CONTROLE ADAPTATIVO ROBUSTO APLICADO A UM ... - Fei
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X SBAI – Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente<br />
18 a 21 de setembro de 2011<br />
São João del-Rei - MG - Brasil<br />
<strong>CONTROLE</strong> <strong>ADAPTATIVO</strong> <strong>ROBUSTO</strong> <strong>APLICADO</strong> A <strong>UM</strong> CIRCUITO CAÓTICO<br />
Samaherni M. Dias ∗ , Aldayr D. de Araujo ∗ , Allan de M. Martins ∗ , Kurios I. P. de M.<br />
Queiroz ∗<br />
∗ Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Engenharia Elétrica, Laboratório de<br />
Acionamento, Controle e Instrumentação (LACI), Natal, RN, Brazil<br />
Emails: sama@dca.ufrn.br, aldayr@dca.ufrn.br, allan@dee.ufrn.br, kurios@dee.ufrn.br<br />
Abstract— Many practical systems (for example: robotic systems, power system and electronic circuits) are<br />
multiple-input multiple-output nonlinear systems and some of them have coupled relations between inputs and<br />
outputs. Besides all that, these systems can suffer from plant uncertainties and external disturbances. Any control<br />
techniques to be applied to these systems are complex. This work proposes a new control structure, based on the<br />
union between the variable structure model reference adaptive control and a decoupling left-inverse technique, to<br />
transform the nonlinear multiple-input multiple-output system into a number of single-input single-output linear<br />
systems. In that case each input affects only one output and with a desired closed-loop performance.<br />
Keywords— Robust control; Model reference adaptive control; Sliding mode control; Decoupling; Chattering.<br />
Resumo— Muitos sistemas práticos (por exemplo: sistemas robóticos, sistemas de potência e circuitos eletrônicos)<br />
são não-lineares com múltiplas-entradas e múltiplas saídas. Alguns destes sistemas possuem acoplamento<br />
entre suas entradas e saídas. Além do acoplamento estes sistemas podem apresentar incertezas paramétricas e<br />
distúrbios externos. Qualquer técnica de controle aplicada a estes sistemas é complexa. Este trabalho propõe<br />
uma nova estrutura de controle, baseada na união entre o controlador adaptativo por modelo de referência e estrutura<br />
variável e uma técnica de desacoplamento, para transformar o sistema não-linear com múltiplas-entradas<br />
e múltiplas saídas em um conjunto de sistemas lineares com uma entrada e uma saída. Neste caso, cada entrada<br />
afeta apenas uma única saída com sua performance em malha fechada definida pelo projetista.<br />
Palavras-chave— Controle robusto; Controle adaptativo por modelo de referência; Controle por modos deslizantes;<br />
Sistemas desacoplados; Chattering.<br />
1 Introdução<br />
Atualmente, há um crescente interesse em aplicar<br />
técnicas de controle em processos industriais.<br />
Entretanto, muitos destes processos são sistemas<br />
MIMO (Múltiplas Entradas e Múltiplas Saídas)<br />
não lineares e alguns deles apresentam um forte<br />
acoplamento entre as entradas e as saídas. Além<br />
de tudo isso, estes sistemas podem apresentar incertezas<br />
paramétricas e distúrbios externos. Qualquer<br />
técnica de controle aplicada a um sistema<br />
como esse será complexa. Este trabalho propõe<br />
desacoplar o sistema não linear MIMO em um<br />
conjunto de sistemas lineares SISO (Uma Entrada<br />
Uma Saída), nos quais cada entrada afeta apenas<br />
uma saída com sua performance em malha fechada<br />
definida pelo projetista.<br />
Alguns trabalhos nesta área podem ser destacados<br />
por suas contribuições, como o trabalho<br />
de Hirschorn (1979), no qual ele provou a condição<br />
suficiente para a existência de uma classe de<br />
sistemas não lineares (sistemas de fase mínima)<br />
inversos à esquerda. Em Singh (1981) o algoritmo<br />
da construção de sistemas inversos proposto por<br />
Hirschorn foi modificado ampliando a classe de<br />
sistemas não lineares inversos à esquerda. Li et<br />
al (1987) generalizou o método de inversão de sistemas<br />
provando a condição necessária e suficiente<br />
para a inversão de um sistema não linear genérico.<br />
Recentemente, a aplicação de métodos de<br />
controle não linear desacoplado tem sido proposta<br />
(Gang e Lina, 2010; Ahmed et al., 2009; Li<br />
et al., 2009; Dias et al., 2007). Muitas destas aplicações<br />
estão direcionadas a motores de indução e<br />
sistemas robóticos. A aplicação apresentada aqui<br />
está relacionada com circuitos eletrônicos.<br />
Será utilizado um algoritmo modificado de<br />
construção de sistemas inversos, proposto por<br />
Hirschorn, associado com uma técnica de controle<br />
por modos deslizantes para desacoplar o circuito<br />
de Chua modificado, o qual é um circuito eletrônico<br />
simples que exibe um comportamento caótico.<br />
O circuito de Chua modificado é muito sensível<br />
a variações em seus componentes e tem um<br />
forte acoplamento entre suas entradas e saídas.<br />
Por estas características, o circuito de Chua foi<br />
escolhido para testar a técnica proposta.<br />
O controle por modos deslizantes usado neste<br />
trabalho é o controle adaptativo por modelo de<br />
referência e estrutura variável (VS-MRAC). Esta<br />
estratégia de controle leva a um desempenho transitório<br />
rápido e é robusta às incertezas paramétricas,<br />
dinâmicas não modeladas e distúrbios externos<br />
(Costa e Hsu, 1992). O VS-MRAC para plantas<br />
lineares com grau relativo unitário foi proposto<br />
em (Hsu, 1988), e em seguida, estendido para o<br />
caso geral (Hsu, 1990). A aplicação de técnicas de<br />
chaveamento em circuitos eletrônicos não é uma<br />
novidade, e uma das mais importantes aplicações<br />
é a fonte chaveada.<br />
Inicialmente, o sistema não linear MIMO (circuito<br />
de Chua) será desacoplado, utilizando o algoritmo<br />
modificado proposto, em dois sistemas lineares<br />
SISO e, então, para cada um dos sistemas<br />
ISSN: 2175-8905 - Vol. X 504
X SBAI – Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente<br />
18 a 21 de setembro de 2011<br />
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SISO desacoplado será aplicado um controlador<br />
VS-MRAC.<br />
2 Inversão de sistemas não lineares<br />
Baseado no algoritmo de construção de sistemas<br />
inversos proposto por Hirschorn (1979), o qual<br />
constrói uma sequência de sistemas, alterando o<br />
mapeamento de saída até que se possa encontrar<br />
uma solução para o vetor de entrada (u) em função<br />
da saída (y), das derivadas da saída e do vetor de<br />
estado (x). Assim, é possível obter-se um segundo<br />
sistema não-linear que age como um sistema inverso<br />
à esquerda para o sistema original. Para um<br />
melhor entendimento faz-se necessário que o leitor<br />
esteja familiarizado com a notação e os resultados<br />
apresentados em (Hirschorn, 1979).<br />
Considere o sistema<br />
⎧<br />
⎨<br />
˙x = A(x) +<br />
⎩<br />
m<br />
uibi(x); x ∈ M,<br />
i=1<br />
(1)<br />
y = C(x)<br />
onde A, b1, . . . , bm ∈ V (M → M) e C : M → R l é<br />
um mapeamento analítico real. Então<br />
dy<br />
dt = y(1) = Ac(x) + D(x)u (2)<br />
onde u denota o vetor em ℜ m cujos<br />
componentes são u1, . . . , um e D(x) =<br />
[b1c(x) b2c(x) · · · bmc(x)] é uma matriz l × m<br />
para cada x ∈ M.<br />
Agora, considere o sistema 1<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
⎪⎩<br />
onde<br />
˙x = A(x) + m<br />
uibi(x); x ∈ M1,<br />
i=1<br />
z1 = C1(x) + D1(x)u<br />
z1 = R0(x) dy<br />
dt ,<br />
C1 = R0(x)Ac(x),<br />
D1 = R0(x)D(x).<br />
(3)<br />
(4)<br />
Seja R0(x) uma matriz com a propriedade de<br />
reordenar as linhas de D(x) e<br />
R0(x)D(x) =<br />
<br />
D11(x)<br />
, (5)<br />
0<br />
onde D11(x) é uma matriz r1 × m de posto r1<br />
para todo x ∈ M1 e r1 = maxx∈M {rank D(x)}<br />
é chamado de índice de inversibilidade do sistema<br />
(1).<br />
Seja o Sistema J<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
⎪⎩<br />
˙x = A(x) + m<br />
uibi(x); x ∈ MJ,<br />
i=1<br />
zJ = CJ(x) + DJ(x)u<br />
(6)<br />
onde MJ é um subconjunto de M, CJ(x) e DJ(x)<br />
são matrizes l × l e l × m, respectivamente, cujas<br />
entradas são funções analíticas reais em MJ, e<br />
DJ(x) =<br />
<br />
DJ1(x)<br />
, (7)<br />
0<br />
com DJ1(x) uma matriz rJ × m de posto rJ para<br />
todo x ∈ MJ.<br />
Por construção<br />
0 r1 r2 r3 . . . m (8)<br />
onde m é o número de entradas. Desta forma,<br />
existe pelo menos um número positivo inteiro J<br />
tal que rJ é máximo.<br />
Baseado em (Hirschorn, 1979), suponha que<br />
um sistema da forma (1) tem ordem relativa α <<br />
∞. Desta forma, o α-ésimo sistema será<br />
ISSN: 2175-8905 - Vol. X 505<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
⎪⎩<br />
˙x = A(x) + m<br />
uibi(x); x ∈ Mα,<br />
i=1<br />
zα = Cα(x) + Dα(x)u<br />
e por construção<br />
Dα(x) =<br />
<br />
Dα1(x)<br />
0<br />
(9)<br />
(10)<br />
onde para todo x ∈ Mα, Dα1(x) é uma matriz<br />
rα × m de posto rα = m (para α < ∞) e é uma<br />
matriz inversível. Seja zα e cα os primeiros m<br />
componentes de zα e cα, respectivamente. Então<br />
zα = cα(x) + Dα1(x)u. (11)<br />
Se x0 ∈ Mα então existe uma matriz Hα(x)<br />
(m×αl) cujas entradas são funções analíticas reais<br />
em Mα tal que<br />
⎡<br />
y<br />
⎢<br />
zα(t) = Hα(x(t)) ⎣<br />
(1) (t)<br />
.<br />
y (α) ⎤<br />
⎥<br />
⎦ (12)<br />
(t)<br />
e o sistema<br />
˙x = A(x) + B(x)u; x0 = x0 ∈ Mα,<br />
onde<br />
y = C(x) + D(x)u<br />
(13)<br />
A(x) = A(x) − b1(x) . . . bm(x) D −1<br />
α1 (x)cα(x)<br />
B(x) = b1(x) . . . bm(x) D −1<br />
α1 (x)Hα(x)<br />
C(x) = −D −1<br />
α1 (x)cα(x)<br />
D(x) = D −1<br />
α1 (x)Hα(x)<br />
(14)<br />
age como um sistema inverso à esquerda para o<br />
sistema (1).
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18 a 21 de setembro de 2011<br />
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3 Controlador VS-MRAC<br />
O controlador VS-MRAC (Figura 1) foi proposto<br />
em (Hsu, 1988). O objetivo do VS-MRAC é encontrar<br />
uma lei de controle que modifique a estrutura<br />
e a dinâmica da planta, de maneira que seu<br />
conjunto entrada/saída seja exatamente o mesmo<br />
de um modelo de referência.<br />
Considere uma planta linear SISO e invariante<br />
no tempo com função de transferência estritamente<br />
própria<br />
np(s) kp<br />
W (s) = kp = ,<br />
dp(s) s + ap<br />
com entrada u e saída y. O modelo de referência<br />
é caracterizado pela função de transferência estritamente<br />
própria<br />
nm(s) km<br />
M(s) = km = ,<br />
dm(s) s + am<br />
com entrada yr e saída ym.<br />
O propósito é encontrar um lei de controle<br />
u(t), utilizando somente medidas de entrada e<br />
saída da planta, tal que o erro de saída<br />
e0 = y − ym (15)<br />
tenda a zero assintoticamente para condições iniciais<br />
arbitrárias e sinal de referência yr(t) contínuo<br />
por partes e uniformemente limitado.<br />
+<br />
+<br />
θ2<br />
yr<br />
u<br />
Modelo<br />
M(s)<br />
Planta<br />
W (s)<br />
θ1<br />
ym<br />
y<br />
-<br />
+<br />
θ2 = −θ2 sgn(e0 · yr)<br />
e0<br />
Relé<br />
Relé<br />
θ2<br />
θ1<br />
θ1 = −θ1 sgn(e0 · y)<br />
Figura 1: Diagrama de blocos do controlador<br />
adaptativo por modelo de referência e estrutura<br />
variável (VS-MRAC)<br />
onde<br />
Considere<br />
θ ∗ 1 = ap − am<br />
kp<br />
u = θ ∗T ω (16)<br />
, θ ∗ 2 = km<br />
kp<br />
. (17)<br />
o sinal de controle para a planta (W (s)) seguir<br />
exatamente o modelo de referência (M(s)), isto<br />
é, a função de transferência da planta em malha<br />
fechada, de yr para y, é M(s). Claro que θ ∗T só<br />
pode ser conhecido se W (s) é conhecido. Quando<br />
este não for o caso, o sinal de controle será<br />
u = θ T ω, (18)<br />
onde θ T = [θ1 θ2] é o vetor de parâmetros adaptativos<br />
(para sinais persistentemente excitantes<br />
θ → θ ∗ ) e<br />
ω = T y yr , (19)<br />
é definido como o vetor “regressor”.<br />
As seguintes hipóteses são assumidas:<br />
1. o grau relativo n ∗ da planta W (s) é conhecido<br />
e o modelo de referência M(s) tem o mesmo<br />
grau relativo da planta;<br />
2. somente sinais de entrada e saída da planta<br />
são utilizados para gerar o sinal de controle<br />
u;<br />
3. a ordem (n) da planta é conhecida, isto é,<br />
dp(s) é mônico e de ordem n;<br />
4. a planta e o modelo são observáveis e controláveis<br />
(os pares de polinômios mônicos<br />
(np, dp) e (nm, dm) são co-primos);<br />
5. Os sinais de kp e km são os “ganhos de alta<br />
frequência” e possuem o mesmo sinal;<br />
6. W (s) é de fase mínima.<br />
Assim, a lei de adaptação dos parâmetros é<br />
θi = −θi sgn(e0ωi)<br />
ISSN: 2175-8905 - Vol. X 506<br />
onde<br />
θi > |θ ∗ i |, i = 1, 2<br />
4 Estrutura do controlador<br />
Este trabalho propõe, utilizando uma modificação<br />
do método de inversão de sistemas proposto por<br />
Hirschorn, desacoplar o sistema MIMO não linear<br />
em um conjunto de sistemas SISO lineares (ver Figuras<br />
2 e 3), nas quais cada entrada afeta somente<br />
uma saída. A Figura 2 apresenta um diagrama de<br />
blocos do método de Hischorn para inversão de<br />
sistemas. É importante observar que o número de<br />
sistemas SISO desacoplados é ξ, onde ξ ≤ m.<br />
ur1<br />
u1<br />
. urξ<br />
Sistema<br />
Inverso .<br />
à es- .<br />
um<br />
querda<br />
Sistema<br />
MIMO<br />
y1<br />
. yl<br />
⇒<br />
ur1<br />
urξ<br />
s −α<br />
.<br />
s −α<br />
Figura 2: Diagrama de blocos do método de Hirschorn<br />
de inversão de sistemas<br />
A modificação no método de Hirschorn proposta<br />
(ver Figura 3) aqui é obtida pela modificação<br />
de A(x) (sistema 13). A idéia principal por<br />
trás desta modificação é a modificação da função<br />
de transferência de s −α para<br />
W (s) =<br />
bwn−αsn−α + · · · + bw1s + bw0<br />
sn + awn−1sn−1 + · · · + aw1s + aw0<br />
com grau relativo α<br />
y1<br />
yξ
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18 a 21 de setembro de 2011<br />
São João del-Rei - MG - Brasil<br />
ur1<br />
u1<br />
. urξ<br />
Sistema<br />
Inverso .<br />
à es- .<br />
um<br />
querda<br />
Sistema<br />
MIMO<br />
y1<br />
. yl<br />
⇒<br />
ur1<br />
urξ<br />
W1(s)<br />
.<br />
Wm(s)<br />
Figura 3: Diagrama de blocos do método modificado<br />
de Hirschorn para inversão de sistemas<br />
O método modificado de Hirschorn para inversão<br />
de sistemas irá desacoplar um sistema não<br />
linear MIMO em um conjunto de sistemas lineares<br />
SISO com Wi(s) como a função linear desacoplada.<br />
Mas, quando há incertezas paramétricas<br />
no sistema não linear MIMO, as funções lineares<br />
desacopladas podem ser interpretadas como (ver<br />
Figura 4)<br />
onde<br />
é um distúrbio de entrada,<br />
yi = W xi(s)(uri + di) (20)<br />
di = f(u1, · · · , um) (21)<br />
W xi(s) = Wi(s) + △κ (22)<br />
e △κ é uma dinâmica não modelada.<br />
uri<br />
+<br />
di<br />
+<br />
W xi(s) yi<br />
Figura 4: Funções lineares desacopladas quando<br />
há incertezas paramétricas em sistemas MIMO<br />
não lineares<br />
Para garantir que o método modificado de<br />
Hirschorn para inversão de sistemas irá desacoplar<br />
o sistema MIMO não linear, será utilizado um controlador<br />
VS-MRAC (Vi), para cada sistema linear<br />
desacoplado (ver Figura 5). O controlador VS-<br />
MRAC oferece excelente estabilidade e robustez<br />
com respeito a incertezas paramétricas, dinâmicas<br />
não modeladas e distúrbios externos.<br />
yri<br />
Vi<br />
uri<br />
+<br />
di<br />
+<br />
W xi(s) yi<br />
Figura 5: Controlador VS-MRAC aplicado ao sistema<br />
obtido utilizando o método modificado de<br />
Hirschorn para inversão de sistemas<br />
O controlador proposto desacopla o sistema<br />
MIMO não linear em um conjunto de sistemas lineares,<br />
cada um com uma função de transferência<br />
dada pelo modelo de referência Mi(s) associado<br />
ao respectivo controlador VS-MRAC (ver Figura<br />
6).<br />
y1<br />
yξ<br />
ymi<br />
Mi(s)<br />
ISSN: 2175-8905 - Vol. X 507<br />
yri<br />
Figura 6: Conjunto de funções lineares desacopladas<br />
obtidas utilizando o controlador proposto<br />
5 Resultados de simulação<br />
Esta seção apresenta um exemplo que destaca o<br />
desempenho do controlador proposto. Por esse<br />
motivo, o controlador proposto é aplicado ao circuito<br />
de Chua modificado, o qual é muito sensível<br />
a variações nos seus componentes e tem um forte<br />
acoplamento entre suas entradas e saídas. O circuito<br />
de Chua modificado em variáveis de estado<br />
é dado por<br />
⎧<br />
⎨ ˙y1 = k1(y2 − y1) − k2g(y1) + u1<br />
˙y2 = k3(y1 − y2) + k4y3 + u2 (23)<br />
⎩<br />
˙y3 = −k5y2 + u2<br />
onde<br />
g(x) = Gbx+0, 5(Ga−Gb)[|x+Bp|−|x−Bp|] (24)<br />
é uma função não linear e Ga, Gb, Bp, ki (i =<br />
1, . . . , 5) são constantes auxiliares que dependem<br />
dos componentes físicos do circuito.<br />
5.1 Desacoplando o circuito de Chua modificado<br />
O objetivo é desacoplar o sistema MIMO não linear<br />
(23) em dois sistemas SISO lineares (ver Figura<br />
7), um sistema linear para y1 e um outro<br />
para y2, onde y1 e y2 representam a tensão em<br />
dois capacitores diferentes do circuito.<br />
ur1<br />
ur2<br />
Sistema<br />
Inverso<br />
à esquerda<br />
u1<br />
u2<br />
Circuito<br />
de Chua<br />
Modificado<br />
y1<br />
y2<br />
⇒<br />
ur1<br />
ur2<br />
W1(s)<br />
W2(s)<br />
Figura 7: Diagrama de blocos do método modificado<br />
de Hirschorn para inversão de sistemas<br />
O sistema inverso à esquerda para (23), utilizando<br />
o método proposto na seção 2, é dado por<br />
com<br />
˙y 1 = y1 + ur1<br />
˙y 2 = y2 + ur2<br />
˙y 3 = −k5y2<br />
u1 = −k1(y2 − y1) + k2g(y1) + ur1<br />
u2 = −k3(y1 − y2) − k4y3 + ur2<br />
Se (25) for modificado para<br />
˙y 1 = −kmy1 + kmur1<br />
˙y 2 = −kmy2 + kmur2<br />
˙y 3 = −k5y2<br />
y1<br />
y2<br />
(25)<br />
(26)<br />
(27)<br />
onde km é definido pelo modelo de referência do<br />
controlador VS-MRAC, o sistema inverso modificado<br />
é obtido.
X SBAI – Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente<br />
18 a 21 de setembro de 2011<br />
São João del-Rei - MG - Brasil<br />
5.2 Projeto dos controladores VS-MRAC<br />
Inicialmente, é necessário definir os modelos de<br />
referência (M1(s), M2(s))<br />
Mi(s) = ymi<br />
yri<br />
= km<br />
s + km<br />
O segundo passo é definir a lei de controle<br />
para cada sistema linear desacoplado<br />
onde<br />
ur1 = θ T v1ω1<br />
ur2 = θ T v2ω2<br />
ω T i = [yi yri]<br />
θ T vi = [θi 1 θi 2]<br />
(28)<br />
(29)<br />
com i = 1, 2. Assim, a lei de atualização dos parâmetros<br />
é<br />
onde<br />
5.3 Simulações<br />
θ1 1 = −θ1 1 sgn(e0 1y1)<br />
θ1 2 = −θ1 2 sgn(e0 1yr1)<br />
θ2 1 = −θ2 1 sgn(e0 2y2)<br />
θ2 2 = −θ2 2 sgn(e0 2yr2)<br />
e0 i = yi − ymi<br />
(30)<br />
Considere o circuito de Chua modificado (sistema<br />
23) com condições iniciais<br />
⎡ ⎤ ⎡ ⎤<br />
x(0) 0, 15264<br />
⎣y(0)<br />
⎦ = ⎣−0,<br />
02281⎦<br />
, (31)<br />
z(0) 0, 38127<br />
e<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
⎪⎩<br />
k1 = 7<br />
k2 = 10<br />
k3 = 0, 35<br />
k4 = 0, 5<br />
k5 = 7<br />
⎧<br />
⎨<br />
⎩<br />
Bp = 1<br />
Ga = 4<br />
Gb = 0, 1<br />
(32)<br />
No projeto dos controladores VS-MRAC, os<br />
modelos de referência foram escolhidos com km =<br />
20 e<br />
θ1 1 = 0, 3375<br />
θ1 2 = 1, 4250<br />
θ2 1 = 0, 2756<br />
θ2 2 = 0, 3937<br />
(33)<br />
Outra informação importante é que todas as<br />
simulações tem 400s e em t > 250s os valores dos<br />
parâmetros do sistema irão mudar para<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
⎪⎩<br />
k1 = 10<br />
k2 = 12, 5<br />
k3 = 0, 363<br />
k4 = 0, 454<br />
k5 = 8, 139<br />
na simulação das Figuras (9-10).<br />
(34)<br />
O comportamento caótico do circuito de Chua<br />
modificado é apresentado na Figura 8. As Figuras<br />
(a-b) apresentam o comportamento do sistema<br />
(23) quando as entradas u1 e u2 têm as formas<br />
dadas pelas Figuras 8(c-d), respectivamente.<br />
(a) y1 × y3<br />
(b) y2 × y1<br />
(c) u1 × t (d) u2 × t<br />
Figura 8: Simulação do circuito de Chua modificado<br />
com diferentes valores para as entradas u1 e<br />
ISSN: 2175-8905 - Vol. X 508<br />
u2<br />
A simulação das Figuras 8 (a-b) mostra que<br />
o comportamento do circuito de Chua modificado<br />
permanece caótico apesar dos sinais de entrada<br />
diferente de zero.<br />
A próxima simulação (Figura 9) apresenta o<br />
comportamento do sistema (23) utilizando (26-27)<br />
como sistema inverso à esquerda. Nesta simulação<br />
é importante notar que qualquer valor constante<br />
para ur2 leva o sistema à instabilidade 1 .<br />
O comportamento do sistema utilizando o sistema<br />
inverso à esquerda (Figura 9) é oscilatório e<br />
apresenta erro de saída. Quando os parâmetros<br />
do sistema mudam (t > 250s) o erro de saída aumenta.<br />
Apesar da introdução do sistema inverso,<br />
pode-se observar que ainda há um acoplamento<br />
entre as entradas e as saídas do sistema. Um forte<br />
acoplamento entre ur2 e y1, o qual torna o sistema<br />
instável, e um acoplamento mais fraco entre ur1 e<br />
y2.<br />
A Figura 10 exibe o comportamento do sistema<br />
(23) utilizando (26-27) como sistema inverso<br />
à esquerda e os controladores VS-MRAC projetados<br />
(seção 5.2).<br />
Nesta simulação (Figura 10) o foco é o comportamento<br />
do controlador proposto, o qual tem<br />
um rápido transitório e um pequeno chattering 2<br />
no sinal de saída. Um outro aspecto é que o con-<br />
1 É importante ressaltar que o sistema inverso à esquerda<br />
deveria desacoplar o sistema perfeitamente. O que não<br />
ocorreu devido ao arredondamento nos parâmetros e da<br />
sensibilidade do sistema caótico.<br />
2 Chattering são oscilações de alta frequência presentes<br />
em um sinal devido a utilização de relés reais.
X SBAI – Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente<br />
18 a 21 de setembro de 2011<br />
São João del-Rei - MG - Brasil<br />
(a) (y1 e ur1) × t (b) (y2 e ur2) × t<br />
(c) u1 × t (d) u2 × t<br />
Figura 9: Simulação do circuito de Chua modificado<br />
com sistema inverso à esquerda<br />
(a) y1 × y3 e yr1 × yr3<br />
(b) y2 × y1 e yr2 × yr1<br />
(c) u1 × t (d) u2 × t<br />
Figura 10: Simulação do circuito de Chua modificado<br />
com sistema inverso à esquerda e controladores<br />
VS-MRAC<br />
trolador proposto é robusto a incertezas paramétricas<br />
e distúrbios de entrada.<br />
6 Conclusão<br />
Neste trabalho, uma nova estrutura de controle,<br />
baseada na união entre controladores VS-MRAC<br />
e uma técnica de inversão de sistemas, foi proposta.<br />
Esta estrutura utiliza somente medidas de<br />
entrada/saída, melhora o comportamento transitório<br />
(reduzindo o chattering no sinal de saída)<br />
e, ainda, é robusto a incertezas paramétricas e<br />
distúrbios. Todas estas características são demonstradas<br />
pela simulação de um circuito eletrônico<br />
que exibe comportamento caótico (circuito<br />
de Chua). Esta estrutura pode ser utilizada por<br />
sistemas SISO, linear ou não-linear, para suavizar<br />
o sinal de controle e, desta forma, reduzir o<br />
chattering no sinal de saída. Finalmente, este trabalho<br />
apresenta uma aplicação em circuitos eletrônicos,<br />
a qual pode ser expandida para outros<br />
circuitos eletrônicos como fonte chaveada, moduladores,<br />
conversores digital/analógico e etc.<br />
Em trabalhos futuros, a análise de estabilidade,<br />
a aplicação em ambientes industriais e o<br />
uso de componentes embarcados (FPGAs, MCUs<br />
e DSPs) serão discutidos.<br />
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ISSN: 2175-8905 - Vol. X 509