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Dezembro 2010 // www.portugalglobal.pt<br />

<strong>Portugal</strong>global<br />

Pense global pense <strong>Portugal</strong><br />

Ângelo Correia<br />

Carbono e renováveis<br />

são motores<br />

de crescimento 12<br />

Destaque<br />

Exportações<br />

ganham peso 6<br />

Venezuela<br />

Com bons negócios 24<br />

Empresas<br />

Nokia Siemens Networks,<br />

Indasa e Heliflex 20


sumário<br />

Destaque // 6<br />

Dezembro 2010 // www.portugalglobal.pt<br />

As exportações voltam a assumir um papel fundamental para o crescimento<br />

da economia. As projecções de instituições nacionais e internacionais<br />

para isso apontam, sendo de realçar o crescimento em 15 por cento das<br />

exportações de bens de Janeiro a Outubro deste ano, face a período<br />

homólogo de 2009.<br />

Entrevista // 12<br />

Ângelo Correia, gestor, político, engenheiro e bom comunicador, é uma<br />

das vozes que tem liderado e dinamizado o mercado do carbono e das<br />

energias renováveis. Uma entrevista ao presidente da Fomentinvest que<br />

acredita que o sector do ambiente irá tornar-se numa das mais importantes<br />

áreas de negócio do país.<br />

Notícias // 18<br />

Empresas // 20<br />

Indasa: lixas Rhino chegam a 90 mercados.<br />

<strong>Portugal</strong> no “top ten” da Nokia Siemens Networks.<br />

Heliflex: nascida para exportar.<br />

Mercados // 24<br />

País rico em recursos naturais, ainda que fortemente dependente do<br />

petróleo, a Venezuela é um mercado onde as empresas portuguesas podem<br />

encontrar boas oportunidades para o desenvolvimento de negócios.<br />

Análise de risco por país – COSEC // 34<br />

Estatísticas // 38<br />

Investimento directo e exportações.<br />

Feiras e eventos// 40<br />

AICEP Rede Externa // 42<br />

Bookmarks // 44


EDITORIAL<br />

4<br />

Revista <strong>Portugal</strong>global<br />

Av. 5 de Outubro, 101<br />

1050-051 Lisboa<br />

Tel.: +351 217 909 500<br />

Fax: +351 217 909 578<br />

Propriedade<br />

<strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong><br />

O’Porto Bessa Leite Complex<br />

R. António Bessa Leite, 1430 – 2º<br />

4150-074 Porto<br />

Tel.: +351 226 055 300<br />

Fax: +351 226 055 399<br />

NIFiscal 506 320 120<br />

Comissão Executiva<br />

Basílio Horta (Presidente), Eurico Dias,<br />

José Vital Morgado, Luis Florindo,<br />

Teresa Ribeiro<br />

Directora<br />

Ana de Carvalho<br />

ana.carvalho@portugalglobal.pt<br />

Redacção<br />

Cristina Cardoso<br />

cristina.cardoso@portugalglobal.pt<br />

José Escobar<br />

jose.escobar@portugalglobal.pt<br />

Vitor Quelhas<br />

vitor.quelhas@portugalglobal.pt<br />

Colaboram neste número<br />

Ângelo Correia, Carlos Nunes Pinto,<br />

Direcção de Informação da AICEP,<br />

Direcção Internacional da COSEC,<br />

João Caetano da Silva, João Manuel Santos.<br />

Fotografia e ilustração<br />

©Fotolia, Libyan Tourism, Moroccan National Tourist<br />

Office (Brahim Tazi, Françoise Peuriot, Jacques<br />

Bravo, Philippe Ploquin, Xavier Richer), Messe<br />

Frankfurt Exhibition GmbH (Jean-Luc Valentin),<br />

Rodrigo Marques.<br />

Publicidade<br />

revista@portugalglobal.pt<br />

Secretariado<br />

Helena Sampaio<br />

helena.sampaio@portugalglobal.pt<br />

Assinaturas<br />

REGISTE-SE AQUI<br />

Projecto gráfico<br />

<strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong><br />

Paginação e programação<br />

Rodrigo Marques<br />

rodrigo.marques@portugalglobal.pt<br />

ERC: Registo nº 125362<br />

As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-<br />

ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente<br />

da revista <strong>Portugal</strong>global ou da <strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong>.<br />

A aceitação de publicidade pela revista <strong>Portugal</strong>global<br />

não implica qualquer compromisso por parte desta<br />

com os produtos/serviços visados.<br />

// Dezembro 2010 // <strong>Portugal</strong>global<br />

Exportar para crescer<br />

A edição de Dezembro da revista <strong>Portugal</strong>global<br />

encerra mais um ciclo de<br />

publicação, que se reiniciará em 2011.<br />

Apraz-nos constatar que a panorâmica<br />

dos seus conteúdos suscitou, junto<br />

dos leitores, renovado interesse em<br />

torno da acção e da missão da AI-<br />

CEP, bem como da nova dinâmica da<br />

economia portuguesa e da actividade<br />

exportadora das nossas empresas. É,<br />

pois, nesta medida, que serão aqui<br />

abordados três temas fundamentais.<br />

Antes de mais, o das exportações<br />

como motor decisivo do crescimento<br />

económico nacional e a sua boa<br />

perfomance em 2010, face ao ano<br />

transacto. Na realidade, este ano,<br />

as exportações, animadas pelo progressivo<br />

alargamento da base exportadora,<br />

pela dinâmica das empresas<br />

portuguesas, pela diversificação dos<br />

mercados, pela recuperação a nível<br />

mundial e por uma maior procura externa,<br />

contribuíram com 2,6 pontos<br />

percentuais num crescimento global<br />

da economia de 1,5 por cento, o que<br />

corresponde a 175,1 por cento do<br />

crescimento económico, tendo as exportações<br />

nacionais crescido 15 por<br />

cento até Outubro.<br />

Ainda numa perspectiva de crescimento<br />

económico sustentável, a entrevista<br />

do engenheiro Ângelo Correia<br />

traça uma excelente e bem documentada<br />

panorâmica do mercado do carbono<br />

e das energias renováveis, um<br />

mercado internacionalizado, maduro,<br />

com elevadas liquidez e sofisticação<br />

tecnológica, que se perfila como uma<br />

forte aposta num ambiente global de<br />

recuperação e, num futuro muito pró-<br />

ximo, como uma das áreas de negócio<br />

mais atractivas para o investimento e<br />

para as empresas portuguesas do sector,<br />

tanto em termos das necessidades<br />

do mercado interno como da competitividade<br />

destas empresas nos mercados<br />

externos.<br />

Também em matéria de actividade<br />

exportadora e na óptica da diversificação<br />

dos mercados de exportação,<br />

fazemos uma análise em profundidade<br />

da Venezuela, país que possui<br />

uma comunidade portuguesa bem<br />

enraizada e com experiência consolidada<br />

no mercado, bem como boas<br />

oportunidades de negócio para as<br />

empresas mais persistentes, pese embora<br />

o período de relativa recessão<br />

que atravessa este país, mas ainda assim<br />

como um dos PIB mais elevados<br />

da América Latina e Caraíbas (326,1<br />

mil milhões de dólares em 2009).<br />

São sem dúvida sinais positivos em<br />

tempos de recuperação, sendo alguns<br />

destes sinais decorrentes do bom relacionamento<br />

com os mercados e das<br />

boas práticas de exportação, e que<br />

demonstram que as boas notícias são<br />

cruciais neste momento de importantes<br />

mudanças de paradigma e de<br />

desafios conjunturais, assim como de<br />

redefinição de estratégias empresariais<br />

e exportadoras de bens e serviços<br />

de acrescida qualidade, inovação<br />

e intensidade tecnológica e, portanto,<br />

claramente mais competitivos nos<br />

mercados internacionais.<br />

BASÍLIO HORTA<br />

Presidente da Comissão Executiva da AICEP


DESTAQUE<br />

6<br />

O CAMINHO É EXPORTAR MAIS<br />

EXPORTAÇÕES SÃO<br />

O MOTOR DA ECONOMIA<br />

As exportações voltam a assumir-se como o motor do crescimento da economia<br />

nacional, tendo contribuído, no período de Janeiro a Setembro, com 2,6 pontos<br />

percentuais num crescimento global da economia de 1,5 por cento. Instituições<br />

nacionais e internacionais, economistas e opinion makers e o Governo, no relatório<br />

do Orçamento de Estado aprovado em Novembro, são unânimes e afirmam que serão<br />

as exportações a sustentar a economia nacional em 2011. Contrariando a previsível<br />

retracção da procura interna – com reflexos, por seu lado, nas importações que<br />

tenderão a diminuir – e do investimento.<br />

Os dados mais recentes (até Outubro) dão conta da boa performance das exportações<br />

nacionais face a 2009 e o investimento estrangeiro também está a subir. A AICEP assume<br />

um papel incontornável na promoção das exportações e na captação de IDE, bem como<br />

no apoio aos empresários nacionais e aos seus processos de internacionalização.<br />

// Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global


A estratégia para a consolidação da<br />

recuperação económica passa necessariamente<br />

pelo aumento das exportações<br />

e pelo reforço da internacionalização<br />

da economia portuguesa. O<br />

objectivo é conseguir um crescimento<br />

económico sustentado, reduzir o défice<br />

e modernizar o sector produtivo.<br />

Recentemente, o Primeiro-ministro reuniu-se<br />

com responsáveis das dez maiores<br />

empresas exportadoras nacionais,<br />

estando prevista para breve a realização<br />

de um Congresso sobre exportações,<br />

no âmbito da política de incentivo<br />

ao crescimento económico do país.<br />

E os números parecem ajudar. Depois<br />

de um ano de quebra acentuada das<br />

exportações – sobretudo para países<br />

que são tradicionalmente os maiores<br />

parceiros comerciais de <strong>Portugal</strong>,<br />

como é o caso da Espanha –, as nossas<br />

vendas de bens ao exterior cresceram<br />

15 por cento no período de Janeiro a<br />

Outubro de 2010, face aos mesmos<br />

meses do ano passado.<br />

A recuperação generalizada da actividade<br />

económica registada a nível mundial<br />

em 2010, que levou ao aumento<br />

da procura externa, terá contribuído<br />

para esta evolução positiva das exportações<br />

nacionais. Mas também os<br />

mercados de destino das exportações<br />

portuguesas estão mais diversificados<br />

e, à excepção de Angola, os países<br />

extra-comunitários deram a sua ajuda<br />

nesta recuperação, apresentando uma<br />

variação homóloga positiva de 17,4<br />

por cento no período em análise.<br />

Ainda assim, as exportações portuguesas<br />

continuam concentradas num grupo<br />

restrito de países da União Europeia<br />

(Espanha, Alemanha, França e Reino<br />

Unido) – no período de Janeiro a Outubro,<br />

75 por cento das nossas vendas<br />

ao exterior destinaram-se aos mercados<br />

comunitários – embora cada vez mais se<br />

aposte na diversificação dos mercados<br />

de destino dos bens e serviços portugueses,<br />

nomeadamente para aqueles com<br />

crescimentos económicos de relevo. De<br />

destacar, neste domínio, o Brasil e o<br />

México, para onde as exportações nacionais<br />

cresceram 53,9 por cento e 85,6<br />

por cento no período em referência face<br />

ao período homólogo do ano anterior.<br />

Mas também os mercados asiáticos são<br />

considerados nesta aposta a que a AI-<br />

CEP, enquanto agência responsável pela<br />

promoção das exportações, dá particular<br />

atenção no âmbito dos apoios que disponibiliza<br />

aos empresários.<br />

Projecções e conjuntura<br />

Projecções da ODCE anunciadas em<br />

Novembro revêem em alta as exportações<br />

portuguesas quer para 2010 – de<br />

5,3 por cento para 8,4 por cento – quer<br />

“A recuperação generalizada<br />

da actividade económica<br />

registada a nível mundial<br />

em 2010, que levou ao<br />

aumento da procura externa,<br />

terá contribuído para<br />

esta evolução positiva das<br />

exportações nacionais.”<br />

PREVISÕES 2010 : 2011 (tvh real %)<br />

DESTAQUE<br />

(casos da China, Índia e os cinco países<br />

da ASEAN), mas verificou-se também<br />

um fortalecimento no conjunto dos países<br />

da UE, devido sobretudo à melhoria<br />

de desempenho da Alemanha, Reino<br />

Unido, Países Baixos e Suécia.<br />

Além das exportações, que aumentaram<br />

8,6 por cento em volume em<br />

termos homólogos, a procura interna<br />

evidenciou alguns sinais positivos na<br />

UE e o mercado de trabalho revelou<br />

alguma estabilização, apesar da taxa<br />

de desemprego se manter elevada. A<br />

inflação manteve-se abaixo dos 2 por<br />

cento até Setembro passado.<br />

<strong>Portugal</strong> beneficiou da retoma verificada<br />

no conjunto dos países da UE, especialmente<br />

nos seus principais parceiros<br />

comerciais, como Espanha, Alemanha,<br />

França, Itália e Reino Unido, que tiveram<br />

um papel decisivo na melhoria das<br />

exportações nacionais.<br />

De acordo com os últimos dados do INE<br />

referentes às Contas Nacionais para o<br />

período Janeiro a Setembro de 2010, as<br />

exportações de bens e serviços aumentaram<br />

9 por cento em volume face a igual<br />

período de 2009, tendo observado no<br />

terceiro trimestre deste ano um crescimento<br />

real homólogo positivo de 9,2 por<br />

cento, o mais elevado desde o primeiro<br />

trimestre de 2007. A componente de<br />

bens, com um crescimento de 8,8 por<br />

cento foi a que mais contribuiu para o<br />

aumento das exportações globais (6,5<br />

pontos percentuais). As exportações de<br />

serviços, por seu lado, observaram uma<br />

taxa de variação de 10,3 por cento e uma<br />

contribuição de 2,7 pontos percentuais.<br />

Com este comportamento, as exportações<br />

foram o principal motor de crescimento<br />

da economia portuguesa, após<br />

dois anos de influência negativa para o<br />

crescimento do PIB, com destaque para<br />

2009, em cujo período esta componente<br />

contribuiu com menos 3,8 pon-<br />

2009 2010 Jan/Set FMI CE OCDE MFAP BdP<br />

INE INE Out 10 Nov 10 Nov 10 Out 10 Out 10<br />

PIB -2,5 1,5 1,1 : 0,0 1,3 : -1,0 1,5 : -0,2 1,3 : 0,2 1,2 : 0,0<br />

Exportações Bens e Serviços -11,7 9,0 – : – 9,1 : 5,6 8,4 : 6,3 8,6 : 7,3 7,9 : 4,5<br />

Export / PIB (em volume) => 29,4% 31,3%<br />

para 2011 – de 5,3 por cento para 6,3<br />

por cento, confirmando o bom desempenho<br />

das nossas vendas ao exterior.<br />

Igualmente positivas são as previsões<br />

da Comissão Europeia, do Ministério<br />

das Finanças e do Banco de <strong>Portugal</strong>.<br />

Foram precisamente as exportações, no<br />

1º semestre deste ano, que mais contribuíram<br />

para a retoma na União Europeia.<br />

A recuperação económica mundial<br />

sentida neste período foi especialmente<br />

robusta na Ásia, quer nas economias<br />

mais avançadas (Coreia do Sul, Hong<br />

Kong, Singapura e Taiwan) quer nos países<br />

emergentes e em desenvolvimento<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 7


DESTAQUE<br />

8<br />

tos percentuais para uma variação do<br />

PIB de menos 2,5 por cento.<br />

De facto, no período de Janeiro a Setembro<br />

de 2010, as exportações contribuíram<br />

com 2,6 pontos percentuais num<br />

crescimento global da economia de 1,5<br />

por cento. Ou seja, as exportações foram<br />

responsáveis por 175,1 por cento do<br />

crescimento económico global, seguindo-se<br />

o consumo com 2,1 pontos percentuais<br />

(140,6 por cento). Em sentido<br />

contrário, o investimento foi um factor<br />

negativo para o crescimento do PIB, com<br />

uma contribuição de menos 1,2 pontos<br />

percentuais (menos 77,1 por cento).<br />

Outro dado a reter é que <strong>Portugal</strong> tem<br />

vindo a ganhar quota de mercado no co-<br />

27.7<br />

31.1<br />

24.5<br />

3.2<br />

32.8 32.6<br />

24.1<br />

8.7<br />

30.4<br />

2.2<br />

// Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

35.3<br />

32.1<br />

mércio internacional graças ao desempenho<br />

das nossas exportações. De acordo<br />

com o Relatório do Orçamento de Estado<br />

para 2011, o crescimento da quota de<br />

mercado foi, em termos homólogos, de<br />

5,3 por cento no 1º trimestre deste ano.<br />

Igualmente, a intensidade tecnológica<br />

das exportações portuguesas aumentou<br />

nos últimos anos, que são marcados<br />

também pelo reforço do peso das exportações<br />

de serviços e, como já referido,<br />

pela diversificação dos mercados de<br />

destino dos produtos portugueses, com<br />

destaque para países extra-comunitários.<br />

Houve, efectivamente, uma mudança<br />

na estrutura das nossas exportações em<br />

consequência do crescimento mais di-<br />

3.2<br />

31.8<br />

29.8<br />

2.1<br />

23.3<br />

21.5<br />

1.8<br />

25.8<br />

23.9<br />

2005 2006 2007 2008 2009 2009 Jan/Set 2010 Jan/Set<br />

51.4<br />

-20.2<br />

INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL<br />

35.6<br />

Investimento<br />

Fonte: Banco de <strong>Portugal</strong> Unid.: Mil Milhões Eur<br />

BALANÇA COMERCIAL PORTUGUESA DE BENS<br />

56.3<br />

-20.7<br />

38.3<br />

59.9<br />

-21.6<br />

39.0<br />

64.2<br />

-25.2<br />

32.0<br />

52.1<br />

-20.1<br />

26.3<br />

42.4<br />

-16.0<br />

2005 2006 2007 2008 2009 2009 Jan/Out 2010 Jan/Out<br />

Exportações<br />

Fonte: INE Unid.: Mil Milhões Eur<br />

Desinvestimento<br />

Importações<br />

Líquido<br />

Saldo<br />

30.3<br />

46.6<br />

1.9<br />

-16.3<br />

nâmico de sectores de média e alta tecnologia,<br />

que representam hoje 63 por<br />

cento do total das exportações de produtos<br />

industriais transformados (cerca<br />

de 40 por cento no início da década de<br />

90). O relatório do OE 2011 diz precisamente<br />

que os primeiros dados sobre a<br />

recuperação das exportações depois da<br />

crise apontam para que os sectores de<br />

média e alta tecnologia, bastante afectados<br />

pela quebra de vendas em 2009,<br />

“(...) as exportações foram o<br />

principal motor de crescimento<br />

da economia portuguesa,<br />

após dois anos de influência<br />

negativa para o crescimento<br />

do PIB, com destaque para<br />

2009, em cujo período esta<br />

componente contribuiu com<br />

menos 3,8 pontos percentuais<br />

para uma variação do PIB de<br />

menos 2,5 por cento.”<br />

se encontram nos que maiores taxas de<br />

crescimento agora apresentam.<br />

De sublinhar, por outro lado, que o<br />

peso dos mercados extra-comunitários<br />

passou de 16 por cento para 25 por<br />

cento do total das exportações entre<br />

1998 e 2009. A diversificação das nossas<br />

vendas ao exterior para mercados<br />

com maior crescimento económico é<br />

considerada um factor importante do<br />

processo de retoma das exportações<br />

nacionais, aliviando a excessiva concentração<br />

nos países da União Europeia.<br />

E apesar de as perspectivas para 2011,<br />

segundo o FMI, apontarem para um<br />

ligeiro abrandamento da economia<br />

mundial – pese embora o crescimento<br />

do PIB em 4,2 por cento em termos<br />

reais –, serão as exportações a sustentar<br />

o crescimento da economia nacional.<br />

Prevê-se, porém, uma desaceleração<br />

da procura externa com consequências<br />

para <strong>Portugal</strong> e um aumento<br />

das taxas de juro de curto prazo, mas<br />

a quebra de todas as componentes da<br />

procura interna irão reflectir-se numa<br />

contracção das importações, contribuindo<br />

assim para a redução do défice


comercial e, consequentemente, das<br />

necessidades de financiamento da economia,<br />

conclui o relatório do OE 2011.<br />

À luz do OE para 2011, que prevê um<br />

crescimento real do PIB de 0,2 por<br />

cento, verifica-se que esse crescimento<br />

advém exclusivamente das exportações,<br />

que deverão aumentar 7,3 por<br />

cento, enquanto nas restantes componentes<br />

as previsões apontam para<br />

variações de menos 0,5 por cento no<br />

consumo privado, de menos 8,8 por<br />

cento no consumo público e de menos<br />

1,7 por cento nas importações.<br />

Também o Banco de <strong>Portugal</strong>, no seu<br />

Boletim Económico de Outono, sublinha<br />

a importância da evolução favorável das<br />

exportações no crescimento da economia<br />

em 2010, quer na generalidade das<br />

economias mundiais, quer em <strong>Portugal</strong>.<br />

As projecções da instituição para 2011<br />

são optimistas e apontam para um aumento<br />

das exportações nacionais em<br />

4,5 por cento, um crescimento menor<br />

do que o que deverá ser registado este<br />

ano mas, ainda assim, positivo.<br />

Este ano o dinamismo das exportações<br />

nacionais de bens abrangeu quase todos<br />

os sectores da economia, com maior expressividade<br />

naqueles que em 2009 registaram<br />

maiores quebras. Já nos serviços,<br />

acrescenta a mesma fonte, esse dinamis-<br />

“A diversificação das<br />

nossas vendas ao exterior<br />

para mercados com maior<br />

crescimento económico<br />

é considerada um factor<br />

importante do processo de<br />

retoma das exportações<br />

nacionais, aliviando a excessiva<br />

concentração nos países da<br />

União Europeia.”<br />

mo foi menor, contrariando a tendência a<br />

que se vinha assistindo nos últimos anos.<br />

Exportações e investimento<br />

No entanto, e de acordo com Banco de<br />

<strong>Portugal</strong>, as exportações portuguesas<br />

de serviços ascenderam a 13,2 mil milhões<br />

de euros no período de Janeiro a<br />

22.7<br />

17.2<br />

23.5<br />

18.3<br />

24.1<br />

24.8 24.8<br />

18.9 19.3 19.2<br />

25.9 25.9<br />

26.4<br />

20.0 19.9 20.4<br />

Setembro deste ano, aumentando 7,6<br />

por cento face a igual período de 2009.<br />

A rubrica “Viagens e Turismo” constituiu<br />

a principal fonte de receitas (44,6<br />

por cento do total), seguindo-se os<br />

“Transportes” (25,9 por cento) e “Outros<br />

serviços fornecidos por empresas”<br />

(18,4 por cento).<br />

A União Europeia foi a grande receptora<br />

destas exportações (72,1 por cento do<br />

total), o que traduz um aumento de 4,4<br />

por cento face a período idêntico do ano<br />

anterior. As vendas para os Países Terceiros<br />

aumentaram 16,8 por cento.<br />

No que respeita às exportações de<br />

mercadorias, estas ultrapassaram os<br />

30,3 mil milhões de euros, globalmente,<br />

crescendo 15 por cento face a 2009<br />

27.7<br />

28.3 28.2<br />

21.7 22.0 21.7<br />

5.5 5.2 5.2 5.6 5.5 5.9 6.0 6.1 6.0 6.3 6.5<br />

31.0<br />

23.5<br />

7.5<br />

32.6 32.5<br />

24.3 24.1<br />

DESTAQUE<br />

21.3<br />

22.9<br />

8.3 8.4 8.1 8.4<br />

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010<br />

Jan/Set<br />

Fonte: INE Unid.: Mil Milhões Eur<br />

PESO DAS EXPORTAÇÕES NO PIB (%), EM VOLUME<br />

Serviços Bens Exportações Totais<br />

29.4<br />

31.3<br />

(Janeiro a Outubro). A taxa de cobertura<br />

das importações pelas exportações<br />

situou-se em 65,2 por cento, aumentando<br />

2,9 pontos percentuais.<br />

Neste período, as vendas para a União<br />

Europeia aumentaram 14,3 por cento,<br />

representando um contributo de 10,8<br />

pontos percentuais para o crescimento<br />

global. Espanha e Alemanha continuam<br />

a ser os nossos principais clientes, com<br />

quotas de 26,6 por cento e 13 por cento<br />

do total, respectivamente.<br />

Os Países Terceiros, com um aumento<br />

de 17,4 por cento, contribuíram com<br />

4,3 pontos percentuais para o crescimento<br />

total e reforçaram o seu peso<br />

nas exportações globais para 25 por<br />

cento, que compara com 24,5 por<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 9


DESTAQUE<br />

-0.1<br />

0.2<br />

0.1<br />

Fonte: INE<br />

0.8<br />

CONTRIBUIÇÃO EXPORTAÇÕES P/ CRESCIMENTO PIB<br />

2.1<br />

3.3<br />

1.4 1.3<br />

1.1 1.0<br />

cento em 2009 (Janeiro a Outubro) e<br />

denota maior diversificação das vendas<br />

nacionais ao exterior.<br />

Os EUA, com um aumento de 37 por<br />

cento, foram o segundo maior cliente<br />

extra-comunitário no período considerado,<br />

logo a seguir a Angola, que se mantém<br />

na primeira posição embora com<br />

uma taxa de variação negativa (menos<br />

18,7 por cento) face a 2009 (Janeiro/Outubro).<br />

Destaque também para o Brasil e<br />

o México com taxas de variação homólogas<br />

de mais 53,9 por cento e de mais<br />

85,6 por cento, respectivamente.<br />

Por produtos, as Máquinas e Aparelhos<br />

constituíram a principal exportação<br />

com uma quota de 15 por cento das<br />

vendas totais de bens ao exterior, seguindo-se<br />

os Veículos e Outro Material<br />

de Transporte (12,2 por cento).<br />

De destacar neste período os aumentos<br />

das exportações de Combustíveis Minerais<br />

(63,1 por cento), Plásticos e Borracha<br />

(26,2 por cento), Veículos e Outro<br />

Material de Transporte (19,1 por cento),<br />

Metais Comuns (16,5 por cento) e Máquinas<br />

e Aparelhos (6,4 por cento).<br />

Considerando apenas as trocas comerciais<br />

excluindo o sector energético, as<br />

exportações portuguesas aumentaram<br />

12,6 por cento, enquanto as importações<br />

subiram apenas 6,8 por cento, o que ori-<br />

10 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

(PTOS PERCENTUAIS), EM VOLUME<br />

2.4 2.4<br />

-0.2<br />

2005 2006 2007 2008 2009 2010 Jan/Set<br />

0.1<br />

-0.1<br />

0.0<br />

-3.3<br />

-0.5<br />

-3.8<br />

-2.5<br />

Bens Serviços Exportações Totais PIB<br />

2.1<br />

0.5<br />

2.6<br />

gina na componente “não-energética”<br />

uma redução do défice comercial de 609<br />

milhões de euros (menos 5,1 por cento).<br />

Quanto ao grau de intensidade tecnológica<br />

das exportações de produtos<br />

industriais transformados (que representaram<br />

94,1 por cento das nossas<br />

“O stock de IDE ascendia a<br />

cerca de 79 mil milhões de<br />

euros no final de Setembro,<br />

mais 1,8 mil milhões e mais<br />

2,3 por cento do que o<br />

registado em Dezembro de<br />

2009, o que traduz também<br />

a capacidade de <strong>Portugal</strong><br />

para reter e consolidar os<br />

investimentos instalados.”<br />

1.5<br />

exportações totais entre Janeiro e Setembro),<br />

é de sublinhar que 38 por<br />

cento incorporam alta e média-alta<br />

tecnologia (mais 0,7 pontos percentuais<br />

face a igual período do ano passado),<br />

enquanto nos de baixa tecnologia<br />

se registou uma quebra de 2,0<br />

pontos percentuais.<br />

Quanto ao investimento de <strong>Portugal</strong><br />

com o exterior, os últimos dados divulgados<br />

pelo Banco de <strong>Portugal</strong> (Janeiro<br />

a Setembro de 2010), referem um crescimento<br />

do investimento estrangeiro<br />

líquido de 5,7 por cento. O fluxo bruto<br />

de IDE atingiu 25.780 milhões de euros<br />

(+10,6 face ao mesmo período de<br />

2009), dos quais 22.331 milhões de<br />

euros são originários de países da UE.<br />

A maior variação reporta-se, porém, a<br />

países extra-comunitários, com um aumento<br />

de 24,1 por cento relativamente<br />

a Janeiro/Setembro de 2009.<br />

Em termos de investimento bruto destacam-se,<br />

no período em consideração,<br />

os aumentos verificados nas actividades<br />

de informação e comunicação (+116,7<br />

por cento face a período homólogo de<br />

2009), nas actividades financeiras e de<br />

seguros (+31,9 por cento) e na indústria<br />

transformadora (+16,9 por cento).<br />

O sector do comércio representou neste<br />

período 38,5 por cento do total do investimento,<br />

aumentando 12,8 por cento.<br />

Por origem do investimento bruto, destaca-se<br />

a Alemanha com um aumento<br />

de 56,6 por cento face ao período de<br />

Janeiro a Setembro do ano passado.<br />

No que respeita aos fluxos de investimento<br />

português dirigido ao exterior<br />

(IDPE), é de registar um decréscimo global<br />

(investimento bruto) de menos 10,7<br />

por cento, tendo sido investidos 4.595<br />

milhões de euros. O desinvestimento<br />

aumentou 140,9 por cento no período<br />

em consideração, de que resulta um<br />

IDPE líquido negativo (menos 5.864 milhões<br />

de euros, o que equivale a uma<br />

variação de menos 830,4 por cento).<br />

Os principais destinos de IDPE bruto<br />

foram Luxemburgo, Holanda, Espanha,<br />

Brasil e Polónia. Por sector de actividade,<br />

as financeiras e seguros representam<br />

58,2 por cento do total investido,<br />

seguindo-se as actividades de consultoria<br />

e técnicas com 12,9 por cento.<br />

O stock de IDE ascendia a cerca de 79<br />

mil milhões de euros no final de Setembro,<br />

mais 1,8 mil milhões e mais 2,3 por<br />

cento do que o registado em Dezembro<br />

de 2009, o que traduz também a capacidade<br />

de <strong>Portugal</strong> reter e consolidar os<br />

investimentos instalados.


ENTREVISTA<br />

Ângelo Correia<br />

CARBONO E RENOVÁVEIS<br />

SÃO MOTORES FUNDAMENTAIS<br />

DE CRESCIMENTO ECONÓMICO<br />

Gestor, político, engenheiro e bom comunicador, Ângelo Correia é uma das<br />

vozes que tem liderado e dinamizado o mercado do carbono e das energias<br />

renováveis em <strong>Portugal</strong>, promovendo o debate útil, esclarecido e transversal<br />

a todo o sector energético. Como presidente do Conselho de Administração<br />

da Fomentinvest, grupo criado pela Fundação Ilídio Pinho para os sectores da<br />

energia, ambiente e saúde, o gestor pretende que, em termos estratégicos,<br />

o sector do ambiente venha a tornar-se uma das áreas de negócio mais<br />

importantes do país, tanto mais que todos os indicadores apontam no mesmo<br />

sentido: o carbono e as energias renováveis vão continuar a ser um dos<br />

principais motores de crescimento económico mundial.<br />

12 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global


Como definiria o mercado do carbono, não só na sua<br />

relação com o desenvolvimento limpo e sustentável,<br />

mas como mercado propriamente dito? Quando teve<br />

este mercado início e porquê?<br />

O mercado de carbono surgiu exactamente como uma das<br />

várias ferramentas para atingir um desenvolvimento limpo<br />

e sustentável. Quando em 1997 foi assinado o Protocolo<br />

de Quioto, definindo metas de redução de emissões para<br />

os países desenvolvidos, o mercado de carbono surgiu<br />

como uma das principais respostas para que essa redução<br />

se fizesse de uma forma eficiente e eficaz. De notar que<br />

o mecanismo de mercado foi então proposto pelos norteamericanos<br />

que, em 2005, acabaram por não ratificar este<br />

tratado internacional. O mercado de carbono é hoje, no<br />

entanto, um mercado global, onde participam não só os<br />

países através dos seus fundos soberanos, mas também um<br />

largo número de empresas industriais e diversos investidores<br />

do sector financeiro.<br />

O mercado global de carbono iniciou o ano de<br />

2010 em subida moderada. Qual o balanço que se<br />

pode fazer da vitalidade deste mercado quando se<br />

aproxima o final do ano?<br />

O volume de transacções no mercado primário e secundário<br />

de carbono, incluindo operações à vista, forwards, repos,<br />

futuros, swaps e opções superou em 2009 os 100 mil milhões<br />

de euros demonstrando que este já é um mercado<br />

maduro, com elevada liquidez e altamente sofisticado. Não<br />

são ainda conhecidos os valores globais de 2010 mas dados<br />

preliminares apontam para a manutenção desta forte vitalidade<br />

do mercado.<br />

A crise económica e financeira afectou de alguma<br />

forma a actividade e o dinamismo do mercado<br />

global de carbono e a estratégia do desenvolvimento<br />

sustentável no país? De que forma uma eventual<br />

recessão económica mundial poderá afectar as<br />

políticas relacionadas com as emissões de gases de<br />

efeito de estufa?<br />

A crise económica de 2007/2008 teve origem na transacção<br />

de produtos financeiros exóticos e de risco incompreensível<br />

reconhecidamente com pouca aderência à economia real.<br />

Quando os investidores financeiros procuraram novas aplicações<br />

para os seus recursos, os sectores da Energia e Ambiente<br />

em geral e o tema do carbono em particular, saíram<br />

claramente beneficiados, verificando-se nestes anos de crise<br />

um forte dinamismo deste mercado.<br />

Por outro lado, exactamente pela crise económica assistimos<br />

na maioria dos países desenvolvidos a uma redução<br />

drástica da produção industrial e deste ponto de vista houve<br />

um contributo positivo inesperado para a redução de emissões<br />

a nível global.<br />

Como se comporta <strong>Portugal</strong> nesta matéria?<br />

No caso português, e também em resultado da forte desaceleração<br />

económica e em particular da dramática quebra<br />

da produção industrial, verificou-se também uma forte que-<br />

ENTREVISTA<br />

bra das emissões de carbono em <strong>Portugal</strong>. Este facto, irá,<br />

no entanto, permitir ao Estado português e às empresas<br />

industriais, cumprirem com menos recursos financeiros as<br />

metas estabelecidas no âmbito do Protocolo de Quioto e<br />

do Comércio Europeu de Licenças de Emissão. Além disso,<br />

e em virtude da recente subida das taxas de juro da dívida<br />

portuguesa, muitos projectos de investimento em redução<br />

de emissões e em energias renováveis tornaram-se agora<br />

inviáveis, e este facto, sim, poderá agravar o problema para<br />

cumprimento das metas definidas pela UE para o período<br />

de 2012-2020.<br />

Qual a importância de a União Europeia manter a<br />

sua liderança mundial à medida que o mundo vire<br />

em direcção a uma economia de baixo carbono? A<br />

eficiência energética, as renováveis e as medidas<br />

benéficas para o ambiente são compatíveis com o<br />

crescimento empresarial e a competitividade europeia?<br />

Em Dezembro de 2008, a União Europeia adoptou uma<br />

política integrada em matéria de energia e alterações climáticas<br />

que incluiu objectivos ambiciosos a realizar até<br />

2020. Com isso esperava-se assegurar um futuro sustentável<br />

para a Europa, transformando-a numa economia de<br />

baixo carbono e eficiente em termos energéticos. Como<br />

têm repetido várias vozes, incluindo a comissária europeia<br />

“O mercado de carbono é hoje um mercado<br />

global, em que participam não só os países<br />

através dos seus fundos soberanos mas também<br />

um largo número de empresas industriais e<br />

diversos investidores do sector financeiro. “<br />

para as alterações climáticas, só se conseguirão resultados<br />

positivos na Conferência das Partes no México se a União<br />

Europeia falar a uma só voz. O ano passado, em Copenhaga,<br />

houve divisões entre os países europeus e a União<br />

Europeia de certa forma perdeu a liderança. Mas o acordo<br />

que saiu de Copenhaga, promovido pelos EUA, China, Índia,<br />

Brasil e África do Sul foi demasiado frágil e vago para<br />

as expectativas que se criaram. Assim, a União Europeia<br />

tem o caminho aberto para que nesta COP assuma mais<br />

uma vez a liderança no combate às alterações climáticas.<br />

Os resultados dependem muito da vontade política dos<br />

países participantes. Todas as medidas em prol do ambiente<br />

são compatíveis com o crescimento empresarial e a<br />

competitividade europeia.<br />

Quais os impactos dessas medidas na economia<br />

e no emprego?<br />

A União Europeia, no pacote clima-energia, prevê a criação<br />

de aproximadamente um milhão de empregos na indústria<br />

europeia de energias renováveis até 2020 e uma<br />

vantagem competitiva graças a uma inovação significativa<br />

no sector da energia na Europa e mais postos de traba-<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 13


ENTREVISTA<br />

lho nas indústrias relacionadas com o ambiente. Para além<br />

disso, uma acção conjunta pode maximizar a eficácia das<br />

medidas adoptadas e criar economias de escala para reduzir<br />

o custo das medidas e assegurar a não perturbação do<br />

mercado europeu.<br />

A estratégia europeia em matéria de alterações climáticas<br />

e energia ajudará a criar novas empresas e oportunidades<br />

de investigação. Em conjunto, os 27 países da UE podem<br />

influenciar muito mais a luta mundial contra as alterações<br />

climáticas do que actuando separadamente.<br />

Actualmente existe a ideia, mesmo no estrangeiro, de<br />

que nos últimos anos se terá criado em <strong>Portugal</strong> um<br />

ambiente favorável ao desenvolvimento de projectos<br />

consistente nas áreas do ambiente e das energias<br />

renováveis. Justifica-se esta percepção?<br />

<strong>Portugal</strong> tem um enorme potencial que pode e deve ser<br />

explorado, não só com o objectivo de reduzir a dependência<br />

energética do exterior mas também do ponto de vista<br />

ambiental. Uma rede hidrográfica densa, uma elevada exposição<br />

solar média e uma vasta frente marítima são vantagens<br />

que permitem aproveitar o potencial energético da<br />

água, luz, das ondas e do vento. É um facto que <strong>Portugal</strong><br />

nos últimos anos tem tido uma posição de destaque no<br />

desenvolvimento deste tipo de projectos, mas actualmen-<br />

“Os temas da energia e ambiente serão já<br />

durante esta década os principais motores<br />

de crescimento económico e de criação de<br />

emprego, daí a forte aposta da Fomentinvest<br />

nestes sectores.”<br />

te as condições favoráveis de investimento estão a mudar<br />

dramaticamente. A forte subida dos custos de financiamento,<br />

em resultado de uma subida sem precedentes das<br />

taxas de juro, e os cortes já anunciados na subsidiação das<br />

tarifas eléctricas de origem renovável, nomeadamente a<br />

eólica e fotovoltaica, estão tornar economicamente inviáveis<br />

muitos deste novos projectos. Aliás, em Novembro<br />

o presidente da Associação Portuguesa das Energias Renováveis,<br />

António Sá da Costa, referiu que provavelmente<br />

as necessidades de financiamento de projectos na área de<br />

energia em <strong>Portugal</strong> no próximo ano poderão ultrapassar<br />

os 1,5 mil milhões de euros, repartidos pelos sectores eólico,<br />

solar e de biomassa.<br />

Que medidas deveriam ser tomadas no curto e<br />

médio prazo, por parte das políticas governamentais<br />

portuguesas, para potenciar o mercado do carbono<br />

e o desenvolvimento sustentável? É mais fácil dar<br />

sequência a projectos de investimento nestas áreas<br />

em <strong>Portugal</strong> ou noutros países?<br />

Nada que <strong>Portugal</strong> possa fazer isoladamente pode potenciar<br />

ou não o mercado de carbono. As decisões são toma-<br />

14 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

das pelo menos a nível europeu, sendo que muitas são,<br />

como referido, tomadas em sede de Nações Unidas (as<br />

COP). No que se refere aos projectos de investimentos, eles<br />

só podiam ser potenciados com um menor nível das taxas<br />

“A União Europeia, no pacote clima-energia,<br />

prevê a criação de aproximadamente um<br />

milhão de empregos na indústria europeia de<br />

energias renováveis até 2020 e uma vantagem<br />

competitiva graças a uma inovação significativa<br />

no sector da energia na Europa.”<br />

de juro e com uma política agressiva de tarifas para a energia<br />

eléctrica de base renovável. Manifestamente, e na actual<br />

situação das contas públicas, pouco há a fazer no sentido<br />

de minorar estes dois efeitos nocivos ao investimento.<br />

Contudo, e sinalizando uma opção favorável nessa direcção,<br />

o Estado português deveria simplificar os requisitos


urocráticos de acesso a esses projectos, nomeadamente<br />

nas mini-hídricas e biomassa, para além de não taxar excessivamente<br />

os projectos que decorrem da implantação de<br />

unidades que utilizem as energias renováveis. Os últimos<br />

concursos que o Estado lançou apenas têm o objectivo de<br />

extrair recursos para o orçamento do Estado e não o desenvolvimento<br />

harmonioso do sector.<br />

Vê o mercado de carbono como uma solução – a solução!<br />

– verdadeiramente dinamizadora para a redução das<br />

emissões e mudança de paradigma em matéria de<br />

energia, ou são apenas estas medidas mitigatórias e de<br />

curto impacto tanto a nível global como nacional?<br />

O mercado de carbono é fundamental, mas é apenas parte<br />

da solução. Tem de ser integrado numa séria de políticas<br />

mais alargadas para que se concretize a referida mudança<br />

de paradigma energético.<br />

Como vê o futuro do mercado do carbono e qual<br />

o papel da Eficiência Energética e das Energias<br />

Renováveis no desenvolvimento limpo e sustentável?<br />

O carbono e as energias renováveis vão continuar a ser um<br />

dos principais motores de crescimento económico. Segun-<br />

ENTREVISTA<br />

do o relatório “RE-Thinking 2050” do European Renewable<br />

Energy Council, uma Europa 100 por cento renovável significa<br />

uma poupança estimada em mais de um trilião de<br />

euros em 2050 e uma redução de 30 por cento de emissões<br />

de CO2, por ano, em 2020 e de cerca de 50 por cento em<br />

2030. A nível social, uma alteração desta magnitude teria<br />

um impacto muito significativo no emprego.<br />

As alterações climáticas têm uma probabilidade elevada<br />

de se virem a agravar durante o século XXI e terão impactos<br />

negativos sobre os sistemas naturais e sociais. Evitar<br />

esta situação obriga a encontrar formas de desligar o<br />

crescimento da economia da utilização de combustíveis<br />

fósseis, em particular do carvão. As energias renováveis<br />

serão sempre a melhor oportunidade para um desenvolvimento<br />

sustentável.<br />

O mercado global do carbono e das renováveis é ainda<br />

futuro ou já se tornou uma realidade incontornável?<br />

É sem dúvida uma realidade incontornável. Os temas da<br />

energia e ambiente serão já durante esta década os principais<br />

motores de crescimento económico e de criação de emprego,<br />

daí a forte aposta da Fomentinvest nestes sectores.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 15


ENTREVISTA<br />

É presidente da Fomentinvest. Porque é que esta<br />

empresa está a concentrar-se apenas em três sectores:<br />

ambiente, energia (eficiência energética e renováveis)<br />

e um terceiro que é o mercado do carbono, e ainda<br />

a sustentabilidade e gestão de fundos adequados a<br />

essas áreas? Considera serem estas áreas as melhores<br />

apostas de investimento com futuro? Quais os<br />

projectos da empresa em matéria de renováveis?<br />

Cada empresa escolhe os sectores onde possa desenvolver<br />

o seu potencial e exercer a sua vocação. A Fomentinvest<br />

“O mercado de carbono é fundamental,<br />

mas é apenas parte da solução, pois tem de<br />

ser integrado numa séria de políticas mais<br />

alargadas para que se concretize a mudança de<br />

paradigma energético.”<br />

nasce da intersecção dos interesses de várias entidades, no-<br />

meadamente financeiras e Fundações, com o objectivo de<br />

Biografia breve<br />

José Ângelo Ferreira Correia nasceu em<br />

Almada, em 1945. É administrador de<br />

empresas e político. Apesar de se ter<br />

formado em Engenharia Química, no<br />

Instituto Superior Técnico (em 1968), a<br />

nível profissional trabalhou quase sempre<br />

na área de gestão, tendo um curso<br />

superior de Administração de Empresas,<br />

que concluiu posteriormente.<br />

Como administrador esteve à frente<br />

de empresas como a VMPS – Vidago,<br />

Melgaço e Pedras Salgadas, Lisboagás,<br />

Portgás, Phillips Portuguesa, Tertir, Cipol,<br />

Turistrela, Figueira Paraindustria,<br />

GDP Distribuição, All2it, Burgo Fundiários,<br />

Pavilis, Drink-In, Transinsular, Totta<br />

Urbe e Solidal.<br />

Actualmente é presidente dos Conselhos<br />

de Administração do Grupo Fomentinvest<br />

e da Lusitaniagás, presidente da<br />

Câmara de Comércio e Industria Árabe<br />

Portuguesa e Cônsul Honorário do Reino<br />

Hashemita da Jordânia em <strong>Portugal</strong>.<br />

No plano político foi membro da SE-<br />

DES, participou na criação do Partido<br />

Popular Democrático, em Maio de<br />

1974, tendo integrado os seus órgãos<br />

16 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

dirigentes. Foi deputado à Assembleia<br />

Constituinte (1975-1976) e à Assembleia<br />

da República (1976-1995), onde<br />

presidiu às Comissões Parlamentares<br />

de Defesa Nacional (1978-1981 e<br />

1983-1985), Assuntos Europeus (1987-<br />

1989), Poder Local, Regiões e Ambiente<br />

(1989-1993) e Economia, Finanças e<br />

Plano (1981-1983). Foi também presi-<br />

conhecer melhor o sector das energias renováveis. Desse<br />

modo funcionamos não só como promotor de projectos<br />

nessas áreas, como também como um “relativo” centro de<br />

conhecimento transmissível aos nossos accionistas.<br />

O sector do ambiente representa uma hipótese de trabalho<br />

em países emergentes, pelo que sem um “brand” adequado<br />

e experiência visível em <strong>Portugal</strong> não teríamos condições<br />

de migração para outros espaços.<br />

Relativamente ao mercado de carbono quisemos ser pioneiros<br />

em <strong>Portugal</strong> e conseguimo-lo quando quase ninguém<br />

apostava nele. Participámos no crescimento e qualificação<br />

da Ecoprogresso, fundámos uma sociedade gestora<br />

de Fundos – MCO2 – e dinamizámos a criação do<br />

único fundo privado de carbono em <strong>Portugal</strong> designado<br />

por Luso Carbon Fund, e constituímos a trading mais relevante<br />

nesse domínio.<br />

Cumprimos, por isso, a nossa missão de pioneirismo e inovação<br />

empresarial.<br />

dente da Delegação Parlamentar Portuguesa<br />

à Assembleia Parlamentar da<br />

OTAN (1979-1981 e 1985-1995). Foi<br />

Ministro da Administração Interna, no<br />

VIII Governo Constitucional, da Aliança<br />

Democrática. Como político, tornou-se<br />

um dos elementos históricos do Partido<br />

Social Democrata e uma das suas vozes<br />

mais respeitadas.


Um milhão de empresas<br />

já conta com a nossa energia.<br />

O 3.º maior grupo financeiro ibérico<br />

O 1.º na vida da sua empresa<br />

www.pmepower.com<br />

Agora, é a sua vez.


NOTÍCIAS<br />

Conferência debate exportações<br />

A AICEP, em parceria com o Jornal<br />

de Negócios, organizou, no dia 14 de<br />

Dezembro, a “Conferência <strong>Portugal</strong><br />

<strong>Global</strong> – Empresas Exportadoras”. O<br />

evento destacou que, embora os tempos<br />

sejam difíceis, nem tudo são más<br />

notícias neste momento de importantes<br />

desafios conjunturais, em que as<br />

marcas e empresas portuguesas com<br />

AICEP celebra protocolo de colaboração com SDM<br />

A AICEP e a SDM - Sociedade de Desenvolvimento<br />

da Madeira celebraram<br />

um Protocolo de colaboração que irá<br />

potenciar e optimizar a prestação de<br />

serviços coordenados às empresas,<br />

com o objectivo de criar condições favoráveis<br />

ao investimento estruturante<br />

e à internacionalização da economia,<br />

através de propostas específicas a executar<br />

nos termos e condições a acordar<br />

pelas partes caso a caso.<br />

Ao abrigo do protocolo estão previstas<br />

acções como a capacitação empresarial<br />

e de informação, captação de projectos<br />

de investimento, nomeadamente o<br />

investimento directo estrangeiro estruturante,<br />

bem como o apoio e acompanhamento<br />

destes e doutros projectos<br />

relevantes de investimento.<br />

O incremento das exportações e da internacionalização<br />

das empresas portuguesas,<br />

o desenvolvimento da cooperação<br />

económica externa e regional, a<br />

18 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

vocação exportadora desempenham<br />

um papel fundamental no turnaround<br />

da economia portuguesa.<br />

As exportações nacionais cresceram 15<br />

por cento até Outubro, face a Janeiro/<br />

Outubro de 2009, e o défice comercial<br />

reduziu-se em 600 milhões de euros.<br />

Segundo Basílio Horta, presidente da<br />

AICEP, que deu início à conferência<br />

capacitação técnica dos recursos humanos,<br />

assim como outras acções que<br />

contribuam para a modernização e diversificação<br />

da economia madeirense,<br />

bem como para o aumento da competitividade<br />

da economia portuguesa,<br />

estão igualmente enquadradas.<br />

Fundada em 1984, a SDM é uma entidade<br />

que tem como objecto o fomento<br />

e que realçou o papel da Agência na<br />

captação de investimento, no apoio<br />

à internacionalização e à exportação<br />

das empresas portuguesas, é particularmente<br />

“importante falar para quem<br />

exporta e arrisca, e que tem um papel<br />

decisivo como motor do desenvolvimento<br />

da economia portuguesa”.<br />

Por seu lado, o ministro da Economia,<br />

José Vieira da Silva, enfatizou na sua<br />

intervenção, o papel crucial de “uma<br />

internacionalização ganhadora num<br />

contexto de mudança internacional e<br />

do próprio perfil das exportações, que<br />

exige cada vez mais qualidade, inovação<br />

e intensidade tecnológica”.<br />

Augusto Mateus, economista, e Pedro<br />

Bidarra, Chief Creative Officer da<br />

BBDO, foram igualmente oradores na<br />

Conferência, que realçou e promoveu<br />

o exemplo dos case studies de empresas<br />

e marcas portuguesas de sucesso e<br />

com experiência consolidada nos mercados,<br />

com sejam a CGD, a Bial, a Fly<br />

London, a Sovena, a SIBS International,<br />

a Novabase e a Skysoft. As conclusões<br />

finais da conferência foram publicadas<br />

no Jornal de Negócios.<br />

e acompanhamento da actividade em-<br />

presarial na Região Autónoma da Ma-<br />

deira. Com este entendimento, tanto a<br />

AICEP como a SDM pretendem divul-<br />

gar externamente a imagem da Madei-<br />

ra enquanto pólo empresarial e criar<br />

condições favoráveis para a localização<br />

de empresas estrangeiras.


Linhas de crédito<br />

para a indústria de moldes<br />

Um protocolo estabelecido entre a<br />

Associação Nacional da Indústria de<br />

Moldes e o Ministério da Economia,<br />

da Inovação e do Desenvolvimento vai<br />

permitir às empresas de moldes, que<br />

exportam mais de 95 por cento da sua<br />

produção, utilizar cerca de 225 milhões<br />

de euros para apoio às exportações,<br />

que ficam disponíveis através de duas<br />

linhas de crédito dedicadas ao sector.<br />

As linhas de crédito visam, por um<br />

lado, apoiar empresas exportadoras,<br />

para produtos com longos períodos<br />

Oportunidades na Guiné Equatorial<br />

No âmbito da visita a <strong>Portugal</strong> do ministro<br />

dos Assuntos Exteriores, Cooperação<br />

Internacional e Francofonia da<br />

Guiné Equatorial, Pastor Micha Ondo<br />

Bile, que veio acompanhado de uma<br />

delegação empresarial, teve lugar nas<br />

instalações da AICEP, no passado dia 7<br />

de Dezembro, um Encontro que contou<br />

com a presença de 45 responsáveis<br />

de empresas, da banca, associações e<br />

outras entidades portuguesas.<br />

Em foco estiveram as oportunidades de<br />

investimento e o desenvolvimento do<br />

de fabricação, ao qual será afecta uma<br />

linha de crédito com garantia mútua,<br />

no valor de 75 milhões de euros. Por<br />

outro lado, a linha de seguro de crédito<br />

à exportação de médio prazo, no valor<br />

de 150 milhões de euros, destina-se<br />

especificamente a empresas exportadoras<br />

com longos ciclos de fabricação<br />

e facturação, para países dentro e fora<br />

da OCDE.<br />

As exportações da indústria de moldes<br />

representam um valor anual superior a<br />

400 milhões de euros.<br />

relacionamento comercial entre <strong>Portugal</strong><br />

e a Guiné Equatorial. Na ocasião,<br />

o ministro da Guiné Equatorial afirmou<br />

haver grande abertura à presença de<br />

empresas portuguesas no seu país e<br />

anunciou que em breve será aberta<br />

uma Embaixada em <strong>Portugal</strong>.<br />

A Guiné Equatorial ocupa uma posição<br />

modesta enquanto cliente de <strong>Portugal</strong>,<br />

sendo a balança comercial entre os dois<br />

países tradicionalmente desfavorável a<br />

<strong>Portugal</strong>, devido ao peso do petróleo nas<br />

importações nacionais daquele mercado.<br />

Parceria com a<br />

Câmara Municipal<br />

de Loures<br />

NOTÍCIAS<br />

A AICEP e a Câmara Municipal de Loures<br />

assinaram, no dia 7 de Dezembro, um<br />

protocolo de cooperação que tem por<br />

objectivo o desenvolvimento de estratégias<br />

de internacionalização e a criação<br />

de condições favoráveis ao investimento<br />

directo estruturante naquele concelho.<br />

A AICEP e aquela autarquia partilham<br />

do entendimento de que o concelho de<br />

Loures, inserido na Área Metropolitana<br />

de Lisboa, oferece condições privilegiadas<br />

para se tornar numa região receptora<br />

de investimento directo, atendendo<br />

à sua localização estratégica, infraestruturas<br />

e espaços disponíveis.<br />

O protocolo estabelece a cooperação<br />

activa entre as entidades envolvidas<br />

através da partilha de informações, tendo<br />

em vista a internacionalização das<br />

empresas sedeadas no concelho e contribuir<br />

para o aumento da atractividade<br />

do mesmo em termos de captação de<br />

investimentos e participação da CML<br />

no Consórcio/Plataforma do Conhecimento,<br />

estabelecido entre a AICEP,<br />

empresas e universidades, associações<br />

e câmaras de comércio bilaterais, como<br />

espaço de articulação entre agentes e<br />

sectores directa ou indirectamente ligados<br />

ao processo de internacionalização<br />

e à expansão de novos mercados.<br />

De acordo com o protocolo, o concelho<br />

de Loures tem capacidade de operar com<br />

as estruturas económicas, sociais, culturais<br />

e políticas, ou seja, tem, capacidade<br />

de promover um partenariado com todos<br />

os agentes. Por outro lado, a CML<br />

procura envolver outras entidades que<br />

possam contribuir para promover o concelho<br />

junto de empresas e agentes económicos<br />

e a AICEP tem como missão aumentar<br />

a competitividade e notoriedade<br />

internacional de <strong>Portugal</strong>, através da dinamização<br />

de investimento estruturante<br />

e da internacionalização das empresas.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 19


EMPRESAS<br />

INDASA<br />

LIXAS RHINO CHEGAM A 90 MERCADOS<br />

Cerca de 90 por cento dos abrasivos flexíveis (lixas) – marca RHINO – produzidos<br />

na Indasa são exportados um pouco para todo o mundo. Um exemplar sucesso<br />

de internacionalização de uma marca portuguesa conseguido num mercado global<br />

de enorme competitividade.<br />

Aquilo que é vulgarmente conhecido por<br />

lixas, designação popular para abrasivos<br />

flexíveis, tem em <strong>Portugal</strong> uma grande<br />

especialista na matéria. Trata-se da Indasa,<br />

sedeada em Aveiro, que desde 1979<br />

se dedica à sua produção, especialmente<br />

para o segmento da repintura automóvel<br />

embora também, em menor escala,<br />

para a indústria das madeiras, materiais<br />

compósitos, metais, cerâmica, curtumes<br />

e construção civil.<br />

A Indasa é mesmo a única unidade produtiva<br />

da Península Ibérica e desenganem-se<br />

aqueles que, sugestionados pela palavra<br />

“lixa”, forem levados a menosprezar este<br />

sector de produção. Estão redondamente<br />

enganados: além de muito fechado a nível<br />

mundial, é de capital intensivo e onde<br />

20 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

o know-how se assume como o input<br />

tecnológico mais importante.<br />

Basta ter em atenção os nomes dos<br />

grandes concorrentes da Indasa à escala<br />

planetária. A 3M e a Norton (EUA), a<br />

SIA (Suíça) e a Mirka (Finlândia), todas<br />

elas empresas altamente racionalizadas<br />

e eficientes que concorrem nos grandes<br />

mercados, não pela via do baixo<br />

preço mas pela via de produtos técnicos<br />

de elevado valor acrescentado. E<br />

que dominam, para além disso, toda<br />

a cadeia de negócio desde as questões<br />

ligadas à inovação e à distribuição, ou<br />

desde o design até à marca, factores<br />

intangíveis de competitividade e que<br />

constituem, neste sector, áreas críticas<br />

para alcançar o sucesso.<br />

É neste universo competitivo que a Indasa<br />

se movimenta. E onde, em 2009, atingiu<br />

um volume de negócios de quase 37 milhões<br />

de euros, sendo 32 milhões de vendas<br />

de produtos Indasa e cerca de cinco<br />

por cento de acessórios. Cerca de 24 milhões<br />

foram vendas realizadas através das<br />

filiais do grupo (<strong>Portugal</strong>, Espanha, França,<br />

Alemanha, Reino Unido, Polónia, Brasil<br />

e EUA) – cerca de 78 por cento das vendas<br />

totais – e o restante através de vendas em<br />

mercados sem filiais. A filial com maior<br />

peso foi a dos EUA com quase 20 por cento,<br />

seguindo-se <strong>Portugal</strong> e Reino Unido<br />

com um pouco mais e um pouco menos<br />

de dez por cento, respectivamente.<br />

Aliás, a importância das filiais é vital<br />

em todo o processo de afirmação da


Indasa no mundo dos negócios. A sua<br />

estratégia de internacionalização foi<br />

consolidada através da criação de uma<br />

rede comercial própria, sendo as filiais<br />

geridas por quadros locais, conhecedores<br />

dos meandros do sector e do<br />

mercado. O ponto de partida deu-se<br />

em 1988, com a criação da filial espanhola,<br />

seguindo-se o Reino Unido e<br />

a França, a Alemanha, o Brasil e, em<br />

1999, a Polónia e o Estados Unidos.<br />

Para além dos mercados com estruturas<br />

próprias, a Indasa está presente<br />

com os seus produtos em 90 países e<br />

em todos os continentes.<br />

Dada a reduzida dimensão do mercado<br />

português, a internacionalização<br />

foi o suporte da viabilização da Indasa<br />

e marcou desde o início a actividade<br />

da empresa, a par de uma política de<br />

investimento em investigação, desenvolvimento<br />

e qualidade, onde avultam<br />

as parcerias com instituições universitárias,<br />

nomeadamente a Universidade de<br />

Aveiro, o que permite fabricar produtos<br />

técnicos de valor acrescentado cada vez<br />

mais elevado. Resultado: os produtos<br />

Indasa foram testados e aprovados por<br />

muitas das marcas de automóveis mais<br />

reconhecidas a nível mundial, como a<br />

Toyota Motor Europe, que nomeou,<br />

em 2008, o grupo Indasa como um<br />

dos seus parceiros preferenciais para as<br />

suas oficinas de reparação pós-venda.<br />

O futuro na Indasa é encarado a longo<br />

prazo e também com muita segurança.<br />

No período entre 2011 e 2017, face<br />

à forte concorrência mundial e às exigências<br />

dos vários mercados, a empresa<br />

espera investir cerca de 20 milhões<br />

de euros para continuar na vanguarda<br />

com cada vez maior capacidade tecnológica.<br />

A KPMG, o Instituto Superior<br />

Técnico e a Universidade de Aveiro colaboraram<br />

no diagnóstico efectuado<br />

para este investimento.<br />

Indasa – Indústria<br />

de Abrasivos, SA<br />

P.O. Box 3005<br />

3801-903 Aveiro<br />

Tel.: +351 234 303 600<br />

indasa@indasa.pt<br />

www.indasa.pt<br />

PORTUGAL NO “TOP TEN”<br />

DA NOKIA SIEMENS<br />

NETWOKS<br />

<strong>Portugal</strong> é um dos 150 países em todo<br />

o mundo em que a Nokia Siemens<br />

Networks (NSN) está presente. Tratase<br />

de uma empresa líder no mercado<br />

global de serviços de comunicações<br />

que no nosso país dá emprego a cerca<br />

de 1.800 engenheiros. O Technology<br />

Center na área de I&D, que abrange<br />

EMPRESAS<br />

A Nokia Siemens Networks <strong>Portugal</strong> é um pólo de<br />

inovação para a indústria das comunicações, exportando<br />

soluções e conhecimento para todo o mundo. Os seus<br />

dois centros, para actividades de I&D e fornecimento de<br />

serviços de engenharia e operações de rede, são globais<br />

e considerados estratégicos pela empresa, sendo o <strong>Global</strong><br />

Network Solutions Center, localizado em Lisboa, único na<br />

Europa e um dos dois a nível mundial.<br />

quatro laboratórios globais, e o <strong>Global</strong><br />

Network Solutions Center, na área dos<br />

serviços, fazem mesmo de <strong>Portugal</strong> um<br />

dos dez países com maior dimensão de<br />

entre as apostas da NSN.<br />

A reputação adquirida por <strong>Portugal</strong> ao<br />

nível da inovação, da produtividade e<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 21


EMPRESAS<br />

da qualidade está na base da decisão<br />

de apostar em <strong>Portugal</strong>. Factores como<br />

a qualidade dos recursos humanos e das<br />

universidades portuguesas, a flexibilidade<br />

dos engenheiros, a cultura multifacetada<br />

e a apetência para falar vários<br />

idiomas enquadram-se na política global<br />

da empresa e concorrem para o reforço<br />

contínuo das áreas de I&D e, mais recentemente,<br />

das áreas de serviços globais.<br />

“Factores como a qualidade<br />

dos recursos humanos e das<br />

universidades portuguesas, a<br />

flexibilidade dos engenheiros,<br />

a cultura multifacetada e<br />

a apetência para falar vários<br />

idiomas enquadram-se na<br />

política global da empresa<br />

e concorrem para o reforço<br />

contínuo das áreas de I&D e,<br />

mais recentemente, das áreas<br />

de serviços globais.”<br />

Uma das facetas da presença da NSN em<br />

<strong>Portugal</strong> é o papel activo que tem desempenhado<br />

na dinamização e cooperação<br />

entre o mundo universitário e empresarial.<br />

Uma das linhas estratégicas da<br />

empresa foi sempre encurtar distâncias<br />

com o mundo académico; em <strong>Portugal</strong>,<br />

a NSN começou por estabelecer protocolos<br />

com as principais universidades,<br />

quer concedendo bolsas de formação<br />

avançada a estudantes, quer abrindolhes<br />

as portas dos centros de inovação<br />

mundiais, para que eles desenvolvessem<br />

as suas teses tendo acesso à mais moderna<br />

tecnologia e num ambiente empresarial.<br />

O Pólo de Inovação de Aveiro,<br />

em colaboração com a universidade local,<br />

é um exemplo desse compromisso e,<br />

segundo dados do Ministério da Ciência,<br />

Tecnologia e Ensino Superior, relativos a<br />

2008, a NSN <strong>Portugal</strong> ocupou o sétimo<br />

lugar no ranking das empresas com mais<br />

despesa em actividades de I&D e liderou<br />

em número de investigadores.<br />

Outra das grandes linhas estratégicas da<br />

empresa é a garantia de sustentabilidade<br />

e também a demonstração do impacto<br />

que a indústria das telecomunicações<br />

pode ter noutros sectores. No terreno, o<br />

22 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

envolvimento da NSN no programa WWF<br />

Climate Savers, compromete a empresa<br />

a desenvolver um conjunto de actividades<br />

que permitem a redução anual de<br />

emissões de CO2. Outro dos grandes<br />

compromissos assumidos é melhorar a<br />

eficiência energética em cerca de 40 por<br />

cento até 2012. A sua estação base Flexi<br />

tem o consumo de energia mais baixo do<br />

mercado e foi reconhecida com o Prémio<br />

de Melhor Avanço em Tecnologia de<br />

Rede nos GSMA <strong>Global</strong> Mobile Awards e<br />

o de Maior Inovação em Redes Ecológicas<br />

nos CTIA Awards. Mais recentemente, a<br />

Juniper Research`s atribuiu o Gold Award<br />

na categoria de Infra-estrutura Ecológica.<br />

Neste momento, a NSN tem mais de 390<br />

escritórios em 25 países que funcionam<br />

com energia renovada e, em 2011, esse<br />

tipo de energia será a fonte de alimentação<br />

preferencial para cada estação base<br />

remota que a empresa instalar.<br />

Pode afirmar-se que o futuro das telecomunicações<br />

em <strong>Portugal</strong> está ser moldado<br />

pela NSN. A sua liderança no mercado<br />

das redes móveis, fixas e de serviços, e<br />

sendo um fornecedor de referência nesses<br />

domínios para os maiores operadores<br />

de serviços de comunicações nacionais,<br />

já é um dado irrefutável. Mas, para além<br />

disso, a sua importância ainda é reforçada<br />

pelo papel que tem desempenhado<br />

no processo de digitalização da rede fixa<br />

e roll-out das redes móveis em <strong>Portugal</strong>,<br />

introdução do 3G, redes de banda larga<br />

e, mais recentemente, na implementação<br />

de redes de nova geração. E posiciona-se<br />

activamente como fornecedor de soluções<br />

convergentes, onde a fronteira entre<br />

telecomunicações, media e tecnologias<br />

de informação se esbate cada vez mais,<br />

o que a torna também um importante<br />

player na área de IT.<br />

As actividades em <strong>Portugal</strong> concentram-se<br />

nos escritórios de Alfragide,<br />

Oeiras e Aveiro cobrindo uma área total<br />

de 30.000 metros quadrados.<br />

Nokia Siemens<br />

Networks <strong>Portugal</strong>, SA<br />

Rua Irmãos Siemens, 1<br />

2720-093 Amadora<br />

Tel.: +351 210 444 284<br />

susana.araujo@nsn.com<br />

www.nokiasiemensnetworks.com<br />

HELIFLEX<br />

NASCIDA PARA<br />

EXPORTAR<br />

Embora tenha nascido há<br />

mais de quatro décadas,<br />

a Heliflex só é 100 por<br />

cento portuguesa desde<br />

2007. Uma especialista<br />

na transformação de<br />

polímeros que herdou a<br />

sua vocação internacional<br />

do grupo multinacional a<br />

que pertenceu.<br />

A Heliflex nasceu para estar nos mercados.<br />

Na vida da empresa há claramente<br />

um antes e um depois, marcados pela<br />

cultura internacional e unidos pela<br />

competência na área da transformação<br />

de polímeros. O antes são os primeiros<br />

37 anos de vida, pertencendo a um<br />

grupo multinacional, o depois, é o período<br />

que decorre de 1997 até hoje, já<br />

com capital 100 por cento português.<br />

“Os primeiros negócios<br />

aconteceram em Espanha e<br />

chegam actualmente a 39<br />

mercados, em quatro dos<br />

cinco continentes. As suas<br />

filiais situam-se em Angola,<br />

no Chile, em Moçambique,<br />

em Marrocos e, já em 2010, a<br />

mais recente, no Brasil.”<br />

Quando falamos de transformação de<br />

polímeros estamos a falar de extrusão<br />

de plásticos e, no caso da Heliflex, da<br />

sua grande especialidade: fabricação de<br />

tubos, mangueiras e sistemas de rega<br />

para os sectores da agricultura, jardins e<br />

casa, construção civil e obras públicas e<br />

indústria alimentar e indústria em geral.<br />

A Heliflex herdou a política de abertura<br />

a novos mercados do grupo multina-


cional a que pertenceu, assim como a<br />

aposta no crescimento continuado e na<br />

extensão do ciclo de vida dos produtos<br />

e partiu daí para relançar a sua própria<br />

estratégia. A sua internacionalização<br />

também passa pelo crescimento e expansão,<br />

pela criação de filiais com investimento<br />

misto (quer industrial quer<br />

comercial), pelas parcerias com clientes<br />

e por representantes que detêm o<br />

controlo do canal de distribuição e das<br />

especificidades do país, funcionando<br />

como comissionistas (como por exem-<br />

plo nos países de Leste). Aposta também<br />

na especialização em produtos<br />

técnicos, inexistentes no mercado português,<br />

e tem sempre presente a pequenez<br />

do mercado interno, uma das<br />

razões, afinal, de toda estratégia para<br />

o mercado internacional global. Os primeiros<br />

negócios aconteceram em Espanha<br />

e chegam actualmente a 39 mercados,<br />

em quatro dos cinco continentes.<br />

As suas filiais situam-se em Angola, no<br />

Chile, em Moçambique, em Marrocos<br />

e, já em 2010, a mais recente, no Brasil.<br />

Heliflex – Tubos<br />

e mangueiras, SA<br />

Zona Industrial da Mota<br />

Apartado 525<br />

3834-525 Gafanha da Encarnação<br />

Tel.: +351 234 329 020<br />

heliflex@heliflex.pt<br />

www.heliflex.pt<br />

EMPRESAS<br />

Cerca de metade da produção da Heliflex<br />

é vendida nos diversos mercados.<br />

Segundo fonte da empresa, os resultados<br />

alcançados passam muito pela certificação<br />

ISO 9001:2008, já alcançada em<br />

Dezembro de 2009: “dado o ambiente<br />

competitivo que se vive a nível internacional,<br />

o consumidor tem uma panóplia<br />

de oferta que permite uma escolha variada<br />

e criteriosa, sendo a certificação<br />

um dos factores que permite fazer a<br />

diferença, porque fornece a prova de<br />

conformidade de um produto e de uma<br />

empresa, indicando que o produto é seguro<br />

e desempenha com qualidade as<br />

funções para as quais foi criado e que<br />

a empresa se rege por condutas normalizadas<br />

de gestão”. Por outro lado,<br />

partindo de um requisito do mercado<br />

espanhol, a Heliflex também está certificada<br />

pela AENOR (Spanish Association<br />

for Standardisation and Certification).<br />

Os resultados desta aposta na qualidade<br />

já garantiram muitos produtos certificados<br />

como o heligás natural, o heligás<br />

propano, o heligás butano, o heliject<br />

si Premium, o helitherm ppr ou o<br />

helitherm blue. Ou, apenas para o mercado<br />

espanhol, o heligás butano es.<br />

Em relação à inovação, e desde 2007,<br />

a Heliflex lançou no mercado, em média,<br />

três novos produtos por ano, com<br />

dimensões diferentes o que aumenta o<br />

número de referências a produzir.<br />

Os produtos da empresa estão vocacionados<br />

para grandes armazenistas e<br />

distribuidores, bem como para o segmento<br />

das grandes superfícies especializadas<br />

em bricolage, jardim e materiais<br />

de construção, onde são disponibilizados<br />

com a marca Heliflex ou com marca<br />

própria do cliente. Dois dos grandes<br />

desafios para o futuro passam pelo<br />

aumento do volume de negócios e de<br />

mercados conquistados.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 23


MERCADOS<br />

VENEZUELA<br />

MERCADO PARA AUDAZES<br />

E PERSISTENTES<br />

País rico em recursos naturais, ainda que fortemente dependente do petróleo, a<br />

Venezuela é um mercado onde as empresas portuguesas podem encontrar boas<br />

oportunidades para o desenvolvimento de negócios, pese embora o facto de a<br />

economia se encontrar em recessão.<br />

São apostas não isentas de risco, dadas as especificidades dos sistemas financeiro,<br />

legislativo e fiscal do país, e onde a audácia e a persistência são fundamentais<br />

para o sucesso dos projectos empresariais.<br />

A comunidade portuguesa neste país, com a sua experiência e conhecimento do<br />

mercado, deve ser encarada como aliada natural das empresas portuguesas que<br />

apostem na Venezuela.<br />

Um texto de Carlos Nunes Pinto, Representante da AICEP na Venezuela.<br />

24 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global


Existe um desconhecimento das potencialidades<br />

da Venezuela, dos seus abundantes<br />

recursos naturais, da sua diversificada<br />

beleza natural, e das vastas regiões<br />

do território sem presença humana que,<br />

no dia em que o sector do turismo for<br />

considerado uma prioridade estratégica,<br />

seguramente constituirão uma agradável<br />

surpresa para muitos viajantes.<br />

Pouca gente saberá que, de acordo com<br />

dados do Economist Intelligence Unit,<br />

numa análise comparativa de alguns<br />

indicadores macroeconómicos entre os<br />

países da América Latina e Caraíbas,<br />

relativos a 2009, a Venezuela registou<br />

o terceiro maior Produto Interno Bruto<br />

(326,1 mil milhões de dólares), só superado<br />

pelo Brasil e México. Detém o segundo<br />

PIB per capita mais elevado desta<br />

região, cerca de 12.000 dólares, a seguir<br />

a Trindade e Tobago. No entanto, mais<br />

pessoas saberão que o país registou, em<br />

2009, a mais alta subida no índice de<br />

preços ao consumidor (27,1 por cento).<br />

A economia venezuelana vive um período<br />

de recessão, o seu PIB em 2009 decresceu<br />

mais de 3 por cento, e deverá<br />

ainda cair em 2010 e 2011. É um país<br />

fortemente dependente do petróleo,<br />

apesar da imensa riqueza em outros<br />

recursos naturais, e, não menos importante,<br />

prossegue a sua “revolução<br />

bolivariana” com todas as implicações<br />

associadas a este momento político.<br />

Sectores da população reclamam maior<br />

segurança pessoal, apontado como o<br />

tema que mais preocupa os venezuelanos,<br />

e maior segurança jurídica, tendo<br />

em conta o dinamismo das reformas e<br />

da própria interpretação das leis fundamentais<br />

à luz da doutrina vigente.<br />

Segundo os critérios habitualmente utilizados<br />

na avaliação de determinado<br />

ambiente de negócios, concluiríamos<br />

que se trata de um mercado com poucas<br />

potencialidades para <strong>Portugal</strong>. Mas a minha<br />

experiência enquanto representante<br />

da AICEP na Venezuela, nos últimos dois<br />

anos e alguns meses, obriga-me a reflectir<br />

um pouco mais naquela que entendo<br />

ser uma conclusão precipitada.<br />

Não se trata somente de uma avaliação<br />

pessoal do mercado. Devemos interro-<br />

gar-nos sobre os motivos da presença<br />

de grandes multinacionais na Venezuela,<br />

como são os casos da ENI, BBVA,<br />

Repsol, Telefónica, Diageo, Pepsi, Coca-Cola,<br />

Chevron, Odebrecht, Camargo<br />

Corrêa e muitas mais de diferentes<br />

partes do mundo.<br />

Porque será que a 9 de Novembro passado,<br />

dia em que o governo venezuelano<br />

anunciou a medida de expropriação<br />

de três empresas distribuidoras de produtos<br />

lácteos, as Empresas Polar (maior<br />

grupo privado venezuelano) e o grupo<br />

espanhol Leche Pascual aliaram-se para<br />

constituir a Pascual Andina C.A.? Esta<br />

nova companhia fabricará e comercializará<br />

iogurtes da marca europeia na<br />

Venezuela, numa parceria que representa<br />

um investimento de 450 milhões de<br />

bolívares (cerca de 79 milhões de euros).<br />

A resposta à pergunta anterior foi dada<br />

pelas declarações dos dirigentes da<br />

empresa espanhola: “esta es una nación<br />

de oportunidades”. Acrescento<br />

que a Venezuela é o primeiro país da<br />

América do Sul que terá os produtos<br />

da Leche Pascual e, segundo o director<br />

internacional do grupo, é provável<br />

que se converta numa plataforma para<br />

exportar para outros países da região.<br />

Outro exemplo de aposta no potencial<br />

da Venezuela, este num sector mais<br />

óbvio, são os contratos petrolíferos celebrados<br />

no passado dia 22 de Novembro<br />

entre a empresa estatal Petróleos<br />

de Venezuela S.A. (PDVSA) e a empresa<br />

italiana ENI, na ordem dos 17 mil<br />

milhões dólares, constituindo o maior<br />

projecto de investimento conjunto entre<br />

a Venezuela e Itália. A participação<br />

será de 60 por cento para a PDVSA e<br />

de 40 por cento para a ENI.<br />

Uma instituição financeira portuguesa<br />

que também não se deixa impressionar<br />

pelos condicionalismos existentes neste<br />

país é o Banco Espírito Santo. No final<br />

do primeiro trimestre de 2011 abrirá<br />

uma sucursal em Caracas, tornando-se<br />

assim no primeiro banco português a<br />

prestar serviços bancários na Venezuela.<br />

Até ao momento, os principais bancos<br />

portugueses só dispõem de escritórios<br />

de representação no país.<br />

Apesar de todas as adversidades, a Venezuela<br />

continua a proporcionar boas<br />

MERCADOS<br />

oportunidades de negócios. Os empresários<br />

da relevante comunidade portuguesa<br />

a residir neste país, nomeadamente<br />

os do sector da distribuição alimentar,<br />

com todas as dificuldades que têm de<br />

enfrentar, expandem a sua actividade.<br />

Existe hoje em dia na nossa comunidade<br />

uma percepção do bom relacionamento<br />

a nível institucional entre os dois países,<br />

que poderá simplificar o complexo<br />

processo de importação na Venezuela<br />

de produtos oriundos de <strong>Portugal</strong>. São<br />

nestas conjunturas turbulentas e arriscadas<br />

que muitos dos nossos empresários<br />

demonstram a sua capacidade de adaptação<br />

e entendimento das características<br />

locais. Simultaneamente beneficiam<br />

do receio a estes enquadramentos que<br />

caracteriza a maioria das empresas dos<br />

nossos parceiros europeus.<br />

Este mercado não é para quem actua<br />

com base no previsível, mas o contrário.<br />

O risco é elevado e deve-se ter em conta<br />

a existência de um sistema de câmbios<br />

fixos em relação ao dólar norte-americano<br />

e de restrições ao acesso a divisas que<br />

dificultam o repatriamento dos lucros e<br />

são insuficientes para proporcionar as<br />

divisas necessárias para pagar as importações<br />

de que esta economia carece.<br />

As inconstantes prioridades políticas que<br />

estão subjacentes à determinação do que<br />

se pode ou não importar (obtenção das<br />

necessárias licenças e certificados de não<br />

produção nacional); o controle de preços,<br />

regulando o Estado administrativamente<br />

os preços de um número cada vez maior<br />

de produtos…tudo isto são entraves e dificuldades<br />

que são mais ou menos entendidas<br />

pelas empresas que as vivem através<br />

de frequentes deslocações ao mercado<br />

ou com a escolha de um parceiro local.<br />

As abordagens teóricas e à distância não<br />

resultam. As normas e os procedimentos<br />

estão em constante mutação. A informação<br />

relativa às formalidades dos negócios<br />

está dispersa, é complexa e poderá<br />

prestar-se a diferentes interpretações. A<br />

Representação da AICEP em Caracas tenta<br />

mitigar estes obstáculos e barreiras à<br />

entrada auxiliando no estabelecimento<br />

de parcerias com empresários, nomeadamente<br />

da comunidade portuguesa, com<br />

experiência no terreno.<br />

Uma abordagem corajosa, com deslocações<br />

e permanência no mercado, a<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 25


MERCADOS<br />

selecção de parceiros conhecedores do<br />

sector, persistência, abertura e tolerância<br />

para aceitar outras mentalidades<br />

nos negócios poderão fazer parte dos<br />

ingredientes para se ser bem sucedido<br />

na Venezuela. Tudo isto implica custos<br />

que não deverão ser negligenciados.<br />

O esforço poderá ser recompensado<br />

pela dimensão do país, que tem cerca<br />

de 28 milhões de habitantes. A Venezuela<br />

é um país grande, com uma área<br />

total de 912.050 quilómetros quadrados,<br />

com muitas e variadas necessidades.<br />

A obtenção de uma encomenda<br />

ou de um projecto poderá facilmente<br />

representar, para uma PME portuguesa,<br />

o equivalente à facturação de um ano.<br />

Oportunidades para as<br />

empresas portuguesas<br />

Tendo em conta o que foi dito atrás e levando<br />

em consideração que a generalidade<br />

dos sectores económicos registam<br />

retracção da sua actividade, excepto as<br />

telecomunicações, julgo que, nos próximos<br />

anos, oportunidades interessantes<br />

poderão estar contidas nas seguintes<br />

áreas com espaço para crescerem:<br />

• Agro-alimentar – a Venezuela tem<br />

uma forte dependência do exterior<br />

na área alimentar numa série de produtos<br />

que poderiam ser fabricados<br />

no país. A visão oficial promove empresas<br />

mistas que incluam a transferência<br />

de tecnologia.<br />

26 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

• Hotelaria – as principais cidades<br />

como Caracas, Maracaibo, Valência,<br />

Maracay e Puerto la Cruz, carecem<br />

de unidades hoteleiras de qualidade.<br />

Neste segmento a procura tem sido<br />

maior que a oferta.<br />

• Infra-estruturas – são necessários investimentos<br />

em estradas, pontes, portos,<br />

aeroportos, caminhos-de-ferro,<br />

hospitais, escolas e habitação social.<br />

• Ambiente – é uma área que terá forçosamente<br />

de fazer o seu caminho<br />

na Venezuela. O abastecimento de<br />

água e saneamento, o tratamento de<br />

resíduos líquidos e sólidos são temas<br />

aos quais a curto prazo será dada a<br />

devida atenção.<br />

• Gaseificação de cidades – as abundantes<br />

reservas de gás natural disponíveis<br />

induzirão projectos de construção<br />

de redes de distribuição.<br />

• Novas tecnologias – sobretudo na<br />

área de desburocratização e simplificação<br />

de processos. Ainda se usa<br />

muito papel na Venezuela.<br />

Independentemente do que possa vir a<br />

suceder com o envolvimento das empresas<br />

portuguesas em novas áreas da<br />

economia venezuelana, os últimos dois<br />

anos e meio proporcionaram relações<br />

económicas bilaterais sem paralelo em<br />

anos anteriores. As estatísticas comprovam<br />

esta afirmação. Tenho registado<br />

um interesse crescente neste mercado<br />

de várias empresas portuguesas<br />

de distintos sectores, sentindo estas a<br />

necessidade de diversificar em relação<br />

aos destinos tradicionais. Mas o grande<br />

impulso nas trocas comerciais verificouse<br />

após a assinatura do Acordo Complementar<br />

ao Acordo Quadro de Cooperação<br />

entre <strong>Portugal</strong> e Venezuela em<br />

Maio de 2008, aquando da visita do<br />

Primeiro-ministro a este país.<br />

A aposta neste mercado feita pelo Governo<br />

português com as sucessivas visitas<br />

efectuadas, as empresas portuguesas<br />

que aceitaram o desafio – para muitas<br />

tratava-se de um mercado desconhecido<br />

–, a AICEP com a abertura de uma Representação<br />

neste país desde 2008, para<br />

um acompanhamento de proximidade<br />

às nossas empresas, e a Embaixada de<br />

<strong>Portugal</strong> em Caracas, altamente sensibilizada<br />

para os vários aspectos da diplomacia<br />

económica, têm desenvolvido um<br />

trabalho que, provavelmente, será mais<br />

visível no médio prazo.<br />

Do que me é possível abordar, não posso<br />

terminar este texto sem uma referência<br />

ao que se tem passado nos projectos<br />

ao abrigo do convénio bilateral:<br />

• No sector da electricidade temos<br />

uma oferta integrada de empresas<br />

portuguesas que estão a desenvolver<br />

projectos interessantes nas áreas<br />

de estudos e diagnósticos, geração e<br />

transmissão de energia.<br />

• Nas infra-estruturas, um sector que<br />

se nos depara mais complexo, acreditamos<br />

levar a bom porto as negociações<br />

em curso de obras importantes<br />

para as empresas portuguesas. São


conhecidos os projectos de construção<br />

de vivendas sociais e remodelação<br />

do porto La Guaira, para citar<br />

dois exemplos mediatizados.<br />

• No sector naval assistimos a um definitivo<br />

impulso com a recente visita<br />

do presidente Hugo Chávez aos Estaleiros<br />

Navais de Viana do Castelo. Estão<br />

encomendados dois navios para<br />

transporte de asfalto e decorrem negociações<br />

para aquisição de ferries.<br />

• Na área da logística alimentar contamos<br />

com um consórcio de empresas<br />

portuguesas especializadas em frio<br />

industrial, prestes a iniciar a instalação<br />

de PDVAL (rede de supermercados<br />

do Estado).<br />

• No sector alimentar apraz-nos registar<br />

o reconhecimento da qualidade dos<br />

produtos portugueses materializado<br />

pelos fornecimentos de massas, conservas,<br />

carne, leite em pó, azeite, etc.<br />

• Decorrem negociações para o fornecimento<br />

de medicamentos à rede<br />

hospitalar do estado venezuelano.<br />

• Temos igualmente a instalação de<br />

várias unidades industriais, para a fabricação<br />

de materiais de construção,<br />

que está a ser realizada em parceria<br />

com empresas portuguesas.<br />

• Não posso deixar de referir o bem<br />

sucedido projecto “Canaima” (Magalhães<br />

em <strong>Portugal</strong>), que além de<br />

incluir o fornecimento de computadores<br />

prevê a assistência do consórcio<br />

português na montagem de uma<br />

fábrica na Venezuela.<br />

Sou ainda de opinião que a comunidade<br />

portuguesa na Venezuela poderá oferecer<br />

o conhecimento e experiência que<br />

detém do mercado às empresas portuguesas<br />

envolvidas nos diferentes projectos<br />

acima referidos, ligação que tenho<br />

procurado promover na qualidade de<br />

Representante da AICEP no país.<br />

Representação<br />

da AICEP na Venezuela<br />

Av. Eugénio Mendoza cruce<br />

con Calle José Ángel Lamas<br />

Torre La Castellana, piso 3<br />

Urb. La Castellana<br />

Caracas<br />

VENEZUELA<br />

Tel.: +58 212 265 4539<br />

+58 212 263 8053<br />

Fax: +58 212 266 4908<br />

carlos.pinto@portugalglobal.pt<br />

Recomendações práticas<br />

para negócios na Venezuela<br />

Algumas informações/recomendações<br />

importantes no desenvolvimento dos<br />

contactos comerciais com os parceiros<br />

venezuelanos:<br />

• O contacto e conhecimento pessoal<br />

são muito importantes, aconselhando-se<br />

uma visita ao país para iniciar<br />

negociações;<br />

• O venezuelano tem por natureza um<br />

perfil optimista, não se iluda com as<br />

facilidades iniciais. Quando os obstáculos<br />

parecem já ultrapassados surgem<br />

outros que por vezes escapam<br />

aos próprios venezuelanos (devendose<br />

a certa instabilidade do quadro jurídico<br />

e regulamentar);<br />

• As negociações na Venezuela exigem<br />

persistência e paciência. Destaco<br />

igualmente o facto da noção de tempo<br />

ser distinta, ou seja, a não obtenção<br />

de uma resposta imediata poderá<br />

não significar necessariamente a falta<br />

de interesse. Em simultâneo, temos<br />

de saber insistir e esperar;<br />

• Após as reuniões deverá escrever um<br />

memorando sobre a mesma e tentar<br />

que a parte venezuelana dê o seu<br />

acordo ao que foi tratado. Evitam-se<br />

eventuais falhas de interpretação;<br />

• Não partir com demasiadas exigências<br />

ao ponto de pôr em causa a<br />

honestidade do interlocutor venezuelano.<br />

Levam a mal desconfianças<br />

exageradas;<br />

MERCADOS<br />

• Não existe o hábito de se revelarem<br />

muito nos primeiros contactos. Como<br />

exemplo, temos grupos empresariais<br />

que não dispõem de perfis ou mesmo<br />

sitio na Internet. Apesar disto, não<br />

deverão ser menosprezados quanto<br />

à sua dimensão e capacidade (igualmente<br />

válido para a comunidade empresarial<br />

luso-venezuelana);<br />

• Privilegiam a comunicação via telefone<br />

(sobretudo telemóvel) ou através<br />

de curtas mensagens. Não se espere<br />

e-mails extensos ou muito elaborados;<br />

• Ponha de parte a ideia de que o produto<br />

de qualidade baixa ou média é o<br />

que melhor se ajusta a este mercado.<br />

O venezuelano sente-se atraído pelo<br />

topo de gama;<br />

• Se negociar com o Estado preparese<br />

para lhe ser proposta uma sociedade<br />

mista. Mais do que depender<br />

dos produtos importados, as autoridades<br />

venezuelanas procuram a<br />

transferência tecnológica e estão<br />

determinados a produzir no país os<br />

bens de que necessitam;<br />

• A entrada de um produto é habitualmente<br />

sujeita a testes e licenças de<br />

elevada exigência;<br />

• O castelhano continua a ser a língua que<br />

deve eleger nas suas comunicações. É<br />

preferível o “portunhol” ao inglês.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 27


MERCADOS<br />

RELACIONAMENTO ECONÓMICO<br />

BILATERAL<br />

As relações económicas entre <strong>Portugal</strong> e a Venezuela ganharam relevo nos últimos<br />

três anos, no seguimento de uma política de estreitamento do relacionamento<br />

institucional promovida pelos governos dos dois países. Em 2009 a Venezuela foi o 26º<br />

cliente de <strong>Portugal</strong> (com uma quota de 0,39 por cento das exportações portuguesas),<br />

quando em 2007 se encontrava no 60º lugar.<br />

Segundo o INE, enquanto fornecedor,<br />

a Venezuela passou da 87ª posição em<br />

2007 para a 38ª em 2009 (0,24 por<br />

cento das importações portuguesas). Já<br />

este ano, de Janeiro a Setembro, a Venezuela<br />

ocupou o 27º lugar enquanto<br />

cliente e o 33º como fornecedor, verificando-se<br />

que mantém a tendência de<br />

reforço do seu posicionamento no contexto<br />

do comércio externo de <strong>Portugal</strong>.<br />

28 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

No contexto da região geo-económica em<br />

que está inserida – América Central e do<br />

Sul – a Venezuela foi, em 2009, o 3º cliente<br />

de <strong>Portugal</strong> (depois do Brasil e do México),<br />

com uma quota de 14,9 por cento<br />

das exportações para a região. Enquanto<br />

fornecedor, a Venezuela posicionou-se,<br />

no último ano, em 3º lugar, depois do<br />

Brasil e da Argentina, correspondente a<br />

7,7 por cento das importações da região.<br />

EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL BILATERAL<br />

2005 2006 2007 2008 2009 Evol. a 2009<br />

Jan/Out<br />

2010<br />

Jan/Out<br />

Exportações 12,067 17,347 16,260 50,897 123,306 98.2% 98,620 137,468 39.4%<br />

Importações 10,890 211,349 12,112 140,448 122,868 698.4% 74,638 145,569 95.0%<br />

Saldo 1,177 -194,002 4,149 -89.551 438 – 23,982 -8,101 –<br />

Coef. Cobertura (%) 110,8% 8,2% 134,3% 36,2% 100,4% – 132.1% 94.4% –<br />

Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística<br />

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009 (b) Taxa de crescimento homóloga<br />

A balança comercial entre os dois países<br />

tem revelado um comportamento irregular,<br />

com os coeficientes de cobertura<br />

das importações pelas exportações a<br />

registarem grandes oscilações (variando<br />

entre o mínimo de 8,2 por cento em<br />

2006 e o máximo de 134,3 por cento<br />

em 2007). Em 2009, a balança comercial<br />

esteve bastante equilibrada (coeficiente<br />

de cobertura de 100,4 por cento)<br />

Var. b


e registou um saldo favorável a <strong>Portugal</strong><br />

no montante de 438 mil euros.<br />

Os valores das exportações portuguesas<br />

para a Venezuela, que até 2007<br />

se podem considerar pouco significativos,<br />

registaram, a partir desse ano,<br />

uma evolução muito favorável. Assim,<br />

entre 2007 e 2008 as exportações aumentaram<br />

213 por cento, verificandose<br />

a mesma tendência em 2009, que<br />

se traduziu numa taxa de crescimento<br />

de 142 por cento relativamente ao ano<br />

anterior. Em 2009, as exportações fixaram-se<br />

em cerca de 123,3 milhões de<br />

euros, quando em 2007 não ultrapassaram<br />

16,3 milhões de euros.<br />

No que concerne às importações portuguesas<br />

da Venezuela, assistimos a uma<br />

grande inconstância no respectivo fluxo,<br />

que está relacionada com as flutuações<br />

na aquisição de petróleo, principal produto<br />

importado. O valor das importações<br />

passou de aproximadamente 10,9<br />

milhões de euros em 2005, para cerca<br />

de 211,3 milhões de euros em 2006,<br />

sendo que no ano seguinte se registou<br />

uma forte descida, fixando-se em 12,1<br />

milhões de euros, para voltar de novo<br />

a atingir valores da ordem de 140,5<br />

milhões de euros em 2008. Em 2009,<br />

as importações fixaram-se em cerca de<br />

122,9 milhões de euros, o que se traduziu<br />

num decréscimo de 12,5 por cento<br />

relativamente ao ano anterior.<br />

Os últimos dados disponíveis, relativos<br />

ao período de Janeiro e Outubro de<br />

2010, e quando comparados com os<br />

do período homólogo do ano anterior,<br />

registam uma tendência de crescimento<br />

das exportações portuguesas para o<br />

mercado da Venezuela (+39,4 por cento),<br />

que já atingiram cerca de 137,4 milhões<br />

de euros (valor mais elevado que<br />

o de 2009), verificando-se um aumento<br />

mais acentuado das importações (95<br />

por cento), que totalizaram aproximadamente<br />

145,5 milhões de euros.<br />

Quanto à estrutura das exportações<br />

portuguesas para a Venezuela, destaca-se<br />

a forte concentração num único<br />

grupo de produtos – máquinas e aparelhos<br />

– que, em 2009, representou 76,3<br />

por cento do total exportado, quando<br />

em anos anteriores tinha um peso<br />

muito menor. São também de destacar<br />

os metais comuns que representaram<br />

12,5 por cento das exportações totais<br />

em 2009 e foram o segundo grupo de<br />

produtos mais exportado. Estes dois<br />

grupos de produtos registaram crescimentos<br />

muito acentuados em 2009,<br />

face ao ano anterior, sendo que os produtos<br />

agrícolas, pelo contrário, tiveram<br />

uma evolução muito negativa.<br />

Numa análise mais detalhada, verificamos<br />

que os principais produtos exportados,<br />

em 2009, foram as máquinas automáticas<br />

para processamento de dados/<br />

unidades e leitores magnéticos (68,9<br />

por cento do total), recipientes para<br />

gases comprimidos/liquefeitos, de ferro<br />

fundido, ferro ou aço (10,8 por cento),<br />

azeite de oliveira e suas fracções (3,2<br />

por cento) e máquinas para preparação/<br />

fabrico de alimentos (2,5 por cento).<br />

Em relação às exportações portuguesas<br />

para a Venezuela este ano (Janeiro<br />

a Setembro), quando comparadas<br />

com período homólogo de 2009, é de<br />

realçar os acréscimos verificados nas<br />

máquinas e aparelhos (+39 por cento),<br />

que representaram 81,2 por cento das<br />

exportações, e nos produtos agrícolas<br />

(+55,3 por cento).<br />

Quanto às importações com origem na<br />

Venezuela, verifica-se uma concentração<br />

nos combustíveis minerais (responsáveis<br />

por 91,4 por cento das importações<br />

em 2009), sendo que em 2005<br />

o seu peso na estrutura das importações<br />

não ultrapassava 26,2 por cento.<br />

MERCADOS<br />

Se acrescentarmos os metais comuns,<br />

concluímos que, no último ano, estes<br />

dois grupos de produtos representaram<br />

98,2 por cento das importações totais.<br />

Por seu lado, a balança de serviços apresenta<br />

regularmente um elevado saldo<br />

favorável a <strong>Portugal</strong>. Segundo o Banco<br />

de <strong>Portugal</strong>, no ano passado o saldo ultrapassou<br />

os 126 milhões de euros, o que<br />

coloca a Venezuela no 19º lugar dos nossos<br />

clientes e na 43ª posição dos fornecedores<br />

nacionais. Enquanto as exportações<br />

tiveram, no período em análise, uma<br />

média de crescimento de 24 por cento,<br />

a das importações registou uma evolução<br />

negativa de menos 7,6 por cento.<br />

Dados do INE referem ainda que o número<br />

de empresas portuguesas exportadoras<br />

para a Venezuela passou de<br />

157 em 2005 para 197 no último ano.<br />

O maior número de empresas exportadoras<br />

foi atingido em 2006 (208). Por<br />

seu lado, é cada vez menor o número<br />

de empresas portuguesas que efectuam<br />

importações da Venezuela: em 2009 estão<br />

registadas 38 empresas, quando em<br />

2005 o seu número ascendia a 98.<br />

Os fluxos de investimento entre Portu-<br />

gal e a Venezuela são de reduzida im-<br />

portância, com baixos rankings e quo-<br />

tas de mercado reduzidas. No entanto,<br />

em 2009, a Venezuela posicionou-se,<br />

de entre um conjunto de 55 mercados<br />

seleccionados, como o 25º país de des-<br />

tino de investimento português no ex-<br />

terior (IDPE).<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 29


MERCADOS<br />

RELACIONAMENTO PORTUGAL –<br />

VENEZUELA NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS<br />

UM CASO PIONEIRO<br />

DE DIPLOMACIA ECONÓMICA<br />

>POR JOÃO CAETANO DA SILVA, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM CARACAS<br />

A elaboração deste artigo coincide praticamente<br />

com a minha partida deste<br />

posto onde trabalhei os últimos quatro<br />

anos e daí constituir uma oportunidade<br />

para fazer um primeiro balanço do que<br />

foi conseguido no meu mandato como<br />

Embaixador desde o final de 2006.<br />

Quando aqui cheguei vindo das Filipinas,<br />

tomei contacto com um mundo<br />

totalmente novo. Nunca tinha estado<br />

na Venezuela e os meus conhecimentos<br />

sobre o país eram muito rudimentares.<br />

Sabia apenas que era um país produtor<br />

de petróleo, que tinha uma grande comunidade<br />

portuguesa e conhecia, naturalmente,<br />

dos meios de comunicação<br />

social, o seu presidente, Hugo Chávez.<br />

30 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

Defini, desde o inicio, a área da diplomacia<br />

económica como “a prioridade<br />

das prioridades” do meu mandato, até<br />

porque <strong>Portugal</strong> exportava apenas cerca<br />

16 milhões de euros por ano para a<br />

Venezuela apesar de viverem cerca de<br />

500.000 portugueses no país desde a<br />

década de cinquenta. Durante os primeiros<br />

seis meses, falei quase diariamente<br />

a sós com os empresários portugueses<br />

mais influentes da Venezuela, procurando<br />

conhecer a sua percepção sobre este<br />

país e o seu futuro, sobre <strong>Portugal</strong> e o<br />

seu envolvimento com o nosso país.<br />

Começou, para mim, a ser gradualmente<br />

claro que era necessário reforçar a nossa<br />

presença na Venezuela, aumentar o ní-<br />

vel do intercâmbio político e aumentar o<br />

nível de confiança e auto-estima desses<br />

empresários luso-venezuelanos através<br />

duma colaboração estreita e frequente.<br />

O Governo português chegou às mesmas<br />

conclusões. A partir do princípio de 2008,<br />

as visitas de membros do Governo português<br />

à Venezuela aumentaram significativamente.<br />

O ano ficou marcado pela<br />

visita do Primeiro-ministro, José Sócrates,<br />

em Maio de 2008, onde se assinou um<br />

Acordo-quadro de Cooperação bilateral<br />

que permitiu, a partir daí, a “troca” de<br />

petróleo venezuelano por bens, serviços<br />

e tecnologias de <strong>Portugal</strong>. Foi criada uma<br />

Comissão de Seguimento do Acordo,<br />

presidida pelo lado português pelo Secretario<br />

Estado Comercio, Serviços e Defesa<br />

do Consumidor, Fernando Serrasqueiro.<br />

Mais de 60 acordos foram assinados durante<br />

essa visita e foi assim dado um novo<br />

impulso ao relacionamento bilateral.<br />

Desde esse período, a frequência de visitas<br />

politicas à Venezuela teve periodicidade<br />

praticamente mensal. Destaco, nesse<br />

contexto, 15 visitas do Secretário de Estado<br />

do Comércio à Venezuela, cinco visitas<br />

de Ministros da Economia e nova visita do<br />

Primeiro-ministro em Maio de 2010.<br />

Sintomaticamente, o presidente Chávez<br />

visitou <strong>Portugal</strong> por quatro vezes<br />

durante o mesmo período.<br />

Como resultado destas acções estratégicas,<br />

as exportações anuais de <strong>Portugal</strong><br />

para a Venezuela irão aumentar previsivelmente<br />

cerca de dez vezes face a 2007<br />

no final deste ano. Os computadores<br />

Magalhães – aqui conhecidos como<br />

computadores Canaima – são o símbolo


de novo modelo de educação socialista<br />

deste governo, tendo já sido fornecidos<br />

875.000 computadores à Venezuela.<br />

A imagem de <strong>Portugal</strong> e dos portugueses<br />

na Venezuela nos últimos anos<br />

junto desta sociedade – que sempre foi<br />

boa devido ao grande contributo que<br />

a comunidade portuguesa deu para o<br />

desenvolvimento deste país nos últimos<br />

60 anos – mudou bastante dado que a<br />

opinião pública local foi começando a<br />

aperceber-se que o <strong>Portugal</strong> do século<br />

XXI era um país moderno, desenvolvido,<br />

competitivo e aberto ao exterior.<br />

Esta dinâmica nas relações bilaterais foi<br />

acompanhada de um reforço dos recursos<br />

da Embaixada.<br />

Foi colocado nesta Missão um representante<br />

do AICEP, em Setembro de<br />

2008, Carlos Pinto, que tem sido um<br />

colaborador incansável, competente e<br />

dedicadíssimo da Embaixada em todos<br />

os temas económicos. Sublinho, aliás,<br />

que na actual realidade politica da Venezuela<br />

a interligação entre o político e<br />

o económico é total no caso de negócios<br />

a fazer com o Estado.<br />

O Ministério dos Negócios Estrangeiros reforçou<br />

a Embaixada com mais um diplomata<br />

e foram aqui colocados funcionários<br />

de grande nível, incluindo a Cônsul Geral<br />

em Caracas, Isabel Brilhante Pedrosa.<br />

Igualmente o Ministério da Justiça e a<br />

Policia Judiciária Portuguesa ajudaram<br />

neste esforço, através da colocação de<br />

um oficial de ligação na Venezuela, Inspector<br />

Jerónimo Fernandes, que se tornou<br />

uma peça chave da Embaixada em<br />

todas as questões da área de segurança.<br />

No final deste artigo, volto ao princípio<br />

do mesmo: porque é que a Venezuela<br />

é um exemplo pioneiro da diplomacia<br />

económica que <strong>Portugal</strong> pode fazer em<br />

muitos países do mundo, sobretudo<br />

fora da Europa?<br />

“Começou, para mim, a<br />

ser gradualmente claro<br />

que era necessário reforçar<br />

a nossa presença na<br />

Venezuela, aumentar o<br />

nível do intercâmbio político<br />

e aumentar o nível de<br />

confiança e auto-estima desses<br />

empresários luso-venezuelanos<br />

através duma colaboração<br />

estreita e frequente.”<br />

Primeiro, porque assistimos a uma estratégia<br />

consequente, sólida, construtiva,<br />

virada para alcançar resultados, apesar<br />

de todas as dificuldades existentes.<br />

Segundo, porque existiu uma estreita<br />

interligação e cooperação entre os<br />

mundos político, diplomático e em-<br />

MERCADOS<br />

presarial, que tornou este esforço conjunto<br />

particularmente eficaz. Mais de<br />

200 empresas portuguesas visitaram a<br />

Venezuela neste período e o número<br />

de empresas com escritórios ou representantes<br />

neste país sextuplicou desde<br />

2007. Estão actualmente a operar aqui<br />

empresas dos sectores de construção<br />

civil, electricidade, petróleo, gás, novas<br />

tecnologias e alimentar.<br />

O impacto desta estratégia visível e assertiva<br />

sobre a comunidade empresarial<br />

luso-venezuelana começou a fazer-se<br />

sentir sobretudo a partir de 2009. A<br />

Embaixada foi contactada por cada vez<br />

mais empresários que se queriam associar<br />

aos negócios que estavam ser feitos<br />

e, na área alimentar, sector em que<br />

os portugueses são extremamente fortes<br />

neste país, começaram a aparecer<br />

progressivamente cada vez mais produtos<br />

portugueses no mercado, que se<br />

limitavam, em 2006, a azeite e vinho<br />

(leite, queijo em barra, conservas e até<br />

pernil de porco, entre outros).<br />

No momento da despedida, quero salientar<br />

que vivi quatro anos muito felizes<br />

na Venezuela tanto a nível pessoal<br />

como profissional. Muito obrigado a<br />

todos que colaboraram neste esforço<br />

em prol de <strong>Portugal</strong>. Senti-me útil e<br />

realizado. A todos que comigo colaboraram<br />

quero agradecer do fundo<br />

do meu coração.<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 31


MERCADOS<br />

ENDEREÇOS ÚTEIS<br />

EMBAIXADA DA REPÚBLICA<br />

DA VENEZUELA EM PORTUGAL<br />

Avenida Duque de Loulé, nº 47- 4º<br />

1050-086 Lisboa – <strong>Portugal</strong><br />

Tel.: +351 213 573 803<br />

Fax: +351 213 527 421<br />

embavenez@mail.telepac.pt<br />

CONSULADO GERAL DA VENEZUELA<br />

Rua Rodrigo da Fonseca, nº 82-1º E<br />

1250-193 Lisboa – <strong>Portugal</strong><br />

Tel.: +351 213 861 567<br />

Fax: +351 213 861 648<br />

CÂMARA DE COMÉRCIO<br />

LUSO-VENEZUELANA (ASSOCIAÇÃO<br />

DE AMIZADE E COOPERAÇÃO)<br />

Praça Duque Saldanha, 12<br />

1050-094 Lisboa – <strong>Portugal</strong><br />

Tel.: +351 213 543 613<br />

Fax: +351 213 543 616<br />

VENEZUELA EM FICHA<br />

Colômbia<br />

Caracas<br />

Venezuela<br />

Brasil<br />

Área: 912.050 km 2 , dos quais 882.050<br />

km 2 em território continental e 30.00 km 2<br />

em território insular<br />

População: 28,2 milhões de habitantes<br />

(estimativa 2009)<br />

Densidade populacional: 30,9 hab./km 2<br />

(2009)<br />

Designação oficial: República Bolivariana<br />

da Venezuela<br />

Chefe do Estado e do Governo: Hugo<br />

Chávez Frias (eleito em Dezembro de 2006<br />

por 6 anos)<br />

32 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

EMBAIXADA DE PORTUGAL<br />

EM CARACAS<br />

CHANCELARIA:<br />

Torre La Catellana, Piso 3<br />

Avenida Eugenio Mendoza, Cruze con<br />

Calle José Angel Lamas<br />

Urbanización La Catellana - Caracas –<br />

Venezuela<br />

Tel.: +58 212 2630468 / 2632529 / 2638053<br />

Fax: +58 212 2679766<br />

embajadaportugal@cantv.net<br />

CONSULADO GERAL DE PORTUGAL<br />

EM CARACAS<br />

Av. de Campo Alegre 2ª<br />

1060 Caracas – Venezuela<br />

Tel.: +58 212 264 0547/267 2382<br />

Fax: +58 212 2667052<br />

mail@caracas.dgaccp.pt.<br />

CONSULADO GERAL DE PORTUGAL<br />

EM VALÊNCIA<br />

Redoma del Indio, Urbanización Carabobo<br />

Calle 148, nº 101-27,<br />

Valência, Estado Carabobo – Venezuela<br />

Tel.: +58 24 182 399 69/182 387 89<br />

Fax: +58 24 182 359 53<br />

mail@cgval.dgaccp.pt<br />

Data da actual Constituição: 30 de<br />

Dezembro de 1999<br />

Principais Partidos Políticos: Governo: Movimento<br />

V República (MVR) mais um conjunto<br />

de pequenos partidos políticos (o Partido<br />

Socialista Unido de Venezuela – PSUV – foi<br />

criado para juntar o MVR com vários pequenos<br />

partidos, embora nem todos estejam<br />

integrados). Oposição: Acção Democrática<br />

(AD); Comité de Organização Política Eleitoral<br />

Independente (COPEI); Movimento para<br />

o Socialismo (MAS); Primeiro Justiça (PJ); A<br />

Causa Radical (LCR); Convergência Nacional<br />

(CN); Um Novo Tempo (UNT).<br />

Capital: Caracas (1,8 milhões de habitantes)<br />

/ (Censo de 2001 - último disponível)<br />

– apesar de ser o último Censo disponível,<br />

este número não se ajusta ao nº de habitantes<br />

actual, que seguramente ultrapassa<br />

os 4 milhões.<br />

Outras cidades importantes: Maracaibo<br />

e Valência<br />

Religião: O catolicismo romano é a<br />

religião predominante.<br />

Língua: Castelhano<br />

Unidade monetária: Bolívar Forte (VEF)<br />

1 EUR = 3,0934 VEF (BdP/fim de Dez. 2009)<br />

CAMARA VENEZOLANA<br />

PORTUGUESA DE COMERCIO,<br />

INDUSTRIA, TURISMO Y AFINES<br />

Edificio Rey David. Avenida Alfredo Jahn<br />

con Avenida Andrés Bello.<br />

Urbanización Los Palos Grandes<br />

1060 Caracas – Venezuela<br />

Tel. / Fax: +58 212 2855383<br />

cavenport@gmail.com<br />

www.cavenport.org.ve/index.php<br />

CENTRO PORTUGUÊS DE CARACAS<br />

Av. Luís de Camões - Entrada Urbanizacion<br />

Maracuay - Apartado 67179<br />

1061 Caracas – Venezuela<br />

Tel.: +58 212 985 46 11<br />

Fax: +58 212 9850483<br />

info@centroportugues.com<br />

www.centroportugues.com<br />

CÂMARA DE COMÉRCIO<br />

DE CARACAS<br />

Edif. Câmara de Comercio de Caracas<br />

Avda Andrés Eloy Blanco 215, 8º - Los Caobos<br />

Caracas – Venezuela<br />

Tel.: +58 212 5713222<br />

Fax: +58 212 5710050<br />

comercio@ccc.com.ve<br />

http://www.ccc.com.ve<br />

Câmbio fixo em relação ao USD; duas taxas<br />

de câmbio diferentes: 1 USD=2,6 VEF e 1<br />

USD=4,3 VEF, consoante os motivos/casos<br />

em causa.<br />

“Ranking” em negócios: Risco político<br />

CCC (AAA = risco menor; D = risco maior)<br />

Risco de estrutura económica B Índice<br />

4,08 (10 = máximo); “Ranking” geral 81<br />

(entre 82 países) (EIU – Janeiro 2010)<br />

Risco de crédito: 7<br />

(1 = risco menor; 7 = risco maior)<br />

Grau da abertura e dimensão relativa<br />

do mercado:<br />

Exp.+ Imp./ PIB = 28,0% (2009)<br />

Imp./ PIB = 11,2% (2009)<br />

Imp. / Imp. Mundial = 0,30% (2008)<br />

Fontes:<br />

The Economist Intelligence Unit (EIU) –<br />

Viewswire 15 th December 2009; Country<br />

Report December 2009<br />

WTO - World Trade Organization;<br />

UNCTAD;<br />

CIA – World Factbook;<br />

OCDE;<br />

Banco de <strong>Portugal</strong>;<br />

COSEC;<br />

OMT.


O caminho para os Mercados Externos começa aqui...<br />

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as marcas.


ANÁLISE DE RISCO - PAÍS<br />

COSEC<br />

No âmbito de apólices individuais<br />

África do Sul*<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Angola<br />

C Caso a caso numa base restritiva.<br />

M/L Garantia soberana. Limite total de<br />

responsabilidades.<br />

Antilhas Holandesas<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Arábia Saudita<br />

C Carta de crédito irrevogável<br />

(decisão casuística).<br />

M/L Caso a caso.<br />

Argélia<br />

C Sector público: aberta sem restrições.<br />

Sector privado: eventual<br />

exigência de carta de crédito<br />

irrevogável.<br />

M/L Em princípio, exigência de garantia<br />

bancária ou garantia soberana.<br />

Argentina<br />

T Caso a caso.<br />

Barein<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Benim<br />

C Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

M/L Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva, e com exigência de<br />

garantia soberana ou bancária.<br />

Brasil*<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Clientes soberanos: Aberta sem<br />

condições restritivas. Outros Clientes<br />

públicos e privados: Aberta, caso<br />

a caso, com eventual exigência de<br />

garantia soberana ou bancária.<br />

Bulgária<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Garantia bancária ou garantia<br />

soberana.<br />

Cabo Verde<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Eventual exigência de garantia<br />

bancária ou de garantia soberana<br />

(decisão casuística).<br />

Camarões<br />

T Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

Cazaquistão<br />

Temporariamente fora de cobertura.<br />

Chile<br />

C Aberta sem restrições.<br />

M/L Clientes públicos: aberta sem<br />

condições restritivas. Clientes privados:<br />

em princípio, aberta sem<br />

condições restritivas. Eventual<br />

exigência de garantia bancária<br />

numa base casuística.<br />

China*<br />

34 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

Políticas de cobertura para mercados<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Chipre<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Colômbia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />

Coreia do Sul<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Costa do Marfim<br />

C Caso a caso, com eventual<br />

exigência de garantia bancária ou<br />

de garantia soberana. Extensão<br />

de prazo constitutivo de sinistro<br />

para 12 meses.<br />

M/L Exigência de garantia bancária ou<br />

de garantia soberana. Extensão<br />

do prazo constitutivo de sinistro<br />

de 3 para 12 meses.<br />

Costa Rica<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Croácia<br />

C Carta de crédito irrevogável ou<br />

garantia bancária. Extensão do<br />

prazo constitutivo de sinistro para<br />

12 meses. Redução da percentagem<br />

de cobertura para 90 por<br />

cento. Limite por operação.<br />

M/L Garantia bancária ou garantia<br />

soberana. Extensão do prazo<br />

constitutivo de sinistro para 12<br />

meses. Redução da percentagem<br />

de cobertura para 90 por cento.<br />

Limite por operação.<br />

Cuba<br />

T Fora de cobertura.<br />

Egipto<br />

C Carta de crédito irrevogável<br />

M/L Caso a caso.<br />

Emirados Árabes Unidos<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Eslováquia<br />

C Carta de crédito irrevogável<br />

(decisão casuística).<br />

M/L Não definida.<br />

Eslovénia<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Estónia<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Etiópia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Caso a caso numa base muito<br />

restritiva.<br />

Filipinas<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Gana<br />

C Caso a caso numa base muito<br />

restritiva.<br />

M/L Fora de cobertura.<br />

Geórgia<br />

C Caso a caso numa base restritiva,<br />

privilegiando-se operações de<br />

pequeno montante.<br />

M/L Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva e com a exigência de<br />

contra garantias.<br />

Guiné-Bissau<br />

T Fora de cobertura.<br />

Guiné Equatorial<br />

C Caso a caso, numa base restritiva.<br />

M/L Clientes públicos e soberanos:<br />

caso a caso, mediante análise das<br />

garantias oferecidas, designadamente<br />

contrapartidas do<br />

petróleo. Clientes privados: caso<br />

a caso, numa base muito restritiva,<br />

condicionada a eventuais<br />

contrapartidas (garantia de banco<br />

comercial aceite pela COSEC ou<br />

contrapartidas do petróleo).<br />

Hong-Kong<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Hungria<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Iémen<br />

C Caso a caso, numa base restritiva.<br />

M/L Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

Índia<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Indonésia<br />

C Caso a caso, com eventual<br />

exigência de carta de crédito irrevogável<br />

ou garantia bancária.<br />

M/L Caso a caso, com eventual exigência<br />

de garantia bancária ou<br />

garantia soberana.<br />

Irão<br />

C Carta de crédito irrevogável ou<br />

garantia bancária.<br />

M/L Garantia soberana.<br />

Iraque<br />

T Fora de cobertura.<br />

Israel<br />

C Carta de crédito irrevogável<br />

(decisão casuística).<br />

M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />

Jordânia<br />

C Caso a caso.<br />

M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />

Koweit<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Letónia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Líbano<br />

C Clientes públicos: caso a caso<br />

numa base muito restritiva.<br />

Clientes privados: carta de crédito<br />

irrevogável ou garantia bancária.<br />

M/L Clientes públicos: fora de cobertura.<br />

Clientes privados: caso a<br />

caso numa base muito restritiva.<br />

Líbia<br />

C Aberta, com eventual exigência<br />

de carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Aberta, com garantia bancária,<br />

soberana ou outra considerada<br />

adequada.<br />

Lituânia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Macau<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Malásia<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Malawi<br />

C Caso a caso, numa base restritiva.<br />

M/L Clientes públicos: fora de cobertura,<br />

excepto para operações<br />

de interesse nacional. Clientes<br />

privados: análise casuística, numa<br />

base muito restritiva.<br />

Malta<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Marrocos*<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária ou garantia<br />

soberana.<br />

Martinica<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

México*<br />

C Aberta sem restrições.<br />

M/L Em princípio aberta sem restrições.<br />

A eventual exigência de garantia<br />

bancária, para clientes privados,<br />

será decidida casuisticamente.<br />

Moçambique<br />

C Caso a caso, numa base restritiva<br />

(eventualmente com a exigência de<br />

carta de crédito irrevogável, garantia<br />

bancária emitida por um banco<br />

aceite pela COSEC e aumento do<br />

prazo constitutivo de sinistro).


de destino das exportações portuguesas<br />

M/L Aumento do prazo constitutivo<br />

de sinistro. Sector privado: caso a<br />

caso numa base muito restritiva.<br />

Operações relativas a projectos<br />

geradores de divisas e/ou que<br />

admitam a afectação prioritária<br />

de receitas ao pagamento dos<br />

créditos garantidos, terão uma<br />

ponderação positiva na análise do<br />

risco; sector público: caso a caso<br />

numa base muito restritiva.<br />

Montenegro<br />

C Caso a caso, numa base restritiva,<br />

privilegiando-se operações de<br />

pequeno montante.<br />

M/L Caso a caso, com exigência de garantia<br />

soberana ou bancária, para<br />

operações de pequeno montante.<br />

Nigéria<br />

C Caso a caso, numa base restritiva<br />

(designadamente em termos de<br />

alargamento do prazo constitutivo<br />

de sinistro e exigência de<br />

garantia bancária).<br />

M/L Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva, condicionado a eventuais<br />

garantias (bancárias ou contrapartidas<br />

do petróleo) e ao alargamento<br />

do prazo contitutivo de sinistro.<br />

Oman<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão casuística).<br />

Panamá<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Paquistão<br />

Temporariamente fora de cobertura.<br />

Paraguai<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />

Peru<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Clientes soberanos: aberta sem<br />

condições restritivas. Clientes<br />

públicos e privados: aberta, caso<br />

a caso, com eventual exigência de<br />

garantia soberana ou bancária.<br />

Polónia*<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Qatar<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão<br />

casuística).<br />

Quénia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />

República Checa<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária (decisão casuística).<br />

República Dominicana<br />

C Aberta caso a caso, com eventual<br />

exigência de carta de crédito irrevogável<br />

ou garantia bancária emitida<br />

por um banco aceite pela COSEC.<br />

M/L Aberta caso a caso com exigência<br />

de garantia soberana (emitida pela<br />

Secretaria de Finanzas ou pelo Banco<br />

Central) ou garantia bancária.<br />

Roménia<br />

C Exigência de carta de crédito<br />

irrevogável (decisão casuística).<br />

M/L Exigência de garantia bancária<br />

ou garantia soberana (decisão<br />

casuística).<br />

Rússia<br />

C Sector público: aberta sem restrições.<br />

Sector privado: caso a caso.<br />

M/L Sector público: aberta sem restrições,<br />

com eventual exigência de<br />

garantia bancária ou garantia soberana.<br />

Sector privado: caso a caso.<br />

S. Tomé e Príncipe<br />

T Fora de cobertura.<br />

Senegal<br />

C Em princípio, exigência de<br />

garantia bancária emitida por<br />

um banco aceite pela COSEC e<br />

eventual alargamento do prazo<br />

constitutivo de sinistro.<br />

M/L Eventual alargamento do prazo<br />

constitutivo de sinistro. Sector<br />

público: caso a caso, com exigência<br />

de garantia de pagamento e<br />

transferência emitida pela Autoridade<br />

Monetária (BCEAO); sector<br />

privado: exigência de garantia<br />

bancária ou garantia emitida pela<br />

Autoridade Monetária (preferência<br />

a projectos que permitam a<br />

alocação prioritária dos cash-flows<br />

ao reembolso do crédito).<br />

Sérvia<br />

C Caso a caso, numa base restritiva,<br />

privilegiando-se operações de<br />

pequeno montante.<br />

M/L Caso a caso, com exigência de<br />

garantia soberana ou bancária,<br />

para operações de pequeno<br />

montante.<br />

Singapura<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Síria<br />

T Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

Suazilândia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Garantia bancária ou garantia<br />

soberana.<br />

Tailândia<br />

C Carta de crédito irrevogável<br />

(decisão casuística).<br />

M/L Não definida.<br />

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS<br />

No âmbito de apólices globais<br />

Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única<br />

transação para um determinado mercado, enquanto a apólice<br />

global cobre todas as transações em todos os países para onde o<br />

empresário exporta os seus produtos ou serviços.<br />

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens<br />

de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de<br />

curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se<br />

repetem com alguma frequência.<br />

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a<br />

política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que<br />

a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.<br />

Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque<br />

e S. Tomé e Príncipe.<br />

Taiwan<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Não definida.<br />

Tanzânia<br />

T Caso a caso, numa base muito<br />

Tunísia*<br />

restritiva.<br />

C Aberta sem condições restritivas.<br />

M/L Garantia bancária.<br />

Turquia<br />

C Carta de crédito irrevogável.<br />

M/L Garantia bancária ou garantia<br />

soberana.<br />

Ucrânia<br />

C Clientes públicos: eventual<br />

exigência de garantia soberana.<br />

Clientes privados: eventual<br />

exigência de carta de crédito<br />

irrevogável.<br />

M/L Clientes públicos: eventual<br />

exigência de garantia soberana.<br />

Clientes privados: eventual exigência<br />

de garantia bancária.<br />

Para todas as operações, o prazo<br />

constitutivo de sinistro é definido caso<br />

a caso.<br />

Uganda<br />

C Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

M/L Fora de cobertura.<br />

Uruguai<br />

C Carta de crédito irrevogável<br />

(decisão casuística).<br />

M/L Não definida.<br />

Venezuela<br />

C Clientes públicos: aberta caso<br />

a caso com eventual exigência<br />

de garantia de transferência ou<br />

soberana. Clientes privados: aberta<br />

caso a caso com eventual exigência<br />

de carta de crédito irrevogável e/ou<br />

garantia de transferência.<br />

M/L Aberta caso a caso com exigência<br />

de garantia soberana.<br />

Zâmbia<br />

C Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

M/L Fora de cobertura.<br />

Zimbabwe<br />

C Caso a caso, numa base muito<br />

restritiva.<br />

M/L Fora de cobertura.<br />

Advertência:<br />

A lista e as políticas de cobertura são<br />

indicativas e podem ser alteradas<br />

sempre que se justifique. Os países<br />

que constam da lista são os mais<br />

representativos em termos de consultas<br />

e responsabilidades assumidas. Todas<br />

as operações são objecto de análise e<br />

decisão específicas.<br />

Legenda:<br />

C Curto Prazo<br />

M/L Médio / Longo Prazo<br />

T Todos os Prazos<br />

* Mercado prioritário.<br />

COSEC<br />

Companhia de Seguro<br />

de Créditos, S. A.<br />

Direcção Internacional<br />

Avenida da República, 58<br />

1069-057 Lisboa<br />

Tel.: +351 217 913 832<br />

Fax: +351 217 913 839<br />

internacional@cosec.pt<br />

www.cosec.pt<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 35


TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES<br />

COSEC<br />

Tabela classificativa de países<br />

Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação<br />

A <strong>Portugal</strong>global e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa<br />

de Países com a graduação dos mercados em função<br />

do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de<br />

cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e<br />

a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres-<br />

36 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento<br />

e o grupo 7 à maior.<br />

As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do<br />

risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas<br />

de prémio aplicáveis.<br />

Grupo 1* Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7<br />

Alemanha<br />

Andorra<br />

Austrália<br />

Áustria<br />

Bélgica<br />

Canadá<br />

Checa, Rep.<br />

Chipre<br />

Coreia do Sul<br />

Dinamarca<br />

Eslováquia<br />

Eslovénia<br />

Espanha<br />

EUA<br />

Finlândia<br />

França<br />

Grécia<br />

Holanda<br />

Hong-Kong<br />

Hungria<br />

Irlanda<br />

Islândia<br />

Israel<br />

Itália<br />

Japão<br />

Liechtenstein<br />

Luxemburgo<br />

Malta<br />

Mónaco<br />

Noruega<br />

Nova Zelândia<br />

<strong>Portugal</strong><br />

Reino Unido<br />

São Marino<br />

Singapura<br />

Suécia<br />

Suiça<br />

Taiwan<br />

Vaticano<br />

Arábia Saudita<br />

Brunei<br />

Chile<br />

China •<br />

Gibraltar<br />

Koweit<br />

Macau<br />

Malásia<br />

Oman<br />

Polónia •<br />

Qatar<br />

Trind. e Tobago<br />

África do Sul •<br />

Argélia<br />

Bahamas<br />

Barbados<br />

Barein<br />

Botswana<br />

Brasil •<br />

Costa Rica<br />

Dep/ter Austr. b<br />

Dep/ter Din. c<br />

Dep/ter Esp. d<br />

Dep/ter EUA e<br />

Dep/ter Fra. f<br />

Dep/ter N. Z. g<br />

Dep/ter RU h<br />

EAU a<br />

Ilhas Marshall<br />

Índia<br />

Marrocos •<br />

Maurícias<br />

México •<br />

Micronésia<br />

Namíbia<br />

Palau<br />

Panamá<br />

Peru<br />

Tailândia<br />

Tunísia •<br />

Aruba<br />

Bulgária<br />

Colômbia<br />

Egipto<br />

El Salvador<br />

Estónia<br />

Fidji<br />

Filipinas<br />

Indonésia<br />

Lituânia<br />

Roménia<br />

Rússia<br />

Turquia<br />

Uruguai<br />

Antilhas Holand.<br />

Azerbeijão<br />

Cazaquistão<br />

Croácia<br />

Dominicana, Rep.<br />

Gabão<br />

Guatemala<br />

Jordânia<br />

Lesoto<br />

Letónia<br />

Macedónia<br />

Nigéria<br />

Papua–Nova Guiné<br />

Paraguai<br />

S. Vic. e Gren.<br />

Santa Lúcia<br />

Vietname<br />

Albânia<br />

Angola<br />

Ant. e Barbuda<br />

Arménia<br />

Bangladesh<br />

Belize<br />

Benin<br />

Bolívia<br />

Butão<br />

Cabo Verde<br />

Camarões<br />

Camboja<br />

Comores<br />

Djibouti<br />

Dominica<br />

Gana<br />

Geórgia<br />

Honduras<br />

Irão<br />

Jamaica<br />

Kiribati<br />

Líbia<br />

Madagáscar<br />

Mali<br />

Moçambique<br />

Mongólia<br />

Montenegro<br />

Nauru<br />

Quénia<br />

Samoa Oc.<br />

Senegal<br />

Sérvia<br />

Síria<br />

Sri Lanka<br />

Suazilândia<br />

Tanzânia<br />

Turquemenistão<br />

Tuvalu<br />

Uganda<br />

Uzbequistão<br />

Vanuatu<br />

Zâmbia<br />

Afeganistão<br />

Argentina<br />

Bielorussia<br />

Bósnia e Herzegovina<br />

Burkina Faso<br />

Burundi<br />

Campuchea<br />

Cent. Af, Rep.<br />

Chade<br />

Congo<br />

Congo, Rep. Dem.<br />

Coreia do Norte<br />

C. do Marfim<br />

Cuba •<br />

Equador<br />

Eritreia<br />

Etiópia<br />

Gâmbia<br />

Grenada<br />

Guiana<br />

Guiné Equatorial<br />

Guiné, Rep. da<br />

Guiné-Bissau •<br />

Haiti<br />

Iemen<br />

Iraque •<br />

Laos<br />

Líbano<br />

Libéria<br />

Malawi<br />

Maldivas<br />

Mauritânia<br />

Moldávia<br />

Myanmar<br />

Nepal<br />

Nicarágua<br />

Níger<br />

Paquistão<br />

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A.<br />

* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção do Chipre, Hong-Kong e Taiwan.<br />

• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura, excepto operações de relevante interesse nacional<br />

NOTAS<br />

a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma<br />

b) Ilhas Norfolk<br />

c) Ilhas Faroe e Gronelândia<br />

d) Ceuta e Melilha<br />

e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico<br />

Quirguistão<br />

Ruanda<br />

S. Crist. e Nevis<br />

S. Tomé e Príncipe •<br />

Salomão<br />

Seicheles<br />

Serra Leoa<br />

Somália<br />

Sudão<br />

Suriname<br />

Tadzequistão<br />

Togo<br />

Tonga<br />

Ucrânia<br />

Venezuela<br />

Zimbabué<br />

f) Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia<br />

Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna<br />

g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive<br />

h) Anguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta.<br />

Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos


ESTATÍSTICAS<br />

INVESTIMENTO<br />

e EXPORTAÇÕES<br />

>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE) E EXPORTAÇÕES.<br />

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR<br />

INVESTIMENTO DIRECTO<br />

DO EXTERIOR EM PORTUGAL<br />

38 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

2007 2008 2009<br />

Var.<br />

09/08<br />

2009<br />

Jan./Set.<br />

2010<br />

Jan./Set.<br />

Var. 10/09<br />

Jan./Set.<br />

IDE bruto 32.634 35.287 31.843 -9,8% 23.301 25.780 10,6%<br />

IDE desinvestimento 30.396 32.103 29.776 -7,2% 21.506 23.883 11,1%<br />

IDE líquido 2.238 3.185 2.067 -35,1% 1.794 1.897 5,7%<br />

IDE Intra UE 29.672 31.690 28.250 -10,9% 20.505 22.311 8,8%<br />

IDE Extra UE 2.961 3.597 3.593 -0,1% 2.795 3.470 24,1%<br />

Unidade: Milhões de euros<br />

IDE Intra UE 90,9% 89,8% 88,7% – 88,0% 86,5% –<br />

IDE Extra UE 9,1% 10,2% 11,3% – 12,0% 13,5% –<br />

% Total IDE bruto<br />

IDE bruto - Origens 2010 Jan. / Set. % Total Var. 10/09 IDE bruto - Sector 2010 Jan. / Set. % Total Var. 10/09<br />

Alemanha 18,8% 56,6% Comércio 38,5% 12,8%<br />

França 16,6% 2,0% Ind. Transformadora 23,4% 16,9%<br />

Reino Unido 14,3% -4,5% Activ. Financeiras e de Seguros 20,1% 31,9%<br />

Espanha 13,1% -5,5% Activ. de Informação e Comunicação 6,7% 116,7%<br />

Holanda 9,9% -17,7% Activ. de Consultoria e Técnicas 2,6% -47,7%<br />

INVESTIMENTO DIRECTO<br />

DE PORTUGAL NO EXTERIOR<br />

IDPE bruto - Destinos 2010 Jan./Set. % Total Var. 10/09 IDPE bruto - Sector 2010 Jan./Set. % Total Var. 10/09<br />

Luxemburgo 27,7% n.d. Activ. Financeiras e de Seguros 58,2% -1,8%<br />

Holanda 13,7% -42,3% Activ. de Consultoria e Técnicas 12,9% -49,2%<br />

Espanha 13,5% -42,9% Comércio 8,9% 73,9%<br />

Brasil 10,6% 13,6% Construção 5,1% -50,1%<br />

Polónia 4,3% n.d. Ind. Transformadora 4,6% -15,1%<br />

2005 2006 2007 2008 2009 2010 Set. Var. 10/09<br />

Stock IDE 53.691 67.169 78.333 71.833 77.240 79.051 2,3%<br />

Stock IDPE 35.573 40.990 45.944 45.273 46.679 47.847 2,5%<br />

Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de <strong>Portugal</strong><br />

2007 2008 2009<br />

Var.<br />

09/08<br />

2009<br />

Jan./Set.<br />

2010<br />

Jan./Set.<br />

Var. 10/09<br />

Jan./Set.<br />

IDPE bruto 14.835 11.376 7.961 -30,0% 5.144 4.595 -10,7%<br />

IDPE desinvestimento 10.822 9.505 7.030 -26,0% 4.341 10.459 140,9%<br />

IDPE líquido 4.013 1.872 931 -50,2% 803 -5.864 -830,4%<br />

IDPE Intra UE 10.203 8.380 4.995 -40,4% 2.975 3.232 8,7%<br />

IDPE Extra UE 4.632 2.996 2.966 -1,0% 2.169 1.362 -37,2%<br />

Unidade: Milhões de euros<br />

IDPE Intra UE 68,8% 73,7% 62,7% – 57,8% 70,4% –<br />

IDPE Extra UE 31,2% 26,3% 37,3% – 42,2% 29,6% –<br />

% Total IDPE bruto<br />

n.d. – não disponível


EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS<br />

COMÉRCIO INTERNACIONAL - BENS 2007 2008 2009<br />

Var.<br />

09/08<br />

2009<br />

Jan. / Out.<br />

2010<br />

Jan. / Out.<br />

ESTATÍSTICAS<br />

Var. 10/09<br />

Jan. / Out.<br />

Exportações bens 38.309 38.950 31.768 -18,4% 26.340 30.304 15,0%<br />

Exportações bens UE27 29.541 29.007 23.964 -17,4% 19.886 22.727 14,3%<br />

Exportações bens Extra UE27 8.769 9.943 7.804 -21,5% 6.455 7.576 17,4%<br />

Unidade: Milhões de euros<br />

Exportações bens UE27 77,1% 74,5% 75,6% – 75,5% 75,0% –<br />

Exportações bens Extra UE27 22,9% 25,5% 24,4% – 24,5% 25,0% –<br />

Unidade: % do total<br />

Exp. Bens - Clientes 2010 Jan./Out. % Total Var. 10/09 Exp. Bens - Var. Valor (10/09) Meur Cont. p. p.<br />

Espanha 26,6% 13,5% Espanha 959 3,6<br />

Alemanha 13,0% 14,1% Alemanha 486 1,8<br />

França 11,8% 8,4% EUA 300 1,1<br />

Reino Unido 5,5% 11,9% França 278 1,1<br />

Angola 5,0% -18,7% Holanda 227 0,9<br />

Holanda 3,9% 23,7% Bélgica 206 0,8<br />

Itália 3,8% 13,5% Angola -349 -1,3<br />

Exp. Bens - Produtos 2010 Jan./Out. % Total Var. 10/09 Exp. Bens - Var. Valor (10/09) Meur Cont. p. p.<br />

Máquinas; Aparelhos 15,0% 6,4% Combustíveis Minerais 820 3,1<br />

Veículos, Out. Mat. Transporte 12,2% 19,1% Veículos, Out. Mat. Transporte 592 2,2<br />

Metais Comuns 8,0% 16,5% Pastas Celulósicas, Papel 524 2,0<br />

Combustíveis Minerais 7,0% 63,1% Plásticos, Borracha 439 1,7<br />

Plásticos, Borracha 7,0% 26,2% Alimentares -9 0,0<br />

Exp. Bens- Extra UE 10 Jan./Out. % Total Var. 10/09 Exp. Bens - Var. Valor (10/09) Meur Cont. p. p.<br />

Angola 20,1% -18,7% EUA 300 4,6<br />

EUA 14,6% 37,0% México 156 2,4<br />

Brasil 4,7% 53,9% Brasil 125 1,9<br />

México 4,5% 85,6% Gibraltar 120 1,9<br />

Suiça 3,7% 13,1% Angola -349 -5,4<br />

Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais<br />

Fonte: INE<br />

COMÉRCIO INTERNACIONAL - SERVIÇOS 2007 2008 2009<br />

Var.<br />

09/08<br />

2009<br />

Jan./Set.<br />

2010<br />

Jan./Set.<br />

Var. 10/09<br />

Jan./Set.<br />

Exportações totais de serviços 16.961 17.865 16.294 -8,8% 12.240 13.170 7,6%<br />

Exportações serviços UE27 12.939 13.324 11.995 -10,0% 9.092 9.493 4,4%<br />

Exportações serviços extra UE27 4.022 4.541 4.299 -5,3% 3.148 3.677 16,8%<br />

Unidade: Milhões de euros<br />

Exportações serviços UE27 76,3% 74,6% 73.6% – 74,3% 72,1% –<br />

Exportações serviços extra UE27 23,7% 25,4% 26,4% – 25,7% 27,9% –<br />

Unidade: % do total<br />

Fonte: Banco de <strong>Portugal</strong><br />

PREVISÕES 2010 : 2011 (tvh real %) 2009<br />

2010<br />

Jan./Set.<br />

FMI CE OCDE MFAP BdP<br />

INE INE Out. 10 Nov. 10 Nov. 10 Out. 10 Out. 10<br />

PIB -2,5 1,5 1,1 : 0,0 1,3 : -1,0 1,5 : -0,2 1,3 : 0,2 1,2 : 0,0<br />

Exportações Bens e Serviços -11,7 9,0 – 9,1 : 5,6 8,4 : 6,3 8,6 : 7,3 7,9 : 4,5<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 39


FEIRAS e EVENTOS<br />

EXPONOR E<br />

AGÊNCIA DE<br />

ENERGIA DO PORTO<br />

UNEM ESFORÇOS<br />

A Associação Empresarial de <strong>Portugal</strong> e<br />

a Agência de Energia do Porto formalizaram,<br />

no final de Novembro, no Centro<br />

de Congressos da Feira Internacional<br />

do Porto, em Leça da Palmeira, um<br />

protocolo de colaboração que traduz<br />

um incremento da acção da AdEPorto<br />

nos eventos organizados pela Exponor<br />

onde a componente energética e ambiental<br />

tenha impacto significativo para<br />

os sectores envolvidos.<br />

A cooperação estreita e articulada entre<br />

as duas entidades abrangerá certames<br />

como a Ambinergia – Feira Internacional<br />

de Ambiente, Energia e Sustentabilidade;<br />

a Concreta – Feira Internacional<br />

de Construção e Obras Públicas; o Projecto<br />

Casa – Evento de Arquitectura e<br />

Design; a EMAF – Exposição Internacional<br />

de Máquinas-Ferramenta e Acessórios;<br />

e a FIMAP – Feira Internacional de<br />

Máquinas para Trabalhar Madeira.<br />

A colaboração inclui ainda o desenvolvimento<br />

de actividades complementares<br />

aos eventos propriamente ditos (designadamente<br />

seminários e workshops,<br />

entre outras) e visa reforçar a promoção<br />

da inovação e do exercício de boas<br />

práticas na utilização da energia, contribuindo<br />

para o desenvolvimento sustentável<br />

através da sua utilização inteligente<br />

e eficiente.<br />

www.exponor.pt<br />

40 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

EXPOSIÇÃO<br />

“DESIGNING FOR<br />

THE COUNTRY”<br />

A Fundação Brumen, uma organização<br />

sem fins lucrativos de designers eslovenos,<br />

vai voltar a organizar uma exposição<br />

dos países com modelos de boas<br />

práticas na promoção do seu território<br />

e das suas empresas. <strong>Portugal</strong> foi seleccionado<br />

juntamente com a República<br />

Checa, Dinamarca, Suíça, Reino<br />

Unido, Croácia, Espanha e Alemanha.<br />

A Eslovénia é internacionalmente reconhecida<br />

em termos de design e a exposição<br />

terá o mérito de dar a conhecer<br />

empresas portuguesas dessa área, do<br />

comércio, da indústria e de actividades<br />

turísticas como o surf, o golfe e o mar.<br />

A exposição terá lugar no segundo trimestre<br />

de 2011, em data a designar e<br />

em Lubliana, e todos os interessados<br />

poderão contactar os organizadores<br />

através dos endereços seguintes:<br />

robert@ilovarstritar.com<br />

robert@brumen.org<br />

www.ilovarstritar.com<br />

ISH 2011:<br />

TENDÊNCIA PARA<br />

CASAS-DE-BANHO<br />

As casas-de-banho nunca foram tão<br />

grandes, bem equipadas e acolhedoras<br />

como são hoje em dia. E nunca antes<br />

as expectativas em relação ao design<br />

de casas-de-banho foram tão elevadas.<br />

O sector está a responder a estas<br />

expectativas com vastas colecções que<br />

têm em conta diferentes situações de<br />

instalação e que vão ao encontro de<br />

diferentes gostos e preferências, com<br />

várias opções nos acabamentos. Os<br />

acessórios e o ambiente de interiores<br />

estão a aumentar de importância. Hoje<br />

os designers de interiores podem optar<br />

entre uma abundância de itens de<br />

design e linhas de produto, das bases<br />

de chuveiro e papel de parede a imitar<br />

o azulejo, até às cerâmicas. Mas<br />

onde nos leva tudo isto? E onde está<br />

o potencial de desenvolvimento para o<br />

design de casa de banho e sanitários?<br />

As respostas a estas perguntas podem<br />

ser encontradas na ISH, em Frankfurt,<br />

no próximo mês de Março. Ainda estão<br />

abertas as inscrições.<br />

Local: Frankfurt (Alemanha)<br />

Data 15 a 19 de Março de 2011<br />

Organização: Messefrankfurt<br />

susanne.pauli@messefrankfurt.com<br />

www.ish.messefrankfurt.com


FEIRAS INTERNACIONAIS<br />

CIPÓ BORZE<br />

Feira de Calçado e Acessórios<br />

Local: Budapeste (Hungria)<br />

Data: 3 e 4 de Março de 2011<br />

Organização: BCE Vásáriroda<br />

info@bcefair.hu<br />

www.bcefair.hu<br />

EXPORETAIL<br />

Salão de Espaços, Serviços<br />

e Equipamentos Comerciais<br />

Local: Barcelona (Espanha)<br />

Data: 4 a 6 de Março de 2011<br />

Organização: Grupo Planner<br />

gplanner@gplanner.com<br />

www.gplanner.com<br />

CEBIT<br />

Feira Mundial de Internet,<br />

Multimédia, Software Informático<br />

e Equipamento para Escritórios<br />

Local: Hanôver (Alemanha)<br />

Data: 5 a 10 de Março de 2011<br />

Organização: Deutsche Messe AG<br />

info@messe.de<br />

www.messe.de<br />

MIFF-INTERNATIONAL<br />

FURNITURE FAIR<br />

Feira Internacional de Mobiliário<br />

Local: Kuala Lumpur (Malásia)<br />

Data: 5 a 9 de Março de 2011<br />

Organização: M.I.F.F. SdN Bhd<br />

www.biztradeshows.com<br />

MICAM<br />

Exposição Internacional de Calçado<br />

Local: Milão (Itália)<br />

Data: 6 a 9 de Março de 2011<br />

Organização: Anci Servizi S.R.L.<br />

anci_calz@iol.it<br />

www.micamonline.it<br />

BARCELONA DEGUSTA<br />

Feira Nacional de Alimentação<br />

Local: Barcelona (Espanha)<br />

Data: 8 a 11 de Março de 2011<br />

Organização: Alimentaria Exhibitions, SA<br />

degusta@alimentaria.com<br />

www.barcelonadegusta.com<br />

FEIRAS e EVENTOS<br />

CANADIAN INTERNATIONAL<br />

FOOD AND BEVERAGE SHOW<br />

Feira Internacional de Alimentares<br />

e Bebidas<br />

Local: Toronto (Canadá)<br />

Data: 10 a 12 de Março de 2011<br />

Organização: Canadian Restaurant & Food<br />

Services Assn.<br />

info@crfa.ca<br />

www.crfa.ca<br />

MEDEC<br />

Exposição de Equipamentos<br />

e Informação Médica-Farmacêutica<br />

Local: Paris (França)<br />

Data: 13 a 15 de Março de 2011<br />

Organização: Société 3 E<br />

contact@lemedec.com<br />

www.lemedec.com<br />

EXP`HOSTEL<br />

Salão dos Fornecedores de Hotelaria<br />

Local: Saragoça (Espanha)<br />

Data: 12 a 14 de Março de 2011<br />

Organização: Feria de Zaragoza<br />

info@feriazaragoza.com<br />

www.feriazaragoza.com<br />

GLASSEX<br />

Exposição Internacional<br />

de Tecnologias e Design<br />

Local: Birmingham (Reino Unido)<br />

Data: 19 a 21 de Março de 2011<br />

Organização: Emap Maclaren Exhibitions Ltd.<br />

www.glassex.com<br />

VANCOUVER PLAYHOUSE<br />

INTERNATIONAL WINE<br />

FESTIVAL<br />

Feira de Vinhos<br />

Local: Vancouver (Canadá)<br />

Data: 25 a 31 de Março de 2011<br />

Organização: Vancouver Playhouse<br />

International Wine Festival<br />

wfm@playhousewinefest.com<br />

www.playhousewinefest.com<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 41


REDE<br />

EXTERNA<br />

DA AICEP<br />

Centro de Negócios<br />

Escritórios<br />

Representações<br />

42 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

S. Francisco<br />

ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo<br />

ALEMANHA / Berlim<br />

ANGOLA / Luanda<br />

ARGÉLIA / Argel<br />

ARGENTINA / Buenos Aires<br />

ÁUSTRIA / Viena<br />

BÉLGICA / Bruxelas<br />

BRASIL / São Paulo<br />

CABO VERDE / Praia<br />

Cidade do México<br />

Santiago do Chile<br />

Toronto<br />

Nova Iorque<br />

Caracas<br />

Buenos Aires<br />

CANADÁ / Toronto<br />

CHILE / Santiago do Chile<br />

CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA<br />

/ Xangai<br />

CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA<br />

/ Pequim<br />

COREIA DO SUL / Seul<br />

DINAMARCA / Copenhaga<br />

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS<br />

/ Dubai<br />

São Paulo<br />

Copenhaga<br />

Berlim<br />

Haia<br />

Bruxelas<br />

Dublin<br />

Londres<br />

Paris<br />

Milão<br />

Vigo<br />

Barcelona<br />

Madrid<br />

Mérida<br />

Praia<br />

Rabat<br />

Argel


Oslo<br />

Tunes<br />

ESPANHA / Madrid<br />

ESPANHA / Barcelona<br />

ESPANHA / Mérida<br />

ESPANHA / Vigo<br />

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA<br />

/ Nova Iorque<br />

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA<br />

/ S. Francisco<br />

FINLÂNDIA / Helsínquia<br />

FRANÇA / Paris<br />

Tripoli<br />

Luanda<br />

Helsínquia<br />

Estocolmo<br />

Zurique Moscovo<br />

Maputo<br />

Joanesburgo<br />

Varsóvia<br />

Praga<br />

Budapeste<br />

Viena<br />

Bucareste<br />

Ancara<br />

Istambul<br />

Atenas<br />

Dubai<br />

GRÉCIA/ Atenas<br />

HOLANDA / Haia<br />

HUNGRIA / Budapeste<br />

ÍNDIA, REPÚBLICA DA / Nova Deli<br />

INDONÉSIA / Jacarta<br />

IRLANDA / Dublin<br />

ITÁLIA / Milão<br />

JAPÃO / Tóquio<br />

LÍBIA / Tripoli<br />

Nova Deli<br />

Kuala Lumpur<br />

MACAU / Macau<br />

MALÁSIA/ Kuala Lumpur<br />

MARROCOS / Rabat<br />

MÉXICO / Cidade do México<br />

MOÇAMBIQUE / Maputo<br />

NORUEGA / Oslo<br />

POLÓNIA / Varsóvia<br />

REINO UNIDO / Londres<br />

REPÚBLICA CHECA / Praga<br />

Pequim<br />

Macau<br />

Xangai<br />

Singapura<br />

Jacarta<br />

Seul<br />

Tóquio<br />

ROMÉNIA / Bucareste<br />

RÚSSIA / Moscovo<br />

SINGAPURA / Singapura<br />

SUÉCIA / Estocolmo<br />

SUÍÇA / Zurique<br />

TUNÍSIA / Tunes<br />

TURQUIA / Ancara<br />

TURQUIA / Istambul<br />

VENEZUELA / Caracas<br />

<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 43


BOOKMARKS<br />

O VALOR DE NADA<br />

O inteligente livro de Raj Patel, O Valor<br />

de Nada, figurou na lista de bestsellers<br />

do New York Times, o que não<br />

nos deve surpreender, dado o momento<br />

em que vivemos. Em tempo de<br />

crise global, o autor formula algumas<br />

questões, algumas incómodas, e reflecte<br />

sobre as mudanças que importa<br />

levar a cabo na sociedade actual – em<br />

termos económicos, ambientais e de<br />

recursos – para salvarmos o planeta<br />

da insanidade financeira e construirmos<br />

uma economia e uma sociedade<br />

sustentadas. Quando de tudo se espera<br />

lucro e o valor das coisas é determinado<br />

pela oferta e pela procura, e<br />

não pelo seu valor de facto, este livro<br />

esclarece-nos sobre as determinantes<br />

da economia e da sociedade de mercado.<br />

Qual é a razão para que as coisas<br />

custem o que custam? Patel servese<br />

de alguns princípios fundamentais<br />

44<br />

// Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />

de economia e neuroeconomia para<br />

demonstrar como o preço que pagamos<br />

pelas coisas do quotidiano é sistematicamente<br />

distorcido.<br />

Raj Patel é um economista, académico,<br />

escritor e activista de tripla nacionalidade<br />

– britânica, indiana e norte-americana.<br />

Estudou em Oxford, na London<br />

School of Economics e na Universidade<br />

de Cornell. Foi fellow em Yale e<br />

actualmente colabora como investigador<br />

com a Universidade de KwaZulu-<br />

Natal e a Universidade da Califórnia,<br />

em Berkeley. Trabalhou para o Banco<br />

Mundial e para a Organização Mundial<br />

de Comércio, e foi consultor das<br />

Nações Unidas.<br />

Autor: Raj Patel<br />

Editor: Editorial Presença<br />

Ano: 2010<br />

CITY MARKETING - MYPLACE IN XXI<br />

GESTÃO ESTRATÉGICA E MARKETING DE CIDADES<br />

No marketing, ninguém começa com<br />

a pergunta: “O que é que nós queremos?”<br />

Começa-se sim com: “O que<br />

é que o outro lado deseja? Quais são<br />

os seus valores? Os seus objectivos?<br />

As suas necessidades? O que é que<br />

considera serem resultados?”. É no<br />

seio das pessoas que encontramos a<br />

importância da integração do marketing<br />

no novo modelo de gestão urbana.<br />

Para os autores – António Joaquim<br />

Azevedo, Duarte Nuno Vaz Osório<br />

Leite de Magalhães e Joaquim Manuel<br />

Mendes Resende Pereira – especialistas<br />

nas áreas do marketing e da gestão<br />

estratégica, é portanto crucial que<br />

este livro possa aumentar o nível de<br />

conhecimento e participação de todos<br />

os cidadãos neste domínio, sendo esta<br />

obra também para eles. São várias as<br />

matérias abordadas: a importância das<br />

cidades, competitividade e sustentabilidade,<br />

planeamento e cooperação,<br />

públicos-alvo e multidisciplinaridade,<br />

projecto de construção de uma marca<br />

e dimensão funcional e emocional da<br />

urbe, entre outras.<br />

“Neste livro estão registadas novas<br />

tendências, novos caminhos que aglutinam<br />

o capital intelectual, a inovação<br />

e criatividade local e global, para que<br />

em uníssono potenciem um novo modelo<br />

de gestão urbana que nos implique<br />

a todos a olhar para as cidades e<br />

lugares com outros olhos, os olhos do<br />

século XXI.”<br />

Autor: António Azevedo, Joaquim<br />

Pereira, Duarte Magalhães<br />

Editor: Vida Económica<br />

Ano: 2010

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