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qual o caminho mais eficiente para re - Mecatrônica Atual

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instrumentação<br />

14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008


Associada da:<br />

Editora Saber Ltda<br />

Di<strong>re</strong>to<strong>re</strong>s<br />

Hélio Fittipaldi<br />

The<strong>re</strong>za Mozzato Ciampi Fittipaldi<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

Editor e Di<strong>re</strong>tor Responsável<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Redação<br />

Fabieli de Paula,<br />

Monique Souza,<br />

Thayna Santos<br />

Produção<br />

Diego Mo<strong>re</strong>no Gomes, Renato Paiotti<br />

Designers<br />

Diego Mo<strong>re</strong>no Gomes<br />

Colaborado<strong>re</strong>s<br />

Alan Liberalesso,<br />

André Ribeiro Lins de Albuquerque,<br />

Antonio D<strong>re</strong>sch Jr.,<br />

Carlos Reis de F<strong>re</strong>itas,<br />

Cláudio Adriano Policastro,<br />

Danny R. Efron,<br />

Dieison Grumovski,<br />

Edson Jaime Michalak,<br />

Hamilton Badin Jr.,<br />

Oscar Siqueira,<br />

Paulo Garcia de Souza,<br />

Renato Paiotti,<br />

Roberto Luiz R. Cunha<br />

VENDAS DE PUBLICIDADE<br />

Carla de C. Assis,<br />

Ricardo Nunes Souza<br />

PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339<br />

publicidade@editorasaber.com.br<br />

Capa<br />

Divulgação/Detroit Diesel<br />

Imp<strong>re</strong>ssão<br />

São Francisco Gráfica e Editora<br />

Distribuição<br />

Brasil: DINAP<br />

Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800<br />

ASSINATURAS<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366<br />

atendimento das 8:30 às 17:30h<br />

Edições anterio<strong>re</strong>s (mediante disponibilidade de<br />

estoque), solicite pelo site ou pelo tel. 2095-5330, ao<br />

p<strong>re</strong>ço da última edição em banca.<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> é uma publicação da<br />

Editora Saber Ltda, ISSN 1676-0972. Redação,<br />

administração, publicidade e cor<strong>re</strong>spondência:<br />

Rua Jacinto José de Araújo, 315, Tatuapé, CEP<br />

03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 2095-5333<br />

Associação Nacional<br />

dos Edito<strong>re</strong>s de<br />

Revistas<br />

Associação Nacional<br />

das Editoras de Publicações Técnicas,<br />

Dirigidas e Especializadas<br />

Projeções <strong>para</strong> a<br />

industria de automação<br />

A indústria de automação projeta um c<strong>re</strong>scimento de 30% <strong>para</strong> 2008, caso<br />

a p<strong>re</strong>visão esteja cor<strong>re</strong>ta, o faturamento bruto do setor atingirá R$ 3,7 bilhões.<br />

As perspectivas <strong>para</strong> os próximos dois a três anos estimadas pela ISA Distrito 4<br />

América do Sul, associação dos profissionais de automação e instrumentação, é<br />

bastante otimista.<br />

Nos seto<strong>re</strong>s de petróleo e gás, siderurgia, papel e celulose que indicam substanciosos<br />

investimentos, já notamos a forte contratação de pessoal nos últimos<br />

meses.<br />

A percepção do setor é que o Brasil está sintonizado com o que há de <strong>mais</strong><br />

avançado em tecnologia da á<strong>re</strong>a e c<strong>re</strong>sceu 11% em 2007. Já os outros países vão<br />

manter uma média nos próximos cinco anos de 6,4%.<br />

Em toda a América Latina exitem aproximadamente 2600 afiliados à ISA<br />

Distrito 4. Há 63 anos (abril de 1945), a ISA, foi fundada na Pennsylvania -<br />

USA, cong<strong>re</strong>gando em todo o mundo cerca de 30 mil profissionais, estudantes<br />

e acadêmicos, em <strong>mais</strong> de 110 países.<br />

Seguindo as suas origens, a ISA Distrito 4 está <strong>mais</strong> voltada <strong>para</strong> a á<strong>re</strong>a de<br />

processo, ficando em segundo plano a á<strong>re</strong>a de automação da manufatura que<br />

tende também a c<strong>re</strong>scer muito nos próximos anos.<br />

Neste ano quando as portas da Brasil Automation ISA Show se abri<strong>re</strong>m,<br />

passará por elas o segundo membro não americano a exercer a p<strong>re</strong>sidência da<br />

ISA mundial. O primeiro foi um italiano e o segundo, o engenheiro eletrônico<br />

brasileiro, Nelson Ninin, que assume o cargo de p<strong>re</strong>sidente eleito sec<strong>re</strong>tário em<br />

2009 e como P<strong>re</strong>sidente Mundial da ISA em 2010.<br />

O seu currículo pesou na decisão, mas o que se destacou foi seu conhecimento<br />

profundo “in loco” do mercado de automação em diversos países da Asia, Europa<br />

e América.<br />

Aproveito <strong>para</strong> lembrar, de novo, que a partir da edição nº 38 a <strong>re</strong>vista <strong>Mecatrônica</strong><br />

<strong>Atual</strong> não está <strong>mais</strong> disponível <strong>para</strong> venda em bancas de jornais, e sim,<br />

somente por assinaturas das edições imp<strong>re</strong>ssas em papel e o por meio do portal<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> (www.mecatronicaatual.com.br).<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Atendimento ao Leitor: atendimento@mecatronicaatual.com.br<br />

Os artigos assinados são de exclusiva <strong>re</strong>sponsabilidade de seus auto<strong>re</strong>s. É vedada a <strong>re</strong>produção total ou parcial<br />

dos textos e ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos apa<strong>re</strong>lhos ou idéias<br />

oriundas dos textos mencionados, sob pena de sanções legais. As consultas técnicas <strong>re</strong>fe<strong>re</strong>ntes aos artigos da<br />

Revista deverão ser feitas exclusivamente por cartas, ou e-mail (A/C do Departamento Técnico). São tomados todos<br />

os cuidados razoáveis na p<strong>re</strong><strong>para</strong>ção do conteúdo desta Revista, mas não assumimos a <strong>re</strong>sponsabilidade legal por<br />

eventuais erros, principalmente nas montagens, pois tratam-se de projetos experimentais. Tampouco assumimos a<br />

<strong>re</strong>sponsabilidade por danos <strong>re</strong>sultantes de imperícia do montador. Caso haja enganos em texto ou desenho, será<br />

publicada errata na primeira oportunidade. P<strong>re</strong>ços e dados publicados em anúncios são por nós aceitos de boa fé,<br />

como cor<strong>re</strong>tos na data do fechamento da edição. Não assumimos a <strong>re</strong>sponsabilidade por alterações nos p<strong>re</strong>ços e<br />

na disponibilidade dos produtos ocorridas após o fechamento.<br />

1


índice<br />

10<br />

24<br />

28<br />

10<br />

15<br />

20<br />

24<br />

28<br />

31<br />

34<br />

36<br />

44<br />

Editorial<br />

Contato<br />

Notícias<br />

Chão de fábrica<br />

Sistema de controle <strong>para</strong><br />

processos de bateladas<br />

Controle de patrimônio<br />

via RFID<br />

Otimização na destilação<br />

de etanol?<br />

Monitoramento online<br />

do desempenho da<br />

planta industrial<br />

Placas de aquisição e<br />

controle NI Single-Board Rio<br />

Aquisição de dados<br />

plataformas Multico<strong>re</strong><br />

T<strong>re</strong>m esmerilhador é implantado<br />

em á<strong>re</strong>a industrial da<br />

Companhia Vale<br />

Manutenção p<strong>re</strong>ditiva:<br />

análise de vibrações<br />

Alimentação solar <strong>para</strong><br />

telefonia rural<br />

01<br />

03<br />

04<br />

47


Senso<strong>re</strong>s de nível d’ agua<br />

Solicito informações de emp<strong>re</strong>sas que fornecem<br />

senso<strong>re</strong>s de nível d’agua externo, sem contato<br />

com o líquido.<br />

Dorival Goes<br />

Consultor em Desenv. de Projetos<br />

Paranavaí - PR<br />

Caro leitor, informamos que existem<br />

diversas emp<strong>re</strong>sas que fabricam senso<strong>re</strong>s<br />

capacitivos de nível de líquidos e senso<strong>re</strong>s<br />

de fluxo. Indicamos algumas <strong>para</strong> facilitar<br />

sua busca:<br />

• Brumark<br />

www.brumark.com.br<br />

• Emicol<br />

www.emicol.com<br />

• Gentech<br />

www.gentechinternational.com<br />

• Icos<br />

www.icos.com.br<br />

• IFM<br />

www.ifm-electronic.com<br />

• Morgan Electro Ceramics<br />

www.morganelectroceramics.com<br />

• Sensor Scientific<br />

www.sensorsci.com<br />

OPC<br />

Gostaria de sugerir uma matéria específica<br />

sob<strong>re</strong> o padrão OPC (OLE for Process Control).<br />

Lucas Azevedo<br />

Autônomo<br />

Salvador – BA<br />

Lucas, sua sugestão já está anotada. Aproveitamos<br />

a oportunidade <strong>para</strong> indicar a leitura do artigo<br />

“Os CLPs terão uma arquitetura tão aberta quanto<br />

um PC?, edição nº 30 e também a série “Ethernet<br />

Industrial”, publicada nas edições nº 17, 18, 19 e<br />

20. Assim, você poderá conferir algumas informações<br />

sob<strong>re</strong> o padrão OPC. Não deixe de ler!<br />

Montagens Industriais<br />

A equipe da <strong>re</strong>vista <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> pode<br />

indicar algum livro que trate sob<strong>re</strong> montagem<br />

eletromecânica?<br />

José da Costa<br />

São Paulo - SP<br />

Caro José, nossa indicação é o livro:<br />

“Planejamento, Execução e Controle – Montagens<br />

Industriais”, escrito por Paulo S.<br />

Thiago Fernandes. O autor deste livro,<br />

em seus 20 anos de experiência na á<strong>re</strong>a de<br />

montagens, procurou esc<strong>re</strong>vê-lo sob a óptica<br />

do montador, não do projetista, fabricante<br />

ou construtor. Dentro dessa orientação, são<br />

abordadas as cinco modalidades básicas que<br />

compõe a montagem: estruturas metálicas,<br />

equipamentos mecânicos, tubulações, elétrica<br />

e instrumentação. Além destas, algumas<br />

técnicas semp<strong>re</strong> p<strong>re</strong>sentes, como o transporte<br />

e levantamento de cargas, a soldagem e a<br />

pintura. Você pode encontra-lo na loja virtual<br />

Nova Saber (www.novasaber.com.br).<br />

contato<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> nº 30<br />

Esc<strong>re</strong>va <strong>para</strong> a<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>:<br />

Duvidas, sugestões ou <strong>re</strong>clamações<br />

sob<strong>re</strong> o conteúdo de nossas <strong>re</strong>portagens,<br />

artigos técnicos ou notícias,<br />

ent<strong>re</strong> em contato pelo email atendimento@mecatronicaatual.com.<br />

br ou esc<strong>re</strong>va <strong>para</strong> Rua Jacinto José<br />

de Araújo, 315 CEP 03087-020<br />

- São Paulo - SP<br />

Conteúdo virtual<br />

<strong>para</strong> assinantes<br />

Sou assinante da Revista <strong>Mecatrônica</strong><br />

<strong>Atual</strong> e gostaria de ter acesso a<br />

todo conteúdo do Portal. Como devo<br />

proceder?<br />

Gilberto de Lima<br />

Taubaté - SP<br />

Acesse o Portal <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

(www.mecatronicaatual.com.br)<br />

e faça seu cadastro como “novo<br />

usuário”. Após o p<strong>re</strong>enchimento<br />

dos itens solicitados envie um e-mail<br />

<strong>para</strong> assinaturas@editorasaber.com.<br />

br com seu número de assinante da<br />

edição imp<strong>re</strong>ssa, pedindo permissão<br />

de acesso. Aguarde 24 horas <strong>para</strong><br />

liberação do seu usuário e se<br />

conecte ao universo online.


literatura<br />

eventos<br />

Novembro<br />

Brazil Automation - ISA Show 2008<br />

Organizadora: Isa<br />

Dia: 17 a 19<br />

Local: Expo Center Norte - Rua José<br />

Bernardo Pinto, 333 - São Paulo - SP<br />

Mais informações:<br />

www.isashow.com.br<br />

Automation Fair<br />

Organizador: Rockwell Automation<br />

Data: 19 a 20<br />

Local: Gaylord Opryland Comple-<br />

Nashville - Tennessee - USA<br />

Mais informações:<br />

www.rockwellautomation.com/<br />

events/automationfair/<br />

Itajaí Trade Summit 2008<br />

Organizador: Net Marinha<br />

Data: 19 a 21<br />

Local: Auditório Martin Schmelling -<br />

Porto de Itajaí/SC<br />

www.itajaitradesummit.com.br<br />

O livro “Inverso<strong>re</strong>s de F<strong>re</strong>qüência<br />

– Teorias e Aplicações” visa aprimorar o<br />

conhecimento de técnicos, tecnólogos e<br />

engenheiros que atuam nas á<strong>re</strong>as de automação,<br />

mecatrônica e eletrotécnica,<br />

além de profissionais que desejam<br />

se manter atualizados.<br />

De maneira dinâmica, instrutiva<br />

e objetiva, a obra de Claiton<br />

Moro Franchi, ap<strong>re</strong>senta os<br />

conceitos fundamentais de<br />

inverso<strong>re</strong>s de f<strong>re</strong>qüência e<br />

os aspectos <strong>re</strong>lativos à sua<br />

instalação e aplicação.<br />

Também explana os<br />

princípios de funcionamento<br />

dos inverso<strong>re</strong>s<br />

de f<strong>re</strong>qüência,<br />

Siemens PLM Connection<br />

Brasil 2008<br />

Organizador: Siemens<br />

Data: 19 a 19<br />

Local: Bourbon Joinville Business Hotel -<br />

Joinville/SC<br />

Mais informações:<br />

work.ugsplm.com.br/mkt/<br />

connection/<br />

Curso - Projeto e Dimensionamento<br />

de Redes de Ar Comprimido<br />

Organizador: Festo Automação Ltda<br />

Data: 24 a 26<br />

Local: Rua Giuseppe C<strong>re</strong>spi, 76 KM 12,5<br />

da Via Anchieta São Paulo/SP<br />

Mais informações:<br />

www.festo.com.br<br />

controles escalar e vetorial, características<br />

de instalação e aplicações, incluindo uma<br />

descrição detalhada dos parâmetros dos<br />

inverso<strong>re</strong>s.<br />

Ao final de cada capítulo, são propostos<br />

exercícios que auxiliam na comp<strong>re</strong>ensão e<br />

fixação dos temas estudados. Para complementar<br />

o ap<strong>re</strong>ndizado o livro <strong>re</strong>serva um<br />

apêndice ao estudo dos transduto<strong>re</strong>s de<br />

velocidade, fundamentais <strong>para</strong> o controle<br />

de velocidade de f<strong>re</strong>qüência.<br />

Inverso<strong>re</strong>s de F<strong>re</strong>qüência –<br />

Teorias e Aplicações<br />

Autor: Claiton Moro Franchi<br />

P<strong>re</strong>ço: R$ 56,00<br />

Onde comprar:<br />

www.novasaber.com.br<br />

Dezembro<br />

Automação com Controlado<strong>re</strong>s<br />

Lógicos Programáveis – Siemens S7 300<br />

Organizador: Festo Automação Ltda<br />

Data: 01 a 05<br />

Local: Rua Giuseppe C<strong>re</strong>spi, 76 KM 12,5<br />

da Via Anchieta São Paulo/SP<br />

Mais informações:<br />

www.festo.com.br<br />

Curso Automação Pneumática<br />

Organizador: Festo Automação Ltda<br />

Data: 01 a 10<br />

Local: Rua Giuseppe C<strong>re</strong>spi, 76 KM 12,5<br />

da Via Anchieta São Paulo/SP<br />

www.festo.com.br<br />

Comandos Elétricos em<br />

Sistemas Hidráulicos<br />

Organizador: Festo Automação Ltda.<br />

Data: 15 a 17<br />

Local: Rua Giuseppe C<strong>re</strong>spi, 76 KM 12,5<br />

da Via Anchieta São Paulo/SP<br />

Mais informações:<br />

www.festo.com.br


instrumentação<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>


notícias<br />

Engenheiro brasileiro lança livro<br />

de automação com tecnologia<br />

usada pela Petrobras<br />

O Engenheiro Eletrônico Augusto Passos Pe<strong>re</strong>ira, acaba de<br />

lançar mundialmente o livro: “Foundation Fieldbus”. Trata-se de<br />

uma tecnologia de interligação em <strong>re</strong>des, via protocolo digital,<br />

de equipamentos medido<strong>re</strong>s e controlado<strong>re</strong>s de variáveis, tais<br />

como: p<strong>re</strong>ssão, temperatura, vazão e nível utilizados nos projetos<br />

de automação das unidades industriais, como <strong>re</strong>finarias e<br />

plataformas de petróleo. O livro foi escrito em conjunto com<br />

o engenheiro canadense Ian Verhappen.<br />

Pe<strong>re</strong>ira, formado na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI),<br />

trabalhou durante 18 anos nos Seto<strong>re</strong>s de Engenharia e Manu-<br />

tenção da Dow Química do Guarujá e atuou durante seis anos<br />

Augusto Passos Pe<strong>re</strong>ira lançará<br />

o livro “Foundation Fieldbus”<br />

no Cong<strong>re</strong>sso e Feira Brazil<br />

Automation 2008.<br />

na multinacional brasileira<br />

Smar Equipamentos Industriais.<br />

Depois ing<strong>re</strong>ssou<br />

na Emerson Process, e na<br />

Yokogawa América do Sul.<br />

<strong>Atual</strong>mente, é o Ge<strong>re</strong>nte<br />

de Marketing <strong>para</strong> a América<br />

do Sul da emp<strong>re</strong>sa<br />

alemã Pepperl+Fuchs, com<br />

sede continental em São<br />

Bernardo do Campo (SP).<br />

Além disso, ele exerce a<br />

atividade de professor em<br />

diversas Universidades<br />

de cursos de MBA e Pós<br />

Graduação.<br />

Pilz completa 10 anos de Brasil<br />

Neste ano, a emp<strong>re</strong>sa Pilz comemora dez anos de atuação<br />

no Brasil. Há 60 anos, na cidade alemã Esslingen a emp<strong>re</strong>sa<br />

iniciou suas atividades industriais. Sob o comando de seu fundador,<br />

Hermann Pilz, fabricava instrumentos <strong>para</strong> laboratórios<br />

técnicos-medicinais.<br />

Hoje, a emp<strong>re</strong>sa fabrica dispositivos eletrônicos <strong>para</strong> segurança<br />

e proteção contra acidentes em máquinas e processos.<br />

Para o di<strong>re</strong>tor Geral da Pilz do Brasil, Aitemar Nunes Fernandes,<br />

estes foram dez anos de muitas transformações. “A emp<strong>re</strong>sa<br />

estava dentro de um conceito de fabricante e vendedora de<br />

produtos de segurança e hoje fornece uma solução completa<br />

em automação incluindo serviços de consultoria e engenharia.<br />

Tivemos uma importante evolução”, disse.<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Produtos<br />

Terminal de válvulas MPA<br />

A Festo traz <strong>para</strong> o mercado sua alternativa <strong>para</strong><br />

<strong>re</strong>des AS-I: o terminal de válvulas MPA. Modular,<br />

flexível e com diversas opções de configuração é<br />

uma solução <strong>para</strong> comunicação de chão de fábrica.<br />

Seus beneficios são: baixos custos e facilidade<br />

de instalação; alta flexibilidade e facilidade de expansão;<br />

compatibilidade com outros fabricantes e<br />

fácil integração com o nível de controle (Gateway<br />

<strong>para</strong> Profibus, DeviceNet e outros).<br />

Eletricamente, o terminal MPA conta com entradas<br />

integradas e diversas opções de conexão<br />

elétrica, além de utilizar um único cabo <strong>re</strong>dondo<br />

que completa as funções de alimentação e<br />

alimentação adicional, 4E/S ou 8E/S como escravo<br />

duplo e 350 mA de potência por entrada. Como<br />

características pneumáticas, o terminal pode<br />

combinar de 2 a 8 posições de válvulas, todas<br />

as funções, se<strong>para</strong>ção de zonas de p<strong>re</strong>ssão, dois<br />

tamanhos <strong>para</strong> vazões dife<strong>re</strong>ntes. O terminal<br />

dispõe, também, de <strong>re</strong>gulador e manômetro <strong>para</strong><br />

ajuste de p<strong>re</strong>ssão em cada posição de válvula. Sua<br />

interface AS tem especificação 2.1, com um bit e<br />

um LED de falha <strong>para</strong> cada escravo, conexão de<br />

<strong>re</strong>de e alimentação adicional via 2xM12, assim<br />

como diagnóstico por escravo.<br />

Modular e compacto <strong>para</strong> montagem em espaços<br />

<strong>re</strong>duzidos, a solução é ext<strong>re</strong>mamente indicada<br />

<strong>para</strong> máquinas especiais ou aplicações com necessidades<br />

de alterações e expansões f<strong>re</strong>qüentes,<br />

podendo <strong>re</strong>duzir em 40% os custos convencionais<br />

de instalação. O terminal de válvulas MPA FESTO<br />

pode encurta os tempos de ciclo em até 40%<br />

– devido, por exemplo, à utilização de tubos <strong>mais</strong><br />

curtos –, consome menos energia e tem seqüências<br />

pneumáticas otimizadas por meio do perfeito<br />

dimensionamento das cadeias de comando. Além<br />

disso, a montagem ideal de pa<strong>re</strong>s de 4 válvulas<br />

e 8 entradas com MPA-ASI cria transparência e<br />

diminui o risco de falhas.


Produtos<br />

Inverso<strong>re</strong>s <strong>para</strong> aplicações<br />

sujeitas a jatos<br />

Os inverso<strong>re</strong>s CA PowerFlex 40 tipo 4X/12<br />

(IP66/54) com classificação NEMA/UL, e ArmorStart<br />

NEMA 4X são ideiais <strong>para</strong> ambientes rigorosos,<br />

como farmacêutico, automotivo, alimentos<br />

e bebidas. Eles ofe<strong>re</strong>cem as opções de encapsulamento,<br />

protegendo contra poeiras, <strong>re</strong>spingos e<br />

jatos de água aplicados por mangueiras, produtos<br />

químicos cáusticos e corrosão. Disponíveis em<br />

tensões de 240, 480 e 600 volts <strong>para</strong> aplicações até<br />

3,7 KW (5 HP).<br />

O PowerFlex 40 NEMA 4X é certificado pelo National<br />

Sanitation Foundation (NSF), e proporciona<br />

controle vetorial descentralizado, <strong>para</strong> aplicações<br />

que demandam controle de baixa velocidade e alto<br />

torque. Já o ArmorStart NEMA 4X ofe<strong>re</strong>ce diversos<br />

métodos de partida, incluindo partida di<strong>re</strong>ta à<br />

plena tensão, <strong>re</strong>versão, controlador inteligente e<br />

f<strong>re</strong>qüência variável.<br />

Techmei 2008<br />

//notícias<br />

Aconteceu no mês de outubro a Feira Internacional de Tecnologia<br />

em Máquinas e Equipamentos Industriais – Techmei. O<br />

evento est<strong>re</strong>ou no circuito de feiras internacionais, idealizada<br />

pela Associação Brasileira dos Importado<strong>re</strong>s de Máquinas e<br />

Equipamentos Industriais (Abimei) e contou com a participação<br />

de 300 emp<strong>re</strong>sas.<br />

Ent<strong>re</strong> elas a GE Fanuc, Siemens, Yaskawa, Deb’Maq. Alguns<br />

expondo seus lançamentos e outros <strong>re</strong>forçando máquinas que<br />

já foram lançadas. Apesar da adversidade do mercado, a feira<br />

alcançou seus objetivos, com diversas emp<strong>re</strong>sas que <strong>re</strong>alizaram<br />

vendas de máquinas, em um total de R$ 80 milhões.<br />

O p<strong>re</strong>sidente da Abimei, Thomas Lee afirma “a Techmei já<br />

pode ser considerada um importante fórum de tecnologia e<br />

desenvolvimento do setor. Estamos muito animados já com a<br />

segunda edição do evento em 2010”,diz.<br />

A Ge<strong>re</strong>nte de Marketing da Yaskawa, Elisa Grabski fala da<br />

importância de participar da Techmei. “Existem muitos clientes<br />

da nossa emp<strong>re</strong>sa aqui no evento. Esta é uma excelente oportunidade<br />

de apoiar e manter o contato com eles. E é semp<strong>re</strong><br />

inte<strong>re</strong>ssante expor nossas novidades”, diz.<br />

Além da exposição das emp<strong>re</strong>sas a Techmei contou com<br />

palestras sob<strong>re</strong> mercado e economia dentro da abordagem: O<br />

desafio do c<strong>re</strong>scimento.<br />

Exposição inédita trouxe máquinas<br />

e equipamentos de alta tecnologia<br />

<strong>para</strong> modernização do parque<br />

industrial do país, negócios<br />

somaram R$ 80 milhões.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>


notícias<br />

Weg faz negócios no México<br />

A produtora de açúcar <strong>para</strong> bebidas não-alcoólicas do<br />

México, usina T<strong>re</strong>s Valles, fechou com a WEG a aquisição<br />

de um gerador de 40MW e uma casa de força com quadros<br />

elétricos de média e baixa tensão <strong>para</strong> um sistema de geração<br />

de 50MVA/17,5kV/60Hz, automatizados com equipamentos<br />

fabricados pela emp<strong>re</strong>sa. A aquisição, estimada em US$ 1,5<br />

milhões, faz parte de um projeto de geração de energia que<br />

teve início em junho deste ano e tem término p<strong>re</strong>visto <strong>para</strong><br />

dezembro de 2009.<br />

O engenho tem capacidade de processar 10 mil toneladas<br />

de cana por dia, provenientes do município de T<strong>re</strong>s Valles e de<br />

cidades vizinhas, gerando <strong>mais</strong> de 1200 toneladas de açúcar a<br />

cada 24 horas. Foi propriedade do governo mexicano até o ano<br />

de 1988 e, depois dessa data, passou a fazer parte da PIASA<br />

– Promotora Industrial Azuca<strong>re</strong>ira S.A.<br />

Curtas<br />

A Deb’Maq fechou parceria <strong>para</strong> <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentar<br />

no Brasil a japonesa Fuji Machine, fabricante de<br />

máquinas-ferramenta e máquinas de montagem de<br />

circuito imp<strong>re</strong>sso. O acordo foi fechado durante<br />

o International Manufacturing Technology Show<br />

– IMTS, <strong>re</strong>alizado em Chicago/ EUA. Até então, a<br />

fabricante japonesa não possuía <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentante no<br />

País. Com a parceria, a Deb’Maq p<strong>re</strong>stará todo<br />

suporte <strong>para</strong> comercialização das máquinas Fuji, o<br />

que inclui t<strong>re</strong>inamento, assistência técnica e <strong>re</strong>posição<br />

de peças, ofe<strong>re</strong>cendo uma estrutura <strong>para</strong><br />

<strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentação da marca no mercado nacional,<br />

fator decisivo <strong>para</strong> o fechamento da negociação,<br />

iniciada em feve<strong>re</strong>iro de 2008.<br />

Integrado<strong>re</strong>s<br />

Marília - SP<br />

Fundada em 1991 a Solution<br />

Automação Industrial, é voltada<br />

<strong>para</strong> o fornecimento de<br />

soluções na á<strong>re</strong>a de Indústria<br />

e Controle de Processos. A<br />

primeira ta<strong>re</strong>fa da emp<strong>re</strong>sa, foi<br />

a criação de um robô de carga<br />

capaz de identificar o produto<br />

e ent<strong>re</strong>ga-lo em sua prateleira<br />

cor<strong>re</strong>spondente. Este desafio<br />

foi a pedido da emp<strong>re</strong>sa<br />

Bandag do Brasil.<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Produtos<br />

PROFINET/PROFIsafe<br />

Com o sistema I/O descentralizado o PSSuniversal,<br />

pode <strong>re</strong>alizar funções de comando orientadas <strong>para</strong> a<br />

segurança e/ou standard, de forma descentralizada em<br />

campo. A comunicação com o comando é feita através<br />

do PROFINET/PROFIsafe.<br />

Os usuários do PROFINET podem agora também<br />

usufruir das vantagens do sistema I/O descentralizado<br />

PSSuniversal: alta segurança, automação standard integrada,<br />

liv<strong>re</strong> de interferências ent<strong>re</strong> standard e segurança,<br />

estrutura de sistema modular, rápida colocação<br />

em funcionamento através do PSSuniversal Startup<br />

Softwa<strong>re</strong> ent<strong>re</strong> outras.<br />

Os benefícios dos novos módulos são: o ende<strong>re</strong>ço<br />

PROFIsafe é necessário apenas uma vez por cada<br />

estação descentralizada, isto significa que as definições<br />

de segurança de cada apa<strong>re</strong>lho apenas se <strong>re</strong>alizam num<br />

ponto; Manuseio simples (sem definição e ge<strong>re</strong>nciamento<br />

de ende<strong>re</strong>ço <strong>para</strong> cada módulo I/O); Aproveitamento<br />

ideal dos ende<strong>re</strong>ços/quantidade de FS, menos<br />

trabalho de planejamento e administração.<br />

Com <strong>mais</strong> de 100 projetos<br />

<strong>re</strong>alizados, a Solution Automação<br />

é distribuidora de diversas<br />

marcas ent<strong>re</strong> elas Fenix<br />

Contact e Schneider Eletric.<br />

A emp<strong>re</strong>sa também ofe<strong>re</strong>ce<br />

cursos e t<strong>re</strong>inamentos.<br />

Em uma das <strong>re</strong>alizações a Solution<br />

Automação desenvolveu<br />

dois projetos <strong>para</strong> a Henkel<br />

Loctite do Brasil, localizada em<br />

Boituva/SP.<br />

O primeiro é o projeto elétrico<br />

e montagem eletromecânica<br />

do painel PLC SLC-500<br />

(Sistema de transferência cascola).<br />

E o segundo é o sistema<br />

de transferência cascola com<br />

SLC-500 e iFix32 com módulo<br />

de <strong>re</strong>ceitas.<br />

Contato:<br />

joao.turatti@solution<br />

automacao.com.br


Produtos<br />

Chaves fim de curso<br />

a prova de explosão<br />

A Honeywell possui uma linha de<br />

produtos com projeto de encapsulamento,<br />

o <strong>qual</strong> cump<strong>re</strong> com as<br />

exigências de normas internacionais<br />

e nacionais. O projeto inclui<br />

um encapsulamento a prova de<br />

explosão dotado de um sistema<br />

que mantém e <strong>re</strong>frigera o faíscamento<br />

dentro do invólucro. Ele<br />

não permite o aquecimento dos<br />

gases externos que cercam a chave<br />

fim de curso. A serie BX possui<br />

encapsulamento em aço inoxidável<br />

<strong>re</strong>sistente a corrosão.<br />

As chaves fim de curso a prova<br />

de explosão da Honeywell são<br />

aplicáveis em: transportado<strong>re</strong>s de<br />

grãos, perfurações <strong>para</strong> exploração<br />

de petróleo, instalações petroquímicas,<br />

cabines de pintura, posicionado<strong>re</strong>s<br />

de válvulas, equipamentos<br />

<strong>para</strong> mineração, pulverizado<strong>re</strong>s<br />

de sal, máquinas <strong>para</strong> o segmento<br />

de papel e celulose, transporte e<br />

manipulações de materiais.<br />

Dent<strong>re</strong> suas certificações a emp<strong>re</strong>sa<br />

destaca: Atex, UL, CSA, IEC Ex.<br />

O grau de selagem inclui padrões<br />

do tipo NEMA 1, 3, 4, 6 e 13 e o<br />

grau de proteção IP67 possibilita<br />

aplicações em locais com sujeira,<br />

água e óleo. Destinados a locais<br />

perigosos como os da Classe I,<br />

Grupo B, C e D e Classe II, Grupo<br />

E, F e G.<br />

<strong>re</strong>portagem<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>


manufatura<br />

Sistema de<br />

controle <strong>para</strong><br />

processos de<br />

bateladas<br />

Há algum tempo os processos de bateladas deixaram<br />

de ser um mistério nas indústrias e no ambiente de<br />

automação. O cenário atual nos ap<strong>re</strong>senta diversas<br />

maneiras de se controlar e monitorar um processo<br />

de bateladas, cada um com suas características,<br />

vantagens e desvantagens. Este artigo visa mostrar<br />

alguns detalhes de quatro maneiras dife<strong>re</strong>ntes de<br />

se automatizar um processo de bateladas a partir<br />

de um sistema de controle<br />

saiba <strong>mais</strong><br />

Características dos CLP’s vendidos<br />

no Brasil<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 31<br />

Base Automação<br />

www.baseautomacao.com.br<br />

Por Alan Liberalesso*<br />

10 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Controle a partir de<br />

CLPs e IHMs<br />

Interagir com os equipamentos de<br />

campo, como válvulas, moto<strong>re</strong>s, senso<strong>re</strong>s<br />

e outros dispositivos, através de CLPs (ou<br />

PLCs, Programmable Logic Controllers, em<br />

inglês) é o <strong>re</strong>curso <strong>mais</strong> comum na maioria<br />

dos processos industriais no mundo, inclusive<br />

no Brasil.<br />

Neste contexto, cabem ao PLC ta<strong>re</strong>fas<br />

como: partida e <strong>para</strong>da de moto<strong>re</strong>s, abertura<br />

e fechamento de válvulas, contagem,<br />

temporização, monitoramento e controle de<br />

variáveis analógicas, seqüenciamentos, ent<strong>re</strong><br />

muitos outros. Nos processos de bateladas<br />

são utilizados alguns algoritmos de pesagem,<br />

tabelas de dados e procedimentos. O<br />

controle do processo é <strong>re</strong>alizado pelo PLC,<br />

o papel dele é a execução das operações,<br />

sejam estas fixas ao longo de suas rotinas,<br />

sejam <strong>para</strong>metrizáveis através de alguma<br />

interface de operação.<br />

As IHMs, equipamentos <strong>para</strong> visualização<br />

e controle de processo, projetadas<br />

<strong>para</strong> o ambiente industrial e com dezenas<br />

de opções disponíveis no mercado, tem o<br />

papel de ap<strong>re</strong>sentar de maneira didática<br />

as informações do processo ao usuário<br />

do sistema. No sentido contrário, <strong>re</strong>cebe<br />

os comandos gerados pelo mesmo e faz a<br />

“ent<strong>re</strong>ga” ao PLC por meio de sua interface<br />

de comunicação.


F1. Tela de seleção de <strong>re</strong>ceitas.<br />

O controle dos processos de batelada<br />

<strong>re</strong>alizados pelo par PLC-IHM pode ser<br />

<strong>re</strong>alizado de diversas maneiras, dependendo<br />

do hardwa<strong>re</strong> emp<strong>re</strong>gado, tipo de processo,<br />

número de <strong>re</strong>ceitas, ent<strong>re</strong> outros. Assim:<br />

• Processos e aplicações com uma<br />

única <strong>re</strong>ceita: neste caso, a IHM<br />

ap<strong>re</strong>senta ícones, textos ou teclas de<br />

função (dependendo do modelo) onde<br />

são solicitadas operações como: iniciar<br />

<strong>re</strong>ceita/batelada, pausar, abortar,<br />

ent<strong>re</strong> outros. A IHM pode ap<strong>re</strong>sentar<br />

informações como número do passo<br />

em execução, mensagens ao operador,<br />

tempo da batelada, quantidades<br />

adicionadas, etc. O PLC <strong>re</strong>cebe os<br />

comandos e executa as operações<br />

p<strong>re</strong>viamente estabelecidas em sua<br />

lógica de controle. É papel do PLC<br />

identificar a execução dos passos e<br />

ge<strong>re</strong>nciar o processo de bateladas.<br />

Dependendo do processo e aplicação,<br />

os parâmetros desta <strong>re</strong>ceita podem<br />

ser alterados via IHM (tempos, velocidades,<br />

quantidades, etc.), porém<br />

a ordem de execução das ta<strong>re</strong>fas<br />

(seqüenciamento da bateladas) não<br />

pode ser alterada;<br />

• Em processos onde temos <strong>mais</strong><br />

de uma <strong>re</strong>ceita: pode-se trabalhar<br />

de maneira semelhante à anterior,<br />

somente ac<strong>re</strong>scendo ferramenta <strong>para</strong><br />

seleção da <strong>re</strong>ceita via IHM. Também<br />

neste caso existe a opção de se utilizar<br />

valo<strong>re</strong>s p<strong>re</strong>viamente definidos no<br />

PLC ou alterá-los via IHM.<br />

A maioria das IHMs existentes no<br />

mercado obriga que todos os parâmetros<br />

das <strong>re</strong>ceitas sejam armazenados no PLC, em<br />

tabelas de dados que são copiadas <strong>para</strong> a á<strong>re</strong>a<br />

de trabalho após seleção e solicitação feita<br />

F2. Tela de <strong>para</strong>metrização.<br />

F3. Tela de ge<strong>re</strong>nciamento completo.<br />

pelo usuário do sistema. Alguns modelos<br />

permitem que todos os dados das <strong>re</strong>ceitas<br />

fiquem armazenados na própria IHM,<br />

liberando memória no PLC e <strong>re</strong>duzindo<br />

drasticamente a necessidade de lógicas dedicadas<br />

ao armazenamento e manipulação<br />

destes dados no mesmo.<br />

A utilização do par IHM-PLC não permite<br />

controle de versão, <strong>re</strong>visão e autoria.<br />

Além disso, limita o número de <strong>re</strong>ceitas, o<br />

acesso aos dados das mesmas, e não permite<br />

alterar o seqüenciamento das operações.<br />

Apesar de normalmente vincularmos<br />

processos de bateladas a tanques de produção,<br />

adições de matérias-primas, procedimentos,<br />

etc., existem muitas máquinas e linhas de<br />

produção que apesar atua<strong>re</strong>m dentro de<br />

processos contínuos ou de controle disc<strong>re</strong>to<br />

utilizam parte do princípio de controle de<br />

batelada <strong>para</strong> seleção de produtos, peças,<br />

formatos e setup das mesmas. Veja os exemplos<br />

na figura 1, figura 2 e figura 3.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

manufatura<br />

Controle com PLCs e SCADA<br />

O princípio de controle é o mesmo. A<br />

dife<strong>re</strong>nça é que com a utilização de sistemas<br />

supervisórios tem um grande inc<strong>re</strong>mento de<br />

capacidade, funcionalidades e ferramentas<br />

<strong>para</strong> interagir com o processo. As aplicações<br />

geradas <strong>para</strong> este tipo de sistema rodam<br />

em microcomputado<strong>re</strong>s, os mundialmente<br />

conhecidos PCs.<br />

Primeiramente, cada equipamento ou<br />

dispositivo do processo que é controlado<br />

pelo PLC pode ser manipulado a partir<br />

do sistema supervisório. Comandos como<br />

abrir/fechar/ligar/desligar, seleção de modo<br />

de operação (manual, automático, manutenção)<br />

são feitos a partir de janelas de<br />

controle individualizadas. A indicação dos<br />

status (ligado/desligado/aberto/fechado/em<br />

alarme/inibido/em manual/em automático)<br />

também é feita de maneira individual e<br />

<strong>para</strong> todos os equipamentos. Variáveis de<br />

processo (temperatura, p<strong>re</strong>ssão, vazão, nível,<br />

11


manufatura<br />

F4. Tela sinótica.<br />

velocidade) são monitoradas e controladas<br />

a partir de computado<strong>re</strong>s, fisicamente posicionados<br />

junto ao processo, em salas de<br />

controle, ou <strong>re</strong>motamente, a quilômetros de<br />

distância. E o processo de batelada, o que<br />

esta arquitetura pode proporcionar?<br />

Com <strong>re</strong>lação à capacidade de armazenamento<br />

de <strong>re</strong>ceitas, milha<strong>re</strong>s podem fazer<br />

parte do sistema; quanto ao ge<strong>re</strong>nciamento<br />

das mesmas através da tela do computador,<br />

pode-se visualizar e selecionar utilizando<br />

filtros como código, versão, família, produto,<br />

<strong>re</strong>ceita. Além desses, é possível definir<br />

o tamanho da batelada e a quantidade<br />

de bateladas a produzir. Como controle,<br />

operações como pausar, <strong>para</strong>r, abortar,<br />

pular passo, alterar parâmetros e tempos,<br />

são operações comuns. Pode-se até montar<br />

uma fila de produção, onde são selecionadas<br />

todas as bateladas <strong>para</strong> um determinado<br />

período (hora, turno, dia).<br />

As telas de acompanhamento da produção<br />

trazem informações importantes do<br />

processo e da batelada, como a indicação<br />

do passo atual, dos passos executados com<br />

os <strong>re</strong>spectivos <strong>re</strong>gistros (quantidade <strong>re</strong>al,<br />

tempo consumido, alarmes, etc.), das bateladas<br />

que estão em execução, do status e<br />

conteúdo dos tanques. Gráficos <strong>re</strong>gistram<br />

o comportamento das variáveis e as telas<br />

sinóticas (que ap<strong>re</strong>sentam o layout do processo)<br />

trazem em tempo <strong>re</strong>al as informações<br />

do chão-de-fábrica.<br />

12 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Neste sistema fica <strong>re</strong>strita a alteração<br />

da ordem de execução dos passos e assim<br />

como na arquitetura anterior, não é possível<br />

<strong>re</strong>petir um passo já executado, operações<br />

em <strong>para</strong>lelo, defasagem ent<strong>re</strong> passos, etc.<br />

Exemplos na figura 4 e figura 5.<br />

Controle por PLC, SCADA e<br />

Sistemas MES (Sistemas de<br />

Execução da Manufatura)<br />

Nesta arquitetura o sistema supervisório<br />

mantém a atribuição de monitoramento e<br />

controle do processo, mas o ge<strong>re</strong>nciamento<br />

da batelada cabe a um sistema MES, desenvolvido<br />

através de linguagens de programação<br />

de alto nível. Neste caso, todas as<br />

informações <strong>re</strong>fe<strong>re</strong>ntes às <strong>re</strong>ceitas (códigos,<br />

matérias-primas, passos, procedimentos,<br />

etc.) ficam armazenadas em bancos de dados<br />

do tipo <strong>re</strong>lacional, os quais proporcionam,<br />

ent<strong>re</strong> outras vantagens, maior capacidade de<br />

armazenamento, utilização de ferramentas de<br />

consulta, acesso <strong>re</strong>moto e por <strong>mais</strong> de uma<br />

estação de trabalho/operação, rast<strong>re</strong>abilidade<br />

e trabalho com sistema de armazenamento<br />

aberto e escalonável.<br />

O sistema MES contempla telas e <strong>re</strong>cursos<br />

<strong>para</strong> cadastro de matérias-primas,<br />

procedimentos, parâmetros e <strong>re</strong>gistros, bem<br />

como a montagem da <strong>re</strong>ceita com dados de<br />

cabeçalho (código, nome, descrição, data de<br />

criação e <strong>re</strong>visão, versão, produto, etc.), e com<br />

a composição dos passos com os <strong>re</strong>spectivos<br />

F5. Tela de ge<strong>re</strong>nciamento e<br />

acompanhamento.<br />

procedimentos, sejam estes <strong>re</strong>lacionados aos<br />

processos de dosagem, sejam instruções de<br />

trabalho ou procedimentos de controle (ex.:<br />

agitação, <strong>re</strong>sfriamento, tempo de espera,<br />

etc.). Também é papel deste tipo de sistema<br />

a interface <strong>para</strong> solicitação de produção<br />

(lotes a produzir, número de bateladas, etc.),<br />

uma ferramenta <strong>para</strong> acompanhamento da<br />

produção (lotes em andamento, bateladas<br />

concluídas, status, etc.).<br />

O sistema de <strong>re</strong>latório também faz<br />

parte de um sistema MES, seja ele gerado<br />

dentro do próprio sistema, seja através de<br />

algum softwa<strong>re</strong> de <strong>re</strong>latório de mercado ou<br />

mesmo a partir de ferramenta Web (<strong>para</strong><br />

consulta através de um navegador como o<br />

Internet Explo<strong>re</strong>r, da Microsoft)<br />

Em uma visão <strong>mais</strong> ampla, o sistema<br />

MES <strong>re</strong>sponde por:<br />

• Cadastros: toda a entrada de dados<br />

que visa alimentar as tabelas do<br />

banco de dados com informações<br />

<strong>para</strong> futura;<br />

• Solicitação de produção: interface<br />

onde é inserido o plano de produção,<br />

ou seja, a <strong>re</strong>lação de <strong>re</strong>ceitas a produzir,<br />

o número de lote ou ordem de<br />

fabricação e o número de bateladas<br />

desejadas de cada uma (figura 6);<br />

• Acompanhamento da produção:<br />

interface <strong>para</strong> visualização do andamento<br />

da produção, com status das<br />

<strong>re</strong>ceitas, bateladas em andamento,<br />

concluídas ou na fila <strong>para</strong> produção<br />

(figura 7);<br />

• Relatórios: ferramenta de consulta<br />

que permite fazer a rast<strong>re</strong>abilidade<br />

de um lote ou seqüência específica<br />

e também, na combinação de seus<br />

filtros, a consulta de bateladas produzidas<br />

no passado (figura 8).


Controle via PLC, SCADA<br />

e Softwa<strong>re</strong>s de Bateladas<br />

(baseados na norma <strong>para</strong><br />

bateladas ISA S88)<br />

Dependendo da característica do processo<br />

e da flexibilidade exigida pelo mesmo, uma<br />

aplicação <strong>para</strong> batelada deverá ser muito<br />

<strong>mais</strong> que um seqüenciador de passos combinado<br />

com procedimentos específicos como<br />

adição de matérias-primas, aquecimento,<br />

agitação, tempos de espera, etc. Operações<br />

como <strong>para</strong>lelismo, defasagem de passos,<br />

transições baseadas em eventos, loops,<br />

etc., podem ser exigidas <strong>para</strong> a execução<br />

da <strong>re</strong>ceita (produção da batelada).<br />

E aí que entram a norma ISA S88 e os<br />

softwa<strong>re</strong>s de bateladas. Resumidamente,<br />

a S88:<br />

• Define um modelo <strong>para</strong> controle de<br />

bateladas o <strong>qual</strong> é usado como um<br />

padrão por muitas indústrias;<br />

• Fornece uma terminologia comum<br />

<strong>para</strong> o controle de bateladas, permitindo<br />

que usuários dife<strong>re</strong>ntes possam<br />

exp<strong>re</strong>ssar suas idéias sob<strong>re</strong> uma<br />

base comum e esta base comum de<br />

terminologias e modelos permitem<br />

aos usuários integra<strong>re</strong>m soluções de<br />

dife<strong>re</strong>ntes fornecedo<strong>re</strong>s;<br />

• A norma especifica que o código do<br />

controlador deve ser dividido em pequenas<br />

partes (módulos de controle),<br />

e o fato de termos pequenos códigos<br />

permite que as <strong>re</strong>ceitas sejam modificadas<br />

com maior facilidade;<br />

• Se duas plantas/linhas tive<strong>re</strong>m equipamentos<br />

semelhantes, pequenos<br />

códigos permitem uma implementação<br />

<strong>mais</strong> fácil com a <strong>re</strong>utilização<br />

dos códigos;<br />

• Conceitua a se<strong>para</strong>ção do controle<br />

do equipamento do controle do<br />

procedimento (<strong>re</strong>ceita) que desc<strong>re</strong>ve<br />

como fazer o produto final, permitindo<br />

múltiplos produtos, múltiplos<br />

procedimento, múltiplas unidades<br />

de produção.<br />

Os softwa<strong>re</strong>s de bateladas de mercado<br />

visam atender à norma ISA S88 e possuem<br />

ferramentas adicionais que permitam a<br />

integração destes com PLCs, por exemplo,<br />

e também ferramentas que ag<strong>re</strong>gam valor<br />

aos usuários e que procu<strong>re</strong> dife<strong>re</strong>nciá-lo dos<br />

outros softwa<strong>re</strong>s disponíveis.<br />

O modelamento do sistema é dividido<br />

em duas partes:<br />

F6. Tela de cadastro de <strong>re</strong>ceitas.<br />

F7. Cadastro de procedimento.<br />

F8. Acompanhamento de bateladas.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

manufatura<br />

13


manufatura<br />

1. Modelamento físico do processo<br />

• Célula de processo: onde é definida a<br />

á<strong>re</strong>a <strong>re</strong>sponsável <strong>para</strong> a produção das<br />

bateladas (planta/processo/linha);<br />

• Unidades: conjunto de módulos de<br />

controle e de equipamentos <strong>re</strong>sponsável<br />

pela execução de uma, algumas ou<br />

todas as etapas do processo (tanques,<br />

<strong>re</strong>ato<strong>re</strong>s, silos, etc.);<br />

• Módulo de equipamento: conjunto<br />

de equipamentos que <strong>re</strong>alizam atividades<br />

do processo, como aquecimento,<br />

dosagem, etc;<br />

• Módulo de controle: dispositivo de<br />

controle, como válvula, motor, sensor,<br />

etc.<br />

2. Modelamento procedural do processo<br />

• Procedimento: estratégia <strong>para</strong> execução<br />

do processo/batelada;<br />

• Procedimentos da unidade: conjunto<br />

de operações utilizadas <strong>para</strong> seqüenciamento<br />

dentro da unidade;<br />

• Operações: conjunto de atividades<br />

agrupadas e que visam o atendimento<br />

de necessidades da batelada/processo;<br />

• Fases: <strong>re</strong>alização de ta<strong>re</strong>fas/ações básicas<br />

e simples, como adição de materiais,<br />

agitação, transferência, ent<strong>re</strong><br />

muitos outros.<br />

O softwa<strong>re</strong> de bateladas é dividido em<br />

módulos, sendo que a base é definida por:<br />

Equipment Editor (modelamento físico),<br />

Recipe Editor (modelamento procedural),<br />

Server (ge<strong>re</strong>nciamento da batelada e comunicação<br />

do módulo View com o PLC), View<br />

(interface ao operador <strong>para</strong> visualização e<br />

controle das bateladas), Archiver (geração<br />

dos <strong>re</strong>gistros eletrônicos das bateladas) e<br />

Report Editor (criação e customização de<br />

<strong>re</strong>latórios com os <strong>re</strong>gistros eletrônicos).<br />

O sistema supervisório continua com<br />

a atribuição de monitoramento e controle<br />

do processo. Ao PLC cabe toda a interface<br />

com o chão de fábrica, como as ta<strong>re</strong>fas de<br />

partida e <strong>para</strong>da de moto<strong>re</strong>s, abertura e<br />

fechamento de válvulas, monitoramento e<br />

controle de variáveis analógicas. Do modelo<br />

físico definido <strong>para</strong> o controle da batelada<br />

cabem ao PLC as rotinas com as phases e os<br />

estados das mesmas, cada uma com uma<br />

função especifica como agitação, adição<br />

de materiais, <strong>re</strong>sfriamento, ent<strong>re</strong> outras,<br />

definidas quando do modelamento do<br />

sistema de bateladas. Veja os exemplos na<br />

figura 9, figura 10 e figura 11.<br />

14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Conclusões<br />

A solução a ser adotada deverá ser<br />

definida após a análise de uma série de<br />

fato<strong>re</strong>s, como característica do processo,<br />

necessidades do sistema de formulação,<br />

estrutura e número de <strong>re</strong>ceitas, parâmetros<br />

e <strong>re</strong>gistros necessários, infra-estrutura de<br />

automação existente e/ou <strong>re</strong>querida, custos<br />

envolvidos, ent<strong>re</strong> outros.<br />

Dependendo das informações acima será<br />

possível afirmar quais soluções atenderão às<br />

necessidades do processo. E quando <strong>mais</strong> de<br />

F9. Phases (Procedimentos) de uma Unit.<br />

F11. Receita em SFC.<br />

uma solução atender aos propósitos, caberá<br />

uma análise sob<strong>re</strong> necessidades futuras e<br />

<strong>re</strong>lação custo-benefício <strong>para</strong> se definir <strong>qual</strong><br />

solução será adotada e implementada. MA<br />

Alan Liberalesso é engenheiro de aplicações<br />

da BASE Automação e colaborador do “Batch<br />

Control Comunidade Online”.<br />

F11. Phases e estado no PLC.


Controle de<br />

patrimônio<br />

via RFID<br />

Conheça o desenvolvimento de um sistema eletrônico <strong>para</strong> o controle<br />

de patrimônio através de uma pesquisa aplicada <strong>para</strong> identificar<br />

uma solução de automatização, por meio de sistema de Identificação<br />

por Rádio F<strong>re</strong>qüência (RFID). O foco do artigo foi controlar itens<br />

(tags) que estão em um ambiente pré-estabelecido. Utilizando-se a<br />

metodologia <strong>para</strong> desenvolvimento de novos produtos, foram testadas<br />

várias configurações <strong>para</strong> o sistema, produzindo os protótipos<br />

ap<strong>re</strong>sentados<br />

saiba <strong>mais</strong><br />

Rast<strong>re</strong>abilidade de pallets via RFID<br />

Saber Eletrônica 429<br />

Tecnologia RFID no armazenamento<br />

de Pallets<br />

Saber Eletrônica 428<br />

Vantagens da Tecnologia RFID<br />

www.acura.com.br/rfid<br />

Tecnologia RFID<br />

www.azuum.com.br/site/<br />

sob<strong>re</strong>_rfid/sob<strong>re</strong>_rfid.html<br />

A tecnologia RFID e os benefícios<br />

da etiqueta inteligente <strong>para</strong> os<br />

negócios<br />

www.unibero.edu.br/download/<strong>re</strong>vistaeletronica/Set04_<br />

Artigos/A%20Tecnologia%20<br />

RFID%20-%20BSI.pdf<br />

Antonio D<strong>re</strong>sch Jr, Danny R. Efrom e<br />

Dieison Grumovski<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

As tecnologias de comunicação disponibilizaram<br />

uma nova maneira de se fazer negócios,<br />

e na forma de ge<strong>re</strong>nciar grandes quantidades<br />

de informações. No entanto, apesar desta<br />

contribuição tecnológica, que tornou as<br />

operações logísticas muito <strong>mais</strong> flexíveis e<br />

dinâmicas, verifica-se que existe ainda um<br />

grande distanciamento ent<strong>re</strong> o mundo virtual<br />

(sistemas) e o <strong>re</strong>al (emp<strong>re</strong>sa).<br />

A acuracidade e a rapidez das informações<br />

adquiridas em cada estágio são de<br />

fundamental importância <strong>para</strong> alimentar<br />

as decisões estratégicas e operacionais que<br />

possibilitem dar sustentabilidade e contribuir<br />

com os negócios emp<strong>re</strong>sariais.<br />

15


automação<br />

Houve grandes avanços na questão da<br />

alimentação dos sistemas de informações,<br />

que <strong>caminho</strong>u desde a simples digitação,<br />

passando pelos códigos de barras e 3D até as<br />

atuais etiquetas eletrônicas de identificação<br />

por rádio-f<strong>re</strong>qüência (tags). Tais tecnologias<br />

proporcionam elevado grau de integração,<br />

na medida em que possibilitam a atualização<br />

das informações em tempo <strong>re</strong>al.<br />

Por sua vez, a necessidade de atender a<br />

uma demanda <strong>mais</strong> customizada, assim como<br />

de melhor ge<strong>re</strong>nciar operações descentralizadas<br />

em complexas <strong>re</strong>des logísticas, trouxe<br />

uma série de desafios na forma de lidar com<br />

o vasto fluxo de informações ge<strong>re</strong>nciais.<br />

Somado a esses fato<strong>re</strong>s, a busca por meios de<br />

transmissão de informações, que propiciassem<br />

maior mobilidade aos usuários, possibilitou<br />

o desenvolvimento de maio<strong>re</strong>s aplicações<br />

em sistemas de identificação, baseados na<br />

transmissão por rádio-f<strong>re</strong>qüência.<br />

Esta tecnologia desencadeia uma <strong>re</strong>volução<br />

que é a base <strong>para</strong> uma nova <strong>re</strong>alidade<br />

na identificação de produtos, com impacto<br />

di<strong>re</strong>to no controle de patrimônio e nos<br />

processos logísticos de toda a cadeia de<br />

abastecimento, seja na fabricação, no controle<br />

de estoque ou na compra e venda destes.<br />

A flexibilidade de sistemas RFID é o seu<br />

grande fator positivo. Quando com<strong>para</strong>da<br />

com outros sistemas de identificação, como<br />

o código de barras, o RFID ganha em<br />

confiabilidade (códigos de barras tendem a<br />

apagar com o tempo), facilidade de leitura<br />

(tags podem estar dentro d’água, lama, ou<br />

circundados por metal) e não p<strong>re</strong>cisam de<br />

leitor apontando di<strong>re</strong>tamente <strong>para</strong> ele, ou<br />

seja não necessita de visada. Além disso,<br />

como a captura de dados é feita de forma<br />

automática, existe a <strong>re</strong>dução de falhas<br />

humanas no processo.<br />

Tecnologia RFID<br />

O levantamento de patrimônio possui<br />

uma dinâmica difícil quando se utilizam<br />

os sistemas atuais como numeração <strong>para</strong><br />

leitura visual ou códigos de barras, prolongando<br />

o tempo de execução, exigindo uma<br />

equipe de pessoas destacadas <strong>para</strong> que esta<br />

ta<strong>re</strong>fa seja feita com agilidade, onerando os<br />

<strong>re</strong>cursos da emp<strong>re</strong>sa.<br />

Já o controle de patrimônio (controle<br />

de bens móveis) exige uma supervisão<br />

permanente e dependendo do tamanho<br />

e arquitetura da emp<strong>re</strong>sa, nem semp<strong>re</strong> é<br />

possível fazê-la com eficácia.<br />

16 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Segundo a CSP-CONPAT (2006) os<br />

ativos permanentes de uma emp<strong>re</strong>sa, como<br />

equipamentos e mobiliários, sof<strong>re</strong>m perdas<br />

definitivas com o processo de dep<strong>re</strong>ciações<br />

e perdas contábeis <strong>re</strong>cuperáveis em função<br />

do descasamento provocado pela inflação<br />

sob<strong>re</strong> os valo<strong>re</strong>s de aquisição dos bens ou<br />

por mudança de valor de mercado, exigindo<br />

um sistema de controle eficaz na gestão<br />

patrimonial.<br />

Levando em conta estes fato<strong>re</strong>s é que<br />

surgiu a proposta de desenvolver uma solução<br />

de controle de equipamentos e mobiliário<br />

que atenda adequadamente as necessidades,<br />

utilizando tecnologia RFID, trazendo<br />

agilidade e eficácia ao processo.<br />

Vantagens<br />

Tal tecnologia permite a captura automática<br />

de dados, <strong>para</strong> identificação de objetos<br />

com dispositivos eletrônicos, conhecidos<br />

como tag ou transponder que emitem sinais<br />

de radiof<strong>re</strong>qüência <strong>para</strong> leito<strong>re</strong>s ou antenas,<br />

que captam estas informações.<br />

Os benefícios primários de RFID são:<br />

a eliminação de erros de escrita e leitura de<br />

dados, coleção de dados de forma <strong>mais</strong> rápida<br />

e automática, <strong>re</strong>dução de processamento de<br />

dados e maior segurança.<br />

Quanto às vantagens da RFID em <strong>re</strong>lação<br />

às outras tecnologias de identificação e<br />

coleção de dados, temos: operação segura em<br />

ambiente severo (luga<strong>re</strong>s úmidos, molhados,<br />

sujos, corrosivos, altas temperaturas, baixas<br />

temperaturas, vibração, choques), operação<br />

sem contato e sem necessidade de campo<br />

visual e grande variedade de formatos e<br />

tamanhos.<br />

Mas a principal vantagem do uso de<br />

sistemas RFID é <strong>re</strong>alizar a leitura sem<br />

o contato e sem a necessidade de uma<br />

visualização di<strong>re</strong>ta do leitor com o tag.<br />

É possível, por exemplo, colocar a tag<br />

dentro de um produto e <strong>re</strong>alizar a leitura<br />

sem ter que desempacotá-lo, ou, por<br />

exemplo, aplicar o tag em uma superfície<br />

que será posteriormente coberta de tinta<br />

ou graxa.<br />

A tecnologia RFID ap<strong>re</strong>senta características<br />

peculia<strong>re</strong>s que nenhuma outra<br />

ofe<strong>re</strong>ce. Por exemplo, leitura simultânea de<br />

até 30 itens em um período de um segundo,<br />

utilizando-se de poderosos algoritmos de<br />

anti-colisão. Com isto pode-se <strong>re</strong>alizar<br />

inventários de milha<strong>re</strong>s de itens, utilizando<br />

um leitor de RFID manual.<br />

A incorporação de um leitor RFID a<br />

um coletor portátil de dados (leitor manual)<br />

viabiliza a implementação de soluções voltadas<br />

a rast<strong>re</strong>amento de ativos e produtos<br />

ao longo de uma planta, com a imediata<br />

captura e transmissão de dados.<br />

A RFID não é simplesmente um substituto<br />

do código de barras, é uma tecnologia<br />

de transformação que pode ajudar a <strong>re</strong>duzir<br />

desperdício, limitar roubos, gerir inventários,<br />

simplificar a logística e até aumentar<br />

a produtividade.<br />

Muitas emp<strong>re</strong>sas, devido ao seu imenso<br />

número de bens ou a constante movimentação<br />

de equipamentos, têm dificuldades<br />

em manter um histórico de confiança e<br />

atualizado do seu patrimônio. A tecnologia<br />

RFID permite que a emp<strong>re</strong>sa tenha total<br />

controle até mesmo em tempo <strong>re</strong>al dos bens<br />

da emp<strong>re</strong>sa, tanto em termos de quantidade<br />

como de localização.<br />

Middlewa<strong>re</strong> RFID<br />

A tecnologia RFID trabalha constantemente<br />

com fluxo de dados, esse fluxo de<br />

dados pode ser grande. Por esse e outros<br />

motivos faz-se à necessidade de um middlewa<strong>re</strong><br />

<strong>eficiente</strong>.<br />

É importante entender que o middlewa<strong>re</strong><br />

nada <strong>mais</strong> é do que uma camada de softwa<strong>re</strong><br />

que fica <strong>re</strong>sponsável por diversas funções,<br />

tais como, ge<strong>re</strong>nciamento da <strong>re</strong>de de captura<br />

de dados e pelo fluxo dos mesmos.<br />

O middlewa<strong>re</strong> não constitui di<strong>re</strong>tamente<br />

aplicações, pois uma de suas funções é o<br />

envio dos dados às aplicações, aos sistemas<br />

de gestão do processo, seja ele de produção,<br />

estoque, logística ou <strong>qual</strong>quer outro sistema<br />

que necessite desses dados.<br />

A Azuum, Alien, Symbol, IBM, Intermec/<br />

Cagicomp e Sun são exemplos de emp<strong>re</strong>sas<br />

que desenvolvem esses middlewa<strong>re</strong>s. A tecnologia<br />

RFID não teria sentido ao trabalhar<br />

de forma isolada, sem ter <strong>para</strong> quem enviar<br />

os dados <strong>re</strong>cebidos, sem ter algum sistema<br />

de organização e processamento de dados.<br />

Sem esses sistemas, os dados captados pela<br />

tecnologia RFID não teriam utilidade, não<br />

gerariam informações <strong>para</strong> se<strong>re</strong>m analisadas<br />

e interp<strong>re</strong>tadas, seriam apenas dados. Esse<br />

é o principal motivo pelo <strong>qual</strong> o softwa<strong>re</strong><br />

(middlewa<strong>re</strong>) se faz tão importante <strong>para</strong> o<br />

sucesso da tecnologia RFID. Neste trabalho<br />

o middlewa<strong>re</strong> ficou <strong>re</strong>sponsável em <strong>re</strong>ceber<br />

os dados do leitor RFID e associá-los aos<br />

itens existentes nos ambientes.


Desenvolvimento<br />

dos protótipos<br />

Utilizando o <strong>re</strong>curso de uma metodologia<br />

científica <strong>para</strong> projetos de desenvolvimento<br />

de novos produtos, foi selecionado o seguinte<br />

fluxograma e as suas fases:<br />

Fase 1 - Planejamento de Linha de Produ-<br />

to: estudo científico do foco do<br />

produto, auxiliado pelas consultorias<br />

e emp<strong>re</strong>sas que apóiam o<br />

projeto.<br />

Fase 2 - Geração de idéias/conceitos: utilizando-se<br />

de técnicas existentes<br />

levantaram-se sugestões, opiniões<br />

e necessidades do mercado, <strong>para</strong><br />

identificação de <strong>re</strong>ferências e estimativas<br />

que contribuíram <strong>para</strong><br />

a criação do produto.<br />

Fase 3 - Seleção de idéias/conceitos: estudo,<br />

tabulação e conclusão das etapas<br />

anterio<strong>re</strong>s, definindo o objeto/produto<br />

a ser desenvolvido.<br />

Fase 4 - Desenvolvimento técnico do pro-<br />

duto:<br />

a) Soluções e seleção de equipamentos<br />

e componentes<br />

eletrônicos;<br />

b) Identificação de Fornecedo<strong>re</strong>s;<br />

c) Aquisição de materiais;<br />

d) Implementação na aplicação.<br />

Fase 5 - Teste e validação do produto:<br />

e) Análise de Confiabilidade<br />

de leitura e aquisição de<br />

dados;<br />

f) Integridade da comunicação<br />

de dados;<br />

g) Integração das soluções<br />

com softwa<strong>re</strong>s embarcados<br />

e de banco de dados.<br />

Fase 6 - Protótipos: Montagem de protó-<br />

tipos.<br />

A partir do fluxograma <strong>re</strong>alizado (figura<br />

1) chegou-se a construção de dois modelos:<br />

um com a opção de possuir leito<strong>re</strong>s manuais<br />

(portáteis), <strong>para</strong> locais onde existam objetos<br />

de baixo valor, por exemplo, e o outro com<br />

a opção de ter leito<strong>re</strong>s fixos que <strong>re</strong>alizam a<br />

F1. Fluxograma do projeto adaptado<br />

de Wille e Wille (2005).<br />

leitura constante, indicada <strong>para</strong> a supervisão<br />

de objetos de alto valor ag<strong>re</strong>gado, que justificam<br />

a obtenção de leito<strong>re</strong>s dedicados.<br />

Testes e validação do produto<br />

Os quadros ao lado <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentam os<br />

testes práticos <strong>re</strong>alizados com o intuito de<br />

encontrar a melhor solução <strong>para</strong> controle<br />

de itens (equipamentos e mobiliários) nos<br />

ambientes. Veja a tabela 1.<br />

Já a tabela 2 mostra detalhadamente os<br />

materiais utilizados e <strong>re</strong>sultados dos testes<br />

<strong>re</strong>alizados na pesquisa.<br />

Após os testes <strong>re</strong>alizados com os dife<strong>re</strong>ntes<br />

produtos, verificou-se que o leitor<br />

(L1), as antenas (A1) e as tags (T1, T2, T10)<br />

não atendem o proposto, portanto foram<br />

escolhidos as seguintes configurações <strong>para</strong><br />

a montagem dos protótipos ap<strong>re</strong>sentados<br />

a seguir.<br />

Protótipo I<br />

Este sistema tem como objetivo atender<br />

como ferramenta <strong>para</strong> controle e inventário<br />

do patrimônio <strong>para</strong> itens de baixo valor,<br />

<strong>para</strong> isto, optou-se por adaptar um Leitor<br />

RFID da Acuprox AP-09 com comunicação<br />

via cabo Serial ao computador embarcado<br />

(figura 2) associado às etiquetas World<br />

Tags. Esta configuração ap<strong>re</strong>senta o melhor<br />

custo-benefício <strong>para</strong> a aplicação.<br />

O softwa<strong>re</strong> de demonstração (middlewa<strong>re</strong>)<br />

foi desenvolvido na fase 6 do projeto<br />

e está disponível <strong>para</strong> acesso no computador<br />

embarcado do protótipo.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

F2. Protótipo – Controle e inventário<br />

de patrimônio.<br />

T1. Identificação dos componentes.<br />

17


automação<br />

T2. Resultado dos testes <strong>re</strong>alizados com os leito<strong>re</strong>s e tags.<br />

18 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008


F3. Controle de patrimônio em<br />

tempo <strong>re</strong>al.<br />

Através do middlewa<strong>re</strong> desenvolvido<br />

pode-se <strong>re</strong>alizar a leitura dos itens já associados<br />

aos códigos das etiquetas, bem como sua<br />

localização, obtendo o levantamento (identificação)<br />

e a rast<strong>re</strong>abilidade (localização)<br />

do patrimônio de forma automática.<br />

O softwa<strong>re</strong> foi desenvolvido <strong>para</strong> proporcionar<br />

a visualização dos itens encontrados em<br />

um ambiente escolhido, quando submetido<br />

ao leitor RFID, no caso, laboratório B-17<br />

foi encontrado uma mesa e uma cadeira<br />

estofada. Este softwa<strong>re</strong> foi montado de forma<br />

a viabilizar futuros testes de integração ao<br />

sistema de banco de dados já existente.<br />

Protótipo II<br />

Para este protótipo foi utilizado o leitor<br />

AcuWave Active Reader L-RX201, associado<br />

às etiquetas AcuWave Tag Asset L-TG800.<br />

Este tem como objetivo atender ao monitoramento<br />

em tempo <strong>re</strong>al dos itens de alto valor,<br />

justificando o custo das tags utilizadas.<br />

O softwa<strong>re</strong> de demonstração foi adquirido<br />

junto com o Leitor, e está disponível<br />

<strong>para</strong> acesso no computador embarcado<br />

instalado (figura 3).<br />

Conclusões<br />

Os protótipos atenderam as necessidades<br />

planejadas, inclusive podendo ser utilizado<br />

como ferramenta de testes de trabalho <strong>para</strong><br />

as emp<strong>re</strong>sas, kit didático (uso educacional)<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

e <strong>para</strong> o conhecimento de novas tecnologias.<br />

Para concluir pode-se listar ainda alguns<br />

observações <strong>re</strong>levantes do RFID:<br />

a) Não necessita de contato físico;<br />

b) Permite ter acesso a dados em tempo<br />

<strong>re</strong>al;<br />

c) Indústrias, organizações e va<strong>re</strong>jo já<br />

estão identificando os benefícios<br />

da tecnologia;<br />

d) RFID e estão começando a adotá-la<br />

em seus ambientes de trabalho. MA<br />

Antonio D<strong>re</strong>sh Jr. é pós graduado em <strong>Mecatrônica</strong><br />

Industrial; sócio-proprietário da emp<strong>re</strong>sa<br />

Azuum – Tecnologia Industrial especializada<br />

em RFID e exerce atividade como docente na<br />

Faculdade de tecnologia Senai Joinville, nas<br />

á<strong>re</strong>as de Automação e <strong>Mecatrônica</strong> Industrial.<br />

Danny R. Efrom é pós graduado em <strong>Mecatrônica</strong><br />

Industrial; sócio-proprietário da emp<strong>re</strong>sa<br />

Azuum – Tecnologia Industrial especializada<br />

em RFID e exerce atividade como docente na<br />

Faculdade de tecnologia Senai Joinville, nas<br />

á<strong>re</strong>as de Eletrônica Industrial e Sistemas de<br />

Controle.<br />

Dieison Grumovski é técnico em <strong>Mecatrônica</strong><br />

Industrial e bacha<strong>re</strong>lando no curso de Ciência<br />

da Computação.<br />

19


automação<br />

Otimização<br />

na destilação<br />

de etanol?<br />

saiba <strong>mais</strong><br />

Destilação de álcool: Desafio <strong>para</strong><br />

a automação<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 36<br />

Usinas de álcool e açúcar: A Automação<br />

de um setor em franco<br />

desenvolvimento<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 33<br />

A<br />

20 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

s colunas de destilação em geral são equipamentos<br />

de se<strong>para</strong>ção <strong>mais</strong> emp<strong>re</strong>gados na<br />

indústria química, petroquímica e de biocombustíveis.<br />

A sua importância é devido ao alto<br />

custo energético do processo, que, em muitos<br />

casos, é superior a 70% do custo energético<br />

total em indústrias de transformação. Além<br />

de ser o processo que geralmente impede o<br />

aumento da produção (gargalo).<br />

No caso de usinas de etanol, a destilação<br />

é a última etapa do processo. Por isso,<br />

acaba <strong>re</strong>cebendo as influências - na forma<br />

de distúrbios - de variações oriundas de<br />

processos p<strong>re</strong>cedentes, tais como composição<br />

do vinho proveniente do processo de<br />

fermentação e, p<strong>re</strong>ssão e capacidade calorífica<br />

do vapor utilizado <strong>para</strong> aquecer as colunas.<br />

Vapor este que pode ser proveniente do<br />

processo de evaporação no caso de plantas<br />

mistas de açúcar e etanol ou de caldeiras<br />

de vapor utilizadas como fonte de energia<br />

por meio da queima do bagaço (subproduto<br />

da cana de açúcar). Além dos distúrbios,<br />

é necessário lidar também com dife<strong>re</strong>ntes<br />

<strong>re</strong>gimes de operação, a interação ent<strong>re</strong> as<br />

malhas, a existência de tempo morto e as<br />

não linearidades intrínsecas do processo.<br />

Para lidar com todas estas peculiaridades, as<br />

colunas de destilação necessitam de sistemas<br />

de controle capazes de manter o processo<br />

<strong>mais</strong> estável e <strong>eficiente</strong> possível.<br />

André Ribeiro Lins de Albuquerque<br />

Apesar dos projetos de plantas de destilação<br />

atuais se<strong>re</strong>m capazes de ap<strong>re</strong>sentar uma<br />

eficiência na extração de etanol superior a<br />

99%, a energia necessária <strong>para</strong> a produção<br />

poderia ser melhor aproveitada, utilizando<br />

<strong>para</strong> tanto, estratégias de controle <strong>mais</strong><br />

apropriadas ao processo. <strong>Atual</strong>mente, os<br />

apa<strong>re</strong>lhos de etanol possuem uma eficiência<br />

energética que gira em torno de 80%. Este<br />

indicador é mensurado por meio de sistemas<br />

comercias que, utilizando modelos matemáticos<br />

robustos <strong>para</strong> executar o balanço<br />

de massa e energia, calcula-se o consumo<br />

energético ideal <strong>para</strong> cada condição de<br />

entrada em cada apa<strong>re</strong>lho (concentração<br />

alcoólica e temperatura de entrada do vinho).<br />

A eficiência energética é então obtida pela<br />

razão ent<strong>re</strong> o consumo ideal e consumo<br />

<strong>re</strong>al do apa<strong>re</strong>lho (figura 1).<br />

O principal motivo <strong>para</strong> não se obter<br />

melho<strong>re</strong>s indicado<strong>re</strong>s de eficiência energética<br />

é a alta flutuação de variáveis controladas<br />

do processo, tais como: p<strong>re</strong>ssão nas colunas<br />

e temperatura TB4 (temperatura da bandeja<br />

4 na coluna B, utilizada <strong>para</strong> inferir<br />

a concentração alcoólica do etanol). Isso<br />

acaba acar<strong>re</strong>tando um gasto desnecessário<br />

de energia <strong>para</strong> <strong>re</strong>alizar o trabalho de se<strong>para</strong>ção<br />

do etanol.<br />

Além do fator energético, outro fator<br />

de desempenho que pode ser aumentado


F1. Figura ilustrativa que ap<strong>re</strong>senta como<br />

o indicador de eficiência energética é obtido<br />

em função da concentração alcoólica<br />

do vinho de entrada.<br />

significativamente é o <strong>re</strong>fe<strong>re</strong>nte à capacidade<br />

produtiva (figura 2). O motivo<br />

é simples, em muitos momentos de uma<br />

safra de cana-de-açúcar, o “gargalo” deixa<br />

de ser o fornecimento de matéria prima,<br />

passando a ser a capacidade de produção<br />

dos apa<strong>re</strong>lhos de destilação. Portanto,<br />

existe a necessidade de uma tecnologia de<br />

controle que permita que o processo ope<strong>re</strong><br />

em múltiplas condições. Pode-se citar a<br />

condição de máxima economia de energia<br />

(escassez de matéria prima, por exemplo)<br />

e, as condições de produção máxima que<br />

ocor<strong>re</strong>m em situações de excesso de material<br />

a ser destilado.<br />

Para tornar as plantas de produção de<br />

etanol <strong>mais</strong> produtivas, ou seja, produzindo<br />

<strong>mais</strong> e com menos <strong>re</strong>curso, algumas usinas<br />

já começaram a aplicar com sucesso<br />

tecnologias de Controle Avançado como,<br />

por exemplo, o Controle P<strong>re</strong>ditivo Baseado<br />

em Modelos (MPC). O objetivo do<br />

MPC é otimizar a operação de destilação<br />

através da p<strong>re</strong>dição do comportamento<br />

de variáveis controladas, minimizando os<br />

efeitos de distúrbios, acoplamentos ent<strong>re</strong><br />

as malhas e tempos mortos do processo.<br />

Existem <strong>re</strong>gistros <strong>re</strong>centes de ganhos de 6<br />

a até 10% na produtividade dos apa<strong>re</strong>lhos<br />

em usinas de álcool que estão começando<br />

a adotar este tipo de tecnologia.<br />

F2. Rep<strong>re</strong>sentação normalizada de faixas de produção utilizando<br />

o controle <strong>re</strong>gulatório convencional e MPC.<br />

Destilação de Etanol:<br />

B<strong>re</strong>ve Descrição<br />

Os apa<strong>re</strong>lhos de destilação em usinas<br />

de etanol têm a configuração básica como<br />

ap<strong>re</strong>sentado na figura 3. A entrada do<br />

sistema é o vinho proveniente do processo<br />

antecedente – a fermentação - e a sua composição<br />

alcoólica gira em torno de 7 a 12º<br />

GL2 (unidade de medida <strong>para</strong> especificar<br />

o teor alcoólico em volume), água (aproximadamente<br />

90%) e os de<strong>mais</strong> componentes<br />

encontrados em meno<strong>re</strong>s quantidades tais<br />

como: glicerina, ácidos succínico e acético,<br />

leveduras e bactérias, sais minerais, etc.<br />

Para a obtenção do etanol <strong>para</strong> uso<br />

como combustível, também conhecido<br />

como álcool hidratado, tem-se duas principais<br />

operações; destilação propriamente<br />

dita (coluna A) e a <strong>re</strong>tificação (coluna B).<br />

Conforme ap<strong>re</strong>sentado na figura 4.<br />

A coluna A tem por finalidade esgotar<br />

a maior quantidade possível de etanol do<br />

seu produto de fundo, que é denominado<br />

vinhaça. Esta, <strong>re</strong>tirada em uma proporção<br />

aproximada de 12 litros <strong>para</strong> cada litro de<br />

álcool produzido, é utilizada na lavoura como<br />

fertilizante, sendo seu calor parcialmente<br />

<strong>re</strong>cuperado pelo vinho no trocador de calor<br />

K. A finalidade da coluna B é concentrar a<br />

flegma a uma graduação de aproximadamente<br />

96º GL (unidade de medida <strong>para</strong><br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

F3. Apa<strong>re</strong>lho de destilação de etanol.<br />

21


automação<br />

F4. Diagrama P&ID de um apa<strong>re</strong>lho de destilação de álcool hidratado.<br />

F5. Ilustrações do funcionamento da tecnologia MPC. A imagem a) <strong>re</strong>p<strong>re</strong>senta a comunicação<br />

ent<strong>re</strong> os controlado<strong>re</strong>s PIDs de vazão com o MPC; a imagem b) <strong>re</strong>p<strong>re</strong>senta a arquitetura<br />

conceitual do MPC <strong>para</strong> o controle de p<strong>re</strong>ssão da coluna A.<br />

F6. Faixas de operação utilizando o controle de p<strong>re</strong>ssão da coluna A convencional e o MPC.<br />

22 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

especificar o teor alcoólico em volume). A<br />

flegma é alimentada nessa coluna, onde é<br />

concentrada e purificada, sendo <strong>re</strong>tirada sob<br />

a forma de etanol, duas bandejas abaixo do<br />

topo da coluna. Os componentes <strong>mais</strong> voláteis<br />

<strong>re</strong>tirados no topo da coluna B passam por<br />

uma seqüência de condensado<strong>re</strong>s (E, E1 e<br />

E2), dos quais <strong>re</strong>tornam <strong>para</strong> o topo da B<br />

sob a forma de condensado (<strong>re</strong>fluxo). Do<br />

fundo da coluna B é <strong>re</strong>tirada uma solução<br />

aquosa chamada flegmaça que tanto pode<br />

ser <strong>re</strong>ciclada no processo ou eliminada.<br />

Controle e Automação na<br />

Destilação de Etanol<br />

A automação utilizada nos apa<strong>re</strong>lhos<br />

de destilação de etanol combustível (álcool<br />

hidratado) se propõe controlar diversas<br />

variáveis do processo, conforme ap<strong>re</strong>sentado<br />

na figura 4. Alguns destes controles<br />

são <strong>re</strong>alizados na forma mest<strong>re</strong>-escravo<br />

(cascata) e <strong>re</strong>gulatória convencional (PID).<br />

Somente o controle de p<strong>re</strong>ssão nas colunas<br />

e da temperatura da bandeja B4 que devem<br />

ser <strong>re</strong>alizados de forma p<strong>re</strong>ditiva, utilizando<br />

<strong>para</strong> tanto, o controle MPC.<br />

A alimentação do vinho no apa<strong>re</strong>lho deve<br />

ser <strong>re</strong>alizada p<strong>re</strong>fe<strong>re</strong>ncialmente de forma<br />

di<strong>re</strong>ta, ou seja, um controle <strong>re</strong>gulatório de<br />

vazão convencional. Durante muitos anos,<br />

controlou-se a temperatura da bandeja A16<br />

pela variação da alimentação de vinho num<br />

formato de controle em cascata, porém, este<br />

tipo de arquitetura favo<strong>re</strong>ce ao aumento de<br />

transientes no apa<strong>re</strong>lho, em outras palavras,<br />

deixa o sistema <strong>mais</strong> instável. Caso necessita-se<br />

aumentar a produção do apa<strong>re</strong>lho, o<br />

setpoint de vazão de vinho deve ser alterado<br />

obedecendo a uma rampa suave.<br />

Todas as outras vazões de entrada e<br />

saída do apa<strong>re</strong>lho de destilação devem ser<br />

controladas como malhas internas dentro<br />

de uma arquitetura de controle em cascata.<br />

Este tipo de abordagem além de permitir o<br />

controle mest<strong>re</strong> <strong>mais</strong> efetivo das variáveis como<br />

temperaturas no topo e níveis nas bases das<br />

colunas favo<strong>re</strong>cem também o fechamento do<br />

balanço de massa e energia da destilaria.<br />

A aplicação de técnicas de controle<br />

p<strong>re</strong>ditivo baseado em modelo (MPC), <strong>para</strong><br />

controlar variáveis de p<strong>re</strong>ssão nos apa<strong>re</strong>lhos<br />

e temperatura da bandeja B4 (Figura 4), esta<br />

última, utilizada <strong>para</strong> inferir a concentração<br />

alcoólica do etanol de saída, favo<strong>re</strong>ce a estabilidade<br />

do processo e, conseqüentemente, a<br />

economia de energia e aumento da capacidade


F7. Faixas de operação utilizando o controle da temperatura da B4 convencional e o MPC.<br />

produtiva dos apa<strong>re</strong>lhos. O MPC, na prática,<br />

funciona como um controle mest<strong>re</strong> (figura<br />

5a e 5b), definindo os melho<strong>re</strong>s setpoints de<br />

vazão <strong>para</strong> cada <strong>re</strong>gime operacional.<br />

A técnica de controle MPC é uma<br />

estratégia de controle multivariável bastante<br />

difundida na indústria de processos.<br />

O MPC, basicamente utiliza um modelo<br />

dinâmico do processo <strong>para</strong> p<strong>re</strong>dizer o seu<br />

comportamento futuro (figura 5b). Esta<br />

p<strong>re</strong>dição é atualizada, ou corrigida, a cada<br />

iteração, com a medição das variáveis do<br />

processo. As ações de controle são calculadas<br />

de modo a minimizar a dife<strong>re</strong>nça ent<strong>re</strong> a<br />

p<strong>re</strong>dição e a trajetória de <strong>re</strong>ferência.<br />

Ent<strong>re</strong>tanto, a utilização de um modelo<br />

linear na síntese do controlador não é suficiente<br />

<strong>para</strong> garantir um bom desempenho<br />

do controle <strong>para</strong> processos não linea<strong>re</strong>s,<br />

como é o caso de apa<strong>re</strong>lhos de destilação<br />

de etanol. Isto devido a não consideração<br />

de certos comportamentos dinâmicos no<br />

modelo, ou mesmo variações dos parâmetros<br />

em dife<strong>re</strong>ntes condições operacionais.<br />

Nas figuras 6 e 7, são ap<strong>re</strong>sentados o<br />

controle da p<strong>re</strong>ssão na coluna A e a temperatura<br />

da bandeja B4 de uma usina no<br />

interior de São Paulo, aplicando o controle<br />

<strong>re</strong>gulatório convencional e depois de um<br />

período adotando o MPC. Com a diminuição<br />

das flutuações do processo com o<br />

uso do MPC, contatou-se um aumento<br />

na eficiência energética do apa<strong>re</strong>lho de<br />

8%. Isso significa, <strong>para</strong> este apa<strong>re</strong>lho em<br />

questão, uma economia de 3,2 toneladas<br />

de vapor de escape por hora.<br />

Para manter os ganhos atingidos após<br />

a aplicação do MPC, deve-se manter uma<br />

rotina de ge<strong>re</strong>nciamento do desempenho<br />

das malhas de controle, seja <strong>para</strong> sintonizar<br />

os controles <strong>re</strong>gulatórios (PIDs), ou mesmo<br />

atualizar o modelo p<strong>re</strong>ditivo. Isso porque,<br />

após a obtenção do modelo p<strong>re</strong>ditivo e ajustes<br />

das malhas, o desempenho da mesma tende<br />

a se deteriorar lentamente com o tempo, já<br />

que as condições do processo não são semp<strong>re</strong><br />

as mesmas e os hardwa<strong>re</strong>s sof<strong>re</strong>m desgastes<br />

naturais. Desta forma, uma vez detectada uma<br />

perda de desempenho, pode-se diagnosticar<br />

a causa raiz do problema, podendo-se fazer<br />

uma manutenção p<strong>re</strong>ventiva na automação<br />

em destilarias de álcool.<br />

É certo que com a implantação de técnicas<br />

de controle avançado, como o MPC, obtém<br />

- se um salto no <strong>re</strong>ndimento dos apa<strong>re</strong>lhos,<br />

<strong>re</strong>fletindo-se em aumentos de <strong>re</strong>ntabilidade<br />

em curto prazo <strong>para</strong> as destilarias de etanol,<br />

porém, ainda existem margens de ganhos<br />

significativas que podem ser obtidas em<br />

longo prazo, o maior deles é sem dúvida<br />

o aumento da concentração alcoólica no<br />

processo fermentativo, pois, quanto <strong>mais</strong><br />

enriquecido chegar o vinho na destilaria<br />

menor será seu custo energético.<br />

Outro ganho que se pode obter é por<br />

meio de ferramentas de otimização de toda a<br />

destilaria, levando-se em consideração desde<br />

o p<strong>re</strong>paro do mosto, passando pelo processo<br />

fermentativo, centrifugação, destilação até<br />

chegar ao armazenamento do etanol. Com<br />

este tipo de ferramenta, as melho<strong>re</strong>s condições<br />

operacionais <strong>para</strong> cada necessidade de<br />

produção e <strong>re</strong>curso energético será obtida por<br />

meio de modelos matemáticos e algoritmos<br />

sofisticados que buscarão semp<strong>re</strong> a maior<br />

<strong>re</strong>ntabilidade possível dada as condições de<br />

demanda e oferta de etanol e energia. MA<br />

André Ribeiro Lins é PhD em <strong>Mecatrônica</strong> e<br />

Di<strong>re</strong>tor de Negócios da Pentagro Soluções<br />

Tecnológicas.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

23


automação<br />

Monitoramento<br />

online do<br />

desempenho da<br />

planta industrial<br />

Este artigo desc<strong>re</strong>ve os conceitos básicos desde<br />

a automação do processo até a geração e monitoramento<br />

de indicado<strong>re</strong>s de desempenho que<br />

permitem acompanhar em tempo <strong>re</strong>al a “saúde”<br />

dos ativos de uma planta industrial, com<strong>para</strong>ndo o<br />

desempenho atual com o ótimo calculado a partir<br />

de modelos rigorosos do processo<br />

saiba <strong>mais</strong><br />

Sistema de monitoramento e<br />

estimativa dos tempos de<br />

operação do disjuntor<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 31<br />

Cláudio Adriano Policastro<br />

André Ribeiro Lins de Albuquerque<br />

Paulo Garcia de Souza<br />

24 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

<strong>Atual</strong>mente, as emp<strong>re</strong>sas estão sob intensa<br />

p<strong>re</strong>ssão competitiva <strong>para</strong> promover o aumento<br />

da eficiência em seus processos industriais,<br />

por meio de mão de obra <strong>qual</strong>ificada e pela<br />

otimização de seus ativos.<br />

A necessidade de visualizar em tempo<br />

<strong>re</strong>al os dados de produção, custeio e<br />

condições operacionais, <strong>para</strong> tomada de<br />

decisões estratégicas e <strong>re</strong>sposta rápida às<br />

mudanças das condições de operação e<br />

mercado, justifica os grandes investimentos<br />

em infra-estrutura e automação.<br />

Ent<strong>re</strong>tanto, a automação é necessária<br />

mas não é suficiente. Para maximizar a<br />

eficiência do processo e o <strong>re</strong>torno do investimento<br />

nos ativos é necessário investir<br />

em t<strong>re</strong>inamento de operado<strong>re</strong>s e aplicar<br />

técnicas de otimização de processos.


Alie se ao fato que, devido à natu<strong>re</strong>za<br />

dinâmica dos processos industriais, existe<br />

a necessidade de se acompanhar em tempo<br />

<strong>re</strong>al o desempenho dos mesmos. Esta<br />

necessidade originou os conceitos que<br />

forma a base do “Monitoramento online<br />

do desempenho”.<br />

O monitoramento online do desempenho<br />

da planta industrial tornou-se uma ta<strong>re</strong>fa<br />

essencial <strong>para</strong> ge<strong>re</strong>ntes e de<strong>mais</strong> tomado<strong>re</strong>s<br />

de decisão que necessitam manter o controle<br />

de seus ativos e buscam a otimização dos<br />

mesmos. Ele pode ser definido como o<br />

processo de medir a utilização de <strong>re</strong>cursos<br />

existentes, comp<strong>re</strong>endendo os desvios ent<strong>re</strong><br />

o <strong>re</strong>al e o desejado, determinando o impacto<br />

da degradação da utilização ótima destes<br />

<strong>re</strong>cursos em <strong>re</strong>lação aos objetivos estratégicos<br />

de uma organização, por meio, da produção<br />

de indicado<strong>re</strong>s chave de desempenho.<br />

Integração dos Dados<br />

da Planta Industrial<br />

A adoção de uma solução de otimização<br />

online de desempenho se inicia pela integração<br />

dos dados da planta, com o objetivo de<br />

fornecer dados do processo em tempo <strong>re</strong>al<br />

<strong>para</strong> o sistema de monitoramento.<br />

As plantas industriais geram grande<br />

quantidade de dados que não são utilizados<br />

em todo o seu potencial como fonte de<br />

informação e conhecimento, por esta<strong>re</strong>m<br />

dispersos ou desorganizados. A utilização de<br />

soluções da Tecnologia da Informação (TI)<br />

e Tecnologia da Automação (TA) favo<strong>re</strong>ce<br />

a integração da planta industrial, disponibilizando<br />

todos os dados <strong>para</strong> o negócio e<br />

<strong>para</strong> a tomada de decisão, tornando a planta<br />

industrial <strong>mais</strong> transpa<strong>re</strong>nte.<br />

A integração efetiva da planta industrial<br />

e a disponibilização de seus dados <strong>para</strong> os<br />

níveis superio<strong>re</strong>s da emp<strong>re</strong>sa (Engenharia<br />

de Processo, Gerência Industrial, etc) passa<br />

pela integração elementos e sistemas em<br />

diversas camadas ou níveis, como ap<strong>re</strong>sentado<br />

na figura 1.<br />

A integração dos dados da planta industrial<br />

começa pela implantação e integração<br />

de elementos básicos da Tecnologia da<br />

Automação (Atuado<strong>re</strong>s e Senso<strong>re</strong>s), capazes<br />

intervir no processo e detectar o estado<br />

de operação do mesmo. Nesta camada,<br />

encontram-se elementos, como senso<strong>re</strong>s<br />

de nível, de p<strong>re</strong>ssão, de temperatura, de<br />

fim de curso, válvulas, inverso<strong>re</strong>s, moto<strong>re</strong>s,<br />

bombas, ent<strong>re</strong> outros.<br />

Em uma camada superior (Controlado<strong>re</strong>s),<br />

a integração dos dados da planta é<br />

<strong>re</strong>alizada por meio de sistemas de controle<br />

(e.q SDCD ou CLPs) . Toda planta industrial<br />

p<strong>re</strong>cisa de algum tipo de controlador<br />

<strong>para</strong> garantir uma operação segura, estável<br />

e economicamente viável.<br />

Os controlado<strong>re</strong>s monitoram o estado<br />

<strong>re</strong>al do processo, <strong>re</strong>cebendo sinais dos<br />

senso<strong>re</strong>s físicos p<strong>re</strong>sentes em pontos estratégicos.<br />

As grandezas físicas (e.q. p<strong>re</strong>ssão,<br />

temperatura e vazão) são transformados<br />

em sinais disc<strong>re</strong>tos (ligado ou desligado)<br />

ou contínuos (p<strong>re</strong>ssão, nível, vazão, ent<strong>re</strong><br />

outros).<br />

Estas grandezas são então emp<strong>re</strong>gadas<br />

em lógicas de controle que permitem ao<br />

controlador calcular o seu estado de saída<br />

(ação de controle), considerando diversas<br />

especificações (como por exemplo: o set<br />

point de uma temperatura ou p<strong>re</strong>ssão).<br />

Então, esta ação de controle calculada pelo<br />

controlador é convertida em um sinal que<br />

é enviado <strong>para</strong> um atuador (e.q válvula,<br />

motor, bomba) que modifica o estado do<br />

processo, mantendo o mesmo em uma condição<br />

de operação específica e corrigindo<br />

eventuais desvios.<br />

Em uma camada <strong>mais</strong> alta (Superviso<strong>re</strong>s),<br />

encontram-se os sistemas supervisórios<br />

(SCADA ou Supervisory Control and Data<br />

Acquisition). Estes sistemas se comunicam<br />

di<strong>re</strong>tamente com os Controlado<strong>re</strong>s e são<br />

<strong>re</strong>sponsáveis por adquirir os dados dos<br />

senso<strong>re</strong>s e atuado<strong>re</strong>s existentes na planta e<br />

ap<strong>re</strong>sentá-los aos operado<strong>re</strong>s por meio de<br />

uma <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentação gráfica do processo, em<br />

telas de computado<strong>re</strong>s (PC) dedicados <strong>para</strong><br />

a operação de supervisão.<br />

Estes sistemas são capazes de ap<strong>re</strong>sentar<br />

os dados <strong>re</strong>ais do processo na forma de<br />

números, gráficos de barras, gráficos de<br />

tendências e outros elementos, informando<br />

os operado<strong>re</strong>s sob<strong>re</strong> todos os eventos<br />

importantes ocorridos na planta. Estes<br />

sistemas também permitem aos operado<strong>re</strong>s<br />

atuar no processo, alterando as condições<br />

de operação (set point) na <strong>qual</strong> os CLPs<br />

devem manter um processo.<br />

Nesta camada de integração de dados,<br />

os sistemas supervisórios f<strong>re</strong>qüentemente<br />

formam ilhas de automação, controlando<br />

partes isoladas do processo (por exemplo,<br />

destilação, fábrica de açúcar, fermentação,<br />

etc.) sem considerar a integração das informações<br />

de toda a planta.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

F1. Pirâmide de integração dos dados<br />

da planta industrial.<br />

25


automação<br />

Nos últimos<br />

anos, surgiram<br />

também soluções<br />

que permitem a<br />

tomada de<br />

decisões baseadas<br />

em dados<br />

instantâneos<br />

do processo.<br />

”<br />

Para a integração efetiva dos dados,<br />

deve-se adotar, em uma camada superior<br />

da pirâmide de integração (SGP ou Sistemas<br />

de Ge<strong>re</strong>nciamento da Produção), os<br />

denominados sistemas de ge<strong>re</strong>nciamento<br />

de informações da planta (PIMS ou Plant<br />

Information Management System).<br />

Um sistema PIMS adqui<strong>re</strong> periodicamente<br />

dados de processo da planta industrial<br />

de diversas fontes, como os sistemas<br />

supervisório e sistemas de laboratório e,<br />

assim, os <strong>re</strong>úne e armazena em um banco<br />

de dados históricos.<br />

Dessa forma, o PIMS permite a disponibilização<br />

dos dados de toda a planta<br />

industrial <strong>para</strong> utilização por sistemas de<br />

ge<strong>re</strong>nciamento e engenharia de processo, além<br />

de outros sistemas localizados nos níveis <strong>mais</strong><br />

altos de uma emp<strong>re</strong>sa, como por exemplo, os<br />

sistemas de execução da produção (MES ou<br />

Manufacturing Execution Systems).<br />

Sistemas MES são sistemas de gestão<br />

que possibilitam o integrar os níveis administrativos<br />

com a produção, normalmente<br />

gerando e acompanhando um plano de<br />

produção que visa atender aos compromissos<br />

de vendas e as condições de disponibilidade<br />

de estoque e ativos. Idealmente, estes dois<br />

sistemas podem trabalhar em conjunto em<br />

uma arquitetura na <strong>qual</strong> um sistema PIMS<br />

adqui<strong>re</strong> e integra todos os dados da planta<br />

e disponibiliza <strong>para</strong> o sistema MES tratar<br />

estas informações <strong>para</strong> os níveis <strong>mais</strong> altos<br />

da emp<strong>re</strong>sa.<br />

26 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Ent<strong>re</strong>tanto, existe uma grande confusão<br />

ent<strong>re</strong> o papel dos sistemas PIMS e<br />

MES. <strong>Atual</strong>mente, muitos sistemas PIMS<br />

incorporam algumas funcionalidades de<br />

sistemas MES, tornando estes sistemas<br />

<strong>mais</strong> versáteis. Por outro lado, os sistemas<br />

MES que foram concebidos originalmente<br />

<strong>para</strong> o controle de processos de manufatura,<br />

também <strong>re</strong>ceberam funcionalidades de<br />

integração e armazenamento de dados de<br />

processos contínuos e batelada, aumentando<br />

ainda <strong>mais</strong> a sob<strong>re</strong>posição de ta<strong>re</strong>fas ent<strong>re</strong><br />

estes dois sistemas.<br />

Neste ponto, uma maneira simples de<br />

entender o <strong>re</strong>al papel destes dois sistemas<br />

é a seguinte: um sistema PIMS é um deposito<br />

de dados e um sistema MES é um<br />

conjunto de aplicativos que usa os dados<br />

armazenados no PIMS.<br />

É nesta mesma camada de integração<br />

(SGP) que se localizam os sistemas de<br />

monitoramento de desempenho da planta.<br />

Normalmente estes sistemas são módulos<br />

adicionais dos sistemas PIMS ou MES, mas<br />

também podem ser construídos a partir de<br />

soluções de fornecedo<strong>re</strong>s independentes.<br />

Em uma arquitetura efetiva de funcionamento,<br />

estes sistemas de monitoramento<br />

extraem dados dos sistemas PIMS, executam<br />

seus cálculos e tratamentos emp<strong>re</strong>gando os<br />

dados da planta, e esc<strong>re</strong>vem seus <strong>re</strong>sultados<br />

novamente no sistema PIMS <strong>para</strong> que estes<br />

estejam disponíveis <strong>para</strong> o sistema MES ou<br />

<strong>para</strong> os sistemas localizados nos níveis <strong>mais</strong><br />

altos da emp<strong>re</strong>sa.<br />

A execução de um sistema de monitoramento<br />

online do processo, da forma<br />

descrita anteriormente, e a disponibilização<br />

dos <strong>re</strong>sultados <strong>para</strong> as camadas superio<strong>re</strong>s<br />

da emp<strong>re</strong>sa. Isso permite a visualização da<br />

planta industrial, conduzindo à otimização<br />

dos ativos de uma organização, o que<br />

possibilita uma operação <strong>mais</strong> <strong>eficiente</strong><br />

dos negócios.<br />

Na camada <strong>mais</strong> alta da pirâmide de<br />

integração dos dados, encontram-se os<br />

sistemas corporativos de gestão (ERP ou<br />

Enterprise Resource Planning), <strong>re</strong>sponsáveis<br />

pela transformação dos dados e informações<br />

da planta em informações de negócio.<br />

Desta forma, pela implementação desta<br />

estrutura de TI e TA, pode-se integrar os<br />

dados de processo aos de negócio, possibilitando<br />

o alinhamento das estratégias<br />

de produção às estratégias de outras á<strong>re</strong>as<br />

de emp<strong>re</strong>sa.<br />

Monitoramento online<br />

do Processo<br />

A integração dos dados industriais deste<br />

o chão de fábrica até níveis corporativos<br />

pode prover as ferramentas necessárias <strong>para</strong><br />

um gestor tomar decisões em tempo <strong>re</strong>al e<br />

administrar o negócio com eficiência. Uma<br />

das ferramentas <strong>mais</strong> importantes <strong>para</strong> este<br />

processo de gestão é o monitoramento do<br />

processo industrial. Nos últimos anos, o<br />

monitoramento de processo constituiu uma<br />

atividade essencialmente offline e <strong>re</strong>alizada<br />

normalmente com uma periodicidade baixa<br />

(grandes intervalos de tempo), muitas<br />

vezes com o auxílio de simples planilhas<br />

personalizadas. Neste processo de monitoramento,<br />

o tempo necessário <strong>para</strong> gerar e<br />

analisar estas planilhas é demasiado longo<br />

<strong>para</strong> permitir uma ação eficaz baseada nos<br />

<strong>re</strong>sultados.<br />

Como conseqüência, pode-se observar<br />

uma deficiência grande na <strong>qual</strong>idade e na<br />

velocidade das ações <strong>para</strong> a <strong>re</strong>cuperação<br />

de uma queda de desempenho da planta<br />

industrial.<br />

Nos últimos anos, surgiram também<br />

soluções que permitem a tomada de decisões<br />

baseadas em dados instantâneos do<br />

processo. Isso permite o acompanhamento<br />

do processo a <strong>qual</strong>quer momento do dia ou<br />

de um período desejado. Ent<strong>re</strong>tanto, estas<br />

soluções se limitam a monitorar as faixas de<br />

especificações e comportamentos estatísticos<br />

das variáveis do processo.<br />

Adicionalmente, estas soluções não<br />

permitem a busca pela condição operacional<br />

ótima da planta, uma vez que, não existe<br />

um modelo do processo <strong>para</strong> ser com<strong>para</strong>do<br />

com a situação atual do processo <strong>re</strong>al.<br />

Neste contexto, técnicas de monitoramento<br />

online que utilizam modelos<br />

matemáticos do processo e <strong>re</strong>conciliação de<br />

dados podem superar a estas deficiências,<br />

o que possibilita a tomada de decisão no<br />

momento certo, utilizando informação com<br />

alta <strong>qual</strong>idade e confiabilidade.<br />

Estas técnicas utilizam o modelo matemático<br />

do processo <strong>para</strong> com<strong>para</strong>r os dados<br />

da planta <strong>re</strong>al e determinar os desvios existentes<br />

em termos de operação e utilização<br />

de <strong>re</strong>cursos. Isso permite que estas soluções<br />

apontem semp<strong>re</strong> a dife<strong>re</strong>nça ent<strong>re</strong> o estado<br />

atual da planta industrial e seu ponto ótimo<br />

de operação, podendo <strong>re</strong>sultar em ganhos<br />

aproximados ent<strong>re</strong> 1-4% em eficiência do<br />

processo.


Estas técnicas também utilizam a <strong>re</strong>conciliação<br />

de dados <strong>para</strong> melhorar a p<strong>re</strong>cisão<br />

das medições, pela <strong>re</strong>dução do efeito dos erros<br />

introduzidos nos dados e pelo processo de<br />

medição (ruídos, má instalação de senso<strong>re</strong>s,<br />

senso<strong>re</strong>s descalibrados, etc).<br />

A principal dife<strong>re</strong>nça ent<strong>re</strong> a <strong>re</strong>conciliação<br />

de dados e outras técnicas de filtragem<br />

é que a <strong>re</strong>conciliação faz uso explicito de<br />

um modelo matemático do processo que<br />

fornece as <strong>re</strong>strições e <strong>re</strong>lações ent<strong>re</strong> as<br />

variáveis.<br />

Esta técnica obtém estimativas <strong>mais</strong><br />

p<strong>re</strong>cisas das variáveis do processo, por meio<br />

de um ajuste das medidas brutas (extraídas<br />

da planta) <strong>para</strong> satisfazer às <strong>re</strong>strições e<br />

<strong>re</strong>lações impostas pelo modelo do processo.<br />

Como <strong>re</strong>sultado deste tratamento, esperase<br />

obter medidas <strong>mais</strong> p<strong>re</strong>cisas do que as<br />

medidas brutas extraídas da planta.<br />

O objetivo fundamental de uma solução<br />

baseada nas técnicas de monitoramento<br />

online de desempenho fundamentado em<br />

modelos matemáticos do processo com<br />

<strong>re</strong>conciliação de dados é a extração de<br />

informação útil e consistente dos dados<br />

brutos do processo <strong>para</strong> suportar a tomada<br />

de decisão operacional da alta <strong>qual</strong>idade.<br />

As informações geradas por este tipo de<br />

solução pode conduzir à detecção de falhas<br />

de medição, degradação do desempenho<br />

da planta, necessidade de manutenção dos<br />

equipamentos, ent<strong>re</strong> outros benefícios.<br />

Além disso, estas soluções melhoram<br />

o tempo de tomada de decisão sob<strong>re</strong> os<br />

processos industriais, pela disponibilização<br />

de indicado<strong>re</strong>s de desempenho estratégicos<br />

<strong>para</strong> suporte a decisão.<br />

Os indicado<strong>re</strong>s de desempenho medem<br />

o nível de desempenho de um processo,<br />

focando no “como” e indicando quão<br />

bem a utilização dos <strong>re</strong>cursos da emp<strong>re</strong>sa<br />

permitem que o objetivo do negócio seja<br />

alcançado. Estes indicado<strong>re</strong>s podem <strong>re</strong>velar<br />

aspectos importantes e essenciais do<br />

processo, como a eficiência energética ou<br />

a eficiência da operação de transformação<br />

da matéria-prima, ent<strong>re</strong> outros aspectos<br />

que possibilitem a uma emp<strong>re</strong>sa alcançar<br />

os seus objetivos estratégicos.<br />

O cálculo destes indicado<strong>re</strong>s estratégicos<br />

é favo<strong>re</strong>cido pela existência do modelo<br />

matemático do processo, uma vez que, o<br />

desempenho atual do processo <strong>re</strong>al pode ser<br />

com<strong>para</strong>do ao desempenho <strong>re</strong>querido <strong>para</strong><br />

o mesmo, dado pelo modelo matemático<br />

F2. Estrutura de uma solução efetiva de monitoramento on-line de processos.<br />

alimentado pelos dados extraídos da planta,<br />

permitindo a indicação das dife<strong>re</strong>nças ent<strong>re</strong><br />

a planta <strong>re</strong>al e o ótimo p<strong>re</strong>tendido <strong>para</strong> a<br />

mesma. Estes indicado<strong>re</strong>s possibilitam aos<br />

tomado<strong>re</strong>s de decisão concentrar sua atenção<br />

somente nas partes <strong>mais</strong> importantes das<br />

informações sob<strong>re</strong> o processo, levando à<br />

tomada de decisão de forma <strong>mais</strong> rápida<br />

e <strong>mais</strong> p<strong>re</strong>cisa.<br />

Desta forma, a adoção desta solução<br />

possibilita a busca contínua pela condição<br />

operacional ótima dos processos, constituindo<br />

o primeiro passo na di<strong>re</strong>ção da implantação<br />

de um ciclo contínuo de melhorias dos processos<br />

industriais (controles avançados de<br />

processo e otimizado<strong>re</strong>s operacionais).<br />

Existem diversas camadas de funcionalidades<br />

e integração de dados <strong>para</strong> uma<br />

solução efetiva de monitoramento online do<br />

desempenho, como ilustrado na figura 2.<br />

Inicialmente, as medidas da planta e<br />

os dados de laboratório são coletados e<br />

armazenadas em um sistema historiador de<br />

dados de processo (1). Então, o sistema de<br />

monitoramento é acionado em intervalos<br />

que podem variar desde minutos até horas<br />

e executa a <strong>re</strong>conciliação de dados por<br />

balanço de massa e energia, utilizando os<br />

dados extraídos da planta industrial (2).<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

Como <strong>re</strong>sultado, diversos indicado<strong>re</strong>s<br />

de desempenho do processo e dados de<br />

balanço de massa e energia são gerados e<br />

armazenados no historiador (3). Paralelamente,<br />

<strong>re</strong>gras de monitoramento baseadas<br />

em degradação dos indicado<strong>re</strong>s (níveis de<br />

tolerância) podem alertar os tomado<strong>re</strong>s<br />

de decisão (4) quando está na hora <strong>para</strong><br />

examinar o processo e desenvolver novas<br />

estratégias <strong>para</strong> a melhoria do mesmo.<br />

Ao final do processo de monitoramento,<br />

os <strong>re</strong>sultados ficam disponíveis <strong>para</strong> os<br />

ge<strong>re</strong>ntes e engenheiros de processo <strong>para</strong> a<br />

tomada de decisões estratégicas (5). Estes<br />

<strong>re</strong>sultados também podem ser enviados aos<br />

níveis <strong>mais</strong> altos da emp<strong>re</strong>sa pela integração<br />

com os sistemas ge<strong>re</strong>nciais localizados em<br />

camadas superio<strong>re</strong>s da pirâmide de integração<br />

dos dados da planta.<br />

MA<br />

Cláudio Adriano Policastro é Ph.D. em Computação<br />

e Di<strong>re</strong>tor de Operações da Pentagro<br />

Soluções Tecnológicas;<br />

André Ribeiro Lins de Albuquerque é Ph.D.em<br />

<strong>Mecatrônica</strong> e Di<strong>re</strong>tor de Negócios da Pentagro<br />

Soluções Tecnológicas;<br />

Paulo Garcia de Souza é mest<strong>re</strong> em Física e<br />

Executivo de Negócios da Invensys Process<br />

System do Brasil.<br />

27


instrumentação<br />

Placas de aquisição<br />

e controle NI<br />

Single-Board RIo<br />

O hardwa<strong>re</strong> Single-Board RIO (sbRIO), da National<br />

Instruments, consiste em um computador Real-time com<br />

barramentos I/O <strong>re</strong>configuráveis controlados através<br />

de um chip FPGA. O FPGA permite a customização<br />

dos parâmetros de temporização e processamento<br />

de sinais <strong>para</strong> as linhas de I/O. Toda a programação<br />

da placa é feita através dos módulos LabVIEW FPGA<br />

e LabVIEW Real-Time. As placas sbRIO foram projetadas<br />

<strong>para</strong> aplicações embedded de alto volume<br />

em controle e aquisição de dados<br />

saiba <strong>mais</strong><br />

National Instruments<br />

www.ni.com/singleboard/<br />

www.ni.com/fpga/rio.htm<br />

28 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Roberto Cunha<br />

os dispositivos single-board RIO são compostos<br />

por um processador industrial, de 32 bits,<br />

F<strong>re</strong>escale MPC5200 com f<strong>re</strong>qüências de clock<br />

de 266 ou 400 Mhz, sistema operacional<br />

de tempo <strong>re</strong>al (RTOS) VxWorks, da Wind<br />

River e um chip FPGA da família Spartan-3,<br />

da Xilinx. A arquitetura de um dispositivo<br />

sbRIO pode ser vista na figura 1.<br />

Todas as linhas de I/O são conectadas<br />

di<strong>re</strong>tamente ao chip FPGA que permite customização,<br />

em baixo nível, das caracerísticas<br />

de temporização (timing) e processamento de<br />

sinais. O FPGA está conectado ao processador<br />

de tempo <strong>re</strong>al através de um barramento<br />

PCI de alto desempenho. A programação<br />

do dispositivo com o LabVIEW possui<br />

mecanismos que permitem a transferência<br />

de dados das linhas de I/O <strong>para</strong> o chip<br />

FPGA e do FPGA <strong>para</strong> o processador <strong>para</strong><br />

análises em tempo <strong>re</strong>al, pós-processamento,<br />

data logging ou comunicação com um<br />

computador host em <strong>re</strong>de.<br />

Como pode ser visto no diagrama de<br />

blocos, cada dispositivo sbRIO possui três<br />

slots de expansão que permitem a conexão<br />

de módulos adicionais de I/O da série C.<br />

A faixa de temperaturas de operação vai<br />

de -20º a +55ºC, alimentação ent<strong>re</strong> 19 e<br />

30Vdc. Ap<strong>re</strong>senta ainda um <strong>re</strong>lógio de tempo<br />

<strong>re</strong>al (RTC) com bateria de backup.<br />

A família de dispositivos sbRIO possui<br />

8 modelos que estão listados na tabela 1.


F1. Diagrama de blocos de<br />

uma placa sbRIO. F2. Circuito de entrada <strong>para</strong> um canal analógico.<br />

Programação em LabVIEW<br />

Com a utilização do ambiente de desenvolvimento<br />

gráfico LabVIEW, da National<br />

Instruments, pode ser feita toda a<br />

programação do processador de tempo <strong>re</strong>al,<br />

do FPGA e das entradas e saídas de seu<br />

sistema embedded de controle, monitoração,<br />

processamento ou data logging, tudo<br />

dentro do mesmo projeto. A programação<br />

do processador de tempo <strong>re</strong>al deverá ser feita<br />

através do módulo LabVIEW Real-Time<br />

Module e o FPGA através do LabVIEW<br />

FPGA Module.<br />

O módulo LabVIEW Real-Time Module<br />

inclui blocos de funções <strong>para</strong> controle de<br />

aplicações em ponto flutuante, processamento,<br />

analise, data logging e comunicações.<br />

Além disso possui funções como:<br />

tecnologia LabVIEW sha<strong>re</strong>d variable<br />

que permite comunicação em <strong>re</strong>de de<br />

sistemas embedded <strong>re</strong>al-time;<br />

temporização determinística por<br />

softwa<strong>re</strong> com <strong>re</strong>solução na faixa de<br />

microsegundos;<br />

<strong>mais</strong> de 600 funções <strong>para</strong> controle<br />

avançado de aplicações em ponto flutuante<br />

e processamento de sinais;<br />

possibilidade de integração de código<br />

já existente em C/C ++ figurável dentro do sistema RIO de modo<br />

a obter aplicações customizadas, controle<br />

de alta velocidade, controle de temporização<br />

de entrada/saída e processamento de<br />

sinais. Esse módulo também ap<strong>re</strong>senta as<br />

seguintes funções:<br />

• component-level IP (CLIP) Node<br />

<strong>para</strong> a integração de código HDL<br />

já existente;<br />

• FPGA Wizard <strong>para</strong> a criação de<br />

código de tempo <strong>re</strong>al e FPGA;<br />

• módulo LabVIEW Statechart <strong>para</strong><br />

a implementação de controles baseados<br />

em FPGA, máquinas de<br />

estado, etc;<br />

• bapacidade de simulação de sistemas<br />

FPGA <strong>para</strong> desenvolvimento e<br />

cor<strong>re</strong>ção de erros;<br />

•<br />

• blocos de funções de ponto fixo,<br />

incluindo, Fast Fourier transform<br />

(FFT), PID multicanal, gerado<strong>re</strong>s<br />

•<br />

de sinal, filtro notch, etc.<br />

A fim de <strong>re</strong>duzir os problemas <strong>re</strong>lacionados<br />

com a criação, cor<strong>re</strong>ção e validação<br />

•<br />

de drivers <strong>para</strong> os componentes de hardwa<strong>re</strong><br />

do sistema embedded, são fornecidas funções<br />

como:<br />

•<br />

• funções de interfaceamento ent<strong>re</strong><br />

.<br />

Entradas/Saídas analógicas, digitais<br />

• ferramentas <strong>para</strong> <strong>re</strong>plicação do sistema e de comunicação e o FPGA;<br />

permitindo sua distribuição.<br />

• funções de transferência de dados<br />

O módulo LabVIEW FPGA Module <strong>para</strong> comunicação ent<strong>re</strong> o FPGA e<br />

permite a programação do FPGA <strong>re</strong>con- o processador;<br />

Modelo Clock do Memória FPGA Linhas DIO Canais AI<br />

processador (DRAM) (gates) (3,3V)<br />

(Mhz)<br />

MB<br />

sbRIO-9601 266<br />

64 1M 110<br />

0<br />

sbRIO-9602 400<br />

128 2M 110<br />

0<br />

sbRIO-9611 266<br />

64 1M 110<br />

32<br />

sbRIO-9612 400<br />

128 2M 110<br />

32<br />

sbRIO-9631 266<br />

64 1M 110<br />

32<br />

sbRIO-9632 400<br />

128 2M 110<br />

32<br />

sbRIO-9641 266<br />

64 1M 110<br />

32<br />

sbRIO-9642 400<br />

128 2M 110<br />

32<br />

T1. Características dos modelos de placas single-board RIO.<br />

Canais AO<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

4<br />

4<br />

4<br />

4<br />

Linhas DIO<br />

(24V)<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

32/32<br />

32/32<br />

Slots de<br />

expansão<br />

(Série C)<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

instrumentação<br />

• métodos <strong>para</strong> interfaceamento ent<strong>re</strong><br />

FPGA e/ou processador e a<br />

memória;<br />

• funções de interfaceamento ent<strong>re</strong><br />

o processador e periféricos (interface<br />

serial RS232 e comunicação<br />

Ethernet);<br />

• drivers multita<strong>re</strong>fa <strong>para</strong> sistemas de<br />

alto desempenho.<br />

Características do hardwa<strong>re</strong><br />

As placas sbRIO foram projetadas com<br />

trilhas ap<strong>re</strong>sentando uma impedância característica<br />

de 60 ohms. Isso significa que<br />

existirá um descasamento de impedância<br />

com a maioria dos flat cables encontrados,<br />

que ap<strong>re</strong>sentam impedância característica<br />

em torno de 110 ohms. Apesar disso, na<br />

maior parte das aplicações esse fato não será<br />

problema, especialmente se boas conexões<br />

de terra dos sinais fo<strong>re</strong>m providenciadas.<br />

Caso persistam problemas de integridade<br />

de sinal, deve-se procurar cabos que ap<strong>re</strong>sentem<br />

impedância característica <strong>mais</strong><br />

próxima de 60 ohms.<br />

Cada entrada analógica ap<strong>re</strong>senta um<br />

circuito que pode ser visto na figura 2, estas<br />

entradas não ap<strong>re</strong>sentam isolação.<br />

Este tipo de entrada pode ser utilizado<br />

<strong>para</strong> medição de sinais balanceados (medição<br />

dife<strong>re</strong>ncial) e desbalanceados (medição em<br />

<strong>re</strong>lação ao terra). A utilização de medição<br />

dife<strong>re</strong>ncial irá <strong>re</strong>duzir o número de canais<br />

disponíveis pela metade, mas permite medições<br />

<strong>mais</strong> p<strong>re</strong>cisas e menos sensíveis a ruído.<br />

O circuito de uma saída analógica pode<br />

ser visto na figura 3. Pode se perceber pelo<br />

diagrama que as saídas não ap<strong>re</strong>sentam<br />

isolação mas possuem proteção contra<br />

sob<strong>re</strong>tensão e curto circuito.<br />

Todas as saídas analógicas permanecem<br />

sem alimentação até um dado seja enviado. A<br />

partir desse ponto a saída será energizada ao<br />

nível de tensão configurado por softwa<strong>re</strong>.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

29


instrumentação<br />

F3. Circuito de uma saída analógica.<br />

F4. Conexão com uma entrada digital.<br />

F5. Conexão com uma saída digital.<br />

F6. Arranjo de saídas <strong>para</strong> aumento de capacidade de cor<strong>re</strong>nte.<br />

30 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

As entradas digitais de 24V são do tipo<br />

sinking, o que significa que o pino de entrada<br />

fornece um <strong>caminho</strong> <strong>para</strong> o terra. O<br />

esquema de conexão com uma entrada digital<br />

pode ser visto na figura 4. Estas entradas<br />

também não ap<strong>re</strong>sentam isolação.<br />

As saídas digitais de 24V podem ser<br />

conectadas di<strong>re</strong>tamente a diversos dispositivos<br />

industriais como moto<strong>re</strong>s, atuado<strong>re</strong>s,<br />

<strong>re</strong>les e lampadas. É importante lembrar que<br />

esses dispositivos não podem ultrapassar os<br />

limites de tensão e cor<strong>re</strong>nte das saídas. O<br />

esquema de conexão de uma saída digital<br />

pode ser visto na figura 5.<br />

As saídas digitais de 24V <strong>re</strong>que<strong>re</strong>m<br />

uma alimentação se<strong>para</strong>da com valo<strong>re</strong>s<br />

ent<strong>re</strong> 6 e 35Vdc.<br />

É possível aumentar o limite de cor<strong>re</strong>nte<br />

de uma saída digital, que é de 250 mA por<br />

padrão.<br />

Para poder fornecer uma cor<strong>re</strong>nte de 1<br />

A, por exemplo, é possível se utilizar quatro<br />

saídas conectadas em <strong>para</strong>lelo, conforme<br />

pode ser visto na figura 6.<br />

Outra maneira de aumentar a capacidade<br />

de cor<strong>re</strong>nte de cada saída é adicionar um<br />

dissipador de calor ao transistor <strong>re</strong>sponsável<br />

pela saída. O dissipador deve ser escolhido<br />

de forma a manter a temperatura do transistor<br />

abaixo de 65º <strong>para</strong> uma temperatura<br />

ambiente de 55º C. Neste caso cada canal<br />

poderá manejar cor<strong>re</strong>ntes de até 1,5 A.<br />

Deve-se <strong>re</strong>speitar um limite máximo de 20<br />

A <strong>para</strong> o conjunto de todas as saídas.<br />

Quando cargas indutivas fo<strong>re</strong>m acionadas,<br />

deve-se implementar uma proteção<br />

contra picos de tensão <strong>re</strong>versa.<br />

Conclusão<br />

As placa Single-Board RIO se destinam<br />

ao desenvolvimento de sistemas embedded<br />

de controle e aquisição de dados ap<strong>re</strong>sentando<br />

<strong>re</strong>cursos de processamento <strong>re</strong>al-time<br />

e de entrada/saída configuráveis através<br />

de chip FPGA que atendem ao mercado<br />

industrial.<br />

Utilizando-se de componentes de grau<br />

industrial, podem ser integradas a sistemas<br />

de chão de fábrica e mesmo a ambientes<br />

com características <strong>mais</strong> severas.<br />

Junto com o ambiente de desenvolvimento<br />

LabVIEW formam uma plataforma<br />

versátil e de alto desempenho. MA<br />

Roberto Cunha é Engenheiro Elétrico e compõe<br />

a equipe de <strong>re</strong>dato<strong>re</strong>s da <strong>re</strong>vista.


Aquisição de<br />

dados em<br />

plataformas<br />

Multico<strong>re</strong><br />

Problemas <strong>re</strong>lacionados ao custo computacional de aplicações de<br />

aquisição de dados são comumente enf<strong>re</strong>ntados por técnicos e<br />

engenheiros, que muitas vezes não possuem outra alternativa senão<br />

minimizar algumas funções de seus sistemas em prol de outras.<br />

Cabe ao desenvolvedor decidir se o <strong>mais</strong> importante é adquirir<br />

um maior número de pontos ou manter uma interface gráfica com<br />

<strong>re</strong>cursos estéticos tridimensionais, ou monitoração de intervenções<br />

do usuário, por exemplo. Obviamente, esta decisão deverá ser<br />

tomada com considerações à aplicação, e neste quesito podem se<br />

destacar os melho<strong>re</strong>s profissionais. O equilíbrio ent<strong>re</strong> desempenho<br />

e funcionalidade pode ser o dife<strong>re</strong>ncial<br />

saiba <strong>mais</strong><br />

Especial - Aquisição de dados<br />

Saber Eletrônica 425<br />

Hamilton Badin Jr.<br />

instrumentação<br />

Nyquist<br />

Segundo o Teo<strong>re</strong>ma de Nyquist, a<br />

f<strong>re</strong>qüência de aquisição de um sinal analógico<br />

deve ser igual ou maior ao dobro da<br />

f<strong>re</strong>qüência do sinal estudado.<br />

Wo > = 2W<br />

Ignorar este teo<strong>re</strong>ma pode ocasionar<br />

medições erradas. A figura 1 mostra um<br />

sinal senoidal de 5 MHz adquirido a uma<br />

taxa de 6 MS/s. A curva pontilhada demonstra<br />

a aquisição efetuada, gerando o<br />

fenômeno conhecido como “aliasing”, onde<br />

o sinal medido possui uma f<strong>re</strong>qüência de<br />

apenas 1MHz.<br />

Estas considerações nos auxiliam na<br />

especificação do hardwa<strong>re</strong> cor<strong>re</strong>to. Mas e<br />

quando nosso código não possui processamento<br />

adequado?<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

31


instrumentação<br />

F1. Sinal com “aliasing”.<br />

Estudo de caso<br />

Imaginemos a seguinte aplicação: uma<br />

máquina com a função de montagem de<br />

duas peças, encaixadas com interferência<br />

mecânica que deverá ser controlada, conforme<br />

ilustra a figura 2.<br />

Uma interferência muito alta pode ocasionar<br />

a má acomodação das peças enquanto<br />

que interferências muito baixas não garantirão<br />

a segurança da montagem final.<br />

Portanto, p<strong>re</strong>cisamos controlar algumas<br />

variáveis neste processo. Basicamente, duas<br />

grandezas são suficientes: posição e carga<br />

de inserção.<br />

Possuímos ainda a seguinte condição:<br />

nosso sistema de aquisição deve monitorar<br />

sinais digitais de início e fim de aquisição,<br />

transmitidos por um equipamento externo<br />

que controla o acionamento mecânico <strong>para</strong><br />

a montagem das peças.<br />

Temos portanto um sistema em malha<br />

aberta, onde o controlador apenas executa<br />

a montagem e informa ao sistema de aquisição<br />

de dados quando iniciar e quando<br />

finalizar a coleta dos valo<strong>re</strong>s vindos dos<br />

transduto<strong>re</strong>s.<br />

Analisemos o algoritmo simplificado<br />

do sistema de aquisição (figura 3).<br />

Note que o sistema apenas coleta os<br />

valo<strong>re</strong>s <strong>para</strong> analisá-los posteriormente. Com<br />

este procedimento priorizamos a aquisição<br />

dos dados, que é o que <strong>re</strong>almente importa<br />

naquele momento, e a análise é executada<br />

após os acontecimentos controlados, onde<br />

possuímos um tempo muito maior <strong>para</strong><br />

efetuar cálculos matemáticos, desenhar<br />

gráficos e monitorar desvios.<br />

Porém uma característica deste modelo<br />

ocasiona perda na taxa de aquisição: a<br />

monitoração do fim da aquisição (pois se<br />

encontra no laço de aquisição).<br />

32 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

F2. Peça montada com interferência<br />

mecânica.<br />

O leitor pode imaginar que esta simples<br />

função não geraria perdas tão graves, mas<br />

vale lembrar que neste momento, o processamento<br />

e o barramento de dados da máquina<br />

serão di<strong>re</strong>cionados <strong>para</strong> esta função, e em<br />

aplicações de análises determinísticas, este<br />

simples desvio pode ser desastroso.<br />

Processamento multico<strong>re</strong><br />

Com a abrangência da nova tecnologia de<br />

processado<strong>re</strong>s multico<strong>re</strong> (múltiplos núcleos)<br />

ab<strong>re</strong>m-se novas possibilidades <strong>para</strong> aplicações<br />

em automação industrial que exijam alta<br />

velocidade de processamento.<br />

Algumas linguagens de programação já<br />

disponibilizam o controle de utilização do<br />

processamento com seleção do núcleo em<br />

que o código, ou parte dele, será processado.<br />

Este é o caso do LabVIEW, da National<br />

Instruments, que desde a versão 5 possui<br />

suporte “multith<strong>re</strong>aded”, porém somente<br />

a partir da versão 8, teve este controle disponibilizado<br />

ao usuário (figura 4).<br />

F3. Fluxograma simplificado de aquisição<br />

de dados de posição e carga.<br />

F4. Processador multico<strong>re</strong>.<br />

A figura 5 demonstra um código em<br />

LabVIEW 8.5, com dois laços rodando em<br />

<strong>para</strong>lelo e em núcleos se<strong>para</strong>dos. Este código<br />

executa 200 mil iterações em cada núcleo<br />

e finaliza a aplicação. O <strong>re</strong>sultado obtido<br />

em uma máquina com processador Intel<br />

Co<strong>re</strong> 2 Duo T5550, 1,83 GHz, com 2 GB<br />

de RAM pode ser visto na figura 6.<br />

Alterando o código <strong>para</strong> que ambos os<br />

laços sejam executados somente no núcleo 0,<br />

conforme figura 7, podemos verificar que a<br />

utilização deste núcleo aumentou, porém de<br />

forma superior ao esperado (figura 8).<br />

Este fato é <strong>re</strong>sultado da utilização serial<br />

do mesmo núcleo por dois códigos. Note


F5. Código de exemplo em LabVIEW 8.5 utilizando<br />

dois núcleos do processador.<br />

F6. Histórico de uso dos núcleos.<br />

F8. Histórico de uso do núcleo 0.<br />

que o núcleo 1 permanece em atividade<br />

(ge<strong>re</strong>nciamento do sistema operacional)<br />

e portanto o núcleo 0 é integralmente<br />

utilizado pela aplicação, mas mesmo<br />

assim, com <strong>re</strong>sultado aquém do teste em<br />

<strong>para</strong>lelo.<br />

F9. Código no núcleo 0.<br />

F10. Código no núcleo 1.<br />

Retomando nosso estudo de caso, podemos<br />

imaginar que utilizando um núcleo<br />

<strong>para</strong> aquisição dos valo<strong>re</strong>s de posição e<br />

carga e outro núcleo <strong>para</strong> verificação do<br />

fim da aquisição, eliminamos o consumo<br />

de processamento anteriormente citado.<br />

instrumentação<br />

F7. Código de exemplo em LabVIEW 8.5 utilizando um núcleo<br />

do processador (ambos os laços no núcleo 0).<br />

F11. Processador Intel de 80 núcleos.<br />

Nosso algoritmo ficaria da seguinte forma<br />

(figura 9 e figura 10).<br />

De fato, esta prática melhora muito<br />

aplicações de aquisição de dados.<br />

Já podemos vislumbrar em um futuro<br />

não tão distante, aplicações em CPU´s com<br />

um número maior de núcleos e possibilidades<br />

de aplicações muito <strong>mais</strong> complexas<br />

e <strong>eficiente</strong>s (figura 11).<br />

Conclusão<br />

As tecnologias de multi-processamento<br />

continuam evoluindo. Problemas complexos<br />

são <strong>re</strong>solvidos cada vez <strong>mais</strong> rápidos com<br />

métodos computacionais cada vez <strong>mais</strong><br />

avançados. Pouco a pouco vamos integrando<br />

estas novidades em nossas atividades<br />

rotineiras melhorando nossos projetos e<br />

criando novos <strong>para</strong>digmas a se<strong>re</strong>m quebrados.<br />

Logo pode<strong>re</strong>mos criar aplicações<br />

em processado<strong>re</strong>s com muito <strong>mais</strong> núcleos<br />

e certamente a automação tende a tomar<br />

novos rumos.<br />

MA<br />

Hamilton Badin Jr. é tecnólogo em mecatrônica<br />

e projetista em automação industrial.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

33


case<br />

T<strong>re</strong>m<br />

esmerilhador é<br />

implantado em<br />

á<strong>re</strong>a industrial da<br />

Companhia Vale<br />

Acompanhe o desafio logístico <strong>para</strong> corrigir<br />

imperfeições e modernizar máquinas<br />

saiba <strong>mais</strong><br />

A tecnologia sob<strong>re</strong> trilhos<br />

que move São Paulo<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 27<br />

GE Fanuc<br />

www.gefanuc.com<br />

34 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

N<br />

o segundo semest<strong>re</strong> de 2006, a GE Fanuc<br />

Intelligent Platforms, uma unidade da GE<br />

Enterprise Solutions, junto com a emp<strong>re</strong>sa<br />

Automation Integração de Sistemas Ltda<br />

implantou o projeto T<strong>re</strong>m Esmerilhador na<br />

ferrovia Estrada de Ferro Carajás (EFC),<br />

administrada pela gerência de manutenção<br />

industrial e máquinas de vias (Garug) da<br />

Companhia Vale. A EFC liga a Mina de<br />

Carajás no sul do Pará ao Porto de São Luís<br />

no Maranhão.


F1. GE Fanuc junto com a Automation<br />

Integração implantaram o projeto T<strong>re</strong>m<br />

esmerilhador na ferovia Estrada de<br />

ferro Carajás.<br />

O projeto consistiu em corrigir imperfeições<br />

superficiais da ferrovia com máquinas<br />

de esmerilhamento. Além da modernização<br />

das três máquinas, o objetivo principal foi<br />

permitir que a partir de uma máquina se<br />

controlasse as outras duas. Antes, cada<br />

máquina trabalhava individualmente.<br />

Um bom serviço de esmerilhamento,<br />

utilizando uma única máquina, demandava<br />

que o mesmo t<strong>re</strong>cho fosse percorrido três<br />

vezes. Com isso, a máquina tinha que, após<br />

esmerilhar o t<strong>re</strong>cho uma vez, <strong>re</strong>tornar duas<br />

vezes <strong>para</strong> novos esmerilhamentos, o que<br />

demandava muito tempo. O trabalho com as<br />

máquinas em conjunto dispensou a necessidade<br />

de <strong>re</strong>tornos, otimizando a produção.<br />

Um desafio logístico p<strong>re</strong>cisou ser vencido<br />

durante sua implementação, por tratar-se de<br />

um equipamento móvel que trabalha p<strong>re</strong>stando<br />

manutenção a uma linha fér<strong>re</strong>a com<br />

extensão aproximada de 890 km e com tempos<br />

limitados de <strong>para</strong>da <strong>para</strong> manutenção.<br />

Foi necessário substituir todo o sistema<br />

de supervisão e controle da máquina Pandrol<br />

<strong>para</strong> deixá-lo compatível com as máquinas<br />

Speno, que já utilizavam equipamentos da<br />

GE Fanuc. Para a nova configuração, foi<br />

utilizado um PLC da família 90-30, IHMs<br />

do modelo QuickPanel, um computador<br />

<strong>para</strong> o supervisório Proficy CIMPLICITY<br />

HMI, telefones fixos, rádios do modelo<br />

Aeronet e telefones WiFi, ambos da Cisco,<br />

dent<strong>re</strong> outros equipamentos. Os cartões<br />

de IO foram interligados por uma <strong>re</strong>de<br />

Profibus DP.<br />

O sistema de rádios permite a comunicação<br />

de dados necessária <strong>para</strong> controlar, a<br />

partir de uma máquina, as outras duas, e<br />

a comunicação ent<strong>re</strong> funcionários através<br />

de voz sob<strong>re</strong> IP. Para a comunicação ent<strong>re</strong><br />

os três PLCs, foi utilizada a ferramenta<br />

Ethernet Global Data e <strong>para</strong> a programação<br />

dos PLCs e IHMs foi utilizado o Proficy<br />

CIMPLICITY Machine Edition.<br />

O supervisório Proficy Cimplicity HMI<br />

de cada máquina comunica-se di<strong>re</strong>tamente<br />

com cada PLC. Caso alguma das máquinas<br />

seja <strong>re</strong>tirada, o operador deverá informar a<br />

nova configuração na tela de montagem da<br />

composição e o sistema automaticamente<br />

desabilita a comunicação com a máquina<br />

ausente. A montagem da composição pelo<br />

operador no sistema de controle é também<br />

necessária <strong>para</strong> que os moto<strong>re</strong>s de <strong>re</strong>bolo<br />

de toda a composição subam e desçam<br />

no mesmo ponto do trilho, garantindo-se<br />

assim que cada t<strong>re</strong>cho seja esmerilhado<br />

uniformemente por todos os <strong>re</strong>bolos.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

case<br />

Os <strong>re</strong>sultados obtidos foram plenamente<br />

satisfatórios. Com o melhor desempenho da<br />

máquina, a meta de confiabilidade, que era<br />

de 31 km ent<strong>re</strong> falhas superficiais na ferrovia,<br />

foi superada significativamente obtendo-se<br />

o <strong>re</strong>sultado de 53 km ent<strong>re</strong> imperfeições em<br />

2007. O controle de uma máquina sob<strong>re</strong><br />

as outras duas permitiu <strong>re</strong>duzir a mão de<br />

obra operacional e disponibilizar <strong>mais</strong><br />

<strong>para</strong> controle de <strong>qual</strong>idade e manutenção<br />

e o tempo necessário de esmerilhamento<br />

diminuiu substancialmente em função das<br />

máquinas trabalha<strong>re</strong>m integradas. Com<br />

isso, a meta estabelecida passou de 2850<br />

km/ano em 2006 (2961 <strong>re</strong>alizado) <strong>para</strong><br />

4132 km/ano em 2007 (3126 <strong>re</strong>alizado).<br />

Em 2007 a meta não foi atingida devido<br />

ao intenso tráfego na via. É importante<br />

<strong>re</strong>ssaltar que isso <strong>re</strong>duziu a disponibilidade<br />

<strong>para</strong> trabalho.<br />

Outras mudanças positivas foram que<br />

o tempo de manutenção cor<strong>re</strong>tiva foi<br />

otimizado, a comunicação de voz melhorou<br />

significativamente e como o sistema<br />

permitiu o armazenamento de <strong>re</strong>ceitas de<br />

esmerilhamento em banco de dados agora<br />

os operado<strong>re</strong>s não p<strong>re</strong>cisam digitar valo<strong>re</strong>s<br />

de ângulos <strong>para</strong> cada um dos 96 <strong>re</strong>bolos,<br />

basta descar<strong>re</strong>gar as <strong>re</strong>ceitas. MA<br />

35


manutenção<br />

Manutenção<br />

p<strong>re</strong>ditiva: análise<br />

de vibrações<br />

Casos, aplicações de diagnóstico, dicas e cuidados<br />

no monitoramento e montagem de rolamentos de<br />

super p<strong>re</strong>cisão<br />

saiba <strong>mais</strong><br />

Como definir custos na<br />

Manutenção P<strong>re</strong>ditiva<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 34<br />

Técnicas alternativas de<br />

Manutenção P<strong>re</strong>ditiva<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 34<br />

Economize dinheiro na<br />

manutenção<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 34<br />

36 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

oobjetivo da manutenção consiste em disponibilizar<br />

os meios produtivos e auxilia<strong>re</strong>s,<br />

na quantidade necessária e em condições<br />

operacionais adequadas, <strong>para</strong> executar<br />

as missões que lhe são atribuídas, isso se<br />

<strong>re</strong>ferindo ao processo.<br />

Para entender com maior facilidade<br />

a manutenção p<strong>re</strong>ditiva devemos saber<br />

sob<strong>re</strong> os tipos de manutenção existentes.<br />

Elas são: cor<strong>re</strong>tiva, p<strong>re</strong>ventiva e p<strong>re</strong>ditiva,<br />

ainda podem-se aplicar a manutenção<br />

sensitiva durante uma inspeção de máquina<br />

usando os sentidos humanos <strong>para</strong> avaliar<br />

ou somar alguma informação importante<br />

sob<strong>re</strong> o equipamento, auxiliando assim no<br />

diagnóstico.<br />

A manutenção cor<strong>re</strong>tiva, como o próprio<br />

nome suge<strong>re</strong> está baseada em “apagar<br />

incêndios”, cor<strong>re</strong>ção de falhas. Esta é uma<br />

modalidade de manutenção pouco indicada<br />

nos dias atuais, porém ainda consideravelmente<br />

usada.<br />

A manutenção p<strong>re</strong>ventiva caracteriza-se<br />

por intervenções em intervalos de tempo<br />

<strong>re</strong>gula<strong>re</strong>s, onde são substituídas peças,<br />

<strong>re</strong>alizadas limpezas em componentes,<br />

lubrificação, etc. Tudo dentro de um pla-<br />

Edson Jaime Michalak<br />

nejamento mínimo, porém sem <strong>qual</strong>quer<br />

noção do estado de desgaste do componente<br />

de máquina a ser substituindo muitas<br />

vezes peças que teriam uma vida útil de<br />

muitas horas ainda onerando o trabalho<br />

<strong>re</strong>alizado. Estas intervenções p<strong>re</strong>ventivas<br />

são <strong>re</strong>alizadas sem uma avaliação <strong>re</strong>al dos<br />

componentes de máquinas, não havendo<br />

controle ou mensuração de desgaste dos<br />

componentes trocados.<br />

Já a manutenção p<strong>re</strong>ditiva baseia-se na<br />

aquisição de sinais do equipamento que possam<br />

permitir uma análise de sua condição.<br />

Pode-se ter <strong>qual</strong>quer valor de desgaste emitido<br />

de alguma forma pela máquina, como um<br />

valor mensurável <strong>para</strong> avaliar sua condição.<br />

Vibração, temperatura, ruído, analise de<br />

óleo e partículas, ultra-som, etc.<br />

É valioso notar que o sucesso desse<br />

programa não depende necessariamente<br />

de grandes investimentos iniciais em equipamentos<br />

sofisticados de análise. Muitos<br />

esquemas de sucesso começam com medido<strong>re</strong>s<br />

e analisado<strong>re</strong>s de vibração analógicos de<br />

baixo custo, de funcionamento simplificado,<br />

capazes de atender a um elevado número de<br />

equipamentos, dos <strong>mais</strong> diversos tipos.


F1. Moldu<strong>re</strong>ira - Máquina de<br />

usinagem de madeira. F2. Exibição do diagrama.<br />

É necessário apenas que os equipamentos<br />

de coleta de dados sejam confiáveis e robustos,<br />

capazes de suportar os rigo<strong>re</strong>s do trabalho<br />

diário, em ambientes ag<strong>re</strong>ssivos.<br />

Uma manutenção centrada em um<br />

planejamento p<strong>re</strong>ventivo e p<strong>re</strong>ditivo <strong>re</strong>p<strong>re</strong>senta<br />

uma diminuição de custos em uma<br />

emp<strong>re</strong>sa. Por meio das técnicas de controle de<br />

condição é possível aplicar em <strong>para</strong>lelo com<br />

manutenção p<strong>re</strong>ventiva. Estas aplicações de<br />

manutenção ofe<strong>re</strong>cem uma <strong>re</strong>dução de 20 a<br />

40% nos custos de manutenção.<br />

Em algumas situações não há condição<br />

de se emp<strong>re</strong>gar somente a p<strong>re</strong>ditiva, mas ela<br />

pode em muitos casos servir de parâmetro<br />

e indicador <strong>para</strong> que a p<strong>re</strong>ventiva seja bem<br />

sucedida.<br />

O último século assistiu a uma grande<br />

evolução na sofisticação das máquinas utilizadas<br />

no processo. Sofisticação induzida<br />

pelo aumento da produtividade industrial.<br />

Isto levou os equipamentos a uma evolução<br />

de sistemas puramente mecânicos <strong>para</strong><br />

sistemas eletromecânicos, de p<strong>re</strong>cisão com<br />

controlado<strong>re</strong>s ge<strong>re</strong>nciados via softwa<strong>re</strong>.<br />

Hoje em dia as máquinas constituem<br />

dispositivos eletromecânicos controlados<br />

por computado<strong>re</strong>s, desenhados <strong>para</strong> uma<br />

alta carga de trabalho a níveis que a anos<br />

atrás não seriam concebíveis.<br />

Hoje a manutenção moderna tem que<br />

estar a níveis de sofisticação e evolução<br />

equi<strong>para</strong>dos a dos equipamentos de processo.<br />

A manutenção passa a ser fundamental<br />

na confiabilidade e <strong>qual</strong>idade de processo<br />

industrial moderno. Uma emp<strong>re</strong>sa <strong>para</strong><br />

permanecer competitiva <strong>re</strong>quer a máxima<br />

disponibilidade dos equipamentos de<br />

seu parque fabril. Essa dife<strong>re</strong>nça ent<strong>re</strong> as<br />

manutenções pode estar indi<strong>re</strong>tamente ou<br />

muitas vezes di<strong>re</strong>tamente ligada ao p<strong>re</strong>ço do<br />

produto final, por conseqüência ganhando<br />

novos clientes e fazendo a manutenção dos<br />

seus clientes.<br />

A manutenção p<strong>re</strong>ditiva é uma filosofia<br />

de manutenção avançada que prioriza os<br />

sistemas fabris em termos da sua capacidade,<br />

obriga ao equilíbrio ent<strong>re</strong> os planos de<br />

manutenção assegurando disponibilidade,<br />

minimizando custos.<br />

Todos com o mínimo de vivência na<br />

á<strong>re</strong>a de manutenção já se de<strong>para</strong>ram com<br />

a seguinte situação: um determinado equipamento,<br />

vital <strong>para</strong> o processo, de <strong>re</strong>pente<br />

ap<strong>re</strong>senta uma pane! O maquinário <strong>para</strong><br />

com suas funções abruptamente devido ao<br />

travamento de seus componentes rotativos,<br />

isto porque há uma fadiga natural e até<br />

mesmo outras causas que podem originar<br />

o travamento dos elementos rotativos de<br />

forma inesperada.<br />

Estas situações podem ser evitadas<br />

em praticamente 100% das vezes com<br />

um bom plano de manutenção p<strong>re</strong>ditivo<br />

e p<strong>re</strong>ventivo, afinal em 98 % dos casos<br />

o componente em estado de degradação<br />

nos emite antecipadamente alguns sinais<br />

de sua condição de falha, basta sabermos<br />

como entender tais sinais. É importante<br />

<strong>re</strong>ssaltar que a interp<strong>re</strong>tação destes sinais é<br />

função da manutenção p<strong>re</strong>ditiva. Eles nos<br />

dizem onde esta o problema e o que está<br />

ocor<strong>re</strong>ndo em nosso maquinário.<br />

Nos tempos atuais não há dúvidas sob<strong>re</strong><br />

a caracterização de uma manutenção ideal.<br />

Deve-se ter uma equipe de planejamento focada<br />

no controle de condição de maquinário,<br />

utilizando planos p<strong>re</strong>ventivos, estatísticos<br />

e p<strong>re</strong>ditivos. Tendo um controle quase<br />

total dos equipamentos semp<strong>re</strong> focando<br />

aumento da disponibilidade de máquina<br />

<strong>para</strong> o processo.<br />

manutenção<br />

Aplicação: Nível das<br />

vibrações como indicador<br />

da saúde da máquina<br />

Um equipamento de usinagem de molduras<br />

consiste em conjuntos de cabeçotes<br />

superio<strong>re</strong>s, inferio<strong>re</strong>s e laterais acionados por<br />

moto<strong>re</strong>s elétricos, com transmissão de força<br />

e de rotação feita através de polias.<br />

A função de uma moldu<strong>re</strong>ira (máquina<br />

de usinagem de madeira) é plainar e moldar<br />

a madeira em todos os 4 lados da peças<br />

por toda sua extensão. Uma ferramenta é<br />

fixa no eixo por p<strong>re</strong>ssão de graxa, ficando<br />

hidrocentrada no eixo. A <strong>qual</strong>idade final da<br />

superfície de madeira usinada é determinada<br />

pela velocidade de alimentação e pelas facas<br />

do equipamento. O número de facas no<br />

ferramental influência no acabamento final<br />

da superfície usinada. Veja a figura 1.<br />

Velocidade de avanço:<br />

A seleção da velocidade de avanço está<br />

determinada pela <strong>qual</strong>idade da superfície<br />

solicitada (longitudinal do passo da faca<br />

fz eff) e depende do RPM da máquina e<br />

do número de dentes. A <strong>re</strong>lação pode ser<br />

vista na figura 2.<br />

Relação ent<strong>re</strong> <strong>qual</strong>idade<br />

da superfície e o passo<br />

longitudinal da faca:<br />

Diagrama <strong>para</strong> determinar a velocidade<br />

de avanço vf dependendo do RPM n e da<br />

longitude do passo da faca fz eff <strong>para</strong> vários<br />

números de dentes Z (figura 3).<br />

Exemplo:<br />

n = 8000 min-1,<br />

fz eff = 3 mm,<br />

Z 4: vf = 24 m min-1<br />

Uma falha nos mancais de rolamento<br />

nesta fase do processo pode significar uma<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

37


manutenção<br />

F3. Diagrama <strong>para</strong> determinar a velocidade de avanço vf.<br />

F4. Vibração em consequência da deterioração<br />

grande dor de cabeça, <strong>para</strong> manutenção e<br />

principalmente <strong>para</strong> o processo. O produto<br />

necessita de p<strong>re</strong>cisão de milésimos no<br />

acabamento final da moldura.<br />

Em uma destas situações ocor<strong>re</strong>ram<br />

estes batimentos que podem ter sido ocasionados<br />

por falha de ajuste de máquina,<br />

sub-dimensionamento do ferramental ou<br />

falha mecânica no maquinário.<br />

O operador <strong>re</strong>fez todo o processo de<br />

ajuste e p<strong>re</strong><strong>para</strong>ção da máquina por duas<br />

vezes, mas não conseguiu eliminar o tal<br />

batimento. Além dos danos gerados no<br />

produto, a programação da produção fica<br />

em xeque, atrasando e sob<strong>re</strong>car<strong>re</strong>gando o<br />

sistema industrial.<br />

Após inúmeras tentativas de cor<strong>re</strong>ção,<br />

foi acionada a manutenção p<strong>re</strong>ditiva, que fez<br />

o monitoramento do conjunto, avaliando a<br />

vibração gerada pelos componentes rotativos<br />

da máquina.<br />

Tendo <strong>re</strong>conhecido que o aumento do<br />

nível de vibração normalmente indica o<br />

desenvolvimento de uma falha, o técnico<br />

38 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

p<strong>re</strong>cisa localizar a falha em um elemento<br />

particular da máquina. Medidas de vibração<br />

de nível global fornece poucas informações<br />

que ajude a identificar as falhas. Ent<strong>re</strong>tanto,<br />

somente com o espectro de f<strong>re</strong>qüência será<br />

possível obter o diagnóstico p<strong>re</strong>ciso da falha<br />

em desenvolvimento.<br />

Isso implica no estudo inicial das especificações<br />

e desenhos de engenharia <strong>para</strong><br />

cada máquina. É necessário fazer um plano<br />

esquemático e <strong>re</strong>gistrar nele as características<br />

geométricas e dinâmicas do equipamento,<br />

tais como: o número de pólos do motor, as<br />

velocidades de rotação, número de dentes<br />

das eng<strong>re</strong>nagens, os dados das bolas/rolos<br />

dos mancais de rolamentos, etc.<br />

Por meio de cálculos simples, estes dados<br />

são convertidos nas f<strong>re</strong>qüências características<br />

que compõem o espectro de f<strong>re</strong>qüência<br />

esperado no caso de desenvolvimento de<br />

falhas. Esses dados são fundamentais <strong>para</strong> um<br />

diagnóstico de vibrações confiáveis por parte<br />

da manutenção p<strong>re</strong>ditiva. Foram levantadas<br />

informações como: rotações, rolamentos,<br />

potência e sistema de transmissão. Essas<br />

são informações mínimas e necessárias<br />

<strong>para</strong> um diagnóstico p<strong>re</strong>ciso.<br />

Imaginemos um escamamento na pista<br />

do rolamento deste cabeçote, com rotação<br />

superior a 6 mil rotações por minuto, isso<br />

geraria uma vibração que acabaria sendo<br />

absorvida pela ferramenta causando danos<br />

a peça processada (figura 4).<br />

Após ter a ciência de algumas informações<br />

importantes sob<strong>re</strong> o equipamento a ser<br />

monitorado, tem-se a importante função<br />

de fazer um setup de monitoramento (figura<br />

5), que possibilite a visualização das<br />

vibrações em f<strong>re</strong>qüências que <strong>re</strong>almente são<br />

indispensáveis <strong>para</strong> o diagnóstico. Esse setup<br />

é feito embasado nas informações técnicas<br />

obtidas e quase semp<strong>re</strong> as encontramos em<br />

manuais do fabricante do equipamento.<br />

Cadastram-se as f<strong>re</strong>qüências de falha<br />

dos rolamentos levantados, de pista<br />

interna (BPFI), pista externa (BPFO),<br />

elementos rolantes (BSF) e gaiola (FTF).<br />

Conhecemos após isso as f<strong>re</strong>qüências de<br />

falha de rolamento que são moduladas<br />

pela f<strong>re</strong>qüência de rotação do eixo ao <strong>qual</strong><br />

os rolamentos estão montados. Portanto<br />

nada adianta ter a f<strong>re</strong>qüência de falha de<br />

rolamento se não sabemos a velocidade de<br />

rotação do eixo. Essas f<strong>re</strong>qüências de falha<br />

de rolamento são conhecidas em softwa<strong>re</strong>s<br />

ou por formulas.<br />

As f<strong>re</strong>qüências de defeitos gerados por<br />

rolamentos não são harmônicas da rotação<br />

do eixo sob<strong>re</strong> o <strong>qual</strong> estão acondicionadas,<br />

as f<strong>re</strong>qüências de defeitos de rolamentos<br />

são harmônicas ent<strong>re</strong> si e modulados pela<br />

f<strong>re</strong>qüência fundamental do eixo.<br />

Os pontos medições são fundamentais<br />

<strong>para</strong> observação de uma provável falha nos<br />

rolamentos (figura 6). Entende-se que quanto<br />

<strong>mais</strong> próximo do rolamento e <strong>mais</strong> rígido<br />

o local de fixação do acelerômetro melhor<br />

e <strong>mais</strong> confiável é o sinal adquirido.<br />

O plano de medição é fator que pode<br />

ser crucial na análise, pois há determinadas<br />

falhas que geram sinais <strong>mais</strong> específicos<br />

em planos de medições únicas, pode-se<br />

citar como exemplo: folgas mecânicas nos<br />

mancais, estes sinais seriam múltiplos ou<br />

submúltiplos da rotação do eixo que tem uma<br />

notoriedade maior nos planos verticais de<br />

leitura. Um possível desbalanceamento, por<br />

sua vez, seria melhor visualizado no plano<br />

horizontal. Portanto é <strong>re</strong>levante o cuidado<br />

nos planos de coleta de dados.


Ajusta-se agora o setup de coleta de dados,<br />

verificando quais filtros passa alto ou passa<br />

baixo utilizar, a <strong>re</strong>solução e quais f<strong>re</strong>qüências<br />

que<strong>re</strong>mos observar (tabela 1).<br />

F5. Visualização das vibrações em f<strong>re</strong>qüências.<br />

T1. Parâmetros de análise.<br />

Para analisar este caso de uma provável<br />

falha nos rolamentos do cabeçote foi utilizado<br />

filtros passa alto de 500 Hz - 10 KHz em<br />

alta f<strong>re</strong>qüência com envelope de aceleração<br />

manutenção<br />

(figura 7). O filtro passa alto é um filtro que<br />

começa em uma faixa de f<strong>re</strong>qüência de corte<br />

<strong>mais</strong> baixa e estende-se até uma f<strong>re</strong>qüência<br />

<strong>mais</strong> alta ou teoricamente infinita.<br />

A <strong>re</strong>solução é número de linha definida<br />

no espectro dividida pela f<strong>re</strong>qüência:<br />

R = n° linhas / F<strong>re</strong>qüência Final<br />

Quanto maior a <strong>re</strong>solução <strong>mais</strong> demorada<br />

será a coleta de dados, porém terá a<br />

facilidade de uma análise confiável aplicando<br />

zoom, em caso de se observar f<strong>re</strong>qüências<br />

únicas, como a distinção de múltiplos da<br />

rotação ou pico em duas vezes a f<strong>re</strong>qüência<br />

de <strong>re</strong>de. Uma <strong>re</strong>solução boa pode evitar um<br />

erro de aliasing.<br />

Para evitar o “aliasing” os sinais são filtrados<br />

em faixas de f<strong>re</strong>qüência de acordo com<br />

o tipo de análise a ser feita (deslocamento,<br />

velocidade ou aceleração(tabela 1).<br />

F6. Pontos de medições.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

39


manutenção<br />

Monitoramento do Motor<br />

O motor foi monitorado e não foram<br />

detectadas as vibrações severas em nenhuma<br />

f<strong>re</strong>qüência. Os envelopes com filtros em alta<br />

f<strong>re</strong>qüência não indicaram nenhuma falha nos<br />

rolamentos dos mancais. Não havia múltiplos<br />

da rotação do motor em baixa f<strong>re</strong>qüência e<br />

em alta f<strong>re</strong>qüência, caracterizando as boas<br />

condições dos mancais <strong>re</strong>ferindo-se a folgas<br />

ent<strong>re</strong> eixo e tampa do motor, o pico na<br />

f<strong>re</strong>qüência fundamental do motor (59,94<br />

Hz) indicando a sua rotação <strong>re</strong>al também<br />

estava em níveis bons. Um pico elevado em<br />

1x a rotação do motor poderia indicar um<br />

problema de desequilíbrio.<br />

As f<strong>re</strong>qüências de roçamento ent<strong>re</strong><br />

rotor e estator do motor também não ap<strong>re</strong>sentava<br />

sinais de alguma anormalidade<br />

decor<strong>re</strong>nte.<br />

As leituras anterio<strong>re</strong>s do motor formam<br />

um excelente histórico da saúde do motor<br />

também não indicava alterações. Os gráficos<br />

das vibrações induziam a uma condição<br />

F7. Diagrama do sistema de coleta e filtros.<br />

F8. Gráfico de vibrações.<br />

40 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

saudável desta parte do equipamento, o<br />

motor (figura 8).<br />

Monitoramento do<br />

Cabeçote de Usinagem<br />

As medições no cabeçote de usinagem<br />

do equipamento ap<strong>re</strong>sentavam um nível<br />

ir<strong>re</strong>gular, os gráficos de histórico das vibrações<br />

também estava alterado. Os espectros<br />

de velocidade e os envelopes de aceleração<br />

indicavam falhas em componentes que<br />

geram sinais em altas f<strong>re</strong>qüências.<br />

As leituras verticais ap<strong>re</strong>sentam sinais<br />

da existência de harmônicos da rotação do<br />

eixo (102,4 Hz) que estaria caracterizando<br />

folgas no mancal do lado oposto da polia.<br />

Picos múltiplos da rotação do eixo caracterizavam<br />

folgas mecânicas nos mancais do lado<br />

onde era fixada a ferramenta. Nas leituras<br />

horizontais do ponto 4H lado oposto a polia<br />

verificou-se a p<strong>re</strong>sença <strong>mais</strong> p<strong>re</strong>dominante<br />

de um pico na componente em 1x a rotação<br />

com 5,6 mm/s (figura 9).<br />

Portanto as leituras neste mancal ap<strong>re</strong>sentavam<br />

na vertical, picos harmônicos<br />

da rotação até o 5° múltiplo. Harmônicos<br />

estes notados nas leituras de velocidade e<br />

no envelope de aceleração. Na horizontal<br />

ainda era possível perceber a p<strong>re</strong>sença de<br />

harmônico da rotação, porém com menor<br />

intensidade devido a defasagem de 90° na<br />

leitura. Na horizontal era a componente em<br />

1x que tinha maior notação na horizontal<br />

com 5,6 mm/s na horizontal enquanto na<br />

vertical essa f<strong>re</strong>qüência tinha amplitude<br />

de 3,1 mm/s e múltiplos com amplitudes<br />

elevadas e p<strong>re</strong>dominantes no espectro.<br />

Medição Mancal 3<br />

lado da polia<br />

No mancal do lado da polia foi verificado<br />

uma elevada vibração em 1x a rotação<br />

na medição horizontal. A f<strong>re</strong>qüência de<br />

102,4 Hz exibia um elevado pico com<br />

amplitude de 12,5 mm/s, característico<br />

de um desbalanceamento. É importante<br />

<strong>re</strong>ssaltar que o desbalanceamento ocor<strong>re</strong><br />

quando temos o centro gravitacional da peça<br />

girando fora do seu centro de geométrico,<br />

isto faz com que o acelerômetro <strong>re</strong>gist<strong>re</strong><br />

um pulso p<strong>re</strong>dominante na f<strong>re</strong>qüência<br />

de rotação do eixo, defasado em 180° nas<br />

medições radiais.<br />

Não ocor<strong>re</strong>ram sinais que induzissem<br />

folgas neste mancal. P<strong>re</strong>dominava vibração<br />

em 1x a rotação na radial em velocidade.<br />

No envelope de aceleração, onde se obtém<br />

as vibração em alta f<strong>re</strong>qüência que podem<br />

indicar uma falha de rolamento, estavam<br />

com amplitudes elevadas e picos que coincidiam<br />

com a f<strong>re</strong>qüência de falha de pista<br />

externa do rolamento 7010.


É importante não se confundir os<br />

harmônicos da rotação do eixo com as<br />

f<strong>re</strong>qüências de falha de rolamento. A f<strong>re</strong>qüência<br />

portadora é a rotação do eixo, esta<br />

modula quase todas as de<strong>mais</strong> f<strong>re</strong>qüências<br />

analisadas, algumas destas são múltiplos desta<br />

f<strong>re</strong>qüência outras não, como as f<strong>re</strong>qüências<br />

de falha de rolamento, por exemplo. Essas<br />

f<strong>re</strong>qüências dependem da rotação do eixo,<br />

mas não são harmônicas desta f<strong>re</strong>qüência,<br />

são múltiplos ent<strong>re</strong> si e nunca harmônicos<br />

da rotação.<br />

Diagnóstico dado pela p<strong>re</strong>ditiva <strong>para</strong><br />

<strong>re</strong>solução do caso foi:<br />

• Folgas nos mancais do lado oposto<br />

da polia;<br />

• Excentricidade da polia;<br />

• Rolamento do lado da oposto a polia<br />

em estado de deterioração.<br />

Após a intervenção mecânica no maquinário<br />

pode se analisar as causas que<br />

geravam aqueles sinais vibratórios de alta<br />

intensidade e que estavam causando um<br />

<strong>re</strong>trabalho do processo devido ao elevado<br />

índice de <strong>re</strong>fugo gerado.<br />

A excentricidade e ou desbalanceamento<br />

estavam sendo gerados por folgas na fixação<br />

da polia ao eixo. A polia folgada trabalhava<br />

no conjunto tencionada pelas cor<strong>re</strong>ias evitando<br />

o batimento da polia no eixo, porém,<br />

as folgas faziam com que a polia girasse<br />

de forma excêntrica no eixo, gerando uma<br />

vibração típica de desbalanceamento.<br />

Folgas de 0,9mm dimensionais ent<strong>re</strong><br />

eixo e alojamento da polia faziam com<br />

que a vibração da f<strong>re</strong>qüência fundamental<br />

medida no mancal do lado da polia fosse<br />

de 9,95 mm/s.<br />

No mancal do lado da ferramenta foi<br />

notada após medições dimensionais uma<br />

folga no colo do eixo. O conjunto duplex<br />

montado nesta posição do cabeçote com<br />

rolamentos 7011 CTYSULP4 ap<strong>re</strong>sentava<br />

sinais de oxidação por contato na face<br />

externa do seu anel interno.<br />

O lubrificante devido ao atrito gerado<br />

pela folga existente e carga do maquinário<br />

estava em princípio de deterioração e perdendo<br />

suas propriedades físico-químicas.<br />

As condições dos rolamentos eram<br />

ruins, estes teriam seu estado de degradação<br />

acelerado pelos fato<strong>re</strong>s a que estavam<br />

expostos como folgas, lubrificante sem<br />

as propriedades protetoras contra atrito e<br />

conseqüentemente teria uma elevação da<br />

temperatura.<br />

F9. Medição Mancal 4 lado oposto a polia.<br />

manutenção<br />

F10. Registro de 22 g’s de amplitude, o que aumentou em 11 vezes o último valor <strong>re</strong>gistrado.<br />

O conjunto duplex do lado da polia<br />

estava com escamamento na pista externa.<br />

Esse duplex é montado com um par de<br />

rolamentos 7010 CTYSULP4, disposto<br />

em “O” back-to-back.<br />

Os rolamentos são os componentes <strong>mais</strong><br />

importantes em muitos grupos de máquinas.<br />

Neste da moldu<strong>re</strong>ira não é dife<strong>re</strong>nte, pois a<br />

falha no componente rotativo tem sérios e<br />

drásticos efeitos na máquina e no processo.<br />

A disc<strong>re</strong>pância ent<strong>re</strong> o custo p<strong>re</strong>ditivo<br />

e cor<strong>re</strong>tivo pode chegar a ser cinco vezes<br />

maior no caso de uma falha abrupta.<br />

Neste conjunto os valo<strong>re</strong>s globais das<br />

vibrações em altas f<strong>re</strong>qüências detectados<br />

nos envelopes de aceleração estavam<br />

elevados.<br />

O envelope de aceleração com detector<br />

de envoltória usando filtros passa alto de<br />

500Hz a 10 kHz mostravam picos que<br />

coincidiam com falhas na pista externa do<br />

rolamento “BPFO” e gaiola “FTF”.<br />

O gráfico das vibrações em aceleração<br />

(figura 10) <strong>re</strong>gistrou 22 g’s de amplitude,<br />

aumentando 11 vezes o último valor <strong>re</strong>gistrado.<br />

Devido ao escamamento e a folgas<br />

existentes na mancalização do cabeçote.<br />

Após a cor<strong>re</strong>ção da falha a vibração<br />

verificada teve uma melhora diminuindo os<br />

valo<strong>re</strong>s globais em alta e média f<strong>re</strong>qüência.<br />

Os espectros não possuíam <strong>mais</strong> picos com<br />

amplitudes elevadas que indicassem alguma<br />

anormalidade.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

41


manutenção<br />

T2. Com<strong>para</strong>tivo rolamento standard x superp<strong>re</strong>cisão.<br />

T3. P<strong>re</strong>cisão de giro P2 / P<strong>re</strong>cisão dimensional P4.<br />

F11. Nomenclatura anel externo rolamentos de super p<strong>re</strong>cisão.<br />

42 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Cuidados necessários e<br />

atenção <strong>para</strong> montagem<br />

de rolamentos de super<br />

p<strong>re</strong>cisão da moldu<strong>re</strong>ira<br />

Os rolamentos de super p<strong>re</strong>cisão exigem<br />

cuidados <strong>mais</strong> do que <strong>re</strong>dobrados <strong>para</strong> o<br />

sucesso da manutenção de um cabeçote de<br />

moldu<strong>re</strong>ira. Um rolamento de super p<strong>re</strong>cisão<br />

deverá prover grande velocidade de rotação<br />

com pequeno aquecimento, excelente rigidez<br />

e p<strong>re</strong>cisão funcional.<br />

As tolerâncias dimensionais dos rolamentos<br />

de superp<strong>re</strong>cisão são <strong>mais</strong> est<strong>re</strong>itas<br />

do que <strong>para</strong> os rolamentos standard, com<br />

isso a p<strong>re</strong>cisão funcional (de giro) é superior<br />

(tabela 2).<br />

Exemplo:<br />

Rolamento: 7210<br />

Dimensional: 50 x 90 x 20 mm<br />

Quando estamos <strong>re</strong>alizando a manutenção<br />

de um cabeçote devemos ter total<br />

controle sob<strong>re</strong> uma série de variáveis: dimensional<br />

de eixo e alojamento, pré-carga,<br />

ângulo de contato, rotação <strong>re</strong>al, material<br />

da gaiola, a disposição (costa a costa, face<br />

a face, etc) e classe de p<strong>re</strong>cisão.<br />

A classe de p<strong>re</strong>cisão é ext<strong>re</strong>mamente<br />

importante <strong>para</strong> a <strong>qual</strong>idade de usinagem.<br />

Quanto menor o número maior a p<strong>re</strong>cisão<br />

de giro e dimensional. No caso das moldu<strong>re</strong>iras<br />

é <strong>mais</strong> do que suficiente a adoção<br />

da classe de p<strong>re</strong>cisão P5 <strong>para</strong> os rolamentos<br />

dos cabeçotes (tabela 3).<br />

Tipos de montagem<br />

Ao <strong>re</strong>alizar a substituição dos rolamentos<br />

deve-se p<strong>re</strong>star atenção na disposição dos<br />

rolamentos: costa a costa e face a face. A<br />

montagem incor<strong>re</strong>ta poderá implicar em<br />

vibração do cabeçote pelo não fechamento<br />

do pacote dos rolamentos (pré-carga) e<br />

conseqüentemente perda da <strong>qual</strong>idade de<br />

usinagem. Outra conseqüência pode ser a<br />

ausência da compensação da dilatação axial<br />

do eixo o que provoca cargas axiais excessivas,<br />

aquecimento, problemas de usinagem e baixa<br />

vida útil do rolamento (figura 11).<br />

Na montagem costa a costa o objetivo<br />

é maior rigidez. Na face a face: “flexibilidade”<br />

e na tandem maior capacidade de<br />

carga axial.<br />

Outro item importante a ser observado<br />

é o ângulo de contato. Quanto maior o<br />

ângulo de contato menor o nível de rotação<br />

que pode ser atingido e maior a capacidade<br />

de carga axial (figura 12).


Pré-carga<br />

A pré-carga cor<strong>re</strong>sponde à uma carga<br />

axial aplicada de maneira permanente<br />

nos rolamentos e é obtida pelo aperto das<br />

faces dos rolamentos de uma associação<br />

ou por sistemas com mola. Através da<br />

aplicação da pré-carga os seguintes pontos<br />

são obtidos:<br />

• Evita deslizamento esferas/pistas;<br />

• Melhora o rolamento ent<strong>re</strong> esferas/pistas;<br />

• Aumenta a rigidez da fuso,portanto a<br />

p<strong>re</strong>cisão de usinagem da máquina;<br />

• Reduz o ruído, as vibrações, o desgaste.<br />

Comercialmente os fabricantes disponibilizam<br />

três ou <strong>mais</strong> classes de pré-carga: extraleve,<br />

leve, média e pesada. É fundamental<br />

a seleção cor<strong>re</strong>ta no processo de aquisição<br />

dos rolamentos, pois a influência é di<strong>re</strong>ta<br />

na rotação máxima permitida do conjunto<br />

e na rigidez. Quanto maior a classe de précarga<br />

é maior a rigidez e menor a rotação.<br />

No caso da rotação ainda há a influência<br />

da disposição dos rolamentos.<br />

Para os rolamentos de super p<strong>re</strong>cisão<br />

os ajustes <strong>re</strong>comendados tanto <strong>para</strong> eixo e<br />

alojamento seguem especificações muito<br />

<strong>mais</strong> rigorosas. Tabelas com os objetivos<br />

de interferência ou de folga devem ser seguidas<br />

e os valo<strong>re</strong>s medidos semp<strong>re</strong> devem<br />

ter p<strong>re</strong>cisão milesimal.<br />

Exemplo:<br />

Rolamento 7012CTYSULP4<br />

No caso de carga rotativa no anel<br />

interno (main spindle bearing) a interferência<br />

será:<br />

Mínima: 0<br />

Máximo: 0,003 T<br />

Diâmetro eixo de 50 a 80 mm<br />

Ou seja no máximo 3 m de aperto. Para<br />

poder atingir este objetivo na embalagem<br />

do rolamento vem imp<strong>re</strong>sso o <strong>re</strong>sultado da<br />

medição do diâmetro interno.<br />

7012 CTYSULP4<br />

D - 2<br />

d - 3<br />

C - 100<br />

Neste caso o rolamento foi fabricado<br />

com diâmetro interno de 59,997 mm (60<br />

- (31000)), ou seja, o eixo deverá ter de<br />

59,997 a 60,000 mm <strong>para</strong> podermos obter<br />

o ajuste <strong>re</strong>comendado pelo fabricante.<br />

F12. Quanto maior o ângulo, menor o nível<br />

de rotação.<br />

Caso não sejam obedecidas as especificações<br />

<strong>para</strong> ajustes de eixo e alojamento as<br />

conseqüências são di<strong>re</strong>tas. Com interferência<br />

excessiva não ocor<strong>re</strong> a obtenção de pré-carga<br />

da maneira cor<strong>re</strong>ta e desta forma a rigidez<br />

necessária ao cabeçote. Neste caso, há aquecimento<br />

dos rolamentos, folga e baixa vida<br />

útil dos rolamentos. No caso de interferência<br />

d<strong>eficiente</strong> (folga) normalmente há pré-carga<br />

excessiva e mesmo deslizamento o que provoca<br />

aquecimento, deterioração da graxa e também<br />

baixa vida útil dos rolamentos.<br />

Cuidados adicionais<br />

Verificar a posição dos rolamentos e o<br />

fechamento da tampa <strong>para</strong> assegurar um<br />

bom bloqueio (figura 13).<br />

A largura dos anéis é o item de maior<br />

variação. Para cada manutenção deve-se<br />

medir a largura do pacote formado pelos<br />

rolamentos e espaçado<strong>re</strong>s e na nova montagem<br />

caso necessário compensar nas tampas<br />

ou nos espaçado<strong>re</strong>s.<br />

Exemplo:<br />

Medidas<br />

(tampa e espaçado<strong>re</strong>s - cuidados)<br />

Largura original: 250,012 mm<br />

Larg. c/ rolamentos novos: 250,002 mm<br />

Neste caso podemos compensar na<br />

tampa (tampa nova) ou nos espaçado<strong>re</strong>s<br />

(novos com largura 0,010mm maior).<br />

O custo de uma manutenção focada<br />

no planejamento e monitoramento de condição<br />

de máquina pode de início pa<strong>re</strong>cer<br />

oneroso e pouco viável, mas os <strong>re</strong>sultados<br />

manutenção<br />

F13. Cuidados com as medidas das tampas<br />

e espaçado<strong>re</strong>s.<br />

obtidos com o emp<strong>re</strong>go de técnicas como<br />

análise de vibrações é facilmente verificado<br />

e justificado com o aumento do tempo de<br />

máquina <strong>para</strong> processo.<br />

Ideal nos tempos de hoje seria que as<br />

emp<strong>re</strong>sas tivessem uma sistemática interna<br />

de monitoramento dinâmico, mas o mínimo<br />

que se faz necessário é aquisição de serviços<br />

de terceiros especializados. Levando-se em<br />

conta que quanto <strong>mais</strong> medições, maior será<br />

a confiabilidade do sistema, imagine que<br />

uma terceirização de uma análise p<strong>re</strong>ditiva<br />

possa ser onerosa se fo<strong>re</strong>m feitas leituras em<br />

intervalos de tempo menor ou menos eficaz<br />

se julgarmos que <strong>para</strong> uma diminuição<br />

de custo teríamos que fazer trimestral ou<br />

semestralmente o monitoramento.<br />

Somente planejando é possível atingir os<br />

objetivos e elevar a manutenção como parte<br />

estratégica dos negócios da organização.<br />

A integração ent<strong>re</strong> o planejamento e a<br />

execução da manutenção é o fator crítico<br />

de sucesso de <strong>qual</strong>quer atividade de manutenção<br />

na planta.<br />

Já o segundo trabalho de inspeção convencional<br />

assumiu um papel de destaque<br />

à medida que aprimoramos habilidades na<br />

equipe que posteriormente será fonte de<br />

informação <strong>para</strong> o planejamento, pois com<br />

o levantamento das anomalias geram um<br />

histórico <strong>mais</strong> apurado da manutenção e<br />

conseqüentemente obtém os <strong>re</strong>flexos positivos<br />

com a aplicação das novas técnicas. MA<br />

Edson Jaime Michalak trabalha no departamento<br />

técnico da P<strong>re</strong>ditec - Engenharia da<br />

manutenção.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

43


conectividade<br />

Alimentação solar <strong>para</strong><br />

telefonia rural<br />

A partir da análise de um sistema de telefonia rural, onde não<br />

há abastecimento de energia elétrica pela concessionária local,<br />

percebeu-se que a energia solar fotovoltaica consiste na melhor<br />

forma de obtenção de energia. Assim, a migração do sistema analógico<br />

<strong>para</strong> o digital proporciona um sistema de melhor <strong>qual</strong>idade,<br />

durabilidade e economicamente viável Carlos Reis de F<strong>re</strong>itas<br />

saiba <strong>mais</strong><br />

Fraidenraich, N. e Lyra, F.J.,<br />

Energia Solar e Tecnologias de<br />

Conservação Heliotermoelétrica<br />

e Fotovoltaica. Editora Universitária<br />

da UFPE, 1995 (ISBN 85-7315-024-6).<br />

Tiba, C., Fraidenraich, N.<br />

e Barbosa, E.M.,<br />

Instalação de Sistemas Fotovoltaicos<br />

<strong>para</strong> Residências Rurais.<br />

Editora UNIU da UFPE, 1999 (ISBN<br />

85-7315-119-8).<br />

Marco Antônio Galdino<br />

e Jorge H. G. Lima<br />

Prodeem – Programa Nacional<br />

de Eletricidade Rural, baseado<br />

em energia solar fotovoltaica.<br />

Coletânea de arquivos – Energia<br />

Solar e Eólica – Volume 1. Cepel.<br />

P.Fer<strong>re</strong>ira. Sobrinho. Energia Solar<br />

Fotovoltaica – Guia Prático<br />

http://tinyurl.com/solar-vitruvius<br />

http://tinyurl.com/energiasolar<br />

44 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

As aplicações fotovoltaicas baseiam-se na propriedade<br />

eletroquímica de alguns materiais<br />

que transformam a luz em eletricidade. A<br />

sua utilização <strong>mais</strong> importante é no fornecimento<br />

de energia <strong>para</strong> luga<strong>re</strong>s isolados e<br />

além disso, o processo de transformação<br />

é limpo e silencioso, não utilizando peças<br />

móveis e com custo operacional praticamente<br />

nulo.<br />

A conversão da luz em eletricidade é<br />

<strong>re</strong>alizada por células fotovoltaicas que são<br />

pequenas lâminas delgadas <strong>re</strong>cobertas por<br />

uma camada de décimos de milímetro<br />

de um material semicondutor, como o<br />

silício. Quando as células são expostas a<br />

uma fonte de luz, no caso o sol, os fótons<br />

(partículas de luz) excitam os elétrons do<br />

semicondutor. Com a energia absorvida, os<br />

elétrons passam <strong>para</strong> a banda de condução<br />

do átomo e geram cor<strong>re</strong>nte elétrica, nesse<br />

caso, as células geradoras de energia são<br />

depois agrupadas <strong>para</strong> formar os painéis<br />

sola<strong>re</strong>s ou placas fotovoltaicas.<br />

A energia solar fotovoltaica tem ap<strong>re</strong>sentado<br />

um impulso notável nos últimos<br />

anos, devido principalmente à pesquisa de<br />

novos materiais na fabricação dessas células<br />

e também por ser uma solução eficaz <strong>para</strong> a<br />

falta de eletrificação convencional, energia<br />

nuclear ou energias derivadas de extração<br />

mineral (óleo diesel e carvão).<br />

Apesar da energia fotovoltaica ainda ser<br />

<strong>mais</strong> cara do que a proveniente de fontes<br />

tradicionais, ela pode ser utilizada em sistemas<br />

de fornecimento elétrico alternativo<br />

ou de emergência, evitando os apagões<br />

elétricos.<br />

Além disso, a vasta aplicação da energia<br />

solar permite que seus circuitos possam<br />

ser completados por outros sistemas, por<br />

exemplo: energia eólica.<br />

Sistema de Telefonia Rural<br />

Com a utilização do sistema de telefonia<br />

rural é possível fornecer serviços de<br />

voz, fax e internet, sem a necessidade de<br />

quilômetros de fios e postes, <strong>re</strong>duzindo<br />

significativamente os custos de instalação.<br />

Porém, o bom funcionamento e a segurança<br />

da operação de uma estação fixa dependem,<br />

além de um projeto bem elaborado e cuidadoso,<br />

da <strong>qual</strong>idade dos equipamentos<br />

utilizados. Assim, o baixo custo do sistema<br />

e a alta confiabilidade ag<strong>re</strong>gam valor à<br />

infra-estrutura da propriedade.<br />

Desde 1995 está em funcionamento um<br />

sistema analógico de comunicação telefônica<br />

numa propriedade rural, localizada na<br />

Serra do Mar, no município de Pindamonhangaba,<br />

Vale do Paraíba, interior de São<br />

Paulo. Houve a necessidade de um estudo<br />

<strong>para</strong> encontrar a melhor alternativa de geração<br />

de energia elétrica necessária <strong>para</strong> suprir<br />

o funcionamento dos equipamentos, uma<br />

vez que se torna complicado o fornecimento<br />

de energia elétrica pela concessionária local,


devido não apenas à distância mas também<br />

pelo difícil acesso pela mata fechada. Assim,<br />

a solução <strong>mais</strong> econômica e viável foi a<br />

instalação de um painel solar.<br />

Como a luz solar que chega aos módulos<br />

produz eletricidade em cor<strong>re</strong>nte contínua<br />

(DC), a tensão do painel solar é de 12 volts,<br />

o mesmo padrão utilizado nas baterias dos<br />

carros. O sistema funciona armazenando a<br />

energia DC de alimentação nessas baterias,<br />

que acumulam energia quando não existe<br />

consumo.<br />

Esse painel solar supriu a necessidade de<br />

fornecimento de energia elétrica ao equipamento<br />

RURALCEL (Serviço de Telefonia<br />

Rural da Telefônica), disponível apenas<br />

<strong>para</strong> o Estado de São Paulo e <strong>re</strong>strito às<br />

á<strong>re</strong>as não atendidas pelas <strong>re</strong>des de telefonia<br />

fixa convencionais, tipicamente á<strong>re</strong>as rurais<br />

ou <strong>re</strong>giões distantes dos centros urbanos.<br />

Normalmente a bateria e o painel solar<br />

trabalham em conjunto <strong>para</strong> alimentar a<br />

carga, sendo a função da bateria, em um sistema<br />

fotovoltaico, acumular a energia que<br />

se produz durante as horas de luminosidade<br />

a fim de poder ser utilizada à noite ou durante<br />

períodos prolongados de mau tempo.<br />

Outra função, é prover uma intensidade de<br />

cor<strong>re</strong>nte superior àquela que o dispositivo<br />

fotovoltaico pode ent<strong>re</strong>gar.<br />

Migração digital do sistema<br />

de telefonia rural<br />

O sistema analógico instalado funcionou<br />

de maneira satisfatória durante<br />

dez anos, necessitando apenas da troca<br />

de quatro baterias de armazenamento de<br />

energia e, poucas vezes, de limpeza do<br />

painel solar e do abrigo onde foram feitas<br />

as instalações.<br />

Vale <strong>re</strong>ssaltar que, na época da instalação,<br />

os equipamentos possuíam circuitos<br />

analógicos, não ap<strong>re</strong>sentando na<br />

sua entrada de alimentação tolerância de<br />

variações ou oscilações na tensão ent<strong>re</strong>gue<br />

pelo painel solar.<br />

A migração <strong>para</strong> um sistema digital<br />

permite lidar com tensões e cor<strong>re</strong>ntes analógicas,<br />

assegurando a tensão de 12 volts<br />

estável <strong>para</strong> alimentação do equipamento<br />

de telefonia, melhorando o funcionamento<br />

e a segurança da operação da estação de<br />

telefonia rural, mantendo o baixo custo operacional<br />

e a alta confiabilidade. Além disso,<br />

como a alimentação da bateria é proveniente<br />

do painel solar, não existe a possibilidade<br />

de descargas atmosféricas vindas pela <strong>re</strong>de<br />

elétrica CA (cor<strong>re</strong>nte alternada).<br />

Para estabilizar a alimentação na entrada<br />

da bateria foi instalado um equipamento<br />

chamado controlador <strong>para</strong> painel solar (figura<br />

1). Esse controlador mantém o sistema<br />

em condições ideais de funcionamento,<br />

assegurando longa vida útil e ainda um<br />

fornecimento seguro, sem oscilações <strong>para</strong> o<br />

equipamento de transmissão e <strong>re</strong>cepção.<br />

Existem diversos tipos de controlado<strong>re</strong>s<br />

de carga, porém a concepção <strong>mais</strong> simples é<br />

aquela que envolve uma só etapa de controle.<br />

O controlador monitora constantemente<br />

a tensão da bateria de acumulado<strong>re</strong>s, e<br />

quando a <strong>re</strong>ferida tensão alcança um valor<br />

<strong>para</strong> o <strong>qual</strong> a bateria está car<strong>re</strong>gada, o controlador<br />

interrompe o processo de carga.<br />

Isto pode ser conseguido abrindo o circuito<br />

ent<strong>re</strong> o módulo fotovoltaico (controle tipo<br />

série) e a bateria, ou curto-circuitando o<br />

mesmo (controle shunt).<br />

Quando o consumo faz com que a bateria<br />

comece a descar<strong>re</strong>gar-se e, portanto, a<br />

baixar sua tensão, o controlador <strong>re</strong>conecta<br />

o gerador à bateria e <strong>re</strong>começa o ciclo. Este<br />

sistema é conhecido pelas siglas CMT<br />

(Corte por Mínima Tensão) ou LVD (Low<br />

Voltage Disconnection).<br />

Aplicações do sistema<br />

Caso sejam necessárias tensões maio<strong>re</strong>s<br />

do que 12 volts, podem ser combinados<br />

módulos sola<strong>re</strong>s em pa<strong>re</strong>s <strong>para</strong> produção<br />

de 24 volts, ou grupos de quatro <strong>para</strong> 48<br />

volts. Com isso, tem-se a possibilidade de<br />

inserir no sistema elétrico, proveniente da<br />

energia solar, outro equipamento digital:<br />

o inversor.<br />

F1.Sistema Estabilizado de Alimentação da Bateria.<br />

F2. Sistema de Alimentação de Cor<strong>re</strong>nte Contínua ou Alternada.<br />

conectividade<br />

As principais aplicações dos<br />

painéis sola<strong>re</strong>s são:<br />

1. Eletrificação (<strong>re</strong>sidências, escolas,<br />

comércio, fazendas, indústrias, estações<br />

e postos avançados de vigilância e de<br />

radiodifusão);<br />

2. Telecomunicações (telefonia rural,<br />

tor<strong>re</strong>s e <strong>re</strong>transmisso<strong>re</strong>s, estações<br />

ter<strong>re</strong>st<strong>re</strong>s, radiotelefonia e radiocomunicação);<br />

3. Sinalização aé<strong>re</strong>a e náutica (faróis<br />

náuticos, sinalização em tor<strong>re</strong> de<br />

transmissão e energia elétrica e de<br />

radiodifusão, sinalização em portos e<br />

aeroportos);<br />

4. Sinalização rodo-ferroviária (painéis<br />

de mensagens, sinais luminosos, e na<br />

iluminação de placas de sinalização e<br />

propaganda);<br />

5. Sistema de aquisição de dados<br />

meteorológicos e climatológicos; equipes<br />

de televigilância (depósitos e silos,<br />

tráfego rodoviário, em rios e matas);<br />

6. Alimentação autônoma de centrais<br />

de alarme e sistemas de segurança.<br />

O inversor converte a alimentação CC<br />

armazenada nas baterias <strong>para</strong> CA de 110<br />

volts ou 220 volts (figura 2), sendo essas<br />

as mesmas que a <strong>re</strong>de pública fornece <strong>para</strong><br />

luzes, tomadas e dispositivos. Os cabos<br />

curtos, pesados com fusível de potência ou<br />

um disjuntor de circuito levam a energia<br />

das baterias <strong>para</strong> o inversor.<br />

Depois da conversão <strong>para</strong> CA, o inversor<br />

ligado ao disjuntor coloca energia da<br />

instalação solar di<strong>re</strong>tamente no circuito<br />

elétrico em vez das linhas de serviço públicas.<br />

Já os inverso<strong>re</strong>s domésticos vêm com<br />

potências na ordem dos 50 a 5500 watts.<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

45


conectividade<br />

F3. Sistema Digital de Abastecimento Energético da Propriedade Rural.<br />

O sistema digital proporciona variedade<br />

na produção da energia elétrica gerada pelo<br />

sistema solar fotovoltaico, aumentando a<br />

capacidade de abastecimento energético<br />

da propriedade, adicionando controle ao<br />

sistema e também fornecendo um sistema<br />

totalmente digital (figura 3).<br />

46 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Conclusão<br />

A migração do sistema de telefonia<br />

rural analógico <strong>para</strong> o digital é economicamente<br />

viável, levando em conta que a<br />

concessionária local não atende a propriedade<br />

devido a sua localização geográfica.<br />

Assim, além do processo ap<strong>re</strong>sentar baixo<br />

custo de instalação e manutenção, possui<br />

alta confiabilidade. Isso porque quando<br />

introduzido ao processo, o controlador<br />

estabelece os níveis aceitáveis de cor<strong>re</strong>nte<br />

e tensão, sem flutuações e oscilações, e<br />

matém a carga na bateria semp<strong>re</strong> constante,<br />

com fornecimento contínuo de energia<br />

mesmo com a pouca incidência ou ausência<br />

da luz solar.<br />

Com esse controle no processo prolonga-se<br />

ainda <strong>mais</strong> a vida útil dos equipamentos<br />

do sistema, ou seja, do painel solar, da<br />

bateria e do equipamento de telefonia.<br />

O sistema de alimentação solar poderá<br />

ser implementado com outros equipamentos<br />

digitais que ofe<strong>re</strong>çam praticidade aos<br />

usuários e que mantenham a alta <strong>qual</strong>idade<br />

do projeto já instalado.<br />

Portanto, o sistema implementado ap<strong>re</strong>senta<br />

baixo custo de instalação e funciona<br />

por muito tempo sem a necessidade de<br />

<strong>qual</strong>quer manutenção além da p<strong>re</strong>ventiva,<br />

que continua sendo simples e barata. Este<br />

artigo ap<strong>re</strong>senta aspectos fundamentais<br />

<strong>para</strong> o contínuo desenvolvimento de projetos<br />

desse tipo e que obtiveram <strong>re</strong>sultados<br />

satisfatórios como os ap<strong>re</strong>sentados. MA


Faça as<br />

perguntas<br />

certas!<br />

m meados da década de 90, quando a<br />

onda dos ERPs – Enterprise Resource<br />

Management ou softwa<strong>re</strong> de gestão<br />

corporativa – vivia seu apogeu, poucas<br />

pessoas imaginavam que algumas<br />

implementações durariam até a década<br />

seguinte. Raríssimas emp<strong>re</strong>sas questionaram<br />

a <strong>re</strong>al necessidade do seu negócio,<br />

já que o mantra do mercado apontava<br />

na di<strong>re</strong>ção dos poderosos e abrangentes<br />

sistemas de gestão. A promessa<br />

de integração e controle onip<strong>re</strong>sentes<br />

seduziu o mundo corporativo. Passados<br />

quase 20 anos, uma lição foi ap<strong>re</strong>ndida:<br />

antes de adquirir um sistema, faça a<br />

pergunta certa.<br />

A discussão dos fabricantes, em se<br />

tratando da criação de novos produtos,<br />

hoje, diz <strong>re</strong>speito à gestão de seu ciclo<br />

de vida e pa<strong>re</strong>ce que o mundo tenta<br />

polarizar o debate ent<strong>re</strong> PLM (Product<br />

Lifecycle Management) ou PDM (Product<br />

Data Management). Qual dos dois<br />

sua emp<strong>re</strong>sa deve adotar? A pergunta<br />

certa a ser feita é: <strong>qual</strong> o <strong>caminho</strong> <strong>mais</strong><br />

<strong>eficiente</strong> <strong>para</strong> <strong>re</strong>solver seus problemas<br />

<strong>re</strong>lacionados ao desenvolvimento de<br />

produto no curto prazo?<br />

Cada organização deve assumir sua<br />

verdade particular e aceitar que a maioria<br />

das emp<strong>re</strong>sas não está p<strong>re</strong><strong>para</strong>da <strong>para</strong><br />

um sistema de PLM por uma razão<br />

simples: muitas indústrias ainda usam<br />

sistemas baseados em papel <strong>para</strong> controlar<br />

as modificações de produtos em<br />

sua engenharia. Isso significa lentidão<br />

no lançamento de produtos, cópias de<br />

desenhos desatualizadas, circulação lenta<br />

de documentos, excesso de papel, alto<br />

índice de <strong>re</strong>trabalho, dificuldade de se<br />

obter informações dos produtos, ent<strong>re</strong><br />

outros problemas.<br />

A <strong>re</strong>alidade de uma emp<strong>re</strong>sa que<br />

ainda atua nestes moldes é que existe<br />

um longo <strong>caminho</strong> a ser percorrido e<br />

não adianta tomar atalhos. O PLM pode<br />

ser com<strong>para</strong>do a um ERP, acompanha<br />

toda a vida do produto, diz <strong>re</strong>speito à<br />

“enterprise sharing of <strong>re</strong>leased documents”<br />

e seu tempo de implementação pode ser<br />

de meses ou anos. PDM é um subsistema<br />

do PLM, ge<strong>re</strong>ncia com eficiência dados<br />

de design do produto em 3D, diz <strong>re</strong>speito<br />

a desenvolvimento de produtos em andamento<br />

e sua implementação não dura<br />

<strong>mais</strong> de cinco dias, em geral.<br />

“<br />

chão de fábrica<br />

Oscar Siqueira<br />

Oscar Siqueira é country-manager<br />

da SolidWorks Brasil.<br />

A pergunta certa<br />

a ser feita é: <strong>qual</strong><br />

o <strong>caminho</strong> <strong>mais</strong><br />

<strong>eficiente</strong> <strong>para</strong> <strong>re</strong>solver<br />

seus problemas<br />

<strong>re</strong>lacionados<br />

ao desenvolvimento<br />

de produto<br />

no curto prazo?<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

47


chão de fábrica<br />

Um dado espantoso: segundo a CI-<br />

MData, principal emp<strong>re</strong>sa de pesquisa<br />

e abordagem PLM, 61% das indústrias<br />

manufatu<strong>re</strong>iras ac<strong>re</strong>ditam que uma implementação<br />

de PLM é igual ou <strong>mais</strong> complexa<br />

que uma implementação de ERP. Essa é<br />

uma informação que deve ser considerada<br />

seriamente.<br />

A nova afirmação que proponho – e aí<br />

vale a pena debater – é a de que <strong>qual</strong>quer<br />

emp<strong>re</strong>sa que tenha adotado um sistema de<br />

CAD 3D p<strong>re</strong>cisa de uma solução de PDM<br />

agora. É fácil defender essa tese. A tecnologia<br />

tridimensional gera <strong>mais</strong> dados do que a<br />

2D e contém associações, <strong>re</strong>ferências e inter-<strong>re</strong>lacionamentos<br />

com outros arquivos,<br />

como peças, desenhos, várias configurações<br />

ou conjuntos que p<strong>re</strong>cisam ser ge<strong>re</strong>nciados e<br />

p<strong>re</strong>servados. Tudo isso cria uma necessidade<br />

latente de ge<strong>re</strong>nciamento do maior volume<br />

e complexidade de dados.<br />

O PDM é um item obrigatório <strong>para</strong><br />

todos os fabricantes que utilizam uma<br />

ferramenta de desenho de projeto tridimensional<br />

ou CAD 3D. Talvez você esteja<br />

se perguntando: por que não ir di<strong>re</strong>to <strong>para</strong><br />

o grande guarda-chuva do PLM? Como<br />

<strong>re</strong>sposta, pergunto: Você está ge<strong>re</strong>nciando<br />

os dados de design de produtos com<br />

eficiência? A emp<strong>re</strong>sa é grande o bastante<br />

<strong>para</strong> se beneficiar do PLM? Os benefícios<br />

em potencial do PLM são maio<strong>re</strong>s que os<br />

custos? Você não se sentiria <strong>mais</strong> confortável<br />

usando ferramentas PDM <strong>para</strong> ge<strong>re</strong>nciar<br />

dados de design de produtos em 3D com<br />

eficácia, antes de adotar uma solução de<br />

PLM em larga escala?<br />

48 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />

Caso tenha um sistema de CAD 3D, e Um sistema PDM de ponta facilita a<br />

ainda <strong>re</strong>stem dúvidas sob<strong>re</strong> a necessidade <strong>re</strong>utilização de projetos ao permitir que<br />

de uma solução de ge<strong>re</strong>nciamento de dados, os fabricantes classifiquem, organizem<br />

pergunte-se:<br />

e agrupem informações de projeto <strong>para</strong><br />

• Os engenheiros p<strong>re</strong>cisam <strong>para</strong>r de pesquisa rápida e <strong>re</strong>cuperação. Ele <strong>re</strong>aliza<br />

esc<strong>re</strong>ver por cima de arquivos de automaticamente um <strong>re</strong>gistro completo<br />

outros engenheiros?<br />

de auditoria, p<strong>re</strong>ciso e detalhado de todos<br />

• A emp<strong>re</strong>sa ca<strong>re</strong>ce de um método os produtos, montagens e componentes<br />

melhor <strong>para</strong> controlar a <strong>re</strong>visão de desenvolvidos pela emp<strong>re</strong>sa. O sistema<br />

documentos?<br />

também ajuda os fabricantes <strong>re</strong>gidos por<br />

• É p<strong>re</strong>ciso facilitar o acesso das á<strong>re</strong>as <strong>re</strong>gulamentos especiais, como os <strong>re</strong>quisitos<br />

de Compras e Manufatura às infor- da ISO (International Standards Orgamações<br />

da engenharia?<br />

nization) e da FDA (US Food and Drug<br />

• Os engenheiros gostariam de ter Administration), a garantir a conformidade<br />

a possibilidade de encontrar, ver e com maior eficiência.<br />

com<strong>para</strong>r antigas <strong>re</strong>visões de docu- Os benefícios da boa gestão dos dados<br />

mentos originais?<br />

de projeto são inegáveis <strong>para</strong> acelerar o<br />

• Os projetistas p<strong>re</strong>cisam encontrar, desenvolvimento e lançamento de produtos.<br />

com <strong>mais</strong> facilidade, peças, os de- É possível que ainda existam aqueles que<br />

senhos e os conjuntos?<br />

ac<strong>re</strong>ditam que podem continuar ge<strong>re</strong>n-<br />

• A á<strong>re</strong>a de engenharia p<strong>re</strong>cisa encontrar, ciando sua á<strong>re</strong>a de produto como se ainda<br />

<strong>mais</strong> facilmente, os conjuntos onde as vivesse na época dos “cof<strong>re</strong>s de desenhos”,<br />

peças modificadas são usadas? administrados e operados por um ge<strong>re</strong>nte<br />

• A emp<strong>re</strong>sa necessita automatizar e ou administrador de documentação. Pode<br />

controlar o processo de Engineering até conseguir, mas estará longe das melho<strong>re</strong>s<br />

Change Order (ECN)?<br />

práticas da produção e de alcançar o time-<br />

Um sistema de PDM, além de <strong>re</strong>solver to-market ideal.<br />

essas demandas, é capaz de administrar A conclusão é que o abrangente sistema<br />

todos os outros dados de projeto <strong>re</strong>laciona- PLM continuará a ter seu maior impulso<br />

dos e, ao mesmo tempo, ofe<strong>re</strong>cer suporte à nas grandes indústrias, como automotiva<br />

colaboração no mundo inteiro em todas as e aeroespacial, verticais que geralmente são<br />

á<strong>re</strong>as da emp<strong>re</strong>sa. Os desenvolvedo<strong>re</strong>s de as <strong>mais</strong> avançadas tecnologicamente. Por<br />

produtos podem ge<strong>re</strong>nciar, com segurança, os outro lado, adquirir uma solução PDM <strong>para</strong><br />

dados de projeto, além de controlar o acesso ge<strong>re</strong>nciar os dados de design de produtos é,<br />

de forma eficaz e praticamente eliminar a no mínimo, um investimento pragmático e<br />

possibilidade de erros e <strong>re</strong>trabalho ou perda a decisão <strong>mais</strong> acertada <strong>para</strong> a maioria das<br />

de dados <strong>re</strong>lacionados ao PDM.<br />

emp<strong>re</strong>sas manufatu<strong>re</strong>iras.<br />

MA


instrumentação<br />

Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

15


instrumentação<br />

14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008

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