02.08.2013 Views

miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...

miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...

miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 1<br />

A NAIS<br />

da<br />

B IBLIOTECA<br />

N ACIONAL<br />

Vol. 119 1999


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 2<br />

REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL<br />

Presidente da República<br />

Luís Inácio Lula da Silva<br />

Ministro da Cultura<br />

Gilberto Gil<br />

FUNDA²AO BIBLIOTECA NACIONAL<br />

Presidente<br />

Pedro Corrêa do Lago<br />

Diretoria Executiva<br />

Luiz Eduardo Conde<br />

Gerência de Gabinete<br />

Maria Izabel Augusta F. Mota de Almeida<br />

Coordenação-Geral de Planejamento e<br />

Administração<br />

Maria da Glória Lopes Pereira<br />

Coordenação-Geral do Livro e da Leitura<br />

Luciano Trigo<br />

Coordenação-Geral de Pesquisa e Editoração<br />

João Luiz Bocayuva<br />

Centro de Processamentos Técnicos<br />

Célia Ribeiro Zaher<br />

Centro de Referência e Difusão<br />

Esther Caldas Bertoletti<br />

Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas<br />

Maria Regina Simões Salles<br />

Coordenação Editorial<br />

Lúcia Garcia<br />

Verônica Lessa<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

2<br />

Assistentes Editoriais<br />

Ana Cecília Martins<br />

Catarina d’Amaral<br />

Monique Sochaczewski<br />

Marcela Miller<br />

Estagiárias<br />

Maria Mostafa<br />

Raquel Rego<br />

ANAIS DA BIBLIOTECA NACIONAL, V. 119, 1999<br />

Editor<br />

Marcus Venicio Toledo Ribeiro<br />

Conselho Editorial<br />

Carla Rossana C. Ramos, Eliane Perez e Marcus<br />

Venicio T. Ribeiro<br />

Assistência Editorial<br />

Elizabeth Menezes e Luíza Helena Coimbra Cunha<br />

Revisão<br />

Denise Teixeira Viana, José Bernardino Cotta<br />

e Leo nardo Fróes<br />

Design Gráfico<br />

Glenda Rubinstein<br />

Impressão<br />

Graftipo Gráfica e Editora ltda.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 3<br />

S UMARIO<br />

APRESENTA²AO ................................................................................................5<br />

SEMINARIO DIARIOS DO CAMPO.<br />

ARTHUR RAMOS, OS ANTROPOLOGOS E AS ANTROPOLOGIAS ............................9<br />

Arthur Ramos, antropologia e psicanálise no Brasil ......................................11<br />

Luiz Fernando Duarte<br />

Arthur Ramos e a militância na Unesco........................................................29<br />

Marcos Chor Maio<br />

Cartas marcadas: Arthur Ramos e o campo das relações raciais no <strong>final</strong><br />

dos anos 1930 ..............................................................................................35<br />

Mariza Corrêa<br />

Minha adorável lavadeira: uma etnografia mínima em torno<br />

do Edifício Tupi............................................................................................59<br />

Olívia Maria Gomes da Cunha<br />

Brasil: uma nação vista através da vidraça da raça........................................109<br />

Verena Stolke<br />

Mesa-redonda. ............................................................................................125<br />

Luitgarde O. Cavalcanti Barros, Orlando Valverde, Waldir da Cunha<br />

O CORPUS JURIS CIVILIS, DE 1478: DA HISTORICIDADE DO INCUNABULO<br />

A SALVAGUARDA DA MEMORIA IMPRESSA – OS PAPEIS DA RESTAURA²AO ..........157<br />

Carmem Lucia da Costa Albuquerque<br />

INVENTARIO ANALITICO DO ARQUIVO DARCI DAMASCENO ..........................169<br />

Ana Regina de Castro, Cíntia Cecília Barreto e Clara Maria Ferreira Santos<br />

Um brilhante barnabé ................................................................................171<br />

Carmen Tereza Moreno<br />

PRECIOSIDADES DO ACERVO<br />

As xilogravuras do artista alemão Albert Dürer ..........................................309<br />

Sandra Daige Antunes Corrêa Hitner<br />

RELATORIO DA PRESIDENCIA........................................................................321<br />

An. Bibl. Nac. Rio de Janeiro v. 119 p 1 - 367 1999<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 4<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil)<br />

Anais da <strong>Biblioteca</strong> Nacional – Vol. 119 (1999) – Rio de Janeiro: A <strong>Biblioteca</strong>, 2004.<br />

375 p.: v.: 19 il.; 17,5 x 26cm<br />

Continuação de: Anais da <strong>Biblioteca</strong> Nacional do Rio de Janeiro.<br />

ISSN 0100-1922<br />

1. <strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil). 2. <strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil) – Catálogos. 3. Manuscritos<br />

– Brasil. 4. Brasil – História. 5. Brasil – Bibliografia, I. Título.<br />

Copyright©<strong>Fundação</strong> BIBLIOTECA NACIONAL<br />

CDD 027.581


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 5<br />

A PRESENTA²AO<br />

Abrem este volume dos Anais da <strong>Biblioteca</strong> Nacional as palestras do semi -<br />

nário Diários do Campo. Arthur Ramos, os Antropólogos e as Antro -<br />

pologias, realizado em outubro de 1999 com tríplice objetivo: celebrar<br />

os 50 anos da morte de um notável explicador do Brasil, os 60 anos da Faculdade<br />

Nacional de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (casa de Arthur<br />

Ramos e co-promotora do seminário, por iniciativa do Departamento de Antro -<br />

pologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais) e apresentar aos pesquisadores<br />

o inventário do arquivo de Arthur Ramos, que então acabava de ser concluído<br />

pela Divisão de Manuscritos.<br />

Além de atualizarem o significado da obra e da atuação de Arthur Ramos,<br />

matéria que os participantes mostraram ser imprescindível à história do pensamento<br />

social brasileiro, essas palestras remetem ao momento de afirmação no<br />

país da pesquisa em ciências sociais e por isso muito fecundo e polêmico. Em<br />

“Antropologia e psicanálise no Brasil”, Luiz Fernando Duarte destaca o papel<br />

pio neiro de Arthur Ramos, um dos primeiros estudiosos no país das teorias freu -<br />

dia nas, na “psicologização” do campo intelectual brasileiro. Seus estudos avançados<br />

sobre infância, educação e “culturas” – investigando o carnaval, a loucura, a sexua -<br />

lidade desviante, o consumo de drogas e a cultura afro-brasileira – teriam sido<br />

decisivos para que viesse a assumir funções importantes, como a de diretor do<br />

Departamento de Ciências Sociais da Unesco. Marcos Chor, em “Arthur Ramos<br />

e a militância na Unesco”, observa que foi, em parte, sob a influência de Arthur<br />

Ramos, que em 1950, cinco anos depois do término da Segunda Grande Guerra<br />

e um ano depois de sua morte, a Unesco divulgou a Primeira Declaração sobre<br />

Raça, uma dura crítica ao determinismo biológico. Contemporâneo de Gilberto<br />

Freyre, Arthur Ramos acreditava que o Brasil oferecia um modelo de sociedade<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 6<br />

6<br />

baseado na miscigenação e no intenso intercâmbio de culturas, o que acentua ria<br />

a necessidade de estudá-las e compreendê-las.<br />

Em “Cartas marcadas: Arthur Ramos e o campo das relações raciais no <strong>final</strong><br />

dos anos 30”, Marisa Corrêa debate os principais conflitos teóricos (e pessoais)<br />

entre a norte-americana Ruth Landes – para quem, por exemplo, as religiões afrobrasileiras<br />

na Bahia estavam dominadas pelo princípio feminino, inclusive na<br />

figura dos homossexuais – e os de Arthur Ramos, “o padrinho dos estudos sobre<br />

o negro no Brasil”, segundo o qual “é o homem que domina a cena”, enquanto<br />

os casos de homossexualismo deviam ser vistos como “desvios sexuais indivi -<br />

duais”. A autora afirma que Ruth Landes foi a primeira pesquisadora a feminizar<br />

os cultos afro-brasileiros, tendo influído bastante para transformar a figura da<br />

baiana de “realidade intratável” em símbolo cultural.<br />

Verena Stolke, em “Brasil: uma nação vista através da vidraça da raça”, também<br />

trata das relações interétnicas, discorrendo sobre a participação de Arthur Ramos<br />

no desenvolvimento das investigações a respeito do tema. Crítico da herança<br />

colonial, que cristalizara a idéia de que o negro seria biologicamente atrasado, ele<br />

acreditava, no entanto, que o Brasil iria oferecer ao mundo um modelo de tole -<br />

rância e de cordialidade entre as etnias. A miscigenação biológica e cultural era<br />

para ele, segundo Stolke, uma das bases do nacionalismo cultural, então em plena<br />

formulação e que o faria aproximar-se de Mário de Andrade. Já Olívia Gomes<br />

da Cunha, em “Minha adorável lavadeira: uma etnografia mínima em torno do<br />

Edifício Tupi”, analisa os métodos de investigação adotados pelo médico que se<br />

converteu em antropólogo. Respaldada em ampla bibliografia teórica e no exa -<br />

me detido do arquivo de Ramos, ela trata particularmente dos procedimentos<br />

adotados por ele nas pesquisas de campo, como sua rede heterodoxa de informan -<br />

tes, constituída por lavadeiras, porteiros, faxineiros e membros de terreiros espíritas,<br />

ou ainda o hábito de transformar suas viagens em situações de observação<br />

especializada.<br />

Ao <strong>final</strong>, a mesa-redonda organizada por Luitgarde Cavalcanti Barros, com a<br />

participação de dois ex-alunos de Arthur Ramos, o geógrafo Orlando Valverde e<br />

o ex-chefe da Divisão de Manuscritos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Waldir da Cunha,<br />

apresenta aspectos da trajetória profissional de Ramos, como a publicação do seu<br />

primeiro livro, um estudo sobre tradições afro-brasileiras, escrito aos 19 anos,<br />

quando ainda era estudante de medicina; a convivência com Nise da Silveira,<br />

Josué de Castro, Théo de Barros, Anísio Teixeira, Tales de Azevedo, Édson<br />

Carneiro; o fato de ter sido um autodidata em ciências sociais que trabalhou por<br />

sua institucionalização no Brasil e divulgação no exterior; a criação da Sociedade<br />

Brasileira de Antropologia e Etnografia, ou ainda as perseguições policiais do<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 7<br />

7<br />

famigerado Dops, que em relatórios confidenciais o tratava, pasmem, como<br />

“o marginal”.<br />

Este volume publica também o meticuloso estudo de Carmem Lúcia da Costa<br />

Albuquerque, da Divisão de Conservação da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, em que ela<br />

apre senta o conceito e as etapas do trabalho de restauração do incunábulo Corpus<br />

Juris Civilis, o código civil do Império Bizantino promulgado em 529 por Jus ti -<br />

niano e que contém a compilação da legislação imperial. Impresso pela primeira<br />

vez em 1478 na Suíça, o livro integra o acervo de Obras Raras da Instituição<br />

Nacional. Segue-se o Inventário do Arquivo de Darci Damasceno, tradutor, poe ta,<br />

ensaísta e chefe da Divisão de Manuscritos (1952 a 1982), cuja publicação dá<br />

continuidade à ampla divulgação dos inventários que vem sendo preparados pelo<br />

Programa de Organização e Descrição de Acervo da Divisão de Manuscritos.<br />

Arquivo técnico, como observa Carmen Moreno, nele se destacam documentos<br />

sobre Cecília Meireles, sobre o Conservatório Dramático Brasileiro – entidade<br />

privada que exercia a censura teatral a serviço do Ministério do Império, no século<br />

XIX no Brasil –, e os referentes às obras de Gregório de Matos e à Flora Fluminense<br />

do frei José Mariano da Conceição Velloso, assuntos de interesse maior do titular.<br />

Na seção Preciosidades do Acervo, os resultados da pesquisa altamente especializada<br />

de Sandra Hitner, doutora em Artes, sobre a autenticidade e procedência<br />

das mais de 100 gravuras de Albrecht Dürer (1471-1528) existentes no acervo<br />

da Divisão de Iconografia.<br />

Por fim, como de praxe, publica-se também neste volume o Relatório Geral<br />

da Presidência da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

Marcus Venicio T. Ribeiro<br />

Editor<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 8<br />

xgfhgghgh


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 9<br />

Seminário Diários do Campo.<br />

Arthur Ramos, os antropólogos e as antropologias


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 10


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 11<br />

ARTHUR RAMOS, ANTROPOLOGIA<br />

E PSICANALISE NO BRASIL<br />

Luiz Fernando Dias Duarte<br />

Antropólogo, Museu Nacional, UFRJ<br />

Entre as muitas facetas da atividade de Arthur Ramos na vida pública<br />

brasileira do entreguerras, avulta o modo muito peculiar como combinou<br />

os saberes da antropologia e da psicanálise no desenvolvimento de<br />

sua obra. Esses saberes, então ainda completamente incipientes no meio nacional,<br />

aparecem aí – como não poderia deixar de ser – fortemente condicionados por<br />

um ambiente intelectual marcado pelos debates a propósito da “civilização” do<br />

Brasil e dos desafios representados pela “raça” e pela “educação”.<br />

O interesse precoce de Arthur Ramos pela obra de Freud o colocou desde<br />

cedo em interlocução com os psiquiatras precursores da divulgação e interesse<br />

pela psicanálise no Brasil (cf. Perestrello, 1988, e Russo, 2000). Ao mesmo tempo,<br />

a vinda para o Rio permitiu que seu já grande interesse pelas questões da “infância”<br />

se transformasse em investimentos concretos na “educação”, ao assumir<br />

– por indicação de Anísio Teixeira – a Seção Técnica de Ortofrenia e Higiene<br />

Mental do Departamento de Educação da Secretaria Geral de Educação e Cultura<br />

do então Distrito Federal (1934), onde desenvolveu uma intensa atividade. Logo<br />

depois, acompanharia Anísio Teixeira na organização da Universidade do Distrito<br />

Federal, como encarregado da cadeira de Psicologia Social (enquanto Gilberto<br />

Freyre ocupava a de Antropologia Social e Cultural). Na Faculdade Nacional de<br />

Filosofia – em seguida –, viria a ocupar a cadeira de Antropologia Física e Cultural<br />

(1939), até sua indicação para a recém-criada Diretoria de Ciências Sociais da<br />

Unesco (1949).<br />

A antropologia de Arthur Ramos desenvolveu-se com forte inspiração das<br />

teses de Lévy-Bruhl sobre o “pensamento pré-lógico”, supostamente característico<br />

da psicologia dos “primitivos”. Arthur Ramos acrescentou à combinação de<br />

Freud e Lévy-Bruhl muitos outros autores – todos caracteristicamente compro-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 12<br />

12<br />

metidos com o estudo do “desenvolvimento” da vida psíquica – de que se pode<br />

citar Jung, Pfister, Adler, Stekel, Ferenczi, Piaget 1 (além de Anna Freud e Melanie<br />

Klein). Embora a marca lévy-bruhliana tenha empalidecido ao longo de sua carrei -<br />

ra, Ramos permaneceu comprometido com o grande horizonte das inquietações<br />

sobre o estatuto da “civilização”, tão característico do pensamento ocidental desde<br />

o início do século XVIII. Acrescentou a essa inquietação geral a preocupação<br />

específica com o estatuto das populações negras no continente americano – onde<br />

serviram tão vivamente para encarnar a Diferença resistente à expansão da racio -<br />

nali dade oficial do Ocidente. 2 Arthur Ramos contribuiu, porém, decisivamente<br />

para uma inflexão crítica dessa problemática, ao despojá-la do organicismo “raciali -<br />

zante” dos teóricos do <strong>final</strong> do século XIX e metamorfoseá-la paulatinamente na<br />

questão “educacional” em que a subsumiu ao longo de sua obra.<br />

Uma vez que no Brasil o ideal da igualdade civil só encontrou plena sustentação<br />

legal no <strong>final</strong> do século XIX, às portas da República, o desafio da Diferença<br />

como que se precipitou muito mais acelerada e dramaticamente em torno da<br />

“questão negra” na passagem do século. 3 Os intelectuais inventores da “questão”,<br />

como Sílvio Romero, Raimundo Nina Rodrigues e João Batista de Lacerda, tive -<br />

ram que se haver diretamente com o estado dos saberes sobre o humano hegemô -<br />

nicos à época no mundo metropolitano. Esses saberes, quer partissem da antro -<br />

po logia física, da psiquiatria, da medicina legal, quer do direito penal, estavam<br />

fundamente marcados pela questão da “degenerescência”. Essa teoria representava<br />

o apogeu das inúmeras tentativas de restauração ideológica da Diferença, que<br />

tinham vindo à luz na Europa desde que os ideais da Liberdade e da Igualdade<br />

se tinham institucionalizado em estruturas e procedimentos políticos regulares.<br />

Era como se – de certo modo – os determinismos sociais expulsos da representação<br />

democrática do mundo político viessem então se refugiar em múltiplas formas<br />

de determinismos físicos (mais precisamente “físico-morais”), escudados pelo<br />

crescente prestígio das “ciências” e do “cientificismo”. 4<br />

No Brasil, a tese do “embranquecimento progressivo” da população brasileira<br />

– apesar de sua aparente refutação do determinismo eugenista –, apenas adequava<br />

o modelo internacional às peculiaridades da situação e – digamos assim – ao ethos<br />

nacional (cf. Seyferth, 1989). Montava-se assim, com os aportes sucessivos de<br />

Arthur Ramos, Gilberto Freyre, Edgar Roquette-Pinto e Roger Bastide, a hipótese<br />

do caráter não discriminante das relações interétnicas no Brasil, que viria a ser<br />

contestado apenas durante a década de 1950, sob o influxo reavivado das idéias<br />

igualitárias decorrente da derrota do nazifascismo na II Guerra.<br />

Na verdade, a trama da invenção da “afro-brasilidade” foi constituída na confluência<br />

do reconhecimento da inevitabilidade da presença vultosa dos negros na<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 13<br />

13<br />

população brasileira 5 e da consciência aguçada da Diferença que se tinha de enfrentar<br />

para produzir a “civilização” na nação. É assim que a palavra-chave dos<br />

movimentos da intelectualidade nacional nas quatro primeiras décadas do século<br />

veio a ser a da “educação”, ou seja, os recursos gerais de transformação do diferen -<br />

te em “civilizado” que se haviam formalizado no Ocidente como uma área especí -<br />

fica de especulação e experimentação, pelo menos desde Rousseau. 6<br />

Quer se tratasse da educação “escolar”, “técnica” ou “cívica”, quer se tratasse<br />

da educação “sanitária” brandida pela onipresente higiene (física e mental) e pelo<br />

movimento sanitarista, quase todas as preocupações convergiam para os mecanis -<br />

mos de transformação dos sujeitos e das populações que pudessem fazer confluir<br />

os esforços civilizatórios na construção da nação “moderna” – que a todos tão<br />

distante se afigurava. 7 Na história das instituições nacionais, não só avultam as<br />

iniciativas dedicadas explicitamente à infância e à educação nos anos 1920 e 1930,<br />

como é difícil discernir as fronteiras entre a educação, a higiene, a psiquiatria e<br />

a psicanálise. A Associação Brasileira de Educação, fundada em 1924, mantinha<br />

estreitas relações com a influente Liga Brasileira de Higiene Mental, fundada no<br />

ano anterior pelo psiquiatra Gustavo Riedel (cf. Freire-Costa, 1981). Porto Carrero<br />

criou nesta última uma clínica psicanalítica, em 1926, e ministrou, na primeira,<br />

cur sos de psicanálise aplicada à educação em 1928. Em 1926 foi fundado o Ins -<br />

tituto de Higiene de São Paulo e, no ano seguinte, também em São Paulo, a pri -<br />

meira e malograda Sociedade Brasileira de Psicanálise (a Seção do Rio seria fundada<br />

em 1928). Em 1927 foi criado o Serviço de Assistência aos Doentes Mentais<br />

do Distrito Federal, que viria a se transformar em serviço nacional ao ser incorpo -<br />

rado ao Ministério da Educação e Saúde, instituído em 1930. Em 1928 deu-se<br />

a famosa primeira reforma do ensino público do Distrito Federal, com Fernando<br />

de Azevedo. Em 1929, ainda no Rio de Janeiro, organizava-se o primeiro Gabinete<br />

de Psicanálise no Hospício Nacional de Psicopatas. Finalmente, em 1932, era divul -<br />

gado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, conciliando as tendências<br />

lideradas por Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira, que se haviam enfren tado<br />

na IV Conferência Nacional de Educação, realizada em Niterói no ano anterior<br />

(cf. Cunha, 1980). 8<br />

Esse processo não era desconectado evidentemente dos movimentos internacionais<br />

ligados à “civilização” – e particularmente do tom “dirigista” ou “auto ri -<br />

tário”, que caracterizou crescentemente a ação do Estado e o pensamento social<br />

do entreguerras. A adoção no Brasil do Dia da Criança, em 1924, seguia uma<br />

proposta da Liga das Nações, embora ecoassem também os efeitos do I Congresso<br />

Brasileiro de Proteção à Infância, realizado em 1922. A promulgação do Código<br />

de Menores em 1927 foi contemporânea das primeiras legislações de proibição<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 14<br />

14<br />

Cartão de Sigmund Freud a Arthur Ramos, agradecendo o envio da tese Primitivo e Loucura<br />

e pedindo desculpas por não dominar a língua portuguesa. Viena, 20 de maio de 1927.<br />

do consumo de drogas (como a maconha e a cocaína), por uma pressão conjuga -<br />

da sobre o Estado brasileiro da diplomacia norte-americana e da Academia<br />

Nacional de Medicina, preocupada com os supostos efeitos antieugênicos do con -<br />

su mo dessas substâncias (cf. Brito, 1996). Em 1929, aliás, ocorre o I Congresso<br />

Brasileiro de Eugenia, seguido em 1931 pela criação, por Renato Kehl, da Co -<br />

mis são Central Brasileira de Eugenia. Sérgio Carrara estudou minuciosamente<br />

esse período (desde o fim do século XIX até a II Guerra) do ponto de vista das<br />

regulamentações morais referidas à sexualidade, à prostituição e a sífilis, demons -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 15<br />

15<br />

trando justamente a sua articulação com a dinâmica internacional e as caracte -<br />

rís ticas próprias das formas assumidas no Brasil (cf. Carrara, 1996).<br />

A psicanálise lida por Arthur Ramos (e por todos os psiquiatras seus contemporâneos)<br />

9 era fundamentalmente uma teoria da “civilização” ou “educação”<br />

individual. 10 Como já apontaram outros dos comentadores de Ramos (cf. Corrêa,<br />

1982; Mokrejs, 1993; e Carvalho, 1995), a teoria freudiana era consumida sobre -<br />

tudo pela via da oposição entre um “inconsciente” mais “primitivo” (com todas<br />

as ambigüidades dessa palavra) e uma “consciência” capaz de se “educar”, de se<br />

controlar (e eventualmente se autocontrolar) pela própria via dos novos recursos<br />

psicoterapêuticos colocados à disposição do processo civilizatório. 11 Daí a impor -<br />

tância que tiveram para Arthur Ramos, por exemplo, tanto a obra de Pfister<br />

(referida à psicanálise freudiana, mas nitidamente mais “moralizante” ou “didática”)<br />

quanto a de Piaget (cujo mentalismo é de caráter diferente do da psicanálise,<br />

mas fundamentalmente comprometido com a “educação” individual).<br />

Esse modelo funciona assim como um regime subordinado ao trinômio Civili -<br />

zação/Nação/Educação, expressivo das condições gerais em que se podia constituir<br />

o campo intelectual brasileiro do entreguerras. A relação com a nação se impunha<br />

não apenas no plano dos ideais, 12 mas também no plano mais pragmático das relações<br />

com o aparelho de Estado. Na ausência de uma estrutura de mediações ins -<br />

titucionais razoavelmente autônoma para sustentar os projetos intelectuais (vejamse<br />

as vicissitudes da Universidade do Distrito Federal, por exemplo, nos anos 1930)<br />

e na dificuldade de manutenção de instituições civis alternativas, 13 era inevitável ocupar<br />

posições dentro do aparelho de Estado. É assim que todas as análises da história<br />

dos intelectuais nesse país sublinham a sua enorme dependência da condição de<br />

“funcionários públicos”, no sentido literal do termo (cf. Corrêa, 1982, pp. 3-4). A<br />

rede médico-sanitária implantada desde o começo do século foi um dos principais<br />

veículos dessa “incorporação”. 14 Foi nela que Arthur Ra mos iniciou sua carreira<br />

pública na Bahia, seguindo as pegadas de Nina Ro drigues, como médico do Hospital<br />

São João de Deus e como médico-legista do Serviço Médico-Legal do Estado da<br />

Bahia. Como também ressalta Mariza Corrêa, porém, não se tratava apenas de ocupação<br />

passiva de funções no interior de um Estado pré-desenhado. Tratava-se também,<br />

e sobretudo, de criação ou transformação de instituições estatais, servindo à<br />

complexificação da rede de relações com a sociedade civil. Foi o papel desempenha -<br />

do por Ramos ao apresentar, em 1928, um plano de construção do Manicômio<br />

Judiciário da Bahia e ao assumir, em 1934, a convite de Anísio Teixeira, o recémcriado<br />

Serviço de Higiene Mental e Ortofrenia da Secretaria de Educação e Saúde<br />

do Distrito Federal. A história das intensas atividades aí desenvolvidas por nosso autor<br />

até 1939 mal começou a ser realizada. 15<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 16<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

16<br />

Carta de Roger Bastide a Arthur Ramos, elogiando-o pela segunda edição de O negro brasileiro<br />

e informando ter escrito um artigo sobre rituais afro-brasileiros em São Paulo. São Paulo, 5<br />

de setembro de 1940.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 17<br />

17<br />

Meu interesse por Arthur Ramos cresceu no contexto de uma pesquisa sobre<br />

a “psicologização” no Brasil, ou seja, a difusão de uma visão de mundo baseada<br />

no pressuposto da existência (e relevância) de uma instância específica dos sujei -<br />

tos humanos, interna a cada um deles (o “psiquismo” ou “vida psicológica”), e<br />

do tada de propriedades e dinamismo próprios, passíveis de intervenções propicia -<br />

tórias (cf. Duarte, 2001). O desenvolvimento e difusão da psicanálise na primeira<br />

metade do século XX é uma das manifestações mais sistemáticas, explícitas e influentes<br />

desse processo. A. Ramos é um dos personagens eminentes da “psicologi -<br />

zação” do campo intelectual brasileiro, pioneiro na transposição desse processo<br />

para o plano das interpretações da vida coletiva nacional.<br />

Para compreender melhor a posição específica de nosso autor nesse campo,<br />

pode ser útil apresentar uma chave mais abrangente de interpretação do período<br />

e de suas forças características. As relações acadêmicas intensas e sistemáticas da<br />

antropologia com a psicanálise se deram em dois diferentes momentos da história<br />

das ciências humanas no Brasil: o período “heróico” que vai – grosso modo –<br />

dos anos 1920 ao <strong>final</strong> dos 40 (o “entreguerras”) e o período “crítico”, aberto nos<br />

anos 1970 deste século (cf. Duarte, 2000). O primeiro período é caracterizado<br />

basicamente pela produção de dois autores – Arthur Ramos e Roger Bastide –,<br />

ambos considerados “antropólogos” 16 e igualmente influenciados pela freqüentação<br />

da literatura psicanalítica – cujas problemáticas invocam explicitamente em<br />

suas obras. Os próprios contrastes entre os dois autores – muito grandes sob diversos<br />

aspectos – permitem precisar o foco de análise sobre o “regime” em que<br />

se processa sua articulação entre os dois saberes.<br />

O segundo período é, por sua vez, caracterizado basicamente pela produção<br />

de dois outros autores – Gilberto Velho e Sérvulo Figueira –, ao longo dos anos<br />

1970 e 1980 no Rio de Janeiro. Nesse caso, chegou a haver interação produtiva<br />

imediata entre os dois autores, ensejando a articulação de uma rede mais especia -<br />

lizada do que a do período “heróico”, em função de uma série de características<br />

diferenciais do campo acadêmico nos dois momentos. O primeiro autor é conhe -<br />

cido como antropólogo e o segundo como psicanalista, embora tenha produzido<br />

nesse período uma obra que era considerada (e que ele próprio considerava)<br />

de cunho antropológico. A psicanálise aparece como tema avantajado das duas<br />

obras, mas de uma forma muito diferente da do outro “regime”.<br />

No primeiro regime, 17 que se caracteriza – no nível da análise “interna” – pela<br />

disposição de incorporação dos recursos de interpretação psicanalítica à análise<br />

dos fenômenos “culturais”, prevalece a continuada referência à “cultura negra”<br />

ou “cultura dos negros” no Brasil e, particularmente, aos fenômenos religiosos<br />

ligados à “raça” ou à “herança africana”. A questão do “transe” nos cultos atra -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 18<br />

18<br />

vessa crucialmente toda a produção desse “regime”, que nisso revela seu foco<br />

abrangente: trata-se de compreender como se organiza culturalmente o “pensa men -<br />

to” das camadas subalternas da sociedade brasileira a partir de uma característica<br />

vista como tipicamente “arcaica” ou “primitiva” (mesmo que se relativize até<br />

um certo ponto as implicações “evolucionistas” lineares dessa caracterização).<br />

Essa preocupação se constrói no interior da problemática relativa à “civilização”<br />

da “nação” brasileira, cuja fraqueza ou atraso se atribui de algum modo ao<br />

peso daquela “raça” ou “herança”. Contra as interpretações “pessimistas” oriundas<br />

dos saberes metropolitanos, produzem-se interpretações que enfatizam a capacidade<br />

de “redenção” cultural através de um processo de “educação” generalizada,<br />

o que não pode deixar de envolver nesse período altas expectativas de regulamen -<br />

tação e intervenção do Estado. Essa foi a principal condição ou modo de entrada<br />

das idéias psicanalíticas no campo intelectual brasileiro (e na sua apropriação<br />

pela antropologia). 18<br />

A interpretação que fez Mariza Corrêa da antropologia brasileira do entre guer -<br />

ras, à luz da teoria foucaultiana das disciplinas, é aqui extremamente pertinente.<br />

Esse horizonte “educativo” compartilhado pela antropologia e pela psicanálise<br />

corresponde diretamente ao que ela chama de “fiscalização” ou “repressão branda”,<br />

lembrando expressões de Arthur Ramos e Gilberto Freyre (cf. Corrêa, 1982,<br />

pp. 219 e 260) – por oposição aos defensores contemporâneos de uma repressão<br />

de tipo “policial” (ibidem, p. 242).<br />

No segundo regime, a imagem da psicanálise passa de instrumento de “civilização”<br />

e “educação” para sintoma de uma “civilização” de algum modo já ocorrida<br />

(sob a etiqueta da “modernização”). O tema antropológico privilegiado será<br />

não mais o da “raça” ou das “heranças culturais” em geral, mas o da “vida urba na”,<br />

com os seus fenômenos considerados próprios de “desvio” ou “desmapea men to”<br />

cultural. O interesse em questões etnográficas como a “loucura”, as “drogas” ou<br />

a “sexualidade desviante” aproxima os antropólogos examinados do mundo<br />

dos saberes psicológicos (já agora organizado em um campo institucio nalmente<br />

complexo) e os torna interlocutores freqüentes, inclusive em torno de questões<br />

de regulação moral (a compreensão do consumo social das terapias psicanalíticas,<br />

por exemplo) ou mesmo de regulamentação pública importante (como a “reforma<br />

psiquiátrica” ou a “descriminalização” de drogas ilícitas) – em nome dos<br />

valores da “liberdade” e da “tolerância”. A chave de compreensão da problemática<br />

do regime será nesse caso – em vez da “educação” – a da “coerência” e “reflexi vi -<br />

dade” desses sujeitos (e “cidadãos”).<br />

As expectativas em relação ao Estado nesse último período são, sobretudo, ne -<br />

gativas ou críticas (em relação a diversos tipos de regulamentação pública em cur-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 19<br />

19<br />

so, por exemplo), mas também freqüentemente indiferentes – devido em boa<br />

parte à forte autonomização atingida pelo campo acadêmico-universitário (onde<br />

se encontram os antropólogos e alguns psicanalistas) e profissional-psicotera -<br />

pêutico (onde se encontram os psicanalistas). Não poderei desenvolver – mas não<br />

posso, tampouco, deixar de evocar – a relação entre os dois “regimes” em análise<br />

e os “regimes políticos” sob os quais se desenvolveram. O primeiro é marcado<br />

pela Revolução de 1930, que é vista por boa parte dos intelectuais brasileiros<br />

como uma oportunidade de levar adiante as expectativas de “civilização” dirigida<br />

que se acumulavam desde o fim do Império, frustradas pela consolidação<br />

conser vadora da República Velha. 19 A vinda de Arthur Ramos para a capital logo<br />

após a revolução e sua rápida incorporação ao aparelho de Estado como agente<br />

da educação pública são expressivas das condições dessa primeira fase. O advento<br />

do Estado Novo corresponde certamente ao desencanto de uma boa fração<br />

dos portadores daquelas esperanças e corresponde – talvez não linearmente – ao<br />

momento de entrada dos nossos dois atores privilegiados no sistema universitário<br />

que acabava de se autonomizar. O período seguinte é marcado pelas inquietações<br />

da II Guerra, num contexto nacional politicamente ambíguo, que se encerra com<br />

a deposição, retorno e morte de Getúlio Vargas às voltas de 1950. Arthur Ramos<br />

se destacou no período da guerra como o autor de mais de um manifesto público<br />

e coletivo contra o racismo, o que lhe valeu provavelmente um lugar de destaque<br />

no contexto do pós-guerra (inclusive a oferta do cargo na Unesco, em cujo desempenho<br />

faleceu em Paris).<br />

O segundo regime emerge em plena vigência da ditadura militar instalada em<br />

1964 (após o interregno democrático e “desenvolvimentista” dos anos 1950). Sua<br />

ênfase em valores associáveis aos ideais da liberdade e sua indisposição em participar<br />

diretamente do aparelho de Estado podem ser correlacionadas assim<br />

também – mesmo que não linearmente – ao amplo movimento intelectual de<br />

resistência ao governo autoritário (que só se encerra na primeira metade dos<br />

anos 1980).<br />

É contra esse pano de fundo que se recortam o interesse e a novidade da contribuição<br />

de Arthur Ramos. Como disse, ela se localiza sobretudo no plano da<br />

ext ensão de uma leitura psicologizada da experiência humana ao universo das<br />

manifestações culturais coletivas, sobretudo as “religiosas” e as “populares”. Sua<br />

primeira experiência nesse sentido foi uma interpretação psicológica do carnaval,<br />

publicada quando ainda estava no Nordeste, antes mesmo de ter ido para Salvador.<br />

Foi o primeiro testemunho de uma possibilidade de interpretação da cultura<br />

brasileira com instrumentos da psicanálise a que Arthur Ramos se continuou<br />

dedicando por toda sua vida e que serviu como ponte principal de suas relações<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 20<br />

20<br />

com Roger Bastide, quando este chegou, em 1938, a São Paulo, para compor a<br />

leva dos primeiros professores estrangeiros da recém-criada Universidade de São<br />

Paulo. Bastide já conhecia a obra de Freud, mas foi apenas no Brasil que começou<br />

a aplicar conceitos psicanalíticos à interpretação cultural (cf. Duarte, no prelo).<br />

O mais notável, no caso desse processo de abertura de Arthur Ramos para a psicanálise,<br />

é o fato de que ele provinha, como boa parte dos produtores inte lec tuais<br />

brasileiros nos anos 1920, de uma formação quase exclusivamente médica. É claro<br />

que não eram apenas os médicos que estavam expostos às representações reducionistas<br />

fisicalistas, na medida em que o sistema de interpretação de mundo ligado à teoria<br />

da degenerescência atravessava fortemente todos os espaços intelectuais internacionais,<br />

inclusive brasileiros, nesse período. Mas, certamente, com muito mais razão,<br />

esse era um horizonte inescapável para quem vinha de uma formação médica típica,<br />

como a que teve, com excelente desempenho, na Faculdade da Bahia.<br />

A psicanálise podia ser atraente para os intelectuais do começo do século XX por<br />

diferentes motivos. No caso do Brasil (mas não apenas nele), prevaleceu inicialmente<br />

uma leitura feita por médicos e psiquiatras sequiosos de encontrar uma saída para<br />

os determinismos fisicalistas que apontavam para a danação de um país “racialmente”<br />

miscigenado. Foi também esse, sem dúvida, o gancho inicial do interesse de Arthur<br />

Ramos. Mas ele avançou mais do que muitos de seus contemporâneos na direção<br />

da citada interpretação “pedagógica” da teoria freudiana. Era, para tanto, fundamental<br />

a guinada psicologizante que caracterizou o me lhor de sua obra. O interesse<br />

pelo pensamento afro-brasileiro (como, mais tarde, o de Bastide) decorria desse pressuposto<br />

de uma ordem de causalidade própria do psiquismo:<br />

“É uma conseqüência do pensamento mágico e pré-lógico, independentes da<br />

questão antropológico-racial, porque podem surgir em outras condições e em<br />

qualquer grupo étnico, nas aglomerações atrasadas em cultura, classes pobres das<br />

sociedades, crianças, adultos nevrosados, no sonho, na arte, em determinadas<br />

condições de regressão psíquica... Esses conceitos de primitivo, de arcaico, são puramente<br />

psicológicos e nada têm que ver com a questão da inferioridade racial”<br />

(Ramos, 1988: 23; citado por Schreiner, no prelo: 8 – meu grifo).<br />

A influência de Nina Rodrigues foi reiteradamente enfatizada por ele como<br />

sendo a origem, a fonte, de sua preocupação com as dimensões culturais da experiência<br />

da diferença dentro do Brasil. Mas é claro também que ele transmutou<br />

essa herança – afirmada por ele –, em patamares muito diferentes, muito mais<br />

amplos e complexos de interpretação dos fenômenos culturais brasileiros. Seu<br />

diálogo com Bastide é exemplar dos modos pelos quais Arthur Ramos tentou re-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 21<br />

21<br />

criar a herança que ele, no entanto – retoricamente –, tanto exaltava da Escola<br />

de Nina Rodrigues. A diferença fundamental, nesse contexto, é a da progressiva<br />

afirmação de uma autonomia dos processos culturais. E, para sustentar essa autonomia,<br />

foi fundamental o recurso, da parte de ambos os autores, à psicanálise.<br />

Esse saber oferecia um sistema interpretativo da experiência humana em radical<br />

ruptura com os modelos fisicalistas de representação da pessoa e das perturbações<br />

da psiquiatria tradicional característicos do século XIX e, ao mesmo tempo, em<br />

aparente continuidade com as expectativas de uma redenção da experiência humana<br />

pelo esclarecimento das sombras de sua vida interior.<br />

Desenvolvi, em um outro trabalho, uma interpretação da obra de Roger Bastide<br />

que enfatiza sua dimensão “romântica”, notável em muitos sentidos (cf. Duarte, no<br />

prelo). Seria impossível dizer o mesmo de Arthur Ramos. Não há nele ne nhum sinal<br />

de um interesse entranhado, abrangente, pela totalidade, pelo fluxo, pela sombra –<br />

sinais da cosmologia comum a Freud e a Bastide, por exemplo. O interesse de Arthur<br />

Ramos pela psicanálise sublinha justamente a dimensão univer salista do pensamento<br />

freudiano, sua suposta capacidade de desvendar os mistérios do “inconsciente” e<br />

propiciar essa redenção propiciatória. Essa é a chave para a compreensão da dimensão<br />

da “educação” em sua obra e em sua vida pública (inclusive o cargo derradeiro junto<br />

à Unesco). Não se pode menosprezar, sem dúvida, o peso da herança da Bildung<br />

romântica em todos os investimentos na educação ocidental a partir de meados do<br />

século XIX, inclusive através dessa versão tão peculiar embutida na prática psica -<br />

nalítica (cf. Lo Bianco, 1998). Ela foi, porém, subordinada em Arthur Ramos ao<br />

projeto iluminista, transformando-se num recurso de promoção da individualidade<br />

“quantitativa”, mais que da “quali tativa” (para usar das úteis categorias de Simmel).<br />

Isso não deixa de fazer sistema com outros aspectos importantes da vida de Arthur<br />

Ramos, como sua militância política pró-democrática, sua permanente disposição<br />

construtiva institucional ou sua agenda de pesquisa comparativa abrangente (que<br />

iria deixar impressa, como é notório, em sua rápida passagem pela Unesco).<br />

É tão importante para a compreensão da vida intelectual brasileira entender<br />

a contribuição pioneira e audaciosa de Arthur Ramos quanto entender os moti -<br />

vos e formas pelas quais sua obra se viu envolvida por um pesado silêncio já a<br />

partir dos anos 1950. Pode-se mesmo falar, a meu ver, de um enterro intelec tual.<br />

Um personagem importante desse processo foi Florestan Fernandes, um dos re -<br />

presentantes mais marcantes da geração de sociólogos que então se afirmava, parceiro<br />

de Bastide no monumental trabalho de revisão da relação entre a sociedade<br />

brasileira e a tradição afro-brasileira. Evoco particularmente dois artigos que<br />

Florestan Fernandes publicou nos primeiros anos da década de 1950, na Revista<br />

de Antropologia. Um sobre a psicanálise e outro sobre Lévy-Bruhl (cf. Fernandes,<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 22<br />

22<br />

1954 e 1956). Fernandes, ao retomar dois temas que eram absolutamente cruciais<br />

para o pensamento de Ramos – e sem mencionar Arthur Ramos –, engendra<br />

uma desautorização quase completa da sua obra, chamando atenção para o fato<br />

de que a importância possível, tanto da psicanálise quanto de Lévy-Bruhl, era<br />

exclusivamente metodológica. Ou seja, eles poderiam ser úteis para ensinar a pensar,<br />

mas certamente não seriam úteis – isso está razoavelmente claro na mensa -<br />

gem de Florestan Fernandes – para explorar diretamente, como instrumentos<br />

ime diatos, os fenômenos sociais e culturais. Na verdade, o que estava em jogo<br />

era um julgamento mais abrangente contra o culturalismo, contra os matizes<br />

românticos das interpretações prevalecentes no entreguerras. O mesmo anátema<br />

da sociologia paulista incidiu sobre a obra de Gilberto Freyre, companheiro de Arthur<br />

Ramos no culturalismo (embora com matrizes diversas) e no processo de entro -<br />

nização da cultura de origem africana no panteão da identidade nacional. 20<br />

Não se pode atribuir o silenciamento das relações entre a psicanálise e as ciências<br />

sociais totalmente a essa intervenção de Florestan Fernandes no começo dos<br />

anos 1950, mas é certo que ela era emblemática de uma transformação muito mais<br />

ampla do horizonte intelectual brasileiro: a entrada em cena da sociologia e da economia<br />

– como saberes universalizantes, objetivistas – que se tornam muito mais empáticas<br />

com o modo pelo qual se passa a representar a nação. Inaugu ra-se a era<br />

do desenvolvimentismo, da análise baseada nas classes, com o desprezo sistemáti -<br />

co do culturalismo como possibilidade de interpretação do Brasil. E nisso, também,<br />

o des prezo da psicanálise como recurso para a compreensão da cultura brasileira.<br />

A própria presença pública da psicanálise e da antropologia se retraiu consi -<br />

deravelmente. Sem as grandes ambições de interpretação da nação e de propicia -<br />

mento da civilização que tinham marcado o primeiro regime, as duas disciplinas<br />

se voltaram para sua organização e fortalecimento institucional. As sociedades cria -<br />

das nos anos 1950, tanto de psicanálise quanto de antropologia, são as que vão perdurar<br />

e prevalecer no âmbito nacional – diferentemente de suas predeces soras dos<br />

anos 1930 (inclusive aquela criada por Arthur Ramos). E é só nos anos 1970 que,<br />

dando as costas a essa longa latência das relações entre a psicanálise e a antropologia,<br />

se vai configurar o mencionado segundo regime de suas relações, juntamente<br />

com uma renovada influência acadêmica e ressonância pública dessas disciplinas.<br />

É preciso sublinhar, porém, que, nesse processo posterior – que é o de recons -<br />

tituição da possibilidade de interlocução entre os saberes psicológicos e os saberes<br />

sociais (particularmente a antropologia) –, não se fez referência praticamente ne -<br />

nhuma a Arthur Ramos. Fez-se alguma a Roger Bastide pela via dos estudos de<br />

religião, especificamente, como até hoje se faz, com justiça. Mas não se fez quase<br />

nenhuma ao modo pelo qual o próprio Bastide tinha feito uso da psicanálise como<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 23<br />

23<br />

recurso interpretativo, como estratégia instrumental de conhecimento dos fenômenos<br />

afro-brasileiros.<br />

A psicologização que se desencadeia a partir dos anos 1970 é muito mais gene -<br />

ralizada e abrangente do que aquela de que participara Arthur Ramos no entre -<br />

guerras. Não é mais um fenômeno erudito que afeta a sociedade apenas indiretamente,<br />

é uma característica da cultura de massa que se dissemina no último<br />

quartel do século XX por todo o Ocidente. É, em parte, sustentada pelo movimento<br />

da contracultura, ponta-de-lança do neo-romantismo triunfante do <strong>final</strong><br />

do século. É um fenômeno de vasto alcance, mas dotado de grande ambigüidade,<br />

em função do caráter basicamente paradoxal do individualismo qualitativo e do<br />

romantismo no interior da cultura ocidental moderna (que continua tendo como<br />

viga mestra o universalismo). As ambigüidades de Arthur Ramos entre determinismo<br />

e consciência livre, entre reconhecimento da Diferença e expectativa de<br />

Civilização, são expressivas desse processo maior a que continuamos jungidos.<br />

Sua proposta de uma atenção sistemática aos processos “psicológicos” em que se afirmavam<br />

as diferentes lógicas culturais em ação no Brasil produziu efeitos ideológicos<br />

marcantes, encontráveis tanto do lado da organização do campo intelectual dos<br />

estudos afro-brasileiros quanto do lado das experiências sociais mais amplas posteriores,<br />

como a própria “psicologização” generalizada a que serviu de pioneiro.<br />

Momento de contemplação: o antropólogo posa, de chapéu, às margens de um lago. [S.l.],<br />

década de 1940<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 24<br />

Por tudo isso, deve-se considerar fundamental propiciar todas as formas de<br />

revisitação do pensamento de Arthur Ramos, de compreensão do modo pelo qual<br />

tão fortemente contribuiu para a interpretação e para a problematização da cultura<br />

e da sociedade brasileira, e de explorar não só o modo como fez parte dessa<br />

plêiade de ideólogos do Brasil do entreguerras, mas também o modo pelo qual<br />

essa geração, esse regime e, particularmente, o autor Arthur Ramos foram me -<br />

nos prezados durante os anos 1950 e 1960. E permaneceram praticamente esque -<br />

cidos (à exceção de Gilberto Freyre) até há pouco tempo quando, <strong>final</strong>mente,<br />

trabalhos diversos – que nesse sentido vêm a ser de novo pioneiros – procuraram<br />

revisitar essa tradição e se aproveitar de suas lições, para permitir a calibragem de<br />

novos instrumentos de compreensão daquelas candentes questões de que se ti -<br />

nham ocupado e que certamente perduram entre nós.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

24<br />

BRITO, Guilherme. Drogas: Negócios de Estado, Avisos à Praça e Defesa da Raça: Uma<br />

História da Constituição do Controle e Vigilância Oficiais sobre Substâncias Psico -<br />

ativas no Brasil: 1900 a 1938. Dissertação de mestrado, ENSP/Fiocruz,1996.<br />

CARRARA, Sérgio. O tributo a Vênus: a luta contra a sífilis no Brasil da passagem do<br />

século aos anos 40. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996.<br />

CARVALHO, Cintia A. de. Os Psiconautas do Atlântico Sul. Uma Etnografia da Psica -<br />

ná lise. Tese de doutorado, Departamento de Ciências Sociais da Unicamp,1995.<br />

CORRÊA, Mariza. As Ilusões da Liberdade – A Escola de Nina Rodrigues e a Antropologia<br />

no Brasil. Tese de doutorado, USP, 1982.<br />

CUNHA, Luiz A. A universidade temporã. O ensino superior da colônia à era Vargas. Rio<br />

de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.<br />

DUARTE, Luiz F. D. Dois Regimes Históricos das Relações da Antropologia com a Psicanálise<br />

no Brasil: Um Estudo de Regulação Moral da Pessoa. In Ensaios: subjeti vidade, saúde<br />

mental, sociedade (AMARANTE, Paulo – org.). Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000.<br />

______. História e Etnografia dos Saberes Psicológicos. In Clio-psyché: fazeres e dizeres<br />

na história do Brasil (orgs. JACÓ-VILELA, A.; CEREZZO, A. C.; RODRIGUES,<br />

H. B.). Rio de Janeiro: Relume Dumará (33-44), 2001.<br />

______. No prelo. Em Busca do Castelo Interior: Roger Bastide e a Psicologização no<br />

Bra sil. In A psicologização no Brasil. Atores e autores. (orgs. DUARTE, L. F. e RUSSO,<br />

J.). Rio de Janeiro: Contracapa.<br />

FERNANDES, Florestan. 1954, Lévy-Bruhl e o Espírito Científico. Revista de Antro -<br />

pologia, 2 (2).<br />

FERNANDES, Florestan. Psicanálise e Sociologia. Revista de Antropologia, 4 (2), 1956.<br />

FREIRE-COSTA, Jurandir. 1981, História da psiquiatria no Brasil (um corte ideológico).<br />

Rio de Janeiro: Campus, 1981.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 25<br />

25<br />

LO BIANCO, Ana C. A Bildung Alemã e a Cultura em Freud. In Cultura da Ilusão.<br />

Textos apresentados no IV Fórum Brasileiro de Psicanálise, setembro de 1997 (eds.<br />

KISHIDA C. A.; E. S. LANNES, E. L. d. M. G. BRITO; J. D. C. d. ALBUQUER -<br />

QUE e N. SAMPAIO). Rio de Janeiro, 1998.<br />

MOKREJS, Elisabeth. A psicanálise no Brasil. As origens do pensamento psicanalítico.<br />

Petrópolis: Vozes, 1993.<br />

MOREIRA-LEITE, Dante. O caráter nacional brasileiro. História de uma ideologia. São<br />

Paulo: Pioneira, 3ª ed. rev., refundida e ampliada (tese de doutorado da FAFICH/USP<br />

em 1954), 1976.<br />

PEIRANO, Mariza. The Anthropology of Anthropology: The Brazilian Case. Tese de<br />

doutoramento. Cambridge, Harvard University, 1981.<br />

PEREIRA NETO, André de F. Palavras, Intenções e Gestos. Os Interesses Profissionais<br />

da Elite Médica. Congresso Nacional dos Práticos, 1922. Tese de doutorado no<br />

IMS/UERJ, Rio de Janeiro, 1997.<br />

PERESTRELLO, Marialzira. Primeiros Encontros com a Psicanálise: Os Precursores no<br />

Brasil (1899-1937). In Efeito PSI. A influência da psicanálise. FIGUEIRA, S. (org.).<br />

Rio de Janeiro: Campus, 1988.<br />

RAMOS, Arthur. Educação e psicanálise. São Paulo: Nacional (<strong>Biblioteca</strong> Pedagógica<br />

Brasileira), 1934.<br />

______. O negro brasileiro. Recife: Massangana, 1988.<br />

ROHDEN, Fabíola. O Imaginário sobre a Mulher Através do Olhar da Medicina no<br />

Século XIX. In Cadernos do IPUB (Noção de Pessoa e Institucionalização dos Saberes<br />

Psicológicos no Brasil), nº 8, 1997.<br />

ROPA, Daniela. Análise dos Discursos Psiquiátricos: O Discurso Psicológico. Dissertação<br />

de mestrado no IMS/UERJ, Rio de Janeiro, 1983.<br />

RUSSO, Jane. Existe um Sujeito da Psiquiatria? In Cadernos do IPUB (Noção de Pessoa<br />

e Institucionalização dos Saberes Psicológicos no Brasil), nº 8, 1997.<br />

______. A Psicanálise enquanto Processo Civilizador: Um Projeto para a Nação Brasileira.<br />

In Cadernos do IPUB, vol. VI, nº 18, 2000.<br />

SCHREINER, Alexandre. (Ramos da Silva). A “Creança Brazileira”, Futuro da Nação:<br />

Infância, Educação e Higiene Mental na Primeira República. In Cadernos do IPUB<br />

(Noção de Pessoa e Institucionalização dos Saberes Psicológicos no Brasil), nº 8, 1997.<br />

______. No prelo. Uma Aventura para o Dia de Amanhã... Arthur Ramos e a Neurohigiene<br />

Infantil na Década de 30. In A psicologização no Brasil. Atores e autores (org.<br />

DUARTE, L. F. e RUSSO, J.). Rio de Janeiro: Contracapa.<br />

SEYFERTH, Giralda. As Ciências Sociais no Brasil e a Questão Racial. In SILVA, Jaime<br />

et alii, eds. Cativeiros e liberdade. Rio de Janeiro: UERJ, pp. 11-31, 1989.<br />

SOUZA LIMA, Antônio Carlos de. 1995, Um grande cerco de paz. Poder tutelar, indianidade<br />

e formação do Estado no Brasil. Petrópolis: Vozes.<br />

TEIXEIRA, Manoel O. L. 1997, Nascimento da Psiquiatria no Brasil. In Cadernos do IPUB<br />

(Noção de Pessoa e Institucionalização dos Saberes Psicológicos no Brasil), nº 8.<br />

VENÂNCIO, Ana T. 1997, Loucura, Sanidade e Terapêuticas: O Caso da Esquizofrenia.<br />

In Cadernos do IPUB (Noção de Pessoa e Institucionalização dos Saberes Psicológicos<br />

no Brasil), nº 8.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 26<br />

NOTAS:<br />

26<br />

1 – Arthur Ramos evoca Afrânio Peixoto se referindo a Piaget como “o Lévy-Bruhl dos<br />

meninos” (Ramos, 1934, p. 11).<br />

Ver bibliografia, pp. 22 - 3.<br />

2 – Mariza Corrêa é particularmente esclarecedora sobre a articulação entre o problema<br />

da “civilização” e a “questão racial” nesse período (1982, pp. 26 e 34).<br />

3 – Dante Moreira Leite já fazia, em 1954, essa associação histórica – depois muito retomada<br />

(cf. Moreira-Leite, 1976).<br />

4 – Veja-se, além das já citadas obras de Carrara e Serpa Jr. Russo, 1997, e Venâncio,<br />

1997 (para aspectos mais gerais dessa questão), como também Rohden, 1997, e Teixeira,<br />

1997 (para aspectos mais pontuais).<br />

5 – Mariza. Corrêa evoca a significativa expressão de Afrânio Peixoto para se referir à<br />

questão: “o eclipse negro” (1982, p. 349).<br />

6 – Girolda. Seyferth nos lembra que “(...) mesmo autores como Bomfim, que viam na<br />

mistura de raças um caráter renovador, não escaparam do ideário do progresso, com seu<br />

significado evolucionista. Mesmo sem usar argumentos raciais, a inferioridade do negro<br />

e do índio, e até certo ponto também dos mestiços, está implícita na noção de civilização.<br />

Daí a ênfase tão grande na necessidade da educação – como aparece, por exemplo,<br />

em Roquette-Pinto. Educar significa tirar do atraso –- civilizar” (1989, p. 20). Sobre esse<br />

ponto, ver ainda Schreiner, 1997.<br />

7 – Alexandre Schreiner lembra a esse respeito a expressão tão citada de Miguel Couto,<br />

de 1927: “Vitalizar pela educação e pela higiene” (Schreiner, 1996, p. 103).<br />

8- Arthur Ramos, que passou a cooperar com seu conterrâneo baiano Anísio Teixeira em<br />

1934, usou regularmente em sua obra posterior de uma retórica “escola-novista”. Ver<br />

particularmente o capítulo intitulado A Escola Nova e a Psicanálise, em Ramos, 1934.<br />

9 – Ver Ropa, 1983; particularmente sobre Porto Carrero e Antônio Austregésilo – considerados<br />

como os mais importantes pioneiros da psicanálise no Rio de Janeiro. Encon -<br />

tra mos aí a seguinte transcrição de Austregésilo, em seu Viagem interior, de 1934:<br />

“Penetremos cada dia dentro de nós mesmos e reconheçamos as nossas faltas e exaltemos<br />

os nossos deveres, façamos viagens diárias ao íntimo de nossa personalidade (...)<br />

saibamos vencer-nos, saibamos educar-nos, elevar-nos dentro de nós mesmos, porque só<br />

assim com a nossa melhoria individual o mundo melhora automaticamente” (Ropa,<br />

1983, p. 28).<br />

10 – É o próprio autor quem nos diz: “No Brasil, não têm passado despercebidos os as -<br />

pec tos pedagógicos da psicanálise. Desde 1926, por iniciativa deste incansável trabalha -<br />

dor que é o professor Ernâni Lopes, foi instalado na Liga Brasileira de Higiene Mental,<br />

por ele tão sabiamente dirigida, um serviço de psicanálise. Porto Carrero, o nosso grande<br />

estudioso desses assuntos, iniciou a propaganda daquele serviço em entrevistas de impren -<br />

sa e irradiou uma conferência sobre psicanálise e educação, seguida depois de outros ensaios<br />

sobre o mesmo tema, e hoje reunidos em seus livros sobre psicanálise (...)” (Ramos,<br />

1934, p. 24).<br />

11 – “Mas a sublimação mais perfeita deve ser para um trabalho de rendimento à comunidade.<br />

A tarefa do educador é de adivinhar logo cedo as sublimações para que ten-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 27<br />

27<br />

dem as forças instintivas de cada criança, qual será esse trabalho social que deve ser escolhido<br />

não como uma tarefa pesada e desagradável, mas com alegria, com participação<br />

de toda a personalidade, pois que ele tem raízes instintivas, tendências elementares que<br />

se transformaram por via da sublimação. É todo um capítulo novo de orientação profissional”<br />

(Ramos, 1934, p. 157).<br />

12 – Veja-se Peirano, 1981, sobre o mandamento de “explicar o Brasil” entre os cientistas<br />

sociais brasileiros.<br />

13 – Veja-se que as primeiras sociedades psicanalíticas fundadas em São Paulo e no Rio<br />

de Janeiro no <strong>final</strong> dos anos 1920, assim como as primeiras associações de antropologia<br />

(a Sociedade de Etnografia e Folclore, criada em São Paulo em 1937, e a Sociedade<br />

Brasileira de Antropologia e Etnologia fundada por Ramos no início da década de 1940),<br />

não só tiveram vida curta como não foram simbolicamente recuperadas por suas congêneres<br />

bem-sucedidas dos anos 1950.<br />

14 – A medicina foi uma das primeiras disciplinas (junto com o direito) a se institucionalizar<br />

no Brasil. As duas faculdades iniciais (da Bahia e do Rio de Janeiro) foram criadas em 1830,<br />

substituindo os antigos colégios médico-cirúrgicos. A Academia Nacional de Medicina (inicialmente<br />

Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro) foi fundada em 1829. A Gazeta Médica<br />

da Bahia surgiu em 1866 e o Brazil-Médico em 1887 (cf. Brito, 1996). A psiquiatria participou<br />

dessa implantação desde a criação do Hospício Pedro II, em 1841, que só começou,<br />

no entanto, a funcionar em 1852 e a ter uma administração plenamente médica com Teixeira<br />

Brandão em 1886 (cf. Teixeira, 1997). A primeira cátedra de psiquiatria foi instituída em<br />

1881 e os Arquivos Brasileiros de Psiquiatria, Neurologia e Ciências Afins começaram a circu -<br />

lar em 1905. A Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal foi cria da<br />

em 1907. Para uma revisão dos compromissos de regulação moral da medicina no Brasil no<br />

século XIX, ver Freire-Costa, 1979 e 1981, e Machado et al., 1978. No período em que se<br />

centra minha análise, assiste-se a uma intensa reconversão dos horizontes profissionais da<br />

medicina, com o notável crescimento das funções reguladoras do Estado. O Congresso Na -<br />

cio nal dos Práticos, realizado em 1922, parece ter-se voltado sobretudo para a reflexão sobre<br />

essas novas condições da carreira (cf. Pereira Neto, 1997).<br />

15 – Mariza. Corrêa dá importantes pistas sobre isso (Corrêa, 1982, p. 354 e segs.) e o<br />

trabalho de Nunes (1994) apresenta alguma informação interessante. Seria necessário<br />

verificar particularmente o papel do Instituto de Pesquisas Educacionais aí sediado –<br />

como precursor da institucionalização específica da psicologia e de um atendimento psicanalítico<br />

oferecido nos órgãos de Estado – durante os anos 1950.<br />

16 – Roger. Bastide, na verdade, era um “sociólogo”, dentro do sistema classificatório<br />

francês de que provinha. No Brasil, porém, seus interesses na “cultura” tornavam-no classificável<br />

como “antropólogo”.<br />

17 – Chamo de “regime” ao estilo de produção acadêmica de um “período”, com articu -<br />

lações temáticas e horizontes analíticos comuns, sem constituir, porém, necessariamente<br />

um “grupo” ou uma “escola” – ou seja, sem um projeto sistemático (mesmo que incons -<br />

ciente) de reprodução institucional.<br />

18 – Mariza Peirano explora bem essa ênfase sobre a “educação” como chave de compreensão<br />

e transformação da nação, considerando-a como uma característica do pensamento<br />

social da década de 1930 (Peirano, 1981, p. 28 ou 39).<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 28<br />

28<br />

19 – Seria interessante discutir esse “dirigismo civilizatório” à luz da noção de “poder<br />

tutelar”, utilizada sistematicamente por A. C. de Souza Lima para analisar as políticas<br />

públicas relativas às populações indígenas na República Velha (Souza Lima, 1995). Tanto<br />

M. Corrêa quanto M. Peirano utilizam a categoria “tutelar” para se referir a disposições<br />

políticas contidas no pensamento social brasileiro do entreguerras.<br />

20 – É interessante, porém, que Gilberto Freyre tenha merecido um retorno quase triun -<br />

fal no <strong>final</strong> do século XX, em parte como reconhecimento da preeminente dimensão<br />

romântica do seu boasianismo. A ausência dessa dimensão em Arthur Ramos torna-o<br />

certamente impalatável ao gosto pós-moderno ou, como prefiro, neo-romântico.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 29<br />

ARTHUR RAMOS E A<br />

MILITANCIA NA UNESCO<br />

Marcos Chor Maio<br />

Pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz<br />

Em meados de outubro de 1949, dois meses depois de assumir a direção<br />

do Departamento de Ciências Sociais da Organização das Nações Unidas<br />

para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Arthur Ramos (1903-1949)<br />

concluiu o delineamento de um plano de trabalho no qual estavam previstos estudos<br />

sociológicos e antropológicos no Brasil. 1 Em sintonia com as crescentes<br />

preocupações da agência internacional devido à persistência do racismo no pós-<br />

II Guerra Mundial e aos problemas socioeconômicos vividos pelos países subdesenvolvidos,<br />

Ramos considerava premente a incorporação de determinados estratos<br />

sociais marginalizados – representados no plano étnico-racial por negros e<br />

índios – à modernidade. 2<br />

No curto espaço de tempo que trabalhou na Unesco, Arthur Ramos organizou<br />

um fórum para debater o estatuto científico do conceito de raça. Dentro<br />

da pro gramação de combate à discriminação racial aprovada pela quarta sessão da<br />

Conferência Geral da Unesco, em setembro de 1949, o antropólogo informava<br />

aos futuros participantes do encontro que seu objetivo era “reunir um comitê de<br />

especialistas em antropologia física, em sociologia, em psicologia social e em etno -<br />

logia para formular uma definição preliminar das raças do ponto de vista interdisciplinar.<br />

Este será o ponto de partida indispensável para uma futura ação da<br />

Unesco em 1950 (…)”. 3<br />

Em junho de 1950, a Unesco divulgou a Primeira Declaração sobre Raça, a<br />

qual continha a seguinte afirmação: “Raça é menos um fato biológico do que um<br />

mito social e, como mito, causou severas perdas de vidas humanas e muito sofrimento<br />

em anos recentes.” 4 Na mesma ocasião, a quinta sessão da Conferência<br />

Geral da Unesco, acontecida em Florença, aprovou a realização de uma pesquisa<br />

sobre as relações raciais no Brasil. 5<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 30<br />

30<br />

No <strong>final</strong> dos anos 1940, a Unesco procurou, em face da persistência da into -<br />

lerância racial nos EUA e na África do Sul, do processo de descolonização asiático<br />

e africano e do surgimento da Guerra Fria, tornar inteligível os fatores que,<br />

em nome da raça, levaram aos resultados catastróficos da II Guerra Mundial. Foi<br />

nesse contexto que houve, simultaneamente, a emergência de uma crítica radical<br />

ao determinismo biológico e à busca de evidências científicas – a partir de<br />

uma experiência social julgada bem-sucedida em matéria racial –, que servissem<br />

de contraponto à ideologia das hierarquias raciais, em suma, ao racismo.<br />

A militância anti-racista de Arthur Ramos – antes, ao longo e depois da II<br />

Guerra Mundial – pode ser vista como um dos aspectos importantes no processo<br />

de conversão do médico-legista, sob influência racialista, em antropólogo cultural.<br />

Em manifestos anti-racistas, artigos e livros, Arthur Ramos insistia na crença<br />

de que o melhor antídoto ao nazismo seria a experiência brasileira em matéria<br />

étnico-racial. O “laboratório de civilização”, expressão cunhada pelo historiador<br />

Rudiger Bilden no <strong>final</strong> dos anos 1920 e utilizada com freqüência por Arthur<br />

Ramos, não destoava da recorrente visão de que a cultura ibérica, em solo brasileiro,<br />

criara um país que o perfil miscigenado da população, a mobilidade de mulatos<br />

e negros e a reduzida taxa de tensões raciais transformavam num modelo de sociedade<br />

a oferecer lições à humanidade.<br />

Ao participar de uma comissão convocada pelo Ministério das Relações<br />

Exteriores (Itamaraty), no <strong>final</strong> do ano de 1944, com o objetivo de apresentar<br />

propostas para a criação de uma futura instituição internacional no campo da<br />

educação, embrião da futura Unesco, Arthur Ramos deixa um registro claro de<br />

sua ascendência nas resoluções finais, nas quais se destacam a importância atribuída<br />

ao Manifesto dos Intelectuais Brasileiros contra o Preconceito Racial, publicado<br />

em 1935, e outras manifestações contra o racismo durante a II Guerra<br />

Mundial, capitaneadas pela Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia, da<br />

qual era presidente. Do relatório do comitê especial para oferecer subsídios à futura<br />

Organização das Nações Unidas para a Reconstrução Cultural e Educacional,<br />

constava a seguinte declaração:<br />

“Na verdade, está o comitê convencido de que ‘as desigualdades raciais e inferio -<br />

ridade biológica da mestiçagem, quando existam, são contingências ligadas a cau sas<br />

deficitárias do meio social e cultural’, como, aliás, estudos de antropólogos e sociólo -<br />

gos brasileiros sobejamente o têm demonstrado à base de dados obje tivos; e de<br />

que, por isso mesmo, em um programa de reconstrução cultural e edu cacional,<br />

no pós-guerra, tal conclusão deverá inspirar as normas e processos de ação geral,<br />

no movimento que a projetada organização tem em vista empreender.” 6<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 31<br />

31<br />

Não obstante a crença no argumento da “cooperação entre povos e etnias no<br />

Brasil”, suposta marca de distinção da sociedade brasileira (RAMOS, 1943: 179),<br />

Arthur Ramos, em seus trabalhos, colocou em evidência a violência da escravidão,<br />

sem, no entanto, coisificar o escravo. Destacou também, no período pós-abolição,<br />

as acentuadas desigualdades sociais entre brancos e negros, bem como a existência<br />

do “preconceito de cor” no Brasil. O problema da inserção dos negros na socie -<br />

dade brasileira estava presente em sua obra, ora visto como uma questão social,<br />

ora percebido como dificuldade afeita à condição de minoria nos estados do Sul.<br />

O emblemático “laboratório de civilização” parecia situar-se no ambíguo terreno<br />

dos valores, distante dos fatos sociais. 7<br />

O fim da II Guerra Mundial leva Arthur Ramos a um exercício de reflexão sobre<br />

as marcas do etnocentrismo e do racismo, ressaltando a importância da antropologia.<br />

Em 1945, Arthur Ramos escreveu o prefácio de As raças da humanidade, pequeno<br />

livro de divulgação da luta contra o racismo, elaborado pelas antropólogas<br />

Ruth Benedict e Gene Weltfish, da Universidade de Colúmbia. Os “boasianos” encontravam-se<br />

na linha de frente da luta contra o racismo desde os anos 1920.<br />

Ramos constatava que o saber antropológico viveu uma perversa combinação<br />

entre ciência e política, tendo servido a causas nada edificantes em nome “da falsa<br />

idéia da civilização-igual-a-domínio-europeu-do-mundo”. O racismo, em sua<br />

vertente nazista, parecia-lhe a última fronteira ideológico-política da racionaliza -<br />

ção do determinismo biológico.<br />

Entretanto, em face da ideologia racialista que grassava no senso comum, envolto<br />

por sistemas supostamente objetivos e fidedignos de classificação das raças,<br />

fazia-se necessário ampliar a divulgação de uma antropologia de corte boasiano,<br />

que pudesse contribuir para a superação das mazelas do racismo. Caberia aos an -<br />

tropólogos ressaltar “a universalidade das misturas (apontando para) a conclu são<br />

lógica (de) que a civilização nada tem a ver com a cor da epiderme, a forma dos<br />

cabelos ou a cor dos olhos”. 8<br />

O fim do Estado Novo e a democratização de 1945 acentuaram a convicção<br />

de Arthur Ramos no projeto de uma antropologia socialmente engajada. Sua<br />

aproximação da esquerda (especialmente do Partido Comunista do Brasil – PCB),<br />

suas aulas na Universidade do Povo, sua colaboração com o movimento negro,<br />

especialmente com o Teatro Experimental do Negro, importaram numa reelabo -<br />

ração dos afazeres antropológicos e da sua própria visão do Brasil.<br />

Nesse sentido, a conferência de Arthur Ramos por ocasião da tradicional<br />

Semana Euclidiana de São José do Rio Pardo, em agosto de 1948, um ano<br />

antes de assumir a direção do Departamento de Ciências Sociais da Unesco,<br />

intitulada Os Grandes Problemas da Antropologia Brasileira, de caráter niti-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 32<br />

32<br />

damente programático, é um momento de inflexão no pensamento de Arthur<br />

Ramos.<br />

Nesse artigo, Arthur Ramos reiterava que o Brasil era um “laboratório de civi -<br />

lização”. Entretanto, registra que só a partir da década de 1940 as ciências so ciais<br />

brasileiras haviam iniciado o seu processo de qualificação profissional para tornar<br />

realmente inteligível esse “laboratório”. 9<br />

Ramos acreditava que a institucionalização das ciências sociais em curso ofere -<br />

cia uma oportunidade singular para a superação da fase “livresca, literatóide dos<br />

estudos antropológicos sobre o índio e o negro”. A seu ver, destoando da expe -<br />

riência anterior de investigação dos cultos afro-brasileiros, conviria o estudo do<br />

passado escravocrata e suas implicações para o entendimento da situação racial<br />

brasileira, especialmente “a influência psicossociológica dos grupos dominantes,<br />

não negros, as relações de ‘raça’, os estereótipos de opiniões e atitudes, os fatores<br />

sociológicos da casta e da classe (...)”. 10<br />

Em seu Programa da an tro po logia brasileira, Arthur Ramos ressalta a impor -<br />

tância da elaboração de análises sistemáticas sobre os diversos grupos raciais e<br />

étni cos, tendo em vista o enten di mento dos processos de mu dan ça social inseridos<br />

nos diversos contextos his tóricos. Com um viés soci o lógico, ele assinala a<br />

relevância do estudo da inser ção dos indivíduos em grupos, estratos e classes sociais,<br />

pro curando a partir daí entender as desigualdades étnico-raciais . 11<br />

O público lota o auditório na palestra de Arthur Ramos durante a Semana Euclidiana. S.<br />

José do Rio Pardo, SP, agosto/1948.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 33<br />

33<br />

Em sua perspectiva, “só depois de realizadas séries inteiras de pes quisas desta ordem,<br />

poderemos nos aventurar a propor ‘interpretações’ do Brasil, ensaios de conjun -<br />

to ou planos normativos de ação, até agora reservados aos estudos impressionistas<br />

que podem ser muito interessantes, mas conduzem a generalizações apressadas e<br />

perigosas. (...) Do ponto de vista antropológico, não há uma ‘cultura’ brasileira, mas<br />

‘culturas’ que só agora começam a ser estudadas e compreendidas. Ainda é cedo,<br />

portanto, para indagarmos do ‘caráter nacional’ do seu ethos, em visões generaliza -<br />

doras que lancem mão do critério histórico ou social”. 12<br />

No <strong>final</strong> dos anos 1940, Arthur Ramos já colocava em questão a ensaística<br />

das consagradas chaves explicativas sobre o Brasil elaboradas nos anos 1920 e<br />

1930. Assim, Arthur Ramos indagava-se a respeito da existência de uma visão<br />

uníssona sobre o Brasil e, por conseguinte, questionava sua própria interpretação<br />

anterior sobre o “laboratório de civilização”, isto é, “a solução mais científica e<br />

mais humana para o problema, tão agudo entre outros povos, da mistura de raças<br />

e culturas”. 13<br />

Sem dúvida, uma das razões que motivou Arthur Ramos a aceitar o convite<br />

para assumir a direção do Departamento de Ciências Sociais da Unesco foi a possibilidade<br />

de fortalecer institucionalmente o Departamento de Ciências Sociais<br />

da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), especialmente no campo da pesquisa.<br />

Na fase de elaboração do programa de 1951 do Departamento de Ciências Sociais<br />

da Unesco, a ser aprovado na Conferência de Florença, em 1950, afirmava em<br />

carta ao então reitor da Universidade do Brasil (atual UFRJ), Pedro Calmon, que<br />

“a nossa maior oportunidade virá com a apresentação dos nossos programas à<br />

Conferência de Florença, em maio do ano próximo. Tenho grandes planos que<br />

já fiz ver ao nosso eminente amigo, ministro (Clemente) Mariani, para o estudo<br />

dos grupos não mecanizados e os problemas conseguintes da assimilação e aculturação<br />

que eles apresentam para a sua integração ao mundo moderno. Se este<br />

plano for aprovado, teremos uma possibilidade enorme de estudar nossos grupos<br />

negro e indígena em seus contatos com as culturas dominantes, dentro dos<br />

pontos de vista que tantas vezes tenho defendido em meus cursos e meus trabalhos<br />

escritos”. 14<br />

Em tempos de frágil institucionalização das ciências sociais no Rio de Janeiro,<br />

Arthur Ramos, indo além, como intelectual convencido da importância do com -<br />

pro misso social das ciências sociais, concebia sua inserção na Unesco como a possibilidade<br />

de aproximação de uma coletividade de cientistas sociais das demandas<br />

das classes subalternas na sociedade brasileira. A Unesco seria um agente catalisa -<br />

dor. A “antropologia de intervenção”, preconizada por Ramos, utilizou conceitos<br />

atualmente discutíveis, como “assimilação”, “aculturação” e “integração”. Parece<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 34<br />

que esse era o preço a ser pago por um membro da intelligentsia ao procurar exer -<br />

cer um papel missionário, condição característica do intelectual, pelo menos até<br />

os anos 1960, em países de capitalismo retardatário, como o Brasil, sob o signo<br />

das grandes desigualdades sociais.<br />

NOTAS:<br />

34<br />

1 – RAMOS, Arthur. Sciences Sociales, Programme pour 1951: Plan de Travail (Paris,<br />

1949), Coleção Arthur Ramos, I: 36, 29, 13, Seção de Manuscritos, <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />

Rio de Janeiro.<br />

2 – Carta de Arthur Ramos a Clemente Mariani (14 out. 1949). Coleção Arthur Ramos,<br />

I: 35, 17, 24 8 a , Seção de Manuscritos, <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Rio de Janeiro.<br />

3 – Carta convite de Arthur Ramos a Costa Pinto, 14 out. 1949, p. 1. In Reg. File 323.12<br />

A 102. Part I (Box Reg. 146), Arquivos da Unesco.<br />

4 – Unesco Launches Major World Campaign against Racial Discrimination. Paris: Unesco,<br />

19 jul. 1950, p. 1. In Reg. File 323.12 A 102. Part I (Box Reg. 146), Arquivos da Unesco.<br />

5 – As pesquisas foram realizadas no Norte, Nordeste e Sudeste e contaram com a participação<br />

de cientistas sociais brasileiros, franceses e norte-americanos. Sobre o Projeto<br />

Unesco, ver Os resultados das pesquisas do projeto Unesco, publicado em WAGLEY et alii<br />

(1952); AZEVEDO (1953); PINTO, L. E. C. (1953); BASTIDE, Roger, e FERNAN -<br />

DES, Florestan (1955); NOGUEIRA (1955); RIBEIRO (1956). Sobre a história do<br />

Pro jeto Unesco de relações raciais, ver MAIO, Marcos Chor, A História do Projeto Unes -<br />

co – Estudos Raciais e Ciências Sociais no Brasil, tese de doutorado, Iuperj, 1997.<br />

6 – Correio do IBECC, 1997 (1944), p. 107.<br />

7 – RAMOS, Arthur. (1938), O Espírito Associativo do Negro Brasileiro, Revista do<br />

Arquivo Municipal, XLVII: 105-126.<br />

__________. (1939), The Negro in Brazil. Washington: The Associated Publishers, Inc.<br />

__________. (1942), A aculturação negra no Brasil. São Paulo: Companhia Editora<br />

Nacional.<br />

__________. (1947), Social Pioneering. In HILL, L. (org.), Brazil. California: University<br />

of California Press.<br />

RAMOS, Arthur. (1951), The Negro. In Brazil. In SMITH, T. L. e MARCHANT, A.<br />

(orgs.), Brazil: Portrait of Half a Continent. Nova York: The Dryden Press.<br />

8 – __________. (1945), prefácio. In BENEDICT R. & WELTFISH, G., As raças da<br />

humanidade. Tradução de Édison Carneiro. Rio de Janeiro: Horizontes, pp. 5-6.<br />

9 – RAMOS, Arthur. (1948), Os Grandes Problemas da Antropologia Brasileira. Socio -<br />

l ogia, X, 4: 213.<br />

10 – Idem, pp. 214-19.<br />

11 – Idem, p. 223.<br />

12 – Idem, p. 224.<br />

13 – RAMOS, Arthur. (1943), Guerra e relações de raça. Rio de Janeiro: Departamento<br />

Editorial da União Nacional dos Estudantes, p. 179.<br />

14 – Carta de Arthur Ramos a Pedro Calmon, 13 out. 1949. In Coleção Arthur Ramos,<br />

Seção de Manuscritos, <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 35<br />

CARTAS MARCADAS: ARTHUR RAMOS<br />

E O CAMPO DAS RELA²OES RACIAIS<br />

NO FINAL DOS ANOS 1930<br />

PROLOGO<br />

Mariza Corrêa<br />

Professora do Departamento de Antropologia, IFCH/Unicamp<br />

e pesquisadora do Pagu/Núcleo de Estudos de Gênero<br />

Na década de 30 um número significativo de intelectuais baianos migrou<br />

para a capital do país, então a cidade do Rio de Janeiro, e lá insta -<br />

lou seu quartel-general para a divulgação do grupo que Arthur Ramos<br />

batizaria de “escola Nina Rodrigues”. 1 Resumidamente, a estratégia que pode ser<br />

lida ex post facto, mas que era também uma atuação refletida à época dos eventos<br />

(ver RAMOS, A. 1937), se expressou na edição ou reedição dos trabalhos<br />

de Nina Rodrigues; na divulgação dos trabalhos de intelectuais do grupo, através da<br />

<strong>Biblioteca</strong> de Divulgação Científica, da Editora Civilização Brasileira, dirigida<br />

por Ramos – o mesmo nome tivera, aliás, a coleção coordenada por Afrânio Pei -<br />

xo to, na antiga Editora Guanabara – e na ocupação de postos importantes no<br />

aparelho de estado.<br />

Alguns desses intelectuais não eram nascidos na Bahia, como o próprio Nina<br />

Rodrigues (1862-1906) e seu autoproclamado discípulo, Arthur Ramos, mas todos<br />

tinham feito carreira, ou parte dela, lá. Podemos identificar três gerações de<br />

baianos no cenário carioca: Afrânio Peixoto (1876-47), o mais antigo e mais<br />

famoso integrante do grupo, foi professor das faculdades de Medicina e de Direito,<br />

membro da Academia Brasileira de Letras, reitor da Universidade do Distrito<br />

Federal e criador e organizador do Instituto Médico-Legal que depois levaria seu<br />

nome. O educador Anísio Teixeira (1900-1971), não reclamado como parte do<br />

grupo, era, no entanto, amigo de todos os outros e ocupou o cargo equivalente<br />

ao de secretário da Educação no município, ocupado antes por Afrânio, além de<br />

ter sido conselheiro da Unesco e criador e secretário-geral da Capes.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 36<br />

Arthur Ramos (1903), durante algum tempo, foi funcionário da Secretaria<br />

de Educação, depois professor da Universidade do Distrito Federal e, em seguida,<br />

professor da Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1949 transferiu-se para Paris,<br />

para ocupar o cargo de chefe do Departamento de Ciências Sociais da Unesco, lá<br />

vindo a falecer cerca de dois meses após sua chegada. Édison Carneiro (1912-1972),<br />

também agregado à “escola” por A. Ramos, dela se desvinculou ex pli citamente<br />

em várias ocasiões. Jornalista e escritor, foi –<br />

também funcionário do SESI (Serviço Social<br />

da Indústria) e da Capes, mas sua principal<br />

atuação foi junto à Comissão Nacional do<br />

Folclore, ligada à Unesco, criada em 1947, e<br />

com a Campanha Nacional de Defesa do<br />

Folclore, de 1961 a 1964 – quando foi afasta -<br />

do pelo governo militar.<br />

A atuação conjunta desses baianos na capi -<br />

tal do país multiplicou em muito o alcance<br />

que esses intelectuais de província teriam tido<br />

se restritos ao seu estado natal, ou de adoção.<br />

Vista de hoje, ela se assemelha a uma opera -<br />

ção de guerrilha cujo objetivo parecia ser des -<br />

Édison Carneiro: o antropólogo fazia<br />

parte na Bahia, juntamente com Jorge<br />

Amado e Aydano do Couto Ferraz, de<br />

um grupo que se correspondia com Ar -<br />

thur Ramos. Esta fotografia, sem indicação<br />

do local e data, figurou ori gi nal -<br />

mente no livro A cidade das mulher es,<br />

da americana Ruth Landes, publicado<br />

em 1967 pela Editora Civilização<br />

36<br />

tronar a posição, que começava a ganhar foros<br />

de hegemonia, de Gilberto Freyre no campo<br />

de estudos que, graças a ele, ganhou este nome:<br />

tratava-se, justamente, de reivindicar a ênfase<br />

em ‘estudos sobre o negro’, por oposição a estudos<br />

sobre relações raciais. Mais do que os<br />

livros publicados nessa década, 2 a organização<br />

de dois congressos afro-brasileiros, o primeiro<br />

em Recife, em 1934, por Gilberto Freyre, e o<br />

segundo na Bahia, em 1937, por Édison<br />

Carneiro e Áydano do Couto Ferraz, serviria de vitrine para as discordâncias entre<br />

pernambucanos e baianos.<br />

Em 1933 Gilberto Freyre publicara Casa-grande senzala, recebido com muitas<br />

críticas pela intelectualidade brasileira, antes de se tornar, poucos anos depois, a<br />

“síntese da cultura brasileira”. É importante lembrar a visita de Gilberto Freyre<br />

ao Rio de Janeiro em 1926, registrada por H. Vianna (1995), e seu encontro<br />

com músicos, negros ou mulatos, representantes do samba carioca, para contextualizar<br />

a sua proposta de um Brasil mestiço. 3<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 37<br />

Carta de Edison Carneiro comunicando estar<br />

empenhado na luta pela liberdade religio -<br />

sa dos negros, através do Conselho Africano<br />

da Bahia. O remetente pede o apoio de Ra -<br />

mos à causa e informa sobre a criação de um<br />

instituto afro-brasileiro. Bahia, 19 de julho<br />

de 1937.<br />

37<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 38<br />

38<br />

Numa entrevista concedida a um jornal local, e republicada em O Estado da<br />

Bahia, Gilberto Freyre fazia críticas à organização do Congresso da Bahia:<br />

“Receio muito que vá ter todos os defeitos das coisas improvisadas. Deveria ser muito<br />

maior o prazo para os estudos, para as contribuições dos verdadeiros estudiosos. Os<br />

verdadeiros estudiosos trabalham devagar. A não ser que os organizadores do atual<br />

congresso só estejam preocupados com o lado mais pitoresco e mais artístico do assunto:<br />

as ‘rodas’ de capoeira e de samba, os toques de ‘candomblé’, etc. (..) Creio<br />

que o fato de o Congresso Afro-Brasileiro do Recife ter encarado o negro e o mestiço<br />

do negro, não como um problema de patologia bio lógica, a exemplo do que fez o<br />

próprio Nina Rodrigues – que era um convencido da absoluta inferioridade do negro<br />

e do mulato – mas como um problema prin cipalmente de desajustamento<br />

social, representa uma conquista notável para os estudos sociais brasileiros e de profunda<br />

repercussão política. Mas não me parece que os congressos afro-brasileiros<br />

devam resvalar para a apologia política ou demagógica da gente de cor.” 4<br />

A resposta de Édison Carneiro a esta crítica ficaria inédita por mais de vinte<br />

anos, ainda que estivesse implícita na apresentação do volume que reuniu os trabalhos<br />

apresentados ao II Congresso Afro-Brasileiro:<br />

“Esta ligação imediata com o povo negro, que foi a glória maior do Congresso<br />

da Bahia, deu ao certame ‘um colorido único’, como já previra Gilberto Freyre.<br />

Arthur Ramos, em carta que me escreveu sobre a entrevista ao Diário de Pernam -<br />

bu co, dizia: ‘O material daí, que [Gilberto Freyre] julga apenas pitoresco, constitui -<br />

rá justamente a parte de maior interesse científico.’ O Congresso do Recife, levando<br />

os babalorixás, com a sua música, para o palco do [teatro] Santa Isabel, pôs em<br />

cheque a pureza dos ritos africanos. O Congresso da Bahia não caiu nesse erro.<br />

Todas as ocasiões em que os congressistas tomaram contato com as coisas do negro<br />

foi no seu próprio meio de origem, nos candomblés, nas ‘rodas’ de samba e<br />

de capoeira. (..) O Congresso prestou a homenagem que devia a Nina Rodrigues –<br />

inexplicavelmente negligenciado pelo Congresso do Recife – proclamando-o o pionei -<br />

ro incontestável dos estudos sobre o negro no Brasil.” (CARNEIRO, 1964:101) 5<br />

Três elementos pareciam constituir-se, assim, nos signos de diferenciação entre<br />

baianos e pernambucanos: a primazia nesse campo de estudos, atribuída pelos<br />

primeiros ao médico Nina Rodrigues, a evidente ênfase dos baianos na atuação<br />

política e, o que foi a marca do seu trabalho nessa época, a “africanização” da<br />

Bahia, com tudo o que isso implicava – a começar pela eleição de certos centros<br />

de culto como “puros”, por oposição aos cultos “híbridos”. 6<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 39<br />

Foi nesse cenário de constituição de um campo de estudos que a relação entre<br />

gênero e raça fez seu aparecimento na história de nossa disciplina. Nesses anos,<br />

as décadas de 30 e 40, o Brasil recebeu inúmeros pesquisadores de outros países<br />

– a maioria interessada em pesquisar os nativos do país. 7 Ruth Landes foi quase<br />

uma exceção ao eleger o tema raça para sua pesquisa e foi uma exceção por se<br />

tratar de uma pesquisadora por conta própria já que, até então, as pesquisadoras<br />

que aqui chegaram eram doublés de esposas dos pesquisadores – como Dina Lévi-<br />

Strauss, Frances Herskovits, Yolanda Murphy, para lembrar algumas das poucas<br />

esposas cujos nomes a história registra. Aqui chegando, Ruth Landes seguiu o<br />

caminho habitual dos pesquisadores da época: apresentou-se a Heloísa Alberto<br />

Torres, ou d.Heloísa, como era mais comumente chamada, uma espécie de equiva -<br />

lente, para a antropologia de então, às mães-de-santo baianas sobre as quais Ruth<br />

Landes chamaria a atenção em sua pesquisa em Salvador. 8<br />

D. Heloísa era a madrinha dos estudos etnológicos no país – atuação garantida<br />

por sua posição como diretora do Museu Nacional e sua participação em<br />

vá rias agências que controlavam o acesso aos grupos indígenas do país – assim<br />

como Arthur Ramos era o padrinho dos estudos sobre o negro, tanto graças aos<br />

vínculos que mantinha com sua cidade de adoção, quanto graças aos que estabe -<br />

leceu com os baianos na capital do país.<br />

Sem o saber, Landes estava transpondo o limiar de um campo já minado por<br />

dissensões teóricas, metodológicas e políticas cujo alcance ultrapassava as fronteiras<br />

do país.<br />

A cidade das mulheres<br />

39<br />

Ruth Landes (1908-1991) ficou cerca de um ano no Brasil, de 1938 a 1939,<br />

mas os ecos de sua estada aqui continuaram a ser ouvidos durante os anos seguintes<br />

e ressoam até hoje. Seu livro, publicado em inglês em 1949 e traduzido para o<br />

português em 1967, só era conhecido dos pesquisadores interessados no estudo<br />

dos candomblés da Bahia e, assim mesmo, visto com certa complacência, dado<br />

que era apresentado como uma memória de sua estada aqui, muito mais do que<br />

como resultado de pesquisa. 9 No cenário internacional, o livro recebeu uma resenha<br />

negativa, publicada na American Anthropologist, de um dos pesquisadores<br />

mais importantes da área de relações raciais naquela época nos Estados Unidos,<br />

Melville Herskovits; no cenário brasileiro, seus resultados de pesquisa já tinham<br />

sido criticados por Arthur Ramos, mesmo antes de aparecerem em livro. Tendo<br />

trabalhado durante algum tempo na equipe coordenada por Gunnar Myrdal, na<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 40<br />

40<br />

preparação de An American Dilemma, Landes publicou vários artigos sobre a<br />

questão racial nos anos seguintes, mas foi só na década de 90, quando as antropólogas<br />

norte-americanas começaram a rever a história oficial de sua disciplina, que<br />

o livro sobre a Bahia voltou a despertar interesse, agora a partir da ótica das rela -<br />

ções entre raça e gênero. 10<br />

As análises até agora feitas a respeito da perseguição que Ruth Landes sofreu por<br />

parte de Arthur Ramos e Melville Herskovits parecem assentar-se sobre três pontos:<br />

primeiro, em sua atuação como pesquisadora, isto é, tanto pelo fato de ser uma mu -<br />

lher entrando num campo dominado por homens, quanto pela sua relação amorosa<br />

com Édison Carneiro, seu guia no mundo dos candomblés; segundo, por sua ênfase<br />

na raça, num momento em que a antropologia passava a dar ênfase à cultura,<br />

e, por último, por sua descrição, destoante das descrições canônicas, a respeito da<br />

importância que as mulheres tinham nos terreiros de candomblé. 11 Certamente todos<br />

esses pontos estiveram presentes na hostilidade que aqueles dois professores<br />

demonstraram em relação à pesquisadora, mas há ainda duas questões em geral<br />

subestimadas nessas análises que parecem merecer atenção: uma delas diz respeito à<br />

constituição do campo de estudos<br />

sobre relações raciais, a outra à<br />

cons tatação, feita por Landes, sobre<br />

a importância da presença de ho -<br />

mosse xuais no campo das religiões<br />

afro-bra sileiras. 12<br />

Ruth Landes: a antropóloga norte-americana veio<br />

ao Brasil em 1939 para estudar as religiões afrobrasileiras.<br />

A fotografia, sem indicação de local e<br />

data, foi publicada originalmente no livro de Ruth<br />

Landes, A cidade das mulheres.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

Comecemos pela segunda ques -<br />

tão, mas, de fato, como veremos,<br />

ambas estão intimamente ligadas:<br />

parece ser nos dois artigos sobre a<br />

homossexualidade nos cultos afrobaianos,<br />

que no Brasil aparecem<br />

como apêndice ao seu livro, mas<br />

que foram publicados sete anos<br />

antes, em 1940 13 – e não apenas na<br />

análise do papel representado pelas<br />

mulheres baianas nos candomblés<br />

– que a relação tex tual entre raça e<br />

gênero se explicita no trabalho de<br />

Landes. Um desses é o artigo que<br />

Ramos critica em 1942 – certa -<br />

men te tendo em mira um diálogo


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 41<br />

41<br />

internacional, isto é, com os pesquisadores estrangeiros, a maioria vindo dos<br />

Estados Uni dos, que estavam interessados no estudo da população afro-baiana e<br />

de cuja análise ele se apresentava como o guardião oficial, herdeiro e continuador<br />

de uma tradição local. 14<br />

De fato, o artigo de Arthur Ra mos se originara de um comentário seu sobre<br />

o relatório de Landes (intitulado The Ethos of the Negro in the New World) feito<br />

para a Carnegie Corporation, recebido em janeiro de 1940, através de Guy B.<br />

Johnson que pedia sua opinião sobre ele. Diz Ramos:<br />

“O resultado desses comentários críticos que enviei ao dr. Guy foi a rejeição, pela<br />

Comissão da Carnegie, do trabalho encomendado à dra.Landes. ‘Suas observações<br />

– escreveu-me poucos meses depois o dr. Johnson – vieram confirmar as minhas<br />

desconfianças relativamente à exatidão das observações feitas pela dra. Landes.<br />

No que concerne a parte do nosso estudo sobre o negro na América, estamos<br />

grandemente desapontados com o manuscrito da dra. Landes, e não temos a inten -<br />

ção de aproveitá-lo.’ Na mesma carta, previne-me o dr. Johnson sobre a possibili -<br />

dade da A. publicar um ou mais artigos baseados em suas pesquisas no Brasil.<br />

‘Quando ela o fizer – recomendou-me em conclusão –, espero que o sr. ou ou -<br />

tros estudiosos brasileiros surjam com críticas num esforço para corrigir as inexa -<br />

tidões e negligências das suas observações’.” 15<br />

Barros (1999: 107) transcreve três cartas de Landes a Ramos, encontradas em<br />

seu arquivo na <strong>Biblioteca</strong> Nacional – duas de Salvador, de setembro e outubro<br />

de 1938, e uma de New York, de dezembro de 1939 – observando que sua exis -<br />

tência desmente a observação de Ramos de que perdera o contato com Ruth<br />

Landes. A terceira carta é a que mais interessa ao contexto que venho analisando<br />

por mostrar que a reação negativa de Ramos e Herskovits a Landes foi posterior<br />

à produção desse relatório, mas anterior à publicação de seus artigos e de<br />

A cidade das mulheres. Na carta, de 27 de dezembro, Landes informa a Ramos<br />

que ele, Édison Carneiro, M. Herskovits, R. Benedict, M. Mead, O. Klineberg<br />

e R. Linton receberiam seu relatório para comentar. A carta é cordial, Landes<br />

anuncia seu próximo artigo sobre homossexualidade masculina, expressa saudades<br />

do Brasil e pergunta pelos conhecidos, inclusive pela esposa de Ramos, nada<br />

levando a supor que já tivesse visto a carta endereçada por Ramos e Herskovits<br />

a Myrdal, mencionada em seu artigo como sendo de 1939. 16 Não se conhece o<br />

teor do parecer de Herskovits ao Memorandum de Landes, nem se houve um<br />

parecer, mas uma carta dele a Ramos, de 1940, dá uma idéia de suas opiniões:<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 42<br />

42<br />

“Prezado senhor Ramos,<br />

Muito obrigado por ter me enviado seus comentários ao texto da senhorita Landes.<br />

Tive a mesma impressão quando li seu relatório que tive ao ler suas cartas, isto é,<br />

que seu material certamente deveria ser, para dizer o mínimo, objeto de um reestudo<br />

muito cuidadoso. Fico encantado com o fato de você ter escrito o que escreveu,<br />

já que tenho a impressão de que as pessoas encarregadas da Carnegie Inquiry precisam<br />

do julgamento de especialistas independentes, tais como você, para avaliar<br />

materiais deste tipo. Eles são receptivos às nossas avaliações, e precisam delas, já<br />

que o dr. Myrdal, encarregado da pesquisa, e a maioria de seus associados, são<br />

eco nomistas, estatísticos e sociólogos (no sentido em que usamos a palavra em nosso<br />

país), e têm pouca sensibilidade para os aspectos etnológicos da vida do negro.<br />

Sinceramente seu, Melville J. Herskovits” 17<br />

Tanto em seu Memorandum, como nos dois primeiros artigos publicados, ao<br />

tratar de explicar a preponderância de homossexuais nos rituais menos canônicos<br />

da Bahia – isto é, nos cultos caboclos, por oposição aos cultos nagôs – não é apenas<br />

do sexo feminino que Landes está falando, mas de um princípio de femi nilidade,<br />

requisito necessário para incorporar os deuses. De fato, a predominância de pais<br />

num subgrupo do universo religioso, no qual as mães predominavam, colocava um<br />

impasse para os dados de sua pesquisa e não é de admirar assim que, antes de escre -<br />

ver A cidade das mulheres, ela tenha tido que dar conta da cidadela dos homens.<br />

Segundo dados de Édison Carneiro, citados por ela, no subgrupo nagô havia vinte<br />

mães e apenas três pais; no subgrupo caboclo, a proporção se invertia: dez mães para<br />

34 pais-de-santo. 18 Landes não estava, é claro, tratando da questão de gênero, ainda<br />

que possamos ler essa questão na sua abordagem: no contexto da época, era das<br />

relações entre os sexos que se tratava. Assim, em seu texto os homossexuais – “dese -<br />

jam ser mulheres”, seu “estilo feminino” é estereo tipado, “dengoso” – são, enfim,<br />

uma “anomalia sexual”. A tipologia assim cons truí da está em perfeita consonância<br />

com a definição dos rituais nagô como os mais puros, e dos rituais de caboclo como<br />

produtos ‘híbridos’, sobre o que parecia haver a concordância da maioria dos pes -<br />

qui sadores das religiões africanas na época, à exceção do fato de que, ao colocar as<br />

mulheres no topo e os homens na base, Landes invertia a classificação simbólica da<br />

relação masculino/feminino da sociedade na qual esses cultos se inscreviam. Assim,<br />

o princípio feminino – não importa se parte dele corporificado em homens – é que<br />

dominaria o conjunto do campo das religiões afro-brasileiras na Bahia, com a marginalização<br />

do princípio masculino. 19<br />

Foi contra essa inversão que Arthur Ramos se manifestou no capítulo de seu<br />

livro dedicado ao trabalho de Landes: deixando de lado a retórica inicial do texto,<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 43<br />

43<br />

com a qual tentava desqualificar de antemão a pesquisa que ia discutir, o ponto<br />

principal dele é repor a classificação no seu lugar. 20 Baseando-se em Herskovits,<br />

para a África, e no seu próprio trabalho, para a Bahia, exclama: “É o homem que<br />

domina a cena.” Citando Édison Carneiro como um de seus “colaboradores”,<br />

refere o livro dele sobre os negros bantos, mas insiste em que os casos de homos -<br />

sexualismo lá citados são “desvios sexuais individuais”. 21 Ramos não mencio na a<br />

distinção nagô/caboclo, que estava na base da análise de Landes, e o que é inte -<br />

ressante é que em sua crítica chama a<br />

atenção para o fato de que tudo se passava<br />

“como se os homens quisessem imitar<br />

as sacerdotisas negras, para gozarem das<br />

suas prerrogativas”, parecendo concordar<br />

com ela em que era a mimetização das<br />

mães, feita pelos pais, o principal ponto<br />

de sua recusa à análise de Landes. 22<br />

A inversão da relação entre o princípio<br />

masculino e o princípio feminino ope rada<br />

no livro de Landes recobre, de fato, uma<br />

série de outras inversões mais sutis, parte<br />

dessa história – como a ameaça que poderia<br />

representar o aparecimento de uma pes -<br />

quisadora cujo trabalho parecia mais em<br />

consonância com o do “pai” dos estudos de<br />

relações raciais do que o do seu auto proclamado<br />

discípulo dileto. Isto é, que ao reler<br />

a obra de Nina Rodrigues de uma pers -<br />

pectiva freudiana, Ramos aban donou a homologia<br />

implícita entre o ‘primitivo’ e o ‘<br />

matriarcado’, enfatizan do a passagem de seu<br />

objeto de estudo para um ‘estágio’ mais<br />

avançado na evo lução humana. Para ele,<br />

“nos mitos negros de origem nagô já surgem<br />

os conflitos derivados da situação edipiana,<br />

e o feiticeiro “é a imago do Pai primi tivo”.<br />

(RAMOS,1934: 214/296)<br />

E expressa, também, outra inversão<br />

im portante, tanto nas relações sociais mais<br />

amplas da sociedade brasileira, como nas<br />

Arthur Ramos registrava comportamentos<br />

considerados anormais ou discrepantes: em<br />

debate com Ruth Landes, sustentou que os<br />

homossexuais não dominavam os candom -<br />

blés baianos. As fotos, feitas na Bahia e de<br />

autor desconhecido, são de 1929-31.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 44<br />

44<br />

relações internas ao campo de estudos que se estava constituindo na época. Arthur<br />

Ramos tinha iniciado suas pesquisas a res peito da situação do negro no país como<br />

médico psicanalista e depois derivara para as ciências sociais. Como conseqüência,<br />

seus primeiros estudos empíricos são estudos psicológicos e seus estudos subse -<br />

qüen tes são estudos históricos, nos quais compila estudos anteriores ou realizados<br />

por outros. O trabalho de campo era um componente pequeno em sua baga gem<br />

de pesquisa. 23 Por sua situação privile giada no Rio de Janeiro, no interior de uma<br />

rede de relações que atava o traba lho intelectual ao trabalho político, obteve uma<br />

posição também privilegiada como interlocutor com os estrangeiros que para<br />

aqui vinham fazer pesquisas, seus livros foram traduzidos para o inglês, e ele terminou<br />

sua carreira como alto funcionário da Unesco.<br />

Édison Carneiro tinha iniciado sua carreira como jornalista e escritor freelancer,<br />

devendo a Arthur Ramos a publicação de suas primeiras obras a respeito<br />

da situação do negro na Bahia. Nunca obteve qualquer posição na universidade,<br />

seu trabalho mais importante tendo-se desenrolado no âmbito dos grupos de<br />

estu dos folclóricos no país. A correspondência trocada entre ambos, pouco antes<br />

de E. Carneiro se transferir para o Rio de Janeiro, mostra uma assimetria na relação:<br />

o jovem mulato baiano procurando o apoio do professor de medicina,<br />

branco, já consagrado. Sua produção, no entanto, parecia ser importante para o<br />

professor, na medida em que trazia dados etnográficos dos quais a obra daquele<br />

não dispunha, mantendo também acesa a atuação política regional e, nela, a im -<br />

por tância do nome de Ramos para essa atuação. Em duas ocasiões essa assimetria<br />

tornou-se patente: quando Ramos criticou, numa resenha, um livro publicado<br />

pelo pai de Édison Carneiro e quando Carneiro pretendeu ocupar o lugar que<br />

Arthur Ramos deixara vago na Faculdade Nacional de Filosofia. 24<br />

Tal assimetria parecia ameaçada pela parceria intelectual e amorosa estabelecida<br />

entre Édison Carneiro e Ruth Landes. A despeito de ser mulher, Landes era<br />

uma pesquisadora norte-americana que contava com o apoio da Universidade de<br />

Colúmbia e que, retornando a New York, estaria fora do círculo de relações nos<br />

quais a palavra de Arthur Ramos tinha peso. No Brasil, sua primeira fonte de<br />

apoio tinha sido d. Heloísa, diretora do Museu Nacional, interlocutora da Univer -<br />

sidade Colúmbia na promoção da vinda de pesquisadores americanos ao país e<br />

que se constituía no primeiro pólo do desenvolvimento da antropologia no Brasil;<br />

o segundo, sendo a cadeira de antropologia e etnologia da Faculdade Nacional<br />

de Filosofia, criada em 1939, sob a responsabilidade de Ramos. Vale a pena obser -<br />

var que, sob a orientação de d. Heloísa, tanto as pesquisas feitas por pesquisadores<br />

nacionais, quanto aquelas levadas a efeito pelos pesquisadores que vinham de<br />

Colúmbia, eram pesquisas que diziam respeito às sociedades indígenas – a pesquisa<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 45<br />

45<br />

de Ruth Landes tendo sido uma exceção. Por outro lado, a maioria das pesquisas<br />

ligadas à cadeira de Arthur Ramos eram pesquisas a respeito da situação do negro<br />

no país. 25 O fato de que cada um deles tenha tentado a sorte no terreno do<br />

outro parece mostrar que ambos concordavam em que esses eram os dois aspectos<br />

mais importantes da antropologia no país, na época – os estudos indígenas e<br />

os estudos sobre o negro. 26<br />

Grupo de “noviches” ao lado da “nochê” Andreza Maria. Festa de pagamento (culto minagêge).<br />

São Luís (MA), s.d.<br />

O campo estava, assim, disposto para o conflito entre Ruth Landes e Arthur<br />

Ramos: o que Édison Carneiro chamou de “orgulho e vaidade” de Ramos era,<br />

de fato, uma ferrenha defesa dos limites de fronteiras sociais, disciplinares e, nela,<br />

de um campo de estudos específico. 27<br />

Quanto a Melville Herskovits (1895-1963), ele representava, no campo norteamericano,<br />

o que Arthur Ramos representava no campo brasileiro dos estudos<br />

raciais e, como vimos, estava pessoalmente interessado na orientação da pesquisa<br />

coordenada por Gunnar Myrdal. 28 A oposição de Landes à posição de Herskovits<br />

é paradigmática – ao passo que ele lutava para impor sua visão da influência de<br />

sobrevivências africanas nas comunidades de negros americanos, Landes mostrava<br />

em seu livro que as relações sociais baianas eram uma adaptação local de tais<br />

tradições, ponto defendido também por Donald Pierson, primeiro pesquisador<br />

dessa leva de estudiosos norte-americanos sobre a questão racial. 29 Seu debate<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 46<br />

46<br />

com Frazier, aliás o único pesquisador norte-americano negro a ter feito parte do<br />

grupo que veio ao Brasil na época (e, não por acaso, o único dos pesquisadores<br />

sobre a situação do negro brasileiro que não se tornou ogã de nenhum terreiro<br />

na Bahia), já sugeria essa separação de perspectivas. Sugeria também que a disputa<br />

em andamento no cenário norte-americano estendia-se ao Brasil: ao escre -<br />

ver The Negro Family in Bahia, Brazil, Frazier citava os estudiosos brasileiros<br />

“canônicos” (Nina Rodrigues, Arthur Ramos, Gilberto Freyre, Édison Carneiro),<br />

mas dizia que apenas dois norte-americanos haviam contribuído para esses estudos:<br />

Donald Pierson e Ruth Landes. Recolocando o ponto principal da pesquisa<br />

de Landes [“A vasta maioria das sacerdotisas nagô são mulheres porque, conforme<br />

a tradição, apenas elas são elegíveis para aprestar serviço às divindades africanas.”],<br />

ele reforça também outro ponto da pesquisa dela: “O candomblé, no entanto, não<br />

é apenas um centro de culto e de festas religiosas; é também o centro da vida social<br />

da vizinhança na qual está localizado.” 30 Infelizmente, esta linha de análise não foi<br />

desenvolvida por nenhum dos pesquisadores posteriores, que preferiram deter-se na<br />

influência ou não de “traços” africanos na cultura familiar dos negros brasileiros. 31<br />

Em seu comentário, publicado no número seguinte da revista, Herskovits não<br />

apenas discorda da posição geral de Frazier – num tom, aliás, em tudo semelhan -<br />

te ao da resenha do livro de Landes, também aí enfatizando as falhas “meto doló -<br />

gicas”, isto é, a ausência de conhecimento sobre as origens africanas da pesquisa<br />

– como explicita que estivera na Bahia no ano anterior e pôde assim identificar<br />

uma das personagens mencionada por Frazier, uma moça órfã que vivia com primos.<br />

O exemplo escolhido torna-se, então, o “caso” do debate. Diz Herskovits:<br />

“Numa cidade do tamanho da Bahia, não é difícil reconhecer descrições de indivíduos,<br />

ainda que eles sejam tratados anonimamente. (...) Se existe outra família<br />

na Ba hia que, superficialmente, seja mais aculturada à maneira européia de vida<br />

e, ao mes mo tempo, mais devotada às práticas africanas de culto, seria difícil encontrá-la.”<br />

32<br />

E prossegue, acrescentando dados às informações de Frazier que mostrariam a<br />

importância das sobrevivências africanas no caso da moça. Em sua resposta, começando<br />

por dizer que estava pouco preocupado com a existência de sobrevivências africanas,<br />

nos Estados Unidos ou no Brasil, Frazier retoma o exemplo da moça:<br />

“O professor Herskovits acredita ter identificado a moça cuja genealogia apresentei<br />

em meu artigo e contradiz minha afirmação de que ela conhecia apenas<br />

algu mas palavras africanas, que havia aprendido no candomblé. Depois de voltar<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 47<br />

47<br />

às minhas notas, descobri que ele não identificara a moça, embora eu tenha re -<br />

gis tro da moça que ele menciona.”<br />

E continua, depois de citar o parágrafo acima sobre a aculturação superficial<br />

da família, contradizendo a descrição de Herskovits:<br />

“Visitei essa família quase todos os dias e vim a conhecer seus integrantes muito<br />

bem. Sabia a respeito dos altares que ‘eram cuidadosamente escondidos dos visi -<br />

tantes’. Sabia também que a ‘esposa’, que tem sangue misto, foi originalmente<br />

possuída por um deus indígena e que as pessoas diziam que ela era louca; mas<br />

que seu ‘marido’, quando a convidou a viver ‘maritalmente’ com ele, a convenceu<br />

de que havia sido um deus africano [que a possuíra]. Além disso, seu marido, que<br />

é negro e nada sabe sobre seus pais, não recebeu seu conhecimento sobre a tradição<br />

e as habilidades africanas dos pais. Esses e outros fatos que citei foram conferidos<br />

com os dados da dra. Ruth Landes, que passou mais de um ano no Brasil e que<br />

tinha um íntimo conhecimento dessa família.”<br />

Citei longamente esse exemplo porque creio que, além de evidenciar a dispu -<br />

ta em torno de objetos de pesquisa – a julgar pela historieta, eram poucos e bem<br />

conhecidos –, ele mostra não só como o “caso” brasileiro começava a ser crucial<br />

para a disputa de orientações teóricas que se travava no campo norte-americano,<br />

mas também quais eram as afinidades de Landes nesse campo. Creio que essas<br />

afinidades, explicitadas também por seus casos de amor com negros, primeiro na<br />

Universidade de Fisk, depois na Bahia, merecem mais atenção como parte da ex -<br />

pli cação de seu longo período de desemprego do que o ataque por parte de Ramos<br />

e de Herskovists. Isto é, que Landes foi “racializada”, como dizia Fanon (1974),<br />

no contexto da antropologia americana da época, e que sua trajetória se aproxima,<br />

assim, muito mais da de Zora Neale Hurston do que da de suas outras colegas,<br />

brancas, herdeiras da tradição boasiana. 33 Que os ataques, velados ou não,<br />

de Ramos e Herskovits contribuíram para isso, não resta dúvida – e Landes era<br />

agudamente consciente disso, mas o contexto norte-americano dessa história não<br />

pode ser minimizado. 34<br />

A posição de Herskovits no campo de estudos afro-americanos, apesar de in -<br />

fluen te, não era dominante: a Carnegie Corporation chegou a considerar seu<br />

nome para fazer a pesquisa que redundaria em The American Dilemma, mas, com<br />

a escolha de Myrdal para chefiar a equipe, a ele foi destinada a tarefa de escre ver<br />

um relatório a respeito da influência africana sobre os negros americanos – o que<br />

redundou no The Myth of the Negro Past (1941). Ao fazer a resenha deste livro,<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 48<br />

48<br />

Frazier se perguntava se, ao dizer que “o problema do negro é psicológico – que<br />

pa drões africanos de pensar impedem a aculturação completa do negro – tanto<br />

quanto econômico e sociológico, não está ele dizendo que existem barreiras ainda<br />

mais fundamentais entre os brancos e os negros do que as que são geralmente<br />

reconhecidas?” Crítica que poderia ter sido feita a Arthur Ramos em 1934. A recepção<br />

ao livro, por boa parte dos estudiosos da questão, parece ter deixado<br />

Herskovits numa posição isolada e, quando Arthur Ramos começou a planejar<br />

o que seria a influente pesquisa da Unesco sobre relações raciais no Brasil, foi<br />

Frazier, e não Herskovits, o convidado para a primeira reunião preparatória, em<br />

1949, o que talvez sinalize uma mudança de rumo na orientação de Ramos. 35<br />

Fosse como fosse, a reviravolta tinha começado: ainda que seu livro tenha sido<br />

posterior ao fenômeno Carmen Miranda, do qual, aliás, ela foi testemunha nos<br />

Estados Unidos, Ruth Landes foi a primeira pesquisadora a, explicitamente, fe -<br />

mi nizar os cultos afro-brasileiros. A baiana, é claro, não foi criação sua, mas a<br />

revolta que essa explicitação causou em alguns círculos brasileiros sugere que,<br />

antes de se transformar em símbolo, ela era uma realidade intratável. Quando o<br />

livro de Landes foi <strong>final</strong>mente publicado no Brasil, mais de vinte anos depois da<br />

pesquisa, a figura da capa era uma baiana já estilizada e inteiramente incorporada<br />

à iconografia nacional: a escolha do capista parecia óbvia, obviedade da qual<br />

só escapamos recorrendo à história de sua constituição em símbolo.<br />

Arthur Ramos morreu no mesmo ano daquela reunião, em Paris. No ano se -<br />

guinte, no I Congresso do Negro Brasileiro, os “cientistas”, como os chamou<br />

Abdias do Nascimento, se desvinculariam explicitamente dos rumos que o movi -<br />

men to negro no Brasil estava tomando – rumos que eles mesmos haviam ajudado<br />

a definir, na década anterior – e dois deles, ambos estreitamente vinculados<br />

a Ramos, Édison Carneiro e Luiz Aguiar da Costa Pinto, poderiam ser tomados<br />

como signos de uma mudança de direção no campo de estudos das relações ra -<br />

ciais no Brasil. Costa Pinto, aluno dileto de Arthur Ramos, produziria, no contex -<br />

to da pesquisa da Unesco, o que talvez tenha sido o último livro com um título<br />

essencialista – O negro no Rio de Janeiro –, mas cujo conteúdo, no entanto, sinali -<br />

zava um novo ciclo de pesquisas sobre as relações raciais no país. Pela mesma<br />

época, Édison Carneiro, como observou Vilhena, transplantou a estratégia de<br />

“oficialização dos grupos populares como recurso para sua proteção” do traba lho<br />

com os grupos afro-brasileiros na Bahia para o trabalho com os folguedos popu -<br />

lares e as escolas de samba cariocas. (Vilhena, 1997:281)<br />

As carreiras de Arthur Ramos e de Édison Carneiro, comparadas, mostram<br />

uma singular semelhança. Ambos percorreram, em poucos anos, um longo cami -<br />

nho desde sua saída da Bahia na década de trinta; ambos, com o respaldo do<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 49<br />

49<br />

mesmo organismo internacional, a Unesco, se empenharam numa luta semelhan -<br />

te para transformar relações, primeiro percebidas em nível local, num questiona -<br />

mento, num caso, internacional, no outro nacional, com alcance mais amplo.<br />

E, embora tenham estado em campos opostos numa disputa específica, um<br />

na defesa, outro no ataque ao trabalho de Landes, é como se esse mesmo traba -<br />

lho, e o debate sobre ele, tivessem começado a sinalizar uma crítica ao essencialis -<br />

mo de raça (ainda que não de gênero, não obstante as retomadas de seu trabalho<br />

dessa ótica mais tarde), primeiro enfatizado em seus trabalhos e do qual ambos<br />

tiveram enorme dificuldade em se desvencilhar nos anos seguintes, não o conseguindo<br />

senão de forma retórica.<br />

Mas certamente não foi por acaso que ao seu aliado (Herskovits) na questão<br />

Landes, Ramos tenha preferido seu crítico (Frazier) para iniciar uma discussão cujo<br />

desfecho, infelizmente, não pôde acompanhar. Como não terá sido por acaso que<br />

Carneiro denunciava, em 1950, os congressos que promovera em sua ju ven tude,<br />

como “estação dos espetáculos do negro”, declarando essa fase definitivamente<br />

encerrada no ano do I Congresso do Negro Brasileiro. Parecia, assim, encerrada<br />

uma fase desses estudos no país, com ênfase nos africanismos como exotismos ou<br />

sobrevivências, e parecia abrir-se uma fase de atuação política, agora com ênfase<br />

na negritude como política, de origem africana, e que ainda está por ser analisada.<br />

36 Observando a racialização a que, ironicamente, esta proposta conduzia o<br />

movimento negro no <strong>final</strong> dos anos cinqüenta, Fanon dirá:<br />

“Os intelectuais africanos que lutam ainda em nome da cultura negro-africana,<br />

que multiplicaram seus congressos em nome da unidade dessa cultura, devem-se<br />

dar conta de que sua atividade se reduz hoje a confrontar fragmentos ou a comparar<br />

sarcófagos.” (1974:163)<br />

A partir daí, o campo de estudos constituído naquela época porá sua ênfase<br />

sobre relações raciais, como queria Gilberto Freyre, e se (re)constituirá de maneira<br />

independente, ainda que referido a ele, o campo de lutas pelos direitos dos negros,<br />

e ambos os campos manterão, desde então, uma relação tensa e ambígua.<br />

Tal relação parece ter-se expressado, exemplarmente, na disputa em que Arthur<br />

Ramos e Ruth Landes se envolveram, em 1940, e no amplo espectro de atores<br />

presentes na constituição desse campo que ela permite evocar, mas, ironicamente,<br />

visto de hoje, o trabalho de ambos parece mais próximo do que deixaria supor<br />

aquela disputa.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 50<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

50<br />

AZEREDO, Paulo Roberto. Antropólogos e pioneiros: a história da Sociedade Brasileira de<br />

Antropologia e Etnologia, São Paulo: FFLCH/USP, 1986.<br />

BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil, São Paulo: Livraria Pioneira<br />

Editora/EDUSP,1971.<br />

BARROS, Luitgarde O. Cavalcante. Arthur Ramos e as dinâmicas sociais de seu tempo,<br />

pós-doutorado, Campinas: Unicamp,1999.<br />

CARNEIRO, Édison. Religiões negras, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,<br />

1936.<br />

_______ Negros bantos, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1937.<br />

_______ Candomblés da Bahia, publicações do Museu do Estado, nº 8: Secretaria de<br />

Educação e Saúde da Bahia, 1948.<br />

_______ Ladinos e crioulos – estudos sobre o negro no Brasil, Rio de Janeiro: Editora Civi -<br />

lização Brasileira, 1964.<br />

COLE, Sally. Introduction – Ruth Landes in Brazil: Writing, Race and Gender in 1930s<br />

American Anthropology, em Landes, Ruth, The City of Women, Albuquerque: University<br />

of New Mexico Press, 1995.<br />

_______ Ruth Landes and the Early Ethnography of Race and Gender em Behar, Ruth e<br />

Deborah A. Gordon (eds.), Women Writing Culture, Berkeley and Los Angeles:<br />

University of California Press, 1995.<br />

CORRÊA, Mariza. Traficantes do Excêntrico. Os Antropólogos no Brasil dos Anos 30<br />

aos Anos 60, Revista Brasileira de Ciências Sociais 6 (3), 79-98, 1988.<br />

_______ D. Heloísa e a Pesquisa de Campo, Revista de Antropologia 40 (1), 11-54, 1997.<br />

CORRÊA,Mariza. As ilusões da liberdade: a escola Nina Rodrigues e a antropologia no<br />

Brasil, Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 1998.<br />

DANTAS, Beatriz Góis. Vovó nagô e papai branco: usos e abusos da África no Brasil, Rio<br />

de Janeiro: Graal, 1988.<br />

FANON, Frantz, 1974 [1961], Les damnés de la terre, Paris: François Maspero, 1974<br />

[1961].<br />

FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da<br />

economia patriarcal, Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora S.A., 1933.<br />

FRY, Peter. Para inglês ver: identidade e política na cultura brasileira, Rio de Janeiro: Zahar<br />

Editores, 1982.<br />

GOMES, Tiago de Melo. Lenço no Pescoço, dissertação de mestrado em História,<br />

Campinas: Unicamp, 1998.<br />

GRUPIONI, Luís Donisete Benzi. Coleções e expedições vigiadas: os etnólogos no Conselho<br />

de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas no Brasil, São Paulo: Editora<br />

Hucitec/ANPOCS, 1998.<br />

HEALEY, Mark. Os desencontros da tradição em Cidade das Mulheres: raça e gênero na<br />

etnografia de Ruth Landes, Cadernos Pagu (6/7), 153-200, 1966.<br />

HERNÁNDEZ, Graciela. Multiple Subjectivities and Strategic Positionality: Zora Nearle<br />

Hurston’s Experimental Ethnographies, em Behar, Ruth e Deborah A.Gordon (eds.), Women<br />

Writing Culture, Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1995.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 51<br />

51<br />

JACKSON, Walter. Melville Herskovits and the Search for Afro-American Culture;<br />

Malinowski, Rivers, Benedict and Others – Essays on Culture and Personality, George<br />

Stocking Jr., Madison: The University of Wisconsin Press, 1986.<br />

LANDES, Ruth. A cidade das mulheres, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,<br />

1967 [1947].<br />

_______ A Women Anthropologist in Brazil, em Cole, Peggy; Women in the Field: Anthropological<br />

Experiences: Berkeley: University of California Press, 1986 [1970].<br />

MAIO, Marcos Chor. A História do Projeto Unesco: Estudos Raciais e Ciências Sociais<br />

no Brasil, tese de doutorado, Rio de Janeiro: IUPERJ, 1997.<br />

_______ Tempo controverso: Gilberto Freyre e o Projeto Unesco: Tempo Social/Revista<br />

de Sociologia da USP 11 (1), 1999.<br />

MASSI, Fernanda. Franceses e norte-americanos nas ciências sociais brasileira (1930-1960),<br />

História das ciências sociais no Brasil, vol. 1, org. de Sergio Miceli, São Paulo:<br />

Vértice/IDESP, 1989.<br />

MÉTRAUX, Alfred. Itinéraires 1 - carnets de notes et journaux de voyage, Paris: Payot, 1978.<br />

NASCIMENTO, Abdias do. O negro revoltado, Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,<br />

1982 [1968].<br />

OLIVEIRA, Waldir Freitas e Vivaldo da Costa Lima (orgs.), Cartas de Édson Carneiro a<br />

Artur Ramos, São Paulo: Editora Corrupio, 1987.<br />

PONTES, Heloísa. Retratos do Brasil: editores, editoras e “coleções brasiliana” nas décadas<br />

de 30, 40 e 50, História das ciências sociais no Brasil,vol.1, org, Sergio Miceli, São<br />

Paulo: Vértice/IDESP, 1989.<br />

QUERINO, Manoel. Costumes africanos no Brasil (organizado por A. Ramos), Rio de<br />

Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1938.<br />

RAMOS, Artur. O negro brasileiro: etnografia religiosa e psicanálise, Rio de Janeiro: Editora<br />

Civilização Brasileira, 1934.<br />

_______ O folclore negro do Brasil, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1935.<br />

_______ As culturas negras no Novo Mundo, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,<br />

1937.<br />

_______ Loucura e crime, Porto Alegre: Livraria do Globo, 1937.<br />

RODRIGUES, Raimundo Nina. Os africanos no Brasil, São Paulo: Companhia Editora<br />

Nacional, 1932.<br />

_______ O alienado no direito civil brasileiro, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,<br />

1933.<br />

RODRIGUES, Raimundo Nina. O animismo fetichista dos negros baianos, Rio de Janeiro:<br />

Editora Civilização Brasileira, 1935.<br />

RODRIGUES, Raimundo Nina. Coletividades anormais (organizado por A. Ramos),<br />

Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira ,1939.<br />

SLENES, Robert. Na senzala, uma flor: esperanças e recordações na formação da família<br />

escrava. Brasil Sudeste, século XIX, Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999.<br />

STOLCKE, Verena. UNESCO’s Statement on Race: an Ethic of Universal Brotherhood?,<br />

Barcelona: Mimeo, 1995.<br />

TAUSSIG, Michael. Mimesis and Alterity: a Particular History of the Senses, New York:<br />

Routledge, 1993.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 52<br />

UNESCO. Le racisme devant la science, Paris: Unesco, 1973 [1960].<br />

VILHENA, Luís Rodolfo. Projeto e missão: o movimento folclórico brasileiro (1947-1964),<br />

Rio de Janeiro: Funarte/<strong>Fundação</strong> Getúlio Vargas, 1997.<br />

WAGLEY, Charles. Lágrimas de boas-vindas: os índios tapirapé do Brasil Central, Belo<br />

Horizonte, Itatiaia/São Paulo: Edusp, 1988 [1977].<br />

NOTAS:<br />

52<br />

1 – Outros intelectuais baianos, não ligados à ‘escola’, mas vinculados ao grupo por laços<br />

de amizade, também para lá se transferiram nessa década: Péricles Madureira de Pinho,<br />

Álvaro Dória e Armando de Campos, médicos e jornalistas que também ocuparam postos<br />

importantes nas instituições da capital.<br />

Sobre o grupo, pode-se ler mais em CORRÊA, M., 1998.<br />

2 – Lembro, sem pretensão de esgotar a lista: Os africanos no Brasil, de Nina Rodrigues<br />

(1932); Casa-grande senzala, de Gilberto Freyre (1933); O alienado no direito civil brasileiro,<br />

de Nina Rodrigues (1933); O negro brasileiro, de Arthur Ramos (1934); O animismo<br />

fe ti c hista dos negros baianos, de Nina Rodrigues (1935); O folclore negro do Brasil, de Ar -<br />

thur Ramos (1935); Religiões negras , de Édison Carneiro (1936); As culturas negras no<br />

novo mundo, de Arthur Ramos (1937); Negros bantos, de Édison Carneiro (1937); Costumes<br />

africanos no Brasil, de Manuel Querino, organizado por A.Ramos (1938); The Negro in<br />

Brazil, de A. Ramos (1939); Coletividades anormais, de Nina Rodrigues, organizado por<br />

A. Ramos (1939); além dos três volumes sobre os primeiros Congressos afro-brasileiros,<br />

dois volumes sobre o Congresso de Pernambuco, em 1935 e 1937 e, em 1940, um volu -<br />

me sobre o Congresso na Bahia. Todos esses livros – e a lista tem muitas lacunas – foram<br />

publicados pelas coleções dirigidas por Afrânio Peixoto ou por Arthur Ramos, com exce -<br />

ção de Casa-grande senzala. Vale lembrar que, na mesma década, Gilberto Freyre dirigia<br />

a Coleção Documentos Brasileiros (1936-1939), da Editora José Olympio, lá tendo pu -<br />

bli cado três de seus livros até o <strong>final</strong> da década – e mais dez até 1960.<br />

3 – Ver a análise de GOMES, Tiago de Melo, 1998 – especialmente o capítulo 2 – sobre a<br />

forte presença de mulatos e portugueses na cena brasileira, no teatro de revista carioca<br />

no início do século, em encenações que prefiguravam as análises de Freyre.<br />

4 – Entrevista transcrita em OLIVEIRA, Waldir Freitas e LIMA, Vivaldo da C. (orgs).,<br />

1987.<br />

5 – Essa coletânea reúne artigos publicados em jornais, ou apresentados em conferências,<br />

e inéditos: este texto traz a data de 1940 e a anotação “inédito”. Chama a atenção que a<br />

data é a mesma da publicação da coletânea com os trabalhos apresentados ao II Congresso.<br />

Em 1953, na I Reunião Brasileira de Antropologia, Édison Carneiro dizia que os Congressos<br />

inauguraram “a estação de espetáculos do negro” ao apresentá-lo, ele que já era “um velho<br />

cidadão brasileiro”, como “um estrangeiro” e, considerando esta fase como definitivamente<br />

encerrada, insistia numa linha de pesquisa que levasse em conta os processos atuais (ênfase<br />

do autor) das relações raciais .(Cit., p. 115; texto também inédito.)<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 53<br />

53<br />

6 – Sobre a ênfase na política, observe-se que uma das conseqüências do II Congresso<br />

foi a criação, no mesmo ano de 1937, da União das Seitas Afro-Brasileiras, em grande<br />

medida graças à atuação de Édison Carneiro. Numa carta daquele ano, ele dizia a Arthur<br />

Ramos: “Estou vendo se consigo a liberdade religiosa dos negros.” (Em OLIVEIRA, W.F<br />

e LIMA, V. da C., 1987:152), liberdade que, no entanto, só foi juridicamente estabelecida<br />

por um decreto do governador do estado no ano de 1976. Além de ser perseguido<br />

como ‘comunista’, perseguição que persistiu até a época do golpe militar de 1964 (ver<br />

VILHENA, 1997), Édison Carneiro era irmão do jornalista e advogado, depois senador,<br />

Nelson Carneiro, inimigo declarado do então governador da Bahia, Juracy Magalhães.<br />

Ao longo de sua vida Édison Carneiro abrandaria sua posição política ao ponto de ter<br />

tido um desentendimento com um dos organizadores (além dele, Guerreiro Ramos e<br />

Abdias do Nascimento) do I Congresso do Negro Brasileiro, no Rio, em 1950. No que<br />

Abdias do Nascimento chamou de “Declaração dos ‘cientistas’ ”, Carneiro, Guerreiro<br />

Ra mos, Costa Pinto e Darci Ribeiro, entre outros, repudiavam “o acirramento de ódios<br />

e rivalidades injustificáveis entre os homens, com o ressurgimento do racismo” e afirmavam<br />

que embora o negro brasileiro “ainda conserve reminiscências africanas em certas<br />

atitudes sociais, já constitui um ser fundamentalmente brasileiro, parte da cultura nacional<br />

do Brasil”. ( NASCIMENTO, 1982:399) Sobre a ênfase na ‘africanização’ dos<br />

cultos afro-brasileiros, ver o excelente trabalho de DANTAS, 1988.<br />

7 – Dois pesquisadores que se tornariam bem conhecidos na disciplina, Claude Lévi-<br />

Strauss e Charles Wagley, estavam aqui, na mesma época em que Landes esteve, para estudar<br />

os índios do país.<br />

Sobre os pesquisadores estrangeiros, ver MASSI, F. 1989. Entre os franceses, a exceção<br />

era Roger Bastide; entre os norte-americanos, os poucos que se interessaram pela análise<br />

das relações raciais no período analisado foram para a Bahia ( F. Frazier, D. Pierson, M.<br />

Herskovits). Só mais tarde, na década de 50, com o convênio entre o Estado da Bahia<br />

e a Universidade de Columbia, sob a direção de Thales de Azevedo e Charles Wagley, é<br />

que os estudos sobre relações raciais na Bahia envolverão um número grande de<br />

pesquisadores – e, ainda assim, creio que menor do que os pesquisadores que para cá<br />

vieram estudar os grupos indígenas, como, por exemplo, os envolvidos no projeto Harvard-<br />

Brasil Central, coordenado por Roberto Cardoso de Oliveira e David Maybury-Lewis,<br />

a partir do Museu Nacional.<br />

8 – Ver a descrição de WAGLEY, Charles (1977), contemporâneo de Landes no Brasil,<br />

sobre o papel de guia exercido por D. Heloísa para ajudar os pesquisadores estrangeiros<br />

no país. Eduardo Galvão, um dos pesquisadores brasileiros que ela encaminhou para ser<br />

treinado por Wagley, referia-se a ela como mãe.<br />

9 – Em sua análise do Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas<br />

no Brasil, Grupioni cita uma notícia de jornal em que se anunciava que Landes ia “pesqui -<br />

sar os índios nas tabas” e estranha o modo como o conselho lhe concedeu a licença de<br />

pesquisa: no “documento impresso estão riscados os campos ‘para exploração da região’<br />

e ‘fazer pesquisas’, que foram substituídos, respectivamente, por ‘visitar’ e ‘fazer exclusivamente<br />

estudos sociológicos’.” (GRUPIONI, 1998:79) O livro de Landes teve uma segunda<br />

edição, em 2002, pela Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.<br />

10 – Seria um longo desvio acompanhar a ‘fortuna crítica’ do livro na sua íntegra:para<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 54<br />

54<br />

a história completa ver HEALEY, M., 1996. É interessante observar, no entanto, que<br />

embora a primeira análise de sua pesquisa sob esta ótica tenha partido da própria Ruth<br />

Landes (em GOLDE, P., 1970), esta passou quase despercebida até sua ‘recuperação’,<br />

no <strong>final</strong> dos anos 80 pelas antropólogas feministas. Aqui, estou menos interessada na<br />

possibilidade de recuperar a relação entre raça e gênero na Bahia dos anos trinta e mais<br />

interessada em entender como essa relação foi importante na história da antropologia<br />

brasileira.<br />

11 – No mundo mais sofisticado de New York, essa primeira razão podia parecer ridícula:<br />

Landes relembra que G. Myrdal mostrou-lhe, no <strong>final</strong> de 1939, uma ‘volumosa’ carta<br />

que A.Ramos e M. Herskovits lhe haviam escrito sobre ela, “ridicularizando sua obsessão<br />

a respeito de meu alegado erotismo e incompetência profissional”. Mas ela mesma resu -<br />

miria a sua situação, quase 30 anos depois, na frase que seu marido latino-americano<br />

ouvira anos antes de conhecê-la: “uma mulher se metendo em assuntos de homens” (Lan -<br />

des em GOLDE: 129;124). No Brasil, no entanto, tais comentários pareciam ter outro<br />

peso: Édison Carneiro registrou num artigo que, ao avisar Arthur Ramos de que ia criticar<br />

suas observações negativas a respeito do trabalho de Landes, na resenha que preparava<br />

sobre A aculturação negra no Brasil (1942), este respondeu: “Não o faça, senão eu publi -<br />

co coisa muito pior.” Carneiro só viria a publicar suas críticas a Ramos 15 anos após a<br />

morte dele (CARNEIRO, 1964:227). O silêncio de Carneiro durante todos esses anos<br />

corrobora a avaliação de Cole de que vários níveis de assimetria estavam em jogo nesta<br />

história: aqui é a deferência do jornalista, mulato e mais jovem, pelo especialista branco<br />

e mais velho que parece ter preponderado.<br />

12 – É curioso que o próprio Arthur. Ramos chamara a atenção para o fenômeno da homossexualidade<br />

nos candomblés de caboclo, num livro que Landes pode ter lido. Em<br />

1934, ele citava várias reportagens dos jornais da Bahia para mostrar que desde o <strong>final</strong><br />

dos anos 20 aí se estava dando um sincretismo entre o fetichismo e o ‘baixo-espiritismo’.<br />

Numa dessas matérias, por ele transcrita, diz o repórter: “O tenente Vergne foi ao seu<br />

encontro. E com espanto notou que era um homem vestido de mulher! O ‘pai’ Quinquim<br />

havia se transformado...” (p. 110) No mesmo livro há inúmeras citações sobre a impor -<br />

tância das mães-de-santo na Bahia.<br />

Para uma revisão da literatura que trata dessa presença, e uma análise de caso, ver<br />

Homossexualidade masculina e cultos afro-brasileiros em FRY, Peter, 1982.<br />

13 – São A Cult Matriarchate and Male Homosexuality, The Journal of Abnormal and<br />

Social Psychology 35 (3), julho de 1940 e Fetish Worship in Brazil, The Journal of American<br />

Folklore 53 (210), outubro/dezembro de 1940. Neste mesmo número, foi também publi -<br />

cado um artigo de Édison Carneiro The Structure of African Cults in Brazil, traduzido<br />

por R.Landes.<br />

14 – Já tinha escrito esta frase genérica quando recebi o trabalho de BARROS, Luitgarde<br />

Oliveira Cavalcanti (1999) sobre Arthur Ramos no qual são citados os documentos que<br />

comento a seguir. Ela merece um agradecimento especial por ter tornado disponíveis es -<br />

ses dados de sua pesquisa de pós-doutoramento. Merece agradecimento também o professor<br />

Kevin Yelvington que me enviou cópia da correspondência entre Ramos e Herskovits,<br />

depositada na Northwestern University, em Evanston, Illinois, na Melville J. Herskovits<br />

Library of African Studies: são 50 cartas trocadas entre 1935 e 1941 nas quais fica clara<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 55<br />

55<br />

a atenção que Herskovits dispensou a Ramos quando de sua viagem aos Estados Unidos.<br />

Cópia da avaliação de Ramos sobre o trabalho de Landes está em anexo à carta de 14 de<br />

março de 1940, mas a questão não merece quase discussão de nenhum dos dois.<br />

15 – Ver a íntegra de seu comentário que, com exceção dos trechos específicos sobre o<br />

relatório, é o mesmo publicado em 1942, em BARROS, 1999: 139-150. O texto tem a<br />

data de 30 de junho de 1941, encimado pela referência à Sociedade Brasileira de An tro -<br />

pologia e Etnologia. A sociedade foi fundada em 7 de junho de 1941 e na cuidado sa recuperação<br />

feita por Azeredo dos trabalhos lá apresentados não há nenhum que se asseme -<br />

lhe a este. A carta resposta que Ramos cita é de maio de 1940.<br />

16 – COLE, Sally (1995:184) observa que não encontrou a tal carta, o que me leva a<br />

supor que Ruth Landes se referia, de fato, aos pareceres de Ramos e Herskovits sobre<br />

seu relatório. Mark Healey consultou o relatório de Landes e o cita, pelo título, como<br />

um Research Memorandum, Columbia University, 1940.<br />

17 – Transcrita em BARROS, 1999:108-109. Em setembro de 1941, Herskovits fez uma<br />

conferência na Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia, intitulada O Negro no<br />

Novo Mundo como um Tema para Pesquisa Científica, transcrita, segundo AZE RE DO<br />

(1986:131) na Revista do Brasil (41), novembro de 1941. No mesmo dia, Ramos discorreu<br />

sobre O Problema da Raça no Mundo Moderno, também publicada na Revista<br />

do Brasil 40, outubro de 1941. Tanto quanto sei, o conteúdo dessas e de outras conferên -<br />

cias feitas na SBAE, e publicadas em jornais e revistas cariocas, ainda não foi analisado.<br />

18 – Oito anos depois, o artigo de Carneiro traduzido por Landes aparece, em inglês,<br />

como apêndice da primeira edição de Candomblés da Bahia (1948), com a observação<br />

de que fora “ligeiramente alterado e com supressão de alguns trechos, na maior parte para<br />

atualizá-lo”. Nesta edição, o número total dos candomblés permanece o mesmo (67), mas<br />

a sua distribuição muda. Apesar de enfatizar a “importância superior das mulheres no<br />

candomblé”, Carneiro observa que havia 37 pais e 30 mães no universo estudado, concluindo<br />

que “hoje o número de pais e mães é igual.” O artigo deixou de ser incluído nas<br />

edições subseqüentes do livro.<br />

19 – Não vem ao caso aqui discutir a fundamentação empírica de Ruth Landes, trilha<br />

que outros analistas já percorreram (ver, por exemplo, COLE, 1995). Mas parece interes -<br />

sante observar que desde a época de Nina Rodrigues as mães-de-santo tinham preponderância<br />

nos textos sobre os cultos. Numa passagem de sua descrição deles, Nina Rodrigues<br />

começa por referir-se “aos negros” e continua, até o fim do parágrafo, falando “nelas”,<br />

sem transição (1935: 110, citado na íntegra em CORRÊA, 1998:149). O mesmo parece<br />

poder aplicar-se a vários trechos da análise de Roger Bastide (1971) que, não obstante<br />

seu elogio ambíguo ao trabalho de Ruth Landes, prefere manter distância do debate sobre<br />

a predominância de homens ou mulheres nos cultos baianos. No início de seu traba -<br />

lho, no entanto, ao explorar as origens africanas desses cultos, ele diz claramente que:<br />

“Nessas condições [número menor de escravas do que de escravos; ignorância da paterni -<br />

dade devido à falta de uniões estáveis], mesmo depois da obrigatoriedade do casamento, a<br />

ligação orixá-linhagem masculina estava definitivamente rompida.”(1971:89)<br />

20 – A desqualificação baseava-se tanto na afirmação de que Landes viera ao Brasil à<br />

pro cura de “tribos negras”, conforme noticiado por um jornal carioca quando de sua<br />

che gada, quanto em insinuações sobre seu comportamento no campo: “E eram as mais<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 56<br />

56<br />

estapafúrdias as suas idéias sobre o ‘método’ de estudo da vida sexual dos negros. Esse<br />

‘método’ era tão pouco científico que não me será possível dizer aqui em que consistia.”(1942:184)<br />

21 – RAMOS, A. 1942:189;192.<br />

22 – M. Taussig define a faculdade mimética como “a natureza que a cultura usa para<br />

criar uma segunda natureza, a faculdade de copiar, imitar, fazer modelos, explorar a dife -<br />

ren ça, ceder ao e tornar-se Outro”.(1993: XIII) Analisando o contato colonial e várias<br />

situações pós-coloniais, ele mostra como o dominado, definido como Outro – negros,<br />

mes tiços, mulheres – mimetiza o dominante, que antes o mimetizava, pondo assim em<br />

xeque tanto a dominação como a noção de alteridade. Em todos os exemplos, o negro<br />

“é o grau zero da alteridade”. Falando sobre os cuna, com suas figurinhas mágicas que<br />

representavam brancos, mas cuja substância interior era nativa, Taussig pergunta porque<br />

“era necessário esculpir formas exteriormente européias, ou não-índias?” Uma dessas fi -<br />

guras era assimilada ao general MacArthur. Comparar com a assimilação feita entre Xangô<br />

e Roosevelt ou Mussolini (LANDES, 1967:226). Ver também a menção à boneca branca<br />

feita por Luzia e às de mãe Flaviana (pp. 76;217). Se a mimetização dos dominados<br />

pelos dominantes tinha sido o escândalo da obra de Nina Rodrigues (“Na Bahia, todas<br />

as classes estão aptas a se tornarem negras.”), sua inversão, na análise de Ruth Landes,<br />

passará quase despercebida.<br />

23 – Diz Landes numa carta de abril de 1986: “ A ‘razão’ genérica dele ( Ramos), que<br />

d. Heloísa e Édison Carneiro me repetiram, era que ele, Ramos, nunca ia ao campo para<br />

observar ou conversar, mas chamava os informantes em seu consultório. Como Édison<br />

escreveu, e todo mundo – inclusive a polícia! – sabia, eu estava sempre em campo, uma<br />

jovem mulher de menos de 30 anos e conspicuamente loura.”<br />

Ramos observava, em 1934, que ele e Hosanah de Oliveira, professor da faculdade de<br />

Medicina, se “submeteram”, “para fins de pesquisa científica”, às “cerimônias de inicia -<br />

ção dos ogans no terreiro do Gantois”, cerimônia conduzida pela mãe-de-santo (p. 51).<br />

24 – Ver OLIVEIRA, W.F e LIMA, V. da C., 1987., p.31; AZEREDO, p.219. A rese -<br />

nha está transcrita, na íntegra, em BARROS (1999: 132-135) e nela Ramos afirma ter<br />

a autorização de amigos e parentes de Souza Carneiro para “denunciar aos intelectuais,<br />

e especialmente aos estudiosos dos problemas folclóricos, ameríndios e negro-brasileiros,<br />

o verdadeiro valor de um livro, que é uma criação mitológica individual”. Ao citar os<br />

que “honesta e pacientemente” vinham estudando o “problema negro”, Ramos inclui o<br />

nome de Édison Carneiro. Apesar disso, talvez a classificação do pai como um “mitoma -<br />

níaco”, numa resenha publicada, fosse mais uma razão para Carneiro mencionar o “orgu -<br />

lho e vaidade” de Ramos mais tarde – sua viúva contou a Oliveira e a Lima que a rese -<br />

nha quase levou ao rompimento das relações entre ambos, na época.<br />

25 – Ver a lista de pesquisas orientadas por Ramos em BARROS (1999: 61) e seguintes,<br />

onde são citadas pelo menos duas pesquisas sobre “populações primitivas” – que, no contexto,<br />

tanto poderiam referir-se a grupos indígenas quanto a grupos negros.<br />

26 – A tese que Heloísa Alberto Torres preparou – e que, a<strong>final</strong>, não foi apresentada –<br />

para o concurso da cadeira que tinha sido de Arthur Ramos, em 1950, versava sobre:<br />

Alguns Aspectos da Indumentária da Crioula Baiana. A tese de Arthur Ramos, escrita para<br />

a obtenção do título de doutor e habilitação para a cátedra de antropologia e etnologia,<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 57<br />

57<br />

em 1946, tinha por título: A Organização Dual entre os Índios Brasileiros. D. Heloísa<br />

fazia parte da banca que considerou “modesta” a sua contribuição (AZEREDO:82;219).<br />

27 – Essa disputa fica nítida na correspondência trocada entre Heloísa e Ramos, antes<br />

da viagem deste a Paris, numa carta na qual ele deixa claro que a sua definição de an -<br />

tropologia era diferente da definição que atribuía a Heloísa. (Ver AZEREDO, 1989).<br />

28 – As disputas das quais Herskovits participou no cenário americano mostram sua inten -<br />

ção de alijar do campo os adversários de suas teorias: W.E.B. Du Bois, Franklin Frazier, Robert<br />

Park e Lloyd Warner. Ver JACKSON, Walter, 1986, que, no entanto, não menciona Ruth<br />

Landes. No contexto da crítica de Herskovits ao livro de Landes, é interessante observar que<br />

o casal Herskovits tinha feito um popular account sobre sua experiência no Suriname – Rebel<br />

Destiny (1934) – muito semelhante ao relato de A cidade das mulheres, aspecto que ele louva<br />

em sua resenha<br />

29 – Na sua correspondência com Arthur Ramos, Donald Pierson é freqüentemente<br />

crítico do ponto de vista de Herskovits e favorável ao de Frazier. Numa carta de 24 de<br />

novembro de 1937, por exemplo, comentando o livro de Ramos As culturas negras no<br />

Novo Mundo, observa a diferença entre a Bahia, “onde o ritual de candomblé segue uma<br />

forma definida, fixa, cuja origem é sem dúvida africana” e o sul dos Estados Unidos,<br />

onde “o escravo negro das plantations tinha previamente perdido todas as formas cultu -<br />

rais que tivera na África”, acrescenta: “ Não desconheço o fato de que um antropólogo<br />

muito capaz, o dr. Herskovits, tem outra posição. Mas minha posição é baseada na pesqui -<br />

sa de primeira mão e detalhada, do sul, feita por observadores tão sagazes desse problema<br />

como o dr. Robert E. Park.” Em outra carta, de 10 de agosto de 1940, inclui trechos<br />

do livro de Frazier (The Negro Family in the United States), que mandara copiar para<br />

Ramos “com a confiante expectativa de que esses dados, especialmente as notas, seriam<br />

de muito interesse”. Há todo um parágrafo dedicado a elogiar o livro e sua metodologia.<br />

Nesta carta, Pierson também anuncia a vinda de Frazier ao Brasil, no mesmo período<br />

em que Ramos estaria nos Estados Unidos. Pierson lembrará, em outras cartas, no -<br />

mes de pessoas e instituições que Ramos deveria visitar e certamente não terá gostado<br />

da carta em que Ramos anuncia que estava indo para a Northwestern University, a convite<br />

de Herskovits – a quem alude mais uma vez nessa correspondência, lamentando que<br />

Ramos não estivesse no Brasil quando da visita de Frazier, já que o interesse dele, e de<br />

outros pesquisadores que recomenda, “não está limitado, como no caso de outros de nossos<br />

conterrâneos, a uma mera catalogação de sobrevivências culturais africanas e à procura<br />

de sua origem e difusão” (carta de 11 de setembro de 1940). Na correspondência,<br />

mantida entre 1935 e1949, nenhum dos dos missivistas comenta a opinião do outro sobre<br />

Herskovits ou Frazier.<br />

30 – FRAZIER, Franklin, The Negro Family in Bahia, Brazil, American Sociological Review<br />

VII, 1942, p. 472.<br />

31 – Não posso acompanhar aqui todo o debate sobre a “família negra”, suscitado por<br />

essa discussão entre Frazier e Herskovits: para uma visão mais completa, ver SLENES,<br />

Robert, 1999.<br />

32 – HERSKOVITS, Melville The Negro in Bahia, Brazil: a Problem in Method, American<br />

Sociological Review VIII, 1943, p. 401. O rejoinder de Frazier saiu neste mesmo número<br />

e nele ele volta a citar os artigos de Landes e Carneiro, que haviam saído em 1940.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 58<br />

58<br />

33 – Sobre Hurston, ver HERNÁNDEZ, Graciela, 1995. Nesse contexto é interessante lembrar<br />

que Hurston, uma aluna negra de Boas, que depois se tornou novelista, foi assis tente de<br />

pesquisa de Herskovits, que dizia sobre ela numa carta de 1927, depois de vê-la cantando<br />

spirituals: “(sua) maneira de falar, suas expressões – em suma, seu comporta mento motor –<br />

(eram) o que se poderia chamar tipicamente negros. (Esses movimentos tinham se) mantido<br />

como um padrão de comportamento aprendido através da imitação e do exemplo com<br />

os escravos africanos originalmente trazidos para cá.”(citado em JACKSON, p.107)<br />

34 – Numa carta que me escreveu, quase cinqüenta anos depois de sua pesquisa no Brasil,<br />

Landes assume com clareza o papel simbólico da negra dizendo sobre esse ataque: “Their<br />

calumnies were symbolic rape on me”(carta de 6 de abril de 1986). Sobre o contexto<br />

hostil em torno da discussão da questão racial pela Unesco, logo após a Segunda Guerra,<br />

ver STOLCKE, 1995. Vale lembrar que Alva Myrdal, esposa de Gunnar Myrdal e depois<br />

chefe da Divisão de Ciências Sociais da Unesco, teve seu visto de entrada nos Estado<br />

Unidos negado em 1953, no auge daquela discussão (MÉTRAUX, 1978:497).<br />

35 – Sobre as pesquisas financiadas pela Unesco no Brasil, ver STOLCKE, Verena (1995)<br />

e MAIO, Marcos Chor (1997): a análise de ambos mostra que, mais do que estabelecer<br />

o roteiro dessas pesquisas, o legado de Arthur Ramos foi pôr em marcha a célebre dis -<br />

cussão que redundou nas disputadas declarações da Unesco sobre raça (Unesco, 1973).<br />

Verena Stolcke segue passo a passo os interesses em disputa no grupo de cientistas<br />

encarregados da missão de definir “o racismo frente à ciência”, título da declaração<br />

<strong>final</strong>, e os diários de A.Métraux (1978) mostram as atribulações do encarregado de<br />

levá-la a cabo.<br />

36 – O livro de NASCIMENTO, Abdias do (1982) parece ser o melhor indicador disso:<br />

ver suas críticas a Carneiro e Costa Pinto que se teriam insurgido contra o conceito<br />

de negritude (p.99) e sua acusação de que Édison Carneiro estava perdendo a cor... Sobre<br />

a importância da Sociedade Africana de Cultura, cujo primeiro congresso internacional<br />

ocorreu em Paris em 1956, e sua proposta de tornar-se uma “sociedade cultural do mundo<br />

negro”, ver FANON, 1974.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 59<br />

MINHA ADORAVEL LAVADEIRA:<br />

UMA ETNOGRAFIA MINIMA EM<br />

TORNO DO EDIFICIO TUPI<br />

Olívia Maria Gomes da Cunha<br />

Departamento de Antropologia Cultural<br />

Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />

“(...) fiquei alimentando a idéia de ter um encontro com o sargento Padre Nosso,<br />

um que foi preso há pouco tempo. Falando aqui em casa, Sinhá Maria disse que<br />

o conhecia e se prontificou a ir chamá-lo (...) em pouco já o tinha junto de mim.<br />

É um preto alto, não muito preto. Entrei de ‘rijo’ no assunto. Mostrei seus retra -<br />

tos, os jornaes que deram as suas entrevistas, falei no Valdevino, na ‘louvação’ que<br />

fez na Perseverança, mostrei um trabalho seu publicado na Revista Contemporânea<br />

(...) e a proporção que eu ia lendo o preto ia se enthusiasmando, chegando as ve -<br />

zes a se levantar e a me dar a mão. Dahi para frente foi aquella garapa.” 1<br />

Manhã de sol, porta dos fundos de um apartamento amplo e claro na<br />

Zona Sul carioca. Uma moça escura cruza assustada a cozinha em direção<br />

ao quarto de empregada. Troca-se. Na cozinha, parece mais<br />

clara, quase da cor do seu avental. Branca. Bebe um copo d’água enquanto ajeita<br />

o coque envolvido numa rede. Seu nome é Eulina. Enquanto se dirige ao tanque,<br />

a cozinheira Guilhermina percebe sua afobação. Dr. Arthur é chamado e ao chegar<br />

pede que Eulina lhe conte o que ocorreu. Dr. Arthur ouve atento o que Eulina tem<br />

a dizer. Guilhermina se benze e balança a cabeça. Meia hora depois, dr. Arthur vai<br />

à biblioteca e anota numa folha de papel o que ouvira de Eulina. A partir daqui,<br />

minha imaginação cede a vez para as notas do dr. Arthur Ramos.<br />

“Terça-feira, 21 de outubro de 1948, Eulina (nossa lavadeira, mulata, católica)<br />

informou que no bonde do Leme, às 10h da manhã, uma moça tinha tido ‘umas<br />

coisas’ ao lado dela, no mesmo banco. E que o condutor dissera: ‘Ora veja, receber<br />

o caboclo num lugar destes!’ Ao descer do bonde, na frente da esquina de<br />

Gustavo Sampaio com Anchieta, ao mesmo tempo que Eulina (o apelido de Eulina<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 60<br />

60<br />

é Mulatinha), (a pessoa) estava completamente boa. Tudo isso impressionou muito<br />

Eulina que lavou os braços, os rostos e as mãos, logo que entrou em nossa casa,<br />

no tanque, e ia dizendo afobada: ‘Não gosto disso, não gosto de ver essas coisas,<br />

cruz!’ Guilhermina ficou também quieta e impressionada. E (diante de) uma su -<br />

ges tão minha que talvez não fosse uma legítima ‘queda no santo’, informou que<br />

seu Bertoldo (o antigo pai-de-santo conhecido dela), quando queria saber no<br />

Terreiro que ele dirigia se uma pessoa estava realmente com o santo, batia-lhe<br />

com uma vara de pinhão roxo. Se a pessoa gritava, a queda no santo era falsa.” 2<br />

É possível que Arthur Ramos tenha lançado mão de suas técnicas psicanalíticas<br />

para testar a veracidade do temor que sua lavadeira Eulina dizia sentir, ao ver cenas<br />

como aquelas num bonde carioca. Na interpretação de alguns dos autores que<br />

o haviam influenciado em sua formação em psiquiatria e medicina legal durante<br />

os anos 20 e 30, a queda do santo ou a possessão era um fenômeno expli cável<br />

através das noções de sugestão e imitação. Talvez por isso, um estilo anamné sico<br />

perpassa grande parte dessas notas. Não há qualquer mediação – sob a forma de<br />

dú vida, hesitação ou perplexidade – entre o antropólogo e sua informantelavadeira<br />

Eulina: é o primeiro que observa, indaga e transcreve o que lhe foi rela -<br />

tado, lembrado e sugerido. Em outras notas, seu tom reticente sugere poucas<br />

certezas. Suas anotações sobre a cozinheira Guilhermina, por exemplo, estão<br />

povoadas de dúvidas. Nelas, as interpretações oferecidas para o que o próprio<br />

Ramos denominara sincretismo afro-brasileiro, parecem desestabilizar quadros<br />

anteriores, alimentados com informações semelhantes às que aparecem na epígrafe.<br />

A amedrontada Guilhermina também andava freqüentando a casa de uma<br />

vidente nada ortodoxa: d. Zilá. Nas notas de Ramos, percebe-se seu interesse em<br />

perscrutar um campo de significados situado além das fronteiras dos cultos afrobrasileiros.<br />

3<br />

“Jorgina Guilhermina. Minha empregada, preta, católica, nascida e criada numa<br />

fazenda de Belford Roxo informa que não conhece outro nome para N. S. da<br />

Penha. A família dela, tios, primas, mora(m) em Belford Roxo e todos os anos há<br />

muito tempo vão à festa da Penha. Gostava(m) de ver as mulheres sambar mas<br />

já não o fazem mais, por ordem da polícia. Informa que o domingo de novembro<br />

é dos barraqueiros, família não vai; e é só para homens – os barraqueiros, e<br />

mulher, só as que não se importam com certas coisas. Informa que S. Jorge é<br />

Ogum, S. Sebastião é Oxóssi e N. S. da Conceição é Oxum etc. Para curar a úlce -<br />

ra de que se operou, correu tudo que foi sessão espírita e viu que o pessoal espí -<br />

rita fala mal dos da macumba. Às vezes misturam tudo, as linhas etc.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 61<br />

61<br />

Tem um tio muito velho que mora em casa própria e que se casou com a mu lher<br />

quando já tinham netos. As moças da família são todas casadas e com funcionários<br />

do governo: Lloyd, Central etc. Que na casa da viúva de um que foi taifeiro do<br />

Lloyd há um armário cheio de jarros e bandejas de alumínio que ele carregava<br />

para casa. Era muito bom para os filhos e a mulher.” 4<br />

Essas notas sugerem que, por volta de 1948, cerca de um ano antes de sua<br />

morte precoce, Ramos fazia uso de outras idéias para explicar o universo religioso<br />

no qual transitavam Eulina e Guilhermina. Todavia, as mudanças de enfoque<br />

não anulam o que chamei estilo anamnésico. Certamente não foi essa a primeira<br />

vez que Ramos registrou informações dessa natureza em pedaços de papel, pequenas<br />

notas e diários. E em grande parte desses escritos podemos perceber a<br />

combinação de procedimentos caros à relação médico-paciente se misturando a uma<br />

forma singular de lembrar, fustigar a memória e construir, verbalmente ou através<br />

da escrita, algum tipo de reminiscência. Uma forma de instaurar/produzir uma<br />

memória e um tipo particular de “relato” comumente feito pelo “paciente” graças<br />

à “cordialidade inquiridora do médico”. 5 Nos escritos de Ramos, a intimi dade entre<br />

as imagens do paciente/informante e do médico/antropólogo não cons titui uma<br />

metáfora. A continuidade estilística ganha relevância se observarmos essas transformações<br />

de enfoque que vão caracterizar essas notas, a partir de um olhar pros -<br />

pectivo. Em seus relatórios sobre os internos no Hospital São João de Deus, em<br />

Salvador, no <strong>final</strong> da década de 1920, em visitas a parentes em sua ci da de natal,<br />

Pilar, e em sua clínica no centro do Rio de Janeiro, o dr. Ramos já experimentara<br />

situações semelhantes.<br />

Com essa observação, não quero dizer que as experiências de Ramos que envolveram<br />

a coleta e aquisição de conhecimentos dessa natureza tenham estado<br />

unicamente marcadas por relações de distância, autoridade e hierarquia – seme -<br />

lhantes às que opõem médicos e pacientes. Os atores que Ramos transformou<br />

em objetos de um olhar científico e distanciado – trabalhadores rurais, porteiros,<br />

faxineiras e pacientes de instituições médico-judiciárias – não foram personagens<br />

passivos e silenciosos. As relações estabelecidas nesses contatos – mesmo aqueles<br />

mediados por assistentes como Otinha – certamente foram muito mais comple -<br />

xas e, portanto, estão sujeitas, unicamente, às conjecturas. Domesticidade, inti -<br />

midade e cumplicidade perpassam as formas de contato e comunicação entre o<br />

antropólogo e as personagens que povoaram os diferentes cenários nos quais<br />

Ramos atuou. Essas relações se desenvolveram ao longo de um processo de transfor -<br />

mação na própria carreira profissional de Ramos. Ao mesmo tempo em que Ra -<br />

mos se convertia de médico em antropólogo, seus pacientes passaram à condição<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 62<br />

62<br />

de informantes e nativos. Nesse caminho, o universo da alteridade – radicalmente<br />

oposta na experiência anterior – foi refeito (di Leonardo, 1998; Peirano, 1998).<br />

A construção de um “outro”, sob uma perspectiva antropológica e em contexto<br />

de intenso nacionalismo que condicionava o olhar autorizado em torno do “negro”<br />

no chamado Novo Mundo, implicou rearticular outras formas de relacio -<br />

na mento. A<strong>final</strong>, observadores e observados vivenciavam, ainda que de maneira<br />

diversa, a condição de nacionais. Logo, é através de um discurso entrecortado<br />

por essa condição de nacionalidade pactuada que as relações de alteridade serão<br />

estabelecidas num campo antropológico em formação.<br />

Todavia, os anos 1930, momento em que de fato inicia suas pesquisas de campo,<br />

aliando-as a atividades profissionais distintas, marcam uma maneira de apreender<br />

o diferente, diverso e exótico através de uma singular divisão social e simbólica<br />

do trabalho intelectual. Embora os critérios de especialização num difuso<br />

campo antropológico, em vias de institucionalização no país, tenham sido imprecisos,<br />

as carreiras profissionais bem-sucedidas evidenciam a confluência de<br />

marcadores de classe, cor e gênero na definição de quem foram os antropólogos<br />

e seus “outros” (Peirano, 1981; 1998). A especialização de um campo de conheci -<br />

men tos e práticas adjetivadas como antropológicas, combinada a um amplo pro -<br />

cesso de reforma das instituições nacionais, não foi fenômeno que caracterizasse<br />

exclusivamente o processo de profissionalização da disciplina no Brasil. Como<br />

apontou Clifford, o trabalho de profissionalização da disciplina resultou na com -<br />

ple xa distinção de territórios de interesse e desenvolvimento de políticas etnográ -<br />

ficas que opunham “profissionais”, “amadores” e “folcloristas” (1983). 6 Ramos foi,<br />

sem dúvida, um dos personagens paradigmáticos desse período (Corrêa, 1998).<br />

Contudo, os dilemas que perpassam a configuração de um território de produção<br />

de conhecimentos sobre as apreensões sociais da igualdade e da dife ren ça, caracterizado<br />

por posicionalidades naturalizadamente definidas, consti tuem o ponto ne -<br />

vrál gico de discussões recentes sobre o que, inspirando-me em Bourdieu, apontei<br />

caracterizar uma singular divisão social e simbólica do trabalho intelectual (Bourdieu,<br />

1973; Abu-Lughod; Narayan, 1993).<br />

Essa questão nos oferece a possibilidade de compreender a convivência de estratégias<br />

distintas de estabelecer relacionamentos pessoais, seja na clínica, seja no<br />

contexto etnográfico – mesmo que nem sempre Ramos estivesse presente. Notas,<br />

cartas e trechos de diários sugerem que alguns “informantes” negociaram com<br />

Ramos – direta ou indiretamente – a extensão e natureza de suas informações.<br />

Tais negociações envolveram, por vezes, prestígio, dinheiro e outras concessões.<br />

Otinha parecia estar consciente da troca de bens simbólicos que fazia parte de<br />

sua atividade de pesquisa e contatos com o povo da seita. Esses eventuais es-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 63<br />

63<br />

cambos requereram dela uma imensa habilidade ao falar em nome de Ramos e<br />

ao mesmo tempo sobre Ramos. “Tenho notado”, confessava ao antropólogo, “que<br />

eles querem se aproveitar de mim, querem que eu consiga licença para a seita<br />

funcionar sem interrupção (...)”. Sem entrar em detalhes de como negociaria o<br />

prestígio e o nome de Ramos entre as autoridades locais, Otinha se dirigia a<br />

Ramos num tom mais pragmático, o que sugeria total desenvoltura com os percalços<br />

encontrados na sua constante inquirição. “(…) Perguntei a Padre Nosso<br />

se tinham algum livro que ensinasse todas as palavras de nossa língua para o<br />

africano. Disse que não e que o velho, o Babalorixá, é que ensina muita coisa.<br />

Que ro ver se consigo agradar o velho e apanhar um bocado de coisas. Se você<br />

tem alguma coisa que deseja saber, será bom dizer, porque assim será mais fácil<br />

para mim. Ou melhor, escreva, dizendo o que deseja que eu consiga do<br />

velho babalorixá.” 7<br />

Pelo menos num período inicial de sua carreira de antropólogo, outros “assistentes”,<br />

“colaboradores”, “alunos”, amigos e familiares de Ramos foram figuras<br />

chave na mediação do seu contato com as personagens que povoavam o campo<br />

no qual se transformara, pouco a pouco, em especialista. Seu tenso, embora amistoso,<br />

relacionamento com Édison Carneiro, a quem, por vezes, se referia como<br />

um “aluno”, revela parte importante do método de pesquisa adotado por Ramos<br />

durante os anos 1930 – momento no qual sua autoridade nos assuntos afrobrasileiros<br />

é definitivamente estabelecida. Exilado – em grande parte por motivos<br />

políticos, mas, também, na condição de escritor devotado à preparação de seus<br />

livros sobre religiosidade afro-brasileira –, Édison produz, compartilha e interpreta<br />

vários textos, informações e imagens enviadas a Ramos. Mesmo que as bases<br />

dessa colaboração não reflitam uma insuspeita relação de amizade, seus limites<br />

pareciam claros. Na correspondência entre os dois, Édison parece encarnar volun -<br />

tariamente a figura de um cordial e aplicado coletor de informações e Ramos,<br />

um nada inocente e provável editor de seus escritos. Curiosamente, essa imagem<br />

se dissipa se atentarmos que, para além das diferenças quanto às formas de tratamento<br />

e interlocução, não havia grandes distâncias nos métodos utilizados por<br />

ambos na obstinada coleta de informações sobre as populações negras. De Mar<br />

Grande, em Itaparica, Carneiro relatava seus progressos ao seu provável editor e<br />

prometia mais material: “Também pensei em lhe mandar um vocabulário maluco,<br />

nagô-português, que eu e Guilherme Dias Gomes (que a<strong>final</strong> está no Rio)<br />

tentamos, em 1933, arrancar do pai-de-santo e babalaô do Engenho Velho, Mar -<br />

ti niano do Bonfim. Mas mudei de idéia. Vou mandá-lo ao Renato de Men don -<br />

ça, que é especialista no assunto – e suponho que com sua aquiescência.” 8 Essa<br />

reciprocidade nem sempre foi publicamente explicitada. Só depois da morte de<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 64<br />

64<br />

Ramos e a propósito da celeuma deflagrada pela reação do antropólogo à publicação<br />

do livro de Ruth Landes, Édison Carneiro expõe suas impressões sobre a<br />

pouca afinidade de Ramos com a pesquisa (Carneiro, 1964). 9<br />

As mesmas observações podem ser feitas com relação a seus investimentos na<br />

utilização, interpretação e publicação da obra de Manuel Querino. O espólio intelectual<br />

do historiador e cronista Manuel Querino foi alvo de disputas entre sua<br />

família e aqueles que então ganhavam notoriedade pública como especialistas nos<br />

estudos sobre os negros na Bahia (Corrêa, 1998). Em 1938, em meio às comemo -<br />

rações oficiais do cinqüentenário da Abolição, a bibliografia de temas afro-bra -<br />

si leiros era enriquecida por um volume de rara importância. Manuel Querino,<br />

um autodidata preto e pobre e que “escreveu sobre sua gente”, <strong>final</strong>mente, seria<br />

publicado. Essa condição dava ao seu livro não só um valor histórico distinto,<br />

mas, àqueles que o promoveram, uma cumplicidade poderosa. A disputa em<br />

torno de seus escritos, porém, revelava que não só os seus descobridores e patro -<br />

cinadores tinham consciência do valor da obra de Querino no mercado intelectual<br />

e editorial. Na verdade, a organização dos manuscritos de Querino deu a<br />

Ramos o poder de costurar, sob o rótulo dos temas “africanos”, escritos de natu -<br />

reza diversa sobre culinária, história e geografia. Amigo pessoal, figura influente<br />

na cidade e um dos “informantes” mais citados nas etnografias realizadas na Bahia<br />

nos anos 1930 e 40, o médico Hosanah de Oliveira escrevia a Arthur Ramos em<br />

1936: “(…) pois a filha de Querino estava muito doente, vindo a falecer, <strong>final</strong>mente.<br />

O representante da família, marido da falecida, é um negro muito desca -<br />

rado. Várias vezes fui a sua casa e ele fica sempre de me procurar e até hoje<br />

não o fez. A carta contrato está em seu poder, só faltando assinar. Quando lhe<br />

dei a carta e lhe expliquei o negócio, ficou ele de consultar alguns amigos para<br />

me res ponder (…).” 10<br />

Dois meses depois, sem qualquer novidade a respeito do “negócio Querino”,<br />

Hosanah dava conta de que o “tal negro seu genro” se havia metido com uns<br />

“negócios atrapalhados”, tendo que sair da cidade. A negociação avançou para o<br />

ano seguinte e, mesmo depois de ter cedido os manuscritos de Os costumes africanos<br />

no Brasil (1938) para a coleção organizada por Ramos, o médico baiano reclama -<br />

va das “apoquentações” do genro de Querino. 11<br />

Por fim, tanto os contatos de Otinha quanto a tensa relação de Ramos com<br />

Édison Carneiro e as negociações de Hosanah de Oliveira com o genro de Manuel<br />

Querino constituem-se exemplos do que me referi como sendo a constituição de<br />

um campo de práticas de pesquisa entrecortado por relações de autoridade e domesticidade.<br />

A identificação dos pontos de tensão que marcam essas relações e<br />

os modos através dos quais foram vertidas em “material etnográfico” não é exa -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 65<br />

65<br />

ta mente uma novidade. Todavia, as notas, correspondências e relatos que des -<br />

crevem essas relações não deixam de colocar em relevo distintas intervenções e<br />

experiências em torno da pesquisa, utilizadas pelo autor ao longo de sua trajetória<br />

intelectual. Embora, em toda a sua extensa bibliografia, Ramos não tenha produ -<br />

zido textos cujo caráter seja, estrito senso, etnográfico, notas produzidas por ele<br />

e a ele enviadas por seus diferentes colaboradores revelam como o próprio Ramos<br />

concebia as práticas que consagraram sua conversão de médico em antropólogo. 12<br />

A leitura das notas de Ramos nos permite perscrutar um território pouco explora -<br />

do da prática antropológica. Como ressalta Rena Lederman, enquanto o trabalho<br />

de campo e a etnografia têm sido objeto de acuradas leituras e críticas, devido ao<br />

seu caráter pessoal, supostamente inconcluso e provisório, as “notas de campo” têm<br />

sido ignoradas como objetos de análise (1990: 73). A propósito das diferenças<br />

entre “notas de campo” e etnografia, James Clifford argumenta que “a identidade<br />

das notas de campo como um corpus discreto depende de uma especialização<br />

difícil de ser mantida, um conjunto específico de distâncias, fronteiras e modali -<br />

dades de viagem (...)” (Clifford, 1990: 64). As notas produzidas por Ramos em<br />

situações pessoais/profissionais diversas nos possibilitam, ao menos, revolver um<br />

campo intrincado de discursos sobre os primórdios da antropologia dedicada aos<br />

temas afro-americanos produzida no Brasil. A suposição, comumente sugerida<br />

em tom acusatório (Carneiro, 1964), de que Ramos não foi exatamente um fieldworker,<br />

acaba por qualificar não somente certos “pais fundadores” em detrimento<br />

de figuras periféricas, bem como práticas e procedimentos de pesquisas.<br />

Ao focalizar, não exclusivamente, mas com maior detalhe, o material etnográfico<br />

utilizado por Ramos, proponho um outro caminho de análise. 13 Não só as anotações<br />

de uma inacabada etnografia sobre a vida e religiosidade das classes pobres<br />

no Rio de Janeiro produzidas no <strong>final</strong> dos anos 1940, como notas de diários<br />

e textos contendo informações colhidas ao longo de sua viagem e pesquisa no sul<br />

dos Estados Unidos, nos sugerem que Ramos tinha seus próprios modelos do<br />

que chamava pesquisa de campo e etnografia, modelos que, em certa medida, não<br />

eram tão distintos daqueles que marcaram experiências vivenciadas por antropólo -<br />

gos de sua geração e com os quais partilhou interesses temáticos e afinidades<br />

teóricas. Há, certamente, hiatos e silêncios interessantes nas marcas dessa passa -<br />

gem pelos EUA, que serão a seguir explorados. Assim, não só as notas de um es -<br />

tra nho campo construído por Ramos ao redor do Edifício Tupi, mas as descrições<br />

de viagens e pesquisas que concebeu como sendo de caráter etnográfico, podem<br />

nos ajudar a revolver diferentes níveis de compreensão sobre qual tem sido o seu<br />

lugar em tentativas de produção de uma narrativa histórica sobre a antropologia<br />

no Brasil. Todavia, é preciso advertir o leitor de que não partilho da fantasia de<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 66<br />

66<br />

que os documentos exumados do arquivo de Ramos sejam capazes de revelar o<br />

desconhecido ou comprovar versões prescritas da sua biografia. Minha leitura da<br />

coleção/arquivo de Ramos é tão seletiva quanto a lógica que, pretendo demons -<br />

trar, marcam seu projeto autobiográfico. Como observa Rousso, “existe um abismo<br />

entre aquilo que o autor de um documento pôde ou quis dizer, a realidade<br />

que esse documento exprime e a interpretação que os historiadores (mas também<br />

os antropólogos) que se sucederão em sua leitura farão mais tarde: é um<br />

abismo irremediável, que deve estar sempre presente na consciência, pois assinala<br />

a distância irredutível que nos separa do passado, essa ‘terra estrangeira’”<br />

(1996: 90).<br />

Ao trazer notas periféricas e inconclusas de Ramos para o centro da minha<br />

análise, estou ciente dos perigos de tornar demasiado presentistas minhas reflexões<br />

sobre as semelhanças que imagino guardarem com a fase inicial de sua<br />

carreira – ao longo da qual informantes distantes foram incorporados às suas análi -<br />

ses sobre religiosidade afro-brasileira. A heterogeneidade e a forma pela qual estas<br />

notas foram incluídas no arquivo do antropólogo me fazem hesitar diante de<br />

uma simples tarefa descritiva. Observando criticamente a lógica de seu arquivo<br />

e a forma pela qual essas experiências foram convertidas em documento e artefato,<br />

me parece mais oportuno refletir sobre a tarefa do Ramos-arquivista-cole -<br />

cio nador – ou daqueles que se ocuparam de sua organização após a morte do<br />

antropó logo. Certamente, há diferenças tanto nas formas de inscrição, descrição<br />

e trans crição desses textos, como nas lógicas que permitiram sua inclusão na<br />

coleção/arquivo do autor. Enquanto as várias estratégias de produção de texto<br />

empregadas irão determinar de que forma falas, gestos e silêncios foram traduzidos<br />

e interpretados em “notas de campo” e etnografia, as lógicas de inclusão no<br />

arquivo irão orientar e condicionar futuras leituras em torno de corpos discretos<br />

de conhecimento. 14 Observando o material depositado no arquivo de Ramos à<br />

luz de um repertório de discussões mais amplas e que dizem respeito não só ao<br />

uso de cartas, fragmentos de textos e papéis mantidos em arquivos pertencentes<br />

a antropólogos, mas à reflexão sobre seus contextos de produção e arranjo, meu<br />

propósito é focalizar pontos específicos de alguns deslocamentos na trajetória de<br />

Ramos (Lederman, 1990; Trouillot, 1995; Des Chenes, 1997). Meu objetivo é<br />

compreender o lugar da viagem e da pesquisa de campo nas experiências de<br />

Ramos, bem como a relação estabelecida entre ambas – seja como modalidades<br />

singulares de produção de um certo conhecimento antropológico, seja como marcas<br />

de um processo de conversão intelectual capaz de reconfigurar a trajetória<br />

profissional do autor. 15 Não só a experiência etnográfica que iniciou já no <strong>final</strong><br />

de sua vida –, inventando um campo de observação através de redes de infor-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 67<br />

mantes-porteiros, faxineiros, lavadeiras e seus conhecidos no Leme, e suas pe -<br />

rambulações em terreiros e sessões espíritas em Belford Roxo, Acari e Abolição –,<br />

mas também a sua tentativa de transformar certas viagens em situações de obser -<br />

vação especializada serão focos da minha atenção.<br />

CARTOGRAFIAS E VIAJANTES MODERNOS<br />

67<br />

Como salientou Mary Louise Pratt, parte substancial das narrativas de viagem<br />

descreve encontros e, inevitavelmente, põe em evidência zonas de contato, nas<br />

quais os viajantes que observam – culturas, povos e histórias – têm sua subjeti -<br />

vidade em relevo cada vez que definem, traduzem e classificam o outro (1992:<br />

7). É recente a literatura que tematiza diferentes modalidades de narrativas de<br />

viagem experimentadas por exploradores, aventureiros, administradores, jorna -<br />

listas e escritores ao longo do século XX, quando a figura do antropólogo representando<br />

uma categoria especial de viajante ganhou um lugar de proeminência.<br />

Ainda assim, como muitos autores têm chamado atenção, as etnografias conti -<br />

nuam a manter uma forte afinidade e semelhança estilística com as narrativas de<br />

viagem (Fabian, 1983; Scott, 1989; Clifford, 1989; 1992; Pratt, 1992). Muitas<br />

experiências etnográficas produzidas nas primeiras décadas do século XX estiveram<br />

marcadas pela presunção de que tais viajantes – os antropólogos – eram<br />

dotados de dons especiais que os tornavam capazes de transpor fronteiras temporais<br />

e espaciais, bem como conhecer, descrever e interpretar aquilo que o olhar<br />

não iniciado enxergaria apenas como exótico e diverso (Rosaldo, 1986; Clifford<br />

& Marcus, 1986). As atividades desempenhadas pelos antropólogos, todavia, têm<br />

implicações que ultrapassam formas de deslocamento simplesmente espaciais. A<br />

etnografia – gênero particular de relato e escrita destinado a documentar formas<br />

de conhecimento resultantes de distintas experiências envolvendo encontros, contatos<br />

e formas de observação – não consistiu em virtude de um viajante oniscien -<br />

te, ou mesmo, nas palavras de Sérgio Cardoso, não se resumiu a uma suposta<br />

“ingenuidade do vidente” (1988: 349). Ao tratar a viagem – e sobretudo aquelas<br />

de caráter etnográfico – como sendo uma forma singular de “deslocamento”,<br />

Lévi-Strauss imaginou um percurso entrecortado por diferentes tipos de relações,<br />

vínculos e formas de comprometimento. “Em geral”, argumenta, “conhecemos<br />

as viagens como um deslocamento no espaço. É pouco. Uma viagem inscreve-se<br />

simultaneamente no espaço, no tempo e na hierarquia social. Cada impressão só<br />

é definível se a relacionarmos de modo solidário com esses três eixos, e, como o<br />

espaço possui sozinho três dimensões, precisaríamos de pelo menos cinco para<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 68<br />

68<br />

fazermos da viagem uma representação adequada” (1996 (1955): 81). A compreensão<br />

acerca dessas formas de deslocamento deve ser ampliada. Refletir acerca<br />

da experiência de viagem a partir da análise das três dimensões apontadas por<br />

Lévi-Strauss nos oferece a possibilidade de compreender as distintas operações<br />

que transformaram a prática etnográfica num tipo qualitativamente diferencial<br />

de observação, envolvimento e descrição. Por outro lado, também nos possibilita<br />

concebê-la como uma atividade de reflexão pós-fato.<br />

A própria caracterização das escolhas e projetos em torno da definição do campo<br />

antropológico, problematizado por Mariza Peirano ao focalizar a maneira pela<br />

qual a alusão ao acaso aparece em narrativas que revisitam trajetórias profissio -<br />

nais, nos sugere um trabalho de classificação e qualificação da viagem realizado<br />

a posteriori (1992). 16 Nesse sentido, podemos suspeitar que viagens não previamen -<br />

te imaginadas como pesquisa de campo foram de grande importância na configuração<br />

de quadros comparativos e na reflexão teórica dentro de certos corpos<br />

de conhecimento. Resultam de projetos anteriores e envolvem conflito, conquista<br />

e relações desiguais de poder. “Ir e retornar”, ressalta David Scott, são movimen -<br />

tos que “organiza(m) as disposições geográficas e epistemológicas do olhar antro -<br />

po lógico” (1989: 78). Seguindo criticamente os passos de Edward Said, James<br />

Clifford mostra que a análise de algumas viagens realizadas por intelectuais já no<br />

século XX permite repensar certas definições conferidas a experiências tradicio -<br />

nal mente vistas como sendo o seu oposto: a reflexão e a produção teórica. Nesse<br />

caso, dificilmente poderíamos caracterizar aparentes oposições tais como desloca -<br />

mento/reflexão e viagem/teoria como noções antitéticas, pois não se reduzem a<br />

atividades que exigiram ora a localização, ora a dispersão e o exílio. Ao contrário,<br />

tais dimensões comumente descritas sob a forma de oposição deveriam ser compreendidas<br />

como uma “série de localizações e encontros, viagens no interior de<br />

diversos, ainda que limitados, espaços” (Clifford, 1989: 182). Ao mesmo tempo,<br />

ao ocorrerem mais em certas direções e se mostrarem histórica e disciplinarmente<br />

localizados em certos centros de gravidade, tais movimentos não podem<br />

ser vistos como algo aleatório ou inocente (Scott, 1989: 78). Essa perspectiva<br />

mul tifocalizada tão pouco poderia ser reduzida a sua dimensão textual, na qual<br />

a reificação do deslocamento se explicita através de uma estratégia discursiva e<br />

estilística. Mais do que isso, tanto as impressões de viagem vertidas em um certo<br />

tipo de relato quanto sua transformação em texto etnográfico são frutos de expe -<br />

riên cias concretas, que incorporam descrições da realidade social através de ope -<br />

rações de dominação e subordinação (Said, 1989; Rosaldo, 1989: 116). Ainda<br />

assim, James Clifford chama atenção para as diferenças que entrecortam as expe -<br />

riências dos viajantes e, uma vez transformadas em algum tipo de narrativa, suas<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 69<br />

69<br />

formas de veiculação e circulação. “O viajante moderno”, adverte, “diferente do<br />

etnógrafo, não tem campo, só uma rota, nenhum corpus de dados classificados,<br />

só a narração. As ‘descrições’ de viagens primárias são registradas em jornais e<br />

não em notas de campo. Como essas diferenças genéricas e profissionais têm sido<br />

constituídas e mantidas” (1990: 65)? Ou mesmo, caberia indagarmos até que<br />

ponto o destino dessas experiências é responsável pela alteração e requalificação<br />

daquilo que foi experimentado, descrito e narrado? Nas palavras de Lévi-Strauss,<br />

o “viajante moderno” dissimula seu conhecimento sobre o objeto. A estranheza<br />

não mais se impõe como experiência mediadora dos encontros. “O viajante moder -<br />

no é menos surpreendido do que admite (...) a busca do exotismo resume-se à<br />

coleção de estados antecipados ou retardados de um tema que nos é familiar”<br />

(1996 (1955): 82).<br />

A ambigüidade que denota essa semelhança de gêneros de escrita pode ser<br />

transposta para a complexa relação entre notas de campo e etnografia. Nem todas<br />

as notas transformam-se em objeto da reflexão etnográfica, da mesma forma<br />

em que nem sempre essa última se reduz à interpretação direta e exclusivamente<br />

vinculada às experiências vivenciadas no trabalho de campo. A etnografia pode<br />

ser, e por vezes tem sido, resultado de investimentos diversos que comportam des -<br />

crições e reflexões sobre viagens vividas e imaginadas. Resta-nos compreender de<br />

que maneira e por meio de que operações, experiência sociológica e imaginação<br />

convergem no texto etnográfico, e também em que arenas discursivas se transfor -<br />

mam relatos autorizados sobre identidade e diferença (Massi, 1992: 193; Leder man,<br />

1990). Essas considerações nos ajudam a problematizar, sob uma perspectiva<br />

histórica, uma associação já não mais banalizada, mas que à época em que Arthur<br />

Ramos produziu era muito comum: a idéia de que toda e qualquer viagem reali -<br />

zada por esses profissionais da observação especializada poderia ser traduzida em<br />

um estilo particular de descrição. Essas experiências trouxeram implicações particularmente<br />

importantes na configuração de um campo de estudos interdisciplinares<br />

no qual Ramos se viu um autorizado precursor e especialista. As lógicas<br />

responsáveis pela construção e direcionamento dos focos de atenção, escolha,<br />

comparação, bem como os limites que caracterizaram a objetificação do afroamericano<br />

nos anos 1930 e 40 do século passado, resultaram de experiências<br />

de des locamento e transposição de fronteiras – bem como projetos de viagens –<br />

de natureza diversa. Como Ramos, outros intelectuais latino-americanos contemporâneos<br />

produziram narrativas semelhantes sobre o afro-americano, nas<br />

quais temas como “raça” e nação foram confrontados e focalizados como leituras<br />

fragmentadas, frutos de deslocamentos não só de ordem teórica mas, sobretudo,<br />

política.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 70<br />

70<br />

Vários estudos recentes têm focalizado seja o caráter transnacional, seja a comple -<br />

xidade política das intenções e projetos que orientaram um grupo de inte lectuais<br />

em direção à formulação de um objeto de atenção cujas fronteiras, simul ta nea -<br />

men te, ultrapassam e se misturam àquelas comumente erigidas na representação<br />

da nação (Trouillot, 1992; Yelvington, 1999, 2001; Palmié, 1998, 2002; Cunha,<br />

2002). Na formulação de uma antropologia do “Negro no Novo Mundo” (New<br />

World Negro), projetos disciplinares e políticos estiveram em diálogo. Embora as<br />

instigantes análises de Walter Jackson (1986) e David Scott (1991) tenham limi -<br />

tado o estudo dessa imbricação ao contexto norte-americano nos anos 1920 e<br />

30, há muito que se investigar acerca de processos anteriores já em curso em alguns<br />

países latino-americanos, nos quais a influência da escola boasiana é mínima<br />

(como são o caso de Cuba e o Haiti), ou relevante somente a partir da segunda<br />

metade da década de 30 (Brasil). São diversos os embates políticos e os dilemas<br />

disciplinares transformam o “negro” em objeto de atenção no Brasil, em Cuba e no<br />

Haiti. Devemos nos perguntar sobre as operações e discursos que subordina ram<br />

essa pluralidade de abordagens em torno de um objeto que envolvia proble mas<br />

de ordem política e social de um lado, e teórica de outro, a um único e inexorá -<br />

vel processo de expansão da antropologia norte-americana no Caribe e na América<br />

Latina. Nesse sentido, a combinação de um certo humanismo nas práticas e nas<br />

idéias com um engajamento político dos alunos de Franz Boas em torno das no -<br />

ções de “raça” e “cultura” deve ser confrontado com outras trajetórias intelectuais<br />

similares em contextos pós-coloniais, enfocadas, quase sempre, por seus vínculos<br />

com projetos de reforma social e nacionalismo. Por esse caminho é possível refle -<br />

tirmos sobre os significados de viagens que visaram ampliar os horizontes do debate<br />

sobre o afro-americano a partir de uma perspectiva transnacional.<br />

As viagens de Fernando Ortiz à Europa, entre 1899 e 1903, e aos Estados Uni -<br />

dos em 1931-1933, por exemplo, fornecem balizadores fundamentais para compreendermos<br />

sua trajetória intelectual e sua leitura racializada de Cuba, re pre -<br />

sentada através da metáfora do ajiaco. Da mesma forma, a compreensão acer ca<br />

das primeiras pesquisas de Melville Herskovits no Suriname, em 1928, é funda -<br />

men tal na observação de como suas leituras de noções como cultura e história<br />

permitiram a confecção de uma inusitada cartografia afro-americana (Ortiz, 1944;<br />

Coronil, 1995; Palmié, 1998). 17 Os exemplos de Ortiz e Herskovits, todavia,<br />

visam representar movimentos paradigmáticos e quase simétricos. De um lado,<br />

o intelectual cubano que se nutre de idéias, teorias, métodos e perspectivas cientí -<br />

ficas na Europa e nos Estados Unidos e, a partir dessas viagens, é capaz de repensar<br />

sua própria forma de conceber um objeto diante do qual se posiciona dema sia -<br />

damente próximo: a nação. Nesse caso, a viagem parece ter produzido uma expe -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 71<br />

71<br />

riência salutar, a de buscar objetividade e distanciamento. São ferramentas supos -<br />

tamente necessárias e que matizam o estigma de interpretações (des)qualificadas<br />

como provincianas, locais e nativas. De outro, teríamos um movimento inverso.<br />

Um intelectual norte-americano amplia as fronteiras de um debate político crucial<br />

para o desenvolvimento da disciplina nos Estados Unidos. Por meio de pesquisa<br />

de campo e escrita etnográfica – experiências qualitativamente distintas da via -<br />

gem-exílio ou viagem de estudos, modalidades de deslocamento que caracterizam,<br />

a partir de então, as viagens de intelectuais latino-americanos e caribenhos<br />

à Europa e aos Estados Unidos – confere aos seus nada próximos objetos um olhar<br />

científico com o qual é possível creditar-lhes uma história e cultura (Jackson,<br />

1987; Baker, 1998; Yelvington, 1999). A caracterização um tanto redutora dessas<br />

duas modalidades de deslocamento visa apenas sinalizar o seu pertencimento a<br />

uma arena complexa de discussões sobre poder e autoridade intelectual que vem<br />

percorrendo várias áreas da disciplina nas últimas décadas. E, embora esse texto<br />

não seja o lugar para analisarmos as experiências e envolvimentos de Ortiz e<br />

Herskovits em distintos trajetos e diálogos transnacionais, há muito que se inves -<br />

tigar acerca do que aparenta movimentos de aquisição de conhecimento unilate -<br />

r ais. Tanto essas posições não são fixas quanto as rotas e lugares onde tais transfor -<br />

mações foram produzidas podem ser reconfiguradas (Mintz, 1998; Gupta &<br />

Ferguson, 1997; Rosberry, 1998; Clifford, 1997).<br />

Num movimento singular, a leitura que Eric Williams fez sobre uma agenda<br />

de estudos afro-americanos no início dos anos 1940, momento em que se insi -<br />

nuava fortemente inspirada nas proposições de Herskovits, pode ser citada como<br />

uma possibilidade distinta e alternativa. Num encontro patrocinado por agências<br />

governamentais e privadas norte-americanas em Washington em 1941, no<br />

qual o destino dos recursos de pesquisa e objetivos dos então chamados negro<br />

studies deveriam ser definidos, Williams explicitava sua visão tomando a história<br />

das populações afro-caribenhas como exemplo. Sugeria existirem outras implica -<br />

ções, nitidamente políticas, na definição de seu foco, prioridade e cartografia. No<br />

seu entender, as pesquisas sobre os afro-americanos em regiões como o Caribe não<br />

deveriam limitar-se à coleta de artefatos e contos de exóticas e isoladas popula -<br />

ções de ex-escravos. Ao contrário, deveriam debruçar-se sobre as experiências<br />

vivenciadas no período da pós-emancipação, justamente quando se mostravam<br />

imersas em processos de dominação e discriminação raciais. Para Williams, as relações<br />

entre raça e colonialismo no Caribe só poderiam ser apreendidas se vistas<br />

como parte de um processo contínuo de deslocamento histórico e geográfico capaz<br />

de reconfigurar o lugar da Europa num campo de discussões e perspectivas<br />

intelectuais hegemonicamente norte-americanas (Williams, 1941; Trouillot,<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 72<br />

1998). 18 O olhar crítico de Williams nos é útil na compreensão dos contatos e<br />

da aproximação de Ramos com os antropólogos e a antropologia norte-america -<br />

na. É possível que sua viagem, ainda como um projeto, tenha sido vislumbrada<br />

como desdobramento das experiências que outros intelectuais brasileiros contem -<br />

porâneos tiveram nos Estados Unidos. Porém, o que Ramos imaginou sacralizar,<br />

como motivo que deflagrou os contatos profissionais e pessoais que mobilizou<br />

para esse fim, foi a autoridade que julgava galgar em torno dos então chamados<br />

estudos afro-brasileiros e a singular posição política do Brasil nesse contexto inte -<br />

lectual. É justamente na confluência dessas duas dimensões que seus trajetos de<br />

viagem podem ser entendidos.<br />

MEMORABILIA: A VIAGEM LEMBRADA<br />

72<br />

As primeiras manifestações de suas intenções da viagem datam de 1936 quando<br />

o então pouco conhecido dr. Ramos gozava das críticas favoráveis que seu livro<br />

O negro brasileiro, publicado em 1934, havia suscitado na imprensa e nos meios<br />

intelectuais locais. Pelo Brasil passava, então, em missão especial mas também<br />

para estreitar os laços de amizade com alguns intelectuais brasileiros, Lewis Hanke<br />

– historiador e responsável pela criação do Committee of Latin American Studies<br />

na Universidade de Harvard. Hanke dava continuidade a um pioneiro e ambicio -<br />

so projeto: coletar bibliografia e convidar intelectuais latino-americanos para contribuírem<br />

para a edição do Handbook of Latin American Studies de 1937. Aqui<br />

estava também como divulgador da nova política cultural que os Estados Unidos<br />

selaram através de um acordo com alguns representantes de países latino-ameri -<br />

canos em 1936 num encontro em Buenos Aires. Graças ao financiamento do<br />

Departamento de Estado, da American Council of Learned Societies, de funda -<br />

ções como a Rockefeller, Guggenheim, Ford e ao apoio de algumas universidades<br />

americanas, uma forma particular de viagem – o intercâmbio cultural – fora inven -<br />

tada de maneira a reimaginar velhas fronteiras. 19<br />

No entreguerra, a América Latina, vista como um território suscetível ao avan -<br />

ço do nazifascismo, seria reconfigurada dentro das fronteiras geopolíticas norteamericanas.<br />

Os discursos e textos publicados nos documentos do Departamento<br />

de Estado norte-americano são muito claros no desejo de reconstruir uma história<br />

de (boa) vizinhança pan-americana dentro dos seus jardins (Gilbert, 1998; Sal -<br />

va tore, 1998). Esses artefatos – boletins, ofícios, projetos, relatórios, cartas de re -<br />

co mendação, expedição de passagens, concessão de vistos e passaportes – são pe -<br />

ças arqueológicas que comprovam a existência de novos viajantes modernos e,<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 73<br />

73<br />

cada vez mais, especializados. Ao mesmo tempo constituem os primeiros sinais<br />

da descoberta oficial de que a América era objeto de desejo não só de imigrantes<br />

europeus, mas de populações então chamadas hispânicas. Esse contexto consiste<br />

numa rede de envolvimentos e projetos de caráter pessoal e institucional muito<br />

extensa – e que ganham uma conotação específica com a deflagração da guerra<br />

na Europa – e não há espaço para abordá-lo em toda sua complexidade nesse texto<br />

(Micelli, 1990; Gilbert, 1998; Salvatore, 1998). Todavia, é preciso ressaltar alguns<br />

pontos que demonstram sua relevância para a compreensão do quadro político<br />

no qual a viagem de Ramos deve ser enfocada. Através desses programas, no iní -<br />

cio dos anos 1940, Louis Price-Mars (Haiti), Fernando Romero (Peru), Aguirre<br />

Beltran (México), e os brasileiros Érico Veríssimo, Sérgio Buarque de Holanda,<br />

Dante de Laytano, Ruy Coelho, Octávio da Costa Eduardo, René Ribeiro e Gi l -<br />

berto Freyre, entre outros, viajaram aos Estados Unidos com recursos de instituições<br />

educacionais e governamentais norte-americanas.<br />

Pelo seu caráter oficial, a institucionalização das viagens de “intercâmbio cultural”<br />

como parte da política norte-americana para a América Latina e o Caribe<br />

produz uma intensa e crescente circulação de intelectuais norte-americanos em<br />

instituições de ensino superior nos Estados Unidos durante toda a década de<br />

1940. É dessa forma que sua referência aparece num comentário que Elsie Clews<br />

Parsons faz a Herskovits quando da passagem de Ramos e do folclorista peruano<br />

Fernando Romero pelos Estados Unidos em março de 1941 – homens “enviados<br />

pelo Departamento de Estado”. 20 “Intercâmbio”, “troca” e cultural exchange.<br />

Termos pouco definidos, mas categorias poderosas, no sentido de realçar inten -<br />

ções aparentemente movidas por interesses exclusivamente intelectuais, que leva -<br />

ram tais viajantes a cruzarem fronteiras com outras lentes. É nesse contexto que<br />

o dr. Ramos, por volta de 1937, envia seu projeto para a <strong>Fundação</strong> Rockefeller<br />

e, logo depois, para a John Simon Guggenheim Memorial Foundation. Na sua<br />

primeira tentativa, Ramos não teve sucesso. A posição vacilante do Brasil com<br />

relação ao Eixo deixou seus intelectuais de fora dos primeiros grupos de professores<br />

e estudantes latino-americanos que foram enviados aos Estados Unidos. Na<br />

segunda tentativa, porém, uma rede de contatos que fizera ainda no Brasil se<br />

transformou num auxílio poderoso a seu favor. Em 1938, depois de explicitar<br />

seu interesse numa bolsa que o levasse a Northwestern University, onde estava<br />

Melville J. Herskovits, ou para a University of Chicago, onde estavam Robert E.<br />

Park e Robert Redfield, Ramos conclui de forma entusiasmada a justificativa de<br />

seu intento: “O meu desejo mais ardente é aproximar cada vez mais o Brasil da<br />

América do Norte, o que podemos fazer no setor universitário.” Essa afirmação<br />

aparece em carta enviada por Ramos a Melville Herskovits. 21<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 74<br />

74<br />

Relações de reciprocidade redirecionaram parte substancial dessas rotas e<br />

co n du ziram os projetos dos viajantes. A viagem de Park ao Brasil em 1937, por<br />

exem plo, reafirmou o interesse do sociólogo da Universidade de Chicago em incluir<br />

o Brasil como foco de atenção dos seus seminários sobre cultura e contato<br />

racial. Para isso, tinha ao lado seu aluno Donald Pierson, responsável em cice -<br />

roneá-lo e apresentá-lo a intelectuais brasileiros. O contato entre Robert E. Park<br />

e Ramos foi viabilizado por Donald Pierson. Em carta a Ramos, Pierson incluía<br />

a viagem de Park ao Brasil dentro da política de “intercâmbio cultural”: “Concordo<br />

plena mente consigo em dizer que o Brasil e a América do Norte deve ser aumen -<br />

tado. Tenho desejo sincero de contribuir como posso a este fim. Em mez (sic) de<br />

ju lho meu grande mestre, dr. Robert E. Park, estudioso profundo em matérias<br />

de sociologia, especialmente a respeito de questões de raça. Eu lhe dei o seu<br />

endere ço, pedindo que o visitasse quando ele chegar ao Rio.” 22 Anterior a esses<br />

en contros, todavia, o envolvimento e a sintonia que havia estabelecido com os<br />

temas investigados por Melville Herskovits reconduziram as viagens e os trajetos<br />

de Ramos nos Estados Unidos. Embora manifestasse o desejo de “freqüentar os<br />

semi nários” de Park, em Chicago, e de Herskovits, em Northwestern, sua esco -<br />

lha foi determinada por outras injunções que o levariam primeiramente a Baton<br />

Rouge – para a Louisiana State University (LSU). 23 Paralelo a toda negociação<br />

em torno do pedido de bolsa de Ramos a várias fundações norte-americanas, T.<br />

Lynn Smith, responsável pelo Departamento de Sociologia Rural da LSU e envol -<br />

vido em projetos devotados à sociologia rural no Brasil, apoiado por subsídios<br />

do Departa men to de Estado norte-americano, o convidara para ministrar cursos<br />

sobre race and race relations em Baton Rouge. 24<br />

Mas não só contatos estritamente oficiais levaram Ramos aos Estados Unidos.<br />

Considerar esse aspecto, apesar da pouca ênfase que Ramos deu a essas relações,<br />

é de extrema importância para entendermos a economia política dos percursos<br />

que fez nos Estados Unidos. Ainda assim, a natureza dos contatos de caráter pessoal<br />

deve ser matizada e não necessariamente oposta aos primeiros. Desde 1936,<br />

Ramos vinha mantendo um estreito contato por meio de cartas com um profes -<br />

sor de literatura e história latino-americana da Universidade de Puerto Rico,<br />

chamado Richard Pattee. As viagens e os interesses que levaram esse obscuro personagem<br />

a realizar uma verdadeira peregrinação por alguns países americanos,<br />

ainda antes de assumir um posto no Bureau of Latin American Republics dentro<br />

do próprio Departamento de Estado, demonstram como projetos políticos e<br />

intelectuais se realimentaram nesse contexto. Pattee foi exemplo de um viajante<br />

especializado que, a partir de 1935, se lança – num primeiro momento sem apoio<br />

institucional – em um percurso transnacional em busca do que chamava estudos<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 75<br />

75<br />

sobre as coisas africanas na América. O fato é que os pontos de inscrição dessas<br />

via gens passam, pouco a pouco, a caracterizar um trajeto e, por conseguinte, um<br />

mapa muito específico. É via a intervenção de Pattee que o nome de Ramos se<br />

firma como uma autoridade brasileira em estudos afro-brasileiros fora do Brasil.<br />

Foi Pattee quem promoveu o contato de Ramos com algumas instituições afro-ame -<br />

ri canas nos EUA: como a National Association for the Advancement of Colored<br />

People (NAACP), o Journal of Negro History, e o Journal of Negro Education. 25<br />

Ao mesmo tempo em que Ramos era sondado por Lewis Hanke para integrar<br />

o Handbook of Latin American Studies em 1936, W. E. B. Du Bois – nessa<br />

época já em Atlanta University – escrevia a Ramos convidando-o para participar<br />

da Encyclopedia of Negro. 26 Dois anos depois, por intervenção de Pattee, Ramos<br />

entra em negociação com o historiador Carter G. Woodson – editor do Journal<br />

of Negro History –, interessado em publicar O negro brasileiro em inglês. Seria este<br />

o primeiro livro sobre o tema escrito por autor latino-americano publicado nos<br />

Estados Unidos. Entretanto, seus leitores deveriam ser apresentados a uma reali -<br />

dade totalmente desconhecida e o projeto envolveria a alteração de algumas partes<br />

da edição brasileira. Em 1938, o tradutor, Pattee, escreveria a Ramos, suge rindo<br />

a adição de um capítulo sobre culinária baiana: “Não é coisa indispensá vel, mas<br />

penso que daria uma idéia ainda mais completa de um aspecto curioso da vida<br />

negra no Brasil.” Ramos não só escreveu um capítulo sobre culinária como subtraiu<br />

partes indecifráveis da sua edição original. Na sua definição, o livro “não tem interesse<br />

antropológico, sendo apenas um modesto aperçu para conhecimen to do<br />

leitor médio norte-americano, tal como pediram os editores”. 27 Mas, ao cruzar<br />

fronteiras, mesmo seguindo direções previamente orientadas, as idéias já não mais<br />

pertencem aos seus “donos”: circulam, tornam-se objeto de comparação, deslocam-se<br />

do contexto em que foram produzidas (Clifford, 1983; Gordon, 1990).<br />

Esses antecedentes nos ajudam a perceber que não só pessoas cruzam fronteiras,<br />

mas suas idéias, emolduradas em suportes variados – como o livro, o artigo pu -<br />

blicado, o nome citado, a resenha referida – são poderosos instrumentos de projeção<br />

e transposição dos autores para fora dos limites nos quais sua criação foi<br />

concebida.<br />

Cartas de recomendação, apresentação, contato, oferecimento, livros, artigos,<br />

resenhas, bilhetes e cartões transpuseram os oceanos e produziram interessante<br />

diálogo. Ramos tinha uma estratégia muito especial em promovê-los e talvez, na<br />

análise do elenco de seus interlocutores e preferências, possamos esboçar os ante -<br />

cedentes dos seus planos de viagem. Tinha o hábito de enviar seus livros a destaca -<br />

dos intelectuais no campo da psicologia e das ciências sociais. Lévy-Bruhl res -<br />

pondeu-lhe cordialmente, Boas e Freud, entretanto, lamentaram-se da falta de<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 76<br />

76<br />

habilidade com o português. Essas cartas, todavia, transformadas em poderosos<br />

artefatos de validação da carreira de Ramos, seriam objeto da referência de uma<br />

de suas poucas biografias, na qual Ramos seria não só referenciado como um in te -<br />

lec tual conhecido, mas, sobretudo, reconhecido por personagens ilustres. Tam -<br />

bém não é à toa que durante uma determinada gestão do setor da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional, que hoje abriga a Coleção de Ramos, sua correspondência tenha sido objeto<br />

de uma reorganização envolvendo a tradução de cartas em língua estran geira<br />

ou ilegíveis, na qual a relevância atribuída a determinados interlocutores deixou de<br />

fora conversas, contatos e diálogos importantes para compreendermos um complexo<br />

sistema de atribuição de prestígio, autoridade e valor no campo intelectual.<br />

As viagens nem sempre começam quando e onde os viajantes afirmam ter sido<br />

o seu início. Falar sobre a viagem, ou narrá-la sob a forma de um texto, é uma<br />

for ma de inventá-la como um trajeto que deve ter começo e fim. Lévi-Strauss<br />

tratou de forma poética e inocente suas hesitações em torno do que seria o início<br />

da experiência de deslocamento e, ao mesmo tempo, o “fim das viagens”: o<br />

momento de transformá-la em narrativa etnográfica. Justamente quando gozava<br />

uma situação de transição – a bordo do navio que rumava em direção aos trópicos<br />

–, refletia sobre a oportunidade de certos encontros fortuitos, ainda não<br />

emoldurados no clima e contexto da pesquisa de campo.<br />

“(...) o espírito etnográfico ainda me era tão alheio que eu não pensava em aproveitar<br />

essas ocasiões. Desde então, aprendi o quanto esses breves relances de uma cidade,<br />

de uma região ou de uma cultura exercitam utilmente a atenção e, por vezes, permitem<br />

inclusive – devido à intensa concentração que se faz necessária pelo ins -<br />

tante tão curto de que dispomos – apreender certas propriedades do objeto que<br />

poderiam, em outras circunstâncias, manter-se escondidas por muito tempo.<br />

Outros espetáculos me atraíam mais e, com a ingenuidade de um novato, eu observava<br />

apaixonado, no convés deserto, esses cataclismos sobrenaturais (...) se encontrasse<br />

uma linguagem para fixar essas aparências a um só tempo instáveis e rebeldes<br />

a qualquer esforço de descrição, se me fosse dado comunicar a outro as<br />

fases e as articulações de um acontecimento no entanto único e que jamais se reproduziria<br />

nos mesmos termos, então, parecia-me, eu teria de uma só vez atingido<br />

os arcanos da minha profissão: não haveria experiência estranha ou peculiar a<br />

que a pesquisa etnográfica me expusesse e cujo sentido e alcance eu não pudesse<br />

um dia fazer com que todos captassem” (1996 (155): 60).<br />

Ramos e sua esposa, Luísa, deixaram pistas de uma certa presunção quanto a<br />

um poder ilimitado de descrição. As marcas da viagem – delicadamente docu-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 77<br />

77<br />

mentada na constante atenção às suas marcas mais indeléveis – estão por toda<br />

parte. É que a viagem à América – sob a forma de um projeto em constante ela -<br />

bo ração – começara antes. Nas cartas enviadas, nas referências comparativas de<br />

seus artigos a temas como “escravidão” e “raça” nos Estados Unidos e no Brasil,<br />

e na sua atitude favorável a uma política de “intercâmbio cultural” que projetava<br />

o império para as bordas de seus velhos, mas reconsiderados, súditos, desde<br />

meados dos anos 1930. A viagem, chegada, recepção, e passagem de Ramos por<br />

várias cidades norte-americanas foram singularmente descritas. Do porto do Rio<br />

de Janeiro, o navio que levara Ramos e d. Luísa aos Estados Unidos chegaria a<br />

New Orleans no <strong>final</strong> do ano de 1940. A partir de então, Ramos parece ter vestido<br />

a “ jaqueta de antropólogo” (McClintock, 1995), passando a observar e a escre -<br />

ver sobre o que via. Ramos inicia as primeiras observações e descrições sobre sua<br />

viagem. Mas, ao contrário de Lévi-Strauss, que em Tristes trópicos (1955; 1996),<br />

retomara suas notas de bordo para explicar e dar sentido ao seu sentimento de<br />

exílio, decepção e fadiga da civilização, Ramos deixou marcas, sinais triunfais<br />

dessa transposição de fronteiras políticas e culturais tão importantes para a atividade<br />

que desempenhava num mundo ameaçado pela guerra. Ao contrário do<br />

antropólogo francês, para o qual a alusão ao “Velho Mundo” pode ser vista como<br />

um recurso estilístico de forma a produzir uma mediação e preparação do leitor<br />

para um cenário cultural radicalmente diverso, as menções que Ramos faria ao<br />

que ficou para trás – o Brasil e os brasileiros – acompanhariam todas as referências<br />

e observações que fez, sob a forma de notas e cartas, de sua viagem.<br />

A partir de agosto de 1940, a coluna Movimento Cultural, escrita por Ramos<br />

para o jornal Diretrizes –, editado pelo jornalista Samuel Wainer –, passa a ser o<br />

espaço de divulgação de sua “correspondência” – nas palavras dos editores, “uma<br />

correspondência especial sobre assuntos culturais e sobre aspectos sociais da vida<br />

norte-americana”. 28 Mas as primeiras impressões sobre a viagem, Ramos as escre -<br />

ve do Delmondo, que compara a uma “universidade em trânsito”: cheio de white<br />

middle class, estudantes dos colleges americanos e professoras de high schools que<br />

o enchem de perguntas sobre o Brasil. Ramos parece exultar de sua condição ímpar:<br />

um professor brasileiro rumo à civilização. O último dia no Brasil, a convi -<br />

te de Diégues Júnior, é na pacata Vitória de 1940. De forma nostálgica avista<br />

“gente metida em roupa branca de linho engomado”, namoro de portão, conver -<br />

sa na farmácia, procissão, bilhares cheios e matinês de cinema. De volta ao navio,<br />

apelidado de “antecâmara da América”, personagens mais cosmopolitas invertem<br />

a cena. A figura de um missionário que conhece toda a literatura cristã que vai<br />

de “Maritain a Tristão de Ataíde” o instiga a iniciar de pronto suas observações<br />

sobre a gente de uma terra na qual ainda não aportara. Longe do Brasil e perto<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 78<br />

78<br />

de um território desconhecido, o antropólogo se vê observando um precursor<br />

mítico da curiosidade e imaginação antropológica. O missionário-observador já<br />

estivera nos Mares do Sul, Java, Nova Zelândia, e entre os maoris. Aos domingos,<br />

entretanto, incorporava o severo pregador que reunia toda gente a bordo em<br />

torno das suas preleções matinais. “É a única alusão à guerra”, que Ramos diz<br />

ouvir de seu “amigo”. De fato, o também professor de teologia parece ser o seu<br />

mais freqüente interlocutor, e é a vocação missionária, e não uma arguta capacidade<br />

de observação, o que parecia irmaná-los. 29<br />

Na mesma série de impressões sobre a “experiência americana”, Ramos deta -<br />

lhava seus objetivos e os compromissos, suscitados já nas suas referências à espan -<br />

tosa ignorância dos turistas que partilhavam com ele as manhãs ensolaradas no<br />

navio. Seus planos para a Louisiana State University eram ministrar dois cursos.<br />

Um sobre raças e culturas do Brasil, incluindo aspectos “da cultura, raça e antro -<br />

pologia física e cultural do índio, do europeu e do negro”; e outro, um seminário<br />

sobre as relações de raça. Para os leitores brasileiros prometia ainda mais: “De -<br />

ba teremos nesse setor as nossas experiências – a norte-americana e a brasileira –,<br />

especialmente no tratamento concedido às massas negras e índias das respectivas<br />

populações.” 30 Como missionário e tradutor, seu papel era dirimir incompreensões<br />

e explicar um desconhecido Brasil “entre círculos intelectuais”. Ramos tingia<br />

seus projetos com outras intenções de caráter fortemente nacionalista. 31 Estava<br />

em seus planos comparar a “situação do negro” nos dois contextos. Já em Baton<br />

Rouge, todas as primeiras impressões sobre a viagem, o encontro com o Mississípi<br />

e o porto de Nova Orleans parecem dar lugar a uma certa hesitação. E nesse ponto<br />

não é meu propósito recuperar, mas tão-somente imaginar os percalços e<br />

as experiências que teriam levado Ramos a privilegiar (ou a reduzir) suas impres -<br />

sões sobre o sul dos Estados Unidos a uma insistente referência comparativa<br />

ao Brasil. Esses comentários pontuam, de forma insistente, tanto os relatos de<br />

viagem quanto as notas que pretendeu etnográficas, dispersas por várias partes<br />

de sua coleção. Aos leitores de sua coluna, assegurava: não se des cuidaria daquela<br />

que talvez fosse sua missão principal – divulgar a “filosofia” das raças existentes<br />

no Brasil:<br />

“(...) temos que ensinar também. Ensinar uma técnica de vida que é caracteristicamente<br />

nossa. A técnica das relações humanas. A técnica da conduta social. A<br />

técnica da real democracia que transcende as injunções deste ou daquele período<br />

histórico (…) O estudo direto do negro no Deep South me proporcionará elementos<br />

de cotejo com idênticos problemas no Brasil – em seus aspectos antropológico,<br />

sociológico, psicológico etc. Direi lá o resultado da nossa experiência – que<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 79<br />

79<br />

eu creio a mais humana, a mais científica de todas as experiências já tentadas neste<br />

vasto problema das relações e contatos de raça”. 32<br />

Esse propósito é detalhado no paper intitulado Acculturation among the<br />

Brazilian Negroes (1941), escrito por Ramos no fim de 1940 para ser apresentado<br />

na reunião anual da American Anthropological Association (AAA), em painel<br />

organizado por Herskovits. Contudo, diante da impossibilidade de conseguir recursos<br />

para a viagem até Filadélfia, Ramos não compareceu à reunião onde foi<br />

representado por Herskovits, a quem escreveria explicando seus propósitos:<br />

“Escrevi o pequeno artigo às pressas, apenas para dar uma idéia do processo de<br />

aculturação entre os negros do Brasil. Contudo, se o senhor quiser, pode publi -<br />

cá-lo em qualquer revista que julgar conveniente.” 33 Possibilidades de pesquisas<br />

comparativas no sul foram repetidamente sugeridas pelos seus missivistas, entre<br />

eles, aqueles responsáveis pelos apoios que garantiram a concessão da bolsa que<br />

o levou à Louisiana State University. Destacaria Melville Herskovits e Richard<br />

Pattee. Em carta a Ramos em setembro de 1940, Herskovits afirmava:<br />

“Você vai gostar da Louisiana, onde encontrará muitas coisas que lhe irão interes -<br />

sar tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Espero que tenha oportuni -<br />

dade de fazer algum trabalho sobre os negros da região; com a preparação que<br />

você tem, estes estudos certamente alcançarão excelente resultado.” 34<br />

Certamente Ramos não via tudo o que observava. Ou talvez não quisesse<br />

transformar em observação tudo que os outros queriam que ele não só visse,<br />

mas comparasse. De todo modo, em uma de suas primeiras “cartas” publicadas<br />

em Diretrizes, Ramos tornou público seu desejo de transformar a região<br />

em objeto de pesquisa comparativa: “Meu campo de atuação é o Vale do<br />

Mississípi (…) me proporcionará elementos de cotejo com idênticos problemas<br />

no Brasil.”<br />

Em carta a Herskovits, escrita um mês após sua chegada a Baton Rouge, declarava<br />

estar gostando “imenso da LSU”: “Não só os estudantes como (os) professores<br />

estão muito interessados por tudo quanto tenho dito sobre os problemas<br />

de raças e de culturas no Brasil. Tenho aproveitado as horas vagas para estudar e<br />

observar a vida do negro nas plantações da Louisiana e em outros atos da sua<br />

vida social, do ponto de vista antropológico e sociológico, e será excelente trocarmos<br />

depois nossas impressões.” 35 Mas, apesar de ter escrito alguns artigos sobre<br />

a sua presença no sul, era o Brasil e os brasileiros que pareciam ser objeto da<br />

visão, e não da observação, de Ramos. Mas será que os antropólogos – na posição<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 80<br />

80<br />

de viajantes especializados – teriam necessariamente que descrever tudo o que<br />

viam, ou, mesmo, será que teriam tal poder de arguta observação?<br />

Mencionei rapidamente que Ramos viajara aos EUA num contexto de guerra.<br />

Essa referência não é um mero detalhe. A mobilização e o engajamento de<br />

intelectuais em esforços de guerra de diversos matizes redefine os parâmetros do<br />

debate sobre o papel da antropologia. Mais do que isso, como nos mostrou Amy<br />

Kaplan (1993) para o caso norte-americano, tanto os debates quanto as interpre -<br />

tações e narrativas produzidas sobre a guerra – desde a Guerra Civil – estão eivados<br />

de construções e projetos de nação. Não só nos textos que, dos Estados<br />

Unidos, Ramos envia para serem publicados em sua coluna no jornal Diretrizes,<br />

mas, sobretudo, nos convites que recebe de universidades americanas, percebese<br />

a interligação de dois temas: “democracia” e “raça”. Seu entendimento, porém,<br />

deve estar conectado a todo um contexto no qual discursos semelhantes se sobre -<br />

põem, embora dirigidos a questões e preocupações diversas. O ambiente inte -<br />

lectual americano, suas associações de classe, publicações e investimentos – como<br />

nos mostrou George W. Stocking Jr. –, vive alguns dos “medos” da guerra inten -<br />

samente e, é claro, por motivos diferentes. Algo, porém, parece tornar grande<br />

parte desses movimentos reativos em um uníssono: a idéia de que os ideais de -<br />

mocráticos da América deveriam ser expandidos como uma espécie de antído to<br />

contra o avanço do nazifacismo. Esse ideal levou antropólogos a integrarem-se<br />

em esforços de guerra, outra modalidade de viagem onde a guerra e os “povos”<br />

se misturavam em cadernos de campo e dossiês enviados ao Departamento de<br />

Estado norte-americano. A preocupação em produzir uma antropologia aplicada<br />

ao contexto de guerra não foi, obviamente, uma preocupação exclusiva de<br />

Ramos. Melville Herskovits, na sua importante e extensa rede de contatos com<br />

intelectuais caribenhos e latino-americanos, explicitou claramente sua preocupação<br />

não só com a posição do governo mas, também, com a dos intelectuais<br />

brasileiros:<br />

“Acredito que a ativa participação do Brasil na guerra, algo que foi cordialmente<br />

bem recebido neste país, não faça muita diferença no seu planejamento para o<br />

Departamento. De qualquer forma, é confortante saber que os nossos governos<br />

estão utilizando toda a capacidade profissional dos antropólogos nesse momento<br />

(…).” 36<br />

A América Latina, nesse contexto, é vista como um frágil território. O Brasil,<br />

um exemplo pouco conhecido de como raças poderiam viver em harmonia. Mas<br />

aqui e ali o fantasma racialista pairava sobre os céus abaixo da linha do equador.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 81<br />

Esse medo produziu estranhas alianças, ao menos no plano do discurso. Liberais<br />

e representantes do governo norte-americano e partidos e intelectuais de esquerda<br />

no Brasil espantavam-se diante da propaganda danosa que a organização<br />

de milícias nacionalistas ou organizadas “sob o ponto de vista da raça” produziam<br />

no país. Em 1943, em artigo chamado Hitler contra Zumbi, Jorge Amado,<br />

referindo-se a um suposto plano de Hitler contra negros na África do Sul e na<br />

América do Sul, citava as preocupações de Arthur Ramos no sentido de chamar<br />

atenção para o florescimento de idéias “fora de lugar”: “Foi necessário que medrasse<br />

aqui a semente no capim-verde do integralismo, para que os preconceitos raciais<br />

viessem à tona num país como o nosso de forte miscigenação.”<br />

É interessante notar que, para Ramos, as experiências de militância antifascista<br />

no Brasil não pareciam credenciais para que análises sobre a guerra e a expansão<br />

do racismo fossem, em outros contextos, explicitadas da mesma forma. Embora<br />

acreditasse que a antropologia devesse ser utilizada como instrumento da prega -<br />

ção de “valores democráticos”, o analista que dela fazia uso deveria confrontar-se<br />

com os fantasmas do etnocentrismo. Refletindo sobre suas experiências em movimentos<br />

similares patrocinados nos EUA por intelectuais, políticos e industriais<br />

liberais, Ramos parecia enxergar limites numa ação integrada:<br />

“Agora que me encontro no tempo e no espaço das discussões em que tomei parte,<br />

verifico como é possível extirpar aquele defeito de atitude que os antropólogos<br />

chamam de ‘etnocentrismo’, como é difícil deixar de querer impor aos ou -<br />

tros os conceitos que nos acostumamos a julgar como sendo os melhores. Não<br />

podemos discutir os problemas da futura paz, sem antes destruir o que estava erra -<br />

do neste velho mundo, sem destruir as coisas más que levam os homens à guerra,<br />

sem entrar na guerra para destruir a guerra” (Ramos apud Gusmão 1974: 55).<br />

TERRA ESTRANGEIRA: VIAGEM E NOSTALGIA<br />

81<br />

As notas de viagens de Ramos por terras norte-americanas não estão isentas de<br />

decepção e, de certa maneira, do que Renato Rosaldo ironicamente chamou<br />

de “nostalgia imperialista” (1989). Isso porque algumas imagens povoam seus<br />

escritos com notável insistência. Ramos se vê decepcionado em não encontrar<br />

os steamboats dos livros de Mark Twain às margens do Mississípi. O advento<br />

do trem estava sepultando a tradição. A bordo de um teatro flutuante estili -<br />

zado, a decepção aumentaria e imagens coloniais vinham colorir, sem cessar,<br />

suas impressões:<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 82<br />

82<br />

“Não é a poesia do rio que nos espera: é a bárbara e monumental sinfonia do óleo<br />

que nos penetra os sentidos, quando entramos pelo backyard da América (…) a<br />

mecanização agrícola está destruindo aos poucos a tradição do rio. O trem de ferro<br />

matou o steamboat (…) entrei numa dessas excursões e nada vi, além de um<br />

conjunto de swing, uísque com Coca-Cola e Seven Up (…) não ouvi as risadas<br />

de Huckberry Finn nem o barulho da banda de Giddeon. Old Man River! Onde<br />

estão os teus negros cantando nas plantações de Louisiana? (…) O velho negro<br />

Carey das plantações de St. Francisville e outros negros das old plantations ao<br />

norte de Baton Rouge – de Oakley a Live Oak me contam no seu quase ininteligível<br />

gumbo, a história das migrações que despovoaram o Mississípi. Perseguidos<br />

e maltratados, os negros vivem a vagar de um ponto a outro, à busca de melhores<br />

pousos. Eu vi as suas casinhas de madeira, desde a foz do rio, desde os pequenos<br />

aglomerados de pescadores até as little towns dos bayous da Louisiana. Nunca<br />

uma família está completa. Há sempre o rapaz que foi embora, a procura de<br />

melho res dias, longe, muito longe do velho mar.” 37<br />

Mas essas imagens literárias e cinematográficas estão longe de restringirem-se<br />

à América. Por meio de referências que aludem simultaneamente ao cenário da<br />

plantation no Sul americano e dos engenhos no Nordeste brasileiro, Ramos produz<br />

uma singular cartografia cujos pontos de inscrição aludem ao passado. Na<br />

apresentação de Introdução à antropologia brasileira – as culturas negras (1943),<br />

Renato de Mendonça observa que Ramos “procurou seguir os ensinamentos do<br />

método histórico-cultural, corrigindo assim os equívocos do método evolucionista<br />

puro e fugindo a todo ‘sociologismo romântico’ do negro” (1943:10). 38 Mais do<br />

que orientar um método, a história nos escritos de Ramos comporta um modo<br />

de se referir e um estilo de narrar diferenças sociais. As opções metodológicas de<br />

Ramos põem em relevo essa leitura, e seu arquivo as reorganiza, por meio de um<br />

enfoque personalizante: a história-cronologia da vida pessoal-profissional do autor<br />

dota de sentido e, tal como legendas, explica a presença de outros objetos ali<br />

contidos. Mas não é qualquer consciência histórica que povoa seus escritos e arquivo.<br />

É sobretudo uma história cujo desenho está irremediavelmente cerrado<br />

num passado distante, cuja memória é impossível. Cabe ao antropólogo explo -<br />

rá-lo. Ramos parece seduzido com uma incontrolável profusão de informações<br />

sobre “origens”, “transplantações”, “retenções” e resquícios da viagem-escravização.<br />

Em seu arquivo encontramos inúmeros documentos relacionados à escra -<br />

vidão, em grande parte, enviados ao autor por amigos influentes que trabalhavam<br />

em cartórios de diferentes cidades brasileiras. Cartas de alforria, cessão/doação<br />

de escravos e relatos de fuga juntam-se a “entrevistas” com ex-escravos e fotografias<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 83<br />

83<br />

de instrumentos de tortura. Como outros autores com os quais esteve afinado,<br />

Ramos buscou encerrar os sinais da história (tendo a escravidão como metonímia)<br />

nas amarras da “tradição”. Sem dúvida um arranjo civilizatório, e sobretudo moder -<br />

no, fundado numa perspectiva humanista, científica e nacionalista (Palmié, 2002).<br />

A inclusão de certo elemento no conjunto classificatório que define os limi -<br />

tes da “tradição” e da “modernidade” é uma operação necessária antes que sua<br />

adequada historicidade seja então atribuída. Embora as marcas da “tradição” esti -<br />

ves sem por toda parte, a operação de identificação carece de destreza e habilida de.<br />

O conhecimento da “história” – na sua vertente “pátria” esboçada nos ma nuais<br />

e nos clássicos do século XIX – não é suficiente. Como observou Renato de Men -<br />

donça, o “sentimentalismo” não seduz Ramos. O que o antropólogo parece buscar<br />

são marcas de uma história contida nos hábitos, na cultura e nos corpos. Sua<br />

perspectiva historicista constrói-se na própria prática de observação e pesquisa.<br />

Mas há momentos em que um olhar seduzido pelo que se acredita configurar os<br />

limites da “tradição” pode ser observado. Assim, não é por acaso que ele nos reme -<br />

te de volta ao tema da viagem. Duas fotografias guardadas num álbum de Ramos<br />

registram a fase em que ele e familiares estiveram envolvidos na busca de informações<br />

sobre os xangôs alagoanos. Entre outras imagens não identificadas, duas<br />

fotos chamam atenção. Na volta à sua terra natal no início dos anos 1930, Ramos<br />

visitou diversas localidades da região litorânea do estado, entre elas, Mocambo.<br />

Esposa e irmãs de Arthur Ramos no litoral de Alagoas: em 1930, o antropólogo visitou a localidade<br />

de Mocambo em busca de informações sobre xangôs alagoanos.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 84<br />

84<br />

As fotos desse retorno nostálgico às origens foram também concebidas como<br />

uma espécie singular de pesquisa de campo. A visita a Mocambo é partilhada<br />

por sua mulher e irmãs que se colocam frente às imagens de palhoças rústicas.<br />

A familiaridade com os cenários nativos, por um momento, parece suspensa.<br />

O obser vador coloca-se estrategicamente à distância, o suficiente para ensaiar<br />

uma posição de estranhamento. Dali pode redescobrir o familiar. Ao mesmo<br />

tempo, essas fotografias poderiam estar compondo álbuns familiares. Talvez,<br />

sob a forma de có pias, registrassem as lembranças dos reencontros de d. Luísa<br />

e os familiares de Ramos na sua volta a Alagoas. Contudo, na Coleção de Ramos<br />

repousam junto a outras imagens indefectivelmente marcadas pelas três dimen -<br />

sões que Lévi-Strauss apontou como definidoras das viagens/deslocamentos:<br />

traduzem um olhar nostál gico e retrospectivo a um passado não vivido mas<br />

ima ginado, a um espaço social diverso, exótico e não familiar ao observador,<br />

e, por fim, retratam personagens transformados em objetos de uma apreciação<br />

especializada. Não são cenas furtivas de um cenário que envolve um evento que<br />

se quis perpetuar. As personagens fotografadas desnudam seus fotógrafos:<br />

antropólogos distantes, patrões e parentes próximos. É nesse conjunto que re -<br />

pou sam as fotos das distintas senhoras da família Ramos em seu passeio pela<br />

localidade de Mocambo.<br />

Outra fotografia documentando a visita de Arthur Ramos e familiares a Alagoas em 1930.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 85<br />

85<br />

Otinha, a dedicada coletora de música, línguas, lendas e estórias de vida de<br />

pretos freqüentadores dos xangôs de Pilar e autora da carta transformada em epígrafe<br />

com a qual iniciei esse texto, misturava seus informes etnográficos a notícias<br />

familiares que enviava a Ramos. Entre 1937 e 1939, várias foram as cartas<br />

endereçadas a Ramos contendo referências aos percalços enfrentados pela não<br />

treinada pesquisadora, às voltas com pais-de-santo e velhos pretos, relutantes em<br />

ceder aos seus artifícios de sedução. Como sugere a epígrafe, àquela época Otinha<br />

devotara toda sua atenção ao sargento Padre Nosso e a outras personagens locais,<br />

“descobertos” graças à fama então alcançada pelo ilustre filho da terra, Arthur<br />

Ramos. O médico tornara-se referência assídua dos jornais alagoanos e seu prestígio<br />

local seria reforçado pela reconhecida autoridade do antropólogo especialista<br />

nas “coisas africanas”.<br />

“Na sexta-feira P. N. (sargento Padre Nosso) esteve aqui e me disse que quando<br />

fosse lá não deixasse de levar O negro brasileiro porque este livro serviria de bilhe -<br />

te de entrada. Disse mais, que, quando veio aqui pela primeira vez, se eu não<br />

tivesse lido aqueles trabalhos seus, não teria arranjado coisa alguma. Falando sobre<br />

o preto de que lhe mandei o retrato, disse que ele entende da presente coisa,<br />

mas não está com as faculdades mentais perfeitas (...) tenho notado que eles<br />

querem se aproveitar de mim, querem que eu consiga licença para a seita funcionar<br />

sem interrupção (...) perguntei a Padre Nosso se tinham algum livro que ensinasse<br />

todas as palavras de nossa língua para o africano. Disse que não e que o<br />

velho babalorixá é que ensina muita coisa. Quero ver se consigo agradar o ve lho<br />

e apanhar um bocado de coisas. Se você tem alguma coisa que deseja saber, será<br />

bom dizer, porque assim será mais fácil para mim. Ou melhor, escreva, dizendo<br />

o que deseja que eu consiga do velho babalorixá.” 39<br />

Mas o caso é que a obstinada Otinha se via açodada por outras forças muito<br />

mais poderosas, com as quais aprendera a lidar. Num tom de denúncia, relatava<br />

atos criminosos de policiais locais e tráfico de influência. Em vez de mantidos<br />

no Instituto Médico-Legal do Estado, os objetos de culto apreendidos nos terreiros<br />

alagoanos eram vendidos e enviados para “instituições e pessoas de outros<br />

estados”. Mesmo assim, Otinha não se descuidava de suas obrigações, ao contar<br />

a Ramos como atendera aos assédios dos praticantes da seita e como convencera<br />

o delegado local a relaxar suas incursões policiais aos terreiros nos dias em que<br />

lá estava a observar e colher informações para Ramos. 40 As informações concedidas<br />

por Padre Nosso, um ou outro objeto salvo do desterro e as cartas de Otinha<br />

– evidentemente destituídas de referências à economia doméstica que orientou<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 86<br />

86<br />

e possibilitou as trocas, a coleta e a descrição das “coisas africanas” no Brasil –<br />

re pousam dispersos em várias instituições que abrigam o espólio intelectual de<br />

Arthur Ramos.<br />

Ramos incorporou pedaços de coleções familiares à sua, de maneira a formar<br />

um único acervo de objetos pessoais e etnográficos, posteriormente abrigados em<br />

arquivos e coleções bioprofissionais. Sua biblioteca foi dispersada entre as divisões<br />

de Obras Gerais e de Periódicos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional e a <strong>Biblioteca</strong> Marina de<br />

Vasconcellos, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (antiga Faculdade<br />

Nacional de Filosofia), da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em sua Coleção<br />

de Documentos mantida pela Divisão de Manuscritos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />

desenhos de crianças, cartas de suicidas, santinhos, poesias e cantigas já não cons -<br />

tituem souvenirs de um devotado colecionador. A inserção desses artefatos na<br />

coleção obedece a outras lógicas – cronológicas e qualitativas –, distinguindo-se<br />

do critério que parece ter orientado prática semelhante por parte do pai e irmão<br />

do antropólogo. Houve uma transmutação de valores, expectativas, projetos de<br />

ordenamento, reordenação e classificação de diferentes conjuntos de documentos<br />

agora subsumidos num único e autobiográfico conjunto. Inspirando-se nas<br />

análises de Michel Foucault e Michel de Certeau, Philippe Artières utiliza a expres -<br />

são “arquivos do eu” para qualificar práticas de coleta, arquivamento e classifica -<br />

ção marcadas por uma espécie de “intenção autobiográfica” (Artières, 1998: 11).<br />

“Um indivíduo bem ajustado deve classificar os seus papéis: deve, a qualquer momento,<br />

estar apto para apresentar um inventário deles: seu curriculum vitae. O<br />

que é um curriculum vitae senão um inventário dos nossos arquivos domésticos?<br />

(...) Num curriculum a lacuna é banida, é sinônimo de um vazio, de um período<br />

sem escrita. Devemos, portanto, manter os nossos arquivos com cuidado; não<br />

apenas não perder os nossos papéis, mas também provar que eles estão bem classificados.<br />

Eles devem revelar uma coerência condizente com a norma” (Artières,<br />

1998: 13). No caso de Ramos, é revelador percebermos como o esforço de produção<br />

de seu curriculum vitae, por volta de 1944 e 1945, imprime uma lógica<br />

classificatória singular à forma pela qual seus papéis estão dispostos na sua coleção.<br />

Mais importante do que a dimensão autobiográfica é a operação de contamina -<br />

ção simbólica que faz com que biografia e etnografia mantenham uma intensa,<br />

ainda que perturbadora, sintonia. Os objetos que Ramos amealhou ao longo de<br />

sua trajetória profissional expõem marcas – da experiência, do contato e das práticas<br />

de pesquisa/observação de campo. Tal como as práticas do kula, descritas por<br />

Malinowski, são a circulação e a utilização que têm conferido a esses objetos/do -<br />

cumentos significados e ordens de valor distintos. Ainda assim, sua preservação<br />

para um uso futuro sugere um projeto de consagração, sendo lentamente cons -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 87<br />

87<br />

truído por Ramos, na tarefa diária de organização de sua coleção. Ao mencionar<br />

a noção de contaminação, coloquei em relevo o caráter relacional do processo de<br />

produção de valor do arquivo pessoal de um intelectual como Ramos. Essa dimen -<br />

são, todavia, não lhe é exclusiva. A relação entre o autor/colecionador e o objeto se<br />

insere no que Ulpiano T. Bezerra de Meneses chama de “presença multiforme”,<br />

uma vez que as “idiossincrasias ficam materialmente assinaladas” (Meneses, 1991:<br />

83). Arthur Ramos transformou parte relevante de suas experiências profissio -<br />

nais em espaço privilegiado de observação; assim, seu arquivo pode ser um lugar<br />

interessante para observar as práticas que ele próprio entendeu ser de natureza<br />

etnográfica (Gupta & Ferguson, 1997). 41<br />

Das salas de consulta, necropsia e atendimento dos hospitais, institutos médico-legais,<br />

escolas e clínicas por onde passou, Ramos colheu fragmentos como materiais<br />

de pesquisa e foi a partir deles que produziu seus primeiros trabalhos sob<br />

o carimbo da antropologia. Apresentando-se ao recém-chegado Roger Bastide, o<br />

próprio Ramos reconhecia esse contato como sendo aquele que o credenciara em<br />

suas pesquisas etnológicas:<br />

“(…) foi em virtude de minha profissão de clínico e médico-legista que me pus<br />

em contacto com os negros da Bahia e outros grupos populares (…) em cultura.<br />

Interessei-me inicialmente pelo estudo das manifestações psicofisiológicas de certos<br />

fenômenos religiosos de negros, principalmente o chamado ‘estado de santo’,<br />

estudo que se constituiu em um dos capítulos de O negro brasileiro. Posteriormente<br />

alarguei o campo das minhas pesquisas estendendo-me aos estudos das sobrevivências<br />

culturais em (…) do negro no Brasil: folclore, sociologia, antropologia<br />

cultural, história social (…)”. 42<br />

Dessa primeira fase de sua carreira para o conjunto de notas de campo sobre<br />

as “macumbas cariocas” – material que Ramos não teve tempo de analisar e publi -<br />

car –, algo mudou. Essa alteração, por sua vez, não se limita à percepção que o<br />

próprio Ramos obstinadamente intentou imprimir de sua própria trajetória inte -<br />

lectual. 43 Desde o início dos anos 40, Ramos parecia vestir o uniforme da discipli -<br />

na e produzir deslocamentos teóricos relevantes em suas análises sobre o que<br />

chamava “culturas afro-brasileiras”. Do seu Notas de ethnologia (1932) à Introdução<br />

à antropologia brasileira (1943) e Poblaciones del Brasil (1945), reflexões inspira -<br />

das em Freud e Lévy-Bruhl deram lugar a proposições em torno das relações entre<br />

“raça” e “cultura”, baseadas em Franz Boas e Melville Herskovits. Em obituários<br />

e notas biográficas, vários são os autores contemporâneos de Ramos que reconhe -<br />

cem e identificam os sinais de alguma forma de transformação – seja no foco de<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 88<br />

88<br />

atenção ou na abordagem metodológica empregada nesses estudos (Costa Pinto,<br />

1951; Shaden, 1951; Baldus et al., 1950; Bastide, 1951).<br />

Se a conversão do médico em antropólogo foi de fato relevante para os desdo -<br />

bramentos que as pesquisas sobre essa temática tiveram no interior da disciplina,<br />

é difícil dimensionar. Essa dificuldade está diretamente ligada ao lugar conferido<br />

a Ramos nas análises históricas sobre a disciplina. Apesar de ter investido na<br />

institucionalização da antropologia no Brasil e a despeito de ter-se manifestado<br />

publicamente contra a perspectiva racialista de uma primeira geração de antropólo -<br />

gos, sua imagem, trajetória e carreira ficariam para sempre marcadas pela sua fi -<br />

lia ção e reverência às idéias do médico Raimundo Nina Rodrigues (Baldus et al.,<br />

1950; Corrêa, 1998; Duarte, 1997; Stolcke, 1998). Arthur Ramos foi banido do<br />

panteão de autores que marcam a recente história da disciplina no país como um<br />

dos principais representantes da sua part maudite. Seus livros, artigos e idéias vira -<br />

ram um exemplo não do que devemos ler para conhecer e perceber criticamente<br />

o surgimento da antropologia no país, mas do que devemos esquecer para inven -<br />

tarmos uma particular narrativa histórica acerca dos seus precursores, instituições<br />

e envolvimentos. A lenta mas perceptível conversão de Ramos a um ingênuo,<br />

mas historicamente relevante, culturalismo mostrou-se incapaz de redimi-lo da<br />

pecha de um médico travestido de antropólogo. 44 Nas muitas histórias da nossa<br />

curta tradição disciplinar, outros médicos transformados em antropólogos foram<br />

protegidos de tal banimento. Certamente, respostas para essas indagações devem<br />

ser fruto de outras reflexões e, entre elas, análises que se dediquem a pensar sobre<br />

os desdobramentos que a disciplina teve no país, no <strong>final</strong> dos anos 1940 e<br />

início dos 50.<br />

Como mostraram George W. Stocking (1982; 1983a; 1983b), James Clifford<br />

(1986; 1994) e Verena Stolcke (1992) – em textos devotados a discussões distin -<br />

tas –, a escolha de “pais fundadores”, “iniciadores”, “precursores”, em projetos de<br />

his tória da antropologia em vários contextos, tem sido objeto de embates que<br />

não se restringem à discussão interna relativa aos limites da disciplina, mas incluem<br />

a imagem que os antropólogos querem projetar de si próprios dentro de<br />

uma narrativa histórica. Em vez de redimi-lo dessa posição subalterna e inexpres -<br />

siva, análises sobre essas questões nos permitiriam ter um quadro muito mais<br />

complexo e interessante sobre as políticas de sacralização no campo intelectual,<br />

onde a historicidade de narrativas em torno de idéias de poder e influência apareceriam<br />

conectadas aos seus contextos de enunciação e circulação.<br />

As preocupações de Arthur Ramos em torno da institucionalização de uma<br />

antropologia brasileira já no início dos anos 1940 foi, em grande parte, resultado<br />

de uma perspectiva “aplicada” da disciplina, esboçada nos seus escritos de via -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 89<br />

89<br />

gem em terras norte-americanas. Em Guerra e relações de raça (1946), por exem -<br />

plo, a antropologia é chamada ao debate de maneira explícita. E ao fazê-lo Ramos<br />

não se furta em reconhecer seus abusos. Entretanto, ao mencionar a difu são das<br />

teorias racialistas entre os intelectuais brasileiros no início do século, e sua posterior<br />

refutação, refere-se apenas a processos de “ampliação” conceitual e não a<br />

alterações de caráter qualitativo, na medida em que a sociedade ainda era incapaz<br />

de resolver grande parte das questões propostas pela ciência: “A noção estrei -<br />

ta de raça foi ampliada com as de etnias e culturas” (1943: 19). A verdadeira<br />

transformação, segundo Ramos, seria de outra ordem. Isto é, menos os conceitos<br />

mas a própria disciplina deveria debruçar-se sobre outros temas cujas “soluções”<br />

seriam mais prementes.<br />

A “antropologia aplicada”, para Ramos, não mais se encarregaria de ser o braço<br />

científico do colonialismo entre os povos “ditos primitivos”, mas equalizaria o<br />

caráter autoritário que caracterizou a disciplina nos seus primórdios. Tal tarefa<br />

consistiria em responder às questões prementes das nações, como os revivalismos<br />

racistas e os enquistamentos étnicos. Estavam ali os dilemas que se antepunham<br />

à formação das nações. No que diz respeito ao Brasil, ao mencionar as fronteiras<br />

e espaços que careceriam de técnicos, especialização e “gente qualificada”, enumeraria<br />

os serviços de migração de trabalhadores para a Amazônia, o Serviço de<br />

Proteção aos Índios e o Serviço de Colonização. Seriam essas tarefas impostas<br />

pelo necessário processo de assimilação. O racismo – decorrência inexorável da<br />

disseminação das teorias racialistas – passaria a ser, ele próprio, objeto de atenção<br />

da antropologia. Como diria Ramos, resultado de um processo de “europeização<br />

do mundo”, o racismo consistia num reflexo das imposições e do caráter autoritário<br />

dessas formulações. O projeto de Brasil, que sua geração vislumbrara,<br />

vestira definitivamente os brasileiros com o manto da “cultura” – o outro nome<br />

da diferença.<br />

No terreno dos debates sobre democracia, os EUA dos anos 1940 não eram<br />

propriamente o paraíso. Como mostrei na seção anterior, sobre isso Ramos preferiu<br />

manter o silêncio, ainda que seus interlocutores lhe pedissem comentários e até<br />

pesquisas sobre a “situação dos negros no Sul”. Ramos, ao contrário, referiu-se<br />

vagamente a aspectos ligados ao “folclore negro na Louisiana” para abordar o<br />

“pro blema das raças” no Brasil. Ramos passou alguns meses de sua estada nos<br />

EUA numa típica cidade do Sul sob o Jim Crow, entretanto não mencionou a<br />

existência de linchamentos, high schools e colleges segregados (Cade, 1947; Kunkel,<br />

1959). Nem assinalou a permanente tensão racial em Chicago, a timidez dos<br />

campi liberais e supostamente dessegregados nas cidades do Norte. Curiosamente,<br />

essas referências, ainda que cifradas, vêm de seus interlocutores mais inusitados,<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 90<br />

90<br />

como, por exemplo, nas confidências de um funcionário do Departamento de<br />

Estado norte-americano e de uma ex-aluna da LSU.<br />

Depois de ter ido a Baton Rouge em 1940 sondar um convite para lecionar<br />

na LSU e lá ter conhecido pessoalmente Arthur Ramos, Richard Pattee explicara<br />

por que declinara a oferta: “Tenho decidido por razões que expus a sua conside -<br />

ração, não aceitar o generoso convite da Louisiana State University. Creio sincera -<br />

mente que podere(i) fazer mais nas minhas investigações e estudos aqui e prova -<br />

velmente o ambiente lá não favoreceria tanto o desenvolvimento de um programa<br />

amplo de estudos ibero-americanos. Tenho muito medo do Sul, especialmente<br />

(d)a insistência sobre a divisão de cor. Pode ser que seja um erro, mas, depois da<br />

minha última visita, parece-me que não é possível aspirar fazer um trabalho sério<br />

acadêmico.” Essa constatação apareceria ao lado de um pedido. Pattee desejava<br />

saber do próprio Ramos suas impressões sobre a LSU e Baton Rouge. A julgar pe -<br />

las cartas reunidas a sua coleção, Ramos parece ter preferido o silêncio quanto às<br />

suas impressões sobre o ambiente intelectual e o contexto racial em Baton Rouge. 45<br />

Suas descrições são memórias mediadas por imagens de experiências que não<br />

viveu. Inserem-se num discurso nostálgico, propositadamente encerrado em fronteiras<br />

muito claras de um outro tempo, reconstruído na sua memória de viajante.<br />

Em 1942, na mesma coluna no jornal Diretrizes, publicava notas quase geográfi -<br />

cas das paisagens por onde andara, como que se eximindo de conclusões e apreciações<br />

definitivas sobre o que se esperava que tivesse observado:<br />

“É quase impossível transmitir uma visão de conjunto sobre os Estados Unidos, principalmente<br />

para quem viveu, como eu, em zonas muito diversas. Há o Sul agrário,<br />

cheio de tradições e preconceitos; e este, por sua vez, se subdivide em vá rias zonas...” 46<br />

Por fim, o leitor pode observar que estes textos não são estritamente etnográficos<br />

e pretenderam, tão-somente, reportar a viagem, as descobertas e os percalços<br />

de um professor brasileiro na América. Entretanto, se compararmos seus<br />

propósitos com os de outros textos nos quais uma espécie de antropologia aplica -<br />

da ao combate anti-racista é entremeada às discussões teóricas, material etnográfico<br />

e discurso nacionalista, vamos perceber que os c<strong>anais</strong> de veiculação pouco<br />

interferem no estilo e teor daqueles publicados em jornais. Esse trânsito ou, como<br />

diz Micaela di Leonardo, essa “simbiose” entre um público especializado e ou -<br />

tro, não iniciado, também caracterizou a produção, circulação e popularização<br />

da antropologia norte-americana no mesmo período (1993: 148). Como para<br />

ou tros autores de sua geração, a antropologia para Ramos era um artifício retórico<br />

e um instrumento científico de reforma social.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 91<br />

91<br />

MEMENTO: A ANTROPOLOGIA MINIMA DO DR. RAMOS (E<br />

MISS SUE)<br />

“Somente agora soube que uma preta que esteve aqui empregada uma porção de<br />

tempo é da religião africana – sendo ‘filha do velho’, como diz o Preto Pinheiro,<br />

filha de Oxalufan” 47<br />

Entre os vários pedaços de papéis – sob a forma de cartões, folhetos, fotografias,<br />

lembretes e recortes de jornais – que povoam a Coleção de Ramos, um, em espe -<br />

cial, foi alvo da minha atenção. Em 1948, numa famosa revista de entretenimen -<br />

to, Lasinha de C. Brito publicava uma série de fotos emolduradas por um longo<br />

texto sobre o que chamava “o problema da criadagem”. 48 Sem exceção, fotos<br />

recheadas de mulheres mestiças e negras pretendiam revelar a incautas patroas o<br />

que poderia se esconder sob a face de devotadas empregadas domésticas. Em vez<br />

do interior das cozinhas, as imagens retratavam um universo aparentemente des -<br />

conhecido dos leitores da Fon-Fon. À noite, depois de penoso dia de trabalho,<br />

essas personagens cruzavam recônditos arredores da cidade rumo às gafieiras,<br />

quadras de samba e terreiros de macumba, em busca de prazeres exóticos.<br />

A matéria parecia desvendar segredos de uma cidade desconhecida cuja compre -<br />

ensão não mais se limitava a especialistas dos campos médico, jurídico e policial.<br />

As imagens erotizadas de criadas em roupas justas, cabelo em desalinho e faces<br />

de puro êxtase, expunham uma população cujos hábitos e cultura deveriam agora<br />

posicionar-se frente à lente de observadores mais especializados (Abu-Lughod,<br />

1991). Ramos, de volta da sua missão e viagem aos Estados Unidos, havia-se en -<br />

car regado de tarefas como as de conhecer, traduzir e explicar os sinais dessa estra -<br />

nheza, revelada tanto nos corpos quanto na cultura. Seus interlocutores, a partir<br />

de então, estavam mais próximos. A partir de meados da década de 1940, passou<br />

a encarregar-se dessas tarefas de forma mais direta: tomou os empregados do<br />

edifício em que morava no Rio de Janeiro – no então elitizado bairro do Leme<br />

– como porta de acesso a esse universo, transformando-os em informantes e nativos<br />

de uma curiosa etnografia. Nesse caso, as notas de Ramos sobre macumba,<br />

nas quais se encontram as referências a Guilhermina e Eulina, embora não de<br />

forma explícita, revelam de que maneira Ramos tomara a visão privilegiada do<br />

Edifício Tupi como ponto de partida para a desnaturalização do que não mais<br />

era concebido como patológico ou exótico, mas brasileiro. Sua compreensão ca -<br />

recia de um olhar diferenciado. Ainda assim, Ramos parece insinuar que as<br />

fronteiras dessa identidade deveriam ser reveladas por meio de processos psica -<br />

nalíticos semelhantes aos que parecia ter abandonado ao retornar ao país, em<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 92<br />

92<br />

1941, para dedicar-se quase que exclusivamente às suas aulas na Universidade do<br />

Brasil e à organização da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia. 49 O<br />

lugar ocupado por essa reportagem nos papéis de Ramos suscita dúvidas quanto<br />

à lógica que permitiu sua inclusão junto a outros conjuntos de registros. Uma<br />

reflexão sobre a natureza desses materiais se mostra uma alternativa interessante<br />

para concluirmos nossa interpretação sobre o lugar da viagem e da pesquisa de<br />

campo na sua trajetória intelectual.<br />

Os artefatos transformados em troféus, quase souvenirs de um professor bra -<br />

sileiro em Baton Rouge, expõem um intrigante silêncio. Trabalhos de curso, retra -<br />

tos, cartões-postais e cartas de alunos revelam uma curiosa intimidade. Impassível<br />

diante de alguns tímidos comentários sobre a segregação no Sul, Ramos constrói<br />

um Brasil harmonioso, sem história ou passado. A plantation é cenário hollywoodiano,<br />

suas personagens, Uncle Toms mumificados, não têm voz. Ramos silen -<br />

cia a todos. Seus alunos são familiarizados não só com o brazilian way of life, mas<br />

com outras utilidades da antropologia. 50 Para Sue Elkin, aluna de Ramos, a presen -<br />

ça do professor brasileiro em Louisiana mudara suas impressões sobre a discipli -<br />

na. Depois da passagem de Ramos, dr. Fravot, membro do General Education<br />

Board, o substituíra ministrando aulas sobre race relations. Sue não parecia muito<br />

otimista: “Não estou querendo com isto subestimar o sr. Fravot. Eu realmente o<br />

acho muito agradável, muito sincero. Mas tive que agüentar certo tipo de coisa…<br />

às vezes, ainda piores que as do tipo: ‘os negros têm alma’? Coisas desse tipo. E<br />

é claro que essas tépidas discussões prejudicavam o estudo sério.”<br />

Curiosamente, essas cartas sugerem que as pesquisas da jovem sulina inspiraram<br />

Ramos na construção de alguns quadros comparativos, utilizados em seus<br />

escritos posteriores sobre religiosidade dos negros no Novo Mundo. Sue trocou<br />

com Ramos expectativas em torno da profissionalização em antropologia e de -<br />

mons trou interesse em, por meio de Ramos, aproximar-se de Herskovits. Esses<br />

comentários emolduravam as histórias que contava sobre suas primeiras experiên -<br />

cias de campo inspiradas, dizia ela, nas suas aulas com Ramos na LSU. Suas pri -<br />

meiras viagens ao Deep South, o temor de seu marido de que as leituras dos livros<br />

de Zora Neale Hurston e seus interesses a transformassem numa “negra” e, princi -<br />

palmente, os medos que atormentavam sua cozinheira Cissie, a qual, tal como<br />

Eulina – a lavadeira de Ramos –, acreditava que fantasmas acompanhavam os<br />

vivos. Esse misto de hesitação e interesse foram objetos do diálogo entre Sue e<br />

Ramos. Foi exatamente nesse período que Ramos iniciou sua etnografia mais<br />

doméstica. Talvez Eulina e Cissie tivessem algo em comum: tinham antropólogos<br />

como patrões. 51 É possível que tanto Eulina quanto Cissie incorporassem<br />

uma primitividade em vias de desaparecimento no coração da nação. E, nesse<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 93<br />

93<br />

ponto, Arthur Ramos compartilha com outros autores que trabalharam com os<br />

temas afro-americanos, nos anos 1930 e 1940, um mesmo olhar sensivelmente<br />

direcionado à detecção da diferença cultural, cujos contornos são fortemente marcados<br />

por representações de “raça”e gênero. Essa sinalização é, por exemplo,<br />

ressaltada na pesquisa de Donald Pierson, na Bahia, entre 1934 e 1937 (1942).<br />

Ruth Landes, embora operando com pressupostos distintos, realça as fronteiras<br />

desses dois domínios e os lugares que ocupam na vida cotidiana dos terreiros de<br />

candomblé (1947 (2002); Cole, 1994, 1995; Corrêa, 2000). Edward Franklin<br />

Fra zier, por sua vez, entrevista mulheres jovens, moradoras dos arredores do<br />

Gantois entre 1940 e 1941. Nas suas notas de campo, é o contato com as mulhe -<br />

res e as suas interpretações sobre experiências conjugais e familiares que lhe for -<br />

necem subsídios para o seu tenso diálogo com Melville Herskovits (1943).<br />

No caminho de volta ao Brasil, Ramos ensaiou um diário de bordo. Tentava<br />

lembrar-se do que chamava misunderstandings on Brazil: sua localização impreci -<br />

sa, o fato da sua capital situar-se em Buenos Aires e dos brasileiros falarem espa -<br />

nhol. Também rascunhou pequenas notas sobre personagens e lugares sulinos:<br />

Mr. Ducan, Sue, Baton Rouge e suas visões sobre um rio parecido com o São Fran -<br />

cisco – o Mississípi. Estranho mapa, dr. Ramos. No mesmo ano publicaria um texto<br />

gestado e maturado em terra estrangeira: The Scientific Basis of Pan Americanism<br />

(1941). Ramos acreditava ser necessário investir em explicações e fundamentos<br />

científicos, no que então imaginava explícito unicamente através de um “sentimento”<br />

ou de “laços políticos”: o pan-americanismo. Por vezes aludido como<br />

sinônimo de “culturas americanas”, o pan-americanismo seria mais do que uma<br />

ideologia e teria, a seu ver, uma interpretação histórica e cultural a ser investigada.<br />

“Existe uma cultura do Novo Mundo, existe um ‘americanismo’ que vai além do<br />

significado político.” Similares, “configuração física”, “pré-história”, “história” e<br />

“sombra negra” (shadow of negro, p. 31) perpassariam as três Américas, caracterizan -<br />

do-as como uma única área cultural. Por essa via seria possível entender as proximi -<br />

dades que ele encontrara entre o Mississípi e (o São Francisco) o rio Paraíba:<br />

“O negro foi trazido para as Américas para suprir a força de trabalho escravo nos<br />

campos e minas. A presença dele constitui um daqueles denominadores comuns<br />

que dá uniformidade às culturas americanas. O escravo negro no vale do Mississípi<br />

é o mesmo negro escravo do vale do rio Paraíba. A mesma voz, as mesmas canções,<br />

a mesma fisionomia e a mesma história” (1941b: 31).<br />

Sua cartografia generosa teria implicações futuras. A possibilidade dos arredores<br />

do Edifício Tupi serem compreendidos como uma microrregião de um território<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 94<br />

94<br />

histórico e, principalmente, cultural muito mais abrangente. A caminho de casa,<br />

a bordo do Degerando, Ramos testava sua memória e capacidade de viajante es -<br />

pe cializado. “Vamos ver se me lembro de mais alguma coisa.” De fato, Ramos<br />

lembrara. Num outro pequeno pedaço de papel que encontrei junto a essas pequenas<br />

“anotações de bordo”, provocações. O tom é de sarcasmo, mas também<br />

de triunfo. Embora não tenha feito as observações que prometera, a viagem transformara<br />

a sua carreira. Como viajante, tinha também alterado as rotas das pesquisas<br />

e, por conseguinte, os conhecimentos por elas produzidos. Talvez o seu papel fosse<br />

mais próximo ao dos missionários. Ramos ensinou, explicou e interpretou o<br />

Brasil para um estranho grupo de nativos do Norte.<br />

“Aqui, na universidade, a rapaziada está certa de que a ‘señorita’ Miranda é Argentina<br />

(…) no velho sul cheio de preconceitos, tive a liberdade de discutir livremente a<br />

situação racial do Brasil, as nossas tradições de tolerância racial e religiosa. Eles<br />

viram que muita coisa sua democracia tem a aprender com a nossa.” 52<br />

Intentou conversão, conquistou interesse. Mas como todo manual de línguas<br />

exige muita criatividade, Ramos o elaborou inspirado num sentimento quase religioso<br />

– o seu profundo nacionalismo.<br />

“Onde está aquele grupo de abnegados que queria iniciar no Brasil, os ‘trabalhos de<br />

campo’, promover viagens culturais de pesquisa e outras coisas sem importância?<br />

Mestre Afrânio Peixoto, do alto da sua serenidade, não se conteve e lançou há dias<br />

um brado angustioso, por todos nós que temos frio, que estamos no escuro, que<br />

queremos fazer alguma coisa pela cultura do Brasil, e apenas tateamos nas trevas.”<br />

Talvez não seja relevante discutirmos se de fato a “viagem de Ramos” possa<br />

ser entendida stricto sensu como tendo sido uma “experiência etnográfica”. Porém,<br />

o fato de que na sua interpretação e na maneira pela qual as marcas desse percur -<br />

so foram sacralizadas em seu arquivo nos permite indagar até que ponto as li -<br />

nhas tênues que separam as “viagens” da “pesquisa de campo” não são objeto de<br />

uma negociação intensa, principalmente no que diz respeito à produção de memória<br />

sobre uma carreira profissional. Ao concebermos a viagem de Ramos como um<br />

tipo singular de deslocamento, podemos vislumbrar outros significados conferidos<br />

a noções como distância e diferença cultural em sua obra e, sobretudo, perscrutar<br />

nos papéis e na montagem de sua coleção, quando e como a viagem inscre -<br />

ve-se “simultaneamente no espaço, no tempo e na hierarquia social” (Lévi-Strauss<br />

1996 (1955) 60).<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 95<br />

95<br />

De volta ao Rio de Janeiro, Ramos pôs em ação o olhar de viajante e sua suposta<br />

capacidade ilimitada de observação. Mas as distâncias já não eram as mesmas.<br />

A guerra e seus impactos no Brasil e no mundo arrefeceram-lhe o desejo de<br />

regular moral e culturalmente a nação. Ainda assim, das primeiras experiências,<br />

restaram vestígios. Os sujeitos e os objetos que povoaram as cartas de Otinha entre<br />

1937 e 1939, os dossiês médicos e criminais, os laudos clínicos reapareceriam<br />

travestidos e transformados. Os focos de sua atenção encontravam-se inusitadamente<br />

próximos. As viagens agora indicavam movimentos locais. Não implica -<br />

vam a descoberta de sinais de alteridade radicalmente diversos e sua etnografia<br />

prescindia de um deslocamento espacial significativo. Eram os brasileiros, e não<br />

somente os negros, que protagonizavam, sedutores, a cena nacional. Era esse o<br />

cenário que clamava pela observação especializada. Brasileiros diversos cultural -<br />

men te. Ainda assim, o tropo viagem-distância parece persistir. Esses gestos míni -<br />

mos, naturalizados e produtores de fronteiras culturais reificadas, não fariam da<br />

antropologia à brasileira algo menor. Sérgio Cardoso nos chama atenção para as<br />

implicações da valorização da noção de distância como um perigoso pressuposto.<br />

“Ao indicar a distância com sua marca distintiva, nos confina em um terreno<br />

em que os litígios parecem insolúveis, e qualquer acordo, impossível (...) ora,<br />

próximo, diríamos, é o que está perto, nas cercanias; sua acepção coerente indica<br />

vizinhança e imediação. Assim, podemos observar que a palavra (proximidade)<br />

sugere um certo horizonte de inclusão e envolvimeno, que confina cada elemento<br />

assinalado e os que lhe estão próximos, no interior de um mesmo campo, nos<br />

limites de um certo espaço que contorna entre eles alguma comunicação e passa -<br />

gem, e demarca os “arredores” de cada um. Ou seja: esse atributo remete à confi -<br />

guração de um todo – ou, ao menos, ao contorno de um certo horizonte – que<br />

compreende os pontos envolvidos e possibilita sua apreensão simultânea, sem a<br />

qual parece impossível tal predicação” (1988: 352-3).<br />

Mariza Peirano explorou as implicações dessa insistente domesticidade que<br />

marca o processo de institucionalização da antropologia no Brasil (1981, 1998).<br />

Podemos imaginar como, na trajetória de Ramos, a viagem fora concebida como<br />

um rito de iniciação. Além de dotar de prestígio a sua carreira, o transformara<br />

de fato num antropólogo. No mesmo período em que Edward Franklin Frazier,<br />

Lorenzo D. Turner e Melville Herskovits seguiam para a Bahia em busca dos<br />

vestígios da África no Brasil, Ramos iniciava uma espécie de antropologia mínima<br />

em torno do edifício onde morava. Buscava os vestígios do que um dia chamou<br />

“sincretismo”, na festa da Penha, na Alvorada de São Jorge, no centro espírita<br />

kardecista e nas sessões ecléticas na casa da d. Zilá. Notas sucintas, informações<br />

biográficas e dados etnográficos misturam-se a recortes de jornais sobre espiritismo<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 96<br />

96<br />

e umbanda nos subúrbios do Rio. A assustada Eulina era de Penafiel, Sta. Clara<br />

do Torrão.<br />

“Não conhece por lá N. S. da Penha e nunca foi à Penha. Seu Albino, porteiro<br />

do Edifício Tupi, é de Espozenda, no Minho. A mulher do seu Albino é do Porto.<br />

Seu Francisco, pai de Irene, era de Minas (...) D. Conceição, dona da casa onde<br />

mora Eulina, nossa lavadeira, é de Barcelos, Portugal. Não muito longe de Vila<br />

do Conde. Barcelos, vila de Braga, província do Minho (…).” 53<br />

De suas notas, ficamos sabendo por que a cozinheira Guilhermina, balançando<br />

a cabeça, reprovava a reação de Eulina, no dia que esta chegou afobada na casa<br />

do dr. Arthur. Ela também esteve metida com “essas coisas”, fato que o dr. Ramos<br />

sabia. Guilhermina andava mal. “Deixou de ir à macumba de Acari”, anotara<br />

Ramos. Mas Eulina explicara ao patrão os verdadeiros motivos do abandono:<br />

“Sua família (de Belford Roxo) é católica, ‘não gosta dessas coisas’ e ia ‘ficar pensando<br />

mal dela’. Conceição, sua prima por afinidade, costuma ir a essa macumba<br />

e já trouxe recado de lá perguntando por que Guilhermina não voltou mais.”<br />

A cozinheira tinha medo de olhar para trás.<br />

Acredito que os antropólogos não possam transformar tudo o que está a sua<br />

volta em objeto de valiosa observação. Vimos como Ramos não transformou tudo<br />

que via em foco de observação e por que suas observações não resultavam neces -<br />

sariamente daquilo que via. O fato é que, como Ramos, outros antropólogos<br />

brasileiros inventaram uma tradição doméstica de transformar em exótico parte<br />

do cenário em que estão envoltos. Cenário que descrevem de forma a ressaltar o<br />

contato e não o confronto. Isso, porém, não é um truque de prestidigitação. Não<br />

é qualquer olhar que se sujeita a esse tipo de transformação. Não é à toa que<br />

Ramos passa a observar, agora mais cauteloso, as personagens que povoam a cozinha<br />

de seu apartamento e, a partir delas, todo um universo religioso e cultu -<br />

ral, que imagina sinalizar-lhe uma diferença irredutível e passível de observação,<br />

torna-se acessível. A transposição dos limites sociais que regulam as fronteiras do<br />

universo do observador e do seu – a partir de então, objetos privilegiados –, foi<br />

possível graças a outros silêncios, distâncias e hierarquias constitutivas da relação<br />

entre observadores e observados.<br />

Não quero dizer com isso que Ramos esteve sozinho nessa atividade contínua<br />

de estranhar o que lhe era hierárquica e socialmente diverso. Essa forma de acesso<br />

perpassa outros textos etnográficos sobre temáticas relativas à cor e “raça”, seja<br />

nos Estados Unidos, seja no Brasil. Sua permanência e recorrência me instigam<br />

a concluir minha reflexão sobre as experiências de Ramos, de forma a relativizar<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 97<br />

97<br />

as vicissitudes de sua prática e trajetória. As etnografias pioneiras de Hortense<br />

Powdermaker (1932-1934) e Ruth Landes (1938-1939), respectivamente no Sul<br />

dos Estados Unidos e em Salvador, fornecem indicações interessantes de como<br />

as estratégias de acesso, inclusão e integração de ambas nos ambientes da pesquisa<br />

não só foram precedidas, como beneficiadas, por relações de subordinação e subjetividade.<br />

Powdermaker e Landes situam seus primeiros contatos com negros<br />

nas cozinhas de suas casas. Referências como “nossa família tinha tido uma sucessão<br />

de ‘garotas’ negras, como as diaristas eram chamadas” – informação que avaliza<br />

a anterioridade dos contatos que Powdermaker travaria com os negros no sul –,<br />

e conversas entre Landes e “sua lavadeira”, em Salvador, são alusões cujos sentidos<br />

ultrapassam as fronteiras do texto (Powdermaker, 1966: 131; Landes, 1947).<br />

Sob o risco de um presentismo demasiado, chamaria atenção para o fato de que<br />

sua leitura nos permite aceder, ainda que de forma imaginativa, às esferas políticas<br />

da prática antropológica sob uma perspectiva histórica. Ainda assim, é preci -<br />

so dizer, as práticas etnográficas nem sempre residem em relações de subordina -<br />

ção. As experiências das personagens-informante Graça e d. Maria, que figuram<br />

respectivamente nos textos de Donna Goldstein (1999) e John Burdick (1998),<br />

pretenderam colocar em relevo tais relações de subordinação, das quais nem sempre<br />

os antropólogos são meros e passivos observadores. Nos dois casos, as histórias<br />

envolvendo os “dois beijinhos” e o “copo d’água” – nas quais o narrador-etnógra -<br />

fo não assiste ou interpreta, mas induz/produz relações de diferença e hierarquia<br />

– propiciam que a posição de observador seja invertida de forma a transformar<br />

a interpretação nativa em tecido e não retórica da análise. Essa é uma entre ou -<br />

tras altenativas possíveis na compreensão da complexa arena de relações que se<br />

ocultam sob a observação e as atividades de descrição e interpretação.<br />

Olhando para a antropologia mínima que Arthur Ramos iniciou nos anos<br />

1940, podemos imaginar a forma pela qual faxineiras, cozinheiras, porteiros e<br />

lavadeiras foram transformados em informantes. “Portas de acesso” para um terri -<br />

tório inexpugnável aos olhos de nossas elites intelectuais. Por intermédio desses<br />

informantes, Ramos saiu do Edifício Tupi. Em termos simbólicos, essa viagem<br />

implicou maior distância. Acari, Belford Roxo, Vila Isabel e Andaraí. Insólita<br />

geo grafia marcada por um exotismo que Ramos não encontrou em Baton Rouge.<br />

Diante dessas questões, é possível imaginar – por meio de uma narrativa coeren -<br />

te com os pontos de inscrição dessa experiência que o próprio Ramos abrigou<br />

em seu arquivo – o projeto acadêmico e a viagem, e de que modo suas impressões<br />

sobre a relação entre ambos foram transformadas numa particular etnografia. Em<br />

oposição ao volume de documentos referentes a sua experiência como professor<br />

na Louisiana State University, em Baton Rouge, contidos em sua coleção, pouco<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 98<br />

sabemos sobre as condições de suas incursões aos subúrbios cariocas e fazendas<br />

do interior fluminense. O mesmo não pode ser dito com relação a alguns dos informantes<br />

que propiciaram sua inserção nesses territórios situados para além das<br />

margens do Edifício Tupi. Algumas referências sobre sua cozinheira, lavadeira,<br />

familiares e amigos nos ajudam a misturar a nossa imaginação com aquelas que<br />

Ramos qualificou e adjetivou como sendo de natureza antropológica.<br />

Nesse ponto, ao contrário de imitar Ramos, que talvez tenha duvidado de que<br />

Eulina não estivesse de fato reconhecendo uma “queda de santo”, e o pai-de-santo,<br />

que se utilizava de uma vara de pinhão roxo para aferir a possibilidade de si -<br />

mu lação, prefiro pensar na idéia de viagem concebida como uma experiência de<br />

observação, e interpretar sua relação com o que uma tradição disciplinar mais<br />

ortodoxa tem denominado “pesquisa de campo”, a partir dos sentidos que lhe<br />

foram atribuídos por Ramos quando da sua passagem pelos Estados Unidos entre<br />

1940-1941. Dessa maneira podemos entender os seus deslocamentos pelos<br />

subúrbios cariocas nos anos subseqüentes.<br />

DOCUMENTOS MANUSCRITOS<br />

Melville Herskovits Papers, Northwestern University Archives (NU/MHP).<br />

Coleção Arthur Ramos, Divisão de Manuscritos, <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional<br />

(CAR/BN).<br />

Coleção Robert Ezra Park, Fisk University (REP/FU).<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

98<br />

ABU-LUGHOD, L. Writing against Culture. In Fox, R. G. (org.) Recapturing<br />

Anthropology. Santa Fé: School of American Research Press, pp. 137-62, 1991.<br />

AETIÈRE, P. Arquivar a Própria Vida. Estudos históricos, 21: 9-34, 1998.<br />

BALDUS, Herbert; EDUARDO, Octávio da Costa e FERNANDES, Florestan.<br />

1950. Arthur Ramos 1903-1949. Revista do Museu Paulista, IV: 439-59, 1950.<br />

BOURDIEU, P. Campo Intelectual e Projeto Criador. In Problemas do estrutura -<br />

lis mo. Edited by P. Bourdieu. São Paulo: Perspectiva, 1973.<br />

BURDICK, J. Blessed Anastacia: Women, Race, and Popular Christianity in Brazil.<br />

New York: Routledge, 1998.<br />

CADE, J. B. The Education of Negros in Louisiana. Journal of Negro Education, 16<br />

(3): 361-69, 1947.<br />

CARNEIRO, Édison. Uma Falseta de Arthur Ramos. In Édison Carneiro (org.),<br />

Ladinos e crioulos: estudos sobre o negro no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,<br />

pp. 223-27, 1964.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 99<br />

99<br />

CLIFFORD, James. On Ethnographic Authority. Representations: 118-46, 1983.<br />

CLIFFORD, James e M., George E. Editor. Writing Culture – The Poetics and Politics<br />

of Ethnography. Berkeley: University of California Press, 1986.<br />

CLIFFORD, James. Notes on Theory and Travel. Inscription 5: 177-87, 1989.<br />

__________. Notes on Field (notes). In Fieldnotes: the Making of Anthropology (ed.),<br />

R. Sanjek. Ithaca: Cornell University Press, 1990.<br />

__________. James. Colecionando Arte e Cultura. Revista do Patrimônio: 69-89,<br />

1994.<br />

__________. Spatial Practices: Fieldwork, Travel, and the Disciplining of Anthropology.<br />

In Gupta, Akhil & Ferguson, James (eds.). Anthropological Locations: Boundaries and Grounds<br />

of a Field Science. Berkeley: University of California Press, pp. 185-222, 1997.<br />

COLE, S. Ruth Landes in Brazil: Writing, Race, and Gender in 1930s American<br />

Anthropology. In The City of Women. Edited by R. Landes, pp. vii-xxxiv: University of<br />

New Mexico Press, 1994.<br />

__________. Ruth Landes and the Early Ethnography of Race and Gender. In Women<br />

Writing Culture. Edited by R. Behar and D. Gordon, pp. 166-85. Berkeley: University<br />

of California Press, 1995.<br />

CORONIL, Fernando. Transculturation and Politics of Theory: Countering the Center,<br />

Cuban Counterpoint – Introduction to Fernando Ortiz’s Cuban Counterpoint Tobacco and<br />

Sugar in Conterpoint of Tobacco and Sugar. Durham: Duke University Press, pp. ix-lvi,<br />

1995.<br />

COSTA-PINTO, L. A. Editor. O Pensamento Antropológico de Arthur Ra mos. Rio de<br />

Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1953.<br />

CORRÊA, Mariza. As ilusões da liberdade: Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil.<br />

Bragança Paulista: USF, 1998.<br />

__________. O Mistério dos Orixás e das Bonecas: Raça e Gênero na Antropo logia<br />

Brasileira. Etnográfica, IV: 233-65, 2000.<br />

CUNHA, Olívia Maria Gomes da. Sua Alma em sua Palma: Identificando a “Raça”<br />

e Inventando a Nação. In Repensando o Estado Novo. Edited by D. Pandolfi, pp. 257-<br />

88. Rio de Janeiro: Editora <strong>Fundação</strong> Getúlio Vargas, 1999.<br />

__________. Apprentices Anthropologists and Specialized Travelers: Anthropology, ‘Race’<br />

and Nation in Brazil and Cuba during the 40s. Yelvington, K. (org.). Contours: Afro-Latin<br />

American Anthropology, Critical Histories (special issue). Durham, Duke University Press.<br />

Prelo, 2002.<br />

DES CHENES, M. Locating the Past. In Anthropological Locations: Boundaries and<br />

Grounds of a Field Science. Edited by A. Gupta and J. Ferguson, pp. 66-85. Berkeley:<br />

University of California Press, 1997.<br />

FRAZIER, F. The Negro Family in Bahia, Brazil. In American Sociological Review, 7:<br />

465-78, 1942.<br />

__________. Some Aspects of Race Relations in Brazil. Phylon – the Atlanta University<br />

Review of Race & Culture, 3: 287-91, 1942.<br />

HEALEY, M. Os Desencontros da Tradição em Cidade das Mulheres: Raça e Gênero<br />

na Etnografia de Ruth Landes. Cadernos Pagu: 153-200, 1996.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 100<br />

100<br />

HERSKOVITS, M. The Ahistorical Approach to Afroamerican Studies: a Critique.<br />

In American Anthropologist, 62: 559-68, 1960.<br />

GOLDMAN, Marcio e NEIBURG, Federico. Anthropology and Politics in Studies<br />

of National Character. Cultural Anthropology, 1: 56-81, 1998.<br />

GOLDSTEIN, D. Interracial Sex and Racial Democracy in Brazil: Twin Concepts?<br />

In American Anthropologist, 101: 563-78, 1999.<br />

GORDON, D. A. The Politics of Ethnographic Authority: Race and Writing in the<br />

Ethnography of Margaret Mead and Zora Neale Hurston. In MANGANARO, M. (org.).<br />

Modernist Anthropology. Princeton: Princeton University Press, pp. 145-62, 1990.<br />

GUPTA, A., and FERGUSON, J. Discipline and Practice: “the field” as Site, Method,<br />

and Location in Anthropology. In Anthropological Locations: Boundaries and Grounds of<br />

a Field Science. Edited by A. Gupta and Ferguson, pp. 1-46. Berkeley: University of<br />

California Press, 1997.<br />

JACKSON, Walter. Melville Herskovits and the Search for Afro-American culture.<br />

In STOCKING JR., George W. (org.). Malinowski, Rivers, Benedict and Others; Essays<br />

on Culture and Personality. Madison: University of Wisconsin Press, pp. 95-126, 1986.<br />

KUNKEL, Paul A. Modifications in Louisiana Negro Legal Status Under Louisiana<br />

Constitutions, 1812-1957. Journal of Negro Education, 44 (1): 1-25, 1959.<br />

LANDES, Ruth. The City of Women. New York: MacMillan Press, 1947.<br />

LEDERMAN, Rena. Pretexts for Ethnography: on Reading Fieldnotes. In Roger<br />

Sanjek (org.), Fieldnotes: the Making of Anthropology. Ithaca: Cornell University, pp. 71-<br />

92, 1990.<br />

LIMA, Vivaldo Costa e OLIVEIRA, Waldir Freitas. Cartas de Édison Carneiro a<br />

Arthur Ramos. Salvador: Corrupio, 1987.<br />

McCLINTOCK, A. Imperial Leather: Race, Gender, and Sexuality in Colonial Context.<br />

New York: Routledge, 1995.<br />

MAGGIE, Yvonne. 2001. Guerra de orixás. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores,<br />

1976.<br />

MASSI, Fernanda. Franceses e Norte-Americanos nas Ciências Sociais Brasileiras<br />

(1930-1960). In Sérgio Miceli (org.), História das ciências sociais no Brasil. São Paulo:<br />

Idesp, pp. 410-60, 1989.<br />

MASSI, F. P. O Nativo e o Narrativo: os Trópicos de Lévi-Strauss e a África de Michel<br />

de Leiris. Novos Estudos Cebrap 33, 187-98, 1992.<br />

MEAD, Margaret. The Use of Anthropology in World War II and After. In W. Goldsmith<br />

(org.), The Uses of Anthropology. Washington D. C., pp. 145-57, 1979.<br />

MENESES, U. B. de. Memória e Cultura Material: Documentos Pessoais no Espaço<br />

Público. Estudos históricos, 21: 89-103, 1991.<br />

MICELI, Sérgio. A desilusão americana: relações acadêmicas entre Brasil e Estados<br />

Unidos. São Paulo: Sumaré, 1990.<br />

MINTZ, Sidney Wilfred. Melville J. Herskovits and Caribbean Studies: a<br />

Retrospective Tribute. Caribbean Studies, vol. 4, nº. 2, pp. 42-51, 1964.<br />

__________. New Views of the Anthropology of Latin America. American<br />

Anthropologist, vol. 57, nº. 3, part 1, pp. 411-658.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 101<br />

101<br />

MINTZ, Sidney. The Localization of Anthropological Practice: from Area Studies to<br />

Transnationalism. Critique of Anthropology, 2: 117-33, 1998.<br />

NARAYAN, K. How Native is a “Native” Anthropologist? American Anthropologist, 95:<br />

671-86, 1993.<br />

PALMIÉ, Stephan. Fernando Ortiz and the Cooking of History. Ibero-Amerikanisches<br />

Archiv, 24: 353-74, 1998.<br />

PEIRANO, Mariza. The Anthropology of Anthropology: the Case of Brazil, vol. 110.<br />

Série Antropologia. Brasília: UnB, 1981.<br />

__________. A favor da etnografia. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1992.<br />

__________. When Anthropology is at Home: the Different Contexts of a Single<br />

Discipline. Annual Review of Anthropology, 27: 105-28, 1998.<br />

PIERSON, Donald. Negroes in Brazil: A Study of Race Contact at Bahia. Chicago:<br />

University of Chicago Press, 1942.<br />

RAMOS, Arthur. As Culturas Negras no Brasil. Revista Arquivo Municipal: 113-128,<br />

1936.<br />

__________. Acculturation among the Brazilian Negroes. Journal of Negro History,<br />

vol. 26, nº 2, apr., 1941, pp. 244-50, 1941.<br />

__________. The Scientific Basis of Pan-Americanism. The Inter-American Quarterly,<br />

3: 28-35, 1941a.<br />

__________. The Negro in Brazil (in The Stake of the Negro and Other Minorities<br />

in the Present World Crisis). Journal of Negro Education, vol. 10, nº. 3, Racial Minorities<br />

and the Present International Crisis, pp. 515-23, 1941b.<br />

__________. Guerra e relações de raça. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil,<br />

1943.<br />

__________. O negro brasileiro, 3ª ed., São Paulo: Companhia. Editora Nacional,<br />

1951.<br />

RAMOS, Arthur. Prefácio da 1 a ed. As culturas negras no Novo Mundo. São Paulo:<br />

Companhia Editora Nacional, 1979 (1937).<br />

ROSALDO, Renato. Imperialist Nostalgia. Representations, 26: 107-22, 1989.<br />

ROSBERRY, William. Social Fields and Cultural Encounters. In Gilbert, J.; Legrand,<br />

Catherine C.; e Salvatore, Ricardo D. (orgs.). Close Encounters of Empire: Writing the<br />

Cultural History of U. S. - Latin American Relations. Durham: The Duke University Press,<br />

pp. 515-25, 1998.<br />

ROUSSO, H. O Arquivo ou o Indício de uma Falta. Estudos históricos, 17: 85-91,<br />

1996.<br />

SALVATORE, Ricardo. The Enterprise of Knowledge: Representational Machines<br />

of Informal Empire. In Gilbert Joseph, Catherine Legrand e Ricardo Salvatore (orgs.).<br />

Close Encounters of Empire: Writing the Cultural History of U. S. – Latin American Relations.<br />

Durham: The Duke University Press, pp. 69-106, 1998.<br />

SHADEN, Egon. O Pensamento Antropológico de Arthur Ramos. In Arthur Ramos.<br />

Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, pp. 25-44, 1951.<br />

SCOTT, David. Locating the Anthropological Subject: Postcolonial Anthropologist<br />

in Other Places. Inscription, 5: 75-85, 1989.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 102<br />

102<br />

__________. That Event, This Memory: Notes on the Anthropology of African Diasporas<br />

in the New World. Diasporas, 1: 261-284, 1991.<br />

SCOTT, Rebecca. Defining the Boundaries of Freedom in the World Cane: Cuba, Brazil<br />

and Louisiana after Emancipation. The American Historical Review, 1: 70-102, 1994.<br />

SHELBY, Charnion. The Handbook of Latin American Studies: its Fifteen Years.<br />

Revista Interamericana de Bibliografia, 1: 89-94, 1951.<br />

STOLKE, Verena. De Padres, Filliaciones y Malas Memórias. Qué Historias de qué<br />

Antropologia? In Joan Bestard (ed.), Después de Malinowski. Tenerife, 1993.<br />

__________. Brasil: una Nación Vista através del Cristal de la Raza. Revista de Cultura<br />

Brasileira, 1: 51-68, 1998.<br />

STOCKING JR., G. W. Afterword: a View from the Center. Ethnos, 47: 172-86,<br />

1982.<br />

STOCKING JR. History of Anthropology: Whence/Whither, in Observers Observed:<br />

Essays on Ethnographic Fieldwork, 1 edition, George Stocking Jr. Edited by G. S. Jr., pp.<br />

3-12. Madison: The University of Wisconsin Press, 1983a.<br />

__________. Observers Observed: Essays on Ethnographic Fieldwork, vol. 1. George<br />

Stocking Jr. Madison: The University of Wisconsin Press, 1983b.<br />

TAYLOR, Joseph T. Desegregation in Louisiana – One Year After. Journal of Negro<br />

Education, 24 (3): 258-74, 1959.<br />

TROUILLOT, Michel-Rolph. The Caribbean Region: an Open Fronttier in<br />

Anthropological Theory. Annual Review of Anthropology, 21: 19-42, 1992.<br />

__________. Silencing the Past. Boston: Beacon Press, 1995.<br />

__________. The Localization of Anthropological Practice: from Area Studies to<br />

Transnationalism. Critique of Anthropology, 18: 117-33, 1998.<br />

__________. Culture on the Edges: Creolization in the Plantation Context. Plantation<br />

Society in the Americas, vols. 8-28, 1998.<br />

VELHO, Gilberto. Indivíduo e Religião na Cultura Brasileira. In (org.) Projeto e<br />

metamorfose: antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores,<br />

pp. 49-62, 1994.<br />

VILHENA, R. Projeto e missão – o movimento folclórico brasileiro 1947-1964. Rio de<br />

Janeiro: <strong>Fundação</strong> Getúlio Vargas/Funarte, 1997.<br />

WILLIAMS, Eric. Added Comment Respecting the West Indies. In Melville Herskovits<br />

(ed.), The Interdisciplinary Aspects of Negro Studies. American Council of Learned Societies,<br />

Bulletin 32: 58-62, 1941.<br />

YELVINGTON, K. A. The Invention of Africa in the Caribbean: Political Discourse<br />

and Anthropological Praxis, 1920-1940. From Africa to Americas: New Directions in<br />

Afro-American Anthropology. Santa Fe, New Mexico, april 10-15, 1999, School of<br />

American Research Advanced Seminar, 1999.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 103<br />

NOTAS:<br />

103<br />

1 – Carta de Otinha, 5 fev. 1937. Coleção Arthur Ramos/<strong>Biblioteca</strong> Nacional (agora<br />

em diante CAR/BN, seguido da referência/localização na coleção). “Garapa” é o nome<br />

dado à substância adocicada, feita de caldo de cana-de-açúcar ou frutas. No seu sentido<br />

figurado, “coisa boa ou fácil de se conseguir ou certa (no NE ou no S, quando se quer<br />

exprimir essa facilidade ou certeza na obtenção de uma coisa desejada, diz-se: É aquela<br />

garapa!)”. Verbete “garapa” in FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. O dicionário<br />

da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, 1ª ed., p. 674.<br />

2 – RAMOS, A. Notas sobre macumba (1948), manuscrito, 13 p., CAR/BN, 38, 2, 26.<br />

3 – Vale a pena notar que essa preocupação mais abrangente guiou parcela relevante da gera -<br />

ção dos antropólogos brasileiros que, já nos anos 70, passam a observar rituais e cultos afrobrasileiros<br />

como “sistemas culturais” através dos quais seria possível compreender, entre ou -<br />

tras coisas, concepções de indivíduo e pessoa na sociedade brasileira. Entre outros, ver VE -<br />

LHO, Gilberto (1990); MAGGIE, Yvonne (2001 (1972)) e BIRMAN, Patrícia (1990).<br />

4 – RAMOS, Arthur. Ed. Tupi, 18 out. 1942 (CAR/BN, manuscrito).<br />

5 – TORGA, Miguel. Em Diário IX, 1949. Citado no verbete “anamnese”, in FER-<br />

REIRA, Aurélio Buarque de Holanda. O dicionário da língua portuguesa, p. 92.<br />

6 – Para o contexto brasileiro, ver o instigante estudo de VILHENA, Rodolfo (1997).<br />

7 – Otinha. Pilar, 1 abr. 1937, CAR/BN (I-35, 36, 2810c).<br />

8 – Carta de Édison Carneiro para A. Ramos, 4 jan. 1936, CAR/BN.<br />

9 – Valdemar Ferreira dos Santos é um dos informantes que envia (ou permuta) informa -<br />

ções sobre sua vida e sua relação com os candomblés baianos. Para uma visão mais acurada<br />

do relacionamento entre Édison Carneiro e Arthur Ramos, nada melhor do que a<br />

leitura das cartas enviadas por Édison a Ramos, publicadas em 1987 (Lima, 1987). Infe -<br />

liz mente, as cartas de Ramos não foram disponibilizadas nessa publicação e estão acessíveis<br />

somente na sua coleção.<br />

10 – Docente da Faculdade de Medicina da Bahia e médico pediatra, Hosanah de Oliveira<br />

foi, segundo Arthur Ramos, com o próprio Ramos “confirmado” “ogã” no tradicional<br />

Terreiro do Gantois no início dos anos 1930 (ver RAMOS, 1951: 62-3). A influência<br />

de Hosanah também foi fundamental nas pesquisas e viagens de PIERSON, Donald<br />

(1935-6); LANDES, Ruth (1938-9); TURNER, Lorenzo D. (1940-1); FRAZIER,<br />

Franklin (1940-1); TANNEMBAUN, Frank (1937).<br />

11 – Ramos publicou grande parte dos mais importantes livros sobre temas afro-brasileiros<br />

enquanto esteve à frente da Coleção <strong>Biblioteca</strong> de Divulgação Científica, da editora<br />

Civilização Brasileira, à época dirigida por Octales Marcondes Ferraz. Embora prestigiada<br />

e com grande divulgação em jornais e publicações afins, a coleção foi encerrada<br />

em 1939, devido à “pouca saída” de seus títulos e por não “bastar a si mesma”. Contrariado<br />

com o encerramento da coleção, Ramos argumentava que, de um total de 2.700 volu -<br />

mes publicados até 1939, um pouco mais da metade havia sido vendida. Carta de Octales<br />

M. Ferraz a Arthur Ramos, 7 maio 1939, CAR/BN.<br />

Entre 1934 e 1938 – até a publicação do livro de Manuel Querino – a coleção dirigida<br />

por Ramos já tinha editado 15 volumes sobre o tema. Entre esses, três volumes eram de<br />

sua própria autoria. Carta de Octales M. Ferraz, 24 jan. 1939, CAR/BN.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 104<br />

104<br />

12 – Em As culturas negras no Brasil (1936) – contribuição de Ramos ao ciclo de conferências<br />

sobre etnografia, organizado por Dinah Lévi-Strauss no Departamento<br />

Municipal de Cultura de São Paulo em 1936 – e As culturas negras no Novo Mundo<br />

(1937), Ramos explicita as bases do que chamei “conversão” (à antropologia) (Cunha,<br />

1999). Nesses textos, suas leituras e correspondência com intelectuais norte-americanos<br />

e latino-americanos o influenciam na adoção da noção de “aculturação” nas análises sobre<br />

cultura e religiosidade negra nas Américas, sob uma perspectiva comparativa.<br />

13 – Essa definição é claramente problemática. A natureza do que chamo material etnográ -<br />

fico não está estabelecida a priori. Entretanto, apresenta-se, quase sempre, em seu estado<br />

bruto ou, ainda, não foi objeto de uma reflexão mais acabada e conclusiva, presente nos<br />

artigos e livros que dela resulta. Por outro lado, parece conter reflexões inscritas e sujei -<br />

tas a posteriori reinterpretação.<br />

14 – Inspirado pelas análises de Ricouer, James Clifford sistematiza três formas distintas,<br />

mas profundamente interligadas, na produção de conhecimento antropológico que<br />

resultam do trabalho etnográfico (1990). A transcrição de um fenômeno vivenciado.<br />

15 – Chamo atenção que essa releitura parece ter sido experimentada pelo próprio Ramos<br />

durante a confecção de seu curriculum vitae (1945) e coleta e organização de seu arquivo<br />

pessoal, bem como ressaltada em alguns trabalhos de autores contemporâneos que<br />

com ele conviveram. Num volume organizado em sua homenagem, o sociólogo L. A.<br />

Costa Pinto observa que essa transformação em sua obra não a isentou de problemas:<br />

“A viagem aos Estados Unidos permitira-lhe um contato mais estreito com os últimos<br />

progressos da antropologia americana, contrabalançando a influência em seu espírito dos<br />

culturalistas alemães; por outro lado, o seu psicologismo, os preconceitos antievolucionistas<br />

e um culturalismo de outro tipo arraigam-se mais profundamente no esquema<br />

conceitual com que laborava, o que nos ensejou, repetidas vezes, discrepâncias metodoló -<br />

gicas muito sérias que debatemos de público mais de uma vez ...)” (1953).<br />

16 – Há que se investigar como foram construídas as fronteiras que instituíram o campo<br />

em que Ramos investiu seu tempo e do qual foi expurgado após sua morte.<br />

17 – Da mesma forma que os encontros que constituíram as experiências etnográficas de<br />

Melville Herskovits, William Bascom, Lorenzo D. Turner, Franklin Frazier, Ruth Landes,<br />

Robert E. Park e outros, em diversas regiões do Caribe e América Latina, é inegável o<br />

papel que as viagens de estudos, exílio, intercâmbio de Fernando Ortiz, Arthur Ramos,<br />

Rómulo Lachatañéré, Aguirre Beltran, Oracy Nogueira, Fernando Romero, Idelfonso<br />

Pareda Valdés, Louis Price-Mars, Eric Williams e outros aos Estados Unidos, Inglaterra<br />

e França, durante os anos 40, teve em seus respectivos trabalhos (Cunha, 2001).<br />

18 – No mesmo momento em que Melville Herskovits capitaneava recursos de institui -<br />

ções privadas e do império americano para financiar pesquisas e intercâmbios intelectuais<br />

no Caribe e na América Latina, Eric Williams submetia à Julius Rosenwald Found.<br />

um projeto de pesquisa envolvendo a comparação da indústria do açúcar, ideologias de<br />

“raça” e capitalismo no Brasil e no Caribe. Embora aprovado, Williams repensou as rotas<br />

do seu projeto inicial, concentrando-se em alguns países caribenhos. Carta de Eric<br />

Williams a Melville Herskovits, 12 nov. 1940. Melville Herskovits Papers, Northwestern<br />

University Archives, Box 2 (de agora em diante, NWUA/MHP).<br />

19 – Sobre o Handbook, ver SHELBY, Charnion (1951). Para seguir os passos dessa<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 105<br />

105<br />

política de aproximação, ver, especialmente, os seguintes volumes do The Department of<br />

State Bulletin (DSB): Exchange of Professors and Students between the Unided States and<br />

the other American Republics, I (13): 289-291, 1939; Conference on Inter-American Relations<br />

in the field of Education, I (19): 464-5: 146, 1939; Inter-American Professor Exchange, II<br />

(41): 357-362, 1940; Exchange Professors and Students, III (61): 149, 1940. Em 1941,<br />

um total de 85 estudantes e professores de vários países latino-americanos desembarcavam<br />

no Santa Lucia, em Nova York, para participar de atividades promovidas pela<br />

University of South Carolina. Da Faculdade de Medicina de Havana viriam seis médicos<br />

como resultado de um convênio com a Cornell University Medical College. O Brasil<br />

enviaria um estudante de biblioteconomia à Louisiana State University, um de medicina<br />

à John Hopkins, um agrônomo para a University of Florida, um estudante de di reito<br />

à University of Pennsylvania e uma estudante de educação para a University of Louisiana.<br />

Ver Travel Grants to Professors and Students, III (67), 5 out. 1940, p. 282.<br />

20 – Carta de Elsie C. Parsons para Melville Herskovits, 20 mar. 1941, NWUA/MHP,<br />

Box 18.<br />

21 – NU/MHP. Carta de Ramos para Melville Herskovits. 1 ago. 1940. Ramos viajou<br />

para os Estados Unidos graças ao salário oferecido pela Louisiana State University e 1/4<br />

de bolsa de estudos, na época oferecida a bolsistas latino-americanos. Entretanto, antes<br />

mesmo de viajar, expressou publicamente sua simpatia pela política de “boa vizinhança”<br />

e escreveu sobre a situação racial norte-americana. Ver O negro nos Estados Unidos –<br />

Fatores de amizade entre as duas grandes pátrias americanas. Rio de Janeiro: Edições Diários<br />

de Notícias, 1939, pp. 323-26.<br />

22 – NU/MHP, 30 maio 1938. Carta a Arthur Ramos. PIERSON, Donald, 11 maio<br />

1937, CAR/BN.<br />

23 – O interesse de Ramos em Chicago mantém-se mesmo após ter aceito o cargo de<br />

professor visitante na LSU e de deixar a cargo de M. Herskovits grande parte do seu<br />

roteiro de visitas a universidades norte-americanas. Carta de A. Ramos a R. Redfield, 10<br />

ago., 1940, CAR/BN. Embora tenha ido a Chicago, Ramos nem se encontrou com Park<br />

– nessa época vivendo em Nashville como professor do Departamento de Ciências Sociais<br />

da Fisk University – nem com Redfield (que estava na Guatemala). Em carta a Park,<br />

Pierson lamentaria o forte vínculo de Ramos às idéias de Melville Herskovits. Carta de<br />

Donald Pierson a Robert E. Park, 26 jan. 1941. Robert Park Collection, Fisk University<br />

(de agora em diante REP/FU).<br />

24 – Houve grande interesse do governo norte-americano em apoiar projetos envolvendo<br />

agricultura na América Latina e no Caribe. Melville Herskovits beneficiou-se indiretamente<br />

de recursos ao direcionar sua atenção aos camponeses negros no Haiti. Sobre<br />

Cartas de T. Lynn Smith para Arthur Ramos, respectivamente, 11 jul. 1939, 10 mar.<br />

1939. CAR/BN.<br />

25 – Pattee acabaria reiniciando um outro périplo, envolvendo deslocamentos nada<br />

aleatórios: por volta dos anos 1950 e já longe de suas funções no governo norte-americano,<br />

cruzava não só países africanos de língua portuguesa, mas a África do Sul, em busca<br />

de material para escrever livro sobre colonização portuguesa.<br />

26 – Em carta a Rayford W. Logan, Ramos aceitou o convite de W. E. B. Du Bois. Carta,<br />

5 set. 1936, CAR/BN.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 106<br />

106<br />

27 – Ver, respectivamente, CAR/BN (I-35, 16, 235), (I-35, 16, 212) e NU/MHP. Carta<br />

de Arthur Ramos para M. Herskovits, 20 jun. 1939.<br />

28 – Um sábio brasileiro nas universidades americanas. Diretrizes, III (28): 29, 1940.<br />

29 – Idem. Ramos data essa referência ao missionário como tendo sido <strong>final</strong>izada em 12<br />

set. 1940.<br />

30 – Carta dos Estados Unidos – Antecâmara da América. Diretrizes, III (30): 10-12,<br />

1940. Ver também Lições da Vida Americana (depoimento de Érico Veríssimo) e Carta<br />

dos Estados Unidos – América Portuguesa. Diretrizes, IV (40): 10.<br />

31 – Em outro texto comparo e detalho a viagem de Ramos aos Estados Unidos à via -<br />

gem do cubano Lachatañéré (Cunha, 2002).<br />

32 – Idem. NU/MHP, ver correspondência entre A. Ramos e M. Herskovits, enviada<br />

entre setembro e novembro de 1940.<br />

33 – Ver Um Sábio Brasileiro nas Universidades Americanas, Diretrizes, III (28): 30,<br />

1940. Ver, também, carta de A. Ramos a M. Herskovits, 10 jan. 1941, NU/MHP. O texto<br />

foi publicado em periódico dos intelectuais negros norte-americanos, o Journal of<br />

Negro History (ver RAMOS, 1941).<br />

34 – Tradução minha. NU/MHP, carta de Herskovits a Ramos, 8 set. 1940.<br />

35 – NU/MHP, carta de A. Ramos para M. Herskovits, 12 out. 1940.<br />

36 – MHP/NWU, carta de Melville Herskovits para Arthur Ramos, 30 set. 1942.<br />

37 – Carta dos Estados Unidos – Old Man River. Diretrizes, (31): 49-51, nov., 1940,<br />

pp. 49-50.<br />

38 – Essa expressão foi utilizada pelo próprio Ramos no prefácio de As culturas negras<br />

no Novo Mundo ((1937) 1979: xxi).<br />

39 – Cartas de Otinha para A. Ramos, respectivamente, 12 mar. 1937 e 1 abr. 1937.<br />

CAR/BN (5, 36, 2018c).<br />

40 – Sobre as práticas policiais na repressão aos cultos ver, por exemplo, a carta que Oti -<br />

nha envia a Ramos e esposa em 14 fev. 1937, CAR/BN (I-36, 9, 106). O termo seita é<br />

utilizado pela missivista. Ver cartas de Otinha para Ramos entre 1937 e 1938.<br />

41 – O material reunido por Ramos e a esposa em sua coleção, em viagens pelo interior de<br />

Alagoas, e os documentos/artefatos enviados por amigos e admiradores caracterizam uma<br />

prática muito corriqueira utilizada pelos antropólogos brasileiros de sua geração. Entre tanto,<br />

a lógica de inserção e indexação de parte substancial desse material sugere que se prestaram<br />

a validar e diferenciar as atividades do médico daquelas desempenhadas pelo antropólogo.<br />

Em Alagoas, seus familiares e amigos foram responsáveis pela alimentação constante do acer -<br />

vo. Numa pasta intitulada Etnografia Religiosa do Negro Brasileiro, que contém parte re -<br />

le vante do material utilizado na confecção de O negro brasileiro (1934), encontra-se parte<br />

do material colhido por Ramos e sua esposa em uma viagem de caráter familiar a Pilar (AL),<br />

cadernetas e anotações recolhidas por Manuel Ramos e por quem identificou apenas como<br />

“velha Gervásia”. CAR/BN, (I-36, 20). O próprio Ramos referiu-se a esse período de coleta<br />

como simultâneo ao da “conversão”: “Quando, há mais de um decênio, comecei a reu -<br />

nir na Bahia material de estudo sobre o negro (...) as pesquisas encetadas no recesso dos candomblés,<br />

a que me arrastou a profissão de médico-legista do Instituto Nina Rodrigues, não<br />

encontraram eco imediato.” Em nota correspondente ao trecho citado, Ramos observa: “Esse<br />

material deu origem aos seguintes trabalhos: Os horizontes míticos do negro na Bahia (1932);<br />

A possessão fetichista na Bahia (1932); O mito de Yemanjá (1932) (...) e a obra cíclica O negro<br />

brasileiro, com três volumes já publicados” (1979: xix).<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 107<br />

107<br />

42 – Carta de A. Ramos a Roger Bastide, Rio de Janeiro, 1 ago. 1938, CAR/BN.<br />

43 – Mariza Corrêa nos chama atenção para o fato de os primeiros escritos de Ramos<br />

sobre possessão incluírem críticas às concepções psicopatológicas do médico Nina<br />

Rodrigues, autor responsável por idéias às quais muitos autores de sua geração, e o próprio<br />

Ramos, se filiaram no <strong>final</strong> dos anos 1930. Mariza Corrêa observa ainda que essa mudan -<br />

ça de orientação está profundamente relacionada a disputas regionais e à presença, e crescente<br />

prestígio, do pernambucano Gilberto Freyre no campo de estudos sobre a população<br />

afro-brasileira (1998: 280).<br />

44 – Mais uma vez, é Mariza Corrêa quem sugere respostas ao que parece banimento:<br />

a filiação de Ramos e outros intelectuais (principalmente, baianos) a perspectivas médico-legais<br />

explicitadas por Nina Rodrigues. “Esta perspectiva”, conclui, “talvez explique<br />

por que seus trabalhos continuaram a ser citados por médicos psiquiatras e deixaram de<br />

ser mencionados depois da sua morte” (1998: 292).<br />

45 – CAR/BN, carta de Richard Pattee a A. Ramos, 5 dez. 1940. Chamo atenção para<br />

o fato de essas referências, ainda que num tom e ênfase fortemente nacionalistas, terem<br />

sido publicadas em sua coluna no jornal Diretrizes. Para uma visão mais detalhada sobre<br />

esses artigos, ver CUNHA, 2002.<br />

46 – Idem, p.51.<br />

47 – Otinha, s. d. CAR/BN, (I-35, 36, 2810c).<br />

48 – BRITO, Lasinha L. C. de C. O Problema da Criadagem. Fon-Fon, 20 nov. 1948,<br />

p. 1. Os recortes foram incluídos em pasta relativa aos documentos sobre macumba, intitulada<br />

Diversos. (CAR/BN, folder 38, 2, 32).<br />

49 – À frente da Sbae, Ramos encabeça um manifesto dos antropólogos brasileiros dirigido<br />

ao governo, no qual colocavam-se “a serviço” da luta antifacista. “(...) Queremos<br />

oferecer ao governo do Brasil os nossos irrestritos serviços, os dos técnicos da antropologia<br />

e das ciências conexas ao trabalho da união e da defesa nacionais. Mais do que isso,<br />

porém, queremos oferecer a todo o mundo civilizado a nossa magnífica filosofia no tratamento<br />

das raças, com o maior protesto científico e humano e a maior arma espiritual<br />

contra as ameaças sombrias das concepções nazistas da vida, este estado psicológico de<br />

es pírito que pretende envolver a humanidade numa espessa e irreparável atmosfera de luto.”<br />

Manifesto da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia apresentado em sessão<br />

extraordinária de 28 ago. 1942 (CAR/BN, 40, 2, 6).<br />

50 – De volta ao Brasil, Ramos transformara-se numa espécie de embaixador cultural e<br />

de assuntos acadêmicos, divulgando de forma eficaz a política cultural norte-americana<br />

em palestras e arquivos. Em 1941, faz conferências na Associação Brasileira de Educação<br />

(A Antropologia Social nos Estados Unidos), na então recém-criada Sociedade Brasileira<br />

de Antropologia e Etnologia (O Folclore Musical Negro Norte-Americano), no Instituto<br />

Brasil–Estados Unidos (A Vida Universitária nos Estados Unidos), e no Centro de Relações<br />

Internacionais (A Minha Experiência nas Universidades Americanas).<br />

51 – CAR/BN, correspondência entre A. Ramos e Sue E. Elkin.<br />

52 – Carta dos EUA – América Portuguesa. Diretrizes, IV (40): 10, 1940.<br />

53 – Manuscrito, CAR/BN. Para uma discussão densa sobre a maneira pela qual as fronteiras<br />

entre religiões afro-brasileiras e catolicismo foram pensadas e demarcadas pelos<br />

antropólogos brasileiros, ver BIRMAN, 1995.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 108


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 109<br />

BRASIL: UMA NA²AO VISTA<br />

ATRAVES DA VIDRA²A DA RA²A*<br />

Verena Stolcke<br />

Professora de Antropologia Social da<br />

Universidade Autônoma de Barcelona.<br />

“Nós brasileiros – e o mesmo pode ser dito para outros povos americanos – pertencemos<br />

à América meramente em um nível novo e oscilante de nossa mente,<br />

enquanto pertencemos à Europa em todos os níveis estratificados. Tão logo adquirimos<br />

um mínimo de cultura, esta última domina sobre a primeira. Nossa imagi -<br />

nação não pode deixar de ser européia, ou seja, de ser humana...”( Nabuco,<br />

Joaquim. Minha formação, 1957, 1ª ed., 1890, pp. 46-7.)<br />

“A busca da África (nos estudos sobre o Negro no Brasil) resultou, a longo prazo,<br />

em algo muito pernicioso e preju-dicial para esses estudos. Como não poderia<br />

deixar de ser, pois partiram da premissa de que o Negro era um estrangeiro.”<br />

(Carneiro, Édison. Ladinos e crioulos, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964,<br />

pp. 103-18.)<br />

Em sua 5ª Conferência Geral, celebrada em Florença, em 1950, a Organização<br />

das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) decidiu patro -<br />

cinar um projeto de pesquisa piloto no Brasil “sobre os problemas de diferentes<br />

raças e grupos étnicos vivendo em um ambiente social comum”. 1 O projeto fazia<br />

parte das iniciativas cientí-ficas da Unesco, nascidas em conseqüência dos horrores<br />

resultantes da doutrina racial nazista e para exorcizar de uma vez por todas<br />

os demônios raciais.<br />

* Este texto foi publicado originalmente na Revista de Cultura Brasileña, nº 1, março de<br />

1998, editada pela Embaixada do Brasil na Espanha.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 110<br />

110<br />

Alfred Métraux, eminente antropólogo que acabou coordenando o projeto da<br />

Unesco, atribui a escolha do Brasil à “boa impressão que, em geral, as relações<br />

raciais no Brasil deixaram, durante anos, em viajantes e sociólogos, surpresos em<br />

encontrar atitudes tão diferentes daquelas observadas em outras partes do mundo”.<br />

De fato, o Brasil tem sido aclamado como um dos raros países que alcançou<br />

“democracia racial”. Esse “raro exemplo de relações raciais harmoniosas” havia,<br />

até então, recebido pouca atenção, apesar de que situações em que diferen tes<br />

raças vivendo em harmonia poderiam exercer forte influência sobre questões ra -<br />

ciais em geral. 2<br />

A imagem otimista do Brasil como “democracia racial” tem uma longa e controvertida<br />

história. Constitui forte herança de uma longa tradição de estudos<br />

comparativos da escravidão no Brasil em contraste com os Estados Unidos, refor -<br />

çada nos anos 20 e 40 pelos trabalhos escritos por alguns proeminentes intelectuais<br />

brasileiros no contexto dos acalorados debates sobre a identidade do Brasil<br />

como nação. Com a abolição da escravatura e a proclamação da República, a presença<br />

africana e a ampla miscigenação no Brasil passaram a causar profundas<br />

apreensões entre as elites políticas e intelectuais a respeito da identidade nacional<br />

do país e seu status na comunidade internacional. 3 Por volta dos anos 30, um<br />

grupo de jovens cientistas sociais começou a redefinir a influência negra na cultu -<br />

ra brasileira e desenvolveu a imagem do Brasil como um paraíso racial no desejo<br />

de desafiar teorias anteriores catastróficas, segundo as quais a mistura racial<br />

condenava povos de diferentes raças à decadência física e moral. 4<br />

A escolha do Brasil pela Unesco como um laboratório privilegiado para inves -<br />

tigação da questão racial não era dada como certa. Na Unesco, alguns pensavam<br />

que deveria ser dada prioridade a situações de genuína hostilidade racial e, dentro<br />

do Brasil, temia-se que um cuidadoso exame das relações raciais pudesse abrir<br />

uma “caixa de surpresas”, afetando a imagem tão querida de muitos políticos e<br />

intelectuais. 5 Em casa de enforcado, não se fala de corda!<br />

O que Métraux conta esconde mais do que revela sobre as verdadeiras circuns -<br />

tâncias que induziram a Unesco a patrocinar a pesquisa sobre relações ra ciais no<br />

Brasil. Meu objetivo neste breve trabalho é o de resgatar a figura de Arthur Ramos,<br />

o quase esquecido antropólogo que desempenhou um papel central em colocar<br />

o Brasil na agenda da Unesco.<br />

No princípio, a visão e a agenda da Unesco estavam mais voltadas para o passado<br />

recente da guerra devastadora do que para o futuro. O objetivo era comba -<br />

ter tensões internacionais, promovendo o entendimento e a cooperação entre as<br />

nações para garantir a paz mundial. As forças aliadas haviam derrotado o fascismo,<br />

mas o mundo que emergia estava profundamente estremecido, moral e in-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 111<br />

111<br />

telectualmente. A Unesco diagnosticava a guerra parcialmente como um estado<br />

de espírito. A tarefa da reconstrução democrática era, portanto, não apenas política<br />

e econômica, mas também moral e intelectual. O mundo dos vitoriosos precisava<br />

ser moralmente exonerado, restituindo a fé na natureza humana. Assim,<br />

para tornar a guerra moralmente impossível, a “ignorância e o preconceito” que<br />

fizeram possíveis as doutrinas nazistas de “desigualdade de homens e raças” precisavam<br />

ser erradicados. 6 Esse era o mandato internacionalista da Unesco, a ser<br />

desempenhado por meio de programas educacionais e intercâm-bios culturais<br />

entre povos, concebidos para disseminar o respeito universal à jus-tiça, ao princípio<br />

da legalidade, aos direitos humanos e às liberdades fundamen-tais para todos,<br />

“sem distinção de raça, sexo, língua ou religião”. 7 A ciência positiva iria for necer<br />

o conhecimento apartidário necessário para desautorizar a ciência racista que fize -<br />

ra do nacionalismo agressivo a causa da guerra.<br />

No entanto, muito em breve os gélidos ventos da Guerra Fria anunciavam novas<br />

e profundas divisões político-ideológicas na ordem mundial do pós-guerra, que<br />

mudaram o ponto de vista da agenda da Unesco. Em 1948, a polarização do mundo<br />

em dois blocos hostis toma forma. A conquista de respectivas esferas de influência<br />

teve como um dos seus cenários os novos estados emergentes dos antigos impérios<br />

coloniais europeus. A confiança cosmopolita que a Unesco depositava no entendimento<br />

internacional foi fortemente abalada com o bloqueio soviético a Berlim, a<br />

dramática ponte aérea no inverno de 1948, e pela guerra da Coréia em 1950. Julian<br />

Huxley, seu então diretor-geral, foi forçado a admitir a “impossibilidade da Unesco<br />

tirar o coelho da paz política do chapéu cultural e científico”. 8 Além disso, o racismo<br />

não havia desaparecido como se esforçava para demonstrar a União Soviética,<br />

escolhendo os Estados Unidos como alvo preferencial de suas críticas. “As idéias de<br />

desigualdade racial e nacional,” dizia o Pravda, em 1946, “encontram expressão<br />

concreta na política adotada por governos capitalistas com relação a povos colonizados<br />

ou dependentes e a minorias dentro de países metropolitanos”. 9<br />

Por volta de 1949, a Unesco percebeu que a segregação racial persistente nos<br />

Estados Unidos, o desafio da descolonização de “preconceitos ocidentais sobre<br />

os ‘outros’ colonizados” e a crescente preocupação com as leis de apartheid na<br />

África do Sul exigiam um esforço conjunto da parte de cientistas de todo o mundo<br />

para enfrentar o problema e eliminar o preconceito racial “em casa”. Foi nesse<br />

momento que a agenda internacionalista desta organização se voltou para um<br />

projeto nacional, buscando do outro lado do Atlântico uma fórmula que pudesse<br />

ajudar a superar um problema, “raça”, que se tinha originado na Europa.<br />

Conexões pessoais e intelectuais transatlânticas, relacionadas com o evento, faci -<br />

litaram a formação de um programa concreto em meio à crescente tomada de cons -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 112<br />

112<br />

ciência da questão racial no seio da Unesco. O primeiro documento indi cando futuras<br />

atividades a respeito nessa área, presumivelmente ela-borado por Otto Klineberg,<br />

um discípulo de Boas e crítico de primeira hora dos testes racistas de QI nos Estados<br />

Unidos, 10 expressava especial interesse em estu-dar “expe riências bem-sucedidas nas<br />

relações raciais”, em oposição a situações de aberta hostilidade racial.<br />

A ampliação da agenda científica desta organização coincidia com a transferên -<br />

cia da autoridade executiva da Europa para a América Latina. Jaime Torres Bodet<br />

foi eleito, no <strong>final</strong> de 1948, para suceder Julian Huxley como diretor-geral. Torres<br />

Bodet pertencia a uma geração de proeminentes intelectuais e artistas mexicanos,<br />

os fundadores do modernismo mexicano. Tinha relações próximas com José Vas -<br />

concelos, o filósofo e político mais conhecido por sua influente obra La raza<br />

cósmica (1925), uma elegia à singular fecundidade da miscigenação nacional, re -<br />

pre sentada numa escala continental.<br />

Contrariando as expectativas norte-americanas de que fosse mais suscetível a influências<br />

políticas do que seu antecessor, Torres Bodet pôs em marcha seu pró prio<br />

plano particular de tornar a Unesco mais eficiente e de incrementar sua atenção para<br />

questões latino-americanas, promovendo a participação de intelectuais da região.<br />

Em uma decisão que teria conseqüências de longo alcance para o programa<br />

da Unesco sobre raça, em meados de 1949 Torres Bodet convidou o antropólogo<br />

brasileiro Arthur Ramos para chefiar o recém-criado Departamento de Ciências<br />

Sociais. 11 A escolha de Ramos não foi por acaso, mas em função de uma com -<br />

ple xa combinação de circunstâncias políticas e ideológicas, alinhamentos e cone -<br />

xões pessoais, tendo como pano de fundo as intensas confrontações sobre raça,<br />

cultu ra e identidade nacional no Brasil.<br />

Paulo E. de Berredo Carneiro, intelectual positivista de São Paulo e delegado<br />

permanente do Brasil no conselho diretor da Unesco, foi o principal responsá -<br />

vel pela indicação de Ramos. Carneiro o conhecia bem e admirava o trabalho de<br />

Ramos sobre a cultura afro-brasileira por suas sólidas bases empíricas. Em uma<br />

de suas viagens entre o Brasil e Paris, Carneiro levou em sua bagagem os dois<br />

volumes da obra de Ramos Introdução à antropologia brasileira, que condensava<br />

e expandia suas pesquisas anteriores. Esse trabalho havia sido aclamado dentro e<br />

fora do Brasil pelo rigor científico de seu estudo comparativo das diversas culturas<br />

representadas na população brasileira e suas influências recíprocas. 12 Em<br />

Paris, Carneiro mostrou o livro a Torres Bodet. Sem mais pensar, o diretor-geral<br />

convidou Ramos a integrar os quadros da Unesco e ficou muito contente quando,<br />

pouco depois, Ramos respondeu positivamente, já que precisava Bodet dele<br />

urgentemente para a conferência geral que se reuniria em breve e onde seria apre -<br />

sentado o novo programa sobre preconceito racial. 13<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 113<br />

Pouco antes de partir para Paris<br />

na companhia de sua esposa Luísa,<br />

Ramos reunira seus colegas na<br />

Faculdade Nacional de Filosofia,<br />

Ciências e Letras da Uni ver si dade<br />

do Brasil, onde era professor de<br />

an tropologia e etnologia, para<br />

discu tir projetos para seu trabalho<br />

na Unesco. Segundo a lembrança<br />

de seu discípulo, colega e amigo<br />

ad mi rador Costa Pin to, “nós pro -<br />

pú nhamos que a Unesco deve ria<br />

con side rar seriamente concentrar<br />

sua atenção na América Latina e,<br />

em particular, no Brasil, um<br />

labora tó rio de pesquisa sobre relações<br />

hu ma nas devido à natureza única<br />

das estruturas sociais prevalecentes<br />

nessa parte do mundo, cheio de situações<br />

e problemas de interesse científico<br />

universal, e que estão lá para<br />

serem investigadas em condições ímpares<br />

no mundo”. 14<br />

Ramos imediatamente se lan -<br />

çou em atividades em Paris a fim<br />

de pôr em prática sua convicção<br />

de que o Brasil não era apenas<br />

113<br />

Carta do antropólogo Alfred Metraux, em que agradece<br />

a proposta feita por Arthur Ramos de traduzir seus<br />

livros. Ele acrescenta que precisa adicionar à sua obra<br />

alguns capítulos sobre a so cie dade tupi. Connecticut,<br />

31 de março de 1941.<br />

um local privilegiado para o estudo das relações humanas, mas também oferecia<br />

interesse porque as tensões raciais, embora existentes, “eram menos críticas que<br />

em outras regiões”. 15<br />

O projeto do programa de Ramos preencheu as mais altas expectativas de<br />

Torres Bodet. Seu profundo conhecimento da questão racial e seus talentos organizacionais<br />

deram ao programa racial da Unesco um propósito marcante. Com<br />

o auxílio da influência política de Carneiro, a Unesco aprovou o progra-ma de<br />

Ramos na sua conferência geral de setembro de 1949. O projeto contemplava<br />

duas iniciativas principais. Primeiro, a convocação de um grupo de especialistas<br />

para estabelecer “dados científicos” sobre a controvertida questão das diferenças<br />

raciais. A idéia existia antes da chegada de Ramos, mas foi ele quem escolheu e<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 114<br />

114<br />

convidou o grupo de especialistas em antropologia física e ciências sociais e quem<br />

esboçou a agenda inicial. 16 A segunda iniciativa foi propor que a Unesco patro -<br />

cinasse investigações sobre exemplos concretos de relações raciais, especialmente<br />

o “estudo de condições sob as quais vários grupos raciais possam colaborar pacificamente<br />

no seio de uma determinada comunidade”. 17<br />

Mas Arthur Ramos morreu inesperadamente em seu hotel em Paris, na noite<br />

de sábado para domingo, dia 31 de outubro, com apenas 46 anos de idade. Um<br />

artigo póstumo reafirmava sua antiga convicção de que o “‘racialismo” resulta,<br />

em última instância, de “métodos de dominação”. 18<br />

Hoje em dia, as contribuições científicas e políticas de Ramos estão pratica men -<br />

te esquecidas e suas realizações na Unesco são desconhecidas. 19 Em parte isso se deve<br />

à sua morte prematura e à disputa pessoal e intel-ectual entre Arthur Ramos e Gilberto<br />

Freyre a respeito da precedência regional e intelectual no renascimento dos estudos<br />

sobre o negro nos anos 30. 20 O charme sedutor e atraente do retrato romântico, lírico<br />

e quase erótico pintado por Frey-re da sociedade agrária, patriarcal e tolerante de<br />

Pernambuco, que ele depois generalizou para o Brasil, sem dúvida ofuscou e depois<br />

eclipsou a descrição seca, acadêmica e muitas vezes repeti tiva que Ramos fez do “mosaico<br />

histórico” de povos no Brasil. Mas as importantes divergências políticas na<br />

maneira em que os dois intelec tuais descreviam a singular situação racial do Brasil<br />

tam-bém desempenharam um papel na indica ção de Ramos para o projeto da Unesco,<br />

assim como em seu posterior esquecimento.<br />

Durante a intensa renovação de estudos sobre o negro, nos anos 30, os inte -<br />

lectuais brasileiros tinham em mente, sobretudo, a questão nacional. O paradig -<br />

ma da harmonia racial brasileira ganhou destaque entre os intelectuais brasileiros<br />

na medida em que eles tentavam superar a consternação e encontrar uma solução<br />

para o mal resolvido problema da identidade nacional, que se devia, segundo<br />

Antonio Candido, “a uma ambigüidade fundamental: ser um país latino, de he ran -<br />

ça cultural européia, mas etnicamente mestiço, situado nos trópicos, influen ciado<br />

por culturas primitivas, ameríndias e africanas”, 21 uma ansiedade compartilhada<br />

com muitos outros pensadores latino-americanos. Freyre e Ramos, quase simultaneamente,<br />

começaram a reverter o retrato negativo da cultura brasileira de misturas,<br />

dissipando o complexo nacional de inferioridade, nascido da formação<br />

“bastarda” do país, por meio da exaltação das excelências de sua diversidade cultural<br />

e racial, qualificando a miscigenação como fator de indução e sintoma de<br />

uma identidade nacional brasileira singularmente harmoniosa. Realmente, a<br />

questão “raça”, observou Bastide, sempre provoca a resposta “sexo”. Mas, “se mis -<br />

ci genação tomasse a forma de casamento, e assim, em condições de res-peito mútuo<br />

e igualdade entre os sexos, estaria então demonstrada uma efetiva ausência<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 115<br />

115<br />

de preconceito racial. Mas, da maneira como é praticada, na verdade reduz uma<br />

raça inteira à condição de prostituta”. 22 Ramos e Freyre coincidiam a respeito da<br />

singular harmonia racial brasileira, embora seus métodos de pesquisa e estilo fos -<br />

sem diferentes. E nenhum deles jamais reconheceu essa distinção sociológica fundamental.<br />

Os dois divergiam radicalmente, no entanto, a respeito das causas dessa<br />

situação racial única no Brasil.<br />

Ramos estudou medicina e se considerava o herdeiro revisionista da Escola<br />

Nina Rodrigues de medicina legal, embora explicitamente se dissociasse da sua<br />

tese psicobiológica da inferioridade racial do negro e dos efeitos patológicos da<br />

miscigenação. A abordagem inicial de Ramos no campo das ciências médicas<br />

havia sido a psiquiatria. Por volta dos anos 1940, ele havia deixado para trás a<br />

noção de mentalidade primitiva e a psicanálise de Lévy-Bruhl, pelas quais havia<br />

sido atraído antes. 23 No início, Ramos tinha um vivo interesse em cultura afrobrasileira,<br />

mas aos poucos mudou seu foco de atenção para a dinâmica do conta to<br />

racial-cultural. Como ele escreveu em 1937, o negro, em vez de ser um ele men to<br />

estrangeiro, formava parte integral do país. “No Brasil, em Cuba, no Haiti, nas ou -<br />

tras Antilhas... culturas negras combinavam com os padrões de cultura branca em<br />

um mosaico histórico, onde muitas vezes é difícil reconhecer os elementos ori -<br />

gi nais.” 24 A tarefa primária era, portanto, examinar os processos que haviam de -<br />

sen cadeado esse “mosaico histórico” cientificamente e avaliar suas conseqüências<br />

sociopolíticas para o país.<br />

O surgimento do nazismo e da ciência racial nazista na Alemanha exerceram<br />

logo um forte impacto sobre os intelectuais brasileiros que estudavam as influências<br />

africanas sobre a identidade e cultura brasileiras. Já em 1935, e muito antes de que<br />

cientistas nos Estados Unidos e na Europa conseguissem apresentar uma condenação<br />

da ciência racial nazista, um grupo de intelectuais brasileiros emitiu um<br />

Manifesto de Intelectuais Brasileiros contra o Preconceito Racial, denunciando a<br />

ameaça que representava a ciência racial nazista para o Brasil, tendo em vista sua<br />

“diversidade” étnica e por “comprometer a coesão social”, ao disseminar o pre -<br />

concei to racial. Ramos e Freyre, entre outros, assinaram a declaração. 25<br />

A ciência racial nazista teve uma inegável influência sobre Ramos em sua abordagem<br />

da questão racial no Brasil. Tão logo estourou a guerra, ele se tornou um<br />

ativo militante antinazista, condenando publicamente em conferências, entrevis<br />

tas e artigos os perigos e falácias da ciência racial. 26 Naqueles perturbados tempos,<br />

Ramos sentia, mais do que nunca, que seu “Paideuma” era mais atlânticoocidental-meridional.<br />

Como escreveu ele, entusiasticamente: “Somos felizes<br />

porque nosso destino é suave, nossa natureza não tem vulcões, nossa história é<br />

uma página aberta de tolerância. Nossa cultura é, portanto, uma cultura ‘apolínea’,<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 116<br />

116<br />

Para Arthur Ramos, a integração do negro à<br />

vida nacional já era um fato: ilustração do livro<br />

Intro du ção à antropologia brasileira. [S.l.], 1947.<br />

nossa filosofia humanista é de singular<br />

cordialidade.” Para não ser con -<br />

fun dido com um nacionalista con ven -<br />

cio nal, ele acrescentou, porém, uma<br />

observação reve la dora: “Mas note-se<br />

que estou falando a linguagem não de<br />

um mero nacionalis mo político, mas<br />

de um nacionalismo cultural”. E perguntava,<br />

retoricamente: “Vocês não<br />

acham que seria interessante ‘julgar’<br />

os povos da terra através de nossa pró -<br />

pria cultura e não através da cultura<br />

francesa, inglesa ou alemã?” 27<br />

Paralelamente à sua exaltação da<br />

harmonia racial-cultural brasileira, Ra -<br />

mos se tornava cada vez mais crítico da<br />

herança colonial do país e se distancia -<br />

va do estereótipo do negro como essencialmente<br />

atrasado, dissociando mais<br />

explicitamente raça de cultura. 28 A ale -<br />

ga da inferioridade do africano, que ha -<br />

via produzido o cha mado “complexo<br />

do passado africa no”, era, na verdade,<br />

segundo ele, um produto da escravidão<br />

que havia des truí do a cultura dos afri -<br />

ca nos e mutilado suas personalidades. 29 O estudo do negro no Brasil era fundamen -<br />

tal, insistia ele em 1939, “porque o negro está ‘dentro’ da nossa vida nacional; ele se<br />

integrou, não como um elemento estrangeiro, mas como um pars magna. Será<br />

necessário insis tir que é essencial conhecê-lo para que sejamos capazes de conhecermos<br />

a nós mesmos como um povo, como uma nação”? 30 A base de qualquer identidade<br />

nacional era um patrimônio cultural comum, fosse ele original ou produto de um<br />

“mosaico histórico” composto por contribuições de culturas diferentes.<br />

Quando Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre, apareceu em 1933, antecipando<br />

a formulação de Ramos de harmonia racial, sua mensagem conciliatória<br />

foi inicialmente recebida como uma corajosa proclamação de fé no Brasil, seus<br />

mulatos, seus negros. 31 Ramos concordava com Freyre na atenção especial que a<br />

escravidão exigia, como um momento crucial na formação da singularidade racialcultural<br />

brasileira. 32 Mas, ao <strong>final</strong> dos anos 30, seus caminhos divergiram. Ramos<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 117<br />

117<br />

era agora duramente crítico não apenas da escravidão – “que havia completamente<br />

alterado o comportamento social do negro. A escravidão esmagou os escra -<br />

vos no mesmo moinho da opressão branca” 33 –, mas também do colonialismo<br />

europeu. Enquanto o luso-tropicalismo de Freyre celebrava a adaptabilidade cli má -<br />

tica e o erótico cosmopolitismo dos colonizadores portugueses, Ramos denunciava<br />

o colonialismo europeu por ter, em primeiro lugar, originado o racismo, mas<br />

não abandonou a tese da harmonia racial. 34 Sua longa visita aos Estados Unidos<br />

em 1940 confirmou o caráter especialmente grave da questão do negro naquele<br />

país. Antecipando a interpretação revisionista das relações raciais brasi lei ras, que<br />

emergiria do projeto piloto da Unesco, ele pensava, no entanto, que no Brasil,<br />

ao contrário dos EUA, a “linha da cor” era mínima e praticamente ine xistente,<br />

tendendo a constituir-se um problema de classe em vez de casta. 35<br />

Seu nacionalismo cultural, alimentado pelo espectro da ciência racial nazista,<br />

não apenas distanciou Ramos de Freyre politicamente, mas o trouxe mais próxi -<br />

mo aos intelectuais progressistas de São Paulo. Quando Freyre passou a ser um<br />

ideó logo do regime ditatorial de Salazar e um apologista da política colonial portuguesa<br />

também na África, a oposição intelectual e política às suas posições conservadoras<br />

tornou-se explícita. Em 1941, Paulo Duarte, o advogado e jornalista<br />

que mais tarde deu valioso apoio ao projeto de pesquisa da Unesco em São Paulo,<br />

respondia a uma carta de seu próximo amigo Mário de Andrade, em que este<br />

denunciava a “desonestidade intelectual” de Freyre, com uma detalhada e mordaz<br />

crítica de O mundo que o português criou. 36 E, em 1944, Antonio Candido<br />

lançou uma igualmente dura crítica, com tons nacionalistas oblíquos. Uma das<br />

mais perigosas modas intelectuais contemporâneas, escreveu Candido, era a “sociologia<br />

cultural”, que, especialmente na forma praticada por pesquisadores bra -<br />

sileiros, constituía um “abuso, uma deformação. Observe-se apenas o nosso mestre<br />

Gilberto Freyre e os extremos a que está levando seu culturalismo. Seus últimos<br />

escritos têm-se degenerado em conservadorismo e tradicionalismo. Apaixonado<br />

por seu ciclo cultural luso-brasileiro, ele foi levado a construir um mundo só seu<br />

no qual o progresso combina com a preservação dos traços característicos anteriores.<br />

Tudo parece justificado desde que leve a marca do mundo que o português<br />

criou, que estamos desenvolvendo e man-tendo vivo, sim senhor, com a ajuda<br />

de Deus e de Todos os Santos”. 37<br />

Entre os intelectuais progressistas de São Paulo, o nacionalismo cultural de<br />

Ramos despertava, ao contrário, um inegável interesse, em razão de sua afinidade<br />

com a busca do movimento modernista por uma autêntica cultura brasileira.<br />

Mário de Andrade, seu “eminente amigo”, cujos escritos sobre a identidade nacio -<br />

nal brasileira eram emblemáticos do movimento modernista, havia convidado<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 118<br />

118<br />

Ramos para proferir a palestra inaugural em um curso de etnografia do negro no<br />

Brasil, no Departamento de Cultura do Estado de São Paulo, organizado por<br />

M. me Lévi-Strauss. Nessa ocasião, Ramos concebeu a idéia de seu livro As culturas<br />

negras no Novo Mundo. 38<br />

Por volta dos anos 40, Ramos era um nacionalista cultural liberal. Seu nacio -<br />

nalismo cultural não era, como se tem argumentado recentemente, uma velada<br />

racialização da cultura. 39 Seu conceito de nacionalismo cultural prescindia do determinismo<br />

hereditário e da transmissão da cultura, mas tomava, ao contrário,<br />

culturas distintas, internamente homogêneas, capazes de misturar-se, como so -<br />

lu ção conciliadora, como demonstrava o processo simultâneo de “deseuropei za ção”<br />

e “desafricanização”, que o Brasil, como nação, demonstrava. 40 Mis cige nação,<br />

tanto biológica quanto cultural, ocupava, é claro, um lugar central na teoria de<br />

Ramos, à semelhança da de outros advogados da harmonia racial. A idéia de miscigenação,<br />

na verdade, pressupõe a prévia existência de populações distintas, liga -<br />

das entre si. Ao <strong>final</strong> dos anos 30, Ramos concebia essas populações em termos<br />

culturais e considerava o fenótipo como uma marca diacrítica útil para identificar<br />

traços culturais em vez de determinar culturas. As razões que tornam<br />

problemática a teoria do nacionalismo cultural de Ramos se encontram em<br />

outras partes.<br />

Uma ironia permeia os debates sobre cultura e identidade nacional no Brasil<br />

e em outros países da América Latina. A aguada apreensão que a diversidade<br />

“racial-cultural” de seus países provocava entre intelectuais latino-americanos<br />

como um problema nacional era, a<strong>final</strong> de contas, um produto europeu. Como<br />

escreveu Ramos em 1942: “A<strong>final</strong>, o racismo é a última fase de um longo processo<br />

de europeização do mundo, que agora está chegando a seu ponto crítico. A<br />

conquista européia do mundo trouxe consigo toda uma série de mecanismos de<br />

dominação de uns povos por outros, de dominações políticas e econômicas que<br />

foram racionalizadas por teorias e ideologias de raças fracas e superiores. A idéia<br />

do ‘negro bárbaro’ na África foi uma invenção dos europeus para ajudar seus projetos<br />

de dominação. Todos esses processos e técnicas de dominação, juntamente<br />

com suas ideologias e racionalizações, precisam ser conhecidos. Tudo isso é indispensável<br />

para um entendimento do fenômeno do racismo. A guerra atual deve<br />

ser vista principalmente sob esse aspecto das relações raciais.” 41 A condenação<br />

feita sem reservas por Ramos da escravidão continha as sementes para uma revisão<br />

radical da teoria da harmonia racial. Ele nunca deu esse passo crítico, mas<br />

seu veredicto negativo do passado escravagista é certamente uma razão pela qual<br />

seu trabalho foi esquecido, em contraste com a persistente popularidade e contínua<br />

reavivação do quadro idílico e pacífico do Brasil pintado por Freyre.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 119<br />

Apesar de sua lúcida condenação da Europa por haver infligido a “raça” no<br />

continente como um problema ideológico-político praticamente desde o surgir<br />

da colonização, Ramos não reconhecia tampouco que a miscigenação era, com<br />

efeito, a expressão sexual da dominação colonial. No esforço de opor-se à teoria<br />

disgênica da “mistura racial”, Ramos e outros como ele não queriam nem po -<br />

diam admitir que “miscigenação”, longe de traduzir ausência de preconceito, era<br />

freqüentemente o produto da libertinagem sexual do homem branco com rela -<br />

ção a mulheres negras, às quais desdenhavam para o casamento.<br />

Finalmente, nem Ramos nem nenhum de seus contemporâneos, independentemente<br />

de estatura intelectual, jamais contemplaram o estabelecimento em seu país<br />

de uma sociedade culturalmente pluralista. Embora buscassem criar uma identidade<br />

nacional própria, no fundo seus conceitos de construção de nação e de identida de<br />

nacional eram, não obstante, herança de modelos políticos, filosofias e con textos de<br />

conhecimento europeus. Quando, uma vez independentes, as repúblicas latinoamericanas<br />

adotaram o modelo político que por excelência personalizava a república<br />

universalista francesa, o fizeram de maneira exaustiva. A forma do estado era reconhecidamente<br />

um artifício histó -<br />

rico, mas ao longo do século XIX a<br />

nação-es tado liberal européia veio<br />

a ser conceituada como a expressão<br />

po lítica de um corpo po lítico orgânico,<br />

racialmen te e/ou culturalmente<br />

ho mo gêneo. Foi essa concepção orgâ -<br />

ni ca da nação-estado que originou e<br />

magnificou as difi culda des de cons -<br />

trução da na ção em países onde a po -<br />

pu lação era per cebida como sendo de<br />

origens raciais e cultu rais muito distin -<br />

tas. Incapaz de esca par às suas origens<br />

européias, a elite cultural latino-ame -<br />

ri cana, em suas delongadas contro -<br />

vér sias sobre iden ti da de nacional,<br />

refletia, como um espe lho, uma ima -<br />

gem aumentada das contradições<br />

entre a noção liberal voluntarista do<br />

esta do e a idéia orgânica de nação que<br />

afetou o estado-nação liberal europeu<br />

desde seu nascimento. 42<br />

119<br />

“É necessário conhecer o negro para conhecermos<br />

a nós mesmos como nação.” (Arthur Ra -<br />

mos): ilustração do livro Introdução à antro pologia<br />

brasileira [S. L.], 1947.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 120<br />

Ramos não viveu para tomar par te no primeiro encontro de especia listas sobre<br />

raças promovido pela Unesco, ao qual ele tanto se dedicou, nem viu a Unesco<br />

aprovar o projeto de pesquisa sobre o Brasil no ano se guinte. Conseqüentemente,<br />

ele não testemunhou a inesperadamente renovada controvérsia sobre a realidade<br />

ontológica da raça na qual a declaração radicalmente humanista dos especialistas<br />

defendia que raça era um mito, e não um fato biológico entre biólogos e geneticistas.<br />

Essa imprevisível reação negativa não apenas obrigou a Unesco a convocar uma<br />

segunda reunião de especialistas, formada apenas por pesquisadores de ciências<br />

naturais, para redigir um novo Pro nunciamento sobre a Natureza da Raça, que,<br />

a<strong>final</strong>, depois de muita controvérsia, voltou a definir raça como uma categoria científica,<br />

43 como também convenceu a organização a patrocinar o Projeto Brasil com<br />

a esperança de que o Brasil pudesse fornecer prova empírica de que seres humanos<br />

eram capazes de solidariedade e irmandade independentemente de raça.<br />

São bem conhecidos os achados desapontadores do estudo piloto da Unesco,<br />

que se tornou um divisor de águas no estudo das relações raciais do país por<br />

mostrar que a imagem idílica de “democracia racial” não passava do que aparente -<br />

men te era, um mito. 44 A partir de então, se tem aceito a existência do preconcei -<br />

to racial no Brasil, embora na forma peculiar de discriminação de cor/classe. As<br />

feridas, especiais e duradouras, que o “mito” da harmonia racial infligiu nos “dife -<br />

ren tes” povos do Brasil, permanecem, ainda, incertas. A esse respeito, deve merecer<br />

alguma reflexão o apelo que o jovem escritor negro sul-africano Lesego Ram polokeng<br />

fez recentemente: “Por favor, deixem-me sair. Estou preso em suas mentes.” 45<br />

NOTAS:<br />

120<br />

1 – UNESCO Courrier III/6-7, jul.- ago. 1950.<br />

2 – MÉTRAUX, A. An Inquiry into Race Relations in Brazil, Unesco Courrier, vols. 8-<br />

9, ago.- set. 1952.<br />

3 – JR., A. Garcia. Les Intellectuels et la Conscience Nationale au Brésil. Actes de la<br />

Recherche en Sciences Sociales 98, jun. 1993, p. 26.<br />

4 – O viajante inglês Henry Koster, autor do conhecido Travels to Brazil (1816), por<br />

exem plo, oferecia apoio aos abolicionistas britânicos ao proclamar, em um panfleto inti -<br />

tu lado Sobre a Melhoria da Escravidão, que os escravos no Brasil não apenas desfruta -<br />

vam de condições muito favoráveis para alforria, que não causa distúrbios sociais, mas<br />

essa miscigenação, em vez de produzir decadência racial, melhorava a conduta intelectual<br />

e moral, conforme demonstravam os escravos crioulos no Brasil. CUNHA, M.<br />

Carneiro da. Notas e Documentos – On the Amelioration of Slavery, por Henry Koster,<br />

Slavery and Abolition, a Journal of Comparative Studies 11 (3), dez. 1990. Métraux também<br />

evoca a Koster. MÉTRAUX, A. Brazil, the Land of Harmony of all Races?, Unesco<br />

Courrier, IV/4, abr. 1951, p. 3. Por outro lado, Gobineau, quando era ministro francês<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 121<br />

121<br />

na corte do imperador Pedro II, em 1869-70, havia escrito que a mistura generalizada<br />

de raças tinha resultado em “uma população inteiramente mulata, viciada no sangue, viciada<br />

no espírito, terrivelmente feia”. Citação de Georges Readers, Le Compte de Gobineau<br />

au Brésil. Paris: Nouvelles Editions Latines, 1934, p. 51.<br />

5 – MÉTRAUX, A. An Inquiry into Race Relations in Brazil, op. cit., p. 6; Brazil, Land<br />

of Harmony for all Races?, op. cit., p. 3.<br />

6 – MÉTRAUX, A. Unesco and the Racial Problem. International Social Science Bulletin,<br />

vol. II (3), outono de 1950, p. 384.<br />

7 – UNESCO. Unesco 1945-1992: Faits et Chiffres, Paris, 1992 (Arc. 92/WS/10, p. 1).<br />

8 – HUXLEY, J. Memories II, George Allen & Unwin, Londres, 1970, p. 35.<br />

9 – MALIK, K. The Meaning of Race. Race, History and Culture in Western Society,<br />

Macmillan, Londres, pp. 15-6.<br />

10 – BARKAN, E. The Retreat of Scientific Racism. Changing Concepts of Race in Britain<br />

and the United States between the World Wars, Cambridge University Press, 1992, p. 119.<br />

11 – Telegrama de Torres Bodet a Arthur Ramos, datado de 15 de junho de 1949. Arquivo<br />

Nacional, Rio de Janeiro, Coleção Arthur Ramos, Manuscritos.<br />

12 – RAMOS, A. Introdução à antropologia brasileira. Coleção de Estudos Brasileiros da<br />

Casa do Estudante do Brasil, Rio de Janeiro, 1943 e 1947; RAMOS, A. Curriculum vitae,<br />

1903-45, Rio de Janeiro, 1945, p. 91 segs. para uma coleção de comentários entusiásticos<br />

de intelectuais importantes como Afrânio Peixoto, Caio Prado Jr., Emilio Willems,<br />

Pierre Mombeig, Roquette-Pinto, Donald Pierson, Fernando de Azevedo, Mário de An -<br />

drade, Édison Carneiro, Herbert Baldus, Egon Schaden, Roger Bastide, Robert Redfeld,<br />

Melville J. Herskovits e Lewis Hanke.<br />

13 – Carta de Jaime Torres Bodet a Arthur Ramos, datada de 20 de junho de 1949,<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional, Rio de Janeiro, Coleção Arthur Ramos, Manuscritos.<br />

14 – PINTO, L. Aguiar da Costa. O negro no Rio de Janeiro. Relações de raça numa sociedade<br />

em mudança, Brasiliana, vol. 276. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1952,<br />

p. 20.<br />

15 – Entrevista pessoal com Luiz Aguiar da Costa Pinto, IFCS, Universidade Federal do<br />

Rio de Janeiro, 30 ago. 1995.<br />

16 – UNESCO. The Race Concept, Paris, 1953, pp. 8-9.<br />

17 – Arquivos da Unesco, Unesco/SSS/Conf. 1/3, Paris, 3 jan. 1950.<br />

18 – RAMOS, A. The Question of Race and the Democratic World, Unesco Courrier 2<br />

(10), nov. 1949, p. 14.<br />

19 – Uma notável exceção é CORREA, M. As Ilusões da Liberdade. A Escola Nina<br />

Rodrigues e a Antropologia no Brasil, tese de doutoramento Universidade de São Paulo,<br />

1982. TEIXEIRA, A., et. al. Arthur Ramos, M. E. S., Rio de Janeiro, 1952.<br />

20 – CORREA, A. Op. cit., pp. 213-4.<br />

21 – SOUZA, A. Cândido de Melo e. Literatura e sociedade. São Paulo: Editora Nacional,<br />

1976, p. 117.<br />

22 – BASTIDE, R. Dusky Vênus, Black Apollo, Race. The Journal of the Institute of Race<br />

Relations 191, 1959, pp. 10-1.<br />

23 – RAMOS, A. A aculturação negra no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional,<br />

1942. Essa mudança de perspectiva pode ser detectada já em 1937. RAMOS, A. Culturas<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 122<br />

122<br />

Negras: Problemas de Aculturação no Brasil. O Negro no Brasil. Trabalhos apresentados<br />

ao 2º Congresso Afro-Brasileiro (Bahia). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1940,<br />

pp. 148-59.<br />

24 – RAMOS, A. As culturas negras no Novo Mundo. São Paulo: Companhia Editora<br />

Nacional, 1937, p. 362.<br />

25 – Manifesto dos Intelectuais Brasileiros contra o Preconceito Racial. In Guerra e relações<br />

de raça. Rio de Janeiro: Departamento Editorial da União Nacional de Estudantes,<br />

1943, p. 173. Os outros signatários foram Inácio do Amaral, Roquette-Pinto, Maurício<br />

de Medeiros, Hermes Lima, Joaquim Pimenta, Queiroz Lima, Castro Rebello, Leônidas<br />

de Rezende, Victor Vianna e Azevedo Amaral.<br />

26 – RAMOS, A. Guerra e relações de raça, 1943.<br />

27 – RAMOS, A. Vida e Cultura. CAVALHEIRO, E. (ed.). Testamento de uma geração.<br />

Porto Alegre: Editorial Globo, 1944, p. 74.<br />

28 – RAMOS, A. A Nova Ordem para os Negros; RAMOS, A. Guerra e relações de raça,<br />

op. cit., pp. 89-120.<br />

29 – RAMOS, A. O Negro sob o Ponto de Vista da Raça e da Saúde; RAMOS, A. Guerra<br />

e relações de raça, p. 100.<br />

30 – RAMOS, A. Os Intelectuais e os Problemas de Cultura no Brasil. Entrevista concedida<br />

a Diretrizes, ago. 1939, publicada em RAMOS, A. A aculturação negra no Brasil,<br />

p. 382.<br />

31 – LEITE, D. Moreira. O caráter regional brasileiro. História de uma ideologia. São<br />

Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1969, pp. 213-4.<br />

32 – RAMOS, A. As culturas negras no Novo Mundo, pp. 345-55.<br />

33 – RAMOS, A. Culturas Negras: Problemas de Aculturação no Brasil. In: O negro no<br />

Brasil. (vários autores). Trabalhos apresentados ao 2º Congresso Afro-Brasileiro (Bahia).<br />

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S. A., 1940, p. 153.<br />

34 – RAMOS, A. Racismo e Europeização do Mundo. In: RAMOS, A. Guerra e rela -<br />

ções de raça, 57.<br />

35 – RAMOS, A. O Negro sob o Ponto de Vista da Raça e da Saúde; RAMOS, A. Guerra<br />

e relações de raça, pp. 100-1.<br />

36 – DUARTE, P. (ed.). Mário de Andrade por ele mesmo, São Paulo, 1971, pp. 203-13.<br />

37 – SOUZA, A. Cândido de Melo e. Plataforma da nova geração, 1944, p. 39, citado em<br />

MOTA, C. G., Ideologia da cultura brasileira (1933-1974). São Paulo: Ática, 1977, p. 130.<br />

38 – RAMOS, A. As culturas negras no Novo Mundo, 2ª ed., 1946, p. 12.<br />

39 – MARTINEZ-ECHAZÁBA, L. O Culturalismo dos Anos 30 no Brasil e na América<br />

Latina: Deslocamento Retórico ou Mudança Conceitual? In: MAIO, M. Chor & SAN-<br />

TOS, R. Ventura (eds.). Raça, ciência e sociedade. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996, p. 100.<br />

40 – RAMOS, A. A aculturação negra no Brasil, p. 12.<br />

41 – RAMOS, A. Racismo e Europeização do Mundo; RAMOS, A. Guerra e relações de<br />

raça, pp. 57-8.<br />

42 – STOLCKE, V. Talking Culture; New Boundaries, New Rethorics of Exclusion in<br />

Europe, Current Antropology 36 (1), fev. 1995.<br />

43 – PROVINE, W. Geneticists and the Biology of Race Crossing. Science 182, 1973,<br />

pp. 790-6.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 123<br />

123<br />

44 – COSTA, E. Viotti da. O Mito da Democracia Racial no Brasil. In: COSTA, E.<br />

Viotti da, Da monarquia à república. Momentos decisivos. São Paulo: Grijalbo, 1977, pp.<br />

227-42; SKIDMORE, T. E. Black over White. Race and Nationality in Brazilian Thought,<br />

Oxford University Press, 1974, pp. 216-7<br />

45 – Translit Conference, Nómadas de las palabras. Literatura entre continentes, Barcelona,<br />

30 out.-1 nov. 1997.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 124


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 125<br />

MESA-REDONDA<br />

Luitgarde O. Cavalcanti Barros<br />

Antropóloga e professora da Universidade<br />

do Estado do Rio de Janeiro, Uerj<br />

Queria inicialmente agradecer a atenção do professor Peter Fry. Quando<br />

fui procurá-lo como chefe do Departamento de Antropologia para di -<br />

zer-lhe que estava trabalhando em uma pesquisa sobre Arthur Ramos,<br />

o professor Fry me disse que, ele também, estava trabalhando o mesmo tema,<br />

juntamente com outra professora. Perguntei se não se poderia organizar algum<br />

evento que marcasse a passagem dos 50 anos da morte de Arthur Ramos, e ele,<br />

gentilmente, me incluiu na programação. Agradeço também à <strong>Biblioteca</strong> Na -<br />

cional pela oportunidade de ter convivido, no último ano e meio, com a documentação<br />

de Arthur Ramos, primeira paixão intelectual da minha vida. Na ocasião,<br />

era o ano de 1974, quando se completavam 25 anos de sua morte, tentei organi -<br />

zar um seminário a respeito, mas, infelizmente, a repressão que então se abatia<br />

na UFRJ o proibiu. Quem abriria o seminário – esse foi o pretexto – seria o profes -<br />

sor Evaristo de Moraes Filho, que era cassado, e então não poderia ir ao Instituto<br />

de Filosofia e Ciências Sociais. Mas muita coisa me ficou na cabeça, pois tive a<br />

oportunidade rara de conviver com a família do professor Arthur Ramos. Em<br />

Ma ceió, o professor Moacir Santana me levara para conhecer a irmã dele, e, no<br />

Rio, o seu sobrinho, o coronel do Exército Paulo Ramos, representado aqui pela<br />

esposa, d. Maria Helena Ramos, e pelo filho, Luís Antônio Ramos. Eles fizeram a<br />

maior gentileza de virem hoje representar a família Arthur Ramos nesse evento.<br />

Escolhi falar da formação intelectual de Arthur Ramos, porque tenho uma<br />

tese a defender a esse respeito. Várias vezes me perguntaram: por que Arthur<br />

Ramos não era conhecido? Aliás, quando se assinalaram os 25 anos de sua morte,<br />

o nome de Arthur Ramos foi anunciado como o antropólogo quase desconhecido,<br />

quase esquecido. Agora, nos 50 anos de seu desaparecimento, como o antropó -<br />

lo go esquecido. Uma jornalista me perguntava, há pouco, como se explica isso:<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 126<br />

126<br />

se Arthur Ramos foi contemporâneo de Gilberto Freyre, por que Freyre tinha<br />

tanto prestígio e ele nenhum?<br />

Tenho uma idéia a respeito disso, é uma posição pessoal. Não sei como as<br />

pes soas vão encarar, mas, para começar, cito a diferença principal entre Arthur<br />

Ramos e Gilberto Freyre. Gilberto Freyre é o primeiro brasileiro a freqüentar um<br />

curso de ciências sociais e institucionalizadamente; é o primeiro cientista social<br />

formado em universidade estrangeira como mestre e doutor em antropologia e<br />

sociologia. Já o caminho de Arthur Ramos é absolutamente atípico, se pensado<br />

nas condições de hoje, mas típico do mundo em que ele viveu. Arthur Ramos é<br />

um cientista que se fez na área médica, institucionalmente, e, como autodidata,<br />

se fez antropólogo. O trabalho que ele desenvolve começa, para muitos estudio -<br />

sos, aqui no Rio de Janeiro, mas eu trouxe o meu trabalho de pós-doutorado,<br />

que se chama Arthur Ramos e as Dinâmicas Sociais de seu Tempo, e que tem<br />

uma outra interpretação.<br />

Começo na pequena cidade de Alagoas, a cidade de Pilar de Manguaba, lugar<br />

de seu nascimento – na época, uma rica cidade, principal porto lacustre de<br />

Alagoas – em uma família de intelectuais. Seu pai, dr. Manuel Ramos, era o mé -<br />

dico da cidade e tinha uma excelente biblioteca. Ia gente de Maceió pesquisar<br />

nesta biblioteca. Aqui, no material de Arthur Ramos, encontra-se também o arquivo<br />

que ele herdou do pai. O dr. Manuel Ramos já fazia uma série de pesquisas<br />

e guardou muitos registros sobre seu trabalho. Arthur Ramos, por outro lado,<br />

em Pilar de Manguaba, já tinha um trabalho específico desde os 19 anos de idade.<br />

Ele não se fez apenas a partir da decisão de passar de médico psiquiatra a antropólo -<br />

go. Em 1922, com 19 anos, já publica em Alagoas um registro das tradições afrobrasileiras.<br />

Em Pilar de Manguaba, sua família era voltada para o congraçamento de um<br />

mundo intelectual muito interessante, constituindo o principal grupo musical<br />

da cidade, no qual cada integrante tocava um instrumento. E o coronel Paulo<br />

Ramos, que era garoto nesse período, adolescente, ficava na casa do avô assistindo<br />

à apresentação dos tios, que tocavam flauta, violoncelo, violino. Arthur Ramos<br />

tocava piano. Esse irmão que tocava flauta, Nilo Ramos, é responsável pela inser -<br />

ção de Arthur Ramos no mundo da escrita jornalística. É por sugestão, por influência,<br />

de Nilo Ramos, que era jornalista, que ele participa de pequenos jornais<br />

de província e, depois, escreve em jornais de Alagoas. Nilo Ramos é a presença<br />

mais importante na vida de Arthur Ramos, entre todos de sua família. É a ele<br />

que Arthur Ramos se refere com mais carinho e a quem credita a sua iniciação<br />

no mundo das letras. Outro irmão que também se torna famoso é Raul Ramos,<br />

violoncelista, um dos principais compositores de valsas na sua época na provín-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 127<br />

127<br />

cia. O coronel Paulo Ramos fez a gentileza de me dar duas partituras, que copiei<br />

e devolvi, porque, creio, são tesouros que a família vai deixar de herança, já que<br />

não existem mais em Maceió.<br />

Para mostrar o clima cultural de Maceió, nessa época: havia não só editoras de<br />

livros comuns, como editoras de partituras musicais. As famílias estavam realmente<br />

envolvidas com a vida musical e tinham exemplares daquelas partituras em sextas,<br />

sétimas, oitavas edições. Havia um movimento cultural, um envolvimento intelectual,<br />

e a família Ramos estava no bojo desse movimento, com seus filhos, todos intelectualizados,<br />

e que, posteriormente, deixam Pilar de Manguaba. A cidade entra<br />

em profunda decadência, quando se constrói uma estrada de ro dagem fora da cidade.<br />

O trem e a cidade perdem a importância. Pilar de Manguaba deixa de ser um porto<br />

lacustre de relevo. A família Ramos se divide: Arthur Ramos vai inicialmente para<br />

a Bahia, embora volte depois de formado, e é no período de adolescência que ele<br />

registra as manifestações culturais, as manifestações folclóricas de sua terra.<br />

Por sua própria conta, Arthur Ramos registra a cultura popular de Pilar de<br />

Manguaba. E isto se dá com O culto da lua e Tradições afro-brasileiras, em 1922;<br />

A decadência de Olorum, O culto da tradição oral e Cavalhadas, em 1923; Autos<br />

do Natal, em 1924. Ele está com 21 anos e ainda não é formado em medicina.<br />

Folclore e sociologia, em 1924, já aluno de medicina, e Domingo de Ramos, em<br />

1925. Então, ele foi bastante precoce na preocupação com o registro da cultura,<br />

Praça Professor Arthur Ramos, em Maceió, inaugurada em 13 de agosto de 1950: homena -<br />

gem dos alagoanos ao antropólogo.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 128<br />

128<br />

na preocupação de fazer uma vida intelectual muito rica. Em Alagoas, já estudava<br />

intensamente alemão e inglês e o pai importava livros nessas duas línguas<br />

para ele.<br />

Para seguir esse tempo de Arthur Ramos, tive a felicidade de descobrir uma<br />

crônica dele em homenagem ao professor Faustino Magalhães da Silveira e, ali,<br />

ele se referia muito à filha do mestre, dr.ª Nise da Silveira. Fui à dr.ª Nise cobrar<br />

o fato de ela nunca me haver dito que eram tão amigos. Lá, fiquei sabendo que<br />

os dois tinham estudado, juntos, para os preparatórios, na mesma escola, com o<br />

professor Faustino. E que Arthur Ramos ia estudar com ela e interrompia os estu -<br />

dos para tocar piano, porque a mãe de Nise era então a maior pianista de Alagoas<br />

e tinha dois pianos de cauda na sala. Arthur Ramos ficava em um e a mãe de<br />

Nise no outro. Assim, ele ia fazendo a vida, como se diz na província, lítero-musical-científica.<br />

Arthur Ramos era mais velho dois anos que Nise, e vão para a Bahia juntos,<br />

sendo ela a primeira mulher da Faculdade de Medicina, a única da turma de<br />

1921. A dr.ª Nise guardou lembranças muito interessantes dele, de como era uma<br />

pessoa preocupada com todas as manifestações da cultura. Mas, para mim, o<br />

maior depoimento sobre o jovem Ramos é dado por Josué de Castro, que foi seu<br />

condiscípulo. Quando Josué chegou à faculdade, Arthur Ramos já tinha tempo<br />

de estudante naquelas chamadas repúblicas, que acolheram ainda outro grande<br />

alagoano, Teotônio Brandão – dr. Téo Brandão, que foi médico pela Bahia e depois<br />

se transformou no maior antropólogo de Alagoas – fundou o curso de ciências<br />

sociais e, também, foi autodidata em antropologia.<br />

Há vários depoimentos que estão reproduzidos aqui. Josué de Castro diz que<br />

as pessoas mais influentes na vida dele foram Arthur Ramos e Teo Brandão, afirmando:<br />

“Téo Brandão, com intimidade; Arthur Ramos com a distância e reserva<br />

da sua maturidade intelectual, o seu prestígio de veterano com três anos de<br />

curso na frente. Com Teotônio, discutíamos; com Ramos, ouvíamos. E ouvíamos<br />

coisas esmagadoras. Nomes arrevesados de venerandos sábios alemães, teorias<br />

frescas trazidas diretamente dos centros europeus, por misteriosos caminhos, para<br />

o sisudo discípulo de Freud na Baixa do Sapateiro. Ficávamos de queixo caído<br />

diante da imponência da sua cultura. Um dia nos fez a revelação suprema: um<br />

estudo seu sobre Augusto dos Anjos e a psicanálise sairia em um dos suplementos<br />

dominicais de O Jornal. Isso na província, em 1925, me pareceu a glória. Fo -<br />

mos, comovidos, até o plano inclinado comprar o tal número de O Jornal, desdo -<br />

bramos as páginas com unção e lá encontramos o artigo, com título e nome do<br />

autor. Tudo aureolado pela letra de forma em tipo grosso. Não me contive. Veiome<br />

à alma uma inveja doida de tanta glória. Fui também ao Freud, um Freud de<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 129<br />

129<br />

terceira classe, já comentado em tradução, e lancei um ensaio tremendo, o meu<br />

primeiro ensaio, intitulado A Literatura Moderna e a Doutrina de Freud, que<br />

saiu flamejante na Revista de Pernambuco. Senti-me um igual e, no ano seguinte,<br />

passei a ir ao cinema junto com ‘mestre Ramos’.”<br />

Esse era o jovem Ramos visto pelos seus contemporâneos, estudantes como<br />

ele. O dr. Téo Brandão contava sempre sobre o cuidado que Arthur Ramos ti -<br />

nha com os alunos mais novos, os calouros. Ele os levava para a sua república e<br />

fazia verdadeiras preleções, e o dr. Teo se achava formado por uma delas. Arthur<br />

Ramos dizia sempre que era o médico, pela sua capacidade, pela sua condição,<br />

pelo seu privilégio de adentrar todas as famílias, responsável pelo registro dos<br />

fenômenos mais importantes que ocorriam com o homem e com a cultura. Ainda<br />

estudante, dizia que cada médico tinha a obrigação de registrar no diário tudo o<br />

que fosse observado, não só as doenças da população que ele ia tratar, mas as suas<br />

crenças, seus mitos, seus rituais, suas festas, os símbolos respeitados. Dessa maneira,<br />

cada médico teria que ser um etnógrafo. Já era essa a palavra dele, como estudante.<br />

Cada médico tinha a obrigação de ser um etnógrafo. E quando Ramos<br />

voltava de férias em Alagoas, ele era um etnógrafo.<br />

Esses artigos que escreveu ainda jovem, sem nenhuma formação em ciências<br />

sociais, embora tenha aquele em que fala também de sociologia, eram de um autodidata<br />

de 19, 20, 25 anos. Quando ele se forma, vocês estão vendo aqui, já<br />

publicava livros sobre Freud. Na exposição há um cartão de Freud para ele. Nesse<br />

tempo, ele já mantinha essa correspondência em alemão. Era esse o perfil que ele<br />

tinha quando ganha o respeito dos maiores intelectuais da Bahia. Vinte anos<br />

antes, Afrânio Peixoto tinha saído da Bahia, e volta a Salvador – isso está re gis -<br />

tra do por Costa Pinto e em cartas do próprio Afrânio. Na homenagem que rece -<br />

beu, o discurso que mais o comoveu foi o de Arthur Ramos, que falou como re -<br />

pre sentante dos estudantes. Isso criou uma amizade que levou Afrânio Peixoto,<br />

até os últimos anos da sua vida, a escrever as cartas mais carinhosas, inclusive<br />

agradecendo a Arthur Ramos por ser amigo dele, por ter existido e por estar percorrendo<br />

e aperfeiçoando tudo que Nina Rodrigues queria.<br />

Bem, esse trabalho de Arthur Ramos o levaria, claro, aos nomes mais importan -<br />

tes da época, como Anísio Teixeira e Tales de Azevedo, que foram seus contemporâneos.<br />

Segundo Afrânio Peixoto, os dois o apresentaram, no pedido para Ra mos<br />

ser professor da Universidade do Distrito Federal. Anísio Teixeira já o ti nha trazido<br />

para trabalhar, muito bem colocado, no Rio, e Ramos vai criar o primeiro serviço<br />

de puericultura e fazer um trabalho de acompanhamento escolar de psica nálise, de<br />

psiquiatria, de melhoria dos alunos e professores da rede pública de ensino do Distrito<br />

Federal. Esse Arthur Ramos intelectual é descrito, depois de sua morte, por exem-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 130<br />

130<br />

Vida acadêmica: turma de Arthur Ramos na Facul -<br />

dade de Medicina da Bahia. Década de 1920.<br />

plo, nas palavras de Roger Bastide,<br />

quando faz o prefácio aos Estudos folclóricos,<br />

publicação da Casa do<br />

Estudante do Brasil. Bastide destaca<br />

a característica de Arthur Ramos<br />

que mais o marcara:<br />

“Apenas chegado ao Brasil, em<br />

1938, escrevi-lhe. Fui vê-lo, depois,<br />

e, logo a se guir, uma grande amizade<br />

nasceu entre nós. Este mestre dos estudos<br />

africanistas foi, sempre, para<br />

mim, o mais precioso inspirador e<br />

o mais seguro dos guias. E ele não<br />

separava em suas pesquisas – o que<br />

me tocava profundamente – o cui -<br />

dado da verdade científica do sentido<br />

dos valo res humanos. Através de<br />

suas páginas mais objetivas, sentia-<br />

se sempre o grande amor que dedicava a nossos irmãos de cor, o índio e o negro.”<br />

Arthur Ramos é de uma geração, depois muito perseguida, que tem a concep -<br />

ção de que a ciência só teria sentido se fosse uma ciência aplicada. Se a medicina<br />

serviria para curar as doenças, as ciências sociais serviriam para intervir, curar<br />

as mazelas, vencer os desafios da sociedade. Era o que ele chamava de antropologia<br />

aplicada, que vai aparecer em toda a sua vida até o último ato, quando morre,<br />

em Paris, em 31 de outubro de 1949.<br />

Queria agradecer à professora Mariza Corrêa, que falou aqui ontem, por esse<br />

trabalho. Foi um intercâmbio de idéias muito interessante, porque, além de eu<br />

dialogar com ela, por carta e telefone, dialoguei, também, com sua grande obra,<br />

das maiores de história da antropologia brasileira: As ilusões da liberdade – a Escola<br />

Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil. Foi dessa conversa com ela que um es -<br />

tu do, que seria normalmente um simples artigo, virou um trabalho mais extenso,<br />

com introdução, na qual reúno todas essas informações sobre ele em Alagoas:<br />

Arthur Ramos e a cadeira de antropologia da Nacional de Filosofia – caminhos da<br />

institucionalização. Eu ia fazer só um ensaio mostrando a importância da institu -<br />

cionalização da antropologia na Nacional de Filosofia, e o papel de Arthur Ramos<br />

nessa institucionalização.<br />

Queria escrever ainda Um antropólogo brasileiro no Departamento de Ciências<br />

Sociais da Unesco. Mas, a partir dos incentivos da professora Mariza Corrêa, deci -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 131<br />

131<br />

di trabalhar as três polêmicas que envolveram a antropologia do Rio de Janeiro:<br />

a polêmica com Édison Carneiro, com Ruth Landes, que agora está sendo muito<br />

comemorada nos 60 anos da sua viagem ao Brasil, e com Heloísa Alberto Torres,<br />

pessoa muito conhecida, cuja história vai enredar-se não só em um problema<br />

com Arthur Ramos como, mais sério ainda, com a professora Marina São Paulo<br />

de Vasconcellos, assistente de Arthur Ramos.<br />

Falar de Arthur Ramos é uma coisa muito difícil porque, como vocês estão vendo<br />

na sua trajetória de vida, ele tinha uma preocupação muito grande com essa<br />

antropologia aplicada, o que o levou a situações muito estranhas. Situações que só<br />

me foram indicadas porque tive a felicidade maior de conviver muito inti mamente<br />

com d. Marina São Paulo de Vasconcellos, que dava depoimentos incrí veis sobre<br />

ele, e com o diretor da Casa do Estudante do Brasil, dr. Arquimedes de Melo Neto,<br />

que publicou muitas obras proibidas durante o Estado Novo. Publicou, de Josué de<br />

Castro, Geografia da fome, e livros de Arthur Ramos. Era um homem preocupado<br />

com isso. Um velho anarquista, ex-secretário de Gilberto Freyre. Ameaçado de morte<br />

em Pernambuco, veio para o Rio, e Ana Amélia Car neiro de Mendonça o colocou<br />

à frente da Casa do Estudante do Brasil. Ele fez aí uma importante editora, organizando<br />

também cursos, e Arthur Ramos foi o seu grande interlocutor para criar os<br />

primeiros cursos abertos de antropologia, não acadêmicos.<br />

Quer dizer, Arthur Ramos era um autodidata em ciências sociais, que vai trabalhar<br />

por sua institucionalização. Aqui estão todos os programas elaborados nos<br />

anos de 1939, 1940, 1941, e se pode ver como surge a antropologia: com os currículos<br />

e as bibliografias, formadas pelas obras que ele solicita à Reitoria. Ao mesmo<br />

tempo, não abre mão da sua inserção no meio não universitário e mantém,<br />

acirradamente, correspondência com pessoas que não integravam o meio inte -<br />

lectual acadêmico. Por exemplo, Clóvis Moura, hoje conhecido historiador, no<br />

tempo de Arthur Ramos era fiscal de coletoria do interior da Bahia, na cidade<br />

de Juazeiro. Ele escreve a Ramos, dizendo de sua profunda vontade de estudar<br />

os negros e da total carência de livros, de organização, de metodologia. Trinta<br />

dias depois, já escreve agradecendo. Vocês imaginem, no Brasil naquele tempo,<br />

ele um mês depois agradece a remessa de livros, os trabalhos de metodologia para<br />

pesquisa. Assim, Ramos faz uma rede em todo território nacional, não só trocan -<br />

do informações intelectuais, como sendo para esses estudiosos um guia.<br />

Não sei como esse homem, de 46 anos, conseguia atingir tal volume de corres -<br />

pondência, com a produção que tinha. As cartas, por exemplo, de Câmara Cas -<br />

cu do, que está muito ovacionado agora. Destaco uma carta informando a Arthur<br />

Ramos que havia coletado um conto popular no Rio Grande do Norte, e pergun -<br />

tando se este poderia ceder os outros contos que tinha e, ainda, se faria um tra-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 132<br />

132<br />

balho de análise para Cascudo publicar. Ele se entrega intensamente à concepção<br />

de antropologia aplicada. De tal maneira que se tem dito, algumas vezes, que<br />

Arthur Ramos foi evoluindo de pensamento, foi-se transformando nesse antropó -<br />

lo go mais culturalista, que estava passando para outra dimensão da antropologia,<br />

deixando a psicanálise e se infiltrando nos meandros da política nacional,<br />

ideologicamente se envolvendo com a idéia de antropologia aplicada.<br />

Na crítica que Ramos faz a Ruth Landes quando ela afirma no seu relatório<br />

que os cultos religiosos negros no Brasil se consideram como sociedades secretas<br />

terroristas no Rio, porém benfazejas na Bahia, ele vai criticá-la, dizendo que a<br />

situação é outra porque “os negros, tanto no Rio como na Bahia, procuraram es -<br />

con der suas práticas religiosas. A princípio, do senhor, no período da escravidão;<br />

depois, da polícia, em nossos dias. Por isso, as suas práticas religiosas se tornaram<br />

privadas, esotéricas, tomando aspectos, algumas vezes, de seitas secretas. O erro<br />

de observação da dr.ª Landes explica-se pelo fato de que os chamados malandros<br />

dos morros do Rio de Janeiro não são constituídos apenas pelos negros, mas sim<br />

pela classe proletária urbana, composta não só de negros, como de mulatos e<br />

brancos. E seu comportamento ‘mau’, como ela diz em seu relatório, não está<br />

ligado absolutamente às práticas religiosas, nem a qualquer fator étnico ou cultu -<br />

ral. É uma simples conseqüência social observada nas classes pobres que habitam<br />

os quarteirões de palafitas de todas as grandes cidades”.<br />

Arthur Ramos faz palestra sobre problemas raciais no Brasil, no auditório do Centro Bancário<br />

de Cultura Social. [S.l.,s.d.]<br />

A idéia de antropologia aplicada de Arthur Ramos vai ser enriquecida, princi -<br />

palmente, a partir da sua relação com as escolas norte-americanas. Isso não inva -<br />

lida um dos seus principais livros, O negro brasileiro, escrito, em 1934, antes da<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 133<br />

133<br />

in fluência do culturalismo em sua vida. Ramos era um autodidata, que ainda<br />

não tinha entrado em contato com os intelectuais maiores da antropologia, trocado<br />

correspondência, o que a gente vai ver a partir de 1938, com todos eles. Es tão<br />

aqui Roger Bastide, Pierson e tantos outros. Ele vai fazer essa inflexão em ní vel<br />

de participação política e não apenas teórica.<br />

Como estudante, Ramos analisou o livro escrito por José Américo de Almeida,<br />

afirmando que “nenhum douto da academia tem o conhecimento terreno, o co -<br />

nhe cimento de campo, o conhecimento da vivência na carne de um nordestino,<br />

de um sertanejo, como tem José Américo”. Aí ele vai-se bandeando numa denúncia<br />

contra o Estado Novo. D. Marina me contou uma coisa que não pude comprovar:<br />

que Ramos tinha sido preso e deixado um bilhete para ela, que ela havia<br />

perdido, na primeira vez em que foi preso. No bilhete, Ramos dizia que a prisão<br />

dele era, exclusivamente, para impedir a luta que ele estava desenvolvendo na<br />

cátedra contra o nazismo e as ideologias racistas. Em 1937, ele realmente é preso.<br />

Encontrei todo o material do DOPS: ele foi preso trocando informações com<br />

um agente do Partido Comunista. E foi essa inserção dele junto às esquerdas, mais<br />

do que a inserção junto aos intelectuais culturalistas, que aprofundou em Ramos<br />

essa condição de estudar o Brasil como influência social, e não apenas cultural.<br />

Arthur Ramos teve uma convivência fecundíssima. Em torno dele se reu niam os<br />

maiores intelectuais nordestinos da época. No seu apartamento, tanto na Praia do<br />

Russell quanto no Edifício Tupi, que ontem foi aqui mencionado, Arthur Ramos<br />

reunia não só os intelectuais do Nordeste, como de outras partes do Brasil que<br />

viessem ao Rio de Janeiro, apresentados, porque ele tinha um papel de orien tador.<br />

A principal contribuição de Arthur Ramos, a meu ver, foi ter projetado as ciências<br />

sociais, não só o que ele fez pela Sociedade Brasileira de Antropologia, mas por ter<br />

projetado em nível internacional os intelectuais brasileiros. Mostrou lá fora que aqui<br />

se fazia ciências sociais, o que lhe granjeou uma reputação inter nacional muito grande<br />

e o fez o mais traduzido entre todos os cientistas brasileiros de sua época. Sua ideo -<br />

logia o fizera combater tanto o nazismo, que o juntara à UNE para escrever Guerra<br />

e relações de raça e O Brasil e a guerra. Ele enviava todos os seus trabalhos do México.<br />

Estávamos vivendo, então, uma época de combate ao nazismo. E houve a formação<br />

de um grupo que ia desde Juliot Curie, na Fran ça, até Jaime Bodet, no México,<br />

abrangendo ainda todo um grupo latino-ameri cano empenhado em fazer uma conjunção<br />

científica que viabilizasse, totalmente, a Carta dos Direitos Humanos. Caberia<br />

à Unesco realizar essa grande tarefa, por meio da ciência, da participação do intelec -<br />

tual, do trabalho acadêmico de escla recimento. É um grupo que discute no I Congresso<br />

das Américas de Estudos Universitários, no qual o Brasil não se representa. Arthur<br />

Ramos não se fez presen te porque era 1949 e ele estava em Oslo, abrindo a I Reunião<br />

de Sociedade Internacional de Sociologia.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 134<br />

134<br />

O papel destacado de Arthur Ramos nessa luta, não só intelectualmente como<br />

ideologicamente, fez com que ele integrasse a plêiade daqueles que, coordenados<br />

por Jaime Bodet, se estariam responsabilizando pela profunda luta que atingiria<br />

cien tificamente todos os cantos da Terra, para que nunca mais o racismo tivesse tal<br />

nível de domínio. Ramos vai reformular os próprios conceitos da Unesco, criando<br />

o Setor de Antropologia. Só havia o de sociologia e política. Também vai-se destacar<br />

muito como o homem que fundou a primeira Sociedade Brasileira de Antropologia.<br />

Ele trava uma luta muito grande de apoio a todos os movimentos negros. Todos<br />

os negros que se querem organizar encontram em Arthur Ramos um grande incentivador,<br />

um grande mestre que os orienta na luta, em nível inte lectual. Arthur<br />

Ramos participou de todas as associações que foram criadas em torno das lutas dos<br />

negros. Neste trabalho, listei as associações existentes, a partir dos convites feitos a<br />

ele. É um movimento muito amplo, abrangendo do Rio Grande do Sul até Per -<br />

nam buco, passando por Minas Gerais. Em todos os lugares havia um movimento<br />

de libertação negra, e Arthur Ramos fazia parte desse movimento.<br />

Em 1941, 1942, ele vai pagar o preço. Porque fazer ciências sociais no Brasil<br />

não é fácil hoje, imaginem em 1942, ainda no Estado Novo! Quando ele cria a<br />

Sociedade Brasileira de Antropologia, acontece uma coisa impressionante. É que<br />

não se podia abrir uma sociedade sem pedir autorização à polícia, e, nesse momento,<br />

ele é preso, fichado. A acusação principal que lhe fazem é de que fundou<br />

a Sociedade Brasileira de Antropologia. É um crime! Está lá o retrato dele, as<br />

mãos, o rosto de lado, de frente, e a acusação maior: fundou a Sociedade Brasileira<br />

de Antropologia! Nesse período, ele está muito bem com os norte-americanos,<br />

embora esteja muito mal no Brasil. Ramos já estava sendo preso pela segunda<br />

vez, mas, como era grande a aliança mundial contra o nazismo, estava muito bem<br />

com os Estados Unidos, integrando os programas dos aliados.<br />

A partir de 1945, com o término da guerra, Arthur Ramos vai-se juntar ao Partido<br />

Comunista Brasileiro contra a presença americana no Brasil. Publica artigos em<br />

vários jornais dizendo que a permanência de bases aéreas no território brasileiro era<br />

uma ameaça à nossa soberania. Associa-se ao que havia de mais intenso ativismo<br />

político do país na época, que era a Sociedade pela Paz. Juliot Curie o convida para<br />

articular um congresso pela paz, já combatendo a Guerra Fria em seu início. Os intelectuais<br />

já alertam, denunciando que a Guerra Fria vai trazer um grande atraso. É<br />

em nome desse combate que ele quer um extenso de sar mamento do mundo e se<br />

une a Jorge Amado, Graciliano Ramos, Orígenes Lessa, Álvaro Pacheco, todos os<br />

intelectuais perseguidos da época, para fazer uma luta de independência do Brasil<br />

em relação à Guerra Fria, defendendo a auto no mia nacional.<br />

Convidamos outras pessoas que conviveram com Arthur Ramos a nos prestar<br />

o seu depoimento. Infelizmente, o falecimento da dr.ª Nise da Silveira, sua prin-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 135<br />

135<br />

cipal interlocutora na Faculdade de Medicina da Bahia, nos priva de um importante<br />

testemunho. Mas antigos alunos de Arthur Ramos vieram nos falar sobre<br />

suas vivências com o mestre: o professor e geógrafo Orlando Valverde, da primeira<br />

turma da Nacional de Filosofia; e o professor e funcionário aposentado da Fun -<br />

dação <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Valdir da Cunha, da última turma que colou grau<br />

com ele. Também convidada, a dr.ª Lili Lajes, devido a problema grave de saúde,<br />

não pôde comparecer.<br />

Para terminar, gostaria de comparar o que se dizia da figura dele aqui no Brasil<br />

e no estrangeiro. Em Paris, onde ele morre em 1949, um necrológio exaltava<br />

Arthur Ramos como um dos maiores intelectuais de seu tempo. Não por acaso<br />

ele integrava uma organização ao lado de personalidades como Bertrand Russell,<br />

Jean Piaget, Julien Huxley e Jaime Bodet.<br />

A Unesco, por meio do seu Boletim e do Correo, fala da grande perda daquele<br />

intelectual de postura internacional, de produção muito grande. Vamos ver<br />

agora como o registro da morte dele é feito no Brasil. Sua ficha pós-morte, no<br />

Departamento de Ordem Política e Social, o DOPS, está aqui:<br />

“Arthur Ramos: falecido. Profissão: professor de antropologia. Endereço de<br />

trabalho: Universidade do Brasil. Residência: Av. Atlântica, 11. Histórico: o marginal<br />

é militante comunista.”<br />

E fazem a lista de todos os “crimes” praticados por ele.<br />

“Em 1946: concedeu entrevista ao jornal a Tribuna Popular sobre a permanência<br />

dos soldados norte-americanos nas bases brasileiras, denunciando-as<br />

como desnecessárias e inquietantes.<br />

1946: faz parte da Universidade do Povo recentemente instalada e é dirigente<br />

do curso de antropologia da citada universidade.<br />

1946: concedeu entrevista à Tribuna Popular a respeito da Lei de Segurança,<br />

a qual classifica de inconstitucional, fora da lei e do tempo, sendo uma sombra<br />

do passado” (Nota: é a Guerra Fria já adotada pelo senhor Eurico Gaspar Dutra,<br />

que Ramos começa a combater internamente).<br />

1947: juntamente com um numeroso grupo de elementos comunistas, foi signatário<br />

de um longo manifesto em que defendeu o funcionamento do PCB e<br />

protestos contra o Parecer Barbedo” (Nota: o manifesto contra a tentativa de impedir<br />

a formação de partidos populares no Brasil, que Arthur Ramos endossa).<br />

Assinou o memorial, a 6 do corrente, condenando o Parecer Barbedo, que resulta<br />

na cassação do Partido Comunista.<br />

É presidente da Comissão Provisória de Associação, a fim de serem tomadas<br />

medidas urgentes quanto à remessa de socorros médicos ao povo em luta contra<br />

a tirania do ditador Moringe.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 136<br />

136<br />

Segundo a Tribuna Popular, é professor da Universidade do Povo.<br />

É membro da Liga dos Intelectuais Antifascistas, ocupando cargo de membro<br />

do conselho deliberativo da mesma.<br />

Foi um dos signatários do Manifesto pela Paz, no Distrito Federal, publicado<br />

por iniciativa do Congresso Paulista pela Paz.<br />

Segundo a publicação Folha do Povo, faz parte da comissão de solidariedade<br />

ao jor nalista Aydano do Couto Ferraz, que se acha preso, e esteve lhe fazendo<br />

uma visita.”<br />

Cabe observar que Aydano do Couto Ferraz é o homem que vem esclarecer,<br />

aqui no trabalho, por meio de suas cartas, a relação de Ramos com Édison Carneiro<br />

e, enfim, dizer a razão da polêmica aberta contra Ramos. Ele era amigo fraterno<br />

de Édison Carneiro e, recebendo a carta de Arthur Ramos que repreendia acremente<br />

Carneiro, não a entrega. Responde a Ramos: “Nós somos tão íntimos que<br />

abri a carta; mas não vou dar este sofrimento a ele.” Arthur Ramos foi muito in -<br />

ci sivo e Aydano interveio. Ambos mantêm ao longo da vida essa amizade. Aydano<br />

é jornalista no Rio e, quando vai preso, Arthur Ramos vai visitá-lo. Isso lhe dá<br />

outro módulo na ficha do DOPS:<br />

“1948: Faz parte do conselho consultivo da Organização Brasileira de Defesa<br />

da Paz e da Cultura, entidade de caráter comunista.<br />

Enviou um convite sobre a realização de ato público que marcará a instalação<br />

do Conselho Nacional de Defesa da Paz e da Cultura.<br />

1949: Segundo o boletim reservado, faz parte da comissão brasileira que deverá<br />

participar do Congresso Continental Pró-Paz a ser realizado a 5 de setembro,<br />

do próximo ano, na Cidade do México.<br />

1949: Segundo publicação de A Cidade, o marginal embarcou para a Europa<br />

em virtude de ter sido convidado para dirigir o Departamento de Pesquisas Sociais<br />

da Unesco, em Paris.<br />

10/11/1949: Segundo publicação do Diário de Notícias de 1/11/1949, o marginal<br />

faleceu, em Paris, vitimado por um colapso cardíaco.”<br />

Esse foi um dos preços que Ramos pagou pelo papel pioneiro de institucio -<br />

nalização das ciências sociais, de adesão total e irrestrita à luta contra o nazismo,<br />

à luta de libertação negra nesse país. E há outros aspectos do que sofreu. Quando<br />

Ramos foi convidado para integrar um dos quadros da Unesco, a universidade<br />

não lhe deu licença. A última carta dele para d. Marina São Paulo de Vasconcellos<br />

é um verdadeiro brado de desespero. Pouco antes de viajar, ele recebe uma carta,<br />

cujo ori gi nal o coronel Paulo Ramos me deu, na qual o então reitor Pedro<br />

Calmon dizia que o ministro da Educação soubera que ele se ia juntar a Juliot<br />

Curie nesse Congresso da Paz e pedia que ele não pusesse seu prestígio a serviço<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 137<br />

137<br />

Carta de Caio Prado: informa sobre a revista Fundamentos, criada por Monteiro Lobato e dirigida<br />

pelo historiador, pede a colaboração de Arthur Ramos e o convida a integrar a Comissão<br />

de Redação. São Paulo, 19 jan 1949.<br />

de um congresso desses. E não é dada a autorização para a viagem. Ramos não<br />

vai ao congresso no México por que assume a Unesco, sem receber licença para<br />

afastamento da Universidade do Brasil.<br />

Nos três meses que fica no exterior, ilegalmente, Ramos está mergulhado em<br />

luta muito profunda. Tanto que em sua última carta para d. Marina, exatamente<br />

no dia 22 de outubro – dia 31 ele morre –, afirma que já fez sua escolha. Mas<br />

queixa-se: como é que seu país o trata dessa maneira? Sublinha que está divulgan -<br />

do o nome do país no exterior, fazendo um trabalho sério, possibilitando aos intelectuais<br />

brasileiros um nome internacional, e a universidade o persegue. E mais:<br />

está sabendo que, ao mesmo tempo, já tem gente fazendo fila para se candidatar<br />

à cátedra dele. Apesar disso, afirma, já escolheu: vai trabalhar intensamente, fa -<br />

zer o projeto da Unesco para 1950-55 e, a partir daí, vai renunciar ao cargo,<br />

porque o principal para ele é a cátedra, e voltará para o Brasil. Encerra, dizendo:<br />

“Estou sacrificando a minha saúde, e a de Luiza, por um país tão ingrato...” No<br />

<strong>final</strong> ainda diz: “O frio está chegando, a pressão sobe, eu gostaria muito que a<br />

caldeira explodisse no Brasil.” Explodiu lá, nove dias depois.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 138<br />

138<br />

Estou trazendo hoje este material para dar de presente a minha amiga Adélia,<br />

que está fazendo um belíssimo trabalho sobre d. Marina, assistente dele. São duas<br />

coisas: as cartas dele para ela e as cartas dela para ele, em agradecimento pela boa<br />

vontade de procurar a bibliografia comigo, quando eu fazia meu trabalho. Quero<br />

lembrar, também, que Arthur Ramos foi tão vítima da repressão, a Guerra Fria<br />

o colocou de tal maneira no índex, que, quando a Universidade de Vanderbilt o<br />

convida a ir aos Estados Unidos em 1948, o governo americano lhe nega autori -<br />

zação para entrar no país, porque ele já tinha declarado suas posições contra o<br />

domínio norte-americano. A partir de então, ele é vítima de uma conspiração de<br />

silêncio, sua obra não sendo mais editada nem integrada à bibliografia de cursos<br />

de pós-graduação financiados por agências americanas.<br />

Só na década de 70, quando a família Ramos quer vender o apartamento do<br />

Edifício Tupi, para criar uma fundação, e procura a Casa do Estudante do Brasil,<br />

o diretor da editora, para assinalar os 25 anos de morte de Arthur Ramos, vai<br />

cogitar da reedição da Introdução à antropologia brasileira. E me deu uma honra<br />

muito grande: em 1972, fiz o prefácio deste livro, no volume sobre Culturas euro -<br />

péias. Mas, em seguida, o editor da Casa do Estudante foi expulso, e, como era<br />

o editor fundador, o livro foi tirado de circulação. Com o dinheiro com que se<br />

faria um seminário em homenagem a Arthur Ramos, em 1974, é editado outro<br />

livro, sem o meu prefácio. Procurei o então vice-presidente da Casa do Estudante,<br />

Pascoal Carlos Magno, e ele pediu que eu “esfriasse” porque o diretor da Casa do<br />

Estudante, Luís Mesquita, era do Cenimar (Centro de Informações da Marinha)<br />

e já tinha feito uma “bela” ficha minha. Disse ainda que eu só não entrei “em<br />

cana” porque o coronel Paulo Ramos, que então dirigia a Sociedade de Ex-Com -<br />

batentes – e está aqui um representante dele –, tinha ido lá e retirado minha ficha.<br />

Senão, eu teria sido presa por querer fazer um seminário sobre Arthur Ramos.<br />

Anos depois, consegui escrever um artigo sobre ele e publicar na revista A<br />

Ordem, do Centro Católico de Estudos Dom Vital, o único que não cairia nas<br />

mãos da polícia. Até esse período Arthur Ramos é perseguido pela ideologia da<br />

Guerra Fria, pelo fechamento aos intelectuais que estiveram presos, como Nise<br />

da Silveira, Jorge Amado, Orígenes Lessa. Ramos integrou a reação brasileira à<br />

Guerra Fria e houve contra-reação governamental e intelectual. Por isso, entendo<br />

que tenha ficado menos famoso do que Gilberto Freyre, que não fez essa luta,<br />

não foi para o índex da Guerra Fria. Gilberto Freyre teve condições de conti nuar<br />

seu trabalho, enquanto Arthur Ramos foi silenciado, como já tinham sido Manuel<br />

Bomfim, Guerreiro Ramos, e todos os intelectuais que tentaram fazer ciências<br />

sociais combativamente em defesa desse país.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 139<br />

139<br />

Orlando Valverde<br />

Geógrafo, membro do Conselho Nacional de Geografia e autor de Geografia agrária do<br />

Brasil (1964)<br />

Éuma coisa muito difícil, para mim, falar sobre Arthur Ramos depois da professora<br />

Luitgarde. Ela sabe tudo! Eu tenho, apenas, como contribuição, a circunstância,<br />

extremamente feliz, de ter sido estudante de geografia na extin -<br />

ta Universidade do Distrito Federal, a UDF, no período de 1936 a 1939. Quero,<br />

então, contar um pouco da minha história que é, também, digamos, agre di da pelas<br />

situações difíceis passadas no mundo, nessa década de 30, que, por outro lado, foi<br />

riquíssima em experiências. Arthur Ramos foi um exemplo extraor dinário dessa fase.<br />

Poderia dizer que, no presente, estou a uma distância de 49 anos de separação<br />

daquela figura de professor. Eu era um rapaz de 19 anos, expulso da Escola Naval,<br />

junto com outros 10 por professar idéias extremistas, sem que houvesse nenhuma<br />

prova material para condenar qualquer dos 11. Engraçado, foi o primeiro “gru po<br />

dos 11” que se formou extra-oficialmente, pois fomos expulsos pelo simples fato de<br />

que éramos contra o integralismo. Nós sentíamos nesse movimento uma cópia cari -<br />

cata do nazismo e fomos submetidos a um inquérito policial-mili tar, dirigido por<br />

um capitão-de-mar-e-guerra que era chefe de um núcleo integralis ta. É claro, era<br />

lógico, que, nessas circunstâncias, seríamos desligados. Depois que nos mandaram<br />

embora, as famílias foram, preocupadas, falar com o diretor da escola, o contra-almirante<br />

Castro e Silva. (Mais tarde, fiquei admirado, sabendo que ele era amigo de d.<br />

Branca Fialho. Como é que uma criatura tão culta podia... Bom, enfim, foi assim.<br />

A amizade não custa dinheiro. Mas creio que ela jamais aprovaria uma atitude dessas).<br />

Quando os familiares iam ao almirante perguntar por que fulano, filho dele,<br />

ou sobrinho, o que fosse, tinha sido expulso, ele botava culpa num outro: “Ah,<br />

não, a asa negra do negócio é o sicrano.” Jogava a culpa em um ausente e, assim,<br />

escapava de responder de frente. Essa resposta de frente realmente desapareceu:<br />

foi o processo.<br />

Durante 25 anos, de vez em quando, eu ia ao Ministério da Marinha para<br />

pedir vistas ao processo. Eu, algum dos acusados, um advogado, qualquer pessoa<br />

interessada. Nada se conseguia. Os advogados não puderam funcionar porque<br />

não havia causa, denúncia formulada na Justiça. E, naquele tempo, não havia<br />

computador, não é? Mas 25 anos depois, um dos nossos colegas foi ao Arquivo<br />

Nacional, que ficava num prédio do século passado na Praça da República. Havia<br />

lá um velhinho que tinha um computador aqui, na cabeça. Era um homem muito<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 140<br />

140<br />

carola, muito conservador, mas um historiador honesto, chamava-se Eugênio<br />

Vilhena de Morais. Quando o meu colega declinou os nomes dos que tinham<br />

sido expulsos em janeiro de 1936, ele se lembrou do caso, subiu numa escada e<br />

achou: nosso processo estava jogado dentro de um parecer do imenso processo<br />

contra a Aliança Nacional Libertadora, que era capitaneada pelo Partido Co mu -<br />

nista. Mas não havia conexão nenhuma entre os dois processos. Havia apenas<br />

uma declaração do então ministro da Marinha – hoje tem uma rua lá em Ipanema<br />

ou Leblon com o nome dele – que dizia que tínhamos sido expulsos, para servir<br />

de escarmento às gerações futuras, porque não tínhamos mentalidade para sermos<br />

oficiais da Marinha, já que éramos contra o integralismo. E quem era contra<br />

o integralismo era contra o Brasil.<br />

Tentávamos abrir um processo de reintegração à Marinha, mas não encontrávamos<br />

quem quisesse formar o processo. Até que um advogado, que queria<br />

ganhar dinheiro e que não tinha mais medo de careta, entrou e ganhou em todas<br />

as instâncias. A Marinha pressionou ao extremo, nessa fase já de mudança<br />

da capital para Brasília, mas, quando o processo chegou lá, resolveram pressio nar o<br />

ministro do Supremo, que foi o relator. Era um antigo professor de latim do<br />

Colégio Pedro II, que estava no fim da vida, positivista, que não admitia pressão<br />

de jeito nenhum. Quando leu o processo, deu parecer totalmente favo rável a nós:<br />

que devíamos ser reintegrados à Marinha, como se jamais tivéssemos saído dela.<br />

De repente, me vi de execrado a membro da classe dominante. Eu era um deles.<br />

Sabe com quem estão falando? Vocês estão falando com o capitão-de-fragata reformado<br />

Orlando Valverde, isso quando eu vou lá.<br />

Costumávamos dizer de brincadeira que todo oficial de Marinha era conformado,<br />

ou reformado, ou deformado. Então, eu estava agora numa categoria de<br />

elite. Dali para diante, a minha ficha foi esquecida, como a ficha lá do professor<br />

Arthur Ramos, que eu iria encontrar naquela época. Confesso que pela primeira<br />

vez eu tomava aulas de antropologia física e cultural. Eu tinha uma formação de mi -<br />

litar. Da Marinha, eu levava uma boa base matemática, uma boa formação de edu -<br />

ca ção física: remava, nadava, era um esportista. E, depois, tinha um conheci men -<br />

to vivido da injustiça, daquela forma em que meteram a gente, em que venciam<br />

aqueles que eram mais bem-relacionados. O fato é que, para mim, a faculda de foi<br />

uma experiência totalmente nova.<br />

Duas figuras brilhavam na formação do curso de geografia. Uma, era a cátedra<br />

de Arthur Ramos, Antropologia Física e Cultural, e na geografia havia a<br />

cadeira de Geografia Humana, que foi dada por uma pessoa extraordinária que<br />

Anísio Teixeira foi catar lá em São Paulo. Era o professor Pierre de Fontaine. Ele<br />

tinha sido professor em Lille, depois veio para o Brasil. Em São Paulo, apaixo-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 141<br />

nou-se pelo país, veio para o Rio de Janeiro, enquanto na capital paulista ficou<br />

um jovem professor assistente, mas não dele, de Paris, e que se tornou depois um<br />

grande amigo meu, Pierre Monbeig. Era um geógrafo extraordinário. O professor<br />

de Fontaine era da escola de Vidal de La Blanche e Jean Brunhes, naturalmente.<br />

Diga-se de passagem, na minha família houve um trauma com o caso da expul -<br />

são. Era uma família de imigrantes espanhóis, meu pai tinha, talvez, o mais antigo<br />

ateliê fotográfico, lá no começo da Rua Miguel Couto, onde nasci. Eu era filho caçula<br />

de uma família de quatro irmãos. Sobrevivi à gripe espanhola e, como sempre, o<br />

caçula é muito controlado pelos outros irmãos. Imagine quando eu es ta va lá na<br />

Marinha, já no penúltimo ano para minha graduação como guarda-marinha, ser expulso<br />

assim sem mais nem menos, sem nem fichamento policial. Foi um trauma<br />

terrível e minha família não tratou de examinar quem era, de onde vinha a informa -<br />

ção. Caçula, fiquei sendo de repente a ovelha negra. Aquilo me deu uma desilu são<br />

muito grande. Meu relacionamento com a família ficou seriamente abalado porque<br />

os irmãos mais velhos – com exceção da minha irmã mais velha, que era de extrema<br />

doçura – de vez em quando me jogavam<br />

isso na cara: “Você é um ateu<br />

comunista!” E vai por aí, e outras coi -<br />

sas... Eu aceitava tudo calado porque<br />

não adiantava protestar. Mas a mi nha<br />

vida se apartou um pouco da família.<br />

Apesar de ter apenas 18 anos, eu ti -<br />

nha uma maturidade bastante avançada<br />

e aquilo me amargou bastante.<br />

Imaginem qual foi a minha de cep -<br />

ção quando vi tudo se desenca dear, os<br />

integralistas desfilando em homena -<br />

gem ao Getúlio, com o Plínio Salgado<br />

ao lado, numa demonstração de força.<br />

Cheguei a pensar, realmen te, com dois<br />

colegas, em fugirmos para o Mé xico.<br />

O México era um bastião da li berdade<br />

com, depois vim a confirmar, um povo<br />

extraor diná rio, embora o velho ditador<br />

Porfírio Diaz tivesse dito: “Pobre<br />

México, tan lejos de Dios tan cerca<br />

de los america nos.” É, realmente, mas<br />

é um povo luta dor, bravo. Sinto, até,<br />

141<br />

Programa da disciplina Etnografia do Brasil elabo -<br />

ra do por Ar thur Ramos para o terceiro ano dos<br />

cursos de Geo grafia e História da Faculdade Na -<br />

cio nal de Filo sofia, Ciências e Letras, da antiga<br />

Uni ver si dade do Brasil.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 142<br />

142<br />

uma certa inveja de que o povo brasileiro não te nha aquele amor profundo pela sua<br />

pátria, pela sua terra, como tem o mexi cano. O me xica no é o único povo que tem<br />

orgulho do seu sangue indígena. E os próprios espa nhóis, que lá foram os colonizadores,<br />

eles tratam muito bem. Mas, quando convida ram agora o México, assim<br />

como Cuba, para a comemoração dos 500 anos, eles recusaram, terminantemente:<br />

há 500 anos se iniciou o saque do país pelas potências imperialistas, de forma que<br />

não temos motivo algum para comemo rar, disseram.<br />

Os fatos levaram a isso e, pela primeira vez, eu pegava uma aula com dados<br />

antropométricos das raças. Os brancos, com aqueles grandes tipos como os esco -<br />

ceses de Gallaway, e os ainos, que são pobres brancos inferiorizados lá do extremo<br />

norte do Japão, e outros. E, curiosamente, o professor Ramos chamou a atenção,<br />

naquela época, para o fato de os soldados americanos chamados para a guerra,<br />

descendentes de alemães, já terem uma estatura média 10 centímetros acima dos<br />

orgulhosos alemães, aqueles dolicocéfalos louros, que vinham para dominar o<br />

mundo. Essas eram críticas terríveis. Ramos abordava na antropologia física aspec -<br />

tos característicos dos diversos povos, como a dobra mongólica, uma coisa que<br />

realmente chama atenção, os zigomas, com dados de dimensões antropométri -<br />

cas, o busto da mulher amarela, os órgãos genitais, os pêlos, os cabelos, o tipo<br />

dos cabelos e, também, dos negros. Pela primeira vez eu ouvia isso em classe. Antes,<br />

era considerada uma coisa muito feia comentar esses aspectos em classe.<br />

Dos negros, como maior africanista do Brasil, ele chamou atenção para a estatura<br />

dos sudaneses, negros imensos que empatavam em altura com os escoceses de<br />

Gallaway. A cultura avançada dos iorubas, o que explica por que, na Bahia, as insurreições<br />

dos negros foram mais graves do que as daqui do sul: eram mais cultos e<br />

alguns antigos nobres das tribos africanas estavam reduzidos a escravos, como os<br />

outros, o que eles não podiam admitir. Eles eram respeitados nas suas reuniões secre -<br />

tas. São fatos que mostram que há diferenças notáveis dentro de uma mesma raça.<br />

A estetopigia dos bantus era uma coisa que chamava atenção, a grande envergadura<br />

dos braços dos negros sudaneses, e uma coisa que pouca gente tinha observado:<br />

a importância do tônus muscular. Os amarelos são extre mamente ágeis; vê-se, por<br />

exemplo, nesses campeonatos de tênis de mesa, que a gente mal pode acompanhar<br />

porque eles são leves e extremamente ágeis, ao passo que o tônus muscular dos negros<br />

sudaneses, que são imensos, fortes, dá a eles, hoje a gente sabe, uma grande<br />

possibilidade de vitórias significativas nas provas de atletismo nas Olimpíadas.<br />

Justamente, naquela época, as teses de Arthur Ramos ficaram evidentes. Hitler<br />

promoveu uma Olimpíada, em 1936, quando chegou ao poder. Colocou a Ale -<br />

manha em uma porção de provas em que outros não competiam, para dar a ela<br />

a vitória mundial. Porém, na hora da corrida, um negro americano, chamado<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 143<br />

143<br />

Jesse Owens, foi o homem mais rápido<br />

do mundo. Aquilo foi uma ofensa tão<br />

grande que Hitler não estendeu a mão para<br />

cum primentar o Jesse Owens. Cu rio sa -<br />

mente, aqui no Brasil, na revolução de<br />

São Paulo, a intelectualidade paulista ainda<br />

estava cheia desses preconceitos. Ima -<br />

ginem que, em classe, o professor Arthur<br />

Ramos criticou um intelectual famoso de<br />

São Paulo, Alfredo Ellis Júnior, que afirmava<br />

que os negros não dominavam nos<br />

Estados Uni dos, e eram mais fracos,<br />

porque o ar frio de lá penetrava pelas na -<br />

ri nas e ia logo para o pulmão e, então,<br />

eles tinham pneumonia. Curioso é que,<br />

logo em seguida a essa afirmação, saído<br />

da escola de Chicago dos boxers america -<br />

nos, um negro foi considerado o maior<br />

pu gi lista dos Estados Unidos; era o mas -<br />

sacra dor de Detroit. Olha, que em Detroit<br />

o inverno era terrível!<br />

Quer dizer, teses imbecis. Eu me lembro<br />

bem a última vez, em 1977, que fui<br />

a Washington. Estava em Chinatown, e<br />

Carta de Anísio Teixeira, na qual elogia Intro -<br />

dução à psicologia social, de Arthur Ra mos, e<br />

tece comentários sobre a impor tância que a<br />

obra poderá vir a ter na interpretação da conduta<br />

individual e coletiva. Bahia, 2 jan. 1937.<br />

olhava, na hora de abrir o comércio, aqueles verdadeiros armários humanos, aqueles<br />

negros fortões, e pensava que, se um desses homens se zangasse comigo, eu<br />

seria um homem morto. Porque eram fortíssimos.<br />

Todas as teses sem fundamento, Arthur Ramos derrubou. E trouxe à nossa<br />

consciência, pela primeira vez, aspectos para os quais a professora Luitgarde<br />

chamou atenção: nos deu noções de musicologia, noções da evolução. Isto é, base<br />

para compreensão da evolução da música negra popular que tem, cada vez mais,<br />

sucesso no mundo inteiro e que, a<strong>final</strong> de contas, influiu até nos nossos clássicos,<br />

desde o padre José Maurício a Villa-Lôbos, toda essa música que se baseou<br />

no que o povo cantava. Como as festas de carnaval, as escolas de samba, que hoje<br />

são disciplinadas, exploradas, têm, sem dúvida, o concurso importante do ritmo<br />

negro, dos trejeitos das mulatas da escola.<br />

E, também, o sincretismo religioso dos negros no Brasil, em que Ramos mostrava<br />

a justaposição de São Jorge como Ogum e por aí afora. A própria Igreja, hoje<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 144<br />

144<br />

em dia, não consegue evitar que haja essa assimilação e agora está adotando uma<br />

atitude mais compreensiva quanto ao sincretismo. Hoje, ela não abençoaria mais<br />

os que iam matar os etíopes na África, de forma nenhuma. Essas idéias novas,<br />

certamente, influenciaram no Concílio Vaticano II e, daí para frente, as “ove -<br />

lhas” deixaram de ser só aquelas privilegiadas, para ser o próprio povo.<br />

Nas aulas de Arthur Ramos, tive discussões com ele porque eu estava orientado<br />

por uma escola que era muito mais antropológica do que geográfica. Era, justamente,<br />

a escola de Pierre de Fontaine, que falava do programa assim: “O homem e<br />

a montanha”, “O homem e a floresta”, “O homem e o mar”, “O homem e o frio”,<br />

e vai por aí. Até que um colega, um jornalista muito sarcástico, disse que só estava<br />

faltando “O homem e a mulher”, e “aí ele passa a ser um elemento fraco”.<br />

Tivemos discussões em classe com trabalhos que eram verdadeiras bombas. Casa<br />

grande e senzala, quando estourou, na década de 1930, todo mundo falava de Gilberto<br />

Freyre. Na minha opinião, Gilberto Freyre não foi tão amaldiçoado pelas classes<br />

dominantes porque se tornou um homem extremamente conserva dor, enquanto<br />

Arthur Ramos continuou fiel às suas idéias de liberdade. Ele chegou ao extremo de<br />

debater temas como a crítica à psicanálise da alma coletiva, em Totem e tabu. Fez,<br />

enfim, críticas nas quais Arthur Ramos, até hoje, é atual. Porque ele criticou, em<br />

classe, esse problema da herança dos caracteres adquiridos, mostrando, com exemplos<br />

recentes, daquela época, que se conseguia produzir características novas, mas<br />

sempre no sentido de destruição, bombardeando com raios-gama os gens de ratos.<br />

E, depois, não aconteceu aquela vergonha, que derrubou a genética russa, quando<br />

eles deixaram de seguir a linha, que se estudava até nos Estados Unidos, de Mendel.<br />

E chega um farsante, um mentiroso, como Lissenko, que falsificou dados, e um<br />

homem todo-poderoso como Stalin adotou essa nova linha. Na escola de agricultu -<br />

ra dos Estados Unidos, eu tinha apostilas americanas de obras dos geneticistas russos<br />

que, naquela época, eram mais avançados. Mas depois de Lissenko tudo ficou<br />

desmoralizado. Olha o efeito do poder concentrado na mão de um governante só!<br />

O rolo compressor da ditadura militar maltratou terrivelmente, não só<br />

Arthur Ramos, mas também os seus mais distintos e fiéis seguidores. A mi -<br />

nha querida ex-colega Marina São Paulo de Vasconcellos foi uma vítima disso.<br />

Ela se deixou morrer de desgosto. O meu colega historiador, o então jovem<br />

Manuel Maurício de Albuquerque, que foi submetido duas vezes a torturas<br />

no pau-de-arara. Artur Bernardes Vaz, jovem professor de geografia, que, ao<br />

receber em um cursinho aqui da Presidente Wilson, onde estava dando aula,<br />

voz de prisão, teve um proble ma circulatório e morreu ali mesmo. Então, nós<br />

tivemos uma geração perseguida. Mas as pessoas morrem, e as idéias verdadeiras<br />

prevalecem. De maneira que, hoje, as idéias de Arthur Ramos sobrevivem.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 145<br />

145<br />

Atualmente, no próprio meio mili tar, há uma preocupação imensa com a hegemonia<br />

norte-americana que deita, mais uma vez, seus olhos cobiçosos sobre<br />

a Amazônia brasileira.<br />

Na última aula que assisti de Arthur Ramos, eu já estava na Universidade do<br />

Brasil. Quando eu era aluno da UDF (Universidade do Distrito Federal), fize ram<br />

uma intervenção federal de extrema-direita na universidade. Eu fazia parte do diretório<br />

acadêmico e o interventor da universidade era, então, um homem integra -<br />

lista. Chamava-se Tristão de Ataíde. Felizmente, mais tarde ele mudou muito de<br />

atitude na vida. Bom, fomos obrigados a prolongar o curso por mais um ano, agora<br />

na recém-criada Faculdade Nacional de Filosofia. Nesse ano, 1940, tendo que<br />

cumprir mais um, tive a felicidade de ter aulas de Arthur Ramos, justamente na<br />

época em que foram postos a pique cinco navios brasileiros de comércio. Foi quando<br />

o professor Ramos já estava atuando mais fora da universidade, depois de muitas<br />

desilusões. Mas ele terminou as aulas fazendo uma preleção contra o racismo, contra<br />

o fascismo no mundo, contra a opressão das ditaduras e sublinhando que a<br />

cons ciência humana pode ser perseguida, mas jamais pode ser extinta.<br />

Com isso, eu, que era um desiludido de todas essas coisas, um aluno que fica va<br />

sempre na última fila para criticar o professor quando ele dissesse uma tolice em alta<br />

voz, pude debater com Arthur Ramos. O professor Ramos nunca fugiu do debate<br />

comigo. Discutiu sempre de igual para igual e, quando deu por encerrado o curso,<br />

nós o aplaudimos de pé. Aquele homem estava dizendo a verdade, estava trazendo<br />

uma orientação para toda a nossa vida. Foi isso que eu colhi de Arthur Ramos.<br />

Waldir da Cunha<br />

Funcionário aposentado da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional<br />

Ex-chefe da Divisão de Manuscritos<br />

Fui aluno do professor Arthur Ramos entre 1945 e 1948. Eu fazia o curso<br />

de geografia e história. Não fui para a faculdade em virtude das ciências<br />

sociais, não fui buscar os conhecimentos sociais. Fui mais atraído pela<br />

história e pela geografia. Mas, ao me defrontar com o curso, pude observar que<br />

a Faculdade Nacional de Filosofia era formada por mestres do mais alto gaba -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 146<br />

146<br />

rito. Eu, que tinha saído da zona suburbana, na faculdade não podia entrar de<br />

camisa, tinha que vestir terno e gravata. Naquele tempo, a gente usava terno e<br />

gravata para assistir às aulas; e estava lá o professor Arthur Ramos. Só assisti aulas<br />

dele durante o primeiro ano; o segundo e terceiro foram dados já pela assistente,<br />

aulas de etnologia e etnografia. Ramos dava antropologia física e cultural, e eram<br />

duas horas de aula direto.<br />

A juventude da época estava voltada mais para a Faculdade Nacional de Fi lo -<br />

sofia, depois da antiga UDF. A diferença é que a UDF formava professores do<br />

Estado. Eu não fui para o Estado porque já era da Nacional, então, quando saí, fui<br />

trabalhar em outros colégios. Naquela época, depois de Santiago Dantas, já havia<br />

uma política de o aluno poder entrar na faculdade sem o vestibular. Entrava como<br />

ouvinte e fazia vestibular depois de três, quatro anos. Eu não, fiz vestibular, passei<br />

pela banca examinadora, inclusive o Celso Cunha me examinou em português,<br />

passei por essa fase. Já peguei um período em que, na faculdade, a minha turma<br />

era pequena, a turma anterior era maior. A procura já diminuía um pouco. E o que<br />

aprendi durante as aulas do professor Arthur Ramos? Que ele adotava uma biblio -<br />

grafia vastíssima. Antes de começar, ele lançava aquela biblio grafia do exterior.<br />

Na época, não se dizia sociólogo, era sociologista ou, então, antropologista.<br />

O camarada era sociologista ou antropologista. Observei também que entre o<br />

grupo de professores havia uma competição muito grande, eles realmente compe -<br />

tiam. Josué de Castro, que era professor de geografia, competia com antropologia,<br />

achava que não estava direito aquela relação entre geografia humana e<br />

antropologia. Eu me lembro muito bem que, em um dos trabalhos que fiz para<br />

o Josué de Castro, coloquei uma introdução do sociólogo de Pernambuco, Gilberto<br />

Freyre. Ele não gostou, me deu até nota baixa. Aí está uma lembrança da faculdade:<br />

havia essa competição entre os professores.<br />

Na minha época, fui aluno de quem? Delgado de Carvalho em geografia, que<br />

vinha da Europa, grande conhecedor. Fui aluno dos franceses que vieram no pósguerra,<br />

fui aluno do Rolland, conheci Pierre Monbeig, em São Paulo. Pierre<br />

Monbeig disse até uma coisa que nunca esqueci: que São Paulo crescia para cima<br />

e o Rio de Janeiro para baixo, por causa dos viadutos e dos túneis. Isso é idéia<br />

do Pierre Monbeig, lá em São Paulo.<br />

Assim que entrei, Artur Ramos me deu logo uma noção interessante: ele não<br />

admitia que se falasse em raça, tinha que ser etnia. O termo era étnico. Raça bran -<br />

ca, não. Tinha que ser etnia. E, também, uma coisa interessante que aprendi, apesar<br />

de não ter nada para ser associado, é que ele batia muito na questão de patrimônio<br />

cultural. Ele achava que a cor não influenciava. Era o patrimônio cultural de uma<br />

civilização que influenciava. Nisso ele insistia muito, isso ele me passou bem.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 147<br />

147<br />

Arthur Ramos durante uma aula no curso de Antropologia da Faculdade Nacional de Filosofia,<br />

Ciências e Letras. Entre os alunos (o primeiro à direita), Waldir da Cunha. Rio de Janeiro, 1945.<br />

Posso caracterizar aspectos do professor Arthur Ramos. Quando terminei a<br />

Faculdade Nacional de Filosofia, tentei ingressar como geógrafo, como o profes -<br />

sor Valverde. Fiz muitas excursões de campo, estudei história com alguns franceses,<br />

estudei com um especialista em arte, que era Antoine Bond, da Universidade<br />

de Montpellier, estudei com Rolland, e tinha que saber falar francês, que as aulas<br />

eram dadas em francês. Há um retrato em que estou com a turma de Arthur<br />

Ramos, foi a última turma, parece. Arthur Ramos tirou o retrato, e eu estou lá.<br />

Ele era um colecionador. Esse material todo, que a gente chama de arquivo ou<br />

coleção, veio para a <strong>Biblioteca</strong> – mas não foi só a <strong>Biblioteca</strong> que comprou, não,<br />

foi em conjunto com o Instituto do Patrimônio. Uma parte veio para a <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional, manuscritos, retratos e fotografias. Naquele tempo, a nossa “informá -<br />

ti ca” era diferente, havia aqueles projetores de slide... Uma boa parte desse mate -<br />

rial está, me parece, no arquivo que veio para a <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

Quando eu era aluno, participei de pesquisas de campo. Cheguei a ir à ilha<br />

das Cobras para fazer pesquisas antropométricas e as fichas não vieram para a<br />

seção, devem estar lá, no instituto, no departamento. Ramos fez essas pesquisas<br />

lá. Ao mesmo tempo, como colecionador, engraçado, ele colecionava correntes.<br />

Sabe o que é corrente? Nunca recebeu uma corrente? É uma carta que a gente<br />

recebe para passar adiante. Está cheio de correntes por aí. Ele recebia várias. Não<br />

sei o que ele ia fazer com aquilo, não sei qual era a função para o trabalho social<br />

dele, mas há esse material.<br />

Como, também, havia um representante dele em Alagoas. E esse amigo dele<br />

em Alagoas, de quem agora não me lembro o nome, enviou para a coleção de<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 148<br />

Arthur Ramos grande quantidade de documentos sobre a escravidão, que retirava<br />

lá dos arquivos, pensando que os arquivos se podiam queimar. Retirava e mandava,<br />

com a intenção de preservar. Vocês sabem disso, não é? Grandes arquivos,<br />

às vezes, sofrem com intempéries, sofrem com desgaste, com incêndio. A própria<br />

Casa dos Contos foi incendiada. Porque tinha muita gente devendo dinheiro,<br />

então, incendiaram aquilo e tudo ficou completamente desbaratado. Então, esse<br />

material a que me estou referindo foi retirado dos arquivos de Alagoas e da coleção<br />

dele. Há um material muito bom aí sobre escravidão. O indivíduo quando vai<br />

estudar história da escravidão tem que ir ao arquivo de Arthur Ramos.<br />

Finalmente, tenho idéia do meu tempo de jovem como muito bom. É claro<br />

que fui levado, também, por aquelas idéias meio socialistas e me levaram até para<br />

a Escola do Povo para dar aula. Mas fugi de lá. Fiquei com medo porque era no<br />

pós-guerra e temi ficar numa situação até de processo. Mas fui lá, dei umas aulas<br />

e saí. Eles levavam a gente e falavam: “Vai aprender a dar aula.” Então, eu ia para<br />

a Escola do Povo. Já naquele tempo, havia o curso de preparação da UFRJ. Tenho<br />

uma idéia muito nítida porque guardei esse arquivo por mais de 40 anos, aqui<br />

na seção. Ele está colocado ali, nos armários; separei as fotografias, deixei tudo<br />

aí. Atualmente, a minha amiga e colega Carmem está catalogando para jogar no<br />

computador. Ficamos muito tempo sem catalogar, porque o número de funcio -<br />

nários aqui é muito pequeno. Graças a Deus, consegui trabalhar durante esse<br />

anos todos, sozinho. Eu lidava com pesquisador, organizava. Acabei saindo daqui<br />

como técnico consultor. Agora, estou quieto em casa, não sei como fui envolvido<br />

pela professora Luitgarde. Obrigado!<br />

DEBATE<br />

Luitgarde Cavalcanti<br />

148<br />

Antes de saber se alguém tem alguma pergunta, ou se o professor Peter Fry quer<br />

fazer um balanço do que foi dito aqui, desejo esclarecer que essa pessoa que mandava<br />

documentos para Arthur Ramos era Bonifácio Magalhães da Silveira, tio da<br />

dr.ª Nise da Silveira. Quando foi fundada a Sociedade Brasileira de Antropologia,<br />

só dois alagoanos fizeram parte dela: Bonifácio Magalhães da Silveira e Teotônio<br />

Vilela Brandão, o famoso Teo Brandão de quem falamos. Agora, então, está aberta<br />

a rodada para perguntas.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 149<br />

Peter Fry<br />

Queria inicialmente agradecer aos senhores pelas lembranças e pelo privilégio<br />

nosso de adentrar numa década tão esquecida. Ouvir o senhor falar sobre integralismo<br />

foi um privilégio. Agradeço muito, porque a gente tende a pensar apenas<br />

nos últimos acontecimentos, esquecendo que a história, infelizmente, tem<br />

uma tendência a se repetir. Mas a minha pergunta é simples. É que os senhores<br />

falaram – é o título da mesa – da construção da carreira intelectual de Arthur<br />

Ramos, quer dizer, da posição dele como intelectual, como pensador. Eu queria<br />

saber se os senhores têm, como ex-alunos, alguma coisa dele como pessoa, como<br />

personalidade. Porque suponho que os nossos alunos devam comentar sobre nós,<br />

não é? Eu queria saber, também, um pouco mais sobre essa época. O senhor falou<br />

da necessidade de usar terno e gravata, mas, ao mesmo tempo, o senhor disse<br />

que o professor Ramos argumentava com os alunos cara a cara. Quer dizer que,<br />

além da hierarquia, obviamente, havia uma democracia.<br />

Orlando Valverde<br />

149<br />

A democracia era de tal ordem que ele respondia, com precisão, à pergunta de<br />

alunos que estavam lá para fazer crítica aos professores incompetentes. Ele res -<br />

pondia e nos colocava certinhos no nosso lugar. Mas ele também fez críticas a<br />

nomes como Rui Barbosa. Uma interpretação de Rui Barbosa sobre um prato da<br />

culinária baiana chamado arroz-de-hauçá ele interpretou como arroz de água e<br />

sal. Criticou, também, Rui Barbosa por ter mandado destruir, quando ministro<br />

da Fazenda, todos os documentos relativos à entrada de negros no Brasil. Rui<br />

mandou queimar. Olha, eu fui aluno de Arthur Ramos e também de um profes -<br />

sor alemão que foi maldito durante o regime nazista. Chamava-se Leo Waibel e<br />

o último livro que ele produziu na Alemanha foi queimado, em 1933, nas fogueiras<br />

nazistas, numa cidade que hoje é parte da Polônia, Breslaw.<br />

E o livro Problems of Geography, eu e o Walter Hegler traduzimos: Walter tra -<br />

duziu a parte que estava em alemão, e todos os originais em inglês fui eu que tive<br />

a honra de traduzir. Mas, no <strong>final</strong> da vida, Waibel conseguiu recuperar todos os<br />

direitos dele na Alemanha, inclusive indenização e montepio para a viúva, que<br />

era judia e não podia realmente permanecer lá. Então, fui aluno de dois professores<br />

perseguidos, pelos quais, até hoje, tenho especial consideração. Porque quem<br />

luta pelos seus ideais, e tem certeza de que está correto, é superior a essas coisas<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 150<br />

todas. Arthur Ramos e Leo Waibel estão no mesmo panteão, um como antropólo -<br />

go e outro como geógrafo.<br />

Luitgarde Cavalcanti<br />

O professor Orlando, na entrevista que deu para mim, contou uma coisa que<br />

res ponde à pergunta, mas que, agora, ele não repetiu. O seguinte: Arthur Ramos<br />

estava dando aula, adoeceu e ficou muito preocupado porque tinha levado um<br />

homem para consertar o piano da casa dele, e os alunos ficaram sabendo desse<br />

seu gosto pelo piano. Ele falou, em sala de aula, que, mais do que doente, ele es -<br />

ta va preocupado com o piano quebrado. E o professor Valverde contou isso como<br />

característica humana de Ramos.<br />

Waldir da Cunha<br />

150<br />

Na fase em que estudei, realmente, havia umas perguntas que nós não fazíamos<br />

aos professores, porque eles não davam espaço para discussão. Nenhum deles.<br />

Eles davam a aula de duas horas diretas, aquelas aulas profundas, mas a turma,<br />

no meu tempo, achava que o professor Arthur Ramos não era muito didático.<br />

O conhecimento dele era tão grande que não dava para ele seguir a didática da<br />

época. Atualmente, as pessoas seguem uma didática diferente e levam fichas para<br />

a sala, não é? Naquela época, não se levava fichamento, não. Era proibido dar aula<br />

com ficha. Eu mesmo, quando fui ensinar no ginásio, no científico, não le va va<br />

ficha, tinha que decorar antes, para dar aula. Os alunos achavam que o professor<br />

que dava aula com ficha não sabia nada. Eles achavam que não era didático.<br />

O professor Arthur Ramos era gordo, muito gordo mesmo, na época. Não<br />

sei se, depois, ele emagreceu, mas quando ensinava lá, ele, médico, poderia cuidar<br />

melhor da sua estrutura, eu pensava. Com o tempo, eu ficava refletindo: “Poxa,<br />

o professor Arthur Ramos, médico, mas nunca se interessou pela própria saúde<br />

física.” É esse o aspecto da época. Ninguém escreveu nada, ainda, sobre a Faculdade<br />

Nacional de Filosofia que foi, realmente, uma universidade. Quando a gente fazia<br />

excursões, o interiorano perguntava: “O que tem filosofia com geografia?” Os es -<br />

tu dantes não tinham uma noção exata. Fui do tempo de Carneiro Leão, o grande<br />

administrador lá da área, e é até esse ponto mais ou menos que posso responder<br />

a sua pergunta. Obrigado.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 151<br />

Verena Stolcke<br />

Achei fascinante, sobretudo, o ângulo político de Arthur Ramos e se mostrou,<br />

muito claramente, que foi uma figura que resistiu aos poderes existentes, com<br />

conseqüências: essa sucessão de prisões e a relação complexa com os Estados<br />

Unidos, relação que é histórica dos Estados Unidos com a América Latina. Agora,<br />

pergunto: em 1940, na viagem aos Estados Unidos, Ramos esteve 10 meses em<br />

Baton Rouge; parece que, então, para conseguir o visto, o convite, já tinha tido<br />

certos problemas. Seria interessante você explicar um pouco esse fato.<br />

Luitgarde Cavalcanti<br />

151<br />

Como tenho dito, a aliança mundial daquele momento era contra o nazismo.<br />

Tanto que os Estados Unidos estavam aliados a Stalin nessa luta. Então, não havia<br />

um boicote. O boicote a Arthur Ramos só vai acontecer posteriormente. Por isso,<br />

fiz a divisão: ele estava muito mal aqui, internamente, com o DIP, Getúlio e<br />

Filinto Müller, mas estava bem lá fora, porque fazia parte da extensa aliança libe -<br />

ral antinazista que congregava os vários países do mundo, com os “maquis”, comunistas<br />

ou não, com os partisans, comunistas ou não. Eram todos “os aliados”.<br />

E os Estados Unidos deixam suas portas abertas para esses aliados, inclusive Stalin.<br />

Agora, a partir da Guerra Fria, quando se divide o mundo, quem fica do lado de<br />

cá, na América Latina, vai sofrer duas pressões: a pressão que já existia internamen -<br />

te e a nova que os Estados Unidos vão impor, no seu papel de policial do mundo,<br />

que começa ali. Começa com o macartismo. Os Estados Unidos vão enfrentar<br />

problemas internos, também, e problemas externos. Por isso, Arthur Ramos, que<br />

tinha sido tão bem recebido em 1940, já é recusado em 1948, porque, em 1945,<br />

já tinha tomado posição contra a presença norte-americana armada na América<br />

Latina, denunciando o armamentismo como ameaça à sobrevivência do mundo.<br />

Grande defensor da paz, via na Guerra Fria a preparação de futuras guerras.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 152<br />

Verena Stolcke<br />

Acho que tem um detalhe importante adicional. Torres Bodet não era um homem<br />

de esquerda. Ele foi o segundo secretário da Unesco e quem convidou de fato Ar -<br />

thur Ramos. Bodet tinha sido aceito pelos Estados Unidos, supondo-se que iria<br />

dançar ao apito dos Estados Unidos, o que não fez. Ele criou um grupo de pressão<br />

da América Latina, mas com uma certa discrição. E foi ele quem convidou Arthur<br />

Ramos. Parece que não houve essa interferência, não com esse convite.<br />

Luitgarde Cavalcanti<br />

152<br />

Ainda era um momento em que uma força intelectual muito grande do mundo<br />

apostava na paz. Ainda não se tinha rompido o equilíbrio de paz. Ainda não havia<br />

nenhum país com papel dominante, hegemônico, dentro do contexto total. Arthur<br />

Ramos não é recusado, porque o grupo de apoio dentro da Unesco era todo de<br />

esquerda. Estavam lá, apoiando Ramos, todos eles. Travavam uma grande luta<br />

para que a Carta dos Direitos Humanos fosse adotada pela nova ordem internacional,<br />

o que seria a anti-Guerra Fria. Dentro da França, e nos países europeus<br />

todos, se pensava que se atingiria isso por meio da ciência, da alfabetização, do<br />

combate ao racismo etc. Os Estados Unidos não iriam negar o visto, naquele momento,<br />

porque eles ainda não tinham aberto o jogo da Guerra Fria, ela só aparecia<br />

internamente, em alguns países.<br />

O México, naquele momento, tinha vários intelectuais de destaque. Torres<br />

Bodet já fazia equipe com Arthur Ramos, e já havia uma extensa correspondência<br />

entre eles. No meu trabalho, botei o discurso de Torres Bodet na abertura do<br />

I Congresso Americano de Universidades. Ele fez um discurso que era, exatamen -<br />

te, toda a ideologia de Arthur Ramos. Fala precisamente de ciência aplicada e do<br />

papel da universidade no mundo contemporâneo, no mundo do futuro: não apenas<br />

preparar profissionais, mas preparar homens capazes de impedir uma nova<br />

hecatombe. Esse é o papel do intelectual daquele momento, que a Guerra Fria<br />

vai amortecendo até acabar. Primeiro, com perseguições; depois, com doações e,<br />

em seguida, a geléia geral. Mas, naquele momento, estava bem colocado o grupo<br />

intelectual que acreditava na paz. E foi a universidade que possibilitou a criação<br />

desse grupo, espalhado em todos os países.<br />

Ontem, foi vista aqui a idéia de missão. Não era a idéia de missão propriamen -<br />

te, era a idéia de uma associação política entre o conhecimento e a práxis. Quando<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 153<br />

153<br />

Arthur Ramos trabalha com a idéia de antropologia aplicada, é porque ele traba -<br />

lha com teoria e práxis em toda a sua vida, em toda a sua construção intelec tual.<br />

Quando faz pesquisa, por exemplo, em Alagoas, muita gente daquele tempo me<br />

informou: ele fazia pesquisa no Xangô, freqüentava o Xangô, e atendia de graça<br />

todos os macumbeiros da cidade. Como, depois, Teo Brandão, quando vai coor -<br />

denar o folclore de Alagoas, e arranja emprego e atendimento médico em hosp i tal<br />

para todos os agentes de cultura popular. Então, é claro que Arthur Ramos seria<br />

muito bem recebido nos Estados Unidos, no momento do congraçamento ge -<br />

ral, e seria, paulatinamente, afastado, na medida em que a Guerra Fria crescia e<br />

que a Unesco começava a perder o poder, a posição para fazer valer a Carta dos<br />

Direitos Humanos.<br />

Hoje, não é mais a Unesco quem fala em Direitos Humanos, são os governos<br />

altamente armados. É um verdadeiro paradoxo com a concepção da Unesco, que<br />

foi criada para defender a paz e construir um mundo de conhecimento e ciência;<br />

e hoje, quem “defende” os Direitos Humanos manda, por exemplo, bombardear<br />

um outro país, em nome dos Direitos Humanos. Com isso, tem havido<br />

a desmoralização da Unesco, para a qual quase nenhum país hoje dá dinheiro.<br />

Quando eu estava pesquisando lá, o presidente da Unesco me disse que eles recebiam<br />

dinheiro do Japão, dos Emirados Árabes, mas as grandes potências não<br />

pagavam a taxa exatamente para a Unesco não ter nenhum poder. E Arthur Ramos<br />

foi da época em que a Unesco era o sonho de confiscar dos estados armados o<br />

direito de reger o mundo, e poder reger o mundo com harmonia, com o antiracismo.<br />

O primeiro projeto, organizado na década de 1950, é o estudo do racismo.<br />

Numa carta de Arthur Ramos para Costa Pinto, ele descreve até as pessoas que<br />

vai convocar em primeira mão, como Lévi-Strauss. Ele vai dando a relação dos<br />

intelectuais que quer convidar para estudar racismo e em seu último trabalho,<br />

que é publicado no dia seguinte à morte dele, afirma que a destruição do racismo<br />

seria a aurora de paz, seria o prenúncio de paz para o mundo. Daí ele ter trabalhado<br />

tanto em cima de racismo. Porque todos eles estavam pensando não no<br />

problema econômico que ocasionou a guerra, mas no problema ideológico que<br />

a conduziu, porque o fator dominante da imprensa e de tudo era o racismo.<br />

Tanto que hoje – até escrevi um artigo falando disso – estamos tão preocupados<br />

com análises econômicas que esquecemos as análises ideológicas. Esquecemos<br />

que há 50, 60 anos, Hitler matava em nome da ideologia racista. Hoje, o mundo<br />

mata em nome da ideologia economicista. Antigamente, morria quem era<br />

considerado de raça inferior; hoje morre quem tem baixo poder aquisitivo. Então,<br />

antes, era a cor da pele, a raça; hoje, o cifrão. O nazismo está aí.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 154<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

154<br />

Conjunto de esculturas e objetos rituais da cultura afro-brasileira usados para ilustrar o livro<br />

Arte negra no Brasil. [S.l., s.d.]


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 155<br />

155<br />

O direito de destruir, de desrespeitar e aniquilar o diferente que é, em suma,<br />

aquilo em que se baseou o nazismo e o racismo, está agora invertido: não se faz<br />

em nome da raça, mas em nome do poder econômico. E isso, acho, aqueles inte -<br />

lectuais da época foram incapazes de perceber: que um jogo econômico estava<br />

dentro da II Guerra Mundial. Não me parece, pelo menos que eu conheça, que<br />

algum deles tenha feito essa análise, de tal forma se deu importância ao problema<br />

racial como fator de guerra.<br />

Não havendo mais perguntas, agradeço a todos e, em particular, à <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional por se juntar ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, à <strong>Fundação</strong><br />

Oswaldo Cruz e à Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Quatro institui ções<br />

se reúnem, 50 anos depois, para tirar Arthur Ramos do esquecimento, enquanto<br />

as novas gerações estão iniciando trabalhos sobre a obra desse intelectual há<br />

50 anos esquecido. Muito obrigada.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 156


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 157<br />

O Corpus Juris Civilis, de 1478:<br />

da historicidade do incunábulo à salvaguarda<br />

da memória impressa – os papéis da Restauração*<br />

Carmem Lucia da Costa Albuquerque<br />

Conservadora e Restauradora da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional<br />

* Trabalho apresentado no X Congresso da Associação Brasileira de Con servadores-<br />

Restauradores de Bens Culturais - Abracor, realizado na cidade de São Paulo, em novembro<br />

de 2000, e publicado originalmente nos Anais do Congresso.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 158


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 159<br />

Oobjetivo deste estudo é apresentar todo o processo de restauração, da<br />

encadernação e do suporte da informação impressa no incunábulo<br />

Corpus Juris Civilis, pertencente à Divisão de Obras Raras da <strong>Fundação</strong><br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional, de acordo com políticas de preservação consagradas na lite -<br />

ratura técnica e científica.<br />

O processo de restauração eleito foi fundamentado na historicidade da obra;<br />

isto é, na análise do item sob os pontos de vista da sua raridade e da sua materia -<br />

lidade, tendo como valor de referência a sua superfície, a síntese das informa ções<br />

explicitadas por suas condições físicas.<br />

A superfície da obra – sua extensão e dimensões, envolve materiais e aspectos<br />

físicos de caráter múltiplo, relativos à parte escrita (disposição do texto, tinta, co -<br />

res, papéis, marcas d’água), ao envoltório (pranchas, couros, ornamentos, costu ras,<br />

cordas), e a aspectos peculiares, tais como: marcas de propriedade, anota ções<br />

manuscritas, marcas de uso e de leitura.<br />

Em face do valor histórico e documental da obra, a restauração impôs-se como<br />

o meio de ampliar a longevidade da informação registrada, salvaguardando o suporte<br />

original.<br />

HISTORICO<br />

A obra Corpus Juris Civilis foi impressa em Basiléia, Suíça, por Michael Wenssler,<br />

em 31 de julho de 1478.<br />

A expressão corpus Juris significa corpo do Direito, isto é, todo o conjunto de<br />

reformas legislativas feitas no tempo do imperador Justiniano (c. 483-565).<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 160<br />

160<br />

Justiniano promoveu mudanças na legislação do Império Bizantino, optando<br />

por fazer uma compilação sistemática de todas as constituições imperiais. O novo<br />

código foi promulgado em 16 de abril de 529. Em 534 houve nova revisão, que<br />

apareceu sob a forma de 2ª edição – esta versão foi a única que chegou aos nossos<br />

dias.<br />

A obra foi publicada, inicialmente, em latim e, depois, traduzida para o grego.<br />

As primeiras partes do código de Justiniano foram impressas numerosas vezes,<br />

tanto separadas quanto reunidas, formando uma coletânea denominada Corpus<br />

Juris Civilis.<br />

O governo de Justiniano I, o Grande Imperador do Oriente (527-565), foi<br />

notável principalmente por três motivos: pelas grandes construções arquitetônicas,<br />

pelos êxitos militares que alcançou e pelo código que compilou.<br />

A obra em análise, impressa no ano de 1478, por Michael Wenssler, na cidade<br />

de Basiléia (Suíça), é um dos preciosos incunábulos da coleção da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional brasileira, tem 105 folhas numeradas, precedidas por uma sem nume -<br />

ração, não apresenta assinaturas e traz a marca do impressor, no <strong>final</strong>. Trata-se<br />

de um in-fólio, com 41,5x29 cm (Figura 1).<br />

O texto está em latim, em caracteres góticos, arranjado em duas colunas, com<br />

comentários sobrepostos também em duas colunas; é impresso em preto, com<br />

capitulares, títulos de partida e parte do texto rubricados.<br />

Entre as características exteriores à obra, isto é, aquelas que foram inseridas<br />

ao longo da história do exemplar específico, destacam-se: algumas notas manus -<br />

critas às margens, em tinta ferrogá -<br />

lica e letra de época; e o sinete do<br />

Santo Ofício.<br />

Todo o processo de restauração,<br />

tanto da encadernação quanto do<br />

papel, foi condicionado à pesquisa<br />

bibliográfica, em fontes específicas,<br />

para constatação da raridade e im -<br />

por tância histórica da obra; e à<br />

pes quisa bibliológica – a análise do<br />

do cumento, página a página, para<br />

re gistro de suas características origi -<br />

nais e atribuídas.<br />

Colofão rubricado do Corpus Juris Civilis, com a<br />

marca do tipógrafo.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 161<br />

SOBRE A RESTAURA²AO DA ENCADERNA²AO<br />

A encadernação é original, inteira de couro, com perda de lombada, típica do estilo<br />

monástico, do século XV (Figura 2).<br />

As capas de madeira foram cobertas de couro marrom tingido e gravado a<br />

seco, com vinhetas diversas e fechos de metal dourado, estilizados.<br />

O <strong>miolo</strong> foi fixado às pranchas, pela lombada, com nervos de cânhamo.<br />

Sobre o revestimento gravado, foram aplicadas cantoneiras e um camafeu central<br />

em chifre, provavelmente, de boi (Figura 3). Este modo de ornamentação<br />

era uma prática entre os monges do Medievo que, ajudados por gravadores, fize -<br />

ram as primeiras aplicações de enfeites, gravando ferros ou prensando sobre o<br />

couro pranchas de madeira com desenhos, nomeados como “ferros monásticos”.<br />

A técnica de gravação no couro consistia em apertar de leve as pranchas de<br />

madeira sobre o couro previa -<br />

men te umedecido, de onde pro -<br />

vém o nome de “de co rado a frio”.<br />

Os ferros góticos, monásticos,<br />

foram os ornamentos utilizados<br />

nos livros im pres sos nos primei -<br />

ros 50 anos desde o advento da<br />

tipografia, chamados incuná bu -<br />

los, ou seja, o livro da prototipo -<br />

grafia, artesanal, característico da<br />

fase em que a arte tipográfica se<br />

achava em seu estágio inicial.<br />

Na encadernação do Corpus<br />

Juris Civilis, constam gravadas a<br />

ferro sobre o couro as seguintes<br />

imagens-símbolos:<br />

a) águia: muito difundida<br />

como animal-símbolo, geral mente,<br />

associado com o sol e o céu,<br />

eventualmente também com o<br />

raio e o trovão; seu poder simbólico<br />

era atribuído, sobretudo,<br />

à sua força e resistência. A águia,<br />

tida como rainha das aves, já na<br />

161<br />

NOALTO: Encadernação original toda em couro, com<br />

perda de lombada. Século XV.<br />

ACIMA: Detalhe do revestimento da encadernação, com<br />

aplicação de cantoneiras em chifre e fecho de metal.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 162<br />

162<br />

Antigüidade era considerada como o símbolo do real e do divino. Na Bíblia, era<br />

utilizada como símbolo de Deus Todo-Poderoso. Foi adotada por muitos encadernadores,<br />

sendo, inclusive, o símbolo de Napoleão;<br />

b) leão: considerado o “rei dos animais” da Terra, ao lado da águia, a “rainha<br />

das aves”, é um símbolo muito difundido, quase sempre, com significado solar<br />

ou estritamente ligado à luz, devido, entre outras coisas, a sua força, a sua cor amarela<br />

e à juba radiante que envolve sua cabeça. As características do animal, de forte teor<br />

simbólico, são a coragem, a ferocidade e uma suposta sabedoria. A representação do<br />

leão nos tronos e nos palácios dos soberanos designa poder e justiça;<br />

c) flor-de-lis (= flor de lírio): este símbolo representa uma estilizada “flor de<br />

lírio” e assume muitos significados. Tradicionalmente, tem sido usada para repre -<br />

sentar a realeza francesa. Diz-se que designa a perfeição, a luz e a vida. No século<br />

XII, o rei Luís VI, ou Luís VII, foi o primeiro monarca a usar a flor-de-lis em<br />

seu escudo. No século XIV, a flor-de-lis foi aos poucos incorporada às insígnias<br />

de família, que eram bordadas sobre o manto dos cavaleiros. A Igreja Católica<br />

Romana utiliza o lírio como um emblema de pureza, associado à Virgem Maria.<br />

Devido às suas três pétalas, a flor-de-lis também tem sido usada para representar<br />

a Santíssima Trindade;<br />

d) florões: ferros como rosetas e palmeiras (adorno em forma de palmas), ins -<br />

pirados na flora.<br />

Para a restauração da encadernação do incunábulo, foi adotada a seguinte<br />

rotina:<br />

1) limpeza a seco das capas de madeira com trincha, para remoção de poeira<br />

e outras sujidades;<br />

2) hidratação com produto Leather Dressing, em face do péssimo estado de<br />

conservação do couro;<br />

3) retoques com tinta Enigma, cor marrom, para amenizar arranhões e ou tras<br />

abrasões;<br />

4) enxerto com couro de cabra, tingido, nas áreas faltantes;<br />

5) remoção das folhas de guarda e de películas de pergaminho coladas sobre<br />

a madeira, utilizadas para o nivelamento das capas. Devido ao adiantado estado<br />

de degradação destes materiais, não foi possível o seu reaproveitamento. A remoção<br />

das folhas de guarda foi realizada com água, álcool e cola Metilan. As guar -<br />

das originais foram substituídas por guardas em papel artesanal, moderno;<br />

6) retirada dos nervos de cânhamo originais (Figura 4). O estado de deterio -<br />

ração do material justificou a sua retirada. Na ocasião, verificou-se que os nervos<br />

eram fixados por uma cavilha de madeira e nivelados com gesso (Figura 5);<br />

7) costura, do <strong>miolo</strong> à encadernação, com novos nervos;<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 163<br />

8) confecção e inserção de nova<br />

lombada, em estilo de época, em<br />

face da ausência da original. A nova<br />

lombada foi confeccionada, relevando<br />

os padrões considerados<br />

pelo encadernador original.<br />

Foram utilizados, nesse processo,<br />

os seguintes materiais:<br />

a) couro de cabra nacional, tin -<br />

gido com tinta Enigma marrom,<br />

aproximando-se ao máximo da cor<br />

original;<br />

b) cola de amido PH 7, de fabri -<br />

cação nacional;<br />

c) corda de cânhamo neutro,<br />

com 12 fios, importada da Espa -<br />

nha, para os ner vos e como suporte<br />

para bordar o cabeceado;<br />

d) fio de cânhamo neutro, importado<br />

da Espanha, para bordar<br />

o cabeceado com três fios;<br />

e) folhas de guardas em papel<br />

reciclado, confeccionado no Labo -<br />

ratório de Restauração da Fun da -<br />

ção <strong>Biblioteca</strong> Nacional;<br />

f) tarlatana, importada da Es pa nha, para complemento da susten tação das pranchas<br />

na lombada; e<br />

g) linha de linho nº 20, de fabri cação francesa.<br />

DA RESTAURA²AO DO PAPEL<br />

163<br />

NOALTO: Retirada dos nervos de cânhamo originais.<br />

ACIMA: Nervos fixados por cavilhas e nivelados com<br />

gesso.<br />

O papel, utilizado como supor te da impressão, é tipicamente artesanal: de textura<br />

áspera e, por ve zes, macia, sua superfície é desigual, com tendência a mais espesso<br />

que fino. O amarelecimento provocado pelo tempo atribuiu ao suporte um<br />

aspecto “antigo”, que não inviabilizou a leitura das marcas d’água praticadas. O<br />

uso da marca d’água, elemento de identificação do papeleiro, começou no <strong>final</strong><br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 164<br />

do século XIII, e desde esta época os papéis sem marca d’água são muito raros.<br />

As marcas d’água diferem, entre si, e cada uma delas tem sua história.<br />

Na obra em análise, ocorre uma das mais significativas marcas d’água do período:<br />

a cabeça de touro (Figura 6).<br />

A cabeça de touro, uma das primeiras marcas d’água de animal, começou a<br />

aparecer em 1310 e foi o emblema favorito dos fabricantes de papel por 200 anos.<br />

Algumas vezes, foi usada sem acessórios, mas, de modo geral, é encontrada sobreposta<br />

por uma cruz latina, pela rosa de bliss, isto é, a rosa da felicidade, de<br />

bem-aventurança; por uma meia-lua; uma coroa; ou outros símbolos.<br />

Marcas-d’água verificadas na obra.<br />

164<br />

A figura da cabeça do touro cheia de adereços não era tão comum quanto a<br />

cabeça representada sozinha. O touro designa paciência e força e, em alguns escritos<br />

antigos, é interpretado como símbolo do sacrifício de Cristo, bem como<br />

de profetas, apóstolos e santos; era, também, a representação de todos aqueles<br />

que, pacientemente, trabalhavam em silêncio para o bem dos outros.<br />

Para a restauração do papel utilizado no incunábulo, foi adotada a seguinte<br />

rotina:<br />

1) limpeza mecânica, folha a folha, com trincha e pó de borracha, para a remo -<br />

ção de sujidades superficiais;<br />

2) tratamento aquoso, com banho por imersão. Para a efetivação desse tratamento,<br />

foram realizados testes de solubilidade de tintas do texto e das capitais<br />

coloridas em 3 etapas:<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 165<br />

a) com água deionizada,<br />

b) com água deionizada e álcool a 50%, e<br />

c) com hidróxido de cálcio.<br />

Os resultados dos testes foram negativos. A resistência do papel de trapo utili -<br />

zado na obra permitiu o uso seguro desta técnica. As folhas foram lavadas com<br />

a proteção de tela de nylon Monyl.<br />

3) desacidificação, com uso de hidróxido de cálcio. As folhas foram postas<br />

para secar em temperatura ambiente;<br />

4) obturação das áreas de perda de suporte com uso de Máquina de Obturação<br />

de Papel (MOP);<br />

5) reencolagem das folhas, com cola Metilan;<br />

6) remontagem dos cadernos, conforme o padrão descrito na Ficha de Des -<br />

monte e Relação de Cadernos, praticada no Laboratório de Restauração da Fun -<br />

da ção <strong>Biblioteca</strong> Nacional;<br />

7) planificação leve, para acomodação dos cadernos recompostos (Figuras 7<br />

e 8).<br />

Foram utilizados, nesse processo, os seguintes materiais:<br />

a) polpa de eucalipto branqueado,<br />

b) cola Metilan, para reencolagem,<br />

c) papel japonês, de 9 gramas, para reforçar a lombada e efetuar pequenos<br />

reparos,<br />

d) corante castanho solar, SLN 60%, fabricado pela Sandoz, e<br />

e) hidróxido de cálcio PA.<br />

CONCLUSAO<br />

165<br />

A literatura específica não relata práticas e teorias que fundamentem um padrão<br />

para a restauração de incunábulos. A higienização e a salvaguarda têm sido as<br />

opções recomendadas. No entanto, as condições físicas oferecidas pelo item, após<br />

500 anos de guarda, impunham a adoção de um procedimento baseado em uma<br />

realidade que só poderia ser revelada após a interferência de um restaurador.<br />

A restauração não constituiu um pré-requisito para a salvaguarda; mas foi considerada<br />

necessária para a garantia de qualidade do suporte e de acesso à informa -<br />

ção – o que justifica, por si, a opção pela restauração.<br />

A restauração da encadernação e do papel foi definida a partir da associação<br />

dos fundamentos da Preservação e da Documentação, de modo a viabilizar o ar ma -<br />

zenamento, adequado à antigüidade e raridade do documento, sob a perspectiva da<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 166<br />

166<br />

longevidade e da salvaguarda da informação registrada. A restauração implemen -<br />

ta da, portanto, tem padrão de qualidade arquivística; isto é, tem a propriedade<br />

de reduzir o impacto do ambiente e do manuseio e é resistente à deterioração –<br />

protege e apóia, fisicamente, o documento como um todo.<br />

Nessa questão, preponderou a política de preservação praticada na <strong>Fundação</strong><br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional: a restauração e o acondicionamento da obra em condições de<br />

NO ALTO:O Corpus Juris Civilis, antes da restauração.<br />

ACIMA: O Corpus Juris Civilis, depois da restauração.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 167<br />

acesso restrito, de modo a viabilizar a sua consulta exclusivamente naqueles casos<br />

em que a mesma informação, transferida para outro suporte (microfilme, fotografia,<br />

digitalização), não seja suficiente para satisfazer as necessidades do pesquisador.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

167<br />

ATKINSON, Ross W. Seleção para preservação : uma abordagem materialística. In:<br />

BECK, Ingrid (Coord.). Planejamento de preservação e gerenciamento de programas.<br />

Trad. de José Luiz Pedersoli Jr. Rio de janeiro: Projeto conservação preventiva em<br />

bibliotecas e arquivos : Arquivo Nacional, 1997. 46 p. p. 11-22.<br />

BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Catálogo de incunábulos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. 2.<br />

ed. rev. Rio de Janeiro: <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional, 1998. p. 99.<br />

BIEDERMANN, Hans. Dicionário ilustrado de símbolos. Trad. de Glória Paschoal de<br />

Camargo. São Paulo: Melhoramentos, 1993. 480 p.<br />

CASTELO BRANCO, Zelinda. Encadernação: história e técnica. São Paulo: HUCITEC,<br />

1978. 175 p.<br />

DEVAUX, Yves. Dix siècles de reliure. Paris: Pygmalion, 1977. 398 p.<br />

ENCICLOPÉDIA universal ilustrada europeo-americana. Barcelona: Hijos de J. Espasa,<br />

s.d. v. 28, pt. 2, p. 3250.<br />

GESAMTKATALOG der Wiegendrucke. Leipzig: Karl W. Hiersemann, 1925-1938.<br />

Ref. 7597.<br />

GRAESSE, Jean George Théodore. Trésor des livres rares et précieux, ou Nouveau dictionnaire<br />

bibliographique... Dresden: R. Kuntzc, 1859-69. t.3, p. 504.<br />

HAIN, Ludovic. Repertorium bibliographicum in quo libri omnes ab arte typographica inventa<br />

usque ad onnum MD... Milano: Görlich, 1948. ref. 9507.<br />

HUNTER, Dard. Papermaking; the history and technique of an ancient craft. New York,<br />

Dover Publications, 1974. 662 p. il. 270-273: Ancien watermarks; six and a half centuries<br />

of mystic simbols.<br />

IFLA Core Programme for Preservation and Conservation (PAC): publications and papers:<br />

IPI n° 1 - “IFLA Principles for the Care and Handling of Library Material”.<br />

Disponível em http://ifla.org/VI/4/pubs.htm. Acesso em 07 ago. 2000.<br />

LEXIKON, Hecler. Dicionário de símbolos. Trad. Erlon José Paschoal. São Paulo: Cultrix,<br />

1990. 211p. il.<br />

MELO, Arnaldo Faria de Ataíde. O papel como elemento de identificação. Lisboa : <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional, 1926. 103 p. il.<br />

NOUVELLE biographie générale. Paris: F. Didot, 1852-66. t. 27, p. 311-331.<br />

OGDEN, Sherelyn. Caderno técnico: armazenagem e manuseio. Coord. Ingrid Beck; trad.<br />

Elizabeth Larkin Nascimento [e] Francisco de Castro Azevedo. Rio de Janeiro: Projeto<br />

conservação preventiva em bibliotecas e arquivos : Arquivo Nacional, 1997. 46 p. p.<br />

13-15: A escolha de invólucros de qualidade arquivística para armazenagem de livros<br />

e documentos.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 168<br />

168<br />

PANZER, Georgius Wolfgang. Annales typographici ab artis inventae origine ad onnum<br />

MD post Maitairii Denish. Norimbergae: J. E. Zeh, 1793-1803. v.1, p. 149 (nº 15).<br />

ROBERTS, Matt T.; ETHERINGTON, Don. Bookbinding and the conservation of books:<br />

a dictionary of descriptive terminology. Washington: Library of Congress, 1982.<br />

296 p. il.<br />

ESPECIALISTAS CONSULTADOS<br />

Alexandre Emerick – conservador e restaurador, mestrando em História da Arte;<br />

Ana Virginia Pinheiro – bibliotecária da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional, especialista<br />

em obras raras e mestre em Administração Pública; Fernando Amaro – conservador<br />

e restaurador da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional; Lúcia Carva lho – conser vadora<br />

e restauradora; Maria Aparecida de Vries Mársico – conservadora e restauradora<br />

da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional, mestranda em História da Arte; Vera Lucia<br />

Miranda Faillace – bibliotecária da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional, especialista<br />

em obras raras e em análise, descrição e recuperação da informação – e a equipe<br />

do Laboratório de Restauração da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional – técni cos,<br />

restauradores, encadernadores, efetivos e autônomos, que, direta e obje tiva mente,<br />

contribuem para o progresso da restauração no Brasil.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 169<br />

Inventário analítico do<br />

Arquivo Darci Damasceno<br />

SUPERVISAO<br />

Ana Lúcia Merege Correia<br />

Identificação e descrição<br />

Magaly da Silva Lopes<br />

FOTOGRAFIAS<br />

Supervisão<br />

Mônica Carneiro Alves<br />

Identificação e descrição<br />

Cristiane Zumpichiatti dos Santos<br />

Magaly da Silva Lopes<br />

PRE-INVENTARIO<br />

Ana Regina de Castro<br />

Cíntia Cecília Barreto<br />

Clara Maria Ferreira Santos


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 170


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 171<br />

UM BRILHANTE BARNABE*<br />

Darci Damasceno era um estudioso apaixonado. Autor de diversas obras<br />

dedicadas à literatura, foi também chefe da Divisão de Manuscritos –<br />

então Seção de Manuscritos – durante 30 anos. Foi meu chefe e o res -<br />

pon sável por minha entrada no serviço público, então como estagiária selecionada<br />

pelo coordenador que decidira incluir na equipe um estudante de Ciências Sociais.<br />

Foi ele que me mostrou pela primeira vez um Livro de Horas, e que me fez<br />

chegar à faculdade naquele dia encantada e lisonjeada por merecer tamanha honra<br />

de manusear um livro do cofre. E foi ele também que me ensinou – não com<br />

palavras, mas com atos – a tratar estagiários como futuros profissionais, que desenvolvem<br />

um trabalho importante e cujas ponderações e considerações técnicas<br />

merecem todo respeito e atenção.<br />

Não entregava nada pronto, não dava ordens a serem executadas, mas orientava<br />

sobre a melhor maneira de obter os resultados esperados. Fazia isso a partir<br />

de “inspeções periódicas” ao serviço, durante as quais se sentava a meu lado e<br />

analisava as “fichas” produzidas e respondia às minhas perguntas com indicações<br />

das obras de referência onde poderia encontrar as respostas. Nunca me deu o<br />

peixe, mas me ensinou a pescar.<br />

Conhecia o acervo sob sua guarda como poucos. Muitos anos depois, ao assumir<br />

a chefia da Divisão e começar a mapear o acervo para construir o Guia de<br />

Coleções, pude perceber que em quase todas as pastas de documentos que integram<br />

* A equipe da Divisão de Manuscritos dedica este trabalho à memória do professor Darci<br />

Damasceno.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 172<br />

172<br />

o acervo manuscrito havia uma anotação sua, indicando um procedimento ou<br />

acrescendo um comentário. No arquivo da Divisão encontrei mais tarde o<br />

mesmo mapa, que estava construindo no meu editor de textos informatizado,<br />

todo manuscrito por Darci e refletindo a distribuição do acervo à época de<br />

sua produção.<br />

Paralelamente a sua atividade literária, como ensaísta e poeta, controlava sua<br />

equipe com mão de ferro, estalando os dedos diante daqueles que permaneciam<br />

muito tempo diante de um documento com um olhar perdido em outros pensa -<br />

mentos. Nada lhe escapava, nem no conteúdo do acervo pelo qual era responsá -<br />

vel nem na composição da equipe que coordenava.<br />

Apesar de atuar na área de Letras, teve a preocupação de diversificar a forma -<br />

ção da equipe com profissionais de História e Ciências Sociais que poderiam<br />

tratar o grande acervo histórico da Divisão de Manuscritos.<br />

O Arquivo Darci Damasceno se constitui basicamente de seu arquivo técnico,<br />

ou seja, suas anotações, rascunhos e cópias de trabalhos feitos ou a fazer, e<br />

correspondência sobre esses trabalhos. Não revela a pessoa Darci Damasceno,<br />

mas revela o pesquisador minucioso, que coletava e compilava qualquer informa -<br />

ção disponível e reuniu importantes registros sobre os estudos que realizou. Dentre<br />

estes registros, destacam-se – além, é claro, daqueles relativos a Cecília Meireles,<br />

de valor inestimável – as anotações e textos sobre o Conservatório Dramático<br />

Brasileiro e a censura no século XIX, a Flora Fluminense do frei José Mariano<br />

da Conceição Velloso e a obra de Gregório de Matos.<br />

Algumas anotações são registradas no verso de formulários administrativos,<br />

como os temidos B.O.s (boletins de ocorrência) que, na década de 60, serviam<br />

para justificar os atrasos dos funcionários junto às chefias, demonstrando que qualquer<br />

oportunidade era aproveitada para registrar idéias de possíveis trabalhos.<br />

A convivência da criação literária com a função pública não é privilégio apenas<br />

de Darci Damasceno, mas foi a realidade de diversos nomes da literatura nacional,<br />

como Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis e Artur Azevedo,<br />

entre outros. Lima Barreto rascunhava seus contos, crônicas e novelas nas folhas<br />

de papel timbrado do Ministério da Guerra, onde era escriturário. Todos esses<br />

personagens têm seus documentos na Divisão de Manuscritos, mas nenhum foi<br />

tão intimamente ligado a ela quanto seu chefe por 30 anos: Darci Damasceno,<br />

mais um brilhante barnabé.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

Carmen Tereza Moreno<br />

Coordenadora do Acervo Especial


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 173<br />

Imagens do Arquivo


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 174<br />

Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes,<br />

em fotografia feita na década de 1950. Arquivo Darci Damasceno.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 175<br />

Sarasvati! Publicado na revista Fon-Fon, em julho de 1926, este poema pertence à fase oriental<br />

de Cecília Meireles, de cuja obra Darci Damasceno foi um dos maiores estudiosos.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 176<br />

Cópia do poema À minha mãe, de Álvares de Azevedo, ilustrado pelo autor (o original<br />

também está na Divisão de Manuscritos). Arquivo Darci Damasceno.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 177<br />

Darci Damasceno estabeleceu o texto original de vários poemas de Gregório de Matos, o<br />

“Boca do Inferno”. Esta folha de rosto pertence ao código conhecido como “rústico”.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 178<br />

Folha de rosto da primeira edição de Memórias de um sargento de milícias, uma das obras da<br />

literatura brasileira estudada por Darci Damasceno. O autor, Manuel Antônio de Almeida,<br />

preferiu o anonimato, apresentando-se como “um brasileiro”. Arquivo Darci Damasceno.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 179<br />

Plantas fluminenses, obra organizada por Darci Damasceno e publicada em 1976 pela <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional: estudos feitos no século XVIII pelo naturalista brasileiro frei José Mariano da<br />

Conceição Veloso, com desenhos de João Francisco Muzzi.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 180<br />

Prensa para espremer o anil: estampa de Jerônimo Vieira de Abreu, integra o projeto de uma<br />

fábrica de anil na praia de Santa Luzia, no Rio de Janeiro (século XVIII). Darci Damasceno<br />

fez a transcrição do códice onde está o projeto.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 173<br />

APRESENTA²AO<br />

173<br />

O inventário dos documentos do arquivo do professor e ex-funcionário da Biblio -<br />

teca Nacional Darci Damasceno é mais um dos resultados do Programa de Or -<br />

ganização e Descrição de Acervos, que já produziu inventários para cerca de 30<br />

conjuntos documentais. Ele está organizado em seis subconjuntos documentais<br />

– correspondência, fotografias, impressos, originais, rascunhos e fotocópias –, a res -<br />

peito do que cabem duas observações.<br />

1º) Por se haver levado em conta o suporte em que se encontram os documen -<br />

tos, a série fotografias e alguns dos documentos da série impressos estão fisica mente<br />

separados dos demais. As planilhas da série impressos que dizem respeito a livros<br />

passaram a integrar a base IMP, enquanto aquelas que se referem a perió dicos,<br />

artigos e partes de publicações estão organizadas em ordem topográfica na base<br />

MSS.<br />

2º) As séries originais e rascunhos se referem, ambas, à produção pessoal de<br />

Darci Damasceno; mas, enquanto a primeira diz respeito aos originais, manus -<br />

critos ou datilografados, de trabalhos praticamente já prontos, a segunda compreende<br />

esboços iniciais, anotações, notas bibliográficas e outros papéis esparsos que<br />

se procurou reunir a partir de um tema e de um período de produção comuns.<br />

Ao <strong>final</strong> do inventário, encontrar-se-ão um índice temático e um onomástico,<br />

remetendo para a notação do documento. O vocabulário se aproxima o máximo<br />

possível dos termos autorizados pelo Departamento de Processos Técnicos da<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

Ao disponibilizar este inventário, o que se pretende é proporcionar ao usuário<br />

um acesso mais rápido e, acreditamos, mais preciso às ricas informações contidas<br />

no Arquivo Darci Damasceno.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 174<br />

DIVISAO DE MANUSCRITOS<br />

GUIA DE COLE²OES 3/4 FICHA TECNICA<br />

Fundo/Coleção: Darci Damasceno<br />

Datas-limite: 1846-1987<br />

Histórico: Darci Damasceno nasceu em Niterói (RJ) em 2 de agosto de 1922 e<br />

morreu na cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 1988. Licenciado em Letras pela<br />

PUC/RJ, foi tradutor, ensaísta e poeta. Dirigiu a revista Ensaio, ao lado de Fausto<br />

Cunha e Afonso Félix de Sousa. Funcionário público, chefiou a Divisão de Manus -<br />

critos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional (1952-1982). Publicou, entre outras obras: Poemas<br />

(Pongetti: Rio de Janeiro, 1946); Catálogo e transcrição de Freire Alemão (Anais da<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional, v. 81, em colaboração com o professor Waldir da Cunha; Cecília<br />

Meireles, o mundo contemplado (Orfeu: Rio de Janeiro, 1967). Seu arquivo constitui-se<br />

em expressiva fonte de informações sobre o contexto histórico-literário brasileiro<br />

do século XVII ao XX, reunindo documentos acumulados durante a rea lização de<br />

estudos literários e organizados em séries de acordo com a tipologia docu mental:<br />

correspondência, fotografias, impressos, originais, rascunhos e fotocópias.<br />

Forma de entrada: doação<br />

Data de entrada: 29 out. 1990<br />

174<br />

Origem: Zenilda Damasceno, viúva do titular<br />

Conteúdo: Referências bibliográficas. Estudos sobre diversos autores, dentre os<br />

quais Cecília Meireles, Gregório de Matos, Martins Pena e Manuel Antônio de<br />

Almeida. Anotações sobre textologia, codicologia e estilística. Correspondência<br />

diversa. Artigos de periódicos. Estudos sobre o teatro e a censura no Brasil.<br />

Anotações para publicações sobre o Rio de Janeiro, Freire Alemão e transcrição<br />

de códices sobre o anil e produtos do Piauí.<br />

Quantificação: 655 documentos; 67 fotografias<br />

Localização: armário 26<br />

Acesso: reprodução condicionada aos termos da Lei nº 9.610, de 19/2/1998<br />

(“Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras pro -<br />

vidências”).<br />

Instrumentos de pesquisa: BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Inventário do<br />

Arquivo Darci Damasceno. Rio de Janeiro: Divisão de Manuscritos, 1998.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 175<br />

CORRESPONDÊNCIA<br />

Datas-limite: 1960-1987<br />

Conteúdo: correspondência ativa e passiva do titular. Trata-se, na maior parte,<br />

de cartas de Heitor Grillo, referentes à edição de obras de Cecília Meireles.<br />

Quantificação: 36 documentos<br />

175<br />

1. SUBLIGA MINEIRA PRÓ-ESTADO LEIGO DE JUIZ DE FORA. Carta<br />

a Darci Damasceno convidando-o para uma conferência e um comício público<br />

no Teatro Central, tratando de questões da renovação educacional. Juiz de Fora,<br />

17/11/1961. N. p. Original. Datilografado. Carta assinada por Manuel Raimundo<br />

da Paz Filho, presidente da subliga, e outros membros do conselho diretor.<br />

26,1,1<br />

2. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno convidando-o a visitar a casa da<br />

Rua Smith Vasconcelos, 30, que foi de Cecília Meireles. Rio de Janeiro, 13/5/1965.<br />

1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />

26,1,2<br />

3. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno pedindo-lhe que oriente a irmã<br />

Maria Imaculada Ilárraz, em sua pesquisa para a tese sobre a obra de Cecília<br />

Meireles. Rio de Janeiro, 8/2/1966. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />

26,1,3<br />

4. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno solicitando sua colaboração na<br />

coordenação do lançamento da segunda edição pela Editora Aguilar da Obra<br />

poética, de Cecília Meireles. Rio de Janeiro, 19/7/1966. 1 f. Original. Datilo -<br />

grafado. Sem envelope.<br />

26,1,4<br />

5. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno pedindo-lhe opinião sobre qual<br />

versão dar ao poema “Fecharam-se as casas...”, de Cecília Meireles. Rio de Janeiro,<br />

6/9/1966. 1 f. Original. Datilografado. Convite manuscrito a tinta de Heitor<br />

Grillo a Darci Damasceno para um almoço. Anotações de Darci Damasceno no<br />

envelope.<br />

26,1,5<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 176<br />

176<br />

6. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno solicitando-lhe que envie uma<br />

relação das melhores antologias de poetas do Brasil, para tradução na França. [S.<br />

l.], 12/9/1966. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />

26,1,6<br />

7. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno sobre as duas cópias datilografadas<br />

de “O estudante...” para que se estabeleça a forma como deve ser publicado em<br />

livro. Rio de Janeiro, 2/12/1966. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />

26,1,7<br />

8. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno avisando-lhe que um caderno de<br />

poesias de Cecília Meireles já está copiado e que aguarda oportunidade de encaminhá-lo<br />

para o preparo do texto definitivo. Rio de Janeiro, 27/2/1967. 1 f.<br />

Original. Datilografado.<br />

26,1,8<br />

9. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno pedindo-lhe auxílio na correção<br />

de prováveis erros encontrados na revisão da Obra poética, de Cecília Meireles.<br />

Rio de Janeiro, 11/4/1967. 2 f. Original. Datilografado. Anotação de Darci<br />

Damasceno. Sem envelope.<br />

26,1,9<br />

10. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno avisando-lhe que o poema “Vôo”,<br />

de Cecília Meireles, dedicado a ele, sairá na segunda edição da Obra poética. Em<br />

anexo o poema. [S. l.], 15/5/1967. 2 f. Original. Datilografado. Manuscrito a<br />

tinta de Heitor Grillo. Sem envelope.<br />

26,1,10<br />

11. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno desculpando-se por não poder esperar,<br />

pois teria que ir ao cais do porto aguardar a chegada de Gisele Slezinger, a<br />

tradutora para o francês dos poemas de Cecília Meireles, avisando que deixa vários<br />

cadernos de poemas. Rio de Janeiro, 24/5/1967. 1 f. Original. Datilo grafado.<br />

26,1,11<br />

12. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno desejando-lhe pronto restabe -<br />

lecimento de saúde e comunicando que voltará de viagem no dia 10 de março<br />

para retomar a obra poética póstuma de Cecília Meireles. Rio de Janeiro,<br />

28/2/1968. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />

26,1,12<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 177<br />

177<br />

13. DAMASCENO, Darci. Carta a Heitor Grillo contendo um estudo e organização<br />

dos originais da Obra poética, de Cecília Meireles. Rio de Janeiro,<br />

8/10/1968. 3 f. Original. Datilografado.<br />

26,1,13<br />

14. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno solicitando colaboração junto<br />

aos bolsistas franceses que deverão vir ao Brasil estudar a obra de Cecília Meireles.<br />

Rio de Janeiro, 26/12/1968. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />

26,1,14<br />

15. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno solicitando resposta quanto à<br />

possibilidade de auxiliar bolsistas franceses interessados em estudar a obra de<br />

Cecília Meireles. [S. l.], 16/6/1969. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />

Junto à carta, original da anterior (26,1,14), que tratava do mesmo assunto.<br />

26,1,15<br />

16. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno oferecendo uma cópia do poema<br />

“Morena, pena de amor” e perguntando se o poema que parece ter sido omitido<br />

na pasta de Poemas Infantis deve ser incluído no texto definitivo. Rio de<br />

Janeiro, 10/10/1969. 1 f. Original. Datilografado. Junto à carta original, cópia<br />

do poema citado. Sem envelope. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,1,16<br />

17. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno dizendo ter mandado o original<br />

e duas cópias de “Morena, pena de amor”, de Cecília Meireles, e que aguarda<br />

opinião sobre o local de inclusão do poema no texto. [S. l.], 28/1/1970. 1 f.<br />

Original. Datilografado. Sem envelope.<br />

26,1,17<br />

18. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno enviando o poema em prosa<br />

“O menino poeta”, de Cecília Meireles, para ser avaliado antes da publicação.<br />

Rio de Janeiro, 14/2/1970. 2 f. Original. Datilografado. Material adicional: Cópias<br />

datilografadas de “O menino poeta”.<br />

26,1,18<br />

19. DAMASCENO, Darci. Carta a Heitor Grillo fazendo sugestões sobre edição<br />

de poesias inéditas de Cecília Meireles e questionando o fato de a imprensa atribuir<br />

a Carlos Drummond de Andrade, revisor da obra, importância semelhante à de<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 178<br />

178<br />

Darci Damasceno, que estabelecera o texto. [Rio de Janeiro], 31/3/1970. 1 f.<br />

Cópia. Datilografado.<br />

26,1,19<br />

20. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno explicando e solicitando suges -<br />

tões referentes à edição de poesias de Cecília Meireles, fazendo referência ao seu<br />

trabalho e ao de Carlos Drummond de Andrade. [Rio de Janeiro], 1/4/1970. 1<br />

f. Original. Datilografado. Contém anotações de Darci Damasceno.<br />

26,1,20<br />

21. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno solicitando resposta à sugestão<br />

referente à edição da poesia inédita de Cecília Meireles, fazendo referência ao seu<br />

trabalho e à revisão de Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro, 27/4/1970.<br />

1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />

26,1,21<br />

22. ÚRSULA C. Postal avisando que foram feitos slides de manuscritos na<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional do Rio de Janeiro. Alemanha, 22/10/1974. 1 f. Original.<br />

Da ti lo grafado. Em inglês. Sem envelope.<br />

26,1,22<br />

23. MONTE-MOR, Janice de Mello. Carta ao presidente da Academia Brasileira<br />

de Letras solicitando empréstimo da cópia fotográfica da obra de Gregório de Matos,<br />

segundo entendimento com Darci Damasceno, chefe da Divisão de Manuscritos.<br />

Rio de Janeiro, 16/11/1976. 1 f. Cópia. Datilografado. Sem envelope. Cópia destinada<br />

ao arquivo de Darci Damasceno.<br />

26,1,23<br />

24. OLIVEIRA, Sérgio Martins. Questionário enviado a Darci Damasceno pela<br />

Livros Técnicos e Científicos Editora, para o planejamento de futuras atividades<br />

relativas à sua obra. Rio de Janeiro, 5/4/1979. 14 f. Original. Datilografado.<br />

Impresso. Inclui folheto da <strong>Biblioteca</strong> Universitária de Leitura Brasileira. Junto<br />

um cartão de Aileen A. B. Cardoso.<br />

26,1,24<br />

25. REIS, Floriano. Carta a Darci Damasceno com cumprimento por seu desempenho<br />

como chefe da DMSS-BN. Rio de Janeiro, 31/5/1980. 1 f. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,1,25<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 179<br />

179<br />

26. FUNARTE. Convite para o coquetel de lançamento do livro Batuque, samba<br />

e macumba, texto e ilustrações de Cecília Meireles, no foyer da Sala Cecília<br />

Mei re les. Rio de Janeiro, 25/11/1983. 1 f. Original. Impresso. Eventos em celebra -<br />

ção ao 50º aniversário de exposição de Cecília Meireles a 18/4/1933. Anotações<br />

de Darci Damasceno no envelope.<br />

26,1,26<br />

27. PERES, Fernando da Rocha. Carta do diretor do Centro de Estudos Baianos<br />

(UFBA), enviando livros de Gregório de Matos. Salvador, 29/5/1984. 1 f. Original.<br />

Datilografado. Não possui o envelope original.<br />

26,1,27<br />

28. PERES, Fernando da Rocha. Carta do diretor do Centro de Estudos Baianos,<br />

contendo informações sobre estudos acerca de Gregório de Matos e das fontes<br />

disponíveis. Salvador, 23/10/1984. 2 f. Original. Datilografado.<br />

26,1,28<br />

29. DIMAS, Antônio. Carta a Darci Damasceno agradecendo o envio de críticas<br />

à sua antologia sobre Gregório de Matos. São Paulo, 4/2/1986. 1 f. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,1,29<br />

30. DIMAS, Antônio. Carta a Darci Damasceno com observações às críticas,<br />

feitas por este, ao livro de Antônio Dimas sobre Gregório de Matos. São Paulo,<br />

28/5/1986. 7 f. Original. Datilografado. Contém fotocópias das notas enviadas<br />

por Darci Damasceno ao autor, que criticam e fazem observações ao seu livro sobre<br />

Gregório de Matos, e ainda fotocópia da ementa e bibliografia de curso de<br />

Antônio Dimas, na USP, sobre literatura brasileira.<br />

26,1,30<br />

31. DIAS, Roberto. Carta do presidente da <strong>Fundação</strong> Gregório de Matos, em<br />

Salvador, na qual pede a colaboração de Darci Damasceno para a seleção de textos<br />

de Gregório de Matos a ser publicados em antologia. Salvador, 21/7/1986.<br />

1 f. Original. Datilografado.<br />

26,1,31<br />

32. PERES, Fernando da Rocha. Carta do diretor do Centro de Estudos Baianos,<br />

convidando Darci Damasceno a participar de um curso intitulado: Gregório de<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 180<br />

Matos e Guerra: o Poeta da Controvérsia. Salvador, 19/9/1986. 2f. Original. Da -<br />

ti lografado. 26,1,32<br />

33. PERES, Fernando da Rocha. Carta a Darci Damasceno comunicando a remessa<br />

da ordem de passagem aérea e da reserva de hospedagem em Salvador no dia<br />

da sua palestra. Salvador. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />

26,1,33<br />

34. PERES, Fernando da Rocha. Dois telegramas do diretor do Centro de Estudos<br />

Baianos confirmando providência para ida de Darci Damasceno a Salvador, a<br />

fim de participar de curso sobre Gregório de Matos. Salvador, 1986. 2 f. Original.<br />

Datilografado. Acompanha rascunho de Darci Damasceno, contendo dados sobre<br />

sua documentação e o número do vôo que o levaria a Salvador.<br />

26,1,34<br />

35. SILVA, Alberto da Costa e. Carta a Darci Damasceno acusando o recebimento<br />

da carta de 30/5/1987 e informando que irá conversar com o adminis -<br />

trador da <strong>Fundação</strong> (Gulbenkian?) logo que ele regressar da Áustria. Lisboa,<br />

15/6/1987. 1 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,35<br />

36. MARIA FERNANDA. Carta a Darci Damasceno da bibliografia de Cecília<br />

Meireles. Rio de Janeiro, 9/11/1987. 1 f. Original. Datilografado. A remetente<br />

da carta provavelmente é a filha de Cecília Meireles, a atriz Maria Fernanda.<br />

26,1,36<br />

IMPRESSOS – ARTIGOS, PERIÓDICOS E FRAGMENTOS<br />

Datas-limite: 1846-1987<br />

Conteúdo: trabalhos de diversos autores sobre literatura, tratando principalmente<br />

de Cecília Meireles, mas também de outros escritores – tais como Machado de<br />

Assis e José de Alencar – e ainda de crítica e história literárias.<br />

Quantificação: 123 documentos<br />

180<br />

37. RÓNAI, Paulo. Um Enigma de nossa História Literária: Gregório de Matos.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 181<br />

181<br />

[S. l.], [s. d.]. 12 p. Outros. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno<br />

texto da Revista do Livro, ano 1, n os 3-4, dezembro de 1956.<br />

26,1,37<br />

38. GROPPER, Symona. Gregório de Matos, A Redescoberta da Poesia como<br />

Arma. Rio de Janeiro, 1973. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil,<br />

Caderno B, Rio de Janeiro, 21/6/1973.<br />

26,1,38<br />

39. MARTINS, Wilson. As Palavras da Moda: Análise da Obra de Lúcia Helena<br />

sobre a Obra de Oswald de Andrade e Gregório de Matos. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />

Original. Impresso. Artigo de jornal.<br />

26,1,39<br />

40. MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Cometografia do padre Antônio<br />

Vieira. [Rio de Janeiro], 1981. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil,<br />

Rio de Janeiro, 15/9/1981, Caderno B, p. 8. Destaca os estudos do padre Antônio<br />

Vieira sobre cometas e fenômenos celestes como sendo a voz de Deus.<br />

26,1,40<br />

41. HOJA informativa de literatura y filologia. Madrid: Fundación Juan March,<br />

1978. 12 p. Original. Impresso. A DMSS-BN possui o nº 61, de junho de 1978.<br />

26,1,41<br />

42. MARTINS, Wilson. Canto Gregoriano. [Rio de Janeiro], 1986. 1 f. Impresso.<br />

Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,<br />

7/9/1986, Caderno B, Especial, p. 11.<br />

26,1,42<br />

43. MARTINS, Wilson. Visões e Revisões. [Rio de Janeiro], [1984]. 1 f. Outros.<br />

Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do Jornal do Brasil,<br />

Rio de Janeiro, 2/6/1984.<br />

26,1,44<br />

44. MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Os Cometas do Quilombo dos<br />

Palmares. [Rio de Janeiro], [1984]. 1 f. Segundo anotações de Darci Damasceno,<br />

artigo do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 27/6/1984.<br />

26,1,45<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 182<br />

182<br />

45. LOPES, Antônio. Gregório de Matos. [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 3 f. Original.<br />

Impresso. pp. 110-14.<br />

26,1,46<br />

46. ARTIGO sobre a declaração de princípios dos escritores democratas que compareceram<br />

ao IV Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em Porto Alegre.<br />

[S. l.], 1951. 1 f. Província de São Pedro, dezembro de 1951.<br />

26,1,47<br />

47. MENSÁRIO do Arquivo Nacional. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1980.<br />

28 f. Original. Impresso. Ano 11, nº 3, 1980. Anotações de Darci Damasceno.<br />

Inclui parte de um envelope com o endereço de Darci Damasceno na <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional.<br />

26,2,48<br />

48. TRIGO, Luciano. Historiador das Mentalidades: Entrevista com Michel<br />

Vovelle. [S. l.], 1987. 2 p. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil, 19/9/1987.<br />

26,1,49<br />

49. CECÍLIA Meireles: A Poesia de Miragens. Rio de Janeiro, 1971. 1 f. Original.<br />

Impresso. Artigo do jornal Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 9/11/1971.<br />

26,1,51<br />

50. ÍNDIA: Roteiro Poético com Camões e Cecília. [Rio de Janeiro], 1968. 1 f.<br />

Impresso. Artigo do jornal O Globo, Rio de Janeiro, 23/9/1968.<br />

26,1,52<br />

51. MERQUIOR, José Guilherme. Metal Rosicler: Artigo sobre o livro de Cecília<br />

Meireles. [Rio de Janeiro], 1960. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do<br />

Brasil, Rio de Janeiro, setembro de 1960. Suplemento dominical.<br />

26,1,53<br />

52. CECÍLIA Meireles: A Poesia não Morre Jamais. Rio de Janeiro, 1969. 1 f.<br />

Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil, Caderno B, Rio de Janeiro, novembro<br />

de 1969.<br />

26,1,54<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 183<br />

183<br />

53. MEIRELES, Cecília. Indecisa Solidão. Belém, [1949]. 1 f. Original. Impresso.<br />

Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal Folha do Norte, Belém,<br />

27/11/1949.<br />

26,1,55<br />

54. DANTAS, Ondina. Cecília Meireles. [S. l.], [1964]. 1 f. Original. Impresso.<br />

Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal Diário de Notícias,<br />

12/11/1964.<br />

26,1,56<br />

55. OLIVEIRA, Marly de. Sobre Cecília Meireles. Rio de Janeiro, 1964. 1 f.<br />

Original. Impresso. Artigo do jornal Correio da Manhã, 16/5/1964, Segundo<br />

Caderno.<br />

26,1,57<br />

56. ANDRADE, Carlos Drummond de. Solombra: artigo de jornal. [S. l.],<br />

[1964].1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo<br />

do jornal Correio da Manhã, 1/3/1964.<br />

26,1,58<br />

57. CHAMIE, Mário. Poesia de Estribilho. [S. l.], [1961]. 1 f. Original. Impresso.<br />

Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal A Noite, 29/4/1961.<br />

26,1,59<br />

58. UMA Voz do Brasil (Cecília Meireles), por Amélia Vilar: Resenha publicada<br />

em jornal. [S. l.], [1965]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci<br />

Damasceno, artigo de 27/5/1965.<br />

26,1,60<br />

59. MACHMAN, Flora. Cecília Meireles: Na Poesia Encontro a Paz Interior.<br />

Entrevista. Rio de Janeiro, 1962. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do<br />

Commercio, 2/9/1962, p. 14.<br />

26,1,61<br />

60. DE CECÍLIA Meireles sobre o Romanceiro da Inconfidência. [Minas Gerais],<br />

1976. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo<br />

do Suplemento Literário de Minas Gerais e data provável de 1976.<br />

26,1,62<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 184<br />

184<br />

61. PÉREZ, Renard. Cecília Meireles, Poeta Maior. Rio de Janeiro: José Álvaro,<br />

1964. 6 p. Original. Impresso. Artigo da revista Leitura, Economia e Política. Rio<br />

de Janeiro, ano 22, n os 83/84, pp. 13-18, jun./ jul./ 1964.<br />

26,1,63<br />

62. MORREU Cecília Meireles. [Rio de Janeiro], 1964. 1 f. Original. Impresso.<br />

Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal O Globo, Rio de Janeiro,<br />

10/11/1964. Faz parte do artigo a última crônica escrita por Cecília Meireles,<br />

publicada no dia 3/9/1964.<br />

26,1,64<br />

63. ANDRADE, Carlos Drummond de. Cecília: Imagens para Sempre. [S. l.],<br />

[1964]. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do<br />

jornal Correio da Manhã, 11/11/1964.<br />

26,1,65<br />

64. AYALA, Walmir. Cecília Meireles, Perfil da Morte, Severo e Obstinado. Rio<br />

de Janeiro, 1964. 1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal Correio da Manhã,<br />

Rio de Janeiro, 14/11/1964. Literatura.<br />

26,1,66<br />

65. AYALA, Walmir. Um Livro Inédito de Cecília Meireles. Rio de Janeiro, 1965.<br />

1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 8/5/1965.<br />

26,1,67<br />

66. LA VALE, Meireles. A Interpretação de Roma em Cecília Meireles. Minas<br />

Gerais, 1977. 1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal Minas Gerais, 1/1/1977.<br />

Suplemento Literário.<br />

26,1,68<br />

67. CONVITE da embaixada americana para o recital de poesias de Cecília Mei -<br />

reles. [Rio de Janeiro], 1965. 1 convite. Original. Impresso.<br />

26,1,69<br />

68. CONVITE de lançamento de uma seleção de “Elegias”, de Cecília Meireles,<br />

pela Edições Alumbramento. [Rio de Janeiro], [1974]. 1 convite. Original. Im -<br />

presso. Homenagem nos 10 anos de falecimento de Cecília Meireles.<br />

26,1,70<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 185<br />

185<br />

69. CONVITE em memória de Cecília Meireles à Sala Cecília Meireles, revivendo<br />

a sua poesia no Romanceiro da Inconfidência. [Rio de Janeiro], 1965. 1<br />

convite. Original. Impresso.<br />

26,1,71<br />

70. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Convite da exposição de livros, dese -<br />

nhos e autógrafos em homenagem à poetisa Cecília Meireles. [Rio de Janeiro],<br />

1974. 1 convite. Original. Impresso. Homenagem nos 10 anos de falecimento<br />

de Cecília Meireles, inclui folha com anotações de Darci Damasceno.<br />

26,1,72<br />

71. CAPA do livro O mundo contemplado. [S. l.], [1967]. 1 f. Original. Impresso.<br />

Segundo anotações de Darci Damasceno, original usado para clichê destinado à<br />

capa do livro de Darci Damasceno sobre Cecília Meireles (1967).<br />

26,1,73<br />

72. NOTÍCIAS DA ÍNDIA. Boletim com artigos sobre numismática, arte, tecno -<br />

logia, política etc... e dois poemas de Cecília Meireles. Rio de Janeiro, Depar ta -<br />

mento Cultural da Embaixada da Índia, 1966. 4 f. Nº 265, novembro de 1966.<br />

Em anexo papéis contendo anotações de Darci Damasceno.<br />

26,1,74<br />

73. ILUSTRAÇÃO de Cecília Meireles para o poema de Cruz e Souza “Caminho<br />

da glória”. [S. l.], [1927]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci<br />

Damasceno, ilustração publicada em Festa, 1927.<br />

26,1,75<br />

74. MEIRELES, Cecília. “Mar absoluto” e outros poemas: página de rosto. Porto<br />

Alegre, Livraria do Globo, 1945. 1 f. Original. Impresso. Dedicatória de Cecília<br />

Meireles no verso da folha de rosto a uma pessoa cujo nome foi apagado. Exemplar<br />

nº 61. Em anexo folhas com anotações de Darci Damasceno.<br />

26,1,76<br />

75. RECORTE de jornal com fotografia de Cecília Meireles e suas auxiliares nos<br />

trabalhos de instalação da <strong>Biblioteca</strong> Infantil no Pavilhão Mourisco. [S. l], [1934].<br />

1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal<br />

A Noite, maio de 1934.<br />

26,1,77<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 186<br />

186<br />

76. SZENES, Arpad. Desenhos do rosto de Cecília Meireles. [S. l.], [s. d]. 5 f.<br />

Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, estudos de Arpad<br />

Szenes de 1942. Em anexo folhas com anotações.<br />

26,1,78<br />

77. CARTÕES com desenho do rosto de Cecília Meireles. [S. l.], [1942]. 17 f.<br />

Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno em folha anexa,<br />

cópias do retrato de Cecília Meireles por Arpad Szenes, em 1942.<br />

26,1,79<br />

78. FERREIRA, Davi Mourão. Cecília Meireles em Portugal: saudação. [Rio de<br />

Janeiro], [1952]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno,<br />

artigo da revista Padrão, Rio de Janeiro, nº 8, pp. 7-8, fevereiro de 1952.<br />

26,1,80<br />

79. MEIRELES, Cecília. Alguns poemas: “Improviso” e três poemas do hospital:<br />

[fragmentos]. Rio de Janeiro, 1951. 3 f. Original. Impresso. Revista Província<br />

de São Pedro, nº 16, dezembro de 1951. Trimestral. Sumário pp. 25-28.<br />

26,1,81<br />

80. LEMME, Pascoal. Carta ao jornal sobre educação e o manifesto dos Pioneiros<br />

da Escola Nova. [S. l.], 1982. 1 f. Original. Datilografado. Coluna “Cartas” [do<br />

Jornal do Brasil], 9/3/1982. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,1,82<br />

81. GUIA turístico de São João del-Rei com dados históricos. São João del-Rei,<br />

1979. 1 f. Original. Impresso. Anotações de Darci Damasceno e dedicatória de<br />

Cecília Meireles ao dr. Basílio de Magalhães.<br />

26,1,83<br />

82. BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima Barreto: folha de rosto e fragmentos.<br />

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964. 2 f. Original. Impresso.<br />

Contém folha de rosto e pp. 275-276.<br />

26,1,84<br />

83. MURICY, Andrade. “Luar de inverno” e outros poemas: [fragmentos]. [S. l.],<br />

[1968]. 1 f. Original. Impresso. Revista MEC, nº 41, pp. 15-16, fev./mar. de 1968.<br />

26,1,85<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 187<br />

187<br />

84. MEYER, Augusto. Plenitude: crônica. [Porto Alegre], [s. d.]. 1 f. Original.<br />

Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo de jornal do Diário<br />

de Notícias, Porto Alegre, anos 1920-1930.<br />

26,1,86<br />

85. CAMBARA, Isa. A folclorista Cecília Meireles: o lançamento de um álbum<br />

com 70 aquarelas e textos mostra que, além da poesia, ela também se ocupa do<br />

fol clore afro-brasileiro. [São Paulo], 1983. 1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal<br />

Folha de S. Paulo, 20/11/1983. Ilustrada. Segundo anotações de Darci Da -<br />

mas ceno, “1933, 1 a fase, folclore e desenhos”.<br />

26,1,87<br />

86. NAVARRO, E. A nossa <strong>Biblioteca</strong>. Artigo sobre a obra Viagem publicada<br />

por Cecília Meireles. [S. l.], [1939]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações<br />

de Darci Damasceno, artigo do jornal O Primeiro de Maio, 21/10/1939.<br />

26,1,88<br />

87. CERQUEIRA FILHO, Gisálio. Educação em 30 e 60. [S. l], [s. d.]. 1 f. Original.<br />

Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, Educação Anos 30.<br />

26,1,89<br />

88. MARTINS, Wilson. Artigos de crítica literária: Ismos Entrecruzados, Três<br />

Gerações Poéticas. [Rio de Janeiro], [1982]. 2 f. Original. Impresso. Segundo<br />

ano tações de Darci Damasceno, artigo do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,<br />

4/7/1982.<br />

26,1,90<br />

89. ARTIGO sobre o poeta Mário Quintana. Minas Gerais, 1975. 1 f. Original.<br />

Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, “Modernismo, simbolismo”<br />

(de A Forma Secreta, 1965).<br />

26,1,91<br />

90. BATUQUE, samba e macumba, nos poéticos desenhos de Cecília Meireles.<br />

[S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil.<br />

26,1,92<br />

91. MENEZES, Djacir. Resenha sobre a tradução de O quinze, de Rachel de<br />

Queiroz, em alemão. [S. d.], [1929]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 188<br />

188<br />

de Darci Damasceno, Folha Acadêmica, 1929. Dir. prof. Bruno Lobc. Texto lido<br />

na sessão de 2 de outubro de 1978. CFC-Boletim.<br />

26,1,93<br />

92. BRANDÃO, José da Silva. Por que Orientalismo: artigo sobre a distinção<br />

básica entre Oriente e Ocidente. Minas Gerais, 1 f. Original. Impresso. Artigo do<br />

jornal Minas Gerais, 13/5/1976. Suplemento Literário. Segundo anotações de<br />

Darci Damasceno, Oriente, primeira fase (da poesia de Cecília Meireles).<br />

26,1,94<br />

93. OLIVEIRA, Marly de. Lembrança de Cecília. Rio de Janeiro, 1980. 1 f. Ori -<br />

ginal. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 11/11/1980. p. 4,<br />

Caderno B.<br />

26,1,95<br />

94. FERREIRA, Sônia Nolasco. Um Público Americano para a Poesia de Cecília<br />

Meireles. [Rio de Janeiro], 1978. 1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal O<br />

Globo, Rio de Janeiro, 21/3/1978, p. 33.<br />

26,1,96<br />

95. MEIRELES, Cecília. Ainda o Autor de O Hissope. Belo Horizonte, [195-]. 1<br />

f. Original. Impresso. Artigo do jornal O Diário, Belo Horizonte, 19/9/[195-].<br />

26,1,97<br />

96. VILLAÇA, Antônio Carlos. Da Costa e Silva. Artigo sobre a morte e a obra<br />

do poeta. Rio de Janeiro, 1975. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil,<br />

Rio de Janeiro, 28/6/1975, p. 5, Caderno B.<br />

26,1,98<br />

97. MARTINS, Wilson. Tel qu’en lui-même...: artigo sobre Manuel Bandeira.<br />

[Rio de Janeiro, [1982]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci<br />

Da masceno, artigo do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 17/10/1982.<br />

26,1,99<br />

98. MARTINS, Wilson. Sobre o Modernismo. [Rio de Janeiro], [1983]. 1 f.<br />

Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do Jornal do<br />

Brasil, 20/8/1983.<br />

26,1,100<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 189<br />

189<br />

99. MARTINS, Wilson. Reconstrução do Passado. Artigo sobre a distinção entre<br />

história da literatura e história da cultura. Rio de Janeiro, 1980. 2 f. Original.<br />

Impresso. Artigo destacado por Darci Damasceno no Caderno B “Livro”, guia<br />

semanal de idéias e publicações do Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 26/7/1980,<br />

pp. 9-12.<br />

26,1,101<br />

100. LEMOS, Tite de. Cecília Meireles: Solidão e Silêncio, Área Mágica da Poesia.<br />

Artigo com entrevista a suas filhas nos 10 anos de sua morte. [Rio de Janeiro],<br />

1974. 1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal O Globo, 7/11/1974, p. 27.<br />

26,1,102<br />

101. VILLAÇA, Antônio Carlos. Cecília Meireles: A Eternidade entre os Dedos.<br />

Artigo sobre sua obra e os 10 anos de sua morte. Rio de Janeiro, 1974. 1 f.<br />

Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil, 9/11/1974, Caderno B.<br />

26,1,103<br />

102. MENEZES, Fagundes de. Silêncio e Solidão. Reportagem sobre a vida e<br />

obra de Cecília Meireles. [S. l.], [1953]. 2 f. Original. Impresso. Segundo anotações<br />

de Darci Damasceno em folha anexa, reportagem da revista Manchete, p.<br />

49, 3/10/1953.<br />

26,1,104<br />

103. IGEL, Regina. Despedida à Vida e Acercamento à Morte. Artigo sobre<br />

Cecília Meireles e seu tratamento poético relativo à morte. [S. l.], 1975. 2 f.<br />

Original. Impresso. Artigo destacado por Darci Damasceno no jornal Minas Gerais,<br />

28/6/1978, pp. 5-8. Suplemento Literário.<br />

26,1,105<br />

104. CATÁLOGOS de literatura juvenil e infanto-juvenil da Editora Moderna.<br />

[S. l.], [s. d.]. N. p. Original. Impresso. Destaque de Darci Damasceno para obras<br />

de Cecília Meireles publicadas pela Editora Moderna.<br />

26,1,106<br />

105. DATAS de uma vida breve e obscura. Dados biográficos de Fernando Pessoa.<br />

[S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Impresso.<br />

26,1,107<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 190<br />

190<br />

106. CRONOLOGIA e notas: poemas italianos. [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 4<br />

f. Original. Impresso. Anotações de Darci Damasceno, pp. 151-157.<br />

26,1,108<br />

107. ACADEMIA Brasileira: o concurso de poesia 3/4 voto do sr. Fernando<br />

Magalhães. [S. l.], 1939. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Commercio,<br />

4/7/1939. Anotações de Darci Damasceno: “Viagem”.<br />

26,1,109<br />

108. PENA, Martins. O juiz de paz da roça: comédia. [fragmentos]. [S. l.], [s. d.].<br />

30 f. Original. Impresso. Anotações de Darci Damasceno, pp. 29-56.<br />

26,1,110<br />

109. MACKSEN, Luís. Censura de Black-tie: resenha do livro Censores de pince -<br />

nê e gravata: dois momentos da censura teatral no Brasil, de Sônia Salomão Khéde.<br />

[S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Impresso.<br />

26,1,111<br />

110. MONTELLO, Josué. Retorno a Martins Pena. Artigo sobre a obra de Mar -<br />

tins Pena no contexto da cultura brasileira. [Rio de Janeiro], 1979. 1 f. Original.<br />

Impresso. Anotações de Darci Damasceno do Jornal do Brasil, 5/6/1979.<br />

26,1,112<br />

111. BONFIM, Beatriz. Censores de pincenê e gravata. Artigo sobre a pesquisa de<br />

Sônia Salomão Khéde a respeito da censura teatral no século XIX. [S. l.], [s. d.].<br />

1 f. Original. Impresso.<br />

26,1,113<br />

112. MONTELLO, Josué. A Censura Sempre se Repete. Artigo sobre o livro de<br />

Sônia Salomão Khéde Censores de pincenê e gravata, censura teatral no Brasil no<br />

século XIX. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Impresso.<br />

26,1,114<br />

113. RETRATO de A. de Pinho. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Impresso. Carimbo<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Rio de Janeiro.<br />

26,1,115<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 191<br />

191<br />

114. FOLHAS de rosto da obra Norma: vaudeville jocoso. Rio de Janeiro: Cre -<br />

mière, 1849. 1 f. Original. Impresso. No verso da página de rosto desenho de<br />

The remin do Teatro de São Paulo de Alcântara em 1838.<br />

26,1,116<br />

115. BROCA, Brito. Martins Pena. Artigo sobre a obra Teatro de Martins Pena,<br />

edição crítica de Darci Damasceno. [S. l.], [1957]. 1 f. Original. Impresso. Segundo<br />

anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal Correio da Manhã, 9/3/1957.<br />

26,1,117<br />

116. BÁRBARA HELIODORA. A Evolução de Martins Pena. Artigo sobre a<br />

obra de Martins Pena. 1961. 3 f. Original. Impresso. Artigo destacado por Darci<br />

Damasceno no Jornal do Brasil.<br />

26,1,118<br />

117. NUNES, Cassiano. Definição de Martins Pena. Artigo sobre a edição<br />

crítica das Comédias, de Martins Pena, preparada por Darci Damasceno. Bra -<br />

sília, 1968. 2 f. Original. Impresso. Artigo do jornal Correio Braziliense, Brasília,<br />

20/1/1968.<br />

26,1,119<br />

118. CATÁLOGO de uma preciosa biblioteca de arte, literatura e história. [S.<br />

l.], [s. d.]. Original. Impresso. V. 4. Faltam as primeiras páginas.<br />

26,1,120<br />

119. GRAVURA da Vila de São João de Itaboraí em 1843, publicada no Ostensor<br />

brasileiro, retirada de um livro. No verso esboço de E. Lacerda da casa em que<br />

nasceu Salvador de Mendonça, em Itaboraí. [S. l.], 1845-1846. 1 f. Original. Im -<br />

presso. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Estampa publicada no Ostensor brasileiro,<br />

v. 1, p. 180.<br />

26,1,121<br />

120. PARKER, John M. The Nature of Realism in Memórias de um Sargento de<br />

Milícias. University of Glasgow: Bulletin of Hispanic Studies, 1971. N. p. Original.<br />

Impresso. V. 48, nº 2, abril de 1971. Dedicatória do autor a Darci Damasceno.<br />

26,1,122<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 192<br />

192<br />

121. MELO, Veríssimo de. O conto folclórico no Brasil. Rio de Janeiro: MEC,<br />

1976. N. p. Original. Impresso. (Cadernos de Folclore, 11).<br />

26,1,123<br />

122. TORRE, Guillermo de. Rasgos y caracteres de la novela picaresca. Artigo<br />

so bre a novela picaresca. Buenos Aires, 1954. 1 f. Original. Impresso. Artigo des -<br />

ta cado do jornal La Nación, Buenos Aires, 14/11/1954.<br />

26,1,124<br />

123. DAMASCENO, Darci. Afetividade lingüística nas Memórias de um sargento<br />

de milícias. Rio de Janeiro, 1956. Original. Impresso. Separata da Revista Brasileira<br />

de Filologia, Rio de Janeiro, v. 2, tomo II, dezembro de 1956.<br />

26,1,125<br />

124. DAMASCENO, Darci. Correspondência inédita de Manuel Antônio de<br />

Almeida. [S. l.], [s. d.]. Original. Impresso. Texto na Revista do Livro, pp. 197-<br />

211. Fac-símiles.<br />

26,1,126<br />

125. DAMASCENO, Darci. Alencar e Iracema: Uma Articulação Literária. São<br />

Paulo: <strong>Biblioteca</strong> Mário de Andrade, 1977. Original. Impresso. Separata do Bole -<br />

tim Bibliográfico, nº 38, jul./dez. de 1977.<br />

26,1,127<br />

126. JOSÉ de Alencar: A Consciência Nacional na Literatura Brasileira. São Pau -<br />

lo, 1977. 8 f. Jornal O Estado de S. Paulo, nº 161, 11/12/1977. Suplemento<br />

Cultural. Vários artigos.<br />

26,1,128<br />

127. MAGALHÃES JÚNIOR, R. A Estreita Literatura de José de Alencar: [fragmento].<br />

[S. l.], [s. d.]. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Da mas ceno,<br />

artigo da Revista Brasileira de Cultura, ano 2, nº 5, jul./set. 1970. Fac-símile.<br />

26,1,129<br />

128. ARTIGOS em comemoração ao centenário de falecimento de Manuel Araújo<br />

Porto-Alegre, no jornal Correio do Povo, 29/12/1979. [S. l.], 1979. 8 f. Original.<br />

Impresso. Caderno de Sábado.<br />

26,1,130<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 193<br />

193<br />

129. SOUSA-LEÃO FILHO, Joaquim de. O Quadro da Coroação de d. Pedro<br />

II, por Manuel de Araújo Porto-Alegre. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geo -<br />

gráfico Brasileiro, 1975. Original. Impresso. Publicação comemorativa do ses -<br />

qui centenário de d. Pedro II. Pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.<br />

26,1,131<br />

130. BARATA, Mário. Araújo Porto-Alegre e a Missão Artística Francesa [fragmentos].<br />

[S. l.], [s. d.]. 6 f. Original. Impresso. Anotações de Darci Damasceno.<br />

II. Fac-símile. Artigo da Revista do Livro.<br />

26,1,132<br />

131. ORIGENS da sátira política do Brasil [fragmentos]. [S. l.], [1958]. 8 f.<br />

Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo da Revista<br />

do Livro, ano 2, nº 12, dezembro de 1958.<br />

26,1,133<br />

132. CARTAS de Araújo Porto-Alegre a Gonçalves Dias [fragmentos]. [S. l.], [s.<br />

d.]. 3 f. Original. Impresso. Revista IHGB. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,1,134<br />

133. RIO DE JANEIRO (cidade). Prefeitura. Resenha analítica de livros e do -<br />

cumentos do Arquivo Geral da Prefeitura, elaborada pelo historiador Noronha<br />

Santos. Rio de Janeiro: Secretaria-Geral de Educação e Cultura, 1949. Original.<br />

Impresso. 26 p.<br />

26,1,139<br />

134. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Exposição 100 anos de atividades<br />

(1853-1953). Rio de Janeiro, 1953. 14 p. Original. Impresso. Anotações de Darci<br />

Damasceno.<br />

26,1,140<br />

135. RECORTES com estampas: in Venetia, Appreffo Giordano Ziletti, 1573,<br />

e Con licenza dei Superiori, E Priuilegi, 1598. [S. l.], [s. d.]. 4 f. Original. Impresso.<br />

26,1,141<br />

136. PONTES, Cruz. Uma exposição de manuscritos na <strong>Biblioteca</strong> do Rio de<br />

Janeiro. [Lisboa], 1973. 1 f. Original. Impresso. Artigo destacado por Darci Da -<br />

mas ceno do jornal O Século, julho de 1973. Segundo anotações de Darci Damas -<br />

ceno, o jornal é de Lisboa.<br />

26,1,142<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 194<br />

194<br />

137. ANDRADE, Rômulo Garcia de. A Real Junta de Comércio, Agricultura,<br />

Fábricas e Navegações; o artesanato e a manufatura na cidade do Rio de Janeiro<br />

(1808-1850): [fragmentos]. [S. l.], [s. d]. 10 f. Original. Impresso.<br />

26,1,143<br />

138. SIQUEIRA, Sônia Aparecida. Texto sobre o Santo Ofício que atuou no<br />

Brasil-Colônia [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 4 f. Original. Impresso. Junto ao texto<br />

principal outro intitulado A Conjuntura Brasileira no Final do Século XVII.<br />

26,1,144<br />

139. HOPSMAN, João. [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 4 f. Original. Impresso.<br />

Folhas rasgadas.<br />

26,1,145<br />

140. COSTA, Osvaldo de Almeida. A Matéria Médica, de Souza Pinto. Rio de<br />

Janeiro, 1961. 4 f. Original. Impresso. Separata da Revista Brasileira de Farmácia,<br />

n os 1 e 2, jan./fev. de 1961.<br />

26,1,146<br />

141. MENSÁRIO DO ARQUIVO NACIONAL. Rio de Janeiro: Arquivo<br />

Nacional, 1976. Original. Impresso. Il. Ano 7, nº 6, junho de 1976. Anotações<br />

de Darci Damasceno.<br />

26,1,147<br />

142. MENSÁRIO DO ARQUIVO NACIONAL: textos esparsos. Ocorrem os<br />

textos: Joaquim de Amorim e Castro: Um Naturalista Baiano Esquecido; Esta -<br />

tís ti ca e Estimativas da População Livre e Escrava de Sergipe del-Rei de 1707 a<br />

1888; A Memória de Amorim de Castro; A Elite Comercial do Brasil no Século<br />

Dezenove: Uma Análise Preliminar do Componente Rio de Janeiro. [S. l.], [s.<br />

d.]. 16 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, textos do<br />

Mensário do Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, ano 7, nº 11, novembro de 1976,<br />

e ano 8, nº 1, janeiro de 1977.<br />

26,1,148<br />

143. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Os manuscritos do botânico Freire<br />

Alemão: catálogo e transcrição por Darci Damasceno e Waldir da Cunha: [frag -<br />

men tos]. Rio de Janeiro: A <strong>Biblioteca</strong>, 1964. 17 f. Original. Impresso. Separata<br />

do v. 81 dos Anais da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Il. Fac-símiles.<br />

26,1,149<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 195<br />

195<br />

144. DAMASCENO, Darci. O Botânico e a Planta da Cidade. Rio de Janeiro,<br />

1969. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Commercio. Rio de Janei -<br />

ro, 28/9/1969. Suplemento dominical.<br />

26,1,150<br />

145. MELLO FILHO, Luís Emídio de. Sobre Zollernia mocitayba. Rio de Janeiro,<br />

1959. 6 f. Original. Impresso. Artigo do Boletim do Museu Nacional, Rio de<br />

Janeiro, 30/5/1959. Nova série (Botânica 22). Il. Fac-símiles.<br />

26,1,151<br />

146. ALEMÃO, Francisco Freire. Texto sobre botânica [fragmentos]. Rio de<br />

Janeiro: Lallement, 1846. 4 f. Original. Impresso. 2 exemplares do texto.<br />

26,1,152<br />

147. LAMEGO, Adinalzir Pereira. A Casa de Freire Alemão. [S. l.], 1986. 1 f.<br />

Original. Impresso. Artigo do NOPH-31, agosto de 1986, p. 15. II. Desenho.<br />

26,1,153<br />

148. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA. Subsídios ao planejamento<br />

da área nordestina: Crato-Juazeiro do Norte e sua área de influência. Rio de Ja -<br />

neiro, 1971. Original. Impresso. II. Mapas. Junto ao documento mapas da “regiãoprograma<br />

de Baturité” e duas folhas com índices. Anotações de Darci Damasceno.<br />

Modelo de índice do IBGE. 26,1,154<br />

149. DAMASCENO, Darci. Freire Alemão: o Botânico e a Planta da Cidade:<br />

[fragmentos]. São Paulo, 1983. 5 f. Original. Impresso. Artigo da Sociedade Brasi -<br />

leira de Pesquisa Histórica (SBPH), Anais da II Reunião. São Paulo, 1983. 6<br />

exem plares.<br />

26,1,155<br />

150. CARAUTA, Jorge Pedro Pereira. A data efetiva de publicação da Flora<br />

Fluminensis. Rio de Janeiro, 1969. Original. Impresso. Separata da revista Vellozia,<br />

dezembro de 1969, nº 7. Il. N. p.<br />

26,1,156<br />

151. CARAUTA, Jorge Pedro Pereira. A data efetiva de publicação da Flora<br />

Fluminensis.II: texto impresso em 1825 [fragmentos]. Garanhuns, 1972. Original.<br />

Impresso. Artigo do XXIII Congresso Nacional de Botânica, Garanhuns, 16 a<br />

23 de janeiro de 1972. Il.<br />

26,1,157<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 196<br />

152. CARAUTA, Jorge Pedro Pereira. The text of Vellozo’s flora fluminensis and<br />

its effective date of publication. [S. l.], 1973. 2 p. Original. Impresso. Texto na<br />

re vista Tascon, vols. 2/3, pp. 281-284, maio de 1973.<br />

26,1,158<br />

153. MARTINS e os dois Vellozos [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. Original. Impresso.<br />

Segundo anotações de Darci Damasceno, texto de Carlos Stemfeld, 1948, pp. 1-<br />

42. Faltam as páginas 21 a 30. Em anexo capa com anotações de Darci Damasceno.<br />

26,1,159<br />

ORIGINAIS<br />

Datas-limite: 1960-1987<br />

Conteúdo: cadernos e blocos de notas de Darci Damasceno, referentes à história<br />

do teatro, ao Conservatório Dramático Brasileiro e à crítica literária e textual de<br />

autores do período barroco, especialmente Gregório de Matos.<br />

Quantificação: 47 documentos<br />

196<br />

Notas: Estabelecemos como datas-limite desta série as datas de acumulação, uma<br />

vez que os originais não estão datados.<br />

154. DAMASCENO, Darci. Índice geral dos primeiros versos de Gregório de<br />

Matos com tabela de pertinência. Códices e notas de Darci Damasceno. [S. l.],<br />

[s. d.]. 14 f. Original. Datilografado.<br />

26,1,161<br />

155. DAMASCENO, Darci. Códice Camilo: caderno com anotações sobre sonetos<br />

e trechos de sonetos retirados de A. P. [S. l.], [s. d.]. 44 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,162<br />

156. DAMASCENO, Darci. Análise de poemas de Tomás Pinto Brandão e ou -<br />

tros autores, retirados de códice com obras várias da Divisão de Manuscritos<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. [S. l.], [s. d.]. 21 f. Original. Manuscrito. Segundo<br />

ano tações de Darci Damasceno, foram copiados os poemas das folhas 469 (<strong>final</strong>)<br />

a 473.<br />

26,1,163<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 197<br />

197<br />

157. DAMASCENO, Darci. Análise da obra de Tomás Pinto Brandão: “Flores<br />

do jardim das musas”. Poemas: “Flor primeyra” ao “Flor 66ª”. [S. l.], [s. d.]. 64<br />

f. Original. Manuscrito. Segundo anotações de Darci Damasceno, século XVIII,<br />

meados de 1736. Versos retirados do código 2,1,25 da DMSS-BN.<br />

26,1,164<br />

158. DAMASCENO, Darci. Análise da obra de Gregório de Matos e Tomás<br />

Pinto Brandão: sonetos, décimas, vilancicos e trechos de romances. [S. l.], [s. d.].<br />

91 f. Cópia. Manuscrito. Darci Damasceno observa que os versos foram retirados<br />

dos códices 1, 3, 11; 2, 3, 5; I-13,2,5 da DMSS-BN.<br />

26,1,165<br />

159. DAMASCENO, Darci. Análise da obra de Tomás Pinto Brandão: sonetos<br />

e décimas, datados de 1730, 1732 e 1733. [S. l.], [s. d.]. 48 f. Original. Manuscrito.<br />

Darci Damasceno diz que os versos foram retirados do códice 6,1,31 da DMSS-<br />

BN. Em anexo folhas em rascunho sobre o mesmo assunto.<br />

26,1,166<br />

160. DAMASCENO, Darci. Estudos com instrumentos de trabalho para pes -<br />

quisa, bibliografia geral sobre Gregório de Matos. Biografia de Antônio da Rocha<br />

Pita, do conde de Cavaleiros e Cosme de Moura Rolim. [S. l.], [s. d.]. 55 f.<br />

Original. Manuscrito.<br />

26,1,167<br />

161. DAMASCENO, Darci. Levantamento bibliográfico sobre literatura na<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional. [S. l.], [s. d.]. 6 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,168<br />

162. DAMASCENO, Darci. Antônio da Rocha Pita, notas e pesquisa. [S. l.], [s.<br />

d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,169<br />

163. DAMASCENO, Darci. Bibliografia sobre vilancicos, genealogia e heráldica,<br />

coletâneas e fontes de pesquisa. [S. l.], [s. d.]. 10 f. Original. Manuscrito. Em<br />

anexo folha em rascunho sobre o mesmo assunto.<br />

26,1,170<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 198<br />

198<br />

164. DAMASCENO, Darci. Relação de códices da <strong>Biblioteca</strong> Universitária de<br />

Coimbra. [S. l.], [s. d.]. 25 f. Original. Manuscrito. Em anexo folhas em rascu -<br />

nho sobre o mesmo assunto.<br />

26,1,171<br />

165. DAMASCENO, Darci. Gregório de Matos: índice dos primeiros versos.<br />

[S. l.], [s. d.]. 24 f. Original. Datilografado.<br />

26,1,172<br />

166. DAMASCENO, Darci. Gregório de Matos: índice dos primeiros versos<br />

destinados à digitação. [S. l.], [s. d.]. 352 f. Original. Manuscrito. Em anexo papéis<br />

contendo modelo de programação e outras anotações.<br />

26,1,173<br />

167. DAMASCENO, Darci. Cecília Meireles: poesias retiradas de jornais e revis -<br />

tas: 1923-193-. [S. l.], [s. d.]. 73 f. Original. Manuscrito. Datilografado. Anotações<br />

de Darci Damasceno.<br />

26,1,174<br />

168. DAMASCENO, Darci. Cecília Meireles: contos, peça em um ato, ensaios<br />

e poemas em prosa publicados nos periódicos: Ilustração Brasileira, Para Todos,<br />

Revista da Semana: 1920-1927. [S. l.], [s. d.]. 38 f. Original. Datilografado.<br />

Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,1,175<br />

169. DAMASCENO, Darci. Levantamento de movimentos binários e compósitos<br />

ascendentes no octassílabo de Cecília Meireles do livro Retrato natural. [S. l.], [s. d.].<br />

34 f. Original. Datilografado. Em anexo papéis sobre o mesmo assunto.<br />

26,1,176<br />

170. DAMASCENO, Darci. Estudo sobre a estrutura paralelística na poesia de<br />

Cecília Meireles. [S. l.], [s. d.]. 33 f. Original. Datilografado. Em anexo papéis<br />

sobre o mesmo assunto.<br />

26,1,177<br />

171. DAMASCENO, Darci. Cecília Meireles: prosas poéticas publicadas em<br />

Letras e Artes: 1947-1948. [S. l.], [s. d.]. 81 f. Original. Datilografado. Anotação<br />

de Darci Damasceno.<br />

26,1,178<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 199<br />

199<br />

172. DAMASCENO, Darci. Cecília Meireles: poemas “Como um pobre à porta”<br />

e o inédito “ O alto palácio do crepúsculo”. [S. l.], [s. d.]. 2 f. Original. Da -<br />

ti lografado. Em anexo marcador de livros com reprodução de busto de Cecília<br />

Meireles, por Fernando Correia Dias, e xerox de manuscritos dos poemas. Ano -<br />

tações de Darci Damasceno levantando a possibilidade de que o poema “Como<br />

um pobre à porta” seja uma tradução do iídiche ou hebraico.<br />

26,1,179<br />

173. DAMASCENO, Darci. Índice de poemas inéditos de Cecília Meireles: inclui<br />

títulos que figuram na edição da Editora Civilização Brasileira. [S. l.], [s. d.].<br />

15 f. Original. Datilografado. Anotações.<br />

26,1,180<br />

174. DAMASCENO, Darci. Anotação sobre cartas de Cecília Meireles para<br />

Fernando de Castro, Diogo de Macedo, Maria Dulce Lupi Coelho. [S. l.], [s.<br />

d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,1,181<br />

175. DAMASCENO, Darci. Texto para segunda edição revista e aumentada sobre<br />

a obra de Cecília Meireles. [S. l.], [s. d.]. 24 f. Original. Datilografado.<br />

26,1,182<br />

176. DAMASCENO, Darci. Textos críticos sobre “Canções”, “Poemas escritos<br />

na Índia” e “Solombra: o ‘rapto místico’ de Cecília Meireles”. [S. l.], [s. d.]. 10<br />

f. Original. Datilografado.<br />

26,1,183<br />

177. DAMASCENO, Darci. Cecília Meireles: poema “Aranhol”: 1918: revisões.<br />

[S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Datilografado. Poema retirado da revista Bahia<br />

Ilustrada. Em anexo fotocópia da publicação.<br />

26,1,184<br />

178. DAMASCENO, Darci. História e texto: notas bibliográficas a partir do<br />

acer vo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. d]. Pag. var. Original.<br />

Manuscrito. Caderno manuscrito com papéis soltos em anexo.<br />

26,1,185<br />

179. DAMASCENO, Darci. Conservatório Dramático Brasileiro: notas acerca<br />

de censores e de peças submetidas à censura. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. d.]. 93<br />

f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,186<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 200<br />

200<br />

180. DAMASCENO, Darci. Conservatório Dramático Brasileiro: notas a partir<br />

de acervo mantido no Arquivo Nacional. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. d.]. 37<br />

p. Original. Manuscrito. Contém mapa estatístico de censuras.<br />

26,1,187<br />

181. DAMASCENO, Darci. Conservatório Dramático Brasileiro: notas retiradas<br />

do livro de correspondência ativa. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. d.]. 27 p. Original.<br />

Manuscrito. A fonte se encontra na DMSS-BN em 4,3,30.<br />

26,1,188<br />

182. DAMASCENO, Darci. Notas críticas a respeito do teatro do século XIX:<br />

1836-1839. [S. l.], [s. d.]. 68 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,189<br />

183. DAMASCENO, Darci. Anotações acerca de teatro: feitas a partir de pesquisa<br />

nos periódicos O Despertador e Jornal do Commercio. Rio de Janeiro: [S. nº], [s.<br />

d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,1,190<br />

184. DAMASCENO, Darci. Bibliografia sobre teatro existente na <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional. [S. l.], [s. d.]. 62 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,191<br />

185. DAMASCENO, Darci. Imprensa e Literatura: notas retiradas de periódicos<br />

do século XIX. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. l.]. Pag. var. Original. Manuscrito.<br />

Caderno e folhas anexas.<br />

26,1,192<br />

186. DAMASCENO, Darci. Cronologia de farsas apresentadas entre 1830-1848.<br />

[S. l.], [s. d.]. 47 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,193<br />

187. DAMASCENO, Darci. Notas críticas acerca de teatro. Rio de Janeiro: [S.<br />

n°], [s. d.]. Pag. var. Original. Manuscrito. Em anexo roteiro para pesquisas em<br />

periódicos na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,1,194<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 201<br />

201<br />

188. DAMASCENO, Darci. O Estilo das Memórias de um sargento de milícias.<br />

Rio de Janeiro, 1970. Original. Datilografado. Original anotado pelo autor.<br />

26,1,195<br />

189. CERTIDÃO de casamento dos pais de Manuel Antônio de Almeida: cópia<br />

obtida na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: [S. n°], 1969.<br />

1 f. Cópia. Datilografado. Em anexo manuscritos de Darci Damasceno que parecem<br />

referir-se a correções numa edição de Memórias de um sargento de milícias.<br />

26,1,196<br />

190. DAMASCENO, Darci. Alencar e Iracema: uma Articulação Literária. Rio<br />

de Janeiro, [1977?]. [19] f. Original. Datilografado. Anotação de Darci Damas -<br />

ceno, trata-se do texto de uma conferência, proferida por ele em 28/9/1977, na<br />

<strong>Biblioteca</strong> Municipal Mário de Andrade.<br />

26,1,197<br />

191. CARTA ao dr. Jaguaribe sobre primeira edição, em 1865, de Iracema. Rio de<br />

Janeiro, [s. d.]. 7 f. Cópia. Datilografado. Em anexo papéis sobre o mesmo assunto.<br />

26,1,198<br />

192. DAMASCENO, Darci. Esquema para estudo de Iracema. Rio de Janeiro,<br />

[s. d.]. 16 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,199<br />

193. DAMASCENO, Darci. Vilancicos: notas acerca de bibliografia, fragmentos<br />

de vilancicos e histórico. Rio de Janeiro, [s. d.]. 42 f. Original. Manuscrito.<br />

Datilografado.<br />

26,1,200<br />

194. DAMASCENO, Darci. Vilancicos seiscentistas: plano para edição, índice,<br />

fragmentos. Rio de Janeiro, [s. d.]. 143 f. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,1,201<br />

195. DAMASCENO, Darci. Óbito e testamento nos séculos XVIII e XIX: levan -<br />

tamento para estudo socioeconômico. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. d.]. 7 p. Original.<br />

Manuscrito. Darci Damasceno afirma que a pesquisa foi feita no arcaz I-32 da<br />

DMSS-BN.<br />

26,1,202<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 202<br />

196. DAMASCENO, Darci. Documentos sobre o anil: dados sobre a fabricação e<br />

a exportação, listas de compradores e fragmentos de ofícios. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />

24 f. Original. Datilografado. Contém anotações manuscritas de Darci Da masceno.<br />

26,1,203<br />

197. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre o anil: caderno, bloco e papéis diver -<br />

sos com fragmentos de documentos, relação de fabricantes e negociantes e histórico<br />

da produção. Rio de Janeiro, [s. d.]. Pag. var. Original. Manuscrito. Datilo grafado.<br />

26,1,204<br />

198. FERREIRA, José Henrique. Instrução do modo com que se deve apanhar<br />

a cochonilha...: transcrição do Código do Lavradio. [S. l.], [s. n°], [s. d.]. 5 f.<br />

Cópia. Datilografado. Data do documento original: 1778.<br />

26,1,205<br />

199. COSTA, Maurício da. Ofício acerca da cochonilha: transcrição. [S. l.], [s.<br />

n°], [s. d.]. 6 f. Cópia. Datilografado. Ofício a destinatário ignorado. A data<br />

original é 1785.<br />

26,1,206<br />

200. CABRAL, Vicente Jorge Dias. Coleção das observações dos produtos natu -<br />

rais do Piauí: tomo 1: transcrição anotada da obra original de 1800 e 1801. Rio<br />

de Janeiro: [s. n°], 1976. 181 f. Original. Manuscrito. Datilografado. Em anexo<br />

papéis de Darci Damasceno com observações sobre a obra.<br />

26,1,207<br />

RASCUNHOS<br />

Datas-limite: 1960-1987<br />

202<br />

Conteúdo: miscelânea de anotações de Darci Damasceno sobre temas variados,<br />

com destaque para a literatura, principalmente Cecília Meireles, Martins<br />

Pena, Manuel Antônio de Almeida e Gregório de Matos. Outros assuntos são:<br />

a produ ção do anil, os trabalhos de frei Veloso e Freire Alemão, a história do<br />

teatro, da censura teatral no Brasil e da literatura dramática brasileira. Contém<br />

muitas notas bibliográficas, boa parte delas remetendo ao acervo da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 203<br />

Quantificação: 205 documentos<br />

203<br />

Notas: Estabelecemos como datas-limite desta série as datas de acumulação, uma<br />

vez que os originais não estão datados.<br />

201. DAMASCENO, Darci. Informações de emergência: papéis vários contendo<br />

mapa genealógico da dinastia de Bragança, instrumento de controle dos códices<br />

de Gregório de Matos e anotações sobre heráldica. [Rio de Janeiro], [s. n°], [s.<br />

d.]. 29p Original. Manuscrito.<br />

26,1,208<br />

202. PLANOS e notas de interesse sobre transmissão textual. [Rio de Janeiro],<br />

[s. n°], [s. d.]. 42 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,209<br />

203. DAMASCENO, Darci. Atribuições de autoria textual: Gregório de Matos,<br />

padre Antônio Vieira e Santo Estanislau Kostka. [Rio de Janeiro], [s. n°], [s. d.].<br />

41 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,210<br />

204. DAMASCENO, Darci. Atribuições de autoria textual. Rio de Janeiro, [s.<br />

d.]. 38 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,211<br />

205. DAMASCENO, Darci. Autores do século XVII: notas retiradas de livros<br />

de registro, relação de poetas e bibliografia. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 94<br />

f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,212<br />

206. DAMASCENO, Darci. Bibliografia de autores de poesia barroca. Rio de<br />

Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,1,213<br />

207. DAMASCENO, Darci. Bibliografia de poesia dos séculos XVII e XVIII:<br />

cancioneiros, edições críticas de textos, história literária. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />

21 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,214<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 204<br />

204<br />

208. DAMASCENO, Darci. Gregório de Matos: notas bibliográficas. [Rio de<br />

Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,1,215<br />

209. DAMASCENO, Darci. Notas biográficas e cronológicas sobre Gregório de<br />

Matos. Rio de Janeiro, [s. d.]. 26 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,216<br />

210. DAMASCENO, Darci. Notas biográficas e cronológicas sobre Gregório de<br />

Matos. Rio de Janeiro, [s. d]. 38 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,217<br />

211. DAMASCENO, Darci. Notas biográficas de Gregório de Matos. Rio de<br />

Janeiro, [s. d.]. 25 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,218<br />

212. ANOTAÇÕES sobre o contexto sociocultural em que viveu Gregório de<br />

Matos: certames poéticos. Rio de Janeiro, [s. d.]. 4 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1,219<br />

213. DAMASCENO, Darci. Códices de Gregório de Matos na <strong>Biblioteca</strong> Nacio -<br />

nal: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 76 f. Original. Manuscrito.<br />

26,1 220<br />

214. DAMASCENO, Darci. Códices de Gregório de Matos na <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,1,221<br />

215. DAMASCENO, Darci. Anotações sobre códices de várias bibliotecas. [Rio<br />

de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. Pag. var. Original. Manuscrito.<br />

26,1,222<br />

216. DAMASCENO, Darci. Índice dos códices avulsos para resumo de conteúdo:<br />

notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 90 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,1<br />

217. DAMASCENO, Darci. Índice dos códices de Évora, Varnhagen, Inocêncio,<br />

Rústicos I e II, Soares Cardoso Carvalho e anotações sobre o estilo seiscentista.<br />

Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,2,2<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 205<br />

205<br />

218. DAMASCENO, Darci. Códices Camilo, codicologia, heráldica: notas várias.<br />

Rio de Janeiro, [s. d.]. 81 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,3<br />

219. DAMASCENO, Darci. Codicologia e crítica textual: notas várias. Rio de<br />

Janeiro, [s. d.]. 14 f. Original.<br />

26,2,4<br />

220. DAMASCENO, Darci. Codicologia, estudo dirigido aos códices da<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 30 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,5<br />

221. DAMASCENO, Darci. <strong>Biblioteca</strong> e crítica textual: soneto “Calção de Pen -<br />

doba, a meia Gorra”, “Blema”, da ed. de Quevedo, crônica do príncipe d. João,<br />

de Damião de Góis: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 61 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,6<br />

222. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre autoria textual e análise de textos:<br />

notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 49 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,7<br />

223. DAMASCENO, Darci. Bibliografia e fontes das edições de Vale Cabral,<br />

ABL, A. Peixoto e James Amado: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 40 f. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,2,8<br />

224. DAMASCENO, Darci. Biografia de Eusébio de Matos: notas várias. Rio<br />

de Janeiro, [s. d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,9<br />

225. DAMASCENO, Darci. Linguagem poética, transmissão do texto e outros<br />

estudos: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 76 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,10<br />

226. DAMASCENO, Darci. Poesia espanhola e portuguesa dos séculos XVI e<br />

XVII: bibliografia: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 30 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,11<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 206<br />

206<br />

227. DAMASCENO, Darci. Transmissão de texto e literatura portuguesa: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,2,12<br />

228. DAMASCENO, Darci. Transmissão de texto, poesia portuguesa e Academia<br />

dos “Singulares de Lisboa”: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 70 f. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,2,13<br />

229. DAMASCENO, Darci. Poesia portuguesa, transmissão de texto e referência<br />

a autoridade, pessoas e fatos da época: séculos XVII e XVIII: notas várias. Rio<br />

de Janeiro, [s. d.]. Manuscrito. Original.<br />

26,2,14<br />

230. DAMASCENO, Darci. Transmissão do texto: notas várias. Rio de Janeiro,<br />

[s. d.]. 35 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,15<br />

231. DAMASCENO, Darci. Transmissão do texto e estrutura dos códices: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 48 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,16<br />

232. DAMASCENO, Darci. Poesia portuguesa: bibliografia: notas várias. Rio<br />

de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,2,17<br />

233. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Manuel Botelho de Oliveira e ou -<br />

tras notas acerca de poesia. Rio de Janeiro, [s. d.]. 47 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,18<br />

234. DAMASCENO, Darci. Tomás Pinto Brandão: bibliografia: notas várias. Rio<br />

de Janeiro, [s. d.]. 120 f. Original. Manuscrito. Ocorrem notas com referência a<br />

manuscritos de poesias e inéditos encontrados nos códices da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,2,19<br />

235. DAMASCENO, Darci. Bibliografia de Tomás Pinto Brandão, Gregório de<br />

Matos e Manuel Botelho de Oliveira: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,2,20<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 207<br />

207<br />

236. DAMASCENO, Darci. Anotações sobre Tomás Pinto Brandão: bibliografia.<br />

Rio de Janeiro, [s. d.]. 7 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,21<br />

237. DAMASCENO, Darci. Poesia portuguesa do século XVIII: notas várias.<br />

[S. l.], [s. d.]. Original. Manuscrito. Estudo sobre a autoria dos sonetos em “Flores<br />

do Jardim das Muzas”.<br />

26,2,22<br />

238. DAMASCENO, Darci. Fichas contendo estudos críticos da obra de Gregório<br />

de Matos: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 23 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,23<br />

239. DAMASCENO, Darci. Bibliografia da poesia portuguesa dos séculos XVII<br />

e XVIII: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 8 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,24<br />

240. DAMASCENO, Darci. Bibliografia da poesia portuguesa: notas várias. Rio<br />

de Janeiro, [s. d.]. 32 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,25<br />

241. DAMASCENO, Darci. Relação de códices referentes a Gregório de Matos:<br />

notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 5 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,26<br />

242. BAENA. Índice heráldico: verbete sobre a família Salema. Rio de Janeiro,<br />

[s. d.]. 2 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,27<br />

243. DAMASCENO, Darci. Bahia: papéis vários. Rio de Janeiro, [s. d.]. 17 f.<br />

Original. Manuscrito. Cartão de Lígia da Fonseca Fernandes da Cunha de<br />

25/4/1987.<br />

26,2,28<br />

244. DAMASCENO, Darci. Planos e projetos de trabalhos: notas várias. Rio de<br />

Janeiro, [s. d.]. 15 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,29<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 208<br />

208<br />

245. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Gregório de Matos, genealogia<br />

heráldica e códices: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 8 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,30<br />

246. DAMASCENO, Darci. Lista de autores dos séculos XVI e XVII e indica -<br />

ções bibliográficas: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 40 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,31<br />

247. DAMASCENO, Darci. Planos para pesquisa: modernismo, neo-simbolismo<br />

e esquema do livro Canções: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 82 f. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,2,32<br />

248. DAMASCENO, Darci. Inventário de fontes iconográficas de Cecília Mei -<br />

reles: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d]. 21 f. Original. Manuscrito. Em ane xo<br />

foto de Cecília Meireles retirada de revista dos anos 50, um retrato de Cruz e<br />

Sousa desenhado pela poetisa e um ex libris da autora. As notas fazem constante<br />

referência a fotografias que se encontram no arquivo da DMSS-BN.<br />

26,2,33<br />

249. DAMASCENO, Darci. Genealogia de Cecília Meireles: notas várias. Rio<br />

de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Cópia. Manuscrito. Datilografado. Contém<br />

um mapa com a planta das ruas São Luís, São Ferraz e São Cláudio (Estácio).<br />

26,2,34<br />

250. DAMASCENO, Darci. Cronologia de publicações de Cecília Meireles:<br />

1917-1928: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Cópia. Manuscrito.<br />

Datilografado.<br />

26,2,35<br />

251. DAMASCENO, Darci. Cronologia de publicação de Cecília Meireles em<br />

várias revistas: 1929-1940. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

Inclui textos de crítica e ocorre referência à bibliografia de Cecília Meireles de<br />

1940-1965.<br />

26,2,36<br />

252. DAMASCENO, Darci. Cronologia de publicações de Cecília Meireles e<br />

crítica aos livros Poemas dos poemas e Nunca mais...:1917-1928: notas várias. Rio<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 209<br />

209<br />

de Janeiro, [s. d.]. N. p. Inclui cópia do conto O Vendedor de Pássaros, que teria<br />

sido publicado em O Mundo Literário a 1/5/1922.<br />

26,2,37<br />

253. DAMASCENO, Darci. Sobre o livro Espectros: notas várias. Rio de Janeiro,<br />

[s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Ocorrem anotações sobre sonetos inéditos,<br />

segundo Darci Damasceno.<br />

26,2,38<br />

254. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre orientalismo, misticismo e Cecília<br />

Meireles: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Em<br />

anexo xerox da folha de rosto do livro La vie de Ramakrishna.<br />

26,2,39<br />

255. ARTIGOS críticos sobre Cecília Meireles: notas várias. [S. l.], [s. d.]. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,2,40<br />

256. DAMASCENO, Darci. Poesia de Cecília Meireles: transcrição, análise e<br />

notas. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,2,41<br />

257. DAMASCENO, Darci. Poesias de Cecília Meireles: 1927-1929: transcrição<br />

e notas. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N. p. Manuscrito. Datilografado. Original.<br />

26,2,42<br />

258. DAMASCENO, Darci. Citações bibliográficas: textos publicados em pe -<br />

riódicos: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Estudo<br />

sobre a polêmica do Penumbrismo.<br />

26,2,43<br />

259. DAMASCENO, Darci. Estudo sobre contexto socioliterário e partes de textos<br />

publicados em periódicos: As Tensões do Modernismo. Controvérsias: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,2,44<br />

260. DAMASCENO, Darci. Referências bibliográficas de artigos para a revista Festa:<br />

1927-28, 1934-35: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 31 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,45<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 210<br />

210<br />

261. DAMASCENO, Darci. Relações contextuais: Mário de Andrade e Cecília<br />

Meireles: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 48 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,46<br />

262. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de textos de Cecília Meireles<br />

publicados em periódicos: 1929-1930: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 15 f.<br />

Original. Manuscrito.<br />

26,2,47<br />

263. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de textos publicados por Cecília<br />

Meireles em o Diário de Notícias: Comentário: 1930-1932: notas várias. Rio de<br />

Janeiro, [s. d.]. 40 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,48<br />

264. DAMASCENO, Darci. Temática da obra de Cecília Meireles: notas várias.<br />

[Rio de Janeiro], [s. d.]. 19 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,49<br />

265. DAMASCENO, Darci. Solombra: notas várias sobre a série de poemas de<br />

Cecília Meireles. [S. l.], [s. d.]. 10 f. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,2,50<br />

266. DAMASCENO, Darci. Métrica da poesia de Cecília Meireles: notas estatísticas.<br />

[S. l.], [s. d.]. 24 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,51<br />

267. DAMASCENO, Darci. Bibliografia e anotações de críticas sobre a obra de<br />

Cecília Meireles. [S. l.], [s. d.]. 12 f. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,2,52<br />

268. DAMASCENO, Darci. Bibliografia sobre Cecília Meireles: fichas com ano -<br />

tações. Rio de Janeiro, [s. n o ], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,2,53<br />

269. DAMASCENO, Darci. Estudo crítico de poemas de Cecília Meireles. [Rio<br />

de Janeiro], [s. nº], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,2,54<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 211<br />

211<br />

270. DAMASCENO, Darci. Poesia brasileira: bibliografia sobre Simbolismo:<br />

1917-1939: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 37 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,55<br />

271. DAMASCENO, Darci. Crônica e poesia de Cecília Meireles. [Rio de<br />

Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,2,56<br />

272. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre autoria textual e análise de textos:<br />

notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 49 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,7<br />

273. DAMASCENO, Darci. Notas de pesquisas sobre Cecília Meireles, referen -<br />

tes a 1956, 1965 e 1967. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,2,58<br />

274. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de periódicos, selecionados<br />

para estudos sobre Cecília Meireles: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p.<br />

Original. Manuscrito.<br />

26,2,59<br />

275. DAMASCENO, Darci. Relação bibliográfica de Cecília Meireles e de lite -<br />

ratura francesa, alemã e portuguesa: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p.<br />

Original. Manuscrito.<br />

26,2,60<br />

276. DAMASCENO, Darci. Relação de assuntos e artigos das pastas referentes<br />

aos estudos sobre Cecília Meireles: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p.<br />

Original. Manuscrito.<br />

26,2,61<br />

277. DAMASCENO, Darci. Bibliografia e cronologia de viagens de Cecília<br />

Meireles, extratos de livros, artigos e textos da Sabedoria popular: notas várias.<br />

Rio de Janeiro, [s. d.]. 56 f. Original. Manuscrito. Datilografado. Impresso.<br />

26,2,62<br />

278. DAMASCENO, Darci. Bibliografia de Cecília Meireles, temáticas cecilia -<br />

nas, referências ao contexto socioliterário: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 212<br />

212<br />

p. Original. Manuscrito. Datilografado. Inclui relação de crônicas de Cecília<br />

Meireles, publicadas em periódicos, 1947-1950, planos de pesquisa e índice do<br />

livro Giroflê, giroflá, 1947-1948.<br />

26,2,63<br />

279. DAMASCENO, Darci. Bibliografia, relações contextuais e trechos de ensaios<br />

literários: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

Ocor rem extratos de textos da revista do MEC contendo bibliografia variada e<br />

texto de Cecília Meireles proferido, em discurso, na III Semana Nacional de<br />

Folclore de 1964.<br />

26,2,64<br />

280. DAMASCENO, Darci. Biobibliografia de Cecília Meireles e Correia Dias,<br />

estudos estilísticos, cronologia de artigos de periódicos: notas várias. Rio de Ja -<br />

neiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,2,65<br />

281. DAMASCENO, Darci. Papéis e fichas com biobibliografia de Cecília<br />

Meireles, temáticas literárias, estudos sobre educação e folclore e planos para organização<br />

de pesquisa: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,2,66<br />

282. DAMASCENO, Darci. Papéis e fichas sobre o contexto socioliterário do<br />

Modernismo, bibliografia, extratos de textos, artigos e estudos estilísticos: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d]. Original. Manuscrito. Inclui cartão de visita de<br />

Darci Damasceno.<br />

26,2,67<br />

283. DAMASCENO, Darci. Índice e fichas com versos de Cecília Meireles. [Rio<br />

de Janeiro], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,2,68<br />

284. DAMASCENO, Darci. Notas para biografia de Cecília Meireles. [Rio<br />

de Janeiro], [s. n°], [s. d.]. 10 f. Original. Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-<br />

BN.<br />

26,2,69<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 213<br />

213<br />

285. DAMASCENO, Darci. Notas com estudos e esquemas do livro Viagem, de<br />

Cecília Meireles. [Rio de Janeiro], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,2,70<br />

286. DAMASCENO, Darci. Notas acerca da poesia, da crítica e da correspon -<br />

dência de Cecília Meireles. [Rio de Janeiro], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,2,71<br />

287. DAMASCENO, Darci. Notas acerca de Fernando Correia Dias, primeiro<br />

marido de Cecília Meireles. [Rio de Janeiro], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,2,72<br />

288. DAMASCENO, Darci. Fichas contendo estrofes, versos com anotações sobre<br />

estudo semântico dos poemas de Cecília Meireles: notas várias. Rio de Janeiro,<br />

[s. d.]. 258 f. Original. Manuscrito. Datilografado. Os estudos se referem aos<br />

livros: Vaga música, Retrato natural, Mar absoluto, Viagem e outros.<br />

26,2,73<br />

289. DAMASCENO, Darci. Notas sobre a comédia O juiz de paz da roça, de<br />

Martins Pena. [Rio de Janeiro], [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,2,74<br />

290. DAMASCENO, Darci. Martins Pena e a censura: extratos de pareceres de<br />

censura: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 20 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,75<br />

291. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de pareceres de censura, extratos<br />

de pareceres e de correspondência ativa e passiva de Martins Pena: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 11 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,76<br />

292. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre vocábulo, técnica de fala e pronúncia<br />

na obra de Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 11 f. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,2,77<br />

293. DAMASCENO, Darci. Questões sobre autoria de censuras e da peça Uma<br />

mulher feia, de Martins Pena, cópias de anúncios de representação da citada peça:<br />

notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 11 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,78<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 214<br />

214<br />

294. DAMASCENO, Darci. Plano de uma comédia e sinopse da comédia As<br />

manias de dois velhos, de Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 2 f.<br />

Original. Manuscrito.<br />

26,2,79<br />

295. DAMASCENO, Darci. Pareceres de censura e fragmentos de dramas de<br />

Martins Pena: notas várias: cópias e notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 22 f.<br />

Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,2,80<br />

296. DAMASCENO, Darci. Referências a autores (e peças) influenciados por<br />

Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 6 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,81<br />

297. DAMASCENO, Darci. Referências à peça Um sertanejo na corte, de Martins<br />

Pena, e confronto de peças e estudo sobre a temática o roceirismo: notas várias.<br />

Rio de Janeiro, [s. d.]. 19 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,82<br />

298. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre a peça O juiz de paz da roça: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,83<br />

299. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre a peça Os dous velhos, de Martins<br />

Pena, cópia de cenas e entradas, e confronto com outras peças do autor: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 13 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,84<br />

300. DAMASCENO, Darci. Anúncio de venda de livros de comédia de Martins<br />

Pena: 30/1/1846: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 2 f. Original. Manuscrito.<br />

Papel anexo com contas de Darci Damasceno.<br />

26,2,85<br />

301. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre fragmentos de pareceres de censura<br />

à peça Os ciúmes de um pedestre ou O terrível capitão da morte, de Martins Pena,<br />

e cópias de correspondência: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 12 f. Original.<br />

Manuscrito. Datilografado. Inclui localização de documentos na Divisão de Ma -<br />

nuscritos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,2,86<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 215<br />

215<br />

302. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre a época, temática, repertório e gênero<br />

na obra de Martins Pena e crítica contextual: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />

26 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,87<br />

303. DAMASCENO, Darci. Estudos biobibliográficos de Martins Pena, cópia<br />

de ensaio crítico, pareceres de censura e atos da peça D. Leonor Teles Menezes: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 25 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,88<br />

304. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de representação das peças de<br />

Martins Pena: 1838-1853: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 19 f. Original.<br />

Manuscrito. Datilografado.<br />

26,2,89<br />

305. DAMASCENO, Darci. Documentos sobre censura e Martins Pena: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,2, 90<br />

306. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de manuscritos sobre Martins<br />

Pena, doados à <strong>Biblioteca</strong> Nacional, 1877-1909: notas várias. Rio de Janeiro, [s.<br />

d.]. 1 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,91<br />

307. DAMASCENO, Darci. Cronologia de textos publicados em periódicos do<br />

século XIX: 1815-1858. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito. Contém<br />

referências ao teatro de pantomimas, ao teatrinho “mecânico” e à cópia do Edital<br />

da Câmara da Cidade do Rio de Janeiro, tratando da divisão de distritos da freguesia:<br />

28/1/1833.<br />

26,2,92<br />

308. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de publicações sobre Martins<br />

Pena, encontradas na <strong>Biblioteca</strong> Nacional e no Real Gabinete Português de Leitura:<br />

1833-1839: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito. Ocorrem<br />

referências a Manuel Antônio de Almeida.<br />

26,2,93<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 216<br />

216<br />

309. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de folhetins do Jornal do Com -<br />

mercio e outros trabalhos de Martins Pena: 1946-1947: notas várias. Rio de Ja -<br />

neiro, [s. d.]. 1 f. Original. Datilografado.<br />

26,2,94<br />

310. DAMASCENO, Darci. Dados biográficos de Martins Pena: notas várias.<br />

Rio de Janeiro, [s. d.]. 18 f. Original. Manuscrito. Impresso. Ocorrem dados genealógicos<br />

e fragmentos de jornal contendo estudo biobibliográfico de Martins<br />

Pena.<br />

26,2,95<br />

311. DAMASCENO, Darci. Referências a peças, artigos de jornais sobre censura<br />

e textos falando sobre a obra de Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro,<br />

[s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,2,96<br />

312. DAMASCENO, Darci. Anotações do livro de atas do Conservatório<br />

Dramático Brasileiro e Martins Pena. Rio de Janeiro, [s. d.]. 28 f. Original. Ma -<br />

nuscrito. Localização do livro de atas do CDB na <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Reg.<br />

254/1990 DMSS-BN.<br />

26,2,97<br />

313. DAMASCENO, Darci. Relação de peças de Martins Pena datadas, esquemas<br />

para pesquisa, notas do livro de registro das peças dadas à censura: 1843-<br />

1849: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 60 f. Original. Manuscrito. Reg.<br />

254/1990 DMSS-BN.<br />

26,2,98<br />

314. DAMASCENO, Darci. Crítica teatral: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />

18 f. Original. Manuscrito. Primeiras críticas em periódicos: Jornal do Commercio,<br />

20/1/1837; revista teatral O Brasil, 15/6/1841.<br />

26,2,99<br />

315. DAMASCENO, Darci. Folhetins: crítica teatral. Rio de Janeiro, [s. d.]. 8<br />

f. Original. Manuscrito. Situação do teatro in O Brasil, revista teatral, 1841. Reg.<br />

254/1990 DMSS-BN.<br />

26,2,100<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 217<br />

217<br />

316. DAMASCENO, Darci. Precursores e contemporâneos de Martins Pena: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 4 f. Original. Manuscrito. Reg. 254/1990 DMSS-BN.<br />

26,2,101<br />

317. DAMASCENO, Darci. Joaquim José Teixeira, precursor e contemporâneo<br />

de Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito. Locali -<br />

zação de pensamentos e fábulas na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,2,102<br />

318. DAMASCENO, Darci. Censura de farsas e comédias de Martins Pena: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 9 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,103<br />

319. DAMASCENO, Darci. Fontes de pesquisa em almanaques e periódicos sobre<br />

Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 9 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,104<br />

320. DAMASCENO, Darci. Referência bibliográfica do Arquivo Romântico<br />

Brasileiro no Jornal do Commercio de 19/2/1847, p. 3,1: notas várias. Rio de Ja -<br />

neiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,2,105<br />

321. DAMASCENO, Darci. Notas sobre concurso do período áureo do Con -<br />

servatório Dramático Brasileiro. Rio de Janeiro, [s. d.]. 1 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,106<br />

322. DAMASCENO, Darci. Notas sobre Martins Pena e a Escola antiga, contendo<br />

repertório, censura e linguagem. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Ma nuscrito.<br />

26,2,107<br />

323. DAMASCENO, Darci. Biobibliografia de Martins Pena: notas várias. Rio<br />

de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,2,108<br />

324. DAMASCENO, Darci. Inéditos, sucessores, fases, teatro português e biobibliografia<br />

de Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 61 f. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,2,109<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 218<br />

218<br />

325. DAMASCENO, Darci. Bibliografia, teatro do século XIX, lista de convidados<br />

à sessão de 15/1/1843 do Conservatório Dramático Brasileiro e Martins<br />

Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Cópia. Manuscrito. Cópia<br />

de um prospecto do Theatro Lyrico Fluminense com localização na DMSS-BN<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional: I-9,9,40.<br />

26,2,110<br />

326. DAMASCENO, Darci. Biografia de Martins Pena, ideologia, repertório e<br />

Teatro de São Pedro, 1830: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Ma nuscrito.<br />

26,2,111<br />

327. DAMASCENO, Darci. Teatro: notas bibliográficas. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />

Original. Manuscrito. Impresso.<br />

26,2,112<br />

328. DAMASCENO, Darci. O drama romântico: notas várias. Rio de Janeiro,<br />

[s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,2,113<br />

329. DAMASCENO, Darci. Literatura dramática brasileira: notas várias. Rio de<br />

Janeiro, [s. d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,114<br />

330. DAMASCENO, Darci. Autoria e anonimato: notas acerca de peças teatrais.<br />

Rio de Janeiro, [s. d.]. 4 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,115<br />

331. DAMASCENO, Darci. Catálogos de peças teatrais: anotações sobre peças<br />

e assinaturas. Rio de Janeiro, [s. d.]. 2 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,116<br />

332. DAMASCENO, Darci. Dramas mágicos: anotações sobre história do teatro.<br />

Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,2,117<br />

333. DAMASCENO, Darci. Vaudeville: ópera cômica: notas. Rio de Janeiro, [s.<br />

d.]. 1 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,118<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 219<br />

219<br />

334. DAMASCENO, Darci. História do teatro: notas bibliográficas. Rio de Ja -<br />

neiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,2,119<br />

335. DAMASCENO, Darci. Anotações sobre a peça O chapim, de Martins Pena.<br />

Rio de Janeiro, [s. d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,120<br />

336. DAMASCENO, Darci. Notas sobre peças de Martins Pena. Rio de Janeiro,<br />

[s. d.]. 2 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,121<br />

337. DAMASCENO, Darci. Obras de Martins Pena na <strong>Biblioteca</strong> Nacional: an -<br />

tigas localizações. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,2,122<br />

338. DAMASCENO, Darci. Teatro brasileiro do século XIX: notas várias. Rio<br />

de Janeiro, [s. d.]. 11 f. Manuscrito. Original.<br />

26,2,123<br />

339. DAMASCENO, Darci. Teatro e censura: notas. Rio de Janeiro, [s. d.]. 2 f.<br />

Original. Manuscrito.<br />

26,2,124<br />

340. DAMASCENO, Darci. Anotações várias sobre Martins Pena. Rio de Janeiro,<br />

[s. d ]. 6 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,125<br />

341. DAMASCENO, Darci. O naufrágio dos potes: sincretismo e transmissão.<br />

[Rio de Janeiro], [s. n°], [s. d.]. 13 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,126<br />

342. DAMASCENO, Darci. Notas sobre Memórias de um sargento de milícias.<br />

[Rio de Janeiro], [s. n°], [s. d.]. 20 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,127<br />

343. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Manuel Antônio de Almeida e Me -<br />

mórias de um sargento de milícias: personagem, descrições e hábitos lingüísticos<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 220<br />

220<br />

no romance e genealogia do autor: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 29 f. Ori -<br />

ginal. Manuscrito.<br />

26,2,128<br />

344. DAMASCENO, Darci. Notas acerca de Memórias de um sargento de milícias.<br />

[Rio de Janeiro], [s. n°], [s. d.]. 58 p. Original. Manuscrito.<br />

26,2,129<br />

345. DAMASCENO, Darci. Notas sobre o estilo em Memórias de um sargento<br />

de milícias. [Rio de Janeiro], [s. n°], [s. d.]. 17 f. Original. Manuscrito.<br />

26,2,130<br />

346. DAMASCENO, Darci. Teatro do século XIX: anúncio de peças (inclusive dramas):<br />

Martins Pena: 1839: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Ma nuscrito.<br />

26,3,1<br />

347. DAMASCENO, Darci. Notas sobre Manuel Antônio de Almeida e Memórias<br />

de um sargento de milícias e oralidade e sincretismo: notas várias. Rio de Janeiro,<br />

[s. d.]. 23 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,2<br />

348. DAMASCENO, Darci. Estudo comparativo entre Iracema e Diana (mitologia):<br />

notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 51 fichas. Original. Manuscrito.<br />

26,3,3<br />

349. DAMASCENO, Darci. Estudo comparativo entre Moreno e Camarão, bi -<br />

bliografia e relações mitológicas: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 7 f. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,3,4<br />

350. DAMASCENO, Darci. Tópicos para aproveitamento e anotações sobre<br />

Iracema, de José de Alencar: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 35 f. Original.<br />

Manuscrito. Reg. 260/1990 DMSS-BN.<br />

26,3,5<br />

351. DAMASCENO, Darci. Ensaios literários, bibliografia, velosiana sobre José<br />

de Alencar e Iracema: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 20 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,6<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 221<br />

221<br />

352. DAMASCENO, Darci. Estudos e mitologia: Diana e Iracema, de José de<br />

Alencar, e ensaio sobre Iracema: Por onde Começa: notas várias. Rio de Janeiro,<br />

[s. d.]. 46 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,7<br />

353. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Romantismo, bibliografia de Gon -<br />

ça l ves de Magalhães e Araújo Porto-Alegre, referências a Debret e lista de cartas<br />

da Coleção Araújo Porto-Alegre: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 110 f. Origi -<br />

nal. Cópia. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,3,8<br />

354. DAMASCENO, Darci. Cronologia de publicações de periódicos e anotações<br />

sobre o Romantismo: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Ma nuscrito.<br />

26,3,9<br />

355. DAMASCENO, Darci. Pesquisa histórico-literária do Rio de Janeiro: séculos<br />

XVIII-XIX: anotações sobre lexicologia, transportes, documentos biográficos<br />

e catálogos do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, [s. d.]. 48 f. Original. Manuscrito.<br />

Ocorrem referências a itinerários urbanos, exemplos de vocabulários retirados de<br />

jornais e as invenções e privilégios industriais.<br />

26,3,10<br />

356. DAMASCENO, Darci. Pesquisa histórico-literária do Rio de Janeiro: séculos<br />

XVIII-XIX: índice de Memórias econômicas, referências a catálogos e inventários<br />

e bibliografia sobre o Rio de Janeiro: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />

N. p. Original. Manuscrito. Ocorrem referências à urbanização (chácaras) no Rio<br />

de Janeiro e a Freire Alemão e frei Veloso.<br />

26,3,11<br />

357. DAMASCENO, Darci. Pesquisa histórico-literária do Rio de Janeiro: séculos<br />

XVIII-XIX: anotações sobre frei Camilo, referências aos Anais da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional, textos de arquivos. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

Ocorrem relação genealógica da dinastia portuguesa, lista de assuntos do acervo<br />

da Divisão de Patrimônio Histórico e Artístico.<br />

26,3,12<br />

358. DAMASCENO, Darci. Referência a documentos autógrafos na <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 6 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,13<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 222<br />

222<br />

359. DAMASCENO, Darci. Índice de assuntos retirados de documentos bio -<br />

gráficos para pesquisa: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 26 f. Original. Ma -<br />

nuscrito.<br />

26,3,14<br />

360. DAMASCENO, Darci. Levantamento de dados sobre a vida e cultura do<br />

Rio de Janeiro novecentista para exposição realizada na <strong>Biblioteca</strong> Nacional: 1823-<br />

1844: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 28 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,15<br />

361. DAMASCENO, Darci. História e literatura no Rio de Janeiro nos séculos<br />

XVIII e XIX: fontes na <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Rio de Janeiro, [s. d.]. 49 f. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,3,16<br />

362. DAMASCENO, Darci. Manuel Silva de Alvarenga e a Sociedade Literária:<br />

auto de perguntas e notas várias. [Rio de Janeiro], [s. n°], pag. var. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,3,17<br />

363. DAMASCENO, Darci. História e literatura no Rio de Janeiro nos séculos<br />

XVIII e XIX: papéis vários. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 75 f. Original.<br />

Manuscrito. Contém cartão de Edmar Morel a Darci Damasceno, encaminhando<br />

páginas do livro com relação de autógrafos de Castro Alves na <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional (estas também anexas).<br />

26,3,18<br />

364. POMPÉIA, Raul. Carta a Alfredo Pujol, em 1886, falando das canções sem<br />

metro: cópia e comentário. Rio de Janeiro, [s. d.]. 4 f. Original. Manuscrito.<br />

Cópia manuscrita com anotações de Darci Damasceno. A carta se encontra na<br />

DMSS-BN.<br />

26,3,19<br />

365. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre a localização da casa do conde da<br />

Barca, no Rio de Janeiro: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 36 f. Original. Ma -<br />

nuscrito. Impresso. Contém gravura retratando a residência do conde.<br />

26,3,20<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 223<br />

223<br />

366. DAMASCENO, Darci. Biobibliografia e cópia dos poemas de Antônio<br />

Diniz: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 56 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,21<br />

367. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Contraliteratura: bestialógicos: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 17 f. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,3,22<br />

368. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Paraliteratura: bestialógicos: notas<br />

várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />

26,3,23<br />

369. ANIL e outras culturas agrícolas no Brasil: notas várias. [Rio de Janeiro],<br />

[s. n o ], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,3,24<br />

370. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre o anil: fragmentos de leis e papéis<br />

vários. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 43 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,25<br />

371. DAMASCENO, Darci. O anil no Brasil: notas várias retiradas de tese de<br />

doutorado de Arno Wehling e outras fontes. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N.<br />

p. Original. Manuscrito.<br />

26,3,26<br />

372. ORDEM do governo da ilha de Santa Catarina, a 20/5/1786, proibindo a<br />

posse de teares na ilha: cópia. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 2 p. Manuscrito.<br />

Original.<br />

26,3,27<br />

373. DAMASCENO, Darci. Notas e lembretes acerca do botânico Freire Alemão:<br />

genealogia, correspondência, palestras e outros. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.].<br />

69 p. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,3,28<br />

374. DAMASCENO, Darci. Rio de Janeiro e Freire Alemão: notas várias. Rio<br />

de Janeiro, [s. d.]. 28 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,29<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 224<br />

224<br />

375. DAMASCENO, Darci. Viagem à Pedra, diário (72-77), e outras notas sobre<br />

o botânico Freire Alemão. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 16 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,30<br />

376. DAMASCENO, Darci. Notas sobre a viagem do botânico Freire Alemão<br />

ao Ceará. [Rio de Janeiro], [s. n o .], [s. d.]. 7 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,31<br />

377. DAMASCENO, Darci. Anotações do diário de Freire Alemão. Rio de<br />

Janeiro, [s. d.]. 50 f. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,3,32<br />

378. DAMASCENO, Darci. Penitentes, de Freire Alemão: extrato: contém notas<br />

de Darci Damasceno. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 5 f. Original. Manuscrito.<br />

Datilografado.<br />

26,3,33<br />

379. DAMASCENO, Darci. Anotações contendo mapas e relação das fazendas<br />

do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, [s. d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,34<br />

380. DAMASCENO, Darci. Papéis vários de e sobre o botânico Freire Alemão:<br />

cópias de artigo, plano do Passeio Público e notas. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s.<br />

d.]. Pag. var. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />

26,3,35<br />

381. DAMASCENO, Darci. Estudos contendo indicações de manuscritos sobre<br />

frei Veloso no fichário antigo (salão de leitura) com indicações biobibliográficas:<br />

notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,3,36<br />

382. DAMASCENO, Darci. Fragmentos de um livro sobre frei Veloso e notas<br />

bibliográficas: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 16 f. Original. Manuscrito.<br />

26,3,37<br />

383. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre O fazendeiro do Brasil e indicações<br />

de manuscritos sobre frei Veloso: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 38 f. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,3,38<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 225<br />

384. DAMASCENO, Darci. Estudos e anotações sobre frei Veloso: manuscrito,<br />

cronologia, flora fluminense e catálogo. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original.<br />

Manuscrito.<br />

26,3,39<br />

385. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre flora fluminense e biobibliografia de<br />

frei Veloso: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />

26,3,40<br />

FOTOCÓPIAS<br />

Datas-limite: 1649-1977<br />

Conteúdo: fotocópias de trabalhos dos mais diversos autores, que servem como<br />

base para anotações de Darci Damasceno. Os assuntos são variados, sendo os<br />

principais: poemas de Cecília Meireles, estudos e artigos sobre a mesma autora,<br />

códices atribuídos a Gregório de Matos, rascunhos de peças de Martins Pena,<br />

trabalhos acerca do comércio, da indústria e da economia no Brasil-colônia e estudos<br />

sobre frei Veloso e Freire Alemão.<br />

Quantificação: 244 documentos<br />

Nota: As datas-limite se referem, naturalmente, aos documentos originais.<br />

225<br />

393. PERES, Fernando da Rocha. Os filhos de Gregório de Mattos e Guerra.<br />

Sal vador, 1969. 12 f. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia tirada de um documen -<br />

to da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Anotações de Darci Damasceno. Centro de Estudos<br />

Bahianos, nº 64.<br />

26,3,48<br />

394. VIDA e morte de Gregório de Mattos Guerra. Tomo I de obras sacras e divididas:<br />

I e II part. [S. l.], [s. d.]. 34 f. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia tirada<br />

de documentos da DMSS-BN. Anotações em folhas anexas.<br />

26,3,49<br />

395. VIDA e morte do Doutor Gregório de Matos Guerra. [S. l.], [1929]. 28 f.<br />

Fotocópias. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno, Obras de Gregório de<br />

Matos Guerra – V. I-Sacra (Ed. A. P.), 1929. Outras notas em anexo.<br />

26,3,50<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 226<br />

226<br />

396. RABELO, Manuel Pereira. Vida do excelente poeta lírico, o Doutor Gregório<br />

de Matos Guerra. [S. l.], [s. d.]. 17 f. Fotocópia. Impresso. Anotações de Darci<br />

Damasceno em anexo. Anotações do texto Versão do Códice Celso Cunha.<br />

26,3,51<br />

397. VIDA do Doutor Gregório de Mattos Guerra. [S. l.], [s. d.]. 18 f. Fotocópias.<br />

Impresso. Anotações de Darci Damasceno, texto em anexo. Anotações do texto<br />

tirado do Códice Carvalho.<br />

26,3,52<br />

398. VIDA do grande poeta americano Gregório de Matos Guerra: [fragmento].<br />

[S. l.], [s. d.]. 19 f. Fotocópia. Impresso. Anotações de Darci Damasceno no<br />

texto. Anotação em anexo “do Códice A. P. I. par de Códice C. Cavaleiros (Ed.<br />

A. P.)”.<br />

26,3,53<br />

399. GREGÓRIO de Matos: [discursos do sr. Constâncio Alves em festa da<br />

Academia Consagrada ao Poeta]. [S. l.], [s. d.]. 17 f. Fotocópia. Impresso. Obras<br />

de Gregório de Matos: IV-satírica.<br />

26,3,54<br />

400. A VIDA espantosa de Gregório de Matos: retrato histórico. [S. l.], [s. d.].<br />

19 f. Fotocópia. Impresso. Obras de Gregório de Matos: VI-última.<br />

26,3,55<br />

401. SILVA, José Maria da Costa e. Ensaio biográfico-crítico sobre os melhores<br />

poetas portugueses: [fragmentos]. Lisboa: Silviana, 1855. 23 f. Fotocópias.<br />

Impresso. Anotações de Darci Damasceno. Faltam as páginas 168-169. Conteúdo<br />

Tomo IX dado à luz pelo editor João Pedro da Costa. Capítulo II-Gregório de<br />

Matos Guerra e capítulo IV-frey Eusébio de Mattos.<br />

26,3,56<br />

402. VIDA do grande poeta americano Gregório de Mattos Guerra. Códice<br />

Afrânio Peixoto. 188 f. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia tirada do documento<br />

existente da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Nota de Darci Damasceno: falta uma folha<br />

de xerox nº s 452-453. Dedicatória de Afrânio Peixoto à <strong>Biblioteca</strong> Nacional em<br />

20/12/1933, terceiro centenário do nascimento do poeta.<br />

26,3,57<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 227<br />

227<br />

403. CÓDICE caligráfico Adolfo Soares Cardozo da obra de Gregório de Matos.<br />

[S. l.], [s. d.]. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia de um documento da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional. Possui carimbo de Adolfo Soares Cardozo, Porto. Dedicatória a Vasco<br />

de Castro, Porto, maio de 1891. Tomos I e II. Faltam as páginas 1 e 2 do Tomo<br />

II. Em anexo papéis com anotações de Darci Damasceno.<br />

26,3,58<br />

404. PERES, Fernando da Rocha. Gregório de Matos: os códices em Portugal.<br />

Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1971. 13 f. Fotocópia. Impresso.<br />

Revista Brasileira de Cultura, nº 9, jul./set., pp. 105-114. Em anexo anotações de<br />

Darci Damasceno para pesquisas em bibliografia e genealogia. Algumas remetem<br />

a descrição de brasões feita no artigo de Peres.<br />

26,3,59<br />

405. OBRAS do Doutor Gregório de Matos Guerra: índices numerados em<br />

códices da <strong>Biblioteca</strong> Nacional de Lisboa. [S. l.], [s. d.]. Fotocópias. Manuscrito.<br />

Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,3,60<br />

406. CÓDICES de Gregório de Matos. [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 54 f.<br />

Fotocópias.<br />

26,3,61<br />

407. CÓDICES Camilo: Amostra de letras diferentes do códice. [S. l.], [s. d.].<br />

26 f. Fotocópias. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,3,62<br />

408. DAMASCENO, Darci. Variações de textos de códices de Gregório de Matos:<br />

notas e emendas. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N. p. Cópia. Datilografado.<br />

Inclui fotocópia de poemas datilografados, com anotações e mais algumas páginas<br />

manuscritas com notas de Darci Damasceno. O autor salienta que o objetivo<br />

é a análise das variações e não o estudo dos textos.<br />

26,3,63<br />

409. OBRAS poéticas de Gregório de Mattos Guerra. [fragmento]. Rio de Janeiro:<br />

Vale Cabral, 1882. 27 f. Fotocópia. Impresso. Tomo I. Anotações de Darci Da -<br />

masceno. Acompanha índice do Tomo I, com o carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,3,64<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 228<br />

228<br />

410. ÉDITOS e inéditos de Gregório de Mattos. [fragmentos]. [S. l.], [s. n o ],<br />

1929. 13 f. Fotocópias. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, texto<br />

de Obras de Gregório de Matos, V. I, sacra. Id. Afrânio Peixoto, 1929.<br />

26,3,65<br />

411. RELAÇÃO de códices estudados da obra de Gregório de Matos. Notas à<br />

margem. Mapa dos códices estudados e índice geral alfabetado de primeiros versos:<br />

[fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 18 f. Fotocópia. Manuscrito. Segundo anotações<br />

de Darci Damasceno, edição de J. Amado.<br />

26,3,66<br />

412. MATOS, Eusébio de. Retrato de uma dama: [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 4<br />

f. Fotocópia. Impresso. Anotações de Darci Damasceno, anexo fotocópia.<br />

26,3,67<br />

413. MATOS, Gregório de. Obras de Gregório de Mattos: Sacra: [fragmentos].<br />

[S. l.], [s. d.]. 72 f. Fotocópia. Impresso. V. I, pp. 91-232. Anotações de Darci<br />

Damasceno atribuindo a edição a Afrânio Peixoto.<br />

26,3,68<br />

414. MATOS, Gregório de. Obras de Gregório de Mattos: lírica: [fragmentos].<br />

[S. l.], [s. d.]. 153 f. Fotocópia. Impresso. V. II, pp.15-320. Anotações de Darci<br />

Damasceno atribuindo a edição a Afrânio Peixoto. Fotocópia tirada de documento<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,3,69<br />

415. Obras de Gregório de Mattos: Gracioza [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 152 f.<br />

Fotocópia. Impresso. V. III pp. 29-333. Anotações de Darci Damasceno atribuindo<br />

a edição a Afrânio Peixoto. Fotocópia tirada de documento da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional.<br />

26,3,70<br />

416. MATOS, Gregório de. Obras de Gregório de Mattos: sátira I: [fragmentos].<br />

[S. l.], [s. d.]. 142 f. Impresso. IV., T. I, pp. 41-325. Anotações de Darci<br />

Damasceno atribuindo a edição a Afrânio Peixoto.<br />

26,3,71<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 229<br />

229<br />

417. MATOS, Gregório de. Obras de Gregório de Mattos: satírica II: [fragmen -<br />

tos]. [S. l.], [s. d.]. 180 f. Fotocópias. Manuscrito. IV., T. II, pp. 9-369. Ano ta -<br />

ções de Darci Damasceno atribuindo a edição a Afrânio Peixoto.<br />

26,3,72<br />

418. MATOS, Gregório de. Obras de Gregório de Mattos: última: [fragmentos].<br />

[S. l.], [s. d.]. 124 f. Fotocópias. Impresso. VI, pp. 97-341. Anotações de Darci<br />

Damasceno atribuindo a edição a Afrânio Peixoto; índice geral dos seis tomos.<br />

26,3,73<br />

419. ACADEMIA dos “Singulares de Lisboa”, dedicada a Apollo: [fragmentos].<br />

Lisboa: Manuel Lopes Ferreyra, 1692. 24 f. Fotocópia. Impresso. Carimbo: D.<br />

Thereza Christina Maria. Parte I.<br />

26,3,74<br />

420. SILVA, Vítor Manuel Pires de Aguiar e. Maneirismo e barroco na poesia<br />

lírica portuguesa: [extratos]. Coimbra: Centro de Estudos Românicos, 1971. Pag.<br />

var. Fotocópia. Impresso. Fotocópia dos capítulos 2, 7, 8, bibliografia e apêndice.<br />

26,3,75<br />

421. DOCUMENTO de arquivo: reprodução de uma página. [S. l.], [s. d.]. 1<br />

f. Reprodução fotográfica. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de<br />

Microfilme. Não foi possível identificar o documento.<br />

26,3,76<br />

422. A PERSPECTIVE view of the city of St. Sebastian at Rio de Janeiro. [S.<br />

l.], [s. d.]. Reprodução fotográfica. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional: Divisão de<br />

Microfilme. Segundo anotação de Darci Damasceno, século XVIII.<br />

26,3,77<br />

423. CÓDICES de Gregório de Matos: detalhes de páginas e lombadas deterio -<br />

radas. [S. l.], [s. d.]. 5 f. Reprodução fotográfica.<br />

26,3,78<br />

424. QUEVEDO Y VILLEGAS, Francisco. Obra poética: edición de José Manuel<br />

Blecua: [extratos]. Madrid: Castilla, [19..?]. Pag. var. Fotocópia de trechos da<br />

obra.<br />

26,3,79<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 230<br />

230<br />

425. RODRIGUEZ-MOÑINO, Antônio. Construcción crítica y realidad histó -<br />

rica en la poesía española de los siglos XVI y XVII. Prólogo de Marcel Batail lon.<br />

Madrid: Castilla, 1968. 59 p. Fotocópia. Manuscrito. Em espanhol.<br />

26,3,80<br />

426. RODRIGUES, Graça Almeida. Crônica do príncipe d. João, de Damião<br />

de Góis: edição crítica e comentada: [extrato]. Lisboa: Universidade Nova, 1977.<br />

[17 f.]. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia da introdução da obra, cuja identificação,<br />

retirada de anotações de Darci Damasceno, se refere a livro constante da<br />

SOR-BN.<br />

26,3,81<br />

427. BOWERS, Fredson. Textual & literary criticism: [extratos]. Cambridge:<br />

University Press, 1959. [39 f.]. Fotocópia. Manuscrito. Em inglês. Fotocópias<br />

dos capítulos I, II e IV.<br />

26,3,82<br />

428. MATOS, Gregório de. Várias poezias compostas pello Famozo Doutor, e<br />

insigne Poeta do nosso século...: [extratos]. [S. l.], N. p. Fotocópia. Manuscrito.<br />

Fotocópia de alguns trechos do códice da Library of Congress e do códice identificado<br />

como Camilo por Darci Damasceno. Contém anotações de Darci Damas -<br />

ceno explicando que se trata de amostras de mudanças de textos.<br />

26,3,83<br />

429. MATOS, Gregório de. “Praguejador” e “As pazes de Inglaterra”: [poesias].<br />

[S. l.], [s. d.]. N. p. Fotocópia. Fotocópia dos poemas, com anotações de Darci<br />

Damasceno em que ele questiona a autoria atribuída a Gregório de Matos. A localização<br />

I-7,16,7 também consta das anotações.<br />

26,3,84<br />

430. DOCUMENTOS e ofícios da Capitania da Bahia, datados de 1727, 1779,<br />

1784, 1789: [fotocópias]. [S. l.], [s. d.]. 8 f. Fotocópias. Fotocópias de documen -<br />

tos constantes da DMSS-BN, com anotações de Darci Damasceno.<br />

26,3,85<br />

431. NEVES, Francisco de Sousa. Um Poeta Satírico do Século XVII: [fragmento<br />

de jornal]. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Fotocópia. Fotocópia do artigo em periódico de tí -<br />

tu lo e data não identificados.<br />

26,3,86<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 231<br />

231<br />

432. ANDRADE, Carlos Drummond de. Carta a Heitor Grillo com o parecer<br />

da revisão da obra inédita de Cecília Meireles já organizada por Darci Damasceno.<br />

Rio de Janeiro, 28/5/1969. 3 f. Cópia. Datilografado. Anotações de Darci Da -<br />

masceno.<br />

26,3,87<br />

433. BRANDÃO, Tomás Pinto. Miscelânea curiosa e proveitosa: vida e morte<br />

de Tomás Pinto Brandão. [S. l.], [s. d.]. 20 f. Fotocópia. Segundo anotações de<br />

Darci Damasceno, fotocópias tiradas de códice da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,3,88<br />

434. BRANDÃO, Tomás Pinto. Satira ao governo de Portugal: por Gregório de<br />

Mattos, reçusitado em Pernambuco no ano de 1713. [S. l.], [s. d.]. 8 f. Fotocópia.<br />

Manuscrito. Fotocópias tiradas de documento da DMSS-BN.<br />

26,3,89<br />

435. BRANDÃO, Tomás Pinto. Estrofes de décimas e outros textos de 1713. [S.<br />

l.], [s. d.]. 11 f./8 f. Fotocópia. Manuscrito. Fotocópias tiradas de documento da<br />

DMSS-BN. Segundo anotações de Darci Damasceno in obras várias. Tomás Pinto<br />

Brandão I-14,1,25. Pelo sistema de pontuação, vê-se que é mais moderno que<br />

outros.<br />

26,3,90<br />

436. GREGÓRIO de Mattos e Guerra: seu primeiro casamento. Salvador, 1968.<br />

15 f. Fotocópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno: Universitas, Revista<br />

de Cultura da Universidade Federal da Bahia, nº 1, set. dez. 1968.<br />

26,3,91<br />

437. MATOS, Gregório de. Gregório de Mattos: seu primeiro casamento. Petição<br />

manuscrita (<strong>Biblioteca</strong> Nacional de Lisboa – Sumários matrimoniais) com autógrafo<br />

do poeta no canto direito. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Fotocópia. Manuscrito. 2 fotocópias<br />

do documento.<br />

26,3,92<br />

438. CRONOLOGIA do poeta Gregório de Mattos Guerra. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />

Fotocópia. Impresso. 2 fotocópias do documento.<br />

26,3,93<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 232<br />

232<br />

439. LETRA V do índice (tabuada) do códice manuscrito apógrafo de Gregório<br />

de Mattos – <strong>Biblioteca</strong> Nacional de Lisboa, nº 576. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Fotocópia.<br />

Manuscrito. 2 fotocópias do documento.<br />

26,3,94<br />

440. DOCUMENTO analisado por Fernando da Rocha Peres no artigo Gregório<br />

de Mattos e Guerra em Angola. Afro-Ásia: cópia. Salvador, 1968. 1 f. Cópia.<br />

Manuscrito. Publicado em Afro-Ásia, (6-7) jun., dez. 1968.<br />

26,3,95<br />

441. MATOS, Gregório de. Poemas vários: crítica de transmissão textual. [S. l.],<br />

[s. d.]. N. p. Fotocópias. Fotocópias de transcrição, datilografada, de poemas,<br />

comparados com o do Códice Rústico e do códice existente na Library of Congress.<br />

Contém anotações manuscritas de Darci Damasceno.<br />

26,3,96<br />

442. MATOS, Gregório de. Obras do Doutor Gregório de Mattos: assuntos<br />

vários. [S. l.], [s. d.]. 501 f. Fotocópia. Fotocópias de códice contendo “obras<br />

honestas e desonestas” de Gregório de Mattos.<br />

26,3,97<br />

443. MEIRELES, Cecília. Espectros. Folha de rosto. Rio de Janeiro, 1919. 8 f.<br />

Fotocópias. Manuscrito. Fotocópias da folha de rosto da obra de Cecília Meireles<br />

com anotações de Darci Damasceno.<br />

26,3,98<br />

444. POEMA inédito: texto sobre um poema de Cecília Meireles. Rio de Janeiro,<br />

1934. 1 f. Fotocópia. Datilografado. Segundo anotações de Darci Damasceno,<br />

artigo do jornal A Nação, de 9/9/1934.<br />

26,3,99<br />

445. MEIRELES, Cecília. Cântico entre uma Noite e um Dia. [Minas Gerais],<br />

1934. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia retirada de um artigo do jornal O<br />

Liberal, de 22/7/1934. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,3,100<br />

446. MEIRELES, Cecília. Sarasvati. [S. l.], 1926. 1 f. Fotocópias. Fotocópia retirada<br />

da revista Fon-Fon nº 38, 3/7/1926.<br />

26,3,101<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 233<br />

233<br />

447. JAKOBSON, Roman. Questions de poétique: La dominante: Extrait d’une<br />

série de conférences inedites en langue tchéque, données à l’Université Masaryk<br />

à Brno. Paris: [Recuil ?], 1973. 4 f. Fotocópia. Impresso. Em francês. Dados reti -<br />

ra dos de anotações de Darci Damasceno.<br />

26,3,102<br />

448. MEIRELES, Cecília. Episódio humano: prosa. Rio de Janeiro, 1929-1930.<br />

22 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de textos publicados em O Jornal, uma colaboração<br />

de Cecília Meireles para os números de domingo. Anotações de Darci<br />

Damasceno.<br />

26,3,103<br />

449. MEIRELES, Cecília. Página de educação. Rio de Janeiro, 1931-32. 19 f.<br />

Fotocópias. Impresso. Fotocópia de textos publicados em o Diário de Notícias,<br />

segundo anotações de Darci Damasceno.<br />

26,3,104<br />

450. MORENA, Pena de amor. [S. l.], 1939. 37 f. Fotocópia. Manuscrito.<br />

Anotações de Darci Damasceno atribuindo autoria a Cecília Meireles.<br />

26,3,105<br />

451. NIST, John. The poetry of Cecília Meireles. [S. l.], 1963. 4 f. Fotocópia.<br />

Impresso. Reprint from Hispania, v. 46, nº 2, 1963, pp. 252-258.<br />

26,3,106<br />

452. FERREIRA, Múcio P. Cecília Meireles e o Mundo. [S. l.], [1965]. 2 f.<br />

Fotocópias. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do Diário<br />

de S. Paulo, 7/11/1965.<br />

26,3,107<br />

453. SCHMIDT, Augusto Frederico. Cecília Meireles. [S. l.], 1963. 1 f. Foto -<br />

cópias. Impresso. O Globo, 17/12/1963, p. 2.<br />

26,3,108<br />

454. BOSI, Alfredo. Cecília Meireles: A Música Ausente. [S. l.], 2 f. Fotocópia.<br />

Manuscrito. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo de O Estado de S.<br />

Paulo, 20/2/1965, Suplemento Literário.<br />

26,3,109<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 234<br />

234<br />

455. SENA, Jorge de. Cecília Meireles ou os Puros Espíritos. [S. l.], [s. d.]. 2 f.<br />

Fotocópias. Manuscrito. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo de O<br />

Estado de S. Paulo, 20/2/1965.<br />

26,23,110<br />

456. ALMEIDA, Lúcia Machado de. Esse Instante Emprestado. São Paulo, 1965.<br />

4 f. Fotocópias. Impresso. Artigo publicado junto ao de Rui Affonso: Cecília<br />

Meireles, Amiga.<br />

26,3,111<br />

457. AFFONSO, Rui. Cecília Meireles, Amiga. Artigo de O Estado de S. Paulo,<br />

20/2/1965. Suplemento Literário, São Paulo, 1965. 4 f. Fotocópias. Impresso.<br />

Ar tigo publicado junto ao de Lúcia Machado de Almeida: Esse Instante Em -<br />

prestado.<br />

26,3,111 nº 2<br />

458. OLIVEIRA, Marly de. Da Fineza do Amor em Cecília Meireles. [S. l.], [s.<br />

d.]. 2 f. Fotocópias. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo<br />

do Correio da Manhã, 8/8/1964, Livros na Mesa.<br />

26,3,112<br />

459. AZEVEDO FILHO, Leodegário A. de. Recurso expressionista de estilo em<br />

Cecília Meireles. [S. l.], 1963. 2 f. Fotocópias. Impresso. Artigo do jornal Diário<br />

de Notícias, 14/4/1963, Suplemento Literário, p. 5. Crítica de um universitário.<br />

Dedicatória do autor para Cecília Meireles.<br />

26,3,113<br />

460. PIMENTEL, Osmar. Cecília ou a Poesia. [S. l.], [1949]. 2 f. Fotocópias.<br />

Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal Diário de S.<br />

Paulo, [6/5/1949]. 2 cópias.<br />

26,3,114<br />

461. GARBUGLIO, José C. Cecília Meireles: o Trânsito e o Eterno. [S. l.], [s.<br />

d.]. 2 f. Fotocópia. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do<br />

jornal O Estado de S. Paulo, ano 9, nº 418, 20/2/1965.<br />

26,3,115<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 235<br />

235<br />

462. GUINSBURG, J. Cecília Meireles. São Paulo, 1965. 2 f. Fotocópia. Impresso.<br />

Artigo do jornal O Estado de S. Paulo, ano 9, nº 418, 20/2/1965, Suplemento<br />

Literário.<br />

26,3,116<br />

463. MEIRELES, Cecília. Artigos de periódicos. [S. l.], 1949-1964. 8 f. Foto -<br />

cópias. Impresso. Anotações de Darci Damasceno. Artigos de jornal escritos por<br />

Cecília Meireles em O Globo, Correio da Manhã, O Estado de S. Paulo, Jornal de<br />

Notícias, Folha da Manhã e Folha da Noite, 1948-1964.<br />

26,3,117<br />

464. MEIRELES, Cecília. Artigos de periódicos. [S. l.], 1947-1949. 20 f.<br />

Fotocópias. Impresso. Fotocópias de artigos publicados por Cecília Meireles em<br />

Folha de S. Paulo, Jornal de Notícias, Folha da Manhã, Folha da Noite e Folha do<br />

Norte.<br />

26,3,118<br />

465. MEIRELES, Cecília. Poemas de Cecília Meireles. [S. l.], [1958-1963]. 8 f.<br />

Reprodução fotográfica. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, trata-se<br />

de reprodução fotográfica de autógrafos e poemas da última época.<br />

26,3,119<br />

466. DAMASCENO, Darci. Estudo sobre poesia de Cecília Meireles: fragmento.<br />

[S. l.], [s. d.]. 1 f. Cópia. Datilografado. Constava no original nota de margem<br />

de Cecília Meireles, explicando um verso. Anexo folha com anotações de Darci<br />

Damasceno.<br />

26,3,120<br />

467. MEIRELES, Cecília. “Copo da puma de prata”: poema. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />

Cópia. Manuscrito.<br />

26,3,121<br />

468. MEIRELES, Cecília. Poema a Darci Damasceno em agradecimento sobre<br />

“A vida breve” e “O pajem constante”. Rio de Janeiro, 27/9/1951. 1 f. Fotocópia.<br />

Manuscrito<br />

26,3,122<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 236<br />

236<br />

469. MEIRELES, Cecília. Carta a Diogo de Macedo sobre Correia Dias e Maria<br />

Fernanda. Rio de Janeiro, 21/7/1952. 2 f. Fotocópia. Datilografado. Constam<br />

no caderno de originais 26,1,181 anotações de Darci Damasceno sobre a carta.<br />

Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,3,123<br />

470. MEIRELES, Cecília. Carta a Fernanda de Castro sobre os versos que são<br />

parte de um livro que concorre ao prêmio da Academia Brasileira de Letras. Rio<br />

de Janeiro, 11/12/1938. 2 f. Fotocópia. Datilografado. Constam no caderno de<br />

originais 26,1,181 anotações de Darci Damasceno sobre a carta. Reg. 250/1990<br />

DMSS-BN.<br />

26,3,124<br />

471. MEIRELES, Cecília. Carta a Maria Dulce Lupi Coelho sobre sua formação<br />

religiosa, o budismo e experiências místicas. Rio de Janeiro, 24/4/1938. 2 f. Foto -<br />

cópia. Datilografado. Constam no caderno de originais 26,1,181 anotações de<br />

Darci Damasceno sobre a carta. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,3,125<br />

472. MEIRELES, Cecília. Carta a Diogo de Macedo sobre seu estado de espírito<br />

e impressões de Paris, Calcutá, Itália, Holanda. Rio de Janeiro, 7/9/1953. 2 f.<br />

Fotocópia. Datilografado. Constam no caderno de originais 26,1,181 anotações<br />

de Darci Damasceno sobre a carta. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,3,126<br />

473. MEIRELES, Cecília. Carta a Fernanda de Castro sobre a morte de Correia<br />

Dias. Rio de Janeiro, 1936. 6 f. Fotocópia. Manuscrito. Constam no caderno de<br />

originais 26,1,181 anotações de Darci Damasceno sobre a carta. Reg. 250/1990<br />

DMSS-BN.<br />

26,3,127<br />

474. MEIRELES, Cecília. “Olhinhos de gato”. [S. l.], [s. d.]. [61 f.]. Fotocópias.<br />

Impresso. Fotocópia de “Olhinhos de gato”, publicado em trechos pelo periódico<br />

Ocidente, em 1937-1938. Segundo anotações de Darci Damasceno, faltam 8<br />

p. Contém nota introdutória, retirada do arquivo de Cecília Meireles, e anotações<br />

de Darci Damasceno.<br />

26,3,128<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 237<br />

237<br />

475. MEIRELES, Cecília. Saudação à menina de Portugal e Iracema, a Virgem<br />

dos Lábios de Mel: [crítica literária]. [S. l.], [s. d.]. 6 f. Fotocópias. Impresso.<br />

Fotocópia de poema recitado em 14/8/1930 no Gabinete Português de Literatura<br />

do Rio de Janeiro e de crítica publicada no periódico O Jornal em 1/5/1929.<br />

26,3,129<br />

476. RICARDO, Cassiano. A Academia e a Poesia Moderna: [parecer de Cassiano<br />

Ricardo e discurso não pronunciado de Cecília Meireles quando do prêmio de<br />

poesia da ABL, em 1937]. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1939. 10 f. Fotocópia.<br />

Impresso. Fotocópias das pp. 9-19 e 174-180 da obra.<br />

26,3,130<br />

477. MEIRELES, Cecília. Poema a Heitor Grillo “Cantar de vero amor”. São<br />

Paulo, 1964. 2 f. Cópia. Fotocópia. Manuscrito.<br />

26,4,1<br />

478. MEIRELES, Cecília. Nunca mais... e Poema dos poemas. Rio de Janeiro:<br />

Livraria Leite Ribeiro, 1923. 71 f. Fotocópias. Manuscrito.<br />

26,4,2<br />

479. MEYER, Augusto. Carta a Cecília Meireles dizendo que enviará Coração<br />

verde por intermédio dela ao sr. Gregório Reynolds. Porto Alegre, 26/11/1927.<br />

2 f. Fotocópia. Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,3<br />

480. MEYER, Augusto. Carta a Cecília Meireles dizendo que a Livraria do Globo<br />

resolveu tirar uma segunda edição de Coração verde e assim terá oportunidade de<br />

enviar um exemplar ao sr. Reynolds. Porto Alegre, 21/4/1928. 1 f. Fotocópia.<br />

Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,4<br />

481. MEYER, Augusto. Carta a Cecília Meireles falando do respeito e admiração<br />

pela poetisa e sua obra. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Fotocópia. Manuscrito. Reg. 250/1990<br />

DMSS-BN.<br />

26,4,5<br />

482. MEIRELES, Cecília. Poema ao sr. Basílio de Magalhães: “Apparição”. [S.<br />

l.], [s.d.]. 1 f. Cópia. Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN. Anotações de<br />

Darci Damasceno.<br />

26,4,6<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 238<br />

238<br />

483. MEIRELES, Cecília. Poema “Nas ruínas do torreão”. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />

Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,7<br />

484. MAGALHÃES, Augusto. Carta a Maciel Pinheiro sobre três sonetos encon -<br />

trados, assinados por Cecília Meireles, que poderiam ser entregues pelo destina -<br />

tário à filha da poetisa. Rio de Janeiro, 25/3/1971. 1 f. Cópia. Datilografado.<br />

Anotações de Darci Damasceno. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,8<br />

485. MEIRELES, Cecília. Poema “Bilha”. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />

Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,9<br />

486. MEYER, Augusto. Carta a Cecília Meireles pedindo-lhe que envie mais sobre<br />

sua vida interior. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Cópia. Manuscrito. Anexo poema “Louva -<br />

ção”, de Augusto Meyer, dedicado a Cecília Meireles. Reg. 250/1990 DMSS-<br />

BN.<br />

26,4,10<br />

487. MEYER, Augusto. Carta a Cecília Meireles informando-a sobre o recebimento<br />

da Faceta Literária. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Cópia. Manuscrito. Reg. 250/1990<br />

DMSS-BN.<br />

26,4,11<br />

488. MEYER, Augusto. Plenitude: artigo para o Diário de Notícias. [S. l.], [s.<br />

d.]. 1 f. Cópia. Impresso. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,12<br />

489. MICHAILOWSKY, P. Carta a Cecília Meireles sobre o manifesto a respeito<br />

da Nova Educação. Rio de Janeiro, 20/3/1932. 1 f. Cópia. Manuscrito. Reg.<br />

250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,13<br />

490. ANDRADE, Carlos Drummond de. Carta a Cecília Meireles fazendo um<br />

comentário a respeito de seu livro: cópia. Rio de Janeiro, 10/5/1939. 1 f. Cópia.<br />

Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,14<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 239<br />

239<br />

491. AZEVEDO, Fernando de. Carta a Cecília Meireles sobre o afastamento da<br />

imprensa e os planos de ação para vencer as resistências aos ideais de educação<br />

nova que a reforma introduziu no Brasil. São Paulo, 25/11/1931. 1 f. Cópia.<br />

Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,15<br />

492. AZEVEDO, Fernando de. Carta a Cecília Meireles sobre a reforma educacional<br />

e a <strong>Biblioteca</strong> Pedagógica Brasileira. São Paulo, 6/8/1931. 1 f. Cópia. Ma -<br />

nuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,16<br />

493. VERGARA, Telmo. Carta a Cecília Meireles sobre a tradução das “Canções<br />

de berço compatrícias”. Porto Alegre, 10/12/1933. 1 f. Cópia. Datilografado.<br />

Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,17<br />

494. BERRIEN, William. Carta a Cecília Meireles pedindo que lhe envie livros<br />

de literatura brasileira para ajudá-lo nas suas aulas da University of California.<br />

Rio de Janeiro, 15/4/1938. 4 f. Fotocópia. Datilografado. Em anexo página de<br />

carta de março do mesmo ano, agradecendo e pedindo novas listas de livros. Reg.<br />

250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,18<br />

495. QUEIROZ, Carlos. Carta a Cecília Meireles sobre assuntos pessoais. Lisboa,<br />

31/5/1937. 3 f. Fotocópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Reg.<br />

250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,19<br />

496. CARTA a Cecília Meireles solicitando esclarecimento a respeito das dedicatórias<br />

do livro e a viagem para a América. Lisboa, 20/4/1939. 1 f. Fotocópia.<br />

Manuscrito. A autora se assina M. Fernanda; pode tratar-se de Fernanda de Castro.<br />

Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,20<br />

497. CARTA a Cecília Meireles propondo a edição de um livro de poesias iné -<br />

ditas. Lisboa, 21/5/1936. 1 f. Fotocópia. Manuscrito. A autora se assina M.<br />

Fernanda; pode tratar-se de Fernanda de Castro. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,21<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 240<br />

240<br />

498. CARTA a Cecília Meireles sobre as provas de seu livro e a necessidade de<br />

consultar José Osório. Lisboa, 18/2/1939. 1 f. Fotocópia. Manuscrito. A autora<br />

se assina M. Fernanda; pode tratar-se de Fernanda de Castro.<br />

26,4,22<br />

499. CARTA a Cecília Meireles informando o estado de saúde e propondo a<br />

publicidade de um livro de poesias. Vale dos Lagos [Portugal], [20/8/1936]. Có -<br />

pia. Manuscrito. A autora se assina M. Fernanda; pode tratar-se de Fernanda de<br />

Castro. Reg. 250/1990 DMSS.<br />

26,4,23<br />

500. CARTA a Cecília Meireles sobre sua viagem e o estado de espírito na Europa<br />

diante da guerra. Cascais, 5/10/1939. 1 f. Cópia. Manuscrito. A autora se assina<br />

M. Fernanda; pode tratar-se de Fernanda de Castro. Reg. 250/1990 DMSS-<br />

BN.<br />

26,4,24<br />

501. MALFATTI, Anita. Carta a Cecília Meireles sobre a Escola Nova e as<br />

primeiras experiências. São Paulo, [s. d.]. 2 f. Original. Manuscrito. Reg. 250/1990<br />

DMSS-BN.<br />

26,4,25<br />

502. REYES, Alfonso. Cartas a Cecília Meireles elogiando o livro Nunca mais...<br />

e Poema dos poemas. Rio de Janeiro, 19 e 20/8/1931. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />

Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,26<br />

503. OLIVEIRA, José de Osório de. Carta a Cecília Meireles sobre artigos de<br />

jornal, política e o livro Psicologia de Portugal e outros ensaios. Lisboa, 26/4/1934.<br />

1 f. Cópia. Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,27<br />

504. CARTA a Cecília Meireles sobre Tasso da Silveira e Fernando Azevedo e<br />

suas obras poéticas. Coimbra, 1935. Cópia. Manuscrito. Assinatura ilegível. Reg.<br />

250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,28<br />

505. DUARTE, Afonso. Carta a Cecília Meireles sobre política e censura à obra<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 241<br />

241<br />

de Afonso Duarte: cópia. Coimbra, 7/2/1939. 1 f. Cópia. Manuscrito. Reg.<br />

250/1990 DMSS-BN.<br />

26,4,29<br />

506. MACEDO, Diogo de. Carta a Cecília Meireles lamentando a morte de seu<br />

marido Fernando Correia Dias. Lisboa, 20/12/1935. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />

26,4,30<br />

507. MACEDO, Diogo de. Carta a Cecília Meireles sobre a sua obra Viagem<br />

[Lisboa], [18/9/1939]. 2 f. Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno<br />

manuscritas a tinta. Falta o início da carta.<br />

26,4,31<br />

508. SERPA, Alberto de. Carta a Cecília Meireles sobre publicação na Revista de<br />

Inéditos de sua obra. Porto, 10/7/1938. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />

26,4,32<br />

509. SERPA, Alberto de. Carta a Cecília Meireles informando que os seus versos<br />

não saíram na Revista de Portugal e sim na Presença. Porto, 19/8/1938. 1 f.<br />

Cópia. Manuscrito.<br />

26,4,33<br />

510. SERPA, Alberto de. Carta a Cecília Meireles sobre projetos de bolsa de estudo<br />

nos Estados Unidos, Europa e pedidos de artigos e versos para serem pu -<br />

blicados em Ocidente. Porto, 15/11/1938. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />

26,4,34<br />

511. SERPA, Alberto de. Carta a Cecília Meireles sobre a vontade de conhecer<br />

o Brasil e seus poemas publicados em Portugal. Porto, 27/3/1939. 1 f. Cópia.<br />

Manuscrito.<br />

26,4,35<br />

512. SERPA, Alberto de. Carta a Cecília Meireles sobre a admiração por seus<br />

versos e o prêmio que a academia concedeu a Viagem. Porto, 26/7/1939 . 2 f.<br />

Cópia. Manuscrito.<br />

26,4,36<br />

513. SILVEIRA, Miroel. Carta a Cecília Meireles esclarecendo o equívoco ocor-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 242<br />

242<br />

rido por ocasião de sua indicação como oradora na entrega dos prêmios da<br />

Academia Brasileira de Letras. Santos, 23/7/1939. 1 f. Cópia. Datilografado.<br />

26,4,37<br />

514. PEIXOTO, Afrânio. Carta a Cecília Meireles sobre o seu livro Viagem. [S.<br />

l.], 18/9/1939. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />

26,4,38<br />

515. REPRODUÇÃO fotográfica de desenhos do rosto de Cecília Meireles. [S.<br />

l.], [s. d.]. 4 f. Reprodução fotográfica. Impresso. Carimbo da Divisão de Micro -<br />

filme da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,39<br />

516. PENA, Martins. O juiz de paz da roça: [fragmentos do texto impresso, do<br />

original e de notas do autor]. [S. l.], [s. d.]. N. p. Fotocópia. Impresso.<br />

26,4,40<br />

517. PENA, Martins. Os Irmãos das Almas: [fragmentos de três versões manus -<br />

critas e uma impressa]. [S. l.], [s. d.]. N. p. Fotocópia. Impresso.<br />

26,4,41<br />

518. PENA, Martins. Carta a Rufino de Vasconcelos referindo-se à censura e à<br />

comédia Os ciúmes de um pedestre. [S. l.], 5/1/1846. 2 f. Cópia. Manuscrito.<br />

Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci<br />

Damasceno. Original na Divisão de Manuscritos: I-6,27,14.<br />

26,4,42<br />

519. PENA, Martins. Carta a Rufino de Vasconcelos referindo-se à comédia O<br />

noviço. [S. l.], [14/6/1846]. 2 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Na -<br />

cional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,4,43<br />

520. PENA, Martins. Carta bilhete a Bivar sobre a censura a A graça de Deus.<br />

Segue-se a resposta de Bivar, no mesmo documento. [S. l.], 2 f. Cópia. Manuscrito.<br />

Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci<br />

Damasceno. Original na Divisão de Manuscritos, I-6,7,14 nº 2.<br />

26,4,44<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 243<br />

243<br />

521. PENA, Martins. Plano da comédia As manias de dous velhos. [S. l.], [s. d.].<br />

2 f. Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />

26,4,45<br />

522. PENA, Martins. Plano da obra A noite de São João [fragmentos]. [S. l.], [s.<br />

d.]. Cópia. Manuscrito de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />

Divisão de Manuscritos.<br />

26,4,46<br />

523. PENA, Martins. Fragmento de obra em verso. [S. l.], [s. d.]. Cópia. Manus -<br />

crito. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,4,47<br />

524. PENA, Martins. A barriga de meu tio: plano da obra. [S. l.], [s. d.]. 2 f. Có -<br />

pia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,4,48<br />

525. PENA, Martins. O caixeiro da taverna, Quem casa quer casa, O diletante:<br />

[fragmentos de versões manuscritas e impressas]. [S. l.], [s. d.]. Fotocópias.<br />

Impresso.<br />

26,4,49<br />

526. PENA, Martins. Os três médicos: [fotocópias do original manuscrito]. [S.<br />

l.], [s. d.]. 97 f. Fotocópias. Impresso. Original na Divisão de Manuscritos da<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,50<br />

527. PENA, Martins. O cigano: [fotocópias do original manuscrito]. [S. l.], [s.<br />

d.]. 98 f. Fotocópias. Impresso. Original na Divisão de Manuscritos da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional.<br />

26,4,51<br />

528. PENA, Martins. Os meirinhos: [fotocópias do original manuscrito]. [S. l.],<br />

[s. d.]. 53 f. Fotocópias. Impresso. Original na Divisão de Manuscritos da Biblio -<br />

teca Nacional.<br />

26,4,52<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 244<br />

244<br />

529. PENA, Martins. Os ciúmes de um pedestre: [fotocópias do original manus -<br />

crito]. [S. l.], [s. d.]. 67 f. Fotocópias. Impresso. Original na Divisão de Manus critos<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,53<br />

530. PENA, Martins. As desgraças de uma criança: [fotocópia do original manus -<br />

crito]. [S. l.], [s. d.]. 71 f. Fotocópia. Impresso. Original na Divisão de Manuscritos<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,54<br />

531. PENA, Martins. A roda-viva: [fotocópias do original manuscrito]. [S. l.],<br />

[s. d.]. 14 f. Fotocópias. Impresso. Original na Divisão de Manuscritos da Biblio -<br />

teca Nacional.<br />

26,4,55<br />

532. AMORA, Antônio Soares. Martins Pena ante as fontes de seu teatro: [artigo<br />

publicado no periódico Dionysos, ano X, nº 13]. [S. l.], [1966]. 9 p. Fotocópia.<br />

Impresso.<br />

26,4,56<br />

533. BÁRBARA HELIODORA. A Evolução de Martins Pena: [artigo publicado<br />

no periódico Dionysos, ano X, nº 13]. [S. l.], 1966. 12 f. Fotocópia. Impresso.<br />

26,4,49<br />

534. MARTINS Pena no palco: [artigo publicado no periódico Dionysos, ano X,<br />

nº 13]. [S. l.], 1966. 11 p. Fotocópias. Impresso.<br />

26,4,58<br />

535. PENA, Martins. Quem Porfia Mata Caça. Folha de rosto do texto. Rio de<br />

Janeiro: Casa Imperial, 1852. 1 p. Reprodução fotográfica. Impresso. Carimbo<br />

no verso da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Microfilmes. Série Teatro Brasileiro.<br />

26,4,59<br />

536. LEAL, José da Silva Mendes. Quem Porfia Mata Caça: folha de rosto e<br />

primeira página do texto. Rio de Janeiro: Francisco de Paula Brito, 1850. 2 f.<br />

Reprodução fotográfica. Impresso. Carimbo no verso da <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />

Divisão de Microfilmes.<br />

26,4,60<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 245<br />

245<br />

537. VUE de l’Eglise de la Gloria, à Rio de Janeiro. Paris, 1822. 1 f. Impresso.<br />

26,4,61<br />

538. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a Francisco Ramos Paz tratando de<br />

assunto particular. Nova Friburgo, 17/11/[1860]. 4 p. Fotocópia. Manuscrito.<br />

Ca rim bo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotação no verso.<br />

Original na Divisão de Manuscritos, I-4,4,56, 2 cópias da página.<br />

26,4,62<br />

539. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a José Martiniano de Alencar pedindo-lhe<br />

(para) trabalhar, no orçamento no Senado, pela publicação do Brasil<br />

Pitoresco. Nova Friburgo, 13/6/1861. 9 f. Fotocópia. Manuscrito. Duas cópias<br />

da primeira página da carta. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manus -<br />

critos. Anotações no verso. Original na Divisão de Manuscritos, I-4,7,74.<br />

26,4,63<br />

540. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a Francisco Ramos Paz tratando de<br />

assunto particular. Nova Friburgo, 11/11/1860. 3 f. Fotocópia. Manuscrito. Ca -<br />

rimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações no verso da<br />

carta. 2 cópias da primeira página da carta. Original na Divisão de Manuscritos,<br />

I-4,4,59.<br />

26,4,64<br />

541. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a Francisco Ramos Paz tratando de<br />

assunto particular. Friburgo, 30/[11/1860]. 3 f. Fotocópia. Impresso. Carimbo<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Duas cópias da primeira página<br />

da carta. Anotações no verso. Original na Divisão de Manuscritos, I,4,4,58.<br />

26,4,65<br />

542. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a Francisco Ramos Paz tratando de<br />

suas traduções em Nova Friburgo. Friburgo, 25/11/1860. 4 f. Fotocópia.<br />

Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. 2 cópias<br />

da primeira página da carta. Original na Divisão de Manuscritos, I-4,4,57.<br />

26,4,66<br />

543. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a Francisco Ramos Paz sobre impressões<br />

de Friburgo. [S. l.], [s. d.]. 11 f. Fotocópias. Manuscritos. Material anexo:<br />

três páginas datilografadas e uma manuscrita a tinta com anotações de Darci<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 246<br />

246<br />

Damasceno sobre a carta. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manus -<br />

critos.<br />

26,4,67<br />

544. ALMEIDA, Josefina Maria de. Carta a sua Majestade Imperial solicitando<br />

admissão de seus filhos Antônio Marianno de Almeida e Manuel Antônio de<br />

Almeida à classe de alunos pobres e internos do Colégio D. Pedro II. Rio de Ja -<br />

neiro, 26/1/1841. 2 f. Fotocópia. Manuscrito. Duas cópias da carta. Carimbo da<br />

Divisão de Microfilme da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,68<br />

545. BARROS, João Marianno. Folha avulsa, provável anexo de requerimento<br />

com data de 27/2/1841. [S. l.], 1 f. Fotocópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />

26,4,69<br />

546. CANDIDO, Antonio. Dialética da Malandragem: Caracterização das<br />

Memórias de umsargento de milícias. São Paulo, 1970. 14 f. Fotocópias. Manuscrito.<br />

Fotocópia de artigos publicados no nº 9 da Revista do Instituto de Estudos Brasileiros<br />

da USP.<br />

26,4,70<br />

547. DAMASCENO, Darci. Uma Articulação em Iracema: a Sedução da Virgem:<br />

[fragmento]. [S. l.], [s. d.]. 10 f. Fotocópia. Manuscrito. Contém várias correções<br />

manuscritas do autor.<br />

26,4,71<br />

548. DAMASCENO, Darci. Uma Articulação em Iracema: a Sedução da Virgem.<br />

[S. l.], [s. d.]. 18 f. Fotocópia. Manuscrito. Contém várias correções manuscritas<br />

do autor. Em anexo 11 p. de rascunhos manuscritos com planos, esquemas e<br />

citações a ser incluídas no ensaio.<br />

26,4,72<br />

549. SONHOS d’ouro: prefácio à edição de 1872. [S. l.], 1872. 9 f. Fotocópia.<br />

Impresso. Prefácio assinado por Sênio. Fotocópia de original na <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional.<br />

26,4,73<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 247<br />

247<br />

550. ALENCAR, José de. Diva: pós-escrito à 2ª edição do romance. [S. l.], [s.<br />

d.]. 11 p. Fotocópia. Impresso.<br />

26,4,74<br />

551. SANTIAGO, Silviano. Liderança e Hierarquia em Alencar: [artigo publicado<br />

no Suplemento Cultural de O Estado de S. Paulo, ano 2, nº 62, 18/12/1977].<br />

São Paulo, 1977. 10 f. Fotocópia. Impresso.<br />

26,4,75<br />

552. MELLO, José Antônio Gonçalves de. Dom Antônio Felipe Camarão, capi -<br />

tão-mor dos índios da costa do Nordeste do Brasil. Recife: Universidade do Recife,<br />

1954. 31 f. Fotocópia. Impresso. Carimbo da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres<br />

dos Montes Guararapes.<br />

26,4,76<br />

553. PORTO-ALEGRE, Manuel de Araújo. Carta elogiando a publicação do<br />

novo livro [de um historiador]. Dresda, 29/7/1864. 4 f. Cópia. Manuscrito.<br />

Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci<br />

Damasceno onde afirma que o destinatário é um historiador e cogita em que seja<br />

J. M. Pereira da Silva. Original na Divisão de Manuscritos, I-5,33,60.<br />

26,3,77<br />

554. DEBRET, Jean Baptiste. Carta a Araújo Porto-Alegre sobre a nomeação,<br />

substituindo-o como professor de pintura histórica na Academia de Belas-Artes.<br />

Paris, 1837. 2 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão<br />

de Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,4,78<br />

555. DEBRET, Jean Baptiste. Carta a Araújo Porto-Alegre sobre a relação de trabalhos<br />

feitos no Brasil, pelos quais nada receberá. Paris, 11/10/1844. 2 f. Cópia.<br />

Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações<br />

de Darci Damasceno.<br />

26,4,79<br />

556. DEBRET, Jean Baptiste. Carta a Araújo Porto-Alegre fazendo observações<br />

sobre suas viagens no Brasil e contando que recebeu a medalha da Legião de<br />

Honra em Paris. Paris, 7/6/1842. 2 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,4,80<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 248<br />

248<br />

557. ARAGUAIA, Domingos José Gonçalves de Magalhães, visconde de. Carta<br />

a Araújo Porto-Alegre sobre a crítica à Confederação dos Tamoios. Turim,<br />

31/8/1856. 12 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão<br />

de Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,4,81<br />

558. BREVE notícia sobre Antônio José da Silva: [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 6<br />

f. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

Ocorre a seguinte anotação de Darci Damasceno: “Ato 3º cena 2 e não ato 1º,<br />

a emenda é do censor (H. 36).”<br />

26,4,82<br />

559. JORNAL DOS DEBATES POLÍTICOS E LITERÁRIOS: artigos publicados<br />

nos números 1-49 (1ª fase, maio, novembro de 1937) e 50-85 (2ª fase,<br />

janeiro, setembro de 1938). Rio de Janeiro: Typ-Imperial e Constitucional de J.<br />

Villeneuve e Comp., 1837-1938. 257 p. Fotocópias. Impresso. Falta o nº 24 da<br />

1ª fase; 50-85 incompletos.<br />

26,4,83<br />

560. PRIMEIRA parte do index da livraria de música do muyto alto, e poderoso<br />

Rey Dom Ioão o IV, nosso Senhor. Lisboa: Paulo Craesbeck, 1649. 97 f. Fotocópia.<br />

Impresso. Fotocópia de original da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,84<br />

561. DONATO, Ernesto. Dos Vilhancicos. Coimbra: Imprensa da Universidade,<br />

1929. 58 f. Fotocópias. Impresso. Publicação da Série Subsídios para a Bibliografia<br />

Portuguesa. Separata do boletim da <strong>Biblioteca</strong> da Universidade de Coimbra, vol.<br />

IX.<br />

26,4,85<br />

562. PLANO de huma pequena parte da Costa da Capitania do Rio de Janeiro<br />

no qual se mostra as 5 lagôas nomeadas nesta memoria. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />

Fotocópia. Manuscrito. Desenhado por José Correa Rangel S. M. Contém anotações<br />

de Darci Damasceno: “A carta geográfica vem no fim do códice.”<br />

26,4,86<br />

563. DIPLOMATIC archives of South America: [fragmento]. [S. l.], [s. d.]. 136-<br />

143 p. Fotocópia. Impresso. Publicado em Latin-American Research Review.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 249<br />

249<br />

Incompleta. Uma nota diz que há um exemplar completo na Divisão de Manus -<br />

critos.<br />

26,4,87<br />

564. CATÁLOGO da importante livraria dos Ex. mos Srs. Condes de Linhares:<br />

manuscritos: [fragmentos]. Lisboa, 1895. 39 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia<br />

de original da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,88<br />

565. CONSTRUÇÃO de casa [século XVIII]: cartas e despesas. Rio de Janeiro,<br />

[1796]. 23 f. Fotocópias. Manuscrito.<br />

26,4,89<br />

566. [SOBRE a poesia fescenina de Antônio Diniz da Cruz e Silva: informações<br />

obtidas através do dr. Azevedo em 1845]. [S. l.], [s. d.]. 4 f. Fotocópia. Manuscrito.<br />

Segundo anotações de Darci Damasceno, este documento pertence à Coleção<br />

Freire Alemão, I-28,9,47.<br />

26,4,90<br />

567. MEIRELES, Cecília. Um Enigma do Século XVIII: Antônio Diniz da Cruz<br />

e Silva. [S. l.], [s. d.]. 4 f. Fotocópia. Impresso. Contém anotações de Darci<br />

Damasceno.<br />

26,4,91<br />

568. SONHO poético. [S. l.], [s. d.]. 10 f. Fotocópias. Impresso. Anexas anotações<br />

de Darci Damasceno. Cópia do documento da DMSS-BN da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,92<br />

569. PÁGINAS de Gregório de Matos: [reproduções fotográficas]. [S. l.], [s. d.].<br />

6 f. Cópia. Impresso.<br />

26,4,93<br />

570. O PEZADELO: poema heroi-comico. O. D. C. – F. A. P. M. M. P. -B.<br />

Formado, Aos admiradores do Portentoso Instintic e dos Exms. e Rvims. Chi -<br />

chélos. Rio de Janeiro: Imprensa Americana de I. P. da Costa, 1838. 24 f. Fotocópia.<br />

Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno. Em anexo folha com anotações<br />

de lista de textos.<br />

26,4,94<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 250<br />

250<br />

571. ROSÁRIO, José Manuel do. Saudosas lágrimas de José Manuel do Rosário,<br />

membro titular da Academia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro, pela sentida<br />

morte do cirurgião João Álvares Carneiro, em 18/11/1837: [página de rosto].<br />

Rio de Janeiro, 1837. 1 f. Fotocópia. Impresso. Cópia retirada de documento<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, trazendo a seguinte anotação de Darci Damasceno: III-<br />

294,2,21 nº 7.<br />

26,4,95<br />

572. HYMNO para ser cantado na noite de Reis. Rio de Janeiro: Typ Imparcial<br />

de Brito, [s. d.]. 1 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia retirada de documento da<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional. Anotação de Darci Damasceno, III-294,2,27 nº 11.<br />

26,4,96<br />

573. ORAÇÃO ao glorioso S. Antônio no seu santo dia para que nos livre dos<br />

males que os abusos da terra nos ameaça. Rio de Janeiro, 1853. 1 f. Fotocópia<br />

retirada de um documento da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, traz anotações de Darci<br />

Damasceno dizendo: III-294,2,21 nº 14.<br />

26,4,97<br />

574. CARDOSO NETTO, José. Boas festas que José Cardoso Netto dedica aos<br />

dignissimos assignantes do Periódico dos Pobres. [S. l.], [Rio de Janeiro]: Typ de<br />

A. M. Morando, [s. d.]. 1 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia retirada de um docu -<br />

mento da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Notas de Darci Damasceno dizendo: III-294,2,21<br />

nº 16. Era o entregador do jornal aos assinantes. Bem tipico, o vol, de certa forma<br />

de pedido de festas.<br />

26,4,98<br />

575. O TELESCÓPIO de Mr. Doland cumprimenta o seo Amigo: soneto; Amor<br />

com amor se paga: rifão. Rio de Janeiro: Typ do Diário, 1833. 1 f. Fotocópia.<br />

Impresso. Fotocópia retirada de um documento da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, nota de<br />

Darci Damasceno dizendo: “Político, satírico, alusão a quem?”<br />

26,4,99<br />

576. ARAGUAIA, Domingos José Gonçalves de Magalhães, visconde de. Elegia<br />

à sentidíssima morte do muito reverendo padre mestre frei Francisco de Santa<br />

Thereza Sampaio: offerecida aos corações sensiveis. Rio de Janeiro: Typographia<br />

de R. Ogier, 1830. 2 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de um documento da<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional. Notas de Darci Damasceno dizendo: III-294,2,21 nº 5. Em<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 251<br />

251<br />

anexo folha com a seguinte anotação: “Falta o texto: copiá-lo. Mas não é parali -<br />

teratura, só pela edição (folheto). Traz a primeira e a última página do folheto;<br />

a elegia termina com o soneto.”<br />

26,4,100<br />

577. COSTA, José Daniel Rodrigues da. Papéis contra papéis, ou Queixas de<br />

Apollo para açoute de máos poetas. Lisboa: Simão Thaddeo Ferreira, 1820. 2 f.<br />

Fotocópia. Impresso. Fotocópia retirada de um documento da <strong>Biblioteca</strong> Nacio -<br />

nal, com as seguintes anotações de Darci Damasceno: “III-294,2,21 nº 4 é a última<br />

folha de rosto e última página, falta o texto.” Em anexo folha com notas.<br />

26,4,101<br />

578. O DIA 25/5/1844, ou A Catastrophe da barca de vapor “Especuladora”.<br />

Niterói: Typographia Nitheroyense de M. G. de S. Rego, 1844. 7 f. Fotocópia.<br />

Impresso. Fotocópia retirada de um documento da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Contém<br />

anotações de Darci Damasceno. 26,4,102<br />

579. AUTO solemne da serração da velha, dona Quaresma Engracia, e da disposição<br />

testamentária de suas abundantes riquezas etc. Rio de Janeiro: Typ de J.<br />

J. Barroso, 1839. 5 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia retirada de um documento<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Anotações de Darci Damasceno: III-294,2,21 nº 3.<br />

“É texto de Portugal editado no Rio...”<br />

26,4,103<br />

580. ASSINATURA de livros francezes e portugueses. Rio de Janeiro, 1844. 6<br />

f. Fotocópia. Impresso. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,4,104<br />

581. ALDEN, Dauril. Royal Government in Colonial Brazil: with special referen -<br />

ce to the administration of the Marquis of Lavradio, Viceroy, 1769-1779: [trecho<br />

relativo ao fabrico do anil]. Berkeley: Univ. of California Press, 1968. 9 f.<br />

Fotocópia. Impresso. Fotocópia de páginas avulsas da obra.<br />

26,4,105<br />

582. BREU, Jerônimo Vieira de. Brevissima instrução para uso dos fabricantes<br />

de anil nas colonias de Sua Magestade Fidelissima. [S. l.], 1785. 41,2,6 f. Repro -<br />

dução fotográfica. Impresso. Reprodução de originais existentes na <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional. Consta de 41 pranchas, sendo 18 de estampas. Em anexo duas fo-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 252<br />

252<br />

tocópias das estampas e transcrição, em 6 f., do texto, com a seguinte anotação<br />

de Darci Damasceno: “Falta conferir e completar. Falta comparar com o volume<br />

pequeno, de 1 desenho.”<br />

26,4,106<br />

583. FEIJÓ, J. da Silva. Memória sobre a fábrica real do anil da Ilha de Santo<br />

Antão: [fragmentos]. [Lisboa], [s. n o ], 1789. 8 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia<br />

de trecho das Memórias Econômicas da Academia Real das Sciencias de Lisboa.<br />

T. I, 1789. Contém anotações de Darci Damasceno, dizendo que o texto foi escrito<br />

em data próxima a 1789.<br />

26,4,107<br />

584. [L’ARTE di Fare l’ anil]. [S. l.][s. n o ], 17..? 4 p. Fotocópia. Impresso. Em<br />

italiano.<br />

26,4,108<br />

585. PREPARAÇÃO do anil: cópia de um extrato offerecido pelo sr. F. A. de<br />

Varnhagen. [S. l.], [s. n o ], 1860. 2 f. Fotocópia. Impresso. Em espanhol. Fotocópia<br />

de artigo publicado na Revista do IHGB, T. XXIII, segundo anotações de Darci<br />

Damasceno.<br />

26,4,109<br />

586. DOCUMENTO oficial de negociantes de escravos e anil. [S. l.], [18..?]. 7<br />

f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia retirada de um documento da DMSS-BN.<br />

Nota de Darci Damasceno sobre a data 1808-1822.<br />

26,4,110<br />

587. RELAÇÃO de lavradores da Real Fazenda do Engenho Novo e de negociantes<br />

da cidade do Rio de Janeiro. [S. l.], [17..]. 5 f. Fotocópia. Impresso.<br />

Fotocópia retirada de um documento da DMSS-BN com anotações de Darci<br />

Damasceno, Almanaque Histórico do Rio de Janeiro para o ano de 1799.<br />

26,4,111<br />

588. [PETIÇÃO dos negociantes de escravos e de anil ao Rei, pedindo isenção<br />

do tempo de quaresma por que devem passar os escravos desembarcados de<br />

África]. [S. l.], [s. n o ], [181..?]. 7 f. Fotocópias. Impresso. Fotocópias de originais<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Contém anotações MSS de Darci Damasceno.<br />

26,4,112<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 253<br />

253<br />

589. DARRIQUE, João Baptista. Testamento de João Baptista Darrique. Rio de<br />

Janeiro: [s. n o ], [1789?]. 3 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de documento exis -<br />

tente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,2,113<br />

590. ALDEN, Dauril. Manuel Luís Vieira: an entrepreneur in Rio de Janeiro<br />

during Brazil’s eighteenth century agricultural renaissance. The Hispanic American<br />

Historical Review, nº 39, nov. 1959, pp. 521-537. [S. l.]: Duke University Press,<br />

1959. 7 f. Fotocópia. Impresso. Em inglês.<br />

26,4,114<br />

591. ALDEN, Dauril. The growth and decline of indigo production in colonial<br />

Brazil: A study in comparative economic history. The Journal of Economic History,<br />

nº 25, mar. 1965, pp. 35-60. [S. l.], 1965. 26 f. Fotocópia. Impresso. Anotações<br />

de Darci Damasceno. Em anexo um envelope.<br />

26,4,115<br />

592. JOSÉ I, rei de Portugal, 1714-1777. Resposta aos governadores do Estado<br />

do Brasil acerca do requerimento para transportar arroz até Lisboa. [S. l.], 1762.<br />

2 f. Cópia. Manuscrito. Fotocópia retirada de um documento da DMSS-BN,<br />

com anotações de Darci Damasceno “1ª fábrica de descascar arroz, 1762”.<br />

26,4,116<br />

593. CORRESPONDÊNCIA dos governadores da Ilha de Santa Catarina, desde<br />

11/1 até 24/12/1786. [S. l.], [s. d.]. 15 f. Fotocópia. Manuscrito. Fotocópia<br />

retirada de documento da DMSS-BN.<br />

26,4,117<br />

594. MELLO, Francisco. Mapa da expedição botânica que por ordem do Il. mo<br />

Ex. mo senhor Vice Rey, se achão empregados em serviço de S. Magestade: das<br />

praças que existem... [1788]. 2 f. Fotocópia. Manuscrito. Fotocópia retirada do<br />

documento I-32,12,13 existente na DMSS-BN.<br />

26,4,118<br />

595. ELOGIO recitado pela atriz Ludovina Soares da Costa no dia do seu benefício<br />

no Teatro da Praia de D. Manuel, aos 22/9/1835: [fotocópia de manuscrito].<br />

[S. l.], [s. d.]. 4 p. Fotocópia. Impresso. Original da Coleção Carvalho. Contém<br />

anotação de Darci Damasceno dizendo existir outra cópia da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,119<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 254<br />

254<br />

596. COUTINHO, Gastão Fausto da Câmara. O triunfo da América: drama para<br />

se recitar no Real Theatro do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imprensa Régia,<br />

1810, pag. var. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de obra de 1810, existente na<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional. Nas mesmas folhas, fotocópias do drama O juramento dos<br />

numes, do mesmo autor.<br />

26,4,120<br />

597. COUTINHO, Gastão Fausto da Câmara. O juramento dos numes: drama<br />

para se representar na noite de abertura do Real Theatro de S. João. Rio de Janeiro:<br />

Imprensa Régia, 1813. Fotocópia. Manuscrito. Fotocópia de obra de 1813 existente<br />

na <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Nas mesmas folhas, fotocópias do drama O triunfo<br />

da América, do mesmo autor. Anotação de Darci Damasceno afirmando que<br />

a peça foi representada a 12/10/1813.<br />

26,4,120 A<br />

598. ELOGIO a sua Alteza Real, o Príncipe Regente Nosso Senhor: recitado no<br />

Teatro do Rio de Janeiro. [S. l.], [s. d.]. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de manus -<br />

crito de 1813 existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,121<br />

599. LIMA, José Joaquim Lopes de. Os corcundas do Porto: farça em verso com<br />

o himno anti-corcundal. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1821. 12 p. Foto -<br />

cópia. Impresso. Fotocópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,122<br />

600. O VOVÔ Coió ou A Roça dos doidos: farça interessante: por hum curiozo.<br />

Rio de Janeiro: Na Typographia Imparcial de Brito, 1836. 12 f. Fotocópia.<br />

Impresso. Fotocópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,123<br />

601. PEREIRA, Justiniano da Cunha. Club dos anarchistas: comédia. Villa de<br />

Barbacena: Na Typographia do Parahybuna, 1838. 8 f. Fotocópia. Impresso. Foto -<br />

cópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,124<br />

602. AZEVEDO, J. V. R. de. O baile mascarado: comédia em 1 acto e 2 quadros.<br />

Rio de Janeiro: Typ de Santos & Silva Júnior, 1850. 13 f. Fotocópia. Impresso.<br />

Fotocópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,125<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 255<br />

255<br />

603. AZEVEDO, J. V. R. de. O toureador ou O regresso da Califórnia: Comédia<br />

em 1 acto. Rio de Janeiro: Typ de Francisco de Paula Brito, 12 f. Fotocópia. Im -<br />

presso. Fotocópia do original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,126<br />

604. CONCEIÇÃO, F. C. da. O namoro de entrudo: Comédia em hum acto. [S.<br />

l.], 1851. 28 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia do original na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,127<br />

605. MAIA, Manuel Rodrigues. Manuel Mendes: farça. Rio de Janeiro: Emp.<br />

Typ. Dous de Dezembro, 1856. 26 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de original<br />

na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,128<br />

606. O FECHAMENTO das portas ou As casas de mármore, as portas de bronze<br />

e os homens de ouro; [farça]. Rio de Janeiro: Typographia de Peixoto & Leite,<br />

1857. 29 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de original na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

Contém anotações de Darci Damasceno atribuindo a autoria a J. J. R. M.<br />

26,4,129<br />

607. O CINCO de dezembro de 1835 ou O conego Ignez. Nictheroy: Typographia<br />

Nictheroy de Rego e Comp., 1835. 28 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de ori -<br />

ginal na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,130<br />

608. A RUSGA da Praia Grande ou O quixotismo do general das massas: comédia<br />

em 3 actos e em proza. Rio de Janeiro: Na Typographia de Thomas B. Hunt<br />

& Co., 1834. 39 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de original na <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional.<br />

26,4,131<br />

609. BURGAIN, Luís Antônio. O remendão de Smyrna ou Um dia de soberania:<br />

vaudeville em 3 actos. Rio de Janeiro: Typographia Austral Beco de Bragança,<br />

1845. 22 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de original na <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />

publicado na Coleção Dramas e Comédias de Luís Antônio Burgain.<br />

26,4,132<br />

610. MACHADO, Caetano Maurício. O triunfo da humanidade: drama [apre-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 256<br />

256<br />

sentado pela inauguração do Hospital de São Lázaro, a 21/8/1787]. [S. l.], [1787].<br />

36 f. Fotocópia. Impresso. Em francês/italiano. O manuscrito contém também<br />

poemas sob os títulos: “Sonetti in versi italiani al mesmo objetto” e “Ode en vers<br />

françois au même sujet”.<br />

26,4,133<br />

611. [COMÉDIA em 4 atos]. [S. l.], [s. d.]. 71 f. Fotocópia. Impresso. Ocorrem<br />

anotações de Darci Damasceno, dizendo que a comédia está incompleta. Faltam<br />

as folhas de título, a do Ato 1, a do começo da 1ª cena, a do <strong>final</strong> da cena 10 e<br />

várias do <strong>final</strong> da peça.<br />

26,4,134<br />

612. SAMPAIO, Albino Forjaz de. Teatro de cordel: catálogo da coleção do autor:<br />

[trecho]. Lisboa. [S. n o ], 1920. 6 f. Fotocópia. Impresso. Ocorrem anotações<br />

de Darci Damasceno: “Falta a cópia do repertório, que é quase todo o livro.”<br />

26,4,135<br />

613. CATALOGUE de la bibliothèque de M. Fernando Palha: [trecho da segun -<br />

da parte]. Lisboa: Impr. Libânio da Silva, 1896. 26 f. Fotocópia. Impresso. Em<br />

francês. Fotocópia das pp. 100-123 da obra, cuja identificação é feita por Darci<br />

Damasceno em ficha anexa.<br />

26,4,136<br />

614. BRAGA, Teófilo. História do Teatro Português: [trechos]. [Portugal?], [s.<br />

d.]. Pag. var. Fotocópia. Impresso. Fotocópia dos trechos de vários volumes, contendo<br />

o Repertório Geral do Theatro Portuguez dos séculos XVI a XVIII.<br />

26,4,137<br />

615. PAPÉIS referentes a um concurso internacional para a construção de um teatro<br />

lírico no Rio de Janeiro. [S. l.], 1856-7. 158 f. Fotocópias. Impresso. Em italiano.<br />

Fotocópias de vários documentos constantes de acervo da DMSS-BN. Em anexo<br />

notas manuscritas de Darci Damasceno, das quais constam listas de cédulas de identificação<br />

(de concorrentes?), ficha com citação bibliográfica e notas remetendo ao<br />

decreto de 10/9/1856, que, segundo Darci Damasceno, é o “1º passo”.<br />

26,4,138<br />

616. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. Rio<br />

de Janeiro: Typographia Brasiliense, 1854-55. 2 v. Fac-símiles. Impresso. Fac-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 257<br />

257<br />

símiles da 1ª edição, em 2 v. Contém algumas anotações manuscritas de Darci<br />

Damasceno nas margens.<br />

26,4,139<br />

617. CATÁLOGO dos preciosos manuscriptos da bibliotheca da Casa dos<br />

Marquezes de Castello Melhor. Lisboa: Typographia Universal, 1878. 34 f. Foto -<br />

cópia. Impresso. Fotocópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

26,4,140<br />

618. BOOK of Hours: latin and french. [S. l.], [s. d.]. 12 p. Fotocópias. Impresso.<br />

Em inglês.<br />

26,4,141<br />

619. MANUSCRITOS et enluminures du onzième au dix-huitième siècle. Paris:<br />

Pierre Berès, [s. d.]. 4 f. Fotocópia. Impresso. Em francês.<br />

26,4,142<br />

620. MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Para uma história social seriada da cidade<br />

do Salvador no século XIX: os testamentos e inventário com fontes de estudos<br />

da estrutura e de mentalidades. Bahia, [1990-81?]. 17 f. Fotocópia. Impresso.<br />

Contém anotações manuscritas de Darci Damasceno, estabelecendo a data prová -<br />

vel do artigo e afirmando que a fonte é uma publicação oficial do Arquivo da<br />

Bahia.<br />

26,4,143<br />

621. ESCRITURAS de Sesmarias do Rio de Janeiro, sob o governo de Salvador<br />

Corrêa de Sá. [Rio de Janeiro], 1579. 27 f. Fotocópias. Impresso. Fotocópias de<br />

trechos de cartas de sesmarias e de transcrições datilografadas.<br />

26,4,144<br />

622. LAVRADIO, Luís de Almeida Soares Portugal Alarcão Eça Melo Silva e<br />

Mascarenhas, marquês do. Relatório do marquês do Lavradio, vice-rei do Rio de<br />

Janeiro, entregando o governo a Luís de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no<br />

vice-reinado. Rio de Janeiro, 1843. 4 f. Fotocópia. Impresso. O relatório foi escri -<br />

t o em 19/6/1779. Artigo publicado na Revista Trimensal de História e Geografia<br />

ou Jornal do IHGB, nº 16, janeiro de 1843. Nota de Darci Damasceno: RIHGB,<br />

Tomo IV.<br />

26,4,145<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 258<br />

258<br />

623. MEMÓRIAS publicadas e econômicas da cidade de São Sebastião do Rio<br />

de Janeiro. Rio de Janeiro, [s. d.]. 14 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de trecho<br />

de obra não identificada.<br />

26,4,146<br />

624. RELAÇÕES parciaes apresentadas ao marquês do Lavradio. [Rio de Ja -<br />

neiro?], [s. d.]. 34 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de trecho publicado na Revis -<br />

ta do Instituto Histórico. Ocorrem anotações manuscritas de Darci Damasceno.<br />

26,4,147<br />

625. RELAÇÃO das sesmarias da Capitania do Rio de Janeiro, extraída dos livros<br />

de sesmarias e registros do cartório do tabelião Antônio Teixeira de Carvalho. De<br />

1565 a 1796. [Rio de Janeiro], [s. d.]. 31 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de<br />

trecho de uma revista trimestral do Instituto Histórico.<br />

26,4,148<br />

626. VELOSO, José Marianno da Conceição, frei. Flora alographica das hervas<br />

contheúdas nesta obra e de outras do Brazil, cuja incineração póde dar huma<br />

maior abundancia do Alkali fixo vegetal, ou Potassa: enriquecida com estampas:<br />

debaixo dos auspicios e de ordem de sua Alteza Real o Principe do Brazil Nosso<br />

Senhor. [S. l.], [s. n o ], [s. d.]. 44 f. Fotocópia. Impresso.<br />

26,4,149<br />

627. DIFFIE, Bailey W. Bibliography of the principal published guides to portuguese<br />

archives and libraries. [New York], [s. d.]. 23 f. Fotocópia. Impresso. Em<br />

inglês.<br />

26,4,150<br />

628. SUMÁRIO dos documentos históricos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional do Rio de<br />

Janeiro. Lisboa: Academia Portuguesa de História, 1959. 5 f. Fotocópia. Impresso.<br />

Extraído do Guia da <strong>Biblioteca</strong> Histórica Portuguesa, v. 1, fasc. 1.<br />

26,4,151<br />

629. ARCHIVO do Marquez do Lavradio: lista completa do archivo do Vice<br />

Rey do Brasil, Marquez do Lavradio: manuscriptos encadernados autographos.<br />

[S. l.], 1925. 6 f. Fotocópia. Impresso. Publicado na revista do IHGB, t. 97, v.<br />

151.<br />

26,4,152<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 259<br />

259<br />

630. ÍNDICE Geral alphabetico dos vinte primeiros volumes dos Annaes da<br />

Bibliotheca Nacional. [S. l.], [s. d.]. 11 f. Fotocópia. Impresso.<br />

26,4,153<br />

631. ÍNDICE dos Anais da <strong>Biblioteca</strong> Nacional do Rio de Janeiro: [vols. 1-60].<br />

[S. l.], [s. d.]. Fotocópia. Impresso.<br />

26,4,154<br />

632. CATÁLOGO do valiosíssimo e precioso leilão da escolhida, a melhor colleccionada<br />

e mais importante livraria desta corte pertencentes ao ilustre juriscon -<br />

sulto e finado senador do império o Ex. mo Sr. Conselheiro Zacharias de Góes e<br />

Vasconcellos, que faz Enéas Pontes. Rio de Janeiro: Typ. Imp. e Const. de J. Vil -<br />

leneuve & C., [1878]. 8 f. Fotocópia. Impresso.<br />

26,4,155<br />

633. CATÁLOGO dos livros que comprei à Preta Joaquina, herdeira e testamenteira<br />

do falecido dr. Manuel Ignácio da Silva Alvarenga (...). [S. l.], [s. d.].<br />

25 f. Fotocópia. Impresso. Xerox retirada de documentos do Arquivo Público<br />

Nacional. Contém anotações de Darci Damasceno “Por letra de Manuel Joaquim<br />

da Silva Porto”; “(M. Inácio da S. Alvarenga) morreu em novembro de 1814”.<br />

26,4,156<br />

634. ABREU, Casimiro de. Carta a Manuel Antônio Rodrigues Machado sobre<br />

a desavença entre o destinatário e o pai do autor: cópia. [S. l.], 23/4/1860. 2 f.<br />

Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />

26,4,157<br />

635. PACHECO, Félix. Carta a Alfredo Pujol agradecendo-lhe a remessa do exem -<br />

plar do Estado com a conferência sobre Machado de Assis: cópia. Rio de Janei -<br />

ro, 4/12/1915. 4 f. Cópia. Fotocópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacio -<br />

nal. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,4,158<br />

636. BARROSO, Gustavo. Carta a Coelho Neto sobre recordações da infância<br />

e da casa do engenho de seus antepassados: cópia. Curió, 20/10/1914. 4 f. Cópia.<br />

Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Gustavo Barroso sob pseudônimo<br />

de João do Norte. Original na Divisão de Manuscritos, I-1,1,41.<br />

26,4,159<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 260<br />

260<br />

637. ABREU, Casimiro de. Carta a destinatário tratado pelo missivista como<br />

“My dear”, referente a assuntos pessoais. Rio de Janeiro, 25/7/1859. 1 f. Cópia.<br />

Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />

Di visão de Manuscritos. Documento original na Divisão de Manuscritos. Corres -<br />

pondência avulsa – A.<br />

26,4,160<br />

638. ABREU, Casimiro de. Carta que acompanha o envio de obras do autor a<br />

des tinatário desconhecido: cópia. Rio de Janeiro, [27/10/1859]. 2 f. Cópia. Ma -<br />

nuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Di -<br />

visão de Manuscritos. Original na Divisão de Manuscritos. Correspondência<br />

avulsa – A.<br />

26,4,161<br />

639. ABREU, Casimiro de. Carta a sua irmã tratando de assuntos pessoais. Rio<br />

de Janeiro, 6/2/1859. 2 f. Cópia. Manuscritos. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

Anotações de Darci Damasceno. Original na Divisão de Manuscritos. Corres -<br />

pondência avulsa – A.<br />

26,4,162<br />

640. ABREU, Casimiro de. Poema autógrafo de Casimiro de Abreu: cópia. [S.<br />

l.], [s. d.]. 3 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Anotações<br />

de Darci Damasceno. 2 cópias, sendo que uma incompleta.<br />

26,4,163<br />

641. ABREU, Casimiro de. Carta a Antônio Fernandes Camacho pedindo que<br />

lhe envie roupas e material de escrita: cópia. [S. l.], 27/4/1860. 2 f. Cópia.<br />

Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Original<br />

in I-4,7,57.<br />

26,4,164<br />

642. BARBOSA, Domingos Caldas. Carta em versos ao conde de Oeiras: cópia.<br />

[S. l.], [s. d.]. 6 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão<br />

de Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno, cópia da coleção de autógrafos<br />

de Ernesto Serra. Em anexo notícias biográficas sobre o autor.<br />

26,4,165<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 261<br />

261<br />

643. BARBOSA, Domingos Caldas. Versos ao conde de Oeiras: cópia. [S. l.], [s.<br />

d.]. 1 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manus -<br />

critos. Anotações de Darci Damasceno.<br />

26,4,166<br />

644. AZEVEDO, Álvares de. Carta a sua mãe com um poema autógrafo “A mi -<br />

nha mãe”: cópia. São Paulo, 6/6/s. a. 3 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional. Anotações de Darci Damasceno. Original na Divisão de Manuscritos,<br />

I-9,5,66.<br />

26,4,167<br />

645. SILVA, Antônio Diniz da Cruz e. “Metamorfoses”. Caderno contendo os<br />

seguintes poemas: 1 “A tejuca,” 2 “O cristal e o topázio”, 3 “A mariposa”, 4 “O<br />

caulri”, 5 “O manacá” e “O beija-flor”, 6 “Bem-te-vi” “Macahé”: cópia. [S. l.],<br />

[s. d.]. 18 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de<br />

Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno. Cópia 35 p. Letra do século XIX.<br />

Original na Divisão de Manuscritos, I-7,16,41.<br />

26,4,168<br />

646. COSTA, Cláudio Manuel da. Carta a Luís Antônio de Sousa informando<br />

sobre o envio de um volume de suas obras e um exemplar da oração escrita pelo<br />

seu irmão José Antônio de Alvarenga: cópia. Vila Rica, 21/5/1771. 2 f. Fotocópia.<br />

Manuscrito. Cópia do original da Coleção Morgado de Mateus, localizado em<br />

I-30,10,29. Com anotações de Darci Damasceno. Duas cópias.<br />

26,4,169<br />

647. AZEVEDO, Álvares de. Carta a sua mãe sobre a vida cotidiana e seu estado<br />

de espírito: cópia. São Paulo, 3/5/1851. 2 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional. Anotações de Darci Damasceno. Original na Divisão de<br />

Manuscritos, I- 9,5,65.<br />

26,4,170<br />

648. ABREU, Casimiro de. Carta a Cristóvão Corrêa e Castro sobre sua obra e<br />

da saudade dos amigos: cópia. Rio de Janeiro, 1/4/1859. 3 f. Cópia. Manuscrito.<br />

Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Original na<br />

Di visão de Manuscritos, I,9,5,4.<br />

26,4,171<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 262<br />

262<br />

649. RIO DE JANEIRO (cidade). Câmara Municipal. Edital estabelecendo a<br />

nova divisão de distritos da cidade. Rio de Janeiro: Typographia de Lessa & Pe -<br />

reira, 1833. 1 f. Fotocópia. Impresso.<br />

26,4,172<br />

650. MAPA de encanamento de água. Rio de Janeiro, 1832. 1 f. Cópia. Manus -<br />

crito. Anotações de Darci Damasceno, folha em anexo.<br />

26,4,173<br />

651. ILUMINAÇÃO a gás no Rio de Janeiro: documentos: cópia. Rio de Janeiro,<br />

1834-36. 14 f. Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />

26,4,174<br />

652. SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DO IMPÉRIO. Relatório<br />

da comissão encarregada de interpor seu parecer sobre a fábrica de fiar e tecer algodão<br />

de Joaquim Diogo Hartley. Rio de Janeiro, 11/1/1848. Cópia. Manuscrito.<br />

Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci<br />

Damasceno.<br />

26,4,175<br />

653. CARTA a d. Pedro I onde se pede que os encarregados da extinção dos<br />

quilombos da corte sejam liberados para regressar a casa. Rio de Janeiro, [1822-<br />

31]. 2 f. Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da Biblio -<br />

teca Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />

26,4,176<br />

654. CONSELHO DO ESTADO DOS NEGÓCIOS DO IMPÉRIO. Parecer<br />

sobre o requerimento de um empréstimo, por parte do imperador, para a fiação<br />

de algodão de Joaquim Diogo Hartley. Rio de Janeiro, 16/8/1847. 2 f. Cópia.<br />

Manuscrito.<br />

26,4,177<br />

655. ARCOS, conde dos. Ofício para o conde da Barca sobre a necessidade de<br />

recolher todos os exemplares da obra O preto e o bugio no mato, considerada anti -<br />

política. Bahia, 3/3/1814. 1 f. Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damas -<br />

ceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />

26,4,178<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 263<br />

656. MONANCHIA Monogynia – Cana: Pacó seróca. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />

Reprodução fotográfica. Impresso.<br />

FOTOGRAFIAS<br />

Datas-limite: 1917-1964<br />

Conteúdo: fotografias que, em sua quase totalidade, retratam a poetisa Cecília<br />

Meireles, sozinha, em família ou com amigos. Entre os retratados estão Manuel<br />

Bandeira, Vinícius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade.<br />

Quantificação: 22 documentos<br />

263<br />

657. CECÍLIA Meireles em sua formatura. [Rio de Janeiro], [1917 ou 1918.]<br />

18x13cm. Fotos Registro patrimonial: 940.151-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />

1,1,16 nº 1<br />

658. CECÍLIA Meireles chegando ao aeroporto de Nova Déli. Nova Déli, [1953].<br />

12x18cm. Foto. Registro patrimonial: 940.152-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina,<br />

p&b.<br />

1,1,16 nº 2<br />

659. CECÍLIA Meireles entre as décadas de 10 e 20: individuais. [S. l.], [1918-<br />

192-]. 17x12cm a 25x18cm. Registro patrimonial: 940.153/156-26/12/1997-<br />

D. 4 fotos: gelatina, p&b.<br />

1,1,16 n os 3-6<br />

660. CECÍLIA Meireles na década de 30: individuais. [S. l.], [193..]. 17x12cm<br />

a 23x17cm. Registro patrimonial: 940.157/159-26/12/1997-D. 3 fotos: gelatina,<br />

p&b.<br />

1,1,16 nº s 7-9<br />

661. CECÍLIA Meireles entre as décadas de 40 e 50: individuais. [S. l.], [194- a<br />

195-]. 9x13cm a 31x22cm. Fotos. Registro patrimonial: 940.160/166-<br />

26/12/1997-D. 7 fotos: gelatina, p&b.<br />

1,1,16 n os 10-16<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 264<br />

264<br />

662. CECÍLIA Meireles na década de 60: individual. [S. l.], [196-]. 11x8cm a<br />

21x14cm. Fotos. Registro patrimonial: 940.167/174-26/12/1997-D. 8 fotos:<br />

gelatina, p&b.<br />

1,1,16 nº s 17-24<br />

663. PÔSTER de Cecília Meireles: adulta, rosto de perfil. [S. l.], [195-]. 30x23cm.<br />

1,1,16 nº 25<br />

664. CASA onde nasceu Cecília Meireles na Tijuca: fachada da casa de frente e<br />

lado, de lado e fundos. Sobrado sobre um açougue na antiga Rua São Luís, esqui -<br />

na da Rua Colina, perto da Haddock Lobo. [Rio de Janeiro], [19–]. 9x9cm.<br />

Fotos. Registro patrimonial: 940.176/179-26/12/1997-D. 4 fotos: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 n os 1-4<br />

665. CECÍLIA Meireles com o primeiro marido Fernando Correia Dias. [S. l.],<br />

[1931]. 9x6cm. Foto. Registro patrimonial: 940.180-26/12/1997-D. 1 foto:<br />

gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº 5<br />

666. CECÍLIA Meireles e sua filha Maria Elvira, ainda de colo, no jardim da<br />

casa de Fernando Correia Dias. [Rio de Janeiro], [192-]. 12x9cm a 18x13cm.<br />

Fotos. Registro patrimonial: 940.181/184-26/12/1997-D. 4 fotos: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº s 6-9<br />

667. CECÍLIA Meireles e sua filha Maria Fernanda, sentadas em um jardim. [S.<br />

l.], [196-]. 13x18cm. Foto. Registro patrimonial: 940.185-26/12/1997-D. 1 foto:<br />

gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº 10<br />

668. CECÍLIA Meireles com o segundo marido, Heitor Grillo, em viagem aos<br />

Estados Unidos. Estados Unidos, [1940]. 18x13cm. Foto. Registro patrimonial:<br />

940.186-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº 11<br />

669. CASA de Cecília Meireles: fachada da casa no Cosme Velho, residência após<br />

o segundo casamento até sua morte. [194- e 1964]. 14x18cm. Foto. Registro<br />

patrimonial: 940.187-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº 12<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 265<br />

265<br />

670. CECÍLIA Meireles com Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e<br />

Vinícius de Moraes, sentados em um sofá. [Rio de Janeiro], [194- a 195-]. 16x13cm.<br />

Foto. Registro patrimonial: 940.188-26/12/1997- D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº 13<br />

671. CECÍLIA Meireles com Arpad Szénes e provavelmente em segundo plano<br />

a pintora Maria Helena Vieira da Silva. [S. l.], [194-]. 13x9cm. Foto. Registro<br />

patrimonial: 940.189-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº 14<br />

672. CECÍLIA Meireles na entrega de prêmios da Academia Brasileira de Letras<br />

de 1938, com Melo Nóbrega, Antônio Austregésilo, Maria Jacinta, Vladimir<br />

Emanuel, Martins de Oliveira. [Rio de Janeiro], [1939]. 20x<strong>25cm</strong>. Foto. Registro<br />

patrimonial: 940.190-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº 15<br />

673. CORREIA Dias com Vieira da Cunha e Olegário Mariano no jardim de<br />

sua casa. [Rio de Janeiro], [192-]. 16x12cm a 25x18cm. Fotos. Registro patrimo -<br />

nial: 940.191/194-26/12/1997-D. 4 fotos: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 n os 16-19<br />

674. MANUEL Antônio de Almeida. [S. l.], [18–]. 13x9cm. Foto. Registro patri -<br />

monial: 940.195-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº 20<br />

675. CASA de Alberto de Oliveira: fachada. Rio de Janeiro, [19–]. 21x29cm.<br />

Foto. Registro patrimonial: 940.196-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº 21<br />

676. ENCADERNAÇÃO da peça Quem porfia mata caça, Teatro Martins Pena.<br />

[Rio de Janeiro], [19–]. 18x24cm. Fotos. Registro patrimonial: 940.197/198-<br />

26/12/1997-D. 2 fotos: gelatina, p&b.<br />

1,1,17 nº s 22-23<br />

677. TIJUCA e Grajaú: as fotos apresentam prováveis referências à localização<br />

da moradia do conde da Barca no século XVIII. Rio de Janeiro, [1986]. 9x13cm.<br />

Fotos. Registro patrimonial: 940.199/200-26/12/1997-D. 941.301/316-<br />

14/01/1998-D. 18 fotos: gelatinas, color.<br />

1,1,17 nº s 24-25/1,1,18 nº s 1-16<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 266<br />

678. FOLHA de rosto do códice rústico de Gregório de Matos. Rio de Janeiro,<br />

[19–]. 10x6cm. Foto. Registro patrimonial: 940.800-3/8/1998-D. 1 foto: gelatina,<br />

p&b. Material adicional: envelope com informações manuscritas e tinta no<br />

armário 26,2,223.<br />

1,1,18 nº 17<br />

IMPRESSOS – LIVROS<br />

Datas-limite: 1961-1973<br />

Conteúdo: obras literárias<br />

Quantificação: 7 documentos<br />

266<br />

679. BRANDÃO, Tomás Pinto. Este é o bom governo de Portugal: antologia.<br />

Prefácio, leitura do texto e notas de João Palma-Ferreira. Sintra: Europa-América,<br />

1976. Em português. Contém anotações de Darci Damasceno. Antiga localização:<br />

26,1,160.<br />

IMP 25,1,17<br />

680. PORTO ALEGRE. Gonçalves de Magalhães: cartas a Monte Alverne.<br />

Apresentação de Roberto Lopes. São Paulo: Conselho Estadual de Cultura, 1964.<br />

Em português. Contém dedicatória de Roberto Lopes a Darci Damasceno.<br />

Material anexo: um bloco de anotações feitas por Darci Damasceno. Antiga localização:<br />

26,1,136.<br />

IMP 25,1,18<br />

681. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Vilancicos seiscentistas: [org. de] Darci<br />

Damasceno. Rio de Janeiro: A <strong>Biblioteca</strong>, 1970. Em português. Material anexo:<br />

folha com anotações de Darci Damasceno. Antiga localização: 26,1,137.<br />

IMP 25,1,19<br />

682. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Vilancicos da Coleção Barbosa<br />

Machado. Catálogo organizado por Rosemarie Erika Horch. Rio de Janeiro: A<br />

<strong>Biblioteca</strong>, 1969. Em português. Antiga localização: 26,1,138.<br />

IMP 25,1,20<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 267<br />

683. GONÇALVES de Magalhães: trechos escolhidos por José Aderaldo Castelo.<br />

Rio de Janeiro: Agir, 1961. Em português. Antiga localização: 26,1,135.<br />

IMP 25,1,21<br />

684. MEIRELES, Cecília. Poesias completas. São Paulo: Civilização Brasileira,<br />

1973. Em português. Volume 6, contendo: Morena, pena de amor; Nunca mais...<br />

e Poema dos Poemas; Baladas para el-rei. Contém anotações de Darci Damasceno.<br />

Antiga localização: 26,1,50.<br />

IMP 25,1,22<br />

685. PERES, Fernando Rocha. O Pinto novamente renascido: biografia e antologia<br />

de Tomás Pinto Brandão. Salvador: [s. n. o ], 1971. Em português. Separata<br />

de n os 8/9, jan./ago. 1971, pp. 215-249. Contém anotações de Darci Damasceno.<br />

Antiga localização: 26,1,43.<br />

IMP 25,1,23<br />

ÍNDICE ONOMASTICO<br />

ABREU, Casimiro de<br />

634, 637, 638, 639, 640, 641, 648<br />

AFFONSO, Rui<br />

457<br />

ALDEN, Dauril<br />

581, 590, 591<br />

ALEMÃO, Francisco Freire<br />

146<br />

ALENCAR, José de<br />

550<br />

ALMEIDA, Josefina Maria de<br />

544<br />

ALMEIDA, Lúcia Machado de<br />

456<br />

267<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 268<br />

ALMEIDA, Manuel Antônio de<br />

538, 539, 540, 541, 542, 543, 616<br />

AMORA, Antônio Soares<br />

532<br />

ANDRADE, Carlos Drummond de<br />

56, 63, 432, 490<br />

ANDRADE, Rômulo Garcia de<br />

137<br />

ARAGUAIA, Domingos José Gonçalves de Magalhães, visconde de<br />

557, 576<br />

ARCOS, conde dos<br />

655<br />

AYALA, Walmir<br />

64, 65<br />

AZEVEDO FILHO, Leodegário A. de<br />

459<br />

AZEVEDO, Álvares de<br />

644, 647<br />

AZEVEDO, Fernando de<br />

491, 492<br />

AZEVEDO, J. V. R. de<br />

602, 603<br />

BAENA<br />

242<br />

BARATA, Mário<br />

130<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

268


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 269<br />

BÁRBARA HELIODORA<br />

116, 533<br />

BARBOSA, Domingos Caldas<br />

642, 643<br />

BARBOSA, Francisco de Assis<br />

82<br />

BARBOSA, J. da C.<br />

390<br />

BARROS, João Marianno<br />

545<br />

BARROSO, Gustavo<br />

636<br />

BATAILLON, Marcel<br />

425<br />

BERRIEN, William<br />

494<br />

BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil)<br />

70, 134, 143, 681, 682<br />

BONFIM, Beatriz<br />

111<br />

BOSI, Alfredo<br />

454<br />

BOWERS, Fredson<br />

427<br />

BRAGA, Teófilo<br />

614<br />

269<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 270<br />

BRANDÃO, José da Silva<br />

92<br />

BRANDÃO, Tomás Pinto<br />

433, 434, 435, 679<br />

BREU, Jerônimo Vieira de<br />

582<br />

BROCA, Brito<br />

115<br />

BURGAIN, Luís Antônio<br />

609<br />

CABRAL, Vicente Jorge Dias<br />

200<br />

CAMBARA, Isa<br />

85<br />

CANDIDO, Antonio<br />

546<br />

CARAUTA, Jorge Pedro Pereira<br />

150, 151, 152<br />

CARDOSO NETTO, José<br />

574<br />

CASTELO, José Aderaldo<br />

683<br />

CERQUEIRA FILHO, Gisálio<br />

87<br />

CHAMIE, Mário<br />

57<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

270


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 271<br />

CONCEIÇÃO, F. C. da<br />

604<br />

CONSELHO DO ESTADO DOS NEGÓCIOS DO IMPÉRIO<br />

654<br />

COSTA, Cláudio Manuel da<br />

646<br />

COSTA, José Daniel Rodrigues da<br />

577<br />

COSTA, Maurício da<br />

199<br />

COSTA, Osvaldo de Almeida<br />

140<br />

COUTINHO, Gastão Fausto da Câmara<br />

596, 597<br />

CUNHA, Waldir da<br />

143<br />

271<br />

DAMASCENO, Darci<br />

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24,<br />

25, 26, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 123, 124, 125, 143, 144, 149, 154,<br />

155, 156, 157, 158, 159, 160, 161, 162, 163, 164, 165, 166, 167, 168, 169,<br />

170, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 179, 180, 181, 182, 183, 184,<br />

185, 186, 187, 188, 190, 192, 193, 194, 195, 196, 197, 200, 201, 203, 204,<br />

205, 206, 207, 208, 209, 210, 211, 213, 214, 215, 216, 217, 218, 219, 220,<br />

221, 222, 223, 224, 225, 226, 227, 228, 229, 230, 231, 232, 233, 234, 235,<br />

236, 237, 238, 239, 240, 241, 243, 244, 245, 246, 247, 248, 249, 250, 251,<br />

252, 253, 254, 256, 257, 258, 259, 260, 261, 262, 263, 264, 265, 266, 267,<br />

268, 269, 270, 271, 272, 273, 274, 275, 276, 277, 278, 279, 280, 281, 282,<br />

283, 284, 285, 286, 287, 288, 289, 290, 291, 292, 293, 294, 295, 296, 297,<br />

298, 299, 300, 301, 302, 303, 304, 305, 306, 307, 308, 309, 310, 311, 312,<br />

313, 314, 315, 316, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 326, 327,<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 272<br />

328, 329, 330, 331, 332, 333, 334, 335, 336, 337, 338, 339, 340, 341, 342,<br />

343, 344, 345, 346, 347, 348, 349, 350, 351, 352, 353, 354, 355, 356, 357,<br />

358, 359, 360, 361, 362, 363, 365, 366, 367, 368, 370, 371, 373, 374, 375,<br />

376, 377, 378, 379, 380, 381, 382, 383, 384, 385, 408, 466, 547, 548, 681<br />

DANTAS, Ondina<br />

54<br />

DARRIQUE, João Baptista<br />

589<br />

DEBRET, Jean Baptiste<br />

554, 555, 556<br />

DIAS, Roberto<br />

31<br />

DIFFIE, Bailey W.<br />

627<br />

DIMAS, Antônio<br />

29, 30<br />

DONATO, Ernesto<br />

561<br />

DUARTE, Afonso<br />

505<br />

FEIJÓ, J. da Silva<br />

583<br />

FERREIRA, David Mourão<br />

78<br />

FERREIRA, José Henrique<br />

198<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

272


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 273<br />

FERREIRA, Múcio P.<br />

452<br />

FERREIRA, Sônia Nolasco<br />

94<br />

FUNARTE<br />

26<br />

FUNDAÇÃO GREGÓRIO DE MATOS<br />

31<br />

GARBUGLIO, José C.<br />

461<br />

GÓIS, Damião de<br />

426<br />

GRILLO, Heitor<br />

2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21<br />

GROPPER, Symona<br />

38<br />

GUINSBURG, J.<br />

462<br />

HORCH, Rosemarie Erika<br />

682<br />

IGEL, Regina<br />

103<br />

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA<br />

148<br />

JAKOBSON, Roman<br />

447<br />

273<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 274<br />

JOÃO, Rei de Portugal, 1521-1557<br />

426<br />

JOSÉ I, Rei de Portugal, 1714-1777<br />

592<br />

LA VALE, Meireles<br />

66<br />

LAMEGO, Adinalzir Pereira<br />

147<br />

LAVRADIO, Luís de Almeida Soares Portugal Alarcão Eça Melo Silva e Mas -<br />

carenhas, marquês do<br />

622<br />

LEAL, José da Silva Mendes<br />

536<br />

LEMME, Pascoal<br />

80<br />

LEMOS, Tite de<br />

100<br />

LIMA, José Joaquim Lopes de<br />

599<br />

LOPES, Antônio<br />

45<br />

LOPES, Roberto<br />

680<br />

MACEDO, Diogo de<br />

506, 507<br />

MACHADO, Caetano Maurício<br />

610<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

274


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 275<br />

MACHMAN, Flora<br />

59<br />

MACKSEN, Luís<br />

109<br />

MAGALHÃES JÚNIOR, R.<br />

127<br />

MAGALHÃES, Augusto<br />

484<br />

MAIA, Manuel Rodrigues<br />

605<br />

MALFATTI, Anita<br />

501<br />

MARIA FERNANDA<br />

36<br />

MARTINS, Wilson<br />

39, 42, 43, 88, 97, 98, 99<br />

MATOS, Eusébio de<br />

412<br />

MATOS, Gregório de<br />

386, 387, 388, 389, 413, 414, 416, 417, 418, 428, 429, 437, 441, 442<br />

MATTOSO, Kátia M. de Queirós<br />

620<br />

MEIRELES, Cecília<br />

53, 74, 79, 95, 443, 445, 446, 448, 449, 463, 464, 465, 467, 468, 469, 470,<br />

471, 472, 473, 474, 475, 477, 478, 482, 483, 485, 567, 684<br />

MELLO FILHO, Luís Emídio de<br />

145<br />

275<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 276<br />

MELLO, Francisco<br />

594<br />

MELLO, José Antônio Gonçalves de<br />

552<br />

MELO, Veríssimo de<br />

121<br />

MENEZES, Djacir<br />

91<br />

MENEZES, Fagundes de<br />

102<br />

MERQUIOR, José Guilherme<br />

51<br />

MEYER, Augusto<br />

84, 479, 480, 481, 486, 487, 488<br />

MICHAILOWSKY, P.<br />

489<br />

MONTE-MOR, Janice de Mello<br />

23<br />

MONTELLO, Josué<br />

110, 112<br />

MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas<br />

40, 44<br />

MURICY, Andrade<br />

83<br />

NAVARRO, E.<br />

86<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

276


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 277<br />

NEVES, Francisco de Sousa<br />

431<br />

NIST, John<br />

451<br />

NUNES, Cassiano<br />

117<br />

OLIVEIRA, José de Osório de<br />

503<br />

OLIVEIRA, Marly de<br />

55, 93, 458<br />

OLIVEIRA, Sérgio Martins<br />

24<br />

PACHECO, Félix<br />

635<br />

PALMA-FERREIRA, João<br />

679<br />

PARKER, John M.<br />

120<br />

PAZ FILHO, Manuel Raimundo da<br />

1<br />

PEIXOTO, Afrânio<br />

514<br />

PENA, Martins<br />

108, 516, 517, 518, 519, 520, 521, 522, 523, 524, 525, 526, 527, 528, 529,<br />

530, 531, 535<br />

PEREIRA, Justiniano da Cunha<br />

601<br />

277<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 278<br />

PERES, Fernando da Rocha<br />

27, 28, 32, 33, 34, 392, 393, 404<br />

PERES, Fernando Rocha<br />

685<br />

PÉREZ, Renard<br />

61<br />

PIMENTEL, Osmar<br />

460<br />

POMPÉIA, Raul<br />

364<br />

PONTES, Cruz<br />

136<br />

PORTO-ALEGRE, Manuel de Araújo<br />

553<br />

QUEIROZ, Carlos<br />

495<br />

QUEVEDO Y VILLEGAS, Francisco<br />

424<br />

RABELO, Manuel Pereira<br />

396<br />

REIS, Floriano<br />

25<br />

REYES, Alfonso<br />

502<br />

RICARDO, Cassiano<br />

476<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

278


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 279<br />

RIO DE JANEIRO (cidade). Câmara Municipal<br />

649<br />

RIO DE JANEIRO (cidade). Prefeitura<br />

133<br />

RODRIGUES, Graça Almeida<br />

426<br />

RODRIGUEZ-MOÑINO, Antônio<br />

425<br />

RÓNAI, Paulo<br />

37<br />

ROSÁRIO, José Manuel do<br />

571<br />

SAMPAIO, Albino Forjaz de<br />

612<br />

SANTIAGO, Silviano<br />

551<br />

SCHMIDT, Augusto Frederico<br />

453<br />

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DO IMPÉRIO<br />

652<br />

SENA, Jorge de<br />

455<br />

SERPA, Alberto de<br />

508, 509, 510, 511, 512<br />

SILVA, Alberto da Costa e<br />

35<br />

279<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 280<br />

SILVA, Antônio Diniz da Cruz e<br />

645<br />

SILVA, José Maria da Costa e<br />

401<br />

SILVA, Vítor Manuel Pires de Aguiar e<br />

420<br />

SILVEIRA, Miroel<br />

513<br />

SIQUEIRA, Sônia Aparecida<br />

138<br />

SOUSA-LEÃO FILHO, Joaquim de<br />

129<br />

SUBLIGA MINEIRA PRÓ-ESTADO LEIGO DE JUIZ DE FORA<br />

1<br />

SZENES, Arpad<br />

76<br />

TORRE, Guillermo de<br />

122<br />

TRIGO, Luciano<br />

48<br />

ÚRSULA C.<br />

22<br />

VELOSO, José Marianno da Conceição, frei<br />

626<br />

VERGARA, Telmo<br />

493<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

280


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 281<br />

VILLAÇA, Antônio Carlos<br />

96, 101<br />

WEHLING, Arno<br />

371<br />

ÍNDICE TEMATICO<br />

Abreu, Casimiro de, 1839-1860 – Correspondência<br />

634, 637, 638, 639, 641, 648<br />

Administração – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />

622, 649, 650, 651<br />

Agricultura – Brasil – História<br />

590<br />

Agricultura – Brasil – História – Fontes<br />

139, 369, 370, 371, 383, 582, 592<br />

Agricultura – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />

587<br />

Alemão, Freire, 1797-1874<br />

144, 375, 376, 377, 378, 380<br />

Alemão, Freire, 1797-1874 – Arquivos<br />

147, 149<br />

281<br />

Alemão, Freire, 1797-1874 – Biobibliografia<br />

373<br />

Alencar, José de, 1829-1877 – Biobibliografia<br />

127<br />

Alencar, José de, 1829-1877 – Correspondência<br />

191, 539<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 282<br />

Alencar, José de, 1829-1877 – Crítica e interpretação<br />

125, 126, 190, 192, 350, 351<br />

Algodão – Brasil – História – Fontes<br />

652, 654<br />

Almeida, Josefina Maria de – Correspondência<br />

544<br />

Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861 – Arquivos<br />

124<br />

Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861 – Biografia<br />

189<br />

Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861 – Correspondência<br />

538, 539, 540, 541, 542, 543<br />

Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861 – Crítica e interpretação<br />

188, 341, 342, 343, 344, 345, 347<br />

Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861 – Retratos<br />

674<br />

Alvarenga, Silva, 1747-1814 – Bibliografia<br />

362<br />

América do Sul – Arquivos – Guia<br />

563<br />

282<br />

Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987 – Correspondência<br />

432, 490<br />

Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987 – Retratos<br />

670<br />

Andrade, Mário de, 1893-1945 – Crítica e interpretação<br />

261<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 283<br />

Anil – Brasil – História<br />

196, 197<br />

Anil – Brasil – História – Fontes<br />

369, 370, 371, 581, 582, 591<br />

Anil – Indústria – História – Fontes<br />

584, 585<br />

Anil – Indústria – Portugal – História – Fontes<br />

583<br />

Araguaia, Domingos José Gonçalves de Magalhães, visconde de, 1811-1822 –<br />

Correspondência<br />

557, 680<br />

Araguaia, Domingos José Gonçalves de Magalhães, visconde de, 1811-1882 –<br />

Crítica e interpretação<br />

683<br />

Arquivo Geral da Prefeitura (Rio de Janeiro) – Guia<br />

133<br />

Arquivo Nacional (Brasil) – Periódicos<br />

47, 48<br />

Arquivos e arquivamento – Periódicos<br />

141<br />

Arquivos – América do Sul – Guia<br />

563<br />

Arquivos – Portugal – Guia<br />

627<br />

Astronomia – Observação – Brasil<br />

44<br />

283<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 284<br />

Autógrafos brasileiros<br />

74, 358<br />

Autoria<br />

272, 330<br />

Autoria – Literatura – Crítica textual<br />

222<br />

Azevedo, Álvares de, 1831-1852 – Correspondência<br />

644, 647<br />

Azevedo, Fernando de – Correspondência<br />

491, 492<br />

Bahia – Bibliografia<br />

243<br />

Bahia – História – Fontes<br />

430, 620<br />

Bandeira, Manuel, 1886-1968 – Crítica e interpretação<br />

97<br />

Bandeira, Manuel, 1886-1968 – Retratos<br />

670<br />

Barbosa, Domingos Caldas, 1738-1800 – Correspondência<br />

642, 643<br />

Barca, conde da – Biografia<br />

365<br />

Barca, conde da – Biografia – Fontes iconográficas<br />

677<br />

Barreto, Lima, 1881-1922 – Biografia<br />

82<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

284


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 285<br />

Barros, João Marianno<br />

545<br />

Barroso, Gustavo, 1888-1954 – Correspondência<br />

636<br />

Berrien, William – Correspondência<br />

494<br />

<strong>Biblioteca</strong> infantil – Brasil<br />

75<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil) – Anais – Catálogos<br />

630, 631<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil) – Exposições – Catálogos<br />

134<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil) – Manuscritos<br />

220, 421, 628<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil) – Manuscritos – Exposições<br />

136<br />

<strong>Biblioteca</strong> Nacional de Coimbra – Manuscritos<br />

164<br />

<strong>Biblioteca</strong>s particulares – Catálogos<br />

564, 613, 617, 633<br />

<strong>Biblioteca</strong>s – Portugal – Guia<br />

627<br />

Botânica – Brasil<br />

145, 146<br />

Botânica – Estampas<br />

656<br />

285<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 286<br />

Bragança (Família)<br />

201<br />

Brandão, Tomás Pinto, 1664-1743 – Crítica e interpretação<br />

159<br />

Brandão, Tomás Pinto, 1664-1743 – Bibliografia<br />

234, 235, 236<br />

Brandão, Tomás Pinto, 1664-1743 – Biobibliografia<br />

679<br />

Brandão, Tomás Pinto, 1664-1743 – Biografia<br />

685<br />

Brandão, Tomás Pinto, 1664-1743 – Poesia<br />

156, 157, 158<br />

Brasil – Botânica<br />

143, 145<br />

Brasil – Flora<br />

143, 626<br />

Brasil – História<br />

322<br />

Brasil – História – Bibliografia<br />

178<br />

Brasil – História – Domínio holandês, 1624-1654 – Fontes<br />

552<br />

Brasil – História – Fontes<br />

142, 195, 628, 629<br />

286<br />

Brasil – História – Fontes – Bibliografia<br />

359<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 287<br />

Brasil – História – Humor – sátira etc.<br />

575<br />

Brasil – História – Período colonial, 1500-1822<br />

581, 590<br />

Brasil – Nordeste – Economia<br />

148<br />

Café – Brasil – História<br />

139<br />

Camarão, Antônio Felipe, 1580-1648 – Biografia<br />

552<br />

Cana-de-açúcar – Estampas<br />

656<br />

Cardoso Netto, José – Correspondência<br />

574<br />

Carneiro, João Álvares<br />

571<br />

Castro, Cristóvão Corrêa e – Correspondência<br />

648<br />

Castro, Fernanda de – Correspondência<br />

470, 473<br />

Censura – Brasil<br />

179<br />

Censura – Brasil – Bibliografia<br />

305<br />

Censura – Brasil – História<br />

339<br />

287<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 288<br />

Censura – História – Fontes<br />

655<br />

Cochonilha – Brasil – História<br />

198, 199<br />

Coelho Neto, 1864-1934 – Correspondência<br />

636<br />

Coelho, Maria Dulce Lupi – Correspondência<br />

471<br />

Comédia – História<br />

333<br />

Comércio – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />

587<br />

Conservatório Dramático Brasileiro<br />

179, 180, 181, 325<br />

Conservatório Dramático Brasileiro – História<br />

312<br />

Construção civil – Brasil – Custos – História<br />

565<br />

Contos folclóricos brasileiros – História e crítica<br />

121<br />

Costa, Cláudio Manuel da, 1729-1789 – Correspondência<br />

646<br />

Costa, Ludovina Soares da<br />

595<br />

Crítica textual<br />

230<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

288


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 289<br />

Crônicas brasileiras<br />

53, 84, 445, 448, 449, 463, 464<br />

Damasceno, Darci, 1922-1988 – Correspondência<br />

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 22, 23, 24, 25, 26,<br />

27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 468<br />

Darrique, João Baptista – Testamento<br />

589<br />

Debret, Jean Baptiste, 1768-1848 – Correspondência<br />

554, 555, 556<br />

Dias, Fernando Correia, 1893-1935 – Biografia<br />

287<br />

Dias, Fernando Correia, 1893-1935 – Retratos<br />

665, 673<br />

Dias, Gonçalves, 1823-1864 – Arquivos<br />

132<br />

Dias, Roberto – Correspondência<br />

31<br />

Dimas, Antônio, 1942 – Correspondência<br />

29, 30<br />

Diniz, Antônio – Biobibliografia<br />

366<br />

Duarte, Afonso, 1884-1958 – Correspondência<br />

505<br />

Educação – Brasil<br />

80, 87<br />

289<br />

Escravos – Tráfico – Brasil – História – Fontes<br />

586, 588<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 290<br />

Escritores brasileiros – Congresso<br />

46<br />

Expedições científicas – Brasil<br />

594<br />

Falcão, Antônio Fernandes Camacho – Correspondência<br />

641<br />

Farmácia – Brasil – História<br />

140<br />

Fauna e flora – Piauí<br />

200<br />

Ficção brasileira<br />

474, 616<br />

Flora fluminense<br />

143, 150, 151, 152, 153, 626<br />

Flora – Brasil<br />

143, 145, 146, 150, 151, 152, 153, 626<br />

Folclore – Bibliografia – Exposições<br />

85<br />

Folclore – Brasil – Bibliografia<br />

90<br />

Genealogia – Bibliografia<br />

163<br />

Genealogia – Portugal<br />

201<br />

Gravuras<br />

135<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

290


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 291<br />

Grillo, Heitor – Correspondência<br />

2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 432<br />

Grillo, Heitor – Retratos<br />

668<br />

Hartley, Joaquim Diogo<br />

652, 654<br />

Heráldica – Portugal<br />

201<br />

Igreja da Glória (RJ)<br />

537<br />

Iluminuras de livros e manuscritos<br />

619<br />

Ilustração de livros<br />

71, 73, 114<br />

Imprensa – Brasil – História<br />

185<br />

Imprensa – História<br />

185<br />

Índia na literatura<br />

50<br />

Índia – Periódicos<br />

72<br />

291<br />

Indústria têxtil – Brasil – História – Fontes<br />

372, 652, 654<br />

Indústria têxtil – Santa Catarina – História – Fontes<br />

372<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 292<br />

Indústria – Brasil – História – Fontes<br />

592<br />

Inquisição – Brasil – História – Fontes<br />

138<br />

Itaboraí (RJ) – Gravura<br />

119<br />

João do Norte<br />

636<br />

Lavradio, marquês do, vice-rei do Brasil, 1769-1779<br />

629<br />

Leilões de livros<br />

632<br />

Literatura alemã – Bibliografia<br />

275<br />

Literatura brasileira<br />

59, 412, 443<br />

Literatura brasileira – Bibliografia<br />

223, 246, 320<br />

Literatura brasileira – Crítica e interpretação<br />

37, 42, 43, 57, 58, 86, 88, 91, 97, 98, 107, 112, 120, 123, 125, 168, 258, 259,<br />

348, 349, 350, 351, 352, 431, 475, 532, 533, 546, 547, 548, 549, 550, 551,<br />

566, 567<br />

Literatura brasileira – Crítica e interpretação – Bibliografia<br />

260<br />

Literatura brasileira – Crítica textual<br />

221, 428, 441<br />

Literatura brasileira – História e crítica<br />

60, 82, 127, 131, 221, 329, 476<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

292


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 293<br />

Literatura brasileira – História e crítica – Fontes<br />

362<br />

Literatura brasileira – História – Fontes<br />

121<br />

Literatura espanhola – História e crítica<br />

425<br />

Literatura folclórica – Brasil<br />

121<br />

Literatura francesa – Bibliografia<br />

275<br />

Literatura portuguesa – Bibliografia<br />

227, 228, 275<br />

Literatura portuguesa – História e crítica<br />

420, 426<br />

Literatura – Bibliografia<br />

161, 215<br />

Literatura – Crítica e interpretação<br />

39, 41, 92, 202, 203, 216, 244, 245, 427<br />

Literatura – Crítica e interpretação – Periódicos<br />

559<br />

Literatura – Crítica textual<br />

230, 272, 427<br />

Literatura – História e crítica<br />

99, 122, 202, 203, 212, 247, 282, 367, 368, 447<br />

Literatura – Século XVII – Bibliografia<br />

207<br />

293<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 294<br />

Literatura – Século XVII – Crítica e interpretação<br />

205, 217<br />

Literatura – Século XVII – História e crítica<br />

205, 217<br />

Literatura – Século XVIII – Bibliografia<br />

207<br />

Livreiros – Catálogos<br />

104, 118, 580<br />

Livros de horas<br />

618<br />

Livros – Censura – História – Fontes<br />

655<br />

Macedo, Diogo de, 1889-1959 – Correspondência<br />

469, 472, 506, 507<br />

Machado, Manuel Antônio Rodrigues – Correspondência<br />

634<br />

Magalhães, Augusto – Correspondência<br />

484<br />

Malfatti, Anita, 1889-1964 – Correspondência<br />

501<br />

Manuscritos medievais<br />

618, 619<br />

Manuscritos – Catálogos<br />

564<br />

294<br />

Maria Fernanda, 1928 – Correspondência<br />

36<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 295<br />

Mariano, Olegário, 1889-1958 – Retratos<br />

673<br />

Materiais de construção – Brasil – Custos – História<br />

565<br />

Matos, Eusébio de, 1629-1692 – Biografia<br />

224, 391<br />

Matos, Gregório de, 1633?-1696<br />

32, 437, 440, 569<br />

Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Bibliografia<br />

38, 160, 208, 235, 241, 410, 411<br />

Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Biobibliografia<br />

213, 409<br />

Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Biografia<br />

209, 210, 211, 390, 392, 393, 394, 395, 396, 397, 398, 400, 402, 436<br />

MATOS, Gregório de, 1633?-1696 – Comemorações de centenário<br />

27, 28, 31, 34<br />

295<br />

MATOS, Gregório de, 1633?-1696 – Crítica e interpretação<br />

29, 30, 37, 43, 45, 238, 399, 431<br />

Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Crítica literária<br />

38<br />

Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Crítica textual<br />

403, 404, 407, 408, 441<br />

Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Edições<br />

678<br />

Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Poesia<br />

154, 155, 158, 165, 166, 386, 387, 388, 389<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 296<br />

Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Biobibliografia<br />

214<br />

Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Crítica e interpretação<br />

42<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964<br />

8, 62, 63, 67, 68, 69, 451, 452, 453, 455, 460, 461, 476, 484, 488, 515<br />

296<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Bibliografia<br />

61, 101, 251, 252, 263, 273, 275, 276, 277, 278, 279, 281<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Biobibliografia<br />

286<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Biografia<br />

49, 52, 54, 64, 66, 90, 100, 102, 174, 249, 287<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Biografia – Fontes<br />

248, 284<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Biografia – Fontes iconográficas<br />

664, 669<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Correspondência<br />

174, 468, 469, 470, 471, 472, 473, 479, 480, 481, 482, 486, 489, 490, 491,<br />

492, 493, 494, 495, 496, 497, 498, 499, 500, 501, 502, 503, 504, 505, 506,<br />

507, 508, 509, 510, 511, 512, 513, 514<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Crítica e interpretação<br />

51, 55, 56, 57, 65, 66, 78, 93, 94, 100, 101, 103, 168, 171, 175, 176, 252, 253,<br />

254, 255, 256, 257, 261, 264, 266, 267, 268, 269, 271, 273, 283, 285, 286,<br />

288, 454, 456, 457, 458, 459, 462, 466<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Cronologia<br />

250, 262, 274<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Entrevista<br />

59<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 297<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Estudos literários<br />

169<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Exposições<br />

70, 85<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Poesia<br />

16, 79, 167, 169, 172, 173, 177<br />

Meireles, Cecília, 1901-1964 – Retratos<br />

76, 77, 657, 658, 659, 660, 661, 662, 665, 666, 667, 668, 670, 671, 672<br />

Menezes, Rodrigo José de, conde de Cavaleiros – Biografia<br />

160<br />

Meyer, Augusto, 1902-1970 – Correspondência<br />

479, 480, 481, 486<br />

Michailowsky, P. – Correspondência<br />

489<br />

Modernismo – Crítica e interpretação<br />

259<br />

297<br />

Monte Alverne, Francisco do, 1784-1858 – Correspondência<br />

680<br />

Monte-Mor, Janice de Mello, 1927 – Correspondência<br />

23<br />

Moraes, Vinícius de, 1913-1980 – Retratos<br />

670<br />

Música portuguesa – Séculos XVI-XVIII<br />

193, 194<br />

Música portuguesa – Séculos XVI-XVIII – Bibliografia<br />

163<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 298<br />

Oeiras, conde de – Correspondência<br />

642<br />

Oliveira, Alberto de – Biografia – Fontes iconográficas<br />

675<br />

Oliveira, José Osório de, 1900 – Correspondência<br />

503<br />

Oliveira, Manuel Botelho de – Bibliografia<br />

235<br />

Oliveira, Manuel Botelho de – Crítica e interpretação<br />

233<br />

Orientalismo na literatura<br />

92<br />

Pacheco, Félix, 1879-1935 – Correspondência<br />

63<br />

Paz, Francisco Ramos, 1838-1919 – Correspondência<br />

538, 540, 541, 542, 543<br />

Peças teatrais – Catálogos<br />

331<br />

298<br />

Pedro I, imperador do Brasil, 1789-1834<br />

653<br />

Pedro II, imperador do Brasil, 1825-1891<br />

129<br />

Peixoto, Afrânio, 1876-1947 – Correspondência<br />

514<br />

Pena, Martins, 1815-1848<br />

295, 346, 521, 522, 523, 524, 532, 533, 534<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 299<br />

Pena, Martins, 1815-1848 – Bibliografia<br />

305, 306, 307, 308, 319, 337, 340<br />

Pena, Martins, 1815-1848 – Biobibliografia<br />

110, 303, 323, 324<br />

Pena, Martins, 1815-1848 – Biografia<br />

310, 326<br />

Pena, Martins, 1815-1848 – Censura<br />

293<br />

Pena, Martins, 1815-1848 – Comédias<br />

289, 290, 293, 300<br />

Pena, Martins, 1815-1848 – Correspondência<br />

291, 518, 519, 520<br />

Pena, Martins, 1815-1848 – Crítica e interpretação<br />

115, 116, 117, 291, 292, 296, 298, 299, 301, 302, 303, 311, 315, 318, 322,<br />

335, 336<br />

Pena, Martins, 1815-1848 – Cronologia<br />

304, 309, 313<br />

Peres, Fernando da Rocha, 1936-<br />

440<br />

Peres, Fernando da Rocha, 1936 – Correspondência<br />

27, 28, 32, 33, 34<br />

Pessoa, Fernando, 1888-1935 – Biografia<br />

105<br />

Pinheiro, Maciel – Correspondência<br />

484<br />

Pinho, A. de – Retratos<br />

113<br />

299<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 300<br />

Pita, Antônio da Rocha – Biografia<br />

160, 162<br />

Poesia brasileira<br />

79, 154, 156, 157, 158, 386, 387, 388, 389, 405, 406, 413, 414, 415, 416, 417,<br />

418, 419, 423, 433, 434, 435, 439, 442, 443, 444, 446, 450, 451, 465, 467,<br />

468, 475, 477, 478, 483, 485, 568, 570, 572, 578, 610, 640, 645, 683, 684<br />

Poesia brasileira – Bibliografia<br />

235<br />

Poesia brasileira – Crítica e interpretação<br />

83, 89, 96, 233<br />

Poesia brasileira – Crítica textual<br />

429, 430<br />

Poesia brasileira – História e crítica<br />

50, 95<br />

Poesia espanhola – Crítica textual<br />

424<br />

Poesia espanhola – Século XVI – Bibliografia<br />

226<br />

Poesia espanhola – Século XVII – Bibliografia<br />

226<br />

Poesia italiana<br />

106<br />

Poesia portuguesa<br />

685<br />

Poesia portuguesa – Bibliografia<br />

232, 240<br />

Poesia portuguesa – História<br />

50<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

300


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 301<br />

Poesia portuguesa – História e crítica<br />

401<br />

Poesia portuguesa – Século XVI – Bibliografia<br />

226<br />

Poesia portuguesa – Século XVII – Bibliografia<br />

226, 239<br />

Poesia portuguesa – Século XVII – Crítica textual<br />

229<br />

Poesia portuguesa – Século XVIII – Bibliografia<br />

237, 239<br />

Poesia portuguesa – Século XVIII – Crítica textual<br />

229<br />

Poesia religiosa<br />

573, 576<br />

Poesia – Crítica textual<br />

218, 219, 225, 231<br />

Poesia – História e crítica<br />

218, 219, 225<br />

Poesia – Século XVIII – Bibliografia<br />

206<br />

Política brasileira – Periódicos<br />

559<br />

Pompéia, Raul, 1863-1895 – Correspondência<br />

364<br />

Porto-Alegre, Manuel de Araújo,<br />

1806-1879 129<br />

301<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 302<br />

Porto-Alegre, Manuel de Araújo, 1806-1879 – Arquivos<br />

132<br />

Porto-Alegre, Manuel de Araújo, 1806-1879 – Biobibliografia<br />

128, 353<br />

Porto-Alegre, Manuel de Araújo, 1806-1879 – Correspondência<br />

553, 554, 555, 556, 557, 680<br />

Porto-Alegre, Manuel de Araújo, 1806-1879 – Crítica e interpretação<br />

130<br />

Portugal – Economia – História – Fontes<br />

583<br />

Portugal – História – Fontes literárias<br />

426<br />

Portugal – História – Humor, sátira etc.<br />

577, 579<br />

Portugal – Música – História<br />

681, 682<br />

Portugal – Música – Século XVII<br />

560, 561<br />

Posse da terra – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />

621, 625<br />

Pujol, Alfredo, 1863-1895 – Correspondência<br />

364, 635<br />

Queiroz, Carlos – Correspondência<br />

495<br />

302<br />

Quilombos – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />

653<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 303<br />

Quintana, Mário, 1906- – Crítica e interpretação<br />

89<br />

Reis, Floriano, 1922-1988 – Correspondência<br />

25<br />

Reyes, Afonso, 1889-1959 – Correspondência<br />

502<br />

Rio de Janeiro – Comércio – Século XIX<br />

137<br />

Rio de Janeiro – Fauna e flora<br />

384, 385<br />

Rio de Janeiro – História – Fontes<br />

137, 138, 379, 621, 622, 623, 624, 625, 649, 650, 651<br />

Rio de Janeiro – História – Século XIX – Bibliografia<br />

360<br />

Rio de Janeiro – História – Século XIX – Fontes<br />

355, 356, 357, 361, 363<br />

Rio de Janeiro – História – Século XVIII – Fontes<br />

355, 356, 357, 361, 362, 363<br />

Rio de Janeiro – Mapas<br />

422, 562<br />

Rolim, Cosme de Moura – Biografia<br />

160<br />

Romantismo (Literatura)<br />

353<br />

303<br />

Romantismo (Literatura) – História e crítica<br />

328<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 304<br />

Romantismo – História<br />

354<br />

Salema (Família) – Genealogia<br />

242<br />

Salvador (BA) – História – Fontes<br />

620<br />

Sampaio, Francisco de Santa Thereza, frei, 1778-1830<br />

576<br />

Santa Catarina – História – Fontes<br />

593<br />

Santos, Noronha<br />

133<br />

São João del-Rei (MG) – Guia turístico<br />

81<br />

Serpa, Alberto de – Correspondência<br />

508, 509, 510, 511, 512<br />

Silva, Alberto da Costa e, 1931- – Correspondência<br />

35<br />

Silva, Antônio Diniz da Cruz e, 1731-1799<br />

566, 567<br />

Silva, Antônio José da, 1705-1739<br />

558<br />

Silva, Da Costa e, 1885-1950<br />

96<br />

304<br />

Silveira, Miroel, 1914- – Correspondência<br />

513<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 305<br />

Simbolismo (Literatura) – Brasil – Bibliografia<br />

270<br />

Sousa, Luís Antônio de – Correspondência<br />

646<br />

Teatro brasileiro<br />

181<br />

Teatro brasileiro – Comédias<br />

108, 516, 517, 525, 526, 527, 528, 529, 530, 531, 535, 536, 599, 600, 601,<br />

602, 604, 605, 606, 608, 609, 611<br />

Teatro brasileiro – Crítica e interpretação<br />

532<br />

Teatro brasileiro – Dramas<br />

596, 597, 610<br />

Teatro brasileiro – Edições<br />

676<br />

Teatro brasileiro – História<br />

533, 534, 558, 595, 598<br />

Teatro Nacional – Comédias<br />

603, 607<br />

Teatro – Bibliografia<br />

178, 184<br />

Teatro – Brasil – Bibliografia<br />

307<br />

Teatro – Brasil – Censura<br />

318, 322<br />

Teatro – Brasil – Crítica e interpretação<br />

315, 316<br />

305<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 306<br />

Teatro – Brasil – História<br />

115, 116, 117, 179, 180, 181, 186, 312, 318, 321, 325, 338, 339<br />

Teatro – Brasil – História e crítica<br />

314, 329<br />

Teatro – Censura – Brasil – História<br />

109, 111, 112, 179, 290, 295<br />

Teatro – Crítica e interpretação<br />

182, 183, 185, 187, 330<br />

Teatro – História<br />

182, 183, 187, 324, 332, 333<br />

Teatro – História – Bibliografia<br />

327, 334<br />

Teatro – Portugal – História<br />

612, 614<br />

Teatro – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />

615<br />

Teixeira, Joaquim José, 1811-1885 – Crítica e interpretação<br />

317<br />

Testamentos – Brasil<br />

195<br />

Urbanismo – Rio de Janeiro (RJ)<br />

144<br />

Urbanismo – Rio de Janeiro – História<br />

380<br />

306<br />

Urbanização – Rio de Janeiro – História<br />

149<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 307<br />

Vasconcelos, Rufino de – Correspondência<br />

518, 519<br />

Veloso, José Mariano da Conceição, frei, 1742-1811<br />

383, 384<br />

Veloso, José Mariano da Conceição, frei, 1742-1811 – Bibliografia<br />

382<br />

Veloso, José Mariano da Conceição, frei, 1742-1811 – Biobibliografia<br />

381, 385<br />

Veloso, José Mariano da Conceição, frei, 1742-1811 – Biografia<br />

153<br />

Vergara, Telmo – Correspondência<br />

493<br />

Vieira, Antônio, 1608-1697 – Bibliografia<br />

40<br />

Vieira, Manuel Luís<br />

590<br />

307<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 308


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 309<br />

Preciosidades do Acervo<br />

As xilogravuras do artista alemão Albrecht Dürer<br />

Sandra Daige Antunes Corrêa Hitner<br />

Pós-doutoranda em História da Arte, no Instituto de Artes<br />

da Universidade Estadual de Campinas, com a tese Albrecht Dürer:<br />

As Gravuras em Buril. Acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional do Rio de Janeiro.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 310


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 311<br />

A<strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional tem em seu acervo iconográfico uma<br />

preciosa coleção de mais de meia centena de xilogravuras do renas -<br />

cen tis ta alemão Albrecht Dürer (1471-1528). Nos últimos anos, rea -<br />

lizou-se me ticulosa pesquisa sobre cada uma das peças dessa coleção com o<br />

ob je tivo de estabelecer suas respectivas autenticidade e ancianidade, o que torna<br />

possível incluir a coleção na catalogação internacional. Em razão do seu<br />

ine di tismo no Brasil e, sobretudo, pela dependência de compa ra ção com peças<br />

au tênticas que estão disponíveis somente no exterior, o traba lho durou quatro<br />

anos, sendo <strong>final</strong>izado em 2002, rendendo à autora o grau de doutoramen -<br />

to na matéria.<br />

A grande maioria das xilogravuras de Albrecht Dürer que integram o acervo<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional origina-se das séries formadoras dos “três grandes livros”<br />

de Dürer: O Apocalipse de São João, A Grande Paixão e A Vida da Virgem; e da<br />

série formadora de um pequeno livro, denominada A Pequena Paixão. A investiga -<br />

ção deteve-se primeiramente na qualidade de impressão de cada peça, a que se<br />

seguiu minucioso exame da qualidade do papel e respectiva marca d’água. A aná -<br />

lise propriamente dita examina as xilogravuras com lentes microscópicas, lâmpa -<br />

da ultravioleta e, logo após, as fotografa sob infravermelho, a fim de comprovar<br />

cientificamente cada passo do exame técnico.<br />

Nascida das miniaturas flamengas, a xilografia na Alemanha foi formadora de<br />

uma exclusividade artística que desencadeou a evolução das formas compositivas<br />

de uma maneira muito ampla, clara e precisa, sendo a que primeiro alcançou<br />

progresso artístico no século XV alemão. Textos medievais como Ars Moriendi,<br />

Speculum humanae salvationis, entre outros, puderam ser complementados por<br />

imagens, graças ao advento da impressão por Gutemberg em 1455.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 312<br />

312<br />

Por volta de 1470-75, as xilogravuras começaram a aparecer sistematicamente nas<br />

edições de livros, e o uso da prensa se estendeu até às pequenas edições. Rapi da mente<br />

as “novas” técnicas chegaram a Nuremberg, cidade natal de Dürer, propor cionando<br />

um grande desfrute cultural. Lá o movimento intenso em torno do traba lho para<br />

ilustração de livros nos anos 80 ofereceu estímulo suficiente para a inicia ç ão deste<br />

jovem e ambicioso desenhista já em exercício nos principais ateliês da cidade.<br />

Totalmente impregnada pelo espírito da arte flamenga, a arte na Alemanha<br />

apresentava alguns dilemas, sobretudo no que diz respeito às definições estilísticas.<br />

O surgimento da consciência artística desse povo nasceu aos poucos, e foi<br />

somente por meio de impasses conceituais que conquistou suas próprias<br />

concep ções estéticas. O desenho<br />

germâ nico tinha por objetivo suscitar<br />

a força da sensibilidade do espectador.<br />

Seu traçado não era,<br />

defini t i va mente, uma inscrição<br />

carinhosa; abrupto, se as seme lha -<br />

va a um cor te, a uma marca que<br />

mais parecia rasgar e des pedaçar.<br />

Dobrava-se bruscamente em<br />

gan chos incontidos, justapondo os<br />

pontos como gráficos agitados ou<br />

como dentes de um serrote, evocando,<br />

no interior de seu simbo -<br />

lismo, o cortante, o bico, a serra, a<br />

lâmina; no intuito de impor, como<br />

uma idéia fixa, a expressão de sua<br />

dura sensibilidade espi ritual.<br />

A escolha dos temas, por sua<br />

vez, revelava uma obsessão análoga<br />

à severidade estilística: por<br />

exem plo, a ferocidade das perso -<br />

nagens, particularmente aquelas<br />

que representavam os carrascos de<br />

Cristo, de um realismo ímpar em<br />

relação a todas as outras escolas<br />

DÜRER, Albrecht. São João diante de Deus e dos bemaventurados.<br />

Xilogravura. Terceira imagem da série<br />

Apocalipse de São João. Texto em latim no reverso.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

de arte, transmitiam fielmente a<br />

imagem da atrocidade, sangue e<br />

sofrimento.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 313<br />

Para modelar formas, a estética<br />

alemã servia-se, a princípio, de<br />

linhas e entalhes grossos e inchados,<br />

e era neste âmbito artístico<br />

que obtinha tanto mérito na re -<br />

presentação da multiplicidade dos<br />

afetos humanos. As xilogravuras,<br />

estampas originadas de matrizes<br />

de madeira, sempre foram mais<br />

populares que os buris, basicamente<br />

porque sua produção era<br />

me nos laboriosa, o que as beneficiava<br />

consideravelmente no pre -<br />

ço. Também não requeriam exa -<br />

mes minuciosos do observador,<br />

produzindo nele forte impacto e<br />

reação psicológica direta.<br />

Dürer manteve-se atento a este<br />

tipo de percepção. Procurou tirar<br />

o máximo proveito destas potencialidades<br />

inerentes e até limitadas<br />

da matriz de madeira. Isto não quer<br />

dizer que seu sentimento para as<br />

formas fosse diferente em outros<br />

tipos de trabalho, mas era somente<br />

desenhando em matrizes de ma dei -<br />

ra que ele se permitia um exagero<br />

expressivo.<br />

313<br />

DÜRER, Albrecht. Adoração do cordeiro místico.<br />

Xilo gravura. Décima terceira imagem da série<br />

Apocalipse de São João. Texto em latim no reverso.<br />

Depois de ter aprendido a ler e a escrever na escola, e apenas terminada sua<br />

aprendizagem como ourives na oficina do pai, Dürer se deu conta que queria ser<br />

pintor. Esta ambição, porém, não foi alcançada sem muita luta, gra dual evolução<br />

técnica e extraordinária percepção intuitiva. Para ele, a verdadeira essência do trabalho<br />

de arte jazia em sua forma, expressão direta da significação espiritual, e,<br />

por isso, era inegável seu talento como desenhista. Ele foi o pri mei ro a abusar do<br />

entrelaçamento de linhas para compor sombras, refi nando o desenho plástico das<br />

xilogravuras com o claro e o escuro. Dissolveu definitivamente a massa preta empastada<br />

anteriormente usada na composição de ramagens, ornamentos, ou peque -<br />

nos objetos, e espalhou-a em áreas, abrindo-as com linhas entrecru zadas, de<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 314<br />

314<br />

maneira que a escuridão mais densa proporcionasse um outro tipo de impacto.<br />

Sua contribuição para o aperfeiçoamento da metodologia da arte de gravar na<br />

madeira foi definitiva, na medida em que, com a evolução e experiência de modu -<br />

lar as tonalidades, os trabalhos se tornaram cada vez mais claros.<br />

Crê-se que a elaboração das<br />

matrizes para as primeiras grandes<br />

séries de xilogravuras de Dürer<br />

tenha sido realizada sob sua total<br />

supervisão. Não é de hoje que<br />

pairam dúvidas sobre o fato de<br />

Albrecht Dürer ter, ou não, entalhado<br />

suas próprias matrizes de<br />

madeira. A opinião dos historia -<br />

dores a este respeito há muito é<br />

absolutamente dividida. Para<br />

aqueles que defendem a idéia de<br />

que Dürer foi o artesão de suas<br />

próprias matrizes, pelo menos no<br />

início de carreira, pode-se di zer<br />

que, no período em que foi aprendiz,<br />

este envolvimento foi real.<br />

Porém, a evi dência de variações<br />

na cali gra fia de diversas obras denuncia<br />

tra ba lho de mãos dife -<br />

rentes, sem que com isso se des -<br />

carte, naturalmen te, a do pró prio<br />

artista.<br />

DÜRER, Albrecht. O anjo que tem a chave do abismo.<br />

Décima-quinta imagem da série Apocalipse de<br />

São João. Originalmente sem texto no reverso.<br />

Um mesmo número de argumentos<br />

reforça, no entanto, o fato<br />

de Dürer nunca ter cortado seus<br />

blocos. Adam von Bartsch 1 diz<br />

que, se considerarmos o número de desenhos à mão que Albrecht Dürer deixou;<br />

a abundância de estampas em metal traçadas com grande elegância e elaboradas<br />

com talento inegavelmente su bli me que fez; os quadros que pintou, geralmente<br />

acabados com minúcia ímpar; se também calcularmos o tempo que empregou<br />

para compor suas obras literárias e estudos sobre o Belo e a demanda de tempo<br />

consumida pelas viagens que ele próprio registrou, não se pode crer que o artista<br />

tenha tido dis po nibilidade suficiente para gra var o número prodigioso de gra -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 315<br />

vuras em madeira que levam seu nome, tanto mais que a gravura em ma deira é<br />

um trabalho extremamente lento e pura mente mecânico e, por conseqüên cia, incompatível<br />

com a impetuosidade do gênio e as ocupações nobres de um mestre<br />

como Albrecht Dürer.<br />

Bartsch diz que é possível esclarecer<br />

esta dúvida, pois, para ele,<br />

Dürer defini tivamente não praticava<br />

a xilografia. O principal argumento<br />

do estudioso é o fato do<br />

nome de Dürer aparecer sempre<br />

com o epíteto de “pintor”, “dese -<br />

nhista”, “edi tor de gravuras em<br />

ma deira”; nunca como “gra va dor”.<br />

Ainda segundo Bartsch 2 , Jean<br />

Neudorffer, que publicou em 1547<br />

uma curta biografia de Dürer, disse<br />

expres samente que Hieronymus<br />

Resch foi quem escavou a maior<br />

parte dos dese nhos de Dürer nas<br />

madeiras. Portanto, conclui-se que<br />

peças que se distinguem por uma<br />

bela execução pertencem a este<br />

gravador de madeira e que as ou -<br />

tras, às vezes nem sempre tão ela -<br />

boradas, provêm de diferentes<br />

gravadores.<br />

Panofsky 3 conta que enquanto<br />

Dürer trabalhava na oficina de edi -<br />

tores, nos primeiros anos de carreira,<br />

não talhava pessoalmente seus<br />

desenhos, já que esta tarefa fa zia<br />

parte de um esquema divisor de tra-<br />

315<br />

DÜRER, Albrecht. Reverso da estampa O anjo que<br />

tem a chave do abismo. O exemplar da <strong>Biblioteca</strong> Na -<br />

cio nal apresenta no reverso uma crucificação impressa<br />

a sangüínea e uma madona orando, desenhada a lápis.<br />

balhos. No entanto, muitas ve zes o fez, para se fami liarizar com o processo técnico<br />

e, sobretudo, a fim de demons trar a força de suas intenções para os ta lhadores profissionais,<br />

muito embora não lhe cou besse tal obrigação. Com o tempo, formou sua<br />

própria equipe de ta lha dores que contava com uma nova geração de arte sãos, como<br />

era o caso de Hierony mus Andreae, chamado de “Formschneyder”, que ta lhou a<br />

maior parte das xilogravuras de Dürer em meados de 1515.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 316<br />

316<br />

À ESQUERDA: DÜRER, Albrecht. Cristo carrega a cruz. Xilogravura. Sexta imagem da série<br />

A Grande Paixão. Texto em latim no reverso.<br />

À DIREITA: DÜRER, Albrecht. Reverso da estampa Cristo carrega a cruz. Texto em latim impresso<br />

em folha contendo arabescos incógnitos, acumulados sobretudo no rodapé, em bistre.<br />

Por meio de registros deixados por outros artistas contemporâneos de Albrecht<br />

Dürer é possí vel notar que havia um número considerável de xilogravadores suficientemente<br />

habilidosos trabalhando nos ateliês somente como ajudantes do<br />

artista. Bartsch 4 cita, ainda, os nomes de Hans Glaser, Hans Guldenmund e Henri<br />

Hondius. Estabelecidas as devidas afinidades entre artesãos e mestre, em casos<br />

de pedidos simples ou que requeressem rápida resolução, acontecia de Dürer também<br />

se servir do procedimento breve para desenhar, ou apenas esquematizar, o<br />

desenho na prancha de madeira.<br />

Bartsch 5 explica que não haveria tão grande desigualdade de perfeição entre<br />

as gravuras em madeira marcadas com o monograma de Dürer se ele as tivesse<br />

elaborado em sua totalidade com as próprias mãos. Não haveria, portanto, exem -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 317<br />

317<br />

plos de monogramas vistos de maneira inversa, ou de linhas duplas, como é o<br />

caso do que ocorre com freqüência na série do Apocalipse.<br />

No que concerne à série da Pequena Paixão, no entanto, o renomado xilogra -<br />

va dor britânico John Thomson 6 discerne nada menos do que quatro mãos dife -<br />

rentes trabalhando no entalhe des tes blocos. Ainda segundo Bartsch, há algu mas<br />

estampas que são belíssimas porque o próprio autor tra çou o desenho sobre a<br />

prancha e o gravador escavou com exatidão os intervalos entre os traços e as ha -<br />

churas do desenho. Outras são medíocres, porque o gravador decalcou o dese -<br />

nho privando-o, assim, de sua originalidade e de seu espírito primitivo. Outras<br />

ainda são piores, porque o próprio gr a va dor desenhou sobre a prancha a imagem<br />

que ele copiou do original alterando completamente seu valor.<br />

Há outras peças ainda que não podem ser consideradas ruins, apesar de muito<br />

mal traçadas, devido ao fato do entalhador as ter ela borado sobre desenhos leves<br />

e com bistre 7 ou à sangüínea, movimen tan do-se às cegas sobre os con tor nos e<br />

hachuras que, no original, já se encontravam suavizados ou apagados. Con seqüen -<br />

temente, foram entalhadas de forma mais grosseira, ou com muita dificuldade.<br />

O comércio das gravuras no interior e exterior da Alemanha assegurou a Dürer<br />

certa facilidade na vida. Dürer morreu rico, e, segundo o próprio artista, era a<br />

ven da das xilogravuras que lhe fornecia rendimentos regulares, e com isso a possi -<br />

bilidade de dar emprego nem sempre a tão bons artesãos quanto alguns mencionados<br />

pela historiografia, pois muitos deles eventualmente se assenhoravam<br />

de algumas obras desviando-as do destino a que elas estavam determinadas.<br />

As gravuras de Dürer se espalhavam pela Europa e participavam de todas as<br />

grandes feiras comerciais de objetos de arte. Seu ateliê atravessava os anos difíceis<br />

para a classe artística praticamente sem grandes problemas. Se ele próprio se<br />

ausentava, era substituído por algum membro da família para a venda de arte nas<br />

feiras, como, por exemplo, Agnes Dürer, sua mu lher; para a produção das xilogra -<br />

fias dispunha de auxiliares compe tentes como Hans Schäufelein, Hans Baldung<br />

Grien e Hans Von Kulmbach, os três Hans, que vieram a se consagrar, mais tarde,<br />

como grandes artistas.<br />

* * *<br />

As xilogravuras de Albrecht Dürer pertencentes à <strong>Biblioteca</strong> Nacional originamse<br />

da Real Bi blioteca que veio para o Brasil com a corte portuguesa em 1808. O<br />

acer vo permaneceu durante os pri meiros anos sem tratamento siste mático. Vinte<br />

anos depois, estabe leceu-se uma primeira organização técnica com a criação da Seção<br />

de Es tampas (atual Divisão de Icono grafia), que ficou sob a direção de José Zephyrino<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 318<br />

318<br />

de Menezes Brum. Em 1885, Brum inaugurou uma grande exposição permanente<br />

na <strong>Biblioteca</strong> Nacional com o acervo da seção, incluindo todas as peças herdadas de<br />

Portugal. Quanto às gravuras de Albrecht Dürer, foram expos tas as estampas que<br />

ele julgou estarem em melhor estado de conservação, caso das xilogravuras. A expo -<br />

sição durou cerca de 60 anos, conforme indicação no Catálogo da Exposição Per -<br />

ma nente dos Cimélios da Bibliotheca Nacional 8 . Esse catálogo foi a primeira publi -<br />

cação contendo o levantamento oficial do acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

As estampas de Dürer vêm sendo examinadas por alguns especialistas há muitos<br />

anos, e o resultado deste trabalho contínuo resultou em criteriosas relações, processo<br />

este que, no caso da perícia que fizemos, se deu da seguinte maneira:<br />

A perícia iniciou-se pelo papel onde se encontra a xilogravura estampada. Em<br />

uma folha de papel antiga é possível observar os seguintes caracteres: vergaduras,<br />

pontusais, e, a característica mais importante, a filigrana.As vergaduras são li nhas<br />

horizontais alternativas escuras e claras que podem ser vistas quando se observa<br />

a transparência do papel. Os pontusais são traços perpendiculares aos fios horizontais<br />

da vergadura. As filigranas são os vários tipos de desenhos marcados no<br />

papel que, de uma maneira mais ou menos precisa e pontual, definem a idade<br />

da folha.<br />

Nos primeiros vinte anos do século XIV, as filigranas eram “nomes escritos”<br />

de muitos papeleiros eventualmente originários de Fabriano (Itália) ou das proxi -<br />

midades. Este procedimento foi abandonado, pois muito pouca gente sabia ler,<br />

naquela época de ignorância geral, e este tipo de “marca” não atingia sua meta<br />

de maneira eficiente.<br />

Logo se tratou, então, de renunciar à escrita e adotar um signo qualquer que<br />

estabelecesse relação direta com os papeleiros, fazendo desta marca uma assinatura<br />

particular.<br />

Mais tarde, no começo do século XVI e com o progresso trazido pela ins -<br />

trução, repetiu-se a idéia de filigranar as iniciais, ou o nome do papeleiro. Como<br />

havia muitas oficinas de papel numa mesma região, as filigranas diferenciavamse<br />

pelos símbolos individuais ou pelas iniciais do nome do papeleiro, além de<br />

marcas de proveniência normalmente acompanhando os brasões de cidades, ou<br />

de estados.<br />

Os papeleiros empregavam filigranas diferentes para designar a qualidade,<br />

por exemplo: a “torre” designava papel de boa qualidade; a “cabeça de boi sem<br />

olhos com haste em cruz”, papel de média qualidade; a “buzina de caçador”,<br />

o ordinário.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 319<br />

319<br />

Para definir uma filigrana, é necessário fazer uma comparação entre as dispo -<br />

níveis, pois, em muitos papéis, a marca é indistinta, mal vista, e às vezes um<br />

pouco apagada, conforme a maneira que se encontra estampada.<br />

Não se conhece o motivo que levou ao emprego das filigranas. É possível que a<br />

mesma marca tenha sido usada simultaneamente por muitas oficinas, tanto que<br />

era comum o aparecimento de contrafações das marcas mais em voga na época.<br />

Mas as contrafações, a julgar pelos casos conhecidos, não tinham uma identida -<br />

de absoluta com o modelo padrão dos desenhos e não passavam de simples imi -<br />

tações, por vezes assaz grosseiras. E ainda, quando uma marca era muitas vezes<br />

contrafeita, e acabava por se tornar banal, cada papeleiro a reforçava de uma<br />

maneira particular ou a fazia acompanhar de um signo distintivo que permitia a<br />

ele reconhecer seus próprios produtos.<br />

Quanto à qualidade das impressões, de maneira geral, as matrizes de madeira<br />

de Dürer foram expostas a todo tipo de danos em conseqüência da utilização demasiada,<br />

e da má conservação, tanto que hoje em dia pouquíssimas conseguiram<br />

atravessar a história. A irregularidade das impressões, resultantes de fendas, lacunas<br />

e da dilapidação causadas por carunchos, fez com que algumas matrizes<br />

fossem corrigidas ao longo do tempo de maneira habilidosa, mas outras nem tanto.<br />

Naturalmente estes danos tornaram-se visíveis e reconhecíveis. Casos de li -<br />

nhas duplicadas podem ser explicados pelo deslocamento do papel durante o<br />

processo da impressão. Estas duplicações podem ter sido efeito da tensão excessi -<br />

va da prensa, que tonalizou somente algumas partes, deixando a impressão desigual.<br />

Ao serem duplicadas, as linhas que seriam difíceis de enxergar dão a falsa impres -<br />

são de serem fortes. Estampas excessivamente claras são causadas pela exaustão<br />

da tiragem. Em outros casos, são resultantes de uma limpeza não homogênea, de<br />

modo que algumas partes deixam de ser atingidas pela impressão, tais como as<br />

áreas de finas camadas de tinta ou mesmo as áreas vazias.<br />

Outro dano comum às impressões foi causado pela tesoura, usada com o obje -<br />

tivo de eliminar completamente manchas de sujeira ou rasgões. Este procedimen -<br />

to ocorreu também no caso de blocos com molduras largas, cujo entintamento<br />

de forma descuidada produzia linhas de borda borradas que tinham de ser endirei -<br />

tadas e, portanto, acabavam por tornarem-se “estreitas”.<br />

As estampas do acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional foram rigorosamente observadas,<br />

sendo permanentemente re-conferidas em seus detalhes diante do próprio<br />

livro fac-símile 9 da primeira edição de 1511 dos “três grandes livros” de Dürer<br />

(O Apocalipse, A Grande Paixão e A Vida da Virgem), que serviram de modelo<br />

de impressão; foram também importantíssimos os vários estágios feitos no exterior,<br />

onde foi possível lidar com as peças originais das coleções européias, e, prin-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 320<br />

cipalmente, a grande colaboração profissional de especialistas no assunto que<br />

forneceram material de pesquisa de primeira linha.<br />

O modo de dispor as informações sobre as peças assemelhou-se à usada nos<br />

Corpus flamengos e europeus. Contudo, tal distribuição de informações não obedeceu<br />

à tamanha rigidez, uma vez que se tratou da análise de séries absolutamente<br />

heterogêneas que não se incorporavam ao mesmo conjunto editorial.<br />

Por fim, a pesquisa gerou um catálogo sistemático com o laudo de cada uma<br />

das peças – o que, como já foi dito, representou a avaliação objetiva do acervo bra -<br />

sileiro e a sua introdução no âmbito internacional, ações muito importantes para<br />

a valo rização deste grande patrimônio cultural dos brasileiros.<br />

NOTAS:<br />

320<br />

1 – BARTSCH, Adam von. Le peintre graveur, les vieux maitres allemands, vol. VII,<br />

2nd partie, A. Dürer, Leipzig, Imprimerie de C.W. Vollrath, 1866, p. 7.<br />

2 – BARTSCH, Adam von. Op. Cit. ps. 8,9,10.<br />

3 – PANOFSKY, Erwin: Albrecht Dürer, vol. I, Princeton, 1945, p.46.<br />

4 – BARTSCH. Adam vonBartsch, idem, p. 12.<br />

5 – BARTSCH, Adam von. Op. Cit., vol . VII, nota 9, p. 26.<br />

6 – Apud (catálogo) Albrecht Dürer : Woodcuts and Woodblocks, Edited by Walter<br />

Strauss, Abaris Books, New York, 1980, p. 620.<br />

7 – Bistre: mistura de fuligem e goma, empregada em desenho e pintura.<br />

8 – Publicado sob a direção de João Saldanha da Gama, Rio de Janeiro, G. Leuzinger e<br />

Filhos, 1885, p.578 a 678.<br />

9 – Fax simile der Originalausgaben – Nürnberg 1511 Die Drei Grossen Bücher:<br />

Marien Leben; Grosse Passion; Apokalypse, Herausgegeben und Kommentiert<br />

von Matthias Mende Anna Scherbaum, Rainer Schoch, Verlag Dr. Alfons Ühl,<br />

Nördlingen, 2001.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 321<br />

Relatório da Presidência


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 322


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 323<br />

I - PLANEJAMENTO E ADMINISTRA²AO<br />

1. Orçamento<br />

A<strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional contou, no exercício de 1999, com orçamento<br />

de R$ 24.603.613,00 (vinte e quatro milhões, seiscentos e três<br />

mil, seiscentos e treze reais), dos quais R$ 16.693.207,00 (dezesseis mi -<br />

lhões, seiscentos e noventa e três mil, duzentos e sete reais) foram destinados às<br />

despesas com Pessoal e Encargos Sociais e R$ 7.910.406,00 (sete milhões, novecentos<br />

e dez mil, quatrocentos e seis reais) para gastos com Outras Despesas<br />

Correntes e Capital.<br />

Desenvolvemos projetos em parceria com outras instituições, dentre os quais des -<br />

tacamos: Formação de Núcleos Promotores de Ações na Área da Leitura, com o<br />

Ministério da Educação e Cultura/Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa -<br />

ção, no valor de R$ 300 mil (trezentos mil reais); Programa de Bolsas de Apoio à<br />

Tradução de Obras de Autores Brasileiros em outros Idiomas; Revitalização de Acervos<br />

da FBN; Implantação da <strong>Biblioteca</strong> Virtual e Análise Técnica de Projetos Culturais,<br />

com o Ministério da Cultura, no valor de R$ 292.213,00 (duzentos e noventa e<br />

dois mil duzentos e treze reais); e IV Concurso Os Melhores Programas de Incentivo<br />

à Leitura junto a Crianças e Jovens de Todo o Brasil e Dicionário Cravo Albin, com<br />

o Ministério da Cultura, no valor de R$ 140 mil (cento e quarenta mil reais).<br />

Feitas as devidas alterações de acordo com as necessidades da FBN, os recursos<br />

ficaram assim distribuídos:<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 324<br />

324<br />

PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS ......................................R$ 16.693.207<br />

Ativo ........................................................................................R$ 11.478.766<br />

Inativo ........................................................................................R$ 4.205.270<br />

Sentença Judicial ........................................................................R$ 1.009.171<br />

ÁREA MEIO ..............................................................................R$ 5.860.712<br />

Manutenção ................................................................................R$ 3.954.151<br />

Obras ............................................................................................R$ 335.478<br />

Benefícios ..................................................................................R$ 1.414.887<br />

Informática ......................................................................................R$ 97.900<br />

Organismos Internacionais ..............................................................R$ 58.296<br />

ÁREA FIM ................................................................................R$ 2.781.907<br />

Presidência (Proler e Direito Autoral) ............................................R$ 633.644<br />

D N L ........................................................................................R$ 1.166.538<br />

D P T ............................................................................................R$ 497.585<br />

D R D ..........................................................................................R$ 484.140<br />

T O T A L ................................................................................R$ 25.335.826<br />

A aplicação desses recursos permitiu a realização de vários programas, como<br />

os seguintes:<br />

1. Toda Criança na Escola: em parceria com o MEC/FNDE, foram aplicados<br />

R$ 300 mil (trezentos mil reais) em ações de formação continuada de professo res,<br />

operacionalizadas por meio de encontros estaduais de profissionais de leitura, as -<br />

ses sorias, consultorias, fóruns de discussão e cursos de formação de promotores<br />

de leitura.<br />

2. Previdência de Inativos e Pensionistas da União: foram aplicados R$ 4.205.270,00<br />

(quatro milhões, duzentos e cinco mil, duzentos e setenta reais), para pagamento<br />

de salários de servidores inativos e pensionistas.<br />

3. Assistência ao Trabalhador: em benefícios assistenciais aos servidores e empre -<br />

gados, foram aplicados R$ 1.414.887,00 (hum milhão, quatrocentos e quatorze<br />

mil, oitocentos e oitenta e sete reais) destinados à assistência médica, vale-transpor -<br />

te, auxílio-refeição e auxílio-creche .<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 325<br />

325<br />

4. Brasil Patrimônio Cultural: com a <strong>final</strong>idade de preservar o patrimônio cultu -<br />

ral brasileiro, foram aplicados recursos de R$ 616.276,00 (seiscentos e dezesseis<br />

mil, duzentos e setenta e seis reais), buscando proporcionar à presente e às futu -<br />

ras gerações acesso aos bens formadores da história e da cultura nacionais.<br />

5. Livro Aberto: foram aplicados R$ 3.588.378,00 (três milhões, quinhentos e<br />

oitenta e oito mil, trezentos e setenta e oito reais), com a <strong>final</strong>idade de promover<br />

a circulação do livro, facilitando o acesso do cidadão ao conhecimento, incentivar<br />

o hábito da leitura em todas as regiões do país visando ao resgate da cidadania,<br />

divulgar o autor brasileiro no país e no exterior e estimular a produção literária<br />

por meio de bolsas e prêmios.<br />

6. Produção e Difusão Cultural: com o objetivo de resgatar, incentivar e consoli -<br />

dar a identidade nacional por meio da obra brasileira foram aplicados<br />

R$ 153.684,00 (cento e cinqüenta e três mil, seiscentos e oitenta e quatro reais)<br />

na participação de feiras nacionais e internacionais de livros e no registro de direitos<br />

autorais.<br />

7. Gestão da Política de Cultura: para manter o Sistema Nacional de Informações<br />

Culturais, foram aplicados R$ 227.900,00 (duzentos e vinte e sete mil e novecentos<br />

reais), de modo a socializar o acervo de conhecimentos, dados e indicado res<br />

disponíveis no setor, bem como difundir atividades culturais mediante a utilização<br />

de meios eletrônicos e da rede mundial de computadores.<br />

8. Gestão da Participação em Organismos Internacionais: a FBN coordena as estratégias<br />

fundamentais para o entrelaçamento de três dos mais importantes alicer -<br />

ces da cultura brasileira: biblioteca, livro e leitura. Para manter nível de excelência<br />

em seus serviços, a FBN participa ativamente de organismos internacionais<br />

que articulam ações e programas voltados para essas áreas. Com recursos de R$<br />

58.296,00 (cinqüenta e oito mil, duzentos e noventa e seis reais), contribuímos<br />

para os seguintes organismos: Centro Regional para Fomento do Livro na América<br />

Latina e Caribe (CERLALC), Federação Internacional de Informação e Docu men -<br />

tação (FID), Associação de Estudos Brasileiros (Brasa), Agência Internacional do<br />

Número de Padrão Internacional p/Músicam (ISMN) e Federação Interna cional<br />

de <strong>Biblioteca</strong>s, Associações e Instituições (Ifla).<br />

9. Apoio Administrativo: foram aplicados recursos de R$ 13.426.486,00 (treze<br />

milhões, quatrocentos e vinte e seis mil, quatrocentos e oitenta e seis reais), em<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 326<br />

despesas com pagamento de pessoal ativo e manutenção de serviços de administração<br />

geral.<br />

10. Operações Especiais Cumprimento de Sentenças Judiciais: foram aplicados<br />

recursos de R$ 1.009.171,00 (hum milhão, nove mil, cento e setenta e um reais).<br />

2. Arquitetura<br />

Destacamos as obras de manutenção do prédio principal e suas edificações, feitas<br />

com o objetivo de oferecer mais conforto e segurança nas instalações, praticidade<br />

na localização do acervo e melhores condições de preservação dos livros. Além<br />

de pin tura, mobiliário, piso, vidraçaria e reaproveitamento de espaço, foram feitas<br />

ainda a reestruturação do sistema elétrico, com nova distribuição dos circuitos<br />

de iluminação e tomadas; a reforma total do acesso da Rua México; a reestrutura -<br />

ção do acesso da Av. Rio Branco, com instalação da área de recadastramento e<br />

recepção; a instalação da Loja do Livro no segundo andar do prédio sede; a recupe -<br />

ração geral do sistema de pára-raios; a instalação de circuito fechado de TV; a recuperação<br />

do sistema de detecçã ão da calçada, marquise e impermeabilização de<br />

jardineiras; e conservação da <strong>Biblioteca</strong> Demonstrativa de Brasília, com execução<br />

de serviços de paisagismo.<br />

II A BIBLIOTECA<br />

A) REFERÊNCIA E DIFUSÃO<br />

1 Difusão e Intercâmbio Cultural<br />

326<br />

O atendimento ao público, que este ano alcançou a cifra de 134.865 usuários e<br />

251.566 peças consultadas, recebeu, mais uma vez, especial atenção. Várias medidas<br />

foram adotadas com vistas à qualificação desses serviços, como a revisão de<br />

procedimentos de empréstimo de obras nos salões de leitura, a construção e análise<br />

de dados estatísticos, a avaliação, manutenção e atualização de catálogos em li -<br />

nha e bases de dados locais e a análise diária das sugestões de usuários registradas<br />

nos boletins Ouvindo o Leitor.<br />

Investiu-se, também, no inventário de acervos, principalmente no armazém<br />

de Obras Gerais, área com maior índice de público. O projeto de inventário do<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 327<br />

327<br />

1º Andar de Obras Gerais, com mais de 120 mil peças levantadas, beneficiou o<br />

atendimento, reduzindo o tempo de espera do leitor. Considerado o mais complexo<br />

inventário do acervo, pois nesse andar as obras eram arquivadas de acordo<br />

com o número de classificação, o projeto permitiu transformar a localização provisória<br />

em localização fixa, readequar as “coleções incompletas”, identificar as<br />

obras raras, transferindo-as para o setor adequado e, também, as obras estrangeiras<br />

para as áreas devidas.<br />

Embora seja reconhecida a melhoria dos serviços prestados ao público, ainda<br />

é necessária a qualificação das áreas de pesquisas, mediante investimentos em tec -<br />

no logias de transferência da informação e criação de novos suportes da informa -<br />

ção que contribuam para a preservação dos originais e agilidade das pesquisas.<br />

Para divulgar o acervo, o Departamento de Referência e Difusão desenvolveu<br />

importantes projetos de resgate e divulgação de acervos históricos, por meio de<br />

edições especiais ou de exposições. O projeto O Brasil e os Holandeses, com o<br />

apoio financeiro do Banco Real, possibilitou a restauração da obra de Gas par Barléus,<br />

que registra a invasão holandesa no Brasil durante o governo de Maurício de Nassau.<br />

O projeto editou também o livro de arte O Brasil e os holandeses e o CD-Rom inte -<br />

rativo com a edição fac-similar do livro de Gaspar Barléus, além de apresentar as<br />

metodologias de restauração da obra. Vale registar que o livro O Brasil e os holande -<br />

ses, publicado em português, inglês e holandês, foi considerado, pelos jornais O<br />

Globo e Jornal do Brasil, uma das melhores publicações destinadas a comemorar os<br />

500 anos do descobrimento do Brasil. A obra de Barléus, incluindo-se 55 pranchas<br />

de Frans Post, foi exposta na sede do Banco Real, em São Paulo e Belo Horizonte,<br />

e no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.<br />

Em outra importante parceria, esta com a Prefeitura da Cidade do Rio de Ja -<br />

nei ro, a <strong>Biblioteca</strong> Nacional, por meio do Departamento de Referência e Difusão,<br />

emprestou gravuras do seu acervo das coleções Albrecht Dürer (1471-1528),<br />

Oswaldo Goeldi (1895 e Giovanni Piranesi (1720-1778) para a Mostra Rio Gra -<br />

vura, promovida pela Rio Arte. Com esta parceria, a <strong>Biblioteca</strong> Nacional recebeu o<br />

apoio financeiro necessário para restauração da coleção Piranesi e a doação de<br />

uma máquina obturadora de papel, que foi instalada no Laboratório de Res tau -<br />

ração. Ainda em parceria com a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, realiza mos,<br />

em agosto e setembro, a exposição Cordel: o Imaginário Popular, integrada ao<br />

roteiro do evento Mês da Gravura.<br />

Merecem destaque também as atividades programadas em conjunto com o<br />

Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />

e destinadas a celebrar os 50 anos da morte de Artur Ramos, um dos mais importantes<br />

antropólogos brasileiros. Em dezembro, realizou-se o seminário Diário<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 328<br />

de Campo: Arthur Ramos, os Antropólogos e as Antropologias, que realçou sua<br />

atuação na área das ciências sociais e como representante do Brasil e da América<br />

Latina na Unesco, onde foi o primeiro diretor do Departamento de Ciências<br />

Sociais. Foi também concluído o inventário do arquivo Arthur Ramos, conjunto<br />

de aproximadamente 5 mil documentos adquirido pela <strong>Biblioteca</strong> Nacional<br />

nos anos 50 do século passado que será publicado na coleção Rodolfo Garcia.<br />

Também por meio do Departamento de Referência e Difusão, foi assinado<br />

convênio com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e o Conselho Nacional<br />

de Arquivos (Conarq) para as comemorações dos 500 anos do descobrimento do<br />

Brasil. As ações resultantes do convênio ficarão sob a coordenação da Comissão<br />

Luso-Brasileira de Salvaguarda e Divulgação do Patrimônio Documental, na qual<br />

a <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional está representada pela chefia da Divisão de Ma -<br />

nuscritos. Como efeito dessa parceria, dez estagiários fizeram o inventário das<br />

coleções Inquisição em Goa (1.630 documentos), Inconfidência Mineira (30 do -<br />

cumentos), Tiradentes (250 documentos) e Macedo (1.468 documentos).<br />

Cabe destacar ainda a criação do projeto de tradução para o português da obra<br />

Geografia, de Cláudio Ptolomeu. Feita com base na edição existente no acervo<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, em latim e datada de 1486, terá a participação de especialistas<br />

em Letras Clássicas e História Medieval de universidades brasileiras, como<br />

a Universidade Federal Fluminense, e do exterior, entre as quais a Universidade<br />

de Coimbra, em Portugal.<br />

Por último, cabe destacar também o projeto Museu Ebal, cujo objetivo principal<br />

é incorporar ao acervo as coleções históricas da Editora Brasil-América,<br />

recen temente doadas à FBN. Estimado em 30 mil peças, este conjunto documen -<br />

tal é representativo da história da editora criada em 1933 por Adolfo Aizen. A<br />

Ebal trouxe para o Brasil as histórias em quadrinhos americanas editadas pela<br />

King Feature Syndicate, incentivando a produção dos quadrinhos nacionais.<br />

Integram o acervo a arte-<strong>final</strong> de obras como História do Brasil em quadrinhos e<br />

Casa grande & senzala, com desenhos de Ivan Wash Rodrigues, e títulos como<br />

Menino de engenho e Iracema, ilustrados por André Le Blanc.<br />

1.1 Exposições e Mostras do Acervo<br />

328<br />

Ainda por meio do Departamento de Referência e Difusão, foram organizadas,<br />

ao longo do ano, uma série de pequenas mostras: Cordel: o Imaginário da Gravura<br />

Popular (evento integrado à Mostra Rio Gravura, promovido pela Prefeitura do<br />

Rio de Janeiro); Fontes Nativas (Dia do Índio); Ataulfo Alves (pelos 100 anos<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 329<br />

de nascimento do compositor); Microfilmar para Preservar (sobre o processo de<br />

microfilmagem adotado na FBN); Era uma vez uma cidade (aniversário da cidade<br />

do Rio de Janeiro); Nelson Werneck Sodré (homenagem ao autor por ocasião de<br />

sua morte em janeiro); Grover Chapmam (homenagem ao gravador, que doou<br />

seu acervo à FBN); 200 Anos de Balzac; Talento & Engenho (As Grandes Inven -<br />

ções. As Máquinas do Progresso. Terra, Mar e Ar); e Arthur Ramos (assinalando<br />

os 50 anos de sua morte);<br />

Já em parceria com outras instituições culturais do país, a <strong>Biblioteca</strong> Nacional<br />

cedeu peças do seu acervo raro para exposições realizadas por outras instituições:<br />

D. João VI: um Rei Aclamado na América, no Museu Histórico Nacional; O<br />

Brasil Redescoberto, no Paço Imperial; Oswaldo Goeldi, no Espaço Cultural dos<br />

Correios; Albrecht Dürer: O Apogeu do Renascimento Alemão, no Museu<br />

Nacional de Belas Artes, e Piranesi: Ruínas e Fantasias, no Centro de Arquitetura<br />

e Urbanismo.<br />

1.2 Atendimento ao Público<br />

329<br />

Em 1999, o atendimento ao público foi feito de 2ª a 6ª feira, das 9 às 20 horas,<br />

e aos sábados, das 9 às 15 horas.<br />

Os gráficos abaixo revelam o atendimento em cada uma das divisões que integram<br />

o Departamento de Referência e Difusão.<br />

Público Atendido por Área/Divisões 1999<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 330<br />

Atendimento segundo o Turno 1999<br />

330<br />

Atendimento à Distância Pesquisas Bibliográficas* 1999<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 331<br />

2 - Intercâmbio Técnico<br />

Técnicos do Departamento de Referência e Difusão participaram dos seguintes<br />

eventos: mesa-redonda Instituições de Pesquisa e seus Acervos, promovida pela<br />

Uni versidade Gama Filho, no Rio de Janeiro; Encontro de Pesquisadores e Pro -<br />

fessores em História da Educação; mesa-redonda Arquivos do Rio de Janeiro:<br />

Fontes para História da Educação no Brasil, promovida pela UFRJ/Fórum de<br />

Ciência e Cultura, Rio de Janeiro; Encontro Internacional sobre Conservação do<br />

Patrimônio Bibliográfico e Documental em Clima Subtropical, promovido pelo<br />

Ministério da Cultura/Instituto do Patrimônio Histórico Espanhol, realizado em<br />

Santa Cruz de la Palma - Canárias; visita técnica à <strong>Biblioteca</strong> Nacional da Espanha<br />

e de Nova York - EUA, para fins de intercâmbio nas áreas de acervo de dese nhos,<br />

gravuras, fotografias e de tecnologia digital; Mesa-redonda Nacional de Arquivos,<br />

promovida pelo Banco Mundial, Organização dos Estados Americanos, Conselho<br />

Nacional de Arquivos (Conarq) e Arquivo Nacional do Brasil; curso Escuela de<br />

Archivos para Iberoamérica, promovido pelo Ministério da Cultura da Espa -<br />

nha/<strong>Biblioteca</strong> Nacional da Espanha; Bolsa de Estudo da <strong>Biblioteca</strong> Na cional de<br />

Lisboa; Curso de Descrição Arquivística, realizado no Arquivo Nacional, tendo<br />

como docente Michael Cook (Arquivo Nacional da Inglaterra e Conselho Inter -<br />

nacional de Arquivos) e Encontro Nacional de Acervos Literários Brasileiros, promovido<br />

pela PUC-RS.<br />

3 - Cursos e Seminários<br />

331<br />

A área de Referência e Difusão também promoveu o curso Coleções Especiais:<br />

Livros e Periódicos Raros e a oficina Identificação e Representação de Manuscritos,<br />

a partir da qual foi elaborada uma metodologia de descrição de acervos ma -<br />

nuscritos.<br />

Outro evento foi a série Seminários Musicais, a cargo de músicos e musicólo -<br />

gos brasileiros, tendo como referência o acervo da Divisão de Música. Progra -<br />

mação: Ernesto Nazareth e o Tango Brasileiro, Marcelo Verzoni; A MPB na Era<br />

do Rádio, Jairo Severiano; Guerra-Peixe: sua Evolução Estilística à Luz das Teses<br />

Andradeanas, Antônio Guerreiro; Estrutura e Linguagem da Obra de Ricardo<br />

Tacuchian; Ricardo Tacuchian; A Harmonia Criativa: uma Descrição dos Pro -<br />

ce dimentos Didáticos de Luiz Eça, Sheila Zagury; Nacionalismo Musical do Século<br />

XX: a Visão do Compositor, João Guilherme Ripper e Composições: Estilo e<br />

Escolhas, Marisa Resende.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 332<br />

4 - Processamento Técnico do Acervo<br />

332<br />

No âmbito de suas atividades permanentes, a área de Referência e Difusão desenvolveu<br />

uma série de ações de processamento técnico do acervo especializado<br />

e geral. As principais ações foram as seguintes:<br />

4.1 - Documentos manuscritos: revisão e complementação da identificação dos<br />

documentos da coleção Artur Ramos e elaboração de catálogo com, aproxima -<br />

da mente, 5 mil verbetes; identificação de 3.069 documentos da coleção Beatrix<br />

Reynal; arranjo e identificação de 40 documentos da coleção Blanche Ribeiro<br />

Gomes, já disponíveis em base de dados no site da <strong>Biblioteca</strong> Nacional; reorganização<br />

dos documentos da coleção Casa dos Contos, elaboração de mapa da<br />

capitania de Minas Gerais, revisão parcial e continuidade de registros; organização<br />

e identificação de cerca de 2 mil documentos da coleção Linhares; organização<br />

e identificação de seis documentos da coleção marechal Rondon, já dis -<br />

poníveis no site da FBN; identificação e acondicionamento de 461 documen tos<br />

da coleção Mário Barreto, ainda não concluídos; higienização, identificação, localização<br />

topográfica, registro e acondicionamento de 150 fotografias e desenhos<br />

da coleção Percival Farcqhuar, restando o tratamento da documentação textual;<br />

identificação e troca de pastas de 154 documentos da coleção Portugal, em andamento;<br />

identificação e troca de pastas de 646 documentos da coleção Tobias<br />

Monteiro, em andamento; sistematização das informações relativas às coleções<br />

que compõem o acervo, a fim de aprimorar a qualidade da informação prestada<br />

ao usuário pelo Guia de coleções; identificação das obras impressas existentes na<br />

Divisão de Manuscritos, setor Impressos, tornando-as recuperáveis por autor, título,<br />

assunto e localização física, mediante sistema de entrada de dados desenvolvido<br />

em Micro-Isis; tratamento de 1.256 fotografias do Instituto Nacional do<br />

Livro, incluindo higienização, identificação, registro, descrição, acondicionamento<br />

e elaboração de guias-fora (fantasma) remissivos, com término previsto<br />

para o ano 2000; elaboração de inventário dos documentos da Real <strong>Biblioteca</strong>,<br />

visando a racionalizar o acesso ao acervo e torná-lo disponível para as comemorações<br />

dos 500 anos de descobrimento do Brasil; revisão da identificação rea -<br />

lizada anteriormente nos Códices, de modo a aprimorar o instrumento de pesquisa.<br />

4.2 - Música e Arquivo Sonoro: organização, descrição e acondicionamento do arquivo<br />

de imagens; catalogação, classificação e acondicionamento do acervo de<br />

partituras, com 2.800 páginas já trabalhadas; higienização, identificação, locali -<br />

zação topográfica, acondicionamento do arquivo de correspondência passiva e<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 333<br />

333<br />

ativa da Divisão de Música, em curso; recuperação dos discos de 78 Rpm, com<br />

o fim de preservar a memória musical brasileira, concluída com 7.421 documentos<br />

trabalhados; normalização e atualização da base da dados do arquivo<br />

sonoro: em curso, com 2.400 discos já processados; atualização e complementação<br />

da base de dados de partituras, com 22.946 documentos já convertidos da<br />

base Isis para Ortodocs; automatização do banco de dados de autoridade, em<br />

curso; processamento técnico de teses em música, com 230 documentos já processados;<br />

identificação, catalogação e classificação de novos documentos e revi -<br />

são da antiga base de dados de discos de 33 rpm, com 6.018 documentos já<br />

processados.<br />

4.3 Iconografia: unificação/automação dos catálogos do acervo bibliográfico da<br />

Divisão de Iconografia (constituição de base de dados de monografias específicas<br />

de iconografia, acrescida do código de localização das obras; processamento<br />

técnico automatizado de cerca de 8 mil livros antigos, séculos XVI ao XIX, nunca<br />

disponibilizados aos usuários, com 6.746 documentos já processados, convertidos<br />

e migrados; inventário, higienização, acondicionamento e catalogação<br />

do acervo de desenhos; inventário, higienização, acondicionamento e cataloga -<br />

ção do acervo de gravura da Divisão de Iconografia; tratamento técnico de todo<br />

o acervo, que inclui cartazes, calendários, cardápios, rótulos; tratamento técnico<br />

automatizado, conservação, reprodução fotográfica e acondicionamento do acer -<br />

vo fotográfico, com 6.527 fotos já processadas; tratamento técnico dos atlas<br />

históricos; tratamento técnico do acervo de mapas, incluindo-se os mapas recebi -<br />

dos do Núcleo de Depósito Legal e do Escritório de Direitos Autorais; conserva -<br />

ção e acondicionamento do acervo bibliográfico, mediante intervenções básicas<br />

de conservação e acondicionamento realizadas por patrulheiros da FIA, sob a res -<br />

ponsabilidade e a orientação do Centro de Conservação e Encadernação da FBN;<br />

criação do arquivo de negativos e diapositivos do acervo iconográfico (para evitar<br />

que o acervo seja excessivamente reproduzido, controlar o uso das imagens, mas<br />

facilitar o acesso ao pesquisador); e digitalização do acervo de mapas raros (patro -<br />

cínio Mellon Foundation), com vistas à criação de home page.<br />

4.4 Obras Raras: localização e identificação dos títulos de periódicos que compõem<br />

o acervo de obras raras, como também intercâmbio de informações sobre<br />

esses periódicos entre diversas instituições, com 9.316 documentos processados<br />

e 6.006 registros já automatizados; identificação e transferência de duplicatas dos<br />

periódicos para o anexo, a fim de abrir espaço para as coleções principais; transferência<br />

de obras do século XVII, do armazém de Obras Gerais para a Diora e<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 334<br />

identificação e localização do acervo da Real <strong>Biblioteca</strong>, com vistas à publicação<br />

de catálogo especial.<br />

4.5 Acervo Geral: esta área, por sua vez, incorporou 79.327 peças, assim distri -<br />

buídas: 61.073 publicações seriadas, 17.955 livros e 299 obras de referência.<br />

B) PROCESSAMENTO TÉCNICO<br />

2 Serviços Bibliográficos<br />

2.1 Captação de Acervo<br />

334<br />

Em 1999 foram captadas 123.261 peças: 108.785 por meio da Lei do Depósito<br />

Legal e 14.191 por doação e permuta, número que representou um aumento de<br />

80% de títulos novos. O aumento resultou de cobrança sistemática junto às edi -<br />

toras nacionais, boa parte das quais ainda não cumpre a lei. A mesma política<br />

de cobrança foi adotada para o acervo de periódicos, o que ocasionou a elevação<br />

de 40% de captação.<br />

Também aumentou o recebimento de obras por doação ou permuta. A Fun da -<br />

ção <strong>Biblioteca</strong> Nacional mantém programa de permuta com 34 bibliotecas nacionais<br />

de diversos países e 14 organismos internacionais. Obras editadas ou coedi tadas pela<br />

<strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional e duplicatas do acervo são enviadas a diversas instituições<br />

por este programa e, em contrapartida, recebidas inúmeras outras.<br />

As principais doações foram feitas pela Livraria Francisco Alves Editora, e pelos<br />

responsáveis pelas coleções Eremildo Viana, marechal Rondon, Roland Cor -<br />

busier, Assembléia Legislativa/RJ, Instituto Camões.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 335<br />

Acervo Recebido* 1990 a 1999<br />

335<br />

*Acervo recebido por meio de depósito legal, direitos autorais, compra, doação e permuta.<br />

2.2 Aquisição de Material Bibliográfico e Documental<br />

A <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional adquiriu, por compra, 285 títulos, ação destina -<br />

da a atualizar o acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional com obras relevantes e não recebi -<br />

das pelos meios descritos anteriormente. Com isso, procura-se garantir uma das<br />

funções-fim desta Instituição, a de centro referencial nacional de informações<br />

bibliográficas.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 336<br />

336<br />

2.3 Processamento Técnico Automatizado do Acervo<br />

Foram incorporadas 86.313 peças e processadas 19.387. Na base de dados foram<br />

atualizados e/ou gerados 59.664 registros bibliográficos.<br />

2.3.1 - Produção e Atualização de Bases de Dados<br />

Ainda em relação à base de dados, foram desenvolvidas as seguintes atividades<br />

inerentes ao Programa de Unificação da Metodologia de Geração e Administração<br />

das Bases de Dados Bibliográficos e sua conversão para o Formato Internacional<br />

de Intercâmbio de Registros Bibliográficos (Usmarc):<br />

a) Conversão de bases de dados: estudos para criação de tabelas de conversão de<br />

bases de dados de Microisis para o formato Usmarc; elaboração de tabelas de con -<br />

ver são a partir das decisões tomadas com a conclusão dos estudos; testes de conver -<br />

são; exportação em Microisis já com os campos que compõem os registros biblio -<br />

gráficos convertidos para o formato Usmarc; migração <strong>final</strong> dos arquivos em<br />

Microisis para a plataforma do software Ortodocs, hoje adotado no processamen -<br />

to técnico da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

b) Criação de menus (scripts): foram elaborados scripts e tabelas destinados à entra -<br />

da de dados nas bases implantadas. Os campos dos scripts estão em concordância<br />

com os campos do formato Usmarc.<br />

c) Criação de modelos de fichas: foram criadas fichas etiquetadas próprias para exi -<br />

bição aos usuários.<br />

Já o Programa de Unificação de Metodologia de Geração e Administração das<br />

Bases de Dados Bibliográficos e sua Conversão para o Formato Usmarc foi desen -<br />

volvido nos moldes do que já havia sido feito, em 1997, com a Base de Monografias<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 337<br />

337<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. A aplicação desse programa permitiu a conversão das ba -<br />

ses dos seguintes acervos: Obras Raras, Partituras Musicais, Discos, Fotografias,<br />

Material Cartográfico e Periódicos Raros.<br />

Um dos principais resultados obtidos foi a disponibilização das bases na inter -<br />

net, por meio do site da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional: www.bn.br . Em 1999,<br />

ficaram disponíveis 17 bases de dados englobando o acervo geral e especializado<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional e três bases com dados cadastrais: Cadastro de <strong>Biblioteca</strong>s<br />

Públicas, ISBN no acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional e Catálogo de Editores.<br />

As 20 bases disponibilizam aproximadamente 1 milhão de registros. Alguns, refe -<br />

rentes ao acervo como mapas, partituras e fotos têm associação de multimídia.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 338<br />

338<br />

Movimento Anual de Acesso a Home Page - 1999<br />

Em relação ao acervo de periódicos (jornais e revistas), foi desenvolvida me -<br />

todologia para automação do controle da coleção da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />

A partir de abril, o registro dos periódicos passou a ser feito na Base Kardex<br />

de Periódicos. Desenvolvida e administrada pelo setor de Registro Patrimonial,<br />

substituiu o registro em fichas Kardex, incluindo 1.117 títulos novos.<br />

A Base Kardex de Periódicos é uma base de trabalho transitória. Ela contém<br />

apenas os títulos novos (recebidos por depósito legal, doação, direitos autorais<br />

ou permuta) e suas respectivas coleções, até o momento do título ser processado<br />

tecnicamente pela Divisão de Periódicos e incluído na Base de Publicações Seriadas<br />

(base oficial de periódicos da FBN).<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 339<br />

No segundo semestre, iniciou-se o registro de jornais e diários oficias na Base<br />

de Publicações Seriadas. Foram incluídas as coleções dos títulos já existentes na<br />

base e, posteriormente, todos os títulos recebidos por meio da Lei do Depósito<br />

Legal, com suas respectivas coleções. Foram incluídos 651 títulos na base e as<br />

coleções de 313 títulos já existentes.<br />

Também foi realizado o processamento técnico dos jornais recebidos por meio<br />

do convênio firmado entre a Associação Brasileira de Jornais do Interior (Abrajori)<br />

e a FBN. Foram processados 322 títulos novos e registrados 10.826 fascículos.<br />

2.3.2 Processamento Técnico do Acervo<br />

Para resgatar a parte do acervo especializado ainda não disponível para os usuários,<br />

implantou-se um programa de incorporação nas bases de dados da FBN. Para<br />

tanto, foram processados tecnicamente acervos de inigualável importância histórica<br />

para o país, tais como: periódicos raros do século XIX, livros iconográficos do<br />

século XVI ao XIX, mapas antigos e raros e obras raras. A maior parte desse acer -<br />

vo pertence à Real <strong>Biblioteca</strong>, que deu origem, no Brasil, à atual <strong>Biblioteca</strong><br />

Nacional.<br />

Foi também ministrado curso de treinamento em Marc e Ortodocs visando<br />

à implantação do processo técnico automatizado nas áreas de acervo especializado:<br />

Música, Iconografia, Obras Raras e Material Cartográfico.<br />

2.4 Estatística de Produção dos Serviços Bibliográficos.<br />

2.4.1 Captação de Acervos<br />

339<br />

Tipo de material DL D / P C Total Geral<br />

Monografias 20.778 5.890 234 26.902<br />

Pub. Seriadas 86.942 5.313 51 92.306<br />

Mat. Especiais 1.065 2.988 –– 4.053<br />

Total 108.785 14.191 285 123.261<br />

DL = Depósito Legal / D = Doação / P = Permuta / C = Compra / Pub. Seriadas (Publicações Seriadas) =<br />

jornais e revistas / Mat. Especiais (Materiais Especiais) = CD-Rom, discos, vídeos, disquetes, partituras etc.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 340<br />

2.4.2 Incorporação ao Acervo<br />

Monografias, publicações seriadas e material especial selecionados e registrados:<br />

86.313 peças.<br />

2.4.3 Publicações Selecionadas e Distribuídas<br />

<strong>Biblioteca</strong> Euclides da Cunha, Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas, Biblio -<br />

teca Demonstrativa de Brasília e demais instituições cadastradas no setor de<br />

Intercâmbio: 24.944 peças<br />

2.4.4 Processamento Técnico do Acervo<br />

Títulos processados:19.387<br />

340<br />

2.4.5 Bases de Dados Produzidas/Atualizadas<br />

Criadas e totalizadas cinco bases de dados, perfazendo total de 59.664 registros<br />

bibliográficos incorporados durante o ano.<br />

DESCRIÇÃO DAS BASES DE DADOS Total no ano 1999 Total de registros na base<br />

Catálogo de Monografias 19.387 263.685<br />

Catálogo de Editores 144 3.661<br />

Autoridades Assuntos 5.060 15.273<br />

Kardex de Periódicos 1.117 22.532*<br />

Autoridades Nomes 33.956 48.929<br />

* Os títulos já existentes na Base de Publicações Seriadas da FBN estão sendo eliminados da Base<br />

Kardex de Periódicos. A base ficará apenas com títulos novos, seções especializadas e jornais.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 341<br />

2 - Preservação<br />

341<br />

Quanto às atividades permanentes de preservação do acervo, a cargo das divisões<br />

de Conservação e Restauração e de Microfilmagem, do Centro de Conservação<br />

e Encadernação e do Laboratório de Restauração, destacamos, do acervo especiali -<br />

zado, a restauração e encadernação da coleção de incunábulos da <strong>Biblioteca</strong> Na -<br />

cional e a restauração, por meio do projeto Brasil e os Holandeses, patrocinado<br />

pelo Banco Real, dos dois exemplares raros da obra Rerum per octennium in Bra -<br />

silia, de Gaspar Barleus, de 1647. Outras 14 obras raras diversas também foram<br />

inteiramente restauradas e encadernadas.<br />

Com o patrocínio da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro, foi possível<br />

também o tratamento de três volumes da coleção G.B. Piranese: La anchietá,<br />

Campo malzio dell’ antiga Roma e Opere varie di architetura, ao todo com 294<br />

gravuras. Também foram restaurados e/ou acondicionados 28 mapas raros e obras<br />

cedidos por empréstimos para exposições.<br />

No que se refere às obras do acervo geral, deu-se prosseguimento aos traba -<br />

lhos de encadernação, douração, reestruturação de folhas e de volumes, higieniza -<br />

ção e acondicionamento e ao tratamento do acervo fotográfico. Para a exposição<br />

de aniversário da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, dez obras receberam tratamento.<br />

Dentro do Plano Nacional de Microfilmagem de Periódicos Brasileiros, estão<br />

sendo reativados convênios com fundações, bibliotecas, órgãos estaduais, empre -<br />

sas jornalísticas e casas de representação, tais como: Arquivo Nacional (RJ), Arqui -<br />

vo Público da Bahia (BA), Arquivo Público Mineiro (MG), <strong>Biblioteca</strong> Pública<br />

do Paraná e a de Santa Catarina, Câmara dos Deputados (DF), <strong>Fundação</strong> Casa<br />

de Rui Barbosa (RJ), Funcamp (SP), <strong>Fundação</strong> Joaquim Nabuco (PE), Library<br />

of Congress (USA), Universidade Federal da Bahia (BA) e a de Mato Grosso (MT),<br />

Universidade Estadual Paulista (SP), <strong>Biblioteca</strong> Mário de Andrade (SP). Entre<br />

as empresas jornalísticas, no Estado do Rio de Janeiro, convênios com o Jornal<br />

do Brasil, Jornal do Commercio, Tribuna da Imprensa, O Flu minense, O Dia e O<br />

Globo; e, em São Paulo, com o Diário Popular, O Estado de S. Paulo e Jornal da<br />

Tarde. No atendimento aos usuários, houve resposta a 560 pedidos: 153 rolos<br />

microfilmados, de diversos títulos, e 1.067 rolos duplicados, com 1.625 volu mes<br />

movimentados. Para atender às 1.017 solicitações de cópias eletrostáticas, foram<br />

feitas 10.662 cópias.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 342<br />

Quadro estatístico de produção<br />

PRINCIPAIS REALIZAÇÕES<br />

Descrição Unidade Programado Executado A Executar<br />

de Medida em 1999<br />

Acervo Conservado Folha 10.000 18.319 -<br />

Acervo Higienizado Volume 15.000 8.283 6.717 (*)<br />

Acervo Restaurado Folha 3.000 3.335 -<br />

Acervo Encadernado Volume 1.400 1.400 -<br />

Acervo Microfilmado Rolo 700 913 -<br />

Acervo Acondicionado<br />

Preparo de Documentos<br />

Volume 40.000 6.256 33.744 (*)<br />

para Microfilmagem Página 500.000 759.570 -<br />

Produção de<br />

Fotogramas<br />

de Microfilmes Fotograma 500.000 719.555 -<br />

Acervo Duplicado Rolo 3.000 5.122 -<br />

Revisão e Rolo<br />

Microfilmado Rolo 3.500 6.135 -<br />

(*) Metas não alcançadas por falta de técnicos.<br />

No Laboratório Fotográfico, foram realizadas 1.499 ampliações para a FBN<br />

e 488 para usuários. Foram processados 2.267 negativos e acondicio nados 9.876,<br />

e feitas 284 reproduções fotográficas (as tabelas abaixo detalham estes números).<br />

Houve cobertura fotográfica de 34 eventos.<br />

Ampliações Fotográficas<br />

Tamanho FBN Usuário<br />

12X18 187 28<br />

18X24 543 321<br />

20X25 15 15<br />

24X30 732 07<br />

30X40 04 112<br />

50X60 18 05<br />

Total 1.499 488<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

342


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 343<br />

PROCESSAMENTO DE NEGATIVOS<br />

Especificação Quantidade<br />

120 241<br />

135 26<br />

Total 267<br />

ACONDICIONAMENTO DE NEGATIVOS<br />

Especificação Quantidade<br />

120 2120<br />

135 1537<br />

120/cor 31<br />

135/cor 630<br />

120/cromo 20<br />

135/cromo 48<br />

Total 9.876<br />

REPRODU²AO<br />

Especificação Quantidade<br />

120 199<br />

135 06<br />

120/cor 02<br />

135/cor 03<br />

120/cromo 04<br />

135/cromo 01<br />

Total 284<br />

Obs: estes 284 filmes reproduzidos geraram 2.840 imagens do acervo em negativos de segunda geração.<br />

2.1 Seminários, Palestras e Cursos<br />

343<br />

Sob o patrocínio do Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas, foram realizados<br />

de agosto a novembro workshops, com duração de uma semana, em horário integral,<br />

sobre Preservação de Acervos Bibliográficos e Documentais, nas seguintes<br />

cidades: Vitória/ES, Aracaju/SE, Rio Branco/AC, Salvador/BA, Recife/PE, Goiâ -<br />

nia/ GO e Rio/RJ. Como parte da Semana de Estudos de Conservação de Acer -<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 344<br />

vos sobre Papel, representante desta coordenadoria ministrou aula sobre Conser -<br />

vação-Restauração, no Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais<br />

Móveis, da Universidade Federal de Minas Gerais.<br />

Com apresentação de trabalho sobre acondicionamento de documento manus -<br />

crito com selo pendente, um funcionário desta coordenadoria participou do<br />

Encontro Internacional sobre Conservação do Patrimônio Histórico Espanhol,<br />

em Santa Cruz de La Palma, Ilhas Canárias, Espanha. Técnicos do Centro de<br />

Con servação & Encadernação e do Laboratório de Restauração integraram, na<br />

<strong>Fundação</strong> Casa de Rui Barbosa, no Rio, workshop sobre encadernação e restaura -<br />

ção de época, ministrado pelo professor Bernard Middleton, da Inglaterra. Houve<br />

participação ainda destes técnicos em palestra e workshop dos conserva do res/res -<br />

tauradores espanhóis Pedro Barbachano e Ana Beny, na Associação Brasileira de<br />

Encadernadores e Restauradores, em São Paulo.<br />

E ainda: representante da Divisão de Conservação e Restauração proferiu palestra<br />

sobre Encadernações Comerciais e de Época adotadas para os acervos de obras gerais<br />

e raras da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, na Universidade Federal de Minas Gerais. Aula sobre<br />

processos de microfilmagem foi ministrada por representante da Divisão de Mi -<br />

crorreprodução, na Universidade Federal Fluminense. Técnicos da mesma divisão<br />

par ticiparam, em outubro, da XXII Exposição Internacional de Gerenciamento Ele -<br />

trônico de Documentos, realizada em São Paulo, durante a Infoimagem/99.<br />

2.2 Assessoria Técnica<br />

344<br />

Com o propósito de entrar em contato com programas de digitação de mapas<br />

de última geração de instituições norte-americanas, como a <strong>Biblioteca</strong> da Univer -<br />

sidade de Columbia, a <strong>Biblioteca</strong> Pública da Cidade de Nova Iorque e as biblio -<br />

tecas do Congresso e do Arquivo Nacional, em Washington, representantes da<br />

Coordenadoria de Preservação estiveram, no período de 18 a 26 de janeiro, em<br />

visita oficial de estudos, nos EUA. A visita representou a etapa inicial do projeto<br />

Digitação de Mapas Antigos, a ser desenvolvido em parceria com o Serviço<br />

de Documentação da Marinha, tendo o patrocínio da Andrew Mellon Foundation.<br />

Um representante desta coordenadoria esteve também em visita técnica à <strong>Fundação</strong><br />

Rio das Ostras de Cultura e à <strong>Biblioteca</strong> Municipal de Rio das Ostras, no Estado<br />

do Rio de Janeiro, para planejamento de workshop.<br />

Assessores técnicos acompanharam as montagens e desmontagens das expo -<br />

sições: comemorativa dos 189 anos de fundação desta Casa, <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />

sua Trajetória e História, na FBN, no Rio; A Paisagem Pitoresca no Brasil, no Museu<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 345<br />

da Chácara do Céu, no Rio; Brasil e os Holandeses, com empréstimo de gravuras<br />

e mapas de Gaspar Barleus, no Banco Real, em São Paulo, e no Palácio das Artes,<br />

em Belo Horizonte; Mostra Rio de Gravuras, com empréstimo de gravuras de Dürer,<br />

no Museu Nacional de Belas Artes; com empréstimo de gravuras de Piranese, no<br />

Instituto de Arquitetos do Brasil; e com empréstimo de obras de Oswald Goeldi,<br />

no Espaço Cultural dos Correios, no Rio.<br />

Foram realizadas também visitas técnicas para avaliar o estado de conservação<br />

de obras no Jardim Botânico e na <strong>Biblioteca</strong> Municipal de Rio das Ostras, no<br />

Estado do Rio de Janeiro, e na Sociedade Sul Rio-grandense, no Rio Grande<br />

do Sul.<br />

III - O LIVRO<br />

Em 1999, a <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional, por intermédio do Departamento<br />

Na cional do Livro (DNL), publicou, em co-edição, 17 títulos de autores nacionais<br />

contemporâneos, dando seguimento ao programa <strong>Biblioteca</strong> Básica da<br />

Cultura Brasileira, e concedeu o Prêmio Luís de Camões à poeta portuguesa Sofia<br />

de Mello Breyner, com base no acordo assinado entre Brasil e Portugal. Outros<br />

seis prêmios foram concedidos pela FBN.<br />

A FBN, também com a interveniência do DNL, participou ainda de cinco<br />

feiras internacionais, concedeu 10 bolsas para escritores brasileiros concluírem<br />

seus trabalhos e 26 outras para tradução de obras brasileiras para outros idiomas,<br />

com destaque para o espanhol.<br />

1 - Promoção do Livro<br />

345<br />

1.1 - Participação em feiras internacionais<br />

Com o objetivo de divulgar a literatura nacional em centros que estudam e<br />

pesquisam a cultura brasileira, a FBN participou de variados eventos no exte -<br />

rior relacionados ao livro. Em parceria com a Câmara Brasileira do Livro e<br />

com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, foram enviadas publicações<br />

de vários gêneros a esses eventos, todas doadas, posteriormente, a universidades<br />

locais.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 346<br />

Destacamos nossa participação nas seguintes feiras: Feira do Livro Infantil e<br />

Juvenil de Bologna, na Itália; Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, na<br />

Ar gentina; Feira Internacional do Livro de Frankfurt, na Alemanha, e Feira In ter -<br />

nacional do Livro Ibero-Americano (Liber/99), em Barcelona, Espanha.<br />

1.2 - Feiras no Brasil<br />

A FBN participou também de feiras realizadas no Brasil com caráter internacional,<br />

como a IX Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro; e o Salão<br />

Internacional do Livro de São Paulo, na capital paulista. Durante a IX Bienal<br />

Internacional do Livro, no Rio, foram organizados dois eventos de porte: o V<br />

Encontro de Tradutores e Agentes Literários, para sedimentar a estratégia de<br />

tradução de obras brasileiras no exterior (entre outros, estiveram presentes perso -<br />

nalidades como Jean Baudrillard, Rafael Argullol, Frances Albernaz e Jean Sou blin);<br />

e o IV Encontro sobre Direitos Autorais, que possibilitou debates e apresentação<br />

de sugestões e propostas para questões relacionadas com as novas técnicas editoriais<br />

de reprodução de escritos, de imagens e de sons.<br />

1.3 - Concessão de prêmios<br />

346<br />

A poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner recebeu da FBN o Prêmio Luís de<br />

Camões 1999, concedido anualmente a escritores de língua portuguesa, confor -<br />

me o protocolo assinado em 1988 pelos governos do Brasil e Portugal. O júri<br />

brasileiro foi composto por Leyla Perrone-Moisés, Luiz Costa Lima e Elmer<br />

Corrêa Barbosa. Integraram o júri português António Alçada Baptista, Maria<br />

Irene C. Ramalho, Maria Alzira Seixo.<br />

Para estimular escritores brasileiros e programadores visuais que contri -<br />

buíram para melhorar o padrão de qualidade dos projetos gráficos dos livros<br />

produzidos no Brasil, a FBN, como vem fazendo desde 1995, premiou escri -<br />

to res em seis ca te gorias: poesia, narrativa, ensaio literário, ensaio social, tra -<br />

du ção e projeto gráfico.<br />

Prêmio Alphonsus de Guimaraens, para poesia: Ferreira Gullar, com Muitas<br />

vozes, Editora José Olympio. Júri: Alberto Pucheu, Antônio Carlos Secchin, Alexei<br />

Bueno, Armando Freitas Filho, Mário Chamie e Marcos Lucchesi.<br />

Prêmio Machado de Assis, para narrativa (obs: a partir deste ano, nesta ca te goria<br />

foram integrados os prêmios antes concedidos, separadamente, para conto e ro-<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 347<br />

mance): Ana Maria Machado, com A audácia dessa mulher, Nova Fronteira. Júri:<br />

Beatriz Resende, Domício Proença Filho e Flávio Loureiro.<br />

Prêmio Mário de Andrade, para ensaio literário: Márcio Seligmann-Silva, com<br />

Ler o livro do mundo, Walter Benjamin: Romantismo e crítica literária, Ilumi nuras.<br />

Júri: Leyla Perrone-Moisés, Luiz Costa Lima e Paulo Roberto Pereira.<br />

Prêmio Sérgio Buarque de Holanda, para ensaio social: Marilena Chaui, com<br />

Nervura do real, Companhia das Letras. Júri: Maria Alice Rezende, Leandro<br />

Konder e Renato Janine Ribeiro.<br />

Prêmio Paulo Rónai, para tradução: tradutor Geraldo Holanda Cavalcanti,<br />

com Poesias de Salvatore Quasimodo, Record. Júri: Alberto da Costa Silva, Autran<br />

Dourado e Leonardo Visconti.<br />

Prêmio Aloísio Magalhães, para projeto gráfico: designer Evelyn Grumach,<br />

pelo conjunto de projetos gráficos realizados para a editora Civilização Brasileira.<br />

Júri: Leonardo Visconti, Joaquim Redig e Geraldo Edson de Andrade.<br />

2 - Editoração e Difusão do Livro<br />

2.1 - Obras Publicadas<br />

Este ano publicamos os seguintes títulos, todos resultantes de atividades e programas<br />

exclusivos da instituição (total de 18 mil exemplares):<br />

Periódicos: Brazilian Book Magazin nºs 16 e17; Poesia Sempre nºs 10 e11; Anais<br />

da <strong>Biblioteca</strong> Nacional nº 116; Recortes do Brasil (clipping) nºs 10, 11 e12.<br />

Catálogos: Catálogo de tradutores e agentes literários (org. Miriam Leme);<br />

Catálogo da exposição Celso Cunha - 10 anos de saudade (org. Paulo Roberto Pe reira);<br />

Catálogo da exposição Cruz e Souza - 100 anos de morte (org. Alexei Bueno); Catálogo<br />

100 anos de Dom Casmurro - exposição e publicação de didática.<br />

Manuais técnicos: Acondicionamento e guarda de acervos fotográficos (org.<br />

Ana Lúcia de Abreu).<br />

Monografias: Operário do canto - homenagem a Geir Campos - 13 depoimentos<br />

e ensaios.<br />

2.2 - Co-edições<br />

347<br />

Com a <strong>final</strong>idade de ampliar a <strong>Biblioteca</strong> Básica da Cultura Brasileira, foram coeditados<br />

17 títulos de autores nacionais contemporâneos, no total de 28 mil<br />

exemplares.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 348<br />

Os títulos foram os seguintes: Dicionário de provérbios, de Roberto Lacerda, Estela<br />

Abreu e Helena Lacerda, com a Lacerda Editora; Tieta do Agreste, O país do carnaval,<br />

São Jorge de Ilhéus, Seara vermelha, Farda fardão camisola de dormir, Suor, de Jorge<br />

Amado e Os viventes, de Carlos Nejar, com a Editora Record; Cartas do coração, de<br />

Elizabeth Orsini, Razões públicas, emoções privadas, de Jurandir Freire Costa e Conversa<br />

na varanda, de Regina Navarro Lins, com a Editora Rocco; Lavradio, de Reinaldo<br />

Valinho Alvarez, com a Editora Imago; Apontamentos de viagem, de J.A. de Leite<br />

Moraes, A alma encantadora das ruas, de João do Rio, Retrato do Brasil, de Paulo<br />

Prado, O caso Morel, de Rubem Fonseca e Vinícius de Moraes, poeta da paixão, de<br />

José Castello, com a Companhia das Letras.<br />

2.3 - Distribuição de Publicações<br />

Em continuidade ao programa de remessa de livros para as bibliotecas cadastradas<br />

no Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas, foram enviados 25.396 títulos. Para<br />

o exterior, foram remetidas quatro edições, em total de 2 mil exemplares, do clipping<br />

Recortes do Brasil, com reprodução de resenhas e artigos sobre a produção<br />

editorial brasileira contemporânea, destinadas a divulgar os autores brasileiros.<br />

2.4 - Novos Projetos<br />

348<br />

O Departamento Nacional do Livro desenvolveu ainda, ou começou a desenvolver,<br />

os seguintes projetos.<br />

<strong>Biblioteca</strong> Virtual – seu objetivo é disponibilizar no site da FBN títulos de autores<br />

brasileiros em domínio público nos diversos campos da produção literária: romance,<br />

poesia, conto, ensaio, teatro, discursos e sermões, pensamento social, história,<br />

obras de referência, entre outros. Cada título é acompanhado de nota informativa<br />

sobre a obra e por resumo da biografia do autor. Este projeto tem o apoio da <strong>Fundação</strong><br />

de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e abrange, na primeira<br />

fase, cem textos selecionados: 63 já estão disponíveis na home page da FBN e 20<br />

ainda em preparo, somando 83 textos executados até o <strong>final</strong> de 1999.<br />

Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira.<br />

Rede de Estatística do Livro ( livrarias e editoras): no Estado do Rio de Janeiro<br />

deu-se continuidade, em convênio com a Faperj, ao levantamento para a publica -<br />

ção do Riolivro.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 349<br />

Foram produzidos ainda três CD-ROMs para integrar a Enciclopédia Audio -<br />

visual da Cultura Brasileira, projeto que pretende divulgar, com leitura crítica de<br />

clássicos brasileiros, nosso patrimônio artístico na literatura.<br />

E foi inaugurada a Loja do Livro, na sede da FBN. Em 1999, foram vendidos<br />

2.273 exemplares.<br />

2.5 Bolsas<br />

349<br />

No âmbito do Programa de Concessão de Bolsas para Escritores Brasileiros foram<br />

distribuídas dez bolsas para obras em andamento, nas categorias poesia, narrativa<br />

e ensaio literário.<br />

Na categoria poesia receberam bolsas: Taís Guimarães, para o livro Poemas;<br />

Ruy Alberto d’Assis Espinheira, para Novos poemas, e Fernando Forte, para O<br />

olho da morte. Júri: Cláudio Murilo Leal, Helena Parente Cunha e Alexei Bueno.<br />

Na categoria narrativa: Marco Antônio Alves de Carvalho, para a obra Feijoada<br />

no paraíso; Tércia Montenegro Lemos, para Linha férrea; Sérgio Fuzeira Martagão<br />

Gesteira, para In fieri, e Ernani Ferreira da Fonseca Rosa, para a obra Corvos na<br />

chuva. Júri: Godofredo de Oliveira Neto, Antônio Carlos Secchin e Bella Jozef.<br />

Na categoria ensaio literário: Ubiratan Paulo Machado, para A vida literária<br />

no Brasil durante o Romantismo; Paulo Venâncio Filho, para A crise da pessoalida -<br />

de e o outro modernismo: Cornélio Penna/Goeldi/Mário Peixoto; e Adriana de Fátima<br />

Barbosa Araújo, para Como a luz branca nas cores do espectro ou a construção da<br />

subjetividade em Uma noite em Curitiba, de Cristóvão Tezza. Júri: Ângela Maria<br />

Dias, Ivo Barbieri e Ronaldes de Melo Souza.<br />

O Programa de Apoio à Tradução de Obras de Autores Brasileiros em Diversos<br />

Idiomas, que visa a aumentar o conhecimento da literatura nacional no exte rior,<br />

por meio de apoio financeiro aos editores estrangeiros na tradução e publicação<br />

de autores brasileiros, concedeu 30 bolsas: quatro com recursos próprios e 26<br />

em convênio com o Ministério da Cultura. Das bolsas concedidas em parceria<br />

com o Ministério da Cultura, 11 foram destinadas à tradução e edição de obras<br />

em espanhol. Vale destacar o sucesso deste programa, pois as bolsas têm financiado<br />

a maioria dos livros de autores brasileiros comercializados no exterior.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 350<br />

350<br />

3 - International Standard Book Number ISBN<br />

A FBN, como agência brasileira do International Standard Book Number, deve<br />

controlar a produção editorial no país, cadastrando editoras e numerando os títulos<br />

publicados. Foram atribuídas referências de ISBN a 21.972 obras e<br />

cadastradas 942 editores no Brasil. Enviado do DNL esteve presente à reunião<br />

do ISBN, realizada em Londres.<br />

EDITORES CADASTRADOS E ISBN ATRIBUIDOS – 1999<br />

1999 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL<br />

Editores 48 58 93 71 85 72 89 99 105 90 85 47 942<br />

ISBN 46 128 442 637 529 565 1.406 3.591 4.864 6.617 5.351 5.593 21.972<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 351<br />

351<br />

Evolução do ISBN<br />

1978/1999<br />

4 - Escritório de Direitos Autorais-EDA<br />

O Escritório de Direitos Autorais, cumprindo seu objetivo de assegurar a prote ção<br />

eficaz dos autores e de outros titulares dos direitos sobre as obras literárias, científicas<br />

e artísticas, registrou 24.057 obras, em 1999. Os estados de São Paulo e Rio de<br />

Janeiro registraram o maior número de obras, respectivamente 10.010 e 7.481. Bahia<br />

e Minas Gerais vieram em seguida, com 1.716 e 1.374 registros respectivamente.<br />

A curva ascendente constante, desde 1992, de obras registradas no país – escritos,<br />

obras musicais, pinturas, gravuras, esculturas – evidencia a consolidação do princípio<br />

da lei que, por meio da FBN, o Estado traça na defesa do criador intelectual.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 352<br />

UNIDADE<br />

FEDERATIVA<br />

Obras registradas - Evolução 1992/1999<br />

Estatística Anual 1999<br />

OBRAS<br />

REGISTRADAS<br />

Acre 03 01 - -<br />

Alagoas 31 09 03 -<br />

Amazonas 03 02 02 -<br />

Amapá 10 02 02 -<br />

Bahia 1.716 53 48 01<br />

Ceará 143 15 08 -<br />

Distrito Federal 533 57 28 -<br />

Espírito Santo 324 15 30 -<br />

Goiás 90 10 05 -<br />

Maranhão 22 03 02 -<br />

Mato Grosso 118 42 04 -<br />

Mato Grosso do Sul 104 10 04 -<br />

Minas Gerais 1.374 54 16 -<br />

Pará 45 26 - -<br />

Paraíba 21 05 - -<br />

Paraná 644 95 29 -<br />

Pernambuco 301 45 07 -<br />

Piauí 12 03 01 -<br />

Rio de Janeiro 7.481 469 549 03<br />

Rio Grande do Norte 82 03 07 -<br />

Rio Grande do Sul 401 68 35 -<br />

Rondônia 38 03 02 -<br />

Roraima 03 - - -<br />

São Paulo 10.010 357 294 01<br />

Santa Catarina 535 16 35 -<br />

Sergipe 11 01 02 -<br />

Tocantins 02 03 - -<br />

T O T A L 24.057 1.367 1.113 05<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

352<br />

OBRAS em<br />

DEPENDÊNCIA<br />

OBRAS<br />

INDEFERIDAS<br />

OBRAS<br />

AVERBADAS


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 353<br />

Em 1999, o atendimento ao público no EDA alcançou 105.414 pessoas, seja<br />

pessoalmente, seja via fax, telefone, correio ou Internet. A movimentação no EDA,<br />

na vertente cartorária, mostrou a seguinte distribuição: pedidos de regis tro,<br />

24.059; obras averbadas, cinco; pareceres jurídicos emitidos aos autores, 1.042;<br />

livros de Registros e Requerimentos Encadernados, 220; pedidos de segunda via<br />

de registro, 503.<br />

Na vertente técnico-jurídico, a movimentação exibiu 1.367 obras em dependências<br />

e em estudos; 1.114 obras indeferidas e 72 com recurso de in -<br />

deferimento.<br />

V- Outras Atividades<br />

353<br />

3 - <strong>Biblioteca</strong> Demonstrativa de Brasília<br />

Além do emprétimo domiciliar e de prestar orientação ao usuário, a <strong>Biblioteca</strong><br />

Demonstrativa de Brasília- BDB ofereceu os seguintes serviços:<br />

Projeto Tira-Dúvidas: iniciativa da Sociedade de Amigos da BDB, funciona<br />

desde março de 1996, com o objetivo de dar apoio pedagógico gratuito a alunos,<br />

de diferentes graus de escolaridades com dificuldades no apredizado. O projeto<br />

baseia-se atualmente no serviço voluntário de 17 professores de diferen tes áreas<br />

de conhecimento.<br />

Serviço de Ouvidoria: criado com o objetivo de receber sugestões, reclamações<br />

e aprovações da comunidade, em relação ao funcionamento e ao atendimento na<br />

BDB, este serviço é um canal aberto entre a biblioteca e seus usuários. A direção da<br />

BDB procura, na medida do possível, atender sugestões ou reclamações do usuário.<br />

Tele-Idoso: visa a atender especialmente pessoas com idade igual ou superior<br />

a 65 anos, residentes no Plano Piloto, nos lagos Norte e Sul, Cruzeiro, Octagonal<br />

e Setor Sudoeste. Atualmente, o serviço atende a 36 idosos.<br />

Quanto a eventos, destacamos: Encontro com Pinóquio, visando a incentivar<br />

no público infanto-juvenil o hábito da leitura; projeto Palestras, total de 29<br />

encontros com o objetivo de atualização cultural da mulher; e a comemoração<br />

do Dia Internacional da Mulher, com exposição destacando as conquistas femininas<br />

nos campos profissional e de cidadania.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 354<br />

IV A LEITURA<br />

O Proler – Programa Nacional de Incentivo à Leitura teve, em 1999, a coopera -<br />

ção técnica de 216 instituições: 48 instituições governamentais (prefeituras,<br />

secreta rias estaduais e municipais, fundações de cultura e bibliotecas); seis univer -<br />

sidades, sete faculdades e 24 colégios (públicos e privados); 29 instituições priva -<br />

das (como o Serviço Social da Indústria SESI e o Serviço Nacional do Comércio<br />

Senac) e 55 instituições de diferentes áreas.<br />

1 Encontros e Cursos<br />

Por meio dessas parcerias e também de convênio especial com o Fundo Nacional<br />

de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação, o Proler realizou<br />

encontros estaduais, cursos e um encontro nacional.<br />

Encontros Estaduais<br />

Os encontros estaduais tiveram como tema “A Formação do Professor Leitor e<br />

Escritor”. Em número de 43, os encontros envolveram 11.167 agentes de leitura<br />

nos seguintes municípios: Região Centro-Oeste: Cáceres (MT), Brasília (DF),<br />

Dourados (MS), Goiânia e Anápolis (GO). Região Norte: Macapá (AP), Boa<br />

Vista (RR), Manaus (AM), Cacoal (RO) e Belém (PA). Região Nordeste: São<br />

Luís, Imperatriz e Caxias (MA), João Pessoa (PB), Natal, Macau e Mossoró (RN),<br />

Ituberá, Ilhéus, Itapetinga e Vitória da Conquista (BA), Afogados da Ingazeira<br />

(PE), Aracaju (SE) e Fortaleza (CE). Região Sul: Dionísio Cerqueira, Joinville e<br />

Caçador (SC), Caxias do Sul e Porto Alegre (RS). Região Sudeste: Rio de Janeiro,<br />

Cachoeira de Macacu, Petrópolis, Niterói, Angra dos Reis (RJ), Santos (SP),<br />

Aracruz (ES) e Itaúna, Cataguases e Juiz de Fora (MG).<br />

Cursos<br />

354<br />

Os 17 cursos realizados, com 40 horas de duração, envolveram 663 agentes de<br />

leitura. Foram realizados nos seguintes locais: Venda Norte do Imigrante (ES),<br />

Belém (PA), Goiânia (GO), São Luís (MA), Cáceres (MT), Ituberá (BA), Afogados<br />

da Ingazeira (PE), Natal e Macau (RN), Porto Velho (RO), Aracaju (SE), Boa<br />

Vista (RR), Imperatriz (MA), Taquará (CE), Nova Andradina e Campo Grande<br />

(MS)e Teresina (PI).<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 355<br />

Curso à Distância<br />

Visando à formação continuada na área da leitura, este projeto é desenvolvido<br />

através da internet e proporciona acesso a textos de especialistas. É realizado em<br />

parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/Instituto de<br />

Matemática e Estatística e com recursos, em parte, do FNDE. Em 1999, o projeto<br />

envolveu cerca de 7.400 promotores de leitura, nos seguintes comitês: Rio<br />

Branco (AC), Belém, Feira de Santana, Ilhéus e Vitória da Conquista (BA),<br />

Campo Grande e Dourados (MS), João Pessoa e Campina Grande (PB), FN-<br />

LIJ/Rio de Janeiro (RJ), São Paulo, Santos e Campinas (SP), Porto Alegree Caxias<br />

do Sul (RS), Palmas (TO), Cataguases (MG) e Goiânia (GO).<br />

Encontro Nacional<br />

De 6 a 10 de dezembro, foi realizado, no Rio de Janeiro, o VI Encontro Nacional<br />

de Avaliação e Perspectivas/2000. Participaram do encontro cem técnicos, repre -<br />

sentando todas as unidades da Federação.<br />

Assessorias<br />

O Proler prestou assessorias ao Programa de Instalação de <strong>Biblioteca</strong>s Escolares,<br />

em Alta Floresta (MT); à Universidade Estadual do Mato Grosso, em Cáceres;<br />

à Universidade da Amazônia (Unama), que incluiu palestras sobre leitura e a<br />

ins talação de comitês em Fortaleza (CE), São Luís (MA), Boa Vista (RR) e<br />

Dourados (MS).<br />

2 - Outras Ações<br />

355<br />

Os técnicos do Proler também participaram da apresentação do projeto <strong>Biblioteca</strong><br />

para Todos da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro, durante o 12º Congresso<br />

de Leitura (Cole). Também inserido no 12º Cole, houve a realização do II Fórum<br />

Nacional de Leitura. Para manter um canal de divulgação entre o Proler e os<br />

comitês de leitura, deu-se continuidade à publicação bimestral da Folha Proler,<br />

com oito páginas, editando-se os números de sete ao 11, com tiragem de 6 mil<br />

exemplares.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 356<br />

3 - IV Concurso Os Melhores Programas de Incentivo à Leitura, Junto a<br />

Crianças e Jovens de Todo o Brasil<br />

Em 1999, foram inscritos 218 projetos, representando 21 estados e 143 muni -<br />

cípios. Foram vencedores:<br />

1º Prêmio - Mala de Leitura<br />

Centro de Trabalhadores da Amazônia<br />

Projeto Seringueiro<br />

Responsável: Ricardo Hiroyuki Shibata<br />

Rio Branco (AC)<br />

2º Prêmio - <strong>Biblioteca</strong> Solidária - Leitura Extra - Escola, Exercício Pleno da<br />

Cidadania<br />

Escola Santa Maria<br />

<strong>Biblioteca</strong> Comunitária Professor José Thomás da Silva Sobrinho<br />

Responsável: Tânia Cristina Fígaro Ulhoa<br />

Uberaba (MG)<br />

3º Prêmio - Mala do Livro<br />

<strong>Biblioteca</strong> Domiciliar Neuza Dourado<br />

Secretaria de Cultura do Distrito Federal<br />

Departamento de <strong>Biblioteca</strong>s<br />

Criação: Neuza Dourado Freire<br />

Responsável: Célia Maria de Almeida<br />

Brasília (DF)<br />

Hors-Concours<br />

356<br />

Programa Infanto-Juvenil<br />

Serviço Social do Comércio (SESC)<br />

Administração Regional do Rio Grande do Sul<br />

Porto Alegre(RS)<br />

<strong>Biblioteca</strong> Infanto-Juvenil Maria Mazetti<br />

<strong>Fundação</strong> Casa de Rui Barbosa<br />

Responsável: Regina Porto<br />

Rio de Janeiro (RJ)<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 357<br />

Premiação Projeto Local<br />

1º Mala da Leitura Rio Branco (AC)<br />

2º <strong>Biblioteca</strong> Solidária Uberaba (MG)<br />

3º Mala do Livro Brasília (DF)<br />

Hors-Concours Programa Infanto-Juvenil Porto Alegre (RS)<br />

Hors-Concours <strong>Biblioteca</strong> Infanto-Juvenil Rio de Janeiro (RJ)<br />

4 - O Proler no Rio de Janeiro<br />

357<br />

Por meio da Casa da Leitura, situada no Rio de Janeiro, o Proler teve também<br />

intensa atuação visando à formação continuada dos promotores de leitura e à<br />

ampliação do uso das bibliotecas escolares e das bibliotecas públicas. Essas atividades<br />

permitiram à Casa da Leitura consolidar o seu perfil institucional, relacio -<br />

nado à valorização da leitura de textos de qualidade, da produção oral e escrita<br />

e do objeto livro, principalmente junto à parcela da população mais carente.<br />

Uma das principais atividades foi a programação de eventos em torno do livro<br />

e da leitura, buscando contribuir para formação continuada de professores e<br />

leitores. O quadro abaixo resume o que foi realizado.<br />

Eventos Nº de participantes Nº de atividades Público<br />

Leitura e contação<br />

de história infantil<br />

Debate aberto<br />

46 1236 alunos<br />

com jovens<br />

Eventos especiais<br />

7 652 alunos<br />

e outras atividades 39 3.377 aberto<br />

Oficinas 08 177 professores<br />

Cursos 14 321 professores<br />

Palestras 10 175 professores<br />

Total 124 5.938<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 358<br />

358<br />

A Casa da Leitura também promoveu ou participou dos seguintes eventos: a)<br />

Exposições: Obras Selecionadas para a Feira do Livro de Bolonha, Itália; 30 anos<br />

de Pasquim, Crítica, Resistência e Irreverência; Dom Casmurro/100 anos; Machado<br />

de Assis, vida e obra, e Mostra Monteiro Lobato; b) Participação no projeto Pai -<br />

xão de Ler e na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro; c) Intercâmbio internacional<br />

com promoção de cursos e palestras ministrados por professores (Portugal/Cuba),<br />

por meio da <strong>Fundação</strong> Nacional do Livro Infantil e Juvenil e visitas de professores,<br />

de vários estados, integrantes do Programa de Alfabetização Solidária, em<br />

ação conjunta com universidades. O quadro abaixo resume a atuação da Casa da<br />

Leitura e das universidades neste programa.<br />

PROGRAMA DE ALFABETIZA²AO SOLIDARIA. ATUA²AO EM 1999<br />

Local Entidade Responsável Nº de participantes<br />

Sergipe<br />

Dois Riachos<br />

PUC-RJ 3<br />

e Jaramataia (AL)<br />

Jaicós e Padre Marcos (PI),<br />

Unigranrio 25<br />

Amontada e Itapipoca (CE)<br />

Paulistana, Bethania<br />

Universo 102<br />

e Acauã (PI)<br />

Lagoa da Canoa e<br />

Olho D’água Grande (AL),<br />

UFF 55<br />

Inajá (PE) e Petrópolis (RJ)<br />

Lagoa da Canoa e<br />

Olho D’água Grande (AL),<br />

Unirio 7<br />

Inajá (PE) e Vassouras (RJ)<br />

Niterói, Tanguá, Maricá,<br />

Unirio 12<br />

Itaboraí e Três Rios (RJ)<br />

Jaicós e Padre Marcos (PI),<br />

Amontada e Itapipoca (CE)<br />

Universo 28<br />

e Guapimirim (RJ) Universo 63<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 359<br />

V OUTRAS ATIVIDADES<br />

1. SISTEMA NACIONAL DE BIBLIOTECAS PUBLICAS<br />

1.1 - Ações Desenvolvidas<br />

359<br />

A atuação num país da extensão do Brasil é um dos maiores desafios enfrentados<br />

pela coordenadoria do Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas (SNBP). Embora<br />

não disponha ainda de estrutura compatível com a amplitude de sua missão e<br />

atua ção gerencial, a coordenadoria do SNBP vem procurando estabelecer a inte -<br />

gração efetiva com os sistemas estaduais e as bibliotecas municipais e estaduais<br />

e, também, difundir a conceituação moderna de biblioteca pública.<br />

Para tanto, a coordenadoria do SNBP privilegiou as seguintes ações: a) desen -<br />

volver e avaliar a política de ação do Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas;<br />

b) qualificar e aprimorar recursos humanos para as bibliotecas públicas e c) implantar<br />

a rede informatizada do Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas.<br />

Devido, no entanto, a cortes orçamentários, o planejamento foi redefinido,<br />

privilegiando-se apenas a segunda dessas ações, que passou a ser denominada<br />

Formação de recursos humanos para bibliotecas públicas.<br />

Por esta ação, foram oferecidos aos sistemas estaduais cursos nas áreas de informática,<br />

conservação de livros e documentos, bibliotecas públicas (organização,<br />

administração e serviço de informação à comunidade). Os cursos atenderam a<br />

bibliotecas públicas nas seguintes cidades: Vitória (ES), Aracaju (SE), Rio Branco<br />

(AC), Recife (PE), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Fortaleza<br />

(CE), Manaus (AM), Palmas (TO), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Porto<br />

Alegre (RGS).<br />

O SNBP criou também a base de dados Cadastro das <strong>Biblioteca</strong>s Públicas<br />

Brasileiras, importante instrumento para o planejamento e gerenciamento do<br />

Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas. Além de reunir as informações básicas<br />

para o Ministério da Cultura, esta base está disponível na Internet, na página da<br />

FBN. Devido às constantes mudanças nestes perfis, a base requer um alto índice<br />

de atualização. Neste ano, o SNBP cadastrou 3.454 bibliotecas, cujos perfis são<br />

agora revelados nos quadros e gráficos abaixo.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 360<br />

BIBLIOTECAS CADASTRADAS (1999)<br />

Tipo de <strong>Biblioteca</strong> Total ( 1999 )<br />

<strong>Biblioteca</strong> estadual 39<br />

<strong>Biblioteca</strong> municipal 3.341<br />

<strong>Biblioteca</strong> comunitária 72<br />

<strong>Biblioteca</strong> federal 2<br />

Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.<br />

CONDI²AO DE FUNCIONAMENTO (1999)<br />

Em atividade 3.378<br />

Paralisadas 76<br />

Total de bibliotecas 3.454<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

360<br />

Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.<br />

Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 361<br />

361<br />

RELA²AO DAS NOVAS BIBLIOTECAS<br />

CADASTRADAS NO SNBP EM 1999<br />

Bahia Arataca, Barra, Barreiras, Caetanos, Guajeru,<br />

Itarantim, Oliveira dos Brejinhos, Rio Real<br />

Goiás Luziânia, Perolândia<br />

Minas Gerais Patos de Minas<br />

Paraná Barra do Jacaré, Boa Vista da Aparecida, Maripá<br />

Pernambuco Moreno, Petrolina, Quixabá, Tupanatinga, Xexéu<br />

Rio de Janeiro Resende, Piabetá/Magé<br />

Rio Grande do Sul Barra do Guarita, Guaíba, Nova Hartz<br />

Rondônia Machadinho d’Oeste<br />

Sergipe Macambira, Riachuelo<br />

Tocantins Conceição do Tocantins<br />

Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 362<br />

362<br />

Serviços prestados pelas bibliotecas públicas por região<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />

Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.<br />

Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 363<br />

363<br />

Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 364<br />

2 <strong>Biblioteca</strong> Euclides da Cunha<br />

Voltada especialmente para estudantes do ensino fundamental e médio, a<br />

<strong>Biblioteca</strong> Euclides da Cunha (BEC) atendeu, em 1999, a 28.961 consultas e deu<br />

continuidade aos seus projetos principais como o Laboratório de Línguas, a formação<br />

do acervo do Núcleo para Portadores de Deficiência Visual e o Programa<br />

de Apoio Didático e de Férias Escolares, além do programas de exposições come -<br />

morativas de eventos importantes da cultura e nacionalidade.<br />

Quanto ao acervo o Laboratório de Línguas totalizou neste ano 890 fitas cassete;<br />

o Núcleo para Portador de Deficiência Visual 420 monografias em braille<br />

e 75 fitas (“livros falados”) de obras da literatura brasileira, tendo atendido a 60 deficientes<br />

visuais, e a Videoteca, 720 fitas. Só esta última atendeu a 120 escolas.<br />

Pelo programa de exposições mensais foram realizadas as mostras: Euclides...<br />

sempre Euclides; Transportes no Rio de Janeiro; Missões Culturais no Brasil;<br />

Garibaldi, Herói da Guerra dos Farrapos; Folclore no Mercosul; Moedas Brasileiras<br />

e Academias Literárias no Rio de Janeiro. Foram também realizadas pequenas<br />

mostras de homenagens aos escritores Silva Alvarenga (250 anos de nascimento),<br />

Joaquim Nabuco (150 anos), Visconde de Taunay (100 anos da morte),<br />

Claudio Manuel da Costa (210 anos ), Tobias Barreto (110 anos), Tristão de<br />

Athayde (15 anos) e Visconde de Mauá (110 anos).<br />

2.1 Atendimento<br />

364<br />

Nesse ano, houve 28.961 consultas ao acervo, l.650 novas inscrições e associados<br />

e 7.639 empréstimos.<br />

MOVIMENTO DE CONSULTA E EMPRESTIMO<br />

INSCRiÇÃO/ USUÁRIOS CONSULTA /ACERVO EMPRÉSTIMO/ ACERVO<br />

1.650 28.961 7.639<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 365<br />

365<br />

movimento de consulta e empréstimo<br />

NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS LEITORES DA BIBLIOTECA<br />

ALFABETIZA²AO 0<br />

1º GRAU 515<br />

2 º GRAU 614<br />

SUPERIOR INCOMPLETO 332<br />

SUPERIOR COMPLETO 189<br />

AUTODIDATA 0<br />

nível de escolaridade dos leitores da biblioteca<br />

INSCRiÇÃO/ USUÁRIOS<br />

CONSULTA /ACERVO<br />

EMPRÉSTIMO/ ACERVO<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 366<br />

ACESSO À INTERNET<br />

USUARIO / ACERVO TOTAL<br />

NÚMEROS DE INSCRIÇÕES 530<br />

DISQUETES USADOS S67<br />

IMPRESSÃO 50<br />

2.2 Acervo<br />

366<br />

O acervo recebeu 1.800 novos títulos, provenientes da Seção de Intercâmbio da B iblio<br />

teca Nacional e de doações diversas, como evidenciam a tabela e o gráfico abaixo.<br />

INCORPORAÇÃO DE PEÇAS AO ACERVO DA BIBLIOTECA<br />

OBRAS / TÍTULOS TOTAL<br />

REFERÊNCIA 222<br />

MONOGRAFIAS 664<br />

PERIÓDICOS 478<br />

BRAILLE 489<br />

FITAS DE VÍDEOS 480<br />

FITAS DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS 1.017<br />

TESES DE EDUCAÇÃO 259<br />

BRASILIANA 128<br />

EUCLIDIANA 70<br />

CD-ROM 168<br />

DISQUETES 55<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 367<br />

367<br />

PROCESSAMENTO TÉCNICO DO ACERVO<br />

PERIÓDICOS E MATERIAL ESPECIAL 510<br />

MONOGRAFIAS 2.492<br />

INDEXAÇÃO DE PERIÓDICOS/JORNAIS 5.002<br />

PROCESSAMENTO TÉCNICO AUTOMATIZADO 17.930<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 368<br />

Esta obra foi impressa pela Graftipo em Adobe Garamond<br />

e papel Off-set 90g/m 2 . Em dezembro de 2004.


<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 369<br />

369<br />

An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!