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Mateus Elias dos Santos – matrícula 58664 - Jornalismo da UFV

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participantes de reality show, adquirem status de herói. To<strong>dos</strong> os que acompanham o “Big<br />

Brother Brasil” já perceberam que o apresentador, Pedro Bial, sempre se dirige aos<br />

participantes do programa utilizando a expressão “meus heróis”.<br />

O mito do herói carrega consigo uma forte carga de símbolos e significa<strong>dos</strong>. Nesta<br />

perspectiva, o mito representa muitas coisas para a socie<strong>da</strong>de em que está imerso. Ele cria um<br />

imaginário social, composto por to<strong>da</strong>s as referências que os membros <strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong>de<br />

possuem acerca <strong>dos</strong> heróis, alvos do processo de mitificação. Justamente, são estes pontos de<br />

referência que estabelecem a distribuição de papéis e posições sociais.<br />

Os imaginários sociais constituem outros tantos pontos de referência no vasto sistema simbólico que<br />

qualquer coletivi<strong>da</strong>de produz e, através <strong>dos</strong> quais, como disse Mauss, ela se percepciona, divide e<br />

elabora seus objetivos (...). É assim que, através <strong>dos</strong> seus imaginários sociais, uma coletivi<strong>da</strong>de designa<br />

sua identi<strong>da</strong>de; elabora uma certa representação de si; estabelece a distribuição de papéis e <strong>da</strong>s posições<br />

sociais; exprime e impõe crenças comuns; constrói uma espécie de código de „bom comportamento‟,<br />

designa<strong>da</strong>mente através <strong>da</strong> instalação de modelos formadores, tais como o do „chefe, o „bom súdito‟, o<br />

„guerreiro corajoso‟ etc. (BACZKO, 1984, pp. 309-310 apud ELMIR; FÉLIX, 1998, p. 77).<br />

Retornando ao campo do jornalismo, a construção do mito do herói cria um imaginário<br />

e um universo simbólico que são compartilha<strong>dos</strong> por to<strong>dos</strong> os consumidores <strong>da</strong> informação.<br />

Os leitores identificam o personagem “mitificado” como possuidor de características relativas<br />

à força, garra, capaci<strong>da</strong>de de superação e habili<strong>da</strong>de raras. Artilheiros de campeonatos de<br />

futebol, estrelas do mundo <strong>da</strong> música e grandes nomes <strong>da</strong> televisão são bons exemplos de<br />

personagens usualmente representa<strong>dos</strong> enquanto heróis nas capas <strong>dos</strong> jornais impressos<br />

brasileiros.<br />

Há algumas classificações interessantes no que tange aos personagens representa<strong>dos</strong><br />

como heróis, pelo jornalismo. Os “personagens planos” são aqueles caracteriza<strong>dos</strong> por traços<br />

simples e permanentes, enquanto os “personagens esféricos” são mais complexos, pois se<br />

modificam ao longo <strong>da</strong> narrativa. Eles também podem ser classifica<strong>dos</strong> enquanto personagens<br />

“altos” ou “baixos”, remetendo às noções de superiori<strong>da</strong>de/elevação ou inferiori<strong>da</strong>de,<br />

respectivamente (KOTHE, 1985, pp. 5-6).<br />

A posição contrária ao herói é a do vilão. Trata-se, neste caso, de um ser desprezível,<br />

baixo, desprovido de virtudes. Os personagens famosos também são, por vezes, representa<strong>dos</strong><br />

ocupando este posto.<br />

As representações<br />

A representação consiste na “tradução mental de uma reali<strong>da</strong>de exterior percebi<strong>da</strong>”<br />

(LE GOFF, 1985, p. 1 apud ELMIR; FÉLIX, 1998, p. 78). No campo <strong>da</strong> psicologia, é defini<strong>da</strong><br />

como uma

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