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eparacao18.qxp 10/26/2009 11:34 AM Page 4
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ENTREVISTA
Outubro de 2009 - Edição 18
www.reparacaoautomotiva.com.br
Administrar com profissionalismo
Consultor do Sebrae-SP, Ricardo Curado, ressalta nesta entrevista
a importância de uma administração profissional
Texto: Silvio Rocha
FOTO: DIVULGAÇÃO
Jornal Reparação Automotiva
traz como entrevista deste mês
o consultor Financeiro do
SEBRAE-SP, Ricardo Curado,
que fala entre outras coisas sobre o
provisionamento que o empresariado
deve manter para os pagamentos
dos colaboradores em dia, inclusive
o 13º salário.
Reparação Automotiva:
Com a chegada do final do ano,
os empresários têm pela frente o
pagamento do 13º salário de
seus funcionários. O que fazer
para cumprir com mais essa obrigação sem problemas?
Ricardo Curado: O 13º salário é uma despesa mensal, que incide
sobre a folha de pagamentos. Apesar do pagamento do 13º salário ocorrer
mais no final do ano, como gratificação natalina, a despesa deverá ser provisionada
mensalmente e, se possível, o valor ser fisicamente "guardado"
como uma reserva para o futuro pagamento.
RA: Também no final do ano as vendas normalmente se aquecem.
Que dicas passar para os empresários para deixar a loja e oficina
devidamente preparadas para as festas de final de ano, quando
o movimento em lojas de autopeças e oficinas mecânicas
aumenta em virtude do pagamento do 13º salário?
RC: Em algumas atividades o volume de vendas no final de ano normalmente
aumenta. Portanto, o empresário deverá se preparar para atender
bem esse aumento de demanda. Cada empresa tem um tipo de necessidade
que deverá ser atendida: aumentar o número de funcionários, aumentar
os estoques, obter financiamentos para financiar a sua necessidade de capital
de giro, etc.
RA: O mercado de reposição no Brasil, particularmente num
momento em que as vendas de veículos novos quebram recordes
constantes, vive um momento de grande expectativa, já que esses
veículos irão na sua grande maioria parar em oficinas independentes
quando terminar o prazo de garantia. Como você enxerga esse
crescimento e o que o empresário da reparação precisará fazer
para se preparar adequadamente para receber essa demanda?
RC: As empresas crescem com o lucro líquido decorrente das vendas.
Portanto, as empresas têm que "enxergar" as oportunidades de crescimento
do seu mercado, para também crescerem. Entretanto, a empresa precisa
fazer o seu planejamento estratégico para atingir as suas metas. Mas, a
empresa tem que se preparar muito bem para poder realizar um serviço de
qualidade e, consequentemente, obter lucro líquido para remunerar adequadamente
o capital investido no seu crescimento.
RA: Com o mercado aquecido, quais os maiores desafios que o
setor enfrenta? A diversidade de itens, que surgem a cada dia e
acompanham a evolução tecnológica dos automóveis, é um problema
para o segmento em geral, como aquisição de equipamentos de
ponta, etc.?
RC: Com a evolução tecnológica do setor, a empresa precisa também
se preparar para acompanhar essa evolução. E essa preparação envolve dois
tipos de recursos: equipamentos mais sofisticados e qualificação da mãode-obra
técnica para realizar o serviço com mais qualidade e
maior produtividade.
RA: Em sua opinião, falta ao empresário em geral preparo para
gerir seu negócio e conhecimento técnico?
RC: Normalmente os empresários têm um bom conhecimento técnico
de seu negócio, entretanto não têm dado muita atenção à parte da gestão
financeira da empresa.
RA: Empresas chinesas fornecem produtos a diversos setores do
Brasil, entre eles o de autopeças. Como vê este concorrente e quais
as consequências para o setor?
RC: O mundo dos negócios está cada vez mais globalizado e as empresas
cada vez mais competitivas no mercado. Portanto, para que as empresas
sejam competitivas, devem constantemente buscar melhorar os seus processos
produtivos, para reduzirem seus custos operacionais.
RA: Importante nos dias de hoje, como deve ser o relacionamento
com outros elos da cadeia de distribuição de autopeças?
RC: Toda empresa participa de uma cadeia produtiva, seja junto aos
seus fornecedores, seja junto aos seus clientes. É importante que haja um
saudável relacionamento com esses seus parceiros de negócios.
RA: Na sua opinião, o Brasil pode reduzir sua carga tributária?
RC: Para poder pagar suas despesas e fazer investimentos, um país precisa
obter a necessária receita. A receita de um país vem dos impostos, taxas
e contribuições que cobra de seus contribuintes. Os principais impostos são
calculados em função das vendas ou do lucro das empresas. Quanto mais
vendas e lucro maior será a arrecadação. Portanto, acho que há espaço para
redução da carga tributária. "Onde todos pagam, todos pagam menos".
RA: Como você enxerga a economia e outros setores do
país em 2009?
RC: A economia depende muito da expectativa dos consumidores.
Quanto melhor for a expectativa dos consumidores, maior será o seu consumo
e, consequentemente, a sua produção. Pelas recentes estatísticas, está
havendo de forma geral uma tendência de crescimento na economia,
alguns setores mais, outros menos.
RA: Você acredita no potencial do empresariado brasileiro?
RC: Sim, entretanto é necessário investir constantemente no seu aprimoramento
profissional, para manter as condições de competitividade e
sobrevivência empresarial.
RA: O que projetar para o futuro das oficinas mecânicas, uma
vez que a cada ano que passa os veículos estão mais modernos,
com componentes que têm durabilidade maior, o que significa
menos tempo nas oficinas e prazos mais estendidos para
a manutenção?
RC: A empresa somente sobrevive se está tendo lucro em suas operações.
Para que haja lucro é necessário que haja vendas de seus produtos
e serviços. Para que a empresa venda, é necessário que haja demanda
de seus produtos e serviços acima de um certo volume. Portanto, o
empresário deve estar atento às demandas do mercado e fazer os ajustes
necessários para atender esse mercado.