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Livro comemorativo dos 15 anos do TRT - Tribunal Regional do ...

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História da Justiça <strong>do</strong> Trabalho<br />

no Piauí


Copyright © 2007 by <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região<br />

To<strong><strong>do</strong>s</strong> os direitos reserva<strong><strong>do</strong>s</strong>. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra.<br />

Capa e editoração eletrônica: Paulo Henrique / S/A Propaganda<br />

Normalização: Maria Creuza de Sales - CRB-3/586<br />

Pesquisa: Marco Antonio Gomes Vilarinho<br />

Brasil. <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região. Região, 22ª.<br />

B823h História da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí / Mussoline Marques de<br />

Sousa Guedes, organiza<strong>do</strong>r. Teresina: O <strong>Tribunal</strong>, 2007.<br />

xxp. : il.<br />

1. Justiça <strong>do</strong> Trabalho – História – Piauí. 2. <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong><br />

<strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região – História. I. Título<br />

CDU: 34:331(091)(812.2)<br />

<strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região<br />

Rua 24 de Janeiro, 181/ Norte<br />

64.000-921 Teresina - Piauí - PABX: (86) 2106-9500<br />

http://www.trt22.gov.br


<strong>TRT</strong><br />

<strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho<br />

22ª REGIÃO<br />

Mussoline Marques de Sousa Guedes<br />

Organiza<strong>do</strong>r<br />

História da Justiça <strong>do</strong> Trabalho<br />

no Piauí<br />

Edição comemorativa<br />

<strong>TRT</strong>22<br />

<strong>15</strong> <strong>anos</strong><br />

Teresina<br />

2007


EXPEDIENTE:<br />

História da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

Edição Comemorativa - <strong>TRT</strong> 22 <strong>15</strong> Anos<br />

Coordenação<br />

Mussoline Guedes (mussolineguedes@trt22.gov.br)<br />

Pesquisa e textos<br />

Mussoline Guedes e Marco Vilarinho<br />

Pesquisa de fotos e material impresso<br />

Creuza Sales, Erika Carneiro e Lucilene Sousa<br />

Fotos<br />

Paulo Chaves, Jean Bacelar, Edson Costa, arquivo, colabora<strong>do</strong>res<br />

Editoração eletrônica e Arte-Final<br />

Paulo Henrique / S/A Propaganda<br />

Impressão<br />

Gráfi ca Ipanema - Tiragem: 500 exemplares<br />

E-mail: ascom@trt22.gov.br


Sumário<br />

APRESENTAÇÃO 04<br />

COMPOSIÇÃO 05<br />

PRÓLOGO - UMA LONGA HISTÓRIA 12<br />

O PRINCÍPIO - A LEI DO MAIS FORTE 14<br />

AS DIFICULDADES - UMA JUSTIÇA INACESSÍVEL 16<br />

NASCE A IDÉIA - A LUTA PELA CRIAÇÃO DO <strong>TRT</strong> DO PIAUÍ 18<br />

A CONSTITUIÇÃO DE 88 - O SONHO MAIS PRÓXIMO DA REALIDADE 19<br />

O ANTEPROJETO - RAZÕES PARA A CRIAÇÃO DO TRIBUNAL 21<br />

O PROJETO DE LEI - A BATALHA POLÍTICA 24<br />

A IMPLANTAÇÃO - O SONHO, ENFIM, VIRA REALIDADE 29<br />

AO TRABALHO - UMA NOVA E DESAFIADORA REALIDADE 32<br />

A ESTRUTURAÇÃO - NOVAS VARAS DO TRABALHO, NOVOS JUÍZES 34<br />

A ESTRUTURAÇÃO PROSSEGUE - NOVOS JUÍZES, NOVOS SERVIDORES 37<br />

A INTERIORIZAÇÃO - A JUSTIÇA VAI AONDE O TRABALHADOR ESTÁ 39<br />

O FUTURO - O PRESENTE CRIANDO NOVAS PERSPECTIVAS 44<br />

OS PRESIDENTES - A CONTRIBUIÇÃO DE CADA UM 48<br />

DEPOIMENTOS 51<br />

ÁLBUM FOTOGRÁFICO 55<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí


Apresentação<br />

História é o que está nos livros, diz o senso comum. A essa afi rmativa algo excludente poderíamos afi rmar que,<br />

sem a organização e o registro <strong><strong>do</strong>s</strong> fatos, seja por meio impresso, eletrônico ou mesmo por objetos físicos, não<br />

há história que se sustente à ação <strong>do</strong> tempo. No fi m das contas, restarão apenas passagens <strong>do</strong> que se viveu, fragmentos<br />

de informações, pedaços de memórias corroídas pelo tempo.<br />

Foi pensan<strong>do</strong> nisso que resolvemos, aproveitan<strong>do</strong> a passagem da data de criação e instalação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong><br />

<strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região, em dezembro de 1992, contar a história da Justiça Trabalhista no Piauí. A idéia<br />

era resgatar os acontecimentos <strong>do</strong> processo que levou à implantação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> e à consolidação da Justiça Trabalhista<br />

sob um novo formato, a partir da criação <strong>do</strong> tribunal. Registrar, também, as difi culdades vividas por trabalha<strong>do</strong>res,<br />

advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> e magistra<strong><strong>do</strong>s</strong> que lutavam para promover a Justiça antes de 1992, quan<strong>do</strong> o Piauí compunha a jurisdição<br />

primeiro da 7ª Região (CE) e, depois, da 16ª Região (MA).<br />

Para levantar essas informações, empreendeu-se nos últimos cinco meses um minucioso e detalha<strong>do</strong> trabalho<br />

de pesquisa. Uma equipe coordenada pela Assessoria de Comunicação foi atrás de fotos e <strong>do</strong>cumentos antigos,<br />

colheu depoimentos de personagens que viveram e vivenciaram aquela época e remexeu jornais e outros esparsos<br />

registros escritos. Ao produto desse mergulho no passa<strong>do</strong>, juntou-se informações mais recentes sobre o funcionamento<br />

das varas <strong>do</strong> trabalho e <strong>do</strong> tribunal.<br />

O resulta<strong>do</strong> é o que está aqui, nesta revista comemorativa <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>15</strong> <strong>anos</strong> <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí. Orgulha-nos afi rmar<br />

que se trata <strong>do</strong> registro defi nitivo <strong><strong>do</strong>s</strong> fatos e acontecimentos mais marcantes das duas últimas décadas em torno das<br />

atividades da Justiça Trabalhista no Esta<strong>do</strong> e, em especial, da idéia e da concretização <strong>do</strong> sonho de criação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong><br />

<strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região. É possível e provável que nem to<strong><strong>do</strong>s</strong> os fatos tenham si<strong>do</strong> registra<strong><strong>do</strong>s</strong> e que nem<br />

todas as circunstâncias tenham si<strong>do</strong> analisadas e destacadas como mereciam.<br />

Porém, a história nunca está completa. Ela se constrói à medida que os fatos vão acontecen<strong>do</strong> e novas realidades<br />

vão surgin<strong>do</strong>. É isso também o que acontece com a Justiça Trabalhista no Piauí. O <strong>TRT</strong>, que surgiu da necessidade<br />

e da luta de um povo, se fortalece e se consolida como parte essencial da vida <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, com um papel decisivo<br />

nas questões envolven<strong>do</strong> capital e trabalho e a responsabilidade de promover justiça de forma a gerar transformações<br />

econômicas e sociais que a sociedade deseja e precisa.<br />

O presente material é apenas o registro de uma parte desta história. Um registro valioso, diga-se, que colocamos<br />

à disposição de pesquisa<strong>do</strong>res, estudantes, trabalha<strong>do</strong>res, emprega<strong>do</strong>res, advoga<strong><strong>do</strong>s</strong>, magistra<strong><strong>do</strong>s</strong> e da sociedade<br />

em geral.<br />

Arnal<strong>do</strong> Boson Paes<br />

Desembarga<strong>do</strong>r-Presidente


Composição<br />

<strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong><br />

Desembarga<strong>do</strong>r<br />

Laércio Domiciano<br />

Desembarga<strong>do</strong>ra<br />

Liana Chaib<br />

Desembarga<strong>do</strong>r<br />

Wellington Jim Boavista<br />

Desembarga<strong>do</strong>ra<br />

Enedina Maria Gomes<br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> Santos<br />

Desembarga<strong>do</strong>r<br />

Manoel Edilson Car<strong><strong>do</strong>s</strong>o<br />

Vice-Presidente e Correge<strong>do</strong>r<br />

<strong>Regional</strong><br />

Desembarga<strong>do</strong>r<br />

Fausto Lustosa Neto<br />

Desembarga<strong>do</strong>r<br />

Arnal<strong>do</strong> Boson Paes<br />

Presidente<br />

Desembarga<strong>do</strong>r<br />

Francisco Meton<br />

Marques de Lima<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

5


Composição<br />

Pleno:<br />

ARNALDO BOSON PAES<br />

MANOEL EDILSON CARDOSO<br />

WELLINGTON JIM BOAVISTA<br />

LAERCIO DOMICIANO<br />

FRANCISCO METON MARQUES DE LIMA<br />

FAUSTO LUSTOSA NETO<br />

ENEDINA MARIA GOMES DOS SANTOS<br />

LIANA CHAIB<br />

1ª Turma:<br />

ARNALDO BOSON PAES<br />

WELLINGTON JIM BOAVISTA<br />

FRANCISCO METON MARQUES DE LIMA<br />

ENEDINA MARIA GOMES DOS SANTOS<br />

2ª Turma:<br />

MANOEL EDILSON CARDOSO<br />

LAERCIO DOMICIANO<br />

FAUSTO LUSTOSA NETO<br />

LIANA CHAIB


Comissões<br />

Permanentes<br />

1 - Comissão Permanente de Regimento:<br />

Des.Manoel Edilson Car<strong><strong>do</strong>s</strong>o (Presidente)<br />

Des. Laercio Domiciano<br />

Des. Liana Chaib<br />

2 - Comissão Permanente de Vitaliciedade:<br />

Des. Arnal<strong>do</strong> Boson Paes (Presidente)<br />

Des. Wellington Jim Boavista<br />

Des. Fausto Lustosa Neto<br />

Suplentes:<br />

Des. Manoel Edilson Car<strong><strong>do</strong>s</strong>o<br />

Des. Francisco Meton Marques de Lima<br />

3 - Comissão Permanente de Revista:<br />

Des. Francisco Meton Marques de Lima (Presidente)<br />

Juiz Giorgi Alan Macha<strong>do</strong> Araújo<br />

Juiz Carlos Wagner Araújo Nery da Cruz<br />

4 - Comissão Permanente de Jurisprudência:<br />

Des. Francisco Meton Marques de Lima (Presidente)<br />

Des. Fausto Lustosa Neto<br />

Des. Liana Chaib<br />

Suplentes:<br />

Des. Manoel Edilson Car<strong><strong>do</strong>s</strong>o<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

7


Estrutura<br />

Administrativa<br />

PRESIDENTE<br />

Desembaga<strong>do</strong>r Arnal<strong>do</strong> Boson Paes<br />

VICE-PRESIDENTE E CORREGEDOR REGIONAL<br />

Desembaga<strong>do</strong>r Manoel Edilson Car<strong><strong>do</strong>s</strong>o<br />

Diretora-Geral<br />

Ayla Cristina de Melo Gomes<br />

Secretário Geral da Presidência<br />

Éfren Paulo Porfírio de Sá Lima<br />

Assessores da Presidência<br />

Francisco Antônio Paes Landim Filho<br />

Mussoline Marques de Sousa Guedes<br />

Maria Elemir Carvallho Gonçalves<br />

Diretora da Secretaria Administrativa<br />

Miriam da Conceição de Carvalho Pinheiro<br />

Secretária <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Pleno<br />

Cassandra Gomes Evaristo Leal<br />

Secretário da Correge<strong>do</strong>ria<br />

Ênio Cézar Dias Barrense<br />

Diretor da Secretaria Judiciária<br />

Rocicleber Assis Damasceno<br />

Diretor <strong>do</strong> Serviço de Acórdãos e Jurisprudência<br />

Carlos Mariano de Sousa Rocha Filho<br />

Diretora <strong>do</strong> Serviço de Cadastramento<br />

Processual<br />

Maria Isabel Vilela Marinho Fortes <strong>do</strong> Rego<br />

Diretora <strong>do</strong> Serviço de Controle Interno<br />

Letícia Almendra Freitas Mendes de Carvalho<br />

Diretora <strong><strong>do</strong>s</strong> Serviços Gerais<br />

Erinelde Azeve<strong>do</strong> Nunes<br />

Diretor <strong>do</strong> Serviço de Informática<br />

Thiago Correia Lima Castelo Branco<br />

Diretora <strong>do</strong> Serviço de Material e Patrimônio<br />

Eliana Mayra Mascarenhas Guerra Bringel<br />

Diretor <strong>do</strong> Serviço de Orçamento e Finanças<br />

Antônio Ferreira de Carvalho Sobrinho<br />

Diretora <strong>do</strong> Serviço <strong>do</strong> Pessoal<br />

Lucilene Araújo Marques Sousa


Juízes Titulares<br />

de Varas <strong>do</strong> Trabalho<br />

Giorgi Alan Macha<strong>do</strong> Araújo<br />

3ª Vara <strong>do</strong> Trabalho de Teresina<br />

Liana Ferraz de Carvalho<br />

2ª Vara <strong>do</strong> Trabalho de Teresina<br />

Paulo Barbosa <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos Rocha<br />

1ª Vara <strong>do</strong> Trabalho de Teresina<br />

Loisima Barbosa Bacelar Miranda Schiess<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Parnaíba<br />

Basiliça Alves da Silva<br />

4ª Vara <strong>do</strong> Trabalho de Teresina<br />

Thânia Maria Bastos Lima Ferro<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Piripiri<br />

Tibério Freire Villar da Silva<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Floriano<br />

João Luiz Rocha <strong>do</strong> Nascimento<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Picos<br />

José Carlos Vilanova Oliveira<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Oeiras<br />

Francílio Trindade de Carvalho<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de São Raimun<strong>do</strong> Nonato<br />

Alba Cristina da Silva<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Corrente<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

9


Juízes <strong>do</strong> Trabalho<br />

Substitutos<br />

Ferdinand Gomes <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos<br />

Carlos Wagner Araújo Nery da Cruz<br />

Roberto Wanderley Braga<br />

Sylvia Helena Nunes Miranda<br />

Daniela Martins Soares Barbosa<br />

André Esteves de Carvalho<br />

Kaline Lewinter<br />

Adriano Craveiro Neves<br />

Nara Zoé Furta<strong>do</strong> Gomes<br />

Thiago Spode<br />

Benedita Guerra Cavalcante Paes Landim<br />

Alessandra Duarte Antunes <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos Freitas<br />

Regina Coelli Batista de Moura Carvalho<br />

Maria Josuíta Barros Macha<strong>do</strong><br />

Ana Ligyan de Sousa Lustosa Fortes <strong>do</strong> Rêgo


Diretores de<br />

Secretaria de Varas de Trabalho<br />

José Francisco Benigno Martins<br />

1ª Vara <strong>do</strong> Trabalho de Teresina<br />

Abílio Guimarães Costa Filho<br />

2ª Vara <strong>do</strong> Trabalho de Teresina<br />

Francisco de Abreu Falconete<br />

3ª Vara <strong>do</strong> Trabalho de Teresina<br />

Lúcia de Fátima Ribeiro Sousa<br />

4ª Vara <strong>do</strong> Trabalho de Teresina<br />

Francisco André <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos Rodrigues<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Parnaíba<br />

Welton <strong>do</strong> Nascimento Braz<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de São Raimun<strong>do</strong> Nonato<br />

Luciano Gonçalves Portela<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Picos<br />

Lauro Lustosa de Alencar Neto<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Corrente<br />

Gílson Alexandrino de Carvalho<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Piripiri<br />

Pedro Gondim de Alencar Filho<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Floriano<br />

Elidiana Rodrigues Ferreira<br />

Vara <strong>do</strong> Trabalho de Oeiras<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

11


Como resulta<strong>do</strong> de processos de lutas e de reivindicações operárias, no país e no exterior, nasceu a legislação<br />

trabalhista e a Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Brasil – a partir <strong>do</strong> século XIX. No exterior, a preocupação em estabelecer<br />

normas de proteção ao trabalha<strong>do</strong>r tomou forma na Constituição mexicana de 1917, e constou também das<br />

recomendações <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> de Versalhes, de 1919, <strong>do</strong> qual se originou a Organização Internacional <strong>do</strong> Trabalho - OIT.<br />

A Constituição alemã de Weimar, de 1919, modelo clássico de organização de um Esta<strong>do</strong> social-democrata, também<br />

procurou garantir direitos básicos ao trabalha<strong>do</strong>r. Hoje, a quase totalidade <strong><strong>do</strong>s</strong> países possui legislação trabalhista.<br />

A origem da Justiça <strong>do</strong> Trabalho está nos Conseils de Prud’Hommes, da França, cria<strong><strong>do</strong>s</strong> em 1806, que eram<br />

compostos de “homens prudentes”, íntegros, prepara<strong><strong>do</strong>s</strong> e com capacidade para julgar. Entre os países que possuem<br />

tribunais <strong>do</strong> trabalho, como órgãos especiais encarrega<strong><strong>do</strong>s</strong> da solução de confl itos trabalhistas, encontram-se a Alemanha,<br />

Áustria, Brasil, Costa Rica, Espanha, Finlândia, França, Hungria, México, Cingapura, Turquia e Uruguai.<br />

No Brasil, as primeiras normas trabalhistas surgiram a partir da última década <strong>do</strong> século XIX. O Decreto nº<br />

1.313, de 1891, regulamentou o trabalho <strong><strong>do</strong>s</strong> menores de 12 a 18 <strong>anos</strong>. Em 30 de abril de 1923 foi cria<strong>do</strong> o Conselho<br />

Nacional <strong>do</strong> Trabalho, vincula<strong>do</strong> ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Era órgão consultivo para assuntos<br />

trabalhistas e previdenciários. Não decidia sobre divergências surgidas nas relações de trabalho.<br />

A partir da Revolução de 1930 acelerou-se o processo de regulação das relações de traba-lho, com a criação<br />

<strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Trabalho. O Conselho Nacional <strong>do</strong> Trabalho, agora vincula<strong>do</strong> ao novo Ministério, passou, em 1931, a<br />

ter competência para opinar em matéria contenciosa e consultiva e, em 1934, também para julgar. Em 1932, o Governo<br />

Provisório, chefi a<strong>do</strong> por Getúlio Vargas, criou <strong>do</strong>is organismos destina<strong><strong>do</strong>s</strong> a solucionar confl itos trabalhistas: Comissões<br />

Mistas de Conciliação e Juntas de Conciliação e Julgamento. As primeiras com a função de dirimir os confl itos coletivos<br />

através da conciliação, mas sem poder para o julgamento; as segundas com competência para resolver os dissídios individuais,<br />

poden<strong>do</strong> conhecer e julgar os confl itos, mas sem atribuição para executar as decisões que a<strong>do</strong>tavam.<br />

A Justiça <strong>do</strong> Trabalho foi prevista pela Constituição de 1934. O Congresso Nacional discutiu longamente o<br />

projeto de lei que a estruturava, e tal demora foi uma das razões alegadas para o fechamento <strong>do</strong> Congresso Nacional<br />

e a implantação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo, em 1937. Seria instituída, fi nalmente, em 1º de maio de 1939, pelo Decreto-lei<br />

nº 1.237, sen<strong>do</strong> declarada instalada por Getúlio Vargas em ato público realiza<strong>do</strong> no dia 1º de maio de 1941, no<br />

campo de futebol <strong>do</strong> Vasco da Gama, Rio de Janeiro.<br />

A Justiça Trabalhista estruturou-se em três instâncias. Na base, as Juntas de Conciliação e Julgamento, que<br />

mantiveram o nome e a composição, com a diferença que seu presidente era nomea<strong>do</strong> livremente pelo governo


para mandato de <strong>do</strong>is <strong>anos</strong>. Os vogais eram indica<strong><strong>do</strong>s</strong> pelos sindicatos, para mandato também de <strong>do</strong>is <strong>anos</strong>. Em<br />

nível intermediário, os Conselhos Regionais <strong>do</strong> Trabalho, para deliberação sobre recursos. E, em nível superior, o<br />

Conselho Nacional <strong>do</strong> Trabalho, integra<strong>do</strong> por 19 membros, nomea<strong><strong>do</strong>s</strong> pelo governo para mandato de <strong>do</strong>is <strong>anos</strong>,<br />

permitida a recondução.<br />

A Constituição de 1946 transformou a Justiça <strong>do</strong> Trabalho em órgão <strong>do</strong> Poder Judiciário, manten<strong>do</strong>, porém,<br />

a estrutura que tinha como órgão administrativo, inclusive com a representação classista. As Juntas de Conciliação e<br />

Julgamento foram mantidas, os Conselhos Regionais converteram-se em Tribunais Regionais <strong>do</strong> Trabalho e o Conselho<br />

Nacional transformou-se em <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho. Esta estrutura permaneceu praticamente inalterada<br />

na Constituição de 1967 (alterada pela Emenda de 1969). As Juntas foram criadas inicialmente apenas nas capitais <strong><strong>do</strong>s</strong><br />

Esta<strong><strong>do</strong>s</strong> e até 1975 existiam tão-somente oito Tribunais Regionais <strong>do</strong> Trabalho. Posteriormente, foram criadas novas<br />

Juntas e novos Tribunais foram instituí<strong><strong>do</strong>s</strong> por leis ordinárias.<br />

Com a Constituição de 1988, fi cou estabeleci<strong>do</strong> que em cada unidade da Federação haveria “pelo menos<br />

um” <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho. A Emenda Constitucional nº 24, de 1999, eliminou os juízes classistas, alteran<strong>do</strong> a<br />

composição <strong><strong>do</strong>s</strong> Tribunais e transforman<strong>do</strong> as Juntas em Varas <strong>do</strong> Trabalho. A Emenda Constitucional nº 45, de 2004,<br />

promoveu a ampliação da competência material da Justiça <strong>do</strong> Trabalho.<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

13


A Justiça <strong>do</strong> Trabalho chegou ao Piauí, ofi cialmente, no fi nal da década de 30 <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>. O Decreto-lei<br />

nº 1.237, data<strong>do</strong> de 2 de maio de 1939, criava a 1ª Junta de Conciliação e Julgamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Com sede em<br />

Teresina, seria instalada <strong>do</strong>is <strong>anos</strong> depois, em 24 de maio de 1941, em prédio situa<strong>do</strong> na Avenida Miguel Rosa, 3728/<br />

Sul, onde funcionava a Inspetoria <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Trabalho, hoje Fórum Osmun<strong>do</strong> Pontes. Até então, imperava no<br />

Piauí a lei <strong>do</strong> mais forte. Nas querelas entre patrão e emprega<strong>do</strong>, restava ao trabalha<strong>do</strong>r - que, evidentemente, não era<br />

o mais forte - a resignação, cercea<strong>do</strong> em seus direitos mais elementares.<br />

A 1ª Junta de Conciliação e Julgamento <strong>do</strong> Piauí era vinculada ao <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 7ª Região,<br />

no Ceará. Foi seu primeiro presidente o advoga<strong>do</strong> Luiz Nódgi Nogueira, auxilia<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is vogais – como então eram<br />

chama<strong><strong>do</strong>s</strong> os juízes classistas -, um representan<strong>do</strong> os emprega<strong><strong>do</strong>s</strong>; outro, os emprega<strong>do</strong>res.<br />

Somente quase 20 <strong>anos</strong> depois, em 1958, seria criada a segunda Junta de Conciliação e Julgamento <strong>do</strong> Piauí,<br />

através da Lei n° 3.492, de 18 de dezembro. Ficou sediada em Parnaíba, a 340 km ao norte de Teresina, com jurisdição<br />

nos municípios de Luiz Correia e Buriti <strong><strong>do</strong>s</strong> Lopes, além <strong>do</strong> município-sede. Instalada em 9 de novembro de 1974, teve<br />

como primeiro presidente o juiz Walter Moreno. Em 4 de novembro de 1986, foi instalada a 2ª Junta de Conciliação e<br />

Julgamento de Teresina, criada pela Lei n° 7.471, de 30 de abril de 1986.<br />

Até então, o Piauí compunha a jurisdição <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> da 7ª Região, no Ceará. Essa situação mudaria <strong>do</strong>is <strong>anos</strong><br />

depois: a Lei n° 7.671, de 21 de setembro de 1988, criava o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 16ª Região, sedia<strong>do</strong><br />

em São Luís, Maranhão. E aí, as Juntas <strong>do</strong> Piauí passaram à jurisdição da 16ª Região, com to<strong><strong>do</strong>s</strong> os funcionários e<br />

acervo material. Já sob nova jurisdição, em <strong>15</strong> de janeiro de 1989 (Lei n° 7.729), era cria<strong>do</strong> o quarto órgão da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí: a Junta de Conciliação e Julgamento de São Raimun<strong>do</strong> Nonato, a 530 km ao sul de Teresina.<br />

Apesar da indiscutível necessidade <strong><strong>do</strong>s</strong> serviços da Justiça Trabalhista no Esta<strong>do</strong>, essa Junta só seria instalada cinco<br />

<strong>anos</strong> depois, em 1994, quan<strong>do</strong> já instala<strong>do</strong><br />

o <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí.<br />

Fachada <strong>do</strong> Prédio da Junta de Conciliação e Julgamento de Parnaíba-PI, nov. 1994.


Vara <strong>do</strong> Trabalho de São Raimun<strong>do</strong> Nonato<br />

Reprodução <strong>do</strong> termo de posse.<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

<strong>15</strong>


Até 1992, o Piauí continuava subordina<strong>do</strong> ao Maranhão. Essa condição resultava em toda sorte de difi culdade<br />

para os trabalha<strong>do</strong>res, emprega<strong>do</strong>res e advoga<strong><strong>do</strong>s</strong>, quan<strong>do</strong> precisavam recorrer à Justiça em 2ª Instância. “Até<br />

1989, eu acompanhava ações na 2ª Instância em Fortaleza (CE), já que éramos vincula<strong><strong>do</strong>s</strong> ao <strong>TRT</strong> da 7ª Região.<br />

Depois, passamos a depender da 16ª Região, em São Luís. Pelo menos uma vez por semana tinha de me ausentar<br />

de Teresina para acompanhar meus processos, fazer sustentação oral”, conta Helbert Maciel, um <strong><strong>do</strong>s</strong> mais atuantes<br />

advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> trabalhistas nos primeiros <strong>anos</strong> <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí.<br />

Juiz classista por 25 <strong>anos</strong>, Bernar<strong>do</strong> Melo Filho,<br />

hoje aposenta<strong>do</strong>, conta que a dependência <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Ceará<br />

- e depois <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Maranhão - trazia d<strong>anos</strong> irreparáveis<br />

para as classes trabalha<strong>do</strong>ra e emprega<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Piauí. “A<br />

situação era de uma precariedade ímpar”, afi rma. Hoje,<br />

Bernar<strong>do</strong> Filho ri das difi culdades e decepções <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>:<br />

“Quan<strong>do</strong> estávamos precisan<strong>do</strong> de material, mandávamos<br />

pedir ao <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Ceará. Quan<strong>do</strong> esse material, aguarda<strong>do</strong><br />

com tanta expectativa, chegava embala<strong>do</strong> em caixas novas,<br />

tu<strong>do</strong> muito bem arruma<strong>do</strong>, fi cávamos muito felizes. Mas,<br />

ao abrirmos as caixas, vinha a decepção: tratava-se de objetos<br />

usa<strong><strong>do</strong>s</strong>. Ou seja, o pessoal de lá fi cava sempre bem<br />

equipa<strong>do</strong>, enquanto que nós, das bandas de cá, tínhamos<br />

que nos contentar com essa oferta”.<br />

Os custos dessas viagens, evidentemente, recaiam principalmente<br />

sobre o trabalha<strong>do</strong>r – quase sempre o autor da ação.<br />

“A gente tinha de fazer um pacote de diversas ações, de diversos<br />

processos, para bancar cada viagem a São Luís. Ora, os trabalha<strong>do</strong>res<br />

que procuravam um advoga<strong>do</strong> trabalhista, com seus direitos<br />

sonega<strong><strong>do</strong>s</strong> pelos patrões, tinham de arcar com um custo muito<br />

alto para receber o que lhe era de direito. Em muitos casos,<br />

era a autêntica vitória de Pirro: o sujeito ganhava, mas não levava<br />

tu<strong>do</strong>. Uma parte considerável ficava para custeio <strong>do</strong> próprio processo”,<br />

explica.


Ex-sindicalista, ex-juiz classista e ex-vice-governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Piauí, Osmar Araújo, recorda uma época em que os trabalha<strong>do</strong>res<br />

desconheciam a Justiça Trabalhista: “Em 1976, eleito presidente da Fetag-PI (Federação <strong><strong>do</strong>s</strong> Trabalha<strong>do</strong>res na<br />

Agricultura <strong>do</strong> Piauí), pude ver as difi culdades <strong><strong>do</strong>s</strong> trabalha<strong>do</strong>res rurais piauienses com relação à Justiça <strong>do</strong> Trabalho. O<br />

trabalha<strong>do</strong>r rural não tinha sequer como encaminhar uma questão trabalhista. Qual o trabalha<strong>do</strong>r que tinha condições<br />

de se deslocar a outro esta<strong>do</strong>, em busca de seus direitos? Qual o trabalha<strong>do</strong>r que tinha condições de pagar um advoga<strong>do</strong><br />

para acompanhar seu processo? Nenhum! To<strong><strong>do</strong>s</strong> nós desconhecíamos essa justiça. Quan<strong>do</strong> queríamos resolver algum<br />

problema recorríamos à Justiça comum, e aí haja burocracia e tempo, muito tempo...”, avalia.<br />

Atualmente presidente da Associação <strong><strong>do</strong>s</strong> Advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> Trabalhistas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí (AATEPI), o advoga<strong>do</strong><br />

Carlos de Sena Falcão também enumera o leque de difi culdades que as partes enfrentavam antes da criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong><br />

<strong>do</strong> Piauí: “As Juntas de Conciliação funcionavam precariamente. As audiências, por exemplo, eram feitas à mão - isso<br />

já em 1987. Tu<strong>do</strong> era muito dispendioso para o constituinte. Aquelas pessoas mais humildes sequer cogitavam recorrer<br />

à 2ª Instância, porque não tinham meios para custear as despesas de um advoga<strong>do</strong> que tinha, por obrigação, se<br />

deslocar para outro esta<strong>do</strong>”, conclui.<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

17


A história da implantação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong><br />

Trabalho da 22ª Região começou a ser escrita com a<br />

vinda para o Piauí, em 1985, <strong>do</strong> então juiz Francisco Meton<br />

Marques de Lima, que atuava no <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Ceará. Na época,<br />

as Juntas de Conciliação <strong>do</strong> Piauí ainda eram vinculadas à 7ª<br />

Região. Então com 32 <strong>anos</strong> de idade, ele fôra escala<strong>do</strong> para<br />

vir a Teresina substituir um colega que entrara de férias,<br />

fato que se repetiria nos <strong>do</strong>is <strong>anos</strong> seguintes. Essas constantes<br />

visitas de Meton Marques a Teresina criaram nele<br />

um laço de afetividade com a cidade e sua gente, como ele<br />

mesmo conta: “Fiz muitas amizades e os advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> e amigos<br />

começaram a me incentivar a vir de vez para Teresina.<br />

Naquela época, já havia a idéia de se iniciar um movimento<br />

pela criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí. Mas retornei a Fortaleza e<br />

aquilo me fi cou como vaga memória”.<br />

O hoje desembarga<strong>do</strong>r e ex-presidente <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí (perío<strong>do</strong> 1998/2000) sentiu na pele as difi culdades<br />

para levar justiça aos trabalha<strong>do</strong>res piauienses naqueles tempos. “Havia duas Juntas de Conciliação em Teresina, que<br />

eram ligadas ao <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho <strong>do</strong> Ceará – que, por sua vez, também era responsável pelas Juntas <strong>do</strong><br />

Maranhão. Quan<strong>do</strong> vim a serviço a Teresina, pois percorria toda a região, fi quei impressiona<strong>do</strong> com a precariedade”,<br />

conta. “Lembro o quanto era difícil o desenvolvimento <strong><strong>do</strong>s</strong> processos trabalhistas. As principais difi culdades eram<br />

materiais. Nós não tínhamos prédio com instalações adequadas, com ar-condiciona<strong>do</strong>, com máquinas de escrever<br />

adequadas – naquele tempo não se falava ainda em informatização. Não tínhamos sequer papel para redigir os <strong>do</strong>cumentos”,<br />

informa. “Os funcionários não recebiam treinamentos, a situação era muito precária”.<br />

Essa situação de extrema precariedade, pre<strong>do</strong>minante quan<strong>do</strong> o Piauí compunha a jurisdição <strong>do</strong> Ceará, em<br />

praticamente nada mu<strong>do</strong>u com a criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Maranhão, <strong>do</strong> qual a Justiça Trabalhista piauiense passou a depender<br />

a partir <strong>do</strong> fi nal da década de 80. Foi na mesma época de instalação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Maranhão que Meton Marques, ainda<br />

vincula<strong>do</strong> ao <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Ceará, decidiu vir de vez para Teresina. Na cabeça, a determinação de se juntar à luta pela criação<br />

<strong>do</strong> <strong>TRT</strong> piauiense. “Em 1989, já muito familiariza<strong>do</strong> com a cidade, fi z um requerimento para o <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Ceará para me sediar<br />

em Teresina. E vim de vez, determina<strong>do</strong> a lutar pelo desmembramento <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> maranhense. Isso, incentiva<strong>do</strong> pelos<br />

advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> e pelos juízes classistas”, narra. E é nesse cenário que tem início uma batalha que viria a mudar, em defi nitivo,<br />

a face da Justiça Trabalhista no Piauí. Mas aí já é uma outra história.


A possível instalação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí era, até<br />

a segunda metade da década de 80, apenas<br />

uum<br />

desejo de juízes <strong>do</strong> trabalho, advoga<strong><strong>do</strong>s</strong>, em-<br />

pprega<strong>do</strong>res<br />

e trabalha<strong>do</strong>res. Um desejo que se<br />

aalimentava<br />

no direito <strong>do</strong> cidadão por justiça e<br />

nna<br />

necessidade de uma Justiça <strong>do</strong> Trabalho mais<br />

próxima <strong><strong>do</strong>s</strong> trabalha<strong>do</strong>res e da sociedade. Na<br />

prática, no entanto, tu<strong>do</strong> não passava de um sonho. Uma boa possibilidade desse sonho virar realidade apareceu com<br />

a promulgação da Constituição Federal de 1988. Estava lá, no artigo 112: “Haverá pelo menos um <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong><br />

<strong>do</strong> Trabalho em cada Esta<strong>do</strong> e no Distrito Federal”.<br />

Mas só o texto constitucional estava longe de garantir a criação e instalação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>do</strong> Piauí. As<br />

difi culdades de ordem técnica e estrutural eram muitas e variadas. Economicamente, não havia da<strong><strong>do</strong>s</strong> sufi cientes<br />

para justifi car a criação de um <strong>TRT</strong>. Não havia número de juízes para compor a Corte – eram necessários oito,<br />

só havia <strong>do</strong>is no Piauí. Inexistia da<strong><strong>do</strong>s</strong> estatísticos sobre a quantidade de processos trabalhistas. Apesar desses<br />

fatores, não custava nada tentar...<br />

E foi o que fi zeram diversos segmentos da sociedade piauiense. Movi<strong><strong>do</strong>s</strong> pela necessidade de enfrentar as<br />

difi culdades da época e incentiva<strong><strong>do</strong>s</strong> em grande parte pelo trabalho <strong>do</strong> então juiz da 1ª Junta de Conciliação e Julgamento<br />

de Teresina, Francisco Meton Marques de Lima, entidades de trabalha<strong>do</strong>res, empresários e de advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> começaram<br />

a se organizar pela criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí. Conta o então presidente<br />

da seccional piauiense da Ordem <strong><strong>do</strong>s</strong> Advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> Brasil<br />

(OAB-PI), Nil<strong>do</strong>mar da Silveira Soares, hoje desembarga<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

<strong>Tribunal</strong> de Justiça <strong>do</strong> Piauí: “Num certo dia me entra no gabinete<br />

um senhor. Ele se identifi cou como sen<strong>do</strong> juiz <strong>do</strong> trabalho,<br />

chega<strong>do</strong> recentemente de Fortaleza e que estava assumin<strong>do</strong><br />

uma Junta de Conciliação e Julgamento em Teresina.<br />

Disse que tinha uma idéia fi xa na cabeça: a criação<br />

<strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho <strong>do</strong><br />

19


Piauí. Perguntou se a OAB/PI estava disposta a encampar essa luta, pois muitas pessoas que consultara não acreditavam<br />

nessa possibilidade, embora a Constituição garantisse, lá no seu artigo 112, que cada esta<strong>do</strong> ia ter o seu tribunal.<br />

Esse juiz era Francisco Meton. De imediato, concordei com ele, mas tinha ciência de que ganhar essa batalha não seria<br />

tarefa fácil”.<br />

A campanha ganhou a adesão imediata da imprensa e a simpatia de políticos e gestores públicos. Em Brasília,<br />

os sena<strong>do</strong>res Hugo Napoleão, Lucídio Portela e Chagas Rodrigues, e os deputa<strong><strong>do</strong>s</strong> federais Paes Landim, Jesual<strong>do</strong> Cavalcante,<br />

Felipe Mendes, José Luis Maia, Jesus Elias Tajra, dentre outros, começaram a se articular politicamente. Já corria o<br />

ano de 1990. Na Câmara Federal, o deputa<strong>do</strong> Jesual<strong>do</strong> Cavalcante, hoje conselheiro aposenta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> de Contas <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí, cobrava: “O Piauí, inexplicavelmente, ainda não foi contempla<strong>do</strong> com o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho<br />

previsto na Constituição, permanecen<strong>do</strong> vincula<strong>do</strong> ao <strong>do</strong> Maranhão. Há comarcas no Piauí que distam quase 1.500 quilômetros<br />

de São Luís, circunstância que difi culta e até inviabiliza o ingresso e acompanhamento das causas trabalhistas<br />

oriundas <strong>do</strong> meu Esta<strong>do</strong>”. No discurso, um argumento irrefutável: “Se há uma maneira sutil de negar a Justiça é torná-la<br />

inacessível pela distância e pelas difi culdades dela decorrentes”.<br />

Nessa época, a Junta de Conciliação<br />

e Julgamento de Teresina já<br />

funcionava no prédio <strong>do</strong> Fórum Osmun<strong>do</strong><br />

Pontes, na avenida Miguel Rosa,<br />

que posteriormente seria reforma<strong>do</strong>.


Consolidada a idéia de criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí, era necessário elaborar o <strong>do</strong>cumento com as justifi cativas para<br />

a instalação da Corte. Na OAB/PI foram sistematizadas as razões, que envolviam aspectos gerais, geográfi cos,<br />

políticos e judiciários. As justifi cativas estão assim sintetizadas:<br />

“I – ASPECTO GERAL<br />

1 – O art. 112 da Constituição Federal determina que “haverá pelo menos um <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho em cada<br />

Esta<strong>do</strong> e no Distrito Federal”.<br />

2 – O art. 114 da mesma Constituição atribui competência à Justiça <strong>do</strong> Trabalho para os dissídios envolven<strong>do</strong> trabalha-<br />

<strong>do</strong>res <strong>do</strong> setor público e <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong>, razão por que só os regionais estadualiza<strong><strong>do</strong>s</strong> têm condição de atender às peculiaridades<br />

das regiões sob a sua jurisdição.<br />

3- O art. 8º da Constituição Federal faculta a criação livre de sindicatos, bem como a obrigatoriedade destes na elaboração<br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> pactos coletivos. Por sua vez, esse direito foi estendi<strong>do</strong> aos servi<strong>do</strong>res públicos, o que multiplicou as contendas de natureza<br />

coletiva, que um <strong>Tribunal</strong> sedia<strong>do</strong> em outro Esta<strong>do</strong> não terá condição de satisfazer aos jurisdiciona<strong><strong>do</strong>s</strong>. O direito de greve, com<br />

mais liberdade, exige mais proximidade <strong>do</strong> órgão colegia<strong>do</strong> interessa<strong>do</strong> em solucionar os problemas para o bom andamento da<br />

economia local.<br />

4 – O custo fi nanceiro não aumenta como se pensa porque a maior parte <strong><strong>do</strong>s</strong> cargos e <strong>do</strong> patrimônio transfere-se<br />

da região desmembrada para a nova região. O orçamento da região antiga reduz-se na proporção <strong>do</strong> custo da região nova.<br />

Por sua vez, o gasto de transporte, passagens e hospedagem de juízes e servi<strong>do</strong>res diminui consideravelmente, porque<br />

diminuem as necessidades de locomoção e de transporte de materiais.<br />

lação urbana.<br />

II – ASPECTOS GEOGRÁFICOS<br />

1 – O Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí é o terceiro em extensão territorial <strong>do</strong> Nordeste, perden<strong>do</strong> apenas para a Bahia e o Maranhão.<br />

2 – A população <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> é de 2.668.053 (Geografi a Física <strong>do</strong> Piauí, 1º volume – da<strong><strong>do</strong>s</strong> de 1989), pre<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> a popu-<br />

3 – Com população, economia e costumes porta<strong>do</strong>res de características próprias, diferentes <strong>do</strong> Maranhão, não justi-<br />

fi can<strong>do</strong> sua subordinação a este.<br />

III – ASPECTO POLÍTICO<br />

1 – O fato de ser o Piauí um Esta<strong>do</strong> pobre, não impede que goze das prerrogativas de Esta<strong>do</strong>. Assim é que dispõe de<br />

Governo organiza<strong>do</strong>, com Executivo, Legislativo e Judiciário.<br />

2 – O povo piauiense tem o direito de ser trata<strong>do</strong> como brasileiro, participan<strong>do</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> frutos da UNIÃO. Veja-<br />

se que Rondônia tem população muito inferior à <strong>do</strong> Piauí, no entanto, há três <strong>anos</strong> ganhou o seu <strong>Tribunal</strong><br />

<strong>do</strong> Trabalho.<br />

21


3 - No I Congresso Nacional de Magistratura Trabalhista, realiza<strong>do</strong> em Salva<strong>do</strong>r, em março/90, a representação <strong><strong>do</strong>s</strong> tra-<br />

balha<strong>do</strong>res rurais reivindicou a interiorização da Justiça <strong>do</strong> Trabalho, porque o trabalha<strong>do</strong>r rural não tem acesso à Justiça Comum,<br />

razão de se registrarem poucas reclamações nas Comarcas.<br />

IV - ASPECTO JUDICIÁRIO<br />

1 – O Piauí tem 87 Comarcas, sen<strong>do</strong> 56 de 1ª, 14 de 2ª, 12 de 3ª e 3 de 4ª entrâncias, e 2 especiais.<br />

2- Só nas JCJ de Teresina e Parnaíba entraram 4.<strong>15</strong>7 reclamações em 1989 e 10 dissídios coletivos foram encaminha<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

pelos sindicatos piauienses, além de 09 embargos de terceiros, 62 Cartas Precatórias e 24 Medidas Cautelares. E em 1990, só até<br />

março, iniciaram 957 reclamações, 11 Dissídios Coletivos, <strong>15</strong> outros.<br />

3- Comparativamente, os sindicatos <strong>do</strong> Piauí são mais atuantes que os <strong>do</strong> Maranhão e o número de recursos para o <strong>TRT</strong><br />

oriun<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> Piauí equivale ao número <strong><strong>do</strong>s</strong> oriun<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> Maranhão.<br />

4 – O número de reclamações trabalhistas, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí, no ano de 1989, foi de 4.565 processos, afora as precatórias,<br />

os embargos de terceiros e os dissídios coletivos.<br />

5 – A Justiça Federal, com menos utilidade à massa populacional, em face da sua competência elitizada, dispõe de insta-<br />

lações, pessoal e custo muito superior a um <strong>TRT</strong> com suas JCJs.<br />

6 – Mais de 200 greves foram defl agradas em 89, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí.<br />

7 – A função <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho não é só de julgar recursos das sentenças das Juntas de Conciliação e<br />

Julgamento, mas de todas as Comarcas situadas no território sob sua jurisdição, desde que se trata de matéria trabalhista. E o mais<br />

importante é que a solução <strong><strong>do</strong>s</strong> confl itos coletivos, prodigaliza<strong><strong>do</strong>s</strong> com a ampliação da liberdade sindical e de greve, caben<strong>do</strong> ao<br />

<strong>Tribunal</strong> <strong>do</strong> Trabalho fi xar normas que ponham fi m aos confl itos. E só um <strong>Tribunal</strong> local terá condição de prestar essa jurisdição<br />

satisfatoriamente.”<br />

O <strong>do</strong>cumento levava a assinatura de presidentes de sindicatos de emprega<strong><strong>do</strong>s</strong> e de emprega<strong>do</strong>res, numa corrente<br />

de união de todas as categorias. Aceitas as justifi cativas, deu-se início ao anteprojeto de lei, elabora<strong>do</strong> por uma<br />

equipe coordenada pelo presidente da OAB/PI, Nil<strong>do</strong>mar Silveira. No dia 4 de maio de 1990, foi encaminha<strong>do</strong> ofício ao<br />

então presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho (TST), ministro Marco Aurélio Prates de Mace<strong>do</strong>, tratan<strong>do</strong> da matéria.<br />

Anexa<strong>do</strong> a ele, seguiu farta <strong>do</strong>cumentação, incluin<strong>do</strong> a manifestação <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, Freitas Neto, <strong>do</strong> sena<strong>do</strong>r<br />

Hugo Napoleão, <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> federal Paes Landim e de outros políticos de renome estadual, bem como correspondências<br />

de varia<strong><strong>do</strong>s</strong> sindicatos.


História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

23


Acolhi<strong>do</strong> pelo TST, o projeto é encaminha<strong>do</strong> à Câmara Federal para apreciação e votação pelos parlamentares.<br />

Iniciava-se uma nova batalha. Jesus Elias Tajra, na época vice-líder <strong>do</strong> antigo PFL, foi o relator <strong>do</strong> projeto<br />

na Câmara. Estávamos já no segun<strong>do</strong> semestre de 1991. Era preciso correr para conseguir incluir o projeto<br />

entre as matérias a serem apreciadas em regime de urgência pelo Plenário da Câmara, única forma de vê-lo aprova<strong>do</strong>.<br />

Para isso, foi preciso uma providencial esperteza própria <strong><strong>do</strong>s</strong> políticos. Conta Jesus Tajra: “Em reunião <strong><strong>do</strong>s</strong> líderes<br />

partidários para decidir sobre quais processos entrariam na pauta em regime de urgência, na última sessão, solicitei<br />

a inclusão <strong>do</strong> projeto de criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí. Depois de muita discussão, conseguimos nosso objetivo: o projeto<br />

saiu direto da Comissão de Constituição e Justiça para o Plenário”.<br />

Tu<strong>do</strong> perfeito. Mas aí, surgiu um fato inusita<strong>do</strong>: o líder <strong>do</strong> PSDB na época,<br />

deputa<strong>do</strong> José Serra (SP), apresentou uma emenda dispon<strong>do</strong> que, caso fosse aprova<strong>do</strong>,<br />

o projeto teria de voltar às comissões técnicas. “Ora, se havíamos pedi<strong>do</strong> urgência,<br />

era porque precisávamos desse recurso para aprovar o projeto! Ven<strong>do</strong> que nossa<br />

luta poderia ser abortada, de imediato procurei o José Serra, mas ele não estava.<br />

Então fui atrás <strong>do</strong> vice-líder <strong>do</strong> PSDB, que era o Arthur da Távola, <strong>do</strong> Rio de Janeiro,<br />

com quem mantinha excelente relacionamento. Expliquei a ele a necessidade da<br />

aprovação imediata <strong>do</strong> projeto e solicitei que saísse <strong>do</strong> plenário, que fosse tomar um<br />

cafezinho, alguma coisa assim, porque se chama<strong>do</strong> o líder ou vice-líder para debater<br />

a proposta (de Serra) e esses não estivessem em Plenário, a proposta estaria vencida. E graças à nossa amizade, o<br />

Távola se retirou <strong>do</strong> Plenário, e conseguimos a aprovação <strong>do</strong> projeto”, conta Jesus Tajra.<br />

No dia seguinte a matéria chegava ao Sena<strong>do</strong>, onde teve como relator o sena<strong>do</strong>r Chagas Rodrigues, também<br />

piauiense. Finalmente, em 5 de setembro de 1991, era promulgada a Lei n° 8.221 crian<strong>do</strong> o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong><br />

Trabalho da 22ª Região, com sede em Teresina e jurisdição em to<strong>do</strong> o território <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí (no quadro, o<br />

inteiro teor da lei). Publicada no dia seguinte no Diário<br />

Ofi cial da União, a Lei tinha a assinatura <strong>do</strong> então presidente<br />

Fernan<strong>do</strong> Collor de Mello e <strong>do</strong> ministro da Justiça,<br />

JJarbas<br />

Passarinho.<br />

Estavam vencidas, fi nalmente, as etapas de mobilização,<br />

preparação <strong>do</strong> anteprojeto, articulação política de<br />

aprovação <strong>do</strong> projeto de lei de criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí.<br />

Faltava agora o mais fácil: a fase de implantação. Passemos<br />

ao capítulo seguinte.


LEI No 8.221, DE 5 DE SETEMBRO<br />

DE 1991.<br />

Cria o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª. Região.<br />

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e seu sanciono a seguinte lei:<br />

Art. 1º. É cria<strong>do</strong> o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª. Região, que terá sede em Teresina (PI), com jurisdição em<br />

to<strong>do</strong> o território <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí.<br />

Art. 2º. O <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região será composto de oito Juízes, com vencimentos e vantagens<br />

previstos na legislação em vigor, sen<strong>do</strong> seis Toga<strong><strong>do</strong>s</strong>, de investidura vitalícia, e <strong>do</strong>is Classistas, de investidura temporária,<br />

representantes <strong><strong>do</strong>s</strong> emprega<strong>do</strong>res e <strong><strong>do</strong>s</strong> emprega<strong><strong>do</strong>s</strong>.<br />

Parágrafo único. Haverá um suplente para cada Juiz Classista.<br />

Art. 3º. Os Juízes Toga<strong><strong>do</strong>s</strong> serão nomea<strong><strong>do</strong>s</strong> pelo Presidente da República, sen<strong>do</strong>:<br />

I - quatro dentre Juízes <strong>do</strong> Trabalho Presidentes de Juntas de Conciliação e Julgamento em exercício na atual<br />

jurisdição da 16ª Região, por antigüidade e por merecimento, alternadamente;<br />

dade profi ssional.<br />

II - um dentre integrantes <strong>do</strong> Ministério Público <strong>do</strong> Trabalho, com mais de dez <strong>anos</strong> de carreira;<br />

III - um dentre advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez <strong>anos</strong> de efetiva ativi-<br />

§ 1º O <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 16ª Região, ao elaborar a lista tríplice, visan<strong>do</strong> ao preenchimento, por<br />

merecimento, de vaga de Juiz Toga<strong>do</strong> reservada a magistra<strong>do</strong> de carreira, que será encaminhada ao Poder Executivo, ob-<br />

servará a exigência <strong>do</strong> exercício da Presidência de Junta por <strong>do</strong>is <strong>anos</strong> e estarem os candidatos na primeira quinta parte da<br />

lista de antigüidade. Sen<strong>do</strong> insufi ciente o número de Juízes nestas condições para elaboração de lista tríplice completa, aos<br />

lugares remanescentes concorrerão os demais Juízes Presidentes de Juntas.<br />

§ 2º A lista sêxtupla reservada a advoga<strong>do</strong> militante será elaborada pela Seccional da OAB <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí.<br />

§ 3º A lista sêxtupla correspondente ao Ministério Público <strong>do</strong> Trabalho será elaborada sob a responsabilidade <strong>do</strong><br />

Procura<strong>do</strong>r-Geral da Justiça <strong>do</strong> Trabalho, a ela concorren<strong>do</strong> integrantes <strong>do</strong> Ministério Público <strong>do</strong> Trabalho de to<strong>do</strong> o País.<br />

§ 4º Ao <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 16ª Região compete a elaboração das listas tríplices correspondentes<br />

às vagas reservadas ao Ministério Público <strong>do</strong> Trabalho e advoga<strong>do</strong> militante.<br />

Art. 4º Os Juízes Classistas serão nomea<strong><strong>do</strong>s</strong> pelo Presidente da República, na forma prevista no art. 684 da<br />

Consolidação das Leis <strong>do</strong> Trabalho e inciso III <strong>do</strong> parágrafo único <strong>do</strong> art. 1<strong>15</strong> da Constituição Federal, dentre nomes<br />

constantes de listas tríplices, organizadas pelas diretorias das federações e <strong><strong>do</strong>s</strong> sindicatos, inorganiza<strong><strong>do</strong>s</strong> em federações,<br />

com base territorial no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí.<br />

Parágrafo único. O Presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 16ª Região, dentro de dez dias conta<strong><strong>do</strong>s</strong> da<br />

publicação desta lei, convocará, por edital, as associações sindicais mencionadas neste artigo, para que apresentem, no<br />

prazo de trinta dias, listas tríplices, que serão encaminhadas pelo <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho ao Poder Executivo.<br />

Art. 5º. Os Juízes <strong>do</strong> Trabalho Presidentes de Juntas que tenham, na data da publicação desta lei, jurisdição sobre<br />

o território da 22ª. Região poderão optar por sua permanência no Quadro da 16ª. Região.<br />

§ 1º. A opção prevista neste artigo será manifestada por escrito, dentro de trinta dias conta<strong><strong>do</strong>s</strong> da publica-<br />

ção desta lei, ao Presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 16ª. Região e terá caráter irretratável.<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

25


§ 2º. Os Juízes <strong>do</strong> Trabalho Presidentes de Juntas que optarem pela 16ª Região permanecerão servin<strong>do</strong> na região<br />

desmembrada, garanti<strong><strong>do</strong>s</strong> os seus direitos à remoção e promoção, à medida que ocorrerem vagas no quadro da 16ª.<br />

Região, observa<strong><strong>do</strong>s</strong> os critérios legais de preenchimento. Até a instalação oficial <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da<br />

22ª Região, é permitida a permuta com Juiz Presidente de Junta em exercício no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão.<br />

§ 3º Os Juízes <strong>do</strong> Trabalho Substitutos da 16ª Região, no prazo de trinta dias conta<strong><strong>do</strong>s</strong> da publicação desta lei,<br />

poderão optar por ingressar no Quadro de Juízes <strong>do</strong> Trabalho Substitutos da 22ª Região, ocupan<strong>do</strong> as vagas criadas no art.<br />

13 desta lei.<br />

§ 4º Na hipótese de ocorrência de vaga de Juiz Presidente de Junta na Região desmembrada, no perío<strong>do</strong> compreen-<br />

di<strong>do</strong> entre a vigência desta lei e a instalação <strong>do</strong> novo <strong>Tribunal</strong>, o preenchimento será feito mediante promoção de Juiz <strong>do</strong><br />

Trabalho Substituto que integre os quadros da 16ª e da 22ª Regiões, observada a legislação em vigor.<br />

Art. 6º O <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região terá a mesma competência atribuída aos Tribunais <strong>do</strong><br />

Trabalho pela legislação em vigor.<br />

Art. 7º To<strong><strong>do</strong>s</strong> os Juízes Toga<strong><strong>do</strong>s</strong> e Classistas e respectivos suplentes tomarão posse conjuntamente, independent-<br />

emente da data da nomeação, perante o Ministro Presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho, em sessão preparatória<br />

de instalação <strong>do</strong> novo <strong>Tribunal</strong>, a se realizar na sede da Corte <strong>Regional</strong>, no dia anterior à data designada para instalação<br />

oficial <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região.<br />

§ 1º Após a posse conjunta a que se refere o caput deste artigo, na mesma sessão preparatória de instalação os<br />

Juízes integrantes <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região elegerão, em escrutínio secreto, sob a presidência <strong>do</strong><br />

Ministro Presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho, os Juízes Presidente e Vice-Presidente da Corte para o primeiro<br />

biênio, observadas as recomendações da Lei Orgânica da Magistratura Nacional ou <strong>do</strong> Estatuto da Magistratura, a que se<br />

refere o art. 93 da Constituição Federal.<br />

§ 2º. Na impossibilidade de algum <strong><strong>do</strong>s</strong> Juízes tomar posse na data prevista, terá o prazo de trinta dias, prorrogável<br />

por mais trinta, para fazê-lo, sob pena de perda <strong>do</strong> direito.<br />

§ 3º A sessão preparatória e a sessão solene de instalação serão realizadas com a presença <strong><strong>do</strong>s</strong> Juízes que tomarem<br />

posse no dia designa<strong>do</strong>. Ausente o Juiz Classista titular, o respectivo suplente assumirá o lugar.<br />

§ 4º Na sessão solene de instalação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho, o Ministro Presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior<br />

<strong>do</strong> Trabalho empossará os Juízes eleitos Presidente e Vice-Presidente da Corte.<br />

instalação.<br />

Art. 8º O novo <strong>Tribunal</strong> aprovará o respectivo regimento interno dentro de trinta dias conta<strong><strong>do</strong>s</strong> da data de sua<br />

§ 1º Publica<strong>do</strong> o regimento interno nos trinta dias subseqüentes é assegura<strong>do</strong> aos Juízes Toga<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong>is Tribun-<br />

ais Regionais de que trata esta lei, oriun<strong><strong>do</strong>s</strong> da mesma categoria, permutarem entre si, desde que o requerimento conjunto<br />

seja apresenta<strong>do</strong> em ambas as Cortes dentro <strong>do</strong> prazo acima referi<strong>do</strong>.<br />

§ 2º A permuta só terá efi cácia se homologada pelo Pleno <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong>is Tribunais Regionais deven<strong>do</strong> as certidões das<br />

resoluções administrativas ser remetidas ao <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho para fi ns de registro. Homologada a permuta,<br />

esta terá caráter irretratável.<br />

§ 3º A antigüidade <strong>do</strong> Juiz na composição <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> que vier a integrar, na forma prevista no § 1º deste artigo,<br />

será defi nida pelo regimento interno.<br />

Art. 9º Até a data de instalação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região, fi ca mantida a atual competência


<strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 16ª Região.<br />

§ 1º Instala<strong>do</strong> o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região, o Presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 16ª<br />

Região remeter-lhe-á to<strong><strong>do</strong>s</strong> os processos oriun<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> território sob jurisdição <strong>do</strong> novo <strong>Tribunal</strong>, que não tenham recebi<strong>do</strong><br />

visto <strong>do</strong> Relator.<br />

16ª Região.<br />

§ 2º Os processos que já tenham recebi<strong>do</strong> visto <strong>do</strong> Relator serão julga<strong><strong>do</strong>s</strong> pelo <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da<br />

§ 3º A competência para o julgamento das ações rescisórias pertinentes a litígios oriun<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí,<br />

decidi<strong><strong>do</strong>s</strong> pelo <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 16ª Região com trânsito em julga<strong>do</strong>, será <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho<br />

da 22ª Região, salvo as de competência <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho.<br />

Art. 10 As Juntas de Conciliação e Julgamento sediadas no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí fi cam transferidas, com os respectivos<br />

servi<strong>do</strong>res e acervo material, para o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região, sem prejuízo <strong><strong>do</strong>s</strong> direitos adquiri<strong><strong>do</strong>s</strong> e<br />

respeitadas as situações pessoais de Juízes de carreira, Juízes Classistas e servi<strong>do</strong>res.<br />

§ 1º Os cargos existentes na lotação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 16ª Região, a que se refere este artigo,<br />

ficam transferi<strong><strong>do</strong>s</strong> para o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região.<br />

§ 2º Os Juízes de carreira, Juízes Classistas e servi<strong>do</strong>res transferi<strong><strong>do</strong>s</strong> na forma deste artigo continuarão a perceber<br />

vencimentos e vantagens pelo <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 16ª Região, até que o orçamento consigne ao <strong>Tribunal</strong><br />

cria<strong>do</strong> por esta lei os recursos necessários ao respectivo pagamento.<br />

§ 3º A investidura no Quadro Permanente de Pessoal da Secretaria <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região<br />

depende de aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas outras formas legais de provi-<br />

mento de cargos e as nomeações para cargo em comissão declara<strong>do</strong> em lei de livre nomeação e exoneração.<br />

Art. 11. São cria<strong><strong>do</strong>s</strong> no Quadro de Pessoal <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região com retribuição pecu-<br />

niária prevista na legislação em vigor, seis cargos de Juiz Toga<strong>do</strong> e <strong>do</strong>is de Juízes Classistas.<br />

Art. 12. Além <strong><strong>do</strong>s</strong> cargos e funções transferi<strong><strong>do</strong>s</strong> ou cria<strong><strong>do</strong>s</strong> na forma <strong>do</strong> art. 11 desta lei, são cria<strong><strong>do</strong>s</strong>, no Quadro<br />

Permanente de Pessoal da Secretaria <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região, com vencimentos e vantagens fi xa<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

pela legislação em vigor, oito cargos de Juiz <strong>do</strong> Trabalho Substituto, os cargos em comissão constantes <strong>do</strong> Anexo I, os cargos<br />

efetivos constantes <strong>do</strong> Anexo II e a Tabela de Gratifi cação de Representação de Gabinete, integrada por funções de Chefi a<br />

e Assistência, constantes <strong>do</strong> anexo III desta lei.<br />

§ 1º Os cargos e as funções constantes, respectivamente <strong><strong>do</strong>s</strong> Anexos I e III desta lei serão provi<strong><strong>do</strong>s</strong> após a instala-<br />

ção <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região, com sede em Teresina, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí, nos termos da legislação<br />

em vigor.<br />

§ 2º. Os valores das funções da Tabela de Gratifi cação de Representação de Gabinete <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong><br />

Trabalho da 22ª Região são idênticos aos da mesma Tabela <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho.<br />

§ 3º. Ato interno <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região estabelecerá as atribuições das funções con-<br />

stantes <strong>do</strong> Anexo III desta lei.<br />

Art. 13. O <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região, dentro <strong>do</strong> prazo de noventa dias conta<strong><strong>do</strong>s</strong> da instalação,<br />

abrirá concurso público de provas e títulos para preenchimento das vagas de Juiz <strong>do</strong> Trabalho substituto, depois de satisfeito<br />

o disposto no art. 5º desta lei.<br />

Art. 14. Os servi<strong>do</strong>res atualmente lota<strong><strong>do</strong>s</strong> nas Juntas de Conciliação e Julgamento, com jurisdição no<br />

território da 22ª Região da Justiça <strong>do</strong> Trabalho, poderão permanecer no Quadro de Pessoal da 16ª Região,<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

27


mediante opção escrita e irretratável, manifestada ao Presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> respectivo, dentro <strong>do</strong> prazo de trinta dias conta<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

da publicação desta lei.<br />

Art. <strong>15</strong>. Compete ao <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho, mediante ato <strong>do</strong> Presidente, tomar todas as medidas de natur-<br />

eza administrativa para instalação e funcionamento <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região.<br />

Art. 16. As despesas iniciais de organização, instalação e funcionamento <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região<br />

correrão à conta <strong><strong>do</strong>s</strong> recursos orçamentários já consigna<strong><strong>do</strong>s</strong> ao <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho pela Lei nº. 8.175, de 31 de<br />

janeiro de 1991, Programa de Trabalho 02.004.0013.5461 - Instalação de Tribunais Regionais <strong>do</strong> Trabalho.<br />

Art. 17. Não poderão ser nomea<strong><strong>do</strong>s</strong>, a qualquer título, para funções de gabinete, cargos em comissão ou funções<br />

gratifi cadas da administração <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>, parentes consangüíneos ou afi ns, até o terceiro grau, de Juízes em atividade ou<br />

aposenta<strong><strong>do</strong>s</strong> há menos de cinco <strong>anos</strong>, exceto se integrantes <strong>do</strong> quadro funcional mediante concurso público.<br />

Art. 18. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.<br />

Art. 19. Revogam-se as disposições em contrário.<br />

Brasília, 5 de setembro de 1991; 170º da Independência e 103º da República<br />

FERNANDO COLLOR<br />

Jarbas Passarinho


Cria<strong>do</strong> o <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí, ainda faltavam o imóvel para abrigá-lo e<br />

os recursos para sua instalação. Para viabilizar a parte fi nanceira,<br />

o deputa<strong>do</strong> Paes Landim subscreveu emenda à Lei Orçamentária<br />

para despesas de custeio e a realização de concurso público e<br />

contratação <strong><strong>do</strong>s</strong> aprova<strong><strong>do</strong>s</strong>. O primeiro concurso para servi<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

novo tribunal foi realiza<strong>do</strong> entre o fi nal de 1991 e início de 1992,<br />

com oferta de 210 vagas para vários cargos. Para resolver a questão<br />

das instalações físicas, o então verea<strong>do</strong>r Eval<strong>do</strong> Ciríaco, que havia<br />

chega<strong>do</strong> à Câmara Municipal como primeiro representante <strong><strong>do</strong>s</strong> movimentos sindicais e populares de Teresina, mediou<br />

a cessão de um prédio da Prefeitura localiza<strong>do</strong> à rua Clo<strong>do</strong>al<strong>do</strong> Freitas, 664, Centro.<br />

O então prefeito de Teresina, Heráclito Fortes, hoje sena<strong>do</strong>r, lembra daquela passagem: “Há mais de <strong>15</strong> <strong>anos</strong>,<br />

eu era então prefeito de Teresina, tive a alegria de poder ajudar a instalar o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho <strong>do</strong> Piauí.<br />

A prefeitura havia compra<strong>do</strong> um prédio para instalar a empresa de urbanização <strong>do</strong> município, a Eturb, quan<strong>do</strong> fomos<br />

29


procura<strong><strong>do</strong>s</strong> para saber da possibilidade de ceder algum edifício para a instalação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, sem o que ele não poderia<br />

ser cria<strong>do</strong>. E o Piauí precisava disso, já que questões de natureza trabalhista, até então, tinham que ser julgadas nos<br />

Esta<strong><strong>do</strong>s</strong> vizinhos. Naquele momento, o prédio de que dispúnhamos era o único que atendia às exigências <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>.<br />

A prefeitura, então, o cedeu para o <strong>TRT</strong> que, se não me falha a memória, teve que construir apenas o plenário. E lá<br />

funcionou por uns bons <strong>anos</strong>”.<br />

No dia 7 de dezembro de 1992, em solenidade no Palácio da Cidade, o prefeito assinava o contrato de comodato<br />

com o presidente <strong>do</strong> TST, ministro Luís José Guimarães Falcão, ceden<strong>do</strong> o prédio para instalação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong><br />

Piauí, por cinco <strong>anos</strong>, sem ônus para a instituição recém-criada. No dia seguinte, no edifício-sede que abrigaria o novo<br />

<strong>TRT</strong>, deu-se a posse de sete <strong><strong>do</strong>s</strong> oito membros da Corte. Eram quatro magistra<strong><strong>do</strong>s</strong> de carreira, promovi<strong><strong>do</strong>s</strong> das Juntas<br />

de Conciliação e Julgamento <strong>do</strong> Piauí e Maranhão - Jesus Fernandes de Oliveira, Antonio Ernane Cacique de New York,<br />

Laércio Domiciano e Francisco Meton Marques de Lima. Na época, Jesus Fernandes e Meton Marques presidiam a 2ª e<br />

a 1ª JCJ de Teresina, respectivamente; Cacique de New York e Laércio Domiciano, por sua vez, eram juízes titulares de<br />

Juntas no Maranhão, sen<strong>do</strong> promovi<strong><strong>do</strong>s</strong> para a nova Corte <strong>do</strong> Piauí. Integrou ainda a primeira composição <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> o juiz<br />

Wellington Jim Boavista, oriun<strong>do</strong> <strong>do</strong> quinto constitucional, eleito entre integrantes da OAB-PI. Também foram empossa<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

<strong>do</strong>is Juízes Classistas, representan<strong>do</strong> os emprega<strong>do</strong>res e os trabalha<strong>do</strong>res - Bernar<strong>do</strong> Melo Filho e Iraci de Moura<br />

Fé, respectivamente. Seus suplentes foram os juízes classistas Raul Lopes Filho e Osmar Araújo. Faltava o representante<br />

<strong>do</strong> Ministério Público <strong>do</strong> Trabalho, para cujo posto seria nomea<strong>do</strong>, por ato <strong>do</strong> Presidente da República, o procura<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

trabalho Fausto Lustosa Neto, que viria a tomar posse no dia 5 de abril de 1994.<br />

Em 9 de dezembro de<br />

1992, às 18h, o arcebispo metropolitano<br />

de Teresina, Dom Miguel<br />

Fenelon Câmara, fazia a bênção<br />

<strong>do</strong> prédio. Às 20 horas, era realizada,<br />

no auditório da OAB/<br />

PI, sob a presidência <strong>do</strong> ministro<br />

Luís José Guimarães Falcão, então<br />

presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior<br />

<strong>do</strong> Trabalho, a solenidade de instalação<br />

ofi cial <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong><br />

<strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região, sen<strong>do</strong><br />

Ministro Guimarães Falcão empossa o 1º Presidente <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí, Jesus Fernandes de Oliveira<br />

empossa<strong><strong>do</strong>s</strong> os dirigentes eleitos<br />

no dia anterior para a condução <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> no perío<strong>do</strong> 1992/1994. Na ocasião, foram empossa<strong><strong>do</strong>s</strong> os juízes Jesus<br />

Fernandes de Oliveira e Wellington Jim Boavista, eleitos, respectivamente, presidente e vice-presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>.<br />

Entre os presentes à solenidade, o governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, Antonio de Almendra Freitas Neto, o prefeito de<br />

Teresina, Heráclito Fortes, arcebispo Dom Miguel Câmara, a presidente da OAB/PI, Fides Angélica, e o sena<strong>do</strong>r Lucídio<br />

Portella, além de vários ministros <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho, deputa<strong><strong>do</strong>s</strong>, magistra<strong><strong>do</strong>s</strong>, advoga<strong><strong>do</strong>s</strong>, servi<strong>do</strong>res,


Wellington Jim Boavista, Jesus Fernandes, Procura<strong>do</strong>r-geral <strong>do</strong> Trabalho João Pedro Ferraz<br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> Passos e prefeito Heráclito Fortes<br />

representantes de entidades sindicais e patronais. Instala<strong>do</strong> o <strong>TRT</strong>, assumiu<br />

a chefi a <strong>do</strong> Ministério Público <strong>do</strong> Trabalho no Piauí a procura<strong>do</strong>ra Evanna<br />

Soares, uma das maiores incentiva<strong>do</strong>ras da criação e implantação <strong>do</strong> novo<br />

tribunal.<br />

Foi uma noite de festa para o Poder Judiciário no Piauí - especialmente<br />

a Justiça <strong>do</strong> Trabalho -, para as entidades de trabalha<strong>do</strong>res e de emprega<strong>do</strong>res,<br />

para os poderes Legislativo e Executivo. Depois de uma luta de<br />

longos <strong>anos</strong>, que envolveu os mais diversos segmentos da sociedade e<br />

arregimentou o apoio das mais expressivas lideranças <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, estava,<br />

enfi m, instala<strong>do</strong> o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho <strong>do</strong> Piauí. O sonho acabava<br />

de virar realidade.<br />

Na sala de Sessão <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Pleno: Iraci de Moura Fé, Fausto Lustosa, Laércio Domiciano, Wellington Jim Boavista, Evanna Soares, Jesus Fernandes,<br />

Adelcy da Silva Rocha Costa (secretária <strong>do</strong> Pleno), Cassandra Evaristo (assistente <strong>do</strong> Pleno), Cacique de New York, Meton Marques e Bernar<strong>do</strong> Melo Filho<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

31


A instalação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região representou importante avanço em vários aspectos.<br />

Possibilitou que as questões trabalhistas no Esta<strong>do</strong> fossem resolvidas com maior rapidez e julgadas por pessoas<br />

conhece<strong>do</strong>ras da realidade <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong> e <strong><strong>do</strong>s</strong> trabalha<strong>do</strong>res locais. Além da agilidade no trâmite <strong><strong>do</strong>s</strong> processos,<br />

sua instalação permitiu o acompanhamento direto das partes e de seus advoga<strong><strong>do</strong>s</strong>, que agora não precisavam mais<br />

se deslocar a outro Esta<strong>do</strong>.<br />

Ofi cialmente desliga<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Maranhão, o <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí iniciava com um grande número de processos<br />

pendentes de julgamento. Esse enorme passivo decorreu <strong>do</strong> fato de que, ante a iminência da instalação <strong>do</strong> novo <strong>Tribunal</strong>,<br />

o <strong>TRT</strong> da 16ª Região suspendeu a distribuição <strong><strong>do</strong>s</strong> processos entre seus juízes, que foram sen<strong>do</strong> acumula<strong><strong>do</strong>s</strong> para<br />

posterior devolução a Teresina. No dia 13 de dezembro, o jornal O DIA, o mais antigo e tradicional jornal impresso <strong>do</strong><br />

Piauí, publicava a primeira entrevista <strong>do</strong> presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>, Jesus Fernandes de Oliveira. O título era: <strong>TRT</strong> abrirá com<br />

1.500 processos em pauta. “Há informações de que existem no <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Maranhão mais de mil processos.<br />

(...) não sabemos o número de processos existentes nas juntas. Talvez comecemos a atividade judicial com, pelo menos,<br />

1.500 processos”, dizia Jesus Fernandes.<br />

Ele também falava <strong><strong>do</strong>s</strong> benefícios que o <strong>TRT</strong> traria para o Piauí e apontava as perspectivas da nova realidade<br />

para a Justiça Trabalhista e para a sociedade: “A importância <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> é muito grande. E variada. É importante <strong>do</strong><br />

ponto de vista político, porque eleva o Esta<strong>do</strong> em nível <strong><strong>do</strong>s</strong> demais. Há ainda um outro aspecto relevante, que diz<br />

respeito às facilidades com que as partes e os advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> podem acompanhar os seus processos, sem a necessidade<br />

de se deslocar para a capital de outro Esta<strong>do</strong>, geralmente com imensos sacrifícios. Os trabalha<strong>do</strong>res não compareciam<br />

às sessões da 16ª Região porque não tinham condições de ir para lá. Aqui não, eles próprios podem procurar o órgão<br />

e se informar como andam os seus processos, independentemente da presença <strong><strong>do</strong>s</strong> advoga<strong><strong>do</strong>s</strong>”.<br />

Alça<strong>do</strong> à condição de primeiro presidente <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí, Jesus Fernandes enfrentou as difi culdades<br />

próprias da situação. A missão dele era, em primeiro lugar, organizar o novo <strong>Tribunal</strong> e fazê-lo funcionar. “A tarefa<br />

era difícil porque se tratava de um órgão de alta relevância, cujos primeiros passos teriam que ser fi rmes, no rumo da<br />

boa administração”, disse ele em entrevista ao Página 22 (órgão informativo <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí), edição de setembro de<br />

2007. As expectativas, porém, eram as mais positivas possíveis. Afi nal, a instalação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> abria incontáveis possibilidades<br />

para o encaminhamento – e a possível solução – <strong><strong>do</strong>s</strong> problemas envolven<strong>do</strong> patrões e emprega<strong><strong>do</strong>s</strong>. Mudava,<br />

de uma vez por todas, os paradigmas das relações de trabalho no Piauí. Para melhor, frise-se.<br />

Essas mudanças começaram na própria composição das Juntas de Conciliação e Julgamento. O provimento<br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> cargos de juiz <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> deixou vago os cargos de presidente das três Juntas de Conciliação e Julgamento existentes


Instalação da Junta de Conciliação e Julgamento de São Raimun<strong>do</strong> Nonato: Jesus Fernandes de Oliveira, prefeito Gaspar Ferreira e Juiz Manoel Edilson Car<strong><strong>do</strong>s</strong>o<br />

até então no Piauí – duas em Teresina e a de Parnaíba. A 1ª JCJ de Teresina foi provida através de pedi<strong>do</strong> de remoção<br />

pela juíza Enedina Maria Gomes <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos, que à época da instalação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> presidia a Junta de Parnaíba. Para a<br />

presidência da 2a JCJ de Teresina foi promovi<strong>do</strong> por antiguidade o juiz Arnal<strong>do</strong> Boson Paes.<br />

Em 21 de maio de 1993, foi instalada a 3ª Junta de Conciliação<br />

e Julgamento de Teresina, criada pela Lei n° 8.432/92. A<br />

juíza Liana Chaib foi promovida por merecimento para presidi-la.<br />

A JCJ de Parnaíba passou a ser presidida pelo juiz Antonio Rubens<br />

Cordeiro, promovi<strong>do</strong> ao cargo pelo critério de antiguidade. No<br />

dia 16 de setembro de 1994, o Piauí ganhava mais um órgão da<br />

Justiça <strong>do</strong> Trabalho: a Junta de Conciliação e Julgamento de São<br />

Raimun<strong>do</strong> Nonato (cidade localizada no sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, a 530 km<br />

de Teresina), criada pela lei n° 7.729, de <strong>15</strong> de janeiro de 1989. O<br />

juiz Manoel Edilson Car<strong><strong>do</strong>s</strong>o foi seu primeiro presidente mediante<br />

promoção pelo critério de merecimento. Com a abertura<br />

de novas vagas, decorrentes da aposenta<strong>do</strong>ria de juízes <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>,<br />

foram promovi<strong><strong>do</strong>s</strong> a presidentes de Juntas os juízes Giorgi Alan<br />

Macha<strong>do</strong> Araújo e Liana Ferraz de Carvalho. O juiz Giorgi Alan foi<br />

titulariza<strong>do</strong>, mediante promoção pelo critério de antiguidade, na<br />

Junta de Parnaíba. A juíza Liana Ferraz foi titularizada na Junta de<br />

São Raimun<strong>do</strong> Nonato, através de promoção por merecimento.<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

33


A criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí não apenas iniciava uma nova página na história das relações de trabalho no Esta<strong>do</strong>.<br />

Também, como bem lembrou o presidente Jesus Fernandes de Oliveira, elevava o Piauí ao “status político” das<br />

outras unidades federativas <strong>do</strong> Brasil. Essa situação nova assegurava as condições para investimentos em recursos<br />

materiais e hum<strong>anos</strong> com a fi nalidade de <strong>do</strong>tar a Justiça Trabalhista das condições para efetivamente promover justiça<br />

e levar os seus serviços a to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>.<br />

Ou seja, não bastava apenas criar o <strong>TRT</strong>; era preciso dar-lhe as condições materiais e humanas para promover<br />

a cidadania através da solução <strong><strong>do</strong>s</strong> problemas envolven<strong>do</strong> capital e trabalho. O principal problema relacionava-se à<br />

falta de órgãos de primeiro grau, haja vista que o <strong>Tribunal</strong> contava apenas com cinco Juntas de Conciliação e Julgamento,<br />

três na capital e duas no interior. O reduzi<strong>do</strong> número de Juntas decorria <strong>do</strong> fato de que os Tribunais aos quais<br />

esteve vincula<strong>do</strong> o Piauí revelaram pouco interesse na criação de novos órgãos jurisdicionais, priorizan<strong>do</strong> a criação<br />

de Juntas em seus respectivos territórios. Em face disso, o território piauiense possuía escassa área sujeita à jurisdição<br />

das Juntas, sen<strong>do</strong> sua maior parte abrangida pela jurisdição <strong><strong>do</strong>s</strong> Juízes de Direito das Comarcas, circunstância que<br />

praticamente importava na negativa <strong>do</strong> acesso à justiça.<br />

Assim é que, logo após sua instalação, o <strong>Tribunal</strong> tratou de elaborar projeto de lei de criação de novas Juntas.<br />

O primeiro anteprojeto de lei elabora<strong>do</strong> pelo <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí não contou com a receptividade <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong><br />

Trabalho. O segun<strong>do</strong> anteprojeto foi incorpora<strong>do</strong> a um projeto nacional de criação de novas unidades judiciárias em<br />

to<strong>do</strong> o Brasil. Somente em 21 de novembro de 2003, mais de dez <strong>anos</strong> após a efetiva instalação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>, o Congresso<br />

Nacional aprovava, através da Lei nº 10.770, a criação de 269 novas varas <strong>do</strong> trabalho para to<strong>do</strong> o país, sen<strong>do</strong><br />

seis novas varas para o Piauí. Tu<strong>do</strong> bem que o <strong>TRT</strong> tivesse reivindica<strong>do</strong> dez varas, mas, convenhamos, para aquele<br />

momento, seis não era um número de to<strong>do</strong> mal.<br />

Elas foram sediadas em Teresina (4ª Vara <strong>do</strong> Trabalho) e nos municípios de Piripiri, Floriano, Picos, Oeiras<br />

e Corrente. Embora criadas, só começariam a funcionar efetivamente em 2005, com exceção da unidade de Picos<br />

(instalada em agosto de 2004). Mas as novas Varas eram insufi cientes para atender to<strong>do</strong> o território <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Piauí, permanecen<strong>do</strong> dezenas de municípios sujeitos à jurisdição da Justiça Estadual. Para resolver esse problema,<br />

o <strong>TRT</strong> redefi niu a jurisdição das varas <strong>do</strong> trabalho e dispôs que os 223 municípios piauienses passariam à jurisdição<br />

plena da Justiça <strong>do</strong> Trabalho. Mas ampliadas a jurisdição e a estrutura física, com a criação das novas varas<br />

<strong>do</strong> trabalho, era preciso aumentar também o número de juízes e servi<strong>do</strong>res.<br />

Ainda em 1995 foi realiza<strong>do</strong> o I Concurso Público para provimento <strong>do</strong> cargo de Juiz <strong>do</strong> Trabalho Substituto.<br />

Aprova<strong><strong>do</strong>s</strong> no certame, foram nomea<strong><strong>do</strong>s</strong> e empossa<strong><strong>do</strong>s</strong> os primeiros juízes <strong>do</strong> trabalho substitutos seleciona-


<strong><strong>do</strong>s</strong> pelo <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí: Paulo Barbosa <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos Rocha, Loisima Barbosa Bacelar Miranda Faiad, Thânia Maria de<br />

Andrade Bastos, Basiliça Alves da Silva, Vera Lúcia Lira Silva, Tibério Freire Villar da Silva, José Carlos Vilanova Oliveira<br />

e Alba Cristina da Silva. À exceção da juíza Vera Lúcia Lira Silva, que permutou com a juíza Ana Luiza Ribeiro Bezerra<br />

para o <strong>TRT</strong> da 20ª Região (Sergipe), to<strong><strong>do</strong>s</strong> os juízes oriun<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> I Concurso continuam em atividade na Justiça <strong>do</strong><br />

Trabalho da 22ª Região, sen<strong>do</strong> to<strong><strong>do</strong>s</strong> atualmente juízes titulares de varas <strong>do</strong> trabalho.<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

35


Pouco mais de cinco <strong>anos</strong> depois da instalação<br />

<strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí, ocorriam as primeiras mudanças no<br />

quadro de juízes da Corte. Em 24 de junho de 1998, por<br />

decreto da Presidência da República, aposentaram-se<br />

voluntariamente Jesus Fernandes de Oliveira e Antônio<br />

Ernane Cacique de New, que estava, por sinal, no exercício<br />

da presidência <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> (o vice-presidente Laércio<br />

Domiciano assumiu o cargo de presidente e concluiu o<br />

mandato até dezembro de 98). Passaram a compor a 2ª<br />

instância as juízas Enedina Gomes <strong>do</strong> Santos, então titular<br />

da 1ª Junta de Conciliação e Julgamento de Teresina,<br />

e Liana Chaib, da 3ª Junta. Promovida pelo critério de<br />

antiguidade, Enedina Gomes <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos foi empossada<br />

como juíza <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> em setembro de 1998. Liana Chaib,<br />

por sua vez, promovida por merecimento, tomaria posse<br />

em junho de 2001.<br />

Com a aprovação da Emenda Constitucional<br />

nº 24, de 1999, que extinguiu a representação<br />

classista na Justiça <strong>do</strong> Trabalho, o <strong>TRT</strong> passaria<br />

então a ser composto de oito juízes toga<strong><strong>do</strong>s</strong> e<br />

vitalícios. Essa mudança abriu duas vagas no<br />

<strong>Tribunal</strong> – para ocupá-las, foram promovi<strong><strong>do</strong>s</strong>,<br />

por antiguidade e por merecimento, respectivamente,<br />

os juízes Arnal<strong>do</strong> Boson Paes, então<br />

titular da 2ª Junta de Conciliação e Julgamento<br />

de Teresina, e Manoel Edilson Car<strong><strong>do</strong>s</strong>o, da 1ª<br />

JCJ de Teresina. Foram empossa<strong><strong>do</strong>s</strong>, respectivamente,<br />

em 14 de setembro de 2001 e 7 de junho<br />

de 2002. O <strong>TRT</strong> ganharia, a partir daí, a composição<br />

que mantém até hoje.


Em 1998 o <strong>TRT</strong> realizou o segun<strong>do</strong> concurso público para servi<strong>do</strong>r, com 25 vagas disponíveis. Dois <strong>anos</strong> depois,<br />

foi realiza<strong>do</strong> o II Concurso Público para Juiz <strong>do</strong> Trabalho Substituto. Foram nomea<strong><strong>do</strong>s</strong> e empossa<strong><strong>do</strong>s</strong> então os<br />

juízes João Luiz Rocha <strong>do</strong> Nascimento, Liliana Maria Ferreira Soares Bouéres, Francílio Trindade de Carvalho, Ferdinand<br />

Gomes <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos, Gênison Cirilo Cabral, Roberto Wanderley Braga e Sylvia Helena Nunes Miranda. Deste II<br />

Concurso, deixaram a Justiça <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região, mediante permuta e remoção, respectivamente, os juízes<br />

Liliana Mara Ferreira Soares Bouéres (que está no <strong>TRT</strong> da 16ª Região) e Gênison Cirilo Cabral (no <strong>TRT</strong> da 6ª Região).<br />

O juiz Carlos Wagner Araújo Nery Cruz passou a integrar a 22ª Região mediante permuta com o juiz Manoel Joaquim<br />

Neto, que já retornou à 16ª Região, da qual era originário. Em 2005, mais um concurso para servi<strong>do</strong>r, com 86 vagas<br />

destinadas principalmente às varas <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong> interior.<br />

Em 2006, foi realiza<strong>do</strong> o III Concurso para o cargo de Juiz <strong>do</strong> Trabalho Substituto, sen<strong>do</strong> nomea<strong><strong>do</strong>s</strong> os<br />

seguintes juízes: Daniela Martins Soares Barbosa, Lea<strong>do</strong>r Macha<strong>do</strong>, André Esteves de Carvalho, Kaline Lewinter, Marcelo<br />

Rodrigues Carniato, Adriano Craveiro Neves, Nara Zoé Furta<strong>do</strong> Gomes, Alexandre Amaro Pereira, Thiago Spode,<br />

Benedita Guerra Cavalcante Paes Landim e Alessandra Duarte Antunes <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos. As nomeações e posses <strong><strong>do</strong>s</strong> novos<br />

juízes substitutos ocorreram entre outubro de 2006 e janeiro de 2007. Os juízes Lea<strong>do</strong>r Macha<strong>do</strong> e Marcelo Rodrigues<br />

Carniato não integram mais a Justiça <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região, em razão de permuta com as juízas Maria Josuíta<br />

37


Barros Macha<strong>do</strong> e Regina Coelli Batista de Moura Carvalho. O juiz Alexandre Amaro Pereira exonerou-se <strong>do</strong> cargo e<br />

hoje atua como juiz <strong>do</strong> trabalho substituto da 6ª Região. Também passou a integrar a 22ª Região a juíza substituta Ana<br />

Ligyan de Sousa L. Fortes <strong>do</strong> Rêgo, através de remoção.<br />

Posse da Juíza Sylvia Helena Nunes Miranda: da esquerda para a direita, os juízes Carlos Wagner, João Luiz Rocha <strong>do</strong> Nascimento, Tibério Villar, Francílio Trindade, Sylvia<br />

Helena, Arnal<strong>do</strong> Boson Paes, Manoel Joaquim Neto e Ferdinand Gomes <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos<br />

A partir da esquerda, os juízes Francílio Trindade, Carlos Wagner, Daniela Martins Soares Barbosa, desembarga<strong>do</strong>res Liana Chaib e Meton Marques, Sylvia Helena Nunes<br />

Miranda, Tibério Villar, Basiliça Alves da Silva, Giorgi Alan e Roberto Wanderley<br />

Kaline Lewinter, Nara Zoé Furta<strong>do</strong> e Daniela Martins, na posse<br />

das juízas Benedita Guerra Paes Landim e Alessandra Duarte<br />

Antunes (3ª e 4ª a partir da esquerda), em Janeiro de 2007<br />

André Esteves<br />

Ana Ligyan<br />

Adriano Craveiro Neves Thiago Spode Regina Coelli<br />

Maria Josuíta Barros


A criação e instalação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí acalmou os ânimos de trabalha<strong>do</strong>res e emprega<strong>do</strong>res de Teresina e das<br />

cidades <strong>do</strong> seu entorno, cobertas pelas varas <strong>do</strong> trabalho da capital. Bem ou mal, apesar de todas as difi culdades<br />

estruturais, as demandas e necessidades desses litigantes passaram a ser atendidas com mais presteza a partir<br />

de 1992. As cidades <strong>do</strong> interior, porém, em sua grande maioria, continuavam num cenário pareci<strong>do</strong> com aquele <strong>do</strong><br />

início dessa história – uma terra onde imperava a lei <strong>do</strong> mais forte.<br />

Na época de criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, estavam ofi cialmente instaladas e funcionan<strong>do</strong> duas varas <strong>do</strong> trabalho em<br />

Teresina e uma em Parnaíba, ainda denominadas de juntas de conciliação e julgamento. Depois vieram mais uma<br />

vara para a capital e a de São Raimun<strong>do</strong> Nonato. Ou seja, a grande maioria <strong><strong>do</strong>s</strong> trabalha<strong>do</strong>res piauienses continuava<br />

dependen<strong>do</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> juízes de direito das comarcas da Justiça comum para encaminhar suas pendências trabalhistas.<br />

Então presidente <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, Fausto Lustosa Neto fi rmou convênio com o <strong>Tribunal</strong> de Justiça, que permitiu ao juiz João<br />

Luiz Rocha <strong>do</strong> Nascimento e a uma equipe de servi<strong>do</strong>res da Justiça <strong>do</strong> Trabalho realizar audiências em Picos, com o<br />

apoio <strong>do</strong> então juiz da cidade, Edval<strong>do</strong> Moura.<br />

39


Esse quadro começou a mudar com a sanção da Lei nº 10.770, em<br />

21 de novembro de 2003, que criou 269 novas varas <strong>do</strong> trabalho em to<strong>do</strong> o<br />

país. A Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí, que havia reivindica<strong>do</strong> dez varas, fi cou<br />

com seis – uma para a capital e as outras cinco distribuídas para os municípios<br />

de Piripiri, Floriano, Picos, Oeiras e Corrente. Apesar <strong>do</strong> número<br />

reduzi<strong>do</strong> de unidades judiciárias destinadas ao Piauí, frente à enorme demanda<br />

reprimida, não há dúvida de que as novas varas contribuiriam para<br />

uma evolução signifi cativa na prestação jurisdicional em to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>.<br />

A instalação das novas varas no interior iniciou efetivamente o<br />

processo de interiorização da Justiça Trabalhista no Piauí. Ampliou signifi -<br />

cativamente a cobertura da Justiça <strong>do</strong> Trabalho e permitiu a mais gente,<br />

especialmente ao cidadão comum, o acesso a ela com mais facilidade e<br />

menos custos. Também passaram a servir de instrumento valioso na luta<br />

contra o trabalho escravo, daí terem si<strong>do</strong> instaladas nas regiões onde essa<br />

iniqüidade era mais freqüente.<br />

Outro passo importante para ampliar a atuação da Justiça <strong>do</strong><br />

Trabalho e aperfeiçoar a prestação jurisdicional foi da<strong>do</strong> em 2005, com a<br />

instituição da Justiça <strong>do</strong> Trabalho Itinerante. Inspiraram sua implantação<br />

a necessidade de democratizar a justiça, a priorização <strong>do</strong> atendimento<br />

das comunidades mais distantes e o compromisso de propiciar o acesso<br />

real e efetivo à justiça, permitin<strong>do</strong> que os trabalha<strong>do</strong>res, assim como os<br />

advoga<strong><strong>do</strong>s</strong>, evitem despesas com deslocamentos para obterem a solução<br />

de suas demandas. A Justiça Itinerante veio para aproximar a Justiça <strong>do</strong><br />

cidadão, já que há milhares de pessoas que não podem se locomover<br />

até a capital ou à Vara mais próxima, em decorrência das grandes distâncias<br />

que teriam que percorrer para formular suas pretensões e comparecerem<br />

às audiências.<br />

O papel da Justiça de produzir transformações sociais pela aplicação<br />

da lei passava a ser cumpri<strong>do</strong> com mais efetividade e agilidade e<br />

com maior abrangência, como preconizava a Emenda Constitucional nº 45,<br />

de 2004 (veja texto na página ao la<strong>do</strong>).


A Nova Justiça <strong>do</strong> Trabalho<br />

Arnal<strong>do</strong> Boson Paes<br />

Desembarga<strong>do</strong>r-Presidente <strong>do</strong> <strong>TRT</strong><br />

Quan<strong>do</strong> entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 45 - alteran<strong>do</strong> o Art. 114 da Constituição Federal de 1988 - que<br />

traz grandes modifi cações nas ações que até então eram julgadas pela Justiça Trabalhista, nasceu uma nova Justiça <strong>do</strong> Trabalho.<br />

Com novas competências, a Justiça <strong>do</strong> Trabalho se tornou muito mais forte, muito mais abrangente, deixan<strong>do</strong> de ser a justiça <strong>do</strong><br />

emprego, exclusiva da relação entre emprega<strong>do</strong> e emprega<strong>do</strong>r, para ser a justiça de to<strong>do</strong> e qualquer trabalho, sofren<strong>do</strong> a maior<br />

transformação de sua história.<br />

Com o novo art. 114 da Constituição, cabe-lhe agora julgar as ações oriundas da relação de trabalho; os confl itos <strong><strong>do</strong>s</strong><br />

servi<strong>do</strong>res com a administração pública, ressalva<strong><strong>do</strong>s</strong> apenas os sujeitos a regime especial; as ações provenientes <strong>do</strong> exercício <strong>do</strong><br />

direito de greve; os litígios sobre representação sindical; os manda<strong><strong>do</strong>s</strong> de segurança, habeas corpus e habeas data em matéria<br />

trabalhista; as ações de indenização por dano moral ou patrimonial que provenha de relação de trabalho; ações relativas às penalidades<br />

administrativas impostas aos emprega<strong>do</strong>res pelos órgãos de fi scalização <strong>do</strong> trabalho; os litígios que tenham origem<br />

no cumprimento de seus próprios atos e sentenças; e os dissídios coletivos de natureza econômica.<br />

Quan<strong>do</strong> foi criada a Justiça <strong>do</strong> Trabalho, na década de 40, quase to<strong><strong>do</strong>s</strong> os trabalha<strong>do</strong>res mantinham relação de emprego<br />

regulada pela CLT (Consolidação das Leis <strong>do</strong> Trabalho). Hoje, no entanto, cerca de 50% da mão-de-obra, 40 milhões de brasileiros,<br />

trabalham sem qualquer vínculo formal de emprego, sujeitan<strong>do</strong>-se a novos modelos de trabalho, precários, informais, eventuais, temporários,<br />

autônomos. Embora profundas tenham si<strong>do</strong> as mudanças nas formas de prestação de serviços, a Justiça <strong>do</strong> Trabalho continuou<br />

julgan<strong>do</strong> apenas as questões próprias <strong>do</strong> regime de emprego, resultan<strong>do</strong> um quadro para<strong>do</strong>xal em que confl itos trabalhistas<br />

típicos escapavam à órbita da jurisdição especializada trabalhista.<br />

Aprovada a Reforma <strong>do</strong> Judiciário, o quadro atual de competência entre os diversos ramos da justiça sofreu profunda alteração,<br />

permitin<strong>do</strong> aos 40 milhões de trabalha<strong>do</strong>res não emprega<strong><strong>do</strong>s</strong> e os respectivos toma<strong>do</strong>res de serviços a via da Justiça <strong>do</strong> Trabalho<br />

para a solução <strong><strong>do</strong>s</strong> seus confl itos. Como conseqüência, a Justiça <strong>do</strong> Trabalho passa a ser o segmento <strong>do</strong> Poder Judiciário responsável<br />

pela análise de to<strong><strong>do</strong>s</strong> os confl itos decorrentes da relação de trabalho, subordinada ou não, envolven<strong>do</strong> toda lide advinda <strong><strong>do</strong>s</strong> contratos<br />

de atividade em geral, civis ou mercantis. Os litígios não serão resolvi<strong><strong>do</strong>s</strong> à luz da CLT, mas sim <strong>do</strong> Direito Civil.<br />

Com a utilização <strong><strong>do</strong>s</strong> princípios e singularidades <strong><strong>do</strong>s</strong> procedimentos trabalhistas, essas questões serão resolvidas com<br />

rapidez, efetividade e a baixo custo, liberan<strong>do</strong> milhões de demandas reprimidas, propician<strong>do</strong> ao trabalha<strong>do</strong>r e ao toma<strong>do</strong>r<br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> serviços um verdadeiro acesso à justiça. A Justiça <strong>do</strong> Trabalho está mais aparelhada para julgar os referi<strong><strong>do</strong>s</strong> casos e a sua<br />

especialidade é o trabalho humano e não apenas o emprego. As novas competências agora criadas trazem questões complexas<br />

e difíceis, que exigirão tempo e refl exão. É aceitan<strong>do</strong> e vencen<strong>do</strong> os desafi os que conferimos senti<strong>do</strong> à vida. Os horizontes<br />

alarga<strong><strong>do</strong>s</strong> das novas competências constituem imensos desafi os, mas os juízes trabalhistas e os trabalha<strong>do</strong>res estão ávi<strong><strong>do</strong>s</strong> e<br />

prepara<strong><strong>do</strong>s</strong> para cumpri-los.<br />

Posse <strong>do</strong> desembarga<strong>do</strong>r Arnal<strong>do</strong> Boson na presidência <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, em 7 de dezembro de 2006. Entre as autoridades, o prefeito de Teresina,<br />

Sílvio Mendes, presidente da Assembléia Legislativa, Themístocles Filho, procura<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Trabalho José Wellington, governa<strong>do</strong>r Wellington<br />

Dias e presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> de Justiça, Luiz Fortes <strong>do</strong> Rêgo<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

41


Aproximar a Justiça <strong>do</strong> cidadão e melhorar a efi cácia da prestação jurisdicional, aliás, têm si<strong>do</strong> as razões<br />

centrais de uma série de medidas a<strong>do</strong>tadas no <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí nos últimos <strong>anos</strong>. Em junho passa<strong>do</strong>, o Pleno <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong><br />

aprovou resolução instituin<strong>do</strong> o zoneamento da jurisdição territorial da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí. O ato, que resultou<br />

no deslocamento de juízes da capital para as varas <strong>do</strong> interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, dividiu a jurisdição <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí em<br />

quatro sub-regiões. Na prática, a medida aumentou o número de juízes <strong>do</strong> trabalho atuan<strong>do</strong> nas varas <strong>do</strong> interior. Isso<br />

signifi ca mais audiências realizadas, mais rapidez na tramitação <strong><strong>do</strong>s</strong> processos e, por fi m, uma atuação mais efi caz da<br />

Justiça <strong>do</strong> Trabalho nas cidades mais distantes da capital.<br />

Mapa da Jurisdição da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

TERESINA<br />

PARNAÍBA<br />

SÃO RAIMUNDO NONATO<br />

PICOS<br />

CORRENTE<br />

PIRIPIRI<br />

FLORIANO<br />

OEIRAS


TERESINA: o respectivo município e os de Água Branca, Agricolândia, Alto Longá, Altos, Angical <strong>do</strong> Piauí,<br />

Assunção <strong>do</strong> Piauí, Barras, Barro Duro, Beneditinos, Boa Hora, Buriti <strong><strong>do</strong>s</strong> Montes, Cabeceiras <strong>do</strong> Piauí, Campo Maior,<br />

Castelo <strong>do</strong> Piauí, Coivaras, Curralinho, Demerval Lobão, Elesbão Veloso, Hugo Napoleão, Jatobá <strong>do</strong> Piauí, José de<br />

Freitas, Juazeiro <strong>do</strong> Piauí, Lagoa Alegre, Lagoa <strong>do</strong> Piauí, Lagoinha <strong>do</strong> Piauí, Miguel Alves, Miguel Leão, Monsenhor Gil,<br />

Nossa Senhora <strong><strong>do</strong>s</strong> Remédios, Novo Santo Antônio, Olho d’Água <strong>do</strong> Piauí, Palmeirais, Passagem Franca, Pau d’Arco <strong>do</strong><br />

Piauí, Porto, Prata <strong>do</strong> Piauí, Santa Cruz <strong><strong>do</strong>s</strong> Milagres, Santo Antônio <strong><strong>do</strong>s</strong> Milagres, São Felix <strong>do</strong> Piauí, São Gonçalo, São<br />

João da Serra, São Miguel da Baixa Grande, São Miguel <strong>do</strong> Tapuio, São Pedro <strong>do</strong> Piauí, Sigefre<strong>do</strong> Pacheco e União.<br />

Total = 47 municípios<br />

PARNAÍBA: o respectivo município e os de Bom Princípio <strong>do</strong> Piauí, Buriti <strong><strong>do</strong>s</strong> Lopes, Cajueiro da Praia, Carnaúbas<br />

<strong>do</strong> Piauí, Caxingó, Cocal, Cocal <strong><strong>do</strong>s</strong> Alves, Ilha Grande, Joaquim Pires, Joca Marques, Luiz Correia, Luzilândia,<br />

Madeiro e Murici <strong><strong>do</strong>s</strong> Portelas.<br />

Total = <strong>15</strong> municípios<br />

SÃO RAIMUNDO NONATO: o respectivo município e os de Anísio de Abreu, Bonfi m <strong>do</strong> Piauí, Brejo <strong>do</strong> Piauí,<br />

Campo Alegre <strong>do</strong> Fidalgo, Canto <strong>do</strong> Buriti, Capitão Gervásio Oliveira, Caracol, Coronel José Dias, Dirceu Arcoverde, Dom<br />

Inocêncio, Fartura <strong>do</strong> Piauí, Guaribas, João Costa, Jurema, Lagoa <strong>do</strong> Barro <strong>do</strong> Piauí, Nova Santa Rita, Pedro Laurentino,<br />

Ribeira <strong>do</strong> Piauí, São Braz <strong>do</strong> Piauí, São João <strong>do</strong> Piauí, São Lourenço, Tamboril <strong>do</strong> Piauí e Várzea Branca.<br />

Total = 24 municípios<br />

PICOS: o respectivo município e os de Acauã, Alagoinha <strong>do</strong> Piauí, Alegrete <strong>do</strong> Piauí, Aroazes, Aroeiras <strong>do</strong> Itaim,<br />

Belém <strong>do</strong> Piauí, Betânia <strong>do</strong> Piauí, Bocaina, Caldeirão Grande <strong>do</strong> Piauí, Campo Grande <strong>do</strong> Piauí, Caridade <strong>do</strong> Piauí, Curral<br />

Novo <strong>do</strong> Piauí, Dom Expedito Lopes, Francisco Mace<strong>do</strong>, Francisco Santos, Fronteiras, Geminiano, Inhuma, Ipiranga <strong>do</strong><br />

Piauí, Itainópolis, Jacobina <strong>do</strong> Piauí, Jaicós, Lagoa <strong>do</strong> Sítio, Marcolândia, Massapé <strong>do</strong> Piauí, Monsenhor Hipólito, Novo Oriente<br />

<strong>do</strong> Piauí, Padre Marcos, Paquetá, Patos <strong>do</strong> Piauí, Paulistana, Pimenteiras, Pio IX, Queimada Nova, Santana <strong>do</strong> Piauí,<br />

Santo Antônio de Lisboa, São João da Canabrava, São José <strong>do</strong> Piauí, São Julião, São Luís <strong>do</strong> Piauí, Simões, Sussuarana,<br />

Valença <strong>do</strong> Piauí, Vera Mendes e Vila Nova <strong>do</strong> Piauí.<br />

Total = 46 municípios<br />

CORRENTE: o respectivo município e os de Alvorada <strong>do</strong> Gurguéia, Avelino Lopes, Barreiras <strong>do</strong> Piauí, Bom<br />

Jesus, Colônia <strong>do</strong> Gurguéia, Cristalândia, Cristino Castro, Curimatá, Currais, Gilbués, Júlio Borges, Monte Alegre <strong>do</strong> Piauí,<br />

Morro Cabeça no Tempo, Palmeiras <strong>do</strong> Piauí, Parnaguá, Redenção <strong>do</strong> Gurguéia, Riacho Frio, São Gonçalo <strong>do</strong> Gurguéia,<br />

Santa Filomena, Santa Luz e Sebastião Barros.<br />

Total = 22 municípios<br />

PIRIPIRI: o respectivo município e os de Batalha, Boqueirão, Brasileira, Campo Largo <strong>do</strong> Piauí, Capitão<br />

de Campos, Cocal de Telha, Domingos Mourão, Esperantina, Lagoa de São Francisco, Matias Olímpio, Milton<br />

Brandão, Morro <strong>do</strong> Chapéu, Nossa Senhora de Nazaré, Pedro II, Piracuruca, São João da Fronteira, São João <strong>do</strong><br />

Arraial e São José <strong>do</strong> Divino.<br />

Total = 19 municípios<br />

FLORIANO: o respectivo município e os de Amarante, Antônio Almeida, Arraial, Baixa Grande <strong>do</strong> Ribeiro, Bertolínea,<br />

Canavieira, Eliseu Martins, Francisco Ayres, Flores <strong>do</strong> Piauí, Itaueiras, Guadalupe, Jardim <strong>do</strong> Mulato, Jerumenha,<br />

Landri Sales, Manoel Emídio, Marcos Parente, Nazaré <strong>do</strong> Piauí, Pajeú <strong>do</strong> Piauí, Pavassu, Porto Alegre <strong>do</strong> Piauí, Regeneração,<br />

Ribeiro Gonçalves, Rio Grande <strong>do</strong> Piauí, São José <strong>do</strong> Peixe, Sebastião Leal e Uruçuí.<br />

Total = 27 municípios<br />

OEIRAS: o respectivo município e os de Barra d’Alcântara, Bela Vista <strong>do</strong> Piauí, Cajazeiras <strong>do</strong> Piauí, Campinas <strong>do</strong><br />

Piauí, Colônia <strong>do</strong> Piauí, Conceição <strong>do</strong> Canindé, Floresta <strong>do</strong> Piauí, Francinópolis, Isaías Coelho, Paes Landim, Santa Cruz<br />

<strong>do</strong> Piauí, Santa Rosa <strong>do</strong> Piauí, Santo Inácio <strong>do</strong> Piauí, São João da Varjota, São Francisco de Assis <strong>do</strong> Piauí, São Francisco<br />

<strong>do</strong> Piauí, São Miguel <strong>do</strong> Fidalgo, Simplício Mendes, Socorro <strong>do</strong> Piauí, Tanque <strong>do</strong> Piauí, Várzea Grande e Wall Ferraz.<br />

Total = 23 municípios<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

43


A<br />

situação atual da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí permite duas leituras – uma positiva, outra negativa, ambas partin<strong>do</strong>-se<br />

<strong>do</strong> mesmo ponto referencial. A positiva: com 11 varas <strong>do</strong> trabalho funcionan<strong>do</strong> a pleno vapor, satisfatoriamente<br />

equipadas e informatizadas, estamos bem melhores, evidentemente, <strong>do</strong> que estávamos há <strong>15</strong> <strong>anos</strong>; a negativa:<br />

com apenas 11 varas <strong>do</strong> trabalho, embora funcionan<strong>do</strong> a pleno vapor e satisfatoriamente equipadas e informatizadas,<br />

ainda estamos longe, reconheçamos, das condições ideais para oferecer a justiça que a sociedade precisa e merece.<br />

Escolha a sua leitura...<br />

Desembarga<strong>do</strong>r Manoel Edilson, consultor Marcos Castro, presidente <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, Arnal<strong>do</strong> Boson Paes, ministro Humberto Martins, Adriano Venceslau e Ivan Bonifácio,<br />

no seminário de lançamento <strong>do</strong> PEP<br />

A visão atual <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> é buscar no passa<strong>do</strong> os referenciais para fazer a Justiça <strong>do</strong> Trabalho <strong>do</strong> Piauí crescer<br />

mais. Para isso, estão em execução projetos que pretendem dar mais rapidez e efetividade à Justiça Trabalhista, além<br />

de torná-la mais acessível ao cidadão. Entre eles, estão o Planejamento Estratégico e Participativo (PEP) e o Planejamento<br />

Estratégico da Tecnologia da Informação (PETI). O primeiro é um conjunto de medidas administrativas<br />

e ações estratégicas que vão ser implantadas e executadas pelo <strong>Tribunal</strong> e pelas varas <strong>do</strong> trabalho para melhorar<br />

a prestação jurisdicional. O projeto foi apresenta<strong>do</strong> aos servi<strong>do</strong>res durante seminário realiza<strong>do</strong> em agosto, ten<strong>do</strong><br />

como principal palestrante o ministro Humberto Martins, <strong>do</strong> Superior <strong>Tribunal</strong> de Justiça. Está em implantação,<br />

com atividades de mobilização e sensibilização <strong><strong>do</strong>s</strong> servi<strong>do</strong>res. O <strong>TRT</strong>, frise-se, é a primeira instituição pública <strong>do</strong><br />

Piauí a instituir o seu planejamento estratégico. O projeto de informática, por sua vez, vai <strong>do</strong>tar a Justiça Trabalhista


<strong>do</strong> Piauí das ferramentas mais modernas na<br />

área de tecnologia da informação, com a interligação<br />

das varas <strong>do</strong> trabalho e a automatização<br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> procedimentos. É desenvolvi<strong>do</strong><br />

pela equipe <strong>do</strong> Setor de Informática (Sinf).<br />

Ao fi nal <strong>do</strong> processo, teremos o que já se<br />

chama de justiça sem papel – os procedimentos<br />

serão to<strong><strong>do</strong>s</strong> realiza<strong><strong>do</strong>s</strong> com agilidade,<br />

efi cácia e menos custos.<br />

O <strong>TRT</strong> também trabalha com a perspectiva<br />

de ampliação <strong><strong>do</strong>s</strong> números de varas<br />

<strong>do</strong> trabalho e das vagas de desembarga<strong>do</strong>r.<br />

Está no CSJT (Conselho Superior da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho) um anteprojeto de lei propon<strong>do</strong><br />

a criação de oito novas varas <strong>do</strong> trabalho no<br />

Piauí - três para Teresina e uma para as cidades<br />

de Uruçuí, Bom Jesus, Valença, Campo<br />

Maior e Esperantina. A proposta se sustenta<br />

num estu<strong>do</strong> de mais de 500 páginas sobre a<br />

realidade sócio-econômica <strong>do</strong> Piauí, elabora<strong>do</strong><br />

por uma comissão técnica criada especialmente<br />

para este fi m. Trata-se de um completo diagnóstico da realidade atual, das necessidades e perspectivas da Justiça<br />

Trabalhista no Esta<strong>do</strong>. A situação ainda é delicada: o <strong>do</strong>cumento revela que há municípios que fi cam distantes quase 400<br />

quilômetros das sedes das varas <strong>do</strong> trabalho. Não é, evidentemente, a mesma coisa de quan<strong>do</strong> a Justiça Trabalhista <strong>do</strong><br />

Piauí dependia <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Ceará ou <strong>do</strong> Maranhão. Mas não deixa de nos lembrar aquela situação.<br />

A comissão <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> de criação das novas varas; na foto ao la<strong>do</strong>, o secretário-geral da Presidência, Éfren Paulo Cordão, e a<br />

diretora-geral <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, Ayla Cristina de Melo Gomes<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

45


Um outro da<strong>do</strong> a subsidiar o estu<strong>do</strong> que aponta a necessidade de novas varas <strong>do</strong> trabalho no Piaui é a crescente<br />

demanda pelos serviços da Justiça <strong>do</strong> Trabalho em to<strong><strong>do</strong>s</strong> os cantos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Os números da movimentação processual<br />

no <strong>TRT</strong> e nas varas <strong>do</strong> trabalho confi rmam essa assertiva. De 1993 para cá, quase <strong>do</strong>brou o número de processos na<br />

2ª Instância. Na 1ª Instância, o crescimento foi maior: o ano de 2007 deve fechar com o <strong>do</strong>bro de processos recebi<strong><strong>do</strong>s</strong>,<br />

em comparação com o primeiro ano de funcionamento <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>.<br />

O Pleno <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>: número de processos recebi<strong><strong>do</strong>s</strong> na 2ª Instância tem cresci<strong>do</strong> acentuadamente<br />

VARAS DO TRABALHO - PROCESSOS RECEBIDOS<br />

DE 1993 A 2007 (até 26/11)<br />

<strong>TRT</strong><br />

PROCESSOS RECEBIDOS DE 1993 A 2007<br />

(até 26/11)<br />

ANO 2ª INST.<br />

1993 3.006<br />

1994 2.718<br />

1995 2.2<strong>15</strong><br />

1996 2.321<br />

1997 3.0<strong>15</strong><br />

1998 3.041<br />

1999 3.324<br />

2000 2.483<br />

2001 3.797<br />

2002 2.096<br />

2003 2.502<br />

2004 2.620<br />

2005 4.097<br />

2006 5.287<br />

2007 (até 26/11) 4.970<br />

TOTAL 47.492<br />

ANO 1ª VT 2ª VT 3ª VT 4ª VT PARNAÍBA SRNONATO PICOS CORRENTE FLORIANO PIRIPIRI OEIRAS<br />

TOTAL<br />

POR ANO<br />

1993 1.898 1.897 1.562 366 5.723<br />

1994 1.198 1.198 1.198 411 410 4.4<strong>15</strong><br />

1995 1.0<strong>15</strong> 1.012 1.0<strong>15</strong> 400 218 3.660<br />

1996 1.254 1.254 1.256 339 92 4.195<br />

1997 1.577 1.586 1.591 856 584 6.194<br />

1998 1.932 1.967 1.877 877 335 6.988<br />

1999 1.574 1.576 1.572 617 226 5.565<br />

2000 1.757 1.745 1.753 666 133 6.054<br />

2001 1.854 1.859 1.857 695 407 6.672<br />

2002 1.590 1.571 1.588 475 216 5.440<br />

2003 1.706 1.679 1.679 650 262 5.976<br />

2004 1.665 1.716 1.725 823 343 258 6.530<br />

2005 1.396 1.455 1.464 913 1.286 1.029 768 764 286 302 9.663<br />

2006 1.230 1.242 1.282 1.244 913 516 798 497 1.160 1.200 745 10.827<br />

2007 (até 26/11) 1.250 1.221 1.252 1.221 888 512 1.0<strong>15</strong> 1.011 841 568 437 10.216<br />

TOTAL POR VARA 22.896 22.978 22.671 3.378 10.262 5.283 2.839 2.272 2.287 2.070 1.182 98.118


Outro anteprojeto de lei, também em tramitação no CSJT, prevê a ampliação <strong>do</strong> número de desembarga<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> <strong>TRT</strong>. A meta é passar <strong><strong>do</strong>s</strong> atuais oito para 12 desembarga<strong>do</strong>res. A idéia foi lançada ainda em 2006. Vale citar também<br />

a construção da futura sede <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>. Trata-se de um edifício de 18 mil metros quadra<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> das condições<br />

físicas ideais para abrigar o <strong>Tribunal</strong> e os principais setores da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí, hoje distribuí<strong><strong>do</strong>s</strong> em<br />

quatro prédios diferentes.<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

47


Desde Jesus Fernandes de Oliveira, o primeiro presidente, o <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí teve nove presidentes. Cada um a seu<br />

mo<strong>do</strong> deu sua contribuição para o desenvolvimento da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Esta<strong>do</strong>, seja com obra física,<br />

visível, seja com obra que fi ca apenas no papel, mas se perpetua nas ações de cada magistra<strong>do</strong> ou servi<strong>do</strong>r. Veja quem<br />

foram eles:<br />

Jesus Fernandes de Oliveira – 1992/94<br />

Cearense de Fortaleza, ex-procura<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará, era o titular da 2ª Junta de Conciliação<br />

e Julgamento de Teresina quan<strong>do</strong> o <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí foi desmembra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão. Naquela época, os<br />

magistra<strong><strong>do</strong>s</strong> podiam optar por permanecer no <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Maranhão ou fi car em defi nitivo no novo <strong>TRT</strong>.<br />

Ele decidiu-se pela segunda opção e foi eleito primeiro presidente <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> que acabava de nascer.<br />

Além da instalação da 3ª JCJ de Teresina e da JCJ de São Raimun<strong>do</strong> Nonato, na gestão de Jesus Fernandes<br />

de Oliveira, que se estendeu até dezembro de 1994, foi executada a reforma e ampliação <strong>do</strong> Fórum Osmun<strong>do</strong><br />

Pontes. Ele também deu os primeiros passos na informatização <strong>do</strong> Fórum e <strong>do</strong> prédio-sede <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>. O principal<br />

lega<strong>do</strong> de Jesus Fernandes, no entanto, foi a organização administrativa <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> recém-instala<strong>do</strong>. Hoje, reside em<br />

Fortaleza, para onde voltou depois da aposenta<strong>do</strong>ria. Continua na atividade jurídica, agora como advoga<strong>do</strong>.<br />

Wellington Jim Boavista – 1994/96<br />

Em dezembro de 1994 tomava posse na presidência <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> o juiz Wellington Jim Boavista. Ele<br />

era o vice-presidente nos <strong>do</strong>is <strong>anos</strong> anteriores. Advoga<strong>do</strong> por formação, com longa carreira jurídica<br />

na advocacia pública e privada, Jim Boavista chegara ao <strong>TRT</strong> na vaga destinada ao quinto constitucional<br />

da Ordem <strong><strong>do</strong>s</strong> Advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> Brasil, provida por advoga<strong>do</strong> com reputação ilibada, notável saber<br />

jurídico e com mais de dez <strong>anos</strong> de exercício da advocacia. Na gestão dele, foi adquiri<strong>do</strong> o edifício<br />

para abrigar a sede própria <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>, um prédio de seis andares na rua 24 de Janeiro, centro de Teresina,<br />

onde funciona até hoje. Diferentemente das instalações improvisadas da primeira sede, o novo prédio dispõe<br />

de estrutura física mais adequada para o funcionamento <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>. É o Decano <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>.<br />

Antonio Cacique de New York – 1996/Junho de 98<br />

Terceiro presidente <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí, Antonio Ernane Cacique de New York assumiu em dezembro<br />

de 1996, fi can<strong>do</strong> no cargo até junho de 1998, quan<strong>do</strong> se aposentou. Na gestão anterior, ocupava o cargo<br />

de vice-presidente. Além de dar prosseguimento às atividades destinadas a conferir adequada estrutura<br />

administrativa ao <strong>Tribunal</strong>, fortaleceu as atividades judiciais, principalmente a atuação das varas <strong>do</strong> tra-


alho. Adquiriu o imóvel onde funciona hoje a Fazendinha - prédio que abriga os setores de Pessoal, de Orçamento<br />

e Finanças, dentre outros. Enfrentou o maior gargalo da Justiça <strong>do</strong> Trabalho - a falta de efetividade de suas decisões,<br />

instituin<strong>do</strong> a Central de Execução Integrada, órgão que centralizou e dinamizou as execuções trabalhistas. Objetivan<strong>do</strong><br />

alcançar a efetividade das decisões judiciais, reunia-se assiduamente com os juízes para defi nir estratégias para<br />

resolução <strong>do</strong> passivo das execuções. Aposentou-se e hoje é advoga<strong>do</strong> no Maranhão.<br />

Laércio Domiciano – Junho a dezembro de 1998<br />

Com a aposenta<strong>do</strong>ria de Cacique de New York, assumiu a presidência <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> o então vice-presidente<br />

Laércio Domiciano. Paulista de Jundiaí, chegou ao Piauí depois de aprova<strong>do</strong> no concurso público<br />

para juiz substituto da 16ª Região, em maio de 1990, ter assumi<strong>do</strong> titularidade de Junta no Maranhão e<br />

após ter si<strong>do</strong> promovi<strong>do</strong> para a Corte da 22ª Região. Ficou seis meses no cargo e sua administração buscou<br />

fortalecer o quadro de pessoal <strong>do</strong> próprio <strong>Tribunal</strong>. Além de garantir a lotação <strong><strong>do</strong>s</strong> servi<strong>do</strong>res no próprio<br />

órgão de origem, assegurou o fortalecimento das ações administrativas já iniciadas por seus antecessores.<br />

Francisco Meton Marques de Lima – 1998/2000<br />

Principal artífi ce da criação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>do</strong> Piauí, Francisco Meton Marques de Lima assumiu a<br />

presidência <strong>do</strong> órgão em dezembro de 1998. Por ironia <strong>do</strong> destino, enfrentou a ameaça de extinção <strong>do</strong><br />

mesmo <strong>TRT</strong> – no bojo de uma campanha contra a Justiça <strong>do</strong> Trabalho, desencadeada em nível nacional,<br />

o <strong>Tribunal</strong> <strong>do</strong> Piauí era o primeiro da lista para ser desativa<strong>do</strong>. Mas fi cou só na ameaça mesmo. Meton<br />

Marques implantou o sistema <strong><strong>do</strong>s</strong> processos sumaríssimos na Distribuição <strong>do</strong> Fórum e elaborou o projeto<br />

de criação de seis novas Varas <strong>do</strong> Trabalho, aprova<strong>do</strong> pelo Pleno <strong>do</strong> TST e converti<strong>do</strong> em lei pelo Congresso<br />

Nacional. Reconstruiu a sede da Vara de São Raimun<strong>do</strong> Nonato, construiu o auditório <strong>do</strong> Fórum Osmun<strong>do</strong> Pontes<br />

e fez o projeto da sede defi nitiva <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>. Na gestão dele, também foi realiza<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> concurso para juiz.<br />

Fausto Lustosa Neto – 2000/2002<br />

Fausto Lustosa Neto chegou ao <strong>TRT</strong> na vaga reservada aos membros <strong>do</strong> Ministério Público <strong>do</strong><br />

Trabalho. Entre suas realizações mais destacadas estão a formalização de parceria entre o <strong>TRT</strong> e a Caixa<br />

Econômica Federal, pela qual esta cedia ao <strong>Tribunal</strong> um prédio de seis andares para abrigar setores da<br />

atividade-meio, a realização de <strong>do</strong>is grandes eventos: o IX Ciclo de Debates Sobre Informatização da<br />

Justiça <strong>do</strong> Trabalho, em maio de 2002, e o I Congresso de Direito Constitucional <strong>do</strong> Trabalho, em parceria<br />

com a Amatra XXII, em dezembro <strong>do</strong> mesmo ano. Fausto também ampliou a rede de informática <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> e<br />

iniciou o processo de interiorização da Justiça <strong>do</strong> Trabalho. Também criou e implantou o Memorial da Justiça <strong>do</strong><br />

Trabalho da 22ª Região.<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

49


Enedina Maria Gomes <strong><strong>do</strong>s</strong> Santos (2002-2004)<br />

Enedina Gomes <strong>do</strong> Santos foi a primeira mulher a presidir o <strong>TRT</strong>. Implantou as licitações por<br />

pregão eletrônico e criou o Diário da Justiça <strong>do</strong> Trabalho. Dan<strong>do</strong> seqüência à política de parcerias, fi rmou<br />

convênios com o Banco <strong>do</strong> Brasil e a Caixa Econômica Federal, que possibilitaram investimentos em tecnologia,<br />

possibilitan<strong>do</strong> a interligação de todas as varas <strong>do</strong> trabalho no interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Criou a Ouvi<strong>do</strong>ria<br />

e o Serviço de Atendimento ao Jurisdiciona<strong>do</strong>, bem como realizou correição extraordinária na varas da<br />

capital. Reformou o Fórum Osmun<strong>do</strong> Pontes e instalou a Vara de Picos.<br />

Liana Chaib – 2004/2006<br />

Liana Chaib implantou a Ouvi<strong>do</strong>ria, o Sistema Push e a Central de Manda<strong><strong>do</strong>s</strong>. Colocou em prática<br />

a Justiça <strong>do</strong> Trabalho Itinerante, que veio ampliar as áreas de atuação nas regiões mais distantes da<br />

capital. Sua maior realização foi a interiorização da Justiça <strong>do</strong> Trabalho através da instalação das varas<br />

de Corrente, Piripiri, Floriano e Oeiras e também da instalação da 4ª Vara <strong>do</strong> Trabalho de Teresina. Em<br />

sua gestão foi aprova<strong>do</strong> pelo Pleno o anteprojeto de lei de ampliação <strong>do</strong> número de desembarga<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> <strong>TRT</strong> de oito para 12 membros. Também lançou a pedra fundamental <strong>do</strong> edifício-sede <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, a ser ergui<strong>do</strong> na<br />

Avenida João XXIII.<br />

Arnal<strong>do</strong> Boson Paes – 2006/2008<br />

Arnal<strong>do</strong> Boson Paes é o nono presidente <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> <strong>do</strong> Piauí, ten<strong>do</strong> como vice-presidente o Desembarga<strong>do</strong>r<br />

Manoel Edilson Car<strong><strong>do</strong>s</strong>o, que atua também como Correge<strong>do</strong>r <strong>Regional</strong>. Sua gestão é marcada<br />

pelo incentivo à conciliação. Está implantan<strong>do</strong> o PEP (Planejamento Estratégico e Participativo) e o PETI<br />

(Planejamento Estratégico da Tecnologia da Informação). Na área de informática, implantou novo sistema<br />

de acompanhamento processual no <strong>Tribunal</strong> e está construin<strong>do</strong> a infra-estrutura da rede de lógica. Com<br />

aprovação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Pleno, criou a Escola Judicial e de Administração Judiciária e duas Turmas de julgamento,<br />

permitin<strong>do</strong> com esta última medida multiplicar a capacidade de atuação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, que agora conta com três órgãos de<br />

julgamento (o Pleno e duas Turmas). Construiu a sede-própria da vara <strong>do</strong> trabalho de Picos e encaminhou ao CSJT o<br />

anteprojeto de criação de oito novas varas <strong>do</strong> trabalho para o Piauí.


Wellington Barroso Dias de Araújo,<br />

Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Piauí<br />

“E<br />

u fui sindicalista no Piauí, numa fase em que<br />

havia no esta<strong>do</strong> só a primeira instância da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho, ten<strong>do</strong> que recorrer ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão<br />

para ter acesso ao <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho. Foi graças<br />

à luta de representantes de toda a sociedade – em<br />

especial daqueles que fazem a Justiça <strong>do</strong> Trabalho <strong>do</strong><br />

Piauí, sem esquecer a presença forte de parlamentares de<br />

diferentes parti<strong><strong>do</strong>s</strong>, lideranças sindicais e empresariais,<br />

bem como <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r comum que teve participação decisiva nesse processo, que conseguimos a implantação <strong>do</strong><br />

nosso <strong>TRT</strong> – primeiramente numa área improvisada -, o que permitiu que o Piauí planejasse melhor a sua estrutura de<br />

dar contas de demandas nessa relação entre capital e o trabalho. Hoje temos uma sede confortável, moderna, digna<br />

<strong>do</strong> povo <strong>do</strong> Piauí e, o que é mais importante, temos um colegia<strong>do</strong> de desembarga<strong>do</strong>res no <strong>TRT</strong> com uma seriedade<br />

irretocável; com uma credibilidade relevante que, com toda a certeza, dá segurança às partes envolvidas nos processos<br />

trabalhistas, notadamente ao trabalha<strong>do</strong>r, que, durante muito tempo, fi cou à mercê da lei <strong>do</strong> mais forte. Nós<br />

temos uma Justiça que tem a compreensão da necessidade de trabalhar com base na lei, mas sempre perceben<strong>do</strong> a<br />

importância de não deixar que aconteça a exploração da classe trabalha<strong>do</strong>ra. É por esta razão que eu tenho orgulho<br />

muito grande de comemorar, irmana<strong>do</strong> com os que fazem a Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí, esses <strong>15</strong> <strong>anos</strong> de uma<br />

história cheia de lutas, de difi culdades, mas também de muitas vitórias. Espero presenciar a colheita de outras muitas<br />

vitórias para o bem <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r piauiense; para o bem <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r brasileiro.”<br />

51 551 1


Evanna Soares, Procura<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Trabalho<br />

e Chefe da PRT na instalação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>/22<br />

“A<br />

criação e instalação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> da 22ª Região há <strong>15</strong><br />

<strong>anos</strong> foi, sem dúvida, um marco na história sociojurídica<br />

piauiense e não constitui tarefa difícil para quem<br />

está atento à realidade destacar a sua importância: resgatou-se<br />

a enorme dívida <strong>do</strong> Judiciário Trabalhista para<br />

com este Esta<strong>do</strong>. Até então, a administração da Justiça<br />

Especializada a partir de Fortaleza e, depois, de São Luís,<br />

quan<strong>do</strong> o Piauí integrava a 7ª e a 16ª Regiões, respectivamente, inviabilizava, para a maioria <strong><strong>do</strong>s</strong> jurisdiciona<strong><strong>do</strong>s</strong> composta<br />

de trabalha<strong>do</strong>res humildes e pequenas empresas, o exercício pleno <strong>do</strong> direito de recorrer e o acesso às ações judiciais de<br />

competência originária <strong><strong>do</strong>s</strong> Regionais. Mais grave que isso foi atraso, que ainda hoje se tenta superar, na interiorização<br />

da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí, atraso esse refl eti<strong>do</strong> na reduzida quantidade de órgãos de primeira instância existentes<br />

(três Juntas de Conciliação e Julgamento em 1992 elevadas até onze Varas <strong>do</strong> Trabalho em 2006 - a menor entre os<br />

Esta<strong><strong>do</strong>s</strong>-sede de <strong>TRT</strong>). E junto com o 22º <strong>TRT</strong> aniversaria a Procura<strong>do</strong>ria <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho, re<strong>do</strong>bran<strong>do</strong> o signifi ca<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> momento. Com efeito, a criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> determinou também a criação e o funcionamento desse órgão <strong>do</strong> Ministério<br />

Público que, no exercício de sua missão institucional, colocou o Piauí na vanguarda da repressão a graves desrespeitos aos<br />

direitos sociais <strong><strong>do</strong>s</strong> trabalha<strong>do</strong>res. Para exemplifi car, aqui se instaurou um <strong><strong>do</strong>s</strong> primeiros inquéritos civis sobre trabalho<br />

escravo no Brasil, em 1993, e foi proferida a primeira sentença condenatória da espécie no norte-nordeste <strong>do</strong> País, logo no<br />

ano seguinte, de lavra <strong>do</strong> Dr. Arnal<strong>do</strong> Boson Paes, à época Presidente da 2ª JCJ de Teresina, confi rmada por acórdão <strong>do</strong><br />

<strong>TRT</strong>. A tal se somam incontáveis ações ao longo desses <strong>anos</strong>, voltadas para a repressão à discriminação de trabalha<strong>do</strong>res,<br />

“terceirização” ilícita e cooperativas fraudulentas; respeito ao princípio <strong>do</strong> concurso público pela Administração Pública,<br />

inserção de porta<strong>do</strong>res de defi ciência no merca<strong>do</strong> de trabalho, regularização <strong>do</strong> meio ambiente laboral, retirada de crianças<br />

e a<strong>do</strong>lescentes <strong>do</strong> trabalho proibi<strong>do</strong>, cumprimento de diversos direitos trabalhistas, especialmente o salário mínimo,<br />

depósitos <strong>do</strong> FGTS e registro <strong><strong>do</strong>s</strong> contratos de trabalho - para citar as mais destacadas. São notórios, na jurisprudência<br />

trabalhista piauiense, a modernidade e o compromisso com a efetividade e com a rapidez, contribuin<strong>do</strong>, decisivamente,<br />

para a melhoria das relações de trabalho no Esta<strong>do</strong>.”


Norberto Campelo<br />

Presidente da OAB-PI<br />

“D<br />

úvidas não há da importante contribuição da<br />

Justiça <strong>do</strong> Trabalho para o desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Social de Direito. Não é por menos que,<br />

desde a sua criação, houve signifi cativa ampliação da<br />

sua competência. Basta observar que hoje aprecia e<br />

julga as “relações de trabalho”, diferentemente <strong>do</strong> que<br />

ocorria no passa<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> tratava somente <strong><strong>do</strong>s</strong> litígios<br />

decorrentes das “relações de emprego”, ou seja,<br />

não mais se restringe à solução <strong><strong>do</strong>s</strong> dissídios entre emprega<strong><strong>do</strong>s</strong> e emprega<strong>do</strong>res. A criação <strong>do</strong> judiciário trabalhista<br />

foi fator fundamental para o aprimoramento das relações de trabalho existentes, bem como tem servi<strong>do</strong> de mola<br />

propulsora à criação de novos empregos formais. Podemos afi rmar que a Justiça <strong>do</strong> Trabalho humanizou as relações<br />

entre patrão e emprega<strong>do</strong>, à medida que fez cumprir a legislação obreira, oportunizan<strong>do</strong> melhores condições<br />

de vida para os trabalha<strong>do</strong>res e seus familiares. No Piauí, o <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho da 22ª Região – <strong>TRT</strong>-PI,<br />

ao completar <strong>15</strong> <strong>anos</strong> de existência, tem si<strong>do</strong> fundamental para o próprio desenvolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, tanto no<br />

setor público, quanto no setor priva<strong>do</strong>. Não seria demais afi rmar que se não existisse a justiça <strong>do</strong> trabalho, ainda<br />

viveríamos em um regime não muito distante <strong>do</strong> que foi o escravocrata. Deve ser ressaltada, ainda, a importância<br />

da interiorização da Justiça <strong>do</strong> Trabalho. Se no passa<strong>do</strong> alguns questionaram a necessidade da Justiça <strong>do</strong> Trabalho,<br />

hoje, cremos que ninguém mais ousaria mencionar tal sentença. Talvez nos grandes centros não se perceba de<br />

forma clara, mas já é certo que a instauração de uma Vara <strong>do</strong> Trabalho em uma pequena cidade, coincide com o<br />

aumento de desenvolvimento social e econômico da mesma, melhoria na qualidade de vida, maior circulação de<br />

riqueza e diminuição das desigualdades sociais. Nesses <strong>15</strong> <strong>anos</strong> de criação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>-PI, e na qualidade de Presidente<br />

da Ordem <strong><strong>do</strong>s</strong> Advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> Brasil, Seção <strong>do</strong> Piauí, em nome de to<strong><strong>do</strong>s</strong> os advoga<strong><strong>do</strong>s</strong>, só temos que parabenizar e<br />

agradecer pela dedicação e empenho com que to<strong><strong>do</strong>s</strong> os desembarga<strong>do</strong>res, juízes e servi<strong>do</strong>res, têm desempenha<strong>do</strong><br />

o seu mister, em uma busca incessante de, na forma mais célere possível, fazer valer os direitos e deveres, de<br />

trabalha<strong>do</strong>res e toma<strong>do</strong>res de serviço, em quaisquer de suas modalidades, consagra<strong><strong>do</strong>s</strong> na Constituição Federal<br />

de 1988 e leis correlatas. A Justiça <strong>do</strong> Trabalho está de parabéns, mas quem deve celebrar é a sociedade piauiense,<br />

vez que esta justiça especializada consagra-se como a mais célere, mais efi caz e de maior resolutividade das causas<br />

que lhe são afeitas.”<br />

História da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

53


João Pedro Ayrimoraes Soares<br />

Ex-Conselheiro Federal e Ex-Presidente<br />

da OAB/PI.<br />

“A instalação <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> <strong>Regional</strong> <strong>do</strong> Trabalho<br />

foi um <strong><strong>do</strong>s</strong> acontecimentos mais importantes<br />

deste Esta<strong>do</strong>, nos últimos <strong>15</strong> <strong>anos</strong>, o que fi ca evidencia<strong>do</strong><br />

e demonstra<strong>do</strong>, induvi<strong><strong>do</strong>s</strong>amente, pelos relevantes<br />

e continua<strong><strong>do</strong>s</strong> serviços que tem desenvolvi<strong>do</strong> em prol<br />

da efetividade, com competência e presteza, das normas<br />

<strong>do</strong> Direito <strong>do</strong> Trabalho, o mais social de to<strong><strong>do</strong>s</strong> os<br />

Direitos, como prelecionava o insuperável Pontes de Miranda. No particular, posso testemunhar que as decisões <strong>do</strong><br />

<strong>Tribunal</strong>, nos dissídios individuais e coletivos, por ele aprecia<strong><strong>do</strong>s</strong> e julga<strong><strong>do</strong>s</strong>, não deixam nada a desejar as de nenhum<br />

outro <strong>Regional</strong> Trabalhista <strong>do</strong> País. Outros aspectos que devem ser registra<strong><strong>do</strong>s</strong> e destaca<strong><strong>do</strong>s</strong>, ainda que de relance –<br />

por força da limitação deste depoimento – são a maneira criativa e equânime, que tem si<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tada, pelo <strong>TRT</strong>/22,<br />

no pagamento de precatórios, de mo<strong>do</strong> a que os parcos recursos que lhes são repassa<strong><strong>do</strong>s</strong>, para tanto, benefi ciem o<br />

maior número possível de cre<strong>do</strong>res; assim como a preocupação de estender a to<strong><strong>do</strong>s</strong> os jurisdiciona<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

inobstante o pequeno número de Varas Especializadas no interior, os benefícios da Justiça <strong>do</strong> Trabalho. É por isso, e<br />

por muito mais que não pôde ser dito, que enten<strong>do</strong> e reconheço ter cumpri<strong>do</strong>, exemplarmente, esse Egrégio <strong>Tribunal</strong>,<br />

nesses <strong>15</strong> <strong>anos</strong>, as suas relevantes atribuições legais e constitucionais. Merece receber, portanto, das autoridades<br />

e de to<strong><strong>do</strong>s</strong> os piauienses to<strong>do</strong> o apoio e o prestígio possíveis.”


História da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

55


SONHO CONCRETIZADO – Sessão solene de<br />

instalação <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> da 22ª Região, em 9<br />

de dezembro de 1992. Entre as autoridades à mesa,<br />

prefeito de Teresina, Heráclito Fortes, governa<strong>do</strong>r<br />

Freitas Neto e ministro Guimarães Falcão,<br />

presidente <strong>do</strong> TST<br />

SOLENIDADE - Inauguração <strong>do</strong> auditório Wagner<br />

Pimenta, no Fórum Osmun<strong>do</strong> Pontes, 1999. Meton<br />

Marques, ministro Wagner Pimenta, presidente <strong>do</strong><br />

TST, e governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Piauí, Francisco de Assis de<br />

Moraes Souza<br />

LUTA PELO <strong>TRT</strong> – Juiz Francisco Meton Maques<br />

de Lima em visita ao governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Piauí, Alberto<br />

Silva, em 1990. Ao centro, o juiz Fernan<strong>do</strong> José<br />

Cunha Belfort, <strong>do</strong> <strong>TRT</strong> da 16ª Região (MA)<br />

REFORMA – Inauguração das instalações<br />

<strong>do</strong> Fórum Osmun<strong>do</strong> Pontes, agosto de 1995<br />

NOVO PRÉDIO – Magistra<strong><strong>do</strong>s</strong>, procura<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

trabalho e servi<strong>do</strong>res no Plenário, para a primeira<br />

sessão no prédio da 24 de Janeiro, atual sede <strong>do</strong><br />

<strong>TRT</strong>, em junho de 1996


ALERTA – Manifestação em Brasília contra a<br />

ameaça de fechamento da Justiça <strong>do</strong> Trabalho,<br />

agosto de 1999<br />

CULTURA – Inauguração da biblioteca Da Costa<br />

e Silva, na sede <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, dezembro de 2000<br />

História da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

SEMANA DO SERVIDOR – Coral <strong>do</strong> Cefet<br />

de Teresina, regi<strong>do</strong> pelo maestro Fred<br />

Marroquim, participa das festividades pelo<br />

Dia <strong>do</strong> Servi<strong>do</strong>r, outubro de 1999<br />

EDUCAÇÃO – Servi<strong>do</strong>res diploma<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

no Programa de Alfebetização de Adultos,<br />

março de 2000<br />

HOMENAGEM – Entrega da 1ª Comenda da<br />

Ordem Piauiense <strong>do</strong> Mérito Judiciário <strong>do</strong> Trabalho,<br />

outubro de 2000. Na mesa, entre as autoridades,<br />

prefeito de Teresina, Firmino Filho, e governa<strong>do</strong>r<br />

Francisco de Assis de Moraes Souza<br />

57


DEBATE – Magistra<strong><strong>do</strong>s</strong>, advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> e outras<br />

autoridades na abertura <strong>do</strong> I Congresso de Direito<br />

Constitucional <strong>do</strong> Trabalho, setembro de 2002<br />

ORGANIZAÇÃO – Cerimonial <strong>do</strong> <strong>TRT</strong><br />

na solenidade de entrega da 2ª Comenda<br />

da Ordem Piauiense <strong>do</strong> Mérito Judiciário<br />

<strong>do</strong> Trabalho, setembro de 2002<br />

QUALIFICAÇÃO – Servi<strong>do</strong>res participam <strong>do</strong> IX<br />

Ciclo de Debates sobre a Informatização na Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho, maio de 2002<br />

HISTÓRIA – Desembarga<strong>do</strong>res Fausto Lustosa e<br />

Meton Marques na instalação <strong>do</strong> Memorial <strong><strong>do</strong>s</strong> 10<br />

Anos <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, dezembro de 2002<br />

INCENTIVO À LEITURA – A biblioteca Da Costa<br />

e Silva promove campanha de <strong>do</strong>ação de livros,<br />

outubro de 2005


CORREIÇÃO – <strong>Tribunal</strong> passa por correição<br />

ordinária <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> Trabalho, junho<br />

de 2005<br />

CONHECIMENTO – Mais um evento <strong>do</strong> <strong>TRT</strong><br />

direciona<strong>do</strong> para a difusão da cultura e <strong>do</strong> co-<br />

nhecimento: comemoração da Semana <strong>do</strong> <strong>Livro</strong>,<br />

outubro de 2006<br />

História da Justiça <strong>do</strong> Trabalho no Piauí<br />

RESPONSABILIDADE SOCIAL – Servi<strong>do</strong>res<br />

participam de campanha anual de <strong>do</strong>ação<br />

de sangue, no Fórum Osmun<strong>do</strong> Pontes,<br />

setembro de 2007<br />

HOMENAGEM – Solenidade de entrega da 3ª<br />

Comenda da Ordem <strong>do</strong> Mérito Judiciário<br />

<strong>do</strong> Trabalho, novembro de 2005. No centro,<br />

o governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, Wellington Dias<br />

PLANEJAMENTO – Servi<strong>do</strong>res participam de<br />

reunião sobre o Planejamento Estratégico Participativo<br />

<strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, setembro de 2007<br />

59


DEBATE – Solenidade de abertura <strong>do</strong> II Congresso<br />

de Direito Constitucional <strong>do</strong> Trabalho, com autoridades<br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> vários poderes, dezembro de 2006<br />

ADMINISTRAÇÃO – Diretora-Geral <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>,<br />

Ayla Cristina, com servi<strong>do</strong>res da Diretoria Geral<br />

Administrativa, novembro de 2007<br />

INTERIORIZAÇÃO – Desembarga<strong>do</strong>res e juízes<br />

em reunião para discutir ações da Justiça<br />

<strong>do</strong> Trabalho, agosto de 2007<br />

SEDE PRÓPRIA – Inauguração da sede-própria<br />

da Vara <strong>do</strong> Trabalho de Picos, novembro de 2007.<br />

Na foto, autoridades políticas e administrativas da<br />

região<br />

ASSESSORIA – Servi<strong>do</strong>res da Assessoria Jurídica<br />

e da Presidência <strong>do</strong> <strong>TRT</strong>, novembro de 2007

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