Entrevista Destaque - aicep Portugal Global
Julho 2013 // www.portugalglobal.pt
Portugalglobal
Entrevista
José Graça Bau
TIC educativas:
O presente do futuro 6
Destaque
E-xample global 12
Mercados
Colômbia e Curdistão 30
Empresas
Concept Bags e Couro Azul 24
Pense global pense Portugal
sumário
Julho 2013 // www.portugalglobal.pt
Entrevista // 6
Nesta edição, a entrevista ao presidente do Agrupamento Complementar
de Empresas (ACE) E-xample, José Graça Bau, sobre
a internacionalização do projecto que desenvolve e potencia a
utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no
sector da educação.
Destaque // 12
Portugal, através do consórcio E-xample, ganha terreno no
mercado global das tecnologias de educação, posicionandose
como um importante player neste sector. O E-xample quer
atingir, nos próximos cinco anos, um volume de negócios de
cerca de 4 mil milhões de euros, em mais de 19 geografias e
servindo 16 milhões de alunos.
Projectos internacionais // 20
Multilaterais financeiras: MIGA – Agência de Garantia de
Investimentos Multilaterais. Um artigo de Olivier Lambert,
director regional da MIGA.
Empresas // 24
CONCEPT BAGS: sacos “verdes” em expansão internacional.
COURO AZUL: sucesso no mercado internacional.
Mercados // 30
Colômbia, o “eldorado” para muitas empresas portuguesas,
em análise pelo director do escritório da AICEP em Bogotá, Miguel
Crespo, e pelo Embaixador de Portugal naquele país, João
Ribeiro de Almeida.
Conheça também os testemunhos das empresas Saphety, Vision-
Box e Saraiva + Associados que apostaram no mercado colombiano.
Curdistão iraquiano. Breve entrevista ao representante do Governo
Regional do Curdistão, Daban Shadala, sedeado em Madrid,
e que efectuou recentemente uma visita a Lisboa para encontros
com as autoridades portuguesas.
Análise de risco por país – COSEC // 50
Veja também a tabela classificativa de países.
Estatísticas // 53
Investimento directo e comércio externo.
AICEP Rede Externa // 56
Bookmarks // 58
EDITORIAL
4
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// Julho 2013 // Portugalglobal
Novos mercados,
Novas oportunidades
A actual relação entre empreendedorismo,
inovação e exportação é incontornável
no dinamismo da economia produtiva
de qualquer país desenvolvido ou
em desenvolvimento. Mas este trinómio
é ainda mais solidário e fundamental
quando se aplica à indústria das Tecnologias
de Informação e Comunicação
(TIC), um dos sectores mais pujantes,
promissores e competitivos da economia
portuguesa em contexto global.
Num momento em que a internacionalização
representa a continuidade
no mercado de muitas PME e, não sendo
fácil ter dimensão para enfrentar a
concorrência global, o associativismo
empresarial e os consórcios mostram-se
cada vez mais como uma boa solução
quando as empresas portuguesas falam
de internacionalização e exportação.
Neste sentido percebe-se bem a formação
do E-xample – em destaque nesta
edição – um consórcio de 26 empresas
das mais inovadoras no sector das TIC,
inteiramente focadas na internacionalização
da sua actividade, e que integram
as suas aplicações e tecnologias
para uma oferta final competitiva nos
mercados interno e externo. Uma entrevista
de José Graça Bau, presidente do
E-xample, e um conjunto de artigos reforçam
a importância deste tipo de opção.
Em matéria de mercados, são analisados
os contextos e as oportunidades
de negócio de dois países: a Colômbia
e o Curdistão.
A Colômbia, com um crescimento económico
de 5 por cento ao ano, é um
mercado com enormes oportunidades
de negócio que está a tornar-se cada vez
mais apetecível para as empresas portuguesas,
muitas das quais já estão a caminho
deste país (que faz fronteira com a
Venezuela e o Brasil), ou já têm negócios
no mercado colombiano, e onde já se
encontram com presença consolidada o
grupo Jerónimo Martins, a Mota-Engil, a
Sonae ou a Prebuild. Alguns dos motivos
de atractividade para as empresas são a
actual estabilidade social decorrente do
processo de paz, a expansão do crédito
ao investimento, uma forte liberalização
do comércio, a emergência de uma nova
classe média com crescente poder de
compra e um mercado de 47 milhões
de consumidores. Entre as oportunidades
de negócio encontram-se o turismo
e hotelaria, agro-indústria, construção e
obras públicas, bens de equipamento e
tecnologias de informação, saúde e retalho
especializado. Neste contexto, as
perspectivas para o futuro são seguramente
boas.
Quanto ao Curdistão, embora não
sendo um mercado com relações comerciais
consolidadas com Portugal,
oferece um leque variado de negócios
para as empresas portuguesas
que, numa óptica de diversificação de
mercados, devem ficar atentas às suas
possibilidades. As infra-estruturas (estradas,
pontes e ferrovias), o turismo
e a agricultura são alguns dos sectores
com potencialidades para as empresas
portuguesas que queiram investir na
região do Curdistão iraquiano, como
explica em entrevista o Representante
do Governo Regional do Curdistão,
que esteve em Lisboa.
PEDRO REIS
Presidente do Conselho de Administração da AICEP
ENTREVISTA
6
José Graça Bau
Presidente do ACE E-xample
O E-XAMPLE E AS TIC
EDUCAÇÃO PARA
O FUTURO GLOBAL
Portugal é hoje dos países mais avançados na utilização das TIC aplicadas à educação,
desfrutando de experiência e credibilidade internacional, bem como de boas
perspectivas de negócio. O aparecimento de produtos e serviços de elevada qualidade e
usabilidade pedagógica e tecnológica, focados na educação e na aprendizagem, revelase
como uma poderosa alavanca que transformará para sempre o modelo de ensino a
nível nacional e dos países a que o E-xample pretende estender o seu projecto.
O ACE E-xample é um consórcio que tem como missão potenciar a cooperação
empresarial na área do empreendedorismo, inovação, desenvolvimento industrial e
internacionalização no sector das indústrias do ensino, aprendizagem e formação.
Uma entrevista com José Graça Bau, presidente do ACE E-xample.
// Julho 13 // Portugalglobal
O que é o E-xample? Como nasceu a ideia e se
desenvolveu o projecto de investimento deste
consórcio, o qual envolve algumas das nossas
melhores empresas de hardware e software?
O E-xample é uma peça de uma política de desenvolvimento
para um sector económico, neste caso o da educação,
que vale, tipicamente, 5 a 7 por cento do PIB e que influencia
definitivamente o desenvolvimento de um país.
Portugal definiu a partir de 2003 uma política de desenvolvimento
do sector da educação em que as TIC deveriam
desempenhar um papel relevante inseridas no contexto das
mudanças a que se assistia na economia e na sociedade,
tanto a nível nacional como global.
Pode sintetizar essa estratégia em que o E-xample
se integra?
Antes de mais ela passa pela criação e aplicação de tecnologia
de modo a garantir uma evolução qualitativa no ensino,
abrangendo todos os estudantes e envolvendo as famílias,
ligando-as ao processo de ensino e procurando combater a
info-exclusão de todo o agregado familiar.
Esta criação e aplicação de TIC, por parte da indústria nacional,
bem como a inovação e o investimento realizados
no sector, contribui para dar um salto qualitativo na sua
performance, de modo a poder posicionar-se como player
internacional, criando um sector exportador relevante para
a economia nacional.
E este passo abre necessariamente o caminho para ensaiar
e testar um novo modelo de relação entre a indústria e a
diplomacia económica, dado que este sector tem a particularidade
de se desenvolver de forma sustentada apenas com
uma forte relação entre governos, pois o ensino é, em todo o
mundo, um sector que os governos não prescindem de gerir.
Nesta medida, a indústria respondeu como lhe competia,
unindo-se e trabalhando em conjunto, criando um novo paradigma
de desenvolvimento e de internacionalização.
É estratégico para o consórcio posicionar-se como
um dos principais players no mercado global de
tecnologias educativas, apostando e competindo
internacionalmente com soluções para o século XXI?
É completamente estratégico estar no mercado global, pelo
menos de língua portuguesa e castelhana, pois hoje em
dia não faz qualquer sentido falar-se em indústria apenas
orientada para o mercado nacional em praticamente nenhum
sector da economia. As indústrias deverão utilizar o
mercado português como laboratório de teste e geração
de produtos, mas sempre com foco nas necessidades dos
mercados internacionais. A massa crítica necessária à produção
inovadora e eficiente consegue-se trabalhando para,
no mínimo, dez “Portugais”.
Em 2012, o ACE E-xample assinou um protocolo com
o Estado português para a cooperação nas áreas
ENTREVISTA
do empreendedorismo, inovação, desenvolvimento
industrial e internacionalização das TIC portuguesas.
Pode fazer um balanço da evolução desse acordo?
O protocolo com o Estado português pretende apoiar o Example,
as suas agrupadas e empresas nascentes no sector,
no seu crescimento e maturação e trazer os benefícios correspondentes
para a economia portuguesa.
Em primeiro lugar considera-se necessário continuar o programa
tecnológico português, nomeadamente no âmbito
dos objectivos da Agenda Portugal Digital aprovada no
início do ano, garantindo assim uma crescente eficiência e
inovação no sector, nomeadamente na área dos conteúdos.
A imagem de Portugal como país de vanguarda na integração
das TIC no ensino, experimentando novas tecnologias de
hardware e software e novos modelos pedagógicos com o
envolvimento de pais e professores, além de representar um
benefício directo para o ensino em Portugal, é um cartão-devisita
para a indústria ao actuar no mercado internacional.
Evidenciamos também, neste âmbito de evolução em curso,
a criação de salas de aula laboratório – Edulabs – em instalação
em várias escolas, onde a última palavra tecnológica
das diversas componentes é integrada com a pedagogia e
experimentada por professores, pais e alunos, para garan-
“Esta criação e aplicação de TIC, por parte da
indústria nacional, bem como a inovação e o
investimento realizados no sector, contribui para
dar um salto qualitativo na sua performance,
de modo a poder posicionar-se como player
internacional, criando um sector exportador
relevante para a economia nacional.”
tir que tudo converge para um funcionamento que satisfaz,
cada vez melhor, os requisitos de todos os actores do ensino.
Finalmente relativamente à diplomacia económica, ponto
fundamental do acordo, posso dizer que estamos numa
convergência de ambição e objectivos quase perfeita, e que
no entanto a aperfeiçoamos todos os dias. Nesta medida, a
ambição de internacionalização do E-xample envolve mais
de 40 países com representação portuguesa a nível de embaixada
e, em grande parte dos casos, com a AICEP a trabalhar
de modo integrado.
Em que medida o QREN apoia a competitividade do sector?
A um segundo nível temos a articulação da política económica
com a realidade industrial e todo o projecto de apoio
à competitividade, que é hoje proporcionado à indústria no
âmbito do QREN - Quadro de Referência Estratégica Nacional,
e que o E-xample e as suas agrupadas, bem como todas
as outras empresas do sector deverão aproveitar.
Portugalglobal // Julho 13 // 7
ENTREVISTA
8
Neste âmbito, estamos a apostar no apoio do programa à evolução
do nosso ecossistema global e a fazer um esforço de
adaptação ao modelo do programa COMPETE, muito exigente
em termos de inovação e componentes científicas, a que
acrescentamos os nossos requisitos de integração e usabilidade,
fundamentais para ter sucesso no mercado internacional.
Qual é o volume de vendas expectável, em termos
de exportação a médio prazo, digamos a cinco anos,
para o E-xample, e qual o valor estimado do mercado
internacional da educação apoiada nas TIC?
Há um mercado quase incomensurável para as TIC no sector
da educação. Nós acreditamos que as TIC poderão ser
os grandes responsáveis pelo aumento do interesse e envolvimento
dos alunos no estudo.
É certo que nem todas as crianças nasceram com atributos
naturais e circunstanciais para serem altamente dedicadas ao
“As indústrias deverão utilizar o mercado
português como laboratório de teste e geração
de produtos, mas sempre com foco nas
necessidades dos mercados internacionais.”
estudo, e que nem todos os professores nasceram para ser
grandes mestres ou que todos os pais têm condições para se
envolver na formação escolar dos seus filhos, porém nós consideramos
que, mesmo para estes, as TIC, com uma estratégia
bem estruturada de apoio ao ensino, mudarão drasticamente
os resultados médios da performance educativa e permitirão
uma educação flexível, que se adapta constantemente à evolução
da sociedade e às necessidades do mercado de trabalho.
Neste contexto, que começa a ser de entendimento universal,
o mercado que está ao alcance da indústria portuguesa
é de vários milhares de milhões de euros, sendo que os factores
críticos de sucesso serão alcançados pela mobilização
nacional que estamos a sentir e que se está a formar à volta
deste sector e deste projecto.
Pode falar sobre os projectos em que o E-xample está
envolvido, em termos de mercados, como por exemplo
o México? Qual é a actual estratégia, bem como a
geografia da exportação do consórcio E-xample, e
quais são os próximos mercados de expansão?
O E-xample está a transportar a experiência portuguesa e
as tecnologias criadas, e obviamente constantemente aperfeiçoadas,
com a experiência de outros países, para outros
destinos que também acalentam o sonho de mudar o seu ensino,
criar uma nova geração de cidadãos que lance os seus
países para o top mundial de desenvolvimento económico e
social, criando uma sociedade mais homogénea e solidária.
Esta ambição tem de estar presente em países de todos os
continentes e o México é certamente um país líder desta nova
// Julho 13 // Portugalglobal
visão, estando o seu Presidente altamente empenhado e a dirigir
um grande programa de mudança. Mas falar apenas no
México é redutor, pois o Brasil também está a seguir de modo
acelerado esta estratégia, bem como a Colômbia e a Venezuela,
e de um modo genérico em toda a América do Sul, onde
referenciamos um mercado equivalente a 50 “Portugais”.
Temos grandes referências da língua portuguesa por todos
os continentes e, nesta medida, pensamos logo em Angola,
Moçambique, Cabo Verde e Timor como prioridades.
A grande Europa em construção não pode estar esquecida
e teremos rapidamente novidades partindo de fronteiras da
Europa Central até à Turquia.
Actualmente, potenciado pelo E-xample, já se pode falar
de um cluster industrial nas áreas de hardware, software
e conteúdos digitais para a educação e a formação?
Nesta medida, são facilmente internacionalizáveis as
tecnologias da educação “made in Portugal”?
Na verdade o E-xample é hoje um consórcio de 26 empresas em
que há um pelotão da frente de empresas focadas, inovadoras
e que integram as suas aplicações e tecnologias oferecendo
um produto vendável à peça ou de modo integrado, com uma
oferta de A a Z, que vai da construção civil à tecnologia mais
sofisticada, passando pelos computadores, tablets, quadros e
mesas interactivas, incluindo os e-books e plataformas integradas
de ensino, que ligam pais, professores e alunos.
Hoje já conseguimos pôr os computadores ou tablets dos
alunos e professores a trabalhar, de modo integrado, com
os quadros interactivos da sala de aula, utilizando plataformas
de ensino e aprendizagem com os seus e e-books multimédia,
que são grandes auxiliares para todos os actores do
processo educativo e que o professor devidamente treinado
consegue orquestrar com uma enorme facilidade.
“A ambição de internacionalização do
E-xample envolve mais de 40 países com
representação portuguesa a nível de
embaixada e, em grande parte dos casos, com
a AICEP a trabalhar de modo integrado.”
Além do aperfeiçoamento do processo educativo, estamos
a trabalhar nas ferramentas de gestão da escola e sua interligação
com as próprias ferramentas de ensino, permitindo
seguir os resultados dos alunos e dando indicadores, quer
para as adaptações necessárias para o ensino customizado
a cada aluno, quer permitindo que os processos sejam mais
eficientes e portanto produzindo-se muito mais e reduzindo
custos e tempo de implementação dos processos.
Há aqui um grande avanço que nos posiciona de modo único
a nível mundial mas ainda há muito a fazer. Refiro desde já
um trabalho específico para que tenho natural vocação, como
homem das telecomunicações, que é o de integrar as empresas
de telecomunicações com mais força neste projecto, nomeadamente
conseguindo um trabalho em parceria a nível internacional
nos mercados em que estas já prestam serviços ou
operam. As nossas empresas e as nossas tecnologias podem
ser avaliadas no catálogo do nosso site www.e-xample.com.
Portugal é hoje um dos países mais avançados na
utilização das TIC aplicadas á educação. Como vê
a evolução destas aplicações na frente interna
do ensino? Em que é diferente um aluno ou um
formando com um computador e a nova forma de
ensino que propõe o E-xample?
O E-xample considera que está a construir ferramentas de
produtividade para melhorar o ensino, percepcionado como é
hoje, mas também como deve ser no futuro e mesmo dentro
de evoluções que estão para além da nossa visão actual.
Com o nosso ecossistema vai ser possível cativar os alunos e
levá-los a assimilar muito melhor as matérias hoje tão faladas
como matemática, línguas e ciências, mas também será
possível criar cidadãos que percebam melhor as suas capacidades
e o seu perfil de empreendedores e que possam,
assim, construir, de modo mais eficiente, uma sociedade
cujos contornos evoluem todos os dias.
Eu defendo que o ensino, apoiado nas tecnologias, tem de
despertar as novas gerações, para uma vida para além da
tabuada e do velho português dos erros gramaticais e ortográficos
de que as máquinas já hoje nos defendem e apostar
muito forte nas novas capacidades que preparam para a
sociedade da imprevisibilidade.
ENTREVISTA
Cada vez se fala mais de economia digital, bem como
de literacia, qualificação e inclusão digitais. Em que
medida o consórcio E-xample pode contribuir para
implementar estes factores de desenvolvimento e
mudança na sociedade portuguesa?
O ecossistema que promovemos permite um ensino atractivo
e eficiente mas também ensina aquilo que ainda não
“Com o nosso ecossistema vai ser possível
cativar os alunos e levá-los a assimilar muito
melhor as matérias hoje tão faladas como
matemática, línguas e ciências, mas também
será possível criar cidadãos que percebam
melhor as suas capacidades e o seu perfil de
empreendedores e que possam, assim, construir,
de modo mais eficiente, uma sociedade cujos
contornos evoluem todos os dias.”
sabemos ensinar, nem sabemos que é preciso aprender,
porque não conhecemos a sociedade de amanhã. Nesta
medida, as novas tecnologias são ferramentas para trabalhar
em equipa mas também para cada um descobrir o novo
mundo e as novas competências.
Isto de acreditarmos nuns seres iluminados que por si só
fazem o ensino e avaliam os alunos é uma visão que está
a mudar. Temos de reconhecer que as pessoas que estão
a mudar a nova sociedade não foram muito bons alunos,
Portugalglobal // Julho 13 // 9
ENTREVISTA
pois estavam acima do ensino que lhes queriam dar e das
competências que lhes queriam criar.
Na minha opinião, se alguém menosprezar o papel da
tecnologia na educação, integrada de modo inteligente e
participado, envolvendo pais, professores e alunos, será responsável
por uma oportunidade perdida para o seu país.
Como vê a evolução e o futuro das TIC em Portugal
na área da formação e da educação? Podem e devem
ser consideradas como instrumentos de qualificação
estratégica do futuro ou já o são no presente?
São no presente obviamente instrumentos de qualificação
estratégica, tanto mais que Portugal tem investido nas TIC e
tem projectos de referência internacional na área dos serviços
de telecomunicações, saúde e e-gov.
Há, no entanto, um trabalho hercúleo a fazer, nomeadamente
na área da educação em que já houve um investimento
público e privado próximo dos dois mil milhões de
euros, trabalho árduo, é certo, mas que faremos, ainda que
possa haver períodos, embora obrigatoriamente curtos,
com interregnos de dúvida e decisão.
Considero que deverá, no entanto, prevalecer a visão estratégica
e a linha condutora de um plano com ambição,
metas e resultados operacionais mensuráveis. Portugal tem
de ter futuro e ninguém pode ficar de fora deste desafio
que está ao nosso alcance.
Para si os actores do conhecimento, com pleno uso das
TIC, contam-se entre os arquitectos do futuro? Em que
medida potenciam e consolidam novas dinâmicas de
10 // Julho 13 // Portugalglobal
produção e inovação, bem como a competitividade
exportadora das empresas portuguesas?
As TIC são hoje uma das bases de desenvolvimento social e
económico transversal a todo o universo empresarial, cultural
e social. Assim, criar novas gerações de portugueses cuja
educação lhes permite perceber o papel das TIC e aprender a
desenvolver e a integrar as suas componentes, traduz-se numa
vantagem inestimável para o desenvolvimento do país.
Estar no mundo da internacionalização com sucesso também
só é possível com uma difusão transversal das TIC a toda economia,
nomeadamente nas componentes de business intelligence,
gestão, produção, distribuição e marketing. Diga-se
que, a curto prazo, saberemos passar sem combustíveis fósseis,
mas não seremos capazes de passar sem as TIC.
Com o know-how e as tecnologias detidos pelo
E-xample pode-se começar a falar de escola do
futuro, de ensino para a o século XXI? Neste quadro,
pode desenvolver o conceito de ecossistema digital e
do novo paradigma proposto pela evolução das TIC?
A escola do século XXI tem as suas tecnologias a sair do
forno, mas temos de estudar como vamos conquistar pelas
melhores razões o corpo docente e como aperfeiçoaremos
a integração/fusão do mestre pedagogo com a tecnologia.
É esta a grande urgência, a da fusão tecnologia-pedagogia e a
da revolução dos objectivos do ensino e aprendizagem, como
se referiu, tirando todo o partido do novo paradigma tecnológico.
Nós, tecnólogos, ambicionamos não só esta união
virtuosa, como queremos ganhar este desafio, e dizermos
“presente!”, pois sabemos que, se não o conseguíssemos,
nada teríamos feito afinal de relevante para promover um real
desenvolvimento social e humano no séc. XXI e mais além.
EXPORTAÇÕES E PRODUÇÃO DE BENS TRANSACIONÁVEIS
600 MILHÕES DE EUROS
COM MELHORES CONDIÇÕES
DE PRAZO E SPREAD.
Agora, mais que nunca, é importante que as empresas Portuguesas se sintam apoiadas. A Caixa dispõe de mais
de 600 milhões de euros com condições especiais de fi nanciamento para as empresas exportadoras
e produtoras de bens transacionáveis. Através do crédito com prazo e condições fl exíveis, redução de spread
e antecipação de recebimentos de exportação, vamos ajudar a levar o espírito empreendedor nacional cada vez mais longe.
HÁ UM BANCO QUE ESTÁ A AJUDAR
A ECONOMIA A DAR A VOLTA.
A CAIXA. COM CERTEZA.
www.cgd.pt/empresas | 707 24 24 77 | 08h às 22h/todos os dias do ano. Informe-se na Caixa.
DESTAQUE
E-XAMPLE
NEGÓCIO EM EXPANSÃO VOLTADO
PARA AS GERAÇÕES FUTURAS
Tirando partido da actual vantagem competitiva, o consórcio E-xample, um
agrupamento complementar de 26 empresas das áreas mais inovadoras das TIC, está
a posicionar-se como um dos principais players no mercado global das tecnologias
educativas. O seu objectivo estratégico é conquistar uma quota de mercado relevante,
sendo as parcerias locais e a colaboração com multinacionais de referência mundial,
dois dos seus factores de sucesso. O E-xample tem como objectivo atingir um volume
de negócios de 5 a 6 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos (3,75 a 4,5 mil
milhões de euros), em mais de 19 geografias e servindo 16 milhões de alunos.
12 // Julho 13 // Portugalglobal
O E-xample integra-se num dos sectores
mais promissores da economia
portuguesa – o das tecnologias de informação
e comunicação (TIC) – uma
área de negócio fortemente exportadora,
com empreendedores determinados
e inovadores, e com empresas
altamente internacionalizadas, que no
seu conjunto formam um ecossistema
exportador único.
Portugal é hoje dos países mais avançados
na utilização das tecnologias da
informação e comunicação (TIC) aplicadas
à Educação. O aparecimento de
produtos e serviços de elevada usabilidade
e qualidade apresenta-se como
o factor decisivo que transformará o
modelo de ensino em Portugal e nos
países a que o E-xample pretende estender
o projeto.
É neste quadro que o E-xample, pela
voz do presidente do consórcio, analisa
com optimismo os investimentos feitos
ao longo da última década em programas
de infra-estruturação tecnológica
das escolas, formação de professores,
desenvolvimento de conteúdos digitais
e inclusão digital de alunos, professores
e famílias. Estes investimentos tornaram
possível o nascimento em Portugal de um
cluster industrial nas áreas do hardware,
software, conteúdos digitais e projecto e
implementação de ecossistemas de ensino,
o que gerou um ambiente de elevada
inovação e empreendedorismo, sem
paralelo a nível mundial e que tem sido
continuamente estimulado pela competência
das empresas portuguesas.
Scriptor – Plataforma de gestão de conteúdos e processo
Na realidade, a dinâmica do sector
das tecnologias de informação e comunicação
(TIC) em Portugal está em
vantajosa aceleração. A rápida evolução
tecnológica, associada às enormes
mudanças no mercado e à transformação
dos próprios consumidores, agora
mais informados e exigentes, marcam
pela positiva este mercado imparável
e que desempenha um papel estrutu-
“A rápida evolução
tecnológica, associada às
enormes mudanças no
mercado e à transformação
dos próprios consumidores,
agora mais informados e
exigentes, marcam pela
positiva este mercado
imparável e que desempenha
um papel estruturante no
desenvolvimento económico
e social, contribuindo
de modo significativo
para a competitividade e
crescimento do país.”
rante no desenvolvimento económico
e social, contribuindo de modo significativo
para a competitividade e crescimento
do país.
O forte desenvolvimento do sector, que
é transversal à economia e à sociedade
globais, tem impacto positivo no teci-
DESTAQUE
do empresarial das TIC portuguesas,
sobretudo nas que estão focadas na
actividade exportadora. Um estudo recente
da IDC, empresa líder mundial na
área de market intelligence, revela que
se em 2010 apenas 30 por cento das
empresas utilizavam os social media
para desenvolverem novos produtos e
serviços; em 2020 esta percentagem
subirá para 75 por cento.
As profundas alterações na economia
e na sociedade, cada vez mais globalizadas,
estão a apostar num crescente
investimento, não só mais inteligente e
mais produtivo, como mais inovador e
capaz de gerir um efectivo e sustentado
crescimento. Não deve surpreender,
pois, que os gastos mundiais com tecnologia
da informação e comunicações
devam atingir, segundo a projecção do
reputado Gartner Group, os 3,8 biliões
de dólares este ano, o que representará
um crescimento de 4,1 por cento em
relação aos 3,6 biliões registados no
ano passado.
Não apenas o sector das TIC prospera
neste clima favorável, como hoje já não
há quem duvide que as tecnologias
de informação e comunicação podem
contribuir não só para a melhoria e
optimização de processos de negócio
das empresas e instituições, mas também
para a criação de novos produtos
e serviços, desenvolvimento de novas
capacidades de negócio ou para a melhoria
da produtividade e formação de
colaboradores. O E-xample é um bom
exemplo disso.
Portugalglobal // Julho 13 // 13
DESTAQUE
EMPRESAS DE TIC
CONSÓRCIOS SÃO ESTRATÉGICOS
NA INTERNACIONALIZAÇÃO
>POR MARIA CÂNDIDA AZEREDO LOBO, DIRECÇÃO PME DA AICEP
A cooperação empresarial tem vindo
a assumir uma crescente importância
num cenário económico em que a internacionalização
constitui uma considerável
oportunidade de sobrevivência
para muitas empresas portuguesas do
sector das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC).
Portugal é já reconhecido internacionalmente
como um exemplo de sucesso
no âmbito da sociedade da informação,
com particular realce pela aplicação
de tecnologias de informação e
comunicação no ensino, na administração
pública e na indústria aeronáutica,
civil e militar, áreas nas quais as empresas
registam um cada vez maior dinamismo
e actividade.
“Portugal é já reconhecido
internacionalmente como
um exemplo de sucesso no
âmbito da sociedade da
informação, com particular
realce pela aplicação de
tecnologias de informação
e comunicação no ensino,
na administração pública e
na indústria aeronáutica,
civil e militar, áreas nas quais
as empresas registam um
cada vez maior dinamismo e
actividade.”
A principal missão dos consórcios entre
empresas de Tecnologias de Informação
e Comunicação prende-se com
14 // Julho 13 // Portugalglobal
a integração de competências tecnológicas
de hardware, software e de
conteúdos digitais com o objectivo de
promover a adopção de ecossistemas
no mercado global, através de uma
estratégia de internacionalização assente
em parcerias sustentáveis, a médio
e longo prazo, com os governos
e outros players públicos e privados,
locais e mundiais.
No âmbito da Agenda Portugal Digital
foi assinado um protocolo de
colaboração entre os Ministérios dos
Negócios Estrangeiros, da Economia
e Emprego e da Educação e Ciência
com o consórcio E-xample – Agrupamento
Complementar de Empresas
(ACE). Este consórcio, que representa
as indústrias de tecnologias de ensino,
aprendizagem e formação aplicadas
à Educação, beneficia de um
novo modelo de diplomacia económica
de abordagem aos mercados externos
que fomenta as oportunidades
de negócio no sector da educação e
estimula a produção de soluções, produtos
e serviços tecnológicos competitivos
e orientados para os mercados
internacionais.
Outros exemplos de consórcios bemsucedidos
são o iGov2U, o Projecto LIFE
e o Compass.
O iGov2U, cluster constituído por um
grupo de empresas portuguesas complementares
na área das tecnologias
“A AICEP tem tido um papel
preponderante fomentando
e apoiando este ambiente de
cooperação e de articulação
entre públicos e privados de
forma institucional, quer em
Portugal quer através da sua
rede externa em colaboração
com as embaixadas.”
para o sector público que se uniram
com o propósito de criar sinergias que,
de forma eficiente, possam responder
às necessidades dos governos na área
do e-Government.
O Projecto LIFE – desenvolvido por um
consórcio que consistiu na construção
de um protótipo de um novo conceito
para o interior de cabina de aviões executivos,
foi distinguido com o Crystal
Cabin Award 2012.
O Compass, no sector da aeronáutica,
foi constituído para responder
a propostas de execução de serviços
relativos a sistemas aeronáuticos e de
comunicações no âmbito do Programa
KC-390, aproveitando assim uma
oportunidade única para a indústria
nacional de sistemas e software ganhar
notoriedade e dimensão, subindo deste
modo na cadeia de valor do sector
Aeronáutico e da Defesa.
A AICEP tem tido um papel preponderante
fomentando e apoiando este
ambiente de cooperação e de articulação
entre públicos e privados de forma
institucional, quer em Portugal quer
através da sua rede externa em colaboração
com as embaixadas.
Uma actuação e entreajuda concertadas,
ao nível dos diferentes patamares de decisão,
desde os meios governamentais
passando pelos corpos diplomáticos,
estruturas representativas empresariais
e a AICEP, junto dos decisores, em cada
A participação em consórcio é susceptível
de ser apoiada no âmbito de
candidaturas ao QREN - Quadro de Referência
Estratégico Nacional ao abrigo
do Sistema de Incentivos à Qualificação
e Internacionalização de PME, na
modalidade de Projectos Individuais de
Internacionalização, promovidos por
ACE ou uma PME que congregue as
participações dos parceiros. Futurebox.TV - Solução de IPTV
DESTAQUE
país, permitirá potenciar os negócios das
empresas portuguesas em mercados até
então desconhecidos e noutros onde dificilmente
entrariam de forma isolada.
Neste sentido, no quadro da internacionalização,
a colaboração empresarial
em consórcio terá de ser considerada
como um dos esteios não só do
crescimento das próprias empresas mas
também e, sobretudo, do desenvolvimento
da economia portuguesa, devendo
ser uma referência de alto valor
para Portugal.
Portugalglobal // Julho 13 // 15
DESTAQUE
AS TIC PORTUGUESAS NO CONTEXTO
DO MERCADO MUNDIAL
POR JOÃO SILVA MARTINS, DIRECTOR-GERAL DO E-XAMPLE
As Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC) estão em condições de
dar uma contribuição decisiva para a
evolução da Educação, independentemente
do contexto geográfico, económico
e cultural.
O papel das TIC na Educação pode ser
observado numa tripla óptica: primeiro,
como um conjunto de ferramentas
potenciador do acesso à Sociedade do
Conhecimento; segundo, como um
agente facilitador dos processos de
ensino e aprendizagem e da gestão da
escola; terceiro, como um factor motivador
e mobilizador dos estudantes
que desejam que a escola reproduza
o ambiente tecnológico dominante na
sociedade e na economia.
Portugal apostou, desde 2003, de forma
continuada, na construção de um
ecossistema educativo com recurso às
TIC através de programas como Ligar
Portugal, a e-Escola e Plano Tecnológico
da Educação (PTE). Neste sentido, o país
soube ser visionário, sabendo antecipar
uma evolução inexorável e fazendo investimentos
elevados para concretizar a
ambição de proporcionar às novas gerações
uma escola digital que forme cidadãos
com competência para o séc. XXI.
Em resultado desta experiência, Portugal
conseguiu criar um cluster de competências
na área das TIC aplicadas à
Educação, consubstanciado num conjunto
de empresas tecnológicas, com
capacidade de construir, de forma colaborativa,
ecossistemas educativos em
qualquer parte do mundo, adaptados
às condições e necessidades específicas
de cada país ou região, que se associaram
num Agrupamento Complementar
de Empresas, denominado E-xample.
Este promoveu e impulsionou, desde então,
relações institucionais e empresariais
16 // Julho 13 // Portugalglobal
com dezenas de países, de que resultou
a assinatura de acordos de cooperação
bilateral, com destaque para países como
o México, Cabo Verde, Argélia, Bolívia e
Andorra. Considera ainda como prioritários
todos os mercados dos PALOP, assim
como países como a Colômbia, Peru e
Chile, os países do Magrebe e os países
do Golfo. A ambição de internacionalização
do E-xample envolve mais de 40
países com representação portuguesa a
nível de embaixada e, em grande parte
dos casos, delegados AICEP a trabalhar
de modo integrado.
O nosso país já se tornou uma referência
internacional na oferta de ecossistemas
educativos suportados nas TIC e
tem condições para evoluir e tornar-se
num exemplo de benchmarking mundial.
Para isso, necessita de expandir o
mercado destas empresas para outros
países, criando dimensão e massa crítica
que lhes permita ser competitivas em
preço e investir numa evolução contínua
da sua oferta, em termos de tecnologia,
integração e ligação à pedagogia. O
mercado português, demasiado pequeno
para permitir o crescimento destas
empresas pode e deve ser o laboratório
de teste e geração de produtos, mas
sempre com foco nas necessidades dos
mercados internacionais.
Desde 2010 que a E-xample tem vindo a
contribuir, em estreita colaboração com
as suas agrupadas, para credibilizar e
projectar o chamado “caso português”
numa óptica de integração de soluções e
ecossistema e de afirmação de um cluster
industrial do sector das TIC educativas.
No âmbito deste contexto, nos últimos
anos, centenas de responsáveis técnicos
e políticos de muitos países têm visitado
as empresas que integram o consórcio
E-xample e têm entrado em contacto
com o cluster industrial e com os ecossistemas
TIC em contexto escolar de que
Portugal tem sido precursor.
EMPRESAS DO E-XAMPLE
TÊM A PALAVRA
Na sequência de um
pedido endereçado às
empresas que integram
o consórcio E-xample,
algumas houve que
responderam com o seu
depoimento, revelando
deste modo um vasto
leque de empresas e
‘know-hows’ que se
complementam e se
potenciam nos mercados.
BI-BRIGHT
André Vasconcelos, CEO da Bi-Bright
~
‘
A Bi-Bright tem um papel preponderante
ao nível da promoção das TIC, nomeadamente
nas áreas de formação e educação.
Com a participação, desde o início,
no E-xample, a Bi-Bright tem demonstrado
a sua capacidade no desenvolvimento
de soluções que melhorem a eficácia
e a experiência do ambiente de ensino.
Acreditamos que a escola é e deve ser um
centro de excelência e de competências.
CAIXA MÁGICA
Paulo Trezentos, Partner da Caixa Mágica
Os principais desafios que se colocam
à Caixa Mágica, enquanto fornecedora
de sistema operativo Linux e aplicações
em ambiente educativo, prendem-se
com a diversificação de mercados. O investimento
necessário e a falta de massa
crítica são um obstáculo. O consórcio Example
permite não só ultrapassar esses
obstáculos mas trabalhar na evolução
do nosso produto de forma integrada e
articulada com os nossos parceiros.
CRITICAL LINKS
A Critical Links comercializa uma solução
integrada de software para educação,
incluindo o premiado servidor educativo
“Education Appliance”, bem como serviços
de distribuição de conteúdos educativos
na “Cloud”. Estamos presentes
em mais de 30 países. Com o E-xample
podemos oferecer uma solução end-to-
João Carreira, CEO da Critical Links
DESTAQUE
end, subimos na cadeia de valor, aumentamos
a eficácia comercial e somos mais
fortes nos mercados de exportação.
FAMASETE
José Barbosa, CEO da Famasete.
Fazer parte do consórcio E-xample
foi uma excelente oportunidade para
Portugalglobal // Julho 13 // 17
DESTAQUE
a Famasete poder contribuir para a
inovação tecnológica do sistema educativo
em Portugal, através das mesas
interactivas WINGSYS, produzidas e
patenteadas por nós. Potente ferramenta
de ensino, esta tecnologia é
uma combinação perfeita de hardware/software
e muita investigação. O
nosso contínuo trabalho pretende dar
aos actores deste processo – professores,
alunos, escolas e pais – novas
tecnologias e ferramentas para criar
uma nova geração de pessoas infoeducadas
e um país desenvolvido no
domínio das TIC.
GRUPO LEYA
Joaquim Barradas, Digital Learning
Director do Grupo LeYa
O Grupo LeYa desenvolve projectos
educacionais integrados, onde a tecnologia
assume um papel fundamental
na criação de soluções de aprendizagem
inovadoras e eficazes, adequadas
às necessidades educativas
do século XXI. A LeYa, presente em
Portugal, Brasil, Angola e Moçambique,
encontra no ACE E-xample um
parceiro importante na internacionalização
para países de língua não
portuguesa.
18 // Julho 13 // Portugalglobal
ISA
José Basílio Simões, CEO da ISA –
Intelligent Sensing Anywhere
A monitorização energética de escolas
é um trabalho de grande importância.
Através dele estamos a contribuir
não apenas para poupar os
recursos energéticos, mas também
para formar os consumidores de amanhã,
com uma formação didáctica e
tecnologicamente sólida. Fazer parte
do consórcio E-xample tem sido importante,
pois estamos em sintonia
com o que de mais actual se faz na
educação e na formação em Portugal.
Aproveitando pontes e oportunidades,
a ISA tem vindo a explorar parcerias
com empresas da área, dando
a conhecer o trabalho desenvolvido
junto de escolas em diversos mercados
e de variados actores.
I-ZONE
O E-xample criou novas cadeias de
valor e novos modelos de negócio.
Aparecem lógicas ponta-a-ponta e
emergem diversos subgrupos onde se
misturam produtos e serviços. Para as
PME, como a I-Zone, atingir canais,
mercados externos e criar soluções integradas
exigiria um enorme esforço
não apenas financeiro ou tecnológico
mas de criação de rede. O E-xample é
o nó central nessa rede.
Pedro Roseiro, Chief Innovation Officer,
I-Zone SGPS, S.A.
NOVABASE
Miguel Leocádio, Senior Manager na
Novabase e responsável pelo sector da
Educação e Ciência
A exploração do potencial das TIC
na educação está ainda no início
do percurso e o desafio passa pela
adopção de um portfólio de tecnologias
acessíveis, algumas existentes
há muitos anos. Mas uma adopção
por todos – alunos, professores e
técnicos – de forma articulada, promovendo
modelos de aprendizagem
adequados à nossa era. E esse é um
desafio imenso, devendo as empresas
com ambição neste sector promover
o avanço do conhecimento e
intervir sobre essa realidade. A Nova-
ase persegue essa descodificação e
tem encontrado no E-xample parceiros
para essa ‘viagem’.
PORTO EDITORA
Vasco Teixeira, Administrador do Grupo
Porto Editora
Sendo a maior produtora de conteúdos
educativos digitais em Portugal, era importante
para a Porto Editora participar
no E-xample. Com a nossa experiência,
o nosso conhecimento e o nosso empenho,
esperamos contribuir para o
sucesso do consórcio e, em particular,
para a afirmação dos conteúdos educativos
de qualidade no apoio às novas
estratégias de aprendizagem realizadas
em ambiente tecnológico.
PT INOVAÇÃO
Alcino Lavrador, CEO da PT Inovação
A participação da PT Inovação no
consórcio E-xample é, antes do mais,
uma responsabilidade que decorre
do papel que tem tido no desenvolvimento
e consolidação de tecnologia
portuguesa na sociedade da informação
e no sector das telecomunicações.
Na Escola do Futuro, a PT
Inovação contribui decisivamente na
promoção da aproximação colaborativa
entre alunos através de serviços
avançados de comunicação.
VIATECLA
Filipe Clérigo, CTO e Partner da Viatecla
Como membro do Consórcio E-xample,
a VIATECLA considera de extrema
importância a oferta de soluções
integradas de negócio no domínio
das tecnologias da educação e aprendizagem,
através da incorporação das
valências de cada um dos seus membros,
com diferentes tipos de tecnologia
e dispositivos. Pretendemos assim
acrescentar valor e contribuir para
aquela que será a escola do futuro
num mercado global.
DESTAQUE
Portugalglobal // Julho 13 // 19
PROJECTOS INTERNACIONAIS
MULTILATERAIS FINANCEIRAS
MIGA - AGÊNCIA DE GARANTIA
DE INVESTIMENTOS MULTILATERAIS
20 // Julho 13 // Portugalglobal
A MIGA (Multilateral Investment Guarantee Agency) é a Agência
Multilateral de Garantia de Investimentos do Grupo Banco Mundial
e tem como objectivo promover o investimento directo estrangeiro
a fim de apoiar o crescimento da economia e a redução da pobreza,
concretamente nos países emergentes. A MIGA apoia projectos nestes
países, garantindo o risco dos investimentos.
Um artigo de Olivier Lambert, Director Regional da MIGA.
A economia mundial está a mudar dramaticamente
e estamos a experimentar
uma viragem na orientação do crescimento
para os mercados emergentes
e economias em desenvolvimento. À
medida que estes países se tornam os
motores do crescimento económico
global, os investidores internacionais
(incluindo os portugueses) estão compreensivelmente
a olhar para os países
em desenvolvimento como destinos de
investimento – uma tendência que só
tem aumentado num contexto de mercados
europeus enfraquecidos.
Depois de uma queda pronunciada
resultante da crise financeira global, o
Banco Mundial antecipa uma retoma
do investimento directo estrangeiro
para 2013. Os fluxos de investimento
para países em desenvolvimento já representam
uma parcela substancial do
IDE: alcançaram 45 por cento das entradas
de capitais em 2012.
O crescimento económico leva estes
países a olharem para o sector privado
internacional como fornecedores
das muito necessárias infra-estruturas,
indústria e serviços, ao mesmo tempo
que partilham a expertise global,
sendo de referir que algumas empresas
portuguesas estão bem colocadas
para fornecer esse conhecimento e realizar
esses investimentos. Estudos indicam
que só a necessidade de investimento
em infra-estruturas no mundo
em desenvolvimento, é de mais de
230 mil milhões de dólares anuais. No
entanto, apesar desta enorme procura,
investidores e financiadores podem
mostrar-se relutantes em negociar
com países com antecedentes de risco
político ou económico. Na realidade,
um compromisso de investimento directo
no estrangeiro de longo prazo
traduz-se também, habitualmente,
num compromisso de longo prazo
com o país de acolhimento.
Seguro de Risco Político:
a base de tudo
Apesar dos investidores estarem geralmente
optimistas em relação ao retorno
do investimento nas economias em
desenvolvimento, muitas vezes recorrem
ao seguro de risco político junto de
seguradoras privadas ou com garantia
de Estado. O seguro de risco político
é um instrumento para os investidores
reduzirem os riscos que decorrem de
acções adversas – ou da inacção – dos
governos. Os riscos cobertos são, tipicamente,
a expropriação, a não-conversão
ou restrição à transferência de divisas,
guerra, terrorismo e perturbações civis,
a quebra de contratos e o incumprimento
de obrigações financeiras pelos
governos ou empresas estatais.
“O seguro de risco político
é um instrumento para
os investidores reduzirem
os riscos que decorrem de
acções adversas – ou da
inacção – dos governos.”
Além da protecção contra estes riscos,
a disponibilidade de capital é algo que
condiciona as decisões de muitos investidores
e credores que recorrem ao
seguro de risco político, na medida em
que melhora a notação de risco dos
projectos e conduz a um menor custo
de financiamento. Numa estrutura
complexa de project finance, a cobertura
do risco político é frequentemente
exigida pelos financiadores.
Uma vez tomada a decisão de recorrer à
cobertura de risco político, o investidor
vai recorrer às seguradoras privadas ou à
garantia de Estado. O entendimento geral
é de que os seguradores privados são
geralmente mais competitivos em termos
de preço em operações de curto prazo,
nomeadamente nos seguros de créditos
à exportação, enquanto a garantia de Estado
é mais adequada em operações de
longo prazo em mercados de risco.
Porquê a MIGA?
O mandato da MIGA é o de promover
o investimento directo estrangeiro, visando
o crescimento da economia e a
redução da pobreza. Por isso, a Agência
está disponível para ir onde as outras
seguradoras não se atrevem: países
emergentes em situação de conflito
ou revolta política, particularmente em
África, países com enormes necessida-
PROJECTOS INTERNACIONAIS
des de investimento mas que não são
suficientemente cobertas por outras
seguradoras, e países com mercados
financeiros sub-desenvolvidos.
A estratégia da MIGA baseia-se na sua
força de mercado: promovendo investimentos
em mercados de fronteira,
de maiores dificuldades; apoiando investimentos
a um nível sub-soberano,
quando estão envolvidos parceiros com
menos experiência ou sem classificação
de risco (o que acarreta maior dificuldade
de acesso ao financiamento).
Como parte do Grupo Banco Mundial,
a MIGA trabalha activamente com os
investidores e os países de acolhimento
para assegurar que os investimentos
decorram da melhor forma. Isto permite
à MIGA ter uma cobertura de dissuasão
relativamente a acções governamentais
que possam causar constrangimentos
aos projectos e auxiliar na resolução de
disputas entre investidores e governos.
A MIGA pode muitas vezes ajudar investidores
e governos a resolver disputas
antes de eles chegarem a uma situação
de reclamação – e manter os projectos
em curso. A MIGA apoiou mais de 700
projectos nos seus 25 anos de história
e pôde resolver muitas disputas que teriam
levado a reclamações num número
considerável de casos (à excepção de
dois). A actuação da MIGA ajuda assim
não apenas a proteger os investidores,
mas também a garantir que o investimento
produza o impacto esperado.
A MIGA é também uma mais-valia para
os seus clientes pela capacidade de
aportar um extenso conhecimento dos
mercados emergentes e das melhores
práticas de gestão ao nível internacional
em matéria de ambiente e responsabilidade
social.
Refira-se que a Agência já segurou investimentos
de empresas portugueses
em Angola, Cabo Verde e Moçambique,
em sectores como os transportes,
turismo, minas e indústria.
O apoio da MIGA em África
As prioridades da MIGA incluem projectos-alvo
na África sub-Saariana, bem
como projectos de infra-estruturas de
Portugalglobal // Julho 13 // 21
PROJECTOS INTERNACIONAIS
elevada complexidade. Com efeito,
a Agência tem uma experiência muito
rica no apoio à execução de infraestruturas
num continente largamente
deficitário a este nível.
Refira-se, a título exemplificativo, as
garantias prestadas pela MIGA ao investidor
português Portus Indico - Sociedade
de Serviços Portuários SA, no
montante global de 13,7 milhões de
dólares, para cobrir os seus investimentos
na Maputo Port Development
Company S.A.R.L., em Moçambique.
O projecto envolvia a reabilitação, desenvolvimento,
financiamento e operação
do porto de Maputo, em Moçambique,
em regime de Build, Operate
and Transfer (BOT). O porto tem
sido, tradicionalmente, estratégico
para este país: no seu valor máximo,
as receitas geradas no porto de Maputo
chegaram a representar 80 por cento
da balança comercial de Moçambique.
Ainda assim, na altura em que foi
prestada a garantia da MIGA, a guerra
civil e o declínio económico do país
22 // Julho 13 // Portugalglobal
tinham deixado o porto a operar só
com uma parte da sua capacidade.
Dando a concessão a um operador do
sector privado, o governo recuperou as
operações portuárias até à sua máxima
capacidade, baixou o custo das tarifas
portuárias por via de uma melhoria da
sua eficiência operacional e promoveu
o crescimento da economia através do
“O mandato da MIGA é o
de promover o investimento
directo estrangeiro, visando
o crescimento da economia e
a redução da pobreza.”
alargamento dos mercados para os
produtos nacionais.
Os benefícios do desenvolvimento do
porto estenderam-se ainda para lá de
Moçambique, dado que o porto serve
como um entreposto comercial, eficiente
e com baixos custos, também para o
Malawi, Suazilândia, Zâmbia, a região
norte da África do Sul e o Zimbabué.
Outro exemplo do apoio da MIGA às
infra-estruturas em África é na Costa
do Marfim, país que está em reconstrução
depois de um prolongado conflito
civil. Neste país, um projecto de longo
prazo para a construção de uma ponte
com portagem sobre a Ebrié Lagoon,
de Abidjan, esteve suspenso durante
mais de 10 anos, estando agora a ser
retomado. Neste caso, a MIGA prestou
garantias no valor de 145 milhões de
dólares, cobrindo a vertente de capital,
todos os financiadores do projecto
do sector privado, assim como a FMO
– Entrepreneurial Development Bank,
instituição financeira da Holanda. O
Banco Africano de Desenvolvimento
também está envolvido no financiamento
desta parceria público-privada,
a primeira a concretizar-se desde o final
da guerra civil.
A construção da ponte constitui uma
grande prioridade para o governo da
Costa do Marfim, dado que as pontes
e as infra-estruturas existentes em Abidjan
estão severamente pressionadas
e não asseguram o tráfego crescente
da cidade. Logo que esteja pronta, a
ponte vai reduzir significativamente
os tempos de deslocação, melhorar a
mobilidade geral e aliviar os crónicos
congestionamentos do trânsito. O projecto
pretende também ter um efeito
de demonstração a futuras iniciativas
do sector privado no país.
Já no Ruanda, a MIGA está a apoiar um
investimento que está a levar tecnologia
de ponta a um mercado remoto. O
projecto energético KivuWatt envolve a
extracção e separação de gás metano
do fundo do Lago Kiwu e irá produzir
25 megawatts de energia na sua primeira
fase. O Ruanda tem actualmente
uma das mais altas tarifas de electricidade
de África devido à sua limitada
capacidade de geração, sendo por isso
este um projecto de alta prioridade
para o governo. Além da cobertura do
risco-país no prazo de 20 anos, a MIGA
liderou também o trabalho de due dilligence
ambiental e social para este projecto,
de elevada complexidade.
Estima-se actualmente que o lago, que
fica na fronteira entre o Ruanda e a
República Democrática do Congo, contenha
grandes quantidades de dióxido
de carbono e de metano nas suas camadas
de mais baixa densidade. O gás
metano fornece uma fonte potencial
de energia, mas pode também fazer
com que o lago entre em erupção, com
consequências desastrosas. Uma erupção
no Lago Nyos, nos Camarões, em
1986, asfixiou 1.700 pessoas e mais de
3.000 cabeças de gado. Este grave risco
e os compreensíveis riscos políticos
neste mercado (relativamente pouco
estudado), levaram o fundo de capitais
Contour Global a recorrer à MIGA, depois
de outras seguradoras terem recusado
o projecto.
Após um pormenorizado estudo ambiental
e social, incluindo a consulta a
peritos independentes para avaliarem
a estabilidade do lago, a gestão dos
recursos, a saúde das comunidades, a
segurança e os possíveis impactos do
“A estratégia da MIGA
baseia-se na sua força de
mercado: promovendo
investimentos em mercados
de fronteira, de maiores
dificuldades; apoiando
investimentos a um nível
sub-soberano, quando estão
envolvidos parceiros com
menos experiência ou sem
classificação de risco.”
projecto, a MIGA e o FMO sentiram
que podiam avançar com o projecto.
Trabalhar com a MIGA
A MIGA pode assim ajudar países em
desenvolvimento a atrair investimentos
que criem emprego e contribuam para
o crescimento económico, ajudando ao
mesmo tempo os potenciais investidores
portugueses a obter retorno desses
projectos. A MIGA cobre investimentos
realizados por investidores de qualquer
dos 179 países membros da Agência,
num país membro em desenvolvimento.
A Agência também trabalha de forma
muito próxima com a Sociedade Financeira
Internacional (também do Grupo
Banco Mundial) na alavancagem do
investimento no sector privado, particularmente
em projectos de grandes
infra-estruturas que são tão urgentemente
necessários à promoção do crescimento
nos países beneficiários.
A MIGA não impõe qualquer limite à
dimensão dos projectos que apoia.
Para os maiores investimentos, a MIGA
pode mobilizar a capacidade de resseguro
se necessário. Nos projectos de
menor dimensão, o Programa de Pequenos
Investimentos da MIGA oferece
soluções de adesão simplificada para
PROJECTOS INTERNACIONAIS
os investidores que procuram coberturas
de menos de 10 milhões de dólares.
A equipa da MIGA tem grande experiência
em seguros de risco político, com
backgrounds que incluem o sector financeiro,
mercados de capital, project
finance, sustentabilidade ambiental e
responsabilidade social, especialistas
sectoriais, direito internacional e resolução
de disputas.
Para mais informações:
Olivier J. L. Lambert, Regional Manager
Tel.: +33 1 40 69 31 58
www.miga.org/emea
olambert@worldbank.org
Portugalglobal // Julho 13 // 23
EMPRESAS
CONCEPT BAGS
SACOS “VERDES”
EM EXPANSÃO INTERNACIONAL
A Concept Bags, marca especializada na criação e produção de sacos reutilizáveis, é a
protagonista do plano de internacionalização do grupo Macambira & Araújo, numa
estratégia focada no cliente e na personalização dos produtos. Os resultados são
positivos e a marca procura impor-se no mercado internacional.
Criatividade, design, personalização e
qualidade são os factores de sucesso
do grupo MA - Macambira & Araújo
criado nos finais dos anos 90 pelos sócios
fundadores Alberto Araújo e Tiago
Macambira. Dedicada à criação e produção
de soluções para área promocional,
a empresa diferenciou-se ao investir
num serviço personalizado e integral
– novidade introduzida no mercado e
factor crucial para o seu sucesso e crescimento.
Essa diferenciação na oferta
passou pela personalização dos artigos
ou objectos de acordo com a campanha
de comunicação em causa.
24 // Julho 13 // Portugalglobal
“A diferenciação a este nível só foi possível
porque desde cedo percebemos
que teríamos de completar a oferta
nacional com pesquisa de produto internacional/Oriente.
Estabelecemos vários
contactos, desenvolvemos diversos
projectos e, neste momento, contamos
com uma rede de parceiros que nos permite
encontrar a melhor solução para
cada cliente, em termos de qualidade/
preço”, explica fonte do grupo MA.
A receptividade no mercado correspondeu
às expectativas e a evolução tornou-se
inevitável. Da aposta no mercado
nacional, seguiu-se a conquista do
mercado internacional e a necessidade
de encontrar serviços complementares
ao core business da Macambira &
Araújo levou à criação de diferentes
empresas e unidades de negócio.
Contando com uma equipa multidisciplinar
de 25 colaboradores, a Macambira &
Araújo é actualmente um grupo de empresas
(MA Creative Production Group)
que se dedica à criação e produção de
diferentes soluções na área da comunicação/marketing:
MA Brand Objects
(soluções de merchandising promocional),
MA Brand Impact (suportes de comunicação
física), MA Corporate Wear
(vestuário corporativo) e MA Private Label
(produções de têxteis nacionais). Em
muitos projectos, as áreas de actuação
das empresas cruzam-se, acabando por
beneficiar das sinergias que daí resultam.
Foi desta dinâmica e da aposta em nichos
de mercado que nasceu a Concept
Bags, marca especializada na criação e
produção de sacos reutilizáveis e principal
protagonista do plano de internacionalização.
Segundo a mesma fonte,
tratou-se de aliar a comunicação por
objecto à crescente consciencialização
ecológica das empresas/marcas, o que
permitiu à Concept Bags surgir com um
“conjunto de soluções que surpreendeu
as expectativas do mercado nacional e
internacional, ditando assim o sucesso
da marca e empresa que a suporta”.
Colocando o cliente no centro das atenções,
o grupo MA actua no mercado global,
ainda que os seus principais clientes
sejam as marcas nacionais. A internacionalização,
no entanto, foi sempre um objectivo
presente na dinâmica da empresa.
Neste momento, a empresa está consolidada
nos mercados nacional e angolano.
No ano passado realizou os primeiros
negócios no mercado brasileiro
e várias acções comerciais estão a ser
implementadas noutros mercados, designadamente
em Moçambique, Argélia,
Espanha, França, Itália, Polónia, Reino
Unido e Alemanha, o que permite
prever, para este ano, um aumento significativo
das exportações da empresa.
Estratégia de
internacionalização
De sublinhar que, contrariando ciclos
menos positivos da economia, a evolução
da empresa tem sido para um
crescimento progressivo do volume de
negócios, aumento e diversificação de
clientes e dos mercados de actuação. A
empresa encerrou o ano de 2012 com
resultados muito positivos e as perspectivas
para 2013 são promissoras, de
acordo com a mesma fonte.
No início de 2013, a empresa deu um
novo passo no seu processo de internacionalização
e, cofinanciada pelo FEDER
ao abrigo do QREN e do Plano Operacional
Norte, partiu em busca de novos mercados,
participando em feiras de projec-
ção internacional, realizando viagens de
prospecção e acções comerciais em mercados
de grande dimensão e com poder
de compra, como são os casos do Brasil,
Polónia, Reino Unido, França, Espanha.
“Este investimento permite-nos levar
além-fronteiras os nossos produtos e
serviços ancorados na marca Concept
Bags, consolidar a presença no merca-
MA Creative
Production Group
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EMPRESAS
do internacional e detectar potenciais
clientes e negócios”, defende a mesma
fonte, afirmando que é objectivo
da MA ser um dos top 10 no mercado
global em que actua.
A abordagem feita a cada mercado é personalizada,
de forma a garantir os melhores
resultados em cada acção desenvolvida
pela empresa. Em jeito de balanço do
1º semestre do projecto, a MA revela que
participou em três feiras (Brasil, França e
Reino Unido) e realizou várias viagens de
prospecção a diferentes mercados (Brasil,
Espanha, Polónia) com um retorno
“muito positivo”. O acompanhamento
tem sido feito in loco (Brasil, Angola e Espanha)
e a análise contínua em todas as
fases do processo tem-se revelado crucial
para o sucesso do projecto que se prolongará
até 2015, afirma a mesma fonte.
O investimento em novas áreas de negócio,
o lançamento de marcas registadas,
a conquista de novos mercados,
a aposta constante em colaboradores
qualificados e multifuncionais e o investimento
em parcerias cruciais para a
sua notoriedade caracterizam a evolução
do grupo MA desde a sua criação.
O Grupo conta já com uma rede de
parceiros nos quatro cantos do mundo
- Lisboa, Xangai, Bombaim, Daca (Bangladesh),
São Paulo e Luanda -, visando
cimentar relacionamentos com os seus
clientes nacionais e internacionais.
A MA trabalha com as grandes marcas
de sectores diversificados como as telecomunicações,
banca, distribuição,
alimentar e não alimentar, tanto a nível
nacional como internacional. Acrescenta
a fonte que os clientes que procuram os
serviços da MA são empresas ou marcas
“que investem regularmente em artigos
de promoção como forma de divulgação
da sua marca e que procuram um serviço
distinto, integral e personalizado”.
Portugalglobal // Julho 13 // 25
EMPRESAS
COURO AZUL
SUCESSO NO MERCADO INTERNACIONAL
Tem sido noticiada como a mais recente fornecedora da emblemática marca Porsche,
mas há muito que a Couro Azul produz para os principais construtores de automóveis.
As exportações representam já 83 por cento do volume de negócios da empresa, que
é um dos quatro maiores ‘players’ europeus no negócio do couro para volantes.
A Couro Azul foi criada em 1989
como resposta do Grupo Carvalhos à
necessidade de diversificação do seu
negócio para o sector automóvel, dadas
as condicionantes de crescimento
dos sectores de calçado e marroquinaria,
até então os principais clientes da
empresa fundada em 1939 por António
Nunes de Carvalho.
A história do Grupo, dedicado ao fabrico
do couro, reflecte, por um lado, a aposta
na qualidade e inovação como factores
da sua competitividade, e, por outro
lado, a permanente diversificação de
segmentos e diferenciação dos produtos.
26 // Julho 13 // Portugalglobal
A primeira empresa, a António Nunes de
Carvalho, dedicou-se nas primeiras décadas
ao fabrico de peles de ovino e caprino
para os sectores de vestuário e calçado de
senhora. Mais tarde, nos anos 60, com a
integração de Curtumes do Lys, o Grupo
diversifica a sua oferta para o couro de
bovino dirigido ao sector de calçado, em
resposta a um crescimento acentuado da
procura. A criação da Couro Azul – uma
nova unidade de raiz – traduz a aposta do
Grupo na diversificação da sua actividade
para o sector automóvel.
Actualmente a organização é composta
pelas empresas António Nunes de
Carvalho – couro de bovino para os
sectores de calçado, marroquinaria e
mobiliário – e Couro Azul – couro de
bovino para o sector dos transportes
(automóvel, aeronáutico e ferroviário).
Em conjunto, as duas empresas englobam
cerca de 320 colaboradores e
atingiram, em 2012, um volume de negócio
de 28 milhões de euros.
Na Couro Azul o exercício de 2012 foi
marcado pela consolidação da evolução
positiva verificada em 2011, após
um período de fortes constrangimentos
no sector automóvel em 2009 e
2010. Dado o crescimento acentuado
nos últimos dois anos, o volume de negócios
registado no final de 2012 duplicou
em relação a 2010.
De sublinhar que o peso das exportações
atingiu 83 por cento do volume
de negócios da empresa, traduzindo
um aumento de 8 por cento em relação
ao exercício anterior.
Segundo fonte da empresa, esta evolução
positiva ficou a dever-se ao ganho
de quota de mercado internacional
com o arranque de novos projectos no
segmento de volantes, assim como à
diversificação de clientes – tier-ones e
construtores – e ao desenvolvimento
de novos mercados alternativos à Europa,
tais como a China e o Brasil.
Estratégia para
o mercado externo
A internacionalização foi sempre o objectivo
da Couro Azul, dado que o mercado
automóvel, pelo menos ao nível
de construtores europeus, se encontra
sobretudo na Alemanha, França, Itália,
Reino Unido e Suécia.
A estratégia de internacionalização definida
envolveu várias etapas de que se
destacam: o desenvolvimento tecnológico
do produto de acordo com as exigências
do sector automóvel; a instalação
de laboratórios para desenvolvimento
e controle do produto; o recrutamento
de recursos humanos do sector automóvel;
a implementação de um Sistema
de Qualidade e consequente certificação
em 1994 no âmbito da ISO 9002; o desenvolvimento
de uma rede comercial
nos principais mercados – Suécia, Alemanha,
Reino Unido, China, EUA, Espanha
e França; e ainda a criação da capacidade
de produção e lay-out adequado a este
novo tipo de mercado e produto.
Explica a mesma fonte que o processo de
aproximação aos principais construtores
automóveis europeus foi “complexo, moroso
e caracterizado por uma forte resiliência”,
até porque a empresa “teve que
combater o preconceito de muitos desses
clientes internacionais relativamente à
imagem ‘pouco tecnológica’ do país”.
Mas foi com base neste percurso que a
Couro Azul conseguiu os primeiros ne-
gócios junto dos construtores de automóveis,
com a, na altura, Opel (1995) e
a Volkswagen (1997), com a evolução
positiva que hoje se conhece.
A Europa é ainda hoje o primeiro mercado
natural da Couro Azul, mas dada
a conjuntura actual, a empresa encetou
uma nova acção comercial prioritariamente
nos países emergentes – China,
Brasil, Coreia, Rússia, África do Sul
– quer através das OEM e tier-ones que
já são clientes na Europa, quer junto
dos construtores locais de alguns destes
países e regiões onde o potencial
de crescimento é considerável quando
EMPRESAS
comparado com os mercados maduros
dos EUA ou da Europa.
Quanto aos seus clientes, na área de
couro para volantes, cuja actividade
ganhou maior expressão a partir de
1997, a empresa fornece actualmente,
através dos quatro maiores fornecedores
mundiais de sistemas de direcção, o
Grupo Volkswagen – incluindo as marcas
Skoda e Seat –, o Grupo PSA - Peugeot
e Citroen, a Smart, a Land Rover,
a Fiat, a Mazda, a JAC, entre outros.
No segmento de couro para assentos
e aplicações diversas, como painéis de
Portugalglobal // Julho 13 // 27
EMPRESAS
portas, tabliers, punhos e foles, fornece
a Volvo Truck, a Renault Truck,
a VW, a Toyota, a PSA, a Porsche, a
Smart e a Mitsubishi.
Produtos e segmentos
A Couro Azul transforma o couro em
bruto, salgado ou fresco, que recebe dos
matadouros, em couro acabado para
aplicar em revestimentos de interiores de
automóveis, comboios ou aviões.
Nos finais da década de 90 a empresa
criou um Departamento de Corte,
acrescentando maior valor aos produtos,
o couro, que é agora entregue aos
clientes sob a forma de peças cortadas
ou kits completos para forrar volantes,
assentos ou painéis de instrumentos
diversos. Neste departamento, que envolve
cerca de 100 colaboradores, a
empresa utiliza as técnicas mais actuais
de automatização integrada da digitalização,
nesting e corte por jacto de água
e lâmina robotizada, o que lhe permite
fornecer grandes cadências de montagem
de automóveis. Nesta unidade a
Couro Azul produz diariamente cerca
de 10.000 kits para volantes. O couro
e as peças cortadas para volantes são,
aliás, o core business da empresa com
um peso de 65 por cento na produção.
O sector de assentos de automóveis,
dado o consumo elevado de couro por
veículo, exige uma outra capacidade de
28 // Julho 13 // Portugalglobal
resposta e dimensão às empresas de curtumes
e, por essa razão, é hoje controlada
por cinco ou seis grandes multinacionais
– americanos, japoneses, alemães e
austríacos –, que acompanham em todo
o mundo a deslocalização das OEM e tierones
para fornecer em JIT (just-in-time).
Contudo, explica a mesma fonte, o reconhecimento
do posicionamento actual
da empresa, que está entre os quatro
principais players europeus no negócio
de couro para volantes, permitiu-lhe
mais recentemente lutar junto dos principais
construtores por novos negócios,
mas agora no segmento de assentos e
painéis de instrumentos ou portas.
“Os fornecimentos agora iniciados, em
2013, para os assentos e ‘tabliers’ do
Porsche Panamera e do novo Macan
são o melhor exemplo deste esforço de
décadas”, aponta a mesma fonte.
No que respeita às perspectivas para
o futuro, a fonte refere que os próximos
anos serão marcados por uma
evolução sustentada da produção e
do volume de negócios, a que deverá
corresponder um aumento de 15 por
cento ao ano. Para já, está garantida a
consolidação no mercado de volantes
com o arranque confirmado de novos
projectos para a PSA, a VW e a Skoda,
a Mazda e a Nissan em 2013, e para a
Mercedes e a Seat em 2014.
Simultaneamente, a empresa mantém
a sua estratégia de diversificação
de mercados, designadamente China,
Japão e mais recentemente o Brasil, a
Coreia e a África do Sul, e continua a
apostar em novos segmentos, no âmbito
de uma abordagem iniciada nos últimos
dois anos ao sector aeronáutico e
ferroviário, que estão agora proporcionar
novos negócios.
Neste domínio, e de acordo com a
mesma fonte, “um importante contributo
para a visibilidade da empresa
como ‘player’ neste importante
mercado” foi a atribuição, em 2012,
do Prémio Internacional ‘Crystal Cabin
Award’ ao projecto LIFE - Lighter,
Integrated, Friendly and Eco-efficient
aircraft cabin (cabines de avião mais
leves, integradas, amigáveis e ecoeficientes),
desenvolvido pelas empresas
portuguesas Alma Design,
Amorim Cork Composites, Caetano
Components, Couro Azul, INEGI e
SET/Iberomoldes.
Couro Azul, S.A.
Apartado 70, Ponte do Peral, Gouxaria,
2384-909 Alcanena, Portugal
Tel.: +351 249 889 050
Fax: +351 249 889 069
couroazul@couroazul.pt
www.couroazul.pt
MERCADOS
COLÔMBIA
ELDORADO COM POTENCIAL
PARA NEGÓCIOS EM PORTUGUÊS
Com um crescimento económico que ronda os 5 por cento ao ano, a
Colômbia é actualmente encarado como o Eldorado para as empresas
que procuram expandir os seus negócios. Portugal não foge à regra
e, embora em termos de comércio os números da exportação ainda
sejam modestos, são muitas as empresas que já firmaram ou procuram
firmar uma presença efectiva no mercado colombiano. Prova disso
é o recente investimento do grupo Jerónimo Martins, que espera
ter meia centena de lojas abertas naquele país até final do ano, mas
muitos mais exemplos há de empresas portuguesas com negócios na Colômbia, como
são os casos da Saraiva + Associados, da Vision-Box e da Saphety, cujos testemunhos
apresentamos neste dossier.
O director do escritório da AICEP em Bogotá, Miguel Crespo, apresenta-nos o
mercado colombiano e as oportunidades que oferece às empresas nacionais.
30 // Julho 13 // Portugalglobal
Aos olhos dos empresários portugueses,
a Colômbia adquiriu recentemente um
estatuto de Eldorado, mas nem sempre
foi assim. Encetou uma agenda de paz ao
longo dos últimos 12 anos, que lhe devolveu
segurança e permitiu colectivamente
olhar o futuro com grande optimismo,
alicerçando a partir desse momento horizontes
promissores e de longo prazo.
Tem vindo a “sobreviver” a choques externos,
o que de algum modo indica que
entrou numa dinâmica virtuosa assente
em reformas internas e na potenciação
das suas riquezas endógenas, sejam elas
naturais ou de capital humano.
Não fugindo à regra que parece aplicarse
a qualquer português que descobre o
país, senti-me como se acolhido em casa
de familiares desde o primeiro dia. Gente
afável e educada, com um sorriso nos lábios,
a quem digo em brincadeira sincera
que são como que “portugueses que falam
espanhol”. De tal maneira que estarão
empaticamente muito mais próximos
de um português do que um brasileiro.
Gente que encara com optimismo um
futuro que procura deitar para trás os
tempos traumáticos de um “Estado
falhado”, em que uma maioria ficou
refém no seu próprio país, às mãos de
guerrilha, narcotraficantes ou caciques.
A fronteira entre a alegria e a caos
pode porém ser ténue, sugerindo um
estado de precariedade permanente.
Ao longo dos últimos 60 anos deflagraram
vários episódios de grande violên-
“A Colômbia faz parte
de um bloco económico
em formação, integrando
ainda o Chile, Peru e
México, a que se designa de
Aliança do Pacífico. Como
denominador comum, a
cultura latina e economias
de mercado, reformadoras e
com uma tónica liberal,
não-proteccionista.”
(% salvo indicação contrária) 2012 2013 2014 2015 2016 2017
PIB Nominal (USD bn) 369.6 390.6 420.6
PIB per capita (USD PPP) 10441 10935 11512
População (mn) 48.2 48.8 49.4
Crescimento do PIB 4 4.3 4.5 4.6 4.6 4.5
Investimento (FBCF) 6 8 9.5 9 9 8.5
Taxa de Desemprego 10.4 9.9 9.3 9 9 8.5
IPC (médio) 3.2 2 2.7 2.4 2.3 2.4
Saldo orçamental (% do PIB) -1.9 -2.1 -2.1 -1.9 -1.8 -1.9
Volume de Exportações (US$ bn) 60 63.8 70 75.8 81.2 87.7
Volume de Importações (US$ bn) 53.8 58.3 64.1 70.4 77.1 83.9
Balança de Tr.Correntes (% do PIB) -3.1 -3.2 -3.3 -3.5 -3.9 -3.9
Dívida externa (fim de ano; US$ bn) 82.4 87 89.4 91.4 94.7 97.1
Taxa de câmbio média COP:US$ 1,798 1,830 1,849 1,863 1,871 1,886
Fonte: Economist Intelligence Unit Julho de 2013
cia, todos eles imprevisíveis de véspera.
Há também quem na Colômbia afirme
com graça que Gabriel Garcia Marquez
não escreve ficção; antes sim que descreve
o país no mais puro estilo realista.
A Colômbia faz parte de um bloco económico
em formação, integrando ainda
o Chile, Peru e México, a que se designa
de Aliança do Pacífico. Como denominador
comum, a cultura latina e economias
de mercado, reformadoras e com
uma tónica liberal, não-proteccionista.
País próximo da linha do Equador que,
pela altitude, oferece todos os climas e
uma imensa biodiversidade. A orografia
acentuada é marcada pela cordilheira
dos Andes, que se divide em três ao
entrar na Colômbia. As três principais
cidades – Bogotá, Medellin e Cali – situam-se
em altitude, gozando por isso de
um clima ameno para a latitude a que
MERCADOS
se encontram. Por outro lado, a distância
efectiva entre localidades, medida
em viagens extenuantes e tortuosas, faz
com que as idiossincrasias regionais sejam
bem mais acentuadas do que noutros
países da América Latina.
Aliás, a Colômbia diferencia-se por ser o
país mais multipolar do continente americano,
sem prejuízo de ter uma capital
política bem identificada em Bogotá. Por
analogia com a Europa, seria um pouco
como a Itália, com muito mais relevo
mas sem vias rodoviárias minimamente
adequadas. País que neste momento se
reaproxima da costa, num processo impulsionado
pelos sucessivos tratados de
livre comércio, que colocam a liderança
do crescimento ao litoral atlântico, em
que pontuam as cidades portuárias de
Cartagena, Barranquilla e Santa Marta.
Parece que fica para trás o estatuto de
“Tibete da América Latina”, cunhado por
um antigo presidente.
Enquadramento
macro-económico
Apesar do conflito duradouro, a Colômbia
enfrentou uma única recessão desde
a sua criação em 1820. Nunca entrou em
default e goza de finanças públicas invejáveis.
A subida paulatina do rating do
país é imparável. A agenda de reformas
é extensa, marcada por uma liberalização
do comércio, ambicioso programa de
infra-estruturas, concessões de explorações
de recursos primários e uma agenda
de paz capaz de conquistar territórios
para o lado da “economia formal”.
Portugalglobal // Julho 13 // 31
MERCADOS
Ao longo da última década a Colômbia
cresceu a uma taxa próxima dos 5
por cento anuais. Para o futuro somos
bem mais optimistas do que as projecções
macro-económicas convencionais,
como as que são expressas pelo
Economist Intelligence Unit, porque
“A agenda de reformas é
extensa, marcada por uma
liberalização do comércio,
ambicioso programa de
infra-estruturas, concessões
de explorações de recursos
primários e uma agenda
de paz capaz de conquistar
territórios para o lado da
‘economia formal’.”
estas não incorporam o “output gap”
que vai surgir pelos choques exógenos
positivos anteriormente expressos:
construção de rede viária, estímulo disruptivo
dos tratados de livre comércio,
conquistas do processo de paz, subida
sustentada do rating, expansão do
crédito ao investimento e redução do
desemprego; emergência de uma nova
classe média. Nem todos estes factores
estão garantidos a 100 por cento, mas
a sua materialização, ainda que parcial,
é a ponto de colocar o país na diantei-
32 // Julho 13 // Portugalglobal
ra do crescimento na América Latina,
possivelmente acima dos 7 por cento
durante uma década.
A Colômbia conquistou merecidamente
o estatuto de investment grade e,
conforme bem o entenderam grupos
tais como a Jerónimo Martins, Mota-
Engil, Sonae ou Prebuild, oferece um
quadro aliciante ao investimento, pelas
perspectivas sustentadas de longoprazo,
rule-of-law e igualdade de tratamento
do investidor estrangeiro.
Na vertente do comércio externo as oportunidades
despontam, embora a partir
de uma base mais baixa, essencialmente
por três forças de razão: (1) o poder
de compra é limitado, situando-se o PIB
per capita sensivelmente em um terço do
português e com repartição muito desigual.
Na prática, para bens de consumo
o mercado alvo será empiricamente de
10 milhões de consumidores para produtos
“Made in Portugal” e não mais de
dois milhões para as Marcas portuguesas.
E, neste caso, há que contar com a
facilidade com que o consumidor afluente
vai duas ou três vezes por ano fazer
compras aos EUA. (2) O mercado está
fragmentado por diversas cidades, com
logística deficiente entre si, uma cadeia
de intermediação extensa e um PVP que
é frequentemente o dobro de mercados
mais eficientes; e (3) existe uma concorrência
directa forte de parceiros históricos
tais como EUA, Chile, Espanha ou Brasil.
Procurando tornar clara a mensagem
para o exportador, haverá mercado
para quase todos os produtos e serviços,
embora para bens de consumo o
mercado seja muitas vezes de um tamanho
bem mais pequeno do que se
imagina. A título de exemplo, apesar
da influência histórica espanhola, num
mercado de 47 milhões de consumidores,
em 2012, não se importou sequer
8 milhões de euros em azeite ou 35 milhões
de euros em vinho!
“A Colômbia conquistou
merecidamente o estatuto
de ‘investment grade’ e,
conforme bem o entenderam
grupos tais como a
Jerónimo Martins, Mota-
Engil, Sonae ou Prebuild,
oferece um quadro aliciante
ao investimento, pelas
perspectivas sustentadas de
longo-prazo, ‘rule-of-law’ e
igualdade de tratamento do
investidor estrangeiro.”
O mesmo não sucede com os bens
de equipamento, por exemplo, em
sectores em que a Colômbia é muito
forte – como sejam a indústria extractiva
e a energia – ou dá mostras de
grande volume de negócio num futuro
próximo, como as agro-indústrias,
o sector da saúde, telecomunicações,
etc., em que os agentes têm dimensão
relevante. Evoluindo de produto para
serviço, ou para produto com necessidade
de assistência, é imperiosa uma
presença mais chegada, que pode em
muitos casos implicar a abertura de
uma estrutura permanente, nem que
seja um escritório de representação.
Esta situação está já patente em casos
como os da Saphety, da Tabique ou da
Saraiva + Associados. Se tivessemos
de sintetizar numa característica apenas,
a Colômbia seria uma espécie de
“Brasil acessível”. O empresário que
provou ter argumentos competitivos
para operar no Brasil, encontrará na
Colômbia uma facilidade muito maior,
um caminho mais aberto e uma dimensão
relativa mais compatível.
Por todos os negócios iniciados ao
longo de sucessivas missões que pontuaram
2012 e 2013, é muito natural
“Procurando tornar clara a
mensagem para o exportador,
haverá mercado para quase
todos os produtos e serviços,
embora para bens de consumo
o mercado seja muitas vezes
de um tamanho bem mais
pequeno do que se imagina.”
que se assista a um incremento sustentado
das nossas exportações. Mas,
sendo realistas, se as exportações podem
continuar a crescer acima de 30
por cento, ainda vão tardar 4-5 anos
a atingir sequer os 100 milhões de
euros. Ao mesmo tempo, o investimento
directo e as receitas geradas
no próprio mercado deverão dar no
mesmo intervalo saltos muito maiores.
Entre aquilo que se conhece e
o que possa vir a somar-se, o stock
de capital investido pode no mesmo
horizonte temporal atingir facilmente
os mil milhões de euros. É decididamente
um mercado em que o IDPE é
recomendável.
Alguns conselhos úteis
Quem vier para este mercado, sentirá,
como em poucos outros países, uma
empatia quase instantânea com os
colombianos. Compreenda, porém,
que o empresário português não foi
o primeiro a descobrir a Colômbia. Eis
algumas recomendações que pode
ter em conta:
• Registo cultural e de práticas de negócios
muito semelhantes a Portugal.
Recomenda-se franqueza sem
ingenuidade;
• Elites muito bem preparadas, com
competência empresarial e técnica
e forte blindagem social;
• Espírito fortemente corporativo,
alicerçado quer em Clubes Sociais
e Empresariais, quer em Grémios
sectoriais ou regionais;
• País a várias velocidades, em que a
materialização das expectativas ocorre
muitas vezes a um ritmo frustrante.
Quem tem poder não tem pressa,
quem tem pressa não tem poder;
• Deixe os seus preconceitos em casa
e reconheça que o que o traz à
Colômbia é o lado positivo do país
que cresce;
• Faça previamente o seu trabalho
de casa, analisando o mercado e
seleccionando de antemão potenciais
parceiros. Procure o mais
possível informar-se, nomeadamente
on-line, e tente organizar
videoconferências com alguns potenciais
parceiros antes de partir;
• Planeie a realização da visita com
2-3 meses de antecedência e procure
ir fechando as agendas a duas
MERCADOS
semanas da chegada. Mas preparese
para que muitas confirmações só
sejam efectuadas de véspera. Se tiver
um consultor local a apoiá-lo nos
agendamentos, deve compreender
que as agendas podem ir sofrendo
alterações até ao último minuto;
• Evite os períodos da Páscoa, Dezembro
e Janeiro, e estude o calendário
para não coincidir com feriados;
• Não espere encontrar um mercado
virgem e livre de competidores. Todos
buscam o “Eldorado”, como a
Colômbia sempre foi conhecida. E
como em qualquer mercado com
o qual não se está familiarizado, as
questões burocráticas levam sempre
mais tempo do que seria de esperar;
• Aproveite o tempo para se reunir e
conversar com o maior número possível
de pessoas – como na maioria
dos países da América Latina, os
negócios fazem-se através de relacionamentos
amadurecidos ou por
“recomendações vindas de cima”;
• Faça uma abordagem de longo prazo,
mas dê-lhe a flexibilidade necessária
para se adaptar às circunstâncias
e oportunidades do momento;
• Procure sempre obter aconselhamento
independente, profissional
e jurídico de boa qualidade;
• Não se esqueça de levar a cabo a
due dilligence em termos de contratos
e parceiros.
Para mais informações sobre o mercado
da Colômbia, consulte http://
www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Homepage.aspx
.
Portugalglobal // Julho 13 // 33
MERCADOS
Oportunidades para as
empresas portuguesas
Da mesma forma que o empresário colombiano
olha para Portugal num contexto
europeu, faz sentido olhar para
esta região numa perspectiva de um
mercado vasto que se estende do Chile
ao Peru, Colômbia e Panamá, totalizando
100 milhões de consumidores
em economias com um horizonte largo
e promissor. Este mercado é aliciante a
ponto de recomendar o investimento,
até porque é logisticamente complexo.
Em contrapartida, o potencial de
exportação será sempre mais limitado,
pelos factores anteriormente expostos.
Portugal, politica e empresarialmente
goza de um reconhecimento muito favorável
do governo e dos empresários
colombianos, sendo esta uma vantagem
a explorar de forma acentuada.
A importância que este “bloco económico”
representa depende em muito
de uma abordagem consistente, e não
oportunista que as empresas portuguesas
queiram tomar. Certamente que o
processo ganhará um forte ímpeto a
partir do momento em que o fluxo se
faça nos dois sentidos e, nesse sentido,
nada melhor do que uma ligação
aérea directa, fomentando turismo
de negócios na que assim se tornaria
34 // Julho 13 // Portugalglobal
uma porta natural de entrada na Europa.
Empresas de maior dimensão, em
sectores como o mineiro, agrícola e
agro-industrial poderão redescobrir as
oportunidades de uma plataforma em
Portugal para aceder à Europa e também
à África de expressão portuguesa.
Convém recordar que o grupo Santo
Domingo, conglomerado de grande
“Portugal, politica e
empresarialmente, goza de
um reconhecimento muito
favorável do governo e dos
empresários colombianos,
sendo esta uma vantagem
a explorar de forma
acentuada.”
tradição na Colômbia, chegou a ter
uma posição de controlo na Central de
Cervejas (Centralcer) e o balanço que
faz desse investimento é positivo.
Pela sua riqueza humana e territorial
existem oportunidades em todos os
sectores e recantos deste extenso país.
Entre 2012 e 2013, cerca de 500 empresas
portuguesas terão feito missões
exploratórias ao país, das quais resultou
já a abertura de aproximadamente
30 estruturas locais. Começa a haver
um núcleo duro a partir do qual a expansão
se torna mais fácil.
As oportunidades maiores obrigam a
esforço de capital e presença local:
• utilities, indústrias básicas e extractivas
ou fornecedores first-tier das mesmas;
• turismo e hotelaria, até aqui concentrado
nas principais cidades e longe
de dar resposta ao potencial turístico
do pais;
• agro-indústria, concretizando o tremendo
potencial do país para se tornar
um Chile de outra dimensão;
• construção e obras-públicas: apenas
para quem tenha uma competência
técnica e empresarial acima da média;
• bens de equipamento e bens duradouros,
para uma indústria que se
reequipa ou um consumidor que ascende
à classe média;
• tecnologias de informação: assentes
em produto com credenciais internacionais
e não em serviço;
• cluster da saúde: farmacêutica, dispositivos
e consumíveis, TIC na saúde;
• retalho especializado: calçado, mais
do que moda, desporto, restauração.
Ainda em nicho de mercado são de referir
os seguintes sectores: fileira-casa, calçado
em couro, têxteis-lar, vinho e azeite.
Neste contexto, as perspectivas para o
futuro são seguramente boas, já que
parece que descobrimos um parente
distante com o qual temos grandes afinidades.
Ao longo dos próximos dois anos
prevemos um estreitamento acelerado
de relações com o Bloco Andino, tomando
a Colômbia um lugar de destaque.
Recomendamos consistência e perseverança
na abordagem, e nunca em forma
de moda passageira e cara. Haverá naturalmente
um processo selectivo, porque
a Colômbia ainda não é o Eldorado e é
um mercado competitivo.
Escritório da AICEP
em Bogotá
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03 Oficina 906, Bogotá
República da Colômbia
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COLÔMBIA
A CERTEZA DE UM DESAFIO
>POR JOÃO RIBEIRO DE ALMEIDA, EMBAIXADOR DE PORTUGAL NA COLÔMBIA
O ano de 2013 está a ser especialmente
importante para o relacionamento
Portugal/Colômbia nas suas mais diversas
vertentes. A visita de Estado que o
Presidente da República efetuou à Colômbia
em meados do passado mês de
abril foi o corolário duma parceria privilegiada
e de um período rico no reforço
das relações bilaterais.
Antes, em novembro de 2012, receberamos
a visita do Presidente Juan Manuel
Santos a Lisboa e, em junho do
mesmo ano, o Primeiro-ministro visitara
igualmente Bogotá. Paralelamente,
o Ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros deslocara-se também por
diversas vezes à capital da Colômbia.
Atualmente a Colômbia constitui, portanto,
um importante parceiro de Portugal
na América Latina e Caraíbas. Este
relacionamento vinha, aliás, conhecendo
nos últimos anos um dinamismo
sem precedentes nas várias vertentes
da cooperação bilateral: à excelência da
relação político-diplomática, que faz da
Colômbia um dos nossos principais alia-
MERCADOS
dos no espaço ibero-americano, juntase
a parceria económica e a componente
cultural que registou um relevante
impulso por ocasião da edição 2013 da
Feira do Livro de Bogotá (FILbo), durante
a qual Portugal foi o convidado de honra,
a pedido das autoridades colombianas.
A participação portuguesa na FILbo
2013 foi unanimemente considerada
um êxito, após um enorme esforço e investimento
português em apresentar-se
de forma condigna num dos certames
culturais mais importantes da América
Latina e que permitiu que os colombianos
ficassem a conhecer melhor o
nosso país, exatamente num domínio, o
cultural, em que porventura estávamos
(ainda) bastante afastados.
Sob o lema do Mar, o pavilhão de Portugal
na FILbo foi uma mostra literária
em que trouxemos o melhor que temos:
Portugalglobal // Julho 13 // 35
MERCADOS
escritores, ilustradores, editores, intelectuais,
músicos e outras personalidades
formaram uma verdadeira Embaixada
que mostrou em Bogotá, entre 18 de
abril e 2 de maio passados, o dinamis-
“A visita de Estado que o
Presidente da República
efetuou à Colômbia em
meados do passado mês de
abril foi o corolário duma
parceria privilegiada e de um
período rico no reforço das
relações bilaterais.”
mo, a inovação e a contemporaneidade
da cultura portuguesa. O orgulho que
senti, recém-chegado à Colômbia como
responsável da nossa Missão diplomática,
foi indescritível, ao me serem constantemente
transmitidos elogios e comentários
sobremaneira positivos sobre
a presença portuguesa na Filbo 2013.
O reforço das relações luso-colombianas
reflete pois uma natural e já antiga em-
36 // Julho 13 // Portugalglobal
patia existente entre os dois povos. E os
portugueses que queiram aqui investir,
trabalhar ou viver dar-se-ão conta rapidamente
da facilidade de relacionamento
com os colombianos, com quem aliás
temos inúmeras afinidades, quer de caráter,
quer na forma como interagimos.
Este aspeto é uma evidente mais-valia
sempre que queremos aprofundar a
nosso relacionamento, seja em que área
for, com esta nobre gente.
Profundamente afetada por quase 50
anos de guerrilhas que assolaram o seu
território, a Colômbia tenta, através de
um processo de paz que decorre em
Havana, normalizar a sua vida político-social
e merece que o conjunto da
comunidade internacional a ampare e
apoie neste desígnio. Portugal estará
na linha da frente neste apoio!
A economia colombiana é já a 4ª maior
da América Latina e a 29ª a nível mundial,
sendo possível que, nos próximos 5
anos, passe ao terceiro lugar entre as latino-americanas
(com médias de crescimento
PIB entre 4,5 e 5 por cento). País
populoso e rico em recursos naturais e
em biodiversidade, conseguiu superar
praticamente ileso a crise económica
e financeira mundial e encontra-se a
crescer a bom ritmo. A chave para este
sucesso, que permite à Colômbia apresentar-se
como um modelo para países
emergentes num contexto de crise económica
global, reside sobretudo na sua
sólida governabilidade, na estabilidade
política, numa segurança jurídica plena
e, consequentemente, num baixo risco
dos investimentos. Lembro que é considerada
pelo Banco Mundial o primeiro
país latino-americano em matéria de
proteção de investimentos e isto apesar
de alguns problemas estruturais que
persistem nesta sociedade, como uns
índices de pobreza ainda excessivamente
altos, ou a questão supra mencionada
da guerra.
Tudo visto, a Colômbia é uma terra de
oportunidades que merece pelo menos
uma visita para melhor aferir delas. A
Embaixada de Portugal em Bogotá tem
recebido inúmeras missões de prospeção
por parte agentes económicos e
“A economia colombiana é já
a 4ª maior da América Latina
e a 29ª a nível mundial, sendo
possível que, nos próximos 5
anos, passe ao terceiro lugar
entre as latino-americanas
(com médias de crescimento
PIB entre 4,5 e 5 por cento).”
empresariais que começam a olhar para
este país com um interesse crescente.
Por outro lado, já temos aqui instalado
um grupo significativo de empresas do
nosso país. Cabe-nos ajudar no que for
possível e abrir os corredores institucionais/oficiais
que se estimem oportunos,
se for caso disso, bem como conceder o
apoio através do Escritório Comercial da
Embaixada nas mais diversas vertentes.
O desafio para um agente económico
português que é, logo à partida, um
país como a Colômbia, terá pelo menos
como contraponto a certeza e o conforto
de que será por esta Embaixada enquadrado,
apoiado e acarinhado.
Nota: Este artigo é escrito de acordo com a nova grafia
COLÔMBIA TEM POTENCIAL
PARA A VISION-BOX
Fundada em 2001, a Vision-Box ® é líder
no fornecimento de soluções electrónicas
de identidade, gestão de segurança
inteligente e sistemas de controlo de
fronteira automatizados, que usam padrões
compatíveis com o ICAO.
A empresa portuguesa opera fronteiras
automatizadas em mais de 30 aeroportos
internacionais e tem mais de 3.000
sistemas de identidade electrónicos implantados
em todo o mundo.
Na Colômbia a Vision-Box instalou dois
ABC eGates (vb i-match ® ) no aeroporto
de El Dorado para o controlo automatizado
de fronteiras, sendo o registo
dos passageiros frequentes efectuado
através de uma estação de registo, vb
e-pass dektop ® . Segundo fonte da empresa,
a principal vantagem deste projecto
passa por facilitar a passagem da
fronteira, diminuindo significativamente
o tempo que é passado em filas e
aumentando substancialmente a experiência
do passageiro.
De acordo com a mesma fonte, este
primeiro projecto teve uma dimensão
reduzida e um impacto pouco significativo
nos resultados da empresa, mas
existe o potencial de o alargar a outros
aeroportos colombianos. Nesse sentido,
a estratégia da Vision-Box para o
mercado colombiano será continuar a
apostar na identificação de oportunidades
e implementação de projectos
de valor acrescentado.
MERCADOS
Líder no fornecimento de soluções e sistemas de controlo de fronteiras
automatizados, a Vision-Box está presente no aeroporto de Bogotá, El Dorado, num
primeiro projecto a que se poderão seguir outros.
A Vision-Box tem actualmente uma
presença global no mercado internacional.
A América Latina e a Ásia são os
mercados prioritários e aqueles onde a
empresa portuguesa considera que o
seu crescimento será mais significativo
nos próximos anos.
Vision-Box
Rua Casal do Canas, 2
Zona Industrial de Alfragide
2790-204 Carnaxide - Portugal
Tel.: +351 21 154 3900
Fax: +351 21 154 3901
info@vision-box.com
www.vision-box.com
Portugalglobal // Julho 13 // 37
MERCADOS
SARAIVA + ASSOCIADOS
COM FORTE PRESENÇA NA COLÔMBIA
O atelier de arquitectura, planeamento urbano e design Saraiva + Associados é
uma das empresas portuguesas que apostou na Colômbia para a sua expansão
internacional. A carteira de projectos da empresa ascende já a 1,6 milhões de euros
neste mercado.
De acordo com fonte da empresa, o
envolvimento da Saraiva + Associados
com a Colômbia começou com um
estudo da sua interacção com o continente
sul-americano, feito a partir
de Portugal e em estreita colaboração
com instituições públicas colombianas.
Posteriormente, e durante o ano de
2011, foram feitas visitas à Colômbia
com o objectivo de iniciar contactos e
analisar o mercado local.
“À semelhança do que acontece noutros
casos de expansão internacional,
entendemos que o mercado colom-
38 // Julho 13 // Portugalglobal
biano não se compadece com um trabalho
exclusivamente desenvolvido a
partir de Lisboa, pelo que decidimos
abrir um escritório em Bogotá, sede
da empresa constituída, cujo capital
é participado por accionistas colombianos.
Somos, assumidamente, uma
empresa colombiana que, com colombianos
nos seus quadros, projecta
com garantia de inovação, qualidade
e cumprimento de prazos. Beneficiamos,
ainda, do permanente suporte
da sede do grupo em Lisboa, onde se
realiza a concepção de cada projecto
e o seu acompanhamento ao longo de
todo o processo”, afirma José Miguel
Vieira Neves, sócio e presidente da
S+A Colômbia.
Para este responsável, a “estabilidade
fiscal, jurídica e política, uma elevada
capacidade económica e financeira,
uma receptividade invulgar ao investimento
estrangeiro e uma população
hospitaleira, com características semelhantes
à portuguesa, são factores
que contribuíram para uma rápida integração
social e profissional tornando
possível o desenvolvimento e concretização
de projectos”.
Entre os vários projectos em curso
na S+A Colômbia, destaca-se o recentemente
inaugurado Avianca Vip
Lounge, o novo espaço da companhia
aérea colombiana no Aeroporto Internacional
El Dorado. Com base nos
valores da companhia aérea – inovação,
criatividade e modernidade – o
Avianca Vip Lounge, com uma área
de 2.000 metros quadrados, é já uma
referência neste tipo de equipamentos.
O valor da actual carteira da S+A
Colômbia (valor de projectos adjudicados)
ascende a aproximadamente
1.615.560 euros.
A Saraiva + Associados foi fundada em
1996, em Lisboa, pelo arquitecto Miguel
Saraiva e conta com cerca de 80
profissionais com elevadas competências
nas diversas áreas de projecto.
A internacionalização da S+A teve início
em 2004, afirmando-se com base
na experiência e no saber adquiridos e
através de uma adaptação à especificidade
de cada novo mercado. Actualmente,
para além da Colômbia, a S+A
detém ateliers e estruturas próprias na
Argélia (Oran), no Brasil (S. Paulo), na
China (Pequim), no Cazaquistão (Alma-
MERCADOS
ty), na Guiné Equatorial (Malabo) e em
Portugal (Lisboa e Funchal). Os ateliers
internacionais, contudo, mantêm uma
permanente e estreita colaboração
com o atelier fundador em Lisboa.
Recentemente foi operacionalizada a
actividade nos Emirados Árabes Unidos,
com a abertura da S+A em Abu
Dhabi. Em 2013 prevê-se o estabelecimento
da S+A na Malásia e Singapura.
Adicionalmente, através de uma dinâmica
actividade de exportação, a S+A
tem vindo a actuar em Angola, Cabo
Verde, Costa do Marfim, Gabão, Gana,
Guiné Conacri, Marrocos, Moçambique,
Nigéria, Rússia, Senegal, Azerbaijão,
Turquia e Turquemenistão.
Segundo a mesma fonte, os principais
factores de competitividade da empresa
são o rigor técnico, a orientação
para o cliente, o cumprimento de prazos
e a qualidade conceptual. Refirase
também que o portfólio do atelier
apresenta uma grande multiplicidade
de projectos que, para além de criatividade
e inovação, incorporam uma
notável diversidade cultural.
Em 2012, pelo segundo ano consecutivo,
a Saraiva + Associados foi integrada
em duas categorias do ranking mundial
de arquitectura WA100 (World Architecture
Top 100), ocupando a 6ª e 9ª
posições em África, América do Sul e
Central, respectivamente, o que traduz
um expressivo reconhecimento
do trabalho desenvolvido pela Saraiva
+ Associados no mercado global para
o qual contribui a aposta realizada no
mercado colombiano.
Miguel Saraiva
& Associados
Arquitectura e Urbanismo, S.A.
Av.Infante Santo, 69 a-c
1350-177 Lisboa - Portugal
Tel.: +351 213 939 340/9
+351 217 120 510
Fax: +351 217 120 511
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Colômbia
Carretera 11ª, n. 93 A-22
Oficina 405
Bogotá
Tel.: +571 321 477 92 31
Portugalglobal // Julho 13 // 39
MERCADOS
SAPHETY
APOSTA FORTE NO MERCADO
DA AMÉRICA LATINA
A Saphety é uma empresa de base tecnológica, do grupo Sonae, que desde logo
definiu a internacionalização como vector estratégico para o seu crescimento. Está
presente na Colômbia com a Saphety Soluciones Electronicas, no âmbito de um
investimento que deverá ascender a um milhão de euros.
A Saphety actua essencialmente em três
áreas: soluções Purchase-to-Pay (P2P),
responsáveis pela automatização dos processos
de compra (SaphetyBuy), de contratação
(SaphetyGov) e de facturação
(SaphetyDoc) das empresas e de governos
(B2G); operador global de EDI (Electronic
Data Interchange) e factura electrónica,
através da plataforma SaphetyDoc Global
Network; e soluções de sincronização de
dados e multimédia (SaphetySync) para
as entidades GS1 (Global Standards 1),
responsáveis pela emissão dos códigos de
barras e definição de standards em diversos
sectores da actividade económica.
A empresa definiu desde logo a internacionalização
como vector estratégico do
seu crescimento. Actualmente, através da
plataforma SaphetyDoc Global Network,
a Saphety é responsável pela prestação
de serviços a mais de 6.800 empresas em
cerca de 20 países, que permite simplificar
e automatizar a troca de quaisquer
documentos comerciais entre parceiros
de negócio, tornando o processo isento
de papel, com redução significativa de erros
humanos e consequentemente com
uma diminuição muito significativa de
custos operacionais para as empresas.
Como explica João Pereira, Chief International
Development da Saphety, a nova
legislação emitida por governos em diversos
países permite (e em alguns casos
obriga) a troca electrónica de facturas
com valor legal entre empresas. A facturação
electrónica torna-se assim numa
oportunidade muito importante de negócio
à escala mundial, no qual a Sa-
40 // Julho 13 // Portugalglobal
phety pretende ter uma fatia importante.
Embora a plataforma seja disponibilizada
como SaaS, a operação implica, na maior
parte dos casos, uma presença local, no
país onde o serviço é prestado.
A Saphety actua directamente, com escritórios
próprios, em Portugal, Espanha,
Brasil e Colômbia e através de parceiros
no México, nos três países bálticos, no
Cazaquistão e no Quénia. De acordo
com o mesmo responsável, é objectivo
da empresa fortalecer a sua presença na
América Latina, nos países do Leste da
Europa e iniciar a prestação de serviços
na região APAC (Ásia - Pacífico) e Mé-
dio Oriente, através de parcerias ou da
abertura de escritórios próprios.
Quanto à aposta na Colômbia, João Pereira
afirma que o mercado da América
Latina é estratégico para a empresa. “É
imenso, a maior parte dos países apresenta
um forte crescimento e um contexto
de risco razoável, com algumas excepções,
uma aposta fortíssima no comércio
eletrónico B2B, tendo governos de vários
países da região tomado a decisão de tornar
a facturação electrónica, com valor
legal, obrigatória entre as empresas. Por
outro lado, as organizações GS1 dos diferentes
países têm mostrado uma dinâmi-
ca muito forte na definição de serviços
de valor acrescentado, principalmente
para os sectores do retalho e da saúde”,
aponta.
A Saphety não podia ser alheia a este
contexto na sua estratégia de internacio-
“É objectivo da Saphety
fortalecer a sua presença na
América Latina, nos países
do Leste da Europa e iniciar
a prestação de serviços na
região APAC (Ásia - Pacífico)
e Médio Oriente, através de
parcerias ou da abertura de
escritórios próprios.”
nalização. Já com uma presença directa
no Brasil e uma parceria no México, a
empresa procurou um outro mercado
que pudesse potenciar uma presença importante
e um crescimento sustentado.
“A Colômbia surgiu-nos como um
mercado muito aberto ao investimento
estrangeiro, pouco burocrático, com
um capital humano muito profissional,
apresentando um forte crescimento
económico e, no ponto de vista da
nossa actividade, um mercado ainda
emergente mas já atento e com um conhecimento
claro das vantagens da implementação
das nossas soluções. Por
último, encontrámos uma oferta concorrencial
muito concentrada, favorável
à entrada de um novo ‘player’ com soluções
inovadoras”, adianta João Pereira.
“A decisão de abrir uma
empresa na Colômbia foi
tomada de uma forma
célere, após uma visita de
uma semana ao país e de
um estudo de mercado que
revelou um forte potencial
de negócio.”
A decisão de abrir uma empresa na Colômbia
foi tomada de uma forma célere,
após uma visita de uma semana ao país
e de um estudo de mercado que revelou
um forte potencial de negócio. Nesta visita,
a Saphety contou com o apoio do
escritório da AICEP em Bogotá, em concreto
do seu responsável Miguel Crespo,
que “nos ajudou imenso neste nosso
processo e ao qual agradecemos profundamente”,
sublinha a mesma fonte.
A Saphety Soluciones Electronicas opera
nos escritórios em Bogotá há cerca
de dois meses e meio, prevendo-se que
o investimento da Saphety na América
Latina ascenda a um milhão de euros.
A empresa tem-se posicionado principalmente
como operador de EDI e factura
electrónica, nos sectores do retalho
e com os produtos SaphetySync. Já com
três importantes clientes e com um posicionamento
inovador reconhecido no
mercado, a Saphety espera consolidar a
sua actividade até ao primeiro trimestre
de 2014, prevendo um forte crescimento
nas vendas no próximo ano. A equipa,
constituída actualmente por duas
pessoas, irá acompanhar o crescimento
do negócio, acrescenta o Chief International
Development da Saphety.
A Saphety é um dos principais players
mundiais na sincronização de informação
relativa a dados e imagens de
produtos entre fornecedores e compradores,
tendo como objectivo alcançar
MERCADOS
uma posição de liderança nos próximos
anos. Os clientes são principalmente as
entidades GS1 existentes em cada país.
Através dos produtos pertencentes à
gama SaphetySync, estas organizações
estabelecem a interligação de milhares
de empresas pertencentes a uma determinada
cadeia de valor, garantindo
a sincronização de informação entre
elas. Com um forte posicionamento
nos países nórdicos e em Portugal, a
Saphety tem como objectivo fortalecer
a sua presença na Europa e conquistar
outras regiões como a América Latina e
APAC. Ainda segundo a mesma fonte,
as sinergias de negócio existentes entre
SaphetyDoc Global Network e Saphe-
tySync irão acelerar a presença da empresa
à escala mundial.
Saphety
Rua Viriato, nº13, 6º
1050-233 Lisboa, Portugal
Tel.: +351 210 114 640
Fax: +351 210 192 501
info@saphety.com
www.saphety.com
COLÔMBIA
World Trade Center,
Calle 100 Nº8A-49, Torre B PH
Room 25, Bogotá
Tel.: (+57-1) 64 67136
comercial.colombia@saphety.com
Portugalglobal // Julho 13 // 41
MERCADOS
RELACIONAMENTO ECONÓMICO
PORTUGAL – COLÔMBIA
A Colômbia tem uma importância relativa enquanto cliente dos bens portugueses,
mas tem vindo a despertar o interesse dos empresários portugueses sobretudo a nível
de investimento directo.
O peso da Colômbia no comércio externo
português apenas tem tido algum
significado na vertente de fornecedor,
posicionando-se na 29ª posição
em 2012 (38ª em 2008). Na qualidade
de cliente, a importância relativa do
mercado tem sido claramente irrelevante,
embora tenha melhorado,
ocupando a 64ª posição em 2012 (66ª
posição em 2008).
42 // Julho 13 // Portugalglobal
A balança comercial bilateral é tradicionalmente
desfavorável a Portugal devido
à importação quase exclusiva de um único
grupo de produtos: os combustíveis
minerais. Por esse motivo, o coeficiente
de cobertura das importações pelas exportações
apresenta valores muito baixos
(10 por cento em 2012). Depois de uma
quebra da taxa de cobertura em 2011,
verificou-se uma melhoria em 2012, em
BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS
2008 2009 2010 2011 2012
Var % a
12/08
2012 Jan/
Maio
2013 Jan/
Maio
Exportações 18.188 6.586 13.192 18.774 28.176 32,2 12.119 13.568 12,0
Importações 202.761 103.217 100.562 246.601 281.831 27,0 132.830 81.212 -38,9
Saldo -184.573 -96.632 -87.370 -227.827 -253.656 -- -120.711 -67.644 --
Coef. Cobertura (%) 9,0% 6,4% 13,1% 7,6% 10,0% -- 9,1% 16,7% --
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2008-2012; (b) Taxa de variação homóloga 2012-2013
2008 a 2011: resultados definitivos; 2012 resultados preliminares 3ª revisão; 2013: resultados preliminares 1º apuramento
linha com um aumento das exportações
muito significativo (50 por cento). Esse
facto pode indicar um maior interesse
por parte das empresas portuguesas neste
mercado, muito embora, em termos
absolutos, os valores das exportações e
das importações não sejam comparáveis.
Já este ano, de Janeiro a Maio, verificase
um aumento das exportações em 12
Var % b
13/12
por cento face a período idêntico de
2012, enquanto as importações diminuíram
quase 39 por cento.
Segundo os dados do INE e numa
breve análise à estrutura sectorial das
exportações portuguesas em 2012, é
possível constatar a concentração que
se verifica nos grupos de produtos das
máquinas e aparelhos, dos metais comuns,
dos produtos químicos e dos
plásticos borracha, cuja representatividade
no total das nossas vendas atingiu
84,1 por cento em 2012.
A evolução da representatividade destes
quatro grupos de produtos no último
ano deve-se, sobretudo, aos acréscimos
verificados nos metais comuns
(31,7 por cento das exportações totais)
e nas máquinas e aparelhos (33,8 por
cento), que aumentaram, respectivamente,
447,5 por cento e 95,3 por
cento face a 2011.
Já em 2013, no período em referência,
os principais grupos de produtos exportados
foram as máquinas e aparelhos,
os metais comuns, os plásticos e
borracha e os veículos e outro material
“A balança comercial
bilateral é tradicionalmente
desfavorável a Portugal
devido à importação quase
exclusiva de um único grupo
de produtos: os combustíveis
minerais.”
de transporte, este último com um aumento
de 291,4 por cento face a 2012.
Relativamente ao grau de intensidade
tecnológica dos produtos transformados,
que representaram a quase totalidade
do total exportado em 2011 (99,4
por cento), verificou-se uma maior concentração
nos produtos de média-alta
tecnologia, com uma quota de 66,0
por cento. Os produtos de baixa e alta
intensidade tecnológica representaram,
respectivamente, 13,4 por cento e 2,2
por cento do total, segundo dados do
GEE – Gabinete de Estratégia e Estudos.
Por seu lado, o INE revela que as empresas
nacionais que exportaram para
a Colômbia em 2012 totalizaram 221,
contra 170 em 2011 e 101 em 2008.
No que diz respeito às importações,
estas concentram-se, sobretudo, nos
combustíveis minerais, que representa-
“O interesse do mercado
colombiano em si mesmo,
em termos de atracção
de investimento directo
estrangeiro, está assente
numa política governamental
que apoia o investidor e no
posicionamento do país como
uma plataforma estratégica
para outros mercados na
região, aproveitando os
diversos acordos de livre
comércio estabelecidos.”
ram 93 por cento do total importado
em 2012. Cabe ainda referir os produtos
agrícolas (5,9 por cento do total
em 2012) que, em conjunto com os
combustíveis minerais, foram responsáveis
por 98,9 por cento do total das
importações portuguesas provenientes
da Colômbia em 2012. Nos primeiros
cinco meses de 2013, os combustíveis
minerais pesaram 90,5 por cento
nas importações globais da Colômbia,
seguindo-se os produtos agrícolas com
8,1 por cento, ambos os grupos diminuindo
face ao mesmo período do ano
MERCADOS
anterior (menos 39,7 por cento e menos
24 por cento, respectivamente).
O número de empresas nacionais que importaram
da Colômbia, em 2011, foi de
97, registando um incremento de 16 empresas
em relação a 2010 (81 empresas).
Investimento
Com base na informação recolhida
junto das autoridades colombianas e
no Banco da Republica, verifica-se que
o valor acumulado do investimento de
Portugal na Colômbia, no período de
2000 a 2011, não incluindo o sector
dos petróleos, foi de 16,7 milhões de
dólares, não havendo registo de quaisquer
operações de investimento directo
da Colômbia em Portugal.
Refira-se que o valor total de investimento
estrangeiro na Colômbia, em
2011, foi superior a 13 mil milhões de
dólares, sendo a variação de 2010 para
2011 de 92 por cento. O valor do investimento
fora da indústria do petróleo
representou 32 por cento do total.
O interesse do mercado colombiano em
si mesmo, em termos de atracção de
investimento directo estrangeiro, está
assente numa política governamental
que apoia o investidor e no posicionamento
do país como uma plataforma
estratégica para outros mercados na
região, aproveitando os diversos acordos
de livre comércio estabelecidos. Por
outro lado, os custos laborais e de produção
são bastante menos elevados do
que aqueles que se praticam em outros
países da região com o mesmo nível de
poder de compra.
Portugalglobal // Julho 13 // 43
MERCADOS
COLÔMBIA EM FICHA
Área: 1.138.910 km²
Bogotá
Colômbia
População: 46,4 milhões de habitantes
(2012 World Gazetteer- estimativa)
Taxa de crescimento da população: 1,1%
(est. 2012) - 0-14 anos: 26,2%; 15-64 anos:
67,5%; 65 anos e mais: 6,3%.
Densidade populacional: 40,8 habitan-
tes/km 2
Designação oficial: República da Colômbia
Chefe de Estado e de Governo: Presidente
Juan Manuel Santos (desde 7 de Agosto
de 2010)
Vice-presidente: Angelino Garzón
Data da actual Constituição: 5 de Julho
1991, com várias actualizações; independência
em 1810
Principais Partidos Políticos: O Partido
Social de Unidad Nacional (Partido da U), o
Partido Conservador (PC), o Cambio Radical
(CR), o Partido Liberal (PL) e o Partido
Verde (PV) formam o Governo. O Partido
de Integración Nacional (PIN) representa a
extrema-direita e o Polo Democrático Alternativo
(Polo) representa a esquerda.
Capital: Bogotá (Sta. Fé de Bogotá) - 7,5
milhões hab. (est. 2012 World Gazetteer).
44 // Julho 13 // Portugalglobal
Outras cidades importantes: Medellín
(2,4 milhões), Cali (2,3 milhões) e Barranquilla
(1,1 milhões).
Estados: 32 Departamentos (Estados).
Religião: A população é maioritariamente
católica (90%).
Língua: O idioma oficial da Colômbia é o
castelhano, mas existem no país cerca de
500 mil falantes de idiomas indígenas.
Unidade monetária: Peso Colombiano
(COP) = 100 centavos
1 EUR = 2.406,85 COP (média Janeiro 2013)
Risco País:
Risco geral: BBB
(AAA = risco menor; D = risco maior)
Risco político: BB
Risco de estrutura económica: BB
“Ranking” em negócios: Índice: 6,44
(10 = máximo)
“Ranking” geral: 47 (entre 82 países)
“Ranking” região: 5 (entre 12)
(EIU – Fev. 2013)
Risco de crédito: 4
(1 = risco menor; 7 = risco maior)
(COSEC – fev. 2013)
Grau da abertura e dimensão relativa
do mercado:
Exp. + Imp. / PIB = 31,3% (est. 2012)
Imp. / PIB = 14,9% (est. 2012)
Imp. / Imp. Mundial = 0,30% (2011)
Fontes: The Economist Intelligence Unit
(EIU), fevereiro 2013; Banco de Portugal;
COSEC; OMC; Câmara de Comércio Colombo-Brasileira;
World Fact Book, CIA.
ENDEREÇOS ÚTEIS
EMBAIXADA DA COLÔMBIA
EM PORTUGAL
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MERCADOS
CURDISTÃO
OPORTUNIDADES PARA
AS EMPRESAS PORTUGUESAS
A construção de infra-estruturas,
como estradas, pontes e ferrovias, o
turismo, a nível de oferta hoteleira, e
a agricultura são alguns dos sectores
com potencialidades para as empresas
portuguesas que queiram investir na
região do Curdistão iraquiano.
Precisamente com o objectivo de promover
a região, esteve recentemente em Lisboa o
Representante do Governo Regional
do Curdistão, Daban Shadala, para
encontros com as autoridades portuguesas
com quem debateu a cooperação
bilateral com vista ao incremento do
relacionamento económico.
Daban Shadala concedeu uma breve
entrevista à Portugalglobal onde faz o
balanço da sua deslocação ao nosso país.
46 // Julho 13 // Portugalglobal
Que balanço faz da sua recente visita a Lisboa e
dos encontros com as autoridades portuguesas, em
particular da AICEP?
Fiquei extremamente satisfeito com a minha recente visita
a Lisboa. Esta deslocação foi a minha primeira visita oficial
a Portugal em nome do Governo Regional do Curdistão
(KRG) e teve como objectivo estabelecer o primeiro contacto
oficial com o Governo português e com outras entidades.
Essencialmente, queria analisar as potencialidades de cooperação
bilateral e, em caso afirmativo, privilegiar essas áreas
junto das entidades oficiais que tivesse a oportunidade de
conhecer. Os encontros realizados permitiram-me concluir
que Portugal está interessado em colaborar com o KRG em
diferentes áreas como o comércio, a cultura e a educação.
Regressei inteiramente convencido e optimista de que há lugar
para desenvolver um relacionamento entre Portugal e a
Região Curda do Iraque.
Nesta deslocação encontrei-me com responsáveis do Ministério
da Educação, com quem discuti o sistema de ensino
superior do Curdistão e as áreas possíveis de cooperação
com Portugal, e do Ministério dos Negócios Estrangeiros,
designadamente com o Secretário de Estado das Comunidades
Portuguesas, José Cesário. Discutimos em profundidade
os desenvolvimentos económicos da Região do Curdistão.
Expliquei-lhe as dificuldades que enfrentamos actualmente
com Bagdad e assegurei-lhe que estamos comprometidos a
permanecer no Iraque Federal e decididos a cumprir a Constituição
do Iraque Federal.
Encontrei-me também com o administrador executivo da AI-
CEP, José Vital Morgado, tendo falado igualmente sobre a
situação económica da Região do Curdistão. Este encontro
foi evidentemente muito importante porque vi nele a oportunidade
de dar início ao processo de estabelecimento de
relações de cooperação com a principal Agência de promoção
de Portugal. À parte das relações políticas, as relações
económicas são também muito importantes para as nossas
duas nações a fim de podermos iniciar o que espero que
venha a ser uma longa e frutuosa relação. Ambos considerámos
o encontro como positivo e vimos que havia espaço
para Portugal e o Curdistão iniciarem o processo com vista
ao estabelecimento de fortes laços económicos.
Esperamos agora continuar a desenvolver os resultados desta
visita e começar realmente a trabalhar em conjunto com
o Governo português a fim de construirmos um relacionamento
a longo prazo.
Na sua opinião, como é que as relações económicas
entre a Região do Curdistão e Portugal podem ser
desenvolvidas?
Na minha opinião, as relações económicas entre a Região
do Curdistão e Portugal podem ser desenvolvidas de várias
maneiras, ou através de uma grande variedade de canais.
É um processo que requer tempo e paciência mas os seus
resultados serão um relacionamento económico duradouro.
O nosso escritório em Madrid está em contacto com as au-
MERCADOS
toridades portuguesas para troca de informações sobre as
nossas duas nações. Assim que tivermos reunido um número
substancial de informação e determinado as áreas-chave nas
quais podemos cooperar, poderemos começar a agir. Penso
que os primeiros passos mais importantes a dar em conjunto
são os de promover o Curdistão em Portugal, tanto junto do
sector privado como do grande público em geral.
Quando o sector privado português conhecer as oportunidades
que a nossa região tem para oferecer, para além de uma
“As relações económicas entre a Região do
Curdistão e Portugal podem ser desenvolvidas
de várias maneiras, ou através de uma grande
variedade de canais. É um processo que requer
tempo e paciência mas os seus resultados serão
um relacionamento económico duradouro.”
situação de estabilidade em termos políticos e de segurança,
estou certo de que veremos interesse por parte das empresas
portuguesas no Curdistão. As empresas que estiverem interessadas
em visitar a região podem, evidentemente, fazê-lo
através do nosso escritório e nós facilitar-lhes-emos as suas
deslocações de negócios da maneira que for mais adequada
às suas necessidades. Assim, o desenvolvimento das relações
económicas com Portugal baseia-se fundamentalmente em
conquistar o sector privado português através do Governo
português e dos organismos responsáveis pela internacionalização
das empresas portuguesas.
Creio que uma boa maneira de cimentar as bases para relações
económicas seria organizar missões oficiais e empresariais
do KRG para visitarem Portugal e vice-versa. A partir
Portugalglobal // Julho 13 // 47
MERCADOS
daí, os nossos governos, ao mais alto nível, estariam aptos
a discutir a possível abertura de um escritório diplomático
oficial, comercial ou político na Região do Curdistão e em
Portugal. Muitos países europeus têm representações diplomáticas
em Erbil, ajudando a consolidar o relacionamento
económico com esses países.
Quais são os sectores e produtos que oferecem maiores
oportunidades às empresas portuguesas que queiram
internacionalizar-se ou investir na região do Curdistão?
A segurança e a estabilidade têm sido essenciais para acelerar
o crescimento económico da região na última década. O KRG
tem conseguido atrair para a região empresas estrangeiras,
desde as pequenas e médias empresas até às grandes multinacionais,
como a Exxon Mobil. As oportunidades de negócio
que a região oferece abrangem todos os sectores. Claro que o
que está a incentivar a economia neste momento e no futuro
próximo é a indústria do petróleo e do gás. Espera-se que
possamos produzir à volta de um milhão de barris por dia
em 2015. Tendo isso em conta, as oportunidades na indústria
do petróleo e do gás estão agora focadas na produção/
transporte/distribuição, tais como transporte, armazenagem,
processamento, refinaria, marketing e formação.
Para além do petróleo e do gás, há oportunidades no sector
da construção, embora a Turquia esteja há muito instalada
na região, com preços muito competitivos. No entanto, de-
“A lei de investimento no Curdistão, aprovada
em 2006, é considerada como uma das mais
liberais do grande Médio Oriente, visando
atrair IDE para a região e tendo associados
incentivos nesse sentido.”
verão surgir novos projectos no futuro, visto que o KRG estima
que será necessário construir mais de 100.000 blocos
de habitação para poder dar resposta à procura, podendo aí
haver mercado para as empresas portuguesas.
As empresas portuguesas poderão também tirar partido dos
projectos de infra-estruturas que a Região do Curdistão tem
para oferecer, nomeadamente, na construção e a manutenção
de estradas, auto-estradas, pontes, passagens subterrâneas,
sanidade, sistemas de esgotos, redes de comboios e
eléctricos, geradores eléctricos e transmissões. Cremos que as
empresas portuguesas seriam muito úteis para a região no
que diz respeito ao desenvolvimento de projectos de infraestruturas;
precisamos da sua competência e conhecimentos.
Há dois sectores nos quais eu estou determinado a dar um
impulso para a entrada de empresas portuguesas na Região
Curda do Iraque. A beleza natural do Curdistão e a
sua história muito rica com reservas arqueológicas incríveis
faz do país um destino turístico potencial extrardinário. O
KRG tem dado grande ênfase ao desenvolvimento do sector
do turismo, que considera ser um sector-chave no seu
48 // Julho 13 // Portugalglobal
Plano Estratégico de Desenvolvimento (2013-2017). Em
2012, 2,5 milhões de turistas nacionais e internacionais visitaram
a Região do Curdistão. Foi um destino de viagem
recomendado tanto no New York Times como no National
Geographic, demonstrando que a imagem da Região Curda
do Iraque está a tornar-se positiva. Erbil foi mesmo nomeada
a capital do Turismo Árabe em 2013, onde temos cerca de
400 hotéis. No entanto, a procura ultrapassa largamente a
oferta, necessitando de um investimento de 200 milhões de
dólares nessa área. É, por isso, um sector onde eu julgo que
as empresas portuguesas poderiam dar uma grande ajuda e
também obter dividendos desse investimento.
O outro sector que estamos a promover como sector-chave
para as empresas portuguesas é a agricultura. Como deve
saber, muitos historiadores consideram que o Curdistão é
o “berço” da agricultura. Muitos dizem que, há cerca de
8.000 anos, os povos da região da Mesopotâmia do Norte
começaram a desenvolver as técnicas agrícolas que lhes permitiram
estabelecer-se em pequenas comunidades agrícolas,
e finalmente trouxeram esses métodos para o sul abrindo caminho
para o nascimento de cidades, tais como Ur e Sumer
no sul do Iraque.
O Iraque, como um todo, tornou-se auto-suficiente em termos
agrícolas, tendo a sua economia assentado largamente
na agricultura durante séculos. No decurso do século XX e
com o desaparecimento do Império Otomano, surgiu o estabelecimento
do estado do Iraque. Com anos de guerra,
rebeliões e negligência, o sector da agricultura declinou maciçamente,
tendo-se perdido muitas das técnicas agrícolas antigas,
e muitos trabalhadores rurais começaram a mudar-se
para as cidades principais para procurarem trabalho. O Governo
Regional do Curdistão atribui grande importância à recuperação
do sector agrícola da Região do Curdistão. No ano
passado, o orçamento do Ministério da Agricultura foi de mil
milhões de dólares, tendo sido promovidos muitos projectos
com vista a assegurar a segurança alimentar. O Curdistão tem
algumas das terras mais férteis do mundo e tem 1.535.794
hectares de solo cultivável, o que equivale a 41,84 por cento
do total do território. O plano estratégico do KRG para a agricultura
visa obter um aumento da produção de vegetais de 8
por cento; um aumento de 5 por cento na pecuária e 10 por
cento de aumento de terra cultivável em 2017.
De modo a alcançar estes objectivos, o KRG oferece incentivos
e subsídios a sub-sectores da agricultura. Estes incentivos
e subsídios são concedidos para o sector da horticultura,
florestas, projectos de criação de aves, máquinas e tecnologia
agrícolas, pastagens, pecuária e pescas.
Encorajo fortemente as empresas portuguesas a começarem
a pensar seriamente em investir na agricultura do Curdistão,
tendo em conta os planos referidos e porque esse investimento
poderá beneficiar ambas as partes, apesar de haver
ainda um longo caminho a percorrer.
Teve oportunidade de se encontrar com empresas
portuguesas cujo know-how e experiência, sobretudo
nos sectores da construção e das infra-estruturas, possam
ser proveitosas para a economia da região do Curdistão?
Infelizmente nesta ocasião não tive oportunidade de me encontrar
com empresas portuguesas. Dado que esta foi a minha
primeira visita, achei essencial encontrar-me primeiro com
instituições governamentais. Na próxima visita que fizer a Portugal,
assegurar-nos-emos de que serão agendados encontros
com empresas privadas, onde poderemos fazer uma exposição
sobre a economia curda e as oportunidades de investimento
que o Curdistão oferece. Esperamos que através da AICEP possamos
organizar um seminário com as empresas portuguesas.
“Cremos que as empresas portuguesas seriam
muito úteis para a região no que diz respeito
ao desenvolvimento de projectos de infraestruturas;
precisamos da sua competência
e conhecimentos.”
O que pode o Governo Regional do Curdistão oferecer
às empresas portuguesas interessadas em investir na
região? E qual é a melhor maneira de as empresas
contactarem o mercado?
A lei de investimento no Curdistão, aprovada em 2006, é
considerada como uma das mais liberais do grande Médio
Oriente, visando atrair IDE para a região e tendo associados
incentivos nesse sentido. Os investidores estrangeiros podem
deter 100 por cento do capital do investimento, ficando
com os direitos totais de propriedade de imobiliário e de
bens móveis. Além disso, a lei permite que os investidores
estrangeiros enviem para o seu país a totalidade dos lucros e
oferece isenção temporária do imposto por 10 anos e mais
MERCADOS
cinco anos de isenção de direitos alfandegários nas importações.
Os investidores estrangeiros e os investidores locais são
tratados de maneira igual ao abrigo desta lei.
O investidor estrangeiro tem também o direito de investir
sem necessidade de recorrer a um parceiro e pode empregar
trabalhadores estrangeiros nos seus projectos. Além
disso, o investidor tem o direito de abrir contas bancárias
locais ou estrangeiras, podendo as contas locais ser tanto
em dólares norte-americanos como em divisas locais, ou
seja, o dinar iraquiano.
Quanto à abordagem ao mercado, sugiro que a façam, primeiro,
através do governo, nomeadamente com o contacto ao
nosso escritório em Madrid, que poderá facilitar o processo e
os contactos com as autoridades no Curdistão. Mas a melhor
aproximação ao mercado será através da realização de visitas à
região para encontros com as necessárias entidades governamentais
e privadas. É muito importante para as empresas portuguesas
marcarem presença na região e trabalharem em rede
o mais possível. Eu recomendaria também a participação em
feiras comerciais que têm lugar durante todo o ano, sobretudo
as feiras sectoriais, já que é um local de excelência para encontros
de negócios com potenciais parceiros locais.
Identificou, durante a sua visita, oportunidades para
as empresas do Curdistão investirem em Portugal?
Ainda é muito cedo para as empresas do Curdistão
investirem em Portugal porque ainda estão a crescer e a
desenvolver-se no nosso país e, dado o elevado índice de
crescimento da Região do Curdistão, é-lhes mais favorável
investirem agora na região.
Actualmente, regista-se um aumento de investimentos ocidentais
na Região do Curdistão e não vejo investimentos do
Curdistão a deixar o mercado curdo para irem para economias
ocidentais, a menos que queiram investir algum dinheiro em
imobiliário. O mercado imobiliário em países como Portugal
e Espanha poderia ser um investimento muito atractivo para
os investidores curdos, devido à recente queda dos preços e à
possibilidade de possuírem uma propriedade num belo local da
Europa. No entanto, devido ao regulamento de vistos nos detentores
de passaportes iraquianos que visitam a Europa, esse
pode ainda ser um caminho complicado para empreender. Mas
sim, se os investidores curdos investissem em Portugal, estou
certo que seria no mercado imobiliário.
GOVERNO REGIONAL
DO CURDISTÃO - IRAQUE
Representación en España
C/ Puerto de Santa Maria 42
28043 Madrid - España
Tel.: +34 91 436 26 20
Fax:+34 91 435 29 14
daban.shadala@krgspain.org
www.spain.krg.org
Portugalglobal // Julho 13 // 49
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
COSEC
No âmbito de apólices individuais
África do Sul*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Angola
C Caso a caso.
M/L Garantia soberana. Limite total de
responsabilidades.
Arábia Saudita
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L Caso a caso.
Argélia
C Sector público: aberta sem restrições.
Sector privado: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
M/L Em princípio. exigência de garantia
bancária ou garantia soberana.
Argentina
T Caso a caso.
Barein
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Benim
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva, e com exigência de
garantia soberana ou bancária.
Brasil*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Clientes soberanos: Aberta sem
condições restritivas. Outros Clientes
públicos e privados: Aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Bulgária
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Cabo Verde
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Eventual exigência de garantia
bancária ou de garantia soberana
(decisão casuística).
Camarões
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Cazaquistão
Temporariamente fora de cobertura.
China*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Chipre
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
50 // Julho 13 // Portugalglobal
Políticas de cobertura para mercados
Colômbia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Coreia do Sul
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Costa do Marfim
T Decisão casuística.
Costa Rica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Croácia
C Carta de crédito irrevogável ou
garantia bancária. Extensão do
prazo constitutivo de sinistro para
12 meses. Redução da percentagem
de cobertura para 90 por
cento. Limite por operação.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana. Extensão do prazo
constitutivo de sinistro para 12
meses. Redução da percentagem
de cobertura para 90 por cento.
Limite por operação.
Cuba
T Fora de cobertura.
Egipto
C Carta de crédito irrevogável
M/L Caso a caso.
Emirados Árabes Unidos
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Estónia
M/L Garantia bancária.
Etiópia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso numa base muito
restritiva.
Filipinas
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Gana
C Caso a caso numa base muito
restritiva.
M/L Fora de cobertura.
Geórgia
C Caso a caso numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva e com a exigência de
contra garantias.
Guiné-Bissau
T Fora de cobertura.
Guiné Equatorial
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Clientes públicos e soberanos:
caso a caso, mediante análise das
garantias oferecidas, designadamente
contrapartidas do
petróleo. Clientes privados: caso
a caso, numa base muito restritiva,
condicionada a eventuais
contrapartidas (garantia de banco
comercial aceite pela COSEC ou
contrapartidas do petróleo).
Hong-Kong
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Iémen
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Índia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Indonésia
C Caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável
ou garantia bancária.
M/L Caso a caso, com eventual exigência
de garantia bancária ou
garantia soberana.
Irão
T Fora de cobertura.
Iraque
T Fora de cobertura.
Jordânia
C Caso a caso.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Koweit
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Letónia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária.
Líbano
C Clientes públicos: caso a caso
numa base muito restritiva.
Clientes privados: carta de crédito
irrevogável ou garantia bancária.
M/L Clientes públicos: fora de cobertura.
Clientes privados: caso a
caso numa base muito restritiva.
Líbia
T Fora de cobertura.
Lituânia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária.
Macau
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malásia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malawi
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Clientes públicos: fora de cobertura,
excepto para operações
de interesse nacional. Clientes
privados: análise casuística, numa
base muito restritiva.
Malta
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Marrocos*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Martinica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
México*
C Aberta sem restrições.
M/L Em princípio aberta sem restrições.
A eventual exigência de garantia
bancária, para clientes privados,
será decidida casuisticamente.
Moçambique
C Caso a caso, numa base restritiva
(eventualmente com a exigência de
carta de crédito irrevogável, garantia
bancária emitida por um banco
aceite pela COSEC e aumento do
prazo constitutivo de sinistro).
M/L Aumento do prazo constitutivo
de sinistro. Sector privado: caso a
caso numa base muito restritiva.
Operações relativas a projectos
geradores de divisas e/ou que
admitam a afectação prioritária
de receitas ao pagamento dos
créditos garantidos, terão uma
ponderação positiva na análise do
risco; sector público: caso a caso
numa base muito restritiva.
Montenegro
C Caso a caso, numa base restritiva.
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L Caso a caso, com exigência de garantia
soberana ou bancária, para
operações de pequeno montante.
Nigéria
C Caso a caso, numa base restritiva
(designadamente em termos de
alargamento do prazo consti-
de destino das exportações portuguesas
tutivo de sinistro e exigência de
garantia bancária).
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva, condicionado a eventuais
garantias (bancárias ou contrapartidas
do petróleo) e ao alargamento
do prazo contitutivo de sinistro.
Oman
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão casuística).
Panamá
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Paquistão
Temporariamente fora de cobertura.
Paraguai
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Peru
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Clientes soberanos: aberta sem
condições restritivas. Clientes
públicos e privados: aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Qatar
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Quénia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
República Checa
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão casuística).
República Dominicana
C Aberta caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável
ou garantia bancária emitida
por um banco aceite pela COSEC.
M/L Aberta caso a caso com exigência
de garantia soberana (emitida pela
Secretaria de Finanzas ou pelo Banco
Central) ou garantia bancária.
Roménia
C Exigência de carta de crédito
irrevogável (decisão casuística).
M/L Exigência de garantia bancária
ou garantia soberana (decisão
casuística).
Rússia
C Sector público: aberta sem restrições.
Sector privado: caso a caso.
M/L Sector público: aberta sem restrições,
com eventual exigência de
garantia bancária ou garantia soberana.
Sector privado: caso a caso.
S. Tomé e Príncipe
C Análise caso a caso, numa base
muito restritiva.
Senegal
C Em princípio. exigência de
garantia bancária emitida por
um banco aceite pela COSEC e
eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro.
M/L Eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro. Sector
público: caso a caso, com exigência
de garantia de pagamento e
transferência emitida pela Autoridade
Monetária (BCEAO); sector
privado: exigência de garantia
bancária ou garantia emitida pela
Autoridade Monetária (preferência
a projectos que permitam a
alocação prioritária dos cash-flows
ao reembolso do crédito).
Sérvia
C Caso a caso, numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L Caso a caso, com exigência de
garantia soberana ou bancária,
para operações de pequeno
montante.
Singapura
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Síria
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Suazilândia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Tailândia
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L Não definida.
Taiwan
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Tanzânia
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Tunísia*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Turquia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Ucrânia
C Clientes públicos: eventual
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
M/L Clientes públicos: eventual
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
No âmbito de apólices globais
Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única
transação para um determinado mercado. enquanto a apólice
global cobre todas as transações em todos os países para onde o
empresário exporta os seus produtos ou serviços.
As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens
de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de
curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se
repetem com alguma frequência.
Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a
política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que
a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.
Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque
e S. Tomé e Príncipe.
exigência de garantia bancária.
Para todas as operações, o prazo
constitutivo de sinistro é definido
caso a caso.
Uganda
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Fora de cobertura.
Uruguai
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L Não definida.
Venezuela
C Clientes públicos: aberta caso
a caso com eventual exigência
de garantia de transferência ou
soberana. Clientes privados: aberta
caso a caso com eventual exigência
de carta de crédito irrevogável e/ou
garantia de transferência.
M/L Aberta caso a caso com exigência
de garantia soberana.
Zâmbia
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Fora de cobertura.
Zimbabwe
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Fora de cobertura.
Advertência:
A lista e as políticas de cobertura são
indicativas e podem ser alteradas
sempre que se justifique. Os países
que constam da lista são os mais
representativos em termos de consultas
e responsabilidades assumidas. Todas
as operações são objecto de análise e
decisão específicas.
Legenda:
C Curto Prazo
M/L Médio / Longo Prazo
T Todos os Prazos
* Mercado prioritário.
COSEC
Companhia de Seguro
de Créditos. S. A.
Direcção Internacional
Avenida da República. 58
1069-057 Lisboa
Tel.: +351 217 913 832
Fax: +351 217 913 839
internacional@cosec.pt
www.cosec.pt
Portugalglobal // Julho 13 // 51
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES
COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa
de Países com a graduação dos mercados em função
do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de
cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corres-
pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
e o grupo 7 à maior.
As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas
de prémio aplicáveis.
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7
Hong-Kong
Singapura *
Taiwan
Arábia Saudita
Botswana
Brunei
Chile
China •
EAU a
Gibraltar
Koweit
Macau
Malásia
Oman
Trind. e Tobago
África do Sul •
Argélia
Bahamas
Barbados
Brasil •
Costa Rica
Dep/ter Austr. b
Dep/ter Din. c
Dep/ter Esp. d
Dep/ter EUA e
Dep/ter Fra. f
Dep/ter N. Z. g
Dep/ter RU h
Filipinas
Ilhas Marshall
Índia
Indonésia
Lituânia
Marrocos •
Maurícias
México •
Micronésia
Namíbia
Palau
Panamá
Peru
Qatar
Rússia
Tailândia
Uruguai
Aruba
Barein
Bulgária
Colômbia
El Salvador
Fidji
Letónia
Roménia
Tunísia •
Turquia
Angola
Azerbeijão
Cazaquistão
Croácia
Dominicana. Rep.
Gabão
Gana
Guatemala
Jordânia
Lesoto
Macedónia
Mongólia
Nigéria
Papua–Nova Guiné
Paraguai
S. Vic. e Gren.
Santa Lúcia
Vietname
Zâmbia
Albânia
Ant. e Barbuda
Arménia
Bangladesh
Belize
Benin
Bolívia
Butão
Cabo Verde
Camarões
Camboja
Comores
Congo
Dominica
Egipto
Geórgia
Honduras
Kiribati
Moçambique
Montenegro
Nauru
Quénia
Samoa Oc.
Senegal
Sérvia
Sri Lanka
Suazilândia
Tanzânia
Timor-Leste
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Afeganistão
Argentina
Bielorussia
Bósnia e Herzegovina
Burkina Faso
Burundi
Campuchea
Cent. Af. Rep.
Chade
Congo. Rep. Dem.
Coreia do Norte
C. do Marfim
Cuba •
Djibuti
Equador
Eritreia
Etiópia
Gâmbia
Grenada
Guiana
Guiné Equatorial
Guiné. Rep. da
Guiné-Bissau •
Haiti
Iemen
Irão •
Iraque •
Jamaica
Kosovo
Laos
Líbano
Libéria
Líbia
Madagáscar
Malawi
Maldivas
Mali
Mauritânia
Moldávia
Myanmar
Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.
* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.
• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional
NOTAS
a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma
b) Ilhas Norfolk
c) Ilhas Faroe e Gronelândia
d) Ceuta e Melilha
e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico
52
// Julho 13 // Portugalglobal
Nepal
Nicarágua
Níger
Paquistão
Quirguistão
Ruanda
S. Crist. e Nevis
S. Tomé e Príncipe •
Salomão
Seicheles
Serra Leoa
Síria
Somália
Sudão
Sudão do Sul
Suriname
Tadzequistão
Togo
Tonga
Ucrânia
Venezuela
Zimbabué
f) Guiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia
Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna
g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Nive
h) Anguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.
Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos
INVESTIMENTO
e COMÉRCIO EXTERNO
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.
INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR
INVESTIMENTO DIRECTO
DO EXTERIOR EM PORTUGAL
2012
tvh
2012/11
2012
Jan/Maio
2013
Jan/Maio
tvh 13/12
Jan/Maio
tvh 13/12
Maio/Maio
tvc 13/13
Maio/Abr
IDE bruto 39.257 -8,9% 17.717 10.989 -38,0% -68,5% 7,0%
IDE desinvestimento 32.318 -7,8% 12.893 10.342 -19,8% -40,4% 14,1%
IDE líquido 6.939 -13,5% 4.824 647 -86,6% -98,6% -72,0%
IDE Intra UE 35.684 -8,3% 16.238 10.120 -37,7% -68,6% 7,3%
IDE Extra UE 3.573 -14,6% 1.479 869 -41,2% -65,2% 1,2%
Unidade: Milhões de euros
IDE Intra UE 90,9% -- 91,7% 92,1% -- -- --
IDE Extra UE 9,1% -- 8,3% 7,9% -- -- --
% Total IDE bruto
IDE bruto - Origem 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 IDE bruto - Sector 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12
Espanha 22,9% -17,0% Comércio 38,2% -27,6%
França 18,5% -24,2% Ind. Transformadora 26,3% -7,2%
Reino Unido 16,0% -39,0% Act. Financeiras e de Seguros 18,2% -35,6%
Alemanha 13,2% 22,1% Act. Informação e Comunicação 4,1% -61,5%
Países Baixos 8,8% -35,9% Electricidade, Gás, Água 3,5% -87,4%
INVESTIMENTO DIRECTO
DE PORTUGAL NO EXTERIOR
2012
tvh
2012/11
2012
Jan/Maio
2013
Jan/Maio
tvh 13/12
Jan/Maio
tvh 13/12
Maio/Maio
IDPE bruto - Destinos 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 IDPE bruto - Sector 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12
Países Baixos 56,5% -58,1% Act. Financeiras e de Seguros 75,1% -54,1%
Espanha 11,5% -49,5% Comércio 7,4% 27,9%
Alemanha 5,2% 923,2% Ind. Transformadoras 6,4% -65,5%
Brasil 5,0% -71,7% Construção 4,1% -57,2%
Angola 2,9% -37,2% Act. Consultoria e Técnicas 2,4% -75,7%
2010 2011 2012 2012 Mar 2013 Mar tvh 13/12
Stock IDE 83.585 86.428 88.799 84.667 90.008 6,3%
tvc 13/13
Maio/Abr
IDPE bruto 8.989 -54,0% 5.071 2.397 -52,7% -71,1% -39,5%
IDPE desinvestimento 7.498 -15,2% 2.565 1.649 -35,7% 9,5% -8,8%
IDPE líquido 1.490 -86,1% 2.506 749 -70,1% -104,9% -128,0%
IDPE Intra UE 7.304 -56,4% 4.190 2.008 -52,1% -74,7% -43,9%
IDPE Extra UE 1.685 -39,6% 882 389 -55,9% -20,5% -5,9%
Unidade: Milhões de euros
IDPE Intra UE 81,3% -- 82,6% 83,8% -- -- --
IDPE Extra UE 18,7% -- 17,4% 16,2% -- -- --
% Total IDPE bruto
Stock IDPE 49.942 55.823 54.010 54.563 54.720 0,3%
Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal
ESTATÍSTICAS
Portugalglobal // Julho 13 // 53
ESTATÍSTICAS
COMÉRCIO INTERNACIONAL
BENS (Exportação) 2012
54 // Julho 13 // Portugalglobal
tvh
2012/11
2012
Jan/Maio
2013
Jan/Maio
tvh 13/12
Jan/Maio
tvh 13/12
Maio/Maio
tvc 13/13
Maio/Abr
Exportações bens 45.324 5,8% 19.141 19.932 4,1% 5,6% 3,5%
Exportações bens UE27 32.197 1,0% 13.796 14.109 2,3% 4,1% 3,8%
Exportações bens Extra UE27 13.127 19,8% 5.344 5.823 9,0% 9,1% 2,9%
Unidade: Milhões de euros
Exportações bens UE27 71,0% -- 72,1% 70,8% -- -- --
Exportações bens Extra UE27 29,0% -- 27,9% 29,2% -- -- --
Unidade: % do total
Exp. Bens - Clientes 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.
Espanha 23,5% 7,4% Espanha 322 1,7
Alemanha 12,0% -2,3% Argélia 126 0,7
França 11,8% -0,4% Marrocos 125 0,7
Angola 5,9% 10,7% Angola 115 0,6
Reino Unido 5,3% 5,1% Países Baixos 62 0,3
EUA 4,3% 6,5% China -116 -0,6
Países Baixos 4,1% 8,2% Venezuela -59 -0,3
Exp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.
Máquinas, Aparelhos 14,8% 3,5% Combustíveis Minerais 510 2,7
Veículos, Outro Material de Transporte 11,2% -11,2% Alimentares 135 0,7
Combustíveis Minerais 10,7% 31,4% Máquinas, Aparelhos 101 0,5
Metais Comuns 8,1% 1,9% Pastas Celulósicas, Papel 67 0,3
Plásticos, Borracha 6,9% 4,9% Veículos, Out. Mat. Transp. -281 -1,5
SERVIÇOS 2012
tvh
2012/11
2012
Jan/Maio
2013
Jan/Maio
tvh 13/12
Jan/Maio
tvh 13/12
Maio/Maio
tvc 13/13
Maio/Abr
Exportações totais de serviços 19.098 -0,3% 7.047 7.502 6,5% 13,7% 13,5%
Exportações serviços UE27 13.100 -4,3% 4.734 5.038 6,4% 11,8% 8,8%
Exportações serviços extra UE27 5.998 9,7% 2.313 2.464 6,5% 17,7% 24,3%
Unidade: Milhões de euros
Exportações serviços UE27 68,6% -- 67,2% 67,2% -- -- --
Exportações serviços extra UE27 31,4% -- 32,8% 32,8% -- -- --
Unidade: % do total
BENS (Importação) 2012
tvh
2012/11
2012
Jan/Maio
2013
Jan/Maio
tvh 13/12
Jan/Maio
tvh 13/12
Maio/Maio
ESTATÍSTICAS
tvc 13/13
Maio/Abr
Importações bens 56.234 -5,1% 23.954 23.198 -3,2% -3,2% 0,8%
Importações bens UE27 40.402 -7,4% 17.195 16.416 -4,5% -1,2% 3,0%
Importações bens Extra UE27 15.832 1,4% 6.759 6.782 0,3% -8,0% -4,2%
Unidade: Milhões de euros
Importações bens UE27 71,8% -- 71,8% 70,8% -- --
Importações bens Extra UE27 28,2% -- 28,2% 29,2% -- --
Unidade: % do total
Imp. Bens - Fornecedores 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.
Espanha 31,3% -4,7% Angola 601 2,5
Alemanha 11,5% -4,7% Rússia 191 0,8
França 6,7% 0,4% Camarões 168 0,7
Angola 5,9% 79,1% Guiné-Equatorial -187 -0,8
Itália 5,1% -4,8% Azerbaijão -233 -1,0
Países Baixos 4,7% -3,7% Brasil -303 -1,3
Reino Unido 2,8% -12,8% Espanha -358 -1,5
Imp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Mai) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.
Combustíveis Minerais 19,7% -11,2% Agrícolas 103 0,4
Máquinas, Aparelhos 14,1% -6,5% Alimentares 102 0,4
Agrícolas 11,1% 4,2% Químicos -129 -0,5
Químicos 10,9% -4,9% Máquinas, Aparelhos -228 -1,0
Veículos, Outro Mat. Transp. 8,7% -1,4% Combustíveis Minerais -575 -2,4
SERVIÇOS 2012
tvh
2012/11
2012
Jan/Maio
2013
Jan/Maio
tvh 13/12
Jan/Maio
tvh 13/12
Maio/Maio
tvc 13/13
Maio/Abr
Importações totais de serviços 10.405 -9,2% 4.354 4.360 0,1% 1,0% -1,8%
Importações serviços UE27 7.591 -5,9% 3.193 3.133 -1,9% -3,1% -4,8%
Importações serviços extra UE27 2.815 -17,1% 1.161 1.227 5,7% 12,4% 6,1%
Unidade: Milhões de euros
Importações serviços UE27 73,0% -- 73,3% 71,9% -- -- --
Importações serviços extra UE27 27,0% -- 26,7% 28,1% -- -- --
Unidade: % do total
PREVISÕES 2013 : 2014 (tvh real %) 2012
2013
1º Trim
FMI CE OCDE BdP
Min.
Finanças
INE INE Junho 13 Junho 13 Maio 12 Julho 13 Abril 12
PIB -3,2 -4,0 -2,3 : 0,6 -2,3 : 0,6 -2,7 : 0,2 -2,0 : 0,3 -2,3 : 0,6
Exportações Bens e Serviços 3,2 0,1 0,9 : 4,4 0,8 : 4,4 1,4 : 5,1 4,7 : 5,5 0,8 : 4,5
Fontes: INE/Banco de Portugal
Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga
tvc - Taxa de variação em cadeia
Portugalglobal // Julho 13 // 55
REDE
EXTERNA
Ana Sofia O’Hara
EUA
aicep.s.francisco@portugalglobal.pt
Rui Boavista Marques
EUA
aicep.newyork@portugalglobal.pt
Carlos Pinto
VENEZUELA
aicep.caracas@portugalglobal.pt
Miguel Crespo
COLÔMBIA
aicep.bogota@portugalglobal.pt
56 // Julho 13 // Portugalglobal
S. Francisco
Toronto
Cidade do México
António Felner da Costa
BRASIL
aicep.rio.janeiro@portugalglobal.pt
Carlos Moura
BRASIL
aicep.s.paulo@portugalglobal.pt
Jorge Salvador
CHILE
aicep.santiago@portugalglobal.pt
Luís Sequeira
ARGENTINA
aicep.buenosaires@portugalglobal.pt
Raul Travado
CANADÁ
aicep.toronto@portugalglobal.pt
Panamá
Lima
Nova Iorque
Bogotá
Caracas
Santiago do Chile
Buenos Aires
Miguel Porfírio
HOLANDA
aicep.thehague@portugalglobal.pt
Gonçalo Homem de Mello
BÉLGICA
aicep.bruxels@portugalglobal.pt
António Silva
FRANÇA
aicep.paris@portugalglobal.pt
Miguel Fontoura
REINO UNIDO
aicep.london@portugalglobal.pt
José Nogueira Ramos
IRLANDA
aicep.dublin@portugalglobal.pt
Manuel Martinez
ESPANHA
aicep.barcelona@portugalglobal.pt
Eduardo Henriques
ESPANHA
aicep.madrid@portugalglobal.pt
Armindo Rios
CABO VERDE
aicep.praia@portugalglobal.pt
Rui Cordovil
MARROCOS
aicep.rabat@portugalglobal.pt
João Renano Henriques
ARGÉLIA
aicep.argel@portugalglobal.pt
São Paulo
Rio de Janeiro
Dublin
Londres
Praia
Paris
Madrid
Hai
Bruxelas
Milão
Barcelona
Rabat
Argel
Luís Moura
ANGOLA
aicep.luanda@portugalglobal.pt
João Cardim
ANGOLA
aicep.benguela@portugalglobal.pt
João Pedro Pereira
ÁFRICA DO SUL
aicep.pretoria@portugalglobal.pt
Fernando Carvalho
MOÇAMBIQUE
aicep.maputo@portugalglobal.pt
Oslo
Zuriqu
Tunes
Luanda
Benguela
Windhoek
Estocolmo
Gaborone
Helsínquia
Moscovo
Copenhaga
a
Berlim
Varsóvia
Praga
e Bratislava
Budapeste
Viena
Liubliana Bucareste
Tripoli
Ancara
Atenas
Pretória
Riade
Pier Franco Schiavone
ITÁLIA
aicep.milan@portugalglobal.pt
Nuno Várzea
TUNISIA
aicep.tunis@portugalglobal.pt
Pedro Macedo Leão
ALEMANHA
aicep.berlin@portugalglobal.pt
Kristiina Vaano
FINLÂNDIA
aicep.helsinki@portugalglobal.pt
Maputo
Baku
Manuel Couto Miranda
EAU
aicep.abudhabi@portugalglobal.pt
João Guerra Silva
DINAMARCA
aicep.copenhagen@portugalglobal.pt
Eduardo Souto Moura
SUÉCIA
aicep.stockholm@portugalglobal.pt
Doha
Celeste Mota
TURQUIA
aicep.ankara@portugalglobal.pt
Laurent Armaos
GRÉCIA
aicep.athens@portugalglobal.pt
Abu Dhabi
Nova Deli
Maria João Liew
MALÁSIA
aicep.kuala_lumpur@portugalglobal.pt
Maria José Rézio
RÚSSIA
aicep.moscow@portugalglobal.pt
Nuno Lima Leite
POLÓNIA
aicep.warsaw@portugalglobal.pt
Joaquim Pimpão
HUNGRIA
aicep.budapest@portugalglobal.pt
Ana Isabel Douglas
ÁUSTRIA
aicep.vienna@portugalglobal.pt
Pequim
Xangai
Guangzhou
Macau Hong Kong
Kuala Lumpur
Jacarta
Tóquio
Alexandra Ferreira Leite
CHINA
aicep.beijin@portugalglobal.pt
José Joaquim Fernandes
JAPÃO
aicep.tokyo@portugalglobal.pt
Filipe Costa
CHINA
aicep.shanghai@portugalglobal.pt
Maria João Bonifácio
CHINA
aicep.macau@portugalglobal.pt
AO SERVIÇO
DAS EMPRESAS
Portugalglobal // Julho 13 // 57
BOOKMARKS
INICIAÇÃO À EXPORTAÇÃO
PREPARE O SEU PLANO DE EXPORTAÇÃO. COMO GERIR OS RISCOS.
CHEGUE A NOVOS MERCADOS
Está a pensar em exportar? Precisa de
saber mais sobre os primeiros passos
a dar? Já pensou em vender pela Internet?
Este guia prático explica todos
os aspectos a ter em conta para que a
sua empresa se inicie da melhor forma
no negócio da exportação. O comércio
internacional não está apenas
ao alcance das grandes empresas. Os
benefícios da exportação podem ser
enormes, mas tem a certeza de que
esta actividade se adequa à sua empresa?
Iniciação à Exportação oferece
conselhos fiáveis sobre os desafios que
poderá enfrentar e é um guia para os
primeiros passos vitais, entre os quais:
decidir se deve exportar, desenvolver a
sua estratégia de exportação, pesquisar
os mercados potenciais, escolher
estratégias de entrada no mercado,
escolher agentes e distribuidores, es-
AMÉRICA
AS IDEIAS QUE CONSTRUIRAM UM PAÍS
América. Na imaginação humana evo-
ca uma terra sem fim, a oportunidade
de um novo início e de novas possibilidades.
E, no entanto, para a maioria de
nós, continua a ser um país desconhecido
e tão diferente no que toca aos
valores que o inspiram. O que anima o
seu espírito, de onde lhe vem o apego
tão grande à liberdade e como se reflectem
esses ideais na actualidade eis
o que este livro pretende apresentar e
discutir. Esta obra aborda as ideias que
forjaram o país e que fazem mover a
América moderna.
Nesta obra estão também incluídas
traduções de alguns dos documentos
fundamentais que melhor espelham os
58
// Julho 13 // Portugalglobal
tabelecer preços e orçamentos, transportar
os seus produtos, compreender
e gerir os riscos.
John Westwood é um engenheiro
que passou toda a sua vida profissional
na área de vendas e marketing de
empresas que vendem bens de produção.
Ocupou altos cargos em vendas e
marketing, e actualmente é director de
vendas e marketing para a Europa no
Tuthill Process Group. É autor dos livros
30 Minutes to Write a Marketing Plan e
How to Write a Marketing Plan.
Autor: John Westwood
Editor: Actual Editora
Nº de páginas: 190
Ano: 2013
Preço: 14,90€
princípios e valores que governam os
Estados Unidos. Por serem reflexo da
personalidade original da América, a
Declaração de Independência e a Constituição
de 1787 permitem que o leitor
faça a sua própria análise sobre o carácter
de uma realidade que, estando
tão perto de nós em matéria de cultura
popular, se mantém muito afastada em
termos de compreensão das suas raízes
e das suas motivações.
Autor: Jorge Pereira
Editor: Ed. Sílabo
Nº de páginas: 276
Ano: 2013
Preço: 17.90€
Videoconferências
AICEP Global Network
A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para
reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis
da Rede Externa presentes em mais de 40 países.
Obtenha a informação essencial sobre os mercados internacionais
e esclareça as suas dúvidas sobre:
• Potenciais clientes
• Canais de distribuição
• Aspectos regulamentares
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