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Artigo Completo - Um Mundo de Experiências

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Factor Humano: <strong>Um</strong> balanço entre o percentil 50 e as características antropométricas e ergonómicas dos<br />

indivíduos idosos<br />

O Design Ergonómico Direccionado para o Idoso, Privilegiando uma Melhor Qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Vida<br />

Na comunida<strong>de</strong> académica constata-se frequentemente a heterogeneida<strong>de</strong> na <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> conceitos, i<strong>de</strong>ntificando-se por vezes a diferença significativa da abordagem ou<br />

entendimento do tema e particularmente a diferenciação específica em que o cerne da questão<br />

é coeso e geral variando em particularida<strong>de</strong>s próprias <strong>de</strong> culturas espácio-temporais e<br />

metodologias <strong>de</strong> estudo. Nesta realida<strong>de</strong> a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> conceitos como <strong>de</strong>sign e ergonomia<br />

são exemplos significativos para o tema em estudo.<br />

De acordo com Moraes (in Couto e Oliveira, 1999:170), o Design apresenta-se como<br />

uma ferramenta <strong>de</strong> projecto cujo objectivo se centra no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong><br />

configuração <strong>de</strong>finida, com vista à sua produção em série, e que <strong>de</strong>ve contemplar as questões<br />

<strong>de</strong> uso, significado, <strong>de</strong>sempenho, função, custos, produção e comercialização, mercado,<br />

qualida<strong>de</strong> formal e estética e o respectivo impacto urbano e ecológico. Para Couto e Oliveira<br />

(1999:9) o <strong>de</strong>sign <strong>de</strong>ve ser compreendido não como um modo <strong>de</strong> dar forma aos objectos, mas<br />

como uma estrutura coesa da qual fazem parte o utilizador, o <strong>de</strong>signer, a forma, o <strong>de</strong>sejo e o<br />

modo <strong>de</strong> ser e estar no mundo <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós. A <strong>de</strong>finição do International Council of<br />

Societies of Industrial Design, afirma que o <strong>de</strong>sign é uma activida<strong>de</strong> criativa cujo objectivo é<br />

estabelecer qualida<strong>de</strong>s multifacetadas dos objectos, processos, serviços e respectivos sistemas<br />

em ciclos <strong>de</strong> via completos. (ICSID, 2010). Nos exemplos apresentados, não é possível<br />

afirmar a existência <strong>de</strong> diferenças incompatíveis antes a particularida<strong>de</strong> que permite uma<br />

abordagem holística ao tema a partir <strong>de</strong> distintas <strong>de</strong>finições que se complementam entre si.<br />

Talvez o modo mais simples <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o que é o <strong>de</strong>sign seja: a concepção <strong>de</strong> ambientes,<br />

produtos e sistemas <strong>de</strong> comunicação com recurso a um processo metodológico e criativo com<br />

vista a resolver um problema <strong>de</strong> interacção entre o homem e o mundo espácio-temporal em<br />

que vive e interage. Muitas vezes estes processos caracterizam-se pelo recurso excessivo à<br />

forma e à estética <strong>de</strong>dicando diminuta atenção ao processo metodológico. Po<strong>de</strong>ríamos citar<br />

diferentes autores que comportam na sua carreira profissional conceituada soluções<br />

arquitectónicas e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, que ao longo do percurso esqueceram e negaram a participação<br />

do possível público-alvo. Algumas <strong>de</strong>stas produções tornaram-se produtos iconográficos, e<br />

apesar <strong>de</strong> merecido título, ficaram resguardadas <strong>de</strong> qualquer análise ou avaliação pósutilização.<br />

O reconhecimento académico e social das soluções apresentadas levaram os seus<br />

pares a adoptar uma atitu<strong>de</strong> egocêntrica expondo a sua opinião ou a sua i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> partida como<br />

o conceito gerador <strong>de</strong> ambientes, produtos e sistemas <strong>de</strong> comunicação esquecendo, por vezes<br />

com consequências significativas, os requisitos próprios do contexto, da função e do públicoalvo<br />

a quem se dirigem.<br />

O <strong>de</strong>sign não <strong>de</strong>ve existir enquanto conceito, se não contemplar o contributo significante<br />

e indispensável <strong>de</strong> áreas científicas como a antropometria e a ergonomia. Esta contribuição<br />

<strong>de</strong>ve ser pensada consi<strong>de</strong>rando o contexto, o <strong>de</strong>sempenho da função e a capacida<strong>de</strong> humana,<br />

<strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong> actual, evitando a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> dados, que embora credíveis e<br />

válidos, são genéricos no sentido <strong>de</strong> nem sempre correspon<strong>de</strong>rem às especificida<strong>de</strong>s da<br />

realida<strong>de</strong> ou do público-alvo em estudo.<br />

A Antropometria é o ramo das ciências humanas, que lida com as medidas do corpo:<br />

particularmente com a medição do tamanho do corpo, forma, força e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />

Etimologicamente ergonomia vem do Grego: ergos, trabalho; nomos, regra conhecimento,<br />

saber (LACOMBLEZ, SILVA, FREITAS, 1996). Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que esta seja apenas<br />

uma primeira aproximação do vocábulo, mas que não especifica o objecto <strong>de</strong>ssa disciplina,<br />

visto existirem várias <strong>de</strong>finições, sendo que todas procuram ressaltar o carácter<br />

interdisciplinar e o objecto <strong>de</strong> estudo, que é a interacção entre o homem e o trabalho, no<br />

sistema homem-máquina-ambiente, ou seja, as interfaces <strong>de</strong> um sistema on<strong>de</strong> ocorrem troca<br />

<strong>de</strong> informações e <strong>de</strong> energia entre o homem, máquina e ambiente, resultando na realização <strong>de</strong><br />

trabalho (IIDA, 2005:2).<br />

9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento em Design

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