Relatórios de Sustentabilidade da GRI: - Global Reporting Initiative
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Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>:<br />
Uma linguagem comum para um<br />
futuro comum
Sobre as Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
Visando o aperfeiçoamento <strong>da</strong> compreensão e aplicação, pelas organizações, <strong>da</strong>s Diretrizes para<br />
Relatório <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> e dos temas a elas relacionados, o programa Serviços <strong>de</strong><br />
Aprendizagem incluirá outras publicações, programas regionais <strong>de</strong> treinamento, além <strong>de</strong> estudos<br />
<strong>de</strong> caso, melhores práticas e um fórum <strong>de</strong> compartilhamento <strong>de</strong> conhecimentos disponibilizados na<br />
Internet. O programa Serviços <strong>de</strong> Aprendizagem foi criado para auxiliar as organizações relatoras,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> seu porte, localização, experiência com relatórios, setor ou tipo.<br />
As Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> são séries educacionais cujo conteúdo está dividido em três temas:<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong>: para um público geral e organizações que estão<br />
consi<strong>de</strong>rando a elaboração <strong>de</strong> relatórios pela primeira vez;<br />
Caminhos:<br />
para organizações relatoras e usuários <strong>de</strong> todos os níveis e tipos;<br />
Explorações:<br />
publicações abor<strong>da</strong>ndo temas inovadores em sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
transparência e prestação <strong>de</strong> contas.<br />
Como as Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> se relacionam com a Estrutura <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong><br />
<strong>da</strong> <strong>GRI</strong>?<br />
As Séries <strong>de</strong> Aprendizagem visam auxiliar as organizações a melhor compreen<strong>de</strong>r, aplicar e usar a<br />
Estrutura <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>. A Estrutura <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> é composta pelas Diretrizes para Relatório <strong>de</strong><br />
Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>, pelos Suplementos Setoriais e pelos Protocolos e é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma importante<br />
referência na elaboração <strong>de</strong> relatórios. Se você <strong>de</strong>seja produzir um relatório com base nas diretrizes <strong>da</strong><br />
<strong>GRI</strong>, as Séries <strong>de</strong> Aprendizagem po<strong>de</strong>m ser usa<strong>da</strong>s como ferramentas úteis para orientar ou organizar o<br />
processo, mas lembramos que quaisquer referências específicas ao uso <strong>da</strong> Estrutura <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
como base para o relatório <strong>de</strong>verão ser feitas respeitando as Diretrizes <strong>GRI</strong>, os Suplementos Setoriais e os<br />
Protocolos. Ao <strong>de</strong>clarar um nível <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong> Estrutura <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>, <strong>de</strong>ve ser feita referência<br />
somente às Diretrizes <strong>GRI</strong>, aos Suplementos Setoriais e aos Protocolos.<br />
Faça o download gratuito <strong>da</strong> Estrutura <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> no site www.globalreporting.org.<br />
Sobre a <strong>GRI</strong><br />
A visão <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> é uma economia global sustentável on<strong>de</strong> organizações po<strong>de</strong>m medir seus<br />
<strong>de</strong>sempenhos e impactos econômicos, ambientais, sociais bem como os relacionados à governança,<br />
<strong>de</strong> uma maneira responsável e transparente.<br />
A missão <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> é fazer com que a prática <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> se torne padrão,<br />
fornecendo orientação e suporte para as organizações.
Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
Patrocinadores<br />
A <strong>Global</strong> <strong>Reporting</strong> <strong>Initiative</strong> (<strong>GRI</strong>) gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer à Petrobras e ao Ministério <strong>da</strong>s Relações<br />
Exteriores <strong>da</strong> Holan<strong>da</strong> por tornarem a publicação do programa Serviços <strong>de</strong> Aprendizagem possível<br />
por meio <strong>de</strong> seu patrocínio.<br />
Desenvolvimento <strong>da</strong> Publicação<br />
Desenvolvimento <strong>da</strong>s séries e direção editorial: Nelmara Arbex (arbex@globalreporting.org)<br />
Colaboradores: Equipe dos Serviços <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> e Sandy Peterson<br />
Revisão: Carinne Allinson<br />
Tradução do original em inglês: Alberto Bezerril e Martha Villac<br />
Design e Layout: Tuuli Sauren, INSPIRIT International Communications<br />
Revisão <strong>da</strong> tradução: Ruth Coelho Monteiro<br />
Fotografias:<br />
Capa: Getty Images/PBNJ Productions.<br />
Pgs.12-13: © Joe Klune | Dreamstime.com; ©iStockphoto.com/Ralph125; ©iStockphoto.com/jacus;<br />
©iStockphoto.com/ABV; ©iStockphoto.com/egdigital; ©iStockphoto.com/doucettej; ©iStockphoto.com/alohaspirit;<br />
© Teresa Newton | Dreamstime.com; ©iStockphoto.com/melhi; ©iStockphoto.com/narvikk; ©iStockphoto.com/AM29;<br />
©iStockphoto.com/photoVoyager; ©iStockphoto.com/tshortell; © Millan | Dreamstime.com;<br />
©iStockphoto.com/Anutik; ©iStockphoto.com/MarquezBlake.<br />
Pgs. 14-15: ©iStockphoto.com/ntzolov; ©iStockphoto.com/OPITZ; ©iStockphoto.com/akurtz; © Lucian Coman |<br />
Dreamstime.com; ©iStockphoto.com/Frankvan<strong>de</strong>nBergh; ©iStockphoto.com/timchen; ©iStockphoto.com/Bolot;<br />
©iStockphoto.com/manxman; ©iStockphoto.com/ranilo; ©iStockphoto.com/Juanmonino; ©iStockphoto.com/<br />
Darinburt; © Harryfn | Dreamstime.com; ©iStockphoto.com/ooyoo; ©iStockphoto.com/phdpsx; ©iStockphoto.com/<br />
Coldimages; ©iStockphoto.com/Lingbeek; ©iStockphoto.com/Sean_Warren; © Andrija Kovač | Dreamstime.com;<br />
©iStockphoto.com/<strong>da</strong>nishkhan.<br />
Pgs. 26-27: Getty Images/Peter Keegan; Getty Images/Evening Stan<strong>da</strong>rd; Getty Images/James Whitmore; Getty<br />
Images/Homer Sykes; ©Greenpeace/Ferrero/Marriner; Getty Images/Igor Gavrilov; Getty Images/Robert Nickelsberg;<br />
Getty Images/Steve Liss; Getty Images/Sergio Dorantes; Getty Images/Paula Bronsteni; Getty Images/Tim Matsui;<br />
Getty Images/Handout; Getty Images/Sean Gallup; Getty Images/Steve Eason; Getty Images/Getty Images;<br />
©iStockphoto.com/GgWink; ©iStockphoto.com/ilbusca; ©iStockphoto.com/KeithBinns; ©iStockphoto.com/Kirham;<br />
©iStockphoto.com/canadian; ©iStockphoto.com/Spinkle; © Srdjan Srdjanov | Dreamstime.com; © Luís Brás |<br />
Dreamstime.com; © Anke Van Wyk | Dreamstime.com.<br />
Design <strong>da</strong>s Séries:
O que você faria se pu<strong>de</strong>s<br />
Ca<strong>da</strong> vez mais, as pessoas reconhecem que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> no planeta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> inúmeras<br />
<strong>de</strong>cisões toma<strong>da</strong>s por muitos indivíduos.<br />
Ca<strong>da</strong> organização, quer seja uma corporação global, um órgão governamental, uma pequena<br />
empresa, uma gran<strong>de</strong> empresa ou uma organização não governamental (ONG), tem um impacto<br />
em seu entorno, mas todos nós sabemos que os impactos (ou conseqüências) <strong>de</strong> suas ações e<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s têm um alcance muito maior.<br />
As <strong>de</strong>cisões toma<strong>da</strong>s por executivos, gestores e funcionários—relativas a produção <strong>de</strong> bens e<br />
serviços, seleção <strong>de</strong> fornecedores, contratação <strong>de</strong> novos funcionários, condições <strong>de</strong> trabalho,<br />
transportes <strong>de</strong> qualquer natureza, gestão <strong>de</strong> resíduos e centenas <strong>de</strong> outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> rotina—<br />
produzem impactos econômicos, ambientais e sociais. A somatória <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>cisões, toma<strong>da</strong>s no<br />
passado e no presente, mol<strong>da</strong>m o mundo em que vivemos e esse mundo está enfrentando muitos<br />
problemas.<br />
Os crescentes problemas sociais e uma maior compreensão dos limites dos nossos recursos<br />
naturais levaram as pessoas a agir, tanto individual quanto coletivamente, como consumidores,<br />
membros <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, grupos <strong>de</strong> pressão, funcionários e investidores, no sentido <strong>de</strong> exigir<br />
maior prestação <strong>de</strong> contas e transparência, além <strong>de</strong> uma ação mais positiva e concreta para<br />
proteger o futuro.<br />
Consequentemente, há uma expectativa ca<strong>da</strong> vez maior por parte <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que empresas,<br />
governos e outras organizações sejam mais cui<strong>da</strong>dosos ao tomar <strong>de</strong>cisões e se responsabilizem<br />
mais por seus impactos, prestando conta <strong>de</strong>les. Essa expectativa também cria uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por<br />
produtos e serviços compatíveis com soluções para os problemas que estão afetando a vi<strong>da</strong> no<br />
planeta como um todo.<br />
Tem sido solicitado às empresas que forneçam mais informações aos seus investidores,<br />
consumidores, clientes, funcionários, órgãos governamentais e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e que peçam o<br />
mesmo <strong>de</strong> seus fornecedores e parceiros. Também lhes tem sido pedido que mostrem como<br />
consi<strong>de</strong>ram as perspectivas ambientais e sociais no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e em que<br />
medi<strong>da</strong> seus atuais produtos e serviços estão contribuindo para os atuais problemas globais ou<br />
suas soluções.<br />
Órgãos governamentais, ONGs, universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e organizações internacionais também têm ca<strong>da</strong> vez<br />
mais parceiros e apoiadores lhes pedindo que sejam transparentes sobre suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ações,<br />
bem como sobre as <strong>de</strong>cisões relaciona<strong>da</strong>s aos seus impactos econômicos, ambientais e sociais.<br />
Essa publicação explica como o Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>Global</strong> <strong>Reporting</strong> <strong>Initiative</strong><br />
(<strong>GRI</strong>) po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r as organizações a aten<strong>de</strong>r concretamente essa <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas<br />
e transparência.<br />
2 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
se mol<strong>da</strong>r o futuro?<br />
Se uma organização <strong>de</strong>seja conquistar respeito e aumentar sua credibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, é essencial que<br />
consiga mostrar que enten<strong>de</strong> as correlações entre suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e seus impactos, e os leva em<br />
consi<strong>de</strong>ração nas <strong>de</strong>cisões do dia-a-dia.<br />
Essa compreensão também aju<strong>da</strong> as organizações a i<strong>de</strong>ntificar que contribuição po<strong>de</strong>m <strong>da</strong>r em<br />
busca <strong>da</strong>s soluções que mol<strong>da</strong>rão o futuro <strong>de</strong> um modo sustentável, e também os limites e as<br />
oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s que essa busca por transparência e coesão traz ao seus negócios. Tratar essas<br />
questões também aju<strong>da</strong> a melhorar a gestão como um todo e, consequentemente, melhora o<br />
<strong>de</strong>sempenho geral <strong>da</strong> organização.<br />
Os colaboradores <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>GRI</strong> acreditam fortemente que o processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> relatórios<br />
<strong>da</strong> <strong>GRI</strong> po<strong>de</strong> fornecer às organizações uma valiosa aju<strong>da</strong> nesse processo, aju<strong>da</strong>ndo a organização<br />
relatora a:<br />
• enten<strong>de</strong>r a correlação entre suas metas empresariais e os impactos econômicos,<br />
sociais e ambientais produzidos por suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cotidianas<br />
• medir esses impactos<br />
• dialogar com seus stakehol<strong>de</strong>rs, <strong>de</strong>finir o enfoque, gerir e i<strong>de</strong>ntificar oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
• comunicar suas conquistas e seus <strong>de</strong>safios<br />
• planejar com base nessas informações<br />
Des<strong>de</strong> 2000, a <strong>GRI</strong> trabalha para aju<strong>da</strong>r as organizações a resolver essas questões por meio <strong>da</strong>s<br />
Diretrizes para a Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>. A <strong>GRI</strong> é uma re<strong>de</strong> global forma<strong>da</strong> por indivíduos<br />
<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, empresas, ONGs, organizações trabalhistas e <strong>de</strong> direitos humanos, investidores,<br />
comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> acadêmica e outras áreas que trabalham para produzir diretrizes internacionais para o<br />
processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
O objetivo <strong>da</strong>s Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> é aju<strong>da</strong>r organizações <strong>de</strong> todo o mundo, <strong>de</strong> todos os<br />
portes e <strong>de</strong> diferentes setores a i<strong>de</strong>ntificar, medir e relatar seu <strong>de</strong>sempenho econômico, ambiental<br />
e social. Ao fazê-lo, a organização po<strong>de</strong> se reposicionar para <strong>da</strong>r uma contribuição concreta,<br />
consciente e positiva para mol<strong>da</strong>r nosso futuro comum.<br />
Esperamos que essa publicação seja um ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> em seu caminho.<br />
Ernst Ligteringen e Nelmara Arbex<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
3
4 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
Índice<br />
Introdução 6<br />
Parte 1 8<br />
Estamos aqui 10<br />
Parte 2 20<br />
Quem está interessado? 22<br />
Parte 3 32<br />
Precisamos <strong>de</strong> uma linguagem comum 34<br />
Anexo 39<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
5
Introdução<br />
Que tipo <strong>de</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> você gostaria <strong>de</strong> ver<br />
agora e no futuro?<br />
Sua organização está aju<strong>da</strong>ndo a levar a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para essa<br />
direção?<br />
Você po<strong>de</strong> medir sua contribuição? Como?<br />
Você po<strong>de</strong> dizer aos outros como está contribuindo?<br />
Quem po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r a construir esse<br />
futuro?<br />
Como uma empresa po<strong>de</strong> ter uma meta mais ampla do que<br />
somente seu <strong>de</strong>sempenho financeiro e ain<strong>da</strong> assim ser uma<br />
“vencedora”?<br />
Ou, então, ela po<strong>de</strong> ser uma “vencedora” nesse ambiente<br />
empresarial em plena mu<strong>da</strong>nça sem modificar sua<br />
abor<strong>da</strong>gem volta<strong>da</strong> “somente para metas financeiras”?<br />
Como metas não financeiras são <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s e<br />
medi<strong>da</strong>s? Como elas irão impactar os resultados<br />
financeiros finais?<br />
Que tipo <strong>de</strong> gestores são necessários<br />
para levar a empresa para essa direção?<br />
Eles existem?<br />
6 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s filantrópicas são suficientes para<br />
construir a reputação <strong>de</strong> uma organização<br />
e <strong>de</strong>monstrar seu compromisso com um<br />
futuro melhor?<br />
Uma campanha <strong>de</strong> comunicação<br />
externa é o que a organização precisa<br />
para <strong>de</strong>monstrar seu compromisso<br />
com a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />
Ca<strong>da</strong> vez mais os gerentes e empresários se confrontam com essas perguntas vitais e importantes.<br />
Embora não seja o objetivo <strong>de</strong>ssa publicação respon<strong>de</strong>r a to<strong>da</strong>s essas perguntas, ela <strong>da</strong>rá,<br />
com certeza, respostas a algumas <strong>de</strong>las e indicará caminhos para a solução <strong>de</strong> outras. Também<br />
<strong>de</strong>screverá um processo que po<strong>de</strong> ser usado na busca <strong>da</strong>s respostas.<br />
As partes seguintes apresentarão uma visão geral atualiza<strong>da</strong> com relação às questões mais<br />
urgentes que o mundo enfrenta atualmente. Nelas também constará um exame <strong>de</strong> como a<br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, as empresas e outras instituições estão reagindo a essas questões prementes.<br />
A parte final explica o Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> e <strong>de</strong>monstra como ele po<strong>de</strong><br />
aju<strong>da</strong>r uma organização a i<strong>de</strong>ntificar questões fun<strong>da</strong>mentais para agir, iniciar diálogo com<br />
diferentes grupos <strong>de</strong>ntro e fora <strong>da</strong> organização e comunicar seu <strong>de</strong>sempenho. O processo <strong>de</strong> relato<br />
também permite que as organizações ajustem seus produtos e serviços às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma<br />
nova geração <strong>de</strong> clientes e consumidores. Esse processo permitirá a uma organização melhorar seu<br />
<strong>de</strong>sempenho e estabelecer metas para mol<strong>da</strong>r o futuro.<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
7
8 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
1
Estamos aqui<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
9
1 Estamos aqui<br />
Indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho convencionais, como aqueles exibidos em relatórios financeiros<br />
anuais ou <strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> lucros e per<strong>da</strong>s, não me<strong>de</strong>m ou divulgam os impactos econômicos,<br />
ambientais e sociais <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> uma organização. Dessa forma, a organização po<strong>de</strong> nem<br />
mesmo estar consciente <strong>de</strong>sses impactos.<br />
A consciência dos impactos <strong>de</strong> uma organização fica ain<strong>da</strong> mais difícil em uma economia global<br />
interconecta<strong>da</strong> em que todos nós criamos e usamos produtos, matérias-primas e serviços que<br />
circulam no mundo inteiro. Entre 1981 e 2006, a exportação <strong>de</strong> serviços aumentou sete vezes. 1 Com<br />
um alcance tão amplo, nossas <strong>de</strong>cisões e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diárias po<strong>de</strong>m afetar economias, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
e ecossistemas sobre os quais na<strong>da</strong> sabemos e que nos parecem muito distantes.<br />
Se, por um lado, não é possível ver a re<strong>de</strong> global <strong>de</strong> conexões por inteiro, se olharmos além <strong>de</strong><br />
nosso entorno mais imediato, po<strong>de</strong>remos começar a ver como a soma <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões, ações e<br />
políticas <strong>de</strong> indivíduos e organizações ao redor do mundo mol<strong>da</strong> a distribuição <strong>da</strong> riqueza global,<br />
o estado do meio ambiente e do bem-estar humano. Isso po<strong>de</strong> ser observado em todos os lugares<br />
do planeta, em qualquer ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ou qualquer região.<br />
I<strong>de</strong>ntificar e medir os impactos gerais <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> organização são o primeiro passo<br />
para enten<strong>de</strong>r e mu<strong>da</strong>r a situação atual. O Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> po<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sempenhar um papel fun<strong>da</strong>mental nesse primeiro passo. Esse assunto será tratado na última<br />
parte.<br />
As ilustrações a seguir mostram alguns dos resultados <strong>de</strong> nossas ações corporativas e individuais<br />
em relação a alguns dos indicadores globais mais importantes.<br />
Nós todos po<strong>de</strong>ríamos provavelmente pensar em indicadores semelhantes que possam ser<br />
monitorados na região on<strong>de</strong> vivemos ou trabalhamos.<br />
10 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
Perguntas<br />
Até que ponto as <strong>de</strong>cisões do dia-a-dia <strong>de</strong> sua organização (com ou sem fins lucrativos) estão<br />
contribuindo positiva ou negativamente para mol<strong>da</strong>r o futuro do mundo?<br />
I<strong>de</strong>ntificar os efeitos econômicos, ambientais e sociais <strong>de</strong> nossas ações e <strong>de</strong>cisões diárias po<strong>de</strong><br />
parecer um processo complexo e <strong>de</strong>sgastante, mas começa com um passo muito simples:<br />
observar, exercitar-se a perceber os impactos e suas inter-relações, e fazer anotações.<br />
1. Dê uma olha<strong>da</strong> ao redor em seu local <strong>de</strong> trabalho e gaste uns minutinhos anotando<br />
<strong>de</strong>cisões diárias toma<strong>da</strong>s por você (e por outros). Escolha 5 <strong>de</strong>cisões principais.<br />
2. Agora escreva-as em uma folha <strong>de</strong> papel e examine-as mais <strong>de</strong> perto. Para ca<strong>da</strong> item,<br />
escreva o maior número <strong>de</strong> impactos potenciais econômicos, ambientais e sociais que você<br />
pu<strong>de</strong>r imaginar. Os impactos po<strong>de</strong>m ser locais, regionais ou globais.<br />
Lembre-se:<br />
1. Para impactos econômicos, pense em qualquer coisa que gere ou distribua recursos<br />
financeiros. Ex.: geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local, pagamentos para<br />
empresas gran<strong>de</strong>s e pequenas como fornecedores, aju<strong>da</strong> financeira recebi<strong>da</strong> do<br />
governo, investimentos em infra-estrutura, etc.<br />
2. Para impactos ambientais, pense em qualquer coisa que melhore ou <strong>de</strong>gra<strong>de</strong><br />
os recursos naturais. Ex.: emissões <strong>de</strong> CO 2<br />
produzi<strong>da</strong>s por energia utiliza<strong>da</strong> no<br />
transporte <strong>de</strong> matérias-primas, funcionários e logística; <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> lixo e água; uso<br />
<strong>de</strong> embalagens; etc.<br />
3. Para impactos sociais, pense em qualquer coisa que reforce ou <strong>de</strong>strua as estruturas<br />
sociais. Ex.: geração <strong>de</strong> empregos, oferta <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s iguais para grupos<br />
sociais diversos, programas <strong>de</strong> educação e treinamento, etc.<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
11
Resíduos<br />
Apesar <strong>de</strong> um crescimento na conversão do lixo municipal em energia, <strong>de</strong> 16 milhões<br />
<strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s em 1995 para 160 milhões <strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s em 2007, centenas <strong>de</strong> milhões<br />
<strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong> vão acabar em aterros todos os anos 2 . Ca<strong>da</strong> tonela<strong>da</strong> <strong>de</strong> lixo em<br />
um aterro emite 1,3 tonela<strong>da</strong>s extras <strong>de</strong> CO 2<br />
na atmosfera 3 . Os resíduos perigosos são<br />
geralmente exportados, causando <strong>da</strong>nos <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> dólares a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s menos<br />
capazes <strong>de</strong> li<strong>da</strong>r com os impactos sociais e ambientais 4 .<br />
Emissões <strong>de</strong> carbono<br />
A NASA informou que 2005 foi o ano mais quente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que iniciaram os registros no<br />
século XIX 5 . A concentração <strong>de</strong> CO 2<br />
na atmosfera em 2005 era 379 ppm*, exce<strong>de</strong>ndo<br />
quaisquer flutuações naturais nos últimos 650.000 anos, com uma taxa <strong>de</strong> crescimento<br />
<strong>de</strong> 1,9 ppm por ano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995, a mais alta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que começaram as medições<br />
contínuas 6 . As emissões antropogênicas continuarão a afetar o efeito estufa durante<br />
pelo menos o próximo milênio, contribuindo para a elevação do nível do mar,<br />
<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e pondo em risco os suprimentos <strong>de</strong> alimentos e água 7 .<br />
O custo social atual <strong>da</strong>s emissões <strong>de</strong> CO 2<br />
é estimado em US$ 43 por tonela<strong>da</strong> emiti<strong>da</strong> 8 .<br />
* partes por milhão<br />
Água<br />
A retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> água aumentou seis vezes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do Século XX e as fontes<br />
hídricas estão ca<strong>da</strong> vez mais sendo afeta<strong>da</strong>s, como resultado <strong>da</strong> crescente <strong>de</strong>man<strong>da</strong><br />
urbana, dos efeitos <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça climática e <strong>da</strong> poluição 9 . Saneamento básico para 1<br />
bilhão <strong>de</strong> pessoas é um componente do combate a doenças transmissíveis pela água<br />
e dos Objetivos <strong>de</strong> Desenvolvimento do Milênio. Atualmente, não estamos atingindo<br />
nem meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa meta 10, 11 .<br />
Pesca pre<strong>da</strong>tória<br />
A produção pesqueira alcançou um recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> 142 milhões <strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s em 2005,<br />
um aumento <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s em relação ao ano anterior 12 . Um quarto<br />
<strong>de</strong> todos os estoques <strong>de</strong> peixes selvagens está sendo atualmente super-explorado ou<br />
entrou em colapso, e meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>les está sendo pesca<strong>da</strong> em capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
máxima 13, 14 . É previsto que a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> causa<strong>da</strong> pela pesca industrial e<br />
em águas profun<strong>da</strong>s para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> mundial, combina<strong>da</strong> com a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção<br />
do ecossistema, causem o colapso completo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a pesca comercial até 2050 15 .
Concentração <strong>da</strong> riqueza<br />
85% <strong>da</strong> riqueza mundial pertence aos 10% mais ricos 16, 17 . A meta<strong>de</strong> mais pobre <strong>da</strong><br />
população mundial possui cerca <strong>de</strong> 1% <strong>da</strong> riqueza global 18,19 . Os indivíduos mais<br />
ricos do mundo vivem quase que exclusivamente na América do Norte, Europa e<br />
nos países mais ricos do Leste Asiático, mas as diferenças <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro dos países<br />
também po<strong>de</strong>m variar enormemente 20 .<br />
Distribuição <strong>da</strong> riqueza<br />
A <strong>de</strong>snutrição afeta a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 13% <strong>da</strong> população mundial para viver vi<strong>da</strong>s<br />
úteis e produtivas 21 . Cerca <strong>de</strong> um terço dos quase três bilhões <strong>de</strong> moradores urbanos<br />
no mundo todo têm acesso a só 5 litros <strong>de</strong> água potável por dia (o europeu usa em<br />
média 200 litros por dia) 22 . De 20 a 50 litros é consi<strong>de</strong>rado o mínimo para suprir<br />
as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diárias básicas 23 . Os mais pobres são também os mais duramente<br />
afetados quando ocorrem catástrofes, com os países em <strong>de</strong>senvolvimento per<strong>de</strong>ndo<br />
5 vezes mais por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> PIB para <strong>de</strong>sastres naturais do que os países<br />
<strong>de</strong>senvolvidos 24 .<br />
Destruição <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
A abundância média <strong>de</strong> espécies diminuiu 40% entre 1970 e 2000, principalmente<br />
entre anfíbios, mamíferos africanos, pássaros rurais, corais e espécies <strong>de</strong> peixes<br />
comerciais 25 . A exploração humana e a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> habitats estão fragmentando<br />
os ecossistemas e afetando sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> 26 .<br />
Das 41.415 espécies (flora e fauna) avalia<strong>da</strong>s em 2007, 16.306 estão ameaça<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />
extinção 27 . A diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> genética <strong>de</strong> culturas agrícolas caiu 75% <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do<br />
Século XX 28 . 99% <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as espécies ameaça<strong>da</strong>s estão sob a ameaça <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
humanas, que aumentam o risco <strong>de</strong> extinção em 1.000 vezes em relação à taxa<br />
natural 29, 30 . A monocultura, cultivo <strong>de</strong> um pequeno grupo <strong>de</strong> espécies seleciona<strong>da</strong>s<br />
para fins <strong>de</strong> mercado, reduz a biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Direitos humanos<br />
Direitos políticos e civis básicos são negados a 36% <strong>da</strong> população mundial 31 . Estimase<br />
que haja 218 milhões <strong>de</strong> trabalhadores infantis e pelo menos 12,3 milhões <strong>de</strong><br />
pessoas envolvi<strong>da</strong>s em alguma forma <strong>de</strong> trabalho forçado 32, 33 . No início <strong>de</strong> 2007 havia<br />
cerca <strong>de</strong> 9,9 milhões <strong>de</strong> refugiados em todo o mundo, e ao redor <strong>de</strong> 24,5 milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>sloca<strong>da</strong>s internamente, fugindo <strong>da</strong> violência 34 . No mundo todo,<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 130 milhões <strong>de</strong> meninas e mulheres são submeti<strong>da</strong>s a mutilação<br />
genital feminina e um quarto <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as mulheres são estupra<strong>da</strong>s ao longo <strong>de</strong> suas<br />
vi<strong>da</strong>s 35, 36 .
1<br />
Em 2006, as exportações globais <strong>de</strong> bens e serviços haviam triplicado em relação a 1991; as exportações globais <strong>de</strong> serviços haviam<br />
aumentado seis vezes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1981 e eram 143 vezes maiores do que em 1951; as exportações <strong>de</strong> serviços haviam aumentado sete<br />
vezes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1981. O fluxo mundial <strong>de</strong> capital havia crescido <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 14 bilhões <strong>de</strong> dólares em 1971 para 12 trilhões <strong>de</strong> dólares<br />
em 2006. UNCTAD Interactive Database, http://stats.unctad.org/FDI/TableViewer/tableView.aspx?ReportId=899, em dólares norteamericanos<br />
correntes. Acessado em 15 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2008.<br />
2<br />
Themelis, Nickolas J (2007). “Thermal Treatment Review”, White Papers, Waste Management World. http://www.waste-managementworldcom/articles/article_display.cfm?ARTICLE_ID=304395&p=123.<br />
Última atualização: julho <strong>de</strong> 2007. Acessado em 25 <strong>de</strong> fevereiro<br />
<strong>de</strong> 2008.<br />
3<br />
Themelis, Nickolas J (2003). “An overview of the global waste-to-energy industry”, 2003-2004 Review, Waste Management World, pgs. 40<br />
a 47.<br />
4<br />
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5<br />
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6<br />
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7<br />
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13<br />
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16<br />
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17<br />
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UNU Wi<strong>de</strong>r, Helsinque, Finlândia, pg. 7.<br />
18<br />
Ibid.<br />
16 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
19<br />
Instituto Mundial <strong>de</strong> Pesquisa Econômica para o Desenvolvimento <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s. The World Distribution of<br />
Household Wealth - Pioneering Study Shows Richest Two Percent Own Half World Wealth. Press Release, 5 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006. http://<br />
www.mindfully.org/WTO/2006/Household-Wealth-Gap5<strong>de</strong>c06.htm. Acessado em 15 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2008.<br />
20<br />
Ibid.<br />
21<br />
Organização <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para Agricultura e Alimentação (FAO) e Fundo Internacional para o Desenvolvimento <strong>da</strong> Agricultura<br />
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22<br />
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23<br />
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Espanha e Berghahn Books, Nova York, NY, EUA, pg. 123.<br />
24<br />
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United Nations World Water Development Report 2, UNESCO Publishing, Barcelona, Espanha e Berghahn Books, Nova York, NY, EUA,<br />
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25<br />
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<strong>de</strong> 2008<br />
26<br />
Ibid, pg. 30.<br />
27<br />
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28<br />
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29<br />
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30<br />
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31<br />
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32<br />
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33<br />
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34<br />
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Acessado em 15 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2008.<br />
35<br />
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36<br />
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Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
17
Quem é afetad<br />
<strong>de</strong>sempenho e<br />
ambiental e so<br />
organiza ção?<br />
18 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
o pelo<br />
conômico,<br />
cial <strong>da</strong> sua<br />
Quase todo mundo.<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
19
20 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
2
Quem está<br />
interessado?<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
21
2 Quem está interes<br />
Essa parte <strong>da</strong> publicação dá uma visão geral sobre como diferentes grupos na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> estão<br />
expressando suas opiniões sobre a atual situação mundial, ilustra<strong>da</strong> na parte anterior, e como suas<br />
reações afetam todos os negócios ao aumentar a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por coerência e transparência.<br />
O esforço para enten<strong>de</strong>r—e mu<strong>da</strong>r—a situação mundial levou ao crescimento <strong>de</strong> um importante<br />
movimento <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>: as pessoas estão querendo mais informações à medi<strong>da</strong> que<br />
tentam enten<strong>de</strong>r as causas <strong>de</strong>ssa situação tanto em nível local como global e começam a discutir<br />
soluções. Deve-se também ressaltar que esse processo está sendo acelerado pelo crescente<br />
número <strong>de</strong> pessoas que têm acesso a canais <strong>de</strong> comunicação e troca <strong>de</strong> informações. 1,3 bilhões <strong>de</strong><br />
pessoas têm acesso à Internet e esse número ain<strong>da</strong> está crescendo. Em ca<strong>da</strong> 100 pessoas, 41 têm<br />
telefone celular 1, 2 .<br />
Um dos resultados <strong>de</strong>sse movimento (em combinação com outros fatores) é o crescente número<br />
e varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> organizações sem fins lucrativos e não-governamentais (ONGs) em todo o mundo.<br />
O número <strong>de</strong> ONGs cresceu drasticamente nos últimos quinze anos 3 (vi<strong>de</strong> gráfico e referências na<br />
página 27).<br />
Basta olharmos para os jornais, noticiário <strong>da</strong> TV, programas <strong>de</strong> rádio, conteúdo <strong>da</strong> lição <strong>de</strong> casa<br />
escolar, etc., para ver como o foco na busca <strong>de</strong> soluções está <strong>de</strong>sempenhando um papel ca<strong>da</strong> vez<br />
maior em nosso dia-a-dia. Há as associações comunitárias para aumentar a segurança <strong>de</strong> bairros<br />
e por melhores escolas públicas, para melhorar as condições sociais <strong>da</strong>s mulheres, ambientalistas,<br />
educação para reciclagem, liber<strong>da</strong><strong>de</strong> religiosa, ci<strong>da</strong>dãos protestando contra guerras ou apoiando<br />
guerras, a favor <strong>de</strong> transparência, contra a corrupção; e no mundo dos negócios há cooperativas <strong>de</strong><br />
produção, institutos <strong>de</strong> governança corporativa, re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compradores lutando por comércio justo,<br />
certificações socioambientais, organizações pelo direito do consumidor, etc. Em suma, ci<strong>da</strong>dãos<br />
com todos os tipos <strong>de</strong> experiência estão se engajando para mu<strong>da</strong>r a forma do mundo 4 .<br />
Contextos empresariais e mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio têm mu<strong>da</strong>do face a essas <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
civil e movimentos <strong>de</strong> consumidores, em conjunto com outras condições em plena mu<strong>da</strong>nça<br />
no mundo dos negócios (como acesso a recursos naturais e introdução <strong>de</strong> novas habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
profissionais). Consequentemente, empresas e outras organizações têm tido que a<strong>da</strong>ptar a essas<br />
mu<strong>da</strong>nças seus produtos, serviços, processos <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e sistemas <strong>de</strong> gestão.<br />
Os tópicos em discussão e as <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>de</strong>sse movimento nem sempre foram os mesmos.<br />
O movimento também mudou sua veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> e seu foco, e sua agen<strong>da</strong> está ficando mais<br />
abrangente. Estudos mostram, entre outras coisas, que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sse movimento po<strong>de</strong><br />
ser dividido em três fases 5 . Isso está ilustrado na tabela <strong>da</strong>s páginas 26 e 27.<br />
Durante a primeira fase, até o fim dos anos setenta, a atenção estava volta<strong>da</strong> aos governos; essa<br />
fase também incluiu a criação <strong>da</strong>s primeiras gran<strong>de</strong>s ONGs internacionais. O foco estava na coleta<br />
<strong>de</strong> <strong>da</strong>dos e na verificação dos limites do então vigente mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento geral 6 .<br />
22 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
sado?<br />
Nos anos sessenta e setenta, pioneiros no movimento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil fun<strong>da</strong>ram organizações<br />
internacionais como a Anistia Internacional, o WWF (Fundo Mundial para a Natureza), o Friends of<br />
the Earth (Amigos <strong>da</strong> Terra) e o Greenpeace, que também tinham escritórios nacionais integrantes<br />
<strong>de</strong> suas re<strong>de</strong>s.<br />
Nos anos oitenta e noventa, a segun<strong>da</strong> fase, estabeleceu-se a ligação entre questões ambientais<br />
e sociais e a atenção se voltou para o mundo empresarial. Começou a busca por um “mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento sustentável” que levasse em conta aspectos econômicos, ambientais e sociais.<br />
Uma nova geração <strong>de</strong> ONGs surgiu em resposta a <strong>de</strong>sastres ambientais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s proporções,<br />
proliferando movimentos políticos e relatórios internacionais sobre o estado do meio ambiente<br />
e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Esse movimento trouxe transparência e ética para a discussão; <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alianças locais, regionais e internacionais <strong>de</strong> diversos atores para tratar os<br />
problemas; revelou o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> pressão dos consumidores; e iniciou a discussão sobre um novo<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento – “<strong>de</strong>senvolvimento sustentável” – em que são leva<strong>da</strong>s em conta<br />
questões ambientais, sociais e econômicas. A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> empresarial também foi reconheci<strong>da</strong><br />
como uma parte fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> solução.<br />
Foi nesse contexto que a <strong>Global</strong> <strong>Reporting</strong> <strong>Initiative</strong> (<strong>GRI</strong>) foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1997 como um projeto<br />
subordinado à Ceres, uma re<strong>de</strong> nacional sedia<strong>da</strong> em Boston (EUA), <strong>de</strong> investidores, organizações<br />
ambientais e outros grupos <strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong> pública que trabalham com empresas e investidores para<br />
enfrentar <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> como a mu<strong>da</strong>nça climática global. Em 2002, a <strong>GRI</strong> se tornou<br />
uma ONG internacional in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e sua secretaria ficou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então situa<strong>da</strong> em Amsterdã,<br />
Holan<strong>da</strong>. Seu principal papel foi criar um processo multistakehol<strong>de</strong>r (com diferentes partes<br />
interessa<strong>da</strong>s) para <strong>da</strong>r orientação a organizações sobre quais questões medir e relatar.<br />
Durante essa segun<strong>da</strong> fase, foi iniciado o movimento para medir a escala dos impactos, pela busca<br />
<strong>de</strong> metas comuns e transparência. Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> organizações <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> social<br />
corporativa e similares foram fun<strong>da</strong><strong>da</strong>s em todo o mundo nessa fase.<br />
Também nessas duas déca<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>ram as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos consumidores, abrindo novas<br />
oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios. Uma on<strong>da</strong> <strong>de</strong> exigências regionais, nacionais e internacionais <strong>de</strong><br />
selos e certificação direciona<strong>da</strong>s a centros <strong>de</strong> produção, lojas e supermercados levou à fun<strong>da</strong>ção<br />
<strong>de</strong> institutos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> nacionais e internacionais. Os selos visaram proporcionar<br />
aos compradores informações sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> produção, mas também podiam<br />
abor<strong>da</strong>r diferentes aspectos sociais, econômicos e ambientais, como os selos “Fair Tra<strong>de</strong>” (Comércio<br />
Justo) ou “Forest Stewardship Council” (Conselho <strong>de</strong> Manejo Florestal).<br />
Os anos noventa assistiram ao advento dos primeiros “produtos ambiental e socialmente<br />
responsáveis”, que vieram para ficar.<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
23
A terceira fase, que começou por volta <strong>de</strong> 2000 e continua até hoje, viu a agen<strong>da</strong> regional,<br />
nacional e internacional mu<strong>da</strong>r novamente. Há agora uma compreensão clara <strong>de</strong> que os problemas<br />
são disseminados e globais, e que empresas <strong>de</strong> todos os portes e tipos precisam ser envolvi<strong>da</strong>s na<br />
solução. A “Governança” – processo pelo qual são toma<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>cisões – foi coloca<strong>da</strong> na agen<strong>da</strong>.<br />
“Pensar globalmente, agir localmente” parece ser o sentimento que orienta o movimento <strong>da</strong><br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil após 2000, que tem sido conduzido por forças como terrorismo, guerra, pobreza<br />
extrema, emissões <strong>de</strong> carbono e mu<strong>da</strong>nça climática, assim como por muitas outras questões<br />
relaciona<strong>da</strong>s aos direitos humanos. Outro fator importante é o cenário <strong>da</strong> Internet e a crescente<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> conexões virtuais, à medi<strong>da</strong> que as conexões <strong>da</strong> Internet ficam mais rápi<strong>da</strong>s e fáceis.<br />
Surgiu uma nova on<strong>da</strong> <strong>de</strong> produtos e serviços nessa terceira fase: carros híbridos, biodiesel,<br />
lâmpa<strong>da</strong>s econômicas, energia limpa, alimentos orgânicos frescos e processados, roupas éticas<br />
com selo do comércio justo, diamantes éticos, peixe certificado, carne certifica<strong>da</strong>, ovos certificados,<br />
cartões <strong>de</strong> crédito para causas socioambientais, fundos <strong>de</strong> investimento responsável, produtos pré<br />
e pós consumo, etc.<br />
Talvez <strong>de</strong>va-se ressaltar que os tópicos ten<strong>de</strong>m a não <strong>de</strong>saparecer <strong>da</strong> agen<strong>da</strong> à medi<strong>da</strong> que novos<br />
tópicos são acrescentados. A maioria ain<strong>da</strong> continua lá à espera <strong>de</strong> uma solução.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> uma organização (com ou sem fins lucrativos), essa situação <strong>de</strong> crescente<br />
participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil apresenta vários <strong>de</strong>safios:<br />
1. Há uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> real e contínua por mais informações sobre como as organizações estão<br />
enfrentando os atuais <strong>de</strong>safios <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> – “<strong>de</strong>man<strong>da</strong> por transparência”. Essa <strong>de</strong>man<strong>da</strong><br />
provém <strong>de</strong> diferentes atores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> esfera empresarial, como funcionários,<br />
investidores (doadores), consumidores (associados), clientes, vizinhos, jornalistas e suas<br />
famílias, entre outros.<br />
2. Informações sobre impactos positivos e negativos são dissemina<strong>da</strong>s rapi<strong>da</strong>mente.<br />
3. A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> questões a serem analisa<strong>da</strong>s e geri<strong>da</strong>s está aumentando.<br />
4. Há uma real oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio para produtos e serviços compatíveis com a busca<br />
comum por soluções.<br />
5. As <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s locais estão ca<strong>da</strong> vez mais alinha<strong>da</strong>s com questões globais, mas os problemas<br />
locais requerem soluções diretas e específicas.<br />
24 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
Consequentemente, quanto mais uma organização compreen<strong>de</strong> sua posição no mapa geral<br />
econômico, ambiental e social, melhor ela po<strong>de</strong> se a<strong>da</strong>ptar, maior sua possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
contribuição e maior a vantagem que po<strong>de</strong> extrair.<br />
Uma <strong>da</strong>s implicações <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>safios é que uma organização <strong>de</strong>ve estar prepara<strong>da</strong> para falar mais<br />
aberta e coerentemente sobre suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Ela <strong>de</strong>ve também reavaliar os principais valores<br />
subjacentes a seus produtos e serviços.<br />
Perguntas<br />
Pense sobre como esses 5 <strong>de</strong>safios afetam seu negócio.<br />
O contexto <strong>de</strong> seu negócio mudou na última déca<strong>da</strong>?<br />
Sua organização tem um plano para se reposicionar nesse contexto em constante mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong><br />
participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil? Por on<strong>de</strong> você po<strong>de</strong> começar? Quem po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r?<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
25
A ilustração a seguir mostra o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> organizações internacionais e ONGs internacionais nas últimas déca<strong>da</strong>s. As<br />
- 1984 1985 -<br />
1919 – Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Organização Internacional do Trabalho (OIT). Assina<strong>da</strong>s as Convenções <strong>da</strong> OIT relativas a<br />
I<strong>da</strong><strong>de</strong> Mínima, Licença-materni<strong>da</strong><strong>de</strong> e Desemprego<br />
1930 – Assina<strong>da</strong> a Convenção <strong>da</strong> OIT relativa ao Trabalho Forçado<br />
1934 – Assina<strong>da</strong> a Convenção <strong>da</strong> OIT relativa ao Desemprego<br />
1935 – Assina<strong>da</strong> a Convenção <strong>da</strong> OIT relativa à Jorna<strong>da</strong> Semanal <strong>de</strong> 40 Horas<br />
1936 – Assina<strong>da</strong> a Convenção <strong>da</strong> OIT relativa às Férias Remunera<strong>da</strong>s<br />
1942 – Fun<strong>da</strong>ção do Comitê <strong>de</strong> Oxford para o Alívio <strong>da</strong> Fome (Oxfam)<br />
1945 – Assina<strong>da</strong> a Carta <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s que criou a ONU<br />
1947 – Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> ISO – Organização Internacional <strong>de</strong> Normalização<br />
1948 – Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> União Internacional para Conservação <strong>da</strong> Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN)<br />
1948 – Adota<strong>da</strong> pela Assembléia-Geral <strong>da</strong> ONU a Declaração Universal dos Direitos Humanos<br />
1951 – Estabelecido o primeiro prêmio <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produto: Deming Prize for Quality of Products<br />
– Assina<strong>da</strong> a Convenção <strong>da</strong> OIT relativa à Igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Remuneração entre a Mão-<strong>de</strong>-obra Masculina e a<br />
Mão-<strong>de</strong>-obra Feminina em Trabalho <strong>de</strong> Igual Valor<br />
1957 – Assina<strong>da</strong> a Convenção <strong>da</strong> OIT relativa à Abolição do Trabalho Forçado<br />
1960 – Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Consumers International<br />
1961 – Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Anistia Internacional e do WWF (Fundo Mundial para a Natureza)<br />
1963 – Lança<strong>da</strong> a Lista Vermelha <strong>da</strong>s Espécies Ameaça<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Extinção <strong>da</strong> IUCN<br />
1964 – Assina<strong>da</strong> a Convenção <strong>da</strong> OIT relativa aos Benefícios por Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Trabalho<br />
1966 – Entra em vigor a Convenção sobre a Pesca e a Conservação dos Recursos Biológicos do Alto Mar<br />
1969 – Entra em vigor a Convenção Internacional sobre a Eliminação <strong>de</strong> To<strong>da</strong>s as Formas <strong>de</strong> Discriminação Racial<br />
– Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> “Friends of the Earth” (Amigos <strong>da</strong> Terra)<br />
1970 – Assina<strong>da</strong> a Convenção <strong>da</strong> OIT relativa à Fixação <strong>de</strong> Salários Mínimos<br />
1971 – Fun<strong>da</strong>ção do Greenpeace<br />
– Criação do Comitê <strong>de</strong> Política Ambiental <strong>da</strong> OCDE<br />
1972 – Publicado o relatório “Limites do Crescimento” escrito por D. H. Meadows, D. L. Meadows, J. Ran<strong>de</strong>rs e<br />
W. W. Behrens III<br />
1975 – Entra em vigor a Convenção sobre o Comércio Internacional <strong>da</strong>s Espécies <strong>da</strong> Fauna e Flora Selvagens em<br />
Perigo <strong>de</strong> Extinção (CITES)<br />
1976 – Entra em vigor o Pacto Internacional <strong>de</strong> Direitos Civis e Políticos<br />
– Publica<strong>da</strong>s as Diretrizes <strong>da</strong> OCDE para Empresas Multinacionais<br />
1981 – Entra em vigor a Convenção <strong>da</strong> ONU sobre a Eliminação <strong>de</strong> To<strong>da</strong>s as Formas <strong>de</strong> Discriminação Contra as<br />
Mulheres<br />
1985 – Lança<strong>da</strong> a Iniciativa Atuação Responsável (Responsible Care) do Conselho Internacional<br />
<strong>da</strong>s Associações Químicas<br />
1986 – Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Caux Round Table (Mesa-Redon<strong>da</strong> <strong>de</strong> Caux) como forma <strong>de</strong> reduzir a<br />
escala<strong>da</strong> <strong>da</strong>s tensões comerciais, mais tar<strong>de</strong> mu<strong>da</strong>ndo seu foco para a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
empresarial global<br />
1987 – Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> ACT UP - AIDS Coalition to Unleash Power<br />
– Entra em vigor a Convenção <strong>da</strong> ONU Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas<br />
Cruéis, Desumanos ou Degra<strong>da</strong>ntes<br />
– Publicado Nosso Futuro Comum, Relatório <strong>da</strong> Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente<br />
e o Desenvolvimento (Relatório Brundtland)<br />
– A humani<strong>da</strong><strong>de</strong> entra pela primeira vez em <strong>de</strong>scompasso ecológico (usando mais<br />
recursos do que a Terra po<strong>de</strong> regenerar <strong>de</strong> forma sustentável, 19 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro) 1<br />
– Criado o prêmio Malcolm Baldrige National Quality Award<br />
1988 – Criado o Painel Intergovernamental sobre Mu<strong>da</strong>nças Climáticas<br />
1989 – Entra em vigor o Protocolo <strong>de</strong> Montreal sobre substâncias <strong>de</strong>struidoras <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
ozônio<br />
– BASF, Dow Chemical e Vereinigte Energiewerke AG publicam seus primeiros relatórios<br />
ambientais<br />
– Convenção <strong>da</strong> Basiléia sobre o Controle <strong>de</strong> Movimentos Transfronteiriços <strong>de</strong> Resíduos<br />
Perigosos e seus Depósitos<br />
– Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Coalizão por Economias Ambientalmente Responsáveis (Ceres)<br />
1990 – Entra em vigor a Convenção <strong>da</strong> ONU sobre os Direitos <strong>da</strong> Criança<br />
– Criado o prêmio European Quality Awards pela Fun<strong>da</strong>ção Européia para a Gestão <strong>da</strong><br />
Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> (EFQM)<br />
1991 – Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Transparência Internacional<br />
1992 – Adota<strong>da</strong> a Agen<strong>da</strong> 21 pela primeira Cúpula <strong>da</strong> Terra (Rio 92),<br />
– Criado o selo ecológico <strong>da</strong> União Européia (EU)<br />
24180<br />
28200<br />
9810<br />
915<br />
1951<br />
1897<br />
1964<br />
1978<br />
1985<br />
1991<br />
1<br />
Freeling, N. October 6 is Ecological Debt Day (2008) <strong>Global</strong> Footprint Network: Oakland, CA, USA Última atualização: 9 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2008, Acessado em 10 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2008,<br />
http://www.footprintnetwork.org/gfn_sub.php?content=overshoot<br />
26 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
<strong>da</strong>tas mostram os principais eventos internacionais pertinentes.<br />
2000 2001 -<br />
1992 – Criado o selo ecológico <strong>da</strong> União Européia (EU)<br />
1993 – Entra em vigor a Convenção sobre Diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> Biológica<br />
– Fun<strong>da</strong>ção do Forest Stewardship Council (Conselho <strong>de</strong> Manejo Florestal)<br />
1994 – Entra em vigor a Convenção Quadro <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s sobre a Mu<strong>da</strong>nça Climática<br />
1995 – Lançado o Sistema <strong>de</strong> Gestão e Auditoria Ambiental <strong>da</strong> União Européia (EMAS)<br />
– Lançado o Índice <strong>de</strong> Percepção <strong>da</strong> Corrupção <strong>da</strong> Transparência Internacional<br />
– Realiza<strong>da</strong> em Copenhague, Dinamarca, a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social<br />
1996 – Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Ecotricity, primeira compania energética que produz energia totalmente<br />
renovável, no Reino Unido<br />
1996 – Publica<strong>da</strong>s as Normas Ambientais ISO 14000<br />
– Criado o prêmio AKAO Prize pelo Instituto <strong>de</strong> Desdobramento <strong>da</strong> Função Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> (QFD)<br />
1997 – Comercializado o Toyota Prius, primeiro veículo híbrido elétrico para produção em massa<br />
– Interface Inc. produz o primeiro relatório <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
– Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Fairtra<strong>de</strong> Labelling Organization (FLO) – (selo <strong>de</strong> comércio justo)<br />
– Fun<strong>da</strong>ção do Marine Stewardship Council (Conselho <strong>de</strong> Manejo Marinho)<br />
– Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> <strong>Global</strong> <strong>Reporting</strong> <strong>Initiative</strong><br />
– Publica<strong>da</strong> pela Social Accountability a norma SA8000<br />
1999 – Lançados os Índices <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Dow Jones<br />
– Publicado pela primeira vez o ESI – Índice <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental<br />
– Publicados pela primeira vez os<br />
primeiros <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> por<br />
duas dúzias <strong>de</strong> empresas, com<br />
base em diretrizes-piloto<br />
– Assina<strong>da</strong> a Convenção <strong>da</strong> OIT relativa<br />
às Piores Formas <strong>de</strong> Trabalho Infantil<br />
2000 – Criado o Pacto <strong>Global</strong> <strong>da</strong> ONU<br />
– Publica<strong>da</strong> a primeira versão <strong>da</strong>s Diretrizes para Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
2000 – Adota<strong>da</strong> a Declaração do Milênio <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s<br />
– Assina<strong>da</strong> a Convenção <strong>da</strong> OIT relativa à Proteção à Materni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
2001 – O primeiro Fórum Social Mundial é realizado em Porto Alegre, Brasil<br />
– Lançado o Índice FTSE4GOOD<br />
2002 – Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Cúpula <strong>da</strong> Terra) realiza<strong>da</strong> em Joanesburgo, África do Sul<br />
2003 – Lançado o Índice SRI (Investimento Socialmente Responsável) <strong>da</strong> JSE (Bolsa <strong>de</strong> Valores <strong>de</strong> Joanesburgo, África do<br />
Sul)<br />
2004 – Convenção <strong>de</strong> Estocolmo sobre os Poluentes Orgânicos Persistentes<br />
2005 – Entra em vigor a Convenção <strong>da</strong> ONU contra a Corrupção<br />
– Campanha “Chama<strong>da</strong> <strong>Global</strong> para a Ação contra a Pobreza” (GCAP)<br />
– Entra em vigor o Esquema <strong>de</strong> Comércio <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> Carbono <strong>da</strong> União Européia<br />
– Entra em vigor o Protocolo <strong>de</strong> Kyoto <strong>da</strong> Convenção-Quadro <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s sobre Mu<strong>da</strong>nças Climáticas<br />
– Lançado o Índice <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Empresarial <strong>da</strong> Bovespa (Brasil)<br />
– Lançado o Índice <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> SAM <strong>da</strong> Austrália (AuSSI)<br />
2006 – Aberta à a<strong>de</strong>são a Convenção sobre os Direitos <strong>da</strong>s Pessoas com Deficiência<br />
2007 – O 4º Relatório <strong>de</strong> Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mu<strong>da</strong>nças Climáticas (IPCC) afirma que as<br />
alterações no clima do mundo são muito provavelmente causa<strong>da</strong>s pela ação humana<br />
61345<br />
50373<br />
41722<br />
1995 1999 2006<br />
Fonte:<br />
Union of International Associations, UIA Online Databases: Statistics (Organizations) Online (2008) Union of International Associations:<br />
Brussels http://www.diversitas.org/db/. Última atualização: 2007. Acessado em 10 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2008.<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
27
28 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
1<br />
Atualmente, mais <strong>de</strong> 1,3 bilhões <strong>de</strong> pessoas no mundo todo têm acesso à Internet, com o crescimento mais alto ocorrendo na<br />
África, Oriente Médio e América Latina. http://www.Internetworldstats.com/stats.htm. Última atualização: 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007.<br />
Acessado em 4 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2008.<br />
2<br />
O acesso a serviços <strong>de</strong> telefonia celular aumentaram no mundo todo <strong>de</strong> 1 a ca<strong>da</strong> 100 pessoas em 1994 para 41 em 2006, sendo que<br />
em países <strong>de</strong>senvolvidos são 90,9 em ca<strong>da</strong> 100. http://www.itu.int/ITU-D/ict/statistics/ict/graphs/mobile.jpg. Última atualização:<br />
28 November 2007. Acessado em 4 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2008.<br />
3<br />
Em fevereiro <strong>de</strong> 2008, 3.051 ONGs <strong>de</strong>tinham status consultivo junto à ONU, em comparação a 724 em 1992 e apenas 41 em 1946.<br />
Vi<strong>de</strong> http://www.un.org/esa/coordination/ngo/. Última atualização: 2007. Acessado em 25 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2008.<br />
4<br />
O Instituto <strong>de</strong> Pesquisa <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para o Desenvolvimento Social (UNRISD) i<strong>de</strong>ntificou cinco principais movimentos e<br />
campanhas <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil contemporânea: 1. Campanhas para perdão <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong>; 2. Movimento para mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> regras e<br />
barreiras do comércio internacional; 3. Taxa Tobin (taxação <strong>da</strong>s transações financeiras internacionais); 4. Movimento internacional<br />
<strong>de</strong> combate à corrupção; 5. Movimento <strong>de</strong> comércio justo.<br />
5<br />
Vi<strong>de</strong>, por exemplo, SustainAbility, <strong>Global</strong> Compact, Gearing Up: From corporate responsibility to good governance and scalable<br />
solutions, 1ª Edição (2004) Sustainability: Londres, Reino Unido http://www.sustainability.com/downloads_public/insight_reports/<br />
gearing_up.pdf. Acessado em 15 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2008.<br />
6<br />
O “então vigente mo<strong>de</strong>lo geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento” po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito como um mo<strong>de</strong>lo em que os recursos naturais são tratados<br />
como se fossem ilimitados, o lixo produzido como se o planeta pu<strong>de</strong>sse absorvê-lo com a mesma veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> que é produzido<br />
e a eficiência dos mecanismos <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> riqueza não são comparáveis à eficiência dos mecanismos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong><br />
riqueza. Outras características são bem <strong>de</strong>scritas em “O Estado do Mundo” (vi<strong>de</strong>: http://www.worldwatch.org/).
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
29
30 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
Fale com seus
‘Stakehol<strong>de</strong>rs’!<br />
Falar com quem???<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
31
32 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
3
Precisamos <strong>de</strong> uma<br />
linguagem comum<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
33
3 Precisamos <strong>de</strong> um<br />
O objetivo <strong>de</strong>ssa parte é mostrar como o Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r<br />
a preparar uma organização para enfrentar os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>scritos no final <strong>da</strong> parte anterior.<br />
As Diretrizes para a Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s por centenas <strong>de</strong><br />
indivíduos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 30 países, oriundos <strong>de</strong> empresas, <strong>da</strong> aca<strong>de</strong>mia e <strong>de</strong> ONGs 1 . A meta <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
é criar uma linguagem comum para que todos os tipos e portes <strong>de</strong> organizações possam gerir e<br />
relatar seu <strong>de</strong>sempenho. Não importa que estejam na Austrália, Índia, África do Sul ou Japão. 2<br />
Os colaboradores <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>GRI</strong> não acreditam em “<strong>de</strong>sempenho financeiro” apenas. O esforço para<br />
se atingir qualquer meta <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, mesmo que puramente financeira, traz em seu bojo<br />
numerosos impactos econômicos, ambientais e sociais. Esses impactos são importantes, pois<br />
afetam o mundo em que vivemos.<br />
As Diretrizes <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> oferecem orientações para que as organizações enten<strong>da</strong>m, discutam,<br />
monitorem e comuniquem seus impactos econômicos, ambientais e sociais. As Diretrizes também<br />
explicam como as organizações po<strong>de</strong>m focalizar e priorizar suas metas. 3<br />
O Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>, é um processo a partir do qual uma organização:<br />
• passa a compreen<strong>de</strong>r os impactos econômicos, sociais e ambientais <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />
• estabelece um diálogo com seus stakehol<strong>de</strong>rs sobre esses impactos;<br />
• <strong>de</strong>fine quais aspectos e indicadores são os mais importantes para refletir suas<br />
contribuições econômicas, ambientais e sociais;<br />
• estabelece metas;<br />
• monitora seus resultados;<br />
• comunica todos esses passos.<br />
Para orientar as organizações no processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> relatórios, a <strong>GRI</strong> <strong>de</strong>senvolveu<br />
diferentes publicações. Uma visão geral <strong>da</strong>s publicações atuais <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> po<strong>de</strong> ser encontra<strong>da</strong> na<br />
página 38. Para assegurar que todos os pontos mencionados acima sejam abor<strong>da</strong>dos, o processo<br />
<strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> relatórios <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> é apresentado em cinco fases: 4<br />
1. Prepare<br />
2. Conecte-se<br />
3. Defina<br />
34 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
a linguagem comum<br />
4. Monitore<br />
5. Relate<br />
As Diretrizes <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> também estabelecem Princípios para o processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> relatórios<br />
para aju<strong>da</strong>r a organização a melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s informações a serem divulga<strong>da</strong>s e a<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> relato.<br />
O primeiro passo no processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> relatórios é a fase “Prepare”, cujo objetivo é<br />
promover discussão interna, especialmente em nível gerencial. Isso levará a equipe <strong>de</strong> gestão<br />
a pensar nas relações entre as <strong>de</strong>cisões do dia-a-dia e os impactos que provocam. A equipe <strong>de</strong><br />
gestão <strong>da</strong> organização <strong>de</strong>verá tentar i<strong>de</strong>ntificar os impactos econômicos, ambientais e sociais<br />
positivos e negativos mais óbvios.<br />
Antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir quais tópicos <strong>de</strong>ve enfocar, a organização <strong>de</strong>ve buscar a contribuição <strong>de</strong> seus<br />
“stakehol<strong>de</strong>rs”, na fase “Conecte-se.” Depois <strong>de</strong> concluí<strong>da</strong> essa fase, a organização po<strong>de</strong> começar a<br />
monitorar esses tópicos e finalmente relatar seu <strong>de</strong>sempenho. Mas quem são esses stakehol<strong>de</strong>rs?<br />
Como <strong>de</strong>vemos falar com eles? Por que <strong>de</strong>veríamos falar com eles?<br />
“Stakehol<strong>de</strong>rs” são todos os grupos que afetam ou são afetados pelas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma<br />
organização. To<strong>da</strong> organização os tem. Eles são os acionistas, investidores (doadores), clientes<br />
(parceiros), funcionários 3 e suas famílias, representantes governamentais locais e fe<strong>de</strong>rais,<br />
fornecedores, vizinhos, formadores <strong>de</strong> opinião, etc. Os stakehol<strong>de</strong>rs são os aliados e parceiros <strong>de</strong><br />
sua organização. Eles aju<strong>da</strong>rão a organização na fase “Defina” a estabelecer o que gerir e sobre<br />
o que relatar. Eles são as pessoas que po<strong>de</strong>m confirmar se os resultados positivos e negativos<br />
i<strong>de</strong>ntificados pela equipe <strong>de</strong> gestão são realmente os que importam. Po<strong>de</strong>m também <strong>da</strong>r retorno a<br />
uma organização sobre sua reputação, aju<strong>da</strong>r a i<strong>de</strong>ntificar riscos e salientar novas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e<br />
todos requerem tipos diferentes <strong>de</strong> informações.<br />
Se, por um lado, é prática comum para uma empresa relatar para alguns grupos <strong>de</strong> stakehol<strong>de</strong>rs<br />
sobre certos assuntos como, por exemplo, falar sobre questões financeiras com proprietários,<br />
acionistas, doadores ou investidores, muitas empresas relatam pouco ou praticamente na<strong>da</strong><br />
a outros “stakehol<strong>de</strong>rs”. No entanto, como as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma organização e seus impactos<br />
vão além <strong>de</strong> seus resultados financeiros, os grupos <strong>de</strong> “stakehol<strong>de</strong>rs” são mais do que somente<br />
aqueles interessados no <strong>de</strong>sempenho financeiro, apesar <strong>de</strong> que até esses estão se tornando mais<br />
interessados no <strong>de</strong>sempenho global <strong>da</strong>s organizações, já que muitos riscos vitais po<strong>de</strong>m ser o<br />
resultado <strong>de</strong> uma má gestão <strong>de</strong> questões não financeiras.<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
35
Um diálogo com Stakehol<strong>de</strong>rs não tem que ser complexo: E-mails, reuniões informais com coffee<br />
breaks e eventos sociais po<strong>de</strong>m ser usados com muita eficácia. Nem tampouco uma organização<br />
precisa falar com todos os stakehol<strong>de</strong>rs ao mesmo tempo ou com a mesma intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> o tempo<br />
todo. O importante é que o diálogo aconteça, pois os stakehol<strong>de</strong>rs são uma fonte essencial <strong>de</strong><br />
feedback. Infelizmente, é comum que organizações e stakehol<strong>de</strong>rs não se comuniquem até que os<br />
problemas já tenham surgido, e já haja um certo nível <strong>de</strong> tensão entre as partes.<br />
De acordo com as Diretrizes <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>, essa contribuição dos stakehol<strong>de</strong>rs no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição<br />
dos tópicos relevantes ao processo <strong>de</strong> relato é essencial, e se uma organização não incluiu<br />
stakehol<strong>de</strong>rs nesse processo, o relatório <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado “completo”.<br />
Depois do foco do relatório <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ter sido <strong>de</strong>finido e as razões para as escolhas<br />
estarem claras, a organização se prepara para iniciar a fase “Monitore”, em que vai monitorar seu<br />
<strong>de</strong>sempenho. Os indicadores <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> foram <strong>de</strong>senvolvidos para aju<strong>da</strong>r a organização a saber o que<br />
monitorar para que ela possa acompanhar seu <strong>de</strong>sempenho em relação à sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
O processo multistakehol<strong>de</strong>r <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> também <strong>de</strong>senvolveu “Princípios <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong>” para aju<strong>da</strong>r<br />
a organização a verificar seu processo <strong>de</strong> monitoramento e obter informações <strong>de</strong> alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
a partir <strong>de</strong>le. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s informações coleta<strong>da</strong>s aju<strong>da</strong>rá a organização a atingir uma melhor<br />
gestão e relato (na fase “Relate”) <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sempenho geral.<br />
Agora que você sabe mais sobre o Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>, po<strong>de</strong>mos voltar<br />
à lista <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios que se encontra na parte 2 (pg. 25) e ver como o Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r sua organização a abor<strong>da</strong>r ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les.<br />
1. “Há uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> real e contínua por mais informações sobre como as<br />
organizações estão enfrentando os atuais <strong>de</strong>safios <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>”<br />
Antes <strong>de</strong> uma organização po<strong>de</strong>r fornecer essas informações, ela precisa enten<strong>de</strong>r a<br />
relação entre suas <strong>de</strong>cisões e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do dia-a-dia e os <strong>de</strong>safios que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> enfrenta<br />
atualmente. O Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> possibilitará essa compreensão.<br />
Sem isso, não é possível preparar um relatório <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> significativo.<br />
2. “Informações sobre impactos positivos e negativos são dissemina<strong>da</strong>s<br />
rapi<strong>da</strong>mente”<br />
A utilização <strong>de</strong> um reconhecido processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> relatórios, como o <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>, permite<br />
que uma organização exerça um papel ativo nessa disseminação porque ela estará ciente<br />
<strong>de</strong> seus impactos positivos e negativos. É importante que o processo siga princípios que<br />
garantam a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s informações. Informações inexatas po<strong>de</strong>m prejudicar a reputação<br />
<strong>de</strong> uma organização. O Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> oferece Princípios <strong>de</strong><br />
36 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
<strong>Relatórios</strong>, que fornecem todos os elementos necessários para aju<strong>da</strong>r uma organização a<br />
melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s informações a serem publica<strong>da</strong>s.<br />
3. “A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> questões a serem analisa<strong>da</strong>s e geri<strong>da</strong>s está aumentando”<br />
Isso significa que uma organização <strong>de</strong>ve apren<strong>de</strong>r a priorizar questões. Nenhuma organização<br />
tem recursos para gerir uma lista infinita <strong>de</strong> questões. A priorização é parte central <strong>da</strong>s<br />
Diretrizes <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>. O “Princípio <strong>da</strong> Materiali<strong>da</strong><strong>de</strong>” foi <strong>de</strong>senvolvido especificamente para<br />
aju<strong>da</strong>r as organizações a i<strong>de</strong>ntificar as questões prioritárias e baseia-se no diálogo com os<br />
“stakehol<strong>de</strong>rs” para obter subsídios fun<strong>da</strong>mentais.<br />
4. “Produtos e serviços compatíveis com a busca comum por soluções”<br />
Uma vez que a organização tenha uma compreensão clara <strong>de</strong> seus impactos positivos e<br />
negativos em questões econômicas, ambientais e sociais e engage grupos diferentes, ela<br />
po<strong>de</strong>rá i<strong>de</strong>ntificar oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para inovar e melhorar processos para aten<strong>de</strong>r às novas<br />
<strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim, o Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> aju<strong>da</strong>rá a<br />
organização a preparar-se e aproveitar a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para criar novos produtos e serviços e<br />
aprimorar os já existentes.<br />
5. “Problemas locais requerem soluções diretas e específicas”<br />
Ao ouvir as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, como parte do processo <strong>de</strong> elaboração do relatório, a<br />
organização adquirirá uma real consciência <strong>da</strong>s questões concretas que precisam ser<br />
abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s e compreen<strong>de</strong>rá seu papel nas soluções e na prevenção <strong>de</strong> problemas futuros.<br />
Ao usar o Processo <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>, a organização alcançará uma melhor<br />
compreensão <strong>de</strong> sua relação com o contexto <strong>de</strong> seu negócio, po<strong>de</strong>ndo assim melhor a<strong>da</strong>ptar-se,<br />
contribuir e beneficiar-se.<br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> são do interesse <strong>de</strong> todos!<br />
Perguntas<br />
Você sabe quem são os stakehol<strong>de</strong>rs <strong>de</strong> sua organização?<br />
Você está falando com eles? Como?<br />
Você os escuta? Como?<br />
Você sabe como i<strong>de</strong>ntificar e falar sobre os principais impactos <strong>de</strong> sua organização e sua<br />
contribuição para mol<strong>da</strong>r o futuro do mundo?<br />
Quais valores estão incorporados em seus produtos e serviços?<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
37
1<br />
Veja a lista completa dos participantes no Desenvolvimento <strong>de</strong> Conteúdo <strong>da</strong>s Diretrizes e Protocolos <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>, em Diretrizes para a<br />
Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, pg. 41.<br />
2<br />
As Diretrizes <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> são usa<strong>da</strong>s por organizações em todo o mundo. A <strong>GRI</strong> não sabe o número exato <strong>de</strong> organizações, mas há<br />
evidências <strong>de</strong> que ultrapassem 1000. A <strong>GRI</strong> também sabe que gran<strong>de</strong>s empresas têm usado as Diretrizes, mas ca<strong>da</strong> vez mais as<br />
pequenas e médias empresas as têm utilizado também. O número <strong>de</strong> organizações sem fins lucrativos e governamentais usuárias<br />
<strong>da</strong>s Diretrizes também começa a crescer.<br />
3<br />
Explicações <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s sobre ca<strong>da</strong> fase <strong>de</strong>sse processo po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>da</strong>s em “Diretrizes para Relatório <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> <strong>GRI</strong> ” (disponível em PDF ou na versão impressa, po<strong>de</strong>ndo ser baixado (download) gratuitamente no site <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: www.<br />
globalreporting.org) e em “Ciclo preparatório para elaboração <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Manual para pequenas (e<br />
nem tão pequenas) organizações” (disponível apenas na versão impressa, que po<strong>de</strong> ser solicita<strong>da</strong> na loja virtual <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> no site <strong>da</strong><br />
<strong>GRI</strong>). Ambas as publicações foram traduzi<strong>da</strong>s para vários idiomas.<br />
4<br />
Essas fases são <strong>de</strong>scritas em “Ciclo preparatório para elaboração <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Manual para pequenas (e<br />
nem tão pequenas) organizações”.<br />
Publicações <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>:<br />
Diretrizes para Relatório <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
· Protocolos <strong>de</strong> Indicadores<br />
· Suplementos Setoriais<br />
<strong>GRI</strong> Research <strong>GRI</strong> Research <strong>GRI</strong> & Research Development<br />
& Development & Development<br />
Publicações <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
Topics<br />
Topics<br />
Topics<br />
<strong>Reporting</strong><br />
Practices<br />
<strong>Reporting</strong><br />
Practices<br />
<strong>Reporting</strong><br />
Practices<br />
Tools<br />
Tools<br />
Temas<br />
Práticas <strong>de</strong> Relatório<br />
Ferramentas<br />
Essas publicações estão disponíveis para download gratuito no site <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>, http://www.globalreporting.org<br />
Tools<br />
Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong><br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
Caminhos<br />
Explorações<br />
As publicações Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong> e Explorações estão disponíveis gratuitamente para download no site <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> http://www.globalreporting.org.<br />
As outras publicações <strong>da</strong> série Caminhos po<strong>de</strong>m se adquiri<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> nossa loja virtual.<br />
38 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
Anexo<br />
Links relacionados:<br />
Agen<strong>da</strong> 21 - http://www.un.org/esa/sust<strong>de</strong>v/documents/agen<strong>da</strong>21/english/agen<strong>da</strong>21toc.htm<br />
Amnesty International – www.amnesty.org<br />
Australian Sam Sustainability In<strong>de</strong>x - www.aussi.net.au<br />
Baldridge National Quality Program - www.quality.nist.gov<br />
Bovespa Corporate Sustainability In<strong>de</strong>x - www.bovespa.com.br/Market/MarketIn<strong>de</strong>xes/ise_i.shtml<br />
Caux Round Table www.cauxroundtable.org<br />
Ceres - www.ceres.org<br />
Convention on International Tra<strong>de</strong> in En<strong>da</strong>ngered Species of Wild Fauna and Flora – www.cites.org<br />
Dow Jones Sustainability In<strong>de</strong>xes - www.sustainability-in<strong>de</strong>x.com<br />
Eco-management and Audit Scheme (EMAS) – www.emas.org.uk<br />
Environmental Sustainability In<strong>de</strong>x - www.yale.edu/esi<br />
European Foun<strong>da</strong>tion for Quality Management - www.efqm.org<br />
Fairtra<strong>de</strong> Labelling Organizations International - www.fairtra<strong>de</strong>.net<br />
Food and Agriculture Organization of the United Nations – www.fao.org<br />
Forest Stewardship Council – www.fsc.org<br />
Freedom House – www.freedomhouse.org<br />
Friends of the Earth – www.foe.co.uk<br />
<strong>Global</strong> Footprint Network – www.footprintnetwork.org<br />
<strong>Global</strong> <strong>Reporting</strong> <strong>Initiative</strong> – www.globalreporting.org<br />
Greenpeace – www.greenpeace.org<br />
Intergovernmental Panel on Climate Change – www.ipcc.ch<br />
International Council of Chemical Association – www.icca-chem.org<br />
International Labour Organization – www.ilo.org<br />
International Organziation for Stan<strong>da</strong>rdization – www.iso.org<br />
IUCN Red List - www.iucnredlist.org<br />
Johannesburg Stock Exchange Sri In<strong>de</strong>x – http://www.jse.co.za/sri/<br />
Marine Stewardship Council – www.msc.org<br />
Montreal Protocol - http://ozone.unep.org/Publications/MP_Handbook<br />
Pontos <strong>de</strong> Parti<strong>da</strong><br />
<strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>: Uma linguagem comum para um futuro comum<br />
39
Organization for Economic Co-operation and Development – www.oecd.org<br />
Our Common Future: Report of the World Commission on Environment and Development –<br />
www.un-documents.net/wced-ocf.htm<br />
QFD Institute – www.qfdi.org<br />
Social Accountability International – www.sa-intl.org<br />
The W. Edwards Deming Institute – http://<strong>de</strong>ming.org<br />
Transparency International – www.transparency.org<br />
Universal Declaration of Human Rights - www.unhchr.ch/udhr<br />
United Nations – www.un.org<br />
United Nations Environment Programme – www.unep.org<br />
United Nations <strong>Global</strong> Compact – www.unglobalcompact.org<br />
United Nations Millennium Development Goals - www.un.org/millenniumgoals<br />
World Health Organization – www.who.int<br />
Worldwatch Institute – www.worldwatch.org<br />
World Water Council – www.worldwatercouncil.org<br />
World Wildlife Fund – www.wwf.org<br />
Para saber mais:<br />
The Story of Stuff with Annie Leonard - www.storyofstuff.com<br />
treehugger - www.treehugger.com/gogreen.pho<br />
40 Séries <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>
Produção<br />
Processo <strong>de</strong> impressão: Impresso pelo processo Ecocolor ® (impressão 100% livre <strong>de</strong><br />
álcool isopropílico) e com tintas à base <strong>de</strong> óleos vegetais.<br />
Pré-impressão digital com tecnologia CTP. Todo o processo<br />
<strong>de</strong> impressão é certificado pela Grafimedia Milieuzorg e utilizou<br />
fontes <strong>de</strong> energia renováveis.<br />
Papel <strong>da</strong> capa:<br />
Papel do miolo:<br />
Freelife Meri<strong>da</strong> (40% <strong>de</strong> fibras pós-consumo com selo do<br />
FSC, 55% <strong>de</strong> celulose com selo do FSC e 5% <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong><br />
algodão com o selo ver<strong>de</strong> “Flower” <strong>da</strong> União Européia, ISO 9001).<br />
Cyclus Print <strong>da</strong> Dalum (baseado em<br />
fibras 100% recicla<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com o<br />
selo RAL UZ-14 <strong>da</strong> Blue Angel, certificado<br />
pelo Nordic Swan, aprovado pela NAPM,<br />
selo ver<strong>de</strong> “Flower” <strong>da</strong> União Européia, EMAS,<br />
ISO 9001 e ISO 14001).<br />
Responsibil<strong>da</strong><strong>de</strong> Legal<br />
Se, por um lado, o Conselho Diretor <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> incentiva o uso <strong>da</strong>s publicações <strong>da</strong>s Séries <strong>de</strong><br />
Aprendizagem por to<strong>da</strong>s as organizações, a preparação e publicação <strong>de</strong> relatórios são <strong>de</strong> total<br />
responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> quem os produz. Nem o Conselho Diretor <strong>da</strong> <strong>GRI</strong> nem a Fun<strong>da</strong>ção <strong>Global</strong><br />
<strong>Reporting</strong> Inititative e nem os patrocinadores do projeto po<strong>de</strong>m assumir responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por<br />
quaisquer conseqüências ou <strong>da</strong>nos que resultem, direta ou indiretamente, do uso <strong>da</strong>s publicações<br />
<strong>de</strong> Aprendizagem na preparação <strong>de</strong> relatórios ou <strong>de</strong> sua utilização.<br />
Aviso <strong>de</strong> Direitos Autorais e Marca Registra<strong>da</strong><br />
Os direitos autorais <strong>de</strong>ste documento pertencem à Fun<strong>da</strong>ção <strong>Global</strong> <strong>Reporting</strong> <strong>Initiative</strong> (<strong>GRI</strong>).<br />
Nem este documento nem qualquer parte <strong>de</strong>le po<strong>de</strong>rão ser reproduzidos, arquivados, traduzidos<br />
ou transferidos, em qualquer forma ou mídia (electrônica, mecânica, fotocopia<strong>da</strong>, grava<strong>da</strong>, etc.),<br />
para qualquer outro fim sem que haja prévia autorização por escrito por parte <strong>da</strong> <strong>GRI</strong>.<br />
<strong>Global</strong> <strong>Reporting</strong> <strong>Initiative</strong>, o logotipo <strong>da</strong> <strong>Global</strong> <strong>Reporting</strong> <strong>Initiative</strong>, Diretrizes para a Elaboração<br />
<strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong> Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>GRI</strong> são marcas registra<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Global</strong> <strong>Reporting</strong> <strong>Initiative</strong>.<br />
© 2011 <strong>GRI</strong><br />
ISBN n° 978-90-8866-021-4
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PO Box 10039<br />
1001 EA Amster<strong>da</strong>m<br />
Holan<strong>da</strong><br />
Tel: +31 (0) 20 531 00 00<br />
Fax: +31 (0) 20 531 00 31<br />
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Todos os direitos reservados.<br />
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Diretrizes para a Elaboração <strong>de</strong> <strong>Relatórios</strong> <strong>de</strong><br />
Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser obti<strong>da</strong>s em:<br />
www.globalreporting.org<br />
info@globalreporting.org<br />
A <strong>GRI</strong> é um Centro <strong>de</strong> Colaboração do<br />
Programa <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para o Meio Ambinente