1 Edição 227 ICMBio sedia 1º encontro dos procuradores-chefes de ...

Edição 227
EDIÇÃO 227 - ANO 6 - 21 DE DEZEMBRO DE 2012
ICMBio sedia
1º encontro dos procuradores-chefes
de Matéria Fundiária, Ambiental e Indígena
Instituto Chico Mendes recebe prêmio
pelo desenvolvimento do SGDOC
Extrativistas da Verde para Sempre
reivindicam plano estratégico do Governo
Cemave prepara lançamento
de novo PAN em 2013
Instituto lança quarta edição da Revista BioBrasil
e chamadas de artigos da quinta e sexta edições
Vizentin assina Termo de Reciprocidade
com Governo do Acre
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ICMBio em Foco
Edição 227
ICMBio sedia 1º Encontro do Fórum
dos Procuradores-Chefes de Matéria
Fundiária, Ambiental e Indígena
ICMBio assina Termo de Reciprocidade
com Governo do Acre
Na última terça-feira, foi realizado, na sede do Instituto
Chico Mendes, em Brasília, o 1º Encontro do
Fórum dos Procuradores-Chefes de Matéria Fundiária,
Ambiental e Indígena. Segundo o procuradorgeral
federal, Marcelo de Siqueira Freitas, é um momento
de troca e interação entre os procuradores
das Procuradorias Federais Especializadas (PFEs)
junto a diversos órgãos, como ICMBio, Ibama, Funai,
Incra, Iphan e Fundação Cultural Palmares - FCP,
sendo importante oportunidade para o crescimento
institucional da Procuradoria-Geral Federal, a PGF.
“Este é um dos fóruns mais relevante da Procuradoria-Geral
Federal, porque imensa parte dos problemas
de relacionamento que ocorrem entre as autarquias
e fundações dizem respeito a questões ligadas a ocupação
de imóveis. A ocupação fundiária no Brasil é
um problema extremamente grave e isso se reflete
não apenas nas relações do Estado com o privado,
mas também nas relações entre os próprios entes estatais”,
destacou Marcelo Siqueira. De acordo com
ele, os dilemas que surgem podem ser solucionados
por meio do trabalho das PFEs junto às entidades e
na sede da Procuradoria-Geral Federal. “Nosso objetivo
é coordenar e conciliar os diversos interesses públicos,
todos legítimos, dos quais nenhum pode ser
abandonado. A nossa existência comum enquanto
procuradores federais ligados à Procuradoria-Geral
Federal é auxiliarmos as autarquias e fundações para
que elas consigam desempenhar seus papéis”, frisou.
O procurador-chefe nacional do ICMBio, Carlos Vitor
Andrade Bezerra, fez coro ao procurador-geral federal
ao afirmar que o objetivo do encontro é tentar construir
uma agenda comum para aproximar as autarquias.
“O intuito é aproveitar este espaço de interlocução,
e de facilidade de diálogo institucional, e tentar
canalizar e harmonizar as aparentes divergências entre
autarquias, fundações e mesmo os ministérios. O propósito
é sair com encaminhamentos reais, com um caminho
para facilitar o dia a dia das autarquias e para
realizar as políticas públicas como um todo”, ressaltou.
Ele destaca que a PFE junto ao ICMBio liderou o fórum
na condição de sua coordenadora, o que atrai para o
nosso Instituto um papel de protagonismo institucional
na esfera federal.
No centro, Ronaldo Gallo, da AGU; presidente Roberto
Vizentin; e procurador-geral Marcelo Siqueira
Presente à abertura do evento, o presidente do
ICMBio, Roberto Vizentin, afirmou estar satisfeito
com o trabalho realizado pela Procuradoria Federal
Especializada no Instituto. “Fico imaginando o
que seria da nossa vida aqui sem a ação da PFE,
competente, independente, mas ao mesmo tempo
engajada na missão da instituição”, afirmou. Vizentin
refletiu que os grandes conflitos neste país
estão envolvidos com estes três temas – Fundiário,
Ambiental e Indígena. “Se não houver ação mais
articulada e integrada dos órgãos e ministérios, teremos
o acirramento de muitos conflitos”, disse.
Durante todo o dia, os procuradores federais discutiram
temas com enfoque na área jurídica. Nosso
procurador Carlos Vitor coordenou o debate “Câmaras
de Conciliação, limites, atribuições e diálogo
com o Ministério Público Federal”. Outros temas foram
“Licenciamento Ambiental e Novo Código Florestal”,
por Henrique Varejão, da PFE/Ibama; “OIT
169 e sobreposição de interesses indígenas, quilombolas,
ambientais e econômicos”, por Ludmilla
Rolim, e Flávio Chiarelli, da PFE/FCP e PFE/Funai, respectivamente;
“Regularização Fundiária”, por Sérgio
de Brito Cunha Filho, da PFE/Incra; “Experiências
de Gestão de Pessoas”, por Geraldo Maia, da PFE/
Iphan; e “Balanço de atuação nos Tribunais Superiores
em 2012 relativo às Entidades do Fórum”, por
Indira Ernesto Silva Quaresma, do Departamento de
Contencioso da Procuradoria-Geral Federal.
Dandara Santos
No último sábado, o presidente do Instituto Chico Mendes,
Roberto Vizentin, assinou Termo de Reciprocidade
entre o ICMBio e seis secretarias do Acre para apoio mútuo
na gestão das unidades de conservação federais e
estaduais no estado. A assinatura ocorreu durante solenidade
no Palácio Rio Branco, na capital do estado,
como parte das atividades da Semana Chico Mendes
2012. Pelo nosso Instituto, também estiveram presentes
a coordenadora da CR1, Ana Rafaela D´Amico, e
representantes das reservas extrativistas Chico Mendes,
Cazumbá-Iracema e Juruá.
Assinado com as secretarias de estado de Meio Ambiente
- Sema, de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio
e dos Serviços Sustentáveis - Sedens, de Turismo e
Lazer - Setul e de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar
- Seaprof, e os institutos de Meio Ambiente do Acre - Imac e
de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais
- IMC, o acordo visa a cooperação mútua na implantação de
programas e projetos socioambientais, em especial para a
cooperação na gestão das unidades de conservação e consolidação
do Sistema Estadual de Áreas Naturais Protegidas
- SEANP e da Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal
no Estado do Acre nos três níveis de governo.
Segundo o documento assinado, fica a cargo do ICMBio
apoiar, orientar e cooperar com o estado do Acre, direta
ou indiretamente, no planejamento e na implantação das
ações relativas à criação, à gestão e ao fortalecimento das
unidades de conservação estaduais; planejar, coordenar,
implementar, gerir e emitir relatórios; designar ao menos
um técnico para cada unidade de conservação, visando o
acompanhamento, monitoramento e a avaliação dos projetos
desenvolvidos em sua respectiva unidade; participar
de atividades e ações promovidas pelo estado, visando
à qualificação de técnicos e comunitários para a efetiva
gestão das unidades; indicar imóveis inseridos nas UCs federais
no estado aptos a participar do procedimento de
compensação ou desoneração da obrigação de recompor
reserva legal, nos termos do Código Florestal; entre outras
tarefas. O Termo de Reciprocidade tem vigência até dezembro
de 2014, sugeito a prorrogação.
Ainda durante a solenidade de assinatura do termo, houve
apresentação do Coral do Instituto Federal do Acre e
entrega do Prêmio Chico Mendes de Florestania. Conferido
anualmente pelo Governo do Estado do Acre, por
Presidente Vizentin assina termo de reciprocidade
meio da Fundação de Cultura Elias Mansour, o prêmio
tem por finalidade reconhecer e estimular atividades, programas,
ações e iniciativas que têm como objetivo consolidar
o conceito de Florestania - modo de viver amazônico.
Na categoria Nacional/Internacional o ganhador de 2012
foi o doutor em Geoquímica pela Northwestern University
(EUA), Irving Foster Brown. Na categoria Estadual, a
Cooperativa de Trabalho do Acre - Cootac, e na categoria
Iniciativa Comunitária, a Associação de Moradores e Produtores
do Projeto Agroextrativista Chico Mendes - AM-
PPAE/CM, conhecida como Seringal Cachoeira.
Semana Chico Mendes
O evento acontece em memória de Chico Mendes e sua
luta por cidadania no campo e na floresta, que teve como
compromisso a defesa do meio ambiente e o uso sustentável
das riquezas da floresta. O período de realização do
encontro coincide com a data de nascimento e morte do
seringueiro – 15 e 22 de dezembro, respectivamente.
Durante toda a semana passada, em Rio Branco e Xapuri,
ocorreram eventos esportivos, culturais e de lazer, além
do II Fórum da Juventude de Xapuri e da apresentação
do projeto “Sustentabilidade na Amazônia: a trajetória
dos povos da floresta”.
A Semana Chico Mendes, realizada todos os anos pelo
Governo do Acre em parceria com o Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia e o Comitê Chico Mendes,
entre outras instituições, contou este ano com o
apoio do nosso Instituto.
Acervo Governo do Estado do Acre
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ICMBio em Foco
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Transcarioca – as belezas do Rio
em 150 km de trilha
Extrativistas da Verde para Sempre
reivindicam plano estratégico do Governo
Um sonho antigo. Um projeto ambicioso. A Transcarioca
é uma trilha de 150 quilômetros que vai
ligar as mais bonitas e emblemáticas paisagens do
Rio de Janeiro. Vista do alto, uma cidade de tirar o
fôlego. O percurso feito em áreas de Mata Atlântica
passa por locais como o Corcovado, a Pedra da
Gávea e o Pico da Tijuca.
A mais recente iniciativa para implementar a Transcarioca
aconteceu no primeiro dia deste mês, quando
uma equipe do Parque Nacional da Tijuca sinalizou
o trecho que vai da rua Amado Nervo até a
Mesa do Imperador. Duda Menegassi participou do
trabalho e registrou a ação em matéria publicada no
site O Eco. Durante as cinco horas em que a equipe
Primeiro inventário de Mastofauna
no Parna Mapinguari
O Parque Nacional Mapinguari acaba de receber a
primeira equipe de pesquisadores na UC. A pesquisa
que irão realizar é resultado de projeto submetido à
Dibio e intitulada “Inventário de mamíferos terrestres
de grande e médio portes como subsídios ao
manejo de unidades de conservação federais pouco
conhecida”. A inserção do Parque Nacional Mapinguari
se deu em função da total ausência de dados
formais sobre este grande grupo, apesar de toda extensão
territorial e diversidade de ambientes da UC.
A equipe de pesquisa é formada por duas pesquisadoras
do Centro Nacional de Pesquisa de Mamíferos
e Carnívoros - Cenap, Beatriz Beisiegel e Sílvia Neri
Godoy; e pela primatóloga Juliana Gonçalves Ferreira,
servidora lotada no Parque Nacional da Serra
da Bocaina. Para somar esforços, dois servidores do
Parna Mapinguari, Wilhan Rocha e Claudineia Lima,
juntaram-se à equipe durante os dez dias de campo,
período encerrado no início deste mês.
trabalhou, foi possível dar cara nova ao local, ainda
que seja necessária uma segunda etapa para concluir
todas as tarefas. O início, na rua Amado Nervo,
nem parecia uma trilha, de tão escondida na vegetação.
Agora, quem fizer essa parte do percurso já
verá a marca do projeto: uma pegada amarela que
tem a imagem do Cristo Redentor.
Idealizado por Pedro da Cunha Menezes, nosso
diretor de Criação e Manejo de Unidades de Conservação,
quando ainda era chefe do Parna Tijuca,
o projeto foi inspirado na Appalachian Trail, uma
trilha norte-americana que tem 3.500 quilômetros
e corta 14 estados. A Transcarioca vai do Pão de
Açúcar até a Restinga da Marambaia.
As áreas de amostragem foram selecionadas de
forma a contemplar a maior diversidade de tipos
ambientais e formações vegetais na UC, combinada
com o grau de alteração antrópica. Diante da
diversidade de ambientes do Parna, foram amostradas
áreas que sofrem pressão de alguma forma
como perda de hábitat em decorrência do desmatamento,
da caça e dos incêndios florestais. Dentre
as áreas amostrais estavam regiões limítrofes ao assentamento
Joana D’arc, áreas de campos naturais,
calha do rio Mucuim, Mineração São Lourenço. Os
inventários foram realizados ao longo de trilhas,
estradas, igarapés e rios, percorridos de barco ou a
pé, durante os períodos diurno e noturno.
Como resultado dessa primeira expedição foram registradas
27 espécies de mamíferos como veado-mateiro,
onça-pintada, onça-parda, jaguatirica, cateto,
tamanduá-bandeira e mirim, macaco-barrigudo, macaco-prego
e anta, dentre outras. Essa pesquisa terá
continuidade com a segunda incursão prevista para
junho de 2013. Ela já serviu de base para o segundo
projeto de pesquisa da UC, também submetido à
Dibio pelo Cenap, focado nos conflitos estabelecidos
entre onças e moradores das agrovilas do assentamento
Joana D’arc em decorrência de vários ataques
a criações de gado e suínos.
O presidente do Instituto Chico Mendes, Roberto
Vizentin, se reuniu no último dia 13 com lideranças
da Reserva Extrativista Verde para Sempre, localizada
no Pará. O encontro ocorreu no auditório do
Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal - Cenaflor,
em Brasília, e teve como pauta a apresentação
das ações governamentais de apoio à unidade
de conservação.
Roberto Vizentin destacou a luta dos extrativistas
na região e a necessidade de discutir algo concreto
com diretrizes e viabilidade técnica e econômica
para a reserva extrativista. “O dia a dia de um extrativista
envolve diversas questões que possibilitam a
produção sustentável de uma família”, ponderou
o presidente.
Reivindicações das lideranças da Resex – infraestrutura,
acesso ao território, fomento e produção sustentável
e inclusão social – foram temas abordados
durante o evento. Medidas urgentes e estruturantes
como a extensão do Programa Nacional de Universalização
do Acesso e Uso da Energia Elétrica, o
Luz para Todos, para os moradores da Resex foram
amplamente debatidas com os presentes.
Os comunitários ressaltaram que eletricidade é
uma política pública e há questões técnicas a serem
resolvidas de acordo com os trâmites governamentais.
A elaboração de um plano estratégico
para a UC e a necessidade de fiscalização e monitoramento
para os problemas que poderão aparecer
decorrentes do acesso ao serviço de energia também
foram mencionados.
Estiveram presentes à reunião o diretor de Ações
Socioambientais e Consolidação Territorial em Unidades
de Conservação, João Arnaldo Novaes Júnior,
e representantes do Conselho Nacional das
Populações Extrativistas - CNS, do Incra e dos ministérios
do Meio Ambiente, de Minas e Energia,
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do
Desenvolvimento Agrário.
Vizentin e outros representantes governamentais
na reunião com extrativistas
Dandara Santos
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ICMBio em Foco
Edição 227
ICMBio lança quarta edição
da revista BioBrasil
Artigos sobre os resultados do processo de avaliação
do estado de conservação da fauna de espécies
pouco conhecidas e o manejo de recursos vegetais
em unidades de conservação são assuntos da quarta
edição da nossa revista Biodiversidade Brasileira
– BioBrasil, lançada neste mês.
A nova edição da publicação eletrônica, disponível
em www.icmbio.gov.br/revistaeletronica/
index.php/BioBR/index, mostra os resultados do
estado de conservação de três espécies de minhocuçus
que ocorrem apenas no estado de Minas
Gerais e com distribuição restrita e em áreas
alteradas por atividades antrópicas e de cinco
espécies de peixes-bruxa ou feiticeiras, espécies
que, embora de difícil visualização, são importantes
componentes dos ecossistemas onde
ocorrem. As avaliações foram feitas durante as
oficinas de trabalho promovidas pela Coordenação
de Avaliação do Estado de Conservação da
Biodiversidade - Coabio, e contaram com a participação
de pesquisadores.
Segundo a coordenadora de Apoio à Pesquisa
e editora-chefe da revista BioBrasil, Kátia Torres
Ribeiro, todas as espécies são registradas no
país. “No resultado apresentado na publicação
há uma curiosa vinculação entre as duas seções
da revista em função do minhocuçu Rhinodrilus
alatus – espécie muito apreciada para pesca de
peixes como, por exemplo, o surubim – ser intensamente
coletado. Na avaliação anterior, essa
espécie havia sido classificada como Em Perigo
(EN), o que tornava sua coleta ilegal, com o
efeito colateral de tornar o manejo sustentável
muito difícil de ser implementado. Novos dados
sobre a distribuição e ecologia da espécie sustentaram
nova classificação, agora considerada
tecnicamente como Menos Preocupante - LC,
indicando que a espécie não sofre risco de extinção”,
explica Kátia.
Kátia Torres ressalta que o manejo dessa espécie requer
amplo diálogo entre saber tradicional e científico
e o desenvolvimento de políticas públicas favoráveis
à conservação dos recursos pelo manejo e
a geração de renda. Esse contexto pode ser observado
na maioria dos artigos publicados na primeira
seção da BioBrasil, que reflete os estudos participativos
sobre o manejo do pinhão e da erva mate no
Sul do país, daí a vinculação entre as seções.
Entre os minhocuçus, além da espécie Rhinodrilus
alatus foram avaliadas a Fimoscolex sporadochaetus,
redescoberta recentemente, recategorizada
como Em Perigo (EN) por ocorrer em uma área restrita
e sujeita à pressões antrópicas, e a Rhinodrilus
fafner, classificada como Dados Insuficientes (DD),
o que significa que as informações disponíveis sobre
a espécie não são suficientes para uma avaliação
de seu risco de extinção.
Os peixes-bruxa representam a linhagem evolutiva
de peixes mais antiga, sendo geralmente considerados
vertebrados, mas com morfologia tão enigmática
que um novo subfilo, Craniata, foi criado para
contemplar a hipótese de representarem um grupo
irmão dos vertebrados, de acordo com os editores
da seção, Carlos Guidorizzi e Beatriz Beigegiel.
São apenas 76 espécies de peixe-bruxa, sendo que
apenas cinco são conhecidas no Brasil. Esses animais
sem mandíbulas são fundamentais para a ciclagem de
nutrientes das zonas bentônicas das plataformas continentais.
Por todo o planeta, essas espécies encontramse
ameaçadas pela pesca incidental, pela pesca comercial
voltada à obtenção de seu couro e pela destruição
de hábitats causada por equipamentos de pesca.
Na avaliação nacional, apenas uma espécie pôde
ser considerada Menos Preocupante (LC); uma delas,
Mixine sotoi, endêmica do Brasil, foi classificada
como Vulnerável (VU), sendo a pesca de arrasto
sua principal ameaça, bem como às demais três espécies
classificadas como Dados Insuficientes (DD).
Manejo
Na revista, a seção temática “Manejo de Espécies
Vegetais em Unidades de Conservação”, editada
por nossos colegas Walter Steenbock, Karina Barros
e colaboradores da Universidade Federal de
Santa Catarina, reúne artigos sobre características
de populações de espécies vegetais com uso atual
ou potencial, aspectos de manejo e conservação
desses recursos e elementos da cadeia produtiva
de alguns deles, a partir de pesquisas realizadas em
unidades de conservação e entorno.
Os trabalhos evidenciam a importância dessas unidades
na geração de conhecimento para implementar
melhores práticas, visando a conservação
pelo uso, em estreita relação com os moradores
da região e com instituições de pesquisa. A maior
parte dos artigos apresentados descreve resultados
de pesquisas realizadas em florestas nacionais, especialmente
do Sul do país, localizadas no bioma
Mata Atlântica. A seção também traz artigos sobre
o manejo de recursos vegetais e as relações sociais
associadas ao manejo em local com proposta de
reserva de desenvolvimento sustentável e, ainda,
em parques nacionais, estaduais e municipais.
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Edição 227
Participação social na gestão da sociobiodiversidade
é tema da 6ª edição da revista Biodiversidade Brasileira
ICMBio e PNUD unidos em projetos
para conservação da biodiversidade brasileira
Está aberta a chamada de trabalhos para o número
temático “Participação Social na Gestão Pública da
Sociobiodiversidade” da revista Biodiversidade Brasileira
- BioBrasil. Os interessados em inscrever seus
artigos têm até o dia 2 de junho do próximo ano
para os cadastrarem na página eletrônica da revista,
em www.icmbio.gov.br/revistaeletronica/index.php/
BioBR/login. Os arquivos devem ter até 30 laudas,
incluindo fotos, tabelas e gráficos. Essa e outras normas
para formatação estão disponíveis em www.
icmbio.gov.br/revistaeletronica/index.php/BioBR/article/view/82.
Prevista para ser publicada no final do próximo
ano, esta edição da BioBrasil visa identificar, discutir
e divulgar práticas de gestão participativa em
unidades de conservação e outras áreas protegidas,
com o intuito de contribuir para a construção
desse conhecimento e aumentar o alcance dos
objetivos estratégicos das diferentes categorias de
UC e demais áreas protegidas. A iniciativa é fruto
da parceria entre a Divisão de Gestão Participativa
- DGPAR e a Coordenação de Apoio à Pesquisa -
Coape. A proposta de construir uma edição sobre
participação social na gestão ambiental pública
surgiu nas discussões do Ciclo de Capacitação em
Gestão Participativa.
Segundo Felipe Mendonça, chefe da DGPAR, que
participou da elaboração da proposta, “são cada
vez mais numerosas e diversas as experiências de
participação social na gestão da sociobiodiversidade.
Entretanto, a sistematização e publicação
dessas experiências e dos conhecimentos gerados
a partir delas ainda são relativamente pequenas”.
Os editores, pesquisadores fortemente envolvidos
com o tema, esperam receber artigos que tragam
experiências em processos participativos que envolvam
o manejo e uso dos recursos naturais; em processos
educativos na gestão pública da sociobiodiversidade;
em gestão participativa que envolvam
unidades de conservação; e experiências participativas
na geração e gestão do conhecimento na área
ambiental. Esperam, ainda, que sejam submetidos
artigos de opinião, apresentando e discutindo pontos
de vista dos autores sobre a questão.
"Estamos muito satisfeitos em ver a Biodiversidade
Brasileira como espaço que abriga amplo espectro
de debates e de sistematização de experiências relacionadas
ao manejo de áreas protegidas, imenso
desafio por sua complexidade e dinâmica, o que exige
visão contextualizada do conhecimento técnicocientífico,
seu diálogo com o saber tradicional, conhecimento
local e com a gestão e também maior
domínio do instrumental conceitual e técnico das
ciências sociais”, ressalta Kátia Torres Ribeiro, coordenadora
de Apoio à Pesquisa e editora-chefe da
revista BioBrasil.
No mês passado a revista Biodiversidade Brasileira lançou a chamada de trabalhos para sua 5ª edição, com o
tema “Diagnóstico e controle de espécies exóticas invasoras em áreas protegidas”, que será publicada no segundo
semestre do próximo ano. Os interessados devem realizar submissão eletrônica de seus artigos até 19
de maio de 2013 pelo endereço www.icmbio.gov.br/revistaeletronica/index.php/BioBR/login. As três edições
anteriores da revista podem ser acessadas em www.icmbio.gov.br/revistaeletronica.
O Instituto Chico Mendes vem executando junto com o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento -
PNUD quatro projetos para conservação da biodiversidade
e promoção do desenvolvimento socioambiental,
conduzidos operacionalmente pelo Núcleo de Projetos
Especiais vinculado à Diretoria de Planejamento, Administração
e Logística - Diplan.
O Projeto para Conservação e Uso Sustentável Efetivos de
Ecossistemas Manguezais no Brasil – BRA 07/G32, com
recursos de R$ 5 milhões do Fundo para o Meio Ambiente
Global - GEF, é realizado em cooperação com o Ministério
do Meio Ambiente. O objetivo dessa iniciativa é estabelecer
padrões mínimos e abordagens melhoradas para a
conservação e o uso sustentável dos manguezais em todo
o país, especificamente localizados em reservas extrativistas,
áreas de proteção ambiental e áreas de relevante interesse
ecológico dos estados do Ceará, Maranhão, Pará,
Paraíba e Piauí. Com isso, esperam-se benefícios diretos de
conservação para 568 mil hectares de manguezais de relevância
mundial, impactos positivos nos meios de vida de
alguns dos segmentos mais pobres da sociedade brasileira
e construção de uma estrutura que permitirá a replicação
das lições aprendidas no decorrer do processo a todos os
manguezais do Brasil e outros no exterior. O projeto, com
previsão inicial de execução até junho de 2013, está com
sua prorrogação sendo negociada.
Com duração até dezembro de 2016, o Projeto para
Conservação da Biodiversidade e Promoção do Desenvolvimento
Socioambiental – BRA 08/023 conta com recursos
de mais de R$ 24 milhões do orçamento do Governo
Federal para promover o fortalecimento das unidades de
conservação como instrumento de conservação e uso sustentável
da biodiversidade. Pretende-se, como resultados,
UCs federais geridas e protegidas; organização de populações
tradicionais para o uso sustentável dos recursos naturais
renováveis das UCs; estabelecimento de mecanismos
de pesquisa e conservação da biodiversidade; desenvolvimento
do turismo responsável e integrado à diversidade
sociocultural, aos conhecimentos tradicionais e à conservação
da biodiversidade; e promoção da capacitação para
o desenvolvimento das ações relacionadas às UCs federais.
Dois outros projetos estão em fase de finalização neste mês
de dezembro e os resultados serão divulgados oportunamente.
Um deles é o Projeto para Gestão das Reservas Extrativistas
Federais na Amazônia Brasileira – BRA 08/002.
Com valor de R$ 5.700.000,00 doados pelo Governo da
Noruega, a ação buscou contribuir para o planejamento e
a regularização fundiária na Amazônia e promover a gestão
participativa e o fortalecimento institucional das organizações
locais para o manejo e a produção das UCs de uso
sustentável. O projeto tem quatro eixos temáticos: ordenamento
e regularização fundiária; gestão participativa e
fortalecimento institucional das organizações locais; planos
de manejo e fomento à produção sustentável; e acompanhamento,
monitoramento e divulgação do projeto. As
reservas extrativistas beneficiadas pelo projeto são Chico
Mendes e Alto Juruá, no Acre; Rio Ouro Preto e Lago do
Cuniã, em Rondônia; Rio Cajari, no Amapá; Médio Juruá,
no Amazonas; Tapajós-Arapiuns, Mãe Grande de Curuçá,
Chocoaré-Mato Grosso, São João da Ponta, Soure, Araí-Peroba,
Caeté-Taperaçu, Gurupi-Piriá, Tracuateua e Gurupá-
Melgaço, no Pará; Mata Grande, Ciriaco, Quilombo do Frechal,
Cururupu e Chapada Limpa, no Maranhão; e Extremo
Norte do Tocantins, no estado do Tocantins. No início desse
projeto, das 59 UCs federais da categoria Resex, somente
duas possuíam plano de manejo concluído – Chico Mendes
e Cazumbá-Iracema, ambas no Acre. Vinte e duas reservas
possuíam plano de utilização – representando cerca de
40% das unidades –, embora a maior parte desses instrumentos
carecesse de revisão, atualização e formalização.
E, por fim, para apoiar as ações da nossa Diretoria de
Criação e Manejo de Unidades de Conservação - Diman
no processo de assimilação de novas tecnologias e conhecimentos,
está em fase final de execução o Projeto para
Conservação e Manejo dos Ecossistemas Brasileiros – Proecos
– BRA/00/009. A iniciativa destinou-se a elaborar e
implantar instrumentos de gestão das UCs federais; implantar
e monitorar mecanismos de proteção e manejo da
flora e fauna brasileiras; realizar estudos e projetos vinculados
à gestão integrada dos ecossistemas brasileiros; criar
instrumentos de regularização fundiária de UCs federais;
elaborar normas e procedimentos para gerenciamento de
ações desenvolvidas em parcerias com o ICMBio voltadas
à proteção e ao manejo dos ecossistemas brasileiros; e implantar
sistemas de controle, tratamento, arquivamento
e disponibilização de documentos e informações técnicocientíficas.
Esse projeto abrange as UCs federais de proteção
integral e três categorias de UC de uso sustentável
(APA, ARIE e RPPN). O projeto conta com orçamento do
Governo Federal de cerca de R$ 23 milhões.
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ICMBio em Foco
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Levantamento sobre UCs
tem resultados divulgados
Oportunidades de cooperação internacional
na área de uso público
Em levantamento sobre capital humano, recursos
financeiros e desenvolvimento local, realizado pelo
ICMBio e o Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ,
entre 27 de julho e 15 de agosto deste ano, foram
obtidas 135 respostas a um questionário online, representando
125 UCs federais – 60 de uso sustentável
e 65 de proteção integral. A maioria das respostas
é de unidades localizadas no bioma Amazônia
(40) e na Mata Atlântica (41); 19 no bioma Marinho
e Costeiro; 15 no Cerrado; e 10 na Caatinga.
Do conjunto de respostas, 42% participaram de
mecanismos visando complementar a equipe de
gestão da UC, principalmente pela formação de
funcionários (51,5%) e contratação de pessoas locais
(39,4%). Foram descritos mais de 40 diferentes
processos pelos quais os gestores conseguiram
otimizar e aumentar o capital humano como, por
exemplo, gestão de resultados, capacitação, parceria
para cessão de funcionários e voluntariado.
Em relação à questão financeira, 39% dos gestores
indicaram que buscaram algum tipo de inovação
buscando proporcionar maior independência
econômica e financeira à UC, a maioria por cooperação
com parceiro nacional público (30%) ou
privado (27%). Sobre esses mecanismos, 34 gestores
descreveram a maneira como chegaram a eles,
entre outras, por meio de Pagamento por Serviços
Ambientais (PSA), direcionamento das multas,
compensação ambiental à UC e turismo.
No terceiro eixo das discussões, 40,4% dos gestores
responderam que fizeram alguma ação no intuito de
promover o desenvolvimento local e a conservação
ambiental no entorno da UC, sendo a maioria por
meio de sensibilização/educação (68,4%), geração
de renda das famílias (55,3%) e participação social na
conservação (52,6%). Desses, 35 descreveram com
mais detalhes como desenvolveram tais mecanismos,
os quais puderam ser categorizados como ações no
intuito de promover o desenvolvimento econômico
local, o conhecimento científico ou dos moradores e
maior organização social da população.
Nos três eixos de discussão, foi importante diagnosticar
também que as características das inovações,
assim como a quantidade de vezes que foram citadas
pelos gestores, ou os dois parâmetros combinados,
não estavam ligadas ao bioma em que as
UCs estão inseridas, à sua categoria ou mesmo à
quantidade de funcionários que a unidade tinha
para cada hectare protegido. Ou seja, elas aconteciam
independentemente dessas variáveis. Para isso
foram feitos testes de significância que mostraram
relações bastante fracas, possibilitando fazer essas
afirmações. Vale ressaltar que houve tendência de
certas inovações mais elaboradas, como turismo ou
PSA, em UCs com maior quantidade de funcionários
para administrar sua área. Entretanto, para afirmar
com maior precisão tal diagnóstico, seriam necessários
mais casos de UCs que tenham buscado desenvolver
programas de turismo ou PSA, algo que ainda
é muito seminal.
Essa mesma tendência foi observada nas notas obtidas
para avaliar os obstáculos e os fatores de sucesso
para implementar tais mecanismos. Segundo os
gestores, o quadro de funcionários é determinante
para resolver os problemas relacionados aos três eixos
dessa pesquisa. Igualmente importantes são os
recursos financeiros da unidade. Outros fatores como
comprometimento político e capacitação, embora
com menores notas, também foram importantes.
Como conclusão, vislumbra-se que a independência
dos mecanismos identificados com as características
das UCs estudadas (bioma, categoria e número
de funcionário por hectare protegido) tende
a mostrar que o empreendedorismo do gestor seria
o elemento determinante para implementação
de mecanismos inovadores ou arranjos gerenciais
alternativos nessas questões, com tendência a ter
mecanismos mais complexos conforme maior for a
equipe de funcionários.
A equipe do levantamento é composta por Marcelo
Kinouchi, do ICMBio, e Caroline Jeanne Delelis,
Cristina Tofoli e Rafael Chiaravalloti, do IPÊ.
A nossa Coordenação-geral de Uso Público e Negócios
- CGEUP realizou, em parceria com o Serviço Florestal
Americano - USFS, no mês passado, a oficina
"The needs for competencies and proficiencies in the
area of tourism/public use planning and visitor management
- opportunities for cooperation". O objetivo
do evento, ocorrido no Cemave, foi avaliar oportunidades
para a ampliação do Programa de Cooperação
para Uso Público iniciado em 2009 entre ICMBio e
USFS e a inclusão de novos parceiros, como as universidades
de Montana e West Virginia, pensando em
um planejamento para o biênio 2013-2014.
A Universidade de Montana vem trabalhando diretamente
com planejamento do uso público e
manejo da visitação em parques nacionais americanos,
como o Glacier e o Yellowstone, além de
experiências fora dos EUA, como nos parques em
países do continente africano. Já a Universidade de
West Virginia desenvolve projetos sobre melhores
práticas em planejamento de recursos para recreação,
sendo seu professor Burns o organizador de
um guia para planejadores nessa temática.
A oficina foi coordenada por Sônia Kinker, coordenadora-geral
de Uso Público e Negócios, e contou
com a participação dos coordenadores de processos,
Benita Rocktaeschel, Fábio França e Luís Neves,
além de Iolita Bampi, do Gabinete da Presidência;
Thaís Pereira, da Coordenação-geral de Gestão de
Pessoas - CGGP; e Bernardo Brito, da Coordenaçãogeral
de Criação, Planejamento e Avaliação de Unidades
de Conservação - CGCAP. Também estiveram
presentes representantes da Embaixada Americana,
da USAID e do Serviço Florestal Brasileiro, além
de três agentes do Serviço Florestal Americano,
sendo uma delas a responsável e ponto focal da
cooperação, Michelle Sweede, e duas servidoras
do USFS Alasca. Os professores Steve McCool, da
Universidade de Montana, e Robert Burns, da Universidade
de West Virginia, ambos especialistas em
manejo da visitação, apresentaram experiências em
unidades de conservação americanas.
Cemave sediou oficina promovida pela CGEUP e USFS
Foram discutidos, entre outros temas, as oportunidades
de capacitação e troca de experiências sobre
uso público em UCs, considerando as possibilidades
de realização de intercâmbios, especializações
e projetos demonstrativos nas áreas de voluntariado,
planejamento e manejo do uso público.
Como parte da oficina, foi realizada na Diretoria
de Criação e Manejo de Unidades de Conservação
- Diman uma palestra aberta sobre a metodologia
de revisão do plano de manejo da Bob Marchall
Wilderness, por Steve McCool, com foco no uso
público. Pela Bob Marchall Wilderness passa uma
das grandes trilhas de longo percurso dos Estados
Unidos, a Continental Divide Trail. Na oportunidade,
foi possível debater e comparar a metodologia
utilizada pelos americanos com a nova metodologia
para elaboração de planos de manejo em elaboração
pela CGCAP.
Para que os parceiros pudessem conhecer sobre o
manejo da visitação nas UCs brasileiras, eles foram
convidados a visitar os parques nacionais de Brasília,
da Chapada dos Veadeiros e da Tijuca. Durante
as atividades de campo foi possível mostrar ao
grupo um pouco da realidade brasileira e conversar
sobre a diversidade de situações e graus de consolidação
do uso público nas UCs, bem como sobre
os aspectos mais importantes da capacitação em
uso público a serem desenvolvidos na cooperação.
Suelene Couto
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ICMBio em Foco Edição 227
ICMBio participa da construção
do Plano de Mineração do Pará
A Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, e
Mineração do Pará está construindo o Plano de Mineração
do Estado – 2013/2030, com o objetivo de
estabelecer sua política de extração mineral. Desde
o início, o ICMBio vem participando das oficinas e
contribuindo na construção do documento, dada a
importância das atividades minerárias, previstas em
algumas unidades de conservação, e a necessidade
de ordenamento para a conservação dos recursos
naturais dessas áreas protegidas.
O plano envolve diversas etapas, desde estudos básicos
até oficinas temáticas e de consolidação para finalmente
chegar às audiências públicas no primeiro semestre
de 2013. A nossa Coordenação Regional 3 foi
convidada a proferir palestra sobre o papel do ICMBio
na gestão das unidades de conservação que permitem
atividades minerárias, na sexta oficina, cujo tema foi
“Mineração em unidades de conservação no Pará”.
Durante o evento foram esclarecidos aspectos polêmicos
como, por exemplo, quais unidades federais
do eixo da BR-163 permitem atividades minerárias e a
importância e necessidade de cumprir o que dispõem
os planos de manejo dessas UCs. Outro se refere ao
licenciamento dos empreendimentos minerários no
interior da Área de Proteção Ambiental do Tapajós e
a urgência na publicação de seu plano de manejo.
Cemave comemora aniversário
e aumento da população de araras-azuis-de-lear
No mesmo ano em que celebra seu 35º aniversário,
o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - Cemave lança a segunda edição do Plano
de Ação Nacional para a Conservação da Arara-azulde-lear
e comemora o aumento da população dessa
ave na natureza, que em 2006 foi estimada em 502
indivíduos e neste ano atinge o número de 1.263.
Com formato inovador, a segunda edição do PAN
destaca o envolvimento das comunidades locais com
o programa de conservação e contempla também o
licuri ou ouricuri, cujos frutos constituem o principal
alimento da arara-azul-de-lear e tem sofrido impacto
de ação destrutiva, além de procedimentos de resgate
e destinação de aves feridas ou apreendidas.
A primeira parte do PAN apresenta uma compilação
do conhecimento obtido ao longo de dez anos
da existência do programa de conservação da arara-azul-de-lear,
além de apresentar as ameaças as
quais a espécie está submetida. A segunda parte
traz o planejamento a ser implementado ao longo
de cinco anos, visando a conservação da espécie,
assim como seus objetivos e ações.
Concorreu para o importante resultado obtido pelo
nosso centro o empenho de muitos, a exemplo do
programa de geração de renda alternativa para as
comunidades; o programa de ressarcimento de milho,
que visa minimizar os conflitos causados por
ataques de arara-azul-de-lear em cultivos de milho
nos municípios da área de ocorrência da espécie;
além do desenvolvimento de pesquisa necessária à
conservação da espécie.
Mesmo com resultados animadores, o Cemave reconhece
que há muito trabalho a ser feito para superar
o principal desafio à conservação da espécie,
a perda de hábitat.
Fabio Nunes
Flona Bom Futuro: Marco Zero
A Floresta Nacional do Bom Futuro se encontra
em estágio que pode ser considerado como Marco
Zero da UC, pois não há invasões e podem ser
realizados os trabalhos de consolidação da unidade,
formação de conselho, aulas de campo e plano
de manejo. No entanto, é necessário manter ações
constantes e presença institucional para que se
mantenham os avanços alcançados e seja possível
consolidar a unidade de conservação.
Criada em 1988 com 280 mil ha, tendo seu limite alterado
para 97.357 ha em 2010, a Flona, durante anos,
foi uma das UCs que mais sofreu com intensa exploração
ilegal de madeira, desmatamento ilegal para atividades
agropastoris e abertura de estradas e construções
ilegais que culminaram em uma vila chamada Rio
Pardo, que hoje faz parte da APA de Rio Pardo, gerida
pelo estado de Rondônia após a alteração dos limites.
A retomada da gestão da área teve início em 2009
com a Operação Terra Nova, que culminou com a
desafetação de parte da UC. Em 2010 foram intensificadas
as ações para implementação e retomada
de gestão da unidade, com destaque para a retirada
de todo o rebanho bovino e o desenvolvimento
de um PRAD Experimental para a recuperação de
5,4 hectares de áreas de pastagem, que foi alvo de
vandalismo por incêndios em 2011.
Imagen registrada durante sobrevoo no início do mês
No ano passado houve a assinatura de Termo de
Ajustamento de Conduta com 30 famílias remanescentes
e que tinha o objetivo de garantir que
elas fossem realocadas em área fora dos limites da
unidade de conservação. Ainda nesse ano ocorreu
a primeira ação para desocupação e consolidação
dos limites da UC, a Operação Desmanche, que demoliu
diversas edificações desocupadas a mais de
um ano em seu interior. Porém, foi de setembro a
outubro deste ano que ocorreu a mais significativa
das ações e que finalizou o processo de retomada
da gestão territorial da UC pelo Instituto Chico
Mendes. Entre setembro e outubro foi desencadeada
a Operação de Desocupação Êxodo, que cumpriu
as decisões judiciais vigentes que determinavam
a imediata desocupação da Flona.
A Operação Êxodo desenvolveu-se em três fases,
sendo a fase 1 de sensibilização quanto a desocupação
pacífica; fase 2, de desocupação com
uso de forças policiais; e fase 3, de sinalização dos
acessos à UC e intensificação das ações de fiscalização.
Nossa Coordenação Regional 1 participou
ativamente da operação em todas as suas fases.
Além dela, participaram Sipam, Conselho Tutelar,
Exército Brasileiro, Ouvidoria Agrária Nacional, Polícia
Federal e Polícia Rodoviária Federal.
A operação conseguiu a retirada de 100% dos invasores
da Flona Bom Futuro. Com o término da Operação
Êxodo foi iniciado um novo PRAD, em área de
9 hectares, no interior da unidade. Além disso, em
parceria com instituições de pesquisa de Rondônia,
foi idealizado projeto de pesquisa de conversão de
paisagem que, se aprovado, será executado a partir
do próximo ano também no interior da UC, por período
de dois anos. O objetivo é consolidar a retomada
da gestão da área pelo ICMBio e implantar a
unidade de conservação efetivamente.
Em sobrevoo realizado em parceria com o Ibama
no último dia 4, foi constada a ausência de edificações
com moradores irregulares no interior da
Flona Bom Futuro.
Acervo Flona Bom Futuro
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ICMBio em Foco
Edição 227
Parna Pau Brasil
prepara plano de uso público
Conservação das tartarugas da Amazônia
O Parque Nacional do Pau Brasil iniciou levantamentos
para elaboração do seu Plano de Uso Público.
Localizado no município de Porto Seguro,
no extremo sul da Bahia, uma das regiões de maior
potencial turístico do Brasil, o parque quer implantar
estruturas de apoio à visitação que possam
proporcionar interação do público com os recursos
naturais ali protegidos, atividades de aventura e
contemplação da natureza. A iniciativa vai atender,
em especial, a anseio da população local de visitar,
conhecer e praticar atividades recreativas na UC.
Após a participação dos servidores da UC em cursos
voltados ao uso público e implementação de trilhas
promovidos pelo ICMBio, já foram identificados locais
com possibilidade de instalação de camping,
arvorismo, tirolesa e trilhas para cadeirantes, dentre
outros, o que poderá atender a uma grande diversidade
de público. Foi iniciado o projeto de criação
de duas trilhas, uma para ciclismo, atendendo
ao constante apelo dos praticantes desse esporte,
e outra para caminhada. As trilhas são iniciativas
pioneiras que objetivam oferecer oportunidade de
contato direto entre turistas e moradores da região
na exuberante Mata Atlântica preservada no Parna.
A trilha de ciclismo, com cerca de 30 km de extensão,
aproveita caminhos já existentes de longa
data e outros abertos na mata que permitem a passagem
de somente um ciclista por vez. Composta
de três fortes aclives, passando por três pontes de
madeira, áreas de mata densa, áreas em recuperação,
árvores de grande porte e exemplares adultos
de pau-brasil, a trilha oferecerá ao visitante a oportunidade
de praticar um esporte que tem público
crescente a cada dia, aliado ao contato direto com
a riqueza preservada na UC. Além disso, segundo
o técnico responsável, Geraldo Pereira, essa trilha
proporcionará, com o tempo, a prática de torneios
e desafios inclusos no cronograma oficial do esporte
e, por ser de baixo impacto, o reconhecimento
nacional e internacional da UC.
Medição da Trilha do Jacuba
A trilha de caminhada possui trajeto circular de cerca
de 1,2 quilômetros de extensão e proporcionará
a oportunidade de contato com árvores centenárias,
floresta densa e queda d’água de cerca de
4 m no rio Jacuba (Salto do Jacuba), que cruza o
Parna e nasce próximo aos seus limites. Segundo
Patrícia Greco, responsável por essa trilha, ela será
de grande acessibilidade, podendo ser utilizada por
pessoas de todas as faixas etárias e com um mínimo
de preparo. Além da extraordinária beleza cênica, o
local contará com outras facilidades como área de
descanso com bancos rústicos e área para banho e
lazer às margens do rio Jacuba.
Para habilitação das trilhas foram contratadas quatro
pessoas, que estão trabalhando diariamente para
possibilitar sua inauguração, prevista para a segunda
quinzena de janeiro ou primeira semana de fevereiro
do próximo ano. A trilha de ciclismo já está em fase
de acabamento e sinalização. Já na trilha de caminhada,
a etapa é de arte, com intervenções necessárias
como escadas, pontes, decks e valas de drenagem.
Logo depois, virá a sinalização rústica direcional. Segundo
o chefe da unidade, Fábio André Faraco, essas
atividades estão em conformidade com o Plano
de Manejo da UC, que deve ser aprovado ainda no
primeiro semestre de 2013, antes da abertura do
parque à visitação. O Parque Nacional do Pau Brasil
se encontra no sitio histórico do Descobrimento e é
reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco.
Fabio Faraco
No Brasil, a exploração das espécies de quelônios
que ocorrem na Amazônia data do período colonial,
tendo sido relatada por naturalistas e pesquisadores
como Walace, Bates, José Veríssimo, Emílio
Goeldi, e Alfinito, que descreveram densidades
extraordinárias de ninhos e a maciça utilização de
ovos na produção comercial de óleo, bem como o
intenso consumo da carne desses animais.
Na década de 1970 as espécies Podocnemis expansa
(tartaruga-da-amazônia) e Podocnemis unifilis
(tracajá) estavam indicadas para compor a lista de
animais brasileiros em processo de extinção, fato
que motivou a criação do Projeto Quelônios da
Amazônia em 1979. Com esse projeto, as ações
conservacionistas foram fortalecidas, ampliadas e,
com os conhecimentos técnicos acumulados ao
longo dos anos, foi estabelecida uma metodologia
básica para a proteção e o manejo in situ desses
animais, adaptada e implementada por diversas
instituições e organizações não governamentais
até os dias atuais.
Esse projeto tem proporcionado a conservação e a
recuperação das populações naturais de quelônios
amazônicos e, consequentemente, contribuído
para a conservação da biodiversidade a eles associados,
sendo que foi graças aos esforços empenhados,
em suas diversas interfaces e eixos temáticos,
que nenhuma dessas espécies foi listada em
alguma categoria de ameaça no território brasileiro,
mesmo muitas delas sofrendo intensa exploração
pelo consumo e comércio ilegal.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de
Répteis e Anfíbios - RAN, por meio do seu programa
Conservação de Quelônios da Amazônia, vem
desenvolvendo uma série de ações por meio de
Pesquisadores do RAN em atividade
projetos específicos em prol da conservação desse
grupo animal, direcionadas às unidades de conservação
no bioma Amazônia, conforme planejamento
estratégico que estabeleceu diretrizes institucionais
de pesquisa, monitoramento e manejo dessas
espécies, por meio de protocolos sistematizados.
O nosso centro tem se esforçado também em gerir
as informações obtidas em 33 anos de ações realizadas
pelo Projeto Quelônios, cujos resultados indicam
o quantitativo de cerca de 80 mil matrizes
monitoradas e mais de 63 milhões de filhotes manejados
na natureza, o que o caracteriza como uma
das estratégias de conservação da fauna brasileira
mais bem sucedidas na história ambiental do país.
Essas informações estão sendo consolidadas em bases
de dados no Sistema de Gestão da Informação
dos Quelônios Amazônicos - SisQuelônios, ferramenta
que subsidiará análises biológicas, ambientais e
populacionais das espécies monitoradas, favorecendo
futuras avaliações do estado de conservação desses
animais e da efetividade das UCs na manutenção
dos seus estoques populacionais viáveis.
Acervo Técnico do RAN
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ICMBio em Foco
Edição 227
ICMBio recebe prêmio
pelo desenvolvimento do SGDOC
Cemave prepara lançamento
de novo PAN em 2013
Nosso Instituto recebeu no último dia 5 uma homenagem
no Congresso Internacional Software Livre e Governo
Eletrônico, realizado em Belém. O evento é promovido
pelo Serviço Federal de Processamento de Dados - Serpro
e este ano teve como tema principal a mobilidade digital
na perspectiva dos serviços de governo, quando especialistas
do mundo inteiro discutem a aplicação do uso dos
dispositivos móveis bem como de outras ferramentas digitais
na administração pública.
A homenagem foi pelo planejamento e implementação do
sistema de gestão documental SGDOC, fundamental na
padronização da produção de documentos assim como no
controle dos trâmites interno e externo do Instituto.
No evento, o ICMBio foi representado pelo coordenador
regional substituto em Belém, Fernando Peçanha, que
destacou a importância do reconhecimento desta ferramenta
de gestão bem como de nossa instituição entre os
demais órgãos da administração pública federal.
Resex Acaú-Goiana
lança biblioteca virtual
A Reserva Extrativista Acaú-Goiana acaba de lançar sua
própria biblioteca virtual. O site, que pode ser acessado
por meio do endereço https://sites.google.com/site/bibliotecavirtualdaresex,
é fruto de parceria entre a UC e o
Laboratório de Ecologia e Gerenciamento de Ecossistemas
Costeiros e Estuarinos, vinculado ao Departamento de
Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco.
Trata-se de iniciativa inédita que disponibiliza gratuitamente
download de livros, artigos, teses acadêmicas e
outros documentos, todos resultantes de pesquisa científica
e prestação de serviços realizada no território da
reserva, que abrange 6.678 hectares, englobando parte
dos municípios de Goiana (PE), Pitimbu e Caaporã (PB).
“Este é um espaço democrático e aberto onde todos podem
ter acesso às bibliografias existentes sobre a Reserva
O colega Fernando Peçanha, representante do ICMBio na solenidade
A homenagem foi realizada na cerimônia de abertura do congresso,
que contou com a participação do ministro da Defesa,
Celso Amorim, e do diretor do Serpro, Marco Manzoni.
Extrativista Acaú-Goiana, podendo também sugerir a inclusão
de trabalhos ainda desconhecidos”, explica Elivan
Arantes, analista da UC.
Já a chefe da Resex, Mirian Lucatelli, frisa que o projeto
foi “mais um importante fruto” do I Seminário de Pesquisa
da UC, realizado em novembro. Para ela, a biblioteca
virtual “é um esforço inovador porque foi iniciativa da
própria Academia, divulgando o conhecimento produzido
sobre a reserva não apenas no meio científico, mas
também a toda a sociedade. Tenho certeza de que estimulará
novas parcerias e pesquisas na unidade”.
Para divulgação de produção bibliográfica sobre a Resex
Acaú-Goiana por meio da biblioteca virtual, é necessário
enviar a obra no formato digital .pdf para o e-mail resexacaugoiana@gmail.com.
Paulo Cruz
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - Cemave prepara para o próximo ano o lançamento
de um novo Plano de Ação Nacional, dedicado
à conservação de espécies migratórias de aves
limícolas, aquelas que dependem de ambientes úmidos
para sobreviver e buscam seu alimento nas zonas
entremarés e margens de ecossistemas aquáticos.
As bases para o novo PAN foram discutidas e definidas
entre os dias 3 e 7 deste mês, em oficina que
reuniu pesquisadores e especialistas de todo o Brasil
na Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo (PB),
onde foi avaliado o estado de conservação de 43 espécies
de aves limícolas, sendo 27 delas migratórias.
Segundo o coordenador do Cemave, João Luiz Nascimento,
o diagnóstico foi elaborado com base nas categorias
e critérios da União Internacional para a Conservação
da Natureza e dos Recursos Naturais - UICN
e levou em consideração os dados de ocorrências, estimativas
populacionais e ameaças à conservação dessas
espécies – como a perda de hábitats críticos, aqueles
prioritários para conservação dessas aves, com elevado
grau de ameaça, a exemplo da planície costeira do Rio
Grande do Sul e de unidades de conservação em Alagoas
e Maranhão –; o turismo desordenado; o avanço
de empreendimentos imobiliários; a implementação
de infraestrutura e atividades de exploração de recursos
naturais para fins comerciais e de subsistência; e a
caça e coleta de ovos das aves limícolas.
“Dez espécies foram consideradas passíveis de serem
enquadradas em categorias que inspiram cuidados:
Pluvialis squatarola, Charadrius wilsonia,
Haematopus palliatus, Limnodromus griseus, Numenius
phaeopus, Tringa semipalmata, Arenaria interpres,
Calidris canutus, Calidris pusilla e Tryngites
subruficollis”, revela João Luiz, salientando, porém,
que “a divulgação das categorias recomendadas por
espécie só deverá ser realizada após a homologação
do processo, prevista para abril de 2013”.
Espécie Calidris pusilla, a ser contemplada pelo PAN
Para reverter esse quadro, o PAN das Aves Limícolas
Migratórias tem como objetivo geral ampliar e assegurar
a proteção efetiva dos hábitats críticos para
as aves limícolas até 2018, incluindo ações como
implementar projeto piloto para avaliar impactos do
turismo e de empreendimentos imobiliários nas populações
dessas espécies, buscando propor recomendações
de ordenamento para minimizar os impactos
nos hábitats críticos, bem como fiscalizar atividades
de turismo desordenado e ocupações irregulares em
tais áreas; desenvolver programas de educação ambiental
e campanhas de marketing social; elaborar e
encaminhar justificativa para criação de UCs em hábitats
críticos para aves limícolas; e implementar programa
de monitoramento das espécies ameaçadas
em todos os hábitats críticos identificados.
Para desenvolver e executar o PAN das Aves Limícolas
Migratórias, o Cemave contará com apoio
do Ibama, da SAVE Brasil, do Manomet Center
for Conservation Sciences, Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo, Censo Neotropical de
Aves Aquáticas e das universidades federais do Maranhão,
Rural de Pernambuco, de Pernambuco, da
Bahia e de Campina Grande, além de instituições
que se sintam encorajadas a colaborar futuramente
com essa iniciativa.
Ciro Albano
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ICMBio em Foco
Edição 227
Parque Nacional Mapinguari
conclui formação de seu conselho consultivo
Flona Rio Preto sedia curso
de processamento de pescado
O Parque Nacional Mapinguari acaba de concluir o
processo de formação de seu conselho consultivo. A
unidade está localizada na fronteira entre os estados
de Rondônia e do Amazonas, região intensamente
pressionada pelo avanço desordenado de ocupação
da terra, bem como pela implementação de grandes
projetos nacionais de infraestrutura, a exemplo da
recuperação e pavimentação da BR-319 e construção
das usinas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau.
Foram 14 os encontros para sensibilização da sociedade
civil, realizados no período 2011-2012, com a
presença de aproximadamente 445 pessoas nos três
municípios de abrangência do parque: Canutama e
Lábrea, no Amazonas; e Porto Velho, em Rondônia. A
programação de cada encontro levou em consideração
o perfil do público local, composto por indígenas,
extrativistas/castanheiros, garimpeiros, moradores/
produtores rurais, pecuaristas, assentados e suas respectivas
organizações sociais quando possuíam.
Ao final dessa fase, foram colhidas 77 indicações
para composição do conselho, que foram refinadas
durante a Oficina Técnica para Formação do Conselho,
realizada após a conclusão da etapa de sensibilização.
Na oportunidade, o grupo de trabalho
propôs unificar as indicações em doze segmentos
de importante representatividade para gestão: assentamentos,
moradores, ONG, energia, pesquisa,
proteção, mineração, indígena, ambiental, municípios,
extensão rural e infraestrutura.
Dentre as entidades e instituições convidadas, dezoito
aceitaram participar formalmente do conselho,
ocupando 16 cadeiras entre entidades governamentais
e não governamentais. Os municípios
de Lábrea, Canutama e Porto Velho estão representados,
proporcionando maior aproximação das
organizações civis e representantes dos moradores/
produtores do entorno com o poder público local.
Agora, a UC aguarda a avaliação institucional do
Integrantes de comunidades de castanheiros do rio Umari,
em Lábrea, reunidos em evento de sensibilização
processo de formação e a publicação da portaria
de criação do conselho.
O processo de formação desse conselho foi iniciado
em 2011, orientado por um grupo de trabalho composto
por servidores do Parna Mapinguari e da Floresta
Nacional Balata-Tufari, unidade parcialmente sobreposta
ao parque, e pelo Instituto Pacto Amazônico,
ONG que exerce importante parceria na consolidação
da gestão participativa em unidades de conservação
situadas no sul do Amazonas. Todo o projeto de formação
do conselho foi concebido com apoio do II Ciclo
de Gestão Participativa e financiado com recursos
advindos do termo de cooperação firmado entre o Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes
- DNIT e o ICMBio para implementação e proteção das
UCs federais criadas ao longo da BR-319.
A formação do conselho se tornou um momento especial,
criando a oportunidade de conhecer mais diretamente
comunidades e público situados no interior
e zona de amortecimento da unidade. Algumas
localidades foram visitadas pela primeira vez, quando
informações e contatos foram estabelecidos, de
interesse tanto para a constituição do conselho e
gestão do parque quanto para o público.
Acervo Parna Mapinguari
A Floresta Nacional de Rio Preto, no município de
Conceição da Barra (ES), sediou esta semana curso
de processamento de pescado, que contou com representantes
das comunidades do Córrego do Artur,
Córrego das Palmeiras e Córrego da Preguiça,
vizinhas à UC.
Com a expansão da piscicultura como fonte alternativa
de renda entre os produtores rurais, as
comunidades do entorno e a chefia da Flona buscaram,
junto ao Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência
Técnica e Extensão Rural - Incaper, capacitação
para diversificar as opções de alimentação
baseadas no pescado e também agregar valor aos
produtos voltados à comercialização.
A capacitação faz parte do projeto Tecsocial, voltado
à identificação, adequação e reaplicação de tecnologias
sociais que perpassem a estruturação e o fortalecimento
da agricultura familiar. O projeto é executado
pelo Incaper em parceria com a Secretaria de
Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação
Profissional e Trabalho, com apoio do Ministério de
Ciência e Tecnologia, da Finep e do CNPq.
Durante o curso, a alimentação se deu com produtos
trazidos pelos próprios produtores e também
os pratos à base de pescado elaborados durante o
evento, como lasanha de peixe, nhoque com molho
de peixe, linguiça de peixe, peixe defumado,
quibe de peixe, bolinho de peixe e antepasto de
peixe defumado com palmito. Também foram ministradas
técnicas de higiene, conservação e valoração
dos produtos.
Curso foi realizado nos dias 17 e 18 de dezembro
Alberto Felipe Klotz
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ICMBio em Foco
227
RAN realiza reunião de planejamento
para 2013
Acervo RAN
Identificação botânica
na Flona Chapecó
Anderson Santos de Mello e Martin Grings, ambos
biólogos da Universidade Federal de Santa Catarina -
UFSC, ministraram no último final de semana o curso
“Inventário Florístico e Identificação de Espécies na Floresta
Nacional de Chapecó”, ocorrido na própria Flona.
Acervo Flona Chapecó
Com foco no alcance de suas metas estratégicas previstas
no planejamento institucional, o Centro Nacional
de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios
- RAN realizou, nos dias 6 e 7 deste mês, a avaliação
de desempenho dos projetos executados em 2012
sob sua coordenação e o planejamento para 2013.
Equipe do RAN, composta por seus técnicos e pessoal de apoio
nios, seis crocodilianos e 391 serpentes; a elaboração
e implementação de cinco Planos de Ação Nacionais
para a Conservação da Herpetofauna Ameaçada de
Extinção; e a execução de 17 projetos de pesquisa e
monitoramento, desenvolvidos com recursos aprovados
pela Dibio e/ou por meio de parcerias.
A ação foi proposta por professoras da Universidade
do Oeste de Chapecó para atender a demanda
de capacitação em identificação botânica da
formação florestal típica da região onde ocorre a
Floresta Ombrófila Mista (Mata de Araucária), em
transição para a Floresta Estacional Decidual, próxima
ao rio Uruguai no oeste catarinense. A Flona
Chapecó foi sugerida porque abriga fragmentos
significativos dessa formação na região, além de
dispor de infraestrutura, inclusive trilhas que facilitam
o acesso para coleta de material botânico.
Durante o curso, destacou-se que a Floresta Estacional
Decidual é a formação florestal mais ameaçada em
Santa Catarina. Por outro lado, mesmo a Floresta Ombrófila
Mista não é mais encontrada com as fisionomias
originais da mata primária, com raras exceções,
revelando um contexto de conservação preocupante.
Prática de coleta de material botânico
tal que a unidade guarda foi um das contribuições
trazidas pelo evento”, destaca. Fabiana revela que
foram levantadas 218 espécies vegetais em três dias
de amostragem, atentando-se para o pouco conhecimento
sobre espécies herbáceas e subarbustivas.
Também foi elaborado um herbário didático com espécies
da Flona, além de realizadas as atividades do
curso em si, que contou com abordagem específica
sobre a vegetação da UC na parte teórica e teve a
unidade como cenário prático do curso.
Cada servidor responsável por projetos e/ou atividades
finalísticas apresentou os resultados obtidos
para avaliação de desempenho técnico e nivelamento
entre os demais servidores. Definiu-se também
seu planejamento funcional para 2013 de acordo
com as linhas temáticas priorizadas na Chamada Interna
de Projetos da Diretoria de Pesquisa, Avaliação
e Monitoramento da Biodiversidade - Dibio.
Entre os resultados alcançados, destacam-se a avaliação
do estado de conservação da herpetofauna,
consolidando até o presente 914 anfíbios, 31 quelô-
Com isso, o RAN pretende concluir até 2014 todo
os processos de avaliação do estado de conservação
desses animais, com a inclusão dos lagartos e
anfisbenas; implementar ações de monitoramento
de espécies alvo na avaliação da qualidade de ambientes;
e elaborar mais um PAN com recorte geográfico
que contemple todas as espécies dos répteis
e anfíbios ameaçados de extinção na IN 03/2003,
além de fomentar e executar programas de pesquisa
e monitoramento que possam subsidiar a condução
de políticas públicas voltadas à gestão para
conservação e manejo da herpetofauna.
Participaram do evento professores e estudantes de
diversas universidades da região e profissionais de
ONGs, do setor público e privado. Além da capacitação
e reciclagem técnica, o curso proporcionou
discussão riquíssima a partir de conhecimento e visões
a respeito do contexto atual da conservação
florestal do oeste catarinense e papel dos diversos
atores e suas possíveis interações.
A analista Fabiana Bertoncini, chefe da Flona Chapecó,
diz que o apoio à realização do curso deixa
saldo bastante positivo para a gestão da UC. “A geração
de conhecimento sobre o patrimônio flores-
“Ainda que não fosse objetivo, indiretamente o curso
proporcionou elaboração e socialização qualificadas
da realidade do fragmento florestal da Flona
e o contexto regional, com um público envolvido
em diversos aspectos da questão florestal, o que
resulta numa contribuição significativa à gestão e
ao manejo florestal da UC”, ressalta a gestora.
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ICMBio em Foco
Edição 227
Crédito agrícola e apoio ao extrativismo
beneficiam Resex Tapajós-Arapiuns
Rebio Abufari
apreende toneladas de pescado irregular
Recentemente, o Instituto Chico Mendes em Santarém,
por meio da CR3 e das UCs de uso sustentável
com populações tradicionais, firmou parceria
com a Emater, o Banco da Amazônia e o programa
Amazônia Florescer para elaboração de projetos
produtivos junto aos extrativistas e provimento de
créditos para sua produção.
Os principais créditos acessados nesse momento são
Pronaf Mulher e Microcrédito Produtivo Orientado -
MPO, que prevê o financiamento/custeio de até R$
2.500 por beneficiário, com ótimas condições de
pagamento: 0,5% de juros ao ano, 24 meses de carência
para pagar e 25% de bônus de adimplência,
ou seja, quem pagar as parcelas em dia tem desconto
de ¼ do montante do empréstimo. As parcelas
podem ser pagas na forma que o produtor indicar
no ato da elaboração da proposta do projeto.
Com a força tarefa da parceria, já foram aprovadas
350 operações de financiamento de MPO e Pronaf
Mulher. O beneficiário recebe o recurso em mãos,
e em seguida os técnicos do programa Amazônia
Florescer iniciam as etapas de campo da assistência
técnica. O recurso é de fácil acesso e não é necessário
realizar prestação de contas, apenas o pagamento
das parcelas com boletos bancários.
Os projetos elaborados estão voltados à retomada
da produção de borracha, que envolve limpeza das
trilhas de seringa, compra de facas de corte, vasilhas
etc., além da agricultura familiar de derivados
de mandioca, que também é forte na região. Entretanto,
para acessar esse último o produtor tem
que apresentar as licenças de roça (supressão de
vegetação) das unidades.
O gestor da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns,
Maurício Santamaria, afirma que “um grande gargalo
para o acesso às políticas públicas de crédito
agrícola e apoio ao extrativismo sempre foi a Declaração
de Aptidão ao Pronaf DAP, documento obrigatório
ao produtor beneficiário. No entanto, aqui
na Resex sanamos esse ponto crítico com a parceria
entre Incra, que emite a DAP dos grupos A e A/C,
e Emater e STTR, que emitem a DAP dos grupos P
(provisória), V (Variável) e B. Essa última, necessária
ao MPO e Pronaf Mulher”.
Reunião entre ICMBio e grupo de extrativistas
interessados em acessar crédito
É importante salientar que o extrativista é orientando
pelo ICMBio sobre os projetos, financiamentos,
deveres e direitos do beneficiário. Somente depois
ele elabora o projeto junto aos técnicos e aprova o
empréstimo junto aos assessores de microfinanças,
atividade essa toda realizada na sede do ICMBio,
em Santarém, com apoio dos diversos técnicos parceiros
(Emater, Amazônia Florescer e BASA).
Segundo Nivaldo Martins dos Reis, coordenador de
projetos da Resex Tapajós-Arapiuns e um dos principais
articuladores junto ao Conselho Deliberativo
e entidades parceiras para implementação dos
projetos de crédito, “são iniciativas como esta que
vêm provar à sociedade os objetivos e vantagens da
criação das UCs de uso sustentável, mostrando a todos
o ganho de melhoria na qualidade de vida das
populações tradicionais, que, com apoio do ICMBio,
passam não só a ter território garantido, mas condições
dignas de sobrevivência. Na Resex Tapajós-
Arapiuns, num curto espaço de tempo, já foram
implementados diversos programas, como crédito
habitação, fomento, Pronaf, Bolsa Verde, doação de
sementes, assistência técnica e agora o MPO”.
O ICMBio e a Associação dos Moradores da Reserva
Extrativista Arióca-Pruanã - Tapajoara têm papel
fundamental no acompanhamento e na avaliação
dos créditos. Segundo Santamaria, “temos que
avaliar se os projetos/empréstimos estão realmente
melhorando as condições de vida dos extrativistas
ou se estão gerando seu endividamento”. A meta
para 2013 é a realização de aproximadamente mil
operações de MPO e Pronaf Mulher.
Gustavo Rego
Na noite do último dia 8, a equipe de fiscais de
plantão na Base do Abufari localizaram uma carga
de 24 toneladas de pescado irregular no interior
da embarcação frigorífica Comandante Patrick II.
A carga era composta basicamente de peixe seco e
salgado acondicionado na parte inferior do porão
da embarcação, sob grande quantidade de pescado
legal congelado.
A Reserva Biológica do Abufari funciona como barreira
natural ao transporte de produtos ilegais. É cortada
pela importante hidrovia rio Purus, fundamental
meio de escoamento da produção regional para a
capital do Amazonas, pois não existem rodovias que
liguem os municípios do Alto e Médio Purus à Manaus.
Essa hidrovia apresenta intenso fluxo de embarcações,
seja do tipo “recreio” – de transporte misto
de passageiros e cargas –, seja do tipo “frigorífico”.
Estudos da Universidade Federal do Amazonas indicam
que 60% do desembarque pesqueiro nos
portos de Manaus são provenientes do rio Purus.
Na ocasião, entretanto, o pescado estava sendo
conduzido para Tabatinga, de onde seria exportado
para a Colômbia, segundo informações do comandante
da embarcação, autuado em flagrante pelo
transporte de pescado abaixo do tamanho mínimo
permitido. A multa resultante da autuação gerou
o montante de R$ 1 milhão e sessenta mil. Toda a
carga foi apreendida, juntamente com a embarcação,
mantendo-se o autuado como fiel depositário.
A totalidade do pescado foi destinada a uma
entidade beneficente de Tapauá, que a repassou às
demais instituições públicas e distribuiu em praça
pública à população carente do município.
Apreensões de grandes cargas são frequentes na
Rebio Abufari, mas esta foi provavelmente a maior
carga apreendida nos últimos quatro anos. A vistoria
das embarcações é realizada em uma base
avançada, instalada no interior da reserva. Equipes
de fiscais do ICMBio de todo o Brasil se revezam,
durante todo o ano, nas ações fiscalizatórias da
Rebio, eventualmente apoiadas pela Polícia Militar
Doação em praça pública promovida por entidade ligada ao
programa Fome Zero
Ambiental e o Ibama, no intuito de coibir o transporte
de pescado ilegal e minimizar o processo de
uso irregular dos recursos faunísticos e a pesca indiscriminada,
que se torna criminosa no momento
em que espécies permitidas são retiradas do rio Purus
e seus tributários antes que alcancem medida
mínima para comércio.
As ações de fiscalização de embarcações são dificultadas
em razão das precárias condições de
armazenagem das cargas, muitas vezes ultrapassando
os limites estabelecidos pela capitania dos
portos ou acondicionados de forma que tornam
parte delas inacessível, diminuindo sensivelmente a
eficácia dos trabalhos. Outra dificuldade marcante
é o reduzido efetivo local. A Rebio Abufari conta
com dois servidores para executar todo trabalho
administrativo e orquestrar a logística das bases e
escalas dos fiscais, trabalho severamente complicado
pelo isolamento. Apesar das dificuldades, a
Rebio mais uma vez afirma sua importância para a
preservação da Amazônia, pois, além dos atributos
excepcionais de conservação dentro de seu próprio
território, sua influência sobre o transporte de carga
na hidrovia do Purus e sua notável contribuição
para preservação do Alto e Médio Purus agrega
ainda mais valor de conservação à UC.
Acervo NGI Tapauá
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ICMBio em Foco
Edição 227
Ubajara relata ações de 2012
Nágila Maria
O Conselho Consultivo do Parna, criado em 2006,
tomou posse em fevereiro deste ano, em evento
no Centro de Visitantes com a presença de representantes
de outras UCs, como a Área de Proteção
Ambiental Serra da Ibiapaba e o Parque Nacional
de Sete Cidades. A renovação do conselho,
realizada em 2011, sua posse e o intercâmbio de
conselheiros fizeram parte do projeto Renovação e
Fortalecimento do Conselho Consultivo do Parque
Nacional de Ubajara.
Sete Cidades
deve receber título de geoparque
Devido à riqueza e ao valor histórico e científico dos
geossítios que engloba, o Parque Nacional de Sete
Cidades, situado entre os municípios de Piracuruca
e Brasileira, no Piauí, concorre ao título de geoparque,
que deve ser oficializado nos moldes determinados
pela Unesco a partir de proposta elaborada
em 2011 pelo Serviço Geológico do Brasil - CPRM.
Acervo Parna Sete Cidades
Visita técnica ao Parna Sete Cidades (PI)
Maria Luzia
Também em 2012, a realização do Curso de Formação
de Conselheiros, promovido pela Fundação
Centro de Ecologia e Integração Social, foi
igualmente importante para o fortalecimento
da UC e a comunidade, que esteve presente em
muitos dos bons momentos do parque durante o
ano. Além dos eventos relacionados ao conselho,
a UC ainda foi palco do citado projeto Sementes
do Amanhã, que buscou envolver as comunidades
e instituições no processo de construção da
consciência ambiental por meio de reuniões, palestras,
mutirões de limpeza e plantio de árvores,
entre outras atividades.
Caracteriza-se como geoparque um território que
abrange determinado número de sítios geológicos
de importância científica, ecológica, arqueológica,
histórica, cultural, de raridade ou de beleza que
sejam representativos de uma região, tendo ainda
limites definidos e área suficiente para servir de
apoio ao desenvolvimento socioeconômico local.
“Veio um questionário via CPRM junto com o
projeto e já enviamos tudo à Unesco. Agora é só
aguardar o resultado”, revela a chefe da unidade,
Karlla Gomes, segundo a qual outro Parna no Piauí,
o Serra da Capivara, também concorre ao título.
Atualmente, a equipe gestora do Parque Nacioanal de
Sete Cidades se dedica ainda a um projeto de ampliação
da unidade e à revisão de seu plano de manejo.
Conselheiros recém-empossados
O Parque Nacional de Ubajara, no Ceará, realizou
grandes feitos em 2012, que vão desde a criação
do seu conselho consultivo às muitas iniciativas
socioambientais. Entre os feitos está o projeto Sementes
do Amanhã, que promoveu a recuperação
das áreas degradadas nas bacias dos riachos Miranda,
Mané e Boa Vista.
A promoção da consciência ambiental também foi
o foco da palestra “Abelhas sem Ferrão”, realizada
em novembro passado, que demonstrou a importância
das abelhas nativas e seu risco de extinção.
Já a I Mostra Cultural das Unidades de Conservação
da Ibiapaba visou promover a integração das
UCs com a comunidade, valorizar a cultura e dar
visibilidade aos serviços ambientais prestados pelas
áreas protegidas. O evento contou com palestras,
seminários, exposições, apresentações de trabalhos
científicos e uma programação cultural que incluiu
danças regionais e comidas típicas. O Parna encerra
o ano com grandes avanços e boas perspectivas
para 2013.
Sobre o Parna Sete Cidades
Criado em 1961, o Parque Nacional das Sete Cidades, vinculado à nossa Coordenação Regional
5, é um dos mais antigos do Brasil. A unidade compreende uma área de 6.221,48
hectares e se caracteriza por enormes estruturas rochosas com cerca de 190 milhões de anos
conhecidas como “As Sete Cidades de Pedra”, envolvidas por riachos, cachoeiras e vegetação
de transição entre Cerrado e Caatinga. Chamam atenção nesses “paredões” diversas inscrições
e pinturas rupestres que atraem não apenas pesquisadores de botânica e geologia, mas
também de arqueologia.
Enquanto a flora local se caracteriza pela presença de espécies como murici, lixeira, bacuri e
cascudo, nas áreas de Cerrado, e aroeira, xique-xique e juazeiro, nas porções de Caatinga, a
diversificada fauna reúne gatos-do-mato, onças-pardas, mocós, pacas, camaleões, pica-paus
e cascavéis, entre várias outras espécies de mamíferos, aves e répteis.
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ICMBio em Foco
Edição 227
Voluntariado do Parna Tijuca
presta contas
Em breve, extrativistas poderão
morar de fato e de direito
na Resex Mata Grande
O ano de 2012 foi muito produtivo para o Programa
de Voluntariado do Parque Nacional da Tijuca,
que completará dez anos no próximo ano. Com a
dedicação de todos os 510 voluntários que compareceram
aos 12 mutirões, uma média de 2.550
horas de trabalho foram dedicadas em prol da preservação
do patrimônio natural, cultural e histórico
representado na UC.
A dedicada equipe da Monitoria Ambiental do parque,
que além de organizar os mutirões, acompanha
e orienta as atividades dos voluntários, merece
elogios, pois está sempre disposta e recebe os participantes
com alegria. Este ano foram realizados
mutirões de reflorestamento, manutenção de trilha,
recuperação de monumentos e recolhimento
de lixo em vários locais do parque.
Segundo Lúcio Meirelles Palma, coordenador do
Programa de Voluntariado do Parna, “mais do que
o trabalho, os maiores benefícios que vejo são as
amizades que fazemos durante essa jornada e o
efeito multiplicador de nossas ações, além do bemestar
de termos realizado tantas melhorias. Fazemos
parte da história de nosso parque. Com certeza
os voluntários deixaram registradas suas marcas
em cada degrau, dreno, placa colocada, cada lixo
recolhido e em cada ação feita durante toda a história
do voluntariado, procurando deixar um mundo
melhor para todos”.
Para fechar com chave de ouro, o 94º mutirão,
realizado no último dia 2, teve a presença de 63
Mutirões reuniram 510 voluntários
voluntários, com realização da palestra "Vivendo
em uma floresta replantada: A ecologia de anfíbios
como ferramenta de conservação ambiental", de
Thiago Arnt Dorigo, da UERJ, além de manutenção
de trilhas e sinalização, restauração do totem da
Cascatinha e uma bela confraternização preparada
pela equipe do Centro de Visitantes, para a qual
muitos levaram um prato especial, transformando
a festa em uma alegria de sabores.
Fabio Rael
A Reserva Extrativista de Mata Grande, em Imperatriz
(MA), vive um momento histórico. Criada há 20 anos, a
unidade realiza trabalho de vistoria com objetivo de iniciar
os pagamentos das fazendas existentes em seu interior.
Uma equipe formada por três servidores do Incra de Imperatriz
e um do ICMBio já vistoriou oito dessas fazendas.
A ideia é que em 2013 o Instituto consiga realizar
o processo de indenização para que assim as famílias de
extrativistas possam ter acesso às terras da UC, já que em
Mata Grande elas vivem no entorno.
Todo o trabalho tem causado grande euforia na região,
pois a maioria dos fazendeiros acreditava que o governo
nunca resolveria a situação. Por outro lado, também tem
despertado a ira de muita gente. Proprietários tentam a
qualquer custo intimidar as lideranças da Resex.
Tão logo seja concluído o trabalho, o Conselho Deliberativo
da unidade vai selecionar as primeiras famílias que
vão morar no interior da UC de fato e de direito. O chefe
da Resex, Euvaldo Pereira, e os diretores da Atramag
acompanham de perto as ações da equipe de vistoria. A
nossa Coordenação-geral de Consolidação Territorial, na
pessoa de Eliani Maciel, tem dado as condições para que
o trabalho venha a ser concluído no prazo combinado,
até o próximo sábado. Já há três fazendas para serem
vistoriadas em 2013, sendo que várias pessoas estão se
manifestando no sentido de que tão logo o ICMBio pague
a primeira das fazendas eles vão se apresentar para
que as suas sejam também avaliadas e pagas.
A Reserva Extrativista de Mata Grande, com 10.450 ha,
fica a 18 km de Imperatriz. Tem 94% de sua área em
Senador Laroque e 6% em Davinópolis. A UC tem como
principal riqueza o coco babaçu. No Brasil só há três UCs
onde esse coco ocorre. Dele são retirados cerca de 64
subprodutos. O uso do coco babaçu faz parte da cultura
da população local. É comum ouvir que o babaçu leva
nove meses para dar fruto, o mesmo tempo que a mulher
leva para gerar uma criança. É muita coincidência,
porém ambos são geradoras de vida, alegria, esperança.
Dizem os integrantes da equipe gestora da Resex que,
após 20 anos de luta, creem que 2013 será um ano de
mudança, pois os extrativistas haverão de entrar para
morar na reserva e assim plantar, colher e ser felizes.
Reunião movimenta
conselho da Resex
Moradora da Resex apresenta o óleo, um dos
subprodutos do coco babaçu
Pauta cheia teve a reunião do Conselho Deliberativo
da Resex Mata Grande realizada na semana passada,
no auditório da Universidade Estadual do Maranhão,
e que contou com a presença de 85% dos
conselheiros. Entre outras coisas, houve a posse dos
conselheiros restantes; foram dadas informações da
vistoria Incra e ICMBio e do andamento para indenização
de terras; da instalação do Telecentro de
Cumaru e do Programa Bolsa Verde; do acordo de
gestão e perfil do beneficiário; do Projeto GEF Cerrado;
dos avanços nos trabalhos da Resex; e da mobilização
e articulação para viabilizar a indenização
das fazendas dentro da UC. Também se falou sobre
a produção de um vídeo para divulgar o trabalho da
Resex e a importância das quebradeiras de coco; a
aquisição de uma mini usina de produção de óleo;
a aquisição de viatura e moto, e de balanças para
compra de coco babaçu; a capacitação dos conselheiros
em 2013; a construção de estruturas para
mesocarpo e óleo; a visita, já ocorrida, dos conselheiros
à Resex do Extremo Norte do Tocantins para
conhecerem as instalações da mini usina de óleo; e a
aprovação do regimento interno do conselho.
Franscicleide Damaceno Coelho
Acervo Resex Mata Grande
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ICMBio em Foco
Edição 227
PRATA DA CASA
Analista da Esec Tupinambás
ganha prêmio “Incentivo à Pesquisa 2012”
No dia 7 de dezembro, o projeto Ecossistemas
Costeiros, coordenado por Flávio Berchez, professor
do Instituto de Biociências da Universidade
de São Paulo, completou 15 anos de existência.
No evento de comemoração, nossa colega
Marli Penteado foi homenageada com o prêmio
“Incentivo à Pesquisa 2012”, pelo seu destaque
no desenvolvimento do Projeto Ecossistemas
Costeiros nos últimos anos. Emocionada, Marli
ressaltou a importância do projeto para a Estação
Ecológica de Tupinambás e as perspectivas
dos estudos para o monitoramento permanente
dos costões rochosos do arquipélago dos Alcatrazes,
futuro parque nacional marinho.
A analista da Esec, Camila Gomes, também presente
ao evento, propôs o início de trabalhos conjuntos
da UC com o projeto Ecossistemas Costeiros.
Gestores de unidades de conservação estaduais
prestigiaram o evento, além das diversas gerações
do projeto e professores do Instituto de Biociências
e do Instituto Oceanográfico da USP.
Histórias da Amazônia
Neste final de 2012, o biólogo e analista Paulo Spínola
lança mais um livro, encerrando a trilogia da
série “Jobim: Histórias da Amazônia”, que narra a
trajetória do garoto Jobim na busca por seu pai, o
cacique Taboré, líder da Nação Tapajó.
Paulo é analista do concurso de 2005, trabalhou no
Ibama de 2007 a 2009 em Lábrea e Humaitá, e em
2009 transferiu-se para o ICMBio, estando lotado
na Floresta Nacional de Humaitá (AM). Sobre sua
obra literária, nosso colega afirma que a narrativa do
O projeto Ecossistemas Costeiros tem sua base
estabelecida no Instituto de Biociências da USP e
desenvolve atividades ligadas ao estudo e a conservação
desses ambientes. Desenvolve pesquisas
inovadoras com metodologia alternativa já consolidada
na comunidade científica, descrevendo
ecologicamente os costões rochosos e outros ecossistemas
marinhos de substrato consolidado, baseando-se
na amostragem de fisionomias ao invés de
espécies, o que possibilita a descrição de grandes
áreas em um curto espaço de tempo.
garoto Jobim desenvolveu-se com base nas viagens
feitas pelo autor entre 2004 e 2006, na Amazônia
e nos Andes, e foi complementada por experiências
vividas durante trabalhos do Ibama e ICMBio no sul
do Amazonas e na região do rio Tapajós.
Em “Jobim e o Mistério dos Mamoés”, de 2010,
o primeiro livro da série, Jobim, ao completar 15
anos de idade, sai de canoa da pequena São Borja
do Norte, cidade às margens do rio Formoso, na
bacia Araguaia-Tocantins, em busca de seu pai, o
cacique Taboré, líder da extinta Nação Tapajó. Ruth,
sua mãe, é descendente de alemães e veio do sul do
país para viver na Amazônia, onde conhece e se envolve
com Taboré – um encontro fugaz e apaixonado
entre dois mundos diversos. A narrativa segue a
trajetória de Jobim, percorrendo os rios amazônicos
Araguaia, Tocantins, Amazonas, Tapajós, Xingu e
Negro. O livro aborda biodiversidade, história e geografia
da Amazônia, consequências da ocupação do
território, seu povo e os movimentos migratórios.
“Jobim e a Montanha Sagrada”, de 2011, traz o
personagem central encarando desafios em uma
aventura eletrizante pela Cordilheira dos Andes.
Nessa nova aventura o destemido garoto entra em
contato com lendas e segredos da cultura Inca,
que povoa e desafia nossa imaginação. Paisagens
deslumbrantes são relatadas ao longo de um caminho
de surpresas: a Amazônia Peruana; as trilhas
andinas que serpenteiam a grande cordilheira; a
imponência dos picos nevados; Cuzco – capital do
Império Inca; Machu Picchu – lugar sagrado dos
Incas onde cada recanto guarda lendas e mistérios.
Um mundo a desvendar e se aventurar.
A trilogia se encerra com “Jobim e os Diamantes da
Amazônia”, livro lançado este ano. Após aventurar-se
pelos Andes, Jobim volta a navegar pelos rios
amazônicos, atrás de novas pistas do paradeiro de
seu pai. Mas o destino lhe reserva muitas surpresas
e armadilhas. Neste terceiro volume da série, o mistério
do paradeiro de Taboré será desvendado, e
Jobim descobre que nem sempre as coisas acontecem
do modo que se imagina. A cada nova aventura
e descoberta, o processo de amadurecimento de
Jobim o faz priorizar valores fundamentais como
honestidade e amizade e encarar as adversidades
sem nunca desistir de seus sonhos.
Os títulos, em formato livro, com preços em torno de
R$ 30,00, e eBook, em torno de R$ 25,00, estão disponíveis
no site www.livrariacultura.com.br. O autor está
verificando a possibilidade de oferecer os títulos pelo
Facebook no endereço https://www.facebook.com/escritorpaulospinola,
canal onde são divulgadas notícias
da região e do trabalho desenvolvido pelo ICMBio.
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ICMBio em Foco Edição 227
Realizada avaliação de peixes ósseos
marinhos de águas profundas
Uma oficina de Avaliação do Estado de Conservação de
Peixes Ósseos Marinhos foi realizada na semana passada
no Cepsul, em Itajaí (SC). Nela foram avaliadas 146 espécies
de 36 famílias de peixes de águas profundas.
Acervo Cepsul
CURTAS
Não foram identificadas ameaças significativas sobre a
grande maioria dos peixes avaliados. Para algumas espécies,
entretanto, foi observado que são necessários mais
estudos direcionados à avaliação dos efeitos das ameaças
potenciais identificadas, sendo também desconhecidas
suas tendências populacionais e outros aspectos
biológicos e ecológicos importantes para que seja feita
avaliação mais adequada de seu risco de extinção.
Das 146 espécies avaliadas, 115 foram categorizadas
como Menos Preocupante (LC), 17 como Dados Insuficientes
(DD) e 14 como Não Aplicável (NA). As espécies
categorizadas como NA possuem distribuição marginal
no Brasil ou são consideradas espécies errantes. As categorias
de ameaça foram atribuídas a cada espécie de
acordo com a metodologia da União Internacional para
a Conservação da Natureza - UICN.
Seminário mostra intercâmbio
entre Parna Abrolhos, ONGs e governos locais
O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos participou,
há duas semanas, do I Seminário Saberes e Fazeres
de Caravelhas, realizado no Colégio Polivalente de
Caravelas (BA), no encerramento do projeto “Abra os
olhos para ciência”, coordenado pela CI Brasil e pelo
Projeto Encantamar.
Além da apresentação de monografias dos alunos do Curso
Técnico de Turismo, de Caravelas, e de trabalhos de
conclusão de pesquisa dos participantes do projeto “Abra
os olhos para a ciência”, a programação do seminário
contou com apresentação dos resultados do Programa
Comunidade em Abrolhos e do Programa Professores no
Parque 2012, ambos realizados por meio de parceria com
a ONG Ecomar referente ao Projeto Encantamar.
Houve, também, os lançamentos de um guia interpretativo
do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, de um
jornal com o resultado das ações do professores que
participaram do Programa Professores no Parque, exposições
e exibição de vídeos. Encerrando as atividades,
o Grupo Cultural das Nagôs fez belíssima apresentação
para os convidados e parceiros presentes.
A oficina contou com pesquisadores do Cepsul, FURG,
UFRJ, Unesp, Unifesp e USP e os coordenadores de táxon,
Dr. Michael Maia Mincarone e Dr. Fábio Di Dario, do
Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé - Nupem, da
UFRJ, tendo como ponto focal a analista Roberta Aguiar
dos Santos, do Cepsul.
Professores com certificados do Programa Professores no Parque
O Programa Professores no Parque acontece desde 2004
e já capacitou mais de 300 educadores de vários municípios
do entorno do parque. Neste ano, foram formados
45 professores, que desde junho têm participado de
atividades formativas, como palestras, oficinas, debates,
visitas técnicas e rodas de conversa. O Programa Comunidade
em Abrolhos acontece desde 2009 e já levou cerca
de 200 pessoas em visita orientada ao arquipélago
com o objetivo de aproximar moradores da região e UC.
Acervo Parna Marinho dos Abrolhos
Conselho modificado
Portaria publicada na última sextafeira
modifica a composição do Conselho
Consultivo da Floresta Nacional
de Palmares, localizada no estado do
Piauí. O documento está disponível
em www.in.gov.br/visualiza/index.jsp
?data=14/12/2012&jornal=1&pagi
na=140&totalArquivos=256.
Confraternização
O Parque Nacional de Sete Cidades
(PI) realizou evento de confraternização
com todas as categorias que
compõem a gestão da unidade, desde
o quadro dos servidores ativos e
inativos, pensionistas, a membros
do conselho consultivo, condutores
de visitantes, terceirizados e brigadistas.
Houve distribuição de brindes
para cada categoria, entrega de certificados
aos brigadisdas e jantar. O
evento foi realizado no setor administrativo
da UC, no último dia 7, e
contou com mais de 160 participantes,
entre eles a chefe da unidade,
Karlla Celma Batista Lima Gomes,
que abriu a confraternização; a vicepresidente
do Conselho do Parna,
Maria da Luz Fonseca de Sousa; o
gerente de Fogo, Inácio Soares de
Oliveira Neto; o coordenador de Proteção
e Fiscalização da UC, Maurício
Barroso de Oliveira; e o coordenador
de Uso Público e Educação Ambiental,
Cristino Pereira da Silva.
Evento de fim de ano no Parna Sete Cidades
Flona Ipanema realiza
Oficina de Planejamento
Estratégico e SAP
A Floresta Nacional de Ipanema realizou
nos dias 11 e 12 de dezembro a
Oficina de Planejamento Estratégico,
com servidores e funcionários, para
formular as diretrizes estratégicas
constituídas pela missão, visão de futuro,
valores e princípios da UC. No
evento, facilitado pela analista Ofélia
Willmersdorf, foi construído, também,
o Mapa Estratégico da Flona,
utilizando-se o Sistema de Mensuração
e Desdobramento BSC - Balanced
Scorecard. O objetivo da equipe
da UC é implantar o modelo de Gestão
Estratégica para Resultados, com
a definição do mapa estratégico, seus
objetivos e metas, seus indicadores,
planos de ação e o mapeamento de
processos subsidiados pelo plano de
manejo, atualmente em processo de
atualização. Na mesma semana, nos
dias 13 e 14, foi realizado o Seminário
para Avaliação do Planejamento -
SAP, com a participação de servidores
e funcionários, para avaliar o planejamento
da UC no exercício de 2012 e
Acervo Parna Sete CIdades
estabelecer as metas a serem atingidas
em 2013.
Seminário de Avaliação do Planejamento
da Flona
Os 10 anos
da Rebio Contagem
No último dia 13 foi comemorado o
10º aniversário de criação da Reserva
Biológica da Contagem, no Distrito
Federal. Convidados, a comunidade
do entorno, os voluntários e os
parceiros se reuniram na Associação
de Produtores Rurais do Lago Oeste
- Asproeste. Em seguida um bolo
foi levado à área em restauração na
reserva pelo projeto “Controle de
gramíneas exóticas invasoras em unidades
de conservação do Cerrado”,
realizado em conjunto com o nosso
Cecat e o Cenargen, da Embrapa,
onde estava sendo realizado o plantio
de sementes de espécies nativas.
Bolo para comemorar 10º aniversário da UC
Marcelo Afonso
Keiko Pellizzaro
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ICMBio em Foco
Edição 227
RPPNs
Portaria publicada nesta terça-feira
cria a Reserva Particular do Patrimônio
Natural Pirangy, no município
de Itabaianinha, em Sergipe, com
13,59 ha. Já a RPPN Ambientalista
Francy Nunes, nos municípios de
General Sampaio, Tejuçuoca e Aipuarés,
no estado do Ceará, teve
seu plano de manejo aprovado.
Flona Carajás inaugura
Centro de Visitantes
No dia 9 de dezembro foi inaugurado
o Centro de Visitantes da
Floresta Nacional de Carajás, em
Parauapebas, Pará, que funciona
nas instalações do Parque Zoobotânico
de Carajás, mantido pela
Vale no interior da Flona, a 25 km
da sede do município. O espaço
conta com amplo salão de exposições,
auditório, biblioteca e salas
onde ficarão expostas coleções de
insetos, sementes e exsicatas de
material botânico de espécies coletadas
em pesquisas na floresta.
Será um importante espaço para
a prática da educação ambiental
junto aos visitantes da Flona
pelo Programa de Uso Público e
estudantes das escolas que frequentam
diariamente a UC pelo
Centro de Educação Ambiental de
Parauapebas. Lá, eles poderão ter
contato com espécies da flora e
da fauna, material didático, ouvir
palestras e ver exposições sobre
os mais variados temas. Somente
este ano foram atendidos pelo
programa mais de cinco mil alunos
do município, além de universidades
e escolas de outras cidades.
O programa é uma parceria
entre prefeitura, ICMBio, Vale e a
Universidade Federal do Pará.
Rafael Leite, da Vale; André Mourão, do
parque; Paulo Horta, da Vale; e Marcus
Vinícius Mendonça, chefe substituto da Flona
Projeto Rio+Limpo I
realiza última etapa do ano
no Parna Ilha Grande
O projeto Rio+Limpo foi encerrado
no sábado passado, em São
Jorge do Patrocínio (PR), município
lindeiro ao Parque Nacional
de Ilha Grande, com a realização
de sua última etapa. O projeto fez
parte das comemorações dos 15
anos da UC e teve por objetivo
realizar uma grande limpeza nas
ilhas que formam o parque e foram
ocupadas por moradores antes
de sua criação. Parceiros institucionais
e a comunidade foram
envolvidos voluntariamente. Junto
com a equipe do ICMBio, todos
participaram de arrastão retirando
lixo e objetos abandonados
durante a desocupação, incluindo
fogões, geladeiras, implementos
agrícolas e outros objetos de uso
doméstico. Ao longo de todas
as etapas do projeto em 2012,
participaram mais de 600 voluntários
e foram recolhidas aproximadamente
26 toneladas de lixo
reciclável. Devido à dificuldade de
acesso às mais de 180 ilhas, nem
todas foram atingidas pelo mutirão.
Com isso, o projeto continuará
em 2013 como Rio+Limpo II
e se repetirá até que se obtenha
a total retirada de materiais e objetos
estranhos à área protegida.
Machado
Voluntários do Rio+Limpo I
ICMBio promove limpeza
em afluente do rio Descoberto
Equipes da Área de Proteção Ambiental
da Bacia do Rio Descoberto e
da Floresta Nacional de Brasília realizaram
ação de limpeza em um córrego
afluente do rio Descoberto. O rio
nasce dos córregos do Barracão e Capão
da Onça, em Brazlândia, e divide
o Distrito Federal do estado de Goiás,
pelo lado oeste. O rio é represado,
formando o lago Descoberto, que é
responsável por aproximadamente
60% da água que abastece o Distrito
Federal. A ação de limpeza contou
com apoio do Serviço de Limpeza Urbana
- SLU, da Coordenadoria de Cidades
e das administrações regionais
de Taguatinga e Ceilândia. O objetivo
foi retirar o lixo acumulado dentro da
mata e do córrego Currais, em Taguatinga.
O SLU disponibilizou quarenta
pessoas para essa ação, que recolheu
mais de 100 sacos de lixo. Segundo o
chefe da APA Bacia do Rio Descoberto,
Lídio Santos, “a realização desse
mutirão é o primeiro passo para a
solução do problema. Temos que fazer
um trabalho de conscientização
da população para a importância da
preservação do rio Descoberto e o
descarte correto do lixo”.
Quarenta funcionários do SLU participaram
da ação de limpeza
Acervo Coripa
Fernando Pinto
Trilha recuperada integra
“Caminhos da Serra do Mar”
Para encerrar a programação que
comemora os 73 anos de criação
do Parque Nacional da Serra dos
Órgãos, funcionários e voluntários
da terceira unidade de conservação
mais antiga do país participaram
de um mutirão de recuperação
da Trilha Uricanal, que liga os
bairros do Caxambu e Bonfim, em
Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro.
A rota de seis quilômetros
de extensão precisava de manutenção
após ser incluída no projeto
“Caminhos da Serra do Mar”,
recém-lançado pelo Parna. Vinte
pessoas se encarregaram de abrir
um pouco mais a trilha em alguns
pontos, retirar charcos que contribuíam
para a erosão e atrapalhavam
a passagem dos caminhantes
e fazer a sinalização do caminho.
O Parna Serra dos Órgãos conta
com equipe treinada para fazer
sinalização rústica, pintando pequenas
setas vermelhas nas árvores
ou pedras em trechos que
podem confundir o caminhante.
“Essa marcação é fundamental
para, principalmente, o público
menos experiente possa visitar a
trilha. Começamos aqui na Uricanal
e vamos fazer também em
outras partes do caminho, como a
Cobiçado Ventania”, relata o chefe
da UC, Leandro Goulart.
Marcelo Medeiros
Mutirão de recuperação e sinalização
na trilha Uricanal
Curso de Formação de
Condutores de Ecoturismo
Subaquático em Abrolhos
O Parque Nacional Marinho dos
Abrolhos realizou em novembro o
curso Formação de Condutores de
Ecoturismo Subaquático, que acontece
todos os anos em sua sede, na
cidade de Caravelas (BA). O curso é
requisito obrigatório para a certificação
e renovação do certificado dos
condutores junto ao parque nacional
em função da necessidade de proteção
do ambiente recifal e do grau
de risco inerente à atividade de mergulho.
Gratuito, ele tem carga horária
de 24 horas e pode ser feito por
maiores de 18 anos que já tenham
realizado curso de mergulho avançado.
Este ano participaram 22 profissionais
que atuam na região por
meio das operadoras de turismo. Em
dois dias, além das palestras rotineiras,
foram tratados assuntos como
acessibilidade em atividades de mergulho
e normas da ABNT aplicadas
ao turismo de aventura. Desde que
acompanhado pelos condutores de
ecoturismo subaquático, a realização
de mergulho autônomo está previsto
no olano de manejo da unidade.
Clube de Corrida
Participantes do curso
A partir de uma iniciativa do nosso
setor de Qualidade de Vida, a de organizar
o Circuito de Saúde no início
de novembro, a equipe da Physycal
Training ofereceu ao ICMBio oito
aulas gratuitas de Clube de Corrida
Acervo Parna Abrolhos
no Parque da Cidade, em Brasília. As
aulas, realizadas às terças e quintasfeiras,
foram encerradas na última
semana. “Apesar de sermos poucos
participando, gostamos muito da
oportunidade. Fez toda a diferença
sair do trabalho e tomar um pouco
de sol, fazendo exercício no parque.
É muito importante valorizarmos essa
iniciativa da CGGP, à qual somos muito
gratos”, destaca Virginia Talbot, da
Coordenação-geral de Gestão Socioambiental.
Os nove servidores que tiveram
oportunidade de participar do
Clube de Corrida estão na expectativa
de que o setor de Qualidade de Vida
consiga manter essa atividade para
os servidores no ano que vem.
Exercícios educativos, alongamento, caminhada,
entre outras atividades
Atol das Rocas
Neste sábado, o programa Aquanautas,
que vai ao ar às 23h15
no canal a cabo National Geographic
(Nat Geo), apresenta especial
sobre a Reserva Biológica do Atol
das Rocas, localizada no litoral do
Rio Grande do Norte. O programa
promete belas e emocionantes imagens
do Atol, como nunca se viu.
Foto da Capa
Guariba (Alouatta sp), na Reserva
Biológica do Jaru (RO), ilustra a
capa desta semana. A imagem é
de nosso colega Luciano Malanski,
que atua naquela Rebio.
Como acontece todo ano,
a nossa revista ICMBio em
Foco entra em recesso e
voltará no dia 18 de janeiro.
Boas festas!
Pedro Salles
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ICMBio em Foco
Edição 227
NO FOCO
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“Resistência natural” bem poderia ser o título desta foto por D. Salvio Parmagnani,
da sede do ICMBio. A imagem desta semana foi captada em 2011, na Reserva Biológica
de Gurupi (MA). A foto do nosso colega leva também o prêmio de melhor do mês de
dezembro. O autor vai receber a publicação “Costa dos Corais”.
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ICMBio em Foco
Edição 227
NO FOCO do Ano
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Entre as imagens que apareceram na coluna No Foco em 2012, os editores elegeram a foto de grupo de
lagartas em tronco de árvore como melhor foto do ano. A nossa colega Larissa Cristina Dias Limírio,
do Parque Nacional Serra da Cutia (RO), vai receber o pen drive de 2 gigas da Rio+20 e as publicações “Parque
Nacional de Brasília 50 anos” e “Atlas dos Recifes de Coral nas Unidades de Conservação Brasileiras”.
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ICMBio em Foco
ICMBio em Foco
Revista eletrônica semanal
Editores
Ana Carolina Lobo da Silveira
(jornalista)
Ivanna Costa Brito
Lísias de Moura
Fotógrafo da DCOM
Leonardo Milano
Projeto Gráfico / Diagramação
Danilo Bezerra de Jesus
Revisão
Thaís Alves de Lima
Supervisão Geral
Cláudia Camurça
Colaboraram nesta edição
Alberto Felipe Klotz – Flona Rio Preto; Ângela Midori Furuya Pacheco – Rebio Abufari; Ascom MMA; Branca Tresoldi
Pires – Parna Tijuca; Caroline Jeanne Delelis – IPÊ; Claudineia Lima – Parna Mapinguari; Cristino Pereira da
Silva – Parna Sete Cidades; Dandara Tuany Santos da Silva – DCOM; Elinalva Vieira – Flona Bom Futuro; Elmano
Augusto – DCOM; Equipe CR3; Equipe Parna Tijuca; Estevão Carino Fernandes de Souza – Coabio; Euvaldo
Pereira da Silva – Resex Mata Grande; Fabiana Bertoncini – Flona Chapecó; Fábio André Faraco – Parna Pau Brasil;
Fernando Pinto – DCOM; Keiko Pellizzaro – Rebio Contagem; Marcelo Medeiros – Parna Serra dos Òrgãos;
Marcus Vinicius Mendonca – Flona Carajás; Marilyn Borba – CGEUP; Marli Penteado – Esec Tupinambás; Maurício
Santamaria – Resex Tapajós-Arapiuns; Moisés Dias da Costa – Rebio Abufari; Ofélia Willmersdorf – Flona Ipanema;
Rafael Antônio Machado Balestra – RAN; Ricardo Jerozolimski – Parna Abrolhos; Romano Pulzatto Neto – Parna Ilha
Grande; Tatiane Rodrigues Lima – Parna Mapinguari; Thaís Alves – DCOM; Vera Luz – RAN; Victor Souza – Núcleo
Comunicação Nordeste/ICMBio.
Divisão de Comunicação - DCOM
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio
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