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Gênero nas Ciências Naturais e Exatas – ST 25 Carla Giovana ...

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Anais do VII Seminário Fazendo <strong>Gênero</strong><br />

28, 29 e 30 de 2006<br />

Arquitetura e Urbanismo 6 , onde está um terço do total de professoras, a presença feminina cai para<br />

12% aproximadamente. Esse índice representa menos da metade da média do próprio estado 7 .<br />

Das 51 professoras do CTC, 15 são líderes de pesquisa, sendo sete delas do Departamento<br />

de Arquitetura e Urbanismo. Nas engenharias, das 37 professoras, oito são líderes. Não há nenhuma<br />

líder de pesquisa na área <strong>Ciências</strong> da Computação. São 10 as pesquisadoras com bolsas de<br />

produtividade. Cinco delas participaram da pesquisa.<br />

Observa-se que a entrada de novas professoras por concurso, em departamentos como o de<br />

Automação e Sistemas e Informática e Estatística, tem diminuído e o espaço das aposentadas não<br />

tem sido preenchido por outras mulheres 8 .<br />

Minorias também fazem história<br />

A entrada das professoras que entrevistei em universidades coincide com a expansão do<br />

ensino superior brasileiro. Embora algumas instituições desse nível educacional tivessem pipocado<br />

em várias regiões brasileiras, a partir dos anos 20, é a década de 1960 que marca o aumento do<br />

número de universidades federais em todo o país 9 . Segundo Durham 10 , o número de matrículas que<br />

em 1964 era de cerca de 143 mil alunos passou a aproximadamente 1,3 milhão em 1980, em grande<br />

parte fruto da concentração urbana, que aumentava, e a exigência de melhor formação para a mão<br />

de obra industrial e de serviços 11 .<br />

Foi na década de 1970 que as professoras que entrevistei ingressaram no ensino superior,<br />

mais especificamente entre 1972 e 1978, geralmente em suas cidades ou próximas dali, com<br />

exceção de duas delas, que realizaram seus cursos de graduação em Florianópolis, mas eram<br />

respectivamente, de Chapecó e do Rio de Janeiro. Esse é o decênio em que o interesse das mulheres<br />

em carreiras da área tecnológica parece aumentar, não só na Universidade Federal de Santa<br />

Catarina, mas também em outros estados brasileiros.<br />

Na Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, os anos 70 marcam um grande<br />

crescimento no número de mulheres formadas na Escola Politécnica. Foram 157 alu<strong>nas</strong> que<br />

concluíram os cursos de engenharia civil (77), mecânica (5), elétrica (<strong>25</strong>), química (29), produção<br />

(16), mi<strong>nas</strong> e metalurgia (3) e naval (2). Nos 10 anos seguintes, esse número, na USP, dobrou e<br />

6 O Departamento de Arqutetura e Urbanismo não fez parte da pesquisa qualitativa, já que pertence à área de Artes na<br />

classificação do CNPq. Além disso, o projeto da minha pesquisa não o abarcou por questões de tempo para a<br />

abordagem teórico-empírica adotada. Uma possibilidade de incluí-lo em pesquisa futura será entretanto considerada.<br />

7 CABRAL, <strong>Carla</strong>. “As mulheres <strong>nas</strong> escolas de engenharia brasileiras: história, educação e futuro”. Cadernos de<br />

<strong>Gênero</strong> e Tecnologia, v.4, ano 1, p. 9-19,2005.<br />

8 Embora eu tenha observado essa tendência, chamo a atenção para a necessidade de uma pesquisa mais aprofundada e<br />

específica nessa questão.<br />

9 SILVA, Alberto Carvalho da Silva. “Alguns problemas do nosso ensino superior”. Revista Estudos Avançados, v. 15,<br />

n. 42, 2001, p. 269-293.<br />

10 DURHAM apud Silva, op. cit., idem.<br />

11 LETTA, Jacqueline. “As mulheres na ciência brasileira: crescimento, contrastes e um perfil de sucesso”. Revista de<br />

Estudos Avançados, v. 17, n. 49, 2003.<br />

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