Janeiro/Maio - Cemig
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Revista do Grupo <strong>Cemig</strong><br />
Ano 3 - Nº 8 - <strong>Janeiro</strong> a maio/2012<br />
Velejadores das<br />
Gerais<br />
Três Marias é palco do<br />
38º Campeonato Brasileiro<br />
de Classe Laser<br />
DUAS DÉCADAS DEDICADAS ÀS ARTES:<br />
EDITAL DA GALERIA DE ARTE CEMIG<br />
TRAZ UMA SELEÇÃO DE ARTISTAS<br />
MINEIROS EM 2012<br />
INVESTIMENTOS AGREGARAM<br />
MAIS EFICIÊNCIA NO<br />
ATENDIMENTO DURANTE<br />
AS CHUVAS
Companhia Energética<br />
de Minas Gerais<br />
EXPEDIENTE<br />
Diretor-Presidente:<br />
Djalma Bastos de Morais<br />
Diretor Vice-Presidente:<br />
Arlindo Porto Neto<br />
Diretor de Distribuição e Comercialização:<br />
José Carlos de Mattos<br />
Diretor de Finanças e Relações com Investidores:<br />
Luiz Fernando Rolla<br />
Diretor de Geração e Transmissão:<br />
Luiz Henrique de Castro Carvalho<br />
Diretor de Gestão Empresarial:<br />
Frederico Pacheco de Medeiros<br />
Diretor de Desenvolvimento de Negócios:<br />
Fernando Henrique Schuffner Neto<br />
Diretor Comercial:<br />
José Raimundo Dias Fonseca<br />
Diretor de Gás:<br />
Fuad Noman<br />
Diretora Jurídica:<br />
Maria Celeste Morais Guimarães<br />
Diretor de Relações Institucionais e Comunicação:<br />
Luiz Henrique Michalick<br />
Universo <strong>Cemig</strong><br />
Revista institucional do Grupo <strong>Cemig</strong><br />
Produzida pela Superintendência de<br />
Comunicação Empresarial<br />
Publicação da Companhia Energética de<br />
Minas Gerais – <strong>Cemig</strong><br />
Ano 3 – número 8 – <strong>Janeiro</strong> a maio / 2012<br />
Av. Barbacena, 1.200 – 19º andar<br />
Tel.: (31) 3506-4949/3506-2052<br />
Caixa Postal 992<br />
Belo Horizonte/MG<br />
e-mail: imprensa@cemig.com.br<br />
End. internet: www.cemig.com.br<br />
Editor responsável:<br />
Luiz Henrique Michalick - Reg. nº 2.211 SJPMG<br />
Coordenação de edição:<br />
Etevaldo Lucas Queiroz e Carlos Henrique Santiago<br />
Projeto Gráfico e Editorial:<br />
Press Comunicação Empresarial<br />
Produção e edição:<br />
Beatriz Debien, Deca Furtado e Jeane Mesquita<br />
Rede Comunicação de Resultado<br />
(Jornalista responsável – Flávia Rios – 06013 JP)<br />
Redação:<br />
Beatriz Debien<br />
Deca Furtado<br />
Rita Cardoso<br />
Hellem Malta<br />
Érika Dourado<br />
Revisão:<br />
Liza Ayub<br />
Edição de arte e diagramação:<br />
Clayton Pedrosa (Rede Comunicação de Resultado)<br />
Impressão: Gráfica 101<br />
Tiragem: 24.000<br />
Foto de capa: 38º Campeonato Brasileiro de<br />
Classe Laser em Três Marias<br />
Crédito:<br />
Viviane Ramos / Pedro Fonseca / Clayton Pedrosa<br />
Fontes Mistas<br />
Grupo de produto proveniente<br />
de florestas bem manejadas<br />
e outras fontes controladas<br />
www.fsc.org Cert no.IMO-COC-029623<br />
C 1996 Forest Stewardship Council<br />
O papel utilizado neste impresso foi produzido com madeira de<br />
florestas bem manejadas, garantindo o respeito ao meio ambiente.<br />
Filiado à Aberje<br />
Presença sul-americana<br />
Em 60 anos, o Grupo <strong>Cemig</strong> investiu na<br />
diversificação e na qualidade de seus<br />
serviços, expandindo sua atuação no<br />
Brasil e na América do Sul.<br />
Confira onde a Companhia está presente<br />
e suas respectivas operações<br />
Arquivo <strong>Cemig</strong><br />
O valor da<br />
marca<br />
<strong>Cemig</strong><br />
Mesmo antes de a palavra sustentabilidade<br />
ser um termo da “moda”, a<br />
<strong>Cemig</strong> sempre trabalhou neste tripé –<br />
econômico, social e ambiental. A partir<br />
de suas iniciativas pioneiras, tornou-se,<br />
no século 21, líder mundial neste âmbito,<br />
estando presente, desde 1999, no Índice<br />
Dow Jones de Sustentabilidade, de forma<br />
ininterrupta. Em 2008, a Companhia foi<br />
incluída, também, no The Global Dow<br />
Index, que reúne as empresas consideradas<br />
líderes nos seus setores e voltadas<br />
para o futuro, sendo a única da América<br />
Latina no setor de energia elétrica a fazer<br />
parte desse grupo.<br />
Há seis anos, a <strong>Cemig</strong> começou,<br />
também, a medir a reputação da organização<br />
e a acompanhar a valorização<br />
da marca. Já no primeiro ano, foi confirmada<br />
como uma das melhores empresas<br />
e uma das marcas mais valiosas<br />
do setor elétrico nacional. Nos anos<br />
seguintes, novas pesquisas indicaram<br />
os principais atributos a serem trabalhados<br />
pela Companhia, escolhidos e<br />
apontados pelos próprios stakeholders:<br />
consumidores residenciais, acionistas,<br />
formadores de opinião, prefeitos e empresários,<br />
entre outros setores da sociedade<br />
que se relacionam, cotidianamente,<br />
com uma Empresa que possui mais<br />
de sete milhões de clientes.<br />
No valor de uma grande organização<br />
como a Coca-Cola, Microsoft ou<br />
Apple, a marca pode representar quase<br />
90%. Claro que não temos a pretensão<br />
de fazer com que a marca da <strong>Cemig</strong> tenha<br />
o potencial de gigantes como essas<br />
multinacionais, mas, seguramente, ela<br />
tem o seu valor. É admirada, querida e<br />
respeitada.<br />
Já a reputação é como a energia<br />
elétrica, só damos atenção a ela quando<br />
falta. Mas existe uma importante<br />
diferença: a energia volta para o consumidor,<br />
na maioria das vezes, de forma<br />
rápida. Já a reputação, não temos como<br />
mensurar o tempo em que ela voltará<br />
ou, ainda, se voltará.<br />
O sucesso do Campeonato Brasileiro<br />
da Classe Laser em Três Marias, o<br />
primeiro desse porte a ser realizado em<br />
um reservatório de usina hidrelétrica<br />
no País, foi uma demonstração da força<br />
aglutinadora da marca <strong>Cemig</strong>. A partir<br />
da identificação da necessidade de envolvimento<br />
da população ribeirinha e<br />
dos moradores de Três Marias e municípios<br />
próximos, em torno da preservação<br />
da qualidade da água e da valorização<br />
do lago da usina, a Diretoria de Relações<br />
Institucionais e Comunicação promoveu,<br />
em conjunto com a Diretoria de Geração<br />
e Transmissão, um evento que ficará<br />
na memória de todos os envolvidos.<br />
Vamos pensar: se a marca da <strong>Cemig</strong><br />
fosse fraca e se ela fosse considerada<br />
uma Empresa de baixa reputação, talvez<br />
não tivesse essa capacidade de envolver<br />
patrocinadores, veículos de imprensa, regionais,<br />
estaduais e nacionais, prefeitos,<br />
vereadores e associações desportivas,<br />
como aconteceu. O mesmo se repete em<br />
outras situações em que precisa atuar<br />
junto a órgãos federais e estaduais, reguladores<br />
e de meio ambiente, do Executivo<br />
e do Legislativo, e também dialogar com<br />
a imprensa e conseguir a admiração dos<br />
clientes. Daí, a relevância de trabalhar, de<br />
forma contínua, para termos uma marca<br />
cada vez mais forte e sermos uma Empresa<br />
respeitada pela sua reputação.<br />
EDITORIAL<br />
2 Universo <strong>Cemig</strong> <strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012<br />
Arquivo <strong>Cemig</strong><br />
Luiz Henrique<br />
Michalick<br />
Diretor de Relações<br />
Institucionais e<br />
Comunicação<br />
3
SUMÁRIO<br />
Com o apoio da <strong>Cemig</strong>, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Sabará, recebeu grande trabalho de restauração. Conheça mais sobre<br />
essa profissão na página 33<br />
03 20<br />
05<br />
06<br />
08<br />
10<br />
15<br />
18<br />
4 Universo <strong>Cemig</strong><br />
Editorial<br />
O valor da marca <strong>Cemig</strong><br />
Investimento<br />
Em 2012, a Companhia coloca em prática o planejamento<br />
de reforma de dez usinas hidrelétricas, começando por São<br />
Simão<br />
Formação Profissional<br />
Todos os anos, jovens estudantes de nível superior e técnico<br />
disputam uma oportunidade no Programa de Estágio da <strong>Cemig</strong><br />
Voluntariado<br />
Programa AI6% da Associação Intergerencial da <strong>Cemig</strong><br />
mobiliza empregados em prol da responsabilidade social<br />
Capa<br />
O 38º Campeonato Brasileiro de Classe Laser atraiu número<br />
recorde de velejadores e colocou Três Marias na rota das<br />
competições de vela<br />
Atendimento<br />
Eficiência no caos: durante o período chuvoso de Minas,<br />
a <strong>Cemig</strong> mostrou preparo e agilidade nos atendimentos<br />
mais complexos<br />
Negócios<br />
A subsidiária do Grupo <strong>Cemig</strong>, Efficientia, vem crescendo por<br />
meio da elaboração de projetos de eficiência energética<br />
22<br />
24<br />
27<br />
30<br />
34<br />
35<br />
Sustentabilidade<br />
A Companhia comercializa energia do biogás,<br />
captado pela Asja em aterro sanitário de BH<br />
Foco Social<br />
Projeto BH Digital implanta centros comunitários<br />
para inclusão digital de comunidades de baixa renda<br />
Circuito <strong>Cemig</strong><br />
Empregados reconhecidos pela Abraceel; <strong>Cemig</strong> no<br />
ISE pela sétima vez; <strong>Cemig</strong> no PNQ; Comunicação<br />
conquista a ISO 9001<br />
Regionalismo<br />
Os encantos da Chapada Diamantina, um dos<br />
tesouros naturais e preservados da Serra do Espinhaço<br />
Dicas Culturais<br />
Galeria de Arte <strong>Cemig</strong> completa 20 anos e<br />
apresenta seu edital 2012, composto por exposições<br />
de artistas mineiros<br />
Com a Palavra<br />
O ex-presidente Carlos Eloy conta como a <strong>Cemig</strong><br />
revolucionou o setor brasileiro de geração de energia<br />
Retratos do Brasil<br />
Usina São Simão: a robusta e potente senhora de<br />
40 anos será modernizada<br />
Robson de Oliveira<br />
Fotos: Arquivo <strong>Cemig</strong><br />
Revitalizadas<br />
para mais<br />
30 anos<br />
Usina hidrelétrica de São Simão está entre os empreendimentos<br />
que vão receber novos investimentos<br />
Até 2025, a <strong>Cemig</strong> irá investir R$ 1,8 bilhão no<br />
Programa de Reforma e Modernização de dez<br />
de suas maiores usinas hidrelétricas – pela ordem<br />
de potência atual: São Simão, Emborcação,<br />
Nova Ponte, Jaguara, Miranda, Três Marias, Volta<br />
Grande, Salto Grande, Itutinga e Camargos.<br />
Serão substituídos equipamentos obsoletos e<br />
reformados os de geração (turbinas, geradores<br />
e auxiliares). Em média, elas terão o tempo de<br />
vida útil estendido em 30 anos.<br />
Os equipamentos serão retirados e reformados<br />
nas próprias usinas ou nos fornecedores.<br />
Alguns terão componentes analógicos<br />
trocados por digitais e outros integralmente<br />
substituídos. A <strong>Cemig</strong> ganhará na sustentabilidade<br />
do negócio, na segurança, na disponibilidade<br />
e na confiabilidade. Atualizadas tecnologicamente,<br />
as usinas terão menos paradas<br />
para manutenção.<br />
“Todas elas passaram por um diagnóstico<br />
que apontou a melhor hora para a reforma, utilizando<br />
os ativos ao máximo, mas sem colocálos<br />
em risco”, afirma Cornélio Antônio Pereira,<br />
INVESTIMENTO<br />
<strong>Cemig</strong> investe na<br />
reforma de dez usinas<br />
hidrelétricas.<br />
A primeira, e maior,<br />
é São Simão.<br />
Haverá diversos<br />
ganhos na operação<br />
superintendente da Coordenação Executiva<br />
para Reforma e Modernização das Usinas. Algumas<br />
delas têm mais de 50 anos de operação –<br />
todas terão completado ao menos 30 até 2025.<br />
“Nas barragens não se mexerá; não haverá desapropriação<br />
de terras. Tampouco está previsto<br />
aumento de potência.” Em conjunto, as UHEs<br />
somam 5.221 MW de potência instalada, cerca<br />
de 75% da atual capacidade da <strong>Cemig</strong>.<br />
Para melhor planejamento técnico e financeiro,<br />
a <strong>Cemig</strong> estruturou esse programa de<br />
longo prazo. E disso deu ciência ao mercado.<br />
A atitude lhe rendeu elogios de potenciais fornecedores.<br />
“Todos podem se planejar com antecedência<br />
a fim de disputar os novos contratos”,<br />
diz Pereira.<br />
São Simão será reformada a um custo de<br />
R$ 371 milhões por um consórcio encabeçado<br />
pela Alstom, que tem como parceiras a Orteng<br />
e a Construtora Camargo Corrêa. As obras<br />
começam em 2012 e devem terminar em 2018.<br />
Outras concorrências deverão ser realizadas<br />
em 2012 e 2013.<br />
O total investido na usina de São Simão é de RS 371<br />
milhões, e as obras vão começar ainda neste ano<br />
<strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012<br />
5
FORMAÇÃO PROFISSIONAL<br />
Fotos: Gláucia Rodrigues<br />
6 Universo <strong>Cemig</strong><br />
ouro<br />
Em<br />
busca<br />
do<br />
Programa de estágio da<br />
<strong>Cemig</strong> oferece, anualmente,<br />
vagas para estudantes de nível<br />
superior e técnico<br />
Desde 1981, no início do ano, a sede da <strong>Cemig</strong><br />
fica mais colorida e agitada com o burburinho de<br />
dezenas de estudantes. São os estagiários que,<br />
no início de cada ano, têm o seu dia D na Companhia.<br />
Em 2012, 379 jovens – 219 universitários<br />
e 160 alunos do ensino médio técnico – ingressaram<br />
na <strong>Cemig</strong> em busca de experiência profissional.<br />
Vale dizer, de ouro, pois ouro é o que ela vale<br />
no mercado.<br />
Recepcionados com as boas-vindas dos Recursos<br />
Humanos, eles participaram do programa<br />
Primeira Energia, realizado com a finalidade de<br />
apresentar a Companhia e alguns aspectos fundamentais<br />
que facilitam o entrosamento e desempenho.<br />
“Os estagiários receberam explicações<br />
sobre direitos e deveres, assistiram a palestras<br />
sobre boas maneiras, política de segurança da informação<br />
e ética”, explica Adriana Maria da Silva,<br />
gerente de Administração de Pessoal da <strong>Cemig</strong>.<br />
Mas, antes do Dia D, os jovens passaram por<br />
uma concorrida seleção, coordenada pelo Instituto<br />
Euvaldo Lodi, o IEL, há 30 anos responsável<br />
pela pré-seleção (ao longo desse tempo, 12 mil<br />
estagiários, média de 400 por ano, passaram<br />
pelo programa). A inscrição é feita no site do IEL.<br />
Os candidatos fazem uma prova on-line de co-<br />
nhecimentos gerais e atualidades. “Eles devem<br />
informar a previsão de formatura, a média escolar<br />
do último semestre (nível superior) ou módulo<br />
(nível técnico) e comprovar, com documentos,<br />
o vínculo com a escola”, explica Washington Dias<br />
Silva, analista de recrutamento e seleção do IEL.<br />
A seleção é pela média escolar e nota de classificação<br />
na prova (mínimo de 60% de acerto). Os<br />
três melhores colocados para cada vaga são encaminhados<br />
a uma entrevista com os gestores das<br />
áreas em que vão trabalhar, para a seleção final.<br />
O estágio tem duração de dez meses, com<br />
meia jornada de trabalho de segunda a sexta. A<br />
Empresa fornece vale-transporte e mais 1,4 salário<br />
mínimo aos estudantes de curso superior. Os<br />
estudantes do nível técnico recebem 1,1 salário<br />
Jovens universitários e do ensino médio técnico participaram do programa Primeira Energia em busca de experiência e<br />
oportunidades dentro da <strong>Cemig</strong><br />
Ao todo, 379 jovens receberam informações sobre comportamento e políticas empresariais<br />
mínimo. As áreas de engenharia, direito, administração<br />
de empresas, ciências contábeis e tecnologia<br />
da informação (TI) são as maiores ofertadoras<br />
de estágios.<br />
O programa é uma via de mão dupla: o jovem<br />
leva para a empresa as novidades e o conhecimento<br />
que está vendo na sala de aula e carrega<br />
consigo um pouco da experiência da <strong>Cemig</strong>. “É<br />
uma oportunidade de ele ter mais segurança<br />
em relação à sua escolha profissional e de descobrir<br />
um ramo em que deseja se especializar”,<br />
diz Adriana.<br />
O estudante de Publicidade e Propaganda<br />
Gabriel Felipe Cotta Cirino, de 21 anos, fez estágio<br />
na Comunicação da <strong>Cemig</strong>. Entre as suas<br />
tarefas, está o desenvolvimento de peças como<br />
folders e banners. “A oportunidade de aprendizado<br />
é muito grande e me motiva. O contato com<br />
outros profissionais aprimora minhas técnicas”,<br />
diz o estagiário. Ele acredita que a experiência na<br />
<strong>Cemig</strong> abrirá outras portas no mercado publicitário.<br />
“Afinal, vou sair daqui quase profissional.”<br />
Por ser a <strong>Cemig</strong> empresa de economia mista,<br />
estagiários só passam a empregados se forem<br />
aprovados em concurso público. “Mesmo assim,<br />
o estágio é importante para eles, pois a força da<br />
marca enriquece o currículo. A experiência profissional<br />
é riquíssima”, reforça Adriana. Isso porque<br />
eles trabalham em uma área relacionada à sua<br />
formação e têm a oportunidade de contribuir,<br />
dar ideias e participar da elaboração de projetos.<br />
“A passagem dos estudantes pela <strong>Cemig</strong> é<br />
muito positiva”, diz Silva, o analista do IEL. “Percebemos<br />
a vontade dos jovens em participar pela<br />
oportunidade de experiência e aprendizado, não<br />
só pelo retorno financeiro. Afinal, o estágio da<br />
<strong>Cemig</strong> é voltado ao desenvolvimento dos estudantes”,<br />
acrescenta.<br />
Como participar do programa de estágio da <strong>Cemig</strong><br />
Ensino médio técnico: o candidato precisa ter, no mínimo, 16 anos (até o fim do período de<br />
inscrição), ser matriculado e frequente em instituições de ensino técnico credenciadas pelo MEC.<br />
Ensino superior: o candidato precisa ter 18 anos completos, ser matriculado e frequente em<br />
instituição de ensino superior credenciada pelo MEC e com previsão de formatura entre dezembro<br />
do ano em que estiver fazendo o estágio e dezembro do ano seguinte.<br />
O interessado só pode concorrer às vagas da cidade onde mora.<br />
<strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012<br />
7
INSTITUCIONAL<br />
VOLUNTARIADO<br />
A atitude é<br />
nobre<br />
e custa pouco<br />
Empregados da <strong>Cemig</strong><br />
contribuem com o Fundo da<br />
Infância e da Adolescência<br />
através do Programa AI6%<br />
O sociólogo Herbert de Souza, o “Betinho”,<br />
referência por desenvolver ações no<br />
combate à fome e pela vida, afirmava que<br />
“só a participação cidadã é capaz de mudar<br />
o País”. Os empregados da <strong>Cemig</strong>, engajados<br />
no Programa AI6% Formando Cidadãos, sabem<br />
bem a importância disso.<br />
Promovido, há dez anos, pela Associação Intergerencial<br />
da <strong>Cemig</strong>, em parceria com o Projeto<br />
ASIN, o programa incentiva empregados e<br />
aposentados da empresa a repassarem até 6%<br />
do Imposto de Renda Devido ao Fundo da Infância<br />
e Adolescência (FIA). Somente em 2011,<br />
mais de 31 mil crianças e adolescentes, de 218<br />
instituições de Minas Gerais, foram beneficiadas<br />
com cerca de R$ 1,5 milhão.<br />
Crianças do Hospital da<br />
Baleia, em Belo Horizonte,<br />
são beneficiadas por meio<br />
das contribuições destinadas<br />
ao Fundo da Infância e da<br />
Adolescência<br />
Os recursos foram repassados a diversos<br />
projetos que trabalham com ações de proteção<br />
e defesa dos direitos de crianças e jovens<br />
em situação de risco ou vulnerabilidade social.<br />
São iniciativas que visam ao resgate da cultura<br />
(teatro, dança e música), projetos ligados<br />
ao esporte ou à proteção contra a violência, de<br />
combate ao trabalho infantil, profissionalização<br />
dos adolescentes e de orientação, apoio familiar<br />
e aplicação de medidas socioeducativas.<br />
Para Gilberto Lacerda, presidente da AIC, a<br />
seriedade do trabalho vem reforçar o comprometimento<br />
e a força do voluntariado com instituições<br />
que, muitas vezes, têm como único<br />
recurso o repasse de verbas públicas. “O Programa<br />
nos ajuda a ajudar. A atitude é nobre e<br />
não nos custa nada”, enfatiza. Segundo Lacerda,<br />
o programa AI6% viabiliza a sobrevivência<br />
de centenas de projetos, resgatando vidas e a<br />
cidadania, além de promover a inserção social<br />
de crianças e adolescentes, tornando-os agentes<br />
da sua própria história.<br />
http://www.aicemig.com.br<br />
Prazer em colaborar<br />
É com a sensação de dever cumprido que<br />
Sanderson José Pereira, auditor do Programa de<br />
Eficiência Energética da <strong>Cemig</strong>, participa do AI6%<br />
há três anos. “Com essa ação, temos a certeza de<br />
que os impostos estão sendo aplicados em benefício<br />
de uma causa nobre”, diz. Dessa forma, muitas<br />
entidades, que às vezes lutam para manter<br />
o trabalho sem um mantenedor, recebem uma<br />
quantia considerável, que se reverte em melhorias<br />
e conforto para todos os envolvidos.<br />
Em Belo Horizonte, o Hospital da Baleia,<br />
por exemplo, planeja aplicar os R$ 26 mil recebidos,<br />
em 2011, através do FIA. O objetivo é<br />
melhorar a estrutura para acolher pacientes<br />
da pediatria e seus familiares, com a ampliação<br />
da “Hotelaria Hospitalar”. Paulo Carvalho,<br />
gerente de Relações Institucionais do hospital<br />
– instituição referência no atendimento e tratamento<br />
médico a crianças, jovens e adultos<br />
carentes –, afirma que toda a ajuda de parceiros<br />
é revertida em ações de assistência psicológica<br />
(às crianças e às famílias), nutrição e de<br />
conforto hospitalar. “Esses recursos, que vêm<br />
de programas como o AI6%, são fantásticos.<br />
Se toda a população que paga impostos doasse<br />
pelo menos 6% do imposto de renda para<br />
iniciativas sociais, projetos como o nosso teriam<br />
como ir muito mais além.”<br />
Gilberto Lacerda, esclarece: os voluntários,<br />
além de colaboradores, também podem atuar<br />
como padrinhos, acompanhando o trabalho das<br />
instituições, ajudando no auxílio à prestação de<br />
contas, conferindo como os recursos estão sendo<br />
aplicados e trabalhando como voluntários<br />
junto às causas.<br />
Sanderson, colaborador da <strong>Cemig</strong> (segundo da esquerda para direita), além de contribuir com o<br />
AI6%, participa como voluntário nos trabalhos da Fazenda Rosário<br />
8 Universo <strong>Cemig</strong><br />
<strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012 9<br />
Tama Vallen<br />
Fotos: Divulgação Hospital da Baleia
CAPA<br />
mar<br />
E o sertão virou<br />
Campeonato nacional de vela em Três Marias (MG) surpreendeu<br />
até atletas experientes com número recorde de competidores<br />
O reservatório da Hidrelétrica de Três<br />
Marias (região Central de Minas) completa<br />
50 anos em julho, mas ainda era inédito<br />
como palco de certames nacionais. Em<br />
janeiro, recebeu velejadores de todo o País<br />
para participar do Campeonato Brasileiro<br />
da Classe Laser. Em 36 das 37 edições anteriores,<br />
o palco havia sido as águas salgadas<br />
da costa. No 38º campeonato nacional da<br />
categoria, os atletas descobriram as delícias,<br />
mas também os segredos, de velejar<br />
nos ventos do “doce mar de Minas”, como é<br />
chamado o lago pelos nativos. A paisagem<br />
que inspira os velejadores de hoje está<br />
muito diferente da região descrita pelo escritor<br />
Guimarães Rosa, no livro Grande Sertão:<br />
Veredas, um dos mais importantes da<br />
literatura mundial.<br />
No início do ano, a cidade de Três Marias<br />
provou que lagos e represas do interior<br />
do Brasil têm potencial para atrair as competições<br />
náuticas, mais comuns no litoral.<br />
Ainda mais quando se trata de uma das dez<br />
maiores represas do País em área, sete vezes<br />
maior do que a Baía de Guanabara, no<br />
Rio de <strong>Janeiro</strong>, com 21 bilhões de metros<br />
cúbicos de volume de água. “Três Marias é<br />
um lugar muito especial para o esporte. Os<br />
pioneiros da vela de Brasília descobriram a<br />
represa nos anos 1970 e, desde então, ficou<br />
essa imagem de que o lugar é muito bom<br />
para velejar”, contou Lars Grael.<br />
Organizado pela Associação Brasileira<br />
de Classe Laser (ABCL), em parceria com a<br />
Prefeitura Municipal e a <strong>Cemig</strong> – que, com<br />
a Votorantim Metais, ainda patrocinou a<br />
competição –, o evento recebeu cerca de<br />
180 velejadores de 13 Estados, que competiram<br />
em três categorias: radial, standard e<br />
4.7 (confira os resultados e as pontuações<br />
entre as etapas no site da ABCL). Todas as<br />
etapas serviram de seletiva para o Mundial<br />
da Classe Laser.<br />
No primeiro dia de provas, o Campeonato<br />
contou com 104 participantes inscritos,<br />
na categoria radial masculino e feminino.<br />
Uma parte dos atletas também participou<br />
das outras regatas, que, juntas, tiveram 160<br />
concorrentes, todos na categoria masculino,<br />
totalizando 264 embarcações. Um recorde!<br />
O secretário da ABCL, José Carlos Reis,<br />
explica que, pela primeira vez, foram mais<br />
de 100 barcos só na radial, que geralmente<br />
recebe cerca de 50. “Na edição passada,<br />
em Florianópolis (SC), cidade considerada<br />
centro de excelência do iatismo brasileiro,<br />
somando as três categorias, tivemos 104<br />
embarcações”, avaliou.<br />
O grande número de concorrentes foi um<br />
desafio a mais, além das características peculiares<br />
de uma regata em represa. O catarinense<br />
Mário Mazzafero, o campeão da radial, resume<br />
as principais dificuldades de Três Marias:<br />
“É uma raia muito difícil, com muita rajada,<br />
www.lazer.org.br<br />
Pela primeira vez,<br />
o reservatório da<br />
Hidrelétrica de<br />
Três Marias recebe<br />
o Campeonato<br />
Brasileiro da Classe<br />
Laser, que registrou<br />
um número recorde<br />
de competidores<br />
10 Universo <strong>Cemig</strong><br />
<strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012<br />
Fotos: Viviane Ramos / Pedro Fonseca<br />
11
José Carlos, da ABCL, diz que a competição divulgou Três<br />
Marias para velejadores de vários países<br />
pouco vento e muito sol. Foi bem cansativo, mas<br />
aproveitamos e ganhamos. A concorrência é forte,<br />
mas a gente treina para isso.”<br />
Ineditismo<br />
Sediar o 38º Campeonato Brasileiro de Classe Laser<br />
foi algo inédito e um marco histórico para Três<br />
Marias. Pela primeira vez, ela recebeu uma competição<br />
nacional de iatismo desse porte. O evento também<br />
estreou em reservatório de usina hidrelétrica.<br />
Em 2008 e 2010, o lago sediou o Campeonato Centro-Oeste<br />
de Classe Laser e, em 2009, o Campeonato<br />
Mineiro da Classe Laser Standard. “O Projeto Versol<br />
(saiba mais no final da matéria), que forma novos<br />
velejadores, foi fundamental para que o lago fosse<br />
reconhecido como um local de prática desse esporte<br />
e de realização de competições”, diz Luiz Henrique<br />
Michalick, diretor de Relações Institucionais e Comunicação<br />
da <strong>Cemig</strong>.<br />
As diferenças entre praticar o esporte no mar e<br />
em lagos e represas são várias e impactam diretamente<br />
a técnica e a estratégia adotadas. O paulista<br />
João Augusto Hackerott, ouro nos Jogos Sul-Americanos<br />
de Praia, campeão no ranking da ABCL e 5º lu-<br />
Durante o Campeonato de Vela, o Tiro de Canoa mostrou<br />
um pouco das tradições do pescador do São Francisco<br />
gar na categoria standard em Três Marias, veleja em<br />
represas desde a infância. “Neste ambiente, a navegação<br />
é bastante distinta, e a parte tática é mais<br />
difícil”, diz João. “A água doce é menos densa que a<br />
do mar, faz o barco afundar mais e sua movimentação<br />
ficar diferente. Como o vento nas montanhas é<br />
inconstante, navegar fica mais imprevisível, e a complexidade<br />
tática aumenta. Vira um jogo de xadrez.”<br />
A irmã de João, Maria Altimira, foi a campeã da radial<br />
feminino em Três Marias. Para ela, o pouco vento<br />
elevou o nível técnico da prova. “Já estou acostumada<br />
a velejar sem ondas. Quanto mais fraco o vento,<br />
maior deve ser a atenção. Foi preciso muita técnica.<br />
Mexi nas regulagens o tempo inteiro”, relata.<br />
Desafio<br />
A interiorização de competições náuticas é<br />
possível, porém, na opinião dos velejadores, é<br />
um desafio. João Hackerott acha a iniciativa importante,<br />
mas ainda dependente de apoio. “Levar<br />
esse tipo de campeonato para o interior do País é<br />
interessante porque promove o esporte em lugares<br />
pouco difundidos, fomenta sua prática nessas<br />
regiões e possibilita aos atletas conhecer novos<br />
locais para velejar”, avalia. Para ele, é preciso incentivo<br />
a fim de conseguir levar um bom número<br />
de atletas às competições no interior. “Em Três<br />
Marias, o patrocínio e apoio que o evento recebeu<br />
foram muito importantes.”<br />
Reis, da ABCL, reforça: “A Prefeitura entrou<br />
com a logística; a <strong>Cemig</strong> e a Votorantim, com o<br />
patrocínio; e nós, com a experiência na organização<br />
do evento. Funcionou tudo muito bem, e estamos<br />
impressionados com a estrutura montada<br />
para o campeonato.”<br />
Fomento ao turismo e à economia<br />
Esportes náuticos e turismo sempre estiveram<br />
muito ligados e têm ganhado força em<br />
Três Marias. “Nosso lago, por si só, é um grande<br />
atrativo para turistas e praticantes da vela”, diz o<br />
secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico,<br />
Esporte e Turismo, Elias de Assis Oliveira.<br />
“Com águas de boa temperatura e bons ventos,<br />
ele é adequado à navegação. A orla, além de local<br />
propício às atividades de lazer, é também perfeita<br />
para contemplar as regatas.”<br />
Todos esses aspectos se tornam mais visíveis<br />
quando a represa é palco de uma competição<br />
capaz de atrair velejadores e a imprensa de<br />
todo o Brasil e, ainda, é classificatória para os<br />
mundiais de vela. Para a ABCL, Três Marias nunca<br />
mais será a mesma. “Ela já se tornou conhecida<br />
no Brasil e no exterior, pois muita gente acompanhou<br />
os resultados do Campeonato por meio<br />
do site da ABCL,” diz Reis. Durante o evento, a<br />
página eletrônica da associação recebeu mais de<br />
4.300 acessos de interessados em acompanhar o<br />
ranking brasileiro.<br />
Além dos visitantes virtuais, a cidade recebeu<br />
cerca de 3 mil visitantes por dia, durante a competição,<br />
segundo dados da Prefeitura. “As pessoas<br />
passam a conhecer melhor o lago e a cidade,<br />
aumentando o fluxo de turistas e movimentando<br />
Elias de Assis Oliveira acredita que o reservatório de Três Marias<br />
tem grande potencial para sediar eventos de esportes náuticos<br />
Para José Arnaldo, incluir o Tiro de Canoa no Brasileiro de<br />
Vela valorizou a figura do pescador<br />
a economia local. Uma competição náutica desse<br />
porte fortalece o turismo esportivo na região e<br />
divulga Três Marias como destino”, comemora o<br />
secretário Elias.<br />
De acordo com Reis, da ABCL, boa parte dos<br />
velejadores são jovens em férias que, com a família,<br />
aproveitam para fazer turismo. “Minas<br />
Gerais tem muitos destinos turísticos ainda não<br />
explorados por esse público, acostumado a viajar<br />
ao litoral. Assim, o turismo fomenta o campeonato<br />
e vice-versa.”<br />
E os atletas aproveitaram o tempo livre que<br />
tiveram para conhecer os principais atrativos da<br />
cidade, entre eles, a Hidrelétrica de Três Marias. A<br />
<strong>Cemig</strong> promoveu uma visita guiada à usina, que<br />
contou com a presença de mais de cem pessoas,<br />
entre velejadores e acompanhantes.<br />
Resgate da tradição ribeirinha<br />
O campeonato também abriu espaço para<br />
um tipo de embarcação e uma figura social que<br />
marcam a história da região. Os pescadores do<br />
“Velho Chico” fizeram a diferença nessa 38ª edição<br />
do evento e despertaram a curiosidade dos<br />
velejadores profissionais com o 4º Tiro de Canoa.<br />
12 Universo <strong>Cemig</strong> <strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012 13
De acordo com José Arnaldo Alves da Paz, coordenador<br />
da competição, cerca de 50 pescadores<br />
– do distrito de Barra do Guaicuí (município de Várzea<br />
da Palma) e das cidades de Pirapora, Buritizeiro,<br />
São Gonçalo do Abaeté e Três Marias, todas localizadas<br />
às margens do São Francisco – disputaram o<br />
título de remador mais veloz da região. “O objetivo<br />
é resgatar a história e as tradições do pescador do<br />
Rio São Francisco, que surgiu a bordo da canoa a<br />
remo, feita de madeira, artesanalmente, e utilizada<br />
na atividade. Incluí-la no Brasileiro de Vela foi uma<br />
forma de valorizá-los e reconhecer um esporte<br />
que é só deles.” Segundo José Arnaldo, graças aos<br />
financiamentos do governo federal, os pequenos<br />
pescadores puderam adquirir embarcações mais<br />
modernas, com motor. “Trata-se de uma evolução<br />
natural. A valorização do pescado do São Francisco<br />
e o aumento do consumo ajudaram a melhorar as<br />
condições de vida desse trabalhador.”<br />
O Tiro de Canoa foi criado pela <strong>Cemig</strong> e a Prefeitura<br />
de Três Marias em 2008 e promovido também em<br />
2009 e 2011. Ele motiva a socialização e a integração<br />
entre as colônias de pescadores locais. “Além disso,<br />
levamos a essas comunidades mais conhecimentos<br />
e a conscientização com relação à preservação<br />
do meio ambiente. Os pescadores são muito importantes<br />
para o rio, e a competição também visa<br />
aproximá-los da Polícia Ambiental, Marinha do Brasil<br />
e Corpo de Bombeiros, melhorando a convivência<br />
com esses órgãos”, frisa o coordenador da prova.<br />
Os ventos sopram para todos<br />
A <strong>Cemig</strong>, em parceria com a Prefeitura de Três<br />
Marias e o Instituto Rumo Náutico, dos irmãos<br />
Grael, mostra que os esportes náuticos podem ser<br />
elementos de transformação social. Em entrevista,<br />
Lars Grael contou um pouco dessa história. “A Prefeitura<br />
resolveu dinamizar a região e desenvolver o<br />
turismo e a economia local por meio da represa e<br />
dos esportes náuticos. Procurou, então, sua grande<br />
parceira estratégica, a <strong>Cemig</strong>. Ela encomendou<br />
um projeto de inclusão social para a cidade, de vela<br />
e canoagem, ao Projeto Grael, do Instituto Rumo<br />
Náutico”, lembrou.<br />
Foi assim que surgiu o Projeto Versol. Segundo<br />
Lars, esse foi um grande passo para trazer à<br />
região importantes competições, como o Brasileiro<br />
de Classe Laser, a maior classe olímpica<br />
e pan-americana em conquistas para o Brasil.<br />
Hoje, a prática do esporte tem crescido cada vez<br />
mais na cidade e nos distritos da área rural.<br />
No Versol, são oferecidas 150 vagas por semestre,<br />
para crianças e adolescentes, de ambos<br />
os sexos, de 9 a 24 anos, alunos da rede pública<br />
de ensino. “A iniciativa agrega na formação<br />
dessas crianças e jovens, eleva a autoestima,<br />
desenvolve a disciplina, a capacidade de organização,<br />
de planejamento, de convivência social e<br />
a sintonia e o respeito à natureza”, constata o<br />
secretário Elias. Os participantes recebem aulas<br />
de vela, remo, caiaque, natação, vôlei e outros<br />
esportes e praticam atividades lúdicas. Também<br />
aprendem sobre mecânica náutica, noções<br />
climáticas, ecoturismo e biologia. Os primeiros<br />
resultados já puderam ser vistos durante o 38º<br />
Campeonato Brasileiro de Classe Laser. A equipe<br />
da Secretaria Municipal de Turismo foi formada<br />
por três atletas do Projeto Versol: o aluno Lucas<br />
Rocha Chaves e os instrutores Anderson Alves<br />
Lopes e Heuler Leone Rocha.<br />
O Brasileiro de Vela de Três Marias recebeu um total de 264<br />
embarcações e 180 velejadores de 13 Estados<br />
Magnus Possas<br />
<strong>Cemig</strong><br />
preparada<br />
para períodos<br />
chuvosos<br />
Investimentos no sistema elétrico e<br />
capacitação das equipes garantem o<br />
fornecimento de energia elétrica<br />
Todos os anos, a <strong>Cemig</strong> se prepara para continuar<br />
fornecendo energia elétrica à sociedade,<br />
com segurança e eficiência, superando as adversidades<br />
trazidas pelas condições atmosféricas<br />
típicas do verão. Tempestades, ventos e<br />
raios costumam, nessa época do ano, trazer<br />
transtornos à vida nas cidades.<br />
O Plano Verão estabelece estratégias<br />
especiais de atendimento em toda Minas<br />
Gerais, reforçando o estado de alerta disponibilizado<br />
por 24 horas, nos 365 dias do ano.<br />
Este fato, aliado às demais iniciativas que<br />
acontecem ao longo do ano, foi decisivo<br />
para que a sociedade mineira tivesse<br />
a continuidade do fornecimento de<br />
energia elétrica e, em caso de interrupção,<br />
contou com o empenho<br />
incondicional (ver box) das equipes<br />
para que o restabelecimento<br />
acontecesse no menor tempo<br />
possível, observando rigorosamente<br />
as condições de segurança<br />
da população, das equipes e<br />
do sistema elétrico.<br />
Há mais de cem anos não<br />
chovia tanto na capital, e mais<br />
de uma centena de cidades<br />
sofreram inundações severas.<br />
Outras tantas tiveram índices<br />
pluviométricos muito acima da<br />
média histórica verificada.<br />
ATENDIMENTO<br />
Profissionais se prepararam para o Plano Verão, que<br />
prevê estratégias especiais em casos de emergência<br />
14 Universo <strong>Cemig</strong><br />
<strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012 15<br />
Fotos: Arquivo <strong>Cemig</strong>
A equipe foi capacidata e treinada para conter os problemas<br />
causados pelas situações climáticas adversas<br />
Em Contagem, por exemplo, os fortes ventos<br />
provocados pela tempestade da tarde do dia 29 de<br />
dezembro passado derrubaram 38 postes e toda a<br />
rede elétrica sustentada por eles. “Graças ao empenho<br />
e capacitação das equipes, que têm treinamento<br />
especial para atuar em condições críticas<br />
como aquelas, o restabelecimento aconteceu em<br />
tempo recorde. Na tarde do dia 30, a energia já estava<br />
disponível nas casas da região”, lembra o diretor<br />
de Distribuição e Comercialização da <strong>Cemig</strong>,<br />
José Carlos de Mattos.<br />
Aliada à constante capacitação das equipes, a<br />
Empresa investe continuamente em equipamentos,<br />
veículos e ferramentas compatíveis com os desafios<br />
enfrentados em qualquer situação.<br />
Apenas em 2011, foram investidos R$ 24 milhões<br />
na aquisição de veículos e ferramentas de última<br />
geração. Esta evolução tecnológica contempla uma<br />
ergonomia mais compatível com a realização das<br />
atividades, propiciando condições de trabalho mais<br />
seguras e melhores resultados. Também foram<br />
adquiridos cerca de dois mil novos equipamentos,<br />
mais de 300 veículos operacionais, automatizando<br />
funções e maximizando esforços com o objetivo de<br />
elevar o patamar de qualidade aos mais de sete milhões<br />
de consumidores da <strong>Cemig</strong>.<br />
O conjunto de iniciativas possibilitou uma redução<br />
de 12,5% no tempo médio de atendimento.<br />
A produtividade das equipes aumentou em mais<br />
de 11%. Esses resultados se alinham às determinações<br />
da Agência Nacional de Energia Elétrica<br />
(Aneel), responsável pela regulação dos serviços,<br />
que exige das concessionárias de energia elétrica<br />
atendimentos com cada vez mais qualidade e<br />
eficiência na aplicação dos recursos oriundos das<br />
tarifas pagas pelos usuários destes serviços, aliada<br />
à expansão do sistema elétrico, rumo à universalização<br />
do atendimento.<br />
Nem tudo pode ser planejado<br />
Por mais que a Empresa invista em infraestrutura,<br />
com a natureza ela trabalha com imprevistos. A<br />
<strong>Cemig</strong> conta com a maior rede elétrica da América<br />
Latina, distribuída em 480 mil quilômetros de redes<br />
construídas, 4,65 milhões de postes e 735 mil transformadores.<br />
“Para melhor compreensão desses<br />
números, costumamos compará-los àqueles que<br />
representam o nosso Planeta. As redes destinadas<br />
a atender os mais de sete milhões de consumidores<br />
da <strong>Cemig</strong> seriam suficientes para dar 12 voltas ao<br />
redor da Terra”, comenta o diretor.<br />
Essas redes são construídas nos espaços urbanos<br />
e convivem com as árvores. O padrão tecnológico<br />
de construção de redes evoluiu para que a<br />
convivência seja cada vez mais harmoniosa entre<br />
fios e arborização urbana. Entretanto, 35% dos<br />
desligamentos ainda são provocados por contatos<br />
acidentais de galhos com os fios e também por árvores<br />
que caem inteiras sobre a rede, provocando o<br />
rompimento dos cabos.<br />
Quedas de árvores acontecem, na maioria das<br />
vezes, devido ao comprometimento de sua estrutura<br />
vital. Para prevenir tais ocorrências em Belo<br />
Horizonte, a <strong>Cemig</strong>, em parceria com a Prefeitura,<br />
realiza um trabalho voltado ao manejo das árvores<br />
no espaço urbano, através do Programa Premiar.<br />
A iniciativa identificou 280 mil árvores em condições<br />
que ofereciam riscos à população, com<br />
probabilidade de queda. Essas árvores, uma<br />
vez identificadas, são removidas e substituídas.<br />
“Hoje, a quantidade plantada supera a retirada”,<br />
informa José Carlos de Mattos. Além de renovar<br />
o plantio, as espécies são alteradas, buscando<br />
mais adequação ao espaço urbano.<br />
“Em Belo Horizonte, ainda convivemos com<br />
mais de três abalroamentos em postes por dia. O<br />
restabelecimento nessas situações tende a ser mais<br />
demorado, pois exige a remoção e substituição dos<br />
postes e a recomposição de cabos arrebentados com<br />
o impacto. Nestes casos, não temos ações que impeçam<br />
essas ocorrências”, afirma Mattos.<br />
Conforme o diretor, esforços e investimentos<br />
são direcionados para que nunca falte energia<br />
elétrica aos consumidores. Entretanto, de acordo<br />
com o superintendente de Operação da Distribuição,<br />
Danilo Gusmão, quando, inevitavelmen-<br />
Esforço que faz a diferença<br />
Nos piores dias das tormentas do verão,<br />
eletricistas e demais profissionais da<br />
<strong>Cemig</strong>, em todo o Estado, mostraram competência,<br />
determinação e engajamento ao<br />
enfrentar situações críticas com as quais<br />
depararam. Confira os relatos de alguns<br />
desses profissionais atuando em condições<br />
tão adversas.<br />
Na região de Januária, no Norte de Minas,<br />
Antonio Helder Guedes de Sousa e seu<br />
irmão, também eletricista, Hélio Guedes de<br />
Souza, fizeram o atendimento utilizando<br />
um bote a remo, pois as condições não permitiram<br />
que o motor fosse ligado. Foi difícil,<br />
mas chegaram lá!<br />
Em Juiz de Fora, um poste caiu sobre um<br />
ônibus. Graças aos conhecimentos sobre<br />
circuitos, o técnico Moisés Sebastião Lima,<br />
que trabalha no Centro de Operação da<br />
te, ocorre a interrupção, o compromisso se volta<br />
inteiramente ao restabelecimento por meio das<br />
medidas corretivas. “Usufruímos da automação<br />
implementada. Nossas equipes do Centro de Operação<br />
da Distribuição, com manobras realizadas a<br />
distância, isolam rapidamente a área com defeito<br />
e restabelecem o fornecimento aos consumidores<br />
não afetados diretamente pelo problema”, esclarece<br />
o superintendente.<br />
Distribuição, em Belo Horizonte, atendeu<br />
rapidamente a sociedade, interrompendo a<br />
energia e abrindo os alimentadores da Usina<br />
Marmelos, também na Zona da Mata. Já<br />
em Presidente Bernardes, na mesma região,<br />
João Bosco da Silva Lourenço decidiu atravessar<br />
uma área alagada com o veículo que<br />
dirigia e o deixou em local seguro. Depois<br />
de carregar, a pé, 20 quilos de equipamentos,<br />
por cerca de dois quilômetros de pastos<br />
e matas, restabeleceu a energia na região.<br />
Em Conselheiro Lafaiete, Júlio César Albino<br />
Reis, José Rui Pereira e equipe, mesmo com<br />
as cheias do Rio Bananeiras, evitaram que 25<br />
mil consumidores da região ficassem sem<br />
energia por um longo tempo ao desviarem o<br />
circuito de alimentação principal da cidade.<br />
Ivair Silva, Gelber Gualberto Moreira<br />
e outros cinco eletricistas, seguindo procedimentos<br />
simulados em maio do ano<br />
passado, impediram graves prejuízos para<br />
a Empresa ao desativarem a Subestação<br />
da Usina de Gafanhoto, em Divinópolis, na<br />
região Oeste do Estado, antes que a área<br />
onde os equipamentos mais sensíveis estavam<br />
fosse inundada.<br />
Em Brumadinho, na Região Metropolitana<br />
de Belo Horizonte, o eletricista Elismar<br />
Rezende Damaso deixou sua folga de lado e<br />
seu filho de cinco anos com a vizinha, para<br />
atender a população. Em dupla com José<br />
Cláudio de Bessa, ele desligou as redes que<br />
traziam riscos aos consumidores e ainda garantiu<br />
o fornecimento de energia a uma escola<br />
onde os desabrigados foram instalados.<br />
16 Universo <strong>Cemig</strong> <strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012<br />
Eugênio Pacelli<br />
Moisés foi capaz de resolver uma emergência em Juiz<br />
de Fora com agilidade e competência<br />
17
NEGÓCIOS<br />
Divulgação Ceasa Minas<br />
Novos ares<br />
para a Efficientia<br />
Sudsidiária se prepara para alçar voos mais altos,<br />
provando que projetos de eficiência energética são<br />
um grande negócio para empresas e meio ambiente<br />
A Efficientia, subsidiária integral do Grupo<br />
<strong>Cemig</strong>, vai mudar o modelo de negócios para<br />
potencializar seu crescimento, mesmo com o<br />
faturamento crescendo, ano a ano, a taxas bem<br />
razoáveis. Atualmente, só não cresce mais devido<br />
às limitações de acesso da empresa a linhas<br />
de financiamento. Contudo, isso deve mudar.<br />
“Planejamos alçar voos maiores”, anuncia Cláudio<br />
de Oliveira Franco Latorre, superintendente-geral<br />
da Efficientia.<br />
O mercado potencial é enorme: as empresas<br />
querem reduzir o consumo de energia e os custos<br />
de produção, buscando maior competitividade.<br />
Essa é a especialidade da Efficientia, que<br />
presta serviços para implantação de projetos de<br />
eficiência energética, tendo Minas Gerais como<br />
o seu principal mercado. As empresas atendidas<br />
podem utilizar os recursos do Programa de Eficiência<br />
Energética da <strong>Cemig</strong>, na modalidade de<br />
contratos de desempenho, regulamentados pela<br />
Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel.<br />
“A Efficientia irá ampliar seus horizontes,<br />
buscando viabilizar outros modelos de negócios<br />
via parcerias”, diz Latorre. A ideia é atuar<br />
minoritariamente em Sociedades de Propósito<br />
Específico (SPEs), participando de projetos e<br />
negócios previamente analisados e autorizados<br />
pela Diretoria Executiva, como forma de<br />
ganhar maior agilidade e maximizar os resultados<br />
da empresa. “Além das áreas atuais,<br />
passaremos a gerir projetos da linha conhecida<br />
por utilities: ar comprimido, água gelada,<br />
água quente, vapor e CO2 (dióxido de carbono),<br />
entre outros.”<br />
Essência<br />
Atualmente, a principal fonte de recursos para<br />
a eficiência energética vem da obrigação legal de<br />
aplicação de 0,5% da Receita Operacional Líquida<br />
(ROL) das distribuidoras de energia elétrica. Na<br />
<strong>Cemig</strong>, pelo menos 60% desses recursos são aplicados<br />
em projetos voltados para consumidores<br />
LED na Ceasa<br />
Um dos mais recentes projetos da Efficientia<br />
foi aprovado pelas Centrais de Abastecimento<br />
de Minas Gerais S.A., a Ceasa. A empresa<br />
vai trocar, ao custo de R$ 6,1 milhões, 15 mil<br />
lâmpadas convencionais pelas de LED, muito<br />
mais modernas e econômicas. A economia<br />
será de 3 mil MWh/ano. Além disso, haverá a<br />
retirada diária de 800 kW no horário de ponta<br />
(entre 17 e 21 horas). A Ceasa pagará a conta em<br />
cinco anos só com a economia gerada.<br />
atendidos em tarifa social, a fundo perdido. O<br />
restante é direcionado para projetos de eficiência<br />
energética em clientes da iniciativa privada,<br />
via contratos de desempenho.<br />
A Efficientia coloca à disposição desses<br />
clientes, para garantir o sucesso da implantação<br />
dos projetos e dos resultados previstos,<br />
serviços de engenharia especializada e<br />
de elevado valor agregado, sendo remunerada<br />
pelo sucesso do empreendimento.<br />
Mas a <strong>Cemig</strong> só aceita o projeto se, para<br />
cada 80 centavos que investir, houver um<br />
benefício de pelo menos 1 real. O grande<br />
apelo para o cliente é o não desembolso de<br />
recursos do próprio caixa: a <strong>Cemig</strong> entra<br />
com 100% dos recursos necessários. E ele<br />
paga à <strong>Cemig</strong> com a economia de energia<br />
proporcionada pelo projeto. Geralmente, o<br />
retorno se dá em até 60 meses.<br />
Para a <strong>Cemig</strong>, o apelo está relacionado<br />
à sustentabilidade: a economia de energia<br />
reduz a emissão de gases causadores do<br />
efeito estufa, por meio do não acionamento<br />
das usinas térmicas nos horários de pico do<br />
consumo de energia pelo sistema elétrico. É<br />
a Efficientia cumprindo seu papel para que a<br />
<strong>Cemig</strong> continue a integrar o Índice Dow Jones<br />
de Sustentabilidade, desde a sua criação, há 12<br />
anos, de forma consecutiva e exclusiva dentre<br />
as empresas de energia da América Latina.<br />
O que é a Efficientia<br />
Faturamento em 2011: R$ 13 milhões<br />
Número de funcionários: 21<br />
Número de contratos: 45<br />
Economia de energia até 2011:<br />
110.000 MWh/ano, o suficiente<br />
para suprir uma cidade de até<br />
240.000 habitantes<br />
Graças a essa economia, 30.930<br />
toneladas de CO2 equivalente deixaram<br />
de ser lançadas na atmosfera<br />
Alguns clientes: Usiminas, Saint-Gobain,<br />
ArcelorMittal<br />
18 Universo <strong>Cemig</strong> <strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012 19
SUSTENTABILIDADE<br />
A energia que vem do<br />
lixo<br />
Poucas pessoas sabem, mas o lixo produzido<br />
pelos centros urbanos pode se transformar em<br />
energia elétrica. Essa solução ecologicamente correta<br />
é possível com a utilização do biogás – composto<br />
por metano (CH4) e gás carbônico (CO2) –,<br />
produzido através da decomposição do lixo em<br />
aterros sanitários. Em Belo Horizonte, essa geração<br />
de energia verde é realidade desde dezembro<br />
de 2010, quando o Consórcio Horizonte Asja<br />
começou a explorar o aterro sanitário da BR-040<br />
(que liga BH a Brasília), no bairro Jardim Filadélfia,<br />
após vencer uma licitação aberta pela Prefeitura.<br />
O grupo italiano Asja é líder em seu país na produção<br />
de energia por meio de fontes renováveis.<br />
No aterro, desativado em 2007 e onde estão<br />
21 milhões de toneladas de lixo acumuladas há<br />
mais de 20 anos, a Asja instalou uma Estação<br />
de Aproveitamento de Biogás e uma usina termelétrica,<br />
que hoje produz 2.800 MWh por mês<br />
– energia suficiente para abastecer um município<br />
como Diamantina (MG), com cerca de 50 mil<br />
habitantes. Essa energia elétrica, proveniente do<br />
lixo, é enviada para uma subestação da <strong>Cemig</strong>,<br />
que, além de transportá-la por meio de sua rede,<br />
também a comercializa.<br />
Termelétrica instalada no aterro sanitário de<br />
Belo Horizonte usa o biogás para produzir energia<br />
comercializada pela <strong>Cemig</strong><br />
“Compramos a energia da Asja e a revendemos<br />
para os consumidores mineiros no mercado livre,<br />
que são aqueles com demanda de 500 a 3.000<br />
kW, como pequenas indústrias ou comércios de<br />
grande porte (shopping centers)”, explica Marcos<br />
Aurélio Alvarenga, superintendente de Compra e<br />
Venda de Energia no Atacado da <strong>Cemig</strong>. O contrato<br />
de comercialização vai até dezembro de 2014.<br />
No mercado, os consumidores com demanda<br />
acima de 500 kW são classificados como especiais<br />
e podem comprar energia de outro fornecedor<br />
que não seja a distribuidora, desde que seja de<br />
fonte alternativa. No Brasil, por incentivo fiscal do<br />
governo, quem produz e compra a energia verde<br />
do lixo tem desconto de 100% na tarifa de transporte,<br />
exceto nos encargos.<br />
Captação do biogás<br />
O aterro sanitário da capital mineira foi coberto<br />
com uma camada de argila pela Prefeitura e, para<br />
captar o biogás do local, a Asja fez 175 perfurações<br />
no solo. O diretor da Asja no Brasil, Enrico Roveda,<br />
explica que, nessas perfurações, há tubulações e<br />
todas estão conectadas a um grande aspirador,<br />
uma espécie de bomba de sucção, que funciona<br />
como um ventilador ao contrário. “De um lado,<br />
esse aspirador puxa o biogás e, do outro, ele o empurra<br />
para os motores da termelétrica”, diz.<br />
Após ser captado, o biogás é tratado em um<br />
sistema de filtragem e secagem, onde ele perde a<br />
parte úmida (chorume) e vira um gás seco e filtrado.<br />
Em seguida, ele vai direto para as turbinas dos<br />
motores da termelétrica, onde é usado como combustível<br />
para a produção de energia elétrica. Essa<br />
geração de energia via lixo é pioneira em Minas Gerais.<br />
Este ano, a Asja vai inaugurar outra planta em<br />
Uberlândia, no Triângulo (MG).<br />
Do ponto de vista ambiental, o aproveitamento<br />
do biogás do lixo reduz a emissão de CH4<br />
e CO2 na atmosfera, gases do efeito estufa. Isso<br />
permite à Asja obter créditos de carbono, que são<br />
negociados na Bolsa de Valores com países que<br />
precisam reduzir suas emissões de CO2. “Somente<br />
no aterro de BH, evitamos lançar na atmosfera<br />
25 toneladas de CO2 por hora, isso equivale às<br />
emissões de 40 mil carros/hora rodando na cidade”,<br />
exemplifica o diretor Roveda.<br />
Com essa iniciativa, a <strong>Cemig</strong> contribui, também,<br />
para o desenvolvimento sustentável quando,<br />
através da compra de energia, viabiliza fontes<br />
renováveis de geração de eletricidade. “Para a sociedade,<br />
essa é uma maneira de ajudar a reduzir<br />
o efeito estufa, além de dar um tratamento para<br />
o lixo de forma menos agressiva ao meio ambiente”,<br />
diz Marcos Alvarenga.<br />
Assim, a parceria com a Asja contribui para<br />
que a <strong>Cemig</strong> tenha boa classificação nos índices<br />
de sustentabilidade, como o Dow Jones, da Bolsa<br />
de Nova York, e o Índice de Sustentabilidade Empresarial<br />
(ISE), da BM&FBovespa.<br />
Confira alguns<br />
números da<br />
exploração do<br />
biogás no aterro<br />
sanitário de BH:<br />
5 MW é a potência instalada na<br />
termelétrica.<br />
2.800 MWh/mês é a capacidade de<br />
geração da termelétrica.<br />
30 mil residências é a capacidade de<br />
abastecimento com a energia<br />
produzida no aterro.<br />
36.000 MW hora já foram gerados na<br />
termelétrica desde 2010.<br />
A usina termelétrica tem capacidade de abastecer uma<br />
cidade de 50 mil habitantes<br />
Sistema de aproveitamento de Biogás<br />
instalado no aterro sanitário da BR-040<br />
20 Universo <strong>Cemig</strong> <strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012 21<br />
Fotos: Arquivo Asja
FOCO SOCIAL<br />
Além de energia,<br />
cidadania<br />
Junto com a Prodabel, <strong>Cemig</strong> promove a inclusão<br />
digital em comunidades carentes de Belo Horizonte<br />
Maria da Penha Nascimento de Souza, dona<br />
de casa, é moradora do bairro Dom Silvério, região<br />
noroeste da capital mineira. Avó de duas<br />
crianças, ela se recorda de como era a vida na<br />
comunidade antes da chegada da internet por<br />
lá: “Às vezes, as crianças precisavam ir até a<br />
casa de uma sobrinha, em outro bairro, para fazer<br />
uma pesquisa da escola pela internet.”<br />
Agora, graças ao Projeto BH Digital, a realidade<br />
é outra. A partir de uma parceria da <strong>Cemig</strong><br />
Dona Maria da Penha, seus netos e outras<br />
crianças de seu bairro tiveram a vida<br />
facilitada com a chegada do telecentro<br />
– através do Projeto Conviver – com a Empresa<br />
de Informática e Informação do Município de<br />
Belo Horizonte (Prodabel), serão implantados,<br />
até o final deste ano, 27 espaços públicos e comunitários<br />
de inclusão digital, por meio de telecentros.<br />
Eles irão oferecer à população de baixa<br />
renda equipamentos de informática e serviços<br />
de conexão à internet, além da formação de<br />
monitores para atuarem como agentes de inclusão<br />
digital.<br />
Eugênio Pacelli<br />
22 Universo <strong>Cemig</strong> Setembro <strong>Janeiro</strong> - Dezembro/2011 - <strong>Maio</strong>/2012 23<br />
Acip Prodabel<br />
Os netos de Dona Maria da Penha já frequentam<br />
o primeiro telecentro em funcionamento. Ele<br />
foi inaugurado em novembro de 2011, na Regional<br />
Noroeste da capital, beneficiando, aproximadamente,<br />
500 famílias, cerca de 1.500 pessoas dos<br />
bairros Dom Silvério e Beira Linha.<br />
A criação do espaço facilitou e mudou os hábitos<br />
de vida dos moradores. “Não tenho computador<br />
em casa e muito menos condições de pagar<br />
um curso de informática para meus netos. Agora,<br />
diariamente, eles chegam em casa felizes da vida,<br />
contando as novidades do curso de informática”,<br />
comemora dona Maria da Penha. O benefício<br />
também se estende aos adultos: “Antigamente,<br />
era uma dificuldade. Agora que temos acesso à<br />
internet, nós podemos até imprimir a segunda via<br />
da conta de luz quando necessário.”<br />
Segundo Ronaldo Lucas Queiroz, um dos coordenadores<br />
do Projeto Conviver da <strong>Cemig</strong>, o<br />
envolvimento da empresa na iniciativa reforça<br />
seu compromisso com a responsabilidade social.<br />
“A nossa missão é levar às pessoas muito mais<br />
que energia. Queremos contribuir para o desen-<br />
O telecentro do bairro Dom Silvério beneficia cerca de 1.500 pessoas com acesso à internet<br />
volvimento e o resgate da cidadania”, diz. Os<br />
telecentros vão proporcionar a inclusão digital<br />
da população de baixa renda, ajudando as pessoas<br />
a descobrir um mundo de oportunidades<br />
e estimulando, ainda, a pesquisa e a busca do<br />
conhecimento.<br />
Parceria que gera cidadania<br />
A criação dos telecentros surgiu de demandas<br />
das comunidades durante os levantamen-<br />
tos dos trabalhos de eficiência energética,<br />
desenvolvidos pelo Projeto Conviver. Ronaldo<br />
Lucas afirma que a Empresa identificou a realidade,<br />
as potencialidades e, sobretudo, as necessidades<br />
dessas pessoas. “Dentre elas, estava o<br />
desejo da criação de centros de inclusão digital<br />
dentro das comunidades”, conta.<br />
A <strong>Cemig</strong>, então, procurou a Prodabel e firmou<br />
uma parceria, doando todo o mobiliário<br />
(547 mesas e 523 cadeiras) para os 27 telecentros,<br />
além de contribuir na promoção de outras<br />
ações. Os mobiliários foram comprados<br />
com recursos obtidos através da venda de<br />
geladeiras descartadas e sucatas – trocadas<br />
em comunidades de baixa renda por eletrodomésticos<br />
novos e eficientes, adquiridos pelo<br />
Projeto Conviver a fim de reduzir o consumo<br />
de energia elétrica.<br />
A Empresa também auxilia na formação de<br />
multiplicadores, que vão trabalhar na gestão<br />
dos telecentros. “Fazemos o papel de facilitador<br />
entre as comunidades e a Prodabel”, diz<br />
Ronaldo Lucas.<br />
Segundo Silvana Veloso, diretora de Inclusão<br />
Digital da Prodabel, essa união reforça<br />
ainda mais a importância das parcerias. “Os<br />
recursos existem, mas a carência da população,<br />
que continua excluída das tecnologias<br />
da comunicação e da informação, ainda é<br />
grande. À medida que os parceiros se juntam,<br />
promovem a qualidade dos programas e facilitam<br />
o investimento dos recursos em prol<br />
das comunidades.”<br />
Arquivo Prodabel
CIRCUITO CEMIG<br />
Certificação Abraceel<br />
A <strong>Cemig</strong> é uma das empresas do mercado<br />
de energia elétrica a ter empregados reconhecidos<br />
pelo Projeto de Certificação de Operadores<br />
do Mercado de Energia Elétrica, promovido pela<br />
Associação Brasileira dos Comercializadores de<br />
Energia (Abraceel), em parceria com a Fundação<br />
para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia<br />
(FDTE), vinculada à Universidade de São<br />
Paulo (USP).<br />
Eduardo Lima Resende e Rodrigo Rezende<br />
Hostt, analistas de relacionamento da <strong>Cemig</strong>,<br />
estão entre os 29 profissionais, atuantes no segmento<br />
de comercialização de energia do País<br />
inteiro, aprovados entre os que participaram do<br />
processo seletivo.<br />
A iniciativa, que é pioneira no Brasil, funciona<br />
como uma espécie de norma ISO e garantirá mais<br />
transparência, profissionalismo e segurança ao<br />
setor. O objetivo é assegurar que o profissional<br />
tenha conhecimento necessário para lidar com<br />
os processos técnicos, legais, regulatórios e operativos,<br />
inerentes à comercialização de energia no<br />
âmbito do mercado livre de energia elétrica. A certificação<br />
tem validade de quatro anos.<br />
Sete vezes reconhecida<br />
Pela sétima vez consecutiva, a <strong>Cemig</strong> foi listada<br />
na carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial<br />
(ISE) da BM&FBovespa. O reconhecimento gera<br />
satisfação e, ao mesmo tempo, significa desafio.<br />
“Uma vez que estamos listados há sete anos, redobramos<br />
os esforços para permanecer na carteira”,<br />
pontua o superintendente de Relações com Investidores,<br />
Antônio Carlos Vélez Braga.<br />
As 182 companhias que detêm as 200 ações<br />
mais líquidas da Bolsa foram convidadas para<br />
participar. Desse total, 54 responderam ao questionário<br />
de avaliação, desenvolvido pelo Centro de<br />
Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio<br />
Vargas (FGV), e apenas 38 foram selecionadas<br />
Rodrigo e Eduardo estão entre os 29 profissionais que receberam<br />
a Certificação de Operadores do Mercado de Energia Elétrica<br />
para compor o índice. O ISE é baseado no conceito<br />
internacional Triple Bottom Line – que avalia, de<br />
forma integrada, elementos ambientais, sociais<br />
e econômico-financeiros. O comportamento do<br />
índice, que, em 2011, teve um desempenho significativamente<br />
melhor que o do Ibovespa, é apurado<br />
em tempo real, ao longo do pregão.<br />
“Desde o início da sua história, pela sua importante<br />
presença nas comunidades em que atua, a<br />
<strong>Cemig</strong> é uma empresa comprometida com a responsabilidade<br />
ambiental e social. O reconhecimento<br />
é motivo de orgulho e nos posiciona, internacionalmente,<br />
como uma opção de investimento<br />
sustentável”, conclui Vélez.<br />
Gláucia Rodrigues<br />
Comunicação de Qualidade<br />
Os serviços prestados pela Superintendência<br />
de Comunicação da <strong>Cemig</strong> foram certificados<br />
com a ISO 9001. A conquista se refere à implantação<br />
do Sistema de Gestão da Qualidade, o que<br />
proporciona melhoria na organização dos processos<br />
– que foram todos identificados e descritos.<br />
Dessa forma, haverá uma reflexão contínua sobre<br />
como melhorar as práticas. “Conseguiremos medir<br />
os resultados das ações planejadas e executadas<br />
pelos profissionais que atuam nos centros<br />
como também conseguiremos perceber a satisfação<br />
do cliente com relação aos nossos serviços”,<br />
explica a superintendente de Comunicação Empresarial,<br />
Tereza Crespo de Rezende.<br />
A certificação foi feita por uma empresa especializada,<br />
a Bureau Veritas Certification (BVC), no<br />
final do ano passado. A BVC informou que a <strong>Cemig</strong><br />
é a única empresa de grande porte que teve os processos<br />
de comunicação interna e institucional certificados<br />
por eles na qualidade empresarial.<br />
Equipe de Comunicação da <strong>Cemig</strong> comemora a<br />
conquista da certificação ISO 9001 do Sistema<br />
de Gestão de Qualidade<br />
24 Universo <strong>Cemig</strong> <strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012 25<br />
Ronaldo Guimarães
26 Universo <strong>Cemig</strong><br />
<strong>Cemig</strong> duas vezes destaque no PNQ<br />
O Grupo <strong>Cemig</strong> foi duas vezes destaque no Prêmio<br />
Nacional da Qualidade (PNQ) de 2011, considerado<br />
o mais importante reconhecimento na área<br />
de gestão no País. Eugênio Pacelli, gerente de Qualidade<br />
e Programas Especiais da <strong>Cemig</strong>, conta que<br />
foram avaliados os resultados em pessoas, clientes,<br />
sociedade e liderança, o dinamismo financeiro<br />
da organização e, principalmente, a interação entre<br />
processos. “Também foram verificados os ditos<br />
fundamentos da excelência, como cultura da inovação,<br />
visão de futuro, geração de valor, valorização<br />
das pessoas, conhecimento sobre o cliente e o<br />
mercado e responsabilidade social”, relata Pacelli.<br />
Em 2010, a <strong>Cemig</strong> D já tinha se classificado como<br />
finalista, uma colocação logo abaixo da premiação<br />
máxima.<br />
A classificação como destaque, obtida em 2011<br />
novamente pela <strong>Cemig</strong> D e também pela <strong>Cemig</strong><br />
GT, significa, por sua vez, o reconhecimento para<br />
as organizações que apresentaram desempenho<br />
elevado no atendimento a um dos critérios de avaliação,<br />
obtendo resultados relevantes para a gestão<br />
do negócio. Dessa forma, a <strong>Cemig</strong> GT, terceiro<br />
maior grupo de geração e transmissão do País, foi<br />
reconhecida no critério Clientes, enquanto a <strong>Cemig</strong><br />
D, maior empresa de distribuição em número<br />
de clientes, obteve o reconhecimento no critério<br />
Processos.<br />
Durante a seleção, as duas empresas se submeteram,<br />
com outras grandes corporações, a uma<br />
análise profunda da gestão. Na primeira fase,<br />
quando foram elaborados relatórios que descrevem<br />
as práticas de gestão, ambas alcançaram a<br />
pontuação necessária para serem visitadas pela<br />
banca examinadora da Fundação Nacional de<br />
Qualidade (FNQ). Os examinadores puderam, então,<br />
confirmar, in loco, a orientação da Empresa e<br />
de seus empregados para a excelência dos processos<br />
envolvidos em uma companhia de distribuição<br />
de grande porte, responsável pela gestão da maior<br />
rede de energia da América Latina, dentre outros<br />
ativos, e pelo fornecimento de energia para mais<br />
de sete milhões de consumidores. Já na <strong>Cemig</strong> GT,<br />
ficou evidenciada a preocupação com os clientes,<br />
que hoje representam mais de 25% do total de<br />
consumidores livres, ou seja, que podem escolher<br />
de qual empresa comprar a energia que vai atender<br />
a suas instalações.<br />
Rubens Chammas, secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão de São Paulo, entrega o reconhecimento de<br />
destaque no PNQ para José Raimundo Dias Fonseca, diretor Comercial (ao centro), e Luiz Henrique de Castro Carvalho (à direita),<br />
diretor de Geração e Transmissão da <strong>Cemig</strong><br />
André Conti<br />
REGIONALISMO<br />
Os encantos da Bahia<br />
Interior baiano esconde maravilhas em sua diversidade e é terra fértil<br />
para muitos e novos empreendimentos<br />
“Esse é o seu clima, ligado<br />
ao passado, fitando o futuro.”<br />
Assim a Bahia, descrita pelo renomado<br />
escritor baiano Jorge<br />
Amado, se apresenta hoje ao<br />
resto do Brasil. Um Estado de<br />
oportunidades, de desenvolvimento,<br />
de turismo e cultura.<br />
Quando falamos em Bahia, as<br />
atenções tendem a se voltar para<br />
as belas praias e a claridade do sol<br />
do litoral – Salvador, Ilhéus, Itacaré,<br />
Porto Seguro, Arraial D’Ajuda<br />
e Prado, dentre outras –, e as maravilhas<br />
do interior acabam sendo<br />
ofuscadas. Mas suas belezas<br />
naturais também merecem destaque,<br />
dentre elas, o Parque Nacional<br />
da Chapada Diamantina,<br />
criado em 1985.<br />
Do tempo em que já se<br />
escrevia Bahia com h<br />
A história da Chapada Diamantina<br />
acontece, simultaneamente,<br />
à da colonização do Brasil.<br />
A região pode ser considerada um<br />
dos destinos mais antigos do País.<br />
Sua ocupação começou em 1780,<br />
quando os bandeirantes descobriram<br />
o ouro no sul da Chapada.<br />
No século 19, o diamante entrou<br />
em cena e foi o grande responsável<br />
pela criação das cidades que<br />
ali ainda permanecem.<br />
Hoje, faltam as pedras preciosas,<br />
mas sobram cenários, paisagens<br />
e tradições, que acabam<br />
caindo nas graças dos mais diver-<br />
sos tipos de visitantes: mochileiros,<br />
praticantes de esportes radicais<br />
e famílias em busca de lazer.<br />
As grutas, cachoeiras, morros e rios<br />
fazem parte da formação geográfica<br />
conhecida como Serra do Espinhaço,<br />
que abrange um território de<br />
cerca de mil quilômetros de extensão,<br />
incluindo o Estado de Minas<br />
Gerais. Dentre as várias opções de<br />
passeios, vale a pena conferir a Caverna<br />
Torrinha, o Poço Encantado,<br />
o Morro do Pai Inácio e a Cachoeira<br />
do Sossego.<br />
Cultura<br />
As trilhas, abertas por garimpeiros<br />
e primeiros habitantes,<br />
ainda preservam história e tradição.<br />
“Durante as visitas às comunidades,<br />
os turistas podem<br />
vivenciar as expressões artísticas<br />
e conhecer um pouco da política,<br />
economia e cultura local”, conta<br />
a coordenadora do projeto de<br />
Educação e Cultura Grãos de Luz<br />
e Griô, Lilian Pacheco.<br />
Partindo de Lençóis (BA), cidade<br />
histórica tombada pelo Instituto<br />
do Patrimônio Histórico e<br />
Artístico Nacional (Iphan) e considerada<br />
o portal da Chapada Diamantina,<br />
é possível percorrer caminhos<br />
que levam os visitantes a<br />
conhecer os quilombos, suas histórias<br />
e o estilo de vida sustentável<br />
das comunidades. “As pessoas<br />
têm oportunidade de ver de perto<br />
a tradicional pesca, a produção da<br />
Turistas descobrem as<br />
belezas das cavernas na<br />
Chapada Diamantina<br />
<strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012<br />
Bernardo Puhler<br />
27
28 Universo <strong>Cemig</strong><br />
O Ribeirão do Meio, em Lençóis, é uma das belezas naturais<br />
que podem ser contempladas ao longo das trilhas<br />
farinha e dos remédios com ervas”, explica<br />
Lilian. O intercâmbio cultural fica completo<br />
quando se vivenciam as manifestações<br />
do forró pé de serra e também nos terreiros<br />
de candomblé.<br />
A riqueza da mistura étnica e cultural<br />
chega ainda ao paladar dos visitantes. A<br />
água de rosas, substância extraída das<br />
flores e muito usada para homenagear<br />
os orixás, é transportada para a mesa de<br />
restaurantes locais. “Eu uso ingredientes<br />
típicos em todos os pratos”, conta a chefe<br />
de cozinha Débora Doitschinoff, que criou<br />
o sorvete de cardamomo e água de rosas<br />
com cobertura de tamarindo. Frutas locais<br />
como acerola, goiaba, carambola e umbu<br />
também compõem os pratos. “Sempre<br />
usamos as frutas nos drinks e no cardápio,<br />
como no purê de banana-da-terra”, diz.<br />
Nos trilhos da prosperidade<br />
O caminho realizado pelos colonizadores<br />
durante o Ciclo da Mineração também<br />
abriu espaço para a descoberta de outras<br />
belezas no interior da Bahia. Próxima à<br />
Serra do Espinhaço, a Serra Geral da Bahia<br />
guarda seus encantos e abriga cidades<br />
– como Brumado, Guanambi e Caetité –<br />
que, atualmente, incentivam o desenvolvimento<br />
econômico e social na região.<br />
A formação geológica da Chapada Diamantina é um dos<br />
destaques da vista do lugar<br />
A Renova Energia, empresa com participação<br />
do Grupo <strong>Cemig</strong>, identificou, no município<br />
de Caetité, um potencial para crescimento e<br />
geração de renda para a comunidade local.<br />
“Fico feliz quando vejo que os investimentos<br />
estão dando resultado. Hoje, o orçamento<br />
das famílias permite uma qualidade de vida<br />
melhor”, relata o veterinário Márcio Montenegro<br />
Oliveira, morador de Caetité.<br />
Ele é um dos que teve terreno alugado<br />
para a Renova, subsidiária do Grupo <strong>Cemig</strong>.<br />
A empresa partiu rumo ao interior em<br />
busca de oportunidades mais rentáveis e<br />
optou por arrendar os loteamentos dos<br />
moradores, em contratos de 35 anos, para<br />
a construção de parques eólicos.<br />
Márcio lembra que, há algum tempo, a<br />
cidade contava com poucas opções de emprego<br />
e, por isso, os jovens estavam partindo<br />
para outras regiões em busca de novas<br />
oportunidades. “Com o arrendamento dos<br />
terrenos, muitos voltaram, pois as portas se<br />
abriram por aqui”, afirma.<br />
Outra moradora da cidade, a professora<br />
de História e secretária Municipal de Educação,<br />
Cultura, Esporte e Lazer, Rosemária Juazeiro<br />
Pinto de Sousa, garante que a cidade<br />
tem muito a oferecer. “Quem visita Caetité<br />
não pode deixar de conhecer seus sítios arqueológicos,<br />
grutas e casarios antigos.”<br />
Outra trilha leva os visitantes para a cachoeira do Tiburtino, na<br />
cidade de Mucugê<br />
O município, que tem 46 mil habitantes,<br />
surge no entroncamento da região do<br />
ouro com a Chapada Diamantina e, além<br />
de apontar o progresso econômico, guarda<br />
outros destaques, como a produção de<br />
cachaça e uma especial vocação para a<br />
educação. É terra natal do educador Anísio<br />
Teixeira, que defendeu os princípios<br />
do movimento da Escola Nova, criticando<br />
o método de memorização e valorizando<br />
o desenvolvimento do intelecto e da capacidade<br />
de julgamento.<br />
O interior da Bahia se apresenta tímido<br />
aos olhos daqueles que buscam as maravilhas<br />
da costa litorânea, mas gigante<br />
para aqueles que estão dispostos a desbravar<br />
um pouco mais. Manifestações nas<br />
mais diversas áreas, além das belezas naturais,<br />
enriquecem o cenário e favorecem<br />
momentos de descanso, conhecimento e<br />
lazer. Ecos da cultura submersa pela história<br />
e ainda forte no cotidiano são facilmente<br />
percebidos. A Bahia é assim: no<br />
interior e no litoral, de todos os santos.<br />
A vista do Morro Pai Inácio está entre os cartões postais mais famosos da Chapada Diamantina. Os parques eólicos da Renova Energia trazem<br />
desenvolvimento econômico e social para a região<br />
Fotos: Site www.guiachapadadiamantina.com.br<br />
www.guiachapadadiamantina.com.br<br />
<strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012<br />
Divulgação Renova Energia<br />
29
DICAS CULTURAIS<br />
Espaço aberto<br />
para as<br />
Em 2012, o edital da Galeria <strong>Cemig</strong><br />
completa 20 anos e seleciona<br />
trabalhos de artistas mineiros<br />
Duas décadas e um único objetivo: apresentar<br />
um pouco do amplo e diversificado panorama<br />
das artes plásticas e visuais de Minas e do Brasil.<br />
É mantendo esse foco que a Galeria de Arte <strong>Cemig</strong><br />
abre suas portas com um novo calendário de<br />
exposições para 2012. “O espaço tornou-se uma<br />
referência no cenário artístico mineiro e complementa<br />
o circuito de grandes exposições e acervos<br />
de artes visuais disponíveis ao público de Belo Horizonte”,<br />
afirma Carlos Henrique Santiago, coordenador<br />
da Galeria.<br />
A Concorrência de Talentos, aberta a todos os<br />
artistas, teve 112 inscrições, e oito propostas foram<br />
escolhidas. São projetos de pintura, colagem, fotografia<br />
e gravura, entre outros. Além deles, a Galeria<br />
recebe uma exposição comemorativa dos 60<br />
anos da Companhia, em maio. Em outubro, será<br />
a vez de marcar os 20 anos do edital para a seleção<br />
das exposições com a retrospectiva 60 x 20, com<br />
obras de artistas que expuseram seus trabalhos<br />
no local, nessas duas décadas.<br />
Luxo e etiqueta<br />
A fragilidade e o equilíbrio instável da mesa<br />
luxuosa. A rigidez e a alienação dos códigos de<br />
etiqueta social frente à fome da maior parte da<br />
http://galeriadeartecemig.blogspot com/<br />
população mundial. Esse é o cenário crítico e controverso<br />
da exposição Manual Prático de Etiqueta à<br />
Mesa, do artista plástico Lamounier Lucas, que, em<br />
março, abriu o calendário da Galeria de Arte <strong>Cemig</strong>.<br />
“A proposta é provocar uma reflexão sobre o luxo e<br />
a pobreza a partir desses códigos sociais de comportamento<br />
e pertencimento”, explica.<br />
O artista plástico Lamounier Lucas expôs, no início do ano, o<br />
trabalho Manual Prático de Etiqueta à Mesa<br />
A exposição apresentou diversas instalações,<br />
como uma mesa suspensa preparada para um jantar<br />
luxuoso com utensílios de cerâmica, ou o protótipo<br />
de um livro com receitas francesas sofisticadas<br />
cujos ingredientes principais são substituídos por<br />
calangos, entre outros objetos e cenários que são<br />
mesclados a exibições de vídeos. “A videoinstalação<br />
faz um contraponto irônico entre as regras de<br />
etiqueta social à mesa e o luxo gastronômico com<br />
a miséria e a fome que ainda fazem parte da realidade<br />
mundial”, explicou Lamounier.<br />
Exposições selecionadas para a<br />
Galeria de Arte <strong>Cemig</strong> em 2012:<br />
1. Lamounier Lucas<br />
Instalações e objetos<br />
19/03 a 08/04<br />
2. Patrícia Franca, Gladston<br />
Costa e Ricardo Burgarelli<br />
Pintura, colagem e intervenções<br />
sobre jornal<br />
17/04 a 06/05<br />
3. Carolina Merlo, Gabriela<br />
Brasileiro, Maíria Tula e<br />
Rachel Leão<br />
Gravura, pintura, desenho e fotografia<br />
18/06 a 06/07<br />
4. Liliane Dardot<br />
Pintura<br />
12/07 a 03/08<br />
5. Paulo Roberto Lisboa<br />
(organização)<br />
Panorâmica de obras de<br />
gravura em metal<br />
07 a 26/08<br />
6. Sérgio Vaz<br />
Desenho<br />
04 a 23/09<br />
7. Mário Azevedo<br />
Fotografia<br />
02 a 21/10<br />
8. Ricardo Homem<br />
Pintura<br />
12/11 a 02/12<br />
Galeria de Arte da <strong>Cemig</strong><br />
Avenida Barbacena, 1.200, Santo Agostinho – Belo Horizonte (MG)<br />
De segunda a domingo, inclusive feriados – Das 8 às 19 horas – Entrada franca<br />
30 Universo <strong>Cemig</strong> <strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012 31<br />
Gláucia Rodrigues<br />
A diversidade da arte mineira: a segunda atração do ano da Galeria foi o trabalho de pintura, colagem e<br />
intervenções sobre jornal de Patrícia Franca, Gladston Costa e Ricardo Burgarelli<br />
Gláucia Rodrigues
Fotos: Robson de Oliveira<br />
VITRINE<br />
Resgatando<br />
a memória<br />
Conservadores e restauradores ajudam no<br />
trabalho de conservação da história mineira<br />
As camadas de poeira vão dando lugar à tinta original. O que<br />
estava empenado se torna firme e imponente novamente. O<br />
brilho, antes oculto pelo desgaste do tempo, de repente, reaparece.<br />
Resultado do trabalho dos conservadores e restauradores,<br />
profissionais que trazem de volta o passado, a memória e a história<br />
da humanidade.<br />
“Cresci em Ouro Preto, em meio ao centro de arte da cidade.<br />
Sempre tive noção da importância da preservação do patrimônio<br />
cultural. Essa ligação foi algo forte em mim”, conta a conservadora<br />
e restauradora Maria Regina Reis Ramos, que atua há 35<br />
anos na área. A profissão, que ainda busca seu reconhecimento<br />
legal, é movida pela paixão e paciência.<br />
Nem todos os clientes percebem a importância da dedicação<br />
exclusiva e meticulosa durante os trabalhos. Essa demanda,<br />
aliada ao fato de a maioria do material utilizado, como os<br />
pigmentos, adesivos e consolidantes, ser importado, encarece o<br />
processo. “Alguns também se assustam com os prazos”, afirma<br />
Maria Regina.<br />
Mas, apesar disso, o cenário da área é positivo. Pelo menos<br />
é essa a avaliação do diretor de Conservação e Restauração do<br />
Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas<br />
Gerais (Iepha), Renato César José de Souza. “Detemos um grande<br />
acervo, principalmente ligado à arte religiosa e barroca. Atuamos<br />
para prevenir o desgaste do patrimônio. Primeiro, a conservação;<br />
depois, a restauração”, lembra.<br />
Ele afirma que o trabalho em Minas Gerais apresentou grande<br />
evolução. “Os municípios têm se tornado mais parceiros, seguindo<br />
políticas de prevenção e tombamento.” A conservadora<br />
e restauradora Carla de Castro Silva concorda que a postura dos<br />
mineiros em relação à preservação do patrimônio está mudando.<br />
“Estamos caminhando para essa cultura”, complementa.<br />
Cultura essencial para fomentar a geração de mão de obra<br />
especializada e o incentivo de empresas privadas para restauração<br />
de importantes patrimônios do Estado. A professora de<br />
Conservação e Restauração da Universidade Federal de Minas<br />
Gerais (UFMG), Bethânia Reis Veloso, afirma que o mercado está<br />
em ascensão. “A taxa de evasão do curso é muito baixa. Os alunos<br />
entram, concluem o curso e fazem da formação acadêmica<br />
uma profissão bem-sucedida.”<br />
O Centro de Arte Popular está entre os patrimônios históricos e culturais cuja<br />
restauração contou com o apoio da <strong>Cemig</strong><br />
Conheça algumas obras de<br />
conservação apoiadas pela <strong>Cemig</strong>:<br />
Matriz de Nossa Senhora da Conceição – Sabará (MG): inaugurada<br />
em 1707, é uma das igrejas mais antigas do Estado. Sua<br />
arquitetura é exuberante. Além de representar o período de fartura<br />
do ouro, sua construção apresenta três fases do Barroco:<br />
Nacional Português, Joanino e Rococó. A igreja também tem<br />
fortes influências orientais, que podem ser observadas especialmente<br />
na pintura das portas e da sacristia. Um dos grandes destaques<br />
desse patrimônio é a pia batismal, de pedra-sabão, uma<br />
obra do artista Aleijadinho.<br />
Centro de Arte Popular – Belo Horizonte (MG): fazendo parte<br />
do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, o Centro de Arte<br />
Popular expõe trabalhos que valorizam as manifestações populares<br />
de Minas Gerais. Agora restaurado, o prédio, uma construção<br />
de 1928, abrigava o antigo Hospital São Tarcísio.<br />
www.circuitoculturalliberdade.mg.gov.br<br />
32 Universo <strong>Cemig</strong> <strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012<br />
Gláucia Rodrigues<br />
33
Arquivo <strong>Cemig</strong><br />
COM A PALAVRA<br />
Empreendedora pioneira na<br />
qualidade<br />
Carlos Eloy Carvalho Guimarães<br />
Presidente da <strong>Cemig</strong>, de 1991 a 1998, e<br />
ex-secretário de Obras Públicas de<br />
Minas Gerais<br />
A história da <strong>Cemig</strong> foi, e continua<br />
sendo, marcada por fases de conquistas<br />
gloriosas. Não é por acaso que, em 2012,<br />
ela completa 60 anos como um grande<br />
Grupo integrado por 114 sociedades, 16<br />
consórcios e 1 fundo de participações. Está<br />
presente no Chile. Suas ações são negociadas<br />
na Bolsa de Valores de Nova York.<br />
É reconhecida internacionalmente como<br />
uma das mais sólidas e sustentáveis empresas<br />
do mundo. Desde que foi criada,<br />
essa mineira sexagenária mostrou a que<br />
veio ao setor energético, ao mercado brasileiro<br />
e, principalmente, ao consumidor.<br />
Aliás, durante nossa gestão, entre 1991 e<br />
1998, nosso lema era: “O consumidor é<br />
rei”. Nesse mesmo período, a <strong>Cemig</strong> foi<br />
pioneira na adoção da qualidade total em<br />
seus processos e operações.<br />
A Companhia sempre funcionou<br />
como um importante suporte ao desenvolvimento<br />
econômico e social de Minas<br />
Gerais. Ela promoveu a sustentação do<br />
nosso parque industrial e levou eletricidade<br />
a muitos povoados e cidades mineiras.<br />
Em Minas, fortaleceu-se até alcançar, em<br />
2011, 100% de representatividade onde<br />
atua e fornece energia a mais de sete milhões<br />
de consumidores.<br />
A <strong>Cemig</strong> foi, ainda, a Companhia que<br />
gerou condições para a execução de grandes<br />
projetos de geração de energia em<br />
território mineiro por meio da construção<br />
de hidrelétricas, como a de Três Marias e<br />
São Simão. A partir de então, não parou<br />
mais de investir na inovação e em melhorias<br />
tecnológicas para implantação e<br />
operação de empreendimentos do tipo.<br />
Atualmente, a Empresa, cujo parque gerador<br />
é composto por 63 hidrelétricas em<br />
operação, é uma referência mundial na<br />
construção de barragens.<br />
Como presidente da Companhia durante<br />
quase toda a década de 1990, participei<br />
de muitas decisões e da implantação<br />
de projetos que potencializaram a<br />
performance da Empresa ou que tiveram<br />
continuidade em administrações posteriores.<br />
Nesse período, elaboramos um plano<br />
estratégico para a construção de novas<br />
barragens: algumas foram inauguradas<br />
ainda durante meu mandato, enquanto<br />
outros projetos foram aproveitados nos<br />
anos seguintes. Ao todo, foram acrescentados<br />
mais de 2 GW de energia ao parque<br />
gerador da <strong>Cemig</strong>. O plano começou com<br />
a implantação de hidrelétricas, como a de<br />
Nova Ponte e Miranda, no Rio Araguari, e<br />
se estendeu por outras regiões do Estado<br />
com a construção da Usina Irapé, responsável<br />
por regularizar a vazão do Rio Jequitinhonha.<br />
Hoje, a <strong>Cemig</strong> participa de<br />
consórcios construtores de instalações de<br />
grande porte no Norte do Brasil, como a<br />
Santo Antônio e a Belo Monte.<br />
Esse salto do setor energético no<br />
aproveitamento de recursos hídricos<br />
também só foi possível porque, na década<br />
de 1990, a Companhia obteve do Governo<br />
Federal autorização para formar,<br />
pela primeira vez no Brasil, um consórcio<br />
entre uma estatal e a iniciativa privada,<br />
visando à construção de uma usina. A<br />
<strong>Cemig</strong>, a Vale e o Grupo Votorantim se<br />
uniram e executaram a obra da Hidrelétrica<br />
Igarapava*, no Rio Grande. Esse feito<br />
pioneiro abriu novos horizontes para<br />
a instalação de hidrelétricas no território<br />
nacional: as estatais do setor energético<br />
se associaram à iniciativa privada e, assim,<br />
aumentaram, significativamente, o<br />
investimento de capital na produção nacional<br />
de energia.<br />
*Atualmente, o consórcio da UHE Igarapava é composto por <strong>Cemig</strong>, Vale, Votorantim,<br />
Companhia Siderúrgica Nacional e a AngloGold Ashanti.<br />
Estrutura potente e firme, que resiste ao<br />
tempo, ao clima e ao movimento das águas,<br />
sempre surpreendentes e inconstantes.<br />
Assim é a Usina São Simão, uma senhora<br />
construção de quase 40 anos, que, às<br />
margens do Rio Paranaíba, na divisa de<br />
Minas com Goiás, será a primeira hidrelétrica<br />
a ser revitalizada pelo Programa de<br />
Reforma e Modernização<br />
RETRATOS DO BRASIL<br />
34 Universo <strong>Cemig</strong> <strong>Janeiro</strong> - <strong>Maio</strong>/2012 35<br />
Arquivo <strong>Cemig</strong>