Demanda Futura do Setor do Comércio de Bens, Serviços e ... - Senac
Demanda Futura do Setor do Comércio de Bens, Serviços e ... - Senac
Demanda Futura do Setor do Comércio de Bens, Serviços e ... - Senac
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong><br />
<strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>,<br />
Serviços e Turismo<br />
Plano <strong>de</strong><br />
Comunicação
Programa <strong>Senac</strong> <strong>de</strong> Gratuida<strong>de</strong><br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>,<br />
Serviços e Turismo<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, setembro/2009
<strong>Senac</strong> - Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Comercial<br />
Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Conselho Nacional<br />
Antonio Oliveira Santos<br />
Departamento Nacional<br />
Diretor-geral<br />
Sidney Cunha<br />
Diretor da Divisão Técnica (Ditec)<br />
Valter Rodrigues<br />
Diretor da Divisão <strong>de</strong> Operações (Diop)<br />
Eladio Asensi Pra<strong>do</strong><br />
Diretora da Divisão <strong>de</strong> Administração e Recursos Humanos (DARH)<br />
Vera Espírito<br />
Coor<strong>de</strong>nação geral da pesquisa, análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s e coor<strong>de</strong>nação editorial<br />
Diretoria <strong>de</strong> Planejamento e Comunicação / Ditec<br />
<strong>Senac</strong> Nacional<br />
Av. Ayrton Senna, 5.555 - Barra da Tijuca<br />
CEP 22775-004 - Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ<br />
Tel.: (21) 2136-5555<br />
www.senac.br<br />
SENAC. DN. Programa <strong>Senac</strong> <strong>de</strong> Gratuida<strong>de</strong> : <strong>de</strong>manda futura <strong>do</strong><br />
setor <strong>do</strong> comércio <strong>de</strong> bens, serviços e turismo. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2009.<br />
24 p. Tab. Gráf.<br />
SENAC; PROGRAMA SENAC DE GRATUIDADE; EDUCAÇÃO PROFIS-<br />
SIONAL; PESQUISA; TENDÊNCIA FUTURA; MERCADO DE TRABALHO.<br />
Ficha elaborada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as normas <strong>do</strong> SICS – Sistema <strong>de</strong> Informação e Conhecimento <strong>do</strong> <strong>Senac</strong>
Sumário<br />
1 Introdução 7<br />
2 Meto<strong>do</strong>logia 8<br />
3 Resulta<strong>do</strong>s da pesquisa 8<br />
3.1 Terceirização da mão <strong>de</strong> obra 10<br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
3.2 Introdução <strong>de</strong> novos equipamentos e tecnologia 12<br />
3.3 Treinamentos especializa<strong>do</strong>s 14<br />
3.4 Requisitos <strong>de</strong> formação profissional 17<br />
3.5 Futuro ocupacional 19
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
Apresentação<br />
Em seu compromisso com a educação profissional e a inclusão social,<br />
o <strong>Senac</strong> iniciou, em 2009, o Programa <strong>Senac</strong> <strong>de</strong> Gratuida<strong>de</strong> (PSG) para<br />
ampliar ainda mais a oferta <strong>de</strong> cursos a custo zero à população <strong>de</strong><br />
menor renda.<br />
Para acompanhar o PSG e medir os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s, o <strong>Senac</strong> fará<br />
avaliações periódicas. Entre os indica<strong>do</strong>res já estuda<strong>do</strong>s e finaliza<strong>do</strong>s<br />
está o atendimento às <strong>de</strong>mandas atual e futura <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio<br />
<strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo.<br />
Esta publicação apresenta os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pela pesquisa sobre a<br />
<strong>de</strong>manda futura. Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> e edita<strong>do</strong> pelo Departamento Nacional<br />
<strong>do</strong> <strong>Senac</strong>, e executa<strong>do</strong> pela empresa GPP Planejamento e Pesquisas,<br />
o estu<strong>do</strong> investiga as tendências futuras <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> profissional <strong>de</strong><br />
alguns segmentos volta<strong>do</strong>s ao setor: beleza, gastronomia, gestão e<br />
comércio, hotelaria e saú<strong>de</strong>.<br />
Realizada nas capitais <strong>de</strong> todas as Unida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração, por<br />
meio <strong>de</strong> entrevista com 1.350 profissionais responsáveis pelas áreas<br />
administrativa e <strong>de</strong> recursos humanos <strong>de</strong> diversas empresas, a pesquisa<br />
possibilita ao <strong>Senac</strong> uma avaliação bem acurada <strong>de</strong> sua atuação<br />
diante das mudanças previstas no merca<strong>do</strong> e sinaliza caminhos para<br />
um melhor <strong>de</strong>sempenho da Instituição em relação ao PSG e ao seu<br />
portfólio <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> uma maneira geral.<br />
Sidney Cunha<br />
Diretor-geral <strong>do</strong> <strong>Senac</strong> Nacional<br />
5
1. Introdução<br />
Fruto <strong>do</strong> protocolo assina<strong>do</strong> entre o <strong>Senac</strong> e o Governo Fe<strong>de</strong>ral, o Programa <strong>Senac</strong> <strong>de</strong><br />
Gratuida<strong>de</strong> (PSG) amplia a oferta <strong>de</strong> cursos gratuitos à população <strong>de</strong> baixa renda. O<br />
presente estu<strong>do</strong> surgiu da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhar esse processo, seus meios e<br />
resulta<strong>do</strong>s advin<strong>do</strong>s com o conjunto <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> educação profissional.<br />
Para a avaliação das diretrizes – consensuais ao Departamento Nacional (DN) e aos Departamentos<br />
Regionais (DRs) <strong>do</strong> <strong>Senac</strong> –, das ações e <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> PSG, foram<br />
estabeleci<strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res, méto<strong>do</strong>s e técnicas.<br />
Os indica<strong>do</strong>res, que são uns <strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> acompanhamento e avaliação <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s,<br />
permitem i<strong>de</strong>ntificar o alcance das metas, os avanços e impactos, bem como<br />
a eficácia e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> processo, tanto <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista educacional como administrativo.<br />
O indica<strong>do</strong>r <strong>Demanda</strong> Atual e <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
visa ao alinhamento <strong>do</strong> portfólio <strong>do</strong> PSG à <strong>de</strong>manda merca<strong>do</strong>lógica atual e futura,<br />
e às tendências da educação profissional <strong>do</strong> setor.<br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
Com o propósito <strong>de</strong> investigar as <strong>de</strong>mandas, respeitan<strong>do</strong> as suas especificida<strong>de</strong>s, o<br />
indica<strong>do</strong>r foi <strong>de</strong>smembra<strong>do</strong> em <strong>de</strong>manda atual 1 e <strong>de</strong>manda futura.<br />
Para averiguar as tendências futuras <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> profissional, bem como avaliar a atuação<br />
<strong>do</strong> <strong>Senac</strong> com vistas ao monitoramento <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> PSG e ao subsídio das<br />
estratégias <strong>de</strong> marketing e planejamento da Instituição, foi realizada pesquisa por empresa<br />
externa 2 , sob a coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> DN, que é responsável pela análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s e<br />
elaboração <strong>do</strong> presente <strong>do</strong>cumento 3 .<br />
Diversos fatores – como mudanças produtivas, tecnológicas e organizacionais, além<br />
<strong>de</strong> regulamentações recentes – influenciam o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, re<strong>de</strong>senhan<strong>do</strong> o<br />
perfil ocupacional <strong>de</strong> muitas profissões a partir da inclusão <strong>de</strong> novas ativida<strong>de</strong>s ou da<br />
<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s e conhecimentos novos. As inovações tecnológicas e os novos<br />
processos <strong>de</strong> produção afetam, também, o volume <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho gera<strong>do</strong>s,<br />
substituí<strong>do</strong>s ou extintos.<br />
A investigação <strong>de</strong> tais transformações torna-se mister em um mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho cada<br />
vez mais seletivo e competitivo, no qual a posse <strong>de</strong> ferramentas capazes <strong>de</strong> acompanhar<br />
antecipadamente as alterações laborais constitui-se num diferencial e é fundamental<br />
para uma instituição <strong>de</strong> educação profissional.<br />
1<br />
O estu<strong>do</strong> sobre a <strong>Demanda</strong> Atual <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo foi finaliza<strong>do</strong> em junho <strong>do</strong> corrente<br />
ano e, além da publicação impressa, será disponibiliza<strong>do</strong> no site www.senac.br.<br />
2<br />
GPP Planejamento e Pesquisa LTDA.<br />
3<br />
Acompanha este <strong>do</strong>cumento um CD com os da<strong>do</strong>s completos da pesquisa, inclusos gráficos e tabelas, para consultas<br />
pormenorizadas.<br />
7
2. Meto<strong>do</strong>logia<br />
A investigação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s foi realizada por pesquisa quantitativa ad hoc com uma<br />
abordagem qualitativa. Para isso, utilizou-se aplicação <strong>de</strong> instrumental semiestrutura<strong>do</strong><br />
em entrevistas com os profissionais responsáveis (supervisores, gerentes, diretores<br />
e empresários) pelas áreas administrativa e <strong>de</strong> recursos humanos <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s em que o <strong>Senac</strong> atua: gestão e comércio, beleza,<br />
hotelaria, gastronomia e saú<strong>de</strong>.<br />
O trabalho <strong>de</strong> campo foi realiza<strong>do</strong> nos meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2008 e janeiro <strong>de</strong><br />
2009. A amostra perfez um total <strong>de</strong> 1.350 entrevista<strong>do</strong>s, distribuí<strong>do</strong>s pelas capitais <strong>do</strong>s<br />
26 esta<strong>do</strong>s mais o Distrito Fe<strong>de</strong>ral e segmenta<strong>do</strong>s por região geográfica, porte da empresa<br />
e setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s.<br />
Tabela 1 Distribuição amostral<br />
<strong>Setor</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s Total<br />
Região<br />
Porte<br />
N NE SE S CO PEQ MED GDE<br />
Gestão e comércio 272 37 62 114 29 30 101 72 99<br />
Beleza 271 35 60 123 23 30 234 31 6<br />
Hotelaria 271 35 60 123 23 30 104 110 57<br />
Gastronomia 269 35 60 119 25 30 186 67 16<br />
Saú<strong>de</strong> 267 33 58 121 25 30 87 72 108<br />
Total 1.350 175 300 600 125 150 712 352 286<br />
3. Resulta<strong>do</strong>s da pesquisa<br />
Do total da amostra investigada (1.350), a maior parte configura-se em estabelecimentos <strong>de</strong><br />
pequeno porte (53%), e o restante divi<strong>de</strong>-se em média empresa (26%) e gran<strong>de</strong> empresa<br />
(21%) 4 .<br />
Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> pela CNC/Sebrae a respeito <strong>do</strong> setor terciário, esses números<br />
refletem a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo. Embora seja<br />
um gran<strong>de</strong> gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> empregos (cerca <strong>de</strong> 60% <strong>do</strong>s postos <strong>de</strong> trabalho no Brasil), o setor<br />
concentra o maior número <strong>de</strong> micro e pequenas empresas nacionais, que perfazem 84% <strong>do</strong><br />
total <strong>de</strong> estabelecimentos 5 .<br />
4<br />
O <strong>Setor</strong> <strong>de</strong> Comércio e Serviços, segun<strong>do</strong> a classificação <strong>do</strong> Sebrae, que utiliza critério <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> empresas<br />
quanto ao número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s, possui a seguinte distribuição: microempresa – até nove emprega<strong>do</strong>s; pequena empresa –<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>z a 49 emprega<strong>do</strong>s; média empresa – <strong>de</strong> 50 a 99 emprega<strong>do</strong>s; gran<strong>de</strong> empresa – mais <strong>de</strong> 99 emprega<strong>do</strong>s.<br />
5<br />
CNC. A competitivida<strong>de</strong> nos setores <strong>de</strong> comércio, <strong>de</strong> serviços e <strong>do</strong> turismo no Brasil : perspectivas até 2015 :<br />
tendências e diagnósticos. Brasília, 2008a. Publica<strong>do</strong> em parceria com o Sebrae.<br />
8
A maioria das empresas (53%) nas quais os entrevista<strong>do</strong>s atuam tem mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong><br />
existência no merca<strong>do</strong>, ao passo que aquelas que têm entre três e <strong>de</strong>z anos somam 34%.<br />
Apenas 5% <strong>do</strong>s estabelecimentos investiga<strong>do</strong>s possuem menos <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> comercial<br />
ou prestação <strong>de</strong> serviços (ver gráfico 1).<br />
Em relação ao tempo <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong> atual cargo, os respon<strong>de</strong>ntes da pesquisa, por sua<br />
vez, estão aloca<strong>do</strong>s nas empresas investigadas há um tempo consi<strong>de</strong>rável, pois aproximadamente<br />
50% exercem sua função entre seis e mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos. A distribuição percentual<br />
total tem a seguinte configuração: 29% há mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos; 19% entre seis e <strong>de</strong>z anos; 22%<br />
entre três e cinco anos; 17% entre um e <strong>do</strong>is anos; e 13% há menos <strong>de</strong> um ano (ver gráfico 2).<br />
Gráfico 1 Tempo <strong>de</strong> existência <strong>do</strong> estabelecimento<br />
5%<br />
8%<br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
17%<br />
53%<br />
17%<br />
Menos <strong>de</strong> 1 ano De 1 a 2 anos De 3 a 5 anos De 6 a 10 anos Mais <strong>de</strong> 10 anos<br />
Gráfico 2 Tempo <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong> no cargo atual<br />
29%<br />
13%<br />
17%<br />
19%<br />
22%<br />
Menos <strong>de</strong> 1 ano De 1 a 2 anos De 3 a 5 anos De 6 a 10 anos Mais <strong>de</strong> 10 anos<br />
9
3.1 Terceirização da mão <strong>de</strong> obra<br />
A terceirização iniciada nos primórdios da década <strong>de</strong> 1970 em ativida<strong>de</strong>s periféricas,<br />
tais como limpeza, conservação e segurança, transferiu parte da mão <strong>de</strong><br />
obra industrial para o setor terciário, e em pouco tempo foi difundida, também,<br />
para outras ativida<strong>de</strong>s econômicas. “A terceirização é uma estratégia que permite<br />
redução <strong>de</strong> custos e ganhos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, através da contratação <strong>de</strong> empresas<br />
que prestam serviços especializa<strong>do</strong>s, envolven<strong>do</strong>, em geral, ativida<strong>de</strong>s não-essenciais,<br />
[...] antes realizadas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> ambiente organizacional” 6 .<br />
O aumento da competitivida<strong>de</strong> na esfera internacional, bem como a busca por<br />
altos padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, vem influencian<strong>do</strong> o crescimento da terceirização <strong>de</strong><br />
outros serviços relaciona<strong>do</strong>s à ação empresarial, tais como pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
e financiamento e logística. Por sua vez, essa movimentação impulsiona<br />
a criação <strong>de</strong> pequenas e médias empresas especializadas 7 .<br />
A pesquisa, quanto à terceirização <strong>de</strong> funcionários, aponta que somente 23,52%<br />
<strong>do</strong>s investiga<strong>do</strong>s a<strong>do</strong>tam essa prática (ver gráfico 3). Cerca <strong>de</strong> 60% <strong>do</strong>s estabelecimentos<br />
que a fazem apontaram um percentual <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong> profissionais<br />
terceiriza<strong>do</strong>s, ao passo que 24,05% possuem <strong>de</strong> 11% a 30% <strong>de</strong> terceiriza<strong>do</strong>s<br />
e 12,15% informaram que mais <strong>de</strong> 70% <strong>do</strong> seu quadro funcional é constituí<strong>do</strong><br />
por colabora<strong>do</strong>res terceiriza<strong>do</strong>s (ver gráfico 4).<br />
As empresas que apresentaram o maior número <strong>de</strong> funcionários terceiriza<strong>do</strong>s,<br />
por setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, são: saú<strong>de</strong> (37,41%), gestão/comércio (32,10%) e hotelaria<br />
(29,74%). Isso ocorre, majoritariamente, em empresas <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong><br />
porte (39,52% e 68,93%, respectivamente).<br />
Com relação à intenção futura <strong>de</strong> inclusão e/ou substituição <strong>de</strong> funcionários efetivos<br />
por outros terceiriza<strong>do</strong>s, apenas 5,39% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s informaram haver<br />
muita possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão e/ou troca <strong>de</strong> profissionais, e aproximadamente<br />
70% não vislumbram nenhuma possibilida<strong>de</strong> (ver gráfico 5). Do pequeno contingente<br />
<strong>de</strong> empresas que intentam terceirizar seus quadros funcionais, as Regiões<br />
Centro-Oeste e Nor<strong>de</strong>ste são as que apontam muita possibilida<strong>de</strong> (10,34%<br />
e 8,25%, na <strong>de</strong>vida or<strong>de</strong>m), e os setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que mais aventam essa<br />
possibilida<strong>de</strong> são gastronomia (8,82%) e saú<strong>de</strong> (7,95%).<br />
6<br />
CNC. A competitivida<strong>de</strong> nos setores <strong>de</strong> comércio, <strong>de</strong> serviços e <strong>do</strong> turismo no Brasil : perspectivas até 2015 :<br />
relatório executivo. Brasília, 2008b. p. 20. Publica<strong>do</strong> em parceria com o Sebrae.<br />
7<br />
CNC, 2008a, op. cit.<br />
10
Gráfico 3 Percentual <strong>de</strong> empresas com profissionais terceiriza<strong>do</strong>s<br />
23,52%<br />
76,48%<br />
Sim<br />
Não<br />
Gráfico 4 Percentual atual <strong>de</strong> terceirização profissional<br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
1,79%<br />
12,15%<br />
3,75%<br />
24,05%<br />
58,27%<br />
Menos <strong>de</strong> 10% De 11% a 30% De 31% a 50%<br />
De 51% a 70% Mais <strong>de</strong> 70%<br />
Gráfico 5 Percentual <strong>de</strong> intenção futura <strong>de</strong> terceirização<br />
5,39%<br />
26,30%<br />
68,30%<br />
Muita possibilida<strong>de</strong> Pouca possibilida<strong>de</strong> Nenhuma possibilida<strong>de</strong><br />
11
3.2 Introdução <strong>de</strong> novos equipamentos e tecnologias<br />
A utilização <strong>de</strong> novos equipamentos e tecnologias implica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacitação<br />
<strong>do</strong>s profissionais, não só <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a operá-los, mas também a solucionar possíveis<br />
problemas surgi<strong>do</strong>s na introdução e adaptação <strong>de</strong>ssas novas tecnologias inseridas<br />
no ambiente <strong>do</strong> trabalho, promoven<strong>do</strong>, assim, a otimização das operações laborais.<br />
O estu<strong>do</strong> da CNC/Sebrae ainda salienta que:<br />
O processo <strong>de</strong> inovação tecnológica <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> se caracterizar como um processo inerente<br />
ao setor industrial e passou a integrar, especialmente, as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> setor <strong>de</strong><br />
serviços <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> quais po<strong>de</strong>m ser implementa<strong>do</strong>s tanto integralmente pelas<br />
empresas quanto parcialmente, através da terceirização ou criação <strong>de</strong> vínculos 8 .<br />
Embora no comércio as transformações tecnológicas tenham causa<strong>do</strong> menor impacto<br />
na qualificação <strong>do</strong>s funcionários e, consequentemente, nas formas <strong>de</strong> organização laboral,<br />
a introdução <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> informática, por exemplo, exige treinamento<br />
e conhecimentos específicos. A automação proporcionada por meio <strong>de</strong>sses equipamentos<br />
propicia o incremento da produtivida<strong>de</strong> até em pequenas empresas 9 .<br />
O papel <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r no processo <strong>de</strong> aquisição e implementação <strong>de</strong> inovações<br />
tecnológicas é tanto fundamental como ativo. Sen<strong>do</strong> ator <strong>de</strong>sse processo, o manuseio<br />
e as impressões causadas pelos novos equipamentos e produtos, como,<br />
por exemplo, um software, po<strong>de</strong>m levar o trabalha<strong>do</strong>r a <strong>de</strong>tectar problemas e<br />
sugerir possíveis mudanças.<br />
A pesquisa mostra que, na maioria <strong>do</strong>s estabelecimentos investiga<strong>do</strong>s (73,46%),<br />
não houve inclusão <strong>de</strong> novos equipamentos capazes <strong>de</strong> alterar significativamente<br />
a produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> empreendimento (ver gráfico 6). Ao serem <strong>de</strong>sagrega<strong>do</strong>s<br />
os da<strong>do</strong>s por região, <strong>do</strong>s estabelecimentos que apontaram inclusão, 43,34% encontram-se<br />
na Região Norte e 42,28%, no Nor<strong>de</strong>ste; as Regiões Sul e Centro-Oeste<br />
somaram cerca <strong>de</strong> 30% cada. Os setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s nos quais a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong><br />
novos equipamentos foi maior são: saú<strong>de</strong> (41,76%), gestão e comércio (29,41%) e<br />
gastronomia (24,25%). As empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> e médio porte foram as que mais<br />
introduziram inovações tecnológicas (45,73% e 33,24%, respectivamente).<br />
Um pouco menos <strong>de</strong> 20% informou que houve substituição da mão <strong>de</strong> obra em função<br />
<strong>do</strong>s novos equipamentos adquiri<strong>do</strong>s (ver gráfico 7); tal substituição foi maior no<br />
Nor<strong>de</strong>ste (21,64%), no Su<strong>de</strong>ste (22,30%) e no Centro-Oeste (17,62%). É importante notar<br />
que, embora o Su<strong>de</strong>ste tenha ti<strong>do</strong> o menor percentual <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> equipamentos<br />
novos (17,29%), foi uma das regiões que mais substituíram seus trabalha<strong>do</strong>res por<br />
profissionais especializa<strong>do</strong>s.<br />
A troca <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra ocorreu, sobretu<strong>do</strong>, nos setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão e comércio<br />
(27,90%), e gastronomia (23,59%), não haven<strong>do</strong> variação percentual relevante<br />
quanto ao porte das empresas (pequena, 17,61%; média, 21,30%; e gran<strong>de</strong> 23,82%).<br />
8<br />
CNC, 2008a, op. cit., p. 150.<br />
9<br />
CNC, 2008a, op. cit.<br />
12
A contratação <strong>de</strong> novos emprega<strong>do</strong>s ocorreu, principalmente, em saú<strong>de</strong> (22,38%)<br />
e gastronomia (18,34%), e nas gran<strong>de</strong>s e médias empresas (28,42% e 19,72%, na<br />
<strong>de</strong>vida or<strong>de</strong>m).<br />
Segun<strong>do</strong> os entrevista<strong>do</strong>s, a maior parte das empresas optou por treinar seus<br />
funcionários (64,07%), já 14,92% <strong>do</strong>s estabelecimentos contrataram profissionais<br />
especializa<strong>do</strong>s, ao passo que aproximadamente 21% informaram não ter<br />
treina<strong>do</strong> seus atuais funcionários tampouco contrata<strong>do</strong> novos profissionais (ver<br />
gráfico 8).<br />
Gráfico 6 Percentual <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> novos equipamentos com alteração<br />
na produtivida<strong>de</strong> da empresa<br />
26,54%<br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
73,46%<br />
Sim<br />
Não<br />
Gráfico 7 Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição da mão <strong>de</strong> obra<br />
18,78%<br />
81,23%<br />
Sim Sim<br />
Não<br />
Não<br />
13
Gráfico 8 Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra especializada<br />
21,01%<br />
14,92%<br />
64,07%<br />
Contratar profissionais especializa<strong>do</strong>s<br />
Treinar ao profissionais atuais<br />
Nem um nem outro<br />
3.3 Treinamentos especializa<strong>do</strong>s<br />
Uma das dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelas empresas <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>,<br />
Serviços e Turismo diz respeito à melhor qualificação da mão <strong>de</strong> obra.<br />
Determina<strong>do</strong>s segmentos <strong>do</strong> setor terciário, como saú<strong>de</strong>, tecnologia da informação,<br />
telecomunicações, serviços técnico-profissionais e bancários, pela sua<br />
própria natureza, são dinâmicos e evoluem tecnologicamente <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />
cenário internacional, necessitan<strong>do</strong> <strong>de</strong> capital humano especializa<strong>do</strong> e, sobretu<strong>do</strong>,<br />
atualiza<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>,<br />
o setor terciário “tradicional” é marca<strong>do</strong> por baixa produtivida<strong>de</strong>. Nele, são comuns<br />
as pequenas empresas, com baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capital e formas simples<br />
<strong>de</strong> organização. Engloba os segmentos <strong>de</strong> comércio e serviços em geral, distintos<br />
<strong>do</strong> terciário “avança<strong>do</strong>”, que são os serviços inova<strong>do</strong>res e especializa<strong>do</strong>s<br />
(informática, telecomunicações, consultorias, agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> etc.) 10 .<br />
Assim, percebem-se <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços<br />
e Turismo: qualificação básica e treinamento para operação <strong>de</strong> equipamentos<br />
<strong>de</strong> automação simples para a mão <strong>de</strong> obra <strong>do</strong> terciário tradicional; e especialização<br />
e atualização para as camadas trabalha<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> terciário avança<strong>do</strong>.<br />
Embora para as micro e pequenas empresas o treinamento <strong>do</strong>s funcionários seja<br />
mais oneroso, tanto <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong>s custos financeiros como da disponibilida<strong>de</strong>/produtivida<strong>de</strong>,<br />
visto que a força <strong>de</strong> trabalho em tais empreendimentos<br />
é reduzida, a qualificação profissional <strong>de</strong>ssa mão <strong>de</strong> obra vem crescen<strong>do</strong>. E para<br />
que haja uma “cultura <strong>de</strong> treinamento” viva nas empresas, torna-se necessário o<br />
10<br />
CNC, 2008a, op. cit, p. 195-196.<br />
14
esforço <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>res, emprega<strong>do</strong>s e instituições <strong>de</strong> educação profissional<br />
com vistas à constante evolução tecnológica e ao consequente fomento nacional<br />
<strong>do</strong> setor em questão.<br />
No Brasil, assim como em outros países da América Latina, segun<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> da<br />
CNC/Sebrae,<br />
o processo <strong>de</strong> “<strong>de</strong>sindustrialização” e terceirização <strong>do</strong>s serviços geraram empregos<br />
nos segmentos <strong>de</strong> baixa produtivida<strong>de</strong> e alta informalida<strong>de</strong>, que não<br />
exigiam alta qualificação <strong>do</strong>s funcionários. Esse padrão implica em um <strong>de</strong>safio<br />
constante <strong>de</strong> atualização tecnológica voltada para os ganhos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />
no setor <strong>de</strong> comércio e serviços, sobretu<strong>do</strong> naqueles segmentos que<br />
se encontram com mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio <strong>de</strong>fasa<strong>do</strong>s. 11<br />
O presente estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstrou que a quase totalida<strong>de</strong> das empresas investigadas<br />
(93,68%) acredita que o treinamento <strong>do</strong>s funcionários é muito importante<br />
(74,53%) ou importante (19,15%) para as ações laborais (ver gráfico 9). Os setores<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> gastronomia apresentam os maiores índices percentuais<br />
com 97,46% e 93,37%, respectivamente. Em termos <strong>de</strong> região geográfica,<br />
Norte (99,74%) e Centro-Oeste (96,77%) são as regiões que mais <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m essa<br />
i<strong>de</strong>ia, segui<strong>do</strong>s pelo Nor<strong>de</strong>ste (94,48%).<br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
No entanto, o percentual daqueles que indicam uma frequência incerta e os que<br />
sequer treinam seus funcionários é bem expressivo: 41,11% e 29,05%, respectivamente<br />
(ver gráfico 10). Aqueles que menos investem em treinamento são das<br />
Regiões Su<strong>de</strong>ste, Sul e Centro-Oeste, das áreas <strong>de</strong> gastronomia, gestão e comércio,<br />
e beleza e, sobretu<strong>do</strong>, as empresas <strong>de</strong> pequeno porte. No caso da região<br />
Centro-Oeste, fica evi<strong>de</strong>nte o antagonismo entre o discurso e a ação. Em contrapartida,<br />
o setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é o que mantém uma periodicida<strong>de</strong> anual<br />
<strong>de</strong> treinamento juntamente com as gran<strong>de</strong>s empresas.<br />
Um pequeno percentual (entre 4,97% e 6%) <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
avalia<strong>do</strong>s mantém treinamento contínuo, especialmente nas Regiões Centro-<br />
Oeste (12,38%), Norte (9,61%) e Nor<strong>de</strong>ste (7,53%).<br />
Normalmente, os treinamentos são realiza<strong>do</strong>s por profissionais da própria empresa<br />
(56,79%) ou por profissionais externos contrata<strong>do</strong>s para essa função (30,26%).<br />
O <strong>Senac</strong>, aponta<strong>do</strong> por cerca <strong>de</strong> 14% <strong>do</strong>s investiga<strong>do</strong>s para treinamento <strong>de</strong> funcionários,<br />
surge em terceiro lugar (ver gráfico 11).<br />
11<br />
CNC, 2008a, op. cit., p. 196.<br />
15
Gráfico 9 Importância <strong>do</strong> treinamento <strong>de</strong> funcionários<br />
74,53%<br />
19,15%<br />
4,71%<br />
1,21% 0,41%<br />
É muito<br />
importante<br />
para a<br />
ativida<strong>de</strong> da<br />
empresa<br />
É importante<br />
para a<br />
ativida<strong>de</strong><br />
da empresa<br />
É mais ou<br />
menos<br />
importante para<br />
a ativida<strong>de</strong> da<br />
empresa<br />
Não é<br />
importante para<br />
ativida<strong>de</strong> da<br />
empresa<br />
Não é nada<br />
importante<br />
para a<br />
ativida<strong>de</strong> da<br />
empresa<br />
Gráfico 10 Frequência <strong>do</strong> treinamento <strong>de</strong> funcionários<br />
41,11%<br />
21,84%<br />
29,05%<br />
1,79%<br />
0,76%<br />
5,45%<br />
Anualmente De 2 em 2 anos De 3 em 3 anos Sempre/contínuo Nunca treinou Não tem<br />
frequência certa<br />
Gráfico 11 Promoção <strong>do</strong> treinamento <strong>de</strong> funcionários<br />
56,79%<br />
30,26%<br />
13,66%<br />
6,19%<br />
2,36%<br />
Profissional da<br />
própria empresa<br />
Profissional<br />
externo<br />
contrata<strong>do</strong><br />
<strong>Senac</strong><br />
Fabricantes/<br />
fornece<strong>do</strong>res<br />
Sebrae<br />
16
3.4 Requisitos <strong>de</strong> formação profissional<br />
Dentre as exigências <strong>de</strong> educação profissional, a formação técnica é citada pelos<br />
entrevista<strong>do</strong>s como o principal requisito para os setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
(95,55%) e beleza (86,46%), ao passo que a vivência prática mostra-se fundamental<br />
para aqueles que atuam profissionalmente em gastronomia (88,78%) e<br />
hotelaria (84,76%) (ver tabela 2).<br />
Para o setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> hotelaria, como era <strong>de</strong> se esperar, o <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong><br />
outros idiomas (61,52%) é bastante importante. Já o setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão<br />
e comércio apresenta equivalência percentual em relação à formação técnica<br />
(68,73%) e vivência prática (71,08%).<br />
Dentre as ocupações analisadas no setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> beleza, o auxiliar<br />
<strong>de</strong> cabeleireiro é a que obteve menor percentual com relação à exigência <strong>de</strong><br />
formação técnica (69,23%), as <strong>de</strong>mais tiveram percentuais entre 82,91% (barbeiro)<br />
e 93,84% (cabeleireiro). Percebe-se, também, um equilíbrio quanto à<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vivência prática, com os percentuais oscilan<strong>do</strong> entre 72,55%<br />
(consultor <strong>de</strong> beleza) e 82,13% (barbeiro). O <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> outros idiomas é mais<br />
relevante para o administra<strong>do</strong>r <strong>de</strong> salão <strong>de</strong> beleza (29,33%) e para o consultor<br />
<strong>de</strong> beleza (23,20%).<br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
Segun<strong>do</strong> os investiga<strong>do</strong>s, no setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão e comércio, a formação<br />
técnica é o requisito mais importante para as seguintes ocupações: técnico<br />
em qualida<strong>de</strong> (86,37%), técnico em finanças (84,06%), técnico em seguros<br />
(76,47%), assistente em recursos humanos (76,22%), técnico em logística<br />
(74,23%) e técnico em comércio exterior (72,28%). A vivência prática, contu<strong>do</strong>,<br />
mostra-se fundamental para o ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r (90,47%), o almoxarife (83,39%),<br />
o opera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> telemarketing (82,34%), o assistente em logística (72,50%), o<br />
técnico em serviços imobiliários (71,93%) e o ajudante <strong>de</strong> <strong>de</strong>spachante aduaneiro<br />
(70,55%). Os maiores percentuais referentes ao <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> outros idiomas<br />
referem-se ao técnico em comércio exterior (57,37%) e ao ajudante <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>spachante aduaneiro (29,32%).<br />
Em gastronomia, as ocupações <strong>de</strong> cozinheiro e maître têm altos percentuais<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, tanto em formação técnica (74,68% e 86,57%, respectivamente)<br />
como em vivência prática (87,40% e 82,99%, na <strong>de</strong>vida or<strong>de</strong>m). As <strong>de</strong>mais ocupações<br />
apresentam como principal requisito a vivência prática, varian<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
82,99% (maître) a 94,84% (aten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> lanchonete). O <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> outros idiomas<br />
tem relevância para a profissão <strong>de</strong> garçom (35,33%), barten<strong>de</strong>r (29,70%) e<br />
maître (43,10%).<br />
Embora no setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> seja importante a vivência prática, com<br />
percentuais oscilan<strong>do</strong> entre 66,90% (técnico em registro e informações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>)<br />
e 75,39% (técnico em agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>), a formação técnica<br />
mostra-se imprescindível para atuação em um segmento em que a entrada <strong>de</strong><br />
novas tecnologias e equipamentos é constante. Assim, os eleva<strong>do</strong>s percentuais<br />
17
corroboram o <strong>de</strong>senho <strong>do</strong> cenário merca<strong>do</strong>lógico, varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 91,59% (técnico<br />
agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>) a 99,26% (especialista técnico em prótese sobre<br />
implante). O <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> outros idiomas é aponta<strong>do</strong> como necessário, sobretu<strong>do</strong><br />
para o especialista técnico em medicina nuclear e radioterapia (33,08%), o<br />
técnico em gerência <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (28,48%) e o técnico em equipamentos biomédicos<br />
(26,32%).<br />
Em hotelaria, as exigências quanto à formação técnica mostram-se tão necessárias<br />
quanto à vivência prática, com exceção das ocupações <strong>de</strong> camareira e<br />
mensageiro, que apresentam os menores percentuais em relação à formação<br />
técnica (48,68% e 46,60%, na <strong>de</strong>vida or<strong>de</strong>m); sen<strong>do</strong> amplamente supera<strong>do</strong>s<br />
pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experiência prática (90,04% e 86,06%, respectivamente).<br />
Os índices percentuais em formação técnica foram <strong>de</strong> 46,60% (mensageiro) a<br />
82,68% (guia <strong>de</strong> turismo).<br />
Em acor<strong>do</strong> com o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, o <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> outros idiomas é um requisito<br />
fundamental para aqueles que querem ocupar postos <strong>de</strong> trabalho no setor<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> hotelaria, especialmente para os seguintes profissionais: agente<br />
<strong>de</strong> viagens (81,61%), guia <strong>de</strong> turismo (78,06%) e recepcionista (72,43%).<br />
Tabela 2 Principais requisitos <strong>de</strong> formação profissional<br />
<strong>Setor</strong>es <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
Requisitos (%)<br />
Formação técnica Vivência prática Domínio <strong>de</strong> outros idiomas<br />
Saú<strong>de</strong> 95,55 71,42 17,28<br />
Beleza 86,46 77,32 16,54<br />
Hotelaria 70,30 84,76 61,52<br />
Gestão e Comércio 68,73 71,08 19,90<br />
Gastronomia 60,77 88,78 16,49<br />
Média 76,36 78,67 26,35<br />
A pesquisa investigou, também, o percentual <strong>de</strong> admissão e <strong>de</strong>missão <strong>de</strong> funcionários<br />
pelas empresas no último ano. As médias <strong>do</strong>s admiti<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s <strong>de</strong>sliga<strong>do</strong>s foram, respectivamente,<br />
13,51% e 11,39%. Isso resultou num sal<strong>do</strong> positivo <strong>de</strong> 2,12%.<br />
A Região Norte e o setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> beleza apresentaram o melhor <strong>de</strong>sempenho<br />
com os sal<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 5,27% e 2,86%, respectivamente. O Centro-Oeste revelou um sal<strong>do</strong><br />
negativo (-0,23%) e o setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> hotelaria registrou o menor sal<strong>do</strong> entre<br />
admissões e <strong>de</strong>missões (0,96%).<br />
18
Gráfico 12 Percentual <strong>de</strong> admissões e <strong>de</strong>missões no último ano<br />
Mais <strong>de</strong> 70%<br />
De 51% a 70%<br />
De 31% a 50%<br />
De 11% a 30%<br />
Menos <strong>de</strong> 10%<br />
1,43%<br />
1,52%<br />
1,45%<br />
1,57%<br />
6,65%<br />
8,33%<br />
14,13%<br />
23,46%<br />
Admissão<br />
3.5 Futuro ocupacional<br />
Demissão<br />
65,12%<br />
76,33%<br />
As transformações inerentes ao merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho implicam mudanças na organização<br />
laboral, influencian<strong>do</strong> tanto o número e a rotativida<strong>de</strong> nos postos <strong>de</strong><br />
trabalho como as ocupações em si.<br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
As inovações tecnológicas, <strong>de</strong> processos e produtos po<strong>de</strong>m propiciar o surgimento<br />
<strong>de</strong> novas ocupações, assim como po<strong>de</strong>m apresentar ativida<strong>de</strong>s novas naquelas<br />
já estabelecidas ou <strong>de</strong>mandar novas habilida<strong>de</strong>s e conhecimentos para as<br />
ocupações que se mantêm no merca<strong>do</strong>.<br />
Percebe-se que, com o passar <strong>do</strong>s anos,<br />
mudanças no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho vêm gradativamente contribuin<strong>do</strong> para<br />
transformar as oportunida<strong>de</strong>s profissionais. Por exemplo, muitas das ocupações<br />
atuais não existiam há algum tempo. À medida que se <strong>de</strong>scobriram novas<br />
tecnologias, foram necessários profissionais <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s à sua utilização e<br />
aprimoramento. Quan<strong>do</strong> estes profissionais realizavam um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
bastante diferente das vigentes, conformava-se o surgimento <strong>de</strong> uma<br />
nova ocupação. Este movimento continuamente se repete e não tem somente<br />
o <strong>de</strong>scobrimento <strong>de</strong> novas tecnologias como elemento impulsiona<strong>do</strong>r. [...]<br />
Formadas por diversos aspectos, como por exemplo, tendências <strong>de</strong>mográficas<br />
<strong>de</strong>vidas a migrações, ao envelhecimento da população e ao aumento <strong>de</strong><br />
nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, bem como fatores econômicos e novas regulamentações<br />
<strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, estas mudanças também contribuem para transformações<br />
ocupacionais. 12<br />
12<br />
CARUSO, Luiz Antonio Cruz (Org.); TIGRE, Paulo Bastos (Org.). Mo<strong>de</strong>lo Senai <strong>de</strong> prospecção: <strong>do</strong>cumento meto<strong>do</strong>lógico.<br />
Montevi<strong>de</strong>o : Cinterfor, 2004. p. 55.<br />
19
Embora o <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo venha absorven<strong>do</strong><br />
cada vez mais novas tecnologias e elevan<strong>do</strong> o nível educacional <strong>de</strong> seu capital<br />
humano, a atual pesquisa mostra que, em geral, não há gran<strong>de</strong>s mudanças<br />
nos setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e perfis profissionais analisa<strong>do</strong>s, ainda que se aponte<br />
um aumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda e <strong>de</strong> remuneração futuras referentes às ocupações<br />
investigadas.<br />
Os da<strong>do</strong>s apontam que não há gran<strong>de</strong>s mudanças no perfil ocupacional brasileiro.<br />
No entanto, algumas ocupações já estabelecidas apresentam uma gama<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s novas, ao passo que outras mantêm seu rol <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, embora<br />
<strong>de</strong>man<strong>de</strong>m novos conhecimentos e habilida<strong>de</strong>s. Poucas são as ocupações<br />
em processo <strong>de</strong> substituição ou extinção. Os setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s com maiores<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crescimento em postos <strong>de</strong> trabalho são beleza (58,25%) e<br />
saú<strong>de</strong> (57,26%).<br />
Normalmente, as ocupações mais <strong>de</strong>mandadas em seus setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s são,<br />
também, aquelas que os emprega<strong>do</strong>res têm maiores dificulda<strong>de</strong>s em contratar<br />
pessoal qualifica<strong>do</strong> e experiente. Tais ocupações são discriminadas na tabela 3.<br />
Tabela 3 Ocupações mais <strong>de</strong>mandadas, com necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualificação<br />
e maiores índices <strong>de</strong> inexperiência por setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />
<strong>Setor</strong>es <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
Gestão e Negócios<br />
Beleza<br />
Hotelaria<br />
Gastronomia<br />
Saú<strong>de</strong><br />
Maior <strong>de</strong>manda<br />
Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
qualificação<br />
Falta <strong>de</strong> experiência prática<br />
Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r<br />
Caixa<br />
Cabeleireiro Manicura e pedicura Manicura e pedicura<br />
Manicura e pedicura Cabeleireiro Cabeleireiro<br />
Recepcionista Recepcionista Camareira<br />
Camareira Camareira Recepcionista<br />
Cozinheiro Cozinheiro Garçom<br />
Garçom Garçom Aten<strong>de</strong>nte<br />
Recepcionista Recepcionista Recepcionista<br />
Médico Enfermeiro Enfermeiro<br />
Os postos <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> recepção, sobretu<strong>do</strong> em hotelaria e saú<strong>de</strong>, são <strong>de</strong>staques<br />
na pesquisa, como ocupação <strong>de</strong>mandada (76% e 36%, respectivamente), carência <strong>de</strong><br />
qualificação (46% e 21%, na <strong>de</strong>vida or<strong>de</strong>m) e volume <strong>de</strong> profissionais inexperientes<br />
(30% e 16%, respectivamente).<br />
Em vista da afirmação anterior, torna-se recomendável reavaliar os cursos volta<strong>do</strong>s<br />
para a formação <strong>de</strong> recepcionistas, com atenção especial aos aperfeiçoamentos<br />
extraeixo nos quais <strong>de</strong>vem ser trabalhadas as especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada<br />
área <strong>de</strong> atuação (saú<strong>de</strong>/turismo e hotelaria).<br />
20
Os responsáveis pelas áreas <strong>de</strong> beleza e gastronomia <strong>de</strong>monstram o maior índice <strong>de</strong><br />
insatisfação quanto à falta <strong>de</strong> experiência prática <strong>do</strong>s profissionais. Portanto, o <strong>Senac</strong><br />
<strong>de</strong>ve continuar investin<strong>do</strong> em aulas práticas, como vem fazen<strong>do</strong> em seus cursos <strong>de</strong><br />
Aprendizagem, Capacitação e Técnico em ambos os setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s.<br />
As ocupações que os emprega<strong>do</strong>res revelam ter maior dificulda<strong>de</strong> em contratar<br />
são aquelas mais <strong>de</strong>mandadas (que constam na tabela 3) e que, por sua vez,<br />
requerem qualificação profissional, à exceção <strong>de</strong> corretor (gestão e negócios) e<br />
técnico em enfermagem (saú<strong>de</strong>).<br />
O setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s mais pessimista em relação à <strong>de</strong>manda e/ou aumento salarial,<br />
aponta<strong>do</strong> pelos entrevista<strong>do</strong>s, é o <strong>de</strong> gestão e negócios. Entretanto, é importante<br />
ressaltar que a atual <strong>de</strong>manda das empresas para vagas em Aprendizagem<br />
no PSG é no eixo gestão e negócios.<br />
Em gastronomia, embora a formação profissional seja necessária para atuação<br />
no merca<strong>do</strong>, a vivência prática é exigência imprescindível <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>res<br />
para todas as ocupações, estan<strong>do</strong>, até mesmo, à frente da formação técnica. A<br />
exceção a essa regra são as ocupações <strong>de</strong> barten<strong>de</strong>r e maître. Segun<strong>do</strong> os investiga<strong>do</strong>s,<br />
uma ocupação que se encontra em franca expansão nesse setor <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s é a <strong>de</strong> cozinheiro.<br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
No setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> beleza, a profissão <strong>de</strong> barbeiro apresenta redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda.<br />
Logo, o presente estu<strong>do</strong> recomenda que a Instituição inclua, nos cursos<br />
volta<strong>do</strong>s para a formação <strong>de</strong> cabeleireiro, módulo em que seriam trabalhadas as<br />
competências e habilida<strong>de</strong>s pertinentes à função <strong>de</strong> barbeiro. A tendência <strong>de</strong> incluir<br />
módulo relativo às técnicas <strong>de</strong> corte masculino e barbearia nos cursos volta<strong>do</strong>s para<br />
a formação <strong>de</strong> cabeleireiro já foi manifestada por alguns Departamentos Regionais<br />
<strong>do</strong> <strong>Senac</strong>, indican<strong>do</strong> que a Instituição encontra-se coadunada com a dinâmica <strong>do</strong><br />
merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />
Na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a ocupação <strong>de</strong> auxiliar <strong>de</strong> enfermagem ten<strong>de</strong>, teoricamente, à extinção,<br />
pois o próprio Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Enfermagem fornece registro provisório<br />
(cinco anos) a esses profissionais até que seja complementada a formação que os<br />
capacite como técnicos <strong>de</strong> enfermagem. Apesar <strong>de</strong> o <strong>Senac</strong> manter em seu Catálogo<br />
<strong>de</strong> Cursos a qualificação profissional técnica <strong>de</strong> auxiliar <strong>de</strong> enfermagem, seria pru<strong>de</strong>nte<br />
reavaliar tal oferta, manten<strong>do</strong>-a somente enquanto a legislação profissional<br />
lhe <strong>de</strong>r respal<strong>do</strong> para exercer a ocupação. Nas regiões em que a escolarida<strong>de</strong> não<br />
favorecer a oferta <strong>do</strong> curso técnico, ainda po<strong>de</strong> ser importante manter a formação<br />
<strong>de</strong>ssa qualificação técnica como itinerário futuro para o profissional técnico.<br />
O setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gastronomia apresenta, como ocupações futuras, nutricionista<br />
<strong>de</strong> restaurante e consultor gastronômico. A primeira ocupação exige<br />
graduação, o que encarece bastante o investimento a ser realiza<strong>do</strong> e, por isso, a<br />
<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> curso <strong>de</strong>ve ser pon<strong>de</strong>rada pela Instituição. A formação<br />
para consultor gastronômico já é ofertada pelo <strong>Senac</strong> São Paulo, e, com o possí-<br />
21
vel incremento <strong>de</strong>ssa profissão, outros Departamentos Regionais po<strong>de</strong>riam incluir<br />
essa oferta educacional em seus portfólios, assim como o curso <strong>de</strong> Habilitação Técnica<br />
em Nutrição e Dietética, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que apresenta menor custo e constitui<br />
itinerário para os cursos superiores.<br />
Na área <strong>de</strong> gestão e negócios, o ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r online – profissional capaz <strong>de</strong> intermediar<br />
a venda virtualmente – é cita<strong>do</strong> como uma nova ocupação. Outra ativida<strong>de</strong><br />
indicada como promissora é a <strong>do</strong> profissional que cuida esteticamente <strong>de</strong> cães<br />
(esteticista canino), responsável pelos cuida<strong>do</strong>s com a pelagem <strong>do</strong> animal (trabalhada<br />
com tesoura), além <strong>de</strong> outros tratamentos estéticos como tintura e mechas,<br />
hidratações, pentea<strong>do</strong>s etc. Três Departamentos Regionais (RJ, SC e MG) oferecem<br />
curso <strong>de</strong> Banho & Tosa com técnicas tradicionais <strong>de</strong> tosa e cuida<strong>do</strong>s higiênicos.<br />
Aconselha-se atenção a um possível crescimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda por tais serviços.<br />
Nesse caso, seria <strong>de</strong>sejável que as especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estética canina elencadas<br />
anteriormente fossem incluídas nos cursos ou trabalhadas, separadamente, em<br />
um curso <strong>de</strong> aperfeiçoamento. É importante frisar que já houve oferta <strong>de</strong> curso<br />
<strong>de</strong> Aperfeiçoamento em Tintura <strong>de</strong> Pelagem Canina pelo Departamento Regional<br />
<strong>do</strong> RJ e a procura não foi significativa, o que o levou a ser retira<strong>do</strong> <strong>do</strong> portfólio <strong>do</strong><br />
<strong>Senac</strong>.<br />
No setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, são mencionadas três ocupações com gran<strong>de</strong>s<br />
perspectivas futuras: biomédico, técnico em logística hospitalar e naturólogo. Embora<br />
os campos <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> biomédico sejam amplos, a ocupação <strong>de</strong>manda formação<br />
superior, o que incorreria em pesa<strong>do</strong> investimento para a Instituição. A ocupação<br />
técnico em logística hospitalar po<strong>de</strong>ria ser contemplada por meio da oferta<br />
<strong>de</strong> um curso específico ou <strong>de</strong> aperfeiçoamento, como extraeixo, <strong>do</strong> curso Técnico<br />
em Logística <strong>do</strong> eixo tecnológico gestão e negócios. A ocupação <strong>de</strong> naturólogo<br />
caracteriza-se pela especialização em terapias alternativas e há um projeto <strong>de</strong> lei<br />
<strong>de</strong> regulamentação profissional em tramitação no Congresso. Como no caso <strong>do</strong><br />
biomédico, essa ocupação exige formação superior. Portanto, um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso<br />
mais específico seria recomendável em caso <strong>de</strong> implementação <strong>do</strong> curso.<br />
Segun<strong>do</strong> os investiga<strong>do</strong>s, no setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> beleza, a <strong>de</strong>pila<strong>do</strong>ra <strong>de</strong>finitiva<br />
é bastante citada como uma ocupação futura. No entanto, a ativida<strong>de</strong> é consi<strong>de</strong>rada<br />
atribuição <strong>de</strong> médicos <strong>de</strong>rmatologistas, e, por isso, <strong>de</strong>manda formação superior<br />
que, no momento, não é contemplada pela Instituição. O <strong>Senac</strong> oferece em seu<br />
portfólio <strong>de</strong> cursos a formação para <strong>de</strong>pila<strong>do</strong>ra com utilização <strong>de</strong> diferentes técnicas,<br />
materiais e produtos.<br />
No setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> hotelaria, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s, a ocupação <strong>de</strong> maior futuro<br />
é o concierge, profissional responsável por controlar a movimentação no lobby <strong>de</strong><br />
entrada <strong>do</strong> hotel, além <strong>de</strong> garantir as tarefas <strong>de</strong> manutenção. Em muitos casos, o trabalho<br />
<strong>do</strong> concierge extrapola os limites físicos <strong>do</strong> hotel. No Rio <strong>de</strong> Janeiro, por exemplo,<br />
tais profissionais também atuam nas areias das praias com o oferecimento <strong>de</strong> serviços.<br />
Recomenda-se investir em cursos volta<strong>do</strong>s para essa categoria, sobretu<strong>do</strong> porque o<br />
país como um to<strong>do</strong> tem gran<strong>de</strong> vocação turística.<br />
22
Nenhuma ocupação realmente nova, ou seja, que compreen<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s,<br />
habilida<strong>de</strong>s e conhecimentos totalmente distintos, foi <strong>de</strong>tectada pela pesquisa.<br />
O retrato <strong>do</strong> recorte <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong> traduz-se em ativida<strong>de</strong>s recentes que estão<br />
em <strong>de</strong>senvolvimento e com potencial <strong>de</strong> crescimento.<br />
É mister lembrar que o PSG abarca cursos <strong>de</strong> Formação Inicial e Continuada, e <strong>de</strong> Educação<br />
Profissional Técnica <strong>de</strong> Nível Médio. Logo, as indicações <strong>de</strong> ocupações que exigem<br />
formação superior <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas para o portfólio geral <strong>do</strong> <strong>Senac</strong>, como<br />
uma complementação aos itinerários formativos pós-PSG.<br />
<strong>Demanda</strong> <strong>Futura</strong> <strong>do</strong> <strong>Setor</strong> <strong>do</strong> Comércio <strong>de</strong> <strong>Bens</strong>, Serviços e Turismo<br />
23