Sujeitosdofeminismo: políticas e teorias - ST 6 Maria Lúcia Lopes de Oliveira Universidade Federal da Paraíba/Cunhã -Coletivo Feminista Palavras-chave: Gênero - Empoderamento -Trabalho Feminismo, relações de gênero e educação no cotidiano das mulheres trabalhadoras rurais do semi-árido paraibano A abordagem do tema feminismo, relações de gênero e educação no cotidiano das mulheres trabalhadoras rurais do semi-árido paraibano deriva de minha atuação como educadora na Cunhã- Coletivo Feminista e da reflexão teórica de minha pesquisa de Mestrado em Educação Popular da Universidade Federal da Paraíba que tem como sujeito de investigação precisamente a Cunhã- Coletivo Feminista em que na intervenção junto a mulheres trabalhadoras rurais dos assentamentos do Cariri paraibano. Neste artigo procuro fazer uma reflexão preeliminar sobre o impacto da proposta educativa da Cunhã - Coletivo Feminista no cotidiano dessas mulheres, a partir do enfoque de gênero e desenvolvimento humano sustentável, discutindo sua contribuição para mudanças nas relações de gênero expressas no cotidiano do trabalho produtivo e reprodutivo das mulheres envolvidas, bem como para o seu empoderamento pessoal e coletivo. O estudo referencia-se nas contribuições de estudiosas (os) dos campos dofeminismo e da educação, tendo como categorias analíticas primordiais os conceitos de gênero, empoderamento e trabalho. Não tenho a pretensão de desenvolver uma discussão acerca do conceito de feminismo, no entanto não posso me furtar a uma localização teórica: o feminismo nasce como ação coletiva de mulheres vindas de vários espaços da sociedade, em busca de direitos e, de afirmação de identidades em contraposição à identidade patriarcal mãe/doméstica/objeto sexual. Insere-se nas lutas contra a opressão, a discriminação, subordinação e dominação às quais estão submetidas as mulheres. Betânia Ávila (2005), compreende o movimento feminista como “aquele que tem como perspectiva a transformação das relações de gênero, cujo foco de atuação é a luta por liberdade e igualdade para as mulheres”. O feminismo tem questionado de maneira contundente a forma como as relações sociais estão estruturadas e naturalizadas pela cultura patriarcal sob os pilares das desigualdades de classe, de gênero e de raça manifestas na vida cotidiana de mulheres e homens. Na trama das relações humanas, Joan Scott citada por Saffioti (1999) evidencia que as relações de gênero são permeadas por relações desiguais de poder e aponta quatro aspectos que configuram essas relações na sociedade: o primeiro constituí - se de símbolos culturais que fazem parte da vida das pessoas e evocam múltiplas representações; um segundo refere-se aos conceitos normativos que expressam as interpretações do significadodos símbolos (a religião, a política, a educação); há ainda, como terceiro aspecto as organizações e instituições sociais que articulam