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Eduardo Barion Baaklini Prof. Orientador - Faap

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FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO<br />

Monografia de Conclusão de Curso<br />

FACULDADE DE ECONOMIA<br />

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS<br />

INTERNACIONALIZAÇÃO DA ZION NUTRIÇÃO ANIMAL<br />

LTDA<br />

<strong>Eduardo</strong> <strong>Barion</strong> <strong>Baaklini</strong><br />

<strong>Prof</strong>essor <strong>Orientador</strong>: Mario Sacchi<br />

2010


INTERNACIONALIZAÇÃO DA ZION NUTRIÇÃO ANIMAL LTDA<br />

EDUARDO BARION BAAKLINI<br />

São Paulo<br />

2010<br />

Monografia de Conclusão do Curso<br />

apresentada à Faculdade de Economia<br />

para obtenção do título de graduação em<br />

Relações Internacionais, sob orientação<br />

do <strong>Prof</strong>. Mario Sacchi.


Dedicatória<br />

Aos meus pais Rick e Cris,


Agradecimentos<br />

e aos meus avós João e Ruth.<br />

Por detrás deste projeto está um sentimento de curiosidade sobre um mundo<br />

empresarial, uma carreira bem distante daquela planejada durante os quatro anos do<br />

curso de Relações Internacionais. Desde o início a área acadêmica sempre me<br />

despertou maior interesse e ainda motiva as minhas aspirações. Porém depois de<br />

metade do curso concluído, algumas matérias surgiram como Internacionalização de<br />

Negócios, Marketing Internacional e Empresas Transnacionais e Investimento Direto<br />

Externo. As novas disciplinas e o empreendedorismo de minha família através da<br />

Zion acabaram por despertar um maior interesse em mim pelo agronegócio e pela área<br />

empresaria.<br />

Meu interesse foi ainda aguçado por meus pais que forneceram conselhos<br />

sobre um projeto que proporcionasse conhecimentos sobre essa área. À medida que<br />

visitava a fabrica e tinha qualquer contato com o setor, a vontade de saber mais<br />

aumentava. Tenho tratado de questões relacionadas ao comércio entre países, mais<br />

especificamente sobre internacionalização há aproximadamente um ano.<br />

Sou particularmente grato aos meus pais, Ricardo e Maria Cristina que jamais<br />

pouparam esforços para me proporcionar a melhor educação e formação superior. Nas<br />

minhas escolhas sempre fui apoiado e bem aconselhado por eles. Foram estes grandes<br />

os responsáveis pelo incentivo ao tema e a pesquisa sobre o agronegócio. Meus avós,<br />

João e Ruth também sempre foram presentes com seus ensinamentos e experiências<br />

de vida.<br />

Também devo muito aos meus amigos da FAAP que com críticas, sugestões e<br />

muita paciência me ajudaram na comunicação com profissionais do ramo, associações<br />

e instituições ligadas ao setor. Os amigos de Marília acudiram com a compreensão de<br />

minha ausência e ainda sempre estiveram presentes quando solicitados.<br />

Ainda assim, devo agradecer especificamente ao meu orientador professor<br />

Mario Sacchi que generosamente fez comentários, esclareceu dúvidas e auxiliou nas<br />

versões recentes de parte deste trabalho. Ajudou-me a dar forma uma de projeto a<br />

uma confusão de idéias complexas. Minhas outras dívidas de gratidão são com os<br />

professores da Faculdade de Economia da FAAP que também contribuíram com<br />

minha formação acadêmica.


Resumo<br />

Pelos últimos anos uma das características mais marcantes da globalização<br />

talvez seja o intercâmbio comercial entre os países. A velocidade com que as<br />

informações são transmitidas e os avanços na tecnologia resultam na interdependência<br />

dos atores da comunidade mundial. A internacionalização das empresas é uma<br />

tendência que vem aumentando ao longo dos anos. Um exemplo dos efeitos desse<br />

fenômeno é o processo de inserção da Zion no comércio internacional que ajudará a<br />

empresa a se tornar mais competitiva e eficiente. Para isso deverá ser realizada uma<br />

séria de estudos, visando garantir uma escolha segura do mercado alvo, bem como da<br />

estratégia utilizada.<br />

Dentre as análises a serem feitas é fundamental um panorama histórico da<br />

empresa, bem como o ambiente onde ela está inserida, o agronegócio brasileiro. Esse<br />

setor está em constante crescimento, o que coloca o Brasil em uma posição<br />

privilegiada no comércio de vários produtos, entre eles no segmento de rações. Além<br />

disso, o Brasil como membro do MERCOSUL realiza comércio de forma intensa no<br />

continente, usufruindo dos benefícios de fazer parte da Zona de Livre Comércio. A<br />

Argentina é o maior parceiro comercial do país na América do Sul e um grande<br />

produtor de rações, especialmente rações voltadas para alimentação de eqüinos a base<br />

de alfafa peletizada.


Abstract<br />

For the last few years one of the most striking features of globalization is<br />

perhaps the trade between countries. The speed with which information is transmitted<br />

and advances in technology results in the interdependence of actors in the world. The<br />

internationalization of companies is a growing trend over the years. An example of<br />

the effects of this phenomenon is the process of insertion of Zion in international<br />

trade that will help the company to become more competitive and efficient. For so it<br />

will be performed a series of studies, aimed at ensuring a safe choice of the target<br />

market as well as the strategy used.<br />

Among the things to be elucidated is a basic historical overview of the<br />

company, as well as the environment where it is inserted, the Brazilian<br />

agribusiness. This industry is constantly growing, which places Brazil in a privileged<br />

position in the trade of various products, including the segment of rations. In addition,<br />

Brazil, as a member of MERCOSUR trade performs extensively on the continent and<br />

enjoy the benefits of joining the Free Trade Zone. Argentina is the country's largest<br />

trading partner in South America and a major producer of animal feed, especially<br />

focused on food rations for horses alfalfa-based pellets.


LISTA DE SIGLAS:<br />

CAGE – Cultural, Política Administrativa, Geográfica<br />

COCHO – Recipiente para rações e comidas para animais<br />

CMC – Conselho do Mercado Comum<br />

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul<br />

NAFTA – North America Free Trade Area<br />

TEC – Tarifa Externa Comum<br />

UNASUL – União das Nações Sul americanas


LISTA DE GRÁFICOS:<br />

Gráfico 1 – Custo de Fabricação das Rações<br />

.................................................................24<br />

Gráfico 2 – Competição<br />

Local........................................................................................28<br />

LISTA DE TABELAS


Tabela 1 – Balança Comercial Brasileira com o<br />

MERCOSUL.....................................55<br />

Tabela 2 – Balança Comercial Brasil e Argentina.........................................................<br />

56<br />

Tabela 3 – Balança Comercial Brasil e Paraguai...........................................................<br />

57<br />

Tabela 4 – Balança Comercial Brasil e Uruguai............................................................<br />

58<br />

Sumário<br />

LISTA DE SIGLAS<br />

LISTA DE GRÁFICOS<br />

LISTA DE TABELAS<br />

INTRODUÇÃO 1


1. HISTÓRICO DA EMPRESA 4<br />

1.1. Formação da Empresa 4<br />

1.2. Estrutura administrativa 6<br />

1.3. Maquinários 8<br />

1.4. Produtos 9<br />

1.5. Tecnologia 10<br />

1.6. Produção 11<br />

1.7. Cliente 12<br />

1.8. Fornecedores 12<br />

1.9. Parcerias 13<br />

2. ANÁLISE DO SETOR AGROINDUSTRIAL BRASILEIRO E O<br />

SEGMENTO 15<br />

2.1. Agronegócio 15<br />

2.2. Sistema Agroindustrial 16<br />

2.3. Complexo Agroindustrial 17<br />

2.4. Cadeia de Produção agroindustrial 18<br />

2.5. Agroindustrial 18<br />

2.6. Características dos produtos Agroindustriais 18<br />

2.7. Outros aspectos do Agronegócio 20<br />

2.8. O segmentos das rações 21<br />

2.8.1. Tipos de Rações 23<br />

2.8.2. Custos de Produção 23<br />

2.8.3. Tecnologia 24<br />

2.8.4. Logística 25<br />

2.8.5. A Competição Local 26<br />

3. ESTRATEGIAS DE MARKETING 29<br />

3.1. Algumas definições de marketing 29<br />

3.1.1. Marketing estratégico e marketing operacional 30<br />

3.2. Os passos do planejamento estratégico 31<br />

3.3. Possíveis estratégias 35<br />

3.3.1. Especialização 35<br />

3.3.2. Integração vertical 36<br />

3.3.3. Diversificação 39<br />

3.3.4. Inovação 39<br />

3.3.5. Fusões e Aquisições 40<br />

3.3.6. Estratégias de Corte 41<br />

3.4. A estratégia aplicada a Zion 41<br />

3.5. Marketing Agroindustrial 41<br />

3.6. Marketing Mix 43<br />

3.6.1. Produto 43<br />

3.6.2. Preço 44<br />

3.6.3. Distribuição 45<br />

3.6.4. Composto promocional 46<br />

4. O PLANO DE INTERNAICONALIZACAO 47<br />

4.1. A idéia de se internacionalizar 47<br />

4.2. A competitividade externa 49<br />

4.3. O MERCOSUL 50<br />

4.3.1. O Brasil e o MERCOSUL 54


4.3.2. Argentina 55<br />

4.3.3. Paraguai 56<br />

4.3.4. Uruguai 57<br />

4.4. Mercado alvo: Argentina 58<br />

4.4.1. População Eqüina 58<br />

4.4.2. Consumo Per capta 59<br />

4.4.3. Produto Similares 60<br />

4.4.4. Promoção e publicidade 60<br />

4.4.5. Possibilidades Mercadológicas 61<br />

4.5. Estrutura CAGE 62<br />

4.6. Estruturação do Departamento 64<br />

4.6.1. Funções do Departamento de Exportação 64<br />

4.6.2. O Gerente do Comercio Exterior 65<br />

4.6.3. Alterações no organograma da empresa 66<br />

CONCLUSÃO 68<br />

BIBLIOGRAFIA 70


Introdução<br />

O tema do presente projeto tem como objetivo a internacionalização de uma empresa<br />

familiar. Será elaborada uma escolha de uma estratégia de marketing a um mercado<br />

potencial, partindo disso poderá ser estruturado o departamento de comércio exterior na Zion<br />

Nutrição Aninal LTDA, uma empresa média e familiar, da qual o que escreve é aluno de<br />

Relações Internacionais e pretende que esta contribuição auxilie a empresa em seus passos<br />

necessários para sua perfeita inserção no comércio internacional.<br />

Um dos motivos que contribuíram para a elaboração desse trabalho é a<br />

competitividade em que se encontram as empresas presentes no mercado internacional,<br />

tornando-se menos vulneráveis a crises de seus mercados nacionais gerando a alternativa de<br />

alcançar os mercados internacionais através da internacionalização.<br />

As empresas que exportam regularmente se tornam competitivas, ampliando sua<br />

capacidade de produção, reduzindo seus custos fixos e adquirindo maior poder de negociação<br />

em relação aos concorrentes e ao mesmo tempo sendo os parceiros habituais. O número de<br />

clientes da empresa também é ampliado e através da entrada em um novo mercado o acesso a<br />

novas tecnologias e inovação.<br />

A política governamental incentiva oferecendo tanto benefícios na exportação como<br />

também incentivos fiscais, ganhos de prestigio do produto, bem como um aumento nos<br />

padrões de qualidade na produção. Esses benefícios podem ser provenientes do país de<br />

origem ou do país receptor.<br />

O processo de internacionalização é longo e detalhado, pois é um estudo de mercados<br />

onde são necessários investimentos para se atender tanto o mercado doméstico como o<br />

mercado externo. Na entrada de divisas existem diversos tipos de “barreiras”, desde as mais<br />

conhecidas como econômicas, ou comerciais, mas também as geográficas, administrativas e<br />

culturais.<br />

A empresa Zion tem pouco tempo de vida, e vem obtendo bons resultados no mercado<br />

doméstico, estando em processo de consolidação, o que refletirá na internacionalização<br />

somente ao mediano e longo prazo.<br />

Uma vez iniciada a exportação na empresa, o processo de exportação será um processo<br />

esporádico para trabalhar com os produtos excedentes de produção. Porém deverá ser<br />

constante, demonstração da seriedade e melhoria da imagem do país, o que gera muito peso<br />

no comércio internacional.<br />

1


A metodologia a ser utilizada para o projeto será baseada em análise de informações<br />

secundarias, trabalho de campo (informação primaria), como feiras, eventos ligados ao setor,<br />

associações e entrevistas com os gestores da empresa que possam fornecer dados que possam<br />

auxiliar o projeto. Também foram utilizados livros, sites e conhecimentos acumulados nos<br />

quatros de estudo no curso de Relações Internacionais na Fundação Armando Álvares<br />

Penteado.<br />

No primeiro capítulo é descrita a história da empresa, a situação percorrida por ela até<br />

a situação encontrada nos dias atuais da Zion, os clientes, fornecedores e a estrutura<br />

organizacional da empresa que será utilizada como base deste projeto.<br />

Assim, depois de abordado esse panorama no capítulo dois serão elucidadas as<br />

diversas definições de agronegócio, agrobussines, cadeia de produção agrícola e sistema<br />

agroindustrial. Ainda é analisado o segmento de rações onde a Zion esta inserida, ou seja, até<br />

este momento o no âmbito doméstico. Para isso são discutidas quais são os principais<br />

concorrentes e o espaço que a indústria detém e poderá ter no mercado.<br />

O volume de vendas não pôde ser utilizado, uma vez que a empresa iniciou suas<br />

atividades faz poucos meses e no início a produção era realizada para testes dos produtos,<br />

onde pouca quantidade era vendida e com uma política de promoção, onde as rações eram<br />

comercializadas com descontos, não continham a nova embalagem e destinadas somente a<br />

poucos clientes mais próximos.<br />

Logo, a fatia do mercado pertencente à Zion foi estimada de acordo com o Diretor Zilo<br />

e segundo as vendas dos meses após a fase de testes.<br />

No terceiro capítulo são observados os passos para desenvolver uma estratégia de<br />

marketing em um determinado mercado, alguns passos da estratégia (implementação e<br />

controle) não foram relacionados pela Zion, pois não devem ser discutidos no momento atual<br />

e sim no momento do processo de internacionalização, que ocorrerá no futuro próximo,<br />

Também serão citadas as distintas estratégias que poderão ser adotadas pelas empresas. E as<br />

estratégias cabíveis a Zion no estágio em que a empresa se encontra.<br />

No quarto e último capítulo será explicada o porquê da decisão de exportar, analisando<br />

a competitividade externa através dos países que formam o MERCOSUL, como potenciais<br />

mercados na internacionalização da Zion e a seleção do mercado alvo de acordo com as<br />

possibilidades de se obter uma boa parceria comercial nesses mercados. Além da análise<br />

comercial é feita uma análise de acordo com a estrutura CAGE (Cultural, Administrativa,<br />

Geografia e Econômica). E finalmente a estruturação do departamento de comércio exterior<br />

na empresa.<br />

2


Nesse quarto capítulo não foram definidos os preços dos produtos a serem<br />

comercializados no mercado externo, pois será desenvolvido um estudo de mercado onde se<br />

analisará os preços praticados nesses mercados pela concorrência para que o projeto que visa<br />

à internacionalização se ajuste a cada mercado com estratégias de preços, uma vez que se<br />

penetre a cada mercado se ajustem e permitam os melhores resultados.<br />

Além da dificuldade de determinar a participação exata da Zion no mercado, também<br />

foi complicado obter dados sobre os principais líderes no mercado. Muitas empresas se<br />

recusaram a divulgar informações como o volume de vendas, a participação no mercado<br />

brasileiro ou até mesmo os países exatos para onde exportam. Muitas associações não<br />

dispõem desse tipo de informações e somente de informações sobre produtos, feiras,<br />

máquinas e novidades no setor. Outras estão desatualizadas e as informações que possuíam<br />

não eram sobre o segmento de rações e sim sobre o agronegócio brasileiro.<br />

As Instituições brasileiras que fomentam o comércio internacional e que regem e<br />

auxiliam o processo exportação das empresas ajudaram na medida em que dispunham<br />

informações em seus sites atualizados constantemente, porém sobre dúvidas mais específicas<br />

era impossível obter auxílio via email ou telefone, uma das principais razões foi que essa<br />

pesquisa foi desenvolvida no período pré-eleitoral que durou aproximadamente um semestre.<br />

O diferencial desse trabalho está na escolha da empresa a ser internacionalizada, a<br />

Zion é uma média empresa totalmente interligada ao setor do agronegócio, uma empresa de<br />

rações peletizadas que além de se internacionalizar busca obter uma parceria com um país<br />

produtor de rações a base de alfafa que praticamente no existe no Brasil como fonte de<br />

alimentação animal, sendo requerida, aqui se está pensando em termos de Aliança estratégica.<br />

3


Capítulo 1 - Histórico da Empresa<br />

Este capítulo visa explicar o histórico da empresa, elucidando sua criação (sócios,<br />

principais colaboradores e suas respectivas funções e estrutura organizacional), sendo ainda<br />

abordados os principais aspectos dos produtos, máquinas, tecnologia, fornecedores, processo<br />

produtivo e os clientes alvos da empresa.<br />

1.1 - Formação da empresa:<br />

A empresa objeto do trabalho: Zion Nutrição Animal LTDA é uma indústria de rações<br />

para cavalos localizada na Rua Engenheiro Benedito Renê Km 54, s/ nº, bairro São João Novo<br />

(Distrito Industrial), Município de São Roque, interior do Estado São Paulo. A empresa<br />

iniciou suas atividades no dia 1 de março de 2009 e foi inaugurada somente em junho de<br />

2010, devido ao início de sua produção 1 .<br />

A fábrica já existia, porém com o nome de Nutrimento Agroindustrial LTDA. Os<br />

donos anteriores iniciaram o processo de falência e concordata no início de 2007, vendendo a<br />

empresa no ano seguinte. Através de conversas com o Diretor/proprietário da Zion, o Sr.<br />

Roberto Zilo, foi verificado os motivos que levaram ele e o Sr. Carlos <strong>Barion</strong> a adquirirem<br />

uma empresa naquelas condições, responderam-me que ambos já estavam em uma fase da<br />

vida em que já não dependiam de um emprego e uma renda fixa. O nome Zion é uma junção<br />

dos sobrenomes das duas famílias Zilo e <strong>Barion</strong>.<br />

O Sr. Zilo é pecuarista e tendo já deixado suas propriedades bem encaminhadas<br />

resolveu continuar no agronegócio, só que através de uma agroindústria. O Sr. <strong>Barion</strong> possui<br />

outra atividade profissional, tendo a função de apenas assessorar os trabalhos na Zion, visto<br />

que possui uma vasta experiência na área industrial. Ambos são engenheiros agrônomos,<br />

formados na mesma Instituição, a Universidade Estadual UNESP de Jaboticabal e possuem<br />

um vínculo familiar.<br />

No início de 2010 um novo sócio passou a integrar a estrutura societária da empresa o<br />

Dr. Ricardo <strong>Baaklini</strong>, médico radiologista, graduado pela Santa Casa de São Paulo. Os<br />

motivos que levaram a entrada do Dr. <strong>Baaklini</strong> na empresa foram: a necessidade de capital<br />

para o término de reformas nas instalações e quitação de dívidas da antiga gestão. O Dr.<br />

1 A inauguração ocorreu mais de um ano depois do ínicio da compra devido ao processo de regulamentação das<br />

atividades da empresa e quitação de dívidas da gestão anterior. Nesse período a empresa não obteve lucro, pois<br />

não havia produção. Suas operações se baseavam na busca de certificações e alvarás necessários para o exercício<br />

da atividade.<br />

4


<strong>Baaklini</strong> também está ligado na atividade pecuária, sendo um dos fornecedores da empresa e<br />

possui um vínculo parentesco com um dos sócios. Devido a sua dedicação na área da saúde<br />

como médico e professor, suas funções na empresa são restritas ao papel de um conselheiro,<br />

sendo um sócio investidor.<br />

A Zion possui como missão levar a seus clientes produtos agroindustriais de alta<br />

qualidade sempre prezando pela saúde e bem estar dos animais. Segundo o Diretor Sr. Zilo o<br />

processo de implantação da empresa foi longo devido aos cuidados que diretoria tomou para<br />

conseguir o registro do Serviço Inspeção Federal (SIF) e no Ministério da Agricultura<br />

Pecuária e Abastecimento (MAPA) e também no desenvolvimento da formulação das rações<br />

oferecidas pela empresa, praticamente exclusivas no mercado, oferecendo a exclusividade do<br />

aroma e a segurança de que não afetará o animal em função da cólica eqüina.<br />

A visão dos diretivos da Zion é se desenvolver e consolidar no mercado brasileiro nos<br />

próximos cinco anos, além no fim desse período já ter vivenciado a experiência de estar<br />

presente também no mercado externo. Inicialmente espera-se que através deste trabalho a<br />

empresa escolha um país ou região como laboratório para iniciar seu processo de<br />

internacionalização.<br />

A Cólica Eqüina causa fortes dores abdominais nos cavalos, devido a afecções no<br />

aparelho digestivo ou em outros órgãos. O animal possui um estomago de tamanho reduzido,<br />

e em grande parte das vezes o motivo da cólica é alimentação incorreta, má distribuída, em<br />

excesso, alimentos muito triturados, ração mal balanceada e alimentação antes dos trabalhos<br />

que exigem esforço físico. Essa cólica ainda é conhecida como “cólica de impacto”, resultado<br />

de uma obstrução, no intestino grosso, por sobrecarga de alimentos 2 .<br />

Ao ser questionado sobre o futuro da empresa, o Diretor proprietário Sr. Zilo afirmou<br />

que com os resultados, mais que satisfatórios dos testes das rações e que com o aumento de<br />

capital da empresa, com a entrada de mais sócio, a Zion pode aos poucos ampliando seu<br />

espaço no mercado e adquirir um aumento significativo na produção. Segundo os executivos a<br />

empresa antes da nova gestão já possuía um considerável número de clientes e com os<br />

contatos dos novos proprietários, espera-se que em um curto prazo seja possível ampliar a<br />

capacidade de produção e incluir novos produtos na linha. Isso permitirá que clientes sejam<br />

atendidos de forma mais ágil e encontrar novos produtos com preço baixo e qualidade.<br />

Podem-se identificar os principais valores da empresa: Ética, Inovação, Transparência<br />

e Competência. Acreditando que seus clientes terão acesso a tudo o que o Sr. Zilo deseja.<br />

2 MELDAU Débora. Cólica Eqüina – Medicina Veterinária - Infoescola. 2010. Disponível em:<br />

http://www.infoescola.com/medicina-veterinaria/colica-equina/.<br />

5


Nesse um ano em que a empresa não teve produções foi desenvolvida uma fórmula<br />

para as rações e realizado diversos testes para garantir a eficiência do produto. Os testes foram<br />

realizados em diversas propriedades entre elas a Fazenda Santa Silvia de propriedade da<br />

família, localizada em Júlio de Mesquita, interior de São Paulo. Por isso de acordo com o Sr.<br />

Zilo a empresa desenvolveu um produto novo e “forte”, proporcionando à empresa a condição<br />

de sobrevivência frente aos grandes concorrentes.<br />

Pouco tempo depois de comprar a empresa os sócios ainda possuíam o ônus do<br />

pagamento de um aluguel mensal referente ao imóvel onde está instalada a Zion. Com a<br />

venda de parte das ações, os dois sócios Sr. Zilo e Sr. <strong>Barion</strong> adquiriram a área onde estão o<br />

prédio, os barracões e onde existe muito espaço ocioso para uma futura expansão.<br />

A empresa possuía maquinas inoperantes, onde não eram feitas as manutenções<br />

necessárias e que estavam fora de funcionamento já há algum tempo. Com a capitalização a<br />

Zion reformou seus maquinários e adaptou-os a nova formulação dos produtos, também<br />

comprou novas ferramentas, utensílios de manuseio fabril, computadores e móveis para<br />

escritório, além reformar praticamente toda sua instalação. Originalmente as máquinas eram<br />

utilizadas para fabricação de rações para cavalos, sem a capacidade para produzir variedades<br />

de acordo com a raça e porte do animal e sem a possibilidade de inclusão da nova formulação.<br />

Dentre as máquinas adquiridas estão uma Morga de Descarga e uma Balança<br />

Digitalizada, o que agiliza a produção da empresa e ainda permite um maior controle da<br />

quantidade produzida.<br />

A empresa ainda nesse pouco tempo de existência pode contar com a acessória<br />

jurídica do escritório Marcos Martins Advogados Associados, considerado um grande<br />

escritório de advocacia, especialista em direito empresarial e com a acessória em Marketing<br />

do Sr. Paulo Venturini, com sua experiência na área logística e comercial.<br />

1.2 - Estrutura Administrativa:<br />

A Zion por ser uma empresa pequena possui uma estrutura administrativa enxuta, que<br />

poderá ser visualizado no organograma abaixo, composto pelo Diretor Geral Sr. Zilo,<br />

responsável pela administração de toda a empresa, pela área de desenvolvimento de novos<br />

produtos, por todo o departamento técnico e também pelo atendimento de alguns clientes.<br />

Mesmo não estando presente no dia a dia da empresa o Sr. <strong>Barion</strong>, também possui um<br />

papel importante, pois além assessorar todo o trabalho do Diretor Geral, é responsável por<br />

6


grande parte dos contatos que a empresa possui, desde fornecedores, consultores (jurídico e<br />

marketing), e até novos clientes. Semanalmente os três sócios se reúnem para traçarem<br />

diretrizes e reportarem sobre vendas, clientes e políticas a serem adotadas.<br />

Existe ainda um auxiliar administrativo, o Sr. Nelson Simões, responsável pelas<br />

burocracias de escritórios, pagamentos em geral, de funcionários, fornecedores e contas da<br />

empresa, é quem compra as matérias primas e todos os materiais utilizados na Zion.<br />

O auxiliar de expedição é o responsável pelo armazenamento das matérias primas, dos<br />

produtos acabados (as rações), pela entrega, quando feita pela própria empresa e pela saída de<br />

caminhões carregados na expedição.<br />

O auxiliar de produção é quem coordena a ocupação das máquinas, é o profissional<br />

que decide o que cada máquina produz a cada momento, ou seja, controla toda a produção da<br />

empresa, pois possui o domínio e experiência sobre as capacidades das máquinas, conhecendo<br />

qual fará a mistura exata para cada tipo de ração.<br />

Figura 1: Organograma da Estrutura Administrativa<br />

Auxiliar<br />

Administrativo<br />

Diretor<br />

Roberto Zilo<br />

Auxiliar<br />

Expedição<br />

Como já foi dito está é a estrutura administrativa da empresa, porém a mesma conta<br />

com um Conselho Diretivo formado pelos três sócios: Sr. Roberto Zilo, Sr. Carlos <strong>Barion</strong> e<br />

Dr. Ricardo <strong>Baaklini</strong>. Além destes a empresa conta com doze funcionários na produção, os<br />

operários e possui um segurança na portaria, e duas faxineiras.<br />

Auxiliar<br />

Produção<br />

Desta análise desprende-se que a empresa possui uma estrutura administrativa simples,<br />

pois esta em processo de desenvolvimento, assim com este projeto será incluído mais um<br />

setor no organograma da Zion, o responsável pela internacionalização da empresa.<br />

7


1.3 - Maquinários:<br />

A Zion conta com nove equipamentos de diferentes tamanhos e distintas funções na<br />

produção das rações, sendo elas:<br />

• Duas peletizadoras de 250 CV e 350 CV;<br />

• Um misturador vertical;<br />

• Um resfriador<br />

• Um Readler (pré misturador) horizontal;<br />

• Uma balança<br />

• Uma morga de descarga<br />

• Uma caldeira a lenha vertical;<br />

• Um descarregador.<br />

A balança e a morga de descarga foram adquiridas no ano de 2010. E os demais<br />

equipamentos foram reformados e adaptados as alterações na composição química dos<br />

produtos. As peletizadoras são as grandes responsáveis pelo estado final em que o produto se<br />

encontra, dando a forma uniforme as rações.<br />

As rações peletizadas compreendem mais de dois terços do total produzido<br />

industrialmente no mundo interiro. Esse método é flexível para a adaptação de uma grande<br />

variedade de partículas (matérias-primas) e parâmetros de processos. É melhor forma e a mais<br />

eficiente para se produzir rações para animais. Além da agregação de vantagens a produtos<br />

alimentícios, como adubos e resíduos de cereais 3 .<br />

Segundo o Diretor Sr. Zilo, as rações peletizadas possuem uma vida útil maior,<br />

melhoram a digestão do animal, evitam o desperdício, possuem uma maior quantidade de<br />

nutrientes e são muito mais fáceis de manejar.<br />

Todos os equipamentos são responsáveis pela produção dos quatro tipos de rações<br />

oferecidos pela Zion, e que serão descritos mais adiante. Neste momento os donos da empresa<br />

estão avaliando a possibilidade de se adquirir novos equipamentos em função do excelente<br />

desempenho na comercialização das rações nos últimos meses.<br />

3 Peletização Lucauto. Disponível em: http://www.lucato.ind.br/Peletizacaolucato.pdf<br />

8


Com novas máquinas, mais modernas, haverá um aumento na eficiência da produção e<br />

conseqüentemente melhor qualidade e agilidade em atender os clientes.<br />

1.4 - Produtos<br />

A Zion ainda é tida como uma empresa pequena, conta com uma área útil de 2.540<br />

metros quadrados em um terreno de 20.000 metros quadrados o que inclui uma área de<br />

preservação ambiental de 4.000 metros quadrados. Inicialmente o prédio era alugado e<br />

contava com uma área externa de apenas 4.000 metros quadrados. Logo sua linha de produtos<br />

é reduzida contando apenas com quatro variedades de um só produto.<br />

Com o crescimento e expansão a empresa modificou sua linha de produtos, pois antes<br />

da mudança na gestão da empresa a fabrica só produzia dois tipo de rações (equivalentes a<br />

ração Tropa TS e Lida). Os novos proprietários se aperfeiçoaram de acordo com as<br />

necessidades dos consumidores dos dias atuais e hoje a empresa possui quatro tipos de rações.<br />

A seguir iremos descrever cada uma deles para um melhor entendimento do leitor:<br />

• Ração Tropa TS: indicada para cavalos de tropa de serviço com excelência<br />

genética, utilizados em médias e grandes propriedades. Esta ração possui<br />

nutrientes reforçados, o que garante um ótimo desempenho do animal nas<br />

atividades agrícolas diárias;<br />

• Ração Potro: indicada para animais até quatro anos de idade, recém nascidos.<br />

Contém substâncias fundamentais para o completo desenvolvimento do<br />

animal;<br />

• Ração Monta: indicada para animais oriundos do cruzamento entre raças<br />

distintas, ou ainda, cavalos de montaria e equitação;<br />

• Ração Lida: indicada para cavalos de serviços diários, ou com a peculiaridade<br />

de sua utilização como transporte. Também contém nutrientes que garantem o<br />

desempenho do cavalo.<br />

É importante ressaltar que todas as rações produzidas pela Zion possuem em sua<br />

composição química, substâncias que evitam que o cavalo desenvolva a cólica eqüina em<br />

9


função de uma alimentação excessiva. Logo o tratador não precisa se preocupar em retirar a<br />

ração do cocho 4 , ou em colocar a quantidade exata para o animal não ingerir comida demais.<br />

Outro diferencial dos produtos da Zion são os aromas contidos nas rações. A grande<br />

maioria das matérias primas utilizadas em sua produção quando armazenadas e mesmo após o<br />

processo produtivo causam um odor um tanto desagradável. Sendo assim a empresa<br />

desenvolveu uma tecnologia capaz adicionar um aroma no produto que mesmo armazenado<br />

por um período longo e fora da embalagem se mantém ativo. Os aromas são de frutas frescas,<br />

como maça, pêra, uva e laranja.<br />

O preço das rações é de R$ 1,04 o quilo, independentemente da ração escolhida pelo<br />

cliente (tropa, monta, lida e potro). A empresa disponibiliza embalagens com 15, 20 e 25<br />

quilos. O que acaba por aumentar o preço das rações é o frete que o cliente paga até sua<br />

propriedade e que varia de acordo com a distância. Alguns clientes especiais que compram em<br />

grande quantidade e com exclusividade, alocados em Marília ou São Roque acabam sendo<br />

beneficiados pela empresa realizando a entrega com seus veículos.<br />

A pedido do Diretor Sr. Zilo, por questões de segurança e sigilo não iremos divulgar<br />

nem entrar em detalhes sobre as fórmulas das rações produzidas pela Zion. Ainda, tendo em<br />

vista que o foco do trabalho não é o processo produtivo, mas sim a comercialização desses<br />

produtos no exterior (a internacionalização da empresa), não há razões para descrevermos o<br />

produto tão a fundo, o que não prejudica a análise da empresa.<br />

1.5 - Tecnologia<br />

A tecnologia utilizada pela empresa abrange todo o conhecimento que a Zion possui<br />

em termos de rações e produtos agrícolas. Seus funcionários possuem um cursos relacionados<br />

a área ou passam por treinamentos para compreenderem o agronegócio. Toda a equipe, dos<br />

diretores aos operários é atualizada sempre que possível em relação às novidades e mudanças<br />

sofridas pelo setor.<br />

A empresa procura manter modernizado seus equipamentos. Prova disso é troca de<br />

algumas máquinas que já eram consideradas obsoletas. O ideal segundo o Diretor Sr. Zilo é<br />

que a empresa compre máquinas novas aos poucos, de acordo com capacidade do caixa da<br />

empresa.<br />

A compreensão de que a transição tecnológica é fundamental (atualização e compra de<br />

máquinas e equipamentos) em uma empresa já é um grande diferencial da Zion em relação<br />

4 Cocho é o recipiente onde o tratador coloca a comida para o boi ou para o cavalo.<br />

10


muitas firmas, que não são capazes de detectar a decadência da tecnologia original e aos<br />

poucos vão se tornando atrasadas em relação aos concorrentes.<br />

1.6 - Produção<br />

As rações são fabricadas de acordo com os pedidos dos clientes. As rações mais<br />

consumidas são produzidas de modo que seja mantida uma quantidade mínima nos estoques,<br />

o que possibilita um rápido atendimento ao cliente.<br />

Um aspecto importante ainda não discutido é a utilização de representantes para a<br />

comercialização das Rações. A empresa possui um sistema de vendas desenvolvido pelo<br />

Consultor de Marketing, antes citado anteriormente. Em diversas regiões do Estado de São<br />

Paulo, como Marília, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Presidente Prudente a<br />

Zion possui representantes comerciais que estão em contato direto com os clientes, efetuando<br />

pedidos e oferecendo novos produtos. Dessa forma além do Sr. Roberto, diretor da empresa<br />

que faz parte da estrutura administrativa existe ainda uma equipe (externa) de representantes<br />

treinada para a comercialização dos produtos.<br />

Depois de feitos os pedidos, por exemplo, 20 sacos da ração Monta, ou ainda 200<br />

quilos da ração Lida, é checado se existe a quantidade requerida no estoque, caso exista o<br />

produto é encaminhado para ser entregue ao cliente. Caso contrário, a quantidade específica<br />

não esteja no estoque é lançada uma ordem de produção pelo Diretor da empresa Sr. Zilo ou<br />

pelo auxiliar administrativo Sr. Simões (com o aval da diretoria) e este documento é entregue<br />

ao auxiliar de expedição que separa as matérias primas até então estocadas e em seguida o<br />

auxiliar de produção recebe esta ordem gerenciando todo o restante do processo.<br />

O auxiliar de produção decide qual das peletizadoras é a melhor para determinado<br />

pedido e coordena todo o processo de produção. Para melhor entendimento é mostrado o<br />

seguinte quadro:<br />

11


Figura 2: Organograma de Fluxo de Produção<br />

Aux. Adm.<br />

Cliente<br />

Zion<br />

Aux. Produção<br />

Os pedidos são entregues em no máximo uma semana, mas na maioria deles o pedido<br />

é feito com muito tempo de antecedência, cerca de duas a três semanas, o que favorece a<br />

empresa, não tornando necessária a produção de última hora, repentina. Em alguns casos de<br />

urgência a Zion consegue entregar seus produtos antes do período de sete dias.<br />

1.7 - Clientes<br />

Diretor Sr. Zilo<br />

Aux. Expedição<br />

Os principais clientes da Zion são produtores rurais de médio e grande porte ligados a<br />

eqüinocultura. Geralmente proprietários de haras com foco em procriação em excelência<br />

genética, ou para atividades esportivas como corrida e equitação. Outros são simples criadores<br />

de cavalos, pecuaristas que utilizam o animal como mão de obra em fazendas. Mesmo não<br />

sendo o foco da empresa, a Zion também possui como clientes produtores rurais de pequeno<br />

porte que possuem cavalos em seus sítios, ranchos e chácaras. Os clientes estão localizados<br />

principalmente no Sudeste, nas regiões de Marília, Sorocaba e Presidente Prudente.<br />

12


1.8 - Fornecedores<br />

As matérias primas fornecidas para a empresa e necessárias na produção das rações<br />

são basicamente cinco componentes: milho, sorgo, feno, germe de trigo e levedura de cana de<br />

açúcar. Além destes são adicionados sal, minerais, corantes e aromatizadores.<br />

Os fornecedores das matérias primas são produtores e distribuidores que possuem<br />

fazendas na região de Sorocaba, com exceção de alguns em outras regiões do Estado de São<br />

Paulo como a Alta Paulista. Pode-se dizer que estes representam cerca de 80% dos<br />

fornecedores e outros 20% são cooperativas e associações de produtores de determinada<br />

cultura. Entre eles estão duas propriedades pertencentes a família de dois dos sócios (que são<br />

cunhados).<br />

A Zion ainda possui como fornecedores, mesmo que secundários, outras firmas<br />

agroindustriais produtoras de sais, corantes e aromatizadores para produtos agrícolas.<br />

Algumas dessas empresas são concorrentes, pois segundo o Sr. Roberto, além de forneceram<br />

esses produtos elas também produzem rações para cavalos.<br />

1.9 - Parcerias Estratégicas<br />

Um projeto que vem sendo estudado e desenvolvido pela diretoria da Zion são os<br />

contatos de aproximação com outras firmas do mesmo ramo de atividade, localizadas no<br />

Brasil e no exterior. Exemplo disso são alianças estratégicas que podem vir a ser firmadas<br />

com outras organizações. No caso da Zion, o que vem sendo proposto são parcerias com<br />

indústrias argentinas que são produtoras de rações para animais.<br />

Dessa forma, com a utilização de uma parceria entre as duas empresas de seus<br />

respectivos países, a Zion poderia importar alfafas, ou rações peletizadas a base desse cultivo<br />

(em forma de produto acabado) e comercializá-las no mercado interno, assim, agregaria mais<br />

um diferencial em sua linha de produtos e colocaria a disposição dos clientes no Brasil um<br />

produto pouco conhecido, que são as rações para diversos tipos de animais a base de alfafa.<br />

Outra vantagem de uma parceria são os aprendizados com a transferência de tecnologia e<br />

intercâmbio de conhecimento.<br />

A Alfafa é original da Ásia Menor e do Sul do Cáucaso e apresenta uma variedade de<br />

ecotipos, além da adaptação a vários tipos de clima. A leguminosa perene é muito nutritiva,<br />

superando fontes de alimentos mais utilizadas como o milho, a cana de açúcar e o capim<br />

elefante. Abaixo da linha do equador o maior produtor é a Argentina, com 7.500.000 hectares<br />

13


e foi a partir dela e Uruguai que a alfafa foi introduzida no Brasil, mais propriamente no Rio<br />

Grande do Sul 5 .<br />

No Brasil estima-se que a produção de Alfafa é de apenas 26.00 hectares. Isso se deve<br />

ao baixo conhecimento que os produtores possuem em relação a essa cultura, como: sua<br />

fertilidade nos solos, práticas de irrigação, produção de sementes e cuidados em relação a<br />

pragas e doenças. Seu cultivo vem se expandindo pelas regiões Sudeste e Centro Oeste,<br />

porém o foco da produção no Brasil é destinado à alimentação de animais como a produção<br />

de bovinos de leite ou carne com alto índice zootécnico 6 .<br />

Daí o motivo de se importar a alfafa da Argentina, pois neste país onde o cultivo é<br />

mais intenso, uma grande quantidade plantada é destinada a produção de pellets para rações.<br />

Além do conhecimento adquirido ao longo dos anos a Argentina está presente no bloco<br />

econômico Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), o que facilitaria as importações devido à<br />

união aduaneira.<br />

Outra idéia que vem sendo avaliada pelo Diretor da empresa Sr. Zilo e pelos demais<br />

sócios Sr. <strong>Barion</strong> e Dr. <strong>Baaklini</strong> é a possibilidade de estabelecer diretrizes em relação à<br />

exportação dos produtos da Zion, ou seja, uma parceria com empresas no exterior, como<br />

trades para a comercialização das rações 7 .<br />

A exportação das rações produzidas pela Zion faz parte do processo de<br />

internacionalização da empresa, que tem inicio com a abertura do Departamento de Comércio<br />

Exterior, ou pela comercialização através de uma empresa especializada (trade company) que<br />

assessorará a Zion nas primeiras remessas internacionais. Ambas as formas estão relacionadas<br />

atingem o mesmo objetivo. A melhor forma e estratégia a ser adotada pela empresa serão<br />

discutidas nos próximos capítulos deste trabalho, assim com a escolha do mercado potencial.<br />

Portanto este trabalho irá auxiliar os sócios proprietários da Zion na decisão dos em<br />

optar pela internacionalização da empresa nos próximos anos<br />

5 Cultivo de Alfafa. Disponível em:<br />

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Alfafa/SistemaProducaoAlfafa/<br />

6 Cultivo de Alfafa. Disponível em:<br />

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Alfafa/SistemaProducaoAlfafa/<br />

7 Trades são empresas especializadas na importação e exportação de produtos.<br />

14


Capítulo 2 - Análise do Setor Agroindustrial Brasileiro<br />

Neste capítulo devido à diversidade de nomenclaturas e terminologias é fundamental<br />

dissertar sobre os diversos prismas, apresentando as principais definições de agronegócio,<br />

agroindústria, sistema agroindustrial, cadeia de produção agrícola entre outros. O segmento de<br />

rações como fonte de alimentação animal, os tipos de rações, o custo de produção, tecnologia,<br />

logística e competição local. Ainda sobre o mercado local faz-se necessário a apresentação do<br />

Market-Share do segmento de rações no Brasil.<br />

2.1 - Agronegócio<br />

O agronegócio pode ser entendido como o tradicional setor primário da economia,<br />

formado predominantemente pela agricultura, pecuária e extrativismo, mas que ao longo dos<br />

anos sofreu uma transformação e se tornou diversificado, moderno e complexo, o que antes<br />

era chamado de setor primário, hoje é interpretado como agronegócio, uma industrialização<br />

da agricultura. As propriedades rurais agora são classificadas como organizações<br />

agroindustriais, assim como as empresas responsáveis pelo processo de transformação de<br />

produtos agrícolas e produtos zootécnicos (CALLADO E CALLADO, 2008).<br />

Ainda de acordo com os autores já citados, a conotação do termo agronegócio é<br />

responsável por uma modificação de paradigma nunca antes vista na área rural, admitindo<br />

novas referências como modalidades de empreendimentos. O ambiente socioeconômico, onde<br />

o agronegócio está presente tem se tornado cada vez mais diversificado, o que exige uma<br />

visão sistêmica sobre o agronegócio.<br />

Assim o ambiente onde a Zion, está inserida é moderno e um tanto complexo, sendo<br />

uma indústria diretamente conectada ao meio rural, por meio de clientes e fornecedores. Mas<br />

ainda utiliza a tecnologia e inovação na produção e agregação de valor aos produtos.<br />

Para os mesmos autores, agronegócio compreende-se o total das somas das operações<br />

de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, produção nas unidades, armazenamento,<br />

processamento e distribuição dos itens produzidos com base em produtos agrícolas. Neste<br />

calculo estão inclusos, os serviços financeiros, de transporte, classificação, marketing,<br />

seguros, bolsas de valores e outros.<br />

O agronegócio possui cinco principais setores de atuação, sendo eles: Fornecedores<br />

de insumos e bens de produção (sementes, calcário, fertilizantes, rações, produtos<br />

15


veterinários, máquinas e defensivos); Produção agropecuária (lavouras, produção animal,<br />

horticultura, silvicultura, floricultura, extração vegetal e indústria rural); Processamento e<br />

transformação (alimentos, têxteis, vestuário, calçados, madeira, bebidas, papel, fumo, álcool,<br />

óleos); Distribuição e Consumo (estabelecimentos comerciais em geral e exportação);<br />

Serviços de apoio (agronômicos, veterinários, pesquisa, bancário, marketing, vendas,<br />

transporte, armazenagem, portos, bolsas e seguros) (MENDES e PADILHA: 2007).<br />

Novamente, sobre a problemática agroindustrial no Brasil, há muita confusão sobre as<br />

expressões Sistema Agroindustrial, Complexo Agroindustrial, Cadeia de Produção<br />

Agroindustrial e ainda Agronegócio. Para Batalha (2001), o termo agronegócio pode ser<br />

considerado sinônimo de agrobusiness.<br />

O agronegócio possui um valor, quando computamos insumos, agropecuária,<br />

processamento, e distribuição, como sendo o maior negócio do mundo e de muitos países<br />

como o Brasil. Ele envolve um aglomerado de atividades com efeito multiplicador nas<br />

diversas economias (MENDES e PADILHA: 2007).<br />

Segundo Mendes e Padilha (2007), é importante ressaltar que uma parcela substancial<br />

desse valor não é gerada dentro da porteira’, nas propriedades rurais, mas sim fora dela na<br />

fase de processamento, onde ocorre uma maior agregação de valor e diferenciação no produto,<br />

na agroindústria.<br />

A urbanização e o crescimento da renda foram essências para o desenvolvimento do<br />

setor agrícola brasileiro, tanto ‘antes da porteira’ quanto ‘fora da porteira’. Vale lembrar que<br />

esse setor (Fornecedores de insumos e bens de produção, Produção agropecuária,<br />

Processamento e transformação, Distribuição e consumo e Serviços de apoio) também faz<br />

parte dos segmentos do complexo agroindustrial 8 (MENDES e PADILHA: 2007).<br />

2.2 - Sistema Agroindustrial<br />

Através da globalização e a integração entre os mercados, o conceito de sistema<br />

possibilita a explicação e concepção de arranjos institucionais para atividades econômicas<br />

voltadas para o mercado doméstico e para o mercado internacional. A definição do<br />

agronegócio como um sistema também é aplicada para explicar a interdependência entre as<br />

partes envolvidas no setor e que fazem parte de um todo mais amplo (CALLADO: 2008).<br />

8 O setores do agronegócio e os segmentos do Complexo agroindustrial são os mesmos, mais uma vez ocorre<br />

ambigüidade nas nomenclaturas.<br />

16


Ainda para Callado (2008), a utilização de uma abordagem sistêmica favorece os<br />

gestores e profissionais do ramo à medida que eles passam a enxergar a organização como um<br />

todo e como membro de um sistema maior, ou seja, o ambiente externo.<br />

Segundo o mesmo autor, o Sistema agroindustrial (SAI) é o conjunto de atividades que<br />

abrangem desde a produção de insumos até o alcance do produto final, independentemente do<br />

grau de sofisticação, base tecnológica e processo de transformação que o produto tenha<br />

sofrido. Todos os fatores que atuam no contexto agroindustrial.<br />

Segundo Araújo (2005) a compreensão do Sistema agroindustrial insere todos os<br />

componentes e inter-relações, tornando-se uma excelente ferramenta para os gestores na<br />

possível elaboração e implementação de políticas e estratégias de maior capacidade preditiva<br />

e eficiência.<br />

Ainda para Araújo (2005) pode-se constatar uma interdependência entre os agentes<br />

que atuam no Sistema agroindustrial. Possíveis acontecimentos que perturbem um desses<br />

agentes trarão conseqüências para os demais. O sistema engloba as mais diversas atividades:<br />

• Produção agropecuária;<br />

• Suprimentos a produção agropecuária;<br />

• Acondicionamento;<br />

• Transformação;<br />

• Distribuição;<br />

• Armazenamento;<br />

• Consumo;<br />

• Serviços complementares 9 .<br />

2.3 - Complexo Agroindustrial<br />

O conceito de complexo agroindustrial pode ser definido como um arranjo produtivo a<br />

partir de uma matéria-prima de base, submetida a diferentes processos industriais e comerciais<br />

até se tornar produto final (Batalha e Silva Apud CALLADO: 2008)<br />

9 Há divergências sobre as nomenclaturas utilizadas para representar o tema estudado. Sistema agroindustrial e<br />

agronegócio muitas vezes são parecidos.<br />

17


2.4 - Cadeia de Produção Agroindustrial<br />

Outro conceito é a cadeia de produção agroindustrial que diferentemente do anterior,<br />

possui um produto referencial para identificar encadeamentos entre os agentes responsáveis<br />

pelas operações, técnicas, comerciais e logísticas (Batalha e Silva Apud CALLADO: 2008).<br />

2.5 - Agroindústria<br />

A gestão do agronegócio incorpora praticas relacionadas a organizações industriais,<br />

comerciais e prestadoras de serviços tipicamente urbanas. Como referência, temos a própria<br />

terminologia utilizada para representar organizações agroindustriais, a agroindústria, antes<br />

denominada empresa rural (CALLADO: 2008).<br />

Agronegócio não deve ser confundido com agroindústria. Na realidade o segundo<br />

termo faz parte do primeiro, a agroindústria é uma organização industrial, unidade produtora<br />

dos segmentos de suprimento, produção, transformação ao acondicionamento, além de<br />

processar o produto em primeira ou demais transformações, para consumo intermediário ou<br />

final (MENDES e PADILHA: 2007)<br />

Estas empresas rurais eram relacionadas a propriedades de produção rural, chácaras,<br />

sítios e fazendas, com exploração econômica sobre atividades agrícolas, pecuárias e<br />

extrativistas (CALLADO: 2008).<br />

De acordo com Marion, as empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade do<br />

solo por meio da criação de animais, do cultivo da terra e da transformação de determinados<br />

produtos agrícolas. As empresas rurais podem explorar em categorias diferentes: atividades<br />

agrícolas, atividades zootécnicas e atividades agroindustriais (MARION: 2000).<br />

2.6 - Características dos produtos agroindustriais<br />

O padrão de concorrência internacional regula o consumo dos produtos<br />

agroindustriais, já que mercadorias que eram consumidas exclusivamente no país de origem,<br />

passam a ser consumidas em vários lugares do mundo. Evidentemente esses produtos deixam<br />

cada vez mais de estarem sujeitos a flutuações regionais, oriundas de crises econômicas ou<br />

financeiras locais. Então mais estável ainda é o consumo dos produtos agroindustriais<br />

(FURQUIM DE AZEVEDO, 2001).<br />

18


De acordo com o autor citado anteriormente, quanto à oferta dos produtos<br />

agroindustriais, já não se pode dizer o mesmo que a demanda, relativamente estável. Isso<br />

devido a uma característica dos principais insumos dos produtos agroindustriais, os produtos<br />

agrícolas 10 . Essa vinculação entre os dois produtos subordina a produção agroindustrial às<br />

restrições impostas pela natureza aos produtos agrícolas. Esta dependência é representada por<br />

dois fatores relevantes à oferta dos produtos agrícolas: fatores climáticos e período de<br />

maturação dos investimentos.<br />

Uma característica desses produtos em relação à demanda é que em grande parte são<br />

bens de primeira necessidade e com um baixo valor unitário. Isso faz com que uma alteração<br />

no preço dos produtos agroindustriais não afete fortemente sua quantidade consumida.<br />

Exemplificando, uma família com pouca renda deixaria de comprar um forno microondas<br />

caso seu preço subir, mas com certeza não deixaria de comprar arroz e feijão, mesmo diante<br />

de uma alta nos preços (FURQUIM DE AZEVEDO, 2001).<br />

Logo, para os autores supracitados podemos concluir que no caso da escassez do<br />

produto agroindustrial, os preços sobem muito a fim de limitar o consumo. O inverso também<br />

ocorre, uma vez que quando os produtos são muito abundantes, o preço tende a cair<br />

relativamente, favorecendo seu consumo. Resumindo, como a quantidade demandada pelos<br />

produtos agroindustriais não varia muito em relação ao preço, em comparação com os demais<br />

produtos, o preço dos produtos agroindustriais varia diante de pequenas variações na<br />

quantidade ofertada.<br />

Ainda para Furquim (2001), é possível dizer que a quantidade demandada de produtos<br />

agroindustriais é relativamente menos sensível em relação às variações de preço. Não somente<br />

o consumo varia pouco em termos de preço, mas também tende a ser pequenas as variações<br />

em relação ao tempo. Com exceção de poucos que tem seu consumo unicamente em algumas<br />

épocas, como natal páscoa etc. Em geral o consumo de produtos agroindustriais não varia<br />

durante o ano. Portanto tanto em termos de preço com em relação ao tempo, o consumo<br />

desses produtos é relativamente constante.<br />

2.7 - Outros aspectos do Agronegócio<br />

10 Logo podemos concluir que a diferença básica entre os produtos agrícolas e os agroindustriais é que o<br />

primeiro não é submetido a um processo industrial e em na maioria dos casos é produzido no campo, na zona<br />

rural. Já o segundo sofre uma série de transformações e processos tecnológicos.<br />

19


As atividades de transformação no agronegócio são os processos e modificações<br />

que as matérias-primas oriundas de produtos agrícolas ou animais são submetidas para a<br />

aquisição de produtos com características próprias, além das atividades ligadas ao<br />

armazenamento, transporte interno, classificação e embalagem (CALLADO: 2008).<br />

Ainda para Callado (2008), a base tecnológica utilizada dependerá das especificações<br />

de mercado, das preferências dos consumidores e das barreiras de mercado não alfandegárias.<br />

Outros fatores a serem levados em conta são os recursos financeiros para a imobilização de<br />

ativos e de giro, recursos humanos, a escala de operações, capacidade de armazenamento de<br />

matérias-primas e produtos acabados, além de todo o planejamento logístico.<br />

De acordo com o autor supracitado a tecnologia exerce uma influência sobre a<br />

competitividade das atividades de transformação no agronegócio. Quanto mais eficiente a<br />

tecnologia, menores são os desperdícios. Outros benefícios são: a maximização da utilização<br />

das matérias-primas, o controle da qualidade e a automação dos processos que resultam em<br />

uma elevação dos níveis de produtividade e eficiência.<br />

Segundo com Callado (2008) as atividades agrícolas abrangem culturas forrageiras,<br />

hortícolas e arboricultoras. Já as zootécnicas compreendem as criações de animais. E as<br />

atividades agroindustriais envolvem o beneficiamento do produto agrícola, uma<br />

transformação dos produtos agrícolas e zootécnicos.<br />

Antigamente, os “produtos agrícolas” eram lembrados como tão-somente alimentos<br />

que seriam consumidos nas cidades. Nos dias de hoje a produção agrícola está mais<br />

diversificada, alcançando o setor industrial e de serviços, mesmo que continue com o objetivo<br />

principal de alimentar as pessoas e os animais. Os produtos agrícolas são utilizados<br />

principalmente como insumos nas indústrias de beneficiamento, com maior presença nas de<br />

alimentos, como rações, grãos, enlatados, pré-cozidos, congelados entre muitos outros<br />

(CALLADO: 2008).<br />

Para ele nas economias do mundo moderno, os mercados para os produtos agrícolas<br />

são tão extensos quanto para qualquer outro produto. As legislações para os mercados<br />

externos é que estão mais aperfeiçoadas e exigentes, onde nele há um predomínio de grandes<br />

produtores, embora não seja difícil encontrar pequenos produtores que obtiveram sucesso nas<br />

exportações de seus produtos.<br />

De acordo com os autores Megido e Xavier (2003) o processo de inserção do<br />

agronegócio brasileiro no âmbito internacional ocorre por uma necessidade da sua<br />

competitividade nos macro cenários internacionais, onde suas perspectivas fundamentais são:<br />

20


a conscientização sobre a internacionalização do agrobusiness e a aceleração da estrutura de<br />

redes de informação sobre o sistema agro alimentar do Brasil e mundial.<br />

No Brasil o agronegócio inclui o setor de alimentos, fibras e energia renovável, sendo<br />

responsável por mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional (R$ 2 trilhões ou R$<br />

600 bilhões); mais de 40% da receita gerada através exportação desses produtos, ainda algo<br />

maior US$ 50 bilhões. Cerca de 37% da mão-de-obra ou dos empregos (35 milhões de<br />

pessoas), levando em consideração que a população economicamente ativa do Brasil é de<br />

95milhões de pessoas (MENDES e PADILHA: 2007).<br />

A venda e compra de produtos agroindustriais não é uma tarefa simples. Pelo<br />

contrário, um mecanismo de comercialização indevido pode prejudicar inevitavelmente a<br />

empresa, mesmo que ela seja eficiente em termos de produção. Logo, a competitividade<br />

global de uma empresa, depende intensamente de sua eficiência na comercialização de seus<br />

insumos (matérias primas) e seus produtos (FURQUIM DE AZEVEDO, 2001).<br />

“Quanto mais apropriada for a coordenação entre os componentes do<br />

sistema, intermediados por mecanismos de comercialização, menores serão<br />

os custos de cada um deles, mais rápida será a adaptação às modificações de<br />

ambiente e menos custosos serão os conflitos inerentes às relações entre<br />

cliente e fornecedor” (FURQUIM DE AZEVEDO,2001, p.66).<br />

Existem diversos mecanismos de comercialização no sistema agroindustrial que se<br />

enquadram tanto nos produtos agrícolas como nos agroindustriais. Como exemplo, podemos<br />

citar: mercado spot; mercado a termo; mercado de futuros; hedging; contratos de longo prazo;<br />

e joint ventures (FURQUIM DE AZEVEDO, 2001, p. 71-90).<br />

Porém, como o foco do trabalho é a internacionalização da empresa, através da<br />

escolha do mercado alvo e das estratégias de marketing a serem adotadas, não cabem análises<br />

sobre os mecanismos de comercialização dos produtos agroindustriais, que em sua grande<br />

maioria são utilizados no mercado doméstico e na comercialização de commodities.<br />

2.8 - O segmento das Rações<br />

Segundo a Sindirações, sindicato das indústrias de alimentações animal existe<br />

aproximadamente de 150 empresas que atuam diretamente nas cadeias produtivas de proteína<br />

animal presentes no agronegócio brasileiro. Principalmente de Pet e Eqüinocultura. O<br />

21


segmento passou por mudanças no final dos anos 80, movendo uma produção de 5 milhões de<br />

toneladas para mais de 47 milhões de toneladas em 2005 11 .<br />

Fora isso, o país o produz cerca de 2 milhões de toneladas de aditivos minerais. Para a<br />

presidência da associação, o segmento de rações no Brasil se atualizou as novas tecnologias e<br />

vem se adaptando ao uso de outros produtos como fonte de alimentação animal como milheto,<br />

trigo, sorgo e enzimas e uma vários outros aditivos. Rações a base de milho e farelo de soja<br />

são consumidas no país cerca de 60% e 40% da produção nacional. O Brasil ocupa hoje a<br />

posição de terceiro maior produtor mundial de rações. Porém nesse calculo estão embutidas<br />

os diversos tipos de rações 12 .<br />

Tendo em foco o segmento de rações voltado para alimentação animal é preciso<br />

analisar a estrutura do setor mais especificamente, ou seja, acompanhar o processo de<br />

produção, o que inclui as compras de matérias primas até o consumidor final.<br />

O segmento de rações é bastante amplo, pois possui uma grande variedade de tipos de<br />

rações. As empresas rurais, ou ainda, a produção agrícola proveniente delas fornece os<br />

principais produtos da fabricação de rações, milho, sorgo, farelo de soja, feno, bagaço da cana<br />

de açúcar, alfafa e outros insumos que quando processados, e juntamente com outras<br />

substâncias químicas passam pela peletização dão origem a esse produto.<br />

A pré-moagem é o processo inicial que a maioria das fabricas de rações utilizam no<br />

processo produtivo. Nela, os ingredientes (insumos) são moídos individualmente ou em<br />

conjunto e em seguida são dosados. As fabricas utilizam principalmente o milho e o farelo de<br />

soja. A próxima etapa é a pós-moagem, uma nova tendência no Brasil desde os anos 90, por<br />

influência européia. Nela ocorre a moagem conjunta, dentro da linha de produção (entre a<br />

dosagem e mistura). Este processo nasceu da necessidade de uma grande variedade de<br />

ingredientes que devem ser moídos. A etapa seguinte é a mistura, o misturador em uma<br />

fabrica está posicionado entre a balança na pré-moagem ou posterior a pós-moagem. A<br />

peletizadora é um equipamento que contém uma rosca alimentadora, tem a função de mistura<br />

de vapor na ração farelada. Opcionalmente pode-se implantar um condicionador onde a ração<br />

farelada é uniformemente dosada através da rosca de alimentação 13 .<br />

Depois de produzidas, as rações são direcionadas ao mercado consumidor, onde a<br />

distribuição é realizada diretamente da Zion para os clientes, através de revendedores, ou por<br />

11 Disponível em:<br />

http://www.sindiracoes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=12&Itemid=26<br />

12 Disponível em: http://www.sindiracoes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=12&Itemid=26<br />

13 Disponível em: http://www.nftalliance.com.br/assets/Uploads/Artigo-Unifrango-2.pdf<br />

22


intermédio de lojas atacadistas e varejistas. Esses estabelecimentos adquirem o produto e<br />

então o encaminham aos clientes finais, lucrando por descontos cedidos pela empresa<br />

produtora.<br />

2.8.1 - Tipos de Rações<br />

A segmentação do setor de rações é bem variada e possui vários tipos de rações. Além<br />

da variedade de acordo com o porte do animal, seu período de vida, raça, sabor e problemas<br />

de saúde existem rações para diversos animais, de diversas espécies: aves de postura, aves de<br />

corte, codorna, suínos, peixes, bovinos de leite, bovinos de corte, coelhos, cães, gatos, eqüinos<br />

e répteis 14 .<br />

2.8.2 - Custos de Produção de Rações:<br />

Os custos de produção das rações recaem em sua grande maioria sobre as matérias<br />

primas e as substâncias químicas, mesmo pertencendo ao setor primário e proveniente da<br />

agricultura os insumos, como milho, farelo de soja, sorgo, bagaço da cana de açúcar, alfafa<br />

entre outros representam o maior custo na produção. Outra razão é a sazonalidade desses<br />

produtos devido a safras e entre safras, o que resultam em oscilações no preço. Estes<br />

representam 40% dos custos. Já o fator de produção mão de obra representa 20% no produto<br />

acabado. Os custos financeiros e administrativos representam cerca de 25% e outras despesas<br />

15%.<br />

14 Araucária Rações. Disponível em: http://www.araucariaracoes.com.br/<br />

23


Gráfico 1<br />

Fonte: Zion<br />

2.8.3. Tecnologia<br />

O custo da tecnologia na fabricação das rações pela Zion e por outras empresas é<br />

elevado, já que máquinas como peletizadoras, misturadores, balanças entre outros<br />

equipamentos são caros, pois possuem um alto valor agregado. No Brasil existem poucas<br />

fabricas de máquinas para produção de rações, o que muitas vezes resulta na saída de divisas<br />

do país para aquisição de maquinários. Segundo o Diretor da Zion Sr. Zilo, muitas vezes é<br />

vantajoso a compra de máquinas no exterior, pois seus preços são inferiores, porém qualquer<br />

problema gera a paralisação das linhas de produção devido a distância com os fornecedores.<br />

Ainda, algumas empresas brasileiras estão adotando iniciativas estratégicas de reduzir<br />

os preços das máquinas que vendem, podendo assim concorrer com competidores<br />

internacionais. Essa iniciativa ajuda a empresas comprarem máquinas produtivas a um bom<br />

preço sem saírem do país.<br />

Custos de Fabricação das<br />

Rações<br />

40<br />

%<br />

Mão de<br />

Obra Despesas<br />

Variáveis Custos<br />

Financeiros<br />

9<br />

%<br />

Outros custos referentes a tecnologia são os investimentos no desenvolvimento de<br />

novos produtos, pois o mercado de rações está constantemente atualizado, buscando novos<br />

produtos que geram maior segurança alimentar e mais saúde aos animais. A Zion investiu no<br />

15<br />

%<br />

20<br />

%<br />

16<br />

%<br />

Custos<br />

Administrativo<br />

Matérias primas e<br />

Substâncias<br />

químicas<br />

24


desenvolvimento de tecnologias quando criou um novo tipo de ração, com aromas e<br />

preventivos contra cólicas eqüinas.<br />

2.8.4 – Logística<br />

As rações são produtos simples de armazenar e transportar. Como não requerem<br />

cuidados especiais a logística desse produto também é simples.<br />

A cadeia de produção das rações tem seu inicio na aquisição de matérias primas pelas<br />

empresas rurais (fazendas) e distribuidores de grãos, essa etapa não oferece um alto custo,<br />

pois essas propriedades estão localizadas no estado de São Paulo e algumas próximas a São<br />

Roque. Além disso, também são adquiridas as substâncias químicas como aromatizantes e<br />

outros componentes presentes no produto. Porém estas não são sujeitas a sazonalidade e a<br />

outros fenômenos econômicos acarretando em alterações no preço 15 .<br />

Devido a sazonalidade dos produtos a Zion possui um estoque grande de insumos,<br />

assim quando não for período de colheita de determinadas matérias primas a empresa já<br />

possui estocado. Mesmo assim a rotatividade é grande devido ao grande número de pedidos.<br />

O transporte dos produtos acabados não requer um manuseio especial, o que reduz o<br />

custo e facilita o transporte. Assim o produto final é entregue diretamente ao consumidor por<br />

meio de revendedores ou pela retirada na própria fábrica e também por meio do mercado<br />

atacadista ou varejista.<br />

O organograma a seguir reflete a logística dos componentes que darão origem as<br />

rações, ou seja, desde insumos cultivados em propriedades agrícolas e substâncias produzidas<br />

por indústrias químicas até a agregação de valor ao produto na própria Zion. No organograma<br />

não está contido a retirada na fabrica, pois esta etapa da logística já é de responsabilidade do<br />

próprio cliente.<br />

15 O custo dos insumos só é considerado alto quando comparado com o custo de demais fatores de produção<br />

como mão de obra, e outras despesas.<br />

25


Figura 3: Organograma de Logística das Rações<br />

INDÚSTRIA<br />

QUÍMICA<br />

EMPRESAS<br />

RURAIS<br />

2.8.5. A Competição Local<br />

TRANSPOR-<br />

TE E<br />

ARMAZENA-<br />

MENTO<br />

TRANSPORTE E<br />

ARMAZENAMENTO<br />

ZION<br />

A competição local do segmento de rações é muito acirrada já que existem muitas<br />

empresas pequenas e empresas grandes presentes, dentre as pequenas algumas são de<br />

fazendeiros que produzem o próprio alimento para seus animais, vendendo o excedente e<br />

outras são de antigos funcionários das líderes de mercado que ao deixarem seus empregos<br />

montaram as próprias empresas com a experiência adquirida. Muitos dos pequenos<br />

concorrentes não conseguem se mantiver no mercado e acabam por fechar as portas, um<br />

exemplo é a própria Nutrimento Animal LTDA, firma de médio porte que antecedeu a Zion.<br />

Muitas das micro-empresas produtoras de rações não conseguem se manter no<br />

mercado por muito tempo e outras são irregulares, não possuindo formalidade alguma, pois<br />

estão alocadas em propriedades rurais que produzem para o consumo próprio vendendo o<br />

restante sem o pagamento dos devidos impostos e encargos.<br />

TRANSPORTE<br />

ARMAZENAMENTO<br />

ATACADO<br />

VAREJO<br />

Como as pricipais empresas produtoras de ração animal temos: a Premix, Tortuga,<br />

Total Alimentos, Agrosoft e Guabi. Essas empresas concorrem com a Zion, porém não<br />

diretamente. Já os concorrentes diretos são: Agroverde, São Roque Rações, Rações<br />

Fazendeiro, Fábrica de Ração da Unimar (Universidade de Marília). Os concorrentes diretos<br />

estão localizados nas regiões de Sorocaba e Marília, ambas cidades do Estado de São Paulo.<br />

26


Marília em função do domicílio de dois dos sócios e Sorocaba pela proximidade com São<br />

Roque, onde fica a Zion.<br />

Devido ao tempo de existência da Zion, nem dois anos, a empresa possui somente o<br />

histórico do volume de vendas, mas estes dados não são suficientes para determinar a<br />

participação da Zion no segmento de rações no Brasil. Assim segundo o Diretor Sr. Zilo, a<br />

Zion juntamente com outras 15 pequenas empresas detém aproximadamente 10% do mercado<br />

de rações no país. Para ele a situação é favorável, uma vez que as duas empresas líderes<br />

detinham quase 70% do mercado há dez anos.<br />

Todas as agroindústrias produtoras rações possuem uma produção destinada a áreas<br />

diferentes, apesar de terem clientes em diversas regiões do país. Os produtos da Zion, por<br />

exemplo, são destinados a clientes que buscam rapidez na entrega e qualidade e em sua<br />

grande maioria estão localizados nas regiões de Marília, Presidente Prudente e Sorocaba. A<br />

empresa possui estas qualidades, pois firmou uma parceria de fornecimento (fornecedores<br />

próprios), onde alguns são de fazendas dos sócios da empresa e outros de fornecedores já<br />

conhecidos, o que evita grandes mudanças nos preços e oferece ao cliente um produto barato.<br />

As demais empresas possuem boa qualidade, no entanto é desconhecida a existência<br />

de parcerias que beneficiem os pequenos produtores e clientes menores, além dos prazos que<br />

tendem a não serem respeitados.<br />

Já as não legalizadas não se preocupam com a qualidade dos insumos entregues por<br />

seus fornecedores e nem pelos prazos de entrega. Por isso os grandes clientes e os clientes<br />

fiéis não comprar dessas empresas.<br />

27


Gráfico 2<br />

Fonte: Zion<br />

28


Capítulo 3 – Estratégias de Marketing<br />

Este capítulo se propõe a analisar as diversas opções estratégicas para as firmas<br />

agroindustriais a serem adotadas para a escolha de um mercado potencial. Para proporcionar<br />

ao leitor um melhor entendimento serão abordadas de forma metodológica algumas definições<br />

de Marketing, bem como o Marketing estratégico e o Marketing operacional. Ainda, serão<br />

discutidos os passos para uma estratégia, as possíveis estratégias para a internacionalização da<br />

Zion, bem como o conceito de marketing agroindustrial e o Composto mercadológico, o<br />

marketing mix.<br />

3.1 – Algumas definições de marketing<br />

A maior preocupação das empresas agroindustriais é a tentativa de saber quais são as<br />

preferências e as necessidades de seus clientes atuais e futuros e como satisfazê-los com seus<br />

produtos e serviços. O marketing é a atividade humana ou processo social, voltado para a<br />

realização de desejos e necessidades de pessoas e empresas. O marketing ainda auxilia as<br />

firmas nessa tarefa (DA SILVA e BATALHA, 2001, 101).<br />

Ainda de acordo com os autores supracitados, o marketing é composto por três<br />

elementos: os desejos e necessidades; a relação de troca; e a arena, ou mercado onde ocorre o<br />

encontro da demanda com a oferta. Atualmente existe a busca por superar e satisfazer as<br />

expectativas dos consumidores, pois os produtos estão cada vez mais diversificados através de<br />

atributos e serviços intangíveis.<br />

Segundo Lambin (1989), para melhor explicar a ação do marketing no dia a dia das<br />

empresas é fundamental a utilização de duas abordagens: marketing estratégico e marketing<br />

operacional. Assim, o marketing estratégico preocupa-se em analisar os mercados alvos da<br />

empresa, ou ainda os mercados de referência, identificando produtos e segmentos de<br />

mercados potenciais e atuais. Os componentes importantes a serem considerados são: a<br />

atratividade dos segmentos ou nichos, o ciclo de vida dos produtos e as vantagens<br />

concorrenciais. O autor ainda ressalta que o marketing estratégico é uma atividade<br />

direcionada para o longo prazo (período maior que um ano), onde considerando a missão e os<br />

objetivos da empresa são elaborados rumos de ação para garantir a empresa permaneça no<br />

mercado de forma competitiva (DA SILVA e BATALHA, 2001, 101).<br />

29


Como já vimos, o marketing pode ser divido em: marketing estratégico e marketing<br />

operacional. No processo de internacionalização das empresas e da Zion em específico a<br />

abordagem utilizada é a estratégica. Porém após a conquista do mercado alvo o marketing<br />

operacional também é usado pela empresa a medida que visa a conservação desses mercados.<br />

3.1.1 - Marketing estratégico e marketing operacional<br />

O marketing estratégico possui raízes desde a Grécia antiga, passando pelo tempo de<br />

Péricles e de Alexandre o Grande. Outro fator importante ligado as origens dessa atividade é a<br />

lógica da estratégia militar, muito parecida com o marketing estratégico utilizado pelas<br />

empresas em seus negócios. Antes de lançar suas tropas, os generais avaliavam os pontos<br />

fortes e fracos das mesmas, as comparavam com os adversários (o que os militares chamavam<br />

de inimigo, pode-se entender como concorrência) e tentavam prever manobras, tentando<br />

descobrir quais os fatores críticos para ganhar a batalha (DA SILVA e BATALHA, 2001,<br />

102).<br />

Ainda segundo os mesmos autores, a partir da segunda metade do século XX os<br />

teóricos passaram a considerar a importância do ambiente onde as empresas estavam<br />

inseridas, dando inicio aos primeiros trabalhos sobre estratégia, onde era compreendida a<br />

maneira pela qual a empresa administra os pontos fracos e fortes em relação às alterações no<br />

ambiente.<br />

Ambos os autores crêem que as estratégias são formadas por três elementos: os<br />

objetivos, as políticas que regem os caminhos a serem percorridos ou não e a cultura e os<br />

valores da empresa, sempre através do foco e coesão dos executores.<br />

Como uma empresa agroindustrial, a Zion também possui a preocupação de desvendar<br />

a preferências dos consumidores. Dessa forma a empresa, utilizando-se do marketing<br />

estratégico buscará traçar a melhor opção de estratégia para o processo de internacionalização,<br />

ou ainda a conquista de novos mercados o que será demonstrado ao longo deste estudo.<br />

Já o marketing operacional é definido por da Silva e Batalha (2001) como uma<br />

ferramenta que aborda atividades de curto prazo, para manutenção e atendimento dos<br />

mercados atuais, levando em consideração os componentes do marketing mix (produto, preço,<br />

ponto de distribuição e composto promocional). Ocupando-se dos orçamentos de marketing<br />

para as atividades comerciais.<br />

Em suma, as duas abordagens se diferenciam pelo período de tempo e pelo foco. Uma<br />

visualiza o longo-prazo e a outra se preocupa com o cotidiano. Quanto ao foco, o marketing<br />

30


estratégico atende ao estudo e prospecção de produtos e mercados e o marketing operacional<br />

engloba planos estratégicos através do marketing mix, ou os 4 p’s do marketing e os recursos<br />

disponíveis para a sua implementação.<br />

A Zion já utiliza o Marketing operacional nas suas atividades comerciais domésticas,<br />

através de consultores responsáveis pelas vendas dos produtos nas diversas regiões do estado<br />

de São Paulo. Devido ao seu tamanho, a empresa não possui um departamento de Marketing<br />

próprio estruturado, as ações de Marketing operacional são traçadas pelo trabalhado do<br />

Consultor de Marketing Paulo Venturini.<br />

3.2 - Os passos do planejamento estratégico<br />

É importante ressaltar que a estratégia lida com o futuro, logo o imprevisível. Portanto<br />

é fundamental que a estratégia possa ser alterada, sendo flexível para se encaixar as mudanças<br />

do mercado e do cenário econômico.<br />

Qualquer empresa possui um planejamento estratégico, mesmo que de maneira<br />

informal ou somente idealizado na mente seu empreendedor. O idealizador de um negócio<br />

tem mais ou menos a idéia de como melhor atender as necessidades de seus clientes. Mas para<br />

que isso ocorra é fundamental a utilização de um plano, uma estratégia.<br />

Até a Zion pratica um planejamento estratégico de maneira informal, pois como já foi<br />

explicado no capítulo que aborda o historio da empresa, os sócios possuem o desejo de<br />

internacionalizar a empresa, exportando seus produtos para um mercado potencial. Existem<br />

estudos e pesquisas levantados pela empresa (inclusive este) que visam compreender a melhor<br />

forma de realizar esse desejo. E os sócio já pensam em produto e mercados alvos a serem<br />

explorados.<br />

“O planejamento estratégico é um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a<br />

ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com seu ambiente...”<br />

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e prática. 4. ed.<br />

São Paulo: Atlas, 1989.<br />

No processo de planejamento estratégico, os valores, a cultura e a filosofia da empresa<br />

são importantes, assim como do grupo responsável pela execução. Para melhor compreensão<br />

do marketing estratégico podemos adotar a seguinte metodologia, dividindo o planejamento<br />

em alguns passos:<br />

31


1- Sensibilização;<br />

2- Missão;<br />

3- Definição de objetivos gerais;<br />

4- Diagnóstico estratégico (análise interna e análise externa);<br />

5- Segmentação estratégica;<br />

6- Objetivos por segmento;<br />

7- Identificação de opções estratégicas;<br />

8- Escolha da melhor estratégia;<br />

9- Planos de ação;<br />

10- Implementação e controle (DA SILVA e BATALHA, 2001)<br />

O primeiro passo, “Sensibilização”, é basicamente a discussão da importância de se<br />

realizar o planejamento estratégico para a empresa. É nesse passo que são definidos o<br />

cronograma, membros da equipe, internos e externos. É fundamental que o cronograma seja<br />

claro e que toda a equipe participe do planejamento estratégico. Os membros externos,<br />

consultores na grande maioria dos casos também são importantes, pois possuem experiência<br />

de trabalhos realizados com outras organizações.<br />

Para a Zion o que já foi discutido até o presente momento entre os sócios e os<br />

membros da equipe gerencial (além de algumas idéias não muito concretas como foi dito<br />

anteriormente) é a importância do planejamento para o processo de internacionalização, o que<br />

foi de comum acordo entre todos (além de algumas idéias não muito concretas como foi dito<br />

anteriormente). Porém cronograma e os membros de uma possível equipe ainda não foram<br />

definidos devido o curto período de existência que a empresa possui e o fato de que a etapa de<br />

comercialização no mercado externo é algo previsto para os próximos cinco anos.<br />

A segunda etapa, segundo da Silva e Batalha (2001), é a definição da missão da<br />

empresa, que pode conter dois elementos: os valores da empresa e a definição de seu negócio.<br />

A missão pode ser entendida como sua razão de existir e através dela identificamos aonde a<br />

empresa quer chegar, sua razão de ser e em quais atividades deve concentrar-se no futuro.<br />

No caso da Zion, já podemos definir onde está empresa quer chegar e em quais<br />

atividades a empresa deves-se concentrar. Tudo isso de acordo com os valores predefinidos<br />

anteriormente neste trabalho. O objetivo é atingir o mercado externo através da exportação de<br />

seus produtos e talvez posteriormente pela comercialização de novos produtos. Em função da<br />

formação de seus fundadores (agronomia) a preferência e a de se manter no ramo já<br />

32


conhecido pela empresa, que é a produção e comercialização de produtos agrícolas (rações<br />

animais).<br />

Segundo o Diretor Zilo, é de comum acordo entre os sócios que empresa desenvolva<br />

novos produtos, porém sem se distanciar do foco que a alimentação animal. Nessa área a<br />

empresa poderia produzir rações ou outros produtos destinados a alimentação de outros<br />

animais como gado, aves e não para eqüinos.<br />

O terceiro passo prevê os objetivos gerais da empresa, que no futuro se desdobraram<br />

em objetivos específicos. Os objetivos gerais são uma espécie de “continuação” da missão já<br />

definida, fornecem questões amplas que são levadas em consideração nos processo de tomada<br />

de decisão 16 .<br />

Para a Zion em específico, os objetivos gerais poderiam ser: “Expandir a quantidade<br />

de clientes e a linha de produtos”, através da expansão dos mercados que a empresa atua, ou<br />

ainda através da entrada em um mercado potencial.<br />

A etapa seguinte, o diagnóstico estratégico, pode ser desmembrada em dois elementos<br />

distintos: a análise interna e a análise externa. Segundo Porter (1989), a análise interna é<br />

responsável pela avaliação: dos pontos fortes e fracos da empresa perante a concorrência e aos<br />

seus objetivos, das principais áreas da empresa (marketing, recursos humanos, produção e<br />

financeiro).<br />

A Zion possui como pontos fortes: a qualidade oferecida em seus produtos tangíveis,<br />

as rações; nos intangíveis como o serviço de entrega das rações, as instalações; equipamentos<br />

modernos; higiene; a tecnologia utilizada na formulação do produto 17 ; a localização<br />

privilegiada da fábrica, em São Roque, uma região de muitos haras e empresas agroindustriais<br />

e de proximidade com a capital São Paulo e o porto de Santos, o maior do Brasil; e os<br />

fornecedores que são de extrema confiança, no caso dois deles são familiares dos sócios.<br />

Como pontos fracos da empresa (Zion), podemos destacar: a capacidade de produção e<br />

estocagem da empresa é inferior a concorrência; a própria empresa não muito conhecida no<br />

mercado, devido ao tempo de existência; a linha de produtos também é restrita contendo<br />

apenas rações eqüinas, as atividades de divulgação na mídia eletrônica e imprensa são<br />

praticamente inexistentes; as atividades de comunicação institucional são limitadas, sendo<br />

presentes apenas entre empresa, funcionários e clientes.<br />

16 Como já foi explicado, devido longevidade prevista para dar-se início ao processo de internacionalização. Os<br />

objetivos gerais e específicos não cabem ser definidos no momento, o que deve ser feito é uma abordagem geral<br />

das principais estratégias, analisá-las e escolher a estratégia que mais se encaixa com o perfil da empresa.<br />

17 A formulação do produto foi desenvolvida por especialistas e permite ao animal, cavalo não correr o risco de<br />

ficar indisposto em função da cólica eqüina.<br />

33


Ainda sobre o diagnóstico estratégico existe a análise externa que identifica as<br />

ameaças e oportunidades perante os objetivos já definidos. Essa análise deve identificar os<br />

fatores críticos de sucesso no setor em que a empresa atua. Para Aaker (1984), a análise<br />

externa engloba as análises do mercado consumidor, cliente, indústria ou setor e a análise<br />

ambiental. Esta última compreende as dimensões tecnológica, cultural, econômica,<br />

demográfica e legal.<br />

Vale lembrar que em diversos exemplos de empresas os elementos podem se repetir,<br />

aparecendo na análise interna (como pontos fortes e fracos frente os concorrentes) e<br />

posteriormente na análise externa (como fatores críticos para o sucesso do negócio).<br />

No caso da Zion podemos destacar como fatores chaves ou críticos de sucesso: a<br />

localização, que apesar de privilegiada a região é bastante saturada, com a presença de<br />

diversas empresas concorrentes e já conhecidas e estabilizadas; o dimensionamento da equipe<br />

profissional, que por ser nova corre-se o risco não ser adequada para a atividade; a capacidade<br />

das instalações que são bem pequenas; adequação da climática dos insumos para a produção<br />

da ração. Sobre oportunidades temos: a estabilidade econômica em que o Brasil se encontra,<br />

assim como o seu crescimento econômico bastante satisfatório; a região mesmo que saturada<br />

tem se desenvolvido muito nos últimos anos e possui uma gestão Municipal (São Roque) bem<br />

receptiva com a instalação de novas empresas na cidade. E como principal ameaça há o fato<br />

de que uma das principais empresas brasileiras fabricante de ração e aditivos agrícolas está<br />

localizada em Mairinque (cidade vizinha), a Tortuga Cia. Zootécnica.<br />

O próximo passo é a segmentação das atividades da organização. Todos os segmentos<br />

serão objetos de análise competitiva. São raros os exemplos em que as empresas não<br />

competem simultaneamente dentro de vários mercados. As estratégias dos diferentes<br />

mercados segmentados podem variar, mas devem sempre respeitar os objetivos da<br />

organização. Para cada um dos segmentos que a empresa pretende atuar deve haver objetivos<br />

estabelecidos e quantificados (DA SILVA e BATALHA, 2001).<br />

A Zion pretende atuar no segmento de rações para eqüinos, até então já atua no<br />

mercado doméstico e após a escolha dos mercados onde irá atuar deverá ser feito um estudo<br />

desse mercado com os prováveis concorrentes e objetivos deverão ser traçados para cada um<br />

deles. De acordo com o Diretor Zilo, no caso de rações eqüinas é possível encontrar países e<br />

regiões onde os demais competidores são praticamente inexistentes.<br />

A seguir devem ser identificadas as opções estratégicas para que a empresa consiga<br />

atingir esses objetivos e então é escolhida de acordo com as características da organização a<br />

34


melhor estratégia a ser utilizada. As principais opções de estratégias no marketing serão<br />

expostas ao longo desse capítulo.<br />

Por fim segundo da Silva e Batalha (2001), estão às etapas de implementação e<br />

controle, responsáveis pelo sucesso do planejamento estratégico. A implantação envolve<br />

comprometimento e dedicação de todos que estão e estiveram envolvidos no processo. Na<br />

fase de controle são analisadas se a(s) estratégia(s) estão funcionando corretamente, se estão<br />

atendendo as necessidades da empresa. Portanto esta é uma etapa decisiva, pois se as<br />

estratégias não estão exeqüíveis será necessária uma reformulação das mesmas 18 .<br />

São diversos os fatores que podem tornar impedir o sucesso de uma estratégia como:<br />

uma mudança nos cenários político e econômico, como a escolha de um novo plano<br />

econômico pelo governo, a entrada de novos competidores e até mesmo problemas na gestão<br />

da própria empresa.<br />

Na Zion agroindústria segundo a diretoria da empresa, como a organização não conta<br />

com um departamento de marketing e nem departamento de comércio exterior será contratada<br />

uma consultoria, empresa especializada em importações e exportações para auxiliar nas<br />

primeiras exportações, em todo o processo de aquisição de novos mercados e na estruturação<br />

de ambos os departamentos, caso seja necessário. Nesse caso esses profissionais integrariam a<br />

comissão responsável pela implementação e controle do processo de planejamento<br />

estratégico.<br />

3.3 - Possíveis Estratégias<br />

As opções estratégicas de Marketing para firmas agroinsdutriais que serão descritas a<br />

seguir correspondem, a ações de curto, médio e longo prazo, resultando no sucesso da<br />

implantação. A divisão como será proposta será de cunho pedagógico, ou seja, para melhor<br />

entendimento. Todavia nada impede que uma empresa escolha uma estratégia mista, mude de<br />

estratégia ao longo do tempo de utilização, ou adote componentes de várias estratégias.<br />

3.3.1 - Especialização<br />

Esta estratégia pode ser resumida na concentração das atividades da empresa em<br />

determinado segmento de mercado, ou em uma tecnologia específica. Ela é muito utilizada<br />

18 É importante ressaltar que a princípio implementação e controle devem ser realizados pelo mesmo grupo de<br />

pessoas que coordenaram o processo.<br />

35


por empresas de pequeno porte que buscam se internacionalizar, conseguindo espaços em<br />

mercados ainda não ocupados pelos grandes conglomerados empresariais. Em algumas vezes<br />

esses nichos não são grandes para o sucesso de pequenas empresas, e são demasiadamente<br />

restritos para os grandes grupos de empresas do setor (DA SILVA e BATALHA, 2001, 126).<br />

Ainda segundo esses autores, a estratégia da especialização oferece facilidades na<br />

gestão interna da empresa e a um bom conhecimento dos gostos e preferências dos clientes. A<br />

empresa se mantém posicionada para as atualizações e mudanças nos hábitos de consumo. A<br />

grande desvantagem dessa estratégia é o risco que está associado a ela, pois visa um só<br />

mercado. E por ventura se esse mercado passa por dificuldades será a empresa que estará<br />

comprometida.<br />

Para a Zion fazer uso da especialização como forma de obtenção de um mercado alvo<br />

não deverá ocorrer grandes mudanças nas atividades da empresa, que como já foi descrito é<br />

indicada para firmas de pequeno porte, caso da Zion. Após a escolha de um mercado potencial<br />

ainda não ocupado pelas grandes concorrências a Zion deveria se concentrar nesse mercado<br />

de acordo com os hábitos de seus respectivos consumidores e características da região. E<br />

poderia também se concentrar na especialização da tecnologia já adotada pela empresa na<br />

produção das rações. O que pode ocorrer é um aprimoramento ou manutenção da tecnologia<br />

já desenvolvida e utilizada pela empresa no mercado interno.<br />

No caso da Zion o riso dessa estratégia não comprometeria a empresa como um todo,<br />

pois o foco em um só mercado representaria uma porcentagem muito pequena da produção da<br />

empresa e funcionaria como uma espécie de laboratório exportação dos produtos.<br />

Porém após se internacionalizar a empresa pretende atingir outros mercados e não só a<br />

concentração no mercado alvo (laboratório) e como toda empresa, a Zion está sempre<br />

realizando estudos para o desenvolvimento de novos produtos. No futuro quando a empresa<br />

produzir além das rações outros produtos agrícolas, esses produtos também serão alvo de<br />

internacionalização. Logo não é vantajoso para Zion se concentrar em um só mercado e em<br />

uma só tecnologia. O custo para concentrar suas atividades de acordo com os hábitos de<br />

consumo de um só mercado poderia ser investido em outras áreas da empresa. Como novas<br />

máquinas para a produção de novos produtos e o alcance de outros mercados.<br />

3.3.2 Integração vertical<br />

Para da Silva e Batalha (2001), a integração vertical está relacionada à obtenção de<br />

lucros de mercados situados a montante e a jusante da atividade original da empresa, além do<br />

36


controle dos mercados favorecendo a atividade original. A empresa que se integra para<br />

montante ou para trás possui a garantia do fornecimento de suas matérias primas em<br />

qualidade e quantidade. Já a integração a jusante ou para frente, possui a vantagem de estar<br />

mais perto dos clientes, identificando suas necessidades, aumentando a diferenciação na<br />

qualidade e controlando melhor os canais de distribuição.<br />

Na integração vertical a montante a empresa garante o fornecimento dos insumos pela<br />

aquisição de uma subsidiária. O controle dos fornecedores proporciona um fornecimento<br />

estável sem oscilações de preço e escassez dos componentes do produto, assegurando assim<br />

sua qualidade.<br />

Já na integração vertical a jusante a empresa adquire ou inaugura subsidiárias para<br />

comercializar e distribuir seus produtos, ou ainda uma empresa que utilize seu produto no<br />

processo produtivo<br />

Entretanto ao escolher essa opção estratégica algumas desvantagens podem surgir<br />

como o custo do investimento na integração vertical que pode ser elevado. A gestão da<br />

empresa também pode ser comprometida, pois aumentam consideravelmente o número de<br />

mercados em que a empresa atua. E por fim deve ser considerado um aumento nos riscos da<br />

empresa, já que qualquer imprevisto na cadeia pode afetar as atividades da empresa (DA<br />

SILVA E BATALHA, 2001, 126).<br />

Para a Zion a integração vertical a montante não se justifica, pois para que ela<br />

ocorresse a empresa deveria adquirir alguma propriedade rural, alguma fazenda que<br />

produzisse algum dos insumos na produção das rações. E a família dos sócios já possui uma<br />

propriedade produtora de matérias primas (milho e sorgo) utilizada pela Zion. Além disso,<br />

tanto a aquisição de fazendas ou empresas químicas produtoras de aromatizantes e compostos<br />

químicos teria um custo excessivamente alto.<br />

A integração vertical a jusante também não cabe aos objetivos da Zion de se<br />

internacionalizar, uma vez que a aquisição de uma subsidiária para a comercialização ou para<br />

a incorporação de seu produto no processo produtivo além do custo alto envolve questões<br />

complexas, pois como as legislações de outros países.<br />

Ambas as opções são caras e de certa forma distanciariam a empresa de seu objetivo<br />

maior que é realização das primeiras exportações para um mercado potencial. Com<br />

subsidiarias as preocupações aumentariam assim como o custo para a manutenção dessa<br />

estratégia.<br />

37


3.3.3 - Diversificação<br />

De acordo com os autores da Silva e Batalha (2001), a estratégia consiste basicamente<br />

na diversificação dos produtos e/ou mercados. A empresa pode diversifica-se passando a atuar<br />

em mercados em que não atuava com produtos originais ou produtos novos. Uma segunda<br />

opção é manter os mercados já explorados pela empresa diversificando somente os produtos<br />

comercializados. E por fim a empresa pode fazer uma combinação das duas opções anteriores<br />

diversificando os produtos e os comercializados e os mercados onde atua.<br />

São três os fatores que levam as empresas a adotarem essa estratégia. O primeiro<br />

motivo está relacionado com as dificuldades nos mercados em que a empresa já atua como:<br />

diminuição da demanda, aumento da concorrência, novas tecnologias etc. O segundo motivo<br />

está ligado à diminuição dos riscos, já que a empresa não se concentra em um só setor. E o<br />

terceiro à um maior equilíbrio dos fluxo financeiros, onde as atividades mais rentáveis<br />

gerariam recursos para suportar as atividades que ainda se encontram em fase de<br />

implementação,como a expansão de mercado (DA SILVA E BATALHA, 2001, 127).<br />

Para os autores já citados, são dois os tipos de diversificação: via formação de<br />

conglomerados e diversificação dita concêntrica. A segunda ocorre quando a empresa decide<br />

diversificar suas atividades mantendo a mesma tecnologia, clientes, canais de distribuição e a<br />

marca. Já a diversificação via formação de conglomerados esta conectada uma lógica<br />

financeira, onde a participação em um novo negócio pode ser ditada, por exemplo, por uma<br />

ótima oportunidade de negócio.<br />

A escolha por essa estratégia é apropriada, uma vez que a empresa escolha um<br />

somente um mercado além do que já atua (nacional). Para o Diretor da empresa Zilo, o<br />

processo de internacionalização deve forcar em um país para que a empresa se concentre nele<br />

e não haja erros.<br />

A diversificação dos produtos sem a diversificação dos mercados em atuação não seria<br />

capaz de englobar o processo de internacionalização da empresa, pois a Zion continuaria a<br />

atuar somente no mercado doméstico. Já a escolha pela combinação da diversificação dos<br />

produtos e dos mercados também não caberia no caso da Zion, visto que a empresa ainda não<br />

esta consolidada com seus produtos no mercado interno e de acordo com sócios a meta é<br />

exportar os produtos já produzidos e no futuro, após a internacionalização desenvolver novos<br />

produtos.<br />

A forma correta de utilização dessa estratégia no caso da Zion é a diversificação<br />

concêntrica, sem a formação de conglomerados, pois na internacionalização da Zion não se<br />

38


pretende criar novos produtos e serviços sem ligação com as atividades originais da empresa.<br />

O que se aspira é a manutenção do mesmo tipo de cliente, da marca Zion etc. Assim com a<br />

escolha por um mercado alvo a Zion estará diversificando os mercados em que atua sem<br />

alterar os produtos.<br />

3.3.4 - Inovação<br />

Essa estratégia pode gerar conseqüências não só na empresa, mas também em todo o<br />

setor, repercutindo sobre modo de funcionamento de todo o sistema. A inovação tecnológica<br />

possui uma grande proximidade com as atividades originais da empresa, podendo ser<br />

desenvolvida de maneira interna ou externa a organização. O sucesso de uma inovação<br />

tecnológica depende do conhecimento do mercado em questão, da capacidade da empresa em<br />

programar a inovação e o apoio da direção da empresa (DA SILVA E BATALHA, 2001,<br />

127).<br />

Para TEECE (1988), a atratividade de uma inovação aumenta conforme a dificuldade<br />

da concorrência em copiá-la. São três os fatores que possibilitam a manutenção do ganho com<br />

uma inovação tecnológica:<br />

• A proteção da inovação através de patentes e segredos de fabricação;<br />

• A origem dos ativos complementares ao desenvolvimento da inovação. Em<br />

alguns casos a implementação passa por adaptações nas operações dos clientes<br />

que utilizam a inovação. Logo, o sucesso depende da aceitação ou não da<br />

inovação pelos clientes;<br />

• Paradigma tecnológico dominante. A inovação que represente um avanço<br />

dentro de um paradigma ultrapassado, dificilmente proporcionará ganhos<br />

competitivos e em longo prazo para a empresa.<br />

Existem poucas empresas produtoras de rações que oferecem produtos similares aos<br />

da Zion, garantindo a saúde do animal e o prevenindo contra indisposições como a cólica<br />

eqüina. Porém assim como a Zion as empresa buscam proteger seus produtos através de<br />

patentes e segredos de fabricação. De certa forma com lançamento das rações: Tropa TS,<br />

Monta, Potro e Lida, a Zion utilizou-se da inovação no mercado brasileiro. E a partir da<br />

internacionalização desses produtos a empresa estaria utilizando-se da inovação propriamente<br />

dita, mais uma vez, pois eles já foram lançados no mercado interno, e no mercado alvo a<br />

39


empresa irá realizar uma inovação no setor agroindustrial, oferecendo suas rações com os seus<br />

dois diferenciais: o aroma e a formulação contra o empanzinamento do animal<br />

A adoção dessa estratégia é muito delicada e envolve um grau elevado de risco, pois<br />

na pior das hipóteses o produto pode não cair no gosto dos clientes comprometendo o sucesso<br />

da estratégia. Contudo, avaliando o sucesso que vem sendo obtido no mercado brasileiro não<br />

há razões para a empresa não conseguir êxito na comercialização de suas rações no mercado<br />

externo.<br />

3.3.5 - Fusões e aquisições<br />

No setor agrícola o processo de fusões e aquisições tem aumentado no mundo inteiro.<br />

Os principais motivos que ajudam a explicar essa tendência são: a globalização dos mercados;<br />

a crescente busca por capitais para manter a competitividade; aumento na velocidade em que<br />

as informações são transmitidas; e uniformização dos hábitos de consumo (DA SILVA E<br />

BATALHA, 2001, 128).<br />

De acordo com Thietart (1991), alguns pontos explicam a razão de uma empresa<br />

adotar essa estratégia, assim como:<br />

• Captação de sinergias operacionais e/ou financeiras;<br />

• Captação de economias de escala;<br />

• Progresso nos resultados da empresa adquirida, através de uma nova gestão,<br />

mais eficiente e aprimorada;<br />

• Melhoria da coordenação das atividades da firma, controlando outros mercados<br />

que ela está presente;<br />

• Aquisição de ativos por um preço abaixo de seu valor real;<br />

• Crescimento rápido da parte de mercado da empresa.<br />

A estratégia de Fusões e Aquisições não se enquadra a situação da Zion, pois este é<br />

processo é extremamente custoso, consumindo um longo tempo até o fechamento das<br />

negociações. Ainda grande das empresas que se fundem ou adquirem seus concorrentes são<br />

empresas de grande porte e que já atuam no mercado externo, exportando seus produtos.<br />

3.3.6 - Estratégias de corte<br />

40


Está estratégia está quase sempre relacionada a uma situação de grave crise na<br />

organização. As medidas a serem tomadas variam de acordo com a gravidade e extensão.<br />

Podem ser desde cortes de despesas para recuperar a posição concorrencial, retirada de linhas<br />

de produtos ou atuação em alguns mercados, até o fechamento de unidades da empresa<br />

(BATALHA E SILVA, 2001, 128).<br />

Por fim a estratégia de corte não deve ser aplicada a empresa em questão, já que a<br />

empresa não passa por situação de crise, nem o setor agrícola e nem a economia brasileira.<br />

Portanto não cabem cortes nas despesas da Zion para que ela antiga determinada posição<br />

perante a concorrência, nem a retirada de linhas de produto, o que implicaria na suspensão do<br />

único produto comercializado pela empresa, as rações.<br />

Assim com a retirada de mercado e o fechamento da empresa que além de não<br />

refletirem a situação atual da empresa, não nos levam ao objetivo de internacionalizar a Zion.<br />

3.4 - A estratégia aplicada a Zion<br />

No caso da Zion a melhor estratégia de marketing a ser utilizada no processo de<br />

internacionalização da empresa é um misto de diversificação com inovação. A empresa deve<br />

diversificar os mercados onde atua, assim além do doméstico passará estar presente no<br />

mercado alvo (a ser definido no próximo capítulo). Quanto aos produtos comercializados,<br />

estes, serão os mesmos vendidos no Brasil, mas até então exclusivos no mercado alvo, logo a<br />

empresa também irá inovar com um produto diferente e único.<br />

3.5 - Marketing Agroindustrial<br />

Ao longo de uma cadeia de produção agroindustrial se formam diversos mercados<br />

potenciais para uma empresa atuar. Dentre eles podemos citar: o mercado de insumos, o<br />

mercado de produção agrícola, o mercado das indústrias (processamento) e o mercado dos<br />

distribuidores 19 . Segundo ou autores da Silva e Batalha (2001), são identificados quatro<br />

abordagens diferentes para o Marketing aplicado ao Sistema Agroindustrial: marketing<br />

alimentar, marketing agroindustrial, marketing agrícola e marketing rural.<br />

19 Existem agroindústrias de transformação que podem vender seus produtos semi acabados para outras<br />

industrias de transformação ou industrias que vendem ao consumidor final.<br />

41


O marketing alimentar se encontra no nível do consumidor final dos produtos, na<br />

interfase da distribuição até o destino final, sendo dividido em marketing do produto e<br />

marketing da distribuição. É caracterizado por possuir um grande número de consumidores e<br />

um pequeno número de distribuidores. O marketing do produto pretende criar um diferencial<br />

para o cliente, através da tecnologia, embalagem, marca ou qualidade oferecida Já o segundo<br />

trata do posicionamento do estabelecimento de vendas, levando em consideração as<br />

necessidades do consumidor (DA SILVA E BATALHA, 2001, 130).<br />

Ainda de acordo com os atores supracitados, o segundo enfoque do marketing, o<br />

agroindustrial está situado no segmento de industrialização e distribuição, assim com os<br />

vários micros segmentos da produção e é caracterizado pela limitação de compradores e<br />

vendedores, porém muito ambos são muito bem informados (utilizam técnicas e contratos<br />

aprimorados). Os mercados não são homogêneos e a demanda pode depender de parcerias<br />

entre vendedor e comprador.<br />

O marketing agroindustrial é o enfoque de marketing que deve ser aplicado na<br />

situação da Zion, uma agroindústria. Já que a empresa em questão é responsável pelo<br />

processo de transformação de matérias primas, advindas da produção agrícola em produtos<br />

com um valor agregado. A Zion deveria utilizar-se desse marketing, com boas técnicas de<br />

negociação para a comercialização das rações e contratos adequados, principalmente pelo fato<br />

de que no caso da internacionalização os compradores, vendedores e distribuidores podem ser<br />

estrangeiros.<br />

A Zion além de produzir as rações, também é responsável por grande parte da entrega<br />

dos produtos, uma vez que seus revendedores acabam atuando como distribuidores dos<br />

produtos. A forma como o produto é entregue pode variar, os próprios revendedores podem<br />

entregar, quando possuem carros ou camionetes equipadas para o transporte e também após o<br />

contato com o revendedor os clientes podem se deslocar até a fábrica. Outra forma de se<br />

distribuir o produto é através de um frete pago pelo cliente, quando o pedido é feito via<br />

telefone.<br />

Outra confirmação da utilização de enfoque no marketing é a heterogeneidade dos<br />

mercados. Independente do mercado, dificilmente a escolha refletirá em um mercado igual ao<br />

doméstico. Por mais similares que pareçam alguns mercados, algumas características são<br />

fundamentais na diferenciação e cruciais na escolha.<br />

Para a Zion o marketing alimentar também é importante, pois além de estudar<br />

características das rações, buscando diferenciar o produto em função da tecnologia e<br />

42


inovação, abrange o posicionamento do estabelecimento de venda, no caso uma loja de<br />

produtos agrícolas.<br />

Os outros dois enfoques de marketing, o marketing agrícola e o marketing rural não<br />

são importantes para a internacionalização da Zion Nutrição Animal LTDA., logo não iremos<br />

entrar a fundo nesse trabalho.<br />

Para da Silva e Batalha (2001), o marketing agrícola estuda mercados entre as<br />

agroindústrias e a produção agrícola. Caracterizados pelo grande número de produtores e um<br />

reduzido número de clientes. E o marketing rural encontrado entre os produtores rurais e os de<br />

insumos e agropecuários, trata-se de um setor heterogêneo, com a coexistência de produtores<br />

capitalistas, artesanais e cooperativas.<br />

3.6 Marketing mix<br />

Para fixar-se um mercado alvo além da utilização de uma estratégia de marketing a<br />

empresa precisa levar em consideração o composto mercadológico ou marketing mix.<br />

Conhecido ainda como 4Ps, Produto, Preço, Ponto de distribuição e Composto Promocional,<br />

são variáveis mercadológicas a serem planejadas e controladas pela empresa (DA SILVA E<br />

BATALHA, 2001, 131).<br />

Após a internacionalização, ou seja, depois das primeiras exportações a Zion para se<br />

manter nesse mercado precisa se utilizar do marketing mix, avaliando variáveis importantes na<br />

satisfação do mercado alvo.<br />

3.6.1 - Produto<br />

Para os autores em termos de agronegócio e considerando a variável mercadologia<br />

“produto” alguns elementos são muito importantes como a embalagem, pois mostra<br />

características do produto e reflete em um impacto significativo no preço, funcionalidade,<br />

transporte (por exemplo, em granel, sem a embalagem final) e no destino final (devido à<br />

permissibilidade).<br />

Ainda de acordo com os autores supracitados, o rótulo também é fundamental em seu<br />

estudo. Novas regulamentações são exigidas contendo composição e características<br />

nutricionais do produto e em alguns casos é exigida a rotulagem eletrônica para garantir a<br />

rastreabilidade dos produtos. O sabor e o aroma são relevantes, afetando significativamente o<br />

43


produto. Isso é uma tendência das empresas de desenvolverem tecnologia para colocarem em<br />

seus produtos aromas de frutas e flores.<br />

Segundo Kotler (1994), a linha de produtos também é um fator importante para os<br />

produtos agroindustriais. A colocação de um novo produto na linha é algo que envolve uma<br />

análise sobre o fato do produto realmente atender necessidades semelhantes dos clientes. O<br />

novo produto da linha deve ser vendido pelos mesmos canais de distribuição e estar nas<br />

mesmas faixas de preço.<br />

Em relação à marca, uma questão importante com destaque nos dias atuais é o<br />

crescimento de marcas próprias ou marcas do distribuidor varejista ou atacadista. No<br />

comércio internacional.<br />

Em termos das rações produzidas pela Zion, sua embalagem é arrojada e se diferencia<br />

da maioria das concorrentes que são de sacaria. O produto é embalado de modo que a ração se<br />

mantém preservada, sem contato com ambiente, semelhante as rações para animais<br />

domésticos encontradas nos supermercados. O rótulo está contido na própria embalagem com<br />

perfeita visibilidade, o que não é possível quando se trata de embalagens de sacaria. Devido<br />

ao longo tempo de durabilidade das rações a rastreabilidade não é necessária.<br />

O sabor é semelhante as demais rações comercializadas no Brasil, mas o aroma já é<br />

um diferencial presente nos produtos da Zion. A tecnologia foi desenvolvida pela empresa em<br />

função de pesquisas que mostravam o descontentamento dos produtores e pessoas que<br />

manejavam o produto e reclamavam do mau cheiro encontrado. Hoje é possível perceber o<br />

aroma de frutas antes mesmo de romper o lacre da embalagem.<br />

A questão de marcas próprias ou marcas do distribuidor é uma tendência presente em<br />

diversos setores. No processo de internacionalização da Zion a comercialização do produto<br />

com a marca de um distribuidor pode ser algo vantajoso, uma vez que este possua uma marca<br />

forte como distribuidora de produtos agrícolas. Em alguns casos não é possível a utilização da<br />

marca do distribuidor nos produtos da empresa, isso pode ocorrer quando o produto<br />

praticamente não existe no mercado alvo ou não é encontrado um distribuidor com uma marca<br />

para o produto em questão.<br />

3.6.2 - Preço<br />

No agronegócio, a variável preço sofre influencias da demanda de mercado, dos custos<br />

para sua produção e de safras e mudanças do clima. Por exemplo, a intempérie pode resultar<br />

na escassez de um produto durante determinado período, desvalorizando seu preço em certa<br />

44


egião e o valorizando em outra. Outro fator que influencia no preço dos produtos<br />

agroindustriais é a perecibilidade que pode ser considerado um risco, visto que gera mudanças<br />

no transporte e estocagem do produto (DA SILVA E BATALHA, 2001, 137).<br />

É importante ressaltar a política de preços determinada pela empresa está diretamente<br />

ligada aos lucros e o retorno esperado sobre os investimentos, assim como a sustentação,<br />

ampliação e participação em um mercado e seu posicionamento perante os concorrentes.<br />

O preço das rações produzidas pela Zion é considerado justo perante aos produtos<br />

concorrentes e é calculado levando em consideração o custo para sua produção e as questões<br />

de sazonalidade. As rações não variam muito de preço ao longo do ano, apenas sofre alguns<br />

ajustes. A empresa costuma comprar as matérias primas nos períodos de safra e as deixam<br />

estocadas para não sofre as oscilações de preço dos insumos. A perecibilidade não influencia<br />

no preço já que o prazo de validade das rações é considerado longo, de 30 meses três delas e<br />

24 a outra.<br />

Como já foi dito, o preço ração é o mesmo para os quatro tipos oferecidos pela<br />

empresa: R$ 1,04 o quilo. Com embalagens de 15, 20 e 25 quilos.<br />

Na internacionalização da Zion os sócios precisam estar cientes de que os preços<br />

comercializados no mercado externo têm de ser suficientes para garantir o retorno sobre o<br />

investimento, no caso a instalação do departamento de comércio exterior e a participação<br />

nesse mercado em relação às demais empresas produtoras de rações.<br />

3.6.3 - Distribuição<br />

Para Cobra (1989), o canal de distribuição compreende as organizações ou indivíduos<br />

responsáveis por levar o produto ao local onde o cliente se encontra. A seleção do canal ou<br />

via ideal para a distribuição deve levar em consideração alguns fatores como: mercado (seu<br />

potencial, sua concentração geográfica, seus hábitos e o volume de vendas); produto (valor,<br />

preço, perecibilidade, tecnologia, diversificação a linha, volume e peso); empresa (recursos<br />

disponíveis, agressividade nas vendas, interesse na manutenção do controle); intermediários<br />

(serviços prestados, instalações, custos, faturamento, disponibilidade do intermediário);<br />

concorrência (métodos de distribuição, intermediários escolhidos, competitividade).<br />

Nas agroindústrias os dois tipos de distribuição mais utilizados são a distribuição<br />

intensiva (para os produtos ditos de massa) e a distribuição exclusiva. A Zion utiliza a<br />

distribuição intensiva, pois se concentra em dados momentos em certos canais de distribuição,<br />

45


escolhendo um número reduzido de distribuidores, ou ainda revendedores como são<br />

chamados pela empresa, com cotas de vendas e exclusividade em determinada região.<br />

3.6.4 - Composto promocional<br />

Da Silva e Batalha (2001) afirmam que o processo de comunicação entre a empresa e<br />

seu cliente é feito pela propaganda, promoção, merchandising, relações públicas e venda<br />

pessoal.<br />

A propaganda serve para apresentar a um grupo de pessoas (possíveis clientes) uma<br />

mensagem que pode ser oral, visual e patrocinada, ela ainda bloqueia a concorrência, cria<br />

motivos para se consumir tal produto, o divulga e aumenta as vendas. Além da propaganda<br />

oral, conhecida como “boca a boca” a Zion realiza anuncio em pequenos canais de televisão<br />

de Marília e Sorocaba voltados para o público regional A empresa também realiza<br />

propagandas em leilões de gado e eqüinos promovidos por clientes e amigos dos sócios.<br />

O merchandising utilizado é aquele voltado para o marketing agrícola diferente da<br />

abordagem do marketing alimentar. A Zion fez o usou quando estudou a colocação da ração<br />

no mercado, ou seja, lançou no mercado o produto correto na hora oportuna e com preços e<br />

quantidades adequados.<br />

A venda pessoal na Zion ocorre quando seus revendedores (representantes ou<br />

distribuidores) funcionários de todos os graus de hierarquia e pessoas que de alguma forma<br />

possuem algum relacionamento com a empresa transmitem as vantagens das rações,<br />

motivando as pessoas a comprarem esses produtos a venda pessoal também é feita pelos<br />

sócios que possuem uma extensa rede de contatos.<br />

A análise do ambiente de marketing de uma empresa pode ser entendida como as<br />

forças e os agentes que afetam suas atividades de desenvolvimento de novos produtos,<br />

produção e relacionamento com o mercado potencial. Análise ainda é capaz de identificar as<br />

ameaças e as oportunidades, questões estratégicas que afetam os fatores-chaves de sucesso da<br />

firma.<br />

Porém o ambiente em que a Zion está inserida já foi descrito no capítulo que aborda o<br />

histórico da empresa, relatando os fornecedores, os intermediários, os produtos, a tecnologia,<br />

os clientes, os concorrentes e a empresa como um todo. O que ainda resta analisar quando<br />

estamos falando do ambiente é o cenário externo, ou ainda, o mercado alvo que empresa<br />

deseja penetrar. Tudo isso será tratado no próximo capítulo deste trabalho.<br />

46


Capítulo 4 - O Plano de Internacionalização<br />

Este capítulo visa abordar além da idéia de internacionalização, um estudo das cinco<br />

forças de Porter para analisar a competitividade externa. Após esta etapa são analisados os<br />

países do MERCOSUL do ponto de vista comercial e através da estrutura CAGE<br />

confirmamos a escolha dentre os membros do bloco. Por fim são descrito as funções e<br />

organograma do departamento de comércio exterior.<br />

4.1 - A idéia de se internacionalizar<br />

A idéia de se internacionalizar, bem como de apoiar a pesquisas e estudos a respeito<br />

(como é o caso desta monografia de conclusão de curso) surgiu em razão da necessidade de<br />

crescimento já que o mercado interno está quase saturado. Assim, a decisão de exportar os<br />

produtos foi a melhor maneira encontrada para alavancar o crescimento da Zion.<br />

O sistema agroindustrial tem sido fortemente atingido pela internacionalização do<br />

mercado. Um dos principais efeitos é um aumento no intercâmbio comercial que não se limita<br />

a uma ativação no fluxo de bens e serviços entre países. Durante as negociações dos produtos<br />

há uma grande troca de informações entre o ofertante e o consumidor, onde se conhecem<br />

melhor os hábitos e as características de cada mercado de destino (FURQUIM DE<br />

AZEVEDO, 2001).<br />

Logo, o fluxo de agroindústrias passando pelo processo de internacionalização<br />

também influenciou a Zion em seu desejo de entrar no comércio internacional e iniciar esse<br />

processo através da conquista do mercado alvo.<br />

O processo de internacionalização da empresa também é muito importante, pois a<br />

partir dele é possível aumentar a lista de contatos e clientes da empresa e com isso aumenta a<br />

viabilidade de uma parceria estratégica com outras indústrias. A priori o desejo dos<br />

proprietários é exportar para a Argentina, pois este é um tradicional produtor de rações<br />

animais e o principal insumo é a alfafa, que é pouco utilizada no Brasil.<br />

Foi também através da Argentina e do Uruguai que o Brasil passou a produzir rações à<br />

base de alfafa. E até hoje o país não possui o pleno domínio desse cultivo em propriedades<br />

rurais. Com uma parceria estratégica a Zion poderia oferecer suas rações com o diferencial do<br />

aroma e formulação e em troca poderia comercializar no mercado doméstico rações<br />

peletizadas a base de alfafa vindas da Argentina.<br />

47


Porém para que essa parceria ocorra é necessário um contato mais próximo com o<br />

mercado de rações na Argentina que só pode ser efetivado através das exportações dos<br />

produtos da Zion, ou seja, de sua internacionalização. Para esse objetivo será feita uma análise<br />

das vantagens e diferenças entre os países.<br />

Ainda sobre a decisão de se internacionalizar é preciso levar em consideração<br />

fundamentos de alguns teóricos a respeito dos benefícios desta pratica. De acordo com<br />

Ghemawat (2000), ao se internacionalizar nos deparamos com extremos: por um lado<br />

consideramos e analisamos a aproximação dos mercados em função do processo de<br />

globalização, o que segundo ele seria uma entrada em um território já conhecido. Por outro<br />

lado ocorrem riscos aos entrar em local pouco conhecido. Mas ainda, existem benefícios<br />

ligados a esse processo, como:<br />

• Ampliação dos mercados: o que proporciona uma maior opção de ofertas aos<br />

clientes internacionais; fortalecimento da posição da empresa em termos de<br />

competitividade; diversificação da linha de produtos e portfólio geográfico;<br />

diminuição dos riscos; e efeito de divulgação da empresa.<br />

• Melhoria da eficácia: acesso a recursos e a ganhos inferiores, ganhos de<br />

arbitragem e economias de escala e escopo.<br />

• Aprendizagem: Acúmulo de experiência, conhecimento e desenvolvimento das<br />

competências empresariais da firma; alavancagem de competências<br />

empresariais a novos produtos e novos segmentos; desenvolvimento e<br />

conquista das novas competências.<br />

De acordo com Ghemawat (2000), os riscos e os custos associados ao processo de<br />

internacionalização de uma empresa são: custos elevados de governança e coordenação;<br />

desvantagens de ser empresa estrangeira; desvantagens de ser recém chegado; e riscos<br />

econômicos e políticos nos mercados internacionais.<br />

Como vimos existem riscos, custos e benefícios relacionados à entrada em um novo<br />

mercado. A internacionalização proporciona vantagens que os concorrentes domésticos não<br />

possuem, mas também oferece pontos negativos na chegada ao país alvo. Para que os riscos<br />

sejam menores, assim os custos de todo o processo iniciaremos a análise pelo MERCOSUL,<br />

48


já que o Brasil e a Argentina fazem parte do bloco assim como outros membros que são<br />

atraentes em relação ao comércio.<br />

4.2 - A Competitividade Externa<br />

De acordo com Porter (2003), cinco forças devem ser levadas em consideração ao se<br />

entrar em um mercado. Sendo elas: ameaça de novos entrantes; poder dos fornecedores;<br />

ameaça dos produtos substitutos; poder dos clientes; e a rivalidade entre concorrentes. Dessa<br />

forma iremos analisar cada uma delas no caso da Zion se internacionalizar no MERCOSUL 20 :<br />

- Ameaça de novos entrantes: é baixa, pois grande parte das empresas agroindústrias<br />

do ramo de rações que se internacionalizam não consegue se manter ativas nos mercado<br />

externo. Em Dubai (Emirados Árabes Unidos) ocorre uma das maiores feiras para cavalo e<br />

somente três empresas brasileiras estavam presentes. A maior parte das exportações de rações<br />

é para animais domésticos No caso de animais de grande porte a promoção no exterior está no<br />

início 21 .<br />

- Poder dos Fornecedores: É considerado médio uma vez que mesmo não possuindo<br />

um número grande de fornecedores, a Zion conta com fornecedores próprios, ou seja, duas<br />

propriedades da família de dois dos sócios (o Sr. Carlos e Sr. Ricardo). Porém a questão de<br />

fornecimento de insumos está ligada a sazonalidade. A empresa precisa ter matéria prima<br />

estocada devido à alternância de safras.<br />

- Ameaça dos Produtos Substitutos: Considerando as rações da Zion como uma<br />

especialidade entre as rações a ameaça de outros produtos é alta, uma vez que o cliente poderá<br />

escolher entre diversas opções de rações com diferentes formulações. Porém em relação ao<br />

produto ração como um todo, a ameaça é baixa, pois o criador além de rações só encontra<br />

como base alimentar para o cavalo o próprio capim.<br />

20 Mesmo que os sócios da empresa terem deixado claro a escolha pela Argentina como Mercado potêncial é<br />

necessário análisar o MERCOSUL como mercado alvo, pois ambos os país fazem parte do bloco e os países<br />

possuem muitas características em comum.<br />

21 Agência de Notícias Brasil Árabe – Ração brasileira para cavalo árabe. Disponível em:<br />

http://www.anba.com.br/noticia_oportunidades.kmf?cod=8280641&indice=10<br />

49


- Poder dos clientes: É baixo, visto que existem muitas fabricas de rações no<br />

MERCOSUL e com isso os compradores não influenciam na tomada de decisão dos<br />

fabricantes. Eles não possuem a capacidade de pressionar a indústria.<br />

- Rivalidade entre os Concorrentes: É baixa, pois não são todas as empresas de<br />

produtos agrícolas que atuam no mesmo ramo, sejam só apenas para rações, herbicidas,<br />

pesticidas, vacinas, aditivos e suplementos, mesmo que todas produzam para o agronegócio,<br />

possuem um enfoque maior em uma determinada área como as que foram citadas acima.<br />

4.3 - O MERCOSUL<br />

A razão pela qual os sócios da empresa Zion decidiram em exportar a um país do<br />

MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), foi o fato do Brasil fazer parte deste bloco<br />

econômico e três dos demais membros possuem fronteiras próximas ao país a região sudeste,<br />

onde se encontra os estado de São Paulo e São Roque (sede da empresa). Outro é a<br />

proximidade que as capitais desses países possuem com a cidade de São Paulo, pode-se dizer<br />

que elas estão entre as mais próximas do Brasil.<br />

Quando se inicia um processo de internacionalização é recomendável que procure<br />

países próximos para a entrada no mercado. Mais adiante veremos que as proximidades não<br />

devem ser apenas geográficas, mas também político administrativo e cultural (CAGE).<br />

Os objetivos dos blocos econômicos é o combater as ameaças externas da economia e<br />

da sociedade de um país, no período em que surgem sinais de enfraquecimento integração<br />

entre os países através dos blocos econômicos passou a ser crucial.<br />

O MERCOSUL é um bloco econômico formado a partir de um processo de integração<br />

entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai firmado em 1991 com a assinatura do Tratado e<br />

Assunção. Começou como um programa de aproximação entre Argentina e Brasil durante a<br />

década de 1980 com o Tratado de Iguaçu (precursor). Os principais pilares do bloco são: a<br />

liberalização econômico-comercial e a democratização política 22 .<br />

A Venezuela é membro do MERCOSUL, mais ainda é considerado inativo, pois ainda<br />

depende da ratificação do Congresso do Paraguai. Os demais estados: Brasil, Argentina e<br />

Uruguai já manifestaram seus votos favoráveis ao ingresso desse país no bloco.<br />

22 Global 21: MERCOSUL. Disponível em: http://www.global21.com.br/mercosul/<br />

50


A integração tem como meta a eliminação das barreiras socioeconômicas e<br />

fortalecimento dos interesses comuns. Esse fenômeno não surgiu somente em função da<br />

globalização, mas também pelos ganhos dos participantes, como é o caso do MERCOSUL.<br />

Os processos de integração entre os países podem ocorrem de diversas formas, variando de<br />

acordo com o grau de profundidade dos vínculos entre os países membros. O movimento da<br />

integração pode se dar das seguintes maneiras 23 :<br />

• Preferência Tarifária<br />

O objetivo desta primeira fase é a concessão de níveis de preferências tarifárias para<br />

países que pertencem a Zona em detrimento aos países não membros. As preferências são<br />

determinadas para um grupo de produtos ou para todo um segmento.<br />

• Zona de Livre Comércio<br />

A segunda etapa é a Zona de Livre Comércio, nela são determinados bens para que<br />

ocorra a eliminação das barreiras tarifarias e não tarifárias que incidem sobre ele, ou seja, a<br />

circulação do produto ocorre com alíquota zero. A burocracia também se reduz nesse modelo,<br />

facilitando assim o comércio. Um exemplo desse modelo de integração econômica é a<br />

NAFTA (North America Free Trade Área), formado pelos México, Canadá e Estados Unidos.<br />

• União Aduaneira<br />

Na União Aduaneira além da livre circulação de mercadorias e da alíquota zero, é<br />

adotada uma Tarifa Externa Comum (TEC), ou seja, o tratamento tarifário para países não<br />

pertencentes ao bloco passa a ser comum entre os membros desse modelo de integração.<br />

• Mercado Comum<br />

O quarto modelo de integração é o Mercado Comum, onde circulam não só<br />

mercadorias, mas também pessoas, serviços e capitais. Nessa etapa ocorre uma ampliação da<br />

integração entre os países. Para isso é necessário a criação de instituições para a coordenação<br />

de suas políticas macroeconômicas. O melhor exemplo desse modelo é o próprio<br />

MERCOSUL.<br />

23 Global 21: MERCOSUL. Disponível em: http://www.global21.com.br/mercosul/<br />

51


• União Econômica<br />

Nesta fase é utilizada uma moeda única no bloco, juntamente com a livre circulação de<br />

bens, pessoas e capitais, também existe uma TEC e instituições supranacionais. Também é<br />

fundamental que as economias estejam intensamente envolvidas, mesmas taxas de juros, de<br />

inflação e políticas monetárias. Para a convergência das taxas de câmbio deve ser criado um<br />

banco central comum. Um exemplo de União Econômica é a própria União Européia.<br />

• União Política<br />

Está é a última e mais avançada de todas as etapas do processo de integração entre<br />

países. É muito delicada já que envolve questões de política externa, de defesa e de<br />

segurança 24 .<br />

O MERCOSUL inicialmente era uma zona de livre comércio, onde a liberalização das<br />

tarifas ocorria de forma gradual. Após isso passou a vigorar a Tarifa Externa Comum extra-<br />

zona. Como já foi dito em 1991 os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai<br />

assinaram o Tratado de Assunção para a criação de um Mercado Comum que oferecesse<br />

condições competitivas frente a globalização.<br />

Em 1994 na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil a integração foi reafirmada<br />

dotando o MERCOSUL de personalidade jurídica internacional, possibilitando a firmação de<br />

acordos com outros países e blocos em nome do MERCOSUL, o que já foi feito com diversos<br />

países. Os objetivos primordiais do bloco firmados em Assunção para o alcance da União<br />

Aduaneira até 1994 são:<br />

• Eliminação das barreiras tarifárias e não tarifárias;<br />

• Utilização da Tarifa Externa Comum;<br />

• Livre comércio de serviços;<br />

• Livre circulação de capitais;<br />

• Livre Circulação de Mão de Obra<br />

• Coordenação das Políticas Macroeconômicas 25 .<br />

24 É importante lembrar que em qualquer um dos modelos adotados por determinado grupo de países os modelos<br />

anteriores, ou ainda aqueles que estão em um menor grau de profundidade de vínculos estão contidos no modelo<br />

atual.<br />

25 Global 21: MERCOSUL. Disponível em: http://www.global21.com.br/mercosul/<br />

52


Somente através do Protocolo de Ouro Preto, que complementa o Tratado de<br />

Assunção que o MERCOSUL oficializa a União Aduaneira e também passa a ter uma<br />

estrutura institucional. Esta muito diferente dos demais blocos. No MERCOSUL as decisões<br />

são tomadas por consenso, não existe órgão supranacional e nem votação.<br />

A estrutura organizacional do Mercado Comum do Sul é composta por vários foros<br />

negociadores, espalhados pelos países membros e os principais órgãos de funcionamento 26 :<br />

• Conselho do Mercado Comum (CMC):<br />

Instância Decisória Máxima. É o órgão composto pelos Ministérios das Relações<br />

Exteriores e da Economia (Fazenda) dos países. È responsável pela tomada de decisão e<br />

condução das políticas.<br />

• Grupo Mercado Comum:<br />

É o principal órgão executivo e negociador do bloco, representado também pelos<br />

ministros das relações exteriores. Programa medidas para integração através de subgrupos de<br />

trabalho e uma secretaria com sede em Montevidéu.<br />

• Comissão Parlamentar Conjunta:<br />

É um órgão composto por 16 parlamentares de cada país membro do MERCOSUL,<br />

com a função de acelerar as votações legislativas que envolvem a entrada em vigor de normas<br />

do bloco, também auxilia no processo de harmonização das leis.<br />

• Comissão de Comércio:<br />

É um órgão responsável pela administração dos instrumentos da política comercial<br />

comum adotada entre os países (verificar a aplicação, propor ajustes examinar casos<br />

comerciais específicos). Essa comissão possui dez comitês técnicos.<br />

• Foco Consultivo Econômico e Social<br />

Nele são reunidos representantes de empresas, sindicatos e da sociedade civil para o debate de<br />

temas e propostas relacionados ao MERCOSUL. Representa setores econômicos e sociais.<br />

26 Global 21: MERCOSUL. Disponível em: http://www.global21.com.br/mercosul/<br />

53


Além desses principais órgãos formando a estrutura organizacional o MERCOSUL<br />

possui outros órgãos também importantes responsáveis por questões de funcionamento, como<br />

os seguintes:<br />

• Secretária Administrativa;<br />

• Grupos Ad Hoc;<br />

• Reuniões Especializadas;<br />

• Reuniões Ministeriais;<br />

• Comitês Técnicos;<br />

• Subgrupos 27 .<br />

4.3.1 - O Brasil e o MERCOSUL<br />

O crescimento do comércio intra-bloco no MERCOSUL cresceu bastante, como<br />

poderá ser visto nas tabelas de importação e exportação entre os países. Porém o mesmo tendo<br />

alcançado importantes números o bloco ainda não constitui o Mercado Comum, pois não são<br />

todos os bens produzidos pelos países que estão enquadrados na livre circulação.<br />

O objetivo do MERCOSUL deveria ser um território aduaneiro comum entre os<br />

países, sem barreiras tarifárias ao comércio e a fiscalização seria feita em parceria com as<br />

autoridades dos países fronteiriços, não existindo mais fronteiras comerciais. Entretanto isso<br />

não ocorreu. A integração política mesmo não sendo o objetivo também não aconteceu, como<br />

ocorreu com a União Européia. Esta inicialmente uma integração econômica e refletiu uma<br />

inevitável aproximação política, o que gerou criticas de alguns países membros e resultou na<br />

saída de outros.<br />

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo bloco, o MERCOSUL possui um papel<br />

importante no comércio internacional e um grande peso na balança comercial dos países<br />

participantes. Desde sua criação o Brasil apresentou diversos déficits comerciais. No entanto<br />

no ano de 2004 passou a apresentar superávits resultando em um saldo favorável.<br />

De acordo com a tabela seguinte, o Brasil possui um histórico de oscilações no<br />

comércio com o MERCOSUL. Isso se deve a dois motivos, a crise Asiática que afetou o<br />

Brasil no final da década de 1990 e a crise instaurada na Argentina resultando na declaração<br />

da moratória. Percebe-se também que em 2009 houve uma grande diminuição no saldo da<br />

27 Global 21: MERCOSUL. Disponível em: http://www.global21.com.br/mercosul/<br />

54


alança comercial. A principal razão é a crise econômica e financeira que ocorreu em 2009 e<br />

ainda afeta alguns países.<br />

Pela tabela podemos concluir que o bloco representa uma grande parcela do comércio<br />

dos países e se mantém ativo apesar das dificuldades em função de crises econômicas.<br />

Ademais o papel do bloco cresce com o aquecimento das economias do Brasil e Argentina,<br />

considerados países emergentes.<br />

Tabela 1: Balança Comercial Brasileira com o MERCOSUL<br />

Exportações Importações Saldo<br />

Ano US$ Var.% Part.% US$ Var.% Part.%<br />

1997 9.045.110.950 23,82 17,07 9.426.133.443 13,55 15,78 ‐381.022.493<br />

1998 8.878.233.843 ‐1,84 17,36 9.416.203.081 ‐0,11 16,3 ‐537.969.238<br />

1999 6.778.178.415 ‐23,65 14,12 6.719.244.536 ‐28,64 13,63 58.933.879<br />

2000 7.739.599.181 14,18 14,04 7.796.208.525 16,03 13,96 ‐56.609.344<br />

2001 6.374.455.028 ‐17,64 10,94 7.009.674.042 ‐10,09 12,61 ‐635.219.014<br />

‐<br />

2002 3.318.675.277 ‐47,94 5,49 5.611.720.224 ‐19,94 11,88 2.293.044.947<br />

2003 5.684.309.729 71,28 7,77 5.685.228.972 1,31 11,76 ‐919.243<br />

2004 8.934.901.994 57,19 9,24 6.390.492.978 12,41 10,17 2.544.409.016<br />

2005 11.746.011.414 31,46 9,91 7.053.699.272 10,38 9,58 4.692.312.142<br />

2006 13.985.828.343 19,07 10,15 8.967.386.709 27,13 9,82 5.018.441.634<br />

2007 17.353.576.477 24,08 10,8 11.624.752.344 29,63 9,64 5.728.824.133<br />

2008 21.737.308.031 25,26 10,98 14.934.111.721 28,47 8,63 6.803.196.310<br />

2009 15.828.946.773 -27,18 10,35 13.107.418.656 -12,23 10,26 2.721.528.117<br />

2010 17.982.913.303 49,78 11,01 13.466.674.305 28,41 9,06 4.516.238.998<br />

Fonte: Comércio Exterior – Balança comercial brasileira: MERCOSUL – Ministério do Desenvolvimento<br />

Industria e Comércio. Disponível em: http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2081<br />

4.3.2 - Argentina<br />

A Argentina apesar das dificuldades políticas e econômicas enfrentadas no final da<br />

década de 1990 e início dos anos 2000, vem se recuperando, como podemos notar pela tabela.<br />

Em 2009 também apresentou uma redução do valor de seu saldo comercial com o Brasil, mas<br />

já apresentou um crescimento no ano de 2010 em relação ao ano anterior.<br />

Ainda, é possível visualizar com a tabela 2 que depois do ano 2004 o Brasil<br />

intensificou o comércio com a Argentina revertendo um histórico de déficits comerciais e<br />

55


passando a apresentar superáveis com o país. Outro fator importante é que após as crises<br />

enfrentadas pela Argentina o país voltou a atingir os padrões comerciais de antigamente<br />

Tabela 2: Balança Comercial Brasil e Argentina<br />

Fonte: Comércio Exterior – Balança comercial brasileira: MERCOSUL – Ministério do Desenvolvimento<br />

Industria e Comércio. Disponível em: http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2081<br />

4.3.3 - Paraguai<br />

O Paraguai possui um comércio que sofreu um grande impacto com o ingresso no<br />

MERCOSUL. Esse choque ocorreu, pois os principais destinos das exportações paraguaias<br />

eram a Argentina e o Brasil. Durante os anos de 1992 e 1998 o crescimento do comércio foi<br />

de apenas 22%. O Brasil vem apresentando um bom desempenho a respeito do comércio com<br />

o Paraguai, onde a cada ano o volume exportado aumenta gradativamente como pode ser visto<br />

na tabela 3.<br />

Exportações Importações Saldo<br />

Ano US$ Var.% Part.% US$ Var.% Part.%<br />

2004 7.390.967.394 61,74 7,64 5.569.811.952 19,2 8,86 1.821.155.442<br />

2005 9.930.152.936 34,36 8,38 6.241.110.029 12,05 8,48 3.689.042.907<br />

2006 11.739.591.939 18,22 8,52 8.053.262.647 29,04 8,82 3.686.329.292<br />

2007 14.416.945.588 22,81 8,97 10.404.245.932 29,19 8,63 4.012.699.656<br />

2008 17.605.620.920 22,12 8,89 13.258.441.511 27,43 7,66 4.347.179.409<br />

2009 12.784.966.502 -27,38 8,36 11.281.633.612 -14,91 8,83 1.503.332.890<br />

2010 14.686.597.216 53,1 8,99 11.770.861.043 30,67 7,92 2.915.736.173<br />

56


Tabela 3: Balança Comercial Brasil e Paraguai<br />

Exportações<br />

Importações Saldo<br />

Ano US$ Var.% Part.% US$ Var.% Part.%<br />

2004 873.352.694 23,22 0,9 297.825.436 -37,27 0,47 575.527.258<br />

2005 962.720.724 10,23 0,81 318.935.985 7,09 0,43 643.784.739<br />

2006 1.233.638.638 28,14 0,9 295.899.121 -7,22 0,32 937.739.517<br />

2007 1.648.191.224 33,6 1,03 434.120.360 46,71 0,36 1.214.070.864<br />

2008 2.487.561.397 50,93 1,26 657.517.295 51,46 0,38 1.830.044.102<br />

2009 1.683.902.379 -32,31 1,1 585.440.640 -10,96 0,46 1.098.461.739<br />

2010 2.072.822.590 58,45 1,27 475.261.865 6,52 0,32 1.597.560.725<br />

Fonte: Comércio Exterior – Balança comercial brasileira: MERCOSUL – Ministério do Desenvolvimento<br />

Industria e Comércio. Disponível em: http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2081<br />

4.3.4 - Uruguai<br />

A Argentina é o principal parceiro comercial do Uruguai dentre os países do<br />

MERCOSUL, representa cerca de 25% do comércio com o país, o segundo é a União<br />

Européia e os países do NAFTA aproximadamente 10%. A relação comercial do Brasil com o<br />

Uruguai é inferior em relação Brasil x Argentina e Brasil Paraguai. Como podemos notar na<br />

seguinte tabela a balança comercial dos dois países sempre oscilou bastante ao longo dos<br />

anos.<br />

57


Tabela 4: Balança Comercial Brasil Uruguai<br />

Exportações<br />

Fonte: Comércio Exterior – Balança comercial brasileira: MERCOSUL – Ministério do Desenvolvimento<br />

Industria e Comércio. Disponível em: http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2081<br />

4.4 - Mercado Alvo: Argentina<br />

A escolha pela Argentina como mercado alvo para as rações produzidas pela Zion seu<br />

deu por motivos pessoais dos sócios da empresa, mas outros fatores contribuíram como o<br />

histórico saldo comercial entre Brasil e Argentina que superou o saldo com os outros países<br />

como Uruguai e o Paraguai e fatores econômicos, administrativos, culturais e geográficos<br />

(que serão abordados mais adiante pela análise da Estrtura CAGE).<br />

4.4.1 - População Eqüina<br />

Importações Saldo<br />

Ano US$ Var.% Part.% US$ Var.% Part.%<br />

2004 670.581.906 65,25 0,69 522.855.590 -2,79 0,83 147.726.316<br />

2005 853.137.754 27,22 0,72 493.653.258 -5,59 0,67 359.484.496<br />

2006 1.012.597.766 18,69 0,73 618.224.941 25,23 0,68 394.372.825<br />

2007 1.288.439.665 27,24 0,8 786.386.052 27,2 0,65 502.053.613<br />

2008 1.644.125.714 27,61 0,83 1.018.152.915 29,47 0,59 625.972.799<br />

2009 1.360.077.892 -17,28 0,89 1.240.344.404 21,82 0,97 119.733.488<br />

2010 1.223.493.497 10,67 0,75 1.220.551.397 18,19 0,82 2.942.100<br />

De acordo com Censo Nacional Agropecuário realizado no ano de 2008, estima-se que<br />

a quantidade de cavalos presentes no país seja 3,6 milhões de animais, sendo o segundo maior<br />

rebanho da América do Sul e um dos maiores do mundo 28 . A Organização das Nações Unidas<br />

para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou em 2002 que o número de cabeças de<br />

28 Insituto Nacional de Estatística e Censos da República da Argentina. Disponível em:<br />

http://www.indec.gov.ar/censoAgro2008/cna2008.asp<br />

58


cavalos na Argentina era de 1,52 milhões, mas inda informou que os dados estatísticos não<br />

são certeiros. O país ainda conta com aproximadamente 400 haras 29 .<br />

O censo realizado não divulgou o grau de concentração desses animais, ou ainda a<br />

quantidade presente nas zonas rurais e urbanas. O continente como um todo também<br />

apresenta números favoráveis à comercialização de produtos agrícolas voltados para criação<br />

eqüina. Somente o Brasil possui um rebanho de 5,8 milhões de cavalos, é o terceiro maior<br />

rebanho do mundo, ficando atrás em quantidade da China e México 30 .<br />

A Argentina, portanto é país tido como um grande criador de cavalos, com uma<br />

população eqüina elevada se comparada a muitos países. Para a Zion, estar presente em outro<br />

mercado potencial que possui uma grande quantidade desses animais, além do Brasil é uma<br />

grande vantagem. Isso aumentará substancialmente seu portfólio de clientes e passará a ter<br />

contatos com criadores e outras indústrias fora do Brasil.<br />

4.4.2 Consumo Per capta<br />

Segundo o Diretor Zilo, engenheiro agrônomo e zootécnico a quantidade de ração<br />

que o cavalo deve consumir varia de acordo com o seu peso e utilização do animal. Os<br />

maiores e mais fortes consomem até 3 quilos, os mais novos ou os mais velhos consomem<br />

cerca de um quilo e meio, até dois quilos. Para ele o consumo médio dos eqüinos é de dois<br />

quilos diários.<br />

Levando em consideração a população de cavalos da Argentina que é 3,6 milhões e<br />

que um animal como o cavalo consome cerca de 2 quilos de ração por dia, com a incumbência<br />

do tratador de colocar somente essa quantidade no cocho para que haja a prevenção contra o<br />

empanzinamento. Podemos chegar a um consumo per capta de 720 quilos por animal<br />

(adotando 1 ano como 360 dias).<br />

Porém de acordo com o Diretor Zillo no Brasil do total de cavalos no país estima-se<br />

que somente 35% deles consomem rações, os demais são alimentados de outras formas como,<br />

por exemplo, o capim e outras gramíneas. Logo, na Argentina, se considerarmos 35% do<br />

rebanho como consumidores de rações prontas para cavalos, temos um total de 1,26 milhões<br />

de quilos de rações. E um consumo anual de 1260 toneladas.<br />

29 Disponível em:<br />

http://200.5.106.165/html/Areas/Introduccion%20a%20los%20Sistemas%20Prod/Documento/2009/Produccion<br />

%20Equina%20en%20la%20Argentina.pdf<br />

30 Brasil tem o terceiro maior rebanho eqüino-Paraná-Online. Disponível em: http://www.paranaonline.com.br/editoria/mundo/news/208548/?noticia=BRASIL+TEM+O+TERCEIRO+MAIOR+REBANHO+E<br />

QUINO<br />

59


4.4.3 - Produtos Similares<br />

As rações produzidas na Argentina são em sua grande maioria diferentes daquelas<br />

produzidas pela Zion no Brasil. O principal insumo presente no processo de peletização é a<br />

alfafa, que é pouco utilizado no Brasil. Uma das razões da escolha pela Argentina é a matéria<br />

prima de suas rações, que além de nutritiva pode oferecer a Zion uma segunda opção na<br />

produção de seus produtos.<br />

Na Argentina também não há registros de produtos com a mesma formulação<br />

química, ou seja, as rações produzidas no país sejam a base de alfafa ou de outros insumos<br />

não garantem a saúde do animal, que independente da quantidade consumida ele não vai<br />

desenvolver a cólica eqüina.<br />

O fator aroma também não foi encontrado presente nas rações peletizadas<br />

produzidas na Argentina. Pode ocorrer a existência de rações com substância que inibem o<br />

forte cheiro do produto, mas não há indício de que as rações possuam uma fragrância como as<br />

da Zion com aroma de frutas, como maça, pêra, laranja e uva.<br />

Assim, não havendo produtos similares os únicos concorrentes aos produtos<br />

exportados seriam outros tipos de rações como as a base de alfafa e outras matérias primas<br />

sem a fórmula das rações da Zion.<br />

4.4.4- Promoção e Publicidade<br />

A promoção dos produtos agroindustriais ocorre de forma semelhante do Brasil. Os<br />

principais industriais do ramo promovem seus produtos através de feiras agrícolas como as<br />

que ocorrem nas grandes cidades e capitais como a Expo Rural e a Sial MERCOSUL. (em<br />

São Paulo temos as feiras que ocorrem no Ahembi e em cidade com potenciais agrícolas<br />

como Ribeirão Preto onde ocorre a Agrishow).<br />

Outra forma de promoção das rações é divulgação e patrocínio em leilões de gados e<br />

cavalos que ocorrem em diversas regiões do país. As grandes indústrias chegam a utilizar<br />

veículos de comunicação como rádio e televisão, um exemplo são os canais voltados ao meio<br />

rural e agropecuária que até transmitem leilões de animais ao vivo para todo o país.<br />

Ainda no caso das grandes empresas do setor, muitas delas já estão a tanto tempo no<br />

mercado, são tão consolidadas que acabam sendo premiadas com uma publicidade gratuita,<br />

onde involuntariamente seus nomes são lembrados quando o assunto é produtos agrícolas. No<br />

Brasil isso ocorre com grandes empresas como a Tortuga, Premix e a Guabi.<br />

60


4.4.5- Possibilidades Mercadológicas<br />

Sabendo dos dados a respeito dos cavalos e haras na Argentina, das principais<br />

rações comercializadas no país e de suas formas de comercialização, a Zion possui uma<br />

grande possibilidade de ingressar no mercado argentina com sucesso. Para isso deve-se levar<br />

em conta que as rações produzidas pela Zion praticamente não existem no mercado em<br />

questão, sendo assim há espaço no mercado para esse produto. Os clientes poderão encontrar<br />

um produto exclusivo com dois diferenciais que não são encontrados nos concorrentes.<br />

Além disso, com o contato com a Argentina a Zion poderá no futuro firmar uma<br />

parceria com empresas de rações na Argentina que fabricam seus produtos a base da alfafa e<br />

através dessa parceria conseguir a transferência de tecnologia e domínio da utilização desse<br />

insumo na fabricação de rações peletizadas.<br />

Ainda sobre a Argentina, um documento interno do Ministério do Desenvolvimento<br />

Indústria e Comércio que circula pela equipe econômica foi divulgado pelo Jornal Valor<br />

Econômico. O documento expressa uma grande preocupação sobre a desindustrialização do<br />

Brasil especialmente de alguns setores da economia. Mas também divulga que a Argentina<br />

deve receber US$ 5 bilhões em investimentos brasileiros 31 .<br />

A expansão da economia gera recordes na corrente de comércio entre os dois países<br />

e acelera os investimentos do Brasil na Argentina. O valor (US$ 5bi) é metade do estoque<br />

aplicado desde 2002. Até o fim de setembro o fluxo comercial já superou o do ano de 2009.<br />

Em 2010 espera-se que os números se aproximem de US$ 33 bilhões. O ministério ainda<br />

aponta que 80% das industrias brasileiras estão com participação de mercado consolidada ou<br />

estável na Argentina. O cenário é promisso para outras empresas como a Zion, o número de<br />

empresas que realizavam comércio e passaram a realizar o investimento direto externo subiu<br />

de 63 em 1998 para 280 32 .<br />

Assim podemos confirmar a escolha da Argentina como mercado alvo para a<br />

internacionalização da Zion, do ponto de vista comercial não restam dúvidas de que o país é<br />

um dos maiores parceiros comercias do Brasil, apresentando vantagens é um histórico que<br />

mostra um comércio consolidado e próspero. Restam agora à análise de outras variáveis<br />

também importantes na escolha como a cultura, a geografia e a política.<br />

31 Argentina deve receber US$ 5 bi de investimentos brasileiros / Valor Online. Disponível em:<br />

http://www.valoronline.com.br/impresso/brasil/97/336433/argentina-deve-receber-us-5-bi-de-investimentosbrasileiros<br />

32 Idem.<br />

61


4.5-Estrutura CAGE<br />

De acordo com Gehemawat (2008), são nas fronteiras que surgem as maiores<br />

diferenças entre os países. Porém existem graus de diferença em termos de distância a uma<br />

séria de dimensões culturais, administrativo-políticas, geográficas e econômicas, o que ele<br />

chama de Estrutura CAGE.<br />

“A estrutura CAGE não apenas ajuda a identificar as diferenças centrais em cenários<br />

específicos, mas também possibilita entender as diferenças nas diferenças,<br />

proporcionado uma base para se distinguir países relativamente próximos, segundo as<br />

dimensões fundamentais dos que são relativamente distantes” (GHEMAWAT, 2008,<br />

45).<br />

A seguir analisaremos a Distância Cultural, Distância Administrativa, Distância<br />

Geográfica e Distância Econômica enfrentadas no processo de internacionalização da Zion em<br />

relação ao mercado alvo: Argentina. É importante lembrar que as empresas que não<br />

consideram a distância na análise de países dificilmente conseguem se firmar em um mercado<br />

potencial.<br />

Em alguns casos é possível que os quatro componentes se misturem, por exemplo,<br />

dificilmente países membros de uma zona de livre comércio se aproximem somente pelas<br />

semelhanças administrativas, só o farão se também forem próximos do ponto de vista cultural,<br />

econômico e geográficos.<br />

Segundo Ghemawat (2008) as diferenças culturais tendem a diminuir as ralações<br />

comerciais entre países. Talvez a principal sejam os efeitos do idioma, mas ainda existem<br />

outros aspectos como: etnias diferentes, religiões, isolamento e falta de confiança.<br />

Para a internacionalização da Zion não deve haver preocupações sobre a distância<br />

cultural entre os países. A língua do Brasil e Argentina não são as mesmas (português e<br />

espanhol), porém ambas descendem do latim e possuem algumas similaridades. As diferenças<br />

religiosas são mínimas, já que ambos são estados laicos com uma predominância do<br />

cristianismo. Assim como o Brasil a Argentina é formada por diversas etnias devido ao fluxo<br />

de imigrações que o país recebeu.<br />

Os valores e normas são iguais, mas parecidos, pois ambos os estados são repúblicas<br />

presidencialistas e quanto à confiança, esta é recíproca, uma vez que a prova disso é o grande<br />

volume de mercadorias comercializadas entre os dois, resultando em elevados saldos<br />

comerciais. A Argentina não é um país isolado no cenário internacional, é presente em<br />

62


diversos organismos e foros de discussões multilaterais, também faz parte dos G-20 e grupo<br />

dos 20, sendo considerado um dos países emergentes.<br />

Os fatores administrativos incluem políticas, leis e as instituições do país. As<br />

Relações Internacionais também é um elemento importante entre os países, assim como os<br />

tratados internacionais e o laços coloniais (GHEMAWAT, 2008, 52).<br />

Os laços coloniais não são similares, havendo uma distância entre eles, mas ao longo<br />

dos anos mesmo após algumas desavenças diplomáticas, pode-se dizer que o Brasil e a<br />

Argentina possuem uma ótima relação bilateral. A moeda comum também é uma diferença<br />

não só entre Brasil e Argentina, mas em todo o MERCOSUL, porém ambos fazem parte do<br />

bloco e da Unasul. Logo podemos notar que também não há hostilidade política entre ambos.<br />

Ainda sobre a distância administrativa, ambos os países são economias abertas e<br />

realizam investimentos no mercado externo, são atuantes em órgãos internacionais (como já<br />

foi dito anteriormente) e possuem instituições fortes, o que evita a corrupção. A<br />

redemocratização ocorreu no mesmo período nos dois territórios (década de 1980), o que nos<br />

leva a concluir que os dois países ainda possuem problemas e necessitam de mudanças.<br />

Sobre a distância geográfica Ghemawat (2008) afirma que os atributos geográficos<br />

têm poder para afetar as interações econômicas interfronteiras e que ocorrem na maioria dos<br />

casos a partir de fenômenos naturais, não obstante algumas são decorrências de intervenções<br />

humanas. Mantidas as demais variáveis, quanto mais longe o país, mais difícil o comércio<br />

com ele.<br />

No caso do Brasil e da Argentina talvez seja esta a menor das distâncias, uma vez<br />

que fronteiras em comum possuem as diferenças de fusos horários são mínimas se comparado<br />

com a Ásia por exemplo. Os climas também são parecidos, apesar do Brasil apresentar<br />

maiores variações climáticas devido a sua extensão territorial. Quanto às doenças, os dois<br />

países possuem um elevado controle e já erradicaram muitas delas.<br />

A Argentina também possui acesso ao mar, pelo Mar da Prata e pelo Oceano<br />

Atlântico, só que em menor proporção que o Brasil. Um ponto que aumenta a distância<br />

geográfica é o fato da Argentina não possuir uma navegabilidade interna, o único grande rio<br />

presente internamente no território é o Rio da Paraná. Possui uma boa extensão geográfica de<br />

fácil acesso, sendo o segundo maior país do continente.<br />

A distância econômica já foi discutida anteriormente em parte, quando analisamos<br />

os as relações comerciais do Brasil com os demais três membros do MERCOSUL, porém<br />

alguns elementos não foram citados.<br />

63


A distância econômica aborda as diferenças que afetam a atividade econômica entre<br />

países, no caso Brasil e Argentina. Os países ricos costumam realizar comércio além das<br />

fronteiras com outros países ricos do que com países pobres. Logo se deve notar que as<br />

relações entre pobres e pobres e ricos e ricos são relacionadas. Mesmo não tendo um efeito<br />

inibidor sobre a economia internacional a distância econômica pode essa atividade em casos<br />

específicos (GHEMAWAT, 2008, 56-57).<br />

Ainda segundo o autor supracitado, outros fatores de produção devem ser<br />

considerados, como terra, capital, recursos naturais, infraestrutura e informação. Argentina,<br />

assim como o Brasil, do ponto de vista de países desenvolvidos e em desenvolvimento está de<br />

acordo com a segunda classificação, ou ainda tida como países “pobres”, mesmo sendo<br />

considerados emergentes.<br />

Logo, a escolha está de acordo abordagem do autor, onde pobres tendem a<br />

comercializar com pobres (e ricos com ricos), o que diminui a distância econômica, em<br />

termos de recursos naturais o país possui em abundância. A respeito dos recursos financeiros<br />

a Argentina vem se recuperando economicamente, apresentando as taxas de crescimento de<br />

antigamente, mais não dispõe de plenos recursos como o Brasil.<br />

4.6-Estruturação do Departamento<br />

4.6.1. Funções do Departamento de Exportação<br />

O departamento de exportação, ou ainda departamento de comércio exterior possui<br />

três tipos de funções: estabelecer contatos com a estrutura pública e privada de apoio a<br />

exportação, como bancos seguradoras, organizações de classe do segmento ou setor, empresas<br />

especialidades em controle de qualidade, Ministério das Relações Exteriores (MRE),<br />

Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), consultores, alfândegas;<br />

manter contatos com o mercado, identificando novas oportunidades, pesquisas, missões<br />

empresariais, feiras, gestão dos clientes e das redes de distribuição; e por fim esse<br />

departamento também possui a função de estabelecer contatos na própria empresa como<br />

pedidos, programação da assistência e monitoramento da produção (MINERVINI, 2008, p.<br />

250).<br />

O porte da empresa influencia muito na estrutura destinada à importação. Pode-se<br />

encontrar desde um diretor de exportação na grande empresa até o assistente de exportação<br />

que responde diretamente ao empresário, o que ocorre nas pequenas e médias empresas. A<br />

64


estrutura do departamento de exportação depende de dimensões e objetivos empresarias, os<br />

mercados que a empresa atua, características do produto, forma de ingresso nos mercados,<br />

diferenças culturais, recursos humanos e financeiros e tipos de clientes (indústria,<br />

distribuição, franchising) (MINERVINI, 2008).<br />

No caso da Zion não haveria um departamento com estrutura física e com vários<br />

cargos, visto que a empresa não possui departamentos em seu organograma e sim diretor e<br />

auxiliares, cada um com suas respectivas responsabilidades, o que deve ocorrer é a<br />

contratação de um gerente de comércio exterior responsável por esse departamento. O<br />

escritório da empresa não possui muitas salas, logo o gerente e o departamento seriam<br />

alocados para uma sala onde trabalha funciona a administração.<br />

4.6.2 - O Gerente de Comércio Exterior<br />

O principal elemento no departamento de comércio exterior, ou ainda na estrutura da<br />

empresa dedicada a essa área é o gerente de exportação que possui como principais funções:<br />

definir os planos de ação em resposta das diretrizes recebidas pelo diretor comercial, diretor<br />

geral, ou qualquer um que ocupe um cargo mais alto em nível de hierarquia e o gerente deva<br />

responder; criar e identificar oportunidades de negócio; e elaborar e administrar orçamento da<br />

exportação (MENERVINI, 2008).<br />

O gerente de exportação também é responsável por aperfeiçoar a cadeia produtiva,<br />

checando prazos de entrega e estoques; coordenar os planos de ação das áreas do<br />

departamento; realizar e coordenar os estudos de mercado e manter contato com todos<br />

envolvidos no processo de exportação. As principais características dessa pessoa devem ser a<br />

liderança, a diplomacia, cultura universal, visão estratégica, flexibilidade e capacidade de<br />

negociação, criatividade, domínio de idiomas, conhecimento do produto e do mercado,<br />

conhecimento de finanças e de logística, conhecimento dos procedimentos administrativos; e<br />

um bom conhecimento dos contratos internacionais (MENERVINI, 2008, p. 256-257).<br />

O gerente de comércio exterior será responsável por três bases de gestão:<br />

infraestrutura, empresa e mercado As funções do cargo serão:<br />

• Infra Estrutura de Exportação: despachantes, consultores, alfândegas,<br />

contato com órgãos de promoção, bancos e escritórios de informação.<br />

• Empresa: inspeção, documentação, despacho das rações, produção,<br />

confirmação de pedido, controle da qualidade e elaboração da oferta.<br />

65


• Mercado: promoção, investigar, negociar, gestão do mercado e<br />

identificação de oportunidades.<br />

4.6.3 - Alterações no Organograma da Zion<br />

A Zion possui uma estrutura simples com poucos funcionários no escritório. Sendo<br />

o Diretor Roberto Zilo e mais três auxiliares que estruturam a empresa nas rotinas diárias,<br />

todos inclusive o Gerente de Comércio Exterior são subordinados ao Diretor. De acordo com<br />

o organograma a seguir:<br />

Figura 3: Organograma da Estrtura Administrativa<br />

Auxiliar<br />

Administrativo<br />

Diretor<br />

Roberto Zilo<br />

Auxiliar<br />

Expedição<br />

Auxiliar<br />

Produção<br />

O novo funcionário da empresa responsável pelo Departamento de Comércio<br />

Exterior seria alocado entre o Diretor e os auxiliares. Isso ocorrerá devido às dimensões dessa<br />

área que funciona de maneira diferenciada do restante da empresa, implantando novas rotinas<br />

e delegando funções ao auxiliares, além de regras e padrões de produção.<br />

66


Figura 4: Novo Organograma da Estrutura Administrativa<br />

Auxiliar<br />

Administrativo<br />

Diretor<br />

Roberto Zilo<br />

Auxiliar<br />

Expedição<br />

Gerente de<br />

Comério Exterior<br />

Auxiliar<br />

Produção<br />

67


Conclusão<br />

Analisando o histórico da empresa e o produto desenvolvido por ela, percebe-se o<br />

grande potencial da Zion na comercialização das rações, um produto inovador com dois<br />

diferenciais perante os seus concorrentes, o aroma e formulação. A empresa ainda possui a<br />

vantagem de possuir alguns fornecedores próprios e sócios com um bom network (rede de<br />

contatos) no setor do agronegócio. Tudo isso favoreceu não só na abertura da empresa, mas<br />

também resultou em ótimo desempenho do produto no mercado nacional nesses poucos meses<br />

de atividade da firma.<br />

Para entender melhor o cenário onde a Zion está inserida foi fundamental a<br />

compreensão de alguns termos relacionados ao agronegócio e assim tornou-se possível<br />

classificar a empresa como uma agroindústria. Algumas dessas definições mostraram as<br />

mudanças sofridas pelo setor, hoje mais moderno, competitivo e com mais uso de tecnologia.<br />

Além disso, também foi possível entender o crescimento sofrido pelo segmento de rações nos<br />

últimos anos. O que nos dois casos impulsiona o comércio exterior brasileiro de rações para a<br />

alimentação animal.<br />

A globalização também impulsiona as empresas a partir para o mercado internacional,<br />

por terem perdido espaço domesticamente ou pela falta de espaço no mercado interno.<br />

A partir de então muito foi dito sobre a internacionalização da empresa em questão,<br />

porém para se iniciar o processo de entrada nos mercados potenciais deve ser montada uma<br />

estratégia de marketing. Para isso foram definidos o marketing estratégico e o marketing<br />

operacional, bem como os passos para se traçar uma estratégia de marketing.<br />

Como foi possível notar existem várias estratégias de marketing a serem adotadas<br />

pelas firmas agroindustriais como: especialização, integração vertical, diversificação,<br />

inovação, fusões e aquisições e estratégias de corte. Dessa forma concluiu-se que a melhor<br />

escolha seria uma mistura de duas estratégias: diversificação e inovação, onde a Zion<br />

diversificará somente os mercados onde atua, passando a comercializar em mais um país além<br />

do Brasil e inovará nesse mercado com suas rações.<br />

Definidas as estratégias de marketing e as melhores opções restou a escolha do<br />

mercado alvo para a o processo de internacionalização da empresa. No caso da Zion, a melhor<br />

opção para a Zion é o MERCOSUL, pois é uma área de livre comércio da qual o Brasil faz<br />

parte e é próximo ao país. Dentre os países do MERCOSUL, mesmo todos apresentando um<br />

desempenho comercial bastante satisfatório, a Argentina se sobressaiu, não só<br />

comercialmente, mas também de acordo com outras variáveis.<br />

68


O MERCOSUL apresenta vantagens por ser um bloco de integração econômica,<br />

assim, a Zion irá usufruir dos benefícios da Zona de Live Comércio entre Brasil e Argentina.<br />

Neste projeto foram apontados os caminhos e estratégias para se chegar ao mercado<br />

internacional. Para essa decisão deve ser tomada uma série de precauções garantindo um<br />

menor risco para a Zion. Além disso, a decisão de internacionalizar-se deve ser bem<br />

estruturada e disciplinada.<br />

Por fim pode-se concluir que a internacionalização será viável, uma vez que foi<br />

escolhido um país seguro, uma estratégia concreta e todas as variáveis foram abordadas. O<br />

setor no Brasil encontra-se em constante expansão, bem como o segmento de rações que<br />

apesar de saturado apresenta números excelentes quando comparado com outros países. Como<br />

dito antes, dadas as perspectivas do setor e tudo mais mantido constante, ou seja, a situação<br />

econômica do país e as condições políticas não só do Brasil, mas também da Argentina,<br />

mesmo que no longo prazo a internacionalização da Zion ocorrerá de com grande êxito.<br />

Finalizando o Curso de Relações Internacionais, o autor deste trabalho assumirá as<br />

funções de responsável pelas atividades de internacionalização da empresa, iniciando um<br />

exaustivo estudo de campo (Análise Microeconômica) em cada um dos países mencionados,<br />

como mercados alvos, começando pelo mercado laboratório, que será a Argentina.<br />

69


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