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Atividade enzimática extracelular de leveduras isoladas da ...

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3<br />

,<br />

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA<br />

MARCIELLE DOS SANTOS SILVA<br />

ATIVIDADE ENZIMÁTICA EXTRACELULAR DE<br />

LEVEDURAS ISOLADAS DA FERMENTAÇÃO DO<br />

CACAU<br />

Feira <strong>de</strong> Santana, BA<br />

2011


MARCIELLE DOS SANTOS SILVA<br />

ATIVIDADE ENZIMÁTICA EXTRACELULAR DE<br />

LEVEDURAS ISOLADAS DA FERMENTAÇÃO DO<br />

CACAU<br />

Dissertação apresenta<strong>da</strong> ao Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em<br />

Biotecnologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana como<br />

requisito parcial para obtenção do título <strong>de</strong> Mestre em Biotecnologia.<br />

Orientadora: Dra. Rachel Passos Rezen<strong>de</strong> (UESC)<br />

Co-orientadora: Dra. Ana Paula Trovatti Uetanabaro (UESC)<br />

Feira <strong>de</strong> Santana, BA<br />

2011<br />

2


trabalho.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Deus por me guiar, e me conce<strong>de</strong>r sabedoria, e a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar este<br />

Aos meus pais Osvaldo e Maria; e minha irmã Monielle, por me apoiarem,<br />

incentivarem e auxiliarem em tudo e por todo amor, confiança e carinho incondicional.<br />

À Prof. Dra. Ana Paula Trovatti Uetanabaro e a Profa. Dra. Rachel Passos Rezen<strong>de</strong><br />

pela orientação concedi<strong>da</strong>, pelas condições <strong>de</strong> trabalho que me proporcionaram, pela contínua<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, pela paciência e, sobretudo, pelos valiosos ensinamentos.<br />

À Prof. Dra. Maria Gabriela Bello Koblitz pelo auxílio e conhecimentos concedidos.<br />

À Coor<strong>de</strong>nação do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Biotecnologia, tendo a frente o<br />

Prof. Dr. Aristóteles Góes-Neto pelo apoio e auxilio em todos os momentos.<br />

Às alunas <strong>de</strong> iniciação científica Emília Lisboa, Eleni Anjos, e Andrea Porto do<br />

Laboratório <strong>de</strong> Tecnologia do Departamento <strong>de</strong> Tecnologia <strong>da</strong> UEFS pela colaboração na<br />

realização dos experimentos, por me auxiliarem em todos os momentos que precisei e pelo<br />

companheirismo durante to<strong>da</strong> a caminha<strong>da</strong>.<br />

A minha amiga Rita pela amiza<strong>de</strong>, pelo apoio, pelo convívio constante, pelos<br />

conselhos e incentivo, e por dividir comigo to<strong>da</strong>s as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e alegrias vivi<strong>da</strong>s.<br />

As colegas <strong>de</strong> Pós-Graduação Cíntia Reis e Aline Costa; a aluna <strong>de</strong> iniciação científica<br />

Larissa Costa; e a funcionária Bárbara Letícia do Laboratório <strong>de</strong> Análise Físico - Química<br />

(LAFIQUI) do Departamento <strong>de</strong> Tecnologia <strong>da</strong> UEFS pelo auxílio nos ensaios enzimáticos.<br />

Aos colegas <strong>de</strong> Trabalho do Laboratório <strong>de</strong> Tecnologia e do Laboratório <strong>de</strong> Pesquisa<br />

em Microbiologia (LAPEM) do Departamento <strong>de</strong> Ciências Biológicas <strong>da</strong> UEFS em especial a<br />

funcionária Gorette Carmo pelo companheirismo e disposição em aju<strong>da</strong>r sempre que<br />

necessário.<br />

A funcionária Berlene Marques pela amiza<strong>de</strong> e auxílio em vários momentos e a<br />

Fátima Albinati pela convivência e apoio.<br />

À Helton, pelo apoio na secretaria <strong>da</strong> Pós-Graduação.<br />

Aos professores e colegas do Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Biotecnologia, pela<br />

contribuição ao <strong>de</strong>senvolvimento pessoal, acadêmico, profissional, principalmente aos colegas<br />

Janaína e Vitor.<br />

3


À Adriana Cristina Reis Ferreira <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Santa Cruz (UESC),<br />

pela gentil cessão dos microrganismos utilizados.<br />

resultados.<br />

A Prof. Dr. Marília Cardoso e Cíntia Reis pela colaboração na análise estatística dos<br />

À minha família pela torci<strong>da</strong>.<br />

À Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana (UEFS), em especial ao Departamento<br />

<strong>de</strong> Ciências Biológicas, pela oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> concedi<strong>da</strong> para realização do Mestrado em<br />

Biotecnologia com Ênfase em Recursos Naturais <strong>da</strong> Região Nor<strong>de</strong>ste.<br />

À Capes pela concessão <strong>da</strong> bolsa <strong>de</strong> mestrado.<br />

E a todos que, <strong>de</strong> alguma forma, contribuíram para a realização <strong>de</strong>ste trabalho, meus<br />

sinceros agra<strong>de</strong>cimentos, sendo que o último citado aqui tem a mesma importância do<br />

primeiro.<br />

4


“Mesmo que eu tivesse o dom <strong>da</strong> profecia, e conhecesse todos os mistérios e to<strong>da</strong> a<br />

ciência; mesmo que eu tivesse to<strong>da</strong> a fé, a ponto <strong>de</strong> transportar montanhas, se eu não<br />

tiver amor, não sou na<strong>da</strong>!”.<br />

5<br />

I Coríntios 13:2


RESUMO<br />

As enzimas possuem características peculiares, tais como especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>, diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produção em larga escala. Além disso, apresentam potencial biotecnológico<br />

amplo, sendo um <strong>de</strong>les a obtenção <strong>de</strong> produtos através <strong>de</strong> processos fermentativos. O presente<br />

trabalho teve como objetivo a investigação <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> proteases, lipases, amilases,<br />

celulases, pectinases e fosfolipases por <strong>leveduras</strong> <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> fermentação do cacau. A<br />

metodologia utiliza<strong>da</strong> inicialmente foi <strong>de</strong> cup plate, segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> testes titulométricos para<br />

lipases e espectrofotométricos para pectinases e proteases. A partir <strong>de</strong> 70 <strong>leveduras</strong> 56 (80%)<br />

foram positivas para pelo menos uma <strong>da</strong>s enzimas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s nos testes realizados em placa.<br />

Treze isolados (18%) foram positivos para as amilases; 35 (50%) para as celulases; 11 (15%)<br />

para as fosfolipases; 12 (17%) para as pectinases e 12 (17%) para proteases. Nos testes em<br />

placa para as lipases, o substrato óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê foi o que apresentou o maior número <strong>de</strong><br />

isolados capazes <strong>de</strong> utilizá-lo, sendo 24 (34%) <strong>leveduras</strong> positivas para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica;<br />

10 (14%) para o óleo <strong>de</strong> mamona e 8 (11%) para manteiga <strong>de</strong> cacau. Para os testes<br />

titulométricos to<strong>da</strong>s as <strong>leveduras</strong> foram positivas nos três substratos (óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê, óleo <strong>de</strong><br />

mamona e manteiga <strong>de</strong> cacau), sendo os melhores resultados obtidos para as <strong>leveduras</strong><br />

testa<strong>da</strong>s com o óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê. Nos testes quantitativos espectrofotométricos, 62 (88%)<br />

<strong>leveduras</strong> foram positivas para proteases e 68 (97%) para pectinases. Este estudo <strong>de</strong>monstrou<br />

que os microrganismos testados representam uma fonte potencial <strong>de</strong> enzimas <strong>extracelular</strong>es <strong>de</strong><br />

interesse industrial e biotecnológico.<br />

Palavras-chave: Fungos leveduriformes. Amilases. Proteases. Pectinases. Celulases. Lipases.<br />

Fosfolipases.<br />

6


ABSTRACT<br />

The enzymes have peculiar characteristics, such as specificity, diversity and capacity of large<br />

scale production. Moreover, its potential biotechnology is great, being one of them the<br />

obtaining of products through of the fermentative process. The present work had as objective<br />

the investigating the production of proteases, lipases, amylases, cellulases, pectinases and<br />

fosfolipases secreted by yeasts isolated from cocoa’s fermentation. The methodology used<br />

initially was of the cup plate, followed of the titrimetric tests for lipases and<br />

spectrophotometric tests for pectinases and proteases. From of 70 yeasts 56 (80%) were<br />

positive to the secretion of at least one of the enzymes studied in tests ma<strong>de</strong> on board.<br />

Thirteen strains (18%) were positive for amylase, 35 (50%) for cellulases, 11 (15%) for<br />

fosfolipases; 12 (17%) to pectinase and (17%) for protease. Us tests on board for the lipases<br />

the substrate palm oil was what presented largest number of strains able to use it, being 24<br />

(34%) positive yeast for the lipase activity, 10 (14%) were positive for castor oil and 8 (11%)<br />

for cocoa butter. For the titrimetric tests all the yeasts were positive in the three substrates<br />

(palm oil, castor oil and cocoa butter) being the best results obtained for the yeasts tests with<br />

palm oil. In the quantitative spectrophotometric tests, 62 (88%) of the yeasts were positive for<br />

protease and 68 (97%) to pectinases. This study <strong>de</strong>monstrated that the microrganisms tested<br />

represent a potential source of extracellular enzymes of industrial and biotechnological<br />

interest.<br />

Keywords: Yeasts fungi. Amylases. Proteases. Pectinases. Cellulases. Lipases. Fosfolipases.<br />

7


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1. Figura 1 a. Equação geral para uma reação <strong>de</strong><br />

transesterificação. b Equação geral <strong>da</strong> transesterificação <strong>de</strong><br />

um triacilglicerí<strong>de</strong>o.<br />

Figura 2. 2. a. Halos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> amilolítica <strong>da</strong> levedura P.<br />

membranifaciens C-2.32/2 obtido a partir do cultivo em<br />

meio <strong>de</strong> indução durante incubação por 48h, a 28ºC e 150<br />

rpm, e inoculado em meio sólido a 37ºC com 24h, pH 7. b e<br />

c representam os halos negativos <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> P. kluyveri<br />

C-2.47 e P. membranifaciens C-.62, respectivamente. Todos<br />

os testes foram realizados em triplicata.<br />

Figura 3. b. Halos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinolítica <strong>da</strong> levedura 1 (ain<strong>da</strong> não<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>), em pH 7, obtido a partir do crescimento a<br />

28ºC, durante 48 horas, em meio <strong>de</strong> indução. a e c ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>enzimática</strong> negativa <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> 15 e 1.5,<br />

respectivamente. Todos os testes foram realizados em<br />

triplicata.<br />

Figura 4. Halos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> proteolítica <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> ain<strong>da</strong> não<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s a. 1.4 b. 3.1 e c. 16 obtidos a partir <strong>de</strong> cultivo<br />

em meio <strong>de</strong> indução durante incubação por 48h, a 28ºC e<br />

150 rpm, e inoculado em meio sólido a 37ºC por 24h, pH 5.<br />

Todos os testes foram realizados em triplicata.<br />

Figura 5. a Halos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica <strong>da</strong> levedura C.parapsilosis C<br />

-2.68 sobre o substrato óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê obtido do extrato<br />

enzimático após crescimento em meio líquido por 48 h a<br />

28ºC. Ca<strong>da</strong> poço representa uma levedura testa<strong>da</strong> em<br />

triplicata na horizontal, em pH 5. b e c. <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong><br />

<strong>enzimática</strong> negativa <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> P. membranifaciens C-<br />

2.126 e C. krusei C-2.9, respectivamente.<br />

28<br />

46<br />

50<br />

8<br />

52<br />

56


Figura 6.<br />

Análise <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> <strong>extracelular</strong> do extrato<br />

enzimático livre <strong>de</strong> células utilizando como substrato a<br />

manteiga <strong>de</strong> cacau, o óleo <strong>de</strong> mamona e o óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê<br />

cujos ácidos graxos liberados foram titulados com uma<br />

solução <strong>de</strong> NaOH (0,05M), utilizando 3 gotas <strong>de</strong><br />

fenolftaleína como indicador <strong>de</strong> pH e ponto <strong>de</strong> viragem<br />

<strong>de</strong>tectado pelo surgimento <strong>de</strong> uma coloração rósea no meio.<br />

9<br />

58


LISTA DE GRÁFICOS<br />

Gráfico 1. Porcentagem <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> positivas quanto à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>enzimática</strong> verificados pela observação <strong>de</strong> halo produzido pela<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do extrato obtido do cultivo a 28ºC por 48h e<br />

caracterizado a 37ºC com 24h.<br />

Gráfico 2. Porcentagem <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> positivas verifica<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong><br />

testes quantitativos titulométricos nos substratos Óleo <strong>de</strong><br />

mamona, Óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê e Manteiga <strong>de</strong> cacau para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

lipolítica.<br />

Gráfico 3. P Porcentagem <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> positivas verifica<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong><br />

testes quantitativos espectrofotométrica sobre os substratos<br />

Pectina cítrica e Gelatina para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s pectinolítica e<br />

proteolítica, respectivamente.<br />

10<br />

45<br />

59<br />

65


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 01. Principais aplicações <strong>da</strong>s enzimas em indústrias e os<br />

microrganismos que as secretam.<br />

Tabela 02. Microrganismos produtores <strong>de</strong> celulases. 31<br />

Tabela 03. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

amilases secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente pelas <strong>leveduras</strong><br />

testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por 48 h, em meio<br />

<strong>de</strong> cultura suplementado com indutor para ca<strong>da</strong> enzima e<br />

testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5; 7 e 9).<br />

Tabela 04. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

celulases secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente pelas <strong>leveduras</strong><br />

testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por 48 h, em meio<br />

<strong>de</strong> cultura suplementado com indutor para ca<strong>da</strong> enzima e<br />

testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5; 7 e 9).<br />

Tabela 05. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fosfolipases secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente pelas <strong>leveduras</strong><br />

testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por 48 h, em meio<br />

<strong>de</strong> cultura suplementado com indutor para ca<strong>da</strong> enzima e<br />

testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5; 7 e 9).<br />

Tabela 06. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pectinases secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente pelas <strong>leveduras</strong><br />

testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por 48 h, em meio<br />

<strong>de</strong> cultura suplementado com indutor para ca<strong>da</strong> enzima e<br />

testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5; 7 e 9).<br />

Tabela 07. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

proteases secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente pelas <strong>leveduras</strong><br />

testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por 48 h, em meio<br />

<strong>de</strong> cultura suplementado com indutor para ca<strong>da</strong> enzima e<br />

11<br />

21<br />

46<br />

47<br />

48<br />

49<br />

51


testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5; 7 e 9).<br />

Tabela 08. R Resultados <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica dos extratos enzimáticos<br />

obtidos a partir do cultivo submerso por 48h a 28ºC nos<br />

substratos manteiga <strong>de</strong> cacau, óleo <strong>de</strong> mamona e óleo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ndê, revelados em meio sólido sob luz ultravioleta <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> mantidos por 24h a 37ºC.<br />

Tabela 09. Resultados <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica dos extratos enzimáticos<br />

obtidos <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> fermentação do cacau nos<br />

substratos manteiga <strong>de</strong> cacau, óleo <strong>de</strong> mamona e óleo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ndê, obtido pela titulação dos ácidos graxos solúveis em<br />

solução <strong>de</strong> NaOH e <strong>de</strong> fenolftaleína como indicador.<br />

Tabela 10. Resultados <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pectina metilesterase (U/mL) e<br />

a <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> Específica <strong>de</strong> Proteases (U/mL) dos extratos<br />

enzimáticos obtidos a partir do cultivo <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong><br />

<strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> fermentação do cacau em meio <strong>de</strong> indução<br />

suplementado com pectina cítrica e gelatina,<br />

respectivamente.<br />

12<br />

54<br />

60<br />

63


LISTA DE SIGLAS, SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES<br />

AE <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> específica<br />

ANOVA Análise <strong>de</strong> variância<br />

CCMB Coleção <strong>de</strong> Cultura <strong>de</strong> Microrganismos <strong>da</strong> Bahia<br />

ºC Graus Celsius<br />

cm Centímetro<br />

GYMP Meio composto <strong>de</strong> glicose, extrato <strong>de</strong> levedura, extrato <strong>de</strong> malte e peptona<br />

g Gramas<br />

g/L Relação <strong>de</strong> gramas por litro<br />

h Hora<br />

IE Índice Enzimático<br />

mg Miligrama<br />

M Molari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

LAFIQUI Laboratório <strong>de</strong> Análise Físico-química <strong>de</strong> Alimentos<br />

LAPEM<br />

min Minuto<br />

Laboratório <strong>de</strong> Pesquisa em Microbiologia<br />

mg/mL Relação entre miligrama e mililitro<br />

mL Mililitro<br />

MM Massa molar<br />

mM Massa milimolar<br />

N Normali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

O2<br />

Oxigênio<br />

p/v Relação em porcentagem entre o peso do soluto e o volume <strong>da</strong> solução<br />

pH Potencial hidrogeniônico<br />

PME Pectina metilesterase<br />

PPBGBiotec<br />

Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em Biotecnologia<br />

rpm Rotações por minuto<br />

TCA Ácido Tricloroacético<br />

UA Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

U/mL Concentração <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong>, em mililitro<br />

13


UV Luz Ultravioleta<br />

UV/VIS Ultravioleta/Visível<br />

UEFS<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana<br />

v/v<br />

Relação em porcentagem entre o volume do soluto e o volume <strong>da</strong> solução<br />

µL Microlitro<br />

µm Micrograma<br />

% Porcentagem<br />

14


1INTRODUÇÃO<br />

SUMÁRIO<br />

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 19<br />

2.1 LEVEDURAS E SUA APLICAÇÃO BIOTECNOLÓGICA 19<br />

2.2 ENZIMAS<br />

2.3 PROTEASES<br />

2.4 AMILASES<br />

2.5 LIPASES 26<br />

2.6 PECTINASES 28<br />

2.7 CELULASES<br />

2.8 FOSFOLIPASES 31<br />

2.9 ENZIMAS NA FERMENTAÇÃO DO CACAU<br />

2.10 ASPECTOS BIOTECNOLÓGICOS 33<br />

3 OBJETIVOS 35<br />

3.1 OBJETIVO GERAL<br />

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 35<br />

4 MATERIAL E MÉTODOS 36<br />

4.1 PROCEDÊNCIA DAS LINHAGENS DE LEVEDURA<br />

4.2 REATIVAÇÃO 36<br />

4.3 MANUTENÇÃO DAS LINHAGENS<br />

4.4 PADRONIZAÇÃO DO INÓCULO<br />

4.5 CULTIVO EM MEIO DE INDUÇÃO<br />

4.6 ENSAIO QUALITATIVO PARA DETECÇÃO DAS ENZIMAS<br />

4.6.1 <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> celulase<br />

4.6.2 <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> amilase<br />

4.6.3 <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> pectinase<br />

4.6.4 <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> lipase<br />

15<br />

17<br />

20<br />

22<br />

25<br />

29<br />

32<br />

35<br />

36<br />

36<br />

37<br />

37<br />

38<br />

38<br />

39<br />

39<br />

39


4.6.5 <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Protease e Fosfolipase<br />

4.7 TITULAÇÃO 40<br />

4.8 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DE PECTINA METILESTERASE (PME)<br />

EM FERMENTAÇÃO SUBMERSA<br />

4.8.1 Preparação <strong>da</strong>s amostras para os ensaios enzimáticos<br />

4.9 ATIVIDADE DE PROTEASES EXTRACELULARES PRODUZIDAS EM<br />

FERMENTAÇÃO SUBMERSA<br />

4.10 ANÁLISE ESTATÍSTICA 43<br />

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

5.1 ENSAIO QUALITATIVO PARA DETECÇÃO DAS ENZIMAS (CUP PLATE)<br />

PECTINASES, PROTEASES, AMILASES, CELULASES E FOSFOLIPASES<br />

5.2 ATIVIDADE DE AMILASE<br />

5.3 ATIVIDADE DE CELULASE<br />

5.4 ATIVIDADE DE FOSFOLIPASE<br />

5.5 ATIVIDADE DE PECTINASE<br />

5.6 ATIVIDADE DE PROTEASE<br />

5.7 ENSAIO QUALITATIVO DE CUP PLATE PARA DETECÇÃO DE LIPASES 52<br />

5.8 TESTES QUANTITATIVOS DE DETECÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA 57<br />

5.8.1 Testes <strong>de</strong> Titulação<br />

5.8.2 Testes espectrofotométricos <strong>de</strong> Pectinases e Proteases<br />

5.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA<br />

6 CONCLUSÕES<br />

16<br />

39<br />

41<br />

41<br />

42<br />

44<br />

44<br />

45<br />

47<br />

48<br />

49<br />

50<br />

58 57<br />

7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 68<br />

62<br />

66<br />

67


1 INTRODUÇÃO<br />

As enzimas atuam em diversas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais, como principal produto<br />

biotecnológico nas áreas ambiental, alimentícia e <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> que utilizam a tecnologia<br />

<strong>enzimática</strong> e seus subprodutos em várias <strong>de</strong> suas etapas. As enzimas hidrolíticas são as mais<br />

utiliza<strong>da</strong>s nos processos industriais, sendo aplica<strong>da</strong>s na obtenção <strong>de</strong> muitos produtos<br />

(OLIVEIRA, 2006; SILVA-NEVES et al., 2006). A tecnologia <strong>enzimática</strong> movimenta,<br />

anualmente, bilhões <strong>de</strong> dólares (COELHO, 2001; SILVA-NEVES et al., 2006). Dessa<br />

maneira faz-se necessário que novas espécies <strong>de</strong> microrganismos produtores <strong>de</strong> enzimas com<br />

potencial biotecnológico sejam estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />

Diante <strong>da</strong> enorme diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> organismos sabe-se que apenas 1% dos<br />

microrganismos existentes na terra foi i<strong>de</strong>ntificado pelo homem e o conhecimento <strong>da</strong><br />

diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enzimas secreta<strong>da</strong>s por eles é bastante escasso. As <strong>leveduras</strong> tem sido foco<br />

recorrente <strong>de</strong> pesquisas em busca <strong>de</strong> novos agentes biotecnológicos principalmente <strong>de</strong>vido ao<br />

fato <strong>da</strong> enorme variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> que ain<strong>da</strong> não foram <strong>de</strong>scobertos (SILVA, 2010).<br />

As enzimas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> origem microbiana, animal e vegetal (NETO, 2001). O uso<br />

<strong>de</strong> microrganismos como fonte <strong>de</strong> enzimas vem sendo utilizado em escala industrial por<br />

expressarem características <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>s para aplicação biotecnológica permitindo, não só o<br />

aumento na produção <strong>de</strong> enzimas <strong>de</strong> aplicação conheci<strong>da</strong> em outros processamentos, mas<br />

também a produção <strong>de</strong> novas enzimas <strong>de</strong> interesse comercial (GEHARTZ, 1990).<br />

As enzimas são catalisadores biológicos muito eficientes, pois atuam na transformação<br />

<strong>de</strong> moléculas orgânicas sem alterar a proporção entre os reagentes e produtos do processo e<br />

nem interferir na constituição <strong>de</strong>stes (MARZZOCO e TORRES, 1999). Além disso, são<br />

capazes <strong>de</strong> atuar em meio <strong>extracelular</strong> eficientemente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o pH, a temperatura e o<br />

substrato estejam em condições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para que ocorra a reação <strong>enzimática</strong> (COLEN,<br />

2006). Atualmente tem sido empregado o uso <strong>de</strong> enzimas, secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente ou<br />

imobiliza<strong>da</strong>s, em diversos processos (DALLA-VECCHIA, 2004; COLEN, 2006).<br />

As enzimas são muito utiliza<strong>da</strong>s nas indústrias <strong>de</strong>vido ao alto grau <strong>de</strong> especifici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s reações que catalisam, pois efetuam conversões eficientes, econômicas, po<strong>de</strong>m atuar em<br />

concentrações baixas, sob condições bran<strong>da</strong>s <strong>de</strong> pH e temperatura e, principalmente, são<br />

bio<strong>de</strong>gradáveis. As amilases, celulases, pectinases, lipases e proteases são muito utiliza<strong>da</strong>s em<br />

infindáveis aplicações, sendo úteis em vários setores <strong>da</strong> economia como nos setores <strong>de</strong><br />

17


<strong>de</strong>tergentes, fármacos, têxtil e alimentício, o que <strong>de</strong>monstra a sua importância e<br />

potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usos (MACIEL, 2010; SILVA, 2010).<br />

As principais vantagens <strong>de</strong> se utilizar <strong>leveduras</strong> como fontes <strong>de</strong> enzimas em gran<strong>de</strong><br />

escala, quando compara<strong>da</strong>s aos fungos filamentosos, é a obtenção <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong>s concentrações<br />

<strong>de</strong> enzimas através <strong>de</strong> manipulação genética e ajuste <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> cultivo, fácil e rápi<strong>da</strong><br />

triagem <strong>de</strong> microrganismos produtores, ciclos <strong>de</strong> fermentação curtos, uso <strong>de</strong> meios <strong>de</strong><br />

fermentação <strong>de</strong> baixo custo, e diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enzimas que catalisam a mesma reação,<br />

possibilitando flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> nas condições <strong>de</strong> uso (REED, 1997; SILVA, 2003).<br />

Devido aos fatores mencionados anteriormente tornou-se imprescindível a busca por<br />

outras fontes <strong>de</strong>ssas enzimas e a realização <strong>de</strong> pesquisas visando à seleção <strong>de</strong> novas linhagens<br />

que secretem enzimas <strong>de</strong> importância biotecnológica (SILVA, 2010) e industrial (FUNGARO<br />

et al., 1994; SILVA-NEVES et al., 2006).<br />

O potencial <strong>da</strong>s linhagens <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> obti<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> fermentação <strong>de</strong> amêndoas<br />

do cacau representa uma fonte ain<strong>da</strong> pouco investiga<strong>da</strong> quanto à produção <strong>de</strong> enzimas<br />

<strong>extracelular</strong>es. A microbiota que cresce nesse ambiente po<strong>de</strong> possuir peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

características <strong>de</strong> interesse industrial que po<strong>de</strong>riam ser explora<strong>da</strong>s na seleção <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> que<br />

secretem enzimas para aplicação nos mais variados processos industriais.<br />

No presente trabalho <strong>leveduras</strong> <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> fermentação do cacau foram testa<strong>da</strong>s<br />

quanto à secreção <strong>da</strong>s enzimas amilases, celulases, pectinases, lipases, proteases e fosfolipases<br />

visando à seleção <strong>de</strong> microrganismos com potencial <strong>de</strong> aplicação na obtenção <strong>de</strong> produtos ou<br />

no melhoramento <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> importância biotecnológica.<br />

18


2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1 LEVEDURAS E SUA APLICAÇÃO BIOTECNOLÓGICA<br />

Os fungos eucariotos possuem formas leveduriformes ou filamentosas<br />

(ALEXOPOULOS et al., 1996). As <strong>leveduras</strong> são fungos formados por uma única célula<br />

eucarionte, em sua maioria são classificados como ascomicetos, tem forma esférica, oval ou<br />

cilíndrica. A reprodução <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> po<strong>de</strong> ser assexua<strong>da</strong> por brotamento ou po<strong>de</strong>m realizar<br />

também a reprodução sexua<strong>da</strong> quando ocorre a fusão <strong>de</strong> duas células (MADIGAN et al.,<br />

2004; GONÇALVES, 2007).<br />

As <strong>leveduras</strong> são ubíquas, têm metabolismo peculiar que permite a utilização <strong>de</strong><br />

nutrientes variados e nas mais diversas condições ambientais. Crescem principalmente on<strong>de</strong><br />

há presença <strong>de</strong> açúcares, como frutas, flores e cascas <strong>de</strong> árvores, <strong>de</strong> nutrição quimio-<br />

heterotrófico absorvitiva, predominantemente aeróbios, com temperatura ótima <strong>de</strong><br />

crescimento entre 25 a 30º C e pH <strong>de</strong> 4 a 7, sendo que algumas espécies são patogênicas ao<br />

homem (MADIGAN et al., 2004).<br />

Devido à sua habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar vários substratos para sua nutrição absortiva as<br />

<strong>leveduras</strong> colonizam diversos nichos ecológicos. Essa característica permite que as <strong>leveduras</strong><br />

secretem enzimas que hidrolisam macromoléculas a moléculas menores principalmente fontes<br />

<strong>de</strong> carbono e hidrogênio, que po<strong>de</strong>m ser incorpora<strong>da</strong>s e utiliza<strong>da</strong>s em sua alimentação. Tem<br />

extrema importância econômica, pois produzem bebi<strong>da</strong>s fermenta<strong>da</strong>s como cervejas e vinhos,<br />

e outros alimentos, como na produção <strong>de</strong> pão e queijo cuja espécie mais importante e<br />

conheci<strong>da</strong> é a Saccharomyces cerevisiae (ALEXOPOULOS et al., 1996; SANTOS et al.,<br />

1996; GALVAGNO e FORCHIASSIN, 2004; MADIGAN et al., 2004).<br />

São apropria<strong>da</strong>s para as utili<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais, pois po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> maneira<br />

rápi<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido ao seu crescimento em curto tempo, por absorverem uma enorme varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

substratos <strong>de</strong> baixo custo e apresentarem facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação do produto final <strong>de</strong>vido à<br />

rápi<strong>da</strong> separação <strong>da</strong> biomassa. Além disso, são importantes em diversos setores tais como:<br />

industrial, pela contaminação e <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> produtos, e na medicina, por serem a causa <strong>de</strong><br />

diversas doenças (SILVA-NEVES, 2006).<br />

19


As <strong>leveduras</strong> são capazes <strong>de</strong> catabolizar diferentes compostos, orgânicos e<br />

inorgânicos, extraindo <strong>de</strong>sses nutrientes a energia necessária à sua sobrevivência, essa<br />

característica permite sua aplicação como agente biológico na solução dos problemas gerados<br />

pelos rejeitos lançados no meio ambiente. A diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> substratos nos quais os<br />

microrganismos po<strong>de</strong>m crescer resultou, então, no surgimento <strong>de</strong> enzimas aptas a transformar<br />

moléculas orgânicas distintas <strong>da</strong>s já existentes, o que sem dúvi<strong>da</strong> confere algumas vantagens<br />

adicionais às células microbianas, tais como a exploração <strong>de</strong> novos nichos ecológicos e<br />

utilização <strong>de</strong> diferentes fontes energéticas (FUENTEFRIA, 2004).<br />

2.2 ENZIMAS<br />

As enzimas são moléculas <strong>de</strong> natureza protéica com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> catalítica, embora<br />

existam também enzimas constituí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> RNA, as ribozimas ou RNAs catalíticos<br />

(FELLOWS, 2006). Enzimas são extremamente importantes para as reações, pois, tem a<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acelerá-las através <strong>da</strong> diminuição <strong>da</strong> energia necessária para que se iniciem, e<br />

favorecem um aumento consi<strong>de</strong>rável <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> na qual ocorrem, pois sem a atuação<br />

<strong>de</strong>stas, muitos dos processos necessários à vi<strong>da</strong> em que as enzimas atuam seriam muito lentos<br />

ou mesmo não aconteceriam, como a respiração e a digestão animal (LENNINGHER et<br />

al.,1985; LIMA et al., 2001; SCHMIDELL et al., 2001).<br />

O potencial <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong>s enzimas nas indústrias é <strong>de</strong>vido as diversas vantagens<br />

que possuem como a sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atuar em condições bran<strong>da</strong>s <strong>de</strong> pH, temperatura e<br />

pressão atmosférica, apresentar especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> e enantioseletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, não causar poluição<br />

ambiental e ser rapi<strong>da</strong>mente inativa<strong>da</strong>s nas reações (POROSKE, 1984; XU, 2000; VITOLO,<br />

2001; FELLOWS, 2006).<br />

As enzimas possuem uma enorme aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial e envolvem muito<br />

investimento e retorno financeiro com sua utili<strong>da</strong><strong>de</strong> em indústrias, principalmente <strong>de</strong>vido ao<br />

seu potencial em substituição aos processos que utilizam catalisadores químicos<br />

convencionais, assim tornam-se uma alternativa imprescindível ao <strong>de</strong>senvolvimento industrial<br />

sustentável (VITOLO, 2001) Tabela 01. Além disso, as reações catalisa<strong>da</strong>s com essa<br />

tecnologia geram produtos que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados naturais e não tóxicos <strong>de</strong>vido à<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> extrair melhor as matérias primas e facilitar a manipulação dos materiais, o<br />

20


que além <strong>de</strong> aumentar a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> prateleira, gera melhoria <strong>da</strong>s características sensoriais dos<br />

alimentos. É por todos esses fatores que as enzimas são atualmente muito utiliza<strong>da</strong>s nas mais<br />

varia<strong>da</strong>s aplicações pelas indústrias (POROSKE, 1984; XU 2000; VITOLO, 2001;<br />

FELLOWS, 2006).<br />

Tabela 01. Principais aplicações <strong>da</strong>s enzimas em indústrias e os microrganismos que as secretam.<br />

Enzimas Fonte Atuação nos alimentos Aplicação<br />

α-amilase Aspergillus sp.<br />

Bacillus sp.<br />

Microbacterium<br />

imperiale<br />

Celulase Aspergillus niger<br />

Tricho<strong>de</strong>rma spp.<br />

Lipase Aspergillus sp.<br />

Candi<strong>da</strong> sp.<br />

Rhizomucor miehei<br />

Rhizomucor miehei<br />

Rhizopus sp.<br />

Bacillus subtilis<br />

Pectinase Aspergillus sp.<br />

Penicillium<br />

funiculosum<br />

Protease Aspergillus sp.<br />

Rhizomucor miehei<br />

Cryphomectria<br />

parasítica<br />

Penicillum citrinum<br />

Rhizopus niveus<br />

Bacillus sp.<br />

Fonte: A<strong>da</strong>ptado <strong>de</strong> Vitolo, 2001 e Fellows, 2006.<br />

Hidrólise <strong>de</strong> goma <strong>de</strong><br />

trigo, aumento do<br />

volume do pão<br />

Amolecimento <strong>da</strong> massa;<br />

auxiliar na produção <strong>de</strong><br />

açúcares para fermentação<br />

Hidrólise <strong>de</strong> celulose Liquefação <strong>de</strong> frutas para<br />

produção <strong>de</strong> sucos<br />

Hidrólise <strong>de</strong><br />

triglicerí<strong>de</strong>os em ácidos<br />

graxos e glicerol;<br />

Hidrólise <strong>da</strong> pectina<br />

Hidrólise <strong>de</strong> proteínas<br />

<strong>de</strong> animais e vegetais;<br />

hidrólise <strong>de</strong> glúten <strong>de</strong><br />

trigo<br />

21<br />

Tempero em produtos <strong>de</strong> queijo;<br />

modificação <strong>da</strong> função <strong>da</strong><br />

gordura por interesterificação<br />

Clarificação <strong>de</strong> sucos <strong>de</strong> frutas<br />

por <strong>de</strong>spectinização<br />

Coagulação do leite para<br />

fabricação <strong>de</strong> queijo; produção<br />

<strong>de</strong> hidrolisados para sopas;<br />

melhoria <strong>da</strong> massa do pão<br />

Apesar <strong>da</strong> enorme diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enzimas que foram investiga<strong>da</strong>s e são conheci<strong>da</strong>s<br />

apenas algumas po<strong>de</strong>m efetivamente ser aplica<strong>da</strong>s e produzir resultados satisfatórios em<br />

escala industrial, pois nem to<strong>da</strong>s as enzimas são eficientes nas condições <strong>de</strong> processamento<br />

em gran<strong>de</strong> escala. As enzimas po<strong>de</strong>m ser inativa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vido às variáveis <strong>de</strong> temperatura e pH<br />

do processo e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> co-fatores para que possam atuar. Além disso, muitas enzimas<br />

são intracelulares, o que dificulta a eficiência do processo, pois a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> separação


<strong>da</strong>s enzimas dos componentes celulares encarece e torna inviável o processamento com fins<br />

comerciais (VITOLO, 2001; LIMA et al., 2001).<br />

Para que a secreção <strong>da</strong>s enzimas seja eficiente <strong>de</strong>ve-se maximizar a produção <strong>da</strong>s<br />

enzimas pelos microrganismos e minimizar os custos com substrato, meio <strong>de</strong> cultivo,<br />

incubação, bem como procedimentos <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong>s enzimas (VITOLO, 2001;<br />

FELLOWS, 2006).<br />

As enzimas microbianas têm gran<strong>de</strong> potencial biotecnológico, sendo emprega<strong>da</strong>s na<br />

indústria têxtil (amilase, celulase, pectinase), <strong>de</strong> papel (lipase, xilanase, oxiredutases), <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tergentes (celulase, lipase, protease) e alimentícia (pectinase, lipase, protease) (VAN e<br />

BEILEN, 2002; OLIVEIRA, 2006) na qual há a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que o microrganismo não<br />

secrete micotoxinas ou outras substâncias tóxicas e nem seja patogênico (FUNGARO et al.,<br />

1994).<br />

A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> atual do mercado, dos consumidores e <strong>de</strong> órgãos governamentais por<br />

produtos alimentícios com menos aditivos e reduzi<strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> tratamentos químicos tem<br />

aumentado o interesse do uso <strong>de</strong> enzimas nessas indústrias (TUNGA et al., 2003). Portanto, a<br />

tecnologia <strong>enzimática</strong> e a biocatálise são ferramentas promissoras para a síntese <strong>de</strong> compostos<br />

<strong>de</strong> alto valor agregado (FERNANDES, 2007).<br />

2.3 PROTEASES<br />

As proteases são enzimas que atuam sobre as proteínas transformando-as em peptí<strong>de</strong>os<br />

<strong>de</strong> peso molecular menor ou em aminoácidos (LIMA et al., 2001; SCHMIDELL et al., 2001;<br />

VITOLO, 2001). As enzimas proteolíticas catalisam a hidrólise <strong>da</strong>s ligações peptídicas <strong>da</strong>s<br />

proteínas (BERG et al., 2004), e classificam-se quanto ao valor do pH no qual a sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

catalítica é máxima, po<strong>de</strong>ndo assim ser classifica<strong>da</strong>s em proteases áci<strong>da</strong>s, neutras ou alcalinas<br />

(RAO, 1998; NELSON e COX, 2004).<br />

As proteases alcalinas tiveram sua aplicação aumenta<strong>da</strong> como catalisadores<br />

industriais nos últimos anos por oferecerem diversas vantagens em <strong>de</strong>trimento dos<br />

catalisadores químicos convencionais. Dentre as características vantajosas que apresentam<br />

encontra-se a alta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> catalítica, alto grau <strong>de</strong> especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo substrato, po<strong>de</strong>m ser<br />

22


produzi<strong>da</strong>s em larga escala, são economicamente viáveis e bio<strong>de</strong>gradáveis, reduzindo assim,<br />

também a poluição ambiental (ANWAR e SALEEMUDDIN, 1998; ESPÓSITO, 2006).<br />

São provenientes <strong>de</strong> diversas fontes naturais po<strong>de</strong>ndo ser <strong>de</strong> origem animal, vegetal ou<br />

microbiana. As <strong>leveduras</strong> são as mais promissoras fontes <strong>de</strong> enzimas, pois possuem fácil<br />

manipulação genética e gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (RODRIGUES e SANT’ANNA, 2001). As<br />

<strong>leveduras</strong> são boas produtoras <strong>de</strong> enzimas que po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s inclusive na produção <strong>de</strong><br />

alimentos (GODFREY e WEST, 1996, RODRIGUES e SANT’ANNA, 2001; NEVES-<br />

SOUZA et al., 2006 e SILVA, 2009; BARNETT et al., 1990).<br />

As proteases po<strong>de</strong>m ser diferencia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com sua atuação nas ca<strong>de</strong>ias<br />

proteolíticas. As enzimas po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s na modificação <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> origem protéica<br />

através do processo <strong>de</strong> hidrólise. Essas enzimas atuam <strong>de</strong> diversas maneiras no ataque as<br />

ca<strong>de</strong>ias protéicas e <strong>de</strong> acordo com a região em que atuam po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>da</strong>s em<br />

endopepti<strong>da</strong>ses e exopepti<strong>da</strong>ses (SCHMIDELL et al., 2001; LIMA et al., 2001).<br />

Existem diversos processos em que as enzimas proteolíticas po<strong>de</strong>m ser aplica<strong>da</strong>s<br />

(NELSON e COX, 2004), principalmente na indústria alimentícia (SOARES et al., 1999;<br />

BIAGGIO et al., 2001; SILVA-NEVES et al., 2006; SILVA et al., 2009), <strong>de</strong> maturação <strong>de</strong><br />

couro, química e farmacêutica (BON e PEREIRA, 1999; BIAGGIO et al., 2001; SOARES et<br />

al., 2008; SOUZA et al., 2008; SILVA et al., 2009). Na indústria alimentícia, tem aplicação<br />

difundi<strong>da</strong>, no amaciamento <strong>de</strong> carnes, na clarificação <strong>de</strong> cervejas, produção <strong>de</strong> pães e<br />

biscoitos, no processo industrial <strong>de</strong> produtos como óleos <strong>de</strong>sidratados e leite <strong>de</strong> soja. No<br />

processo <strong>de</strong> ten<strong>de</strong>rização <strong>de</strong> carnes as proteases agem <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ndo as suas fibras através <strong>da</strong><br />

injeção <strong>de</strong> enzimas no sistema vascular do animal antes do abate. (CANILHA et al., 2006;<br />

ZIMMER et al., 2009).<br />

As proteases po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s no aumento <strong>da</strong> digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos muito<br />

ricos em proteínas, como o farelo <strong>de</strong> soja, nos quais os complementos enzimáticos são<br />

utilizados amplamente na indústria, para facilitar a digestão e melhorar o sabor e o valor<br />

nutricional dos alimentos (SOARES et al., 2008; LIMA et al., 2003).<br />

Proteínas hidrolisa<strong>da</strong>s vêm sendo aplica<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s com incrível sucesso na<br />

indústria alimentícia como substitutos industriais na dieta <strong>de</strong> indivíduos que não po<strong>de</strong>m<br />

digerir a proteína intacta. São aplicados também em substitutos <strong>de</strong> produtos lácteos,<br />

suplementos protéicos, estabilizadores <strong>de</strong> bebi<strong>da</strong>s, realçadores <strong>de</strong> sabor e produtos <strong>de</strong><br />

23


confeitaria, sendo bastante difundi<strong>da</strong> sua aplicação também nos produtos <strong>de</strong> pesca<br />

(NASCIMENTO et al., 2007).<br />

Na indústria <strong>de</strong> panificação o uso <strong>de</strong> proteases melhora as características como a<br />

elastici<strong>da</strong><strong>de</strong> e a textura do glúten. Essas enzimas são adiciona<strong>da</strong>s durante a fermentação, o que<br />

fornece um maior contato com o glúten e atuam hidrolisando a ca<strong>de</strong>ia protéica e reduzindo-a<br />

através do realinhamento <strong>da</strong> molécula, o que torna a massa mais fácil <strong>de</strong> ser manusea<strong>da</strong>,<br />

reduzindo o tempo <strong>de</strong> mistura e com isso gera economia <strong>de</strong> material, equipamento e energia o<br />

que reduz o valor do produto final (KOBLITZ et al., 2008).<br />

As proteases são aplica<strong>da</strong>s na indústria farmacêutica em medicamentos como<br />

digestivos e também no tratamento <strong>de</strong> ferimentos. Têm uso terapêutico como anticancerígeno,<br />

antifúngico, vermífugo, antiinflamatório e anticoagulante (MARQUARDT, 2003).<br />

A hidrólise <strong>de</strong> proteínas po<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong> através <strong>de</strong> aplicações <strong>de</strong> métodos químicos<br />

convencionais ou através <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> enzimas possibilitando o controle <strong>da</strong> hidrólise, o que<br />

gera melhoria <strong>da</strong>s características do produto final a ser obtido. Além disso, o processo <strong>de</strong><br />

hidrólise <strong>enzimática</strong> é mais simples, eficiente e envolve condições que não <strong>de</strong>stroem as<br />

proteínas recupera<strong>da</strong>s (NERY et al., 2000).<br />

Dessa forma, as proteases po<strong>de</strong>m ser aplica<strong>da</strong>s em diferentes finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s como na<br />

hidrólise <strong>de</strong> proteínas <strong>de</strong> origem animal ou vegetal como na remoção <strong>de</strong> carnes dos ossos <strong>de</strong><br />

animais abatidos tornando-a matéria-prima para produção <strong>de</strong> gelatina, que é muito utiliza<strong>da</strong><br />

em produtos dietéticos; além <strong>de</strong> essas enzimas atuarem também na produção <strong>de</strong> substâncias<br />

que intensificam o sabor <strong>de</strong> alimentos produzidos nas indústrias como o ácido glutâmico<br />

(CARVALHO et al., 2009).<br />

A produção <strong>de</strong>ssas enzimas foi verifica<strong>da</strong> por diversos autores por alguns<br />

microrganismos como Thermomyces lanuginosus (JENSEN et al., 2002; LI et al., 1997),<br />

Aspergillus sp. (CORAL et al., 2003; TUNGA et al., 2003), Penicillium sp. (GERMANO et<br />

al., 2003; HASHEM, 2000), Mucor spp. (MAHESHWARI et al., 2000) e Rhizopus oryzae<br />

(KUMAR et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2002). Buzzini e Martini (2002) verificaram a<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> proteolítica <strong>extracelular</strong> <strong>de</strong> microrganismos leveduriformes como<br />

Pseudozyma Antartica e fungos filamentosos.<br />

24


2.4 AMILASES<br />

Amilases são carboidrases e tem a função <strong>de</strong> hidrolisar as ligações glicosídicas dos<br />

monossacarí<strong>de</strong>os <strong>de</strong> carboidratos, sobre as ligações α-1,4 e α-1,6 que estão presentes no<br />

amido e no glicogênio (OBATA et al., 1977; KOBLITZ, 2008). Representam importantes<br />

enzimas industriais, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância biotecnológica, tais como aplicações nas indústrias<br />

têxteis, <strong>de</strong> cervejas, bebi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>stila<strong>da</strong>s, panificação, liquefação e sacarificação do amido,<br />

ração animal, indústria química e farmacêutica (GUPTA et al., 2003; PANDEY et al., 2000;<br />

OLIVEIRA, et al, 2010).<br />

Dentre as amilases fúngicas, as que apresentam maior interesse industrial são as α-<br />

amilase, β-amilase e amiloglucosi<strong>da</strong>se (HARGER et al., 1982; OLIVEIRA, 2010).<br />

Existem diversas aplicações para as amilases nos mais variados setores. Uma<br />

aplicação frequente ocorre na indústria têxtil, na qual a resistência dos fios <strong>de</strong> tecidos é<br />

minimiza<strong>da</strong> com a aplicação <strong>de</strong> goma <strong>de</strong> amido que é posteriormente elimina<strong>da</strong>, e para que o<br />

tecido não seja prejudicado durante esse processo utiliza-se a aplicação <strong>de</strong> uma amilase <strong>de</strong><br />

origem bacteriana, que atua em altas temperaturas (105-110°C) (WISEMAN, 1985). Além<br />

disso, na indústria alimentícia eliminam a turbi<strong>de</strong>z produzi<strong>da</strong> pelos amidos e reduzem a<br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos sucos <strong>de</strong> frutas e do amido <strong>de</strong> cacau, transformando-o em <strong>de</strong>xtrinas,<br />

melhoram a textura <strong>da</strong> massa <strong>de</strong> panificação, acelerando a fermentação realiza<strong>da</strong> pelas<br />

<strong>leveduras</strong> (OLIVEIRA, 2010).<br />

As α-amilases atuam sobre o amido gelatinizado e formam como resultado as<br />

<strong>de</strong>xtrinas que são então hidrolisa<strong>da</strong>s pelas β-amilases. No processamento <strong>da</strong> massa <strong>de</strong> pães a<br />

presença <strong>de</strong> açúcares na massa melhora as características do produto final influenciando a<br />

textura e o sabor <strong>da</strong> massa além <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tostagem do pão, o que po<strong>de</strong> ser obtido com<br />

a adição <strong>de</strong> enzimas amilolíticas na massa, principalmente porque não é usual a adição <strong>de</strong><br />

açúcar nestes processos. As características favoreci<strong>da</strong>s neste processo são a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

maciez <strong>da</strong> massa, além <strong>de</strong> conferir ao miolo um ótimo volume final, sedosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e textura<br />

macia (VITOLO, 2001; PASTOR et al., 2001; KOBLITZ, 2008).<br />

Devido à produção em larga escala surgiu a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um processamento <strong>de</strong><br />

frutos comestíveis em gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e a realização do armazenamento <strong>de</strong>stes por longos<br />

períodos em baixas temperaturas e com isso faz-se necessário o emprego <strong>de</strong> enzimas<br />

25


amilolíticas para que não ocorra problemas <strong>de</strong> turvação ou gelatinização durante o<br />

processamento (NEVES-SOUZA et al., 2005).<br />

Po<strong>de</strong>m ser produzi<strong>da</strong>s por diversos microrganismos como bactérias e fungos, porém,<br />

as enzimas amilolíticas mais conheci<strong>da</strong>s são aquelas produzi<strong>da</strong>s por fungos filamentosos,<br />

principalmente do gênero Aspergillus e Rhizopus (PANDEY, 1999 e SOARES, 2010).<br />

Embora sejam diversos os microrganismos produtores <strong>de</strong> amilases <strong>de</strong>stacando-se as<br />

espécies dos gêneros Aspergillus, Rhizopus, Bacillus que têm sido emprega<strong>da</strong>s em processos<br />

industriais na literatura científica são escassos trabalhos que estu<strong>de</strong>m e verifiquem a secreção<br />

<strong>de</strong> amilases por <strong>leveduras</strong> por outros pesquisadores. (COSTA, 1996; PANDEY et al., 2000).<br />

2.5 LIPASES<br />

As lipases são triacilglicerol éster hidrolases (EC 3.1.1.3) que catalisam a hidrólise,<br />

principalmente <strong>de</strong> triglicerí<strong>de</strong>os, principais componentes <strong>de</strong> óleos e gorduras, e atuam muito<br />

melhor em substratos insolúveis em água, liberando ácidos graxos livres, diacilgliceróis,<br />

monoacilgliceróis e glicerol, além <strong>de</strong> exercerem papel fun<strong>da</strong>mental no metabolismo dos<br />

lipí<strong>de</strong>os presentes nos seres vivos, como as enzimas digestivas (VITOLO, 2001; KOBLITZ,<br />

2008).<br />

As lipases atuam na maturação <strong>de</strong> queijos liberando ácidos graxos que garantem as<br />

características organolépticas do produto final, reduzindo o tempo necessário para maturação<br />

do queijo e consequentemente reduzem o tempo e custos com o processo, fatores que se<br />

refletem no produto final (WHITAKER, 1994; ANDRADE, et al., 2002).<br />

Atuam também na fabricação <strong>de</strong> pães light, pois a ação <strong>da</strong>s lipases é capaz <strong>de</strong><br />

modificar os próprios lipí<strong>de</strong>os <strong>da</strong> massa, sem a complementação <strong>da</strong> produção com gorduras<br />

adicionais. A hidrólise <strong>de</strong> triglicerí<strong>de</strong>os <strong>da</strong> massa favorece a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> ar por<br />

esta, o que produz um pão com textura mais macia e fornece uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong><br />

água à massa, prolongando a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> prateleira do produto.<br />

(GACESA e HUBBLE, 1990).<br />

As lipases também são aplica<strong>da</strong>s na produção <strong>de</strong> margarinas por meio <strong>da</strong><br />

interesterificação <strong>de</strong> um óleo e <strong>de</strong>vido à mistura <strong>de</strong> ácidos graxos saturados com insaturados<br />

nos triglicerí<strong>de</strong>os resultantes fornecem um produto com a textura <strong>de</strong>seja<strong>da</strong> a uma margarina<br />

26


<strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é o espalhamento eficaz em temperatura <strong>de</strong> refrigeração e cremosi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(BEISSON, et al., 2000; CONESA, et al., 2002).<br />

A aplicação <strong>de</strong> lipases na indústria <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergentes é bastante difundi<strong>da</strong>, pois estas<br />

moléculas aplica<strong>da</strong>s nas formulações <strong>de</strong> sabões e <strong>de</strong>tergentes reduzem o tempo e a<br />

temperatura <strong>da</strong> lavagem dos tecidos, resultando em um processo com menores gastos <strong>de</strong><br />

energia. Além <strong>de</strong> serem também aplica<strong>da</strong>s no tratamento <strong>de</strong> efluentes <strong>de</strong> indústrias reduzindo<br />

a cama<strong>da</strong> lipídica superficial que fica sobre o efluente e dificulta a aeração nos tanques<br />

(GANDHI, 1997).<br />

As lipases também são aplica<strong>da</strong>s na indústria <strong>de</strong> alimentos sintetizando aromas a partir<br />

<strong>de</strong> um álcool e <strong>de</strong> um ácido originando o butirato <strong>de</strong> etila responsável pelo aroma <strong>de</strong> morango<br />

e acetato <strong>de</strong> isoamila, que é o aroma <strong>de</strong> banana (KOBLITZ, 2008).<br />

As lipases <strong>de</strong> origem microbiana são muito utiliza<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vido às características <strong>de</strong><br />

estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e crescimento rápido dos microrganismos e <strong>de</strong>vido a esses fatores têm <strong>de</strong>spertado<br />

interesse <strong>de</strong> diversos pesquisadores em <strong>de</strong>scobrir novas fontes através <strong>da</strong> seleção <strong>de</strong><br />

microrganismos (GONÇALVES, 2007).<br />

Recentemente, as lipases estão sendo muito estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>de</strong>vido ao seu potencial <strong>de</strong><br />

aplicação na produção <strong>de</strong> biodiesel através <strong>de</strong> sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar reações <strong>de</strong><br />

transesterificação (Figura 1). A utilização <strong>de</strong> biodiesel como fonte <strong>de</strong> bicombustível em<br />

substituição ou adição aos combustíveis <strong>de</strong> origem fóssil tornou-se obrigatória a partir <strong>da</strong> Lei<br />

nº 11.097, publica<strong>da</strong> em 13/01/2005, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2008, o percentual <strong>de</strong> biodiesel<br />

adicionado ao óleo diesel comercializado em todo o Brasil aumentou <strong>de</strong> 2% para 3%, regra<br />

estabeleci<strong>da</strong> pela Resolução nº 2 do Conselho Nacional <strong>de</strong> Política Energética (CNPE). Na<br />

tentativa <strong>de</strong> produzir um combustível mais sustentável, pesquisas vêm sendo feitas no sentido<br />

<strong>de</strong> viabilizar a transesterificação <strong>enzimática</strong> em escala industrial a partir <strong>de</strong>ssa enzima através<br />

<strong>da</strong> seleção <strong>de</strong> microrganismos bons produtores <strong>de</strong>stas, pois originam um produto <strong>de</strong> alta<br />

pureza, <strong>de</strong> fácil recuperação e <strong>de</strong> fácil separação do glicerol (PINTO et al. 2005; FALCONE,<br />

2009).<br />

27


Figura 1: a. Equação geral para uma reação <strong>de</strong> transesterificação b. equação geral <strong>da</strong> transesterificação <strong>de</strong> um<br />

triacilglicerí<strong>de</strong>o.<br />

Fonte: a<strong>da</strong>ptado <strong>de</strong> Geris, 2007.<br />

Diversos pesquisadores têm realizado o isolamento e seleção <strong>de</strong> microrganismos<br />

produtores <strong>de</strong> lipases <strong>da</strong>s mais varia<strong>da</strong>s fontes, <strong>de</strong>ntre os fungos, os reportados como<br />

melhores produtores são os dos gêneros Aspergillus, Fusarium, Geotrichum, Mucor,<br />

Penicillium, Rhizomucor, Theromyces (GONÇALVES, 2007).<br />

Dentre as <strong>leveduras</strong>, tem-se o registro <strong>de</strong> algumas preconiza<strong>da</strong>s como boas secretoras<br />

<strong>de</strong> lipases, sendo elas pertencentes ao gênero Candi<strong>da</strong>, e <strong>de</strong>ntre elas as mais importantes,<br />

<strong>de</strong>scritas como <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aplicação industrial por produzir em gran<strong>de</strong>s quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s esta<br />

enzima são as Candi<strong>da</strong> rugosa e Candi<strong>da</strong> antarctica (GACESA e HUBBLE, 1990; COLEN,<br />

2006).<br />

2.6 PECTINASES<br />

As pectinases, exceto as pectinametil-esterases, são enzimas que atuam sobre as<br />

ligações do tipo α-1,4 do ácido galacturônico. As células <strong>da</strong>s plantas vegetais superiores são<br />

constituí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> carboidratos poliméricos coloi<strong>da</strong>is <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> substâncias pécticas e<br />

forma<strong>da</strong>s por uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> acido galacturônico (VITOLO, 2001).<br />

28


Pectinases são utiliza<strong>da</strong>s frequentemente na indústria <strong>de</strong> sucos <strong>de</strong> frutas e fabricação<br />

<strong>de</strong> vinho, tendo como principal fonte o fungo filamentoso Aspergillus niger (OLIVEIRA,<br />

2006). A adição <strong>de</strong> pectinases no processamento <strong>de</strong> sucos contribui para redução <strong>da</strong><br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e aumento <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sólidos solúveis presentes no produto final<br />

(GODFREY e REICHELT, 1983; PZSCZOLA, 2001). As polpas <strong>de</strong> frutas são difíceis <strong>de</strong> ser<br />

prensa<strong>da</strong>s e a adição <strong>de</strong>stas enzimas na polpa dissolve a pectina e facilita o rompimento <strong>da</strong>s<br />

pare<strong>de</strong>s celulares, o que aumenta o rendimento <strong>da</strong> extração do suco e torna o processo muito<br />

mais eficiente (PEREIRA, 2002; MARQUARDT, 2003).<br />

As antocianinas, pigmentos que conferem a coloração avermelha<strong>da</strong> <strong>da</strong>s frutas, são<br />

substâncias difíceis <strong>de</strong> ser removi<strong>da</strong>s. A adição <strong>de</strong> pectinases realiza a hidrolise <strong>da</strong> pare<strong>de</strong><br />

celular e libera esses compostos muito utilizados na fabricação do vinho tinto, o que diminui<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente o tempo <strong>de</strong> maceração <strong>da</strong> casca no mosto (VITOLO, 1981;<br />

VENDRUSCOLO, 2005). Outro processo em que as enzimas atuam é o <strong>de</strong>scascamento<br />

enzimático com a hidrólise <strong>de</strong> frutas cítricas, que atua principalmente entre a casca e a polpa<br />

separando as porções <strong>da</strong> fruta, que após a reação <strong>de</strong> hidrólise po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s para<br />

produção <strong>de</strong> sucos ou vendi<strong>da</strong>s como produtos minimamente processados por diversas<br />

indústrias (VITOLO, 2001).<br />

Bastos et al. (2002) também avaliaram a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> secretarem enzimas<br />

pectinolíticas, objetivando sua aplicação na melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> extração <strong>da</strong> polpa <strong>de</strong><br />

cupuaçu e observaram que o rendimento com adição <strong>da</strong> preparação <strong>enzimática</strong> comercial <strong>de</strong><br />

pectinases foi superior <strong>de</strong> 43 a 60% quando comparado a extração <strong>da</strong> polpa sem o preparado<br />

comercial. Sanchez et al., (1984), estu<strong>da</strong>ram a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinolítica <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> na<br />

Costa do Marfim durante a fermentação do cacau. Biely e Sláviková (1994) i<strong>de</strong>ntificaram os<br />

gêneros: Ambrosiozyma, Aureobasidium, Bullera, Candi<strong>da</strong>, Cryptococcus, Georrichum,<br />

Klyuveromyces, Leucosporidium, Rhodosporidium, Saccharomycopsis, Strephanoascus,<br />

Trichosporon e Ustilago como produtores <strong>de</strong>stas enzimas. Além disso, as pectinases po<strong>de</strong>m<br />

ser também produzi<strong>da</strong>s por bactérias, fungos filamentosos, insetos, nematói<strong>de</strong>s e protozoários<br />

(HOONDAL et al, 2002).<br />

2.7 CELULASES<br />

29


Celulases são enzimas que hidrolisam ligações glicosídicas β-1,4 entre uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

glicose. As celulases po<strong>de</strong>m romper as ligações glicosídicas <strong>da</strong> celulose, liberando<br />

oligossacarí<strong>de</strong>os e glicose (VITOLO, 2001). Po<strong>de</strong>m ser aplica<strong>da</strong>s nas indústrias <strong>de</strong> alimentos,<br />

fármacos, cosméticos, <strong>de</strong>tergentes e tecidos. Dentre suas aplicações nas indústrias têxteis,<br />

<strong>de</strong>stacam-se a bioestonagem e o biopolimento, melhorando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do tecido (CALADO<br />

et al., 2007). São aplica<strong>da</strong>s também na indústria <strong>de</strong> sucos, na liquefação do tecido vegetal e na<br />

extração <strong>de</strong> pigmentos <strong>de</strong> frutos que normalmente é muito difícil por estarem concentrados<br />

nos tecidos epiteliais mais complicados <strong>de</strong> se <strong>de</strong>sintegrar do que a polpa <strong>de</strong>vido à baixa<br />

permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s membranas e <strong>da</strong>s pare<strong>de</strong>s celulares (VITOLO, 2001; KOBLITZ, 2008).<br />

A remoção dos pigmentos também po<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong> com a utilização <strong>da</strong>s enzimas<br />

celulolíticas que além <strong>de</strong> obter um suco facilmente separado dos componentes celulares<br />

agindo diretamente sobre o tecido vegetal dispensa os processos <strong>de</strong> prensagem e separação do<br />

suco (MACIEL 2006). Outra etapa em que essas enzimas atuam no processamento <strong>de</strong> sucos é<br />

na clarificação <strong>de</strong>stes no intuito <strong>de</strong> reduzir a sua viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, permitindo assim que as<br />

substancias insolúveis tornem-se solúveis (SHARROCK, 1988).<br />

O estudo <strong>de</strong> Ruegger e Tauk-Tornisielo (2004) i<strong>de</strong>ntificaram a secreção <strong>de</strong>ssas<br />

enzimas pelos microrganismos do gênero Tricho<strong>de</strong>rma. Além disso, espécies dos gêneros<br />

Aspergillus e Penicillium também têm sido cita<strong>da</strong>s como boas produtoras <strong>de</strong>stas enzimas.<br />

Os fungos filamentosos com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> celulolítica po<strong>de</strong>m ser isolados<br />

<strong>de</strong> diversas fontes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> manguezais (SOUZA et al., 2009), até mesmo a partir do isolamento<br />

<strong>da</strong> microbiota <strong>de</strong> invertebrados marinhos (SILVA, 2010) e do solo (RUEGUER e TAUK-<br />

TORNISIELO, 2004) Tabela 02. As enzimas po<strong>de</strong>m ser obti<strong>da</strong>s a partir do cultivo submerso<br />

(CALADO et al., 2004) ou <strong>de</strong> substrato sólido. Isso <strong>de</strong>monstra a gran<strong>de</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

microrganismos com potencial para secreção <strong>de</strong>ssas enzimas uma vez que diferentes espécies<br />

apresentaram ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> celulolítica.<br />

30


Tabela 02. Microrganismos produtores <strong>de</strong> celulases.<br />

Microrganismos Referências<br />

Fungos filamentosos Rueguer e Tauk- Tornisielo (2004)<br />

Humicola grisea Calado et al. (2004)<br />

Fungos filamentosos isolados <strong>de</strong><br />

manguezais<br />

Souza et al. (2008)<br />

Aspergillus Soares et al. (2010)<br />

Fungos, filamentosos e leveduriformes,<br />

provenientes do isolamento a partir <strong>de</strong><br />

invertebrados marinhos<br />

2.8 FOSFOLIPASES<br />

Silva (2010)<br />

As fosfolipases são enzimas hidrolíticas que tem a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atuar sobre um ou<br />

mais ésteres ligados a glicerofosfolipídios e se diferenciam pelas ligações éster específicas<br />

que hidrolisam no substrato. A secreção <strong>de</strong>ssas enzimas em gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> pelos<br />

microrganismos geralmente está associa<strong>da</strong> com a patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes, pois estas moléculas<br />

conferem um fator <strong>de</strong> virulência aos fungos (COSTA, 2006). Essas enzimas atuam sobre<br />

membranas celulares e realizam o rompimento dos fosfolipídios em ácidos graxos e<br />

lisofosfolipí<strong>de</strong>os e são diferencia<strong>da</strong>s pelo sitio <strong>de</strong> hidrólise no qual atuam (SANTOS, 2009).<br />

De acordo com Komiyama et al., (2007) a produção <strong>de</strong>ssas enzimas representa<br />

importante mecanismo <strong>de</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> nas espécies <strong>de</strong> Candi<strong>da</strong> albicans, possivelmente<br />

por facilitar sua penetração nos tecidos através <strong>da</strong> clivagem dos fosfolipí<strong>de</strong>os, que <strong>de</strong>strói a<br />

estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> membrana e causa a lise celular. Diversos trabalhos têm verificado a produção<br />

<strong>de</strong>ssas enzimas. Price et al. (1982); Saramanayake et al. (2002) e Costa (2006) i<strong>de</strong>ntificaram<br />

<strong>de</strong>ntro do gênero outras espécies patogênicas como Candi<strong>da</strong> tropicalis, C. glabrata e C.<br />

parapsilosis como bons produtores <strong>de</strong> fosfolipases.<br />

31


Além disso, as fosfolipases po<strong>de</strong>m ser aplica<strong>da</strong>s em diversas áreas na indústria <strong>de</strong><br />

alimentos como emulsificantes e também em reações <strong>de</strong> interesterificação <strong>de</strong> fosfolipí<strong>de</strong>os,<br />

além <strong>de</strong> serem utiliza<strong>da</strong>s em produtos para panificação, no processamento <strong>de</strong> gorduras e óleos<br />

e na extração <strong>de</strong> componentes vegetais (FELLOWS, 2006).<br />

2.9 ENZIMAS NA FERMENTAÇÃO DO CACAU<br />

Durante o processo fermentativo as amêndoas são empilha<strong>da</strong>s em caixas e ocorre a<br />

separação <strong>da</strong> polpa mucilaginosa, rica em açúcar, que é consumi<strong>da</strong> pelas <strong>leveduras</strong> liberando<br />

álcool etílico, em segui<strong>da</strong> as <strong>leveduras</strong> sofrem autólise, liberando as enzimas que atuam no<br />

processo. O etanol produzido é oxi<strong>da</strong>do a ácido acético com o auxílio <strong>da</strong>s bactérias acéticas<br />

que tornam o tegumento permeável, fazendo com que as amêndoas sofram a ação <strong>da</strong>s enzimas<br />

que são responsáveis pelas características que compõem o flavor do produto final<br />

(OETERRER et al., 1996; FELLOWS, 2006; AFOAKWA et al., 2009). Para que as<br />

amêndoas <strong>de</strong> cacau possam originar o sabor e o aroma característico <strong>de</strong> um chocolate <strong>de</strong><br />

excelente quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é imprescindível que sejam fermenta<strong>da</strong>s, secas e torra<strong>da</strong>s num processo<br />

<strong>de</strong> complexas reações <strong>enzimática</strong>s e químicas como a hidrólise <strong>de</strong> açúcares e proteínas,<br />

liberação <strong>de</strong> enzimas, difusão <strong>de</strong> compostos fenólicos e morte do embrião (FORSYTH e<br />

QUESNEL, 1957).<br />

As enzimas atuam neste processo <strong>de</strong> diversas maneiras, como as polifenoloxi<strong>da</strong>ses que<br />

oxi<strong>da</strong>m os polifenóis presentes nas sementes em quinonas proporcionando o escurecimento<br />

enzimático (BRITO, 2000; EFRAIM, 2010). A fermentação completa <strong>da</strong>s sementes é<br />

diretamente proporcional à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do chocolate. O aroma e sabor característicos são<br />

obtidos pela formação dos precursores químicos do flavor, pois as sementes não fermenta<strong>da</strong>s<br />

geralmente são amargas e adstringentes, e as parcialmente fermenta<strong>da</strong>s são amargas<br />

(KATTENBERG e KEMMINK, 1993; CALIGIANI et al., 2007). O escurecimento não<br />

enzimático é proveniente <strong>da</strong> acumulação <strong>de</strong> compostos insolúveis como polifenóis, 60%<br />

<strong>de</strong>sses compostos são flavanóis (BRITO, 2000). Na fermentação completa do cacau a<br />

secreção <strong>de</strong> algumas enzimas por microrganismos é muito útil como a produção <strong>de</strong> enzimas<br />

pectinolíticas que, em contato com o substrato, po<strong>de</strong>m melhorar a aeração <strong>da</strong> massa; enzimas<br />

amilolíticas, que produzem o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> açúcares redutores pela hidrólise do<br />

32


amido e as enzimas proteolíticas que geram a melhor concentração <strong>de</strong> aminoácidos livres.<br />

To<strong>da</strong>s estas enzimas são requeri<strong>da</strong>s para a formação do flavor do cacau (AMIN et al., 1998;<br />

SCHWAN, 1998).<br />

Depois <strong>de</strong> fermenta<strong>da</strong>s, as amêndoas são secas e torra<strong>da</strong>s a 7% <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que<br />

estabiliza o sabor e produz o aroma e a cor característicos do chocolate, pois muitas <strong>da</strong>s<br />

reações bioquímicas inicia<strong>da</strong>s na fermentação continuam na secagem como as reações <strong>de</strong><br />

oxi<strong>da</strong>ção que proporcionam redução <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z <strong>da</strong>s amêndoas, além do escurecimento dos<br />

cotilédones (ROHAN e STEWART, 1967; LOPEZ e QUESNEL, 1973; BECKETT, 1994),<br />

redução do teor <strong>de</strong> compostos fenólicos que são responsáveis pelo amargor e adstringência ao<br />

sabor (OETERRER et al., 1996; FELLOWS, 2006; DOMINGUES, 2010) e remoção <strong>de</strong><br />

compostos in<strong>de</strong>sejáveis formados durante a fermentação, como por exemplo, o ácido acético.<br />

A secagem não <strong>de</strong>ve ser lenta para evitar o crescimento <strong>de</strong> fungos contaminantes, que po<strong>de</strong>m<br />

originar um sabor <strong>de</strong>sagradável ou gerar toxinas no produto final (GARCIA, 1985).<br />

To<strong>da</strong>s essas etapas são essenciais para que ocorra a obtenção dos precursores do sabor<br />

característico dos produtos do cacau (OETERRER et al., 1996; FELLOWS, 2006;<br />

AFOAKWA et al., 2008; EFRAIM et al., 2010; DOMINGUES, 2010). A aplicação <strong>de</strong><br />

inóculos iniciadores, uma ou mais linhagens <strong>de</strong> microrganismos com características<br />

<strong>de</strong>sejáveis, no início <strong>da</strong> fermentação aliado ao uso <strong>de</strong> matéria-prima <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma<br />

ferramenta que garante o controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e valoriza o produto final (SCHWAN, 1998).<br />

2.10 ASPECTOS BIOTECNOLÓGICOS<br />

Diante <strong>da</strong>s inúmeras vantagens do uso <strong>de</strong> enzimas menciona<strong>da</strong>s anteriormente, muitas<br />

pesquisas vêm sendo realiza<strong>da</strong>s no sentido <strong>de</strong> viabilizar o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>stas em<br />

escala industrial, principalmente no que diz respeito à redução do custo <strong>de</strong> sua aplicação.<br />

(JAEGER e EGGERT, 2002).<br />

As enzimas provenientes <strong>de</strong> microrganismos po<strong>de</strong>m ser obti<strong>da</strong>s por fermentação,<br />

submersa ou por fermentação em substrato sólido, segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> processos posteriores <strong>de</strong><br />

recuperação e purificação do produto. As enzimas utiliza<strong>da</strong>s em indústrias são<br />

preferencialmente imobiliza<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vido à capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reutilização <strong>de</strong>sta pela fácil separação,<br />

33


maior estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, fatores que reduzem os custos <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> enzimas nas indústrias<br />

(JESUS et al., 1997). A imobilização po<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong> em suporte por adsorção e<br />

encapsulação (PINHEIRO et al., 2005).<br />

Dessa maneira, é recorrente a busca pelos pesquisadores atualmente por novas fontes<br />

<strong>de</strong> microrganismos com alta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> e que produzam moléculas com diferentes<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s, visando à redução dos custos na aplicação <strong>de</strong> enzimas em<br />

tecnologias industriais por meio <strong>de</strong> novos processos <strong>de</strong> produção ou a<strong>da</strong>ptando os já<br />

existentes, o que agrega alto valor comercial a essas moléculas (KAMINI et al., 2000).<br />

34


3 OBJETIVOS<br />

3.1 OBJETIVO GERAL<br />

Prospecção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> <strong>extracelular</strong> <strong>de</strong> importância industrial <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong><br />

<strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> fermentação do cacau<br />

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

Reativar as amostras <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> previamente <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> que foram testa<strong>da</strong>s no<br />

trabalho;<br />

Verificar a viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e pureza <strong>da</strong>s amostras por meio <strong>da</strong> observação em microscopia<br />

óptica;<br />

Observar a produção <strong>de</strong> enzimas <strong>extracelular</strong>es como proteases, lipases, amilases,<br />

celulases e pectinases <strong>de</strong> interesse industrial secreta<strong>da</strong>s por <strong>leveduras</strong> <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong><br />

fermentação do cacau <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> Ilhéus e Una/BA, pela metodologia <strong>de</strong> cup<br />

plate;<br />

Verificar a produção <strong>de</strong> enzimas <strong>extracelular</strong>es, por meio <strong>de</strong> testes titulométricos e<br />

espectrofotométricos.<br />

Contribuir com informações biotecnológicas com o acervo <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> <strong>da</strong> CCMB<br />

(Coleção <strong>de</strong> Cultura <strong>de</strong> Microrganismos <strong>da</strong> Bahia/UEFS).<br />

35


4 MATERIAL E MÉTODOS<br />

4.1 PROCEDÊNCIA DAS LINHAGENS DE LEVEDURA<br />

As linhagens <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> utiliza<strong>da</strong>s neste estudo foram <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> por Ferreira (2007) a<br />

partir <strong>de</strong> fermentações <strong>de</strong> cacau do sul <strong>da</strong> Bahia. As linhagens foram <strong>de</strong>posita<strong>da</strong>s na Coleção<br />

<strong>de</strong> Culturas <strong>de</strong> Microrganismos <strong>da</strong> Bahia (CCMB). Os experimentos foram realizados no<br />

Laboratório <strong>de</strong> Pesquisa em Microbiologia (LAPEM) do Departamento <strong>de</strong> Ciências<br />

Biológicas <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana (UEFS).<br />

4.2 REATIVAÇÃO<br />

Setenta linhagens <strong>de</strong> levedura foram inocula<strong>da</strong>s separa<strong>da</strong>mente em placas contendo<br />

ágar Sabouraud (20g/L <strong>de</strong> glicose, 5g/L extrato <strong>de</strong> levedura, 10g/L <strong>de</strong> peptona e 20g/L <strong>de</strong><br />

ágar) para obtenção <strong>de</strong> colônias <strong>isola<strong>da</strong>s</strong>. As placas foram incuba<strong>da</strong>s a 28º C (±1ºC) por 48 h.<br />

As colônias obti<strong>da</strong>s foram avalia<strong>da</strong>s macroscopicamente através <strong>da</strong> morfologia. Para a<br />

avaliação microscópica foram prepara<strong>da</strong>s e observa<strong>da</strong>s lâminas cora<strong>da</strong>s pelo método <strong>de</strong><br />

Gram. As linhagens que não cresceram em ágar Sabouraud foram inocula<strong>da</strong>s em meio líquido<br />

GYMP (2g <strong>de</strong> glicose, 0,5g <strong>de</strong> extrato <strong>de</strong> levedura, 1g <strong>de</strong> extrato <strong>de</strong> malte, 0,2g <strong>de</strong> fosfato <strong>de</strong><br />

sódio em 100 mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ioniza<strong>da</strong>) e incuba<strong>da</strong>s a 28ºC sob agitação constante <strong>de</strong> 200 rpm<br />

por 24 horas e, em segui<strong>da</strong>, estas linhagens foram semea<strong>da</strong>s em placas contendo ágar extrato<br />

<strong>de</strong> malte e incuba<strong>da</strong>s a 28º C por 48 horas.<br />

4.3 MANUTENÇÃO DAS LINHAGENS<br />

As linhagens <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s puras estão sendo manti<strong>da</strong>s a – 80°C em tubos<br />

criogênicos <strong>de</strong> 1,5 mL contendo meio GYMP adicionado <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong> glicerol.<br />

36


4.4 PADRONIZAÇÃO DO INÓCULO<br />

Para a padronização do inóculo, as <strong>leveduras</strong> foram cultiva<strong>da</strong>s em ágar Sabouraud e<br />

incuba<strong>da</strong>s a 28°C por 24 h. Os inóculos <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> foram padronizados em solução salina<br />

estéril a 0,45% na escala 3 <strong>de</strong> McFahrland (Colorímetro VITEK, bioMérieux), quantificando<br />

aproxima<strong>da</strong>mente a 5 X 10 5 células mL.<br />

4.5 CULTIVO EM MEIO DE INDUÇÃO<br />

Após padronização, 50 µL <strong>da</strong> suspensão microbiana (conforme <strong>de</strong>scrito anteriormente)<br />

foram transferidos separa<strong>da</strong>mente para tubos <strong>de</strong> ensaio contendo 5 mL do meio <strong>de</strong> indução<br />

composto <strong>de</strong> fosfato <strong>de</strong> amônio (7 g/L), fosfato dibásico <strong>de</strong> potássio (1,5 g/L), sulfato <strong>de</strong><br />

magnésio (0,5 g/L), cloreto <strong>de</strong> cálcio (0,3 g/L), solução <strong>de</strong> elementos traços 2,5 m.L/L (0,1 g<br />

<strong>de</strong> sulfato ferroso; 0,1 g <strong>de</strong> cloreto manganoso; 0,1 g <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> zinco em 100 mL <strong>de</strong> água<br />

<strong>de</strong>stila<strong>da</strong>) e pH 7. A este meio foram adicionados separa<strong>da</strong>mente carboximetilcelulose (1 g/L)<br />

para a verificação <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> celulase; amido (1 g/L) para a produção <strong>de</strong> amilase; pectina<br />

cítrica (1 g/L) para pectinases; gelatina e caseína (1 g/L) para as proteases; gema <strong>de</strong> ovo e<br />

água em uma mistura proporcional <strong>de</strong> 0,5 mL <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>, totalizando 1 mL/L para as<br />

fosfolipases; óleo <strong>de</strong> mamona, óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê e manteiga <strong>de</strong> cacau (1 g/L) para lipases. Os<br />

tubos foram incubados sob agitação constante a 150 rpm a 28º C por 48 horas.<br />

37


4.6 ENSAIO QUALITATIVO PARA DETECÇÃO DAS ENZIMAS<br />

O ensaio qualitativo para <strong>de</strong>tecção <strong>da</strong>s enzimas (Cup Plate), metodologia modifica<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> Dingle et al. (1953) foi realizado em meio sólido <strong>de</strong> caracterização. A composição dos<br />

substratos para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> adicionados nos meios <strong>de</strong> caracterização foram os<br />

mesmos acrescentados nos meio <strong>de</strong> indução com exceção <strong>da</strong> produção <strong>da</strong> enzima protease<br />

on<strong>de</strong> foi necessário adicionar leite em pó <strong>de</strong>snatado a 1%.<br />

Os meios <strong>de</strong> caracterização foram adicionados <strong>de</strong> ágar a 2% e calibrados para os<br />

valores <strong>de</strong> pH 5, 7 e 9 antes <strong>da</strong> autoclavagem. Após o plaqueamento foram feitas perfurações<br />

circulares, com diâmetro <strong>de</strong> 6 mm. Um mililitro do cultivo em meio <strong>de</strong> indução foi<br />

centrifugado a 3500 rpm por 20 minutos sob refrigeração a 4°C para separação <strong>da</strong> biomassa e<br />

150 uL do sobrena<strong>da</strong>nte foram transferidos para ca<strong>da</strong> perfuração. As placas foram incuba<strong>da</strong>s a<br />

37°C por 24h. Após este período foi realiza<strong>da</strong> a visualização dos resultados. A produção <strong>de</strong><br />

enzimas se evi<strong>de</strong>nciou pelo surgimento <strong>de</strong> halos ao redor do ponto <strong>de</strong> aplicação. A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>enzimática</strong> obti<strong>da</strong> pela reação em placa foi <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> semi quantitativamente através <strong>da</strong><br />

média do diâmetro dos halos <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>tivos mensurados com o auxílio <strong>de</strong> uma régua<br />

milimetra<strong>da</strong>. Desta forma, quanto maior o halo <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>tivo maior o índice enzimático e,<br />

portanto, consequentemente, maior a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong>. Todos os testes foram realizados<br />

em triplicata.<br />

4.6.1 <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> celulase<br />

Para análise <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> celulase foi adicionado 10 mL <strong>de</strong> vermelho congo (0,1 g/100<br />

mL), pH 8,0 sobre as placas como revelador. Após 30 minutos este foi <strong>de</strong>sprezado e sobre a<br />

placa foram adicionados 5 mL <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> NaCl (0,5M) pH 8,0 que após 5 minutos foi<br />

<strong>de</strong>scarta<strong>da</strong>. O resultado <strong>da</strong> reação <strong>enzimática</strong> positiva foi i<strong>de</strong>ntificado pela formação <strong>de</strong> um<br />

halo translúcido, ao redor do cup plate.<br />

38


4.6.2 <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> amilase<br />

Para análise <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> amilolítica foram adicionados 3 mL <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> iodo (0,1<br />

g/100 mL) e a leitura foi realiza<strong>da</strong> logo em segui<strong>da</strong>. O resultado <strong>da</strong> reação <strong>enzimática</strong> positiva<br />

foi i<strong>de</strong>ntificado pela formação <strong>de</strong> um halo amarelado ao redor do cup.<br />

4.6.3 <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> pectinase<br />

Para análise <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinase foi dispensado sobre o ágar uma solução <strong>de</strong> 3 mL<br />

<strong>de</strong> ácido clorídrico a 5N. O resultado <strong>da</strong> reação <strong>enzimática</strong> positiva foi i<strong>de</strong>ntificado pela<br />

formação <strong>de</strong> um halo translúcido ao redor <strong>da</strong> perfuração.<br />

4.6.4 <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> lipase<br />

Para <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipase adicionou-se antes <strong>de</strong> distribuir o meio na placa<br />

uma solução <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>mina B (0,3 mL/100 mL) obti<strong>da</strong> <strong>da</strong> solução diluí<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1 g para 50 mL <strong>de</strong><br />

água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong> estéril e previamente esteriliza<strong>da</strong> através <strong>de</strong> filtração em membrana (poro 45<br />

µm). A revelação foi realiza<strong>da</strong> em transiluminador <strong>de</strong> luz UV a 310 nm. Como resultado<br />

positivo foi possível observar a mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> coloração, tornando-se alaranjado fluorescente,<br />

quando irradia<strong>da</strong>s com luz ultravioleta, ao redor do ponto <strong>de</strong> aplicação.<br />

4.6.5 <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> protease e fosfolipase<br />

39


Para avaliação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> protease e fosfolipase foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> positiva a<br />

visualização <strong>de</strong> um halo translúcido ao redor do ponto <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>corrido o<br />

tempo <strong>de</strong> reação, sem a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> adição <strong>de</strong> revelador.<br />

4.7 TITULAÇÃO<br />

A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica em fermentação submersa foi analisa<strong>da</strong> sobre manteiga <strong>de</strong> cacau,<br />

óleo <strong>de</strong> mamona e óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê, on<strong>de</strong> 1 g <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> substrato foi introduzido em frascos<br />

Erlenmeyer <strong>de</strong> 125 mL contendo 4 mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong> e 10 pérolas <strong>de</strong> vidro. Em segui<strong>da</strong><br />

foram adicionados 1 mL do extrato enzimático livre <strong>de</strong> células. Os frascos foram incubados a<br />

50°C em banho-maria sob agitação a 150 rpm por 30 min. Então a reação foi interrompi<strong>da</strong><br />

pela adição <strong>de</strong> 10 mL <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> acetona/etanol (1:1 v/v). Os ácidos graxos liberados<br />

foram, então, titulados com uma solução <strong>de</strong> NaOH (0,05 M), utilizando 3 gotas <strong>de</strong><br />

fenolftaleína como indicador <strong>de</strong> pH cujo ponto <strong>de</strong> viragem foi <strong>de</strong>tectado pelo surgimento <strong>de</strong><br />

uma coloração rósea no meio. O volume <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> NaOH gasto em ca<strong>da</strong> titulação foi<br />

anotado. O controle (branco) foi preparado diferenciando-se pela adição <strong>de</strong> 1 mL <strong>de</strong> água<br />

<strong>de</strong>stila<strong>da</strong> no lugar <strong>da</strong> amostra. Os testes foram realizados em triplicata para ca<strong>da</strong><br />

microrganismo obtendo-se a média aritmética para cálculo <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica.<br />

Uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica (UA) foi <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enzima<br />

capaz <strong>de</strong> liberar 1 µmol <strong>de</strong> ácidos graxos por minuto <strong>de</strong> reação, utilizando a seguinte equação:<br />

On<strong>de</strong> lê-se:<br />

UA é o número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> enzima no volume testado (1 mL) expresso em<br />

µ moles <strong>de</strong> ácido graxo/tempo <strong>de</strong> reação,<br />

Va – Vb é o volume (mL) <strong>de</strong> solução necessária para titular os ácidos graxos<br />

<strong>da</strong> solução <strong>enzimática</strong> menos o volume gasto para titular os ácidos graxos contidos no<br />

branco <strong>da</strong> amostra,<br />

UA = (Va – Vb) * 1000 * M NaOH<br />

t(min) * Valíquota<br />

M NaOH é a normali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> solução <strong>de</strong> NaOH utiliza<strong>da</strong>,<br />

40


t é o tempo <strong>de</strong> reação, em minutos,<br />

V volume <strong>de</strong> inóculo (mL) utilizado na reação <strong>enzimática</strong>.<br />

4.8 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DE PECTINA METILESTERASE (PME) EM<br />

FERMENTAÇÃO SUBMERSA<br />

4.8.1 Preparação <strong>da</strong>s amostras para os ensaios enzimáticos<br />

O processo <strong>de</strong> fermentação submersa foi realizado no Laboratório <strong>de</strong> Tecnologia do<br />

Departamento <strong>de</strong> Engenharia <strong>da</strong> UEFS. Para se efetuar as fermentações, 5 mL do meio <strong>de</strong><br />

indução <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> contendo células metabolicamente ativas, padronizados conforme item<br />

4.4, foram incubados em agitador rotatório a 150 rpm, a 28ºC, durante 48 h. Logo após a<br />

fermentação, as amostras foram transferi<strong>da</strong>s assepticamente para tubos <strong>de</strong> polipropileno <strong>de</strong><br />

1,5 mL. A mistura foi centrifuga<strong>da</strong> a 3.500 rpm por 20 min a 4ºC. O sobrena<strong>da</strong>nte foi então<br />

homogeneizado e transferido para outros tubos <strong>de</strong> polipropileno <strong>de</strong> 1,5 mL e conservados em<br />

freezer a -1°C até o momento <strong>da</strong> análise, não ultrapassando o período <strong>de</strong> 7 dias. Todos os<br />

ensaios enzimáticos foram realizados em duplicata. A <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> pectina metilesterase foi a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> <strong>de</strong> Zocca et al. (2007) e Tiwari et al. (2009) com base na<br />

taxa <strong>de</strong> proteínas formados, os quais absorvem a 620 nm. Preparou-se, inicialmente, uma<br />

solução <strong>de</strong> pectina cítrica a 0,5% (p/v), pH 7,5 e uma solução <strong>de</strong> azul <strong>de</strong> bromotimol a 0,04%<br />

em tampão fosfato 0,01M pH 7,5, acrescido <strong>de</strong> NaCl a 0,15M.<br />

A reação constitui-se <strong>de</strong> 2 mL <strong>da</strong> solução <strong>de</strong> pectina, 0,75 mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong>, 0,15<br />

mL <strong>da</strong> solução <strong>de</strong> azul <strong>de</strong> bromotimol, e 0,1 mL <strong>da</strong> solução <strong>de</strong> extrato enzimático <strong>da</strong> amostra<br />

adicionados em tubos <strong>de</strong> ensaio num volume final <strong>de</strong> 3,5 mL que foi misturado e<br />

homogeneizado. A mistura então foi incuba<strong>da</strong> a 45° C em banho-maria por 24 h. Logo após<br />

este período foi realiza<strong>da</strong> a leitura a 620 nm em espectrofotômetro UV (Varian, Cary 50)<br />

contra um branco. O branco foi realizado com extrato enzimático fervido por 10 minutos.<br />

Uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> foi <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como a redução <strong>de</strong> 0,001 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

absorbância por minuto <strong>de</strong> reação.<br />

41


On<strong>de</strong> lê-se:<br />

A uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pectina metilesterase foi obti<strong>da</strong> através <strong>da</strong> seguinte fórmula:<br />

UA é o número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> enzima no volume testado (1 mL) expresso em<br />

µ moles <strong>de</strong> ácido graxo/tempo <strong>de</strong> reação,<br />

B é branco do teste,<br />

X é a média dos testes expressa pelo valor <strong>da</strong> absorbância <strong>de</strong>finido no<br />

espectrofotômetro.<br />

4.9 ATIVIDADE DE PROTEASES EXTRACELULARES PRODUZIDAS EM<br />

FERMENTAÇÃO SUBMERSA<br />

Para a <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> protease em fermentação submersa foi utilizado o<br />

meio reacional composto <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> caseína a 2%. Para a reação foram adicionados<br />

1,5 mL <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> caseína em 1 mL <strong>de</strong> tampão fosfato pH 7. Todos os tubos <strong>de</strong> ensaio<br />

foram incubados a 40°C por 15 minutos em banho-maria. Em segui<strong>da</strong>, a ca<strong>da</strong> tubo <strong>de</strong> ensaio<br />

foi adicionado 0,5 mL <strong>de</strong> solução <strong>enzimática</strong> e após 30 minutos <strong>de</strong> incubação, foi adicionado<br />

3 mL <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> ácido tricloroacético (TCA) a 0,4 M para interromper a reação<br />

<strong>enzimática</strong>. Então, o extrato enzimático foi centrifugado durante 15 minutos a 10.000 rpm e o<br />

sobrena<strong>da</strong>nte transferido para outros frascos estéreis e armazenado em freezer a -1°C até a<br />

leitura em espectrofotômetro sob luz UV a 280 nm, não ultrapassando o período <strong>de</strong> 7 dias.<br />

Os testes foram realizados em duplicata para ca<strong>da</strong> microrganismo. O branco foi<br />

preparado com adição <strong>de</strong> água ao invés do extrato enzimático. A leitura foi obti<strong>da</strong> a 280 nm,<br />

sob luz UV no qual a ca<strong>da</strong> aumento <strong>de</strong> 0, 001 na absorbância por minuto <strong>de</strong> reação<br />

correspon<strong>de</strong>u a uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> enzima.<br />

UA = [(B - X)]X1000/0,1<br />

42


4.10 ANÁLISE ESTATÍSTICA<br />

A análise estatística <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>enzimática</strong>s foi realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com um<br />

<strong>de</strong>lineamento experimental completamente casualizado, com duas ou três repetições,<br />

aplicando-se o teste <strong>de</strong> Tukey a 5% <strong>de</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, com o programa estatístico <strong>de</strong> análise<br />

<strong>de</strong> variância ANOVA para comparar as médias dos tratamentos.<br />

43


5 RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

5.1 ENSAIO QUALITATIVO PARA DETECÇÃO DAS ENZIMAS (CUP PLATE)<br />

PECTINASES, PROTEASES, AMILASES, CELULASES E FOSFOLIPASES<br />

Setenta linhagens <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> foram testa<strong>da</strong>s quanto à secreção <strong>de</strong> enzimas<br />

<strong>extracelular</strong>es, e <strong>de</strong>ntre estas, 56 (80%) apresentaram resultados positivos para a secreção <strong>de</strong><br />

pelo menos uma enzima em um dos valores <strong>de</strong> pH testados e 14 (20%) apresentaram<br />

resultados negativos para to<strong>da</strong>s as enzimas (Gráfico 1). A ausência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

atribuí<strong>da</strong> à incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> secreção; ao direcionamento <strong>da</strong> produção ao metabolismo<br />

intracelular ou à insuficiência dos métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção (VASCONCELOS et al., 2003). O<br />

halo para ser visualizado <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversos fatores: além dos parâmetros físicos e químicos<br />

há a interferência <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> outras substâncias presentes no meio que po<strong>de</strong>m originar<br />

resultados positivos pela reação com os corantes, ou negativos, por precipitar o corante e<br />

ain<strong>da</strong> por inibir a ligação <strong>da</strong> enzima com o substrato (NEIROTTI e AZEVEDO, 1988;<br />

COLEN, 2006). Além disso, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> dos microrganismos po<strong>de</strong> sofrer<br />

interferência tanto dos fatores biológicos bem como físico-químico como pH e temperatura<br />

(SANOMIYA e NAHAS, 2003; MACCHERONI et al., 2004)<br />

De acordo com Giongo et al. (2006) e Gonçalves et al. (2007), a difusão <strong>da</strong> enzima e,<br />

consequentemente, o tamanho do halo hidrolítico é influenciado pelo peso molecular que a<br />

enzima possui que po<strong>de</strong> a impedir <strong>de</strong> difundir pelo ágar e <strong>de</strong>ssa forma, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> inexistente mesmo havendo a secreção <strong>da</strong> enzima e presença <strong>de</strong>la em gran<strong>de</strong><br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> no extrato enzimático extraído <strong>de</strong>vido somente a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> difusão <strong>de</strong>sta.<br />

44


Gráfico 1. Porcentagem <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> positivas quanto à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> verificados pela observação <strong>de</strong><br />

halo produzido pela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do extrato obtido do cultivo a 28ºC por 48h e caracterizado a 37ºC com 24h.<br />

5.2 ATIVIDADE DE AMILASE<br />

<strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>enzimática</strong><br />

Foram obti<strong>da</strong>s a melhor ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> amilolítica para 13 <strong>leveduras</strong> (18,57%) testa<strong>da</strong>s, o<br />

que po<strong>de</strong> ser visualizados na Tabela 03 e Gráfico 1. Os melhores resultados <strong>de</strong> halos<br />

amilolíticos foram obtidos para a linhagem P. membranifaciens C-2.32/2 que apresentou<br />

halos <strong>de</strong> 1,8 mm em pH 5; 1,5 mm para pH 7 e 1,9 mm em pH 9 (Figura 2). Em relação ao pH<br />

não foi <strong>de</strong>tectado nenhum que <strong>de</strong>monstrasse ser melhor para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s uma vez que to<strong>da</strong>s<br />

secretaram enzimas nos três valores <strong>de</strong> pH. A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> amilolítica do presente trabalho foi<br />

também encontra<strong>da</strong> por Bastos (2005) em isolados <strong>de</strong> Moniliophtora perniciosa, quanto à<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>sta enzima. Na literatura científica são escassos os trabalhos que<br />

encontraram ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> amilolítica positiva secreta<strong>da</strong> por <strong>leveduras</strong> que foi positiva neste


estudo para 13 <strong>leveduras</strong> o que <strong>de</strong>monstra o gran<strong>de</strong> potencial, ain<strong>da</strong> pouco explorado, <strong>da</strong>s<br />

<strong>leveduras</strong> em secretar essas enzimas.<br />

Tabela 03. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> amilases secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente<br />

pelas <strong>leveduras</strong> testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por 48 h, em meio <strong>de</strong> cultura suplementado com<br />

indutor para ca<strong>da</strong> enzima e testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5; 7 e 9).<br />

Linhagem/pH 5 7 9<br />

P. membranifaciens<br />

C - 2. 32/2<br />

Total <strong>de</strong> Linhagens<br />

positivas<br />

1,8 mm 1,5 mm 1,9 mm<br />

9 6 3<br />

Souza et al. (2008) <strong>de</strong>tectaram a presença <strong>de</strong>sta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> para fungos<br />

basidiomicéticos, sendo que foram positivos para 40% dos microrganismos testados. De<br />

acordo com Soares et al. (2010) as fontes <strong>de</strong> carbono obti<strong>da</strong>s dos substratos amido <strong>de</strong> farinha<br />

são as mais eficazes para a expressão <strong>de</strong> amilases.<br />

Figura 2. a. Halos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> amilolítica <strong>da</strong> linhagem P. membranifaciens C-2.32/2 obtido a partir do cultivo<br />

em meio <strong>de</strong> indução durante incubação por 48h, a 28ºC e 150 rpm, e inoculado em meio sólido a 37ºC por 24h,<br />

46


pH 7. b e c representam a ausência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> amilolítica <strong>da</strong>s linhagens P. kluyveri C - 2. 47 e P.<br />

membranifaciens C - 2. 62, respectivamente. Todos os testes foram realizados em triplicata.<br />

5.3 ATIVIDADE DE CELULASE<br />

Dentre to<strong>da</strong>s as enzimas secreta<strong>da</strong>s pelas <strong>leveduras</strong> a celulase foi a que apresentou<br />

melhor resultado quantitativamente, sendo que <strong>da</strong>s 70 <strong>leveduras</strong> testa<strong>da</strong>s 35 (50%) foram<br />

positivas para esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Tabela 04 e Gráfico 1). As melhores ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>monstra<strong>da</strong>s<br />

pelos maiores halos, foram encontra<strong>da</strong>s em C. krusei C – 2. 17 <strong>de</strong> halo 1,4 mm em pH 5; C.<br />

krusei C - 2. 7 e C. gropegiesseri similar C - 1. 33/2 <strong>de</strong> halos 1,3 mm em pH 7 e halo <strong>de</strong> 1,2<br />

mm para as linhagens <strong>de</strong> C. krusei C - 1. 155, C - 2. 91, e C - 2. 75; e para as linhagens <strong>de</strong> P.<br />

membranifaciens C - 2. 62 e C - 2. 75/2 em pH 9.<br />

Tabela 04. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> celulases secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente<br />

pelas <strong>leveduras</strong> testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por 48 h, em meio <strong>de</strong> cultura suplementado com<br />

indutor para ca<strong>da</strong> enzima e testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5; 7 e 9).<br />

Linhagem/pH 5 7 9<br />

C. krusei C - 2. 17 1,4 mm - -<br />

C. krusei C - 2. 7<br />

C. gropegiesseri similar<br />

C. krusei C - 1. 155,<br />

C - 2. 91, e C - 2. 75<br />

P. membranifaciens<br />

C - 2. 62 e C - 2. 75/2<br />

- 1,3 mm -<br />

- - 1,2 mm<br />

Total <strong>de</strong> Linhagens positivas 17 22 20<br />

47


A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> celulolítica encontra<strong>da</strong> no presente trabalho foi similar a encontra<strong>da</strong> por<br />

Costa (1996), para Aspergillus cuja ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> é influencia<strong>da</strong> por diversos fatores como pH<br />

inicial, tempo <strong>de</strong> cultivo, concentração do substrato, agitação, concentração do inóculo,<br />

temperatura e tipo <strong>de</strong> substrato usado no meio <strong>de</strong> indução <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong>. Bocchini et<br />

al. (2002), Alam et al. (2008) e Martins et al. (2008), também <strong>de</strong>screvem essas variáveis como<br />

essenciais para que a produção <strong>de</strong>ssa enzima por microrganismos seja eficiente.<br />

5.4 ATIVIDADE DE FOSFOLIPASE<br />

Para as fosfolipases, 11 (15,71%) <strong>leveduras</strong> foram positivas. Os melhores halos para<br />

esta enzima foram obtidos <strong>de</strong> Starmerella sp.2 C - 1. 19/3 com 1,4 mm em pH 5 e no pH 7<br />

para o isolado 1,3 <strong>de</strong> 2,7 mm <strong>de</strong> diâmetro. Quanto ao pH não foi <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> nenhuma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

no pH 9, enquanto que para os <strong>de</strong>mais valores obteve-se algumas <strong>leveduras</strong> positivas,<br />

<strong>de</strong>monstrando a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enzimas secreta<strong>da</strong>s por esses microrganismos (Tabela 05 e<br />

Gráfico 1). Vasconcelos et al. (2003) constataram que amostras <strong>de</strong> fungos filamentosos<br />

apresentaram capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> fosfolipases.<br />

Tabela 05. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fosfolipases secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente<br />

pelas <strong>leveduras</strong> testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por 48 h, em meio <strong>de</strong> cultura suplementado com<br />

indutor para ca<strong>da</strong> enzima e testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5; 7 e 9).<br />

Linhagem/pH 5 7 9<br />

Starmerella sp.2<br />

C - 1. 19/3<br />

1,4 mm - -<br />

1,3 - 1,4 mm -<br />

Total <strong>de</strong> Linhagens<br />

positivas<br />

6 6 -<br />

48


5.5 ATIVIDADE DE PECTINASE<br />

Foram positivas <strong>de</strong>ntre as <strong>leveduras</strong> 12 (17,14%) para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinolítica (Tabela<br />

06 e Gráfico 1).<br />

Tabela 06. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pectinases secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente<br />

pelas <strong>leveduras</strong> testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por 48 h, em meio <strong>de</strong> cultura suplementado com<br />

indutor para ca<strong>da</strong> enzima e testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5; 7 e 9).<br />

Linhagem/pH 5 7 9<br />

P. membranifaciens<br />

C - 1. 78<br />

Candi<strong>da</strong> sp. 4<br />

C - 1. 83/2<br />

Total <strong>de</strong> Linhagens<br />

positivas<br />

- 3,8 mm -<br />

- - 3,3 mm<br />

- 8 10<br />

Após analisados o tamanho (≥ 2,0 cm) dos halos <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>tivos percebeu-se que os<br />

melhores resultados foram em relação à esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, atingindo no máximo o tamanho <strong>de</strong><br />

3,8 cm, apresentado pela levedura P. membranifaciens C-1.78, que obteve o melhor resultado<br />

para a secreção <strong>de</strong>ssa enzima seguido <strong>de</strong> P. membranifaciens C-2.94 com halo <strong>de</strong> 3,5 mm; o<br />

isolado C-1.30 com 3,1 mm; C. gropegiesseri similar C - 1. 33/2 Candi<strong>da</strong> sp. 4 C - 1. 83/2,<br />

com 3,0 mm e Kloeckera apis C - 2. 85 <strong>de</strong> halo 2,6 mm; to<strong>da</strong>s em pH 7; Candi<strong>da</strong> sp. 4 C -1.<br />

83/2 com halo <strong>de</strong> 3,3 mm e as linhagens 1,5 e 15 <strong>de</strong> halo 3,1 mm foram positivas para pH 9<br />

(Figura 3). Os halos <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>tivos <strong>de</strong>ntre to<strong>da</strong>s as enzimas testa<strong>da</strong>s foram com maior extensão<br />

para esta enzima. Embora em geral o pH ótimo <strong>de</strong>ssa enzima seja 5, neste trabalho não foi<br />

49


<strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> nenhuma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> neste valor, possivelmente <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> não apresentarem<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos parâmetros que foram testados.<br />

Figura 3. b. Halos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinolítica <strong>da</strong> levedura 1 (ain<strong>da</strong> não i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>), em pH 7, obtido a partir do<br />

crescimento a 28ºC, durante 48 horas, em meio <strong>de</strong> indução. a e c Ausência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> pectinolítica<br />

<strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> 15 e 1.5, respectivamente. Todos os testes foram realizados em triplicata.<br />

Sanchez et al. (1984) analisaram e verificaram que <strong>leveduras</strong> <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> Costa do<br />

Marfim <strong>da</strong> fermentação do cacau secretaram enzimas pectinolíticas capazes <strong>de</strong> hidrolizar a<br />

pectina do meio <strong>de</strong> cultura. Bastos et al. (2005) também avaliaram a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong><br />

secretarem enzimas pectinolíticas.<br />

Buzzini e Martini (2002) investigaram a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinolítica <strong>extracelular</strong> <strong>de</strong><br />

microrganismos leveduriformes, e i<strong>de</strong>ntificaram que isolados <strong>de</strong> Aureobasidium pullulans e<br />

Pseudozyma antarctica <strong>de</strong>monstraram capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> hidrolisar a pectina, sendo estes isolados<br />

<strong>de</strong> solo, água, inseto e materiais vegetais coleta<strong>da</strong>s em florestas do Brasil.<br />

Strauss et al. (2001) <strong>de</strong>monstraram que alguns isolados <strong>de</strong> Kloeckera apiculata<br />

po<strong>de</strong>riam ser aplica<strong>da</strong>s na produção <strong>de</strong> vinho <strong>de</strong>vido a sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinolítica <strong>de</strong>vido a<br />

formação <strong>de</strong> halo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção bem evi<strong>de</strong>nte. Essas <strong>leveduras</strong> po<strong>de</strong>riam ser seleciona<strong>da</strong>s<br />

para fermentação <strong>de</strong> uvas, originando uma melhor clarificação no processo (OLIVEIRA,<br />

2007).<br />

5.6 ATIVIDADE DE PROTEASE<br />

50


Para as proteases 12 linhagens (17,14%) foram positivas (Tabela 07 e Gráfico 1). Os<br />

halos foram <strong>de</strong> 2,1 mm <strong>de</strong> diâmetro para o isolado 16 em pH 5; C. krusei C - 2. 42 e o isolado<br />

1,4 formaram halos <strong>de</strong> 1,6 mm <strong>de</strong> diâmetro em pH 7 e 9, respectivamente.<br />

Tabela 07. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> proteases secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente<br />

pelas <strong>leveduras</strong> testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por 48 h, em meio <strong>de</strong> cultura suplementado com<br />

indutor para ca<strong>da</strong> enzima e testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5; 7 e 9).<br />

Linhagem/pH 5 7 9<br />

16 2,1 mm - -<br />

C. krusei C - 2. 42 - 1,6 mm 1,6 mm<br />

1,4 - 1,6 mm 1,6 mm<br />

Total <strong>de</strong> Linhagens<br />

positivas<br />

5 4 7<br />

Esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> foi <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> para fungos filamentosos por Vasconcelos et al. (2003).<br />

Buzzini e Martini (2002) i<strong>de</strong>ntificaram que Candi<strong>da</strong> magnoliae e Pichia anomala<br />

apresentaram o máximo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> proteolítica em pH 6,5; enquanto que a espécie<br />

Pseudozyma sp. <strong>de</strong>monstrou ótimo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> em condições áci<strong>da</strong>s, no pH abaixo <strong>de</strong> 1,<br />

resultados que diferenciam-se dos obtidos no presente estudo em que no pH 9 houve o maior<br />

numero <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> que secretaram a enzima (Figura 4).<br />

51


Figura 4. Halo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> proteolítica <strong>da</strong>s linhagens a. 1.4 b. 3.1 e c. 16 obtidos a partir <strong>de</strong> cultivo em meio <strong>de</strong><br />

indução durante incubação por 48h, a 28ºC e 150 rpm, e inoculado em meio sólido a 37ºC por 24h, pH 5. Todos<br />

os testes foram realizados em triplicata.<br />

5.7 ENSAIO QUALITATIVO DE CUP PLATE PARA DETECÇÃO DE LIPASES<br />

A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipásica em meio solido contendo o substrato específico <strong>de</strong>tectou a<br />

formação <strong>de</strong> halo quando corantes reagiram com os ácidos graxos liberados, indicando<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipásica (GONÇALVES, 2007). Em relação à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lipase em ensaio<br />

qualitativo foi observado que diversas <strong>leveduras</strong> foram secretoras <strong>de</strong> lipases <strong>extracelular</strong>es<br />

através <strong>da</strong> metodologia do cup plate com revelação sob luz ultravioleta a 310 nm, on<strong>de</strong> a<br />

coloração alaranja<strong>da</strong> fluorescente foi adquiri<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido à constituição <strong>de</strong> complexos que<br />

surgem no ágar formados pelos ácidos graxos que sofreram a hidrólise pela ação <strong>da</strong> lipase e a<br />

rho<strong>da</strong>mina B presente no meio <strong>de</strong> cultura (LOCK, 2007).<br />

As linhagens que mais se <strong>de</strong>stacaram neste teste como boas secretoras <strong>de</strong> lipases<br />

<strong>extracelular</strong>es foram as que utilizaram óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê como substrato. Na Tabela 08<br />

encontram-se os resultados dos testes revelando que 24 (34,28%) linhagens foram positivas<br />

para óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê; 10 (14,28%) para óleo <strong>de</strong> mamona e 8 (11,42%) para manteiga <strong>de</strong> cacau.<br />

Estes resultados po<strong>de</strong>m indicar que os ácidos graxos produzidos pela hidrólise <strong>da</strong> lipase com<br />

o óleo <strong>de</strong> mamona e a manteiga <strong>de</strong> cacau não foram i<strong>de</strong>ntificados pela especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

52


enzima com o substrato óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê, ou não originaram um complexo com o corante, ou<br />

ain<strong>da</strong>, por se <strong>de</strong>positarem e não conseguirem atravessar a malha do ágar (LOCK, 2007).<br />

No presente trabalho foram utilizados três substratos para a secreção <strong>da</strong>s lipases em<br />

meio <strong>de</strong> cultivo sólido, outros autores também empregaram diferentes fontes <strong>de</strong> substratos a<br />

fim <strong>de</strong> verificar a melhor fonte para a secreção <strong>da</strong>s lipases e constataram que é necessário<br />

padronizar a composição do meio <strong>de</strong> cultivo e os melhores parâmetros físico-químicos, pois<br />

estes irão interferir diretamente na produção <strong>da</strong>s lipases (LOCK, 2007; COLLEN, 2006;<br />

ROVEDA et al., 2010).<br />

53


Tabela 08. Resultados <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica dos extratos enzimáticos obtidos a partir do cultivo submerso por<br />

48h a 28ºC nos substratos manteiga <strong>de</strong> cacau, óleo <strong>de</strong> mamona e óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê, revelados em meio sólido sob<br />

luz ultravioleta <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> mantidos por 24h a 37ºC.<br />

Código I<strong>de</strong>ntificação Cacau Dendê Mamona<br />

pH 5 7 9 5 7 9 5 7 9<br />

1 * - - + - - - - - -<br />

1,1 * - - - - - - - - -<br />

1,11 * - - - - - - - - -<br />

1,12 * - - - - - - - - -<br />

1,2 * - - - - - - - - -<br />

1,3 * - - - + - - - - -<br />

1,4 * - - - - - - - - -<br />

1,5 * - - - - - - - - -<br />

3,1 * - - - - - - - - -<br />

3,2 * - - - - - - - - -<br />

4,2 * - - - - - - - - -<br />

6,1 * - - - + - - - - -<br />

8 * - - - - - - - - -<br />

12 * - - - + - - - - -<br />

14,1 * - - - - - - - - -<br />

15 * - - - - - - - - -<br />

16 * - - - - - - - - -<br />

C - 1. 47/2 C. krusei - - - + - - - - -<br />

C - 1. 72 C. krusei - - - - + - + - +<br />

C - 1. 142 C. krusei - - - - + - - - -<br />

C - 1. 155 C. krusei - - - - - - - - -<br />

C - 1. 182/1 C. krusei - - - - - - - - -<br />

C - 1. 184 C. krusei - - - - - - + - +<br />

C - 2. 7 C. krusei - - - - - - - - -<br />

C - 2. 9 C. krusei - - - - - - - - -<br />

C - 2. 17 C. krusei - - - - - - - - -<br />

C - 2. 45 C. krusei - - - + - + + - -<br />

C - 2. 51 C. krusei - - - - - - - - -<br />

C - 2. 91 C. krusei - - - - - - - - +<br />

C - 2. 102 C. krusei - - - + - - - - -<br />

C - 2. 108 C. krusei - - - - - - - - -<br />

C - 2. 118 C. krusei - - - - + - - - -<br />

C - 2. 121 C. krusei - - - + - - - - -<br />

C - 2. 42 C. krusei - - - - + - - - -<br />

C - 1. 33/2 C. gropegiesseri similar - - + + - - - - +<br />

C - 2. 68 C.parapsilosis - - - + - + - - -<br />

C - 1. 34/3 Candi<strong>da</strong> sp. 7 - - - - - - - - -<br />

54


C - 1. 83/2 Candi<strong>da</strong> sp. 4 - - - + - - - - -<br />

C - 2. 2/2 Cryptococcus sp. - - - - - - + - -<br />

C - 2. 4/2 K. apis - - - + - - - - -<br />

C - 2. 85 K. apis - - - + - - - - -<br />

C - 1. 27/2 K. marxianus - - - + - + - - -<br />

C - 2. 47 P. kluyveri - - - - - - - - -<br />

C - 2. 41 P. kluyveri - - - - - - - - -<br />

C - 1. 78 P. membranifaciens - - - + - - - - -<br />

C - 1. 161 P. membranifaciens - - - - - - - - -<br />

C - 1. 167 P. membranifaciens - - - - - - - - -<br />

C - 2. 11 P. membranifaciens - - - - - - - - -<br />

C - 2. 25 P. membranifaciens - - - - + - - - -<br />

C - 2. 26 P. membranifaciens - - + - - - - - -<br />

C - 2. 32/2 P. membranifaciens - - - - - - - - -<br />

C - 2. 40 P. membranifaciens - - - - - - + - -<br />

C - 2. 61 P. membranifaciens - - - - - - - - -<br />

C - 2. 62 P. membranifaciens - - - - - - - - -<br />

C - 2. 63 P. membranifaciens - - - - - - - - -<br />

C - 2. 71 P. membranifaciens - - - - - - - - -<br />

C - 2. 73 P. membranifaciens - - - - - - - - -<br />

C - 2. 75/2 P. membranifaciens + - - - - + + - +<br />

C - 2. 82 P. membranifaciens + - - - - - - - -<br />

C - 2. 93/2 P. membranifaciens - - - - + - - - -<br />

C - 2. 94 P. membranifaciens - - - + - - - - -<br />

C - 2. 101/1 P. membranifaciens - - - - - - + - +<br />

C - 2. 126 P. membranifaciens + - - - - - - - -<br />

C - 2. 21/1 S. exigus - - + - - - - - -<br />

C - 1. 19/3 Starmerella sp.2 - - - - - - + - +<br />

C - 1. 18/1 * + - - - - - - - -<br />

C - 1. 30 * - - - + - - - - -<br />

C - 1. 156 * - - - - - - - - -<br />

C - 2. 168 * - - - - - - - - -<br />

C - 1. 186 *<br />

N° total<br />

Total <strong>de</strong><br />

linhagens<br />

70 70 70 70 70 70 70 70 70<br />

positivas 4 - 4 16 6 5 8 - 7<br />

% <strong>de</strong> linhagens<br />

positivas<br />

5,71% 0 5,71% 22,85% 8% 7,14% 11,42% 0 10%<br />

(*) Leveduras que ain<strong>da</strong> não foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s (+) <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> positiva (-) Ausência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> C.<br />

krusei = Candi<strong>da</strong> krusei, K.apis = Kloeckera apis, P. membranifaciens = Pichia membranifaciens, K. marxianus<br />

= Kluyveromices marxianus, C. parapsilosis = Candi<strong>da</strong> parapsilosis, C. gropegiesseri similar = Candi<strong>da</strong><br />

gropegiesseri similar, P. kluyveri = Pichia kluyveri, S. exigus = Saccharomyces exigus<br />

+<br />

55


Neste experimento, a avaliação qualitativa <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica foi obti<strong>da</strong> pela<br />

visualização <strong>de</strong> halos alaranjados fluorescentes pela irradiação <strong>de</strong> luz UV na presença <strong>de</strong><br />

corante ro<strong>da</strong>mina B ao redor dos pontos <strong>de</strong> aplicação em meio sólido formados pela presença<br />

<strong>da</strong>s enzimas e, nesta metodologia, o corante po<strong>de</strong> influenciar diretamente nos resultados<br />

(Figura 5). Maciel et al. (2010) verificaram que a concentração do corante interferiu<br />

diretamente na obtenção dos resultados nos testes em placa. Esses pesquisadores verificaram<br />

que a concentração <strong>de</strong> 0,007% (m/v) foi a mais eficiente para <strong>de</strong>tectar a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong>,<br />

o que contrapõe os resultados encontrados no presente trabalho, no qual foram observados<br />

halos lipolíticos numa concentração menor, <strong>de</strong> 0,00006% (m/v) <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>mina B.<br />

Figura 5. a Halos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica <strong>da</strong> levedura C. parapsilosis C -2.68 sobre o substrato óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê<br />

obtido do extrato enzimático após crescimento em meio líquido por 48 h a 28ºC, em pH 5. Ca<strong>da</strong> poço representa<br />

uma levedura testa<strong>da</strong> em triplicata na horizontal. b e c. Ausência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> lipolítica <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong><br />

P. membranifaciens C - 2. 126 e C. krusei C - 2. 9, respectivamente.<br />

No trabalho <strong>de</strong> Lock (2007) <strong>de</strong>ntre 56 amostras que foram testa<strong>da</strong>s, 7 (26%) foram<br />

positivas quanto a produção <strong>de</strong> lipase <strong>extracelular</strong> pela formação <strong>de</strong> um precipitado composto<br />

<strong>de</strong> sais <strong>de</strong> ácido graxo. Nos resultados do presente trabalho a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica foi melhor<br />

nos valores <strong>de</strong> pH 5 e 7. Outros autores como, Kamini et al. (2000), Abbas et al. (2002),<br />

Fickers et al. (2006), Lock (2007) também <strong>de</strong>tectaram pH 7 como o i<strong>de</strong>al para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

lipolítica <strong>de</strong> microrganismos.<br />

De acordo com Shelley et al. (1987), a taxa <strong>de</strong> difusão no ágar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> diretamente <strong>da</strong><br />

concentração <strong>da</strong> enzima. Portanto, o resultado do halo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica produzido por<br />

uma enzima difundi<strong>da</strong> no ágar em relação à outra é proveniente <strong>da</strong> concentração <strong>da</strong> proteína<br />

56


no ponto <strong>de</strong> aplicação e não necessariamente <strong>de</strong> sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong>. Segundo Thompson<br />

et al. (1999) e Collen (2006) os ácidos graxos liberados pela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s lipases po<strong>de</strong>m ser<br />

<strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia longa ou curta, sendo assim os ácidos graxos <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia longa não se difun<strong>de</strong>m no<br />

ágar e formam halos mais <strong>de</strong>finidos e próximos a colônia <strong>de</strong>vido à pouca solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />

água, enquanto que os <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia curta por se difundirem na malha do ágar, não são tão bem<br />

<strong>de</strong>finidos, possuindo tonali<strong>da</strong><strong>de</strong> mais opaca e difusa.<br />

Além <strong>de</strong>sses fatores, a seleção <strong>de</strong> microrganismos produtores <strong>de</strong> lipases <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

outras variáveis que se relacionam como as condições <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> cepa, produção <strong>da</strong><br />

enzima, bem como a especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta pelo substrato utilizado no experimento, e os<br />

parâmetros <strong>de</strong>finidos no teste <strong>de</strong>vem contemplar a condição ótima <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong> todos estes<br />

fatores. Portanto os testes em placa <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>da</strong> enzima não <strong>de</strong>vem ser utilizados para<br />

comparações quantitativas, e essas interferências po<strong>de</strong>m ser elimina<strong>da</strong>s com a padronização<br />

<strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> crescimento e dos parâmetros físico-químicos do teste (COLLEN, 2006).<br />

5.8 TESTES QUANTITATIVOS DE DETECÇÃO DE ATIVIDADE ENZIMÁTICA<br />

5.8.1 Testes <strong>de</strong> Titulação<br />

Os testes titulométricos são baseados na verificação <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> ácidos graxos em<br />

solução <strong>de</strong> NaOH pela reação <strong>da</strong> enzima com o substrato, na presença <strong>de</strong> fenolftaleína como<br />

indicador. Os íons <strong>de</strong> hidrogênio são liberados pela dissociação dos ácidos graxos pela ação<br />

<strong>da</strong>s lipases sobre as moléculas do triglicerí<strong>de</strong>o. É uma técnica muito utiliza<strong>da</strong> pela sua<br />

simplici<strong>da</strong><strong>de</strong>, precisão e reprodutibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (COLLEN, 2006; GONÇALVES, 2007; LOCK,<br />

2007; FARIA, 2010) (Figura 6). A obtenção <strong>da</strong> enzima envolve a interação <strong>de</strong> diversas<br />

variáveis como a composição do meio (fonte <strong>de</strong> carbono, fonte <strong>de</strong> nitrogênio, sais e<br />

indutores), condições operacionais como pH, temperatura, agitação e aeração (FEITOSA,<br />

2010).<br />

Apesar <strong>da</strong>s lipases serem solúveis em água, catalisam reações <strong>de</strong> hidrólise sobre<br />

substratos insolúveis, os triglicerí<strong>de</strong>os, agindo na interface entre o substrato lipídico e a água.<br />

57


Assim que as reações ocorrem o substrato é consumido e formam-se os produtos <strong>da</strong> hidrólise,<br />

modificando a composição <strong>da</strong> interface óleo-água. Dessa forma, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> catalítica é<br />

influencia<strong>da</strong> tanto pela concentração do substrato como pela área <strong>de</strong> interface do substrato<br />

com a água (WATANABE et al., 1977; FARIA, 2010).<br />

Figura 6. Análise <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> <strong>extracelular</strong> do extrato enzimático livre <strong>de</strong> células utilizando como<br />

substrato a manteiga <strong>de</strong> cacau, o óleo <strong>de</strong> mamona e o óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê cujos ácidos graxos liberados foram<br />

titulados com uma solução <strong>de</strong> NaOH (0,05M), utilizando 3 gotas <strong>de</strong> fenolftaleína como indicador <strong>de</strong> pH e ponto<br />

<strong>de</strong> viragem <strong>de</strong>tectado pelo surgimento <strong>de</strong> uma coloração rósea no meio.<br />

No presente trabalho foram utilizados três substratos para a secreção <strong>da</strong>s lipases em<br />

meio <strong>de</strong> cultivo líquido (Gráfico 2), outros autores também empregaram diferentes fontes <strong>de</strong><br />

substratos a fim <strong>de</strong> verificar a melhor fonte para a produção <strong>da</strong>s lipases e constataram que é<br />

necessário padronizar a composição do meio <strong>de</strong> cultivo, pois este irá interferir diretamente na<br />

produção <strong>da</strong>s lipases (COLLEN, 2006; LOCK, 2007; ROVEDA et al., 2010).<br />

58


40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

14,28<br />

34,28<br />

11,42<br />

Substratos<br />

Óleo <strong>de</strong> mamona Óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê Manteiga <strong>de</strong> cacau<br />

Gráfico 2. Porcentagem <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> positivas verifica<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> testes quantitativos titulométricos nos<br />

substratos óleo <strong>de</strong> mamona, óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê e manteiga <strong>de</strong> cacau para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica.<br />

Neste experimento os resultados utilizando o substrato óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê foram mais<br />

expressivos, pois 23 (32,85%) dos isolados apresentaram resultados maiores que 1,0 U/mL,<br />

sendo que <strong>de</strong>stacaram-se o isolado C - 1. 156 que apresentou 2,25 U/mL <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e Pichia<br />

membranifaciens C - 1. 161 com 2,21 U/mL (Tabela 09). Nos isolados testados com o óleo <strong>de</strong><br />

mamona apenas 3 <strong>leveduras</strong> apresentaram valores <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> maiores que 1,0<br />

U/mL enquanto que utilizando a manteiga <strong>de</strong> cacau foi possível observar que nenhum dos<br />

isolados apresentou resultado <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> maior que 1,0 U/mL. Rove<strong>da</strong> (2010)<br />

analisou 21 fungos para esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pertencentes aos gêneros Aspergillus e Penicilium, e<br />

verificou que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s lipolíticas máximas foram <strong>de</strong> 1,250 U, 2,042 U e 2,250 U.<br />

Óleos e gorduras diferenciam-se pelas suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas e quanto à<br />

composição <strong>de</strong> ácidos graxos em suas moléculas. Óleos são líquidos em temperatura ambiente<br />

enquanto gorduras são sóli<strong>da</strong>s (25ºC). Os óleos e gorduras vegetais consistem <strong>de</strong> moléculas<br />

<strong>de</strong> triacilglicerí<strong>de</strong>os, as quais são constituí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> três ácidos graxos <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia longa ligados na<br />

forma <strong>de</strong> ésteres e uma molécula <strong>de</strong> glicerol. Em óleos, os ácidos graxos <strong>de</strong> suas ca<strong>de</strong>ias<br />

carbônicas são formados predominantemente por ligações insatura<strong>da</strong>s e as gorduras são<br />

forma<strong>da</strong>s principalmente por ligações satura<strong>da</strong>s. Esses ácidos graxos variam na extensão <strong>da</strong><br />

ca<strong>de</strong>ia carbônica, no número, orientação e posição <strong>da</strong>s ligações duplas (GERIS et al.,2007).<br />

59


Tabela 09. Resultados <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lipolítica dos extratos enzimáticos obtidos <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong><br />

fermentação do cacau nos substratos manteiga <strong>de</strong> cacau, óleo <strong>de</strong> mamona e óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê, obtido pela titulação<br />

dos ácidos graxos solúveis em solução <strong>de</strong> NaOH e <strong>de</strong> fenolftaleína como indicador.<br />

Código I<strong>de</strong>ntificação<br />

Mamona<br />

(U/mL)**<br />

Dendê<br />

(U/mL)**<br />

Cacau<br />

(U/mL)**<br />

1 * 0,22 1,43 0,37<br />

1,1 * 0,3 0,75 0,22<br />

1,11 * 0,22 0,5 0,12<br />

1,12 * 0,23 1,33 0,22<br />

1,2 * 0,27 0,56 0,25<br />

1,3 * 0,2 0,7 0,15<br />

1,4 * 0,27 0,83 0,28<br />

1,5 * 0,3 0,75 0,35<br />

3,1 * 0,23 1,11 0,35<br />

3,2 * 0,25 1,1 0,4<br />

4,2 * 0,21 0,76 0,22<br />

6,1 * 0,23 1,16 0,31<br />

8 * 0,25 2,05 0,4<br />

12 * 0,31 1,33 0,28<br />

14,1 * 1,25 2,25 0,52<br />

15 * 0,38 0,83 0,11<br />

16 * 0,3 0,86 0,51<br />

C - 1. 47/2 C. krusei 0,23 0,8 0,28<br />

C - 1. 72 C. krusei 0,26 0,65 0,43<br />

C - 1. 142 C. krusei 0,23 0,85 0,43<br />

C - 1. 155 C. krusei 0,21 0,91 0,48<br />

C - 1. 182/1 C. krusei 0,23 0,78 0,5<br />

C - 1. 184 C. krusei 0,42 0,7 0,23<br />

C - 2. 7 C. krusei 0,3 0,86 0,48<br />

C – 2. 9 C. krusei 0,26 1 0,28<br />

C - 2. 17 C. krusei 0,21 1,16 0,28<br />

C - 2.45 C. krusei 0,3 0,91 0,21<br />

C - 2. 51 C. krusei 0,26 0,76 0,38<br />

C - 2. 91 C. krusei 0,28 0,83 0,4<br />

C - 2. 102 C. krusei 0,25 0,86 0,38<br />

C - 2. 108 C. krusei 0,13 1,05 0,35<br />

C - 2. 118 C. krusei 0,23 2 0,23<br />

C - 2. 121 C. krusei 0,25 1 0,11<br />

C - 2. 42 C. krusei 0,28 0,86 0,38<br />

C - 1. 33/2 C. gropegiesseri similar 1,75 2,38 0,25<br />

C - 2. 68 C.parapsilosis 0,2 1,08 0,36<br />

C - 1. 34/3 Candi<strong>da</strong> sp. 7 0,25 0,96 0,28<br />

60


C - 1. 83/2 Candi<strong>da</strong> sp. 4 0,2 0,8 0,15<br />

C - 2. 2/2 Cryptococcus sp. 0,25 1,1 0,23<br />

C - 2. 4/2 K. apis 0,25 0,66 0,31<br />

C - 2. 85 K. apis 0,16 1,38 0,26<br />

C - 1. 27/2 K. marxianus 0,3 1,36 0,23<br />

C - 2. 47 P. kluyveri 0,18 0,83 0,11<br />

C - 2. 41 P. kluyveri 0,18 1,48 0,6<br />

C - 1. 78 P. membranifaciens 0,23 1,38 0,33<br />

C - 1. 161 P. membranifaciens 0,23 2,21 0,51<br />

C - 1. 167 P. membranifaciens 0,18 1 0,36<br />

C - 2. 11 P. membranifaciens 0,25 0,33 0,28<br />

C - 2. 25<br />

P. membranifaciens<br />

C - 2. 26 P. membranifaciens<br />

0,283 0,71 0,4<br />

0,23 0,78 0,4<br />

C - 2. 32/2 P. membranifaciens 0,23 0,63 0,36<br />

C - 2. 40 P. membranifaciens 0,2 0,75 0,43<br />

C - 2. 61 P. membranifaciens 0,36 0,88 0,38<br />

C - 2. 63 P. membranifaciens 0,23 0,78 0,28<br />

C - 2. 71 P. membranifaciens 0,28 1,63 0,23<br />

C - 2. 73 P. membranifaciens 0,25 0,95 0,4<br />

C - 2. 75/2 P. membranifaciens 0,33 0,71 0,36<br />

C - 2. 82 P. membranifaciens 0,23 0,25 0,517<br />

C - 2. 93/2 P. membranifaciens 0,18 0,63 0,26<br />

C - 2. 94 P. membranifaciens 1,75 0,66 0,35<br />

C - 2. 101/1 P. membranifaciens 0,15 0,75 0,28<br />

C - 2. 126 P. membranifaciens 0,25 0,83 0,36<br />

C - 2. 21/1 P. membranifaciens 0,41 1,35 0,15<br />

C - 1. 19/3 S. exigus 0,28 0,78 0,43<br />

C - 1. 18/1 Starmerella sp.2 0,3 0,85 0,26<br />

C - 1. 30 * 0,25 0,63 0,41<br />

C - 1. 156 * 0,28 2,25 0,23<br />

C - 2. 168 * 0,16 1,35 0,31<br />

C - 1.186 * 0,21 0,68 0,1<br />

N° total * 70 70 70<br />

Total <strong>de</strong> linhagens<br />

positivas<br />

% <strong>de</strong> linhagens<br />

positivas<br />

70 70 70<br />

100% 100% 100%<br />

(*) Leveduras que ain<strong>da</strong> não foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s (**) Os resultados representam a média <strong>de</strong> três repetições.<br />

C. krusei = Candi<strong>da</strong> krusei, K.apis = Kloeckera apis, P. membranifaciens = Pichia membranifaciens, K.<br />

marxianus = Kluyveromices marxianus, C. parapsilosis = Candi<strong>da</strong> parapsilosis, C. gropegiesseri similar =<br />

Candi<strong>da</strong> gropegiesseri similar, P. kluyveri = Pichia kluyveri, S. exigus = Saccharomyces exigus<br />

61


As lipases possuem a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> hidrolisar um grupo <strong>de</strong> substratos específico<br />

(especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> substrato), em geral relacionado ao tamanho <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia carbônica, à<br />

insaturação e a posição <strong>de</strong>sta no triglicerí<strong>de</strong>o. Óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê é composto <strong>de</strong> proporções iguais<br />

<strong>de</strong> ácidos graxos saturados C16:0 palmítico (44%) e C18:0 esteárico (5%) e insaturados<br />

C18:1 oléico (40%) e C18:2 linoléico (10%), cujo ácido graxo principal é o palmítico<br />

formado <strong>de</strong> C16:0 átomos <strong>de</strong> carbonos. O óleo <strong>de</strong> mamona contém 90% <strong>de</strong> ácido graxo<br />

ricinoléico em sua constituição que é insaturado formado <strong>de</strong> 18:1 carbonos, possui uma<br />

hidroxila (OH) no carbono 12 e uma ligação dupla cis entre carbonos 9 e 10 (FAGUNDES et<br />

al., 2005; FALCONE, 2009). A manteiga <strong>de</strong> cacau é forma<strong>da</strong> <strong>de</strong> ácidos palmítico C16:0<br />

(25,65 a 35,33%), oléico C18:1 (32,64 a 34,74 %) e esteárico C18:0 (29,69 e 37,24%)<br />

(FACIOLI e GONÇALVES, 1998). Sendo assim, po<strong>de</strong>-se inferir que as lipases produzi<strong>da</strong>s<br />

pelos microrganismos <strong>de</strong>ste estudo agiram mais especificamente sobre o substrato óleo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ndê. Isto ocorre <strong>de</strong>vido à estrutura e a forma do sítio ativo <strong>da</strong> enzima que provavelmente<br />

reage melhor com esses ácidos graxos (BORZANI, 2001).<br />

De acordo com Falcone et al. (2009) a produção <strong>de</strong> lipases por fungos filamentosos é<br />

influencia<strong>da</strong> pelo tipo e concentração <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> C e N, pelo pH do meio <strong>de</strong> cultivo, pela<br />

temperatura <strong>de</strong> crescimento e pela concentração <strong>de</strong> oxigênio dissolvido. As fontes <strong>de</strong> carbono<br />

lipídicas, como ácidos graxos, são eficientes para estimular a secreção <strong>de</strong> lipases embora<br />

alguns microrganismos não <strong>de</strong>pen<strong>da</strong>m <strong>de</strong> substratos indutores para secretar <strong>extracelular</strong>mente<br />

essas enzimas, estes compostos po<strong>de</strong>m aumentar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta (TAN et al., 2003).<br />

5.8.2 Testes espectrofotométricos <strong>de</strong> Pectinases e Proteases<br />

Nos testes quantitativos realizados com as linhagens <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> foram positivas 68<br />

(97%) para pectinases e 62 (88%) para as proteases. Estes resultados diferiram dos obtidos<br />

nos testes em placa (Tabela 10 e Gráfico 3).<br />

62


Tabela 10. Resultados <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pectina metilesterase (U/mL) e a <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Proteases (U/mL) dos<br />

extratos enzimáticos obtidos a partir do cultivo <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> fermentação do cacau em meio <strong>de</strong><br />

indução suplementado com pectina cítrica e gelatina, respectivamente.<br />

Leveduras I<strong>de</strong>ntificação UA PME (U/mL) Leveduras I<strong>de</strong>ntificação UA P (U/mL)<br />

C - 2. 102 C. krusei 1960±0,007 abc<strong>de</strong>f ** C - 2. 121 C. krusei 6735,84±0,043 ab**<br />

C - 1. 156 * 1890±0,0 abc<strong>de</strong>f C - 1. 72 C. krusei 4029,41±0,040 ab<br />

C - 2. 118 C. krusei 1740±0,009 abc<strong>de</strong>f 12 * 3946,96±0,062 ab<br />

C - 2. 61 P. membranifaciens 1740±0,0 a C - 2. 63 P. membranifaciens 3393,93±0,04 ab<br />

C - 2. 51 C. krusei 1690±0,003 abcd C - 1. 19/3 Starmerella sp.2 2711,86±0,00 a<br />

C - 2. 63 P. membranifaciens 1680±0,003 abc C - 2. 25 P. membranifaciens 2621,21±0,038 ab<br />

C - 2. 71 P. membranifaciens 1660±0,005 abc<strong>de</strong>fg C - 2. 61 P. membranifaciens 2423,07±0,021 ab<br />

C - 2. 25 P. membranifaciens 1655±0,004 abc<strong>de</strong>f C - 2. 85 K. apis 1988,88±0,025 ab<br />

1,12 * 1640±0,002 abc<strong>de</strong>f C - 1. 34/3 Candi<strong>da</strong> sp. 7 1867,34±0,033 ab<br />

1,2 * 1625±0,005 abc<strong>de</strong>fg C - 1. 155 C. krusei 1720,43±0,062 ab<br />

C - 2. 21/1 S. exigus 1610±0,013 abc C - 2. 71 P. membranifaciens 1566,26±0,014 ab<br />

16 * 1530±0,009 abc<strong>de</strong>f C - 2. 11 P. membranifaciens 1563,73±0,007 ab<br />

C - 2. 62 P. membranifaciens 1535±0,009 ab C - 2. 68 C.parapsilosis 1469,13±0,031 b<br />

C - 1. 155 C. krusei 1505±0,001 abc<strong>de</strong>f 1,12 * 1360,46±0,080 ab<br />

1,1 * 1480±0,010 abc<strong>de</strong>f C - 1. 83/2 Candi<strong>da</strong> sp. 4 1291,66±0,016 ab<br />

1,4 * 1445±0,011 abc<strong>de</strong>f C - 2. 108 C. krusei 1239,58±0,031 ab<br />

1,11 * 1410±0,011 bcdfg C - 2. 4/2 K. apis 1194,17±0,044 ab<br />

C - 1. 182/1 C. krusei 1410±0,005 abc<strong>de</strong>f 3,1 * 1092,3±0,039 ab<br />

C - 1. 34/3 Candi<strong>da</strong> sp. 7 1350±0,013 abc<strong>de</strong>f C - 2. 82 P. membranifaciens 1089,96±0,018 ab<br />

C - 1. 27/2 K. marxianus 1350±0,013 abc<strong>de</strong>fg C - 2. 7 C. krusei 1044,11±0,039 ab<br />

1,3 * 1310±0,013 abc<strong>de</strong>f 16 * 1000±0,044 ab<br />

C - 2. 91 C. krusei 1270±0,008 bc<strong>de</strong>fg 1,5 * 1000±0,023 ab<br />

C - 2. 42 C. krusei 1260±0,029 abc<strong>de</strong>f C - 2. 9 C. krusei 898,14±0,019 ab<br />

C - 2. 85 K. apis 1260±0,029 abc<strong>de</strong>f C - 2. 21/1 S. exigus 887,82±0,007 ab<br />

C - 1. 78 P. membranifaciens 1255±0,007 bc<strong>de</strong>fg 3,2 * 797,87±0,033 ab<br />

C - 2. 73 P. membranifaciens 1250±0,006 abc<strong>de</strong>f C - 1. 156 * 797,61±0,000 ab<br />

C - 2. 82 P. membranifaciens 1240±0,013 bc<strong>de</strong>fg C - 2. 126 P. membranifaciens 788,88±0,039 a<br />

3,2 * 1235±0,011 abc<strong>de</strong>f C - 2. 42 C. krusei 786,72±0,014 ab<br />

C - 2. 2/2 Cryptococcus sp. 1230±0,028 abc<strong>de</strong>f C - 1. 182/1 C. krusei 760,68±0,00 ab<br />

C - 1. 167 P. membranifaciens 1210±0,008 abc<strong>de</strong>fg C - 2. 168 * 750,85±0,013 ab<br />

C - 2. 108 C. krusei 1195±0,007 abc<strong>de</strong>f C - 1. 27/2 K. marxianus 720,27±0,073 ab<br />

C-1. 72 C. krusei 1180±0,005 abc<strong>de</strong>fg 1,11 * 712,32±0,004 ab<br />

12 * 1170±0,003 a 4,2 * 650,19±0,051 ab<br />

C - 1. 184 C. krusei 1060±0,009 abc<strong>de</strong>f C - 1. 142 C. krusei 628,2±0,136 ab<br />

C - 1. 186 * 1160±0,002 a bc<strong>de</strong>f C - 1. 18/1 * 606,06±0,013 a<br />

C - 2. 45 C. krusei 1160±0,001 abc<strong>de</strong>f C - 2. 41 P. kluyveri 553,71±0,004 ab<br />

15 * 1150±0,001 abc<strong>de</strong>fg 14,1 * 535,39±0,005 ab<br />

C - 1. 19/3 Starmerella sp.2 1140±0,014 abc<strong>de</strong> C - 2. 40 P. membranifaciens 517,73±0,036 ab<br />

63


C - 2. 121 C. krusei<br />

1140±0,001 abc<strong>de</strong>fg C - 1. 33/2 C. gropegiesseri<br />

similar<br />

508,26±0,035 ab<br />

14,1 * 1120±0,022 a C - 1. 167 P. membranifaciens 507,37±0,019 ab<br />

C - 2. 68 C.parapsilosis 1120±0,0005 bc<strong>de</strong>f C - 1. 47/2 C. krusei 474,02±0,036 ab<br />

C - 2. 126 P. membranifaciens 1110±0,024 abc<strong>de</strong>f C - 2. 73 P. membranifaciens 469,05±0,025 b<br />

6,1 * 1100±0,016 abc<strong>de</strong>f C - 2. 2/2 Cryptococcus sp. 465,47±0,063 ab<br />

C - 2. 41 P. kluyveri 995±0,015 bc<strong>de</strong>f C - 2. 118 C. krusei 462,36±0,015 ab<br />

C - 2. 40 P. membranifaciens 980±0,025 abc<strong>de</strong>fg C - 2. 62 P. membranifaciens 450,51±0,040 a<br />

C - 2. 4/2 K. apis 980±0,006 bc<strong>de</strong>fg C - 1. 78 P. membranifaciens 439,02±0,017 ab<br />

C - 2. 17 C. krusei 980±0,001 abc<strong>de</strong>f C - 2. 47 P. kluyveri 422,22±0,036 ab<br />

C - 1. 47/2 C. krusei 980±0,001 <strong>de</strong>fg 8 * 410,13±0,044 ab<br />

4,2 * 970±0,012 bcdfg C - 2. 94 P. membranifaciens 399,14±0,016 ab<br />

C - 2. 9 C. krusei 920±0,008 bc<strong>de</strong>f C - 2. 93/2 P. membranifaciens 371,64±0,048 ab<br />

C - 2. 7 C. krusei 910±0,037 abc<strong>de</strong>fg C - 2. 45 C. krusei 351,51±0,044 ab<br />

C - 1. 83/2 Candi<strong>da</strong> sp. 4 910±0,001 bc<strong>de</strong>f 15 * 351,56±0,013 a<br />

C - 1. 142 C. krusei 910±0,001 bc<strong>de</strong>fg 1,3 * 335,82±0,004 ab<br />

1 * 880±0,001 abc<strong>de</strong>fg C - 2. 51 C. krusei 325,24±0,033 ab<br />

C - 1. 33/2 C. gropegiesseri<br />

similar<br />

850±0,001 abc<strong>de</strong>fg C - 2. 32/2 P. membranifaciens 291,26±0,019 ab<br />

C - 2. 32/2 P. membranifaciens 850±0,001 c<strong>de</strong>fg C - 2. 75/2 P. membranifaciens 259,54±0,000 ab<br />

C - 1. 30 * 810±0,022 a 6,1 * 233,67±0,00 ab<br />

3,1 * 780±0,011 cdfg C - 2.26 P. membranifaciens 229,16±0,000 ab<br />

C - 1. 161 P. membranifaciens 770±0,03 gh 1 * 226,13±0,056 ab<br />

C - 2. 11 P. membranifaciens 740±0,025 bc<strong>de</strong>f C - 2. 91 C. krusei 201,63±0,00 ab<br />

C - 2. 94 P. membranifaciens 730±0,009 bc<strong>de</strong>f C - 1. 184 C. krusei 115,38±0,039 ab<br />

C - 2. 168 * 710±0,024 <strong>de</strong>fg C - 1. 161 P. membranifaciens 19,04±0,036 ab<br />

C - 2. 101/1 P. membranifaciens 710±0,011 efg 1,1 * 0<br />

1,5 * 710±0,002 bcdfg 1,2 * 0<br />

C - 1. 18/1 * 670±0,012 bc<strong>de</strong>fg 1,4 * 0<br />

C - 2. 47 P. kluyveri 440±0,009 bc<strong>de</strong>f C - 2. 17 C. krusei 0<br />

C - 2. 93/2 P. membranifaciens 440±0,009 efg C - 2. 102 C. krusei 0<br />

C - 2. 26 P. membranifaciens 360±0,006 h C - 2. 101/1 P. membranifaciens 0<br />

8 * 0 C - 1. 30 * 0<br />

C-2. 75/2 P. membranifaciens 0 C - 1. 186 * 0<br />

N° total 70 70<br />

Total <strong>de</strong><br />

linhagens<br />

positivas<br />

% <strong>de</strong> linhagens<br />

positivas<br />

68 62<br />

97,14% 88,57%<br />

UAPME = <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>enzimática</strong> <strong>de</strong> Pectina metilesterase UA P = <strong>Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>enzimática</strong> <strong>de</strong> Protease (*) Leveduras<br />

que ain<strong>da</strong> não foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s. (**) Os resultados representam média <strong>de</strong> duas repetições. Resultados <strong>de</strong><br />

média ± <strong>de</strong>svio padrão. Médias segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> letras diferentes indicam diferença significativa (p < 0,05) pelo teste<br />

<strong>de</strong> Tukey. C. krusei = Candi<strong>da</strong> krusei, K.apis = Kloeckera apis, P. membranifaciens = Pichia membranifaciens,<br />

64


K. marxianus = Kluyveromices marxianus, C. parapsilosis = Candi<strong>da</strong> parapsilosis, C. gropegiesseri similar =<br />

Candi<strong>da</strong> gropegiesseri similar, P. kluyveri = Pichia kluyveri, S. exigus = Saccharomyces exigus. As amostras<br />

em negrito foram as que apresentaram resultado positivo quando avaliados com a metodologia <strong>de</strong> cup plate.<br />

Os valores obtidos neste estudo para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>enzimática</strong> po<strong>de</strong>m ser originados do<br />

fato <strong>de</strong> os parâmetros <strong>de</strong> temperatura e pH testados não serem os valores ótimos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ssas enzimas, ou mesmo o tempo requerido para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o pH e a temperatura<br />

estabelecidos não serem os valores ótimos para a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas enzimas (MASOUDE e<br />

JEPPERSEN, 2006). Oliveira et al. (2006) preconizaram que os halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção em placa<br />

não representam obrigatoriamente a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinolítica <strong>de</strong> Saccharomyces cerevisiae.<br />

98<br />

96<br />

94<br />

92<br />

90<br />

88<br />

86<br />

84<br />

82<br />

97<br />

88<br />

Pectina cítrica Gelatina<br />

Gráfico 3. Porcentagem <strong>de</strong> <strong>leveduras</strong> positivas verifica<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> testes quantitativos espectrofotométricos<br />

sobre os substratos Pectina cítrica e Gelatina para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s pectinolítica e proteolítica, respectivamente.<br />

No presente estudo os maiores valores encontrados para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pectina<br />

metilesterase foram <strong>de</strong> 1960 U/mL para C. krusei C - 2.102 e <strong>de</strong> 1890 U/mL para o isolado<br />

não i<strong>de</strong>ntificado C - 1. 156. Domingues (2010) analisou 35 <strong>leveduras</strong> <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> fermentação<br />

<strong>de</strong> amêndoas <strong>de</strong> cacau pertencentes aos gêneros Kluyveromyces, Candi<strong>da</strong>, Phiccia, e <strong>de</strong>ntre<br />

estas 62% apresentaram resultados positivos para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinolítica, embora essas<br />

espécies tenham sido negativas para a produção <strong>de</strong> pectina metilesterase. Masou<strong>de</strong> e<br />

65


Jeppersen (2006) também não encontraram ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pectina metilesterase em linhagens <strong>de</strong><br />

<strong>leveduras</strong> como Pichia anomala, Pichia kluyveri e Hanseniaspora. Este resultado ressalta o<br />

potencial <strong>da</strong>s <strong>leveduras</strong> do presente trabalho em secretarem estas pectinases.<br />

A fermentação é fun<strong>da</strong>mental para a produção <strong>da</strong>s características sensoriais do<br />

chocolate, e a sucessão <strong>de</strong> microrganismos na polpa mucilaginosa que envolve as amêndoas<br />

do cacau po<strong>de</strong>ria promover a redução <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pectina e conduzir para uma<br />

<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção mais eficiente <strong>da</strong> mucilagem se houver a presença <strong>de</strong> microrganismos<br />

pectinolíticos. Dessa maneira um inóculo iniciador com <strong>leveduras</strong> pectinolíticas po<strong>de</strong> ren<strong>de</strong>r<br />

um chocolate <strong>de</strong> melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, também originando uma melhoria no processamento<br />

(SCHWAN e WHEALS, 2004; OLIVEIRA, 2007).<br />

No que se refere às proteases, as melhores ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s proteolíticas foram observa<strong>da</strong>s<br />

em C. krusei C - 2.121 com 3946,96 U/mL e pela linhagem 12 <strong>de</strong> 6735,84 U/mL. Silva-<br />

Neves et al. (2006) analisaram 50 <strong>leveduras</strong> e Candi<strong>da</strong> intermedia foi a que <strong>de</strong>monstrou<br />

maior ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> proteolítica por meio <strong>da</strong> fermentação submersa. Fleuri (2008) também<br />

<strong>de</strong>tectou a secreção <strong>de</strong> proteases pela linhagem fúngica <strong>de</strong> Cellulosimicrobium cellulans. Os<br />

valores para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> proteolítica verificados neste estudo para algumas <strong>leveduras</strong> foram<br />

superiores aos valores obtidos pelos pesquisadores referidos anteriormente, o que <strong>de</strong>monstra o<br />

gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong>stas <strong>leveduras</strong> no que se refere à secreção <strong>de</strong>sta enzima.<br />

5.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA<br />

Na análise estatística <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinolítica e proteolítica foram consi<strong>de</strong>rados os 2<br />

valores <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> encontrados para ca<strong>da</strong> levedura (Tabela 05). A comparação <strong>de</strong> médias<br />

feita pela análise <strong>de</strong> variância com intervalo <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95% indicou que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

obtiveram diferença significativa entre grupos (p


6 CONCLUSÕES<br />

To<strong>da</strong>s as <strong>leveduras</strong> analisa<strong>da</strong>s no presente estudo foram reativa<strong>da</strong>s, purifica<strong>da</strong>s e<br />

<strong>de</strong>posita<strong>da</strong>s na CCMB (Coleção <strong>de</strong> Cultura <strong>de</strong> Microrganismos <strong>da</strong> Bahia) e os resultados<br />

obtidos quanto à secreção <strong>extracelular</strong> <strong>de</strong> enzimas complementaram as informações<br />

biotecnológicas <strong>de</strong>stas <strong>leveduras</strong> <strong>de</strong>posita<strong>da</strong>s no acervo.<br />

Exceto para as pectinases no pH 5 e fosfolipases nos pH 5 e 7, as <strong>leveduras</strong> testa<strong>da</strong>s<br />

secretaram amilases, celulases, proteases e lipases <strong>extracelular</strong>es sob condições básicas,<br />

áci<strong>da</strong>s e neutras para to<strong>da</strong>s as enzimas que foram testa<strong>da</strong>s pela metodologia do cup plate. O<br />

substrato óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê foi o melhor para <strong>de</strong>tecção <strong>da</strong>s lipases tanto em testes em meio sólido<br />

quanto nos testes titulométricos. As <strong>leveduras</strong> <strong>de</strong>monstraram ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pectinolítica com halos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> maior extensão, em comparação com as <strong>de</strong>mais enzimas testa<strong>da</strong>s. Os testes<br />

quantitativos <strong>de</strong>monstraram que as linhagens estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s são boas produtoras <strong>de</strong> enzimas<br />

pectinolíticas e proteolíticas.<br />

O presente estudo verificou que as <strong>leveduras</strong> <strong>isola<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> fermentação do cacau para<br />

produção do chocolate por secretarem as enzimas em tempo curto <strong>de</strong> crescimento e<br />

fermentação em caldo <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> custo baixo e em diferentes valores <strong>de</strong> pH, po<strong>de</strong>m ser<br />

uma fonte promissora <strong>de</strong> enzimas <strong>extracelular</strong>es <strong>de</strong> interesse e aplicação industrial e<br />

biotecnológica, principalmente naqueles processos que envolvem o processamento <strong>de</strong><br />

alimentos.<br />

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78


APÊNDICE<br />

79


Tabela 01. Medi<strong>da</strong> dos halos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (em mm) <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enzimas secreta<strong>da</strong>s <strong>extracelular</strong>mente pelas <strong>leveduras</strong> testa<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s após crescimento a 28ºC, por<br />

48 h, em meio <strong>de</strong> cultura suplementado com indutor para ca<strong>da</strong> enzima e testa<strong>da</strong> a 37ºC por 24 h, em três valores <strong>de</strong> pH (5,0; 7,0 e 9,0).<br />

pH<br />

Linhagem I<strong>de</strong>ntificação<br />

Amilases** Celulases** Fosfolipases** Pectinases ** Proteases**<br />

5 7 9 5 7 9 5 7 9 5 7 9 5 7 9<br />

* 1±0,05 1,2±0,0 - - - - - 1,1±0,058 - - 1± 0,1 2,8±0,1 1,7±0,15 - -<br />

1,1 * - - - - - - - 1±0,0 - - - - - - -<br />

1,11 * - - - - - - - - - - - - - - -<br />

1,12 * - - - - - - - 1,1±0,0 - - - - - - -<br />

1,2 * - - - - - - 1,3±0,05 1,4±0,0 - - - - - - -<br />

1,3 * - - - - - - - 2,7±0,11 - - - - - - -<br />

1,4 * 1,1±0,05 - - - - - - - - - - - 1,7± 0,1 - 1,6±0,058<br />

1,5 * - - - - - - - - - - - 3,1±0,10 - - 1,2±0,153<br />

3,1 * 0,5±0,05 - - - - - - - - - - - 1,8 ± 0,05 - -<br />

3,2 * - - - - - - - - - - - 1,9±0,1 - - -<br />

4,2 * - - - - - - - - - - - - - - -<br />

6,1 * 1,1±0,1 - - - - - - - - - - - 1,2±0,058 - -<br />

8 * - - - - - - - 0,9±0,05 - - - - - - -<br />

12 * - - - - - - 1±0,0 - - - - - - - -<br />

14,1 * - - - - - - - - - - - 2,1±0,1 - - -<br />

15 * - - - - - - - - - - - 3,1±0,1 - - 1±0,0<br />

16 * 1,2±0,058 - - - - - - - - - - - 2,1±0,1 - -<br />

C - 1. 47/2 C. krusei - - - 0,9±0,05 - 0,9±0,0 1,3±0,1 - - - - - - - -<br />

C - 1.72 C. krusei - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 1. 142 C. krusei - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 1. 155 C. krusei - - - - - 1,2±0,2 - - - - - - - - -<br />

C – 1. 82/1 C. krusei - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 1. 184 C. krusei - - - 0,9±0,1<br />

C - 2. 7 C. krusei - - - 0,9±0,05<br />

1±0,0 1±0,0<br />

1,3±0,2<br />

- - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - - -


C - 2. 9 C. krusei - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 2. 17 C. krusei 1±0,1 1,2±0,0 - 1,4±0,1<br />

1,1±0,2<br />

1,1±0,05 - - - - - - - - -<br />

C - 2. 45 C. krusei - - - - 1±0,05 1,1±0,1 - - - - - - - 1±0,1 1,3±0,1<br />

C - 2. 51 C. krusei - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 2. 91 C. krusei - - - - - 1,2±0,2 - - - - - - - - -<br />

C - 2. 102 C. krusei - - - 1,1±0,05 1,2±0,1 - - - - - - - -<br />

C - 2. 108 C. krusei - - -<br />

C - 2. 118 C. krusei - - -<br />

C - 2. 121 C. krusei - -<br />

1,1±0,05<br />

1,2±0,2 - 1,2±0,1<br />

1,1±0,05 1±0,0<br />

1,2±0,1 1,2±0,1 - - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - - -<br />

C - 2. 42 C. krusei - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 1. 33/2<br />

C. gropegiesseri<br />

similar<br />

- - - -<br />

C - 2. 68 C.parapsilosis - - - -<br />

1,3±0,05<br />

1±0,0<br />

- - - - -<br />

3±0,05 1,2±0,1<br />

1,6±0,05 1,3±0,1<br />

- - -<br />

- - - - - - - - - -<br />

C - 1. 34/3 Candi<strong>da</strong> sp. 7 - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 1. 83/2 Candi<strong>da</strong> sp. 4 - - - - - - - - - - 3±0,1 3,3±0,1 - - -<br />

C - 2. 2/2 Cryptococcus sp. - - 1,1±0,2 1±0,0<br />

C - 2. 4/2 K. apis - - - -<br />

1,1±0,1<br />

1,1±0,05 0,9±0,1<br />

- - - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - -<br />

C - 2. 85 K. apis - - - - - - - - - - 2,6±0,3 2,9±0,05 - - -<br />

C - 2. 27/2 K. marxianus - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 2. 47 P. kluyveri - - -<br />

1,1±0,1 1±0,05<br />

- - - - - 1±0,1 - - - -<br />

C - 2. 41 P. kluyveri - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 1. 78 P. embranifaciens - - - - - - - - - - 3,8±0,1 2±0,05 - - -<br />

C - 1. 161 P. membranifaciens - - - - - -<br />

1,2±0,1<br />

- - - - - - - -<br />

81


C - 1. 167 P. membranifaciens - - -<br />

1,1±0,05<br />

- -<br />

1,3±0,1<br />

- - - - - - - -<br />

C - 2. 11 P. membranifaciens - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 2. 25 P. membranifaciens - - -<br />

C - 2. 26 P. membranifaciens - - - -<br />

1,1±0,05 0,9 ±0,1<br />

1,1±0,1<br />

- - - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - - 1±0,1<br />

C - 2. 32/2 P. membranifaciens 1,8±0,05 1,5±0,1 1,9±0,2 1,2±0,1 1,1±0,05 - - - - - - - - - -<br />

C - 2. 40 P. membranifaciens<br />

C - 2. 61 P. membranifaciens<br />

1,2±0,2<br />

1,3±0,1<br />

- - - - - - - - - - - - - -<br />

1,3±0,1 - - -<br />

C - 2. 62 P. membranifaciens - - - - 1,1±0,05<br />

C - 2. 63 P. membranifaciens - - - -<br />

C - 2. 71 P. membranifaciens -<br />

1±0,1 -<br />

-<br />

1±0,0<br />

1,2±0,1<br />

1±0,0 1,1±0,1<br />

1,1±0,1 0,9±0,2<br />

- - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - -<br />

C - 2. 73 P. membranifaciens - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 2. 75/2 P. membranifaciens - - - - -<br />

1,2±0,1<br />

- - - - - - - - -<br />

C - 2.82 P. membranifaciens - - - - - - - - - - - - - - -<br />

C - 2. 93/2 P. membranifaciens - - -<br />

C - 2. 94 P. membranifaciens - - -<br />

1±0,1 1,1±0,1 1±0,0<br />

1,2±0,1<br />

C - 1. 101/1 P. membranifaciens - - - -<br />

-<br />

0,9±0,05<br />

C - 2. 126 P. membranifaciens - - - - -<br />

C - 2. 21/1 S. exigus - - - 1±0,0 -<br />

1,1±0,05<br />

- - - - - - - - -<br />

- - - -<br />

3,5±0,05<br />

- - - -<br />

- - - - - - - - - -<br />

0,9±0,1<br />

1,1±0,0<br />

C - 1. 19/3 Starmerella sp.2 - - - - 1,1±0,1 1,1±0,05<br />

- - - - - - - - -<br />

- - - - - - - 0,9±0,0 -<br />

1,4±0,1<br />

- - - - - - - -<br />

C - 1. 18/1 * - - - 0,9±0,1 - - - - - - - - - - -<br />

82


C - 1. 30 * - - - 1±0,05 1,1±0,05 - - - - - 3,1±0,1 2,5±0,1<br />

C - 1. 156 * - 0,9±0,3 - 1±0,0 -<br />

C - 2. 168 * - - - - -<br />

(*) Leveduras que ain<strong>da</strong> não foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s (**) Os resultados representam média <strong>de</strong> três repetições. Resultados <strong>de</strong> média ± <strong>de</strong>svio padrão. C. krusei = Candi<strong>da</strong> krusei, K.apis = Kloeckera<br />

apis, P. membranifaciens = Pichia membranifaciens, K. marxianus = Kluyveromices marxianus, C. parapsilosis = Candi<strong>da</strong> parapsilosis, C. gropegiesseri similar = Candi<strong>da</strong> gropegiesseri<br />

similar, P. kluyveri = Pichia kluyveri, S. exigus = Saccharomyces exigus<br />

1±0,1<br />

1±0,2<br />

- - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - -<br />

C - 1. 186 * - - - - - - - - - - - - - - -<br />

N° total<br />

Total <strong>de</strong><br />

linhagens<br />

positivas<br />

% <strong>de</strong><br />

linhagens<br />

positivas<br />

70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70<br />

9 6 3 17 22 20 6 6 - - 8 10 5 4 7<br />

12,85% 8,57% 4,28% 24,28% 31,42% 28,57% 8,57% 8,57% 0% 0% 11,42% 14,28% 7,14% 5,71% 10%<br />

83

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