goldmund telos 350 - Logical Design
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cAIxA AUDIO physIc AVANtErA, AMplIfIcADOr GOlDMUND tElOs <strong>350</strong>, cAIxAs DyNAUDIO fOcUs 260 E rAck sOlID tEch f1<br />
AUDIO VIDEO MAGAZINE . MAIO 2012 . # 178. ANO 16<br />
Arte em reprodução eletrônicA<br />
A MAGIA GERMÂNICA<br />
CAIxA AUDIO PHYSIC AVANTERA<br />
SUBLIME SONORIDADE<br />
AMPLIfICADOR GOLDMUND TELOS <strong>350</strong><br />
E MAIS<br />
ISSN 167785500-2<br />
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Ano 16<br />
mAio 2012<br />
pontohiend.com.br<br />
TESTES DE áUDIO<br />
cAiXAS dYnAudio FocuS 260<br />
rAcK Solid tecH F1<br />
16anos<br />
cAiXAS AcÚSticAS elAc FS 257<br />
cÁpSulAS ortoFon rondo Blue e<br />
ortoFon cAdenZA Blue<br />
TECNOLOGIA DE TVS OLED<br />
prepAre-Se pArA umA noVA dimenSão<br />
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EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO<br />
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teste áudio 2<br />
AMPLIFICADOR GOLDMUND<br />
TELOS <strong>350</strong><br />
Fernando Andrette<br />
fernando@clubedoaudio.com.br<br />
Uma pergunta frequente que tenho que responder é: ‘qual o melhor<br />
equipamento do mundo?’ Como já escrevi inúmeras vezes em<br />
meus artigos, seria uma leviandade afirmar sem conhecer todos os<br />
melhores equipamentos comercializados que tal produto ocupa o<br />
mais alto degrau do pódio. Ainda que possa, por questão de pura<br />
sorte, ter escutado tal produto, me pergunto: em um ambiente tão<br />
competitivo como o hi-end, por quanto tempo tal supremacia poderia<br />
perdurar?<br />
Nos meus 20 anos de articulista, cansei de ver e ouvir topologias<br />
ditas definitivas serem pulverizadas em questão de meses. Claro que<br />
- como sempre escrevi - cada grande empresa sempre irá puxar a<br />
brasa para a sua sardinha, e quanto mais verba publicitária houver<br />
para ser gasta, mais o tempo de exposição na mídia será útil para<br />
lembrar o consumidor que aquele produto deve estar na sua lista<br />
principal de escolha.<br />
São tantas as ofertas hoje em dia que se torna uma árdua tarefa<br />
elaborar uma lista com quatro ou cinco opções. Vejo esse dilema<br />
diariamente nas dezenas de consultas que recebo. Às vezes o leitor<br />
deseja apenas trocar seu cabo de caixa e ainda assim a diversidade<br />
de opções dentro de uma mesma faixa de preço passa tranquilamente<br />
de dez opções! Agora, imagine descrever as características<br />
de um amplificador como o Telos <strong>350</strong> da Goldmund, uma empresa<br />
com mais de 35 anos de existência que é considerada pela imprensa<br />
especializada como uma referência indiscutível em seu segmento!<br />
Nessas três décadas e meia ela estabeleceu uma reputação poderosa<br />
fabricando eletrônica para a mais fiel reprodução sonora<br />
possível, não abrindo mão de possuir o melhor padrão existente de<br />
design e tecnologia de ponta. É uma das poucas empresas deste<br />
segmento que, para conquistar avanços, teve muitas vezes que criar<br />
novas tecnologias a partir do zero e assim atingir seus objetivos de<br />
qualidade!<br />
Resumir em um conceito a filosofia desta empresa é afirmar que<br />
seu maior objetivo sempre foi alinhar perfeitamente resposta de frequência,<br />
resposta de fase e de tempo, como escutamos na música<br />
ao vivo, atingindo assim um grau de realismo até então inexistente<br />
na reprodução eletrônica!<br />
Para tamanha empreitada, a Goldmund possui em seu corpo de<br />
colaboradores os melhores profissionais da área de eletrônica. No<br />
maio . 2012<br />
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comitê de direção há quatro PHDs em música, cinco MBAs na área<br />
de materiais semicondutores e física aplicada à neurologia, além de<br />
conferencistas mundialmente famosos como o Dr. Carlos Jarillo, formado<br />
em Sorbone e com doutorado de semiologia.<br />
O fundador da Goldmund, senhor Michel Reverchon (que recentemente<br />
esteve no Brasil, leia Mercado nesta edição) sempre buscou<br />
a colaboração de diversos profissionais em sua empresa, criando o<br />
compromisso supremo de oferecer ao mercado produtos de altíssima<br />
confiabilidade, capazes de reproduzir música fielmente! Com<br />
esse currículo recebi a missão de ouvir pela primeira vez em minha<br />
vida um aparelho deste fabricante.<br />
Desde a sua chegada, dois meses antes do último Hi-End Show,<br />
ele jamais saiu de nossa sala, ainda que durante todo este tempo<br />
muitos outros amplificadores já tenham sido testados. O <strong>350</strong> é<br />
o mais novo amplificador da linha Telos. Segundo o fabricante, ele<br />
possui todos os avanços tecnológicos existentes nos Telos 1000 e<br />
2500. Nesse novo projeto, a Goldmund se debruçou para solucionar<br />
em definitivo um dos maiores problemas existentes na amplificação<br />
de áudio, que é eliminar a distorção temporal: um atraso natural<br />
nas altas frequências em relação às inferiores. A solução para este<br />
problema foi aumentar a largura de banda, que no Telos é de 3 MHz!<br />
Um desempenho raro de se encontrar em qualquer outro amplificador<br />
em sua faixa de preço (segundo o fabricante).<br />
Outra tecnologia patenteada pela Goldmund na linha Telos propicia<br />
que esses amplificadores sejam capazes de reproduzir toda<br />
a gama - de 20 Hz a 20 kHz - sem qualquer tipo de alteração ou<br />
oscilação (a maioria dos amplificadores, para driblar as oscilações,<br />
incorpora filtros acima da faixa audível, ainda que esses filtros afetem<br />
sua linearidade). Como resultado, as frequências agudas são deslocadas,<br />
ficando em fase retardada em relação às frequências médias<br />
e aos graves. Tais erros de tempo não existem na natureza, principalmente<br />
se você está ouvindo uma voz, um violino ou um bumbo<br />
de bateria, por isso seu cérebro é particularmente sensível a eles.<br />
Depois de décadas de estudo experimental, os engenheiros da<br />
Goldmund descobriram que amplificadores de áudio devem ter no<br />
mínimo dez vezes a largura de banda dos amplificadores hi-end<br />
atuais. Assim, a fim de evitar qualquer erro de fase na gama audível,<br />
a linha Telos possui 100 vezes a largura desta banda. Com esse<br />
procedimento, os erros de fase até os 20 kHz sequer podem ser<br />
medidos em laboratório, tampouco notados pelo ouvido humano.<br />
Mas fabricar um amplificador com essas características é um difícil<br />
exercício de engenharia. São várias etapas que, além de perfeitamente<br />
alinhadas, devem manter total segurança na transmissão<br />
do sinal para o próximo estágio.Tudo começa pelo fornecimento da<br />
potência, que deve ser preciso. Para atingir este primeiro objetivo, a<br />
fonte de alimentação usa vários transformadores menores no lugar<br />
de um único grande transformador. Menor carga nos transformadores<br />
possibilita descarregá-los mais rapidamente do que no caso de<br />
um único grande transformador e produz menor campo magnético,<br />
58 maio . 2012<br />
AMPLIFICADOR GOLDMUND TELOS <strong>350</strong><br />
tornando-os menos susceptíveis a interferir com os diversos componentes<br />
da placa de amplificação! Outro diferencial da linha Telos<br />
é que, em vez de usar dois grandes capacitores de ação lenta por<br />
canal para armazenamento de energia e filtragem, a Goldmund usa<br />
dezenas de capacitores ultrarrápidos.<br />
Felizmente, qualquer bom projeto de amplificação hi-end consegue<br />
agir como propulsor para que o cone entre ou pare seu movimento.<br />
O problema é que estancar (ou frear) corretamente um cone<br />
em movimento não é tarefa das mais fáceis. A Goldmund utiliza<br />
(segundo seus engenheiros) um fator de amortecimento três vezes<br />
maior que os melhores amplificadores existentes no mercado. E<br />
com isso, na prática, o alinhamento de fase nas baixas frequências é<br />
sempre perfeito, independente do sonofletor utilizado.<br />
Os circuitos de proteção da linha Telos foram desenvolvidos para<br />
detectar e corrigir rapidamente problemas, antes que eles possam<br />
ser ouvidos e antes que possam danificar os alto-falantes. Segundo<br />
os engenheiros da Goldmund, os bons amplificadores hi-end reagem<br />
a uma fração de 0,05 ms para um sinal de 20 kHz subir para<br />
sua potência de pico. Em um amplificador Telos, com um tempo de<br />
subida de 400 ns (ou 400 bilionésimos de segundo), o circuito de<br />
proteção faz o seu trabalho dentro de uma fração de 40 ns! Este procedimento<br />
é acionado em quatro condições: sobrecarga de saída<br />
(potência acima do máximo permitido pelo amplificador); sobrecarga<br />
térmica (temperaturas acima de 80 graus, que possam danificar<br />
os transistores); presença de energia de altas ou baixas frequências<br />
excessivas na entrada do amplificador ou dentro do seu circuito; ou<br />
curto na saída do amplificador.<br />
Outro detalhe que a Goldmund cita como enorme diferencial da<br />
linha Telos é o cuidado com a dissipação do calor. É sabido que o<br />
calor é o principal inimigo do desempenho e da confiabilidade de<br />
um amplificador, podendo o calor em excesso destruir componentes<br />
eletrônicos e elétricos. Pode também alterar o valor das resistências<br />
e o ganho dos transistores, afastando assim o circuito do seu
funcionamento ideal. A Goldmund solucionou o problema através<br />
da montagem dos transistores de saída MOSFET em um grande<br />
transmissor de calor de cobre banhado a ouro que transporta o<br />
calor dos transistores mais rapidamente do que um dissipador de<br />
calor tradicional de alumínio. Eles são montados, tratados e isolados<br />
usando Kapton, que proporciona uma taxa de transferência térmica<br />
acima do normal.<br />
A linha Telos pode ser usada tanto no domínio analógico como no<br />
digital. Para receber o sinal digital, entretanto, um amplificador terá<br />
de ser ligado ao pré-amplificador digital da Goldmund. Este avanço<br />
foi incorporado ao Telos <strong>350</strong> no final de 2010 e ele já sai de fábrica<br />
com uma placa DSP conectável, com a topologia U-Telos, da Goldmund<br />
Media Room. A placa DSP permite ajuste de fase, amplitude<br />
e atraso para uma configuração inteiramente digital.<br />
Infelizmente, ainda não tive a oportunidade de testá-lo no domínio<br />
digital, pois não tive acesso ao pré-amplificador digital da Goldmund.<br />
Todavia, em uma das consultorias que estou prestando, terei acesso<br />
a um par de Telos 2500 e ao pré digital top de linha da Goldmund.<br />
Assim que terminá-la, mediante a autorização do cliente, farei uma<br />
reportagem contando minhas observações.<br />
Muitos dos leitores que visitaram o Hi-End Show de 2010 no Rio<br />
de Janeiro e estiveram em nossa sala em 2011 no Hotel Bristol notaram<br />
significativas mudanças no sistema, ainda que a única diferença<br />
fosse a troca dos MBLs 9008 A pelo Telos <strong>350</strong> e a troca do cabo de<br />
interconexão Reference XL pelo Opus MM 2 da Transparent Audio.<br />
Confesso que a entrada do Telos <strong>350</strong> no sistema, logo após uma<br />
breve estadia de quatro meses do amplificador darTZeel estéreo,<br />
deu um nó em minha cabeça. Afinal, achava impossível que, em<br />
determinados quesitos, o Telos <strong>350</strong> fosse superior ao estéreo da<br />
darTZeel (afinal, meu pré de referência é o darTZeel).<br />
60 maio . 2012<br />
AMPLIFICADOR GOLDMUND TELOS <strong>350</strong><br />
Ainda que o power da darTZeel soe mais quente, visceral e orgânico,<br />
o Telos <strong>350</strong> possui uma qualidade de relaxamento e desmembramento<br />
do acontecimento musical que me agrada muito. Em música<br />
sinfônica e totalmente acústica, sua sonoridade e naturalidade<br />
nos timbres me agradou mais. Já quando a escolha é ouvir música<br />
eletrônica, o estéreo da darTZeel continua sendo imbatível!<br />
Claro que, se tivesse posses e tempo suficiente para ouvir música<br />
descompromissadamente, teria os dois sem pestanejar. Mas como<br />
a realidade é dura e cruel, e o ideal nunca está ao nosso alcance,<br />
depois de meses ouvindo o Telos <strong>350</strong> acabei por chegar à conclusão<br />
de que ele atende a todos os requisitos que mais me agradam.<br />
Vamos a eles: sua transparência é infinitamente superior a todos<br />
os powers que tive nos últimos dez anos, porém sem jamais tirar<br />
aquele grau de naturalidade e calor que nos faz esquecer de tudo<br />
à nossa volta e querer perpetuar as audições por meses! Seus extremos<br />
são absolutamente irrepreensíveis em qualquer situação.<br />
Agudos estendidos para além do horizonte e graves sólidos como<br />
rochas, que nos carregam e nos embalam no tempo e ritmo da<br />
música. A recriação da região média é simplesmente orgânica e<br />
realisticamente verossímil, a ponto de interagirmos com os músicos<br />
emocionalmente!<br />
É difícil descrever essa relação até estarmos frente a frente do<br />
acontecimento musical. Imagine, leitor, você conseguir até mesmo<br />
‘ver’os trejeitos da Ella Fitzgerald acompanhada por Joe Pass interpretando<br />
You Go to My Head, disco que já ouvi em centenas de<br />
sistemas e nunca tive a menor dúvida da qualidade técnica da gravação.<br />
Mas essa beleza palpável só escutei em dois amplificadores,<br />
no Maggiore 100 e agora no Telos <strong>350</strong>. Ainda que sejam produtos<br />
de topologias tão distintas, possuem algo em comum: nos transportam<br />
para o âmago da música, sem nenhum esforço!
As texturas são absolutamente palpáveis e as sutilezas, tanto de<br />
intencionalidade como de complexidade, são desvendadas com um<br />
grau de beleza e conforto que nos remete imediatamente a uma<br />
pergunta: de onde vem toda essa graciosidade?<br />
Em termos de macro e microdinâmica, posso afirmar ser, sem<br />
sombra de dúvidas, o Telos <strong>350</strong> o mais impressionante amplificador<br />
que já tive a oportunidade de ouvir. Novamente não estamos falando<br />
de nenhum tipo de pirotecnia, e sim de realismo. Tímpanos soam<br />
como tímpanos, bumbos como bumbos e tiros de canhão... bem,<br />
felizmente esses só soam próximos a tiros de canhão!<br />
Outra pérola deste belo amplificador é a recriação do corpo dos<br />
instrumentos. Sino possui tamanho de sino, assim como tuba tem<br />
tamanho de tuba. Com isso o nosso cérebro acostuma-se imediatamente<br />
ao acontecimento musical, relaxando e desfrutando daqueles<br />
momentos tão almejados por milhares de audiófilos. Podemos relaxar<br />
sabendo que toda a procura realmente valeu a pena.<br />
Quanto à organicidade, só posso dizer que o Telos <strong>350</strong> é também<br />
o mais impressionante amplificador que me foi possível escutar em<br />
termos de materialização física do acontecimento musical. Em gravações<br />
feitas com apenas três microfones (Decca Tree), quando o<br />
cantor está no meio do palco, é possível perceber as microvariações<br />
de posicionamento da sua cabeça (na distância para o microfone)<br />
com tamanho realismo e materialização física que seu cérebro afirma<br />
integralmente estar vendo o músico.<br />
Potência máxima<br />
instantânea<br />
Tensão de<br />
alimentação nominal<br />
Fonte de alimentação<br />
Resposta de<br />
frequência<br />
Distorção estática<br />
Rise time<br />
Peso<br />
Dimensões (L x A x P)<br />
Garantia<br />
62 maio . 2012<br />
500 W RMS em 8 ohms<br />
117, 234 V +/- 10%<br />
Quatro transformadores<br />
toroidais<br />
+/- 0.1 dB, 0 - 300 kHz<br />
+/- 1 dB, 0 - 1.000 kHz<br />
+/- 3 dB, 0 - 3 MHz<br />