qual o caminho mais eficiente para re - Mecatrônica Atual
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instrumentação<br />
14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008
Associada da:<br />
Editora Saber Ltda<br />
Di<strong>re</strong>to<strong>re</strong>s<br />
Hélio Fittipaldi<br />
The<strong>re</strong>za Mozzato Ciampi Fittipaldi<br />
www.mecatronicaatual.com.br<br />
Editor e Di<strong>re</strong>tor Responsável<br />
Hélio Fittipaldi<br />
Redação<br />
Fabieli de Paula,<br />
Monique Souza,<br />
Thayna Santos<br />
Produção<br />
Diego Mo<strong>re</strong>no Gomes, Renato Paiotti<br />
Designers<br />
Diego Mo<strong>re</strong>no Gomes<br />
Colaborado<strong>re</strong>s<br />
Alan Liberalesso,<br />
André Ribeiro Lins de Albuquerque,<br />
Antonio D<strong>re</strong>sch Jr.,<br />
Carlos Reis de F<strong>re</strong>itas,<br />
Cláudio Adriano Policastro,<br />
Danny R. Efron,<br />
Dieison Grumovski,<br />
Edson Jaime Michalak,<br />
Hamilton Badin Jr.,<br />
Oscar Siqueira,<br />
Paulo Garcia de Souza,<br />
Renato Paiotti,<br />
Roberto Luiz R. Cunha<br />
VENDAS DE PUBLICIDADE<br />
Carla de C. Assis,<br />
Ricardo Nunes Souza<br />
PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339<br />
publicidade@editorasaber.com.br<br />
Capa<br />
Divulgação/Detroit Diesel<br />
Imp<strong>re</strong>ssão<br />
São Francisco Gráfica e Editora<br />
Distribuição<br />
Brasil: DINAP<br />
Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800<br />
ASSINATURAS<br />
www.mecatronicaatual.com.br<br />
fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366<br />
atendimento das 8:30 às 17:30h<br />
Edições anterio<strong>re</strong>s (mediante disponibilidade de<br />
estoque), solicite pelo site ou pelo tel. 2095-5330, ao<br />
p<strong>re</strong>ço da última edição em banca.<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> é uma publicação da<br />
Editora Saber Ltda, ISSN 1676-0972. Redação,<br />
administração, publicidade e cor<strong>re</strong>spondência:<br />
Rua Jacinto José de Araújo, 315, Tatuapé, CEP<br />
03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 2095-5333<br />
Associação Nacional<br />
dos Edito<strong>re</strong>s de<br />
Revistas<br />
Associação Nacional<br />
das Editoras de Publicações Técnicas,<br />
Dirigidas e Especializadas<br />
Projeções <strong>para</strong> a<br />
industria de automação<br />
A indústria de automação projeta um c<strong>re</strong>scimento de 30% <strong>para</strong> 2008, caso<br />
a p<strong>re</strong>visão esteja cor<strong>re</strong>ta, o faturamento bruto do setor atingirá R$ 3,7 bilhões.<br />
As perspectivas <strong>para</strong> os próximos dois a três anos estimadas pela ISA Distrito 4<br />
América do Sul, associação dos profissionais de automação e instrumentação, é<br />
bastante otimista.<br />
Nos seto<strong>re</strong>s de petróleo e gás, siderurgia, papel e celulose que indicam substanciosos<br />
investimentos, já notamos a forte contratação de pessoal nos últimos<br />
meses.<br />
A percepção do setor é que o Brasil está sintonizado com o que há de <strong>mais</strong><br />
avançado em tecnologia da á<strong>re</strong>a e c<strong>re</strong>sceu 11% em 2007. Já os outros países vão<br />
manter uma média nos próximos cinco anos de 6,4%.<br />
Em toda a América Latina exitem aproximadamente 2600 afiliados à ISA<br />
Distrito 4. Há 63 anos (abril de 1945), a ISA, foi fundada na Pennsylvania -<br />
USA, cong<strong>re</strong>gando em todo o mundo cerca de 30 mil profissionais, estudantes<br />
e acadêmicos, em <strong>mais</strong> de 110 países.<br />
Seguindo as suas origens, a ISA Distrito 4 está <strong>mais</strong> voltada <strong>para</strong> a á<strong>re</strong>a de<br />
processo, ficando em segundo plano a á<strong>re</strong>a de automação da manufatura que<br />
tende também a c<strong>re</strong>scer muito nos próximos anos.<br />
Neste ano quando as portas da Brasil Automation ISA Show se abri<strong>re</strong>m,<br />
passará por elas o segundo membro não americano a exercer a p<strong>re</strong>sidência da<br />
ISA mundial. O primeiro foi um italiano e o segundo, o engenheiro eletrônico<br />
brasileiro, Nelson Ninin, que assume o cargo de p<strong>re</strong>sidente eleito sec<strong>re</strong>tário em<br />
2009 e como P<strong>re</strong>sidente Mundial da ISA em 2010.<br />
O seu currículo pesou na decisão, mas o que se destacou foi seu conhecimento<br />
profundo “in loco” do mercado de automação em diversos países da Asia, Europa<br />
e América.<br />
Aproveito <strong>para</strong> lembrar, de novo, que a partir da edição nº 38 a <strong>re</strong>vista <strong>Mecatrônica</strong><br />
<strong>Atual</strong> não está <strong>mais</strong> disponível <strong>para</strong> venda em bancas de jornais, e sim,<br />
somente por assinaturas das edições imp<strong>re</strong>ssas em papel e o por meio do portal<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> (www.mecatronicaatual.com.br).<br />
Hélio Fittipaldi<br />
Atendimento ao Leitor: atendimento@mecatronicaatual.com.br<br />
Os artigos assinados são de exclusiva <strong>re</strong>sponsabilidade de seus auto<strong>re</strong>s. É vedada a <strong>re</strong>produção total ou parcial<br />
dos textos e ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos apa<strong>re</strong>lhos ou idéias<br />
oriundas dos textos mencionados, sob pena de sanções legais. As consultas técnicas <strong>re</strong>fe<strong>re</strong>ntes aos artigos da<br />
Revista deverão ser feitas exclusivamente por cartas, ou e-mail (A/C do Departamento Técnico). São tomados todos<br />
os cuidados razoáveis na p<strong>re</strong><strong>para</strong>ção do conteúdo desta Revista, mas não assumimos a <strong>re</strong>sponsabilidade legal por<br />
eventuais erros, principalmente nas montagens, pois tratam-se de projetos experimentais. Tampouco assumimos a<br />
<strong>re</strong>sponsabilidade por danos <strong>re</strong>sultantes de imperícia do montador. Caso haja enganos em texto ou desenho, será<br />
publicada errata na primeira oportunidade. P<strong>re</strong>ços e dados publicados em anúncios são por nós aceitos de boa fé,<br />
como cor<strong>re</strong>tos na data do fechamento da edição. Não assumimos a <strong>re</strong>sponsabilidade por alterações nos p<strong>re</strong>ços e<br />
na disponibilidade dos produtos ocorridas após o fechamento.<br />
1
índice<br />
10<br />
24<br />
28<br />
10<br />
15<br />
20<br />
24<br />
28<br />
31<br />
34<br />
36<br />
44<br />
Editorial<br />
Contato<br />
Notícias<br />
Chão de fábrica<br />
Sistema de controle <strong>para</strong><br />
processos de bateladas<br />
Controle de patrimônio<br />
via RFID<br />
Otimização na destilação<br />
de etanol?<br />
Monitoramento online<br />
do desempenho da<br />
planta industrial<br />
Placas de aquisição e<br />
controle NI Single-Board Rio<br />
Aquisição de dados<br />
plataformas Multico<strong>re</strong><br />
T<strong>re</strong>m esmerilhador é implantado<br />
em á<strong>re</strong>a industrial da<br />
Companhia Vale<br />
Manutenção p<strong>re</strong>ditiva:<br />
análise de vibrações<br />
Alimentação solar <strong>para</strong><br />
telefonia rural<br />
01<br />
03<br />
04<br />
47
Senso<strong>re</strong>s de nível d’ agua<br />
Solicito informações de emp<strong>re</strong>sas que fornecem<br />
senso<strong>re</strong>s de nível d’agua externo, sem contato<br />
com o líquido.<br />
Dorival Goes<br />
Consultor em Desenv. de Projetos<br />
Paranavaí - PR<br />
Caro leitor, informamos que existem<br />
diversas emp<strong>re</strong>sas que fabricam senso<strong>re</strong>s<br />
capacitivos de nível de líquidos e senso<strong>re</strong>s<br />
de fluxo. Indicamos algumas <strong>para</strong> facilitar<br />
sua busca:<br />
• Brumark<br />
www.brumark.com.br<br />
• Emicol<br />
www.emicol.com<br />
• Gentech<br />
www.gentechinternational.com<br />
• Icos<br />
www.icos.com.br<br />
• IFM<br />
www.ifm-electronic.com<br />
• Morgan Electro Ceramics<br />
www.morganelectroceramics.com<br />
• Sensor Scientific<br />
www.sensorsci.com<br />
OPC<br />
Gostaria de sugerir uma matéria específica<br />
sob<strong>re</strong> o padrão OPC (OLE for Process Control).<br />
Lucas Azevedo<br />
Autônomo<br />
Salvador – BA<br />
Lucas, sua sugestão já está anotada. Aproveitamos<br />
a oportunidade <strong>para</strong> indicar a leitura do artigo<br />
“Os CLPs terão uma arquitetura tão aberta quanto<br />
um PC?, edição nº 30 e também a série “Ethernet<br />
Industrial”, publicada nas edições nº 17, 18, 19 e<br />
20. Assim, você poderá conferir algumas informações<br />
sob<strong>re</strong> o padrão OPC. Não deixe de ler!<br />
Montagens Industriais<br />
A equipe da <strong>re</strong>vista <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> pode<br />
indicar algum livro que trate sob<strong>re</strong> montagem<br />
eletromecânica?<br />
José da Costa<br />
São Paulo - SP<br />
Caro José, nossa indicação é o livro:<br />
“Planejamento, Execução e Controle – Montagens<br />
Industriais”, escrito por Paulo S.<br />
Thiago Fernandes. O autor deste livro,<br />
em seus 20 anos de experiência na á<strong>re</strong>a de<br />
montagens, procurou esc<strong>re</strong>vê-lo sob a óptica<br />
do montador, não do projetista, fabricante<br />
ou construtor. Dentro dessa orientação, são<br />
abordadas as cinco modalidades básicas que<br />
compõe a montagem: estruturas metálicas,<br />
equipamentos mecânicos, tubulações, elétrica<br />
e instrumentação. Além destas, algumas<br />
técnicas semp<strong>re</strong> p<strong>re</strong>sentes, como o transporte<br />
e levantamento de cargas, a soldagem e a<br />
pintura. Você pode encontra-lo na loja virtual<br />
Nova Saber (www.novasaber.com.br).<br />
contato<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> nº 30<br />
Esc<strong>re</strong>va <strong>para</strong> a<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>:<br />
Duvidas, sugestões ou <strong>re</strong>clamações<br />
sob<strong>re</strong> o conteúdo de nossas <strong>re</strong>portagens,<br />
artigos técnicos ou notícias,<br />
ent<strong>re</strong> em contato pelo email atendimento@mecatronicaatual.com.<br />
br ou esc<strong>re</strong>va <strong>para</strong> Rua Jacinto José<br />
de Araújo, 315 CEP 03087-020<br />
- São Paulo - SP<br />
Conteúdo virtual<br />
<strong>para</strong> assinantes<br />
Sou assinante da Revista <strong>Mecatrônica</strong><br />
<strong>Atual</strong> e gostaria de ter acesso a<br />
todo conteúdo do Portal. Como devo<br />
proceder?<br />
Gilberto de Lima<br />
Taubaté - SP<br />
Acesse o Portal <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
(www.mecatronicaatual.com.br)<br />
e faça seu cadastro como “novo<br />
usuário”. Após o p<strong>re</strong>enchimento<br />
dos itens solicitados envie um e-mail<br />
<strong>para</strong> assinaturas@editorasaber.com.<br />
br com seu número de assinante da<br />
edição imp<strong>re</strong>ssa, pedindo permissão<br />
de acesso. Aguarde 24 horas <strong>para</strong><br />
liberação do seu usuário e se<br />
conecte ao universo online.
literatura<br />
eventos<br />
Novembro<br />
Brazil Automation - ISA Show 2008<br />
Organizadora: Isa<br />
Dia: 17 a 19<br />
Local: Expo Center Norte - Rua José<br />
Bernardo Pinto, 333 - São Paulo - SP<br />
Mais informações:<br />
www.isashow.com.br<br />
Automation Fair<br />
Organizador: Rockwell Automation<br />
Data: 19 a 20<br />
Local: Gaylord Opryland Comple-<br />
Nashville - Tennessee - USA<br />
Mais informações:<br />
www.rockwellautomation.com/<br />
events/automationfair/<br />
Itajaí Trade Summit 2008<br />
Organizador: Net Marinha<br />
Data: 19 a 21<br />
Local: Auditório Martin Schmelling -<br />
Porto de Itajaí/SC<br />
www.itajaitradesummit.com.br<br />
O livro “Inverso<strong>re</strong>s de F<strong>re</strong>qüência<br />
– Teorias e Aplicações” visa aprimorar o<br />
conhecimento de técnicos, tecnólogos e<br />
engenheiros que atuam nas á<strong>re</strong>as de automação,<br />
mecatrônica e eletrotécnica,<br />
além de profissionais que desejam<br />
se manter atualizados.<br />
De maneira dinâmica, instrutiva<br />
e objetiva, a obra de Claiton<br />
Moro Franchi, ap<strong>re</strong>senta os<br />
conceitos fundamentais de<br />
inverso<strong>re</strong>s de f<strong>re</strong>qüência e<br />
os aspectos <strong>re</strong>lativos à sua<br />
instalação e aplicação.<br />
Também explana os<br />
princípios de funcionamento<br />
dos inverso<strong>re</strong>s<br />
de f<strong>re</strong>qüência,<br />
Siemens PLM Connection<br />
Brasil 2008<br />
Organizador: Siemens<br />
Data: 19 a 19<br />
Local: Bourbon Joinville Business Hotel -<br />
Joinville/SC<br />
Mais informações:<br />
work.ugsplm.com.br/mkt/<br />
connection/<br />
Curso - Projeto e Dimensionamento<br />
de Redes de Ar Comprimido<br />
Organizador: Festo Automação Ltda<br />
Data: 24 a 26<br />
Local: Rua Giuseppe C<strong>re</strong>spi, 76 KM 12,5<br />
da Via Anchieta São Paulo/SP<br />
Mais informações:<br />
www.festo.com.br<br />
controles escalar e vetorial, características<br />
de instalação e aplicações, incluindo uma<br />
descrição detalhada dos parâmetros dos<br />
inverso<strong>re</strong>s.<br />
Ao final de cada capítulo, são propostos<br />
exercícios que auxiliam na comp<strong>re</strong>ensão e<br />
fixação dos temas estudados. Para complementar<br />
o ap<strong>re</strong>ndizado o livro <strong>re</strong>serva um<br />
apêndice ao estudo dos transduto<strong>re</strong>s de<br />
velocidade, fundamentais <strong>para</strong> o controle<br />
de velocidade de f<strong>re</strong>qüência.<br />
Inverso<strong>re</strong>s de F<strong>re</strong>qüência –<br />
Teorias e Aplicações<br />
Autor: Claiton Moro Franchi<br />
P<strong>re</strong>ço: R$ 56,00<br />
Onde comprar:<br />
www.novasaber.com.br<br />
Dezembro<br />
Automação com Controlado<strong>re</strong>s<br />
Lógicos Programáveis – Siemens S7 300<br />
Organizador: Festo Automação Ltda<br />
Data: 01 a 05<br />
Local: Rua Giuseppe C<strong>re</strong>spi, 76 KM 12,5<br />
da Via Anchieta São Paulo/SP<br />
Mais informações:<br />
www.festo.com.br<br />
Curso Automação Pneumática<br />
Organizador: Festo Automação Ltda<br />
Data: 01 a 10<br />
Local: Rua Giuseppe C<strong>re</strong>spi, 76 KM 12,5<br />
da Via Anchieta São Paulo/SP<br />
www.festo.com.br<br />
Comandos Elétricos em<br />
Sistemas Hidráulicos<br />
Organizador: Festo Automação Ltda.<br />
Data: 15 a 17<br />
Local: Rua Giuseppe C<strong>re</strong>spi, 76 KM 12,5<br />
da Via Anchieta São Paulo/SP<br />
Mais informações:<br />
www.festo.com.br
instrumentação<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>
notícias<br />
Engenheiro brasileiro lança livro<br />
de automação com tecnologia<br />
usada pela Petrobras<br />
O Engenheiro Eletrônico Augusto Passos Pe<strong>re</strong>ira, acaba de<br />
lançar mundialmente o livro: “Foundation Fieldbus”. Trata-se de<br />
uma tecnologia de interligação em <strong>re</strong>des, via protocolo digital,<br />
de equipamentos medido<strong>re</strong>s e controlado<strong>re</strong>s de variáveis, tais<br />
como: p<strong>re</strong>ssão, temperatura, vazão e nível utilizados nos projetos<br />
de automação das unidades industriais, como <strong>re</strong>finarias e<br />
plataformas de petróleo. O livro foi escrito em conjunto com<br />
o engenheiro canadense Ian Verhappen.<br />
Pe<strong>re</strong>ira, formado na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI),<br />
trabalhou durante 18 anos nos Seto<strong>re</strong>s de Engenharia e Manu-<br />
tenção da Dow Química do Guarujá e atuou durante seis anos<br />
Augusto Passos Pe<strong>re</strong>ira lançará<br />
o livro “Foundation Fieldbus”<br />
no Cong<strong>re</strong>sso e Feira Brazil<br />
Automation 2008.<br />
na multinacional brasileira<br />
Smar Equipamentos Industriais.<br />
Depois ing<strong>re</strong>ssou<br />
na Emerson Process, e na<br />
Yokogawa América do Sul.<br />
<strong>Atual</strong>mente, é o Ge<strong>re</strong>nte<br />
de Marketing <strong>para</strong> a América<br />
do Sul da emp<strong>re</strong>sa<br />
alemã Pepperl+Fuchs, com<br />
sede continental em São<br />
Bernardo do Campo (SP).<br />
Além disso, ele exerce a<br />
atividade de professor em<br />
diversas Universidades<br />
de cursos de MBA e Pós<br />
Graduação.<br />
Pilz completa 10 anos de Brasil<br />
Neste ano, a emp<strong>re</strong>sa Pilz comemora dez anos de atuação<br />
no Brasil. Há 60 anos, na cidade alemã Esslingen a emp<strong>re</strong>sa<br />
iniciou suas atividades industriais. Sob o comando de seu fundador,<br />
Hermann Pilz, fabricava instrumentos <strong>para</strong> laboratórios<br />
técnicos-medicinais.<br />
Hoje, a emp<strong>re</strong>sa fabrica dispositivos eletrônicos <strong>para</strong> segurança<br />
e proteção contra acidentes em máquinas e processos.<br />
Para o di<strong>re</strong>tor Geral da Pilz do Brasil, Aitemar Nunes Fernandes,<br />
estes foram dez anos de muitas transformações. “A emp<strong>re</strong>sa<br />
estava dentro de um conceito de fabricante e vendedora de<br />
produtos de segurança e hoje fornece uma solução completa<br />
em automação incluindo serviços de consultoria e engenharia.<br />
Tivemos uma importante evolução”, disse.<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Produtos<br />
Terminal de válvulas MPA<br />
A Festo traz <strong>para</strong> o mercado sua alternativa <strong>para</strong><br />
<strong>re</strong>des AS-I: o terminal de válvulas MPA. Modular,<br />
flexível e com diversas opções de configuração é<br />
uma solução <strong>para</strong> comunicação de chão de fábrica.<br />
Seus beneficios são: baixos custos e facilidade<br />
de instalação; alta flexibilidade e facilidade de expansão;<br />
compatibilidade com outros fabricantes e<br />
fácil integração com o nível de controle (Gateway<br />
<strong>para</strong> Profibus, DeviceNet e outros).<br />
Eletricamente, o terminal MPA conta com entradas<br />
integradas e diversas opções de conexão<br />
elétrica, além de utilizar um único cabo <strong>re</strong>dondo<br />
que completa as funções de alimentação e<br />
alimentação adicional, 4E/S ou 8E/S como escravo<br />
duplo e 350 mA de potência por entrada. Como<br />
características pneumáticas, o terminal pode<br />
combinar de 2 a 8 posições de válvulas, todas<br />
as funções, se<strong>para</strong>ção de zonas de p<strong>re</strong>ssão, dois<br />
tamanhos <strong>para</strong> vazões dife<strong>re</strong>ntes. O terminal<br />
dispõe, também, de <strong>re</strong>gulador e manômetro <strong>para</strong><br />
ajuste de p<strong>re</strong>ssão em cada posição de válvula. Sua<br />
interface AS tem especificação 2.1, com um bit e<br />
um LED de falha <strong>para</strong> cada escravo, conexão de<br />
<strong>re</strong>de e alimentação adicional via 2xM12, assim<br />
como diagnóstico por escravo.<br />
Modular e compacto <strong>para</strong> montagem em espaços<br />
<strong>re</strong>duzidos, a solução é ext<strong>re</strong>mamente indicada<br />
<strong>para</strong> máquinas especiais ou aplicações com necessidades<br />
de alterações e expansões f<strong>re</strong>qüentes,<br />
podendo <strong>re</strong>duzir em 40% os custos convencionais<br />
de instalação. O terminal de válvulas MPA FESTO<br />
pode encurta os tempos de ciclo em até 40%<br />
– devido, por exemplo, à utilização de tubos <strong>mais</strong><br />
curtos –, consome menos energia e tem seqüências<br />
pneumáticas otimizadas por meio do perfeito<br />
dimensionamento das cadeias de comando. Além<br />
disso, a montagem ideal de pa<strong>re</strong>s de 4 válvulas<br />
e 8 entradas com MPA-ASI cria transparência e<br />
diminui o risco de falhas.
Produtos<br />
Inverso<strong>re</strong>s <strong>para</strong> aplicações<br />
sujeitas a jatos<br />
Os inverso<strong>re</strong>s CA PowerFlex 40 tipo 4X/12<br />
(IP66/54) com classificação NEMA/UL, e ArmorStart<br />
NEMA 4X são ideiais <strong>para</strong> ambientes rigorosos,<br />
como farmacêutico, automotivo, alimentos<br />
e bebidas. Eles ofe<strong>re</strong>cem as opções de encapsulamento,<br />
protegendo contra poeiras, <strong>re</strong>spingos e<br />
jatos de água aplicados por mangueiras, produtos<br />
químicos cáusticos e corrosão. Disponíveis em<br />
tensões de 240, 480 e 600 volts <strong>para</strong> aplicações até<br />
3,7 KW (5 HP).<br />
O PowerFlex 40 NEMA 4X é certificado pelo National<br />
Sanitation Foundation (NSF), e proporciona<br />
controle vetorial descentralizado, <strong>para</strong> aplicações<br />
que demandam controle de baixa velocidade e alto<br />
torque. Já o ArmorStart NEMA 4X ofe<strong>re</strong>ce diversos<br />
métodos de partida, incluindo partida di<strong>re</strong>ta à<br />
plena tensão, <strong>re</strong>versão, controlador inteligente e<br />
f<strong>re</strong>qüência variável.<br />
Techmei 2008<br />
//notícias<br />
Aconteceu no mês de outubro a Feira Internacional de Tecnologia<br />
em Máquinas e Equipamentos Industriais – Techmei. O<br />
evento est<strong>re</strong>ou no circuito de feiras internacionais, idealizada<br />
pela Associação Brasileira dos Importado<strong>re</strong>s de Máquinas e<br />
Equipamentos Industriais (Abimei) e contou com a participação<br />
de 300 emp<strong>re</strong>sas.<br />
Ent<strong>re</strong> elas a GE Fanuc, Siemens, Yaskawa, Deb’Maq. Alguns<br />
expondo seus lançamentos e outros <strong>re</strong>forçando máquinas que<br />
já foram lançadas. Apesar da adversidade do mercado, a feira<br />
alcançou seus objetivos, com diversas emp<strong>re</strong>sas que <strong>re</strong>alizaram<br />
vendas de máquinas, em um total de R$ 80 milhões.<br />
O p<strong>re</strong>sidente da Abimei, Thomas Lee afirma “a Techmei já<br />
pode ser considerada um importante fórum de tecnologia e<br />
desenvolvimento do setor. Estamos muito animados já com a<br />
segunda edição do evento em 2010”,diz.<br />
A Ge<strong>re</strong>nte de Marketing da Yaskawa, Elisa Grabski fala da<br />
importância de participar da Techmei. “Existem muitos clientes<br />
da nossa emp<strong>re</strong>sa aqui no evento. Esta é uma excelente oportunidade<br />
de apoiar e manter o contato com eles. E é semp<strong>re</strong><br />
inte<strong>re</strong>ssante expor nossas novidades”, diz.<br />
Além da exposição das emp<strong>re</strong>sas a Techmei contou com<br />
palestras sob<strong>re</strong> mercado e economia dentro da abordagem: O<br />
desafio do c<strong>re</strong>scimento.<br />
Exposição inédita trouxe máquinas<br />
e equipamentos de alta tecnologia<br />
<strong>para</strong> modernização do parque<br />
industrial do país, negócios<br />
somaram R$ 80 milhões.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>
notícias<br />
Weg faz negócios no México<br />
A produtora de açúcar <strong>para</strong> bebidas não-alcoólicas do<br />
México, usina T<strong>re</strong>s Valles, fechou com a WEG a aquisição<br />
de um gerador de 40MW e uma casa de força com quadros<br />
elétricos de média e baixa tensão <strong>para</strong> um sistema de geração<br />
de 50MVA/17,5kV/60Hz, automatizados com equipamentos<br />
fabricados pela emp<strong>re</strong>sa. A aquisição, estimada em US$ 1,5<br />
milhões, faz parte de um projeto de geração de energia que<br />
teve início em junho deste ano e tem término p<strong>re</strong>visto <strong>para</strong><br />
dezembro de 2009.<br />
O engenho tem capacidade de processar 10 mil toneladas<br />
de cana por dia, provenientes do município de T<strong>re</strong>s Valles e de<br />
cidades vizinhas, gerando <strong>mais</strong> de 1200 toneladas de açúcar a<br />
cada 24 horas. Foi propriedade do governo mexicano até o ano<br />
de 1988 e, depois dessa data, passou a fazer parte da PIASA<br />
– Promotora Industrial Azuca<strong>re</strong>ira S.A.<br />
Curtas<br />
A Deb’Maq fechou parceria <strong>para</strong> <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentar<br />
no Brasil a japonesa Fuji Machine, fabricante de<br />
máquinas-ferramenta e máquinas de montagem de<br />
circuito imp<strong>re</strong>sso. O acordo foi fechado durante<br />
o International Manufacturing Technology Show<br />
– IMTS, <strong>re</strong>alizado em Chicago/ EUA. Até então, a<br />
fabricante japonesa não possuía <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentante no<br />
País. Com a parceria, a Deb’Maq p<strong>re</strong>stará todo<br />
suporte <strong>para</strong> comercialização das máquinas Fuji, o<br />
que inclui t<strong>re</strong>inamento, assistência técnica e <strong>re</strong>posição<br />
de peças, ofe<strong>re</strong>cendo uma estrutura <strong>para</strong><br />
<strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentação da marca no mercado nacional,<br />
fator decisivo <strong>para</strong> o fechamento da negociação,<br />
iniciada em feve<strong>re</strong>iro de 2008.<br />
Integrado<strong>re</strong>s<br />
Marília - SP<br />
Fundada em 1991 a Solution<br />
Automação Industrial, é voltada<br />
<strong>para</strong> o fornecimento de<br />
soluções na á<strong>re</strong>a de Indústria<br />
e Controle de Processos. A<br />
primeira ta<strong>re</strong>fa da emp<strong>re</strong>sa, foi<br />
a criação de um robô de carga<br />
capaz de identificar o produto<br />
e ent<strong>re</strong>ga-lo em sua prateleira<br />
cor<strong>re</strong>spondente. Este desafio<br />
foi a pedido da emp<strong>re</strong>sa<br />
Bandag do Brasil.<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Produtos<br />
PROFINET/PROFIsafe<br />
Com o sistema I/O descentralizado o PSSuniversal,<br />
pode <strong>re</strong>alizar funções de comando orientadas <strong>para</strong> a<br />
segurança e/ou standard, de forma descentralizada em<br />
campo. A comunicação com o comando é feita através<br />
do PROFINET/PROFIsafe.<br />
Os usuários do PROFINET podem agora também<br />
usufruir das vantagens do sistema I/O descentralizado<br />
PSSuniversal: alta segurança, automação standard integrada,<br />
liv<strong>re</strong> de interferências ent<strong>re</strong> standard e segurança,<br />
estrutura de sistema modular, rápida colocação<br />
em funcionamento através do PSSuniversal Startup<br />
Softwa<strong>re</strong> ent<strong>re</strong> outras.<br />
Os benefícios dos novos módulos são: o ende<strong>re</strong>ço<br />
PROFIsafe é necessário apenas uma vez por cada<br />
estação descentralizada, isto significa que as definições<br />
de segurança de cada apa<strong>re</strong>lho apenas se <strong>re</strong>alizam num<br />
ponto; Manuseio simples (sem definição e ge<strong>re</strong>nciamento<br />
de ende<strong>re</strong>ço <strong>para</strong> cada módulo I/O); Aproveitamento<br />
ideal dos ende<strong>re</strong>ços/quantidade de FS, menos<br />
trabalho de planejamento e administração.<br />
Com <strong>mais</strong> de 100 projetos<br />
<strong>re</strong>alizados, a Solution Automação<br />
é distribuidora de diversas<br />
marcas ent<strong>re</strong> elas Fenix<br />
Contact e Schneider Eletric.<br />
A emp<strong>re</strong>sa também ofe<strong>re</strong>ce<br />
cursos e t<strong>re</strong>inamentos.<br />
Em uma das <strong>re</strong>alizações a Solution<br />
Automação desenvolveu<br />
dois projetos <strong>para</strong> a Henkel<br />
Loctite do Brasil, localizada em<br />
Boituva/SP.<br />
O primeiro é o projeto elétrico<br />
e montagem eletromecânica<br />
do painel PLC SLC-500<br />
(Sistema de transferência cascola).<br />
E o segundo é o sistema<br />
de transferência cascola com<br />
SLC-500 e iFix32 com módulo<br />
de <strong>re</strong>ceitas.<br />
Contato:<br />
joao.turatti@solution<br />
automacao.com.br
Produtos<br />
Chaves fim de curso<br />
a prova de explosão<br />
A Honeywell possui uma linha de<br />
produtos com projeto de encapsulamento,<br />
o <strong>qual</strong> cump<strong>re</strong> com as<br />
exigências de normas internacionais<br />
e nacionais. O projeto inclui<br />
um encapsulamento a prova de<br />
explosão dotado de um sistema<br />
que mantém e <strong>re</strong>frigera o faíscamento<br />
dentro do invólucro. Ele<br />
não permite o aquecimento dos<br />
gases externos que cercam a chave<br />
fim de curso. A serie BX possui<br />
encapsulamento em aço inoxidável<br />
<strong>re</strong>sistente a corrosão.<br />
As chaves fim de curso a prova<br />
de explosão da Honeywell são<br />
aplicáveis em: transportado<strong>re</strong>s de<br />
grãos, perfurações <strong>para</strong> exploração<br />
de petróleo, instalações petroquímicas,<br />
cabines de pintura, posicionado<strong>re</strong>s<br />
de válvulas, equipamentos<br />
<strong>para</strong> mineração, pulverizado<strong>re</strong>s<br />
de sal, máquinas <strong>para</strong> o segmento<br />
de papel e celulose, transporte e<br />
manipulações de materiais.<br />
Dent<strong>re</strong> suas certificações a emp<strong>re</strong>sa<br />
destaca: Atex, UL, CSA, IEC Ex.<br />
O grau de selagem inclui padrões<br />
do tipo NEMA 1, 3, 4, 6 e 13 e o<br />
grau de proteção IP67 possibilita<br />
aplicações em locais com sujeira,<br />
água e óleo. Destinados a locais<br />
perigosos como os da Classe I,<br />
Grupo B, C e D e Classe II, Grupo<br />
E, F e G.<br />
<strong>re</strong>portagem<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>
manufatura<br />
Sistema de<br />
controle <strong>para</strong><br />
processos de<br />
bateladas<br />
Há algum tempo os processos de bateladas deixaram<br />
de ser um mistério nas indústrias e no ambiente de<br />
automação. O cenário atual nos ap<strong>re</strong>senta diversas<br />
maneiras de se controlar e monitorar um processo<br />
de bateladas, cada um com suas características,<br />
vantagens e desvantagens. Este artigo visa mostrar<br />
alguns detalhes de quatro maneiras dife<strong>re</strong>ntes de<br />
se automatizar um processo de bateladas a partir<br />
de um sistema de controle<br />
saiba <strong>mais</strong><br />
Características dos CLP’s vendidos<br />
no Brasil<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 31<br />
Base Automação<br />
www.baseautomacao.com.br<br />
Por Alan Liberalesso*<br />
10 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Controle a partir de<br />
CLPs e IHMs<br />
Interagir com os equipamentos de<br />
campo, como válvulas, moto<strong>re</strong>s, senso<strong>re</strong>s<br />
e outros dispositivos, através de CLPs (ou<br />
PLCs, Programmable Logic Controllers, em<br />
inglês) é o <strong>re</strong>curso <strong>mais</strong> comum na maioria<br />
dos processos industriais no mundo, inclusive<br />
no Brasil.<br />
Neste contexto, cabem ao PLC ta<strong>re</strong>fas<br />
como: partida e <strong>para</strong>da de moto<strong>re</strong>s, abertura<br />
e fechamento de válvulas, contagem,<br />
temporização, monitoramento e controle de<br />
variáveis analógicas, seqüenciamentos, ent<strong>re</strong><br />
muitos outros. Nos processos de bateladas<br />
são utilizados alguns algoritmos de pesagem,<br />
tabelas de dados e procedimentos. O<br />
controle do processo é <strong>re</strong>alizado pelo PLC,<br />
o papel dele é a execução das operações,<br />
sejam estas fixas ao longo de suas rotinas,<br />
sejam <strong>para</strong>metrizáveis através de alguma<br />
interface de operação.<br />
As IHMs, equipamentos <strong>para</strong> visualização<br />
e controle de processo, projetadas<br />
<strong>para</strong> o ambiente industrial e com dezenas<br />
de opções disponíveis no mercado, tem o<br />
papel de ap<strong>re</strong>sentar de maneira didática<br />
as informações do processo ao usuário<br />
do sistema. No sentido contrário, <strong>re</strong>cebe<br />
os comandos gerados pelo mesmo e faz a<br />
“ent<strong>re</strong>ga” ao PLC por meio de sua interface<br />
de comunicação.
F1. Tela de seleção de <strong>re</strong>ceitas.<br />
O controle dos processos de batelada<br />
<strong>re</strong>alizados pelo par PLC-IHM pode ser<br />
<strong>re</strong>alizado de diversas maneiras, dependendo<br />
do hardwa<strong>re</strong> emp<strong>re</strong>gado, tipo de processo,<br />
número de <strong>re</strong>ceitas, ent<strong>re</strong> outros. Assim:<br />
• Processos e aplicações com uma<br />
única <strong>re</strong>ceita: neste caso, a IHM<br />
ap<strong>re</strong>senta ícones, textos ou teclas de<br />
função (dependendo do modelo) onde<br />
são solicitadas operações como: iniciar<br />
<strong>re</strong>ceita/batelada, pausar, abortar,<br />
ent<strong>re</strong> outros. A IHM pode ap<strong>re</strong>sentar<br />
informações como número do passo<br />
em execução, mensagens ao operador,<br />
tempo da batelada, quantidades<br />
adicionadas, etc. O PLC <strong>re</strong>cebe os<br />
comandos e executa as operações<br />
p<strong>re</strong>viamente estabelecidas em sua<br />
lógica de controle. É papel do PLC<br />
identificar a execução dos passos e<br />
ge<strong>re</strong>nciar o processo de bateladas.<br />
Dependendo do processo e aplicação,<br />
os parâmetros desta <strong>re</strong>ceita podem<br />
ser alterados via IHM (tempos, velocidades,<br />
quantidades, etc.), porém<br />
a ordem de execução das ta<strong>re</strong>fas<br />
(seqüenciamento da bateladas) não<br />
pode ser alterada;<br />
• Em processos onde temos <strong>mais</strong><br />
de uma <strong>re</strong>ceita: pode-se trabalhar<br />
de maneira semelhante à anterior,<br />
somente ac<strong>re</strong>scendo ferramenta <strong>para</strong><br />
seleção da <strong>re</strong>ceita via IHM. Também<br />
neste caso existe a opção de se utilizar<br />
valo<strong>re</strong>s p<strong>re</strong>viamente definidos no<br />
PLC ou alterá-los via IHM.<br />
A maioria das IHMs existentes no<br />
mercado obriga que todos os parâmetros<br />
das <strong>re</strong>ceitas sejam armazenados no PLC, em<br />
tabelas de dados que são copiadas <strong>para</strong> a á<strong>re</strong>a<br />
de trabalho após seleção e solicitação feita<br />
F2. Tela de <strong>para</strong>metrização.<br />
F3. Tela de ge<strong>re</strong>nciamento completo.<br />
pelo usuário do sistema. Alguns modelos<br />
permitem que todos os dados das <strong>re</strong>ceitas<br />
fiquem armazenados na própria IHM,<br />
liberando memória no PLC e <strong>re</strong>duzindo<br />
drasticamente a necessidade de lógicas dedicadas<br />
ao armazenamento e manipulação<br />
destes dados no mesmo.<br />
A utilização do par IHM-PLC não permite<br />
controle de versão, <strong>re</strong>visão e autoria.<br />
Além disso, limita o número de <strong>re</strong>ceitas, o<br />
acesso aos dados das mesmas, e não permite<br />
alterar o seqüenciamento das operações.<br />
Apesar de normalmente vincularmos<br />
processos de bateladas a tanques de produção,<br />
adições de matérias-primas, procedimentos,<br />
etc., existem muitas máquinas e linhas de<br />
produção que apesar atua<strong>re</strong>m dentro de<br />
processos contínuos ou de controle disc<strong>re</strong>to<br />
utilizam parte do princípio de controle de<br />
batelada <strong>para</strong> seleção de produtos, peças,<br />
formatos e setup das mesmas. Veja os exemplos<br />
na figura 1, figura 2 e figura 3.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
manufatura<br />
Controle com PLCs e SCADA<br />
O princípio de controle é o mesmo. A<br />
dife<strong>re</strong>nça é que com a utilização de sistemas<br />
supervisórios tem um grande inc<strong>re</strong>mento de<br />
capacidade, funcionalidades e ferramentas<br />
<strong>para</strong> interagir com o processo. As aplicações<br />
geradas <strong>para</strong> este tipo de sistema rodam<br />
em microcomputado<strong>re</strong>s, os mundialmente<br />
conhecidos PCs.<br />
Primeiramente, cada equipamento ou<br />
dispositivo do processo que é controlado<br />
pelo PLC pode ser manipulado a partir<br />
do sistema supervisório. Comandos como<br />
abrir/fechar/ligar/desligar, seleção de modo<br />
de operação (manual, automático, manutenção)<br />
são feitos a partir de janelas de<br />
controle individualizadas. A indicação dos<br />
status (ligado/desligado/aberto/fechado/em<br />
alarme/inibido/em manual/em automático)<br />
também é feita de maneira individual e<br />
<strong>para</strong> todos os equipamentos. Variáveis de<br />
processo (temperatura, p<strong>re</strong>ssão, vazão, nível,<br />
11
manufatura<br />
F4. Tela sinótica.<br />
velocidade) são monitoradas e controladas<br />
a partir de computado<strong>re</strong>s, fisicamente posicionados<br />
junto ao processo, em salas de<br />
controle, ou <strong>re</strong>motamente, a quilômetros de<br />
distância. E o processo de batelada, o que<br />
esta arquitetura pode proporcionar?<br />
Com <strong>re</strong>lação à capacidade de armazenamento<br />
de <strong>re</strong>ceitas, milha<strong>re</strong>s podem fazer<br />
parte do sistema; quanto ao ge<strong>re</strong>nciamento<br />
das mesmas através da tela do computador,<br />
pode-se visualizar e selecionar utilizando<br />
filtros como código, versão, família, produto,<br />
<strong>re</strong>ceita. Além desses, é possível definir<br />
o tamanho da batelada e a quantidade<br />
de bateladas a produzir. Como controle,<br />
operações como pausar, <strong>para</strong>r, abortar,<br />
pular passo, alterar parâmetros e tempos,<br />
são operações comuns. Pode-se até montar<br />
uma fila de produção, onde são selecionadas<br />
todas as bateladas <strong>para</strong> um determinado<br />
período (hora, turno, dia).<br />
As telas de acompanhamento da produção<br />
trazem informações importantes do<br />
processo e da batelada, como a indicação<br />
do passo atual, dos passos executados com<br />
os <strong>re</strong>spectivos <strong>re</strong>gistros (quantidade <strong>re</strong>al,<br />
tempo consumido, alarmes, etc.), das bateladas<br />
que estão em execução, do status e<br />
conteúdo dos tanques. Gráficos <strong>re</strong>gistram<br />
o comportamento das variáveis e as telas<br />
sinóticas (que ap<strong>re</strong>sentam o layout do processo)<br />
trazem em tempo <strong>re</strong>al as informações<br />
do chão-de-fábrica.<br />
12 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Neste sistema fica <strong>re</strong>strita a alteração<br />
da ordem de execução dos passos e assim<br />
como na arquitetura anterior, não é possível<br />
<strong>re</strong>petir um passo já executado, operações<br />
em <strong>para</strong>lelo, defasagem ent<strong>re</strong> passos, etc.<br />
Exemplos na figura 4 e figura 5.<br />
Controle por PLC, SCADA e<br />
Sistemas MES (Sistemas de<br />
Execução da Manufatura)<br />
Nesta arquitetura o sistema supervisório<br />
mantém a atribuição de monitoramento e<br />
controle do processo, mas o ge<strong>re</strong>nciamento<br />
da batelada cabe a um sistema MES, desenvolvido<br />
através de linguagens de programação<br />
de alto nível. Neste caso, todas as<br />
informações <strong>re</strong>fe<strong>re</strong>ntes às <strong>re</strong>ceitas (códigos,<br />
matérias-primas, passos, procedimentos,<br />
etc.) ficam armazenadas em bancos de dados<br />
do tipo <strong>re</strong>lacional, os quais proporcionam,<br />
ent<strong>re</strong> outras vantagens, maior capacidade de<br />
armazenamento, utilização de ferramentas de<br />
consulta, acesso <strong>re</strong>moto e por <strong>mais</strong> de uma<br />
estação de trabalho/operação, rast<strong>re</strong>abilidade<br />
e trabalho com sistema de armazenamento<br />
aberto e escalonável.<br />
O sistema MES contempla telas e <strong>re</strong>cursos<br />
<strong>para</strong> cadastro de matérias-primas,<br />
procedimentos, parâmetros e <strong>re</strong>gistros, bem<br />
como a montagem da <strong>re</strong>ceita com dados de<br />
cabeçalho (código, nome, descrição, data de<br />
criação e <strong>re</strong>visão, versão, produto, etc.), e com<br />
a composição dos passos com os <strong>re</strong>spectivos<br />
F5. Tela de ge<strong>re</strong>nciamento e<br />
acompanhamento.<br />
procedimentos, sejam estes <strong>re</strong>lacionados aos<br />
processos de dosagem, sejam instruções de<br />
trabalho ou procedimentos de controle (ex.:<br />
agitação, <strong>re</strong>sfriamento, tempo de espera,<br />
etc.). Também é papel deste tipo de sistema<br />
a interface <strong>para</strong> solicitação de produção<br />
(lotes a produzir, número de bateladas, etc.),<br />
uma ferramenta <strong>para</strong> acompanhamento da<br />
produção (lotes em andamento, bateladas<br />
concluídas, status, etc.).<br />
O sistema de <strong>re</strong>latório também faz<br />
parte de um sistema MES, seja ele gerado<br />
dentro do próprio sistema, seja através de<br />
algum softwa<strong>re</strong> de <strong>re</strong>latório de mercado ou<br />
mesmo a partir de ferramenta Web (<strong>para</strong><br />
consulta através de um navegador como o<br />
Internet Explo<strong>re</strong>r, da Microsoft)<br />
Em uma visão <strong>mais</strong> ampla, o sistema<br />
MES <strong>re</strong>sponde por:<br />
• Cadastros: toda a entrada de dados<br />
que visa alimentar as tabelas do<br />
banco de dados com informações<br />
<strong>para</strong> futura;<br />
• Solicitação de produção: interface<br />
onde é inserido o plano de produção,<br />
ou seja, a <strong>re</strong>lação de <strong>re</strong>ceitas a produzir,<br />
o número de lote ou ordem de<br />
fabricação e o número de bateladas<br />
desejadas de cada uma (figura 6);<br />
• Acompanhamento da produção:<br />
interface <strong>para</strong> visualização do andamento<br />
da produção, com status das<br />
<strong>re</strong>ceitas, bateladas em andamento,<br />
concluídas ou na fila <strong>para</strong> produção<br />
(figura 7);<br />
• Relatórios: ferramenta de consulta<br />
que permite fazer a rast<strong>re</strong>abilidade<br />
de um lote ou seqüência específica<br />
e também, na combinação de seus<br />
filtros, a consulta de bateladas produzidas<br />
no passado (figura 8).
Controle via PLC, SCADA<br />
e Softwa<strong>re</strong>s de Bateladas<br />
(baseados na norma <strong>para</strong><br />
bateladas ISA S88)<br />
Dependendo da característica do processo<br />
e da flexibilidade exigida pelo mesmo, uma<br />
aplicação <strong>para</strong> batelada deverá ser muito<br />
<strong>mais</strong> que um seqüenciador de passos combinado<br />
com procedimentos específicos como<br />
adição de matérias-primas, aquecimento,<br />
agitação, tempos de espera, etc. Operações<br />
como <strong>para</strong>lelismo, defasagem de passos,<br />
transições baseadas em eventos, loops,<br />
etc., podem ser exigidas <strong>para</strong> a execução<br />
da <strong>re</strong>ceita (produção da batelada).<br />
E aí que entram a norma ISA S88 e os<br />
softwa<strong>re</strong>s de bateladas. Resumidamente,<br />
a S88:<br />
• Define um modelo <strong>para</strong> controle de<br />
bateladas o <strong>qual</strong> é usado como um<br />
padrão por muitas indústrias;<br />
• Fornece uma terminologia comum<br />
<strong>para</strong> o controle de bateladas, permitindo<br />
que usuários dife<strong>re</strong>ntes possam<br />
exp<strong>re</strong>ssar suas idéias sob<strong>re</strong> uma<br />
base comum e esta base comum de<br />
terminologias e modelos permitem<br />
aos usuários integra<strong>re</strong>m soluções de<br />
dife<strong>re</strong>ntes fornecedo<strong>re</strong>s;<br />
• A norma especifica que o código do<br />
controlador deve ser dividido em pequenas<br />
partes (módulos de controle),<br />
e o fato de termos pequenos códigos<br />
permite que as <strong>re</strong>ceitas sejam modificadas<br />
com maior facilidade;<br />
• Se duas plantas/linhas tive<strong>re</strong>m equipamentos<br />
semelhantes, pequenos<br />
códigos permitem uma implementação<br />
<strong>mais</strong> fácil com a <strong>re</strong>utilização<br />
dos códigos;<br />
• Conceitua a se<strong>para</strong>ção do controle<br />
do equipamento do controle do<br />
procedimento (<strong>re</strong>ceita) que desc<strong>re</strong>ve<br />
como fazer o produto final, permitindo<br />
múltiplos produtos, múltiplos<br />
procedimento, múltiplas unidades<br />
de produção.<br />
Os softwa<strong>re</strong>s de bateladas de mercado<br />
visam atender à norma ISA S88 e possuem<br />
ferramentas adicionais que permitam a<br />
integração destes com PLCs, por exemplo,<br />
e também ferramentas que ag<strong>re</strong>gam valor<br />
aos usuários e que procu<strong>re</strong> dife<strong>re</strong>nciá-lo dos<br />
outros softwa<strong>re</strong>s disponíveis.<br />
O modelamento do sistema é dividido<br />
em duas partes:<br />
F6. Tela de cadastro de <strong>re</strong>ceitas.<br />
F7. Cadastro de procedimento.<br />
F8. Acompanhamento de bateladas.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
manufatura<br />
13
manufatura<br />
1. Modelamento físico do processo<br />
• Célula de processo: onde é definida a<br />
á<strong>re</strong>a <strong>re</strong>sponsável <strong>para</strong> a produção das<br />
bateladas (planta/processo/linha);<br />
• Unidades: conjunto de módulos de<br />
controle e de equipamentos <strong>re</strong>sponsável<br />
pela execução de uma, algumas ou<br />
todas as etapas do processo (tanques,<br />
<strong>re</strong>ato<strong>re</strong>s, silos, etc.);<br />
• Módulo de equipamento: conjunto<br />
de equipamentos que <strong>re</strong>alizam atividades<br />
do processo, como aquecimento,<br />
dosagem, etc;<br />
• Módulo de controle: dispositivo de<br />
controle, como válvula, motor, sensor,<br />
etc.<br />
2. Modelamento procedural do processo<br />
• Procedimento: estratégia <strong>para</strong> execução<br />
do processo/batelada;<br />
• Procedimentos da unidade: conjunto<br />
de operações utilizadas <strong>para</strong> seqüenciamento<br />
dentro da unidade;<br />
• Operações: conjunto de atividades<br />
agrupadas e que visam o atendimento<br />
de necessidades da batelada/processo;<br />
• Fases: <strong>re</strong>alização de ta<strong>re</strong>fas/ações básicas<br />
e simples, como adição de materiais,<br />
agitação, transferência, ent<strong>re</strong><br />
muitos outros.<br />
O softwa<strong>re</strong> de bateladas é dividido em<br />
módulos, sendo que a base é definida por:<br />
Equipment Editor (modelamento físico),<br />
Recipe Editor (modelamento procedural),<br />
Server (ge<strong>re</strong>nciamento da batelada e comunicação<br />
do módulo View com o PLC), View<br />
(interface ao operador <strong>para</strong> visualização e<br />
controle das bateladas), Archiver (geração<br />
dos <strong>re</strong>gistros eletrônicos das bateladas) e<br />
Report Editor (criação e customização de<br />
<strong>re</strong>latórios com os <strong>re</strong>gistros eletrônicos).<br />
O sistema supervisório continua com<br />
a atribuição de monitoramento e controle<br />
do processo. Ao PLC cabe toda a interface<br />
com o chão de fábrica, como as ta<strong>re</strong>fas de<br />
partida e <strong>para</strong>da de moto<strong>re</strong>s, abertura e<br />
fechamento de válvulas, monitoramento e<br />
controle de variáveis analógicas. Do modelo<br />
físico definido <strong>para</strong> o controle da batelada<br />
cabem ao PLC as rotinas com as phases e os<br />
estados das mesmas, cada uma com uma<br />
função especifica como agitação, adição<br />
de materiais, <strong>re</strong>sfriamento, ent<strong>re</strong> outras,<br />
definidas quando do modelamento do<br />
sistema de bateladas. Veja os exemplos na<br />
figura 9, figura 10 e figura 11.<br />
14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Conclusões<br />
A solução a ser adotada deverá ser<br />
definida após a análise de uma série de<br />
fato<strong>re</strong>s, como característica do processo,<br />
necessidades do sistema de formulação,<br />
estrutura e número de <strong>re</strong>ceitas, parâmetros<br />
e <strong>re</strong>gistros necessários, infra-estrutura de<br />
automação existente e/ou <strong>re</strong>querida, custos<br />
envolvidos, ent<strong>re</strong> outros.<br />
Dependendo das informações acima será<br />
possível afirmar quais soluções atenderão às<br />
necessidades do processo. E quando <strong>mais</strong> de<br />
F9. Phases (Procedimentos) de uma Unit.<br />
F11. Receita em SFC.<br />
uma solução atender aos propósitos, caberá<br />
uma análise sob<strong>re</strong> necessidades futuras e<br />
<strong>re</strong>lação custo-benefício <strong>para</strong> se definir <strong>qual</strong><br />
solução será adotada e implementada. MA<br />
Alan Liberalesso é engenheiro de aplicações<br />
da BASE Automação e colaborador do “Batch<br />
Control Comunidade Online”.<br />
F11. Phases e estado no PLC.
Controle de<br />
patrimônio<br />
via RFID<br />
Conheça o desenvolvimento de um sistema eletrônico <strong>para</strong> o controle<br />
de patrimônio através de uma pesquisa aplicada <strong>para</strong> identificar<br />
uma solução de automatização, por meio de sistema de Identificação<br />
por Rádio F<strong>re</strong>qüência (RFID). O foco do artigo foi controlar itens<br />
(tags) que estão em um ambiente pré-estabelecido. Utilizando-se a<br />
metodologia <strong>para</strong> desenvolvimento de novos produtos, foram testadas<br />
várias configurações <strong>para</strong> o sistema, produzindo os protótipos<br />
ap<strong>re</strong>sentados<br />
saiba <strong>mais</strong><br />
Rast<strong>re</strong>abilidade de pallets via RFID<br />
Saber Eletrônica 429<br />
Tecnologia RFID no armazenamento<br />
de Pallets<br />
Saber Eletrônica 428<br />
Vantagens da Tecnologia RFID<br />
www.acura.com.br/rfid<br />
Tecnologia RFID<br />
www.azuum.com.br/site/<br />
sob<strong>re</strong>_rfid/sob<strong>re</strong>_rfid.html<br />
A tecnologia RFID e os benefícios<br />
da etiqueta inteligente <strong>para</strong> os<br />
negócios<br />
www.unibero.edu.br/download/<strong>re</strong>vistaeletronica/Set04_<br />
Artigos/A%20Tecnologia%20<br />
RFID%20-%20BSI.pdf<br />
Antonio D<strong>re</strong>sch Jr, Danny R. Efrom e<br />
Dieison Grumovski<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
As tecnologias de comunicação disponibilizaram<br />
uma nova maneira de se fazer negócios,<br />
e na forma de ge<strong>re</strong>nciar grandes quantidades<br />
de informações. No entanto, apesar desta<br />
contribuição tecnológica, que tornou as<br />
operações logísticas muito <strong>mais</strong> flexíveis e<br />
dinâmicas, verifica-se que existe ainda um<br />
grande distanciamento ent<strong>re</strong> o mundo virtual<br />
(sistemas) e o <strong>re</strong>al (emp<strong>re</strong>sa).<br />
A acuracidade e a rapidez das informações<br />
adquiridas em cada estágio são de<br />
fundamental importância <strong>para</strong> alimentar<br />
as decisões estratégicas e operacionais que<br />
possibilitem dar sustentabilidade e contribuir<br />
com os negócios emp<strong>re</strong>sariais.<br />
15
automação<br />
Houve grandes avanços na questão da<br />
alimentação dos sistemas de informações,<br />
que <strong>caminho</strong>u desde a simples digitação,<br />
passando pelos códigos de barras e 3D até as<br />
atuais etiquetas eletrônicas de identificação<br />
por rádio-f<strong>re</strong>qüência (tags). Tais tecnologias<br />
proporcionam elevado grau de integração,<br />
na medida em que possibilitam a atualização<br />
das informações em tempo <strong>re</strong>al.<br />
Por sua vez, a necessidade de atender a<br />
uma demanda <strong>mais</strong> customizada, assim como<br />
de melhor ge<strong>re</strong>nciar operações descentralizadas<br />
em complexas <strong>re</strong>des logísticas, trouxe<br />
uma série de desafios na forma de lidar com<br />
o vasto fluxo de informações ge<strong>re</strong>nciais.<br />
Somado a esses fato<strong>re</strong>s, a busca por meios de<br />
transmissão de informações, que propiciassem<br />
maior mobilidade aos usuários, possibilitou<br />
o desenvolvimento de maio<strong>re</strong>s aplicações<br />
em sistemas de identificação, baseados na<br />
transmissão por rádio-f<strong>re</strong>qüência.<br />
Esta tecnologia desencadeia uma <strong>re</strong>volução<br />
que é a base <strong>para</strong> uma nova <strong>re</strong>alidade<br />
na identificação de produtos, com impacto<br />
di<strong>re</strong>to no controle de patrimônio e nos<br />
processos logísticos de toda a cadeia de<br />
abastecimento, seja na fabricação, no controle<br />
de estoque ou na compra e venda destes.<br />
A flexibilidade de sistemas RFID é o seu<br />
grande fator positivo. Quando com<strong>para</strong>da<br />
com outros sistemas de identificação, como<br />
o código de barras, o RFID ganha em<br />
confiabilidade (códigos de barras tendem a<br />
apagar com o tempo), facilidade de leitura<br />
(tags podem estar dentro d’água, lama, ou<br />
circundados por metal) e não p<strong>re</strong>cisam de<br />
leitor apontando di<strong>re</strong>tamente <strong>para</strong> ele, ou<br />
seja não necessita de visada. Além disso,<br />
como a captura de dados é feita de forma<br />
automática, existe a <strong>re</strong>dução de falhas<br />
humanas no processo.<br />
Tecnologia RFID<br />
O levantamento de patrimônio possui<br />
uma dinâmica difícil quando se utilizam<br />
os sistemas atuais como numeração <strong>para</strong><br />
leitura visual ou códigos de barras, prolongando<br />
o tempo de execução, exigindo uma<br />
equipe de pessoas destacadas <strong>para</strong> que esta<br />
ta<strong>re</strong>fa seja feita com agilidade, onerando os<br />
<strong>re</strong>cursos da emp<strong>re</strong>sa.<br />
Já o controle de patrimônio (controle<br />
de bens móveis) exige uma supervisão<br />
permanente e dependendo do tamanho<br />
e arquitetura da emp<strong>re</strong>sa, nem semp<strong>re</strong> é<br />
possível fazê-la com eficácia.<br />
16 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Segundo a CSP-CONPAT (2006) os<br />
ativos permanentes de uma emp<strong>re</strong>sa, como<br />
equipamentos e mobiliários, sof<strong>re</strong>m perdas<br />
definitivas com o processo de dep<strong>re</strong>ciações<br />
e perdas contábeis <strong>re</strong>cuperáveis em função<br />
do descasamento provocado pela inflação<br />
sob<strong>re</strong> os valo<strong>re</strong>s de aquisição dos bens ou<br />
por mudança de valor de mercado, exigindo<br />
um sistema de controle eficaz na gestão<br />
patrimonial.<br />
Levando em conta estes fato<strong>re</strong>s é que<br />
surgiu a proposta de desenvolver uma solução<br />
de controle de equipamentos e mobiliário<br />
que atenda adequadamente as necessidades,<br />
utilizando tecnologia RFID, trazendo<br />
agilidade e eficácia ao processo.<br />
Vantagens<br />
Tal tecnologia permite a captura automática<br />
de dados, <strong>para</strong> identificação de objetos<br />
com dispositivos eletrônicos, conhecidos<br />
como tag ou transponder que emitem sinais<br />
de radiof<strong>re</strong>qüência <strong>para</strong> leito<strong>re</strong>s ou antenas,<br />
que captam estas informações.<br />
Os benefícios primários de RFID são:<br />
a eliminação de erros de escrita e leitura de<br />
dados, coleção de dados de forma <strong>mais</strong> rápida<br />
e automática, <strong>re</strong>dução de processamento de<br />
dados e maior segurança.<br />
Quanto às vantagens da RFID em <strong>re</strong>lação<br />
às outras tecnologias de identificação e<br />
coleção de dados, temos: operação segura em<br />
ambiente severo (luga<strong>re</strong>s úmidos, molhados,<br />
sujos, corrosivos, altas temperaturas, baixas<br />
temperaturas, vibração, choques), operação<br />
sem contato e sem necessidade de campo<br />
visual e grande variedade de formatos e<br />
tamanhos.<br />
Mas a principal vantagem do uso de<br />
sistemas RFID é <strong>re</strong>alizar a leitura sem<br />
o contato e sem a necessidade de uma<br />
visualização di<strong>re</strong>ta do leitor com o tag.<br />
É possível, por exemplo, colocar a tag<br />
dentro de um produto e <strong>re</strong>alizar a leitura<br />
sem ter que desempacotá-lo, ou, por<br />
exemplo, aplicar o tag em uma superfície<br />
que será posteriormente coberta de tinta<br />
ou graxa.<br />
A tecnologia RFID ap<strong>re</strong>senta características<br />
peculia<strong>re</strong>s que nenhuma outra<br />
ofe<strong>re</strong>ce. Por exemplo, leitura simultânea de<br />
até 30 itens em um período de um segundo,<br />
utilizando-se de poderosos algoritmos de<br />
anti-colisão. Com isto pode-se <strong>re</strong>alizar<br />
inventários de milha<strong>re</strong>s de itens, utilizando<br />
um leitor de RFID manual.<br />
A incorporação de um leitor RFID a<br />
um coletor portátil de dados (leitor manual)<br />
viabiliza a implementação de soluções voltadas<br />
a rast<strong>re</strong>amento de ativos e produtos<br />
ao longo de uma planta, com a imediata<br />
captura e transmissão de dados.<br />
A RFID não é simplesmente um substituto<br />
do código de barras, é uma tecnologia<br />
de transformação que pode ajudar a <strong>re</strong>duzir<br />
desperdício, limitar roubos, gerir inventários,<br />
simplificar a logística e até aumentar<br />
a produtividade.<br />
Muitas emp<strong>re</strong>sas, devido ao seu imenso<br />
número de bens ou a constante movimentação<br />
de equipamentos, têm dificuldades<br />
em manter um histórico de confiança e<br />
atualizado do seu patrimônio. A tecnologia<br />
RFID permite que a emp<strong>re</strong>sa tenha total<br />
controle até mesmo em tempo <strong>re</strong>al dos bens<br />
da emp<strong>re</strong>sa, tanto em termos de quantidade<br />
como de localização.<br />
Middlewa<strong>re</strong> RFID<br />
A tecnologia RFID trabalha constantemente<br />
com fluxo de dados, esse fluxo de<br />
dados pode ser grande. Por esse e outros<br />
motivos faz-se à necessidade de um middlewa<strong>re</strong><br />
<strong>eficiente</strong>.<br />
É importante entender que o middlewa<strong>re</strong><br />
nada <strong>mais</strong> é do que uma camada de softwa<strong>re</strong><br />
que fica <strong>re</strong>sponsável por diversas funções,<br />
tais como, ge<strong>re</strong>nciamento da <strong>re</strong>de de captura<br />
de dados e pelo fluxo dos mesmos.<br />
O middlewa<strong>re</strong> não constitui di<strong>re</strong>tamente<br />
aplicações, pois uma de suas funções é o<br />
envio dos dados às aplicações, aos sistemas<br />
de gestão do processo, seja ele de produção,<br />
estoque, logística ou <strong>qual</strong>quer outro sistema<br />
que necessite desses dados.<br />
A Azuum, Alien, Symbol, IBM, Intermec/<br />
Cagicomp e Sun são exemplos de emp<strong>re</strong>sas<br />
que desenvolvem esses middlewa<strong>re</strong>s. A tecnologia<br />
RFID não teria sentido ao trabalhar<br />
de forma isolada, sem ter <strong>para</strong> quem enviar<br />
os dados <strong>re</strong>cebidos, sem ter algum sistema<br />
de organização e processamento de dados.<br />
Sem esses sistemas, os dados captados pela<br />
tecnologia RFID não teriam utilidade, não<br />
gerariam informações <strong>para</strong> se<strong>re</strong>m analisadas<br />
e interp<strong>re</strong>tadas, seriam apenas dados. Esse<br />
é o principal motivo pelo <strong>qual</strong> o softwa<strong>re</strong><br />
(middlewa<strong>re</strong>) se faz tão importante <strong>para</strong> o<br />
sucesso da tecnologia RFID. Neste trabalho<br />
o middlewa<strong>re</strong> ficou <strong>re</strong>sponsável em <strong>re</strong>ceber<br />
os dados do leitor RFID e associá-los aos<br />
itens existentes nos ambientes.
Desenvolvimento<br />
dos protótipos<br />
Utilizando o <strong>re</strong>curso de uma metodologia<br />
científica <strong>para</strong> projetos de desenvolvimento<br />
de novos produtos, foi selecionado o seguinte<br />
fluxograma e as suas fases:<br />
Fase 1 - Planejamento de Linha de Produ-<br />
to: estudo científico do foco do<br />
produto, auxiliado pelas consultorias<br />
e emp<strong>re</strong>sas que apóiam o<br />
projeto.<br />
Fase 2 - Geração de idéias/conceitos: utilizando-se<br />
de técnicas existentes<br />
levantaram-se sugestões, opiniões<br />
e necessidades do mercado, <strong>para</strong><br />
identificação de <strong>re</strong>ferências e estimativas<br />
que contribuíram <strong>para</strong><br />
a criação do produto.<br />
Fase 3 - Seleção de idéias/conceitos: estudo,<br />
tabulação e conclusão das etapas<br />
anterio<strong>re</strong>s, definindo o objeto/produto<br />
a ser desenvolvido.<br />
Fase 4 - Desenvolvimento técnico do pro-<br />
duto:<br />
a) Soluções e seleção de equipamentos<br />
e componentes<br />
eletrônicos;<br />
b) Identificação de Fornecedo<strong>re</strong>s;<br />
c) Aquisição de materiais;<br />
d) Implementação na aplicação.<br />
Fase 5 - Teste e validação do produto:<br />
e) Análise de Confiabilidade<br />
de leitura e aquisição de<br />
dados;<br />
f) Integridade da comunicação<br />
de dados;<br />
g) Integração das soluções<br />
com softwa<strong>re</strong>s embarcados<br />
e de banco de dados.<br />
Fase 6 - Protótipos: Montagem de protó-<br />
tipos.<br />
A partir do fluxograma <strong>re</strong>alizado (figura<br />
1) chegou-se a construção de dois modelos:<br />
um com a opção de possuir leito<strong>re</strong>s manuais<br />
(portáteis), <strong>para</strong> locais onde existam objetos<br />
de baixo valor, por exemplo, e o outro com<br />
a opção de ter leito<strong>re</strong>s fixos que <strong>re</strong>alizam a<br />
F1. Fluxograma do projeto adaptado<br />
de Wille e Wille (2005).<br />
leitura constante, indicada <strong>para</strong> a supervisão<br />
de objetos de alto valor ag<strong>re</strong>gado, que justificam<br />
a obtenção de leito<strong>re</strong>s dedicados.<br />
Testes e validação do produto<br />
Os quadros ao lado <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentam os<br />
testes práticos <strong>re</strong>alizados com o intuito de<br />
encontrar a melhor solução <strong>para</strong> controle<br />
de itens (equipamentos e mobiliários) nos<br />
ambientes. Veja a tabela 1.<br />
Já a tabela 2 mostra detalhadamente os<br />
materiais utilizados e <strong>re</strong>sultados dos testes<br />
<strong>re</strong>alizados na pesquisa.<br />
Após os testes <strong>re</strong>alizados com os dife<strong>re</strong>ntes<br />
produtos, verificou-se que o leitor<br />
(L1), as antenas (A1) e as tags (T1, T2, T10)<br />
não atendem o proposto, portanto foram<br />
escolhidos as seguintes configurações <strong>para</strong><br />
a montagem dos protótipos ap<strong>re</strong>sentados<br />
a seguir.<br />
Protótipo I<br />
Este sistema tem como objetivo atender<br />
como ferramenta <strong>para</strong> controle e inventário<br />
do patrimônio <strong>para</strong> itens de baixo valor,<br />
<strong>para</strong> isto, optou-se por adaptar um Leitor<br />
RFID da Acuprox AP-09 com comunicação<br />
via cabo Serial ao computador embarcado<br />
(figura 2) associado às etiquetas World<br />
Tags. Esta configuração ap<strong>re</strong>senta o melhor<br />
custo-benefício <strong>para</strong> a aplicação.<br />
O softwa<strong>re</strong> de demonstração (middlewa<strong>re</strong>)<br />
foi desenvolvido na fase 6 do projeto<br />
e está disponível <strong>para</strong> acesso no computador<br />
embarcado do protótipo.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
F2. Protótipo – Controle e inventário<br />
de patrimônio.<br />
T1. Identificação dos componentes.<br />
17
automação<br />
T2. Resultado dos testes <strong>re</strong>alizados com os leito<strong>re</strong>s e tags.<br />
18 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008
F3. Controle de patrimônio em<br />
tempo <strong>re</strong>al.<br />
Através do middlewa<strong>re</strong> desenvolvido<br />
pode-se <strong>re</strong>alizar a leitura dos itens já associados<br />
aos códigos das etiquetas, bem como sua<br />
localização, obtendo o levantamento (identificação)<br />
e a rast<strong>re</strong>abilidade (localização)<br />
do patrimônio de forma automática.<br />
O softwa<strong>re</strong> foi desenvolvido <strong>para</strong> proporcionar<br />
a visualização dos itens encontrados em<br />
um ambiente escolhido, quando submetido<br />
ao leitor RFID, no caso, laboratório B-17<br />
foi encontrado uma mesa e uma cadeira<br />
estofada. Este softwa<strong>re</strong> foi montado de forma<br />
a viabilizar futuros testes de integração ao<br />
sistema de banco de dados já existente.<br />
Protótipo II<br />
Para este protótipo foi utilizado o leitor<br />
AcuWave Active Reader L-RX201, associado<br />
às etiquetas AcuWave Tag Asset L-TG800.<br />
Este tem como objetivo atender ao monitoramento<br />
em tempo <strong>re</strong>al dos itens de alto valor,<br />
justificando o custo das tags utilizadas.<br />
O softwa<strong>re</strong> de demonstração foi adquirido<br />
junto com o Leitor, e está disponível<br />
<strong>para</strong> acesso no computador embarcado<br />
instalado (figura 3).<br />
Conclusões<br />
Os protótipos atenderam as necessidades<br />
planejadas, inclusive podendo ser utilizado<br />
como ferramenta de testes de trabalho <strong>para</strong><br />
as emp<strong>re</strong>sas, kit didático (uso educacional)<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
e <strong>para</strong> o conhecimento de novas tecnologias.<br />
Para concluir pode-se listar ainda alguns<br />
observações <strong>re</strong>levantes do RFID:<br />
a) Não necessita de contato físico;<br />
b) Permite ter acesso a dados em tempo<br />
<strong>re</strong>al;<br />
c) Indústrias, organizações e va<strong>re</strong>jo já<br />
estão identificando os benefícios<br />
da tecnologia;<br />
d) RFID e estão começando a adotá-la<br />
em seus ambientes de trabalho. MA<br />
Antonio D<strong>re</strong>sh Jr. é pós graduado em <strong>Mecatrônica</strong><br />
Industrial; sócio-proprietário da emp<strong>re</strong>sa<br />
Azuum – Tecnologia Industrial especializada<br />
em RFID e exerce atividade como docente na<br />
Faculdade de tecnologia Senai Joinville, nas<br />
á<strong>re</strong>as de Automação e <strong>Mecatrônica</strong> Industrial.<br />
Danny R. Efrom é pós graduado em <strong>Mecatrônica</strong><br />
Industrial; sócio-proprietário da emp<strong>re</strong>sa<br />
Azuum – Tecnologia Industrial especializada<br />
em RFID e exerce atividade como docente na<br />
Faculdade de tecnologia Senai Joinville, nas<br />
á<strong>re</strong>as de Eletrônica Industrial e Sistemas de<br />
Controle.<br />
Dieison Grumovski é técnico em <strong>Mecatrônica</strong><br />
Industrial e bacha<strong>re</strong>lando no curso de Ciência<br />
da Computação.<br />
19
automação<br />
Otimização<br />
na destilação<br />
de etanol?<br />
saiba <strong>mais</strong><br />
Destilação de álcool: Desafio <strong>para</strong><br />
a automação<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 36<br />
Usinas de álcool e açúcar: A Automação<br />
de um setor em franco<br />
desenvolvimento<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 33<br />
A<br />
20 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
s colunas de destilação em geral são equipamentos<br />
de se<strong>para</strong>ção <strong>mais</strong> emp<strong>re</strong>gados na<br />
indústria química, petroquímica e de biocombustíveis.<br />
A sua importância é devido ao alto<br />
custo energético do processo, que, em muitos<br />
casos, é superior a 70% do custo energético<br />
total em indústrias de transformação. Além<br />
de ser o processo que geralmente impede o<br />
aumento da produção (gargalo).<br />
No caso de usinas de etanol, a destilação<br />
é a última etapa do processo. Por isso,<br />
acaba <strong>re</strong>cebendo as influências - na forma<br />
de distúrbios - de variações oriundas de<br />
processos p<strong>re</strong>cedentes, tais como composição<br />
do vinho proveniente do processo de<br />
fermentação e, p<strong>re</strong>ssão e capacidade calorífica<br />
do vapor utilizado <strong>para</strong> aquecer as colunas.<br />
Vapor este que pode ser proveniente do<br />
processo de evaporação no caso de plantas<br />
mistas de açúcar e etanol ou de caldeiras<br />
de vapor utilizadas como fonte de energia<br />
por meio da queima do bagaço (subproduto<br />
da cana de açúcar). Além dos distúrbios,<br />
é necessário lidar também com dife<strong>re</strong>ntes<br />
<strong>re</strong>gimes de operação, a interação ent<strong>re</strong> as<br />
malhas, a existência de tempo morto e as<br />
não linearidades intrínsecas do processo.<br />
Para lidar com todas estas peculiaridades, as<br />
colunas de destilação necessitam de sistemas<br />
de controle capazes de manter o processo<br />
<strong>mais</strong> estável e <strong>eficiente</strong> possível.<br />
André Ribeiro Lins de Albuquerque<br />
Apesar dos projetos de plantas de destilação<br />
atuais se<strong>re</strong>m capazes de ap<strong>re</strong>sentar uma<br />
eficiência na extração de etanol superior a<br />
99%, a energia necessária <strong>para</strong> a produção<br />
poderia ser melhor aproveitada, utilizando<br />
<strong>para</strong> tanto, estratégias de controle <strong>mais</strong><br />
apropriadas ao processo. <strong>Atual</strong>mente, os<br />
apa<strong>re</strong>lhos de etanol possuem uma eficiência<br />
energética que gira em torno de 80%. Este<br />
indicador é mensurado por meio de sistemas<br />
comercias que, utilizando modelos matemáticos<br />
robustos <strong>para</strong> executar o balanço<br />
de massa e energia, calcula-se o consumo<br />
energético ideal <strong>para</strong> cada condição de<br />
entrada em cada apa<strong>re</strong>lho (concentração<br />
alcoólica e temperatura de entrada do vinho).<br />
A eficiência energética é então obtida pela<br />
razão ent<strong>re</strong> o consumo ideal e consumo<br />
<strong>re</strong>al do apa<strong>re</strong>lho (figura 1).<br />
O principal motivo <strong>para</strong> não se obter<br />
melho<strong>re</strong>s indicado<strong>re</strong>s de eficiência energética<br />
é a alta flutuação de variáveis controladas<br />
do processo, tais como: p<strong>re</strong>ssão nas colunas<br />
e temperatura TB4 (temperatura da bandeja<br />
4 na coluna B, utilizada <strong>para</strong> inferir<br />
a concentração alcoólica do etanol). Isso<br />
acaba acar<strong>re</strong>tando um gasto desnecessário<br />
de energia <strong>para</strong> <strong>re</strong>alizar o trabalho de se<strong>para</strong>ção<br />
do etanol.<br />
Além do fator energético, outro fator<br />
de desempenho que pode ser aumentado
F1. Figura ilustrativa que ap<strong>re</strong>senta como<br />
o indicador de eficiência energética é obtido<br />
em função da concentração alcoólica<br />
do vinho de entrada.<br />
significativamente é o <strong>re</strong>fe<strong>re</strong>nte à capacidade<br />
produtiva (figura 2). O motivo<br />
é simples, em muitos momentos de uma<br />
safra de cana-de-açúcar, o “gargalo” deixa<br />
de ser o fornecimento de matéria prima,<br />
passando a ser a capacidade de produção<br />
dos apa<strong>re</strong>lhos de destilação. Portanto,<br />
existe a necessidade de uma tecnologia de<br />
controle que permita que o processo ope<strong>re</strong><br />
em múltiplas condições. Pode-se citar a<br />
condição de máxima economia de energia<br />
(escassez de matéria prima, por exemplo)<br />
e, as condições de produção máxima que<br />
ocor<strong>re</strong>m em situações de excesso de material<br />
a ser destilado.<br />
Para tornar as plantas de produção de<br />
etanol <strong>mais</strong> produtivas, ou seja, produzindo<br />
<strong>mais</strong> e com menos <strong>re</strong>curso, algumas usinas<br />
já começaram a aplicar com sucesso<br />
tecnologias de Controle Avançado como,<br />
por exemplo, o Controle P<strong>re</strong>ditivo Baseado<br />
em Modelos (MPC). O objetivo do<br />
MPC é otimizar a operação de destilação<br />
através da p<strong>re</strong>dição do comportamento<br />
de variáveis controladas, minimizando os<br />
efeitos de distúrbios, acoplamentos ent<strong>re</strong><br />
as malhas e tempos mortos do processo.<br />
Existem <strong>re</strong>gistros <strong>re</strong>centes de ganhos de 6<br />
a até 10% na produtividade dos apa<strong>re</strong>lhos<br />
em usinas de álcool que estão começando<br />
a adotar este tipo de tecnologia.<br />
F2. Rep<strong>re</strong>sentação normalizada de faixas de produção utilizando<br />
o controle <strong>re</strong>gulatório convencional e MPC.<br />
Destilação de Etanol:<br />
B<strong>re</strong>ve Descrição<br />
Os apa<strong>re</strong>lhos de destilação em usinas<br />
de etanol têm a configuração básica como<br />
ap<strong>re</strong>sentado na figura 3. A entrada do<br />
sistema é o vinho proveniente do processo<br />
antecedente – a fermentação - e a sua composição<br />
alcoólica gira em torno de 7 a 12º<br />
GL2 (unidade de medida <strong>para</strong> especificar<br />
o teor alcoólico em volume), água (aproximadamente<br />
90%) e os de<strong>mais</strong> componentes<br />
encontrados em meno<strong>re</strong>s quantidades tais<br />
como: glicerina, ácidos succínico e acético,<br />
leveduras e bactérias, sais minerais, etc.<br />
Para a obtenção do etanol <strong>para</strong> uso<br />
como combustível, também conhecido<br />
como álcool hidratado, tem-se duas principais<br />
operações; destilação propriamente<br />
dita (coluna A) e a <strong>re</strong>tificação (coluna B).<br />
Conforme ap<strong>re</strong>sentado na figura 4.<br />
A coluna A tem por finalidade esgotar<br />
a maior quantidade possível de etanol do<br />
seu produto de fundo, que é denominado<br />
vinhaça. Esta, <strong>re</strong>tirada em uma proporção<br />
aproximada de 12 litros <strong>para</strong> cada litro de<br />
álcool produzido, é utilizada na lavoura como<br />
fertilizante, sendo seu calor parcialmente<br />
<strong>re</strong>cuperado pelo vinho no trocador de calor<br />
K. A finalidade da coluna B é concentrar a<br />
flegma a uma graduação de aproximadamente<br />
96º GL (unidade de medida <strong>para</strong><br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
F3. Apa<strong>re</strong>lho de destilação de etanol.<br />
21
automação<br />
F4. Diagrama P&ID de um apa<strong>re</strong>lho de destilação de álcool hidratado.<br />
F5. Ilustrações do funcionamento da tecnologia MPC. A imagem a) <strong>re</strong>p<strong>re</strong>senta a comunicação<br />
ent<strong>re</strong> os controlado<strong>re</strong>s PIDs de vazão com o MPC; a imagem b) <strong>re</strong>p<strong>re</strong>senta a arquitetura<br />
conceitual do MPC <strong>para</strong> o controle de p<strong>re</strong>ssão da coluna A.<br />
F6. Faixas de operação utilizando o controle de p<strong>re</strong>ssão da coluna A convencional e o MPC.<br />
22 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
especificar o teor alcoólico em volume). A<br />
flegma é alimentada nessa coluna, onde é<br />
concentrada e purificada, sendo <strong>re</strong>tirada sob<br />
a forma de etanol, duas bandejas abaixo do<br />
topo da coluna. Os componentes <strong>mais</strong> voláteis<br />
<strong>re</strong>tirados no topo da coluna B passam por<br />
uma seqüência de condensado<strong>re</strong>s (E, E1 e<br />
E2), dos quais <strong>re</strong>tornam <strong>para</strong> o topo da B<br />
sob a forma de condensado (<strong>re</strong>fluxo). Do<br />
fundo da coluna B é <strong>re</strong>tirada uma solução<br />
aquosa chamada flegmaça que tanto pode<br />
ser <strong>re</strong>ciclada no processo ou eliminada.<br />
Controle e Automação na<br />
Destilação de Etanol<br />
A automação utilizada nos apa<strong>re</strong>lhos<br />
de destilação de etanol combustível (álcool<br />
hidratado) se propõe controlar diversas<br />
variáveis do processo, conforme ap<strong>re</strong>sentado<br />
na figura 4. Alguns destes controles<br />
são <strong>re</strong>alizados na forma mest<strong>re</strong>-escravo<br />
(cascata) e <strong>re</strong>gulatória convencional (PID).<br />
Somente o controle de p<strong>re</strong>ssão nas colunas<br />
e da temperatura da bandeja B4 que devem<br />
ser <strong>re</strong>alizados de forma p<strong>re</strong>ditiva, utilizando<br />
<strong>para</strong> tanto, o controle MPC.<br />
A alimentação do vinho no apa<strong>re</strong>lho deve<br />
ser <strong>re</strong>alizada p<strong>re</strong>fe<strong>re</strong>ncialmente de forma<br />
di<strong>re</strong>ta, ou seja, um controle <strong>re</strong>gulatório de<br />
vazão convencional. Durante muitos anos,<br />
controlou-se a temperatura da bandeja A16<br />
pela variação da alimentação de vinho num<br />
formato de controle em cascata, porém, este<br />
tipo de arquitetura favo<strong>re</strong>ce ao aumento de<br />
transientes no apa<strong>re</strong>lho, em outras palavras,<br />
deixa o sistema <strong>mais</strong> instável. Caso necessita-se<br />
aumentar a produção do apa<strong>re</strong>lho, o<br />
setpoint de vazão de vinho deve ser alterado<br />
obedecendo a uma rampa suave.<br />
Todas as outras vazões de entrada e<br />
saída do apa<strong>re</strong>lho de destilação devem ser<br />
controladas como malhas internas dentro<br />
de uma arquitetura de controle em cascata.<br />
Este tipo de abordagem além de permitir o<br />
controle mest<strong>re</strong> <strong>mais</strong> efetivo das variáveis como<br />
temperaturas no topo e níveis nas bases das<br />
colunas favo<strong>re</strong>cem também o fechamento do<br />
balanço de massa e energia da destilaria.<br />
A aplicação de técnicas de controle<br />
p<strong>re</strong>ditivo baseado em modelo (MPC), <strong>para</strong><br />
controlar variáveis de p<strong>re</strong>ssão nos apa<strong>re</strong>lhos<br />
e temperatura da bandeja B4 (Figura 4), esta<br />
última, utilizada <strong>para</strong> inferir a concentração<br />
alcoólica do etanol de saída, favo<strong>re</strong>ce a estabilidade<br />
do processo e, conseqüentemente, a<br />
economia de energia e aumento da capacidade
F7. Faixas de operação utilizando o controle da temperatura da B4 convencional e o MPC.<br />
produtiva dos apa<strong>re</strong>lhos. O MPC, na prática,<br />
funciona como um controle mest<strong>re</strong> (figura<br />
5a e 5b), definindo os melho<strong>re</strong>s setpoints de<br />
vazão <strong>para</strong> cada <strong>re</strong>gime operacional.<br />
A técnica de controle MPC é uma<br />
estratégia de controle multivariável bastante<br />
difundida na indústria de processos.<br />
O MPC, basicamente utiliza um modelo<br />
dinâmico do processo <strong>para</strong> p<strong>re</strong>dizer o seu<br />
comportamento futuro (figura 5b). Esta<br />
p<strong>re</strong>dição é atualizada, ou corrigida, a cada<br />
iteração, com a medição das variáveis do<br />
processo. As ações de controle são calculadas<br />
de modo a minimizar a dife<strong>re</strong>nça ent<strong>re</strong> a<br />
p<strong>re</strong>dição e a trajetória de <strong>re</strong>ferência.<br />
Ent<strong>re</strong>tanto, a utilização de um modelo<br />
linear na síntese do controlador não é suficiente<br />
<strong>para</strong> garantir um bom desempenho<br />
do controle <strong>para</strong> processos não linea<strong>re</strong>s,<br />
como é o caso de apa<strong>re</strong>lhos de destilação<br />
de etanol. Isto devido a não consideração<br />
de certos comportamentos dinâmicos no<br />
modelo, ou mesmo variações dos parâmetros<br />
em dife<strong>re</strong>ntes condições operacionais.<br />
Nas figuras 6 e 7, são ap<strong>re</strong>sentados o<br />
controle da p<strong>re</strong>ssão na coluna A e a temperatura<br />
da bandeja B4 de uma usina no<br />
interior de São Paulo, aplicando o controle<br />
<strong>re</strong>gulatório convencional e depois de um<br />
período adotando o MPC. Com a diminuição<br />
das flutuações do processo com o<br />
uso do MPC, contatou-se um aumento<br />
na eficiência energética do apa<strong>re</strong>lho de<br />
8%. Isso significa, <strong>para</strong> este apa<strong>re</strong>lho em<br />
questão, uma economia de 3,2 toneladas<br />
de vapor de escape por hora.<br />
Para manter os ganhos atingidos após<br />
a aplicação do MPC, deve-se manter uma<br />
rotina de ge<strong>re</strong>nciamento do desempenho<br />
das malhas de controle, seja <strong>para</strong> sintonizar<br />
os controles <strong>re</strong>gulatórios (PIDs), ou mesmo<br />
atualizar o modelo p<strong>re</strong>ditivo. Isso porque,<br />
após a obtenção do modelo p<strong>re</strong>ditivo e ajustes<br />
das malhas, o desempenho da mesma tende<br />
a se deteriorar lentamente com o tempo, já<br />
que as condições do processo não são semp<strong>re</strong><br />
as mesmas e os hardwa<strong>re</strong>s sof<strong>re</strong>m desgastes<br />
naturais. Desta forma, uma vez detectada uma<br />
perda de desempenho, pode-se diagnosticar<br />
a causa raiz do problema, podendo-se fazer<br />
uma manutenção p<strong>re</strong>ventiva na automação<br />
em destilarias de álcool.<br />
É certo que com a implantação de técnicas<br />
de controle avançado, como o MPC, obtém<br />
- se um salto no <strong>re</strong>ndimento dos apa<strong>re</strong>lhos,<br />
<strong>re</strong>fletindo-se em aumentos de <strong>re</strong>ntabilidade<br />
em curto prazo <strong>para</strong> as destilarias de etanol,<br />
porém, ainda existem margens de ganhos<br />
significativas que podem ser obtidas em<br />
longo prazo, o maior deles é sem dúvida<br />
o aumento da concentração alcoólica no<br />
processo fermentativo, pois, quanto <strong>mais</strong><br />
enriquecido chegar o vinho na destilaria<br />
menor será seu custo energético.<br />
Outro ganho que se pode obter é por<br />
meio de ferramentas de otimização de toda a<br />
destilaria, levando-se em consideração desde<br />
o p<strong>re</strong>paro do mosto, passando pelo processo<br />
fermentativo, centrifugação, destilação até<br />
chegar ao armazenamento do etanol. Com<br />
este tipo de ferramenta, as melho<strong>re</strong>s condições<br />
operacionais <strong>para</strong> cada necessidade de<br />
produção e <strong>re</strong>curso energético será obtida por<br />
meio de modelos matemáticos e algoritmos<br />
sofisticados que buscarão semp<strong>re</strong> a maior<br />
<strong>re</strong>ntabilidade possível dada as condições de<br />
demanda e oferta de etanol e energia. MA<br />
André Ribeiro Lins é PhD em <strong>Mecatrônica</strong> e<br />
Di<strong>re</strong>tor de Negócios da Pentagro Soluções<br />
Tecnológicas.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
23
automação<br />
Monitoramento<br />
online do<br />
desempenho da<br />
planta industrial<br />
Este artigo desc<strong>re</strong>ve os conceitos básicos desde<br />
a automação do processo até a geração e monitoramento<br />
de indicado<strong>re</strong>s de desempenho que<br />
permitem acompanhar em tempo <strong>re</strong>al a “saúde”<br />
dos ativos de uma planta industrial, com<strong>para</strong>ndo o<br />
desempenho atual com o ótimo calculado a partir<br />
de modelos rigorosos do processo<br />
saiba <strong>mais</strong><br />
Sistema de monitoramento e<br />
estimativa dos tempos de<br />
operação do disjuntor<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 31<br />
Cláudio Adriano Policastro<br />
André Ribeiro Lins de Albuquerque<br />
Paulo Garcia de Souza<br />
24 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
<strong>Atual</strong>mente, as emp<strong>re</strong>sas estão sob intensa<br />
p<strong>re</strong>ssão competitiva <strong>para</strong> promover o aumento<br />
da eficiência em seus processos industriais,<br />
por meio de mão de obra <strong>qual</strong>ificada e pela<br />
otimização de seus ativos.<br />
A necessidade de visualizar em tempo<br />
<strong>re</strong>al os dados de produção, custeio e<br />
condições operacionais, <strong>para</strong> tomada de<br />
decisões estratégicas e <strong>re</strong>sposta rápida às<br />
mudanças das condições de operação e<br />
mercado, justifica os grandes investimentos<br />
em infra-estrutura e automação.<br />
Ent<strong>re</strong>tanto, a automação é necessária<br />
mas não é suficiente. Para maximizar a<br />
eficiência do processo e o <strong>re</strong>torno do investimento<br />
nos ativos é necessário investir<br />
em t<strong>re</strong>inamento de operado<strong>re</strong>s e aplicar<br />
técnicas de otimização de processos.
Alie se ao fato que, devido à natu<strong>re</strong>za<br />
dinâmica dos processos industriais, existe<br />
a necessidade de se acompanhar em tempo<br />
<strong>re</strong>al o desempenho dos mesmos. Esta<br />
necessidade originou os conceitos que<br />
forma a base do “Monitoramento online<br />
do desempenho”.<br />
O monitoramento online do desempenho<br />
da planta industrial tornou-se uma ta<strong>re</strong>fa<br />
essencial <strong>para</strong> ge<strong>re</strong>ntes e de<strong>mais</strong> tomado<strong>re</strong>s<br />
de decisão que necessitam manter o controle<br />
de seus ativos e buscam a otimização dos<br />
mesmos. Ele pode ser definido como o<br />
processo de medir a utilização de <strong>re</strong>cursos<br />
existentes, comp<strong>re</strong>endendo os desvios ent<strong>re</strong><br />
o <strong>re</strong>al e o desejado, determinando o impacto<br />
da degradação da utilização ótima destes<br />
<strong>re</strong>cursos em <strong>re</strong>lação aos objetivos estratégicos<br />
de uma organização, por meio, da produção<br />
de indicado<strong>re</strong>s chave de desempenho.<br />
Integração dos Dados<br />
da Planta Industrial<br />
A adoção de uma solução de otimização<br />
online de desempenho se inicia pela integração<br />
dos dados da planta, com o objetivo de<br />
fornecer dados do processo em tempo <strong>re</strong>al<br />
<strong>para</strong> o sistema de monitoramento.<br />
As plantas industriais geram grande<br />
quantidade de dados que não são utilizados<br />
em todo o seu potencial como fonte de<br />
informação e conhecimento, por esta<strong>re</strong>m<br />
dispersos ou desorganizados. A utilização de<br />
soluções da Tecnologia da Informação (TI)<br />
e Tecnologia da Automação (TA) favo<strong>re</strong>ce<br />
a integração da planta industrial, disponibilizando<br />
todos os dados <strong>para</strong> o negócio e<br />
<strong>para</strong> a tomada de decisão, tornando a planta<br />
industrial <strong>mais</strong> transpa<strong>re</strong>nte.<br />
A integração efetiva da planta industrial<br />
e a disponibilização de seus dados <strong>para</strong> os<br />
níveis superio<strong>re</strong>s da emp<strong>re</strong>sa (Engenharia<br />
de Processo, Gerência Industrial, etc) passa<br />
pela integração elementos e sistemas em<br />
diversas camadas ou níveis, como ap<strong>re</strong>sentado<br />
na figura 1.<br />
A integração dos dados da planta industrial<br />
começa pela implantação e integração<br />
de elementos básicos da Tecnologia da<br />
Automação (Atuado<strong>re</strong>s e Senso<strong>re</strong>s), capazes<br />
intervir no processo e detectar o estado<br />
de operação do mesmo. Nesta camada,<br />
encontram-se elementos, como senso<strong>re</strong>s<br />
de nível, de p<strong>re</strong>ssão, de temperatura, de<br />
fim de curso, válvulas, inverso<strong>re</strong>s, moto<strong>re</strong>s,<br />
bombas, ent<strong>re</strong> outros.<br />
Em uma camada superior (Controlado<strong>re</strong>s),<br />
a integração dos dados da planta é<br />
<strong>re</strong>alizada por meio de sistemas de controle<br />
(e.q SDCD ou CLPs) . Toda planta industrial<br />
p<strong>re</strong>cisa de algum tipo de controlador<br />
<strong>para</strong> garantir uma operação segura, estável<br />
e economicamente viável.<br />
Os controlado<strong>re</strong>s monitoram o estado<br />
<strong>re</strong>al do processo, <strong>re</strong>cebendo sinais dos<br />
senso<strong>re</strong>s físicos p<strong>re</strong>sentes em pontos estratégicos.<br />
As grandezas físicas (e.q. p<strong>re</strong>ssão,<br />
temperatura e vazão) são transformados<br />
em sinais disc<strong>re</strong>tos (ligado ou desligado)<br />
ou contínuos (p<strong>re</strong>ssão, nível, vazão, ent<strong>re</strong><br />
outros).<br />
Estas grandezas são então emp<strong>re</strong>gadas<br />
em lógicas de controle que permitem ao<br />
controlador calcular o seu estado de saída<br />
(ação de controle), considerando diversas<br />
especificações (como por exemplo: o set<br />
point de uma temperatura ou p<strong>re</strong>ssão).<br />
Então, esta ação de controle calculada pelo<br />
controlador é convertida em um sinal que<br />
é enviado <strong>para</strong> um atuador (e.q válvula,<br />
motor, bomba) que modifica o estado do<br />
processo, mantendo o mesmo em uma condição<br />
de operação específica e corrigindo<br />
eventuais desvios.<br />
Em uma camada <strong>mais</strong> alta (Superviso<strong>re</strong>s),<br />
encontram-se os sistemas supervisórios<br />
(SCADA ou Supervisory Control and Data<br />
Acquisition). Estes sistemas se comunicam<br />
di<strong>re</strong>tamente com os Controlado<strong>re</strong>s e são<br />
<strong>re</strong>sponsáveis por adquirir os dados dos<br />
senso<strong>re</strong>s e atuado<strong>re</strong>s existentes na planta e<br />
ap<strong>re</strong>sentá-los aos operado<strong>re</strong>s por meio de<br />
uma <strong>re</strong>p<strong>re</strong>sentação gráfica do processo, em<br />
telas de computado<strong>re</strong>s (PC) dedicados <strong>para</strong><br />
a operação de supervisão.<br />
Estes sistemas são capazes de ap<strong>re</strong>sentar<br />
os dados <strong>re</strong>ais do processo na forma de<br />
números, gráficos de barras, gráficos de<br />
tendências e outros elementos, informando<br />
os operado<strong>re</strong>s sob<strong>re</strong> todos os eventos<br />
importantes ocorridos na planta. Estes<br />
sistemas também permitem aos operado<strong>re</strong>s<br />
atuar no processo, alterando as condições<br />
de operação (set point) na <strong>qual</strong> os CLPs<br />
devem manter um processo.<br />
Nesta camada de integração de dados,<br />
os sistemas supervisórios f<strong>re</strong>qüentemente<br />
formam ilhas de automação, controlando<br />
partes isoladas do processo (por exemplo,<br />
destilação, fábrica de açúcar, fermentação,<br />
etc.) sem considerar a integração das informações<br />
de toda a planta.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
F1. Pirâmide de integração dos dados<br />
da planta industrial.<br />
25
automação<br />
Nos últimos<br />
anos, surgiram<br />
também soluções<br />
que permitem a<br />
tomada de<br />
decisões baseadas<br />
em dados<br />
instantâneos<br />
do processo.<br />
”<br />
Para a integração efetiva dos dados,<br />
deve-se adotar, em uma camada superior<br />
da pirâmide de integração (SGP ou Sistemas<br />
de Ge<strong>re</strong>nciamento da Produção), os<br />
denominados sistemas de ge<strong>re</strong>nciamento<br />
de informações da planta (PIMS ou Plant<br />
Information Management System).<br />
Um sistema PIMS adqui<strong>re</strong> periodicamente<br />
dados de processo da planta industrial<br />
de diversas fontes, como os sistemas<br />
supervisório e sistemas de laboratório e,<br />
assim, os <strong>re</strong>úne e armazena em um banco<br />
de dados históricos.<br />
Dessa forma, o PIMS permite a disponibilização<br />
dos dados de toda a planta<br />
industrial <strong>para</strong> utilização por sistemas de<br />
ge<strong>re</strong>nciamento e engenharia de processo, além<br />
de outros sistemas localizados nos níveis <strong>mais</strong><br />
altos de uma emp<strong>re</strong>sa, como por exemplo, os<br />
sistemas de execução da produção (MES ou<br />
Manufacturing Execution Systems).<br />
Sistemas MES são sistemas de gestão<br />
que possibilitam o integrar os níveis administrativos<br />
com a produção, normalmente<br />
gerando e acompanhando um plano de<br />
produção que visa atender aos compromissos<br />
de vendas e as condições de disponibilidade<br />
de estoque e ativos. Idealmente, estes dois<br />
sistemas podem trabalhar em conjunto em<br />
uma arquitetura na <strong>qual</strong> um sistema PIMS<br />
adqui<strong>re</strong> e integra todos os dados da planta<br />
e disponibiliza <strong>para</strong> o sistema MES tratar<br />
estas informações <strong>para</strong> os níveis <strong>mais</strong> altos<br />
da emp<strong>re</strong>sa.<br />
26 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Ent<strong>re</strong>tanto, existe uma grande confusão<br />
ent<strong>re</strong> o papel dos sistemas PIMS e<br />
MES. <strong>Atual</strong>mente, muitos sistemas PIMS<br />
incorporam algumas funcionalidades de<br />
sistemas MES, tornando estes sistemas<br />
<strong>mais</strong> versáteis. Por outro lado, os sistemas<br />
MES que foram concebidos originalmente<br />
<strong>para</strong> o controle de processos de manufatura,<br />
também <strong>re</strong>ceberam funcionalidades de<br />
integração e armazenamento de dados de<br />
processos contínuos e batelada, aumentando<br />
ainda <strong>mais</strong> a sob<strong>re</strong>posição de ta<strong>re</strong>fas ent<strong>re</strong><br />
estes dois sistemas.<br />
Neste ponto, uma maneira simples de<br />
entender o <strong>re</strong>al papel destes dois sistemas<br />
é a seguinte: um sistema PIMS é um deposito<br />
de dados e um sistema MES é um<br />
conjunto de aplicativos que usa os dados<br />
armazenados no PIMS.<br />
É nesta mesma camada de integração<br />
(SGP) que se localizam os sistemas de<br />
monitoramento de desempenho da planta.<br />
Normalmente estes sistemas são módulos<br />
adicionais dos sistemas PIMS ou MES, mas<br />
também podem ser construídos a partir de<br />
soluções de fornecedo<strong>re</strong>s independentes.<br />
Em uma arquitetura efetiva de funcionamento,<br />
estes sistemas de monitoramento<br />
extraem dados dos sistemas PIMS, executam<br />
seus cálculos e tratamentos emp<strong>re</strong>gando os<br />
dados da planta, e esc<strong>re</strong>vem seus <strong>re</strong>sultados<br />
novamente no sistema PIMS <strong>para</strong> que estes<br />
estejam disponíveis <strong>para</strong> o sistema MES ou<br />
<strong>para</strong> os sistemas localizados nos níveis <strong>mais</strong><br />
altos da emp<strong>re</strong>sa.<br />
A execução de um sistema de monitoramento<br />
online do processo, da forma<br />
descrita anteriormente, e a disponibilização<br />
dos <strong>re</strong>sultados <strong>para</strong> as camadas superio<strong>re</strong>s<br />
da emp<strong>re</strong>sa. Isso permite a visualização da<br />
planta industrial, conduzindo à otimização<br />
dos ativos de uma organização, o que<br />
possibilita uma operação <strong>mais</strong> <strong>eficiente</strong><br />
dos negócios.<br />
Na camada <strong>mais</strong> alta da pirâmide de<br />
integração dos dados, encontram-se os<br />
sistemas corporativos de gestão (ERP ou<br />
Enterprise Resource Planning), <strong>re</strong>sponsáveis<br />
pela transformação dos dados e informações<br />
da planta em informações de negócio.<br />
Desta forma, pela implementação desta<br />
estrutura de TI e TA, pode-se integrar os<br />
dados de processo aos de negócio, possibilitando<br />
o alinhamento das estratégias<br />
de produção às estratégias de outras á<strong>re</strong>as<br />
de emp<strong>re</strong>sa.<br />
Monitoramento online<br />
do Processo<br />
A integração dos dados industriais deste<br />
o chão de fábrica até níveis corporativos<br />
pode prover as ferramentas necessárias <strong>para</strong><br />
um gestor tomar decisões em tempo <strong>re</strong>al e<br />
administrar o negócio com eficiência. Uma<br />
das ferramentas <strong>mais</strong> importantes <strong>para</strong> este<br />
processo de gestão é o monitoramento do<br />
processo industrial. Nos últimos anos, o<br />
monitoramento de processo constituiu uma<br />
atividade essencialmente offline e <strong>re</strong>alizada<br />
normalmente com uma periodicidade baixa<br />
(grandes intervalos de tempo), muitas<br />
vezes com o auxílio de simples planilhas<br />
personalizadas. Neste processo de monitoramento,<br />
o tempo necessário <strong>para</strong> gerar e<br />
analisar estas planilhas é demasiado longo<br />
<strong>para</strong> permitir uma ação eficaz baseada nos<br />
<strong>re</strong>sultados.<br />
Como conseqüência, pode-se observar<br />
uma deficiência grande na <strong>qual</strong>idade e na<br />
velocidade das ações <strong>para</strong> a <strong>re</strong>cuperação<br />
de uma queda de desempenho da planta<br />
industrial.<br />
Nos últimos anos, surgiram também<br />
soluções que permitem a tomada de decisões<br />
baseadas em dados instantâneos do<br />
processo. Isso permite o acompanhamento<br />
do processo a <strong>qual</strong>quer momento do dia ou<br />
de um período desejado. Ent<strong>re</strong>tanto, estas<br />
soluções se limitam a monitorar as faixas de<br />
especificações e comportamentos estatísticos<br />
das variáveis do processo.<br />
Adicionalmente, estas soluções não<br />
permitem a busca pela condição operacional<br />
ótima da planta, uma vez que, não existe<br />
um modelo do processo <strong>para</strong> ser com<strong>para</strong>do<br />
com a situação atual do processo <strong>re</strong>al.<br />
Neste contexto, técnicas de monitoramento<br />
online que utilizam modelos<br />
matemáticos do processo e <strong>re</strong>conciliação de<br />
dados podem superar a estas deficiências,<br />
o que possibilita a tomada de decisão no<br />
momento certo, utilizando informação com<br />
alta <strong>qual</strong>idade e confiabilidade.<br />
Estas técnicas utilizam o modelo matemático<br />
do processo <strong>para</strong> com<strong>para</strong>r os dados<br />
da planta <strong>re</strong>al e determinar os desvios existentes<br />
em termos de operação e utilização<br />
de <strong>re</strong>cursos. Isso permite que estas soluções<br />
apontem semp<strong>re</strong> a dife<strong>re</strong>nça ent<strong>re</strong> o estado<br />
atual da planta industrial e seu ponto ótimo<br />
de operação, podendo <strong>re</strong>sultar em ganhos<br />
aproximados ent<strong>re</strong> 1-4% em eficiência do<br />
processo.
Estas técnicas também utilizam a <strong>re</strong>conciliação<br />
de dados <strong>para</strong> melhorar a p<strong>re</strong>cisão<br />
das medições, pela <strong>re</strong>dução do efeito dos erros<br />
introduzidos nos dados e pelo processo de<br />
medição (ruídos, má instalação de senso<strong>re</strong>s,<br />
senso<strong>re</strong>s descalibrados, etc).<br />
A principal dife<strong>re</strong>nça ent<strong>re</strong> a <strong>re</strong>conciliação<br />
de dados e outras técnicas de filtragem<br />
é que a <strong>re</strong>conciliação faz uso explicito de<br />
um modelo matemático do processo que<br />
fornece as <strong>re</strong>strições e <strong>re</strong>lações ent<strong>re</strong> as<br />
variáveis.<br />
Esta técnica obtém estimativas <strong>mais</strong><br />
p<strong>re</strong>cisas das variáveis do processo, por meio<br />
de um ajuste das medidas brutas (extraídas<br />
da planta) <strong>para</strong> satisfazer às <strong>re</strong>strições e<br />
<strong>re</strong>lações impostas pelo modelo do processo.<br />
Como <strong>re</strong>sultado deste tratamento, esperase<br />
obter medidas <strong>mais</strong> p<strong>re</strong>cisas do que as<br />
medidas brutas extraídas da planta.<br />
O objetivo fundamental de uma solução<br />
baseada nas técnicas de monitoramento<br />
online de desempenho fundamentado em<br />
modelos matemáticos do processo com<br />
<strong>re</strong>conciliação de dados é a extração de<br />
informação útil e consistente dos dados<br />
brutos do processo <strong>para</strong> suportar a tomada<br />
de decisão operacional da alta <strong>qual</strong>idade.<br />
As informações geradas por este tipo de<br />
solução pode conduzir à detecção de falhas<br />
de medição, degradação do desempenho<br />
da planta, necessidade de manutenção dos<br />
equipamentos, ent<strong>re</strong> outros benefícios.<br />
Além disso, estas soluções melhoram<br />
o tempo de tomada de decisão sob<strong>re</strong> os<br />
processos industriais, pela disponibilização<br />
de indicado<strong>re</strong>s de desempenho estratégicos<br />
<strong>para</strong> suporte a decisão.<br />
Os indicado<strong>re</strong>s de desempenho medem<br />
o nível de desempenho de um processo,<br />
focando no “como” e indicando quão<br />
bem a utilização dos <strong>re</strong>cursos da emp<strong>re</strong>sa<br />
permitem que o objetivo do negócio seja<br />
alcançado. Estes indicado<strong>re</strong>s podem <strong>re</strong>velar<br />
aspectos importantes e essenciais do<br />
processo, como a eficiência energética ou<br />
a eficiência da operação de transformação<br />
da matéria-prima, ent<strong>re</strong> outros aspectos<br />
que possibilitem a uma emp<strong>re</strong>sa alcançar<br />
os seus objetivos estratégicos.<br />
O cálculo destes indicado<strong>re</strong>s estratégicos<br />
é favo<strong>re</strong>cido pela existência do modelo<br />
matemático do processo, uma vez que, o<br />
desempenho atual do processo <strong>re</strong>al pode ser<br />
com<strong>para</strong>do ao desempenho <strong>re</strong>querido <strong>para</strong><br />
o mesmo, dado pelo modelo matemático<br />
F2. Estrutura de uma solução efetiva de monitoramento on-line de processos.<br />
alimentado pelos dados extraídos da planta,<br />
permitindo a indicação das dife<strong>re</strong>nças ent<strong>re</strong><br />
a planta <strong>re</strong>al e o ótimo p<strong>re</strong>tendido <strong>para</strong> a<br />
mesma. Estes indicado<strong>re</strong>s possibilitam aos<br />
tomado<strong>re</strong>s de decisão concentrar sua atenção<br />
somente nas partes <strong>mais</strong> importantes das<br />
informações sob<strong>re</strong> o processo, levando à<br />
tomada de decisão de forma <strong>mais</strong> rápida<br />
e <strong>mais</strong> p<strong>re</strong>cisa.<br />
Desta forma, a adoção desta solução<br />
possibilita a busca contínua pela condição<br />
operacional ótima dos processos, constituindo<br />
o primeiro passo na di<strong>re</strong>ção da implantação<br />
de um ciclo contínuo de melhorias dos processos<br />
industriais (controles avançados de<br />
processo e otimizado<strong>re</strong>s operacionais).<br />
Existem diversas camadas de funcionalidades<br />
e integração de dados <strong>para</strong> uma<br />
solução efetiva de monitoramento online do<br />
desempenho, como ilustrado na figura 2.<br />
Inicialmente, as medidas da planta e<br />
os dados de laboratório são coletados e<br />
armazenadas em um sistema historiador de<br />
dados de processo (1). Então, o sistema de<br />
monitoramento é acionado em intervalos<br />
que podem variar desde minutos até horas<br />
e executa a <strong>re</strong>conciliação de dados por<br />
balanço de massa e energia, utilizando os<br />
dados extraídos da planta industrial (2).<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
Como <strong>re</strong>sultado, diversos indicado<strong>re</strong>s<br />
de desempenho do processo e dados de<br />
balanço de massa e energia são gerados e<br />
armazenados no historiador (3). Paralelamente,<br />
<strong>re</strong>gras de monitoramento baseadas<br />
em degradação dos indicado<strong>re</strong>s (níveis de<br />
tolerância) podem alertar os tomado<strong>re</strong>s<br />
de decisão (4) quando está na hora <strong>para</strong><br />
examinar o processo e desenvolver novas<br />
estratégias <strong>para</strong> a melhoria do mesmo.<br />
Ao final do processo de monitoramento,<br />
os <strong>re</strong>sultados ficam disponíveis <strong>para</strong> os<br />
ge<strong>re</strong>ntes e engenheiros de processo <strong>para</strong> a<br />
tomada de decisões estratégicas (5). Estes<br />
<strong>re</strong>sultados também podem ser enviados aos<br />
níveis <strong>mais</strong> altos da emp<strong>re</strong>sa pela integração<br />
com os sistemas ge<strong>re</strong>nciais localizados em<br />
camadas superio<strong>re</strong>s da pirâmide de integração<br />
dos dados da planta.<br />
MA<br />
Cláudio Adriano Policastro é Ph.D. em Computação<br />
e Di<strong>re</strong>tor de Operações da Pentagro<br />
Soluções Tecnológicas;<br />
André Ribeiro Lins de Albuquerque é Ph.D.em<br />
<strong>Mecatrônica</strong> e Di<strong>re</strong>tor de Negócios da Pentagro<br />
Soluções Tecnológicas;<br />
Paulo Garcia de Souza é mest<strong>re</strong> em Física e<br />
Executivo de Negócios da Invensys Process<br />
System do Brasil.<br />
27
instrumentação<br />
Placas de aquisição<br />
e controle NI<br />
Single-Board RIo<br />
O hardwa<strong>re</strong> Single-Board RIO (sbRIO), da National<br />
Instruments, consiste em um computador Real-time com<br />
barramentos I/O <strong>re</strong>configuráveis controlados através<br />
de um chip FPGA. O FPGA permite a customização<br />
dos parâmetros de temporização e processamento<br />
de sinais <strong>para</strong> as linhas de I/O. Toda a programação<br />
da placa é feita através dos módulos LabVIEW FPGA<br />
e LabVIEW Real-Time. As placas sbRIO foram projetadas<br />
<strong>para</strong> aplicações embedded de alto volume<br />
em controle e aquisição de dados<br />
saiba <strong>mais</strong><br />
National Instruments<br />
www.ni.com/singleboard/<br />
www.ni.com/fpga/rio.htm<br />
28 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Roberto Cunha<br />
os dispositivos single-board RIO são compostos<br />
por um processador industrial, de 32 bits,<br />
F<strong>re</strong>escale MPC5200 com f<strong>re</strong>qüências de clock<br />
de 266 ou 400 Mhz, sistema operacional<br />
de tempo <strong>re</strong>al (RTOS) VxWorks, da Wind<br />
River e um chip FPGA da família Spartan-3,<br />
da Xilinx. A arquitetura de um dispositivo<br />
sbRIO pode ser vista na figura 1.<br />
Todas as linhas de I/O são conectadas<br />
di<strong>re</strong>tamente ao chip FPGA que permite customização,<br />
em baixo nível, das caracerísticas<br />
de temporização (timing) e processamento de<br />
sinais. O FPGA está conectado ao processador<br />
de tempo <strong>re</strong>al através de um barramento<br />
PCI de alto desempenho. A programação<br />
do dispositivo com o LabVIEW possui<br />
mecanismos que permitem a transferência<br />
de dados das linhas de I/O <strong>para</strong> o chip<br />
FPGA e do FPGA <strong>para</strong> o processador <strong>para</strong><br />
análises em tempo <strong>re</strong>al, pós-processamento,<br />
data logging ou comunicação com um<br />
computador host em <strong>re</strong>de.<br />
Como pode ser visto no diagrama de<br />
blocos, cada dispositivo sbRIO possui três<br />
slots de expansão que permitem a conexão<br />
de módulos adicionais de I/O da série C.<br />
A faixa de temperaturas de operação vai<br />
de -20º a +55ºC, alimentação ent<strong>re</strong> 19 e<br />
30Vdc. Ap<strong>re</strong>senta ainda um <strong>re</strong>lógio de tempo<br />
<strong>re</strong>al (RTC) com bateria de backup.<br />
A família de dispositivos sbRIO possui<br />
8 modelos que estão listados na tabela 1.
F1. Diagrama de blocos de<br />
uma placa sbRIO. F2. Circuito de entrada <strong>para</strong> um canal analógico.<br />
Programação em LabVIEW<br />
Com a utilização do ambiente de desenvolvimento<br />
gráfico LabVIEW, da National<br />
Instruments, pode ser feita toda a<br />
programação do processador de tempo <strong>re</strong>al,<br />
do FPGA e das entradas e saídas de seu<br />
sistema embedded de controle, monitoração,<br />
processamento ou data logging, tudo<br />
dentro do mesmo projeto. A programação<br />
do processador de tempo <strong>re</strong>al deverá ser feita<br />
através do módulo LabVIEW Real-Time<br />
Module e o FPGA através do LabVIEW<br />
FPGA Module.<br />
O módulo LabVIEW Real-Time Module<br />
inclui blocos de funções <strong>para</strong> controle de<br />
aplicações em ponto flutuante, processamento,<br />
analise, data logging e comunicações.<br />
Além disso possui funções como:<br />
tecnologia LabVIEW sha<strong>re</strong>d variable<br />
que permite comunicação em <strong>re</strong>de de<br />
sistemas embedded <strong>re</strong>al-time;<br />
temporização determinística por<br />
softwa<strong>re</strong> com <strong>re</strong>solução na faixa de<br />
microsegundos;<br />
<strong>mais</strong> de 600 funções <strong>para</strong> controle<br />
avançado de aplicações em ponto flutuante<br />
e processamento de sinais;<br />
possibilidade de integração de código<br />
já existente em C/C ++ figurável dentro do sistema RIO de modo<br />
a obter aplicações customizadas, controle<br />
de alta velocidade, controle de temporização<br />
de entrada/saída e processamento de<br />
sinais. Esse módulo também ap<strong>re</strong>senta as<br />
seguintes funções:<br />
• component-level IP (CLIP) Node<br />
<strong>para</strong> a integração de código HDL<br />
já existente;<br />
• FPGA Wizard <strong>para</strong> a criação de<br />
código de tempo <strong>re</strong>al e FPGA;<br />
• módulo LabVIEW Statechart <strong>para</strong><br />
a implementação de controles baseados<br />
em FPGA, máquinas de<br />
estado, etc;<br />
• bapacidade de simulação de sistemas<br />
FPGA <strong>para</strong> desenvolvimento e<br />
cor<strong>re</strong>ção de erros;<br />
•<br />
• blocos de funções de ponto fixo,<br />
incluindo, Fast Fourier transform<br />
(FFT), PID multicanal, gerado<strong>re</strong>s<br />
•<br />
de sinal, filtro notch, etc.<br />
A fim de <strong>re</strong>duzir os problemas <strong>re</strong>lacionados<br />
com a criação, cor<strong>re</strong>ção e validação<br />
•<br />
de drivers <strong>para</strong> os componentes de hardwa<strong>re</strong><br />
do sistema embedded, são fornecidas funções<br />
como:<br />
•<br />
• funções de interfaceamento ent<strong>re</strong><br />
.<br />
Entradas/Saídas analógicas, digitais<br />
• ferramentas <strong>para</strong> <strong>re</strong>plicação do sistema e de comunicação e o FPGA;<br />
permitindo sua distribuição.<br />
• funções de transferência de dados<br />
O módulo LabVIEW FPGA Module <strong>para</strong> comunicação ent<strong>re</strong> o FPGA e<br />
permite a programação do FPGA <strong>re</strong>con- o processador;<br />
Modelo Clock do Memória FPGA Linhas DIO Canais AI<br />
processador (DRAM) (gates) (3,3V)<br />
(Mhz)<br />
MB<br />
sbRIO-9601 266<br />
64 1M 110<br />
0<br />
sbRIO-9602 400<br />
128 2M 110<br />
0<br />
sbRIO-9611 266<br />
64 1M 110<br />
32<br />
sbRIO-9612 400<br />
128 2M 110<br />
32<br />
sbRIO-9631 266<br />
64 1M 110<br />
32<br />
sbRIO-9632 400<br />
128 2M 110<br />
32<br />
sbRIO-9641 266<br />
64 1M 110<br />
32<br />
sbRIO-9642 400<br />
128 2M 110<br />
32<br />
T1. Características dos modelos de placas single-board RIO.<br />
Canais AO<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
4<br />
4<br />
4<br />
4<br />
Linhas DIO<br />
(24V)<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
32/32<br />
32/32<br />
Slots de<br />
expansão<br />
(Série C)<br />
3<br />
3<br />
3<br />
3<br />
3<br />
3<br />
3<br />
3<br />
instrumentação<br />
• métodos <strong>para</strong> interfaceamento ent<strong>re</strong><br />
FPGA e/ou processador e a<br />
memória;<br />
• funções de interfaceamento ent<strong>re</strong><br />
o processador e periféricos (interface<br />
serial RS232 e comunicação<br />
Ethernet);<br />
• drivers multita<strong>re</strong>fa <strong>para</strong> sistemas de<br />
alto desempenho.<br />
Características do hardwa<strong>re</strong><br />
As placas sbRIO foram projetadas com<br />
trilhas ap<strong>re</strong>sentando uma impedância característica<br />
de 60 ohms. Isso significa que<br />
existirá um descasamento de impedância<br />
com a maioria dos flat cables encontrados,<br />
que ap<strong>re</strong>sentam impedância característica<br />
em torno de 110 ohms. Apesar disso, na<br />
maior parte das aplicações esse fato não será<br />
problema, especialmente se boas conexões<br />
de terra dos sinais fo<strong>re</strong>m providenciadas.<br />
Caso persistam problemas de integridade<br />
de sinal, deve-se procurar cabos que ap<strong>re</strong>sentem<br />
impedância característica <strong>mais</strong><br />
próxima de 60 ohms.<br />
Cada entrada analógica ap<strong>re</strong>senta um<br />
circuito que pode ser visto na figura 2, estas<br />
entradas não ap<strong>re</strong>sentam isolação.<br />
Este tipo de entrada pode ser utilizado<br />
<strong>para</strong> medição de sinais balanceados (medição<br />
dife<strong>re</strong>ncial) e desbalanceados (medição em<br />
<strong>re</strong>lação ao terra). A utilização de medição<br />
dife<strong>re</strong>ncial irá <strong>re</strong>duzir o número de canais<br />
disponíveis pela metade, mas permite medições<br />
<strong>mais</strong> p<strong>re</strong>cisas e menos sensíveis a ruído.<br />
O circuito de uma saída analógica pode<br />
ser visto na figura 3. Pode se perceber pelo<br />
diagrama que as saídas não ap<strong>re</strong>sentam<br />
isolação mas possuem proteção contra<br />
sob<strong>re</strong>tensão e curto circuito.<br />
Todas as saídas analógicas permanecem<br />
sem alimentação até um dado seja enviado. A<br />
partir desse ponto a saída será energizada ao<br />
nível de tensão configurado por softwa<strong>re</strong>.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
29
instrumentação<br />
F3. Circuito de uma saída analógica.<br />
F4. Conexão com uma entrada digital.<br />
F5. Conexão com uma saída digital.<br />
F6. Arranjo de saídas <strong>para</strong> aumento de capacidade de cor<strong>re</strong>nte.<br />
30 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
As entradas digitais de 24V são do tipo<br />
sinking, o que significa que o pino de entrada<br />
fornece um <strong>caminho</strong> <strong>para</strong> o terra. O<br />
esquema de conexão com uma entrada digital<br />
pode ser visto na figura 4. Estas entradas<br />
também não ap<strong>re</strong>sentam isolação.<br />
As saídas digitais de 24V podem ser<br />
conectadas di<strong>re</strong>tamente a diversos dispositivos<br />
industriais como moto<strong>re</strong>s, atuado<strong>re</strong>s,<br />
<strong>re</strong>les e lampadas. É importante lembrar que<br />
esses dispositivos não podem ultrapassar os<br />
limites de tensão e cor<strong>re</strong>nte das saídas. O<br />
esquema de conexão de uma saída digital<br />
pode ser visto na figura 5.<br />
As saídas digitais de 24V <strong>re</strong>que<strong>re</strong>m<br />
uma alimentação se<strong>para</strong>da com valo<strong>re</strong>s<br />
ent<strong>re</strong> 6 e 35Vdc.<br />
É possível aumentar o limite de cor<strong>re</strong>nte<br />
de uma saída digital, que é de 250 mA por<br />
padrão.<br />
Para poder fornecer uma cor<strong>re</strong>nte de 1<br />
A, por exemplo, é possível se utilizar quatro<br />
saídas conectadas em <strong>para</strong>lelo, conforme<br />
pode ser visto na figura 6.<br />
Outra maneira de aumentar a capacidade<br />
de cor<strong>re</strong>nte de cada saída é adicionar um<br />
dissipador de calor ao transistor <strong>re</strong>sponsável<br />
pela saída. O dissipador deve ser escolhido<br />
de forma a manter a temperatura do transistor<br />
abaixo de 65º <strong>para</strong> uma temperatura<br />
ambiente de 55º C. Neste caso cada canal<br />
poderá manejar cor<strong>re</strong>ntes de até 1,5 A.<br />
Deve-se <strong>re</strong>speitar um limite máximo de 20<br />
A <strong>para</strong> o conjunto de todas as saídas.<br />
Quando cargas indutivas fo<strong>re</strong>m acionadas,<br />
deve-se implementar uma proteção<br />
contra picos de tensão <strong>re</strong>versa.<br />
Conclusão<br />
As placa Single-Board RIO se destinam<br />
ao desenvolvimento de sistemas embedded<br />
de controle e aquisição de dados ap<strong>re</strong>sentando<br />
<strong>re</strong>cursos de processamento <strong>re</strong>al-time<br />
e de entrada/saída configuráveis através<br />
de chip FPGA que atendem ao mercado<br />
industrial.<br />
Utilizando-se de componentes de grau<br />
industrial, podem ser integradas a sistemas<br />
de chão de fábrica e mesmo a ambientes<br />
com características <strong>mais</strong> severas.<br />
Junto com o ambiente de desenvolvimento<br />
LabVIEW formam uma plataforma<br />
versátil e de alto desempenho. MA<br />
Roberto Cunha é Engenheiro Elétrico e compõe<br />
a equipe de <strong>re</strong>dato<strong>re</strong>s da <strong>re</strong>vista.
Aquisição de<br />
dados em<br />
plataformas<br />
Multico<strong>re</strong><br />
Problemas <strong>re</strong>lacionados ao custo computacional de aplicações de<br />
aquisição de dados são comumente enf<strong>re</strong>ntados por técnicos e<br />
engenheiros, que muitas vezes não possuem outra alternativa senão<br />
minimizar algumas funções de seus sistemas em prol de outras.<br />
Cabe ao desenvolvedor decidir se o <strong>mais</strong> importante é adquirir<br />
um maior número de pontos ou manter uma interface gráfica com<br />
<strong>re</strong>cursos estéticos tridimensionais, ou monitoração de intervenções<br />
do usuário, por exemplo. Obviamente, esta decisão deverá ser<br />
tomada com considerações à aplicação, e neste quesito podem se<br />
destacar os melho<strong>re</strong>s profissionais. O equilíbrio ent<strong>re</strong> desempenho<br />
e funcionalidade pode ser o dife<strong>re</strong>ncial<br />
saiba <strong>mais</strong><br />
Especial - Aquisição de dados<br />
Saber Eletrônica 425<br />
Hamilton Badin Jr.<br />
instrumentação<br />
Nyquist<br />
Segundo o Teo<strong>re</strong>ma de Nyquist, a<br />
f<strong>re</strong>qüência de aquisição de um sinal analógico<br />
deve ser igual ou maior ao dobro da<br />
f<strong>re</strong>qüência do sinal estudado.<br />
Wo > = 2W<br />
Ignorar este teo<strong>re</strong>ma pode ocasionar<br />
medições erradas. A figura 1 mostra um<br />
sinal senoidal de 5 MHz adquirido a uma<br />
taxa de 6 MS/s. A curva pontilhada demonstra<br />
a aquisição efetuada, gerando o<br />
fenômeno conhecido como “aliasing”, onde<br />
o sinal medido possui uma f<strong>re</strong>qüência de<br />
apenas 1MHz.<br />
Estas considerações nos auxiliam na<br />
especificação do hardwa<strong>re</strong> cor<strong>re</strong>to. Mas e<br />
quando nosso código não possui processamento<br />
adequado?<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
31
instrumentação<br />
F1. Sinal com “aliasing”.<br />
Estudo de caso<br />
Imaginemos a seguinte aplicação: uma<br />
máquina com a função de montagem de<br />
duas peças, encaixadas com interferência<br />
mecânica que deverá ser controlada, conforme<br />
ilustra a figura 2.<br />
Uma interferência muito alta pode ocasionar<br />
a má acomodação das peças enquanto<br />
que interferências muito baixas não garantirão<br />
a segurança da montagem final.<br />
Portanto, p<strong>re</strong>cisamos controlar algumas<br />
variáveis neste processo. Basicamente, duas<br />
grandezas são suficientes: posição e carga<br />
de inserção.<br />
Possuímos ainda a seguinte condição:<br />
nosso sistema de aquisição deve monitorar<br />
sinais digitais de início e fim de aquisição,<br />
transmitidos por um equipamento externo<br />
que controla o acionamento mecânico <strong>para</strong><br />
a montagem das peças.<br />
Temos portanto um sistema em malha<br />
aberta, onde o controlador apenas executa<br />
a montagem e informa ao sistema de aquisição<br />
de dados quando iniciar e quando<br />
finalizar a coleta dos valo<strong>re</strong>s vindos dos<br />
transduto<strong>re</strong>s.<br />
Analisemos o algoritmo simplificado<br />
do sistema de aquisição (figura 3).<br />
Note que o sistema apenas coleta os<br />
valo<strong>re</strong>s <strong>para</strong> analisá-los posteriormente. Com<br />
este procedimento priorizamos a aquisição<br />
dos dados, que é o que <strong>re</strong>almente importa<br />
naquele momento, e a análise é executada<br />
após os acontecimentos controlados, onde<br />
possuímos um tempo muito maior <strong>para</strong><br />
efetuar cálculos matemáticos, desenhar<br />
gráficos e monitorar desvios.<br />
Porém uma característica deste modelo<br />
ocasiona perda na taxa de aquisição: a<br />
monitoração do fim da aquisição (pois se<br />
encontra no laço de aquisição).<br />
32 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
F2. Peça montada com interferência<br />
mecânica.<br />
O leitor pode imaginar que esta simples<br />
função não geraria perdas tão graves, mas<br />
vale lembrar que neste momento, o processamento<br />
e o barramento de dados da máquina<br />
serão di<strong>re</strong>cionados <strong>para</strong> esta função, e em<br />
aplicações de análises determinísticas, este<br />
simples desvio pode ser desastroso.<br />
Processamento multico<strong>re</strong><br />
Com a abrangência da nova tecnologia de<br />
processado<strong>re</strong>s multico<strong>re</strong> (múltiplos núcleos)<br />
ab<strong>re</strong>m-se novas possibilidades <strong>para</strong> aplicações<br />
em automação industrial que exijam alta<br />
velocidade de processamento.<br />
Algumas linguagens de programação já<br />
disponibilizam o controle de utilização do<br />
processamento com seleção do núcleo em<br />
que o código, ou parte dele, será processado.<br />
Este é o caso do LabVIEW, da National<br />
Instruments, que desde a versão 5 possui<br />
suporte “multith<strong>re</strong>aded”, porém somente<br />
a partir da versão 8, teve este controle disponibilizado<br />
ao usuário (figura 4).<br />
F3. Fluxograma simplificado de aquisição<br />
de dados de posição e carga.<br />
F4. Processador multico<strong>re</strong>.<br />
A figura 5 demonstra um código em<br />
LabVIEW 8.5, com dois laços rodando em<br />
<strong>para</strong>lelo e em núcleos se<strong>para</strong>dos. Este código<br />
executa 200 mil iterações em cada núcleo<br />
e finaliza a aplicação. O <strong>re</strong>sultado obtido<br />
em uma máquina com processador Intel<br />
Co<strong>re</strong> 2 Duo T5550, 1,83 GHz, com 2 GB<br />
de RAM pode ser visto na figura 6.<br />
Alterando o código <strong>para</strong> que ambos os<br />
laços sejam executados somente no núcleo 0,<br />
conforme figura 7, podemos verificar que a<br />
utilização deste núcleo aumentou, porém de<br />
forma superior ao esperado (figura 8).<br />
Este fato é <strong>re</strong>sultado da utilização serial<br />
do mesmo núcleo por dois códigos. Note
F5. Código de exemplo em LabVIEW 8.5 utilizando<br />
dois núcleos do processador.<br />
F6. Histórico de uso dos núcleos.<br />
F8. Histórico de uso do núcleo 0.<br />
que o núcleo 1 permanece em atividade<br />
(ge<strong>re</strong>nciamento do sistema operacional)<br />
e portanto o núcleo 0 é integralmente<br />
utilizado pela aplicação, mas mesmo<br />
assim, com <strong>re</strong>sultado aquém do teste em<br />
<strong>para</strong>lelo.<br />
F9. Código no núcleo 0.<br />
F10. Código no núcleo 1.<br />
Retomando nosso estudo de caso, podemos<br />
imaginar que utilizando um núcleo<br />
<strong>para</strong> aquisição dos valo<strong>re</strong>s de posição e<br />
carga e outro núcleo <strong>para</strong> verificação do<br />
fim da aquisição, eliminamos o consumo<br />
de processamento anteriormente citado.<br />
instrumentação<br />
F7. Código de exemplo em LabVIEW 8.5 utilizando um núcleo<br />
do processador (ambos os laços no núcleo 0).<br />
F11. Processador Intel de 80 núcleos.<br />
Nosso algoritmo ficaria da seguinte forma<br />
(figura 9 e figura 10).<br />
De fato, esta prática melhora muito<br />
aplicações de aquisição de dados.<br />
Já podemos vislumbrar em um futuro<br />
não tão distante, aplicações em CPU´s com<br />
um número maior de núcleos e possibilidades<br />
de aplicações muito <strong>mais</strong> complexas<br />
e <strong>eficiente</strong>s (figura 11).<br />
Conclusão<br />
As tecnologias de multi-processamento<br />
continuam evoluindo. Problemas complexos<br />
são <strong>re</strong>solvidos cada vez <strong>mais</strong> rápidos com<br />
métodos computacionais cada vez <strong>mais</strong><br />
avançados. Pouco a pouco vamos integrando<br />
estas novidades em nossas atividades<br />
rotineiras melhorando nossos projetos e<br />
criando novos <strong>para</strong>digmas a se<strong>re</strong>m quebrados.<br />
Logo pode<strong>re</strong>mos criar aplicações<br />
em processado<strong>re</strong>s com muito <strong>mais</strong> núcleos<br />
e certamente a automação tende a tomar<br />
novos rumos.<br />
MA<br />
Hamilton Badin Jr. é tecnólogo em mecatrônica<br />
e projetista em automação industrial.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
33
case<br />
T<strong>re</strong>m<br />
esmerilhador é<br />
implantado em<br />
á<strong>re</strong>a industrial da<br />
Companhia Vale<br />
Acompanhe o desafio logístico <strong>para</strong> corrigir<br />
imperfeições e modernizar máquinas<br />
saiba <strong>mais</strong><br />
A tecnologia sob<strong>re</strong> trilhos<br />
que move São Paulo<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 27<br />
GE Fanuc<br />
www.gefanuc.com<br />
34 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
N<br />
o segundo semest<strong>re</strong> de 2006, a GE Fanuc<br />
Intelligent Platforms, uma unidade da GE<br />
Enterprise Solutions, junto com a emp<strong>re</strong>sa<br />
Automation Integração de Sistemas Ltda<br />
implantou o projeto T<strong>re</strong>m Esmerilhador na<br />
ferrovia Estrada de Ferro Carajás (EFC),<br />
administrada pela gerência de manutenção<br />
industrial e máquinas de vias (Garug) da<br />
Companhia Vale. A EFC liga a Mina de<br />
Carajás no sul do Pará ao Porto de São Luís<br />
no Maranhão.
F1. GE Fanuc junto com a Automation<br />
Integração implantaram o projeto T<strong>re</strong>m<br />
esmerilhador na ferovia Estrada de<br />
ferro Carajás.<br />
O projeto consistiu em corrigir imperfeições<br />
superficiais da ferrovia com máquinas<br />
de esmerilhamento. Além da modernização<br />
das três máquinas, o objetivo principal foi<br />
permitir que a partir de uma máquina se<br />
controlasse as outras duas. Antes, cada<br />
máquina trabalhava individualmente.<br />
Um bom serviço de esmerilhamento,<br />
utilizando uma única máquina, demandava<br />
que o mesmo t<strong>re</strong>cho fosse percorrido três<br />
vezes. Com isso, a máquina tinha que, após<br />
esmerilhar o t<strong>re</strong>cho uma vez, <strong>re</strong>tornar duas<br />
vezes <strong>para</strong> novos esmerilhamentos, o que<br />
demandava muito tempo. O trabalho com as<br />
máquinas em conjunto dispensou a necessidade<br />
de <strong>re</strong>tornos, otimizando a produção.<br />
Um desafio logístico p<strong>re</strong>cisou ser vencido<br />
durante sua implementação, por tratar-se de<br />
um equipamento móvel que trabalha p<strong>re</strong>stando<br />
manutenção a uma linha fér<strong>re</strong>a com<br />
extensão aproximada de 890 km e com tempos<br />
limitados de <strong>para</strong>da <strong>para</strong> manutenção.<br />
Foi necessário substituir todo o sistema<br />
de supervisão e controle da máquina Pandrol<br />
<strong>para</strong> deixá-lo compatível com as máquinas<br />
Speno, que já utilizavam equipamentos da<br />
GE Fanuc. Para a nova configuração, foi<br />
utilizado um PLC da família 90-30, IHMs<br />
do modelo QuickPanel, um computador<br />
<strong>para</strong> o supervisório Proficy CIMPLICITY<br />
HMI, telefones fixos, rádios do modelo<br />
Aeronet e telefones WiFi, ambos da Cisco,<br />
dent<strong>re</strong> outros equipamentos. Os cartões<br />
de IO foram interligados por uma <strong>re</strong>de<br />
Profibus DP.<br />
O sistema de rádios permite a comunicação<br />
de dados necessária <strong>para</strong> controlar, a<br />
partir de uma máquina, as outras duas, e<br />
a comunicação ent<strong>re</strong> funcionários através<br />
de voz sob<strong>re</strong> IP. Para a comunicação ent<strong>re</strong><br />
os três PLCs, foi utilizada a ferramenta<br />
Ethernet Global Data e <strong>para</strong> a programação<br />
dos PLCs e IHMs foi utilizado o Proficy<br />
CIMPLICITY Machine Edition.<br />
O supervisório Proficy Cimplicity HMI<br />
de cada máquina comunica-se di<strong>re</strong>tamente<br />
com cada PLC. Caso alguma das máquinas<br />
seja <strong>re</strong>tirada, o operador deverá informar a<br />
nova configuração na tela de montagem da<br />
composição e o sistema automaticamente<br />
desabilita a comunicação com a máquina<br />
ausente. A montagem da composição pelo<br />
operador no sistema de controle é também<br />
necessária <strong>para</strong> que os moto<strong>re</strong>s de <strong>re</strong>bolo<br />
de toda a composição subam e desçam<br />
no mesmo ponto do trilho, garantindo-se<br />
assim que cada t<strong>re</strong>cho seja esmerilhado<br />
uniformemente por todos os <strong>re</strong>bolos.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
case<br />
Os <strong>re</strong>sultados obtidos foram plenamente<br />
satisfatórios. Com o melhor desempenho da<br />
máquina, a meta de confiabilidade, que era<br />
de 31 km ent<strong>re</strong> falhas superficiais na ferrovia,<br />
foi superada significativamente obtendo-se<br />
o <strong>re</strong>sultado de 53 km ent<strong>re</strong> imperfeições em<br />
2007. O controle de uma máquina sob<strong>re</strong><br />
as outras duas permitiu <strong>re</strong>duzir a mão de<br />
obra operacional e disponibilizar <strong>mais</strong><br />
<strong>para</strong> controle de <strong>qual</strong>idade e manutenção<br />
e o tempo necessário de esmerilhamento<br />
diminuiu substancialmente em função das<br />
máquinas trabalha<strong>re</strong>m integradas. Com<br />
isso, a meta estabelecida passou de 2850<br />
km/ano em 2006 (2961 <strong>re</strong>alizado) <strong>para</strong><br />
4132 km/ano em 2007 (3126 <strong>re</strong>alizado).<br />
Em 2007 a meta não foi atingida devido<br />
ao intenso tráfego na via. É importante<br />
<strong>re</strong>ssaltar que isso <strong>re</strong>duziu a disponibilidade<br />
<strong>para</strong> trabalho.<br />
Outras mudanças positivas foram que<br />
o tempo de manutenção cor<strong>re</strong>tiva foi<br />
otimizado, a comunicação de voz melhorou<br />
significativamente e como o sistema<br />
permitiu o armazenamento de <strong>re</strong>ceitas de<br />
esmerilhamento em banco de dados agora<br />
os operado<strong>re</strong>s não p<strong>re</strong>cisam digitar valo<strong>re</strong>s<br />
de ângulos <strong>para</strong> cada um dos 96 <strong>re</strong>bolos,<br />
basta descar<strong>re</strong>gar as <strong>re</strong>ceitas. MA<br />
35
manutenção<br />
Manutenção<br />
p<strong>re</strong>ditiva: análise<br />
de vibrações<br />
Casos, aplicações de diagnóstico, dicas e cuidados<br />
no monitoramento e montagem de rolamentos de<br />
super p<strong>re</strong>cisão<br />
saiba <strong>mais</strong><br />
Como definir custos na<br />
Manutenção P<strong>re</strong>ditiva<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 34<br />
Técnicas alternativas de<br />
Manutenção P<strong>re</strong>ditiva<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 34<br />
Economize dinheiro na<br />
manutenção<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 34<br />
36 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
oobjetivo da manutenção consiste em disponibilizar<br />
os meios produtivos e auxilia<strong>re</strong>s,<br />
na quantidade necessária e em condições<br />
operacionais adequadas, <strong>para</strong> executar<br />
as missões que lhe são atribuídas, isso se<br />
<strong>re</strong>ferindo ao processo.<br />
Para entender com maior facilidade<br />
a manutenção p<strong>re</strong>ditiva devemos saber<br />
sob<strong>re</strong> os tipos de manutenção existentes.<br />
Elas são: cor<strong>re</strong>tiva, p<strong>re</strong>ventiva e p<strong>re</strong>ditiva,<br />
ainda podem-se aplicar a manutenção<br />
sensitiva durante uma inspeção de máquina<br />
usando os sentidos humanos <strong>para</strong> avaliar<br />
ou somar alguma informação importante<br />
sob<strong>re</strong> o equipamento, auxiliando assim no<br />
diagnóstico.<br />
A manutenção cor<strong>re</strong>tiva, como o próprio<br />
nome suge<strong>re</strong> está baseada em “apagar<br />
incêndios”, cor<strong>re</strong>ção de falhas. Esta é uma<br />
modalidade de manutenção pouco indicada<br />
nos dias atuais, porém ainda consideravelmente<br />
usada.<br />
A manutenção p<strong>re</strong>ventiva caracteriza-se<br />
por intervenções em intervalos de tempo<br />
<strong>re</strong>gula<strong>re</strong>s, onde são substituídas peças,<br />
<strong>re</strong>alizadas limpezas em componentes,<br />
lubrificação, etc. Tudo dentro de um pla-<br />
Edson Jaime Michalak<br />
nejamento mínimo, porém sem <strong>qual</strong>quer<br />
noção do estado de desgaste do componente<br />
de máquina a ser substituindo muitas<br />
vezes peças que teriam uma vida útil de<br />
muitas horas ainda onerando o trabalho<br />
<strong>re</strong>alizado. Estas intervenções p<strong>re</strong>ventivas<br />
são <strong>re</strong>alizadas sem uma avaliação <strong>re</strong>al dos<br />
componentes de máquinas, não havendo<br />
controle ou mensuração de desgaste dos<br />
componentes trocados.<br />
Já a manutenção p<strong>re</strong>ditiva baseia-se na<br />
aquisição de sinais do equipamento que possam<br />
permitir uma análise de sua condição.<br />
Pode-se ter <strong>qual</strong>quer valor de desgaste emitido<br />
de alguma forma pela máquina, como um<br />
valor mensurável <strong>para</strong> avaliar sua condição.<br />
Vibração, temperatura, ruído, analise de<br />
óleo e partículas, ultra-som, etc.<br />
É valioso notar que o sucesso desse<br />
programa não depende necessariamente<br />
de grandes investimentos iniciais em equipamentos<br />
sofisticados de análise. Muitos<br />
esquemas de sucesso começam com medido<strong>re</strong>s<br />
e analisado<strong>re</strong>s de vibração analógicos de<br />
baixo custo, de funcionamento simplificado,<br />
capazes de atender a um elevado número de<br />
equipamentos, dos <strong>mais</strong> diversos tipos.
F1. Moldu<strong>re</strong>ira - Máquina de<br />
usinagem de madeira. F2. Exibição do diagrama.<br />
É necessário apenas que os equipamentos<br />
de coleta de dados sejam confiáveis e robustos,<br />
capazes de suportar os rigo<strong>re</strong>s do trabalho<br />
diário, em ambientes ag<strong>re</strong>ssivos.<br />
Uma manutenção centrada em um<br />
planejamento p<strong>re</strong>ventivo e p<strong>re</strong>ditivo <strong>re</strong>p<strong>re</strong>senta<br />
uma diminuição de custos em uma<br />
emp<strong>re</strong>sa. Por meio das técnicas de controle de<br />
condição é possível aplicar em <strong>para</strong>lelo com<br />
manutenção p<strong>re</strong>ventiva. Estas aplicações de<br />
manutenção ofe<strong>re</strong>cem uma <strong>re</strong>dução de 20 a<br />
40% nos custos de manutenção.<br />
Em algumas situações não há condição<br />
de se emp<strong>re</strong>gar somente a p<strong>re</strong>ditiva, mas ela<br />
pode em muitos casos servir de parâmetro<br />
e indicador <strong>para</strong> que a p<strong>re</strong>ventiva seja bem<br />
sucedida.<br />
O último século assistiu a uma grande<br />
evolução na sofisticação das máquinas utilizadas<br />
no processo. Sofisticação induzida<br />
pelo aumento da produtividade industrial.<br />
Isto levou os equipamentos a uma evolução<br />
de sistemas puramente mecânicos <strong>para</strong><br />
sistemas eletromecânicos, de p<strong>re</strong>cisão com<br />
controlado<strong>re</strong>s ge<strong>re</strong>nciados via softwa<strong>re</strong>.<br />
Hoje em dia as máquinas constituem<br />
dispositivos eletromecânicos controlados<br />
por computado<strong>re</strong>s, desenhados <strong>para</strong> uma<br />
alta carga de trabalho a níveis que a anos<br />
atrás não seriam concebíveis.<br />
Hoje a manutenção moderna tem que<br />
estar a níveis de sofisticação e evolução<br />
equi<strong>para</strong>dos a dos equipamentos de processo.<br />
A manutenção passa a ser fundamental<br />
na confiabilidade e <strong>qual</strong>idade de processo<br />
industrial moderno. Uma emp<strong>re</strong>sa <strong>para</strong><br />
permanecer competitiva <strong>re</strong>quer a máxima<br />
disponibilidade dos equipamentos de<br />
seu parque fabril. Essa dife<strong>re</strong>nça ent<strong>re</strong> as<br />
manutenções pode estar indi<strong>re</strong>tamente ou<br />
muitas vezes di<strong>re</strong>tamente ligada ao p<strong>re</strong>ço do<br />
produto final, por conseqüência ganhando<br />
novos clientes e fazendo a manutenção dos<br />
seus clientes.<br />
A manutenção p<strong>re</strong>ditiva é uma filosofia<br />
de manutenção avançada que prioriza os<br />
sistemas fabris em termos da sua capacidade,<br />
obriga ao equilíbrio ent<strong>re</strong> os planos de<br />
manutenção assegurando disponibilidade,<br />
minimizando custos.<br />
Todos com o mínimo de vivência na<br />
á<strong>re</strong>a de manutenção já se de<strong>para</strong>ram com<br />
a seguinte situação: um determinado equipamento,<br />
vital <strong>para</strong> o processo, de <strong>re</strong>pente<br />
ap<strong>re</strong>senta uma pane! O maquinário <strong>para</strong><br />
com suas funções abruptamente devido ao<br />
travamento de seus componentes rotativos,<br />
isto porque há uma fadiga natural e até<br />
mesmo outras causas que podem originar<br />
o travamento dos elementos rotativos de<br />
forma inesperada.<br />
Estas situações podem ser evitadas<br />
em praticamente 100% das vezes com<br />
um bom plano de manutenção p<strong>re</strong>ditivo<br />
e p<strong>re</strong>ventivo, afinal em 98 % dos casos<br />
o componente em estado de degradação<br />
nos emite antecipadamente alguns sinais<br />
de sua condição de falha, basta sabermos<br />
como entender tais sinais. É importante<br />
<strong>re</strong>ssaltar que a interp<strong>re</strong>tação destes sinais é<br />
função da manutenção p<strong>re</strong>ditiva. Eles nos<br />
dizem onde esta o problema e o que está<br />
ocor<strong>re</strong>ndo em nosso maquinário.<br />
Nos tempos atuais não há dúvidas sob<strong>re</strong><br />
a caracterização de uma manutenção ideal.<br />
Deve-se ter uma equipe de planejamento focada<br />
no controle de condição de maquinário,<br />
utilizando planos p<strong>re</strong>ventivos, estatísticos<br />
e p<strong>re</strong>ditivos. Tendo um controle quase<br />
total dos equipamentos semp<strong>re</strong> focando<br />
aumento da disponibilidade de máquina<br />
<strong>para</strong> o processo.<br />
manutenção<br />
Aplicação: Nível das<br />
vibrações como indicador<br />
da saúde da máquina<br />
Um equipamento de usinagem de molduras<br />
consiste em conjuntos de cabeçotes<br />
superio<strong>re</strong>s, inferio<strong>re</strong>s e laterais acionados por<br />
moto<strong>re</strong>s elétricos, com transmissão de força<br />
e de rotação feita através de polias.<br />
A função de uma moldu<strong>re</strong>ira (máquina<br />
de usinagem de madeira) é plainar e moldar<br />
a madeira em todos os 4 lados da peças<br />
por toda sua extensão. Uma ferramenta é<br />
fixa no eixo por p<strong>re</strong>ssão de graxa, ficando<br />
hidrocentrada no eixo. A <strong>qual</strong>idade final da<br />
superfície de madeira usinada é determinada<br />
pela velocidade de alimentação e pelas facas<br />
do equipamento. O número de facas no<br />
ferramental influência no acabamento final<br />
da superfície usinada. Veja a figura 1.<br />
Velocidade de avanço:<br />
A seleção da velocidade de avanço está<br />
determinada pela <strong>qual</strong>idade da superfície<br />
solicitada (longitudinal do passo da faca<br />
fz eff) e depende do RPM da máquina e<br />
do número de dentes. A <strong>re</strong>lação pode ser<br />
vista na figura 2.<br />
Relação ent<strong>re</strong> <strong>qual</strong>idade<br />
da superfície e o passo<br />
longitudinal da faca:<br />
Diagrama <strong>para</strong> determinar a velocidade<br />
de avanço vf dependendo do RPM n e da<br />
longitude do passo da faca fz eff <strong>para</strong> vários<br />
números de dentes Z (figura 3).<br />
Exemplo:<br />
n = 8000 min-1,<br />
fz eff = 3 mm,<br />
Z 4: vf = 24 m min-1<br />
Uma falha nos mancais de rolamento<br />
nesta fase do processo pode significar uma<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
37
manutenção<br />
F3. Diagrama <strong>para</strong> determinar a velocidade de avanço vf.<br />
F4. Vibração em consequência da deterioração<br />
grande dor de cabeça, <strong>para</strong> manutenção e<br />
principalmente <strong>para</strong> o processo. O produto<br />
necessita de p<strong>re</strong>cisão de milésimos no<br />
acabamento final da moldura.<br />
Em uma destas situações ocor<strong>re</strong>ram<br />
estes batimentos que podem ter sido ocasionados<br />
por falha de ajuste de máquina,<br />
sub-dimensionamento do ferramental ou<br />
falha mecânica no maquinário.<br />
O operador <strong>re</strong>fez todo o processo de<br />
ajuste e p<strong>re</strong><strong>para</strong>ção da máquina por duas<br />
vezes, mas não conseguiu eliminar o tal<br />
batimento. Além dos danos gerados no<br />
produto, a programação da produção fica<br />
em xeque, atrasando e sob<strong>re</strong>car<strong>re</strong>gando o<br />
sistema industrial.<br />
Após inúmeras tentativas de cor<strong>re</strong>ção,<br />
foi acionada a manutenção p<strong>re</strong>ditiva, que fez<br />
o monitoramento do conjunto, avaliando a<br />
vibração gerada pelos componentes rotativos<br />
da máquina.<br />
Tendo <strong>re</strong>conhecido que o aumento do<br />
nível de vibração normalmente indica o<br />
desenvolvimento de uma falha, o técnico<br />
38 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
p<strong>re</strong>cisa localizar a falha em um elemento<br />
particular da máquina. Medidas de vibração<br />
de nível global fornece poucas informações<br />
que ajude a identificar as falhas. Ent<strong>re</strong>tanto,<br />
somente com o espectro de f<strong>re</strong>qüência será<br />
possível obter o diagnóstico p<strong>re</strong>ciso da falha<br />
em desenvolvimento.<br />
Isso implica no estudo inicial das especificações<br />
e desenhos de engenharia <strong>para</strong><br />
cada máquina. É necessário fazer um plano<br />
esquemático e <strong>re</strong>gistrar nele as características<br />
geométricas e dinâmicas do equipamento,<br />
tais como: o número de pólos do motor, as<br />
velocidades de rotação, número de dentes<br />
das eng<strong>re</strong>nagens, os dados das bolas/rolos<br />
dos mancais de rolamentos, etc.<br />
Por meio de cálculos simples, estes dados<br />
são convertidos nas f<strong>re</strong>qüências características<br />
que compõem o espectro de f<strong>re</strong>qüência<br />
esperado no caso de desenvolvimento de<br />
falhas. Esses dados são fundamentais <strong>para</strong> um<br />
diagnóstico de vibrações confiáveis por parte<br />
da manutenção p<strong>re</strong>ditiva. Foram levantadas<br />
informações como: rotações, rolamentos,<br />
potência e sistema de transmissão. Essas<br />
são informações mínimas e necessárias<br />
<strong>para</strong> um diagnóstico p<strong>re</strong>ciso.<br />
Imaginemos um escamamento na pista<br />
do rolamento deste cabeçote, com rotação<br />
superior a 6 mil rotações por minuto, isso<br />
geraria uma vibração que acabaria sendo<br />
absorvida pela ferramenta causando danos<br />
a peça processada (figura 4).<br />
Após ter a ciência de algumas informações<br />
importantes sob<strong>re</strong> o equipamento a ser<br />
monitorado, tem-se a importante função<br />
de fazer um setup de monitoramento (figura<br />
5), que possibilite a visualização das<br />
vibrações em f<strong>re</strong>qüências que <strong>re</strong>almente são<br />
indispensáveis <strong>para</strong> o diagnóstico. Esse setup<br />
é feito embasado nas informações técnicas<br />
obtidas e quase semp<strong>re</strong> as encontramos em<br />
manuais do fabricante do equipamento.<br />
Cadastram-se as f<strong>re</strong>qüências de falha<br />
dos rolamentos levantados, de pista<br />
interna (BPFI), pista externa (BPFO),<br />
elementos rolantes (BSF) e gaiola (FTF).<br />
Conhecemos após isso as f<strong>re</strong>qüências de<br />
falha de rolamento que são moduladas<br />
pela f<strong>re</strong>qüência de rotação do eixo ao <strong>qual</strong><br />
os rolamentos estão montados. Portanto<br />
nada adianta ter a f<strong>re</strong>qüência de falha de<br />
rolamento se não sabemos a velocidade de<br />
rotação do eixo. Essas f<strong>re</strong>qüências de falha<br />
de rolamento são conhecidas em softwa<strong>re</strong>s<br />
ou por formulas.<br />
As f<strong>re</strong>qüências de defeitos gerados por<br />
rolamentos não são harmônicas da rotação<br />
do eixo sob<strong>re</strong> o <strong>qual</strong> estão acondicionadas,<br />
as f<strong>re</strong>qüências de defeitos de rolamentos<br />
são harmônicas ent<strong>re</strong> si e modulados pela<br />
f<strong>re</strong>qüência fundamental do eixo.<br />
Os pontos medições são fundamentais<br />
<strong>para</strong> observação de uma provável falha nos<br />
rolamentos (figura 6). Entende-se que quanto<br />
<strong>mais</strong> próximo do rolamento e <strong>mais</strong> rígido<br />
o local de fixação do acelerômetro melhor<br />
e <strong>mais</strong> confiável é o sinal adquirido.<br />
O plano de medição é fator que pode<br />
ser crucial na análise, pois há determinadas<br />
falhas que geram sinais <strong>mais</strong> específicos<br />
em planos de medições únicas, pode-se<br />
citar como exemplo: folgas mecânicas nos<br />
mancais, estes sinais seriam múltiplos ou<br />
submúltiplos da rotação do eixo que tem uma<br />
notoriedade maior nos planos verticais de<br />
leitura. Um possível desbalanceamento, por<br />
sua vez, seria melhor visualizado no plano<br />
horizontal. Portanto é <strong>re</strong>levante o cuidado<br />
nos planos de coleta de dados.
Ajusta-se agora o setup de coleta de dados,<br />
verificando quais filtros passa alto ou passa<br />
baixo utilizar, a <strong>re</strong>solução e quais f<strong>re</strong>qüências<br />
que<strong>re</strong>mos observar (tabela 1).<br />
F5. Visualização das vibrações em f<strong>re</strong>qüências.<br />
T1. Parâmetros de análise.<br />
Para analisar este caso de uma provável<br />
falha nos rolamentos do cabeçote foi utilizado<br />
filtros passa alto de 500 Hz - 10 KHz em<br />
alta f<strong>re</strong>qüência com envelope de aceleração<br />
manutenção<br />
(figura 7). O filtro passa alto é um filtro que<br />
começa em uma faixa de f<strong>re</strong>qüência de corte<br />
<strong>mais</strong> baixa e estende-se até uma f<strong>re</strong>qüência<br />
<strong>mais</strong> alta ou teoricamente infinita.<br />
A <strong>re</strong>solução é número de linha definida<br />
no espectro dividida pela f<strong>re</strong>qüência:<br />
R = n° linhas / F<strong>re</strong>qüência Final<br />
Quanto maior a <strong>re</strong>solução <strong>mais</strong> demorada<br />
será a coleta de dados, porém terá a<br />
facilidade de uma análise confiável aplicando<br />
zoom, em caso de se observar f<strong>re</strong>qüências<br />
únicas, como a distinção de múltiplos da<br />
rotação ou pico em duas vezes a f<strong>re</strong>qüência<br />
de <strong>re</strong>de. Uma <strong>re</strong>solução boa pode evitar um<br />
erro de aliasing.<br />
Para evitar o “aliasing” os sinais são filtrados<br />
em faixas de f<strong>re</strong>qüência de acordo com<br />
o tipo de análise a ser feita (deslocamento,<br />
velocidade ou aceleração(tabela 1).<br />
F6. Pontos de medições.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
39
manutenção<br />
Monitoramento do Motor<br />
O motor foi monitorado e não foram<br />
detectadas as vibrações severas em nenhuma<br />
f<strong>re</strong>qüência. Os envelopes com filtros em alta<br />
f<strong>re</strong>qüência não indicaram nenhuma falha nos<br />
rolamentos dos mancais. Não havia múltiplos<br />
da rotação do motor em baixa f<strong>re</strong>qüência e<br />
em alta f<strong>re</strong>qüência, caracterizando as boas<br />
condições dos mancais <strong>re</strong>ferindo-se a folgas<br />
ent<strong>re</strong> eixo e tampa do motor, o pico na<br />
f<strong>re</strong>qüência fundamental do motor (59,94<br />
Hz) indicando a sua rotação <strong>re</strong>al também<br />
estava em níveis bons. Um pico elevado em<br />
1x a rotação do motor poderia indicar um<br />
problema de desequilíbrio.<br />
As f<strong>re</strong>qüências de roçamento ent<strong>re</strong><br />
rotor e estator do motor também não ap<strong>re</strong>sentava<br />
sinais de alguma anormalidade<br />
decor<strong>re</strong>nte.<br />
As leituras anterio<strong>re</strong>s do motor formam<br />
um excelente histórico da saúde do motor<br />
também não indicava alterações. Os gráficos<br />
das vibrações induziam a uma condição<br />
F7. Diagrama do sistema de coleta e filtros.<br />
F8. Gráfico de vibrações.<br />
40 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
saudável desta parte do equipamento, o<br />
motor (figura 8).<br />
Monitoramento do<br />
Cabeçote de Usinagem<br />
As medições no cabeçote de usinagem<br />
do equipamento ap<strong>re</strong>sentavam um nível<br />
ir<strong>re</strong>gular, os gráficos de histórico das vibrações<br />
também estava alterado. Os espectros<br />
de velocidade e os envelopes de aceleração<br />
indicavam falhas em componentes que<br />
geram sinais em altas f<strong>re</strong>qüências.<br />
As leituras verticais ap<strong>re</strong>sentam sinais<br />
da existência de harmônicos da rotação do<br />
eixo (102,4 Hz) que estaria caracterizando<br />
folgas no mancal do lado oposto da polia.<br />
Picos múltiplos da rotação do eixo caracterizavam<br />
folgas mecânicas nos mancais do lado<br />
onde era fixada a ferramenta. Nas leituras<br />
horizontais do ponto 4H lado oposto a polia<br />
verificou-se a p<strong>re</strong>sença <strong>mais</strong> p<strong>re</strong>dominante<br />
de um pico na componente em 1x a rotação<br />
com 5,6 mm/s (figura 9).<br />
Portanto as leituras neste mancal ap<strong>re</strong>sentavam<br />
na vertical, picos harmônicos<br />
da rotação até o 5° múltiplo. Harmônicos<br />
estes notados nas leituras de velocidade e<br />
no envelope de aceleração. Na horizontal<br />
ainda era possível perceber a p<strong>re</strong>sença de<br />
harmônico da rotação, porém com menor<br />
intensidade devido a defasagem de 90° na<br />
leitura. Na horizontal era a componente em<br />
1x que tinha maior notação na horizontal<br />
com 5,6 mm/s na horizontal enquanto na<br />
vertical essa f<strong>re</strong>qüência tinha amplitude<br />
de 3,1 mm/s e múltiplos com amplitudes<br />
elevadas e p<strong>re</strong>dominantes no espectro.<br />
Medição Mancal 3<br />
lado da polia<br />
No mancal do lado da polia foi verificado<br />
uma elevada vibração em 1x a rotação<br />
na medição horizontal. A f<strong>re</strong>qüência de<br />
102,4 Hz exibia um elevado pico com<br />
amplitude de 12,5 mm/s, característico<br />
de um desbalanceamento. É importante<br />
<strong>re</strong>ssaltar que o desbalanceamento ocor<strong>re</strong><br />
quando temos o centro gravitacional da peça<br />
girando fora do seu centro de geométrico,<br />
isto faz com que o acelerômetro <strong>re</strong>gist<strong>re</strong><br />
um pulso p<strong>re</strong>dominante na f<strong>re</strong>qüência<br />
de rotação do eixo, defasado em 180° nas<br />
medições radiais.<br />
Não ocor<strong>re</strong>ram sinais que induzissem<br />
folgas neste mancal. P<strong>re</strong>dominava vibração<br />
em 1x a rotação na radial em velocidade.<br />
No envelope de aceleração, onde se obtém<br />
as vibração em alta f<strong>re</strong>qüência que podem<br />
indicar uma falha de rolamento, estavam<br />
com amplitudes elevadas e picos que coincidiam<br />
com a f<strong>re</strong>qüência de falha de pista<br />
externa do rolamento 7010.
É importante não se confundir os<br />
harmônicos da rotação do eixo com as<br />
f<strong>re</strong>qüências de falha de rolamento. A f<strong>re</strong>qüência<br />
portadora é a rotação do eixo, esta<br />
modula quase todas as de<strong>mais</strong> f<strong>re</strong>qüências<br />
analisadas, algumas destas são múltiplos desta<br />
f<strong>re</strong>qüência outras não, como as f<strong>re</strong>qüências<br />
de falha de rolamento, por exemplo. Essas<br />
f<strong>re</strong>qüências dependem da rotação do eixo,<br />
mas não são harmônicas desta f<strong>re</strong>qüência,<br />
são múltiplos ent<strong>re</strong> si e nunca harmônicos<br />
da rotação.<br />
Diagnóstico dado pela p<strong>re</strong>ditiva <strong>para</strong><br />
<strong>re</strong>solução do caso foi:<br />
• Folgas nos mancais do lado oposto<br />
da polia;<br />
• Excentricidade da polia;<br />
• Rolamento do lado da oposto a polia<br />
em estado de deterioração.<br />
Após a intervenção mecânica no maquinário<br />
pode se analisar as causas que<br />
geravam aqueles sinais vibratórios de alta<br />
intensidade e que estavam causando um<br />
<strong>re</strong>trabalho do processo devido ao elevado<br />
índice de <strong>re</strong>fugo gerado.<br />
A excentricidade e ou desbalanceamento<br />
estavam sendo gerados por folgas na fixação<br />
da polia ao eixo. A polia folgada trabalhava<br />
no conjunto tencionada pelas cor<strong>re</strong>ias evitando<br />
o batimento da polia no eixo, porém,<br />
as folgas faziam com que a polia girasse<br />
de forma excêntrica no eixo, gerando uma<br />
vibração típica de desbalanceamento.<br />
Folgas de 0,9mm dimensionais ent<strong>re</strong><br />
eixo e alojamento da polia faziam com<br />
que a vibração da f<strong>re</strong>qüência fundamental<br />
medida no mancal do lado da polia fosse<br />
de 9,95 mm/s.<br />
No mancal do lado da ferramenta foi<br />
notada após medições dimensionais uma<br />
folga no colo do eixo. O conjunto duplex<br />
montado nesta posição do cabeçote com<br />
rolamentos 7011 CTYSULP4 ap<strong>re</strong>sentava<br />
sinais de oxidação por contato na face<br />
externa do seu anel interno.<br />
O lubrificante devido ao atrito gerado<br />
pela folga existente e carga do maquinário<br />
estava em princípio de deterioração e perdendo<br />
suas propriedades físico-químicas.<br />
As condições dos rolamentos eram<br />
ruins, estes teriam seu estado de degradação<br />
acelerado pelos fato<strong>re</strong>s a que estavam<br />
expostos como folgas, lubrificante sem<br />
as propriedades protetoras contra atrito e<br />
conseqüentemente teria uma elevação da<br />
temperatura.<br />
F9. Medição Mancal 4 lado oposto a polia.<br />
manutenção<br />
F10. Registro de 22 g’s de amplitude, o que aumentou em 11 vezes o último valor <strong>re</strong>gistrado.<br />
O conjunto duplex do lado da polia<br />
estava com escamamento na pista externa.<br />
Esse duplex é montado com um par de<br />
rolamentos 7010 CTYSULP4, disposto<br />
em “O” back-to-back.<br />
Os rolamentos são os componentes <strong>mais</strong><br />
importantes em muitos grupos de máquinas.<br />
Neste da moldu<strong>re</strong>ira não é dife<strong>re</strong>nte, pois a<br />
falha no componente rotativo tem sérios e<br />
drásticos efeitos na máquina e no processo.<br />
A disc<strong>re</strong>pância ent<strong>re</strong> o custo p<strong>re</strong>ditivo<br />
e cor<strong>re</strong>tivo pode chegar a ser cinco vezes<br />
maior no caso de uma falha abrupta.<br />
Neste conjunto os valo<strong>re</strong>s globais das<br />
vibrações em altas f<strong>re</strong>qüências detectados<br />
nos envelopes de aceleração estavam<br />
elevados.<br />
O envelope de aceleração com detector<br />
de envoltória usando filtros passa alto de<br />
500Hz a 10 kHz mostravam picos que<br />
coincidiam com falhas na pista externa do<br />
rolamento “BPFO” e gaiola “FTF”.<br />
O gráfico das vibrações em aceleração<br />
(figura 10) <strong>re</strong>gistrou 22 g’s de amplitude,<br />
aumentando 11 vezes o último valor <strong>re</strong>gistrado.<br />
Devido ao escamamento e a folgas<br />
existentes na mancalização do cabeçote.<br />
Após a cor<strong>re</strong>ção da falha a vibração<br />
verificada teve uma melhora diminuindo os<br />
valo<strong>re</strong>s globais em alta e média f<strong>re</strong>qüência.<br />
Os espectros não possuíam <strong>mais</strong> picos com<br />
amplitudes elevadas que indicassem alguma<br />
anormalidade.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
41
manutenção<br />
T2. Com<strong>para</strong>tivo rolamento standard x superp<strong>re</strong>cisão.<br />
T3. P<strong>re</strong>cisão de giro P2 / P<strong>re</strong>cisão dimensional P4.<br />
F11. Nomenclatura anel externo rolamentos de super p<strong>re</strong>cisão.<br />
42 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Cuidados necessários e<br />
atenção <strong>para</strong> montagem<br />
de rolamentos de super<br />
p<strong>re</strong>cisão da moldu<strong>re</strong>ira<br />
Os rolamentos de super p<strong>re</strong>cisão exigem<br />
cuidados <strong>mais</strong> do que <strong>re</strong>dobrados <strong>para</strong> o<br />
sucesso da manutenção de um cabeçote de<br />
moldu<strong>re</strong>ira. Um rolamento de super p<strong>re</strong>cisão<br />
deverá prover grande velocidade de rotação<br />
com pequeno aquecimento, excelente rigidez<br />
e p<strong>re</strong>cisão funcional.<br />
As tolerâncias dimensionais dos rolamentos<br />
de superp<strong>re</strong>cisão são <strong>mais</strong> est<strong>re</strong>itas<br />
do que <strong>para</strong> os rolamentos standard, com<br />
isso a p<strong>re</strong>cisão funcional (de giro) é superior<br />
(tabela 2).<br />
Exemplo:<br />
Rolamento: 7210<br />
Dimensional: 50 x 90 x 20 mm<br />
Quando estamos <strong>re</strong>alizando a manutenção<br />
de um cabeçote devemos ter total<br />
controle sob<strong>re</strong> uma série de variáveis: dimensional<br />
de eixo e alojamento, pré-carga,<br />
ângulo de contato, rotação <strong>re</strong>al, material<br />
da gaiola, a disposição (costa a costa, face<br />
a face, etc) e classe de p<strong>re</strong>cisão.<br />
A classe de p<strong>re</strong>cisão é ext<strong>re</strong>mamente<br />
importante <strong>para</strong> a <strong>qual</strong>idade de usinagem.<br />
Quanto menor o número maior a p<strong>re</strong>cisão<br />
de giro e dimensional. No caso das moldu<strong>re</strong>iras<br />
é <strong>mais</strong> do que suficiente a adoção<br />
da classe de p<strong>re</strong>cisão P5 <strong>para</strong> os rolamentos<br />
dos cabeçotes (tabela 3).<br />
Tipos de montagem<br />
Ao <strong>re</strong>alizar a substituição dos rolamentos<br />
deve-se p<strong>re</strong>star atenção na disposição dos<br />
rolamentos: costa a costa e face a face. A<br />
montagem incor<strong>re</strong>ta poderá implicar em<br />
vibração do cabeçote pelo não fechamento<br />
do pacote dos rolamentos (pré-carga) e<br />
conseqüentemente perda da <strong>qual</strong>idade de<br />
usinagem. Outra conseqüência pode ser a<br />
ausência da compensação da dilatação axial<br />
do eixo o que provoca cargas axiais excessivas,<br />
aquecimento, problemas de usinagem e baixa<br />
vida útil do rolamento (figura 11).<br />
Na montagem costa a costa o objetivo<br />
é maior rigidez. Na face a face: “flexibilidade”<br />
e na tandem maior capacidade de<br />
carga axial.<br />
Outro item importante a ser observado<br />
é o ângulo de contato. Quanto maior o<br />
ângulo de contato menor o nível de rotação<br />
que pode ser atingido e maior a capacidade<br />
de carga axial (figura 12).
Pré-carga<br />
A pré-carga cor<strong>re</strong>sponde à uma carga<br />
axial aplicada de maneira permanente<br />
nos rolamentos e é obtida pelo aperto das<br />
faces dos rolamentos de uma associação<br />
ou por sistemas com mola. Através da<br />
aplicação da pré-carga os seguintes pontos<br />
são obtidos:<br />
• Evita deslizamento esferas/pistas;<br />
• Melhora o rolamento ent<strong>re</strong> esferas/pistas;<br />
• Aumenta a rigidez da fuso,portanto a<br />
p<strong>re</strong>cisão de usinagem da máquina;<br />
• Reduz o ruído, as vibrações, o desgaste.<br />
Comercialmente os fabricantes disponibilizam<br />
três ou <strong>mais</strong> classes de pré-carga: extraleve,<br />
leve, média e pesada. É fundamental<br />
a seleção cor<strong>re</strong>ta no processo de aquisição<br />
dos rolamentos, pois a influência é di<strong>re</strong>ta<br />
na rotação máxima permitida do conjunto<br />
e na rigidez. Quanto maior a classe de précarga<br />
é maior a rigidez e menor a rotação.<br />
No caso da rotação ainda há a influência<br />
da disposição dos rolamentos.<br />
Para os rolamentos de super p<strong>re</strong>cisão<br />
os ajustes <strong>re</strong>comendados tanto <strong>para</strong> eixo e<br />
alojamento seguem especificações muito<br />
<strong>mais</strong> rigorosas. Tabelas com os objetivos<br />
de interferência ou de folga devem ser seguidas<br />
e os valo<strong>re</strong>s medidos semp<strong>re</strong> devem<br />
ter p<strong>re</strong>cisão milesimal.<br />
Exemplo:<br />
Rolamento 7012CTYSULP4<br />
No caso de carga rotativa no anel<br />
interno (main spindle bearing) a interferência<br />
será:<br />
Mínima: 0<br />
Máximo: 0,003 T<br />
Diâmetro eixo de 50 a 80 mm<br />
Ou seja no máximo 3 m de aperto. Para<br />
poder atingir este objetivo na embalagem<br />
do rolamento vem imp<strong>re</strong>sso o <strong>re</strong>sultado da<br />
medição do diâmetro interno.<br />
7012 CTYSULP4<br />
D - 2<br />
d - 3<br />
C - 100<br />
Neste caso o rolamento foi fabricado<br />
com diâmetro interno de 59,997 mm (60<br />
- (31000)), ou seja, o eixo deverá ter de<br />
59,997 a 60,000 mm <strong>para</strong> podermos obter<br />
o ajuste <strong>re</strong>comendado pelo fabricante.<br />
F12. Quanto maior o ângulo, menor o nível<br />
de rotação.<br />
Caso não sejam obedecidas as especificações<br />
<strong>para</strong> ajustes de eixo e alojamento as<br />
conseqüências são di<strong>re</strong>tas. Com interferência<br />
excessiva não ocor<strong>re</strong> a obtenção de pré-carga<br />
da maneira cor<strong>re</strong>ta e desta forma a rigidez<br />
necessária ao cabeçote. Neste caso, há aquecimento<br />
dos rolamentos, folga e baixa vida<br />
útil dos rolamentos. No caso de interferência<br />
d<strong>eficiente</strong> (folga) normalmente há pré-carga<br />
excessiva e mesmo deslizamento o que provoca<br />
aquecimento, deterioração da graxa e também<br />
baixa vida útil dos rolamentos.<br />
Cuidados adicionais<br />
Verificar a posição dos rolamentos e o<br />
fechamento da tampa <strong>para</strong> assegurar um<br />
bom bloqueio (figura 13).<br />
A largura dos anéis é o item de maior<br />
variação. Para cada manutenção deve-se<br />
medir a largura do pacote formado pelos<br />
rolamentos e espaçado<strong>re</strong>s e na nova montagem<br />
caso necessário compensar nas tampas<br />
ou nos espaçado<strong>re</strong>s.<br />
Exemplo:<br />
Medidas<br />
(tampa e espaçado<strong>re</strong>s - cuidados)<br />
Largura original: 250,012 mm<br />
Larg. c/ rolamentos novos: 250,002 mm<br />
Neste caso podemos compensar na<br />
tampa (tampa nova) ou nos espaçado<strong>re</strong>s<br />
(novos com largura 0,010mm maior).<br />
O custo de uma manutenção focada<br />
no planejamento e monitoramento de condição<br />
de máquina pode de início pa<strong>re</strong>cer<br />
oneroso e pouco viável, mas os <strong>re</strong>sultados<br />
manutenção<br />
F13. Cuidados com as medidas das tampas<br />
e espaçado<strong>re</strong>s.<br />
obtidos com o emp<strong>re</strong>go de técnicas como<br />
análise de vibrações é facilmente verificado<br />
e justificado com o aumento do tempo de<br />
máquina <strong>para</strong> processo.<br />
Ideal nos tempos de hoje seria que as<br />
emp<strong>re</strong>sas tivessem uma sistemática interna<br />
de monitoramento dinâmico, mas o mínimo<br />
que se faz necessário é aquisição de serviços<br />
de terceiros especializados. Levando-se em<br />
conta que quanto <strong>mais</strong> medições, maior será<br />
a confiabilidade do sistema, imagine que<br />
uma terceirização de uma análise p<strong>re</strong>ditiva<br />
possa ser onerosa se fo<strong>re</strong>m feitas leituras em<br />
intervalos de tempo menor ou menos eficaz<br />
se julgarmos que <strong>para</strong> uma diminuição<br />
de custo teríamos que fazer trimestral ou<br />
semestralmente o monitoramento.<br />
Somente planejando é possível atingir os<br />
objetivos e elevar a manutenção como parte<br />
estratégica dos negócios da organização.<br />
A integração ent<strong>re</strong> o planejamento e a<br />
execução da manutenção é o fator crítico<br />
de sucesso de <strong>qual</strong>quer atividade de manutenção<br />
na planta.<br />
Já o segundo trabalho de inspeção convencional<br />
assumiu um papel de destaque<br />
à medida que aprimoramos habilidades na<br />
equipe que posteriormente será fonte de<br />
informação <strong>para</strong> o planejamento, pois com<br />
o levantamento das anomalias geram um<br />
histórico <strong>mais</strong> apurado da manutenção e<br />
conseqüentemente obtém os <strong>re</strong>flexos positivos<br />
com a aplicação das novas técnicas. MA<br />
Edson Jaime Michalak trabalha no departamento<br />
técnico da P<strong>re</strong>ditec - Engenharia da<br />
manutenção.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
43
conectividade<br />
Alimentação solar <strong>para</strong><br />
telefonia rural<br />
A partir da análise de um sistema de telefonia rural, onde não<br />
há abastecimento de energia elétrica pela concessionária local,<br />
percebeu-se que a energia solar fotovoltaica consiste na melhor<br />
forma de obtenção de energia. Assim, a migração do sistema analógico<br />
<strong>para</strong> o digital proporciona um sistema de melhor <strong>qual</strong>idade,<br />
durabilidade e economicamente viável Carlos Reis de F<strong>re</strong>itas<br />
saiba <strong>mais</strong><br />
Fraidenraich, N. e Lyra, F.J.,<br />
Energia Solar e Tecnologias de<br />
Conservação Heliotermoelétrica<br />
e Fotovoltaica. Editora Universitária<br />
da UFPE, 1995 (ISBN 85-7315-024-6).<br />
Tiba, C., Fraidenraich, N.<br />
e Barbosa, E.M.,<br />
Instalação de Sistemas Fotovoltaicos<br />
<strong>para</strong> Residências Rurais.<br />
Editora UNIU da UFPE, 1999 (ISBN<br />
85-7315-119-8).<br />
Marco Antônio Galdino<br />
e Jorge H. G. Lima<br />
Prodeem – Programa Nacional<br />
de Eletricidade Rural, baseado<br />
em energia solar fotovoltaica.<br />
Coletânea de arquivos – Energia<br />
Solar e Eólica – Volume 1. Cepel.<br />
P.Fer<strong>re</strong>ira. Sobrinho. Energia Solar<br />
Fotovoltaica – Guia Prático<br />
http://tinyurl.com/solar-vitruvius<br />
http://tinyurl.com/energiasolar<br />
44 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
As aplicações fotovoltaicas baseiam-se na propriedade<br />
eletroquímica de alguns materiais<br />
que transformam a luz em eletricidade. A<br />
sua utilização <strong>mais</strong> importante é no fornecimento<br />
de energia <strong>para</strong> luga<strong>re</strong>s isolados e<br />
além disso, o processo de transformação<br />
é limpo e silencioso, não utilizando peças<br />
móveis e com custo operacional praticamente<br />
nulo.<br />
A conversão da luz em eletricidade é<br />
<strong>re</strong>alizada por células fotovoltaicas que são<br />
pequenas lâminas delgadas <strong>re</strong>cobertas por<br />
uma camada de décimos de milímetro<br />
de um material semicondutor, como o<br />
silício. Quando as células são expostas a<br />
uma fonte de luz, no caso o sol, os fótons<br />
(partículas de luz) excitam os elétrons do<br />
semicondutor. Com a energia absorvida, os<br />
elétrons passam <strong>para</strong> a banda de condução<br />
do átomo e geram cor<strong>re</strong>nte elétrica, nesse<br />
caso, as células geradoras de energia são<br />
depois agrupadas <strong>para</strong> formar os painéis<br />
sola<strong>re</strong>s ou placas fotovoltaicas.<br />
A energia solar fotovoltaica tem ap<strong>re</strong>sentado<br />
um impulso notável nos últimos<br />
anos, devido principalmente à pesquisa de<br />
novos materiais na fabricação dessas células<br />
e também por ser uma solução eficaz <strong>para</strong> a<br />
falta de eletrificação convencional, energia<br />
nuclear ou energias derivadas de extração<br />
mineral (óleo diesel e carvão).<br />
Apesar da energia fotovoltaica ainda ser<br />
<strong>mais</strong> cara do que a proveniente de fontes<br />
tradicionais, ela pode ser utilizada em sistemas<br />
de fornecimento elétrico alternativo<br />
ou de emergência, evitando os apagões<br />
elétricos.<br />
Além disso, a vasta aplicação da energia<br />
solar permite que seus circuitos possam<br />
ser completados por outros sistemas, por<br />
exemplo: energia eólica.<br />
Sistema de Telefonia Rural<br />
Com a utilização do sistema de telefonia<br />
rural é possível fornecer serviços de<br />
voz, fax e internet, sem a necessidade de<br />
quilômetros de fios e postes, <strong>re</strong>duzindo<br />
significativamente os custos de instalação.<br />
Porém, o bom funcionamento e a segurança<br />
da operação de uma estação fixa dependem,<br />
além de um projeto bem elaborado e cuidadoso,<br />
da <strong>qual</strong>idade dos equipamentos<br />
utilizados. Assim, o baixo custo do sistema<br />
e a alta confiabilidade ag<strong>re</strong>gam valor à<br />
infra-estrutura da propriedade.<br />
Desde 1995 está em funcionamento um<br />
sistema analógico de comunicação telefônica<br />
numa propriedade rural, localizada na<br />
Serra do Mar, no município de Pindamonhangaba,<br />
Vale do Paraíba, interior de São<br />
Paulo. Houve a necessidade de um estudo<br />
<strong>para</strong> encontrar a melhor alternativa de geração<br />
de energia elétrica necessária <strong>para</strong> suprir<br />
o funcionamento dos equipamentos, uma<br />
vez que se torna complicado o fornecimento<br />
de energia elétrica pela concessionária local,
devido não apenas à distância mas também<br />
pelo difícil acesso pela mata fechada. Assim,<br />
a solução <strong>mais</strong> econômica e viável foi a<br />
instalação de um painel solar.<br />
Como a luz solar que chega aos módulos<br />
produz eletricidade em cor<strong>re</strong>nte contínua<br />
(DC), a tensão do painel solar é de 12 volts,<br />
o mesmo padrão utilizado nas baterias dos<br />
carros. O sistema funciona armazenando a<br />
energia DC de alimentação nessas baterias,<br />
que acumulam energia quando não existe<br />
consumo.<br />
Esse painel solar supriu a necessidade de<br />
fornecimento de energia elétrica ao equipamento<br />
RURALCEL (Serviço de Telefonia<br />
Rural da Telefônica), disponível apenas<br />
<strong>para</strong> o Estado de São Paulo e <strong>re</strong>strito às<br />
á<strong>re</strong>as não atendidas pelas <strong>re</strong>des de telefonia<br />
fixa convencionais, tipicamente á<strong>re</strong>as rurais<br />
ou <strong>re</strong>giões distantes dos centros urbanos.<br />
Normalmente a bateria e o painel solar<br />
trabalham em conjunto <strong>para</strong> alimentar a<br />
carga, sendo a função da bateria, em um sistema<br />
fotovoltaico, acumular a energia que<br />
se produz durante as horas de luminosidade<br />
a fim de poder ser utilizada à noite ou durante<br />
períodos prolongados de mau tempo.<br />
Outra função, é prover uma intensidade de<br />
cor<strong>re</strong>nte superior àquela que o dispositivo<br />
fotovoltaico pode ent<strong>re</strong>gar.<br />
Migração digital do sistema<br />
de telefonia rural<br />
O sistema analógico instalado funcionou<br />
de maneira satisfatória durante<br />
dez anos, necessitando apenas da troca<br />
de quatro baterias de armazenamento de<br />
energia e, poucas vezes, de limpeza do<br />
painel solar e do abrigo onde foram feitas<br />
as instalações.<br />
Vale <strong>re</strong>ssaltar que, na época da instalação,<br />
os equipamentos possuíam circuitos<br />
analógicos, não ap<strong>re</strong>sentando na<br />
sua entrada de alimentação tolerância de<br />
variações ou oscilações na tensão ent<strong>re</strong>gue<br />
pelo painel solar.<br />
A migração <strong>para</strong> um sistema digital<br />
permite lidar com tensões e cor<strong>re</strong>ntes analógicas,<br />
assegurando a tensão de 12 volts<br />
estável <strong>para</strong> alimentação do equipamento<br />
de telefonia, melhorando o funcionamento<br />
e a segurança da operação da estação de<br />
telefonia rural, mantendo o baixo custo operacional<br />
e a alta confiabilidade. Além disso,<br />
como a alimentação da bateria é proveniente<br />
do painel solar, não existe a possibilidade<br />
de descargas atmosféricas vindas pela <strong>re</strong>de<br />
elétrica CA (cor<strong>re</strong>nte alternada).<br />
Para estabilizar a alimentação na entrada<br />
da bateria foi instalado um equipamento<br />
chamado controlador <strong>para</strong> painel solar (figura<br />
1). Esse controlador mantém o sistema<br />
em condições ideais de funcionamento,<br />
assegurando longa vida útil e ainda um<br />
fornecimento seguro, sem oscilações <strong>para</strong> o<br />
equipamento de transmissão e <strong>re</strong>cepção.<br />
Existem diversos tipos de controlado<strong>re</strong>s<br />
de carga, porém a concepção <strong>mais</strong> simples é<br />
aquela que envolve uma só etapa de controle.<br />
O controlador monitora constantemente<br />
a tensão da bateria de acumulado<strong>re</strong>s, e<br />
quando a <strong>re</strong>ferida tensão alcança um valor<br />
<strong>para</strong> o <strong>qual</strong> a bateria está car<strong>re</strong>gada, o controlador<br />
interrompe o processo de carga.<br />
Isto pode ser conseguido abrindo o circuito<br />
ent<strong>re</strong> o módulo fotovoltaico (controle tipo<br />
série) e a bateria, ou curto-circuitando o<br />
mesmo (controle shunt).<br />
Quando o consumo faz com que a bateria<br />
comece a descar<strong>re</strong>gar-se e, portanto, a<br />
baixar sua tensão, o controlador <strong>re</strong>conecta<br />
o gerador à bateria e <strong>re</strong>começa o ciclo. Este<br />
sistema é conhecido pelas siglas CMT<br />
(Corte por Mínima Tensão) ou LVD (Low<br />
Voltage Disconnection).<br />
Aplicações do sistema<br />
Caso sejam necessárias tensões maio<strong>re</strong>s<br />
do que 12 volts, podem ser combinados<br />
módulos sola<strong>re</strong>s em pa<strong>re</strong>s <strong>para</strong> produção<br />
de 24 volts, ou grupos de quatro <strong>para</strong> 48<br />
volts. Com isso, tem-se a possibilidade de<br />
inserir no sistema elétrico, proveniente da<br />
energia solar, outro equipamento digital:<br />
o inversor.<br />
F1.Sistema Estabilizado de Alimentação da Bateria.<br />
F2. Sistema de Alimentação de Cor<strong>re</strong>nte Contínua ou Alternada.<br />
conectividade<br />
As principais aplicações dos<br />
painéis sola<strong>re</strong>s são:<br />
1. Eletrificação (<strong>re</strong>sidências, escolas,<br />
comércio, fazendas, indústrias, estações<br />
e postos avançados de vigilância e de<br />
radiodifusão);<br />
2. Telecomunicações (telefonia rural,<br />
tor<strong>re</strong>s e <strong>re</strong>transmisso<strong>re</strong>s, estações<br />
ter<strong>re</strong>st<strong>re</strong>s, radiotelefonia e radiocomunicação);<br />
3. Sinalização aé<strong>re</strong>a e náutica (faróis<br />
náuticos, sinalização em tor<strong>re</strong> de<br />
transmissão e energia elétrica e de<br />
radiodifusão, sinalização em portos e<br />
aeroportos);<br />
4. Sinalização rodo-ferroviária (painéis<br />
de mensagens, sinais luminosos, e na<br />
iluminação de placas de sinalização e<br />
propaganda);<br />
5. Sistema de aquisição de dados<br />
meteorológicos e climatológicos; equipes<br />
de televigilância (depósitos e silos,<br />
tráfego rodoviário, em rios e matas);<br />
6. Alimentação autônoma de centrais<br />
de alarme e sistemas de segurança.<br />
O inversor converte a alimentação CC<br />
armazenada nas baterias <strong>para</strong> CA de 110<br />
volts ou 220 volts (figura 2), sendo essas<br />
as mesmas que a <strong>re</strong>de pública fornece <strong>para</strong><br />
luzes, tomadas e dispositivos. Os cabos<br />
curtos, pesados com fusível de potência ou<br />
um disjuntor de circuito levam a energia<br />
das baterias <strong>para</strong> o inversor.<br />
Depois da conversão <strong>para</strong> CA, o inversor<br />
ligado ao disjuntor coloca energia da<br />
instalação solar di<strong>re</strong>tamente no circuito<br />
elétrico em vez das linhas de serviço públicas.<br />
Já os inverso<strong>re</strong>s domésticos vêm com<br />
potências na ordem dos 50 a 5500 watts.<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
45
conectividade<br />
F3. Sistema Digital de Abastecimento Energético da Propriedade Rural.<br />
O sistema digital proporciona variedade<br />
na produção da energia elétrica gerada pelo<br />
sistema solar fotovoltaico, aumentando a<br />
capacidade de abastecimento energético<br />
da propriedade, adicionando controle ao<br />
sistema e também fornecendo um sistema<br />
totalmente digital (figura 3).<br />
46 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Conclusão<br />
A migração do sistema de telefonia<br />
rural analógico <strong>para</strong> o digital é economicamente<br />
viável, levando em conta que a<br />
concessionária local não atende a propriedade<br />
devido a sua localização geográfica.<br />
Assim, além do processo ap<strong>re</strong>sentar baixo<br />
custo de instalação e manutenção, possui<br />
alta confiabilidade. Isso porque quando<br />
introduzido ao processo, o controlador<br />
estabelece os níveis aceitáveis de cor<strong>re</strong>nte<br />
e tensão, sem flutuações e oscilações, e<br />
matém a carga na bateria semp<strong>re</strong> constante,<br />
com fornecimento contínuo de energia<br />
mesmo com a pouca incidência ou ausência<br />
da luz solar.<br />
Com esse controle no processo prolonga-se<br />
ainda <strong>mais</strong> a vida útil dos equipamentos<br />
do sistema, ou seja, do painel solar, da<br />
bateria e do equipamento de telefonia.<br />
O sistema de alimentação solar poderá<br />
ser implementado com outros equipamentos<br />
digitais que ofe<strong>re</strong>çam praticidade aos<br />
usuários e que mantenham a alta <strong>qual</strong>idade<br />
do projeto já instalado.<br />
Portanto, o sistema implementado ap<strong>re</strong>senta<br />
baixo custo de instalação e funciona<br />
por muito tempo sem a necessidade de<br />
<strong>qual</strong>quer manutenção além da p<strong>re</strong>ventiva,<br />
que continua sendo simples e barata. Este<br />
artigo ap<strong>re</strong>senta aspectos fundamentais<br />
<strong>para</strong> o contínuo desenvolvimento de projetos<br />
desse tipo e que obtiveram <strong>re</strong>sultados<br />
satisfatórios como os ap<strong>re</strong>sentados. MA
Faça as<br />
perguntas<br />
certas!<br />
m meados da década de 90, quando a<br />
onda dos ERPs – Enterprise Resource<br />
Management ou softwa<strong>re</strong> de gestão<br />
corporativa – vivia seu apogeu, poucas<br />
pessoas imaginavam que algumas<br />
implementações durariam até a década<br />
seguinte. Raríssimas emp<strong>re</strong>sas questionaram<br />
a <strong>re</strong>al necessidade do seu negócio,<br />
já que o mantra do mercado apontava<br />
na di<strong>re</strong>ção dos poderosos e abrangentes<br />
sistemas de gestão. A promessa<br />
de integração e controle onip<strong>re</strong>sentes<br />
seduziu o mundo corporativo. Passados<br />
quase 20 anos, uma lição foi ap<strong>re</strong>ndida:<br />
antes de adquirir um sistema, faça a<br />
pergunta certa.<br />
A discussão dos fabricantes, em se<br />
tratando da criação de novos produtos,<br />
hoje, diz <strong>re</strong>speito à gestão de seu ciclo<br />
de vida e pa<strong>re</strong>ce que o mundo tenta<br />
polarizar o debate ent<strong>re</strong> PLM (Product<br />
Lifecycle Management) ou PDM (Product<br />
Data Management). Qual dos dois<br />
sua emp<strong>re</strong>sa deve adotar? A pergunta<br />
certa a ser feita é: <strong>qual</strong> o <strong>caminho</strong> <strong>mais</strong><br />
<strong>eficiente</strong> <strong>para</strong> <strong>re</strong>solver seus problemas<br />
<strong>re</strong>lacionados ao desenvolvimento de<br />
produto no curto prazo?<br />
Cada organização deve assumir sua<br />
verdade particular e aceitar que a maioria<br />
das emp<strong>re</strong>sas não está p<strong>re</strong><strong>para</strong>da <strong>para</strong><br />
um sistema de PLM por uma razão<br />
simples: muitas indústrias ainda usam<br />
sistemas baseados em papel <strong>para</strong> controlar<br />
as modificações de produtos em<br />
sua engenharia. Isso significa lentidão<br />
no lançamento de produtos, cópias de<br />
desenhos desatualizadas, circulação lenta<br />
de documentos, excesso de papel, alto<br />
índice de <strong>re</strong>trabalho, dificuldade de se<br />
obter informações dos produtos, ent<strong>re</strong><br />
outros problemas.<br />
A <strong>re</strong>alidade de uma emp<strong>re</strong>sa que<br />
ainda atua nestes moldes é que existe<br />
um longo <strong>caminho</strong> a ser percorrido e<br />
não adianta tomar atalhos. O PLM pode<br />
ser com<strong>para</strong>do a um ERP, acompanha<br />
toda a vida do produto, diz <strong>re</strong>speito à<br />
“enterprise sharing of <strong>re</strong>leased documents”<br />
e seu tempo de implementação pode ser<br />
de meses ou anos. PDM é um subsistema<br />
do PLM, ge<strong>re</strong>ncia com eficiência dados<br />
de design do produto em 3D, diz <strong>re</strong>speito<br />
a desenvolvimento de produtos em andamento<br />
e sua implementação não dura<br />
<strong>mais</strong> de cinco dias, em geral.<br />
“<br />
chão de fábrica<br />
Oscar Siqueira<br />
Oscar Siqueira é country-manager<br />
da SolidWorks Brasil.<br />
A pergunta certa<br />
a ser feita é: <strong>qual</strong><br />
o <strong>caminho</strong> <strong>mais</strong><br />
<strong>eficiente</strong> <strong>para</strong> <strong>re</strong>solver<br />
seus problemas<br />
<strong>re</strong>lacionados<br />
ao desenvolvimento<br />
de produto<br />
no curto prazo?<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
47
chão de fábrica<br />
Um dado espantoso: segundo a CI-<br />
MData, principal emp<strong>re</strong>sa de pesquisa<br />
e abordagem PLM, 61% das indústrias<br />
manufatu<strong>re</strong>iras ac<strong>re</strong>ditam que uma implementação<br />
de PLM é igual ou <strong>mais</strong> complexa<br />
que uma implementação de ERP. Essa é<br />
uma informação que deve ser considerada<br />
seriamente.<br />
A nova afirmação que proponho – e aí<br />
vale a pena debater – é a de que <strong>qual</strong>quer<br />
emp<strong>re</strong>sa que tenha adotado um sistema de<br />
CAD 3D p<strong>re</strong>cisa de uma solução de PDM<br />
agora. É fácil defender essa tese. A tecnologia<br />
tridimensional gera <strong>mais</strong> dados do que a<br />
2D e contém associações, <strong>re</strong>ferências e inter-<strong>re</strong>lacionamentos<br />
com outros arquivos,<br />
como peças, desenhos, várias configurações<br />
ou conjuntos que p<strong>re</strong>cisam ser ge<strong>re</strong>nciados e<br />
p<strong>re</strong>servados. Tudo isso cria uma necessidade<br />
latente de ge<strong>re</strong>nciamento do maior volume<br />
e complexidade de dados.<br />
O PDM é um item obrigatório <strong>para</strong><br />
todos os fabricantes que utilizam uma<br />
ferramenta de desenho de projeto tridimensional<br />
ou CAD 3D. Talvez você esteja<br />
se perguntando: por que não ir di<strong>re</strong>to <strong>para</strong><br />
o grande guarda-chuva do PLM? Como<br />
<strong>re</strong>sposta, pergunto: Você está ge<strong>re</strong>nciando<br />
os dados de design de produtos com<br />
eficiência? A emp<strong>re</strong>sa é grande o bastante<br />
<strong>para</strong> se beneficiar do PLM? Os benefícios<br />
em potencial do PLM são maio<strong>re</strong>s que os<br />
custos? Você não se sentiria <strong>mais</strong> confortável<br />
usando ferramentas PDM <strong>para</strong> ge<strong>re</strong>nciar<br />
dados de design de produtos em 3D com<br />
eficácia, antes de adotar uma solução de<br />
PLM em larga escala?<br />
48 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008<br />
Caso tenha um sistema de CAD 3D, e Um sistema PDM de ponta facilita a<br />
ainda <strong>re</strong>stem dúvidas sob<strong>re</strong> a necessidade <strong>re</strong>utilização de projetos ao permitir que<br />
de uma solução de ge<strong>re</strong>nciamento de dados, os fabricantes classifiquem, organizem<br />
pergunte-se:<br />
e agrupem informações de projeto <strong>para</strong><br />
• Os engenheiros p<strong>re</strong>cisam <strong>para</strong>r de pesquisa rápida e <strong>re</strong>cuperação. Ele <strong>re</strong>aliza<br />
esc<strong>re</strong>ver por cima de arquivos de automaticamente um <strong>re</strong>gistro completo<br />
outros engenheiros?<br />
de auditoria, p<strong>re</strong>ciso e detalhado de todos<br />
• A emp<strong>re</strong>sa ca<strong>re</strong>ce de um método os produtos, montagens e componentes<br />
melhor <strong>para</strong> controlar a <strong>re</strong>visão de desenvolvidos pela emp<strong>re</strong>sa. O sistema<br />
documentos?<br />
também ajuda os fabricantes <strong>re</strong>gidos por<br />
• É p<strong>re</strong>ciso facilitar o acesso das á<strong>re</strong>as <strong>re</strong>gulamentos especiais, como os <strong>re</strong>quisitos<br />
de Compras e Manufatura às infor- da ISO (International Standards Orgamações<br />
da engenharia?<br />
nization) e da FDA (US Food and Drug<br />
• Os engenheiros gostariam de ter Administration), a garantir a conformidade<br />
a possibilidade de encontrar, ver e com maior eficiência.<br />
com<strong>para</strong>r antigas <strong>re</strong>visões de docu- Os benefícios da boa gestão dos dados<br />
mentos originais?<br />
de projeto são inegáveis <strong>para</strong> acelerar o<br />
• Os projetistas p<strong>re</strong>cisam encontrar, desenvolvimento e lançamento de produtos.<br />
com <strong>mais</strong> facilidade, peças, os de- É possível que ainda existam aqueles que<br />
senhos e os conjuntos?<br />
ac<strong>re</strong>ditam que podem continuar ge<strong>re</strong>n-<br />
• A á<strong>re</strong>a de engenharia p<strong>re</strong>cisa encontrar, ciando sua á<strong>re</strong>a de produto como se ainda<br />
<strong>mais</strong> facilmente, os conjuntos onde as vivesse na época dos “cof<strong>re</strong>s de desenhos”,<br />
peças modificadas são usadas? administrados e operados por um ge<strong>re</strong>nte<br />
• A emp<strong>re</strong>sa necessita automatizar e ou administrador de documentação. Pode<br />
controlar o processo de Engineering até conseguir, mas estará longe das melho<strong>re</strong>s<br />
Change Order (ECN)?<br />
práticas da produção e de alcançar o time-<br />
Um sistema de PDM, além de <strong>re</strong>solver to-market ideal.<br />
essas demandas, é capaz de administrar A conclusão é que o abrangente sistema<br />
todos os outros dados de projeto <strong>re</strong>laciona- PLM continuará a ter seu maior impulso<br />
dos e, ao mesmo tempo, ofe<strong>re</strong>cer suporte à nas grandes indústrias, como automotiva<br />
colaboração no mundo inteiro em todas as e aeroespacial, verticais que geralmente são<br />
á<strong>re</strong>as da emp<strong>re</strong>sa. Os desenvolvedo<strong>re</strong>s de as <strong>mais</strong> avançadas tecnologicamente. Por<br />
produtos podem ge<strong>re</strong>nciar, com segurança, os outro lado, adquirir uma solução PDM <strong>para</strong><br />
dados de projeto, além de controlar o acesso ge<strong>re</strong>nciar os dados de design de produtos é,<br />
de forma eficaz e praticamente eliminar a no mínimo, um investimento pragmático e<br />
possibilidade de erros e <strong>re</strong>trabalho ou perda a decisão <strong>mais</strong> acertada <strong>para</strong> a maioria das<br />
de dados <strong>re</strong>lacionados ao PDM.<br />
emp<strong>re</strong>sas manufatu<strong>re</strong>iras.<br />
MA
instrumentação<br />
Novembro/Dezembro 2008 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
15
instrumentação<br />
14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008