Eduardo Barion Baaklini Prof. Orientador - Faap
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FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO<br />
Monografia de Conclusão de Curso<br />
FACULDADE DE ECONOMIA<br />
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS<br />
INTERNACIONALIZAÇÃO DA ZION NUTRIÇÃO ANIMAL<br />
LTDA<br />
<strong>Eduardo</strong> <strong>Barion</strong> <strong>Baaklini</strong><br />
<strong>Prof</strong>essor <strong>Orientador</strong>: Mario Sacchi<br />
2010
INTERNACIONALIZAÇÃO DA ZION NUTRIÇÃO ANIMAL LTDA<br />
EDUARDO BARION BAAKLINI<br />
São Paulo<br />
2010<br />
Monografia de Conclusão do Curso<br />
apresentada à Faculdade de Economia<br />
para obtenção do título de graduação em<br />
Relações Internacionais, sob orientação<br />
do <strong>Prof</strong>. Mario Sacchi.
Dedicatória<br />
Aos meus pais Rick e Cris,
Agradecimentos<br />
e aos meus avós João e Ruth.<br />
Por detrás deste projeto está um sentimento de curiosidade sobre um mundo<br />
empresarial, uma carreira bem distante daquela planejada durante os quatro anos do<br />
curso de Relações Internacionais. Desde o início a área acadêmica sempre me<br />
despertou maior interesse e ainda motiva as minhas aspirações. Porém depois de<br />
metade do curso concluído, algumas matérias surgiram como Internacionalização de<br />
Negócios, Marketing Internacional e Empresas Transnacionais e Investimento Direto<br />
Externo. As novas disciplinas e o empreendedorismo de minha família através da<br />
Zion acabaram por despertar um maior interesse em mim pelo agronegócio e pela área<br />
empresaria.<br />
Meu interesse foi ainda aguçado por meus pais que forneceram conselhos<br />
sobre um projeto que proporcionasse conhecimentos sobre essa área. À medida que<br />
visitava a fabrica e tinha qualquer contato com o setor, a vontade de saber mais<br />
aumentava. Tenho tratado de questões relacionadas ao comércio entre países, mais<br />
especificamente sobre internacionalização há aproximadamente um ano.<br />
Sou particularmente grato aos meus pais, Ricardo e Maria Cristina que jamais<br />
pouparam esforços para me proporcionar a melhor educação e formação superior. Nas<br />
minhas escolhas sempre fui apoiado e bem aconselhado por eles. Foram estes grandes<br />
os responsáveis pelo incentivo ao tema e a pesquisa sobre o agronegócio. Meus avós,<br />
João e Ruth também sempre foram presentes com seus ensinamentos e experiências<br />
de vida.<br />
Também devo muito aos meus amigos da FAAP que com críticas, sugestões e<br />
muita paciência me ajudaram na comunicação com profissionais do ramo, associações<br />
e instituições ligadas ao setor. Os amigos de Marília acudiram com a compreensão de<br />
minha ausência e ainda sempre estiveram presentes quando solicitados.<br />
Ainda assim, devo agradecer especificamente ao meu orientador professor<br />
Mario Sacchi que generosamente fez comentários, esclareceu dúvidas e auxiliou nas<br />
versões recentes de parte deste trabalho. Ajudou-me a dar forma uma de projeto a<br />
uma confusão de idéias complexas. Minhas outras dívidas de gratidão são com os<br />
professores da Faculdade de Economia da FAAP que também contribuíram com<br />
minha formação acadêmica.
Resumo<br />
Pelos últimos anos uma das características mais marcantes da globalização<br />
talvez seja o intercâmbio comercial entre os países. A velocidade com que as<br />
informações são transmitidas e os avanços na tecnologia resultam na interdependência<br />
dos atores da comunidade mundial. A internacionalização das empresas é uma<br />
tendência que vem aumentando ao longo dos anos. Um exemplo dos efeitos desse<br />
fenômeno é o processo de inserção da Zion no comércio internacional que ajudará a<br />
empresa a se tornar mais competitiva e eficiente. Para isso deverá ser realizada uma<br />
séria de estudos, visando garantir uma escolha segura do mercado alvo, bem como da<br />
estratégia utilizada.<br />
Dentre as análises a serem feitas é fundamental um panorama histórico da<br />
empresa, bem como o ambiente onde ela está inserida, o agronegócio brasileiro. Esse<br />
setor está em constante crescimento, o que coloca o Brasil em uma posição<br />
privilegiada no comércio de vários produtos, entre eles no segmento de rações. Além<br />
disso, o Brasil como membro do MERCOSUL realiza comércio de forma intensa no<br />
continente, usufruindo dos benefícios de fazer parte da Zona de Livre Comércio. A<br />
Argentina é o maior parceiro comercial do país na América do Sul e um grande<br />
produtor de rações, especialmente rações voltadas para alimentação de eqüinos a base<br />
de alfafa peletizada.
Abstract<br />
For the last few years one of the most striking features of globalization is<br />
perhaps the trade between countries. The speed with which information is transmitted<br />
and advances in technology results in the interdependence of actors in the world. The<br />
internationalization of companies is a growing trend over the years. An example of<br />
the effects of this phenomenon is the process of insertion of Zion in international<br />
trade that will help the company to become more competitive and efficient. For so it<br />
will be performed a series of studies, aimed at ensuring a safe choice of the target<br />
market as well as the strategy used.<br />
Among the things to be elucidated is a basic historical overview of the<br />
company, as well as the environment where it is inserted, the Brazilian<br />
agribusiness. This industry is constantly growing, which places Brazil in a privileged<br />
position in the trade of various products, including the segment of rations. In addition,<br />
Brazil, as a member of MERCOSUR trade performs extensively on the continent and<br />
enjoy the benefits of joining the Free Trade Zone. Argentina is the country's largest<br />
trading partner in South America and a major producer of animal feed, especially<br />
focused on food rations for horses alfalfa-based pellets.
LISTA DE SIGLAS:<br />
CAGE – Cultural, Política Administrativa, Geográfica<br />
COCHO – Recipiente para rações e comidas para animais<br />
CMC – Conselho do Mercado Comum<br />
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul<br />
NAFTA – North America Free Trade Area<br />
TEC – Tarifa Externa Comum<br />
UNASUL – União das Nações Sul americanas
LISTA DE GRÁFICOS:<br />
Gráfico 1 – Custo de Fabricação das Rações<br />
.................................................................24<br />
Gráfico 2 – Competição<br />
Local........................................................................................28<br />
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Balança Comercial Brasileira com o<br />
MERCOSUL.....................................55<br />
Tabela 2 – Balança Comercial Brasil e Argentina.........................................................<br />
56<br />
Tabela 3 – Balança Comercial Brasil e Paraguai...........................................................<br />
57<br />
Tabela 4 – Balança Comercial Brasil e Uruguai............................................................<br />
58<br />
Sumário<br />
LISTA DE SIGLAS<br />
LISTA DE GRÁFICOS<br />
LISTA DE TABELAS<br />
INTRODUÇÃO 1
1. HISTÓRICO DA EMPRESA 4<br />
1.1. Formação da Empresa 4<br />
1.2. Estrutura administrativa 6<br />
1.3. Maquinários 8<br />
1.4. Produtos 9<br />
1.5. Tecnologia 10<br />
1.6. Produção 11<br />
1.7. Cliente 12<br />
1.8. Fornecedores 12<br />
1.9. Parcerias 13<br />
2. ANÁLISE DO SETOR AGROINDUSTRIAL BRASILEIRO E O<br />
SEGMENTO 15<br />
2.1. Agronegócio 15<br />
2.2. Sistema Agroindustrial 16<br />
2.3. Complexo Agroindustrial 17<br />
2.4. Cadeia de Produção agroindustrial 18<br />
2.5. Agroindustrial 18<br />
2.6. Características dos produtos Agroindustriais 18<br />
2.7. Outros aspectos do Agronegócio 20<br />
2.8. O segmentos das rações 21<br />
2.8.1. Tipos de Rações 23<br />
2.8.2. Custos de Produção 23<br />
2.8.3. Tecnologia 24<br />
2.8.4. Logística 25<br />
2.8.5. A Competição Local 26<br />
3. ESTRATEGIAS DE MARKETING 29<br />
3.1. Algumas definições de marketing 29<br />
3.1.1. Marketing estratégico e marketing operacional 30<br />
3.2. Os passos do planejamento estratégico 31<br />
3.3. Possíveis estratégias 35<br />
3.3.1. Especialização 35<br />
3.3.2. Integração vertical 36<br />
3.3.3. Diversificação 39<br />
3.3.4. Inovação 39<br />
3.3.5. Fusões e Aquisições 40<br />
3.3.6. Estratégias de Corte 41<br />
3.4. A estratégia aplicada a Zion 41<br />
3.5. Marketing Agroindustrial 41<br />
3.6. Marketing Mix 43<br />
3.6.1. Produto 43<br />
3.6.2. Preço 44<br />
3.6.3. Distribuição 45<br />
3.6.4. Composto promocional 46<br />
4. O PLANO DE INTERNAICONALIZACAO 47<br />
4.1. A idéia de se internacionalizar 47<br />
4.2. A competitividade externa 49<br />
4.3. O MERCOSUL 50<br />
4.3.1. O Brasil e o MERCOSUL 54
4.3.2. Argentina 55<br />
4.3.3. Paraguai 56<br />
4.3.4. Uruguai 57<br />
4.4. Mercado alvo: Argentina 58<br />
4.4.1. População Eqüina 58<br />
4.4.2. Consumo Per capta 59<br />
4.4.3. Produto Similares 60<br />
4.4.4. Promoção e publicidade 60<br />
4.4.5. Possibilidades Mercadológicas 61<br />
4.5. Estrutura CAGE 62<br />
4.6. Estruturação do Departamento 64<br />
4.6.1. Funções do Departamento de Exportação 64<br />
4.6.2. O Gerente do Comercio Exterior 65<br />
4.6.3. Alterações no organograma da empresa 66<br />
CONCLUSÃO 68<br />
BIBLIOGRAFIA 70
Introdução<br />
O tema do presente projeto tem como objetivo a internacionalização de uma empresa<br />
familiar. Será elaborada uma escolha de uma estratégia de marketing a um mercado<br />
potencial, partindo disso poderá ser estruturado o departamento de comércio exterior na Zion<br />
Nutrição Aninal LTDA, uma empresa média e familiar, da qual o que escreve é aluno de<br />
Relações Internacionais e pretende que esta contribuição auxilie a empresa em seus passos<br />
necessários para sua perfeita inserção no comércio internacional.<br />
Um dos motivos que contribuíram para a elaboração desse trabalho é a<br />
competitividade em que se encontram as empresas presentes no mercado internacional,<br />
tornando-se menos vulneráveis a crises de seus mercados nacionais gerando a alternativa de<br />
alcançar os mercados internacionais através da internacionalização.<br />
As empresas que exportam regularmente se tornam competitivas, ampliando sua<br />
capacidade de produção, reduzindo seus custos fixos e adquirindo maior poder de negociação<br />
em relação aos concorrentes e ao mesmo tempo sendo os parceiros habituais. O número de<br />
clientes da empresa também é ampliado e através da entrada em um novo mercado o acesso a<br />
novas tecnologias e inovação.<br />
A política governamental incentiva oferecendo tanto benefícios na exportação como<br />
também incentivos fiscais, ganhos de prestigio do produto, bem como um aumento nos<br />
padrões de qualidade na produção. Esses benefícios podem ser provenientes do país de<br />
origem ou do país receptor.<br />
O processo de internacionalização é longo e detalhado, pois é um estudo de mercados<br />
onde são necessários investimentos para se atender tanto o mercado doméstico como o<br />
mercado externo. Na entrada de divisas existem diversos tipos de “barreiras”, desde as mais<br />
conhecidas como econômicas, ou comerciais, mas também as geográficas, administrativas e<br />
culturais.<br />
A empresa Zion tem pouco tempo de vida, e vem obtendo bons resultados no mercado<br />
doméstico, estando em processo de consolidação, o que refletirá na internacionalização<br />
somente ao mediano e longo prazo.<br />
Uma vez iniciada a exportação na empresa, o processo de exportação será um processo<br />
esporádico para trabalhar com os produtos excedentes de produção. Porém deverá ser<br />
constante, demonstração da seriedade e melhoria da imagem do país, o que gera muito peso<br />
no comércio internacional.<br />
1
A metodologia a ser utilizada para o projeto será baseada em análise de informações<br />
secundarias, trabalho de campo (informação primaria), como feiras, eventos ligados ao setor,<br />
associações e entrevistas com os gestores da empresa que possam fornecer dados que possam<br />
auxiliar o projeto. Também foram utilizados livros, sites e conhecimentos acumulados nos<br />
quatros de estudo no curso de Relações Internacionais na Fundação Armando Álvares<br />
Penteado.<br />
No primeiro capítulo é descrita a história da empresa, a situação percorrida por ela até<br />
a situação encontrada nos dias atuais da Zion, os clientes, fornecedores e a estrutura<br />
organizacional da empresa que será utilizada como base deste projeto.<br />
Assim, depois de abordado esse panorama no capítulo dois serão elucidadas as<br />
diversas definições de agronegócio, agrobussines, cadeia de produção agrícola e sistema<br />
agroindustrial. Ainda é analisado o segmento de rações onde a Zion esta inserida, ou seja, até<br />
este momento o no âmbito doméstico. Para isso são discutidas quais são os principais<br />
concorrentes e o espaço que a indústria detém e poderá ter no mercado.<br />
O volume de vendas não pôde ser utilizado, uma vez que a empresa iniciou suas<br />
atividades faz poucos meses e no início a produção era realizada para testes dos produtos,<br />
onde pouca quantidade era vendida e com uma política de promoção, onde as rações eram<br />
comercializadas com descontos, não continham a nova embalagem e destinadas somente a<br />
poucos clientes mais próximos.<br />
Logo, a fatia do mercado pertencente à Zion foi estimada de acordo com o Diretor Zilo<br />
e segundo as vendas dos meses após a fase de testes.<br />
No terceiro capítulo são observados os passos para desenvolver uma estratégia de<br />
marketing em um determinado mercado, alguns passos da estratégia (implementação e<br />
controle) não foram relacionados pela Zion, pois não devem ser discutidos no momento atual<br />
e sim no momento do processo de internacionalização, que ocorrerá no futuro próximo,<br />
Também serão citadas as distintas estratégias que poderão ser adotadas pelas empresas. E as<br />
estratégias cabíveis a Zion no estágio em que a empresa se encontra.<br />
No quarto e último capítulo será explicada o porquê da decisão de exportar, analisando<br />
a competitividade externa através dos países que formam o MERCOSUL, como potenciais<br />
mercados na internacionalização da Zion e a seleção do mercado alvo de acordo com as<br />
possibilidades de se obter uma boa parceria comercial nesses mercados. Além da análise<br />
comercial é feita uma análise de acordo com a estrutura CAGE (Cultural, Administrativa,<br />
Geografia e Econômica). E finalmente a estruturação do departamento de comércio exterior<br />
na empresa.<br />
2
Nesse quarto capítulo não foram definidos os preços dos produtos a serem<br />
comercializados no mercado externo, pois será desenvolvido um estudo de mercado onde se<br />
analisará os preços praticados nesses mercados pela concorrência para que o projeto que visa<br />
à internacionalização se ajuste a cada mercado com estratégias de preços, uma vez que se<br />
penetre a cada mercado se ajustem e permitam os melhores resultados.<br />
Além da dificuldade de determinar a participação exata da Zion no mercado, também<br />
foi complicado obter dados sobre os principais líderes no mercado. Muitas empresas se<br />
recusaram a divulgar informações como o volume de vendas, a participação no mercado<br />
brasileiro ou até mesmo os países exatos para onde exportam. Muitas associações não<br />
dispõem desse tipo de informações e somente de informações sobre produtos, feiras,<br />
máquinas e novidades no setor. Outras estão desatualizadas e as informações que possuíam<br />
não eram sobre o segmento de rações e sim sobre o agronegócio brasileiro.<br />
As Instituições brasileiras que fomentam o comércio internacional e que regem e<br />
auxiliam o processo exportação das empresas ajudaram na medida em que dispunham<br />
informações em seus sites atualizados constantemente, porém sobre dúvidas mais específicas<br />
era impossível obter auxílio via email ou telefone, uma das principais razões foi que essa<br />
pesquisa foi desenvolvida no período pré-eleitoral que durou aproximadamente um semestre.<br />
O diferencial desse trabalho está na escolha da empresa a ser internacionalizada, a<br />
Zion é uma média empresa totalmente interligada ao setor do agronegócio, uma empresa de<br />
rações peletizadas que além de se internacionalizar busca obter uma parceria com um país<br />
produtor de rações a base de alfafa que praticamente no existe no Brasil como fonte de<br />
alimentação animal, sendo requerida, aqui se está pensando em termos de Aliança estratégica.<br />
3
Capítulo 1 - Histórico da Empresa<br />
Este capítulo visa explicar o histórico da empresa, elucidando sua criação (sócios,<br />
principais colaboradores e suas respectivas funções e estrutura organizacional), sendo ainda<br />
abordados os principais aspectos dos produtos, máquinas, tecnologia, fornecedores, processo<br />
produtivo e os clientes alvos da empresa.<br />
1.1 - Formação da empresa:<br />
A empresa objeto do trabalho: Zion Nutrição Animal LTDA é uma indústria de rações<br />
para cavalos localizada na Rua Engenheiro Benedito Renê Km 54, s/ nº, bairro São João Novo<br />
(Distrito Industrial), Município de São Roque, interior do Estado São Paulo. A empresa<br />
iniciou suas atividades no dia 1 de março de 2009 e foi inaugurada somente em junho de<br />
2010, devido ao início de sua produção 1 .<br />
A fábrica já existia, porém com o nome de Nutrimento Agroindustrial LTDA. Os<br />
donos anteriores iniciaram o processo de falência e concordata no início de 2007, vendendo a<br />
empresa no ano seguinte. Através de conversas com o Diretor/proprietário da Zion, o Sr.<br />
Roberto Zilo, foi verificado os motivos que levaram ele e o Sr. Carlos <strong>Barion</strong> a adquirirem<br />
uma empresa naquelas condições, responderam-me que ambos já estavam em uma fase da<br />
vida em que já não dependiam de um emprego e uma renda fixa. O nome Zion é uma junção<br />
dos sobrenomes das duas famílias Zilo e <strong>Barion</strong>.<br />
O Sr. Zilo é pecuarista e tendo já deixado suas propriedades bem encaminhadas<br />
resolveu continuar no agronegócio, só que através de uma agroindústria. O Sr. <strong>Barion</strong> possui<br />
outra atividade profissional, tendo a função de apenas assessorar os trabalhos na Zion, visto<br />
que possui uma vasta experiência na área industrial. Ambos são engenheiros agrônomos,<br />
formados na mesma Instituição, a Universidade Estadual UNESP de Jaboticabal e possuem<br />
um vínculo familiar.<br />
No início de 2010 um novo sócio passou a integrar a estrutura societária da empresa o<br />
Dr. Ricardo <strong>Baaklini</strong>, médico radiologista, graduado pela Santa Casa de São Paulo. Os<br />
motivos que levaram a entrada do Dr. <strong>Baaklini</strong> na empresa foram: a necessidade de capital<br />
para o término de reformas nas instalações e quitação de dívidas da antiga gestão. O Dr.<br />
1 A inauguração ocorreu mais de um ano depois do ínicio da compra devido ao processo de regulamentação das<br />
atividades da empresa e quitação de dívidas da gestão anterior. Nesse período a empresa não obteve lucro, pois<br />
não havia produção. Suas operações se baseavam na busca de certificações e alvarás necessários para o exercício<br />
da atividade.<br />
4
<strong>Baaklini</strong> também está ligado na atividade pecuária, sendo um dos fornecedores da empresa e<br />
possui um vínculo parentesco com um dos sócios. Devido a sua dedicação na área da saúde<br />
como médico e professor, suas funções na empresa são restritas ao papel de um conselheiro,<br />
sendo um sócio investidor.<br />
A Zion possui como missão levar a seus clientes produtos agroindustriais de alta<br />
qualidade sempre prezando pela saúde e bem estar dos animais. Segundo o Diretor Sr. Zilo o<br />
processo de implantação da empresa foi longo devido aos cuidados que diretoria tomou para<br />
conseguir o registro do Serviço Inspeção Federal (SIF) e no Ministério da Agricultura<br />
Pecuária e Abastecimento (MAPA) e também no desenvolvimento da formulação das rações<br />
oferecidas pela empresa, praticamente exclusivas no mercado, oferecendo a exclusividade do<br />
aroma e a segurança de que não afetará o animal em função da cólica eqüina.<br />
A visão dos diretivos da Zion é se desenvolver e consolidar no mercado brasileiro nos<br />
próximos cinco anos, além no fim desse período já ter vivenciado a experiência de estar<br />
presente também no mercado externo. Inicialmente espera-se que através deste trabalho a<br />
empresa escolha um país ou região como laboratório para iniciar seu processo de<br />
internacionalização.<br />
A Cólica Eqüina causa fortes dores abdominais nos cavalos, devido a afecções no<br />
aparelho digestivo ou em outros órgãos. O animal possui um estomago de tamanho reduzido,<br />
e em grande parte das vezes o motivo da cólica é alimentação incorreta, má distribuída, em<br />
excesso, alimentos muito triturados, ração mal balanceada e alimentação antes dos trabalhos<br />
que exigem esforço físico. Essa cólica ainda é conhecida como “cólica de impacto”, resultado<br />
de uma obstrução, no intestino grosso, por sobrecarga de alimentos 2 .<br />
Ao ser questionado sobre o futuro da empresa, o Diretor proprietário Sr. Zilo afirmou<br />
que com os resultados, mais que satisfatórios dos testes das rações e que com o aumento de<br />
capital da empresa, com a entrada de mais sócio, a Zion pode aos poucos ampliando seu<br />
espaço no mercado e adquirir um aumento significativo na produção. Segundo os executivos a<br />
empresa antes da nova gestão já possuía um considerável número de clientes e com os<br />
contatos dos novos proprietários, espera-se que em um curto prazo seja possível ampliar a<br />
capacidade de produção e incluir novos produtos na linha. Isso permitirá que clientes sejam<br />
atendidos de forma mais ágil e encontrar novos produtos com preço baixo e qualidade.<br />
Podem-se identificar os principais valores da empresa: Ética, Inovação, Transparência<br />
e Competência. Acreditando que seus clientes terão acesso a tudo o que o Sr. Zilo deseja.<br />
2 MELDAU Débora. Cólica Eqüina – Medicina Veterinária - Infoescola. 2010. Disponível em:<br />
http://www.infoescola.com/medicina-veterinaria/colica-equina/.<br />
5
Nesse um ano em que a empresa não teve produções foi desenvolvida uma fórmula<br />
para as rações e realizado diversos testes para garantir a eficiência do produto. Os testes foram<br />
realizados em diversas propriedades entre elas a Fazenda Santa Silvia de propriedade da<br />
família, localizada em Júlio de Mesquita, interior de São Paulo. Por isso de acordo com o Sr.<br />
Zilo a empresa desenvolveu um produto novo e “forte”, proporcionando à empresa a condição<br />
de sobrevivência frente aos grandes concorrentes.<br />
Pouco tempo depois de comprar a empresa os sócios ainda possuíam o ônus do<br />
pagamento de um aluguel mensal referente ao imóvel onde está instalada a Zion. Com a<br />
venda de parte das ações, os dois sócios Sr. Zilo e Sr. <strong>Barion</strong> adquiriram a área onde estão o<br />
prédio, os barracões e onde existe muito espaço ocioso para uma futura expansão.<br />
A empresa possuía maquinas inoperantes, onde não eram feitas as manutenções<br />
necessárias e que estavam fora de funcionamento já há algum tempo. Com a capitalização a<br />
Zion reformou seus maquinários e adaptou-os a nova formulação dos produtos, também<br />
comprou novas ferramentas, utensílios de manuseio fabril, computadores e móveis para<br />
escritório, além reformar praticamente toda sua instalação. Originalmente as máquinas eram<br />
utilizadas para fabricação de rações para cavalos, sem a capacidade para produzir variedades<br />
de acordo com a raça e porte do animal e sem a possibilidade de inclusão da nova formulação.<br />
Dentre as máquinas adquiridas estão uma Morga de Descarga e uma Balança<br />
Digitalizada, o que agiliza a produção da empresa e ainda permite um maior controle da<br />
quantidade produzida.<br />
A empresa ainda nesse pouco tempo de existência pode contar com a acessória<br />
jurídica do escritório Marcos Martins Advogados Associados, considerado um grande<br />
escritório de advocacia, especialista em direito empresarial e com a acessória em Marketing<br />
do Sr. Paulo Venturini, com sua experiência na área logística e comercial.<br />
1.2 - Estrutura Administrativa:<br />
A Zion por ser uma empresa pequena possui uma estrutura administrativa enxuta, que<br />
poderá ser visualizado no organograma abaixo, composto pelo Diretor Geral Sr. Zilo,<br />
responsável pela administração de toda a empresa, pela área de desenvolvimento de novos<br />
produtos, por todo o departamento técnico e também pelo atendimento de alguns clientes.<br />
Mesmo não estando presente no dia a dia da empresa o Sr. <strong>Barion</strong>, também possui um<br />
papel importante, pois além assessorar todo o trabalho do Diretor Geral, é responsável por<br />
6
grande parte dos contatos que a empresa possui, desde fornecedores, consultores (jurídico e<br />
marketing), e até novos clientes. Semanalmente os três sócios se reúnem para traçarem<br />
diretrizes e reportarem sobre vendas, clientes e políticas a serem adotadas.<br />
Existe ainda um auxiliar administrativo, o Sr. Nelson Simões, responsável pelas<br />
burocracias de escritórios, pagamentos em geral, de funcionários, fornecedores e contas da<br />
empresa, é quem compra as matérias primas e todos os materiais utilizados na Zion.<br />
O auxiliar de expedição é o responsável pelo armazenamento das matérias primas, dos<br />
produtos acabados (as rações), pela entrega, quando feita pela própria empresa e pela saída de<br />
caminhões carregados na expedição.<br />
O auxiliar de produção é quem coordena a ocupação das máquinas, é o profissional<br />
que decide o que cada máquina produz a cada momento, ou seja, controla toda a produção da<br />
empresa, pois possui o domínio e experiência sobre as capacidades das máquinas, conhecendo<br />
qual fará a mistura exata para cada tipo de ração.<br />
Figura 1: Organograma da Estrutura Administrativa<br />
Auxiliar<br />
Administrativo<br />
Diretor<br />
Roberto Zilo<br />
Auxiliar<br />
Expedição<br />
Como já foi dito está é a estrutura administrativa da empresa, porém a mesma conta<br />
com um Conselho Diretivo formado pelos três sócios: Sr. Roberto Zilo, Sr. Carlos <strong>Barion</strong> e<br />
Dr. Ricardo <strong>Baaklini</strong>. Além destes a empresa conta com doze funcionários na produção, os<br />
operários e possui um segurança na portaria, e duas faxineiras.<br />
Auxiliar<br />
Produção<br />
Desta análise desprende-se que a empresa possui uma estrutura administrativa simples,<br />
pois esta em processo de desenvolvimento, assim com este projeto será incluído mais um<br />
setor no organograma da Zion, o responsável pela internacionalização da empresa.<br />
7
1.3 - Maquinários:<br />
A Zion conta com nove equipamentos de diferentes tamanhos e distintas funções na<br />
produção das rações, sendo elas:<br />
• Duas peletizadoras de 250 CV e 350 CV;<br />
• Um misturador vertical;<br />
• Um resfriador<br />
• Um Readler (pré misturador) horizontal;<br />
• Uma balança<br />
• Uma morga de descarga<br />
• Uma caldeira a lenha vertical;<br />
• Um descarregador.<br />
A balança e a morga de descarga foram adquiridas no ano de 2010. E os demais<br />
equipamentos foram reformados e adaptados as alterações na composição química dos<br />
produtos. As peletizadoras são as grandes responsáveis pelo estado final em que o produto se<br />
encontra, dando a forma uniforme as rações.<br />
As rações peletizadas compreendem mais de dois terços do total produzido<br />
industrialmente no mundo interiro. Esse método é flexível para a adaptação de uma grande<br />
variedade de partículas (matérias-primas) e parâmetros de processos. É melhor forma e a mais<br />
eficiente para se produzir rações para animais. Além da agregação de vantagens a produtos<br />
alimentícios, como adubos e resíduos de cereais 3 .<br />
Segundo o Diretor Sr. Zilo, as rações peletizadas possuem uma vida útil maior,<br />
melhoram a digestão do animal, evitam o desperdício, possuem uma maior quantidade de<br />
nutrientes e são muito mais fáceis de manejar.<br />
Todos os equipamentos são responsáveis pela produção dos quatro tipos de rações<br />
oferecidos pela Zion, e que serão descritos mais adiante. Neste momento os donos da empresa<br />
estão avaliando a possibilidade de se adquirir novos equipamentos em função do excelente<br />
desempenho na comercialização das rações nos últimos meses.<br />
3 Peletização Lucauto. Disponível em: http://www.lucato.ind.br/Peletizacaolucato.pdf<br />
8
Com novas máquinas, mais modernas, haverá um aumento na eficiência da produção e<br />
conseqüentemente melhor qualidade e agilidade em atender os clientes.<br />
1.4 - Produtos<br />
A Zion ainda é tida como uma empresa pequena, conta com uma área útil de 2.540<br />
metros quadrados em um terreno de 20.000 metros quadrados o que inclui uma área de<br />
preservação ambiental de 4.000 metros quadrados. Inicialmente o prédio era alugado e<br />
contava com uma área externa de apenas 4.000 metros quadrados. Logo sua linha de produtos<br />
é reduzida contando apenas com quatro variedades de um só produto.<br />
Com o crescimento e expansão a empresa modificou sua linha de produtos, pois antes<br />
da mudança na gestão da empresa a fabrica só produzia dois tipo de rações (equivalentes a<br />
ração Tropa TS e Lida). Os novos proprietários se aperfeiçoaram de acordo com as<br />
necessidades dos consumidores dos dias atuais e hoje a empresa possui quatro tipos de rações.<br />
A seguir iremos descrever cada uma deles para um melhor entendimento do leitor:<br />
• Ração Tropa TS: indicada para cavalos de tropa de serviço com excelência<br />
genética, utilizados em médias e grandes propriedades. Esta ração possui<br />
nutrientes reforçados, o que garante um ótimo desempenho do animal nas<br />
atividades agrícolas diárias;<br />
• Ração Potro: indicada para animais até quatro anos de idade, recém nascidos.<br />
Contém substâncias fundamentais para o completo desenvolvimento do<br />
animal;<br />
• Ração Monta: indicada para animais oriundos do cruzamento entre raças<br />
distintas, ou ainda, cavalos de montaria e equitação;<br />
• Ração Lida: indicada para cavalos de serviços diários, ou com a peculiaridade<br />
de sua utilização como transporte. Também contém nutrientes que garantem o<br />
desempenho do cavalo.<br />
É importante ressaltar que todas as rações produzidas pela Zion possuem em sua<br />
composição química, substâncias que evitam que o cavalo desenvolva a cólica eqüina em<br />
9
função de uma alimentação excessiva. Logo o tratador não precisa se preocupar em retirar a<br />
ração do cocho 4 , ou em colocar a quantidade exata para o animal não ingerir comida demais.<br />
Outro diferencial dos produtos da Zion são os aromas contidos nas rações. A grande<br />
maioria das matérias primas utilizadas em sua produção quando armazenadas e mesmo após o<br />
processo produtivo causam um odor um tanto desagradável. Sendo assim a empresa<br />
desenvolveu uma tecnologia capaz adicionar um aroma no produto que mesmo armazenado<br />
por um período longo e fora da embalagem se mantém ativo. Os aromas são de frutas frescas,<br />
como maça, pêra, uva e laranja.<br />
O preço das rações é de R$ 1,04 o quilo, independentemente da ração escolhida pelo<br />
cliente (tropa, monta, lida e potro). A empresa disponibiliza embalagens com 15, 20 e 25<br />
quilos. O que acaba por aumentar o preço das rações é o frete que o cliente paga até sua<br />
propriedade e que varia de acordo com a distância. Alguns clientes especiais que compram em<br />
grande quantidade e com exclusividade, alocados em Marília ou São Roque acabam sendo<br />
beneficiados pela empresa realizando a entrega com seus veículos.<br />
A pedido do Diretor Sr. Zilo, por questões de segurança e sigilo não iremos divulgar<br />
nem entrar em detalhes sobre as fórmulas das rações produzidas pela Zion. Ainda, tendo em<br />
vista que o foco do trabalho não é o processo produtivo, mas sim a comercialização desses<br />
produtos no exterior (a internacionalização da empresa), não há razões para descrevermos o<br />
produto tão a fundo, o que não prejudica a análise da empresa.<br />
1.5 - Tecnologia<br />
A tecnologia utilizada pela empresa abrange todo o conhecimento que a Zion possui<br />
em termos de rações e produtos agrícolas. Seus funcionários possuem um cursos relacionados<br />
a área ou passam por treinamentos para compreenderem o agronegócio. Toda a equipe, dos<br />
diretores aos operários é atualizada sempre que possível em relação às novidades e mudanças<br />
sofridas pelo setor.<br />
A empresa procura manter modernizado seus equipamentos. Prova disso é troca de<br />
algumas máquinas que já eram consideradas obsoletas. O ideal segundo o Diretor Sr. Zilo é<br />
que a empresa compre máquinas novas aos poucos, de acordo com capacidade do caixa da<br />
empresa.<br />
A compreensão de que a transição tecnológica é fundamental (atualização e compra de<br />
máquinas e equipamentos) em uma empresa já é um grande diferencial da Zion em relação<br />
4 Cocho é o recipiente onde o tratador coloca a comida para o boi ou para o cavalo.<br />
10
muitas firmas, que não são capazes de detectar a decadência da tecnologia original e aos<br />
poucos vão se tornando atrasadas em relação aos concorrentes.<br />
1.6 - Produção<br />
As rações são fabricadas de acordo com os pedidos dos clientes. As rações mais<br />
consumidas são produzidas de modo que seja mantida uma quantidade mínima nos estoques,<br />
o que possibilita um rápido atendimento ao cliente.<br />
Um aspecto importante ainda não discutido é a utilização de representantes para a<br />
comercialização das Rações. A empresa possui um sistema de vendas desenvolvido pelo<br />
Consultor de Marketing, antes citado anteriormente. Em diversas regiões do Estado de São<br />
Paulo, como Marília, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Presidente Prudente a<br />
Zion possui representantes comerciais que estão em contato direto com os clientes, efetuando<br />
pedidos e oferecendo novos produtos. Dessa forma além do Sr. Roberto, diretor da empresa<br />
que faz parte da estrutura administrativa existe ainda uma equipe (externa) de representantes<br />
treinada para a comercialização dos produtos.<br />
Depois de feitos os pedidos, por exemplo, 20 sacos da ração Monta, ou ainda 200<br />
quilos da ração Lida, é checado se existe a quantidade requerida no estoque, caso exista o<br />
produto é encaminhado para ser entregue ao cliente. Caso contrário, a quantidade específica<br />
não esteja no estoque é lançada uma ordem de produção pelo Diretor da empresa Sr. Zilo ou<br />
pelo auxiliar administrativo Sr. Simões (com o aval da diretoria) e este documento é entregue<br />
ao auxiliar de expedição que separa as matérias primas até então estocadas e em seguida o<br />
auxiliar de produção recebe esta ordem gerenciando todo o restante do processo.<br />
O auxiliar de produção decide qual das peletizadoras é a melhor para determinado<br />
pedido e coordena todo o processo de produção. Para melhor entendimento é mostrado o<br />
seguinte quadro:<br />
11
Figura 2: Organograma de Fluxo de Produção<br />
Aux. Adm.<br />
Cliente<br />
Zion<br />
Aux. Produção<br />
Os pedidos são entregues em no máximo uma semana, mas na maioria deles o pedido<br />
é feito com muito tempo de antecedência, cerca de duas a três semanas, o que favorece a<br />
empresa, não tornando necessária a produção de última hora, repentina. Em alguns casos de<br />
urgência a Zion consegue entregar seus produtos antes do período de sete dias.<br />
1.7 - Clientes<br />
Diretor Sr. Zilo<br />
Aux. Expedição<br />
Os principais clientes da Zion são produtores rurais de médio e grande porte ligados a<br />
eqüinocultura. Geralmente proprietários de haras com foco em procriação em excelência<br />
genética, ou para atividades esportivas como corrida e equitação. Outros são simples criadores<br />
de cavalos, pecuaristas que utilizam o animal como mão de obra em fazendas. Mesmo não<br />
sendo o foco da empresa, a Zion também possui como clientes produtores rurais de pequeno<br />
porte que possuem cavalos em seus sítios, ranchos e chácaras. Os clientes estão localizados<br />
principalmente no Sudeste, nas regiões de Marília, Sorocaba e Presidente Prudente.<br />
12
1.8 - Fornecedores<br />
As matérias primas fornecidas para a empresa e necessárias na produção das rações<br />
são basicamente cinco componentes: milho, sorgo, feno, germe de trigo e levedura de cana de<br />
açúcar. Além destes são adicionados sal, minerais, corantes e aromatizadores.<br />
Os fornecedores das matérias primas são produtores e distribuidores que possuem<br />
fazendas na região de Sorocaba, com exceção de alguns em outras regiões do Estado de São<br />
Paulo como a Alta Paulista. Pode-se dizer que estes representam cerca de 80% dos<br />
fornecedores e outros 20% são cooperativas e associações de produtores de determinada<br />
cultura. Entre eles estão duas propriedades pertencentes a família de dois dos sócios (que são<br />
cunhados).<br />
A Zion ainda possui como fornecedores, mesmo que secundários, outras firmas<br />
agroindustriais produtoras de sais, corantes e aromatizadores para produtos agrícolas.<br />
Algumas dessas empresas são concorrentes, pois segundo o Sr. Roberto, além de forneceram<br />
esses produtos elas também produzem rações para cavalos.<br />
1.9 - Parcerias Estratégicas<br />
Um projeto que vem sendo estudado e desenvolvido pela diretoria da Zion são os<br />
contatos de aproximação com outras firmas do mesmo ramo de atividade, localizadas no<br />
Brasil e no exterior. Exemplo disso são alianças estratégicas que podem vir a ser firmadas<br />
com outras organizações. No caso da Zion, o que vem sendo proposto são parcerias com<br />
indústrias argentinas que são produtoras de rações para animais.<br />
Dessa forma, com a utilização de uma parceria entre as duas empresas de seus<br />
respectivos países, a Zion poderia importar alfafas, ou rações peletizadas a base desse cultivo<br />
(em forma de produto acabado) e comercializá-las no mercado interno, assim, agregaria mais<br />
um diferencial em sua linha de produtos e colocaria a disposição dos clientes no Brasil um<br />
produto pouco conhecido, que são as rações para diversos tipos de animais a base de alfafa.<br />
Outra vantagem de uma parceria são os aprendizados com a transferência de tecnologia e<br />
intercâmbio de conhecimento.<br />
A Alfafa é original da Ásia Menor e do Sul do Cáucaso e apresenta uma variedade de<br />
ecotipos, além da adaptação a vários tipos de clima. A leguminosa perene é muito nutritiva,<br />
superando fontes de alimentos mais utilizadas como o milho, a cana de açúcar e o capim<br />
elefante. Abaixo da linha do equador o maior produtor é a Argentina, com 7.500.000 hectares<br />
13
e foi a partir dela e Uruguai que a alfafa foi introduzida no Brasil, mais propriamente no Rio<br />
Grande do Sul 5 .<br />
No Brasil estima-se que a produção de Alfafa é de apenas 26.00 hectares. Isso se deve<br />
ao baixo conhecimento que os produtores possuem em relação a essa cultura, como: sua<br />
fertilidade nos solos, práticas de irrigação, produção de sementes e cuidados em relação a<br />
pragas e doenças. Seu cultivo vem se expandindo pelas regiões Sudeste e Centro Oeste,<br />
porém o foco da produção no Brasil é destinado à alimentação de animais como a produção<br />
de bovinos de leite ou carne com alto índice zootécnico 6 .<br />
Daí o motivo de se importar a alfafa da Argentina, pois neste país onde o cultivo é<br />
mais intenso, uma grande quantidade plantada é destinada a produção de pellets para rações.<br />
Além do conhecimento adquirido ao longo dos anos a Argentina está presente no bloco<br />
econômico Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), o que facilitaria as importações devido à<br />
união aduaneira.<br />
Outra idéia que vem sendo avaliada pelo Diretor da empresa Sr. Zilo e pelos demais<br />
sócios Sr. <strong>Barion</strong> e Dr. <strong>Baaklini</strong> é a possibilidade de estabelecer diretrizes em relação à<br />
exportação dos produtos da Zion, ou seja, uma parceria com empresas no exterior, como<br />
trades para a comercialização das rações 7 .<br />
A exportação das rações produzidas pela Zion faz parte do processo de<br />
internacionalização da empresa, que tem inicio com a abertura do Departamento de Comércio<br />
Exterior, ou pela comercialização através de uma empresa especializada (trade company) que<br />
assessorará a Zion nas primeiras remessas internacionais. Ambas as formas estão relacionadas<br />
atingem o mesmo objetivo. A melhor forma e estratégia a ser adotada pela empresa serão<br />
discutidas nos próximos capítulos deste trabalho, assim com a escolha do mercado potencial.<br />
Portanto este trabalho irá auxiliar os sócios proprietários da Zion na decisão dos em<br />
optar pela internacionalização da empresa nos próximos anos<br />
5 Cultivo de Alfafa. Disponível em:<br />
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Alfafa/SistemaProducaoAlfafa/<br />
6 Cultivo de Alfafa. Disponível em:<br />
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Alfafa/SistemaProducaoAlfafa/<br />
7 Trades são empresas especializadas na importação e exportação de produtos.<br />
14
Capítulo 2 - Análise do Setor Agroindustrial Brasileiro<br />
Neste capítulo devido à diversidade de nomenclaturas e terminologias é fundamental<br />
dissertar sobre os diversos prismas, apresentando as principais definições de agronegócio,<br />
agroindústria, sistema agroindustrial, cadeia de produção agrícola entre outros. O segmento de<br />
rações como fonte de alimentação animal, os tipos de rações, o custo de produção, tecnologia,<br />
logística e competição local. Ainda sobre o mercado local faz-se necessário a apresentação do<br />
Market-Share do segmento de rações no Brasil.<br />
2.1 - Agronegócio<br />
O agronegócio pode ser entendido como o tradicional setor primário da economia,<br />
formado predominantemente pela agricultura, pecuária e extrativismo, mas que ao longo dos<br />
anos sofreu uma transformação e se tornou diversificado, moderno e complexo, o que antes<br />
era chamado de setor primário, hoje é interpretado como agronegócio, uma industrialização<br />
da agricultura. As propriedades rurais agora são classificadas como organizações<br />
agroindustriais, assim como as empresas responsáveis pelo processo de transformação de<br />
produtos agrícolas e produtos zootécnicos (CALLADO E CALLADO, 2008).<br />
Ainda de acordo com os autores já citados, a conotação do termo agronegócio é<br />
responsável por uma modificação de paradigma nunca antes vista na área rural, admitindo<br />
novas referências como modalidades de empreendimentos. O ambiente socioeconômico, onde<br />
o agronegócio está presente tem se tornado cada vez mais diversificado, o que exige uma<br />
visão sistêmica sobre o agronegócio.<br />
Assim o ambiente onde a Zion, está inserida é moderno e um tanto complexo, sendo<br />
uma indústria diretamente conectada ao meio rural, por meio de clientes e fornecedores. Mas<br />
ainda utiliza a tecnologia e inovação na produção e agregação de valor aos produtos.<br />
Para os mesmos autores, agronegócio compreende-se o total das somas das operações<br />
de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, produção nas unidades, armazenamento,<br />
processamento e distribuição dos itens produzidos com base em produtos agrícolas. Neste<br />
calculo estão inclusos, os serviços financeiros, de transporte, classificação, marketing,<br />
seguros, bolsas de valores e outros.<br />
O agronegócio possui cinco principais setores de atuação, sendo eles: Fornecedores<br />
de insumos e bens de produção (sementes, calcário, fertilizantes, rações, produtos<br />
15
veterinários, máquinas e defensivos); Produção agropecuária (lavouras, produção animal,<br />
horticultura, silvicultura, floricultura, extração vegetal e indústria rural); Processamento e<br />
transformação (alimentos, têxteis, vestuário, calçados, madeira, bebidas, papel, fumo, álcool,<br />
óleos); Distribuição e Consumo (estabelecimentos comerciais em geral e exportação);<br />
Serviços de apoio (agronômicos, veterinários, pesquisa, bancário, marketing, vendas,<br />
transporte, armazenagem, portos, bolsas e seguros) (MENDES e PADILHA: 2007).<br />
Novamente, sobre a problemática agroindustrial no Brasil, há muita confusão sobre as<br />
expressões Sistema Agroindustrial, Complexo Agroindustrial, Cadeia de Produção<br />
Agroindustrial e ainda Agronegócio. Para Batalha (2001), o termo agronegócio pode ser<br />
considerado sinônimo de agrobusiness.<br />
O agronegócio possui um valor, quando computamos insumos, agropecuária,<br />
processamento, e distribuição, como sendo o maior negócio do mundo e de muitos países<br />
como o Brasil. Ele envolve um aglomerado de atividades com efeito multiplicador nas<br />
diversas economias (MENDES e PADILHA: 2007).<br />
Segundo Mendes e Padilha (2007), é importante ressaltar que uma parcela substancial<br />
desse valor não é gerada dentro da porteira’, nas propriedades rurais, mas sim fora dela na<br />
fase de processamento, onde ocorre uma maior agregação de valor e diferenciação no produto,<br />
na agroindústria.<br />
A urbanização e o crescimento da renda foram essências para o desenvolvimento do<br />
setor agrícola brasileiro, tanto ‘antes da porteira’ quanto ‘fora da porteira’. Vale lembrar que<br />
esse setor (Fornecedores de insumos e bens de produção, Produção agropecuária,<br />
Processamento e transformação, Distribuição e consumo e Serviços de apoio) também faz<br />
parte dos segmentos do complexo agroindustrial 8 (MENDES e PADILHA: 2007).<br />
2.2 - Sistema Agroindustrial<br />
Através da globalização e a integração entre os mercados, o conceito de sistema<br />
possibilita a explicação e concepção de arranjos institucionais para atividades econômicas<br />
voltadas para o mercado doméstico e para o mercado internacional. A definição do<br />
agronegócio como um sistema também é aplicada para explicar a interdependência entre as<br />
partes envolvidas no setor e que fazem parte de um todo mais amplo (CALLADO: 2008).<br />
8 O setores do agronegócio e os segmentos do Complexo agroindustrial são os mesmos, mais uma vez ocorre<br />
ambigüidade nas nomenclaturas.<br />
16
Ainda para Callado (2008), a utilização de uma abordagem sistêmica favorece os<br />
gestores e profissionais do ramo à medida que eles passam a enxergar a organização como um<br />
todo e como membro de um sistema maior, ou seja, o ambiente externo.<br />
Segundo o mesmo autor, o Sistema agroindustrial (SAI) é o conjunto de atividades que<br />
abrangem desde a produção de insumos até o alcance do produto final, independentemente do<br />
grau de sofisticação, base tecnológica e processo de transformação que o produto tenha<br />
sofrido. Todos os fatores que atuam no contexto agroindustrial.<br />
Segundo Araújo (2005) a compreensão do Sistema agroindustrial insere todos os<br />
componentes e inter-relações, tornando-se uma excelente ferramenta para os gestores na<br />
possível elaboração e implementação de políticas e estratégias de maior capacidade preditiva<br />
e eficiência.<br />
Ainda para Araújo (2005) pode-se constatar uma interdependência entre os agentes<br />
que atuam no Sistema agroindustrial. Possíveis acontecimentos que perturbem um desses<br />
agentes trarão conseqüências para os demais. O sistema engloba as mais diversas atividades:<br />
• Produção agropecuária;<br />
• Suprimentos a produção agropecuária;<br />
• Acondicionamento;<br />
• Transformação;<br />
• Distribuição;<br />
• Armazenamento;<br />
• Consumo;<br />
• Serviços complementares 9 .<br />
2.3 - Complexo Agroindustrial<br />
O conceito de complexo agroindustrial pode ser definido como um arranjo produtivo a<br />
partir de uma matéria-prima de base, submetida a diferentes processos industriais e comerciais<br />
até se tornar produto final (Batalha e Silva Apud CALLADO: 2008)<br />
9 Há divergências sobre as nomenclaturas utilizadas para representar o tema estudado. Sistema agroindustrial e<br />
agronegócio muitas vezes são parecidos.<br />
17
2.4 - Cadeia de Produção Agroindustrial<br />
Outro conceito é a cadeia de produção agroindustrial que diferentemente do anterior,<br />
possui um produto referencial para identificar encadeamentos entre os agentes responsáveis<br />
pelas operações, técnicas, comerciais e logísticas (Batalha e Silva Apud CALLADO: 2008).<br />
2.5 - Agroindústria<br />
A gestão do agronegócio incorpora praticas relacionadas a organizações industriais,<br />
comerciais e prestadoras de serviços tipicamente urbanas. Como referência, temos a própria<br />
terminologia utilizada para representar organizações agroindustriais, a agroindústria, antes<br />
denominada empresa rural (CALLADO: 2008).<br />
Agronegócio não deve ser confundido com agroindústria. Na realidade o segundo<br />
termo faz parte do primeiro, a agroindústria é uma organização industrial, unidade produtora<br />
dos segmentos de suprimento, produção, transformação ao acondicionamento, além de<br />
processar o produto em primeira ou demais transformações, para consumo intermediário ou<br />
final (MENDES e PADILHA: 2007)<br />
Estas empresas rurais eram relacionadas a propriedades de produção rural, chácaras,<br />
sítios e fazendas, com exploração econômica sobre atividades agrícolas, pecuárias e<br />
extrativistas (CALLADO: 2008).<br />
De acordo com Marion, as empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade do<br />
solo por meio da criação de animais, do cultivo da terra e da transformação de determinados<br />
produtos agrícolas. As empresas rurais podem explorar em categorias diferentes: atividades<br />
agrícolas, atividades zootécnicas e atividades agroindustriais (MARION: 2000).<br />
2.6 - Características dos produtos agroindustriais<br />
O padrão de concorrência internacional regula o consumo dos produtos<br />
agroindustriais, já que mercadorias que eram consumidas exclusivamente no país de origem,<br />
passam a ser consumidas em vários lugares do mundo. Evidentemente esses produtos deixam<br />
cada vez mais de estarem sujeitos a flutuações regionais, oriundas de crises econômicas ou<br />
financeiras locais. Então mais estável ainda é o consumo dos produtos agroindustriais<br />
(FURQUIM DE AZEVEDO, 2001).<br />
18
De acordo com o autor citado anteriormente, quanto à oferta dos produtos<br />
agroindustriais, já não se pode dizer o mesmo que a demanda, relativamente estável. Isso<br />
devido a uma característica dos principais insumos dos produtos agroindustriais, os produtos<br />
agrícolas 10 . Essa vinculação entre os dois produtos subordina a produção agroindustrial às<br />
restrições impostas pela natureza aos produtos agrícolas. Esta dependência é representada por<br />
dois fatores relevantes à oferta dos produtos agrícolas: fatores climáticos e período de<br />
maturação dos investimentos.<br />
Uma característica desses produtos em relação à demanda é que em grande parte são<br />
bens de primeira necessidade e com um baixo valor unitário. Isso faz com que uma alteração<br />
no preço dos produtos agroindustriais não afete fortemente sua quantidade consumida.<br />
Exemplificando, uma família com pouca renda deixaria de comprar um forno microondas<br />
caso seu preço subir, mas com certeza não deixaria de comprar arroz e feijão, mesmo diante<br />
de uma alta nos preços (FURQUIM DE AZEVEDO, 2001).<br />
Logo, para os autores supracitados podemos concluir que no caso da escassez do<br />
produto agroindustrial, os preços sobem muito a fim de limitar o consumo. O inverso também<br />
ocorre, uma vez que quando os produtos são muito abundantes, o preço tende a cair<br />
relativamente, favorecendo seu consumo. Resumindo, como a quantidade demandada pelos<br />
produtos agroindustriais não varia muito em relação ao preço, em comparação com os demais<br />
produtos, o preço dos produtos agroindustriais varia diante de pequenas variações na<br />
quantidade ofertada.<br />
Ainda para Furquim (2001), é possível dizer que a quantidade demandada de produtos<br />
agroindustriais é relativamente menos sensível em relação às variações de preço. Não somente<br />
o consumo varia pouco em termos de preço, mas também tende a ser pequenas as variações<br />
em relação ao tempo. Com exceção de poucos que tem seu consumo unicamente em algumas<br />
épocas, como natal páscoa etc. Em geral o consumo de produtos agroindustriais não varia<br />
durante o ano. Portanto tanto em termos de preço com em relação ao tempo, o consumo<br />
desses produtos é relativamente constante.<br />
2.7 - Outros aspectos do Agronegócio<br />
10 Logo podemos concluir que a diferença básica entre os produtos agrícolas e os agroindustriais é que o<br />
primeiro não é submetido a um processo industrial e em na maioria dos casos é produzido no campo, na zona<br />
rural. Já o segundo sofre uma série de transformações e processos tecnológicos.<br />
19
As atividades de transformação no agronegócio são os processos e modificações<br />
que as matérias-primas oriundas de produtos agrícolas ou animais são submetidas para a<br />
aquisição de produtos com características próprias, além das atividades ligadas ao<br />
armazenamento, transporte interno, classificação e embalagem (CALLADO: 2008).<br />
Ainda para Callado (2008), a base tecnológica utilizada dependerá das especificações<br />
de mercado, das preferências dos consumidores e das barreiras de mercado não alfandegárias.<br />
Outros fatores a serem levados em conta são os recursos financeiros para a imobilização de<br />
ativos e de giro, recursos humanos, a escala de operações, capacidade de armazenamento de<br />
matérias-primas e produtos acabados, além de todo o planejamento logístico.<br />
De acordo com o autor supracitado a tecnologia exerce uma influência sobre a<br />
competitividade das atividades de transformação no agronegócio. Quanto mais eficiente a<br />
tecnologia, menores são os desperdícios. Outros benefícios são: a maximização da utilização<br />
das matérias-primas, o controle da qualidade e a automação dos processos que resultam em<br />
uma elevação dos níveis de produtividade e eficiência.<br />
Segundo com Callado (2008) as atividades agrícolas abrangem culturas forrageiras,<br />
hortícolas e arboricultoras. Já as zootécnicas compreendem as criações de animais. E as<br />
atividades agroindustriais envolvem o beneficiamento do produto agrícola, uma<br />
transformação dos produtos agrícolas e zootécnicos.<br />
Antigamente, os “produtos agrícolas” eram lembrados como tão-somente alimentos<br />
que seriam consumidos nas cidades. Nos dias de hoje a produção agrícola está mais<br />
diversificada, alcançando o setor industrial e de serviços, mesmo que continue com o objetivo<br />
principal de alimentar as pessoas e os animais. Os produtos agrícolas são utilizados<br />
principalmente como insumos nas indústrias de beneficiamento, com maior presença nas de<br />
alimentos, como rações, grãos, enlatados, pré-cozidos, congelados entre muitos outros<br />
(CALLADO: 2008).<br />
Para ele nas economias do mundo moderno, os mercados para os produtos agrícolas<br />
são tão extensos quanto para qualquer outro produto. As legislações para os mercados<br />
externos é que estão mais aperfeiçoadas e exigentes, onde nele há um predomínio de grandes<br />
produtores, embora não seja difícil encontrar pequenos produtores que obtiveram sucesso nas<br />
exportações de seus produtos.<br />
De acordo com os autores Megido e Xavier (2003) o processo de inserção do<br />
agronegócio brasileiro no âmbito internacional ocorre por uma necessidade da sua<br />
competitividade nos macro cenários internacionais, onde suas perspectivas fundamentais são:<br />
20
a conscientização sobre a internacionalização do agrobusiness e a aceleração da estrutura de<br />
redes de informação sobre o sistema agro alimentar do Brasil e mundial.<br />
No Brasil o agronegócio inclui o setor de alimentos, fibras e energia renovável, sendo<br />
responsável por mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional (R$ 2 trilhões ou R$<br />
600 bilhões); mais de 40% da receita gerada através exportação desses produtos, ainda algo<br />
maior US$ 50 bilhões. Cerca de 37% da mão-de-obra ou dos empregos (35 milhões de<br />
pessoas), levando em consideração que a população economicamente ativa do Brasil é de<br />
95milhões de pessoas (MENDES e PADILHA: 2007).<br />
A venda e compra de produtos agroindustriais não é uma tarefa simples. Pelo<br />
contrário, um mecanismo de comercialização indevido pode prejudicar inevitavelmente a<br />
empresa, mesmo que ela seja eficiente em termos de produção. Logo, a competitividade<br />
global de uma empresa, depende intensamente de sua eficiência na comercialização de seus<br />
insumos (matérias primas) e seus produtos (FURQUIM DE AZEVEDO, 2001).<br />
“Quanto mais apropriada for a coordenação entre os componentes do<br />
sistema, intermediados por mecanismos de comercialização, menores serão<br />
os custos de cada um deles, mais rápida será a adaptação às modificações de<br />
ambiente e menos custosos serão os conflitos inerentes às relações entre<br />
cliente e fornecedor” (FURQUIM DE AZEVEDO,2001, p.66).<br />
Existem diversos mecanismos de comercialização no sistema agroindustrial que se<br />
enquadram tanto nos produtos agrícolas como nos agroindustriais. Como exemplo, podemos<br />
citar: mercado spot; mercado a termo; mercado de futuros; hedging; contratos de longo prazo;<br />
e joint ventures (FURQUIM DE AZEVEDO, 2001, p. 71-90).<br />
Porém, como o foco do trabalho é a internacionalização da empresa, através da<br />
escolha do mercado alvo e das estratégias de marketing a serem adotadas, não cabem análises<br />
sobre os mecanismos de comercialização dos produtos agroindustriais, que em sua grande<br />
maioria são utilizados no mercado doméstico e na comercialização de commodities.<br />
2.8 - O segmento das Rações<br />
Segundo a Sindirações, sindicato das indústrias de alimentações animal existe<br />
aproximadamente de 150 empresas que atuam diretamente nas cadeias produtivas de proteína<br />
animal presentes no agronegócio brasileiro. Principalmente de Pet e Eqüinocultura. O<br />
21
segmento passou por mudanças no final dos anos 80, movendo uma produção de 5 milhões de<br />
toneladas para mais de 47 milhões de toneladas em 2005 11 .<br />
Fora isso, o país o produz cerca de 2 milhões de toneladas de aditivos minerais. Para a<br />
presidência da associação, o segmento de rações no Brasil se atualizou as novas tecnologias e<br />
vem se adaptando ao uso de outros produtos como fonte de alimentação animal como milheto,<br />
trigo, sorgo e enzimas e uma vários outros aditivos. Rações a base de milho e farelo de soja<br />
são consumidas no país cerca de 60% e 40% da produção nacional. O Brasil ocupa hoje a<br />
posição de terceiro maior produtor mundial de rações. Porém nesse calculo estão embutidas<br />
os diversos tipos de rações 12 .<br />
Tendo em foco o segmento de rações voltado para alimentação animal é preciso<br />
analisar a estrutura do setor mais especificamente, ou seja, acompanhar o processo de<br />
produção, o que inclui as compras de matérias primas até o consumidor final.<br />
O segmento de rações é bastante amplo, pois possui uma grande variedade de tipos de<br />
rações. As empresas rurais, ou ainda, a produção agrícola proveniente delas fornece os<br />
principais produtos da fabricação de rações, milho, sorgo, farelo de soja, feno, bagaço da cana<br />
de açúcar, alfafa e outros insumos que quando processados, e juntamente com outras<br />
substâncias químicas passam pela peletização dão origem a esse produto.<br />
A pré-moagem é o processo inicial que a maioria das fabricas de rações utilizam no<br />
processo produtivo. Nela, os ingredientes (insumos) são moídos individualmente ou em<br />
conjunto e em seguida são dosados. As fabricas utilizam principalmente o milho e o farelo de<br />
soja. A próxima etapa é a pós-moagem, uma nova tendência no Brasil desde os anos 90, por<br />
influência européia. Nela ocorre a moagem conjunta, dentro da linha de produção (entre a<br />
dosagem e mistura). Este processo nasceu da necessidade de uma grande variedade de<br />
ingredientes que devem ser moídos. A etapa seguinte é a mistura, o misturador em uma<br />
fabrica está posicionado entre a balança na pré-moagem ou posterior a pós-moagem. A<br />
peletizadora é um equipamento que contém uma rosca alimentadora, tem a função de mistura<br />
de vapor na ração farelada. Opcionalmente pode-se implantar um condicionador onde a ração<br />
farelada é uniformemente dosada através da rosca de alimentação 13 .<br />
Depois de produzidas, as rações são direcionadas ao mercado consumidor, onde a<br />
distribuição é realizada diretamente da Zion para os clientes, através de revendedores, ou por<br />
11 Disponível em:<br />
http://www.sindiracoes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=12&Itemid=26<br />
12 Disponível em: http://www.sindiracoes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=12&Itemid=26<br />
13 Disponível em: http://www.nftalliance.com.br/assets/Uploads/Artigo-Unifrango-2.pdf<br />
22
intermédio de lojas atacadistas e varejistas. Esses estabelecimentos adquirem o produto e<br />
então o encaminham aos clientes finais, lucrando por descontos cedidos pela empresa<br />
produtora.<br />
2.8.1 - Tipos de Rações<br />
A segmentação do setor de rações é bem variada e possui vários tipos de rações. Além<br />
da variedade de acordo com o porte do animal, seu período de vida, raça, sabor e problemas<br />
de saúde existem rações para diversos animais, de diversas espécies: aves de postura, aves de<br />
corte, codorna, suínos, peixes, bovinos de leite, bovinos de corte, coelhos, cães, gatos, eqüinos<br />
e répteis 14 .<br />
2.8.2 - Custos de Produção de Rações:<br />
Os custos de produção das rações recaem em sua grande maioria sobre as matérias<br />
primas e as substâncias químicas, mesmo pertencendo ao setor primário e proveniente da<br />
agricultura os insumos, como milho, farelo de soja, sorgo, bagaço da cana de açúcar, alfafa<br />
entre outros representam o maior custo na produção. Outra razão é a sazonalidade desses<br />
produtos devido a safras e entre safras, o que resultam em oscilações no preço. Estes<br />
representam 40% dos custos. Já o fator de produção mão de obra representa 20% no produto<br />
acabado. Os custos financeiros e administrativos representam cerca de 25% e outras despesas<br />
15%.<br />
14 Araucária Rações. Disponível em: http://www.araucariaracoes.com.br/<br />
23
Gráfico 1<br />
Fonte: Zion<br />
2.8.3. Tecnologia<br />
O custo da tecnologia na fabricação das rações pela Zion e por outras empresas é<br />
elevado, já que máquinas como peletizadoras, misturadores, balanças entre outros<br />
equipamentos são caros, pois possuem um alto valor agregado. No Brasil existem poucas<br />
fabricas de máquinas para produção de rações, o que muitas vezes resulta na saída de divisas<br />
do país para aquisição de maquinários. Segundo o Diretor da Zion Sr. Zilo, muitas vezes é<br />
vantajoso a compra de máquinas no exterior, pois seus preços são inferiores, porém qualquer<br />
problema gera a paralisação das linhas de produção devido a distância com os fornecedores.<br />
Ainda, algumas empresas brasileiras estão adotando iniciativas estratégicas de reduzir<br />
os preços das máquinas que vendem, podendo assim concorrer com competidores<br />
internacionais. Essa iniciativa ajuda a empresas comprarem máquinas produtivas a um bom<br />
preço sem saírem do país.<br />
Custos de Fabricação das<br />
Rações<br />
40<br />
%<br />
Mão de<br />
Obra Despesas<br />
Variáveis Custos<br />
Financeiros<br />
9<br />
%<br />
Outros custos referentes a tecnologia são os investimentos no desenvolvimento de<br />
novos produtos, pois o mercado de rações está constantemente atualizado, buscando novos<br />
produtos que geram maior segurança alimentar e mais saúde aos animais. A Zion investiu no<br />
15<br />
%<br />
20<br />
%<br />
16<br />
%<br />
Custos<br />
Administrativo<br />
Matérias primas e<br />
Substâncias<br />
químicas<br />
24
desenvolvimento de tecnologias quando criou um novo tipo de ração, com aromas e<br />
preventivos contra cólicas eqüinas.<br />
2.8.4 – Logística<br />
As rações são produtos simples de armazenar e transportar. Como não requerem<br />
cuidados especiais a logística desse produto também é simples.<br />
A cadeia de produção das rações tem seu inicio na aquisição de matérias primas pelas<br />
empresas rurais (fazendas) e distribuidores de grãos, essa etapa não oferece um alto custo,<br />
pois essas propriedades estão localizadas no estado de São Paulo e algumas próximas a São<br />
Roque. Além disso, também são adquiridas as substâncias químicas como aromatizantes e<br />
outros componentes presentes no produto. Porém estas não são sujeitas a sazonalidade e a<br />
outros fenômenos econômicos acarretando em alterações no preço 15 .<br />
Devido a sazonalidade dos produtos a Zion possui um estoque grande de insumos,<br />
assim quando não for período de colheita de determinadas matérias primas a empresa já<br />
possui estocado. Mesmo assim a rotatividade é grande devido ao grande número de pedidos.<br />
O transporte dos produtos acabados não requer um manuseio especial, o que reduz o<br />
custo e facilita o transporte. Assim o produto final é entregue diretamente ao consumidor por<br />
meio de revendedores ou pela retirada na própria fábrica e também por meio do mercado<br />
atacadista ou varejista.<br />
O organograma a seguir reflete a logística dos componentes que darão origem as<br />
rações, ou seja, desde insumos cultivados em propriedades agrícolas e substâncias produzidas<br />
por indústrias químicas até a agregação de valor ao produto na própria Zion. No organograma<br />
não está contido a retirada na fabrica, pois esta etapa da logística já é de responsabilidade do<br />
próprio cliente.<br />
15 O custo dos insumos só é considerado alto quando comparado com o custo de demais fatores de produção<br />
como mão de obra, e outras despesas.<br />
25
Figura 3: Organograma de Logística das Rações<br />
INDÚSTRIA<br />
QUÍMICA<br />
EMPRESAS<br />
RURAIS<br />
2.8.5. A Competição Local<br />
TRANSPOR-<br />
TE E<br />
ARMAZENA-<br />
MENTO<br />
TRANSPORTE E<br />
ARMAZENAMENTO<br />
ZION<br />
A competição local do segmento de rações é muito acirrada já que existem muitas<br />
empresas pequenas e empresas grandes presentes, dentre as pequenas algumas são de<br />
fazendeiros que produzem o próprio alimento para seus animais, vendendo o excedente e<br />
outras são de antigos funcionários das líderes de mercado que ao deixarem seus empregos<br />
montaram as próprias empresas com a experiência adquirida. Muitos dos pequenos<br />
concorrentes não conseguem se mantiver no mercado e acabam por fechar as portas, um<br />
exemplo é a própria Nutrimento Animal LTDA, firma de médio porte que antecedeu a Zion.<br />
Muitas das micro-empresas produtoras de rações não conseguem se manter no<br />
mercado por muito tempo e outras são irregulares, não possuindo formalidade alguma, pois<br />
estão alocadas em propriedades rurais que produzem para o consumo próprio vendendo o<br />
restante sem o pagamento dos devidos impostos e encargos.<br />
TRANSPORTE<br />
ARMAZENAMENTO<br />
ATACADO<br />
VAREJO<br />
Como as pricipais empresas produtoras de ração animal temos: a Premix, Tortuga,<br />
Total Alimentos, Agrosoft e Guabi. Essas empresas concorrem com a Zion, porém não<br />
diretamente. Já os concorrentes diretos são: Agroverde, São Roque Rações, Rações<br />
Fazendeiro, Fábrica de Ração da Unimar (Universidade de Marília). Os concorrentes diretos<br />
estão localizados nas regiões de Sorocaba e Marília, ambas cidades do Estado de São Paulo.<br />
26
Marília em função do domicílio de dois dos sócios e Sorocaba pela proximidade com São<br />
Roque, onde fica a Zion.<br />
Devido ao tempo de existência da Zion, nem dois anos, a empresa possui somente o<br />
histórico do volume de vendas, mas estes dados não são suficientes para determinar a<br />
participação da Zion no segmento de rações no Brasil. Assim segundo o Diretor Sr. Zilo, a<br />
Zion juntamente com outras 15 pequenas empresas detém aproximadamente 10% do mercado<br />
de rações no país. Para ele a situação é favorável, uma vez que as duas empresas líderes<br />
detinham quase 70% do mercado há dez anos.<br />
Todas as agroindústrias produtoras rações possuem uma produção destinada a áreas<br />
diferentes, apesar de terem clientes em diversas regiões do país. Os produtos da Zion, por<br />
exemplo, são destinados a clientes que buscam rapidez na entrega e qualidade e em sua<br />
grande maioria estão localizados nas regiões de Marília, Presidente Prudente e Sorocaba. A<br />
empresa possui estas qualidades, pois firmou uma parceria de fornecimento (fornecedores<br />
próprios), onde alguns são de fazendas dos sócios da empresa e outros de fornecedores já<br />
conhecidos, o que evita grandes mudanças nos preços e oferece ao cliente um produto barato.<br />
As demais empresas possuem boa qualidade, no entanto é desconhecida a existência<br />
de parcerias que beneficiem os pequenos produtores e clientes menores, além dos prazos que<br />
tendem a não serem respeitados.<br />
Já as não legalizadas não se preocupam com a qualidade dos insumos entregues por<br />
seus fornecedores e nem pelos prazos de entrega. Por isso os grandes clientes e os clientes<br />
fiéis não comprar dessas empresas.<br />
27
Gráfico 2<br />
Fonte: Zion<br />
28
Capítulo 3 – Estratégias de Marketing<br />
Este capítulo se propõe a analisar as diversas opções estratégicas para as firmas<br />
agroindustriais a serem adotadas para a escolha de um mercado potencial. Para proporcionar<br />
ao leitor um melhor entendimento serão abordadas de forma metodológica algumas definições<br />
de Marketing, bem como o Marketing estratégico e o Marketing operacional. Ainda, serão<br />
discutidos os passos para uma estratégia, as possíveis estratégias para a internacionalização da<br />
Zion, bem como o conceito de marketing agroindustrial e o Composto mercadológico, o<br />
marketing mix.<br />
3.1 – Algumas definições de marketing<br />
A maior preocupação das empresas agroindustriais é a tentativa de saber quais são as<br />
preferências e as necessidades de seus clientes atuais e futuros e como satisfazê-los com seus<br />
produtos e serviços. O marketing é a atividade humana ou processo social, voltado para a<br />
realização de desejos e necessidades de pessoas e empresas. O marketing ainda auxilia as<br />
firmas nessa tarefa (DA SILVA e BATALHA, 2001, 101).<br />
Ainda de acordo com os autores supracitados, o marketing é composto por três<br />
elementos: os desejos e necessidades; a relação de troca; e a arena, ou mercado onde ocorre o<br />
encontro da demanda com a oferta. Atualmente existe a busca por superar e satisfazer as<br />
expectativas dos consumidores, pois os produtos estão cada vez mais diversificados através de<br />
atributos e serviços intangíveis.<br />
Segundo Lambin (1989), para melhor explicar a ação do marketing no dia a dia das<br />
empresas é fundamental a utilização de duas abordagens: marketing estratégico e marketing<br />
operacional. Assim, o marketing estratégico preocupa-se em analisar os mercados alvos da<br />
empresa, ou ainda os mercados de referência, identificando produtos e segmentos de<br />
mercados potenciais e atuais. Os componentes importantes a serem considerados são: a<br />
atratividade dos segmentos ou nichos, o ciclo de vida dos produtos e as vantagens<br />
concorrenciais. O autor ainda ressalta que o marketing estratégico é uma atividade<br />
direcionada para o longo prazo (período maior que um ano), onde considerando a missão e os<br />
objetivos da empresa são elaborados rumos de ação para garantir a empresa permaneça no<br />
mercado de forma competitiva (DA SILVA e BATALHA, 2001, 101).<br />
29
Como já vimos, o marketing pode ser divido em: marketing estratégico e marketing<br />
operacional. No processo de internacionalização das empresas e da Zion em específico a<br />
abordagem utilizada é a estratégica. Porém após a conquista do mercado alvo o marketing<br />
operacional também é usado pela empresa a medida que visa a conservação desses mercados.<br />
3.1.1 - Marketing estratégico e marketing operacional<br />
O marketing estratégico possui raízes desde a Grécia antiga, passando pelo tempo de<br />
Péricles e de Alexandre o Grande. Outro fator importante ligado as origens dessa atividade é a<br />
lógica da estratégia militar, muito parecida com o marketing estratégico utilizado pelas<br />
empresas em seus negócios. Antes de lançar suas tropas, os generais avaliavam os pontos<br />
fortes e fracos das mesmas, as comparavam com os adversários (o que os militares chamavam<br />
de inimigo, pode-se entender como concorrência) e tentavam prever manobras, tentando<br />
descobrir quais os fatores críticos para ganhar a batalha (DA SILVA e BATALHA, 2001,<br />
102).<br />
Ainda segundo os mesmos autores, a partir da segunda metade do século XX os<br />
teóricos passaram a considerar a importância do ambiente onde as empresas estavam<br />
inseridas, dando inicio aos primeiros trabalhos sobre estratégia, onde era compreendida a<br />
maneira pela qual a empresa administra os pontos fracos e fortes em relação às alterações no<br />
ambiente.<br />
Ambos os autores crêem que as estratégias são formadas por três elementos: os<br />
objetivos, as políticas que regem os caminhos a serem percorridos ou não e a cultura e os<br />
valores da empresa, sempre através do foco e coesão dos executores.<br />
Como uma empresa agroindustrial, a Zion também possui a preocupação de desvendar<br />
a preferências dos consumidores. Dessa forma a empresa, utilizando-se do marketing<br />
estratégico buscará traçar a melhor opção de estratégia para o processo de internacionalização,<br />
ou ainda a conquista de novos mercados o que será demonstrado ao longo deste estudo.<br />
Já o marketing operacional é definido por da Silva e Batalha (2001) como uma<br />
ferramenta que aborda atividades de curto prazo, para manutenção e atendimento dos<br />
mercados atuais, levando em consideração os componentes do marketing mix (produto, preço,<br />
ponto de distribuição e composto promocional). Ocupando-se dos orçamentos de marketing<br />
para as atividades comerciais.<br />
Em suma, as duas abordagens se diferenciam pelo período de tempo e pelo foco. Uma<br />
visualiza o longo-prazo e a outra se preocupa com o cotidiano. Quanto ao foco, o marketing<br />
30
estratégico atende ao estudo e prospecção de produtos e mercados e o marketing operacional<br />
engloba planos estratégicos através do marketing mix, ou os 4 p’s do marketing e os recursos<br />
disponíveis para a sua implementação.<br />
A Zion já utiliza o Marketing operacional nas suas atividades comerciais domésticas,<br />
através de consultores responsáveis pelas vendas dos produtos nas diversas regiões do estado<br />
de São Paulo. Devido ao seu tamanho, a empresa não possui um departamento de Marketing<br />
próprio estruturado, as ações de Marketing operacional são traçadas pelo trabalhado do<br />
Consultor de Marketing Paulo Venturini.<br />
3.2 - Os passos do planejamento estratégico<br />
É importante ressaltar que a estratégia lida com o futuro, logo o imprevisível. Portanto<br />
é fundamental que a estratégia possa ser alterada, sendo flexível para se encaixar as mudanças<br />
do mercado e do cenário econômico.<br />
Qualquer empresa possui um planejamento estratégico, mesmo que de maneira<br />
informal ou somente idealizado na mente seu empreendedor. O idealizador de um negócio<br />
tem mais ou menos a idéia de como melhor atender as necessidades de seus clientes. Mas para<br />
que isso ocorra é fundamental a utilização de um plano, uma estratégia.<br />
Até a Zion pratica um planejamento estratégico de maneira informal, pois como já foi<br />
explicado no capítulo que aborda o historio da empresa, os sócios possuem o desejo de<br />
internacionalizar a empresa, exportando seus produtos para um mercado potencial. Existem<br />
estudos e pesquisas levantados pela empresa (inclusive este) que visam compreender a melhor<br />
forma de realizar esse desejo. E os sócio já pensam em produto e mercados alvos a serem<br />
explorados.<br />
“O planejamento estratégico é um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a<br />
ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com seu ambiente...”<br />
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e prática. 4. ed.<br />
São Paulo: Atlas, 1989.<br />
No processo de planejamento estratégico, os valores, a cultura e a filosofia da empresa<br />
são importantes, assim como do grupo responsável pela execução. Para melhor compreensão<br />
do marketing estratégico podemos adotar a seguinte metodologia, dividindo o planejamento<br />
em alguns passos:<br />
31
1- Sensibilização;<br />
2- Missão;<br />
3- Definição de objetivos gerais;<br />
4- Diagnóstico estratégico (análise interna e análise externa);<br />
5- Segmentação estratégica;<br />
6- Objetivos por segmento;<br />
7- Identificação de opções estratégicas;<br />
8- Escolha da melhor estratégia;<br />
9- Planos de ação;<br />
10- Implementação e controle (DA SILVA e BATALHA, 2001)<br />
O primeiro passo, “Sensibilização”, é basicamente a discussão da importância de se<br />
realizar o planejamento estratégico para a empresa. É nesse passo que são definidos o<br />
cronograma, membros da equipe, internos e externos. É fundamental que o cronograma seja<br />
claro e que toda a equipe participe do planejamento estratégico. Os membros externos,<br />
consultores na grande maioria dos casos também são importantes, pois possuem experiência<br />
de trabalhos realizados com outras organizações.<br />
Para a Zion o que já foi discutido até o presente momento entre os sócios e os<br />
membros da equipe gerencial (além de algumas idéias não muito concretas como foi dito<br />
anteriormente) é a importância do planejamento para o processo de internacionalização, o que<br />
foi de comum acordo entre todos (além de algumas idéias não muito concretas como foi dito<br />
anteriormente). Porém cronograma e os membros de uma possível equipe ainda não foram<br />
definidos devido o curto período de existência que a empresa possui e o fato de que a etapa de<br />
comercialização no mercado externo é algo previsto para os próximos cinco anos.<br />
A segunda etapa, segundo da Silva e Batalha (2001), é a definição da missão da<br />
empresa, que pode conter dois elementos: os valores da empresa e a definição de seu negócio.<br />
A missão pode ser entendida como sua razão de existir e através dela identificamos aonde a<br />
empresa quer chegar, sua razão de ser e em quais atividades deve concentrar-se no futuro.<br />
No caso da Zion, já podemos definir onde está empresa quer chegar e em quais<br />
atividades a empresa deves-se concentrar. Tudo isso de acordo com os valores predefinidos<br />
anteriormente neste trabalho. O objetivo é atingir o mercado externo através da exportação de<br />
seus produtos e talvez posteriormente pela comercialização de novos produtos. Em função da<br />
formação de seus fundadores (agronomia) a preferência e a de se manter no ramo já<br />
32
conhecido pela empresa, que é a produção e comercialização de produtos agrícolas (rações<br />
animais).<br />
Segundo o Diretor Zilo, é de comum acordo entre os sócios que empresa desenvolva<br />
novos produtos, porém sem se distanciar do foco que a alimentação animal. Nessa área a<br />
empresa poderia produzir rações ou outros produtos destinados a alimentação de outros<br />
animais como gado, aves e não para eqüinos.<br />
O terceiro passo prevê os objetivos gerais da empresa, que no futuro se desdobraram<br />
em objetivos específicos. Os objetivos gerais são uma espécie de “continuação” da missão já<br />
definida, fornecem questões amplas que são levadas em consideração nos processo de tomada<br />
de decisão 16 .<br />
Para a Zion em específico, os objetivos gerais poderiam ser: “Expandir a quantidade<br />
de clientes e a linha de produtos”, através da expansão dos mercados que a empresa atua, ou<br />
ainda através da entrada em um mercado potencial.<br />
A etapa seguinte, o diagnóstico estratégico, pode ser desmembrada em dois elementos<br />
distintos: a análise interna e a análise externa. Segundo Porter (1989), a análise interna é<br />
responsável pela avaliação: dos pontos fortes e fracos da empresa perante a concorrência e aos<br />
seus objetivos, das principais áreas da empresa (marketing, recursos humanos, produção e<br />
financeiro).<br />
A Zion possui como pontos fortes: a qualidade oferecida em seus produtos tangíveis,<br />
as rações; nos intangíveis como o serviço de entrega das rações, as instalações; equipamentos<br />
modernos; higiene; a tecnologia utilizada na formulação do produto 17 ; a localização<br />
privilegiada da fábrica, em São Roque, uma região de muitos haras e empresas agroindustriais<br />
e de proximidade com a capital São Paulo e o porto de Santos, o maior do Brasil; e os<br />
fornecedores que são de extrema confiança, no caso dois deles são familiares dos sócios.<br />
Como pontos fracos da empresa (Zion), podemos destacar: a capacidade de produção e<br />
estocagem da empresa é inferior a concorrência; a própria empresa não muito conhecida no<br />
mercado, devido ao tempo de existência; a linha de produtos também é restrita contendo<br />
apenas rações eqüinas, as atividades de divulgação na mídia eletrônica e imprensa são<br />
praticamente inexistentes; as atividades de comunicação institucional são limitadas, sendo<br />
presentes apenas entre empresa, funcionários e clientes.<br />
16 Como já foi explicado, devido longevidade prevista para dar-se início ao processo de internacionalização. Os<br />
objetivos gerais e específicos não cabem ser definidos no momento, o que deve ser feito é uma abordagem geral<br />
das principais estratégias, analisá-las e escolher a estratégia que mais se encaixa com o perfil da empresa.<br />
17 A formulação do produto foi desenvolvida por especialistas e permite ao animal, cavalo não correr o risco de<br />
ficar indisposto em função da cólica eqüina.<br />
33
Ainda sobre o diagnóstico estratégico existe a análise externa que identifica as<br />
ameaças e oportunidades perante os objetivos já definidos. Essa análise deve identificar os<br />
fatores críticos de sucesso no setor em que a empresa atua. Para Aaker (1984), a análise<br />
externa engloba as análises do mercado consumidor, cliente, indústria ou setor e a análise<br />
ambiental. Esta última compreende as dimensões tecnológica, cultural, econômica,<br />
demográfica e legal.<br />
Vale lembrar que em diversos exemplos de empresas os elementos podem se repetir,<br />
aparecendo na análise interna (como pontos fortes e fracos frente os concorrentes) e<br />
posteriormente na análise externa (como fatores críticos para o sucesso do negócio).<br />
No caso da Zion podemos destacar como fatores chaves ou críticos de sucesso: a<br />
localização, que apesar de privilegiada a região é bastante saturada, com a presença de<br />
diversas empresas concorrentes e já conhecidas e estabilizadas; o dimensionamento da equipe<br />
profissional, que por ser nova corre-se o risco não ser adequada para a atividade; a capacidade<br />
das instalações que são bem pequenas; adequação da climática dos insumos para a produção<br />
da ração. Sobre oportunidades temos: a estabilidade econômica em que o Brasil se encontra,<br />
assim como o seu crescimento econômico bastante satisfatório; a região mesmo que saturada<br />
tem se desenvolvido muito nos últimos anos e possui uma gestão Municipal (São Roque) bem<br />
receptiva com a instalação de novas empresas na cidade. E como principal ameaça há o fato<br />
de que uma das principais empresas brasileiras fabricante de ração e aditivos agrícolas está<br />
localizada em Mairinque (cidade vizinha), a Tortuga Cia. Zootécnica.<br />
O próximo passo é a segmentação das atividades da organização. Todos os segmentos<br />
serão objetos de análise competitiva. São raros os exemplos em que as empresas não<br />
competem simultaneamente dentro de vários mercados. As estratégias dos diferentes<br />
mercados segmentados podem variar, mas devem sempre respeitar os objetivos da<br />
organização. Para cada um dos segmentos que a empresa pretende atuar deve haver objetivos<br />
estabelecidos e quantificados (DA SILVA e BATALHA, 2001).<br />
A Zion pretende atuar no segmento de rações para eqüinos, até então já atua no<br />
mercado doméstico e após a escolha dos mercados onde irá atuar deverá ser feito um estudo<br />
desse mercado com os prováveis concorrentes e objetivos deverão ser traçados para cada um<br />
deles. De acordo com o Diretor Zilo, no caso de rações eqüinas é possível encontrar países e<br />
regiões onde os demais competidores são praticamente inexistentes.<br />
A seguir devem ser identificadas as opções estratégicas para que a empresa consiga<br />
atingir esses objetivos e então é escolhida de acordo com as características da organização a<br />
34
melhor estratégia a ser utilizada. As principais opções de estratégias no marketing serão<br />
expostas ao longo desse capítulo.<br />
Por fim segundo da Silva e Batalha (2001), estão às etapas de implementação e<br />
controle, responsáveis pelo sucesso do planejamento estratégico. A implantação envolve<br />
comprometimento e dedicação de todos que estão e estiveram envolvidos no processo. Na<br />
fase de controle são analisadas se a(s) estratégia(s) estão funcionando corretamente, se estão<br />
atendendo as necessidades da empresa. Portanto esta é uma etapa decisiva, pois se as<br />
estratégias não estão exeqüíveis será necessária uma reformulação das mesmas 18 .<br />
São diversos os fatores que podem tornar impedir o sucesso de uma estratégia como:<br />
uma mudança nos cenários político e econômico, como a escolha de um novo plano<br />
econômico pelo governo, a entrada de novos competidores e até mesmo problemas na gestão<br />
da própria empresa.<br />
Na Zion agroindústria segundo a diretoria da empresa, como a organização não conta<br />
com um departamento de marketing e nem departamento de comércio exterior será contratada<br />
uma consultoria, empresa especializada em importações e exportações para auxiliar nas<br />
primeiras exportações, em todo o processo de aquisição de novos mercados e na estruturação<br />
de ambos os departamentos, caso seja necessário. Nesse caso esses profissionais integrariam a<br />
comissão responsável pela implementação e controle do processo de planejamento<br />
estratégico.<br />
3.3 - Possíveis Estratégias<br />
As opções estratégicas de Marketing para firmas agroinsdutriais que serão descritas a<br />
seguir correspondem, a ações de curto, médio e longo prazo, resultando no sucesso da<br />
implantação. A divisão como será proposta será de cunho pedagógico, ou seja, para melhor<br />
entendimento. Todavia nada impede que uma empresa escolha uma estratégia mista, mude de<br />
estratégia ao longo do tempo de utilização, ou adote componentes de várias estratégias.<br />
3.3.1 - Especialização<br />
Esta estratégia pode ser resumida na concentração das atividades da empresa em<br />
determinado segmento de mercado, ou em uma tecnologia específica. Ela é muito utilizada<br />
18 É importante ressaltar que a princípio implementação e controle devem ser realizados pelo mesmo grupo de<br />
pessoas que coordenaram o processo.<br />
35
por empresas de pequeno porte que buscam se internacionalizar, conseguindo espaços em<br />
mercados ainda não ocupados pelos grandes conglomerados empresariais. Em algumas vezes<br />
esses nichos não são grandes para o sucesso de pequenas empresas, e são demasiadamente<br />
restritos para os grandes grupos de empresas do setor (DA SILVA e BATALHA, 2001, 126).<br />
Ainda segundo esses autores, a estratégia da especialização oferece facilidades na<br />
gestão interna da empresa e a um bom conhecimento dos gostos e preferências dos clientes. A<br />
empresa se mantém posicionada para as atualizações e mudanças nos hábitos de consumo. A<br />
grande desvantagem dessa estratégia é o risco que está associado a ela, pois visa um só<br />
mercado. E por ventura se esse mercado passa por dificuldades será a empresa que estará<br />
comprometida.<br />
Para a Zion fazer uso da especialização como forma de obtenção de um mercado alvo<br />
não deverá ocorrer grandes mudanças nas atividades da empresa, que como já foi descrito é<br />
indicada para firmas de pequeno porte, caso da Zion. Após a escolha de um mercado potencial<br />
ainda não ocupado pelas grandes concorrências a Zion deveria se concentrar nesse mercado<br />
de acordo com os hábitos de seus respectivos consumidores e características da região. E<br />
poderia também se concentrar na especialização da tecnologia já adotada pela empresa na<br />
produção das rações. O que pode ocorrer é um aprimoramento ou manutenção da tecnologia<br />
já desenvolvida e utilizada pela empresa no mercado interno.<br />
No caso da Zion o riso dessa estratégia não comprometeria a empresa como um todo,<br />
pois o foco em um só mercado representaria uma porcentagem muito pequena da produção da<br />
empresa e funcionaria como uma espécie de laboratório exportação dos produtos.<br />
Porém após se internacionalizar a empresa pretende atingir outros mercados e não só a<br />
concentração no mercado alvo (laboratório) e como toda empresa, a Zion está sempre<br />
realizando estudos para o desenvolvimento de novos produtos. No futuro quando a empresa<br />
produzir além das rações outros produtos agrícolas, esses produtos também serão alvo de<br />
internacionalização. Logo não é vantajoso para Zion se concentrar em um só mercado e em<br />
uma só tecnologia. O custo para concentrar suas atividades de acordo com os hábitos de<br />
consumo de um só mercado poderia ser investido em outras áreas da empresa. Como novas<br />
máquinas para a produção de novos produtos e o alcance de outros mercados.<br />
3.3.2 Integração vertical<br />
Para da Silva e Batalha (2001), a integração vertical está relacionada à obtenção de<br />
lucros de mercados situados a montante e a jusante da atividade original da empresa, além do<br />
36
controle dos mercados favorecendo a atividade original. A empresa que se integra para<br />
montante ou para trás possui a garantia do fornecimento de suas matérias primas em<br />
qualidade e quantidade. Já a integração a jusante ou para frente, possui a vantagem de estar<br />
mais perto dos clientes, identificando suas necessidades, aumentando a diferenciação na<br />
qualidade e controlando melhor os canais de distribuição.<br />
Na integração vertical a montante a empresa garante o fornecimento dos insumos pela<br />
aquisição de uma subsidiária. O controle dos fornecedores proporciona um fornecimento<br />
estável sem oscilações de preço e escassez dos componentes do produto, assegurando assim<br />
sua qualidade.<br />
Já na integração vertical a jusante a empresa adquire ou inaugura subsidiárias para<br />
comercializar e distribuir seus produtos, ou ainda uma empresa que utilize seu produto no<br />
processo produtivo<br />
Entretanto ao escolher essa opção estratégica algumas desvantagens podem surgir<br />
como o custo do investimento na integração vertical que pode ser elevado. A gestão da<br />
empresa também pode ser comprometida, pois aumentam consideravelmente o número de<br />
mercados em que a empresa atua. E por fim deve ser considerado um aumento nos riscos da<br />
empresa, já que qualquer imprevisto na cadeia pode afetar as atividades da empresa (DA<br />
SILVA E BATALHA, 2001, 126).<br />
Para a Zion a integração vertical a montante não se justifica, pois para que ela<br />
ocorresse a empresa deveria adquirir alguma propriedade rural, alguma fazenda que<br />
produzisse algum dos insumos na produção das rações. E a família dos sócios já possui uma<br />
propriedade produtora de matérias primas (milho e sorgo) utilizada pela Zion. Além disso,<br />
tanto a aquisição de fazendas ou empresas químicas produtoras de aromatizantes e compostos<br />
químicos teria um custo excessivamente alto.<br />
A integração vertical a jusante também não cabe aos objetivos da Zion de se<br />
internacionalizar, uma vez que a aquisição de uma subsidiária para a comercialização ou para<br />
a incorporação de seu produto no processo produtivo além do custo alto envolve questões<br />
complexas, pois como as legislações de outros países.<br />
Ambas as opções são caras e de certa forma distanciariam a empresa de seu objetivo<br />
maior que é realização das primeiras exportações para um mercado potencial. Com<br />
subsidiarias as preocupações aumentariam assim como o custo para a manutenção dessa<br />
estratégia.<br />
37
3.3.3 - Diversificação<br />
De acordo com os autores da Silva e Batalha (2001), a estratégia consiste basicamente<br />
na diversificação dos produtos e/ou mercados. A empresa pode diversifica-se passando a atuar<br />
em mercados em que não atuava com produtos originais ou produtos novos. Uma segunda<br />
opção é manter os mercados já explorados pela empresa diversificando somente os produtos<br />
comercializados. E por fim a empresa pode fazer uma combinação das duas opções anteriores<br />
diversificando os produtos e os comercializados e os mercados onde atua.<br />
São três os fatores que levam as empresas a adotarem essa estratégia. O primeiro<br />
motivo está relacionado com as dificuldades nos mercados em que a empresa já atua como:<br />
diminuição da demanda, aumento da concorrência, novas tecnologias etc. O segundo motivo<br />
está ligado à diminuição dos riscos, já que a empresa não se concentra em um só setor. E o<br />
terceiro à um maior equilíbrio dos fluxo financeiros, onde as atividades mais rentáveis<br />
gerariam recursos para suportar as atividades que ainda se encontram em fase de<br />
implementação,como a expansão de mercado (DA SILVA E BATALHA, 2001, 127).<br />
Para os autores já citados, são dois os tipos de diversificação: via formação de<br />
conglomerados e diversificação dita concêntrica. A segunda ocorre quando a empresa decide<br />
diversificar suas atividades mantendo a mesma tecnologia, clientes, canais de distribuição e a<br />
marca. Já a diversificação via formação de conglomerados esta conectada uma lógica<br />
financeira, onde a participação em um novo negócio pode ser ditada, por exemplo, por uma<br />
ótima oportunidade de negócio.<br />
A escolha por essa estratégia é apropriada, uma vez que a empresa escolha um<br />
somente um mercado além do que já atua (nacional). Para o Diretor da empresa Zilo, o<br />
processo de internacionalização deve forcar em um país para que a empresa se concentre nele<br />
e não haja erros.<br />
A diversificação dos produtos sem a diversificação dos mercados em atuação não seria<br />
capaz de englobar o processo de internacionalização da empresa, pois a Zion continuaria a<br />
atuar somente no mercado doméstico. Já a escolha pela combinação da diversificação dos<br />
produtos e dos mercados também não caberia no caso da Zion, visto que a empresa ainda não<br />
esta consolidada com seus produtos no mercado interno e de acordo com sócios a meta é<br />
exportar os produtos já produzidos e no futuro, após a internacionalização desenvolver novos<br />
produtos.<br />
A forma correta de utilização dessa estratégia no caso da Zion é a diversificação<br />
concêntrica, sem a formação de conglomerados, pois na internacionalização da Zion não se<br />
38
pretende criar novos produtos e serviços sem ligação com as atividades originais da empresa.<br />
O que se aspira é a manutenção do mesmo tipo de cliente, da marca Zion etc. Assim com a<br />
escolha por um mercado alvo a Zion estará diversificando os mercados em que atua sem<br />
alterar os produtos.<br />
3.3.4 - Inovação<br />
Essa estratégia pode gerar conseqüências não só na empresa, mas também em todo o<br />
setor, repercutindo sobre modo de funcionamento de todo o sistema. A inovação tecnológica<br />
possui uma grande proximidade com as atividades originais da empresa, podendo ser<br />
desenvolvida de maneira interna ou externa a organização. O sucesso de uma inovação<br />
tecnológica depende do conhecimento do mercado em questão, da capacidade da empresa em<br />
programar a inovação e o apoio da direção da empresa (DA SILVA E BATALHA, 2001,<br />
127).<br />
Para TEECE (1988), a atratividade de uma inovação aumenta conforme a dificuldade<br />
da concorrência em copiá-la. São três os fatores que possibilitam a manutenção do ganho com<br />
uma inovação tecnológica:<br />
• A proteção da inovação através de patentes e segredos de fabricação;<br />
• A origem dos ativos complementares ao desenvolvimento da inovação. Em<br />
alguns casos a implementação passa por adaptações nas operações dos clientes<br />
que utilizam a inovação. Logo, o sucesso depende da aceitação ou não da<br />
inovação pelos clientes;<br />
• Paradigma tecnológico dominante. A inovação que represente um avanço<br />
dentro de um paradigma ultrapassado, dificilmente proporcionará ganhos<br />
competitivos e em longo prazo para a empresa.<br />
Existem poucas empresas produtoras de rações que oferecem produtos similares aos<br />
da Zion, garantindo a saúde do animal e o prevenindo contra indisposições como a cólica<br />
eqüina. Porém assim como a Zion as empresa buscam proteger seus produtos através de<br />
patentes e segredos de fabricação. De certa forma com lançamento das rações: Tropa TS,<br />
Monta, Potro e Lida, a Zion utilizou-se da inovação no mercado brasileiro. E a partir da<br />
internacionalização desses produtos a empresa estaria utilizando-se da inovação propriamente<br />
dita, mais uma vez, pois eles já foram lançados no mercado interno, e no mercado alvo a<br />
39
empresa irá realizar uma inovação no setor agroindustrial, oferecendo suas rações com os seus<br />
dois diferenciais: o aroma e a formulação contra o empanzinamento do animal<br />
A adoção dessa estratégia é muito delicada e envolve um grau elevado de risco, pois<br />
na pior das hipóteses o produto pode não cair no gosto dos clientes comprometendo o sucesso<br />
da estratégia. Contudo, avaliando o sucesso que vem sendo obtido no mercado brasileiro não<br />
há razões para a empresa não conseguir êxito na comercialização de suas rações no mercado<br />
externo.<br />
3.3.5 - Fusões e aquisições<br />
No setor agrícola o processo de fusões e aquisições tem aumentado no mundo inteiro.<br />
Os principais motivos que ajudam a explicar essa tendência são: a globalização dos mercados;<br />
a crescente busca por capitais para manter a competitividade; aumento na velocidade em que<br />
as informações são transmitidas; e uniformização dos hábitos de consumo (DA SILVA E<br />
BATALHA, 2001, 128).<br />
De acordo com Thietart (1991), alguns pontos explicam a razão de uma empresa<br />
adotar essa estratégia, assim como:<br />
• Captação de sinergias operacionais e/ou financeiras;<br />
• Captação de economias de escala;<br />
• Progresso nos resultados da empresa adquirida, através de uma nova gestão,<br />
mais eficiente e aprimorada;<br />
• Melhoria da coordenação das atividades da firma, controlando outros mercados<br />
que ela está presente;<br />
• Aquisição de ativos por um preço abaixo de seu valor real;<br />
• Crescimento rápido da parte de mercado da empresa.<br />
A estratégia de Fusões e Aquisições não se enquadra a situação da Zion, pois este é<br />
processo é extremamente custoso, consumindo um longo tempo até o fechamento das<br />
negociações. Ainda grande das empresas que se fundem ou adquirem seus concorrentes são<br />
empresas de grande porte e que já atuam no mercado externo, exportando seus produtos.<br />
3.3.6 - Estratégias de corte<br />
40
Está estratégia está quase sempre relacionada a uma situação de grave crise na<br />
organização. As medidas a serem tomadas variam de acordo com a gravidade e extensão.<br />
Podem ser desde cortes de despesas para recuperar a posição concorrencial, retirada de linhas<br />
de produtos ou atuação em alguns mercados, até o fechamento de unidades da empresa<br />
(BATALHA E SILVA, 2001, 128).<br />
Por fim a estratégia de corte não deve ser aplicada a empresa em questão, já que a<br />
empresa não passa por situação de crise, nem o setor agrícola e nem a economia brasileira.<br />
Portanto não cabem cortes nas despesas da Zion para que ela antiga determinada posição<br />
perante a concorrência, nem a retirada de linhas de produto, o que implicaria na suspensão do<br />
único produto comercializado pela empresa, as rações.<br />
Assim com a retirada de mercado e o fechamento da empresa que além de não<br />
refletirem a situação atual da empresa, não nos levam ao objetivo de internacionalizar a Zion.<br />
3.4 - A estratégia aplicada a Zion<br />
No caso da Zion a melhor estratégia de marketing a ser utilizada no processo de<br />
internacionalização da empresa é um misto de diversificação com inovação. A empresa deve<br />
diversificar os mercados onde atua, assim além do doméstico passará estar presente no<br />
mercado alvo (a ser definido no próximo capítulo). Quanto aos produtos comercializados,<br />
estes, serão os mesmos vendidos no Brasil, mas até então exclusivos no mercado alvo, logo a<br />
empresa também irá inovar com um produto diferente e único.<br />
3.5 - Marketing Agroindustrial<br />
Ao longo de uma cadeia de produção agroindustrial se formam diversos mercados<br />
potenciais para uma empresa atuar. Dentre eles podemos citar: o mercado de insumos, o<br />
mercado de produção agrícola, o mercado das indústrias (processamento) e o mercado dos<br />
distribuidores 19 . Segundo ou autores da Silva e Batalha (2001), são identificados quatro<br />
abordagens diferentes para o Marketing aplicado ao Sistema Agroindustrial: marketing<br />
alimentar, marketing agroindustrial, marketing agrícola e marketing rural.<br />
19 Existem agroindústrias de transformação que podem vender seus produtos semi acabados para outras<br />
industrias de transformação ou industrias que vendem ao consumidor final.<br />
41
O marketing alimentar se encontra no nível do consumidor final dos produtos, na<br />
interfase da distribuição até o destino final, sendo dividido em marketing do produto e<br />
marketing da distribuição. É caracterizado por possuir um grande número de consumidores e<br />
um pequeno número de distribuidores. O marketing do produto pretende criar um diferencial<br />
para o cliente, através da tecnologia, embalagem, marca ou qualidade oferecida Já o segundo<br />
trata do posicionamento do estabelecimento de vendas, levando em consideração as<br />
necessidades do consumidor (DA SILVA E BATALHA, 2001, 130).<br />
Ainda de acordo com os atores supracitados, o segundo enfoque do marketing, o<br />
agroindustrial está situado no segmento de industrialização e distribuição, assim com os<br />
vários micros segmentos da produção e é caracterizado pela limitação de compradores e<br />
vendedores, porém muito ambos são muito bem informados (utilizam técnicas e contratos<br />
aprimorados). Os mercados não são homogêneos e a demanda pode depender de parcerias<br />
entre vendedor e comprador.<br />
O marketing agroindustrial é o enfoque de marketing que deve ser aplicado na<br />
situação da Zion, uma agroindústria. Já que a empresa em questão é responsável pelo<br />
processo de transformação de matérias primas, advindas da produção agrícola em produtos<br />
com um valor agregado. A Zion deveria utilizar-se desse marketing, com boas técnicas de<br />
negociação para a comercialização das rações e contratos adequados, principalmente pelo fato<br />
de que no caso da internacionalização os compradores, vendedores e distribuidores podem ser<br />
estrangeiros.<br />
A Zion além de produzir as rações, também é responsável por grande parte da entrega<br />
dos produtos, uma vez que seus revendedores acabam atuando como distribuidores dos<br />
produtos. A forma como o produto é entregue pode variar, os próprios revendedores podem<br />
entregar, quando possuem carros ou camionetes equipadas para o transporte e também após o<br />
contato com o revendedor os clientes podem se deslocar até a fábrica. Outra forma de se<br />
distribuir o produto é através de um frete pago pelo cliente, quando o pedido é feito via<br />
telefone.<br />
Outra confirmação da utilização de enfoque no marketing é a heterogeneidade dos<br />
mercados. Independente do mercado, dificilmente a escolha refletirá em um mercado igual ao<br />
doméstico. Por mais similares que pareçam alguns mercados, algumas características são<br />
fundamentais na diferenciação e cruciais na escolha.<br />
Para a Zion o marketing alimentar também é importante, pois além de estudar<br />
características das rações, buscando diferenciar o produto em função da tecnologia e<br />
42
inovação, abrange o posicionamento do estabelecimento de venda, no caso uma loja de<br />
produtos agrícolas.<br />
Os outros dois enfoques de marketing, o marketing agrícola e o marketing rural não<br />
são importantes para a internacionalização da Zion Nutrição Animal LTDA., logo não iremos<br />
entrar a fundo nesse trabalho.<br />
Para da Silva e Batalha (2001), o marketing agrícola estuda mercados entre as<br />
agroindústrias e a produção agrícola. Caracterizados pelo grande número de produtores e um<br />
reduzido número de clientes. E o marketing rural encontrado entre os produtores rurais e os de<br />
insumos e agropecuários, trata-se de um setor heterogêneo, com a coexistência de produtores<br />
capitalistas, artesanais e cooperativas.<br />
3.6 Marketing mix<br />
Para fixar-se um mercado alvo além da utilização de uma estratégia de marketing a<br />
empresa precisa levar em consideração o composto mercadológico ou marketing mix.<br />
Conhecido ainda como 4Ps, Produto, Preço, Ponto de distribuição e Composto Promocional,<br />
são variáveis mercadológicas a serem planejadas e controladas pela empresa (DA SILVA E<br />
BATALHA, 2001, 131).<br />
Após a internacionalização, ou seja, depois das primeiras exportações a Zion para se<br />
manter nesse mercado precisa se utilizar do marketing mix, avaliando variáveis importantes na<br />
satisfação do mercado alvo.<br />
3.6.1 - Produto<br />
Para os autores em termos de agronegócio e considerando a variável mercadologia<br />
“produto” alguns elementos são muito importantes como a embalagem, pois mostra<br />
características do produto e reflete em um impacto significativo no preço, funcionalidade,<br />
transporte (por exemplo, em granel, sem a embalagem final) e no destino final (devido à<br />
permissibilidade).<br />
Ainda de acordo com os autores supracitados, o rótulo também é fundamental em seu<br />
estudo. Novas regulamentações são exigidas contendo composição e características<br />
nutricionais do produto e em alguns casos é exigida a rotulagem eletrônica para garantir a<br />
rastreabilidade dos produtos. O sabor e o aroma são relevantes, afetando significativamente o<br />
43
produto. Isso é uma tendência das empresas de desenvolverem tecnologia para colocarem em<br />
seus produtos aromas de frutas e flores.<br />
Segundo Kotler (1994), a linha de produtos também é um fator importante para os<br />
produtos agroindustriais. A colocação de um novo produto na linha é algo que envolve uma<br />
análise sobre o fato do produto realmente atender necessidades semelhantes dos clientes. O<br />
novo produto da linha deve ser vendido pelos mesmos canais de distribuição e estar nas<br />
mesmas faixas de preço.<br />
Em relação à marca, uma questão importante com destaque nos dias atuais é o<br />
crescimento de marcas próprias ou marcas do distribuidor varejista ou atacadista. No<br />
comércio internacional.<br />
Em termos das rações produzidas pela Zion, sua embalagem é arrojada e se diferencia<br />
da maioria das concorrentes que são de sacaria. O produto é embalado de modo que a ração se<br />
mantém preservada, sem contato com ambiente, semelhante as rações para animais<br />
domésticos encontradas nos supermercados. O rótulo está contido na própria embalagem com<br />
perfeita visibilidade, o que não é possível quando se trata de embalagens de sacaria. Devido<br />
ao longo tempo de durabilidade das rações a rastreabilidade não é necessária.<br />
O sabor é semelhante as demais rações comercializadas no Brasil, mas o aroma já é<br />
um diferencial presente nos produtos da Zion. A tecnologia foi desenvolvida pela empresa em<br />
função de pesquisas que mostravam o descontentamento dos produtores e pessoas que<br />
manejavam o produto e reclamavam do mau cheiro encontrado. Hoje é possível perceber o<br />
aroma de frutas antes mesmo de romper o lacre da embalagem.<br />
A questão de marcas próprias ou marcas do distribuidor é uma tendência presente em<br />
diversos setores. No processo de internacionalização da Zion a comercialização do produto<br />
com a marca de um distribuidor pode ser algo vantajoso, uma vez que este possua uma marca<br />
forte como distribuidora de produtos agrícolas. Em alguns casos não é possível a utilização da<br />
marca do distribuidor nos produtos da empresa, isso pode ocorrer quando o produto<br />
praticamente não existe no mercado alvo ou não é encontrado um distribuidor com uma marca<br />
para o produto em questão.<br />
3.6.2 - Preço<br />
No agronegócio, a variável preço sofre influencias da demanda de mercado, dos custos<br />
para sua produção e de safras e mudanças do clima. Por exemplo, a intempérie pode resultar<br />
na escassez de um produto durante determinado período, desvalorizando seu preço em certa<br />
44
egião e o valorizando em outra. Outro fator que influencia no preço dos produtos<br />
agroindustriais é a perecibilidade que pode ser considerado um risco, visto que gera mudanças<br />
no transporte e estocagem do produto (DA SILVA E BATALHA, 2001, 137).<br />
É importante ressaltar a política de preços determinada pela empresa está diretamente<br />
ligada aos lucros e o retorno esperado sobre os investimentos, assim como a sustentação,<br />
ampliação e participação em um mercado e seu posicionamento perante os concorrentes.<br />
O preço das rações produzidas pela Zion é considerado justo perante aos produtos<br />
concorrentes e é calculado levando em consideração o custo para sua produção e as questões<br />
de sazonalidade. As rações não variam muito de preço ao longo do ano, apenas sofre alguns<br />
ajustes. A empresa costuma comprar as matérias primas nos períodos de safra e as deixam<br />
estocadas para não sofre as oscilações de preço dos insumos. A perecibilidade não influencia<br />
no preço já que o prazo de validade das rações é considerado longo, de 30 meses três delas e<br />
24 a outra.<br />
Como já foi dito, o preço ração é o mesmo para os quatro tipos oferecidos pela<br />
empresa: R$ 1,04 o quilo. Com embalagens de 15, 20 e 25 quilos.<br />
Na internacionalização da Zion os sócios precisam estar cientes de que os preços<br />
comercializados no mercado externo têm de ser suficientes para garantir o retorno sobre o<br />
investimento, no caso a instalação do departamento de comércio exterior e a participação<br />
nesse mercado em relação às demais empresas produtoras de rações.<br />
3.6.3 - Distribuição<br />
Para Cobra (1989), o canal de distribuição compreende as organizações ou indivíduos<br />
responsáveis por levar o produto ao local onde o cliente se encontra. A seleção do canal ou<br />
via ideal para a distribuição deve levar em consideração alguns fatores como: mercado (seu<br />
potencial, sua concentração geográfica, seus hábitos e o volume de vendas); produto (valor,<br />
preço, perecibilidade, tecnologia, diversificação a linha, volume e peso); empresa (recursos<br />
disponíveis, agressividade nas vendas, interesse na manutenção do controle); intermediários<br />
(serviços prestados, instalações, custos, faturamento, disponibilidade do intermediário);<br />
concorrência (métodos de distribuição, intermediários escolhidos, competitividade).<br />
Nas agroindústrias os dois tipos de distribuição mais utilizados são a distribuição<br />
intensiva (para os produtos ditos de massa) e a distribuição exclusiva. A Zion utiliza a<br />
distribuição intensiva, pois se concentra em dados momentos em certos canais de distribuição,<br />
45
escolhendo um número reduzido de distribuidores, ou ainda revendedores como são<br />
chamados pela empresa, com cotas de vendas e exclusividade em determinada região.<br />
3.6.4 - Composto promocional<br />
Da Silva e Batalha (2001) afirmam que o processo de comunicação entre a empresa e<br />
seu cliente é feito pela propaganda, promoção, merchandising, relações públicas e venda<br />
pessoal.<br />
A propaganda serve para apresentar a um grupo de pessoas (possíveis clientes) uma<br />
mensagem que pode ser oral, visual e patrocinada, ela ainda bloqueia a concorrência, cria<br />
motivos para se consumir tal produto, o divulga e aumenta as vendas. Além da propaganda<br />
oral, conhecida como “boca a boca” a Zion realiza anuncio em pequenos canais de televisão<br />
de Marília e Sorocaba voltados para o público regional A empresa também realiza<br />
propagandas em leilões de gado e eqüinos promovidos por clientes e amigos dos sócios.<br />
O merchandising utilizado é aquele voltado para o marketing agrícola diferente da<br />
abordagem do marketing alimentar. A Zion fez o usou quando estudou a colocação da ração<br />
no mercado, ou seja, lançou no mercado o produto correto na hora oportuna e com preços e<br />
quantidades adequados.<br />
A venda pessoal na Zion ocorre quando seus revendedores (representantes ou<br />
distribuidores) funcionários de todos os graus de hierarquia e pessoas que de alguma forma<br />
possuem algum relacionamento com a empresa transmitem as vantagens das rações,<br />
motivando as pessoas a comprarem esses produtos a venda pessoal também é feita pelos<br />
sócios que possuem uma extensa rede de contatos.<br />
A análise do ambiente de marketing de uma empresa pode ser entendida como as<br />
forças e os agentes que afetam suas atividades de desenvolvimento de novos produtos,<br />
produção e relacionamento com o mercado potencial. Análise ainda é capaz de identificar as<br />
ameaças e as oportunidades, questões estratégicas que afetam os fatores-chaves de sucesso da<br />
firma.<br />
Porém o ambiente em que a Zion está inserida já foi descrito no capítulo que aborda o<br />
histórico da empresa, relatando os fornecedores, os intermediários, os produtos, a tecnologia,<br />
os clientes, os concorrentes e a empresa como um todo. O que ainda resta analisar quando<br />
estamos falando do ambiente é o cenário externo, ou ainda, o mercado alvo que empresa<br />
deseja penetrar. Tudo isso será tratado no próximo capítulo deste trabalho.<br />
46
Capítulo 4 - O Plano de Internacionalização<br />
Este capítulo visa abordar além da idéia de internacionalização, um estudo das cinco<br />
forças de Porter para analisar a competitividade externa. Após esta etapa são analisados os<br />
países do MERCOSUL do ponto de vista comercial e através da estrutura CAGE<br />
confirmamos a escolha dentre os membros do bloco. Por fim são descrito as funções e<br />
organograma do departamento de comércio exterior.<br />
4.1 - A idéia de se internacionalizar<br />
A idéia de se internacionalizar, bem como de apoiar a pesquisas e estudos a respeito<br />
(como é o caso desta monografia de conclusão de curso) surgiu em razão da necessidade de<br />
crescimento já que o mercado interno está quase saturado. Assim, a decisão de exportar os<br />
produtos foi a melhor maneira encontrada para alavancar o crescimento da Zion.<br />
O sistema agroindustrial tem sido fortemente atingido pela internacionalização do<br />
mercado. Um dos principais efeitos é um aumento no intercâmbio comercial que não se limita<br />
a uma ativação no fluxo de bens e serviços entre países. Durante as negociações dos produtos<br />
há uma grande troca de informações entre o ofertante e o consumidor, onde se conhecem<br />
melhor os hábitos e as características de cada mercado de destino (FURQUIM DE<br />
AZEVEDO, 2001).<br />
Logo, o fluxo de agroindústrias passando pelo processo de internacionalização<br />
também influenciou a Zion em seu desejo de entrar no comércio internacional e iniciar esse<br />
processo através da conquista do mercado alvo.<br />
O processo de internacionalização da empresa também é muito importante, pois a<br />
partir dele é possível aumentar a lista de contatos e clientes da empresa e com isso aumenta a<br />
viabilidade de uma parceria estratégica com outras indústrias. A priori o desejo dos<br />
proprietários é exportar para a Argentina, pois este é um tradicional produtor de rações<br />
animais e o principal insumo é a alfafa, que é pouco utilizada no Brasil.<br />
Foi também através da Argentina e do Uruguai que o Brasil passou a produzir rações à<br />
base de alfafa. E até hoje o país não possui o pleno domínio desse cultivo em propriedades<br />
rurais. Com uma parceria estratégica a Zion poderia oferecer suas rações com o diferencial do<br />
aroma e formulação e em troca poderia comercializar no mercado doméstico rações<br />
peletizadas a base de alfafa vindas da Argentina.<br />
47
Porém para que essa parceria ocorra é necessário um contato mais próximo com o<br />
mercado de rações na Argentina que só pode ser efetivado através das exportações dos<br />
produtos da Zion, ou seja, de sua internacionalização. Para esse objetivo será feita uma análise<br />
das vantagens e diferenças entre os países.<br />
Ainda sobre a decisão de se internacionalizar é preciso levar em consideração<br />
fundamentos de alguns teóricos a respeito dos benefícios desta pratica. De acordo com<br />
Ghemawat (2000), ao se internacionalizar nos deparamos com extremos: por um lado<br />
consideramos e analisamos a aproximação dos mercados em função do processo de<br />
globalização, o que segundo ele seria uma entrada em um território já conhecido. Por outro<br />
lado ocorrem riscos aos entrar em local pouco conhecido. Mas ainda, existem benefícios<br />
ligados a esse processo, como:<br />
• Ampliação dos mercados: o que proporciona uma maior opção de ofertas aos<br />
clientes internacionais; fortalecimento da posição da empresa em termos de<br />
competitividade; diversificação da linha de produtos e portfólio geográfico;<br />
diminuição dos riscos; e efeito de divulgação da empresa.<br />
• Melhoria da eficácia: acesso a recursos e a ganhos inferiores, ganhos de<br />
arbitragem e economias de escala e escopo.<br />
• Aprendizagem: Acúmulo de experiência, conhecimento e desenvolvimento das<br />
competências empresariais da firma; alavancagem de competências<br />
empresariais a novos produtos e novos segmentos; desenvolvimento e<br />
conquista das novas competências.<br />
De acordo com Ghemawat (2000), os riscos e os custos associados ao processo de<br />
internacionalização de uma empresa são: custos elevados de governança e coordenação;<br />
desvantagens de ser empresa estrangeira; desvantagens de ser recém chegado; e riscos<br />
econômicos e políticos nos mercados internacionais.<br />
Como vimos existem riscos, custos e benefícios relacionados à entrada em um novo<br />
mercado. A internacionalização proporciona vantagens que os concorrentes domésticos não<br />
possuem, mas também oferece pontos negativos na chegada ao país alvo. Para que os riscos<br />
sejam menores, assim os custos de todo o processo iniciaremos a análise pelo MERCOSUL,<br />
48
já que o Brasil e a Argentina fazem parte do bloco assim como outros membros que são<br />
atraentes em relação ao comércio.<br />
4.2 - A Competitividade Externa<br />
De acordo com Porter (2003), cinco forças devem ser levadas em consideração ao se<br />
entrar em um mercado. Sendo elas: ameaça de novos entrantes; poder dos fornecedores;<br />
ameaça dos produtos substitutos; poder dos clientes; e a rivalidade entre concorrentes. Dessa<br />
forma iremos analisar cada uma delas no caso da Zion se internacionalizar no MERCOSUL 20 :<br />
- Ameaça de novos entrantes: é baixa, pois grande parte das empresas agroindústrias<br />
do ramo de rações que se internacionalizam não consegue se manter ativas nos mercado<br />
externo. Em Dubai (Emirados Árabes Unidos) ocorre uma das maiores feiras para cavalo e<br />
somente três empresas brasileiras estavam presentes. A maior parte das exportações de rações<br />
é para animais domésticos No caso de animais de grande porte a promoção no exterior está no<br />
início 21 .<br />
- Poder dos Fornecedores: É considerado médio uma vez que mesmo não possuindo<br />
um número grande de fornecedores, a Zion conta com fornecedores próprios, ou seja, duas<br />
propriedades da família de dois dos sócios (o Sr. Carlos e Sr. Ricardo). Porém a questão de<br />
fornecimento de insumos está ligada a sazonalidade. A empresa precisa ter matéria prima<br />
estocada devido à alternância de safras.<br />
- Ameaça dos Produtos Substitutos: Considerando as rações da Zion como uma<br />
especialidade entre as rações a ameaça de outros produtos é alta, uma vez que o cliente poderá<br />
escolher entre diversas opções de rações com diferentes formulações. Porém em relação ao<br />
produto ração como um todo, a ameaça é baixa, pois o criador além de rações só encontra<br />
como base alimentar para o cavalo o próprio capim.<br />
20 Mesmo que os sócios da empresa terem deixado claro a escolha pela Argentina como Mercado potêncial é<br />
necessário análisar o MERCOSUL como mercado alvo, pois ambos os país fazem parte do bloco e os países<br />
possuem muitas características em comum.<br />
21 Agência de Notícias Brasil Árabe – Ração brasileira para cavalo árabe. Disponível em:<br />
http://www.anba.com.br/noticia_oportunidades.kmf?cod=8280641&indice=10<br />
49
- Poder dos clientes: É baixo, visto que existem muitas fabricas de rações no<br />
MERCOSUL e com isso os compradores não influenciam na tomada de decisão dos<br />
fabricantes. Eles não possuem a capacidade de pressionar a indústria.<br />
- Rivalidade entre os Concorrentes: É baixa, pois não são todas as empresas de<br />
produtos agrícolas que atuam no mesmo ramo, sejam só apenas para rações, herbicidas,<br />
pesticidas, vacinas, aditivos e suplementos, mesmo que todas produzam para o agronegócio,<br />
possuem um enfoque maior em uma determinada área como as que foram citadas acima.<br />
4.3 - O MERCOSUL<br />
A razão pela qual os sócios da empresa Zion decidiram em exportar a um país do<br />
MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), foi o fato do Brasil fazer parte deste bloco<br />
econômico e três dos demais membros possuem fronteiras próximas ao país a região sudeste,<br />
onde se encontra os estado de São Paulo e São Roque (sede da empresa). Outro é a<br />
proximidade que as capitais desses países possuem com a cidade de São Paulo, pode-se dizer<br />
que elas estão entre as mais próximas do Brasil.<br />
Quando se inicia um processo de internacionalização é recomendável que procure<br />
países próximos para a entrada no mercado. Mais adiante veremos que as proximidades não<br />
devem ser apenas geográficas, mas também político administrativo e cultural (CAGE).<br />
Os objetivos dos blocos econômicos é o combater as ameaças externas da economia e<br />
da sociedade de um país, no período em que surgem sinais de enfraquecimento integração<br />
entre os países através dos blocos econômicos passou a ser crucial.<br />
O MERCOSUL é um bloco econômico formado a partir de um processo de integração<br />
entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai firmado em 1991 com a assinatura do Tratado e<br />
Assunção. Começou como um programa de aproximação entre Argentina e Brasil durante a<br />
década de 1980 com o Tratado de Iguaçu (precursor). Os principais pilares do bloco são: a<br />
liberalização econômico-comercial e a democratização política 22 .<br />
A Venezuela é membro do MERCOSUL, mais ainda é considerado inativo, pois ainda<br />
depende da ratificação do Congresso do Paraguai. Os demais estados: Brasil, Argentina e<br />
Uruguai já manifestaram seus votos favoráveis ao ingresso desse país no bloco.<br />
22 Global 21: MERCOSUL. Disponível em: http://www.global21.com.br/mercosul/<br />
50
A integração tem como meta a eliminação das barreiras socioeconômicas e<br />
fortalecimento dos interesses comuns. Esse fenômeno não surgiu somente em função da<br />
globalização, mas também pelos ganhos dos participantes, como é o caso do MERCOSUL.<br />
Os processos de integração entre os países podem ocorrem de diversas formas, variando de<br />
acordo com o grau de profundidade dos vínculos entre os países membros. O movimento da<br />
integração pode se dar das seguintes maneiras 23 :<br />
• Preferência Tarifária<br />
O objetivo desta primeira fase é a concessão de níveis de preferências tarifárias para<br />
países que pertencem a Zona em detrimento aos países não membros. As preferências são<br />
determinadas para um grupo de produtos ou para todo um segmento.<br />
• Zona de Livre Comércio<br />
A segunda etapa é a Zona de Livre Comércio, nela são determinados bens para que<br />
ocorra a eliminação das barreiras tarifarias e não tarifárias que incidem sobre ele, ou seja, a<br />
circulação do produto ocorre com alíquota zero. A burocracia também se reduz nesse modelo,<br />
facilitando assim o comércio. Um exemplo desse modelo de integração econômica é a<br />
NAFTA (North America Free Trade Área), formado pelos México, Canadá e Estados Unidos.<br />
• União Aduaneira<br />
Na União Aduaneira além da livre circulação de mercadorias e da alíquota zero, é<br />
adotada uma Tarifa Externa Comum (TEC), ou seja, o tratamento tarifário para países não<br />
pertencentes ao bloco passa a ser comum entre os membros desse modelo de integração.<br />
• Mercado Comum<br />
O quarto modelo de integração é o Mercado Comum, onde circulam não só<br />
mercadorias, mas também pessoas, serviços e capitais. Nessa etapa ocorre uma ampliação da<br />
integração entre os países. Para isso é necessário a criação de instituições para a coordenação<br />
de suas políticas macroeconômicas. O melhor exemplo desse modelo é o próprio<br />
MERCOSUL.<br />
23 Global 21: MERCOSUL. Disponível em: http://www.global21.com.br/mercosul/<br />
51
• União Econômica<br />
Nesta fase é utilizada uma moeda única no bloco, juntamente com a livre circulação de<br />
bens, pessoas e capitais, também existe uma TEC e instituições supranacionais. Também é<br />
fundamental que as economias estejam intensamente envolvidas, mesmas taxas de juros, de<br />
inflação e políticas monetárias. Para a convergência das taxas de câmbio deve ser criado um<br />
banco central comum. Um exemplo de União Econômica é a própria União Européia.<br />
• União Política<br />
Está é a última e mais avançada de todas as etapas do processo de integração entre<br />
países. É muito delicada já que envolve questões de política externa, de defesa e de<br />
segurança 24 .<br />
O MERCOSUL inicialmente era uma zona de livre comércio, onde a liberalização das<br />
tarifas ocorria de forma gradual. Após isso passou a vigorar a Tarifa Externa Comum extra-<br />
zona. Como já foi dito em 1991 os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai<br />
assinaram o Tratado de Assunção para a criação de um Mercado Comum que oferecesse<br />
condições competitivas frente a globalização.<br />
Em 1994 na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil a integração foi reafirmada<br />
dotando o MERCOSUL de personalidade jurídica internacional, possibilitando a firmação de<br />
acordos com outros países e blocos em nome do MERCOSUL, o que já foi feito com diversos<br />
países. Os objetivos primordiais do bloco firmados em Assunção para o alcance da União<br />
Aduaneira até 1994 são:<br />
• Eliminação das barreiras tarifárias e não tarifárias;<br />
• Utilização da Tarifa Externa Comum;<br />
• Livre comércio de serviços;<br />
• Livre circulação de capitais;<br />
• Livre Circulação de Mão de Obra<br />
• Coordenação das Políticas Macroeconômicas 25 .<br />
24 É importante lembrar que em qualquer um dos modelos adotados por determinado grupo de países os modelos<br />
anteriores, ou ainda aqueles que estão em um menor grau de profundidade de vínculos estão contidos no modelo<br />
atual.<br />
25 Global 21: MERCOSUL. Disponível em: http://www.global21.com.br/mercosul/<br />
52
Somente através do Protocolo de Ouro Preto, que complementa o Tratado de<br />
Assunção que o MERCOSUL oficializa a União Aduaneira e também passa a ter uma<br />
estrutura institucional. Esta muito diferente dos demais blocos. No MERCOSUL as decisões<br />
são tomadas por consenso, não existe órgão supranacional e nem votação.<br />
A estrutura organizacional do Mercado Comum do Sul é composta por vários foros<br />
negociadores, espalhados pelos países membros e os principais órgãos de funcionamento 26 :<br />
• Conselho do Mercado Comum (CMC):<br />
Instância Decisória Máxima. É o órgão composto pelos Ministérios das Relações<br />
Exteriores e da Economia (Fazenda) dos países. È responsável pela tomada de decisão e<br />
condução das políticas.<br />
• Grupo Mercado Comum:<br />
É o principal órgão executivo e negociador do bloco, representado também pelos<br />
ministros das relações exteriores. Programa medidas para integração através de subgrupos de<br />
trabalho e uma secretaria com sede em Montevidéu.<br />
• Comissão Parlamentar Conjunta:<br />
É um órgão composto por 16 parlamentares de cada país membro do MERCOSUL,<br />
com a função de acelerar as votações legislativas que envolvem a entrada em vigor de normas<br />
do bloco, também auxilia no processo de harmonização das leis.<br />
• Comissão de Comércio:<br />
É um órgão responsável pela administração dos instrumentos da política comercial<br />
comum adotada entre os países (verificar a aplicação, propor ajustes examinar casos<br />
comerciais específicos). Essa comissão possui dez comitês técnicos.<br />
• Foco Consultivo Econômico e Social<br />
Nele são reunidos representantes de empresas, sindicatos e da sociedade civil para o debate de<br />
temas e propostas relacionados ao MERCOSUL. Representa setores econômicos e sociais.<br />
26 Global 21: MERCOSUL. Disponível em: http://www.global21.com.br/mercosul/<br />
53
Além desses principais órgãos formando a estrutura organizacional o MERCOSUL<br />
possui outros órgãos também importantes responsáveis por questões de funcionamento, como<br />
os seguintes:<br />
• Secretária Administrativa;<br />
• Grupos Ad Hoc;<br />
• Reuniões Especializadas;<br />
• Reuniões Ministeriais;<br />
• Comitês Técnicos;<br />
• Subgrupos 27 .<br />
4.3.1 - O Brasil e o MERCOSUL<br />
O crescimento do comércio intra-bloco no MERCOSUL cresceu bastante, como<br />
poderá ser visto nas tabelas de importação e exportação entre os países. Porém o mesmo tendo<br />
alcançado importantes números o bloco ainda não constitui o Mercado Comum, pois não são<br />
todos os bens produzidos pelos países que estão enquadrados na livre circulação.<br />
O objetivo do MERCOSUL deveria ser um território aduaneiro comum entre os<br />
países, sem barreiras tarifárias ao comércio e a fiscalização seria feita em parceria com as<br />
autoridades dos países fronteiriços, não existindo mais fronteiras comerciais. Entretanto isso<br />
não ocorreu. A integração política mesmo não sendo o objetivo também não aconteceu, como<br />
ocorreu com a União Européia. Esta inicialmente uma integração econômica e refletiu uma<br />
inevitável aproximação política, o que gerou criticas de alguns países membros e resultou na<br />
saída de outros.<br />
Apesar das dificuldades enfrentadas pelo bloco, o MERCOSUL possui um papel<br />
importante no comércio internacional e um grande peso na balança comercial dos países<br />
participantes. Desde sua criação o Brasil apresentou diversos déficits comerciais. No entanto<br />
no ano de 2004 passou a apresentar superávits resultando em um saldo favorável.<br />
De acordo com a tabela seguinte, o Brasil possui um histórico de oscilações no<br />
comércio com o MERCOSUL. Isso se deve a dois motivos, a crise Asiática que afetou o<br />
Brasil no final da década de 1990 e a crise instaurada na Argentina resultando na declaração<br />
da moratória. Percebe-se também que em 2009 houve uma grande diminuição no saldo da<br />
27 Global 21: MERCOSUL. Disponível em: http://www.global21.com.br/mercosul/<br />
54
alança comercial. A principal razão é a crise econômica e financeira que ocorreu em 2009 e<br />
ainda afeta alguns países.<br />
Pela tabela podemos concluir que o bloco representa uma grande parcela do comércio<br />
dos países e se mantém ativo apesar das dificuldades em função de crises econômicas.<br />
Ademais o papel do bloco cresce com o aquecimento das economias do Brasil e Argentina,<br />
considerados países emergentes.<br />
Tabela 1: Balança Comercial Brasileira com o MERCOSUL<br />
Exportações Importações Saldo<br />
Ano US$ Var.% Part.% US$ Var.% Part.%<br />
1997 9.045.110.950 23,82 17,07 9.426.133.443 13,55 15,78 ‐381.022.493<br />
1998 8.878.233.843 ‐1,84 17,36 9.416.203.081 ‐0,11 16,3 ‐537.969.238<br />
1999 6.778.178.415 ‐23,65 14,12 6.719.244.536 ‐28,64 13,63 58.933.879<br />
2000 7.739.599.181 14,18 14,04 7.796.208.525 16,03 13,96 ‐56.609.344<br />
2001 6.374.455.028 ‐17,64 10,94 7.009.674.042 ‐10,09 12,61 ‐635.219.014<br />
‐<br />
2002 3.318.675.277 ‐47,94 5,49 5.611.720.224 ‐19,94 11,88 2.293.044.947<br />
2003 5.684.309.729 71,28 7,77 5.685.228.972 1,31 11,76 ‐919.243<br />
2004 8.934.901.994 57,19 9,24 6.390.492.978 12,41 10,17 2.544.409.016<br />
2005 11.746.011.414 31,46 9,91 7.053.699.272 10,38 9,58 4.692.312.142<br />
2006 13.985.828.343 19,07 10,15 8.967.386.709 27,13 9,82 5.018.441.634<br />
2007 17.353.576.477 24,08 10,8 11.624.752.344 29,63 9,64 5.728.824.133<br />
2008 21.737.308.031 25,26 10,98 14.934.111.721 28,47 8,63 6.803.196.310<br />
2009 15.828.946.773 -27,18 10,35 13.107.418.656 -12,23 10,26 2.721.528.117<br />
2010 17.982.913.303 49,78 11,01 13.466.674.305 28,41 9,06 4.516.238.998<br />
Fonte: Comércio Exterior – Balança comercial brasileira: MERCOSUL – Ministério do Desenvolvimento<br />
Industria e Comércio. Disponível em: http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2081<br />
4.3.2 - Argentina<br />
A Argentina apesar das dificuldades políticas e econômicas enfrentadas no final da<br />
década de 1990 e início dos anos 2000, vem se recuperando, como podemos notar pela tabela.<br />
Em 2009 também apresentou uma redução do valor de seu saldo comercial com o Brasil, mas<br />
já apresentou um crescimento no ano de 2010 em relação ao ano anterior.<br />
Ainda, é possível visualizar com a tabela 2 que depois do ano 2004 o Brasil<br />
intensificou o comércio com a Argentina revertendo um histórico de déficits comerciais e<br />
55
passando a apresentar superáveis com o país. Outro fator importante é que após as crises<br />
enfrentadas pela Argentina o país voltou a atingir os padrões comerciais de antigamente<br />
Tabela 2: Balança Comercial Brasil e Argentina<br />
Fonte: Comércio Exterior – Balança comercial brasileira: MERCOSUL – Ministério do Desenvolvimento<br />
Industria e Comércio. Disponível em: http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2081<br />
4.3.3 - Paraguai<br />
O Paraguai possui um comércio que sofreu um grande impacto com o ingresso no<br />
MERCOSUL. Esse choque ocorreu, pois os principais destinos das exportações paraguaias<br />
eram a Argentina e o Brasil. Durante os anos de 1992 e 1998 o crescimento do comércio foi<br />
de apenas 22%. O Brasil vem apresentando um bom desempenho a respeito do comércio com<br />
o Paraguai, onde a cada ano o volume exportado aumenta gradativamente como pode ser visto<br />
na tabela 3.<br />
Exportações Importações Saldo<br />
Ano US$ Var.% Part.% US$ Var.% Part.%<br />
2004 7.390.967.394 61,74 7,64 5.569.811.952 19,2 8,86 1.821.155.442<br />
2005 9.930.152.936 34,36 8,38 6.241.110.029 12,05 8,48 3.689.042.907<br />
2006 11.739.591.939 18,22 8,52 8.053.262.647 29,04 8,82 3.686.329.292<br />
2007 14.416.945.588 22,81 8,97 10.404.245.932 29,19 8,63 4.012.699.656<br />
2008 17.605.620.920 22,12 8,89 13.258.441.511 27,43 7,66 4.347.179.409<br />
2009 12.784.966.502 -27,38 8,36 11.281.633.612 -14,91 8,83 1.503.332.890<br />
2010 14.686.597.216 53,1 8,99 11.770.861.043 30,67 7,92 2.915.736.173<br />
56
Tabela 3: Balança Comercial Brasil e Paraguai<br />
Exportações<br />
Importações Saldo<br />
Ano US$ Var.% Part.% US$ Var.% Part.%<br />
2004 873.352.694 23,22 0,9 297.825.436 -37,27 0,47 575.527.258<br />
2005 962.720.724 10,23 0,81 318.935.985 7,09 0,43 643.784.739<br />
2006 1.233.638.638 28,14 0,9 295.899.121 -7,22 0,32 937.739.517<br />
2007 1.648.191.224 33,6 1,03 434.120.360 46,71 0,36 1.214.070.864<br />
2008 2.487.561.397 50,93 1,26 657.517.295 51,46 0,38 1.830.044.102<br />
2009 1.683.902.379 -32,31 1,1 585.440.640 -10,96 0,46 1.098.461.739<br />
2010 2.072.822.590 58,45 1,27 475.261.865 6,52 0,32 1.597.560.725<br />
Fonte: Comércio Exterior – Balança comercial brasileira: MERCOSUL – Ministério do Desenvolvimento<br />
Industria e Comércio. Disponível em: http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2081<br />
4.3.4 - Uruguai<br />
A Argentina é o principal parceiro comercial do Uruguai dentre os países do<br />
MERCOSUL, representa cerca de 25% do comércio com o país, o segundo é a União<br />
Européia e os países do NAFTA aproximadamente 10%. A relação comercial do Brasil com o<br />
Uruguai é inferior em relação Brasil x Argentina e Brasil Paraguai. Como podemos notar na<br />
seguinte tabela a balança comercial dos dois países sempre oscilou bastante ao longo dos<br />
anos.<br />
57
Tabela 4: Balança Comercial Brasil Uruguai<br />
Exportações<br />
Fonte: Comércio Exterior – Balança comercial brasileira: MERCOSUL – Ministério do Desenvolvimento<br />
Industria e Comércio. Disponível em: http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2081<br />
4.4 - Mercado Alvo: Argentina<br />
A escolha pela Argentina como mercado alvo para as rações produzidas pela Zion seu<br />
deu por motivos pessoais dos sócios da empresa, mas outros fatores contribuíram como o<br />
histórico saldo comercial entre Brasil e Argentina que superou o saldo com os outros países<br />
como Uruguai e o Paraguai e fatores econômicos, administrativos, culturais e geográficos<br />
(que serão abordados mais adiante pela análise da Estrtura CAGE).<br />
4.4.1 - População Eqüina<br />
Importações Saldo<br />
Ano US$ Var.% Part.% US$ Var.% Part.%<br />
2004 670.581.906 65,25 0,69 522.855.590 -2,79 0,83 147.726.316<br />
2005 853.137.754 27,22 0,72 493.653.258 -5,59 0,67 359.484.496<br />
2006 1.012.597.766 18,69 0,73 618.224.941 25,23 0,68 394.372.825<br />
2007 1.288.439.665 27,24 0,8 786.386.052 27,2 0,65 502.053.613<br />
2008 1.644.125.714 27,61 0,83 1.018.152.915 29,47 0,59 625.972.799<br />
2009 1.360.077.892 -17,28 0,89 1.240.344.404 21,82 0,97 119.733.488<br />
2010 1.223.493.497 10,67 0,75 1.220.551.397 18,19 0,82 2.942.100<br />
De acordo com Censo Nacional Agropecuário realizado no ano de 2008, estima-se que<br />
a quantidade de cavalos presentes no país seja 3,6 milhões de animais, sendo o segundo maior<br />
rebanho da América do Sul e um dos maiores do mundo 28 . A Organização das Nações Unidas<br />
para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou em 2002 que o número de cabeças de<br />
28 Insituto Nacional de Estatística e Censos da República da Argentina. Disponível em:<br />
http://www.indec.gov.ar/censoAgro2008/cna2008.asp<br />
58
cavalos na Argentina era de 1,52 milhões, mas inda informou que os dados estatísticos não<br />
são certeiros. O país ainda conta com aproximadamente 400 haras 29 .<br />
O censo realizado não divulgou o grau de concentração desses animais, ou ainda a<br />
quantidade presente nas zonas rurais e urbanas. O continente como um todo também<br />
apresenta números favoráveis à comercialização de produtos agrícolas voltados para criação<br />
eqüina. Somente o Brasil possui um rebanho de 5,8 milhões de cavalos, é o terceiro maior<br />
rebanho do mundo, ficando atrás em quantidade da China e México 30 .<br />
A Argentina, portanto é país tido como um grande criador de cavalos, com uma<br />
população eqüina elevada se comparada a muitos países. Para a Zion, estar presente em outro<br />
mercado potencial que possui uma grande quantidade desses animais, além do Brasil é uma<br />
grande vantagem. Isso aumentará substancialmente seu portfólio de clientes e passará a ter<br />
contatos com criadores e outras indústrias fora do Brasil.<br />
4.4.2 Consumo Per capta<br />
Segundo o Diretor Zilo, engenheiro agrônomo e zootécnico a quantidade de ração<br />
que o cavalo deve consumir varia de acordo com o seu peso e utilização do animal. Os<br />
maiores e mais fortes consomem até 3 quilos, os mais novos ou os mais velhos consomem<br />
cerca de um quilo e meio, até dois quilos. Para ele o consumo médio dos eqüinos é de dois<br />
quilos diários.<br />
Levando em consideração a população de cavalos da Argentina que é 3,6 milhões e<br />
que um animal como o cavalo consome cerca de 2 quilos de ração por dia, com a incumbência<br />
do tratador de colocar somente essa quantidade no cocho para que haja a prevenção contra o<br />
empanzinamento. Podemos chegar a um consumo per capta de 720 quilos por animal<br />
(adotando 1 ano como 360 dias).<br />
Porém de acordo com o Diretor Zillo no Brasil do total de cavalos no país estima-se<br />
que somente 35% deles consomem rações, os demais são alimentados de outras formas como,<br />
por exemplo, o capim e outras gramíneas. Logo, na Argentina, se considerarmos 35% do<br />
rebanho como consumidores de rações prontas para cavalos, temos um total de 1,26 milhões<br />
de quilos de rações. E um consumo anual de 1260 toneladas.<br />
29 Disponível em:<br />
http://200.5.106.165/html/Areas/Introduccion%20a%20los%20Sistemas%20Prod/Documento/2009/Produccion<br />
%20Equina%20en%20la%20Argentina.pdf<br />
30 Brasil tem o terceiro maior rebanho eqüino-Paraná-Online. Disponível em: http://www.paranaonline.com.br/editoria/mundo/news/208548/?noticia=BRASIL+TEM+O+TERCEIRO+MAIOR+REBANHO+E<br />
QUINO<br />
59
4.4.3 - Produtos Similares<br />
As rações produzidas na Argentina são em sua grande maioria diferentes daquelas<br />
produzidas pela Zion no Brasil. O principal insumo presente no processo de peletização é a<br />
alfafa, que é pouco utilizado no Brasil. Uma das razões da escolha pela Argentina é a matéria<br />
prima de suas rações, que além de nutritiva pode oferecer a Zion uma segunda opção na<br />
produção de seus produtos.<br />
Na Argentina também não há registros de produtos com a mesma formulação<br />
química, ou seja, as rações produzidas no país sejam a base de alfafa ou de outros insumos<br />
não garantem a saúde do animal, que independente da quantidade consumida ele não vai<br />
desenvolver a cólica eqüina.<br />
O fator aroma também não foi encontrado presente nas rações peletizadas<br />
produzidas na Argentina. Pode ocorrer a existência de rações com substância que inibem o<br />
forte cheiro do produto, mas não há indício de que as rações possuam uma fragrância como as<br />
da Zion com aroma de frutas, como maça, pêra, laranja e uva.<br />
Assim, não havendo produtos similares os únicos concorrentes aos produtos<br />
exportados seriam outros tipos de rações como as a base de alfafa e outras matérias primas<br />
sem a fórmula das rações da Zion.<br />
4.4.4- Promoção e Publicidade<br />
A promoção dos produtos agroindustriais ocorre de forma semelhante do Brasil. Os<br />
principais industriais do ramo promovem seus produtos através de feiras agrícolas como as<br />
que ocorrem nas grandes cidades e capitais como a Expo Rural e a Sial MERCOSUL. (em<br />
São Paulo temos as feiras que ocorrem no Ahembi e em cidade com potenciais agrícolas<br />
como Ribeirão Preto onde ocorre a Agrishow).<br />
Outra forma de promoção das rações é divulgação e patrocínio em leilões de gados e<br />
cavalos que ocorrem em diversas regiões do país. As grandes indústrias chegam a utilizar<br />
veículos de comunicação como rádio e televisão, um exemplo são os canais voltados ao meio<br />
rural e agropecuária que até transmitem leilões de animais ao vivo para todo o país.<br />
Ainda no caso das grandes empresas do setor, muitas delas já estão a tanto tempo no<br />
mercado, são tão consolidadas que acabam sendo premiadas com uma publicidade gratuita,<br />
onde involuntariamente seus nomes são lembrados quando o assunto é produtos agrícolas. No<br />
Brasil isso ocorre com grandes empresas como a Tortuga, Premix e a Guabi.<br />
60
4.4.5- Possibilidades Mercadológicas<br />
Sabendo dos dados a respeito dos cavalos e haras na Argentina, das principais<br />
rações comercializadas no país e de suas formas de comercialização, a Zion possui uma<br />
grande possibilidade de ingressar no mercado argentina com sucesso. Para isso deve-se levar<br />
em conta que as rações produzidas pela Zion praticamente não existem no mercado em<br />
questão, sendo assim há espaço no mercado para esse produto. Os clientes poderão encontrar<br />
um produto exclusivo com dois diferenciais que não são encontrados nos concorrentes.<br />
Além disso, com o contato com a Argentina a Zion poderá no futuro firmar uma<br />
parceria com empresas de rações na Argentina que fabricam seus produtos a base da alfafa e<br />
através dessa parceria conseguir a transferência de tecnologia e domínio da utilização desse<br />
insumo na fabricação de rações peletizadas.<br />
Ainda sobre a Argentina, um documento interno do Ministério do Desenvolvimento<br />
Indústria e Comércio que circula pela equipe econômica foi divulgado pelo Jornal Valor<br />
Econômico. O documento expressa uma grande preocupação sobre a desindustrialização do<br />
Brasil especialmente de alguns setores da economia. Mas também divulga que a Argentina<br />
deve receber US$ 5 bilhões em investimentos brasileiros 31 .<br />
A expansão da economia gera recordes na corrente de comércio entre os dois países<br />
e acelera os investimentos do Brasil na Argentina. O valor (US$ 5bi) é metade do estoque<br />
aplicado desde 2002. Até o fim de setembro o fluxo comercial já superou o do ano de 2009.<br />
Em 2010 espera-se que os números se aproximem de US$ 33 bilhões. O ministério ainda<br />
aponta que 80% das industrias brasileiras estão com participação de mercado consolidada ou<br />
estável na Argentina. O cenário é promisso para outras empresas como a Zion, o número de<br />
empresas que realizavam comércio e passaram a realizar o investimento direto externo subiu<br />
de 63 em 1998 para 280 32 .<br />
Assim podemos confirmar a escolha da Argentina como mercado alvo para a<br />
internacionalização da Zion, do ponto de vista comercial não restam dúvidas de que o país é<br />
um dos maiores parceiros comercias do Brasil, apresentando vantagens é um histórico que<br />
mostra um comércio consolidado e próspero. Restam agora à análise de outras variáveis<br />
também importantes na escolha como a cultura, a geografia e a política.<br />
31 Argentina deve receber US$ 5 bi de investimentos brasileiros / Valor Online. Disponível em:<br />
http://www.valoronline.com.br/impresso/brasil/97/336433/argentina-deve-receber-us-5-bi-de-investimentosbrasileiros<br />
32 Idem.<br />
61
4.5-Estrutura CAGE<br />
De acordo com Gehemawat (2008), são nas fronteiras que surgem as maiores<br />
diferenças entre os países. Porém existem graus de diferença em termos de distância a uma<br />
séria de dimensões culturais, administrativo-políticas, geográficas e econômicas, o que ele<br />
chama de Estrutura CAGE.<br />
“A estrutura CAGE não apenas ajuda a identificar as diferenças centrais em cenários<br />
específicos, mas também possibilita entender as diferenças nas diferenças,<br />
proporcionado uma base para se distinguir países relativamente próximos, segundo as<br />
dimensões fundamentais dos que são relativamente distantes” (GHEMAWAT, 2008,<br />
45).<br />
A seguir analisaremos a Distância Cultural, Distância Administrativa, Distância<br />
Geográfica e Distância Econômica enfrentadas no processo de internacionalização da Zion em<br />
relação ao mercado alvo: Argentina. É importante lembrar que as empresas que não<br />
consideram a distância na análise de países dificilmente conseguem se firmar em um mercado<br />
potencial.<br />
Em alguns casos é possível que os quatro componentes se misturem, por exemplo,<br />
dificilmente países membros de uma zona de livre comércio se aproximem somente pelas<br />
semelhanças administrativas, só o farão se também forem próximos do ponto de vista cultural,<br />
econômico e geográficos.<br />
Segundo Ghemawat (2008) as diferenças culturais tendem a diminuir as ralações<br />
comerciais entre países. Talvez a principal sejam os efeitos do idioma, mas ainda existem<br />
outros aspectos como: etnias diferentes, religiões, isolamento e falta de confiança.<br />
Para a internacionalização da Zion não deve haver preocupações sobre a distância<br />
cultural entre os países. A língua do Brasil e Argentina não são as mesmas (português e<br />
espanhol), porém ambas descendem do latim e possuem algumas similaridades. As diferenças<br />
religiosas são mínimas, já que ambos são estados laicos com uma predominância do<br />
cristianismo. Assim como o Brasil a Argentina é formada por diversas etnias devido ao fluxo<br />
de imigrações que o país recebeu.<br />
Os valores e normas são iguais, mas parecidos, pois ambos os estados são repúblicas<br />
presidencialistas e quanto à confiança, esta é recíproca, uma vez que a prova disso é o grande<br />
volume de mercadorias comercializadas entre os dois, resultando em elevados saldos<br />
comerciais. A Argentina não é um país isolado no cenário internacional, é presente em<br />
62
diversos organismos e foros de discussões multilaterais, também faz parte dos G-20 e grupo<br />
dos 20, sendo considerado um dos países emergentes.<br />
Os fatores administrativos incluem políticas, leis e as instituições do país. As<br />
Relações Internacionais também é um elemento importante entre os países, assim como os<br />
tratados internacionais e o laços coloniais (GHEMAWAT, 2008, 52).<br />
Os laços coloniais não são similares, havendo uma distância entre eles, mas ao longo<br />
dos anos mesmo após algumas desavenças diplomáticas, pode-se dizer que o Brasil e a<br />
Argentina possuem uma ótima relação bilateral. A moeda comum também é uma diferença<br />
não só entre Brasil e Argentina, mas em todo o MERCOSUL, porém ambos fazem parte do<br />
bloco e da Unasul. Logo podemos notar que também não há hostilidade política entre ambos.<br />
Ainda sobre a distância administrativa, ambos os países são economias abertas e<br />
realizam investimentos no mercado externo, são atuantes em órgãos internacionais (como já<br />
foi dito anteriormente) e possuem instituições fortes, o que evita a corrupção. A<br />
redemocratização ocorreu no mesmo período nos dois territórios (década de 1980), o que nos<br />
leva a concluir que os dois países ainda possuem problemas e necessitam de mudanças.<br />
Sobre a distância geográfica Ghemawat (2008) afirma que os atributos geográficos<br />
têm poder para afetar as interações econômicas interfronteiras e que ocorrem na maioria dos<br />
casos a partir de fenômenos naturais, não obstante algumas são decorrências de intervenções<br />
humanas. Mantidas as demais variáveis, quanto mais longe o país, mais difícil o comércio<br />
com ele.<br />
No caso do Brasil e da Argentina talvez seja esta a menor das distâncias, uma vez<br />
que fronteiras em comum possuem as diferenças de fusos horários são mínimas se comparado<br />
com a Ásia por exemplo. Os climas também são parecidos, apesar do Brasil apresentar<br />
maiores variações climáticas devido a sua extensão territorial. Quanto às doenças, os dois<br />
países possuem um elevado controle e já erradicaram muitas delas.<br />
A Argentina também possui acesso ao mar, pelo Mar da Prata e pelo Oceano<br />
Atlântico, só que em menor proporção que o Brasil. Um ponto que aumenta a distância<br />
geográfica é o fato da Argentina não possuir uma navegabilidade interna, o único grande rio<br />
presente internamente no território é o Rio da Paraná. Possui uma boa extensão geográfica de<br />
fácil acesso, sendo o segundo maior país do continente.<br />
A distância econômica já foi discutida anteriormente em parte, quando analisamos<br />
os as relações comerciais do Brasil com os demais três membros do MERCOSUL, porém<br />
alguns elementos não foram citados.<br />
63
A distância econômica aborda as diferenças que afetam a atividade econômica entre<br />
países, no caso Brasil e Argentina. Os países ricos costumam realizar comércio além das<br />
fronteiras com outros países ricos do que com países pobres. Logo se deve notar que as<br />
relações entre pobres e pobres e ricos e ricos são relacionadas. Mesmo não tendo um efeito<br />
inibidor sobre a economia internacional a distância econômica pode essa atividade em casos<br />
específicos (GHEMAWAT, 2008, 56-57).<br />
Ainda segundo o autor supracitado, outros fatores de produção devem ser<br />
considerados, como terra, capital, recursos naturais, infraestrutura e informação. Argentina,<br />
assim como o Brasil, do ponto de vista de países desenvolvidos e em desenvolvimento está de<br />
acordo com a segunda classificação, ou ainda tida como países “pobres”, mesmo sendo<br />
considerados emergentes.<br />
Logo, a escolha está de acordo abordagem do autor, onde pobres tendem a<br />
comercializar com pobres (e ricos com ricos), o que diminui a distância econômica, em<br />
termos de recursos naturais o país possui em abundância. A respeito dos recursos financeiros<br />
a Argentina vem se recuperando economicamente, apresentando as taxas de crescimento de<br />
antigamente, mais não dispõe de plenos recursos como o Brasil.<br />
4.6-Estruturação do Departamento<br />
4.6.1. Funções do Departamento de Exportação<br />
O departamento de exportação, ou ainda departamento de comércio exterior possui<br />
três tipos de funções: estabelecer contatos com a estrutura pública e privada de apoio a<br />
exportação, como bancos seguradoras, organizações de classe do segmento ou setor, empresas<br />
especialidades em controle de qualidade, Ministério das Relações Exteriores (MRE),<br />
Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), consultores, alfândegas;<br />
manter contatos com o mercado, identificando novas oportunidades, pesquisas, missões<br />
empresariais, feiras, gestão dos clientes e das redes de distribuição; e por fim esse<br />
departamento também possui a função de estabelecer contatos na própria empresa como<br />
pedidos, programação da assistência e monitoramento da produção (MINERVINI, 2008, p.<br />
250).<br />
O porte da empresa influencia muito na estrutura destinada à importação. Pode-se<br />
encontrar desde um diretor de exportação na grande empresa até o assistente de exportação<br />
que responde diretamente ao empresário, o que ocorre nas pequenas e médias empresas. A<br />
64
estrutura do departamento de exportação depende de dimensões e objetivos empresarias, os<br />
mercados que a empresa atua, características do produto, forma de ingresso nos mercados,<br />
diferenças culturais, recursos humanos e financeiros e tipos de clientes (indústria,<br />
distribuição, franchising) (MINERVINI, 2008).<br />
No caso da Zion não haveria um departamento com estrutura física e com vários<br />
cargos, visto que a empresa não possui departamentos em seu organograma e sim diretor e<br />
auxiliares, cada um com suas respectivas responsabilidades, o que deve ocorrer é a<br />
contratação de um gerente de comércio exterior responsável por esse departamento. O<br />
escritório da empresa não possui muitas salas, logo o gerente e o departamento seriam<br />
alocados para uma sala onde trabalha funciona a administração.<br />
4.6.2 - O Gerente de Comércio Exterior<br />
O principal elemento no departamento de comércio exterior, ou ainda na estrutura da<br />
empresa dedicada a essa área é o gerente de exportação que possui como principais funções:<br />
definir os planos de ação em resposta das diretrizes recebidas pelo diretor comercial, diretor<br />
geral, ou qualquer um que ocupe um cargo mais alto em nível de hierarquia e o gerente deva<br />
responder; criar e identificar oportunidades de negócio; e elaborar e administrar orçamento da<br />
exportação (MENERVINI, 2008).<br />
O gerente de exportação também é responsável por aperfeiçoar a cadeia produtiva,<br />
checando prazos de entrega e estoques; coordenar os planos de ação das áreas do<br />
departamento; realizar e coordenar os estudos de mercado e manter contato com todos<br />
envolvidos no processo de exportação. As principais características dessa pessoa devem ser a<br />
liderança, a diplomacia, cultura universal, visão estratégica, flexibilidade e capacidade de<br />
negociação, criatividade, domínio de idiomas, conhecimento do produto e do mercado,<br />
conhecimento de finanças e de logística, conhecimento dos procedimentos administrativos; e<br />
um bom conhecimento dos contratos internacionais (MENERVINI, 2008, p. 256-257).<br />
O gerente de comércio exterior será responsável por três bases de gestão:<br />
infraestrutura, empresa e mercado As funções do cargo serão:<br />
• Infra Estrutura de Exportação: despachantes, consultores, alfândegas,<br />
contato com órgãos de promoção, bancos e escritórios de informação.<br />
• Empresa: inspeção, documentação, despacho das rações, produção,<br />
confirmação de pedido, controle da qualidade e elaboração da oferta.<br />
65
• Mercado: promoção, investigar, negociar, gestão do mercado e<br />
identificação de oportunidades.<br />
4.6.3 - Alterações no Organograma da Zion<br />
A Zion possui uma estrutura simples com poucos funcionários no escritório. Sendo<br />
o Diretor Roberto Zilo e mais três auxiliares que estruturam a empresa nas rotinas diárias,<br />
todos inclusive o Gerente de Comércio Exterior são subordinados ao Diretor. De acordo com<br />
o organograma a seguir:<br />
Figura 3: Organograma da Estrtura Administrativa<br />
Auxiliar<br />
Administrativo<br />
Diretor<br />
Roberto Zilo<br />
Auxiliar<br />
Expedição<br />
Auxiliar<br />
Produção<br />
O novo funcionário da empresa responsável pelo Departamento de Comércio<br />
Exterior seria alocado entre o Diretor e os auxiliares. Isso ocorrerá devido às dimensões dessa<br />
área que funciona de maneira diferenciada do restante da empresa, implantando novas rotinas<br />
e delegando funções ao auxiliares, além de regras e padrões de produção.<br />
66
Figura 4: Novo Organograma da Estrutura Administrativa<br />
Auxiliar<br />
Administrativo<br />
Diretor<br />
Roberto Zilo<br />
Auxiliar<br />
Expedição<br />
Gerente de<br />
Comério Exterior<br />
Auxiliar<br />
Produção<br />
67
Conclusão<br />
Analisando o histórico da empresa e o produto desenvolvido por ela, percebe-se o<br />
grande potencial da Zion na comercialização das rações, um produto inovador com dois<br />
diferenciais perante os seus concorrentes, o aroma e formulação. A empresa ainda possui a<br />
vantagem de possuir alguns fornecedores próprios e sócios com um bom network (rede de<br />
contatos) no setor do agronegócio. Tudo isso favoreceu não só na abertura da empresa, mas<br />
também resultou em ótimo desempenho do produto no mercado nacional nesses poucos meses<br />
de atividade da firma.<br />
Para entender melhor o cenário onde a Zion está inserida foi fundamental a<br />
compreensão de alguns termos relacionados ao agronegócio e assim tornou-se possível<br />
classificar a empresa como uma agroindústria. Algumas dessas definições mostraram as<br />
mudanças sofridas pelo setor, hoje mais moderno, competitivo e com mais uso de tecnologia.<br />
Além disso, também foi possível entender o crescimento sofrido pelo segmento de rações nos<br />
últimos anos. O que nos dois casos impulsiona o comércio exterior brasileiro de rações para a<br />
alimentação animal.<br />
A globalização também impulsiona as empresas a partir para o mercado internacional,<br />
por terem perdido espaço domesticamente ou pela falta de espaço no mercado interno.<br />
A partir de então muito foi dito sobre a internacionalização da empresa em questão,<br />
porém para se iniciar o processo de entrada nos mercados potenciais deve ser montada uma<br />
estratégia de marketing. Para isso foram definidos o marketing estratégico e o marketing<br />
operacional, bem como os passos para se traçar uma estratégia de marketing.<br />
Como foi possível notar existem várias estratégias de marketing a serem adotadas<br />
pelas firmas agroindustriais como: especialização, integração vertical, diversificação,<br />
inovação, fusões e aquisições e estratégias de corte. Dessa forma concluiu-se que a melhor<br />
escolha seria uma mistura de duas estratégias: diversificação e inovação, onde a Zion<br />
diversificará somente os mercados onde atua, passando a comercializar em mais um país além<br />
do Brasil e inovará nesse mercado com suas rações.<br />
Definidas as estratégias de marketing e as melhores opções restou a escolha do<br />
mercado alvo para a o processo de internacionalização da empresa. No caso da Zion, a melhor<br />
opção para a Zion é o MERCOSUL, pois é uma área de livre comércio da qual o Brasil faz<br />
parte e é próximo ao país. Dentre os países do MERCOSUL, mesmo todos apresentando um<br />
desempenho comercial bastante satisfatório, a Argentina se sobressaiu, não só<br />
comercialmente, mas também de acordo com outras variáveis.<br />
68
O MERCOSUL apresenta vantagens por ser um bloco de integração econômica,<br />
assim, a Zion irá usufruir dos benefícios da Zona de Live Comércio entre Brasil e Argentina.<br />
Neste projeto foram apontados os caminhos e estratégias para se chegar ao mercado<br />
internacional. Para essa decisão deve ser tomada uma série de precauções garantindo um<br />
menor risco para a Zion. Além disso, a decisão de internacionalizar-se deve ser bem<br />
estruturada e disciplinada.<br />
Por fim pode-se concluir que a internacionalização será viável, uma vez que foi<br />
escolhido um país seguro, uma estratégia concreta e todas as variáveis foram abordadas. O<br />
setor no Brasil encontra-se em constante expansão, bem como o segmento de rações que<br />
apesar de saturado apresenta números excelentes quando comparado com outros países. Como<br />
dito antes, dadas as perspectivas do setor e tudo mais mantido constante, ou seja, a situação<br />
econômica do país e as condições políticas não só do Brasil, mas também da Argentina,<br />
mesmo que no longo prazo a internacionalização da Zion ocorrerá de com grande êxito.<br />
Finalizando o Curso de Relações Internacionais, o autor deste trabalho assumirá as<br />
funções de responsável pelas atividades de internacionalização da empresa, iniciando um<br />
exaustivo estudo de campo (Análise Microeconômica) em cada um dos países mencionados,<br />
como mercados alvos, começando pelo mercado laboratório, que será a Argentina.<br />
69
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