CAPA EIA PARNAIBA-RIBEIRO GONÇALVES.cdr - Ibama
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P R O J E T O P A R N A Í B A<br />
Estudo de Impacto Ambiental<br />
AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong><br />
VOLUME II - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL<br />
TOMO III - AID<br />
Dezembro/2009
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – <strong>EIA</strong><br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental i<br />
APROVEITAMENTO<br />
HIDRELÉTRICO DE <strong>RIBEIRO</strong><br />
<strong>GONÇALVES</strong><br />
RIO PARNAÍBA<br />
Volume II<br />
Diagnóstico Ambiental<br />
Dezembro de 2009
APRESENTAÇÃO<br />
O Estudo de Impacto Ambiental - <strong>EIA</strong> e seu respectivo RIMA - Relatório de Impacto<br />
Ambiental são instrumentos indicados pela Resolução CONAMA 001/86 para a<br />
avaliação dos impactos ambientais em empreendimentos potencialmente geradores<br />
de impacto ambiental.<br />
Nesse sentido este documento tem como objetivo apresentar o Estudo de Impacto<br />
Ambiental e o RIMA - Relatório de Impacto Ambiental do Aproveitamento<br />
Hidrelétrico Ribeiro Gonçalves e Linha de Transmissão 230 kV como parte de<br />
seu processo de licenciamento ambiental.<br />
O AHE Ribeiro Gonçalves faz parte de um conjunto de cinco empreendimentos<br />
hidrelétricos previstos no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)<br />
para implantação na bacia hidrográfica do Rio Parnaíba, localizada na região Meio-<br />
Norte do Brasil, entre os estados do Piauí e Maranhão.<br />
Os Estudos Ambientais, objeto do presente relatório, foram elaborados de acordo<br />
com o disposto no Termo de Referência emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio<br />
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, em 2005, na esfera do<br />
processo de licenciamento Nº 02001.002986/2004-18 e Código da ANEEL -<br />
34.100.020, considerando as disposições da Resolução CONAMA nº 001/86, do<br />
anexo I da Resolução CONAMA nº 237/97. Estes foram elaborados pela Projetec -<br />
Projetos Técnicos Ltda. para o Consórcio CHESF, ENERGIMP, Construtora<br />
Queiroz Galvão S.A. e CNEC Engenharia.<br />
Ressalta-se que a revisão do <strong>EIA</strong> aqui apresentado contou com a colaboração da<br />
CNEC Engenharia S.A., na coordenação geral dos estudos e contribuição com<br />
parte da equipe ora alocada.<br />
Estes estudos incorporam, ainda, as solicitações do IBAMA constantes nas<br />
Instruções Técnicas Nº 37/2008 “Plano de Trabalho dos Ecossistemas Aquáticos”,<br />
do Ofício nº 225/2008 – DILIC/IBAMA que trata do “Plano de Trabalho para<br />
Levantamento de Campo para Complementação das Informações do Meio<br />
Socioeconômico, dos Pareceres Técnicos nº 17/2008 nº 88/2007 –<br />
COHID/CGENE/DILIC/IBAMA apresentados em 2008 e finalmente do “Plano de<br />
Trabalho de Fauna Terrestre e Vegetação aprovado pelo IBAMA em 21/01/09” e<br />
das considerações adicionais a este Plano acordadas e enviadas na Memória<br />
de Reunião datada de 21/01/09.<br />
O empreendimento em estudo localiza-se na bacia hidrográfica do rio Parnaíba,<br />
entre os estados do Piauí e Maranhão, na microrregião do Alto Parnaíba. O eixo da<br />
barragem situa-se a 1023 km da foz do Parnaíba, a montante da cidade de Ribeiro<br />
Gonçalves. O reservatório possui área de inundação na cota máxima normal de<br />
238 km 2 abarcando terras dos municípios de Ribeiro Gonçalves e Santa Filomena,<br />
no Piauí e Loreto, Sambaíba e Tasso Fragosso, no Estado do Maranhão.<br />
Os estudos foram desenvolvidos entre os meses de fevereiro de 2005 a junho de<br />
2006, tendo sido complementados por solicitação do IBAMA entre fevereiro a junho<br />
de 2009 por equipes multidisciplinares, sobretudo no que se refere às informações<br />
pertinentes à fauna, flora, limnologia, ictiofauna, estudos sedimentométricos, no que<br />
concerne ao meio biótico e físico e aos segmentos sobre a atividade pesqueira,<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental ii
manifestações culturais, saúde e comunidades tradicionais, especialmente no<br />
âmbito da AID - Área de Influência Direta, no que se refere aos estudos<br />
socioeconômicos. Estas informações complementares, realizadas em atenção ao<br />
Parecer Técnico Nº 88/2007 – COHID/CGENE/DILIC/IBAMA, emitido em dezembro<br />
de 2007, foram coletadas por meio de pesquisas diretas, cujas metodologias<br />
encontram-se explicitadas no Capítulo 1. Volume II, a seguir. No âmbito dos<br />
estudos socioeconômicos cabe ressaltar que os levantamentos referentes a AAR –<br />
Área de Abrangência Regional e a AII - Área de Influência Indireta, foram<br />
atualizados de acordo com as informações bibliográficas disponíveis.<br />
Tanto o <strong>EIA</strong> como o RIMA apresentados sobre o AHE Ribeiro Gonçalves seguem,<br />
na sua abordagem, a estrutura requerida para esse tipo de estudo e indicada pelo<br />
TdR emitido pelo IBAMA, a saber: descrição do empreendimento analisado;<br />
definição das áreas de influência; diagnóstico sócio-ambiental; prognóstico,<br />
avaliação de impactos e proposição de medidas mitigadoras e respectivos<br />
programas ambientais, sendo a mesma organizada em volumes seqüenciais,<br />
conforme descrição a seguir.<br />
VOLUME I – Estudos Preliminares<br />
Os primeiros dois capítulos abordam a caracterização do empreendedor e da<br />
equipe multidisciplinar responsável pela elaboração dos estudos.<br />
O capítulo seguinte (Capítulo 3) corresponde à descrição do empreendimento<br />
propriamente dito, voltado a resgatar os aspectos mais relevantes das principais<br />
etapas que afetariam a questão ambiental nas áreas de influência definidas para o<br />
mesmo.<br />
No quarto capítulo é apresentado um resumo do arcabouço legal que rege a<br />
implantação de empreendimentos hidrelétricos, em geral, bem como outros<br />
instrumentos legais e normativos aplicáveis ao local do empreendimento, exclusive<br />
os aspectos específicos de linha de transmissão, que são tratados no Volume III.<br />
O capítulo final deste volume corresponde à definição das áreas de influência do<br />
empreendimento. Para um maior aprofundamento e precisão das informações dos<br />
estudos, a abordagem dessas áreas foi efetuada em três níveis complementares:<br />
Área de Abrangência Regional – AAR; Área de Influência Indireta – AII; e Área de<br />
Influência Direta – AID.<br />
Nos três níveis foram realizadas a descrição e a análise dos fatores ambientais e<br />
suas respectivas interações, caracterizando a situação da qualidade ambiental<br />
antes da construção e operação do empreendimento.<br />
VOLUME II – Diagnóstico Ambiental<br />
O Diagnóstico Ambiental da área de implantação do empreendimento foi elaborado<br />
por meio da utilização de técnicas reconhecidas de prospecção de campo e<br />
contempla as diversas áreas, com maior destaque para a de influência direta e<br />
indireta. Para essas áreas são apresentadas descrições em detalhe dos meios<br />
físico, biótico e antrópico.<br />
O diagnóstico é apresentado em três tomos, correspondentes às áreas de<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental iii
influência:<br />
Tomo I – Área de Abrangência Regional – AAR<br />
Tomo II – Área de Influência Indireta – AII<br />
Tomo III – Área de Influência Direta – AID<br />
O primeiro capítulo aborda os procedimentos metodológicos gerais. Os capítulos<br />
seguintes apresentam, seqüencialmente, o diagnóstico do meio físico, do meio<br />
biótico e do meio socioeconômico e cultural, para cada uma das áreas acima<br />
relacionadas.<br />
VOLUME III – Linha de Transmissão<br />
Este volume é composto de oito capítulos. Os três primeiros descrevem a<br />
caracterização geral da linha de transmissão.<br />
O Capítulo 4 apresenta as bases legais para os sistemas de transmissão.<br />
O Capítulo 5 descreve a área de influência do empreendimento, a metodologia e<br />
apresenta o diagnóstico para os meios físico, biótico e antrópico.<br />
O capítulo 6 descreve as exigências mínimas necessárias para a implantação da<br />
linha de transmissão associada ao AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Os capítulos 7 a 9 descrevem, respectivamente, os procedimentos para<br />
implantação, construção e montagem, e operação das linhas de transmissão.<br />
VOLUME IV – Avaliação Ambiental<br />
O Capítulo 1, denominado “Análise Ambiental Integrada”, constitui-se no primeiro<br />
cenário estudado pelo <strong>EIA</strong>, sendo a base principal de comparação para a<br />
formulação dos cenários futuros.<br />
O Capítulo 2 corresponde à avaliação ambiental e apresenta a identificação,<br />
caracterização e avaliação dos impactos ambientais, nas diversas fases de<br />
implantação do projeto (planejamento, implantação, operação e desativação).<br />
O Capítulo 3 apresenta o prognóstico ambiental, que, diferentemente da fase de<br />
diagnóstico, constitui uma etapa de construção de hipóteses, na qual são estudados<br />
cenários futuros do território, considerando a implantação ou não do<br />
empreendimento.<br />
O Capítulo 4 apresenta as medidas propostas para mitigar ou compensar os<br />
impactos negativos, bem como a organização dessas medidas em Programas<br />
Ambientais.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental iv
ÍNDICE<br />
VOLUME II – TOMO III<br />
8. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA – AID DO MEIO FÍSICO 8-1<br />
8.1. GEOLOGIA 8-1<br />
8.1.1. Unidades Litoestratigráficas 8-1<br />
8.1.2. Direitos Minerários 8-2<br />
8.1.3. Hidrogeologia e Usos de Água Superficial 8-2<br />
8.1.4. Estudos Sismológicos 8-4<br />
8.4.1.1. Sismicidade Natural 8-4<br />
8.4.1.2. Sismicidade Induzida 8-6<br />
8.1.5. Investigações Geotécnicas Realizadas 8-8<br />
8.1.5.1. Morfologia do Local do Barramento 8-8<br />
8.1.5.2. Estatigrafia no Eixo da Barragem 8-10<br />
8.1.5.3. Estabilidade de Encostas Marginais 8-10<br />
8.1.6. Áreas de Materiais de Empréstimo e de Bota-Fora 8-11<br />
8.1.6.1. Empréstimo de Solo 8-11<br />
8.1.6.2. Jazidas de Areia 8-11<br />
8.1.6.3. Pedreira 8-12<br />
8.1.6.4. Áreas de Bota-Fora 8-12<br />
8.2. GEOMORFOLOGIA 8-13<br />
8.2.1. Tipos de Relevo 8-13<br />
8.2.2. Ocorrência de Cavidades Naturais 8-14<br />
8.3. PEDOLOGIA 8-15<br />
8.3.1. Classe de Solos 8-15<br />
8.3.1.1. Latossolos Amarelos 8-15<br />
8.3.1.2. Argissolos Vermelho-Amarelos 8-15<br />
8.3.1.3. Neossolos Litólicos 8-15<br />
8.3.2. Descrição das Unidades de Mapeamento 8-16<br />
8.4. APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS 8-18<br />
8.4.1. Classe 2(a)bc 8-18<br />
8.4.2. Classe 3(abc) 8-19<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental v
8.4.3. Classe 4(p) 8-19<br />
8.4.4. Classe 6 8-19<br />
8.5. SUSCETIBILIDADE À EROSÃO DOS SOLOS 8-20<br />
8.6. ESTUDOS SEDIMENTOMÉTRICOS 8-22<br />
Anexo I – Documentação Fotográfica – Meio Físico<br />
8.7. BIBLIOGRÁFIA CONSULTADAS 8-28<br />
9. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA – AID DO MEIO BIÓTICO 9-1<br />
9.1. ECOSSISTEMAS TERRESTRES 9-1<br />
9.1.1. Introdução 9-1<br />
9.1.2. Mapeamento e Supressão de Vegetação 9-1<br />
9.1.3. Procedimentos Metodológicos 9-1<br />
9.1.3.1. Metodologia Geral 9-2<br />
9.1.4. Vegetação 9-2<br />
9.1.4.1. Métodos 9-2<br />
9.1.4.2. Florística 9-3<br />
9.1.4.3. Fitossociologia 9-7<br />
9.1.4.4. Declividade e Granulometria 9-17<br />
9.1.4.5. Considerações Gerais 9-19<br />
9.1.4.6. Comparação entre as amostragens da AII e AID 9-19<br />
9.1.4.7. Metodologia para o estudo dos parâmetros ambientais (declividade, solo)<br />
relacionados à vegetação 9-24<br />
9.1.4.8. Análise multivariada dos cinco AHEs em estudo na bacia do Parnaíba 9-24<br />
9.1.4.9. Comparações de variáveis ambientais para o AHE de Ribeiro Gonçalves 9-25<br />
9.1.4.10. Resultado das Comparações entre os parâmetros ambientais (declividade,<br />
solo) relacionados à vegetação 9-25<br />
Anexo II - Documentação Fotográfica – Vegetação<br />
9.1.4.11. Referências Bibliográficas 9-35<br />
9.1.5. Fauna 9-39<br />
9.1.5.1. Avifauna 9-39<br />
Anexo III - Documentação Fotográfica – Avifauna<br />
Referências Bibliográficas 9-70<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental vi
9.1.5.2. Mastofauna 9-72<br />
Anexo IV - Documentação Fotográfica – Mastofauna<br />
Referências Bibliográficas 9-105<br />
9.1.5.3. Herpetofauna 9-107<br />
Anexo V - Documentação Fotográfica – Herpetofauna<br />
Referências Bibliográficas 9-129<br />
9.2. ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS (ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA – AID) –<br />
QUALIDADE DA ÁGUA e LIMNOLOGIA 9-132<br />
9.2.1 Introdução 9-132<br />
9.2.2 Metodologia de Diagnóstico 9-132<br />
9.2.3 Ciclo Hidrológico e Vazão do Rio Parnaíba 9-132<br />
9.2.4 Resultados 9-137<br />
9.2.4.1. Parâmetros Físico-Químicos e Bacteriológicos da Água 9-138<br />
9.2.4.2. Qualidade dos Sedimentos 9-166<br />
9.2.4.3. Comunidades Aquáticas 9-167<br />
9.2.5 Conclusões do Diagnóstico 9-202<br />
Anexo VI – Tabelas de Resultados de Zoobentos<br />
9.2.6 Referências Bibliográficas 9-222<br />
9.3. ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS – VERTEBRADOS 9-226<br />
9.3.1. Ictiofauna e Pesca 9-226<br />
9.3.1.1. Caracterização Geral das Áreas Amostradas 9-226<br />
9.3.1.2. Dados de Campo 9-227<br />
9.3.1.3. Pesca Comercial de Peixes para Consumo 9-246<br />
Anexo VII – Documentação Fotográfica de Ictiofauna<br />
Anexo VIII – Exemplares de Ictiofauna – Campanha 2005<br />
Anexo IX – Exemplares de Ictiofauna – Campanha 2009<br />
Anexo X - Questionário de Ictiofauna<br />
Anexo XI – Pescadores Entrevistados<br />
9.3.2 Referências Bibliográficas 9-281<br />
10. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) DO MEIO SOCIOECONÔMICO 10-1<br />
10.1. DEFINIÇÃO E ABRANGÊNCIA 10-1<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental vii
10.2. ORIGEM E CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS MUNICÍPIOS DA AID 10-3<br />
10.2.1. Município de Loreto (MA) 10-3<br />
10.2.2. Município de Sambaíba (MA) 10-3<br />
10.2.3. Município de Tasso Fragoso 10-4<br />
10.2.4. Município de Santa Filomena (PI) 10-4<br />
10.2.5. Município de Ribeiro Gonçalves 10-5<br />
10.3. ORGANIZAÇÃO E DINÂMICA TERRITORIAL DA AID 10-5<br />
10.3.1. Uso e Ocupação do Solo 10-5<br />
10.3.1.1. Caracterização da Estrutura Fundiária 10-6<br />
10.3.2. Dinâmica Demográfica 10-9<br />
10.3.2.1. População Total e Distribuição no Território 10-9<br />
10.3.3. Densidade Demográfica 10-11<br />
10.3.3.1. Caracterização da População por Gênero e Faixa Etária 10-12<br />
10.3.4. Caracterização da Infraestrutura Viária que Viabiliza a Mobilidade de<br />
Pessoas, Serviços e Mercadorias 10-15<br />
10.4. BASE ECONÔMICA 10-18<br />
10.4.1. Caracterização da Economia na AID 10-18<br />
10.4.2. Principais Atividades Econômicas da AID 10-20<br />
10.4.2.1.Produção Pecuária da Área de Influência Direta 10-22<br />
10.4.3. Produção e Renda do Setor Agropecuário 10-23<br />
10.4.4. Caracterização das Finanças Municipais 10-24<br />
10.4.4.1.Aspectos Orçamentários e Estrutura de Gastos 10-24<br />
10.5. MODOS DE VIDA 10-26<br />
10.5.1. Caracterização da Infraestrutura social dos Municípios da AID 10-26<br />
10.5.1.1. Serviços de Saúde Pública 10-26<br />
10.5.1.2. Serviços Educacionais 10-28<br />
10.5.1.3. Serviços de Saneamento Básico 10-30<br />
10.5.1.4. Abastecimento de Água 10-34<br />
10.5.1.5. Tratamento de Lixo 10-36<br />
10.5.1.6. Energia Elétrica 10-38<br />
10.5.1.7. Comunicação 10-38<br />
10.5.1.8. Segurança e Defesa Civil 10-38<br />
10.5.1.9. Turismo e Lazer 10-39<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental viii
10.5.1.10. Cultura, Lazer e Esportes 10-39<br />
10.5.2. Desenvolvimento Humano e Qualidade de Vida dos Municípios da AID 10-41<br />
10.5.2.1. Indicadores de Educação 10-45<br />
10.5.2.2. Indicadores de Saúde 10-49<br />
10.5.3. Formas de Organização Social e Principais Conflitos Sociais na AID 10-54<br />
10.6. PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL, PAISAGÍSTICO E<br />
ARQUEOLÓGICO E PALEONTOLÓGICO 10-56<br />
10.6.1. Patrimônio Histórico 10-56<br />
10.6.2. Patrimônio Cultural 10-56<br />
10.6.2.1.Saberes e Fazeres, Celebrações e Formas de Expressão 10-57<br />
10.5.2.2. Relações da Comunidade com o Rio 10-64<br />
10.6.3. Patrimônio Paisagístico 10-65<br />
10.6.4. Patrimônio Arqueológico e Paleontológico 10-66<br />
10.6.4.1. Metodologia 10-66<br />
10.6.4.2. Caracterização das Áreas Prospectadas 10-67<br />
10.6.4.3. Ambiente Natural 10-67<br />
10.6.4.4. Ambiente Cultural na Área Prospectada 10-68<br />
10.6.4.5. A Prospecção Arqueológica 10-70<br />
10.6.4.6. Ocorrências Arqueológicas e/ou Paleontológicas 10-72<br />
10.6.4.7. Dificuldades Encontradas 10-74<br />
10.6.4.8. Destino das Amostras Coletadas 10-74<br />
10.6.4.9. Considerações sobre o Levantamento do patrimônio Arqueológico e<br />
Paleontológico 10-74<br />
10.7. COMUNIDADES TRADICIONAIS – QUILOMBOLAS, INDÍGENAS,<br />
RIBEIRINHAS E PESCADORES 10-75<br />
10.8. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DAS COMUNIDADES<br />
ATINGIDAS 10-76<br />
10.8.1. Sobre a Pesquisa Realizada 10-77<br />
10.8.2. Sobre a Área Atingida 10-78<br />
10.8.3. Perfil Socioeconômico das Famílias Atingidas 10-81<br />
10.8.4. Condições de Vida 10-86<br />
10.8.5. Detalhamento do Município de Tasso Fragoso 10-86<br />
10.8.6. Caracterização da Zona Rural 10-100<br />
10.8.6.1. Sobre a Agricultura de Vazante 10-106<br />
10.8.7. Usos do Rio 10-109<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental ix
10.8.8. Meio Ambiente e o Empreendimento: Formas de Representação 10-114<br />
10.9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10-130<br />
Anexo XII - Documentação Fotográfica - Socioeconomia AID<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental x
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental<br />
8. Área de Influência Direta (AID)<br />
do Meio Físico.
8. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) DO MEIO FÍSICO<br />
8.1. GEOLOGIA<br />
8.1.1. Unidades Litoestratigráficas<br />
Na AID do futuro AHE Ribeiro Gonçalves, a Formação Piauí ocupa 96,65% de sua extensão<br />
(53.721,3 ha), sendo observada ao longo de toda a calha do rio Parnaíba e em seus<br />
principais afluentes conforme o Mapa Geológico (Anexo I-Tomo II). A Formação Pedra de<br />
Fogo ocupa menos de 0,5% (241 ha) da AID desse empreendimento.<br />
Litologicamente, a Formação Piauí constitui-se por camadas de arenitos de cor variando de<br />
róseo a avermelhada e arroxeada, com grãos foscos, estratificações cruzadas acanaladas<br />
de grande escala, com as lâminas em ângulos agudos com a superfície horizontal. As<br />
superfícies de acamamento exibem base quase horizontal, interpretadas como deposição de<br />
dunas eólicas, intercaladas às estratificações plano-paralelas, decorrente de uma<br />
sedimentação interdunar. Os bancos de arenitos róseos com estratificação cruzada<br />
acanalada estão amplamente distribuídos na parte inferior da formação, e indicam o<br />
predomínio das deposições subaéreas. Esses arenitos estão recobertos por folhelhos<br />
vermelhos, intercalados a marcas de onda e gretas de dissecação, situados no centro da<br />
bacia, e são interpretados como de origem lagunar ou lacustre. Os folhelhos avermelhados<br />
em variação lateral de fácies intercalam-se aos carbonatos (Calcário Mocambo). Bancos de<br />
calcarenitos apresentam seqüências rítmicas, com folhelhos com acamamento lenticular,<br />
folhelhos avermelhados e carbonatos argilosos listrados, creme, intercalados. Camadas<br />
lamosas estão associadas às lentes de arenito, estas últimas são interpretadas como<br />
pequenas cristas de areia originadas por ação de ondas em substrato lamoso em ambiente<br />
marinho costeiro. Em alguns locais, os arenitos finos têm geometria sigmoidal, mostrando<br />
uma sedimentação onde as frentes deltaicas penetraram no sistema lacustre (Ribeiro e<br />
Melo, 1996).<br />
Nas proximidades da ponte na cidade de Ribeiro Gonçalves há um corte de estrada (Foto<br />
8.1-1 – Anexo I) com altura de aproximadamente 6 m. Na base deste corte aflora um arenito<br />
de cores variegadas variando de cinza a amarelado, com porções esbranquiçadas e<br />
avermelhadas, e textura fina com aspecto micáceo. Observam-se intercalações com argilito<br />
branco a síltico ondulado e na porção intermediária tem-se um folhelho avermelhado, mais<br />
acima se destaca um nível conglomerático contendo óxido de Fe. No topo foi observado<br />
arenito vermelho em contato com arenito laminado de coloração rósea, exibindo feições<br />
associadas a lóbulos deltáicos e aspecto ondulado em forma de canal em contato inferior<br />
com um arenito fino de cor rósea a amarelado.<br />
As observações de campo na área em epígrafe coincidem com as descrições propostas por<br />
Lima e Leite (1978) e Lima Filho (1992). Estes autores dividiram a formação em duas partes:<br />
a inferior, constituída de arenitos róseos, médios, com intercalações de siltitos vermelhos e<br />
verdes; e a superior, composta por arenitos avermelhados com intercalações de leitos e<br />
lâminas de siltitos vermelhos, finos leitos de calcários e evaporitos.<br />
Nas proximidades da Fazenda Correntes observou-se um arenito de coloração<br />
avermelhada, apresentando estratificação cruzada planar de médio porte. O contato com o<br />
arenito amarelado contendo estratificações plano-paralelas está evidenciado pela laminação<br />
angular (Foto 8.1-2 – Anexo I). No topo do afloramento aflora um nível arenito fino<br />
passando a siltoso de coloração avermelhada. Essas características são associadas à<br />
porção superior, onde são descritos na literatura como pertencentes ao ambiente deltáico.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-1
8.1.2. Direitos Minerários<br />
Para a análise dos processos de direitos minerários existentes na AID do futuro AHE Ribeiro<br />
Gonçalves utilizou-se o levantamento descrito no item 5.3.3 Potencial Mineral (Capítulo 5 –<br />
Área de Influência Indireta do Meio Físico - Tomo II), através da ferramenta SIGMINE<br />
(Sistema de Informações Geográficas da Mineração), disponível on-line para aquisição<br />
gratuita em caráter provisório, no sítio do DNPM - Departamento Nacional de Produção<br />
Mineral 1 . Os dados digitais foram copiados com atualização no sistema SIGMINE até 01 de<br />
agosto de 2009.<br />
Assim como na AII do AHE Ribeiro Gonçalves, também na AID não foi registrada a<br />
presença de áreas de direitos minerários.<br />
Apesar da inexistência de áreas de direitos minerários, segundo o SIGMINE na AID do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves, procurou-se identificar a ocorrência de atividades informais de<br />
exploração mineral nesta área. Para esta identificação realizou-se um sobrevôo em<br />
helicóptero ao longo da área a ser ocupada pelo enchimento do futuro reservatório, com a<br />
finalidade de localizar explorações de areia, brita ou alguma outra substância mineral.<br />
A escolha por este tipo de levantamento deveu-se ao fato do sobrevôo propiciar uma visão<br />
ampla da área de interesse para o reconhecimento de atividades informais de exploração<br />
mineral, inclusive aquelas de pequeno porte, o que seria inviável num levantamento<br />
terrestre.<br />
Neste sobrevôo não foram identificadas atividades que correspondessem aos locais de<br />
exploração informal de recursos minerais na AID do empreendimento.<br />
8.1.3. Hidrogeologia e Usos de Água Superficial<br />
A partir do banco de dados SIAGAS foram levantados 30 poços com medidas de<br />
condutividade elétrica da água. Estas informações serviram para elaborar o mapa da Figura<br />
8.1-1.<br />
Pela profundidade dos poços, inferior a 250 m, a variação de condutividade elétrica da água,<br />
apresentada na Figura 8.1-1, deve ser representativa do sistema aqüífero Poti/Piauí. As<br />
medidas dessas condutividades, a exemplo dos níveis estáticos, também foram realizadas<br />
em julho de 2003.<br />
O maior valor de condutividade elétrica encontrado foi de 1.148 µS/cm, o que corresponde<br />
aproximadamente a 746 ppm de sólidos totais dissolvidos (STD). Este valor é bem inferior<br />
aos 1000 ppm estabelecidos pela Portaria Nº 518, de 25 de março de 2004, do Ministério da<br />
Saúde, como valor máximo admissível para a água ser considerada potável. Em apenas um<br />
poço foi encontrado esse valor, nos demais a condutividade elétrica foi inferior a 321 µS/cm,<br />
o que mostra que as águas do sistema Poti/Piauí, na área em torno da futura barragem que<br />
será construída em Ribeiro Gonçalves, são de baixa salinidade.<br />
Durante a visita de reconhecimento não foi feita nenhuma medida de condutividade elétrica<br />
da água ou de nível estático, pois nenhum poço foi encontrado nas proximidades do local da<br />
futura barragem. O local é ermo, com vegetação ainda preservada, com pouca atividade<br />
1 Fonte: http://sigmine.dnpm.gov.br/ acessado em Nov/2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-2
humana, o que explica a ausência de poços. Por essa razão não foram coletadas amostras<br />
para análise físico-química ou bacteriológica. Quanto ao aspecto biológico, de um modo<br />
geral, as águas subterrâneas são isentas de bactérias e vírus nocivos ao homem. O<br />
ambiente subterrâneo, por diversos fatores, não é favorável ao desenvolvimento de<br />
bactérias e vírus, principalmente por ser um ambiente anaeróbico. Quando bactérias estão<br />
presentes na água subterrânea, normalmente, estão associadas a alguma fonte de poluição<br />
superficial.<br />
Com relação aos usos de águas superficiais, verifica-se que segundo as outorgas da ANA<br />
não existem usuários regularizados na AID do AHE Ribeiro Gonçalves. Para o levantamento<br />
de atividades informais que utilizam os recursos hídricos na AID, considera-se que este<br />
deva ser realizado por ocasião da licença de instalação do empreendimento a fim de se<br />
obter com exatidão o tipo de atividade e a estimativa de captação de água.<br />
9180000<br />
9160000<br />
9140000<br />
9120000<br />
9100000<br />
9080000<br />
9060000<br />
9040000<br />
Condutividade Elétrica<br />
da água em S/cm<br />
1100<br />
1050<br />
1000<br />
950<br />
900<br />
850<br />
800<br />
750<br />
700<br />
650<br />
600<br />
550<br />
500<br />
450<br />
400<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
Área de Influência<br />
Indireta<br />
27 14<br />
380000 400000 420000 440000 460000 480000 500000 520000<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-3<br />
169<br />
58<br />
R I O P A R N A Í B A<br />
100<br />
180<br />
<strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong><br />
59<br />
26<br />
50<br />
281 100<br />
321<br />
271 267<br />
274<br />
53<br />
108<br />
26 17<br />
28<br />
22<br />
21<br />
26<br />
25<br />
22<br />
100<br />
22<br />
65<br />
50<br />
35<br />
28<br />
150<br />
58 Poço com informação de condutividade<br />
elétrica da água e o respectivo valor<br />
em s/cm<br />
Figura 8.1-1 Mapa de condutividade elétrica da água do Aqüífero Poti/Piauí nas proximidades de<br />
Ribeiro Gonçalves.<br />
200<br />
300<br />
250<br />
500<br />
400<br />
201<br />
16<br />
1148
8.1.4. Estudos Sismológicos<br />
8.1.4.1. Sismicidade Natural<br />
As investigações sismológicas têm por propósito verificar a ocorrência de tremores de terra<br />
e abalos sísmicos, estudando as atividades sísmicas naturais e as induzidas. Quanto às<br />
atividades sísmicas naturais são consideradas as formações geológicas sedimentares e<br />
estruturas tectônicas (arcos tectônicos, lineamentos, falhas, etc.) do embasamento e<br />
vulcanismos associados, que estejam inseridos no contexto analisado.<br />
Segundo Camarão Junior (2001) no contexto geodinâmico, a sismicidade natural significa a<br />
aplicação de um campo regional de tensões, que ditam a cinemática das placas tectônicas<br />
sobre a litosfera heterogênea e anisotrópica, onde o resultado é a geração de novos planos<br />
de fraturamento, bem como a reativação de planos estruturais herdados de épocas<br />
pretéritas decorrentes dessas tensões. Notadamente, a sismicidade natural não induzida<br />
está relacionada principalmente a bordas de placas ou limite de placas, enquanto no interior<br />
a sismicidade é mais branda. O posicionamento do Brasil na parte interior da placa Sul-<br />
Americana, distante das bordas leste (cadeia Meso-oceânica) e oeste (zona de subducção<br />
da Faixa Andina), exerce grande influência no contexto de estabilidade da placa.<br />
Conforme descritas no item 5.3.1, Geologia Regional (Capítulo 5 – Área de Influência<br />
Indireta do Meio Físico - Tomo II), as unidades geológicas existentes na Área de Influência<br />
Indireta (AII) foram depositadas em um período geológico que, de acordo com evolução<br />
tectônica, está classificado por uma sinéclise, situação em que se destaca uma calma<br />
tectônica. O evento magmático gerador da Formação Sardinha decorrente de processos<br />
tectônicos rupturais tem seu registro na borda leste da bacia. Esta intrusão se deu em<br />
período anterior à fase rift de idade Cretácica superior, nesta fase, a bacia do Parnaíba já<br />
apresentava uma estabilização, e os possíveis sismos não apresentavam grandes<br />
magnitudes.<br />
A bacia do Parnaíba está inserida em contexto cratônico (geologicamente estável), se<br />
destacam na região, o arco Xambioá e o lineamento do rio Parnaíba (Figura 8.1-2), feições<br />
geológicas que apresentam potencialidade de reativação, em termos tectônicos. A<br />
reativação de estruturas tectônicas em período recente é verificada em outras porções do<br />
nordeste do Brasil, são elas: Caruaru – PE, onde os sismos provocados pela reativação do<br />
lineamento de Pernambuco e em João Câmara – RN. Em ambas tem-se a instalação de<br />
bacias sedimentares de idade mesozóica, cuja evolução associa-se ao processo de abertura<br />
e separação dos continentes sul-americano e africano. O registro e cadastramento de<br />
sismos no Brasil é de responsabilidade do grupo de geofísica da Universidade de Brasília,<br />
que não registrou até o momento nenhuma reativação de falhas geológicas na região do<br />
arco Xambioá e do lineamento rio Parnaíba (Figura 8.1-3).<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-4
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-5<br />
Área de<br />
Estudo<br />
Figura 8.1-2 Mapa geológico simplificado das bacias sedimentares do<br />
Parnaíba e Grajaú, mostrando as principais estruturas<br />
geológicas.<br />
Figura 8.1-3 Mapa geológico simplificado das bacias sedimentares<br />
do Parnaíba e Grajaú, mostrando as principais<br />
estruturas geológicas.<br />
Regiões semelhantes no nordeste do Brasil, em que há evidências de reativações de falhas<br />
geológicas são: Caruaru-PE (sismos provocados pela reativação do lineamento de<br />
Pernambuco) e João Câmara–RN. Contudo, a Universidade de Brasília (www.obsis.unb.br),
esponsável pelo cadastramento de sismos ocorrentes no Brasil, até o momento não<br />
registrou nenhuma reativação de falhas geológicas na região do arco Xambioá e do<br />
lineamento rio Parnaíba (Figura 8.1-4).<br />
Figura 8.1-4 Mapa de ocorrências de sismos superiores a 3 graus na<br />
escala Richter.<br />
Fonte: www.obsis.unb.br<br />
8.1.4.2. Sismicidade Induzida<br />
De acordo com Simpson (1986 apud Camarão Junior, 2001) a construção de uma barragem<br />
cria um novo lago que irá alterar as condições estáticas das formações rochosas do ponto<br />
de vista mecânico (em virtude do próprio peso da lâmina d´água), e do ponto de vista<br />
hidráulico (em conseqüência da infiltração do fluido na subsuperfície, que provoca pressões<br />
internas nas camadas rochosas profundas). A combinação das duas ações locais pode<br />
desencadear distúrbios tectônicos e eventualmente gerar sismos, caso as condições locais<br />
sejam propícias. Os sismos registrados no Brasil até o início dos anos 2.000 não causaram<br />
danos às barragens construídas devido à sua baixa magnitude, e pela baixa profundidade<br />
(menos de 12 km), o que permite que sejam sentidos a poucos quilômetros do epicentro.<br />
Todavia, seu estudo pode ser importante nas regiões intraplaca, pois podem exceder o nível<br />
da sismicidade natural.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-6
O contexto geológico-estrutural da região nordeste oriental, onde já foram construídas<br />
barragens (Exemplo: Castanhão-CE e Armando Ribeiro Gonçalves-RN), se investigado do<br />
ponto de vista da sísmica induzida, está associado aos terrenos de idade antiga (Pré-<br />
Cambriana) e às zonas de cisalhamento brasilianas milonitizadas.<br />
Os estudos de sismicidade induzida realizados no reservatório da barragem Armando<br />
Ribeiro Gonçalves (Açu-RN) no período de 1987 a 1997, pelo grupo de geofísica da<br />
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, revelaram que após o enchimento do lago<br />
ocorreu uma acomodação das camadas devido ao ajuste da coluna d’água. O<br />
comportamento observado pode ser visto no Gráfico 8.1-1.<br />
Profundidade da água<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
profundidade da água<br />
eventos<br />
87 87 88 90 91 92 93 94 95 96 97<br />
Ferreira et al. (1995) Nascimento et al. (2004)<br />
Gráfico 8.1-1 Comparação da variação da coluna d´água e dos eventos sísmicos mensais na<br />
barragem Engenheiro Armando Gonçalves, Açu, RN.<br />
Fonte: Nascimento et al., 2004.<br />
Observou-se que durante alguns anos o número de sismos registrado foi mais intenso<br />
devido ao rebaixamento da coluna d’água, período que correspondeu aos longos períodos<br />
sem chuva, ou aos períodos de chuva mais intensa quando a coluna d’água do reservatório<br />
ficava mais espessa. Destaca-se, todavia, que a localização dos sismos está condicionada<br />
principalmente às direções de falhamentos existentes na área de abrangência da barragem.<br />
Em relação ao padrão do número de sismos registrado, vale destacar dois fatores<br />
condicionantes: (i-) a referida barragem foi construída sobre unidades Pré-Cambrianas e<br />
apresenta um contexto estrutural associado à bacia sedimentar Potiguar, de idade<br />
Mesozóica; e (ii-) as condições climáticas na porção oriental do nordeste, pois exibem uma<br />
maior variação devido aos fenômenos climáticos, podendo ser registrados altos índices de<br />
evapo-transpiração quando ocorrem longos períodos de estiagem.<br />
Em qualquer caso, a possibilidade de indução de sismos na AII, embora exista, é<br />
inexpressiva e de baixo significado em função das características geológicas e estruturais<br />
da área e do peso da coluna de água no reservatório (profundidade média calculada para o<br />
reservatório é de 13,50 m, enquanto que a máxima é de 53 m). Sugere-se, entretanto, um<br />
estudo dos efeitos do peso da coluna d’água nas camadas subjacentes, o monitoramento<br />
antes, durante e após a construção da barragem e o acompanhamento do enchimento do<br />
reservatório através da instalação de uma estação sismográfica. Tanto os boletins<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-7<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Eventos por mês
periódicos quanto os relatórios de interpretação da análise dos dados obtidos nos<br />
sismogramas poderão ajudar na classificação dos sismos, e na prevenção de possíveis<br />
danos nas construções comuns. A CHESF já está licitando a construção de uma estação<br />
sismológica para a UHE Boa Esperança, que poderá monitorar a área de influência do futuro<br />
AHE Ribeiro Gonçalves. Ainda, deve ser destacado que a barragem em questão recebe<br />
pouca influência do lineamento Transbrasiliano posicionado mais ao sul.<br />
8.1.5. Investigações Geotécnicas Realizadas<br />
Os estudos geotécnicos efetuados para o AHE de Ribeiro Gonçalves atenderam as<br />
diretrizes contidas no documento: “Instruções para Estudos de Viabilidade de<br />
Aproveitamentos Hidrelétricos” (ELETROBRÁS/DNAEE, 1997), cujo item 2.4 propõe que as<br />
investigações sejam suficientes para caracterizar adequadamente os níveis de fundação<br />
para todas as estruturas, bem como para permitir a quantificação dos materiais nas áreas de<br />
empréstimos de aproveitamentos hidrelétricos.<br />
Os resultados detalhados destes estudos executados pelo CNEC, por meio da prospecção<br />
de campo e trabalho em laboratório, estão contidos em capítulo específico do estudo de<br />
viabilidade do AHE Ribeiro Gonçalves realizados pelo CNEC, no qual estão indicados: (i-)<br />
localizações das sondagens, tanto nas áreas dos eixos como nas áreas de empréstimos, (ii-<br />
) seções geológicas traçadas ao longo dos eixos das estruturas, (iii-) registro fotográfico dos<br />
núcleos de rocha, e (iv-) análise de resultados dentre outros aspectos.<br />
A caracterização geotécnica do local de barramento do aproveitamento energético de<br />
Ribeiro Gonçalves está baseada essencialmente nos resultados da prospecção de campo e<br />
laboratório executada pela CNEC, inicialmente na etapa do inventário e posteriormente na<br />
etapa de viabilidade.<br />
Na primeira etapa foram executadas 8 sondagens a trado com cerca de 29,9 m, e de 8<br />
poços de inspeção de 1,0 m x1,0 m, com cerca de 10,1 m, perfazendo o total de 40 m de<br />
perfuração.<br />
Já na etapa de viabilidade, os estudos foram aprofundados com uma campanha de<br />
prospecção que incluiu: 7 sondagens elétricas verticais, 8 seções sísmicas, 29 sondagens<br />
mistas (avanço a percussão no trecho em solo e rotativo em rocha), 4 sondagens rotativas,<br />
6 sondagens com sondina, 128 sondagens manuais a trado e abertura de 3 poços de<br />
inspeção, assim distribuídos:<br />
• Das 16 sondagens executadas, 15 foram mistas e 1 rotativa inclinada de 45°, com o total<br />
de 285,00 m de perfuração. Desse total, 4 foram na ombreira esquerda, 4 sondagens mistas<br />
no leito do rio e 10 sondagens na ombreira direita, visto que concentrará os principais<br />
equipamentos da usina, como a casa de força, vertedouro e geradores. Nas sondagens<br />
também foram executados ensaios de infiltração no trecho em solo, e 35 ensaios de perda<br />
d’água sob pressão nos trechos em rocha.<br />
8.1.5.1. Morfologia do Local do Barramento<br />
A seção de controle no ponto de barramento conforma um vale aberto, assimétrico, situado<br />
imediatamente à jusante da foz do Riacho Sonhem, na margem esquerda do rio Parnaíba. O<br />
eixo está cortado sobre litologias sedimentares da Formação Piauí. O quadro geológico no<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-8
eixo é complementado pelo terraço aluvial de aproximadamente 130 m que se desenvolve<br />
na margem esquerda do rio, sendo inexistente na margem oposta.<br />
A seção apresenta uma distância entre ombreiras de aproximadamente 600 m, e as<br />
elevações na ombreira esquerda passam do nível 195 m ao 210 m, com uma declividade<br />
moderada inferior a 10%. A partir desse nível predomina o afloramento de arenito quase<br />
vertical até a ombreira atingir uma altura máxima na cota 235 m. A ombreira direita, por sua<br />
vez, apresenta uma morfologia mais homogênea, exibindo uma única declividade superior a<br />
35% até atingir a cota 260 m.<br />
• Ombreira Esquerda<br />
Apresenta em superfície uma delgada camada aluvionar com cerca de 1 m de espessura,<br />
constituída de areia fina, pouco siltosa, cinza escura. No restante da ombreira, observa-se<br />
uma camada de natureza coluvionar, com espessura média de 1 m, constituída de areia fina<br />
siltosa, pouco a medianamente compacta, de coloração cinza, amarela, vermelha branca e<br />
marrom variegada.<br />
Sob este pacote de solo foram identificados dois blocos sedimentares distintos, distribuídos<br />
na forma de camadas e lentes por toda a ombreira, formando um conglomerático constituído<br />
por seixos de quartzo, calcedônia, arenito, silexito. Também são observados fragmentos de<br />
rocha com matriz areno-siltosa, cinza clara, com variados valores de permeabilidade, que<br />
variam de 2x10 -2 cm/s a 5x10 -4 cm/s, e ocorrem até a profundidade de 24,7 m. Os<br />
fragmentos apresentam intercalações de arenito friável na forma de solo residual,<br />
constituído de areia fina a média de coloração cinza, amarelo, marrom e branca variegada,e<br />
cujos valores de permeabilidade variam de 10 -3 cm/s a 10 -4 cm/s. Além disso, ocorrem<br />
pontualmente passagens de arenito laterizado, coerente, de coloração avermelhada.<br />
O topo rochoso, constituído dominantemente de arenito de granulação fina a média, muito<br />
medianamente coerente, de coloração cinza variegado, apresenta intercalações métricas de<br />
argilito medianamente coerente, de coloração cinza amarelado a esverdeado. Ensaios de<br />
perda d’água sob pressão indicaram maciço com valores de permeabilidade hidráulica de<br />
baixos a moderados (H2-H3), com perdas d’água específicas inferiores a 5 L/min*m*kg/cm².<br />
Ocorre preferencialmente abaixo da elevação 200 m.<br />
• Ombreira Direita<br />
Essa ombreira assenta diretamente sobre sedimentos da Formação Piauí, totalmente<br />
recobertos por camada de natureza coluvionar, com espessura média em torno de 3 m,<br />
constituída por areia fina a média pouco argilosa, com esparsos pedregulhos e seixos<br />
variados, medianamente compactos, de coloração cinza avermelhada a esbranquiçada e<br />
com valores de permeabilidade variando entre 5x10 -4 cm/s e 10 3 cm/s.<br />
Abaixo, segue espessa camada de arenito friável de granulometria fina a média, pouco<br />
argiloso, de coloração cinza esbranquiçada a amarelada e avermelhada, apresentando<br />
níveis de argilito e passagens laterizadas, ambos medianamente coerentes; além de<br />
camadas de conglomerado com até 15 m de espessura.<br />
A posição do topo rochoso é bastante variável, sendo que junto à calha do rio (SM-101, SM-<br />
107, SM-112 e SM-130), é observado entre 2 m e 10 m de profundidade, em torno das<br />
elevações 191 m e 202 m. Já na meia encosta (SM-102, SM-105 e SM-109), ocorre entre as<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-9
profundidades de 8 m e 17m, em torno das elevações 208 m e 210 m. Nas porções mais<br />
elevadas (SM-103 e SM-104) encontra-se entre 27 m e 45 m de profundidade, em torno das<br />
elevações 216 m e 229 m.<br />
Ensaios de perda d’água sob pressão mostraram um maciço rochoso com baixos a<br />
moderados valores de permeabilidade hidráulica (H2–H3), ou seja, com perda d’água<br />
específica menor que 5 l/min*m*kg/cm².<br />
8.1.5.2. Estratigrafia no Eixo da Barragem<br />
O perfil estratigráfico no eixo da barragem foi determinado através de nove (9) sondagens<br />
executadas nas duas margens e no leito do rio Parnaíba. O resumo da interpretação de<br />
ditas sondagens pode ser observado no Gráfico 8.1-2.<br />
260<br />
250<br />
240<br />
230<br />
220<br />
210<br />
200<br />
190<br />
180<br />
170<br />
SM-104<br />
1<br />
SM-109<br />
SM-112<br />
SM-110<br />
?<br />
?<br />
?<br />
SM-113<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-10<br />
?<br />
SM-115<br />
SM-117 SM-118<br />
SM-120<br />
3<br />
?<br />
? ?<br />
SM-127<br />
?<br />
2<br />
SM-128<br />
SM-128<br />
Gráfico 8.1-2 Estratigrafia aproximada da seção transversal no eixo da barragem. Adaptado de<br />
CNEC, 2006.<br />
8.1.5.3. Estabilidade de Encostas Marginais<br />
Entende-se por encosta marginal os taludes localizados nas margens dos reservatórios de<br />
água. Em estado natural, os taludes da AID do empreendimento não se caracterizam por<br />
desenvolver processos de instabilidade, como foi comprovado pelos levantamentos de<br />
campo.<br />
Conforme a análise cartográfica realizada a partir da restituição aerofotogramétrica, pode-se<br />
estimar que a AID apresente uma distribuição de declividades conforme demonstrada no<br />
Quadro 8.1-1.<br />
Quadro 8.1-1 Distribuição de declividades na AID.<br />
Declividade Natural da encosta Área da AID dentro desse critério<br />
10 – 20º 12,2 km²<br />
20 – 30º 4,10 km²<br />
30 – 40º 1,70 km²<br />
? ?<br />
?<br />
?<br />
?<br />
?<br />
?
Considerando que a área alagada no nível máximo normal ocupará aproximadamente 238<br />
km², apenas em 2% dessa área há uma situação com probabilidade real de desenvolver<br />
instabilidade nas encostas, por apresentar declividades entre 20 e 40%.<br />
8.1.6. Áreas de Materiais de Empréstimo e de Bota-Fora<br />
As localizações das áreas previstas para materiais de empréstimo e de bota fora são<br />
apresentadas no Vol. I Cap.3 – Caracterização de Empreendimento.<br />
8.1.6.1. Empréstimo de Solo<br />
Foram identificadas e investigadas 4 áreas de empréstimo de solo, denominadas de AE-01,<br />
AE-02, AE-03 e AE-04. Essas áreas foram estudadas através de 128 sondagens a trado,<br />
que perfizeram um total aproximado de 442,52 m de perfuração.<br />
A AE-01 está situada do lado direito da rodovia PI-247 no sentido Ribeiro Gonçalves, ao<br />
lado da pista de pouso local, que dista em linha reta, cerca de 5 km da cidade e 14 km do<br />
sítio do aproveitamento. Possui dimensões aproximadas de 600 x 800 m, onde foram<br />
executadas 24 sondagens manuais a trado, e que mostraram a presença de solo de<br />
composição argilo-arenosa, com espessura média de cerca de 0,82 m; o que perfaz o<br />
volume de aproximadamente 385.400 m 3 . Em função da pequena espessura da camada de<br />
solo, sua utilização estaria condicionada às necessidades durante o período de construção<br />
do empreendimento.<br />
A AE-02 está situada na lateral direita da rodovia PI-247 no sentido Ribeiro Gonçalves,<br />
distando, em linha reta, cerca de 10 km da cidade e 19 km do sítio do empreendimento.<br />
Possui dimensões aproximadas de 1.900 x 1.000 m, onde foram executadas 64 sondagens<br />
manuais a trado, distribuídas segundo malha quadrada de 100 m de lado, com coleta de<br />
amostras para a execução de ensaios de laboratório. É constituída de material de<br />
composição argilo-siltosa, com espessura média de cerca de 3,8 m, o que perfaz o volume<br />
de aproximadamente 7.500.000 m 3 .<br />
A AE-03 está situada em frente à AE-02, do outro lado da estrada, com mesmas distâncias<br />
de transporte. Possui área de aproximadamente 1.400 m x 900 m, onde foram feitas 36<br />
sondagens manuais a trado, distribuídas segundo malha quadrada de 100 m de lado, com<br />
coleta de material para a realização de ensaios de laboratório. É constituída de material de<br />
composição argilo-siltosa, com espessura média cerca de 4,2m, que perfaz o volume de<br />
aproximadamente 4.760.000m 3 .<br />
A AE-04, situada na margem esquerda, dista cerca de 8 km em linha reta do<br />
empreendimento. Não possui estrada de acesso. Sondagens preliminares para avaliação da<br />
área não indicaram a ocorrência de camada de solo aproveitável, sendo então descartada<br />
sua indicação.<br />
8.1.6.2. Jazidas de Areia<br />
Foram investigadas duas jazidas de material granular (areia), denominadas de JZ-11 e JZ-<br />
12, onde foram executadas investigações para coleta de material e determinação da<br />
espessura das mesmas.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-11
A JZ-11 está situada cerca de 2,5 km à montante do empreendimento, junto à margem<br />
direita (PI). É constituída de banco de areia que aflora na época da seca, com área de cerca<br />
de 770 m 2 , onde foram executadas 2 sondagens com sondina (SD-101 e SD-102), que<br />
acusaram a presença de areia fina pouco siltosa, de coloração cinza amarronzada,<br />
contendo pedregulhos na base, com espessura média de 4,5 m, que perfaz o volume da<br />
ordem de 3.460 m 3 .<br />
A JZ-12 está situada cerca de 0,5 km à jusante da ponte de travessia do rio, junto à cidade<br />
de Ribeiro Gonçalves, e a 10 km do sítio do empreendimento. É constituída de banco de<br />
areia que aflora na época da seca, com área de aproximadamente 53.500 m 2 , onde foram<br />
executadas 4 sondagens com sondina (SD-103 a SD-106), que acusaram a presença de<br />
areia fina pouco siltosa de coloração cinza amarronzada, contendo pedregulhos na base,<br />
com espessura média de 5,0 m, que perfaz o volume da ordem de 267.000m 3 .<br />
8.1.6.3. Pedreira<br />
Áreas fonte de material pétreo para utilização como agregado para concreto, filtros e<br />
transições constituem o maior problema deste empreendimento, principalmente quanto a<br />
matérias naturais de construção, pois ocorrem apenas num raio superior a 230 km de seu<br />
entorno.<br />
Na região da cidade de Fortaleza dos Nogueiras (MA), distante cerca de 231 km do<br />
empreendimento, foi identificada área de ocorrência de basalto, investigada através da<br />
execução de 4 sondagens rotativas (SR-101 a SR-104).<br />
Seu acesso, a partir do empreendimento, é feito através de 9 km por estrada vicinal, situada<br />
na margem direita, e paralela a calha do rio até a cidade de Ribeiro Gonçalves, onde se<br />
transpõe o rio Parnaíba e segue-se por cerca de 110 km pela rodovia MA-378 até a cidade<br />
de Balsas. Da cidade de Balsas, segue-se pela rodovia BR-230 por cerca de 37 km até o<br />
entroncamento com a rodovia MA-006, à esquerda, onde, após 75 km, chega-se ao local<br />
investigado, situado junto à rodovia.<br />
As investigações executadas indicaram a presença de grande quantidade de blocos de<br />
basalto/diabásio de textura equigranular fanerítica fina, pouco a medianamente alterado,<br />
medianamente fraturado, recoberto por camada de solo com espessura inferior a 5 m, mas<br />
apresentando em profundidade inúmeras passagens métricas de solo, o que dificulta sua<br />
caracterização como fonte de material pétreo. Em vista disso, recomenda-se, nas etapas<br />
seguintes de projeto, a prospecção de novas áreas e a execução de novas sondagens para<br />
melhor caracterizar o maciço rochoso e definir seu modelo de exploração.<br />
A área mapeada é irregular, com dimensões aproximadas de 100 x 300m, com área<br />
aproveitável em torno de 24.000 m 2 que, com espessura estimada em cerca de 10 m, perfaz<br />
o volume de 240.000 m 3 de rocha.<br />
Em amostras deste maciço foram executados seis ensaios, três de índice de forma de<br />
agregado e três ensaio de Abrasão Los Angeles.<br />
8.1.6.4. Áreas de Bota-fora<br />
Estão previstas duas áreas de bota-fora para a implantação do empreendimento. Uma<br />
primeira localizada na margem esquerda do rio Parnaíba (MA), e a segunda localizada na<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-12
margem direita do rio Parnaíba (PI). Ambos locais ficarão submersos após enchimento do<br />
reservatório desse empreendimento.<br />
8.2. GEOMORFOLOGIA<br />
8.2.1. Tipos de Relevo<br />
Na AID do futuro AHE Ribeiro Gonçalves ocorrem três tipos de relevo: (i-) vales<br />
Pedimentados (Evpd – 75,4% em área), (ii-) Superfícies Estruturais Tabulares (SEstb –<br />
20,1%) e (iii-) terrenos dissecados em mesas, resultantes da evolução da dissecação em<br />
interflúvios tabulares (dm – cerca de 1,6%).<br />
As superfícies estruturais tabulares ocorrem na forma de chapadas, exibindo ou não rebordo<br />
cuestiforme (Foto 8.2-1 – Anexo I). De um modo geral, as feições em forma de chapadas<br />
são limitadas por rebordo festonado localmente dissimulados por pedimentos, com amplos<br />
vales interplanálticos pedimentados e algumas áreas muito dissecadas. Esses vales<br />
interplanados apresentam-se bem conservados, convergindo, geralmente sem ruptura de<br />
declive, para a calha fluvial, e eventualmente evidenciando um processo de retomada de<br />
erosão recente.<br />
As feições erosivas (Evpd) mais expressivas constituem os vales pedimentados, que exibem<br />
pouca largura, evidenciando vales com pedimentos bem conservados que convergem para<br />
o rio sem ruptura significativa do relevo (Foto 8.2-2 – Anexo I). Tem significativas<br />
reentrâncias mostrando que os eixos erosivos são ativos. O retrabalhamento dos vales tem<br />
direção preferencial NW-SE, principalmente na margem direita do rio Parnaíba. Na margem<br />
esquerda, onde os vales são pouco expressivos, é mais suave, visto que os vales têm<br />
menor extensão (Foto 8.2-3 – Anexo I).<br />
Os depósitos de pediplano, situados nas encostas das chapadas e mesas refletem o<br />
desmonte das unidades superiores. Em campo, esses depósitos estão bem representados,<br />
constituindo as escarpas com declividade suave em direção ao rio. Como feição resultante<br />
tem-se os espessos depósitos de tálus.<br />
A porção mais baixa são os vales interplanados, normalmente estreitos de acordo com a<br />
configuração da área em análise. Entre Ribeiro Gonçalves e Santa Filomena observa-se, no<br />
trecho do curso médio, várias confluências de pequenos rios, tanto no estado do Piauí como<br />
no Maranhão, em arranjo dendrítico. Tanto no coletor como nos afluentes vêem-se seções<br />
retilíneas e curvas meândricas, profundamente encaixadas como se um nível de base a<br />
jusante de Ribeiro Gonçalves estivesse sendo rebaixada. Como evidência da vaga de<br />
erosão que remonta rapidamente essa porção do médio rio Parnaíba, em que o vale tem um<br />
perfil transversal de verdadeiro canyon, as chapadas são incisivamente entalhadas pela<br />
rede fluvial, com bordo fortemente recortados e escarpas íngremes características de um<br />
estágio de ciclo jovem. O rio Uruçuí Preto e riacho corrente encontram-se entre dissecação<br />
em mesas apresentando um entalhamento pela drenagem superficial. Na região de Ribeiro<br />
Gonçalves, conta-se com a alimentação dos riachos São José, Limpeza e São Estevão.<br />
Na AID ocorre uma pequena área na margem do rio Parnaíba, com dissecação em meseta,<br />
que são formas resultantes da evolução do processo de dissecação nos interflúvios<br />
tabulares. Essas estruturas revelam um acentuado desmonte na área, indicando<br />
arrasamento do relevo. Estas estruturas estão orientadas segundo as direções<br />
aproximadamente NE-SW e ESE-WNW, e seus vales escavados têm aspecto mais amplo.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-13
Na área em que será construído o eixo do futuro AHE Ribeiro Gonçalves foi realizado um<br />
perfil de detalhe pela empresa CNEC, incorporado neste relatório. Verificou-se que o relevo<br />
apresenta um amplo terraço aluvionar na vertente esquerda do rio Parnaíba (Figura 8.2-1),<br />
mas a partir do limite da encosta torna-se mais abrupto com variação de cotas entre 260 m e<br />
200 m. Entre essas cotas, caracterizam-se vales encaixados. O grau de alteração é baixo,<br />
mostrando pouca espessura do colúvio. No terraço (Foto 8.2-4 – Anexo I), foi realizado um<br />
furo de sondagem a trado e verificou-se que a espessura do pacote é de aproximadamente<br />
5 metros. Observou-se ainda que na margem direita do rio Parnaíba a aluvião tem pouca<br />
extensão lateral, exibindo uma área mais restrita. Esse fato revela que o rio está escavando<br />
mais na margem esquerda e depositando na margem direita. O contato inferior da aluvião se<br />
dá com os arenitos da Formação Piauí. Na margem direita, a topografia revela-se em<br />
patamares. A pouca espessura do colúvio pode estar associada ao alto poder de transporte,<br />
devido à declividade maior das encostas.<br />
260 m<br />
255 m<br />
250 m<br />
245 m<br />
240 m<br />
235 m<br />
230 m<br />
225 m<br />
220 m<br />
215 m<br />
210 m<br />
205 m<br />
200 m<br />
195 m<br />
190 m<br />
185 m<br />
180 m<br />
175 m<br />
Mapa de Situação<br />
468.000 Eixo<br />
472.000<br />
478.000<br />
9.166.000<br />
9.162.000<br />
9.158.000<br />
NA= 190,0<br />
0 40 80 100 150 200m<br />
Escala Horizontal<br />
0 5 10 15 20 30 40m<br />
Escala Vertical<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-14<br />
Rio Parnaíba<br />
Legenda<br />
Aluvião<br />
Coluvião Solo de alteracão<br />
Arenito / Siltito<br />
Figura 8.2-1 Perfil de detalhe das formas de relevo na calha do rio Parnaíba em Ribeiro Gonçalves, Piauí.<br />
Fonte: CNEC, 2002.<br />
8.2.2. Ocorrência de Cavidades Naturais<br />
Em relação à potencialidade de ocorrência de cavidades naturais subterrâneas na AID do<br />
futuro AHE Ribeiro Gonçalves, as informações foram compiladas da “Base de Dados<br />
Geoespacializados do Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas<br />
(CECAV)” de forma similar àquela realizada para a AII do empreendimento, ver item 5.5.3<br />
Potencial Mineral (Capítulo 5 – Área de Influência Indireta do Meio Físico - Tomo II)<br />
Com base nos dados fornecidos pelo CECAV pode-se admitir a não ocorrência de<br />
cavidades naturais subterrâneas na AID do AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
260 m<br />
255 m<br />
250 m<br />
245 m<br />
240 m<br />
235 m<br />
230 m<br />
225 m<br />
220 m<br />
215 m<br />
210 m<br />
205 m<br />
200 m<br />
195 m<br />
190 m<br />
185 m<br />
180 m<br />
175 m
8.3. PEDOLOGIA<br />
8.3.1. Classe de Solos<br />
Na AID do AHE Ribeiro Gonçalves foram identificadas as seguintes classes de solo,<br />
conforme descrição a seguir, que correspondem aos principais componentes das unidades<br />
mapeadas.<br />
8.3.1.1. Latossolos Amarelos<br />
Essa classe compreende solos minerais, não hidromórficos, profundos e bem drenados, e<br />
com baixa fertilidade natural. Apresentam predominantemente textura média a argilosa,<br />
estrutura pouco desenvolvida, baixa CTC e saturação em bases, e pH ácido, sendo<br />
normalmente distróficos a álicos. Apesar dessas características desfavoráveis, apresentam<br />
aptidão regular para cultivos intensivos de culturas de ciclo longo e/ou curto e reduzida<br />
suscetibilidade à erosão.<br />
Na área em estudo, ocupam cerca de 32.446,02 hectares (58,4%), ocorrendo<br />
predominantemente nos setores com relevo plano a suave ondulado, associados aos<br />
latossolos vermelhos, argissolos vermelho-amarelos e/ou acinzentados, plintossolos pétricos<br />
e neossolos quartzarênicos.<br />
8.3.1.2. Argissolos Vermelho-Amarelos<br />
Correspondem aos solos minerais, não hidromórficos e que apresentam como característica<br />
diferencial, a presença de horizonte B textural em subsuperfície. São solos bem<br />
desenvolvidos, apresentando na área de estudo uma grande variabilidade em suas<br />
características físicas e químicas, sendo predominantemente profundos a pouco profundos,<br />
moderadamente a bem drenados, e com fertilidade variando de baixa a média. Apresentam<br />
textura predominantemente média/argilosa, com argila de atividade baixa a alta, e valores<br />
de CTC, saturação em bases e pH variáveis, sendo normalmente distróficos e<br />
eventualmente eutróficos. Em virtude das características acima descritas, agravadas pela<br />
presença de caráter plíntico em alguns setores, estes solos apresentam, de uma forma<br />
geral, uma reduzida aptidão para cultivos intensivos de culturas de ciclo longo e/ou curto,<br />
sendo recomendável nos trechos com declividade mais acentuada, à manutenção de<br />
cobertura vegetal permanente, de maneira a minimizar a sua elevada suscetibilidade à<br />
erosão.<br />
Na área em estudo, ocupam cerca de 3.013,92 hectares (5,4%), ocorrendo<br />
predominantemente nos setores com relevo suave a forte ondulado, associados aos<br />
latossolos amarelos, argissolos acinzentados, chernossolos háplicos, plintossolos pétricos,<br />
cambissolos háplicos, neossolos quartzarênicos e litólicos.<br />
8.3.1.3. Neossolos Litólicos<br />
Nessa ordem estão enquadrados os solos que apresentam reduzido desenvolvimento<br />
pedogenético. São solos minerais, não hidromórficos, rasos e com textura e fertilidade<br />
variáveis, as quais estão intimamente relacionadas com o material de origem desses solos.<br />
Apresentam, de forma geral, valores reduzidos para saturação de bases e CTC, argila de<br />
baixa atividade, sendo normalmente distróficos. São solos inaptos para o aproveitamento<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-15
agrícola, devido a sua reduzida profundidade efetiva, ao relevo movimentado e sua<br />
suscetibilidade forte a muito forte à erosão, sendo indicados para preservação permanente.<br />
Na área em estudo, ocupam cerca de 18.502,62 hectares (33,3%), ocorrendo<br />
predominantemente nos setores com relevo ondulado a montanhoso, associados<br />
predominantemente aos argissolos vermelho-amarelos.Como conseqüência, e de maneira a<br />
proporcionar uma melhor visualização dos resultados obtidos, foi elaborado o mapa<br />
pedológico da Área de Influência Direta (AID) do futuro AHE Ribeiro Gonçalves apresentado<br />
no Mapa Pedológico (Anexo III - Tomo II).<br />
8.3.2. Descrição das Unidades de Mapeamento<br />
Na área de estudo, foram identificadas 10 unidades de mapeamento de solos, cujos<br />
símbolos e classificação seguem às normas e procedimentos adotadas no Sistema<br />
Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999) com enquadramento taxonômico<br />
segundo o sistema classificatório vigente no país.<br />
As unidades de mapeamento de solos estão descritas no Quadro 8.3-1. No Quadro 8.3-2.,<br />
são encontradas as distribuições absoluta e relativa das classes de solos identificadas na<br />
AID do futuro AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Quadro 8.3-1 Unidades de mapeamento presentes na área de influência direta do futuro<br />
AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Unidade Descrição<br />
LAd 1<br />
LAd 4<br />
LAd 6<br />
LAd 7<br />
LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico A moderado textura argilosa fase cerrado subcaducifólio<br />
e/ou cerrado subcaducifólio/floresta subcaducifólia relevo plano<br />
LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico A moderado e proeminente textura média +<br />
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico latossólico A moderado e proeminente textura<br />
média e arenosa/média ambos fase relevo plano e suave ondulado + ARGISSOLO VERMELHO-<br />
AMARELO Distrófico plíntico A moderado e proeminente textura média/argilosa fase relevo suave<br />
ondulado todos fase cerrado subcaducifólio e/ou cerrado subcaducifólio/floresta subcaducifólia +<br />
GRUPAMENTO INDISCRIMINADO de (PLINTOSSOLO PÉTRICO Concrecionário Distrófico<br />
típico+ ARGISSOLO ACINZENTADO Distrófico fragipânico ambos A moderado e proeminente<br />
textura arenosa e média/média e argilosa fase floresta subcaducifólia/cerrado com babaçu e<br />
floresta subcaducifólia dicótilo-palmácea (babaçual e com babaçu) relevo plano e suave ondulado)<br />
LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico textura média + NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico<br />
típico ambos A fraco e moderado fase relevo plano e suave ondulado + GRUPAMENTO<br />
INDISCRIMINADO de (ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico + ARGISSOLO<br />
ACINZENTADO Distrófico fragipânico ambos textura arenosa e média/média e argilosa +<br />
NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Hidromórfico típico todos A moderado e proeminente fase relevo<br />
plano) + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico A moderado textura média e<br />
média/argilosa fase relevo suave ondulado e ondulado todos fase cerrado subcaducifólio/floresta<br />
subcaducifólia<br />
LATOSSOLO AMARELO A moderado textura média + NEOSSOLO QUARTZARÊNICO A fraco e<br />
moderado ambos fase cerrado subcaducifólio e/ou cerrado subcaducifólio/floresta subcaducifólia<br />
relevo plano e suave ondulado + GRUPAMENTO INDISCRIMINADO de (PLINTOSSOLO<br />
PÉTRICO Concrecionário Distrófico típico + ARGISSOLO ACINZENTADO Distrófico fragipânico<br />
ambos A moderado e proeminente textura arenosa e média/média e argilosa fase floresta<br />
subcaducifólia/cerrado com babaçu e floresta subcaducifólia dicótilo-palmácea (babaçual ou com<br />
babaçu e/ou buriti) relevo plano) + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico A<br />
moderado textura média e média/argilosa fase cerrado subcaducifólio e/ou cerrado<br />
subcaducifólio/floresta subcaducifólia relevo suave ondulado e ondulado<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-16
Quadro 8.3-1 Unidades de mapeamento presentes na área de influência direta do futuro<br />
AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Unidade Descrição<br />
PVAd 1<br />
PVAd 2<br />
RLd 1<br />
RLd 3<br />
RLd 4<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-17<br />
Cont.<br />
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico + ARGISSOLO VERMELHO-<br />
AMARELO Distrófico plíntico léptico ambos A moderado textura média e média/argilosa<br />
fase erodida cerrado subcaducifólio e/ou cerrado subcaducifólio/floresta subcaducifólia com<br />
e sem babaçu relevo suave ondulado e ondulado + GRUPAMENTO INDISCRIMINADO de<br />
(LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico A moderado textura média + NEOSSOLO<br />
QUARTZARÊNICO Órtico típico A moderado ambos fase cerrado subcaducifólio e/ou<br />
cerrado subcaducifólio/floresta subcaducifólia com e sem babaçu relevo plano e suave<br />
ondulado) + GRUPAMENTO INDISCRIMINADO de (PLINTOSSOLO PÉTRICO<br />
Concrecionário Distrófico típico + ARGISSOLO ACINZENTADO Distrófico fragipânico<br />
ambos A moderado e proeminente textura arenosa e média/média e argilosa fase cerrado<br />
subcaducifólio/floresta subcaducifólia com e sem babaçu e/ou floresta subcaducifólia<br />
dicótilo-palmácea (babaçual e/ou com buriti) relevo plano)<br />
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico A moderado textura média e<br />
média/argilosa fase erodida relevo suave ondulado a forte ondulado + NEOSSOLO<br />
LITÓLICO Distrófico típico A moderado textura média e arenosa fase erodida pedregosa e<br />
rochosa relevo suave ondulado a forte ondulado + GRUPAMENTO INDISCRIMINADO de<br />
(LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico A moderado textura média + NEOSSOLO<br />
QUARTZARÊNICO Órtico típico A moderado ambos fase relevo plano e suave ondulado)<br />
todos fase cerrado subcaducifólio e/ou cerrado subcaducifólio/floresta subcaducifólia com e<br />
sem babaçu<br />
NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico A moderado e fraco textura arenosa e média fase<br />
pedregosa e rochosa + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico léptico A<br />
moderado e fraco textura média e média/argilosa ambos fase erodida relevo suave<br />
ondulado a forte ondulado + GRUPAMENTO INDISCRIMINADO de (LATOSSOLO<br />
AMARELO Distrófico típico A moderado e fraco textura média e argilosa + NEOSSOLO<br />
QUARTZARÊNICO Órtico típico A moderado e fraco ambos fase relevo plano e suave<br />
ondulado) todos fase cerrado subcaducifólio e/ou cerrado subcaducifólio/caatinga e/ou<br />
cerrado subcaducifólio/floresta subcaducifólia<br />
NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico A moderado textura arenosa e média fase<br />
pedregosa e rochosa + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico léptico A<br />
moderado textura média e média/argilosa ambos fase erodida relevo suave ondulado a forte<br />
ondulado + LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico A moderado textura média e argilosa<br />
fase relevo plano e suave ondulado todos fase cerrado subcaducifólio e/ou cerrado<br />
subcaducifólio/floresta subcaducifólia e/ou cerrado caducifólio.<br />
NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico A moderado textura arenosa e média fase erodida<br />
pedregosa e rochosa + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico léptico A<br />
moderado textura média e média/argilosa fase erodida ambos fase relevo ondulado a<br />
montanhoso + LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico A moderado textura média e<br />
argilosa fase relevo plano e suave ondulado todos fase cerrado subcaducifólio e/ou cerrado<br />
subcaducifólio/floresta subcaducifólia e/ou cerrado caducifólio.
Quadro 8.3-2 Distribuição absoluta (km 2 ) e relativa (%) das unidades de mapeamento na<br />
área de influência direta do futuro AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Unidade de Mapeamento<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-18<br />
AID - Área de Influência Direta<br />
ÁREA (km 2 ) %<br />
LAd 1 0,46 0,08<br />
LAd 4 8,01 1,44<br />
LAd 6 178,94 32,19<br />
LAd 7 137,05 24,66<br />
PVAd 1 7,83 1,41<br />
PVAd 2 22,31 4,01<br />
RLd 1 131,62 23,68<br />
RLd 2 10,21 1,84<br />
RLd 3 23,80 4,28<br />
RLd 4 19,40 3,49<br />
Água 16,21 2,92<br />
TOTAL 555,84 100<br />
8.4. APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS<br />
A classificação da aptidão agrícola das terras foi efetuada a partir das informações do<br />
levantamento de solos e de acordo com o Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das<br />
Terras adotado pela EMBRAPA (Ramalho Filho, Beek, 1995).<br />
Esse sistema envolve a avaliação da aptidão agrícola, sem irrigação, considerando três<br />
níveis de manejo distintos, visando diagnosticar o uso potencial das terras para lavouras<br />
e/ou para outros tipos de utilização menos intensivos.<br />
Segundo os autores, citados no Inventário Hidrelétrico da Bacia do Rio Parnaíba (CNEC,<br />
2002), esta classificação não é precisamente um guia para obtenção do máximo benefício<br />
das terras, e sim uma orientação de como devem ser utilizados seus recursos para o<br />
planejamento regional e nacional.<br />
Dentro deste contexto e baseando-se nos objetivos ao que se propõe, no presente estudo<br />
foram utilizados: unidades de mapeamento, características físico-químicas dos solos, tipos<br />
de relevo e de vegetação dominantes e fatores limitantes relacionados à fertilidade do solo,<br />
a deficiência de água, a deficiência de oxigênio ou o excesso de água, a suscetibilidade à<br />
erosão e os impedimentos à mecanização.<br />
De forma resultante, as classes de aptidão agrícola foram atribuídas em função dos graus<br />
de limitação das terras para produção sustentável de um determinado tipo de utilização. A<br />
seguir, estão apresentadas as diferentes classes encontradas na área em estudo:<br />
8.4.1. Classe 2(a)bc
Compreende as terras com aptidão regular para lavouras nos níveis de manejo B e C e<br />
restrita ao nível A. Há a predominância de latossolos amarelos distróficos típicos de textura<br />
média e argilosa que apresentam relevo plano e suavemente ondulado. Suas principais<br />
limitações ao uso agrícola baseiam-se na moderada deficiência de água, provocada pela má<br />
distribuição pluviométrica e reduzida fertilidade natural. Entretanto, como conseqüência da<br />
profundidade efetiva e das características físicas favoráveis destes solos, as áreas onde são<br />
predominantes apresentam potencial tanto para culturas de ciclo longo (principalmente<br />
frutíferas) como para culturas de subsistência (mandioca, milho e/ou feijão).<br />
8.4.2. Classe 3(abc)<br />
Compreende as terras com aptidão restrita para lavouras nos níveis de manejo A, B e C.<br />
Predominam-se os latossolos amarelos distróficos típicos associados, principalmente, aos<br />
latossolos amarelos distróficos concrecionários, aos latossolos vermelhos distróficos típicos,<br />
aos neossolos quartzarênicos órticos típicos e/ou aos argissolos vermelho-amarelos<br />
distróficos plínticos. Suas principais limitações ao uso agrícola correspondem à moderada<br />
deficiência de água, provocada pela má distribuição pluviométrica, pela reduzida fertilidade<br />
natural, pela moderada suscetibilidade à erosão e/ou pela ocorrência de problemas com a<br />
drenagem natural. Apesar disto, nas áreas com ocorrência de terras desta classe, verifica-se<br />
um razoável potencial de uso para culturas de ciclo curto e algumas de ciclo longo.<br />
8.4.3. Classe 4(p)<br />
Compreende as terras com aptidão restrita para pastagem plantada. Há predominância de<br />
argissolos vermelho-amarelos distróficos e eutróficos plínticos associados, principalmente,<br />
aos argissolos vermelho-amarelos distróficos e eutróficos plínticos lépticos e/ou aos<br />
argissolos vermelho-amarelos Ta eutróficos lépticos, todos com relevo variando de<br />
suavemente ondulado a ondulado. As principais limitações desta classe referem-se à<br />
presença de características indicativas de problemas de permeabilidade associadas à<br />
pequena profundidade efetiva, ao gradiente textural e/ou à declividade acentuada, sendo<br />
que estas condições desfavoráveis influenciam negativamente na sua susceptibilidade aos<br />
processos erosivos. Eventualmente, as terras enquadradas nesta classe, podem ser<br />
utilizadas no cultivo de culturas de subsistência, muito embora com elevado risco em função<br />
das limitações acima citadas, sendo a formação de pastagens com gramíneas uma<br />
alternativa viável.<br />
8.4.4. Classe 6<br />
Esta classe, inapta para uso agrícola, compreende-se em argissolos vermelho-amarelos<br />
distróficos plínticos e neossolos litólicos distróficos típicos, ambos com relevo variando de<br />
suavemente ondulado a montanhoso. Suas principais limitações baseiam-se no relevo<br />
acidentado agravado pela pequena profundidade efetiva de alguns solos, resultando em<br />
uma elevada susceptibilidade à erosão. Em face do exposto, recomenda-se que estas terras<br />
sejam destinadas apenas para preservação da flora e fauna por se tratarem de inaptas para<br />
uso agrícola.<br />
O enquadramento final das unidades de mapeamento nas classes de aptidão foi efetuado<br />
com base na classe de solo que apresenta nível mais elevado de restrição. Dentro desta<br />
associação que caracteriza a unidade, a sua distribuição em termos absolutos (km 2 ) e<br />
relativos (%) está apresentada no Quadro 8.4-1. E, visando proporcionar uma melhor<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-19
visualização da distribuição espacial dos resultados, foi elaborado Mapa Aptidão Agrícola<br />
(Anexo IV - Tomo II) da área estudada.<br />
Quadro 8.4-1 Distribuição absoluta e relativa das classes de aptidão agrícola das terras na<br />
AID do futuro AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Classe Unidades de Mapeamento<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-20<br />
AID<br />
Área (km 2 ) %<br />
2(a)bc LAd 1 0,46 0,08<br />
3(abc) Lad 4; LAd 6; Lad 7; PVAd 2 326,17 58,68<br />
4(p) PVAd 1 7,88 1,42<br />
6 RLd 1; RLd 2; RLd 3; RLd 4 205,11 36,90<br />
Água 16,21 2,92<br />
TOTAL GERAL 555,83 100<br />
8.5. SUSCETIBILIDADE À EROSÃO DOS SOLOS<br />
A caracterização das principais classes de suscetibilidade à erosão foi estabelecida a partir<br />
da metodologia descrita por Leprun (1986), no que tange aos riscos potenciais de erosão<br />
hídrica dos solos do nordeste brasileiro.<br />
Segundo conclusões apresentadas por Leprun (1986), a área em estudo apresenta, de<br />
forma generalizada, uma fraca suscetibilidade à erosão hídrica, em virtude de predominarem<br />
solos profundos e permeáveis e relevo que varia de plano a suave ondulado. Entretanto,<br />
considerando-se o presente estudo e sua finalidade, verifica-se a necessidade de maior<br />
aprofundamento em função da grande variabilidade de condições de solos e relevo<br />
encontradas na área de influência do empreendimento.<br />
Portanto, na definição das classes de suscetibilidade à erosão para as diferentes classes de<br />
solos descritas, foram levadas em consideração, principalmente, as condições locais de<br />
relevo e declividade, as condições climáticas (potencial erosivo das chuvas – fator R), a<br />
erodibilidade potencial dos solos (fator K) e os níveis de cobertura do solo com vegetação.<br />
Dentro deste contexto e utilizando-se além dos critérios acima citados os parâmetros de<br />
avaliação da suscetibilidade à erosão descritos por Ramalho Filho e Beek, (1995), foram<br />
estabelecidas quatro classes de suscetibilidade à erosão para os solos da área estudada. O<br />
enquadramento final destas classes, componentes das unidades de mapeamento<br />
ocorrentes na área de estudo, foi efetuado tomando-se por base as especificações acima<br />
citadas e as conclusões obtidas estão apresentadas conforme segue:<br />
• Classe 1 - Baixa<br />
Terras que apresentam reduzida suscetibilidade à erosão, favoráveis propriedades<br />
físicas e relevo de plano a suavemente ondulado, com declividades variando de 0 a<br />
5%. Quando cultivadas por períodos muito longos (10 a 20 anos), podem apresentar<br />
perdas elevadas de solo nos horizontes superficiais. Entretanto, este processo pode<br />
ser prevenido e/ou minimizado através da adoção de práticas conservacionistas<br />
relativamente simples. Na área estudada, podem ser enquadrados nesta classe: os
latossolos amarelos típicos e concrecionários, os latossolos vermelhos típicos, os<br />
argissolos vermelho-amarelos latossólicos, os argissolos acinzentados, os<br />
plintossolos e os neossolos quartzarênicos.<br />
• Classe 2 – Moderada<br />
Terras que apresentam moderada susceptibilidade a erosão, propriedades físicas<br />
favoráveis ou não apresentando relevo de suavemente ondulado a ondulado, com<br />
declividade variando de 5 a 12%. Quando intensivamente cultivadas por períodos<br />
muito longos e sem a adoção de praticas conservacionistas, podem apresentar<br />
erosão por sulcos e/ou voçorocas, principalmente em áreas com declividade<br />
acentuada e/ou cujos solos apresentem mudança textural abrupta. Na área<br />
estudada, podem ser enquadrados nesta classe: os latossolos amarelo distrófico de<br />
relevo plano a suavemente ondulado, argissolos vermelho-amarelos distróficos<br />
eutóficos de relevo plano a ondulado, os cambissolos háplico Ta e Tb eutrófico típico<br />
e vertissolos ebânico órtico típico com e sem carnaúba de relevo plano a<br />
suavemente ondulado.<br />
• Classe 3 – Forte<br />
Terras que apresentam elevada susceptibilidade à erosão, apresentando relevo de<br />
ondulado a fortemente ondulado, com declividades variando de 12 a 25%. Sua<br />
utilização deve ser restrita a atividades que determinem pouca movimentação do<br />
solo a fim de se manter relativa cobertura superficial. Assim, torna-se fundamental a<br />
adoção de práticas conservacionistas de forma a prevenir a ocorrência de erosão<br />
severa em sulcos e/ou voçorocas. Na área em estudo, podem ser enquadrados<br />
nesta classe: os argissolos vermelho-amarelos distróficos e eutróficos fragipânico de<br />
relevo suave a fortemente ondulado, os argissolos vermelho-amarelos distrófico<br />
plíntico Ta eutróficos lépticos, os chernossolos háplicos, os neossolos litólicos e<br />
quartzarênicos de relevo suavemente ondulado e ondulado, os planossolos háplico<br />
Ta eutróficos solódico e os cambissolos háplico.<br />
• Classe 4 – Muito Forte<br />
Terras com susceptibilidade alta a erosão por apresentar limitação forte a muito forte<br />
devido a sua ocorrência em relevo acidentado, normalmente ondulado a<br />
montanhoso. Necessitam de preservação permanente da cobertura vegetal com<br />
restrito uso uma vez que, a adoção de práticas conservacionistas tornaria<br />
antieconômica qualquer tipo de exploração agropecuária. Na área estudada, os solos<br />
que podem ser enquadrados nesta classe são os neossolos litólicos distrófico e<br />
eutrófico típicos com relevo ondulado a montanhoso.<br />
A não utilização da unidade de mapeamento no enquadramento final justifica-se devido à<br />
possibilidade de uma mesma classe de solo ocorrer associada a diferentes outras classes,<br />
com diferentes níveis de susceptibilidade à erosão, o que poderia acarretar equívocos de<br />
interpretação.<br />
Além disso, diante da complexidade das unidades de mapeamento descritas, fica evidente a<br />
impossibilidade de se efetuar um delineamento concreto da distribuição espacial das<br />
referidas unidades. Também, não é possível estimar com a devida exatidão os quantitativos<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-21
de área referentes a cada uma destas, estando isto em conformidade com a literatura<br />
consultada.<br />
Como forma de facilitar a visualização da distribuição dessas classes de susceptibilidade ao<br />
longo da área, foi estabelecida uma correlação entre estas e as unidades de mapeamento<br />
descritas, tomando-se por base o nível de restrição mais acentuado verificado na referida<br />
unidade. Entretanto, de maneira a minimizar os possíveis equívocos de interpretação,<br />
resultantes da extrapolação destas estimativas, sempre se levou em consideração o nível de<br />
risco potencial apresentado pelas demais classes. Os resultados obtidos, correspondentes<br />
aos níveis potenciais de susceptibilidade à erosão das unidades de mapeamento,<br />
encontram-se expressos no Quadro 8.5-1 e também no Mapa de Erodibilidade (Anexo V -<br />
Tomo II).<br />
Quadro 8.5-1 Distribuição absoluta e relativa das classes de suscetibilidade à erosão na<br />
AID do futuro AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Classe Unidades de Mapeamento<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-22<br />
AID<br />
Área (km 2 ) %<br />
1 LAd 1 0,65 0,12<br />
2 LAd 6 192,31 34,60<br />
3 PVAd 1 141,09 25,38<br />
4 RLd 2; RLd 4. 205,57 36,98<br />
Água - 16,21 2,92<br />
TOTAL GERAL 555,83 100<br />
8.6. ESTUDOS SEDIMENTOMÉTRICOS<br />
A influência do reservatório de Ribeiro Gonçalves e Uruçuí na região do delta do rio<br />
Parnaíba é desprezível em função da alta capacidade de retenção de sedimentos promovida<br />
pela UHE Boa Esperança, estimada em 95%.<br />
A questão referente ao comportamento sedimentométrico no trecho do médio a baixo curso<br />
do rio Parnaíba é tratada nos Diagnósticos da AID do Meio Físico para os futuros AHE de<br />
Cachoeira, Estreito e Castelhano.<br />
Os estudos sedimentométricos para o AHE Ribeiro Gonçalves não são justificáveis de<br />
serem apresentados na área de influência direta e sim na AAR pelo fato das análises serem<br />
realizadas de forma conjunta com todos os aproveitamentos que compõem a cascata dos 5<br />
reservatórios, bem como o reservatório de Boa Esperança.
Anexo I<br />
Documentação Fotográfica Meio Físico<br />
AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-23
Figura 8.1-1 Vista geral do corte de estrada da Formação Piauí, próximo da ponte da cidade de<br />
Ribeiro Gonçalves. Observa-se na base arenito com alternância de coloração<br />
amarelo e avermelhado, em contato com folhelho vermelho e nível de argilito-siltico<br />
ondulado na porção intermediária. No topo tem-se arenito vermelho apresentando<br />
acamamento e aspecto ondulado em forma de canal.<br />
Foto 8.1-2 Detalhe da estratificação cruzada planar de médio porte (ambiente deltaico),<br />
evidenciando laminação angular em contato com arenito amarelado finamente<br />
laminado.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-24
Foto 8.2-1 Aspecto morfológico das Superfícies Estruturais Tabuliforme, ao fundo; no primeiro<br />
plano observa-se vales amplos interplanalticos pedimentados. Alternância da<br />
vegetação rasteira nas áreas mais arrasadas e arbustiva nas áreas de encosta.<br />
Foto 8.2-2 Morfologia das feições rebaixadas. Observa-se na margem do rio Parnaíba (canto<br />
esquerdo da foto) depósito com declividade suavizada em direção a calha do rio.<br />
Na margem se tem ainda um terraço largo e aplainado. Foto tirada próximo a<br />
ombreira esquerda da barragem de Ribeiro Gonçalves.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-25
Foto 8.2-3 Margem do rio Parnaíba, observa-se que os terraços são mais estritos e a<br />
vegetação muito densa. Relevo tem aspecto mais aplainado ao fundo.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-26
Foto 8.2-4. Proximidades do local onde foi realizado o perfil. Observase<br />
a aluvião com pouca extensão lateral e aspecto mais<br />
íngreme.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-27
8.7. BIBLIOGRÁFIA CONSULTADA<br />
AGUIAR, G. A. Bacia do Maranhão: Geologia e possibilidades de petróleo. Belém,<br />
Petrobrás. Rel. Interno. 1969.<br />
AGUIAR, G. A. Revisão Geológica da bacia Paleozóica do Maranhão. In: Congresso<br />
Brasileiro de Geologia, SBG: São Paulo, v. 3, p. 113-122, 1971.<br />
BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Secretaria-Geral. Projeto RADAMBRASIL. Folha<br />
SA.23 São Luís e parte da folha SA.24 Fortaleza: Geologia geomorfologia,<br />
podologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro, v. 3, Levantamento de<br />
Recursos Naturais, 1973.<br />
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Sexta edição, 1988.<br />
Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas (CECAV)” -ase de Dados<br />
Geoespacializados.2009.<br />
CNEC. Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia do Rio Parnaíba. 2002.<br />
CNEC. Estudos de viabilidade – Relatório Final – Apêndice 3. Investigações Geológicogeotécnicas,<br />
2006.<br />
COIMBRA, A. M. Estudo Sedimentológico e Geoquímico do Permo-Triássico da Bacia<br />
do Maranhão. Tese (Doutorado) - Instituto de Geociências, USP, São Paulo. 1983.<br />
259 p.<br />
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CRUZ, W. B.; FRANÇA, H. P. M. Água subterrânea sob condições artesianas na área de<br />
Picos-Piauí. SUDENE, Recife. 1967. 79 p.<br />
CRUZ, W. B.; LIMA, E. A. M.; LEITE, J. F.; QUINHO, J. S.; ANGELIM, L. A. A.; VALE, P. A.<br />
B. R. Projeto carvão da bacia do Parnaíba. Relatório Final da 1ª Etapa.<br />
DNPM/CPRM, Recife, 3 v., 1973a.<br />
CUNHA, F. M. B. Evolução paleozóica da Bacia do Parnaíba e seu arcabouço<br />
tectônico. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Geociências, Universidade Federal<br />
do Rio de Janeiro. 1986. 107 p.<br />
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acessado em Nov/2009<br />
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Levantamento Exploratório –<br />
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Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 782 p. 1986a.<br />
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Levantamento Exploratório –<br />
Reconhecimento de Solos do Estado do Maranhão. Brasília: Embrapa Produção<br />
de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 964 p. 1986b.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-28
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de Métodos de Análises de<br />
Solo. 2ª ed. rev. atual., Rio de Janeiro, 212p. 1997.<br />
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Procedimentos Normativos de<br />
Levantamentos Pedológicos. Rio de Janeiro, 116p. 1995.<br />
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação<br />
de Solos. Rio de Janeiro, 412p. 1999.<br />
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Notação de Horizontes e Camadas de Solo. 2ª ed. rev. atual., Rio de Janeiro, 54p.<br />
(Documentos, 3), 1988a.<br />
EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Critérios para<br />
Distinção de Classes de Solos e de Fases de Unidades de Mapeamento;<br />
Normas em Uso pelo SNLCS. Rio de Janeiro, 67p. (Documentos, 11), 1988b.<br />
FEITOSA, E. C. et al. Fronteiras detectadas em testes de aqüíferos na Formação<br />
Cabeças/PI. In: Anais do II Simpósio de Hidrogeologia do Nordeste, ABAS – PE,<br />
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KEGEL, W. Pesquisa Sistemática da Água Subterrânea na Bacia do Parnaíba (Piauí e<br />
Maranhão) e Bacia do Apodi. SUDENE, Recife. 1961. 12 p.<br />
KEGEL, W. Sobre a Formação Piauí (Carbonífero Superior) no Araguaia. Divisão de<br />
Geologia e Mineralogia, Notas preliminares e Estudos Rio de Janeiro, n. 56, p. 1-8,<br />
1952.<br />
LEPRUN, J. C. Manejo e Conservação de Solos do Nordeste. SUDENE-DRN, Recife.<br />
1986. 271 p.<br />
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REZENDE, W. M.; PAMPLONA, H. R. P. Estudo do desenvolvimento do Arco Ferrer-<br />
Urbano Santos. Boletim Técnico da PETROBRAS, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1-2, p.<br />
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SRTM-NASA. Imageamento do nordeste do Brasil. Acessado<br />
em 2005.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 8-29
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental<br />
9. Área de Influência Direta (AID)<br />
do Meio Biótico.
9. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA – AID DO MEIO BIÓTICO<br />
9.1. ECOSSISTEMAS TERRESTRES<br />
9.1.1. Introdução<br />
O presente estudo trata da caracterização dos ecossistemas terrestres, flora e fauna<br />
vertebrada, diagnosticados na Área de Influência Direta (AID) do AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Ressalta-se que a Área de Influência Direta (AID) é aquela passível de receber os impactos<br />
diretos e mais significativos gerados pela implantação do AHE em estudo. A AID foi definida<br />
como a área de inundação na cota máxima normal acrescida da APP (Área de Preservação<br />
Permanente 1 ) do Reservatório, conforme o Termo de Referência (TR) emitido pelo IBAMA<br />
em 2005.<br />
A superfície definida como Área de Influência Direta é formada pelas áreas a serem<br />
ocupadas pelo empreendimento propriamente dito e pelas áreas destinadas à instalação da<br />
infra-estrutura necessária à implantação e operação do empreendimento: os diversos<br />
acessos até a obra, bem como a infra-estrutura de apoio do empreendimento, áreas de<br />
empréstimo, de bota-fora e os canteiros de obras<br />
9.1.2. Mapeamento da Vegetação<br />
O Mapa de Vegetação/Uso do Solo para a AHE Ribeiro Gonçalves apresenta as categorias<br />
de vegetação e uso do solo para a AII e para a AID é apresentado no Anexo VI, Cap. 6- AII<br />
do Meio Biótico.<br />
Neste mesmo capítulo é apresentada também uma tabela (Tabela 6.1.3-1) mostrando a<br />
quantificação da vegetação da AII e da AID, bem como a relação percentual entre elas.<br />
Cabe ressaltar que esse mapa foi elaborado a partir da fotointerpretação analógica de<br />
imagens de satélite Lansat 5, datadas de julho e agosto de 2008, associado a utlização do<br />
sistema de informações geográficas “Arcview”. As categorias da legenda relativas ao tema<br />
vegetação foram baseadas na classificação do IBGE (Veloso, 1991) e associadas, para as<br />
formações savânicas ou de cerrado, às de Coutinho (1978).<br />
O mapeamento dos acessos e das infra-estruturas de apoio, canteiros de obra, bota-fora<br />
etc. apresentam dimensões muito reduzidas em relação ao reservatório e estão descritos e<br />
quantificados no item “Impacto sobre a Perda e Supressão da Vegetação Nativa” do “Vol.IV<br />
Identificação, Caracterização e Identificação de Impactos”, bem como a quantificação<br />
da vegetação por categoria/fitofisionomia que será afetada e as áreas de vegetação que<br />
deverão ser suprimidas anteriormente ao enchimento do reservatório, para se evitar<br />
problemas de degradação da qualidade da água.<br />
1 Segundo o artigo 3° da Resolução CONAMA n°302/2002 e seus incisos,. Esta resolução dispõe sobre<br />
parâmetros, definições e limites de APP de reservatórios artificiais e regime de uso do entorno, em áreas<br />
urbanas, estabelecidas em 30 metros ou áreas rurais, estabelecidas em 100 metros<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-1
9.1.3. Procedimentos Metodológicos<br />
9.1.3.1.Metodologia Geral<br />
A metodologia adotada para o estudo dos ecossistemas terrestres da referida AID está<br />
apresentada no Volume II, Tomo I, Item 1.2.<br />
9.1.4.Vegetação<br />
9.1.4.1.Métodos<br />
9.1.4.1.1.Fitofisionomias<br />
A análise fitofisionômica da AID foi realizada conforme descrito anteriormente para a AII.<br />
Para tal levantamento, além das sete estações agrupadas em tipologias savânicas e<br />
florestais (Tabela 9.1.4-2) previamente e aleatoriamente distribuídas, procurou-se também<br />
caracterizar o maior número de áreas possível localizados na AID, e de preferência as mais<br />
representativas, ou seja, de maior área. Inicialmente foi percorrida toda a extensão da área<br />
de influência com o auxílio de imagens de satélite Lansat 5, datadas de 2008 e mapas das<br />
Áreas de Influência (AII e AID) do AHE Ribeiro Gonçalves produzidos em 2009, com os<br />
pontos determinados para a realização dos levantamentos. A partir desse trabalho<br />
identificaram-sa as principais fitofisionomias ocorrentes na AID, utilizando para a sua<br />
classificação parâmetros como o predomínio de ervas, arbustos ou árvores, presença de<br />
dossel e grau de intervenção antrópica.<br />
9.1.4.1.2.Florística e Fitossociologia<br />
Para a análise da vegetação da Área de Influência Direta (AID) foram utilizados os mesmos<br />
procedimentos empregados para a Área de Influência Indireta (AII) no que se refere aos<br />
levantamentos florístico e fitossociológico, sendo realizados estudos em duas campanhas<br />
com um intervalo de tempo de seis meses entre elas, para então serem instaladas estações<br />
de levantamento fitossociológico segundo o método de Ponto quadrante (Tabela 9.1.4-1).<br />
Tabela 9.1.4-1. Total de estações, campanhas, pontos quadrantes e indivíduos amostrados<br />
por fitofisionomia durante a amostragem da vegetação presente na Área de<br />
Influência Direta (AID) do AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Total de<br />
estações<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-2<br />
Campanhas Total de pontos Estações<br />
Total de<br />
indivíduos<br />
amostrados<br />
AID- Savânica 4 2 160 31, 77, 84, 96 640<br />
AID- Floresta 3 2 120 14, 75, 86 480<br />
9.1.4.1.3.Caracterização Fitofisionômica<br />
Todas as categorias de vegetação encontradas na AID (Tabela 9.1.4-2) também se<br />
apresentam na AII, sendo descritas acima no item referente à Área de Influência Indireta. As<br />
Fotos de 9.1.4.1-1 a 9.1.4.1-5 no Anexo II ilustram as fitofisionomias presentes na AID do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves.
Tabela 9.1.4-2. Estações analisadas pertencentes ao Empreendimento Ribeiro Gonçalves<br />
com seus respectivos números, área, Fitofisionomia e localização.<br />
Estação Tipo Fitofisionomia Coordenadas E Coordenadas N<br />
31 SAVANA<br />
75 FLORESTA<br />
14 FLORESTA<br />
77 SAVANA<br />
84 SAVANA<br />
96 SAVANA<br />
86 FLORESTA<br />
9.1.4.2.Florística<br />
Savana Arborizada (Cerrado<br />
stricto sensu)<br />
Savana Florestada<br />
(Cerradão)<br />
Floresta Ombrófila aberta<br />
Aluvial (Mata Ciliar)<br />
Savana Arborizada (Cerrado<br />
stricto sensu)-<br />
Savana Arborizada (Cerrado<br />
stricto sensu)-<br />
Savana Arborizada (Cerrado<br />
stricto sensu)-<br />
Floresta Ombrófila aberta<br />
Aluvial (Mata Ciliar)<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-3<br />
462565 9161503<br />
441857 9139259<br />
464642 9161508<br />
461863 9159347<br />
440389 9121640<br />
437170 9102751<br />
427388 9083787<br />
A Composição Florística da AID apresenta 136 espécies distribuídas em 37 famílias,<br />
conforme mostra a Tabela 9.41-3 “Lista das Espécies Vegetais Existentes na Área de<br />
Influência Direta da AHE Ribeiro Gonçalves”.<br />
Tabela 9.1.4-3. Lista das Espécies Vegetais Existentes na Área de Influência Direta da AHE<br />
Ribeiro Gonçalves.<br />
Família Nome Científico<br />
Anacardiaceae<br />
Annonaceae<br />
Apocynaceae<br />
Campanhas<br />
Primeira Segunda<br />
Hábito<br />
Anacardium occidentale L. x x Arv.<br />
Astronium fraxinifolium Schott x x Arv.<br />
Myracrodruon urundeuva Allemão x x Arv.<br />
Tapirira guianensis Aubl. x Arv.<br />
Annona sp. x x Arb.<br />
Annona cacans Warm x Arb.<br />
Annona coriacea Mart. x x Arb.<br />
Annona crassiflora Mart. x x Arv.<br />
Duguetia furfuracea (A. St.-Hil.) Saff. x Arb.<br />
Ephedranthus parviflorus S. Moore x<br />
Aspidosperma multiflorum A.DC. x x Arv.<br />
Aspidosperma parvifolium A.DC. x Arv.<br />
Hancornia speciosa Gomes x Arb.<br />
Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel x x Arb<br />
Himathanthus obovatus Müll.Arg. x x Arv.<br />
Araliaceae Schefflera macrocarpa (Seem.) D. C. Frodin x Arv.<br />
Árvore, Arb.: arbusto, Trep.: trepadeira, Herb.: herbácea, Par.: parasita, Epi.: epífita. Cont.
Tabela 9.1.4-3. Relação das Espécies Vegetais Existentes na Área de Influência Direta da<br />
AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Família Nome Científico<br />
Arecaceae<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-4<br />
Campanhas<br />
Primeira Segunda<br />
Acrocomia aculeata (jacq.) Lodd. ex Mart. x<br />
Attalea speciosa Mart. ex Spreng. x<br />
Syagrus sp. x<br />
Hábito<br />
Asteraceae Vernonia sp x Arb.<br />
Bignoniaceae<br />
Anemopaegma sp. x<br />
Arrabidaea bahiensis (Schauer ex DC.) Sandwith<br />
& Moldenke<br />
x Arb.<br />
Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. x Arb.<br />
Jacaranda brasiliana (Lam.) Pers. x Arb.<br />
Jacaranda ulei Bureau & K.Schum. x Arb.<br />
Tabebuia alba (Cham.) Sandw. x Arv.<br />
Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook.f. ex<br />
S.Moore<br />
x x Arv.<br />
Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo x Arv.<br />
Tabebuia ochracea (Cham) Standl. x Arv.<br />
Tabebuia serratifolia (Vahl.) Nicholson x Arv.<br />
Zeyhera montana Mart. x Arb.<br />
Bombaceae Pseudobombax sp x Arv.<br />
Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand x Arb.<br />
Caryocalaceae Caryocar coriaceum Wittm. x x Arv.<br />
Chrysobalanaceae Hirtella ciliata Mart. & Zucc. x x Arb.<br />
Clusiaceae Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. x Arv.<br />
Buchenavia capitata (Vahl) Eichler x Arv.<br />
Buchenavia tomentosa Eichler x Arv.<br />
Combretum duarteanum Cambess. x x Arb.<br />
Combretaceae Combretum leprosum Mart. x x Arb<br />
Combretum mellifluum Eichler x x Arb.<br />
Terminalia actinophylla Mart. x x Arv.<br />
Terminalia fagifolia Mart. x Arv.<br />
Connaraceae Connarus suberosus Planch. x x Arb.<br />
Curatella americana L. x x Arb.<br />
Dilleniaceae Davilla grandiflora A.St.-Hil. & Tul. x Trep.<br />
Tetracera sp x<br />
Ebenaceae Diospyros cf. inconstans Jacq. x x Arb.<br />
Erythroxylaceae<br />
Erythroxylum laetevirens O.E. Schulz<br />
Erythroxylum passerinum Mart. x<br />
x<br />
x<br />
Arb<br />
Arb<br />
Croton heliotropiifolius Kunth. x Arb.<br />
Euphorbiaceae Croton ssp x x Arb.<br />
Maprounea guianensis Aubl. x Arv.<br />
Flacourtiaceae Casearia sylvestris Sw. x x Arb.<br />
Hippocrateaceae Cheiloclinium cognatum (Miers) A.C.Sm. x Arb.<br />
Árvore, Arb.: arbusto, Trep.: trepadeira, Herb.: herbácea, Par.: parasita, Epi.: epífita. Cont.
Tabela 9.1.4-3. Relação das Espécies Vegetais Existentes na Área de Influência Direta da<br />
AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Família Nome Científico<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-5<br />
Campanhas<br />
Primeira Segunda<br />
Hábito<br />
Lecythidaceae Eschweilera nana (O.Berg.) Miers x Arb.<br />
Bauhinia brevipes Vogel x x Arb.<br />
Bauhinia pulchella Benth. x x Arb<br />
Caesalpinia bracteosa Tul. x x Arb.<br />
Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. x x Arv.<br />
Cenostigma gardnerianum Tul. x x Arv.<br />
Copaifera luetzelburgii Harms. x x Arb.<br />
Leguminosae<br />
Caesalpinoideae<br />
Leguminosae<br />
Mimosoideae<br />
Leguminosae<br />
Papilionoideae<br />
Dimorphandra gardneriana Tul. x x Arv.<br />
Diptychandra aurantiaca Tul. x Arv.<br />
Hymenaea courbaril L. x x Arv.<br />
Hymenaea stigonocarpa (Mart.) Hayne x x Arv.<br />
Hymenaea velutina Ducke x x<br />
Martiodendron mediterraneum (Mart. ex Benth.)<br />
R.Koeppen<br />
x x Arv.<br />
Sclerolobium sp. x Arv.<br />
Swartzia macrostachya Benth. x Arv<br />
Tachigali paniculata Aubl. x x Arv<br />
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan x<br />
Inga vera Willd x x Arv.<br />
Mimosa acutistipula (Mart.) Benth. x x Arb<br />
Parkia platycephala Benth. x x Arv.<br />
Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W.<br />
Jobson<br />
x Arv.<br />
Plathymenia reticulata Benth. x Arv.<br />
Samanea cf. tubulosa (Benth.) Barneby &<br />
J.W.Grimes<br />
x<br />
Senegalia glomerosa (Benth.) Britton & Rose x Arv.<br />
Andira fraxinifolia Benth. x x Arv.<br />
Bowdichia virgilioides Kunth x x Arv.<br />
Dalbergia micoslobium Benth. x x Arv<br />
Harpalice brasiliana Benth. x Arb.<br />
Lonchocarpus sericeus (Poir) DC. x x Arv.<br />
Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke x x Arv.<br />
Machaerium acutifolium Vogel x x Arv.<br />
Machaerium angustifolium Benth. x Arv.<br />
Machaerium punctatum (Poir.) Pers. x Arv<br />
Poecilanthe subcordata Benth. x Arv<br />
Pterodon abruptus (Moric.) Benth. x x Arv.<br />
Pterodon emarginatus Vogel x Arv.<br />
Lythraceae Lafoensia vandelliana Cham. & Schltdl. x Arb<br />
Malpighiaceae<br />
Byrsonima correaefolia A.Juss. x x Arv.<br />
Byrsonimia crassifolia (L.) Kunth x x Arv.<br />
Byrsonima dealbata Griseb. x x Arv<br />
Árvore, Arb.: arbusto, Trep.: trepadeira, Herb.: herbácea, Par.: parasita, Epi.: epífita. Cont.
Tabela 9.1.4-3. Relação das Espécies Vegetais Existentes na Área de Influência Direta da<br />
AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Família Nome Científico<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-6<br />
Campanhas<br />
Primeira Segunda<br />
Hábito<br />
Miconia albicans (Sw.) Triana x Arb<br />
Melastomataceae Mouriri pusa Gadner x x Arv<br />
Tibouchina gracilis (Bonpl.) Cogn. x Arb.<br />
Moraceae<br />
Cecropia sp<br />
Ficus sp<br />
Campomanesia eugenioides Blume<br />
x<br />
x<br />
x<br />
Arb<br />
Arv.<br />
Eugenia dysenterica DC. x x Arv.<br />
Myrtaceae<br />
Eugenia sp<br />
Myrcia splendens (Sw) DC.<br />
x x<br />
x<br />
Arb.<br />
Arv<br />
Myrciaria sp. x<br />
Psidium sp x x Arb.<br />
Nyctaginaceae Guapira cf. opposita (Vell.) Reitz x Arv<br />
Ochnaceae Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. x Arb<br />
Opiliaceae Agonandra brasiliensis Miers. x x Arb.<br />
Alibertia edulis (L. Rich.) A. Rich. ex DC. x Arb.<br />
Chomelia sp. x<br />
Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. x<br />
Rubiaceae<br />
Guettarda platypoda DC.<br />
Guettarda spruceana Müll.Arg.<br />
x<br />
x<br />
Arb.<br />
Arb.<br />
Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. & Schult. x Arb<br />
Tocoyena brasiliensis Mart. x x Arb<br />
Tocoyena formosa (Cham. et Schlecht.) K.Schum. x x Arb.<br />
Cupania revoluta Radlk. x Arv.<br />
Sapindaceae Magonia pubescens A.St.-Hil x x Arv<br />
Matayba sp x Arv<br />
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. x Arv<br />
Sapotaceae Pouteria sp x x Arv.<br />
Pouteria torta (Mart.) Radlk. x Arv<br />
Simaroubaceae<br />
Simaba sp<br />
Simarouba versicolor A.St.-Hil. x<br />
x<br />
X<br />
Arv<br />
Arv.<br />
Sterculiaceae<br />
Guazuma ulmifolia Lam.<br />
Helicteres heptandra L.B.Sm.<br />
X<br />
X<br />
Arv.<br />
Arb<br />
Tiliaceae<br />
Apeiba tibourbou Aubl.<br />
Luehea paniculata Mart.<br />
X<br />
X<br />
Arv.<br />
Arb.<br />
Vitex pashiniana Moldenke. x X Arb.<br />
Callisthene fasciculata Mart. x X Arv.<br />
Callisthene microphylla Warm. x X Arv<br />
Verbenaceae Qualea grandiflora Mart x X Arv.<br />
Qualea parviflora Mart. x X Arv.<br />
Salvertia convallariodora A.St.-Hil. x X Arv.<br />
Vochysia gardneri Warm. x X Arv.<br />
Árvore, Arb.: arbusto, Trep.: trepadeira, Herb.: herbácea, Par.: parasita, Epi.: epífita.
Das espécies amostradas neste estudo (ênfase em espécies arbóreas e arbustivas) duas<br />
estão citadas na está lista com deficiência de dados - Astronium fraxinifolium e Protium<br />
heptaphyllum (Instrução Normativa IBAMA N o 06 de 26/09/2008).<br />
9.1.4.3.Fitossociologia<br />
9.1.4.3.1.Vegetação savânica<br />
Na área correspondente ao Empreendimento do AHE de Ribeiro Gonçalves foram alocadas<br />
quatro Estações distribuídas na Área de Influência Direta (AID) em fitofisionomia Savânica<br />
Arborizada (Cerrado strictu sensu).<br />
Das 40 famílias, as de maior representatividade em relação ao número de espécies na<br />
fitofisionomia savânica foram Annonaceae e Fabaceae com oito espécies (20% cada),<br />
Caesalpinaceae e Mimosaceae com seis espécies (15% cada), Apocynaceae e<br />
Vochysiaceae com cinco cada (12,5% cada) - Gráfico 9.1.4-1.<br />
Nesta amostragem 27 famílias ocorreram com menos de duas espécies, das quais 20<br />
somente com uma, representando 50% do total de espécies amostradas.<br />
Gráfico 9.1.4-1. Riqueza de espécies por família botânica levantadas nas fitofisionomias<br />
savânicas na Área de Influência Direta (AID) - AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Nas áreas em questão, as espécies mais relevantes, segundo VI, foram: capitão-do-seco<br />
(Terminalia fagifolia) e pau-terra (Qualea grandiflora) representando 20,24% do VI total<br />
(Tabela 9.1.4- 4).<br />
Nesta amostra, capitão-do-seco (Terminalia fagifolia) foi predominante, com o VI de 12,98%<br />
sendo a espécie mais abundante e com maior dominância, tratando-se de uma espécie<br />
secundária, semidecídua, heliófita, característica dos cerrados (Lorenzi, 2000).<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-7
O pau-terra (Qualea grandiflora) que ocupa a segunda posição com VI de 7,26%, é uma<br />
planta decídua, heliófita, seletiva xerófita característica dos cerrados e campos cerrados<br />
(Lorenzi, 2000).<br />
Em relação à estrutura, a distribuição diamétrica (Gráfico 9.1.4-2) mostra que esta área é<br />
composta por árvores de pequeno porte representadas principalmente pelo elevado número<br />
de indivíduos de capitão-do-seco (Terminalia fagifolia).<br />
A distribuição da freqüência das alturas indica maior concentração dos indivíduos no espaço<br />
vertical nas classes de menores alturas e uma diminuição do número de espécimes em<br />
maiores alturas, mas com proporções distintas (Gráfico 9.1.4-3).<br />
Gráfico 9.1.4-2. Total de indivíduos por família botânica levantadas nas fitofisionomias<br />
savânicas na Área de Influência Direta (AID), AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-8
Gráfico 9.1.4-3. Distribuição dos indivíduos em classes de altura nas fitofisionomias<br />
savânicas da Área de Influência Direta (AID) - AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Tabela 9.1.4-4. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na fitofisionomia<br />
savânica na Área de Influência Direta (AID), ordenadas segundo o Valor de<br />
Importância (VI) - AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Nome Científico N AB DR FR DoR VI<br />
Terminalia fagifolia Mart. 77 1,7259 12,03 8,12 18,77 12,98<br />
Qualea grandiflora Mart. 48 0,6028 7,5 7,74 6,56 7,26<br />
Qualea parviflora Mart. 33 0,8337 5,16 5,42 9,07 6,55<br />
Tachigali paniculata Aubl. 28 0,3771 4,38 4,84 4,1 4,44<br />
Combretum Mellifuum Eichler. 16 0,6912 2,5 2,51 7,52 4,18<br />
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. 21 0,4025 3,28 3,87 4,38 3,84<br />
Lafoensia vandellianaI Cham. & Schltdl. 29 0,0865 4,53 3,87 0,94 3,11<br />
Salvertia convallariodora A.St.-Hil. 21 0,2289 3,28 3,48 2,49 3,08<br />
Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo 12 0,3612 1,88 1,55 3,93 2,45<br />
Tocoyena brasiliensis Mart. 23 0,0509 3,59 2,51 0,55 2,22<br />
Hirtella ciliata Mart. & Zucc. 19 0,1232 2,97 2,32 1,34 2,21<br />
Combretum duarteanum Cambess. 19 0,0536 2,97 2,13 0,58 1,89<br />
Cenostigma macrophyllum Tull. 5 0,3667 0,78 0,77 3,99 1,85<br />
Diospyros cf. inconstans Jacq. 13 0,0652 2,03 2,51 0,71 1,75<br />
Tabebuia aurea Benth. 6 0,3078 0,94 0,77 3,35 1,69<br />
Mouriri pusa Gardner 10 0,1387 1,56 1,93 1,51 1,67<br />
Caryocar coriaceum Wittm. 6 0,2313 0,94 1,16 2,52 1,54<br />
N = Número de Indivíduos; AB = Área Basal; DR = Densidade Relativa; FR = Frequência Relativa; DoR = Dominância Relativa.<br />
Cont.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-9
Tabela 9.1.4-4. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na fitofisionomia<br />
savânica na Área de Influência Direta (AID), ordenadas segundo o Valor de<br />
Importância (VI) - AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Nome Científico N AB DR FR DoR VI<br />
Curatella americana L. 8 0,1582 1,25 1,55 1,72 1,51<br />
Vochysia gardneri Warm. 11 0,0611 1,72 2,13 0,66 1,5<br />
Martiodendron mediterraneum (Mart. ex Benth.) R.<br />
Koeppen<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-10<br />
10 0,0466 1,56 1,74 0,51 1,27<br />
Hancornia speciosa Gomes 11 0,0484 1,72 1,55 0,53 1,26<br />
Dalbergia miscolobium Benth. 4 0,2124 0,63 0,77 2,31 1,24<br />
Anacardium occidentale L. 9 0,071 1,41 1,55 0,77 1,24<br />
Eschweilera nana Miers 8 0,0944 1,25 1,35 1,03 1,21<br />
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth 9 0,0342 1,41 1,74 0,37 1,17<br />
Tocoyena formosa (Cham.& Schltd.) K.Schum. 9 0,0232 1,41 1,74 0,25 1,13<br />
Lonchocarpus sericeus(Poir.) Kunth ex DC. 7 0,0644 1,09 1,35 0,7 1,05<br />
Simaba sp1 13 0,0094 2,03 0,97 0,1 1,03<br />
Cupania revoluta Radlk. 8 0,0456 1,25 1,35 0,5 1,03<br />
Psidium sp 2 8 0,0228 1,25 1,55 0,25 1,02<br />
Indeterminada 1 4 0,1285 0,63 0,77 1,4 0,93<br />
Aspidosperma parvifolium A. DC. 7 0,0349 1,09 0,97 0,38 0,81<br />
Simarouba versicolor A.St.-Hil. 2 0,153 0,31 0,39 1,66 0,79<br />
Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel 6 0,0233 0,94 1,16 0,25 0,78<br />
Duguetia furfuracea (A.St.-Hil.) Saff. 7 0,027 1,09 0,97 0,29 0,78<br />
Dimorphandra gardneriana Tul. 6 0,0295 0,94 0,97 0,32 0,74<br />
Areacaceae sp1 5 0,0337 0,78 0,97 0,37 0,7<br />
Aspidosperma multiflorum A. DC. 6 0,0155 0,94 0,97 0,17 0,69<br />
Parkia platycephala Benth. 2 0,118 0,31 0,39 1,28 0,66<br />
Callisthene fasciculata Mart. 2 0,1186 0,31 0,39 1,29 0,66<br />
Psidium sp 1 5 0,0156 0,78 0,97 0,17 0,64<br />
Buchenavia tomentosa Eichler. 1 0,1408 0,16 0,19 1,53 0,63<br />
Pouteria cf. venosa (Mart.) Baehni 2 0,1053 0,31 0,39 1,15 0,61<br />
Astronium fraxinifolium Schott 4 0,0507 0,63 0,58 0,55 0,59<br />
Tibouchina gracilis (Bonpl.) Cogn. 5 0,0031 0,78 0,97 0,03 0,59<br />
Plathymenia reticulata Benth. 3 0,0584 0,47 0,58 0,63 0,56<br />
Annona crassiflora Mart. 3 0,0371 0,47 0,58 0,4 0,48<br />
Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. 2 0,0649 0,31 0,39 0,71 0,47<br />
Indeterminada 2 3 0,0283 0,47 0,58 0,31 0,45<br />
Protium heptaphyllum March. 3 0,043 0,47 0,39 0,47 0,44<br />
Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow &<br />
R.W.Jobson<br />
2 0,0492 0,31 0,39 0,54 0,41<br />
Caesalpinia bracteosa Tul. 1 0,078 0,16 0,19 0,85 0,4<br />
N = Número de Indivíduos; AB = Área Basal; DR = Densidade Relativa; FR = Frequência Relativa; DoR = Dominância Relativa.<br />
Cont.
9.1.5. FAUNA<br />
9.1.5.1. Avifauna<br />
9.1.5.1.1. Métodos<br />
A metodologia dos trabalhos envolveu amostragens em cada uma das fisionomias vegetais<br />
da área, em pontos previamente determinados pela equipe de coordenação dos estudos,<br />
com base em estudos de ecologia da paisagem e análise de imagens de satélite, sempre<br />
considerando amostragens em pontos mais íntegros e representativos de cada fisionomia<br />
vegetal.<br />
As aves foram detectadas em cada ponto de amostragem através de observação direta com<br />
binóculos (Swarovski 10x40), e principalmente pelo reconhecimento/ gravação de suas<br />
vocalizações. Foram realizadas várias gravações, utilizando-se gravadores profissionais<br />
Sound Devices 722 e Sony TCM - 5.000 EV, com microfone ultradirecional Sennheiser ME-<br />
67. Utilizou-se com freqüência a técnica do play-back, gravando as aves com maior<br />
dificuldade de visualização e induzindo-as a se aproximarem, através da reprodução de seu<br />
próprio canto.<br />
Esta metodologia apresenta, entre outras vantagens, a possibilidade de se detectar<br />
espécies difíceis de visualizar ou capturar, como aves paludícolas, noturnas e<br />
crepusculares, além de amostrar de forma homogênea todos os estratos de ambientes<br />
florestais.<br />
Foram utilizados também “play-backs” pré-gravados de espécies de interesse (raras,<br />
ameaçadas de extinção ou endêmicas da região), cuja pesquisa bibliografia prévia indicou<br />
serem passíveis de ocorrência na área em estudo, reproduzindo-se estas gravações em<br />
ambiente adequado para cada espécie na área estudada.<br />
Em todas as oportunidades, procurou-se obter as duas formas de registro para cada<br />
espécie, embora haja consenso que na maioria dos casos, principalmente quando se<br />
trabalha em ambientes florestais, os registros sonoros são muito mais confiáveis que os<br />
registros visuais.<br />
Para espécies raras, ameaçadas de extinção, ou cuja presença na área de influência do<br />
empreendimento representou uma extensão em sua distribuição geográfica, procurou-se<br />
obter sempre uma documentação adequada do registro, através da gravação da vocalização<br />
da espécie, ou quando possível de fotografia do exemplar.<br />
Cabe ressaltar que ao longo dos trabalhos de campo não se fez distinção entre os registros<br />
visuais e registros sonoros para cada espécie, considerando-se ambas as formas de registro<br />
como válidas e confiáveis.<br />
Listaram-se as aves registradas em cada ponto de amostragem e em cada ambiente, de<br />
modo a permitir uma análise dos resultados enfocando a distribuição das espécies de<br />
acordo com a cobertura vegetal, e não unicamente a composição taxonômica.<br />
No que se refere à forma de obtenção de dados, foram estipuladas em cada ponto de<br />
amostragem transecções com 500 metros de extensão, a partir das quais as aves foram<br />
detectadas.<br />
As amostragens foram realizadas sem prévia determinação de tempo, dentro do conceito de<br />
“Transects” (Herzog et alii, 2002) e de “Area Search” (Marantz & Oren, 2000). Estabeleceu-<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-39
se como critério de suficiência amostral a estabilização da curva de espécies/tempo obtida<br />
em cada ponto/transecção, considerando sempre um tempo mínimo de permanência de<br />
uma hora em cada ponto.<br />
9.1.5.1.2. Caracterização da Avifauna dos Pontos de Amostragem da AID<br />
Os trabalhos da primeira campanha de campo foram realizados entre 17 de fevereiro e 4 de<br />
março, e os trabalhos da segunda campanha ocorreram entre os dias 26 de maio e 5 de<br />
junho de 2009. Foram amostrados em cada uma das campanhas 19 pontos, sendo os<br />
pontos previamente selecionados e 2 pontos em comum com o AHE Uruçui. Em ambas as<br />
campanhas foram amostradas treze pontos extras ao longo do rio Parnaíba, em transecções<br />
fluviais realizadas a montante e jusante da cidade de Tasso Fragoso, totalizando 32 pontos<br />
amostrados.<br />
Foram definidas pela coordenação dos trabalhos com base em mapas de vegetação e<br />
imagens de satélites, as seguintes categorias de vegetação:<br />
FL – Floresta Estacional<br />
FC – Floresta Ciliar<br />
SA – Savana (Cerrado)<br />
AU – Áreas Úmidas<br />
A localização precisa dos pontos de amostragem, bem como os ambientes amostrados em<br />
cada um deles, está relacionada na Tabela 9.1.5.1-1 e a Figura 6.1.5.1-1, apresentada no<br />
item 6.<br />
Tabela 9.1.5.1-1 Pontos amostrados na AID durante as duas campanhas de campo<br />
(fevereiro a abril e maio a junho/2009), nos levantamentos de avifauna do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Ponto<br />
Ambiente Amostrado e<br />
localização nas áreas de<br />
Coordenadas UTM<br />
influência Leste Sul<br />
0 Mata - AII 468189 9162506<br />
14 Mata - AID 464641 9161507<br />
31 Savana - AID 462564 9161503<br />
41A Mata - AID 458357 9154409<br />
75 Mata - AID 441857 9139258<br />
77 Savana - AID 461862 9159346<br />
84 Savana - AID 440388 9121640<br />
86 Mata - AID 427388 9083787<br />
86A Mata Ciliar - AID 427118 9083706<br />
96 Savana - AID 437170 9102750<br />
AV-1 Mata Ciliar AID 425926 9073751<br />
AV-2 Mata AID 424260 9077822<br />
AV-4 Mata Ciliar AID 461862 9160140<br />
AV-5 Mata Ciliar AID 459307 9158075<br />
AV-6 Mata Ciliar AID 427111 9088161<br />
AV-7 Mata AID 419130 9068904<br />
AV-8 Mata Ciliar AID 413368 9047436<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-40
Foi definido durante a segunda campanha, em função da sua relevância para o grupo<br />
avifauna os pontos extras, a saber:<br />
Ponto AV-1 – Situado na estrada de acesso à Fazenda Paracati (Foto 9.1.5.1-1 Anexo III),<br />
margem direita do rio Parnaíba, com ambiente de vereda de buritis (Mata Ciliar). Este ponto<br />
foi selecionado em função da alta riqueza de espécies detectada durante as amostragens<br />
realizadas no entorno, e da diferença na composição de espécies em relação ao ponto 3A,<br />
situado nas imediações. Várias espécies exigentes ecologicamente foram registradas no<br />
ponto AV-1, além de ter sido este o único ponto de registro ao longo das campanhas de<br />
campo do pintassilgo-do-nordeste (Carduelis yarrellii), espécie ameaçada de extinção.<br />
Ponto AV-2 – Situado na Mata Ciliar do rio Parnaíba e pequeno afluente, a montante da<br />
sede da Fazenda Paracati, apresenta ambiente ciliar preservado, onde foi detectada a<br />
presença de várias espécies típicas de formações ripárias, e que não haviam sido<br />
registradas em áreas próximas.<br />
Ponto AV-4 - Situado nas imediações da cidade de Ribeiro Gonçalves, ponto selecionado<br />
em função da alta riqueza de espécies detectada durante as amostragens realizadas no<br />
entorno, e da diferença na composição de espécies em relação ao ponto 27, localizado em<br />
área contígua. Várias espécies exigentes ecologicamente foram registradas neste ponto.<br />
Ponto AV-5 – Situado nas imediações da cidade de Ribeiro Gonçalves, ponto selecionado<br />
em função da alta riqueza de espécies detectada durante as amostragens realizadas no<br />
entorno. Duas espécies foram registradas unicamente neste ponto ao longo da primeira<br />
campanha de campo.<br />
Ponto AV-6 – Ponto situado na Mata Ciliar do rio Parnaíba, a jusante de Tasso Fragoso,<br />
amostrado na segunda campanha de campo, selecionado em função da importância de se<br />
amostrar detalhadamente a avifauna da mata ciliar do rio Parnaíba, dentro do contexto de<br />
licenciamento do empreendimento. As amostragens neste ponto permitiram registrar<br />
espécies ribeirinhas não registradas na primeira campanha dos trabalhos de campo.<br />
Ponto AV-7 – Situado na margem esquerda do rio Parnaíba, selecionado em função da<br />
integridade e grande extensão de ambiente de Floresta Estacional (Foto 9.1.5.1-2 e 3<br />
Anexo III) às margens do rio Parnaíba, ambiente até então amostrado somente na área de<br />
Influência Indireta do empreendimento. Neste ponto foi citada por morador local a presença<br />
da araponga-do-nordeste (Procnias averano), espécie ameaçada de extinção e que não foi<br />
registrada em nenhum dos outros pontos de amostragem.<br />
Ponto AV-8 – Ponto situado na Mata Ciliar do rio Parnaíba, a montante de Tasso Fragoso,<br />
amostrado na segunda campanha de campo, selecionado em função da importância em se<br />
amostrar detalhadamente a avifauna da mata ciliar do rio Parnaíba, dentro do contexto de<br />
licenciamento do empreendimento. As amostragens neste ponto permitiram registrar<br />
espécies ribeirinhas não registradas na primeira campanha dos trabalhos de campo.<br />
9.1.5.1.2.1. Considerações sobre a avifauna característica da AID (resultados)<br />
A Tabela 9.1.5.1-2 lista as espécies e os pontos em que foram registradas na AII e na AID.<br />
A ordenação sistemática e a nomenclatura científica e vernácula seguem o disposto por Sick<br />
(1997), com alterações propostas pelo CBRO - Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos<br />
(2008). A definição do status de cada espécie foi baseada nas obras de Collar et alii. (1992;<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-41
1994), Wege & Long (1995), Stotz et alii (1996), Sick (1997), BirdLife International (2000),<br />
IUCN (2008) e MMA (2003).<br />
Registrou-se 222 espécies de aves na primeira campanha de campo, incluindo duas<br />
espécies citadas em entrevista com moradores locais ou relatadas por membros da equipe<br />
de fauna. Os dados obtidos na segunda campanha permitiram um acréscimo de 31 espécies<br />
à lista, incluindo um registro obtido em entrevista com morador local, e dois registros obtidos<br />
a partir de relato de membro da equipe de fauna, totalizando 253 espécies para a AII e AID.<br />
Considerando que as duas campanhas de campo foram realizadas em períodos de<br />
descanso reprodutivo da maioria das espécies da região, quando as aves vocalizam com<br />
pouca freqüência e se tornam inconspícuas, os resultados obtidos podem ser considerados<br />
bastante satisfatórios em termos de caracterização da avifauna local.<br />
Dentre as aves assinaladas para a AID, três constam na Lista Brasileira de Espécies<br />
Ameaçadas de Extinção (MMA, 2003), a arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), a<br />
araponga-do-nordeste (Procnias averano) e o pintassilgo-do-nordeste (Carduelis yarrellii),<br />
todos eles enquadrados na categoria “vulnerável”. Segundo os critérios definidos pela IUCN<br />
(2008), dentre as 253 espécies, quatro estão globalmente ameaçadas.<br />
9.1.5.1.2.2. Composição, Riqueza e Diversidade de Espécies<br />
No conjunto de espécies detectadas na Área de Influência do AHE Ribeiro Gonçalves, há<br />
basicamente três tipos de comunidades de aves: as espécies típicas do Cerrado sensu<br />
stricto, incluindo aquelas dos afloramentos rochosos e vegetação herbácea sobre solo<br />
litólico, as espécies características das matas ciliares com presença de buritis, ou veredas<br />
de buritis, e as espécies florestais associadas às Florestas Estacionais, situadas em sua<br />
maioria nas imediações dos paredões rochosos mais afastados da calha do rio Parnaíba<br />
(AII).<br />
Nas Florestas Estacionais é notória a presença de espécies amazônicas, embora a<br />
representatividade destas aves na comunidade não seja muito elevada. Ao que parece são<br />
elementos pontuais inseridos numa comunidade avifaunística composta principalmente de<br />
espécies de distribuição mais ampla no Domínio do Cerrado.<br />
É analisada a seguir a composição da avifauna presente nos ambientes amostrados,<br />
destacando-se a presença de espécies ameaçadas de extinção e de espécies indicadoras<br />
de boa qualidade ambiental.<br />
Savana (Cerrado)<br />
Os ambientes de Cerrado estão bem representados ao longo da maior parte da área de<br />
influência do AHE Ribeiro Gonçalves, tanto na calha do rio Parnaíba como nos alto dos<br />
chapadões mais afastados do rio, e dominam a paisagem. Várias espécies de aves típicas<br />
deste Bioma foram registradas na AID, como a perdiz (Rhynchotus rufescens), o suiriricinzento<br />
(Suiriri suiriri) e a rolinha-vaqueira (Uropelia campestris) (Foto 9.1.5.1-4 Anexo III)<br />
As áreas de Cerrado mais baixo, sobre solo raso, estão concentradas principalmente no alto<br />
dos chapadões, e apresentam cobertura vegetal herbácea, com poucas arvoretas, e<br />
predominância de gramíneas. Foram registradas algumas espécies características deste<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-42
ambiente também na AID, principalmente no ponto 84, dentre elas o tapaculo-de-colarinho<br />
(Melanopareia torquata) e o sertanejo (Sublegatus modestus).<br />
Floresta Estacional<br />
Os ambientes de Floresta Estacional amostrados contemplaram principalmente fragmentos<br />
situados na margem esquerda do rio Parnaíba (pontos 5, 75 e AV-3), onde o relevo é<br />
bastante acidentado e a cobertura vegetal original ainda se encontra bem preservada (Foto<br />
9.1.5.1-6 Anexo III).<br />
Nestes locais, registrou-se a presença de várias espécies tipicamente amazônicas, em geral<br />
de médio e grande porte, bastante exigentes ecologicamente, e que foram registradas<br />
somente nestas áreas da AID, como a sururina (Crypturellus soui) e o tucano-de-bico-preto<br />
(Ramphastos vitellinus).<br />
Além destas espécies, há outras de distrubuição mais ampla, mas que são tipicamente<br />
florestais, como o fruxu-do-cerradão (Neopelma pallescens), o araçari-de-bico-branco<br />
(Pteroglossus aracari) e o surucuá-de-barriga-vermelha (Trogon curucui).<br />
Cabe ainda ressaltar a presença notável na AID de um endemismo do nordeste do Brasil,<br />
registrado no ponto AV-7, a araponga-do-nordeste (Procnias averano) espécie ameaçada de<br />
extinção (MMA,2003; IUCN, 2008).<br />
É notória ainda nos pontos de Floresta Estacional amostrados na AID, a presença de pelo<br />
menos três espécies da família Dendrocolaptidae, conhecidos popularmente como arapaçus<br />
ou subideiras, aves estritamente florestais, que se deslocam pelos troncos das árvores<br />
como os pica-paus, e que são consideradas excelentes indicadoras de boa qualidade<br />
ambiental. São elas o arapaçu-de-garganta-amarela (Xiphorhyncus guttatus), o arapaçu-debico-branco<br />
(Xiphorhynchus picus) e o arapaçu-grande (Dendrocolaptes platyrostris).<br />
Floresta Ciliar<br />
As Florestas Ciliares amostradas na área do AHE Ribeiro Gonçalves, são caracterizadas em<br />
sua grande maioria pela presença de buritis, que se situam notadamente ao longo dos<br />
afluentes do rio Parnaíba. A Mata Ciliar do rio Parnaíba, no trecho considerado, apresenta<br />
porte bastante reduzido e sem a presença de buritis, pelo menos nas imediações dos pontos<br />
de amostragem (Fotos 9.1.5.1-7 e -1 Anexo III).<br />
Nas Matas Ciliares dos afluentes do rio Parnaíba, onde é marcante a presença de buritizais,<br />
a comunidade de aves é bastante distinta daquela da Mata Ciliar do rio Parnaíba. Nestes<br />
locais, a presença dos buritis é muito importante enquanto local de abrigo, nidificação e<br />
fonte de alimento para várias espécies da família Psittacidae, entre eles a arara-canindé<br />
(Ara ararauna), o maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilata), a arara-azul-grande<br />
(Anodorhynchus hyacinthinus), o papagaio-do-mangue (Amazona amazonica) e o papagaioverdadeiro<br />
(Amazona aestiva).<br />
Há ainda nos buritizais espécies de aves que dependem destas palmeiras para se alimentar<br />
e nidificar, e que na área do empreendimento só ocorrem neste ambiente, como a<br />
tesourinha (Tachornis squamata) e o limpa-folha-do-buriti (Berlepschia rikeri).<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-43
9.1.5.1.2.3. Avifauna Aquática e Semi-Aquática<br />
As áreas úmidas estão pouco representadas na Área de Influência Direta do AHE Ribeiro<br />
Gonçalves, de acordo com o que se observou nas campanhas dos trabalhos de campo. Em<br />
geral são bastante esparsas, abrangem pequena extensão, e em sua maioria estão situadas<br />
no entorno das veredas de buritis. Não foram localizadas lagoas e lagos com abundância de<br />
vegetação aquática, onde possa haver maior concentração de aves paludícolas.<br />
Foram observadas pequenas poças d’água ao longo da estrada, nas imediações da sede da<br />
Fazenda Paracati, onde se registrou a presença de aves como o maçarico-de-esporão<br />
(Vanellus cayanus) e a batuíra-de-pernas-amarelas (Tringa flavipes), espécies que<br />
provavelmente utilizam estes ambientes temporários no período de cheia do rio Parnaíba.<br />
Durante a segunda campanha de campo, foram realizadas amostragens extras ao longo do<br />
rio Parnaíba, com a intenção de avaliar de forma mais detalhada a composição e<br />
distribuição espacial da comunidade de aves desta área.<br />
A Mata Ciliar do rio Parnaíba, de acordo com os dados obtidos principalmente na segunda<br />
campanha de campo, abriga notadamente espécies de ampla distribuição no Brasil, e tem<br />
como característica uma comunidade de aves relativamente pobre em espécies.<br />
Tal fato pode ser decorrente da pequena largura da Mata Ciliar, que é substituída por<br />
formações de Cerrado fora da calha do rio, ou ainda em função de pouca disponibilidade de<br />
alimento para as aves, uma vez que praticamente não há ambientes paludícolas (brejos e<br />
lagoas) ao longo do rio.<br />
Nas amostragens realizadas ao longo do rio Parnaíba, observou-se que as “praias” ou<br />
bancos de areia ao longo de pequenas ilhas ou das margens do rio (Foto 9.1.5.1-10 Anexo<br />
III), são bastante escassos. Este ambiente em geral é bastante atrativo para as aves, mas<br />
na área do empreendimento apenas aves comuns como o quero-quero (Vanellus chilensis)<br />
e a andorinha-do-rio (Tachycineta albiventer) foram observados nestas áreas.<br />
Dentre as espécies registradas na Mata Ciliar do rio Parnaíba, estão a garça-moura (Ardea<br />
cocoi), o martim-pescador-verde (Chloroceryle amazona), a andorinha-serrador<br />
(Stelgidopteryx ruficollis) e o irerê (Dendrocygna viduata) (Foto 9.1.5.1-9 Anexo III).<br />
Ao longo das áreas úmidas situadas no entorno dos buritizais, há espécies de médio e<br />
grande porte como a anhuma (Anhima cornuta), o corocoró (Mesembrinibis cayennensis), a<br />
curicaca (Theristicus caudatus), o tucanuçu (Ramphastos toco) e o socó-boi (Tigrisoma<br />
lineatum), mas estas aves foram registradas apenas nos pontos mais afastados da calha do<br />
rio Parnaíba.<br />
9.1.5.1.3. Espécies Raras, Ameaçadas, Bioindicadoras e de Valor Cinegético<br />
Comenta-se a seguir sobre as espécies ameaçadas de extinção, provavelmente<br />
ameaçadas/insuficientemente conhecidas, no Brasil (MMA,2003) e também globalmente<br />
(IUCN, 2008), registradas durante as campanhas de campo, na Área de Influência Direta do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
1 - arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus): espécie ameaçada de extinção no<br />
Brasil (MMA,2003) e globalmente (IUCN, 2008). Existem três populações da espécie no<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-44
Brasil, uma no leste amazônico, outra no pantanal e outra no centro do país. A espécie é<br />
bastante visada pelo comércio ilegal de animais silvestres e é conhecida na região como<br />
arara-preta, nome mencionado em entrevista com um morador antigo da região. Segundo<br />
esta pessoa, sua ocorrência está associada aos paredões rochosos, onde a espécie se<br />
abrigaria e nidificaria, e também aos buritizais, cujos frutos são bastante apreciados pelas<br />
araras. Foram obtidos vários registros da espécie na área, sumarizados na Tabela 9.1.5.1-2.<br />
Em todas as ocasiões foram observados pequenos grupos familiares formados pelo casal e<br />
um ou dois filhotes ainda não emancipados.<br />
2- araponga-do-nordeste (Procnias averano): espécie ameaçada de extinção, enquadrada<br />
na categoria “vulnerável” na Lista Brasileira de Espécies Ameaçadas (MMA,2003). É uma<br />
ave tipicamente florestal, que habita as Formações de Floresta Estacional e Floresta<br />
Ombrófila no nordeste do país, além de populações disjuntas no norte do continente sulamericano.<br />
São conhecidos registros da espécie para os estados da Bahia, Ceará, Alagoas,<br />
Piauí e Maranhão (Sick, 1997). Há vários registros da espécie para a bacia do rio Parnaíba<br />
e região, como aqueles apontados por Braz (2003) no Parque Estadual da Serra do Mirador,<br />
por Silveira et alii (2001) na Estação Ecológica de Uruçuí-Una e por Buzzetti (2004) no<br />
município de Estreito-MA. O único registro da araponga-do-nordeste para a área do<br />
empreendimento foi obtido em Tasso Fragoso, em entrevista com morador local, que além<br />
de descrever as características da espécie e citá-la como “ave de gaiola”, indicou o ponto<br />
AV-7 como local onde a espécie é observada com certa freqüência. A espécie é conhecida<br />
localmente como “ferreiro”, em alusão ao seu canto característico e inconfundível, que soa<br />
como o martelar numa bigorna.<br />
3 – campainha-azul (Porphyrospiza caerulescens): espécie listada pela IUCN (2008) como<br />
ameaçada de extinção, na categoria “quase ameaçadas”. Representante típico Domínio do<br />
Cerrado, que habita geralmente formações vegetais abertas. Foram obtidos apenas dois<br />
registros desta espécie durante os trabalhos de campo. Um macho adulto foi ouvido e<br />
observado vocalizando no ponto 96 durante a primeira campanha de campo<br />
4 - pintassilgo-do-nordeste (Carduelis yarrellii): espécie ameaçada de extinção, enquadrada<br />
na categoria “vulnerável” na Lista Brasileira de Espécies Ameaçadas (MMA,2003), e<br />
também listada pela IUCN (2008) como ameaçada de extinção, na categoria “vulnerável”.<br />
Representante típico Domínio da Caatinga, endêmico do nordeste do Brasil, que habita<br />
geralmente formações vegetais abertas e ribeirinhas (Ridgely & Tudor, 1989; Sick, 1997). A<br />
espécie é bastante visada pelo comércio ilegal de animais silvestres como “ave de gaiola”.<br />
Um único grupo composto de quatro pintassilgos-do-nordeste foi registrado durante os<br />
trabalhos de campo, no ponto AV-1, na borda de uma vereda de buritis. Ao que tudo indica<br />
tratava-se de um grupo familiar, composto de um casal de adultos e dois indivíduos<br />
imaturos, provavelmente filhotes não emancipados.<br />
Dentre as espécies de aves que habitam a área de influência do empreendimento, a que<br />
merece maior atenção no que se refere à conservação é a arara-azul-grande<br />
(Anodorhynchus hyacinthinus), por se tratar de uma ave de grande porte, com exigências<br />
ecológicas estritas, bastante visada pelo comércio ilegal de animais silvestres e globalmente<br />
ameaçada de extinção (IUCN, 2008; MMA, 2003).<br />
Estima-se com base nos dados levantados nas campanhas de campo, que a arara-azulgrande<br />
seja a principal espécie a ser contemplada nos programas de monitoramento de<br />
avifauna previstos no <strong>EIA</strong>-RIMA, com estudos detalhados de suas áreas de ocorrência e de<br />
sua população na região do empreendimento.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-45
9.1.5.1.4. Comparações e Considerações entre a Avifauna característica da AII e AID<br />
A comunidade de aves presente na AII e na AID do AHE Ribeiro Gonçalves é em geral<br />
bastante semelhante, com particularidades decorrentes da maior ou menor<br />
representatividade de determinados ambientes em cada uma delas. Em linhas gerais a<br />
maioria das espécies ocorre em ambas, conforme ilustrado na Tabela 9.1.5.1-2.<br />
Espécies típicas do Cerrado estão pouco representadas na AID, e são muito mais<br />
freqüentes no alto dos chapadões da AII. As formações de Cerrado presentes no entorno da<br />
calha do rio Parnaíba são em geral pouco representativas desta paisagem, e isto se reflete<br />
diretamente na composição de sua avifauna.<br />
No que se refere às aves típicas das Matas Ciliares, observou-se um padrão semelhante,<br />
com espécies mais exigentes ecologicamente concentradas nos pontos mais distantes da<br />
calha do rio, notadamente nas veredas de buritis que ocorrem ao longo da maioria dos<br />
afluentes do rio Parnaíba, tanto na AID quanto na AII.<br />
Algumas aves tipicamente ribeirinhas foram registradas somente na mata ciliar do rio<br />
Parnaíba (AID), uma vez que seu ambiente preferencial de ocorrência não está<br />
representado na AII. Estas espécies, no entanto, são em geral bastante comuns, e com<br />
ampla distribuição na Brasil. Chamou a atenção ainda, na AID, o número extremamente<br />
baixo de indivíduos destas espécies ribeirinhas, citadas anteriormente, indicando uma<br />
relativa pobreza do ambiente.<br />
As áreas úmidas estão muito pouco representadas tanto na AII quanto na AID, e quando<br />
presentes abrigam em sua maioria espécies oportunistas e de ampla distribuição, que<br />
ocorrem em ambientes lênticos temporários formados no período das chuvas.<br />
Os ambientes florestais se distribuem ao alongo da AID e AII de forma mais heterogênea, e<br />
estão muito melhor representados na AII, principalmente na margem esquerda do rio<br />
Paranaíba, nas encostas dos paredões rochosos.<br />
Nestas áreas ocorrem formações florestais de porte elevado, entremeadas com<br />
afloramentos rochosos, em locais de difícil acesso, que em geral são habitadas por espécies<br />
bastante exigentes ecologicamente, como aves ameaçadas e bioindicadoras, dentre elas os<br />
grandes gaviões registrados ou citados em entrevistas na AII (Tabela 9.1.5.1.-2).<br />
Este ambiente está muito pouco representado na AID, e ocorre somente em alguns trechos<br />
do rio Parnaíba onde os afloramentos rochosos estão próximos da calha do rio, como no<br />
ponto AV-7.<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-46
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
FAMÍLIA RHEIDAE<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Rhea americana (Linnaeus, 1758) 1,2<br />
FAMÍLIA TINAMIDAE<br />
ema C 26,27 -<br />
Crypturellus soui (Hermann, 1783) 1<br />
sururina C - 75<br />
Crypturellus undulatus (Temminck, 1825) 1<br />
jaó C AV-3 -<br />
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) 1,2<br />
inhambu-chororó C 3,3A,3B,26,43 0,14,77,84<br />
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) 1<br />
FAMÍLIA ANHIMIDAE<br />
perdiz C 3A -<br />
Anhima cornuta (Linnaeus, 1789) 1<br />
FAMÍLIA ANATIDAE<br />
anhuma C 67 -<br />
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
FAMÍLIA CRACIDAE<br />
irerê C 11 AV-1, AV-6<br />
Penelope superciliaris Temminck, 1815 1<br />
FAMÍLIA ANHINGIDAE<br />
jacupemba C 26 -<br />
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) 2<br />
FAMÍLIA ARDEIDAE<br />
biguatinga C - AV-8<br />
Ardea cocoi Linnaeus, 1766 2 garça-moura C - AV-6,AV-8<br />
Butorides striata (Linnaeus, 1758) 1,2<br />
socozinho C 11 AV-6<br />
Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) 1<br />
garça-real C 67 -<br />
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) 1<br />
socó-boi C 67 -<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-47<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
STATUS<br />
Am-NT<br />
(IUCN, 2008)<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
FAMÍLIA THRESKIORNITHIDAE<br />
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) 2<br />
curicaca C 11,27 AV-1,AV-8<br />
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) 1<br />
FAMÍLIA CATHARTIDAE<br />
corocoró C 27 AV-4<br />
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) 2<br />
urubú-rei C - 96<br />
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) 1,2<br />
urubú-de-cabeça-preta C 3,27,43 96,AV-1<br />
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) 1,2<br />
FAMÍLIA ACCIPITRIDAE<br />
urubú-de-cabeça-vermelha C 3,3A,26,27,43A 77,96<br />
Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 1,2<br />
gaviãozinho C 3 77<br />
Elanoides forficatus (Vieillot, 1818) 1<br />
gavião-tesoura C - 86A,AV-1<br />
Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) 1<br />
gavião-caramujeiro C 11 -<br />
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) 2<br />
gavião-bombachinha-grande C - AV-6<br />
Accipiter striatus Vieillot, 1807 1<br />
gaviãozinho C 3 -<br />
Buteo melanoleucus (Vieillot, 1819) 2<br />
águia-chilena E - -<br />
Buteo albicaudatus Vieillot, 1816 1,2 gavião-de-rabo-branco C 26 -<br />
Buteo brachyurus Vieillot, 1816 1<br />
gavião-de-rabo-curto C 26 -<br />
Asturina nitida (Latham, 1790) 1,2<br />
gavião-pedrês C 6 75,AV-4<br />
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) 1,2<br />
gavião-carijó C 0,3,3A ,12, 27,43 14, AV-6<br />
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) 1,2<br />
gavião-caboclo C 26,27 -<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-48<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.<br />
STATUS
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-49<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM AID STATUS<br />
Harpyhaliaetus coronatus (Vieillot, 1817) 2 águia-cinzenta E - -<br />
Am-VU (MMA,2003)<br />
Am-EN (IUCN, 2008)<br />
Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) 1<br />
gavião-pernilongo E 12 -<br />
Harpia harpyja (Linnaeus, 1758) 1<br />
gavião-real E - - Am-NT (IUCN, 2008)<br />
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) 1<br />
FAMÍLIA FALCONIDAE<br />
gavião-de-penacho C - 75,77<br />
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã C 6,26 AV-6<br />
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) 1,2 gavião-caburé C - 0,75<br />
Micrastus semitorquatus (Vieillot, 1817) 1,2<br />
gavião-relógio C 67 -<br />
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) 1,2<br />
carrapateiro C 6 AV-1,AV-4<br />
Caracara plancus (Miller, 1777) 1,2<br />
caracará C 27,43 AV-1<br />
Falco rufigularis Daudin, 1800 1,2<br />
cauré C - 75,84,AV-2,AV-6,AV-8<br />
Falco femoralis Temminck, 1822 1,2<br />
falcão-de-coleira C 11,27 -<br />
Falco sparverius Linnaeus, 1758 1,2 FAMÍLIA RALLIDAE<br />
quiriquiri C 3,27,43 96<br />
Aramides cajanea (Muller, 1776) 2<br />
três-potes C - AV-5,AV-6<br />
Laterallus viridis (Müler, 1776) 1,2<br />
siricora-mirim C 6 AV-1,AV-4<br />
Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) 1,2<br />
pinto-d’água-comum C 11 -<br />
Porzana albicollis Vieillot, 1819 1,2<br />
sanã-carijó C 11 -<br />
Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) 2<br />
frango-d’água-azul C 11 -<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-50<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM AID STATUS<br />
FAMÍLIA CARIAMIDAE<br />
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
FAMÍLIA CHARADRIDAE<br />
seriema C 3,3A 84<br />
Vanellus cayanus (Latham, 1790) 1<br />
batuíra-de-esporão C - AV-2<br />
Vanellus chilensis (Molina, 1782) 1,2<br />
FAMÍLIA SCOLOPACIDAE<br />
quero-quero C 27 AV-6,AV-8<br />
Tringa flavipes (Gmelin, 1789) 1<br />
FAMÍLIA JACANIDAE<br />
maçarico-de-perna-amarela C - AV-2<br />
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
FAMÍLIA COLUMBIDAE<br />
jaçanã C 11 -<br />
Patagioenas speciosa Gmelin, 1789 1 pomba-trocal C 5 -<br />
Patagioenas picazuro Temminck, 1813 1,2<br />
pomba-asa-branca C 11,26,27,43 0, AV-8<br />
Patagioenas cayennensis Bonnaterre, 1792 1,2 pomba-galega C 26,43 84,AV-6,AV-8<br />
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) 1,2 pomba-de-bando C 27 -<br />
Columbina minuta (Linnaeus, 1766) 2<br />
rolinha-de-asa-canela C - 0<br />
Columbina talpacoti (Temminck, 1810) 1,2<br />
rolinha C 6,27,43 77,96,AV-4,AV-5<br />
Scardafella squammata (Lesson, 1831) 1,2<br />
0, 31,41A,84,86,96,AV-2,<br />
fogo-apagou C 3,3B,6,27,67<br />
AV-4,AV-5<br />
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) 1,2<br />
pomba-de-espelho C 5 96<br />
Uropelia campestris (Spix, 1825) 2 rolinha-vaqueira C - AV-1<br />
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855) 1,2<br />
juriti C 3,3B,5,11,12,27,75,84,86,96 14, 31,41A,AV-2,AV-3,AV-4,AV-6<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
FAMÍLIA PSITTACIDAE<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-51<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1824) 1,2 arara-azul-grande C 3,5,11 AV-1,AV-2,AV-6<br />
Ara ararauna (Linaeus, 1758) 1,2<br />
arara-canindé C 67 AV-1<br />
Ara chloroptera Gray, 1859 1<br />
arara-vermelha-grande C 3 -<br />
Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) 1,2<br />
maracanã-de-cara-amarela C 11 41A<br />
Diopsittaca nobilis (Neumann, 1831) 1,2<br />
maracanã-nobre C 11,67,96 0,AV-4<br />
Aratinga acuticaudata (Spix, 1824) 1<br />
periquitão C 5,26 -<br />
Aratinga leucophthalma (Müller, 1776) 1<br />
periquitão-maracanã C 11,67 -<br />
Aratinga jandaya (Gmelin, 1788) 1<br />
jandaia-sol C - 41A,77<br />
Aratinga aurea (Gmelin, 1788) 1,2<br />
periquito-rei C 3,3A,3B,5,6,11,12,26,27,43,<br />
67, AV-3<br />
0,14,31,75,77,84,96,AV-1<br />
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) 1,2<br />
tuim C 6 77,AV-4,AV-8<br />
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) 1,2<br />
periquito-de-encontro- C 3B,6,12,67 0,14,75,86,96,AV-1,AV4,<br />
amarelo<br />
AV-5<br />
Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) 1,2<br />
maitaca-verde C - 0,14,41A<br />
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) 2<br />
papagaio-verdadeiro C - AV-1,AV-8<br />
Amazona amazonica (Linnaeus, 1758) 1,2<br />
papagaio-do-mangue C 6 0<br />
STATUS<br />
Am-VU (MMA,2003)<br />
Am-EN (IUCN, 2008)<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.<br />
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-52<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
FAMÍLIA CUCULIDAE<br />
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
alma-de-gato C 3B,5,12,43A,64,AV-3<br />
0,14,31,75,86,AV2,AV4,<br />
AV-7<br />
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 1,2<br />
anu-preto C 6,11 AV-1,AV-2<br />
Guira guira (Gmelin, 1788) 1,2<br />
anu-branco C 27 AV-1<br />
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
saci C 6,26,43 0, 77, AV-3, AV-4<br />
Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824) 2 FAMÍLIA TYTONIDAE<br />
peixe-frito-verdadeiro C 3 -<br />
Tyto alba (Scopoli, 1769) 1,2<br />
FAMÍLIA STRIGIDAE<br />
suindara C 26,27 -<br />
Megascops choliba (Vieillot, 1817) 1,2<br />
corujinha-do-mato C AV-3 AV-1<br />
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) 1,2<br />
caburé C AV-3 86<br />
Athene cunicularia (Molina, 1782) 1,2<br />
coruja-do-campo C 26,27 -<br />
Rhinoptynx clamator (Vieillot, 1808) 1 FAMÍLIA NYCTIBIIDAE<br />
coruja-orelhuda C 67 -<br />
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) 2 FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE<br />
urutau C AV-4 -<br />
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) 1<br />
tujú C AV-3 -<br />
Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) 1,2<br />
curiango C AV-3,CT-1 75,AV-1<br />
Caprimulgus parvulus Gould, 1837 1<br />
bacurau-pequeno C 26 -<br />
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) 1<br />
bacurau-tesoura C 26 -<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.<br />
STATUS
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-53<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
FAMÍLIA APODIDAE<br />
Streptoprocne biscutata (Sclater, 1866) 2 andorinhão-de-coleira-falha C 6? -<br />
Chaetura spinicaudus Todd,1937 1<br />
andorinhão-de-sobre-branco C 5? -<br />
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 1,2 andorinhão-do-temporal C 43 96, AV-1<br />
Tachornis squamata (Cassin, 1853) 1,2<br />
31, 41A, 77, 96, AV-1, AV-2,<br />
FAMÍLIA TROCHILIDAE<br />
tesourinha C 3,6,11,27,64,67<br />
AV-4, AV-5, AV-6<br />
Phaethronis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) 1,2<br />
rabo-branco-de-sobre-amarelo C<br />
11,67,AV3<br />
14,31,75,86A,AV-2, AV4, AV-<br />
5,AV-6,AV-7,AV-8<br />
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) 2 rabo-branco-rubro C 5,6 -<br />
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) 1,2<br />
tesourão C 26 AV-6<br />
Thalurania furcata (Gmelin, 1788) 1,2<br />
beija-flor-tesoura-verde C 5,6,AV-3 14,86,86A,AV-5<br />
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) 2 besourinho-de-bico-vermelho C - AV-6<br />
Amazila versicolor (Vieillot, 1818) 2<br />
beija-flor-de-banda-branca C 6 96<br />
Amazila fimbriata (Gmelin, 1788) 1,2<br />
beija-flor-de-garganta-verde C 3B 0,14,31,41A,AV-5<br />
Heliactin bilophus (Temminck, 1820) 1,2<br />
FAMÍLIA TROGONIDAE<br />
chifre-de-ouro C 3A ,27,43,43A -<br />
Trogon curucui Linnaeus, 1766 1,2<br />
FAMÍLIA ALCEDINIDAE<br />
surucuá-de-barriga-vermelha C 5,6,12,AV-3 14,75,77,86,86A<br />
Ceryle torquata (Linnaeus, 1766) 2<br />
martim-pescador-grande C - AV-6<br />
Chloroceryle amazona (Latham, 1790) 2<br />
martim-pescador-verde C - AV-6<br />
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) 1<br />
martim-pescador-pequeno C 11 -<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.<br />
STATUS
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-54<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM AID STATUS<br />
FAMÍLIA MOMOTIDAE<br />
Momotus momota Snethlage, 1912 1<br />
FAMILIA GALBULIDAE<br />
udú-de-coroa-azul C 5,AV-3 75,86A,AV-2<br />
Galbula ruficauda Cuvier, 1817 1,2<br />
14,75,77,86,86A,96,AV-1,<br />
FAMÍLIA BUCCONIDAE<br />
bico-de-agulha-de-rabo-vermelho C 5,6,67,AV-3<br />
AV-2,AV-5,AV-7,CT-1<br />
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) 1<br />
joão-bobo C 3,3A -<br />
Nystalus maculatus (Hellmayr, 1908) 1,2<br />
rapazinho-dos-velhos C 3,12,26,43 0, 31,77,84<br />
Nonnula rubecula (Spix, 1824) 1,2 macuru C 5,AV-3 86<br />
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) 1,2<br />
bico-de-brasa C 5,AV-3 75,AV-5,CT-1<br />
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) 1,2<br />
FAMÍLIA RAMPHASTIDAE<br />
urubuzinho C 6 41A,75,AV-4,AV-6<br />
Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758) 2<br />
araçari-de-bico-branco C - 75<br />
Pteroglossus inscriptus Swainson, 1822 1<br />
araçari-miudinho-de-bico-riscado C 5 75<br />
Ramphastos vitellinus (Reiser, 1905) 1<br />
tucano-de-bico-preto C - 75<br />
Ramphastos toco Müller, 1776 1,2<br />
tucanuçu C 11,67 AV-1,AV-8<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
AID<br />
FAMÍLIA PICIDAE<br />
Picumnus albosquamatus d’Orbigny, 1840 1,2<br />
pica-pau-anão-escamado C 6 AV-5<br />
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) 1,2<br />
pica-pau-do-campo C 3 96<br />
Colaptes melanochloros (Gmelin, 178,8) 1,2<br />
pica-pau-verde-barrado C 67 AV-1,AV-4<br />
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818) 1 pica-dourado-escuro C 12 75<br />
Celeus flavescens (Gmelin, 1788) 1,2<br />
3B,5,12,AV-3<br />
pica-pau-de-cabeça-amarela C<br />
0,31,41A,75,AV-1,AV-5<br />
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
pica-pau-de-banda-branca C 5,6 31<br />
Melanerpes candidus (Otto, 1796) 1,2<br />
birro C 67 75,84,AV-1<br />
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
picapauzinho-anão C 3,3B,5,AV-3 0,75,77,86,86A,AV-1<br />
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) 1,2<br />
0,14,77,84,AV-1,AV-4,AV6,<br />
pica-pau-de-topete-vermelho C 5,67<br />
AV-7<br />
Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783) 1<br />
FAMÍLIA MELANOPAREIIDAE<br />
pica-pau-de-barriga-vermelha C AV-3 -<br />
Melanopareia torquata (Wied, 1831) 1,2<br />
tapaculo-de-colarinho C 3A,26,43,43A 96<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-55<br />
STATUS
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-56<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
FAMÍLIA THAMNOPHILIDAE<br />
Taraba major (Vieillot, 1816) 1,2<br />
choró-boi C 6 0,75,77,AV-1,AV-4,AV-5<br />
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) 1,2<br />
choca-barrada C 64 41A,77,AV-4,AV-5<br />
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 1,2<br />
choca-bate-cabo C 5,12,27 0,14,31,86,86A,96<br />
Thamnophilus torquatus Swainson, 1825 1,2<br />
choca-de-asa-vermelha C 26,27,43,43A -<br />
Herpsilochmus atricapillus Pelzeln, 1868 1,2<br />
chorozinho-de-chapéu-preto C 3B,5,6, 67,AV-3 14, 31,75,77,86,86A, AV-5,<br />
AV-7<br />
Formicivora rufa (Wied, 1831) 1,2<br />
papa-formigas-vermelho C 3A.26,43,43A -<br />
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) 1,2<br />
papa-formigas-pardo C 5,6,12 14,77,AV-1,AV-2,AV-5<br />
Formicivora melanogaster Pelzeln, 1868 1,2 FAMÍLIA CONOPOPHAGIDAE<br />
formigueiro-de-barriga-preta C 43,43A -<br />
Conopophaga roberti (Hellmayr,1905) 1,2<br />
FAMÍLIA FURNARIIDAE<br />
chupa-dente-de-capuz C 5,AV-3 14,75,<br />
Furnarius leucopus Swainson, 1838 1,2 casaca-de-couro-amarelo C 67 77,86,AV-4,AV-5<br />
Synallaxis frontalis Pelzeln, 1859 1,2<br />
petrim C 6,12 14,77,86<br />
Synallaxis albescens Temminck, 1823 1,2 uí-pi C 27 -<br />
Synallaxis scutata (Sclater, 1859) 1,2<br />
estrelinha-preta C 5,AV-3 14,AV-7<br />
Phacellodomus rufifrons (Wied, 1821) 1,2<br />
joão-de-pau C 26 -<br />
Berlepschia rikeri (Ridgway, 1986) 1,2<br />
limpa-folha-do-buriti C 6,11,67 AV-1,AV-4<br />
Xenops rutilans Temminck, 1821 1,2<br />
bico-virado-carijó C 6 0<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.<br />
STATUS
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE<br />
AII<br />
AID<br />
Sittasomus griseicapillus reiseri Hellmayr, 1917 1,2<br />
arapaçu-verde C 5,12,AV-3 14,31,41A,75,77,84<br />
Xiphocolaptes falcirostris (Spix, 1824) 1<br />
arapaçu-do-nordeste C AV-3 -<br />
Dendrocolaptes platyrostris Berlepsch, 1883 1,2<br />
arapaçu-grande C 5,AV-3 75<br />
Dendroplex picus (Gmelin,1788) 1,2<br />
arapaçu-de-bico-branco C 5,6,11,64,67 0,75,77,86,AV-1,AV-2,AV-8<br />
Xiphorhynchus guttatus (Sclater,1854) 1,2<br />
arapaçu-de-garganta-amarela C AV-3 AV-1,AV-5<br />
Lepidocolaptes angustirostris (Lichtenstein, 1822) 1,2 FAMÍLIA TYRANNIDAE<br />
arapaçu-do-cerrado C 3,3A,3B,12,26,43,43A,AV-3 0,31,77,84,96,AV-1<br />
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) 1,2<br />
piolhinho C 3B 0<br />
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) 1,2<br />
risadinha C 3,3A,3B,26,27,43 77,84,96<br />
Sublegatus modestus (Wied, 1831) 1,2<br />
sertanejo C 3A 31,77,84<br />
Suiriri suiriri (Vieillot, 1818) 1,2<br />
suiriri-cinzento C 3,3A,26,27,43,43A 84<br />
Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) 1,2<br />
guaracava-de-orelhas C 5,12,27 14,31,75,77,86A<br />
Myiopagis gaimardii (Zimmer,1941) 2<br />
maria-pechim C 5,6 -<br />
Myopagis caniceps (Swainson, 1835) 1,2<br />
maria-da-copa C 3B,5,6,12,AV-3 0,14,AV-5,AV-7<br />
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) 1,2<br />
guaracava-de-barriga-amarela C 6,11 0,77,AV-4<br />
Elaenia albiceps (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) 2 guaracava-de-crista-branca C - AV-5?<br />
Elaenia cristata Pelzeln, 1868 1,2<br />
guaracava-de-topete-uniforme C 3B,26,27,43,43A 96<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-57<br />
STATUS<br />
Am-VU (MMA,2003)<br />
Am-VU (IUCN, 2008)<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-58<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM AID STATUS<br />
FAMÍLIA TYRANNIDAE<br />
Elaenia chiriquensis Lawrence, 1865 1,2<br />
chibum C 26,27 -<br />
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 1,2<br />
cabeçudo C 6 AV-5,AV-7<br />
Capsiempis flaveola (Lichestenstein, 1823) 1,2<br />
marianinha-amarela C 5 41A,75,86A,AV-5,AV-7<br />
Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye, 1853) 1,2<br />
84,86,AV-1,AV-2,<br />
sebinho-rajado-amarelo C 3B,5,6,67<br />
AV-4,AV-5,AV-7,AV-8<br />
Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny &<br />
Lafresnaye, 1837) 1,2<br />
sebinho-de-olho-de-ouro C 3B,12,26,43A 14,31,75,AV-1<br />
Poecilotriccus fumifrons (Hartlaub, 1853) 1<br />
ferreirinho-de-testa-parda C 3B,5 75<br />
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
ferreirinho C - 77,86,AV-4,AV-5<br />
Tolmomyias sulphurecens (Spix, 1825) 1,2<br />
bico-chato-de-orelha-preta C 5 86<br />
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) 1,2<br />
0,14,31,41A,75,77,75,86,86A,<br />
bico-chato-amarelo C 3B,5,6,12,27,AV-3<br />
AV-2,AV-5,AV-7<br />
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 1,2<br />
patinho C 5,AV-3 75<br />
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) 2 filipe C 11 -<br />
Myiobius atricaudus Lawrence, 1863 1<br />
assanhadinho-de-cauda-preta C AV-3 -<br />
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) 2<br />
enferrujado C 6 75,AV-5<br />
Cnemotriccus fuscatus (Wied-Neuwied, 1831) 1,2<br />
guaracavuçu C AV-3 14,75,86,AV-5<br />
Contopus cinereus (Spix, 1825) 1,2 papa-moscas-cinzento C 12 0,96<br />
Knipolegus lophotes Boie, 1828 1 maria-preta-de-penacho C 27 -<br />
Xolmis cinerea (Vieillot, 1816) 1,2<br />
maria-branca C 27 -<br />
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) 1,2<br />
gibão-de-couro C 43,64 14,75,86A,AV-5,AV-8<br />
Sirystes sibilator (Vieillot, 1819) 1,2<br />
gritador C 3B,5,12,AV-3 31,41A,75,AV-5<br />
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) 1,2<br />
maria-cavaleira C 3,6,27 41A,77,AV-1<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. Cont.
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-59<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
Myiarchus tyrannulus (Müller, 1776) 1,2<br />
maria-cavaleira-de-raboenferrujado<br />
C - 31,75,77,84,96<br />
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
41A,77,86,86A,96,AV-1, AVbem-te-vi<br />
C 6,11<br />
2, AV-4,AV-7<br />
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
14,41A,67,77,86,86A,96,AVneinei<br />
C 0,3B,5,12,AV-3<br />
5<br />
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) 1<br />
bentevizinho-de-asaferrugínea<br />
C 3B,6,11,12<br />
14,41A,67,AV-1,AV-2 AV-4,<br />
AV-5,AV-6,AV-8<br />
Myiozetetes similis (Spix, 1825) 1<br />
bem-te-vi-pequeno C - 77,AV-4<br />
Myiodynastes maculatus (Müller, 1776) 1<br />
bem-te-vi-rajado C 5 41A,86A<br />
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) 1<br />
peitica C 3B -<br />
Griseotyrannus aurantioatrocristatus (Lafresnaye<br />
& D”orbigny, 1837) 1<br />
peitica-de-chapéu-preto C - 86A<br />
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 1,2<br />
suiriri C 11,27,43 77,AV-1,AV-2<br />
Tyrannus albogularis Burmeister, 1856 1<br />
FAMÍLIA TITYRIDAE<br />
suiriri-de-garganta-branca C 11? -<br />
Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) 1,2<br />
caneleirinho-verde C - 41A,AV-1,AV-8<br />
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) 1<br />
caneleiro-preto C 5,AV-3 86A,<br />
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
anambé-branco-de-rabo-<br />
FAMÍLIA PIPRIDAE<br />
preto C 3A,5,6,AV-3 77,86A,AV-2<br />
Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) 1,2<br />
fruxú-do-cerradão C 5 86,86A<br />
Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823) 1,2<br />
soldadinho C AV-3 41A,AV-1,AV-2<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.<br />
STATUS
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
FAMÍLIA COTINGIDAE<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-60<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
Procnias averano (Hermann,1783) 2<br />
FAMÍLIA HIRUNDINIDAE<br />
araponga-do-nordeste E - AV-7<br />
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) 1,2<br />
andorinha-do-rio C - AV-2,AV-6<br />
Progne chalybea (Gmelin, 1789) 1,2<br />
andorinha-doméstica-grande C - 31,AV-2,AV-6<br />
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) 2<br />
andorinha-serradora C - AV-2,AV-4,AV-6<br />
Hirundo rustica Linnaeus, 1758 2 FAMÍLIA CORVIDAE<br />
andorinha-de-bando C - AV-6?<br />
Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823) 1,2<br />
gralha-do-campo C 26 -<br />
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) 1,2<br />
FAMÍLIA TROGLODYTIDAE<br />
cancã C 3,5,12,26 84,AV-5<br />
Cantorchilus leucotis (Lafresnaye, 1845) 1,2<br />
garrinchão-de-barrigavermelha<br />
C 5,6,11,64,AV-3<br />
41A,75,86,AV-1,AV-2,AV-4,<br />
AV-5,AV-6,AV-7<br />
Troglodytes musculus Naumann, 1823 1,2<br />
FAMÍLIA DONACOBIIDAE,<br />
corruíra C 3A,6,12, 26,43,43A 0,14,31,84<br />
Donacobius atricapillus (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
FAMÍLIA POLIOPTILIDAE<br />
japacanim C 11 -<br />
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) 1,2<br />
balança-rabo-de-chapéu-<br />
FAMÍLIA TURDIDAE<br />
preto C 3B,6,12,26,43,43A 0,14,77,86A,AV-4<br />
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 1,2<br />
14,41A,75,77,86,86A,96,AVsabiá-barranco<br />
C 3,3B,5,6,11,12,27,64,67,AV-3 1, AV-2,AV-5,AV-7<br />
Turdus albicollis Vieillot, 1818 1<br />
sabiá-coleira C - 14<br />
STATUS<br />
Am-VU<br />
(MMA,2003)<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. Cont.
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
FAMÍLIA MIMIDAE<br />
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) 1,2<br />
FAMÍLIA VIREONIDAE<br />
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) 1,2<br />
Vireo chivi (Vieillot, 1817) 1,2<br />
Hylophilus pectoralis Sclater,1866 1,2<br />
FAMÍLIA PARULIDAE<br />
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) 1,2<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) 1,2<br />
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) 1,2<br />
FAMÍLIA COEREBIDAE<br />
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) 1,2<br />
FAMÍLIA THRAUPIDAE<br />
Schistochlamys ruficapillus (Vieillot, 1817) 1,2<br />
Schistochlamys melanopis (Sclater, 1864) 1,2<br />
Cypsnagra hirundinacea (Lesson, 1823) 1,2<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-61<br />
sabiá-do-campo C 3,27,43 -<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
gente-de-fora-vem C 3,5,6,12,27,64,AV-3<br />
0,41A,77,86A,AV-1,AV-<br />
2,AV-4, AV- 5,AV-6,AV-7<br />
juruviara C 3B,5,6,12 77,86,AV-1<br />
vite-vite-cabeça-cinza C - 86,AV-5<br />
mariquita C 0,5,6,12,AV-3 14,31,86<br />
5,12,AV-3<br />
14,41A,75,86,86A,AV-5,AVcanário-do-mato<br />
C<br />
7<br />
pula-pula C 5,AV-3 75,86,86A,AV-2<br />
cambacica C 3B,5,6,27,67,AV-3 14,86A,AV-1,AV-4,AV-5<br />
bico-de-veludo C 27,43,43A -<br />
sanhaço-de-coleira C 6 AV-4<br />
bandoleta C 3,43 -<br />
Neothraupis fasciata (Lichtenstein, 1823) 1,2 cigarra-do-campo C 26,43,43A -<br />
Hemithraupis guira (Linnaeus,1766) 1,2<br />
0,14,31,77,84,86,96,AVsaíra-de-papo-preto<br />
C 3,3A,3B,5,12,26,AV-3<br />
1,AV-2<br />
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) 1<br />
saíra-de-chapéu-preto C - 86<br />
STATUS<br />
Am-NT<br />
(IUCN, 2008)<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-62<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
Eucometis penicillata (Lafresnaye & d’Orbigny,<br />
1937) 1,2 pipira-da-taoca C 5,AV-3,CT-1 86<br />
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) 1,2<br />
pipira-preta C 5,6,67 86,86A,AV-4<br />
Piranga flava (Vieillot, 1822) 1,2<br />
sanhaço-de-fogo C 3,3B,26,27 -<br />
Ramphocelus carbo Hellmayr, 1920 1,2<br />
41A,75,86,86A,AV-1,AV-2,<br />
pipira-vermelha C 5,6,64,67<br />
AV-4,AV-5,AV-6,AV-8<br />
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
sanhaço-cinzento C 3B,6 31,86,96,AV-4,AV-5<br />
Thraupis palmarum (Wied-Neuwied, 1821) 1,2<br />
sanhaço-do-coqueiro C 3,3B,5,6, 64,67,AV-3 41A,AV-1,AV-4,CT-1<br />
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
vi-vi C 0,3B,5,64,67,AV-3 75,84,86A,96<br />
Euphonia violacea (Linnaeus,1758) 1,2<br />
gaturamo-verdadeiro C 67 AV-1<br />
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
saíra-amarela C 3B,12,43,67 31,41A,86,AV-4<br />
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
saí-azul C 0,3,3B,5, 43,86A,AV-3 31,41A,AV-4<br />
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) 1<br />
FAMÍLIA EMBERIZIDAE<br />
saíra-beija-flor C - 86A<br />
Zonotrichia capensis (Müller, 1776) 1,2<br />
tico-tico C 26,43 96<br />
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) 1<br />
tico-tico-do-campo C 3A,27 -<br />
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
tiziu C 27 -<br />
Sporophila plumbea (Wied-Neuwied) 1<br />
patativa C 26,27,43A -<br />
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) 1,2<br />
baiano C 6,27,64 77,AV-4,AV-5<br />
Sporophila leucoptera (Vieillot, 1817) 1<br />
chorão C 11 -<br />
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) 1,2<br />
curió C 6,11 -<br />
Tiaris fuliginosus (Wied, 1831) 1,2<br />
cigarra-do-coqueiro C 5,6,AV-3 75<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento. Cont.<br />
STATUS
Tabela 9.1.5.1-2 Listagem de Espécies por Área de Influência<br />
Espécies de aves registradas por ponto de amostragem, durante as campanhas de campo do AHE Ribeiro Gonçalves (fevereiro a junho de 2009), de<br />
acordo com os pontos relacionados nas Tabelas 6.1.5.1-1 e 9.1.5.1-1, nas áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento.<br />
Arremon taciturnus (Hermann,1783) 1,2<br />
TÁXONS NOME POPULAR FONTE PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AII<br />
Charitospiza eucosma Oberholser, 1905 1,2<br />
Coryphospingus pileatus (Wied, 1821) 1,2<br />
FAMÍLIA CARDINALIDAE<br />
Saltator maximus (Müller,1776) 1,2<br />
Saltator coerulescens (Six, 1825) 1<br />
Saltator atricollis Vieillot, 1817 1,2<br />
tico-tico-do-mato-de-bicopreto<br />
C 5,6,AV-3<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-63<br />
Mineirinho C 27,43 -<br />
galinho-da-serra C 12,64 0,14,31,77<br />
PONTOS DE AMOSTRAGEM<br />
AID<br />
14,41A,75,77,86,86A,AV-5,<br />
CT-1<br />
tempera-viola C 5,6,67,AV-3 41A,86,96,AV-1,AV-5,CT-1<br />
sabiá-gongá C 11 -<br />
bico-de-pimenta C 3A,26,27,43,43A -<br />
Porphyrospiza caerulescens (Wied,1830) 1,2<br />
FAMÍLIA ICTERIDAE<br />
campainha-azul C 43 96<br />
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) 1,2 encontro C - 41A,AV-1,AV-4,AV-5<br />
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) 1,2<br />
graúna C 3,6,11,27,43 41A, 84,86,96,AV-1,AV-6<br />
Molothrus bonarienis (Gmelin, 1789) 1,2<br />
chopim C - AV-1,AV-8<br />
Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850) 2 FAMÍLIA FRINGILLIDAE<br />
polícia-inglesa-do-sul C - AV-8<br />
Carduelis yarrellii Audubon, 1839 1 pintassilgo-do-nordeste C - AV-1<br />
STATUS<br />
Am-NT<br />
(IUCN, 2008)<br />
Am-NT<br />
(IUCN, 2008)<br />
Am-VU<br />
(MMA,2003)<br />
Am-VU<br />
(IUCN, 2008)<br />
Fonte de informação: C – Dados primários, registros em campo; E – Entrevista com morador, pesquisador local ou membro da equipe. Status: Am - espécies ameaçadas<br />
de extinção no Brasil (MMA, 2003) e globalmente ameaçadas (IUCN, 2008), nas categorias: EX - provavelmente extinta; CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU –<br />
vulnerável; LR - espécies ameaçadas com baixo risco; NT – “quase ameaçados”. A seqüência e nomenclatura das espécies seguem Sick (1997), com alterações na<br />
nomenclatura propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2008). Espécies levantadas na 1 a campanha de campo = 1 e espécies levantadas na 2 a<br />
campanha de campo = 2 . AII – Área de Influência Indireta do empreendimento; AID – Área de Influência Direta do empreendimento.
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-64<br />
Anexo III<br />
Documentação Fotográfica – Avifauna<br />
AHE Ribeiro Gonçalves
Foto 9.1.5.1-1 Ponto AV-1 – Vereda de Buritis na estrada de aceso à Fazenda Paracati .<br />
Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Foto 9.1.5.1-2 Floresta Estacional às margens do rio Parnaíba, ponto AV-7 Campanhas<br />
realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-65
Foto 9.1.5.1-3 Floresta Estacional às margens do rio Parnaíba, ponto AV-7 Campanhas<br />
realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Foto 9.1.5.1-4 Rolinha-vaqueira (Uropelia campestris) Campanhas realizadas no âmbito do<br />
<strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-66
Foto 9.1.5.1-5 Urubu-rei (Sarcoramphus papa) Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Foto 9.1.5.1-6 Floresta Estacional em vale situado nas imediações do ponto 75 Campanhas<br />
realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-67
Foto 9.1.5.1-7 Floresta Ciliar do rio Parnaíba, na região de Ribeiro Gonçalves Campanhas<br />
realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Foto 9.1.5.1-8 Floresta Ciliar do rio Parnaíba, na região de Tasso Fragoso Campanhas<br />
realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-68
Foto 9.1.5.1-9 irerês (Dendrocygna viduata). Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Foto 9.1.5.1-10 “banco de areia” ou “praia” na margem esquerda do rio Parnaíba, a jusante de<br />
Tasso Fragoso. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro<br />
Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-69
9.1.5.1.5. Referências Bibliográficas<br />
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Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-70
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Uruçuí-Una, Piauí. Relatório final. Universidade de São Paulo, São Paulo. 110 p. + 24<br />
pranchas.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-71
9.1.5.2.Mastofauna<br />
9.1.5.2.2. Métodos<br />
Conforme descrição no item 6.1.5.2.1 os métodos foram os mesmos utilizados para a AII.<br />
9.1.5.2.2.1. Caracterização da Mastofauna da Área de Influência Direta:<br />
Na área de influência direta (AID) foram identificadas 52 espécies de mamíferos, o que<br />
representaria 62.7% das espécies encontradas em todo o AHE Ribeiro Gonçalves e 44.1%<br />
do total de espécies identificadas para toda a área do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e<br />
Parnarama (Tabela 6.1.5.2-2 apresenta no item 6, Tabela 9.1.5.2-1). Destas, nove foram<br />
consideradas ameaçadas de extinção nacional ou regionalmente, ou de especial interesse<br />
(Tabela 9.1.5.2-2).<br />
Tabela 9.1.5.2-1 Freqüência de ocorrência de mamíferos na área de influência direta<br />
(AID) do AHE Ribeiro Gonçalves, Maranhão/Piauí.<br />
ESPÉCIE MATA – AID SAVANA – AID<br />
Didelphis marsupialis 2,70 0,00<br />
Gracilinanus cf. agilis 0,00 0,68<br />
Micoreus demerarae 0,68 0,68<br />
Tamandua tetradactyla 0,68 0,00<br />
*Myrmecophaga tridactyla 0,68 0,00<br />
Dasypus septemcinctus 0,68 0,00<br />
Dasypus novemcinctus 2,03 0,00<br />
Euphractus sexcinctus 0,68 2,03<br />
Artibeus gnomus 0,68 0,00<br />
Artibeus lituratus 0,68 0,00<br />
Carollia perspicillata 1,35 7,43<br />
Glossophaga soricina 0,68 2,70<br />
Micronycteris minuta 0,00 1,35<br />
Anoura geoffroyi 0,68 0,00<br />
Anoura caudifer 0,68 0,00<br />
Mimon crenulatum 2,03 0,68<br />
Plathyrrhinus lineatus 0,00 0,68<br />
Desmodus rotundus 3,38 0,68<br />
Pteronotus sp. 1 0,68 0,68<br />
Rhogeesa sp. 0,68 0,00<br />
Alouatta belzebul 0,68 0,00<br />
Cerdocyon thous 3,38 7,43<br />
Legenda: * espécie ameaçada de extinção ou de especial interesse Cont.<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-72
Tabela 9.1.5.2-1 Freqüência de ocorrência de mamíferos na área de influência direta<br />
(AID) do AHE Ribeiro Gonçalves, Maranhão/Piauí.<br />
ESPÉCIE MATA – AID SAVANA – AID<br />
*Chrysocyon brachyurus 0,68 0,00<br />
Nasua nasua 0,68 0,00<br />
Procyon cancrivorus 0,68 2,70<br />
Eira barbara 1,35 1,35<br />
Galictis cuja 0,68 0,00<br />
Conepatus semistriatus 0,68 0,68<br />
*Leopardus pardalis 0,00 2,03<br />
*Leopardus wiedii 0,00 0,68<br />
*Leopardus tigrinus 0,68 0,00<br />
*Puma yagouaroundi 0,68 0,00<br />
*Puma concolor 0,68 0,00<br />
*Panthera onca 0,68 0,00<br />
*Tayassu tajacu 0,68 0,00<br />
Mazama gouazoubira 0,68 1,35<br />
Oryzomys sp. 0,68 0,00<br />
Oligoryzomys sp. 1 1,35 1,35<br />
Kerodon rupestris 0,68 0,00<br />
Hydrochaeris hydrochaeris 0,68 0,00<br />
Agouti paca 2,03 2,70<br />
Dasyprocta prymnolopha 3,38 2,70<br />
Marmosa murina 0,68 0,68<br />
Thrichomys inermis 3,38 4,05<br />
Cebus libidinosus 0,68 0,00<br />
Didelphis sp. 0,00 0,68<br />
Micronycteris sp. 0,68 0,00<br />
Hylaeamys sp. 2,70 0,68<br />
Lophostoma sp. 0,00 1,35<br />
Glossophaga sp. (laranja) 0,00 1,35<br />
Micronycteris sp. 1 (cinza) 0,00 0,68<br />
Micronycteris megalotis 0,00 0,68<br />
Legenda: * espécie ameaçada de extinção ou de especial interesse<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-73
Tabela 9.1.5.2-2 Espécies ameaçadas de extinção e/ou de especial interesse presentes<br />
nas áreas de influência direta (AID) dos empreendimentos.<br />
Espécie<br />
Myrmecophaga tridactyla X<br />
Priodontes maximus X<br />
Chrysocyon brachyurus X<br />
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Reservatório<br />
Ribeiro Uruçuí Cachoeira Estreito Castelhano<br />
Lontra longicaudis X X<br />
Leopardus pardalis X X<br />
Leopardus wiedii X<br />
Leopardus tigrinus X X X X X<br />
Leopardus colocolo X X X<br />
Puma yagouaroundi X X X X<br />
Puma concolor X X X<br />
Panthera onca X X<br />
Tayassu tajacu X X X<br />
Todas as espécies com maior freqüência de ocorrência são comumente encontradas em<br />
áreas do bioma Cerrado. Dos pequenos mamíferos, as espécies mais frequentemente<br />
encontradas foram os roedores Thrichomys inermis (7.3%), Oligoryzomys sp. 1, Hylaeamys<br />
sp. e o marsupial Didelphis marsupialis (todos com 2.7% do total de registros). Dos<br />
mamíferos de médio e grande porte a maioria dos registros foram para a raposa (Cerdocyon<br />
thous – 10.7%), seguidos pela cutia (Dasyprocta prymnolopha – 4.7%), paca (Agouti paca –<br />
4%) e guaxinim (Procyon cancrivorus – 3.3%). Das espécies de morcegos, a mais<br />
abundante foi Carollia perspicillata (8.7%), seguida pelo morcego-vampiro (Desmodus<br />
rotundus – 4%). O percentual de representatividade do morcego-vampiro chega a ser<br />
consideravelmente elevado, especialmente quando comparado ao de outras áreas. A alta<br />
incidência de animais domésticos em si não explicaria de todo isto. Em outras áreas com<br />
rebanho doméstico igualmente considerável a incidência desta espécie tende a ser baixa<br />
dentro do grupo dos morcegos e mais ainda dentro do contexto de toda a mastofauna, o<br />
oposto do observado na AID de Ribeiro Gonçalves.<br />
Não foi observada nenhuma diferença significativa na diversidade mastofaunística entre as<br />
fisionomias savânicas e de mata na AID (H = 2.573, P = 0.109), seguindo ao padrão<br />
observado para as outras áreas do Parnaíba. Analisando a composição das espécies<br />
encontradas (Tabela 6.1.5.1-2 apresenta no item 6, Tabela 9.1.5.2-1) percebe-se que a<br />
grande maioria das espécies seria de ocorrência generalizada entre estes padrões<br />
fitofisionômicos. Maiores detalhes sobre a mastofauna no item “Considerações gerais sobre<br />
a mastofauna”.<br />
Nas formações vegetais da AID do AHE Ribeiro Gonçalves estão presentes umas parcelas<br />
representativas (64.3%) das espécies ameaçadas de extinção registradas para toda a área<br />
do Rio Parnaíba inventariada (entre Tasso Fragoso e Parnarama – MA/PI). Isto<br />
provavelmente decorra desta região apresentar uma boa integridade faunística que, por sua
vez, estaria relacionada à uma menor ação antrópica (maiores detalhes no item<br />
“Considerações gerais sobre a mastofauna: espécies endêmicas, raras, ameaçadas e de<br />
especial interesse”). O gato-maracajá-verdadeiro (Leopardus pardalis), com 2% do total de<br />
registros da AID, chama atenção, por ser ameaçada de extinção e incomum na região do<br />
Parnaíba como um todo.<br />
Apesar da lontra, não ter sido registrada, talvez por ser rara ao longo de toda a região do<br />
Parnaíba, deve com certeza estar presente na área de influência deste AHE, já que ocorre<br />
tanto a montante quanto a jusante do Rio Parnaíba. Este carnívoro semi-aquático ainda<br />
consegue sobreviver em áreas impactadas e de razoável densidade populacional humana,<br />
como as encontradas ao longo do Rio Parnaíba, por apresentar hábitos noturnos, solitários<br />
e relativamente crípticos. Entretanto, por sua alimentação majoritariamente piscívora chega<br />
a predar em curais de peixes, no que tende a sofrer medidas retaliatórias por parte dos<br />
pescadores. Talvez por este motivo a espécie hoje seja, à primeira instância, rara ao longo<br />
do Rio Parnaíba.<br />
9.1.5.2.3. Considerações gerais sobre a Mastofauna<br />
9.1.5.2.3.1. AHE Ribeiro Gonçalves:<br />
Na área do AHE Ribeiro Gonçalves foram obtidos 476 registros de 83 espécies de<br />
mamíferos, das quais 56 são terrestres não-voadoras e 27 são quirópteros, o que<br />
representaria 70.3% do total de espécies do Parnaíba como um todo – Gráfico 9.1.5.2-1.<br />
Estas pertencem a 10 ordens e 24 famílias (Tabela 9.1.5.2-1). Das espécies não voadoras<br />
11 (19.6%) são consideradas ameaçadas de extinção pela listagem da fauna ameaçada no<br />
Brasil (MMA, 2003), enquanto 14 (25%) foram consideradas ameaçadas de extinção no<br />
Maranhão (Oliveira 1997). Não levando em consideração algumas espécies de roedores<br />
exclusivamente arbóreos do dossel e os morcegos (grupos aos quais ainda deverá haver<br />
inclusões de algumas espécies) a listagem preliminar estaria completa, especialmente para<br />
as espécies de porte superior a 1kg.<br />
No. Espécies<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Rio Parnaíba<br />
Ribeiro<br />
Uruçuí<br />
Cachoeira<br />
Reservatório<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-75<br />
Estreito<br />
Castelhano<br />
Marsupiais<br />
Edentados<br />
Quirópteros<br />
Primatas<br />
Carnívoros<br />
Ungulados<br />
Roedores/Lagomorfo<br />
Gráfico 9.1.5.2-1. Número de espécies por grupo taxonômico de mamíferos encontrados na área<br />
das AHE e ao longo do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama (MA/PI).
A composição de espécies dos mamíferos de maior porte (> 1kg) foi praticamente a mesma<br />
entre Ribeiro e o total geral. As diferenças estariam mais relacionadas aos pequenos<br />
mamíferos e, em menor escala, aos morcegos. As curvas do coletor para morcegos e<br />
pequenos mamíferos chegaram à assíntota para o primeiro, mas ainda não estabilizaram<br />
para o segundo grupo (Gráfico 9.1.5.2-2).<br />
Dos pequenos mamíferos, as espécies mais frequentemente capturadas foram os roedores<br />
Thrichomys inermis (37%), Proechimys cf. roberti (9.9%) e Oligoryzomys sp. 1 (7.4%) –<br />
Tabela 9.1.5.2-3. Dentre os morcegos Carollia perspicilata (36.1%), Platyrrhinus lineatus<br />
(11.6%), Glossophaga soricina e Desmodus rotundus (5.8% cada), foram as dominantes –<br />
Tabela 9.1.5.2-4. Dos mamíferos de médio-grande porte o destaque é para a presença de<br />
registros da raposa (Cerdocyon thous), mas também de paca (Agouti paca) e cutia<br />
(Dasyprocta prymnolopha) e dos tatus (Euphractus sexcinctus e Dasypus novemcinctus). É<br />
na área de influência deste reservatório que se encontram todas as 14 espécies ameaçadas<br />
de extinção detectadas para toda a área do Rio Parnaíba inventariada.<br />
O esforço amostral nas duas campanhas na AHE Ribeiro Gonçalves foi de<br />
aproximadamente 2.760 armadilhas-noite, valor consideravelmente superior àquele<br />
recomendado para uma boa amostragem através da técnica (750 armadilhas-noite). Esforço<br />
idêntico (2.760 baldes-noite) foi realizado com pitfall. Desta forma, o esforço amostral<br />
realizado para o grupo dos pequenos mamíferos foi consideravelmente elevado. Para os<br />
quirópteros este foi de 672 horas x rede, enquanto o de armadilhamento fotográfico foi de<br />
320 armadilhas-noites.<br />
Tabela 9.1.5.2-3. Abundância relativa (número de indivíduos por 1.000 armadilhas-noite) de<br />
pequenos mamíferos capturados na região do AHE Ribeiro Gonçalves<br />
(MA/PI).<br />
ESPÉCIE<br />
Número<br />
capturas<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-76<br />
Frequência<br />
ocorrência %<br />
Abundância<br />
relativa - pifall<br />
Abundância relativa<br />
live-trap<br />
Didelphis albiventris 1 1.2 - 0.362<br />
Didelphis marsupialis 5 6.2 - 1.812<br />
Micoreus demerarae 4 4.9 1.087 0.362<br />
Gracilinanus agilis 3 3.7 1.087 -<br />
Marmosa murina 3 3.7 0.725 0.362<br />
Thylamys karimii 2 2.5 0.362 0.362<br />
Monodelphis domestica 3 3.7 - 1.087<br />
Oryzomys sp. 1 1.2 0.362 -<br />
Euryoryzomys sp. 1 1.2 - 0.362<br />
Hylaeamys sp. 5 6.2 0.725 1.087<br />
Necromys lasiurus 1 1.2 0.362 -<br />
Oligoryzomys sp. 1 6 7.4 2.174 -<br />
Oecomys sp. 3 3.7 1.087 -<br />
Calomys cf. expulsus 5 6.2 1.812 -<br />
Proechimys cf. roberti 8 9.9 0.362 2.536<br />
Thrichomys inermis 30 37.0 - 10.870
Nº Espécies<br />
Nº E s péc ies<br />
N de E s pécies<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
14<br />
12<br />
10<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
<strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong><br />
70 140 210 280 350 420 490 560 630 700<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-77<br />
Nº Horas/Rede<br />
<strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong><br />
300 600 900 1200 1500 1800 2100 2400 2700 3000<br />
Baldes/Noite<br />
<strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong><br />
200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800<br />
Armadilhas/Noite<br />
Gráfico 9.1.5.2-2. Curvas de acumulação de espécies de morcegos e pequenos mamíferos (pitfall<br />
e live-trap) na área do AHE de Ribeiro Gonçalves (MA/PI).
Tabela 9.1.5.2-4. Freqüência de ocorrência e abundancia relativa (número indivíduos/100<br />
redes-noite) de quirópteros capturados em redes de neblina na região do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves (MA/PI).<br />
Espécie Frequência de Ocorrência % Abundância Relativa<br />
Anoura geoffroyi 2.58 0.60<br />
Anoura caudifer 0.65 0.15<br />
Artibeus cinereus 3.23 0.74<br />
Artibeus gnomus 3.23 0.74<br />
Artibeus lituratus 0.65 0.15<br />
Artibeus obscurus 3.23 0.74<br />
Artibeus sp. 1.29 0.30<br />
Carollia perspicillata 36.13 8.33<br />
Carollia sp. 0.65 0.15<br />
Desmodus rotundus 5.81 1.34<br />
Glossophaga soricina 5.81 1.34<br />
Glossophaga sp. 1.94 0.45<br />
Lophostoma sp. 1.29 0.30<br />
Micronycteris megalotis 0.65 0.15<br />
Micronycteris minuta 3.23 0.74<br />
Micronycteris sp. 3.87 0.89<br />
Micronycteris sp.1 (cinza) 0.65 0.15<br />
Micronycteris sp.2 0.65 0.15<br />
Mimon crenulatum 4.52 1.04<br />
Phyllostomus discolor 1.94 0.45<br />
Platyrrhinus lineatus 11.61 2.68<br />
Pteronotus sp.1 1.29 0.30<br />
Pteronotus sp.2 0.65 0.15<br />
Rhogeessa sp. 3.87 0.89<br />
Tonatia bidens 0.65 0.15<br />
A composição de espécies por tipo de ambiente foi um pouco diferenciada (Tabela 9.1.5.2-<br />
5), 56 em matas e 71 nas formações de savanas. A grande maioria das espécies de médio e<br />
grande porte (> 1 kg) utilizou tanto as áreas de mata quanto as diversas fisionomias do<br />
cerrado de forma indiscriminada. Entretanto, observou-se uma espécie ou outra<br />
apresentando uma maior especificidade por um dos tipos de ambiente, como por exemplo, a<br />
capivara Hydrochaeris hydrochaeris, que foi mais freqüentemente observada em áreas<br />
ribeirinhas, enquanto o veado-campeiro estaria restrito às fisionomias do cerrado (sensu<br />
stricto). Por outro lado, algumas espécies de pequenos mamíferos apresentariam uma maior<br />
especificidade, conforme observado na Tabela 9.1.5.1-2. Quanto às áreas de influência,<br />
independentemente da formação vegetal, observou-se uma menor quantidade de espécies<br />
na área de influência direta (AID, 52 espécies), do que na área de influência indireta (AII, 71<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-78
espécies) – Tabela 9.1.5.2-5. O teste de Kruskal-Wallis (one way ANOVA on ranks) revelou<br />
diferença significativa na diversidade (riqueza-abundância) entre as áreas de influência dos<br />
ambientes de savana (H = 27.513, P < 0.001), mas não para os de mata (H = 1.825, P =<br />
0.177). Comparando-se as áreas de influência direta e indireta, independente da formação<br />
vegetal também observou-se significativa diferença entre as mesmas (H = 22.971, P <<br />
0.001). Entretanto, como no contexto de toda a área do Parnaíba estas diferenças não<br />
foram observadas (P > 0.05), pode ser que as diferenças encontradas no AHE Ribeiro<br />
Gonçalves estejam relacionadas a casuísmo amostral ou, alternativamente, refletir alguma<br />
particularidade da região específica.<br />
Tabela 9.1.5.2-5. Ocorrência de espécies por tipo de formação vegetal e área de influência<br />
do empreendimento, na AHE Ribeiro Gonçalves (MA/PI).<br />
Ambiente AID AII Total<br />
Mata 42 42 56<br />
Savana 28 63 71<br />
Total 30 67<br />
O índice de similaridade de Jaccard (qualitativo) foi maior com Uruçuí e Castelhano para<br />
todos os grupos (Tabelas 9.1.5.2-6, 7, 8). O índice de Morista-Horn (quantitativo) também<br />
tendeu a seguir o mesmo padrão, apesar deste não aparentar ser um padrão rígido. Como<br />
entre todos os AHE entre todos os grupos não existiu nenhum padrão claro de similaridade<br />
é possível que não haja nenhum padrão definido.<br />
Tabela 9.1.5.2-6. Comparação qualitativa (Jaccard) e quantitativa (Morista-Horn) da<br />
diversidade de pequenos mamíferos entre as áreas dos reservatórios ao<br />
longo do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama (MA/PI).<br />
Jaccard /<br />
Morista-Horn<br />
Ribeiro<br />
Gonçalves<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-79<br />
Uruçuí Cachoeira Estreito Castelhano<br />
Ribeiro Gonçalves - 0.560 0.392 0.163 0.726<br />
Uruçuí 0.565 - 0.521 0.245 0.632<br />
Cachoeira 0.381 0.522 - 0.533 0.710<br />
Estreito 0.471 0.409 0.600 - 0.529<br />
Castelhano 0.571 0.560 0.391 0.400 -<br />
Tabela 9.1.5.2-7. Comparação qualitativa (Jaccard) e quantitativa (Morista-Horn) da<br />
diversidade de quirópteros entre as áreas dos reservatórios ao longo do<br />
Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama (MA/PI).<br />
Jaccard /<br />
Morista-Horn<br />
Ribeiro<br />
Gonçalves<br />
Uruçuí Cachoeira Estreito Castelhano<br />
Ribeiro Gonçalves - 0.834 0.826 0.815 0.845<br />
Uruçuí 0.515 - 0.690 0.601 0.621<br />
Cachoeira 0.242 0.206 - 0.755 0.777<br />
Estreito 0.387 0.344 0.308 - 0.969<br />
Castelhano 0.429 0.389 0.242 0.433 -
Tabela 9.1.5.2-8. Comparação qualitativa (Jaccard) e quantitativa (Morista-Horn) da<br />
diversidade de mamíferos de médio-grande porte entre as áreas dos<br />
reservatórios ao longo do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
Jaccard /<br />
Morista-Horn<br />
Ribeiro<br />
Gonçalves<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-80<br />
Uruçuí Cachoeira Estreito Castelhano<br />
Ribeiro Gonçalves - 0.846 0.680 0.854 0.889<br />
Uruçuí 0.700 - 0.892 0.913 0.867<br />
Cachoeira 0.410 0.500 - 0.807 0.659<br />
Estreito 0.675 0.781 0.517 - 0.854<br />
Castelhano 0.683 0.788 0.533 0.813 -<br />
9.1.5.2.4. Contexto Geral da Mastofauna do Rio Parnaíba (MA/PI)<br />
9.1.5.2.4.1. Considerações Metodológicas<br />
Os dados obtidos através das duas metodologias para capturas de pequenos mamíferos<br />
(pitfalls e live-traps) na área do Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama apresentaramse<br />
complementares e foram, desta forma, tratados conjuntamente. Nenhum exemplar de<br />
hábito arbóreo/escansorial foi capturado em árvore, mas sim em pitfall ou armadilhas de<br />
chão. Ao todo foram capturadas 21 espécies através de live-trap e 20 por pitfall. Onze<br />
espécies distintas foram capturadas apenas em uma das metodologias (seis por live-trap e<br />
cinco por pitfall). Houve uma grande diferença entre os esforços amostrais das duas<br />
metodologias na primeira campanha, o que preconizou maiores comparações entre as<br />
mesmas quanto as suas eficácias. Entretanto, na segunda campanha os esforços amostrais<br />
idênticos para as duas metodologias favoreceu a comparação entre as mesmas. Nesta, três<br />
espécies foram exclusivamente capturadas nos pitfalls e cinco nas live-traps. Observou-se<br />
também uma enorme diferença no sucesso de captura total e específico para várias<br />
espécies. No geral total este foi de 1.7% para os pitfalls e de 5% para as live-traps com<br />
armadilhas Sherman® e Tomahawk®. Hice & Schmidly (2002) demonstraram que o uso de<br />
armadilha do tipo pitfall está se mostrando mais eficiente na captura dos pequenos<br />
mamíferos de menor porte nas áreas amazônicas, o que também já foi reportado por Pardini<br />
& Umetsu (2006) para Mata Atlântica. Desta forma, o sucesso de capturas obtido neste<br />
trabalho foi o inverso do preconizado por estes autores. Isto pode representar tanto uma<br />
casualidade do local quanto indicar que em diferentes áreas a primazia do sucesso de<br />
capturas pode não apenas variar consideravelmente, mas também se alternar entre as duas<br />
metodologias. Apesar de prematuro para maiores conclusões, os resultados preliminares<br />
aqui obtidos sugerem que o uso concomitante das duas metodologias seja ideal para um<br />
melhor inventariamento dos pequenos mamíferos, apesar do uso exclusivo de apenas uma<br />
das técnicas também prover resultados satisfatórios para este propósito.<br />
Para os quirópteros, utilizamos a priori capturas por três noites consecutivas, mas após<br />
verificarmos o total insucesso da mesma, este procedimento solicitado foi descontinuado. A<br />
literatura corrente da temática não recomenda este procedimento (ver, por exemplo, Kunz &<br />
Kurta 1988), justamente pelo mesmo não prover retorno nos trabalhos de inventariamento. A<br />
partir da primeira noite praticamente não houve adição de nenhuma espécie nova, além do<br />
sucesso de capturas ter caído consideravelmente, às vezes chegando a zero. A única<br />
exceção seriam os casos onde na primeira noite houve chuva e não na segunda. Ainda<br />
assim, na primeira noite o total de espécies dos pontos amostrados foi de 14, tendo este<br />
decrescido para 12 espécies na segunda noite (sendo estas as mesmas da primeira noite) e
para sete na terceira, enquanto o número de indivíduos decresceu de 37 para 19. Teríamos<br />
assim uma diminuição tanto no número de espécies registradas quanto de indivíduos<br />
capturados. Isto seria decorrente do fato dos morcegos aprenderem a localização das redes,<br />
o que diminui consideravelmente o sucesso de capturas em noites subseqüentes, fato<br />
conhecido na literatura especializada (Kunz & Kurta 1988, Bergallo et al. 2003, Esbéard &<br />
Bergallo 2008), e confirmado neste trabalho. Pelo exposto não seria recomendável e<br />
justificável a captura de morcegos em noites subseqüentes num mesmo ponto amostral.<br />
Para os mamíferos de médio-grande também foi considerada a complementaridade entre as<br />
metodologias utilizadas para detectar a presença das espécies (vestígios-armadilhas<br />
fotográficas Foto 9.1.5.2-1 e 2 Anexo IV) haja vista as mesmas estarem direcionadas a<br />
amostrar as mesmas espécies.<br />
O sucesso dos trabalhos envolvendo armadilhas fotográficas reside exatamente na escolha<br />
do local em que ela venha a ser instalada e isto, por sua vez, está relacionado com a<br />
experiência do profissional, pois não pode, nem deve ser feita de forma aleatória. Isso posto,<br />
essa decisão de locais foi tomada considerando os pontos amostrais definidos no plano de<br />
trabalho.<br />
Ademais, o uso da técnica de armadilhamento fotográfico segue determinados<br />
pressupostos, sendo um deles a manutenção de um distanciamento mínimo entre câmeras,<br />
pois câmeras colocadas próximas tendem a registrar os mesmos indivíduos. Portanto,<br />
considerando-se um reduzido raio de 500 m, não se justifica a presença de mais de uma<br />
unidade para a captura de indivíduos.<br />
Deve-se considerar que dentro dos pressupostos da técnica muitos dos pontos sequer<br />
tinham condições de manter uma única unidade. Em alguns casos, em que a área<br />
apresentava potencial para duas unidades não muito próximas entre si, assim se procedeu.<br />
A colocação das câmeras em “pontos amarrados” fez com que mais de 70% dos registros<br />
delas fossem de animais domésticos e apenas 27% de animais silvestres. Os melhores<br />
resultados foram obtidos nas áreas intencionalmente escolhidas pela equipe.<br />
Ainda assim, os resultados obtidos com esta técnica, da forma executada no trabalho, a<br />
despeito dos problemas com os animais domésticos, apresentaram espécies de significativa<br />
importância para a região.<br />
A experiência da equipe no uso desta técnica já permitiu inclusive o cálculo de densidade<br />
para todas as espécies de felinos de pequeno-médio porte encontradas no Brasil. Isto, por<br />
sua vez levou à mudança do status de conservação de alguns destes felinos na nova<br />
avaliação das espécies ameaçadas da IUCN, apresentada no Congresso Mundial da<br />
entidade em Barcelona, Espanha, em 2008.<br />
9.1.5.2.4.2. Análise da Mastofauna<br />
Na região do Rio Parnaíba, no trecho entre Tasso Fragoso (MA) e Parnarama (MA) foram<br />
obtidos 1.911 registros de 118 espécies de mamíferos, das quais 69 são terrestres nãovoadoras<br />
e 49 são quirópteros. Estas pertencem a 10 ordens e 30 famílias (Tabela 9.1.5.2-<br />
9). Das espécies não voadoras 11 (15.9%) são consideradas ameaçadas de extinção pela<br />
listagem da fauna ameaçada no Brasil (MMA, 2003), enquanto 14 (20.3%) foram<br />
consideradas ameaçadas de extinção no Maranhão (Oliveira 1997). Não levando em<br />
consideração os morcegos e possivelmente algumas espécies de roedores exclusivamente<br />
arbóreos do dossel, a listagem preliminar estaria relativamente completa, especialmente<br />
para as espécies de porte superior a 1kg.<br />
O esforço amostral total dessa região do Rio Parnaíba foi de 7.580 armadilhas-noite para as<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-81
live-traps, 9.195 baldes-noite para os pitfalls, 3.104 horas X rede para morcegos e 1.580<br />
armadilhas-noite para armadilhas fotográficas. Estes valores seriam bastante satisfatórios<br />
para uma boa caracterização mastofaunística da área.<br />
A composição das espécies foi típica do bioma de Cerrado, entretanto, a grande maioria é<br />
encontrada em vários outros biomas, especialmente na Amazônia e Mata Atlântica e, em<br />
menor escala na Caatinga também (Gráfico 9.1.5.2-3). Ainda assim puderam-se observar<br />
algumas espécies tidas como exclusivas de áreas amazônicas (e.g., Lophostoma = Tonatia<br />
carrikeri, Makalata obscura) ou mais características da Caatinga (e.g., Kerodon rupestris –<br />
apesar desta não ser restrita a este bioma). Isto decorreria do fato da área inventariada<br />
estar em contato com áreas transicionais (ecótono) com esses biomas, especialmente a<br />
Caatinga. Entretanto, a influência deste último bioma na mastofauna não foi da mesma<br />
intensidade quanto àquela observada para avifauna e herpetofauna neste estudo.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-82
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Didelphidae<br />
DIDELPHIMORPHIA<br />
Caluromys philander Mucuri C, A Fl PF Uru 73<br />
Didelphis marsupialis Mucura C, A, F Fl, CE C<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-83<br />
Cac 91, 95, Cas 92, Est 57, Rib 00, 54,11, RSJ, 64<br />
Uru 26, 55<br />
Didelphis albiventris Mucura C, F Fl, CE C Cac 15, Cas 08, Est 35, 17, 57, 40, Uru 77, 34, 67<br />
Monodelphis domestica C, A Fl, Ce C<br />
Cac 7, 39, 30, 15, 8 Cas 8, 49, 53, 61, 76, 92, 99, 23,<br />
Est 2, 24, 26, 17, 57, 40, 42, 49, 57 Rib 0, Uru 3, 14,<br />
26<br />
Thylamys karimii C Ce C Cac 04, Uru 34,67,99, Rib 03, 26<br />
Gracilinanus agilis C Fl, Ce C<br />
Cac 39, 15, 2, 95, 4, Cas 61, 76, 92, Est 42, 57alt, Rib<br />
14, 26 Uru 12, 14, 64, 73, 77, 99, 26, 17<br />
Micoreus demerarae C Fl, CE C Rib 0, 14, 86, Cas 76<br />
Marmosa murina C Fl, CE C<br />
Myrmecophagidae<br />
PILOSA<br />
Cac 15, 95, 8, 39, Cas 53, 61, 92, 76, 8, 49, 23, Est 8,<br />
42, 57alt, 17, 26, 35, 40, 49, Rib 86, 77, 43, 64, Uru<br />
73, 26<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Tamandua tetradactyla Mambira F, K, I, E Fl, CE C<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-84<br />
Cac 7B, extra 8,Cas 8, 13, 30, 43, 59, 94 Est 3, 24,<br />
44, 91, Rib 6, 11, 26, extra Nego, extra Cerr/soja, Uru<br />
13, 55, 97, 30<br />
*Myrmecophaga tridactyla (VU) Tamanduá-bandeira E Fl, CE R Rib 11, 26, 6, extra Nego<br />
Bradipodidae<br />
Bradypus variegatus Preguiça E Fl C Cas 9, 43, 8<br />
Dasypodidae<br />
CINGULATA<br />
Cabassous unicinctus Tatu-rabo-de-couro K, I, E Fl, CE C<br />
Dasypus septemcinctus Tatu-china K, I, E Ce C<br />
Dasypus novemcinctus Tatu-verdadeiro F, I, E Fl, CE C<br />
Cac 13, 18, 7, extra 4, Cas 5, 8, 13, 30, Est 37, 38,<br />
59, Rib 3, 11, 26, 43, extra 4, Uru 26, 17, 30, 53, 77,<br />
91, 99<br />
Cas 8, Est 91, Rib 5, 11, 26, 6, extra Nego, Uru 97,<br />
30<br />
Cac 33, 70, 75, 53, 4, 42A, 9A, 12A, 37, 7, extra 5,<br />
extra 8, extra 11, Cas 5, 89, 94, 8, 77, Est 17, 37, 44,<br />
91, 67’, Rib 3, 5, 11, 26, 43, 6, 27, 64, 75 extra 2,<br />
extra Nego, extra Zezão CT1, Uru 3, 13, 64, 91, 97,<br />
99, 53, 30, 67, 73, 12<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Euphractus sexcinctus Tatu-peba F, I, E Fl, CE C<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-85<br />
Cac 7, 37, 67, 75, 21, 13, 5, 12A, 33, extra 3, extra 4,<br />
extra 6, extra 7, extra 8, Cas 5, 8, 13, 23, 30, 36, 43,<br />
77, 89, 94, 99, Est 35, 38, 44, 91, Rib 5, 11, 14, 26,<br />
43, 64, 77, 6, extra Nego, Uru 12, 14, 30, 53, 67, 73,<br />
77, 80L, 91, 97, 99<br />
*Priodontes maximus Tatu-canastra I, E Fl, CE R Rib 5, 26, 43, Uru 77<br />
Phyllostomidae<br />
CHIROPTERA<br />
Phyllostomus elongatus C Fl, Ce PF Cas 76, 42<br />
Phyllostomus discolor C Fl, CE C Est 59, Cac 21, 33, 18, 4, Uru 87, Rib 64<br />
Phyllostomus hastatus C Fl, CE PF Est 59, Cac 4, 95<br />
Artibeus obscurus C Fl, CE C<br />
Artibeus gnomus C Fl, CE C<br />
Artibeus lituratus C Fl PF<br />
Uru/Rib 64, Uru 12, 73, Est 61, Cas 38, 9, 59, Cac 75,<br />
5A, 42A, 95, Rib 27<br />
Rib 14, 64, Uru/Rib 64, Uru 14, 73, 62, Est 61, Cas<br />
91, 49<br />
Est 26, 42, Cac 4, 39, 9A, Rib 14, Uru 14, Cas 38, 59,<br />
8, 9, 92<br />
Artibeus cinereus C Fl C Rib 0, Uru 73, Est 61, Cas 8, 49, 92, 9<br />
Artibeus jamaicensis C Fl R Cac 39<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Artibeus planirostris C Fl R Cac 5A<br />
Artibeus sp. C Fl, CE C Uru/Rib 64, Uru 73, Est 26, Cas 38, 59<br />
Carollia perspicillata C Fl, CE C<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-86<br />
Rib 3, 77, 86, 14, 0, 27, 31, 64, 41A, EXTRA, EXTRA<br />
ZEZÃO, 11, Uru/Rib 64, Uru 77,14,12, 73, 48, 87, 3,<br />
53, Est/Cas 23, Est 61,57, 40, 24, 35, 40, 59, 26, 42,<br />
64, 85, Cas 91, 76, 53, 92, 65, 8, 49, 36, 38, 59, 10,<br />
23, 9, Cac 39, 89, 75, 18, 34, 4, 95, 28A, 42A<br />
Carollia brevicauda C Fl R Cas 59<br />
Carollia sp. C Fl, CE R Uru/Rib 64, Cas 91<br />
Glossophaga soricina Morcego beija-flor C Fl, CE C<br />
Rib 77,14, 43, 31, 64, 11, Uru 77,14, 12, 73, 87, 3, 62,<br />
Est 61, 40, 3, Cas 38, 59<br />
Glossophaga sp. Morcego-beija-flor C Fl, CE R Rib 3, Est 61<br />
Glossophaga sp. (laranja) C CE Rib 77, 31<br />
Micronycteris minuta C Fl, CE C<br />
Rib 77, 31, EXTRA, Uru 12, 73, 62, Est 67, Est/cas 23<br />
e Cas 65, 43’, 37<br />
Micronycteris schmidtorum C CE R Cac 12A<br />
Micronycteris megalotis C CE R Rib 41A<br />
Micronycteris sp. C Fl, CE R Rib 26<br />
Micronycteris sp. 1 C Fl, CE PF Rib14, 43, 77 RGZM1 e Uru 73<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Micronycteris sp. 2 C CE R Rib 3<br />
Anoura geoffroyi C Fl R Rib 14, 0, 64, Uru 73, 26<br />
Anoura caudifer C Fl PF Rib 14,Cas 49<br />
Anoura sp. C Fl R Uru 73<br />
Lophostoma carrikeri C CE R Cas 91, Uru 3<br />
Lophostoma silvicollum C CE R Cas 91, Est 40<br />
Lophostoma brasiliensi C CE R Uru 73<br />
Lophostoma sp. C CE R Rib 77<br />
Mimon crenulatum C Fl, CE C<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-87<br />
Rib 77, 86, 14, EXTRA, Uru 77<br />
, Est/Cas 23, Cas 65, Cac 89, 02, 37<br />
Rhinophylla pumilio C Fl, CE R Cas 53, 65<br />
Plathyrrhinus lineatus C Fl, CE C<br />
Est 20, Uru/Rib 64, Uru 77,14, 73, Cas 38, 09, Rib 0,<br />
27, 64, 77, RGZM1, Cac 42A, 75, 39<br />
Vampyrodes caraccioli C Fl R Uru 73<br />
Diaemus youngi Morcego-vampiro C CE R Cac 37<br />
Desmodus rotundus Morcego-vampiro C, E Fl, CE C Rib 77, 14, 0, Uru 77, 12, Cas 59, 5, 94, Cac 67, 95<br />
Sturnira lilium C Fl, CE R Cas 09, Est 24<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Tonatia bidens C CE R Rib 26<br />
Tonatia sp. C Fl, CE R Cas 09, 42, Uru 73<br />
Trachops cirrhosus C Fl R Cas 10, Cac 39<br />
Uroderma bilobatum C Fl R Cac 4<br />
Mormoopidae<br />
Pteronotus sp. 1 C Fl, CE PF Rib 77, 14, Cas 91, Uru 62<br />
Pteronotus sp. 2 C Fl R Uru/Rib 64, Uru 73<br />
Pteronotus parnellii C Fl PF Est 24, Cas 92, 09<br />
Vespertilionidae<br />
Myotis nigricans C Fl R Est 40<br />
Rhogeesa sp. C CE PF Rib 3, 86, 26, Uru 77<br />
Rhogeesa hussoni C CE R Uru 77<br />
Molossidae<br />
Molossops teminekii teminekii C CE R Uru 77<br />
Molossops sp. C CE R Est 57, Uru 77<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-88
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Natalidae<br />
Natalus stramineus C CE R Uru 12<br />
Callithrichidae<br />
PRIMATES<br />
Callithrix jacchus Soim A, E Fl, CE C<br />
Atelidae<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-89<br />
Cas 30, 94, Cac extra 3, Est 3, 8, 38, 44, extra 1, Uru<br />
13, 30, 91, 97<br />
Alouatta belzebul Guariba E Fl R Cas 8, 43, Est 3, Rib 5, 11, 26, 6, extra Nego, Uru 30<br />
Cebidae<br />
Cebus libidinosus Macaco-prego A, E Fl, CE PF<br />
Aotidae<br />
Cac extra 8, Cas, 43, 8, 77 30, Rib 5, 11, 26, extra<br />
Nego, extra cerr/soja<br />
Aotus infulatus Macaco-da-noite A Fl R Uru 14<br />
Canidae<br />
CARNIVORA<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Pseudalopex vetulus Raposa A, F, K, I, E Fl, Ce C<br />
Cerdocyon thous Raposa A, F, K, I, E Fl, Ce C<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-90<br />
Cac 7, 13, 18, 4, 28A, 5A, 42A, 12A, 15, 33, 39, 70,<br />
89, 96, 21, extra 10, Cas 8, 32, 36, 94, 99, Rib 3, 26,<br />
extra 2, extra Nego, extra Zezão-soja CT4, Est 8, 20,<br />
38, 67’, 91, extra 40, Uru 12, 13, 53, 55, 73, 67, 77,<br />
91, 97<br />
Cac 2, 21, 13, 5A, 28A, 42A, 4, 7, 15, 18, 33, 36, 37,<br />
39, 63, 67, 75, 89, 95, extra 3, extra 5, extra 6, extra<br />
8, extra 9, extra 10, extra 11, Cas 1’, 8, 9, 13, 23, 30,<br />
36, 92, 99, 43, 61, 77, 53, extra CT1, Est 3, 20, 26,<br />
33, 37, 38, 44, 49, 57, 67, 90, 91, Rib 0, 3, 5, 6, 11,<br />
14, 26, 31, 43, 64, 75, 77, 84, 12, 41, 77A, 77B, 86,<br />
Zezão/soja, extra Nego, Uru 3, 12, 13, 26, 53, 55, 62,<br />
73, 77, 91, 97, 99, 17, 30, 67, 87, 77A, 77B<br />
*Chrysocyon brachyurus (EP) Lobo-guará I, E CE R Rib 5, 26, 43, extra Nego<br />
*Speothos venaticus (EP) Cachorro-do-mato E Fl, CE R Rib 26<br />
Procyonidae<br />
Nasua nasua Quati F, I, E Fl, CE PF<br />
Procyon cancrivorus Guaxinim F, I, E Fl, CE C<br />
Cac extra 8, Cas 9, 30, 43, 8, 77, extra 8, Rib 5, 11,<br />
26, 6, 0, extra 2, extra 11, extra Zezão CT1, extra<br />
Nego Uru 13, 62<br />
Cac 7, 63, Cas 5, 8, 30, 36, 43, 77, 92, 99, Est 3, 17,<br />
38, 44, 57, 64, Rib 6, 14, 77, 64, 71, 31 Uru 13, 26,<br />
34L, 53, 55, 64, 77, 97, 87, 14, 62, 12<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
Mustelidae<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Eira barbara Papa-mel A, E Fl, CE R<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-91<br />
Cac extra 8, Cas 8, 77, Est 3, 44, Rib 5, 6, 11, 13, 14,<br />
26, 27, 31, 41, extra Nego<br />
Galictis cuja Furão A, E Fl, CE R Cas 30, 77, 89, Est 3, Rib 11, 26, extra Nego, Uru 13<br />
**Lontra longicaudis (VU) Lontra I, E R R Est 91, Rib 5, 11, 26, Uru 14, 62, 91<br />
Mephitidae<br />
Conepatus semistriatus Gambá F, K, I, E Fl, CE PF<br />
Felidae<br />
*Leopardus pardalis (VU) Gato-maracajá F, A, I, E Fl, CE R<br />
Cac 70, Cas 30, 99, 43, 8, 77, Est 3, 37, Rib 5, 11,<br />
26, 6, 14, extra Nego, extra CTPuma Uru 12, 13, 77,<br />
91, 97<br />
Cac extra 8, Cas 10, 30, 43, 8, Rib 5, 11, 26, 6, 31,<br />
12, 14, 43, 77B Uru 77, 91<br />
*Leopardus wiedii (VU) Gato-peludo F, I, E Fl, CE R Cac 33, extra 8, Cas 30, Est 3, Rib 77<br />
*Leopardus tigrinus (VU) Gato-macambira C, F, K, I, E Fl, CE R<br />
Cac 39, 21, 53, extra 8, Cas 8, 91, 43, extra Lt, Est 3,<br />
38, 44, 20, 59, Rib 0, 43, extra Nego, extra Zezão<br />
CT1, Uru 13, 30, 62, 64<br />
*Leopardus colocolo (VU) Gato-palheiro F, K, I CE R Cac 18, 89, extra 3, Cas 8, 99, Rib 0, 11, Uru 53<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Puma yagouaroundi Gato-mourisco F, A, K, I, E Fl, CE R<br />
*Puma concolor (VU) Onça-vermelha F, I, E Fl, CE R<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-92<br />
Cac 63, 67, 95, 18, 37, 42A, extra 6, Cas 13, 8, 77,<br />
Est 3, 44, Rib 5, 11, 6, extra Nego, extra Cerr/soja 2,<br />
Uru 53<br />
Cas 5, 13, Est 44, 91, Rib 11, 23, 46, 6, extra 1, extra<br />
2, extra Nego, extra Cerr/arroz<br />
*Panthera onca (EP) Onça-pintada/preta I, K, E Fl, CE R Cas 43, Rib 11, 26, 92, extra 2, extra Nego, Uru 91<br />
Tapiridae<br />
PERISSODACTYLA<br />
**Tapirus terrestris (VU) Anta E Fl, CE R Rib 5<br />
Tayassuidae<br />
ARTIODACTYLA<br />
Tayassu tajacu Caititu I, E Fl, CE PF<br />
Cas 5, 8, 77, Est 3, Rib 5, 11, 26, extra Zezão CT1,<br />
extra Nego, Uru 62, 97<br />
Tayassu pecari Porcão E Fl, CE R Rib 5, 26<br />
Cervidae<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Mazama americana Veado-mateiro F, I, E Fl, Ce PF<br />
Mazama gouazoubira Veado-catingueiro F, I, E Fl, CE C<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-93<br />
Cac 39, ãs 30, Est 3, Rib 5, 11, 26, 43, extra Zezão<br />
CT1, extra Cerr/soja Uru 13, 55, 30, 91, 97<br />
Cac 34, 21, 34ª, ãs 5, 8, 32, 94, 43, 77, 53, Est 57,<br />
Rib 5, 11, 26, 3, 6, 31, 75, 43, extra CTPuma2, extra<br />
cerr/arroz, Uru 13, 53, 62, 91, 97, 99, 17, 30, 67<br />
**Ozotoceros bezoarticus (VU) Veado-campeiro E CE R Rib 5<br />
*Blastocerus dichotomus (CR) Suçuapara E CE R Gerais de Balsas<br />
Erithizontidae<br />
RODENTIA<br />
Coendou prehensilis Cuandu K, I, E Fl, CE PF Cas 13, 30, 43, 8, 77, Est 3, Rib 11, 26<br />
Cricetidae<br />
Oryzomys sp. C Fl C Rib 86, Uru 64<br />
Euryoryzomys sp. C Fl, Ce C Cas 8, 53, 92, Rib 0, 64<br />
Hylaeamys sp. C Fl, Ce C Cas 92, Rib 11, 84, 86, RSJ<br />
Cerradomys scotti C Fl, Ce C Cac 15, 95, Cas 94, Uru 3<br />
Oligoryzomys sp. 1 C Fl, Ce C<br />
Cac 39, 7, ãs 5, 8, 92, Rib 0, 77, 3, 64, 86, 84, Uru<br />
64, 73, 97, 67, 62, 14<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Oligoryzomys sp. 2 C Fl C Cas 8, 92, Uru 73, 97, 34, 62<br />
Oecomys sp. C Fl C Cas 61, 92, Est 38, Rib 0, 11, Uru 73, 77, 80, 62<br />
Rhipidomys macrurus C Fl, CE PF Cac 39, Cas 94, Est 38<br />
Calomys cf. expulsus C Fl, CE C<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-94<br />
Cac 95, 15, Est 24, 35, 26, 57, Rib 3, 84, Uru 67, 73,<br />
99, 3, 3extra<br />
Necromys lasiurus C Fl, CE PF Rib 43, Uru 34<br />
Wiedomys pyrrhorhinus C CE PF Cac 75, Est 26, 57, Uru 55, 80<br />
Holochilus sciureus C Fl PF Uru 62<br />
Roedor não identificado 1 C Fl R Cac 39, Uru 64<br />
Muridae<br />
Mus musculus Rato-de-butica C Fl C Cas 8, 92, Uru 73<br />
Caviidae<br />
Galea spixii Preá A CE C Est 26, Rib 11, 26, Uru 30<br />
Kerodon rupestris Mocó A, I CE PF Rib 26, 41, 64, Cas extra Lt<br />
Hydrochaeridae<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro. Cont.
Tabela 9.1.5.2-9. Lista preliminar das espécies de mamíferos encontrados na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
TÁXON NOME COMUM REGISTRO AMBIENTE STATUS LOCALIDADE<br />
Hydrochaeris hydrochaeris Capivara I, E Fl, Ce, R C<br />
Agoutidae<br />
Agouti paca Paca F, I, E Fl, Ce, R C<br />
Dasyproctidae<br />
Dasyprocta prymnolopha Cutia A, F, I, E Fl, Ce C<br />
Echimyidae<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-95<br />
Cas 36, 8, 77, Est 38, 91, Rib 5, 11, 26, 43, 6, extra 2,<br />
extra Nego, Uru 62, 97<br />
Cac 7, 53, extra 11 Cas 5, 8, 9, 30, 36, 91, 94, Est 8, 40,<br />
57, Rib 0, 11, 14, 26, 43, 84, 94, 6, 3, 31, 41, 86, extra 1,<br />
extra 2, extra Nego, extra Zezão CT1, Uru 13, 53, 62, 91,<br />
77, 77A<br />
Cac 13, 21, 33, 53, extra 6, extra 8, Cas 1, 5, 13, 23, 30,<br />
38, 59, 76, 89, 91, 92, 94, 43, 8, 77, Est 3, 8, 24, 37, 38,<br />
Rib 11, 26, 77, Uru 3, 53, 62, 64, 67, 77, 91, 97<br />
Proechimys cf. roberti C, F Fl, Ce C Cas 76, Rib 0, 11, Uru 64<br />
Thrichomys inermis Rabudo C, F Fl, Ce C<br />
Cac 15, 18, 75, 95, Cas 53, 92, 76, 8, 94, 5, Est 26, 8, Rib<br />
0, 14, 77, 26, 3, 2, 12, 64 Uru 3, 73, 26, 34, 67, 3, 14<br />
Makalata obscura C Fl C Cas 8<br />
Roedor não identificado 2 C Fl R Cac 39<br />
Leporidae<br />
LAGOMORPHA<br />
Sylvilagus brasiliensis Coelho I, E CE R Rib 26, 64<br />
Legenda:<br />
cf = a confirmar; * = indica espécie ameaçada de extinção (MMA 2003); ** = indica espécie ameaçada de extinção no Maranhão (Oliveira 1997):CR = criticamente ameaçada<br />
de extinção no Maranhão, EP = em perigo de extinção no Maranhão, VU = vulnerável à extinção no Maranhão;<br />
Registro: C = captura, A = avistamento, F = fotografia, I = indícios indiretos, K = carcaça, E = entrevista;<br />
Ambiente: Fl = fisionomias de mata, Ce = fisionomias de cerrado (sensu stricto, campo cerrado), R = rio;<br />
Status de abundância: C = comum, PF = pouco freqüente, R = raro.
Mata Atlântica<br />
Caatinga<br />
Cerrado<br />
Amazônia<br />
0 20 40 60 80 100<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-96<br />
% espécies<br />
Gráfico 9.1.5.2-3. Ocorrência (%) das espécies encontradas no Rio Parnaíba entre Tasso<br />
Fragoso e Parnarama (MA/PI) por tipo de bioma onde são encontradas no<br />
Brasil, segundo Fonseca et al. (1996).<br />
O número de espécies encontradas foi consideravelmente elevado, mesmo levando-se em<br />
consideração o longo histórico de ocupação e os decorrentes impactos negativos da região.<br />
A riqueza de espécies desta área do Rio Parnaíba apresentou-se superior àquela com<br />
fitofisionomia similar ao longo do Rio Tocantins, entre Estreito (MA) e Palmeirante (TO), com<br />
83 espécies (62 terrestres, 21 quirópteros). Por outro lado, foi bem mais elevada do que<br />
numa região degradada, em outra porção do Rio Tocantins na Amazônia maranhense,<br />
fronteira com o Pará e Tocantins - “Bico do Papagaio” (47 espécies), bem como da região<br />
do Parque Estadual do Jalapão (Tocantins – 43 espécies), uma área não degradada de<br />
Cerrado (Oliveira et al. 1998, Reis et al. 2002). Entretanto, especula-se que apesar da maior<br />
riqueza, a diversidade de espécies (o número de indivíduos relacionado ao número de<br />
espécies) possa ser menor do que nestas áreas (boa variedade, baixa quantidade). Esta<br />
maior riqueza tanto pode ser decorrente da área conter contribuições de elementos da fauna<br />
Amazônica quanto por apresentar uma maior abrangência geográfica. Por outro lado, a<br />
possível menor diversidade pode estar relacionada à redução da abundância de vários<br />
táxons devido aos altos impactos sobre estes.<br />
Dentre os pequenos mamíferos, os marsupiais Marmosa murina (19%), Gracilinanus agilis<br />
(18.1%) e Monodelphis domestica (9.9%), e os roedores Thrichomys inermis (15.1%) e<br />
Oligoryzomys sp.1 (8.2%) foram as espécies com maior freqüência de ocorrência em toda<br />
área do Parnaíba amostrada (Tabela 9.1.5.2-10). Entretanto algumas particularidades por<br />
reservatório foram observadas.<br />
O índice de similaridade de Jaccard (qualitativo) foi maior com Uruçuí e Castelhano para<br />
todos os grupos (Tabelas 9.1.5.2-6, 7, 8). O índice de Morista-Horn (quantitativo) também<br />
tendeu a seguir o mesmo padrão, apesar deste não aparentar ser um padrão rígido. Como<br />
entre todos os AHE entre todos os grupos não existiu nenhum padrão claro de similaridade<br />
é possível que não haja nenhum padrão definido.<br />
De uma maneira geral, tanto o número de espécies quanto o de indivíduos de quirópteros foi<br />
relativamente baixo para a área do Rio Parnaíba como um todo. Apesar de 49 espécies ser<br />
uma riqueza razoável, considerando-se a abrangência geográfica da região este número fica
proporcionalmente reduzido, especialmente quando comparada à de outras áreas, inclusive<br />
de savana (Aguirre 2002, Stoner 2005). É esperado que a riqueza de espécies nessa região<br />
seja maior que a observada. A incidência freqüente de chuvas ou ventos fortes que a<br />
precedem, a alta umidade relativa do ar, além da presença da fase lunar de “lua cheia”<br />
também contribuiu para isto.<br />
Tabela 9.1.5.2-10. Ocorrência de pequenos mamíferos capturados na região do Rio<br />
Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama (MA/PI).<br />
ESPÉCIE Número de capturas Frequência de ocorrência %<br />
Didelphis albiventris 24 4.7<br />
Didelphis marsupialis 10 1.9<br />
Caluromys philander 1 0.2<br />
Micoreus demerarae 5 1.0<br />
Gracilinanus agilis 93 18.1<br />
Marmosa murina 98 19.0<br />
Monodelphis domestica 51 9.9<br />
Thylamys karimii 6 1.2<br />
Oryzomys sp. 2 0.4<br />
Euryoryzomys sp. 10 1.9<br />
Cerradomys cf. scotti 12 2.3<br />
Hylaeamys sp. 8 1.6<br />
Oligoryzomys sp.1 42 8.2<br />
Oligoryzomys sp. 2 12 2.3<br />
Oecomys sp. 16 3.1<br />
Rhipidomys macrurus 3 0.6<br />
Necromys lasiurus 2 0.4<br />
Holochilus sciureus 1 0.2<br />
Calomys cf. expulsus 24 4.7<br />
Wiedomys pyrrhorhinus 5 1.0<br />
Mus musculus 8 1.6<br />
Proechimys cf. roberti 15 2.9<br />
Makalata obscura 1 0.2<br />
Thrichomys inermis 78 15.1<br />
Espécies não identificadas 3 0.6<br />
A grande maioria das espécies (81.3%), assim como dos indivíduos, foi da Família<br />
Phyllostomidae, de hábitos majoritariamente frugívoro-insetívoro. Isto é de especial<br />
importância para áreas degradadas, onde estes animais funcionam como agentes<br />
dispersores de sementes, auxiliando na regeneração da vegetação degradada. Das 27<br />
espécies capturadas, Carollia perspicilata foi destacadamente a mais abundante (42.2%),<br />
seguida de longe por Plathyrrhinus lineatus (6.6%) e Artibeus obscurus (6.2%), todas da<br />
família Phyllostomidae e de alimentação frugívora-insetívora. As demais espécies<br />
apresentaram abundância relativa bem baixa (Tabela 9.1.5.2-11). Outras quatro famílias<br />
também foram amostradas, a Vespertilionidae, Mormoopidae, Natalidae e Molossidae (com<br />
representantes de hábito insetívoro), todas com baixa abundância relativa e diversidade de<br />
espécies. O morcego-vampiro (Desmodus rotundus) foi relativamente bem abundante na<br />
região comparado ao padrão de capturas da espécie observado para outras áreas do<br />
Maranhão (Oliveira, obs. pess.), representando 4.3% do total de registros (a quinta espécie<br />
mais abundante). Entretanto, nas entrevistas realizadas não foram reportados casos acerca<br />
da transmissão de raiva. Dada a elevada presença de animais domésticos, é possível que<br />
esta espécie possa apresentar uma maior importância zoonótica.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-97
Tabela 9.1.5.2-11. Freqüência de ocorrência de morcegos capturados em redes de neblina<br />
na região do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama (MA/PI).<br />
Espécie N Frequência de Ocorrência %<br />
Anoura geoffroyi 8 1.56<br />
Anoura caudifer 3 0.58<br />
Anoura sp. 1 0.19<br />
Artibeus cinereus 12 2.33<br />
Artibeus gnomus 13 2.53<br />
Artibeus jamaicensis 2 0.39<br />
Artibeus lituratus 14 2.72<br />
Artibeus obscurus 32 6.23<br />
Artibeus planirostris 1 0.19<br />
Artibeus sp. 10 1.95<br />
Carollia brevicauda 2 0.39<br />
Carollia perspicillata 217 42.22<br />
Carollia sp. 2 0.39<br />
Diaemus youngi 1 0.19<br />
Desmodus rotundus 22 4.28<br />
Glossophaga soricina 29 5.64<br />
Glossophaga sp. 4 0.78<br />
Lophostoma brasiliense 1 0.19<br />
Lophostoma carrikeri 2 0.39<br />
Lophostoma silvicolum 2 0.39<br />
Lophostoma sp. 2 0.39<br />
Micronycteris megalotis 1 0.19<br />
Micronycteris minuta 16 3.11<br />
Micronycteris schmidtorum 2 0.39<br />
Micronycteris sp. 7 1.36<br />
Micronycteris sp.1 (cinza) 1 0.19<br />
Micronycteris sp.2 1 0.19<br />
Mimon crenulatum 17 3.31<br />
Molssops teminekii teminekii 1 0.19<br />
Molossops sp 2 0.39<br />
Myotis nigricans 1 0.19<br />
Natalus stramineus 1 0.19<br />
Phyllostomus discolor 13 2.53<br />
Phyllostomus elongatus 2 0.39<br />
Phyllostomus hastatus 3 0.58<br />
Platyrrhinus lineatus 34 6.61<br />
Pteronotus parnellii 3 0.58<br />
Pteronotus sp.1 4 0.78<br />
Pteronotus sp.2 2 0.39<br />
Rhinophylla pumilio 2 0.39<br />
Rhogeessa hussoni 1 0.19<br />
Rhogeessa sp. 7 1.36<br />
Sturnira lilium 4 0.78<br />
Tonatia bidens 1 0.19<br />
Tonatia sp 3 0.58<br />
Trachops cirrhosus 3 0.58<br />
Uroderma bilobatum 1 0.19<br />
Vampyrodes caraccioli 1 0.19<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-98
Fazendo uma análise comparativa entre os reservatórios observa-se uma característica<br />
bastante interessante na diminuição do número de espécies (riqueza) em direção à área de<br />
Floriano (PI). Esta é a região onde a influência da Caatinga tende a ser mais marcante (área<br />
do AHE Cachoeira), e a partir daí aumentando novamente em direção a Parnarama (MA), a<br />
área com maior influência amazônica (área do AHE Castelhano) – Tabela 9.1.5.2-12,<br />
Gráfico 9.1.5.2-3. Apesar de algumas das diferenças observadas entre as áreas dos futuros<br />
reservatórios poderem estar relacionadas a casuísmos amostrais relacionados à chuva ou<br />
aos sítios amostrais sorteados, observa-se uma nítida diferença gradativa entre eles. Isto é<br />
claramente refletido nos índices de diversidade observados quer seja para pequenos<br />
mamíferos, morcegos ou mamíferos de médio-grande porte (Tabela 9.1.5.2-12). Para todos<br />
os grupos os maiores índices de diversidade foram obtidos para Ribeiro Gonçalves (exceto<br />
para pequenos mamíferos, onde o maior foi Uruçuí), já os menores índices foram<br />
registrados para Cachoeira (exceto pequenos mamíferos, onde o menor foi o de Estreito).<br />
Tabela 9.1.5.2-12. Avaliação da riqueza e diversidade por grupos de mamíferos por área<br />
dos reservatórios, ao longo do Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e<br />
Parnarama (MA/PI).<br />
Reservatório<br />
pequenos<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-99<br />
Shannon (H’) 1/Simpson Riqueza<br />
morcegos<br />
grandes<br />
Ribeiro Gonçalves 2.22 2.47 3.51 6.184 7.541 38.429 15 25 39<br />
Uruçuí 2.56 2.12 3.01 10.189 6.932 19.640 21 25 29<br />
Cachoeira 2.18 0.68 2.19 7.133 1.714 9.118 14 16 16<br />
Estreito 1.44 1.25 2.86 3.120 2.052 19.286 10 18 28<br />
Castelhano 2.36 1.89 2.82 8.266 3.202 15.973 18 25 30<br />
O índice de similaridade de Jaccard (qualitativo) para os pequenos mamíferos, morcegos e<br />
mamíferos de médio-grande não chegou a apresentar um padrão claro, apesar de uma<br />
maior tendência à similaridade entre as áreas de Ribeiro e Uruçuí, as de estrutura florística<br />
mais semelhante – Tabelas 9.1.5.2-6, 7, 8. Quanto ao índice de Morista-Horn (quantitativo)<br />
também não foi detectado nenhum padrão entre as áreas ou entre os grupos taxonômicos<br />
avaliados. Estas ausências de padrão podem ser um indicativo de que a despeito de<br />
algumas diferenças entre as AHE por conta de particularidades ambientais, deva existir uma<br />
composição bem similar, com as diferenças eventualmente observadas possivelmente<br />
decorrentes em parte também pela intensidade da pressão antrópica. Isto tende a ser mais<br />
facilmente visível para o grupo dos mamíferos de médio-grande porte, sob maior pressão<br />
por conta das espécies cinegéticas. Analisando-se a riqueza e abundância espécies de<br />
maior porte presentes nos reservatórios nota-se uma menor diversidade nas imediações de<br />
Floriano, a maior cidade da região (Tabela 9.1.5.2-12, Gráfico 9.1.5.2-1).<br />
O número total de espécies entre as fitofisionomias de mata e savana e entre as áreas de<br />
influência foram bastante equivalentes – Tabela 9.1.5.2-13. Por esta razão, as análises<br />
estatísticas através do teste de Kruskal-Wallis (one way ANOVA on ranks) não indicaram<br />
nenhuma diferença entre as fitofisionomias e áreas de influência como um todo (H = 2.597,<br />
g.l. = 3, P = 0.458). Comparações separadas entre as áreas de mata e savana e de<br />
influência direta e indireta dos reservatórios também não apresentaram nenhuma diferença<br />
pequenos<br />
Morcegos<br />
grandes<br />
pequenos<br />
morcegos<br />
grandes
(P > 0.05). Estas ausências de diferenças é um bom indicativo da uniformidade<br />
mastofaunística da região como um todo. Desta forma, as diferenças particulares devam<br />
estar relacionadas a casuísmo amostral ou a alguma particularidade específica como, por<br />
exemplo, maior influência do domínio dos cerrados nos AHEs de Uruçuí e de Ribeiro<br />
Gonçalves; influência amazônica na região do AHE de Castelhano e elementos de Caatinga,<br />
Cerrado e Amazônico nos AHEs de Estreito e Cachoeira.<br />
Tabela 9.1.5.2-13. Ocorrência de espécies por tipo de formação vegetal e área de influência<br />
dos reservatórios no Rio Parnaíba entre Tasso Fragoso e Parnarama<br />
(MA/PI).<br />
Ambiente AID AII Total<br />
Mata 86 79 105<br />
Savana 75 79 100<br />
Total 105 97<br />
9.1.5.2.4.3. Espécies endêmicas, raras, ameaçadas e de especial interesse<br />
A grande maioria das espécies da região tem distribuição geográfica ampla, são<br />
relativamente comuns e têm baixa especificidade de hábitat, apresentando, portanto, um<br />
baixo grau de vulnerabilidade à extinção (índice de vulnerabilidade 4). Entretanto, muitas,<br />
mesmo com uma ampla área de ocorrência pelo Brasil, encontram-se ameaçadas de<br />
extinção (índice de vulnerabilidade 3). Das 14 espécies ameaçadas de extinção presentes<br />
na região, oito (57.1%) são da Ordem Carnívora, das quais cinco (35.7% do total ameaçado)<br />
são felinos.<br />
Das espécies da Ordem Carnívora, é extremamente interessante a ocorrência de Speothos<br />
venaticus (registrado através de entrevistas para a área do Vão da Viúva) e do lobo-guará<br />
(Chrysocyon brachyurus). Este último, apesar de localmente abundante em algumas<br />
unidades de conservação, como nos Parques Nacionais das Emas (GO) e da Serra da<br />
Canastra (MG) (Rodrigues et al., in press; Paula, 2002), é bem raro na região do Parnaíba<br />
avaliada. Outra espécie, que a primeira vista parece deter um status bem raro na região é a<br />
lontra (Lontra longicaudis). Apesar de ter saído da listagem nacional de espécies<br />
ameaçadas, foi considerada vulnerável no Estado do Maranhão (Oliveira, 1997). Com as<br />
ações de barramento do rio é certo que a mesma vá sofrer impactos. As demais espécies da<br />
ordem ameaçadas de extinção são todas da família Felidae. Apesar de haver sido<br />
recentemente detectado no Parque Estadual do Mirador (MA), o gato-palheiro (Leopardus<br />
colocolo) teria ocorrência desconhecida para esta região. Juntamente com as demais<br />
espécies de felinos, foi considerado raro. De todas as espécies deste grupo a situação mais<br />
preocupante é a da onça-pintada (Panthera onca). Este felino já desapareceu da maior parte<br />
da região, mas ainda está presente em alguns bolsões, notadamente na porção sul (AHE<br />
Ribeiro Gonçalves). A onça-vermelha (Puma concolor) tem situação um pouco mais<br />
favorável, com uma maior quantidade de registros. Ambas, apesar de raras e ameaçadas de<br />
extinção ainda chegam a ser perseguidas quando representam ameaça às criações<br />
domésticas. Desta forma, estratégias de ação devem ser direcionadas para conservação<br />
dos carnívoros, pois com o aumento da presença humana (e conseqüentes conflitos com<br />
algumas delas, transmissão de doenças por cães e gatos domésticos) e da alteração de<br />
seus habitats, a situação piorará.<br />
O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) aparenta ser bastante raro, assim como o<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-100
tatu-canastra (Priodontes maximus). Talvez isto possa estar associado à baixa ocorrência<br />
de cupinzeiros na região, associada à pressão de caça sofrida historicamente. A anta<br />
(Tapirus terrestris) é uma das espécies mais raras por toda a região, só havendo sua<br />
presença reportada para uma única área. Situação parecida tem também o veado-campeiro<br />
(Ozotocerus bezoarticus), que juntamente com a anta está ausente da listagem nacional,<br />
mas foram considerados vulneráveis no Maranhão (Oliveira, 1997). Suas raridades são<br />
decorrentes da pressão de caça sofrida. Segundo informes, o primeiro está quase extinto<br />
nessa região do Rio Parnaíba. A presença do suçuapara/veado-galheiro (Blastocerus<br />
dichotomus) foi inusitada, pois a espécie, de situação crítica no Maranhão, já chegou até<br />
mesmo a ser considerada como possivelmente extinta no Estado (Oliveira 1997). Entretanto<br />
o relato de registro da espécie é para a região das Gerais de Balsas, que seria contígua à<br />
área analisada neste trabalho. O porcão/queixada (Tayassu pecari) seria outra espécie que<br />
ainda subsiste em condições precárias e em áreas bem limitadas.<br />
As causas que ameaçam as espécies em risco de extinção já registradas, além da<br />
destruição e fragmentação do hábitat, são a caça para alimentação e para o “controle da<br />
predação” a animais domésticos (gado, galináceos, etc.). A perseguição atual sofrida por<br />
parte das duas espécies de felinos de grande porte, por representarem uma potencial<br />
ameaça ao gado, tipifica claramente os problemas por que passam os eventuais exemplares<br />
ainda remanescentes na região. O cachorro-do-mato (Speothos venaticus) é naturalmente<br />
raro e acredita-se ser suscetível a doenças transmitidas por cães domésticos, assim como o<br />
também ameaçado lobo-guará (Chrysocyon brachyurus - Oliveira, in press). A maioria<br />
destas espécies pode servir como excelentes indicadores da qualidade ambiental, pois<br />
muitas são altamente sensíveis. As localidades das espécies mencionadas estão descritas<br />
na Tabela 9.1.5.1-9.<br />
9.1.5.2.5. Ocorrências na área de influência direta (AID) dos empreendimentos<br />
Existem 12 espécies que seriam de especial interesse com registros confirmados para áreas<br />
de influência direta dos empreendimentos (Tabela 9.1.5.2-2,9). Devido suas características<br />
biológicas e de mobilidade todas podem ocorrer em todas as áreas dos reservatórios<br />
avaliados, mesmo que momentaneamente não tenham sido detectadas em algum destes.<br />
Também por conta destas características, quando do barramento do rio estas deverão<br />
deslocar-se para as áreas não inundadas (AII). Isto, por sua vez, elevará momentaneamente<br />
a abundância das mesmas nas adjacências, levando-as provavelmente a ultrapassar a<br />
capacidade de suporte da área, cujos efeitos são “incertos”, mas ecologicamente negativos.<br />
Como muitas destas espécies são predadores naturais poderá haver aumento de casos de<br />
predação em criações domésticas. Por estes motivos faz-se necessário um monitoramento<br />
destas espécies tanto no pré como no pós enchimento da barragem.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-101
Anexo IV<br />
Documentação Fotográfica – Mastofauna<br />
AHE Ribeiro Gonçalves<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-102
Foto 9.1.5.2-1 Instalação de armadilha fotográfica Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves 2009<br />
Foto 9.1.5.2-2 Conepatus semistriatus – RG PUMA 84 (AID) Campanhas realizadas no<br />
âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro Gonçalves 2009<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-103
Foto 9.1.5.2-3 Rhogeesa sp. – RG 84 (AID) Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-104
9.1.5.2.6. Referências Bibliográficas<br />
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EMMONS, L. H. & Feer, F. 1997. Neotropical rainforest mammals: a field guide. 2 ed.<br />
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FRAGOSO, J.M.V., K.M. Silvius, and M. Prada Villalobos 2000. Wildlife management at the<br />
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HICE, C. L. & Schmidly, D. J. 2002. The effectiveness of pitfall traps for sampling small<br />
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PARDINI, R & UMETSU, F. 2006. Pequenos mamíferos não-voadores da Reserva Floretal<br />
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PAULA, R.C. 2002. Avaliação Ecológica Rápida para a revisão do plano de manejo do<br />
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REIS, M. L.; Coelho, D. C.; Pereira, D. F.; Carvalho, I. H. de; Nunes, M. L. ª; Simon, M. F. &<br />
Braz, V. S. 2002. Relatório de fauna. Pp. 29-44 in Jalapão: expedição científica e<br />
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RODRIGUES, F.H.G., L. Silveira, A.T.A. Jácomo, A.P. Carmignotto, A.M.R. Bezerra, D.C.<br />
Coelho, H. Garbogini, J. Pagnozzi, A. Hass. in press. Composição e Caracterização<br />
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Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-105
SMITH, N. J. H. Spotted cats and the Amazon skin trade. Oryx 13:362-371.<br />
STONER, K. E. 2005. Phyllostomid bat community structure and abundance in two<br />
contrasting tropical dry forests. Biotropica, 37:591-599.<br />
ZAR, J. H. 1999. Biostatistical analysis. Prentice Hall, Upper Saddle River, New Jersey,<br />
673p.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-106
9.1.5.3.Herpetofauna<br />
9.1.5.3. Métodos<br />
A metodologia utilizada foi a mesma descrita para a área de influência indireta do meio<br />
biótico. As descrições dos pontos de estudo, suas localizações e os métodos aplicados para<br />
a amostra de herpetofauna estão descritos de modo compilado no Item 6.1.5.3.2. do Volume<br />
II<br />
9.1.5.3.1. Caracterização da Herpetofauna dos Pontos de Amostragem da AID<br />
Durante o período de amostragem das duas campanhas foram registradas, através dos<br />
métodos de armadilha de Interceptação e queda, procura ativa e procura auditiva, 33<br />
espécies de anfíbios pertencentes a seis famílias (Tabela 9.1.5.3-1) e 29 espécies de<br />
répteis distribuídas em 14 famílias (Tabela 9.1.5.3-2) nas áreas de influência direta.<br />
Os anfíbios da família Hylidae foram os mais representativos, já em relação aos répteis as<br />
famílias de lagartos mais representativas foram Teiidae e as famílias de cobras mais<br />
representativss foram Colubridae.<br />
Tabela 9.1.5.3-1 Lista das espécies de anfíbios registradas nas áreas de influência direta<br />
em cada campanha - 1ª, 2ª ou em ambas (1ª/2ª )<br />
Família Bufonidae<br />
Ordem Anura<br />
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Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-107<br />
Áreas<br />
Fazenda Tasso Ribeiro<br />
Rhinela granulosa 1ª/2ª 1ª 1ª/2ª<br />
Rhinella schneideri 1ª 2ª<br />
Família Cycloramphidae<br />
Proceratophrys concavitympanum 2ª<br />
Família Hylidae<br />
Dendropsophus cruzi 1ª<br />
Dendropsophus nanus 2ª 1ª 2ª<br />
Dendropsophus melanargyreus 1ª 1ª/2ª<br />
Dendropsophus minutus 1ª 1ª 2ª<br />
Dendropsophus rubicundulus 1ª<br />
Hypsiboas boans 2ª<br />
Hypsiboas multifasciatus 1ª 1ª/2ª<br />
Hypsiboas punctatus 1ª/2ª 1ª 1ª/2ª<br />
Hypsiboas raniceps 1ª 2ª<br />
Osteocephalus cf. taurinus 2ª<br />
Phyllomedusa azurea 1ª 1ª 1ª/2ª<br />
Scinax aff. fuscovarius 2ª<br />
Scinax fuscomarginatus 2ª
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Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-108<br />
Continua...<br />
Tabela 9.1.5.3-1 Lista das espécies de anfíbios registradas nas áreas de influência direta em<br />
cada campanha - 1ª, 2ª ou em ambas (1ª/2ª )<br />
...continuação<br />
Ordem Anura<br />
Scinax nebulosus 2ª<br />
Áreas<br />
Fazenda Tasso Ribeiro<br />
Scinax ruber 2ª<br />
Trachycephalus venulosus 1ª/2ª 2ª<br />
Família Leptodactylidae<br />
Leptodactylus andreae 1ª/2ª 2ª<br />
Leptodactylus aff. fuscus 1ª<br />
Leptodactylus macrosternum 1ª<br />
Leptodactylus vastus 2ª<br />
Leptodactylus petersii 1ª 1ª<br />
Leptodactylus mystaceus 1ª<br />
Leptodactylus troglodytes 1ª 1ª/2ª<br />
Família Microhylidae<br />
Elachistocleis ovalis 2ª 2ª<br />
Família Leiuperidae<br />
Physalaemus albifrons 2ª<br />
Physalaemus centralis 1ª/2ª 1ª/2ª 1ª/2ª<br />
Physalaemus cuvieri 1ª/2ª 1ª/2ª 1ª/2ª<br />
Pleurodema diplolister 1ª<br />
Pseudopaludicola saltica 1ª<br />
Pseudopaludicola sp. 2ª 1ª
Tabela 9.1.5.3-2 Lista das espécies de répteis registradas nas áreas de influência direta do<br />
Reservatório Ribeiro Gonçalves em cada campanha - 1ª, 2ª ou em ambas<br />
(1ª/2ª ), e abreviações usadas neste estudo.<br />
Subordem Lacertília<br />
Família Polychrotidae<br />
Ordem Squamata<br />
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Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-109<br />
Áreas<br />
E.Zezão Tasso Ribeiro<br />
Anolis chrysolepis 1ª/2ª 1ª/2ª<br />
Anolis meridionalis 2ª<br />
Família Tropiduridae<br />
Tropidurus oreadicus 1ª/2ª 1ª/2ª 1ª/2ª<br />
Família Gekkonidae<br />
Hemidactylus brasilianus 1ª/2ª 1ª 1ª/2ª<br />
Família Sphaerodactylidae<br />
Coleodactylus meridionalis 1ª<br />
Coleodactylus brachystoma 1ª<br />
Família Phyllodactylidae<br />
Gymnodactylus geckoides 2ª<br />
Phyllopezus pollicaris 2ª<br />
Família Teiidae<br />
Ameiva ameiva 1ª/2ª 2ª 1ª/2ª<br />
Cnemidophorus ocellifer 1ª/2ª 1ª 1ª/2ª<br />
Cnemidophorus cf. mumbuca 1ª<br />
Família Gymnophthalmidae<br />
Colobosaura modesta 1ª/2ª 1ª/2ª 2ª<br />
Micrablepharus maximiliani 1ª/2ª 1ª/2ª 1ª/2ª<br />
Família Scincidae<br />
Mabuya bistriata 1ª/2ª 1ª/2ª 2ª<br />
Subordem Serpentes<br />
Família Anomalepididae<br />
Liotyphlops ternetzii 2ª<br />
Família Colubridae<br />
Drymarchon corais 2ª 2ª 1ª<br />
Oxybelis aeneus 2ª<br />
Tantilla melanocephala 1ª 2ª<br />
Spilotes pullatus 2ª<br />
Helicops angulatus 2ª<br />
Oxyrhopus trigeminus 2ª 2ª<br />
Phimophis inglesiasi 1ª<br />
Waglerophis merremi 2ª<br />
Família Elapidae<br />
Micrurus surinamensis
Tabela 9.1.5.3-2 Lista das espécies de répteis registradas nas áreas de influência direta do<br />
Reservatório Ribeiro Gonçalves em cada campanha - 1ª, 2ª ou em ambas<br />
(1ª/2ª ), e abreviações usadas neste estudo.<br />
Família Leptotyphlopidae<br />
Ordem Squamata<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-110<br />
Áreas<br />
E.Zezão Tasso Ribeiro<br />
Leptotyphlops brasiliensis 1ª<br />
Leptotyphlops fuliginosus 1ª<br />
Liotyphlops ternetzi 2ª<br />
Família Typhlopidae<br />
Typhlops brongersmianus 1ª/2ª<br />
Ordem Crocodylia<br />
Família Alligatoridae<br />
Paleosuchus palpebrosus 1ª 2ª<br />
9.1.5.3.2. Considerações sobre a Herpetofauna característica AID<br />
O conjunto de espécies da herpetofauna encontrado na localidade é provavelmente<br />
resultado da interação entre grandes grupos de espécies, separados em função de sua<br />
distribuição geográfica ao longo do território brasileiro. Um dos grupos de espécies<br />
corresponde àquelas típicas de formações do Brasil central, ocorrendo nas diferentes<br />
fisionomias de Cerrado que ocupam esta região. São exemplos de espécies típicas desta<br />
formação os anfíbios: Pseudopaludicola saltica (Foto 9.1.5.3-11 Anexo), Phyllomedusa<br />
azurea e Physalaemus centralis, bem como os lagartos Colobosaura modesta, Tropidurus<br />
oreadicus, e as serpentes Apostolepis flavotorquatus e Typhlops brongersmianus.<br />
Algumas espécies podem ainda ocorrer em outras fisionomias abertas como na Caatinga.<br />
São espécies que ocorrem tanto no Brasil central quanto em áreas da região norte e<br />
nordeste do país, como os anfíbios Physalaemus albifrons, Pleurodema diplolistris e<br />
Leptodactylus troglodytes, o lagarto Micrablepharus maximiliani e a serpente Phimophis<br />
iglesiasi (Foto 9.1.5.3-21 Anexo V).<br />
Outro grupo pode ser caracterizado por espécies que ocorrem em ambientes Amazônicos e<br />
suas transições com outros biomas. Como representantes deste grupo de espécies,<br />
podemos citar os anfíbios Hypsiboas punctatus, Hypsiboas multifaciatus Hypsiboas boans e<br />
a serpente Micrurus surinamensis. Além destes grupos, podem ser encontradas na região<br />
espécies com ampla distribuição no território nacional, como os anfíbios Rhinella schneideri<br />
(Foto 9.1.5.3-2 Anexo V), Leptodactylus macrosternum (Foto 9.1.5.3-19 Anexo V),<br />
Dendropsophus minutus (Foto 9.1.5.3-4 Anexo V), Physalaemus cuvieri (Foto 9.1.5.3-10),<br />
os lagartos Iguana iguana (Foto 9.1.5.3-13 Anexo V)Ameiva ameiva e a serpente Liophis<br />
poecilogyrus.<br />
A presença de espécies com ocorrência na região amazônica e outras formações abertas do<br />
Brasil central (como a caatinga e algumas fisionomias do Cerrado) evidenciam que a área<br />
apresenta composição de espécies caracterizada pela sobreposição de espécies de cada<br />
uma destas formações. Exemplares de diversas espécies estão representados no ANEXO V<br />
Fotos 9.1.5.3-1 a Fotos 9.1.5.3-23
9.1.5.3.3. Composição, Riqueza e Diversidade de Espécies<br />
Foram capturados em armadilhas de queda nas áreas diretamente afetadas pelo<br />
empreendimento 280 espécimes, pertencentes a 30 espécies distintas. Destas espécies, 14<br />
foram anfíbios, 10 foram lagartos e 6 foram serpente.<br />
Entre os anfíbios, a espécie dominante foi Physalaemus cuvieri (Foto 9.1.5.3-10 Anexo V).<br />
As outras espécies que também foram significativamente capturadas foram Leptodactylus<br />
andreae e Pleurodema diplolistres. Para as demais espécies de anfíbios foram capturados<br />
menos de dez indivíduos (Foto 9.1.5.3-3 Anexo V).<br />
Entre os lagartos, a espécie dominante foi Tropidurus oreadicus (Foto 9.1.5.3-14 Anexo V)<br />
segunda espécie mais abundante, seguida por Ameiva ameiva e Micrablepharus<br />
maximiliani. Para as demais espécies de lagartos foram capturados menos que dez<br />
indivíduos (Tabela 9.1.5.3-3).<br />
Foram capturadas pelo método de busca ativa 33 espécies nas áreas diretamente afetadas<br />
pelo empreendimento. A abundância absoluta dos exemplares capturados, isto é, obtidos<br />
por procura visual, encontro ocasional ou atropelamento é descrita na Tabela 9.1.5.3-4.<br />
Anfíbios amostrados em Ponto de Escuta (PE) tiveram sua abundância estimada em<br />
intervalos de abundância, resultando em um valor aproximado.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-111
Tabela 9.1.5.3-3 Número de indivíduos de cada espécie registrados nos pontos amostrados por armadilhas de queda em áreas de Floresta e Savana, na área de influência direta (AID) durante a primeira e segunda<br />
campanhas.<br />
Espécies<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-112<br />
Pontos da 1ª campanha Pontos da 2ª campanha Total de indivíduos por espécie<br />
84 03 RG DB2 14 31 RSJ 86 84 03 14 31 RG DB2 RSJ 86 1ª campanha 2ª campanha<br />
Tropidurus oreadicus 8 4 3 4 12 13 34 2 6 2 31 57<br />
Physalaemus cuvieri 9 2 7 3 5 7 8 1 4 5 15 33 33<br />
Ameiva ameiva 2 1 3 7 4 3 2 18<br />
Leptodactylus andreae 7 11 0 18<br />
Cnemidophorus ocellifer 1 3 2 2 5 4 9<br />
Micrablepharus maximiliani 2 2 1 1 2 2 1 4 7<br />
Physalaemus centralis 1 5 1 1 1 1 8 2<br />
Cnemidophorus cf. mumbuca 8 1 9 0<br />
Rhinella granulosa 2 5 1 8 0<br />
Leptodactylus troglodytes 5 1 6 0<br />
Colobossaura modesta 1 1 2 1 3<br />
Leptodactylus petersii 4 4 0<br />
Elachistocleis ovalis 2 0 2<br />
Leptotyphlops brasiliensis 1 1 1 1<br />
Physalaemus SP. 2 0 2<br />
Tantilla melanocephala 1 1 1 1<br />
Typhlops brongersmianus 2 0 2<br />
Anolis meridionalis 1 0 1<br />
Coleodactylus brachistoma 1 1 0<br />
Hemidactylus brasilianus 1 0 1<br />
Leptodactylus aff. Fuscus 1 1 0<br />
Leptodactylus mystaceus 1 1 0<br />
Leptotyphlops fuliginosus 1 1 0<br />
Liotyphlops ternetzi 1 0 1<br />
Mabuya bistriata 1 1 0<br />
Phimophis iglesiasi 1 0 1<br />
Physalaemus albifrons 1 1 0<br />
Pleurodema diplolister 1 1 0<br />
Proceratophrys concavitympanum 1 0 1<br />
Pseudopaludicola saltica 1 1 0<br />
Soma de indivíduos 28 15 30 8 21 11 7 29 40 6 21 22 21 21 120 160<br />
Soma de espécies 7 6 10 5 6 4 1 8 5 4 5 8 5 4
Tabela 9.1.5.3-4 Abundância das espécies de anfíbios e répteis registrados nos 12 pontos amostrados com as metodologias de procura ativa e ponto de escuta durante as duas campanhas nas áreas de influência<br />
direta durante a primeira e a segunda campanhas. Os valores representam classes de abundância estimada para cada espécie, onde classes de abundância 1 = 1-5 indivíduos; 2 = 6-10; 3 = 11-50;<br />
4 = 51-200; 5 = acima de 200 indivíduos.<br />
Espécies<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-113<br />
Pontos 1ª Campanha Pontos 2ª Campanha<br />
84 RSF PONTE 27 PE7 Ig2 Ig M Ig P RSJ Oxyt1 Oxyt2 Oxyt3 Wag E11 E6 E7<br />
Dendropsophus cruzi 1<br />
Dendropsophus melanargyreus 1<br />
Dendropsophus microcephalus 4<br />
Dendropsophus minutus 2 5<br />
Dendropsophus nanus 3 2 4<br />
Drymarchon corais 1<br />
Helicops angulatus 1<br />
Hypsiboas boans 1<br />
Hypsiboas multifasciatus 1 1 1 1 1 3<br />
Hypsiboas punctatus 3 1 2<br />
Hypsiboas raniceps 3<br />
Leptodactylus aff. Fuscus<br />
Leptodactylus andreae 1<br />
Leptodactylus macrosternum 1 1 1<br />
Leptodactylus vastus<br />
Micrurus surinamensis 1<br />
Osteocephalus cf. taurinus 1<br />
Oxybelis aeneus<br />
Oxyrhopus trigeminus 1 1 1<br />
Paleosuchus palpebrosus 1<br />
Phyllomedusa azurea 3 1<br />
Phyllopezus pollicaris<br />
Physalaemus centralis 2<br />
Physalaemus cuvieri 1<br />
Pseudoboa nigra<br />
Rhinella schneideri 1<br />
Scinax aff. Fuscovarius<br />
Scinax fuscomarginatus 5 4<br />
Scinax nebulosus 2<br />
Scinax ruber 3<br />
Scinax SP. 2<br />
Tropidurus oreadicus 1<br />
Waglerophis merremi 1<br />
Número de espécies 1 2 4 6 4 2 3 1 4 1 1 1 1 9 2 1
9.1.5.3.3.1. Espécies Bioindicadoras4<br />
As espécies bioindicadoras são importantes na interpretação dos potenciais impactos, pois<br />
em geral são susceptíveis aos limiares ambientais dos ecossistemas. Entre elas cita-se:<br />
Phylomedusa azurea: Vive em bordas de matas e seus girinos se desenvolvem em poças<br />
mais profundas. Como a maior parte dos anfíbios, também são mais abundantes nos<br />
períodos chuvosos. Foi apontada pelo seu modo reprodutivo peculiar, que apresenta<br />
exigências relacionadas à vegetação e a profundidade dos corpos d’água formados.<br />
Pleurodema diploliste : espécie que possui o hábito de se enterrar e deposita ovos em<br />
espuma sobre a lâmina d‘água de poças temporárias. Apesar de ter sido registrada apenas<br />
um indivíduo durante as campanhas e sabermos que a espécie possui comportamento<br />
reprodutivo explosivo, a espécie é aqui apontada como bioindicadora para monitoramento<br />
devido ao fato de ter sido registrada exlusivamente para áreas de AID.<br />
Leptodactylus troglodytes: anfíbio terrestre, vivendo no chão de mata, entre a serrapilheira.<br />
Foi apontada por ser de áreas florestadas e ser de fácil identificação.<br />
Colobossaura modesta: Lagarto com tamanho corporal pequeno encontrado principalmente<br />
em serrapilheira do interior de mata. Foi apontada pela sua relativa freqüência quando<br />
utilizado o método de armadilhas de intercepção de queda.<br />
9.1.5.3.3.2. Espécies Raras, Ameaçadas e de Valor Cinegético<br />
Nenhuma espécie registrada para a região encontra-se listada na lista nacional de espécies<br />
ameaçadas de extinção (IBAMA, 2003) ou na lista vermelha de espécies ameaçadas de<br />
extinção da IUCN, apenas as espécies Proceratophrys concavitympanum e P. azurea estão<br />
classificados na categoria “deficiente em dados” (DD; IUCN, 2009).<br />
9.1.5.3.3.3. Comparações e Considerações entre Herpetofauna característica<br />
da AII e AID<br />
A diversidade registrada de espécies das áreas de influência direta (AID) e indireta (AII) não<br />
divergiu significativamente com relação ao número de espécies de anfíbios e répteis. Foi<br />
registrado um maior número de espécies de serpentes na AID do que na AII e um maior<br />
número de espécies de lagartos em áreas AII do que em áreas AID.<br />
Durante a primeira campanha, um maior número de espécies foi capturado através de<br />
armadilhas de queda em AID (120) se comparado à captura em AII (66), já na segunda<br />
campanha esta relação se inverteu sendo que na AID capturaram-se nas armadilhas de<br />
queda 160 espécimes enquanto na AII capturou-se 235 espécimes.<br />
Foi registrada uma maior abundância de espécies durante a procura ativa nas áreas AII por<br />
ser mais extensa do que a AID. Além disso, mais pontos nas áreas AII foram amostrados, o<br />
que contribuiu para esta diferença entre as áreas. Isto também pode ser explicado devido ao<br />
fato de um maior número de poças temporárias e açudes estarem localizadas em áreas AII,<br />
já que poças temporárias e açudes são ambientes que agregam um maior número de<br />
espécies de anfíbios durante a reprodução do que ambientes de riacho.<br />
Physalaemus cuvieri (Foto 9.1.5.3-10 Anexo V), Tropidurus oreadicus e Ameiva ameiva<br />
foram espécies abundantes tanto na AII quanto na AID. Das espécies registradas nas áreas<br />
AID e não registradas nas áreas AII destacam-se: Hypsiboas boans, Osteocephalus cf,<br />
taurinus (Foto 9.1.5.3-5 Anexo V), Leptodactylus mystaceus, Elachistocleis ovalis,<br />
Pseudopaludicola saltica (Foto 9.1.5.3-1 Anexo V), Pleurodema diplolister, Micrurus<br />
surinamenses, Liotyphlops ternetzi (Foto 9.1.5.3-17 Anexo V), Spilotes pullatus e<br />
Paleossucus palbeprosus. Já as espécies registradas nas áreas AII e não registradas na<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-114
AID destacam-se: os anfisbenídeos Amphisbaena alba e A. vermicularis (Foto 9.1.5.3-12),<br />
Apostolepis cearencis, Apostolepis flavoquartus, Clelia plumbea, Leptodactylus syphax,<br />
Pseudopaludicaola mystacalis (Foto 9.1.5.3-11 Anexo V).<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-115
Anexo V<br />
Documentação Fotográfica – Herpetofauna<br />
AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-116
FOTO 9.1.5.3-1 Rhinella granulosa. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3-2 Rhinella schneideri. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-117
FOTO 9.1.5.3-3 Proceratophrys concavitympanum. Campanhas realizadas no âmbito do<br />
<strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3- 4 Dendropsophus minutus. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-118
FOTO 9.1.5.3 5 Osteocephalis cf. taurinus. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3-6 Scinax nebulosus. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-119
FOTO 9.1.5.3-7 Trachycephalus venulosus. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3-8 Leptodactylus fuscus. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-120
FOTO 9.1.5.3-9 Leptodactylus macrosternum. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong><br />
do AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3-10 Physalaemus cuvieri. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-121
FOTO 9.1.5.3-11 Pseudopaludicola sp.. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3-12 Amphisbaena cf. vermicularis. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong><br />
do AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-122
FOTO 9.1.5.3-13 Iguana iguana. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE Ribeiro<br />
Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3-14 Tropidurus semitaeniatus. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-123
FOTO 9.1.5.3-15 Hemidactylus brasilianus. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3-16 Anolis cf. meridionalis. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-124
FOTO 9.1.5.3-17 Liotyphlops ternetzi. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3-18 Helicops angulatus. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-125
FOTO 9.1.5.3-18 Oxyrhopus trigeminus. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3-20 Parapostolepis polylepis. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-126
FOTO 9.1.5.3-21 Phimophis iglesiasi. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves 2009.<br />
FOTO 9.1.5.3-22 Thamnodynastes sp.. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-127
.<br />
FOTO 9.1.5.3-23 Waglerophis merremi. Campanhas realizadas no âmbito do <strong>EIA</strong> do AHE<br />
Ribeiro Gonçalves2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-128
9.1.5.3.4. Referências Bibliográficas<br />
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FROST, D. R. 2009. Amphibian Species of the World: an Online Reference. Electronic<br />
Database accessible at http://research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.php.<br />
American Museum of Natural History, New York, USA. Acesso em: 29 jun. 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-129
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DIFFENDORFER, J.E., DASZAK, P., IBÁÑEZ, D.R., ZIPPEL, K.C., LAWSON, D.P.,<br />
WRIGHT, K.M., STUART, S.N., GASCON, C., DA SILVA, H.R., BURROWES, P.A.,<br />
JOGLAR, R.L., LA MARCA, E., LÖTTERS, S., DU PREEZ, L.H., WELDON, C., HYATT,<br />
A., RODRIGUEZ-MAHECHA, J.V., HUNT, S., ROBERTSON, H., LOCK, B.,<br />
RAXWORTHY, C.J., FROST, D.R., LACY, R.C., ALFORD, R.A., CAMPBELL, J.A.,<br />
PARRA-OLEA, G., BOLAÑOS, F., DOMINGO, J.J., HALLIDAY, T., MURPHY,<br />
J.B.,WAKE, M.H., COLOMA, L.A., KUZMIN, S.L., PRICE, M.S., HOWELL, K.M., LAU,<br />
M., PETHIYAGODA, R., BOONE, M., LANNOO, M.J., BLAUSTEIN, A.R., DOBSON, A.,<br />
GRIFFITHS, R.A., CRUMP, M.L., WAKE, D.B., BRODIE, E.D. JR.. (2006) Confronting<br />
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SILVANO, D.L. & SEGALLA, M.V. (2005). Conservação de anfíbios no Brasil.<br />
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Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-130
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Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />
Volume II - Diagnóstico Ambiental 9-131
9.2. ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS (ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA - AID) – QUALIDADE<br />
DA ÁGUA E LIMNOLOGIA<br />
9.2.1 Introdução<br />
Este tópico abrange o diagnóstico ambiental das condições físico-químicas e bacteriológicas<br />
do rio Parnaíba e seus contribuintes da Área de Influência Direta do AHE Ribeiro Gonçalves,<br />
e também a caracterização das comunidades aquáticas - fitoplâncton, zooplâncton e<br />
macroinvertebrados bentônicos. A Área de Influência Direta estabelecida para o AHE<br />
Ribeiro Gonçalves abrange o contorno definido pela cota de inundação do futuro<br />
reservatório. A seguir, descreve-se a metodologia empregada para caracterização da<br />
qualidade da água e limnologia e análises e discussão dos resultados obtidos.<br />
9.2.2 Metodologia de Diagnóstico<br />
Os procedimentos metodológicos adotados para os estudos dos ecossistemas aquáticos<br />
estão apresentados na seção 1.2.2. Ecossistemas Aquáticos e Qualidade da Água. A Figura<br />
9.2.2-1 indica a localização dos pontos de coleta de qualidade da água, qualidade de<br />
sedimentos, metais pesados e agrotóxicos, comunidades aquáticas, ictiofauna e<br />
ictioplâncton.<br />
9.2.3 Ciclo Hidrológico e Vazão do Rio Parnaíba<br />
As condições de hidrológicas (Precipitação e Vazão) interferem diretamente nas<br />
características físicas, químicas e bacteriológicas do corpo hídrico, uma vez que alteram a<br />
dinâmica desses elementos.<br />
A precipitação propicia um acréscimo de volume de água na bacia hidrográfica promovendo,<br />
através do processo de lavagem dos solos das bacias, o carreamento de sedimentos e<br />
nutrientes afetando os parâmetros de qualidade da água.<br />
Com base em tais premissas, é apresentada a seguir a caracterização da precipitação e da<br />
vazão observadas durante as campanhas de monitoramento de qualidade da água.<br />
Para a caracterização do trecho a ser abrangido pelo reservatório de Ribeiro Gonçalves,<br />
foram coletados dados referentes às alturas de precipitações e vazões observadas nas<br />
estações fluviométricas de Alto Parnaíba (Cód.: 34020000) e Ribeiro Gonçalves (Cód.:<br />
34060000), ambas operadas pela Agência Nacional de Águas - ANA.<br />
Na Tabela 9.2.3-1 são apresentados os dados de precipitação e vazão média mensal<br />
referente ao período de janeiro a junho de 2009 na estação de Alto Parnaíba, onde se<br />
observa um índice de precipitação máximo incidindo no mês de abril, com total de chuva<br />
próximo de 450 mm. No semestre foi verificado um total acumulado de 1394 mm.<br />
Neste período, as vazões apresentam valores da ordem de 90 m 3 /s de janeiro a março e<br />
máximas registradas no mês de maio com valores próximos a 140 m 3 /s.<br />
No Gráfico 9.2.3-1 é apresentado o padrão médio de precipitação e de vazão médias<br />
mensais registradas na estação de Alto Parnaíba.<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-132
480000<br />
460000<br />
440000<br />
420000<br />
400000<br />
Coco da<br />
Aparecida<br />
Riacho Côco<br />
Vargem Grande<br />
RG-05<br />
Remanso<br />
RIB-01<br />
9160000<br />
UPA-09<br />
RG-04<br />
Ribeiro Gonçalves<br />
9160000<br />
Estiva<br />
Mato Bom<br />
Canto Grande<br />
Riacho do Bacabal<br />
Riacho do Tomazinho<br />
Riacho Sao Francisco<br />
Riacho da Estiva<br />
Riacho Correntina<br />
Riacho Sobradinho<br />
RIO<br />
Riacho S. Félix<br />
Riacho da Prata<br />
PARNAÍBA<br />
Riacho S. José<br />
Arara<br />
Riacho Galeota<br />
Riacho S. Maria<br />
Emparedado<br />
Paris<br />
Natal Almescia<br />
Jaboti<br />
RIB-02<br />
Dona Josefa<br />
9140000<br />
9140000<br />
Juçara<br />
Brejinho<br />
Buritirana<br />
Vamos Vendo<br />
Santa Rita<br />
Barra da Limpeza<br />
Farinha<br />
Sucuriu<br />
Tapuro<br />
Vão de Viúva<br />
9120000<br />
Mato Verde<br />
Venda Boa<br />
São Pedro<br />
9120000<br />
Acostumado<br />
Santa Maria<br />
Riacho da Altamira<br />
Rib. Fordão<br />
RIB-03<br />
9100000<br />
Riacho<br />
Água Branca<br />
Água Branca<br />
9100000<br />
RIB-04<br />
Riacho do Paulo<br />
Rib. da Babilônia<br />
RIB-05<br />
Fazenda<br />
São Bento<br />
RG-03<br />
9080000<br />
Paracati<br />
9080000<br />
Riacho Paracati<br />
RIB-07<br />
Lorenda<br />
RIB-06<br />
Rib. da Malhada<br />
Legenda<br />
Tasso Fragoso<br />
RG-02<br />
RG-01<br />
Baviera<br />
Riacho Marcelino<br />
9060000<br />
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL<br />
AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong><br />
9060000<br />
Zelândia<br />
RIB-08<br />
Riacho Sta. Maria<br />
Riacho Vargem<br />
Genipapo<br />
Caldeira<br />
Riacho Mucuri<br />
9040000<br />
Pontos de Amostragem de Ecossistemas Aquáticos<br />
Data: 11/2009<br />
Localidades<br />
Rio Perene<br />
Rio Intermitente<br />
Massa d'água<br />
Via Pavimentada<br />
Via não Pavimentada<br />
Área Urbana<br />
Ribeiro_AID<br />
Ribeiro_AII<br />
Área da AII de Uruçuí<br />
1:380.000<br />
0 3,8 7,6 11,4 km<br />
Projeção UTM - SAD 69<br />
Fuso 23S<br />
Ictioplâncton<br />
Ictiofauna<br />
Comunidades Aquáticas<br />
Metais Pesados e Agrotóxicos<br />
Qualidade de Sedimento<br />
Físico, Químico e Bacteriológico<br />
Localização Regional<br />
Brejo do Caldeirão<br />
FIGURA 9.2.2-1<br />
9040000<br />
480000<br />
460000<br />
440000<br />
420000<br />
400000
Tabela 9.2.3-1 Precipitação pluviométrica e vazão média mensal no período de janeiro a<br />
junho de 2009, na estação Alto Parnaíba.<br />
Mês Precipitação Total (mm) Vazão Média (m³/s)<br />
Jan 122 94<br />
Fev 302 96<br />
Mar 328 99<br />
Abr 443 133<br />
Mai 195 139<br />
Jun 4 81<br />
Precipitação Total (mm)<br />
500<br />
450<br />
400<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
Rio Parnaíba em Alto Parnaíba<br />
Precipitação Total Mensal Vazão Média Mensal<br />
Jan Fev Mar Abr Mai Jun<br />
Gráfico 9.2.3-1 Chuva mensal e vazões no rio Parnaíba em Alto Parnaíba (jan a jun/2009).<br />
Durante o período das campanhas de monitoramento (1ª campanha: de 24 de fevereiro a 8<br />
de março e 2ª campanha: de 25 de maio a 10 de junho), as precipitações máximas diárias<br />
observadas foram 40,9 mm e 4,3 mm respectivamente. As vazões variaram de 76 m³/s a<br />
125 m³/s na 1ª campanha enquanto que na 2ª campanha, os valores observados ficaram<br />
compreendidos entre 83 m³/s a 97 m³/s, conforme apresentadas respectivamente nos<br />
Gráficos 9.2.3-2 e 9.2.3-3.<br />
Na Tabela 9.2.3-2 são apresentados os dados de precipitação e vazão média mensal<br />
observada no período de janeiro a junho de 2009 na estação de Ribeiro Gonçalves, onde se<br />
observa um índice de precipitação máximo incidindo no mês de março, com total de chuva<br />
observado próximo de 480 mm. No semestre é verificado um total acumulado de 1226 mm.<br />
Neste período, as vazões apresentam valores da ordem de 250 m 3 /s de janeiro a março e<br />
máximas observadas no mês de maio com valores observados próximos a 360 m 3 /s.<br />
No Gráfico 9.2.3-4 é apresentado o padrão médio de precipitação e de vazão médias<br />
mensais registradas na estação de Ribeiro Gonçalves, localizada a jusante e próximo ao<br />
eixo da AHE de Ribeiro Gonçalves.<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-134<br />
160<br />
140<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Vazão média mensal (m³/s)
Precipitação (mm)<br />
45<br />
40<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
Rio Parnaíba em Alto Parnaíba - 1ª Campanha de Qualidade da Água<br />
24/fev/2009<br />
25/fev/2009<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-135<br />
26/fev/2009<br />
Precipitação Vazão<br />
27/fev/2009<br />
28/fev/2009<br />
01/mar/2009<br />
02/mar/2009<br />
Gráfico 9.2.3-2 Comportamento Hidrológico do rio Parnaíba em Alto Parnaíba<br />
durante a 1ª campanha de monitoramento.<br />
Precipitação (mm)<br />
5,0<br />
4,5<br />
4,0<br />
3,5<br />
3,0<br />
2,5<br />
2,0<br />
1,5<br />
1,0<br />
0,5<br />
0,0<br />
Rio Parnaíba em Alto Parnaíba - 2ª Campanha de Qualidade da Água<br />
25/mai/2009<br />
26/mai/2009<br />
Precipitação Vazão<br />
27/mai/2009<br />
28/mai/2009<br />
29/mai/2009<br />
30/mai/2009<br />
31/mai/2009<br />
01/jun/2009<br />
02/jun/2009<br />
Gráfico 9.2.3-3 Comportamento Hidrológico do rio Parnaíba em Alto Parnaíba<br />
durante a 2ª campanha de monitoramento.<br />
Tabela 9.2.3-2 Precipitação pluviométrica e vazão média mensal no período de janeiro a<br />
junho de 2009, na estação Ribeiro Gonçalves.<br />
03/jun/2009<br />
Mês Precipitação Total (mm) Vazão Média (m³/s)<br />
Jan 212,8 226<br />
Fev 144,8 249<br />
Mar 475,6 255<br />
Abr 216,3 341<br />
Mai 163,9 358<br />
Jun 13 204<br />
03/mar/2009<br />
04/jun/2009<br />
04/mar/2009<br />
05/jun/2009<br />
05/mar/2009<br />
06/jun/2009<br />
07/jun/2009<br />
06/mar/2009<br />
08/jun/2009<br />
07/mar/2009<br />
09/jun/2009<br />
08/mar/2009<br />
10/jun/2009<br />
140<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
100<br />
95<br />
90<br />
85<br />
80<br />
75<br />
Vazão (m³/s)<br />
Vazão (m³/s)
Precipitação Total (mm)<br />
600<br />
500<br />
400<br />
300<br />
200<br />
100<br />
0<br />
Rio Parnaíba em Ribeiro Gonçalves<br />
PrecipitaçãoTotal Mensal Vazão Média Mensal<br />
Jan Fev Mar Abr Mai Jun<br />
Gráfico 9.2.3-4 Comportamento hidrológico mensal na estação fluviométrica<br />
de Ribeiro Gonçalves<br />
Durante as campanhas de monitoramento (1ª campanha: de 24 de fevereiro a 8 de março e<br />
2ª campanha: de 25 de maio a 10 de junho), as precipitações máximas diárias foram de<br />
16,7 mm e 10,0 mm respectivamente. As vazões variaram de 213 m³/s a 313 m³/s na 1ª<br />
campanha enquanto os limites do intervalo passam de 212 m³/s a 245 m³/s para a 2ª<br />
campanha. Todas as informações estão presentes nos Gráficos 9.2.3-5 e 9.2.3-6.<br />
Precipitação (mm)<br />
18<br />
16<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
Rio Parnaíba em Ribeiro Gonçalves - 1ª Campanha de Qualidade<br />
da Água<br />
24/fev/2009<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-136<br />
25/fev/2009<br />
26/fev/2009<br />
27/fev/2009<br />
28/fev/2009<br />
01/mar/2009<br />
02/mar/2009<br />
03/mar/2009<br />
Precipitação Vazão<br />
Gráfico 9.2.3-5 Comportamento Hidrológico do rio Parnaíba em Ribeiro<br />
Gonçalves durante a 1ª campanha de monitoramento.<br />
04/mar/2009<br />
05/mar/2009<br />
06/mar/2009<br />
07/mar/2009<br />
08/mar/2009<br />
500<br />
450<br />
400<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
0<br />
Vazão média mensal (m³/s)<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
Vazão (m³/s)
Precipitação (mm)<br />
12<br />
10<br />
9.2.4 Resultados<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
25/mai/2009<br />
Rio Parnaíba em Ribeiro Gonçalves - 2ª Campanha de Qualidade<br />
da Água<br />
26/mai/2009<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-137<br />
27/mai/2009<br />
28/mai/2009<br />
29/mai/2009<br />
Precipitação Vazão<br />
30/mai/2009<br />
31/mai/2009<br />
01/jun/2009<br />
02/jun/2009<br />
Gráfico 9.2.3-6 Comportamento Hidrológico do rio Parnaíba em Ribeiro<br />
Gonçalves durante a 2ª campanha de monitoramento.<br />
Descreve-se abaixo um resumo das observações efetuadas em campo, compreendendo<br />
registro de anotações e medições, seguido de uma breve caracterização dos pontos de<br />
amostragem. Na seqüência, são apresentados os resultados analíticos de qualidade da<br />
água e limnologia, servindo de subsídio para avaliação integrada do ecossistema aquático<br />
em estudo.<br />
Na Tabela 9.2.4.-1 constam as medições realizadas “in loco” relativas à largura do corpo<br />
d’água, profundidade, velocidade de escoamento e transparência (disco de Secchi), nas<br />
duas campanhas realizadas.<br />
Tabela 9.2.4-1. Medições Realizadas em Campo<br />
Ponto<br />
Largura do rio<br />
(m)<br />
03/jun/2009<br />
04/jun/2009<br />
05/jun/2009<br />
06/jun/2009<br />
07/jun/2009<br />
Profundidade (m) Velocidade (m/s) Disco de Secchi (m)<br />
camp. 1 camp. 2 camp. 1 camp. 2 camp. 1 camp. 2<br />
RIB-01 74 4,1 5,5 1,3 1,6 0,07 0,23<br />
RIB-02 68 3,9 4 1,6 1,3 0,1 0,23<br />
RIB-03 82 1,8 1,8 1,4 1,6 0,06 0,29<br />
RIB-04 10 1,7 1,1 0,5 0,4 0,33 0,29<br />
RIB-05 60 6,4 6,5 1,2 1,2 0,1 0,25<br />
RIB-06 12 1,5 1,4 0,8 0,8 0,3 0,19<br />
RIB-07 100 1,9 1,6 1,3 1,3 0,1 0,23<br />
RIB-08 78 3,1 4,8 1,1 1,1 0,15 0,19<br />
08/jun/2009<br />
09/jun/2009<br />
10/jun/2009<br />
250<br />
240<br />
230<br />
220<br />
210<br />
200<br />
190<br />
Vazão (m³/s)
9.2.4.1 Parâmetros Físico-Químicos e Bacteriológicos da Água<br />
A seguir são apresentados os resultados das análises laboratoriais referentes à campanha<br />
de amostragem de qualidade da água, indicando nos gráficos o Valor Máximo Permitido –<br />
(V.M.P) pela Resolução CONAMA 357/05 para águas classe 2. Cabe destacar que a análise<br />
de cianobactérias em termos qualitativos e quantitativos é apresentando no item 9.2.4.3 –<br />
Comunidades Aquáticas – Fitoplâncton.<br />
No escopo destas análises foram computados inicialmente os valores dos indicadores IQA -<br />
Índice de Qualidade da Água e do IET - Índice do Estado Trófico relativo a cada ponto de<br />
coleta, mensurando as suas variações espaciais.<br />
• Alcalinidade<br />
Alcalinidade é a propriedade que um meio aquoso possui de neutralizar os ácidos, num<br />
efeito tampão, isto é, sem alterar sua dinâmica química e a dinâmica das comunidades<br />
biológicas.<br />
A alcalinidade é aferida pela concentração de compostos-chave, os íons mais encontrados,<br />
que fazem o tamponamento de corpos hídricos, como o bicarbonato (HCO3 - ), o carbonato<br />
(CO32 - ) e a hidroxila(OH - ).<br />
No presente estudo, detectou-se alcalinidade para bicarbonato, sendo que as concentrações<br />
variaram de 2 mg/L (RIB-04 -1ª Campanha) até 13 mg/L (RIB-03 – 2ªCampanha), como<br />
mostra o Gráfico 9.2.4.1-1.<br />
Alcalinidade de Bicarbonato (mg/L)<br />
14<br />
12<br />
10<br />
• Alumínio (Al)<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
Babilônia<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-138<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-1 Alcalinidade de bicarbonato – AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
O alumínio é encontrado em jazidas minerais na forma de bauxita. Na água, o alumínio<br />
forma complexos com outros elementos como o fósforo, sendo influenciado por fatores<br />
como pH, temperatura, presença de sulfatos, de matéria orgânica e de outros ligantes. É
utilizado como floculante nos sistemas de tratamento de água, servindo para precipitar<br />
compostos poluentes, como o fósforo.<br />
O aumento da concentração de alumínio nos corpos d’água, em geral, é devido ao<br />
transporte de sólidos a partir da bacia de drenagem, especialmente no período chuvoso,<br />
estando associado aos processos de erosão do solo. O limite estabelecido para alumínio<br />
dissolvido pela Resolução CONAMA 357/05 é de 0,1mg/l (classe 2), enquanto que a<br />
Portaria 518/2004 condiciona para águas potáveis o máximo de 0,2mg/l desse elemento.<br />
No presente estudo, só foi detectado alumínio nas amostras de água para os pontos RIB-08<br />
e RIB-01, ambos na 1ª Campanha, sendo que os valores superam consideravelmente a<br />
legislação vigente (Gráfico 9.2.4.1-2).<br />
Alumínio Dissolvido (mg/L)<br />
14<br />
12<br />
10<br />
• Arsênio (As)<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
Babilônia<br />
1ª Campanha 2ª Campanha V.M.P<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-139<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-2 Alumínio Dissolvido – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
O arsênio é um metalóide com ampla distribuição na superfície terrestre, apresentando-se,<br />
em geral, associado a depósitos de minerais metálicos. É usado na formulação de<br />
inseticidas, herbicidas, na preservação de madeiras, podendo alcançar o sistema aquático<br />
por meio de fontes difusas ou por lançamento de despejos de efluentes. Dada suas<br />
características, o arsênio produz também efeitos tóxicos à biota aquática.<br />
A Resolução CONAMA 357/2005 e a Portaria 518/04 admitem 0,01 mg/l de arsênio para<br />
águas doces<br />
Não foi detectada a presença de arsênio nas amostras de água do presente estudo.<br />
• Cádmio (Cd)<br />
Esse metal ocorre na natureza sob forma de sais ou de sulfetos, freqüentemente associado<br />
ao zinco, onde aparece como impureza. Nas águas naturais, o cádmio é encontrado em<br />
traços mínimos. Ao ser introduzido no ambiente aquático, tende a ser rapidamente<br />
adsorvido ao material particulado, depositando-se no sedimento, cuja mobilidade passa a
ser controlada pelo ph e pelo potencial redox. O cádmio apresenta elevado potencial tóxico,<br />
com efeito cumulativo, podendo concentrar-se em tecidos de peixes e em outras formas de<br />
vida aquática.<br />
A Resolução CONAMA 357/05 (classe 2) e a Portaria 518 consideram o limite máximo de<br />
0,001mg/l de cádmio total.<br />
Não foi detectada a presença de cádmio nas amostras de água do presente estudo.<br />
• Chumbo (Pb)<br />
Em águas naturais, o chumbo é encontrado apenas como elemento traço. Sua presença em<br />
concentração mais elevada está associada à atividades de jazidas minerais ou lançamento<br />
de efluentes. Tem efeito tóxico e cumulativo especialmente na forma iônica. A intoxicação<br />
crônica desse metal é denominada saturnismo, freqüente em trabalhadores expostos à ação<br />
do chumbo e seus compostos.<br />
O padrão legal para águas doces e para potabilidade é de 0,01 mg/l. A Resolução CONAMA<br />
determina que o valor máximo da concentração de chumbo em águas classe 2 é 0,02 mg/l<br />
Não foi detectada a presença de chumbo nas amostras de água do presente estudo.<br />
• Cloreto (Cl-)<br />
É o íon negativo do elemento cloro, que está presente no solo e em rochas, sendo<br />
encontrado naturalmente nos ecossistemas aquáticos desde os lençóis profundos até as<br />
águas superficiais. Por ser um elemento conservativo, altas concentrações desse ânion<br />
podem indicar também a contaminação das águas por excretas (urina).<br />
A Resolução 357/2005 do CONAMA determina que o valor máximo da concentração de<br />
cloreto em águas classe 2 é 250 mg/l.<br />
Durante as campanhas de campo do presente estudo as concentrações máximas de cloreto<br />
obtidas chegaram a 10 mg/l nos pontos RIB03 e RIB01 (no rio Parnaíba) e RIB04 (no<br />
Ribeirão Babilônia) todos na 1ª campanha de campo, não ocorrendo extrapolações dos<br />
limites estabelecidos pela legislação, como mostra o Gráfico 9.2.4.1-3.<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-140
Cloreto (mg/L)<br />
12<br />
10<br />
• Cobre (Cu)<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-141<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-3 Concentração de Cloreto – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
O cobre é um metal de ampla distribuição na crosta terrestre. São empregados, sob a forma<br />
de óxidos e sulfatos, na fabricação de fungicidas, algicidas, entre outros pesticidas. Por<br />
tratar-se de um metal de amplo emprego, é freqüentemente encontrado nas águas<br />
receptoras de lixo e de esgotos domésticos, e de efluentes da indústria de mineração,<br />
fundição e refinação.<br />
Para o homem, o cobre é tóxico quando ingerido em quantidades muito elevadas. Nos<br />
sistemas hídricos, esse metal apresenta forte interação com a matéria orgânica, o que reduz<br />
sensivelmente sua biodisponibilidade para os organismos aquáticos.<br />
Nas águas classe 2 a concentração limite é de 0,009 mg/l, segundo a Resolução 357/2005<br />
do CONAMA. Não foi detectada a presença de cobre nas amostras de água analisadas no<br />
presente estudo.<br />
• Condutividade<br />
A condutividade é uma expressão numérica da capacidade do meio aquático em conduzir<br />
corrente elétrica em função da concentração dos íons presentes, como cloretos, sendo<br />
influenciada pela temperatura e pH. Valores elevados de condutividade podem indicar a<br />
presença de esgotos domésticos ou de outra fonte de poluição. Não há na legislação<br />
padrões para esta variável.<br />
Conforme Gráfico 9.2.4.1-4, a condutividade variou de 10,8 µs/cm no rio Riozinho (RIB06 –<br />
1ª campanha), a 21,7 µs/cm no rio Parnaíba (RIB08 e RIB05 – 1ª campanha).
• Cor<br />
Condutividade (10 -3 S/cm)<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
Babilônia<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-142<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-4 Condutividade elétrica – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
A cor verdadeira da água se deve à presença de substâncias em solução, geralmente<br />
resultantes da decomposição de restos vegetais, tais como ácidos fúlvicos e húmicos, que<br />
conferem aos cursos d’água uma coloração amarelada a marrom, assumindo tonalidade<br />
mais escura na presença de compostos de ferro. A introdução de sólidos a partir da bacia de<br />
drenagem, a ressuspensão dos sedimentos e o desenvolvimento do fitoplâncton em geral<br />
afetam as propriedades óticas de um corpo d’água através do aumento da cor e também da<br />
turbidez.<br />
A cor é um parâmetro estético, de especial interesse para mananciais destinados ao<br />
abastecimento público, já que níveis de coloração intensa tendem a causar rejeição das<br />
águas para consumo humano. Porém, níveis elevados de cor podem estar associados a<br />
parâmetros de interesse sanitário, como floração de algas, presença de metais e de outros<br />
contaminantes que causam problemas de saúde pública.<br />
A Resolução CONAMA 357/05 determina o máximo de 75 mg Pt/L de cor verdadeira para<br />
águas doces classe 2. Verifica-se que 50% das amostras de água coletadas no presente<br />
estudo superaram esse limite: RIB07 e RIB04 em ambas as campanhas e RIB05, RIB03,<br />
RIB02 e RIB01 na 1ª campanha, como mostra Gráfico 9.2.4.1-5.
Cor (mg Pt/L)<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
• Cromo (Cr)<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha V.M.P<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-143<br />
Rio Riozinho<br />
Gráfico 9.2.4.1-5 Cor – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Rio Babilônia<br />
O cromo ocorre na natureza em vários minerais, freqüentemente associado a outros metais.<br />
É amplamente usado em cromeações (galvanoplastia), sendo também encontrado em<br />
águas receptoras de esgotos domésticos sem tratamento. Esse metal pode se acumular nos<br />
organismos aquáticos, principalmente em animais filtradores. As formas mais estáveis são<br />
do cromo trivalente e hexavalente, este último considerado cancerígeno ao ser humano.<br />
O valor estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 e Portaria 518/04 é de 0,05 mg/L.<br />
Não foi detectada a presença de cromo nas amostras de água do presente estudo, em<br />
nenhuma das campanhas realizadas.<br />
• DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio<br />
A DBO de uma amostra de água é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a<br />
matéria orgânica por meio de decomposição biológica aeróbia, formando subprodutos na<br />
forma inorgânica estável. Os teores de DBO limite estabelecidos pela Resolução CONAMA<br />
357/05 para águas doces classe 2 é de no máximo 5 mg/L, não havendo padrões<br />
determinados pela Portaria 518/04.<br />
Apenas duas amostras superaram o valor recomendado para a DBO, sendo uma no rio<br />
Parnaíba (RIB01) e a outra no Ribeirão Babilônia (RIB04) ambos na 1ª campanha. Não<br />
foram detectado valores de DBO em nenhum ponto de coleta na 2ª campanha de campo. O<br />
gráfico 9.2.4.1-6 mostra os resultados encontrados para essa variável.
DBO (mg/L)<br />
16<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
Babilônia<br />
1ª Campanha 2ª Campanha V.M.P<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-144<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-6 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) – AHE Ribeiro<br />
Gonçalves<br />
• DQO – Demanda Química de Oxigênio<br />
A DQO é a quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria orgânica através<br />
de um agente químico. Como a DBO afere apenas a fração biodegradável, quanto mais<br />
esse valor se aproximar da DQO, maior é o potencial de degradação biológica dos<br />
compostos presentes em determinada amostra. Não há na Resolução CONAMA 357/05 e<br />
na Portaria 518/04 padrões para esta variável.<br />
Na área de influência direta do AHE Ribeiro Gonçalves, o maior valor encontrado para a<br />
demanda química de oxigênio ocorreui na 1ª campanha no ponto RIB01, no leito do rio<br />
Parnaíba. A DQO também não foi detectada nas amostras analisadas na 2ª campanha de<br />
campo como mostrado pelo Gráfico 9.2.4.1-7.
• Dureza<br />
DQO (mg/L)<br />
45<br />
40<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-145<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-7 Demanda Química de Oxigênio (DQO) – AHE Ribeiro<br />
Gonçalves<br />
A dureza é definida como a dificuldade da água em dissolver sabão (fazer espuma) pelo<br />
efeito do cálcio, magnésio, entre outros elementos como ferro e manganês. Dureza total é a<br />
soma da dureza temporária e permanente, sendo expressa em CaCO3 (mg/L).<br />
A Portaria 518/04 define como limite máximo de dureza o valor de 500 mg/L, não havendo<br />
determinação para esse parâmetro pela Resolução CONAMA 357/05.<br />
A dureza total da água foi relativamente baixa em todas as amostras de água coletadas no<br />
presente estudo, sendo que o mínimo valor ocorreu no rio Riozinho (RIB06) na 2ª<br />
campanha, e a máxima, no rio Parnaíba (RIB05) na 1ª campanha. O Gráfico 9.2.4.1-8, a<br />
seguir, apresenta o comportamento da dureza da água nos diversos pontos amostrais.
Dureza Total (mg/L)<br />
• Ferro (Fe)<br />
20<br />
18<br />
16<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03<br />
Rio Parnaíba<br />
RIB-02 RIB-01 RIB-06<br />
Rio Riozinho<br />
RIB-04<br />
Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-146<br />
Rio Riozinho<br />
Gráfico 9.2.4.1-8 Dureza total – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Rio Babilônia<br />
Nas águas superficiais, a presença de ferro está associada às características geoquímicas<br />
regionais, quase sempre acompanhado pelo manganês. Apesar de não ser um elemento<br />
tóxico, esse metal pode levar ao desenvolvimento de bactérias ferruginosas e produzir<br />
obstrução em canalizações.<br />
O ferro se encontra dissolvido na água na forma de bicarbonato (solúvel); na presença do<br />
oxigênio, transforma-se em hidróxido férrico (insolúvel), que se precipita nos sedimentos,<br />
sobretudo em pH alcalino. Quando adsorvido pelo ferro, o fósforo também tende a se<br />
precipitar, sendo novamente liberado na coluna d’água em ambientes anaeróbios e com pH<br />
inferior a 7.<br />
A Resolução CONAMA 357/05 (classe 2) e a Portaria 518/04 determinam o limite de 0,3<br />
mg/L para ferro dissolvido.<br />
Das amostras que foram analisadas de concentração de ferro em dissolução, apenas duas<br />
não excederam a norma estabelecida: RIB01 no rio Parnaíba e RIB06 no rio Riozinho,<br />
ambas ocorrendo na 2ª campanha. O Gráfico 9.2.4.1-9 mostra os dados disponíveis para o<br />
ferro dissolvido.
Ferro Dissolvido (mg/L)<br />
• Fósforo<br />
0,8<br />
0,7<br />
0,6<br />
0,5<br />
0,4<br />
0,3<br />
0,2<br />
0,1<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
Babilônia<br />
1ª Campanha 2ª Campanha V.M.P<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-147<br />
Rio Riozinho<br />
Gráfico 9.2.4.1-9 Ferro dissovido – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Rio Babilônia<br />
O fósforo na água ocorre principalmente nas formas de ortofosfato, polifosfato e fósforo<br />
orgânico. Os ortofosfatos são biodisponíveis e, uma vez assimilados, são convertidos em<br />
fosfato orgânico e em fosfatos condensados. Após a morte de um organismo, os fosfatos<br />
condensados são liberados na água, passando a ser assimilados pelas algas após sua<br />
conversão a ortofosfato, processo executado por bactérias.<br />
Em comparação com outros componentes estruturais dos seres vivos, o fósforo é o menos<br />
abundante e em geral o principal fator limitante à produtividade dos sistemas hídricos.<br />
Concentrações de fósforo total de ambientes lênticos superiores a 0,01 mg/L propiciam a<br />
eutrofização das águas. Sua liberação dos sedimentos depende, sobretudo, do pH e das<br />
condições redox predominantes.<br />
As principais fontes de fósforo às águas na região estão associadas a cargas difusas<br />
geradas, basicamente, pela criação de animais, cujo aporte de dejetos ocorre mais<br />
intensamente durante as primeiras precipitações, favorecendo o desenvolvimento de algas<br />
em ambientes com maior transparência.<br />
A Resolução CONAMA 357/2005 define para ambientes lóticos e lênticos os limites<br />
máximos de 0,1 e 0,03 mg/L respectivamente.<br />
Para resultados de fósforo orgânico, as concentrações variam de 0,009 mg/L na 2ª<br />
campanha ocorrida no rio Riozinho (RIB-06) até 0,16 mg/L na 1ª campanha ocorrida no<br />
curso do rio Parnaíba em RIB-07.Tal distribuição está representada pelo Gráfico 9.2.4.1-10.
Fosfato Orgânico (mg/L)<br />
0,18<br />
0,16<br />
0,14<br />
0,12<br />
0,1<br />
0,08<br />
0,06<br />
0,04<br />
0,02<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-148<br />
Rio Riozinho<br />
Gráfico 9.2.4.1-10 Fosfato Orgânico – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Rio Babilônia<br />
Para o ortofosfato, as concentrações chegaram a 0,029 mg/L em RIB-01 durante a 1ª<br />
campanha, como descrito pelo gráfico 9.2.4.1-11.<br />
Fosfato Orto (mg/L)<br />
0,035<br />
0,03<br />
0,025<br />
0,02<br />
0,015<br />
0,01<br />
0,005<br />
0<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-11 Ortofosfato – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
As amostras da 2ª campanha não ultrapassaram o valor estabelecido pela Resolução<br />
CONAMA 357/05, contudo todas as aferições feitas no corpo do rio Parnaíba apresentou<br />
níveis de fósforo total acima dos valores estabelecidos enquanto os afluentes se mantiveram<br />
em níveis inferiores em ambas as campanhas, o máximo valor encontrado foi para RIB-05<br />
durante a 1ª campanha (Gráfico 9.2.4.1-12).
Fósforo Total (mg/L)<br />
0,35<br />
0,3<br />
0,25<br />
0,2<br />
0,15<br />
0,1<br />
0,05<br />
• Manganês (Mn)<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha V.M.P<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-149<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-12 Fósforo Total – AHE Ribeiro GonçalvesFósforo (P).<br />
O manganês é um elemento encontrado na maioria das rochas ígneas estando associado<br />
freqüentemente ao ferro, com o qual possui alto grau de semelhança no comportamento<br />
químico no ambiente. Concentrações elevadas desses elementos conferem gosto e sabor<br />
às águas. O limite estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 (classe 2) e pela Portaria<br />
518/04 é 0,1 mg/L.<br />
Os valores obtidos para as concentrações de manganês nos corpos d’água analisados não<br />
superaram a Resolução vigente, sendo que o valor máximo encontrado foi de 0,03 mg/L na<br />
1ª campanha em RIB01, como pode ser visto no Gráfico 9.2.4.1-13.<br />
Manganês (mg/L)<br />
0,035<br />
0,03<br />
0,025<br />
0,02<br />
0,015<br />
0,01<br />
0,005<br />
0<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03<br />
Rio Parnaíba<br />
RIB-02 RIB-01 RIB-06<br />
Rio Riozinho<br />
RIB-04<br />
Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-13 Manganês – AHE Ribeiro Gonçalves
• Mercúrio (Hg)<br />
O mercúrio é encontrado na natureza principalmente nas rochas sedimentares e nos<br />
sedimentos argilosos. Ao sofrer o processo de metilação pelos seres vivos, esse elemento<br />
passa para a forma orgânica, podendo ser acumulado pelos organismos na cadeia<br />
alimentar. É um elemento altamente tóxico ao homem e aos organismos aquáticos,<br />
condicionando padrões legais bastante restritivos para sua presença nas águas.<br />
A concentração limite para o mercúrio é a menor dentre os parâmetros inorgânicos da<br />
Resolução CONAMA 357/2005, chegando ao valor de 0,2 µg/L para as águas de classe 2.<br />
Não foi detectada a presença de mercúrio em nenhuma das amostras de água do presente<br />
estudo.<br />
• Níquel (Ni)<br />
O maior aporte de níquel para o meio ambiente é pela queima de combustíveis fósseis,<br />
seguido pela mineração e fundição, indústrias de eletrodeposição e em escalas mais<br />
reduzidas em artigos alimentícios que contem aromatizantes a base de níquel.<br />
Para as populações de peixe, ele apresenta toxicidade similar a do cobre, pois precipita<br />
secreção das mucosas branquiais, impedindo o peixe de respirar. Para o ser humano, a<br />
exposição ao níquel pode causar dermatites, afetar os nervos cardíacos e respiratórios e<br />
causar câncer.<br />
A Resolução CONAMA 357/05 normatiza para as classes 2 a concentração máxima de<br />
0,025 mg/L. Não foi detectada a presença de níquel em nenhuma das amostras de água<br />
coletada no presente estudo.<br />
• Nitrogênio (N)<br />
O nitrogênio participa da formação de proteínas no metabolismo dos seres vivos, podendo<br />
ser encontrado no meio aquático na forma orgânica (microrganismos, detritos orgânicos) e<br />
na forma inorgânica, especialmente amônia, nitrito e nitrato.<br />
Existem duas formas de nitrogênio encontradas na natureza: o nitrogênio reduzido e o<br />
nitrogênio oxidado. O nitrogênio reduzido compreende as formas nitrogenadas que<br />
apresentam número de oxidação negativo, como o nitrogênio orgânico e a amônia (NH4 + ). O<br />
nitrogênio orgânico é todo aquele que se liga a radicais carbônicos como as amidas e<br />
aminas, enquanto que o nitrogênio oxidado compreende as formas nitrato (NO3 - ) e nitrito<br />
(NO2 - ).<br />
Os processos de decomposição biológica levam à amonificação do nitrogênio presente nos<br />
compostos orgânicos. Em ambientes bem oxigenados, os produtos amoniacais são<br />
rapidamente convertidos a nitritos, que são extremamente instáveis no ambiente e, em<br />
seguida, a nitratos, elementos conservativos facilmente assimilados pelos organismos<br />
autótrofos (algas e vegetais em geral).<br />
Segundo informações da CETESB, nas zonas de autodepuração natural dos rios, o<br />
nitrogênio orgânico marca a zona de degradação dos compostos orgânicos, a amônia a<br />
zona de decomposição ativa, o nitrito em zona de recuperação e o nitrato em zonas de<br />
águas limpas.<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-150
As principais fontes artificiais de nitrogênio são esgotos sanitários (principalmente pela<br />
presença de uréia que libera amônia através de um processo de hidrólise), indústrias<br />
químicas, petroquímicas, siderurgia, farmacêuticas, de conservação de alimentos e lavagem<br />
de solos agrícolas fertilizados por águas pluviais. As fontes naturais de nitrogênio são a<br />
fixação biológica realizadas por bactérias e algas (assimilação de nitrogênio atmosférico), a<br />
fixação química (em presença de luz) e a lavagem atmosférica.<br />
A amônia é altamente tóxica aos seres vivos e acarreta consumo de oxigênio dissolvido em<br />
água, enquanto que os nitratos podem causar, em concentrações elevadas, a doença<br />
denominada metahemoglobinemia. Existem duas formas de amônia intercambiáveis – a<br />
ionizada (íon amônio NH4+) e a não ionizada (amônia livre - NH3). Quanto maior o pH da<br />
amostra, maior é a proporção da amônia livre, que é mais tóxica, em relação ao íon amônio.<br />
O nitrogênio amoniacal em água doce é controlado pela Resolução CONAMA 357/05 em<br />
faixas que variam de acordo com o pH. Para águas classe 2, a legislação define o máximo<br />
de 3,7 mg/L de nitrogênio amoniacal (pH inferior a 7,5); até 2,0 mg/L (pH entre 7,5 e 8,0);<br />
até 1,0 mg/L (pH entre 8,0 a 8,5) e 0,5 mg/L (pH superior a 8,5). A Portaria 518/04<br />
estabelece para águas potáveis o valor máximo de 1,5 mg/L .<br />
A soma das frações de nitrogênio amoniacal e orgânico é expressa pelo resultado de<br />
nitrogênio Kjeldahl, parâmetro não contemplado pela legislação, assim como o nitrogênio<br />
orgânico. A Resolução CONAMA 357/05 e a Portaria 518/04 estabelecem o valor máximo<br />
de 1 mg/L para nitrogênio na forma de nitrito. Para nitrogênio na forma de nitrato essas<br />
duas legislações estabelecem o valor máximo de 10 mg/L.<br />
As concentrações de nitrogênio amoniacal obtidas nas amostras coletadas em ambas as<br />
campanhas foram muito baixas, com valor máximo de 0,21 mg/l, o que representa cerca de<br />
5% do limite permitido pela legislação, conforme indicado pela Gráfico 9.2.4.1-14.<br />
Nitrogênio Amoniacal (mg/L)<br />
0,25<br />
0,2<br />
0,15<br />
0,1<br />
0,05<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Rio Riozinho Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-151<br />
Rio Riozinho<br />
Gráfico 9.2.4.1-14 Nitrogênio amoniacal – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Rio Babilônia<br />
As concentrações de nitrogênio nitrato também foram bem inferiores ao limite etabelecido<br />
pela Resolução CONAMA, sendo que RIB07 apresentou o maior valor de concentração de<br />
nitrato, durante a 1ª campanha: 0,11 mg/l (Gráfico 9.2.4.1-15).
Nitrogênio Nitrato (mg/L)<br />
0,12<br />
0,1<br />
0,08<br />
0,06<br />
0,04<br />
0,02<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Rio Riozinho Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-152<br />
Rio Riozinho<br />
Gráfico 9.2.4.1-15 Nitrogênio nitrato – AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Rio Babilônia<br />
Os teores de nitrito nos corpos d’água analisados também foram baixas,com valor máximo<br />
obtido no ponto RIB08 durante a 2ª campanha: 0,07mg/L (Gráfico 9.2.4.1-16).<br />
Nitrogênio Nitrito (mg/L)<br />
0,08<br />
0,07<br />
0,06<br />
0,05<br />
0,04<br />
0,03<br />
0,02<br />
0,01<br />
0<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-16 Nitrogênio nitrito – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
As concentrações de nitrogênio orgânico encontradas nas duas campanhas não superaram<br />
1,0mg/L, ocorrido em RIB02, na 1ª campanha (Gráfico 9.2.4.1-17).
Nitrogênio Orgânico (mg/L)<br />
3,5<br />
3<br />
2,5<br />
2<br />
1,5<br />
1<br />
0,5<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba<br />
Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-153<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-17 Nitrogênio orgânico – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
• Oxigênio Dissolvido - OD<br />
A concentração de oxigênio dissolvido nas águas é de fundamental importância à biota<br />
aquática, pois condiciona a sobrevivência de seres aeróbios, incluindo peixes.<br />
O consumo de oxigênio nos sistemas hídricos ocorre em geral pelos processos biológicos<br />
de decomposição da matéria orgânica. A introdução desses compostos em excesso no meio<br />
aquático pode gerar ambientes anaeróbios, sobretudo nas camadas mais profundas de rios,<br />
açudes e represas, com concomitante produção de metano, sulfetos, entre outros produtos<br />
que conferem odor característico.<br />
A alta concentração de materiais orgânicos leva também à formação de ambientes<br />
redutores nos sedimentos, processo que torna os metais pesados e os compostos de<br />
fósforo mais solúveis e biodisponíveis no ambiente.<br />
Em águas doces, o nível de oxigênio dissolvido deve ser, no mínimo, igual a 5 mg/L,<br />
conforme preconizado pela Resolução CONAMA 357/05 (classe 2), não havendo<br />
especificações de padrões pela Portaria 518/04.<br />
Todos os valores de OD determinados no presente estudos se enquadram dentro da<br />
Resolução CONAMA 357/05 para águas classe 2, sendo que o intervalo de valores é de<br />
5 mg/L para RIB08 até 6,2 mg/L para RIB02, ambos na 1ª campanha de campo, conforme<br />
mostrado no Gráfico 9.2.4.1-18.
Oxigênio Dissolvido (mg/L)<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
Babilônia<br />
1ª Campanha 2ª Campanha V.Min.P<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-154<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-18 Oxigênio Dissolvido (OD) – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
• pH – Potencial Hidrogeniônico<br />
O pH define o caráter ácido, básico ou neutro de uma amostra. Sua influência nos<br />
ecossistemas aquáticos naturais ocorre diretamente sobre os aspectos fisiológicos dos<br />
organismos ou, indiretamente, contribuindo para a precipitação dos elementos químicos e<br />
na toxicidade de compostos diversos. Em meio ácido, os metais pesados tendem a ter maior<br />
biodisponibilidade, aumentando seu nível de toxicidade.<br />
De acordo com a Resolução CONAMA 357/05, as águas classe 2 devem manter o pH na<br />
faixa entre 6 e 9. Com exceção do ponto RIB08, todas as amostras analisadas na 2ª<br />
campanha não se enquadram nesse intervalo, apresentado valores de pH inferiores a 6<br />
(ácido). Esse mesmo resultado foi obtido no ponto RIB04 (ribeirão Babilônia) durante a 1ª<br />
campanha. A representação desses dados é indicada no Gráfico 9.2.4.1-19.<br />
pH<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha V.Max.P V.Min.P Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-19: pH – AHE Ribeiro Gonçalves
• Sólidos Totais<br />
Nas águas naturais, os sólidos se apresentam em diversas frações. Denominam-se sólidos<br />
totais a soma das parcelas em suspensão e dissolvidas presentes em determinada amostra.<br />
Essas parcelas podem ter origem orgânica (sólidos voláteis) ou inorgânica (sólidos fixos).<br />
- Sólidos suspensos totais<br />
Os sólidos suspensos compreendem partículas inorgânicas (areia, silte, argila) bem como<br />
detritos orgânicos (algas, bactérias, folhas em decomposição). Processos erosivos na bacia<br />
de drenagem contribuem com teores elevados de sólidos em suspensão aos corpos hídricos<br />
receptores, especialmente no período chuvoso, interferindo na turbidez das águas.<br />
Quando em grande quantidade, podem causar danos à vida aquática, pois, além de reduzir<br />
a quantidade de luz necessária aos processos fotossintéticos, tendem a sedimentar no leito<br />
dos rios, modificando o habitat de organismos bentônicos. Podem ainda reter bactérias e<br />
resíduos orgânicos no sedimento de fundo, favorecendo a decomposição anaeróbia. Não há<br />
na legislação padrões para sólidos em suspensão.<br />
As concentrações de sólidos suspensos variam, conforme mostrado no gráfico Gráfico<br />
9.2.4.1-20, entre 18mg/L e 460mg/L, sendo os mesmos encontrados na 1ª campanha<br />
respectivamente nos pontos RIB05 (rio Parnaíba) e RIB04 (ribeirão Babilônia).<br />
Sólidos Suspensos Totais (mg/L)<br />
500<br />
450<br />
400<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
- Sólidos dissolvidos totais<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-155<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-20 Sólidos Suspensos – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Sólidos dissolvidos são constituídos por carbonatos, bicarbonatos, cloretos, sulfatos,<br />
fosfatos entre outros, refletindo no resultado de diversos parâmetros, como salinidade,<br />
condutividade e pH.<br />
Segundo a Resolução CONAMA 357/05, as amostras de águas classe 2 não podem conter<br />
sólidos dissolvidos em concentrações superiores a 500 mg/L.
A quantidade aferida de sólidos dissolvidos nas amostras da AID do AHE Ribeiro Gonçalves<br />
foi cerca de 10 vezes inferior àquela determinada pela resolução vigente, sendo que o<br />
máximo ocorreu no rio Parnaíba em RIB05 e RIB02 na 2ª campanha de campo, sob o valor<br />
de 48 mg/L. Já o valor mínimo encontrado para os sólidos dissolvidos foi de 10 mg/L na 1ª<br />
campanha, obtido no ribeirão Babilônia (RIB04).<br />
O Gráfico 9.2.4.1-21 ilustra os resultados encontrados nas análises laboratoriais.<br />
Sólidos Dissolvidos Totais (mg/L)<br />
• Turbidez<br />
60<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03<br />
Rio Parnaíba<br />
RIB-02 RIB-01 RIB-06<br />
Rio Riozinho<br />
RIB-04<br />
Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-156<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-21 Sólidos Dissolvidos – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
A turbidez da água é a medida da sua capacidade de dispersar luz em função das partículas<br />
em suspensão (silte, argila, microrganismos). Valores elevados de turbidez geralmente<br />
indicam contribuição de sólidos a partir da área de drenagem e podem interferir na atividade<br />
fotossintética de um corpo d'água. Quando sedimentadas, as partículas formam bancos de<br />
lodos que propiciam a digestão anaeróbia, levando à formação de gases.<br />
A Resolução CONAMA 357/05 determina o máximo de 100 UNT para águas doces classe 2.<br />
O limite definido pela Portaria 518/04 é de 5 UNT.<br />
Observa-se em todo curso do rio Parnaíba uma efetiva redução na turbidez entre as<br />
campanhas, sendo que os valores mínimo e o máximo ocorreram no mesmo ponto (RIB05),<br />
com 225 FTU e 18 FTU respectivamente. Tal comportamento é mostrado pelo Gráfico<br />
9.2.4.1-22.
Turbidez (FTU)<br />
• Zinco (Zn)<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha V.M.P Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-157<br />
Rio Riozinho<br />
Gráfico 9.2.4.1-22 Turbidez – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Rio Babilônia<br />
O zinco é um metal amplamente distribuído na natureza, sendo comum o seu uso na forma<br />
metálica ou em sais do metal, estando presente nas habitações (telhas, utensílios) e em<br />
produtos diverso. Esse metal se acumula facilmente nos organismos aquáticos filtradores e<br />
nos peixes.<br />
Para este elemento, a Resolução CONAMA 357/05 define o limite de 0,18 mg/L para classe<br />
2, enquanto que a Portaria 518/04 estabelece como padrão de potabilidade o valor de 5<br />
mg/L.<br />
O valor limite do CONAMA não é excedido em nenhuma amostra, sendo que o máximo de<br />
concentração de zinco ocorre na 1ª campanha em RIB08 e na 2ª campanha em RIB01,<br />
ambos com o valor de 0,06 mg/L, conforme mostrado na Gráfico 9.2.4.1-23.
Zinco (mg/L)<br />
0,07<br />
0,06<br />
0,05<br />
0,04<br />
0,03<br />
0,02<br />
0,01<br />
• Clorofila -a<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-158<br />
Rio Riozinho<br />
Gráfico 9.2.4.1-23 Zinco – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Rio Babilônia<br />
A clorofila-a, comum a todos os seres autótrofos, é o pigmento responsável pela assimilação<br />
da energia luminosa no processo de síntese da matéria orgânica. Nos sistemas aquáticos,<br />
as algas são os principais organismos capazes de realizar a fotossíntese, de forma que o<br />
aumento na concentração de clorofila-a indica maior desenvolvimento de algas nesses<br />
ambientes.<br />
A Resolução CONAMA 357/05 indica que o valor máximo permitido para a concentração de<br />
clorofila-a em corpos d’água de classe 2 é 30 µg/l.<br />
Não foi detectada a presença de clorofila-a em nenhuma das amostras de água do presente<br />
estudo.<br />
• Coliformes Termotolerantes<br />
Coliformes termotolerantes (ou fecais) são bactérias presentes nas fezes humanas e de<br />
animais homeotérmicos, constituindo importante indicador da existência de microorganismos<br />
patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como<br />
febre tifóide, febre paratifóide, disenteria bacilar e cólera.<br />
A presença de coliformes fecais nas águas em toda a região consiste e um problema de<br />
grande relevância para a saúde pública, sobretudo nos mananciais destinados ao consumo<br />
humano sem prévio tratamento.<br />
A Resolução CONAMA 357/2005 estabelece o máximo de 1.000 coliformes termotolerantes<br />
para águas classe 2, enquanto que a Portaria 518/2004 prevê ausência desses organismos<br />
nas amostras de água.<br />
Os coliformes termotolerantes, analisados nas amostras coletadas na 1ª campanha,<br />
excederam o limite previsto pela legislação em vários pontos de amostragem. Nesse caso,<br />
destacam-se os tributários rio Riozinho e, principalmente, ribeirão Babilônia (RIB-04), com
46.000 NMP/100mL, que representa 46 vezes o limite permitido pela Resolução CONAMA<br />
supracitada, conforme representado em escala gráfica no Gráfico 9.2.4.1-24. Na 2ª<br />
campanha, apenas o RIB-08 (2.300 NMP/100mL) extrapolou o limite legal definido pela<br />
legislação.<br />
Coliformes Fecais (NMP/100mL)<br />
50.000<br />
45.000<br />
40.000<br />
35.000<br />
30.000<br />
25.000<br />
20.000<br />
15.000<br />
10.000<br />
5.000<br />
• Coliformes Totais<br />
0<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha V.M.P Babilônia<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-159<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-24 Coliformes Fecais (ou Termotolerantes) – AHE Ribeiro<br />
Gonçalves<br />
Resultados de coliformes totais representam, em cada amostra, a soma dos coliformes de<br />
origem fecal e não fecal, sendo estes últimos associadas aos materiais em decomposição<br />
nos solos e no ambiente aquático. A Portaria 518/2004 define como padrão para coliformes<br />
totais a ausência desses microrganismos em 100 ml da amostra. A Resolução CONAMA<br />
357/05 não apresenta limites para este parâmetro.<br />
Houve uma considerável redução entre as campanhas referente à ocorrência de coliformes<br />
totais, sendo que os valor máximo ocorre no rio Parnaíba em RIB-01 e no ribeirão Babilônia<br />
em RIB-04 (110.000 NMP/100mL) enquanto o mínimo ocorre no rio Parnaíba em RIB-03 (4<br />
NMP/100mL), valor este próximo ao limite de detecção desta variável em corpos d’água.<br />
O Gráfico 9.2.4.1-25 mostra os resultados dos laudos referentes aos coliformes totais.<br />
Na Tabela 9.2.4.1-2 e Gráfico 9.2.4.1-26 são apresentados os resultados do índice de<br />
qualidade da água de cada ponto de amostragem obtidos no AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
Na Tabela 9.2.4.1-3 e Gráfico 9.2.4.1-27 são apresentados os resultados do estado trófico<br />
de cada ponto de amostragem obtidos no AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
As Tabelas 9.2.4.1-4 e 9.2.4.1-5 apresentam os resultados das análises físicas, químicas e<br />
baceriológicas que subsidiaram este diagnóstico.
Coliformes Totais (NMP/100mL)<br />
120.000<br />
100.000<br />
80.000<br />
60.000<br />
40.000<br />
20.000<br />
0<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-160<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba<br />
Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-25 Coliformes Totais – AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Tabela 9.2.4.1-2 Índice de Qualidade da Água<br />
Ponto de<br />
Coleta<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
IQA Classificação IQA Classificação<br />
RIB-08 61,6 Boa 61,0 Boa<br />
RIB-07 47,3 Regular 71,5 Boa<br />
RIB-05 43,2 Regular 67,2 Boa<br />
RIB-03 54,3 Boa 76,0 Boa<br />
RIB-02 55,2 Boa 70,5 Boa<br />
RIB-01 40,4 Regular 71,7 Boa<br />
Corpo d'água<br />
Rio Parnaíba<br />
RIB-06 50,9 Regular 60,5 Boa Rio Riozinho<br />
RIB-04 42,1 Regular 63,3 Boa Ribeirão Babilônia<br />
IQA<br />
100<br />
90<br />
80<br />
70<br />
60<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba<br />
Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-25 Índice de Qualidade da Água
Tabela 9.2.4.1-3 - Índice do Estado Trófico<br />
Ponto de Coleta<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
IET Classificação IET Classificação<br />
RIB-08 65,8 Supereutrófico 54,8 Sem dados<br />
RIB-07 76,4 Hipereutrófico 53,2 Mesotrófico<br />
RIB-05 79,0 Hipereutrófico 54,8 Mesotrófico<br />
RIB-03 69,0 Hipereutrófico 49,2 Oligotrófico<br />
RIB-02 69,0 Hipereutrófico 57,2 Mesotrófico<br />
RIB-01 73,2 Hipereutrófico 58,0 Mesotrófico<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-161<br />
Corpo d'água<br />
Rio Parnaíba<br />
RIB-06 49,6 Oligotrófico 47,6 Oligotrófico Rio Riozinho<br />
RIB-04 56,0 Mesotrófico 44,8 Ultraoligotrófico Ribeirão Babilônia<br />
IET<br />
100<br />
90<br />
80<br />
70<br />
60<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
Rio Riozinho<br />
Rio Babilônia<br />
RIB-08 RIB-07 RIB-05 RIB-03 RIB-02 RIB-01 RIB-06 RIB-04<br />
Rio Parnaíba<br />
Rio Riozinho Ribeirão<br />
1ª Campanha 2ª Campanha<br />
Babilônia<br />
Gráfico 9.2.4.1-26 Índice do Estado Trófico<br />
Foi realizada uma análise de agrupamento para identificar fatores de agregação entre os<br />
diversos pontos de coleta em função da variação dos parâmetros analisados. Para essa<br />
análise foram consideradas as variáveis que tiveram um conjunto mais consistente de<br />
resultados, acima do limite de detecção do método analítico. Foi aplicada a análise de<br />
agrupamento, por meio do software PC-ORD, utilizando o cálculo da distância pelo método<br />
Bray-Curtis, e o método de agrupamento pela média do grupo.<br />
O Gráfico 9.2.4.1-27 apresenta o resultado do agrupamento dos pontos de coleta. Houve<br />
uma tendência de ordenação dos pontos do mês de março separando-os dos pontos do<br />
mês de junho, indicando que, apesar das cheias prolongadas no período de coleta, já se<br />
visualiza a tendência de alteração dos padrões hidroquímicos da água acompanhando a<br />
redução da vazão.<br />
O agrupamento das variáveis (Gráfico 9.2.4.1-28) reuniu aquelas mais relacionadas<br />
diretamente com a estação chuvosa: condutividade, alcalinidade total, dureza total, cor,<br />
sólidos suspensos, turbidez, cloreto, pH e oxigênio dissolvido.
Gráfico 9.2.4.1-27 Análise de agrupamento dos pontos de coleta.<br />
Um segundo grupo, menos homogêneo, foi formado por variáveis que também oscilaram de<br />
acordo com a vazão, mas provavelmente em escala menor, como as formas fosfatas e<br />
nitrogenadas. As variáveis bacteriológicas formaram um agrupamento à parte, devido à<br />
grande variação entre os dados entre março e junho. Essa variação sazonal parece justificar<br />
a discriminação entre os locais de amostragem, descritos anteriormente.<br />
Gráfico 9.2.4.1-28 Análise de agrupamento dos das variáveis de qualidade da água.<br />
Projeto Parnaíba <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-162
Tabela 9.2.4.1-4 Parâmetros Físicos Químicos e bacteriológicos no AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Parâmetro L.D. V.M.P Unidade<br />
Método de<br />
Referência<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-163<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão Babilônia<br />
RIB08 RIB07 RIB05 RIB03 RIB02 RIB01 RIB06 RIB04<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Data (2009) - - - 27/fev 4/jun 26/fev 4/jun 26/fev 4/jun 27/fev 4/jun 28/fev 5/jun 28/fev 5/jun 26/fev 4/jun 26/fev 4/jun<br />
Hora Inicial - - - 08:36 08:00 11:50 09:36 13:42 10:37 11:29 11:53 11:16 09:56 12:50 11:13 10:18 09:15 13:13 10:58<br />
Hora Final - - - 09:05 08:13 12:18 09:55 14:00 10:56 11:43 12:04 11:35 10:11 13:28 11:35 11:47 09:34 13:31 11:16<br />
Alcalinidade de Bicarbonato 2 - mg/L L5.102 6 5 10 6 10 5 8 13 8 4 5 4 3 3 2 4<br />
Alcalinidade de Carbonato - - mg/L L5.102 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0<br />
Alcalinidade de Hidróxido - - mg/L L5.102 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0<br />
Alumínio Dissolvido 0,1 0,1 mg/L L5.103 13 ND ND ND ND ND ND ND ND ND 3,81 ND ND ND ND ND<br />
Arsênio 0,01 0,01 mg/L L5.104 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Cádmio 0,001 0,001 mg/L L5.160 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Chumbo 0,01 0,01 mg/L L5.111 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Cloreto 0,5 250. mg/L L5.113 7,5 3,5 7,5 2,5 6,5 ND 10 2 8 3,5 10 3 7,5 4 10 2,5<br />
Cobre Dissolvido 0,002 0,009 mg/L L5.116 ND ND - ND - - - ND - - ND ND ND ND ND ND<br />
Condutividade (Campo) 0,1 - µS/cm L5.115 21,7 16,5 21,6 16,5 21,7 16,1 19,3 16 19,5 16,2 20,4 16,9 10,8 10,9 15,6 16,2<br />
Cor 5 75. mg/L L5.117 75 50 150 150 200 50 150 75 150 50 150 50 50 70 100 80<br />
Cromo Total 0,01 0,05 mg/L L5.119 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
DBO 1 5. mg/L L5.120 2 ND 3 ND 2 ND 4 ND 2 ND 14 ND 3 ND 12 ND<br />
DQO 6 - mg/L L5.121 14 ND 11 ND 9 ND 12 ND 13 ND 41 ND 19 ND 26 ND<br />
Dureza Total 2 - mg/L L5.124 14 9 15 18 19 7 12 16 11 9 12 8 5 3 13 4<br />
Ferro Dissolvido 0,03 0,3 mg/L L5.126 0,32 0,32 ND 0,74 ND ND ND 0,59 ND ND 0,51 0,3 0,36 0,18 0,56 0,33<br />
Fosfato Orgânico 0,003 - mg/L - 0,063 0,034 0,16 0,02 0,14 0,032 0,09 0,011 0,1 0,037 0,13 0,041 0,012 0,009 0,037 ND<br />
Fosfato Orto 0,003 - mg/L L5.128 0,017 ND 0,023 0,005 0,016 ND 0,01 0,011 0,01 ND 0,029 0,003 0,023 ND 0,015 ND<br />
Fósforo Total 0,003 0,1 mg/L L5.128 0,12 0,056 0,25 0,05 0,3 0,056 0,15 0,038 0,15 0,066 0,2 0,07 0,039 0,034 0,061 0,028<br />
Manganês 0,002 0,1 mg/L L5.133 ND 0,01 ND 0,02 ND ND ND 0,02 ND ND ND 0,03 ND 0,01 ND 0,01<br />
Mercúrio 0,0001 0,0002 mg/L L5.134 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Cont.
Tabela 9.2.4.1-4 Parâmetros Físicos Químicos e Bacteriológicos no AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Parâmetro L.D. V.M.P Unidade<br />
Método de<br />
Referência<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-164<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão Babilônia<br />
RIB08 RIB07 RIB05 RIB03 RIB02 RIB01 RIB06 RIB04<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Níquel 0,002 0,025 mg/L L5.135 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Nitrogênio Amoniacal 0,05 3,7 mg/L L5.136 ND 0,18 ND ND 0,18 0,21 0,07 ND ND 0,13 0,072 0,061 ND ND ND 0,069<br />
Nitrogênio Nitrato 0,02 10 mg/L L5.137 0,08 0,08 0,11 ND 0,05 ND 0,07 ND 0,05 0,02 0,083 ND 0,06 0,08 ND 0,02<br />
Nitrogênio Nitrito 0,005 1 mg/L L5.138 ND 0,07 ND ND 0,008 ND 0,02 ND ND ND ND ND 0,014 ND 0,013 0,06<br />
Nitrogênio Orgânico - - mg/L - 0,26 0,17 1 0,05 0,75 0,17 1,84 0,1 3,08 0,09 0,49 0,55 0,22 ND 0,28 0,081<br />
Oxigênio Dissolvido (Campo) 0,1 > 5 mg/L L5.186 6 5 6,1 5,4 6 5,7 6 5,3 6,2 5,1 5,9 5,3 6 5,1 5,5 5,4<br />
pH (Campo) 0,01 6,0 – 9,0 UpH L5.145 6,39 6,39 6,66 5,31 6,39 5,35 6,61 5,38 6,47 5,37 6,18 5,6 6,11 5,34 5,89 5,31<br />
Salinidade - - mg/L - ND ND ND ND ND ND ND ND ND 0 ND ND ND ND ND ND<br />
Sólidos Dissolvidos Totais 1 500. mg/L L5.149 24 32 12 17,6 28 48 12,5 17,6 12,8 48 15 29 34 38 10 23<br />
Sólidos Suspensos Totais 1 - mg/L L5.149 64 20 380 39 460 77 280 29 295 83 260 21 26 36 18 78<br />
Turbidez 0,02 100. FTU L5.156 70 35 170 50 225 18 140 32 135 21 125 26 24 25 25 21<br />
Zinco 0,001 0,18 mg/L L5.158 0,06 0,04 ND 0,04 ND ND ND 0,02 ND ND 0,04 0,06 ND 0,01 0,02 0,03<br />
Clorofila A - 0,03 mg/L 21ª edição A A A A A A A A A A A A A A A A<br />
Coliformes Totais 3 - NMP/100mL 21ª edição Standard 46000 15000 21000 15 46000 1100 2300 4 4300 150 110000 1100 46000 1100 110000 1100<br />
Coliformes Termotolerantes 3 1000. NMP/100mL 21ª edição Standard 2300 2300 9300 A 24000 150 900 A 900 15 9300 11 24000 460 46000 460
Tabela 9.2.4.1-5 Agrotóxicos dos pontos amostrais do AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Parâmetro L.D. V.M.P Unidade<br />
Método de<br />
Referência<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-165<br />
Rio Parnaíba Rio Riozinho Ribeirão Babilônia<br />
RIB08 RIB07 RIB03 RIB01 RIB06 RIB04<br />
1ª 2ª 2ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Data (2009) - - - - 27/fev 04/jun 04/jun 04/jun 28/fev 05/jun 26/fev 04/jun 26/fev 04/jun<br />
Hora Inicial - - - - 08:36 8:00 9:36 11:53 12:50 11:13 10:18 9:15 13:13 10:58<br />
Hora Final - - - - 09:05 8:13 9:55 12:04 13:28 11:35 11:47 9:34 13:31 11:16<br />
2,4,5-T 0,007 4. mg/L EPA 8140 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
2,4,5-TP 0,007 10. mg/L EPA 8140 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
2,4-D 0,007 2. mg/L EPA 8140 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Acrilamida 0,005 0,5 mg/L EPA 8032 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Alacloro 0,001 0,1 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Aldrin + Dieldrin 0,007 0,01 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Carbaril 0,003 0,02 mg/L EPA 632 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Clordano (cis+trans) 0,007 0,01 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
DDT (P,P´- DDE + p,p´- DDD) 0,007 0,01 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Demeton (Demeton-O + Demeton-S) 0,003 1. mg/L EPA 8141 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Dodecacloro Pentaciclodecano 0,007 0,01 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Endossulfan (I, II e Sulfato) 0,001 0,01 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Endrin 0,007 0,01 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Heptacloro Epóxi - Heptacloro 0,007 0,01 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Glifosato 0,1 65. mg/L EPA 547 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Guthion 0,003 1. mg/L EPA 8141 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Hexaclorobenzeno 0,007 0,01 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Lindano (y – HCH) 0,007 0,01 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Melation 0,007 1. mg/L EPA 8141 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Metolacloro 0,002 0,1 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Metoxicloro 0,007 0,1 mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Paration 0,007 1. mg/L EPA 8141 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Simazina 0,003 2. mg/L EPA 619 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND<br />
Toxafeno 0,007 1. mg/L EPA 8081 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND
9.2.4.2 Qualidade dos Sedimentos<br />
Na Tabela 9.2.4.2-1 são apresentados os resultados das análises laboratoriais referentes à<br />
qualidade dos sedimentos, onde se verifica que os parâmetros regulamentados pela<br />
Resolução CONAMA 344/04 situa-se abaixo do Nível 1, ou seja, apresentam baixa<br />
probabilidade de efeitos adversos à biota.<br />
Tabela 9.2.4.2-1- Análise da Qualidade do Sedimento<br />
Parâmetro L.D. Unidade<br />
Método de<br />
Referência<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-166<br />
Rio Parnaíba<br />
RIB08 RIB05 RIB01<br />
1ª 2ª 2ª 1ª 2ª<br />
Data (2009) - - 27/fev 04/jun 04/jun 28/fev 05/jun<br />
Hora Inicial - - 08:36 8:00 10:37 12:50 11:13<br />
Hora Final - - 09:05 8:13 10:56 13:28 11:35<br />
Alumínio 0,1 mg/Kg L 5.103 4218 4037 39,5 4916 ND<br />
Bário 0,02 mg/Kg L 5.105 1,27 14,8 2,65 10,8 ND<br />
Cádmio 0,001 mg/Kg L 5.160 ND ND ND ND ND<br />
Chumbo 0,01 mg/Kg L 5.111 ND ND ND ND ND<br />
Cobre 0,002 mg/Kg L 5.116 1,07 2,56 ND 0,92 ND<br />
Cromo Total 0,01 mg/Kg L 5.119 10,1 11,4 2,27 10,3 2,1<br />
Fosfato Total 0,003 mg/Kg L 5.119 111 77 12 76 11,5<br />
Ferro 0,03 mg/Kg L 5.126 5435 3776 544 3904 351<br />
Manganês 0,002 mg/Kg L 5.133 41,8 61,5 15,5 30,5 9,95<br />
Prata 0,001 mg/Kg L 5.165 ND ND ND ND ND<br />
pH (Campo) 0,01 UpH L 5.145 6,56 6,39 5,35 6,18 5,6<br />
Sódio 0,005 mg/Kg L 5.182 173 101 31,9 169 35,7<br />
Zinco 0,001 mg/Kg L 5.158 8 7,34 1,32 6,24 3,25<br />
2,4,5-T 0,007 mg/Kg EPA 8140 ND ND ND ND ND<br />
2,4,5-TP 0,007 mg/Kg EPA 8140 ND ND ND ND ND<br />
2,4-D 0,007 mg/Kg EPA 8140 ND ND ND ND ND<br />
Acrilamida 0,005 mg/Kg EPA 8032 ND ND ND ND ND<br />
Alacloro 0,001 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Aldrin + Dieldrin 0,007 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Carbaril 0,003 mg/Kg EPA 632 ND ND ND ND ND<br />
Clordano (cis+trans) 0,007 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
DDT (P,P´- DDE + p,p´- DDD) 0,007 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Demeton (Demeton-O + Demeton-S) 0,003 mg/Kg EPA 8141 ND ND ND ND ND<br />
Melation 0,001 mg/Kg EPA 8141 ND ND ND ND ND<br />
Metolacloro 0,002 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Metoxicloro 0,007 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Paration 0,001 mg/Kg EPA 8141 ND ND ND ND ND<br />
Simazina 0,003 mg/Kg EPA 619 ND ND ND ND ND<br />
Toxafeno 0,007 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Trifuralina 0,003 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Dodecacloro Pentaciclodecano 0,0008 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Endossulfan (I, II e Sulfato) 0,001 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Endrin 0,007 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Heptacloro Epóxi - Heptacloro 0,007 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Glifosato 0,1 mg/Kg EPA 547 ND ND ND ND ND<br />
Guthion 0,003 mg/Kg EPA 8141 ND ND ND ND ND<br />
Hexaclorobenzeno 0,007 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND<br />
Lindano (y – HCH) 0,007 mg/Kg EPA 8081 ND ND ND ND ND
Mesma consideração refere-se ao fósforo total, com índice abaixo do valor de alerta de<br />
2.000 mg/kg, o qual representaria possibilidade de ocorrer prejuízos ao ambiente aquático.<br />
9.2.4.3 Comunidades aquáticas<br />
a) Fitoplâncton<br />
A comunidade fitoplanctônica reúne organismos microscópicos que vivem nas camadas<br />
superficiais das águas, deslocando-se com a correnteza. Fazem parte dessa comunidade as<br />
algas e as cianobactérias, um dos grupos autotróficos mais primitivos, antes denominados<br />
algas azuis.<br />
O fitoplâncton realiza fotossíntese, e exerce no ambiente aquático papel similar ao das<br />
plantas no ambiente terrestre. As algas assimilam nutrientes minerais disponíveis na água,<br />
em especial nitrogênio e fósforo, tendendo a apresentar grande desenvolvimento em<br />
ambientes lênticos (de pouca correnteza), com alta luminosidade e enriquecidos com sais<br />
minerais.<br />
Uma importante característica dos organismos fitoplanctônicos é a rápida resposta que<br />
apresentam às alterações ambientais, em função do curto ciclo de vida, o que os torna<br />
eficientes indicadores da qualidade da água (Reynolds, 1997).<br />
Normalmente, ambientes em equilíbrio propiciam a manutenção de grande diversidade de<br />
espécies, associada a um pequeno número de indivíduos de cada espécie. Em contraste,<br />
cursos d'água que sofrem interferências antrópicas tendem a eliminar os organismos mais<br />
sensíveis, selecionando as comunidades mais resistentes que, por sua vez, passam a<br />
proliferar em maior quantidade. Desta propriedade deriva o conceito ecológico de<br />
diversidade de espécies, que tem aplicação nos estudos de indicadores biológicos de<br />
poluição (Branco, 1986).<br />
A seguir são apresentados os resultados das análises qualitativa e quantitativa do<br />
fitoplâncton da primeira (fevereiro/2009) e segunda campanha (junho/2009) de amostragem<br />
realizadas na área de influência direta do AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
- Análise Qualitativa<br />
A análise qualitativa do fitoplâncton, em ambos os períodos amostrados, apontou na AID de<br />
Ribeiro Gonçalves um baixo valor de riqueza de espécies, com um total de 28 táxons<br />
pertencentes a sete classes distintas: Bacillariophyceae (12), Zygnemaphyceae (5),<br />
Chlorophyceae (4), Euglenophyceae (3), Chrysophyceae (2), Cyanobacteria (1) e<br />
Cryptophyceae (1), conforme apresentado na Tabela 9.2.4.3-1.<br />
Quanto à contribuição dos grupos taxonômicos à riqueza fitoplanctônica, destacou-se em<br />
ambas as coletas os representantes da classe Bacillariophyceae (diatomáceas),<br />
compreendendo 12 táxons (42,86%). Essas algas são recobertos por carapaça de sílica,<br />
que propiciam elevadas taxas de sedimentação no leito dos rios e na vegetação submersa.<br />
Assim, a maior riqueza de diatomáceas, detectada principalmente no rio Parnaíba e no<br />
ribeirão Babilônia, pode ser atribuída à ressuspensão desses organismos ocasionada pela<br />
turbulência do ambiente aquático durante o período chuvoso.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-167
A segunda classe mais representativa em termos de riqueza no AHE Ribeiro Gonçalves foi<br />
Zygnemaphyceae, contribuindo com 5 táxons (17,86%). Geralmente, as zignemafíceas são<br />
encontradas em grande variedade nos ambientes aquáticos de águas límpidas, habitando<br />
preferencialmente em corpos d´água oligotróficos, porém, algumas espécies se<br />
desenvolvem em águas eutróficas. A presença de espécies pertencentes à essa classe<br />
indica que o ambiente analisado não sofre influências antrópicas significativas, como<br />
introdução de despejos domésticos, industriais ou produtos resultantes de atividades de<br />
extração de minério. Ao mesmo tempo, eventuais alterações nessas comunidades podem<br />
apontar, no futuro, interferências nos sistemas aquáticos em estudo.<br />
As clorofíceas (Chlorophyceae) ocuparam a terceira posição em relação à riqueza de<br />
espécies, totalizando em ambas as campanhas 4 táxons (14,29%). Essa classe, que inclui<br />
as algas verdes, comporta imensa variedade morfológica de organismos, os quais podem<br />
ter hábitos planctônicos e/ou bentônicos e se desenvolver em ambientes de amplo espectro<br />
de salinidade (águas doces, salobras e salinas) e de trofia (oligotróficas a eutróficas). A<br />
predominância de determinadas espécies de clorofíceas pode indicar ambientes que<br />
sofreram pequeno grau de interferência das atividades humanas.<br />
As euglenofíceas (Euglenophyceae) reuniram em conjunto apenas 3 táxons (10,71%), todos<br />
pertencentes ao gênero Trachelomonas (Figura 9.2.4.3-1), assumindo maior relevância na<br />
segunda campanha. As euglenofíceas são organismos que se desenvolvem<br />
preferencialmente em águas ricas em substâncias orgânicas, onde se proliferam<br />
massivamente, podendo formar florações. O fato de poderem se movimentar através dos<br />
flagelos representa uma vantagem competitiva em ambientes com elevada turbidez, e<br />
permite, ainda, que essas algas utilizem nutrientes acumulados em camadas mais<br />
profundas, retornando a seguir para a região eufótica.<br />
Por sua vez, as algas das classes Chrysophyceae e Cryptophyceae foram representadas<br />
nas duas campanhas por dois e um táxon, respectivamente, mantendo pequena<br />
representatividade na matriz fitoplanctônica na AID do AHE Ribeiro Gonçalves. Segundo<br />
Bird e Kalff (1987), as crisofíceas, além de realizar fotossíntese, apresentam comportamento<br />
heterotrófico, com possibilidade de se alimentar de bactérias e de detritos em<br />
decomposição. Trabalhos conduzidos em igarapés amazônicos (CNEC, 2009), evidenciam<br />
que o crescimento do gênero Chromulina é mais pronunciado em épocas de inundação das<br />
matas de igapó, sugerindo o mesmo comportamento no ambiente estudado, a exemplo do<br />
rio Riozinho, onde se verificou o afogamento de parte da vegetação ciliar durante o<br />
enchimento dos rios. As criptofíceas são consideradas oportunistas, pois seu aumento em<br />
geral está relacionado ao declínio de outros grupos algais, sendo favorecidas pelo<br />
aparecimento de nichos temporários.<br />
Importante destacar a pequena contribuição das cianobactérias na rede de amostragem do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves, registrando-se apenas uma espécie do gênero Oscillatoria no rio<br />
Parnaíba (RIB 05) durante a primeira campanha. As cianobactérias são organismos<br />
procarióticos, unicelulares, filamentosos ou coloniais, estando, muitas espécies envolvidas<br />
em mucilagem, estratégia que favorece sua permanência na superfície da água para<br />
obtenção de luz. Algumas espécies apresentam heterocistos, estrutura que permite fixar o<br />
nitrogênio diretamente do ar atmosférico; assim, o fósforo é o principal fator limitante ao seu<br />
desenvolvimento.<br />
A inexpressiva representação de cianobactérias no ambiente aquático analisado é um<br />
aspecto favorável, pois muitas espécies se desenvolvem em grande quantidade em<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-168
ambientes lênticos, formando florações que podem resultar na liberação de toxinas às<br />
águas, comprometendo os seus usos múltiplos.<br />
No conjunto fitoplanctônico amostrado, os valores máximos de riqueza específica foram<br />
registrados na primeira campanha nos Pontos RIB 04 (ribeirão Babilônia) e RIB 05 (rio<br />
Parnaíba), cada um deles com oito táxons. Em contraste, computaram-se os menores<br />
valores nos Pontos RIB 07 e RIB 06 (2 táxons, cada).<br />
Comparando-se as duas campanhas, observou-se uma tendência de redução da riqueza<br />
geral de espécies nos Pontos RIB 05 e RIB 06 e um comportamento oposto no Ponto RIB<br />
07. Os demais pontos da rede amostral (RIB 02 e RIB 04) mantiveram praticamente a<br />
mesma riqueza específica (Gráfico 9.2.4.3-1). Na maioria dos pontos a classe<br />
Bacillariophyceae foi predominante, especialmente nos Pontos RIB 05 e RIB 04 (5 táxons,<br />
cada) durante a primeira campanha.<br />
Tabela 9.2.4.3-1 Riqueza do Fitoplâncton (N° de Táxons) - AHE Ribeir o Gonçalves<br />
Composição<br />
Taxonômica<br />
Rio Parnaíba<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-169<br />
Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio<br />
Riozinho<br />
RIB02 RIB05 RIB07 RIB04 RIB06<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Riqueza<br />
Total<br />
Cyanobacteria 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 3,57<br />
Cryptophyceae 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 3,57<br />
Chrysophyceae 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2 7,14<br />
Riqueza<br />
Relativa<br />
(%)<br />
Euglenophyceae 1 2 0 1 0 1 0 2 1 1 3 10,71<br />
Chlorophyceae 0 2 1 0 0 0 1 1 1 1 4 14,29<br />
Zygnemaphyceae 1 0 0 0 0 1 2 1 0 0 5 17,86<br />
Bacillariophyceae 2 2 5 3 2 3 5 3 1 0 12 42,86<br />
Total 5 6 8 4 2 5 8 7 4 2 28 100,00<br />
Nº de Taxa<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Rio Parnaíba Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio Riozinho<br />
Cyanobacteria Chlorophyceae Zygnemaphyceae Euglenophyceae<br />
Bacillariophyceae Cryptophyceae Chrysophyceae<br />
Gráfico 9.2.4.3-1 Riqueza do Fitoplâncton (N° de Táxons) - AHE Ribeiro Gonçalves
Do ponto de vista da distribuição espacial (Tabela 9.2.4.3-2), a maior parte dos táxons<br />
inventariados nas duas campanhas surgiu com freqüência abaixo de 50%. Nesse sentido,<br />
considera-se, na AID do AHE Ribeiro Gonçalves, ocasional a presença dos gêneros<br />
Oscillatoria, Chlorococcum, Pleurotaenium, Nitzschia, Cryptomonas, Chromulina e<br />
Mallomonas. As espécies mais comuns no ambiente amostrado foram Achnanthes sp.<br />
(80%), Eunotia sp1. (60%), Cymbella sp1. (60%), pertencentes à classe Bacillariophyceae.<br />
Achnanthes é uma pequena diatomácea de água doce; algumas espécies formam<br />
ramificações muscilaginosas que possibilitam seu desenvolvimento em águas com forte<br />
correnteza.<br />
No entanto, merece destaque a espécie Trachelomonas volvocina, euglenofícea detectada<br />
em 100% das amostras analisadas na segunda campanha. Essa espécie possui lórica de<br />
cor amarela ou marrom, esférica, lisa (sem espinhos), conforme Figura 9.2.4.3-1. Segundo<br />
Branco (1986, op. citado), as algas do gênero Trachelomonas têm carapaça formada quase<br />
exclusivamente por hidróxido de ferro e manganês, sendo indicadores de precipitação<br />
destes elementos em sistemas aquáticos.<br />
Figura 9.2.4.3-1 Foto 1: Trachelomonas volvocina, Foto 2:<br />
Trachelomonas volvocina, com filtro azul, Foto 3:<br />
Trachelomonas armata (seta) e Trachelomonas volvocina .<br />
Fonte: acervo de fotos Econsult, 2009.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-170
Tabela 9.2.4.3-2 Distribuição Espacial e Freqüência de Espécies - AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Composição Taxonômica<br />
Rio Parnaíba<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-171<br />
Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio<br />
Riozinho<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Frequência<br />
Relativa (%)<br />
Frequênci<br />
a Relativa<br />
(%)<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Cyanobacteria<br />
Oscillatoria sp1. 1 20,00 -<br />
Subtotal - - 1 - - - - - - -<br />
Chlorophyceae<br />
Chlorella vulgaris 1 1 1 1 40,00 40,00<br />
Chlorococcum infusionum 1 20,00 -<br />
Microspora sp. 1 - 20,00<br />
Sphaerocystis schroeteri 1 - 20,00<br />
Subtotal - 2 1 - - - 1 1 1 1<br />
Zygnemaphyceae<br />
Closterium jenneri 1 - 20,00<br />
Closterium leibleinii 1 - 20,00<br />
Pleurotaenium sp. 1 20,00 -<br />
Staurastrum leptocladum 1 20,00 -<br />
Staurastrum quadrinotatum 1 20,00 -<br />
Subtotal 1 - - - - 1 2 1 - -<br />
Euglenophyceae - -<br />
Trachelomonas armata 1 - 20,00<br />
Trachelomonas oblonga 1 - 20,00<br />
Trachelomonas volvocina 1 1 1 1 1 1 1 40,00 100,00<br />
Subtotal 1 2 - 1 - 1 - 2 1 1<br />
Bacillariophyceae<br />
Amphipleura sp. 1 - 20,00<br />
Achnanthes sp. 1 1 1 1 80,00 -<br />
Eunotia sp1. 1 1 1 - 60,00<br />
Cymbella sp1. 1 1 1 60,00 -<br />
Navicula sp1. 1 1 1 40,00 20,00<br />
Nitzschia sp. 1 1 20,00 20,00<br />
Fragilaria sp. 1 - 20,00<br />
Frustulia rhomboides 1 - 20,00<br />
Pinnularia sp. 1 1 1 40,00 20,00<br />
Surirella sp. 1 1 - 40,00<br />
Synedra radians 1 1 40,00 -<br />
Synedra ulna 1 20,00 -<br />
Subtotal 2 2 5 3 2 3 5 3 1 -<br />
Cryptophyceae - -<br />
Cryptomonas erosa 1 20,00 -<br />
Subtotal - - 1 - - - - - - -<br />
Chrysophyceae -<br />
Chromulina cf. gyrans 1 20,00 -<br />
Mallomonas sp. 1 20,00 -<br />
Subtotal 1 - - - - - - - 1 -<br />
Total 5 6 8 4 2 5 8 7 4 2 - -
- Análise Quantitativa<br />
A análise quantitativa do fitoplâncton é apresentada a seguir através dos resultados de<br />
densidade (org.mL) e abundância relativa (%) das principais classes (Gráficos 9.2.4.3-2 e<br />
9.2.4.3-3 e Tabela 9.2.4.3-3).<br />
A predominância numérica de determinados grupos de algas nos ecossistemas aquáticos é<br />
resultado da dinâmica de interações entre as características fisiológicas dos organismos e<br />
os fatores abióticos. Na região tropical, destacam-se a radiação subaquática e a<br />
disponibilidade de nutrientes que, associados aos fatores climáticos, influenciam variáveis<br />
como transparência e taxas de reareação. Tais aspectos exercem influência na<br />
produtividade primária dos organismos fitoplanctônicos, com reflexo na composição e na<br />
abundância de organismos zooplanctônicos e bentônicos.<br />
Obteve-se, em ambas as campanhas, uma baixa densidade de organismos, tanto na calha<br />
do rio Parnaíba como nos tributários, com máximo de 46 org./mL (Pontos RIB 05 e RIB 06 –<br />
1ª campanha e RIB 02 – 2ª campanha). Esses resultados podem ser atribuídos à alta<br />
velocidade de corrente e a reduzidas dimensões dos biótopos amostrados, além do<br />
predomínio de águas ácidas que caracterizam esses rios e aos elevados níveis de turbidez<br />
registrados principalmente na primeira campanha.<br />
Baixos valores de abundância fitoplanctônica são comumente registrados em ambientes<br />
lóticos. Condições favoráveis para o desenvolvimento do fitoplâncton ocorrem<br />
preferencialmente em sistemas aquáticos com reduzida velocidade de fluxo, pequena<br />
profundidade,transparência elevada e altas concentrações de nutrientes minerais, sobretudo<br />
fósforo, principal fator limitante à proliferação de algas e de cianobactérias (Basu e Pick,<br />
1995).<br />
A classe Euglenophyceae destacou-se como o grupo mais abundante na maioria dos pontos<br />
amostrados na área de influência direta do AHE Ribeiro Gonçalves, constituindo os únicos<br />
representantes do fitoplâncton (100% de abundância relativa) nos Pontos RIB 05 e RIB 07,<br />
durante a segunda campanha. Conforme citado, essa classe é composta de algas com<br />
distribuição cosmopolita, especialmente em ambientes aquáticos continentais, e podem<br />
ocorrer principalmente em águas com elevados teores de matéria orgânica, nitrogênio e<br />
fósforo (Alves da Silva; Bridi, 2004).<br />
Apesar das baixas densidades do fitoplâncton observadas em todos os pontos da rede de<br />
amostragem em ambas as coletas, verificou-se na segunda campanha uma alteração na<br />
abundância relativa dos principais grupos, especialmente na calha do Parnaíba (RIB 05 e<br />
RIB 07), nos quais ocorreu uma redução na densidade de algas e uma maior uniformização<br />
do ambiente com predomínio exclusivo de euglenofíceas.<br />
Na avaliação quantitativa não foram detectadas células de cianobactérias.<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-172
Tabela 9.2.4.3-3. Densidade Numérica (org./mL) e Abundância Relativa (%) do Fitoplâncton<br />
Composição<br />
Taxonômica<br />
org./m<br />
L<br />
%<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-173<br />
Rio Parnaíba Ribeirão Babilônia Rio Riozinho<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
org./m<br />
L<br />
%<br />
org./m<br />
L<br />
%<br />
org./m<br />
L<br />
%<br />
org./m<br />
L<br />
%<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Chlorophyceae - - - - - - - - - -<br />
Chlorella vulgaris<br />
Chlorococcum<br />
infusionum<br />
Sphaerocystis<br />
schroeteri<br />
Subtotal<br />
Euglenophyceae<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
9<br />
9<br />
19,57<br />
19,57<br />
-<br />
9<br />
9<br />
-<br />
-<br />
19,57<br />
19,57<br />
-<br />
- -<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
- -<br />
19<br />
-<br />
19<br />
-<br />
100,0<br />
0<br />
-<br />
100,0<br />
0<br />
-<br />
9<br />
9<br />
32,14<br />
32,14<br />
9<br />
-<br />
9<br />
-<br />
19,57<br />
-<br />
19,57<br />
-<br />
9<br />
9<br />
50,00<br />
50,00<br />
Trachelomonas<br />
28 75,68 28 60,87 - - 28 100,00 - - 9 100,00 - - 19 67,86 9 19,57 9 50,00<br />
volvocina<br />
Subtotal 28 75,68 28 60,87 - - 28 100,00 - - 9 100,00 - - 19 67,86 9 19,57 9 50,00<br />
Bacillariophyceae - - - - - - - - - -<br />
Cymbella sp. - - - - 38 100,0<br />
- - - -<br />
0<br />
Synedra radians - - 9 19,57 - - - -<br />
Nitzschia sp. 9 19,57<br />
Subtotal - - 9 19,57 9 19,57 - - 38 100,0<br />
0<br />
Cryptophyceae<br />
org./m<br />
L<br />
%<br />
org./m<br />
L<br />
%<br />
org./m<br />
L<br />
%<br />
org./<br />
mL<br />
%<br />
org.<br />
/mL<br />
- - - - - - - - - -<br />
Cryptomonas erosa - - 28 60,87 - - - - - -<br />
Subtotal - - - - 28 60,87 - - - - - - - - - - - - - -<br />
Chrysophyceae - - - - - - - - - -<br />
Chromulina cf. gyrans - - - - - - - - 28 60,87<br />
Mallomonas sp. 9 24,32 - - - - - - - -<br />
Subtotal 9 24,32 - - - - - - - - - - - - - - 28 60,87 - -<br />
Total 37 100,00 46 100,00 46 100,00 28 100,00 38 100,0<br />
0<br />
9 100,00 19 100 28 100,00 46 100,00 18 100,00<br />
%
org./mL<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-174<br />
0<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Rio Parnaíba Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio<br />
Riozinho<br />
Chlorophyceae Euglenophyceae Bacillariophyceae<br />
Cryptophyceae Chrysophyceae<br />
Gráfico 9.2.4.3-2 Densidade do Fitoplâncton (org./mL) - AHE Ribeiro Gonçalves<br />
100%<br />
80%<br />
60%<br />
40%<br />
20%<br />
0%<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Rio Parnaíba Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio<br />
Riozinho<br />
Chlorophyceae Euglenophyceae Bacillariophyceae<br />
Cryptophyceae Chrysophyceae<br />
Gráfico 9.2.4.3-3 Abundância Relativa do Fitoplâncton (%) - AHE Ribeiro Gonçalves.
Para avaliar a diversidade de organismos, utilizou-se no presente estudo o índice de<br />
Shannon-Wiener (H’), que relaciona o número de espécies e a distribuição da abundância<br />
entre as diferentes espécies de determinada amostra.<br />
Em ambas as campanhas realizadas, os valores do índice de diversidade no geral foram<br />
baixos (< 2 bits.ind -1 ), com pequena variação entre todos os pontos amostrados (Tabela<br />
9.2.4.3-4; Gráfico 9.2.4.3-4) refletindo as baixas riquezas e tendência à dominância de<br />
poucos táxons. O resultado do índice de diversidade está coerente com o de equitabilidade,<br />
que oscilou entre 0,22 no Ponto RIB05 (segunda campanha) e 1,0 nos Pontos RIB07 e<br />
RIB04 (primeira campanha), e RIB06 na segunda campanha. Os resultados médios foram<br />
superiores a 0,5 indicando boa distribuição dos organismos nas amostras.<br />
Tabela 9.2.4.3-4 Valores de Diversidade (bits.ind -1 ) e Equitabilidade - AHE Ribeiro<br />
Gonçalves<br />
Índice<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-175<br />
Rio Parnaíba Ribeirão Babilônia Rio Riozinho<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
1ª 2 ª 1ª 2 ª 1ª 2 ª 1ª 2 ª 1ª 2 ª<br />
Diversidade 1,40 1,36 1,68 0,22 1,00 0,47 1,00 0,91 1,68 1,00<br />
Equitabilidade 0,88 0,86 0,84 0,22 1,00 0,47 1,00 0,91 0,84 1,00<br />
5,00<br />
4,00<br />
3,00<br />
2,00<br />
1,00<br />
0,00<br />
1ª 2 ª 1ª 2 ª 1ª 2 ª 1ª 2 ª 1ª 2 ª<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Rio Parnaíba Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Diversidade Equitabilidade<br />
Gráfico 9.2.4.3-4 Diversidade (bits.ind -1 ) e Equitabilidade - AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Rio Riozinho
Na primeira campanha (Gráfico 9.2.4.3-5), época em que os rios acusaram maior vazão, os<br />
resultados do índice de similaridade de Bray-Curtis aplicado para a comunidade<br />
fitoplanctônica apontam maior nível de semelhança entre os tributários Riozinho e Babilônia,<br />
Pontos RIB 06 e RI B04 (0,27) que, por sua vez, tendem a se agrupar com o Ponto RIB 02,<br />
localizado no corpo do futuro reservatório do AHE Ribeiro Gonçalves. A rede definida na<br />
calha do Parnaíba compreende comunidades distintas de algas, sobretudo entre o Pontos<br />
RIB 07 e RIB 05, situados respectivamente a montante dos tributários acima referenciados.<br />
Na segunda campanha (Gráfico 9.2.4.3-6), os valores referentes ao índice de similaridade<br />
foram mais elevados (>0,50) em comparação ao período anterior, devido principalmente à<br />
presença da euglenofícea Trachelomonas volvocina em vários pontos de coleta. É possível<br />
serem identificados nesta coleta dois “clusters” principais: o primeiro deles formado pelos<br />
pontos RIB 02 e RIB 05 (0,75) e RIB 04 (0,68), e o segundo pelos pontos RIB 07 e RIB 06<br />
(0,67).<br />
Gráfico 9.2.4.3-5 Dendograma de Similaridade do Fitoplâncton -<br />
primeira campanha - AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-176
) Zooplâncton<br />
Gráfico 9.2.4.3-6 Dendograma de Similaridade do Fitoplâncton –<br />
segunda campanha - AHE Ribeiro Gonçalves<br />
Presente em todos os sistemas lênticos epicontinentais e em todas as faixas latitudinais, o<br />
zooplâncton abrange uma grande variedade de espécies, a maioria invertebrados<br />
artrópodes. Os organismos zooplanctônicos são seres microscópicos que vivem em<br />
diferentes profundidades da coluna d’água, deslocando-se com a correnteza. O zooplâncton<br />
é composto de centenas de espécies, na sua maioria invertebrados artrópodes, dominado<br />
geralmente por quatro grupos principais - protozoários, rotíferos, cladóceros e copépodes.<br />
Muitos desses organismos passam seu ciclo de vida completo no plâncton (holoplâncton ou,<br />
euplâncton), a exemplo de alguns copépodes e cladóceros, enquanto que outros, como os<br />
insetos, compõem temporariamente o plâncton (meroplâncton ou hemiplâncton), na forma<br />
de ovos, larvas ou adultos.<br />
O zooplâncton possui enorme complexidade funcional, compreendendo taxas metabólicas<br />
elevadas (respiração, nutrição e reprodução), implicando intensa interação com o meio<br />
aquático em que habitam. Apresentam nutrição seletiva, ingerindo preferencialmente formas<br />
unicelulares de algas em detrimento às filamentosas ou às que possuem espinhos. Os<br />
peixes planctívoros exercem importante mecanismo de regulação na abundância e na<br />
estrutura das populações de zooplâncton, selecionando visualmente os organismos de<br />
maior tamanho. Por tais particularidades estruturais e funcionais, essa é uma das<br />
comunidades bióticas que mais prontamente reflete as condições do meio.<br />
Alterações na composição, riqueza de espécies e abundância do zooplâncton estão<br />
frequentemente relacionadas a diferentes tipos de impactos como eutrofização, acidificação<br />
e alterações hidrológicas (Tundisi, 1997). Espécies sensíveis ao agente poluidor são<br />
geralmente eliminadas e as mais resistentes apresentam elevadas taxas de crescimento<br />
quantitativo, tornando-se abundantes. Devido a essa grande sensibilidade em relação às<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-177
mudanças nas características ambientais do sistema, os organismos zooplanctônicos<br />
podem ser considerados sensores refinados no monitoramento da qualidade das águas<br />
(Margalef, 1983).<br />
A seguir são apresentados os resultados das análises qualitativa e quantitativa do<br />
zooplâncton da primeira e segunda campanhas de coleta do AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
- Análise Qualitativa<br />
A comunidade zooplanctônica na área de influência direta do AHE Ribeiro Gonçalves esteve<br />
representada por 26 táxons, pertencentes aos seguintes grupos taxonômicos: Filo Rotifera -<br />
Classe Digononta (1), Classe Monogononta (6); Filo Arthropoda - Classe Insecta (4); Ordem<br />
Acari (1) - Subfilo Crustacea – Classe Branchiopoda - Ordem Cladocera (3); Classe<br />
Copepoda - Ordem Cyclopoida (1); Classe Ostracoda (1); Classe Oligochaeta (1), Filo<br />
Nematoda (1), Filo Tardigrada (1) e Filo Protozoa (6).<br />
No presente estudo, observou-se que os rotíferos e protozoários testáceos foram os<br />
organismos mais relevantes na maioria dos pontos amostrados, compondo 26% e 23% da<br />
riqueza relativa do zooplâncton, respectivamente, seguidos por cladóceros (11%),<br />
ostrácodos e ciclopóides (1%), entre outros seres tipicamente bentônicos (40%).<br />
Várias pesquisas realizadas na América do Sul revelam os rotíferos como o grupo de maior<br />
riqueza específica do zooplâncton (Robertson & Hardy, 1984; Vásquez & Rey, 1989; Paggi<br />
& José de Paggi, 1990, Lansac -Tôha et al., 1997). Esses seres possuem hábito filtrador<br />
alimentando-se de bactérias, de pequenas algas e de matéria orgânica particulada.<br />
Caracterizam-se por ter um ciclo de vida curto, resultando em uma taxa de renovação<br />
populacional elevada, o que representa uma vantagem competitiva frente a condições de<br />
instabilidade do meio aquático, pois a comunidade se adapta mais rapidamente a mudanças<br />
nos regimes hídricos e às alterações na qualidade da água.<br />
A classe Monogononta envolve cerca de 90% das espécies conhecidas, reunindo<br />
exemplares de hábitos bentônicos, livre natantes ou sésseis.<br />
Os protozoários testáceos, ou tecamebas, são seres unicelulares, eucariontes. Seu<br />
desenvolvimento está em geral condicionado à maior disponibilidade de compostos<br />
orgânicos solúveis no meio aquático, introduzidos entre outras fontes por esgotos<br />
domésticos.<br />
Na rede de amostragem estiveram representados por seis diferentes gênero: Arcella,<br />
Centropyxis, Cyclopyxis, Diflflugia, Euglypha e Netzelia. Dentre esses, Diflflugia, Centropyxis<br />
e Arcella, são reconhecidas por conterem maior número de espécies em variados tipos de<br />
ambientes, tanto na comunidade planctônica, como bentônica e na região litorânea (Lansac-<br />
Tôha et al., 2004). Esses organismos apresentaram maior riqueza específica na segunda<br />
campanha, com máximo cinco táxons no Ponto RIB 07 (rio Parnaíba).<br />
Os microcrustáceos foram pouco representativos em termos de riqueza na área em estudo,<br />
contando com três espécies de cladóceros, entre os quais Bosmina hagmanni, além de<br />
ostrácodas e os ciclopóidas.<br />
Os cladóceros compreendem seres de forma e tamanho muito variados, entre 0,2 a 3,0 mm,<br />
em geral transparentes. São caracterizados pela presença de brânquias nos pés torácicos,<br />
tendo o corpo coberto por uma carapaça bivalve. Os ciclopóidas geralmente são carnívoros,<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-178
principalmente adultos, e alimentam-se de microcrustáceos, larvas de dípteros, nematódeos<br />
e oligoquetos, ocorrendo ao longo do seu ciclo de vida grande variação no hábito alimentar.<br />
Cabe destacar que, embora contribuindo com apenas um táxon, Cyclocypris sp., além de<br />
uma espécie não identificada, os ostrácodas assumiram expressiva participação em termos<br />
de densidade numérica, conforme citado no item a seguir (Análise Quantitativa). Com<br />
tamanho inferior a 1mm, os ostrácodos são envolvidos por uma concha bivalve, o que<br />
favorece sua permanência nos sedimentos, sendo amostrados na coluna d’água em maior<br />
número em ambientes de maior turbulência. Possuem hábito onívoro, alimentando-se de<br />
bactérias, algas, detritos e animais mortos. Em geral, toleram amplas condições ecológicas<br />
que seriam limitantes para outros microcrustáceos.<br />
Registrou-se na AID do AHE Ribeiro Gonçalves a ocorrência de espécies não planctônicas,<br />
pertencentes aos filos Arthropoda, Annelida, Nematoda e Tardigrada, cujos indivíduos<br />
podem ter sido levados à coluna d’água por revolvimento dos sedimentos pela ação da<br />
correnteza, dos ventos ou chuvas sobre as margens. Dentre esses, destaca-se a classe<br />
Insecta, que contribuiu com 15 % da riqueza relativa (4 táxons).<br />
Conforme Tabela 9.2.4.3-5, a seguir, obteve-se o máximo de 16 táxons, no rio Parnaíba<br />
(Ponto RIB 07) na segunda campanha e o mínimo de um táxon no rio Riozinho (RIB 06),<br />
durante a primeira coleta. Observa-se um incremento na riqueza de táxons do zooplâncton<br />
na segunda coleta, tendendo a ocorrer maior número de espécies na calha do rio principal<br />
em relação aos tributários (ribeirão Babilônia e rio Riozinho).<br />
O Gráfico 9.2.4.3-7 ilustra a riqueza da comunidade zooplanctônica nos cinco pontos<br />
amostrados na AID da UHE Ribeiro Gonçalves. Para uma melhor visualização dos<br />
organismos planctônicos, os táxons pertencentes aos filos: Arthropoda, Annelida, Nematoda<br />
e Tardigrada foram agrupados e classificados como “Outros”.<br />
Tabela 9.2.4.3-5 Riqueza de Espécies do Zooplâncton - AHE Ribeiro Gonçalves (Nº de Táxons)<br />
Composição Taxonômica<br />
Rio Parnaíba<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-179<br />
Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio<br />
Riozinho<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Total<br />
Riqueza<br />
Relativa<br />
(%)<br />
Filo ROTIFERA 0 2 1 1 2 3 1 1 1 0 7 26,92<br />
Filo Classe Insecta 0 2 0 0 1 4 0 1 0 0 4 15,38<br />
ARTHROPODA Ordem Acari 0 1 0 1 1 1 0 1 0 0 1 3,85<br />
Subfilo<br />
Crustacea<br />
Subordem<br />
Cladocera<br />
0 1 0 0 1 0 0 1 0 1 3 11,54<br />
Ordem<br />
Cyclopoida<br />
0 1 0 1 0 0 1 3,85<br />
Classe Ostracoda 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3,85<br />
Filo ANNELIDA<br />
Classe<br />
Oligochaeta<br />
0 0 0 1 1 1 0 1 0 0 1 3,85<br />
Filo NEMATODA 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 1 3,85<br />
FILO TARDIGRADA 0 1 0 0 0 0 1 3,85<br />
Filo PROTOZOA (Tecamebas) 1 4 0 1 3 5 0 1 0 2 6 23,08<br />
Total 2 13 2 4 10 16 2 6 1 3 26 100,00
Nº de Taxa<br />
16<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-180<br />
Rio Parnaíba Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio Riozinho<br />
Rotifera Cladocera Cyclopoida Ostracoda Tecamebas Outros<br />
Gráfico 9.2.4.3-7. Riqueza do Zooplâncton – Nº de Táxons<br />
Em relação à distribuição espacial e contribuição relativa (Tabela 9.2.4.3-6), a maior parte<br />
dos táxons inventariados obteve baixa freqüência em termos de ocorrência na rede<br />
amostral. Do total de 26 táxons identificados, apenas sete estiveram presentes em pelo<br />
menos 50% dos pontos analisados, sendo assim considerados mais adaptados ao ambiente<br />
aquático em estudo.<br />
O protozoário Centropyxis sp. foi registrado em todos os pontos de coleta (100% de<br />
freqüência relativa), durante a segunda campanha. Esse gênero, muito similar à Arcella,<br />
contém células recobertas por uma teca amarela ou marrom, construída com grãos de areia,<br />
contendo vários espinhos. Algumas espécies podem absorver seletivamente o manganês do<br />
ambiente e depositá-lo na sua carapaça. Assim, a presença constante de tecamebas no<br />
ambiente estudado, exceto nos Pontos RIB 04, RIB 05 e RIB 06, durante a primeira<br />
campanha, pode estar associada não somente a compostos nutricionais, mas também à<br />
disponibilidade de elementos minerais constituintes de seu envoltório.<br />
Ainda na segunda campanha, verificou-se maior distribuição de uma espécie não<br />
identificada de ácaro, que surgiu em 80% dos pontos da rede amostral. Os ácaros aquáticos<br />
são geralmente muito coloridos, de forma ovalada e com poucos milímetros de tamanho. Os<br />
adultos vivem preferencialmente em águas bem oxigenadas, são sempre carnívoros,<br />
alimentando-se principalmente de microcrustáceos.<br />
Nessa mesma coleta, os rotíferos da ordem Bdelloidea,foram computados em 60% das<br />
amostras. Os organismos que integram essa ordem apresentam ampla distribuição,<br />
podendo viver associados a plantas aquáticas em zonas litorâneas, sedimentos e matéria<br />
orgânica morta, inclusive em solos úmidos ou liquens.<br />
Em síntese, a redução da vazão e a melhoria geral da qualidade da água verificadas na<br />
última coleta (junho/09) parecem ter influenciado positivamente na maior riqueza de espécie<br />
e na distribuição espacial de organismos zooplanctônicos na área de influência direta do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
De forma similar ao fitoplâncton, que reuniu em grande parte seres de hábitos perifíticos,<br />
ocorreu também uma resposta do zooplâncton a um ambiente com alta turbulência,
essuspensão de sedimentos nos locais de menor profundidade, disponibilidade de<br />
nutrientes a partir da mata ciliar parcialmente afogada, aporte de detritos de margens<br />
destituídas de vegetação, favorecendo a ocorrência de microfauna que vive associada<br />
preferencialmente a substratos.<br />
Tabela 9.2.4.3-6 Distribuição Espacial e Freqüência de Espécies do Zooplâncton- AHE<br />
Ribeiro Gonçalves<br />
Composição Taxonômica<br />
Filo ROTIFERA<br />
Classe Digononta<br />
Ordem Bdelloidea<br />
Rio Parnaíba<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-181<br />
Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio<br />
Riozinho<br />
RIB O2 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Frequência<br />
Relativa (%)<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Espécie não identificada #### #### #### #### 20,00 60,00<br />
Classe Monogononta - -<br />
Brachionus caudatus #### - 20,00<br />
Brachionus falcatus #### 20,00 -<br />
Dipleuchlanis propatula #### - 20,00<br />
Hexarthra sp. #### 20,00 -<br />
Lecane bulla #### #### #### 20,00 40,00<br />
Trichocerca pusilla #### 20,00 -<br />
Filo ARTHROPODA - -<br />
Classe Insecta - -<br />
Chaoboridae #### - 20,00<br />
Chironomidae #### #### #### #### 20,00 60,00<br />
Ephemeroptera #### - 20,00<br />
Plecoptera #### #### - 40,00<br />
Classe Arachnida - -<br />
Ordem Acari - -<br />
Espécie não identificada #### #### #### #### #### 20,00 80,00<br />
Subfilo Crustacea - -<br />
Subordem Cladocera - -<br />
Chydoridae não identificado #### #### 20,00 20,00<br />
Bosmina hagmanni #### - 20,00<br />
Disparalona rostrata #### - 20,00<br />
Classe Copepoda - -<br />
Ordem Cyclopoida - -<br />
Náuplio #### #### - 40,00<br />
Classe Ostracoda - -<br />
Espécie não identificada - -<br />
Cyclocypris sp. #### #### #### 60,00 -<br />
Filo ANNELIDA - -<br />
Classe Oligochaeta - -<br />
Espécie não identificada #### #### #### #### 20,00 60,00<br />
Filo NEMATODA - -<br />
Espécie não identificada #### #### #### 20,00 40,00<br />
FILO TARDIGRADA - -<br />
Espécie não identificada #### - 20,00<br />
Filo PROTOZOA<br />
Arcella sp. 1,00<br />
Centropyxis sp.<br />
1,00<br />
1,00<br />
1,00<br />
1,00<br />
1,00<br />
1,00<br />
1,00<br />
1,00 40,00 60,00<br />
1,00 1,00 20,00 100,00
Tabela 9.2.4.3-6 Distribuição Espacial e Freqüência de Espécies do Zooplâncton- AHE<br />
Ribeiro Gonçalves<br />
Composição Taxonômica<br />
Rio Parnaíba<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-182<br />
Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio<br />
Riozinho<br />
RIB O2 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Frequência<br />
Relativa (%)<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Cyclopyxis sp.<br />
1,00<br />
Diflflugia sp.<br />
1,00<br />
1,00 1,00<br />
Euglypha sp.<br />
1,00<br />
Netzelia sp.<br />
1,00<br />
Total 2 13 2 4 10 16 2 6 1 3<br />
- Análise Quantitativa<br />
- 20,00<br />
20,00 40,00<br />
- 20,00<br />
- 20,00<br />
No AHE Ribeiro Gonçalves, as concentrações totais de organismos zooplanctônicos<br />
oscilaram entre 10 org./m 3 (RIB 06, primeira campanha) e 370 org./m 3 (Ponto RIB 07,<br />
segunda campanha). Esses resultados, apresentados no Gráfico 9.2.4.3-8 e na Tabela<br />
9.2.4.3-7, podem ser atribuídos às características naturais dos cursos analisados, tais como<br />
a correnteza.<br />
Na maioria dos pontos, exceto RIB 07, em pelo menos uma das amostragens, ocorreu<br />
predomínio de ostrácodos (>50%). Pesquisas realizadas sobre as espécies do gênero<br />
Cyclocypris em clima temperado revelam que adultos podem permanecer enterrados no<br />
sedimentos em processo de dormência, aumentando sua densidade na coluna d’água a<br />
partir de processos de turbulência no substrato, entre outros fatores associados. Em menor<br />
quantidade, apareceram na área de influência do AHE Ribeiro Gonçalves os insetos, os<br />
rotíferos, os ácaros, os nematóides, os cladóceros, os ciclopóides, os tardígrados e os<br />
oligoquetas. Nos Pontos RIB 02 e RIB 07 os insetos, principalmente da família<br />
Chironomidae, mantiveram contribuição superior a 60% de abundância relativa, na segunda<br />
campanha (Gráfico 9.2.4.3-9).<br />
No Ponto RIB 06 (rio Riozinho) os rotíferos surgiram com exclusividade na amostra coletada<br />
durante a primeira campanha. A abundância numérica de rotíferos é normalmente<br />
relacionada a ambientes onde há fluxo de sólidos e detritos associados pois, conforme<br />
citado, esses organismos possuem hábito filtrador e geralmente apresentam maior<br />
capacidade para selecionar nutrientes entre as partículas orgânicas e inorgânicas<br />
disponíveis no ambiente.
org./m³<br />
Percentagem<br />
360<br />
320<br />
280<br />
240<br />
200<br />
160<br />
120<br />
80<br />
40<br />
0<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-183<br />
Rio Parnaíba Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio Riozinho<br />
Rotifera Cladocera Cyclopoida Ostracoda Outros<br />
Gráfico 9.2.4.3-8 Densidade do Zooplâncton (org./m 3 ) - AHE Ribeiro Gonçalves<br />
100%<br />
80%<br />
60%<br />
40%<br />
20%<br />
0%<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
RIB 02 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Rio Parnaíba Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Rio Riozinho<br />
Rotifera Cladocera Cyclopoida Ostracoda Outros<br />
Gráfico 9.2.4.3-9 Abundância Relativa do Zooplâncton (%) - AHE Ribeiro Gonçalves
Tabela 9.2.4.3-7 Densidade Numérica (org./m³) e Abundância Relativa (%) do Zooplâncton<br />
Composição Taxonômica<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-184<br />
Rio Parnaíba Ribeirão Babilônia Rio Riozinho<br />
RIB O2 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
org./m³ % org./m³ % org./m³ % org./m³ % org./m³ % org./m³ % org./m³ % org./m³ % org./m³ % org./m³ %<br />
Filo ROTIFERA - - - - - - - - -<br />
Classe Digononta - - - - -<br />
Ordem Bdelloidea - - - - - - - - - - - - -<br />
Espécie não identificada - - 10,00 4,76 - - - 10,00 12,50 10,00 2,70 - - 10,00 14,29 - - -<br />
Classe Monogononta - - - - - - - - - - - - - -<br />
Brachionus caudatus - 10,00 16,67 - - -<br />
Brachionus falcatus - - - - - - - - - 10,00 33,33 - - - -<br />
Dipleuchlanis propatula - - 10,00 2,70 - -<br />
Hexarthra sp. - - - - - - - - - - - - 10,00 100,00 -<br />
Lecane bulla - - 10,00 4,76 - - - 10,00 12,50 10,00 2,70 - - - - - -<br />
Trichocerca pusilla - - 10,00 33,33 - - - - - - - - -<br />
Filo ARTHROPODA - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Classe Insecta - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Chaoboridae - - 10,00 2,70 - -<br />
Chironomidae - - 120,00 57,14 - - - 20,00 25,00 190,00 51,35 - - 10,00 14,29 - - -<br />
Ephemeroptera - - 10,00 2,70 - -<br />
Plecoptera 10,00 4,76 - 20,00 5,41 - -<br />
Classe Arachnida - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Ordem Acari - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Espécie não identificada - - 20,00 9,52 - - 10,00 16,67 10,00 12,50 40,00 10,81 - - 10,00 14,29 - - -<br />
Subfilo Crustacea - - - - -<br />
Subordem Cladocera - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Chydoridae não identificado - - 10,00 4,76 - - 10,00 12,50 - - - - - - -<br />
Bosmina hagmanni - - - 10,00 14,29 -<br />
Disparalona rostrata - - - - 10,00 33,33<br />
Classe Copepoda - - - - -<br />
Ordem Cyclopoida - - - - -<br />
Náuplio 10,00 4,76 - 30,00 8,11 - -<br />
Classe Ostracoda - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Espécie não identificada - 30,00 50,00 - 20,00 28,57 20,00 66,67<br />
Cyclocypris sp. 30,00 100,00 - 20,00 66,67 - - - - 20,00 66,67 - - - -<br />
Filo ANNELIDA - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Classe Oligochaeta - - - - - - - - - - -<br />
Espécie não identificada - - - - - 10,00 16,67 10,00 12,50 10,00 2,70 - - 10,00 14,29 - - -<br />
Filo NEMATODA - - - - - - - - - - - - - - -<br />
Espécie não identificada - - 10,00 4,76 - - - 10,00 12,50 30,00 8,11 - - - - - -<br />
FILO TARDIGRADA - - - - -<br />
Espécie não identificada 10,00 4,76 - - - -<br />
Total 30,00 100,00 210,00 100,00 30,00 100,00 60,00 100,00 80,00 100,00 370,00 100,00 30,00 100,00 70,00 100,00 10,00 100,00 30,00 100,00
Os resultados do índice de similaridade da comunidade zooplanctônica na primeira<br />
campanha indicam maiores semelhanças entre os Pontos RIB 02, RIB 04 e RIB 05 (0,66),<br />
nos quais foram detectadas baixas densidades e relevância do ostrácoda Cyclocypris sp.<br />
(Gráfico 9.2.4.3-10).<br />
Na segunda campanha (Gráfico 9.2.4.3-11), obteve-se maior nível de semelhança entre os<br />
pontos RIB 02 e RIB 07 (0,65), na calha do rio Parnaíba, com a formação de um segundo<br />
agrupamento entre os pontos RIB 05 e RIB 04 (0,62) e RIB 05 e RIB 06 (0,45).<br />
Gráfico 9.2.4.3-10 Dendograma de Similaridade do Zooplâncton –AHE<br />
Ribeiro Gonçalves<br />
Gráfico 9.2.4.3-11 Dendograma de Similaridade do Zooplâncton –AHE Ribeiro<br />
Gonçalves<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-185
Os resultados do Índice de Diversidade (Shannon-Wienner - H’) oscilaram entre 0,21<br />
bits.mL - 1 (Ponto RIB 02) e 2,75 bits.mL -1 (Ponto RIB 07). Obtiveram-se valores mais<br />
elevados de diversidade durante a segunda campanha, exceto no Ponto RIB 07 (Tabela<br />
9.2.4.3-8 e Gráfico 9.2.4.3-12), devido provavelmente à melhoria geral na qualidade da<br />
água observada nesse período.<br />
Em relação aos resultados de equitabilidade, houve uma variação entre 0,21 no Ponto<br />
RIB02 (primeira campanha) e 0,98 nos Pontos RIB07 (primeira campanha) e RIB04<br />
(segunda campanha), com valor médio de 0,77, indicando boa distribuição dos organismos<br />
nas amostras.<br />
Tabela 9.2.4.3-8 Diversidade (bits.ind -1 ) e Equitabilidade da Comunidade Zooplanctônica -<br />
AHE Ribeiro Gonçalves<br />
3,00<br />
2,00<br />
1,00<br />
0,00<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Projeto Parnaíba AHE <strong>RIBEIRO</strong> <strong>GONÇALVES</strong> <strong>EIA</strong> - Estudo de Impacto Ambiental<br />
Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-186<br />
RIB O2 RIB 05 RIB 07 RIB 04 RIB 06<br />
Rio Parnaíba Ribeirão<br />
Babilônia<br />
Diversidade Equitabilidade<br />
Rio Riozinho<br />
Gráfico 9.2.4.3-12 Diversidade (bits.ind -1 ) e Equitabilidade da<br />
Comunidade Zooplanctônica - AHE Ribeiro<br />
Gonçalves.<br />
c) Macroinvertebrados Bentônicos<br />
Rio Parnaíba Ribeirão Babilônia Rio Riozinho<br />
RIB O2 RIB05 RIB07 RIB04 RIB06<br />
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª<br />
Diversidade 0,21 2,25 0,92 1,79 2,75 2,50 0,92 2,52 0,44 0,92<br />
Equitabilidade 0,21 0,71 0,92 0,90 0,98 0,72 0,92 0,98 0,44 0,92<br />
Sob o aspecto ecológico, a fauna bentônica, isto é, que vive sob ou sobre o substrato,<br />
exerce papel preponderante na reciclagem de compostos orgânicos, participando da<br />
redistribuição do material de fundo e concorrendo para a decomposição de substâncias<br />
potencialmente poluentes. Os macroinvertebrados bentônicos podem habitar a região<br />
litorânea e profunda dos corpos d’água, englobando principalmente espécies dos grupos<br />
Insecta (insetos) na sua fase larval, Annelida (anelídeos), Nematoda (vermes cilíndricos),<br />
Crustacea (crustáceos) e Mollusca (bivalves e gastrópodes).
Essa comunidade compreende organismos de vários níveis tróficos, de consumidores<br />
primários a predadores de topo, que apresentam também uma variedade ampla de hábitos<br />
alimentares, incluindo membros coletores (filtradores e comedores de depósitos),<br />
raspadores, retalhadores, predadores e parasitas. Formam, portanto, importante elo na teia<br />
alimentar dos sistemas aquáticos, transferindo energia a partir de vários níveis e servindo<br />
inclusive de alimento a inúmeras espécies de peixes e aves.<br />
Os organismos bentônicos são excelentes bioindicadores pois, além dessas características,<br />
são abundantes em todos os tipos de sistema aquáticos, possuem baixa mobilidade,<br />
apresentam seletividade quanto ao habitat, refletindo com maior exatidão eventuais<br />
desequilíbrios, seja pela introdução de compostos contaminantes e poluentes nos corpos<br />
d'água, seja pela alteração física do substrato ocasionada, por exemplo, pelo transporte de<br />
sólidos na área de drenagem.<br />
A utilização da comunidade bentônica permite também traçar uma avaliação temporal das<br />
alterações causadas por perturbações no meio aquático, pois, no decorrer de seu ciclo de<br />
vida que é relativamente longo (semanas a anos), respondem continuamente às variações<br />
ambientais no trecho monitorado, exibindo ampla variedade de tolerância à poluição.<br />
A distribuição e abundância dos organismos bentônicos são influenciadas por aspectos<br />
biogeográficos e características do ambiente, tais como tipo de sedimento, teor de matéria<br />
orgânica, profundidade, variáveis físicas e químicas da água e presença de macrófitas<br />
(Carvalho & Uieda, 2004; Smith et al., 2003; Vidal-Abarca et al, 2004 apud Abílio, et al,<br />
2007).<br />
Alguns fatores são muito importantes para a manutenção da diversidade da fauna<br />
bentônica,destacando-se:<br />
• A disponibilidade de oxigênio, que é bastante limitada no fundo dos rios. Em geral,<br />
concentrações de oxigênio dissolvido superiores a 5,0 mg/L são suficientes para<br />
manutenção de grande diversidade da comunidade bentônica. Índices inferiores já<br />
limitam a existência de organismos sensíveis, como larvas de Ephemeroptera<br />
(efemerópteros), passando a dominar seres resistentes como os vermes da família<br />
Tubificidae (tubificídeos) e as larvas da família Chironomidae (quironomídeos).<br />
• A preservação do substrato no fundo dos rios e lagoas que é o local de fixação e<br />
abrigo da maioria desses organismos, e a manutenção das matas ciliares, são<br />
fatores essenciais ao desenvolvimento de macroinverbrados bentônicos, seja pela<br />
estabilidade que conferem às margens dos cursos d’água, seja pela introdução de<br />
alimentos necessários à sobrevivência desses seres.<br />
• A dimensão da partícula do sedimento (lodo, areia, cascalho, rochas) determina o<br />
tamanho dos espaços intersticiais, que é essencial para movimento e alimentação de<br />
muitos invertebrados aquáticos, servindo ainda como esconderijo para evitar<br />
predação (Silveira, 2004). Moluscos e larvas de insetos parecem ser especialmente<br />
afetados pelo tipo de substrato de fundo.<br />
• Alterações na morfologia dos rios oriundas da erosão do solo e o assoreamento da<br />
calha principal afetam diretamente a disposição dos habitats aquáticos utilizados<br />
pelas comunidades bentônicas. Ao longo do tempo, o acúmulo progressivo de<br />
sedimentos no leito dos rios promove uma uniformização do fundo pelo<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-187
preenchimento das reentrâncias e também a perda de diferenciação entre áreas de<br />
remanso e de correnteza (EGLER, 2002).<br />
• Além do aspecto físico, o carreamento de sólidos pode interferir diretamente sobre<br />
os organismos. A abrasão destes sólidos pode danificar as estruturas respiratórias,<br />
eliminando as comunidades mais sensíveis, como as ninfas e larvas de<br />
efemerópteros e plecópteros (EGLER, 2002).<br />
Em regiões semi-áridas, a natureza temporária e as flutuações no nível da água dos corpos<br />
d’água são aspectos determinantes para o processo de colonização e adaptação de sua<br />
biocenose (Abílio, et al, 2007).<br />
No período de cheia, tende a ocorrer uma homogeneização das condições físicas, químicas<br />
e biológicas pelo aumento do volume da água e elevação dos níveis de turbidez pela<br />
entrada de matéria orgânica e de nutrientes de origem alóctone (Abílio 2002).<br />
A época de estiagem pode levar a um aumento nas populações de invertebrados em função<br />
dos seguintes fatores. O aumento do suplemento alimentar, na forma de detritos<br />
provenientes da vegetação ciliar e a ausência das inundações acarretam maior<br />
estabilidade do substrato e da biota associada; o maior aquecimento e o fotoperíodo<br />
podem contribuir para o aumento das taxas reprodutivas dos indivíduos; a redução na<br />
profundidade da coluna de água pode favorecer algumas espécies de larvas de insetos<br />
que se alimentam por filtração; a redução da área de colonização, pode provocar um<br />
efeito de concentração, resultando em maiores densidades (Abílio, et al, 2007)<br />
Para os ambientes temporários, em especial os lênticos, as características do sedimento, o<br />
teor de matéria orgânica e a presença de macrófitas, principalmente nas lagoas temporárias,<br />
podem favorecer a instalação de organismos bentônicos. As macrófitas aquáticas podem<br />
desempenhar um importante papel como substrato, lugar de refúgio e alimentação (Blanco-<br />
Belmonte et al., 1998 apud Abílio, et al, 2007).<br />
Essas adaptações são de suma importância para as espécies de macroinvertebrados de<br />
regiões semi-áridas, pois permitem a recolonização quando as condições ambientais<br />
tornarem-se favoráveis novamente, a exemplo dos ostrácodas que produzem ovos de<br />
resistência, permitindo a viabilidade dos mesmos por longos períodos de estiagem<br />
(Abílio, et al, 2007).<br />
A seguir são listados os táxons identificados na primeira e segunda campanhas de<br />
levantamento da comunidade bentônica dos pontos inseridos na área de influência direta do<br />
AHE Ribeiro Gonçalves.<br />
- Análise Qualitativa<br />
Os dados obtidos nas duas campanhas de macroinvertebrados bentônicos realizadas em<br />
fevereiro/março e maio/junho de 2009 na área de estudo do AHE Ribeiro Gonçalves são<br />
apresentados, a seguir, na Tabela 9.2.3.4-9 e no Gráfico 9.2.3.4-13.<br />
A fauna bentônica dos cursos d'água esteve representada 27 táxons pertencentes aos<br />
seguintes grupos taxonômicos: Filo Arthropoda: Classe Insecta - Ordem Diptera (6 táxons),<br />
Ordem Ephemeroptera (4 táxons), Ordem Odonata (2 táxons), Ordem Trichoptera (3<br />
táxons), Ordem Coleoptera (4 táxons), Ordem Hemiptera (1 táxon), Ordem Collembola (2<br />
táxons), Classe Arachnida – Ordem Acari, (1 táxon); Filo Mollusca - Classe Bivalvia (1<br />
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táxon); Filo Annelida: Classe Oligochaeta (1 táxon), Classe Hirudinea (1 táxon); e Filo<br />
Nematoda (1 táxon).<br />
Reproduzindo um padrão observado nos sistemas aquáticos tropicais, os cursos d’água<br />
analisados apresentam como principais representantes dos macroinvertebrados bentônicos<br />
as larvas de insetos. Esses organismos passam parte da vida ou seu ciclo completo<br />
associada ao substrato de fundo, sendo que para alguns deles a fase larvária é muito mais<br />
prolongada que a adulta. O grupo mais representativo amostrado em ambas as campanhas<br />
foi a ordem Díptera, com 22% da riqueza relativa, seguida de Ephemeroptera e Coleoptera,<br />
cada qual com 14% dos táxons identificados.<br />
Os insetos da ordem Diptera (larvas de moscas e mosquitos) se desenvolvem em grande<br />
número nos ambientes lacustres e fluviais, participando significativamente da composição<br />
faunística destes meios. Os adultos depositam ovos na superfície das águas e dão origem a<br />
um número elevado de larvas que colonizam em geral sedimentos arenosos e lodosos, além<br />
da vegetação aquática.<br />
Os coleópteros (larvas de besouros) desempenham papel importante na reciclagem de<br />
nutrientes, principalmente na fase larval. Algumas famílias de coleópteros conseguem digerir<br />
a celulose, tornando-a mais simples e disponível para o ecossistema, enquanto que outras<br />
podem enriquecer o solo, incorporando matéria orgânica (principalmente fezes) durante sua<br />
fase de reprodução. Podem ser também importantes indicadores da qualidade do meio<br />
ambiente, devido à grande quantidade de hábitats que ocupam.<br />
A ordem Ephemeroptera, composta atualmente por cerca de 4.000 espécies (Salles et<br />
al.,2004), constitui o grupo mais antigo dentre os insetos alados. As ninfas de<br />
Ephemeroptera são abundantes e diversas, ocupando a maior parte dos meso-hábitats<br />
disponíveis, desde áreas de remanso até os de forte correnteza.<br />
Pelo fato de ser em grande parte herbívoro ou detritívoro e servir de alimento para uma série<br />
de predadores, como outros insetos e peixes, esse grupo representa um importante elo na<br />
cadeia trófica dos ambientes aquáticos. Os Ephemeroptera estão incluídos também entre os<br />
grupos mais utilizados em programas de biomonitoramento de qualidade da água, devido à<br />
sua sensibilidade à poluição ambiental.<br />
Os efemerópteros se caracterizam por conter organismos que vivem em águas limpas e<br />
bem oxigenadas, geralmente em lagoas rasas. Algumas famílias vivem apenas no lodo de<br />
lagoas calmas ou escondidas sob pedras ou vegetação. As ninfas dessa ordem possuem<br />
corpo alongado, cabeça e olhos grandes, brânquias muito grandes, foliáceas ou em forma<br />
de penas, situadas lateralmente, aos pares, em cada um dos segmentos abdominais.<br />
O máximo de riqueza foi registrado no Ponto RIB 04 (ribeirão Babilônia – margem esquerda)<br />
na segunda campanha (11 táxons). Em contraste, a menor riqueza foi observada nos<br />
Pontos RIB 05 e RIB 07 do rio Parnaíba, (canal), em ambas as campanhas, computando-se<br />
apenas um organismo em cada local.<br />
Comparando-se os resultados das réplicas coletadas em cada ponto da rede amostral,<br />
distribuídas entre margens e canal, verifica-se maior riqueza de espécies nas margens dos<br />
corpos d’água, locais em geral mais rasos que o centro, com granulometria mais fina e<br />
maior quantidade de material alóctone, o que favorece a manutenção e desenvolvimento<br />
dos organismos bentônicos. A calha em geral oferece maior obstáculo à colonização de<br />
seres bentônicos, devido ao maior fluxo de correnteza que determina também a composição<br />
do substrato de fundo com predomínio de areia e cascalhos.<br />
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Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-189
Do ponto de vista da distribuição espacial (Tabela 9.2.3.4-10), constatou-se que os dípteros<br />
da família Chironomidae apresentaram maior freqüência de ocorrência nas duas campanhas<br />
de amostragem (83%). As larvas desses insetos são onívoras oportunistas, alimentam-se de<br />
diatomáceas, detritos e pequenos animais, exercendo importante papel na decomposição da<br />
matéria orgânica. Algumas delas são dotadas de órgãos especiais, como brânquias<br />
externas, conseguindo sobreviver em águas fortemente poluídas e em ambientes com<br />
baixas concentrações de oxigênio dissolvido.<br />
Muitos representantes dos quironomídeos são típicos de sistemas aquáticos temporários,<br />
uma vez que estes possuem várias estratégias para resistir à dessecação do habitat e<br />
sobreviver em diferentes condições ambientais (Suemoto, et al. , 2004 apud Abílio, et al,<br />
2007).<br />
Os anelídeos da classe Oligochaeta (oligoquetos) também tiveram participação expressiva<br />
na rede amostral, com freqüência relativa de 75% e 66% nas sucessivas campanhas. Esses<br />
animais de cor avermelhada e dotados de cerdas no corpo para fixação no substrato são<br />
comumente encontrados em sedimentos ricos em matéria orgânica, constituindo excelentes<br />
indicadores do estado trófico do meio aquático. Algumas espécies persistem em ambientes<br />
com teor de oxigênio dissolvido inferior a 1,0 mg/L, representando uma vantagem<br />
competitiva sobre as outras comunidades.<br />
Os quironomídeos (Diptera) e os oligoquetas normalmente são dominantes nos mais<br />
diversos tipos de ambientes, pois apresentam tolerância a situações extremas, com<br />
possibilidade de adaptação a diversos tipos de substrato e grande capacidade competitiva<br />
de alguns gêneros (Callisto et. al., 2001; Brito Jr. et. al, 2005).<br />
As larvas de dípteras da família Ceratopogonidae estiveram presentes em mais de 50% dos<br />
pontos amostrados em ambas as campanhas. São larvas alongadas e vermiformes, habitam<br />
preferencialmente ambientes lênticos e se alimentam de detritos ou microorganismos. As<br />
espécies hematófogas (adultos) são conhecidas popularmente como mosquito-pólvora.<br />
Os nematóides (Filo Nematoda) também se destacaram na rede de amostragem, sendo<br />
encontrados em 50% dos pontos analisados na primeira campanha e em 33% na segunda.<br />
Esses organismos habitam o lodo acumulado no leito dos rios e lagos, suportando baixas<br />
concentrações de oxigênio dissolvido.<br />
Os demais táxons inventariados nas duas campanhas realizadas apresentaram freqüência<br />
abaixo de 50%, sendo considerados menos comuns aos ambientes aquáticos em estudo.<br />
Os insetos da ordem Ephemeroptera ocorreram em baixa porcentagem na primeira<br />
campanha (cerca de 8%), contudo foram mais expressivos na campanha seguinte,<br />
participando de 42% dos pontos amostrados, com destaque para as famílias Leptohyphidae<br />
e Leptophlebiidae. Tais organismos são indicadores de boa qualidade de água.<br />
Os Trichoptera, habitantes também de águas de boa qualidade de água, foram mais<br />
freqüentes na segunda campanha, com destaque para a família Leptoceridae, registrada em<br />
33% dos pontos. Os tricópteros possuem aspecto vermiforme, cujo corpo muitas vezes é<br />
protegido por uma "casa" constituída por grãos de areia e outros materiais retirados do meio<br />
onde habitam. Os organismos dessa ordem são freqüentes em águas correntes, frias, de<br />
alto teor d