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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

PROJETO TAV BRASIL<br />

Consórcio Halcrow – Sinergia<br />

Junho de 2009<br />

VOLUME 1<br />

ESTIMATIVAS DE DEMANDA E RECEITA<br />

Relatório Final


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

TAV Brasil<br />

Consórcio Halcrow – Sinergia<br />

VOLUME 1<br />

Estimativas de Demanda e Receita<br />

Relatório Final<br />

Registro de Alteração de Conteúdo<br />

Este relatório foi emitido e alterado conforme a seguir:<br />

Emissão Rev<br />

Revisado<br />

por<br />

Aprovado<br />

por<br />

Descrição Data<br />

01 01 WAAP MJ Versão Final 25/06/09


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Índice<br />

1 Resumo Executivo 1<br />

1.1 Introdução 1<br />

1.2 O Projeto TAV 2<br />

1.3 O Mercado Existente 3<br />

1.4 Abordagem de Previsões do Número de Passageiros 4<br />

1.5 Previsões de Números de Passageiros 6<br />

1.6 Referência Internacional 9<br />

2 Histórico do Estudo 11<br />

2.1 Introdução 11<br />

2.2 O Projeto TAV 11<br />

2.3 Área de Interesse do TAV e Histórico Sócio-Econômico 13<br />

3 Sistema de Transporte Existente 22<br />

3.1 Introdução 22<br />

3.2 Visão Geral dos Sistemas de Transporte por Modo 22<br />

3.3 Tempo de Viagem e Desempenho 31<br />

3.4 Acesso e Complemento 33<br />

3.5 Preços de Passagem e Custos de Viagem 38<br />

3.6 Níveis de Demanda 43<br />

3.7 Planos Futuros 50<br />

3.8 Resumo e Impactos no TAV 54<br />

4 Abordagem Geral de Pesquisas e Desenvolvimento de Modelo 57<br />

4.1 Introdução 57<br />

4.2 Abordagem de Previsão de Demanda Geral 57<br />

4.3 Projeto e Desenvolvimento do Modelo 59<br />

4.4 Processo do Estudo 61<br />

5 Pesquisas 64<br />

5.1 Introdução 64<br />

5.2 Focus Groups 64<br />

5.3 Pesquisas de Preferência Revelada e Preferência Declarada 68<br />

5.4 Resultados da Pesquisa 72<br />

5.5 Resumo 81<br />

6 Desenvolvimento de Modelo 83<br />

6.1 Introdução 83<br />

6.2 Estrutura de Modelo Geral 83<br />

6.3 Sistema de Zoneamento 85<br />

6.4 Rede de Transporte 87<br />

6.5 Obtenção da Matriz de Viagem Observada 89<br />

6.6 Modelo de Demanda Integrada 90<br />

6.7 Geração de Viagem 92<br />

6.8 Distribuição de Viagem 96<br />

6.9 Submodelo de Divisão de Modo 98<br />

6.10 Análise dos Valores dos Parâmetros 105<br />

7 Premissas e Análise de Caso Base 108<br />

7.1 Introdução 108<br />

7.2 Premissas de Tempo de Viagem 108<br />

7.3 Premissas de Preços de Passagens 110<br />

7.4 Otimização de Receita 112<br />

7.5 Resumo de Premissas de Rede do Caso Base 118


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

7.6 Resposta competitiva/dinâmica 120<br />

7.7 Premissas sócio-econômicas 121<br />

7.8 Impacto do TAV nas Premissas Sócio-Econômicas 125<br />

7.9 Resultados do Ano Base (2008) 126<br />

7.10 Estimativa de Demanda em Horário de Pico 130<br />

8 Estimativas de Demanda 133<br />

8.1 Introdução 133<br />

8.2 TAV Expresso 133<br />

8.3 Serviços regionais 137<br />

8.4 Análise de Estação Opcional 140<br />

8.5 Serviços de aeroportos 141<br />

8.6 Resumo 145<br />

8.7 Referência internacional 145<br />

8.8 Testes de Sensibilidade 147<br />

8.9 Ramp-up 149


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Índice de Tabelas<br />

Tabela 1-1: Resumo de premissas de TAV e Aéreas - Rio de Janeiro a São Paulo 6<br />

Tabela 1-2: Demanda de passageiros, Rio de Janeiro - São Paulo - 2014 6<br />

Tabela 1-3: Demanda de Passageiros, Rio de Janeiro - Campinas - 2014 7<br />

Tabela 1-4: Viagens de Passageiros e Receitas 2014 – 2044 8<br />

Tabela 2-1: População das Regiões na área de influência direta do TAV 16<br />

Tabela 3-1: Tempo de viagem dentro do veículo por avião, carro e ônibus, em minutos 31<br />

Tabela 3-2: Tempos de acesso no Rio de Janeiro 35<br />

Tabela 3-3: Tempos de acesso em São Paulo 35<br />

Tabela 3-4: Preços de Passagens por dia da semana e horário de vôo, do Rio de Janeiro para São<br />

Paulo 39<br />

Tabela 3-5: Preços de Passagens por dia da semana e horário de vôo, de São Paulo para o Rio de<br />

Janeiro 39<br />

Tabela 3-6: Preços representativos de táxi para aeroportos no Rio de Janeiro e em São Paulo41<br />

Tabela 3-7: Pedágios e custos de combustível na área de influência 42<br />

Tabela 3-8: Preços de Passagens das principais rotas São Paulo – Campinas – Rio de Janeiro42<br />

Tabela 3-9: Volumes de Passageiros Aéreos entre o Rio de Janeiro e São Paulo, em 2007 43<br />

Tabela 3-10: Freqüência de vôos de dia de semana em cada direção Rio de Janeiro – São Paulo<br />

44<br />

Tabela 3-11: Resumo de modos concorrentes com possível impacto no TAV 54<br />

Tabela 5-1: Localização e datas dos Focus Groups 65<br />

Tabela 5-2: Descobertas dos Focus Groups 68<br />

Tabela 5-3: Contagens de ônibus fretados 72<br />

Tabela 5-4: Número de pesquisas completas de PR por modo, com o número médio de viagens<br />

diárias 73<br />

Tabela 5-5: Modos complementares para viagens ao aeroporto, por finalidade de viagem 74<br />

Tabela 5-6: Principal motivação da viagem por modo 74<br />

Tabela 5-7: Variação de renda dos entrevistados 74<br />

Tabela 5-8: Freqüência de viagem por modo 75<br />

Tabela 5-9: Comparação de finalidade de viagem por Expresso e Regional 79<br />

Tabela 5-10: Características de viagens regionais para São Paulo e Rio de Janeiro 79<br />

Tabela 5-11: Origem/destino de visitantes ao Santuário de Aparecida. 80<br />

Tabela 6-1: Submodelos de Geração de Viagem 93<br />

Tabela 6-2: PIB/Capita e Crescimento de Passageiros Aéreos 94<br />

Tabela 6-3: 2008 Submodelo de Geração de Viagem Expressa Observada comparada à Modelada<br />

95<br />

Tabela 6-4: 2008 Submodelo de Geração de Viagem Regional Observada comparada à Modelada<br />

95<br />

Tabela 6-5: 2008 - Resumo de Geração de Viagem 95


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Tabela 6-6: Submodelos de Escolha de Destino de Viagem 97<br />

Tabela 6-7: Viagens de Pessoas Anuais Observadas - 2008 (milhares) 98<br />

Tabela 6-8: Viagens Expandidas por Modo e Finalidade em 2008 (milhares de passageiros/ano)<br />

99<br />

Tabela 6-9: Submodelo Expresso 102<br />

Tabela 6-10: Submodelo de Escolha de Modo Expresso 103<br />

Tabela 6-11: Submodelos de Escolha de Modo Regional 104<br />

Tabela 6-12: Valores de Tempo por Grupo de Renda e Finalidade (R$/hora) 105<br />

Tabela 6-13: Outros Valores de Parâmetro em Minutos IVT - Modelo Expresso 106<br />

Tabela 6-14: Outros Valores de Parâmetro em Minutos - Modelo Regional 106<br />

Tabela 7-1: Cidades Pares conectadas pelos Serviços de TAV 111<br />

Tabela 7-2: Preços de Passagens Únicos de TAV 111<br />

Tabela 7-3: Preços de Passagem de Classe Executiva/Econômica em período de pico e fora de<br />

período de pico 112<br />

Tabela 7-4: Níveis de atributo de Preferência Declarada 112<br />

Tabela 7-5: Resumo das principais premissas para o modelo expresso Rio de Janeiro - São Paulo<br />

114<br />

Tabela 7-6: Preços de Passagens em uma base por km 115<br />

Tabela 7-7: Demanda x Preço de Passagem x Receita do TAV para conexões Regionais em 2008<br />

116<br />

Tabela 7-8: Demanda modelada em R$ 0,30 por km 117<br />

Tabela 7-9: Tempo de Viagem (em minutos) 118<br />

Tabela 7-10: Preços de Passagens (R$) 119<br />

Tabela 7-11: Atrasos (minutos) 120<br />

Tabela 7-12 : Taxas de Crescimento Anual da População para as Áreas do Modelo 122<br />

Tabela 7-13: Taxas de crescimento real anual médias para renda, para as áreas modeladas por<br />

zona 123<br />

Tabela 7-14: Frota de carros particulares (veículos por 1000 habitantes) 124<br />

Tabela 7-15: Alteração percentual anual no total da frota de carros particulares 125<br />

Tabela 7-16: Fatores de aceleração aplicados a cada ano às taxas de crescimento da população<br />

em virtude do TAV 126<br />

Tabela 7-17: Fatores de aceleração aplicados a cada ano às taxas de crescimento de emprego em<br />

virtude do TAV 126<br />

Tabela 7-18: TAV Expresso – Números Anuais de 2008 127<br />

Tabela 7-19: Serviços Regionais do TAV – Números Anuais - 2008 129<br />

Tabela 8-1: Demanda e Receita, Rio de Janeiro - São Paulo, 2014 134<br />

Tabela 8-2: Demanda e Receita, Rio de Janeiro - Campinas (2014) 135<br />

Tabela 8-3: Estimativas de Demanda e Receita - 2014 a 2044 - Serviços expressos 136<br />

Tabela 8-4: Estimativas de Demanda e Receita - 2014 - Serviços Regionais 137<br />

Tabela 8-5: Estimativas de Demanda e Receita para Serviços Regionais, 2014 - 2044 138<br />

Tabela 8-6: 2014 Demanda e Receita agregadas por estação 139


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Tabela 8-7: Estimativas de Demanda e Receita para as Estações Opcionais 140<br />

Tabela 8-8: 2008 Demanda e receita de serviço de aeroporto 142<br />

Tabela 8-9: Demanda e receita de serviço de aeroiporto - 2014, 2024, 2034 e 2044 143<br />

Tabela 8-10: Viagens de passageiros e Receita - 2014 - 2044 145


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Índice de Figuras<br />

Figure 1.1: Estudo do TAV 1<br />

Figura 1.2: Referências Internacionais 10<br />

Figura 2.1: Rota e estações indicativas do TAV 11<br />

Figura 2.2: Estudo do TAV 13<br />

Figura 2.3: América do Sul, Brasil, e os estados do Rio de Janeiro e São Paulo 14<br />

Figura 2.4: Estados do Rio de Janeiro e São Paulo e a Área de Influência. 14<br />

Figura 2.5: Área de Influência Direta para o TAV – Áreas e Regiões Metropolitanas 15<br />

Figura 2.6: Alteração na porcentagem do PIB Real ano a ano, de 1994 a 2008 18<br />

Figura 2.7: PIB per capita em 2005 (em equivalente a R$ 2000) 18<br />

Figura 2.8: Taxas de Carros Particulares na Área de Influência 19<br />

Figura 2.9: PIB por área administrativa – 2005 20<br />

Figura 2.10: Frota de carros particulares por pessoa – 2007 20<br />

Figura 3.1: Localização dos Aeroportos Santos Dumont e Galeão no Rio de Janeiro 24<br />

Figura 3.2: Localização dos Aeroportos de Congonhas e Guarulhos em São Paulo 25<br />

Figura 3.3: Sistemas de Rodovias Radiais de São Paulo e Campinas 27<br />

Figura 3.4: Rede de rodovias radiais do Rio de Janeiro 27<br />

Figura 3.5: Serviço da CPTM entre Jundiaí e a estação da Luz de São Paulo 31<br />

Figura 3.6: Localização do Aeroporto Santos Dumont e Terminal Rodoviário Novo Rio em relação<br />

ao Área Comercial Central e estação obrigatória do TAV no Rio de Janeiro 33<br />

Figura 3.7: Localização dos Aeroportos de Congonhas e Guarulhos, terminal rodoviário e principais<br />

centros comerciais em São Paulo 34<br />

Figura 3.8: Rede Ferroviária Urbana do Rio de Janeiro, com rota indicativa do TAV 36<br />

Figura 3.9: Rede Ferroviária Urbana de São Paulo, com rota indicativa do TAV 37<br />

Figura 3.10: Volume de Passageiros Anuais entre Rio de Janeiro e São Paulo 44<br />

Figura 3.11: AADT de todos os veículos em ambas as direções em praças de pedágio. 46<br />

Figura 3.12: Volume de tráfego no Estado de São Paulo - 2000 (todos os veículos) 47<br />

Figura 3.13: Visão geral de viagem histórica no corredor do estudo 48<br />

Figura 3.14: Passageiros por Ônibus, por Ano 49<br />

Figura 3.15: Resumo do número histórico de crescimento de viagens por avião, carro e ônibus50<br />

Figura 3.16 Trens propostos para a cidade de Guarulhos e Expresso do Aeroporto de Guarulhos<br />

51<br />

Figura 3.17: Layout do VLT no Aeroporto de Congonhas 52<br />

Figura 3.18: Arco Metropolitano 53<br />

Figura 3.19: Rodoanel 54<br />

Figura 5.1: Exemplo de tela com cenário modelo 70<br />

Figura 5.2: Locais de Pesquisa na auto-estrada 71<br />

Figura 5.3: Divisão de modo do modo principal de usuários entrevistados 73


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Figura 5.4: Divisão de modo por variação de renda mensal 75<br />

Figura 5.7: Visitantes ao Santuário de Aparecida, 2003 a 2008. 80<br />

Figura 5.8: Distribuição de visitantes por mês e dia de semana/fim de semana em 2007 81<br />

Figura 6.1: Estrutura Modelo 84<br />

Figura 6.2: Sistema de Zoneamento Modelo 86<br />

Figura 6.3: Sistema de Zoneamento Modelo no Rio de Janeiro e em São Paulo 87<br />

Figura 6.4: Pesquisas de Tempo de Viagem na Área Urbana do Rio de Janeiro 88<br />

Figura 6.5: Escolhas feitas nos 3 estágios do modelo 90<br />

Figura 6.6: Submodelo Expresso - Estrutura de Escolha Relacionada a Trabalho 100<br />

Figura 6.7: Submodelo Expresso - Estrutura de Escolha Não Relacionada a Trabalho 100<br />

Figura 6.8: Estrutura de Escolha de Submodelo Regional 101<br />

Figura 7-1: Demanda e receita anuais para conexões regionais (2008) 117<br />

Figura 8.1: Referências Internacionais 146<br />

Figura 8.2: Passageiros por Preço e Tempo de Viagem a Teste de Sensibilidade 2008 148<br />

Figura 8.3: Alterações na demanda como uma função do preço da passagem aérea 148<br />

Figura 8.4: Gráfico de ramp-up para Rio de Janeiro - São Paulo (2014-2024) 149


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Glossário de Acrônimos e Abreviações<br />

Português Inglês<br />

AGETRANSP Agência Reguladora dos Serviços<br />

Públicos Concedidos de Transportes<br />

Aquaviários, Ferroviários,<br />

Metroviários e de Rodovias do<br />

Estado do Rio de Janeiro<br />

Regulatory agency of<br />

Concessioned Public Transport<br />

Services (Water, Rail, Metro, and<br />

Roads) of the state of Rio de<br />

Janeiro<br />

ANAC Agência Nacional de Aviação Civil National Agency of Civil Aviation<br />

ANTT Agência Nacional de Transportes<br />

Terrestres<br />

ARTESP Agência Reguladora de Transporte<br />

do Estado de São Paulo<br />

National Agency of Land (Ground)<br />

Transportation<br />

Regulatory Transport Agency of the<br />

state of São Paulo<br />

BCR Índice de Custo/Benefício Benefit-Cost Ratio<br />

BID Banco Interamericano de<br />

Desenvolvimento<br />

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento<br />

Econômico e Social<br />

CAPEX Investimento de Capital Capital Expenditure<br />

CBD Área Comercial Central Central Business District<br />

CNT Confederação Nacional do<br />

Transporte<br />

CPTM Companhia Paulista de Trens<br />

Metropolitanos<br />

National Confederation of Transport<br />

São Paulo Metropolitan Train<br />

Company<br />

DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito National Department of Transport<br />

DER-SP Departamento de Estradas de<br />

Rodagem do Estado de São Paulo<br />

DETRO/RJ Departamento de Transportes<br />

Rodoviários do Estado do Rio de<br />

Janeiro<br />

DfT Departamento de Transporte do<br />

Reino Unido<br />

DNIT Departamento Nacional de Infra-<br />

Estrutura de Transportes<br />

Department of Roads of the state of<br />

São Paulo<br />

Department of Road Transport in<br />

the State of Rio de Janeiro<br />

UK Department for Transport<br />

National Department of Transport<br />

Infrastructure<br />

EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo Brazilian Institute of Tourism<br />

FEA Avaliação Financeira e Econômica Financial and Economic Appraisal<br />

PIB Produto Interno Bruto Gross Domestic Product<br />

HST/HSR Trem de Alta Velocidade/Ferrovia de<br />

Alta Velocidade<br />

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e<br />

Estatística<br />

IBOPE Instituto Brasileiro de Opinião<br />

Pública e Estatística<br />

INFRAERO Empresa Brasileira de Infra-estrutura<br />

Aeroportuária<br />

High Speed Train/High Speed Rail<br />

Brazilian Institute of Geography and<br />

Statistics<br />

Brazilian Institute of Public Opinion<br />

and Statistics<br />

Airport Infrastructure Company of<br />

Brazil<br />

IRR Taxa de Retorno Interno Internal Rate of Return


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

MCA Análise de Múltiplos Critérios Multi Criteria Analysis<br />

NATA Nova Abordagem para Avaliação de<br />

Transporte (Governo do Reino<br />

Unido)<br />

New Approach to Transport<br />

Appraisal (UK Government)<br />

NPV Valor Presente Líquido Net Present Value<br />

OPEX Despesa Operacional Operating Expenditure<br />

PDDT-Vivo<br />

2000/2020<br />

Plano Diretor de Desenvolvimento<br />

dos Transportes 2000/2020<br />

PDTU-RMRJ Plano Diretor de Transportes<br />

Urbanos da Região Metropolitana do<br />

Rio de Janeiro<br />

PITU<br />

O Plano Integrado de Transportes<br />

Urbanos para 2020<br />

Transport Development Master<br />

Plan Study<br />

Urban Transport Master Plan of the<br />

Metropolitan Region of Rio de<br />

Janeiro<br />

Integrated Urban Transport Plan for<br />

the Metropolitan Region of São<br />

Paulo<br />

PPP Parceria Público Privada Public-Private Partnership<br />

PV Valor Presente Present Value<br />

SEADE Fundação Sistema Estadual de<br />

Análise de Dados de São Paulo<br />

State Agency of Data Analysis of<br />

São Paulo<br />

TAV Trem de Alta Velocidade High Speed Train<br />

TOR Termos de Referência Terms of Reference<br />

VfM Valor do Dinheiro Value for Money<br />

VOC Custos Operacionais do Veículo Vehicle Operating Costs<br />

VOT Valor do Tempo Value of Time<br />

WEBTAG Versão na Internet do Manual de<br />

Avaliação de Transporte do DfT do<br />

Reino Unido<br />

AVISO IMPORTANTE<br />

The Web-based version of the UK<br />

DfT‘s Transport Appraisal Guidance<br />

O CONSÓRCIO NÃO DEFENDE OU ENDOSSA NENHUM TIPO ESPECÍFICO<br />

DE TECNOLOGIA OU TREM DE ALTA VELOCIDADE; SEMPRE QUE<br />

POSSÍVEL, ESPECIFICAÇÕES E PADRÕES GENÉRICOS DE FERROVIA DE<br />

ALTA VELOCIDADE FORAM USADOS PARA DESENVOLVER TODOS OS<br />

ASPECTOS DESSE ESTUDO INCLUÍDO NESTE VOLUME. QUANDO UMA<br />

REFERÊNCIA FOR FEITA A UM TIPO DE TECNOLOGIA OU TREM DE ALTA<br />

VELOCIDADE, ISSO NÃO IMPLICA UMA PREFERÊNCIA OU UMA<br />

RECOMENDAÇÃO POR PARTE DO CONSÓRCIO. TODOS OS TEMPOS DE<br />

VIAGEM SÃO APROXIMADOS E TÊM COMO BASE SIMULAÇÕES<br />

REALIZADAS PELO CONSÓRCIO. ELES ESTÃO SUJEITOS A ALTERAÇÃO,<br />

DEPENDENDO DO TRAÇADO FINAL ADOTADO.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

1 Resumo Executivo<br />

1.1 Introdução<br />

1.1.1 Em 2008, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) encarregou a Halcrow<br />

Group Ltd e a Sinergia Estudos e Projetos LTDA (coletivamente, denominadas<br />

―Consórcio‖) de preparar um estudo de viabilidade para uma linha ferroviária de alta<br />

velocidade [Trem-Bala], com uma velocidade de linha máxima de 350km/h, por 511<br />

quilômetros conectando as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas no Brasil.<br />

1.1.2 O Consórcio realizou estudos detalhados resumidos nos seguintes volumes, conforme a<br />

seguir:<br />

Resumo Executivo;<br />

Volume 1: Estimativas de Demanda e Receita;<br />

Volume 2: Estudos de Traçado;<br />

Volume 3: Avaliação Financeira e Econômica e Concessão;<br />

Volume 4: Parte 1- Operações Ferroviárias e Volume 4: Parte 2 - Tecnologia;<br />

Volume 5: Custo de Capital do TAV; e<br />

Volume 6: Desenvolvimento Imobiliário<br />

1.1.3 Figura 1.1 Destaques do relacionamento entre os fluxos de trabalho.<br />

Figure 1.1: Estudo do TAV<br />

Página 1 de 149


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

1.2 O Projeto TAV<br />

1.2.1 O trajeto do TAV [Trem de Alta Velocidade, ou Trem-Bala] será entre Campinas, São<br />

Paulo e Rio de Janeiro (vide a Figura 1.1 e a figura 1.2) e o traçado do TAV desenvolvido<br />

atende a uma aspiração de conectar os aeroportos de Viracopos, Guarulhos e Galeão às<br />

suas áreas metropolitanas. A distância estimada total entre Campinas e Rio de Janeiro é<br />

de 511 km; com a distância entre São Paulo e Rio de Janeiro de aproximadamente 412<br />

km. Com base no traçado desenvolvido (vide o Volume 2) o tempo de viagem sem<br />

parada entre as duas cidades é estimado em aproximadamente 1 hora 33 minutos 1 . Os<br />

tempos de viagem variarão dependendo do número de paradas nas estações, com um<br />

serviço de longa distância de alta velocidade entre Rio de Janeiro e Campinas levando<br />

até 2 horas e 27 minutos. Todos os tempos de viagem são aproximados.<br />

Figura 1.2.: TAV Esquemático<br />

1.2.2 O TAV terá um mix de estações novas e revitalizadas. No Rio de Janeiro, há planos de<br />

revitalizar e reconstruir a estação abandonada em Barão de Mauá (km 0) que é próxima<br />

à principal estação rodoviária Novo Rio. Também foi feita uma previsão de uma unidade<br />

de manutenção leve e desvios para unidades de apoio em Barão de Mauá. A estação<br />

seguinte é uma nova estação subterrânea para servir ao aeroporto internacional do Rio<br />

de Janeiro, Galeão (km 15). A partir do Galeão a linha sobe pela região montanhosa da<br />

Serra das Araras, que é o principal desafio de engenharia, exigindo numerosas seções<br />

de túneis e viadutos. Uma outra estação está planejada em Volta Redonda/Barra Mansa<br />

(km 118) que está dentro do estado do Rio de Janeiro. Volta Redonda é uma importante<br />

área industrial com a maior usina siderúrgica da América Latina. Há uma estimativa de<br />

uma estação opcional futura em Resende, a oeste de Volta Redonda/Barra Mansa.<br />

1 Os tempos de viagem são aproximados e se baseiam em uma velocidade operacional máxima de 300km/h<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

1.2.3 Viajando em direção ao oeste o TAV então atravessa a fronteira estadual entre São<br />

Paulo e Rio de Janeiro. Uma estimativa foi feita para um possível desvio do principal<br />

traçado para servir a estação opcional em Aparecida. Aparecida é um importante pólo de<br />

peregrinação que recebeu 9,5 milhões de visitantes (2008). Depois de Aparecida, o TAV<br />

atinge, então, a grande cidade industrial de São José dos Campos (km 327). São José<br />

dos Campos é um centro importante para alta tecnologia aeroespacial e de engenharia<br />

com uma população de 1,4 milhão de habitantes. São José dos Campos é o local<br />

proposto para o centro de manutenção de materiais rodantes; a cidade tem acesso à<br />

principal rede rodoviária, tem um aeroporto regional desenvolvido, abriga a fábrica de<br />

montagem da Embraer e tem área disponível para acomodar o alto impacto no uso de<br />

solo.<br />

1.2.4 Em direção ao oeste, saindo de São José dos Campos, a estação seguinte estará no<br />

aeroporto internacional de São Paulo em Guarulhos (km 390). A estação do aeroporto de<br />

Guarulhos será subterrânea, próxima aos principais edifícios do terminal.<br />

1.2.5 Ao chegar em São Paulo, o local preferido para a estação foi identificado no Campo de<br />

Marte (Km 412) que atualmente é um campo de aviação federal localizado na região<br />

norte de São Paulo. No parecer do Consórcio, a escolha do Campo de Marte oferece<br />

uma oportunidade para construir uma estação memorável e importante. A estação<br />

Campo de Marte terá diversas plataformas laterais para permitir que os trens viajem de<br />

São José dos Campos para São Paulo e, então, em direção ao norte, para Campinas. A<br />

estação Campo de Marte também incluirá uma unidade de manutenção leve e desvios<br />

para unidades de apoio.<br />

1.2.6 A partir de São Paulo, o traçado do TAV vira a noroeste para a cidade de Campinas. Ao<br />

norte de São Paulo, há condições para uma nova estação opcional em estilo alameda em<br />

Jundiaí, localizada entre as rodovias Anhanguera e Bandeirantes. O traçado do TAV<br />

então prossegue em direção ao norte para uma outra estação no aeroporto de Viracopos<br />

(Km 488,5). Dessa forma, o traçado do TAV atende a uma aspiração de conectar os<br />

aeroportos de Viracopos, Guarulhos e Galeão aos principais centros urbanos. A estação<br />

final é em Campinas (km 511) a terceira maior cidade no estado de São Paulo depois de<br />

São Paulo e Guarulhos. Essa será uma estação revitalizada, incluindo desvios para<br />

unidades de apoio.<br />

1.3 O Mercado Existente<br />

1.3.1 Os meios de transporte conhecidos: avião, automóvel e ônibus, estão bem estabelecidos<br />

no mercado entre as três cidades. De forma específica, destaca-se a ponte aérea que<br />

liga as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2008, a demanda estimada total entre<br />

o Rio de Janeiro e São Paulo era de 7,3 milhões de viagens com uma participação de<br />

mercado de 60% para o transporte aéreo, 17% para transporte por automóvel e 23%<br />

para transporte por ônibus. A ponte aérea, que tem uma freqüência de 15 minutos, um<br />

tempo de viagem de 55 minutos entre o portão de embarque e o portão de desembarque<br />

e atualmente 71 vôos diários em cada direção, domina o mercado para passageiros<br />

executivos sensíveis ao tempo, e, conseqüentemente, é uma das rotas mais lucrativas<br />

para as três linhas aéreas (TAM, GOL e Oceanair).<br />

1.3.2 Ambos os aeroportos nacionais, Santos Dumont (Rio de Janeiro) e Congonhas (São<br />

Paulo) são excepcionalmente bem localizados para os mercados que eles servem, já que<br />

se encontram nas adjacências das áreas comerciais centrais do Rio de Janeiro e São<br />

Paulo, e podem ser facilmente acessados por uma breve corrida de táxi. Os aeroportos<br />

internacionais (Guarulhos em São Paulo e Galeão no Rio de Janeiro), ao contrário, estão<br />

localizados há 27km e 20km respectivamente das Áreas Comerciais Centrais, levando<br />

entre 30 e 60 minutos para serem acessados por táxi. A acessibilidade dos aeroportos<br />

nacionais contrasta com os <strong>projeto</strong>s ferroviários de alta velocidade em outros países nos<br />

quais os aeroportos concorrentes são normalmente localizados na periferia enquanto as<br />

estações estão localizadas no centro.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

1.3.3 Entretanto, os aeroportos nacionais de Santos Dumont e Congonhas sofrem com o<br />

congestionamento, e um acidente fatal em Congonhas em 2007 em condições climáticas<br />

desfavoráveis ressaltou os problemas de operar um serviço de alta intensidade.<br />

(Detalhes completos das restrições operacionais são discutidos no Volume 3).<br />

Congonhas está operando atualmente com um excedente de capacidade em condições<br />

de instrumento, e para maximizar a capacidade disponível, o Santos Dumont está quase<br />

que totalmente dedicado a serviços para São Paulo. Em virtude de suas respectivas<br />

localizações, a expansão de qualquer um dos aeroportos seria difícil e dispendiosa. O<br />

desenvolvimento de Congonhas está intimamente relacionado ao plano geral de<br />

desenvolvimento de aeroportos de São Paulo. Contudo, a ponte aérea é uma operação<br />

extremamente eficiente que oferece serviços freqüentes localizados próximos às Áreas<br />

Comerciais Centrais das duas cidades.<br />

1.3.4 As viagens de ônibus e carro entre o Rio de Janeiro e São Paulo levam de 5 a 6 horas e<br />

estão sujeitas a congestionamento dentro das áreas urbanas. Rio de Janeiro, São Paulo,<br />

e Campinas são servidos por uma rede de rodovias com pedágios, mas elas têm um<br />

registro de segurança deficiente. Espera-se que a frota de carros particulares aumente<br />

na proporção em que a receita aumenta. Os serviços de ônibus são bem utilizados pelos<br />

padrões europeus e oferecem três níveis de serviço. Não há trens de passageiros de<br />

longa distância operando entre as duas cidades, mas há um trem metropolitano entre<br />

São Paulo e Jundiaí.<br />

1.4 Abordagem de Previsões do Número de Passageiros<br />

1.4.1 As previsões do número de passageiros confiáveis são essenciais para avaliar a<br />

viabilidade geral do <strong>projeto</strong> TAV. O principal desafio da previsão é estimar a demanda<br />

por um novo meio de transporte que não existe atualmente no mercado.<br />

1.4.2 A abordagem modelo recomendada para estimar o número de passageiros de ferrovias<br />

de alta velocidade é usar as técnicas de pesquisa de preferência revelada (PR) e<br />

preferência declarada (PD) juntamente com modelos Logit. Os modelos Logit são usados<br />

habitualmente no planejamento de transporte para estimar as participações de mercado,<br />

ou seja, as taxas de desvio de passageiros de avião para trem, carro para trem, e ônibus<br />

para trem, e etc., e são, portanto, idealmente adequadas para modelar a apresentação<br />

do TAV. A metodologia usada neste estudo do TAV é consistente com aquela usada para<br />

outros <strong>projeto</strong>s de trem de alta velocidade, a saber, no Reino Unido e na Espanha.<br />

1.4.3 Uma versão atualizada da metodologia de PR/PD foi utilizada e complementada por um<br />

programa de pesquisa muito extensivo para fornecer conjuntos de dados de PR e PD. As<br />

pesquisas PR foram usadas para formar uma imagem abrangente da atual demanda de<br />

viagem e juntamente com dados de contagem de tráfego foram usados para desenvolver<br />

matrizes de origem e destino (OD). As reuniões de focus groups foram realizadas em<br />

abril de 2008 para informar o desenvolvimento do programa de pesquisa de PR e PD<br />

proposto e o design das pesquisas de PD. Uma consideração cuidadosa foi dada ao<br />

design das pesquisas de PD para minimizar a tendência potencial do plano de ação, já<br />

que não há serviços de trem de passageiros de longa distância no Brasil, e outros<br />

problemas de metodologia conhecidos com o design e a estimativa de PD. Entretanto,<br />

pode-se declarar que os resultados gerais da previsão de número de passageiros não<br />

indica uma tendência significativa que favoreça o TAV no ano base. Os modelos Logit<br />

foram estimados no pacote do software ALOGIT com assistência da DICTUC, consultoria<br />

de modelagem especialista estabelecida no Chile.<br />

1.4.4 O programa de pesquisa inicial foi desenhado em torno do mercado principal para<br />

viagens de distância mais longa entre Rio de Janeiro – São Paulo e Rio de Janeiro –<br />

Campinas, nas quais o avião é o meio concorrente. No total, 1.759 pesquisas de PD e<br />

5.684 pesquisas PR foram realizadas. Um grande número de pesquisas foi feito para<br />

melhorar a significância estatística dos resultados finais. Esses resultados foram usados<br />

para criar um submodelo expresso e estabelecer o tamanho do mercado atual.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

1.4.5 Subseqüentemente, o programa de pesquisa foi estendido para examinar a demanda em<br />

potencial nas estações intermediárias em São José dos Campos, Volta Redonda/Barra<br />

Mansa, Resende e Jundiaí. Pesquisas adicionais foram realizadas para preencher<br />

quaisquer lacunas no conjunto de dados. As pesquisas adicionais foram usadas para<br />

desenvolver um submodelo regional. A principal diferença entre os submodelos<br />

expressos e regionais é que o modelo aéreo não está disponível no modelo regional em<br />

virtude de não haver vôos de curta distância. Para refletir a importância da finalidade da<br />

viagem, os modelos também foram divididos em viagens em horário de pico e fora do<br />

horário de pico. No total, entre os submodelos expressos e regionais, 7.733 pesquisas de<br />

PR e 3.808 pesquisas de PD foram realizadas.<br />

1.4.6 Os modelos Logit foram estendidos para incorporar uma técnica de modelagem<br />

avançada que integra a geração da viagem e a distribuição da viagem. Aqui, a inclusão<br />

dos estágios de geração de viagem e distribuição de viagem permite que sejam feitas<br />

estimativas de viagens novas ou ‗induzidas‘ para aproveitar o modo do TAV, e das<br />

alterações resultantes nos padrões de viagem em virtude da transformação da<br />

acessibilidade.<br />

1.4.7 Os modelos expressos e regionais abrangem três estágios separados: geração de<br />

viagem, distribuição de viagem e divisão de modo. O modo aéreo está disponível apenas<br />

no modo expresso. Cada um desses três estágios foi calibrado para 2008 e apresenta<br />

altos níveis de adequação entre as viagens modeladas e as viagens observadas. Mais<br />

detalhes são fornecidos no Capítulo 6. Os submodelos expressos e regionais são<br />

capazes de estimar as participações de mercado com base em atributos tais como<br />

freqüência, tempo de viagem, preço da passagem, tempo de acesso e etc., que podem<br />

ser alterados dentro do modelo. Além disso, o modelo é sensível aos resultados sóciodemográfico/econômico<br />

tais como população, PIB, emprego e frota de carros particulares<br />

que são usados para estimar o crescimento nas viagens no decorrer do tempo.<br />

1.4.8 Com base nos parâmetros derivados do submodelo regional, um submodelo de<br />

aeroporto separado foi desenvolvido para um trem servindo Guarulhos, Galeão e<br />

Viracopos. Contudo, deve ser observado que as previsões de trem para aeroportos<br />

apresentadas neste relatório são preliminares por natureza, e recomendamos que um<br />

trabalho adicional seja realizado para examinar o plano de negócios para um serviço de<br />

aeroporto de forma independente.<br />

1.4.9 Uma série de testes de otimização foi realizada para determinar preços de passagem de<br />

maximização de receita para os submodelos expresso e regional dentro das variações de<br />

atributo de PD testadas nas pesquisas. A otimização foi feita primeiramente pelo<br />

estabelecimento dos preços de passagem das linhas aéreas no submodelo expresso e,<br />

em seguida, pela alteração dos preços das passagem do TAV para maximizar a receita.<br />

Os preços de passagem do TAV foram desenvolvidos para viagens em horário de pico e<br />

fora de horário de pico e para as classes econômica e executiva. A receita também foi<br />

maximizada para os serviços regionais de uma forma similar pelo aumento progressivo<br />

dos preços de passagem do TAV.<br />

1.4.10 Os preços de passagem do TAV ideais para o trecho Rio de Janeiro a São Paulo foram<br />

determinados pela escolha dos preços de passagem aérea de R$ 400 para viagens em<br />

horário de pico e R$ 180 para fora do horário de pico com base em uma análise dos<br />

preços de passagem aérea disponíveis. Esses preços de passagem aérea disponíveis<br />

estão próximos aos comercializados pela GOL, uma operadora de baixo custo, e são<br />

inferiores àqueles oferecidos pela TAM. Um resumo das principais premissas para o<br />

serviço Rio de Janeiro - São Paulo é apresentado na Tabela 1.1.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Tabela 1-1: Resumo de premissas de TAV e Aéreas - Rio de Janeiro a São Paulo<br />

Horário de<br />

Pico<br />

TAV Aéreo (Com base na GOL)<br />

Fora do<br />

Horário de<br />

Pico<br />

Página 6 de 149<br />

Horário de<br />

Pico<br />

Fora do Horário de<br />

Pico<br />

Executiva R$ 325 R$ 250 n/a n/a<br />

Econômica R$ 200 R$ 150 R$ 400 R$ 180<br />

Tempo de Viagem 1 hora e 33 minutos* 55 minutos<br />

Embarque 5 minutos 50 minutos<br />

Desembarque 4 minutos 5 minutos<br />

Tempo Total 1 hora 42 minutos 1 hora e 50 minutos<br />

Freqüência 3 trens por hora Vôos a cada 15-30 minutos<br />

Tempo de Espera 5 minutos Até 30 minutos<br />

1.5 Previsões de Números de Passageiros<br />

Mercado Rio de Janeiro a São Paulo<br />

1.5.1 As previsões foram geradas para 2014 (ano previsto para abertura do TAV), 2024, 2034<br />

e 2044. A Tabela 1.2 apresenta as previsões para 2014. Outros resultados importantes<br />

são:<br />

o mercado estimado total sem o TAV é de 10,7 milhões de viagens, das quais o<br />

mercado aéreo é previsto a ter uma participação de 68,34%;<br />

o TAV aumenta o mercado total para 12,1 milhões de viagens, das quais o TAV<br />

tem um número estimado de 6,4 milhões de passageiros e participação de<br />

mercado de 52,89% do mercado total. A participação de mercado do TAV no<br />

mercado aéreo e ferroviário é de 75% no horário fora de pico e 55% no horário<br />

de pico;<br />

o TAV gera receitas de R$ 1,31 bilhão nos preços de 2008, dividida em R$ 811,8<br />

milhões em horário de pico e R$ 502,2 milhões fora do horário de pico; e<br />

o tráfego induzido é estimado em 6,1% no horário de pico e 30,2% fora do<br />

horário de pico, apresentando 13,4% no total.<br />

Após 2034, uma taxa de crescimento de 3,7% ao ano com base na previsão do<br />

PIB foi usada em todas as previsões.<br />

Tabela 1-2: Demanda de passageiros, Rio de Janeiro - São Paulo - 2014<br />

Demanda de<br />

Passageiros (em<br />

milhares)<br />

Sem o TAV Com o TAV<br />

Divisão de Modo<br />

(%)<br />

Demanda de<br />

Passageiros (em<br />

milhares)<br />

Divisão de Modo<br />

(%)<br />

TAV -- -- 6.435 52,89%<br />

TAV - Classe<br />

Executiva -- -- 4.938 (40,59%)<br />

TAV - Classe<br />

Econômica -- -- 1.497 (12,31%)<br />

Aéreo 7.333 68,34% 3.907 32,11%


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Demanda de<br />

Passageiros (em<br />

milhares)<br />

Sem o TAV Com o TAV<br />

Divisão de Modo<br />

(%)<br />

Página 7 de 149<br />

Demanda de<br />

Passageiros (em<br />

milhares)<br />

Divisão de Modo<br />

(%)<br />

Carros 1.757 16,38% 960 7,89%<br />

Ônibus 1.640 15,28% 865 7,11%<br />

Total 10.730 12.167<br />

1.5.2 Em 2024, um aumento no número de passageiros do TAV é previsto para 10,2 milhões<br />

de viagens e 17,3 milhões de viagens em 2034 e 24,9 milhões em 2044.<br />

Mercado Rio de Janeiro para Campinas<br />

1.5.3 Foram geradas previsões para o mercado Rio de Janeiro - Campinas e os principais<br />

resultados são apresentados na Tabela 1.3. Para 2014, os resultados são os seguintes:<br />

o mercado total previsto sem o TAV é de 711.000 viagens;<br />

o TAV aumenta o mercado para 914.000 viagens, das quais o TAV obtém<br />

635.000 ou 69,5% do mercado total. A participação do TAV no mercado aéreo e<br />

ferroviário é de 80%;<br />

o TAV gera receitas de R$ 146 milhões; e<br />

o tráfego induzido é de 28%.<br />

Após 2034, uma taxa de crescimento de 3,7% ao ano com base na previsão do<br />

PIB foi usada em todas as previsões.<br />

Tabela 1-3: Demanda de Passageiros, Rio de Janeiro - Campinas - 2014<br />

Demanda de<br />

Passageiros (em<br />

milhares)<br />

Sem o TAV Com o TAV<br />

Divisão de Modo<br />

(%)<br />

Demanda de<br />

Passageiros (em<br />

milhares)<br />

Divisão de Modo<br />

(%)<br />

TAV -- -- 635 69,50%<br />

TAV Executivo -- -- 508 (55,6%)<br />

TAV Econômico -- -- 127 (13,9%)<br />

Aéreo 361 50,80% 160 17,50%<br />

Carros 98 13,80% 43 4,70%<br />

Ônibus 252 35,40% 76 8,30%<br />

Total 711 914<br />

1.5.4 Em 2024, é previsto que o número de passageiros do TAV para Rio de Janeiro a<br />

Campinas aumente para 1,1 milhões de viagens.<br />

Serviços Regionais/Viagens Diárias para Trabalho<br />

1.5.5 Também foram produzidas previsões para serviços regionais entre o Rio de Janeiro e<br />

Campinas com paradas no Galeão, em Volta Redonda/Barra Mansa, em São José dos<br />

Campos, em Guarulhos, em São Paulo e em Viracopos.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

1.5.6 Os principais resultados em 2014 são os seguintes:<br />

O maior fluxo por volume é entre São Paulo e Campinas em 12,4 milhões de<br />

passageiros. Esse é, na verdade, o maior fluxo no TAV em termos de volume de<br />

passageiros. O fluxo São Paulo a Campinas gera R$ 386 milhões;<br />

O segundo maior fluxo é entre São José dos Campos e São Paulo com 8,6<br />

milhões de passageiros gerando R$ 246,3 milhões;<br />

O terceiro maior fluxo é entre Rio de Janeiro e Volta Redonda/Barra Mansa com<br />

quase 2,6 milhões de passageiros gerando R$ 105 milhões ao ano; e<br />

Todos os outros fluxos (por exemplo Rio de Janeiro a São José dos Campos)<br />

geram baixos níveis de demanda.<br />

1.5.7 Espera-se que a demanda nos serviços regionais cresça 3,1% ao ano, de 2014 a 2024 e<br />

3,6% ao ano de 2024 a 2034. As taxas de crescimento são mais altas entre São Paulo -<br />

Campinas e São Paulo – São José dos Campos, sugerindo uma forte demanda contínua<br />

para esses serviços de viagens diárias para trabalho. A demanda induzida é de 16,0%<br />

nos serviços regionais em geral, enquanto nos fluxos maiores, a demanda induzida é de<br />

17,7% entre São Paulo – Campinas e 17,1% entre São Paulo – São José dos Campos.<br />

Após 2034, foi usada uma taxa de crescimento de 3,7% ao ano com base na previsão<br />

de crescimento do PIB.<br />

Resumo de Resultados de Modelo<br />

1.5.8 A Tabela 1.4 apresenta o total de receita e viagens para o caso base. O total da receita<br />

do TAV em 2014 é de R$ 2.421 milhões, aumentando para R$ 5.921 milhões até 2034.<br />

Para os fins do relatório de finanças e economia, foi presumido que o TAV começará a<br />

funcionar em meados de 2014 para permitir o reforço da demanda.<br />

Componente de<br />

Demanda<br />

Submodelo<br />

Expresso<br />

Tabela 1-4: Viagens de Passageiros e Receitas 2014 – 2044<br />

Submodelo<br />

Regional<br />

(incluindo serviços<br />

de aeroporto)<br />

Componente de<br />

Demanda<br />

Submodelo<br />

Expresso<br />

Submodelo<br />

Regional<br />

(incluindo serviços<br />

de aeroporto)<br />

Viagens (passageiros/ ano, em<br />

milhares)<br />

Rio de Janeiro – São Paulo<br />

Rio de Janeiro – Campinas<br />

Rio de Janeiro – Galeão – Volta<br />

Redonda/Barra Mansa – São José<br />

dos Campos – Guarulhos – São<br />

Paulo – Viracopos – Campinas<br />

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2014 2024 2034 2044<br />

7.070 11.282 19.323 27.788<br />

27.944 38.734 55.353 79.602<br />

Total de Viagens 35.014 50.016 74.676 107.390<br />

Receita (R$/ano, em milhares) 2014 2024 2034 2044<br />

Rio de Janeiro – São Paulo<br />

Rio de Janeiro – Campinas<br />

Rio de Janeiro – Galeão – Volta<br />

Redonda/Barra Mansa – São José<br />

dos Campos – Guarulhos – São<br />

Paulo – Viracopos – Campinas<br />

1.460.025 2.328.500 4.012.100 5.769.780<br />

961.387 1.337.780 1.909.096 2.745.461<br />

Total da Receita 2.421.412 3.666.280 5.921.196 8.515.241


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Análise da Estação<br />

1.5.9 A maior estação por volume de demanda em 2014 é Campo de Marte, em São Paulo,<br />

com 27,5 milhões de passageiros, ou aproximadamente 75.450 por dia. A segunda maior<br />

é Campinas, com 15,2 milhões ou aproximadamente 41.400 por dia. O volume de<br />

passageiros é importante ao considerar a capacidade e o <strong>projeto</strong> da estação, e o<br />

intercâmbio com outros sistemas de transporte público.<br />

Estações Opcionais<br />

1.5.10 Foram desenvolvidas previsões para estações opcionais em Jundiaí, Resende e<br />

Aparecida. Elas foram examinadas com base apenas na receita. Uma análise detalhada<br />

do plano econômico para cada estação não foi realizada, exceto os detalhes fornecidos<br />

no volume de traçado. Em 2014, as previsões são as seguintes:<br />

Jundiaí gera demanda de aproximadamente 10 milhões de passageiros e R$ 157<br />

milhões em receita. Dessa forma, uma análise detalhada para essa estação é<br />

apresentada neste relatório apesar de ainda ser uma estação opcional;<br />

Resende tem o volume mais baixo de demanda de todas as estações analisadas,<br />

com 1 milhão de passageiros e R$ 51 milhões em receita; e<br />

Espera-se que a estação de Aparecida funcione apenas nos fins de semana, e<br />

tenha uma demanda em potencial de 3,4 milhões de passageiros gerando<br />

R$ 229 milhões em 2014.<br />

1.6 Referência Internacional<br />

As previsões de número de passageiros para Rio de Janeiro a São Paulo e Rio de Janeiro a<br />

Campinas foram comparadas com a experiência internacional. Há diversos pares de cidades que<br />

atualmente são servidas por ferrovias de alta velocidade, e a pesquisa acadêmica (Steer Davis<br />

Gleave - 2006, Air and Rail Competition and Complementarity) manteve o foco na participação de<br />

mercado entre o mercado aéreo e de trens de alta velocidade. A Figura 1.3 apresenta a previsão<br />

de participação de mercado para o TAV em 2014 em viagens de trem para Rio de Janeiro a São<br />

Paulo (horário de pico e fora de horário de pico) e para Rio de Janeiro a Campinas comparadas a<br />

outros pares de cidades.<br />

1.6.1 Com base na comparação, as seguintes conclusões podem ser tiradas:<br />

A proximidade no caso de Rio de Janeiro - Campinas sugere que o modelo está<br />

produzindo resultados sensíveis comparados à experiência internacional,<br />

estando também na linha de tendência;<br />

A concorrência dos aeroportos nacionais é forte, e discutivelmente única para<br />

São Paulo e Rio de Janeiro, conseqüentemente, a participação de mercado do<br />

TAV está abaixo da linha de tendência. Todas as principais capitais européias<br />

têm aeroportos localizados há alguma distância do centro que aumenta o tempo<br />

de acesso e reduz a competitividade do transporte aéreo;<br />

Se o horário de pico e o horário fora de pico forem considerados separadamente,<br />

o TAV tem uma participação de mercado de 55% no horário de pico e 75% no<br />

horário fora de pico, e, ainda, no horário fora de pico está mais próximo à linha<br />

de tendência. Isso é uma reflexão do fato de que o escopo para o tráfego<br />

induzido no horário de pico é limitado em comparação ao horário fora de pico;<br />

Para a rota Paris – Bruxelas, que tem a mais alta participação de mercado<br />

ferroviário em mais de 90% com um tempo de viagem ferroviária similar ao TAV,<br />

há serviço aéreo muito limitado. A Air France não opera nenhum vôo entre Paris<br />

e Bruxelas, e a Brusselsair opera apenas um vôo diário. Uma redução similar nos<br />

vôos entre São Paulo e Rio de Janeiro aumentaria a participação de mercado do<br />

TAV para um número próximo ao de Paris – Bruxelas;<br />

O Brasil tem uma forte cultura de uso de ônibus, mais do que na Europa, onde os<br />

serviços ferroviários dominam as viagens de média/longa distância. Os ônibus no<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Brasil são eficientes e oferecem em geral bons níveis de conforto e preços muito<br />

competitivos. Esse motivo também pode responder pela participação de mercado<br />

do TAV ser inferior à linha de tendência; e<br />

Também deve ser observado que outros efeitos do tráfego induzido levam tempo<br />

para serem criados, de forma específica, alterações específicas ao uso<br />

imobiliário e desenvolvimento imobiliário. Esses efeitos gerarão um tráfego<br />

adicional que, na realidade, será cativo para o TAV e, portanto, aumentará sua<br />

participação de mercado.<br />

Figura 1.2: Referências Internacionais<br />

Observação: Números do Consórcio usando dados do Steer Davis Gleave (2006), Air and Rail Competition<br />

and Complementarity. Preparada para a Comissão Européia DG TREN.<br />

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2 Histórico do Estudo<br />

2.1 Introdução<br />

2.1.1 Em 2008, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) encarregou a Halcrow<br />

Group Ltd e a Sinergia Estudos e Projetos Ltda (o ―Consórcio‖) a prepararem um estudo<br />

de viabilidade para uma linha ferroviária de alta velocidade conectando Rio de Janeiro –<br />

São Paulo e Campinas, denominada TAV: Trem de Alta Velocidade.<br />

2.1.2 Este capítulo visa fornecer um histórico importante para o estudo do TAV. A Seção 2.2<br />

oferece uma visão geral do <strong>projeto</strong> TAV incluindo os detalhes dos estudos de viabilidade<br />

anteriores que foram realizados. A Seção 2.3 mantém o foco nas áreas do Brasil mais<br />

influenciadas pelo TAV, e examina os aspectos sócio-econômicos da área, incluindo<br />

população, PIB e frota de carros particulares. A situação de transporte existente na área<br />

de influência do TAV é discutida no Capítulo 3.<br />

2.2 O Projeto TAV<br />

2.2.1 A extensão total da linha de alta velocidade proposta entre Campinas e Rio de Janeiro é<br />

de 511km com um tempo de viagem estimado inicial de aproximadamente 2 horas e 25<br />

minutos (com base no traçado preferido e incluindo as paradas intermediárias), enquanto<br />

um serviço direto de São Paulo para o Rio de Janeiro seria de aproximadamente 1 hora e<br />

33 minutos, e um pouco mais longa na direção oposta, já que São Paulo fica em uma<br />

elevação mais alta. Um diagrama indicativo da linha do TAV proposta é apresentado na<br />

Figura 2.1.<br />

Figura 2.1: Rota e estações indicativas do TAV<br />

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2.2.2 O <strong>projeto</strong> para o TAV tem como base a tecnologia genérica de trens de alta velocidade<br />

com estimativa específica para um traçado dedicado, totalmente segregado, entre as<br />

cidades para maximizar a velocidade de circulação e garantir um alto desempenho<br />

operacional em termos de confiabilidade e pontualidade. Nesse estágio, não se<br />

considerou que o TAV compartilhará qualquer trilho existente ou circulação conjunta com<br />

os serviços existentes de trens e metrôs <strong>brasil</strong>eiros, mas terá trilhos dedicados para a<br />

estação terminal final em cada cidade.<br />

2.2.3 O TAV terá uma capacidade muito alta comparada a outros modos de transporte; por<br />

exemplo, os serviços da Eurostar entre Londres e Paris podem acomodar 750<br />

passageiros por trem comparados com um Airbus série A320-200 com 148 lugares,<br />

usado em vôos internos de curta distância. Entretanto, o custo de capital da ferrovia de<br />

alta velocidade é muito alto (em torno de € 40m por km – vide o Volume 4), porém, ela<br />

cria uma capacidade muito alta e, portanto, é mais econômico quando os trens estão<br />

rodando na capacidade, ou seja, há uma demanda alta. A ferrovia de alta velocidade,<br />

portanto, se destina a pares de cidades com alta demanda existente, como é o caso<br />

entre Rio de Janeiro e São Paulo.<br />

2.2.4 Espera-se que o TAV tenha um mix de estações novas e revitalizadas. Há planos para<br />

revitalizar e aprimorar as estações abandonadas em Barão de Mauá e Campinas.<br />

Paradas intermediárias estão sendo planejadas no Galeão, Volta Redonda/Barra Mansa,<br />

São José dos Campos, Guarulhos, Campo de Marte em São Paulo, e Viracopos.<br />

Estações opcionais estão sendo consideradas em Jundiaí, Resende e Aparecida para<br />

servir visitantes ao Santuário de Aparecida.<br />

2.2.5 Com base na experiência Européia, o TAV pode esperar obter uma participação<br />

significativa do mercado atual entre São Paulo e Rio de Janeiro; atualmente a Eurostar<br />

tem mais de 70% do mercado ferroviário e aéreo combinado entre Paris e Londres, com<br />

uma participação similar do mercado de Londres a Bruxelas. Esse estudo de demanda<br />

procura prever a participação de mercado para o TAV. Outros detalhes comparativos da<br />

comparação internacional podem ser encontrados no Capítulo 8 – Estimativas de<br />

Demanda.<br />

O Estudo de Viabilidade do TAV<br />

2.2.6 Três estudos de viabilidade anteriores foram realizados para examinar o potencial para<br />

um serviço ferroviário de alta velocidade: TRANSCORR em 1997-2000, Enontec em<br />

2004, e DE-Consult em outubro de 2007. Dos três estudos, o estudo do TRANSCORR foi<br />

o mais detalhado e foi escolhido pelo Consórcio como um ponto de início, fornecendo<br />

uma referência para nosso trabalho. Contudo, esse estudo foi conduzido entre 1997 e<br />

2000 e, desde então, a tecnologia de trens de alta velocidade evoluiu, e a situação<br />

econômica <strong>brasil</strong>eira progrediu de forma que as conclusões e resultados da<br />

TRANSCORR precisaram ser exaustivamente revisados.<br />

2.2.7 De acordo com os Termos de Referência (TOR), o Consórcio realizou estudos<br />

detalhados nas seguintes áreas:<br />

Volume 1: Estimativas de Demanda e Receita (este relatório);<br />

Volume 2: Estudos de Traçado;<br />

Volume 3: Avaliação Financeira e Econômica e Concessão;<br />

Volume 4: Parte 1- Operações Ferroviárias e Volume 4: Parte 2 - Tecnologia;<br />

Volume 5: Custo de Capital do TAV; e<br />

Volume 6: Desenvolvimento Imobiliário<br />

2.2.8 O relacionamento entre os volumes é apresentado na figura 2.2. Um trabalho separado<br />

examinando as questões ambientais está sendo desenvolvido pela Prime Engenharia,<br />

fora do Consórcio.<br />

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2.2.9 É importante enfatizar a natureza relacionada dos estudos já que o trabalho da demanda<br />

é essencial para desenvolver um cronograma ferroviário e também para o trabalho de<br />

avaliação econômico financeira. De forma similar, o trabalho de traçado é essencial para<br />

o desenvolvimento das estimativas do tempo de viagem e custos de construção.<br />

Figura 2.2: Estudo do TAV<br />

2.2.10 O restante desse capítulo discute o histórico sócio-econômico da área do estudo.<br />

2.3 Área de Interesse do TAV e Histórico Sócio-Econômico<br />

Introdução<br />

2.3.1 A área de influência do TAV está localizada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro,<br />

conforme apresentado na Figura 2.3. A Figura 2.4 mantém o foco nos dois estados e<br />

apresenta a área de influência transposta entre eles.<br />

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Figura 2.3: América do Sul, Brasil, e os estados do Rio de Janeiro e São Paulo<br />

Figura 2.4: Estados do Rio de Janeiro e São Paulo e a Área de Influência 2 .<br />

2 A área costeira localizada a leste da fronteira dos Estados de SP/RJ não está incluída como Área<br />

de Influência para o TAV em virtude da existência da Serra do Mar. A conexão dessa área e São<br />

Paulo é feita usando a BR-101, uma rodovia que se estende ao longo da costa do Rio de Janeiro a<br />

Santos.<br />

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2.3.2 Conforme observado na Figura 2.5, o TAV fornecerá uma conexão importante entre as<br />

Regiões Metropolitanas de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Na área de influência<br />

direta do TAV também estão as regiões de Jundiaí e Vale do Paraíba Paulista no Estado<br />

de São Paulo, e o Vale do Paraíba Fluminense no Estado do Rio de Janeiro. As estações<br />

planejadas nessas áreas incluem, São José dos Campos e Volta Redonda/Barra Mansa,<br />

bem como as estações nos Aeroportos de Guarulhos, Galeão e Viracopos em São Paulo,<br />

Rio de Janeiro e Campinas, respectivamente. Além disso, estações opcionais estão<br />

sendo consideradas em Jundiaí, Resende e Aparecida para servir o Santuário de<br />

Aparecida, um importante destino turístico e religioso e Resende.<br />

Figura 2.5: Área de Influência Direta para o TAV – Áreas e Regiões Metropolitanas<br />

2.3.3 A região que abrange Rio de Janeiro - São Paulo - Campinas é a região econômica mais<br />

importante do país. Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo contêm 30% da<br />

população <strong>brasil</strong>eira e 45,5% de seu PIB (Fonte: IBGE-2007).<br />

2.3.4 Nessa área, o corredor São Paulo - Campinas está atualmente sendo denominado "a<br />

primeira megalópole no Hemisfério Sul". A população total das 65 cidades na área de<br />

38.000 km 2 é de 22 milhões. Essa área é o centro econômico do Brasil. São Paulo, que<br />

tem sido tradicionalmente associada à produção e comércio, desenvolveu seus setores<br />

financeiros e de serviços nos últimos anos, aumentando muito a prosperidade da área. O<br />

PIB da cidade de São Paulo representa mais de 12% do PIB <strong>brasil</strong>eiro, contendo menos<br />

de 6% da população.<br />

2.3.5 É importante esclarecer os locais citados neste relatório, já que eles podem levar à<br />

confusão. A cidade de São Paulo é a capital do estado de São Paulo e está contida<br />

dentro da Região Metropolitana de São Paulo. De forma similar, a cidade do Rio de<br />

Janeiro é a capital do estado do Rio de Janeiro, e está contida dentro da Região<br />

Metropolitana do Rio de Janeiro.<br />

2.3.6 A definição da Região Metropolitana do Rio de Janeiro segue a definição fornecida pelo<br />

Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (PDTU) e<br />

da Região Metropolitana de São Paulo define quais municípios estão incluídos no Plano<br />

Integrado de Transportes Urbanos (PITU de 2025).<br />

População<br />

2.3.7 Essa seção destaca algumas importantes tendências sócio-econômicas da região,<br />

iniciando com a população. O Anexo A contém uma planilha com a tabulação dos dados<br />

sócio-econômicos coletados. Quaisquer espaços em branco se referem aos dados que<br />

não estão disponíveis.<br />

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2.3.8 A Tabela 2.1 apresenta um breve resumo das regiões da área de interesse, incluindo<br />

população, principais indústrias, e principais cidades. A população total da área de<br />

influência é superior a 36.422.964, concentrada principalmente nas regiões<br />

metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, que também têm as mais altas<br />

densidades populacionais.<br />

Tabela 2-1: População das Regiões na área de influência direta do TAV<br />

Região<br />

Metropolitana<br />

População<br />

de 2007<br />

km 2 da<br />

Área<br />

Página 16 de 149<br />

Pop/ km 2<br />

São Paulo 19.226.426 7.943 2.421<br />

Campinas 2.635.358 3.647 723<br />

Principais<br />

Indústrias<br />

Finanças, serviços,<br />

produção<br />

Alta tecnologia,<br />

automóveis,<br />

pesquisa, educação<br />

Cidade Principal<br />

(População est<br />

em 2007)<br />

10.886.000<br />

1.059.000<br />

Jundiaí 580.119 431 1.346 Serviços, produção 347.000<br />

Vale do Paraíba<br />

Paulista<br />

2.156.534 16.179 133<br />

Rio de Janeiro 11.157.122 5.645 1.977<br />

Vale do Paraíba<br />

Fluminense<br />

Fonte: IBGE<br />

667.405 3.828 174<br />

Produção, pesquisa,<br />

aeronáutica<br />

Turismo, finanças,<br />

serviços, produção<br />

Produção, aço,<br />

agricultura<br />

611.000<br />

(São José dos<br />

Campos)<br />

6.136.000<br />

259.000<br />

(Volta Redonda)<br />

2.3.9 A Tabela 2.2 destaca as tendências populacionais para a área de influência. Três<br />

principais tendências são evidentes. Em primeiro lugar, apesar de o período de 1970 a<br />

2007 ter vivenciado um aumento significativo da população, por comparação, o<br />

crescimento diminuiu em todas as regiões de 2000 a 2007, com taxas de crescimento de<br />

aproximadamente metade do período de 37 anos. Em segundo lugar, as regiões<br />

próximas a São Paulo cresceram a uma taxa mais alta comparada ao Rio de Janeiro – no<br />

estado de São Paulo as taxas de crescimento variaram de 1,16 a 1,75%, de 2000 a 2007<br />

em comparação a 0,96% próximo ao Rio de Janeiro. Em terceiro lugar, as regiões<br />

metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo têm crescimento mais baixo do que as<br />

outras regiões menos populosas, indicando que as áreas mais afastadas têm uma maior<br />

capacidade de crescimento.


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Tabela 2.2: Resumo das alterações na população na Área de Influência<br />

Região 1<br />

Região<br />

Metropolitana de<br />

São Paulo<br />

Região<br />

Metropolitana de<br />

Campinas<br />

Região de<br />

Jundiaí<br />

Vale do Paraíba<br />

Paulista<br />

Região<br />

Metropolitana do<br />

Rio de Janeiro<br />

Vale do Paraíba<br />

Fluminense<br />

População<br />

1970 1980 1991 2000 2007<br />

Página 17 de 149<br />

Taxa de<br />

Crescimento Anual<br />

1970-<br />

2007<br />

2000-<br />

2007<br />

8.139.705 12.588.745 15.444.941 17.833.511 19.226.426 2,35% 1,08%<br />

680.826 1.276.801 1.866.025 2.333.335 2.635.358 3,73% 1,75%<br />

201.651 335.029 437.978 529.302 580.119 2,90% 1,32%<br />

834.652 1.221.221 1.651.594 1.989.692 2.156.534 2,60% 1,16%<br />

6.813.917 8.650.181 9.657.010 10.695.357 11.157.122 1,34% 0,61%<br />

332.263 467.382 547.798 624.090 667.405 1,90% 0,96%<br />

1 – A lista de cidades de cada região é apresentada no Anexo A – Dados sócio-econômicos – Área de Influência<br />

Fonte: IBGE<br />

Crescimento do PIB<br />

2.3.10 O PIB, como uma medida total de atividade econômica no país, fornece uma boa<br />

indicação na demanda de viagem geral, e o crescimento no PIB tem um forte<br />

relacionamento com o crescimento da demanda de viagem. A demanda de passageiros<br />

aumenta com a atividade econômica em virtude da demanda de viagem adicional de<br />

viagens comerciais, enquanto a viagem de lazer aumenta conforme os residentes são<br />

mais capazes de pagar por viagens de lazer.<br />

A Fonte: IPEA-DATA<br />

2.3.11 Figura 2.6 apresenta o crescimento no PIB do Brasil no período desde 1994, quando o<br />

plano de estabilidade econômica, ―Plano Real‖, foi implementado, durante o qual a média<br />

do PIB era de 3,07% ao ano.<br />

Fonte: IPEA-DATA


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Figura 2.6: Alteração na porcentagem do PIB Real ano a ano, de 1994 a 2008<br />

2.3.12 A divisão do PIB pela população (PIB/capita) normaliza o PIB para regiões diferentes do<br />

Brasil. Pode-se esperar que as taxas de demanda de viagem sejam mais altas entre<br />

regiões de PIB/capita mais alto, refletindo taxas de atividade econômica mais altas (por<br />

exemplo, com viagens comerciais cada vez mais freqüentes), enquanto a maior afluência<br />

implícita possibilitará mais viagens de lazer.<br />

2.3.13 A Figura 2.7 apresenta uma discriminação do PIB per capita por região na área de<br />

influência, com as regiões relacionadas de oeste a leste.<br />

Figura 2.7: PIB per capita em 2005 (em equivalente a R$ 2000)<br />

Fonte: IPEA – DATA (PIB) e IBGE (População)<br />

2.3.14 O PIB per capita é significativamente maior em São Paulo do que na região<br />

metropolitana do Rio de Janeiro (R$ 13.940 comparado a R$ 9.664), e o PIB do Rio de<br />

Janeiro e de São Paulo é menor do que em suas regiões adjacentes. O alto PIB/capita<br />

na região de São Paulo reflete a proporção maior de serviços financeiros comparada ao<br />

Rio de Janeiro. O Vale do Paraíba Fluminense tem os mais altos níveis de PIB per capita,<br />

em virtude de sua população menor, economia diversa, e grande base industrial, com a<br />

maior siderúrgica da América Latina localizada em Volta Redonda.<br />

2.3.15 Ambos os estados têm uma média de renda familiar bem acima da média nacional,<br />

refletindo a afluência relativa dessa área do país. São Paulo, de forma específica, tem<br />

renda familiar mais do que 50% superior à média nacional, e cerca de 11% superior à<br />

média do Rio de Janeiro. Isso reflete números elevados de produtividade de PIB/capita<br />

que são observados em São Paulo.<br />

Frota de carros particulares<br />

2.3.16 A frota de carros particulares no corredor do estudo é relativamente alta comparada à<br />

média nacional, e cresceu no<strong>tav</strong>elmente nos últimos anos. A Figura 2.8 apresenta as<br />

taxas de carros particulares por região em 2001 e 2008.<br />

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Figura 2.8: Taxas de Carros Particulares na Área de Influência<br />

Fonte: DENATRAN. NB: Os números de habitantes para calcular as taxas de 2001 foram<br />

interpolados.<br />

2.3.17 As mais altas taxas de carros particulares são encontradas nas regiões de São Paulo,<br />

Campinas e Jundiaí, refletindo a afluência relativa dessa área com mais de 0,3 carros per<br />

capita. As taxas de carros particulares em São Paulo foram 72% maiores do que no Rio<br />

de Janeiro em 2008, enquanto as taxas de carros particulares de Campinas são quase o<br />

dobro das taxas do Rio de Janeiro.<br />

2.3.18 As mais altas taxas de crescimento também têm sido grandes nas áreas das mais altas<br />

frotas de carros particulares existentes, especificamente as áreas vizinhas do Vale do<br />

Paraíba Fluminense (4,8% ao ano) e Jundiaí (4,7% ao ano). São Paulo e Rio de Janeiro<br />

tiveram um crescimento a taxas mais moderadas de 3,9% e 3,4% respectivamente.<br />

Distribuição Geográfica de PIB e frota de carros particulares<br />

2.3.19 Os números abaixo apresentam a distribuição de PIB e registro de carros na área de<br />

interesse, que reforçam os gráficos acima.<br />

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Fonte: IBGE<br />

Figura 2.9: PIB por área administrativa – 2005<br />

2.3.20 A respeito do PIB, todo o corredor da rota proposta do TAV apresenta altos níveis de PIB<br />

per capita; ele é especialmente alto no corredor de Campinas a São Paulo, e no Vale do<br />

Paraíba Fluminense (a oeste do Rio de Janeiro) que tem uma grande base industrial,<br />

enquanto nas áreas mais rurais próximas à costa, e nas regiões distantes da região<br />

metropolitana do Rio de Janeiro são inferiores.<br />

Fonte: Denatran<br />

Figura 2.10: Frota de carros particulares por pessoa – 2007<br />

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2.3.21 Os carros particulares por pessoa seguem um padrão similar ao PIB, com níveis mais<br />

altos no corredor Campinas-São Paulo-São José dos Campos, comparado ao Rio de<br />

Janeiro.<br />

Resumo<br />

2.3.22 Esta seção apresentou os principais fatores e tendências sócio-econômicos que<br />

causarão impacto na demanda do TAV:<br />

São Paulo se tornou um centro para os setores de serviços e financeiro, e é o<br />

foco econômico do Brasil, com 12% de todo o PIB no Brasil;<br />

a região de Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro é importante para a economia<br />

nacional e o TAV oferece uma oportunidade para conectar as cidades para<br />

apoiar um maior crescimento econômico;<br />

a população cresceu substancialmente nos últimos 40 anos, especificamente em<br />

São Paulo e Campinas, aumentando o mercado provável para o TAV;<br />

o PIB no Brasil cresceu fortemente nos últimos anos e o PIB da área de<br />

influência representa uma proporção significativa da economia <strong>brasil</strong>eira. O<br />

crescimento do PIB está fortemente ligado à demanda por viagem, levando a um<br />

maior congestionamento rodoviário e maior demanda pelo TAV; e<br />

a frota de carros particulares é maior no corredor São Paulo-Campinas do que no<br />

Rio de Janeiro. As taxas de registro não maiores do que a média nacional, e<br />

aumentando mais rapidamente em São Paulo do que no Rio de Janeiro.<br />

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3 Sistema de Transporte Existente<br />

3.1 Introdução<br />

3.1.1 A área de influência da ferrovia de alta velocidade no corredor Rio de Janeiro - São Paulo<br />

- Campinas é servida por uma gama de opções de transporte, prestando vários serviços<br />

para um mercado diverso. As previsões de demanda para um novo serviço entrando<br />

nesse mercado exigem uma avaliação detalhada das atuais opções disponíveis para<br />

entender como o TAV concorrerá, e, ao mesmo tempo, explicando como o TAV se<br />

integrará à rede mais ampla. Este capítulo descreve a situação de transporte existente no<br />

corredor do estudo em termos de oferta e demanda.<br />

3.1.2 A Seção 3.2 apresenta uma visão geral do sistema de transporte por modo existente:<br />

avião, ônibus, carro e trem. O restante do capítulo avalia o sistema de transporte nas<br />

seguintes áreas:<br />

Seção 3.3 - Tempo de Viagem e Desempenho (isto é, atrasos e<br />

congestionamento);<br />

Seção 3.4 - Questões de Acesso a estações e aeroportos e Complemento de<br />

viagem;<br />

Seção 3.5 - Preços de Passagens e Custos de Viagem;<br />

Seção 3.6 - Níveis de Demanda Existentes; e<br />

Seção 3.7 - Planos Futuros que podem afetar a demanda para viagem no TAV.<br />

3.2 Visão Geral dos Sistemas de Transporte por Modo<br />

3.2.1 Atualmente há 4 modos disponíveis para viagem entre cidades na área de influência:<br />

avião;<br />

rodovia/carro particular;<br />

ônibus; e<br />

ferrovia (apenas o trem metropolitano São Paulo – Jundiaí).<br />

3.2.2 Os serviços aéreos operam somente entre São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas e eles<br />

representam o mais sério concorrente para as viagens do TAV sensíveis ao tempo nesse<br />

corredor de longa distância. Uma rede desenvolvida de estradas com pedágio está<br />

disponível conectando os principais centros, apesar de a maioria das rotas ser radial e<br />

não entrar nos centros da cidade. Para aqueles que desejarem usar ônibus, uma rede<br />

abrangente de serviços de ônibus interestaduais e interurbanos está disponível e<br />

concorrerá com o TAV entre todas as estações propostas, enquanto os serviços locais<br />

oferecem acesso dentro das cidades. Não há atualmente serviços ferroviários<br />

interurbanos entre Rio de Janeiro e São Paulo, apesar da existência de um serviço entre<br />

Jundiaí e São Paulo; os serviços de metrô e de trem metropolitano oferecem viagens<br />

dentro das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.<br />

Viagem Aérea<br />

3.2.3 A viagem aérea representa a mais importante concorrente para o TAV para os serviços<br />

de longa distância, em virtude de ser mais similar em termos de tempo de viagem e do<br />

mercado provável a ser servido. Esta seção fornece uma breve visão geral dos<br />

aeroportos e serviços aéreos na área de influência.<br />

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Aeroportos<br />

3.2.4 São Paulo e Rio de Janeiro são incomuns, já que além do tradicional aeroporto<br />

internacional na extremidade da cidade, elas também são servidas pelos aeroportos<br />

domésticos na área central da cidade. O aeroporto de São Paulo, Congonhas, está<br />

localizado 11km ao sul do centro da cidade, enquanto que no Rio de Janeiro, o Aeroporto<br />

Santos Dumont tem uma localização única em um aterro na Baía de Guanabara a 2km<br />

do centro histórico e comercial do Rio de Janeiro. Ambos os aeroportos são servidos<br />

somente por modos de superfície (ônibus, taxi, carro particular) apesar de Congonhas ter<br />

uma estação de metrô a 5km de distância, conectado ao aeroporto por ônibus. Os locais<br />

podem ser vistos na Figura 3.1 e Figura 3.2 abaixo. As localizações dos aeroportos<br />

nacionais, de forma específica, Santos Dumont (para o qual é possível ir caminhando do<br />

centro da cidade em cerca de 15 minutos), contribui para tornar a viagem aérea um<br />

concorrente significativo para o TAV. Isso é discutido em mais detalhes na Seção 3.4 –<br />

Acesso e Complemento de Viagem.<br />

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Figura 3.1: Localização dos Aeroportos Santos Dumont e Galeão no Rio de Janeiro<br />

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Figura 3.2: Localização dos Aeroportos de Congonhas e Guarulhos em São Paulo<br />

3.2.5 A maioria dos vôos de longa distância e internacionais operam a partir do Aeroporto do<br />

Galeão, 20km ao norte do centro do Rio de Janeiro, e do Aeroporto de Guarulhos, 27km<br />

a nordeste do centro de São Paulo. Alguns vôos entre o Rio de Janeiro e São Paulo<br />

operam a partir desses aeroportos, mas a maioria dos passageiros faz conexão com os<br />

vôos internacionais. O TAV poderia explorar essa demanda prestando serviços de longa<br />

distância aos aeroportos internacionais. De forma específica, pode ser atrativo para os<br />

residentes do Rio de Janeiro viajar diretamente para Guarulhos, que oferece serviços<br />

diretos para mais destinos nacionais e internacionais, dessa forma evitando uma troca de<br />

aviões em São Paulo ou em qualquer lugar. Os preços das passagens são, em geral, os<br />

mesmos ou menores para viajar ao Rio de Janeiro, em virtude de ele atrair mais usuários<br />

de lazer sensíveis ao preço, mesmo para vôos que exigem uma mudança em São Paulo,<br />

então, é improvável que os passageiros usem o TAV para economizar dinheiro no preço<br />

da passagem.<br />

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Serviço Aéreo<br />

3.2.6 Em virtude do nível de demanda para viagem entre Rio de Janeiro e São Paulo, os<br />

aeroportos priorizaram um serviço do tipo ―ponte aérea‖ entre os Aeroportos Santos<br />

Dumont e Congonhas. Atualmente, mais de 90% dos vôos do aeroporto Santos Dumont<br />

se destinam a Congonhas, com o restante para locais menores próximos ao Rio de<br />

Janeiro, enquanto Congonhas serve muitos outros lugares. O serviço é operado<br />

atualmente por três linhas aéreas (TAM, GOL e Oceanair), que, juntas, oferecem mais de<br />

70 vôos por dia, com 4 a 5 vôos saindo a cada hora. Os preços das passagens não são<br />

regulados e refletem a oferta e demanda, com vôos de manhã e no final da tarde<br />

apresentando os preços mais altos, sendo necessária a reserva antecipada para obter<br />

preços mais baixos. Todas operadoras permitem o check-in pela Internet e a freqüência<br />

de vôos oferece grande flexibilidade para o usuário. Entende-se que o serviço de ―ponte<br />

aérea‖ está entre as rotas mais lucrativas para as três linhas aéreas que servem essa<br />

rota.<br />

3.2.7 O Aeroporto de Viracopos fora de Campinas também está na área de influência.<br />

Viracopos é usado principalmente para serviços de carga, apesar de que na área de<br />

interesse, sete vôos por dia de semana operam entre Viracopos e Galeão no Rio de<br />

Janeiro. As informações sobre as possíveis intenções do Governo <strong>brasil</strong>eiro de mudar<br />

alguns vôos de Guarulhos para Viracopos, nunca foram disponibilizadas para o<br />

Consórcio, então, essa questão não pôde ser analisada.<br />

3.2.8 O Capítulo 5 contém informações obtidas no focus groups a respeito das percepções dos<br />

usuários dos aeroportos, incluindo a distância observada a partir do centro e a facilidade<br />

de uso.<br />

Rede de Rodovias<br />

3.2.9 O sistema rodoviário que liga o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas é regido pelas<br />

autoridades estaduais e federais, mas é operado pelo setor privado. As agências<br />

públicas são:<br />

Federal: Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)<br />

Estado de São Paulo: ARTESP - Agência Reguladora dos Transportes de São<br />

Paulo<br />

Estado do Rio de Janeiro: AGETRANSP - Agência Reguladora de Serviços<br />

Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e<br />

de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro.<br />

3.2.10 Para aprimorar a manutenção e condição da rede rodoviária, as rodovias de longa<br />

distância no Brasil operam como concessões outorgadas a operadoras privadas que têm<br />

autorização para cobrar pedágio. Todas as rodovias interurbanas estratégicas na área de<br />

influência cobram pedágio.<br />

3.2.11 A infra-estrutura rodoviária das Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo e<br />

Campinas é, em geral, radial. Falta a São Paulo e Campinas o acesso rodoviário direto<br />

aos seus centros; o Rio de Janeiro tem acesso mais direto para o centro, apesar de<br />

essas artérias serem fortemente congestionadas nos horários de pico. A Figura 3.3 e a<br />

Figura 3.4 apresentam as redes rodoviárias para São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Figura 3.3: Sistemas de Rodovias Radiais de São Paulo e Campinas<br />

Figura 3.4: Rede de rodovias radiais do Rio de Janeiro<br />

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3.2.12 As rodovias interurbanas com pedágio mais importantes na área de influência do TAV<br />

são:<br />

A Rodovia Dutra (BR-116) é uma rodovia com pedágio com 402 km ligando o<br />

Rio de Janeiro a São Paulo. Construída na década de 1950 como uma autoestrada<br />

de mão única com duas pistas e melhorada para uma auto-estrada de<br />

mão dupla de 4 pistas em 1967, ela se iguala à rota obrigatória do TAV, ligando<br />

as cidades de São José dos Campos, Aparecida, Resende e Volta Redonda. A<br />

rodovia se divide para subir a Serra das Araras (Figura 3.4); as melhorias<br />

propostas para aumentar a capacidade são discutidas na Seção 3.7. A Dutra é<br />

uma auto-estrada federal com uma concessão para a Nova Dutra, empresa<br />

privada.<br />

A Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto (PD-070) foi concluída na década de<br />

1990 para liberar o congestionamento da Rodovia Dutra. Ela percorre um trecho<br />

paralelo à Dutra entre São Paulo e São José dos Campos, continuando para<br />

Taubaté, cerca de 35km a leste. A auto-estrada foi recentemente outorgada em<br />

concessão com cobrança de pedágio.<br />

As rodovias Anhanguera (PD-330) e Bandeirantes (PD-348) são auto-estradas<br />

paralelas que ligam São Paulo e Campinas via Jundiaí. A Auto-Estrada<br />

Anhanguera foi concluída como uma auto-estrada de 4 pistas (2 pistas para cada<br />

direção) na década de 1940. Para aliviar o congestionamento na Anhanguera a<br />

partir da década de 1960, a Bandeirantes foi planejada e concluída em 1978. A<br />

Bandeirantes é, na maior parte, uma auto-estrada de 6 pistas, apesar de que em<br />

2006 ela foi aumentada para oito pistas a partir de Jundiaí até São Paulo. Ambas<br />

as rodovias operam como concessões com cobrança de pedágio.<br />

Dom Pedro I (PD-065) é uma auto-estrada estadual que conecta Jacareí (na<br />

junção das Auto-Estradas Carvalho Pinto / Dutra) a Campinas. Ela oferece uma<br />

rota direta do Rio de Janeiro a Campinas não passando por São Paulo. Sua<br />

operação também foi outorgada em concessão a uma empresa privada.<br />

3.2.13 A viagem rodoviária é ainda analisada em termos de tempo de viagem e<br />

congestionamento na Seção 3.3, custo de viagem rodoviária na Seção 3.5, níveis de<br />

demanda na Seção 3.6, e futuros <strong>projeto</strong>s que causam impacto na viagem rodoviária na<br />

Seção 3.7.<br />

Viagem de Ônibus Interurbana<br />

3.2.14 Os serviços de ônibus de longa distância são bem desenvolvidos no Brasil, que contam<br />

em grande parte com sua rede rodoviária e o uso de ônibus como transporte público, em<br />

virtude, em parte, da falta de serviços ferroviários de longa distância para passageiros no<br />

Brasil.<br />

3.2.15 Há dois tipos de serviço de ônibus em operação: regulares e fretados. Apesar de as<br />

operadoras de ônibus serem privadas, elas são reguladas em termos de preços de<br />

passagem máximos e prestação de serviço mínimo pelos seguintes:<br />

Federal: ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que controla os<br />

serviços interestaduais;<br />

Estado de São Paulo: ARTESP controla serviços dentro do estado de São Paulo;<br />

e<br />

Estado do Rio de Janeiro: DETRO controla os serviços dentro do estado do Rio<br />

de Janeiro.<br />

3.2.16 O Anexo B contém informações adicionais sobre transporte de ônibus, incluindo dados<br />

detalhados tais como preços de passagem, tipo de serviço, e órgãos regulamentares.<br />

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Serviços de Ônibus - Regulares<br />

3.2.17 Os serviços de ônibus regulares são abrangentes, cobrindo toda a área de influência do<br />

TAV incluindo muitos locais menores não servidos pelo TAV. Três classes de serviço são<br />

oferecidas, com níveis cada vez maiores de conforto e amenidades e preço<br />

correspondente:<br />

Convencional, oferece um serviço básico, alguns ônibus com ar condicionado;<br />

Executivo, com ônibus com ar condicionado, TV, lanche, etc.; e<br />

Leito, geralmente usados para viagem noturna.<br />

3.2.18 As principais estações de ônibus que prestam serviços na área do interesse são as<br />

seguintes; as localizações dos terminais de ônibus podem ser vistas no mapa na Seção<br />

3.4.<br />

São Paulo – Estação Tietê: Considerado o segundo maior terminal de ônibus no<br />

mundo (atrás do Port Authority Bus Terminal na cidade de Nova York), o Tietê<br />

está localizado ao norte do centro de São Paulo, com uma conexão direta com a<br />

rede de metrô. De acordo com os focus groups realizados para esse estudo<br />

(Seção 5.2), ele é considerado moderno e confortável;<br />

Rio de Janeiro – Estação Novo Rio: Localizada ao norte do centro da cidade, o<br />

Novo Rio se encontra em um local menos acessível do que o Tietê, sem uma<br />

conexão direta com o metrô. A condição do Novo Rio tem um padrão menor do<br />

que o Tietê, de acordo com os focus groups realizados para esse estudo.<br />

Campinas – Estação de Ônibus de Campinas: A estação de ônibus em<br />

Campinas está localizada no limite do centro da cidade e é bem servida pelos<br />

ônibus locais.<br />

3.2.19 Encontra-se abaixo um resumo das principais características das principais rotas:<br />

Rio de Janeiro - São Paulo<br />

A rota Rio de Janeiro - São Paulo é complementada por vários outros serviços<br />

cujas rotas vão além do Rio de Janeiro - São Paulo, mas que faz paradas nos<br />

terminais rodoviários Novo Rio e Tietê;<br />

Todos os ônibus leito operam à noite; e<br />

Alguns municípios na Região Metropolitana do Rio de Janeiro têm linhas diretas<br />

com São Paulo, e oferecem um acesso conveniente para essas áreas sem a<br />

necessidade de viajar até o Terminal Rodoviário Novo Rio no centro do Rio de<br />

Janeiro. De forma similar, algumas cidades na região de São Paulo têm linhas<br />

diretas para o Rio de Janeiro, passando pelo Terminal Rodoviário Tietê.<br />

São Paulo - Campinas<br />

Esse é o corredor de ônibus com o tráfego mais pesado na área de influência do<br />

TAV. Duas empresas operam quase todos os serviços entre o Terminal<br />

Rodoviário de Campinas e São Paulo-Tietê; A Cometa opera 107 saídas a cada<br />

dia da semana, 93 aos sábados e 95 aos domingos. A Cristalia opera 31 serviços<br />

a cada dia da semana, 29 aos sábados e 26 aos domingos;<br />

O preço da passagem regulado é de R$ 19,50 e as duas operadoras cobram<br />

esse valor, independentemente do horário do dia, ou do dia da semana. O tempo<br />

de viagem é de 80 minutos na Cometa e de 90 a 105 minutos nos serviços da<br />

Cristalia; e<br />

A estação rodoviária em Campinas está localizada no limite do centro da cidade<br />

e é bem servida pelos ônibus locais.<br />

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Rio de Janeiro – Campinas<br />

Uma única empresa oferece um serviço direto nessa rota. Contudo, há outras<br />

linhas que sobrepõem amplamente à essa rota, se estendendo para outras<br />

cidades da região de Campinas;<br />

Todos os ônibus leito operam à noite; e<br />

A rota dessa viagem de ônibus é pela rodovia Dom Pedro I, que reduz o tempo<br />

de viagem e um possível congestionamento passando por São Paulo.<br />

Serviços de Ônibus - Fretado<br />

3.2.20 Os serviços fretados são, em geral, organizados por um grupo de pessoas que mora e/ou<br />

trabalha em locais similares (ou trabalha para a mesma empresa), em geral, para<br />

distâncias mais longas e operados por um acordo com a operadora de ônibus fretado. Os<br />

serviços fretados operam principalmente entre São Paulo e Campinas, São José dos<br />

Campos e Jundiaí (e suas áreas adjacentes). Os destinos populares em São Paulo são<br />

as principais áreas comerciais localizadas fora do centro de São Paulo, que são mais<br />

difíceis de atingir por meio dos serviços de ônibus regulares, tais como Avenida Paulista<br />

e Faria Lima em São Paulo.<br />

3.2.21 Os ônibus fretados prestam um serviço direto, mais personalizado e próximo da origem e<br />

do destino dos passageiros e, dessa forma, reduzem o tempo de acesso e complemento<br />

de viagem.<br />

3.2.22 As Seções 3.3 a 3.7 oferecem uma análise adicional de serviços de ônibus em termos de<br />

tempo de viagem, localizações das estações, preços de passagens, níveis de demanda,<br />

e futuros <strong>projeto</strong>s rodoviários que podem causar impacto nos serviços de ônibus,<br />

enquanto o Capítulo 5 contém informações sobre as opiniões dos usuários sobre a<br />

viagem de ônibus e resultados de pesquisa sobre uso de ônibus.<br />

Serviços Ferroviários de Passageiros<br />

3.2.23 As decisões anteriores da política do governo priorizavam a construção de estradas e<br />

resultaram no fechamento de grandes partes da rede ferroviária <strong>brasil</strong>eira de<br />

passageiros. Portanto, a viagem de trem de passageiros de longa distância na área de<br />

influência é muito limitada – os ônibus fornecem o único meio de transporte público para<br />

viagem interurbana. Enquanto os serviços de metrô e trens metropolitanos operam no<br />

Rio de Janeiro e São Paulo (discutido na Seção 3.4 - Acesso-Complemento), o único<br />

serviço ferroviário que pode possivelmente concorrer com o TAV diretamente é o serviço<br />

da CPTM entre Jundiaí e São Paulo – estação da Luz.<br />

3.2.24 Esse serviço, ligando as estações Barra Funda e da Luz no centro de São Paulo a<br />

Jundiaí, é operado pela CPTM e exige uma troca de trem durante a viagem, na estação<br />

Francisco Morato. O tempo de viagem é de 80 a 85 minutos, com intervalo de 22 minutos<br />

entre as viagens, por todo o dia. A Figura 3.5 apresenta o padrão de parada do serviço. A<br />

Seção 3.5 discute os preços das passagens desse serviço.<br />

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Figura 3.5: Serviço da CPTM entre Jundiaí e a estação da Luz de São Paulo<br />

3.3 Tempo de Viagem e Desempenho<br />

3.3.1 A viagem aérea tem o menor tempo de viagem programada (do terminal de embarque ao<br />

terminal de desembarque) de 55 minutos, porém, somente concorre com o TAV em duas<br />

rotas: Rio de Janeiro-São Paulo e Rio de Janeiro-Campinas. Contudo, um tempo<br />

adicional significativo é necessário para viajar de avião, incluindo o check-in, tempo de<br />

segurança e contingência em caso de atrasos em qualquer um mencionado acima. Isso é<br />

discutido em maiores detalhes no Capítulo 7 – Premissas.<br />

3.3.2 A Tabela 3.1 compara os tempos de viagem por avião, carro e ônibus. Para viagens mais<br />

curtas, os tempos de viagem de carro e ônibus são comparáveis; entretanto, para<br />

viagens mais longas, o carro se torna mais competitivo em virtude de velocidades mais<br />

altas, paradas intermediárias e paradas necessárias para o motorista e os passageiros.<br />

Por exemplo, entre São Paulo e Campinas a diferença de tempo é de apenas 5 minutos<br />

(80 comparado a 75), enquanto para uma viagem entre Rio de Janeiro e Campinas o<br />

tempo do ônibus é uma hora maior do que as 6,5 horas que se leva por carro.<br />

Tabela 3-1: Tempo de viagem dentro do veículo por avião, carro e ônibus, em<br />

minutos<br />

Avião<br />

Ônibus<br />

Carro<br />

(portão de embarque<br />

(terminal de embarque a<br />

(porta a<br />

ao portão de<br />

terminal de<br />

Origem Destino<br />

porta)<br />

desembarque)<br />

desembarque)<br />

Rio de Janeiro<br />

V. Redonda / B.<br />

Mansa<br />

V. Redonda /<br />

B. Mansa<br />

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105 130<br />

S. J. Campos 260 300<br />

São Paulo 55 300 360<br />

Jundiaí 360 430*<br />

Campinas 55 390 450<br />

S. J. Campos 175 230<br />

São Paulo 240 300<br />

Jundiaí 266 370*<br />

Campinas 295 400<br />

S. J. Campos São Paulo 70 80


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

São Paulo<br />

Jundiaí 91 150<br />

Campinas 120 150<br />

Jundiaí 43 50<br />

Campinas 75 80<br />

Jundiaí Campinas 30 45<br />

* Representa a soma do tempo de viagem da origem até São Paulo, São Paulo a Jundiaí e 20<br />

minutos para conexão.<br />

3.3.3 Os tempos de viagem relacionados acima representam os tempos programados ou<br />

―previstos‖, porém, os tempos reais estão sujeitos à variabilidade, dependendo do<br />

desempenho. O congestionamento pode ter um grande impacto sobre o tempo de<br />

viagem para viagens de carro ou ônibus, especificamente viagens com início ou término<br />

no Rio de Janeiro e São Paulo, enquanto os atrasos em virtude de condições climáticas e<br />

operacionais podem ter um grande impacto sobre as viagens aéreas.<br />

3.3.4 A respeito das viagens aéreas, os aeroportos de Santos Dumont, Galeão e Guarulhos<br />

operam bem dentro de sua capacidade operacional, porém, esse não é o caso em<br />

Congonhas. Esse aeroporto opera freqüentemente além de sua capacidade de manuseio<br />

de instrumento, significando que os vôos estão freqüentemente sujeitos a atrasos,<br />

especificamente durante más condições climáticas quando a capacidade de instrumento<br />

se torna um problema. Mais da metade dos vôos realmente sofre atrasos, e isso é<br />

verdadeiro também para os aeroportos, onde não se acredi<strong>tav</strong>a que a capacidade fosse<br />

um problema. Em 2007, somente 41% dos vôos de Guarulhos e 43% dos vôos a partir do<br />

aeroporto de Congonhas saíram na hora marcada. Em 2008, o governo tomou medidas<br />

para melhorar a confiabilidade dos horários de partida. Os atrasos dos vôos foram<br />

decompostos em fatores no modelo discutido no Capítulo 6 – Desenvolvimento de<br />

Modelo e no Capítulo 7 – Premissas.<br />

3.3.5 Apesar de o carro ser visto freqüentemente como uma forma conveniente de viagem,<br />

oferecendo o serviço porta a porta sem tempo de acesso/complemento, as viagens por<br />

carro são impactadas pela condição da rede rodoviária, e podem variar muito em<br />

condições de congestionamento. Na área de influência, as viagens para São Paulo e Rio<br />

de Janeiro e próximas aos centros urbanos maiores estão especificamente sujeitas a<br />

congestionamento. O congestionamento também tem aumentado nos últimos anos em<br />

virtude no aumento na frota de carros particulares, conforme mencionado na Seção 2.3.<br />

O congestionamento cria uma grande variabilidade no tempo de viagem, dessa forma<br />

reduzindo a confiabilidade desse modo, especificamente importante para acessar os<br />

aeroportos.<br />

3.3.6 O congestionamento nas rodovias também causa impacto nas viagens de ônibus,<br />

especificamente nas áreas urbanas em torno de São Paulo e Rio de Janeiro. No Rio de<br />

Janeiro isso é reduzido de certa forma por uma faixa de ônibus que vai do terminal<br />

rodoviário Novo Rio por cerca de 20km pela Avenida Brasil até o início da Rodovia Dutra.<br />

São Paulo tem um amplo sistema de faixas de ônibus, mas essas são para o uso<br />

exclusivo de ônibus locais.<br />

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3.4 Acesso e Complemento<br />

3.4.1 Os tempos de acesso e complemento são normalmente elementos essenciais na<br />

previsão de demanda de ferrovia de alta velocidade. Convencionalmente, a ferrovia de<br />

alta velocidade presta um serviço de centro da cidade para centro da cidade,<br />

concorrendo com o serviço aéreo que liga o limite de duas cidades. A acessibilidade<br />

dessas estações centrais oferece uma vantagem significativa para os serviços de ferrovia<br />

de alta velocidade comparados aos aeroportos localizados na periferia que<br />

freqüentemente tem acesso limitado de transporte público. Apesar de as viagens de<br />

ônibus de longa distância geralmente também iniciarem em locais acessíveis no centro<br />

da cidade, elas perdem com os tempos de viagem gerais muito mais longos. O tempo de<br />

acesso e complemento é predominantemente uma diferença chave entre os serviços<br />

ferroviários e aéreos.<br />

3.4.2 Portanto, o serviço ferroviário de alta velocidade tradicionalmente tem o benefício de<br />

tempo significativo de acesso e complemento, especificamente para viagens comerciais<br />

dirigidas ao centro da cidade. Os usuários de linhas aéreas geralmente devem viajar para<br />

o limite da cidade para acessar o aeroporto em sua origem, e, então, viajam de volta ao<br />

centro da cidade na chegada ao destino, enquanto os usuários de ferrovia podem<br />

acessar facilmente o terminal central. Normalmente, para vôos de curta distância, esse<br />

tempo de acesso e complemento pode representar uma proporção significativa do tempo<br />

de viagem geral.<br />

3.4.3 Contudo, a situação no Rio de Janeiro e em São Paulo é única, em virtude da localização<br />

dos aeroportos. Se os aeroportos internacionais do Galeão e Guarulhos fossem os<br />

únicos aeroportos disponíveis, o argumento acima seria verdadeiro, e o TAV manteria a<br />

vantagem tradicional na acessibilidade. Entretanto, conforme apresentado na Figura 3.6<br />

e na Figura 3.7, a localização do Aeroporto de Congonhas em São Paulo, e,<br />

especificamente, do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro concorre<br />

favoravelmente com o TAV em termos de localização.<br />

Figura 3.6: Localização do Aeroporto Santos Dumont e Terminal Rodoviário Novo<br />

Rio em relação ao Área Comercial Central e estação obrigatória do TAV no Rio de<br />

Janeiro<br />

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Figura 3.7: Localização dos Aeroportos de Congonhas e Guarulhos, terminal<br />

rodoviário e principais centros comerciais em São Paulo<br />

3.4.4 No Rio de Janeiro, é possível caminhar para o aeroporto Santos Dumont a partir do<br />

centro da cidade, enquanto uma corrida de táxi levaria 5 a 15 minutos, dependendo das<br />

condições do tráfego. O tempo de acesso para o TAV em Barão de Mauá provavelmente<br />

será maior do que para o aeroporto, mas similar à estação rodoviária Novo Rio. Em São<br />

Paulo, o aeroporto de Congonhas fica há aproximadamente 11km (15 a 45 minutos de<br />

táxi) do centro da cidade tradicional, comparado à estação Campo de Marte mais central<br />

para o TAV. Contudo, há pouca diferença no tempo de acesso à área comercial da<br />

Avenida Paulista, enquanto a área comercial da Faria Lima é realmente mais próximo de<br />

Congonhas.<br />

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3.4.5 Portanto, os aeroportos, as estações do TAV e rodoviárias exigirão, todas, tempos<br />

similares para acessar os principais destinos em suas respectivas cidades. Nenhum dos<br />

modos terá uma vantagem significativa para esse componente de tempo de viagem,<br />

então, para o TAV, o tempo de acesso não é tão pertinente quanto habitualmente.<br />

Contudo, esses tempos de conexão ainda são um elemento do tempo de viagem total, e,<br />

dessa forma, foram incorporados ao modelo de previsão de demanda. A origem ou os<br />

destinos finais são as zonas metropolitanas mais eminentes (PDTU para o Rio de Janeiro<br />

e PITU para São Paulo). Os tempos de acesso a partir de cada zona de tráfego para<br />

cada estação/aeroporto são apresentados no Anexo C, mas a seção a seguir fornece<br />

mais detalhes sobre as opções de acesso disponíveis aos usuários aos terminais de<br />

transporte. A Tabela 3-2 e a Tabela 3-3 apresentam os tempos de acesso para os<br />

terminais no Rio de Janeiro e em São Paulo.<br />

Tabela 3-2: Tempos de acesso no Rio de Janeiro<br />

Santos<br />

Dumont<br />

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Avião Ônibus TAV<br />

Galeão Novo Rio<br />

Barão de<br />

Mauá<br />

Distância do centro 2km 20km 3km 3km<br />

Tempo de viagem indicativo por<br />

carro/táxi do centro<br />

Outros modos de acesso<br />

disponíveis<br />

7-15 min 15-45 min 10-20 min 10-20 min<br />

Ônibus<br />

Caminhada<br />

Ônibus Ônibus<br />

Trem*<br />

Ônibus<br />

* Dentro de uma distância de caminhada razoável, porém, a baldeação não é conveniente<br />

Tabela 3-3: Tempos de acesso em São Paulo<br />

Avião Ônibus TAV<br />

Congonhas Guarulhos Tietê<br />

Campo de<br />

Marte<br />

Distância do centro 11km 27km 3km 4km<br />

Tempo de viagem indicativo por<br />

carro/táxi do centro<br />

Outros modos de acesso<br />

disponíveis<br />

15-45 min 30-60 min 10-20 min 10-30 min<br />

Metrô (via<br />

integração de<br />

ônibus)<br />

Ônibus<br />

Ônibus<br />

Metrô<br />

Ônibus<br />

Ônibus<br />

Metrô*<br />

* Dentro de uma distância de caminhada razoável, porém, a baldeação não é conveniente<br />

3.4.6 Esses tempos são indicativos, com os tempos reais usados no modelo calculado a partir<br />

de cada zona separada. O terminal com a localização ideal para os negócios no centro<br />

da cidade é o aeroporto Santos Dumont, com as estações rodoviária e do TAV<br />

normalmente há cerca de 10 minutos de distância.<br />

3.4.7 Para usuários em trânsito, há os sistemas de trem metropolitano, metrô e ônibus, no Rio<br />

de Janeiro e em São Paulo. O sistema ferroviário e o sistema metroviário não servem<br />

atualmente nenhum dos aeroportos de forma direta, então, o ônibus é a única opção de<br />

trânsito direto para os passageiros aéreos. Contudo, o Aeroporto de Congonhas pode ser<br />

acessado a partir do metrô por uma linha de ônibus para a estação São Judas. O acesso<br />

será aprimorado para os dois aeroportos de São Paulo no futuro com uma conexão de<br />

light rail para Congonhas e uma nova conexão ferroviária para o aeroporto de Guarulhos,<br />

ambas descritas na Seção 3.7. Enquanto a estação rodoviária Novo Rio no Rio de<br />

Janeiro está um pouco distante de uma estação de metrô, a estação Tietê em São Paulo<br />

está bem localizada ao lado de uma estação do metrô.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

3.4.8 As estações do TAV estarão localizadas próximas à rede do metrô no Rio de Janeiro e<br />

em São Paulo, apesar de que, dependendo do traçado exato, ainda será determinado se<br />

uma conexão direta com o metrô existirá em qualquer estação. A estação de metrô mais<br />

próxima em São Paulo será a Portuguesa-Tietê, e a estação no Rio de Janeiro ficará<br />

entre as estações São Cristovão e Estácio.<br />

3.4.9 Há um serviço de trem metropolitano no Rio de Janeiro (―SuperVia‖) que opera em<br />

grande parte do norte da área metropolitana. A rede com 81 estações e 7 linhas é usada<br />

por aproximadamente 300.000 passageiros por dia. Ela tem o foco no centro da cidade<br />

do Rio de Janeiro com a principal estação na Central, também oferecendo conexões<br />

diretas com o sistema do metrô. O sistema de metrô da cidade começou a operar há 30<br />

anos, e, desde então, foi expandido para um sistema de 2 linhas com 42km e 33<br />

estações, transportando cerca de 600.000 passageiros por dia. A Figura 3.8 apresenta<br />

um diagrama dos sistemas do metrô e da SuperVia no Rio de Janeiro, com a rota<br />

indicativa do TAV sobreposta. A SuperVia pode ser conectada à estação Barão de Mauá<br />

do TAV usando a rede existente, enquanto o Metrô precisará construir uma nova linha<br />

para conectar a Barão de Mauá à rede do Metrô.<br />

Figura 3.8: Rede Ferroviária Urbana do Rio de Janeiro, com rota indicativa do TAV<br />

3.4.10 A rede de trens metropolitanos em São Paulo (CPTM) é uma rede de 262km e 6 linhas,<br />

cobrindo a área metropolitana mais extensa, bem como Jundiaí. Aproximadamente 1,9<br />

milhões de passageiros usam o sistema diariamente, que tem o foco em diversas<br />

estações centrais, incluindo a Barra Funda e a Luz. Os usuários que usam o trem<br />

metropolitano para acessar o terminal do TAV precisarão fazer a transferência para uma<br />

linha do metrô para acessar a estação Tietê.<br />

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3.4.11 O sistema do metrô em São Paulo, que tem quatro linhas, totalizando 61km de trilhos,<br />

opera junto com os trens metropolitanos da CPTM. A Figura 3.9 tem um diagrama do<br />

sistema ferroviário local, com a linha indicativa do TAV sobreposta. Essa figura também<br />

inclui o serviço de trem metropolitano Jundiaí – São Paulo discutido no parágrafo 3.2.23.<br />

O sistema é usado por 3,3 milhões de passageiros diariamente e espera-se que aumente<br />

de forma significativa com uma maior integração da rede ferroviária da CPTM. Uma<br />

quinta linha de metrô que vai para oeste, saindo da estação da Luz, está prevista para<br />

ser aberta em 2010. Combinada com o número de passageiros da rede da CPTM total,<br />

espera-se que atinja 7 milhões de passageiros por dia até 2014.<br />

Figura 3.9: Rede Ferroviária Urbana de São Paulo, com rota indicativa do TAV<br />

3.4.12 Apesar de os Aeroportos Santos Dumont e Congonhas estarem localizados<br />

centralmente, o acesso rodoviário ainda pode ser difícil considerando os altos níveis de<br />

congestionamento, especificamente nas horas de pico, com uma grande variabilidade no<br />

tempo de acesso por ônibus, carro ou táxi, apesar de isso depender do horário do dia e<br />

da direção da viagem.<br />

3.4.13 A respeito do acesso rodoviário aos aeroportos, em São Paulo, os passageiros que<br />

chegam nos vôos no Aeroporto de Congonhas de manhã ou partem a noite vivenciarão<br />

mais atrasos, já que essas viagens são realizadas em vias na superficiais (não há via<br />

expressa direta ligando a Congonhas), e a direção de viagem corresponde ao fluxo do<br />

horário de pico de tráfego entre as áreas comerciais centrais. As velocidades nessas ruas<br />

têm, em média, menos do que 20km/h durante o horário de pico. O Aeroporto de<br />

Guarulhos tem acesso direto por via expressa com início a aproximadamente 3km do<br />

centro pelas Rodovias Dutra, Ayrton Senna, e Helio Smidt, e essa experiência atrasa em<br />

ambas as direções de manhã e de tarde.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

3.4.14 No Rio de Janeiro, as vias de acesso para o Santos Dumont a partir do centro da cidade<br />

são vias em superfície, e podem estar congestionadas, porém, como a distância é muito<br />

curta (cerca de 2km) isso não terá um impacto significativo no tempo de viagem. O<br />

acesso a partir do norte é por meio de uma via expressa elevada, que, em geral, é<br />

congestionada, enquanto, a partir do sul, a via expressa a beira-mar é menos<br />

congestionada e utiliza o fluxo periódico nas manhãs para melhorar o fluxo do tráfego e<br />

aliviar o congestionamento. No Galeão, assim como em Congonhas, os passageiros que<br />

chegarem nos vôos de manhã e partirem à tarde estarão sujeitos a maiores atrasos em<br />

virtude de viajarem com o fluxo de tráfego do horário de pico a partir do centro da cidade.<br />

Há acesso de via expressa direto para o centro da cidade a partir do Galeão.<br />

3.5 Preços de Passagem e Custos de Viagem<br />

3.5.1 Exceto o tempo, a principal consideração na escolha do modo é o custo monetário da<br />

viagem. Para os modos por avião e ônibus, uma variedade de preços de passagens é<br />

disponibilizada dentro de um mercado regulado para maximizar a lucratividade. Para<br />

usuários de carro, o custo monetário da viagem observado inclui pedágios e combustível<br />

como despesas diversas, bem como outros custos variáveis que não são facilmente<br />

percebidos tais como custos de manutenção, óleo e consumo de pneu. A seção a seguir<br />

analisa o custo de viagem por avião, carro particular e ônibus na área de influência.<br />

Preços de Passagens Aéreas<br />

3.5.2 As Tabelas 3.4 e 3.5 apresentam uma análise dos preços das passagens praticados em<br />

2 de março de 2009. Os preços de passagens em dias de semana e fins de semana<br />

foram pesquisados um dia e uma semana de antecedência. A pesquisa foi limitada à<br />

TAM e GOL em virtude de elas operarem mais do que 85% dos vôos e oferecerem uma<br />

comparação útil, enquanto a Oceanair opera um serviço limitado. Os preços das<br />

passagens foram considerados com preço em uma base só de ida (ou seja, sem<br />

desconto para a passagem da volta) e inclui a taxa de embarque de R$ 15,42 no Santos<br />

Dumont e R$ 19,62 em Congonhas.<br />

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Tabela 3-4: Preços de Passagens por dia da semana e horário de vôo, do Rio de<br />

Janeiro para São Paulo<br />

Primeiro<br />

Vôo<br />

Dia de semana (3/Mar/09)<br />

Último<br />

Vôo<br />

GOL TAM<br />

Nenhum<br />

Vôo<br />

Preço da<br />

Passagem<br />

em R$<br />

Página 39 de 149<br />

Primeiro<br />

Vôo<br />

Último<br />

Vôo<br />

Nenhum<br />

Vôo<br />

Preço da<br />

Passagem<br />

em R$<br />

Início da<br />

Manhã 0510 n/a 1 174,42 0615 0645 2 214,92<br />

Horário de<br />

Pico da Manhã 0610 1010 9 394,42 0715 0915 5 474,92<br />

Meio dia 1040 1610 12 174,42 0945 1615 14 214,92<br />

Horário de<br />

Pico da Tarde 1640 2110 10 394,42 1645 2115 10 474,92<br />

Sábado (7/Mar/09)<br />

Início da<br />

Manhã nenhum 0645 n/a 1 214,92<br />

Horário de<br />

Pico da Manhã 0640 1010 8 364,42 0715 0915 5 434,92<br />

Meio dia 1040 1540 6 174,42 0945 1545 10 214,92<br />

Horário de<br />

Pico da Tarde 1710 2010 2 364,42 1715 2015 3 434,92<br />

Domingo (8/Mar/09)<br />

Início da<br />

Manhã nenhum nenhum<br />

Horário de<br />

Pico da Manhã 0810 0940 3 364,42 0715 0845 2 434,92<br />

Meio dia 1040 1410 6 174,42 1015 1615 9 214,92<br />

Horário de<br />

Pico da Tarde 1510 2040 12 364,42 1645 2115 10 434,92<br />

Noite 2110 2110 1 460,42 nenhum<br />

Fonte – Websites das linhas aéreas, março de 2009.<br />

Tabela 3-5: Preços de Passagens por dia da semana e horário de vôo, de São<br />

Paulo para o Rio de Janeiro<br />

Primeiro<br />

Vôo<br />

Dia de semana (3/Mar/09)<br />

Último<br />

Vôo<br />

GOL TAM<br />

Nenhum<br />

Vôo<br />

Preço da<br />

Passagem<br />

em R$<br />

Primeiro<br />

Vôo<br />

Último<br />

Vôo<br />

Nenhum<br />

Vôo<br />

Preço da<br />

Passagem<br />

em R$<br />

Início da<br />

Manhã 0610 0640 2 178,62 0610 0630 2 219,12<br />

Horário de<br />

Pico da Manhã 0710 0940 6 398,62 0700 0930 6 479,12<br />

Meio dia 1010 1530 12 178,62 1000 1630 14 219,12<br />

Horário de<br />

Pico da Tarde 1605 2150 12 398,62 1700 2200 9 479,12<br />

Sábado (7/Mar/09)


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Primeiro<br />

Vôo<br />

Último<br />

Vôo<br />

GOL TAM<br />

Nenhum<br />

Vôo<br />

Preço da<br />

Passagem<br />

em R$<br />

Página 40 de 149<br />

Primeiro<br />

Vôo<br />

Último<br />

Vôo<br />

Nenhum<br />

Vôo<br />

Preço da<br />

Passagem<br />

em R$<br />

Início da<br />

Manhã 0630 n/a 1 219,12<br />

Horário de<br />

Pico da Manhã 0710 1140 9 368,62 0700 0930 6 439,12<br />

Meio dia 1210 1530 5 178,62 1000 1600 8 219,12<br />

Horário de<br />

Pico da Tarde 1710 2010 3 368,62 1730 2100 3 439,12<br />

Noite 2150 n/a 1 178,62<br />

Domingo (8-Mar-09)<br />

Início da<br />

Manhã nenhum nenhum<br />

Horário de<br />

Pico da Manhã nenhum 0730 0900 2 439,12<br />

Meio dia 1010 1510 8 178,62 1030 1630 11 219,12<br />

Horário de<br />

Pico da Tarde 1530 2150 13 368,62 1700 2200 9 439,12<br />

Fonte – Websites das linhas aéreas, março de 2009.<br />

3.5.3 As seguintes observações poderão ser feitas:<br />

A TAM e a GOL operam uma estrutura de preço de passagem consistente, com<br />

preços mais baixos disponíveis no início da manhã e ao meio dia, com preços<br />

mais altos durante os horários de pico da manhã e da tarde. Freqüentemente, os<br />

preços de horário de pico da tarde continuam os mesmos até o final do dia.<br />

Preços de passagens no valor de R$ 710 foram encontrados para viagens no<br />

mesmo dia nos horários de pico.<br />

A TAM e a GOL operam vôos a cada meia hora por todo o dia, apesar de os<br />

vôos partirem com diferença de 5 minutos entre elas, de forma que não<br />

proporcionam um intervalo consistente de 15 minutos.<br />

Os preços das passagens da GOL são, em geral, mais baixos do que os da TAM<br />

(por exemplo, R$ 178 comparado a R$ 219 para horário fora de pico, R$ 398<br />

comparado a R$ 479 para horário de pico); contudo, os preços das passagens<br />

fora do horário de pico parecem estar disponíveis em mais vôos na TAM,<br />

tornando a diferença geral menos pronunciada. A GOL se apresenta como uma<br />

linha aérea de custo baixo com um nível de serviço mais básico, enquanto a TAM<br />

é considerada uma linha aérea de serviço completo.<br />

3.5.4 Foram encontradas apenas pequenas variações para passagens com antecedência de<br />

uma semana ou um mês para todos os tipos de preços. Os níveis de preço de passagem<br />

cobrados foram os mesmos, mas os preços de passagem mais baixos es<strong>tav</strong>am<br />

disponíveis em mais vôos na seqüência dos horários de pico.<br />

3.5.5 As normas a respeito da flexibilidade das passagens a alterações e cancelamentos<br />

variam por operadora:<br />

A GOL tem as políticas mais flexíveis. Alterações podem ser feitas gratuitamente<br />

(pagando somente a diferença do preço da passagem) para alterações até 24<br />

horas – alterações feitas após esses horários estão sujeitas a encargos de cerca<br />

de R$ 50. Isso se aplicou às passagens de horário de pico e fora do horário de<br />

pico que foram testadas.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

A TAM é mais restritiva, cobrando o valor mais baixo entre R$ 100 ou 60% do<br />

custo da passagem para preços de passagem em horário de pico, e R$ 30 ou 5%<br />

para os preços de passagem mais caros. Somente na classe de preço mais alta<br />

(custando acima de R$ 600) as alterações podem ser feitas gratuitamente.<br />

3.5.6 Conforme discutido na Seção 3.4 – Acesso e Complemento, os preços dos táxis podem<br />

representar uma parte significativa da despesa de viagem ao viajar de avião. A Tabela<br />

3-6 apresenta os preços representativos de táxi em 2009, variando de apenas R$ 9 para<br />

atingir o Santos Dumont a partir do centro da cidade do Rio de Janeiro, até mais de<br />

R$ 100 para chegar ao Aeroporto de Guarulhos a partir da área comercial da Avenida<br />

Paulista em São Paulo. As percepções dos preços de táxi também são discutidas na<br />

Seção 5.2 – Focus Groups.<br />

Tabela 3-6: Preços representativos de táxi para aeroportos no Rio de Janeiro e em<br />

São Paulo<br />

Rio de Janeiro<br />

São Paulo<br />

Origem Destino<br />

Centro do RJ<br />

Copacabana<br />

Barra da Tijuca<br />

Centro de PD<br />

(Tradicional)<br />

Área Comercial<br />

da Faria Lima<br />

Área Comercial<br />

da Av. Paulista<br />

Página 41 de 149<br />

Distância<br />

(km)<br />

R$<br />

Galeão 20 30<br />

St. Dumont 2-3 9<br />

Galeão 25 40<br />

St. Dumont 10 30<br />

Galeão 36 55<br />

St. Dumont 29 50<br />

Congonhas 12 30<br />

Guarulhos 27 75<br />

Congonhas 10 25<br />

Guarulhos 35 95<br />

Congonhas 8 25<br />

Guarulhos 32 110<br />

Viagem de carro<br />

Os pedágios e o combustível representam um custo significativo para a viagem interurbana<br />

interurbana na área de interesse. A maior parte das rodovias de longa distância no<br />

e todas as rodovias interurbanas na área de interesse, foram concedidas para<br />

privadas que cobram pedágio. A


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

3.5.7 Tabela 3-7 resume o custo desses pedágios, juntamente com o custo da gasolina,<br />

usando R$ 2,46 como preço de orientação, e supondo um consumo de 10 km por litro.<br />

Uma parcela de carros no Brasil também usa álcool, que é assumido a R$ 1,57 por litro,<br />

com um consumo de 7 km por litro. Outros custos, tais como manutenção, custos com<br />

pneus, óleo lubrificante, e outros relacionados ao uso do carro, não foram incluídos no<br />

modelo de escolha de modo em virtude desses custos variáveis não terem sido<br />

determinados como sendo um fator significativo na escolha do modo. Contudo, os custos<br />

operacionais dos veículos foram incluídos no Volume 3 – Avaliação Econômica.<br />

Página 42 de 149


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Tabela 3-7: Pedágios e custos de combustível na área de influência<br />

Rota<br />

Página 43 de 149<br />

Custo do<br />

Combustível<br />

(R$ - gasolina)<br />

Distância<br />

(km)<br />

Pedágio<br />

(R$)<br />

Total<br />

do<br />

custo<br />

da<br />

viagem<br />

(R$)<br />

Rio de Janeiro São Paulo 105,53 429 30,60 136,13<br />

Rio de Janeiro Volta Redonda 28,29 115 8,50 36,79<br />

Rio de Janeiro São José dos Campos 81,67 332 25,50 107,17<br />

Rio de Janeiro Campinas 129,89 528 37,80 167,69<br />

Volta Redonda São José dos Campos 53,38 217 17,00 70,38<br />

Volta Redonda São Paulo 77,24 314 24,90 102,14<br />

Volta Redonda Campinas 101,60 413 29,30 130,90<br />

São José dos Campos São Paulo 23,86 97 7,90 31,76<br />

São José dos Campos Campinas 48,22 196 12,30 60,52<br />

São Paulo Campinas 24,35 99 11,80 36,15<br />

Preços de Passagens de Ônibus<br />

3.5.8 Os preços de passagens de ônibus são regulados, com os preços máximos impostos<br />

pelo governo para cada rota, com base em uma tarifa por quilômetro. A tabela a seguir<br />

apresenta os preços cobrados recentemente em cada rota. À parte das promoções<br />

especiais ocasionais, os preços não variam significativamente com base no horário do<br />

dia, dia da semana, ou compra antecipada. Os preços das passagens de ônibus são<br />

apresentados no Anexo B, e eles variam de R$ 0,14/km a R$ 0,22/km.<br />

Tabela 3-8: Preços de Passagens das principais rotas São Paulo – Campinas – Rio<br />

de Janeiro<br />

Rota<br />

Preço real<br />

cobrado<br />

(R$ - 2009)<br />

São Paulo – Campinas (todas) 19,50<br />

Rio de Janeiro - Campinas<br />

São Paulo - Rio de Janeiro<br />

Convencional 74<br />

Executiva 96<br />

Leito 125<br />

Convencional 63,50<br />

Executiva 78<br />

Leito 99 a 102


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Preços de Passagens de Trem: Jundiaí – São Paulo<br />

3.5.9 O preço das passagens de trem no serviço da CPTM entre Jundiaí e São Paulo é de<br />

R$ 2,55, que é um preço fixo para todo o sistema da CPTM. Muitos usuários desfrutam<br />

de um programa do governo no qual os usuários sacrificam uma porcentagem de seu<br />

salário para pagar sua viagem para o trabalho [Vale Transporte]. Contudo, somente a<br />

opção de transporte mais barata é coberta por esse programa, que, de Jundiaí a São<br />

Paulo, é o serviço da CPTM (os preços das passagens de ônibus têm média de cerca de<br />

R$ 9,50).<br />

3.5.10 Espera-se que o preço das passagens e o nível de serviço para o TAV seja<br />

significativamente diferente (cerca de R$ 25 e tempo de viagem de 14 minutos) então, é<br />

improvável que esse serviço concorra com o TAV. Um fator adicional é a estação local –<br />

se, conforme previsto, a estação obrigatória do TAV estiver localizada nos arredores de<br />

Jundiaí, ela não concorrerá em termos de localização com a estação da CPTM próxima<br />

ao centro de Jundiaí.<br />

3.6 Níveis de Demanda<br />

3.6.1 A seção anterior discute as opções que estão disponíveis para os usuários no corredor<br />

do estudo. Esta seção examina a demanda que realmente usa cada modo, e as<br />

tendências históricas que foram observadas para cada um dos modos interurbanos que<br />

estão disponíveis.<br />

Avião<br />

3.6.2 O serviço de ―ponte aérea‖ de alta freqüência entre Congonhas e Santos Dumont<br />

transportou 67% do total de passageiros entre essas cidades em 2007, conforme<br />

observado na Tabela 3.9. Contudo, esses números incluem passageiros fazendo<br />

conexão para outros serviços nacionais e internacionais, que mais provavelmente usam o<br />

Galeão e/ou Guarulhos. Se examinarmos apenas os passageiros ponto a ponto Rio de<br />

Janeiro – São Paulo, espera-se que a ponte aérea obtenha uma parcela ainda maior do<br />

mercado.<br />

Tabela 3-9: Volumes de Passageiros Aéreos entre o Rio de Janeiro e São Paulo,<br />

em 2007<br />

Rota Passageiros / ano % de participação<br />

Congonhas – Santos Dumont 2.961.125 67,09%<br />

Congonhas – Galeão 603.486 13,67%<br />

Guarulhos – Galeão 810.298 18,36%<br />

Guarulhos – Santos Dumont 38.889 0,88%<br />

Total 4.413.798 100,00%<br />

Fonte: ANAC 2007<br />

3.6.3 A Figura 3.10 apresenta e evolução histórica do número de passageiros entre os<br />

aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro, entre 2000 e 2007. A crise econômica de<br />

2002 e a operação de ―Code Share‖ entre a Varig e a TAM em 2003 reduziram a<br />

freqüência de vôos e parece ter resultado em uma leve redução na demanda. A redução<br />

de 2007 é atribuída parcialmente à interrupção causada por um acidente em Congonhas<br />

em julho daquele ano. Isso também reduziu a participação de mercado do serviço de<br />

―ponte aérea‖ — na maioria dos anos é superior a 67%.<br />

Página 44 de 149


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Figura 3.10: Volume de Passageiros Anuais entre Rio de Janeiro e São Paulo<br />

Fonte: ANAC<br />

3.6.4 Os vôos do Aeroporto Galeão também servem o Aeroporto de Viracopos próximo a<br />

Campinas, com cerca de 250.000 passageiros por ano. Até 2004, esses vôos serviam o<br />

aeroporto Santos Dumont, mas foram trocados para dar prioridade ao serviço de ponte<br />

aérea. Isso não causou um impacto significativo na demanda por vôos.<br />

3.6.5 A sazonalidade de vôos entre o Rio de Janeiro e São Paulo é relativamente estável. O<br />

mês de pico é maio, com 6% acima da média, enquanto o mês de baixa é fevereiro, com<br />

11% abaixo da média, refletindo a demanda menor por viagens executivas durante o<br />

período do feriado de Carnaval. Dezembro também fica 4% abaixo da média.<br />

3.6.6 A Tabela 3.10 resume a freqüência média de vôos em cada direção entre os aeroportos<br />

no Rio de Janeiro e em São Paulo que operaram em 2008, conforme fornecido pela<br />

ANAC, a agência de aviação civil <strong>brasil</strong>eira. 76% dos vôos operaram na ―ponte aérea‖<br />

entre Congonhas e Santos Dumont; observe que os 77 vôos por dia na ―ponte aérea‖ é<br />

uma média durante 2008 e inclui os vôos da Oceanair não incluídos na análise de preços<br />

de passagens na Seção 3.5.<br />

Tabela 3-10: Freqüência de vôos de dia de semana em cada direção Rio de Janeiro<br />

– São Paulo<br />

Aeroportos de São<br />

Paulo<br />

Fonte: ANAC / 2008<br />

Página 45 de 149<br />

Aeroportos do Rio de Janeiro<br />

Santos Dumont Galeão<br />

Congonhas 77 10<br />

Guarulhos 0 6-7<br />

Viracopos 0 7


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Níveis de Demanda - Carro<br />

3.6.7 A Figura 3.11 apresenta os locais das principais rodovias com pedágio que ligam São<br />

Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, com o volume de AADT (média anual de tráfego<br />

diário) de todos os veículos, para ambos os sentidos, onde os dados es<strong>tav</strong>am<br />

disponíveis. Os fluxos aumentam consideravelmente próximos a São Paulo, a partir do<br />

Rio de Janeiro e de Campinas; de Campinas, mais de 130.000 veículos passam pela<br />

―screenline‖ [linha de corte da área de estudo] consistindo das praças de pedágio nas<br />

rodovias Anhanguera e Bandeirantes, enquanto que, a partir do Rio de Janeiro, quase<br />

120.000 passam pelas praças de pedágio da Dutra e da Ayrton Senna/Carvalho Pinto em<br />

ambas as direções.<br />

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Figura 3.11: AADT de todos os veículos em ambas as direções em praças de pedágio.<br />

[A Classificação das rodovias se refere à qualidade da superfície da pavimentação, sinalização e geometria da rodovia]<br />

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3.6.8 A Figura 3.12 destaca o volume diário de tráfego na rede rodoviária no Estado de São<br />

Paulo em 2000. Os volumes entre Campinas e São Paulo são consistentemente<br />

pesados, enquanto o tráfego para São José dos Campos também é muito alto, antes de<br />

diminuir regularmente em direção a Volta Redonda e Rio de Janeiro.<br />

Figura 3.12: Volume de tráfego no Estado de São Paulo - 2000 (todos os veículos)<br />

Fonte: PDDT Live 2000/2020<br />

3.6.9 Os dados de AADT mostram que os volumes de tráfego aumentaram em todas as<br />

rodovias nos últimos anos, com exceção da Ayrton Senna/Carvalho Pinto entre São<br />

Paulo e São José dos Campos, em virtude das restrições impostas aos tipos de veículos,<br />

e uma mudança na estrutura de pedágio, que causaram uma mudança para a Rodovia<br />

Dutra.<br />

3.6.10 A Figura 3.13 apresenta uma visão geral do tráfego histórico no corredor do estudo para<br />

comparar as tendências de tráfego, observadas a partir dos dados de cobrança de<br />

pedágio. A Rodovia Presidente Dutra (Praça de Paratei) foi usada para o tráfego do Rio<br />

de Janeiro para São Paulo, as rodovias Bandeirantes e Anhanguera (nas praças de<br />

Itupeva e Valinhos Norte) foram usadas para o tráfego de São Paulo-Campinas e a<br />

Rodovia Dom Pedro I foi usada para o tráfego de São José dos Campos para Campinas<br />

(no ponto do km 56). Esta última rota é usada para viagens entre o Rio de Janeiro e<br />

Campinas.<br />

3.6.11 Deve ser observado que dados precisos usados para expandir as pesquisas para<br />

determinar as matrizes de origem e destino finais foram obtidos conforme descrito em<br />

mais detalhes no Capítulo 6 – Desenvolvimento de Modelo.<br />

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Figura 3.13: Visão geral de viagem histórica no corredor do estudo<br />

Fonte: Números do Consórcio com base em dados da ANTT e DERSA<br />

3.6.12 O crescimento do tráfego tem sido muito rápido entre São Paulo e Campinas, com um<br />

crescimento de mais de 10% ao ano entre 1999 e 2007. Esse também tem sido o<br />

corredor de maior tráfego, e reflete a integração contínua de cidades (incluindo Jundiaí) à<br />

―megalópole‖. Ao contrário, o crescimento tem sido fixo na rota entre São José dos<br />

Campos e Campinas. A leste de São José dos Campos, o crescimento do tráfego na<br />

Rodovia Dutra entre Rio de Janeiro e São Paulo tem sido, em média, de<br />

aproximadamente 5% ao ano.<br />

3.6.13 Esta seção resume as condições das rodovias, conforme elas se aplicam a todos os<br />

veículos. As informações sobre as opiniões dos usuários das rodovias e os resultados<br />

das pesquisas de origem-destino estão contidas no Capítulo 5 - Pesquisas. A seção a<br />

seguir contém uma análise de um segmento específico do usuário de rodovias que<br />

concorrerá com o TAV, ônibus regulares e fretados.<br />

Níveis de demanda - ônibus<br />

3.6.14 A demanda nas conexões primárias por ônibus entre Rio de Janeiro - São Paulo -<br />

Campinas é apresentada na Figura 3.14.<br />

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Figura 3.14: Passageiros por Ônibus, por Ano<br />

Fonte: Operadoras de ônibus e administrações de terminal rodoviário.<br />

3.6.15 Conforme é observado em muitos locais ao redor do mundo, o número de passageiros<br />

de ônibus é estático ou está caindo. Conforme as sociedades se tornam mais afluentes,<br />

a frota de carros particulares aumenta, e a mudança de modo ocorre do ônibus para o<br />

carro. Isso é especificamente comum para viagem interurbana quando os benefícios da<br />

viagem de ônibus que podem ser aparentes na viagem urbana (por exemplo, medidas de<br />

prioridade de ônibus, rede de transporte público integrado) são menos óbvios.<br />

Resumo<br />

3.6.16 Um resumo do crescimento histórico dos 3 principais modos no corredor do estudo é<br />

apresentado na Figura 3.15. Foi atribuída uma nova base ao número de viagens<br />

fornecendo aos números em 2000 um valor de 1,00. Quando houve diversos movimentos<br />

de viagem diferentes, eles foram agregados usando as durações das viagens.<br />

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Figura 3.15: Resumo do número histórico de crescimento de viagens por avião,<br />

carro e ônibus<br />

3.6.17 A maior parte do tráfego rodoviário cresceu rapidamente durante os últimos 8 anos, e,<br />

conforme mencionado acima, esse crescimento tem sido especificamente forte no<br />

corredor São Paulo-Campinas. Ao contrário, o número de passageiros de ônibus está<br />

caindo, refletindo a frota de carros particulares cada vez maior em virtude do aumento da<br />

renda doméstica. Talvez de forma surpreendente, o crescimento dos passageiros aéreos<br />

tem sido muito menor do que o crescimento observado nas principais rodovias no<br />

corredor. Entre 2000 e 2007, ele foi de em média apenas em torno de 1% ao ano, e, na<br />

verdade, atingiu o pico em 2006, apesar de a redução em 2007 ter sido afetada pela<br />

capacidade reduzida em Congonhas em virtude de um acidente e da repavimentação<br />

necessária das pistas para melhorar a drenagem. Essa taxa de crescimento lenta sugere<br />

que os problemas de capacidade em Congonhas estão realmente causando uma<br />

restrição no crescimento.<br />

3.7 Planos Futuros<br />

Aéreo<br />

Serviço de Aeroporto para Guarulhos<br />

3.7.1 O Trem da Cidade de Guarulhos e o Expresso Aeroporto são dois <strong>projeto</strong>s sobrepostos<br />

com o objetivo de ligar as cidades de São Paulo e Guarulhos. O primeiro, um <strong>projeto</strong><br />

social com preços de passagem regulados, visa propiciar um sistema de transporte de<br />

alta capacidade entre a estação Barra Funda em São Paulo e a cidade de Guarulhos. O<br />

segundo <strong>projeto</strong> oferece um nível de serviço mais alto, com preços de passagem não<br />

regulados servindo o Aeroporto de Guarulhos. Ambos os <strong>projeto</strong>s são apresentados na<br />

Figura 3.16.<br />

3.7.2 Espera-se que o Trem da Cidade de Guarulhos cubra a rota de 19 km em 15 minutos,<br />

com um intervalo entre trens de 12 minutos.<br />

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3.7.3 O Expresso Aeroporto ligará a área central de São Paulo diretamente a Guarulhos, sem<br />

paradas intermediárias. Espera-se que a rota de 31 km leve 20 minutos para ser<br />

percorrida. A redução na duração da viagem tornará o Aeroporto de Guarulhos uma<br />

alternativa mais viável para Congonhas.<br />

Figura 3.16 Trens propostos para a cidade de Guarulhos e Expresso do Aeroporto<br />

de Guarulhos<br />

3.7.4 Esse <strong>projeto</strong> está atualmente em processo de licitação e a demanda de São Paulo para o<br />

aeroporto de Guarulhos não foi considerada nesse <strong>projeto</strong>.<br />

Ligação por VLT da estação São Judas ao aeroporto de Congonhas<br />

3.7.5 O sistema VLT ligará a estação do metrô São Judas à Linha 9-Esmeralda da CPTM,<br />

passando por Congonhas e atravessando a Linha 5 do Metrô, conforme observado na<br />

figura abaixo. O primeiro trecho, entre São Judas e Congonhas, é planejado para<br />

operação em teste em 2010. Ainda não foi determinado se o sistema light rail irá trafegar<br />

em via própria ou preferencial, ou em tráfego misto e sujeito a congestionamento.<br />

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Figura 3.17: Layout do VLT no Aeroporto de Congonhas<br />

Futuros Projetos Rodoviários – Impactos em Carros e Ônibus<br />

Arco Rodoviário<br />

3.7.6 O ―Arco Rodoviário‖ do Rio de Janeiro (figura 3.18) operará como uma conexão cruzada<br />

entre as diversas rodovias radiais que entram na cidade do Rio de Janeiro. Espera-se<br />

que o Arco Rodoviário reduza o volume de tráfego e o congestionamento nas rotas no<br />

Rio de Janeiro. Isso pode ter um impacto sobre o TAV pela redução dos tempos de<br />

viagem dos modos concorrentes de ônibus e carro particular, apesar de a demanda<br />

induzida poder reduzir esses benefícios com o decorrer do tempo. A construção está<br />

atualmente em andamento e estima-se atualmente sua conclusão em 2012.<br />

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Figura 3.18: Arco Metropolitano<br />

Ampliação da Rodovia Dutra<br />

3.7.7 O contrato de concessão da Rodovia Presidente Dutra prevê a construção de uma nova<br />

pista da Serra das Araras, conforme apresentado na Figura 3.4. Essa seção<br />

permanecerá com 2 pistas em cada direção, mas será recapeada para melhorar a<br />

capacidade e a segurança. Espera-se ter um impacto mínimo no tempo de viagem total.<br />

Rodoanel Mário Covas em torno de São Paulo<br />

3.7.8 Na região metropolitana de São Paulo, o principal <strong>projeto</strong> rodoviário de interesse é o<br />

Rodoanel Mario Covas (figura 3.19), que, no final, circulará a região metropolitana em<br />

uma distância de 20 a 40 km a partir do centro de São Paulo. Sua extensão total será de<br />

170 km, ligando os principais corredores para acessar a cidade e oferecendo uma via<br />

secundária para os veículos que atravessam São Paulo. Na figura abaixo, a seção oeste<br />

(em amarelo) foi concluída, enquanto se espera que a seção sul (em azul escuro), que<br />

está em construção, seja concluída até o final de 2009 ou 2010. Espera-se que a<br />

construção da seção norte (em vermelho) seja iniciada em 2010, enquanto a seção leste<br />

ainda está em estágio de planejamento.<br />

3.7.9 O impacto do Rodoanel no TAV é a redução do congestionamento no acesso à cidade de<br />

São Paulo, diminuindo o congestionamento e os tempos de viagem para carros e ônibus.<br />

Esse <strong>projeto</strong> também tornará a viagem rodoviária mais atraente para áreas ao redor da<br />

periferia da região. O maior impacto de ambas as rodovias será a viagem induzida em<br />

uma rede já muito congestionada. Adicionalmente, a capacidade urbana terá um impacto<br />

mínimo nos níveis de congestionamento em virtude da frota de carros particulares cada<br />

vez maior.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Figura 3.19: Rodoanel<br />

3.7.10 O impacto do congestionamento e da capacidade aumentada oferecidos por esses<br />

<strong>projeto</strong>s rodoviários e de como eles são incorporados na modelagem é discutido na<br />

Seção 7.2<br />

3.8 Resumo e Impactos no TAV<br />

3.8.1 A tabela a seguir apresenta um resumo dos problemas que foram identificados na seção<br />

anterior e que podem ter um possível impacto no TAV. A forma como esses problemas<br />

informaram a modelagem está nos Capítulos 4 e 6 da Metodologia, enquanto muitos<br />

desses problemas são explorados adicionalmente na Seção 5.2 - Focus Groups do<br />

capítulo de Pesquisas.<br />

Tabela 3-11: Resumo de modos concorrentes com possível impacto no TAV<br />

Problema Situação Possível Impacto no TAV<br />

Localização e<br />

acesso de<br />

aeroportos<br />

domésticos<br />

Avião<br />

Rio de Janeiro - Santos Dumont: O<br />

Aeroporto fica a 2 km do centro,<br />

acessibilidade excelente a partir das<br />

áreas centrais do Rio de Janeiro.<br />

Nenhuma alteração planejada que afete o<br />

acesso<br />

São Paulo-Congonhas: O Aeroporto fica a<br />

11 km ou menos de todos os centros<br />

comerciais, acesso por meio de ruas<br />

congestionadas, atualmente com conexão<br />

de metrô/ônibus.<br />

Página 55 de 149<br />

Conveniência da localização dos<br />

aeroportos torna o modo por avião<br />

mais competitivo do que nos mercados<br />

similares em outras cidades; Os planos<br />

futuros de melhorar o acesso a<br />

Congonhas melhorariam a<br />

confiabilidade do tempo de viagem


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Problema Situação Possível Impacto no TAV<br />

Localização e<br />

acesso de<br />

aeroportos<br />

internacionais<br />

Serviço Aéreo de<br />

―Ponte Aérea‖<br />

Restrições de<br />

capacidade<br />

Preços de<br />

Passagens<br />

Lucratividade<br />

Congestionamento<br />

Localização dos<br />

terminais de<br />

ônibus<br />

Rio de Janeiro-Galeão e São Paulo-<br />

Guarulhos são, ambos, percebidos como<br />

sendo distantes de seus respectivos<br />

centros. Acesso na maior parte por táxi,<br />

carro particular ou ônibus especial.<br />

Três linhas aéreas concorrentes oferecem<br />

mais de 70 vôos por dia em cada trecho,<br />

fornecendo grande flexibilidade para os<br />

usuários<br />

Congonhas é o único aeroporto com<br />

restrições de capacidade significativas,<br />

sofrendo regularmente de atrasos em<br />

ocasiões de mau tempo em virtude da<br />

demanda exceder a capacidade dos<br />

instrumentos.<br />

Os preços da ―ponte aérea‖ não são<br />

regulados e, em geral, são mais altos por<br />

km do que em outros pares de cidades. A<br />

compra antecipada não é exigida para se<br />

obter preços mais baixos, rigorosamente<br />

oferta e demanda com a manhã e a noite<br />

sendo mais caras.<br />

O serviço de ―Ponte Aérea‖ é muito<br />

lucrativo para as 3 operadoras envolvidas<br />

Carro<br />

Em geral, um problema somente dentro<br />

das cidades de São Paulo e Rio de<br />

Janeiro – pequeno congestionamento nas<br />

rodovias que as ligam.<br />

Nas áreas metropolitanas do Rio de<br />

Janeiro e São Paulo as rodovias de<br />

acesso sofrem de alto nível de<br />

congestionamento durante os horários de<br />

pico, o que pode ter um impacto no tempo<br />

das viagens regionais.<br />

Ônibus<br />

O terminal Tietê em São Paulo está<br />

localizado ao norte do centro é atendido<br />

por linha de Metrô e está em boa<br />

condição. O Novo Rio no Rio de Janeiro<br />

não é tão acessível e está,<br />

comparativamente, em condições<br />

deficientes.<br />

Página 56 de 149<br />

Atualmente não concorre de forma<br />

efetiva com o TAV, exceto no caso de<br />

usuários cujas origens/ destinos estão<br />

próximos aos respectivos aeroportos.<br />

A ligação com a ferrovia expressa<br />

proposta tornaria Guarulhos mais<br />

competitivo.<br />

A freqüência de serviço melhorou a<br />

concorrência da viagem aérea<br />

Nenhum plano em vigor para tratar<br />

diretamente desse problema, apesar<br />

de que se o acesso fosse melhorado<br />

para Guarulhos, alguns vôos poderiam<br />

ser transferidos para lá. A<br />

confiabilidade pode ser melhorada se<br />

os vôos forem reduzidos com a<br />

introdução do TAV.<br />

A flexibilidade de bilhetes nesse<br />

mercado torna a viagem aérea<br />

competitiva.<br />

Possível extensão para reduções nos<br />

preços das passagens no serviço de<br />

―ponte aérea‖ .<br />

Atualmente, o congestionamento<br />

oferece um bom motivo para usar o<br />

TAV, se o acesso for para os centros<br />

das cidades, e, para outras áreas,<br />

acessível por metrô.<br />

O TAV poderia representar uma opção<br />

mais confiável para as viagens<br />

regionais.<br />

A condição e a localização do terminal<br />

Novo Rio podem ser um impedimento<br />

para a viagem de ônibus.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Problema Situação Possível Impacto no TAV<br />

Serviço<br />

Congestionamento<br />

Corredor Jundiaí –<br />

São Paulo<br />

Apesar de o tempo de viagem ser<br />

substancialmente mais longo do que o do<br />

TAV (em 5,5 - 6 horas), ele é capaz de<br />

oferecer um serviço mais flexível em<br />

virtude de serviços de leito serem<br />

oferecidos para dar a oportunidade de<br />

economizar tempo de viagem, e, com<br />

alguns serviços diretos a partir de pontos<br />

localizados fora dos centros de São Paulo<br />

e Rio de Janeiro.<br />

O congestionamento dentro de São Paulo<br />

e Rio de Janeiro também tem um impacto<br />

nas viagens de ônibus, aumentando o<br />

tempo das viagens e reduzindo a<br />

confiabilidade.<br />

Trem<br />

O serviço local atual entre Jundiaí e São<br />

Paulo é o único serviço ferroviário que<br />

concorre em parte da rota do TAV. O<br />

custo é muito baixo e exige uma troca de<br />

trens.<br />

Página 57 de 149<br />

É mais provável que ocorram<br />

aumentos nos usuários de carros<br />

particulares do que dos ônibus atuais.<br />

Apesar dos serviços mais flexíveis,<br />

espera-se que o número de<br />

passageiros dos ônibus permaneça no<br />

mesmo nível, ou sofra uma queda.<br />

Tempos de viagem mais rápidos e<br />

mais confiáveis tornam o TAV uma<br />

opção mais atrativa.<br />

Exige uma troca de trens para atingir<br />

São Paulo; somente concorreria com o<br />

TAV na base de preço.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

4 Abordagem Geral de Pesquisas e Desenvolvimento<br />

de Modelo<br />

4.1 Introdução<br />

4.1.1 Este estudo visa desenvolver as estimativas de tráfego e receita para um novo serviço de<br />

ferrovia de alta velocidade de acordo com uma série de premissas diferentes. Este<br />

capítulo oferece uma visão geral da abordagem de estimativa de demanda, identificando<br />

um cenário e mostrando o resultado das estimativas de números de passageiros para<br />

esse cenário. Seguindo essa abordagem, o capítulo oferece uma visão geral do processo<br />

de desenvolvimento de modelo. O capítulo então conclui com uma breve descrição das<br />

tarefas assumidas durante esse estudo para possibilitar o desenvolvimento das<br />

estimativas de número de passageiros. A maior parte dos problemas descritos abaixo é<br />

discutida em maiores detalhes nos outros capítulos deste relatório.<br />

4.2 Abordagem de Previsão de Demanda Geral<br />

4.2.1 As estimativas de número de passageiros e receitas para o serviço de trem de alta<br />

velocidade são exigidas em várias condições diferentes. Essas previsões são<br />

desenvolvidas pelo lançamento de vários dados de entrada no modelo. Isso abrange<br />

diversos submodelos com base em relacionamentos matemáticos, que, juntos,<br />

determinam a demanda do TAV prevista com esses dados específicos. A Figura 4.1<br />

abaixo apresenta um fluxograma do processo de previsão apresentado no parágrafo<br />

4.2.10. As linhas pontilhadas indicam um processo de feedback ou um opcional, as<br />

outras linhas sólidas mostram o processo e as cores indicam o quadro ao qual elas estão<br />

associadas.<br />

Dados Sócio-econômicos<br />

por região<br />

(para o cenário)<br />

Demanda Induzida por<br />

Desenvolvimento Regional<br />

Impacto no<br />

Desenvolvimento Regional<br />

Definição de Cenário<br />

(do ano determinado)<br />

Submodelo de Geração<br />

de Viagem<br />

Submodelo de Distribuição<br />

de Viagem<br />

Submodelo de Escolha<br />

de Modo<br />

Demanda Desviada<br />

para o TAV<br />

Total da Demanda<br />

do Cenário Determinado<br />

Figura 4.1: Processo de Previsão de Demanda<br />

Página 58 de 149<br />

Rede do Cenário<br />

-Tempos de Viagem<br />

-Preços das Passagens<br />

Demanda Induzida por<br />

Economia de Tempo de Viagem


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4.2.2 O processo de estimativa começa com o desenvolvimento de um cenário específico.<br />

Cada cenário é projetado para representar condições específicas em um ano específico.<br />

Um cenário chave é definido como a combinação dos valores ―mais prováveis‖ para cada<br />

variável de dado de entrada. Esse cenário, conhecido como Caso Base, inclui as<br />

premissas de dados de entrada ―mais prováveis‖ que são desenvolvidas para cada ano<br />

limite. Para esse cenário, as premissas podem evoluir conforme o entendimento do<br />

serviço do TAV é desenvolvido e as respostas que podem ser esperadas pelos modos<br />

concorrentes. A derivação dessas premissas e seus valores são discutidos no Capítulo 7.<br />

4.2.3 Com o cenário definido, os valores exigidos para cada suposição de dado de entrada do<br />

ano determinado são desenvolvidos. Os elementos do lado da demanda estão<br />

amplamente relacionados às variáveis sócio-econômicas tais como população, emprego<br />

e renda, enquanto os dados de entrada do lado da oferta incluem variáveis tais como<br />

tempo de viagem e preços das passagens. Essas variáveis são discutidas abaixo na<br />

seção de <strong>projeto</strong> de modelo e com outros detalhes no Capítulo 6. Elas incluem:<br />

Premissas de rede de Cenário – por exemplo, tempo de viagem, atrasos, tempo<br />

de acesso, preços das passagens, pedágios, custo de combustível; e<br />

Premissas sócio-econômicas – por exemplo, população, emprego, número de<br />

trabalhadores, distribuição de renda, frota de carros particulares<br />

4.2.4 O primeiro conjunto de premissas desenvolvidas incluem os tempos e custos para o<br />

cenário determinado, e elas são usadas de duas formas. Primeiramente, elas são<br />

alimentadas ao submodelo de divisão de modo, para determinar a participação do<br />

mercado que cada modelo obtém. Entretanto, elas também são usadas indiretamente<br />

para determinar alterações aos padrões de viagem que podem ser esperados com a<br />

introdução do TAV. O primeiro elemento disso é a determinação de alterações previstas<br />

no desenvolvimento regional, onde o resultado é uma alteração à taxa de crescimento da<br />

população subjacente e taxa de emprego. Outros detalhes sobre isso são fornecidos no<br />

Capítulo 7.<br />

4.2.5 O outro conjunto principal de premissas se relaciona aos dados sócio-econômicos para<br />

cada área. Esses incluem população, emprego, renda, frota de carros particulares, e são<br />

desenvolvidos por ano para um cenário determinado. Contudo, conforme mencionado<br />

acima, eles incluem um ajuste para refletir as alterações de uso do solo que podem ser<br />

previstas a partir da introdução do serviço de trem de alta velocidade. Essas premissas<br />

sócio-econômicas são, então, alimentadas nos três submodelos, um submodelo de<br />

geração de viagem, um submodelo de distribuição de viagem e um submodelo de<br />

escolha de modo. Os detalhes sobre esses submodelos são fornecidos no Capítulo 6.<br />

4.2.6 O submodelo de geração de viagem usa os dados sócio-econômicos para determinar o<br />

número total de viagens feitas a partir de cada área, para o cenário determinado, no ano<br />

que pertencer à estimativa. Um dos dados de entrada desse modelo inclui uma medida<br />

de acessibilidade derivada da rede de oferta, resultando em viagens induzidas quando a<br />

acessibilidade melhorar. Esse total de viagens é, então, alimentado ao submodelo de<br />

distribuição de viagem.<br />

4.2.7 O segundo submodelo, distribuição de viagem, aloca as viagens a partir de cada origem<br />

entre todos os destinos. As viagens geradas a partir de cada zona são distribuídas entre<br />

os destinos em potencial com base em seu grau de ―atração‖ para um determinado<br />

cenário e ano. Essa ―atração‖ é determinada a partir de dados sócio-econômicos e de<br />

acessibilidade. O resultado desse estágio é uma matriz de viagem de origem-destino<br />

para o ano e cenário específicos, que é alimentada no submodelo de divisão de modo.<br />

4.2.8 O submodelo final, escolha de modo, divide as viagens entre todos os modos que estão<br />

disponíveis para cada pessoa para cada viagem. Ele usa informações na rede (por<br />

exemplo, tempos e custos) no cenário determinado, e as informações sócio-econômicas<br />

sobre as pessoas (por exemplo, renda e disponibilidade de carro). Um dos modos<br />

disponíveis pode ser o TAV, e é esse submodelo que calcula o número de passageiros<br />

do TAV.<br />

4.2.9 O número de passageiros resultante é composto da demanda das três fontes:<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Demanda desviada para o TAV;<br />

Demanda induzida por economia de tempo de viagem; e<br />

Demanda induzida pelo desenvolvimento regional.<br />

4.2.10 A demanda desviada para o TAV representa viagens que seriam feitas em um cenário<br />

equivalente sem o TAV, porém, por modos diferentes. Isso representa o quadro vermelho<br />

na Figura 4.1. O segundo componente de demanda, representado pelo quadro e setas<br />

azuis, inclui novas viagens que, sem o TAV, não teriam sido feitas, ou teriam sido feitas<br />

para destinos diferentes. Essas viagens foram ―induzidas‖ pela melhoria na<br />

acessibilidade. Um terceiro componente de demanda, apresentado em verde, representa<br />

as viagens adicionais que são derivadas da alteração ao uso do solo, ele próprio<br />

resultando da melhoria na acessibilidade. O total desses três componentes representa o<br />

total da demanda do TAV. Essas previsões de demanda são usadas pelo Modelo<br />

Econômico para avaliar a receita e os benefícios econômicos para esse cenário<br />

determinado. Os detalhes das estimativas de demanda são apresentados no Capítulo 8.<br />

4.3 Projeto e Desenvolvimento do Modelo<br />

4.3.1 O modelo usado na abordagem de estimativa de demanda descrito acima foi projetado<br />

para garantir que ele seja sensível às variáveis corretas e calibrado para determinar os<br />

relacionamentos entre essas variáveis. A Figura 4.2 apresenta uma visão geral do<br />

processo de desenvolvimento de modelo. Outros detalhes sobre o desenvolvimento do<br />

modelo são apresentados no Capítulo 6.<br />

Figura 4.2: Processo de Desenvolvimento de Modelo<br />

4.3.2 O processo começa com a identificação dos principais problemas e mercados para<br />

entender as viagens que podem usar o TAV e as considerações feitas na tomada de<br />

decisão de viagem. Isso informa o <strong>projeto</strong> do modelo, que é composto de 3 submodelos.<br />

O <strong>projeto</strong> do modelo especifica os dados que devem ser coletados (a partir das fontes<br />

existentes ou de novas pesquisas) e esses dados são, então, usados no processo de<br />

calibragem de modelo. Quando o modelo estiver calibrado, ele poderá ser usado para<br />

prever a demanda com diferentes premissas de dados de entrada.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

4.3.3 Os principais problemas e mercados em potencial para o TAV foram identificados<br />

primeiramente para que eles pudessem ser incorporados à modelagem. Alguns dos<br />

problemas de escolha de viagem significativos foram determinados por meio de focus<br />

groups (vide o capítulo a seguir), enquanto os mercados de viagem foram considerados<br />

usando 3 dimensões:<br />

localização da origem e destino de viagem;<br />

finalidade da viagem; e<br />

características do usuário.<br />

4.3.4 A localização da origem e destino da viagem pode afetar o comportamento da viagem em<br />

virtude de dois principais problemas. Viagens de distância mais longa podem ser feitas<br />

menos freqüentemente do que viagens mais curtas e podem envolver diferentes<br />

considerações de tempo e custo. De forma mais significativa, somente as viagens entre<br />

origens e destinos específicos têm a opção de usar o avião como modo. A finalidade da<br />

viagem pode afetar a tomada de decisão, especificamente a importância do tempo e do<br />

preço da passagem para o usuário. Finalmente, as características do usuário podem<br />

afetar o comportamento de realização de viagem, com questões tais como sua renda e<br />

taxa de frota de carros particulares influenciando de forma potencial a freqüência e o<br />

modo de viagem.<br />

4.3.5 Essas considerações foram incorporadas durante o <strong>projeto</strong> do modelo. As questões de<br />

escolha diferentes para viagens nas quais os vôos estão disponíveis (de longa distância)<br />

foram incluídas ao não considerar o modelo com base na disponibilidade de transporte<br />

aéreo. Além disso, duas finalidades de viagem foram desenvolvidas: relacionada a<br />

trabalho e não relacionada a trabalho, refletindo as diferentes questões na escolha de<br />

viagem para esses deslocamentos. Com as características do usuário incorporadas como<br />

variáveis dentro dos submodelos, 4 versões do modelo foram necessárias, com um<br />

modelo de demanda integrado para cada mercado:<br />

relacionada a trabalho - expressa;<br />

não relacionada a trabalho - expressa;<br />

relacionada a trabalho - regional; e<br />

não relacionada a trabalho - regional.<br />

4.3.6 Três submodelos foram desenvolvidos para determinar separadamente a geração de<br />

viagem, distribuição de viagem e compartilhamento de modo. Os resultados de cada<br />

submodelo oferecem os dados de entrada para o submodelo a seguir juntamente com<br />

outras variáveis (conforme apresentado na Tabela 4.1 abaixo). A integração dos<br />

submodelos foi, então, projetada um estágio adiante, com os dados sendo alimentados<br />

―upstream‖ bem como ―downstream‖. Isso possibilita que as opções de viagem<br />

disponíveis posteriormente no processo afetem a tomada de decisão anterior. Uma<br />

estrutura de modelo de escolha integrado foi, então, escolhida, a qual é discutida em<br />

mais detalhes no Capítulo 6.<br />

Tabela 4.1: Dados Exigidos para cada submodelo*<br />

Submodelo Dados Exigidos Resultado<br />

Geração de Viagem<br />

Distribuição de<br />

Viagem (Escolha de<br />

Destino)<br />

População<br />

Renda Média<br />

Frota de carros particulares<br />

Localização da Zona<br />

Acessibilidade (a partir da Escolha de<br />

Destino)<br />

Origens das Viagens (a partir da Geração<br />

de Viagem)<br />

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Número de viagens<br />

produzidas a partir de<br />

cada área<br />

Padrão de viagem<br />

destino-origem


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Escolha de Modo<br />

População<br />

Emprego<br />

Localização da Zona<br />

Acessibilidade (a partir da Escolha de<br />

Modo)<br />

Distribuição de Viagem (a partir da Escolha<br />

de Destino)<br />

Tempos de Viagem<br />

Tempos de acesso<br />

Tempos de Atraso<br />

Preços de Passagens<br />

Classe de renda<br />

Frota de carros particulares<br />

*Nem todos os 4 modelos de mercado usam todas as variáveis<br />

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Padrão de viagem de<br />

destino-origem por modo<br />

4.3.7 O estágio de geração de viagem foi projetado para incluir variáveis que influenciam a<br />

freqüência da viagem. Isso depende amplamente das características do usuário (por<br />

exemplo, sua renda) porém, a acessibilidade também foi projetada para ser incluída. A<br />

distribuição de viagem foi projetada para determinar a ―atração‖ de cada destino com<br />

base nas características sócio-econômicas dessa área e sua acessibilidade. Finalmente,<br />

o submodelo de escolha do modelo foi projetado para alocar viagens entre todos os<br />

modos, com base nas características do usuário (por exemplo, sua renda) e dos modos<br />

disponíveis (por exemplo, tempos de viagem). Conforme mencionado acima, esses<br />

submodelos foram desconsiderados pela disponibilidade do modo aéreo e por finalidade<br />

de viagem (relacionado a trabalho ou não relacionado a trabalho) fornecendo<br />

submodelos separados para cada um dos 4 mercados.<br />

4.3.8 A calibragem do modelo foi, então, realizada para testar o <strong>projeto</strong> do modelo com relação<br />

ao significado estatístico, e identificar a importância relativa de cada variável de entrada.<br />

Os resultados são diversos relacionamentos matemáticos para converter as variáveis de<br />

entrada no comportamento de viagem. Em virtude da necessidade de opções posteriores<br />

para afetar a tomada de decisão anterior, os últimos submodelos, escolha de modo,<br />

foram realmente calibrados em primeiro lugar, com os submodelos de geração de viagem<br />

estimados por último. Outros detalhes sobre a calibragem de modelo podem ser<br />

encontrados no Capítulo 6.<br />

4.3.9 Os dados usados para calibragem incluíram as fontes existentes e as novas pesquisas.<br />

Os dados sócio-econômicos existentes es<strong>tav</strong>am disponíveis no IBGE, enquanto os<br />

materiais publicados ofereceram uma fonte para tempos de viagem e preços de<br />

passagens. Além disso, a calibragem do submodelo de escolha de modo exigiram<br />

especificamente dados substanciais de preferência revelada (PR) e preferência<br />

declarada (PD). Os dados de PR representam as escolhas feitas atualmente pelas<br />

pessoas; com outros dados observados, eles podem ser usados para calibrar um<br />

modelo. Contudo, para calibrar um modelo incluindo um novo modo tal como o TAV, os<br />

dados de PR deverão ser complementados com os dados de PD, que representam as<br />

escolhas que as pessoas declaram que fariam em cenários hipotéticos. Os dados<br />

existentes estão descritos nos Capítulos 2 e 3, enquanto os detalhes sobre as novas<br />

pesquisas são fornecidos no Capítulo 5. Outros detalhes sobre a técnica de PD são<br />

fornecidos no Anexo E.<br />

4.4 Processo do Estudo<br />

4.4.1 Esta seção apresenta uma visão geral do processo de estudo com alguma indicação do<br />

nível de esforço exigido para cada estágio (com base no tempo gasto). As principais<br />

etapas realizadas durante o estudo foram relacionadas na Tabela 4.2. A escala de tempo<br />

ilustra o esforço que cada tarefa exigiu.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Tabela 4.2: Principais Estágios do Estudo<br />

Estágio Período<br />

Revisão de Estudos Anteriores Fevereiro de 2008 a Abril de 2008<br />

Coleta de Dados – Dados<br />

Existentes<br />

Fevereiro de 2008 a Outubro de<br />

2008<br />

Focus Groups Março de 2008 a Abril de 2008<br />

Coleta de Dados – Pesquisas de<br />

PR/PD<br />

Junho de 2008 a Dezembro de 2008<br />

Comparação e Ajuste de Dados Julho de 2008 a Dezembro de 2008<br />

Projeto de Modelo Abril de 2008 a Fevereiro de 2009<br />

Calibragem de Modelo Janeiro de 2009 a Fevereiro de<br />

2009<br />

Desenvolvimento de Cenário Abril de 2008 e de outubro de 2008<br />

Produção de Previsões de<br />

Demanda<br />

De outubro de 2008<br />

4.4.2 O primeiro estágio realizado foi uma revisão dos estudos anteriores para este corredor do<br />

estudo e em outro lugar. Esses estudos, que ajudaram a formar o entendimento inicial<br />

dos principais problemas e mercados, incluíram:<br />

PITU-2025 – Plano Integrado de Transporte Urbano para a Região Metropolitana<br />

de São Paulo;<br />

Pesquisa de Origens e Destinos de Transporte Rodoviário e Aéreo no Estado de<br />

São Paulo, Relatórios I-IV, Departamento de Transporte do Estado de São Paulo<br />

e ARTESP, 2005;<br />

Plano Diretor de Transporte Urbano na Região Metropolitana do Rio de Janeiro<br />

(PDTU-RMRJ), 2005;<br />

Pesquisa de Origem e Destino Doméstico da Região Metropolitana de Campinas<br />

– 2003;<br />

Plano de Transporte Municipal da Cidade de Campinas – 2003; e<br />

PDDT Vivo- Plano Diretor de Desenvolvimento de Transportes do estado de São<br />

Paulo – 2000/2025 (Atualizado em 2005).<br />

4.4.3 A coleta de dados também começou imediatamente no início do estudo. Essa<br />

terceirização abrangente de informações exigiu o maior investimento de recursos, com<br />

aproximadamente 11 meses de esforços gastos nessa tarefa. Os dados existentes foram<br />

coletados durante um período de 9 meses enquanto 10 meses foram gastos em novas<br />

pesquisas. Isso inclui os focus groups iniciais e as pesquisas de PR/PD finais. Esse<br />

grande investimento de tempo foi necessário para garantir que dados da máxima<br />

qualidade, com tamanhos de amostra suficientes para calibrar um modelo robusto de alta<br />

qualidade. Outros detalhes sobre o processo de pesquisa são fornecidos no Capítulo 5.<br />

4.4.4 O outro estágio que exigiu um esforço significativo foi o <strong>projeto</strong> do modelo. O<br />

desenvolvimento do modelo, descrito no Capítulo 6, começou no início do estudo e foi<br />

realizado durante 10 meses. A maior parte do esforço teve o foco no refinamento do<br />

<strong>projeto</strong> do modelo. A assistência neste estágio foi fornecida por um quadro consultivo da<br />

INGENIERIA DICTUC na Pontificia Universidad Catolica de Chile, Santiago.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

4.4.5 O desenvolvimento do cenário inicial foi realmente realizado durante o processo de<br />

<strong>projeto</strong> do modelo. As principais variáveis e seus valores previstos foram identificadas,<br />

tais como são observadas em outros serviços de trem de alta velocidade, para garantir<br />

que o modelo possa prever esses cenários. Contudo, o desenvolvimento do cenário<br />

detalhado somente começou mais tarde no estudo, quando os detalhes do <strong>projeto</strong> foram<br />

solidificados. Então, com o modelo totalmente calibrado, os cenários puderam ser usados<br />

para produzir as previsões de demanda real. Os cenários, a partir de então, evoluíram<br />

para otimizar as receitas, e considerar as respostas em potencial da concorrência e são<br />

apresentados no Capítulo 7.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

5 Pesquisas<br />

5.1 Introdução<br />

5.1.1 O capítulo anterior ofereceu uma visão geral da metodologia usada para desenvolver o<br />

modelo para prever o uso futuro do TAV. Este capítulo detalha a metodologia da<br />

pesquisa e os resultados dos três tipos de pesquisa realizados. A Seção 5.2 discute a<br />

ampla série de focus groups realizados para informar as pesquisas; a Seção 5.3 cobre a<br />

metodologia das pesquisas de preferência revelada e declarada, enquanto a Seção 5.4<br />

revela os resultados das pesquisas.<br />

5.1.2 Uma ampla série de pesquisas foi conduzida em 2008 para obter um insight das<br />

características das viagens que estão sendo feitas na área de influência do TAV,<br />

incluindo:<br />

a necessidade de entender o comportamento de viagem atual e futuro; e<br />

o mercado para serviços expressos e regionais para o TAV<br />

5.1.3 Essas informações são essenciais para concluir as exigências de dados do modelo e<br />

complementar as fontes de dados secundárias discutidas nos Capítulos 2 e 3, tais como<br />

os dados sócio-econômicos e dados dos modos concorrentes, tais como avião, carros e<br />

ônibus. Este capítulo oferece uma visão geral dos três tipos de pesquisas realizadas para<br />

atingir essas metas:<br />

Focus Groups para descobrir as atitudes a respeito do possível serviço do TAV<br />

e outros modos e informar o <strong>projeto</strong> das pesquisas;<br />

Pesquisas de Preferência Revelada para descobrir os atuais padrões de<br />

viagem na área de influência, incluindo informações de origem-destino; e<br />

Pesquisas de Preferência Declarada para medir as intenções futuras dos<br />

usuários nos cenários com base em escolha de modos de transporte alternados<br />

5.1.4 As pesquisas foram realizadas em rodovias, terminais de passageiros de ônibus e<br />

aeroportos no corredor do TAV. As pesquisas, suas metodologias e questionários foram<br />

aprovados em um workshop realizado em abril de 2008, com a participação de<br />

representantes do BID, do BNDES e do Consórcio.<br />

5.1.5 Inicialmente, as pesquisas mantiveram o foco na ligação Expressa entre Rio de Janeiro -<br />

São Paulo - Campinas. Subseqüentemente, as pesquisas de Preferência Revelada e<br />

Preferência Declarada foram estendidas para incluir a viagem entre as estações<br />

intermediárias propostas de São José dos Campos, Volta Redonda, e estações opcionais<br />

de Jundiaí, Resende e Aparecida.<br />

5.2 Focus Groups<br />

5.2.1 Como parte das atividades para determinar a possível demanda pelo TAV, a pesquisa<br />

qualitativa foi conduzida usando Focus Groups para estudar a ligação Expressa Rio de<br />

Janeiro - São Paulo - Campinas. Os principais objetivos foram:<br />

abordar o ―problema do novo modo‖, ou seja, o desafio da previsão de estimar a<br />

demanda por um modo de transporte que não existe atualmente no mercado.<br />

Isso é especificamente importante no Brasil, que não tem uma rede ferroviária de<br />

longa distância e, portanto, nenhum ponto de referência para as pessoas<br />

compararem;<br />

identificar os atributos que são importantes para essa nova escolha de<br />

transporte; tal como velocidade, serviço de bordo, preços dos bilhetes, etc., para<br />

informar o desenvolvimento das pesquisas; e<br />

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fornecer insights para orientar o desenvolvimento da pesquisa de mercado.<br />

5.2.2 O primeiro objetivo aborda o ―problema do novo modo‖, que é o que acontece quando se<br />

pergunta às pessoas sobre o modo a respeito do qual elas não têm experiência.<br />

5.2.3 Para atingir esses objetivos, os Focus Groups foram usados para descobrir os hábitos de<br />

viagem dos respondentes, e suas viagens entre o Rio de Janeiro - São Paulo, incluindo:<br />

freqüência de viagens<br />

motivos para a viagem (a trabalho ou não);<br />

modo preferido de transporte e motivo para essa escolha;<br />

viagem individual comparada a viagem em grupo (amigos, familiares, grupos<br />

maiores); e<br />

viagem em dia da semana comparada a viagem em fins de semana<br />

5.2.4 O método se baseou nas técnicas de pesquisa qualitativa de grupos de discussão de 6 a<br />

10 pessoas, observadas por câmera e por meio de um espelho unidirecional e com um<br />

moderador dirigindo a conversação. Cada grupo tinha as seguintes características:<br />

residentes apenas do Rio de Janeiro e São Paulo;<br />

idade entre 30 e 50;<br />

viagem entre Rio de Janeiro e São Paulo no mínimo duas vezes ao ano;<br />

responsáveis pela tomada de decisão na escolha do meio de transporte; e<br />

pertencentes às classes sociais A, B e C de acordo com o estudo ―Critério Brasil‖<br />

em 2008, que desenvolveu os seguintes critérios padrão com base na renda<br />

mensal:<br />

1. Classe A: superior a R$ 10.800<br />

2. Classe B: de R$ 3.900 a R$ 10.800<br />

3. Classe C: de R$ 2.800 a R$ 3.900<br />

5.2.5 Seis discussões foram realizadas, três em São Paulo e três no Rio de Janeiro, conforme<br />

apresentado na tabela abaixo. Os grupos foram distinguidos por classe de renda de<br />

forma que temas comuns entre as classes pudessem ser identificados.<br />

Tabela 5-1: Localização e datas dos Focus Groups<br />

Focus Groups<br />

Data Classe Social Localização<br />

16/04/2008 Classe A Rio de Janeiro<br />

17/04/2008 Classe B Rio de Janeiro<br />

18/04/2008 Classe C Rio de Janeiro<br />

22/04/2008 Classe A São Paulo<br />

23/04/2008 Classe B São Paulo<br />

23/04/2008 Classe C São Paulo<br />

Focus Groups - Principais Descobertas<br />

5.2.6 Esta seção resume as principais descobertas do Focus Groups para viagem entre Rio de<br />

Janeiro e São Paulo. A viagem pelo modo existente é discutida (Avião, Ônibus, Trem e<br />

Carro) após as percepções de um possível serviço de TAV.<br />

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Serviços Aéreos<br />

5.2.7 A maior parte das viagens nesse mercado é para fins de trabalho e é usada mais<br />

freqüentemente por pessoas da Classe A, e esse tipo de viagem profissional geralmente<br />

é paga pela empresa. Contudo, para viagens familiares, o avião não foi geralmente<br />

considerado pela Classe A, em virtude do alto custo da viagem e nesses casos, o carro é<br />

preferido. As Classes B e C mencionaram a despesa como o motivo predominante para<br />

não usarem o transporte aéreo.<br />

Aeroportos do Rio de Janeiro<br />

5.2.8 Santos Dumont: A localização foi classificada como excelente, para aqueles que moram<br />

ou trabalham nas zonas central (centro histórico e comercial) e sul do Rio de Janeiro (tais<br />

como as praias de Copacabana e Ipanema), porém, menos para aqueles da zona Oeste<br />

e nas cidades ao redor do Rio de Janeiro. O acesso é normalmente por carro ou táxi em<br />

virtude da falta de opções de transporte público observada. O Metrô não serve o<br />

aeroporto, e os serviços de ônibus são limitados, com o ponto de ônibus mais próximo<br />

estando há cerca de 200m do terminal. As instalações do aeroporto foram avaliadas<br />

como confortáveis após sua recente renovação.<br />

5.2.9 O Galeão foi percebido como longe do centro da cidade (ele fica há 20 km ao norte) com<br />

uma via expressa direta ligando ao centro. Em virtude da falta de serviços regulares de<br />

ônibus e metrô, a maioria usa carro ou táxi. Essa rota foi considerada por alguns como<br />

sendo insegura, especialmente à noite, e alguns evi<strong>tav</strong>am usar o aeroporto por esse<br />

motivo. Entre a população do Rio de Janeiro, o aeroporto ainda é associado aos vôos<br />

internacionais, apesar de ele servir Congonhas e outros destinos domésticos.<br />

Aeroportos de São Paulo<br />

5.2.10 Aeroporto de Congonhas: A localização foi considerada como sendo boa pelos<br />

participantes, apesar das rotas de acesso congestionadas (sem via expressa) terem sido<br />

destacadas como sendo o problema principal, respondendo por perda de tempo e risco<br />

de perda de vôos. Muitos entrevistados gos<strong>tav</strong>am da facilidade de acesso ao terminal<br />

usando o bilhete integrado ônibus-metrô entre o aeroporto e a estação de metrô<br />

Jabaquara. O custo do serviço de táxi foi considerado alto em relação ao Rio de Janeiro.<br />

As tarifas reais de táxi cobradas são apresentadas na Seção 3.5 – Preços de Passagens<br />

e Custos de Viagem. A tabela confirma que as tarifas de táxi são mais altas em São<br />

Paulo – por exemplo, a viagem de 11km do Centro de São Paulo a Congonhas custa o<br />

mesmo que a viagem de 20km do centro do Rio de Janeiro ao Galeão.<br />

5.2.11 O Aeroporto de Guarulhos foi considerado distante do centro de São Paulo, e não é<br />

acessível por metrô ou ônibus. Conforme ocorre com Congonhas, os táxis são<br />

considerados caros. O aeroporto é usado principalmente para vôos internacionais por<br />

residentes de São Paulo e do Rio de Janeiro da Classe A. Provavelmente, os residentes<br />

da Classe B (e alguns da Classe C) usam o aeroporto somente em vôos promocionais e<br />

com descontos. O trem Expresso Guarulhos proposto não foi discutido em virtude de ele<br />

ainda estar na fase de planejamento.<br />

Modo: Ônibus<br />

Serviço<br />

5.2.12 Para as viagens de ônibus, três níveis de serviço estão disponíveis<br />

(convencional/econômico, executivo e leito), com preços de passagem aumentando para<br />

cada classe.<br />

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5.2.13 O ônibus foi considerado como sendo a opção mais atrativa para usuários da Classe B e<br />

C principalmente em virtude dos preços das passagens, que são muito menores do que o<br />

custo por avião e carro. A maioria das viagens é feita usando os serviços leito e semileito.<br />

Porém, para viagens não relacionadas a trabalho, o serviço convencional e<br />

executivo é o mais popular em virtude do preço de suas passagens ser inferior aos<br />

serviços leito. Em virtude de a maioria das viagens ser feita para fins de trabalho, a<br />

decisão de qual modo usar cabe à empresa, e, nesse caso, o serviço de ônibus leito é<br />

visto como vantajoso para o conforto e economia de tempo, permitindo que as viagens<br />

sejam feitas durante a noite. O serviço leito é mais caro, mas ainda mais barato do que o<br />

aéreo.<br />

5.2.14 O uso entre a Classe A é mais para viagem não relacionada a trabalho, especialmente<br />

entre mulheres que viajam com crianças.<br />

Terminais de Ônibus<br />

5.2.15 O terminal rodoviário Novo Rio no Rio de Janeiro foi considerado um motivo para evitar a<br />

viagem de ônibus. De acordo com os entrevistados o terminal é sujo, pequeno, malsinalizado,<br />

e desconfortável, com poucas lojas ou amenidades. Os usuários consideram<br />

sua localização perigosa e a acessibilidade por transporte público deficiente, já que a<br />

estação não é servida pelo metrô. A dependência do uso de serviços de táxi não é bem<br />

considerada pelos usuários, que são mais sensíveis ao preço.<br />

5.2.16 O Terminal Tietê em São Paulo foi percebido de forma mais positiva: o terminal foi<br />

considerado espaçoso, confortável, tem fácil acesso a partir de qualquer ponto da cidade<br />

por ônibus e metrô, e é seguro, bem sinalizado e tem estacionamento amplo e lojas.<br />

Modo: Carro<br />

5.2.17 As viagens por carro são fortemente identificadas como viagens não relacionadas a<br />

trabalho. Esse modo de transporte é amplamente usado por todos os segmentos<br />

pesquisados; contudo, apesar de a Classe A ter uma maior frota de carros particulares do<br />

que as Classes B e C, ela usa o carro menos freqüentemente para esse tipo de viagem<br />

em virtude de uma percepção de que a viagem é longa e desconfortável. O<br />

congestionamento foi identificado como um problema de acesso às áreas metropolitanas,<br />

especialmente em São Paulo, onde as vias expressas param bem próximas ao centro da<br />

cidade. Apesar de todos os grupos terem considerado uma viagem de carro dispendiosa,<br />

em virtude do preço dos pedágios (R$ 33,40 para uma viagem Rio de Janeiro - São<br />

Paulo), do custo do combustível, e do custo da alimentação na estrada, o carro é<br />

percebido como um modo conveniente de transporte somente quando a viagem é em um<br />

grupo grande, tornando mais econômico por pessoa.<br />

Posição de Mercado do TAV<br />

5.2.18 O TAV foi visto como um modo intermediário de transporte público entre avião e ônibus;<br />

os usuários em geral esperam que o preço se enquadre entre avião e ônibus, apesar de<br />

mais próximo ao do avião em virtude de o tempo de viagem ser mais próximo do avião do<br />

que o de ônibus. As expectativas foram que o TAV seria uma alternativa moderna e<br />

confortável. Sua vantagem principal é a curta duração da viagem, a segurança,<br />

inexistência de atrasos em virtude de tráfego ou a maioria das condições climáticas, e<br />

que o preço seria uma vantagem monetária comparada à viagem aérea e rodoviária.<br />

5.2.19 A possibilidade de um novo modo com tempos de viagem mais próximos ao aéreo, mas<br />

mais confortável e confiável em termos de atraso, trouxe uma idéia de uma maior<br />

acessibilidade que pode aumentar a conectividade entre essas duas áreas. Foi<br />

mencionado que seria possível viajar para o Rio de Janeiro ou São Paulo em viagens de<br />

um dia, tais como para ir à praia, assistir shows ou jogos de futebol, e outras atividades<br />

de lazer, que eles não considerariam fazer agora.<br />

Resumo<br />

5.2.20 A<br />

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Tabela 5-2 apresenta um resumo das descobertas dos Focus Groups.<br />

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Tabela 5-2: Descobertas dos Focus Groups<br />

Avião Usado, em sua maioria, por pessoas de maior renda, para viagens relacionadas a<br />

trabalho; evitado em viagens de grandes grupos e por pessoas de renda mais baixa<br />

As instalações e a localização do Santos Dumont foram consideradas boas<br />

O aeroporto de Congonhas é conveniente, mas o acesso sofre com o<br />

congestionamento rodoviário<br />

O aeroporto de Guarulhos e do Galeão foram considerados distantes do centro e<br />

usados principalmente para vôos com desconto e viagens internacionais<br />

Ônibus Mais usado por pessoas de renda mais baixa que são mais sensíveis ao preço, para<br />

fins relacionados a trabalho e não relacionados a trabalho<br />

Usado por pessoas de renda mais alta em grupos ou famílias maiores<br />

O terminal rodoviário Novo Rio no Rio de Janeiro foi considerado como tendo<br />

instalações e acesso deficientes, enquanto o Tietê em São Paulo foi visto de forma<br />

mais positiva<br />

Carro Fortemente identificado com viagens não relacionadas a trabalho<br />

Usado para grupos maiores por ser mais econômico<br />

Usado em sua maioria por pessoas de renda mais baixa, mesmo possuindo menores<br />

níveis de motorização.<br />

O congestionamento nas áreas metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo é um<br />

impedimento para o transporte por carro<br />

TAV Tem uma posição de mercado entre avião e ônibus, apesar de mais próximo ao avião<br />

Expectativas de viagem moderna e confortável<br />

Muitas vantagens sobre a viagem, incluindo confiabilidade e vantagem monetária<br />

5.2.21 As informações obtidas nos Focus Groups foram usadas como dados de entrada para o<br />

<strong>projeto</strong> da pesquisa de Preferência Declarada apresentada neste capítulo.<br />

Focus Groups e Processo de Pesquisa<br />

5.2.22 A análise dos resultados dos focus groups contribuiu para o <strong>projeto</strong> das pesquisas<br />

combinadas de Preferência Revelada/Preferência Declarada. Especificamente, elas<br />

foram usadas para derivar atributos pertinentes para escolha de modo ao viajar entre Rio<br />

de Janeiro e São Paulo, além dos atributos óbvios de custo e tempo de viagem.<br />

5.2.23 Algumas das principais descobertas sobre os atributos desejados do TAV ajudaram a<br />

moldar a experiência de preferência declarada, por exemplo:<br />

mais do que uma classe de serviço;<br />

variação de preço entre o preço para ônibus e avião;<br />

tempo de viagem curto, tão próximo quanto possível ao do avião; e<br />

virtualmente nenhum atraso nas partidas.<br />

5.3 Pesquisas de Preferência Revelada e Preferência Declarada<br />

5.3.1 Para obter informações específicas do volume de viagem por modo na área de influência<br />

do TAV, as pesquisas foram realizadas nas principais auto-estradas, terminais de ônibus<br />

e os aeroportos usados para viajar no corredor Rio de Janeiro - São Paulo - Campinas,<br />

incluindo os locais intermediários para cobrir conexões regionais mais curtas ao longo da<br />

rota do TAV.<br />

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Tipos de coleta de dados de campo<br />

5.3.2 A complexidade do modelo de demanda do TAV exigiu o desenvolvimento de um modelo<br />

de pesquisa robusto que poderia exigir as previsões de qualidade. Dessa forma, dois<br />

métodos de pesquisa foram utilizados:<br />

As pesquisas de Preferência Revelada (PR) tiveram como base a escolha real<br />

da pessoa entre os modos disponíveis e suas respostas, em geral, são francas e,<br />

em virtude de elas pesquisarem fatos sobre a viagem, não opiniões. A pesquisa<br />

de PR identifica os principais atributos que influenciam a decisão da escolha de<br />

modo de transporte, quando uma viagem ocorre, tal como origem / destino, o<br />

motivo da viagem, freqüência, custo da viagem, variação de renda, e modos de<br />

acesso/rcomplemento de viagem.<br />

Preferência Declaradas (PD) – uma sub-amostra aleatória da amostra de PR<br />

recebeu uma segunda pesquisa, que apresentou a cada respondente quatro<br />

cenários, com cada cenário apresentando quatro opções de viagem possíveis<br />

(com detalhes de tempos de viagem, custos, níveis de qualidade diferenciados, e<br />

assim por diante, vide a figura 5.1). Essas descrições foram controladas por um<br />

<strong>projeto</strong> experimental subjacente (descrito subseqüentemente). Para cada<br />

cenário, foi exigido que os respondentes indicassem sua opção de modo<br />

preferencial, se os modos apresentados fossem os únicos meios viáveis de fazer<br />

a viagem.<br />

5.3.3 Para familiarizar os respondentes com o TAV, e para tratar do ―problema do novo modo‖<br />

discutido anteriormente, um vídeo breve foi apresentado em um laptop, que foi,<br />

posteriormente, substituído por fotografias, em virtude ter sido percebido que o vídeo<br />

poderia introduzir uma tendência mostrando o TAV em uma perspectiva muito positiva.<br />

Contudo, isso não parece ter afetado a previsão de número de passageiros total para o<br />

ano base.<br />

5.3.4 Havia oito modos específicos na tarefa de PD: automóvel, dois modos concorrentes de<br />

viagem aérea (Galeão – Guarulhos e Santos Dumont – Congonhas), três modos por<br />

ônibus (leito, executivo e convencional) e dois modos por trem de alta velocidade –<br />

econômico e executivo. O <strong>projeto</strong> experimental variava a presença/ausência de todos os<br />

modos de forma a possibilitar uma caracterização mais nítida dos comportamentos<br />

concorrentes intermodais, com exceção do automóvel, cuja disponibilidade dependia da<br />

posse pelo respondente de um veículo.<br />

5.3.5 Dessa forma, uma pessoa respondente que possuísse um automóvel sempre teria quatro<br />

modos disponíveis para viajar (auto + 3 modos do <strong>projeto</strong>); contudo, se a pessoa não<br />

possuísse um automóvel, apenas três modos estariam disponíveis para viajar, conforme<br />

escolhido pelo <strong>projeto</strong> experimental. Se o modo de trem de alta velocidade fosse<br />

disponibilizado em um determinado cenário, ambas as classes de preço de passagem<br />

estariam disponíveis.<br />

5.3.6 Para o <strong>projeto</strong> de pesquisa para os fluxos Rio de Janeiro – São Paulo e Rio de Janeiro –<br />

Campinas, 192 opções foram geradas, as quais foram combinadas em grupos de quatro<br />

para formar um cenário. No <strong>projeto</strong> de pesquisa para os fluxos regionais havia um total<br />

de 32 opções combinadas em pares e apresentadas oito vezes para o entrevistado.<br />

5.3.7 A Figura 5.1 apresenta uma amostra de cenário apresentada aos respondentes.<br />

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Figura 5.1: Exemplo de tela com cenário modelo<br />

Local e datas das pesquisas<br />

5.3.8 Para testar a percepção da pesquisa pelo entrevistado, o fluxo da pesquisa e outras<br />

considerações práticas (tais como uso de um laptop), pesquisas piloto foram conduzidas<br />

no aeroporto Santos Dumont, no terminal rodoviário Novo Rio, e em um Posto da Polícia<br />

Rodoviária Federal no Rio de Janeiro. O piloto não descobriu nenhum problema com a<br />

própria pesquisa ou método de coleta.<br />

5.3.9 As pesquisas para as ligações de longa distância foram conduzidas em junho, julho e<br />

setembro de 2008. Conforme discutido anteriormente, a necessidade foi identificada para<br />

explorar adicionalmente as ligações regionais que não são servidas pelo transporte<br />

aéreo. Estudos de comportamento dessas viagens exigiram uma nova fase de pesquisa,<br />

que também foi dividida em pesquisas de PR e PD, realizadas em novembro e no início<br />

de dezembro de 2008.<br />

5.3.10 Rodovias: as pesquisas foram realizadas nos postos da Polícia Rodoviária Federal (mais<br />

profundamente e pesquisas de PD) e praças de pedágio, (pesquisas mais curtas<br />

cobrindo origem/destino e finalidade da viagem, já que os motoristas es<strong>tav</strong>am<br />

aguardando para pagar seus pedágios) conforme indicado na Figura 5.2.<br />

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Figura 5.2: Locais de Pesquisa na auto-estrada<br />

5.3.11 As pesquisas entre Rio de Janeiro e São Paulo foram realizadas nos postos da Polícia<br />

Rodoviária Federal nas seguintes datas em 2008:<br />

no primeiro ciclo, de 25 de junho a 2 de julho, dois dias por Posto Policial, em<br />

ambas as direções;<br />

no segundo ciclo, de 1 a 6 de setembro, no Posto Policial localizado no km207<br />

em ambas as direções;<br />

Uma pesquisa de um dia especial foi realizada no dia da Independência do<br />

Brasil, 7 de setembro. Essa pesquisa foi realizada em um posto de serviço<br />

rodoviário (Posto Graal de Itatiaia) para complementar as pesquisas e avaliar a<br />

tendência dos usuários nos feriados, e para os usuários que param nos postos<br />

de serviços rodoviários. Nenhuma tendência foi encontrada; e<br />

As pesquisas entre São Paulo e Campinas foram realizadas nos dias 3 a 4 de<br />

julho na praça de pedágio de Itupeva e Valinhos.<br />

5.3.12 As pesquisas regionais ocorreram nos mesmos locais nas seguintes datas:<br />

A ligação Rio de Janeiro - São Paulo de 3 a 6 de novembro, um dia por praça de<br />

pedágio conforme a seguir: Itatiaia, Jacareí, Moreira César e Viúva Graça,<br />

apenas para PR. As pesquisas de PD foram realizadas de 24 a 28 de novembro<br />

nos postos da Polícia Rodoviária Federal; e<br />

A ligação de São Paulo – Campinas de 3 a 6 de novembro, um dia por Praça de<br />

pedágio, conforme a seguir: Perus, Caieiras/C. Limpo, Valinhos e Itupeva apenas<br />

para PR. As pesquisas de PD foram realizadas de 8 a 10 de dezembro, um dia<br />

por praça de pedágio.<br />

5.3.13 Aeroportos: As pesquisas foram conduzidas nas seguintes datas e locais, quando os<br />

passageiros aguardavam para entrar à bordo em seus vôos.<br />

Rio de Janeiro: Aeroportos de Santos Dumont e Galeão – dias 1, 2, 9, 10 de<br />

julho, mais 1 a 3 de setembro, apenas no Santos Dumont;<br />

São Paulo: Aeroportos de Guarulhos e Congonhas, 21 a 23 de julho; e<br />

Campinas: Aeroporto Internacional de Viracopos, 21 a 23 de julho.<br />

5.3.14 Terminais Rodoviários: as pesquisas conduzidas nas salas de espera de passageiros<br />

nos seguintes locais:<br />

Rio de Janeiro: Terminal Rodoviário Novo Rio, 27 e 30 de junho e 1 o de julho;<br />

segundo ciclo 4 a 6 de setembro<br />

São Paulo: Terminal Rodoviário Tietê, 16 a 18 de julho<br />

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Terminais Rodoviários Adicionais em: Campinas, Jundiaí, Volta Redonda,<br />

Resende, Barra Mansa e São José dos Campos, diversas datas de 26 de junho a<br />

18 de julho; e<br />

As pesquisas para o serviço regional do TAV foram realizadas nos terminais<br />

rodoviários nas seguintes datas: 21 e 28 de novembro e de 8 a 9 de dezembro.<br />

Serviços de Fretamento<br />

5.3.15 A pesquisa também foi conduzida nos serviços de transporte fretados (organizados de<br />

forma particular por grupos de pessoas que moram e trabalham em locais similares) por<br />

meio de entrevistas com os usuários desse serviço e com os operadores de ônibus no<br />

Estado de São Paulo. Este segmento mantém o foco no corredor de São José dos<br />

Campos - São Paulo e Campinas - São Paulo, onde esses tipos de serviços são<br />

predominantes.<br />

5.3.16 As pesquisas de ônibus fretado foram conduzidas em locais estratégicos ao longo da<br />

rede de rodovia para contar o número de ônibus que viajam entre Campinas e São José<br />

dos Campos para São Paulo. Cada ônibus foi categorizado como grande ou pequeno. As<br />

companhias de fretamento foram, então, contatadas para determinar uma capacidade<br />

média (80%) e as rotas de seus ônibus. A Tabela 5-3 apresenta o número de ônibus e as<br />

contagens de passageiros resultantes, que foram incorporadas na modelagem de<br />

serviços de ônibus.<br />

Tabela 5-3: Contagens de ônibus fretados<br />

Rota coberta<br />

SJ dos Campos-<br />

São Paulo<br />

Campinas-<br />

São Paulo<br />

Local da<br />

Pesquisa<br />

Rod. Pres.<br />

Dutra<br />

Rod.<br />

Anhanguera<br />

Rod.<br />

Bandeirantes<br />

Veículos/dia Passageiros/dia<br />

Ônibus<br />

Ônibus<br />

Pequenos<br />

(45 lugares)<br />

(25 lugares)<br />

Página 74 de 149<br />

(supondo 80% da<br />

capacidade)<br />

186 44 7.576<br />

160 60 6.960<br />

88 22 3.608<br />

Total 434 126 18.144<br />

Pesquisa Especial no Santuário de Aparecida<br />

5.3.17 O Santuário Nacional de Nossa Senhora da Aparecida está localizado na cidade de<br />

Aparecida no Vale do Paraíba Paulista, diretamente na rota planejada do TAV, onde uma<br />

estação opcional está sendo considerada. Em virtude de esse ser o nono lugar mais<br />

visitado no Brasil, foi necessário saber mais detalhes do comportamento da demanda por<br />

viagem para o Santuário e foi decidido conduzir uma pesquisa específica de visitantes<br />

nos dias 18 a 19 de outubro de 2008. Este segmento de demanda poderia ser importante<br />

para o TAV, em virtude da viagem ser concentrada nos fins de semana e fora dos<br />

horários de pico, oferecendo oportunidades para uma utilização maior durante momentos<br />

de demanda menor.<br />

5.4 Resultados da Pesquisa<br />

Introdução<br />

5.4.1 Todas as pesquisas foram conduzidas de acordo com o plano, exceto que algumas<br />

pesquisas no Santos Dumont tiveram que ser refeitas em virtude de elas conterem<br />

tendências em virtude de más condições climáticas.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

5.4.2 Um total de 19.813 pessoas foi pesquisado. Dessas pesquisas, 12.080 foram pesquisas<br />

breves, de origem-destino, enquanto 7.733 foram pesquisas completas de PR (5.684<br />

para viagem Expressa, 2.049 para viagem Regional). Dessas pesquisas completas de<br />

PR, 3.808 respondentes continuaram para concluir pesquisas de PD (1.759 Expresso e<br />

2.049 para Regional).<br />

5.4.3 Um total de 23.428 observações foi obtido das pesquisas de PD – 4 para cada pesquisa<br />

de Expresso e 8 para cada pesquisa Regional.<br />

5.4.4 A tabela a seguir é uma discriminação das 7.733 pesquisas completas de PR conduzidas<br />

pelo modo comparado ao número médio estimado de viagens diárias, calculado a partir<br />

da tabela de horários de viagens por avião e ônibus, e dados de contagem de veículos,<br />

conforme discutido no Capítulo 3. As viagens aéreas tiveram a mais alta taxa de amostra,<br />

indicando sua importância como uma concorrente do TAV. Os detalhes do nível de<br />

significância são apresentados no item 6.9.8<br />

Tabela 5-4: Número de pesquisas completas de PR por modo, com o número<br />

médio de viagens diárias<br />

Modo<br />

Viagens diárias<br />

médias Entrevistas Taxa da amostra<br />

Avião 12.846 1.017 7,92%<br />

Ônibus 39.810 2.984 7,50%<br />

Carro 68.232 3.732 5,47%<br />

Total 120.888 7.733<br />

Resultados para as conexões do Expresso<br />

5.4.5 A pesquisa de PR produziram um rico conjunto de informações que permitem uma<br />

análise específica em relação ao fluxo das Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro,<br />

São Paulo e Campinas apresentadas nesta seção.<br />

Divisão de Modo<br />

5.4.6 Conforme observado na Figura 5.3, a viagem entre Rio de Janeiro e São Paulo é<br />

dominada pelos aviões, em 60,4%, destacando a questão da sensibilidade ao tempo<br />

para viagens entre essas cidades. Do restante, um terço a mais de usuários usa ônibus<br />

ao invés de carro. A maioria das viagens está relacionada a trabalho para todos os três<br />

modos, com as viagens aéreas sendo as mais altas, em 77%.<br />

Figura 5.3: Divisão de modo do modo principal de usuários entrevistados<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

5.4.7 A Tabela 5-5 mostra o acesso ao aeroporto para viagens relacionadas a trabalho e não<br />

relacionadas a trabalho. O acesso é dominado por carro e táxi para as viagens a<br />

trabalho, enquanto nas viagens não relacionadas a trabalho, o carro e o táxi ainda são<br />

preferidos, e o ônibus é popular na origem.<br />

Tabela 5-5: Modos complementares para viagens ao aeroporto, por finalidade de<br />

viagem<br />

Principal<br />

Modo<br />

Avião<br />

Opção<br />

Relacionado a<br />

Trabalho<br />

Origem Destino<br />

Não<br />

Relacionado<br />

a Trabalho<br />

Página 76 de 149<br />

Relacionado<br />

a Trabalho<br />

Não Relacionado<br />

a Trabalho<br />

Caminhada 1,68% 0,24% 0,72% 0,24%<br />

Carro 12,2% 6,59% 18,23% 7,07%<br />

Ônibus 4,08% 5,16% 1,08% 0,84%<br />

Outros 1,80% 0,96% 1,32% 1,44%<br />

Táxi 55,64% 9,83% 53,59% 12,83%<br />

Van 0,60% 0,60% 1,56% 1,08%<br />

5.4.8 Para acessar os terminais de ônibus houve a predominância de uso de ônibus local,<br />

seguido pelo uso de táxis e carros. No destino, ônibus, carro e táxi são todos usados<br />

quase da mesma forma. O acesso por metrô é limitado a São Paulo, onde o Tietê é o<br />

único terminal servido pelo metrô.<br />

Frota de carros particulares<br />

5.4.9 Conforme observado na Tabela 5-6, 84% das pessoas que viajam entre o Rio de Janeiro<br />

e São Paulo possuem carros. Uma proporção maior de viagens feitas por proprietários de<br />

carro é relacionada a trabalho, talvez refletindo mais viagens de negócios por esse<br />

grupo. O relacionamento com a renda é considerado como sendo o motivo pelo qual será<br />

mais provável que as pessoas que não possuem carro escolham o ônibus de custo mais<br />

baixo e menos provável que escolham o modo aéreo caro, em relação às que possuem<br />

um carro.<br />

Tabela 5-6: Principal motivação da viagem por modo<br />

Proprietário<br />

de Carro<br />

Total<br />

Motivo para Viagem Modo Principal<br />

Não<br />

relacionado<br />

a trabalho<br />

Relacionado<br />

a trabalho<br />

Carro Avião Ônibus<br />

Não 15,8% 52,0% 48,0% 3,2% 46,0% 50,8%<br />

Sim 84,2% 30,5% 69,5% 24,2% 61,6% 14,2%<br />

Renda Média<br />

5.4.10 A renda mensal média geral dos usuários de ônibus é R$ 3.070, para usuários de carro<br />

R$ 4.890 e usuários de avião R$ 6.880, mostrando uma correlação clara entre renda e<br />

escolha de modo.<br />

5.4.11 A Tabela 5 7 resume o modo por grupo de renda. Estão destacadas as porcentagens<br />

mais altas de respondentes por modo de transporte. Isso confirma as descobertas dos<br />

focus group de que o avião é popular entre as pessoas com renda mais alta, enquanto o<br />

ônibus é o favorito das pessoas de renda mais baixa.<br />

Tabela 5-7: Variação de renda dos entrevistados<br />

Renda mensal Carro Avião Ônibus


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

De R$ 0 a R$ 1.250 4,63% 5,71% 26,22%<br />

De R$ 1.250 a R$ 2.800 13,90% 7,07% 26,48%<br />

De R$ 2.801 a R$ 3.900 19,35% 9,62% 15,79%<br />

De R$ 3.901 a R$ 5.000 22,88% 12,33% 14,23%<br />

De R$ 5.001 a R$ 6.000 13,08% 11,58% 5,73%<br />

De R$ 6.001 a R$ 7.000 6,54% 9,32% 3,67%<br />

De R$ 7.001 a R$ 8.000 5,18% 9,47% 2,25%<br />

De R$ 8.001 a R$ 9.500 3,54% 7,22% 1,48%<br />

De R$ 9.501 a R$ 10.800 4,63% 4,81% 1,42%<br />

Superior a R$ 10.801 6,27% 22,87% 2,73%<br />

Total 100,00% 100,00% 100,00%<br />

Figura 5.4: Divisão de modo por variação de renda mensal<br />

Freqüência de viagem<br />

5.4.12 A Tabela 5.8 mostra a freqüência com a qual os respondentes fizeram viagens com a<br />

mesma origem, destino. Viajantes freqüentes (11 a 30 viagens nos últimos 12 meses)<br />

que são os usuários mais representativos tendem a viajar mais freqüentemente por<br />

avião, enquanto o carro e o ônibus são usados com uma freqüência similar de viagens.<br />

Tabela 5-8: Freqüência de viagem por modo<br />

Número de viagens nos últimos<br />

12 meses<br />

Página 77 de 149<br />

Principal Modo<br />

Carro Avião Ônibus<br />

1 a 5 56,7% 49,2% 58,%<br />

6 a 10 15,9% 14,2% 13,5%


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

11 a 30 20,3% 25,6% 19,5%<br />

31 a 50 4,4% 7,9% 4,0%<br />

51 a 100 2,5% 2,9% 3,7%<br />

Superior a 100 0,2% 0,2% 0,5%<br />

Total 100,00% 100,00% 100,00%<br />

Origens e destinos em viagens do Rio a São Paulo<br />

5.4.13 As Figuras 5.5 e 5.6 apresentam as origens e destinos para viagens entre o Rio de<br />

Janeiro e São Paulo, a partir das pesquisas expandidas. Elas representam a demanda<br />

em potencial para o TAV, atualmente feita por avião, ônibus e carro. O número de<br />

viagens é mostrado pela zona de modelagem; as macrozonas mostradas se igualam às<br />

discutidas na Seção 6.3 e aos diagramas contidos nas Figuras 6.2 e 6.3. A partir desses<br />

mapas, é possível avaliar as áreas do Rio de Janeiro e de São Paulo que geram a<br />

maioria da demanda por viagens entre as cidades.<br />

5.4.14 No Rio de Janeiro, há também uma alta concentração por todos os três modos nas áreas<br />

central e do sul (na Macrozona Sul e Barra-Jacarepaguá), de forma específica ao longo<br />

das praias de Copacabana e Ipanema, que têm altas densidades populacionais, e na<br />

Barra-Jacarepaguá, com muitas áreas de renda mais alta do que a média.<br />

5.4.15 Em São Paulo, as viagens estão altamente concentradas no centro tradicional<br />

(macrozona do Centro) e a sudeste do centro, nas áreas comerciais da Faria Lima e<br />

Avenida Paulista, refletindo um alto número de viagens relacionadas a trabalho na área.<br />

60% das viagens são feitas por avião, mas elas são tão altamente concentradas nessas<br />

áreas que pode parecer que há menos viagens por avião do que por carro ou ônibus. As<br />

viagens por carro e ônibus também são altas nessas áreas, mas estão mais amplamente<br />

dispersadas nas zonas Oeste e Norte.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Figura 5.5: Origem e destino de viagens das pesquisas expandidas no sistema de<br />

zoneamento do Rio de Janeiro, por avião, carro e ônibus<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Figura 5.6: Origem e destino de viagens das pesquisas expandidas no sistema de zoneamento de São Paulo, por avião, carro e ônibus<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final<br />

Resultados para Conexões Regionais<br />

5.4.16 Os resultados obtidos nas pesquisas de PR forneceram dados de entrada para o modelo<br />

regional. Esta seção resume as descobertas mais importantes dessas pesquisas.<br />

Finalidade da viagem<br />

5.4.17 O trabalho de pesquisa mostrou que as ligações regionais atraem mais viagens a<br />

trabalho do que as viagens de longa distância, provavelmente em virtude das distâncias<br />

estarem mais relacionadas a viagens metropolitanas.<br />

Tabela 5-9: Comparação de finalidade de viagem por Expresso e Regional<br />

Finalidade da<br />

viagem<br />

Relacionada a<br />

trabalho<br />

Não relacionada<br />

a trabalho<br />

Expresso Regional<br />

66,1% 79,0%<br />

33,9% 21,0%<br />

5.4.18 As viagens mais curtas das cidades próximas ao Rio de Janeiro e São Paulo formam<br />

uma parte substancial das viagens regionais. As matrizes de viagem resultantes por<br />

modo e finalidade são apresentadas no Anexo D e a Tabela 5 10 resume a posse de<br />

carros particulares, finalidade da viagem e o principal modo dessas viagens.<br />

Tabela 5-10: Características de viagens regionais para São Paulo e Rio de Janeiro<br />

Rio de Janeiro -<br />

Volta Redonda<br />

São Paulo - São<br />

José dos Campos<br />

São Paulo -<br />

Campinas<br />

Distância<br />

rodoviária<br />

Proprietário de<br />

carro Finalidade da viagem Modo principal<br />

Sim Não<br />

Página 81 de 149<br />

Relacionada<br />

a Trabalho<br />

Não<br />

Relacionada<br />

a Trabalho Carro Ônibus<br />

134km 90,0% 10,0% 79,0% 21,0% 82,8% 17,2%<br />

96km 88,1% 11,9% 76,0% 24,0% 65,6% 34,4%<br />

104km 65,1% 34,9% 81,2% 18,8% 43,1% 56,9%<br />

5.4.19 As viagens entre Volta Redonda/Rio de Janeiro e São José dos Campos/São Paulo<br />

mostram características similares, com alto número de carros particulares, a maioria de<br />

viagens a trabalho, e o principal modo na maioria das vezes sendo o carro. As viagens<br />

entre Campinas e São Paulo são feitas mais freqüentemente por proprietários de carro, e<br />

a divisão de modo mostra uma maioria de viagens sendo feitas por ônibus. O<br />

congestionamento do tráfego e os níveis mais altos de serviço de ônibus nessa rota<br />

também contribuem para um maior compartilhamento do modo de ônibus.<br />

Pesquisas de Aparecida e do Santuário de Aparecida<br />

5.4.20 A viagem de turistas ao Santuário de Aparecida é um segmento importante de demanda<br />

para o TAV, em virtude do número de visitantes que ela atrai, uma vez que a viagem está<br />

concentrada nos fins de semana e fora dos horários de pico, oferecendo oportunidades<br />

para uma maior utilização durante os outros horários de demanda mais baixa. Mais de 5<br />

milhões de viagens por ano em carros, vans e ônibus são feitas dentro da área de<br />

influência, uma fonte significativa de passageiros em potencial para o TAV.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final<br />

5.4.21 O Santuário parece ser bem adequado para viagem rodoviária, com 2.000 vagas para<br />

ônibus e 4.000 vagas para carros disponíveis em um local adjacente ao santuário e<br />

próximo à rodovia Presidente Dutra, de acordo com o Gerente Geral de Operacões do<br />

Santuário de Aparecida.<br />

5.4.22 O gráfico a seguir mostra que o número de visitantes ao Santuário de 2003 a 2008<br />

cresceu significativamente, de 7 milhões em 2003 para 9,5 milhões em 2008 de acordo<br />

com os dados fornecidos pelo Santuário. Isso é igual a uma taxa de crescimento médio<br />

anual de 6,3% ao ano.<br />

Figura 5.5: Visitantes ao Santuário de Aparecida, 2003 a 2008.<br />

5.4.23 A Tabela 5 11 apresenta os resultados das pesquisas realizadas no Santuário de<br />

Aparecida, mostrando a região de origem ou destino e os modos escolhidos para a visita.<br />

Cada visita representa duas viagens; supomos que cada visitante faz uma viagem de<br />

volta para sua origem. Cerca de metade de todos os visitantes ao Santuário de<br />

Aparecida vem de dentro da área de influência do TAV.<br />

Tabela 5-11: Origem/destino de visitantes ao Santuário de Aparecida.<br />

Região de Origem/Destino Visitantes em<br />

Carro Particular<br />

Página 82 de 149<br />

Visitantes em<br />

Ônibus e Van<br />

Campinas 195.623 416.121<br />

Jundiaí 16.864 122.761<br />

Região de São Paulo 998.351 967.467<br />

S. J. Campos 600.359 68.845<br />

V. Redonda / B. Mansa 212.487 112.668<br />

Região do Rio de Janeiro 431.719 880.854<br />

Total 2.455.403 2.568.716<br />

Observação: Cada visitante representa duas viagens


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final<br />

5.4.24 A Figura 5.8 mostra a porcentagem de distribuição de visitantes por todo o ano de 2007,<br />

com números acumulados por dias de semana e fins de semana. Os números são<br />

maiores próximo ao final do ano, quando mais eventos especiais são realizados nessa<br />

época. O gráfico também mostra que a vasta maioria de visitantes vêm no final de<br />

semana.<br />

Figura 5.6: Distribuição de visitantes por mês e dia de semana/fim de semana em<br />

2007<br />

Fonte: Calculado pelo Consórcio usando pesquisas e dados do Santuário Nacional<br />

5.4.25 Em termos de divisão de modo, apesar de o número de ônibus e carros ser quase igual,<br />

em virtude das diferenças de capacidade de passageiros, os ônibus fretados tomam 75%<br />

do total de passageiros, o carro 20% com o restante de 5% por serviços de ônibus<br />

regulares para a cidade de Aparecida.<br />

5.5 Resumo<br />

5.5.1 As pesquisas fornecem um rico conjunto de informações que foram incorporadas na<br />

modelagem de demanda que é parte deste estudo.<br />

5.5.2 Os pontos a seguir resumem as descobertas das pesquisas:<br />

o aéreo é o modo dominante entre Rio de Janeiro e São Paulo, respondendo por<br />

mais de 60% das viagens. A maioria das viagens são relacionadas a trabalho<br />

para todos os três modos, com o aéreo sendo o mais alto em 77%;<br />

a viagem aérea é usada para viagem freqüente (11 a 30 viagens nos últimos 12<br />

meses) em uma medida maior do que ônibus e carro;<br />

84% das viagens entre o Rio de Janeiro e São Paulo são feitas por proprietários<br />

de carro que preferem o avião e somente 24% de proprietários de carro usam<br />

seu carro para viajar do Rio de Janeiro para São Paulo. Os não proprietários de<br />

carro geralmente viajam de ônibus;<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final<br />

os respondentes de renda mais alta viajam de avião mais freqüentemente,<br />

enquanto os de renda mais baixa preferem o ônibus;<br />

a análise das origens e destinos das viagens mostra que uma concentração de<br />

viagens entre Rio de Janeiro e São Paulo começa e/ou termina nos centros de<br />

suas respectivas cidades, com a Zona Sul no Rio de Janeiro e área da Avenida<br />

Paulista de São Paulo também gerando muitas viagens; e<br />

as viagens a trabalho são muito mais predominante em viagens regionais mais<br />

curtas, especificamente de Campinas e São José dos Campos para São Paulo, e<br />

Volta Redonda para o Rio de Janeiro.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final<br />

6 Desenvolvimento de Modelo<br />

6.1 Introdução<br />

6.1.1 Este capítulo apresenta detalhes sobre o desenvolvimento do modelo. Ele começa com<br />

uma descrição da estrutura geral do modelo e, então, descreve a rede em geral,<br />

incluindo o sistema de zoneamento e fonte de tempos de viagem e custos. O<br />

desenvolvimento da matriz de viagem é, então, descrito acompanhado de um esboço do<br />

modelo de demanda integrado. A maior parte do capítulo então detalha os 3 submodelos<br />

antes de concluir com uma discussão das avaliações implícitas no modelo. Os capítulos<br />

subseqüentes descrevem o uso do modelo.<br />

6.1.2 O objetivo do modelo é fornecer uma estrutura e um processo para o desenvolvimento de<br />

diversos cenários. As previsões do número de passageiros e receita para o TAV no<br />

corredor Rio de Janeiro/São Paulo/Campinas são exigidas em diversas premissas<br />

diferentes, enquanto o modelo deve ser capaz de prever as grandes alterações no<br />

comportamento de viagem que podem ser esperadas.<br />

6.1.3 Apesar de existirem modelos para as áreas do Grande Rio de Janeiro e São Paulo, eles<br />

não são adequados para a modelagem interurbana. Portanto, um novo modelo foi<br />

desenvolvido usando os dados de preferência revelada e declarada descritos no Capítulo<br />

5, acompanhados de dados da rede de transporte descritos nos Capítulos 2 e 3 para<br />

calibrar um modelo integrado de 3 estágios. Conforme mencionado acima, o processo de<br />

desenvolvimento de modelo incorporou aconselhamento da INGENIERIA DICTUC na<br />

Pontificia Universidad Catolica de Chile, Santiago.<br />

6.2 Estrutura de Modelo Geral<br />

6.2.1 A Figura 6.1 apresenta uma figura simplificada da estrutura do modelo, que mostra como<br />

as medidas de acessibilidade, utilidade da viagem ou custo generalizado da viagem,<br />

realimentam os estágios anteriores do modelo. As linhas pontilhadas indicam um<br />

processo de feedback ou um opcional, as outras linhas sólidas mostram o processo.<br />

6.2.2 Os dados de entrada para o modelo incluem dados demográficos tais como população,<br />

pessoas empregadas e renda, e também informações de oferta de transporte, tais como<br />

custo e tempos de viagem. Esses dados são, então, usados em uma série de<br />

submodelos que determinam o número total de viagens realizadas, os destinos para<br />

essas viagens e o modo escolhido para cada viagem.<br />

6.2.3 A escolha do modo é feita com base no custo relativo ou ―utilidade‖ de cada modo. O<br />

custo geral de todas as viagens em potencial fornece uma medida de acessibilidade, e<br />

isso é alimentado de volta ao processo de modelagem de viagem para que a escolha de<br />

destino de viagem e o número geral de viagens seja sensível a alterações à oferta de<br />

transporte, possibilitando que viagens sejam ―induzidas‖ pela acessibilidade melhorada.<br />

Isso se compara com os modelos convencionais de quatro estágios nos quais as origens<br />

e destinos de viagem gerais são freqüentemente independentes da acessibilidade. Um<br />

componente secundário de demanda induzida é incorporado por meio de alterações aos<br />

dados de entrada sócio-demográficos com base em visões derivadas de forma<br />

independente do impacto potencial do TAV no desenvolvimento regional.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final<br />

6.2.4 Esse modelo altamente sofisticado foi desenvolvido em virtude de o TAV representar<br />

uma grande alteração com relação à oferta de transporte existente. Modelos mais<br />

simples, que talvez incluam somente o elemento de escolha de modo, não seriam<br />

capazes de incorporar os impactos nos padrões de viagem e o aumento no número geral<br />

de viagens de demanda induzida. Além disso, este modelo é capaz de reconhecer as<br />

diferenças nos relacionamentos entre os modos, com pessoas escolhendo entre vôos<br />

após já ter escolhido aéreo, em lugar de simplesmente fazer uma escolha entre ônibus,<br />

carro, avião ou trem.<br />

Figura 6.1: Estrutura Modelo<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final<br />

6.3 Sistema de Zoneamento<br />

6.3.1 Os modelos regionais existentes para as áreas de Rio de Janeiro e São Paulo, foram<br />

desenvolvidos para estudos de planos diretores. Esses modelos, PDTU para a região do<br />

Rio de Janeiro (53 zonas) e PITU para a região de São Paulo (96 zonas), fornecem a<br />

base para o sistema de zoneamento nessas áreas. Para as áreas intermediárias os<br />

limites municipais das cidades nas quais as estações são propostas formam a base para<br />

as zonas. Os dados de origem-destino de viagem a partir das pesquisas de preferência<br />

revelada fornecem viagens nesse grau de detalhe, e essa desagregação foi usada para<br />

todo o trabalho de estimativa de modelo, incluindo a determinação de tempo de acesso.<br />

Apenas para o trabalho de previsão, as zonas foram agregadas em 16 macrozonas<br />

refletindo o agrupamento de viagens e a densidade da realização de viagens.<br />

6.3.2 Para as estimativas de previsão, São Paulo foi agregado em 7 zonas, o Rio de Janeiro<br />

em 5 zonas e as 4 restantes representam os municípios de Volta Redonda/Barra Mansa,<br />

São José dos Campos, Jundiaí e Campinas. A Figura 6.2 apresenta o sistema de<br />

zoneamento usado para o corredor com o sistema de zonas mais detalhado das áreas do<br />

Rio de Janeiro e São Paulo usado na estimativa de modelo apresentada na Figura 6.3.<br />

As áreas fora das zonas apresentadas não estão incluídas no modelo, salvo se o<br />

componente principal da viagem por avião ou ônibus estiver entre as zonas ―incluídas‖.<br />

6.3.3 A agregação de zonas garante que o modelo permaneça de um tamanho tratável e<br />

possa ser adequadamente apoiado por dados de entrada e distribuição de viagem.<br />

Naturalmente, qualquer agregação de zonas sempre resultará na perda de detalhe, mas<br />

deverá ser enfatizado que os modelos de divisão de modo foram estimados usando<br />

dados desagregados e o sistema de zonas mais detalhado, e, de forma similar, o tempo<br />

de acesso também foi estimado usando o sistema de zonas mais detalhado.<br />

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Figura 6.2: Sistema de Zoneamento Modelo<br />

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Figura 6.3: Sistema de Zoneamento Modelo no Rio de Janeiro e em São Paulo<br />

6.4 Rede de Transporte<br />

6.4.1 O modelo inclui 7 modos existentes e os 2 ―modos‖ do TAV. Além do modo de automóvel, os<br />

ônibus são divididos em 3 níveis de qualidade, variando das configurações normais de ônibus a<br />

ônibus leito com viagem à noite, com assentos reclináveis. Os serviços aéreos, que são<br />

pertinentes apenas para o modelo expresso, são divididos em 3 grupos com base na<br />

combinação de aeroporto - ou seja, Santos Dumont (no centro do Rio de Janeiro) a Congonhas<br />

(centro de São Paulo), Galeão (Internacional do Rio de Janeiro) a Congonhas e Galeão a<br />

Guarulhos (Internacional de São Paulo). Não há atualmente vôos entre os aeroportos de<br />

Santos Dumont e Guarulhos e esse movimento não é considerado. O TAV está incluído nas<br />

classes padrão e executiva.<br />

6.4.2 Os tempos de acesso e complemento de viagem foram incluídos como variáveis de dados de<br />

entrada durante a estimativa e previsão de modelo. O tempo de acesso representa o tempo<br />

gasto para viajar da origem ao aeroporto ou estação, enquanto o complemento de viagem<br />

representa o tempo entre o aeroporto ou estação e o destino final. Os tempos foram estimados<br />

separadamente para acesso/complemento de viagem por carro e por transporte coletivo e são<br />

apresentados no Anexo C.<br />

6.4.3 A estimativa do submodelo de divisão de modo (vide a Seção 6.10) foi realizada usando dados<br />

discretos, ou seja, cada registro individual foi usado separadamente sem agregação. O tempo<br />

de acesso nesse estágio tem como base o sistema de zonas mais detalhado, a saber, o<br />

sistema PDTU para a região do Rio de Janeiro (53 zonas) e PITU para a região de São Paulo<br />

(96 zonas). Cada registro individual foi alocado a uma dessas zonas e o tempo de acesso<br />

escolhido a partir do tempo em transporte coletivo ou de carro, dependendo do modo declarado<br />

pelo respondente. Como os modelos foram estimados usando os modos existentes e futuros,<br />

esses tempos de acesso incluíram não apenas os aeroportos e estações de ônibus existentes,<br />

mas também as estações de TAV propostas. Dessa forma, durante a estimativa do modelo, os<br />

tempos de acesso e complemento de viagem foram incorporados no nível mais detalhado<br />

possível. Tabelas completas de acesso/complemento de viagem por carro para Rio de Janeiro<br />

e São Paulo são fornecidas no Anexo C.<br />

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6.4.4 A agregação de zona somente foi necessária no estágio da previsão. Conforme discutido<br />

acima, isso reflete as matrizes de viagem esparsas no sistema de zonas detalhado, com as<br />

zonas agregadas cuidadosamente projetadas com base no agrupamento de viagens no nível<br />

desagregado. Entretanto, o tempo de acesso e complemento de viagem entre o centróide<br />

dessas zonas maiores e as estações ou aeroportos foi calculado com base nos tempos de<br />

acesso a partir de cada uma das zonas componentes, de forma que esse elemento do modelo<br />

é determinado usando o sistema de zona mais detalhado disponível. Os registros de pesquisa<br />

expandida, que incluem os tempos de viagem entre cada zona metropolitana detalhada e cada<br />

estação ou aeroporto, foram usados para medir os tempos de acesso para carro e transporte<br />

coletivo para o sistema de zona agregada. Esses tempos de acesso médio ponderados foram,<br />

então, usados para o estágio de previsão.<br />

6.4.5 Os tempos de viagem na rede rodoviária têm como base as redes de simulação existentes nos<br />

modelos de planejamento metropolitano oficiais para o Rio de Janeiro e São Paulo (PDTU &<br />

PITU). Para o Rio de Janeiro, cujo modelo data de 2003, pesquisas de tempo de viagem foram<br />

realizadas em agosto de 2008 usando um veículo equipado com um GPS. O veículo percorreu<br />

algumas rotas importantes (um mapa das rotas é apresentado como Figura 6.4) e, dessa<br />

forma, produziu um conjunto de tempos de viagem atualizados que foram usados para ajustar<br />

a rede do modelo metropolitano. Para a área de São Paulo, as pesquisas de tempo de viagem<br />

foram realizadas em 2006 para o modelo regional e essas foram consideradas recentes o<br />

suficiente para derivar os tempos nessa área. Os tempos de viagem na área interurbana têm<br />

como base velocidades de fluxo livre. Apesar de não haver tempo de acesso separado, os<br />

atrasos foram incluídos no modelo com base no tempo adicional médio que pode ser incorrido<br />

acima do tempo de viagem ideal. Os custos, que são de acordo com os preços de 2008,<br />

incluem todos os pedágios nas 8 praças de pedágio. Os custos operacionais do veículo,<br />

amplamente relacionados a combustível, foram estimados em R$ 0,25/km com base na média<br />

de consumo e custos de combustível.<br />

Figura 6.4: Pesquisas de Tempo de Viagem na Área Urbana do Rio de Janeiro<br />

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6.4.6 Há serviços de ônibus freqüentes operando entre o Rio de Janeiro e São Paulo, levando cerca<br />

de 5 a 6 horas para viajar entre as cidades. O modelo inclui a divisão de tempo geral em<br />

diversos componentes, incluindo tempo de acesso e tempo dentro do veículo. O tempo dentro<br />

do veículo tem como base as tabelas de horários para as rotas, mas o modelo também inclui o<br />

―atraso‖, lançado como a discrepância média observada a partir dos tempos de viagem<br />

publicados. Conforme discutido acima, o tempo de acesso para a estimativa do modelo tem<br />

como base o tempo nas redes viária e de transportes coletivos a partir de cada uma das 53/96<br />

zonas originais que compõem as zonas agregadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, porém,<br />

foram agregadas para previsão. Os preços de passagens dos ônibus são tirados de fontes<br />

publicadas.<br />

6.4.7 Os serviços aéreos entre São Paulo e Rio de Janeiro operam 3 das 4 combinações de<br />

aeroportos em potencial, porém, a rota mais popular é entre Santos Dumont e Congonhas (os<br />

dois aeroportos centrais). Conforme ocorre com os ônibus, os tempos de viagem entre os<br />

aeroportos são separados em acesso e tempo no veículo, com um tempo de ―atraso‖ adicional.<br />

O tempo no veículo tem como base a viagem programada, mas inclui um adicional de 50<br />

minutos para refletir o check-in, liberação de segurança e processamento de chegada.<br />

Conforme com o ônibus, os tempos de acesso tiveram como base os tempos para/de cada um<br />

dos 53/96 sistemas de zona originais. O atraso é o tempo adicional médio observado gasto<br />

para vôos comparado com a tabela de horários. Os preços de passagens são representados<br />

como preços médios com base em consulta com agências de viagem.<br />

6.5 Obtenção da Matriz de Viagem Observada<br />

6.5.1 Antes do desenvolvimento do modelo, é necessário converter as viagens pesquisadas<br />

descritas no Capítulo 5 em matrizes de viagem observadas por modo. O objetivo do processo<br />

de calibragem é desenvolver um modelo que seja capaz de replicar essas matrizes observadas<br />

tanto quanto possível, garantindo que ele produza uma boa representação do comportamento<br />

atual.<br />

6.5.2 As pesquisas foram realizadas em todos os modos - em praças de pedágio para carros e no<br />

aeroporto e terminais rodoviários para esses modos. Quando o número total de viagens é<br />

conhecido, como é o caso de avião e ônibus, os dados da pesquisa podem ser expandidos<br />

para esse total. Para viagens de carro, o processo é um pouco mais complexo, já que a fonte<br />

do ―total‖ é representada por tráfego em diversas praças de pedágio. Em primeiro lugar, o<br />

tráfego total nas praças de pedágio deverá ser expandido para ―total de pessoas‖ com base na<br />

ocupação do veículo observada em cada praça. Então, enquanto as pesquisas podem ser<br />

expandidas para ―total de pessoas‖ observadas em cada praça específica, um problema de<br />

contagem dupla surge ao tentar combinar as matrizes. Isso ocorre em virtude de muitas das<br />

origens-destinos terem passado por mais do que um local de pesquisa, e, o simples acréscimo<br />

às pesquisas representaria essas viagens em excesso.<br />

6.5.3 Para cada movimento de origem-destino, o padrão de viagem escolhido foi aquele derivado do<br />

local considerado o mais confiável. Isso foi definido como o local que tem a mais alta taxa da<br />

amostra para esse movimento específico. Nossos procedimentos de pesquisa/expansão<br />

chegaram a uma proporção de 29% das viagens que passaram pela Rodovia Dutra em 2008<br />

serem entre Rio de Janeiro e São Paulo. Uma pesquisa totalmente independente da<br />

concessionária da rodovia em 2006, estimou um valor de 27% para essas viagens. As matrizes<br />

foram então, balanceadas garantindo o mesmo número de viagens em ambas as direções.<br />

6.5.4 Somente as viagens que podem potencialmente escolher o TAV foram usadas no modelo. Isso,<br />

em geral, inclui somente viagens entre as áreas mostradas no mapa de zonas das Figuras 6.2<br />

e 6.3. Para viagens de carro isso considera uma suposição conservadora de que o sistema de<br />

park and ride [estacionamento integrado] de longa distância seja considerado não atrativo. Por<br />

ar, todas as viagens entre Rio de Janeiro e São Paulo ou Campinas são incluídas quando elas<br />

envolvem um check-in e a saída de 2 dos 3 aeroportos. Isso torna a suposição conservadora<br />

de que conexões a vôos para outros destinos não são incluídas, refletindo a redução de preços<br />

de passagem limitada que seria esperada da perda desse trecho do vôo.<br />

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6.5.5 Para viagens de ônibus, somente aqueles que usam serviços que param próximo às estações<br />

obrigatórias estão incluídos. As viagens a partir de áreas não servidas pelo TAV foram<br />

excluídas, se elas atualmente usam serviços diretos para atingir o destino final, já que se<br />

espera que esses serviços continuem a ser operados. Entretanto, quando passageiros dessas<br />

áreas são transferidos em locais nos quais as estações do TAV são propostas, as viagens são<br />

tratadas como tendo iniciado a partir da área servida pelo TAV; espera-se que o modo de<br />

acesso permaneça o mesmo. As viagens feitas por ônibus fretados são consideradas no<br />

escopo de uma forma similar aos ônibus regulares, que é uma suposição um tanto otimista<br />

considerando a conveniência oferecida por esses serviços. As matrizes de viagem resultantes<br />

por modo e finalidade são apresentadas no Anexo D.<br />

6.6 Modelo de Demanda Integrada<br />

6.6.1 O modelo de demanda é um modelo de escolha logit integrado de última geração. Os três<br />

estágios do próprio modelo representam três escolhas hierárquicas, se viajará ou não, para<br />

onde viajar, e como viajar, conforme apresentado na Figura 6.5. Cada estágio é modelado<br />

separadamente para cada uma das quatro finalidades de viagem (regional/longa distância, por<br />

viagem relacionada a trabalho e não relacionada a trabalho). Essa abordagem, resultando em<br />

um modelo altamente sofisticado e intuitivo, foi adotada por diversos modelos interurbanos<br />

recentes destinados a incorporar o trem de alta velocidade. Esses incluem o modelo de<br />

demanda do Eurotúnel e o modelo de demanda de viagem de longa distância emergente do<br />

governo do Reino Unido.<br />

Figura 6.5: Escolhas feitas nos 3 estágios do modelo<br />

6.6.2 Em cada nível de escolha, as opções com ―utilidade‖ mais elevada mais provavelmente serão<br />

escolhidas em lugar daquelas com menor utilidade. O objetivo da calibragem do modelo é<br />

determinar quais elementos de viagem são incluídos nessa utilidade e o valor relativo de cada<br />

um.<br />

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6.6.3 O primeiro estágio, geração de viagem, resulta na produção de viagens a partir de cada área<br />

em relação às variáveis sócio-econômicas, e o tipo de área em que ela está (por exemplo, no<br />

cento da cidade). Contudo, a probabilidade de origens de viagem (ou produções) a partir de<br />

uma determinada área também depende de quão ―atrativos‖ são os destinos com relação ao<br />

acesso fácil. O submodelo de escolha de destino determina esse nível de ―atração‖ ou<br />

―utilidade de viagem‖ para cada destino.<br />

6.6.4 A escolha de destino é feita para cada origem de viagem com base nas características desse<br />

destino, usando dados sócio-econômicos similares ao submodelo de geração de viagem para<br />

produzir ―utilidade de viagem‖ para cada zona. Novamente, também há o feedback do estágio<br />

seguinte, com a utilidade da viagem dependente de quão fácil é (em termos de custo<br />

generalizado ou utilidade de viagem) atingir o destino a partir das origens dessa viagem.<br />

6.6.5 A escolha de modo é a terceira etapa, e para cada movimento de origem-destino isso se<br />

baseia no custo generalizado ou na utilidade da viagem dos modos disponíveis. Para a escolha<br />

de modo, a utilidade inclui todos os componentes de custo de viagem, tais como tempo e preço<br />

de passagem, mas também inclui tendências a modos específicos e os efeitos da renda na<br />

escolha de modo.<br />

6.6.6 Todos os estágios de escolha são modelos de escolha Logit. Para esses modelos, a<br />

probabilidade da opção 1 de escolha (P1), depende da utilidade (V) dessa escolha e de todas<br />

as outras escolhas:<br />

P<br />

1<br />

exp( V1)<br />

exp( Vk<br />

k<br />

)<br />

V é normalmente expresso como uma função linear incluindo componentes mensuráveis de<br />

utilidade X, cada um com um coeficiente :<br />

V X<br />

k<br />

k k<br />

6.6.7 Para um submodelo de escolha de modo, os componentes de utilidade podem ser tempos de<br />

viagem e preços de passagem, enquanto para um submodelo de geração de viagem eles<br />

podem incluir número de trabalhadores ou renda média. Os coeficientes convertem os diversos<br />

componentes de utilidade a partir de suas próprias unidades (por exemplo, o custo pode ser<br />

em R$, enquanto o tempo pode ser em minutos) em uma ―utilidade genérica‖. Após resolvida a<br />

escala das unidades, o tamanho dos coeficientes com relação uns aos outros fornece uma<br />

indicação sobre a importância relativa de cada componente; por exemplo, ao comparar os<br />

modelos que usam o mesmo tempo (minutos) e unidades de custo (R$), um índice maior entre<br />

os coeficientes de tempo e custo sugere que o tempo é mais importante (ou seja, o valor do<br />

tempo é maior). Além disso, a magnitude de todos os coeficientes fornece uma indicação sobre<br />

quanto da escolha é explicado pelos componentes de utilidade e, dessa forma, ―lógica‖.<br />

Coeficientes maiores sugerem um grau maior de escolha ―lógica‖, mais uma vez, permitindo a<br />

diferença nas unidades. Se os dois modelos fossem comparados, ambos usando as mesmas<br />

unidades e ambos tendo coeficientes com os mesmos tamanhos relativos uns com os outros<br />

(por exemplo, mesmo valor de tempo), o modelo com a maior magnitude de coeficientes<br />

tenderia a ser mais sensível (em um caso extremo, toda a demanda escolheria o modo mais<br />

favorecido, com nenhum para os outros), enquanto o modelo com coeficientes menores<br />

tenderia a dividir a demanda mais equilibradamente entre cada modo.<br />

6.6.8 Uma estimativa do modelo integrado foi realizada de uma forma seqüencial, com base nos<br />

dados de preferência revelada/preferência declarada combinados, porém, na ordem inversa à<br />

sua aplicação. A calibragem começa com o submodelo de escolha modal já que a medida de<br />

acessibilidade (o logsum de utilidades para todos os modos) é estimada neste estágio e é<br />

então exigida nas duas outras etapas. A utilidade a partir do estágio de escolha de modo é<br />

usada para calibrar o submodelo de escolha de destino, e a utilidade a partir desse estágio é<br />

exigida na estimativa do estágio de geração de viagem. Outros detalhes sobre a técnica de<br />

preferência declarada são fornecidos no Anexo E.<br />

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6.7 Geração de Viagem<br />

6.7.1 A geração de viagem é normalmente realizada usando um modelo hierárquico de<br />

escolha/freqüência combinado. Inicialmente, calcula-se a probabilidade de que uma pessoa<br />

escolherá fazer uma viagem por uma finalidade específica em um determinado período.<br />

Subseqüentemente, pode-se estimar a probabilidade de que algumas pessoas realizem mais<br />

do que uma viagem. O volume total de viagem é, dessa forma, obtido pela multiplicação do<br />

número de pessoas de cada tipo por sua probabilidade de fazer uma ou mais viagens. Para<br />

esse estudo, entretanto, as freqüências reportadas a partir das pesquisas para quaisquer pares<br />

de origem - destino determinados foram inferiores a uma viagem de trabalho por dia e uma<br />

viagem não relacionada a trabalho por semana. A etapa da escolha da freqüência foi, portanto,<br />

desnecessária.<br />

6.7.2 Os quatro submodelos de geração de viagem são apresentados na Tabela 6.1 abaixo, onde a<br />

utilidade de não fazer uma viagem é estabelecida em zero. Para cada zona, a probabilidade de<br />

viagem é fatorada pela população daquela zona para determinar o número de viagens feitas<br />

em um dia (para viagens de trabalho) ou número de viagens feitas em uma semana (para<br />

viagens não relacionadas a trabalho). Essas são, então, fatoradas para viagens por ano.<br />

Observe que o número geral de viagens geradas representa apenas aquelas dentro do<br />

corredor (ou seja, geralmente viagens interurbanas) e não todas as viagens geradas pelas<br />

zonas.<br />

6.7.3 Para os submodelos de geração de viagem expressa, muito provavelmente em virtude da<br />

gama muito pequena de variação dentro das zonas para as viagens mais longas, revelou-se<br />

difícil obter o efeito real da variável de acessibilidade; na verdade, sua presença fez com que<br />

as variáveis dummy atribuídas ao Rio de Janeiro e São Paulo perdessem o significado<br />

estatístico. Em virtude disso, os mesmos valores produzidos pelos submodelos regionais foram<br />

atribuídos à variável de acessibilidade, para viagens a trabalho e não relacionadas a trabalho,<br />

estimando novamente os outros coeficientes.<br />

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Tabela 6-1: Submodelos de Geração de Viagem<br />

Parâmetro Valor<br />

Expressa –<br />

Relacionada a<br />

trabalho<br />

Expressa – Não<br />

relacionada a<br />

trabalho<br />

Índice<br />

T Valor Índice T Valor<br />

Página 95 de 149<br />

Regional –<br />

Relacionada a<br />

trabalho<br />

Regional – Não<br />

relacionada a<br />

trabalho<br />

Índice<br />

T Valor Índice T<br />

Constante -13,15 -18,89 -16,06 -13,19 -6,78 -10,81 -9,81 -2,96<br />

Renda Média<br />

(R$000) 0,76 6,80 0,53 4,11 0,43 3,59 0,46 3,97<br />

Veículos/popu<br />

lação - - 6,442 1,26<br />

Dummy – a<br />

zona está no<br />

Rio de<br />

Janeiro 1,26 3,68 1,11 1,87 -3,732 -4,88 -2,49 -1,66<br />

Dummy – a<br />

zona está em<br />

São Paulo - - -1,16 -1,41 -2,39 -7,13 -2,08 -4,88<br />

Dummy – a<br />

zona está na<br />

Área<br />

Comercial<br />

Central 4,00 9,70 4,40 10,54 4,27 10,64 4,49 10,47<br />

Acessibilidade<br />

(Logsum de<br />

escolha de<br />

dest.) 0,12 * 0,54 * 0,12 0,60 0,54 1,08<br />

R2 0,94 0,96 0,96 0,96<br />

R2 (ajustado) 0,92 0,92 0,94 0,94<br />

*Valor de acessibilidade derivado do submodelo regional<br />

6.7.4 O grupo de renda é incluído como a média para a zona em milhares de R$/mês. Contudo, cada<br />

uma das três classes de renda foi modelada separadamente para cada zona. A classe de baixa<br />

renda representa aqueles que recebem menos do que R$ 2.000 por mês, enquanto o grupo de<br />

alta renda recebe mais do que $ 5.000 por mês. Em virtude das complexidades do modelo<br />

Logit , a sensibilidade à renda é diferente por zona dependendo dos outros parâmetros.<br />

Contudo, um aumento de renda total de 1% aumenta a produção de viagens de trabalho<br />

expressas em 4,4%, caeteris paribus.<br />

6.7.5 Para tentar avaliar a validade desse resultado, recuperamos alguns dados anteriores sobre o<br />

aumento de demanda comparado a um indicador de renda, PIB per capita. Infelizmente, os<br />

únicos dados confiáveis são da viagem aérea entre Rio de Janeiro e São Paulo, porém,<br />

conforme apresentamos, esse mercado forma a maior parte das viagens no corredor. Os dados<br />

para um período de dez anos são apresentados na Tabela 6-2.


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Tabela 6-2: PIB/Capita e Crescimento de Passageiros Aéreos<br />

Ano<br />

PIB/Capita<br />

US$ 2007 (em<br />

milhares)<br />

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Passageiros aéreos,<br />

Rio a Sao Paulo<br />

(milhares)<br />

1998 $ 6,84 2.375<br />

1999 $ 6,76 3.063<br />

2000 $ 6,95 4.082<br />

2001 $ 6,93 4.144<br />

2002 $ 7,02 3.890<br />

2003 $ 7,00 3.743<br />

2004 $ 7,31 4.069<br />

2005 $ 7,44 4.609<br />

2006 $ 7,65 4.658<br />

2007 $ 7,99 4.414<br />

Fontes: ANAC Annals; IPEADATA, PIB per capita, Brasil<br />

6.7.6 A taxa de crescimento geométrico médio do PIB/capita foi de 1,7% ao ano, e a da demanda por<br />

viagem aérea foi de 7,1% ao ano. Nessas taxas, um aumento médio de 1% no PIB/capita<br />

implicaria em um aumento médio de 4,2% na demanda. Um outro estudo independente 3<br />

desenvolvido especificamente para o serviço de ponte aérea do Rio de Janeiro a São Paulo,<br />

derivou uma especificação log-log de uma equação de demanda, onde o coeficiente do log<br />

(PIB) tinha o valor de 3,963, que seria ainda maior em um relacionamento linear.<br />

6.7.7 De forma similar, para viagens expressas não relacionadas a trabalho, um aumento de renda<br />

total de 1% aumenta a produção total de viagem em 2,8%; o mesmo aumento na frota de<br />

carros particulares aumentaria as taxas de produção de viagem em 2%. Esses elementos são<br />

incluídos para garantir que o modelo seja sensível a efeitos sócio-econômicos suficientes de<br />

forma que quaisquer alterações a essas variáveis resultantes do TAV possam ser refletidas no<br />

modelo.<br />

6.7.8 As constantes representam outras medidas de propensão à viagem não explicadas por outras<br />

variáveis. Os valores são valores negativos grandes refletindo a baixa utilidade (e, ainda, a<br />

freqüência) de viagens de longa distância.<br />

6.7.9 A medida de acessibilidade é alimentada de volta a partir do submodelo de escolha de destino.<br />

Para consistência com a teoria da maximização de utilidade usada na modelagem de escolha,<br />

essa medida de acessibilidade deverá ser a utilidade esperada máxima (logsum) do submodelo<br />

de escolha de destino. Em virtude de o número de destinos ter que se equiparar ao número de<br />

origens, as alterações à acessibilidade resultarão em alterações ao número absoluto de<br />

viagens somente nesse estágio de produção de viagem, ou seja, o modelo é considerado como<br />

sendo ―restringido unicamente‖, possibilitando a incorporação de viagens induzidas.<br />

6.7.10 Isso é diferente dos modelos de geração de viagem tradicionais (tais como usados nos<br />

modelos de 4 estágios) nos quais há também uma geração explícita para determinar o número<br />

de atrações de viagem, (o componente de "atração" da viagem). O número total de viagens é,<br />

portanto, ―restringido duplamente‖ e significa que a maior acessibilidade não leva a um<br />

aumento geral na realização de viagens. Na abordagem utilizada, o número de destinos de<br />

viagem depende do número de produções de viagem, e a distribuição dos destinos é<br />

determinada pelo submodelo de escolha de destino de viagem. Uma acessibilidade aprimorada<br />

sempre resultará em produções adicionais de viagem.<br />

3 Oliveira, A. V. M. (2005) Os Impactos da Liberalização na Concorrência em um Mercado de Ponte Aérea.<br />

Documento de Trabalho n o 006 – Núcleo de Estudos em Competição e Regulação do Transporte Aéreo (NECTAR)<br />

Série de Documentos de Trabalho. São José dos Campos, SP. Disponível em http://www.ita.br/~nectar.


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6.7.11 As equações de geração de viagem são aplicadas a cada uma das zonas por grupo de renda e<br />

por pessoas proprietárias ou não de carros. A Tabela 6.3 e a Tabela 6.4 comparam as origens<br />

de viagem observadas e modeladas por área para os submodelos expressos e regionais<br />

separadamente. A Tabela 6.5 apresenta um resumo de todas as viagens por área em milhares<br />

de viagens por ano.<br />

Área<br />

Tabela 6-3: 2008 Submodelo de Geração de Viagem Expressa Observada comparada à<br />

Modelada<br />

Relacionada a trabalho Não relacionada a trabalho<br />

Observad<br />

a Modelada Diferença<br />

Página 97 de 149<br />

Observad<br />

a Modelada Diferença<br />

Rio de Janeiro 2.468 2.219 -249 1.167 1.104 -63<br />

V. Redonda/B.<br />

Mansa 0 0 0 0 0 0<br />

S.J. Campos 0 0 0 0 0 0<br />

São Paulo 2.664 2.540 -124 1.188 1.114 -74<br />

Jundiaí 0 0 0 0 0 0<br />

Campinas 166 202 36 116 116 0<br />

TOTAL 5.297 4.961 -336 2.470 2.334 -136<br />

Área<br />

Tabela 6-4: 2008 Submodelo de Geração de Viagem Regional Observada comparada à<br />

Modelada<br />

Relacionada a trabalho Não relacionada a trabalho<br />

Observad<br />

a Modelada Diferença<br />

Observad<br />

a Modelada Diferença<br />

Rio de Janeiro 953 900 -53 267 298 31<br />

V. Redonda/B.<br />

Mansa<br />

1.041 860 -181 285 207 -78<br />

S.J. Campos 3.132 3.844 712 718 930 212<br />

São Paulo 12.164 10.712 -1.452 3.589 3.146 -443<br />

Jundiaí 4.466 3.172 -1.294 1.094 1.109 15<br />

Campinas 6.866 9.793 2.927 1.757 2.161 404<br />

TOTAL 28.622 29.281 659 7.710 7.851 141<br />

Tabela 6-5: 2008 - Resumo de Geração de Viagem<br />

Área Observada Modelada Diferença<br />

Rio de Janeiro 4.855 4.520 -335<br />

V. Redonda/B. Mansa 1.326 1.067 -259<br />

S.J. Campos 3.849 4.774 925<br />

São Paulo 19.604 17.512 -2.092<br />

Jundiaí 5.560 4.281 -1.279<br />

Campinas 8.904 12.272 3.368<br />

TOTAL 44.098 44.426 328


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6.7.12 Os submodelos iniciais prevêem bem as produções de viagem, especificamente para as<br />

principais áreas de Rio de Janeiro e São Paulo. As viagens em geral estão dentro de 1% das<br />

observadas. Contudo, em uma segunda etapa de calibragem, o termo constante das equações<br />

de geração de viagem foi novamente calibrado com base nessa comparação de forma que as<br />

viagens modeladas se equiparassem exatamente às viagens observadas.<br />

6.8 Distribuição de Viagem<br />

6.8.1 A distribuição de viagem está incluída como submodelo de escolha de destino, porém, é<br />

derivada do modelo de gravidade convencional normalmente usado na modelagem de viagem<br />

de 4 estágios. Ele é denominado modelo de gravidade em virtude de presumir que o número<br />

de viagens entre dois locais depende do ―tamanho‖ dos dois locais, em termos de atividade em<br />

potencial, e o custo, ou ―distância‖ entre eles. Pode ser provado que o modelo de gravidade<br />

pode ser apresentado como um modelo logit com utilidade para destino j calculada conforme a<br />

seguir:<br />

V ln( B )<br />

j<br />

j<br />

C<br />

ij<br />

6.8.2 B é uma medida calibrada do tamanho da atração para a área j, Cij é o custo generalizado para<br />

viajar entre as áreas e j, e β é um parâmetro para ser estimado. O tamanho da atração de j<br />

está relacionado a variáveis sócio-econômicas similares às usadas no submodelo de geração<br />

de viagem, tais como população e nível de renda. Na verdade, esse componente do<br />

submodelo de escolha de destino tem muitas similaridades com o cálculo de atração de viagem<br />

convencional usado nos modelos de geração de viagem de 4 estágios. Na modelagem, o custo<br />

generalizado - a medida de acessibilidade - deve ser a logsum da utilidade de viajar para a<br />

zona j a partir de todas as origens, determinada no próximo nível de escolha (ou seja, a<br />

escolha de modo).<br />

6.8.3 Alterações à acessibilidade, refletidas pela maior realização de viagem total no estágio de<br />

geração de viagem, resultarão em alterações aos padrões de viagem no estágio de distribuição<br />

de viagem. Quando a acessibilidade melhora, normalmente se espera um aumento nas<br />

viagens, porém, é possível observar uma redução em movimentos específicos se a atração de<br />

outros destinos aumentar de forma significativa.<br />

6.8.4 A fórmula funcional a seguir foi desenvolvida para incluir as variáveis de tamanho da atração e<br />

a logsum da utilidade de escolha de modo dentro da mesma equação:<br />

V j ln ( 1S1<br />

) ( 2S<br />

2 ) exp 2 ( 3S<br />

3)<br />

exp 3 ... ( nS<br />

n ) exp n 0<br />

6.8.5 S1, S2 e S3 são três exemplos de variáveis de tamanho, enquanto os valores α são calibrados<br />

representando em escala os parâmetros para possibilitar a soma de todas as variáveis de<br />

tamanho de atração em um único ―tamanho de atração‖ relativo. Uj é a logsum da utilidade de<br />

viajar para o destino j (derivada do submodelo de escolha de modo). Temos, então,<br />

coeficientes , conforme é usual no cálculo de utilidade do modelo logit para converter todos os<br />

componentes em uma única medida de utilidade. Não é possível estimar um parâmetro para<br />

cada uma das variáveis de tamanho, em virtude de a agregação de uma constante não<br />

produzir uma variação nas probabilidades; por esse motivo, o algoritmo sugere não estimar um<br />

coeficiente para uma das variáveis de tamanho. A prova do relacionamento entre o modelo de<br />

gravidade e o modelo logit e o desenvolvimento da equação de utilidade de escolha de destino<br />

estão incluídos no Anexo E.<br />

6.8.6 Os valores α são estimados antes da estimativa da equação logit, de forma que a função de<br />

utilidade pode ser reescrita conforme abaixo:<br />

V j ln S1<br />

S 2 exp 2 S3<br />

exp 3 ... S n exp n 0<br />

6.8.7 Dois submodelos de escolha de destino foram calibrados, um para viagens relacionadas a<br />

trabalho e um para viagens não relacionadas a trabalho. As funções de utilidade dos modelos<br />

são calculadas conforme a seguir, e de acordo com a equação apresentada acima:<br />

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U<br />

j<br />

U<br />

j


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V<br />

d<br />

lsm * Ln(<br />

Sd<br />

) k(<br />

LogSumM d )<br />

O coeficiente lsm é simplesmente o valor que, no software ALOGIT, multiplica o logaritmo na<br />

expressão acima, e é estabelecido a um valor pré-determinado = 1. As variáveis de tamanho,<br />

Sd são estimadas usando as seguintes equações:<br />

S<br />

work<br />

d<br />

S<br />

non<br />

d<br />

work<br />

[ EMP]<br />

exp( cbdsp)[<br />

SPCentre]<br />

exp( cbdrio)[<br />

RioCentre]<br />

exp( zi<br />

)[ zd<br />

]<br />

[ POP ] exp( cbdsp)[<br />

SPCentre]<br />

exp( cbdrio)[<br />

RioCentre]<br />

exp( zi<br />

)[ zd<br />

]<br />

6.8.8 SPCentre e RioCentre são variáveis dummy se o destino for o centro de São Paulo ou do Rio<br />

de Janeiro respectivamente, emprego e população estão incluídos em milhares e há uma<br />

constante (variável dummy zd para destino d) para completar o componente de ―tamanho de<br />

atração‖ de utilidade de destino. A medida de acessibilidade, LogSumMd, é a logsum de<br />

utilidade a partir do submodelo de escolha de modo para o destino d.<br />

6.8.9 Os parâmetros do submodelo são apresentados na Tabela 6.6.<br />

Tabela 6-6: Submodelos de Escolha de Destino de Viagem<br />

Modelo Parâmetro Descrição Relacionada a<br />

trabalho<br />

Todos<br />

Expresso<br />

Regional<br />

Página 99 de 149<br />

Não relacionada a<br />

trabalho<br />

Valor Índice t Valor Índice t<br />

K Acessibilidade 0,8707 16,1 0,4168 14,4<br />

emp Emprego 1,00 -<br />

Pop População 1,00 -<br />

Cbdsp<br />

Cbdrio<br />

Destino no centro de<br />

São Paulo<br />

Destino no centro do<br />

Rio de Janeiro<br />

5,920 32,2 7,397 34,0<br />

5,087 31,5 8,330 16,2<br />

Z16 Constante - Zona 16 2,332 1,2 5,958 14,2<br />

Z10 Constante - Zona 10 6,706 28,2<br />

Z9 Constante - Zona 9 6,706 28,2<br />

Z5 Constante - Zona 5 6,485 11,3<br />

Z4 Constante - Zona 4 7,936 14,8<br />

Z3 Constante - Zona 3 - - 6,485 11,3<br />

Z2 Constante - Zona 2 7,936 14,8<br />

Cbdsp<br />

Cbdrio<br />

Destino no centro de<br />

São Paulo<br />

Destino no centro do<br />

Rio de Janeiro<br />

6,012 65,7 7,370 48,4<br />

4,791 16,2 8,228 19,3<br />

Z16 Constante - Zona 16 6,485 60,0 7,899 49,9<br />

Z15 Constante - Zona 15 4,565 34,6 4,945 19,4<br />

Z10 Constante - Zona 10 - - 7,367 50,6<br />

Z9 Constante - Zona 9 7,367 50,6<br />

Z7 Constante - Zona 7 5,861 52,0 7,957 49,8<br />

Z6 Constante - Zona 6 4,848 13,2 6,897 19,2


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Z5 Constante - Zona 5 - - 6,485 11,3<br />

Z4 Constante - Zona 4 8,054 19,0<br />

Z3 Constante - Zona 3 - - 6,485 11,3<br />

Z2 Constante - Zona 2 8,054 19,0<br />

Probabilidade com Coeficientes Zero -3,692 -2,990<br />

Probabilidade com Constantes apenas -3,328 -2,579<br />

Probabilidade Final -2.971 -2.209<br />

N° de observações 1.943 1.492<br />

6.8.10 Os parâmetros z representam as constantes calibradas para cada destino, representando<br />

outros componentes de ―atração‖ que não são explicados por população, emprego, localização,<br />

centro da cidade ou acessibilidade. Constantes diferentes são calibradas para os submodelos<br />

regional e expresso. Os números de probabilidade mostram que o submodelo prevê muito<br />

melhor do que um modelo incluindo apenas constantes, e está dentro do padrão do setor para<br />

esse tipo de modelagem.<br />

6.8.11 A Tabela 6.7 compara as matrizes de viagem observada e modelada para o total de viagens de<br />

pessoas em 2008 no trecho Rio de Janeiro - São Paulo - Campinas.<br />

Tabela 6-7: Viagens de Pessoas Anuais Observadas - 2008 (milhares)<br />

Conexão Observada Modelada Comparação<br />

Rio de Janeiro - São Paulo 7.308 7.274 -34<br />

Rio de Janeiro - Campinas 483 494 11<br />

6.9 Submodelo de Divisão de Modo<br />

6.9.1 Esse é, talvez, o elemento mais significativo do modelo, em virtude de a utilidade calibrada a<br />

partir desse submodelo ser, então, usada para dirigir a produção de viagem e o submodelo de<br />

escolha de destinos. Duas estruturas de submodelo de divisão de modo foram desenvolvidas:<br />

uma estrutura logit aninhado foi escolhida para as conexões expressas, (ou seja, aquelas entre<br />

Rio de Janeiro/São Paulo e Rio de Janeiro/Campinas tendo serviços aéreos) enquanto um<br />

submodelo de forma multinomial mais simples foi usado para o modelo regional.<br />

6.9.2 Quatro submodelos foram estimados: viagens relacionadas a trabalho e não relacionadas a<br />

trabalho para os modelos expresso e regional. Os submodelos expressos foram estimados com<br />

base em pessoas que viajam por carro, avião e ônibus no principal mercado Rio de Janeiro-<br />

São Paulo, porém, mais tarde, os submodelos foram aplicados ao mercado muito menor entre<br />

Rio de Janeiro / Campinas. De forma similar, para o modelo regional, os submodelos de<br />

escolha de modo relacionado a trabalho e não relacionado a trabalho foram estimados a partir<br />

de pesquisas realizadas para viajantes de carro e ônibus em 3 corredores: Rio de Janeiro -<br />

Vale do Paraíba Fluminense, São Paulo - Vale do Paraíba Paulista e São Paulo - Campinas,<br />

porém, os submodelos foram aplicados posteriormente aos outros corredores.<br />

6.9.3 O comportamento de divisão modal existente pode ser modelado usando as escolhas reais dos<br />

viajantes, que são os dados de preferência revelada (PR), mas a introdução do novo modo<br />

TAV exige o uso de preferências declaradas (PD) nas quais eram perguntadas aos<br />

respondentes suas escolhas em situações hipotéticas. Ambos os conjuntos de dados são<br />

usados na estimativa de submodelo, já que isso combina a confiança nos dados observados<br />

(PR) com a ampla variação e novos modos possíveis a partir do conjunto de escolha hipotética<br />

(PD).<br />

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6.9.4 Após a separação das amostras por finalidade de viagem, os respondentes lexicográficos (não<br />

propensos a trocas de modo) foram investigados. Essas pessoas não precisam<br />

necessariamente ser retiradas da amostra nem necessariamente serem tratadas de forma<br />

separada, se retiradas. A abordagem para lidar com esses respondentes depende de seu<br />

comportamento assumido e do impacto observado nos submodelos quando eles são retirados<br />

realmente.<br />

6.9.5 No atual estudo, apesar de não haver respondentes que sempre escolhem a opção mais<br />

barata (minimizadores de custo), há pessoas que sempre escolhem um modo específico,<br />

algumas sempre escolhem o TAV e outras sempre escolhem o carro. A remoção dos<br />

respondentes ―sempre TAV‖ (2,7% da amostra) da amostra resultou em significância estatística<br />

melhorada para alguns parâmetros, mas não tiveram nenhuma influência na estrutura dos<br />

submodelos ou no valor dos parâmetros. A estimativa final dos submodelos não considerou<br />

essas pessoas, em virtude de seu número ter sido tão pequeno e suas respostas terem sido<br />

consideradas com tendência à novidade do TAV. A remoção dos respondentes ―Sempre carro‖<br />

(2,3% da amostra) foi testada e os submodelos permaneceram praticamente inalterados.<br />

Contudo, foi presumido que seu comportamento é consistente com a realidade e essas viagens<br />

foram mantidas. Todas as observações restantes foram ponderadas então para refletir a<br />

distribuição existente de viagens por modo e finalidade em milhares de passageiros por ano,<br />

apresentados na Tabela 6.8.<br />

Tabela 6-8: Viagens Expandidas por Modo e Finalidade em 2008 (milhares de<br />

passageiros/ano)<br />

Modo Classe<br />

Ônibus<br />

Modelo Expresso Modelo Regional<br />

Relacionadas<br />

a trabalho<br />

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Não<br />

relacionadas<br />

a trabalho<br />

Convencional 322 250<br />

Executiva 564 437<br />

Leito 64 50<br />

Relacionadas<br />

a trabalho<br />

Não<br />

relacionadas<br />

a trabalho<br />

7.047 1.853<br />

Carro 681 526 11.715 3.158<br />

Avião 3.416 998 0 0<br />

Total 5.047 2.261 18.762 5.011<br />

6.9.6 As estruturas dos modelos Logit foram refinadas durante o processo de estimativa. Para o<br />

modelo expresso, diversas estruturas de escolha foram testadas, com dados de PR sugerindo<br />

uma estrutura multinomial para viagens de trabalho, enquanto análises de dados de PD<br />

sugerindo estruturas aninhadas para ambas as finalidades. Geralmente se usaria as estruturas<br />

de PR, mas, neste caso, as estruturas de PD foram adotadas refletindo a riqueza de<br />

informações disponíveis nesta fonte de dados. Para viagens de trabalho, foi desenvolvida uma<br />

estrutura aninhada levemente modificada, a qual correlaciona as 2 alternativas de TAV e as 3<br />

alternativas de ônibus. Para viagens não relacionadas a trabalho, os melhores resultados foram<br />

obtidos com uma estrutura aninhada mais típica que considera a correlação entre as 3<br />

alternativas de ônibus, as 3 alternativas de avião e as 2 alternativas de TAV. As estruturas de<br />

modelo Logit para o modelo expresso são apresentadas na Figura 6.6 e na Figura 6.7.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Figura 6.6: Submodelo Expresso - Estrutura de Escolha Relacionada a Trabalho<br />

Figura 6.7: Submodelo Expresso - Estrutura de Escolha Não Relacionada a Trabalho<br />

6.9.7 Para o modelo regional, equações binárias de mudança modal foram inicialmente estimadas<br />

(ou seja, entre o TAV e cada modo existente, um a um), e incluídas as escolhas já feitas (por<br />

exemplo: os usuários de carro já tinham escolhido carro em lugar de ônibus). Contudo, um<br />

submodelo único foi considerado mais desejável, e as estruturas hierárquicas e multinomiais<br />

foram testadas. A estrutura escolhida inclui estrutura aninhada somente para o TAV, conforme<br />

apresentado na Figura 6.8. A estrutura aninhada fornece uma medida para os parâmetros de<br />

utilidade de TAV considerando que os passageiros pesquisados tiveram uma escolha revelada<br />

além de suas respostas a partir do exercício de PD. Contudo, em virtude de o TAV ser o único<br />

modo no segundo nível, os parâmetros podem ser prontamente multiplicados pelo parâmetro<br />

de escala para produzir uma estrutura de estilo hierárquico.<br />

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Figura 6.8: Estrutura de Escolha de Submodelo Regional<br />

6.9.8 A estimativa de submodelo de escolha de modo foi realizada usando dados desagregados<br />

(viagens individuais). Para o modelo expresso, 856 observações foram usadas para calibrar o<br />

submodelo de escolha de modo de viagem a trabalho com 537 usadas para viagens não<br />

relacionadas a trabalho. Considerando as 7,3 milhões de viagens por ano, há 22.900 viagens<br />

em um dia médio, todos os modos e finalidades de viagem; uma amostragem com 95% de<br />

intervalo de confiança e 5% de erro máximo amostral apontaria para um tamanho de amostra<br />

(PR) de 2.104 em todos os modos e finalidades. Considerando que um estudo como esse<br />

deveria produzir normalmente uma quantidade de entrevistas de PD de cerca de 20% das<br />

entrevistas de PR, haveria a necessidade de um mínimo de 420 entrevistas de PD no total, e<br />

esse padrão foi facilmente atendido com as 1.393 realmente feitas. Para o modelo regional,<br />

4.712 observações foram usadas na estimativa do submodelo de escolha de modo de viagem<br />

a trabalho enquanto 2.836 escolhas foram usadas para estimar o submodelo de viagem não<br />

relacionada a trabalho. Para um nível de confiança de 95%, o erro máximo amostral ficou entre<br />

2% e 7% dependendo do modo e do segmento da viagem, substancialmente abaixo da meta<br />

de 10%.<br />

6.9.9 As variáveis de rede testadas incluíram componentes de tempo, incluindo tempo de acesso,<br />

tempo dentro do veículo e atrasos, enquanto os custos incluíram preços de passagens de<br />

ônibus, trens e avião, e pedágios e combustível para os carros. O tipo de trem (Trem de Alta<br />

Velocidade ou não) também foi testado e foi sido usado nos modelos regionais finais. Os dados<br />

sócio-econômicos testados incluíram renda familiar e frota de carros particulares. Algumas<br />

variáveis obtidas da amostra, tais como tipos de assentos e serviço de bordo, não foram<br />

usadas nos submodelos finais, em virtude de não serem significativos, de terem apresentado<br />

sinais errados, ou em virtude de sua inclusão no modelo não ter contribuído para uma melhor<br />

excelência de adequação do modelo. As constantes modais, que representam tendências não<br />

explicadas para os modos com relação uns aos outros, foram calibradas a partir de dados<br />

somente de PR, na aplicação dos modelos estimados de PR-PD.<br />

6.9.10 Os submodelos de escolha de modo expresso finais são apresentados na Tabela 6.9. Observe<br />

que o tempo de acesso não é aplicável aos carros.<br />

Página 103 de 149


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Tabela 6-9: Submodelo Expresso<br />

Parâmetro Descrição Relacionada<br />

a Trabalho<br />

Página 104 de 149<br />

Índice<br />

T<br />

Não<br />

relacionada<br />

a trabalho<br />

K_Carro_PR Constante de modo para carro 7,700 22,730<br />

K_Air_PR_1<br />

K_Air_PR_2<br />

K_Air_PR_3<br />

K_BusSemi_P<br />

R<br />

K_BusBed_PR<br />

Constante de modo para<br />

avião 1 (Congonhas - Santos<br />

Dumont) 27,590 20,270<br />

Constante de modo para<br />

avião 2 (Congonhas a<br />

Galeão) 32,100 11,300<br />

Constante de modo para<br />

avião 3 (Guarulhos - Galeão) -39,420 12,960<br />

Constante de modo para<br />

ônibus (Executiva) 2,412 5,666<br />

Constante de modo para<br />

ônibus (Leito) -2,948 -13,900<br />

K_Tav Constante de modo para TAV 33,271 37,311<br />

K_TavE<br />

Constante de modo para TAV<br />

(classe executiva) 33,867 35,928<br />

Índice<br />

T<br />

Qtvia_PR Tempo de Viagem -0,017 -1,0 -0,041 -1,1<br />

Qtacc Tempo de Acesso -0,034 -0,9<br />

Qcost_a Custo Relativo - Avião -183,70 -1,6 -222,700 -1,8<br />

Qcost_b Custo Relativo - Ônibus -80,01 -2,5 -367,600 -1,9<br />

Qcost_c Custo Relativo - Carro -262,80 -1,6 -1371,000 -1,8<br />

Qcost_t Custo Relativo - TAV -229,10 -1,7 -259,300 -2,0<br />

Qcost_te<br />

Custo Relativo - TAV (Classe<br />

executiva) -166,60 -1,7 -147,900 -1,9<br />

Qdelay Atraso -0,006 -0,8 -0,054 -1,6<br />

FI_BUSES<br />

FI_TAVS<br />

FI_AIRS<br />

MU<br />

Fator de Escala para estrutura<br />

embutida - ônibus 0,154 1,7 0,471 4,1<br />

Fator de Escala para estrutura<br />

embutida - TAV 0,371 5,0 0,376 3,5<br />

Fator de Escala para estrutura<br />

embutida - Avião 1,000 0,279 3,3<br />

Fator de Escala para modo<br />

constante - TAV 0,627 6,2 0,422 4,0<br />

Probabilidade com coeficientes zero -6.712,8 -4.587,5<br />

Probabilidade apenas com constantes -5.339,2 -3.983,2<br />

Valor final da probabilidade -5.093,6 -3.711,2<br />

6.9.11 Para calcular as probabilidades de escolha de cada modo, considerando a estrutura aninhada<br />

usada e a forma na qual o software (ALOGIT) a interpreta, é necessário multiplicar as funções<br />

de utilidade de cada alternativa pelos FIs correspondentes à estrutura aninhada que não<br />

contém a alternativa. Isso é equivalente ao cálculo das probabilidades de escolha de uma<br />

forma tradicional, mas multiplicando os coeficientes por seus respectivos FIs, conforme<br />

apresentado na tabela a seguir.


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Tabela 6-10: Submodelo de Escolha de Modo Expresso<br />

Descrição de Parâmetro<br />

Página 105 de 149<br />

Relacionada a<br />

trabalho<br />

Não relacionada a<br />

trabalho<br />

Constante de modo para carro 0,4399 1,1231<br />

Constante de modo para avião 1 (Congonhas -<br />

Santos Dumont) 1,5763 3,5897<br />

Constante de modo para avião 2 (Congonhas a<br />

Galeão) 1,8340 2,0012<br />

Constante de modo para avião 3 (Guarulhos -<br />

Galeão) -2,2522 2,2952<br />

Constante de modo para ônibus (Executivo) 0,8949 0,5944<br />

Constante de modo para ônibus (Leito) -1,0937 -1,4582<br />

Constante de modo para TAV 5,1237 4,9030<br />

Constante de modo para TAV (classe executiva) 5,2155 4,7213<br />

Tempo de Viagem - Carro (min) -0,0010 -0,0020<br />

Tempo de Viagem - avião (min) -0,0010 -0,0073<br />

Tempo de Viagem - ônibus (min) -0,0063 -0,0043<br />

Tempo de Viagem - TAV (min) -0,0026 -0,0054<br />

Tempo de Acesso - Avião (min) -0,0019<br />

Tempo de Acesso - Ônibus (min) -0,0126<br />

Tempo de Acesso - TAV (min) -0,0052<br />

Custo Relativo - Avião -10,4955 -39,4393<br />

Custo Relativo - Ônibus -29,6837 -38,5627<br />

Custo Relativo - Carro -15,0148 -67,7408<br />

Custo Relativo - TAV -35,2814 -34,0744<br />

Custo Relativo - TAV (Classe executiva) -25,6564 -19,4354<br />

Tempo de Atraso - Avião (min) -0,0003 -0,0096<br />

Tempo de Atraso - Ônibus (min) -0,0022 -0,0057<br />

Tempo de Atraso - TAV (min) -0,0009 -0,0071<br />

6.9.12 As constantes de modo são relativas aos ônibus regulares, que têm um valor constante de 0.<br />

Há constantes de modo separadas para cada uma das três opções de vôo - a Rota 1 é entre os<br />

centros da cidade (Santos Dumont - Congonhas), a Rota 2 é entre o aeroporto internacional no<br />

Rio de Janeiro (Galeão) e o aeroporto internacional em São Paulo (Congonhas), enquanto a<br />

Rota 3 é entre os aeroportos internacionais (Galeão a Guarulhos). Os parâmetros de custo<br />

podem parecer grandes, mas isso se deve ao fato de que os custos não são números<br />

absolutos, mas, ao invés disso, são números relativos que incorporam a habilidade de pagar:<br />

preços de passagens por renda mensal. Os custos também são não genéricos, com a<br />

ponderação sendo diferente por modo. O tempo de viagem representa apenas o tempo no<br />

veículo para a maioria dos modos, mas inclui o tempo para fazer o check-in, liberação de<br />

segurança e pegar as bagagens para os modos aéreos. O tempo de acesso é uma variável<br />

separada para viagem, entre a viagem e os pontos centrais e o terminal. O atraso é uma<br />

representação do atraso ―médio‖ esperado para um determinado modo. Os números de<br />

probabilidade Log mostrados no submodelo estão dentro dos padrões do setor.


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6.9.13 Para o submodelo de escolha de modo regional, a utilidade depende do tempo total (todos os<br />

componentes de tempo percebido), custo e modo, incluindo o tipo de trem. A função de<br />

utilidade é apresentada abaixo, com os parâmetros de submodelo na Tabela 6.11.<br />

Um = pT * Total Timem + pC_1 * (Costm * CR1) + pC_2 * (CR2 * Costm) + pC_3 * (Costm *<br />

CR3) + pKm + PTAV_1 * (TAV * CR1) + pTAV_2 * (CR2 * TAV) + pTAV_3 * (TAV * CR3)<br />

Tabela 6-11: Submodelos de Escolha de Modo Regional<br />

Página 106 de 149<br />

Submodelo de<br />

viagem relacionada a<br />

trabalho<br />

Parâmetro Descrição Valor Índice<br />

“T”<br />

Submodelo de<br />

viagem não<br />

relacionada a<br />

trabalho<br />

Valor Índice<br />

“T”<br />

pT Tempo Total -0,0092 -18,7 -0,0116 -10,3<br />

pC_1 Custo para classe de renda 1 -0,0947 -28,9 -0,128 -14,8<br />

pC_2 Custo para classe de renda 2 -0,0784 -30,9 -0,128 -14,8<br />

pC_3 Custo para classe de renda 3 -0,0273 -10,6 -0,0817 -8,6<br />

pK_a_1 Constante de modo para carro -0,233 -2,9 1,32 4,2<br />

pK_b_1 Constante de modo para<br />

ônibus<br />

pTAV_1 bônus do TAV para classe de<br />

renda 1<br />

pTAV_2 bônus do TAV para classe de<br />

renda 2<br />

pTAV_3 bônus do TAV para classe de<br />

renda 3<br />

-2,01 -27,6<br />

0,686 12,3<br />

0,202 6,7<br />

0,43 7,4<br />

-1,27 -6,0<br />

0,195 2,4<br />

0,739 4,0<br />

fi Fator de escala para trem 1,25 8,3 * 0,92 1,4*<br />

Probabilidade com coeficientes zero -18,859 -4.938<br />

Probabilidade com constantes apenas -18,576 -4.907<br />

Valor final de probabilidade -16,526 -4.237<br />

"Rho-ao quadrado" W.R.T. Zero ,1237 ,1419<br />

―Rho-ao quadrado ,1104 ,1365<br />

6.9.14 De forma diferente do modelo expresso, os custos são incluídos no submodelo como custos<br />

reais e não relacionados à renda. Ao invés disso, as classes de renda são incluídas<br />

explicitamente com coeficientes de custo separados para cada classe - CR1 ( R$5.000). Os coeficientes de custo não<br />

relacionados a trabalho são os mesmos para as duas classes de renda menor. O submodelo<br />

também é aplicado separadamente para aqueles com e sem disponibilidade de carro,<br />

oferecendo ou não a possibilidade de escolha de carro, de forma que há 6 subclasses<br />

efetivamente.<br />

6.9.15 O bônus do TAV é uma outra variável dummy representando o tipo de trem (1 representa TAV,<br />

enquanto 0 representa trem regular ou outro modo), e depende da categoria de renda. Não há<br />

bônus do TAV para classe de renda 1. As constantes específicas de modo são relativas ao<br />

trem, de forma que são especificadas apenas para carro e ônibus. Esse submodelo também<br />

está dentro dos padrões do setor com base nos números de probabilidade de log.


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6.10 Análise dos Valores dos Parâmetros<br />

6.10.1 Um dos principais valores que derivam dos modelos logit são os valores do tempo (VOT). Para<br />

os modelos regionais, onde os custos são preços de passagens reais e pedágios, a divisão do<br />

coeficiente de tempo pelos diversos coeficientes de custo fornece os valores em R$/minuto<br />

para os três grupos de renda. Para o modelo expresso, a divisão fornece o VOT por<br />

R$/hora/salário mensal, e, então, é necessário multiplicar este valor pelo salário real, para<br />

obter o salário por hora. O modelo expresso também inclui diferentes parâmetros de custo por<br />

modo, indicando que VOT é diferente por modo. Para fornecer os valores de tempo gerais,<br />

determinamos os valores do tempo para esses diversos modos, e desenvolvemos uma média<br />

ponderada pelas diversas proporções de modos escolhidos na pesquisa de preferência<br />

revelada. Os valores também são ponderados pelas rendas médias de pessoas na população.<br />

Os VOTs resultantes são apresentados na Tabela 6.12. Salvo se for declarado de outra forma,<br />

todos são valores e preços de 2008.<br />

6.10.2 Para o modelo expresso, os VOTs são diretamente proporcionais à renda, mas os valores<br />

médios do tempo por grupo de renda dependem dos modos escolhidos por cada pessoa e<br />

cada renda. Quase que por definição, os valores de tempo para viagens a trabalho deveriam<br />

ser similares ou levemente inferiores à taxa de salário, já que esse tempo de viagem deverá<br />

ser pago pelo empregador do viajante (os valores podem ser levemente inferiores, se for<br />

possível realizar algum trabalho produtivo ao viajar). Os valores do tempo de viagens a<br />

trabalho variam de R$ 6,5/hora para o grupo de renda mais baixo para mais de R$ 90/hora<br />

para o grupo de renda mais alta. A média é de aproximadamente R$ 53/hora. Isso se compara<br />

com um valor de tempo de viagens a trabalho de aproximadamente R$ 130/hora assumido pelo<br />

modelo ferroviário nacional do governo do Reino Unido Planet (valores de 2000, preços de<br />

2008).<br />

Tabela 6-12: Valores de Tempo por Grupo de Renda e Finalidade (R$/hora)<br />

Modelo<br />

Expresso -<br />

Relacionado a<br />

trabalho<br />

Expresso - Não<br />

relacionado a trabalho<br />

Regional -<br />

Relacionado a<br />

trabalho<br />

Regional - Não<br />

relacionado a trabalho<br />

Classe de Renda<br />

1<br />

Classe de Renda<br />

2<br />

Página 107 de 149<br />

Classe de Renda<br />

3<br />

Média<br />

6,5 36,4 91,8 53,0<br />

4,6 21,8 55,1 31,1<br />

5,8 7,0 20,2 9,0<br />

5,4 5,4 8,5 5,9<br />

6.10.3 As viagens não relacionadas a trabalho de longa distância normalmente têm valores de tempo<br />

menores do que as viagens relacionadas a trabalho, considerando que o preço do bilhete será<br />

pago pela pessoa, e não pela empresa. Na verdade, a experiência internacional sugere que os<br />

valores de tempo não relacionados a trabalho são normalmente metade da taxa de salário<br />

comparada com os valores de tempo relacionados a trabalho, que são próximos à taxa de<br />

salário. Os valores de tempo não relacionados a trabalho derivados neste estudo são de fato<br />

menores, representando pouco mais da metade do valor de tempo relacionado a trabalho<br />

equivalente. Esse índice é intuitivo, considerando que, conforme declarado acima, os valores<br />

de tempo relacionados a trabalho devem ser levemente menores do que a taxa de salário, de<br />

forma que se espera que metade da taxa de salário seja levemente maior do que metade do<br />

VOT relacionado a trabalho. O valor de tempo para faixas não relacionadas a trabalho de R$<br />

4,60/hora para as pessoas de renda mais baixa a R$ 55/hora para aqueles com rendas mais<br />

altas. A média é de aproximadamente R$ 31/hora.


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6.10.4 Os valores de tempo para o modelo regional são, em geral, mais baixos do que as viagens de<br />

longa distância. Essas viagens são feitas normalmente com maior freqüência e, portanto, os<br />

viajantes são mais cuidadosos com os custos comparados às viagens únicas. Os valores<br />

também implicam que os valores de tempo são afetados pela renda. Para viagens relacionadas<br />

a trabalho, as pessoas com renda mais alta têm VOT aproximadamente três vezes maiores do<br />

que as outras duas categorias, talvez em virtude de sua viagem ser paga por seu trabalho.<br />

Para viagens não relacionadas a trabalho, a diferença é muito menor, mas as pessoas com<br />

renda mais alta ainda terão os VOTs mais altos. A média de VOTs para as viagens regionais é<br />

de aproximadamente R$ 7/hora.<br />

6.10.5 A divisão de outros parâmetros pelo parâmetro de tempo de viagem converte-os em uma<br />

medida tangível comum de minutos, conforme apresentado na Tabela 6.13. Deve ser<br />

enfatizado que a estrutura aninhada nos modelos expressos significa que um cuidado deve ser<br />

aplicado ao comparar as constantes de modo.<br />

Tabela 6-13: Outros Valores de Parâmetro em Minutos IVT - Modelo Expresso<br />

Parâmetro Descrição Modelo<br />

relacionado<br />

a trabalho<br />

Página 108 de 149<br />

Modelo não<br />

relacionado a<br />

trabalho<br />

K_Car_PR Constante de modo para carro -452,9 -549,6<br />

K_Air_PR_1<br />

K_Air_PR_2<br />

K_Air_PR_3<br />

Constante de modo para Avião 1 (Congonhas -<br />

Santos Dumont) -1.622,9 -490,1<br />

Constante de modo para Avião 2 (Congonhas a<br />

Galeão) -1.888,2 -273,2<br />

Constante de modo para Avião 3 (Guarulhos -<br />

Galeão) 2.318,8 -313,3<br />

K_BusSemi_PR Constante de modo para ônibus (Executivo) -141,9 -137,0<br />

K_BusBed_PR Constante de modo para ônibus (Leito) 173,4 336,1<br />

K_Tav Constante de modo para TAV -1.957,1 -902,1<br />

K_TavE<br />

Constante de modo para TAV (classe<br />

executiva) -1.992,2 -868,7<br />

Qtacc Tempo de acesso 2,0<br />

Qdelay Atraso 0,4 1,3<br />

Tabela 6-14: Outros Valores de Parâmetro em Minutos - Modelo Regional<br />

Parâmetro Descrição Modelo<br />

relacionado<br />

a trabalho<br />

Modelo não<br />

relacionado a<br />

trabalho<br />

pK_a_1 Constante de modo para carro 25,3 -113,8<br />

pK_b_1 Constante de modo para ônibus 218,5 109,5<br />

pTAV_1 bônus do TAV para classe de renda 1 -74,6<br />

pTAV_2 bônus do TAV para classe de renda 2 -22,0 -16,8<br />

pTAV_3 bônus do TAV para classe de renda 3 -46,7 -63,7<br />

6.10.6 As constantes do modo negativo com o modelo expresso indicam que a maior parte dos modos<br />

são preferidos em lugar do ônibus regular, e em grande quantidade. A constante especialmente<br />

grande relativa ao ônibus para viagens de trabalho sugere que as viagens comerciais de longa<br />

distância quase nunca consideram o ônibus como uma opção. A escolha parece ser genuína<br />

entre o avião e o trem apenas, com uma tendência para trem de até cinco horas. O ônibus<br />

leito, que tem quase três horas de desvantagem para viagem relacionada a trabalho e mais do<br />

que cinco horas para viagem não relacionada a trabalho, indica um desagrado ainda mais forte<br />

pela viagem noturna por ônibus.


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6.10.7 A opção aérea 3 (entre ambos os aeroportos internacionais) tem uma ampla desvantagem para<br />

viagens relacionadas a trabalho em virtude da grande distância do centro da cidade onde a<br />

maioria dos negócios é conduzida, e quase nunca seria escolhida para esse fim. Essa rota é<br />

preferida para viagens não relacionadas a trabalho, talvez refletindo um número maior de<br />

viagens a partir dos subúrbios para as quais o acesso a partir do centro não é tão importante -<br />

na verdade elas podem preferir permanecer fora do centro da cidade. O TAV tem um bônus<br />

levemente maior do que os modos aéreos para viagens de trabalho de longa distância, e maior<br />

ainda para viagens não relacionadas a trabalho de longa distância. A preferência aparente pela<br />

opção aérea 2 sobre a opção aérea 1 talvez reflita a inclusão explícita de tempo de acesso.<br />

Isso não é considerado no modelo não relacionado a trabalho e, então, a desvantagem de<br />

tempo de acesso aparece em uma desvantagem para a opção aérea 2.<br />

6.10.8 No modelo regional, o trem é a opção mais favorecida para viagens a trabalho, considerado 25<br />

minutos mais atrativo do que o carro, e mais de três horas mais preferível do que o ônibus. Em<br />

virtude de o valor do tempo não ser específico do modo no modelo regional, essas constantes<br />

de modo refletem o conforto relativo de cada modo e a possibilidade de realizar trabalho. Para<br />

viagens não relacionadas a trabalho, o trem não é tão fortemente preferido, talvez em virtude<br />

da habilidade de trabalhar durante a viagem não ser tão importante. O carro é favorecido por<br />

aproximadamente duas horas com relação ao trem, com o ônibus apenas duas horas mais<br />

lento do que o trem. Contudo, o modelo regional considera o TAV como um modo diferente do<br />

que o trem regular, e isso recebe um bônus de até uma hora sobre o trem regular, com o bônus<br />

grosseiramente relacionado a renda.<br />

6.10.9 O tempo de acesso foi considerado uma variável intuitiva e, por isso, foi incluída no modelo de<br />

viagem a trabalho expressa apesar de uma magnitude de parâmetro baixo e estatística t pouco<br />

significativa (-0,9). Ele é valorizado no dobro do tempo a bordo, que é consistente com a<br />

experiência internacional. O tempo de acesso não foi incluído separadamente nos outros<br />

modelos, em virtude de ele, algumas, vezes, ter fornecido sinais contra intuitivos, apesar de ele<br />

ser um componente do tempo percebido total nos modelos regionais. Acredita-se que o<br />

significado aparentemente baixo do tempo de acesso reflita a similaridade no tempo de acesso<br />

que existe entre todos os modos, em virtude de mesmo os aeroportos estarem próximos aos<br />

centros das cidades. Para viagens não relacionadas a trabalho, muitas das viagens podem<br />

começar e terminar longe dos centros da cidade e, então, pode haver uma pequena diferença<br />

no tempo de acesso entre os terminais no centro da cidade e os aeroportos internacionais. O<br />

tempo de atraso somente foi considerado significativo para os modelos expressos, e valorizado<br />

com um valor similar do tempo a bordo.<br />

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7 Premissas e Análise de Caso Base<br />

7.1 Introdução<br />

7.1.1 O Capítulo 6 descreveu o desenvolvimento e a calibragem do modelo de previsão de número<br />

de passageiros usando as escolhas existentes feitas por usuários, para as opções reais e<br />

hipotéticas. Tendo calibrado um modelo usando a amostra de viagens, a etapa seguinte exige<br />

o desenvolvimento de um conjunto de premissas de caso base que podem ser lançadas no<br />

modelo para as previsões de demanda. Essas premissas são discutidas neste capítulo,<br />

iniciando com suposições de tempo de viagem na Seção 7.2, premissas de preço de passagem<br />

na Seção 7.3, seguidas por uma discussão de otimização de receita na Seção 7.4 e um<br />

resumo das premissas de rede na Seção 7.5. Então, a resposta competitiva e a dinâmica<br />

seguem na Seção 7.6, e as premissas sócio-econômica são discutidas juntamente com o<br />

impacto no TAV dessas premissas contidas nas Seções 7.7 e 7.8. Finalmente, os resultados do<br />

ano base de 2008 são apresentados na Seção 7.9, e as premissas sobre dia da semana e<br />

horário do dia estão na Seção 7.10.<br />

7.1.2 O modelo de demanda do TAV exige dois tipos de premissas de dados de entrada:<br />

Atributos por modo incluindo tempos de viagem, preços de passagens, atrasos, tempo<br />

de acesso, etc.; e<br />

Premissas sócio-demográficas incluindo: população, população empregada, renda<br />

média, classe de renda, e frota de carros particulares.<br />

7.1.3 Além do cenário de 2008 que é apresentado no Capítulo 6, temos quatro anos como cenários<br />

futuros: em 2014, quando se supõem que o TAV inicie as operações, 2024, 2034 e 2044. As<br />

premissas sócio-demográficas foram desenvolvidas para o período de 2014-2034 com base em<br />

fontes oficiais e com a assistência da sub-consultora EMBRAESP para a demanda induzida<br />

resultante do desenvolvimento regional. Os anos intermediários podem ser estimados por<br />

interpolação. Além de 2034, e para os fins dos modelos financeiro e econômico, uma taxa de<br />

crescimento de 3,7% ao ano com base no crescimento do PIB previsto é assumida.<br />

7.2 Premissas de Tempo de Viagem<br />

Tempo de Viagem Aérea<br />

7.2.1 Os tempos de viagem aéreas têm como base a soma dos componentes de tempo individuais,<br />

incluindo: tempo de check-in, tempo de liberação de segurança, tempo de acesso ao terminal<br />

do aeroporto, tempo no saguão de embarque e quaisquer atrasos de vôo possíveis que forem<br />

comuns. Para obter estimativas precisas de tempo de acesso a partir das macrozonas até os<br />

aeroportos, pesquisas de tempo de viagem foram realizadas usando equipamento de GPS,<br />

conforme discutido no Capítulo 6.<br />

7.2.2 Normalmente, as linhas aéreas recomendam a chegada no aeroporto com 60 minutos de<br />

antecedência do horário de partida para permitir tempo para verificações de segurança e<br />

check-in. Contudo, com o check-in pela Internet/automático e bagagem de mão, a maioria dos<br />

passageiros pode chegar seguramente no aeroporto com 50 minutos de antecedência de seu<br />

vôo. Todas as linhas aéreas nacionais que operam o serviço de ponte aérea oferecem check-in<br />

pela Internet/web para reduzir o tempo. Ambos os aeroportos nacionais também são<br />

relativamente pequenos pelos padrões internacionais e não envolvem caminhadas excessivas<br />

para os portões de embarque/desembarque na chegada/saída. Dessa forma, presumimos um<br />

tempo total de 50 minutos entre a chegada e a entrada a bordo, e 5 minutos para sair do<br />

aeroporto.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

7.2.3 Os atrasos em todos os aeroportos são comuns e, especialmente no caso de Congonhas.<br />

Portando, presumimos um atraso médio de 30 minutos para permitir atrasos em virtude de<br />

controle de tráfego aéreo, aguardando janela para decolagem/pouso, problemas técnicos,<br />

congestionamento no aeroporto, e etc. Finalmente, presumimos um tempo de viagem de 55<br />

minutos para permitir o taxiamento, decolagem, viagem, pouso, taxiamento para o ponto de<br />

chegada.<br />

7.2.4 Isso resulta em um tempo de viagem total de 110 minutos ou 140 minutos, se os atrasos forem<br />

incluídos.<br />

Capacidade do Aeroporto<br />

7.2.5 As restrições de capacidade na operação de qualquer aeroporto se originam de três fontes:<br />

terminais de passageiros, pistas de pouso e decolagem e instalações de estacionamento de<br />

aeronaves. A única questão pertinente para os aeroportos envolvidos é a capacidade da pista<br />

de pouso e decolagem, principalmente para Congonhas, e, em uma extensão menor, Santos<br />

Dumont, que atraem a maior parcela da demanda de passageiros entre essas duas cidades. O<br />

aeroporto de Santos Dumont pode acomodar 23 operações de pouso/decolagem por hora em<br />

condições de instrumento, e até 34 operações em condições visuais. De acordo com os dados<br />

de 2008 da ANAC, há atualmente 16 dessas operações por hora, resultando em um espaço de<br />

30% para possíveis vôos adicionais, nas condições mais severas.<br />

7.2.6 O aeroporto de Congonhas, por outro lado, está atualmente muito mais perto da capacidade de<br />

pista. Considerando as mesmas restrições, sua pista pode acomodar um número similar de<br />

operações de pouso/decolagem, porém, está operando atualmente acima da capacidade<br />

máxima para condições de instrumento. Dessa forma, para Congonhas, qualquer aumento<br />

significativo no número de vôos para o Rio de Janeiro significaria o redirecionamento dos<br />

outros vôos para o aeroporto de Guarulhos – o que, atualmente, mostra algumas restrições<br />

durante o período de maior atividade de vôos internacionais, porém, esses não sobrepõem as<br />

operações regulares entre Rio de Janeiro e São Paulo. Dessa forma, em Congonhas, qualquer<br />

deterioração nas condições climáticas levando à necessidade de aterrissagens por instrumento<br />

causa a interrupção de vôos em virtude de ele estar operando acima da capacidade. Ainda,<br />

incluímos 30 minutos de atraso para o congestionamento do aeroporto.<br />

7.2.7 Uma solução para as questões de capacidade em Congonhas é o redirecionamento de vôos<br />

para outros aeroportos, ou seja, para Guarulhos para liberar a capacidade de<br />

decolagem/pouso, aprimorar o desempenho operacional, e permitir um aumento nos vôos para<br />

o Santos Dumont. Presumimos que isso não aconteça no caso base e que não haja alterações<br />

fundamentais na operação da ponte aérea Rio de Janeiro-São Paulo.<br />

7.2.8 Finalmente, o aeroporto do Galeão tem duas pistas e dois terminais de passageiros, e está<br />

atualmente operando bem abaixo da capacidade.<br />

Congestionamento Rodoviário<br />

7.2.9 O congestionamento é pior dentro das áreas urbanas. Campinas, Rio de Janeiro e São Paulo<br />

sofrem com o congestionamento, conforme observado no Capítulo 3. A acessibilidade a ambas<br />

as estações obrigatórias do TAV e aeroportos, portanto, se tornará um fator cada vez maior na<br />

escolha de modo nos próximos anos. A frota de carros particulares cada vez maior também<br />

aumentará o número de carros que desejam usar a já congestionada capacidade rodoviária<br />

urbana. Conforme observado, há planos para aumentar a capacidade, especificamente a<br />

conclusão final do Rodoanel em São Paulo e do Arco Rodoviário no Rio de Janeiro. Há<br />

também planos para melhorar o transporte público. Portanto, presumimos que os tempos de<br />

viagem para ônibus e carro permanecerão constantes.<br />

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7.3 Premissas de Preços de Passagens<br />

Regulamentação dos Preços de Passagens<br />

7.3.1 Em 2001, os preços das passagens aéreas no Brasil foram desregulamentados e são agora<br />

determinados com base no que o mercado permitir. No caso base, presumimos que as linhas<br />

aéreas mantêm seus preços constantes nos preços de 2008. Os cenários que incluem preços<br />

de passagens aéreas mais baixos para apresentar a sensibilidade do número de passageiros<br />

do TAV são discutidos na Seção 8.8.<br />

7.3.2 Os preços de passagens dos ônibus são regulados, conforme mencionado no Capítulo 3, com<br />

os preços mais altos regulados em uma base por km. Na prática, eles são tratados como um<br />

nível superior pelos operadores comerciais que, ocasionalmente, oferecem descontos para<br />

gerar demanda. O número de passageiros de ônibus de viagens de longa distância<br />

permaneceu estático e, em alguns casos, sofreram uma queda. Presumimos que os preços<br />

das passagens de ônibus permaneçam constantes em termos reais.<br />

São Paulo - Rio de Janeiro - Preços de Passagens Aéreas<br />

7.3.3 Uma análise adicional foi realizada dos preços das passagens aéreas entre Rio e São Paulo, já<br />

que esse é um dado de entrada essencial para os modelos. Nos ciclos anteriores, o modelo foi<br />

considerado como sendo mais sensível aos preços das passagens aéreas do que ao tempo de<br />

viagem.<br />

7.3.4 Com base em uma consulta dos websites das linhas aéreas, o que é imediatamente nítido é<br />

que uma grande faixa de preços de passagens é negociada. Os preços publicados refletem<br />

uma combinação de preços e restrições de viagens, então, um preço de passagem ‗médio‘<br />

poderia ser facilmente enganoso e pode não refletir realmente os preços do mercado para os<br />

diferentes tipos de viagem.<br />

7.3.5 Em termos gerais, preços baixos de passagens aéreas são relacionados a restrições de<br />

horário/dias com o objetivo de preencher a capacidade fora dos períodos de pico, nos quais a<br />

demanda é mais baixa. Para obter os preços mais baixos os usuários das linhas aéreas<br />

deverão comprar os bilhetes com antecedência e, freqüentemente, poderá haver apenas<br />

assentos limitados disponíveis já que as linhas aéreas usam técnicas de administração de<br />

rentabilidade. Os bilhetes para viajar em períodos de pico, ou preços de passagens ‗walk-up‘<br />

[sem reserva], sem restrições, são os mais caros e freqüentemente serão pagos por usuários<br />

executivos que não podem planejar com antecedência e não estão pagando pelo preço eles<br />

mesmos, diretamente.<br />

7.3.6 Os comprovantes apresentados para São Paulo - Rio de Janeiro apóiam essa conclusão, onde<br />

os preços na Internet de passagens walk-up ou do mesmo dia pela Internet podem ser o dobro<br />

ou o triplo dos preços disponíveis com antecedência (vide as Tabelas 3.4 e 3.5). Com base<br />

nessa análise, decidimos estabelecer o preço de passagem aérea em período de pico em R$<br />

400 e viagens fora de período de pico em R$ 180. Esses preços são mais baixos do que os<br />

preços publicados da TAM. Mas próximos aos preços da GOL.<br />

7.3.7 A resposta competitiva é uma questão que precisa ser considerada, já que a rota do Rio de<br />

Janeiro para São Paulo é entendida como sendo uma rota altamente lucrativa para as linhas<br />

aéreas. No passado, o governo <strong>brasil</strong>eiro resistiu aos esforços das linhas aéreas de operar um<br />

serviço integrado de ponte aérea com base em concorrência (o serviço anterior de ponte aérea<br />

que operava como um pool foi desativado em 2004).<br />

7.3.8 A natureza precisa da resposta competitiva das linhas aéreas à introdução do TAV é difícil de<br />

modelar, e depende, inter-alia, da estrutura de custo dos dois modos. Na verdade,<br />

considerando que os atributos modais tais como tempo de viagem e capacidade (limitados pela<br />

extensão da pista) são fixos, a concorrência dos preços é a base mais provável. Além disso, é<br />

razoável presumir que as linhas aéreas reduzirão seus preços na margem em resposta ao<br />

TAV.<br />

7.3.9 A GOL é análoga a uma operação de baixo custo, e, ainda, usamos seus preços ao invés dos<br />

preços da TAM no trabalho de modelagem pelo fato de que os preços da TAM podem ser<br />

reduzidos para o mesmo nível que o da GOL.<br />

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7.3.10 Especificamos os preços de passagem para viagens relacionadas a trabalho e não<br />

relacionadas a trabalho, presumidas como sendo em período de pico e fora de período de pico.<br />

A justificativa para a estratégia de preços de passagens do TAV é descrita abaixo.<br />

Preços de Passagens de Trem de Alta Velocidade<br />

7.3.11 Com a apresentação do relatório de demanda e receita preliminar, realizamos diversos testes<br />

de otimização de preço de passagem para determinar a receita máxima que pode ser atingida.<br />

A primeira etapa na determinação do preço adequado foi um exercício de comparação dos<br />

preços internacionais de passagens de trem de alta velocidade.<br />

7.3.12 Observamos oito pares de cidades conectadas por serviços de trem de alta velocidade. A<br />

Tabela 7-1 mostra a lista de rotas com os tempos de viagem para os modos ferroviário e aéreo.<br />

Alguns dos valores de tempo de viagem ferroviária são aproximados em virtude da<br />

variabilidade dos serviços prestados. Em todos os casos, os tempos de viagem aérea são<br />

menores do que das viagens ferroviárias, mas quando o tempo de acesso aos aeroportos é<br />

considerado (já que a maioria dos serviços aéreos opera em aeroportos há alguma distância do<br />

centro da cidade) o trem de alta velocidade pode oferecer tempos de viagem mais rápidos para<br />

as viagens centro a centro.<br />

Tabela 7-1: Cidades Pares conectadas pelos Serviços de TAV<br />

Rota TAV Avião<br />

Londres - Paris 2 horas e 15 minutos 1 hora e 20 minutos<br />

Madri - Barcelona 2 horas e 45 minutos 2 horas e 05 minutos<br />

Madri – Sevilha 2 horas e 30 minutos 1 hora<br />

Paris – Marselha 3 horas e 20 minutos 1 hora e 15 minutos<br />

Milão – Roma 4 horas 1 hora de 10 minutos<br />

Frankfurt – Colônia 1 hora e 30 minutos Sem serviço aéreo<br />

Londres - Edimburgo 4 horas e 38 minutos 1 hora e 20 minutos<br />

Londres - Manchester 2 horas e 09 minutos 1 hora<br />

Paris – Lion 2 horas e 00 minuto 1 hora e 10 minutos<br />

7.3.13 A Tabela 7.2 fornece um resumo dos preços das passagens em Euros para cada rota por<br />

período de pico e fora de período de pico. A maioria das ferrovias opera duas classes, primeira<br />

classe ou classe executiva, e segunda classe ou classe econômica. O interessante é que a<br />

maioria das rotas não tem estrutura de preços de passagem de horário de pico/fora de horário<br />

de pico. Somente o Reino Unido oferece desconto nos preços de passagens fora do período de<br />

pico para bilhetes da classe executiva e econômica.<br />

Tabela 7-2: Preços de Passagens Únicos de TAV<br />

Preços de Passagens em<br />

Período de Pico, em €<br />

Rota Km Primeira Econômica<br />

Londres – Paris 414 292 201<br />

Paris – Marselha 809 137 99<br />

Milão – Roma 684 93 68<br />

Frankfurt – Colônia 190 102 63<br />

Londres – Edimburgo 656 210 152<br />

Londres - Manchester 300 217 139<br />

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7.3.14 Com base na Tabela 7.2, os índices entre executiva/econômica foram calculados, conforme<br />

apresentado na Tabela 7-3 abaixo. Com base nisso, concluímos que o preço médio do bilhete<br />

da classe executiva é 1,5 vez o preço médio do bilhete da classe econômica.<br />

Tabela 7-3: Preços de Passagem de Classe Executiva/Econômica em período de pico e<br />

fora de período de pico<br />

Viagem<br />

Índice Executiva/Econômica em<br />

período de pico<br />

Londres – Paris 1,46<br />

Paris – Marselha 1,39<br />

Milão – Roma 1,38<br />

Frankfurt – Colônia 1,62<br />

Londres – Edimburgo 1,38<br />

Londres – Manchester 1,56<br />

7.4 Otimização de Receita<br />

Média 1,47<br />

7.4.1 Na consideração do escopo para otimizar os preços das passagens aéreas dentro dos modelos<br />

expresso e regional, foram considerados os níveis de atributo estabelecidos dentro do plano de<br />

preferência declarada. Se os valores forem escolhidos significativamente fora das faixas<br />

estabelecidas na Tabela 7-4 abaixo, os resultados não poderão ser tomados como base, já que<br />

o modelo está fora de sua faixa calibrada.<br />

Avião<br />

Tabela 7-4: Níveis de atributo de Preferência Declarada<br />

Atributos Níveis<br />

Tempo de viagem 0:45h 1:00h 1:15h<br />

Atraso na partida - 0:30h 1:00h 4:00h<br />

Preço da passagem R$ 40 R$ 100 R$ 300 R$ 500 R$ 700<br />

TAV<br />

Tempo de viagem 1:20h 1:50h 2:20h 3:00h<br />

Atraso na partida - 5 minutos 10 minutos 30 minutos<br />

Preço da passagem na<br />

classe econômica R$ 60 R$ 100 R$ 140 R$ 180<br />

Preço da passagem na<br />

classe executiva R$ 140 R$ 240 R$ 340 R$ 420<br />

7.4.2 A Tabela 7.5 fornece um resumo dos atributos do caso base por modo para o modelo<br />

Expresso. (Observe que os preços das passagens do TAV apresentados nesta tabela foram<br />

otimizados). Com base no traçado preferido da Halcrow, o TAV é 8 minutos mais rápido do que<br />

o avião.<br />

7.4.3 Para determinar preços de passagem de receita otimizada, primeiramente fixamos os preços<br />

aéreos nos níveis mostrados na Tabela 7.5 determinados com base na discussão apresentada<br />

acima. Uma faixa de preços de passagens do TAV foi, então, utilizada nos modelos expressos.<br />

Diversos pontos precisam ser considerados:<br />

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Os preços das passagens (ou outros atributos) não podem ser reajustados fora do<br />

atributo apresentado na Tabela 7-4, já que os resultados do modelo não podem ser<br />

tomados como base;<br />

O modelo é mais sensível ao custo do que ao tempo, conseqüentemente, a<br />

importância de fixar os preços em níveis realistas;<br />

Há uma expectativa de mercado de que os preços das passagens do TAV serão mais<br />

baixos do que os preços das passagens aéreas;<br />

O TAV e o avião têm tempos de viagem similares, conseqüentemente, o preço da<br />

passagem é um determinante importante na escolha de modo; e<br />

A relação dos preços de passagens da classe executiva para com a econômica deve<br />

estar dentro da faixa identificada acima, e da faixa usada na análise de PD.<br />

7.4.4 Com base nisso, podemos fazer diversas simulações, testando os preços das passagens do<br />

TAV em horário de pico e fora do horário de pico, nas classes econômica e executiva. As<br />

combinações de valores da extremidade mais baixa até a extremidade mais alta de cada<br />

classe de preço foram testadas, permitindo uma extrapolação de 10% dos níveis de atributo de<br />

Preferência Declarada, de acordo com a tabela acima. Ao analisarmos os resultados,<br />

determinamos que uma combinação de R$ 200 (econômica)/R$ 325 (executiva) para preços<br />

em horário de pico e R$ 150 (econômica)/R$ 250 (executiva) para horários fora de pico<br />

representou a receita mais alta.<br />

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Tabela 7-5: Resumo das principais premissas para o modelo expresso Rio de Janeiro - São Paulo<br />

Modelo Regional<br />

TAV Avião Ônibus Carro<br />

Tempo de Acesso/Custo Varia por Zona no modelo Varia por Zona no modelo Varia por Zona no modelo Varia por Zona no<br />

modelo<br />

Tempo de Viagem 1 hora e 33 minutos<br />

55 minutos – não supõe atraso (tempo publicado 6 horas (com base em<br />

5 horas<br />

(Tempo no Veículo - IVT)<br />

Check-in (presume que<br />

esse seja avaliado em<br />

IVT)<br />

(com base no traçado indicativo e simulação)<br />

5 minutos para localizar a plataforma e entrar<br />

a bordo, localizar o assento, 4 minutos para<br />

sair da estação. (NB não presume verificações<br />

de segurança)<br />

Tempo de viagem total 1 hora e 33 minutos IVT<br />

5 minutos para Embarque<br />

4 minutos para Desembarque<br />

Atraso (não modelado<br />

como atraso estocástico)<br />

1 hora e 42 minutos<br />

5 minutos de atraso. O TAV é extremamente<br />

confiável com base nas referências<br />

internacionais<br />

pela linha aérea)<br />

50 minutos para check-in, liberação de segurança,<br />

embarcar, desembarcar, e caminhar até o portão.<br />

5 minutos para sair do aeroporto, localizar uma fila<br />

de táxi (acrescentar 10 minutos para pegar a<br />

bagagem)<br />

55 minutos IVT<br />

50 minutos para Embarque<br />

5 minutos para Desembarque<br />

1 hora e 50 minutos<br />

Ambos os aeroportos nacionais têm desempenho<br />

muito deficiente. 30 minutos de tempo de atraso.<br />

Pode ser maior. Não presumiu a deterioração ou<br />

aprimoramento com o passar do tempo<br />

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operação de 85km/h)<br />

10 minutos, localizar ônibus,<br />

embarcar, etc. 5 minutos para<br />

sair da estação de ônibus<br />

6 horas IVT<br />

15 minutos de<br />

embarque/desembarque<br />

6 horas e 15 minutos total<br />

30 minutos. Não presumiu a<br />

deterioração ou aprimoramento<br />

com o passar do tempo<br />

Nenhum<br />

5 horas<br />

30 minutos. Não<br />

presumiu a deterioração<br />

ou aprimoramento com<br />

o passar do tempo<br />

Freqüência 20 minutos no horário de pico, 40 minutos fora<br />

do horário de pico<br />

30/15 minutos dependendo na linha aérea 15 minutos n/a<br />

Preço de Passagem em R$ 200 R$ 400 (com base na operação da GOL, incluindo R$67 R$ 137,12 (inclui<br />

Horário de Pico<br />

impostos)<br />

pedágio, e custos<br />

(Econômica)<br />

operacionais)<br />

Preço de Passagem em<br />

Horário de Pico<br />

(Executiva)<br />

R$325 n/a n/a n/a<br />

Preço de Passagem R$ 150<br />

R$ 180 (com base na operação da GOL, incluindo n/a n/a<br />

Fora de Horário de Pico (mais caro que o preço da passagem de impostos)<br />

(Econômica)<br />

ônibus, mas mais barato do que a passagem<br />

aérea)<br />

Preço de Passagem<br />

Fora de Horário de Pico<br />

(Executiva)<br />

R$ 250<br />

n/a n/a n/a


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7.4.5 Procedemos com a análise das ligações regionais, pela variação dos preços de passagens do<br />

TAV em uma base de custo por quilômetro; testamos a partir de R$ 0,25/km até R$ 0,50/km.<br />

Similar ao caso RJ-SP, foram considerados os níveis de atributo estabelecidos dentro do plano<br />

de preferência declarada. Se valores forem escolhidos fora das faixas estabelecidas na Tabela<br />

7.6 abaixo, os resultados não podem ser tomados como base, já que o modelo está fora de sua<br />

faixa calibrada. As colunas Min e Max representam os valores mínimos e máximos de atributo<br />

de custo que o TAV pode assumir. Os preços de passagem de ônibus para ligações regionais<br />

são apresentados no Anexo B, e eles variam de R$ 0,14/km a R$ 0,22/km.<br />

Rio de Janeiro<br />

Tabela 7-6: Preços de Passagens em uma base por km<br />

Fluxos de TAV Min Max R$0,25 R$0,30 R$0,35 R$0,40 R$0,45 R$0,50<br />

V. Redonda/B.<br />

Mansa<br />

28,00 52,00 33,50 40,20 46,90 53,60 60,30 67,00<br />

Rio de Janeiro S.J. Campos 80,50 149,50 85,25 102,30 119,35 136,40 153,45 170,50<br />

Rio de Janeiro Jundiaí 119,00 221,00 115,25 138,30 161,35 184,40 207,45 230,50<br />

V.<br />

Redonda/B.<br />

Mansa<br />

V.<br />

Redonda/B.<br />

Mansa<br />

V.<br />

Redonda/B.<br />

Mansa<br />

V.<br />

Redonda/B.<br />

Mansa<br />

S.J. Campos 52,50 97,50 57,00 68,40 79,80 91,20 102,60 114,00<br />

São Paulo 77,00 143,00 81,25 97,50 113,75 130,00 146,25 162,50<br />

Jundiaí 91,00 169,00 89,00 106,80 124,60 142,40 160,20 178,00<br />

Campinas 101,50 188,50 98,75 118,50 138,25 158,00 177,75 197,50<br />

S.J. Campos São Paulo 24,50 45,50 24,00 28,80 33,60 38,40 43,20 48,00<br />

S.J. Campos Jundiaí 38,50 71,50 30,50 36,60 42,70 48,80 54,90 61,00<br />

S.J. Campos Campinas 49,00 91,00 40,25 48,30 56,35 64,40 72,45 80,50<br />

São Paulo Jundiaí 14,00 26,00 15,00 18,00 21,00 24,00 27,00 30,00<br />

São Paulo Campinas 24,50 45,50 26,00 31,20 36,40 41,60 46,80 52,00<br />

Jundiaí Campinas 10,50 19,50 9,75 11,70 13,65 15,60 17,55 19,50<br />

7.4.6 A Tabela 7.7 apresenta as simulações feitas para os preços de passagem com variação de<br />

R$ 0,25/km para R$ 0,40/km para cada conexão regional para 2008.<br />

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Tabela 7-7: Demanda x Preço de Passagem x Receita do TAV para conexões Regionais em 2008<br />

Fluxos Demanda (x 1.000) Preço de passagem do TAV Receita (R$ x 1.000)<br />

Rio de Janeiro V. Redonda /<br />

B. Mansa<br />

R$/km 0,25 0,30 0,35 0,40 0,25 0,30 0,35 0,40 0,25 0,30 0,35 0,40<br />

1.313 986 697 522 33,50 40,20 46,90 52,00 44 40 33 27<br />

Rio de Janeiro S. J. Campos 148 79 33 17 85,25 102,30 119,35 136,40 13 8 4 2<br />

Rio de Janeiro Jundiaí 27 18 11 9 119,00 138,30 161,35 184,40 3 2 2 2<br />

V. Redonda /<br />

B. Mansa<br />

V. Redonda /<br />

B. Mansa<br />

V. Redonda /<br />

B. Mansa<br />

V. Redonda /<br />

B. Mansa<br />

S. J. Campos<br />

São Paulo<br />

Jundiaí<br />

Campinas<br />

62 41 23 11 57,00 68,40 79,80 91,20 4 3 2 1<br />

164 81 32 15 81,25 97,50 113,75 130,00 13 8 4 2<br />

Página 118 de 149<br />

89,00 106,80 124,60 142,40 - - - -<br />

30 15 5 3 98,75 118,50 138,25 158,00 3 2 1 0<br />

S. J. Campos São Paulo 5.867 4.912 3.941 3.047 24,00 28,80 33,60 38,40 141 141 132 117<br />

S. J. Campos Jundiaí 29 29 23 16 38,50 38,50 42,70 48,80 1 1 1 1<br />

S. J. Campos Campinas 669 669 439 260 49,00 49,00 56,35 64,40 33 33 25 17<br />

São Paulo Jundiaí 3.801 3.382 2.965 2.564 15,00 18,00 21,00 24,00 57 61 62 62<br />

São Paulo Campinas 9.131 7.917 6.593 5.299 26,00 31,20 36,40 41,60 237 247 240 220<br />

Jundiaí Campinas 2.820 2.677 2.527 2.371 9,75 11,70 13,65 15,60 27 31 34 37<br />

Observação: Os números em vermelho indicam os valores usados para não<br />

infringir os limites do modelo


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

7.4.7 Com base na tabela anterior, foi possível produzir o gráfico a seguir que indica o melhor<br />

relacionamento demanda x preço de passagem x receita para se basear em R$ 0,30/km<br />

Figura 7-1: Demanda e receita anuais para conexões regionais (2008)<br />

7.4.8 A simulação para todos esses níveis apresentados acima, há nitidamente uma otimização entre<br />

os preços de passagens de R$ 0,25 e R$ 0,30 por km, e este último foi escolhido como o preço<br />

a ser simulado.<br />

7.4.9 A Tabela 7.8 ilustra os valores finais de demanda e receita obtidos com a base de preço de<br />

R$ 0,30/km após as atualizações do traçado que alteraram os tempos de viagem do TAV (por<br />

exemplo, passar por Viracopos antes de chegar a Campinas). Observe que os valores da<br />

demanda apresentados na tabela a seguir não se equipararão, e não deverão se equiparar,<br />

aos valores apresentados na tabela e gráfico acima.<br />

Tabela 7-8: Demanda modelada em R$ 0,30 por km<br />

Rio de<br />

Janeiro<br />

Rio de<br />

Janeiro<br />

2008<br />

V.<br />

Redonda/<br />

B. Mansa<br />

SJ<br />

Campos<br />

Tempo do<br />

TAV<br />

Preço do<br />

TAV<br />

Página 119 de 149<br />

Demanda por Modo (1.000/ano) Receita<br />

Automóvel Ônibus TAV<br />

R$/ano<br />

em milhões<br />

33,5 40,20 1.070 109 1.017 40,88<br />

77,5 102,30 46 80 84 8,59


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Rio de<br />

Janeiro<br />

V.Redonda /<br />

B. Mansa<br />

V.Redonda /<br />

B. Mansa<br />

V.Redonda /<br />

B. Mansa<br />

V.Redonda /<br />

B. Mansa<br />

2008<br />

Tempo do<br />

TAV<br />

Preço do<br />

TAV<br />

Página 120 de 149<br />

Demanda por Modo (1.000/ano) Receita<br />

Automóvel Ônibus TAV<br />

R$/ano<br />

em milhões<br />

Jundiaí 121 138,30 18 - 14 1,94<br />

SJ<br />

Campos<br />

42 68,40 21 20 44 3,01<br />

São Paulo 71 97,50 155 38 88 8,58<br />

Jundiaí 85,5 106,80 2 - 4 0,43<br />

Campinas 115 118,50 15 13 15 1,78<br />

SJ Campos São Paulo 27 28,80 2.913 1.124 4.959 142,82<br />

SJ Campos Jundiaí 41,5 38,50 16 11 24 0,92<br />

SJ Campos Campinas 71 49,00 325 496 598 29,30<br />

São Paulo Jundiaí 12,5 18,00 3.165 434 2.908 52,34<br />

São Paulo Campinas 42 31,20 3.563 1.653 7.365 229,79<br />

Jundiaí Campinas 27,5 11,70 1.259 420 2.248 26,30<br />

Total 12.568 4.398 19.368 547<br />

7.4.10 Deve ser observado que Campinas e São José dos Campos geram um fluxo muito alto de<br />

viagens regionais de passageiros.<br />

7.5 Resumo de Premissas de Rede do Caso Base<br />

7.5.1 As Tabelas 7.9, 7.10 e 7.11 fornecem premissas detalhadas de tempos de viagem, preços de<br />

passagens e atrasos. Essas premissas serão refinadas posteriormente quando uma decisão<br />

final for tomada sobre o trabalho do traçado; isso permitirá que os tempos de viagem revisados<br />

sejam estimados para o TAV e uma tabela de horários seja desenvolvida.<br />

Tabela 7-9: Tempo de Viagem (em minutos)<br />

Modelo Expresso<br />

TAV Avião Carro Ônibus<br />

Rio de Janeiro São Paulo 102 110 300 375<br />

Rio de Janeiro Campinas 128 110 390 450<br />

Modelo Regional<br />

Rio de Janeiro<br />

V. Redonda / B. Mansa<br />

V. Redonda / B. Mansa 33,5<br />

105 130<br />

S. J. Campos 77,5 260 300<br />

Jundiaí 121 360 445*<br />

S. J. Campos 42 175 230<br />

São Paulo 71 240 300<br />

Jundiaí 85,5 266 370*


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

S. J. Campos<br />

São Paulo<br />

Campinas 115<br />

Página 121 de 149<br />

295 400<br />

São Paulo 27 70 80<br />

Jundiaí 41,5 91 150<br />

Campinas 71 120 150<br />

Jundiaí 12,5 43 50<br />

Campinas 34 75 80<br />

Jundiaí Campinas 27,5 30 45<br />

* Tempo de Viagem estimado somando o tempo de viagem do ônibus da origem até São Paulo e de São<br />

Paulo a Jundiaí mais um tempo de transferência de 20 minutos<br />

Modelo<br />

Expresso<br />

Rio de Janeiro<br />

Tabela 7-10: Preços de Passagens (R$)<br />

São Paulo (em horário de<br />

pico)<br />

São Paulo (fora do horário<br />

de pico)<br />

TAV<br />

Classe<br />

Econômic<br />

a<br />

Classe<br />

Executi<br />

va<br />

Air Carro Ônibus<br />

200,00 325,00 400,00 137,12 67,00<br />

150,00 250,00 180,00 137,12 67,00<br />

Rio de Janeiro Campinas 200,00 350,00 400,00 160,80 75,00<br />

Modelo Regional<br />

Rio de Janeiro<br />

V. Redonda / B.<br />

Mansa<br />

S. J. Campos<br />

São Paulo<br />

V. Redonda / B. Mansa 40,20 41,46 27,36<br />

S. J. Campos 102,30 109,39 51,00<br />

Jundiaí 138,30 145,31 68,85<br />

S. J. Campos 68,40 73,09 34,00<br />

São Paulo 97,50 104,85 46,00<br />

Jundiaí 106,80 155,26 53,20<br />

Campinas 118,50 126,47 59,00<br />

São Paulo 28,80 31,52 17,30<br />

Jundiaí 38,50 36,41 26,80<br />

Campinas 49,00 51,91 27,00<br />

Jundiaí 18,00 20,66 9,50<br />

Campinas 31,20 37,38 18,00<br />

Jundiaí Campinas 11,7 15,49 8,50<br />

Observações:<br />

Os preços para viagens diretas, viagens com uma parada, e viagens que precisam de<br />

transferência (observada na coleta de dados em campo)<br />

Carro inclui pedágios e custo de combustível<br />

Ônibus são os preços de passagens reais usados por empresas particulares


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Tabela 7-11: Atrasos (minutos)<br />

Origem – Destino TAV Avião Ônibus<br />

Rio de Janeiro São Paulo 5 30 30<br />

Rio de Janeiro Campinas 5 30 30<br />

7.6 Resposta competitiva/dinâmica<br />

7.6.1 A experiência de outras linhas de trem de alta velocidade mostra que se espera que os modos<br />

de transporte existentes concorram com o TAV aprimorando seus serviços ou reduzindo os<br />

preços de passagens. Um exemplo evidente desse efeito é a resposta competitiva ao Eurostar<br />

pelo Túnel do Canal dos barcos de travessia e linhas aéreas que operam nas rotas<br />

concorrentes entre a Inglaterra e França/Bélgica.<br />

7.6.2 Após a introdução do TAV, prevemos:<br />

Que alguma capacidade seja liberada nos aeroportos do centro da cidade a curto<br />

prazo, o que reduziria os atrasos nos aeroportos,<br />

Uma resposta competitiva das linhas aéreas que operam nessa rota, por exemplo, pela<br />

redução de alguns preços de passagens nas rotas lucrativas;<br />

Prevemos, então, o surgimento das seguintes dinâmicas competitivas para escolhas<br />

entre TAV e avião no corredor:<br />

o Alguns usuários que inicialmente mudaram para o TAV retornariam para o avião<br />

quando os preços baixarem;<br />

o Se esse processo continuasse em andamento, os aeroportos se tornariam mais<br />

congestionados novamente e os atrasos aumentariam, aumentando o tempo de<br />

viagem médio por avião;<br />

o Para atrair passageiros e consolidar a participação de mercado, espera-se que a<br />

concessionária do TAV reduza alguns preços de passagens para atrair<br />

passageiros do avião de volta ao TAV;<br />

o Alguns passageiros que mudaram de volta ao avião escolheriam novamente<br />

mudar para o TAV;<br />

o Nesse estágio, salvo se as linhas aéreas puderem reduzir os preços de<br />

passagens ainda mais ou aprimorar a qualidade de seu serviço, é improvável<br />

que elas aumentem sua participação de mercado. As reduções dos preços das<br />

passagens seriam improváveis em virtude da rentabilidade média por passageiro<br />

ter sido reduzida ao ponto no qual reduções adicionais nos preços teriam um<br />

impacto na lucratividade; e<br />

o A experiência de outros sistemas de trem de alta velocidade mostra que a<br />

demanda induzida pelo TAV tenderá a gerar uma demanda induzida<br />

(relativamente menor, mas significativa) por viagens aéreas, já que as pessoas<br />

que não viajavam anteriormente seriam atraídas pelos preços de passagens<br />

reduzidos ou pelos serviços aprimorados oferecidos pelas linhas aéreas que<br />

estiverem concorrendo com os serviços de trem de alta velocidade. Esses<br />

passageiros se tornariam parte do mercado no corredor e contribuiriam para o<br />

crescimento do mercado que, por sua vez, se beneficiaria do sistema dos modos<br />

TAV e aéreo.<br />

7.6.3 Nossa análise da base de custo das linhas aéreas sugere que há um escopo para as linhas<br />

aéreas reduzirem os preços, sugerindo que seja provável que a dinâmica descrita acima ocorra<br />

na prática:<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

A prova empírica sugere que na maioria dos casos (apesar de não em todos os casos),<br />

as transportadoras de baixo custo podem apresentar freqüentemente margens de lucro<br />

maiores do que as linhas aéreas em rede. Isso parece ser um reflexo de suas margens<br />

operacionais mais altas e de sua base de capital mais baixa. Por exemplo, em 2004 os<br />

custos unitários da GOL eram 53% dos custos operacionais das linhas aéreas em rede.<br />

Em comparação, os custos unitários da Ryanair e da Easyjet eram 36% e 60% das<br />

linhas aéreas em rede, respectivamente; e<br />

A pesquisa da IATA sobre as melhores linhas aéreas por margem de lucro operacional<br />

indica que a GOL tinha sido classificada em 1 o lugar em 2005 (com a margem<br />

operacional de 23,3%) e em 5º lugar no ano seguinte (16%). Em comparação, a<br />

Ryanair reportou 21,8% e 21,1% respectivamente, enquanto as linhas aéreas em rede<br />

tais como a BA, obtiveram apenas 8,3% e 7,1% nos anos reportados. Um estudo<br />

recente da IATA (fonte: Value Chain Profitability, IATA) sugeriu que uma margem<br />

operacional mínima entre 9 e 10% é, em geral, exigida pelas linhas aéreas para<br />

atender às suas necessidades de custo de capital. Isso sugeriria que as linhas aéreas<br />

com uma margem operacional superior a 9-10% pode ter a flexibilidade financeira de<br />

assumir uma resposta competitiva no caso de nova concorrência.<br />

7.6.4 Em outras palavras, há espaço para as transportadoras na rota Rio de Janeiro - São Paulo<br />

reduzirem os preços de passagens e, ainda, manterem uma margem de lucro operacional<br />

razoável. Esperamos que algumas linhas aéreas reduzam os preços das passagens nessa rota<br />

em certos momentos para competir no preço com o TAV. Não tentamos modelar ou, de outra<br />

forma, quantificar o efeito da dinâmica competitiva descrita acima, já que essa análise está fora<br />

do escopo deste estudo de viabilidade. Presumimos que os preços de passagens aéreas para<br />

a modelagem incluam um valor mais baixo do que a média ponderada dos atuais preços de<br />

passagens e isso supõe que uma certa redução competitiva nos preços de passagens seja o<br />

modelo base.<br />

7.7 Premissas sócio-econômicas<br />

7.7.1 As principais premissas de entrada sócio-econômicas para o modelo incluem o total de<br />

população, população empregada, renda média, população por classe de renda e taxa de<br />

motorização ou frota de carros particulares. As projeções para essas variáveis têm como base<br />

previsões oficiais, quando possível, para dar um ―histórico‖ de taxas de crescimento em virtude<br />

de fatores exógenos, porém, esses foram ajustados subseqüentemente para refletir o impacto<br />

que se espera que o TAV tenha no desenvolvimento regional. Projeções foram desenvolvidas<br />

para 2008, 2014, 2024, 2034 e 2044 e são consideradas somente para as cidades com<br />

estações obrigatórias de TAV (excluindo as estações opcionais). Após 2034, uma taxa de<br />

crescimento de 3,7% ao ano com base na previsão do PIB foi usada em todas as previsões.<br />

População<br />

7.7.2 A população é usada no modelo nos estágios de escolha de destino e geração de viagem. Um<br />

crescimento mais alto da população resultará em mais viagens, enquanto a escolha de destino<br />

de viagem tenderá para as áreas com população com crescimento mais rápido. O crescimento<br />

subjacente da população na área de estudo é apresentado na<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Tabela 7-12. Espera-se que a população diminua nas áreas centrais do Rio de Janeiro e São<br />

Paulo, continuando a tendência observada nos últimos anos de movimento das cidades<br />

centrais para os subúrbios, em virtude do desejo maior por carros particulares, falta de estoque<br />

de casas novas nessas áreas já construídas, e substituição de usos residenciais por usos<br />

comerciais. No geral, espera-se que a população na área modelada aumente de 19,7 para 22,6<br />

milhões de 2008 a 2034, um aumento de 14,4% ou cerca de 0,52% ao ano<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Tabela 7-12 : Taxas de Crescimento Anual da População para as Áreas do Modelo<br />

Área Pop em<br />

2008<br />

2008-2014 2014-2024 2024-2034 Pop em<br />

2034<br />

Centro - RJ 146.000 -1,16% -1,27% -1,45% 103.516<br />

Sul - RJ 648.663 -0,55% -0,57% -0,61% 557.505<br />

Barra -<br />

Jacarepaguá - RJ<br />

1.041.348 2,16% 1,83% 1,54% 1.653.523<br />

Norte - RJ 2.717.653 -0,26% -0,27% -0,27% 2.534.700<br />

Oeste - RJ 1.776.311 1,93% 1,67% 1,42% 2.707.045<br />

V. Redonda - B.<br />

Mansa<br />

São José dos<br />

Campos<br />

435.753 0,57% 0,54% 0,51% 500.648<br />

622.238 1,49% 1,33% 1,17% 871.754<br />

Centro - PD 59.373 -0,46% -0,48% -0,50% 52.349<br />

Centro - Oeste - PD 790.445 -0,23% -0,23% -0,24% 743.765<br />

Centro Sul - PD 1.231.077 -0,06% -0,06% -0,06% 1.212.016<br />

Sul - PD 2.667.572 0,63% 0,60% 0,56% 3.109.664<br />

Leste - PD 4.086.769 0,37% 0,36% 0,35% 4.485.222<br />

Norte - PD 862.578 0,04% 0,04% 0,04% 871.594<br />

Noroeste - PD 1.230.702 0,48% 0,46% 0,44% 1.385.573<br />

Jundiaí 357.593 1,03% 0,95% 0,86% 455.349<br />

Campinas 1.066.802 1,00% 0,92% 0,84% 1.349.313<br />

TOTAL 19.740.877 22.593.536<br />

7.7.3 Para as duas principais cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, as projeções de população<br />

estão disponíveis nos planos diretores das cidades. Em São Paulo, no PITU-2025 (Plano<br />

Integrado de Transporte Urbano) e no Rio de Janeiro no PDTU-RMRJ. As projeções de<br />

população para cidades menores, Volta Redonda e Barra Mansa, presumem a mesma taxa de<br />

crescimento estimada pelo IBGE que no estado do Rio de Janeiro, enquanto as estimativas<br />

para Campinas, Jundiaí e São José dos Campos usam estimativas de população<br />

desenvolvidas pela SEADE (Sistema Estadual de Análise de Dados de São Paulo) a respeito<br />

dos anos de 2010, 2015 e 2020. O IBGE fornece totais de controle para todas as áreas para<br />

2007 e a interpolação para as outras áreas foi realizada usando curvas logarítmicas.<br />

7.7.4 O estudo do PITU, cujos resultados estão disponíveis em<br />

http://www.pitu.stm.sp.gov.br/indexsp.html, considerou como base para suas previsões de<br />

população para a Região Metropolitana de São Paulo, e a cidade de São Paulo, as seguintes<br />

premissas: uma queda constante observada no crescimento natural (próxima a 1,5% ao ano), e<br />

o fato de que a proporção da população urbana já excede 80% e está próxima à saturação.<br />

Como resultado de ambos os processos, as taxas de crescimento da população em grandes<br />

conglomerados urbanos dentro da região de São Paulo estão caindo, assim como os fluxos de<br />

migração, conseqüentemente, as previsões futuras terão como base uma estabilização fixa da<br />

população. O estudo fornece previsões até 2025.<br />

7.7.5 Dos dois cenários considerados dentro do estudo do PDTU para a Região Metropolitana do Rio<br />

de Janeiro, o cenário ―Crescimento Induzido‖ trata de alguns impactos dos <strong>projeto</strong>s de<br />

transporte pertinentes nos futuros padrões de distribuição da população. O cenário de<br />

crescimento induzido foi adotado para o estudo atual. O PDTU apresenta estimativas da<br />

população até 2013, e a descrição detalhada dos resultados do estudo está disponível em<br />

(http://www.sectran.rj.gov.br/pdtu.asp)<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

7.7.6 A população empregada é usada no estágio de escolha de destino do modelo, com maior<br />

probabilidade de viagens serem feitas para áreas com altos números de funcionários. As<br />

estimativas de 2006 do IBGE estimam a proporção da população que está empregada no nível<br />

municipal. Para São Paulo, isso está disponível por área e essas taxas foram aplicadas a<br />

diversas zonas de modelo dentro da cidade. Para o Rio de Janeiro, a taxa de emprego foi<br />

estimada com base no índice de viagens a trabalho para a população para cada zona usando o<br />

modelo do PDTU. O total da população empregada está, então, sujeito a reajuste para refletir a<br />

introdução do TAV conforme discutido abaixo (estimado como sendo um adicional de 0,2% no<br />

corredor do estudo)<br />

Renda<br />

7.7.7 A renda é usada pelo modelo para determinar os estágios da taxa de viagem e da escolha de<br />

modo, com as pessoas de renda mais alta fazendo mais viagens e tendo a maior disposição de<br />

pagar preços de passagens para economizar tempo. As distribuições de população por classes<br />

de renda são derivadas dos planos diretores para as 2 grandes cidades - ―cenário moderado‖<br />

do PITU de 2025 para São Paulo e cenário de ―crescimento induzido‖ do PDTU-RMRJ para o<br />

Rio de Janeiro. Para outras cidades, esses dados não es<strong>tav</strong>am disponíveis e, portanto,<br />

estimamos a distribuição a partir das outras áreas. Para Campinas e Jundiaí, a distribuição tem<br />

como base a área norte de São Paulo, enquanto em São José dos Campos, a distribuição tem<br />

como base a previsão do centro de São Paulo. A distribuição em Volta Redonda/Barra Mansa<br />

tem como base o norte do Rio de Janeiro. A previsão de crescimento da renda média geral por<br />

área de modelo em termos reais (excluindo a inflação) é conforme apresentado na Tabela 7.13.<br />

7.7.8 Os estudos do PITU e do PDTU consideram uma abordagem dupla para previsões de renda.<br />

De acordo com isso, o efeito combinado do crescimento da renda e da distribuição causa um<br />

aumento de renda dentro de cada classe e uma mudança de parte da população em uma<br />

classe para a classe superior seguinte.<br />

7.7.9 A distribuição da população dentro das classes de renda é útil para a escolha de modelos de<br />

modo, enquanto o estágio de geração de viagem também se baseia na renda média por zona<br />

como prognosticador.<br />

7.7.10 Para a cidade de São Paulo, o ―cenário moderado‖ do PITU 2025 presume um crescimento de<br />

renda real médio per capita de 1% ao ano entre 2005 e 2025, além de uma mudança de 0,07%<br />

ao ano das classes de renda mais baixa para renda mais alta. Para o Rio de Janeiro, o Cenário<br />

de ―Crescimento Induzido‖ do PDTU-RMRJ adotado presume que a média de renda per capita<br />

aumente 2% ao ano entre 2003 e 2013 com uma mudança adicional de 0,10% das classes de<br />

renda mais baixa para renda mais alta ao ano. No período de 2024 a 2034, para a cidade de<br />

São Paulo, foram usadas as mesmas taxas utilizadas no período de 2020 a 2025. As taxas por<br />

zona são diferentes. Os valores relacionados na tabela abaixo representam a média para as<br />

regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Taxas de crescimento mais altas<br />

para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro refletem o fato de que sua renda média é<br />

atualmente inferior à renda média de São Paulo. Nenhuma previsão de renda está disponível<br />

após 2013 para o Rio de Janeiro e, portanto, as premissas de São Paulo foram usadas para<br />

esse período. Para outras áreas, as rendas médias têm como base o censo de 2000,<br />

atualizado para 2008 com base nas alterações do salário mínimo. As taxas de crescimento de<br />

renda do Rio de Janeiro foram adotadas para os anos futuros.<br />

Tabela 7-13: Taxas de crescimento real anual médias para renda, para as áreas<br />

modeladas por zona<br />

Área 2008-2014 2014-2024 2024-2034<br />

Centro - RJ 3,52% 1,07% 1,07%<br />

Sul - RJ 1,62% 1,07% 1,07%<br />

Barra - Jacarepaguá - RJ 2,68% 1,07% 1,07%<br />

Norte - RJ 2,90% 1,07% 1,07%<br />

Oeste - RJ 3,60% 1,07% 1,07%<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Área 2008-2014 2014-2024 2024-2034<br />

Volta Redonda - Barra Mansa 1,07% 1,07% 1,07%<br />

São José dos Campos 1,07% 1,07% 1,07%<br />

Centro - PD 0,89% 0,94% 1,10%<br />

Centro - Oeste - PD 0,72% 0,81% 1,02%<br />

Centro Sul - PD 0,79% 0,86% 1,05%<br />

Sul - PD 0,92% 0,95% 1,08%<br />

Leste - PD 0,96% 0,96% 1,09%<br />

Norte - PD 0,74% 0,81% 0,99%<br />

Noroeste - PD 0,90% 0,94% 1,10%<br />

Jundiaí 1,07% 1,07% 1,07%<br />

Campinas 1,07% 1,07% 1,07%<br />

Frota de carros particulares<br />

7.7.11 A frota de carros particulares causa um impacto principalmente no componente de escolha de<br />

modo do modelo. O número total de carros em cada município foi estimado pelo DENATRAN<br />

para 2007 e foi dividido pela população, resultando no número de carros per capita nesse ano,<br />

conforme apresentado na Tabela 7.14. O crescimento na frota de carros particulares foi<br />

previsto com base nas análises de tendência histórica dos dados da frota de carros particulares<br />

na Região Metropolitana de São Paulo. Essa região tem os mais longos registros de dados<br />

disponíveis, mostrando o crescimento na frota de carros particulares entre 1967 e 2007. A frota<br />

de carros particulares é maior em São Paulo do que no Rio de Janeiro, e a taxa da frota de<br />

carros particulares de 2008 é estimada como sendo 370 carros por 1000 habitantes em São<br />

Paulo comparada a 230 por 1000 habitantes na cidade do Rio de Janeiro.<br />

Tabela 7-14: Frota de carros particulares (veículos por 1000 habitantes)<br />

Macrozona 2008 2014 2024 2034<br />

Centro - RJ 210 220 240 250<br />

Sul - RJ 440 480 520 540<br />

Barra - Jacarepaguá - RJ 440 480 520 540<br />

Norte - RJ 240 250 270 290<br />

Oeste - RJ 150 160 170 180<br />

Volta Redonda - Barra Mansa 200 220 230 250<br />

São José dos Campos 300 330 350 370<br />

Centro - PD 450 490 530 550<br />

Centro-Oeste - PD 560 610 660 690<br />

Centro Sul - PD 500 540 580 620<br />

Sul - PD 320 350 370 390<br />

Leste - PD 320 350 380 400<br />

Norte - PD 430 460 500 530<br />

Noroeste - PD 330 350 380 410<br />

Jundiaí 390 420 450 480<br />

Campinas 400 430 470 490<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

7.7.12 A Tabela 7.15 apresenta a alteração percentual anual no número total de carros em cada zona,<br />

incorporando a alteração da população. As reduções de população previstas nas áreas centrais<br />

de São Paulo e Rio de Janeiro compensam o aumento modesto nas taxas da frota de carros<br />

particulares, resultando em algumas reduções na frota de carros particulares, em particular<br />

Rio-Centro. Um forte crescimento das taxas da população e da frota de carros particulares<br />

ocorre nas áreas da periferia de São Paulo e Rio de Janeiro, e nas cidades menores de Volta<br />

Redonda, São José dos Campos, Jundiaí e Campinas.<br />

Tabela 7-15: Alteração percentual anual no total da frota de carros particulares<br />

Macrozona 2008-2014 2014-2024 2024-2034<br />

Centro - RJ 0,78% 0,87% 0,41%<br />

Sul - RJ 1,46% 0,80% 0,38%<br />

Barra - Jacarepaguá - RJ 1,46% 0,80% 0,38%<br />

Norte – RJ 0,68% 0,77% 0,72%<br />

Oeste – RJ 1,08% 0,61% 0,57%<br />

Volta Redonda – Barra Mansa 1,60% 0,45% 0,84%<br />

São José dos Campos 1,60% 0,59% 0,56%<br />

Centro – PD 1,43% 0,79% 0,37%<br />

Centro-Oeste – PD 1,44% 0,79% 0,45%<br />

Centro Sul – PD 1,29% 0,72% 0,67%<br />

Sul – PD 1,50% 0,56% 0,53%<br />

Leste – PD 1,50% 0,83% 0,51%<br />

Norte – PD 1,13% 0,84% 0,58%<br />

Noroeste – PD 0,99% 0,83% 0,76%<br />

Jundiaí 1,24% 0,69% 0,65%<br />

Campinas 1,21% 0,89% 0,42%<br />

7.8 Impacto do TAV nas Premissas Sócio-Econômicas<br />

7.8.1 Conforme discutido acima, espera-se que o TAV tenha impactos significativos no<br />

desenvolvimento regional. Espera-se que a nova ligação do trem de alta velocidade resulte em<br />

alterações no uso imobiliário no corredor, resultando em aumentos na população e densidade<br />

de emprego nas cidades e áreas próximas às estações. Os cenários de uso imobiliário foram<br />

desenvolvidos pela EMBRAESP, empresa especializada na avaliação do mercado de<br />

propriedades, e que mantém um amplo banco de dados para desenvolvimento regional,<br />

crescimento da população e empregos. Esses cenários de uso imobiliário têm como base os<br />

impactos previstos do mercado livre; o investimento do governo para estimular o<br />

desenvolvimento regional não foi considerado com as alterações de uso imobiliário<br />

inteiramente em virtude de as pessoas e empresas escolherem livremente seu local de<br />

residência ou local de trabalho.<br />

7.8.2 Espera-se que o TAV cause um impacto no uso imobiliário nas cidades menores apenas. Em<br />

virtude de seu tamanho e estabilidade relativa, não se espera que o TAV tenha um impacto no<br />

crescimento da população e de empregos nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de<br />

São Paulo. As projeções de crescimento da população e de empregos foram desenvolvidas<br />

para as cidades de Volta Redonda, São José dos Campos, Jundiaí e Campinas.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

7.8.3 A EMBRAESP avaliou cada cidade e estimou o impacto do TAV no crescimento que é<br />

projetado para ocorrer independentemente do TAV. Esse é expresso em termos de um ―fator<br />

de aceleração‖ a ser aplicado à taxa de crescimento ―sem o TAV‖ ou histórica a cada ano,<br />

então, um fator de aceleração de 1,02 seria aplicado a uma taxa de crescimento histórica<br />

média de 5,0% ao ano para resultar em uma taxa de crescimento ―com o TAV‖ de 5,1% ao ano.<br />

A Tabela 7-16 e a Tabela 7-17 apresentam esses fatores de aceleração para as taxas de<br />

crescimento da população e de emprego, respectivamente:<br />

Tabela 7-16: Fatores de aceleração aplicados a cada ano às taxas de crescimento da<br />

população em virtude do TAV<br />

Região 2014 2015-16 2017-18 2019-23 2024-33<br />

Volta Redonda 1,00 1,001 1,004 1,005 1,008<br />

Campinas 1,00 1,010 1,020 1,030 1,050<br />

São José dos Campos 1,00 1,015 1,030 1,050 1,080<br />

Jundiaí 1,00 1,018 1,040 1,060 1,090<br />

Tabela 7-17: Fatores de aceleração aplicados a cada ano às taxas de crescimento de<br />

emprego em virtude do TAV<br />

Região 2014 2015-16 2017-18 2019-23 2024-33<br />

Volta Redonda 1,00 1,005 1,010 1,015 1,025<br />

Campinas 1,00 1,010 1,020 1,030 1,050<br />

São José dos Campos 1,00 1,010 1,020 1,030 1,050<br />

Jundiaí 1,00 1,013 1,025 1,040 1,060<br />

7.8.4 O impacto no crescimento da população e de empregos é maior em Jundiaí, já que o TAV<br />

possibilita que essa comunidade interaja cada vez mais fortemente com São Paulo.<br />

7.9 Resultados do Ano Base (2008)<br />

7.9.1 O modelo de divisão de modo calibrado não foi usado para estimar a proporção de tráfego que<br />

teria sido desviado para TAV. Os resultados são apresentados na Tabela 7.18 para o modelo<br />

expresso entre Rio de Janeiro e São Paulo/Campinas e para o modelo regional na Tabela 7.19.<br />

Essas projeções não incluem nenhum impacto deduzido e são derivadas puramente do desvio<br />

das viagens existentes.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Tabela 7-18: TAV Expresso – Números Anuais de 2008<br />

Demanda sem TAV<br />

(passageiros/ ano, em<br />

milhares)<br />

Horário<br />

de Pico<br />

Rio de Janeiro - São Paulo<br />

Fora de<br />

Horário de<br />

Pico<br />

Página 130 de 149<br />

Total<br />

Rio de<br />

Janeiro -<br />

Campinas<br />

Total<br />

Avião 3.416 998 4.414 275 4.689<br />

Carro 681 526 1.207 87 1.294<br />

Ônibus 951 736 1.687 121 1.808<br />

Total 5.048 2.260 7.308 483 7.791<br />

Divisão de modo (%)<br />

Avião 67,7% 44,1% 60,4% 56,9% 60,2%<br />

Carro 13,5% 23,3% 16,5% 18,0% 16,6%<br />

Ônibus 18,8% 32,6% 23,1% 25,1% 23,2%<br />

Demanda com o TAV<br />

(passageiros/ ano, em<br />

milhares)<br />

TAV 2.218 1.302 3.520 302 3.822<br />

TAV – Classe Econômica 1.730 919 2.649 251 2.900<br />

TAV – Classe Executiva 488 383 871 51 922<br />

Avião 1.920 448 2.368 101 2.469<br />

Carro 578 173 751 31 782<br />

Ônibus 486 184 670 49 719<br />

Total 5.202 2.107 7.309 483 7.792<br />

Divisão de Modo com o TAV<br />

(%)<br />

TAV 42,7% 61,8% 48,1% 62,5% 49,1%<br />

Avião 36,9% 21,3% 32,4% 20,9% 31,7%<br />

Carro 11,1% 8,2% 10,3% 6,4% 10,0%<br />

Ônibus 9,3% 8,7% 9,2% 10,2% 9,2%<br />

Demanda Desviada (%)<br />

Avião 43,8% 55,1% 46,4% 63,3% 47,3%<br />

Carro 15,1% 67,1% 37,8% 64,4% 39,6%<br />

Ônibus 48,9% 75,0% 60,3% 59,5% 60,2%<br />

Total 40,9% 64,4% 48,2% 62,5% 49,0%<br />

7.9.2 A proporção de demanda que seria desviada para TAV pode ser determinada pela comparação<br />

do número de viagens usando cada modo com e sem o TAV. Se o trem de alta velocidade<br />

fosse colocado em operação em 2008, um pouco menos da metade das viagens existentes<br />

entre Rio de Janeiro e São Paulo seria desviada para o TAV. A previsão é que cerca de 46%<br />

das viagens aéreas, 60% das viagens de ônibus e 38% das viagens de carro seriam desviados.<br />

Essa taxa de desvio é maior fora do período de pico quando os preços de passagens do TAV<br />

podem ser menores, com um desvio especificamente grande das viagens de carro. A previsão<br />

é que aproximadamente dois terços das viagens de carro que ocorrem durante esse período do<br />

dia sejam desviados. Considera-se que isso possa refletir os receios que os motoristas fora do<br />

horário de pico (em viagens amplamente não relacionadas a trabalho) têm a respeito de dirigir<br />

em uma grande cidade desconhecida, bem como a incerteza sobre as condições do tráfego e<br />

localização de rotas. Os usuários de São Paulo também são entendidos como tendo receios a<br />

respeito de segurança ao dirigir no Rio de Janeiro. Essas duas questões foram levantadas nas


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

seções de focus group discutidas na Seção 5.2, e, apesar de não modeladas explicitamente<br />

como parâmetros separados, elas são refletidas nas diferenças entre as respectivas constantes<br />

de modo.<br />

7.9.3 Uma proporção maior de transferência de viagens Rio de Janeiro-Campinas, com cerca de<br />

60% de todas as viagens existentes desviadas. O alto desvio das viagens aéreas reflete a<br />

freqüência fraca do serviço aéreo entre as cidades e o longo tempo de acesso em Campinas. A<br />

transferência das viagens de carro também é muito maior; a distância mais longa entre as<br />

cidades reduz a vantagem relativa que o carro tem no acesso/complemento de viagem e<br />

aumenta a vantagem de tempo de viagem geral relativa. No total, um pouco menos da metade<br />

de toda a demanda em potencial desvia para o TAV Expresso.<br />

7.9.4 Aproximadamente 45% das viagens regionais existentes dentro do alcance seriam desviadas<br />

para o TAV. O desvio mais alto ocorre dos atuais usuários de ônibus, dos quais<br />

aproximadamente 64% desviam, comparado a um pouco menos da metade dos usuários de<br />

carro existentes. Isso reflete a vantagem significativa que se espera que o TAV tenha sobre o<br />

ônibus em termos de tempo de viagem, e as mais altas taxas de obtenção ocorrem quando o<br />

serviço de ônibus existente é o menos competitivo. O TAV obtém menos da demanda de<br />

viagens de carro dentro do alcance, já que o tempo de acesso limitado exigido para viagens de<br />

carro é uma vantagem muito maior para viagens mais curtas. O carro é mais competitivo,<br />

especificamente quando o congestionamento na rota existente não é pesado.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Tabela 7-19: Serviços Regionais do TAV – Números Anuais - 2008<br />

Demanda sem TAV<br />

(passageiros / ano, em milhares)<br />

Rio de<br />

Janeiro -<br />

Volta R<br />

Rio de<br />

Janeiro -<br />

SJC<br />

Volta R -<br />

São José<br />

dos<br />

Campos<br />

Volta<br />

Redonda -<br />

São Paulo<br />

Página 132 de 149<br />

Volta<br />

Redonda -<br />

Campinas<br />

São José<br />

dos<br />

Campos -<br />

São Paulo<br />

São José<br />

dos Campos<br />

- Campinas<br />

São Paulo -<br />

Campinas TOTAL<br />

Carro 1.819 80 40 198 22 5.905 558 7.148 15.770<br />

Ônibus 377 130 45 82 21 3.090 861 5.433 10.039<br />

Total 2.196 210 85 280 43 8.995 1.419 12.581 25.809<br />

Divisão de Modo (%)<br />

Carro 82,8% 38,1% 47,1% 70,7% 51,2% 65,6% 39,3% 56,8% 61,1%<br />

Ônibus 17,2% 61,9% 52,9% 29,3% 48,8% 34,4% 60,7% 43,2% 38,9%<br />

Demanda com o TAV<br />

(passageiros / ano, em milhares)<br />

TAV 1.017 84 44 88 15 4.959 598 7.365 14.170<br />

Carro 1.070 46 21 155 15 2.913 325 3.563 8.108<br />

Ônibus 109 80 20 37 13 1.123 496 1.653 3.531<br />

Total 2.196 210 85 280 43 8.995 1.419 12.581 25.809<br />

Divisão de Modo com o TAV (%)<br />

TAV 46,3% 40,0% 51,8% 31,4% 34,9% 55,1% 42,1% 58,5% 54,9%<br />

Carro 48,7% 21,9% 24,7% 55,4% 34,9% 32,4% 22,9% 28,3% 31,4%<br />

Ônibus 5,0% 38,1% 23,5% 13,2% 30,2% 12,5% 35,0% 13,1% 13,7%<br />

Demanda Desviada (%)<br />

Carro 41,2% 42,5% 47,5% 21,7% 31,8% 50,7% 41,8% 50,2% 48,6%<br />

Ônibus 71,1% 38,5% 55,6% 54,9% 38,1% 63,7% 42,4% 69,6% 64,8%<br />

Total 53,7% 60,0% 48,2% 68,6% 65,1% 44,9% 57,9% 41,5% 45,1%


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

7.10 Estimativa de Demanda em Horário de Pico<br />

7.10.1 A demanda em horário de pico é usada no estudo operacional, Volume 4, como um<br />

dado de entrada para o trabalho de tabela de horários. Finalmente, ela determina o<br />

número de trens necessário quando a capacidade de trens no horário de pico<br />

exceder a demanda em horário de pico, supondo que não se espera que nenhum<br />

passageiro viaje em pé. As previsões de demanda apresentadas neste relatório são<br />

estimadas em uma base anual, conseqüentemente, é necessário fatorar a<br />

demanda anual em demanda de horário de pico. Esses mercados foram<br />

identificados para o TAV:<br />

Um serviço expresso conectando Rio de Janeiro - São Paulo e Rio de<br />

Janeiro - Campinas;<br />

Fluxos regionais ou de trem metropolitano entre São José dos Campos,<br />

São Paulo e Campinas; e<br />

Serviços de aeroporto, para as cidades principais no corredor do estudo:<br />

Rio de Janeiro (Galeão), São Paulo (Guarulhos) e Campinas (Viracopos).<br />

7.10.2 Para os serviços expressos, a demanda por viagem aérea foi usada como uma<br />

representação para a demanda de horário de pico. Isso é razoável considerando<br />

que se espera que uma alta proporção de usuários de viagens aéreas seja<br />

transferida para o TAV. Mesmo com os ônibus leito operando à noite, a intenção de<br />

usar esses ônibus é economizar tempo viajando durante a noite e dinheiro, quando<br />

comparado com a viagem aérea, dessa forma, os ônibus noturnos não foram<br />

considerados como um indicador de horários de pico. A demanda do horário de<br />

pico foi calculada conforme a seguir:<br />

A demanda anual total foi dividida em 52 semanas para converter os números<br />

da demanda anual para uma base semanal;<br />

O valor da demanda semanal foi distribuído por dia da semana com base no<br />

número total de vôos operando entre Rio de Janeiro e São Paulo: Dias de<br />

semana: 16,3%, Sábados: 7,7%, e Domingos: 10,8%;<br />

A Tabela 7.20 mostra a distribuição de demanda de viagens aéreas Rio de<br />

Janeiro - São Paulo. Os valores observados nas primeiras horas são<br />

específicos de vôos de conexão, mas o TAV não operará durante esse horário<br />

para permitir a manutenção.<br />

Tabela 7-20: % de Distribuição de Demanda Horária - Rio de Janeiro - São Paulo<br />

% de Distribuição de Demanda Horária<br />

Horário Rio de Janeiro - São Paulo São Paulo - Rio Janeiro<br />

00:00 0,0 0,0<br />

01:00 0,1 0,1<br />

02:00 0,0 0,0<br />

03:00 0,1 0,0<br />

04:00 0,0 0,0<br />

05:00 0,7 0,3<br />

06:00 10,8 8,8<br />

07:00 12,1 10,1<br />

08:00 10,2 8,9<br />

09:00 6,0 4,3<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

% de Distribuição de Demanda Horária<br />

Horário Rio de Janeiro - São Paulo São Paulo - Rio Janeiro<br />

10:00 3,4 2,8<br />

11:00 3,2 2,9<br />

12:00 6,7 6,9<br />

13:00 6,6 6,8<br />

14:00 2,8 3,5<br />

15:00 3,0 2,8<br />

16:00 3,1 2,9<br />

17:00 9,3 10,3<br />

18:00 10,7 12,5<br />

19:00 8,6 11,7<br />

20:00 2,0 3,8<br />

21:00 0,3 0,4<br />

22:00 0,2 0,1<br />

23:00 0,1 0,1<br />

Fonte: Pesquisa conduzida no Aeroporto Santos Dumont<br />

7.10.3 A tabela acima representa a porcentagem da demanda por direção na ligação Rio<br />

de Janeiro - São Paulo. A demanda pela viagem é conhecida como sendo muito<br />

maior nos picos da manhã e da noite, com muitos passageiros que prefeririam<br />

viajar nesses horários não podendo fazer isso, ou sendo obrigados a pagar um<br />

preço muito alto por um bilhete de última hora.<br />

7.10.4 Com base na tabela acima, é possível concluir que 39,1% da demanda está<br />

concentrada entre 06h00 e 09h59 (pico da manhã) do Rio de Janeiro para São<br />

Paulo. Na direção oposta, São Paulo para Rio de Janeiro, uma concentração de<br />

32,1% foi considerada, dessa forma, uma média de concentração de demanda de<br />

35% entre as 06h00 e as 09h00 para ambas as direções pode ser usada. O pico da<br />

tarde, entre 17:00 e 20h59, mostra uma concentração de 30,6% do Rio de Janeiro<br />

para São Paulo e 38,3% de São Paulo para Rio de Janeiro resultando em uma<br />

média de 34,5% em ambas as direções. Os 35% da demanda total no pico da<br />

manhã mais 35% observados no pico da tarde somam 70% da demanda total. Esse<br />

resultado é similar aos 66,1% do total de viagens que eram relacionadas a trabalho,<br />

conforme observado nas pesquisas. Esses são usuários típicos de horário de pico.<br />

Os 30% restantes da demanda do TAV são distribuídos entre as horas restantes,<br />

comparáveis às viagens não relacionadas a trabalho. Seguindo as mesmas<br />

premissas da distribuição de demanda horária, a última saída deveria ocorrer às<br />

23h.<br />

7.10.5 Uma abordagem diferente foi usada para serviços regionais. Aqui, o uso foi feito<br />

das premissas de distribuição de demanda horária dentro de dois modelos de rede<br />

para São Paulo (PITU) e Rio de Janeiro (PDTU). Em virtude de os horários de<br />

viagem serem similares em ambos os casos, o perfil de distribuição de demanda<br />

tende a ser similar. Esses são apresentados na Tabela 7.21<br />

Tabela 7-21: Serviços Regionais do TAV - Números Anuais - 2008<br />

Horas do dia Distribuição de demanda<br />

01:00 1,8%<br />

02:00 0,1%<br />

03:00 0,1%<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Horas do dia Distribuição de demanda<br />

04:00 0,2%<br />

05:00 0,8%<br />

06:00 3,2%<br />

07:00 11,2%<br />

08:00 7,0%<br />

09:00 4,3%<br />

10:00 2,2%<br />

11:00 5,2%<br />

12:00 11,8%<br />

13:00 8,5%<br />

14:00 3,7%<br />

15:00 3,1%<br />

16:00 3,8%<br />

17:00 9,5%<br />

18:00 8,6%<br />

19:00 6,2%<br />

20:00 2,8%<br />

21:00 2,0%<br />

22:00 2,4%<br />

23:00 1,2%<br />

00:00 0,3%<br />

Total 100%<br />

7.10.6 Com base nas mesmas horas de funcionamento que as apresentadas acima para<br />

os serviços expressos, uma concentração de 25% da demanda total foi observada<br />

entre as 06h00 e as 08h59, 20% das 12h00 e 13h59, com os 25% restantes das<br />

17h00 às 19h59. Conseqüentemente, para os fluxos do trem metropolitano, 25%<br />

foram usados ao invés dos 35% usados para os serviços Expressos.<br />

7.10.7 Uma demanda maior é observada entre as estações com tempos de viagem de<br />

menos do que uma hora, e é razoável supor que uma parte significativa dessa<br />

demanda se destina a viagens de trabalhadores. Isso tem o apoio de pesquisas<br />

que mostram que 79% dessas viagens são relacionadas a trabalho. Dessa forma,<br />

com base no comportamento da demanda, a faixa horária de operação<br />

recomendada vai das 6h às 23h.<br />

7.10.8 Para as conexões de aeroporto, uma distribuição similar a essa observada das<br />

saídas de vôo é recomendada. Com base nisso, os serviços dos aeroportos devem<br />

ser operados entre as 5h e 23h. Observe que o horário de início é uma hora mais<br />

cedo do que o dos serviços expressos para permitir que os passageiros façam o<br />

check-in no aeroporto.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

8 Estimativas de Demanda<br />

8.1 Introdução<br />

8.1.1 Usando as premissas do caso base apresentadas no capítulo anterior, as previsões<br />

de número de passageiros foram produzidas usando os modelos de previsão de<br />

viagem expressa e regional. Essas previsões foram geradas usando o traçado do<br />

TAV, conforme previsto nos Volumes 2A e 2B. Além disso, conforme previsto no<br />

Volume 4, geramos tempos de viagem para o TAV com base no traçado otimizado<br />

do TAV usando o software de simulação Railsys e as características de<br />

desempenho típico do trem de alta velocidade (por exemplo, aceleração,<br />

velocidade máxima, freagem e etc.). Essa análise resultou em um tempo de viagem<br />

entre São Paulo e Rio de Janeiro de aproximadamente 1 hora e 33 minutos, uma<br />

melhoria sobre a rota Transcorr em 1 hora e 43 minutos. Tempos de viagem<br />

simulados do Railsys foram alimentados nos submodelos expresso e regional como<br />

um dado de entrada. O ano de abertura do <strong>projeto</strong> é 2014 e as previsões são<br />

fornecidas para intervalos de 10 anos em 2024, 2034 e 2044.<br />

8.1.2 Os resultados neste capítulo são apresentados conforme a seguir:<br />

Seção 8.2: Serviços expressos: de São Paulo para Rio de Janeiro, e do Rio<br />

de Janeiro para Campinas<br />

Seção 8.3: Serviços regionais de São Paulo para Campinas, de São Paulo<br />

para Rio de Janeiro com paradas em Volta Redonda/Barra Mansa, e São<br />

José dos Campos;<br />

Seção 8.4: Análise de estações opcionais<br />

Seção 8.5: Serviços de aeroportos<br />

Seção 8.6: Resumo da demanda e receita gerais do TAV para os serviços de<br />

aeroportos internacionais de Guarulhos, Galeão e Viracopos;<br />

Seção 8.7:Referência internacional; e<br />

Seção 8.8: Discute a análise de sensibilidade que foi realizada.<br />

8.1.3 O caso base supõe um serviço direto, ininterrupto entre Rio de Janeiro e São Paulo<br />

operando ―clock face ‖ a cada 30 minutos. Nenhuma parada é presumida nas<br />

estações dos aeroportos internacionais propostas para os serviços expressa.<br />

8.1.4 Os serviços regionais têm horários fixos próximos aos serviços expressos,<br />

operando entre Campinas e São José dos Campos, com alguns serviços<br />

estendidos para o Rio de Janeiro para servir Volta Redonda e Galeão.<br />

8.2 TAV Expresso<br />

8.2.1 Em 2014, a demanda prevista total entre Rio de Janeiro e São Paulo foi de 10,7<br />

milhões de viagens com uma participação de mercado para avião de 68%, 16%<br />

para carro e 15% para ônibus, conforme observado na Tabela 8-1. A introdução do<br />

TAV no mercado resulta no seguinte desvio.<br />

Número de passageiros estimado de 3,7 milhões no horário de pico,<br />

dividido em 3,0 milhões na classe econômica e 627.000 na classe<br />

executiva. A classe executiva responde por 17% da demanda;<br />

O número de passageiros estimado fora do horário de pico em 2,7 milhões,<br />

dividido em 1,9 milhão na econômica e 870.000 na executiva (30%);<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Receita anual estimada para o horário de pico de R$ 811,7 milhões e<br />

R$ 502,2 milhões para fora do horário de pico resultando em R$ 1,314<br />

bilhões;<br />

A participação de mercado estimada do TAV é de 52,9% do mercado total;<br />

A demanda induzida (como uma proporção do total de viagens) no horário<br />

de pico é de 6,1%, fora do horário de pico é de 30,18%, enquanto a<br />

demanda induzida geral é de 13,39%, (representando 22% da demanda do<br />

TAV Expresso). Considerando que a experiência internacional mostra que<br />

a maioria das viagens induzidas será fora do horário de pico, esse<br />

resultado é consistente com as faixas encontradas (20% - 30%).<br />

8.2.2 A Tabela 8-1 também mostra as divisões de modo estimadas em 2014. Em 2014 e<br />

incluindo a demanda induzida, o TAV tem uma demanda estimadas de 6,4 milhões<br />

de passageiros por ano com uma participação de mercado de 52,9% do mercado<br />

total. No mercado ferroviário e aéreo, o TAV agora tem uma participação de<br />

mercado de 62%.<br />

Tabela 8-1: Demanda e Receita, Rio de Janeiro - São Paulo, 2014<br />

Horário<br />

de Pico<br />

Página 137 de 149<br />

Fora de<br />

Horário<br />

de Pico Total<br />

Demanda sem TAV (milhares, ao ano)<br />

Avião 5.206 2.127 7.333<br />

Carro 1.215 542 1.757<br />

Ônibus 1.059 581 1.640<br />

Total 7.480 3.250 10.730<br />

Divisão de Modo (%)<br />

Avião 69,60% 65,44% 68,34%<br />

Carro 16,24% 16,68% 16,38%<br />

Ônibus 14,16% 17,88% 15,28%<br />

Demanda com o TAV („000)<br />

TAV 3.667 2.768 6.435<br />

TAV - Classe<br />

Econômica 3.040 1.898 4.938<br />

TAV - Classe<br />

Executiva 627 870 1.497<br />

Avião 2.960 947 3.907<br />

Carro 706 254 960<br />

Ônibus 603 262 865<br />

Total 7.936 4.231 12.167<br />

Divisão de Modo com o TAV (%)<br />

TAV 46,20% 65,43% 52,89%<br />

Avião 37,30% 22,38% 32,11%<br />

Carro 8,90% 6,00% 7,89%<br />

Ônibus 7,60% 6,19% 7,11%<br />

Receita (R$<br />

„000)<br />

811.775 502.200 1.313.975


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Fonte de Demanda do TAV<br />

Avião 61,3% 42,6% 53,3%<br />

Carro 13,9% 10,4% 12,4%<br />

Ônibus 12,4% 11,5% 12,0%<br />

Induzida 12,4% 35,5% 22,3%<br />

8.2.3 Uma comparação dos cenários ―sem TAV‖ e ―com TAV‖ fornece uma indicação da<br />

proporção do número de passageiros do TAV que é desviada dos outros modos ao<br />

invés de induzida. Sem o TAV, a previsão é que 10,7 milhões de passageiros<br />

viajarão entre Rio de Janeiro e São Paulo em 2014, mas com o TAV construído e a<br />

demanda induzida relacionada, isso aumentará para quase 12,2 milhões de<br />

passageiros. Em virtude de essas viagens serem todas relacionadas ao TAV, o<br />

número de passageiros que é desviado dos modos existentes (ou seja, excluindo a<br />

demanda induzida) seria de aproximadamente 5 milhões por ano. A composição<br />

dessa demanda será aproximada na proporção das participações do modo<br />

existente, com a maioria, usando o avião, o principal modo concorrente.<br />

8.2.4 O mercado estimado entre Rio de Janeiro e Campinas é muito menor, com 711.000<br />

viagens por ano, vide a Tabela 8.2. Os resultados a seguir são obtidos para o<br />

trecho Rio de Janeiro -Campinas:<br />

número de passageiros estimado de 635.000 passageiros dividido em<br />

508.000 na classe econômica e 127.000 na classe executiva;<br />

Receita anual estimada de R$ 146,0 milhões em 2014; e<br />

Tráfego induzido de 28,6%. (Diferença da demanda com o TAV e sem o<br />

TAV dividido pela demanda sem TAV)<br />

8.2.5 A participação do TAV no mercado total é de 69,5% em 2014 e no mercado<br />

ferroviário/aéreo, o TAV tem uma participação de 80%.<br />

Tabela 8-2: Demanda e Receita, Rio de Janeiro - Campinas (2014)<br />

TAV Expresso - Rio de Janeiro - Campinas<br />

Demanda sem TAV (em milhares, ao ano)<br />

Avião 361<br />

Carro 98<br />

Ônibus 252<br />

Total 711<br />

Divisão de Modo Existente (%)<br />

Avião 50,8%<br />

Carro 13,8%<br />

Ônibus 35,4%<br />

Demanda com o TAV (em milhares)<br />

TAV 635<br />

TAV - Classe Econômica 508<br />

TAV - Classe Executiva 127<br />

Avião 160<br />

Carro 43<br />

Ônibus 76<br />

Total 914<br />

Divisão de Modo Com o TAV (%)<br />

TAV 69,5%<br />

Avião 17,5%<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

TAV Expresso - Rio de Janeiro - Campinas<br />

Carro 4,7%<br />

Ônibus 8,3%<br />

Receita (R$/ano, em<br />

milhares) 146.050<br />

Fonte da Demanda do TAV<br />

Avião 31,7%<br />

Carro 8,6%<br />

Ônibus 27,7%<br />

Induzida 32,0%<br />

Espera-se que aproximadamente 200.000 passageiros sejam desviados dos modos<br />

existentes para o TAV em 2014, com números similares desviando do avião e<br />

ônibus. A demanda induzida forma uma proporção maior de demanda do que do<br />

movimento principal Rio de Janeiro-São Paulo refletindo o serviço aéreo<br />

relativamente deficiente atualmente prestado entre Rio de Janeiro e Campinas. Os<br />

benefícios de economia de tempo do TAV, e ainda, a demanda induzida, são,<br />

portanto, maiores.<br />

8.2.6 A Tabela 8-3 fornece estimativas para demanda e receita para os anos de 2014 a<br />

2044 em intervalos de dez anos divididos entre classe econômica e executiva em<br />

ambos os fluxos expressos.<br />

Tabela 8-3: Estimativas de Demanda e Receita - 2014 a 2044 - Serviços<br />

expressos<br />

Fluxos 2014 2024 2034 2044<br />

Viagens (passageiros / ano, em milhares)<br />

Rio de Janeiro São Paulo Econômica 4.938 7.800 13.264 19.075<br />

Executiva 1.497 2.401 4.084 5.873<br />

Total 6.435 10.201 17.348 24.948<br />

Rio de Janeiro Campinas Econômica 508 905 1.657 2.383<br />

Receita (R$/ano, em milhares, constante)<br />

Executiva 127 176 318 457<br />

Total 635 1.081 1.975 2.840<br />

Rio de Janeiro São Paulo Econômica 892.700 1.408.250 2.406.650 3.460.991<br />

Executiva 421.275 677.650 1.162.750 1.672.144<br />

Total 1.313.975 2.085.900 3.569.400 5.133.136<br />

Rio de Janeiro Campinas Econômica 101.600 181.000 331.400 476.584<br />

Total TAV Receita (R$/ano, em<br />

milhares)<br />

Executiva 44.450 61.600 111.300 160.059<br />

Total 146.050 242.600 442.700 636.644<br />

Página 139 de 149<br />

1.460.025 2.328.500 4.012.100 5.769.780


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

8.3 Serviços regionais<br />

8.3.1 As operações de modelo também foram realizadas para serviços regionais entre<br />

Rio de Janeiro e Campinas com paradas no Galeão, Volta Redonda/Barra Mansa,<br />

São José dos Campos, Guarulhos, São Paulo e Viracopos. Os resultados do<br />

modelo são apresentados na Tabela 8.4 e na seção 8.5 - Serviços de Aeroportos.<br />

Tabela 8-4: Estimativas de Demanda e Receita - 2014 - Serviços Regionais<br />

Rio de<br />

Janeiro -<br />

Volta R<br />

Rio de<br />

Janeiro -<br />

SJdC<br />

Volta R -<br />

SJ dos<br />

Campos<br />

Volta R -<br />

São<br />

Paulo<br />

Demanda sem TAV (passageiros / ano, em milhares)<br />

Página 140 de 149<br />

Volta R -<br />

Campinas<br />

SJ dos<br />

Campos -<br />

São Paulo<br />

SJ dos<br />

Campos -<br />

Campinas<br />

São Paulo<br />

-<br />

Campinas Total<br />

Carro 2.201 98 176 150 18 6.927 982 8.393 18.945<br />

Ônibus 456 159 198 62 18 3.625 1.514 6.380 12.412<br />

Total 2.657 257 374 212 36 10.552 2.496 14.773 31.357<br />

Divisão de Modo (%)<br />

Carro 82,8% 38,1% 47,1% 70,8% 50,0% 65,6% 39,3% 56,8% 60,4%<br />

Ônibus 17,2% 61,9% 52,9% 29,2% 50,0% 34,4% 60,7% 43,2% 39,6%<br />

Demanda com o TAV (passageiros / ano, em milhares)<br />

TAV 2.619 211 254 184 40 8.553 1.305 12.372 25.538<br />

Carro 560 29 23 79 7 1.881 161 2.709 5.449<br />

Ônibus 262 42 65 13 4 1.583 590 1.886 4.445<br />

Total 3.441 282 342 276 51 12.017 2.056 16.967 35.432<br />

Divisão de Modo Com o TAV (%)<br />

TAV 76,1% 74,8% 74,3% 66,7% 78,4% 71,1% 63,5% 72,9% 72,1%<br />

Carro 16,3% 10,3% 6,7% 28,6% 13,7% 15,7% 7,8% 16,0% 15,4%<br />

Ônibus 7,6% 14,8% 19,0% 4,7% 7,8% 13,2% 28,7% 11,1% 12,5%<br />

Receita (R$/ano, em milhares)<br />

105.284 21.585 17.374 17.940 4.740 246.326 63.945 386.006 863.201<br />

Fonte da Demanda do TAV (%)<br />

Carro 62,7% 32,7% 54,3%* 38,6% 27,5% 59,0% 49,6%* 46,0% 52,8%<br />

Ônibus 7,4% 55,5% 45,7%* 26,6% 35,0% 23,9% 50,4%* 36,3% 31,2%<br />

Induzida 29,9% 11,8% -* 34,8% 37,5% 17,1% -* 17,7% 16,0%<br />

*A demanda para esses movimentos cai com o TAV em virtude das alterações na escolha de<br />

destino de viagem<br />

8.3.2 Os principais resultados em 2014 são os seguintes:<br />

O fluxo maior está entre São Paulo e Campinas, com 12,3 milhões de<br />

passageiros. Esse é, na verdade, o maior fluxo na ferrovia. O trecho São<br />

Paulo - Campinas gera R$ 386 milhões;<br />

o segundo maior fluxo é São José dos Campos - São Paulo, com 8,6<br />

milhões de passageiros, gerando R$ 246,3 milhões;<br />

o terceiro maior fluxo é entre Rio de Janeiro e Volta Redonda/Barra Mansa,<br />

com quase 2,6 milhões de passageiros gerando R$ 105 milhões;<br />

todos os outros fluxos, por exemplo, Rio de Janeiro - São José dos<br />

Campos geram baixos níveis de demanda; e


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

o TAV é bem sucedido na demanda desviada do carro em viagens mais<br />

curtas que têm uma finalidade de viagem a trabalho (conforme discutido no<br />

Capítulo 5 - Pesquisas), tais como Rio de Janeiro - Volta Redonda e São<br />

Paulo - Campinas.<br />

8.3.3 A demanda induzida forma 13,0% da demanda regional geral, ou aproximadamente<br />

16% da demanda regional do TAV. Para os maiores fluxos mencionados acima,<br />

São Paulo-Campinas é de 14,9% (17,7% da demanda do TAV) e São Paulo - São<br />

José dos Campos é de 13,9% (17,1% da demanda do TAV). Dois fluxos mostram<br />

uma queda na demanda com o TAV: São José dos Campos-Campinas e São José<br />

dos Campos - Volta Redonda. O modelo de distribuição é projetado para redistribuir<br />

as viagens com base na atratividade do destino - é provável que essas viagens<br />

sejam desviadas para São Paulo, que se torna um destino muito mais atrativo e<br />

acessível em virtude do TAV.<br />

8.3.4 Espera-se que aproximadamente 4,1 milhões de viagens sejam desviadas para<br />

TAV a partir dos modos existentes em 2014.<br />

8.3.5 As previsões para esses fluxos entre 2014 e 2044 são apresentadas na Tabela 8.5.<br />

Tabela 8-5: Estimativas de Demanda e Receita para Serviços Regionais, 2014<br />

- 2044<br />

Serviços regionais<br />

Fluxos 2014 2024 2034 2044<br />

Viagens (em milhares, ao ano)<br />

Rio de Janeiro Volta Redonda 2.619 3.271 4.211 6.055<br />

Rio de Janeiro S. J. Campos 211 294 422 606<br />

V. Redonda / B. Mansa S. J. Campos 254 337 457 657<br />

V. Redonda / B. Mansa São Paulo 184 233 308 443<br />

V. Redonda / B. Mansa Campinas 40 55 79 113<br />

S. J. Campos São Paulo 8.553 11.490 16.282 23.415<br />

S. J. Campos Campinas 1.305 2.003 3.110 4.473<br />

São Paulo Campinas 12.372 17.094 24.905 35.815<br />

Demanda Total 25.538 34.778 49.772 71.577<br />

Receita (R$/ano, em milhares)<br />

Rio de Janeiro Volta Redonda 105.284 131.482 169.271 243.428<br />

Rio de Janeiro S. J. Campos 21.560 30.067 43.124 62.017<br />

V. Redonda / B. Mansa S. J. Campos 17.375 23.058 31.231 44.914<br />

V. Redonda / B. Mansa São Paulo 17.931 22.754 30.011 43.159<br />

V. Redonda / B. Mansa Campinas 4.709 6.537 9.335 13.424<br />

S. J. Campos São Paulo 246.318 330.917 468.919 674.350<br />

S. J. Campos Campinas 63.935 98.155 152.402 219.169<br />

São Paulo Campinas 386.003 533.337 777.024 1.117.434<br />

Total da Receita do<br />

TAV<br />

Página 141 de 149<br />

863.104 1.176.308 1.681.317 2.417.895


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8.3.6 Deve ser observado que os fluxos entre São José dos Campos e São Paulo, e São<br />

Paulo e Campinas são muito grandes, e exigirão uma capacidade significativa de<br />

trens e estações (vide o Volume 4 para uma análise de toda a discussão sobre<br />

questões de capacidade). Considerando o tamanho da conurbação/população<br />

urbana entre Campinas e São José dos Campos, os resultados são previsíveis e<br />

salientam a demanda inerente por uma rede de transporte de passageiros de alta<br />

capacidade ligando as três cidades.<br />

8.3.7 A demanda entre Londres e Paris é de 9,1 milhões (2008) que exige trens de 31<br />

lugares per capita com 750 lugares com cada custando na região de £20 milhões<br />

(R$ 60 milhões). Portanto, o custo de trens isolado para o Eurostar foi de R$ 1,9<br />

bilhões. O número de trens exigidos também é uma função do tempo total para<br />

concluir uma viagem de volta. Os fluxos de 2014 entre São Paulo - São José dos<br />

Campos e São Paulo - Campinas são de 12,3 milhões e 8,5 milhões,<br />

respectivamente. A Tabela 8.6 mostra a demanda e receita resumidas por estação.<br />

Viagens por<br />

ano (em<br />

milhares)<br />

Tabela 8-6: 2014 Demanda e Receita agregadas por estação<br />

Rio de<br />

Janeiro<br />

Galeão<br />

Volta<br />

Redonda/<br />

Barra<br />

Mansa<br />

São José<br />

dos<br />

Campos<br />

Página 142 de 149<br />

Guarulhos<br />

São<br />

Paulo<br />

Viracopos Campinas Totais<br />

Rio de Janeiro 687,5 1.309,5 105,5 # 3.217,5 n/a 318,0 5.638,0<br />

Galeão 687,5 52,0 n/a # # n/a n/a 739,5<br />

Volta Redonda/<br />

Barra Mansa<br />

São José dos<br />

Campos<br />

1.309,5 52,0 127,0 n/a 92,0 n/a 20,0 1.600,5<br />

106,5 n/a 127,0 80,0 4.276,5 n/a 652,5 5.241,5<br />

Guarulhos # # n/a 80,0 , n/a 176,5 256,5<br />

São Paulo 3.217,5 n/a 92,0 4.276,5 , $ 6.186,0 13.772,5<br />

Viracopos n/a n/a n/a n/a n/a $ 207,0 207,0<br />

Campinas 318,0 n/a 20,0 652,5 176,5 6.186,0 207,0 7.560,0<br />

Totais 5.638,5 739,5 1.600,5 5.241,5 256,5 13.772,0 207,0 7.560,0 35.015,5<br />

n/a Esses fluxos não foram estimados e são previstos a serem mínimos<br />

* O fluxo entre São Paulo e Guarulhos é presumido a ser realizado pelo Expresso do Aeroporto de Guarulhos ou <strong>projeto</strong> similar<br />

# Esse é um mercado possível para o TAV, que atualmente é servido pelas linhas aéreas. Vide o Volume 1, seção 8.5, para analisar outros<br />

detalhes.<br />

$ Dependendo do desenvolvimento de Viracopos, esse também pode ser um mercado futuro significativo para o TAV<br />

Receita por<br />

ano R$ (em<br />

milhares)<br />

Rio de<br />

Janeiro<br />

Galeão<br />

Volta<br />

Redonda/<br />

Barra<br />

Mansa<br />

São José<br />

dos<br />

Campos<br />

Guarulhos<br />

São<br />

Paulo<br />

Viracopos Campinas Totais<br />

Rio de Janeiro 27.492 52.635 10.780 # 656.988 n/a 73.025 820.920<br />

Galeão 27.492 2.075 n/a # # n/a n/a 29.567<br />

Volta Redonda/<br />

Barra Mansa<br />

São José dos<br />

Campos<br />

52.635 2.075 8.687 n/a 8.965 n/a 2.354 74.716<br />

10.780 n/a 8.687 2.726 123.159 n/a 31.967 177.319<br />

Guarulhos # # n/a 2.726 * n/a 10.592 13.318<br />

São Paulo 656.988 n/a 8.965 123.159 * $ 193.002 982.114<br />

Viracopos n/a n/a n/a n/a n/a $ 6.206 6.206<br />

Campinas 73.025 n/a 2.354 31.967 10.592 193.002 6.206 317.146<br />

Totais 820.920 29.567 74.716 177.319 13.318 982.114 6.206 317.146 2.421.306<br />

n/a Esses fluxos não foram estimados e são previstos a serem mínimos<br />

* O fluxo entre São Paulo e Guarulhos é presumido a ser realizado pelo Expresso do Aeroporto de Guarulhos ou <strong>projeto</strong> similar


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# Esse é um mercado possível para o TAV, que atualmente é servido pelas linhas aéreas. Vide o Volume 1, seção 8.5, para analisar outros<br />

detalhes.<br />

$ Dependendo do desenvolvimento de Viracopos, esse também pode ser um mercado futuro significativo para o TAV<br />

8.3.8 A estação com maior demanda é São Paulo com 27,5 milhões de passageiros,<br />

seguida por Campinas com 15,1 milhões. O volume de passageiros é importante ao<br />

considerar a capacidade e o <strong>projeto</strong> da estação.<br />

8.3.9 Também deve ser observado que a maioria das estações terminais deve ter boas<br />

conexões com os serviços de metrô e demais transportes públicos para permitir a<br />

distribuição de passageiros por toda a cidade. O Campo de Marte atualmente não<br />

tem nenhuma estação de metrô e a conexão com o sistema de metrô deve ser<br />

considerada.<br />

8.3.10 O Anexo F contém informações detalhadas sobre as previsões que foram criadas<br />

para o TAV. As tabelas incluem demanda, receita, e divisão de modo com e sem<br />

TAV para o seguinte:<br />

Conexões Expressas, 2024 - 2044;<br />

Conexões Regionais, 2024 - 2044;<br />

Estação Opcional de Jundiaí, 2008 - 2044;<br />

Estação Opcional em Aparecida, 2008 - 2044; e<br />

Estação Opcional em Resende, 2014 - 2044.<br />

8.4 Análise de Estação Opcional<br />

8.4.1 A tabela a seguir resume as estimativas de demanda e receita para as estações<br />

opcionais.<br />

Estação<br />

Tabela 8-7: Estimativas de Demanda e Receita para as Estações Opcionais<br />

Resumo das Estações Opcionais do TAV - Números Anuais (em milhares)<br />

2014 2024 2034 2044<br />

Demanda R$ Demanda R$ Demanda R$ Demanda R$<br />

Jundiaí 9.707 157.403 13.999 226.381 20.835 336.272 31.027 499.834<br />

Aparecida 3.473 229.960 4.677 309.631 5.908 391.113 8.496 562.47<br />

Resende 1.054 51.710 1.433 70.906 1.982 98.898 2.850 141.03<br />

8.4.2 A receita por passageiro é muito maior em Resende e Aparecida, considerando sua<br />

distância do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde a maior parte da demanda se<br />

originaria. Também, as viagens não relacionadas a trabalho predominam em<br />

Aparecida, que seria aberta somente nos finais de semana para servir o Santuário<br />

de Aparecida.<br />

8.4.3 Resende tem o mais baixo volume de todas as estações analisadas. Um trabalho<br />

adicional precisa ser feito para entender o impacto dessas previsões e o caso<br />

econômico de cada estação.<br />

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8.5 Serviços de aeroportos<br />

8.5.1 Os serviços opcionais de aeroportos foram considerados para as principais cidades<br />

no corredor do estudo: Rio de Janeiro (Galeão), São Paulo (Guarulhos) e Campinas<br />

(Viracopos). Ao prever a demanda para esses serviços a primeira etapa foi<br />

determinar a demanda dentro da área de interesse. Usamos a proporção de<br />

viajantes que usam os aeroportos de Guarulhos e Viracopos e se originam em São<br />

José dos Campos e Campinas. Não consideramos o fluxo de passageiros a partir<br />

do centro de São Paulo para Guarulhos, já que eles serão servidos por um outro<br />

<strong>projeto</strong>. Usamos dados da ―Pesquisa de Origem e Destino do Transporte<br />

Rodoviário e Aéreo do Estado de São Paulo‖, um estudo coordenado pela<br />

Secretaria de Transportes do estado de São Paulo.<br />

8.5.2 O volume de passageiros que viajam entre Guarulhos e Galeão levanta uma série<br />

de dúvidas interessantes a respeito do desenvolvimento dos aeroportos<br />

internacionais. Ambos os aeroportos oferecem uma gama de vôos internacionais, o<br />

que, algumas vezes, exige a transferência em um dos aeroportos, por exemplo,<br />

com início no Galeão, mas voando para um destino internacional (ou mesmo outro<br />

destino doméstico) via Guarulhos. Atualmente, as linhas aéreas oferecem o trecho<br />

nacional ―gratuitamente‖ para preencher a capacidade internacional. Entretanto, no<br />

futuro, os passageiros poderiam usar o TAV para acessar Guarulhos ou o Galeão a<br />

partir de qualquer cidade, em um tempo de viagem similar ou melhor para o trecho<br />

nacional. Além disso, os vôos entre os dois aeroportos poderiam ser substituídos<br />

pelo TAV, o que poderia ter importantes implicações para o desenvolvimento de<br />

ambos os aeroportos, e Congonhas. Pela liberação da capacidade, ele também<br />

pode diminuir a pressão para aumentar a capacidade em Guarulhos. Nesse<br />

estágio, esse mercado tem sido descartado com base em que os vôos nacionais<br />

são gratuitos (e pode haver economia de tempo de check-in entre as linhas) e,<br />

portanto, os passageiros provavelmente não estariam dispostos a pagar pelo TAV,<br />

mas há algumas questões políticas a serem consideradas.<br />

8.5.3 A partir do número total de passageiros que saem e chegam no aeroporto do<br />

Galeão, e usando ODs das pesquisas, um exercício foi realizado para tentar<br />

identificar os grupos de usuários que mais provavelmente seriam atraídos para o<br />

trem entre Barão de Mauá a Galeão. Os passageiros das áreas dentro do Rio de<br />

Janeiro que não seriam convenientemente servidos pelo trem foram excluídos. Por<br />

exemplo, a Zona Norte do Rio de Janeiro foi excluída já que haveria a necessidade<br />

de um deslocamento negativo para qualquer usuário indo do Galeão para Barão de<br />

Mauá. Também consideramos os passageiros de Volta Redonda/Barra Mansa que<br />

usam o aeroporto do Galeão.<br />

8.5.4 Para esses grupos de usuários, divididos de acordo com as taxas da pesquisa em<br />

viagens relacionadas a trabalho e não relacionadas a trabalho, aplicamos o modelo<br />

de escolha de modo calibrado para a ligação São Paulo - Jundiaí, em virtude de<br />

sua similaridade com a conexão de aeroporto em termos de tempos de viagem de<br />

trem e do fato de que é uma conexão com um importante centro metropolitano:<br />

Somente o modo carro competindo;<br />

Tempos de viagem no veículo para o TAV de acordo com os tempos de<br />

viagem simulados para o traçado único; total dos tempos de viagem dos<br />

trens considerados como tempo adicional por carro para/da zona do<br />

usuário e terminal ferroviário do centro da cidade, bem como um extra de<br />

10 minutos para a integração trem-carro; custo do trem estabelecido em<br />

R$ 10,00 para ambas as conexões; total do custo do trem considerado<br />

custo adicional para/da zona do usuário e terminal ferroviário no centro da<br />

cidade;<br />

Custo do trem estabelecido em R$ 40,00 para Rio de Janeiro a Galeão e<br />

R$ 30.00 para Campinas - Viracopos, outros custos do TAV estabelecidos<br />

iguais à conexão entre as respectivas cidades; total dos custos do trem<br />

considerados custos adicionais para/da zona do usuário e terminal<br />

ferroviário no centro da cidade;<br />

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tempos de viagem de carro calculados a partir das redes, conforme descrito<br />

anteriormente; e<br />

custos de carro tirados da média dos preços de táxi para/da zona do<br />

usuário.<br />

8.5.5 Com esse grupo de premissas, os modelos estimaram a seguinte demanda total<br />

para as conexões com aeroportos, por finalidade de viagem, em passageiros por<br />

ano em 2008 conforme apresentado na Tabela 8.8.<br />

Tabela 8-8: 2008 Demanda e receita de serviço de aeroporto<br />

Passageiros / ano (x 1000) Galeão Guarulhos Viracopos<br />

Relacionada a trabalho<br />

Rio de Janeiro 436<br />

V. Redonda / B. Mansa 32<br />

S. J. Campos 51<br />

Campinas 110 134<br />

Não relacionada a trabalho<br />

Rio de Janeiro 584<br />

V. Redonda / B. Mansa 45<br />

S. J. Campos 68<br />

Campinas 152 173<br />

Total<br />

Rio de Janeiro 1.020<br />

V. Redonda / B. Mansa 77<br />

S. J. Campos 119<br />

Campinas 262 307<br />

Receita R$ ( x 1000) Galeão Guarulhos Viracopos<br />

Rio de Janeiro 40.800<br />

V. Redonda / B. Mansa 3.080<br />

S. J. Campos 4.046<br />

Campinas 15.720 9.210<br />

8.5.6 Com base nas premissas fornecidas pelo BNDES, a taxa de crescimento para<br />

demanda nos aeroportos internacionais é de 5,1% ao ano de 2008 a 2024; para<br />

2024-2034 uma taxa de crescimento de 3,5% ao ano com base no crescimento do<br />

PIB previsto foi usada. A Tabela 8.9 apresenta estimativas da demanda anual por<br />

serviços de aeroportos.<br />

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Tabela 8-9: Demanda e receita de serviço de aeroiporto - 2014, 2024, 2034 e<br />

2044<br />

2014<br />

Passageiros / ano (x 1000) Galeão Guarulhos Viracopos<br />

Relacionada a trabalho<br />

Rio de Janeiro 588<br />

V. Redonda / B. Mansa 43<br />

S. J. Campos 69<br />

Campinas 148 181<br />

Não relacionada a trabalho<br />

Rio de Janeiro 787<br />

V. Redonda / B. Mansa 61<br />

S. J. Campos 92<br />

Campinas 205 233<br />

Total<br />

Rio de Janeiro 1.375<br />

V. Redonda / B. Mansa 104<br />

S. J. Campos 160<br />

Campinas 353 414<br />

Receita R$ ( x 1000) Galeão Guarulhos Viracopos<br />

Rio de Janeiro 54.985<br />

V. Redonda / B. Mansa 4.151<br />

S. J. Campos 5.453<br />

Campinas 21.185 12.412<br />

2024<br />

Passageiros / ano (x 1000) Galeão Guarulhos Viracopos<br />

Relacionada a trabalho<br />

Rio de Janeiro 966<br />

V. Redonda / B. Mansa 71<br />

S. J. Campos 113<br />

Campinas 244 297<br />

Não relacionada a trabalho<br />

Rio de Janeiro 1.294<br />

V. Redonda / B. Mansa 100<br />

S. J. Campos 151<br />

Campinas 337 383<br />

Total<br />

Rio de Janeiro 2.261<br />

V. Redonda / B. Mansa 171<br />

S. J. Campos 264<br />

Campinas 581 680<br />

Receita R$ ( x 1000) Galeão Guarulhos Viracopos<br />

Rio de Janeiro 90.426<br />

V. Redonda / B. Mansa 6.826<br />

S. J. Campos 8.967<br />

Campinas 34.841 20.412<br />

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2034<br />

Passengers / ano (x 1000) Galeão Guarulhos Viracopos<br />

Relacionada a trabalho<br />

Rio de Janeiro 1.363<br />

V. Redonda / B. Mansa 100<br />

S. J. Campos 159<br />

Campinas 344 419<br />

Não relacionada a trabalho<br />

Rio de Janeiro 1.826<br />

V. Redonda / B. Mansa 141<br />

S. J. Campos 213<br />

Campinas 475 541<br />

Total<br />

Rio de Janeiro 3.189<br />

V. Redonda / B. Mansa 241<br />

S. J. Campos 372<br />

Campinas 819 960<br />

Receita R$ ( x 1000) Galeão Guarulhos Viracopos<br />

Rio de Janeiro 127.558<br />

V. Redonda / B. Mansa 9.629<br />

S. J. Campos 12.650<br />

Campinas 49.147 28.794<br />

2044<br />

Passengers / ano (x 1000) Galeão Guarulhos Viracopos<br />

Relacionada a trabalho<br />

Rio de Janeiro 1.960<br />

V. Redonda / B. Mansa 144<br />

S. J. Campos 229<br />

Campinas 495 602<br />

Não relacionada a trabalho<br />

Rio de Janeiro 2.626<br />

V. Redonda / B. Mansa 202<br />

S. J. Campos 306<br />

Campinas 1.178 1.380<br />

Total<br />

Rio de Janeiro 4.586<br />

V. Redonda / B. Mansa 346<br />

S. J. Campos 535<br />

Campinas 1.178 1.380<br />

Receita R$ ( x 1000) Galeão Guarulhos Viracopos<br />

Rio de Janeiro 183.441<br />

V. Redonda / B. Mansa 13.848<br />

S. J. Campos 18.191<br />

Campinas 70.679 41.409<br />

8.5.7 Essas projeções não incluem as pessoas que trabalham nos aeroportos (40.000<br />

pessoas em Guarulhos, 25.000 no Galeão e 8.000 em Viracopos), acompanhantes<br />

de passageiros de avião, (que, presumivelmente, faria a viagem de volta<br />

comparada a uma individual, passageiros de avião), nem demanda de residentes<br />

locais que escolhem o serviço de aeroporto como uma alternativa conveniente para<br />

ônibus ou carro.<br />

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8.5.8 Todas as células vazias representam fluxos que são presumivelmente muito<br />

pequenos e não poderiam ser avaliados. Por exemplo, há informação insuficiente<br />

para estimar qual demanda, se houver, tomaria o trem de São José dos Campos ao<br />

Galeão ou Viracopos tendo Guarulhos ao alcance e analogicamente de Volta<br />

Redonda/Barra Mansa a Guarulhos ou Viracopos ao invés do Galeão, que está<br />

mais próximo. Ou qual demanda seria atraída ao Viracopos, mas não de Campinas.<br />

8.5.9 Nenhuma demanda induzida é considerada para serviços de aeroportos já que as<br />

viagens são conduzidas por serviço aéreo ao invés de serviço ferroviário. De forma<br />

similar, a capacidade do aeroporto foi presumida como suficiente.<br />

8.6 Resumo<br />

8.6.1 A tabela a seguir apresenta o total de receita e viagens para o caso base, incluindo<br />

serviços de aeroportos. A receita em 2014, incluindo a demanda induzida, é de<br />

R$ 2.421 milhões, aumentando para R$ 8.187 milhões até 2044.<br />

Componente de<br />

Demanda<br />

Submodelo<br />

expresso<br />

Submodelo<br />

Regional<br />

(incluindo serviços<br />

de aeroportos)<br />

Componente de<br />

Demanda<br />

Submodelo<br />

expresso<br />

Submodelo<br />

regional<br />

(incluindo serviços<br />

de aeroportos)<br />

Tabela 8-10: Viagens de passageiros e Receita - 2014 - 2044<br />

Viagens (passageiros / ano, em<br />

milhares)<br />

Rio de Janeiro - São Paulo<br />

Rio de Janeiro - Campinas<br />

Rio de Janeiro - Galeão - Volta<br />

Redonda/Barra Mansa - São José<br />

dos Campos - Guarulhos - São<br />

Paulo - Viracopos - Campinas<br />

Página 148 de 149<br />

2014 2024 2034 2044<br />

7.070 11.282 19.323 27.788<br />

27.944 38.734 55.353 71.577<br />

Total de Viagens 35.014 50.016 74.676 99.365<br />

Receita (R$/ano, em milhares) 2014 2024 2034 2044<br />

Rio de Janeiro - São Paulo<br />

Rio de Janeiro - Campinas<br />

Rio de Janeiro - Galeão - Volta<br />

Redonda/Barra Mansa - São José<br />

dos Campos - Guarulhos - São<br />

Paulo - Viracopos - Campinas<br />

8.7 Referência internacional<br />

1.460.025 2.328.500 4.012.100 5.769.781<br />

961.387 1.337.780 1.909.096 2.417.894<br />

Total Receita 2.421.412 3.666.280 5.921.196 8.187.675<br />

8.7.1 Comparamos esses resultados com referências de pares de cidades internacionais<br />

para outros serviços de trem de alta velocidade. A pesquisa acadêmica mostrou<br />

que há uma forte correlação entre tempo de viagem de trem e participação de<br />

mercado. A Figura 8.1 abaixo mostra a participação de mercado do trem e tempo<br />

de viagem com TAV acrescido para 2014, para Rio de Janeiro - Campinas e Rio de<br />

Janeiro - São Paulo.<br />

8.7.2 Como pode ser observado, o trecho Rio de Janeiro - Campinas está muito próximo<br />

da tendência geral com uma participação de mercado similar à participação do<br />

trecho de Londres a Paris. Assim como para o trecho de Londres a Paris, os vôos<br />

devem ser tomados do Galeão e Viracopos, e portanto um tempo adicional deve<br />

ser permitido para ir a cada aeroporto, o que reduz a competitividade da viagem por<br />

avião contra o TAV.


TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

8.7.3 Contudo, o trecho Rio de Janeiro - São Paulo está abaixo da linha da tendência.<br />

Acrescentaríamos as seguintes observações:<br />

O ajuste próximo no caso de Rio de Janeiro - Campinas sugere que o<br />

modelo está produzindo resultados sensíveis comparados com a<br />

experiência internacional, e que a demanda induzida de 28,5% é<br />

comparável com as referências;<br />

Conforme mencionamos neste relatório, a concorrência da localização dos<br />

aeroportos nacionais é muito forte, e discutivelmente única para o mercado<br />

São Paulo e Rio de Janeiro. Todas as principais capitais européias têm<br />

aeroportos localizados há alguma distância do centro, o que aumenta o<br />

custo e o tempo de acesso ao aeroporto, e reduz a competitividade geral<br />

do avião comparado ao TAV. Acreditamos que esse seja o principal motivo<br />

para o mercado de cidades pares São Paulo e Rio de Janeiro estar abaixo<br />

da linha de tendência;<br />

Além disso, o tráfego induzido é menor do que o esperado em apenas<br />

6,1% no horário de pico (mas 30,1% fora do horário de pico). Novamente,<br />

acreditamos que a forte concorrência das linhas aéreas, e a alta<br />

intensidade do serviço aéreo reduz o escopo para tráfego de demanda<br />

induzida; e<br />

A América Latina tem uma forte cultura de uso de ônibus, mais ainda do<br />

que na Europa, onde os serviços ferroviários dominam as viagens de<br />

média/longa distância. Os ônibus, no Brasil, são eficientes em geral,<br />

oferecem bons níveis de conforto e preços muito competitivos. Eles<br />

também são convenientes e permitem a viagem noturna para maximizar o<br />

uso do tempo.<br />

Figura 8.1: Referências Internacionais<br />

Observação: Valores do Consórcio usando dados da Steer Davis Gleave (2006), Air and Rail Competition and<br />

Complementarity. Preparado para a Comissão Européia. DG TREN.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

8.8 Testes de Sensibilidade<br />

8.8.1 A primeira série de testes de sensibilidade considera o impacto de alterações ao<br />

tempo de viagem e preço de passagem para o serviço direto entre Rio de Janeiro e<br />

São Paulo. Os preços de passagens da classe econômica foram testados variando<br />

de R$ 100 a R$ 200 para identificar a elasticidade ao preço, enquanto todos os<br />

outros dados de entrada foram mantidos constantes. Em um exercício separado, os<br />

tempos no veículo por TAV variaram entre 86 minutos e 172 minutos para uma<br />

viagem entre as duas cidades para determinar o impacto que esse dado de entrada<br />

teve no número de passageiros. Esses preços de passagens e custos foram<br />

fixados, já que eles representam as faixas oferecidas aos respondentes durante as<br />

pesquisas de preferência declarada (Tabela 7.4). Os resultados dos dois testes são<br />

comparados a um caso de referência de 100 minutos e preço de R$ 200 (R$ 325<br />

na classe executiva) conforme apresentado na Figura 8.2, para preço de passagem<br />

aérea de R$ 400 conforme apresentado na Tabela 7.5.<br />

8.8.2 Os preços de passagens têm um impacto maior na demanda estimada do que os<br />

testes de tempo de viagem modelada. A elasticidade ao preço varia de cerca de -<br />

0,4 para pequenas alterações adicionais comparadas ao preço de referência, a<br />

cerca de -0,2 para os preços de passagens mais baixos. Essas elasticidades se<br />

comparam bem à experiência internacional de elasticidades de preço e significam<br />

que um aumento nos preços de passagens de 10% resultará em uma queda no<br />

número de passagens de 2% a 4%. Comparativamente, a elasticidade ao tempo de<br />

viagem é, em geral, menor do que -0,1, significando que uma redução de tempo de<br />

viagem de 10% resultará em um aumento no número de passageiros de apenas<br />

cerca de 1%.<br />

8.8.3 A segunda série de testes de sensibilidade considera os impactos das variações ao<br />

preço das passagens aéreas na demanda do TAV. Os preços das passagens<br />

aéreas testados variam de R$ 500 a R$ 100, enquanto os preços de passagens do<br />

TAV foram mantidos constantes em R$ 200,00 / R$325,00. A Figura 8.3 apresenta<br />

os resultados em termos de demanda do TAV para o período de pico Rio-São<br />

Paulo por classe de bilhete.<br />

8.8.4 O impacto das alterações aos preços das passagens aéreas é um pouco mais<br />

pronunciado para a demanda de classe econômica. Esses usuários são mais<br />

sensíveis ao preço e, portanto, mas dispostos a mudar de modo para economizar<br />

dinheiro ao invés de tempo. As elasticidades cruzadas para a classe executiva do<br />

TAV são de 0,2 a 0,3, comparadas à elasticidade cruzada de quase 0,4 para a<br />

classe econômica do TAV, em comparação com os preços das passagens aéreas.<br />

Isso significa que uma redução de preço de passagem aérea de 10% resultará em<br />

quase 4% menos passageiros de classe econômica usando o TAV, mas apenas<br />

3% menos usuários de classe executiva.<br />

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TAV Brasil: Vol 1 – Estimativas de Demanda e Receita – Relatório Final TAV-SI-DEM-REP-10022-02<br />

Figura 8.2: Passageiros por Preço e Tempo de Viagem a Teste de<br />

Sensibilidade 2008<br />

Figura 8.3: Alterações na demanda como uma função do preço da passagem<br />

aérea<br />

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8.9 Ramp-up<br />

8.9.1 Apesar do fato de que o TAV será um modo de transporte novo, a demanda<br />

induzida do TAV em 2014, primeiro ano de operação, deve ser zero. Todos os<br />

usuários tendem a adaptar seus hábitos de viagem após a introdução dessa nova<br />

opção. Os picos de demanda podem ser esperados apesar de que eles não serão<br />

constantes durante o ano.<br />

8.9.2 A demanda induzida crescerá progressivamente de 2014 a 2024; os valores da<br />

demanda para os anos intermediários foram calculados usando a interpolação para<br />

atingir a previsão de 2024. A variação da demanda do TAV em 2014 deve<br />

acontecer conforme a seguir:<br />

- 1 o trimestre: 40% da previsão de 2014;<br />

- 2 o e 3 o trimestre: 60% a 80% da previsão de 2014; e<br />

- 4 o trimestre: 100% da previsão de 2014 sem demanda induzida.<br />

8.9.3 Dessa forma, a demanda considerada para 2014 deverá ser igual a 70% da<br />

previsão de 2014 independentemente da Copa do Mundo da FIFA de 2014.<br />

8.9.4 Essa abordagem é similar àquelas encontradas na introdução das novas linhas<br />

ferroviárias e metroviárias nas áreas metropolitanas; a introdução de novas linhas<br />

aéreas e a experiência internacional.<br />

8.9.5 O ramp-up é considerado nas previsões de receita apresentadas no Volume 3 –<br />

Avaliação Econômica e Financeira / Concessão.<br />

8.9.6 A gráfico a seguir apresenta uma comparação da demanda com e sem ramp-up<br />

para a conexão Rio de Janeiro - São Paulo no período de 2014 a 2024. Os gráficos<br />

e a tabela com os valores de todas as outras conexões e a previsão para os anos<br />

intermediários são apresentados no Anexo G.<br />

Figura 8.4: Gráfico de ramp-up para Rio de Janeiro - São Paulo (2014-2024)<br />

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