13.09.2013 Views

Poesia - Academia Brasileira de Letras

Poesia - Academia Brasileira de Letras

Poesia - Academia Brasileira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Como medir o transe da alegria,<br />

talvez do <strong>de</strong>sespero, sob o nome<br />

<strong>de</strong> tantas coisas postas que se somem,<br />

com outras <strong>de</strong>ste tempo em parceria?<br />

Atrás do tempo toca o gramofone,<br />

atrás da dor há nada. E no renome,<br />

gorjeiam as lâmpadas vazias.<br />

Mas todo o gramofone está na infância,<br />

on<strong>de</strong> a loucura não tem mais distância<br />

e o que parece noite, é intenso dia.<br />

Mater benigna<br />

Mãe-Morte, como a veste que se ajusta,<br />

conforme o meu corpo sem medida,<br />

eu nasço para ti, nasces da vida<br />

e <strong>de</strong> tanto nascer nada nos custa.<br />

E nada fica, já que nada frustra<br />

e aqui toda a justiça é <strong>de</strong>cidida.<br />

E se meu corpo no amor, Mãe, recrutas,<br />

esta alma foi aos céus, está subida.<br />

Não é o homem mais, é o teu menino<br />

que se <strong>de</strong>itou na cama <strong>de</strong> erva e cedro<br />

e não tem sobre o vento o que catar.<br />

E nem o tempo viu, era franzino.<br />

Porém, <strong>de</strong> imaginar, entre os brinquedos,<br />

a infância é bem capaz <strong>de</strong> se inventar.<br />

Poemas<br />

293

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!