Mateus Elias dos Santos â matrÃcula 58664 - Jornalismo da UFV
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à medi<strong>da</strong> que demonstra a visão estereotipa<strong>da</strong> que o jornal possui acerca <strong>da</strong> classe <strong>dos</strong><br />
homossexuais.<br />
No total, seis capas foram seleciona<strong>da</strong>s para a realização de uma análise minuciosa<br />
acerca de como foram mostra<strong>dos</strong> os personagens <strong>da</strong> categoria “celebri<strong>da</strong>des do Big Brother<br />
Brasil”, que apareceram com maior frequência ao longo <strong>da</strong>s edições do jornal “Meia Hora”. É<br />
importante reiterar que não houve um padrão de representação de tais personagens, pois<br />
nenhum deles foi mostrado de modo único. Ao contrário, ca<strong>da</strong> personali<strong>da</strong>de perpassou<br />
diferentes papéis durante suas aparições. O exemplo mais gritante deste movimento de valores<br />
instituí<strong>dos</strong> é o de Dourado: as pessoas que acompanharam o Big Brother Brasil 10 sabem que<br />
ele foi estereotipado, muitas vezes, como “vilão”, como um sujeito aparentemente machista e<br />
preconceituoso. É interessante observar que o jornal, no entanto, desconstrói esta visão,<br />
retratando o personagem como um ver<strong>da</strong>deiro ídolo, aproximando-o <strong>da</strong> condição de herói.<br />
Talvez isto tenha ocorrido em função de o “Meia Hora” aparecer como um jornal cujo<br />
discurso é machista, fato que pode ser comprovado pelo discurso utilizado e, sobretudo, pela<br />
constante exploração do corpo feminino nas páginas do periódico (DUARTE; LANNES; et<br />
al., 2008). Como foi dito na parte inicial deste capítulo, em um primeiro momento, o jornal<br />
buscou mostrar isenção no que se refere à dicotomia “heterossexual x homossexual”.<br />
Entretanto, por meio <strong>da</strong> análise <strong>da</strong>s capas, comprovou-se que esta neutrali<strong>da</strong>de foi<br />
parcialmente abandona<strong>da</strong>, à medi<strong>da</strong> que o “Meia Hora” tendeu ao discurso machista,<br />
valorizando o “machão” Dourado e ridicularizando os personagens gays.<br />
No início deste capítulo, dissemos que os ídolos de um reality show podem, sim, ser<br />
considera<strong>dos</strong> heróis. No caso de Dourado, o grande vencedor <strong>da</strong> décima edição do BBB, este<br />
status é adquirido pelo fato de ele reforçar a representação <strong>da</strong> ala machista <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, ou<br />
seja, Dourado é o herói <strong>dos</strong> machões, fortões e pegadores de mulher. Ele também é herói por<br />
ter vencido a grande luta que foi trava<strong>da</strong> durante a exibição do programa.<br />
Mais uma vez, os dispositivos jornalísticos (títulos, subtítulos, chapéu, fotografias),<br />
além do contexto real apresentado pelo programa televisivo, foram recursos fun<strong>da</strong>mentais<br />
para a constituição de um imaginário social sobre as celebri<strong>da</strong>des.<br />
Como dissemos anteriormente, os quadros de sentido formam o histórico do que se<br />
sabe sobre determinado personagem. A leitura <strong>da</strong> ilha de notícia em que o vencedor do BBB<br />
Dourado se mostra com a camisa do Flamengo ao lado de dois jogadores famosos do clube,