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Cassol:<br />

Uma filosofia de trabalho<br />

que envolve toda<br />

uma família e com<br />

uma diretriz enfatizando<br />

a qualidade dos seus produtos<br />

em primeiro plano.<br />

Um elevado senso de ética,<br />

respeito e humildade que<br />

vem, ao longo dos anos,<br />

sendo reconhecido, respeitado<br />

e admirado por nomes<br />

de expressão no panorama<br />

da raça Angus. Estas<br />

características, aliadas à<br />

busca constante pelo aprimoramento<br />

do seu criatório,<br />

traçam a trajetória do<br />

pecuarista Luiz Anselmo<br />

Cassol, titular da Cabanha<br />

da Corticeira, de São Borja<br />

(na região das Missões do<br />

Estado gaúcho), e de sua<br />

família, dentro do universo<br />

das grandes cabanhas brasileiras<br />

de Angus.<br />

A história da Cabanha<br />

da Corticeira no criatório<br />

da raça iniciou em 1990,<br />

quando Cassol, que trabalhava<br />

com cria de gado<br />

geral, uma atividade que já<br />

vinha de seus pais, resolve<br />

mudar o foco da sua fazenda<br />

para iniciar a criação e<br />

seleção de uma raça definida.<br />

Ao visitar uma exposição<br />

agropecuária em Santa<br />

Maria, onde o filho, Luiz<br />

Felipe (hoje um criador e<br />

técnico consagrado), cursava<br />

a Faculdade de Agronomia,<br />

conhece a raça Angus.<br />

E após várias pesquisas define<br />

a Angus como a raça<br />

padrão para iniciar o seu<br />

criatório.<br />

Nesse ponto inicia a trajetória<br />

dessa propriedade<br />

que, ao longo dos anos, vem<br />

se destacando pelas qualidades<br />

já mencionadas, aliadas<br />

à excelência dos seus<br />

produtos, reconhecidos nas<br />

pistas das maiores Exposi-<br />

PERFIL<br />

uma família unida em<br />

torno da raça Angus<br />

Por Alexandre<br />

Gruszinsky<br />

ções da raça Angus no País.<br />

da corticeira<br />

Em 1970, aos 22 anos<br />

de idade, já casado com<br />

Margarete, Cassol assume<br />

a propriedade em Panambi,<br />

onde além de agricultura, se<br />

criava gado geral. O pecuarista<br />

Cassol explica porque<br />

escolheu a raça Angus para<br />

iniciar o seu criatório. “O<br />

Angus comprovadamente é<br />

a raça que complementa todas<br />

as outras que se queira<br />

melhorar. Pela qualidade da<br />

sua carne, pela precocidade<br />

sexual, pela rusticidade e<br />

pela capacidade de transmitir<br />

essas características<br />

nos cruzamentos a tornam<br />

a raça ideal tanto como<br />

raça pura, como para os<br />

cruzamentos com qualquer<br />

outra raça ou espécie (caso<br />

do Nelore). Por isso o Angus<br />

é a raça do momento e<br />

do futuro, afirma Cassol.<br />

Escolhida a raça, o primeiro<br />

plantel de Angus,<br />

embrião da então nova<br />

propriedade, foi adquirido<br />

em leilão na Exposição de<br />

Santa Maria, sendo um lote<br />

de touros Red Angus e dez<br />

vacas pretas PC. No ano<br />

seguinte, 1991, Cassol adquiriu<br />

um lote de 75 vacas<br />

Angus PO e mais algumas<br />

Angus PC, formando um<br />

plantel de aproximadamente<br />

100 animais. Com o nascimento<br />

dos primeiros produtos,<br />

para obter o registro<br />

junto a ANC, teve que criar<br />

um afixo, e como na região<br />

de Panambi, onde residia<br />

na época, existiam muitas<br />

arvores da espécie corticeira,<br />

escolheu o nome Cabanha<br />

da Corticeira. Hoje<br />

os seus animais usam como<br />

afixo LC. Em 1995 a propriedade,<br />

já com um plantel<br />

significativo, começou a<br />

participar de algumas exposições<br />

no Rio Grande do<br />

Sul, com gado Angus rústico.<br />

Em 1997 iniciaram a<br />

A história da cabanha da<br />

corticeira no criatório da<br />

raça iniciou em 1990<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

participação na Exposição<br />

de Londrina, PR, competindo<br />

na categoria de rústicos.<br />

Nessa categoria, a Cabanha<br />

da Corticeiras conquistou,<br />

durante cinco anos consecutivos,<br />

o campeonato de<br />

animais PO e quatro vezes<br />

o de PC.<br />

Cabe salientar que durante<br />

este período - 1995<br />

a 2000 - impossibilitado de<br />

se ausentar da lavoura, era<br />

tempo de colheita e com os<br />

filhos Luis Felipe e Carina<br />

estudando, a esposa Margarete<br />

assumia o comando<br />

da cabanha, se encarregando<br />

de apresentar e também<br />

de comercializar os animais<br />

nas exposições.<br />

Animais de Argola<br />

No ano de 2000, após<br />

conclusão dos estudos, o<br />

filho Luis Felipe se junta à<br />

>>>


61<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

ARAUCARIA


62<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

equipe da fazenda, focando<br />

seu trabalho principalmente<br />

no melhoramento genético<br />

a partir dos animais<br />

já existentes, com novas<br />

aquisições. Já em 2001,<br />

com o aprimoramento do<br />

seu plantel, a cabanha de<br />

Cassol começou a participar<br />

nas exposições também<br />

com animais de argola.<br />

Nesse ano, pela primeira<br />

vez se apresenta com um<br />

touro de dois anos em Esteio,<br />

que conquistou o campeonato<br />

da categoria. Grande<br />

vitória. No ano seguinte<br />

ele leva dois touros de dois<br />

anos e novamente ganha o<br />

campeonato da categoria.<br />

Mais uma vitória.<br />

Ao longo desses anos,<br />

a qualidade do seu criatório<br />

e o reconhecimento que<br />

foi conquistando entre os<br />

criadores da raça, acabou<br />

promovendo várias parcerias,<br />

uma delas, em 2006,<br />

com a GB Agropecuária, de<br />

Porecatu, PR, propriedade<br />

do famoso apresentador da<br />

Rede Globo, Galvão Bueno.<br />

A partir de 2007, o<br />

trabalho de seleção e de<br />

melhoramento genético finalmente<br />

começa a se consolidar<br />

e a ganhar destaque<br />

nas principais exposições<br />

da raça. O ano começa<br />

promissor, quando a Corticeira<br />

ganha na Exposição<br />

de Londrina o prêmio<br />

de Reservada de Grande<br />

Campeã, e na Expointer, a<br />

principal e mais qualificada<br />

exposição da raça Angus do<br />

Brasil, conquista o Grande<br />

Campeonato de Fêmeas.<br />

Em 2008 na Expointer fica<br />

com a Reservada de Grande<br />

Campeã, em 2009 conquista<br />

o Grande Campeonato<br />

de Machos e em 2010 conquista,<br />

novamente, o Grande<br />

Campeonato de fêmeas.<br />

Prêmios a granel ...<br />

A produção<br />

Atualmente a cabanha<br />

trabalha com um plantel<br />

de aproximadamente 300<br />

vacas Angus PO e 100 Angus<br />

PC, produzindo por ano<br />

320 bezerros. Destes animais,<br />

aproximadamente 50<br />

entre machos e fêmeas, são<br />

selecionados como elite, e<br />

passam a ser preparados<br />

para as Exposições. Durante<br />

o ano a cabanha comercializa<br />

100 touros com<br />

dois anos e 100 novilhas,<br />

tanto na propriedade como<br />

em três eventos comerciais:<br />

Remate Selo Racial Produção,<br />

e leilões Aliança Genética<br />

e Pró a Pró. Também<br />

vende aproximadamente 40<br />

animais de argola por ano,<br />

a maioria em três eventos<br />

anuais, em conjunto com<br />

outras grandes cabanhas.<br />

No leilão Royal Angus Londrina,<br />

em abril, no Selo Racial<br />

Reserva Especial, em<br />

agosto, durante a Expointer<br />

e no Royal Angus Porto<br />

Alegre, em novembro. A ca-<br />

PERFIL<br />

banha também tem se destacado<br />

na produção de prenheses<br />

e embriões por TE e<br />

FIV, produzindo para seu<br />

uso e para comercialização,<br />

colaborando com a difusão<br />

da genética Angus de elite<br />

em todo Brasil.<br />

Família<br />

Com uma vida inteira<br />

dedicada às lides do campo,<br />

Cassol tem no seu grupo<br />

familiar o apoio necessário<br />

que possibilitou os bons resultados<br />

obtidos pela Cabanha<br />

da Corticeira ao longo<br />

dos últimos anos. De fato, a<br />

propriedade é uma empresa<br />

eminentemente familiar,<br />

sob a supervisão geral do<br />

patriarca Cassol, que também<br />

se encarrega da parte<br />

de agricultura, - planta arroz<br />

e soja – auxiliado pela<br />

esposa Margarete. O filho,<br />

Luis Felipe, agrônomo, se<br />

encarrega da pecuária. O<br />

sobrinho, Eduardo Nunes é<br />

o veterinário. A filha Carina,<br />

é responsável pelo escritório<br />

em São Luiz Gonzaga<br />

e pela parte financeira, enquanto<br />

o genro, Caubi Vin-<br />

A partir de 2007, o trabalho<br />

de seleção e de melhoramento<br />

genético começa a se consolidar<br />

censi, administra a parte<br />

burocrática, cuidando da<br />

documentação, registros,<br />

transferências, embriões,<br />

etc.<br />

Para finalizar o rico<br />

perfil desse pecuarista, o<br />

<strong>Angus@newS</strong> reproduz na<br />

íntegra, as palavras finais<br />

do patriarca Cassol a respeito<br />

do seu trabalho, sua<br />

família e o seu modo de<br />

pensar:<br />

“Esse é o nosso trabalho,<br />

a nossa família. Sem<br />

ela jamais seríamos o que<br />

somos hoje. Como vivemos<br />

exclusivamente da atividade<br />

agropecuária, nossas<br />

vidas são uma mistura de<br />

“plantar e criar,“ sempre<br />

focados, não em quantidade,<br />

mas, principalmente em<br />

qualidade. Também primamos<br />

por ter bons amigos e<br />

parceiros, em quem pode-<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

mos confiar e também conviver.<br />

Os portões da fazenda<br />

e da Cabanha sempre estão<br />

abertos para os amigos e<br />

para as pessoas interessadas<br />

em conhecer ou adquirir<br />

animais da raça Angus,<br />

a raça que produz a carne<br />

que o mundo inteiro quer.<br />

Para encerrar, não poderia<br />

deixar de mencionar<br />

uma frase de Theodore<br />

Roosevelt, a mim transmitida<br />

por meu pai e que procuro<br />

transmitir aos meus<br />

filhos:<br />

É muito melhor arriscar<br />

coisas grandiosas, alcançar<br />

triunfo e glória, mesmo expondo-se<br />

a derrota, do que<br />

formar fila com os pobres<br />

de espírito, que nem gozam<br />

muito nem sofrem muito,<br />

porque vivem nessa penumbra<br />

cinzenta que não conhece<br />

vitória e nem derrota.


Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

RECONQUISTA


64<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

PARCEIROS<br />

Utilizar o carrapaticida que ainda está funcionando<br />

até esgotá-lo é um erro imenso<br />

Por gerar danos tão graves<br />

aos bovinos, o carrapato<br />

é um parasito<br />

que requer muita atenção<br />

e cuidados no seu combate.<br />

Determinadas orientações<br />

que ouvimos no dia-a-dia,<br />

partindo de pessoas não especializadas,<br />

muitas vezes,<br />

podem representar uma<br />

grande armadilha ao pecuarista.<br />

Refiro-me, nesse momento,<br />

a uma recomendação<br />

comum no mercado, que diz<br />

o seguinte: “se o carrapaticida<br />

que você utiliza ainda<br />

apresenta resultados satisfatórios,<br />

continue utilizando e<br />

só mude para algo diferente<br />

quando o período residual<br />

diminuir sensivelmente, ou<br />

seja, quando não funcionar<br />

mais”. Se o amigo pecuarista<br />

já ouviu algo semelhante,<br />

saiba que, infelizmente, esta<br />

prática induz a uma falha<br />

grave que poderá resultar em<br />

Por Antonio<br />

Cabistani<br />

Buscar a temperatura ideal<br />

que proporcione a manutenção<br />

das funções fisiológicas para<br />

cumprir com eficiência a produtividade<br />

tão desejada é o desafio.<br />

Calor é energia que pode<br />

ser produzida através da influência<br />

direta do sol, da pressão<br />

atmosférica, da radiação da terra,<br />

da vaporização das águas ou<br />

através da produção do próprio<br />

animal como a alimentação (digestão),<br />

movimentação (locomoção),<br />

metabolismo celular (quei-<br />

perdas imensuráveis. O objetivo<br />

desse artigo é alertar aos<br />

pecuaristas sobre este risco e<br />

demonstrar uma forma mais<br />

racional e com melhor custobenefício<br />

para o combate do<br />

carrapato.<br />

É sabido que o uso intensivo<br />

de um mesmo princípio<br />

ativo no combate ao carrapato<br />

leva ao desenvolvimento<br />

de mecanismos de resistência<br />

por parte deste parasito. De<br />

uma forma simples, significa<br />

que o carrapato ao ser<br />

freqüentemente atacado por<br />

uma molécula que possui o<br />

mesmo mecanismo de ação,<br />

desenvolve resistência a esse<br />

ativo, visando a sua sobrevivência<br />

e de sua espécie. Este<br />

mecanismo de defesa ao princípio<br />

ativo é transmitido às<br />

futuras gerações do parasito.<br />

A rotação de princípios<br />

ativos retarda este processo,<br />

pois alternado moléculas<br />

ma de energia).<br />

Este calor “energia” deve ser eliminado<br />

pelo animal através de seus<br />

mecanismos fisiológicos:<br />

- pele (pelo curto e liso)<br />

- evaporação<br />

- transpiração<br />

- excrementos alimentares (fezes<br />

e urina)<br />

- transferência ao ar mais frio<br />

(noite)<br />

- contato com outro corpo mais<br />

frio (água)<br />

O desequilíbrio entre a produção<br />

e a eliminação de calor, leva o animal<br />

a um stress térmico.<br />

Os diferentes desequilíbrios térmicos:<br />

quando a incidência externa e a<br />

produção interna de calor são maiores<br />

que a capacidade do animal eliminar<br />

calor, teremos:<br />

se elimina aqueles indivíduos<br />

que vinham tornando-se<br />

resistentes a outra antiga.<br />

Quando falamos de “diferentes<br />

princípios ativos” é<br />

importante entender que tratam-se<br />

de moléculas distintas<br />

e não apenas diferentes marcas<br />

comerciais, que tenham o<br />

mesmo mecanismo de ação.<br />

A orientação de um veterinário<br />

auxiliará na correta escolha<br />

do produto.<br />

Atualmente, o princípio<br />

ativo que apresenta resultados<br />

contundentes no controle<br />

de carrapatos é o fluazuron,<br />

encontrado no mercado sob a<br />

marca comercial ACATAK ® .<br />

O carrapato, por não ter ainda<br />

desenvolvido mecanismos<br />

de resistência contra esse<br />

produto, faz com que o ACA-<br />

TAK ® seja um forte aliado do<br />

pecuarista para se utilizar em<br />

rotação com outro carrapaticida<br />

que esteja apresentando<br />

OPINIÃO<br />

uma eficácia satisfatória na<br />

propriedade.<br />

Isso torna-se ainda mais<br />

importante nos dias de hoje,<br />

já que há poucos princípios<br />

ativos no mercado que atuam<br />

satisfatoriamente no controle<br />

do carrapato (lembre-se que<br />

não estamos falando de marcas<br />

comerciais) e não há previsão<br />

de novos lançamentos<br />

nos próximos anos. Devemos<br />

portanto, preservar os produtos<br />

existentes, evitando perdê-los<br />

definitivamente para<br />

o combate dos carrapatos.<br />

E a melhor forma para isso<br />

é alternar o uso do carrapaticida<br />

tradicional que se vem<br />

utilizando, com outro carrapaticida<br />

que possua comprovadamente<br />

um mecanismo de<br />

atuação diferente, como é o<br />

caso do ACATAK ® .<br />

Em resumo, amigo pecuarista:<br />

ACATAK ® é reconhecido<br />

como um produto alta-<br />

- aumento de consumo de água<br />

- busca da sombra (letargia)<br />

- sudoração aumentada<br />

- taquicardia e taquipnéia (respiração<br />

rápida e ofegante)<br />

- aumento da temperatura retal<br />

b) quando a incidência externa<br />

e a produção interna de calor são<br />

menores que a necessidade de calor<br />

do animal, teremos:<br />

- vasoconstrição periférica<br />

- pilocreção (pelos iriçados)<br />

- tremores musculares<br />

- hiper-alimentação (aumento de<br />

apetite)<br />

Qualquer dos casos teremos perda<br />

de energia diminuindo assim a<br />

capacidade produtiva, seja carniceira<br />

ou leiteira.<br />

O bem estar ou conforto animal<br />

é a solução para o equilíbrio do indivíduo<br />

com o meio em que vive. Esta<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

mente eficaz no controle do<br />

carrapato, mas muitos ainda<br />

retardam o seu uso, como se<br />

o preservassem para um momento<br />

futuro, quando nenhum<br />

outro produto estiver funcionando.<br />

Isso é justamente<br />

o que devemos evitar, pois<br />

quando nada mais funcionar<br />

bem, o próprio uso de ACA-<br />

TAK ® estaria comprometido<br />

no médio/longo prazos, já<br />

que a pressão de uso de um<br />

único produto (ACATAK ® )<br />

provavelmente comprometeria<br />

também sua eficácia.<br />

Portanto, o segredo é simples:<br />

utilize ACATAK ® agora<br />

de forma alternada com outro<br />

carrapaticida que ainda<br />

apresente algum resultado<br />

satisfatório, preservando os<br />

mecanismos de ação diferentes<br />

no combate ao carrapato.<br />

Assim, será possível obter um<br />

controle muito mais eficaz,<br />

racional e econômico no médio<br />

prazo.<br />

Novartis Saúde Animal Ltda.<br />

® Marca Registrada Novartis,<br />

AG, Basiléia, Suíça.<br />

O que é adaptabilidade?<br />

parece ser a explicação simplista<br />

da teoria da evolução das espécies<br />

de Charles Darvin.<br />

Se utilizarmos este raciocínio<br />

lógico nos programas de seleção<br />

e melhoramento genético teremos<br />

finalmente entendido a mensagem<br />

que a natureza nos dá.<br />

Finalmente respondendo a<br />

pergunta inicial; a adaptabilidade<br />

é a capacidade que o animal<br />

tem de expressar a sua funcionalidade.<br />

Nos próximos artigos estaremos<br />

sendo mais específicos<br />

sobre estes mecanismos fisiológicos<br />

e seus limites de equilíbrio<br />

com o meio ambiente.<br />

Diretor da Cort<br />

Genética Brasil


65<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

NOVARTIS


66<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Com a meta de, nas mesmas<br />

condições de ambiente<br />

e alimentação,<br />

comparar a performance dos<br />

touros Angus e identificar<br />

animais superiores para a produção<br />

a pasto, a Associação<br />

Brasileira de Angus (ABA),<br />

juntamente com a Embrapa<br />

Pecuária Sul, de Bagé, RS, estão<br />

desenvolvendo a 2ª Prova<br />

de Avaliação a Campo de Reprodutores<br />

Angus.<br />

Durante 8 meses - até<br />

março de 2012, os touros serão<br />

avaliados em suas características<br />

de desempenho e<br />

performance, de fenótipo com<br />

foco na conformação frigorífica,<br />

precocidade de terminação<br />

e musculosidade, além de<br />

área de olho de lombo, espessura<br />

de gordura subcutânea e<br />

marmoreio.<br />

O teste tem o apoio do<br />

Núcleo Bageense de Criadores<br />

de Angus e é coordenado<br />

MELHORAMENTO GENÉTICO<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

ABA e Embrapa Pecuária Sul<br />

tocam a 2ª Prova de Avaliação de Reprodutores Angus<br />

pelos pesquisadores da Embrapa<br />

Fernando Cardoso e<br />

Joal Brazzale Leal.<br />

Palavra do presidente<br />

Para o presidente da<br />

ABA, Paulo de Castro Marques,<br />

unir mais uma vez o<br />

“know how” da Embrapa<br />

com o trabalho de seleção genética<br />

Angus promovida pela<br />

Associação é muito importante<br />

e com certeza agrega<br />

qualidade às ações realizadas<br />

para impulsionar o desenvolvimento<br />

da raça e de genéticas<br />

nacionais provadas.<br />

Inclusive, quando da realização<br />

do dia de campo para<br />

o anúncio dos resultados da<br />

primeira prova, no início de<br />

junho deste ano, Paulo Marques<br />

fez questão e visitar a<br />

Embrapa, em Bagé, tendo<br />

ficado impressionado com a<br />

qualidade do trabalho e com<br />

a estrutura e equipe técnica<br />

daquele tradicional centro de<br />

pesquisa em pecuária do Estado<br />

gaúcho.<br />

Marketing para<br />

as cabanhas<br />

Participam da prova 30<br />

touros nascidos entre 1º de<br />

agosto e 10 de outubro de<br />

2010 e o Assistente Técnico<br />

da ABA, Jean Carlos Soares,<br />

destaca que os produtores<br />

que inscreveram animais na<br />

prova terão oportunidade de<br />

avaliar seus touros em comparação<br />

com vários outros<br />

criadores, participar de uma<br />

prova chancelada pela Embrapa<br />

e ainda divulgar, na forma<br />

de marketing, o trabalho<br />

de melhoramento genético<br />

desenvolvido por suas cabanhas.<br />

especialistas e isentos<br />

Para o proprietário do<br />

touro vencedor da primeira<br />

edição da prova (touro de tatuagem<br />

615), e que na mesma<br />

prova também conquistou<br />

a quarta colocação (com o<br />

touro Tat. 1.300) o selecionador<br />

Joaquim Mello, proprietário<br />

da Cabanha Santa<br />

Eulália, em Pelotas, RS, os<br />

testes comparativos entre<br />

touros realizados num mesmo<br />

ambiente e com iguais<br />

condições alimentares são<br />

Cabanhas participantes da prova<br />

sempre positivos ao aprimoramento<br />

da raça, a partir da<br />

identificação de reprodutores<br />

comprovadamente superiores.<br />

“E a escolha pela ABA<br />

da Embrapa como parceira<br />

para a realização dessas provas<br />

é mesmo campeã, porque<br />

sendo um conceituado órgão<br />

público dedicado à pesquisa<br />

em pecuária, leia-se também<br />

tratar-se de um agente com<br />

profundo conhecimento e o<br />

que é muito importante: com<br />

total isenção, o que dá credibilidade<br />

ainda maior aos resultados”,<br />

argumenta o tradicional<br />

criador.<br />

Nome Propriedade Município<br />

Agropecuária Ponderosa Estância do Salso Bagé<br />

Alfredo da Cunha Pinheiro Estância do Baú Bagé<br />

Alvaro Augusto Almeida Salles Cabanha Acácia Dom Pedrito<br />

Carlos Ignácio Talavera Campos Agropecuária Albardão Sta. Vitória do Palmar<br />

Francisco de Paula Cardoso Júnior Fazenda da Barragem Dom Pedrito<br />

Helena Rodrigues Rotta Estância Santa Amélia Sta. Vitória do Palmar<br />

João Francisco Bade Wolf Cabanha dos Tapes Tapes<br />

Joaquim Francisco B. de A. Mello Estância Santa Eulália Pelotas<br />

José Paulo Dornelles Cairolli Reconquista Agropec. Alegrete<br />

Nélia J. Teixeira Gonçalves e Filhos Cabanha Santa Nélia Jaguarão<br />

Parceria Rotta Assis Estância Tradição Sta. Vitória do Palmar<br />

Sulimar Nunes Farias Agropecuaria Proteção Rio Grande<br />

Ulisses Rodrigues Amaral Cabanha Santa Joana Sta. Vitória do Palmar


67<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong><br />

CHANCELADOS


68<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

Ricardo Pedroso Oaigen 1 e<br />

Júlio Otávio Jardim Barcellos 2<br />

Em termos gerais, a<br />

competitividade pode<br />

ser entendida como a<br />

capacidade sustentável de<br />

sobreviver e, de preferência,<br />

crescer nos mercados concorrentes<br />

ou em novos mercados<br />

através de um sistema<br />

de informações capaz de suprir<br />

as necessidades gerenciais<br />

derivadas do planejamento<br />

de longo prazo. Sendo<br />

a mesma determinada por<br />

fatores sistêmicos (ambiente<br />

concorrencial), estru turais<br />

(relativos ao mercado) e internos<br />

(relativos à empresa).<br />

As empresas agropecuárias<br />

precisam apresentar<br />

capacidade para desenvolver<br />

e sustentar vantagens competitivas<br />

frente a seus concorrentes,<br />

para assim poderem<br />

se tornar competidoras<br />

frente ao mercado interno e<br />

externo. Neste sentido, identificar<br />

e mensurar o nível de<br />

competitividade dos sistemas<br />

de produção agropecuários<br />

se tornou fundamental<br />

através da definição de<br />

direcionadores, sejam estes<br />

tecnológicos, gerenciais, de<br />

Direcionador: TECNOLOGIA<br />

1.Adequação de um sistema produtivo 2.Qualidade, manejo e espécies de pastagens<br />

3.Suplementação animal 4.Integração lavoura e pecuária<br />

5. Manejo reprodutivo 6.Genética do rebanho<br />

7. Sanidade do rebanho 8. Controle zootécnico<br />

9.Assessoria técnica regular 10.Manejo de rotina com os animais<br />

Direcionador: GESTÃO<br />

1.Capacitação da mão-de-obra 2.Patrimônio<br />

3.Orçamentação e fluxo de caixa 4.Planejamento estratégico<br />

5. Controle dos custos de produção 6. Cálculo de indicadores financeiros<br />

7. Identificação do rebanho 8.Comercialização<br />

9. Informatização da propriedade 10.Escala de produção<br />

Direcionador: RELAÇÕES DE MERCADO<br />

1.Relação produtor-fornecedor 2.Relação produtor-frigorífico<br />

3. Formação de preços 4.Diferenciação de produtos<br />

Direcionador: AMBIENTE INSTITUCIONAL<br />

1.Acesso a inovações tecnológicas 2.Política e fiscalização tributária e trabalhista<br />

3. Política e fiscalização ambiental 4. Política de crédito agropecuário<br />

5.Política e fiscalização sanitária 6.Legislação oficial e regularização fundiária<br />

7.Organização dos produtores<br />

OPINIÃO<br />

Como ser<br />

competitivo<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

na bovinocultura de corte?<br />

Atualmente um dos grandes desafios dos pecuaristas é tornar os<br />

seus sistemas de produção competitivos, mas afinal de contas o<br />

que é competitividade? Como maximizá-la? Quais os pilares que a<br />

sustentam? Neste artigo inicial descreveremos alguns conceitos básicos<br />

de competitividade e posteriormente apresentaremos sucintamente<br />

seus direcionadores e fatores, dando ênfase aqueles que dependem,<br />

sobretudo, da pró-atividade e da adaptação aos novos conceitos<br />

gerenciais por parte do empresário rural.<br />

mercado ou mesmo relacionados<br />

ao ambiente externo.<br />

Somente assim será possível<br />

diferenciar aquelas empresas<br />

que sabem compreender,<br />

posicionar-se e decidir com<br />

base na sinalização da cadeia<br />

produtiva na qual estão<br />

inseridas. A diferença está<br />

no posicionamento estratégico<br />

voltado para o futuro,<br />

com base no seu passado e<br />

na real compreensão de sua<br />

situação presente.<br />

A figura desta página<br />

apresenta uma síntese dos<br />

quatro principais direcionadores<br />

utilizados para avaliar<br />

o grau de competitividade de<br />

sistemas de produção pecuários.<br />

Os sistemas de produção<br />

necessitam de modernizações<br />

constantes (tecnologia<br />

de processos e/ou de insumos)<br />

para alcançar um nível<br />

de competitividade adequado<br />

à realidade sócio-econômica<br />

das empresas rurais. Os<br />

gestores enfrentam o desafio<br />

de proporcionar condições<br />

para que os produtos alcancem<br />

a qualidade desejada a<br />

níveis de custos competitivos.<br />

Nesta perspectiva, são<br />

necessárias informações<br />

consistentes de maneira<br />

que os empresários possam<br />

utilizá-las na administração,<br />

para correção de falhas, redirecionamento<br />

dos recursos<br />

e auxilio na lógica organiza-<br />

Tabela 1. – Direcionadores e fatores utilizados para determinar o índice<br />

de competitividade “dentro da porteira” na bovinocultura de corte.<br />

cional. (Veja tabela 1)<br />

Além dos fatores internos,<br />

tecnologia e gestão, a<br />

competitividade das empresas<br />

agroindustriais também<br />

é fortemente condicionada<br />

por fatores externos às empresas.<br />

Afinal, as transações<br />

não se dão apenas intrafirma,<br />

mas se apóiam em elementos<br />

externos a ela, como<br />

as condições relacionadas<br />

com a infraestrutura física<br />

(estradas, ferrovias, portos)<br />

e as de caráter econômico<br />

(política creditícia, tributária,<br />

salarial e cambial). As<br />

condições técnico-científicas<br />

não podem ser esquecidas,<br />

uma vez que a qualificação<br />

dos recursos humanos,<br />

a existência de centros de<br />

pesquisa e a normatização<br />

e certificação da qualidade<br />

Parte 1<br />

são também fundamentais.<br />

Nos próximos quatro artigos<br />

descreveremos detalhadamente<br />

cada um dos quatro<br />

direcionadores de competitividade,<br />

para que ocorra por<br />

parte do leitor um melhor<br />

entendimento deste conceito<br />

extremante dinâmico e relevante<br />

para a cadeia produtiva<br />

da carne bovina. Dessa<br />

forma o pecuarista poderá<br />

a partir das peculiaridades<br />

de sua fazenda, implantar<br />

ações conduzidas às dimensões<br />

específicas auxiliará a<br />

manutenção de sua atividade<br />

econômica.<br />

1 Professor Adjunto da Universidade<br />

Federal do Pará (UFPA),<br />

oaigenricardo@terra.com.br,<br />

Membro NESPRO/UFRGS.<br />

Atua na área de Gestão<br />

de Sistemas de Produção<br />

Pecuários.<br />

2 Professor Associado da<br />

Universidade Federal do Rio<br />

Grande do Sul (UFRGS), julio.<br />

barcellos@ufrgs.br, Coordenador<br />

do NESPRO/UFRGS - Núcleo<br />

de Estudos em Sistemas de<br />

Produção e Cadeia Produtiva<br />

da Carne Bovina.<br />

www.nespro.ufrgs.br/


69<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>


70<br />

Julho/Agosto de 2011<br />

O<br />

propósito original das<br />

exposições de animais<br />

era o de proporcionar<br />

um local para a comercialização.<br />

Entretanto, a exibição<br />

de animais não destinados<br />

a venda, também<br />

se constituía em uma parte<br />

destacada, como nos mostra,<br />

por exemplo, a história<br />

Nas últimas edições do<br />

Sumário de Touros Angus<br />

vem sendo incluídas tabelas<br />

adicionais, que tem gerado<br />

grande interesse pelos usuários<br />

desta genética: Listagem<br />

de Vacas Líderes Angus<br />

PO, Vacas Líderes Angus<br />

PC e Listagem de Touros<br />

Jovens S.A.<br />

VAcAs lÍderes<br />

Com o objetivo de valorizar<br />

os ventres PO e PC<br />

com comprovado destaque<br />

em suas progênies, são disponibilizadas<br />

anualmente<br />

através do Sumário Angus a<br />

Listagem das Vacas Líderes<br />

no PROMEBO®. Esta listagem<br />

apresenta as melhores<br />

vacas ativas entre todos os<br />

rebanhos Angus que participam<br />

do Programa de Avaliação<br />

Genética da ABA.<br />

Para constar nesta listagem<br />

as fêmeas deverão<br />

cumprir os seguintes requisitos:<br />

- vacas em atividade, ou<br />

seja, com pelo menos uma<br />

cria avaliada nas duas últi-<br />

OPINIÃO<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

As exposições de animais no melhoramento da<br />

pecuária de corte<br />

Por Leonardo<br />

T. Campos<br />

da raça Shorthorn, em que<br />

o famoso boi “durham” de<br />

Charles Colling foi levado,<br />

em 1801, para uma gira<br />

de exibição que durou seis<br />

anos.<br />

A competição efetuada<br />

nas exposições atrai para<br />

um mesmo lugar, gado de<br />

prestígio na raça para medições<br />

individuais, apreciação<br />

visual e julgamento do<br />

exterior, através de um jurado<br />

que classifica os animais<br />

concorrentes. De acordo<br />

com o professor norte-americano<br />

Jay Lush, a exposição<br />

é uma forma de manter<br />

os criadores informados a<br />

respeito dos ideais da raça,<br />

podendo determinar assim<br />

a orientação que deverá seguir<br />

seu tipo médio.<br />

Nos animais domésticos<br />

produtores de carne existe,<br />

na verdade, uma relação<br />

definida entre a apreciação<br />

visual de tipo e a qualidade<br />

da carcaça, relação esta importante<br />

o bastante, segundo<br />

diversos autores, para<br />

que possa ser usada como<br />

um critério geral de qualificação.<br />

Por outro lado, as<br />

estimações visuais de tipo<br />

não revelam, com o rigor suficiente,<br />

a eficiência produtiva.<br />

Por conseguinte, para<br />

que se obtenha o máximo<br />

progresso, devem ser com-<br />

plementadas com registros<br />

de produção. Pesquisadores<br />

como Warwick & Legates<br />

alertam que a seleção para<br />

tipos ou padrões raciais torna-se<br />

até mesmo perigosa<br />

quando os itens selecionados<br />

não têm relação com o<br />

valor produtivo.<br />

Apesar de suas limitações,<br />

as exposições de animais<br />

foram, até meados do<br />

século XX, a única forma de<br />

comparar animais criados<br />

em rebanhos diferentes. E<br />

mesmo nos dias atuais, em<br />

países com avançados programas<br />

de melhoramento<br />

genético, as exposições continuam<br />

a exercer sua influ-<br />

ência. Entre seus aspectos<br />

positivos, destaca-se como<br />

uma oportunidade para o<br />

intercâmbio de idéias em<br />

toda a indústria de carne<br />

bovina, atendendo também<br />

propósitos educacionais e<br />

atividades paralelas de promoção<br />

e comercialização.<br />

Destaques do Sumário de Touros Angus 2010-2011<br />

Por Leonardo<br />

Talavera Campos<br />

mas safras;<br />

- devem apresentar, no<br />

mínimo, três (3) produtos<br />

com avaliação genética<br />

completa no desmame e sobreano<br />

e<br />

- classificadas como<br />

deca 1 para índice final<br />

Consulte no Sumário<br />

a listagem destas fêmeas<br />

para 2011. Aproveite para<br />

conhecê-las e identificar<br />

esta genética destacada.<br />

Touros JoVens s.A.<br />

- Touros Jovens Superiores<br />

para Acasalamentos:<br />

Esta Listagem de Touros<br />

Jovens S.A. ou Touros Jovens<br />

Superiores para Acasalamentos<br />

apresenta aproximadamente<br />

uma centena<br />

de touros de dois (2) anos<br />

- da geração 2009.<br />

São considerados como<br />

superiores para utilização<br />

em Acasalamentos Dirigidos,<br />

através de uma simulação<br />

usando todas as novilhas<br />

da mesma geração ou<br />

safra.<br />

Para qualificar na Listagem<br />

os touros:<br />

- Devem estar com Registro<br />

Provisório na ANC,<br />

na época de elaboração do<br />

Sumário.<br />

- Serem classificados<br />

como Recursos Genéticos,<br />

enquadrando-se nos critérios<br />

seletivos como candidatos<br />

a dupla marca, ou seja:<br />

(1) Índice Final superior:<br />

todos são Deca 1, com<br />

valores maiores do que 10<br />

unidades do índice final padronizado<br />

de seleção Angus<br />

(maior que 10,00).<br />

(2) Índice Desmama positivo<br />

(maior que zero).<br />

(3) Devem atender o critério<br />

de DEPs balanceadas<br />

na composição do Índice<br />

Final.<br />

(4) Escore para Caracterização<br />

Racial superior<br />

(de 3 a 5).<br />

- Algumas, entre<br />

outras, restrições<br />

adotadas pelo programa<br />

de seleção de<br />

Touros Jovens para<br />

Acasalamentos Dirigidos,<br />

não qualificando<br />

então como superior:<br />

Índice Desmama<br />

menor que 4 unidades<br />

de índice (menor que<br />

4,00).<br />

Índice Desmama e<br />

Final do pai menor do<br />

que 6 unidades (menor que<br />

6,00).<br />

Índice Desmama e Final<br />

da mãe menor do que 6 unidades<br />

também.<br />

Deca da DEP para Ganho<br />

do Nascimento a Desmama<br />

e DEP para Ganho<br />

Pós-desmama maior que<br />

5 ou Conformação, Precocidade,<br />

Musculatura e Perímetro<br />

Escrotal maior do<br />

que 7.<br />

- No programa de acasalamentos<br />

dirigidos é simulado<br />

o acasalamento de<br />

cada reprodutor com todas<br />

as novilhas da geração. São<br />

analisados então os acasalamentos<br />

que resultaram,<br />

ou não, em produtos endogâmicos,<br />

entre outras avaliações.<br />

Destas análises, apresentamos<br />

na Listagem de<br />

Touros Jovens S.A., aproximadamente<br />

uma centena<br />

de reprodutores superiores<br />

e qualificados (duas páginas<br />

do Sumário Angus 2011-<br />

2012), ordenados pelo Índice<br />

Final, resultantes desta<br />

avaliação genética global<br />

ou total.<br />

Coordenador Técnico do<br />

PROMEBO®<br />

ltcampos@terra.com.br


71 71<br />

Julho/Agosto de 2011 OPINIÃO EDITORIAL Julho/Agosto <strong>Angus@newS</strong><br />

de 2011<br />

<strong>Angus@newS</strong><br />

Com a faca<br />

Por Alcides de Moura<br />

Torres Junior<br />

Não é espantoso saber<br />

que a Austrália é o segundo<br />

maior exportador de carne<br />

bovina do mundo, atrás<br />

apenas do Brasil, quando<br />

analisamos as estratégias de<br />

marketing e de mercado desenvolvidas<br />

pelo país.<br />

Mesmo com grande parte<br />

do território em áreas de deserto,<br />

a produção agropecuária<br />

faz parte da história e é<br />

fundamental para economia<br />

desta nação.<br />

Segundo dados do Meat &<br />

Livestock Australia (MLA), o<br />

setor emprega cerca de cento<br />

e setenta mil pessoas, exporta<br />

para mais de cem países<br />

e movimenta algo torno de<br />

US$16 bilhões.<br />

O que a grande maioria<br />

desconhece é a forte política<br />

de marketing da pecuária,<br />

que vem crescendo ao longo<br />

dos anos.<br />

A indústria da carne vermelha,<br />

por meio do MLA, em<br />

colaboração com o governo<br />

australiano, investe mais de<br />

US$13 milhões por ano em<br />

pesquisa e desenvolvimento,<br />

com a finalidade de melhor<br />

compreender os impactos e<br />

promover a eficiência da produção.<br />

um exemplo a<br />

ser seguido<br />

Segundo o estudo publicado<br />

em 2009 pela Universidade<br />

de New South Wales,<br />

o país possui uma das mais<br />

baixas emissões de carbono<br />

entre os maiores produtores<br />

de carne.<br />

Devido ao manejo e seleção<br />

intensiva de animais<br />

com maiores rendimentos de<br />

carcaça e precocidade, desde<br />

1990, as emissões de gases<br />

de efeito estufa (GEEs) provenientes<br />

da bovinocultura<br />

caíram 6,5% por quilograma<br />

de carne produzida.<br />

É importante lembrar<br />

que, de acordo com dados<br />

citados pelo MLA, mundialmente,<br />

a emissão de metano<br />

na atmosfera se mantém estável<br />

há 10 anos.<br />

A produção de carne e<br />

número de animais cresce a<br />

cada ano, sem contar as áreas<br />

de pastagens, que diminuíram<br />

nos últimos anos nos principais<br />

países bovinocultores.<br />

A pesquisa é focada em<br />

pontos como forrageiras e<br />

grãos que possuam maior digestibilidade<br />

e o correto manejo<br />

do solo e da água.<br />

Os estudos ainda quantificam<br />

a emissão de gases não<br />

só da pecuária, mas de outras<br />

fontes emissoras de metano,<br />

como pântanos, cultivo de arroz,<br />

além da queima de combustíveis<br />

fósseis.<br />

duas décadas<br />

de expansão<br />

Sabe-se que nos últimos<br />

vinte anos o rebanho bovino<br />

brasileiro aumentou cerca de<br />

38%, saindo de 148,8 milhões<br />

de cabeças em 1990<br />

para 205,3 milhões em 2010<br />

(várias fontes).<br />

Em 1990 detínhamos<br />

13,5% do rebanho do planeta.<br />

Em 2010, a participação<br />

subiu para 20,7%.<br />

Enquanto isso, a Austrália<br />

possuía 24,6 milhões de<br />

cabeças em 1990 e 27,9 milhões<br />

no último ano, passando<br />

de 2,2% para 2,8% do rebanho<br />

mundial.<br />

Ainda no mesmo período,<br />

a produção de carne brasileira<br />

cresceu 82,6%, quase<br />

quatro vezes mais que o crescimento<br />

da produção australiana,<br />

cujo crescimento foi de<br />

21,6%.<br />

Observe na figura 1 a evolução<br />

da produção nos dois<br />

países.<br />

Em 1990, a Austrália<br />

abatia 8,1 milhões de cabeças.<br />

Em 2010, este número<br />

ficou em 8,4 milhões, um<br />

acréscimo de 2,9%.<br />

e a carne na mão<br />

Já no Brasil, do início da<br />

década retrasada até o ano<br />

passado, o abate de bovinos<br />

saltou 70,2%, passando de<br />

24,2 para 41,2 milhões de<br />

cabeças.<br />

conclusão<br />

É evidente que a pecuária<br />

e a produção brasileira de<br />

carne bovina é muito maior<br />

quando comparada com a<br />

australiana, e que somos tão<br />

ou mais eficientes em diversos<br />

aspectos da produção.<br />

Mas mesmo assim aquele<br />

país consegue se manter<br />

bem posicionado no ranking<br />

e atingir mercados extremamente<br />

exigentes.<br />

Qual o motivo? Soluções<br />

éticas, sustentáveis e que<br />

promovem a cadeia produtiva<br />

do setor, além do comprometimento<br />

do governo e dos<br />

produtores, focados em um<br />

Fonte: USDA / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br<br />

produto de qualidade.<br />

Os números não mentem,<br />

a pecuária brasileira se consolidou<br />

nos últimos anos.<br />

Porém, o marketing ainda<br />

é uma questão a ser trabalhada<br />

para fortalecer a pecuária<br />

nacional e permitir o acesso<br />

a mercados exigentes, que remuneram<br />

melhor a produção.<br />

Temos a faca e o queijo,<br />

ou melhor, a carne na mão.<br />

* Engenheiro agrônomo, diretor<br />

da Scot Consultoria -<br />

alcides.torres@scotconsultoria.com.br<br />

Colaboraram:<br />

Gustavo Adolpho Maranhão<br />

Aguiar – zootecnista e diretor da<br />

Scot Consultoria.<br />

gm@scotconsultoria.com.br<br />

Douglas Coelho de Oliveira –<br />

zootecnista e trainee da Scot<br />

Consultoria.<br />

do@scotconsultoria.com.br<br />

Figura 1.<br />

Aumento do rebanho, produção de carne e cabeças abatidas nos últimos 20 anos do Brasil e Austrália


72<br />

Julho/Agosto de 2011 EDITORIAL <strong>Angus@newS</strong>

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