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Dezembro 2010 // www.portugalglobal.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global<br />
Pense global pense <strong>Portugal</strong><br />
Ângelo Correia<br />
Carbono e renováveis<br />
são motores<br />
de crescimento 12<br />
Destaque<br />
Exportações<br />
ganham peso 6<br />
Venezuela<br />
Com bons negócios 24<br />
Empresas<br />
Nokia Siemens Networks,<br />
Indasa e Heliflex 20
sumário<br />
Destaque // 6<br />
Dezembro 2010 // www.portugalglobal.pt<br />
As exportações voltam a assumir um papel fundamental para o crescimento<br />
da economia. As projecções de instituições nacionais e internacionais<br />
para isso apontam, sendo de realçar o crescimento em 15 por cento das<br />
exportações de bens de Janeiro a Outubro deste ano, face a período<br />
homólogo de 2009.<br />
Entrevista // 12<br />
Ângelo Correia, gestor, político, engenheiro e bom comunicador, é uma<br />
das vozes que tem liderado e dinamizado o mercado do carbono e das<br />
energias renováveis. Uma entrevista ao presidente da Fomentinvest que<br />
acredita que o sector do ambiente irá tornar-se numa das mais importantes<br />
áreas de negócio do país.<br />
Notícias // 18<br />
Empresas // 20<br />
Indasa: lixas Rhino chegam a 90 mercados.<br />
<strong>Portugal</strong> no “top ten” da Nokia Siemens Networks.<br />
Heliflex: nascida para exportar.<br />
Mercados // 24<br />
País rico em recursos naturais, ainda que fortemente dependente do<br />
petróleo, a Venezuela é um mercado onde as empresas portuguesas podem<br />
encontrar boas oportunidades para o desenvolvimento de negócios.<br />
Análise de risco por país – COSEC // 34<br />
Estatísticas // 38<br />
Investimento directo e exportações.<br />
Feiras e eventos// 40<br />
AICEP Rede Externa // 42<br />
Bookmarks // 44
EDITORIAL<br />
4<br />
Revista <strong>Portugal</strong>global<br />
Av. 5 de Outubro, 101<br />
1050-051 Lisboa<br />
Tel.: +351 217 909 500<br />
Fax: +351 217 909 578<br />
Propriedade<br />
<strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong><br />
O’Porto Bessa Leite Complex<br />
R. António Bessa Leite, 1430 – 2º<br />
4150-074 Porto<br />
Tel.: +351 226 055 300<br />
Fax: +351 226 055 399<br />
NIFiscal 506 320 120<br />
Comissão Executiva<br />
Basílio Horta (Presidente), Eurico Dias,<br />
José Vital Morgado, Luis Florindo,<br />
Teresa Ribeiro<br />
Directora<br />
Ana de Carvalho<br />
ana.carvalho@portugalglobal.pt<br />
Redacção<br />
Cristina Cardoso<br />
cristina.cardoso@portugalglobal.pt<br />
José Escobar<br />
jose.escobar@portugalglobal.pt<br />
Vitor Quelhas<br />
vitor.quelhas@portugalglobal.pt<br />
Colaboram neste número<br />
Ângelo Correia, Carlos Nunes Pinto,<br />
Direcção de Informação da AICEP,<br />
Direcção Internacional da COSEC,<br />
João Caetano da Silva, João Manuel Santos.<br />
Fotografia e ilustração<br />
©Fotolia, Libyan Tourism, Moroccan National Tourist<br />
Office (Brahim Tazi, Françoise Peuriot, Jacques<br />
Bravo, Philippe Ploquin, Xavier Richer), Messe<br />
Frankfurt Exhibition GmbH (Jean-Luc Valentin),<br />
Rodrigo Marques.<br />
Publicidade<br />
revista@portugalglobal.pt<br />
Secretariado<br />
Helena Sampaio<br />
helena.sampaio@portugalglobal.pt<br />
Assinaturas<br />
REGISTE-SE AQUI<br />
Projecto gráfico<br />
<strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong><br />
Paginação e programação<br />
Rodrigo Marques<br />
rodrigo.marques@portugalglobal.pt<br />
ERC: Registo nº 125362<br />
As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-<br />
ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente<br />
da revista <strong>Portugal</strong>global ou da <strong>aicep</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>Global</strong>.<br />
A aceitação de publicidade pela revista <strong>Portugal</strong>global<br />
não implica qualquer compromisso por parte desta<br />
com os produtos/serviços visados.<br />
// Dezembro 2010 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Exportar para crescer<br />
A edição de Dezembro da revista <strong>Portugal</strong>global<br />
encerra mais um ciclo de<br />
publicação, que se reiniciará em 2011.<br />
Apraz-nos constatar que a panorâmica<br />
dos seus conteúdos suscitou, junto<br />
dos leitores, renovado interesse em<br />
torno da acção e da missão da AI-<br />
CEP, bem como da nova dinâmica da<br />
economia portuguesa e da actividade<br />
exportadora das nossas empresas. É,<br />
pois, nesta medida, que serão aqui<br />
abordados três temas fundamentais.<br />
Antes de mais, o das exportações<br />
como motor decisivo do crescimento<br />
económico nacional e a sua boa<br />
perfomance em 2010, face ao ano<br />
transacto. Na realidade, este ano,<br />
as exportações, animadas pelo progressivo<br />
alargamento da base exportadora,<br />
pela dinâmica das empresas<br />
portuguesas, pela diversificação dos<br />
mercados, pela recuperação a nível<br />
mundial e por uma maior procura externa,<br />
contribuíram com 2,6 pontos<br />
percentuais num crescimento global<br />
da economia de 1,5 por cento, o que<br />
corresponde a 175,1 por cento do<br />
crescimento económico, tendo as exportações<br />
nacionais crescido 15 por<br />
cento até Outubro.<br />
Ainda numa perspectiva de crescimento<br />
económico sustentável, a entrevista<br />
do engenheiro Ângelo Correia<br />
traça uma excelente e bem documentada<br />
panorâmica do mercado do carbono<br />
e das energias renováveis, um<br />
mercado internacionalizado, maduro,<br />
com elevadas liquidez e sofisticação<br />
tecnológica, que se perfila como uma<br />
forte aposta num ambiente global de<br />
recuperação e, num futuro muito pró-<br />
ximo, como uma das áreas de negócio<br />
mais atractivas para o investimento e<br />
para as empresas portuguesas do sector,<br />
tanto em termos das necessidades<br />
do mercado interno como da competitividade<br />
destas empresas nos mercados<br />
externos.<br />
Também em matéria de actividade<br />
exportadora e na óptica da diversificação<br />
dos mercados de exportação,<br />
fazemos uma análise em profundidade<br />
da Venezuela, país que possui<br />
uma comunidade portuguesa bem<br />
enraizada e com experiência consolidada<br />
no mercado, bem como boas<br />
oportunidades de negócio para as<br />
empresas mais persistentes, pese embora<br />
o período de relativa recessão<br />
que atravessa este país, mas ainda assim<br />
como um dos PIB mais elevados<br />
da América Latina e Caraíbas (326,1<br />
mil milhões de dólares em 2009).<br />
São sem dúvida sinais positivos em<br />
tempos de recuperação, sendo alguns<br />
destes sinais decorrentes do bom relacionamento<br />
com os mercados e das<br />
boas práticas de exportação, e que<br />
demonstram que as boas notícias são<br />
cruciais neste momento de importantes<br />
mudanças de paradigma e de<br />
desafios conjunturais, assim como de<br />
redefinição de estratégias empresariais<br />
e exportadoras de bens e serviços<br />
de acrescida qualidade, inovação<br />
e intensidade tecnológica e, portanto,<br />
claramente mais competitivos nos<br />
mercados internacionais.<br />
BASÍLIO HORTA<br />
Presidente da Comissão Executiva da AICEP
DESTAQUE<br />
6<br />
O CAMINHO É EXPORTAR MAIS<br />
EXPORTAÇÕES SÃO<br />
O MOTOR DA ECONOMIA<br />
As exportações voltam a assumir-se como o motor do crescimento da economia<br />
nacional, tendo contribuído, no período de Janeiro a Setembro, com 2,6 pontos<br />
percentuais num crescimento global da economia de 1,5 por cento. Instituições<br />
nacionais e internacionais, economistas e opinion makers e o Governo, no relatório<br />
do Orçamento de Estado aprovado em Novembro, são unânimes e afirmam que serão<br />
as exportações a sustentar a economia nacional em 2011. Contrariando a previsível<br />
retracção da procura interna – com reflexos, por seu lado, nas importações que<br />
tenderão a diminuir – e do investimento.<br />
Os dados mais recentes (até Outubro) dão conta da boa performance das exportações<br />
nacionais face a 2009 e o investimento estrangeiro também está a subir. A AICEP assume<br />
um papel incontornável na promoção das exportações e na captação de IDE, bem como<br />
no apoio aos empresários nacionais e aos seus processos de internacionalização.<br />
// Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global
A estratégia para a consolidação da<br />
recuperação económica passa necessariamente<br />
pelo aumento das exportações<br />
e pelo reforço da internacionalização<br />
da economia portuguesa. O<br />
objectivo é conseguir um crescimento<br />
económico sustentado, reduzir o défice<br />
e modernizar o sector produtivo.<br />
Recentemente, o Primeiro-ministro reuniu-se<br />
com responsáveis das dez maiores<br />
empresas exportadoras nacionais,<br />
estando prevista para breve a realização<br />
de um Congresso sobre exportações,<br />
no âmbito da política de incentivo<br />
ao crescimento económico do país.<br />
E os números parecem ajudar. Depois<br />
de um ano de quebra acentuada das<br />
exportações – sobretudo para países<br />
que são tradicionalmente os maiores<br />
parceiros comerciais de <strong>Portugal</strong>,<br />
como é o caso da Espanha –, as nossas<br />
vendas de bens ao exterior cresceram<br />
15 por cento no período de Janeiro a<br />
Outubro de 2010, face aos mesmos<br />
meses do ano passado.<br />
A recuperação generalizada da actividade<br />
económica registada a nível mundial<br />
em 2010, que levou ao aumento<br />
da procura externa, terá contribuído<br />
para esta evolução positiva das exportações<br />
nacionais. Mas também os<br />
mercados de destino das exportações<br />
portuguesas estão mais diversificados<br />
e, à excepção de Angola, os países<br />
extra-comunitários deram a sua ajuda<br />
nesta recuperação, apresentando uma<br />
variação homóloga positiva de 17,4<br />
por cento no período em análise.<br />
Ainda assim, as exportações portuguesas<br />
continuam concentradas num grupo<br />
restrito de países da União Europeia<br />
(Espanha, Alemanha, França e Reino<br />
Unido) – no período de Janeiro a Outubro,<br />
75 por cento das nossas vendas<br />
ao exterior destinaram-se aos mercados<br />
comunitários – embora cada vez mais se<br />
aposte na diversificação dos mercados<br />
de destino dos bens e serviços portugueses,<br />
nomeadamente para aqueles com<br />
crescimentos económicos de relevo. De<br />
destacar, neste domínio, o Brasil e o<br />
México, para onde as exportações nacionais<br />
cresceram 53,9 por cento e 85,6<br />
por cento no período em referência face<br />
ao período homólogo do ano anterior.<br />
Mas também os mercados asiáticos são<br />
considerados nesta aposta a que a AI-<br />
CEP, enquanto agência responsável pela<br />
promoção das exportações, dá particular<br />
atenção no âmbito dos apoios que disponibiliza<br />
aos empresários.<br />
Projecções e conjuntura<br />
Projecções da ODCE anunciadas em<br />
Novembro revêem em alta as exportações<br />
portuguesas quer para 2010 – de<br />
5,3 por cento para 8,4 por cento – quer<br />
“A recuperação generalizada<br />
da actividade económica<br />
registada a nível mundial<br />
em 2010, que levou ao<br />
aumento da procura externa,<br />
terá contribuído para<br />
esta evolução positiva das<br />
exportações nacionais.”<br />
PREVISÕES 2010 : 2011 (tvh real %)<br />
DESTAQUE<br />
(casos da China, Índia e os cinco países<br />
da ASEAN), mas verificou-se também<br />
um fortalecimento no conjunto dos países<br />
da UE, devido sobretudo à melhoria<br />
de desempenho da Alemanha, Reino<br />
Unido, Países Baixos e Suécia.<br />
Além das exportações, que aumentaram<br />
8,6 por cento em volume em<br />
termos homólogos, a procura interna<br />
evidenciou alguns sinais positivos na<br />
UE e o mercado de trabalho revelou<br />
alguma estabilização, apesar da taxa<br />
de desemprego se manter elevada. A<br />
inflação manteve-se abaixo dos 2 por<br />
cento até Setembro passado.<br />
<strong>Portugal</strong> beneficiou da retoma verificada<br />
no conjunto dos países da UE, especialmente<br />
nos seus principais parceiros<br />
comerciais, como Espanha, Alemanha,<br />
França, Itália e Reino Unido, que tiveram<br />
um papel decisivo na melhoria das<br />
exportações nacionais.<br />
De acordo com os últimos dados do INE<br />
referentes às Contas Nacionais para o<br />
período Janeiro a Setembro de 2010, as<br />
exportações de bens e serviços aumentaram<br />
9 por cento em volume face a igual<br />
período de 2009, tendo observado no<br />
terceiro trimestre deste ano um crescimento<br />
real homólogo positivo de 9,2 por<br />
cento, o mais elevado desde o primeiro<br />
trimestre de 2007. A componente de<br />
bens, com um crescimento de 8,8 por<br />
cento foi a que mais contribuiu para o<br />
aumento das exportações globais (6,5<br />
pontos percentuais). As exportações de<br />
serviços, por seu lado, observaram uma<br />
taxa de variação de 10,3 por cento e uma<br />
contribuição de 2,7 pontos percentuais.<br />
Com este comportamento, as exportações<br />
foram o principal motor de crescimento<br />
da economia portuguesa, após<br />
dois anos de influência negativa para o<br />
crescimento do PIB, com destaque para<br />
2009, em cujo período esta componente<br />
contribuiu com menos 3,8 pon-<br />
2009 2010 Jan/Set FMI CE OCDE MFAP BdP<br />
INE INE Out 10 Nov 10 Nov 10 Out 10 Out 10<br />
PIB -2,5 1,5 1,1 : 0,0 1,3 : -1,0 1,5 : -0,2 1,3 : 0,2 1,2 : 0,0<br />
Exportações Bens e Serviços -11,7 9,0 – : – 9,1 : 5,6 8,4 : 6,3 8,6 : 7,3 7,9 : 4,5<br />
Export / PIB (em volume) => 29,4% 31,3%<br />
para 2011 – de 5,3 por cento para 6,3<br />
por cento, confirmando o bom desempenho<br />
das nossas vendas ao exterior.<br />
Igualmente positivas são as previsões<br />
da Comissão Europeia, do Ministério<br />
das Finanças e do Banco de <strong>Portugal</strong>.<br />
Foram precisamente as exportações, no<br />
1º semestre deste ano, que mais contribuíram<br />
para a retoma na União Europeia.<br />
A recuperação económica mundial<br />
sentida neste período foi especialmente<br />
robusta na Ásia, quer nas economias<br />
mais avançadas (Coreia do Sul, Hong<br />
Kong, Singapura e Taiwan) quer nos países<br />
emergentes e em desenvolvimento<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 7
DESTAQUE<br />
8<br />
tos percentuais para uma variação do<br />
PIB de menos 2,5 por cento.<br />
De facto, no período de Janeiro a Setembro<br />
de 2010, as exportações contribuíram<br />
com 2,6 pontos percentuais num<br />
crescimento global da economia de 1,5<br />
por cento. Ou seja, as exportações foram<br />
responsáveis por 175,1 por cento do<br />
crescimento económico global, seguindo-se<br />
o consumo com 2,1 pontos percentuais<br />
(140,6 por cento). Em sentido<br />
contrário, o investimento foi um factor<br />
negativo para o crescimento do PIB, com<br />
uma contribuição de menos 1,2 pontos<br />
percentuais (menos 77,1 por cento).<br />
Outro dado a reter é que <strong>Portugal</strong> tem<br />
vindo a ganhar quota de mercado no co-<br />
27.7<br />
31.1<br />
24.5<br />
3.2<br />
32.8 32.6<br />
24.1<br />
8.7<br />
30.4<br />
2.2<br />
// Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
35.3<br />
32.1<br />
mércio internacional graças ao desempenho<br />
das nossas exportações. De acordo<br />
com o Relatório do Orçamento de Estado<br />
para 2011, o crescimento da quota de<br />
mercado foi, em termos homólogos, de<br />
5,3 por cento no 1º trimestre deste ano.<br />
Igualmente, a intensidade tecnológica<br />
das exportações portuguesas aumentou<br />
nos últimos anos, que são marcados<br />
também pelo reforço do peso das exportações<br />
de serviços e, como já referido,<br />
pela diversificação dos mercados de<br />
destino dos produtos portugueses, com<br />
destaque para países extra-comunitários.<br />
Houve, efectivamente, uma mudança<br />
na estrutura das nossas exportações em<br />
consequência do crescimento mais di-<br />
3.2<br />
31.8<br />
29.8<br />
2.1<br />
23.3<br />
21.5<br />
1.8<br />
25.8<br />
23.9<br />
2005 2006 2007 2008 2009 2009 Jan/Set 2010 Jan/Set<br />
51.4<br />
-20.2<br />
INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL<br />
35.6<br />
Investimento<br />
Fonte: Banco de <strong>Portugal</strong> Unid.: Mil Milhões Eur<br />
BALANÇA COMERCIAL PORTUGUESA DE BENS<br />
56.3<br />
-20.7<br />
38.3<br />
59.9<br />
-21.6<br />
39.0<br />
64.2<br />
-25.2<br />
32.0<br />
52.1<br />
-20.1<br />
26.3<br />
42.4<br />
-16.0<br />
2005 2006 2007 2008 2009 2009 Jan/Out 2010 Jan/Out<br />
Exportações<br />
Fonte: INE Unid.: Mil Milhões Eur<br />
Desinvestimento<br />
Importações<br />
Líquido<br />
Saldo<br />
30.3<br />
46.6<br />
1.9<br />
-16.3<br />
nâmico de sectores de média e alta tecnologia,<br />
que representam hoje 63 por<br />
cento do total das exportações de produtos<br />
industriais transformados (cerca<br />
de 40 por cento no início da década de<br />
90). O relatório do OE 2011 diz precisamente<br />
que os primeiros dados sobre a<br />
recuperação das exportações depois da<br />
crise apontam para que os sectores de<br />
média e alta tecnologia, bastante afectados<br />
pela quebra de vendas em 2009,<br />
“(...) as exportações foram o<br />
principal motor de crescimento<br />
da economia portuguesa,<br />
após dois anos de influência<br />
negativa para o crescimento<br />
do PIB, com destaque para<br />
2009, em cujo período esta<br />
componente contribuiu com<br />
menos 3,8 pontos percentuais<br />
para uma variação do PIB de<br />
menos 2,5 por cento.”<br />
se encontram nos que maiores taxas de<br />
crescimento agora apresentam.<br />
De sublinhar, por outro lado, que o<br />
peso dos mercados extra-comunitários<br />
passou de 16 por cento para 25 por<br />
cento do total das exportações entre<br />
1998 e 2009. A diversificação das nossas<br />
vendas ao exterior para mercados<br />
com maior crescimento económico é<br />
considerada um factor importante do<br />
processo de retoma das exportações<br />
nacionais, aliviando a excessiva concentração<br />
nos países da União Europeia.<br />
E apesar de as perspectivas para 2011,<br />
segundo o FMI, apontarem para um<br />
ligeiro abrandamento da economia<br />
mundial – pese embora o crescimento<br />
do PIB em 4,2 por cento em termos<br />
reais –, serão as exportações a sustentar<br />
o crescimento da economia nacional.<br />
Prevê-se, porém, uma desaceleração<br />
da procura externa com consequências<br />
para <strong>Portugal</strong> e um aumento<br />
das taxas de juro de curto prazo, mas<br />
a quebra de todas as componentes da<br />
procura interna irão reflectir-se numa<br />
contracção das importações, contribuindo<br />
assim para a redução do défice
comercial e, consequentemente, das<br />
necessidades de financiamento da economia,<br />
conclui o relatório do OE 2011.<br />
À luz do OE para 2011, que prevê um<br />
crescimento real do PIB de 0,2 por<br />
cento, verifica-se que esse crescimento<br />
advém exclusivamente das exportações,<br />
que deverão aumentar 7,3 por<br />
cento, enquanto nas restantes componentes<br />
as previsões apontam para<br />
variações de menos 0,5 por cento no<br />
consumo privado, de menos 8,8 por<br />
cento no consumo público e de menos<br />
1,7 por cento nas importações.<br />
Também o Banco de <strong>Portugal</strong>, no seu<br />
Boletim Económico de Outono, sublinha<br />
a importância da evolução favorável das<br />
exportações no crescimento da economia<br />
em 2010, quer na generalidade das<br />
economias mundiais, quer em <strong>Portugal</strong>.<br />
As projecções da instituição para 2011<br />
são optimistas e apontam para um aumento<br />
das exportações nacionais em<br />
4,5 por cento, um crescimento menor<br />
do que o que deverá ser registado este<br />
ano mas, ainda assim, positivo.<br />
Este ano o dinamismo das exportações<br />
nacionais de bens abrangeu quase todos<br />
os sectores da economia, com maior expressividade<br />
naqueles que em 2009 registaram<br />
maiores quebras. Já nos serviços,<br />
acrescenta a mesma fonte, esse dinamis-<br />
“A diversificação das<br />
nossas vendas ao exterior<br />
para mercados com maior<br />
crescimento económico<br />
é considerada um factor<br />
importante do processo de<br />
retoma das exportações<br />
nacionais, aliviando a excessiva<br />
concentração nos países da<br />
União Europeia.”<br />
mo foi menor, contrariando a tendência a<br />
que se vinha assistindo nos últimos anos.<br />
Exportações e investimento<br />
No entanto, e de acordo com Banco de<br />
<strong>Portugal</strong>, as exportações portuguesas<br />
de serviços ascenderam a 13,2 mil milhões<br />
de euros no período de Janeiro a<br />
22.7<br />
17.2<br />
23.5<br />
18.3<br />
24.1<br />
24.8 24.8<br />
18.9 19.3 19.2<br />
25.9 25.9<br />
26.4<br />
20.0 19.9 20.4<br />
Setembro deste ano, aumentando 7,6<br />
por cento face a igual período de 2009.<br />
A rubrica “Viagens e Turismo” constituiu<br />
a principal fonte de receitas (44,6<br />
por cento do total), seguindo-se os<br />
“Transportes” (25,9 por cento) e “Outros<br />
serviços fornecidos por empresas”<br />
(18,4 por cento).<br />
A União Europeia foi a grande receptora<br />
destas exportações (72,1 por cento do<br />
total), o que traduz um aumento de 4,4<br />
por cento face a período idêntico do ano<br />
anterior. As vendas para os Países Terceiros<br />
aumentaram 16,8 por cento.<br />
No que respeita às exportações de<br />
mercadorias, estas ultrapassaram os<br />
30,3 mil milhões de euros, globalmente,<br />
crescendo 15 por cento face a 2009<br />
27.7<br />
28.3 28.2<br />
21.7 22.0 21.7<br />
5.5 5.2 5.2 5.6 5.5 5.9 6.0 6.1 6.0 6.3 6.5<br />
31.0<br />
23.5<br />
7.5<br />
32.6 32.5<br />
24.3 24.1<br />
DESTAQUE<br />
21.3<br />
22.9<br />
8.3 8.4 8.1 8.4<br />
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010<br />
Jan/Set<br />
Fonte: INE Unid.: Mil Milhões Eur<br />
PESO DAS EXPORTAÇÕES NO PIB (%), EM VOLUME<br />
Serviços Bens Exportações Totais<br />
29.4<br />
31.3<br />
(Janeiro a Outubro). A taxa de cobertura<br />
das importações pelas exportações<br />
situou-se em 65,2 por cento, aumentando<br />
2,9 pontos percentuais.<br />
Neste período, as vendas para a União<br />
Europeia aumentaram 14,3 por cento,<br />
representando um contributo de 10,8<br />
pontos percentuais para o crescimento<br />
global. Espanha e Alemanha continuam<br />
a ser os nossos principais clientes, com<br />
quotas de 26,6 por cento e 13 por cento<br />
do total, respectivamente.<br />
Os Países Terceiros, com um aumento<br />
de 17,4 por cento, contribuíram com<br />
4,3 pontos percentuais para o crescimento<br />
total e reforçaram o seu peso<br />
nas exportações globais para 25 por<br />
cento, que compara com 24,5 por<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 9
DESTAQUE<br />
-0.1<br />
0.2<br />
0.1<br />
Fonte: INE<br />
0.8<br />
CONTRIBUIÇÃO EXPORTAÇÕES P/ CRESCIMENTO PIB<br />
2.1<br />
3.3<br />
1.4 1.3<br />
1.1 1.0<br />
cento em 2009 (Janeiro a Outubro) e<br />
denota maior diversificação das vendas<br />
nacionais ao exterior.<br />
Os EUA, com um aumento de 37 por<br />
cento, foram o segundo maior cliente<br />
extra-comunitário no período considerado,<br />
logo a seguir a Angola, que se mantém<br />
na primeira posição embora com<br />
uma taxa de variação negativa (menos<br />
18,7 por cento) face a 2009 (Janeiro/Outubro).<br />
Destaque também para o Brasil e<br />
o México com taxas de variação homólogas<br />
de mais 53,9 por cento e de mais<br />
85,6 por cento, respectivamente.<br />
Por produtos, as Máquinas e Aparelhos<br />
constituíram a principal exportação<br />
com uma quota de 15 por cento das<br />
vendas totais de bens ao exterior, seguindo-se<br />
os Veículos e Outro Material<br />
de Transporte (12,2 por cento).<br />
De destacar neste período os aumentos<br />
das exportações de Combustíveis Minerais<br />
(63,1 por cento), Plásticos e Borracha<br />
(26,2 por cento), Veículos e Outro<br />
Material de Transporte (19,1 por cento),<br />
Metais Comuns (16,5 por cento) e Máquinas<br />
e Aparelhos (6,4 por cento).<br />
Considerando apenas as trocas comerciais<br />
excluindo o sector energético, as<br />
exportações portuguesas aumentaram<br />
12,6 por cento, enquanto as importações<br />
subiram apenas 6,8 por cento, o que ori-<br />
10 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
(PTOS PERCENTUAIS), EM VOLUME<br />
2.4 2.4<br />
-0.2<br />
2005 2006 2007 2008 2009 2010 Jan/Set<br />
0.1<br />
-0.1<br />
0.0<br />
-3.3<br />
-0.5<br />
-3.8<br />
-2.5<br />
Bens Serviços Exportações Totais PIB<br />
2.1<br />
0.5<br />
2.6<br />
gina na componente “não-energética”<br />
uma redução do défice comercial de 609<br />
milhões de euros (menos 5,1 por cento).<br />
Quanto ao grau de intensidade tecnológica<br />
das exportações de produtos<br />
industriais transformados (que representaram<br />
94,1 por cento das nossas<br />
“O stock de IDE ascendia a<br />
cerca de 79 mil milhões de<br />
euros no final de Setembro,<br />
mais 1,8 mil milhões e mais<br />
2,3 por cento do que o<br />
registado em Dezembro de<br />
2009, o que traduz também<br />
a capacidade de <strong>Portugal</strong><br />
para reter e consolidar os<br />
investimentos instalados.”<br />
1.5<br />
exportações totais entre Janeiro e Setembro),<br />
é de sublinhar que 38 por<br />
cento incorporam alta e média-alta<br />
tecnologia (mais 0,7 pontos percentuais<br />
face a igual período do ano passado),<br />
enquanto nos de baixa tecnologia<br />
se registou uma quebra de 2,0<br />
pontos percentuais.<br />
Quanto ao investimento de <strong>Portugal</strong><br />
com o exterior, os últimos dados divulgados<br />
pelo Banco de <strong>Portugal</strong> (Janeiro<br />
a Setembro de 2010), referem um crescimento<br />
do investimento estrangeiro<br />
líquido de 5,7 por cento. O fluxo bruto<br />
de IDE atingiu 25.780 milhões de euros<br />
(+10,6 face ao mesmo período de<br />
2009), dos quais 22.331 milhões de<br />
euros são originários de países da UE.<br />
A maior variação reporta-se, porém, a<br />
países extra-comunitários, com um aumento<br />
de 24,1 por cento relativamente<br />
a Janeiro/Setembro de 2009.<br />
Em termos de investimento bruto destacam-se,<br />
no período em consideração,<br />
os aumentos verificados nas actividades<br />
de informação e comunicação (+116,7<br />
por cento face a período homólogo de<br />
2009), nas actividades financeiras e de<br />
seguros (+31,9 por cento) e na indústria<br />
transformadora (+16,9 por cento).<br />
O sector do comércio representou neste<br />
período 38,5 por cento do total do investimento,<br />
aumentando 12,8 por cento.<br />
Por origem do investimento bruto, destaca-se<br />
a Alemanha com um aumento<br />
de 56,6 por cento face ao período de<br />
Janeiro a Setembro do ano passado.<br />
No que respeita aos fluxos de investimento<br />
português dirigido ao exterior<br />
(IDPE), é de registar um decréscimo global<br />
(investimento bruto) de menos 10,7<br />
por cento, tendo sido investidos 4.595<br />
milhões de euros. O desinvestimento<br />
aumentou 140,9 por cento no período<br />
em consideração, de que resulta um<br />
IDPE líquido negativo (menos 5.864 milhões<br />
de euros, o que equivale a uma<br />
variação de menos 830,4 por cento).<br />
Os principais destinos de IDPE bruto<br />
foram Luxemburgo, Holanda, Espanha,<br />
Brasil e Polónia. Por sector de actividade,<br />
as financeiras e seguros representam<br />
58,2 por cento do total investido,<br />
seguindo-se as actividades de consultoria<br />
e técnicas com 12,9 por cento.<br />
O stock de IDE ascendia a cerca de 79<br />
mil milhões de euros no final de Setembro,<br />
mais 1,8 mil milhões e mais 2,3 por<br />
cento do que o registado em Dezembro<br />
de 2009, o que traduz também a capacidade<br />
de <strong>Portugal</strong> reter e consolidar os<br />
investimentos instalados.
ENTREVISTA<br />
Ângelo Correia<br />
CARBONO E RENOVÁVEIS<br />
SÃO MOTORES FUNDAMENTAIS<br />
DE CRESCIMENTO ECONÓMICO<br />
Gestor, político, engenheiro e bom comunicador, Ângelo Correia é uma das<br />
vozes que tem liderado e dinamizado o mercado do carbono e das energias<br />
renováveis em <strong>Portugal</strong>, promovendo o debate útil, esclarecido e transversal<br />
a todo o sector energético. Como presidente do Conselho de Administração<br />
da Fomentinvest, grupo criado pela Fundação Ilídio Pinho para os sectores da<br />
energia, ambiente e saúde, o gestor pretende que, em termos estratégicos,<br />
o sector do ambiente venha a tornar-se uma das áreas de negócio mais<br />
importantes do país, tanto mais que todos os indicadores apontam no mesmo<br />
sentido: o carbono e as energias renováveis vão continuar a ser um dos<br />
principais motores de crescimento económico mundial.<br />
12 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global
Como definiria o mercado do carbono, não só na sua<br />
relação com o desenvolvimento limpo e sustentável,<br />
mas como mercado propriamente dito? Quando teve<br />
este mercado início e porquê?<br />
O mercado de carbono surgiu exactamente como uma das<br />
várias ferramentas para atingir um desenvolvimento limpo<br />
e sustentável. Quando em 1997 foi assinado o Protocolo<br />
de Quioto, definindo metas de redução de emissões para<br />
os países desenvolvidos, o mercado de carbono surgiu<br />
como uma das principais respostas para que essa redução<br />
se fizesse de uma forma eficiente e eficaz. De notar que<br />
o mecanismo de mercado foi então proposto pelos norteamericanos<br />
que, em 2005, acabaram por não ratificar este<br />
tratado internacional. O mercado de carbono é hoje, no<br />
entanto, um mercado global, onde participam não só os<br />
países através dos seus fundos soberanos, mas também um<br />
largo número de empresas industriais e diversos investidores<br />
do sector financeiro.<br />
O mercado global de carbono iniciou o ano de<br />
2010 em subida moderada. Qual o balanço que se<br />
pode fazer da vitalidade deste mercado quando se<br />
aproxima o final do ano?<br />
O volume de transacções no mercado primário e secundário<br />
de carbono, incluindo operações à vista, forwards, repos,<br />
futuros, swaps e opções superou em 2009 os 100 mil milhões<br />
de euros demonstrando que este já é um mercado<br />
maduro, com elevada liquidez e altamente sofisticado. Não<br />
são ainda conhecidos os valores globais de 2010 mas dados<br />
preliminares apontam para a manutenção desta forte vitalidade<br />
do mercado.<br />
A crise económica e financeira afectou de alguma<br />
forma a actividade e o dinamismo do mercado<br />
global de carbono e a estratégia do desenvolvimento<br />
sustentável no país? De que forma uma eventual<br />
recessão económica mundial poderá afectar as<br />
políticas relacionadas com as emissões de gases de<br />
efeito de estufa?<br />
A crise económica de 2007/2008 teve origem na transacção<br />
de produtos financeiros exóticos e de risco incompreensível<br />
reconhecidamente com pouca aderência à economia real.<br />
Quando os investidores financeiros procuraram novas aplicações<br />
para os seus recursos, os sectores da Energia e Ambiente<br />
em geral e o tema do carbono em particular, saíram<br />
claramente beneficiados, verificando-se nestes anos de crise<br />
um forte dinamismo deste mercado.<br />
Por outro lado, exactamente pela crise económica assistimos<br />
na maioria dos países desenvolvidos a uma redução<br />
drástica da produção industrial e deste ponto de vista houve<br />
um contributo positivo inesperado para a redução de emissões<br />
a nível global.<br />
Como se comporta <strong>Portugal</strong> nesta matéria?<br />
No caso português, e também em resultado da forte desaceleração<br />
económica e em particular da dramática quebra<br />
da produção industrial, verificou-se também uma forte que-<br />
ENTREVISTA<br />
bra das emissões de carbono em <strong>Portugal</strong>. Este facto, irá,<br />
no entanto, permitir ao Estado português e às empresas<br />
industriais, cumprirem com menos recursos financeiros as<br />
metas estabelecidas no âmbito do Protocolo de Quioto e<br />
do Comércio Europeu de Licenças de Emissão. Além disso,<br />
e em virtude da recente subida das taxas de juro da dívida<br />
portuguesa, muitos projectos de investimento em redução<br />
de emissões e em energias renováveis tornaram-se agora<br />
inviáveis, e este facto, sim, poderá agravar o problema para<br />
cumprimento das metas definidas pela UE para o período<br />
de 2012-2020.<br />
Qual a importância de a União Europeia manter a<br />
sua liderança mundial à medida que o mundo vire<br />
em direcção a uma economia de baixo carbono? A<br />
eficiência energética, as renováveis e as medidas<br />
benéficas para o ambiente são compatíveis com o<br />
crescimento empresarial e a competitividade europeia?<br />
Em Dezembro de 2008, a União Europeia adoptou uma<br />
política integrada em matéria de energia e alterações climáticas<br />
que incluiu objectivos ambiciosos a realizar até<br />
2020. Com isso esperava-se assegurar um futuro sustentável<br />
para a Europa, transformando-a numa economia de<br />
baixo carbono e eficiente em termos energéticos. Como<br />
têm repetido várias vozes, incluindo a comissária europeia<br />
“O mercado de carbono é hoje um mercado<br />
global, em que participam não só os países<br />
através dos seus fundos soberanos mas também<br />
um largo número de empresas industriais e<br />
diversos investidores do sector financeiro. “<br />
para as alterações climáticas, só se conseguirão resultados<br />
positivos na Conferência das Partes no México se a União<br />
Europeia falar a uma só voz. O ano passado, em Copenhaga,<br />
houve divisões entre os países europeus e a União<br />
Europeia de certa forma perdeu a liderança. Mas o acordo<br />
que saiu de Copenhaga, promovido pelos EUA, China, Índia,<br />
Brasil e África do Sul foi demasiado frágil e vago para<br />
as expectativas que se criaram. Assim, a União Europeia<br />
tem o caminho aberto para que nesta COP assuma mais<br />
uma vez a liderança no combate às alterações climáticas.<br />
Os resultados dependem muito da vontade política dos<br />
países participantes. Todas as medidas em prol do ambiente<br />
são compatíveis com o crescimento empresarial e a<br />
competitividade europeia.<br />
Quais os impactos dessas medidas na economia<br />
e no emprego?<br />
A União Europeia, no pacote clima-energia, prevê a criação<br />
de aproximadamente um milhão de empregos na indústria<br />
europeia de energias renováveis até 2020 e uma<br />
vantagem competitiva graças a uma inovação significativa<br />
no sector da energia na Europa e mais postos de traba-<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 13
ENTREVISTA<br />
lho nas indústrias relacionadas com o ambiente. Para além<br />
disso, uma acção conjunta pode maximizar a eficácia das<br />
medidas adoptadas e criar economias de escala para reduzir<br />
o custo das medidas e assegurar a não perturbação do<br />
mercado europeu.<br />
A estratégia europeia em matéria de alterações climáticas<br />
e energia ajudará a criar novas empresas e oportunidades<br />
de investigação. Em conjunto, os 27 países da UE podem<br />
influenciar muito mais a luta mundial contra as alterações<br />
climáticas do que actuando separadamente.<br />
Actualmente existe a ideia, mesmo no estrangeiro, de<br />
que nos últimos anos se terá criado em <strong>Portugal</strong> um<br />
ambiente favorável ao desenvolvimento de projectos<br />
consistente nas áreas do ambiente e das energias<br />
renováveis. Justifica-se esta percepção?<br />
<strong>Portugal</strong> tem um enorme potencial que pode e deve ser<br />
explorado, não só com o objectivo de reduzir a dependência<br />
energética do exterior mas também do ponto de vista<br />
ambiental. Uma rede hidrográfica densa, uma elevada exposição<br />
solar média e uma vasta frente marítima são vantagens<br />
que permitem aproveitar o potencial energético da<br />
água, luz, das ondas e do vento. É um facto que <strong>Portugal</strong><br />
nos últimos anos tem tido uma posição de destaque no<br />
desenvolvimento deste tipo de projectos, mas actualmen-<br />
“Os temas da energia e ambiente serão já<br />
durante esta década os principais motores<br />
de crescimento económico e de criação de<br />
emprego, daí a forte aposta da Fomentinvest<br />
nestes sectores.”<br />
te as condições favoráveis de investimento estão a mudar<br />
dramaticamente. A forte subida dos custos de financiamento,<br />
em resultado de uma subida sem precedentes das<br />
taxas de juro, e os cortes já anunciados na subsidiação das<br />
tarifas eléctricas de origem renovável, nomeadamente a<br />
eólica e fotovoltaica, estão tornar economicamente inviáveis<br />
muitos deste novos projectos. Aliás, em Novembro<br />
o presidente da Associação Portuguesa das Energias Renováveis,<br />
António Sá da Costa, referiu que provavelmente<br />
as necessidades de financiamento de projectos na área de<br />
energia em <strong>Portugal</strong> no próximo ano poderão ultrapassar<br />
os 1,5 mil milhões de euros, repartidos pelos sectores eólico,<br />
solar e de biomassa.<br />
Que medidas deveriam ser tomadas no curto e<br />
médio prazo, por parte das políticas governamentais<br />
portuguesas, para potenciar o mercado do carbono<br />
e o desenvolvimento sustentável? É mais fácil dar<br />
sequência a projectos de investimento nestas áreas<br />
em <strong>Portugal</strong> ou noutros países?<br />
Nada que <strong>Portugal</strong> possa fazer isoladamente pode potenciar<br />
ou não o mercado de carbono. As decisões são toma-<br />
14 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
das pelo menos a nível europeu, sendo que muitas são,<br />
como referido, tomadas em sede de Nações Unidas (as<br />
COP). No que se refere aos projectos de investimentos, eles<br />
só podiam ser potenciados com um menor nível das taxas<br />
“A União Europeia, no pacote clima-energia,<br />
prevê a criação de aproximadamente um<br />
milhão de empregos na indústria europeia de<br />
energias renováveis até 2020 e uma vantagem<br />
competitiva graças a uma inovação significativa<br />
no sector da energia na Europa.”<br />
de juro e com uma política agressiva de tarifas para a energia<br />
eléctrica de base renovável. Manifestamente, e na actual<br />
situação das contas públicas, pouco há a fazer no sentido<br />
de minorar estes dois efeitos nocivos ao investimento.<br />
Contudo, e sinalizando uma opção favorável nessa direcção,<br />
o Estado português deveria simplificar os requisitos
urocráticos de acesso a esses projectos, nomeadamente<br />
nas mini-hídricas e biomassa, para além de não taxar excessivamente<br />
os projectos que decorrem da implantação de<br />
unidades que utilizem as energias renováveis. Os últimos<br />
concursos que o Estado lançou apenas têm o objectivo de<br />
extrair recursos para o orçamento do Estado e não o desenvolvimento<br />
harmonioso do sector.<br />
Vê o mercado de carbono como uma solução – a solução!<br />
– verdadeiramente dinamizadora para a redução das<br />
emissões e mudança de paradigma em matéria de<br />
energia, ou são apenas estas medidas mitigatórias e de<br />
curto impacto tanto a nível global como nacional?<br />
O mercado de carbono é fundamental, mas é apenas parte<br />
da solução. Tem de ser integrado numa séria de políticas<br />
mais alargadas para que se concretize a referida mudança<br />
de paradigma energético.<br />
Como vê o futuro do mercado do carbono e qual<br />
o papel da Eficiência Energética e das Energias<br />
Renováveis no desenvolvimento limpo e sustentável?<br />
O carbono e as energias renováveis vão continuar a ser um<br />
dos principais motores de crescimento económico. Segun-<br />
ENTREVISTA<br />
do o relatório “RE-Thinking 2050” do European Renewable<br />
Energy Council, uma Europa 100 por cento renovável significa<br />
uma poupança estimada em mais de um trilião de<br />
euros em 2050 e uma redução de 30 por cento de emissões<br />
de CO2, por ano, em 2020 e de cerca de 50 por cento em<br />
2030. A nível social, uma alteração desta magnitude teria<br />
um impacto muito significativo no emprego.<br />
As alterações climáticas têm uma probabilidade elevada<br />
de se virem a agravar durante o século XXI e terão impactos<br />
negativos sobre os sistemas naturais e sociais. Evitar<br />
esta situação obriga a encontrar formas de desligar o<br />
crescimento da economia da utilização de combustíveis<br />
fósseis, em particular do carvão. As energias renováveis<br />
serão sempre a melhor oportunidade para um desenvolvimento<br />
sustentável.<br />
O mercado global do carbono e das renováveis é ainda<br />
futuro ou já se tornou uma realidade incontornável?<br />
É sem dúvida uma realidade incontornável. Os temas da<br />
energia e ambiente serão já durante esta década os principais<br />
motores de crescimento económico e de criação de emprego,<br />
daí a forte aposta da Fomentinvest nestes sectores.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 15
ENTREVISTA<br />
É presidente da Fomentinvest. Porque é que esta<br />
empresa está a concentrar-se apenas em três sectores:<br />
ambiente, energia (eficiência energética e renováveis)<br />
e um terceiro que é o mercado do carbono, e ainda<br />
a sustentabilidade e gestão de fundos adequados a<br />
essas áreas? Considera serem estas áreas as melhores<br />
apostas de investimento com futuro? Quais os<br />
projectos da empresa em matéria de renováveis?<br />
Cada empresa escolhe os sectores onde possa desenvolver<br />
o seu potencial e exercer a sua vocação. A Fomentinvest<br />
“O mercado de carbono é fundamental,<br />
mas é apenas parte da solução, pois tem de<br />
ser integrado numa séria de políticas mais<br />
alargadas para que se concretize a mudança de<br />
paradigma energético.”<br />
nasce da intersecção dos interesses de várias entidades, no-<br />
meadamente financeiras e Fundações, com o objectivo de<br />
Biografia breve<br />
José Ângelo Ferreira Correia nasceu em<br />
Almada, em 1945. É administrador de<br />
empresas e político. Apesar de se ter<br />
formado em Engenharia Química, no<br />
Instituto Superior Técnico (em 1968), a<br />
nível profissional trabalhou quase sempre<br />
na área de gestão, tendo um curso<br />
superior de Administração de Empresas,<br />
que concluiu posteriormente.<br />
Como administrador esteve à frente<br />
de empresas como a VMPS – Vidago,<br />
Melgaço e Pedras Salgadas, Lisboagás,<br />
Portgás, Phillips Portuguesa, Tertir, Cipol,<br />
Turistrela, Figueira Paraindustria,<br />
GDP Distribuição, All2it, Burgo Fundiários,<br />
Pavilis, Drink-In, Transinsular, Totta<br />
Urbe e Solidal.<br />
Actualmente é presidente dos Conselhos<br />
de Administração do Grupo Fomentinvest<br />
e da Lusitaniagás, presidente da<br />
Câmara de Comércio e Industria Árabe<br />
Portuguesa e Cônsul Honorário do Reino<br />
Hashemita da Jordânia em <strong>Portugal</strong>.<br />
No plano político foi membro da SE-<br />
DES, participou na criação do Partido<br />
Popular Democrático, em Maio de<br />
1974, tendo integrado os seus órgãos<br />
16 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
dirigentes. Foi deputado à Assembleia<br />
Constituinte (1975-1976) e à Assembleia<br />
da República (1976-1995), onde<br />
presidiu às Comissões Parlamentares<br />
de Defesa Nacional (1978-1981 e<br />
1983-1985), Assuntos Europeus (1987-<br />
1989), Poder Local, Regiões e Ambiente<br />
(1989-1993) e Economia, Finanças e<br />
Plano (1981-1983). Foi também presi-<br />
conhecer melhor o sector das energias renováveis. Desse<br />
modo funcionamos não só como promotor de projectos<br />
nessas áreas, como também como um “relativo” centro de<br />
conhecimento transmissível aos nossos accionistas.<br />
O sector do ambiente representa uma hipótese de trabalho<br />
em países emergentes, pelo que sem um “brand” adequado<br />
e experiência visível em <strong>Portugal</strong> não teríamos condições<br />
de migração para outros espaços.<br />
Relativamente ao mercado de carbono quisemos ser pioneiros<br />
em <strong>Portugal</strong> e conseguimo-lo quando quase ninguém<br />
apostava nele. Participámos no crescimento e qualificação<br />
da Ecoprogresso, fundámos uma sociedade gestora<br />
de Fundos – MCO2 – e dinamizámos a criação do<br />
único fundo privado de carbono em <strong>Portugal</strong> designado<br />
por Luso Carbon Fund, e constituímos a trading mais relevante<br />
nesse domínio.<br />
Cumprimos, por isso, a nossa missão de pioneirismo e inovação<br />
empresarial.<br />
dente da Delegação Parlamentar Portuguesa<br />
à Assembleia Parlamentar da<br />
OTAN (1979-1981 e 1985-1995). Foi<br />
Ministro da Administração Interna, no<br />
VIII Governo Constitucional, da Aliança<br />
Democrática. Como político, tornou-se<br />
um dos elementos históricos do Partido<br />
Social Democrata e uma das suas vozes<br />
mais respeitadas.
Um milhão de empresas<br />
já conta com a nossa energia.<br />
O 3.º maior grupo financeiro ibérico<br />
O 1.º na vida da sua empresa<br />
www.pmepower.com<br />
Agora, é a sua vez.
NOTÍCIAS<br />
Conferência debate exportações<br />
A AICEP, em parceria com o Jornal<br />
de Negócios, organizou, no dia 14 de<br />
Dezembro, a “Conferência <strong>Portugal</strong><br />
<strong>Global</strong> – Empresas Exportadoras”. O<br />
evento destacou que, embora os tempos<br />
sejam difíceis, nem tudo são más<br />
notícias neste momento de importantes<br />
desafios conjunturais, em que as<br />
marcas e empresas portuguesas com<br />
AICEP celebra protocolo de colaboração com SDM<br />
A AICEP e a SDM - Sociedade de Desenvolvimento<br />
da Madeira celebraram<br />
um Protocolo de colaboração que irá<br />
potenciar e optimizar a prestação de<br />
serviços coordenados às empresas,<br />
com o objectivo de criar condições favoráveis<br />
ao investimento estruturante<br />
e à internacionalização da economia,<br />
através de propostas específicas a executar<br />
nos termos e condições a acordar<br />
pelas partes caso a caso.<br />
Ao abrigo do protocolo estão previstas<br />
acções como a capacitação empresarial<br />
e de informação, captação de projectos<br />
de investimento, nomeadamente o<br />
investimento directo estrangeiro estruturante,<br />
bem como o apoio e acompanhamento<br />
destes e doutros projectos<br />
relevantes de investimento.<br />
O incremento das exportações e da internacionalização<br />
das empresas portuguesas,<br />
o desenvolvimento da cooperação<br />
económica externa e regional, a<br />
18 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
vocação exportadora desempenham<br />
um papel fundamental no turnaround<br />
da economia portuguesa.<br />
As exportações nacionais cresceram 15<br />
por cento até Outubro, face a Janeiro/<br />
Outubro de 2009, e o défice comercial<br />
reduziu-se em 600 milhões de euros.<br />
Segundo Basílio Horta, presidente da<br />
AICEP, que deu início à conferência<br />
capacitação técnica dos recursos humanos,<br />
assim como outras acções que<br />
contribuam para a modernização e diversificação<br />
da economia madeirense,<br />
bem como para o aumento da competitividade<br />
da economia portuguesa,<br />
estão igualmente enquadradas.<br />
Fundada em 1984, a SDM é uma entidade<br />
que tem como objecto o fomento<br />
e que realçou o papel da Agência na<br />
captação de investimento, no apoio<br />
à internacionalização e à exportação<br />
das empresas portuguesas, é particularmente<br />
“importante falar para quem<br />
exporta e arrisca, e que tem um papel<br />
decisivo como motor do desenvolvimento<br />
da economia portuguesa”.<br />
Por seu lado, o ministro da Economia,<br />
José Vieira da Silva, enfatizou na sua<br />
intervenção, o papel crucial de “uma<br />
internacionalização ganhadora num<br />
contexto de mudança internacional e<br />
do próprio perfil das exportações, que<br />
exige cada vez mais qualidade, inovação<br />
e intensidade tecnológica”.<br />
Augusto Mateus, economista, e Pedro<br />
Bidarra, Chief Creative Officer da<br />
BBDO, foram igualmente oradores na<br />
Conferência, que realçou e promoveu<br />
o exemplo dos case studies de empresas<br />
e marcas portuguesas de sucesso e<br />
com experiência consolidada nos mercados,<br />
com sejam a CGD, a Bial, a Fly<br />
London, a Sovena, a SIBS International,<br />
a Novabase e a Skysoft. As conclusões<br />
finais da conferência foram publicadas<br />
no Jornal de Negócios.<br />
e acompanhamento da actividade em-<br />
presarial na Região Autónoma da Ma-<br />
deira. Com este entendimento, tanto a<br />
AICEP como a SDM pretendem divul-<br />
gar externamente a imagem da Madei-<br />
ra enquanto pólo empresarial e criar<br />
condições favoráveis para a localização<br />
de empresas estrangeiras.
Linhas de crédito<br />
para a indústria de moldes<br />
Um protocolo estabelecido entre a<br />
Associação Nacional da Indústria de<br />
Moldes e o Ministério da Economia,<br />
da Inovação e do Desenvolvimento vai<br />
permitir às empresas de moldes, que<br />
exportam mais de 95 por cento da sua<br />
produção, utilizar cerca de 225 milhões<br />
de euros para apoio às exportações,<br />
que ficam disponíveis através de duas<br />
linhas de crédito dedicadas ao sector.<br />
As linhas de crédito visam, por um<br />
lado, apoiar empresas exportadoras,<br />
para produtos com longos períodos<br />
Oportunidades na Guiné Equatorial<br />
No âmbito da visita a <strong>Portugal</strong> do ministro<br />
dos Assuntos Exteriores, Cooperação<br />
Internacional e Francofonia da<br />
Guiné Equatorial, Pastor Micha Ondo<br />
Bile, que veio acompanhado de uma<br />
delegação empresarial, teve lugar nas<br />
instalações da AICEP, no passado dia 7<br />
de Dezembro, um Encontro que contou<br />
com a presença de 45 responsáveis<br />
de empresas, da banca, associações e<br />
outras entidades portuguesas.<br />
Em foco estiveram as oportunidades de<br />
investimento e o desenvolvimento do<br />
de fabricação, ao qual será afecta uma<br />
linha de crédito com garantia mútua,<br />
no valor de 75 milhões de euros. Por<br />
outro lado, a linha de seguro de crédito<br />
à exportação de médio prazo, no valor<br />
de 150 milhões de euros, destina-se<br />
especificamente a empresas exportadoras<br />
com longos ciclos de fabricação<br />
e facturação, para países dentro e fora<br />
da OCDE.<br />
As exportações da indústria de moldes<br />
representam um valor anual superior a<br />
400 milhões de euros.<br />
relacionamento comercial entre <strong>Portugal</strong><br />
e a Guiné Equatorial. Na ocasião,<br />
o ministro da Guiné Equatorial afirmou<br />
haver grande abertura à presença de<br />
empresas portuguesas no seu país e<br />
anunciou que em breve será aberta<br />
uma Embaixada em <strong>Portugal</strong>.<br />
A Guiné Equatorial ocupa uma posição<br />
modesta enquanto cliente de <strong>Portugal</strong>,<br />
sendo a balança comercial entre os dois<br />
países tradicionalmente desfavorável a<br />
<strong>Portugal</strong>, devido ao peso do petróleo nas<br />
importações nacionais daquele mercado.<br />
Parceria com a<br />
Câmara Municipal<br />
de Loures<br />
NOTÍCIAS<br />
A AICEP e a Câmara Municipal de Loures<br />
assinaram, no dia 7 de Dezembro, um<br />
protocolo de cooperação que tem por<br />
objectivo o desenvolvimento de estratégias<br />
de internacionalização e a criação<br />
de condições favoráveis ao investimento<br />
directo estruturante naquele concelho.<br />
A AICEP e aquela autarquia partilham<br />
do entendimento de que o concelho de<br />
Loures, inserido na Área Metropolitana<br />
de Lisboa, oferece condições privilegiadas<br />
para se tornar numa região receptora<br />
de investimento directo, atendendo<br />
à sua localização estratégica, infraestruturas<br />
e espaços disponíveis.<br />
O protocolo estabelece a cooperação<br />
activa entre as entidades envolvidas<br />
através da partilha de informações, tendo<br />
em vista a internacionalização das<br />
empresas sedeadas no concelho e contribuir<br />
para o aumento da atractividade<br />
do mesmo em termos de captação de<br />
investimentos e participação da CML<br />
no Consórcio/Plataforma do Conhecimento,<br />
estabelecido entre a AICEP,<br />
empresas e universidades, associações<br />
e câmaras de comércio bilaterais, como<br />
espaço de articulação entre agentes e<br />
sectores directa ou indirectamente ligados<br />
ao processo de internacionalização<br />
e à expansão de novos mercados.<br />
De acordo com o protocolo, o concelho<br />
de Loures tem capacidade de operar com<br />
as estruturas económicas, sociais, culturais<br />
e políticas, ou seja, tem, capacidade<br />
de promover um partenariado com todos<br />
os agentes. Por outro lado, a CML<br />
procura envolver outras entidades que<br />
possam contribuir para promover o concelho<br />
junto de empresas e agentes económicos<br />
e a AICEP tem como missão aumentar<br />
a competitividade e notoriedade<br />
internacional de <strong>Portugal</strong>, através da dinamização<br />
de investimento estruturante<br />
e da internacionalização das empresas.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 19
EMPRESAS<br />
INDASA<br />
LIXAS RHINO CHEGAM A 90 MERCADOS<br />
Cerca de 90 por cento dos abrasivos flexíveis (lixas) – marca RHINO – produzidos<br />
na Indasa são exportados um pouco para todo o mundo. Um exemplar sucesso<br />
de internacionalização de uma marca portuguesa conseguido num mercado global<br />
de enorme competitividade.<br />
Aquilo que é vulgarmente conhecido por<br />
lixas, designação popular para abrasivos<br />
flexíveis, tem em <strong>Portugal</strong> uma grande<br />
especialista na matéria. Trata-se da Indasa,<br />
sedeada em Aveiro, que desde 1979<br />
se dedica à sua produção, especialmente<br />
para o segmento da repintura automóvel<br />
embora também, em menor escala,<br />
para a indústria das madeiras, materiais<br />
compósitos, metais, cerâmica, curtumes<br />
e construção civil.<br />
A Indasa é mesmo a única unidade produtiva<br />
da Península Ibérica e desenganem-se<br />
aqueles que, sugestionados pela palavra<br />
“lixa”, forem levados a menosprezar este<br />
sector de produção. Estão redondamente<br />
enganados: além de muito fechado a nível<br />
mundial, é de capital intensivo e onde<br />
20 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
o know-how se assume como o input<br />
tecnológico mais importante.<br />
Basta ter em atenção os nomes dos<br />
grandes concorrentes da Indasa à escala<br />
planetária. A 3M e a Norton (EUA), a<br />
SIA (Suíça) e a Mirka (Finlândia), todas<br />
elas empresas altamente racionalizadas<br />
e eficientes que concorrem nos grandes<br />
mercados, não pela via do baixo<br />
preço mas pela via de produtos técnicos<br />
de elevado valor acrescentado. E<br />
que dominam, para além disso, toda<br />
a cadeia de negócio desde as questões<br />
ligadas à inovação e à distribuição, ou<br />
desde o design até à marca, factores<br />
intangíveis de competitividade e que<br />
constituem, neste sector, áreas críticas<br />
para alcançar o sucesso.<br />
É neste universo competitivo que a Indasa<br />
se movimenta. E onde, em 2009, atingiu<br />
um volume de negócios de quase 37 milhões<br />
de euros, sendo 32 milhões de vendas<br />
de produtos Indasa e cerca de cinco<br />
por cento de acessórios. Cerca de 24 milhões<br />
foram vendas realizadas através das<br />
filiais do grupo (<strong>Portugal</strong>, Espanha, França,<br />
Alemanha, Reino Unido, Polónia, Brasil<br />
e EUA) – cerca de 78 por cento das vendas<br />
totais – e o restante através de vendas em<br />
mercados sem filiais. A filial com maior<br />
peso foi a dos EUA com quase 20 por cento,<br />
seguindo-se <strong>Portugal</strong> e Reino Unido<br />
com um pouco mais e um pouco menos<br />
de dez por cento, respectivamente.<br />
Aliás, a importância das filiais é vital<br />
em todo o processo de afirmação da
Indasa no mundo dos negócios. A sua<br />
estratégia de internacionalização foi<br />
consolidada através da criação de uma<br />
rede comercial própria, sendo as filiais<br />
geridas por quadros locais, conhecedores<br />
dos meandros do sector e do<br />
mercado. O ponto de partida deu-se<br />
em 1988, com a criação da filial espanhola,<br />
seguindo-se o Reino Unido e<br />
a França, a Alemanha, o Brasil e, em<br />
1999, a Polónia e o Estados Unidos.<br />
Para além dos mercados com estruturas<br />
próprias, a Indasa está presente<br />
com os seus produtos em 90 países e<br />
em todos os continentes.<br />
Dada a reduzida dimensão do mercado<br />
português, a internacionalização<br />
foi o suporte da viabilização da Indasa<br />
e marcou desde o início a actividade<br />
da empresa, a par de uma política de<br />
investimento em investigação, desenvolvimento<br />
e qualidade, onde avultam<br />
as parcerias com instituições universitárias,<br />
nomeadamente a Universidade de<br />
Aveiro, o que permite fabricar produtos<br />
técnicos de valor acrescentado cada vez<br />
mais elevado. Resultado: os produtos<br />
Indasa foram testados e aprovados por<br />
muitas das marcas de automóveis mais<br />
reconhecidas a nível mundial, como a<br />
Toyota Motor Europe, que nomeou,<br />
em 2008, o grupo Indasa como um<br />
dos seus parceiros preferenciais para as<br />
suas oficinas de reparação pós-venda.<br />
O futuro na Indasa é encarado a longo<br />
prazo e também com muita segurança.<br />
No período entre 2011 e 2017, face<br />
à forte concorrência mundial e às exigências<br />
dos vários mercados, a empresa<br />
espera investir cerca de 20 milhões<br />
de euros para continuar na vanguarda<br />
com cada vez maior capacidade tecnológica.<br />
A KPMG, o Instituto Superior<br />
Técnico e a Universidade de Aveiro colaboraram<br />
no diagnóstico efectuado<br />
para este investimento.<br />
Indasa – Indústria<br />
de Abrasivos, SA<br />
P.O. Box 3005<br />
3801-903 Aveiro<br />
Tel.: +351 234 303 600<br />
indasa@indasa.pt<br />
www.indasa.pt<br />
PORTUGAL NO “TOP TEN”<br />
DA NOKIA SIEMENS<br />
NETWOKS<br />
<strong>Portugal</strong> é um dos 150 países em todo<br />
o mundo em que a Nokia Siemens<br />
Networks (NSN) está presente. Tratase<br />
de uma empresa líder no mercado<br />
global de serviços de comunicações<br />
que no nosso país dá emprego a cerca<br />
de 1.800 engenheiros. O Technology<br />
Center na área de I&D, que abrange<br />
EMPRESAS<br />
A Nokia Siemens Networks <strong>Portugal</strong> é um pólo de<br />
inovação para a indústria das comunicações, exportando<br />
soluções e conhecimento para todo o mundo. Os seus<br />
dois centros, para actividades de I&D e fornecimento de<br />
serviços de engenharia e operações de rede, são globais<br />
e considerados estratégicos pela empresa, sendo o <strong>Global</strong><br />
Network Solutions Center, localizado em Lisboa, único na<br />
Europa e um dos dois a nível mundial.<br />
quatro laboratórios globais, e o <strong>Global</strong><br />
Network Solutions Center, na área dos<br />
serviços, fazem mesmo de <strong>Portugal</strong> um<br />
dos dez países com maior dimensão de<br />
entre as apostas da NSN.<br />
A reputação adquirida por <strong>Portugal</strong> ao<br />
nível da inovação, da produtividade e<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 21
EMPRESAS<br />
da qualidade está na base da decisão<br />
de apostar em <strong>Portugal</strong>. Factores como<br />
a qualidade dos recursos humanos e das<br />
universidades portuguesas, a flexibilidade<br />
dos engenheiros, a cultura multifacetada<br />
e a apetência para falar vários<br />
idiomas enquadram-se na política global<br />
da empresa e concorrem para o reforço<br />
contínuo das áreas de I&D e, mais recentemente,<br />
das áreas de serviços globais.<br />
“Factores como a qualidade<br />
dos recursos humanos e das<br />
universidades portuguesas, a<br />
flexibilidade dos engenheiros,<br />
a cultura multifacetada e<br />
a apetência para falar vários<br />
idiomas enquadram-se na<br />
política global da empresa<br />
e concorrem para o reforço<br />
contínuo das áreas de I&D e,<br />
mais recentemente, das áreas<br />
de serviços globais.”<br />
Uma das facetas da presença da NSN em<br />
<strong>Portugal</strong> é o papel activo que tem desempenhado<br />
na dinamização e cooperação<br />
entre o mundo universitário e empresarial.<br />
Uma das linhas estratégicas da<br />
empresa foi sempre encurtar distâncias<br />
com o mundo académico; em <strong>Portugal</strong>,<br />
a NSN começou por estabelecer protocolos<br />
com as principais universidades,<br />
quer concedendo bolsas de formação<br />
avançada a estudantes, quer abrindolhes<br />
as portas dos centros de inovação<br />
mundiais, para que eles desenvolvessem<br />
as suas teses tendo acesso à mais moderna<br />
tecnologia e num ambiente empresarial.<br />
O Pólo de Inovação de Aveiro,<br />
em colaboração com a universidade local,<br />
é um exemplo desse compromisso e,<br />
segundo dados do Ministério da Ciência,<br />
Tecnologia e Ensino Superior, relativos a<br />
2008, a NSN <strong>Portugal</strong> ocupou o sétimo<br />
lugar no ranking das empresas com mais<br />
despesa em actividades de I&D e liderou<br />
em número de investigadores.<br />
Outra das grandes linhas estratégicas da<br />
empresa é a garantia de sustentabilidade<br />
e também a demonstração do impacto<br />
que a indústria das telecomunicações<br />
pode ter noutros sectores. No terreno, o<br />
22 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
envolvimento da NSN no programa WWF<br />
Climate Savers, compromete a empresa<br />
a desenvolver um conjunto de actividades<br />
que permitem a redução anual de<br />
emissões de CO2. Outro dos grandes<br />
compromissos assumidos é melhorar a<br />
eficiência energética em cerca de 40 por<br />
cento até 2012. A sua estação base Flexi<br />
tem o consumo de energia mais baixo do<br />
mercado e foi reconhecida com o Prémio<br />
de Melhor Avanço em Tecnologia de<br />
Rede nos GSMA <strong>Global</strong> Mobile Awards e<br />
o de Maior Inovação em Redes Ecológicas<br />
nos CTIA Awards. Mais recentemente, a<br />
Juniper Research`s atribuiu o Gold Award<br />
na categoria de Infra-estrutura Ecológica.<br />
Neste momento, a NSN tem mais de 390<br />
escritórios em 25 países que funcionam<br />
com energia renovada e, em 2011, esse<br />
tipo de energia será a fonte de alimentação<br />
preferencial para cada estação base<br />
remota que a empresa instalar.<br />
Pode afirmar-se que o futuro das telecomunicações<br />
em <strong>Portugal</strong> está ser moldado<br />
pela NSN. A sua liderança no mercado<br />
das redes móveis, fixas e de serviços, e<br />
sendo um fornecedor de referência nesses<br />
domínios para os maiores operadores<br />
de serviços de comunicações nacionais,<br />
já é um dado irrefutável. Mas, para além<br />
disso, a sua importância ainda é reforçada<br />
pelo papel que tem desempenhado<br />
no processo de digitalização da rede fixa<br />
e roll-out das redes móveis em <strong>Portugal</strong>,<br />
introdução do 3G, redes de banda larga<br />
e, mais recentemente, na implementação<br />
de redes de nova geração. E posiciona-se<br />
activamente como fornecedor de soluções<br />
convergentes, onde a fronteira entre<br />
telecomunicações, media e tecnologias<br />
de informação se esbate cada vez mais,<br />
o que a torna também um importante<br />
player na área de IT.<br />
As actividades em <strong>Portugal</strong> concentram-se<br />
nos escritórios de Alfragide,<br />
Oeiras e Aveiro cobrindo uma área total<br />
de 30.000 metros quadrados.<br />
Nokia Siemens<br />
Networks <strong>Portugal</strong>, SA<br />
Rua Irmãos Siemens, 1<br />
2720-093 Amadora<br />
Tel.: +351 210 444 284<br />
susana.araujo@nsn.com<br />
www.nokiasiemensnetworks.com<br />
HELIFLEX<br />
NASCIDA PARA<br />
EXPORTAR<br />
Embora tenha nascido há<br />
mais de quatro décadas,<br />
a Heliflex só é 100 por<br />
cento portuguesa desde<br />
2007. Uma especialista<br />
na transformação de<br />
polímeros que herdou a<br />
sua vocação internacional<br />
do grupo multinacional a<br />
que pertenceu.<br />
A Heliflex nasceu para estar nos mercados.<br />
Na vida da empresa há claramente<br />
um antes e um depois, marcados pela<br />
cultura internacional e unidos pela<br />
competência na área da transformação<br />
de polímeros. O antes são os primeiros<br />
37 anos de vida, pertencendo a um<br />
grupo multinacional, o depois, é o período<br />
que decorre de 1997 até hoje, já<br />
com capital 100 por cento português.<br />
“Os primeiros negócios<br />
aconteceram em Espanha e<br />
chegam actualmente a 39<br />
mercados, em quatro dos<br />
cinco continentes. As suas<br />
filiais situam-se em Angola,<br />
no Chile, em Moçambique,<br />
em Marrocos e, já em 2010, a<br />
mais recente, no Brasil.”<br />
Quando falamos de transformação de<br />
polímeros estamos a falar de extrusão<br />
de plásticos e, no caso da Heliflex, da<br />
sua grande especialidade: fabricação de<br />
tubos, mangueiras e sistemas de rega<br />
para os sectores da agricultura, jardins e<br />
casa, construção civil e obras públicas e<br />
indústria alimentar e indústria em geral.<br />
A Heliflex herdou a política de abertura<br />
a novos mercados do grupo multina-
cional a que pertenceu, assim como a<br />
aposta no crescimento continuado e na<br />
extensão do ciclo de vida dos produtos<br />
e partiu daí para relançar a sua própria<br />
estratégia. A sua internacionalização<br />
também passa pelo crescimento e expansão,<br />
pela criação de filiais com investimento<br />
misto (quer industrial quer<br />
comercial), pelas parcerias com clientes<br />
e por representantes que detêm o<br />
controlo do canal de distribuição e das<br />
especificidades do país, funcionando<br />
como comissionistas (como por exem-<br />
plo nos países de Leste). Aposta também<br />
na especialização em produtos<br />
técnicos, inexistentes no mercado português,<br />
e tem sempre presente a pequenez<br />
do mercado interno, uma das<br />
razões, afinal, de toda estratégia para<br />
o mercado internacional global. Os primeiros<br />
negócios aconteceram em Espanha<br />
e chegam actualmente a 39 mercados,<br />
em quatro dos cinco continentes.<br />
As suas filiais situam-se em Angola, no<br />
Chile, em Moçambique, em Marrocos<br />
e, já em 2010, a mais recente, no Brasil.<br />
Heliflex – Tubos<br />
e mangueiras, SA<br />
Zona Industrial da Mota<br />
Apartado 525<br />
3834-525 Gafanha da Encarnação<br />
Tel.: +351 234 329 020<br />
heliflex@heliflex.pt<br />
www.heliflex.pt<br />
EMPRESAS<br />
Cerca de metade da produção da Heliflex<br />
é vendida nos diversos mercados.<br />
Segundo fonte da empresa, os resultados<br />
alcançados passam muito pela certificação<br />
ISO 9001:2008, já alcançada em<br />
Dezembro de 2009: “dado o ambiente<br />
competitivo que se vive a nível internacional,<br />
o consumidor tem uma panóplia<br />
de oferta que permite uma escolha variada<br />
e criteriosa, sendo a certificação<br />
um dos factores que permite fazer a<br />
diferença, porque fornece a prova de<br />
conformidade de um produto e de uma<br />
empresa, indicando que o produto é seguro<br />
e desempenha com qualidade as<br />
funções para as quais foi criado e que<br />
a empresa se rege por condutas normalizadas<br />
de gestão”. Por outro lado,<br />
partindo de um requisito do mercado<br />
espanhol, a Heliflex também está certificada<br />
pela AENOR (Spanish Association<br />
for Standardisation and Certification).<br />
Os resultados desta aposta na qualidade<br />
já garantiram muitos produtos certificados<br />
como o heligás natural, o heligás<br />
propano, o heligás butano, o heliject<br />
si Premium, o helitherm ppr ou o<br />
helitherm blue. Ou, apenas para o mercado<br />
espanhol, o heligás butano es.<br />
Em relação à inovação, e desde 2007,<br />
a Heliflex lançou no mercado, em média,<br />
três novos produtos por ano, com<br />
dimensões diferentes o que aumenta o<br />
número de referências a produzir.<br />
Os produtos da empresa estão vocacionados<br />
para grandes armazenistas e<br />
distribuidores, bem como para o segmento<br />
das grandes superfícies especializadas<br />
em bricolage, jardim e materiais<br />
de construção, onde são disponibilizados<br />
com a marca Heliflex ou com marca<br />
própria do cliente. Dois dos grandes<br />
desafios para o futuro passam pelo<br />
aumento do volume de negócios e de<br />
mercados conquistados.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 23
MERCADOS<br />
VENEZUELA<br />
MERCADO PARA AUDAZES<br />
E PERSISTENTES<br />
País rico em recursos naturais, ainda que fortemente dependente do petróleo, a<br />
Venezuela é um mercado onde as empresas portuguesas podem encontrar boas<br />
oportunidades para o desenvolvimento de negócios, pese embora o facto de a<br />
economia se encontrar em recessão.<br />
São apostas não isentas de risco, dadas as especificidades dos sistemas financeiro,<br />
legislativo e fiscal do país, e onde a audácia e a persistência são fundamentais<br />
para o sucesso dos projectos empresariais.<br />
A comunidade portuguesa neste país, com a sua experiência e conhecimento do<br />
mercado, deve ser encarada como aliada natural das empresas portuguesas que<br />
apostem na Venezuela.<br />
Um texto de Carlos Nunes Pinto, Representante da AICEP na Venezuela.<br />
24 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global
Existe um desconhecimento das potencialidades<br />
da Venezuela, dos seus abundantes<br />
recursos naturais, da sua diversificada<br />
beleza natural, e das vastas regiões<br />
do território sem presença humana que,<br />
no dia em que o sector do turismo for<br />
considerado uma prioridade estratégica,<br />
seguramente constituirão uma agradável<br />
surpresa para muitos viajantes.<br />
Pouca gente saberá que, de acordo com<br />
dados do Economist Intelligence Unit,<br />
numa análise comparativa de alguns<br />
indicadores macroeconómicos entre os<br />
países da América Latina e Caraíbas,<br />
relativos a 2009, a Venezuela registou<br />
o terceiro maior Produto Interno Bruto<br />
(326,1 mil milhões de dólares), só superado<br />
pelo Brasil e México. Detém o segundo<br />
PIB per capita mais elevado desta<br />
região, cerca de 12.000 dólares, a seguir<br />
a Trindade e Tobago. No entanto, mais<br />
pessoas saberão que o país registou, em<br />
2009, a mais alta subida no índice de<br />
preços ao consumidor (27,1 por cento).<br />
A economia venezuelana vive um período<br />
de recessão, o seu PIB em 2009 decresceu<br />
mais de 3 por cento, e deverá<br />
ainda cair em 2010 e 2011. É um país<br />
fortemente dependente do petróleo,<br />
apesar da imensa riqueza em outros<br />
recursos naturais, e, não menos importante,<br />
prossegue a sua “revolução<br />
bolivariana” com todas as implicações<br />
associadas a este momento político.<br />
Sectores da população reclamam maior<br />
segurança pessoal, apontado como o<br />
tema que mais preocupa os venezuelanos,<br />
e maior segurança jurídica, tendo<br />
em conta o dinamismo das reformas e<br />
da própria interpretação das leis fundamentais<br />
à luz da doutrina vigente.<br />
Segundo os critérios habitualmente utilizados<br />
na avaliação de determinado<br />
ambiente de negócios, concluiríamos<br />
que se trata de um mercado com poucas<br />
potencialidades para <strong>Portugal</strong>. Mas a minha<br />
experiência enquanto representante<br />
da AICEP na Venezuela, nos últimos dois<br />
anos e alguns meses, obriga-me a reflectir<br />
um pouco mais naquela que entendo<br />
ser uma conclusão precipitada.<br />
Não se trata somente de uma avaliação<br />
pessoal do mercado. Devemos interro-<br />
gar-nos sobre os motivos da presença<br />
de grandes multinacionais na Venezuela,<br />
como são os casos da ENI, BBVA,<br />
Repsol, Telefónica, Diageo, Pepsi, Coca-Cola,<br />
Chevron, Odebrecht, Camargo<br />
Corrêa e muitas mais de diferentes<br />
partes do mundo.<br />
Porque será que a 9 de Novembro passado,<br />
dia em que o governo venezuelano<br />
anunciou a medida de expropriação<br />
de três empresas distribuidoras de produtos<br />
lácteos, as Empresas Polar (maior<br />
grupo privado venezuelano) e o grupo<br />
espanhol Leche Pascual aliaram-se para<br />
constituir a Pascual Andina C.A.? Esta<br />
nova companhia fabricará e comercializará<br />
iogurtes da marca europeia na<br />
Venezuela, numa parceria que representa<br />
um investimento de 450 milhões de<br />
bolívares (cerca de 79 milhões de euros).<br />
A resposta à pergunta anterior foi dada<br />
pelas declarações dos dirigentes da<br />
empresa espanhola: “esta es una nación<br />
de oportunidades”. Acrescento<br />
que a Venezuela é o primeiro país da<br />
América do Sul que terá os produtos<br />
da Leche Pascual e, segundo o director<br />
internacional do grupo, é provável<br />
que se converta numa plataforma para<br />
exportar para outros países da região.<br />
Outro exemplo de aposta no potencial<br />
da Venezuela, este num sector mais<br />
óbvio, são os contratos petrolíferos celebrados<br />
no passado dia 22 de Novembro<br />
entre a empresa estatal Petróleos<br />
de Venezuela S.A. (PDVSA) e a empresa<br />
italiana ENI, na ordem dos 17 mil<br />
milhões dólares, constituindo o maior<br />
projecto de investimento conjunto entre<br />
a Venezuela e Itália. A participação<br />
será de 60 por cento para a PDVSA e<br />
de 40 por cento para a ENI.<br />
Uma instituição financeira portuguesa<br />
que também não se deixa impressionar<br />
pelos condicionalismos existentes neste<br />
país é o Banco Espírito Santo. No final<br />
do primeiro trimestre de 2011 abrirá<br />
uma sucursal em Caracas, tornando-se<br />
assim no primeiro banco português a<br />
prestar serviços bancários na Venezuela.<br />
Até ao momento, os principais bancos<br />
portugueses só dispõem de escritórios<br />
de representação no país.<br />
Apesar de todas as adversidades, a Venezuela<br />
continua a proporcionar boas<br />
MERCADOS<br />
oportunidades de negócios. Os empresários<br />
da relevante comunidade portuguesa<br />
a residir neste país, nomeadamente<br />
os do sector da distribuição alimentar,<br />
com todas as dificuldades que têm de<br />
enfrentar, expandem a sua actividade.<br />
Existe hoje em dia na nossa comunidade<br />
uma percepção do bom relacionamento<br />
a nível institucional entre os dois países,<br />
que poderá simplificar o complexo<br />
processo de importação na Venezuela<br />
de produtos oriundos de <strong>Portugal</strong>. São<br />
nestas conjunturas turbulentas e arriscadas<br />
que muitos dos nossos empresários<br />
demonstram a sua capacidade de adaptação<br />
e entendimento das características<br />
locais. Simultaneamente beneficiam<br />
do receio a estes enquadramentos que<br />
caracteriza a maioria das empresas dos<br />
nossos parceiros europeus.<br />
Este mercado não é para quem actua<br />
com base no previsível, mas o contrário.<br />
O risco é elevado e deve-se ter em conta<br />
a existência de um sistema de câmbios<br />
fixos em relação ao dólar norte-americano<br />
e de restrições ao acesso a divisas que<br />
dificultam o repatriamento dos lucros e<br />
são insuficientes para proporcionar as<br />
divisas necessárias para pagar as importações<br />
de que esta economia carece.<br />
As inconstantes prioridades políticas que<br />
estão subjacentes à determinação do que<br />
se pode ou não importar (obtenção das<br />
necessárias licenças e certificados de não<br />
produção nacional); o controle de preços,<br />
regulando o Estado administrativamente<br />
os preços de um número cada vez maior<br />
de produtos…tudo isto são entraves e dificuldades<br />
que são mais ou menos entendidas<br />
pelas empresas que as vivem através<br />
de frequentes deslocações ao mercado<br />
ou com a escolha de um parceiro local.<br />
As abordagens teóricas e à distância não<br />
resultam. As normas e os procedimentos<br />
estão em constante mutação. A informação<br />
relativa às formalidades dos negócios<br />
está dispersa, é complexa e poderá<br />
prestar-se a diferentes interpretações. A<br />
Representação da AICEP em Caracas tenta<br />
mitigar estes obstáculos e barreiras à<br />
entrada auxiliando no estabelecimento<br />
de parcerias com empresários, nomeadamente<br />
da comunidade portuguesa, com<br />
experiência no terreno.<br />
Uma abordagem corajosa, com deslocações<br />
e permanência no mercado, a<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 25
MERCADOS<br />
selecção de parceiros conhecedores do<br />
sector, persistência, abertura e tolerância<br />
para aceitar outras mentalidades<br />
nos negócios poderão fazer parte dos<br />
ingredientes para se ser bem sucedido<br />
na Venezuela. Tudo isto implica custos<br />
que não deverão ser negligenciados.<br />
O esforço poderá ser recompensado<br />
pela dimensão do país, que tem cerca<br />
de 28 milhões de habitantes. A Venezuela<br />
é um país grande, com uma área<br />
total de 912.050 quilómetros quadrados,<br />
com muitas e variadas necessidades.<br />
A obtenção de uma encomenda<br />
ou de um projecto poderá facilmente<br />
representar, para uma PME portuguesa,<br />
o equivalente à facturação de um ano.<br />
Oportunidades para as<br />
empresas portuguesas<br />
Tendo em conta o que foi dito atrás e levando<br />
em consideração que a generalidade<br />
dos sectores económicos registam<br />
retracção da sua actividade, excepto as<br />
telecomunicações, julgo que, nos próximos<br />
anos, oportunidades interessantes<br />
poderão estar contidas nas seguintes<br />
áreas com espaço para crescerem:<br />
• Agro-alimentar – a Venezuela tem<br />
uma forte dependência do exterior<br />
na área alimentar numa série de produtos<br />
que poderiam ser fabricados<br />
no país. A visão oficial promove empresas<br />
mistas que incluam a transferência<br />
de tecnologia.<br />
26 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
• Hotelaria – as principais cidades<br />
como Caracas, Maracaibo, Valência,<br />
Maracay e Puerto la Cruz, carecem<br />
de unidades hoteleiras de qualidade.<br />
Neste segmento a procura tem sido<br />
maior que a oferta.<br />
• Infra-estruturas – são necessários investimentos<br />
em estradas, pontes, portos,<br />
aeroportos, caminhos-de-ferro,<br />
hospitais, escolas e habitação social.<br />
• Ambiente – é uma área que terá forçosamente<br />
de fazer o seu caminho<br />
na Venezuela. O abastecimento de<br />
água e saneamento, o tratamento de<br />
resíduos líquidos e sólidos são temas<br />
aos quais a curto prazo será dada a<br />
devida atenção.<br />
• Gaseificação de cidades – as abundantes<br />
reservas de gás natural disponíveis<br />
induzirão projectos de construção<br />
de redes de distribuição.<br />
• Novas tecnologias – sobretudo na<br />
área de desburocratização e simplificação<br />
de processos. Ainda se usa<br />
muito papel na Venezuela.<br />
Independentemente do que possa vir a<br />
suceder com o envolvimento das empresas<br />
portuguesas em novas áreas da<br />
economia venezuelana, os últimos dois<br />
anos e meio proporcionaram relações<br />
económicas bilaterais sem paralelo em<br />
anos anteriores. As estatísticas comprovam<br />
esta afirmação. Tenho registado<br />
um interesse crescente neste mercado<br />
de várias empresas portuguesas<br />
de distintos sectores, sentindo estas a<br />
necessidade de diversificar em relação<br />
aos destinos tradicionais. Mas o grande<br />
impulso nas trocas comerciais verificouse<br />
após a assinatura do Acordo Complementar<br />
ao Acordo Quadro de Cooperação<br />
entre <strong>Portugal</strong> e Venezuela em<br />
Maio de 2008, aquando da visita do<br />
Primeiro-ministro a este país.<br />
A aposta neste mercado feita pelo Governo<br />
português com as sucessivas visitas<br />
efectuadas, as empresas portuguesas<br />
que aceitaram o desafio – para muitas<br />
tratava-se de um mercado desconhecido<br />
–, a AICEP com a abertura de uma Representação<br />
neste país desde 2008, para<br />
um acompanhamento de proximidade<br />
às nossas empresas, e a Embaixada de<br />
<strong>Portugal</strong> em Caracas, altamente sensibilizada<br />
para os vários aspectos da diplomacia<br />
económica, têm desenvolvido um<br />
trabalho que, provavelmente, será mais<br />
visível no médio prazo.<br />
Do que me é possível abordar, não posso<br />
terminar este texto sem uma referência<br />
ao que se tem passado nos projectos<br />
ao abrigo do convénio bilateral:<br />
• No sector da electricidade temos<br />
uma oferta integrada de empresas<br />
portuguesas que estão a desenvolver<br />
projectos interessantes nas áreas<br />
de estudos e diagnósticos, geração e<br />
transmissão de energia.<br />
• Nas infra-estruturas, um sector que<br />
se nos depara mais complexo, acreditamos<br />
levar a bom porto as negociações<br />
em curso de obras importantes<br />
para as empresas portuguesas. São
conhecidos os projectos de construção<br />
de vivendas sociais e remodelação<br />
do porto La Guaira, para citar<br />
dois exemplos mediatizados.<br />
• No sector naval assistimos a um definitivo<br />
impulso com a recente visita<br />
do presidente Hugo Chávez aos Estaleiros<br />
Navais de Viana do Castelo. Estão<br />
encomendados dois navios para<br />
transporte de asfalto e decorrem negociações<br />
para aquisição de ferries.<br />
• Na área da logística alimentar contamos<br />
com um consórcio de empresas<br />
portuguesas especializadas em frio<br />
industrial, prestes a iniciar a instalação<br />
de PDVAL (rede de supermercados<br />
do Estado).<br />
• No sector alimentar apraz-nos registar<br />
o reconhecimento da qualidade dos<br />
produtos portugueses materializado<br />
pelos fornecimentos de massas, conservas,<br />
carne, leite em pó, azeite, etc.<br />
• Decorrem negociações para o fornecimento<br />
de medicamentos à rede<br />
hospitalar do estado venezuelano.<br />
• Temos igualmente a instalação de<br />
várias unidades industriais, para a fabricação<br />
de materiais de construção,<br />
que está a ser realizada em parceria<br />
com empresas portuguesas.<br />
• Não posso deixar de referir o bem<br />
sucedido projecto “Canaima” (Magalhães<br />
em <strong>Portugal</strong>), que além de<br />
incluir o fornecimento de computadores<br />
prevê a assistência do consórcio<br />
português na montagem de uma<br />
fábrica na Venezuela.<br />
Sou ainda de opinião que a comunidade<br />
portuguesa na Venezuela poderá oferecer<br />
o conhecimento e experiência que<br />
detém do mercado às empresas portuguesas<br />
envolvidas nos diferentes projectos<br />
acima referidos, ligação que tenho<br />
procurado promover na qualidade de<br />
Representante da AICEP no país.<br />
Representação<br />
da AICEP na Venezuela<br />
Av. Eugénio Mendoza cruce<br />
con Calle José Ángel Lamas<br />
Torre La Castellana, piso 3<br />
Urb. La Castellana<br />
Caracas<br />
VENEZUELA<br />
Tel.: +58 212 265 4539<br />
+58 212 263 8053<br />
Fax: +58 212 266 4908<br />
carlos.pinto@portugalglobal.pt<br />
Recomendações práticas<br />
para negócios na Venezuela<br />
Algumas informações/recomendações<br />
importantes no desenvolvimento dos<br />
contactos comerciais com os parceiros<br />
venezuelanos:<br />
• O contacto e conhecimento pessoal<br />
são muito importantes, aconselhando-se<br />
uma visita ao país para iniciar<br />
negociações;<br />
• O venezuelano tem por natureza um<br />
perfil optimista, não se iluda com as<br />
facilidades iniciais. Quando os obstáculos<br />
parecem já ultrapassados surgem<br />
outros que por vezes escapam<br />
aos próprios venezuelanos (devendose<br />
a certa instabilidade do quadro jurídico<br />
e regulamentar);<br />
• As negociações na Venezuela exigem<br />
persistência e paciência. Destaco<br />
igualmente o facto da noção de tempo<br />
ser distinta, ou seja, a não obtenção<br />
de uma resposta imediata poderá<br />
não significar necessariamente a falta<br />
de interesse. Em simultâneo, temos<br />
de saber insistir e esperar;<br />
• Após as reuniões deverá escrever um<br />
memorando sobre a mesma e tentar<br />
que a parte venezuelana dê o seu<br />
acordo ao que foi tratado. Evitam-se<br />
eventuais falhas de interpretação;<br />
• Não partir com demasiadas exigências<br />
ao ponto de pôr em causa a<br />
honestidade do interlocutor venezuelano.<br />
Levam a mal desconfianças<br />
exageradas;<br />
MERCADOS<br />
• Não existe o hábito de se revelarem<br />
muito nos primeiros contactos. Como<br />
exemplo, temos grupos empresariais<br />
que não dispõem de perfis ou mesmo<br />
sitio na Internet. Apesar disto, não<br />
deverão ser menosprezados quanto<br />
à sua dimensão e capacidade (igualmente<br />
válido para a comunidade empresarial<br />
luso-venezuelana);<br />
• Privilegiam a comunicação via telefone<br />
(sobretudo telemóvel) ou através<br />
de curtas mensagens. Não se espere<br />
e-mails extensos ou muito elaborados;<br />
• Ponha de parte a ideia de que o produto<br />
de qualidade baixa ou média é o<br />
que melhor se ajusta a este mercado.<br />
O venezuelano sente-se atraído pelo<br />
topo de gama;<br />
• Se negociar com o Estado preparese<br />
para lhe ser proposta uma sociedade<br />
mista. Mais do que depender<br />
dos produtos importados, as autoridades<br />
venezuelanas procuram a<br />
transferência tecnológica e estão<br />
determinados a produzir no país os<br />
bens de que necessitam;<br />
• A entrada de um produto é habitualmente<br />
sujeita a testes e licenças de<br />
elevada exigência;<br />
• O castelhano continua a ser a língua que<br />
deve eleger nas suas comunicações. É<br />
preferível o “portunhol” ao inglês.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 27
MERCADOS<br />
RELACIONAMENTO ECONÓMICO<br />
BILATERAL<br />
As relações económicas entre <strong>Portugal</strong> e a Venezuela ganharam relevo nos últimos<br />
três anos, no seguimento de uma política de estreitamento do relacionamento<br />
institucional promovida pelos governos dos dois países. Em 2009 a Venezuela foi o 26º<br />
cliente de <strong>Portugal</strong> (com uma quota de 0,39 por cento das exportações portuguesas),<br />
quando em 2007 se encontrava no 60º lugar.<br />
Segundo o INE, enquanto fornecedor,<br />
a Venezuela passou da 87ª posição em<br />
2007 para a 38ª em 2009 (0,24 por<br />
cento das importações portuguesas). Já<br />
este ano, de Janeiro a Setembro, a Venezuela<br />
ocupou o 27º lugar enquanto<br />
cliente e o 33º como fornecedor, verificando-se<br />
que mantém a tendência de<br />
reforço do seu posicionamento no contexto<br />
do comércio externo de <strong>Portugal</strong>.<br />
28 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
No contexto da região geo-económica em<br />
que está inserida – América Central e do<br />
Sul – a Venezuela foi, em 2009, o 3º cliente<br />
de <strong>Portugal</strong> (depois do Brasil e do México),<br />
com uma quota de 14,9 por cento<br />
das exportações para a região. Enquanto<br />
fornecedor, a Venezuela posicionou-se,<br />
no último ano, em 3º lugar, depois do<br />
Brasil e da Argentina, correspondente a<br />
7,7 por cento das importações da região.<br />
EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL BILATERAL<br />
2005 2006 2007 2008 2009 Evol. a 2009<br />
Jan/Out<br />
2010<br />
Jan/Out<br />
Exportações 12,067 17,347 16,260 50,897 123,306 98.2% 98,620 137,468 39.4%<br />
Importações 10,890 211,349 12,112 140,448 122,868 698.4% 74,638 145,569 95.0%<br />
Saldo 1,177 -194,002 4,149 -89.551 438 – 23,982 -8,101 –<br />
Coef. Cobertura (%) 110,8% 8,2% 134,3% 36,2% 100,4% – 132.1% 94.4% –<br />
Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística<br />
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009 (b) Taxa de crescimento homóloga<br />
A balança comercial entre os dois países<br />
tem revelado um comportamento irregular,<br />
com os coeficientes de cobertura<br />
das importações pelas exportações a<br />
registarem grandes oscilações (variando<br />
entre o mínimo de 8,2 por cento em<br />
2006 e o máximo de 134,3 por cento<br />
em 2007). Em 2009, a balança comercial<br />
esteve bastante equilibrada (coeficiente<br />
de cobertura de 100,4 por cento)<br />
Var. b
e registou um saldo favorável a <strong>Portugal</strong><br />
no montante de 438 mil euros.<br />
Os valores das exportações portuguesas<br />
para a Venezuela, que até 2007<br />
se podem considerar pouco significativos,<br />
registaram, a partir desse ano,<br />
uma evolução muito favorável. Assim,<br />
entre 2007 e 2008 as exportações aumentaram<br />
213 por cento, verificandose<br />
a mesma tendência em 2009, que<br />
se traduziu numa taxa de crescimento<br />
de 142 por cento relativamente ao ano<br />
anterior. Em 2009, as exportações fixaram-se<br />
em cerca de 123,3 milhões de<br />
euros, quando em 2007 não ultrapassaram<br />
16,3 milhões de euros.<br />
No que concerne às importações portuguesas<br />
da Venezuela, assistimos a uma<br />
grande inconstância no respectivo fluxo,<br />
que está relacionada com as flutuações<br />
na aquisição de petróleo, principal produto<br />
importado. O valor das importações<br />
passou de aproximadamente 10,9<br />
milhões de euros em 2005, para cerca<br />
de 211,3 milhões de euros em 2006,<br />
sendo que no ano seguinte se registou<br />
uma forte descida, fixando-se em 12,1<br />
milhões de euros, para voltar de novo<br />
a atingir valores da ordem de 140,5<br />
milhões de euros em 2008. Em 2009,<br />
as importações fixaram-se em cerca de<br />
122,9 milhões de euros, o que se traduziu<br />
num decréscimo de 12,5 por cento<br />
relativamente ao ano anterior.<br />
Os últimos dados disponíveis, relativos<br />
ao período de Janeiro e Outubro de<br />
2010, e quando comparados com os<br />
do período homólogo do ano anterior,<br />
registam uma tendência de crescimento<br />
das exportações portuguesas para o<br />
mercado da Venezuela (+39,4 por cento),<br />
que já atingiram cerca de 137,4 milhões<br />
de euros (valor mais elevado que<br />
o de 2009), verificando-se um aumento<br />
mais acentuado das importações (95<br />
por cento), que totalizaram aproximadamente<br />
145,5 milhões de euros.<br />
Quanto à estrutura das exportações<br />
portuguesas para a Venezuela, destaca-se<br />
a forte concentração num único<br />
grupo de produtos – máquinas e aparelhos<br />
– que, em 2009, representou 76,3<br />
por cento do total exportado, quando<br />
em anos anteriores tinha um peso<br />
muito menor. São também de destacar<br />
os metais comuns que representaram<br />
12,5 por cento das exportações totais<br />
em 2009 e foram o segundo grupo de<br />
produtos mais exportado. Estes dois<br />
grupos de produtos registaram crescimentos<br />
muito acentuados em 2009,<br />
face ao ano anterior, sendo que os produtos<br />
agrícolas, pelo contrário, tiveram<br />
uma evolução muito negativa.<br />
Numa análise mais detalhada, verificamos<br />
que os principais produtos exportados,<br />
em 2009, foram as máquinas automáticas<br />
para processamento de dados/<br />
unidades e leitores magnéticos (68,9<br />
por cento do total), recipientes para<br />
gases comprimidos/liquefeitos, de ferro<br />
fundido, ferro ou aço (10,8 por cento),<br />
azeite de oliveira e suas fracções (3,2<br />
por cento) e máquinas para preparação/<br />
fabrico de alimentos (2,5 por cento).<br />
Em relação às exportações portuguesas<br />
para a Venezuela este ano (Janeiro<br />
a Setembro), quando comparadas<br />
com período homólogo de 2009, é de<br />
realçar os acréscimos verificados nas<br />
máquinas e aparelhos (+39 por cento),<br />
que representaram 81,2 por cento das<br />
exportações, e nos produtos agrícolas<br />
(+55,3 por cento).<br />
Quanto às importações com origem na<br />
Venezuela, verifica-se uma concentração<br />
nos combustíveis minerais (responsáveis<br />
por 91,4 por cento das importações<br />
em 2009), sendo que em 2005<br />
o seu peso na estrutura das importações<br />
não ultrapassava 26,2 por cento.<br />
MERCADOS<br />
Se acrescentarmos os metais comuns,<br />
concluímos que, no último ano, estes<br />
dois grupos de produtos representaram<br />
98,2 por cento das importações totais.<br />
Por seu lado, a balança de serviços apresenta<br />
regularmente um elevado saldo<br />
favorável a <strong>Portugal</strong>. Segundo o Banco<br />
de <strong>Portugal</strong>, no ano passado o saldo ultrapassou<br />
os 126 milhões de euros, o que<br />
coloca a Venezuela no 19º lugar dos nossos<br />
clientes e na 43ª posição dos fornecedores<br />
nacionais. Enquanto as exportações<br />
tiveram, no período em análise, uma<br />
média de crescimento de 24 por cento,<br />
a das importações registou uma evolução<br />
negativa de menos 7,6 por cento.<br />
Dados do INE referem ainda que o número<br />
de empresas portuguesas exportadoras<br />
para a Venezuela passou de<br />
157 em 2005 para 197 no último ano.<br />
O maior número de empresas exportadoras<br />
foi atingido em 2006 (208). Por<br />
seu lado, é cada vez menor o número<br />
de empresas portuguesas que efectuam<br />
importações da Venezuela: em 2009 estão<br />
registadas 38 empresas, quando em<br />
2005 o seu número ascendia a 98.<br />
Os fluxos de investimento entre Portu-<br />
gal e a Venezuela são de reduzida im-<br />
portância, com baixos rankings e quo-<br />
tas de mercado reduzidas. No entanto,<br />
em 2009, a Venezuela posicionou-se,<br />
de entre um conjunto de 55 mercados<br />
seleccionados, como o 25º país de des-<br />
tino de investimento português no ex-<br />
terior (IDPE).<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 29
MERCADOS<br />
RELACIONAMENTO PORTUGAL –<br />
VENEZUELA NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS<br />
UM CASO PIONEIRO<br />
DE DIPLOMACIA ECONÓMICA<br />
>POR JOÃO CAETANO DA SILVA, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM CARACAS<br />
A elaboração deste artigo coincide praticamente<br />
com a minha partida deste<br />
posto onde trabalhei os últimos quatro<br />
anos e daí constituir uma oportunidade<br />
para fazer um primeiro balanço do que<br />
foi conseguido no meu mandato como<br />
Embaixador desde o final de 2006.<br />
Quando aqui cheguei vindo das Filipinas,<br />
tomei contacto com um mundo<br />
totalmente novo. Nunca tinha estado<br />
na Venezuela e os meus conhecimentos<br />
sobre o país eram muito rudimentares.<br />
Sabia apenas que era um país produtor<br />
de petróleo, que tinha uma grande comunidade<br />
portuguesa e conhecia, naturalmente,<br />
dos meios de comunicação<br />
social, o seu presidente, Hugo Chávez.<br />
30 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Defini, desde o inicio, a área da diplomacia<br />
económica como “a prioridade<br />
das prioridades” do meu mandato, até<br />
porque <strong>Portugal</strong> exportava apenas cerca<br />
16 milhões de euros por ano para a<br />
Venezuela apesar de viverem cerca de<br />
500.000 portugueses no país desde a<br />
década de cinquenta. Durante os primeiros<br />
seis meses, falei quase diariamente<br />
a sós com os empresários portugueses<br />
mais influentes da Venezuela, procurando<br />
conhecer a sua percepção sobre este<br />
país e o seu futuro, sobre <strong>Portugal</strong> e o<br />
seu envolvimento com o nosso país.<br />
Começou, para mim, a ser gradualmente<br />
claro que era necessário reforçar a nossa<br />
presença na Venezuela, aumentar o ní-<br />
vel do intercâmbio político e aumentar o<br />
nível de confiança e auto-estima desses<br />
empresários luso-venezuelanos através<br />
duma colaboração estreita e frequente.<br />
O Governo português chegou às mesmas<br />
conclusões. A partir do princípio de 2008,<br />
as visitas de membros do Governo português<br />
à Venezuela aumentaram significativamente.<br />
O ano ficou marcado pela<br />
visita do Primeiro-ministro, José Sócrates,<br />
em Maio de 2008, onde se assinou um<br />
Acordo-quadro de Cooperação bilateral<br />
que permitiu, a partir daí, a “troca” de<br />
petróleo venezuelano por bens, serviços<br />
e tecnologias de <strong>Portugal</strong>. Foi criada uma<br />
Comissão de Seguimento do Acordo,<br />
presidida pelo lado português pelo Secretario<br />
Estado Comercio, Serviços e Defesa<br />
do Consumidor, Fernando Serrasqueiro.<br />
Mais de 60 acordos foram assinados durante<br />
essa visita e foi assim dado um novo<br />
impulso ao relacionamento bilateral.<br />
Desde esse período, a frequência de visitas<br />
politicas à Venezuela teve periodicidade<br />
praticamente mensal. Destaco, nesse<br />
contexto, 15 visitas do Secretário de Estado<br />
do Comércio à Venezuela, cinco visitas<br />
de Ministros da Economia e nova visita do<br />
Primeiro-ministro em Maio de 2010.<br />
Sintomaticamente, o presidente Chávez<br />
visitou <strong>Portugal</strong> por quatro vezes<br />
durante o mesmo período.<br />
Como resultado destas acções estratégicas,<br />
as exportações anuais de <strong>Portugal</strong><br />
para a Venezuela irão aumentar previsivelmente<br />
cerca de dez vezes face a 2007<br />
no final deste ano. Os computadores<br />
Magalhães – aqui conhecidos como<br />
computadores Canaima – são o símbolo
de novo modelo de educação socialista<br />
deste governo, tendo já sido fornecidos<br />
875.000 computadores à Venezuela.<br />
A imagem de <strong>Portugal</strong> e dos portugueses<br />
na Venezuela nos últimos anos<br />
junto desta sociedade – que sempre foi<br />
boa devido ao grande contributo que<br />
a comunidade portuguesa deu para o<br />
desenvolvimento deste país nos últimos<br />
60 anos – mudou bastante dado que a<br />
opinião pública local foi começando a<br />
aperceber-se que o <strong>Portugal</strong> do século<br />
XXI era um país moderno, desenvolvido,<br />
competitivo e aberto ao exterior.<br />
Esta dinâmica nas relações bilaterais foi<br />
acompanhada de um reforço dos recursos<br />
da Embaixada.<br />
Foi colocado nesta Missão um representante<br />
do AICEP, em Setembro de<br />
2008, Carlos Pinto, que tem sido um<br />
colaborador incansável, competente e<br />
dedicadíssimo da Embaixada em todos<br />
os temas económicos. Sublinho, aliás,<br />
que na actual realidade politica da Venezuela<br />
a interligação entre o político e<br />
o económico é total no caso de negócios<br />
a fazer com o Estado.<br />
O Ministério dos Negócios Estrangeiros reforçou<br />
a Embaixada com mais um diplomata<br />
e foram aqui colocados funcionários<br />
de grande nível, incluindo a Cônsul Geral<br />
em Caracas, Isabel Brilhante Pedrosa.<br />
Igualmente o Ministério da Justiça e a<br />
Policia Judiciária Portuguesa ajudaram<br />
neste esforço, através da colocação de<br />
um oficial de ligação na Venezuela, Inspector<br />
Jerónimo Fernandes, que se tornou<br />
uma peça chave da Embaixada em<br />
todas as questões da área de segurança.<br />
No final deste artigo, volto ao princípio<br />
do mesmo: porque é que a Venezuela<br />
é um exemplo pioneiro da diplomacia<br />
económica que <strong>Portugal</strong> pode fazer em<br />
muitos países do mundo, sobretudo<br />
fora da Europa?<br />
“Começou, para mim, a<br />
ser gradualmente claro<br />
que era necessário reforçar<br />
a nossa presença na<br />
Venezuela, aumentar o<br />
nível do intercâmbio político<br />
e aumentar o nível de<br />
confiança e auto-estima desses<br />
empresários luso-venezuelanos<br />
através duma colaboração<br />
estreita e frequente.”<br />
Primeiro, porque assistimos a uma estratégia<br />
consequente, sólida, construtiva,<br />
virada para alcançar resultados, apesar<br />
de todas as dificuldades existentes.<br />
Segundo, porque existiu uma estreita<br />
interligação e cooperação entre os<br />
mundos político, diplomático e em-<br />
MERCADOS<br />
presarial, que tornou este esforço conjunto<br />
particularmente eficaz. Mais de<br />
200 empresas portuguesas visitaram a<br />
Venezuela neste período e o número<br />
de empresas com escritórios ou representantes<br />
neste país sextuplicou desde<br />
2007. Estão actualmente a operar aqui<br />
empresas dos sectores de construção<br />
civil, electricidade, petróleo, gás, novas<br />
tecnologias e alimentar.<br />
O impacto desta estratégia visível e assertiva<br />
sobre a comunidade empresarial<br />
luso-venezuelana começou a fazer-se<br />
sentir sobretudo a partir de 2009. A<br />
Embaixada foi contactada por cada vez<br />
mais empresários que se queriam associar<br />
aos negócios que estavam ser feitos<br />
e, na área alimentar, sector em que<br />
os portugueses são extremamente fortes<br />
neste país, começaram a aparecer<br />
progressivamente cada vez mais produtos<br />
portugueses no mercado, que se<br />
limitavam, em 2006, a azeite e vinho<br />
(leite, queijo em barra, conservas e até<br />
pernil de porco, entre outros).<br />
No momento da despedida, quero salientar<br />
que vivi quatro anos muito felizes<br />
na Venezuela tanto a nível pessoal<br />
como profissional. Muito obrigado a<br />
todos que colaboraram neste esforço<br />
em prol de <strong>Portugal</strong>. Senti-me útil e<br />
realizado. A todos que comigo colaboraram<br />
quero agradecer do fundo<br />
do meu coração.<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 31
MERCADOS<br />
ENDEREÇOS ÚTEIS<br />
EMBAIXADA DA REPÚBLICA<br />
DA VENEZUELA EM PORTUGAL<br />
Avenida Duque de Loulé, nº 47- 4º<br />
1050-086 Lisboa – <strong>Portugal</strong><br />
Tel.: +351 213 573 803<br />
Fax: +351 213 527 421<br />
embavenez@mail.telepac.pt<br />
CONSULADO GERAL DA VENEZUELA<br />
Rua Rodrigo da Fonseca, nº 82-1º E<br />
1250-193 Lisboa – <strong>Portugal</strong><br />
Tel.: +351 213 861 567<br />
Fax: +351 213 861 648<br />
CÂMARA DE COMÉRCIO<br />
LUSO-VENEZUELANA (ASSOCIAÇÃO<br />
DE AMIZADE E COOPERAÇÃO)<br />
Praça Duque Saldanha, 12<br />
1050-094 Lisboa – <strong>Portugal</strong><br />
Tel.: +351 213 543 613<br />
Fax: +351 213 543 616<br />
VENEZUELA EM FICHA<br />
Colômbia<br />
Caracas<br />
Venezuela<br />
Brasil<br />
Área: 912.050 km 2 , dos quais 882.050<br />
km 2 em território continental e 30.00 km 2<br />
em território insular<br />
População: 28,2 milhões de habitantes<br />
(estimativa 2009)<br />
Densidade populacional: 30,9 hab./km 2<br />
(2009)<br />
Designação oficial: República Bolivariana<br />
da Venezuela<br />
Chefe do Estado e do Governo: Hugo<br />
Chávez Frias (eleito em Dezembro de 2006<br />
por 6 anos)<br />
32 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
EMBAIXADA DE PORTUGAL<br />
EM CARACAS<br />
CHANCELARIA:<br />
Torre La Catellana, Piso 3<br />
Avenida Eugenio Mendoza, Cruze con<br />
Calle José Angel Lamas<br />
Urbanización La Catellana - Caracas –<br />
Venezuela<br />
Tel.: +58 212 2630468 / 2632529 / 2638053<br />
Fax: +58 212 2679766<br />
embajadaportugal@cantv.net<br />
CONSULADO GERAL DE PORTUGAL<br />
EM CARACAS<br />
Av. de Campo Alegre 2ª<br />
1060 Caracas – Venezuela<br />
Tel.: +58 212 264 0547/267 2382<br />
Fax: +58 212 2667052<br />
mail@caracas.dgaccp.pt.<br />
CONSULADO GERAL DE PORTUGAL<br />
EM VALÊNCIA<br />
Redoma del Indio, Urbanización Carabobo<br />
Calle 148, nº 101-27,<br />
Valência, Estado Carabobo – Venezuela<br />
Tel.: +58 24 182 399 69/182 387 89<br />
Fax: +58 24 182 359 53<br />
mail@cgval.dgaccp.pt<br />
Data da actual Constituição: 30 de<br />
Dezembro de 1999<br />
Principais Partidos Políticos: Governo: Movimento<br />
V República (MVR) mais um conjunto<br />
de pequenos partidos políticos (o Partido<br />
Socialista Unido de Venezuela – PSUV – foi<br />
criado para juntar o MVR com vários pequenos<br />
partidos, embora nem todos estejam<br />
integrados). Oposição: Acção Democrática<br />
(AD); Comité de Organização Política Eleitoral<br />
Independente (COPEI); Movimento para<br />
o Socialismo (MAS); Primeiro Justiça (PJ); A<br />
Causa Radical (LCR); Convergência Nacional<br />
(CN); Um Novo Tempo (UNT).<br />
Capital: Caracas (1,8 milhões de habitantes)<br />
/ (Censo de 2001 - último disponível)<br />
– apesar de ser o último Censo disponível,<br />
este número não se ajusta ao nº de habitantes<br />
actual, que seguramente ultrapassa<br />
os 4 milhões.<br />
Outras cidades importantes: Maracaibo<br />
e Valência<br />
Religião: O catolicismo romano é a<br />
religião predominante.<br />
Língua: Castelhano<br />
Unidade monetária: Bolívar Forte (VEF)<br />
1 EUR = 3,0934 VEF (BdP/fim de Dez. 2009)<br />
CAMARA VENEZOLANA<br />
PORTUGUESA DE COMERCIO,<br />
INDUSTRIA, TURISMO Y AFINES<br />
Edificio Rey David. Avenida Alfredo Jahn<br />
con Avenida Andrés Bello.<br />
Urbanización Los Palos Grandes<br />
1060 Caracas – Venezuela<br />
Tel. / Fax: +58 212 2855383<br />
cavenport@gmail.com<br />
www.cavenport.org.ve/index.php<br />
CENTRO PORTUGUÊS DE CARACAS<br />
Av. Luís de Camões - Entrada Urbanizacion<br />
Maracuay - Apartado 67179<br />
1061 Caracas – Venezuela<br />
Tel.: +58 212 985 46 11<br />
Fax: +58 212 9850483<br />
info@centroportugues.com<br />
www.centroportugues.com<br />
CÂMARA DE COMÉRCIO<br />
DE CARACAS<br />
Edif. Câmara de Comercio de Caracas<br />
Avda Andrés Eloy Blanco 215, 8º - Los Caobos<br />
Caracas – Venezuela<br />
Tel.: +58 212 5713222<br />
Fax: +58 212 5710050<br />
comercio@ccc.com.ve<br />
http://www.ccc.com.ve<br />
Câmbio fixo em relação ao USD; duas taxas<br />
de câmbio diferentes: 1 USD=2,6 VEF e 1<br />
USD=4,3 VEF, consoante os motivos/casos<br />
em causa.<br />
“Ranking” em negócios: Risco político<br />
CCC (AAA = risco menor; D = risco maior)<br />
Risco de estrutura económica B Índice<br />
4,08 (10 = máximo); “Ranking” geral 81<br />
(entre 82 países) (EIU – Janeiro 2010)<br />
Risco de crédito: 7<br />
(1 = risco menor; 7 = risco maior)<br />
Grau da abertura e dimensão relativa<br />
do mercado:<br />
Exp.+ Imp./ PIB = 28,0% (2009)<br />
Imp./ PIB = 11,2% (2009)<br />
Imp. / Imp. Mundial = 0,30% (2008)<br />
Fontes:<br />
The Economist Intelligence Unit (EIU) –<br />
Viewswire 15 th December 2009; Country<br />
Report December 2009<br />
WTO - World Trade Organization;<br />
UNCTAD;<br />
CIA – World Factbook;<br />
OCDE;<br />
Banco de <strong>Portugal</strong>;<br />
COSEC;<br />
OMT.
O caminho para os Mercados Externos começa aqui...<br />
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<strong>aicep</strong>@portugalglobal.pt<br />
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portugalglobal.pt<br />
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as marcas.
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS<br />
COSEC<br />
No âmbito de apólices individuais<br />
África do Sul*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Angola<br />
C Caso a caso numa base restritiva.<br />
M/L Garantia soberana. Limite total de<br />
responsabilidades.<br />
Antilhas Holandesas<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Arábia Saudita<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Caso a caso.<br />
Argélia<br />
C Sector público: aberta sem restrições.<br />
Sector privado: eventual<br />
exigência de carta de crédito<br />
irrevogável.<br />
M/L Em princípio, exigência de garantia<br />
bancária ou garantia soberana.<br />
Argentina<br />
T Caso a caso.<br />
Barein<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Benim<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva, e com exigência de<br />
garantia soberana ou bancária.<br />
Brasil*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Clientes soberanos: Aberta sem<br />
condições restritivas. Outros Clientes<br />
públicos e privados: Aberta, caso<br />
a caso, com eventual exigência de<br />
garantia soberana ou bancária.<br />
Bulgária<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Cabo Verde<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Eventual exigência de garantia<br />
bancária ou de garantia soberana<br />
(decisão casuística).<br />
Camarões<br />
T Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
Cazaquistão<br />
Temporariamente fora de cobertura.<br />
Chile<br />
C Aberta sem restrições.<br />
M/L Clientes públicos: aberta sem<br />
condições restritivas. Clientes privados:<br />
em princípio, aberta sem<br />
condições restritivas. Eventual<br />
exigência de garantia bancária<br />
numa base casuística.<br />
China*<br />
34 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
Políticas de cobertura para mercados<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Chipre<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Colômbia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Coreia do Sul<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Costa do Marfim<br />
C Caso a caso, com eventual<br />
exigência de garantia bancária ou<br />
de garantia soberana. Extensão<br />
de prazo constitutivo de sinistro<br />
para 12 meses.<br />
M/L Exigência de garantia bancária ou<br />
de garantia soberana. Extensão<br />
do prazo constitutivo de sinistro<br />
de 3 para 12 meses.<br />
Costa Rica<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Croácia<br />
C Carta de crédito irrevogável ou<br />
garantia bancária. Extensão do<br />
prazo constitutivo de sinistro para<br />
12 meses. Redução da percentagem<br />
de cobertura para 90 por<br />
cento. Limite por operação.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana. Extensão do prazo<br />
constitutivo de sinistro para 12<br />
meses. Redução da percentagem<br />
de cobertura para 90 por cento.<br />
Limite por operação.<br />
Cuba<br />
T Fora de cobertura.<br />
Egipto<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
M/L Caso a caso.<br />
Emirados Árabes Unidos<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Eslováquia<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Não definida.<br />
Eslovénia<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Estónia<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Etiópia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso numa base muito<br />
restritiva.<br />
Filipinas<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Gana<br />
C Caso a caso numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Geórgia<br />
C Caso a caso numa base restritiva,<br />
privilegiando-se operações de<br />
pequeno montante.<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva e com a exigência de<br />
contra garantias.<br />
Guiné-Bissau<br />
T Fora de cobertura.<br />
Guiné Equatorial<br />
C Caso a caso, numa base restritiva.<br />
M/L Clientes públicos e soberanos:<br />
caso a caso, mediante análise das<br />
garantias oferecidas, designadamente<br />
contrapartidas do<br />
petróleo. Clientes privados: caso<br />
a caso, numa base muito restritiva,<br />
condicionada a eventuais<br />
contrapartidas (garantia de banco<br />
comercial aceite pela COSEC ou<br />
contrapartidas do petróleo).<br />
Hong-Kong<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Hungria<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Iémen<br />
C Caso a caso, numa base restritiva.<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
Índia<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Indonésia<br />
C Caso a caso, com eventual<br />
exigência de carta de crédito irrevogável<br />
ou garantia bancária.<br />
M/L Caso a caso, com eventual exigência<br />
de garantia bancária ou<br />
garantia soberana.<br />
Irão<br />
C Carta de crédito irrevogável ou<br />
garantia bancária.<br />
M/L Garantia soberana.<br />
Iraque<br />
T Fora de cobertura.<br />
Israel<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Jordânia<br />
C Caso a caso.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Koweit<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Letónia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Líbano<br />
C Clientes públicos: caso a caso<br />
numa base muito restritiva.<br />
Clientes privados: carta de crédito<br />
irrevogável ou garantia bancária.<br />
M/L Clientes públicos: fora de cobertura.<br />
Clientes privados: caso a<br />
caso numa base muito restritiva.<br />
Líbia<br />
C Aberta, com eventual exigência<br />
de carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Aberta, com garantia bancária,<br />
soberana ou outra considerada<br />
adequada.<br />
Lituânia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Macau<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Malásia<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Malawi<br />
C Caso a caso, numa base restritiva.<br />
M/L Clientes públicos: fora de cobertura,<br />
excepto para operações<br />
de interesse nacional. Clientes<br />
privados: análise casuística, numa<br />
base muito restritiva.<br />
Malta<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Marrocos*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Martinica<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
México*<br />
C Aberta sem restrições.<br />
M/L Em princípio aberta sem restrições.<br />
A eventual exigência de garantia<br />
bancária, para clientes privados,<br />
será decidida casuisticamente.<br />
Moçambique<br />
C Caso a caso, numa base restritiva<br />
(eventualmente com a exigência de<br />
carta de crédito irrevogável, garantia<br />
bancária emitida por um banco<br />
aceite pela COSEC e aumento do<br />
prazo constitutivo de sinistro).
de destino das exportações portuguesas<br />
M/L Aumento do prazo constitutivo<br />
de sinistro. Sector privado: caso a<br />
caso numa base muito restritiva.<br />
Operações relativas a projectos<br />
geradores de divisas e/ou que<br />
admitam a afectação prioritária<br />
de receitas ao pagamento dos<br />
créditos garantidos, terão uma<br />
ponderação positiva na análise do<br />
risco; sector público: caso a caso<br />
numa base muito restritiva.<br />
Montenegro<br />
C Caso a caso, numa base restritiva,<br />
privilegiando-se operações de<br />
pequeno montante.<br />
M/L Caso a caso, com exigência de garantia<br />
soberana ou bancária, para<br />
operações de pequeno montante.<br />
Nigéria<br />
C Caso a caso, numa base restritiva<br />
(designadamente em termos de<br />
alargamento do prazo constitutivo<br />
de sinistro e exigência de<br />
garantia bancária).<br />
M/L Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva, condicionado a eventuais<br />
garantias (bancárias ou contrapartidas<br />
do petróleo) e ao alargamento<br />
do prazo contitutivo de sinistro.<br />
Oman<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão casuística).<br />
Panamá<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Paquistão<br />
Temporariamente fora de cobertura.<br />
Paraguai<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
Peru<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Clientes soberanos: aberta sem<br />
condições restritivas. Clientes<br />
públicos e privados: aberta, caso<br />
a caso, com eventual exigência de<br />
garantia soberana ou bancária.<br />
Polónia*<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Qatar<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão<br />
casuística).<br />
Quénia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Caso a caso, numa base restritiva.<br />
República Checa<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária (decisão casuística).<br />
República Dominicana<br />
C Aberta caso a caso, com eventual<br />
exigência de carta de crédito irrevogável<br />
ou garantia bancária emitida<br />
por um banco aceite pela COSEC.<br />
M/L Aberta caso a caso com exigência<br />
de garantia soberana (emitida pela<br />
Secretaria de Finanzas ou pelo Banco<br />
Central) ou garantia bancária.<br />
Roménia<br />
C Exigência de carta de crédito<br />
irrevogável (decisão casuística).<br />
M/L Exigência de garantia bancária<br />
ou garantia soberana (decisão<br />
casuística).<br />
Rússia<br />
C Sector público: aberta sem restrições.<br />
Sector privado: caso a caso.<br />
M/L Sector público: aberta sem restrições,<br />
com eventual exigência de<br />
garantia bancária ou garantia soberana.<br />
Sector privado: caso a caso.<br />
S. Tomé e Príncipe<br />
T Fora de cobertura.<br />
Senegal<br />
C Em princípio, exigência de<br />
garantia bancária emitida por<br />
um banco aceite pela COSEC e<br />
eventual alargamento do prazo<br />
constitutivo de sinistro.<br />
M/L Eventual alargamento do prazo<br />
constitutivo de sinistro. Sector<br />
público: caso a caso, com exigência<br />
de garantia de pagamento e<br />
transferência emitida pela Autoridade<br />
Monetária (BCEAO); sector<br />
privado: exigência de garantia<br />
bancária ou garantia emitida pela<br />
Autoridade Monetária (preferência<br />
a projectos que permitam a<br />
alocação prioritária dos cash-flows<br />
ao reembolso do crédito).<br />
Sérvia<br />
C Caso a caso, numa base restritiva,<br />
privilegiando-se operações de<br />
pequeno montante.<br />
M/L Caso a caso, com exigência de<br />
garantia soberana ou bancária,<br />
para operações de pequeno<br />
montante.<br />
Singapura<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Síria<br />
T Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
Suazilândia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Tailândia<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Não definida.<br />
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS<br />
No âmbito de apólices globais<br />
Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única<br />
transação para um determinado mercado, enquanto a apólice<br />
global cobre todas as transações em todos os países para onde o<br />
empresário exporta os seus produtos ou serviços.<br />
As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens<br />
de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de<br />
curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se<br />
repetem com alguma frequência.<br />
Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a<br />
política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que<br />
a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.<br />
Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque<br />
e S. Tomé e Príncipe.<br />
Taiwan<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Não definida.<br />
Tanzânia<br />
T Caso a caso, numa base muito<br />
Tunísia*<br />
restritiva.<br />
C Aberta sem condições restritivas.<br />
M/L Garantia bancária.<br />
Turquia<br />
C Carta de crédito irrevogável.<br />
M/L Garantia bancária ou garantia<br />
soberana.<br />
Ucrânia<br />
C Clientes públicos: eventual<br />
exigência de garantia soberana.<br />
Clientes privados: eventual<br />
exigência de carta de crédito<br />
irrevogável.<br />
M/L Clientes públicos: eventual<br />
exigência de garantia soberana.<br />
Clientes privados: eventual exigência<br />
de garantia bancária.<br />
Para todas as operações, o prazo<br />
constitutivo de sinistro é definido caso<br />
a caso.<br />
Uganda<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Uruguai<br />
C Carta de crédito irrevogável<br />
(decisão casuística).<br />
M/L Não definida.<br />
Venezuela<br />
C Clientes públicos: aberta caso<br />
a caso com eventual exigência<br />
de garantia de transferência ou<br />
soberana. Clientes privados: aberta<br />
caso a caso com eventual exigência<br />
de carta de crédito irrevogável e/ou<br />
garantia de transferência.<br />
M/L Aberta caso a caso com exigência<br />
de garantia soberana.<br />
Zâmbia<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Zimbabwe<br />
C Caso a caso, numa base muito<br />
restritiva.<br />
M/L Fora de cobertura.<br />
Advertência:<br />
A lista e as políticas de cobertura são<br />
indicativas e podem ser alteradas<br />
sempre que se justifique. Os países<br />
que constam da lista são os mais<br />
representativos em termos de consultas<br />
e responsabilidades assumidas. Todas<br />
as operações são objecto de análise e<br />
decisão específicas.<br />
Legenda:<br />
C Curto Prazo<br />
M/L Médio / Longo Prazo<br />
T Todos os Prazos<br />
* Mercado prioritário.<br />
COSEC<br />
Companhia de Seguro<br />
de Créditos, S. A.<br />
Direcção Internacional<br />
Avenida da República, 58<br />
1069-057 Lisboa<br />
Tel.: +351 217 913 832<br />
Fax: +351 217 913 839<br />
internacional@cosec.pt<br />
www.cosec.pt<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 35
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES<br />
COSEC<br />
Tabela classificativa de países<br />
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação<br />
A <strong>Portugal</strong>global e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa<br />
de Países com a graduação dos mercados em função<br />
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de<br />
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e<br />
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres-<br />
36 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento<br />
e o grupo 7 à maior.<br />
As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do<br />
risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas<br />
de prémio aplicáveis.<br />
Grupo 1* Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7<br />
Alemanha<br />
Andorra<br />
Austrália<br />
Áustria<br />
Bélgica<br />
Canadá<br />
Checa, Rep.<br />
Chipre<br />
Coreia do Sul<br />
Dinamarca<br />
Eslováquia<br />
Eslovénia<br />
Espanha<br />
EUA<br />
Finlândia<br />
França<br />
Grécia<br />
Holanda<br />
Hong-Kong<br />
Hungria<br />
Irlanda<br />
Islândia<br />
Israel<br />
Itália<br />
Japão<br />
Liechtenstein<br />
Luxemburgo<br />
Malta<br />
Mónaco<br />
Noruega<br />
Nova Zelândia<br />
<strong>Portugal</strong><br />
Reino Unido<br />
São Marino<br />
Singapura<br />
Suécia<br />
Suiça<br />
Taiwan<br />
Vaticano<br />
Arábia Saudita<br />
Brunei<br />
Chile<br />
China •<br />
Gibraltar<br />
Koweit<br />
Macau<br />
Malásia<br />
Oman<br />
Polónia •<br />
Qatar<br />
Trind. e Tobago<br />
África do Sul •<br />
Argélia<br />
Bahamas<br />
Barbados<br />
Barein<br />
Botswana<br />
Brasil •<br />
Costa Rica<br />
Dep/ter Austr. b<br />
Dep/ter Din. c<br />
Dep/ter Esp. d<br />
Dep/ter EUA e<br />
Dep/ter Fra. f<br />
Dep/ter N. Z. g<br />
Dep/ter RU h<br />
EAU a<br />
Ilhas Marshall<br />
Índia<br />
Marrocos •<br />
Maurícias<br />
México •<br />
Micronésia<br />
Namíbia<br />
Palau<br />
Panamá<br />
Peru<br />
Tailândia<br />
Tunísia •<br />
Aruba<br />
Bulgária<br />
Colômbia<br />
Egipto<br />
El Salvador<br />
Estónia<br />
Fidji<br />
Filipinas<br />
Indonésia<br />
Lituânia<br />
Roménia<br />
Rússia<br />
Turquia<br />
Uruguai<br />
Antilhas Holand.<br />
Azerbeijão<br />
Cazaquistão<br />
Croácia<br />
Dominicana, Rep.<br />
Gabão<br />
Guatemala<br />
Jordânia<br />
Lesoto<br />
Letónia<br />
Macedónia<br />
Nigéria<br />
Papua–Nova Guiné<br />
Paraguai<br />
S. Vic. e Gren.<br />
Santa Lúcia<br />
Vietname<br />
Albânia<br />
Angola<br />
Ant. e Barbuda<br />
Arménia<br />
Bangladesh<br />
Belize<br />
Benin<br />
Bolívia<br />
Butão<br />
Cabo Verde<br />
Camarões<br />
Camboja<br />
Comores<br />
Djibouti<br />
Dominica<br />
Gana<br />
Geórgia<br />
Honduras<br />
Irão<br />
Jamaica<br />
Kiribati<br />
Líbia<br />
Madagáscar<br />
Mali<br />
Moçambique<br />
Mongólia<br />
Montenegro<br />
Nauru<br />
Quénia<br />
Samoa Oc.<br />
Senegal<br />
Sérvia<br />
Síria<br />
Sri Lanka<br />
Suazilândia<br />
Tanzânia<br />
Turquemenistão<br />
Tuvalu<br />
Uganda<br />
Uzbequistão<br />
Vanuatu<br />
Zâmbia<br />
Afeganistão<br />
Argentina<br />
Bielorussia<br />
Bósnia e Herzegovina<br />
Burkina Faso<br />
Burundi<br />
Campuchea<br />
Cent. Af, Rep.<br />
Chade<br />
Congo<br />
Congo, Rep. Dem.<br />
Coreia do Norte<br />
C. do Marfim<br />
Cuba •<br />
Equador<br />
Eritreia<br />
Etiópia<br />
Gâmbia<br />
Grenada<br />
Guiana<br />
Guiné Equatorial<br />
Guiné, Rep. da<br />
Guiné-Bissau •<br />
Haiti<br />
Iemen<br />
Iraque •<br />
Laos<br />
Líbano<br />
Libéria<br />
Malawi<br />
Maldivas<br />
Mauritânia<br />
Moldávia<br />
Myanmar<br />
Nepal<br />
Nicarágua<br />
Níger<br />
Paquistão<br />
Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A.<br />
* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção do Chipre, Hong-Kong e Taiwan.<br />
• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura, excepto operações de relevante interesse nacional<br />
NOTAS<br />
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma<br />
b) Ilhas Norfolk<br />
c) Ilhas Faroe e Gronelândia<br />
d) Ceuta e Melilha<br />
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico<br />
Quirguistão<br />
Ruanda<br />
S. Crist. e Nevis<br />
S. Tomé e Príncipe •<br />
Salomão<br />
Seicheles<br />
Serra Leoa<br />
Somália<br />
Sudão<br />
Suriname<br />
Tadzequistão<br />
Togo<br />
Tonga<br />
Ucrânia<br />
Venezuela<br />
Zimbabué<br />
f) Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia<br />
Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna<br />
g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive<br />
h) Anguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta.<br />
Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
ESTATÍSTICAS<br />
INVESTIMENTO<br />
e EXPORTAÇÕES<br />
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE) E EXPORTAÇÕES.<br />
INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR<br />
INVESTIMENTO DIRECTO<br />
DO EXTERIOR EM PORTUGAL<br />
38 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
2007 2008 2009<br />
Var.<br />
09/08<br />
2009<br />
Jan./Set.<br />
2010<br />
Jan./Set.<br />
Var. 10/09<br />
Jan./Set.<br />
IDE bruto 32.634 35.287 31.843 -9,8% 23.301 25.780 10,6%<br />
IDE desinvestimento 30.396 32.103 29.776 -7,2% 21.506 23.883 11,1%<br />
IDE líquido 2.238 3.185 2.067 -35,1% 1.794 1.897 5,7%<br />
IDE Intra UE 29.672 31.690 28.250 -10,9% 20.505 22.311 8,8%<br />
IDE Extra UE 2.961 3.597 3.593 -0,1% 2.795 3.470 24,1%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
IDE Intra UE 90,9% 89,8% 88,7% – 88,0% 86,5% –<br />
IDE Extra UE 9,1% 10,2% 11,3% – 12,0% 13,5% –<br />
% Total IDE bruto<br />
IDE bruto - Origens 2010 Jan. / Set. % Total Var. 10/09 IDE bruto - Sector 2010 Jan. / Set. % Total Var. 10/09<br />
Alemanha 18,8% 56,6% Comércio 38,5% 12,8%<br />
França 16,6% 2,0% Ind. Transformadora 23,4% 16,9%<br />
Reino Unido 14,3% -4,5% Activ. Financeiras e de Seguros 20,1% 31,9%<br />
Espanha 13,1% -5,5% Activ. de Informação e Comunicação 6,7% 116,7%<br />
Holanda 9,9% -17,7% Activ. de Consultoria e Técnicas 2,6% -47,7%<br />
INVESTIMENTO DIRECTO<br />
DE PORTUGAL NO EXTERIOR<br />
IDPE bruto - Destinos 2010 Jan./Set. % Total Var. 10/09 IDPE bruto - Sector 2010 Jan./Set. % Total Var. 10/09<br />
Luxemburgo 27,7% n.d. Activ. Financeiras e de Seguros 58,2% -1,8%<br />
Holanda 13,7% -42,3% Activ. de Consultoria e Técnicas 12,9% -49,2%<br />
Espanha 13,5% -42,9% Comércio 8,9% 73,9%<br />
Brasil 10,6% 13,6% Construção 5,1% -50,1%<br />
Polónia 4,3% n.d. Ind. Transformadora 4,6% -15,1%<br />
2005 2006 2007 2008 2009 2010 Set. Var. 10/09<br />
Stock IDE 53.691 67.169 78.333 71.833 77.240 79.051 2,3%<br />
Stock IDPE 35.573 40.990 45.944 45.273 46.679 47.847 2,5%<br />
Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de <strong>Portugal</strong><br />
2007 2008 2009<br />
Var.<br />
09/08<br />
2009<br />
Jan./Set.<br />
2010<br />
Jan./Set.<br />
Var. 10/09<br />
Jan./Set.<br />
IDPE bruto 14.835 11.376 7.961 -30,0% 5.144 4.595 -10,7%<br />
IDPE desinvestimento 10.822 9.505 7.030 -26,0% 4.341 10.459 140,9%<br />
IDPE líquido 4.013 1.872 931 -50,2% 803 -5.864 -830,4%<br />
IDPE Intra UE 10.203 8.380 4.995 -40,4% 2.975 3.232 8,7%<br />
IDPE Extra UE 4.632 2.996 2.966 -1,0% 2.169 1.362 -37,2%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
IDPE Intra UE 68,8% 73,7% 62,7% – 57,8% 70,4% –<br />
IDPE Extra UE 31,2% 26,3% 37,3% – 42,2% 29,6% –<br />
% Total IDPE bruto<br />
n.d. – não disponível
EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS<br />
COMÉRCIO INTERNACIONAL - BENS 2007 2008 2009<br />
Var.<br />
09/08<br />
2009<br />
Jan. / Out.<br />
2010<br />
Jan. / Out.<br />
ESTATÍSTICAS<br />
Var. 10/09<br />
Jan. / Out.<br />
Exportações bens 38.309 38.950 31.768 -18,4% 26.340 30.304 15,0%<br />
Exportações bens UE27 29.541 29.007 23.964 -17,4% 19.886 22.727 14,3%<br />
Exportações bens Extra UE27 8.769 9.943 7.804 -21,5% 6.455 7.576 17,4%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
Exportações bens UE27 77,1% 74,5% 75,6% – 75,5% 75,0% –<br />
Exportações bens Extra UE27 22,9% 25,5% 24,4% – 24,5% 25,0% –<br />
Unidade: % do total<br />
Exp. Bens - Clientes 2010 Jan./Out. % Total Var. 10/09 Exp. Bens - Var. Valor (10/09) Meur Cont. p. p.<br />
Espanha 26,6% 13,5% Espanha 959 3,6<br />
Alemanha 13,0% 14,1% Alemanha 486 1,8<br />
França 11,8% 8,4% EUA 300 1,1<br />
Reino Unido 5,5% 11,9% França 278 1,1<br />
Angola 5,0% -18,7% Holanda 227 0,9<br />
Holanda 3,9% 23,7% Bélgica 206 0,8<br />
Itália 3,8% 13,5% Angola -349 -1,3<br />
Exp. Bens - Produtos 2010 Jan./Out. % Total Var. 10/09 Exp. Bens - Var. Valor (10/09) Meur Cont. p. p.<br />
Máquinas; Aparelhos 15,0% 6,4% Combustíveis Minerais 820 3,1<br />
Veículos, Out. Mat. Transporte 12,2% 19,1% Veículos, Out. Mat. Transporte 592 2,2<br />
Metais Comuns 8,0% 16,5% Pastas Celulósicas, Papel 524 2,0<br />
Combustíveis Minerais 7,0% 63,1% Plásticos, Borracha 439 1,7<br />
Plásticos, Borracha 7,0% 26,2% Alimentares -9 0,0<br />
Exp. Bens- Extra UE 10 Jan./Out. % Total Var. 10/09 Exp. Bens - Var. Valor (10/09) Meur Cont. p. p.<br />
Angola 20,1% -18,7% EUA 300 4,6<br />
EUA 14,6% 37,0% México 156 2,4<br />
Brasil 4,7% 53,9% Brasil 125 1,9<br />
México 4,5% 85,6% Gibraltar 120 1,9<br />
Suiça 3,7% 13,1% Angola -349 -5,4<br />
Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais<br />
Fonte: INE<br />
COMÉRCIO INTERNACIONAL - SERVIÇOS 2007 2008 2009<br />
Var.<br />
09/08<br />
2009<br />
Jan./Set.<br />
2010<br />
Jan./Set.<br />
Var. 10/09<br />
Jan./Set.<br />
Exportações totais de serviços 16.961 17.865 16.294 -8,8% 12.240 13.170 7,6%<br />
Exportações serviços UE27 12.939 13.324 11.995 -10,0% 9.092 9.493 4,4%<br />
Exportações serviços extra UE27 4.022 4.541 4.299 -5,3% 3.148 3.677 16,8%<br />
Unidade: Milhões de euros<br />
Exportações serviços UE27 76,3% 74,6% 73.6% – 74,3% 72,1% –<br />
Exportações serviços extra UE27 23,7% 25,4% 26,4% – 25,7% 27,9% –<br />
Unidade: % do total<br />
Fonte: Banco de <strong>Portugal</strong><br />
PREVISÕES 2010 : 2011 (tvh real %) 2009<br />
2010<br />
Jan./Set.<br />
FMI CE OCDE MFAP BdP<br />
INE INE Out. 10 Nov. 10 Nov. 10 Out. 10 Out. 10<br />
PIB -2,5 1,5 1,1 : 0,0 1,3 : -1,0 1,5 : -0,2 1,3 : 0,2 1,2 : 0,0<br />
Exportações Bens e Serviços -11,7 9,0 – 9,1 : 5,6 8,4 : 6,3 8,6 : 7,3 7,9 : 4,5<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 39
FEIRAS e EVENTOS<br />
EXPONOR E<br />
AGÊNCIA DE<br />
ENERGIA DO PORTO<br />
UNEM ESFORÇOS<br />
A Associação Empresarial de <strong>Portugal</strong> e<br />
a Agência de Energia do Porto formalizaram,<br />
no final de Novembro, no Centro<br />
de Congressos da Feira Internacional<br />
do Porto, em Leça da Palmeira, um<br />
protocolo de colaboração que traduz<br />
um incremento da acção da AdEPorto<br />
nos eventos organizados pela Exponor<br />
onde a componente energética e ambiental<br />
tenha impacto significativo para<br />
os sectores envolvidos.<br />
A cooperação estreita e articulada entre<br />
as duas entidades abrangerá certames<br />
como a Ambinergia – Feira Internacional<br />
de Ambiente, Energia e Sustentabilidade;<br />
a Concreta – Feira Internacional<br />
de Construção e Obras Públicas; o Projecto<br />
Casa – Evento de Arquitectura e<br />
Design; a EMAF – Exposição Internacional<br />
de Máquinas-Ferramenta e Acessórios;<br />
e a FIMAP – Feira Internacional de<br />
Máquinas para Trabalhar Madeira.<br />
A colaboração inclui ainda o desenvolvimento<br />
de actividades complementares<br />
aos eventos propriamente ditos (designadamente<br />
seminários e workshops,<br />
entre outras) e visa reforçar a promoção<br />
da inovação e do exercício de boas<br />
práticas na utilização da energia, contribuindo<br />
para o desenvolvimento sustentável<br />
através da sua utilização inteligente<br />
e eficiente.<br />
www.exponor.pt<br />
40 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
EXPOSIÇÃO<br />
“DESIGNING FOR<br />
THE COUNTRY”<br />
A Fundação Brumen, uma organização<br />
sem fins lucrativos de designers eslovenos,<br />
vai voltar a organizar uma exposição<br />
dos países com modelos de boas<br />
práticas na promoção do seu território<br />
e das suas empresas. <strong>Portugal</strong> foi seleccionado<br />
juntamente com a República<br />
Checa, Dinamarca, Suíça, Reino<br />
Unido, Croácia, Espanha e Alemanha.<br />
A Eslovénia é internacionalmente reconhecida<br />
em termos de design e a exposição<br />
terá o mérito de dar a conhecer<br />
empresas portuguesas dessa área, do<br />
comércio, da indústria e de actividades<br />
turísticas como o surf, o golfe e o mar.<br />
A exposição terá lugar no segundo trimestre<br />
de 2011, em data a designar e<br />
em Lubliana, e todos os interessados<br />
poderão contactar os organizadores<br />
através dos endereços seguintes:<br />
robert@ilovarstritar.com<br />
robert@brumen.org<br />
www.ilovarstritar.com<br />
ISH 2011:<br />
TENDÊNCIA PARA<br />
CASAS-DE-BANHO<br />
As casas-de-banho nunca foram tão<br />
grandes, bem equipadas e acolhedoras<br />
como são hoje em dia. E nunca antes<br />
as expectativas em relação ao design<br />
de casas-de-banho foram tão elevadas.<br />
O sector está a responder a estas<br />
expectativas com vastas colecções que<br />
têm em conta diferentes situações de<br />
instalação e que vão ao encontro de<br />
diferentes gostos e preferências, com<br />
várias opções nos acabamentos. Os<br />
acessórios e o ambiente de interiores<br />
estão a aumentar de importância. Hoje<br />
os designers de interiores podem optar<br />
entre uma abundância de itens de<br />
design e linhas de produto, das bases<br />
de chuveiro e papel de parede a imitar<br />
o azulejo, até às cerâmicas. Mas<br />
onde nos leva tudo isto? E onde está<br />
o potencial de desenvolvimento para o<br />
design de casa de banho e sanitários?<br />
As respostas a estas perguntas podem<br />
ser encontradas na ISH, em Frankfurt,<br />
no próximo mês de Março. Ainda estão<br />
abertas as inscrições.<br />
Local: Frankfurt (Alemanha)<br />
Data 15 a 19 de Março de 2011<br />
Organização: Messefrankfurt<br />
susanne.pauli@messefrankfurt.com<br />
www.ish.messefrankfurt.com
FEIRAS INTERNACIONAIS<br />
CIPÓ BORZE<br />
Feira de Calçado e Acessórios<br />
Local: Budapeste (Hungria)<br />
Data: 3 e 4 de Março de 2011<br />
Organização: BCE Vásáriroda<br />
info@bcefair.hu<br />
www.bcefair.hu<br />
EXPORETAIL<br />
Salão de Espaços, Serviços<br />
e Equipamentos Comerciais<br />
Local: Barcelona (Espanha)<br />
Data: 4 a 6 de Março de 2011<br />
Organização: Grupo Planner<br />
gplanner@gplanner.com<br />
www.gplanner.com<br />
CEBIT<br />
Feira Mundial de Internet,<br />
Multimédia, Software Informático<br />
e Equipamento para Escritórios<br />
Local: Hanôver (Alemanha)<br />
Data: 5 a 10 de Março de 2011<br />
Organização: Deutsche Messe AG<br />
info@messe.de<br />
www.messe.de<br />
MIFF-INTERNATIONAL<br />
FURNITURE FAIR<br />
Feira Internacional de Mobiliário<br />
Local: Kuala Lumpur (Malásia)<br />
Data: 5 a 9 de Março de 2011<br />
Organização: M.I.F.F. SdN Bhd<br />
www.biztradeshows.com<br />
MICAM<br />
Exposição Internacional de Calçado<br />
Local: Milão (Itália)<br />
Data: 6 a 9 de Março de 2011<br />
Organização: Anci Servizi S.R.L.<br />
anci_calz@iol.it<br />
www.micamonline.it<br />
BARCELONA DEGUSTA<br />
Feira Nacional de Alimentação<br />
Local: Barcelona (Espanha)<br />
Data: 8 a 11 de Março de 2011<br />
Organização: Alimentaria Exhibitions, SA<br />
degusta@alimentaria.com<br />
www.barcelonadegusta.com<br />
FEIRAS e EVENTOS<br />
CANADIAN INTERNATIONAL<br />
FOOD AND BEVERAGE SHOW<br />
Feira Internacional de Alimentares<br />
e Bebidas<br />
Local: Toronto (Canadá)<br />
Data: 10 a 12 de Março de 2011<br />
Organização: Canadian Restaurant & Food<br />
Services Assn.<br />
info@crfa.ca<br />
www.crfa.ca<br />
MEDEC<br />
Exposição de Equipamentos<br />
e Informação Médica-Farmacêutica<br />
Local: Paris (França)<br />
Data: 13 a 15 de Março de 2011<br />
Organização: Société 3 E<br />
contact@lemedec.com<br />
www.lemedec.com<br />
EXP`HOSTEL<br />
Salão dos Fornecedores de Hotelaria<br />
Local: Saragoça (Espanha)<br />
Data: 12 a 14 de Março de 2011<br />
Organização: Feria de Zaragoza<br />
info@feriazaragoza.com<br />
www.feriazaragoza.com<br />
GLASSEX<br />
Exposição Internacional<br />
de Tecnologias e Design<br />
Local: Birmingham (Reino Unido)<br />
Data: 19 a 21 de Março de 2011<br />
Organização: Emap Maclaren Exhibitions Ltd.<br />
www.glassex.com<br />
VANCOUVER PLAYHOUSE<br />
INTERNATIONAL WINE<br />
FESTIVAL<br />
Feira de Vinhos<br />
Local: Vancouver (Canadá)<br />
Data: 25 a 31 de Março de 2011<br />
Organização: Vancouver Playhouse<br />
International Wine Festival<br />
wfm@playhousewinefest.com<br />
www.playhousewinefest.com<br />
<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 41
REDE<br />
EXTERNA<br />
DA AICEP<br />
Centro de Negócios<br />
Escritórios<br />
Representações<br />
42 // Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
S. Francisco<br />
ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo<br />
ALEMANHA / Berlim<br />
ANGOLA / Luanda<br />
ARGÉLIA / Argel<br />
ARGENTINA / Buenos Aires<br />
ÁUSTRIA / Viena<br />
BÉLGICA / Bruxelas<br />
BRASIL / São Paulo<br />
CABO VERDE / Praia<br />
Cidade do México<br />
Santiago do Chile<br />
Toronto<br />
Nova Iorque<br />
Caracas<br />
Buenos Aires<br />
CANADÁ / Toronto<br />
CHILE / Santiago do Chile<br />
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA<br />
/ Xangai<br />
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA<br />
/ Pequim<br />
COREIA DO SUL / Seul<br />
DINAMARCA / Copenhaga<br />
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS<br />
/ Dubai<br />
São Paulo<br />
Copenhaga<br />
Berlim<br />
Haia<br />
Bruxelas<br />
Dublin<br />
Londres<br />
Paris<br />
Milão<br />
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<strong>Portugal</strong>global // Dezembro 10 // 43
BOOKMARKS<br />
O VALOR DE NADA<br />
O inteligente livro de Raj Patel, O Valor<br />
de Nada, figurou na lista de bestsellers<br />
do New York Times, o que não<br />
nos deve surpreender, dado o momento<br />
em que vivemos. Em tempo de<br />
crise global, o autor formula algumas<br />
questões, algumas incómodas, e reflecte<br />
sobre as mudanças que importa<br />
levar a cabo na sociedade actual – em<br />
termos económicos, ambientais e de<br />
recursos – para salvarmos o planeta<br />
da insanidade financeira e construirmos<br />
uma economia e uma sociedade<br />
sustentadas. Quando de tudo se espera<br />
lucro e o valor das coisas é determinado<br />
pela oferta e pela procura, e<br />
não pelo seu valor de facto, este livro<br />
esclarece-nos sobre as determinantes<br />
da economia e da sociedade de mercado.<br />
Qual é a razão para que as coisas<br />
custem o que custam? Patel servese<br />
de alguns princípios fundamentais<br />
44<br />
// Dezembro 10 // <strong>Portugal</strong>global<br />
de economia e neuroeconomia para<br />
demonstrar como o preço que pagamos<br />
pelas coisas do quotidiano é sistematicamente<br />
distorcido.<br />
Raj Patel é um economista, académico,<br />
escritor e activista de tripla nacionalidade<br />
– britânica, indiana e norte-americana.<br />
Estudou em Oxford, na London<br />
School of Economics e na Universidade<br />
de Cornell. Foi fellow em Yale e<br />
actualmente colabora como investigador<br />
com a Universidade de KwaZulu-<br />
Natal e a Universidade da Califórnia,<br />
em Berkeley. Trabalhou para o Banco<br />
Mundial e para a Organização Mundial<br />
de Comércio, e foi consultor das<br />
Nações Unidas.<br />
Autor: Raj Patel<br />
Editor: Editorial Presença<br />
Ano: 2010<br />
CITY MARKETING - MYPLACE IN XXI<br />
GESTÃO ESTRATÉGICA E MARKETING DE CIDADES<br />
No marketing, ninguém começa com<br />
a pergunta: “O que é que nós queremos?”<br />
Começa-se sim com: “O que<br />
é que o outro lado deseja? Quais são<br />
os seus valores? Os seus objectivos?<br />
As suas necessidades? O que é que<br />
considera serem resultados?”. É no<br />
seio das pessoas que encontramos a<br />
importância da integração do marketing<br />
no novo modelo de gestão urbana.<br />
Para os autores – António Joaquim<br />
Azevedo, Duarte Nuno Vaz Osório<br />
Leite de Magalhães e Joaquim Manuel<br />
Mendes Resende Pereira – especialistas<br />
nas áreas do marketing e da gestão<br />
estratégica, é portanto crucial que<br />
este livro possa aumentar o nível de<br />
conhecimento e participação de todos<br />
os cidadãos neste domínio, sendo esta<br />
obra também para eles. São várias as<br />
matérias abordadas: a importância das<br />
cidades, competitividade e sustentabilidade,<br />
planeamento e cooperação,<br />
públicos-alvo e multidisciplinaridade,<br />
projecto de construção de uma marca<br />
e dimensão funcional e emocional da<br />
urbe, entre outras.<br />
“Neste livro estão registadas novas<br />
tendências, novos caminhos que aglutinam<br />
o capital intelectual, a inovação<br />
e criatividade local e global, para que<br />
em uníssono potenciem um novo modelo<br />
de gestão urbana que nos implique<br />
a todos a olhar para as cidades e<br />
lugares com outros olhos, os olhos do<br />
século XXI.”<br />
Autor: António Azevedo, Joaquim<br />
Pereira, Duarte Magalhães<br />
Editor: Vida Económica<br />
Ano: 2010