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Fazer Download da Edição - Supermercado Moderno

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sm.com.br | fevereiro de 2012 | ano 43<br />

5 1 3<br />

CentraiS de<br />

CoMpraS<br />

viraM eMpreSaS.<br />

veja doiS<br />

bonS exeMploS<br />

SM<br />

2<br />

as queixas <strong>da</strong><br />

indústria<br />

graveS do varejo.<br />

ForneCedoreS liStaM oS erroS<br />

na<strong>da</strong> boM para oS negóCioS<br />

preoCupação<br />

na páSCoa<br />

ConSuMo deve<br />

CreSCer, MaS<br />

ruptura pode<br />

atrapalhar ven<strong>da</strong>S<br />

adoráveiS<br />

ditadoreS<br />

FilhoS <strong>da</strong> ClaSSe C<br />

eSColheM<br />

produtoS e MarCaS.<br />

iSSo é ótiMo,<br />

deSde que voCê<br />

Faça a CoiSa Certa<br />

per<strong>da</strong>S<br />

deSpenCaraM<br />

na rede iMeC.<br />

Saiba o<br />

que Foi Feito<br />

com a palavra | sm. digital | leis e tributos | novos produtos


ao leitor<br />

Conteúdo mensal ao seu alCanCe<br />

SUPERMERCADO MODERNO<br />

Proprie<strong>da</strong>de de Publicar mídias especializa<strong>da</strong>s lt<strong>da</strong>.<br />

Presidência do Grupo<br />

Robert macody lund<br />

Publicar Mídias esPecializa<strong>da</strong>s lt<strong>da</strong><br />

Diretoria<br />

telefone (11) 3327-4504<br />

diretor executivo sergio l. a. <strong>da</strong> Veiga oliveira<br />

editor eMérito Valdir orsetti<br />

Conselho Executivo<br />

lauricéia tavares Bernardino, mário nazar<br />

Robert macody lund,<br />

sergio l. a. <strong>da</strong> Veiga oliveira<br />

sem medo<br />

de compartilhar<br />

informações<br />

sheila hissa<br />

editora executiva<br />

sheila.hissa@sm.com.br<br />

Nesta edição, quando trazemos as queixas <strong>da</strong> indústria<br />

em relação ao varejo, algumas nocivas ao desempenho de ven<strong>da</strong>s,<br />

uma história impressiona: a que aparece na matéria ‘Informação<br />

para todos’, <strong>da</strong> rede Savegnago. Ao contrário de muitas outras<br />

empresas, ela compartilha com seus fornecedores inúmeros<br />

<strong>da</strong>dos: ven<strong>da</strong>s (volume e valor), nível de estoque, informações<br />

obti<strong>da</strong>s em inventários e participação <strong>da</strong>s marcas – tudo no total<br />

<strong>da</strong> rede, por loja ou grupo de filiais. A rede paulista, 22 lojas,<br />

não reclama, não hesita e nem se sente ameaça<strong>da</strong>. Ao contrário.<br />

Para ela, dividir <strong>da</strong>dos com os fornecedores que respondem por<br />

80% de suas ven<strong>da</strong>s é a maneira acerta<strong>da</strong> de prever problemas,<br />

corrigir falhas e aumentar ganhos. Não à toa, a companhia é uma<br />

<strong>da</strong>s mais bem-sucedi<strong>da</strong>s do autosserviço alimentar. Cresceu<br />

12% em 2008, 17% em 2009, 12% em 2010 e estimados 20% em 2011.<br />

Os próprios executivos <strong>da</strong> casa atribuem à cooperação com a<br />

indústria parte do sucesso. Às vezes convicções antigas precisam<br />

ser revistas para acelerar o desenvolvimento. No passado, negar<br />

informações talvez se justificasse. Hoje, tudo indica, a precaução<br />

não faz mais sentido. Como a indústria pode atuar em conjunto<br />

contra a ruptura se não sabe o que gira e o que está no estoque?<br />

Como aju<strong>da</strong>r na definição do pedido, sem saber o que mais<br />

sai na loja? O exemplo do Savegnago talvez não sirva para todos,<br />

porém maior cooperação certamente não faz mal a ninguém.<br />

Re<strong>da</strong>ção<br />

telefone (11) 3327-4514 / e-mail: re<strong>da</strong>cao@sm.com.br<br />

editora executiva sheila Hissa<br />

editora-assistente alessandra morita<br />

rePórteres adriana silvestrini, Fernando salles e Viviane sousa<br />

estagiária marcela del’la Villa<br />

Colaboradores<br />

Projeto gráfico e direção de arte FmaisG Projetos Visuais<br />

fotos Paulo Pereira (estudio luzia), edison Vara,<br />

andre Valentim e matheus urenha<br />

ilustração marcus penna<br />

tr ataMento de iMagens J. soza<br />

Conselho Editorial<br />

Bruno abrantes (Floresta), Carlos Fernandes , Celso Furtado (Coop),<br />

eduardo adrião (GPa), Flavio almei<strong>da</strong> (Villarreal), Gabriel Pedroso<br />

(Futurama), José Ricardo scheurer (son<strong>da</strong>), lucas nassar (mambo),<br />

marcio do Valle (Coop), Rubens Kuriyama(Ricoy)<br />

assinatura Sueli Simão (11) 3327-4522 • sueli.simao@sm.com.br<br />

MarKeting anunciante Camila siqueira (11) 3327-4512<br />

• camila.siqueira@sm.com.br<br />

eventos Renata Franzini (11) 3327-4463 • renata.franzini@sm.com.br<br />

PUBLICIDADE<br />

telefone (11) 3327-4516 / e-mail: supermercadomoderno@sm.com.br<br />

aPoio a ven<strong>da</strong>s Carla morais (11) 3327-4505<br />

Gerente Comercial e de Marketing<br />

Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • marcelo.luz@sm.com.br<br />

Gerentes de Contas<br />

Adriana Damião (11)3327-4570 • adriana.<strong>da</strong>miao@sm.com.br<br />

Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • alexandre.niccolai@sm.com.br<br />

Roberto Campaneli (11) 3327-4623 • roberto.campaneli@sm.com.br<br />

Van<strong>da</strong> Mae<strong>da</strong> (11) 3327-4555 • van<strong>da</strong>.mae<strong>da</strong>@sm.com.br<br />

REPRESENTANTES<br />

SÃO PAULO<br />

ação representação com. s/c lt<strong>da</strong>.: Rua Brigadeiro tobias, 356,<br />

10º an<strong>da</strong>r, sl. 104-C, 01032-901, são Paulo, sP. tel./fax (11) 3313-1433.<br />

e-mail: vanderacao@terra.com.br<br />

RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES)<br />

grupo riobrasil: av. dom Hélder Câmara, 10, 136/201, 21380-003,<br />

Rio de Janeiro, RJ. tel. (21) 2599-8969.<br />

e-mail: riobrasil@gruporiobrasil.com.br<br />

CURITIBA (PR)<br />

spala Marketing e representações: R. Conselheiro laurindo, 825, cjto 512,<br />

80060-100, Curitiba, PR. tel./fax (41) 3027-5565. e-mail: gilberto@spalamkt.com.br<br />

PORTO ALEGRE (RS)<br />

in trade comunicação dirigi<strong>da</strong>: R. Vitorio Francisco Gior<strong>da</strong>ni, 309, Jardim Planalto -<br />

91220-490 Porto alegre, Rs. tel./fax (51) 3737-5177. e-mail:cesar.intrade@globo.com<br />

MINAS GERAIS (MG)<br />

sbf representações comunicação Propagan<strong>da</strong> e Marketing lt<strong>da</strong>:<br />

av. Getúlio Vargas, 1.300 - sala 1704 - savassi - 30112-021, Belo Horizonte, mG.<br />

tel. (31) 2125-2900. e-mail: sbfaria@sbfpublici<strong>da</strong>de.com.br<br />

ou cibelle@sbfpublici<strong>da</strong>de.com.br<br />

Para obter informações e solicitar serviços<br />

fax (11) 3228 - 9333 - site www.sm.com.br<br />

supermercado <strong>Moderno</strong>: R. Brigadeiro tobias, 356, 3º an<strong>da</strong>r, CeP 01032-901.<br />

são Paulo, sP. tel. (11) 3327-4400. C. Postal 3349 - 01060-970.<br />

supermercado moderno é envia<strong>da</strong> mensalmente a executivos, proprietários,<br />

compradores, gerentes e encarregados <strong>da</strong>s principais lojas de autosserviço, lojas<br />

de conveniência, atacados e cooperativas responsáveis por 80% do volume de<br />

ven<strong>da</strong>s do setor. Coordenador de Produção - denise spedo maciel (11) 3327- 4569.<br />

distribuição: dtd distribuição e Courier lt<strong>da</strong>. não autorizamos pessoa alguma a<br />

oferecer assinaturas. se for procurado por alguém, denuncie-o às autori<strong>da</strong>des.<br />

supermercado moderno não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibi<strong>da</strong><br />

reprodução total ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação<br />

assentado no ca<strong>da</strong>stro <strong>da</strong> divisão de Censura de diversões Públicas,<br />

d.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Prol editora Gráfica lt<strong>da</strong>, av. Papaiz, 581, Jd.<br />

<strong>da</strong>s nações, diadema, sP.<br />

este produto é<br />

impresso na Prol,<br />

utilizamos papel com<br />

certificado fsc que<br />

garante o manejo<br />

florestal responsável.<br />

trabalhamos<br />

comprometidos<br />

com o meio ambiente<br />

e temos uma ótima<br />

impressão do futuro.


sumario<br />

SM | nº 513 | fEVErEIrO dE 2012 | ano 43<br />

38<br />

queixas <strong>da</strong> indústria<br />

Nesta segun<strong>da</strong> reportagem <strong>da</strong> série Cooperação, você conhece os erros<br />

cometidos pelo autosserviço, na opinião de 100 executivos <strong>da</strong> indústria.<br />

Entre eles, falta de processos de abastecimento e de controle de estoque.<br />

Confira as reclamações, consequências para o negócio e soluções.<br />

seções<br />

você .............................................................................................................06<br />

sm. digital .......................................................................................08<br />

pto. de ven<strong>da</strong> ..............................................................................10<br />

leis e tributos ........................................................................19<br />

megamercado ...........................................................................91<br />

novos produtos ...................................................................95<br />

com a palavra ..........................................................................98<br />

Sopa instantânea vira pratos de verão | pág. 91<br />

matérias<br />

negócios<br />

centrais viram empresas .........................................25<br />

Exemplos de centrais que tomaram outro rumo<br />

consumo<br />

adoráveis ditadores ...........................................................32<br />

Como aproveitar a influência <strong>da</strong>s crianças <strong>da</strong><br />

classe C sobre os pais para vender mais<br />

especial cooperação<br />

resposta à indústria .........................................................51<br />

O que Pedro Zonta, presidente do Condor, pensa<br />

<strong>da</strong>s reclamações dos fornecedores<br />

informação para todos ................................................57<br />

O sucesso do Savegnago por compartilhar <strong>da</strong>dos<br />

marketing<br />

páscoa gulosa com problemas .....................62<br />

Consumidor reclama <strong>da</strong> falta de produtos<br />

consumo garantido .............................................................69<br />

Vantagens de vender peixe congelado na Páscoa<br />

gestão<br />

per<strong>da</strong>s sob controle ........................................................73<br />

Os seis passos do Imec para reduzir o problema<br />

Per<strong>da</strong>s caíram pela metade no gaúcho Imec | pág. 73<br />

medir para ter sucesso ...............................................79<br />

Como os indicadores de desempenho podem<br />

aju<strong>da</strong>r a vender mais e reduzir custos<br />

tecnologia<br />

gestão de nota eletrônica. .....................................87<br />

O d’avó adotou um software capaz de receber,<br />

emitir, armazenar e consultar dez mil Nf-E/mês<br />

CAPA MArCuS PENNA


Você: Marise M. Lourenço Vieira<br />

valorizando o profissional do varejo<br />

por Fernando SalleS | foto divulgação<br />

pág.<br />

06<br />

receita de<br />

r$ 22 milhões<br />

e alta de 12 %<br />

em 2011<br />

A rede Solar, com três<br />

lojas em Santa Rosa<br />

de Viterbo, cresceu<br />

graças à ousadia<br />

<strong>da</strong> empreendedora<br />

Marise Lourenço Vieira<br />

de loja fali<strong>da</strong> a rede<br />

de sucesso no interior<br />

Tinha tudo para <strong>da</strong>r errado, diriam os pessimistas<br />

sobre a história de Marise Mirian Lourenço Vieira, que<br />

mais parece um roteiro de cinema. Mas a trajetória dessa<br />

empreendedora não só é real como um exemplo de coragem,<br />

perseverança e dedicação. Ela morava com a família<br />

na roça, em um pequeno sítio próximo à ci<strong>da</strong>de paulista<br />

de Tambaú, adquirido por seu pai pouco antes de falecer.<br />

Em 1987, a família vendeu algumas cabeças de gado<br />

a um açougueiro que, sem ter como pagar, repassou o<br />

açougue à família. Mas, com o tempo, a concorrência com<br />

os supermercados tornou ca<strong>da</strong> vez mais difícil tocar o<br />

negócio. Marise, porém, não cruzou os braços.<br />

“Resolvi fazer alguns cursos para melhorar e diversificar<br />

nossos produtos. Logo montávamos uma pequena<br />

fábrica de embutidos e defumados”, lembra. A dificul<strong>da</strong>de<br />

em levantar recursos financeiros para cumprir to<strong>da</strong>s as<br />

exigências <strong>da</strong> legislação, no entanto, voltou a inviabilizar<br />

a continui<strong>da</strong>de do negócio. Nessa mesma época, Marise<br />

soube <strong>da</strong> falência de um supermercado na ci<strong>da</strong>de vizinha,<br />

Santa Rosa de Viterbo. Foi até lá investigar a história e<br />

se interessou em comprar a loja, mas com uma dúvi<strong>da</strong><br />

crucial: “como pagar?” “Oferecemos cabeças de gado e<br />

cheques pré-<strong>da</strong>tados”, conta. Loucura? “Foi nossa chance<br />

de sobrevivência”, justifica.<br />

O ano era 1996 e surgia assim o Solar <strong>Supermercado</strong>s.<br />

Não bastassem todos os percalços, no início <strong>da</strong> operação<br />

era difícil até encontrar fornecedores dispostos a negociar,<br />

já que muitos ain<strong>da</strong> associavam a loja aos antigos<br />

proprietários, que não honraram diversos pagamentos.<br />

Aos poucos, Marise conquistou a confiança de todos na<br />

ci<strong>da</strong>de. Hoje, o Solar é uma rede com três lojas – uma delas<br />

com restaurante e farmácia próprios –, cujo faturamento<br />

no ano passado foi de R$ 22,3 milhões, o que representa<br />

um aumento de 12% em comparação com 2010.<br />

Questiona<strong>da</strong> sobre a fórmula para transformar uma loja<br />

fali<strong>da</strong> em empreendimento de sucesso, ela cita os quatro<br />

pilares de sua gestão: honesti<strong>da</strong>de, transparência, dedicação<br />

e respeito aos clientes. Daria ou não um bom filme?


sm.digital<br />

mais informações no portal e tablet<br />

por ADRIANA SILVESTRINI aDriana.silVestrini@sm.Com.br<br />

pág.<br />

08<br />

sm.com.br<br />

enquete<br />

Abilio Diniz acredita que crescerá a procura por<br />

produtos orgânicos nos próximos anos.<br />

Na sua loja, as ven<strong>da</strong>s desses itens têm aumentado?<br />

24 %<br />

Não veNdo<br />

orgâNico<br />

54 %<br />

sim<br />

22 %<br />

Não<br />

ranking<br />

Últimas notícias mais<br />

acessa<strong>da</strong>s em janeiro<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

Carrefour vende supermercados<br />

por 365 mi de euros<br />

Grandes redes mu<strong>da</strong>m para competir<br />

com supermercados de bairro<br />

Walmart fecha 12 lojas <strong>da</strong> bandeira<br />

TodoDia em SP<br />

Trabalhar após expediente com celular<br />

e e-mail pode render horas extras<br />

Áreas líderes em<br />

consulta no mês passado<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

Últimas notícias<br />

sm Responde<br />

negócios<br />

ponto de Ven<strong>da</strong><br />

Água mineraL<br />

em aLta<br />

A bebi<strong>da</strong> é uma <strong>da</strong>s<br />

que mais crescem no<br />

País. Só entre dezembro<br />

de 2010 e novembro<br />

de 2011, a alta em<br />

volume foi de 15,3 % ,<br />

segundo a Nielsen.<br />

Confira reportagem<br />

completa em Categorias.<br />

Leis & tributos<br />

Nova editoria do<br />

Portal SM apresenta as<br />

principais informações<br />

sobre os direitos e<br />

deveres <strong>da</strong>s empresas em<br />

relação à legislação e ao<br />

pagamento de impostos.<br />

Leia para se atualizar.<br />

Você também pode ler as edições<br />

de SM em seu tablet. Acesse<br />

gratuitamente o conteúdo pela<br />

App Store ou Android Market.<br />

Faça ain<strong>da</strong> o download<br />

do aplicativo QR Code em seu<br />

aparelho. Basta posicionar<br />

a câmera sobre o código acima,<br />

fotografar e baixar o aplicativo. AndRoid MARket App StoRe


pto. de ven<strong>da</strong><br />

tUdo qUE IntErESSA Ao SEtor<br />

pág.<br />

10<br />

Por fernando salles fernando.salles@sm.com.br | FotoS divulgação<br />

Área de ven<strong>da</strong>s<br />

PISoS lUxUoSoS<br />

CoM gArAntIA<br />

dE 20 AnoS<br />

Unir sofisticação e alta resistência<br />

é a proposta <strong>da</strong> Amtico International<br />

com sua nova linha de pisos<br />

para supermercados. A coleção Wood<br />

leva PVC reciclável e é alternativa aos<br />

pisos frios, de cerâmica ou madeira<br />

maciça. Segundo a fabricante,<br />

a instalação é simples e pode ser feita,<br />

inclusive, sobre pisos já existentes.<br />

A nova opção é impermeável,<br />

não mancha e conta com garantia<br />

de 20 anos. A Amtico, representa<strong>da</strong><br />

no Brasil pela MBM, atua há 10 anos no<br />

mercado nacional e conta com apoio<br />

de uma rede de negócios presente<br />

em locais como EUA e Europa.<br />

Informações: (41) 3024-1090<br />

“Vendemos 8 mil<br />

ovos de Páscoa<br />

importados em<br />

2011. Nossa<br />

meta neste ano<br />

é vender 31 mil”<br />

Pitrangelo leta<br />

dIrEtor CoMErCIAl<br />

dA rEdE dE SUPErMErCAdoS ZonA SUl<br />

sofisticação e resistência<br />

A Wood, nova coleção de pisos <strong>da</strong> Amtico, pode ser<br />

aplica<strong>da</strong> sobre superfícies já existentes


Estratégia<br />

Farinha Pura<br />

cresce com empório<br />

gastronômico<br />

o supermercado carioca Farinha pura<br />

já era voltado à classe a, mas foi além e se<br />

tornou um ver<strong>da</strong>deiro empório gastronômico,<br />

resultado de dois anos de intenso planejamento.<br />

Hoje quem chega ao Cobal do Humaitá, zona<br />

sul carioca, encontra uma loja com arquitetura<br />

rústica e sofistica<strong>da</strong>, lembrando os tradicionais<br />

empórios europeus. no mix, novos itens<br />

premium foram acrescentados em to<strong>da</strong>s as<br />

categorias. entre eles aparecem produtos<br />

exclusivos de marca própria, como os bombons<br />

e chocolates il Cioccolato, elaborados com<br />

matéria-prima belga. a conversão se deu<br />

no segundo semestre de 2011 e, de cara,<br />

as ven<strong>da</strong>s cresceram 25%. nos meses seguintes,<br />

a alta foi de 30%. “o cliente está disposto a<br />

pagar mais por produtos exclusivos, com os<br />

quais não há como comparar preços”, resume<br />

licia Vidigal, diretora executiva do Farinha pura.<br />

sortimento exclusivo<br />

Itens premium de marca própria são<br />

encontrados com varie<strong>da</strong>de na loja<br />

livro<br />

Comportamento de Compra em análise<br />

Gilberto Strunck, sócio-diretor <strong>da</strong> agência Dia Comunicação, é um<br />

estudioso do comportamento do consumidor, tema de seu quinto livro:<br />

“Compras por Impulso – Trade Marketing, Merchandising e o Poder<br />

<strong>da</strong> Comunicação e do Design no Varejo”, lançado pela editora 2AB (224<br />

páginas, R$ 65). A obra traça um panorama dos processos que conduzem<br />

à compra e os recursos possíveis para elevar ven<strong>da</strong>s. A capa do livro foi<br />

defini<strong>da</strong> a partir de um concurso com estu<strong>da</strong>ntes. O layout, escolhido entre<br />

600 participantes, é de autoria de Daniel Bruno Nogueira, aluno <strong>da</strong> UFRJ.<br />

critérios para consumir<br />

A partir do processo de compras do shopper, livro aponta recursos para aumentar as ven<strong>da</strong>s


pto. de ven<strong>da</strong><br />

ABERTuRA dA 24ª lojA do SoNdA A uni<strong>da</strong>de fica no Shopping Parque<br />

Barueri, oferece 20 mil itens e possui 1.920 m 2 de área de ven<strong>da</strong>s<br />

expanSão<br />

Son<strong>da</strong> chega a Barueri e<br />

promete maiS 10 inauguraçõeS<br />

Com 1.920 m 2 de área de ven<strong>da</strong>s e mais de 20 mil itens<br />

no mix, a 24ª loja <strong>da</strong> rede Son<strong>da</strong> (3 são <strong>da</strong> bandeira Cobal)<br />

opera desde o mês passado no Shopping Parque Barueri,<br />

na Grande São Paulo. A expectativa é de que a uni<strong>da</strong>de aten<strong>da</strong><br />

2.500 clientes por dia, atraídos por seções como peixaria,<br />

açougue, rotisseria, pa<strong>da</strong>ria e confeitaria. O serviço de delivery<br />

também passa a ser disponibilizado aos consumidores<br />

de Barueri, Alphaville e Santana de Parnaíba. Décima<br />

primeira coloca<strong>da</strong> no ranking de <strong>Supermercado</strong>s de SM, a<br />

empresa tem como meta para este ano inaugurar mais 10 lojas.<br />

205 <strong>da</strong>s 250 maiores<br />

empresas do varejo mundial<br />

registram aumento de ven<strong>da</strong>s<br />

no ano fiscal encerrado<br />

em junho de 2011, segundo<br />

relatório <strong>da</strong> deloitte.<br />

em média, a alta foi de 5,3 %<br />

19, 4%<br />

foi o crescimento<br />

no Brasil <strong>da</strong><br />

rede dia, controla<strong>da</strong><br />

pelo carrefour,<br />

entre janeiro e<br />

setembro de 2011<br />

tecnologia<br />

Dois terços dos<br />

varejistas utilizarão<br />

tablets no trabalho<br />

Mais de cinquenta empresas<br />

de varejo foram ouvi<strong>da</strong>s pela Ris News<br />

em um estudo patrocinado pela<br />

Motorola Solutions e pela RBM<br />

Technologies, no qual foi identificado<br />

que apenas 6% utilizam tablets em sua<br />

rotina de trabalho nas lojas. É pouco,<br />

mas o índice deve aumentar rapi<strong>da</strong>mente:<br />

28% já estão testando esses dispositivos<br />

e, ain<strong>da</strong> neste ano, outros 31%<br />

pretendem experimentar a incorporação<br />

do tablet ao dia a dia profissional.<br />

Entre as razões para o aumento do<br />

interesse, a pesquisa identificou fatores<br />

como utilização no suporte às ven<strong>da</strong>s<br />

e conexão com aplicativos empresariais.<br />

12 SM.coM.br | fevereirO 2012


leIS e tRIbutoS<br />

em diA Com SeuS direiToS e devereS<br />

pág.<br />

19<br />

por ViViane SouSa viviAne.SouSA@Sm.Com.br<br />

uSo de CelulaR Rende hoRa extRa<br />

Sanciona<strong>da</strong> no final<br />

de 2011, a lei que altera<br />

a CLT (Consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s<br />

Leis do Trabalho) abre<br />

espaço para que o uso<br />

de aparelhos celulares<br />

e de e-mails corporativos<br />

após o expediente configure<br />

horas extras. Até então,<br />

a legislação trabalhista<br />

colocava no mesmo patamar<br />

o trabalho no escritório<br />

e o feito em casa, mas<br />

não mencionava o uso<br />

de tecnologias que<br />

permitem ao funcionário<br />

produzir onde quer<br />

que esteja. Advogados<br />

trabalhistas recomen<strong>da</strong>m<br />

aos funcionários guar<strong>da</strong>r<br />

e-mails e mensagens<br />

troca<strong>da</strong>s com o empregador<br />

que possam servir como<br />

prova, além <strong>da</strong> conta<br />

com as ligações feitas do<br />

celular corporativo.<br />

A nova legislação também<br />

equipara trabalho realizado<br />

na empresa ao realizado<br />

em domicílio e a distância.<br />

CeRtIdão tRabalhISta<br />

vIRa obRIgatóRIa<br />

Para obter empréstimos, participar de programas de incentivos fiscais e<br />

de licitações públicas, as empresas precisam agora comprovar que não possuem débitos<br />

com a Justiça do Trabalho, por meio <strong>da</strong> apresentação <strong>da</strong> CnDT (Certidão negativa<br />

de Débitos Trabalhistas). o documento é nacional e emitido gratuitamente nas páginas<br />

eletrônicas do TST (Tribunal Superior do Trabalho), do Conselho Superior <strong>da</strong> Justiça<br />

do Trabalho ou dos TRTs (Tribunais Regionais do Trabalho), mediante indicação do CPF<br />

ou do CnPJ. Ca<strong>da</strong> certidão é váli<strong>da</strong> por 180 dias e apresenta a situação <strong>da</strong> pessoa jurídica<br />

em relação a todos os seus estabelecimentos, agências ou filiais.<br />

shutterstock<br />

Retenção<br />

de ICMS<br />

benefICIa<br />

vaRejo<br />

A retenção e o<br />

pagamento do ICMS<br />

(Imposto sobre Circulação<br />

de Mercadorias e Serviços),<br />

antes feitos apenas pelas<br />

indústrias, agora podem<br />

ser de responsabili<strong>da</strong>de<br />

dos varejistas que mantêm<br />

centros de distribuição<br />

no Estado de São Paulo,<br />

caso desejem. Segundo<br />

Marcos Pagliaro, advogado<br />

tributarista, o varejista,<br />

entretanto, só pode requerer<br />

o regime especial quando<br />

o envio de mercadorias<br />

para qualquer uma de suas<br />

lojas, mesmo se estiver<br />

localiza<strong>da</strong> em outro Estado,<br />

resultar em acumulação de<br />

valores a serem ressarcidos.<br />

Essa medi<strong>da</strong> tende a<br />

beneficiar as redes varejistas<br />

porque provoca uma<br />

redução na despesa <strong>da</strong>s<br />

operações realiza<strong>da</strong>s pelos<br />

CDs devido à simplificação<br />

dos procedimentos<br />

tributários e do custo real<br />

dos impostos, eliminando<br />

o acúmulo de créditos<br />

tributários e a demora do seu<br />

processo de ressarcimento.


leis e tributos<br />

rio de Janeiro facilita dívi<strong>da</strong><br />

Os contribuintes do Estado do Rio de Janeiro que possuem débitos inscritos<br />

em dívi<strong>da</strong> ativa, vencidos antes de 30 de novembro de 2011, poderão quitar o montante<br />

à vista; a partir <strong>da</strong> compensação com precatórios já expedidos; ou em parcelas de<br />

até 18 vezes. Terão direito ain<strong>da</strong> à redução de 50% dos juros de mora. O programa deve<br />

entrar em vigor ain<strong>da</strong> no mês de fevereiro. Os interessados terão até 31 de maio para<br />

fazer a adesão. Também haverá remissão de débitos inscritos em dívi<strong>da</strong> ativa até<br />

1997, com valor inferior a 4.683,40 Ufir-RJ, cerca de R$ 9 mil, além de débitos inscritos<br />

até 30 de novembro do ano passado, com valor inferior a 468,34 Ufir-RJ, cerca de R$ 900.<br />

Prazo de<br />

correção <strong>da</strong> efd<br />

é estendido<br />

fotos the commons<br />

Até 30 de junho os<br />

contribuintes de São Paulo<br />

poderão corrigir as informações<br />

forneci<strong>da</strong>s ao Fisco pela EFD<br />

(Escrituração Fiscal Digital).<br />

O prazo anterior era<br />

31 de dezembro de 2011.<br />

Pelo documento, as empresas<br />

informam to<strong>da</strong>s as entra<strong>da</strong>s<br />

e saí<strong>da</strong>s de mercadorias e serviços,<br />

créditos de ICMS e apuração de<br />

impostos. A medi<strong>da</strong> é importante,<br />

porque o contribuinte está<br />

sujeito a autuação e multa por<br />

prestar informações incorretas<br />

nos documentos fiscais.<br />

A EFD é uma obrigação nova,<br />

e muitos contribuintes estão<br />

correndo para cumpri-la, o que<br />

pode deixar brechas para erros.<br />

Para mais informações<br />

acesse: www.fazen<strong>da</strong>.sp.gov.br<br />

receita<br />

federal<br />

cancela<br />

multas<br />

A Receita Federal<br />

decidiu cancelar as multas<br />

aplica<strong>da</strong>s pelo atraso na<br />

entrega <strong>da</strong> DCTF (Declaração<br />

de Débitos e Créditos<br />

Tributários Federais)<br />

referentes a setembro do<br />

ano passado. A medi<strong>da</strong> vale<br />

apenas para contribuintes<br />

que tiverem apresentado<br />

os documentos até o<br />

dia 27 de dezembro de 2011.<br />

A multa pelo atraso na<br />

transmissão é de 2%<br />

sobre o valor total de<br />

impostos e contribuições<br />

informados na DCTF. A<br />

medi<strong>da</strong> está prevista no Ato<br />

Declaratório Executivo nº 1,<br />

publicado em janeiro deste<br />

ano no Diário Oficial <strong>da</strong> União.


SuSpenSão de nF-e agora<br />

em 24 horaS<br />

O cancelamento <strong>da</strong> NF-e (Nota Fiscal Eletrônica), que podia ser<br />

feito em 168 horas (sete dias), deve agora ser realizado em até 24 horas.<br />

A nova regra entrou em vigor dia 1º de janeiro. A suspensão deverá ser<br />

solicita<strong>da</strong> mediante pedido transmitido a Secretarias <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> e apenas<br />

quando a mercadoria ou a prestação do serviço ain<strong>da</strong> não tiver circulado.<br />

Outra mu<strong>da</strong>nça: a partir de 1º de julho deste ano, os erros ocorridos<br />

na emissão <strong>da</strong> NF-e só poderão ser corrigidos por meio de Carta<br />

de Correção Eletrônica. O descumprimento <strong>da</strong>s novas regras prevê multas.<br />

uSo de<br />

CertiFiCado<br />

digital para<br />

aCeSSo ao<br />

FgtS é<br />

prorrogado<br />

O prazo agora é 30 de junho e as empresas que não obtiverem o certificado<br />

no modelo ICP-Brasil não terão acesso ao Conectivi<strong>da</strong>de Social, canal eletrônico de<br />

relacionamento <strong>da</strong> Caixa Econômica Federal, que disponibiliza serviços online do FGTS (Fundo<br />

de Garantia do Tempo de Serviço). Com isso, ficarão impedi<strong>da</strong>s de cumprir suas obrigações<br />

perante o Fundo de Garantia, principalmente, em casos de demissões sem justa causa.<br />

Não terão, por exemplo, condições de obter valores com relação ao saldo do empregado<br />

no FGTS para cálculo <strong>da</strong> multa rescisória. Também não conseguirão comunicar as demissões<br />

ocorri<strong>da</strong>s, entre outras coisas. Para saber como obter o certificado digital, acesse o link <strong>da</strong><br />

Receita Federal http://www.receita.fazen<strong>da</strong>.gov.br/atendvirtual/Orientacoes/default.htm


negócios<br />

gesebel<br />

centrais<br />

Com uma gestão mais profissional,<br />

viram<br />

TexTo viviane sousa viviane.sousa@sm.com.br<br />

Com uma gestão mais profissional,<br />

as centrais de compras conseguem<br />

melhorar a operação dos associados<br />

e até mesmo abrir lojas próprias<br />

empresas<br />

fevereIrO 2012 | SM.coM.br 25


CENTRAIS<br />

NEgóCIoS<br />

Assista no tablet dicas<br />

de como evitar problemas<br />

na hora de abrir lojas<br />

omIx IdEAl<br />

bAHIA<br />

dESdE: 1996<br />

fATuRAmENTo 2006:<br />

R$ 120 mIlHõES<br />

fATuRAmENTo 2010:<br />

R$ 315 mIlHõES<br />

bANdEIRAS:<br />

REdE mIx E HIpER IdEAl<br />

lojAS pRópRIAS 2011: 2<br />

lojAS ToTAIS 2006: 12<br />

lojAS ToTAIS 2010: 16<br />

bter descontos de fornecedores<br />

não é mais o único papel <strong>da</strong>s centrais<br />

de compras. Há algum tempo,<br />

elas vêm ampliando o leque de benefícios<br />

destinados aos seus associados.<br />

Hoje, já oferecem soft wares<br />

integrados, que facilitam a prevenção<br />

de per<strong>da</strong>s e o gerenciamento<br />

por categorias. Também negociam<br />

serviços, como de assistência médica<br />

para funcionários. Algumas<br />

contam até com estrutura para<br />

importação de mercadorias e centro<br />

de distribuição. Com esse novo<br />

perfil, profissionalizam a própria<br />

gestão, proporcionam maior eficiência<br />

à operação de seus associados<br />

e garantem expansão sustentável<br />

ao negócio. Ou seja, estão virando<br />

ver<strong>da</strong>deiras empresas.<br />

E HÁ CENTRAIS indo mais longe.<br />

Caso <strong>da</strong> Mix Ideal, na Bahia, que<br />

decidiu abrir lojas próprias para<br />

acelerar seu crescimento. Entre<br />

2009 e 2010, as duas primeiras uni<strong>da</strong>des<br />

foram inaugura<strong>da</strong>s. Juntas,<br />

já têm uma boa representativi<strong>da</strong>de<br />

no faturamento geral do grupo. O<br />

resultado surpreendeu tanto, que<br />

até 2014 mais duas serão abertas.<br />

João Cláudio Andrade, diretor<br />

comercial <strong>da</strong> Mix Ideal, explica<br />

que esse passo só foi possível graças<br />

aos benefícios que a central<br />

passou a oferecer aos antigos associados.<br />

“Percebemos que suas<br />

lojas, seis no total, apresentavam<br />

deficiências operacionais que as<br />

impediam de evoluir”, conta.<br />

Mas, em 2006, a rede Hiper Ideal,<br />

com oito lojas também na Bahia, se<br />

associou ao grupo e decidiu compartilhar<br />

com os antigos associados<br />

suas ferramentas de gestão integra<strong>da</strong><br />

e até mesmo seu centro de<br />

distribuição. “Foi assim que conseguimos<br />

ampliar a área de ven<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong>s lojas e implantar softwares específicos<br />

para combate à ruptura,<br />

prevenção de per<strong>da</strong>s e controle de<br />

estoque. Atualmente, o índice de<br />

falta de mercadorias nas gôndolas<br />

é de 3,8% dos itens. Antes era de<br />

quase 8%”, revela Andrade.<br />

Desde então, a Mix Ideal não parou<br />

de adotar medi<strong>da</strong>s para melhorar<br />

a estrutura de seus associados,<br />

o que fez seu faturamento<br />

saltar de R$ 120 milhões em 2006<br />

para R$ 315 milhões em 2010. No<br />

ano passado, por exemplo, foi iniciado<br />

o gerenciamento por categorias<br />

em parceria com a indústria.<br />

Um dos resultados foi o aumento<br />

de 30% nas ven<strong>da</strong>s totais de bebi<strong>da</strong><br />

de soja. “O diagnóstico apontou<br />

que as lojas precisavam ampliar a<br />

exposição do produto nas gôndolas”,<br />

diz o diretor comercial.<br />

A central também conta com<br />

um setor para compra de importados.<br />

Isso permitiu uma internacionalização<br />

do mix e aumento<br />

do tíquete médio <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des<br />

em cerca de 12%. O próximo passo<br />

será unificar as seis lojas que a originaram,<br />

em 1996. Hoje, por exemplo,<br />

to<strong>da</strong>s já atuam com a bandeira<br />

Rede Mix, mas ain<strong>da</strong> têm administração<br />

própria “Continuaremos<br />

como central de compras, porque<br />

vamos manter a parceria com o Hiper<br />

Ideal”, destaca Andrade.<br />

26 SM.coM.br | fevereIrO 2012


cEntRAiS<br />

nEgócioS<br />

P<br />

SUPER REDE<br />

cEARá<br />

DESDE: 2001/2002<br />

fAtURAmEnto 2005:<br />

R$ 450 milhõES<br />

fAtURAmEnto 2010:<br />

R$ 1,3 bilhão<br />

bAnDEiRAS:<br />

SUPER Do Povo, PinhEiRo<br />

SUPERmERcADoS, SUPER PolAR,<br />

comPRE cERto,<br />

fRAngolAnDiA E SUPER lAgoA<br />

lojAS PRóPRiAS 2011: 0<br />

lojAS totAiS 2001/2002: 27<br />

lojAS totAiS 2010: 50<br />

ara garantir resultados positivos<br />

com as lojas próprias, a Mix Ideal tomou<br />

alguns cui<strong>da</strong>dos. Primeiro estabeleceu<br />

a participação societária de<br />

todos os antigos associados. Depois,<br />

definiu o papel deles na direção <strong>da</strong>s<br />

novas lojas. Ca<strong>da</strong> um ficou responsável<br />

por um departamento. Também<br />

estabeleceu que os antigos sócios<br />

não iriam mais abrir lojas individuais.<br />

Cláudia Bittencourt, diretorageral<br />

do Grupo Bittencourt, consultoria<br />

em redes de negócios, explica<br />

que essas medi<strong>da</strong>s evitam “que muitas<br />

cabeças opinantes freiem o crescimento<br />

<strong>da</strong> nova operação”.<br />

A SUPER REDE, do Ceará, é outra<br />

central que se destaca no mercado<br />

graças à sua profissionalização. Desde<br />

2005, quando as primeiras medi<strong>da</strong>s<br />

foram toma<strong>da</strong>s, o faturamento<br />

total de seus associados mais que dobrou.<br />

Hoje é superior a R$ 1,3 bilhão.<br />

O número de lojas também cresceu.<br />

Em 2010, eram 50. No ano seguinte,<br />

mais três foram inaugura<strong>da</strong>s. Mas<br />

nenhuma pertence à central.<br />

Segundo Paulo Ângelo Cardillo,<br />

superintendente <strong>da</strong> Super Rede, a<br />

abertura de filiais próprias descaracterizaria<br />

o papel do grupo. “Queremos<br />

focar o crescimento de nossos<br />

associados. Já temos até uma meta<br />

para expansão de lojas em 2012. Ao<br />

todo, seis uni<strong>da</strong>des serão inaugura<strong>da</strong>s”,<br />

revela. Para Cardillo, ca<strong>da</strong> rede<br />

precisa continuar com seu gestor<br />

para garantir melhor administração<br />

dos pontos de ven<strong>da</strong>.<br />

Na lista de benefícios que a central<br />

oferece aos associados estão bolsas<br />

de estudo para funcionários, obti<strong>da</strong>s<br />

por meio de parceria com uma<br />

facul<strong>da</strong>de <strong>da</strong> região, além de formação<br />

técnica <strong>da</strong>s equipes. O grupo<br />

também conta com várias pequenas<br />

centrais, como a de marketing<br />

comercial, cuja função é<br />

cui<strong>da</strong>r de to<strong>da</strong> ação mercadológica<br />

<strong>da</strong>s redes associa<strong>da</strong>s. Há outra<br />

para compra de importados e<br />

uma financeira, responsável pela<br />

implantação do cartão private label<br />

<strong>da</strong> Super Rede nas lojas.<br />

To<strong>da</strong>s as negociações de serviços<br />

jurídicos, de assistência médica,<br />

telefonia, energia elétrica, coleta<br />

de lixo também são feitas de<br />

forma conjunta pela central. “Assim<br />

conseguimos poder de barganha<br />

para garantir descontos polpudos,<br />

não só em mercadorias”,<br />

destaca Cardillo. Com essas medi<strong>da</strong>s,<br />

a Super Rede espera crescer<br />

em ven<strong>da</strong>s acima de 7% este ano.<br />

Fábio Silvestre, líder de varejo<br />

<strong>da</strong> Accenture para América Latina,<br />

acredita que o futuro <strong>da</strong>s centrais<br />

está no movimento de profissionalização.<br />

“Se continuarem<br />

apenas garantindo poder de barganha,<br />

não conseguirão que seus<br />

associados tenham força para permanecer<br />

de pé nesse setor competitivo<br />

que é o autosserviço”.<br />

nesta reportagem você viu:<br />

Profissionalização <strong>da</strong>s centrais<br />

centrais abrindo lojas PróPrias<br />

as vantagens dessa medi<strong>da</strong><br />

como evitar Problemas com associados<br />

28 sm.com.br | fevereIrO 2012


consumo<br />

Os filhos <strong>da</strong> classe C estão decidindo as compras <strong>da</strong> família.<br />

Cheios de informação e de direitos, argumentam e convencem.<br />

Saiba como criar uma relação duradoura com eles e os pais<br />

adoraveis<br />

TexTo Kátia SimõeS | foTos joão de freitaS<br />

49, 7<br />

ditadores<br />

milhões de pessoas<br />

classe c<br />

33 %<br />

de crianças<br />

2002<br />

a<br />

Veja participação<br />

no tablet<br />

A <strong>da</strong>s crianças<br />

classe C por Estado<br />

45 %<br />

de crianças<br />

2010<br />

antes, eles pouco participavam <strong>da</strong>s decisões. Hoje, argumentam, comovem<br />

e convencem. Os pequenos tiranos, sobretudo <strong>da</strong> crescente<br />

classe média, nunca tiveram tanta influência sobre os pais e sobre<br />

o consumo <strong>da</strong> família. “Quando desejam alguma coisa, usam o raciocínio<br />

dos mais velhos: falam em economia, quali<strong>da</strong>de, durabili<strong>da</strong>de<br />

e até saúde”, comenta Ricardo Meirelles, diretor do instituto de pesquisa<br />

Data Popular. Os pais, por sua vez, sentem dificul<strong>da</strong>de em dizer “não”,<br />

principalmente se os filhos têm bom desempenho escolar e aju<strong>da</strong>m nas tarefas<br />

domésticas. Segundo Meirelles, para as classes C/D/E, a educação é o<br />

meio mais seguro de subir na vi<strong>da</strong> e, por isso, as crianças tornam-se priori<strong>da</strong>de<br />

no orçamento familiar. “Para os<br />

pais, o benefício (um futuro bom para<br />

os filhos) tem maior peso nas decisões<br />

do que o custo (despesas envolvendo<br />

as crianças)”, afirma o especialista.<br />

O aumento do poder dos<br />

crianças na classe c<br />

em 2002 os números apontaram o equivalente<br />

a 16,4 milhões de crianças na classe c.<br />

em 2010 os pequenos já somavam 22, 3 milhões<br />

pequenos não é uma característica<br />

exclusiva <strong>da</strong> classe média brasileira.<br />

Segundo estudo <strong>da</strong> Organização<br />

Pan-Americana de Saúde e <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção<br />

W.K. Kellogs, as crianças decidem<br />

o que comprar ca<strong>da</strong> vez mais<br />

cedo e mu<strong>da</strong>m hábitos familiares.<br />

Na visão dos especialistas, muitos<br />

são os fatores responsáveis por essa<br />

mu<strong>da</strong>nça. Entre eles, a transformação<br />

<strong>da</strong> estrutura familiar, já que<br />

32 SM.coM.br | fevereIrO 2012


$<br />

342<br />

bilhões anuais<br />

no mundo<br />

r$ 91<br />

bilhões anuais<br />

no brasil<br />

valores gastos com as crianças<br />

no Brasil e no mundo as crianças induzem os pais ao consumo<br />

fevereIrO 2012 | SM.coM.br 33


adoráveis ditadores<br />

consumo<br />

de computadores e celulares. Na classe<br />

C, 36% <strong>da</strong>s crianças já possuem o<br />

próprio celular, em muitos casos, com<br />

acesso à internet. O que se percebe é<br />

que as crianças e adolescentes estão<br />

ficando adultos mais cedo ou, pelo<br />

menos, assimilando hábitos de consumo<br />

precocemente. “Entre as crianças<br />

<strong>da</strong> classe C essa certeza é ain<strong>da</strong><br />

maior”, declara Meirelles, do Data Popular.<br />

Elas tornam-se compradoras<br />

em supermercados, porque as mães<br />

delegam essa tarefa a elas. Fazendo<br />

pequenas transações comerciais, as<br />

crianças aprendem o que é mais caro<br />

e mais barato, além de prestar atenno<br />

passado os pais man<strong>da</strong>vam e as<br />

crianças obedeciam e hoje essa hierarquia<br />

se tornou mais maleável. Somam-se<br />

ao fenômeno o acesso <strong>da</strong>s<br />

crianças a mais informação por meio<br />

de televisão, internet e celular e o aumento<br />

do nível educacional. “Hoje,<br />

os pequenos são socializados cedo,<br />

têm de se posicionar frente a um grupo<br />

maior de pessoas e, por isso, apresentam<br />

um forte poder de argumentação”,<br />

diz Ione Almei<strong>da</strong>, professora<br />

<strong>da</strong> Escola Superior de Propagan<strong>da</strong> e<br />

Marketing (ESPM).<br />

“na hora de acompanhar a<br />

família ao supermercado, defendem<br />

produtos e marcas preferi<strong>da</strong>s e rejeitam<br />

o que não gostam. Sua opinião<br />

é ain<strong>da</strong> mais convincente quando se<br />

trata de alimento, porque as mães<br />

priorizam uma boa alimentação para<br />

os filhos”, acrescenta a professora. Os<br />

pequenos também fazem a ponte entre<br />

a tecnologia e seus pais, sendo responsáveis<br />

pela insistência na compra<br />

71 %<br />

de crianças<br />

2000<br />

80 %<br />

de crianças<br />

hoje<br />

influenciam<br />

na hora<br />

<strong>da</strong> compra<br />

Em alguns itens, o peso<br />

<strong>da</strong> escolha é surpreendente.<br />

A preferência prevalece<br />

em 82% <strong>da</strong>s compras<br />

de biscoitos e chocolates,<br />

em 70% de iogurtes e<br />

em 61% de sucos<br />

e bebi<strong>da</strong>s, segundo o<br />

instituto de pesquisa TNS<br />

como seduzir<br />

Veja ações que podem tornar<br />

sua loja priori<strong>da</strong>de nas compras<br />

mães<br />

Campanha “Crianças na biblioteca”<br />

Campanha “Ensinando seu filho<br />

a economizar”<br />

Mural com professores particulares<br />

Palestra “Alimentação e saúde”<br />

filhos<br />

Computadores e jogos eletrônicos<br />

em setores onde a criança circula<br />

Visitas monitora<strong>da</strong>s às áreas <strong>da</strong> loja<br />

Promoção “A guloseima<br />

de que mais gosto é...”<br />

Promoção “Raspe o prato e ganhe...”


adoráveis ditadores<br />

consumo<br />

escolhem<br />

ou escolherão<br />

produtos<br />

pelas marcas<br />

Os fabricantes sabem disso<br />

e, ca<strong>da</strong> vez mais, desenvolvem<br />

formas de comunicação<br />

para conquistar os pequenos<br />

18 %<br />

de crianças<br />

2010<br />

53 %<br />

ção ao que é possível comprar com<br />

o dinheiro que recebem em troca do<br />

bom desempenho escolar.<br />

Esse e outros comportamentos de<br />

filhos e mães <strong>da</strong> classe C merecem<br />

sua atenção e um plano para a loja.<br />

de crianças<br />

2020<br />

crie laços com as mães, por<br />

exemplo. Ajude-as a ensinar os filhos<br />

a economizar. Aproveite as campanhas<br />

de promoção e os dias de desconto<br />

em hortifrútis ou açougue, para<br />

transmitir mensagens oportunas.<br />

Pense em algo como: “Ensine seu filho<br />

a gastar menos. Lembre que tem<br />

dia certo para comprar carne.” Ofereça<br />

palestras aos sábados ou à noite<br />

sobre temas que são alvo de sua preocupação:<br />

a dificul<strong>da</strong>de de dizer ‘não’<br />

aos filhos ou como oferecer uma alimentação<br />

saudável. Também sensibilize<br />

as mães na questão educação:<br />

indique professores particulares, ou<br />

organize uma visita <strong>da</strong>s crianças à<br />

biblioteca mais próxima. Leve ao<br />

passeio aquelas que apresentarem<br />

um determinado tíquete. Envolva<br />

também os filhos. Conquiste a criança<strong>da</strong><br />

promovendo visitas a ca<strong>da</strong> setor<br />

<strong>da</strong> loja e mostrando que todo o<br />

trabalho requer muito esforço e exige<br />

muitas despesas. Ofereça brindes.<br />

mobilize a criança<strong>da</strong> também<br />

com palestras sobre a importância<br />

de lavar frutas e ofereça degustação<br />

de várias versões para estimular<br />

o consumo. Lance ain<strong>da</strong> a<br />

promoção “A guloseima de que mais<br />

gosto”. Ca<strong>da</strong> criança deposita em urna<br />

uma frase sobre a guloseima preferi<strong>da</strong>.<br />

As melhores frases são premia<strong>da</strong>s<br />

com o produto e expostas<br />

no mural. Crie também a promoção<br />

“Raspe o prato e ganhe...”. A mãe<br />

deposita na urna o cardápio do filho<br />

no almoço. Uma nutricionista avalia<br />

a melhor refeição, e mãe e filhos ganham<br />

um almoço num restaurante.<br />

Se os pequenos transformaram-se<br />

em adoráveis ditadores, sua loja precisa<br />

se transformar em adorável fonte<br />

de produtos e de relacionamento.<br />

neSta reportageM você viu:<br />

cOMO AS cRIANÇAS SE cOMPORTAM HOJE<br />

O QUE OS PAIS DA cLASSE c<br />

MAIS VALORIZAM<br />

INFLUêNcIA DAS cRIANÇAS NAS cOMPRA<br />

cOMO OS SUPERMERcADOS<br />

PODEM cONQUISTAR MÃES E FILHOS<br />

36 SM.coM.br | fevereIrO 2012


capa<br />

SM<br />

especial cooperação<br />

indústria<br />

& varejo<br />

2<br />

queixas <strong>da</strong><br />

industria<br />

Falta de processos de abastecimento e controle de estoque,<br />

além de cobrança excessiva de taxas são<br />

os maiores pecados do varejo na opinião <strong>da</strong> indústria.<br />

Mas quem perde são os dois lados<br />

TexTo AlessAndrA MoritA alessandra.moriTa@sm.com.br<br />

FoTos pAulo pereirA(esTudio luzia) e Andre vAlentiM<br />

38 SM.coM.br | fevereIrO 2012


na<strong>da</strong> de<br />

prejuízos<br />

A ausência de<br />

cooperação produz<br />

per<strong>da</strong>s em<br />

dinheiro c om<br />

ruptura, estoques<br />

excessivos ou<br />

mix inadequado<br />

ao perfil do cliente<br />

fevereIrO 2012 | SM.coM.br 39


cooperação<br />

capa<br />

G<br />

uarde este número: R$ 20 bilhões. É isso o que<br />

o autosserviço alimentar perdeu em 2010 só<br />

com ruptura – um dos problemas ocasionados<br />

pela falta de cooperação entre varejo e indústria.<br />

E, em tempos de crescimento do consumo,<br />

o prejuízo sobe a ca<strong>da</strong> ano. Se as previsões<br />

mais conservadoras de crescimento do<br />

setor – em torno de 5% –, se concretizarem,<br />

os super e hipermercados e seus fornecedores<br />

perderão mais R$ 1 bilhão neste ano com<br />

a falta de produtos. As per<strong>da</strong>s ocasiona<strong>da</strong>s pela<br />

ausência de um trabalho em conjunto são<br />

ain<strong>da</strong> maiores, uma vez que existem prejuízos<br />

com estoques elevados, mix inadequado<br />

com o perfil do cliente, cálculo equivocado do<br />

consumo e <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> promocional. Não é<br />

por acaso que essas são as principais queixas<br />

<strong>da</strong> indústria na sua relação com o varejo. A<br />

constatação foi feita por SM em levantamento<br />

realizado com 100 executivos <strong>da</strong> indústria<br />

– 49,5% diretores e presidentes e 50,5% gerentes,<br />

sendo que 73,7% ficam no Sudeste do País.<br />

O estudo complementa os resultados <strong>da</strong><br />

pesquisa publica<strong>da</strong> na edição de janeiro de<br />

SM, cuja abor<strong>da</strong>gem eram os principais problemas<br />

apontados pelos supermercadistas<br />

Veja no tablet mais<br />

<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> pesquisa<br />

Falha nos processos<br />

de reposição<br />

de lojas e Gôndolas<br />

Falhas no<br />

controle de estoque<br />

exaGero na cobrança de taxas<br />

para ca<strong>da</strong>strar produtos<br />

exaGero na cobrança<br />

de enxoval para<br />

inauGurações/aniversários<br />

preciFicar acima ou abaixo<br />

do ideal, sem considerar<br />

elastici<strong>da</strong>de de preço<br />

Falta de transparência<br />

no contrato comercial<br />

cobrança de multas<br />

não especiFica<strong>da</strong>s em contrato<br />

calcular errado<br />

deman<strong>da</strong> de promoções<br />

espaço e posicionamento<br />

incorreto de produtos no pdv<br />

o que a indústria pensa do varejo<br />

Assim como os supermercados, os fabricantes veem nos processos de abastecimento<br />

os principais entraves para um bom relacionamento<br />

Grave/ muito Grave pouco Grave na<strong>da</strong> Grave<br />

92,8 % 7,2 %<br />

90,7 % 6,2 % 3,1 %<br />

89,7 % 7,2 % 3,1 %<br />

89,7 % 8,2 % 2,1 %<br />

85,6 % 12,4 % 2,1 %<br />

84,2 % 12,6 % 3,2 %<br />

82,3 % 12,5 % 5,2 %<br />

81,4 %<br />

16,5 % 2,1 %<br />

81,4 %<br />

15,5 % 3,1 %<br />

cálculo errado <strong>da</strong> deman<strong>da</strong><br />

não compartilhar <strong>da</strong>dos<br />

de ven<strong>da</strong>s, marGem e<br />

comportamento do shopper<br />

trabalhar com verbas<br />

80,6 %<br />

16,3 % 3,1 %<br />

71,7 %<br />

22,2 % 6,1 %<br />

70,8 % 22,9 % 6,3 %<br />

40 SM.coM.br | fevereIrO 2012


Um primeiro passo para uma maior colaboração<br />

é entender o que mais atrapalha<br />

essa relação. Para os fabricantes, assim como<br />

aconteceu no levantamento dos supermercados,<br />

os principais problemas estão relacionados<br />

ao abastecimento: 92,8% dizem<br />

ser grave ou muito grave o fato de o varejo<br />

não ter bom processo de abastecimento de<br />

lojas e de gôndolas e 90,7% apontam a falta<br />

de controle de estoques. Rosa Cunha, diretora<br />

comercial e de marketing <strong>da</strong> rede Intercontinental,<br />

do Rio de Janeiro, afirma que, de<br />

fato, os supermercados enfrentam dificul<strong>da</strong>des<br />

no abastecimento interno. Para ela, mesmo<br />

contando com estatísticas gera<strong>da</strong>s pelos<br />

relatórios, o grande número de itens presencooperação<br />

capa<br />

“Para indicar o melhor<br />

mix, a Nivea trabalha<br />

de duas formas:<br />

oferece o básico<br />

para as redes que<br />

não fornecem <strong>da</strong>dos<br />

de ven<strong>da</strong>s. E o mix<br />

mais extenso para<br />

as demais redes.<br />

O resultado é bom”<br />

Luiz CLavis<br />

Diretor ComerCial Da Nivea<br />

a indústria<br />

Cobrança<br />

exCessiva de<br />

taxas?<br />

Não vale a pena.<br />

Exige análises<br />

e ferramentas<br />

sofistica<strong>da</strong>s<br />

para calcular<br />

os resultados,<br />

já que os custos<br />

são embutidos<br />

no preço final<br />

com seus fornecedores. As duas reportagens<br />

– esta e a do mês anterior – fazem parte de<br />

uma série sobre as vantagens de o varejo<br />

adotar um relacionamento mais cooperativo<br />

com as indústrias. Os benefícios são inúmeros,<br />

como crescimento de ven<strong>da</strong>s, redução<br />

do estoque virtual e <strong>da</strong> falta de produtos.<br />

Carlos Rondelli, presidente do grupo baiano<br />

Rondelli, 31 lojas, lembra <strong>da</strong>s vantagens,<br />

como ações mais elabora<strong>da</strong>s no ponto de<br />

ven<strong>da</strong> e maior agili<strong>da</strong>de na promoção <strong>da</strong>s<br />

produtos. “As ferramentas que a indústria pode<br />

oferecer são inúmeras e complementam<br />

as necessi<strong>da</strong>des do varejo”, afirma. Segundo<br />

ele, o trabalho cooperativo com os fornecedores<br />

aju<strong>da</strong> a potencializar as ven<strong>da</strong>s num<br />

momento em que o consumo está aumentando.<br />

“O mercado se tornou mais exigente.<br />

Algumas famílias estão migrando para marcas<br />

mais caras e outras incorporando em sua<br />

lista de compras produtos novos”, avalia. Ou<br />

seja: indústria e varejo precisam se a<strong>da</strong>ptar à<br />

nova reali<strong>da</strong>de para aumentar ganhos, o que<br />

só será alcançado com maior entrosamento.<br />

42 SM.coM.br | fevereIrO 2012


cooperação<br />

capa<br />

Quanto aos estoques, Bernardo Fonseca,<br />

executivo de compras do Intercontinental,<br />

afirma que boa parte do varejo já dispõe<br />

de ferramentas de gestão e controle. “Nossa<br />

rede, por exemplo, conta com sistemas que<br />

permitem acompanhar diariamente o nível<br />

de produtos estocados em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s lojas.<br />

Corrigimos ain<strong>da</strong> as falhas adotando inventários<br />

físicos, que acontecem a ca<strong>da</strong> 80<br />

dias”, explica. A empresa também compartilha<br />

<strong>da</strong>dos de estoque e ven<strong>da</strong>s com a indústria<br />

para gerenciar melhor o abastecimento.<br />

As informações são acessíveis à área comercial<br />

e também aos promotores.<br />

“Os fabricantes gostam <strong>da</strong> iniciativa, mas<br />

poucos usam o que oferecemos”, comenta<br />

Fonseca, acrescentando que é possível encontrar<br />

estatísticas abertas por filial. Uma<br />

<strong>da</strong>s exceções, segundo ele, é a Piraquê, fabricante<br />

de biscoitos. “Nunca tivemos com eles<br />

problemas de prazo de vali<strong>da</strong>de expirado, falo<br />

varejo<br />

“Hoje, as empresas<br />

já contam com bom<br />

controle de estoques.<br />

O Intercontinental<br />

acompanha diariamente<br />

o nível de produtos<br />

estocados em ca<strong>da</strong> uma<br />

<strong>da</strong>s 21 lojas. E ain<strong>da</strong><br />

realiza inventários”<br />

BERNARDO FONsEcA<br />

ExEcutivo dE compras do intErcontinEntal<br />

andre valentim<br />

tes no sortimento dificulta a reposição. A rede,<br />

por exemplo, trabalha com cerca de 10<br />

mil itens em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s 21 uni<strong>da</strong>des.<br />

“esse é um dos aspectos em que observamos<br />

maior importância <strong>da</strong> cooperação<br />

com os fornecedores”, sinaliza. Rosa compara<br />

a atuação do supermercado à de um clínico<br />

geral, e a <strong>da</strong> indústria à de um especialista.<br />

“O fabricante, por ter um portfólio menor do<br />

que o nosso, percebe com rapidez o que está<br />

faltando na gôndola. Isso é muito importante<br />

porque recebemos milhares de clientes<br />

nas lojas todos os dias e não existem sistemas<br />

capazes de controlar a ruptura na prateleira”,<br />

afirma. Para ela, falta orientação <strong>da</strong><br />

indústria ao promotor, responsável pela reposição.<br />

“Ele precisa conhecer o sortimento<br />

ca<strong>da</strong>strado em ca<strong>da</strong> uma de nossas lojas, para<br />

saber o que está presente ou não e, assim,<br />

evitar ruptura. Isso ain<strong>da</strong> é raro”, comenta.<br />

Como a<br />

indústria pode<br />

aju<strong>da</strong>r?<br />

Tendo maior controle<br />

sobre o seu portfólio<br />

em ca<strong>da</strong> loja.<br />

“O varejo é o clínicogeral<br />

e a indústria<br />

o especialista.<br />

Ele pode identificar<br />

com rapidez o que<br />

está faltando na<br />

gôndola”, diz Rosa<br />

Cunha, diretora<br />

do Intercontinental<br />

44 SM.coM.br | fevereIrO 2012


cooperação<br />

capa<br />

PirAquê é LidEr Em BiSCOitOS no Intercontinental, entre outras<br />

razões, por usar os <strong>da</strong>dos de estoque e giro fornecidos pela rede<br />

Melhor seM verbas<br />

Ousa<strong>da</strong> na decisão, pequena rede paulista corta verbas<br />

<strong>da</strong> indústria para reduzir preços e cresce 20% ao ano<br />

<strong>Supermercado</strong> independente na capital paulista, o Pedreira<br />

decidiu simplificar a negociação com os fornecedores abolindo<br />

a cobrança de verbas e taxas. A prática, adota<strong>da</strong> em 2004, enfrentou<br />

resistência de boa parte dos próprios fabricantes, acostumados<br />

com o pagamento e em aplicar a despesa “extra” no custo do produto.<br />

“Ain<strong>da</strong> assim não cedemos”, conta Luiz Faias Jr., diretor <strong>da</strong> loja,<br />

cuja família controla também a rede Bem Barato, com quatro filiais<br />

no Grande ABC. “Precisávamos eliminar as taxas, que inflavam<br />

o preço <strong>da</strong> mercadoria, para obter descontos maiores e ganhar<br />

competitivi<strong>da</strong>de”, explica Luiz. Segundo ele, o público <strong>da</strong>s lojas<br />

conhece o preço dos produtos e costuma fazer pesquisas. Logo,<br />

a empresa precisava trabalhar em condições de igual<strong>da</strong>de com os<br />

concorrentes. Oito anos depois, o relacionamento com os fornecedores<br />

ficou menos tenso. Hoje, a rede pratica preços ao consumidor,<br />

no mínimo, 10% inferiores aos de outras redes locais. E as ven<strong>da</strong>s<br />

cresceram a taxas de 20% ao ano até 2010, estacionando em 10%.<br />

AndrE vALEntim<br />

ta ou atraso na entrega. Eles acompanham o<br />

nível de estoque e o giro dos produtos, e são<br />

pontuais como um relógio na visita dos vendedores.<br />

Não é à toa que a marca é líder na<br />

categoria em to<strong>da</strong> a rede”, explica.<br />

Para 71,7% dos fornecedores consultados<br />

por SM, no entanto, a maioria <strong>da</strong>s empresas<br />

varejistas não compartilha <strong>da</strong>dos de ven<strong>da</strong>s,<br />

margem e comportamento do shopper,<br />

o que é visto como um problema grave. Para<br />

Ari Kertesz, sócio <strong>da</strong> consultoria McKinsey,<br />

se a troca de informações fosse difundi<strong>da</strong>,<br />

as lojas teriam um sortimento mais adequado,<br />

o que raramente acontece. “O varejo<br />

parte do princípio de que precisa de uma varie<strong>da</strong>de<br />

grande de produtos, o que aumenta a<br />

complexi<strong>da</strong>de do processo. Já boa parte dos<br />

fabricantes concentra esforços em empurrar<br />

produto”, diz Kertesz. Tudo isso, segundo ele,<br />

faz com que o sortimento esteja desconectado<br />

<strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des do consumidor. “Os dois<br />

lados precisam ter em mãos os <strong>da</strong>dos do que<br />

efetivamente sai pelos checkouts”, alerta.<br />

Quem também defende essa necessi<strong>da</strong>de é<br />

Luiz Clavis, diretor comercial <strong>da</strong> Nivea. “Nem<br />

todos os clientes estão abertos a compartilhar<br />

<strong>da</strong>dos e receber sugestão do fabricante.<br />

E os que aderem à prática muitas vezes não<br />

têm as ferramentas para gerar as estatísticas”,<br />

afirma. “Mas a cooperação entre as duas<br />

partes já melhorou e continua evoluindo. No<br />

futuro, devemos remunerar a equipe de ven<strong>da</strong>s<br />

pelo cumprimento de metas de sell out, o<br />

que será um grande avanço”, avalia.<br />

para Melhorar a perforMance de<br />

seus produtos, a Nivea adotou duas formas<br />

diferentes de trabalhar o sortimento em seus<br />

clientes. A primeira foi cria<strong>da</strong> justamente para<br />

otimizar os resultados nas empresas em que<br />

não há troca de <strong>da</strong>dos. Consiste em implantar<br />

um mix formado pelos itens de maior giro,<br />

aqueles que respondem por 20% a 40% <strong>da</strong>s<br />

ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> categoria. A ideia é abrir mão dos<br />

produtos de baixa rotativi<strong>da</strong>de para <strong>da</strong>r mais<br />

espaço e visibili<strong>da</strong>de aos campeões de consumo.<br />

A medi<strong>da</strong> começou a ser implementa<strong>da</strong><br />

em 2011, e projetos-piloto indicaram uma al-<br />

46 SM.coM.br | fevereIrO 2012


cooperação<br />

capa<br />

ta de 20% a 30% no giro dos produtos. “Preferimos<br />

trabalhar bem com um sortimento básico<br />

a empurrar o portfólio completo”, enfatiza<br />

o executivo. “O único risco dessa estratégia é<br />

deixar de ter itens relevantes para determinados<br />

públicos”, diz ele. Essa lacuna, no entanto,<br />

é compensa<strong>da</strong> com a alta nas ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s<br />

versões de alto giro. Nas redes que trocam informações,<br />

a Nivea trabalha com um mix extenso,<br />

definido loja a loja.<br />

entre os problemas considerados mais<br />

críticos pela indústria, também não poderiam<br />

faltar queixas relaciona<strong>da</strong>s aos acordos<br />

comerciais: exagero na taxa cobra<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong>strar<br />

produtos e nos enxovais para inaugurações/aniversários<br />

(ambos com 89,7%), falta<br />

de transparência comercial (grave/muito<br />

grave para 84,2%), e cobrança de multas não<br />

especificados em contrato (82,3%). Para Kertesz,<br />

<strong>da</strong> McKinsey, excesso de taxas e verbas faz<br />

com que o relacionamento seja mais complexo,<br />

pois não envolve apenas a definição do custo <strong>da</strong><br />

mercadoria. Também exige, segundo ele, ferramentas<br />

e análises mais sofistica<strong>da</strong>s para calcular<br />

corretamente os resultados, já que todos esses<br />

custos são embutidos no preço do produto.<br />

Iza Yonamine, diretora comercial <strong>da</strong> Seven<br />

Boys, confirma que alguns varejistas ain<strong>da</strong><br />

têm política de cobrar percentuais excessivos<br />

em contrato, além de multas e taxa indevi<strong>da</strong>s.<br />

Mas o cenário está mu<strong>da</strong>ndo. “Já há empresas,<br />

principalmente redes regionais e médias, que<br />

trabalham com transparência e ética”, ressalta.<br />

“Não por acaso são as que mais crescem.”<br />

As empresas convenci<strong>da</strong>s de que o cliente<br />

precisa encontrar o produto que quer no momento<br />

que deseja sabem que a cooperação é<br />

inevitável. Sobretudo neste momento, quando<br />

o consumo avança e os hábitos de compra<br />

se transformam. São essas companhias<br />

que elevarão ven<strong>da</strong>s e lucro, anteciparão tendências<br />

e se fortalecerão no mercado. Não por<br />

acaso, SM trará, a partir do próximo mês, histórias<br />

de cooperação entre varejo e indústria<br />

para servir de modelo. Afinal, sempre existem<br />

empresas visionárias que transformam queixas<br />

em grandes oportuni<strong>da</strong>des.<br />

o que fazer<br />

o varejo<br />

Disponibilizar as informações de ven<strong>da</strong>s<br />

de produtos a ca<strong>da</strong> fornecedor<br />

a indústria<br />

O ideal é aju<strong>da</strong>r o varejo a definir o melhor mix,<br />

testando e analisando os resultados. Empurrar<br />

o portfólio todo nem sempre gera boas ven<strong>da</strong>s<br />

Avaliar a melhor estratégia para ca<strong>da</strong><br />

tipo de loja: se trabalhar com o mix de maior<br />

giro ou com portfólio completo<br />

Fornecer aos promotores <strong>da</strong>dos sobre o<br />

sortimento <strong>da</strong> loja em que trabalham. Assim,<br />

eles poderão identificar rupturas com maior<br />

facili<strong>da</strong>de e abastecer a gôndola com eficiência<br />

Propor mu<strong>da</strong>nças na categoria calca<strong>da</strong>s<br />

em resultados concretos e em pesquisas com<br />

o público. O varejista precisa sentir onde pisa<br />

neSta reportageM você viu:<br />

principais queixas <strong>da</strong> indústria<br />

Vantagens <strong>da</strong> troca de informações<br />

causas <strong>da</strong> falta de controle de estoque<br />

os maiores gargalos nos acordos comerciais<br />

ausência de processos de abastecimento em loja<br />

Saiba MaiS eM:<br />

Fornecer os <strong>da</strong>dos abertos por loja<br />

Desenvolver um bom sistema de cálculo<br />

<strong>da</strong> deman<strong>da</strong><br />

Avaliar o que é mais adequado: cobrar verbas<br />

ou melhorar o relacionamento<br />

Em caso de cobrança de verba, definir<br />

percentuais que não apresentem impacto<br />

excessivo no custo do produto<br />

Estabelecer, nos contratos, as responsabili<strong>da</strong>des<br />

do próprio supermercado e do fornecedor<br />

www.sm.com.br<br />

confira duas reportagens no portal sm com <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> pesquisa:<br />

uma sobre precificação e outra discutindo definição <strong>da</strong> deman<strong>da</strong><br />

48 SM.coM.br | fevereIrO 2012


capa<br />

SM<br />

2<br />

resposta<br />

a indUstria<br />

Pedro Zonta, presidente <strong>da</strong> Condor,<br />

não hesita em defender práticas do varejo<br />

que a indústria rejeita. Mas mostra que<br />

sua empresa opera em sintonia com<br />

o fornecedor e acumula sucesso com isso<br />

TexTo ViViane SouSa ViViane.SouSa@Sm.com.br<br />

foTo ito cornelSen<br />

fevereIrO 2012 | SM.coM.br 51


cooperação<br />

capa<br />

Q<br />

uando<br />

concedeu entrevista a SM, em dezembro do ano passado, Pedro Zonta, presidente <strong>da</strong><br />

rede Condor, comemorava uma receita superior a R$ 2 bilhões em 2011, valor que, segundo suas<br />

próprias projeções, só seria alcançado em 2014. O sucesso é resultado de vários fatores, incluindo<br />

o bom relacionamento com a indústria. Embora tenha suas convicções sobre práticas<br />

condena<strong>da</strong>s pelos fornecedores, Zonta tem perseguido entendimento, parceria e oportuni<strong>da</strong>des<br />

para os dois lados. Com a experiência de quem transformou uma loja de 110 m 2 em uma<br />

rede com 33 filiais, ele explica como o setor e sua empresa têm evoluído em processos de abastecimento<br />

e como a cooperação com a indústria é fun<strong>da</strong>mental para o crescimento <strong>da</strong>s redes.<br />

SM. Executivos <strong>da</strong> indústria, ouvidos em pesquisa<br />

por SM, afirmam que o varejo não tem processos<br />

eficientes de abastecimento de lojas e gôndolas.<br />

O senhor concor<strong>da</strong> com essa afirmação?<br />

pedro Joanir Zonta Até um tempo atrás, o setor realmente<br />

era carente de processos e, por isso, cometia seus pecados.<br />

Mas hoje não. O autosserviço alimentar está se aprimorando<br />

ca<strong>da</strong> vez mais em busca de resultados que garantam<br />

eficiência e, consequentemente, o crescimento <strong>da</strong>s empresas.<br />

Como são os processos de abastecimento no Condor,<br />

que tem 33 uni<strong>da</strong>des?<br />

Com base no comportamento dos clientes, no<br />

histórico de ven<strong>da</strong>s e na <strong>da</strong>ta de recebimento, é definido<br />

o tempo em que ca<strong>da</strong> mercadoria deve girar. Exemplo:<br />

às segun<strong>da</strong>s-feiras, uma loja vende uma determina<strong>da</strong><br />

quanti<strong>da</strong>de de leite longa vi<strong>da</strong> por hora. Se, nesse período,<br />

a uni<strong>da</strong>de não alcança esse número, o sistema emite<br />

um alerta ao encarregado <strong>da</strong> seção. Ele é orientado<br />

a investigar o motivo imediatamente. Avalia se o produto<br />

está disponível na área de ven<strong>da</strong>s. Se não estiver, checa no<br />

estoque. Caso negativo, o fornecedor é contatado. Tudo<br />

para levantarmos o que aconteceu e resolver o problema.<br />

Conseguimos acessar o estoque real no dia, mas temos<br />

de ficar atentos aos desvios que ocorrem no abastecimento.<br />

Isso vale para os produtos de baixo giro?<br />

Quando o giro é, por exemplo, de uma uni<strong>da</strong>de<br />

por semana, o software dá o alerta para o encarregado<br />

depois de uma semana e meia sem nenhuma ven<strong>da</strong>.<br />

O controle dos estoques pelo varejo também é<br />

considerado falho pela indústria. Como o senhor<br />

vê essa questão?<br />

Com certeza, ain<strong>da</strong> há muitas redes que enfrentam<br />

esse problema. Sobretudo as pequenas, por falta de<br />

conhecimento ou falta de verba para investir em sistemas<br />

de gestão. Mas como disse, o setor está se aprimorando.<br />

Como é feito o controle de estoque no Condor?<br />

Utilizamos um sistema <strong>da</strong> Nielsen que informa<br />

o giro de ca<strong>da</strong> produto na empresa. Com base nesses <strong>da</strong>dos,<br />

realizamos inventários periódicos – semanais, quinzenais<br />

ou mensais. Ca<strong>da</strong> linha de produto tem um controle<br />

de acordo com sua importância. No hortifrútis ocorre<br />

muita quebra. Essa quebra gera um estoque virtual, ou seja,<br />

o produto não foi vendido e também não está na prateleira<br />

ou no estoque, porque estragou. É preciso, portanto,<br />

fazer um balanço para acertar os números. Existe ain<strong>da</strong><br />

o furto interno, em que o produto sai, mas não tem baixa<br />

no estoque. O inventário resolve isso. Desde que<br />

implantamos o controle, as ven<strong>da</strong>s só têm aumentado.<br />

Para a indústria é exagera<strong>da</strong> a cobrança de enxovais<br />

e de taxas para ca<strong>da</strong>stro de produtos. Qual<br />

é a política do Condor?<br />

Vamos pegar como exemplo a loja que acabamos de<br />

inaugurar em São José dos Pinhais (PR), na qual investimos<br />

R$ 40 milhões. Os fornecedores colocaram seus produtos<br />

nas prateleiras. Para atrair o público e garantir boas ven<strong>da</strong>s,<br />

a rede vai manter divulgação pesa<strong>da</strong> em mídia. Isso tem um<br />

custo e não temos condições de fazer tudo de graça. Nem<br />

seria justo. Então quem quer entrar na vitrine, precisa pagar.<br />

Falta de precisão do varejo no cálculo de deman<strong>da</strong><br />

é outro ponto criticado pelos fornecedores.<br />

Por que o setor enfrenta essa dificul<strong>da</strong>de?<br />

Tivemos problemas no passado, quando faltavam<br />

informações sobre as promoções já realiza<strong>da</strong>s. Certa vez,<br />

previmos que as ven<strong>da</strong>s seriam quatro vezes acima<br />

do normal, mas só vendemos uma parte. Acabou sobrando<br />

produto e tivemos de negociar a devolução com os<br />

fornecedores. Hoje, não enfrentamos mais a sobra ou falta de<br />

produtos porque, graças aos nossos sistemas de retaguar<strong>da</strong><br />

e a um melhor alinhamento de pedidos com fornecedores,<br />

temos <strong>da</strong>dos confiáveis sobre as promoções anteriores.<br />

Isso permite pedidos certeiros em qualquer momento.<br />

52 SM.coM.br | fevereIrO 2012


cooperação<br />

capa<br />

SM. O Condor compartilha <strong>da</strong>dos com a indústria?<br />

pedro Joanir Zonta Com fornecedores parceiros<br />

compartilhamos tudo. Com os demais, não.<br />

Só oferecemos <strong>da</strong>dos às empresas que utilizam<br />

a informação para nos aju<strong>da</strong>r.<br />

Como essa parceria se desenvolve?<br />

Iniciamos as parcerias em 2008. Levantamos<br />

<strong>da</strong>dos sobre a atuação <strong>da</strong> indústria e ca<strong>da</strong> fornecedor<br />

também avalia o desempenho de seus produtos. Nos<br />

unimos, então, para buscar soluções e alinhar ações.<br />

Os resultados costumam ser bons?<br />

Temos situações em que a rede cresce 20% em ven<strong>da</strong>s<br />

e o fabricante, 40%. Outra conquista é a que<strong>da</strong> no índice<br />

de ruptura: de 15% para 1,5%. Não adianta ficar<br />

apontando defeitos e culpando o outro. Os problemas são<br />

comuns e é preciso trabalhar em conjunto para resolvê-los.<br />

Há outras ações em conjunto com fornecedores?<br />

Nossas parcerias preveem negociação de espaço<br />

e pontas de gôndola, participação anual em tabloides,<br />

formato de entrega dos produtos (se centralizado<br />

ou direto nas lojas), participação em televisão e outras<br />

mídias. Montamos um calendário anual de ativi<strong>da</strong>des.<br />

Como a rede escolhe os parceiros?<br />

O parceiro tem de oferecer alguma coisa. Não temos<br />

interesse em prejudicar nossos fornecedores para garantir<br />

maior lucro. O que queremos é bons resultados para todos.<br />

nesta entrevista você viu:<br />

ConviCções sobre as prátiCas do varejo<br />

o que é feito pelo Condor para melhorar seus proCessos<br />

projetos de parCeria e seus resultados


capa<br />

SM<br />

2<br />

informação<br />

para todos<br />

A rede Savegnago<br />

sabe como ninguém<br />

os benefícios<br />

de compartilhar<br />

<strong>da</strong>dos, pesquisas<br />

e planos com<br />

seus fornecedores<br />

TexTo alessandra morita<br />

alessandra.morita@sm.com.br<br />

foTos matheus urenha<br />

80% dos negócios<br />

É quanto representam<br />

os maiores parceiros comerciais <strong>da</strong><br />

empresa, segundo José Sarrassini,<br />

diretor comercial <strong>da</strong> varejista


Cooperação<br />

Capa<br />

troca de informações de to<strong>da</strong> a natureza.<br />

É isso o que alimenta a boa relação do Savegnago<br />

com seus fornecedores. Boa – segundo<br />

o diretor comercial, José Sarrassini – porque<br />

permite resultados melhores para ambos<br />

os lados. A rede compartilha <strong>da</strong>dos de<br />

ven<strong>da</strong>s (volume e valor), nível de estoque, informações<br />

obti<strong>da</strong>s em inventários e participação<br />

<strong>da</strong>s marcas – tudo no total <strong>da</strong> rede,<br />

por loja ou grupo de filiais. Em contraparti<strong>da</strong>,<br />

tem acesso a pesquisas de comportamento<br />

do shopper, além de mu<strong>da</strong>nças e tendências de mercado. Para Sarrassini,<br />

essa maneira de trabalhar sustenta boa parte do crescimento que a rede,<br />

com 22 lojas na região de Sertãozinho (SP), tem tido nos últimos anos.<br />

Em 2010, quando o faturamento anualizado atingiu R$ 993 milhões, a alta<br />

foi de 12% em relação a 2009. E, no ano passado, a receita voltou a subir 20%.<br />

“Não crescemos porque somos bonitos”,<br />

brinca o executivo. “Trabalhamos<br />

junto com os fornecedores que<br />

representam 80% do nosso negócio.<br />

Fazemos em conjunto planejamento<br />

anual, revisado a ca<strong>da</strong> mês para<br />

fazer ajustes e correções. Também<br />

nos reunimos com a diretoria comercial<br />

dos fabricantes trimestralmente,<br />

para discutirmos resultados”, conta.<br />

Calendário promocional e planos de<br />

expansão também são compartilhados<br />

a fim de as indústrias se prepararem<br />

para abastecer a rede.<br />

Com essas iniCiativas, o Savegnago<br />

vai na contramão <strong>da</strong> maioria<br />

<strong>da</strong>s empresas do setor. Pelo menos<br />

é isso o que acontece na opinião<br />

dos fornecedores. Estudo de SM<br />

com 100 representantes <strong>da</strong> indústria<br />

apontou que 71,7% dos respondentes<br />

consideram grave/muito grave<br />

o varejo não compartilhar <strong>da</strong>dos<br />

de ven<strong>da</strong>s, margem e de comportamento<br />

do shopper. Sarrassini acredita<br />

que não é apenas nesse aspecto<br />

que a rede foge <strong>da</strong>s estatísticas <strong>da</strong><br />

pesquisa. Ao contrário <strong>da</strong>s queixas<br />

dos fabricantes, a empresa adotou<br />

bons sistemas de controle de estoque<br />

(90,7% <strong>da</strong> indústria aponta esse<br />

como um problema crítico no autosserviço).<br />

Também investiu em logística<br />

e processos de abastecimento<br />

de lojas (92,8% dos participantes reclamam<br />

disso) e em ferramentas para<br />

calcular com precisão a deman<strong>da</strong><br />

normal e a promocional (reclamação<br />

de 80,6% e 81,4%, respectivamente).<br />

Para a troca de informação, a rede<br />

utiliza sistema fornecido pela empresa<br />

Bis. A ferramenta recebe informações<br />

do software de gestão <strong>da</strong>s companhias<br />

– como posições de estoque<br />

e ven<strong>da</strong>s – trata e realiza cruzamentos.<br />

No caso do Savegnago, as estatísticas<br />

são envia<strong>da</strong>s à rede e aos for-<br />

vantagens de<br />

uma maior Cooperação<br />

O Savegnago tem colhido<br />

bons resultados<br />

por compartilhar <strong>da</strong>dos<br />

com os fornecedores, entre<br />

outras ações conjuntas<br />

16 %<br />

no aumento médio<br />

do faturamento<br />

de 2009 a 2011<br />

5 %<br />

Essa será a ruptura<br />

<strong>da</strong> rede até o<br />

fim de 2012<br />

acesso<br />

a informações<br />

como novas<br />

tendências<br />

de consumo<br />

redução<br />

do estoque<br />

virtual<br />

58 SM.coM.br | fevereIrO 2012


cooperação<br />

capa<br />

Ao compartilhar<br />

<strong>da</strong>dos e pesquisas<br />

com os fornecedores,<br />

o Savegnago<br />

consegue identificar<br />

mu<strong>da</strong>nças no<br />

comportamento<br />

dos consumidores<br />

e promover<br />

ajustes no mix<br />

e na exposição<br />

gestão de categorias<br />

Análise dos hábitos do shopper de sabão para lavar roupa apontou<br />

que era hora de abrir mais espaço para a versão líqui<strong>da</strong><br />

necedores. O processamento é feito à<br />

noite, e logo nas primeiras horas do<br />

dia seguinte os <strong>da</strong>dos já estão disponíveis.<br />

Com base na análise dos relatórios,<br />

é possível identificar problemas.<br />

Se um item tem uma saí<strong>da</strong> diária<br />

de, por exemplo, 100 uni<strong>da</strong>des<br />

numa loja e, num <strong>da</strong>do momento, ele<br />

para de ser registrado nos checkouts,<br />

sendo que ain<strong>da</strong> consta no estoque<br />

do sistema, é sinal de que algo está<br />

errado. O gerente <strong>da</strong> filial e áreas envolvi<strong>da</strong>s<br />

com o processo são acionados<br />

para verificar o que está acontecendo.<br />

A mesma análise é feita pelos<br />

fabricantes em seu portfólio. “É importante<br />

que eles também acionem<br />

suas equipes”, comenta Sarrassini.<br />

Graças a isso, a rede tem conseguido<br />

combater o estoque virtual e<br />

controlar a ruptura. Com base no<br />

histórico, o sistema <strong>da</strong> Bis produz<br />

rankings, como o dos itens que mais<br />

costumam ser alvo de estoque virtual<br />

e o de falta de produtos. Isso permite<br />

que tanto a rede quanto os fornecedores<br />

fiquem mais atentos a eles.<br />

Por conta disso, o índice de ruptura<br />

<strong>da</strong> rede fica abaixo do mercado: 8%,<br />

contra 10%. “Em algumas lojas chegamos<br />

a 6%. Nossa meta é alcançar<br />

5% na rede to<strong>da</strong> até o final de 2012.”<br />

Outro trabalho em conjunto considerado<br />

importante no Savegnago<br />

é o gerenciamento por categorias.<br />

“Temos sempre um fornecedor como<br />

capitão”, explica Sarrassini.<br />

Graças à troca de <strong>da</strong>dos e de<br />

pesquisas com os fornecedores durante<br />

a implementação do processo,<br />

a rede tem conseguido melhorar ven<strong>da</strong>s<br />

e rentabili<strong>da</strong>de de diversas categorias.<br />

Uma <strong>da</strong>s principais ações fruto<br />

<strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> ferramenta tem<br />

sido o ajuste do mix. Um exemplo recente<br />

é a categoria de detergente para<br />

roupas. “Constatamos um potencial<br />

muito grande de crescimento no<br />

segmento de sabão líquido. Por isso,<br />

decidimos dedicar espaço de exposição<br />

superior à sua participação na<br />

rede”, diz o diretor. O produto ocupa<br />

10% <strong>da</strong> gôndola <strong>da</strong>s lojas, equiparando-se<br />

à sua fatia no mercado. São<br />

apostas como essa, em parceria com<br />

fornecedores, que têm feito <strong>da</strong> rede<br />

uma <strong>da</strong>s melhores do setor .<br />

vantaGens de<br />

uma maior cooperação<br />

8 %<br />

contra 10% : índice<br />

de ruptura abaixo<br />

do mercado<br />

mix<br />

mais ajustado<br />

ao perfil do cliente<br />

<strong>da</strong>s lojas<br />

neSta reportageM você viu:<br />

benefícios de trocar <strong>da</strong>dos<br />

resultados do savegnago<br />

como a indústria pode aju<strong>da</strong>r<br />

exemplos de ações bem-sucedi<strong>da</strong>s<br />

60 SM.coM.br | fevereIrO 2012


marketing<br />

consultora de ven<strong>da</strong>s Maria Antonieta Colombo compra, a ca<strong>da</strong> ano, entre 10 e<br />

15 ovos de Páscoa para presentear a família e também para consumo próprio. A<br />

consumidora, no entanto, an<strong>da</strong> descontente com o trabalho realizado pelos supermercados<br />

na <strong>da</strong>ta. “Já aconteceu de não encontrar o que procuro, inclusive<br />

produtos anunciados no tabloide”, reclama. Quando isso acontece, ela se dirige<br />

a outra loja. Para evitar contratempos, Maria Antonieta costuma se programar<br />

para realizar a compra cerca de 15 dias antes <strong>da</strong> Páscoa. “Se deixo para o final,<br />

encontro a loja cheia e muitos ovos quebrados. Esse não é o meu perfil”, conta.<br />

A insatisfação de Maria Antonieta reflete o sentimento de boa parte dos consumidores.<br />

Pesquisa realiza<strong>da</strong> em dezembro pela Around Research com exclusivi<strong>da</strong>de<br />

para SM mostra que o brasileiro está menos satisfeito com o sortimento<br />

e o atendimento encontrados nos super e hipermercados durante a Páscoa.<br />

Neste ano, em comparação com o estudo de 2011, caiu em 11 pontos percentuais<br />

(pp) o número de entrevistados descontentes com o atendimento, somando<br />

40% dos 400 entrevistados. A principal queixa ain<strong>da</strong> tem relação com o estado<br />

de conservação dos produtos: 68% reclamam de encontrar ovos quebrashutterstock<br />

O brasileiro<br />

está disposto<br />

a comprar<br />

mais ovos de<br />

chocolate, porém<br />

reclama por<br />

não encontrar<br />

marca, sabor<br />

ou tamanho<br />

desejado.<br />

Garantir o<br />

abastecimento<br />

e reforçar a<br />

presença dos<br />

promotores é<br />

imprescindível<br />

nesta Páscoa<br />

TexTo Fernando SalleS<br />

afernando.salles@sm.com.br<br />

páscoa<br />

gulosa<br />

62 SM.coM.br | fevereIrO 2012


dos, derretidos ou com outros problemas.<br />

“As pessoas estão comprando mais, e isso<br />

também significa mais gente manuseando<br />

os ovos nas lojas. Uma <strong>da</strong>s formas de minimizar<br />

os problemas é aumentar a presença<br />

de promotores auxiliando no atendimento”,<br />

recomen<strong>da</strong> Daniela Casabona, coordenadora<br />

de atendimento <strong>da</strong> Around Research.<br />

Mas esse é só um dos problemas. Erros<br />

na definição do sortimento também repercutem<br />

mal entre os clientes. Neste ano, 42%<br />

citaram que não encontram o tamanho ou<br />

sabor procurados, índice que supera em impressionantes<br />

20 pp o registrado no levantamento<br />

anterior. Como se não bastasse, 37%<br />

se queixaram por não encontrar a marca de-<br />

Quanti<strong>da</strong>de adQuiri<strong>da</strong> deve aumentar<br />

Neste ano, o brasileiro promete comprar um número<br />

maior de ovos de Páscoa para consumir e presentear<br />

A Páscoa deste ano deverá ser gulosa, já que o consumidor está<br />

disposto a levar para casa maior quanti<strong>da</strong>de de chocolate: 58% dos<br />

pesquisados pretendem comprar três ou mais ovos neste ano, contra<br />

52% em 2011, de acordo com a pesquisa Around Research feita com<br />

exclusivi<strong>da</strong>de para SM. Vale reforçar os estoques, considerando que os<br />

fabricantes ouvidos nesta matéria esperam aumento nas ven<strong>da</strong>s em<br />

volume entre 5% (Garoto) e 25% (Hershey’s). O período mais crítico no<br />

abastecimento <strong>da</strong> loja é a semana final. Na<strong>da</strong> menos do que 60% dos<br />

consumidores devem comprar com antecedência máxima de sete dias.<br />

fevereIrO 2012 | SM.coM.br 63


Páscoa<br />

marketing<br />

as Preferências do consumidor<br />

O aumento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> tem mu<strong>da</strong>do aos poucos o hábito de compra de ovos de chocolate<br />

Veja no tablet mais<br />

<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> pesquisa<br />

2010 2011<br />

Quantos ovos de Páscoa<br />

você costuma comPrar?<br />

29%<br />

40%<br />

38%<br />

Para Quem você comPra?<br />

35%<br />

33 %<br />

48%<br />

54%<br />

você comPra<br />

ovos de Quais<br />

tamanhos?<br />

25%<br />

31%<br />

45%<br />

40%<br />

29%<br />

27%<br />

21% 21%<br />

19%<br />

14%<br />

18%<br />

17%<br />

12%<br />

1%<br />

2%<br />

1<br />

2 3 mais de 3<br />

para crianças para adultos para ambos<br />

20g<br />

160g a 180g 200g a 270g 400g a 600g<br />

Quais sabores você comPra?<br />

Quais marcas você comPra? *<br />

Prefere ovos com<br />

Personagens infantis?<br />

77%<br />

79%<br />

45%<br />

58%<br />

52%<br />

44%<br />

55%<br />

35%<br />

87%<br />

77%<br />

70%<br />

60%<br />

40%<br />

31%<br />

39%<br />

25%<br />

chocolate puro<br />

crocante<br />

recheado<br />

chocolate branco<br />

nestlé<br />

lacta<br />

garoto<br />

sim<br />

23%<br />

29%<br />

16%<br />

19%<br />

6%<br />

6%<br />

23%<br />

27%<br />

2%<br />

2%<br />

35%<br />

40%<br />

61%<br />

75%<br />

com amêndoas, nozes,<br />

amendoim<br />

chocolate<br />

amargo<br />

diet/light<br />

hershey’s<br />

arcor<br />

*O entrevistado poderia assinalar mais de uma opção<br />

outras<br />

não<br />

você comPra ovos de Páscoa...<br />

está satisfeito com o atendimento<br />

nos suPermercados?<br />

o Que atraPalha?<br />

com<br />

brinquedos<br />

sem<br />

brinquedos<br />

6%<br />

16%<br />

42%<br />

50%<br />

sim<br />

60%<br />

71%<br />

estado de<br />

conservação<br />

do produto<br />

não ter o sabor<br />

ou tamanho<br />

procurado<br />

não ter a<br />

marca<br />

procura<strong>da</strong><br />

22%<br />

33%<br />

37%<br />

42%<br />

78%<br />

68%<br />

ambos<br />

42%<br />

44%<br />

não<br />

29%<br />

40%<br />

atendimento<br />

dos<br />

promotores<br />

Formas de<br />

pagamento<br />

5%<br />

12%<br />

16%<br />

33%<br />

64 SM.coM.br | fevereIrO 2012


Páscoa<br />

marketing<br />

amargo se<br />

destaca<br />

O chocolate amargo<br />

vem caindo no gosto<br />

do consumidor nos<br />

últimos anos. No<br />

estudo Around/SM, já<br />

aparece com 19% <strong>da</strong>s<br />

intenções de compra<br />

dos respondentes.<br />

A versão agra<strong>da</strong> ao<br />

cliente gourmet e é<br />

associa<strong>da</strong> à prevenção<br />

de doenças cardíacas<br />

seja<strong>da</strong> – alta de 4 pp em relação a 2011. Essas<br />

falhas precisam ser corrigi<strong>da</strong>s para não comprometer<br />

as ven<strong>da</strong>s nesta Páscoa, que prometem<br />

ser boas. “Vivemos um período de ascensão<br />

econômica que permite não só o aumento<br />

no consumo, mas também o acesso a itens<br />

de maior valor agregado”, analisa Renata Vieira,<br />

gerente de marketing <strong>da</strong> Hershey’s, que espera<br />

crescer 25% nesta Páscoa.<br />

Dados <strong>da</strong> pesquisa mostram alguns caminhos<br />

para agra<strong>da</strong>r a mais consumidores. O<br />

sabor mais procurado, por exemplo, será o<br />

chocolate puro, alvo do interesse de 79% dos<br />

respondentes, que podiam citar quantos sabores<br />

quisessem. As versões crocantes aparecem<br />

em segundo lugar, com 58% <strong>da</strong>s menções,<br />

crescimento de 13 pp em comparação<br />

com o levantamento anterior. Com 44% <strong>da</strong>s<br />

menções, os ovos recheados aparecem em<br />

saiba como foi feita a Pesquisa<br />

Estudo Around/SM contou com a participação<br />

de 400 consumidores de to<strong>da</strong>s as regiões do País<br />

Por meio <strong>da</strong> internet, a Around Research ouviu 400 consumidores<br />

em todo o Brasil, com mais de 18 anos de i<strong>da</strong>de. A maior parte (71%)<br />

mora na região Sudeste, enquanto 14% são habitantes do Norte/<br />

Nordeste, 12% do Sul e 3% <strong>da</strong> região Centro-Oeste. Do total de pessoas<br />

entrevista<strong>da</strong>s, 54% pertencem à classe B, 28% à classe C e 18% à classe<br />

A. A Around possui um painel com 120 mil consumidores ativos pela<br />

web. Realiza pesquisas quali e quantitativas e atende clientes como<br />

Carrefour, Redecard, Porsche, entre outros. Contato: (11) 3255-7294.<br />

terceiro lugar na preferência. Mais gorduroso,<br />

o chocolate branco despencou na intenção<br />

de compra, de 55% para 35%, enquanto<br />

o de sabor amargo – associado à prevenção<br />

de doenças cardíacas e que agra<strong>da</strong> aos gourmets<br />

– já interessa a 19% dos clientes.<br />

Essa tendência também aparece no portfólio<br />

<strong>da</strong> marca Garoto, ampliado, por exemplo,<br />

com o Talento Trufas (400 g), com tripla<br />

cama<strong>da</strong> de chocolate ao leite, recheio de trufa<br />

de amêndoas e dois bombons. A empresa<br />

aposta em um volume de ven<strong>da</strong>s 5% superior<br />

ao registrado na Páscoa de 2011.<br />

marca mais cita<strong>da</strong> na intenção de compras<br />

pelos respondentes do estudo, a Nestlé<br />

também está de olho no crescimento de itens<br />

com apelo gourmet. Reforçou seu mix com os<br />

ovos Alpino Dark, com 60% de cacau, Classic<br />

Dark com recheio de chocolate ao leite e Nestlé<br />

Gold, com chocolate suíço. A fabricante<br />

destaca que o público de chocolates é amplo<br />

e recomen<strong>da</strong> aos varejistas oferecer um mix<br />

com ovos de diversos tamanhos e sabores.<br />

É isso o que também sugere a pesquisa<br />

Around/SM. Afinal, 54% <strong>da</strong>s pessoas afirmam<br />

comprar tanto ovos para crianças<br />

quanto para adultos; e 44% levarão opções<br />

com e sem brinquedos, o que reforça a ideia<br />

de diversificação do consumo e do sortimento.<br />

Em relação aos tamanhos, cresce a procura<br />

por ovos menores, de 160 g a 180 g, citados<br />

por 31% dos respondentes. Mas a maioria<br />

(40%) ain<strong>da</strong> compra opções de 220 g a 270 g.<br />

Embora o estudo indique diretrizes para<br />

definir o mix, na<strong>da</strong> substitui a análise <strong>da</strong>s preferências<br />

do público <strong>da</strong> sua loja. É o que garante<br />

Ciro Mariani, gerente de mar keting <strong>da</strong><br />

Arcor. “O sucesso <strong>da</strong> Páscoa depende de um<br />

bom planejamento”, avisa. Comece agora.<br />

neSta reportageM você viu:<br />

mais consumidores não encontram o tipo de<br />

ovo que procuram na páscoa<br />

tamanhos e sabores campeões em consumo<br />

versões que subiram na preferência do cliente<br />

66 SM.coM.br | fevereIrO 2012


marketing<br />

shutterstock<br />

consumo<br />

garantido<br />

Na Páscoa, a procura por peixe aumenta bastante.<br />

Aproveite para convencer seu cliente de que o<br />

pescado congelado é uma opção vantajosa. Para você,<br />

significa margem alta e menos per<strong>da</strong>s e ruptura<br />

TexTo Vera Fiori<br />

fevereIrO 2012 | SM.coM.br 69


páscoa<br />

marketing<br />

como estimular o consumo<br />

Não é de um dia para o outro que o cliente comprará<br />

mais peixe congelado, por isso, veja como convencê-lo<br />

O primeiro passo é divulgar os benefícios do produto congelado,<br />

deixando claro que ele também é saudável. Uma nutricionista pode ser<br />

convi<strong>da</strong><strong>da</strong> a <strong>da</strong>r palestras, e o tabloide pode trazer depoimento dessa<br />

nutricionista reforçando a quali<strong>da</strong>de dos produtos. Vale a pena distribuir<br />

panfletos com receitas ressaltando que o congelado também é rico<br />

em proteínas e ômega 3. Provas de degustação devem deixar claro que o<br />

produto não perde sabor. E é indicado crossmerchandising com pimentas,<br />

azeitonas, alcaparras, azeite, ervas. Proponha harmonização com<br />

vinhos. A exposição deve ser por tipo de peixe e tamanho de embalagem.<br />

aPáscoa não remete apenas<br />

a ovos de chocolate,<br />

mas também a almoços<br />

com deliciosos pratos<br />

de peixe, conforme<br />

man<strong>da</strong> a tradição cristã.<br />

O aumento do consumo<br />

na <strong>da</strong>ta oferece a oportuni<strong>da</strong>de<br />

de alavancar<br />

as ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> versão<br />

congela<strong>da</strong>, bem mais vantajosa para sua empresa.<br />

Afinal, oferece margem que pode chegar<br />

a 28%, dá menos trabalho e impõe menos<br />

per<strong>da</strong>s e ruptura. É fácil mostrar ao consumidor<br />

que, para ele, os benefícios também<br />

são inúmeros: pratici<strong>da</strong>de, aproveitamento<br />

total do produto, possibili<strong>da</strong>de de armazenar,<br />

além de segurança alimentar.<br />

Os fornecedores também estão animados.<br />

A La Rioja, por exemplo, espera crescimento<br />

de 20% na Páscoa e deve lançar na ocasião<br />

embalagens especiais, como caixinhas de<br />

um quilo do bacalhau dessalgado congelado.<br />

A linha de 14 produtos foi lança<strong>da</strong> no mercado<br />

em 2008. Para garantir um bom consumo<br />

em outros períodos, a empresa mantém promotores<br />

nas lojas explicando que o pescado<br />

congelado mantém as mesmas proprie<strong>da</strong>des<br />

nutricionais do peixe fresco. Embora comercialize<br />

várias espécies, como linguado e sardinha,<br />

o bacalhau é o carro-chefe <strong>da</strong> empresa.<br />

Por isso, conta com promotores que cortam<br />

lombos e filés, etiquetam com a origem<br />

e esclarecem o cliente sobre os benefícios do<br />

consumo. Esses promotores também orientam<br />

os encarregados <strong>da</strong> seção sobre a maneira<br />

correta de fracionar e expor os produtos.<br />

Outra fornecedora de pescados, a Nativ, espera<br />

dobrar suas ven<strong>da</strong>s em relação aos demais<br />

meses do ano. Seus produtos mais vendidos<br />

são o filé de pintado <strong>da</strong> Amazônia, filé<br />

de tilápia, costela e lombo de tambaqui.<br />

A empresa produz 180 tonela<strong>da</strong>s/mês e oferece<br />

para o varejo uma linha de 26 produtos.<br />

DepenDenDo Da negociação, a empresa<br />

cria kits, do tipo compre 2 e leve 3. Pedro<br />

Furlan Uchôa Cavalcanti, presidente <strong>da</strong><br />

companhia, sugere esclarecer ao cliente o alto<br />

rendimento do congelado. Afinal, trata-se<br />

de uma carne sem pele, espinhas, escamas,<br />

vísceras e cau<strong>da</strong>. Também recomen<strong>da</strong> ressaltar<br />

a pratici<strong>da</strong>de de algumas embalagens, como<br />

as ‘zip’’, que permitem retirar apenas a<br />

quanti<strong>da</strong>de deseja<strong>da</strong> para consumo imediato.<br />

Ao varejista, aponta a vantagem do extenso<br />

prazo de vali<strong>da</strong>de dos produtos (até<br />

24 meses), que possibilita comprar grandes<br />

volumes e, assim, realizar boas negociações.<br />

Convenci<strong>da</strong> de que o consumo de pescado<br />

congelado deve ser estimulado o ano todo, a<br />

Leardini lembra o enorme potencial de ven<strong>da</strong>s.<br />

Ca<strong>da</strong> brasileiro se alimenta com 9 kg/<br />

ano, enquanto a Organização Mundial <strong>da</strong><br />

Saúde recomen<strong>da</strong> 12 kg/ano. Airton Petrini,<br />

diretor <strong>da</strong> empresa, afirma que o varejo pode<br />

elevar o giro se explicar ao consumidor que<br />

o produto mantém to<strong>da</strong>s as suas proprie<strong>da</strong>des<br />

naturais, como vitaminas e sais mineiras,<br />

além do sabor. “É diferente <strong>da</strong> carne vemelha<br />

que, ao ser congela<strong>da</strong>, já não garante<br />

o mesmo pala<strong>da</strong>r”, explica. Para ele, os supermercados<br />

também não podem ignorar que o<br />

peixe é o alimento perfeito para quem quer<br />

manter a boa forma. Afinal, trata-se de uma<br />

carne menos calórica e de digestão fácil. “A<br />

busca por saúde já está tornando o produto<br />

mais frequente na dieta, o que exige <strong>da</strong>s lo-<br />

70 SM.coM.br | fevereIrO 2012


jas maior atenção ao espaço reservado para<br />

a categoria”, defende. Para Petrini, a Leardini<br />

faz sua parte: durante todo o ano promove<br />

degustação, distribui material informativo,<br />

divulga os benefícios dos produtos, além<br />

de receitas e dicas de preparo. Nesta Páscoa,<br />

a empresa espera alta nas ven<strong>da</strong>s de 100%<br />

para o bacalhau e de 25% para as demais espécies,<br />

comparando-se a época ao ano todo.<br />

Embora o pescado congelado ain<strong>da</strong> precise<br />

conquistar maior espaço, uma coisa é certa:<br />

com um bom trabalho e compreensão do potencial<br />

de ven<strong>da</strong>s, o consumo é garantido.<br />

neSta reportageM você viu:<br />

Quanto as ven<strong>da</strong>s aumentam na Páscoa<br />

benefícios de vender Peixe congelado<br />

vantagens de incentivar o consumo<br />

do Produto fora <strong>da</strong>s <strong>da</strong>tas sazonais<br />

benefícios do peixe congelado<br />

O produto ain<strong>da</strong> não é estrela no mix <strong>da</strong>s lojas,<br />

mas tem tudo para ser. Afinal, são muitas<br />

as vantagens para supermercados e consumidor<br />

para o consumidor<br />

Pratici<strong>da</strong>de<br />

Aproveitamento integral do produto<br />

Mesmas proprie<strong>da</strong>des nutricionais do peixe fresco<br />

Pode ser armazenado e consumido a qualquer hora<br />

Rico em nutrientes<br />

para o seu negócio<br />

Margem líqui<strong>da</strong> média de 28%<br />

Não tem per<strong>da</strong><br />

Bem menos ruptura do que o peixe fresco<br />

Prazo de vali<strong>da</strong>de longo<br />

Segurança alimentar para o cliente<br />

desPerte o aPetite<br />

Aguce o pala<strong>da</strong>r do seu cliente,<br />

alocando na área de exposição<br />

cartazes com pratos deliciosos<br />

shutterstock<br />

fevereIrO 2012 | SM.coM.br 71


gestão<br />

per<strong>da</strong>s<br />

Com oito anos de implantação, o setor de prevenção<br />

de per<strong>da</strong>s <strong>da</strong> rede gaúcha Imec é um dos mais vitoriosos<br />

<strong>da</strong> organização. A empreita<strong>da</strong> dura foi conduzi<strong>da</strong> com<br />

disciplina e novos processos e hoje dá um bom exemplo<br />

sob<br />

controle<br />

TexTo aDRIaNa SILVESTRINI<br />

foTos EDISoN VaRa<br />

Magali ludwing<br />

Postal, controller<br />

<strong>da</strong> rede gaúcha Imec.<br />

“O início do processo<br />

foi uma loucura.<br />

O açougue <strong>da</strong>va um<br />

prejuízo enorme e eu<br />

perdi a conta do número<br />

de vezes que me reuni<br />

com encarregados.<br />

Mas o resultado<br />

apareceu”, comemora


per<strong>da</strong>s sob controle<br />

gestão<br />

er<strong>da</strong>s e quebras são os fantasmas que mais assombram os supermercados.<br />

Os prejuízos causados por mercadorias estraga<strong>da</strong>s ou <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s, além<br />

de produtos furtados chegam a superar a média de 2,3% do total de ven<strong>da</strong>s<br />

de uma empresa. A grande questão tem sido como reduzir esse problema<br />

de maneira sóli<strong>da</strong> e não apenas pontual. Magali Ludwing Postal,<br />

pcontroller <strong>da</strong> rede Imec, 25 lojas, em 15 ci<strong>da</strong>des, tem algumas respostas.<br />

siga os passos<br />

O Imec não improvisou. Seguiu um roteiro que permitiu potencializar os resultados<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

Organizar as infOrmações e criar indicadOres. A rede adotou<br />

um sistema de gestão integra<strong>da</strong> que permite controlar processos<br />

de compra, ven<strong>da</strong>, controladoria e logística. Também definiu e iniciou<br />

acompanhamento de indicadores de per<strong>da</strong>s, além de margem líqui<strong>da</strong> e ven<strong>da</strong>s.<br />

realizar inventáriOs regulares. Para identificar as per<strong>da</strong>s, apurar as<br />

causas e agir sobre elas, o Imec passou a fazer inventários mensais em perecíveis<br />

e trimestrais nas demais seções (ca<strong>da</strong> semana um grupo de produtos de um setor),<br />

além de um balanço geral uma vez por ano. A empresa usa coletores de <strong>da</strong>dos.<br />

utilizar guia-cega. Trata-se de cópia de nota fiscal de um lote recebido,<br />

com os campos de volume em branco preenchidos por um funcionário após<br />

contagem <strong>da</strong>s mercadorias. A rede joga os <strong>da</strong>dos no sistema e consegue comparar<br />

as informações com a nota emiti<strong>da</strong> pelo fornecedor para identificar divergências.<br />

centralizar lançamentO de nOtas fiscais de cOmpras. Lojas passaram<br />

apenas a escanear as notas, para que entrem direto no sistema. A matriz faz a<br />

conferência de preços e impostos e libera a guia-cega. Evita práticas como fazer o valor<br />

total “fechar”, em vez de analisar custo de item por item. É o fim <strong>da</strong> per<strong>da</strong> financeira.<br />

diminuir númerO de códigOs de barra. Isso para evitar emissão de<br />

etiquetas fraudulentas, sobretudo no açougue, onde o problema exigiu muitas<br />

demissões – o açougueiro entregava produto caro com etiqueta de produto barato.<br />

Agora, com menos códigos, não há mais a desculpa de “confusão” na emissão de<br />

etiqueta. Indicadores aju<strong>da</strong>m no controle, já que revelam o rendimento de ca<strong>da</strong> corte.<br />

checar vali<strong>da</strong>de. A rede só aceita itens com pelo menos 75% de vi<strong>da</strong> útil,<br />

ou 75% do prazo de vali<strong>da</strong>de. E mantém o que chama de “Mutirão <strong>da</strong> Vali<strong>da</strong>de”.<br />

Uma vez por semana, o chefe <strong>da</strong> loja, repositores e o agente de<br />

prevenção de per<strong>da</strong>s percorrem um corredor para vistoriar os prazos de vali<strong>da</strong>de.<br />

agente de<br />

prevençãO<br />

de per<strong>da</strong>s<br />

ca<strong>da</strong> loja conta<br />

com um profissional.<br />

ele é orientado<br />

a encontrar<br />

“pelo em ovo”,<br />

mas também<br />

propõe soluções<br />

e acompanha<br />

evolução<br />

74 SM.coM.br | fevereIrO 2012


“O Mutirão <strong>da</strong> Vali<strong>da</strong>de é um recurso que dá certo. O chefe <strong>da</strong> loja,<br />

repositor e agente de prevenção percorrem um corredor por semana<br />

para vistoriar a reposição, o que permite correções imediatas”<br />

bom<br />

exemplo<br />

o que o imec fez<br />

Criou setor de<br />

prevenção de per<strong>da</strong>s<br />

Implantou manual<br />

de prevenção para<br />

estabelecer controles<br />

e orientar ações<br />

“Limpou” ca<strong>da</strong>stro,<br />

para garantir<br />

melhor controle<br />

dos produtos<br />

como funciona a área de prevenção<br />

O setor não para nunca. Afinal, causas de per<strong>da</strong>s, mesmo combati<strong>da</strong>s e<br />

resolvi<strong>da</strong>s, tendem a se repetir, exigindo controle permanente e ações contínuas<br />

Na rede gaúcha, o setor é responsável pelo acompanhamento dos indicadores que<br />

medem as per<strong>da</strong>s e pelo treinamento <strong>da</strong> equipe nos processos de combate aos problemas.<br />

Um profissional importante é o Agente de Prevenção de Per<strong>da</strong> (APP) – existe um atuando em<br />

ca<strong>da</strong> loja. De dois em dois dias, ele analisa vários pontos de ca<strong>da</strong> setor, como vali<strong>da</strong>de de produtos<br />

e processos de abastecimento, atribuindo notas de zero a dois. Quando a nota é baixa, desenha<br />

um plano de ação, a partir de critérios estabelecidos pela empresa, e acompanha as correções.<br />

Melhorou condições<br />

de estocagem,<br />

como evitar<br />

empilhamento alto<br />

ou deixar caixas num<br />

canto, para reduzir<br />

avarias. Adotou<br />

o rastreamento<br />

<strong>da</strong> frota por satélite<br />

Passou a checar<br />

a temperatura<br />

dos produtos<br />

no recebimento<br />

e a marcar as<br />

caixas rejeita<strong>da</strong>s,<br />

para impedir<br />

reenvio <strong>da</strong>s mesmas<br />

pelo fornecedor<br />

fevereIrO 2012 | SM.coM.br 75


per<strong>da</strong>s sob controle<br />

gestão<br />

“O mais difícil na condução de um programa são as pessoas:<br />

convencê-las, mobilizá-las, garantir sua adesão incondicional.<br />

Sobretudo porque o alto turnover dificulta a cultura de prevenção”<br />

bons<br />

numeros<br />

investindo no pessoal<br />

A pa<strong>da</strong>ria está no programa “Meu Talento Faz a Diferença”, que garante à equipe10 prêmios e soma em dinheiro<br />

como envolver<br />

os funcionários<br />

Metas premia<strong>da</strong>s são solução para<br />

conquistar a confiança <strong>da</strong> equipe<br />

Reclamar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des não consta<br />

do repertório do Imec. A rede prefere buscar<br />

soluções. Foi o que fez para envolver os<br />

funcionários no programa de prevenção de<br />

per<strong>da</strong>s. Além de reuniões regulares, feedbacks<br />

constantes e treinamento de boas práticas<br />

em setores como o depósito, instituiu o<br />

concurso bimestral “ Meu Talento Faz a<br />

Diferença”. A ação premia os funcionários cujo<br />

setor apresenta o menor índice de per<strong>da</strong>.<br />

São 10 prêmios, como TV LCD, além de R$ 50<br />

para ca<strong>da</strong> profissional. Participam as áreas de<br />

açougue, pa<strong>da</strong>ria/confeitaria, FLV, fiambreria,<br />

mercearia e frente de caixa, to<strong>da</strong>s com<br />

indicadores próprios. O resultado tem sido<br />

muito bom. A equipe se sente recompensa<strong>da</strong><br />

e faz de tudo para atingir as metas.<br />

Com faturamento em 2011 estimado de<br />

R$ 300 milhões, 20% a mais do que em 2010,<br />

a rede Imec conseguiu reduzir as per<strong>da</strong>s de<br />

4,5%, em 2004, para previstos 1,9%, no ano<br />

passado. Sem pressa e atropelos, Magali fez<br />

o que era preciso para resolver o problema:<br />

criou um setor de prevenção, estabeleceu<br />

medições, identificou causas, atacou erros,<br />

furtos, fraudes. “O que ain<strong>da</strong> dificulta o trabalho<br />

são as lojas novas, por conta <strong>da</strong> rotativi<strong>da</strong>de<br />

dos funcionários”, explica a controller,<br />

que foi responsável pela estruturação do<br />

setor. Hoje, ela conta com seis profissionais.<br />

Na sua opinião, o alto turnover é o que atrapalha<br />

a tarefa de treinar e repassar a cultura<br />

de prevenção. Mas, ain<strong>da</strong> assim, não se<br />

queixa. Afinal, as per<strong>da</strong>s já não são fantasmas<br />

e nem assombram o Imec.<br />

neSta reportageM você viu:<br />

como implantar um programa<br />

ações para reduzir as per<strong>da</strong>s<br />

soluções para envolver a equipe<br />

Que<strong>da</strong> livre<br />

Em 8 anos, o Imec<br />

fez o percentual<br />

de per<strong>da</strong>s sobre<br />

o total de ven<strong>da</strong>s<br />

despencar. Veja<br />

4,5 %<br />

2004<br />

2,2 %<br />

2010<br />

1,9 %<br />

2011 *<br />

* Previsão<br />

76 SM.coM.br | fevereIrO 2012


gestão<br />

medir<br />

para<br />

ter sucesso<br />

Embora pouco<br />

utilizados pelo<br />

varejo alimentar,<br />

os indicadores<br />

de desempenho<br />

são essenciais<br />

para aumentar<br />

ven<strong>da</strong>s e lucro,<br />

reduzir custos,<br />

melhorar<br />

a operação e<br />

o atendimento.<br />

Sem indicadores<br />

e metas<br />

para alcançá-los,<br />

a empresa<br />

fica à deriva<br />

TexTo ViViane SouSa<br />

viviane.sousa@sm.com.br<br />

indicadores<br />

A<br />

Leia mais sobre<br />

indicadores<br />

do futuro no tablet<br />

fevereIrO 2012 | SM.coM.br 79


indicadores<br />

gestão<br />

uando a rede Modelo resolveu<br />

criar indicadores de desempenho<br />

em sua empresa,<br />

14 lojas em Mato Grosso,<br />

não esperava que os resultados<br />

fossem tão bons. Com a<br />

iniciativa, a empresa se tornou<br />

mais eficiente, conseguiu<br />

reduzir custos importantes,<br />

aumentou as ven<strong>da</strong>s<br />

e melhorou o atendimento.<br />

Afinal, é só quando se estabelecem<br />

indicadores como os de faturamento,<br />

margem, custos e, a partir<br />

deles, metas para ca<strong>da</strong> setor, é que<br />

se consegue identificar problemas,<br />

agir sobre eles e obter um desempenho<br />

acima <strong>da</strong> média. “Temos seis<br />

grandes indicadores-chaves que<br />

dão origem a outros tantos, envolvendo<br />

to<strong>da</strong> a organização”, conta<br />

Altevir Piovezan Magalhães, sócio<br />

<strong>da</strong> rede. “A partir deles sabemos em<br />

que e por que falhamos e como corrigir<br />

os erros. São essenciais.”<br />

Metas realistas<br />

Para obter indicadores ca<strong>da</strong> vez melhores é<br />

importante ter metas que impulsionem a empresa<br />

Todo indicador tem uma meta. E to<strong>da</strong> meta deve ser<br />

realista. Ela não pode ser excessivamente alta, o que a tornaria<br />

inalcançável, nem demasia<strong>da</strong>mente baixa, o que comprometeria<br />

o resultado final. Na hora de definir metas, leve<br />

em conta <strong>da</strong>dos do mercado local, já que índices nacionais<br />

nem sempre traduzem o que acontece na região. Também<br />

considere indicadores de ca<strong>da</strong> seção <strong>da</strong> loja nos últimos<br />

anos, além do comportamento de clientes e concorrentes.<br />

“É necessário que a diretoria ouça a opinião dos gerentes<br />

e responsáveis pelos departamentos, porque são profissionais<br />

que sabem o que acontece no ponto de<br />

ven<strong>da</strong>. Eles costumam ser muito sensíveis a<br />

mu<strong>da</strong>nças que podem afetar os resultados.<br />

na coop, 29 lojas em São Paulo,<br />

o entusiasmo não é menor. A empresa<br />

trabalha com uma média de dez indicadores-chaves<br />

que também se desdobram<br />

em vários outros para ca<strong>da</strong><br />

área <strong>da</strong> companhia. No departamento<br />

de marketing, por exemplo, mede-se<br />

o nível de soluções encontra<strong>da</strong>s para<br />

as reclamações dos consumidores.<br />

Celso Furtado, gerente de marketing<br />

<strong>da</strong> Coop, conta que por meio<br />

desse indicador foi possível verificar<br />

que a cooperativa não tratava bem<br />

as queixas e precisava agir. Estabeleceu,<br />

então, um prazo de 48 horas<br />

para resolver as pendências e, ao fim<br />

do período, 90% <strong>da</strong>s reclamações<br />

tinham sido atendi<strong>da</strong>s. Na ocasião,<br />

definiu-se um detalhado processo<br />

para que os problemas futuros não<br />

ficassem mais sem solução.<br />

80 SM.coM.br | fevereIrO 2012


indicadores<br />

gestão<br />

indicadores de desempenho por área<br />

Eles permitem atingir to<strong>da</strong> a empresa<br />

operacional<br />

Quebras e per<strong>da</strong>s<br />

Mostra prejuízo por setor<br />

despesas<br />

Indica o que está dentro<br />

ou fora do orçado por setor<br />

produtivi<strong>da</strong>de/funcionário<br />

Revela o grau de eficiência<br />

<strong>da</strong> mão de obra<br />

tíQuete médio<br />

Apresenta o gasto médio<br />

por compra efetua<strong>da</strong><br />

ven<strong>da</strong>s por setor<br />

Expõe o que está dentro<br />

ou fora do planejado<br />

itens por cupom<br />

Aponta a amplitude <strong>da</strong> cesta<br />

de compra<br />

manutenção<br />

Mostra o nível de gastos<br />

com manutenção em relação<br />

ao valor em R$ vendido<br />

processos<br />

Avalia impacto nos resultados<br />

comercial<br />

margem comercial<br />

Indica a diferença entre<br />

o custo <strong>da</strong> mercadoria vendi<strong>da</strong><br />

e a receita de ven<strong>da</strong>s<br />

estoQue<br />

Mostra se os níveis estão acima<br />

do apropriado, gerando excedentes,<br />

ou abaixo, gerando ruptura<br />

resultado por categoria<br />

Revela a margem comercial de ca<strong>da</strong><br />

categoria, para ca<strong>da</strong> comprador<br />

Quebras por vencimento<br />

Apresenta nível de produtos<br />

descartados por compra erra<strong>da</strong><br />

acordos comerciais<br />

Expõe total de bonificações,<br />

descontos em duplicatas e demais<br />

verbas oriun<strong>da</strong>s de negociações<br />

ruptura por setor<br />

Aponta o nível de falta de<br />

produtos por compra erra<strong>da</strong><br />

eficiência fornecedor<br />

Avalia atendimento de pedido<br />

e prazo de entrega<br />

financeiro<br />

ciclo financeiro<br />

Compara o prazo<br />

médio de pagamento<br />

com o prazo médio<br />

de recebimento<br />

cancelamento de cupons<br />

Mede o risco de fraudes no<br />

cancelamento de cupons nos checkouts<br />

despesas e receitas com juros<br />

Indica o nível de eficiência em captação/<br />

aplicação de recursos no mercado<br />

conciliação de cartões<br />

Apura o índice de conferência dos recebíveis<br />

por cartão de crédito e débito<br />

Quebras de caixa/tesouraria<br />

Mostra o nível de precisão dos<br />

procedimentos de fechamento de caixa<br />

e de tesouraria central<br />

fluxo de caixa<br />

Apresenta o nível de precisão do planejamento<br />

de fluxo de caixa, comparando orçado e realizado<br />

cruzamento de controles<br />

Traz nível de divergências nas conciliações<br />

entre financeiro e contábil<br />

Fonte: R-Dias<br />

Na área financeira<br />

também vale a pena<br />

medir a eficiência<br />

<strong>da</strong> equipe a partir <strong>da</strong><br />

folha do setor sobre<br />

as ven<strong>da</strong>s<br />

Criar indicadores, porém, pode ser<br />

difícil se a empresa deixar de avaliar<br />

alguns pontos e tomar alguns cui<strong>da</strong>dos.<br />

Veja aqui as recomen<strong>da</strong>ções<br />

dos especialistas Alexandre Ribeiro,<br />

diretor <strong>da</strong> R-Dias, assessoria para o<br />

varejo, e Alejandro Padron, executivo<br />

<strong>da</strong> área de varejo <strong>da</strong> IBM Brasil.<br />

por onde começar Pelo planejamento<br />

estratégico. É com base nos<br />

objetivos e planos de ca<strong>da</strong> setor que<br />

os indicadores são definidos.<br />

poucos indicadores Não crie<br />

indicadores em excesso, para não en-<br />

gessar a organização. A dica é trabalhar<br />

com quatro ou cinco indicadoreschaves,<br />

como ven<strong>da</strong>s, lucro e custos e,<br />

a partir deles, desdobrar para outros,<br />

como quebras, tíquete médio e fluxo<br />

de caixa, envolvendo to<strong>da</strong>s as áreas<br />

e todos os funcionários, com metas<br />

bem objetivas para ca<strong>da</strong> segmento.<br />

avaliações periódicas É importante<br />

que sejam realiza<strong>da</strong>s reuniões<br />

com a equipe para controlar a evolução<br />

dos indicadores. É dessa forma<br />

que se consegue mu<strong>da</strong>r estratégias e<br />

táticas que não estão <strong>da</strong>ndo certo,<br />

para alcançar melhores resultados.<br />

82 SM.coM.br | fevereIrO 2012


indicadores<br />

gestão<br />

soFtwares<br />

Apurar os indicadores de desempenho é tarefa bastante<br />

simples desde que utiliza<strong>da</strong>s as tecnologias de informação<br />

Os sistemas de gestão integra<strong>da</strong> são os melhores, pois garantem<br />

a consistência dos <strong>da</strong>dos e facilitam o cálculo dos indicadores.<br />

A maioria já vem com lista de indicadores, mas ca<strong>da</strong> empresa pode<br />

criar os seus. IBM, SAP e AMcom são empresas que oferecem o produto.<br />

Exemplos de módulos que apontam indicadores:<br />

Compras<br />

Gestão de estoque e falta de produto<br />

Ven<strong>da</strong>s mesmas lojas e ven<strong>da</strong>s por funcionários<br />

Gestão de pessoas e rotativi<strong>da</strong>de<br />

Gestão financeira, contas a receber, contas<br />

a pagar e fluxo de caixa<br />

Preços<br />

Frente de caixa<br />

Os indicadores de<br />

quebra e ruptura<br />

são e ssenciais.<br />

Com a margem<br />

estreita, setor<br />

precisa reduzir<br />

os prejuízos<br />

exemplo de aplicação Caso se<br />

defina como indicador-chave o aumento<br />

anual nas ven<strong>da</strong>s de 15%, é<br />

preciso definir o percentual de ca<strong>da</strong><br />

área. As seções de ca<strong>da</strong> loja poderão,<br />

por exemplo, contribuir com<br />

aumento de 10% a 20%. Para a garantia<br />

<strong>da</strong> alta espera<strong>da</strong> no faturamento<br />

deve-se também ter outros<br />

indicadores, como o de ruptura por<br />

seção/loja, acompanhados de um<br />

diagnóstico dos processos de compra,<br />

transporte e abastecimento.<br />

Frequência de cálculo O cálculo<br />

dos indicadores na<strong>da</strong> mais é<br />

do que o acompanhamento dos<br />

resultados. Essa avaliação pode ser<br />

diária ou anual. O que determina a<br />

frequência de análise é o seu nível<br />

de importância e o período que<br />

leva para ser calculado. O de ven<strong>da</strong>s,<br />

por exemplo, deve ser diário,<br />

pela importância para o resultado<br />

final do faturamento <strong>da</strong> empresa<br />

e porque é possível calculá-lo de<br />

hora em hora, se for necessário.<br />

gestores de indicador São<br />

os profissionais que definem o que<br />

a equipe deve fazer. Eles também<br />

avaliam os indicadores para resolver<br />

problemas e até alterar os rumos<br />

<strong>da</strong> estratégia.<br />

neSta reportageM você viu:<br />

IndIcadores dependem de<br />

planejamento estratégIco<br />

excesso de IndIcadores engessa<br />

a empresa<br />

tudo que é medIdo precIsa ser<br />

acompanhado<br />

todo negócIo precIsa de<br />

metas realIstas<br />

convém dIvIdIr IndIcadores por área<br />

84 SM.coM.br | fevereIrO 2012


tecnologia<br />

shutterstock<br />

nota<br />

mil<br />

P<br />

erto de 90% <strong>da</strong>s notas<br />

fiscais recebi<strong>da</strong>s<br />

dos fornecedores pelo<br />

D’avó são emiti<strong>da</strong>s eletronicamente,<br />

o que representa<br />

um arsenal de<br />

TexTo Fernando SalleS<br />

fernando.salles@sm.com.br<br />

pelo menos 10 mil notas<br />

por mês que precisam<br />

ser conferi<strong>da</strong>s e armazena<strong>da</strong>s pela rede, dona de nove supermercados,<br />

cinco farmácias e três postos de combustível em<br />

São Paulo. Esse trabalho complicado e importantíssimo ficou<br />

bem mais fácil depois de a empresa implantar o sistema Trust ­<br />

Files, desenvolvido pela Invoiceware, para gerenciar a operação.<br />

“A ferramenta emite, recebe, armazena e vali<strong>da</strong> as informações<br />

<strong>da</strong>s notas fiscais eletrônicas. Também trabalha integra<strong>da</strong><br />

ao sistema ERP do cliente”, explica Alberto Freitas, diretor-geral<br />

<strong>da</strong> Invoiceware. Na prática, significa que, em vez de deslocar<br />

profissionais para receber as notas e digitar as informações<br />

– processo manual que é um convite a erros –, tudo vai direto<br />

para o sistema após a nota ser recebi<strong>da</strong> de forma totalmente<br />

eletrônica, o que torna o processo mais ágil e transparente.<br />

Esses benefícios foram logo percebidos no D’avó. Willian Rocha,<br />

diretor de tecnologia, conta que antes de utilizar o software,<br />

ca<strong>da</strong> loja <strong>da</strong> rede contava com dois profissionais com amplos<br />

conhecimentos de tributos para verificar se as informações fis-<br />

A rede paulista<br />

D’avó descobriu<br />

como receber,<br />

emitir, armazenar<br />

e consultar<br />

10 mil notas<br />

fiscais eletrônicas<br />

mensais sem<br />

cometer erros,<br />

com menos gastos<br />

e mais rapidez<br />

fevereIrO 2012 | SM.coM.br 87


nOta fiscal<br />

tecnOlOgia<br />

cais de ca<strong>da</strong> entrega chegavam dentro<br />

dos critérios corretos. Hoje, essa<br />

equipe mais prepara<strong>da</strong> – cujos salários<br />

são mais altos – está centraliza<strong>da</strong><br />

na matriz. O trabalho nas uni<strong>da</strong>des<br />

ficou por conta de equipes menores<br />

e com perfil mais operacional,<br />

dispensando conhecimentos tributários.<br />

Quando uma entrega chega<br />

do fornecedor, o pessoal de recebimento<br />

passa a representação gráfica<br />

<strong>da</strong> nota eletrônica (o Danfe) no escaner<br />

e aciona um chamado interno,<br />

via computador, solicitando liberação<br />

<strong>da</strong> central. Pelo próprio sistema<br />

é feita a checagem para saber se já<br />

existe um arquivo eletrônico <strong>da</strong>quela<br />

nota e também se o fornecedor está<br />

em situação regular. Se tudo estiver<br />

“ok”, o recebimento é liberado.<br />

O D’avó também emite notas<br />

fiscais eletrônicas sempre que vai<br />

transferir um produto para outra loja,<br />

processo que se tornou mais simples<br />

e barato. “Antes imprimíamos<br />

quatro vias de ca<strong>da</strong> nota. Hoje só<br />

man<strong>da</strong>mos uma cópia impressa, o<br />

Danfe”, afirma o diretor. Isso porque<br />

o que realmente vale, a ver<strong>da</strong>deira<br />

nota, é o arquivo eletrônico que fica<br />

armazenado, conhecido como XML.<br />

Com o sistema de gestão, foi possível<br />

até aposentar as antigas impressoras<br />

matriciais, pelas quais a rede<br />

pagava R$ 150 por mês de outsourcing<br />

(terceirização do equipamento).<br />

Caso tivesse mantido o esquema<br />

antigo, seria preciso ter duas dessas<br />

impressoras em ca<strong>da</strong> loja. Ou seja, a<br />

mu<strong>da</strong>nça gerou economia de R$ 32,4<br />

mil ao ano. “Passamos a utilizar impressoras<br />

laser comuns, sob acordo<br />

de pagar apenas pelo que consumimos”,<br />

conta Willian Rocha. Com a<br />

redução nas impressões, as despesas<br />

caíram bastante.<br />

entenDa O sistema<br />

Solução já foi implanta<strong>da</strong> em mais de 800 empresas<br />

de todos os portes e ramos de atuação<br />

Desenvolvido pela Invoiceware, o TrustFiles faz o gerenciamento de<br />

notas fiscais eletrônicas, auxiliando as empresas nos processos de emissão,<br />

recebimento, armazenamento, vali<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s notas dos fornecedores,<br />

além de vali<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s notas eletrônicas com as Secretarias de Fazen<strong>da</strong> e<br />

integração dos <strong>da</strong>dos ao ERP. A implementação demora entre 15 e 45 dias,<br />

dependendo <strong>da</strong> equipe e dos softwares do cliente. O servidor <strong>da</strong> Invoiceware<br />

arquiva os documentos, que podem ser facilmente consultados.<br />

vantagens<br />

para O<br />

supermercaDO<br />

Fim <strong>da</strong> digitação<br />

manual dos <strong>da</strong>dos,<br />

o que gerava<br />

erros no sistema<br />

Facili<strong>da</strong>de para<br />

identificar fornecedores<br />

com divergências<br />

constantes entre<br />

pedido e entrega<br />

Agili<strong>da</strong>de na<br />

conferência de notas<br />

fiscais no recebimento<br />

e na emissão<br />

para transferência<br />

entre lojas<br />

Economia com<br />

impressão de papel<br />

e manutenção<br />

<strong>da</strong>s impressoras<br />

Centralização <strong>da</strong><br />

equipe de controle fiscal<br />

Rapidez na consulta<br />

de notas fiscais<br />

“Ain<strong>da</strong> há empresas que arquivam<br />

as cópias impressas de to<strong>da</strong>s as nota<br />

eletrônicas, mas isso é um equívoco”,<br />

lembra Alberto Freitas, <strong>da</strong><br />

Invoiceware. Ele ressalta que, para<br />

efeito de fiscalização, a nota impressa<br />

não tem valor. Com a ferramenta<br />

<strong>da</strong> Invoiceware, todos os arquivos<br />

ficam guar<strong>da</strong>dos em um <strong>da</strong>tacenter<br />

seguro. A qualquer momento uma<br />

nota pode ser encontra<strong>da</strong> a partir<br />

de consultas por CNPJ, nome do<br />

emitente, períodos, etc.<br />

A implantação dura entre 15 e 45<br />

dias, dependendo <strong>da</strong> compatibili<strong>da</strong>de<br />

de softwares e <strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong>s equipes envolvi<strong>da</strong>s. Já os<br />

ganhos em agili<strong>da</strong>de, redução de<br />

custos e organização permanecem<br />

por mais tempo. Para o D’avó, usar<br />

a tecnologia disponível no mercado<br />

garante eficiência, menor desgaste<br />

e maior competitivi<strong>da</strong>de.<br />

nesta reportagem você viu:<br />

cOmO FuncIOnA O SISTEmA DE<br />

gEREncIAmEnTO DE nOTAS FIScAIS<br />

O quE ElE gARAnTE<br />

O ExEmPlO DA REDE D’Avó<br />

88 sm.com.br | FevereirO 2012


megamercado<br />

você por dentro dos negócios<br />

por AdriAnA silvestrini adriana.silvestrini@sm.com.br<br />

pág.<br />

91<br />

Sopa... no verão, o consumo <strong>da</strong> sopa instantânea diminui. segundo<br />

adriana moucherek, diretora de marketing <strong>da</strong> ajinomoto, no brasil ela é muito atrela<strong>da</strong><br />

ao frio. “o brasileiro não está acostumado a tomar sopas em temperaturas altas.<br />

as ven<strong>da</strong>s nos meses de verão chegam a atingir 30% <strong>da</strong>s registra<strong>da</strong>s no pico<br />

do inverno, em junho e julho. agora, a ajinomoto pretende impulsionar as ven<strong>da</strong>s<br />

com campanhas na mídia, além de ações nos pontos de ven<strong>da</strong>.<br />

concorrentes<br />

em destaque<br />

fotos divulgação<br />

A Coca-Cola e a Pepsi, ca<strong>da</strong> uma<br />

à sua maneira, se mantêm em destaque<br />

no mundo dos refrigerantes. Enquanto<br />

a Coca honrou o primeiro lugar na lista<br />

<strong>da</strong>s marcas mais valiosas em 2011,<br />

de acordo com o relatório “Melhores<br />

marcas globais”, <strong>da</strong> Interbrand, a Pepsi<br />

“bombou” nas redes sociais com o<br />

novo comercial, estrelado pelo técnico<br />

de futebol Joel Santana. Com seu<br />

inglês impagável, ele serve de tradutor<br />

para dois garotões na praia. O filme<br />

atingiu mais de 10 milhões de pessoas<br />

nas redes sociais e gerou cerca<br />

de 1,2 milhão de visitas no YouTube.<br />

... vira ingrediente... para reverter esse cenário e tentar aumentar<br />

o faturamento em 30% em relação ao período do verão 2010/2011, a empresa pretende<br />

estimular seus consumidores a usar a sopa vono como ingrediente de molho para<br />

sala<strong>da</strong>, penne, suflê, wrap, panqueca e até tapioca.<br />

... e estreia na internet. de olho nas ven<strong>da</strong>s e na fome do consumidor<br />

antenado, a ajinomoto chega ao Facebook (www.facebook.com/sopasvono) onde<br />

divulga sugestões de receitas práticas de verão no aplicativo “bate-papo com a fome”.<br />

Sazón ganha investimento<br />

e a ajinomoto quer mais. ela anunciou um investimento de r$ 47 milhões no brasil,<br />

na expansão <strong>da</strong> planta de limeira, localiza<strong>da</strong> no interior de são paulo. o aporte<br />

de recursos visa incrementar a produção do tempero sazón, destinado ao varejo.<br />

com o investimento, a empresa espera aumentar em quase 40% a produção<br />

de seu carro-chefe, o que representa um acréscimo de 6.700 tonela<strong>da</strong>s por ano.<br />

a empresa pretende adicionar, até 2016, 3% aos atuais 82% de market share de sazón.<br />

1bilhão<br />

de reais<br />

é o valor que a<br />

Frangos canção<br />

pretende faturar<br />

em 2012 com<br />

a compra <strong>da</strong><br />

avícola Felipe


megamercado<br />

4 milhões de fãs<br />

fotos divulgação<br />

BABy ROGER MODERNIZA<br />

pRODuTO E fAZ SORTEIOS<br />

As fral<strong>da</strong>s Baby Roger ganham novo ajuste<br />

anatômico e fórmula mais absorvente, além<br />

de embalagens com novo visual. Para facilitar<br />

o reconhecimento do produto nas gôndolas,<br />

as embalagens agora são dividi<strong>da</strong>s por cores que<br />

indicam os diferentes tamanhos. Para comunicar<br />

as novi<strong>da</strong>des, a marca realiza uma promoção<br />

para os consumidores até dia 15 de março.<br />

Eles concorrem a uma moto, um automóvel<br />

e R$ 1 mil em produtos Baby Roger. Para saber<br />

mais, acesse www.promocaobabyroger.com.br.<br />

Quando o assunto é rede social, a Unilever<br />

só tem a comemorar. Dove é sua maior marca<br />

no Facebook. A fanpage (www.facebook.com/<br />

dove) atingiu quatro milhões de fãs em<br />

pouco mais de um ano e meio no ar. O conteúdo<br />

é produzido por uma editora e um time <strong>da</strong><br />

agência Ogilvy, que se baseiam nas necessi<strong>da</strong>des<br />

e tendências do universo feminino<br />

relacionados a beleza, saúde, bem-estar, etc.<br />

“O azeite Andorinha<br />

pretende crescer 20 % no<br />

primeiro semestre de 2012.<br />

Em novembro, teve seu<br />

melhor desempenho desde<br />

que chegou ao País, em 1927”<br />

NUNO MIRANDA<br />

GERENTE DE MARCA DO AZEITE ANDORINHA NO BRASIL


De Norte a Sul<br />

Expandir é uma <strong>da</strong>s metas <strong>da</strong><br />

Broto Legal Alimentos para 2012.<br />

Segundo Alan Storti, diretor <strong>da</strong> empresa,<br />

o objetivo é levar as marcas de arroz<br />

e feijão <strong>da</strong> fabricante a todos os Estados<br />

brasileiros. Atualmente – através <strong>da</strong>s<br />

gigantes do setor: Carrefour, GPA e Walmart<br />

– eles já chegam a São Paulo, Minas Gerais,<br />

Paraná, Manaus e Mato Grosso. “Esses<br />

varejistas são o caminho para a expansão,<br />

pois têm lojas em todos os lugares<br />

do Brasil e possuem grande visibili<strong>da</strong>de”,<br />

afirma Storti. A Broto Legal fechou 2011<br />

com crescimento de 25% em relação<br />

a 2010 e, dentro de seu planejamento<br />

estratégico, tem a perspectiva de atingir<br />

uma alta de 20% a 30% em 2012 em<br />

relação a 2011. Para atender mais clientes,<br />

a empresa está investindo R$ 6 milhões<br />

no processo de ampliação de suas duas<br />

fábricas. A de Campinas, que produz feijão,<br />

terá sua capaci<strong>da</strong>de amplia<strong>da</strong> em<br />

70%. Já a de Porto Ferreira poderá fabricar<br />

50% mais arroz do que atualmente.<br />

MARCA PRóPRiA<br />

SERá 10 % dAS<br />

vEndAS dA GB<br />

Em seu parque fabril,<br />

instalado em Guarulhos,<br />

a General Brands (GB) está<br />

a todo vapor produzindo sucos<br />

prontos de marca própria para<br />

redes conheci<strong>da</strong>s de varejo.<br />

A fim de aproveitar seu expertise<br />

e sua facili<strong>da</strong>de de produção<br />

e de logística, a empresa atende<br />

clientes como Grupo Pão<br />

de Açúcar (GPA), Carrefour<br />

e Walmart. A expectativa <strong>da</strong><br />

GB é que a produção dessas<br />

marcas represente, até o final<br />

de 2012, cerca de 10% de<br />

todo o volume produzido pela<br />

empresa. Além de sucos,<br />

a companhia também produz<br />

chás prontos, como os <strong>da</strong> marca<br />

Taeq, que pertence ao GPA.


novos produtos<br />

de olho nas prateleiras<br />

pág.<br />

95<br />

por ADRIANA SILVESTRINI adriana.silVestrini@sM.CoM.Br | Fotos DIVuLgAção<br />

papinhas orgâniCas<br />

De olho no público infantil, a Jasmine coloca no mercado<br />

as papinhas e purezinhos orgânicos. As versões salga<strong>da</strong>s são:<br />

Purezinho de Abóbora, Batata e Milho; Purezinho de Macarrão<br />

com Vegetais (abóbora, batata, milho e brócolis) e Purezinho<br />

de Vegetais com Arroz e Quinoa. Também já estão nas<br />

gôndolas as duas versões de frutas: Maçã e Mix (maçã, pera<br />

e banana). Todos são embalados em potes plásticos de<br />

113 gramas, que podem ser levados diretamente ao micro-on<strong>da</strong>s.<br />

Para gourmets<br />

Três novos molhos prontos<br />

<strong>da</strong> Hemmer Alimentos chegam<br />

para acompanhar massas, carnes<br />

e outras preparações. São as versões<br />

Alfredo, Quatro queijos e Alfredo com<br />

tomate seco . A linha é dedica<strong>da</strong> a<br />

quem gosta de cozinhar, e a marca<br />

promoverá degustações apenas no PDV.<br />

Produtos<br />

requisitados<br />

o desodorante para<br />

os pés Rexona Efficient<br />

parou de ser fabricado<br />

em 2006, mas, a pedido<br />

dos consumidores, a unilever<br />

relança o produto nas<br />

versões talco e aerossol.<br />

outra solicitação comum<br />

dos consumidores ao SAC<br />

<strong>da</strong> empresa era por um<br />

desodorante antitranspirante<br />

(para axilas) sem fragrância.<br />

A marca Dove entendeu o<br />

recado e acaba de apresentar<br />

o Dove Men + Care Sem<br />

Perfume, vendido em todo<br />

o Brasil nas versões<br />

aerossol e roll-on, ao preço<br />

médio de R$ R$ 9,90<br />

e R$ 6,40, respectivamente.<br />

Barra nutritiVa<br />

seM Cereais<br />

Amendoim, castanhas,<br />

sementes e frutas é a combinação<br />

<strong>da</strong> barrinha Mixed Nuts, novo<br />

produto <strong>da</strong> Agtal. Com alto teor<br />

de proteínas e fibras, a novi<strong>da</strong>de<br />

apresenta o diferencial de<br />

não possuir cereais (como soja,<br />

trigo, aveia). A barra está disponível<br />

em três sabores: original,<br />

nozes com canela e sementes.


novos produtos<br />

Dropes sem açúcar nas<br />

grandes redes<br />

A Lightsweet apresenta o Drops Lowçucar, que<br />

não contém açúcar e pode ser consumido por crianças,<br />

diabéticos e pessoas que desejam manter a forma. À ven<strong>da</strong><br />

em todo o Brasil – inclusive nas redes Carrefour, Walmart<br />

e Pão de Açúcar –, o produto está disponível em embalagens<br />

de 32 gramas nos sabores: tangerina, morango, mista e café.<br />

SeiS verSõeS<br />

de limpadoreS<br />

perfumadoS<br />

Lembranças<br />

& Carinho, Flores<br />

& Sonhos, Flores<br />

Vermelhas & Sedução,<br />

Lavan<strong>da</strong> & Conforto,<br />

Natureza & Harmonia<br />

e Brisa & Frescor<br />

são as seis versões<br />

<strong>da</strong> linha de limpadores<br />

perfumados <strong>da</strong><br />

marca Uau. A fabricante<br />

Ingleza revela que<br />

investiu R$ 5 milhões<br />

no desenvolvimento dos<br />

produtos, equipamentos<br />

e em comunicação.


Pasta italiana<br />

A importadora de alimentos<br />

e bebi<strong>da</strong>s La Pastina apresenta<br />

ao mercado brasileiro a linha<br />

de produtos Pasta di Casa Mia,<br />

pratos prontos <strong>da</strong> culinária italiana<br />

que não precisam de refrigeração<br />

e são isentos de conservantes.<br />

A divulgação contará com<br />

promotores e ações de degustação.<br />

energético <strong>da</strong> Bioleve<br />

Bio Energy Power<br />

é o nome do energético<br />

<strong>da</strong> marca Bioleve, que chega<br />

às gôndolas em embalagens<br />

PET de 360 ml e 1 litro.<br />

A fórmula leva água mineral<br />

e substâncias como taurina<br />

(aminoácido produzido pelo<br />

organismo que promove<br />

a desintoxicação) e cafeína<br />

(substância estimulante).<br />

A marca investiu R$ 2 milhões<br />

no novo produto, sendo que<br />

metade desse valor<br />

é destina<strong>da</strong> aos canais de<br />

comunicação. O energético<br />

está à ven<strong>da</strong> nas médias<br />

e grandes redes dos<br />

Estados de São Paulo,<br />

Minas Gerais, Rio de Janeiro,<br />

Espírito Santo, Paraná, Santa<br />

Catarina e Rio Grande do Sul.


com a palavra<br />

opinião de executivos e especialistas<br />

por viviane sousa viviane.sousa@sm.com.br | foto divulgação<br />

autoconhecimento<br />

aju<strong>da</strong> no combate<br />

ao estresse<br />

Baixa produtivi<strong>da</strong>de é uma <strong>da</strong>s<br />

consequências do estresse<br />

dentro <strong>da</strong>s empresas. Ensinar<br />

a equipe a li<strong>da</strong>r com as emoções<br />

é uma arma para aliviar esse mal<br />

pág.<br />

98<br />

paulo Gaudencio,<br />

médico psicoterapeuta. há 30 anos<br />

presta consultoria a empresas<br />

Cerca de 70% <strong>da</strong> população economicamente ativa<br />

do País sofre de estresse. O <strong>da</strong>do é de um estudo<br />

<strong>da</strong> Isma-BR, associação especializa<strong>da</strong> no problema.<br />

Um erro comum <strong>da</strong>s empresas é achar que salas<br />

de descanso e incentivo a hobbies fora do expediente<br />

livram totalmente seus funcionários do estresse. Segundo<br />

Paulo Gaudencio, médico psicoterapeuta, é preciso<br />

ensiná-los a ter autoconhecimento para contornar<br />

emoções negativas, como a frustração. “Só assim um<br />

indivíduo obtém satisfação e se torna mais produtivo”.<br />

Quais os sintomas do estresse e como eles<br />

podem afetar a rotina de um profissional?<br />

Costumam ser físicos e emocionais. É como<br />

se o corpo começasse a protestar por meio de cansaço,<br />

tensão, prostração, dores de cabeça. Na lista de males<br />

também estão per<strong>da</strong> de memória e incapaci<strong>da</strong>de de<br />

domínio sobre emoções, como medo, irritação, mau<br />

humor e angústia constantes. Esses problemas têm força<br />

suficiente para, em pouco tempo, reduzir drasticamente<br />

a produtivi<strong>da</strong>de e a eficiência de qualquer profissional.<br />

O que acontece se esses problemas não forem<br />

tratados a tempo?<br />

Dão origem a patologias mais graves, como distúrbios<br />

gástricos (gastrite, diarreia) e cardiológicos (hipertensão<br />

e taquicardia). Com o tempo, o profissional fica depressivo e<br />

perde a vontade de trabalhar. Num estágio ain<strong>da</strong> mais avançado<br />

do estresse, esses problemas podem se tornar irreversíveis.<br />

O que fazer para evitar o estresse dos funcionários?<br />

Se o problema já existe, a companhia precisa ter<br />

consciência de que sua cultura interna possivelmente terá de<br />

mu<strong>da</strong>r. O primeiro passo é investigar as causas do problema, que<br />

podem ser desorganização do funcionário, sobrecarga, condições<br />

inadequa<strong>da</strong>s de trabalho, entre outros fatores. Tudo isso leva<br />

qualquer profissional a ter dificul<strong>da</strong>des em resolver suas tarefas,<br />

fazendo com que desenvolva emoções negativas, entre as quais<br />

raiva, frustração e desmotivação, que já são sintomas de estresse.<br />

Qual deve ser o próximo passo?<br />

Instituir um programa permanente que ensine<br />

desde o diretor executivo ao responsável pela limpeza a ter<br />

autoconhecimento e assim aprender a li<strong>da</strong>r com o<br />

emocional. A não deixar, por exemplo, que algo o frustre<br />

ou o desmotive a ponto de reduzir sua produtivi<strong>da</strong>de.<br />

Mas isso não é o suficiente. Criar áreas de recreação e<br />

de descanso dentro <strong>da</strong> empresa também aju<strong>da</strong>. Assim como<br />

incentivar a equipe a praticar esportes e a manter hobbies<br />

fora do trabalho, ter uma alimentação balancea<strong>da</strong> e regra<strong>da</strong>,<br />

além, é claro, de evitar expedientes exaustivos. Essa é<br />

a receita de uma vi<strong>da</strong> pessoal e profissional equilibra<strong>da</strong>,<br />

que deixa qualquer funcionário mais satisfeito e eficiente.

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