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ADMINISTRAÇÕES DA SOCESP

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ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong>


30 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Dr. ADIB JATENE<br />

O trabalho de divulgação da <strong>SOCESP</strong>, logo após seu surgimento,<br />

obteve rápida reciprocidade dos cardiologistas do Estado. Na<br />

época, notava-se um quadro de grande harmonia entre os médicos<br />

da especialidade. Nesta fase, praticamente todos os profissionais<br />

em atividade no Estado tinham sido treinados no Hospital<br />

das Clínicas, no Instituto Dante Pazzanese ou no Hospital São<br />

Paulo. Havia uma grande inter-relação entre estes três centros.<br />

O Dr. Adib Jatene havia chegado ao cargo de presidente da entidade<br />

por indicação de seus colegas. O primeiro líder da SO-<br />

CESP sempre defendeu a idéia de que certos cargos não deveriam<br />

ser pleiteados e sim aceitos sob a perspectiva impessoal de<br />

realização de um trabalho em benefício de todos. Desde o início,<br />

as relações na nova entidade se davam de forma amistosa,<br />

não havendo vestígio algum de competição entre os membros<br />

da Diretoria e mesmo entre seus associados. Os ocupantes dos<br />

cargos também só tinham olhos para seus respectivos objetivos<br />

que envolviam unicamente trabalho e dedicação.<br />

Nunca houve espaço na Socesp para quem desejasse prestígio<br />

ou benefício próprio.<br />

Na própria Sociedade Brasileira de Cardiologia era comum o<br />

presidente de uma edição de seu congresso ser eleito vice-presidente<br />

na próxima gestão da entidade. Dentro dessa dinâmica,<br />

na SBC, o próximo passo era essa pessoa chegar ao cargo de<br />

presidente. Assim foi seu funcionamento durante muito tempo.<br />

Na segunda metade do século XX, surgiram muitas escolas de<br />

medicina no Brasil, numa época de intensas descobertas científicas<br />

e de grande desenvolvimento tecnológico. Esta dinâmica<br />

passou a exigir maior aprofundamento da formação dos médicos,<br />

o que na prática era impossível para muitas faculdades.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 31<br />

Dentro desse quadro, desde sua primeira gestão, a <strong>SOCESP</strong> segue<br />

coordenando o conhecimento pertinente à especialidade<br />

com intuito de estabelecer consensos e condutas. Estas ações<br />

são sempre iluminadas a cada edição de seu Congresso, para<br />

que cada profissional no exercício prático possa adquirir um<br />

conhecimento renovado.<br />

Antes da fundação da <strong>SOCESP</strong>, algumas cidades do Estado de<br />

São Paulo como Campinas, Ribeirão Preto e Sorocaba – que<br />

abrigavam faculdades de medicina – já se destacavam como<br />

centros importantes de Cardiologia. Vários médicos desses centros<br />

solicitavam a realização de um congresso. Assim, viabilizou-se,<br />

em 1979, a primeira jornada da especialidade em Campinas,<br />

presidida pelo Dr. Antonio Benedicto Prado Fortuna.<br />

“A <strong>SOCESP</strong>, durante 30 anos, cumpriu também um importante<br />

papel de difusão das pesquisas e dos trabalhos referentes à<br />

Cardiologia. O doente recebe sempre o que está testado e documentado.<br />

Esse é o papel dos congressos: reconhecer as evidências<br />

para que as mesmas possam mais tarde ser oferecidas às<br />

pessoas. Isso a <strong>SOCESP</strong> faz muito bem. E não basta realizar, é<br />

importante possuir instrumentos de divulgação, como os que<br />

foram fornecidos pela Sociedade de Cardiologia do Estado de<br />

São Paulo. O objetivo da <strong>SOCESP</strong> foi sempre desenvolver a<br />

Cardiologia e não engrandecer pessoas. Todos que passaram<br />

por sua Diretoria ou Presidência continuam trabalhando pela<br />

entidade. Isso só fortalece a Sociedade.”<br />

DR. ADIB JATENE<br />

Na segunda metade do<br />

século XX, foram criadas<br />

muitas escolas de medicina<br />

no País. Interior da<br />

Faculdade de Medicina da<br />

USP.


32 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Dr. RADI MACRUZ<br />

Após exercer o cargo de secretário-geral durante a primeira administração<br />

da <strong>SOCESP</strong>, o Dr. Radi Macruz assumiu a Presidência.<br />

De imediato, o novo presidente resolveu criar Regionais<br />

da <strong>SOCESP</strong> com o intuito de atrair os cardiologistas do interior<br />

do Estado para que os mesmos pudessem participar ativamente<br />

da Diretoria. O novo presidente acreditava que um médico<br />

tinha disposição para sair de sua região para assistir a uma reunião<br />

na capital. Porém, com a criação das Regionais, os encontros<br />

poderiam ocorrer com freqüência e o conhecimento de<br />

Cardiologia seria também difundido mais facilmente entre os<br />

associados residentes fora da cidade de São Paulo. Através de<br />

cada Regional, a <strong>SOCESP</strong> obteria ainda o retorno crítico de seu<br />

trabalho.<br />

<strong>SOCESP</strong> CRIA SUAS PRIMEIRAS REGIONAIS<br />

Inserida nesta proposta estava a capacidade de cada sede Regional<br />

reunir um número de cardiologistas para a realização do<br />

Congresso da entidade. Era, ainda, fundamental que cada cidade<br />

suportasse receber uma grande quantidade de cardiologistas<br />

durante estes eventos. Assim as subsedes foram nascendo nas<br />

cidades de Campinas, Marília, Ribeirão Preto e Santos. As Sociedades<br />

de Campinas e Ribeirão Preto já existiam antes do surgimento<br />

da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Na prática, era muito fácil viabilizar uma representação no interior.<br />

Um cardiologista da cidade era chamado para uma reunião<br />

em São Paulo e em seguida ele retornava para sua região já<br />

com todo o apoio da <strong>SOCESP</strong>. Todas as sedes Regionais se consolidaram.<br />

“Estas reuniões da <strong>SOCESP</strong> conseguiram reunir os cardiologistas<br />

de todo o Estado. Aquela sensação de que um grupo estava


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 33<br />

A <strong>SOCESP</strong> passa a ter<br />

uma identidade visual<br />

lutando contra outro desapareceu. Eu prestigiava os médicos de<br />

Marília e mantinha a mesma postura com os profissionais de<br />

Santos e Campinas... Nessa época, o que nos interessava era a<br />

formação dos indivíduos para que a Sociedade pudesse receber<br />

uma assistência de qualidade. Esta é a meta da universidade. Na<br />

minha época de estudante, havia apenas 17 faculdades de medicina.<br />

A formação era muito melhor. Eu costumava dizer no<br />

InCor que era possível formar um indivíduo em três anos para<br />

fazer medicina. Um cientista leva mais tempo, cerca de 20<br />

anos... E a base da medicina é justamente a ciência. A finalidade<br />

é a assistência e o humanismo.”<br />

DR. RADI MACRUZ<br />

Durante a gestão do Dr. Radi Macruz, decidiu-se que o Conselho<br />

da <strong>SOCESP</strong> seria formado pelos seus ex-presidentes. Sob<br />

sua administração, foi elaborado um boletim mensal da Sociedade<br />

patrocinado por uma grande companhia farmacêutica. A<br />

idéia era revisar os assuntos de grande importância da Cardiologia<br />

e difundir novos temas. Determinou-se também que nenhum<br />

dos ex-presidentes poderia ser reeleito. Assim a <strong>SOCESP</strong><br />

asseguraria seu dinamismo. Durante esta segunda gestão foi<br />

criado o logotipo da Sociedade.


34 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Ao finalizar sua administração, Dr. Radi Macruz deixou a entidade<br />

com superavit. Tal fato teve grande importância para seu<br />

posterior desenvolvimento. Desta forma, a <strong>SOCESP</strong> firmava-se<br />

como uma Sociedade autônoma, totalmente independente. Segundo<br />

o presidente, tais fundos tinham um destino certo: o financiamento<br />

de bolsas de aperfeiçoamento no exterior para os<br />

associados. Após fechar sua gestão, Dr. Radi Macruz se afastou<br />

das atividades da <strong>SOCESP</strong>.<br />

“A <strong>SOCESP</strong>, ainda hoje, deve ter como sua finalidade a vigilância<br />

do exercício da medicina, ensinar Cardiologia e preparar indivíduos<br />

para que eles se tornem realmente médicos. Medicina<br />

não é ciência, química, anatomia, fisiologia... A medicina é tudo<br />

isso agregado à humanidade. O humanismo tem de estar presente<br />

em todos os atos do homem. A <strong>SOCESP</strong> tem por obrigação<br />

vigiar isto. Ela deve também observar o desenvolvimento da<br />

ciência em outros países e tentar organizar centros de pesquisa<br />

aqui. Não podemos ficar repetindo os trabalhos dos outros gastando<br />

dinheiro com isso. Com humildade, devemos ir para o<br />

exterior para aprender. Assim a clínica será capaz de evoluir.<br />

Uma Sociedade como a nossa tem de influenciar a política com<br />

o intuito de apontar os erros cometidos pelos políticos na condução<br />

do setor de saúde. A <strong>SOCESP</strong> tem, ainda, por obrigação,<br />

criticar as faculdades que não têm capacidade de formar cardiologistas.<br />

Assim deve ser... A medicina é a mais bela das profissões<br />

quando bem exercida. É a glorificação do ser humano.<br />

Quem deseja ser médico precisa sempre gostar do homem.”<br />

DR. RADI MACRUZ


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 35<br />

Dr. MARCOS FABIO LION<br />

Esta gestão se dedicou a incrementar o conhecimento científico<br />

dos cardiologistas, através de maior entrosamento dos diversos<br />

serviços da especialidade existentes na época. Nessa fase, também,<br />

detectou-se a necessidade de se organizar o atendimento<br />

de urgência na Capital.<br />

REGIONAIS COMEÇAM A PARTICIPAR<br />

<strong>DA</strong> SEMANA DO CORAÇÃO<br />

A <strong>SOCESP</strong> participou<br />

ativamente da<br />

Semana do Coração<br />

A Diretoria decidiu, ainda, que as Regionais deveriam efetuar<br />

palestras durante a “Semana do Coração”, realizada entre 3 e 9<br />

de agosto de 1981. O evento destacou os casos de hipertensão<br />

arterial e divulgou nos meios de comunicação mensagens de<br />

combate ao tabagismo.<br />

Criada pela SBC, em meados da década de 1970, a Semana do<br />

Coração disseminou eventos em várias capitais e e em algumas<br />

cidades do Estado de São Paulo. Sob a coordenação da <strong>SOCESP</strong>,<br />

as ações chegaram a ser realizadas em 18 municípios, sempre<br />

no mês de outubro. As atividades visavam conscientizar a população<br />

da necessidade de prevenção das doenças cardiológicas.<br />

A <strong>SOCESP</strong> deixou de participar oficialmente da Semana do<br />

Coração em 2002.<br />

A escolha do presidente do Congresso da Sociedade Brasileira da<br />

cardiologia, realizado em 1984, foi efetuada pela Diretoria da Socesp.<br />

Nesta época, a Sociedade de Cardiologia do Estado de São<br />

Paulo possuía um membro em cada serviço da capital. Esta escolha<br />

deveria recair sobre um médico que conseguisse coadunar liderança<br />

com projeção científica. Este profissional teria ainda que<br />

possuir uma destacada presença nos meios social, médico e político.<br />

Para chegar a um consenso, Dr. Lion solicitou, na época, que<br />

todos os presidentes das Regionais da <strong>SOCESP</strong> comparecessem a


36 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

uma reunião na sede da Sociedade na Capital. O resultado deste<br />

encontro foi a escolha do nome do Dr. Adib Jatene.<br />

REGIONAIS DE BAURU, SOROCABA E VALE DO PARAÍBA<br />

Na gestão do Dr. Marcos Fábio Lion foram criadas as Regionais<br />

de Bauru e Sorocaba. Dr. Alberto Liberman chegou a destacar<br />

que o Dr. Lion se dedicou bastante às Regionais enquanto esteve<br />

na Presidência da <strong>SOCESP</strong>.<br />

No fim de seu mandato, Dr. Marcos Lion considerou que a Sociedade<br />

estava mais conhecida, sobretudo no interior do Estado,<br />

conseguindo aumentar o número de sócios, passando de<br />

355 para 576 membros. Nesse período, mais pessoas começaram<br />

a estudar Cardiologia, devido ao aumento de oferta de faculdades<br />

de medicina.<br />

“O Brasil se desenvolveu bastante na Cardiologia. E a <strong>SOCESP</strong><br />

desempenha um papel muito importante. Seus diretores e muitos<br />

de seus sócios têm grande capacitação na especialidade. O<br />

número de médicos de alto nível da especialidade também aumentou<br />

muito fora do Brasil. Todos nós da <strong>SOCESP</strong> sempre fomos<br />

aos Congressos Internacionais para representá-la. Ela é conhecida,<br />

há vários anos, internacionalmente. Nunca deixei de<br />

acompanhar sua evolução.”<br />

DR. MARCOS FÁBIO LION<br />

Ação da SBC em<br />

Manaus, em 1992


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 37<br />

Dr. PROTÁSIO LEMOS <strong>DA</strong> LUZ<br />

Ao assumir a Presidência, Dr. Protásio percebeu a ausência de<br />

participação de investigadores de ciência básica na Sociedade,<br />

em decorrência disso, foram introduzidas, na Sociedade, as<br />

representações de Fisiologia e de Fisiopatologia. O novo presidente<br />

acreditava, na época, que a <strong>SOCESP</strong> deveria olhar para<br />

todos os aspectos da atividade cardiológica. Até então, ela só se<br />

dedicava às atividades das áreas clínicas. A partir da gestão do<br />

Dr. Protásio, os simpósios de área básica da <strong>SOCESP</strong> se proliferaram.<br />

<strong>SOCESP</strong> FUN<strong>DA</strong> OS DEPARTAMENTOS<br />

DE ENFERMAGEM E PSICOLOGIA<br />

Nesta gestão foram criados também os dois primeiros Departamentos<br />

da <strong>SOCESP</strong>: Enfermagem e Psicologia. A proposta é que<br />

as duas áreas incrementassem seus conhecimentos em Cardiologia<br />

para posteriormente oferecer um bom serviço à sociedade.<br />

O Departamento de Enfermagem, ciente do quadro de complexidade<br />

da assistência à pessoa cardíaca, desenvolve trabalhos<br />

voltados a preparar adequadamente seus profissionais da área.<br />

O setor também promove encontros, congressos, seminários,<br />

jornadas, reuniões, entre outras atividades. Este Departamento<br />

é incentivado, ainda, a manter relações com entidades similares<br />

do Brasil e do exterior com intuito de proporcionar aos enfermeiros<br />

associados um maior conhecimento técnico e científico.<br />

Já o Departamento de Psicologia pretende contribuir para a reciclagem<br />

dos profissionais que atuam em Cardiologia. Os psicólogos<br />

começaram a ganhar espaço na Sociedade quando o<br />

Serviço de Psicologia do Instituto do Coração organizou, paralelamente<br />

ao Congresso da <strong>SOCESP</strong>, o I Simpósio de Psicologia<br />

Aplicada à Cardiologia. Este Departamento realiza, a cada ano,


38 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

o Curso de Aperfeiçoamento de Psicologia Aplicada à Cardiologia<br />

que dá suporte de conhecimentos específicos em Cardiologia<br />

aos psicólogos. O Departamento de Psicologia desenvolve, também,<br />

a análise e a revisão de artigos científicos, publicados no suplemento<br />

da Atualização Cardiológica.<br />

Na época em que o Dr. Protásio recebeu treinamento em Los<br />

Angeles, pôde se notar a importante participação dos grupos de<br />

Enfermagem e Psicologia nos simpósios de Cardiologia, dicutindo,<br />

apresentando casos e trabalhos. Assim, Dr. Protásio passou<br />

a entender que a especialidade deveria ser uma assistência<br />

médica integrada e multidisciplinar.<br />

Outra iniciativa desta administração foi introduzir Programas de<br />

Educação Continuada, disseminando os conhecimentos e as práticas<br />

atualizadas de Cardiologia nas Regionais da <strong>SOCESP</strong>. O fato<br />

é que os grandes centros conseguiam realizar reuniões semanais<br />

sobre temas ligados à medicina. Já muitas cidades do interior não<br />

detinham esta facilidade organizacional e, na época, ainda não<br />

havia as facilidades da internet. Os programas no interior do Estado<br />

foram muito bem aceitos e, com o tempo, incrementados.<br />

UMA SEDE PRÓPRIA PARA A <strong>SOCESP</strong><br />

Cada renovação de contrato de aluguel costumava preocupar a<br />

diretoria da Sociedade. Além do receio de perder a sede, havia<br />

ainda um desperdício de tempo para conseguir resolver esta<br />

questão. Já era hora de a <strong>SOCESP</strong> possuir um imóvel próprio.<br />

Na época, a entidade, ainda, dividia sua sede na rua Itapeva com<br />

a Revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia (da SBC).<br />

Durante esta gestão foi realizado um congresso de Cardiologia<br />

no InCor presidido pelo Professor Fulvio Pileggi, tendo o Dr.<br />

Protásio como presidente da Comissão Científica. Na ocasião,<br />

ficou determinado que parte da renda deste congresso seria<br />

destinada à Regional responsável pela realização do evento, no<br />

caso a <strong>SOCESP</strong>. Este dinheiro acabou sendo usado para adquirir<br />

duas pequenas salas no Conjunto Nacional.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 39<br />

A Socesp compra duas<br />

salas no Conjunto<br />

Nacional, na avenida<br />

Paulista.<br />

A avenida Paulista é muito conveniente para todos os associados,<br />

devido ao seu fácil acesso e por também estar próxima dos<br />

principais centros de Cardiologia da cidade<br />

“Tenho uma recordação muito boa da minha passagem pela<br />

<strong>SOCESP</strong>. Acredito que, na época, nós conseguimos fazer algumas<br />

coisas que julgávamos adequadas. Eu já tinha participado<br />

de vários simpósios nos Estados Unidos… A atuação da Sociedade<br />

na comunidade para o desenvolvimento do conhecimento<br />

era um conceito muito claro na minha cabeça. Hoje, acredito<br />

que ela deva incentivar a carreira de investigadores jovens, continuar<br />

investindo em educação continuada e ainda trabalhar<br />

para resolver os problemas relacionados à profissão.Vejo que a<br />

<strong>SOCESP</strong> é a melhor Regional que nós temos no Brasil.”<br />

DR. PROTÁSIO LEMOS <strong>DA</strong> LUZ


40 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Dr. LUIZ CARLOS BENTO DE SOUZA<br />

A continuidade e a melhoria dos Programas de Educação Continuada<br />

foram as principais ações desta Diretoria. Dr. Luiz Carlos<br />

Bento de Souza pretendia, na época, homogeneizar a divulgação<br />

dos conhecimentos de Cardiologia pelo Estado de São<br />

Paulo. Estava embutida, neste empreendimento, uma preocupação<br />

com os cardiologistas mais jovens do interior. A idéia é a<br />

de que os mesmos pudessem participar de discussões importantes<br />

pertinentes à especialidade, sem a necessidade de deslocamento.<br />

Nestas reuniões eram levados, até as Regionais, os<br />

médicos dos serviços de expressão da especialidade. Este trabalho<br />

contou com a intensa colaboração do Dr. José Antonio<br />

Franchini Ramires.<br />

Tendo participado da Diretoria anterior como vice-presidente,<br />

quando na ocasião trabalhou também ativamente na criação<br />

dos Departamentos de Enfermagem e de Psicologia, Dr. Luiz<br />

Carlos passou a incentivar, ao assumir a Presidência da <strong>SOCESP</strong>,<br />

o desenvolvimento de suas respectivas atividades científicas.<br />

O médico ainda observou, na época, a necessidade de os dois<br />

Departamentos realizarem reuniões, simpósios e congressos,<br />

como acontecia com os cardiologistas.<br />

Na sétima edição do Congresso, em Campos do Jordão, ocorreu<br />

a abertura do evento. Anteriormente, o Congresso era, sob a<br />

perspectiva científica, dominado por poucos médicos que davam<br />

muitas conferências. A decisão de limitar, numa única explanação,<br />

a participação de cada médico gerou o temor de que o<br />

Congresso sofresse decréscimo de qualidade. Mas isso não aconteceu.<br />

Um dos fatos mais significativos deste Congresso foi,<br />

diante desta abertura, a disposição de grande número de profissionais<br />

para realizar conferências. Esta mudança teve grande im-


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 41<br />

portância por fornecer bases que viriam a consolidar o Congresso<br />

da <strong>SOCESP</strong>. A partir desta edição o evento começou a ser nacional.<br />

Outro destaque foi o equilíbrio entre a oferta de leitos nos hotéis<br />

da cidade e o número de participantes – o que já não acontecia<br />

em anteriores diante do crescimento do Congresso.<br />

Na edição seguinte, a <strong>SOCESP</strong> já mantinha em seus quadros<br />

quase 2 mil sócios. Diante desta quantidade de associados que<br />

foram acrescidos também por expositores e acompanhantes, o<br />

Congresso registrou participantes instalados em cidades vizinhas<br />

a São José do Rio Preto.<br />

Nos congressos realizados nessa gestão, as comissões científicas<br />

ficaram mais próximas da Diretoria. Dessa forma, as programações<br />

científicas dos congressos sofreram grande evolução, tornando-se<br />

mais atrativas, conseguindo, inclusive, chamar a atenção<br />

de cardiologistas de outros Estados.<br />

“A Cardiologia é um campo muito fértil. Foi uma honra representar,<br />

durante dois anos, uma classe cardiológica de alta expressão<br />

no Brasil e ter contribuído com a troca de informações<br />

em nossa especialidade. Desde o primeiro congresso em Santos,<br />

a <strong>SOCESP</strong> sempre evoluiu. Não se mede uma Sociedade apenas<br />

pela qualidade e operabilidade de sua Diretoria. Deve-se levar<br />

em conta, também, seu quadro associativo. O Estado de São<br />

Paulo reúne serviços de Cardiologia de alta expressão. Todo trabalho<br />

desenvolvido pela <strong>SOCESP</strong> tem significado importante<br />

para a Cardiologia brasileira.”<br />

DR. LUIZ CARLOS BENTO DE SOUZA


42 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Dr. JOSÉ ANTONIO FRANCHINI RAMIRES<br />

Esta administração, a priori, pretendia coordenar as atividades<br />

científicas da especialidade e disseminá-las em todo o Estado,<br />

fortalecer a Cardiologia e aproximá-la da sociedade e dar continuidade<br />

às realizações das gestões anteriores.<br />

Dr. José Antonio Ramires achava muito importante integrar os<br />

médicos, sobretudo em algumas universidades que se encontravam<br />

muito distantes da prática e do exercício associativo da<br />

Cardiologia. Como conseqüência destes esforços, a <strong>SOCESP</strong>, na<br />

época, conseguiu atrair o grupo de médicos que estava dentro<br />

da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.<br />

NOVAS REGIONAIS: ARAÇATUBA, BOTUCATU E PIRACICABA<br />

O surgimento da Regional de Botucatu ocorreu dentro desta dinâmica<br />

de aproximar as universidades à <strong>SOCESP</strong>. Na época, os<br />

docentes da Faculdade de Medicina de Botucatu, considerada até<br />

hoje uma das melhores do Brasil, exerciam uma pálida atividade<br />

associativa. Essa atração começou a ocorrer num simpósio patrocinado<br />

pela <strong>SOCESP</strong> – o I Simpósio de Fisiologia e Fisiopatologia<br />

Clínica em Cardiologia. O evento realizado com recursos<br />

oriundos da Fapesp aconteceu no Hotel Village em Itu. Foi a primeira<br />

apresentação do grupo de Botucatu neste tipo de atividade.<br />

Esta Regional foi reativada em 1999 pelo Dr. Joel Spadaro.<br />

Já as cardiologistas de Araçatuba costumavam, isoladamente,<br />

promover atividades científicas com o Departamento (Regional)<br />

de Cardiologia da Associação Paulista de Medicina. Porém<br />

as ações não tinham freqüência regular. De uma conversa com<br />

um grupo de médicos nasceu a idéia de se criar uma Regional<br />

da <strong>SOCESP</strong> na cidade.<br />

A Regional de Piracicaba começou a sair do papel quando um<br />

grupo de jovens cardiologistas que havia chegado à cidade consi-


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 43<br />

derou a região descartada do “circuito” da especialidade. A iniciativa<br />

foi prontamente apoiada por toda a Diretoria da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Os Programas de Educação Continuada, já aplicados em gestões<br />

anteriores, não eram cursos consistentes durante o ano inteiro.<br />

Dessa forma, também, o conhecimento não chegava a<br />

todo o Estado. Assim, foi convocada a indústria farmacêutica<br />

(um pool de empresas) para que ela assumisse todos os custos<br />

dos cursos no interior. Na prática, cada companhia escolhia o<br />

programa que desejava custear. Como resultado deste acordo,<br />

os cursos passaram a ser regulares em todas as Regionais. As atividades<br />

científicas eram acordadas entre a Diretoria da SO-<br />

CESP e suas Regionais, sem sofrer interferência dos parceiros<br />

da indústria farmacêutica.<br />

Nessa época, foi feito pela primeira vez o primeiro Consenso<br />

Brasileiro sobre um grande tema cardiológico, no caso Trombólise<br />

– o que representou um grande marco no meio. A própria<br />

SBC ainda não havia realizado Consenso algum. As Sociedades<br />

americanas e européias ainda lidavam de forma embrionária<br />

com os Consensos. Em seguida, realizou-se, também, no Estado<br />

de São Paulo, o primeiro Consenso sobre Insuficiência Cardíaca<br />

do mundo. Evidenciava-se assim, a pujância da especialidade<br />

no Estado que, cada vez mais, se envolvia em diferentes<br />

áreas da Cardiologia. Havia, de fato, uma preocupação com a<br />

normatização do exercício profissional e com a incorporação de<br />

novas tecnologias.<br />

Começou a circular, bimestralmente, nesta gestão, um informativo<br />

da Sociedade dirigido pelo Dr. José Carlos Nicolau. O veículo<br />

que mesclava a divulgação de comunicados com trabalhos<br />

científicos, ao ganhar regularidade, tornou-se o embrião da Revista<br />

da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Dr. José Antonio Ramires, ao assumir a Diretoria da <strong>SOCESP</strong>,<br />

verificou 450 sócios pagantes entre os 750 inscritos. Ao terminar<br />

sua administração, a Sociedade mantinha em seu quadro<br />

1537 associados. Nessa fase, os cardiologistas começaram a en-


44 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

xergar a <strong>SOCESP</strong> como uma grande aliada. Os profissionais<br />

perceberam que a Sociedade, de fato, trabalhava para eles.<br />

Depois de contratar diferentes empresas para realizar cada edição<br />

do Congresso, a <strong>SOCESP</strong> resolveu fechar um acordo com a<br />

Ascon, uma empresa especializada em organizar eventos. O comediante<br />

Jô Soares realizou o show de abertura com temas médicos<br />

que agradou muito ao público. Nesta nona edição do<br />

Congresso, houve aumento muito grande de trabalhos científicos<br />

apresentados. A partir dessa fase, a <strong>SOCESP</strong> passou a ser<br />

bem mais prestigiada pelos cardiologistas.<br />

O X Congresso da <strong>SOCESP</strong> realizado em Bauru quase conseguiu<br />

dobrar o número de participantes em relação à edição anterior,<br />

registrando 2100 inscritos. Todas as cidades ao redor foram<br />

ocupadas pelos congressistas diante da escassez de vagas<br />

nos hotéis de Bauru. Até Barra Bonita, bem mais distante, chegou<br />

a receber pessoas que participaram do evento.<br />

“O processo sucessório da <strong>SOCESP</strong> nasceu de forma espontânea.<br />

A escolha de cada presidente sai da própria diretoria como<br />

candidato único. Isso poderia até estar escrito em nosso Estatuto<br />

– em algumas Sociedades internacionais as sucessões ocorrem<br />

desta maneira. Mas a <strong>SOCESP</strong> nunca escreveu sobre isso<br />

em lugar nenhum. Acredito que seu sucesso é decorrente, também,<br />

deste procedimento. Se um dia interesses políticos extremos<br />

encontrarem abrigo na Sociedade, certamente sofreremos<br />

estragos. A <strong>SOCESP</strong> é um exemplo de Sociedade que deu certo.<br />

Ela sempre cresceu. Nunca passou por grandes transtornos políticos<br />

ou por impactos que geraram prejuízos futuros. Somos,<br />

de fato, a maior sociedade regional de Cardiologia da América<br />

Latina. É a prova de que a <strong>SOCESP</strong> encontrou seu caminho correto.<br />

Sem trabalho e sem perseverança nunca se atinge objetivo<br />

algum. A <strong>SOCESP</strong> só chegou onde está hoje após anos de dedicação<br />

de muitas pessoas.”<br />

DR. JOSÉ ANTONIO FRANCHINI RAMIRES


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 45<br />

Dr. LEOPOLDO SOARES PIEGAS<br />

Ao assumir a Presidência da <strong>SOCESP</strong> em 1990, Dr. Leopoldo<br />

Soares Piegas teve de absorver os impactos do Plano Collor. Até<br />

então, a entidade nunca havia parado de crescer no decorrer de<br />

cada administração. O mesmo acontecia com os Congressos.<br />

Naquele momento, o dinheiro parou de circular, já que a economia<br />

ficou praticamente estagnada. Porém, a <strong>SOCESP</strong> conseguiu<br />

rapidamente superar este difícil momento.<br />

REGIONAL DE ARARAQUARA E SÃO JOSÉ DO RIO PRETO<br />

Dr. Leopoldo pensava primeiramente em manter as atividades<br />

implementadas nas administrações anteriores. Um exemplo foi<br />

o prosseguimento dos Programas de Educação Continuada. As<br />

atividades científicas, presentes nos congressos e em outros<br />

eventos, também receberam redobrada atenção desta Diretoria.<br />

Nesta administração foi inaugurada a Regional de Araraquara.<br />

O Clube do Coração, criado em 1982, em São José do Rio Preto<br />

também passou a funcionar como Regional da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Neste momento, o crescimento da entidade se alicerçava numa<br />

estrutura administrativa que se mostrava pouco eficiente. Nesta<br />

fase, a <strong>SOCESP</strong> adquiriu seu primeiro computador e ampliou<br />

seu número de linhas telefônicas. Dr. Leopoldo buscou<br />

ainda aumentar o número de sócios da Sociedade, através da<br />

realização de campanhas nos eventos. No fim desta gestão, ela<br />

conseguiu dobrar o seu quadro de associados.<br />

Dr. Leopoldo procurou alternativas para pagar os compromissos<br />

do XI Congresso, já que todo o dinheiro da <strong>SOCESP</strong> se<br />

encontrava bloqueado. Naquele momento, os cardiologistas<br />

tinham dificuldade de deslocamento. Vários profissionais não<br />

possuíam uma quantia suficiente para encher o tanque do carro.


46 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Porém, a diretoria da <strong>SOCESP</strong> e o Dr. Nyder Rodrigues Otero,<br />

presidente desta edição do Congresso, conseguiram administrar<br />

as dificuldades e assim o evento pôde ser realizado com sucesso<br />

nos auditórios da Unicamp, em Campinas. Na época, foi<br />

ampliada a quantidade de salas para acomodar todos os participantes.<br />

Já o XII Congresso conseguiu lotar uma quadra esportiva durante<br />

uma exposição científica. Uma ocupação insignificante,<br />

se comparada aos dias de hoje. Mas na ocasião o volume de participantes<br />

chegou a impressionar.<br />

“Provavelmente ninguém entre os presentes na primeira reunião<br />

realizada no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia<br />

imaginou que a entidade pudesse crescer tanto e ainda dar tantas<br />

contribuições às Cardiologias paulista, brasileira e internacional.<br />

Tenho certeza de que todos os fundadores estão orgulhosos.<br />

A primeira diretoria da <strong>SOCESP</strong> foi viabilizada através<br />

de um consenso. E foi assim durante todo o tempo. Nós não temos<br />

disputas políticas. Nunca houve duas chapas. A política<br />

deve sempre ser usada em seu melhor sentido: como a forma de<br />

se obter o consenso. Enquanto estivermos unidos, nós teremos<br />

uma Sociedade forte.<br />

“Na minha vida sempre acreditei no trabalho em grupo. Em todos<br />

os momentos busquei me cercar de pessoas competentes.<br />

Vejo que sempre acertei nas minhas escolhas. Tenho consciência<br />

de que não teria feito tantas realizações sem o auxílio de<br />

meus colegas.”<br />

DR. LEOPOLDO SOARES PIEGAS


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 47<br />

Dr. ANTONIO CARLOS PEREIRA BARRETTO<br />

Esta administração se preocupou bastante em ampliar a sede da<br />

<strong>SOCESP</strong>. Naquela época, diante da falta de recursos, a saída foi<br />

alugar três salas, dobrando a área física da Sociedade. Assim, o<br />

espaço tornou-se mais funcional. A Secretaria foi ampliada, a<br />

própria Diretoria ganhou uma sala de reuniões. Posteriormente,<br />

o dinheiro deixado em caixa teve grande utilidade para a<br />

gestão seguinte (Dra. Amanda Guerra), que conseguiu adquirir<br />

mais dois conjuntos.<br />

O bom senso não deixou a <strong>SOCESP</strong> crescer exageradamente. A<br />

Diretoria e a Secretaria sempre foram enxutas.<br />

Os cursos de atualização foram expandidos pelo interior, graças<br />

ao apoio dos laboratórios farmacêuticos que patrocinaram a<br />

Sociedade, oferecendo a cada Regional a possibilidade de fazer<br />

suas reuniões. As companhias eram comunicadas sobre as Regionais<br />

existentes na Entidade. Assim, de acordo com o interesse<br />

dos laboratórios, era fechado o acordo de patrocínio com<br />

cada Regional.<br />

Dessa forma, os médicos convidados puderam se deslocar a<br />

cada unidade da <strong>SOCESP</strong>, no interior do Estado. Porém, o patrocinador<br />

tinha a obrigação de nunca interferir nas programações<br />

científicas. Esse acordo de patrocínio foi mantido durante<br />

todo o período desta administração. Posteriormente, a <strong>SOCESP</strong><br />

passou a centralizar todo este processo.<br />

Nesta gestão foi fundada a Regional de Araras.<br />

REVISTA <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong><br />

Nesta gestão, o projeto editorial da Sociedade foi remodelado<br />

pela Dra. Amanda G. M. R. Souza.


48 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Houve nesta fase, também, uma grande mudança no setor de publicações.<br />

A <strong>SOCESP</strong> não tinha uma revista, mas sim apenas um<br />

folheto. Dentro deste propósito viabilizou-se a Revista da SO-<br />

CESP, que foi concebida para ser um veículo de atualização, aos<br />

moldes da Mayo Clinic Proceedings. A publicação foi muito bemsucedida,<br />

desde seu início. Com tiragem inicial de 11 mil exemplares,<br />

o veículo imediatamente passou a ser distribuído em todo<br />

o Brasil. Pouco tempo depois, a <strong>SOCESP</strong> começou a imprimir 14<br />

mil unidades. No início, a revista contou com o Laboratório Biosintética<br />

como seu único patrocinador. Na seqüência, o veículo<br />

conseguiu patrocínios múltiplos. A publicação nunca deixou de<br />

circular. Depois de alguns anos de circulação, já na gestão do Dr.<br />

Antonio Carlos Palandri Chagas, a Revista da <strong>SOCESP</strong> atingiu o<br />

conceito A do Citation Index Latino-americano.<br />

Paralelamente, foi organizado o Suplemento da Revista. O veículo<br />

deu aos Departamentos de Enfermagem e Psicologia um<br />

espaço destacado. Com o tempo, os outros Departamentos<br />

criados pela <strong>SOCESP</strong> puderam também difundir informações<br />

de seus respectivos meios neste mesmo Suplemento.<br />

Nesta gestão, Dr. Antonio Carlos Barretto começou a escrever<br />

um livro sobre Cardiologia – a primeira obra da <strong>SOCESP</strong>. Dra.<br />

Amanda Guerra também se debruçou sobre este projeto.<br />

A XIII edição do Congresso, realizada em Campos do Jordão,<br />

foi na verdade o embrião para a mudança da dinâmica do evento<br />

que até então era itinerante. Pela primeira vez foi utilizado o<br />

Preventório Santa Clara, que ainda não contava com área de exposição.<br />

Na ocasião, a <strong>SOCESP</strong> investiu na construção da primeira<br />

quadra esportiva, onde foi feito posteriormente um espaço<br />

destinado aos expositores.<br />

Como o número de inscritos crescia a cada congresso, algumas<br />

cidades deixaram de sediar o evento. Sua realização naquele<br />

momento só era minimamente possível em Campinas, Ribeirão<br />

Preto e São José do Rio Preto. Custava muito caro para a SO-


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 49<br />

CESP investir em reformas de adaptações, contando ainda com<br />

a certeza de que este dinheiro estaria posteriormente perdido. A<br />

sugestão de levar o evento para São Paulo era descartada sob a<br />

alegação de que o conhecimento e as pessoas da capital precisariam<br />

rumar para o interior do Estado.<br />

Presidido pelo Dr. José Carlos Nicolau, a XIV edição do Congresso<br />

foi realizada na cidade de São José do Rio Preto, onde a<br />

<strong>SOCESP</strong>, diante da falta de oferta de quartos de hotéis, teve de<br />

reservar motéis para hospedar seus congressistas. Um outro<br />

problema detectado, na ocasião do evento, foi a dificuldade de<br />

transportar as pessoas até a região. Na época, o Dr. José Carlos<br />

Nicolau chegou a alugar um avião. Nessa mesma edição, a SO-<br />

CESP construiu um anfiteatro no meio da área de exposições e<br />

salas voltadas às apresentações de temas livres.<br />

“Nunca ocorreram dissidências fortes na Sociedade. As Diretorias<br />

criaram um padrão <strong>SOCESP</strong> que sempre foi mantido e<br />

aprimorado a cada nova administração. Ter participado da Diretoria<br />

foi uma das melhores experiências que eu tive. Na SO-<br />

CESP não há espaço para as vaidades, o ambiente é muito saudável.<br />

Todos se preocupam com a Sociedade. Vejo que esta dinâmica<br />

perdura até hoje. Os olhos da <strong>SOCESP</strong> estão voltados,<br />

unicamente, para os sócios.”<br />

DR. ANTONIO CARLOS PEREIRA BARRETTO<br />

A Revista da <strong>SOCESP</strong><br />

sempre repercutiu no<br />

meio cardiológico.


50 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Dra. AMAN<strong>DA</strong> GUERRA<br />

DE MORAES REGO SOUSA<br />

Esta gestão incentivou as atividades científicas e se destacou,<br />

também, por sua vocação empreendedora. A sede da <strong>SOCESP</strong><br />

foi ampliada com a aquisição dos conjuntos 2215 e 2216. Dessa<br />

forma, a Sociedade passou a contar com quatro unidades<br />

próprias, além de mais duas alugadas. Esses dois imóveis adquiridos<br />

no Conjunto Nacional e mais duas garagens, de propriedade<br />

da <strong>SOCESP</strong>, foram alugados, transformando-se em importantes<br />

fontes de renda. Também foi adquirida em São José<br />

do Rio Preto uma sala com recursos remanescentes do XIV<br />

Congresso da <strong>SOCESP</strong>. Já os conjuntos 616 e 620 foram reformados<br />

e equipados com computadores e máquina de xerox.<br />

Os Programas de Educação Continuada foram ministrados<br />

também, nessa época, nos Centros de Estudos recém-fundados<br />

em Araras, Franca, Jundiaí e ABCDM, totalizando seu raio de<br />

ação em 16 cidades. Nesta fase, foi desenvolvido, ainda, um programa<br />

pioneiro de Educação Continuada na sede da Associação<br />

Paulista de Medicina, na Capital. Em 1995, o Centro de Estudos<br />

do ABCDM passou a ser uma Regional da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Dra. Amanda foi a única mulher a chegar à Presidência da SO-<br />

CESP. Sua trajetória também é peculiar por ter saído da Diretoria<br />

de Publicações direto para o cargo de presidente.<br />

CRIAÇÃO DE NOVOS DEPARTAMENTOS<br />

Um dos grandes feitos desta administração foi o desenvolvimento<br />

de mais quatro novos Departamentos de profissionais<br />

da área de saúde: Nutrição, Odontologia, Ciências Farmacêuticas<br />

e Fisioterapia em Cardiologia.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 51<br />

O Departamento de Nutrição pretende congregar nutricionistas<br />

(com registro no CRN) residentes no Estado de São Paulo<br />

que praticam o estudo, ensino, assistência, e pesquisa das moléstias<br />

cardiovasculares. Estão entre suas atribuições: a elevação<br />

do nível técnico, cientifico, ético e profissional de seus associados;<br />

a promoção de relacionamentos com associações congêneres;<br />

o estímulo à pesquisa e a colaboração na difusão do conhecimento<br />

sobre o intercâmbio entre a nutrição e a Cardiologia; a<br />

contribuição para o estabelecimento de normas e para a criação<br />

e o aperfeiçoamento de legislação relacionada ao exercício da<br />

nutrição junto da Cardiologia; a promoção de reunião anual de<br />

caráter científico, social e cultural, denominada “Simpósio de<br />

Nutrição em Cardiologia”, simultâneo ao Congresso da Sociedade<br />

de Cardiologia do Estado de São Paulo; a realização de<br />

cursos com caráter científico simultâneos às jornadas de Cardiologia,<br />

promovidas pela <strong>SOCESP</strong>, junto das suas Regionais; o<br />

Departamento deve ainda providenciar, sempre que possível, a<br />

publicação de eventos científicos por ela promovidos e zelar<br />

por direitos e interesses de seus associados. Este Departamento,<br />

de imediato, desenvolveu dois projetos de grande interesse: avaliação<br />

do teor de sal das margarinas e quatro textos sobre colesterol<br />

para serem veiculados nas embalagens do QUAKER OAT<br />

BRAN e mais seis, divulgados quadrimestralmente em forma<br />

de news letter por esta mesma empresa, com contrato de dois<br />

anos, a partir de julho de 1995. Essas atividades foram controladas<br />

com grande rigor pela Diretoria da <strong>SOCESP</strong> e por um Comitê<br />

por ela designado, dirigido pelo Dr. Daniel Magnoni, sócio<br />

da entidade e atual presidente da Regional de São Paulo da<br />

Sociedade Brasileira de Nutrição.<br />

O objetivo do Departamento de Odontologia é divulgar a importância<br />

do tratamento odontológico em pacientes com<br />

cardiopatias e de prevenir a endocardite bacteriana. O setor<br />

também se responsabiliza pela atualização dos manejos odontológicos<br />

em pacientes com afecções cardíacas específicas, com ênfase<br />

na manutenção bucal. Os cirurgiões-dentistas, diretores do<br />

Departamento, são responsáveis por seu planejamento, sua di-


52 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

vulgação e sua administração. O setor deve, freqüentemente, organizar<br />

cursos, simpósios, congressos e campanhas de educação<br />

da população. As atividades dirigidas aos profissionais da área<br />

são: privilegiar, informar e divulgar trabalhos científicos, contribuindo<br />

para a atualização destes odontólogos, especialmente no<br />

que diz respeito a tratar pacientes com diferentes cardiopatias,<br />

como valvopatias, miocardiopatias, coronariopatias, hipertensão<br />

arterial, arritmias, transplantes cardíacos, entre outras. Já as<br />

campanhas voltadas ao público leigo pretendem alertar para os<br />

cuidados de prevenção, controle e remoção de focos infecciosos<br />

bucais, principalmente em pacientes cardíacos.<br />

O Departamento de Ciências Farmacêuticas tem como missão:<br />

congregar farmacêuticos, farmacêuticos bioquímicos e estudantes<br />

interessados no estudo e na pesquisa das ciências farmacêuticas<br />

relacionadas às moléstias cardiovasculares; proporcionar<br />

aos profissionais a atualização na área e afins, integrando<br />

aspectos teóricos à prática da assistência farmacêutica; participar<br />

das atividades da <strong>SOCESP</strong>, voltadas aos profissionais da<br />

saúde e à população em geral; elevar o nível técnico, científico,<br />

ético e profissional de seus associados; estimular o intercâmbio<br />

com sociedades congêneres nacionais e internacionais; promover<br />

reuniões anuais de caráter científico, social e cultural, cursos<br />

junto das Regionais e outras atividades, como conferências,<br />

simpósios, jornadas e encontros; participar de empreendimentos<br />

que, por sua natureza e inspiração, habilitem o Departamento<br />

e a Sociedade a alcançarem seus objetivos.<br />

Já o Departamento de Fisioterapia da Sociedade deve promover<br />

encontros, congressos, seminários, reuniões e outras atividades<br />

que incentivem a união e o desenvolvimento profissional dos<br />

associados; estimular o relacionamento com associações congêneres<br />

nacionais e internacionais para aprimorar a divulgação da<br />

Fisioterapia brasileira; divulgar trabalhos e estudos de interesses<br />

dos associados; colaborar com escolas de fisioterapia no desenvolvimento<br />

do espírito associativo dos estudantes, estimulando<br />

sua participação em atividades socioculturais e apoiar a


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 53<br />

organização e o funcionamento de entidades similares e empenhadas<br />

em defender os direitos e interesses da categoria.<br />

Todos os Departamentos foram incorporados nas atividades<br />

científicas dos simpósios ligados aos congressos da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Assim, todos estes setores foram incentivados a publicar suas<br />

atividades. A mentalidade multidisciplinar de toda a diretoria<br />

da <strong>SOCESP</strong> deu grande impulso a estas iniciativas. O sucesso<br />

destes empreendimentos inspirou a própria Sociedade Brasileira<br />

de Cardiologia a criar departamentos destinados a outros<br />

profissionais da saúde.<br />

PROGRAMAÇÃO PARA LEIGOS<br />

Na época, instituiu-se uma programação voltada ao público leigo<br />

que teve grande repercussão tanto na capital como no interior<br />

do Estado, onde os eventos ocorreram. A Semana do Coração,<br />

promovida pelo FUNCOR (órgão da SBC) e com a<br />

participação da <strong>SOCESP</strong>, mobilizou em 1994 13 cidades do interior<br />

e no ano seguinte o número de municípios participantes<br />

saltou para 21. Em São Paulo, a <strong>SOCESP</strong> montou postos no<br />

Conjunto Nacional, no Tribunal de Justiça, no Parque do Ibirapuera<br />

e na IBM. Em Guarulhos, edificou-se uma unidade no<br />

Aeroporto Internacional, junto da American Airlines. Em cada<br />

um desses lugares, foram desenvolvidas atividades multidisciplinares,<br />

com coordenação médica, organizadas pela assessoria<br />

da Presidência da <strong>SOCESP</strong>, sob a direção do Dr. Ricardo Pavanello,<br />

do Hospital do Coração, contando com a colaboração<br />

dos Departamentos. A escolha desses locais teve como objetivo<br />

mobilizar públicos heterogêneos.<br />

No interior houve a participação dos profissionais de Enfermagem<br />

e de Nutrição. Já na Capital, participaram os Departamentos<br />

de Enfermagem (combate à hipertensão), de Nutrição<br />

(combate a obesidade, diabete melito e dislipidemias), de Psicologia<br />

(combate ao fumo e ao estresse) e de Odontologia (com<br />

intuito de prevenir a endocardite infecciosa e promover orientações<br />

sobre saúde bucal do cardiopata).


54 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Na ocasião, a <strong>SOCESP</strong> distribuiu folhetos, cartilhas e alguns<br />

materiais especiais (como escova de dentes e produtos dietéticos).<br />

Como parte da programação, desenvolveu-se, ainda, no Colégio<br />

Porto Seguro, na Capital, uma série de seis aulas voltadas<br />

para alunos do segundo grau e para seus pais, sob a direção do<br />

Dr. Marcelo Bertolami.<br />

Como conseqüência do sucesso da Semana do Coração, a SO-<br />

CESP realizou mais três eventos. “<strong>SOCESP</strong> vai à empresa” e<br />

“<strong>SOCESP</strong> vai à escola” tiveram o propósito de disseminar o conhecimento<br />

pertinente aos cuidados adequados de boa saúde<br />

cardiovascular. Já o “<strong>SOCESP</strong> contra o fumo” foi promovido –<br />

com a assessoria de Dr. Abraão Cury – no posto do Conjunto<br />

Nacional em 28 de agosto de 1994. Seu grande sucesso suscitou<br />

uma nova edição que ocorreu em 31 de maio de 1995, no Dia<br />

Internacional de Combate ao Tabagismo. A ação contou com os<br />

Departamentos de Psicologia e Odontologia e com a presença<br />

do prefeito Paulo Maluf e do secretário municipal de Saúde Getúlio<br />

Hanashiro.<br />

Os programas realizados no interior e na capital foram frutos<br />

de adaptações muito bem-sucedidas de ações similares implementadas<br />

pela American Heart Association e pelo American<br />

College of Cardiology.<br />

ESTUDO MULTICÊNTRICO <strong>SOCESP</strong><br />

Durante a administração de Dra. Amanda Guerra foi realizado<br />

o Estudo Multicêntrico <strong>SOCESP</strong>. Esta iniciativa por si só já obteve<br />

destaque na época, por se tratar do primeiro estudo brasileiro<br />

do gênero gerenciado por uma Sociedade Médica.<br />

O Estudo foi composto por duas partes:<br />

1- A primeira, de curta duração, visou à avaliação comparativa<br />

randomizada da análise custo-benefício entre cardioversão elétrica<br />

e química em pacientes com fibrilação atrial paroxística.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 55<br />

2- A segunda, com seis meses de duração, abrangeu a avaliação<br />

da eficácia e tolerância (estudo randomizado aberto) de dois esquemas<br />

terapêuticos – sotalol e quinidina – na manutenção do<br />

ritmo sinusal em pacientes com tendência a desenvolver fibrilação<br />

atrial e que tenham sido desfibrilados, na primeira parte do<br />

estudo.<br />

Dr. Angelo A. V. de Paola, livre-docente da Escola Paulista de<br />

Medicina, elaborou este estudo após indicação da <strong>SOCESP</strong>. Dr.<br />

Luiz Olympio do Nascimento foi responsável pela monitoração<br />

dos trabalhos. Participaram, ainda, deste estudo pesquisadores<br />

de instituições da capital – Escola Paulista de Medicina, Instituto<br />

Dante Pazzanese de Cardiologia, Instituto do Coração, Hospital<br />

Universitário, Santa Casa de Misericórdia, Hospital do Coração,<br />

Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo e<br />

Hospital UNICÓR – e Regionais do interior (Campinas, Franca,<br />

Marília, Ribeirão Preto, Santos, Sorocaba, São José dos Campos<br />

e São José do Rio Preto). A Divisão Médica da Bristol-<br />

Myers Squibb Brasil S/A (BMS) – foi responsável pelo patrocínio<br />

do Estudo. Contribuíram também, diante da solicitação da<br />

própria BMS, após aprovação da <strong>SOCESP</strong>, quatro centros investigadores<br />

de outros Estados – Curitiba (PR), Londrina (PR),<br />

Campo Grande (MS) e Porto Alegre (RS).<br />

Sob a coordenação do Dr. José Carlos Nicolau, Dr. Ibraim Masciarelli<br />

e Dr. Protásio Lemos da Luz foram realizados cinco Consensos<br />

sobre “As Indicações” dos métodos diagnósticos: Ecocardiografia,<br />

Holter, Medicina Nuclear, Ressonância Magnética e Tomografia<br />

Computadorizada. Conforme acordo firmado com o presidente<br />

da SBC, Dr. José Antonio Ramires, as decisões destes Consensos<br />

foram adotadas posteriormente pela Sociedade Brasileira<br />

de Cardiologia, o que justifica a inclusão, entre os participantes,<br />

de 40% de especialistas oriundos de outros Estados.<br />

SIMPÓSIOS <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong><br />

Os Programas de Educação Continuada continuaram a ser ministrados<br />

no interior. A novidade foi o desenvolvimento de um


56 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

programa pioneiro na sede da APM, em 1994, na Capital, com<br />

quarenta aulas. Devido aos ótimos resultados, esta atividade foi<br />

repetida no primeiro semestre de 1995, no último ano de gestão<br />

de Dra. Amanda Guerra. A abrangência e a ênfase destes programas<br />

propiciaram que a <strong>SOCESP</strong> retomasse a dianteira da Cardiologia<br />

junto da APM, reforçando sua marca como a entidade<br />

formadora de opinião cardiológica no Estado de São Paulo.<br />

Diferentemente dos Congressos e dos Programas de Educação<br />

Continuada, foi lançada a série de Simpósios <strong>SOCESP</strong>. O primeiro<br />

evento ocorreu em 7 e 8 de abril de 1995 na Mansão Rebouças,<br />

contando com 281 participantes, representando 17 Estados.<br />

O tema escolhido nesta primeira edição foi “Medicina<br />

Nuclear em Cardiologia”. O Simpósio foi presidido pela Dra.<br />

Anneliese Fischer Thom e contou ainda com uma comissão<br />

científica composta pelos Doutores Edvaldo Camargo (Campinas),<br />

Claudio Meneguetti (InCor, SP), Bernardino Tranchesi Jr.<br />

(InCor, SP), José Antonio Marin Neto (Ribeirão Preto), Romeu<br />

Sergio Meneguello (Dante Pazzanese, SP) e Luiz Roberto Martins<br />

(Dante Pazzanese, SP). O evento recebeu dois convidados<br />

estrangeiros: Dr. Manuel Cerqueira (Estados Unidos) e Dr. Raymond<br />

Taillefer (Canadá). O sucesso deste Simpósio suscitou<br />

que o mesmo se transformasse numa atividade anual da SO-<br />

CESP. A Sociedade manteve este evento até a gestão do Dr. Antonio<br />

Carlos Palandri Chagas.<br />

EM BUSCA DO SÓCIO NÚMERO 3000<br />

Nesta gestão foram realizadas duas campanhas voltadas a ampliar<br />

o quadro de sócios da <strong>SOCESP</strong>. A “Sócio 3000”, realizada<br />

em março de 1994, dava ao ganhador uma viagem com estada<br />

em Atlanta, nos Estados Unidos, para participar das seções<br />

científicas do American College of Cardiology. A promoção<br />

contou com o patrocínio do Laboratório Biosintética. Em seguida,<br />

a <strong>SOCESP</strong> lançou outra promoção: a do “Sócio 3500”. O<br />

resultado destas ações foi positivo. Esta administração conseguiu<br />

atrair novos sócios, representando um aumento de 35% de<br />

seu contingente associativo.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 57<br />

Os sócios inscritos na XV edição do Congresso, realizada em Ribeirão<br />

Preto, puderam participar do sorteio de duas passagens<br />

de ida e volta para o Congresso da American Heart Association,<br />

em Dallas, Estados Unidos, que se realizou em novembro de<br />

1994. A promoção foi patrocinada pela American Airlines.<br />

PRÊMIO JABUTI<br />

<strong>SOCESP</strong>: Atualização e<br />

Reciclagem recebeu o<br />

Prêmio Jabuti.<br />

Dr. Antonio Carlos Pereira Barretto e Dra. Amanda Guerra foram<br />

coordenadores editoriais do livro <strong>SOCESP</strong>: Atualização e<br />

Reciclagem, lançado em junho de 1994, durante o XV Congresso.<br />

A publicação, que contou com grande número de colaboradores<br />

do Estado de São Paulo, recebeu o Prêmio Jabuti – o primeiro<br />

do gênero recebido pela Sociedade. A obra registrou a<br />

apresentação do Dr. Luiz V. Décourt. Uma segunda edição deste<br />

livro, já completamente remodelado, foi lançada em 1996. A<br />

obra intitulada <strong>SOCESP</strong> Cardiologia foi produzida durante a<br />

gestão da Dra. Amanda Guerra, contando com a participação<br />

do Dr. Alfredo José Mansur. Dr. Luiz Décourt mais uma vez escreveu<br />

a apresentação do livro. A <strong>SOCESP</strong> pretendia, a cada<br />

dois anos, lançar uma nova publicação.<br />

Na XVI edição, realizada em Campinas e presidida pelo Dr. Alberto<br />

Naccarato, a <strong>SOCESP</strong> introduziu o sistema de “rankiamento”.<br />

A partir desse ano, a Sociedade passou a exibir o que<br />

poderia ser negociado aos laboratórios durante o evento. Dessa<br />

forma, as empresas que investiam mais passaram a ter prioridade<br />

para escolher os estandes. Esse sistema proporcionou substancial<br />

aumento de receita para a Sociedade.<br />

Nesse Congresso foram construídas tendas no campus da Unicamp<br />

para improvisar salas de aula. Na época, os custos para<br />

edificar novos espaços eram muito altos. Nessa edição foram<br />

sorteadas quatro passagens aéreas, entre os participantes, para o<br />

Congresso do American Heart Association, que foi realizado<br />

em Anaheim, nos Estados Unidos.


58 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Os dois Congressos realizados na gestão da Dra. Amanda Guerra<br />

conseguiram agregar os Departamentos da Sociedade.<br />

“Todos os presidentes da <strong>SOCESP</strong> sempre procuraram formar<br />

um grupo coeso e ativo em favor da Cardiologia. A Sociedade<br />

soube manter esta atividade unificadora até os dias de hoje.<br />

Seus passos foram muito coerentes com os planos traçados na<br />

época de sua fundação. Nesses 30 anos, nós honramos os compromissos<br />

firmados na ocasião do lançamento da <strong>SOCESP</strong>. A<br />

Sociedade só cresceu. Ela sempre desenvolveu de maneira continuada<br />

o desenvolvimento cardiológico, interagindo fantasticamente<br />

com outras associações médicas. E fez ainda eventos<br />

no exterior, fazendo ecoar suas atividades desenvolvidas no Estado<br />

de São Paulo. A <strong>SOCESP</strong> serve de modelo para outras sociedades<br />

regionais. Este nosso espírito de consenso deve ser um<br />

grande legado para o futuro.”<br />

DRA. AMAN<strong>DA</strong> GUERRA DE MORAES REGO SOUSA<br />

Capa do livro <strong>SOCESP</strong><br />

CARDIOLOGIA, publicado em<br />

1996.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 59<br />

Dr. JOSÉ CARLOS NICOLAU<br />

Depois de presidir a Regional de São José do Rio Preto em 1987,<br />

o Dr. José Carlos Nicolau assumiu em 1996 a Presidência da<br />

<strong>SOCESP</strong>.<br />

Natural de São José do Rio Preto, o médico se dedicou, também,<br />

entre outras atribuições, a incrementar, no interior, os<br />

Programas de Educação Continuada com intuito de levar a informação<br />

médica para diversas partes do Estado. Na época, esses<br />

mesmos programas eram aplicados na Capital na sede da<br />

Associação Paulista de Medicina, mas a <strong>SOCESP</strong> tinha que lidar<br />

com um problema: a baixa freqüência. No interior as atividades<br />

costumavam atrair muitos médicos.<br />

SURGE O CURSO DE RECICLAGEM <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong><br />

Os cursos de imersão do Curso Nacional de Reciclagem em<br />

Cardiologia com duração de cinco dias davam uma base para<br />

que o médico pudesse prestar o exame pleiteando o título de especialista.<br />

Essa dinâmica funcionou assim até 1991, quando o<br />

curso veio para São Paulo. Na ocasião, profissionais ligados à<br />

<strong>SOCESP</strong> foram responsáveis por sua montagem, incrementando<br />

o curso com algumas aulas a mais.<br />

A <strong>SOCESP</strong> chegou a investir em seu Programa de Educação<br />

Continuada em São Paulo, mas os resultados ficaram ainda<br />

abaixo do esperado. Até que, a partir de 1996, a entidade decidiu<br />

modificar a estrutura de educação continuada, aplicada na<br />

Capital, condensando-a para que seu programa pudesse ser ministrado<br />

durante uma semana.<br />

A junção da vinda do Curso Nacional de Reciclagem para São<br />

Paulo com a reestruturação do Programa de Educação Continuada<br />

deu forma ao I Curso de Reciclagem da <strong>SOCESP</strong>, que<br />

desde seu início conseguiu obter grande sucesso.


60 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

CONTEÚDO ATRAI MÉDICOS DE TODO<br />

BRASIL E ATÉ DO EXTERIOR<br />

O curso nacional foi sumindo. O currículo desse curso foi unificado<br />

com o da <strong>SOCESP</strong> após o ano 2000. Em 2002 apareceram<br />

os cursos Regionais de reciclagem, onde a SBC passou a<br />

normatizar o currículo. Assim o antigo curso preparatório para<br />

o exame de título de especialista ganhou outra conotação. A<br />

partir dessa fase ele se tornou um curso de reciclagem e de<br />

maior importância para acumulação de pontos para revalidação<br />

do título de especialista.<br />

Com duração de cinco dias, o curso aborda temas que envolvem<br />

toda a Cardiologia. Sua credibilidade cresceu muito a partir<br />

do ano de 1997. A demanda do curso em São Paulo sempre<br />

foi pelo menos três vezes maior em relação às outras regiões. A<br />

<strong>SOCESP</strong> mantém uma média anual que oscila entre 900 e 1000<br />

participantes. O Curso de Reciclagem registra periodicamente a<br />

presença de pessoas de outros Estados e até de outros países,<br />

como Argentina, Bolívia, Colômbia e Paraguai. Metade dos inscritos<br />

costuma ser do interior do Estado de São Paulo. A massa<br />

crítica dos cardiologistas radicados em São Paulo e o nome da<br />

<strong>SOCESP</strong> conseguem chamar a atenção de muita gente relacionada<br />

à especialidade. Como referência bibliográfica, os professores<br />

utilizam um livro-texto base seguindo as diretrizes da Sociedade<br />

Brasileira de Cardiologia, abordando informações que<br />

devem sempre ser revistas para chegar ao conhecimento de todos<br />

os profissionais. Por deter esta característica, o Curso de Reciclagem<br />

não compete com o Congresso.<br />

O corpo docente de qualquer curso oferecido pela <strong>SOCESP</strong><br />

apresenta invariavelmente uma enorme qualidade. Em conseqüência<br />

disso, seu Curso de Reciclagem cresceu tanto quanto<br />

seu Congresso. Diante da grande procura, as inscrições costumam<br />

ser encerradas rapidamente. O Curso ocorre sempre no<br />

mês de junho.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 61<br />

Na gestão do Dr. José Carlos Nicolau foi implementado ainda<br />

um evento para brasileiros chamado Simpósio <strong>SOCESP</strong>, prévio<br />

ao Congresso do American College of Cardiology. A realização<br />

obteve grande sucesso junto dos médicos que, a partir de 1995,<br />

começaram a frequentar mais assiduamente os congressos realizados<br />

nos Estados Unidos e na Europa. A valorização da moeda<br />

brasileira também foi um fator facilitador para quem desejasse<br />

viajar na época. Uma das edições chegou a registrar a presença<br />

de 200 médicos. Porém, com o tempo, devido a diversos fatores,<br />

entre eles a falta de patrocínio, o simpósio foi descontinuado.<br />

Iniciou-se, também, nessa fase, o estudo Resim – Registro Epidemiológico<br />

do Infarto do Miorcárdio –, que chegou a envolver<br />

cerca de 100 serviços de saúde do Estado de São Paulo. O objetivo<br />

desta investigação: a qualidade do tratamento que as pessoas<br />

infartadas recebiam nos hospitais e pronto-socorros do Estado.<br />

Nessa administração foi implementada, ainda, uma certificação<br />

de Nutrição em cardiologia voltada aos profissionais da área.<br />

Dr. José Carlos se aproximou bastante dos Departamentos da<br />

<strong>SOCESP</strong>, por considerar todos eles muito importantes para a<br />

Sociedade.<br />

A XVII edição do Congresso (em Santos) já mostrou certa profissionalização<br />

crescente em sua organização. Verificou-se, também<br />

a partir desse evento, maior presença de congressistas de<br />

outros Estados.<br />

XVIII CONGRESSO DE CARDIOLOGIA –<br />

PROJETO CAMPOS DO JORDÃO<br />

Uma das virtudes da <strong>SOCESP</strong> é a qualidade do desempenho de<br />

suas atividades científicas. Este fato pode ser creditado às Diretorias<br />

da Sociedade que têm como característica preponderante<br />

impor às suas atividades um cunho científico em vez de político.<br />

O Congresso de Cardiologia, considerado um símbolo da<br />

entidade, está entre seus pontos altos. Sua grandiosidade e sua<br />

credibilidade são conhecidas nacionalmente.


62 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

No começo, o Congresso de Cardiologia da <strong>SOCESP</strong> era itinerante.<br />

O evento teve seu início em 1979, tendo 18 edições, até fixar-se<br />

em Campos do Jordão em 1997. Após 17 anos, a <strong>SOCESP</strong><br />

constatou uma grande deficiência de acomodação e de estrutura<br />

em geral nas cidades que tinham até então sediado o Congresso.<br />

A partir da XVIII edição do Congresso, a possibilidade de viabilizá-lo<br />

sempre numa cidade dotada de infra-estrutura começou<br />

a ser amplamente defendida por alguns membros da SO-<br />

CESP. O município em questão teria de se revelar agradável e<br />

ainda oferecer suporte hoteleiro. Logo concluiu-se que a receita<br />

de cidade ideal era compatível com as características de Campos<br />

do Jordão. O próprio Congresso Nacional de Cardiologia<br />

passava a ser realizado em apenas algumas capitais que se mostrassem<br />

capazes de receber o evento. O mesmo “movimento”<br />

começou a acontecer nos Estados Unidos, que limitaram a realização<br />

de congressos a poucas cidades. A idéia de fixar um<br />

evento num único lugar, baseado na oferta de logística e infraestrutura,<br />

parecia, de fato, fazer todo sentido. Dr. José Carlos<br />

Nicolau e Dr. Carlos Magalhães se empenharam bastante para<br />

viabilizar a sede do Congresso em Campos do Jordão.<br />

Além das virtudes turísticas, em Campos do Jordão havia, ainda,<br />

um local ocioso que se mostrava muito atraente para a Sociedade,<br />

o Preventório Santa Clara, mantido por religiosos católicos<br />

do Instituto Salesiano. O espaço abrigava dois prédios, e<br />

num deles eram ministradas atividades de corte e costura e<br />

marcenaria para cerca de 500 crianças pobres da cidade.<br />

Num outro prédio de três andares havia grandes salões e um espaço<br />

anexo, onde a <strong>SOCESP</strong> posteriormente construiu um centro<br />

de exposições com salas de aula. O próprio hospital acabou<br />

sendo reformado. Os investimentos foram feitos com a assinatura<br />

de um contrato que garantia o uso do espaço durante 15<br />

dias por ano, em épocas de realização do Congresso. Um novo<br />

acordo firmado mais tarde acertou que a <strong>SOCESP</strong> iria arrendar<br />

toda a área durante o ano inteiro. A conclusão das obras foi finalizada<br />

após três anos.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 63<br />

Dr. Luiz Antonio Machado<br />

César, Dr. José Carlos<br />

Nicolau, Dr. Alberto<br />

Francisco Piccolotto,<br />

Dr. Fábio Biscegli Jatene<br />

e Dr. Carlos Costa<br />

Magalhães em Campos<br />

do Jordão.<br />

“A <strong>SOCESP</strong> é um exemplo inconteste de sucesso na Cardiologia<br />

e na medicina. Isso inclui também o próprio Congresso. Na minha<br />

opinião, o maior responsável por isto tudo é o espírito de<br />

união vigente na entidade. Nunca houve, desde sua fundação,<br />

disputa política para formar a Diretoria da <strong>SOCESP</strong>. Houve<br />

sempre consenso.”<br />

DR. JOSÉ CARLOS NICOLAU


64 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Dr. FÁBIO BISCEGLI JATENE<br />

Ao participar da Diretoria da <strong>SOCESP</strong>, o Dr. Fábio Jatene percebeu<br />

que, de fato, todos os projetos programados eram desenvolvidos<br />

no decorrer de cada administração – uma situação não<br />

comumente aplicada em Sociedades médicas e não médicas e<br />

até mesmo em esferas de governos.<br />

Diante do grande crescimento da Sociedade, a Diretoria deparou<br />

com a impossibilidade de contar com um departamento<br />

administrativo tão acanhado. A grande quantidade de membros<br />

médicos e não médicos nos quadros da <strong>SOCESP</strong> suscitava<br />

um salto de qualidade neste setor. Na ocasião, percebeu-se a urgência<br />

de contratação de um administrador profissional para<br />

atuar nessa área da Sociedade que até então destoava da eficiência<br />

das demais. Em pouco tempo, a Diretoria passou a contar<br />

com um gerente e uma equipe treinada para implementar<br />

agilidade administrativa à Sociedade. Dentro dessa dinâmica, a<br />

Secretaria e a Tesouraria da <strong>SOCESP</strong> foram informatizadas. Assim,<br />

graças ao seu quadro administrativo e aos seus recursos de<br />

informática, a Sociedade pôde atualizar seus cadastros e manter<br />

sob controle sua situação financeira. A reconfiguração do<br />

setor administrativo deu bases para a <strong>SOCESP</strong> crescer de forma<br />

ordenada.<br />

<strong>SOCESP</strong> LANÇA JORNAL E CRIA<br />

O DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL<br />

Nesta gestão, também foi lançado, através da iniciativa do Dr.<br />

Maurício Wajngarten, na época diretor de publicações, o Jornal<br />

<strong>SOCESP</strong>. No início de sua circulação, o veículo passou a publicar<br />

dúvidas e questões e especialistas discorriam sobre vários<br />

assuntos.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 65<br />

Na época que foi vice-presidente, o Dr. Fábio Jatene se aproximou<br />

bastante dos profissionais não médicos da Sociedade. Esta<br />

aproximação levou-o a perceber que os Departamentos tinham<br />

aspirações e necessidades diferenciadas. Nessa fase, a <strong>SOCESP</strong><br />

começou a fazer reuniões periódicas com os Departamentos.<br />

Dessa forma, Dr. Fábio Jatene começou a acompanhar de perto<br />

o crescimento destes setores da Sociedade. Na sua gestão foi<br />

criado o Departamento de Serviço Social.<br />

Na XIX edição do Congresso, a área do Preventório Santa Clara<br />

recebeu duas melhorias: o aumento da entrada e a construção<br />

de um estacionamento.<br />

Já o XX Congresso apresentou algumas mudanças muito importantes.<br />

Uma delas foi o retorno de médicos mais experientes<br />

que voltaram a ser palestrantes ativos. Paralelamente, os<br />

médicos mais jovens também conseguiram ter mais espaço. O<br />

mesmo ocorreu com o grupo de ciências básicas. Este fato teve<br />

grande importância, pois o sucesso dos congressos é decorrente<br />

também da integração dos grupos básicos com os grupos<br />

clínicos.<br />

Durante esta edição, a <strong>SOCESP</strong> viabilizou o número de telefone<br />

0800 para ministrar orientações à população. Em 2005, este<br />

serviço passou a ser prestado pela internet, via chat.<br />

Este Congresso foi viabilizado sob um pressuposto: o evento teria<br />

de projetar seu lucro. Este montante foi fundamental para<br />

que a <strong>SOCESP</strong>, posteriormente, comprasse mais um conjunto<br />

no 15º andar do Conjunto Nacional.<br />

“Na época em que presidi a <strong>SOCESP</strong>, me impressionei muito<br />

com a dedicação dos profissionais da Diretoria. Havia muita<br />

união. Vigorava também um espírito muito forte de trabalho. E<br />

eram pessoas muito ocupadas – chefes de serviços na capital e<br />

no interior. Estas pessoas, tão qualificadas, largavam tudo para<br />

fazer reuniões periódicas na <strong>SOCESP</strong> ou para resolver problemas<br />

da Sociedade em outros lugares. Participo, também, de ou-


66 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

tras Sociedades médicas. Percebo que cada uma detém uma característica.<br />

No caso da <strong>SOCESP</strong>, percebo que ela é muito especial<br />

por possuir uma natureza muito empreendedora. Nossa<br />

Sociedade é muito ativa. Esse sentimento de colaboração na<br />

<strong>SOCESP</strong> tem muita vivacidade.”<br />

DR. FÁBIO BISCEGLI JATENE


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 67<br />

Dr. MARCELO CHIARA BERTOLAMI<br />

Uma das preocupações desta administração foi o Centro de<br />

Convenções de Campos do Jordão. Nesta fase a <strong>SOCESP</strong> teve de<br />

lidar com duas questões: a limitação de seu espaço físico e a ganância<br />

dos empresários da cidade. A administração do Dr. Marcelo<br />

Bertolami tentou dialogar com os proprietários locais de<br />

hotéis e restaurantes com o intuito de reter a dinâmica vigente<br />

de exploração do público que freqüentava Campos do Jordão<br />

durante os dias em que era realizado o Congresso. A <strong>SOCESP</strong><br />

tentou argumentar com os comerciantes e a administração da<br />

cidade que as pessoas presentes no evento estavam trabalhando.<br />

Mas a visão dos empresários da região era outra. Para eles, a súbita<br />

presença de milhares de pessoas na cidade era motivo para<br />

aumentar seus preços. Estes chegavam até a triplicar de valor<br />

durante a semana do evento. O Congresso virou uma importante<br />

fonte de renda para a cidade. Como o evento sempre cresceu,<br />

a dificuldade de se conseguir uma vaga num hotel em Campos<br />

do Jordão ficou cada vez mais difícil. Esses problemas começaram<br />

a acontecer já na primeira edição do Congresso na cidade.<br />

A <strong>SOCESP</strong> tentou se aproximar da administração de Campos<br />

do Jordão promovendo um concurso de redações voltado para<br />

as crianças da rede pública local, e as melhores eram premiadas<br />

durante a realização do Congresso. Mas a prefeitura da cidade<br />

nada fez para reverter a ganância vigente entre os empresários.<br />

DEPARTAMEMENTOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES<br />

Na gestão do Dr. Marcelo Bertolami foi fundado o Departamento<br />

de Educação Física e Esportes. O setor pretende contribuir<br />

para elevar o nível técnico, científico, ético e profissional de<br />

seus associados, estimular a interação e a investigação entre a<br />

Educação Física e a Cardiologia e promover atividades científicas<br />

que contribuam para a atualização dos profissionais da área.


68 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Bacharéis, licenciados em Educação Física ou Esporte e estudantes<br />

destes cursos participam do quadro associativo do Departamento.<br />

Além de ministrar atividades destinadas aos profissionais<br />

da área, o Departamento é responsável pela publicação<br />

de artigos científicos no Suplemento da Revista da <strong>SOCESP</strong><br />

e participa ainda de eventos dirigidos ao público leigo.<br />

Nessa fase, investiu-se ainda na continuidade do projeto RESIM<br />

– Registro do Infarto Agudo do Miorcárdio do Estado de São<br />

Paulo –, coordenado pelo Dr. Francisco Kerr Saraiva, contando<br />

com um envolvimento maior das Regionais.<br />

Na área de publicações, a administração do Dr. Marcelo Bertolami<br />

apostou na reeditoração do Manual de Redação da SO-<br />

CESP, um projeto implementado pelos Drs. Alfredo Mansur e<br />

Paulo Tucci. O Manual da <strong>SOCESP</strong>, que foi iniciado na gestão<br />

anterior, conseguiu ser publicado e ganhou significativo espaço<br />

entre os cardiologistas. Dr. Ari Timerman e Dr. Luís Antonio<br />

Machado César foram os editores da publicação. Nessa fase, a<br />

entidade lançou também o Cardio-Rom, a <strong>SOCESP</strong> em CD, para<br />

ampliar a transmissão de conhecimentos aos associados, este<br />

projeto foi coordenado pelo médico associado Ibraim Masciarelli.<br />

Um outro marco foi a publicação do livro 25 Anos de<br />

História – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, de<br />

autoria do Dr. Marcos Fabio Lion.<br />

Manual de Cardiologia.<br />

Nesta administração, a “jurisdição” das Regionais começou a<br />

ser revista. Constatou-se, na época, que algumas cidades chegaram<br />

a pertencer, simultaneamente, a duas Regionais. Em 2001,<br />

surge a Regional de Jundiaí.<br />

O site da entidade também foi remodelado. Assim, os associados<br />

passaram a usar mais a internet.<br />

PROJETO EMAPO<br />

Sob a coordenação dos Drs. Bruno Caramelli e Cláudio Pinho,<br />

viabilizou-se o Projeto EMAPO – Estudo Multicêntrico de Ava-


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 69<br />

liação Pré-Operatória –, que possibilitou a interação com os associados<br />

de todo o Brasil. O projeto proporcionou que cada<br />

médico pudesse registrar sua experiência em avaliação pré-operatória.<br />

Os resultados deste programa foram distribuídos posteriormente<br />

a todos os sócios da <strong>SOCESP</strong>, inclusive àqueles distantes<br />

dos grandes centros. O EMAPO tornou-se o protocolo<br />

de conduta a ser adotado nos pacientes cardiopatas antes da realização<br />

de uma cirurgia.<br />

25 Anos de História – Sociedade de<br />

Cardiologia do Estado de São Paulo.<br />

Pela primeira vez uma edição do Congresso da <strong>SOCESP</strong>, a XXI,<br />

teve um tema principal, responsável por catalizar os assuntos<br />

mais discutidos entres as atividades científicas. O tema em<br />

questão foi “Epidemia Cardiovascular em Desenvolvimento: As<br />

Evidências da Necessidade de Prevenção”. Neste evento, a Diretoria<br />

garantiu o aumento do conforto dos congressistas ao instalar<br />

aquecedores nas salas de aula, além de forros nos auditórios<br />

para incrementar a temperatura ambiente. A Organização<br />

deste Congresso criou também um novo acesso ao terceiro andar<br />

do prédio antigo.<br />

Diante do recrudescimento da população brasileira com mais<br />

de 65 anos, a Comissão Executiva do XXII Congresso escolheu<br />

o tema “Qualidade de Vida – Prevenir e Tratar”.<br />

Nesta edição foram repetidos dois eventos esportivos organizados<br />

pelo Departamento de Educação Física e Esportes que<br />

fizeram sucesso em Congressos anteriores: Caminhada do Coração<br />

e o Jogo de Futebol (entre cardiologistas e ex-atletas profissionais).<br />

“Na <strong>SOCESP</strong> sempre houve uma continuidade de ações, não<br />

havendo espaço para interesses políticos e pessoais. Nenhuma<br />

Diretoria nunca destoou. As pessoas que assumem a Presidência<br />

da entidade já ocuparam cargos anteriores. Portanto há<br />

sempre uma linha... Em outras entidades você não tem isso.<br />

Uma Sociedade médica só existe por causa do associado. No caso<br />

da <strong>SOCESP</strong>, ele foi sempre seu foco. Uma prova disto é seu


70 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Congresso. No evento, todos que vão apresentar trabalhos são<br />

pessoas que têm seu mérito. Não há cunho político nisso. Isso é<br />

uma das coisas mais importantes... Todos os passos da <strong>SOCESP</strong><br />

vão à direção de valorizar o associado e procurar o melhor para<br />

ele. Tenho muito orgulho de ter participado da <strong>SOCESP</strong>.”<br />

DR. MARCELO CHIARA BERTOLAMI


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 71<br />

Dr. ANTONIO CARLOS PALANDRI CHAGAS<br />

A experiência de exercer o cargo de tesoureiro, durante a gestão<br />

do Dr. José Carlos Nicolau, proporcionou ao Dr. Antonio Carlos<br />

Palandri Chagas uma excelente oportunidade de se aproximar<br />

das demandas administrativo-financeiras da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Nesta fase, o Dr. Chagas participou ativamente do dia-a-dia da<br />

Sociedade, extrapolando, na prática, suas atribuições. Uma outra<br />

experiência importante que viveu na <strong>SOCESP</strong> foi a ocupação<br />

do cargo de presidente da XX edição do Congresso da Sociedade,<br />

na gestão do Dr. Fábio Jatene. Esta responsabilidade<br />

lhe forneceu a amplitude das áreas científica e organizacional.<br />

Na seqüência, na gestão do Dr. Marcelo Bertolami, o Dr. Antonio<br />

Chagas chegou a assumir mais uma vez o cargo de tesoureiro<br />

da Sociedade. Ele acredita que estas experiências reunidas lhe<br />

deram um grande substrato para assumir, posteriormente, a<br />

Presidência da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Esta Diretoria investiu maciçamente nos meios de comunicação<br />

– internet, jornal e revista – para difundir o conhecimento<br />

científico aos profissionais das mais variadas áreas da Cardiologia<br />

de todo o Brasil. Uma grande novidade empreendida pela<br />

<strong>SOCESP</strong> neste período foi o implemento do Curso Virtual de<br />

Cardiologia. Tratou-se do primeiro do gênero entre as Sociedades<br />

médicas. O curso gratuito ultrapassou as fronteiras do Estado<br />

de São Paulo, atraindo participantes de várias regiões do<br />

Brasil e até do exterior. A novidade obteve grande sucesso no<br />

meio cardiológico.<br />

Nesta gestão, o Dr. Bráulio Luna Filho, responsável pelo setor de<br />

Defesa Profissional, desenvolveu o Treinamento em Medicina<br />

Baseado em Evidência e Metodologia de Pesquisa. Esta atividade,<br />

dirigida aos médicos inseridos em Programas de Residência<br />

do Estado de São Paulo, forneceu conhecimentos pertinentes


72 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

aos principais modelos de investigação científica e treinamento<br />

na análise crítica da literatura médica utilizada no dia-a-dia da<br />

atividade clínica. O curso foi ministrado na sede da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Outra ação implementada por esta Diretoria foi o lançamento<br />

do Centro de Referência em Cardiologia Pediátrica, destinado a<br />

diversos profissionais como cardiologistas, pediatras, berçaristas,<br />

cirurgiões cardíacos e neonatologistas. Este programa de<br />

capacitação, coordenado pela Dra. Ieda Biscegli Jatene, foi ministrado<br />

em todas as Regionais da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Dr. Chagas, ao assumir a Presidência da <strong>SOCESP</strong>, procurou<br />

montar uma Diretoria que integrasse bem todo o Estado de São<br />

Paulo. Tanto que muitos médicos dessa gestão eram do interior.<br />

Dr. Chagas percebeu, também, que as Regionais da Sociedade<br />

cresciam de forma desigual. A solução para o problema foi<br />

firmar uma parceria com a Associação Paulista de Medicina.<br />

Assim, as Regionais da APM passaram a funcionar como sedes<br />

da <strong>SOCESP</strong>. Este trabalho contou com o empenho do Dr. Antonio<br />

Carlos Penna, na época Diretor de Regionais.<br />

Depois de todo este trabalho que conseguiu reestruturar e homogeneizar<br />

os procedimentos de todas elas, já no final da gestão<br />

do Dr. Chagas foi aprovada a criação da Regional de São<br />

Carlos. Esta unidade começou a funcionar efetivamente na administração<br />

seguinte.<br />

Manual Prático em<br />

Cardiologia.<br />

Na área de livros, foi publicado, sob a supervisão do Dr. Ibraim<br />

Pinto, diretor de publicações, o Manual Prático em Cardiologia.<br />

A Diretoria Científica, sob a direção do Dr. Francisco Laurindo,<br />

implementou o Fórum de Pesquisa Cardiovascular com o objetivo<br />

de agregar competências científicas na área de pesquisa de<br />

alto impacto. Este evento, realizado na sede da <strong>SOCESP</strong>, teve<br />

continuidade nas gestões seguintes.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 73<br />

O estudo RESIM constatou<br />

que, entre 1998 e 2001, os<br />

idosos e as mulheres<br />

recebiam atendimento<br />

inferior ao dos pacientes<br />

jovens do sexo masculino.<br />

RESULTADOS DO ESTUDO RESIM<br />

Nesta gestão foram divulgados os resultados do estudo RESIM.<br />

Depois de analisar cerca de 2 mil pacientes entre 1998 e 2001, a<br />

<strong>SOCESP</strong> constatou que 65% destes foram tratados com trombolíticos.<br />

Dentro deste contingente, a mortalidade variou de<br />

acordo com o tipo de infarto, alcançando a marca de 14%. Já os<br />

pacientes tratados com trombolíticos registraram uma taxa de<br />

óbito menor: 10%. Outra conclusão deste estudo foi a descoberta<br />

de que tanto os idosos como as mulheres recebiam, naquela<br />

fase, tratamento médico inferior ao oferecido aos homens.<br />

Na época, o Dr. Francisco Kerr Saraiva, coordenador do


74 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

estudo, concluiu que os médicos desconheciam as peculiaridades<br />

destes dois segmentos da população, muitas vezes confundindo<br />

seus sintomas com problemas emocionais.<br />

Foi inaugurado, nessa fase, no Conjunto Nacional, o Centro<br />

Administrativo. Já o Centro de Eventos em Campos do Jordão<br />

recebeu ampla reforma. A Diretoria também acertou suas pendências<br />

contratuais com o Instituto Salesiano de São Paulo, detentor<br />

do terreno e de um dos prédios, garantindo a utilização<br />

do espaço por mais 14 anos. Para administrar os Centros de<br />

Eventos da Capital e de Campos do Jordão foi criada a <strong>SOCESP</strong><br />

Eventos.<br />

A Sociedade também ampliou sua estrutura física ao adquirir<br />

mais quatro conjuntos.<br />

CENTRO DE REFERÊNCIA EM EMERGÊNCIA<br />

Na época em que se discutiu criar um centro de treinamento de<br />

médicos para emergências do coração, a <strong>SOCESP</strong> tinha como<br />

referência as estruturas similares do Funcor, na Sociedade Brasileira<br />

de Cardiologia e outros lugares fora do Estado de São<br />

Paulo. A proposta de criar uma estrutura nas dependências da<br />

<strong>SOCESP</strong> resvalava primeiramente num problema que assustou<br />

a Diretoria: o alto custo dos bonecos utilizados para fazer treinamento,<br />

orçados em 45 mil dólares cada um. E havia ainda a<br />

necessidade de investir na aquisição de outros equipamentos,<br />

como desfibriladores. A solução foi fazer uma parceria com<br />

uma empresa de equipamentos médicos, que aceitou bancar os<br />

custos dos quatro bonecos. Em contrapartida a <strong>SOCESP</strong> agregou<br />

o nome dessa companhia ao centro de treinamento. O projeto<br />

idealizado pelo Dr. Antonio Chagas e pelo Dr. Agnaldo Pispico<br />

obteve o credenciamento da American Heart Association e<br />

foi implementado em 2002 com periodicidade mensal na sede<br />

da <strong>SOCESP</strong>, durante os finais de semana.<br />

A Sociedade queria destoar dos outros cursos similares já existentes<br />

no Brasil. Por isso, desde o começo ofereceu aos médicos


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 75<br />

Centros de Eventos da<br />

<strong>SOCESP</strong> em São Paulo.<br />

uma estrutura física de qualidade com ar condicionado e alimentação<br />

adequada sob a supervisão de uma nutricionista. Entre<br />

os diferenciais do Centro de Treinamento estava também a<br />

constante assistência técnica ofertada aos bonecos e desfibriladores.<br />

Com o tempo, o custo do curso revelou-se ainda um dos<br />

mais baratos entre os que existiam no mercado.<br />

Esse curso intensivo com 16 horas de duração costuma ser ministrado<br />

por 16 médicos instrutores. Na prática, a dinâmica dos<br />

trabalhos simula situações de emergência. Assim, os bonecos<br />

são intubados, recebendo em alguns momentos “ajuda” dos<br />

desfibriladores. No Centro de Treinamento são criadas situações<br />

de estresse, para que os médicos aprendam a administrar<br />

o melhor possível um caso real. Para realizar tais simulações, os<br />

médicos instrutores criam cenas fictícias, como se uma pessoa<br />

repentinamente sofresse um ataque cardíaco. Diante dessa co-


76 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

nhecida dinâmica, muitos médicos chegam ao Centro de Treinamento<br />

temerosos das situações que terão de enfrentar. A conclusão<br />

do curso propicia aos médicos uma mudança do conceito<br />

de atendimento de emergência, fazendo que todos passem a<br />

adotar os mesmos procedimentos. O treinamento faz que os<br />

médicos ajam dentro de um protocolo evitando o retardamento<br />

do melhor procedimento. Atualmente, as simulações são<br />

também filmadas, podendo ser exibidas, posteriormente, para<br />

os alunos. Em 2006, um dos coordenadores da American Heart<br />

manifestou-se, durante um congresso realizado em Barcelona,<br />

interessado em conhecer o procedimento realizado pela SO-<br />

CESP. Sob a determinação da American Heart, todos os alunos<br />

do Centro de Emergência da <strong>SOCESP</strong> são cobertos por um seguro<br />

de vida.<br />

Médicos recém-formados de várias especialidades perfilam-se ao<br />

lado de colegas mais experientes para fazer o curso. Neste heterogêneo<br />

contingente, são sempre detectadas pessoas oriundas de<br />

várias regiões do Brasil, como Brasília e Manaus. O fato de a SO-<br />

CESP sempre desempenhar atividades de forma planejada e estruturada<br />

é fator de atração de médicos de fora da Capital. No<br />

caso do Centro de Treinamento, desde o início, buscam-se as melhores<br />

parcerias e a escolha de maneiras adequadas de ensino.<br />

Tais cuidados justificam a grande credibilidade da <strong>SOCESP</strong> no<br />

meio médico. Pesquisas demonstram que mais de 90% dos médicos<br />

costumam considerar o curso acima de suas expectativas.<br />

Após cinco anos, mais de 600 médicos passaram pelo Centro de<br />

Treinamento. Em 2007, devido ao aumento de demanda, a SO-<br />

CESP pretende treinar duas turmas de 28 médicos por mês.<br />

Depois de implementar o curso de Suporte Avançado em Cardiologia<br />

(ACHS – Advanced Card Heart Support), o Centro de<br />

Treinamento passou a ministrar dois programas para leigos: o<br />

Suporte Básico de Vida (BLS – Basic Life Support) e o Heart Save<br />

que ensinam técnicas de ressuscitação e utilização correta do<br />

desfibrilador. O público é heterogêneo: clubes, escolas, brigadas


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 77<br />

Dado alarmante: três<br />

pessoas morrem diariamente<br />

vítimas de problemas<br />

cardíacos na região da<br />

avenida Paulista.<br />

de incêndio, educadores físicos, empresas que adquiriram desfibriladores<br />

além de pessoas de forma espontânea. Os cursos<br />

para leigos são também credenciados pela American Heart Association.<br />

A IMPORTÂNCIA DE DIALOGAR COM A SOCIE<strong>DA</strong>DE LEIGA<br />

Doenças cardiovasculares matam mais do que qualquer tipo de<br />

câncer. Porém, a sociedade e os meios de comunicação, em geral,<br />

não costumam dar atenção devida a este grave problema.


78 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Não são vistas nas ruas nem na televisão pessoas vestindo camisetas<br />

com slogans alusivos à prevenção de doenças cardíacas.<br />

Não há campanhas na mídia nem grande quantidade de médicos<br />

realizando palestras para destacar a gravidade do quadro de<br />

incidência de doenças cardiovasculares no Brasil. A classe médica<br />

não impõe a bandeira de venda de remédios mais baratos.<br />

Temas como hábitos saudáveis de vida, tabagismo, alimentação<br />

são pouco disseminados na sociedade. Quando é noticiado largamente<br />

na mídia um caso fatal, as pessoas são atingidas emocionalmente,<br />

mas a discussão sobre a doença é encerrada em<br />

pouco tempo.<br />

As pessoas só procuram por um médico quando estão com problemas<br />

de saúde. Elas não reservam um dinheiro no final do<br />

ano para fazer um check-up, por exemplo.<br />

ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA AO VIVO PELA TV<br />

A <strong>SOCESP</strong> foi convocada no final de 2004 por causa da morte<br />

súbita do jogador de futebol Serginho, do time de São Caetano,<br />

a comparecer num programa de auditório para demonstrar<br />

técnicas de atendimento de emergência. E uma nova tragédia<br />

quase foi vista mais uma vez pela televisão. Nesta ocasião, Dr.<br />

Miguel Moretti e um enfermeiro tiveram que repentinamente,<br />

ao chegar à emissora, prestar socorro a uma senhora que sofria<br />

um ataque cardíaco. Porém, felizmente, ela conseguiu reabilitar-se<br />

e posteriormente foi encaminhada ao Hospital São Luís<br />

graças à presença no programa dos dois profissionais de saúde.<br />

Na época, algumas pessoas que assistiram ao ocorrido ao vivo<br />

pela televisão chegaram a desconfiar da veracidade dos acontecimentos.<br />

Mas entre os médicos reinou uma certeza: sem o<br />

atendimento emergencial (com o uso do desfibrilador), constatou-se,<br />

dias depois, que a mulher teria morrido. Porém, mesmo<br />

diante da gravidade do problema, que foi assistido por milhares<br />

de pessoas, a emissora nunca mais tocou no assunto.<br />

A ausência de discussão sobre o tema é também verificada fora<br />

do Brasil, mas a solidez dos valores culturais e de cidadania,


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 79<br />

presente em alguns países, é determinante para reverter este<br />

quadro de dispersão. Nos Estados Unidos e na Europa, a população<br />

questiona se existem desfibriladores em locais de grande<br />

aglomeração humana. Querem saber também se há pessoas<br />

treinadas para acionar o equipamento. É sempre importante<br />

exigir das pessoas o conhecimento de prevenção e de atendimento<br />

emergencial.<br />

A <strong>SOCESP</strong> tem como missão tornar-se mais conhecida na sociedade.<br />

Para que o conhecimento relativo à prevenção de doenças<br />

cardiológicas e o atendimento emergencial estejam mais<br />

presentes no cotidiano das pessoas. Assim, a própria população<br />

pode exigir mais preparo da classe médica. Um médico treinado<br />

consegue salvar um número maior de vidas.<br />

Dado levantado pela <strong>SOCESP</strong>: três pessoas morrem diariamente<br />

em decorrência de problemas cardiológicos na região da avenida<br />

Paulista. Cada minuto sem atendimento retira da pessoa<br />

enfartada 10% de chance de sobreviver.<br />

Diante deste quadro que denota seu reconhecimento científico<br />

perante a American Heart, os médicos brasileiros e a sociedade<br />

leiga, a <strong>SOCESP</strong> pretende investir no Centro de Treinamento<br />

diante de sua demanda. Porém existem algumas limitações.<br />

Uma delas é a dificuldade de se manter uma quantidade grande<br />

de instrutores, pois muitos médicos relutam em abandonar seus<br />

finais de semana para se dedicar às atividades do Centro de<br />

Treinamento. Outro ponto delicado é o alto custo dos equipamentos,<br />

como os bonecos e desfibriladores. A desmobilização<br />

da sociedade em relação à gravidade dos problemas cardíacos<br />

também acaba desestimulando a maior aceleração das atividades<br />

do Centro de Treinamento. Assim, a estratégia passa basicamente<br />

pelo implemento de duas ações: fechamento de parcerias<br />

para aquisição de equipamentos e campanhas de conscientização<br />

voltadas à população e à classe médica.


80 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

A <strong>SOCESP</strong> SE APRESENTA À SOCIE<strong>DA</strong>DE<br />

A partir dessa fase a <strong>SOCESP</strong> passou a prestar um serviço à população<br />

e à imprensa para posicionar a entidade também como<br />

um foco formador de opinião. Entre as missões da entidade voltadas<br />

aos cardiologistas do Estado de São Paulo estão o zelo por<br />

sua formação e a difusão de conhecimento. Porém, a <strong>SOCESP</strong><br />

enfatiza a importância da participação do leigo, porque seu grau<br />

de conscientização interfere no dia-a-dia da Cardiologia.<br />

Também em uma perspectiva estratégica, foi estabelecido o primeiro<br />

Treinamento em Massa, muito aplicado nas comunidades<br />

dos Estados Unidos. Inicialmente, os Treinamentos em<br />

Massa da <strong>SOCESP</strong> foram ministrados em conjunto com o Hospital<br />

Sírio Libanês na cidade de São Paulo. Em seguida, foram<br />

feitas parcerias com o Colégio São Luís, com a Associação Paulista<br />

Viva, com o Conjunto Nacional Bandeirantes e com mais<br />

algumas empresas.<br />

É difícil convencer as pessoas a investir tempo e dinheiro na<br />

prevenção de doenças.<br />

A XXIII edição do Congresso exibiu uma novidade: o surgimento<br />

da Comissão de Temas Livres. A nova Comissão, sob a<br />

responsabilidade do Dr. Antonio de Pádua Mansur, se dedicou<br />

a melhorar a seleção dos trabalhos.<br />

Dr. Antonio Carlos Palandri Chagas defendeu a idéia de que o<br />

aprimoramento do nível científico dos Congressos esteve presente<br />

na XX edição, presidida por ele, e na XXIII e na XXIV edições,<br />

durante sua gestão.<br />

Na XXIII edição, 98% dos trabalhos de temas livres foram enviados<br />

à <strong>SOCESP</strong> via e-mail. Diante deste quadro, a Comissão<br />

de Temas Livres resolveu receber, a partir do XXIV Congresso,<br />

os trabalhos exclusivamente pela internet.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 81<br />

Próximo ao Centro de Eventos, a <strong>SOCESP</strong> investiu em asfaltamento<br />

e em placas de sinalização para facilitar o acesso dos<br />

congressistas.<br />

“Eu sempre falava que, em nossa Diretoria, nós não tínhamos<br />

um presidente, mas sim um grupo de amigos trabalhando num<br />

fim comum. Na época, todos participavam de tudo. Ocupar a<br />

Presidência da <strong>SOCESP</strong> foi uma grande experiência na minha<br />

vida. Como conseqüência deste meu trabalho, fui indicado pelos<br />

meus próprios pares para concorrer à Presidência da Sociedade<br />

Brasileira de Cardiologia. E com muito orgulho vou assumir<br />

este cargo no final de 2007. Penso que este fato também é<br />

uma vitória da <strong>SOCESP</strong> e da Cardiologia paulista. A Sociedade<br />

foi uma grande escola para mim. Ela representa o que existe de<br />

melhor como uma Sociedade com fins científicos e educacionais.<br />

Trata-se de um modelo de Sociedade de especialidade. A<br />

<strong>SOCESP</strong> nunca se desviou de seus propósitos.”<br />

DR. ANTONIO CARLOS PALANDRI CHAGAS


82 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Dr. OTÁVIO RIZZI COELHO<br />

Ao assumir a Presidência, Dr. Otávio encontrou a <strong>SOCESP</strong> com<br />

uma saúde financeira muito boa. O médico credita este quadro<br />

à performance de seus antecessores que sempre tiveram uma<br />

política de investimento e de reserva financeira muito sólida.<br />

Dentro desta situação favorável, decidiu-se incrementar a estrutura<br />

do Centro de Eventos de Campos do Jordão. A verba<br />

alocada serviu para reformar os sanitários, melhorar o mobiliário<br />

das salas, reformular as instalações elétricas e construir escadas<br />

externas.<br />

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E CRIAÇÃO<br />

<strong>DA</strong> REGIONAL DE SÃO CARLOS<br />

Pela primeira vez foi realizado um planejamento estratégico para<br />

a <strong>SOCESP</strong>. Até esta gestão, a Sociedade não tinha definido<br />

com nitidez quais seriam seus caminhos e suas prioridades. Assim,<br />

foi contratada uma empresa especializada para fazer este<br />

trabalho que contou com a colaboração do Dr. Bráulio Luna Filho.<br />

Esta ação suscitou a realização de um encontro entre todos<br />

os ex-presidentes da Sociedade, a diretoria da época e as principais<br />

lideranças da Cardiologia. Deste planejamento estratégico,<br />

surgiram algumas diretrizes que aos poucos foram implementadas<br />

na <strong>SOCESP</strong>. Este trabalho delineou que a Sociedade tinha<br />

como suas principais ações o Congresso, a Revista e o apoio aos<br />

Programas de Educação Continuada. Nessa época, a <strong>SOCESP</strong><br />

compreendeu que era mesmo muito importante se aproximar<br />

da sociedade. Dessa forma, foram ampliadas as atividades referentes<br />

à prevenção e ao socorro na região da avenida Paulista.<br />

Nesta administração foi criada a 18ª Regional da <strong>SOCESP</strong>, na<br />

cidade de São Carlos, a qual passou a ser presidida pelo Dr. José<br />

Carlos Briganti.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 83<br />

A <strong>SOCESP</strong> é muito enxuta administrativamente. Possui um gerente<br />

e mais cinco funcionários – além de alguns serviços terceirizados<br />

– que trabalham para cerca de 7 mil sócios.<br />

Este trabalho ajudou a Diretoria a enxergar a real dimensão da<br />

Sociedade. Assim, esta Administração concluiu que a <strong>SOCESP</strong><br />

não poderia restringir sua missão ao exclusivo desenvolvimento<br />

de atividades científicas. Percebeu-se, nesta fase, que a Sociedade<br />

já mantinha diversas vocações.<br />

Nessa gestão foi registrada a menor taxa de inadimplência da<br />

<strong>SOCESP</strong>: 7,7%.<br />

TREINAMENTO EM MASSA<br />

O primeiro Treinamento em Massa organizado, exclusivamente,<br />

pela <strong>SOCESP</strong> ocorreu em 2004 no Colégio São Luís. O evento<br />

realizado durante um sábado teve grande cobertura da imprensa.<br />

Nesse dia foram treinadas cerca de 300 pessoas. Diante<br />

da repercussão positiva, a segunda edição do Treinamento em<br />

Massa conseguiu uma atração mais rápida de público. Em dezembro<br />

de 2006, quase sem divulgação alguma, a <strong>SOCESP</strong> teve<br />

de encerrar rapidamente as incrições diante do excesso de interessados.<br />

Pessoas de todas as idades e profissões, incluindo até<br />

portadores de necessidades especiais, procuraram a <strong>SOCESP</strong><br />

para se increver em seu curso de Treinamento em Massa. A<br />

ação serviu também estrategicamente para que a população pudesse<br />

conhecer outros empreendimentos da entidade sobre Cardiologia.<br />

As três edições do evento conseguiram treinar mais de<br />

700 pessoas.<br />

O sucesso da primeira edição de Treinamento em Massa levou<br />

a <strong>SOCESP</strong> a realizar, em associação com a Sociedade de Pneumologia,<br />

palestras sobre tabagismo e Feiras de Saúde, durante<br />

as duas últimas edições de seu congresso.<br />

Outra realização desta Diretoria foi a contratação de uma empresa<br />

para fazer uma auditoria. Este trabalho só foi terminado


84 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

no final da gestão do Dr. Otávio Rizzi Coelho. Nessa administração<br />

foram adquiridos mais dois conjuntos no 15º andar.<br />

No XXV Congresso, o evento completou 25 anos, registrando recorde<br />

de público (mais de 5 mil congressistas). Durante a comemoração<br />

do Jubileu de Prata foram homenageados os Doutores<br />

Adib Jatene e Antonio Fortuna. O Congresso de 2004 obteve o<br />

melhor saldo positivo em relação às três edições anteriores.<br />

Já a XXVI edição marcou o aumento do número de inscrições<br />

pela internet e mais uma vez bateu seu recorde de público (cerca<br />

de 5700 participantes). Durante o evento foi lançado o livro<br />

Tratado de Cardiologia da <strong>SOCESP</strong>. A publicação, escrita por<br />

329 médicos que atuam em importantes instituições do Estado,<br />

se transformou num grande sucesso editorial, chegando também<br />

a ganhar o Prêmio Jabuti. Os editores do livro foram o Dr.<br />

Fernando Nobre e o Dr. Carlos Vicente Serrano Jr. Este Congresso<br />

recebeu, ainda, a presença ilustre do governador Geraldo<br />

Alckmin.<br />

“A <strong>SOCESP</strong> é um dos melhores exemplos de Sociedade Médica<br />

bem-sucedida. Ela cumpriu plenamente seus objetivos iniciais.<br />

Tenho total convicção de que todas as pessoas fundadoras da<br />

<strong>SOCESP</strong> estão satisfeitas com sua trajetória. A influência da Sociedade<br />

extrapola as fronteiras de nosso Estado, repercutindo<br />

mesmo em todo o Brasil. Dela já saíram dois presidentes da<br />

SBC. Seu senso de responsabilidade permitiu que ela chegasse<br />

ao patamar onde se encontra hoje.”<br />

DR. OTÁVIO RIZZI COELHO<br />

O Tratado de Cardiologia<br />

recebeu o Prêmio Jabuti.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 85<br />

Dr. BRÁULIO LUNA FILHO<br />

Ao completar 30 anos de atividades, a <strong>SOCESP</strong> passou a congregar<br />

em seus quadros mais de 7 mil associados. Contando<br />

com uma estrutura física de cerca de 500 m 2 , distribuídos em 17<br />

conjuntos comerciais, a Sociedade mantém ainda oito Departamentos<br />

e 18 Regionais.<br />

Por isso, logo ao assumir a Presidência, Dr. Bráulio Luna Filho<br />

resolveu mais uma vez contratar uma empresa para fazer o planejamento<br />

estratégico da Sociedade. Quando este trabalho foi<br />

realizado na primeira vez, a administração já estava em andamento.<br />

Assim, na prática, foram implementadas apenas algumas<br />

diretrizes. Dessa forma, o Dr. Bráulio resolveu, logo no início de<br />

seu mandato, contratar uma outra companhia para realizar este<br />

trabalho para a <strong>SOCESP</strong>. A edição desse Planejamento Estratégico,<br />

realizada em Campinas durante dois dias do mês de fevereiro<br />

de 2006, contou com a participação da Diretoria anterior,<br />

da atual, dos ex-presidentes e dos diretores das Regionais.<br />

DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL<br />

Dr. Bráulio percebeu, ainda, que a Sociedade, apesar de possuir<br />

alto prestígio científico em sua especialidade, desconhecia a real<br />

situação do cardiologista inserido no mercado de trabalho.<br />

As discussões sobre esta questão foram levadas aos congressos e<br />

tiveram boa recepção, chegando a lotar salas. Assim, diante da<br />

amplitude dos temas, foi criada a Diretoria de Qualidade Assistencial,<br />

anteriormente chamada Diretoria de Defesa Profissional.<br />

A mudança de denominação buscou coadunar a preocupação<br />

com o cardiologista e a qualidade do atendimento prestado<br />

ao paciente. As atividades desta Diretoria foram disseminadas<br />

pelas 18 Regionais, dessa forma a <strong>SOCESP</strong> pôde sublinhar sua<br />

preocupação com o exercício profissional dos cardiologistas do<br />

Estado de São Paulo.


86 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Nessa gestão foram adquiridos mais dois conjuntos. A nova<br />

configuração do espaço da Sociedade propiciou a criação de<br />

uma sala com acesso à internet e com apoio de uma secretária<br />

destinada ao estudo do associado.<br />

Essa fase também ratificou uma política voltada aos novos médicos.<br />

A Sociedade resolveu não cobrar anuidade alguma dos<br />

residentes, que só terão esta obrigação ao se tornarem cardiologistas<br />

plenos. A <strong>SOCESP</strong> planeja manter atividades mensais<br />

destinadas aos seus associados residentes.<br />

EM SÃO PAULO, NÓS CUI<strong>DA</strong>MOS DO SEU CORAÇÃO<br />

O projeto denominado “Na Paulista nós cuidamos de seu coração”<br />

deu tão certo que acabou expandido. A partir de 2007, ele<br />

passou a se chamar “Em São Paulo, nós cuidamos de seu coração”<br />

com o intuito de levar todos os eventos pertinentes à prevenção<br />

e ao atendimento de emergências cardíacas primeiramente<br />

a outras regiões da cidade, passando pelos municípios<br />

vizinhos até alcançar o interior do Estado. No cerne de suas atividades<br />

encontram-se os conceitos de prevenção e tratamento.<br />

A <strong>SOCESP</strong> preconiza que a melhor forma de se tratar um enfarto<br />

ou um derrame é justamente evitá-los.<br />

Fisioterapia em Cardiologia,<br />

publicado em 2006.<br />

Na <strong>SOCESP</strong>, cada ação é meticulosamente planejada para que a<br />

entidade consiga sempre dar um sólido passo à frente. A atuação<br />

dos Departamentos de Farmácia, Nutrição, Serviços Sociais,<br />

Odontologia, Fisioterapia, Enfermagem, Psicologia e Educação<br />

Física durante as Feiras de Saúde – por onde já passaram<br />

cerca de 2 mil pessoas – amplifica o poderio dos trabalhos de<br />

prevenção da <strong>SOCESP</strong>. A credibilidade que os médicos têm na<br />

entidade deve ser compartilhada com a população.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 87<br />

A <strong>SOCESP</strong> NO RÁDIO E NA TELEVISÃO<br />

Diante do fato de que as doenças cardíacas são responsáveis por<br />

grande número de mortes da população, Dr. Bráulio resolveu<br />

intensificar a difusão de informações cardiólogicas e ao mesmo<br />

popularizar o nome da Sociedade.<br />

“Cuidando do Coração” é o nome do programa da <strong>SOCESP</strong> –<br />

o primeiro de uma Sociedade de especialidade médica destinado<br />

ao público em geral – que estreou em 2 de outubro de 2006,<br />

no Canal Universitário, em parceria com a TV Unifesp. O programa,<br />

elaborado a partir de conversas entre o Dr. Ari Timerman<br />

e o Dr. Bráulio pretende ser um canal para contribuir para<br />

a qualidade de vida da população, difundindo informações<br />

sobre prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças do coração.<br />

Apresentado por Dr. Nabil Ghorayeb, o programa contou,<br />

no dia de sua estréia, com a participação do Dr. Bráulio Luna<br />

Filho que, na ocasião, falou sobre tabagismo.<br />

Dr. Nabil Ghorayeb<br />

entrevista Dr. Leopoldo<br />

Piegas e Dra. Ieda Biscegli<br />

Jatene durante gravações<br />

do programa “Cuidando do<br />

Coração”.<br />

O programa é quinzenal, sendo transmitido pela Net (canal 11)<br />

e pela TVA (canal 21) todas as segundas-feiras das 18:30 h às<br />

19:00 h com reprise às quartas-feiras às 11 h e aos domingos às<br />

19:30h.<br />

Dentro do princípio de que os veículos de comunicação podem<br />

disseminar a informação produzida pela <strong>SOCESP</strong> à população,<br />

a Sociedade assinou um acordo com a TV Assembléia e com a<br />

Rádio Bandeirantes. A primeira das parcerias deve ampliar ainda<br />

mais a difusão das informações da Sociedade por atingir telespectadores<br />

dos canais gratuitos.<br />

A <strong>SOCESP</strong> planeja, ainda, realizar o Dia Estadual de Reanimação<br />

Cardíaca para mostrar à população a importância do treinamento<br />

de emergência. Algumas cidades americanas, como<br />

Seattle, já ministraram programas similares.


88 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

ALTERAÇÃO DO PROCESSO SUCESSÓRIO<br />

A <strong>SOCESP</strong> se adaptou ao Código Civil e alterou a dinâmica de<br />

escolha da nova Diretoria. A Administração posterior à gestão<br />

do Dr. Bráulio deixará de ser referendada em Assembléia. O novo<br />

processo incluirá a inscrição de chapas. Porém, mesmo diante<br />

desta abertura, a tendência é de que a <strong>SOCESP</strong> continue a receber<br />

uma única chapa em seu processo sucessório. Os associados<br />

têm ciência da dinâmica de rodízio das grandes instituições<br />

no comando da Sociedade. Nenhuma voz questionou a legitimidade<br />

deste processo.<br />

A <strong>SOCESP</strong> começou a se preocupar com o excesso de reclamações<br />

em relação aos custos de estadia em Campos do Jordão. Na<br />

XXVII edição, a Diretoria passou a observar se este problema já<br />

começava a atingir os patrocinadores e, conseqüentemente, a<br />

prejudicar o Congresso como negócio. O apoio financeiro da<br />

indústria farmacêutica, de equipamentos e editoras é fundamental<br />

para a realização do evento. Apesar de todo o prestígio<br />

do Congresso, as queixas proliferavam-se por todos os lados.<br />

Nesse Congresso foi lançado o jornal <strong>SOCESP</strong> em Destaque. O<br />

veículo, com periodicidade bimestral, divulga as realizações da<br />

Sociedade aos associados.<br />

Edições do jornal<br />

Socesp em Destaque<br />

XXVIII CONGRESSO DE CARDIOLOGIA – À PROCURA<br />

DE UMA CI<strong>DA</strong>DE PARA SEDIAR O EVENTO<br />

Até 2001, Campos do Jordão conseguia agradar a todos os organizadores<br />

e participantes. Os problemas começaram quando<br />

o evento passou a registrar mais de 4 mil inscritos. Nessa fase, o<br />

Congresso passou a ter dificuldades para fornecer uma estrutura<br />

adequada de conforto para seus participantes. O abrupto excesso<br />

populacional esgotou a capacidade de oferta de hotéis,<br />

restaurantes e de lazer da cidade. Até mesmo o prédio onde era,<br />

até então, realizado o Congresso teve de ser modificado. Para<br />

garantir a segurança das pessoas que freqüentavam o evento foram<br />

construídas escadas externas e foi trocada toda a fiação elé-


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 89<br />

trica do Centro de Convenções. A organização ainda teve de viabilizar,<br />

a partir de uma onerosa injeção de recursos, a edificação<br />

de mais galpões destinados a funcionar como salas de aula<br />

e efetuar terraplanagem no estacionamento. Apesar de todos os<br />

esforços, as reclamações em relação ao desconforto da cidade<br />

começaram a ficar mais evidentes. O charmoso apelo turístico<br />

da cidade já não chamava tanta atenção.<br />

A marca de 5 mil inscritos, alcançada em 2004, que na prática<br />

levava cerca de 15 mil pessoas a mais à cidade, suscitou o recrudescimento<br />

destas discussões que começaram a considerar a<br />

possibilidade de o Congresso ser realizado em outro lugar.<br />

Além do problema de excesso de gente que a cidade não conseguia<br />

mais hospedar, o Congresso enfrentou outro entrave: o aumento<br />

de preços dos hotéis e restaurantes. Os organizadores<br />

tentaram, durante anos, conversar com autoridades locais ligadas<br />

ao turismo, mas não foi possível reverter a situação. Os preços<br />

de Campos do Jordão tinham se tornado mais caros do que<br />

os de sua temporada de inverno. Um grupo da Diretoria da SO-<br />

CESP concluiu que, mesmo tendo investido cerca de 3 milhões<br />

no local, era necessário procurar outra cidade para sediar o<br />

Congresso. Havia o receio de que os participantes reagissem<br />

mal à mudança, mas ela precisava acontecer. No entanto, ninguém<br />

conseguia sugerir um município que pudesse substituir<br />

Campos do Jordão. Nessa fase, uma parte da Diretoria passou a<br />

defender que o Congresso voltasse a ser itinerante mesmo ciente<br />

da ausência de estrutura de muitas cidades do interior. Esta<br />

corrente logo começou a esvaziar-se diante da enorme desproporção<br />

entre a contínua e crescente programação de conteúdo<br />

científico disseminado pelo Congresso e a estrutura de suas sedes.<br />

Havia ainda uma outra ala de médicos da Diretoria que<br />

pensava em continuar em Campos do Jordão.<br />

PESQUISAS DE OPINIÃO<br />

E os médicos participantes do Congresso? O que eles pensavam<br />

sobre esta possibilidade de o evento mudar de sede?


90 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

Em 2005, durante a XXV edição do evento, foram feitas algumas<br />

abordagens aos congressistas, e a maioria dos entrevistados,<br />

num contigente de cerca de 300 pessoas, se mostrou favorável<br />

à saída de Campos do Jordão. No entanto a <strong>SOCESP</strong><br />

desconsiderou esta pesquisa por achar que as pessoas se manifestavam<br />

emotivamente enquanto vivenciavam os problemas<br />

ocorridos durante o evento.<br />

Ainda no final do mesmo ano, a <strong>SOCESP</strong> tentou fazer uma segunda<br />

pesquisa. Desta vez a entidade esbarrou num outro problema:<br />

os associados recebiam por e-mail os formulários, mas<br />

não respondiam à pesquisa. Apenas cem pessoas enviaram as<br />

respostas. Muitos, deste contingente, eram médicos patrocinados<br />

por indústrias farmacêuticas ou palestrantes que costumavam<br />

ter suas despesas bancadas. Estas pessoas queriam ficar em<br />

Campos do Jordão.<br />

Já sob a administração do Dr. Bráulio Luna Filho, quando mais<br />

uma vez foi contratada uma empresa de planejamento estratégico,<br />

também foi discutida esta questão da mudança de sede do<br />

Congresso. Algumas conclusões rapidamente vieram à tona. O<br />

dinheiro investido em Campos do Jordão já tinha retornado à<br />

<strong>SOCESP</strong> diante do crescente número de inscritos em cada edição.<br />

E a entidade tinha interesse que seu Congresso crescesse.<br />

O desejo é de que todos os cardiologistas do Estado tenham a<br />

oportunidade de se reciclar, aprender coisas novas, discutir assuntos<br />

antigos, rever os amigos... sem restringir isso tudo a um<br />

número limitado de pessoas.<br />

A proposta de ilimitar as incrições para o Congresso fez que alguns<br />

membros da Diretoria lembrassem do “cenário” de Campos<br />

do Jordão, onde muitos médicos não conseguiam entrar<br />

nas salas preparadas para receber 300 pessoas. Era comum ver<br />

gente se aglomerando nas escadas de madeira. Logo concluiuse:<br />

o Congresso não conseguia proporcionar conforto. E surgiu<br />

uma questão: seria interessante destruir tudo para em seguida


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 91<br />

erguer um moderno centro de convenções? O prefeito da cidade<br />

tinha até prometido doar um terreno... Porém o Congresso<br />

sempre crescia mais do que a capacidade de investimento da<br />

<strong>SOCESP</strong>.<br />

Muitos médicos não participavam do Congresso porque não<br />

havia vaga na cidade. Algumas pessoas chegaram a se hospedar<br />

em São José dos Campos e se deslocavam diariamente para<br />

Campos do Jordão para participar do evento. A <strong>SOCESP</strong> entendia<br />

que estes sócios estavam correndo riscos durante este trajeto.<br />

A procura por um outro município para sediar o evento<br />

continuava... e as incertezas também.<br />

Um grupo da Diretoria, pensando na possibilidade de retirar o<br />

evento de Campos do Jordão, chegou a visitar, no final de 2005,<br />

um hotel com centro de convenções, localizado em Santos. Logo<br />

concluiu-se que apesar da grandeza de sua rede hoteleira, o<br />

município não suportaria a quantidade de pessoas atraídas pelo<br />

Congresso.<br />

Ninguém poderia prever que nosso Congresso pudesse crescer<br />

tão rapidamente.<br />

No fim do primeiro semestre de 2006, a entidade resolveu encomendar<br />

uma pesquisa ao Instituto Datafolha. Assim, a SO-<br />

CESP, suas publicações científicas e seu Congresso foram avaliados<br />

por seus associados. A pesquisa também questionava se o<br />

evento deveria sair de Campos do Jordão.<br />

Os resultados da pesquisa e as reuniões de planejamento estratégico<br />

deram substrato a todos os membros da Diretoria para<br />

que os mesmos optassem, de forma unânime, por retirar o<br />

Congresso de Campos do Jordão. Um outro fato que alavancou<br />

esta mudança foi o direcionamento de patrocínio da <strong>SOCESP</strong>,<br />

em 2006, através de suas Regionais, para mais de cem eventos<br />

de Cardiologia no interior. Assim, a Sociedade entendeu que<br />

não haveria mais a necessidade de realizar um grande evento no<br />

interior do Estado.


92 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

A CAPITAL REDESCOBERTA...<br />

O município em questão deveria estar estruturado para atender<br />

a todas as necessidades dos cardiologistas participantes dos futuros<br />

Congressos da <strong>SOCESP</strong>.<br />

Em pouco tempo, percebeu-se total compatibilidade destas demandas<br />

com a cidade de São Paulo. Seus centros de compras,<br />

dos mais populares aos mais luxuosos, seus teatros, casas de<br />

shows e museus, seus restaurantes com ampla gastronomia, tudo<br />

isso aliado à sua ampla estrutura hoteleira conseguiu sensibilizar<br />

os organizadores do Congresso. Apesar de todos os problemas,<br />

a cidade esconde ainda inúmeras virtudes que são<br />

inclusive pouco conhecidas dos próprios moradores da Capital.<br />

Apesar da vasta oferta de atrações e de infra-estrutura, a SO-<br />

CESP descobriu que a cidade de São Paulo não possui um centro<br />

de eventos que suporte congressos com mais de 6 mil participantes.<br />

Em todos os lugares visitados pela Diretoria da<br />

entidade, constatou-se a necessidade de se fazer reestruturações.<br />

Segundo observaram alguns diretores da <strong>SOCESP</strong>, não<br />

existe um lugar sequer que ofereça quantidade de salas de aula<br />

com espaço para o parque de exposições.<br />

O LOCAL DO EVENTO<br />

O grande desafio do Congresso de 2007 não é sua programação<br />

científica. O mais importante para a direção da <strong>SOCESP</strong> é conseguir<br />

agradar 48% dos médicos consultados na pesquisa do<br />

Datafolha que não desejavam assistir à saída do Congresso de<br />

Campos do Jordão.<br />

O local escolhido para abrigar o evento é o ITM Expo. Concebido<br />

originalmente para funcionar como shopping center, a estrutura<br />

de três andares localizada no encontro das duas marginais,<br />

ao lado do Ceagesp, passou a ser usada para abrigar<br />

eventos. Das três opções consultadas, o ITM conseguiu coadunar<br />

duas virtudes: menor custo de investimento para realização


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 93<br />

São Paulo: ampla infra-estrutura<br />

e diversidade de atrações turísticas.


94 <strong>SOCESP</strong> 30 ANOS INSTANTES DE SUA HISTÓRIA<br />

de evento com oferta de hotéis em sua proximidade. Seu fácil<br />

acesso e a possibilidade de ofertar grandes áreas para salas de<br />

aula, que devem acabar com os problemas de superlotação,<br />

também foram fatores determinantes para sua escolha. Haverá<br />

também atividades no Hotel Maksoud Plaza. A <strong>SOCESP</strong> contou<br />

com o apoio do São Paulo Convention & Visitors Bureau<br />

para conhecer os centros de exposições da cidade.<br />

A Socesp não conseguiu, dessa vez, realizar seu velho sonho de<br />

concentrar todas as atividades do evento num mesmo local. Este<br />

Congresso é muito grande.<br />

A volta do Congresso a São Paulo imediatamente chamou a<br />

atenção dos patrocinadores. Numa comparação com o primeiro<br />

dia de vendas de 2006 dos itens patrocináveis, o evento de<br />

2007 conseguiu comercializar 25% a mais em relação ao mesmo<br />

período. Trata-se de um sinal claro de confiança da indústria<br />

farmacêutica e de equipamentos, dos grandes fomentadores<br />

de cursos e pesquisas na organização do Congresso. Um outro<br />

dado relevante foi o aumento de 17% no número de envio<br />

de temas livres.<br />

A <strong>SOCESP</strong> promete organizar programações extracongressos<br />

para “apresentar” as atrações de São Paulo aos cardiologistas<br />

participantes do evento. Teatros, shoppings, centros de compras<br />

populares, atrações históricas, restaurantes e até parques como<br />

o Ibirapuera e o Villa Lobos estão listados entre as atrações.<br />

A perspectiva é de que a mudança para São Paulo resulte num<br />

substancial aumento do Congresso. Dentro dessa possibilidade<br />

de crescimento está o projeto da <strong>SOCESP</strong> de atrair outras especialidades<br />

como Epimideologia, Endocrinologia, Administração<br />

Hospitalar etc. A realização do evento na capital deve, inclusive,<br />

possibiltar o acesso destes profissionais que outrora se<br />

viam impossibilitados de viajar até Campos do Jordão. A permanência<br />

do Congresso em São Paulo ainda será decidida pela<br />

direção da <strong>SOCESP</strong>. A perspectiva é de que o número de inscritos<br />

chegue a 7 mil.


ADMINISTRAÇÕES <strong>DA</strong> <strong>SOCESP</strong> 95<br />

“Tenho grande satisfação de dirigir a <strong>SOCESP</strong>, onde há, em vigência,<br />

grande nível profissional. Quase não há demandas políticas<br />

em nossa Instituição. Todos os movimentos procuram<br />

sempre o melhor para a Sociedade. Tenho muito carinho ao falar<br />

da <strong>SOCESP</strong>. Espero ter contribuído para que ela continue seu<br />

processo de desenvolvimento nos próximos anos. Acredito também<br />

que a <strong>SOCESP</strong> será cada vez mais uma Sociedade representativa<br />

dos interesses da maioria dos cardiologistas, atuando sempre<br />

em consonância comum às expectativas da população.”<br />

DR. BRÁULIO LUNA FILHO

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