BI 14 - Instituto Superior de Engenharia do Porto - Instituto ...
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BARCHETTA 00<br />
DE COMPETIÇÃO<br />
DEPOIS DO ISEP<br />
Paulo Calçada<br />
EUROCLOUD PORTUGAL<br />
DE FORA CÁ DENTRO<br />
CRITICAL SOFTWARE<br />
Pedro Braga<br />
À CONVERSA COM...<br />
José Alberto Rodrigues
02<br />
ÍNDICE<br />
01<br />
02<br />
EDITORIAL<br />
A RETER<br />
» Por um Novo Norte Inova<strong>do</strong>r<br />
» Novos Cursos: Mestra<strong>do</strong>s em <strong>Engenharia</strong> Civil e <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />
» Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res ISEP<br />
» ISEP|GO: 10º Aniversário<br />
04<br />
EVENTOS<br />
» Fórum <strong>do</strong> Mar<br />
» Inovação, Empreen<strong>do</strong>rismo e Qualida<strong>de</strong> - As práticas que nos inspiram<br />
» XIV EEG: Geotecnia e Socieda<strong>de</strong><br />
» Palestras Thin Film 2011<br />
» Building New Entrepreneurial Lea<strong>de</strong>rs And Coaches For Portugal<br />
» 20 Anos IQI<br />
» CISTER juntou especialistas internacionais no ISEP<br />
» Dias Abertos: Balanço 2010/2011<br />
04<br />
EVENTOS<br />
08<br />
À CONVERSA COM...<br />
» José Alberto Rodrigues - Diretor <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Organização e Gestão<br />
12<br />
DE FORA CÁ DENTRO<br />
» Pedro Braga, CRITICAL SOFTWARE<br />
<strong>14</strong><br />
DESTAQUE<br />
» BARCHETTA 00<br />
16<br />
INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
» Tecnologia mudar o Mun<strong>do</strong>, Nuno Silva<br />
08<br />
À CONVERSA COM<br />
18<br />
DEPOIS DO ISEP<br />
» Paulo Calçada - EUROCLOUD PORTUGAL<br />
20<br />
A NOSSA TECNOLOGIA<br />
» Remo<strong>de</strong>lação da Estrutura <strong>de</strong> um Autocarro<br />
22<br />
BREVES<br />
» Escolinhas Criativas: Formar Gerações Multimédia e Digitais<br />
» EUROPOSGRADOS Argentina 2011<br />
» X OUTOKUMPU: Aço Inoxidável - Um Mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Soluções<br />
» MEE-SEE: Novo Plano <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />
» Forman<strong>do</strong>s Aca<strong>de</strong>miacisco.ISEP conquistam Netri<strong>de</strong>rs Nacional<br />
» Martins <strong>de</strong> Carvalho na Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos<br />
» Business Sustainability 2011<br />
» <strong>14</strong> RTCM<br />
» EPS@ISEP: Apresentação <strong>de</strong> Resulta<strong>do</strong>s<br />
» ISEP no Circuito da Boavista<br />
» GILT apresenta TIME MESH na Ma<strong>de</strong>ira<br />
» Projecto Europeu Encourage lança<strong>do</strong> no ISEP<br />
» Robótica ISEP: Show <strong>de</strong> bola em CONSTANTINOPLA<br />
» DEE em Projecto Energético Revolucionário <strong>de</strong> SILICON VALLEY<br />
<strong>14</strong><br />
DESTAQUE<br />
26<br />
PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
16<br />
INVESTIGAÇÃO À LUPA
EDITORIAL 01<br />
EDITORIAL<br />
Numa era marcada por uma economia globalizada e altamente competitiva, o sucesso das organizações<br />
passa em, gran<strong>de</strong> parte, pela sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar, trabalhar em equipa, criar re<strong>de</strong>s,<br />
partilhar boas práticas. Este espírito <strong>de</strong> abertura e inclusão impõe-se igualmente às instituições<br />
académicas.<br />
Através <strong>do</strong>s seus nove grupos <strong>de</strong> investigação e cinco centros <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços, o <strong>Instituto</strong><br />
<strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> tem vin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolver inúmeros protocolos <strong>de</strong> colaboração<br />
com várias empresas nacionais e multinacionais, nomeadamente em áreas <strong>de</strong> tecnologias<br />
emergentes. O ISEP.<strong>BI</strong> <strong>14</strong> traz-nos o exemplo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas parecerias: a colaboração entre o<br />
Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo Real (CISTER) e a Critical Software. As<br />
recorrentes provas dadas por este centro <strong>de</strong> investigação foram o trampolim para que a Critical<br />
procurasse o CISTER para <strong>de</strong>senvolver uma das partes mais importantes <strong>do</strong> projeto EMMON. Na<br />
secção “De Fora Cá Dentro”, Pedro Braga, o engenheiro <strong>de</strong> software da Critical que recebeu o<br />
ISEP.<strong>BI</strong>, explica-nos to<strong>do</strong>s os contornos <strong>de</strong>ste projeto inova<strong>do</strong>r.<br />
Mas o contato com o mun<strong>do</strong> empresarial é apenas um passo no processo <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> uma<br />
instituição <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> à comunida<strong>de</strong> envolvente. Se o diálogo próximo com as empresas<br />
for complementa<strong>do</strong> com tecnologias e serviços que produzam impactos sociais positivos, então<br />
temos a combinação perfeita. Nuno Silva, investiga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Investigação em <strong>Engenharia</strong><br />
<strong>do</strong> Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD), traz-nos, neste <strong>BI</strong>, <strong>do</strong>is exemplos <strong>de</strong> projetos que<br />
estão a ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s e cujos resulta<strong>do</strong>s finais po<strong>de</strong>rão ter reflexos positivos no dia-a-dia <strong>de</strong><br />
muitos cidadãos. Apesar <strong>de</strong> terem públicos-alvo e finalida<strong>de</strong>s bem diferentes, os projetos World<br />
Search e Ambient Assisted Living for All (AAL4ALL) preten<strong>de</strong>m colocar a tecnologia ao serviço<br />
das pessoas. No “Investigação à Lupa” <strong>de</strong>svendamos to<strong>do</strong>s os seus segre<strong>do</strong>s.<br />
Reforçamos a i<strong>de</strong>ia que o ISEP, além <strong>de</strong> formar profissionais <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, preocupa-se em<br />
contribuir para a formação <strong>de</strong> cidadãos. Os estudantes e diploma<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ISEP distinguem-se<br />
pelo espírito pragmático, empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r e aberto ao mun<strong>do</strong>. Além das competências técnicas e<br />
transversais, existe uma aposta continuada na área da li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> equipas e gestão <strong>de</strong> projetos.<br />
Como tem si<strong>do</strong> a aceitação das disciplinas <strong>de</strong> gestão ou quais as maiores dificulda<strong>de</strong>s por parte<br />
<strong>de</strong> estudantes e <strong>do</strong>centes foram algumas das dúvidas que colocamos ao diretor <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> Organização e Gestão (DOG), José Alberto Rodrigues, na rubrica “À Conversa Com...”.<br />
Há ainda mais para <strong>de</strong>scobrir neste ISEP.<strong>BI</strong>. Novas tecnologias, projetos inova<strong>do</strong>res... siga as próximas<br />
páginas e entre connosco em mais uma viagem pelo mun<strong>do</strong> da tecnologia e inovação.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> <strong>14</strong><br />
_<br />
FICHA TÉCNICA<br />
PROPRIEDADE ISEP – <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> DIRECÇÃO João Manuel Simões Rocha<br />
EDIÇÃO ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação REDACÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP – DCC – GDM.2011<br />
IMPRESSÃO Ancestra, Indústria Gráfica, Lda. TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/07<br />
CONTACTOS ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação » Rua Dr. António Bernardino <strong>de</strong> Almeida, nº 431 | 4200-072 <strong>Porto</strong> – Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail gci@isep.ipp.pt
02 A RETER<br />
NOVOS CURSOS<br />
MESTRADOS EM ENGENHARIA CIVIL E<br />
ENGENHARIA MECÂNICA<br />
POR UM NOVO<br />
NORTE<br />
INOVADOR<br />
No dia em que o <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Estatística divulgou a informação<br />
<strong>de</strong> que a região <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> <strong>Porto</strong> exporta meta<strong>de</strong> da alta tecnologia<br />
portuguesa, a Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional<br />
<strong>do</strong> Norte anunciava os finalistas <strong>do</strong>s Prémios Novo Norte 2011. O ISEP<br />
foi nomea<strong>do</strong> na categoria Norte Inova<strong>do</strong>r, com o projeto E2I – Excelência<br />
e Internacionalização na Investigação.<br />
O ISEP tem investi<strong>do</strong>, sustentadamente, na investigação e na internacionalização<br />
– aposta que contempla mais <strong>de</strong> cem parcerias internacionais.<br />
O <strong>Instituto</strong> estabeleceu, recentemente, programas <strong>de</strong> dupla<br />
titulação com universida<strong>de</strong>s espanholas; promove linhas <strong>de</strong> I&D conjuntas,<br />
como é exemplo a atuação no âmbito <strong>do</strong> Programa Carnegie<br />
Mellon Portugal e da re<strong>de</strong> europeia <strong>de</strong> excelência CONET; trabalha com<br />
o MIT e outros parceiros da iniciativa CDIO; <strong>de</strong>senvolve tecnologias inova<strong>do</strong>ras<br />
com congéneres latino-americanos.<br />
O incremento da mobilida<strong>de</strong> internacional tem si<strong>do</strong> também uma das<br />
priorida<strong>de</strong>s recentes, com o reforço da participação em iniciativas <strong>do</strong><br />
Programa <strong>de</strong> Aprendizagem ao Longo da Vida, acor<strong>do</strong>s específicos<br />
com o universo lusófono, ou na captação <strong>de</strong> um maior número <strong>de</strong> estudantes<br />
e <strong>do</strong>centes estrangeiros.<br />
A título <strong>de</strong> exemplo, o Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e<br />
<strong>de</strong> Tempo-Real (CISTER) – um <strong>do</strong>s nove grupos <strong>de</strong> I&D da instituição e<br />
entre os <strong>do</strong>is <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica e Informativa avalia<strong>do</strong>s com<br />
“Excelente”, a nível nacional, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia<br />
– conta com 22 colabora<strong>do</strong>res estrangeiros na sua equipa <strong>de</strong> 39<br />
elementos – uma equipa multicultural com 56% <strong>de</strong> investiga<strong>do</strong>res,<br />
cujas nacionalida<strong>de</strong>s se esten<strong>de</strong>m da América <strong>do</strong> Sul à Ásia.<br />
A afirmação da investigação produzida no ISEP tem si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s aspetos<br />
que mais tem contribuí<strong>do</strong> para o crescente reconhecimento internacional.<br />
Por seu turno, a abertura ao mun<strong>do</strong> tem favoreci<strong>do</strong> uma<br />
transmissão <strong>de</strong> boas práticas, que ajuda a sustentar a excelência da<br />
investigação realizada. Esta procura <strong>de</strong> sinergias, geração e partilha <strong>de</strong><br />
conhecimento orienta<strong>do</strong> para o mun<strong>do</strong>-real, cumpre com os eixos estratégicos<br />
e ajuda a apoiar a competitivida<strong>de</strong> das empresas nacionais.<br />
A Agência <strong>de</strong> Avaliação e Acreditação <strong>do</strong> Ensino <strong>Superior</strong> (A3ES) aprovou<br />
<strong>do</strong>is novos cursos <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> <strong>do</strong> ISEP: o mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong><br />
Civil e o mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Mecânica. Os novos cursos arrancaram<br />
já neste ano letivo.<br />
Com a aprovação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is novos mestra<strong>do</strong>s, o ISEP reformulou a sua<br />
oferta pós-graduada. Atualmente conta com 10 cursos <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong>,<br />
com opção por horários pós-laborais, que oferecem uma especialização<br />
a jovens licencia<strong>do</strong>s ou profissionais <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. Os cursos foram<br />
<strong>de</strong>senha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a permitirem a aplicação <strong>do</strong>s conhecimentos<br />
em ambiente <strong>de</strong> trabalho, testan<strong>do</strong> as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resposta a<br />
novas situações, <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> equipas multidisciplinares e <strong>de</strong> inovação<br />
e aprendizagem contínua.<br />
O novo mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Mecânica abrange quatro áreas<br />
chave <strong>do</strong> setor: Construções Mecânicas (CM), incidin<strong>do</strong> no cálculo estrutural<br />
e tecnologias <strong>de</strong> construção e fabrico mecânico; Energia (EN),<br />
incluin<strong>do</strong> a produção energética baseada em fontes renováveis – eólica,<br />
solar – e a climatização e térmica <strong>de</strong> edifícios no setor da Energia;<br />
Gestão Industrial (GI), com <strong>de</strong>staque para a conceção e melhoria <strong>de</strong><br />
produtos, sistemas produtivos, distribuição e informação; Materiais e<br />
Tecnologias <strong>de</strong> Fabrico (MT), <strong>de</strong>signadamente ao nível <strong>do</strong> comportamento<br />
e caracterização <strong>de</strong> materiais, <strong>de</strong>senvolvimento e otimização <strong>de</strong><br />
processos produtivos e técnicas <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> materiais.<br />
Por seu turno, o novo mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Civil fornece uma especialização<br />
<strong>de</strong> elevada competência técnica e científica em quatro<br />
opções– Construções, Estruturas, Gestão da Construção, Infraestruturas<br />
e Ambiente. O mestra<strong>do</strong> permite aos seus diploma<strong>do</strong>s exercerem,<br />
a to<strong>do</strong>s os níveis, atos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil nas áreas das construções,<br />
estruturas, hidráulica e recursos hídricos, urbanismo, vias <strong>de</strong> comunicação<br />
e transporte e gestão. As capacida<strong>de</strong>s e competências profissionais<br />
transmitidas habilitam os futuros mestres para assumirem responsabilida<strong>de</strong>s<br />
ao nível da direção <strong>de</strong> obra; gestão e fiscalização <strong>de</strong> obras; administração<br />
pública e privada/gestão <strong>de</strong> empreendimentos; gestão <strong>de</strong><br />
empresas; projeto.<br />
O <strong>Instituto</strong> está comprometi<strong>do</strong> com uma cultura <strong>de</strong> inovação tecnológica<br />
e <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. É neste senti<strong>do</strong> que tem vin<strong>do</strong> a<br />
promover um diálogo com parceiros empresariais e sociais, que permite<br />
avaliar as reais necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e moldar soluções para os<br />
<strong>de</strong>safios da <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> séc. XXI.<br />
O ISEP foi um digno finalista, congratulan<strong>do</strong>-se com a entrega <strong>do</strong><br />
Prémio Norte Inova<strong>do</strong>r ao INESC <strong>Porto</strong> LA, com quem firmou, recentemente,<br />
um memoran<strong>do</strong> <strong>de</strong> entendimento. Os Prémios Novo Norte<br />
nomearam ainda a Escola <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> Música, Artes e Espetáculo <strong>do</strong><br />
Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (ESMAE.IPP), na categoria Norte Criativo.
A RETER<br />
03<br />
EMPREENDEDORES ISEP<br />
O ISEP sempre assumiu como sua missão contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> soluções que criem valor-acrescenta<strong>do</strong>. Esta cultura pragmática<br />
<strong>de</strong> inovação ajuda a fomentar uma mentalida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra<br />
entre estudantes e diploma<strong>do</strong>s. Ao promover o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo, o<br />
<strong>Instituto</strong> incentiva o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências críticas para os<br />
<strong>de</strong>safios <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho.<br />
ANIVERSÁRIO<br />
O Gabinete <strong>de</strong> Orientação (ISEP|GO) celebrou o seu 10º aniversário.<br />
Este espaço tem aproveita<strong>do</strong> o lema “não pares, orienta-<br />
-te” para sustentar a consagração <strong>de</strong> uma mentalida<strong>de</strong> mais<br />
dinâmica, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2001.<br />
Dedica<strong>do</strong> à integração, bem-estar e sucesso académico <strong>do</strong>s estudantes,<br />
o ISEP|GO procura, igualmente, apoiar a construção <strong>de</strong><br />
perfis pessoais competentes e autónomos, orientação vocacional,<br />
integração profissional e consolidação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> vida.<br />
Hél<strong>de</strong>r Fernan<strong>de</strong>s é um <strong>do</strong>s exemplos <strong>do</strong>s empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res forma<strong>do</strong>s<br />
no ISEP. O engenheiro eletrotécnico criou a ViGIE Solutions – empresa<br />
premiada que se <strong>de</strong>dica à criação <strong>de</strong> soluções integradas <strong>de</strong> monitorização<br />
contínua <strong>de</strong> ambientes hospitalares. Na sua origem, esteve a<br />
constatação <strong>de</strong> que «havia uma necessida<strong>de</strong> e, consequentemente,<br />
uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio». O jovem engenheiro guarda na memória<br />
a aula em que ouviu que, «a principal função <strong>de</strong> um engenheiro<br />
é tornar a vida <strong>do</strong>s outros mais simples» e recorda o ISEP como «um<br />
local <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> excelência, on<strong>de</strong> os alunos são “espicaça<strong>do</strong>s”<br />
a <strong>de</strong>senvolver competências <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, espírito crítico, <strong>de</strong>cisão<br />
e inovação».<br />
José Pedro Airosa é outro exemplo <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r ISEP, licencia<strong>do</strong><br />
em <strong>Engenharia</strong> Informática e cofunda<strong>do</strong>r da Bluekora. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />
que o trabalho <strong>de</strong> um engenheiro inci<strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções<br />
fiáveis e inova<strong>do</strong>ras, Airosa associa facilmente a <strong>Engenharia</strong> ao<br />
empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo. Da passagem pelo ISEP ficou a i<strong>de</strong>ia da «excelente<br />
meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> ensino e <strong>de</strong> <strong>do</strong>centes que são verda<strong>de</strong>iras inspirações».<br />
Também Paulo Ramalho consi<strong>de</strong>ra in<strong>de</strong>lével a ligação entre a <strong>Engenharia</strong><br />
e o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo. O engenheiro mecânico e funda<strong>do</strong>r da<br />
Quimauto, confia na responsabilida<strong>de</strong> das instituições académicas para<br />
«formar as novas gerações <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res» e <strong>de</strong>staca o exemplo da<br />
forte componente prática e ligação ao mun<strong>do</strong> empresarial <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
A abordagem prática reflete-se, igualmente, em João Vieira Pinto. O<br />
engenheiro informático <strong>de</strong>cidiu criar a Jocopi quan<strong>do</strong> estava à procura<br />
<strong>de</strong> emprego e vê o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo como um processo contínuo<br />
<strong>de</strong> perseverança e evolução. «O ISEP foi, sem dúvida, um <strong>do</strong>s principais<br />
pilares da minha formação», comenta. Destaca, entre outras, a experiência<br />
<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> internacional ao abrigo <strong>do</strong> programa Erasmus<br />
– que lhe abriu novos horizontes – e a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>centes<br />
e <strong>de</strong> funcionários não <strong>do</strong>centes. Para João Vieira Pinto, «to<strong>do</strong>s somos<br />
empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res à espera da motivação para nos impulsionar».<br />
Conforme <strong>de</strong>stacou recentemente o Presi<strong>de</strong>nte da República, a feroz<br />
competição globalizada requer que os jovens respondam com «uma<br />
forte preparação técnica, aliada a uma inteligência criativa, motivação<br />
para a ação e gosto pela iniciativa». O ISEP vê no empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />
uma chave para a construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> mais dinâmica, competitiva<br />
e gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s.<br />
A história <strong>do</strong> ISEP|GO começou com a criação <strong>do</strong> Gabinete <strong>de</strong><br />
Apoio ao Estudante e <strong>do</strong> Gabinete <strong>de</strong> Apoio Pedagógico, ten<strong>do</strong><br />
inicia<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, o Programa <strong>de</strong> Aperfeiçoamento Pedagógico<br />
para <strong>do</strong>centes e as consultas psicológicas para estudantes.<br />
Os anos seguintes assistiram a um rápi<strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> leque<br />
<strong>de</strong> iniciativas, com o lançamento <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> formação para<br />
estudantes – sobressain<strong>do</strong> a aposta no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
competências transversais – e a participação em ações <strong>de</strong> acolhimento<br />
<strong>de</strong> novos alunos. Já integra<strong>do</strong> na Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Serviços<br />
<strong>de</strong> Apoio Psicológico no Ensino <strong>Superior</strong> (RESAPES), o Gabinete<br />
investiu nas valências <strong>de</strong> apoio à transição para o mun<strong>do</strong><br />
profissional, com o lançamento <strong>de</strong> uma UNIVA - Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Inserção na Vida Activa em 2004 e o arranque da Bolsa <strong>de</strong> Emprego<br />
<strong>do</strong> ISEP no ano seguinte.<br />
O crescente envolvimento com a integração profissional <strong>de</strong><br />
diploma<strong>do</strong>s levou à organização <strong>de</strong> eventos como a Feira <strong>de</strong><br />
Emprego <strong>do</strong> ISEP (2006) e o Fórum Inovação & Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />
(2007). Estas iniciativas contaram com a participação<br />
<strong>de</strong> várias empresas <strong>de</strong> renome, entre as quais a EDP, Lactogal,<br />
Vicaima, Hilti, FASE, entre outras.<br />
Em paralelo, o ISEP|GO foi reforçan<strong>do</strong> as medidas <strong>de</strong> apoio à integração<br />
e sucesso académico, com a dinamização <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong><br />
conferências <strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Transições, a participação no Ano Zero<br />
– curso em méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a candidatos ao Ensino<br />
<strong>Superior</strong> – e o lançamento <strong>do</strong> Programa Aluno-Tutor. O<br />
ISEP|GO colaborou ainda no seminário (UN)REST – <strong>de</strong> reintegração<br />
<strong>de</strong> alunos Erasmus – e tem promovi<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009, o<br />
seminário <strong>de</strong> acolhimento <strong>de</strong> novos alunos INTEGRA’ISEP.<br />
Em 2010, o atendimento <strong>do</strong> ISEP|GO atinge uma marca próxima<br />
<strong>do</strong>s 20% <strong>do</strong> universo estudantil ISEP (composto por mais seis<br />
mil e quinhentos alunos). Outro facto digno <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é a<br />
marca <strong>de</strong> mil empresas registadas na Bolsa <strong>de</strong> Emprego <strong>do</strong> ISEP,<br />
já em 2011.<br />
O Gabinete <strong>de</strong> Orientação é um <strong>do</strong>s serviços que espelha o<br />
investimento <strong>do</strong> ISEP no bem-estar e sucesso <strong>do</strong>s estudantes.
04 EVENTOS<br />
FÓRUM DO MAR<br />
Reconhecen<strong>do</strong> o Mar como um espaço on<strong>de</strong> Portugal se po<strong>de</strong> afirmar<br />
científica e tecnologicamente, o ISEP participou no Fórum <strong>do</strong> Mar em<br />
estreita colaboração com a Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. Além <strong>de</strong> um stand<br />
informativo, a presença na Exponor contou com uma apresentação por<br />
Ana Pires e Hel<strong>de</strong>r Chaminé, no âmbito <strong>do</strong> painel “Viver o Cluster”.<br />
A Economia <strong>do</strong> Mar compreen<strong>de</strong> uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s associadas<br />
a setores como a construção e reparação naval, pesca, aquicultura,<br />
conservação e transformação <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>, turismo e náutica <strong>de</strong><br />
recreio, energia e ambiente, novos produtos e materiais, transportes e<br />
infraestruturas portuárias.<br />
Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> este potencial económico, o primeiro Fórum <strong>do</strong> Mar<br />
visou incentivar sinergias, apresentar tecnologias e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
negócio e internacionalização, sen<strong>do</strong> organiza<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is parceiros <strong>do</strong><br />
ISEP – a Oceano XXI – Cluster <strong>do</strong> Conhecimento e Economia <strong>do</strong> Mar e<br />
a Associação Empresarial <strong>de</strong> Portugal (AEP).<br />
Em linha com a ambição <strong>de</strong> usar a <strong>Engenharia</strong> para re<strong>de</strong>scobrir potencialida<strong>de</strong>s<br />
<strong>do</strong> Mar e criar soluções, o ISEP divulgou alguns <strong>do</strong>s vários projetos<br />
<strong>de</strong> investigação aplicada que <strong>de</strong>senvolve neste eixo estratégico <strong>de</strong> ação.<br />
A título <strong>de</strong> exemplo, o ISEP tem em <strong>de</strong>senvolvimento projetos na área<br />
da robótica para salvamento <strong>de</strong> náufragos ou inspeção submarina; em<br />
<strong>Engenharia</strong> Química, para aproveitamento <strong>de</strong> algas na produção <strong>de</strong><br />
biodiesel ou na avaliação da qualida<strong>de</strong> alimentar (pesca); <strong>de</strong> estu<strong>do</strong><br />
da conservação costeira rochosa e preservação <strong>do</strong>s sistemas aquíferos<br />
costeiros, no campo da <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente; além<br />
<strong>de</strong> valências da <strong>Engenharia</strong> Mecânica e da <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica,<br />
que po<strong>de</strong>m ser colocadas ao serviço das indústrias naval e conserveira<br />
ou da produção <strong>de</strong> energias limpas.<br />
A presença na Exponor serviu ainda para impulsionar a assinatura <strong>de</strong><br />
um protocolo <strong>de</strong> colaboração <strong>do</strong> Pólo <strong>do</strong> Mar, entre o Politécnico <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> e a Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.
EVENTOS<br />
05<br />
XIV EEG<br />
GEOTECNIA E SOCIEDADE<br />
O Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica (DEG) promoveu o XIV Encontro<br />
<strong>de</strong> Engenheiros Geotécnicos (XIV EEG). Subordina<strong>do</strong> ao tema<br />
“Geotecnia e Socieda<strong>de</strong>”, este evento <strong>de</strong>correu em Maio.<br />
promoveu o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> temas que concorrem para<br />
os atuais <strong>de</strong>safios que se colocam a todas as equipas <strong>de</strong> geoprofissionais,<br />
no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> favorecer uma socieda<strong>de</strong> mais equilibrada.<br />
Entre os temas em discussão no XIV EEG estiveram a atualização <strong>de</strong> conhecimentos,<br />
a troca <strong>de</strong> experiências, o contato com o mun<strong>do</strong> real da<br />
mo<strong>de</strong>rna Geotecnia nas suas diferentes vertentes – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a caracterização<br />
e obras <strong>de</strong> geoengenharia <strong>de</strong> maciços, em complexos contextos<br />
geotécnicos, até à valorização <strong>do</strong>s georrecursos e geoenergia <strong>de</strong> uma<br />
forma ambiental e sustentável.<br />
Realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios da existência <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
Geotécnica (atualmente <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente), o<br />
EEG é um evento bienal que serve, igualmente, para aproximar antigos<br />
alunos – engenheiros geotécnicos espalha<strong>do</strong>s um pouco por to<strong>do</strong> o<br />
mun<strong>do</strong> – e reuni-los com atuais estudantes e <strong>do</strong>centes para um momento<br />
<strong>de</strong> convívio e troca <strong>de</strong> experiências profissionais.<br />
Aberto a profissionais e estudantes <strong>de</strong> geoengenharias, o XIV EEG contou<br />
com a presença <strong>de</strong> vários ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> elevada reputação<br />
e créditos firma<strong>do</strong>s nos meios académico e empresarial, garantin<strong>do</strong><br />
a manutenção da excelência das anteriores edições. O evento<br />
O XIV EEG contou com a participação da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Universida<strong>de</strong><br />
Fernan<strong>do</strong> Pessoa, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong> Compostela,<br />
Associação Nacional <strong>de</strong> Engenheiros Técnicos (ANET) e da empresa<br />
MonteAdriano.<br />
INOVAÇÃO, EMPREENDORISMO E QUALIDADE<br />
AS PRÁTICAS QUE NOS INSPIRAM<br />
No senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> continuar a sustentar a partilha <strong>de</strong> conhecimentos<br />
e boas práticas que contribuam para a mo<strong>de</strong>rnização e competitivida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> setor público, o ISEP promoveu o seminário “Inovação,<br />
Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e Qualida<strong>de</strong> – As práticas que nos inspiram”.<br />
O evento começou com o painel “O Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e a Inovação”,<br />
mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por Luís Fonseca (ISEP e APCER) e que incluiu as<br />
palestras “Innovation in Stimulating Entrepreneurship Through the<br />
Public Sector”, <strong>de</strong> Dane Redford (Universida<strong>de</strong> Católica) e “Práticas<br />
<strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Inovação”, por Isabel Caetano (COTEC Portugal).<br />
O ora<strong>do</strong>r norte-americano abor<strong>do</strong>u a importância <strong>do</strong> setor público<br />
como catalisa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e <strong>de</strong>stacou que aproximadamente<br />
<strong>do</strong>is terços <strong>do</strong>s portugueses com estu<strong>do</strong>s superiores<br />
gostariam <strong>de</strong> criar o seu próprio emprego. Ao abordar a importância<br />
da formação no processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma mentalida<strong>de</strong><br />
mais empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra, Dan Redford apontou ainda a premência da<br />
aposta na cooperação e partilha <strong>de</strong> boas práticas internacionais.<br />
Seguidamente, Isabel Caetano aflorou a importância da inovação<br />
como elemento chave da competitivida<strong>de</strong> num merca<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong>,<br />
seguida <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong> empresas lí<strong>de</strong>res em inovação. A<br />
apresentação permitiu <strong>de</strong>stacar, a título <strong>de</strong> exemplo, a importância<br />
das capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> associação, observação, trabalho em re<strong>de</strong>, experimentação<br />
e senti<strong>do</strong> crítico.<br />
No painel da tar<strong>de</strong>, “Boas Práticas na Qualida<strong>de</strong> e Comunicação”,<br />
Miguel Rangel (Sport Zone) apresentou “A Mudança na<br />
Comunicação”, on<strong>de</strong> abor<strong>do</strong>u o processo <strong>de</strong> criação da nova<br />
marca Sonae.<br />
O seminário terminou com a apresentação “Prémio Boas Práticas no<br />
Sector Público – A Experiência <strong>do</strong> ISEP”. A exposição <strong>de</strong> Berta Baptista<br />
(ISEP) serviu para divulgar o processo <strong>de</strong> criação da plataforma<br />
SIMPLEXmente Académico, que permitiu ao ISEP vencer o Prémio<br />
Boas Práticas no Setor Público: Serviço ao Cidadão – Ensino, mas<br />
que se espera representar apenas o início <strong>de</strong> um caso <strong>de</strong> sucesso.
06 EVENTOS<br />
CISTER JUNTOU ESPECIALISTAS INTERNACIONAIS NO ISEP<br />
O CISTER organizou a 23ª Conferência Euromicro em Sistemas <strong>de</strong> Tempo-Real<br />
(ECRTS 2011). Este evento reuniu, no ISEP, cerca <strong>de</strong> 200 especialistas<br />
em sistemas embebi<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> tempo-real, das mais reputadas<br />
instituições científicas e empresas europeias, americanas e asiáticas.<br />
Antece<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a conferência, o dia 5 <strong>de</strong> julho foi <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a cinco<br />
workshops paralelos, cujo ambiente colaborativo visou o intercâmbio<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias sobre vários tópicos especializa<strong>do</strong>s. Seguidamente, o programa<br />
da conferência esten<strong>de</strong>u-se entre 6 e 8 <strong>de</strong> julho, sen<strong>do</strong> composto<br />
por oito sessões principais e duas palestras convidadas <strong>do</strong>s professores<br />
Hermann Kopetz e David Atienza, referências mundiais nas suas áreas<br />
<strong>de</strong> trabalho.<br />
Hermann Kopetz, professor da Vienna University of Technology, abor<strong>do</strong>u<br />
os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> seu trabalho na área <strong>de</strong> “Time Triggered Architectures”,<br />
enquanto David Atienza, <strong>do</strong>cente da École Polytechnique Fédérale<br />
<strong>de</strong> Lausanne e da Universidad Complutense <strong>de</strong> Madrid, incidiu<br />
na temática <strong>de</strong> “Thermal-aware <strong>de</strong>sign of multiprocessor system-on-achip<br />
architectures”.<br />
embebidas; escalonamento <strong>de</strong> tarefas computacionais e partilha <strong>de</strong> recursos<br />
em plataformas multiprocessa<strong>do</strong>r; re<strong>de</strong>s e sistemas distribuí<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> tempo-real.<br />
O programa científico da ECRTS 2011 pautou-se pela relevância <strong>do</strong>s<br />
participantes e apresentações, contan<strong>do</strong> com um total <strong>de</strong> 25 comunicações<br />
(entre um total <strong>de</strong> 119 artigos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> submeti<strong>do</strong>s).<br />
Ao longo da semana, observaram-se ainda apresentações em tópicos,<br />
como a análise <strong>de</strong> tempos <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> programas embebi<strong>do</strong>s;<br />
gestão <strong>de</strong> energia e dissipação térmica <strong>de</strong> plataformas computacionais<br />
A ECRTS 2011 terminou com um painel <strong>de</strong> discussão sobre o tema<br />
Networked Monitoring and Control/Cyber-Physical Systems, mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />
por Jorge Pereira (Comissão Europeia) e com a participação <strong>de</strong> Ted<br />
Baker (National Science Foundation, EUA), Chenyang Lu (Washington<br />
University), Al Mok (University of Texas at Austin), Sérgio Penna (EM-<br />
BRAER), Eduar<strong>do</strong> Tovar (CISTER) e Karl-Erik Årzén (Lund University).<br />
DIAS ABERTOS: BALANÇO 2010/2011<br />
O <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é uma das principais<br />
escolas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> em Portugal. Funda<strong>do</strong> em 1852, sempre<br />
primou por uma postura <strong>de</strong> abertura e proximida<strong>de</strong> aos parceiros<br />
académicos, empresariais e sociais.<br />
Nos Dias Abertos, as escolas têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visitar o ISEP, conhecer<br />
o campus, laboratórios, cursos e filosofia <strong>de</strong> ensino/aprendizagem.<br />
Ao promover um contacto próximo com estudantes e colabora<strong>do</strong>res<br />
da Instituição, constituem uma enriquece<strong>do</strong>ra apresentação <strong>do</strong><br />
Ensino <strong>Superior</strong>, da Ciência e, particularmente, da <strong>Engenharia</strong>.<br />
No presente ano letivo, o ISEP acolheu visitas da Escola Secundária<br />
<strong>do</strong>s Carvalhos (V. N. Gaia), Colégio das Escravas <strong>do</strong> Sagra<strong>do</strong><br />
Coração <strong>de</strong> Jesus (<strong>Porto</strong>), Escola Secundária da Boa Nova (Leça da<br />
Palmeira), LIAAD - INESC <strong>Porto</strong> (<strong>Porto</strong>), Escola Secundária <strong>de</strong> Marco<br />
<strong>de</strong> Canaveses, Escola Secundária <strong>de</strong> Águas Santas (Maia), Agrupamento<br />
Vertical Canelas (V. N. Gaia), Centro <strong>de</strong> Apoio Tecnológico<br />
à Indústria Metalomecânica (<strong>Porto</strong>), GTI - Gestão, Tecnologia e Inovação<br />
S.A., Escola Secundária da Maia, Agrupamento <strong>de</strong> Escolas da<br />
Senhora da Hora nº 2 e <strong>do</strong> Programa Ciência Viva, contemplan<strong>do</strong><br />
um total <strong>de</strong> 362 alunos visitantes.<br />
Em linha com esta orientação, o ISEP promove, mensalmente, um<br />
Dia Aberto, em que recebe a visita <strong>de</strong> escolas secundárias e profissionais<br />
para <strong>de</strong>svendar um pouco <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da inovação tecnológica<br />
a candidatos ao Ensino <strong>Superior</strong>.<br />
Manten<strong>do</strong> a aposta num espírito inclusivo e colaborativo, o calendário<br />
<strong>do</strong>s Dias Abertos 2011/2012 será divulga<strong>do</strong> em breve, manten<strong>do</strong>-se<br />
o contacto gci@isep.ipp.pt para a marcação <strong>de</strong> visitas e<br />
pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> informação.
EVENTOS<br />
07<br />
PALESTRAS THIN FILM 2011<br />
O Departamento <strong>de</strong> Física (DFI) promoveu um ciclo <strong>de</strong> palestras, organiza<strong>do</strong><br />
pelo professor Lijian Meng, sobre as aplicações <strong>de</strong> filmes finos<br />
-Thin Film 2011. Este ciclo, que <strong>de</strong>correu entre 16 <strong>de</strong> maio e 13 <strong>de</strong> junho,<br />
compreen<strong>de</strong>u cinco sessões que abordaram as potencialida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> produto.<br />
Os filmes finos variam entre frações <strong>de</strong> uns nanómetros a vários micrómetros<br />
<strong>de</strong> espessura, sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong>s em aplicações como semicondutores<br />
eletrónicos, revestimentos óticos ou para uso em memórias<br />
<strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res.<br />
BUILDING NEW<br />
ENTREPRENEURIAL<br />
LEADERS AND COACHES<br />
FOR PORTUGAL<br />
A primeira ronda <strong>de</strong>ste ciclo <strong>de</strong> palestras realizou-se no dia 16 <strong>de</strong> maio,<br />
com a apresentação <strong>de</strong> Paulo Fernan<strong>de</strong>s, “Células Solares em Filmes Finos<br />
<strong>de</strong> Cu 2<br />
ZnSnS 4<br />
Cresci<strong>do</strong> por Sulfurização <strong>de</strong> Multicamadas Metálicas”.<br />
Seguiram-se “Filmes Finos Ultraduros e Nano-estrutura<strong>do</strong>s para Aplicações<br />
Tribológicas”, por Cristiano Abreu; “A Industrialização em Massa da<br />
Tecnologia CIGS”, <strong>de</strong> Manuel Azeve<strong>do</strong>; “Preparação e Caracterização <strong>de</strong><br />
Filmes Finos <strong>de</strong> Óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Índio-Estanho (ITO)”, por Lijian Meng; “Physical<br />
Characterization of Plasma Deposited Polymeric Proton Exchange<br />
Membrane used in Fuel Cells”, <strong>de</strong> Rui Silva.<br />
20 ANOS IQI<br />
O Departamento <strong>de</strong> Física (DFI) celebrou, no dia 4 <strong>de</strong> junho, os 20 anos<br />
<strong>do</strong> bacharelato em Instrumentação e Qualida<strong>de</strong> Industrial (IQI), precursor<br />
da atual licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Instrumentação e Metrologia.<br />
O bacharelato em Instrumentação e Qualida<strong>de</strong> Industrial foi aprova<strong>do</strong><br />
a 1 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1991 e iniciou o seu funcionamento no ano letivo<br />
1991/92. Seguiu-se a aprovação da licenciatura bietápica em <strong>Engenharia</strong><br />
<strong>de</strong> Instrumentação e Qualida<strong>de</strong> Industrial (EIQI), em outubro <strong>de</strong><br />
2000.<br />
No seguimento <strong>do</strong> seminário “Inovação, Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />
e Qualida<strong>de</strong> – As Práticas que nos inspiram”, o ISEP convi<strong>do</strong>u<br />
o norte-americano Ron Husted<strong>de</strong>, diretor <strong>do</strong> programa<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo Kentucky Entrepreneurial<br />
Coaches Institute, para um seminário sobre boas práticas <strong>de</strong><br />
empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo.<br />
«Os países e regiões precisam, cada vez mais, <strong>de</strong> se perspetivarem<br />
como empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res, com espaço para empresários<br />
que <strong>de</strong>safiam o status quo. É esta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar soluções,<br />
on<strong>de</strong> outros apenas veem problemas, que serve a comunida<strong>de</strong><br />
e a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida local. O sucesso<br />
das regiões passa, crucialmente, pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fomentar<br />
uma cultura empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra <strong>de</strong> inovação».<br />
Posteriormente, no âmbito <strong>do</strong> Processo <strong>de</strong> Bolonha, o curso sofreu nova<br />
reestruturação, ten<strong>do</strong> surgi<strong>do</strong> a licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Instrumentação<br />
e Metrologia no ano letivo <strong>de</strong> 2006/2007. Três anos <strong>de</strong>pois,<br />
em 2009/2010, surge o mestra<strong>do</strong> em Instrumentação e Metrologia.<br />
Direciona<strong>do</strong> para as áreas <strong>de</strong> metrologia, controlo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, gestão<br />
<strong>de</strong> equipamento industrial e hospitalar, entre outros, este curso, inova<strong>do</strong>r<br />
em Portugal, forma profissionais aptos a <strong>de</strong>sempenhar funções<br />
ao nível <strong>de</strong> direção técnica <strong>de</strong> laboratórios <strong>de</strong> metrologia e execução<br />
técnica <strong>de</strong> calibrações <strong>de</strong> equipamentos.<br />
Para a celebração <strong>do</strong>s 20 anos <strong>do</strong> IQI, o DFI contou com a presença especial<br />
<strong>de</strong> vários diploma<strong>do</strong>s, ex-<strong>do</strong>centes e empresas, que têm ajuda<strong>do</strong><br />
a edificar a sua reputação. Mecwi<strong>de</strong>, Centro <strong>de</strong> Apoio Tecnológico à<br />
Indústria Metalomecânica (CATIM), Randstad e Nicola foram alguns <strong>do</strong>s<br />
nomes representa<strong>do</strong>s.<br />
Até 2011, o ISEP já formou centenas <strong>de</strong> diploma<strong>do</strong>s nesta área, sen<strong>do</strong><br />
a licenciatura frequentada atualmente por cerca <strong>de</strong> 70 futuros<br />
diploma<strong>do</strong>s.<br />
De acor<strong>do</strong> com Natércia Lima, diretora <strong>do</strong> Departamento, o curso <strong>de</strong>staca-se<br />
por promover um saber aplica<strong>do</strong> que respon<strong>de</strong> às exigências<br />
<strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> conhecimento e criativa.<br />
O seminário aproveitou a experiência <strong>do</strong> premia<strong>do</strong> programa<br />
Kentucky Entrepreneurial Coaches Institute para refletir sobre<br />
formas <strong>de</strong> apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um programa personaliza<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res empreen<strong>do</strong>res portugueses.<br />
O programa explorou, ao longo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is dias, temas associa<strong>do</strong>s<br />
à pesquisa <strong>de</strong> ativos; aproveitamento das artes locais<br />
como fonte <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo; a cultura empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra;<br />
networking; reconhecimento; recolha <strong>de</strong> informação; aplicação<br />
<strong>de</strong> planos <strong>de</strong> negócio, entre outros.
08<br />
À CONVERSA COM...<br />
JOSÉ<br />
ALBERTO<br />
RODRIGUES<br />
DIRETOR DO<br />
DEPARTAMENTO DE<br />
ORGANIZAÇÃO E<br />
GESTÃO<br />
Numa escola em que o espírito pragmático e inova<strong>do</strong>r é o<br />
mote, apren<strong>de</strong>r a gerir é fundamental para um aluno se tornar<br />
um engenheiro <strong>de</strong> topo. Nasci<strong>do</strong> há cerca <strong>de</strong> 20 anos, o<br />
Departamento <strong>de</strong> Organização e Gestão <strong>do</strong> ISEP tem uma<br />
missão aliciante: ajudar os pragmáticos engenheiros a <strong>de</strong>senvolver<br />
as competências chave para serem bons gestores,<br />
coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res. O diretor <strong>do</strong> Departamento<br />
explicou ao ISEP|<strong>BI</strong> como se trava a batalha contra<br />
o ceticismo em relação às chamadas “disciplinas teóricas”.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Quan<strong>do</strong> nasceu o Departamento <strong>de</strong> Organização e Gestão?<br />
José Alberto Rodrigues (J.A.R.) O Departamento <strong>de</strong> Gestão nasceu<br />
por iniciativa <strong>do</strong> Conselho Científico há cerca <strong>de</strong> vinte anos, quan<strong>do</strong><br />
se começou a evi<strong>de</strong>nciar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incluir disciplinas <strong>de</strong> gestão<br />
nos vários cursos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. O primeiro associa<strong>do</strong> foi o Departamento<br />
<strong>de</strong> Informática. De uma forma gradual, as disciplinas <strong>de</strong> gestão<br />
foram passan<strong>do</strong> para a responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> novo <strong>de</strong>partamento e foi-<br />
-se estruturan<strong>do</strong> o ensino da gestão nos vários cursos da escola.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Qual a importância <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Organização e Gestão<br />
numa escola <strong>de</strong> engenharia como o ISEP?<br />
J.A.R. Atualmente, não chega a um engenheiro ter apenas competências<br />
técnicas. Tem <strong>de</strong> ter conhecimentos e competências transversais,<br />
das quais a Gestão é uma das mais importantes. Há outras, como as<br />
línguas, ou os conhecimentos básicos <strong>de</strong> informática, que são também<br />
indispensáveis. Mas a Gestão é muito, muito importante e tem várias<br />
áreas que são fundamentais. Des<strong>de</strong> logo, o conhecimento <strong>de</strong> como<br />
funcionam as empresas, como se estruturam as organizações. Conhecimentos<br />
que são úteis para que alguém que entre numa organização<br />
perceba o que se passa à sua volta. Perceber que há vários <strong>de</strong>partamentos,<br />
que há inter<strong>de</strong>pendências, que há relações <strong>de</strong> chefia e <strong>de</strong><br />
subordinação, que é preciso coor<strong>de</strong>nar processos... Depois, há competências<br />
mais específicas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> competências <strong>de</strong> trabalho em equipa,<br />
por exemplo, uma das mais valorizadas pelas empresas, competências<br />
<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> projetos, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r, competências para<br />
lidar com a mudança... Já ouvi gestores <strong>de</strong> topo afirmarem aos seus<br />
subordina<strong>do</strong>s: ‘quem não é capaz <strong>de</strong> lidar com a mudança vai ter que<br />
mudar <strong>de</strong> empresa’.
À CONVERSA COM...<br />
09<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Po<strong>de</strong> afirmar-se que um bom engenheiro <strong>de</strong>ve ser também<br />
um bom gestor?<br />
J.A.R. Diria até que, na maior parte <strong>do</strong>s casos, essa afirmação é correta.<br />
Temos feito contactos regulares com antigos alunos, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
perceber qual é a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les, quais são as competências da gestão<br />
<strong>de</strong> que mais precisam. E são muito raros os casos <strong>do</strong>s engenheiros que<br />
nos referem que gastam menos <strong>de</strong> 20% <strong>do</strong> seu tempo em tarefas <strong>de</strong><br />
gestão e <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação, sen<strong>do</strong> que há muitos <strong>de</strong>les que gastam 50%<br />
<strong>do</strong> seu tempo, ou mais, nesse tipo <strong>de</strong> tarefas.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Existiu algum ponto <strong>de</strong> viragem que permitiu a existência <strong>de</strong><br />
disciplinas <strong>de</strong> Gestão no ISEP?<br />
J.A.R. Do meu ponto <strong>de</strong> vista, não houve um momento – houve uma<br />
sensibilida<strong>de</strong> crescente. Em geral, há uns 20 ou 30 anos, os cursos <strong>de</strong><br />
<strong>Engenharia</strong> tinham apenas disciplinas técnicas das suas áreas. Aos poucos,<br />
as várias entida<strong>de</strong>s envolvidas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as próprias escolas, a Or<strong>de</strong>m<br />
<strong>do</strong>s Engenheiros e as próprias estruturas empresariais foram solicitan<strong>do</strong>,<br />
cada vez mais, as competências <strong>de</strong> gestão. Foi um processo gradual.<br />
Aqui, na escola, acho que a viragem se <strong>de</strong>u, realmente, aquan<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Processo <strong>de</strong> Bolonha. Quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>u a reformulação <strong>do</strong>s cursos,<br />
houve um gran<strong>de</strong> movimento no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> se organizar os cursos<br />
<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com padrões internacionais. Portanto, mais <strong>do</strong> que nunca,<br />
os responsáveis pelas <strong>de</strong>cisões curriculares foram ver o que se fazia lá<br />
fora. Sondaram-se as associações patronais, recolheu-se a opinião <strong>do</strong>s<br />
emprega<strong>do</strong>res em vários pontos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (até porque não formamos<br />
engenheiros apenas para Portugal, mas para o mun<strong>do</strong>) e as orientações<br />
eram muito claras – a Gestão é fundamental.<br />
profissional. A nível <strong>de</strong> competências mais concretas, diria que serão<br />
básicas algumas competências <strong>de</strong> organização <strong>de</strong> trabalho, por um<br />
la<strong>do</strong>, e algumas competências que têm muito a ver com atitu<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> lidar com pessoas. Neste grupo, inclui-se a comunicação,<br />
a motivação e a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> pessoas e equipas. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
planear, organizar e controlar é extremamente importante. Ser capaz<br />
<strong>de</strong> gerir reuniões, estabelecer calendários, conseguir organizar o seu<br />
trabalho e, consequentemente, o <strong>do</strong>s outros. Outra das coisas que hoje<br />
se fala muito é <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo. Não só o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />
<strong>de</strong> quem lança a sua empresa, mais também o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />
<strong>de</strong>ntro das empresas. Esta é uma competência muito importante.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Provavelmente, o contributo começa pelas escolas.<br />
J.A.R. Acho que é a nossa obrigação. Sentimos que po<strong>de</strong>mos dar um<br />
contributo importante e o <strong>de</strong>partamento está firmemente empenha<strong>do</strong><br />
em ajudar a esta transformação, que, antes <strong>de</strong> mais, é uma transformação<br />
ao nível da atitu<strong>de</strong>. Se quisermos ser mais produtivos, é fácil encontrar<br />
instrumentos e méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> trabalho simples e eficazes. O difícil é querer<br />
utilizá-los, o difícil é ver que se tem <strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>, que se tem <strong>de</strong><br />
mudar <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> trabalho. Isso é que é realmente complica<strong>do</strong>.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Quais as principais dificulda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s alunos?<br />
J.A.R. A gran<strong>de</strong> questão é convencer os alunos <strong>de</strong> que a Gestão é importante,<br />
porque, obviamente, a expetativa da generalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s alunos,<br />
quan<strong>do</strong> vem para um curso <strong>de</strong> engenharia, é tratar <strong>de</strong> “coisas técnicas”.<br />
To<strong>do</strong>s os anos temos alunos que nos dizem que se inscreveram<br />
num curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, não <strong>de</strong> Gestão.<br />
“TEMOS OBRIGATORIAMENTE QUE FAZER<br />
COISAS DIFERENTES, OU SEJA, INOVAR”<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Quais são as competências chave que <strong>de</strong>stacaria?<br />
J.A.R. Em primeiro lugar, é necessário que um engenheiro tenha a<br />
sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber o que se passa à sua volta. Se estamos, por<br />
exemplo, a falar <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res-estudantes, eles sabem o que é uma<br />
empresa, sabem o que é a coor<strong>de</strong>nação, sabem o que são os <strong>de</strong>partamentos.<br />
Mas estas competências <strong>de</strong> Gestão são especialmente importantes<br />
para alunos que nunca trabalharam, que não fazem i<strong>de</strong>ia <strong>do</strong> que<br />
é uma empresa. Portanto, tentamos transmitir esta primeira noção <strong>do</strong><br />
que é uma empresa, <strong>de</strong> como é que trabalha, como é que se <strong>de</strong>ve relacionar<br />
com o merca<strong>do</strong>, o papel <strong>do</strong>s clientes numa organização... São<br />
conceitos estruturantes e básicos. E nota-se que proporcionam uma<br />
gran<strong>de</strong> evolução <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> como os alunos encaram a sua ativida<strong>de</strong><br />
ISEP.<strong>BI</strong> E como é que contornam essa situação?<br />
J.A.R. A princípio, os alunos <strong>de</strong>sconfiam. Acham que são conteú<strong>do</strong>s<br />
pouco importantes, mas, a partir <strong>do</strong> meio <strong>do</strong> semestre, percebem realmente<br />
a importância da Gestão. E a gran<strong>de</strong> maioria a<strong>do</strong>ra. Quanto<br />
mais adianta<strong>do</strong>s estão os alunos nos cursos, mais valorizam estas disciplinas.<br />
Para alunos <strong>do</strong> primeiro ano, às vezes, é um pouco complica<strong>do</strong>,<br />
porque eles não perspetivam a sua ativida<strong>de</strong> profissional, não pensam<br />
que vão ter um emprego um dia. À medida que se aproximam <strong>do</strong> fim<br />
<strong>do</strong> seu ciclo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s, a consciência da importância da Gestão aumenta<br />
muito.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Quais as vantagens para os engenheiros <strong>de</strong> terem uma formação<br />
multifacetada, que, neste caso, inclua também a Gestão?<br />
J.A.R. Podia perguntar aos alunos como iam arranjar emprego sem<br />
estas competências. Se eles têm alguma dúvida, que falem com empresas,<br />
que falem com emprega<strong>do</strong>res, com responsáveis <strong>de</strong> recursos
10<br />
À CONVERSA COM...<br />
humanos e lhes perguntem o que esperam <strong>do</strong>s engenheiros que contratam.<br />
E a resposta vai ser muito clara. A esmaga<strong>do</strong>ra maioria <strong>do</strong>s alunos<br />
não vai conseguir ter um bom emprego, ou ter bons resulta<strong>do</strong>s<br />
no mun<strong>do</strong> profissional, sem competências <strong>de</strong> Gestão. Há estu<strong>do</strong>s que<br />
mostram claramente que a maior parte <strong>do</strong>s engenheiros, ao fim <strong>de</strong> alguns<br />
anos, tem tarefas ou cargos <strong>de</strong> gestão.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Nota diferença entre os alunos <strong>de</strong> Ciências Sociais, ou <strong>de</strong> áreas<br />
mais “teóricas” em relação aos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>?<br />
J.A.R. Diria que a maior parte <strong>do</strong>s engenheiros tem uma sensibilida<strong>de</strong><br />
natural para a Gestão. E não é por acaso que há muitos engenheiros em<br />
cargos <strong>de</strong> gestão, como o engenheiro Belmiro <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> e muitos outros.<br />
Há uma certa predisposição natural, talvez porque os alunos <strong>de</strong> engenharia<br />
apren<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, que há relações <strong>de</strong> custo-benefício<br />
nas suas <strong>de</strong>cisões. Os engenheiros têm uma particularida<strong>de</strong>: são muito<br />
pragmáticos. Querem é saber <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s, querem é saber como<br />
resolver um problema. Não lhes interessa muito as teorias, não lhes<br />
interessam muito os conceitos abstratos, coisa que os estudantes das<br />
Ciências Sociais, normalmente, têm muito mais facilida<strong>de</strong> em apren<strong>de</strong>r<br />
e gostar. Os nossos alunos querem basicamente respostas, soluções. E,<br />
portanto, procuramos estabelecer, nas nossas disciplinas,uma relação<br />
com a prática que os aju<strong>de</strong> a interessar-se pela Gestão.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> A autonomia <strong>do</strong>s alunos é também uma competência que tentam<br />
incutir?<br />
J.A.R. O paradigma <strong>de</strong> Bolonha é mais ajudar a apren<strong>de</strong>r <strong>do</strong> que ensinar.<br />
Procuramos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, entrar bem neste espírito. Os alunos<br />
<strong>de</strong>vem ser estimula<strong>do</strong>s a <strong>de</strong>senvolver competências, preferencialmente,<br />
através da realização <strong>de</strong> trabalhos e projetos. A experiência <strong>de</strong>monstra<br />
que assim é mais fácil motivá-los e que eles acabam por apren<strong>de</strong>r<br />
mais.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Isso aproxima-os <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho...<br />
J.A.R. Procuramos que as nossas disciplinas não sejam apenas concetuais.<br />
Têm <strong>de</strong> ser disciplinas em que os alunos <strong>de</strong>senvolvam competências<br />
<strong>de</strong> aplicação prática na sua vida académica e profissional. Porque<br />
o ISEP não é uma escola <strong>de</strong> gestão, é uma escola <strong>de</strong> engenharia.<br />
Procuramos continuamente a<strong>de</strong>quar as disciplinas às necessida<strong>de</strong>s da<br />
escola e <strong>do</strong>s alunos. Pensamos ser esse o nosso papel.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> De que forma o Departamento <strong>de</strong> Organização e Gestão e os<br />
professores tentam ensinar os conceitos <strong>de</strong> gestão e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />
na formação <strong>do</strong>s alunos?<br />
J.A.R. Nas nossas disciplinas, procuramos passar uma imagem muito<br />
forte <strong>de</strong> que, cada vez mais, temos <strong>de</strong> construir as nossas carreiras e<br />
temos <strong>de</strong> construir o nosso emprego, quer o façamos <strong>de</strong> forma individual,<br />
quer o façamos numa empresa. Porque, mesmo numa empresa,<br />
os profissionais têm <strong>de</strong> criar os seus resulta<strong>do</strong>s, têm <strong>de</strong> criar os seus<br />
projetos, encontrar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio. O ter um emprego, em<br />
que nos limitamos a executar o nosso trabalho, está cada vez mais ultrapassa<strong>do</strong>.<br />
E tentamos, <strong>de</strong> maneira muito forte, passar isso aos alunos.<br />
Para alguns, isto é um choque, porque ainda têm muito a perspetiva<br />
<strong>de</strong> ‘tenho um curso, tenho um canu<strong>do</strong>, por isso, tenho um emprego’.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Qual é o contributo das disciplinas oferecidas pelo <strong>de</strong>partamento<br />
para que um engenheiro seja empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r e inova<strong>do</strong>r?<br />
J.A.R. Contribuímos <strong>de</strong> duas maneiras. Primeiro, ajudamos os alunos<br />
a terem a atitu<strong>de</strong> correta e, <strong>de</strong>pois, damos algumas ferramentas<br />
essenciais para eles começarem. Não somos uma escola <strong>de</strong> Gestão,<br />
mas tentamos que os alunos saiam daqui com as competências necessárias<br />
para arrancar e para saber, <strong>de</strong>pois, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m procurar o<br />
que necessitam.
À CONVERSA COM...<br />
11<br />
ISEP.<strong>BI</strong> A inovação é uma das poucas formas <strong>de</strong> contornar o cenário<br />
que se vive atualmente?<br />
J.A.R. Acho que não há assim muitas outras formas, porque o gran<strong>de</strong><br />
problema da nossa economia é o baixo valor acrescenta<strong>do</strong> das empresas.<br />
Ou seja, na generalida<strong>de</strong> das empresas, fazem-se produtos em que<br />
a margem <strong>de</strong> lucro é muito pequena. Portanto, aquilo que ven<strong>de</strong>mos<br />
é o preço-hora <strong>de</strong> trabalho e temos <strong>de</strong> competir com salários baixos.<br />
Produtores como a China, Índia e outros têm custos muito inferiores<br />
aos nossos em termos <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra. Temos, obrigatoriamente, <strong>de</strong><br />
fazer coisas diferentes, ou seja, inovar.<br />
”EMPREENDEDORISMO É A CAPACIDADE<br />
DE FAZER UMA BOA IDEIA FUNCIONAR”<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Temos <strong>de</strong> nos impor pela qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> nosso trabalho.<br />
J.A.R. Pela qualida<strong>de</strong> e pela diferenciação. Muito mais isso <strong>do</strong> que qualquer<br />
outra coisa. É fundamental buscar novas áreas <strong>de</strong> negócio. Procuramos<br />
transmitir aos alunos essa perspetiva. Isso requer, além <strong>de</strong> competências<br />
técnicas, criativida<strong>de</strong>, livre iniciativa e propensão ao risco.<br />
São atitu<strong>de</strong>s que estão um pouco submersas na socieda<strong>de</strong> portuguesa.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Como é que <strong>de</strong>screve o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo?<br />
J.A.R. Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer uma boa i<strong>de</strong>ia funcionar.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Porque as pessoas não sabem pô-las a funcionar?<br />
J.A.R. - Por um la<strong>do</strong>, é isso e, por outro, nem todas as boas i<strong>de</strong>ias funcionam.<br />
Cerca <strong>de</strong> 80% das i<strong>de</strong>ias que surgem no merca<strong>do</strong> não resultam.<br />
Mas faz parte <strong>do</strong> processo empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r não <strong>de</strong>sistir. Se não dá uma<br />
coisa, tenta-se outra. Temos <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a valorizar o erro. Alguém que<br />
já falhou tem menos probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar a falhar. Nós temos muito<br />
me<strong>do</strong> <strong>de</strong> falhar e, por isso, acabamos também por nem sequer tentar<br />
arriscar. Qualquer nova i<strong>de</strong>ia é um risco. Se tivermos uma atitu<strong>de</strong> positiva,<br />
as hipóteses <strong>de</strong> sucesso aumentam. Mas estamos a mudar e estou<br />
otimista. Acredito que vamos dar a volta.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Quais consi<strong>de</strong>ra terem si<strong>do</strong> as principais conquistas <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> Organização e Gestão?<br />
J.A.R. A primeira, e principal conquista, foi termos reuni<strong>do</strong> um corpo<br />
<strong>do</strong>cente muito competente e com muita experiência profissional. Muitos<br />
<strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes continuam a ter ligações ao exterior, até para po<strong>de</strong>rem<br />
ir transmitin<strong>do</strong> aquilo que, em termos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> empresas, é<br />
mais atual e mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Outra conquista foi termos vin<strong>do</strong> a provar<br />
que as competências <strong>de</strong> Gestão são importantes e trazem gran<strong>de</strong>s benefícios<br />
aos alunos <strong>do</strong>s vários cursos.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Estas conquistas servem também para garantir a abertura das<br />
instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> à socieda<strong>de</strong> e às empresas?<br />
J.A.R. Fazemos questão que uma percentagem significativa <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes<br />
mantenha uma ligação ao exterior. Aliás, somos <strong>do</strong>s <strong>de</strong>partamentos<br />
que tem menos <strong>do</strong>centes em regime <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong>. A maioria,<br />
que leciona em tempo parcial ou a tempo inteiro, mantém a ligação<br />
ao exterior.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> A ligação ao exterior é importante para a aquisição <strong>de</strong> conhecimentos...<br />
J.A.R. Costumo dizer que, em termos <strong>de</strong> ensino, somos muito um <strong>de</strong>partamento<br />
<strong>de</strong> “preparação profissional” <strong>de</strong> engenheiros e, por isso,<br />
temos <strong>de</strong> estar muito liga<strong>do</strong>s à ativida<strong>de</strong> prática da Gestão, para nos<br />
mantermos atualiza<strong>do</strong>s.<br />
ISEP.<strong>BI</strong> Para o futuro, quais as principais metas já traçadas pelo <strong>de</strong>partamento?<br />
J.A.R. Em primeiro lugar, <strong>de</strong>senvolver continuamente a formação <strong>do</strong>s<br />
nossos <strong>do</strong>centes, porque é fundamental para prestar um bom serviço<br />
aos alunos, a escola e ao <strong>de</strong>partamento. Depois, intensificar a oferta formativa,<br />
incluin<strong>do</strong> a pós-graduada e extracurricular em várias áreas da<br />
Gestão, para alunos e antigos alunos. Para evoluírem nas suas carreiras,<br />
têm necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação que lhes permita a melhoria e a atualização<br />
<strong>de</strong> conhecimentos e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências em diversas<br />
áreas ligadas à Gestão. Por último, incrementar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
investigação e <strong>de</strong> colaboração em projetos nacionais e internacionais,<br />
em especial com outros <strong>de</strong>partamentos e grupos <strong>do</strong> ISEP.
12<br />
DE FORA CÁ DENTRO<br />
PEDRO BRAGA<br />
CRITICAL SOFTWARE<br />
OS ENGENHEIROS<br />
DEVEM PROCURAR<br />
A APRENDIZAGEM<br />
CONTÍNUA<br />
Pedro Braga é um <strong>do</strong>s responsáveis pelas áreas <strong>de</strong> projetos da Critical<br />
Software e o interlocutor privilegia<strong>do</strong> entre a empresa e o ISEP, no âmbito<br />
<strong>do</strong> projeto EMbed<strong>de</strong>d MONitoring (EMMON). Ele está consciente<br />
<strong>de</strong> que a ligação entre as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> e o mun<strong>do</strong><br />
empresarial é essencial para o sucesso <strong>do</strong>s negócios no setor tecnológico.<br />
Senão, veja-se: as empresas estão focadas na execução <strong>do</strong>s<br />
projetos que têm em mãos e os seus objetivos são servir os clientes<br />
com o máximo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Isto implica, por um la<strong>do</strong>, profissionalismo,<br />
organização e méto<strong>do</strong> e, por outro, um enorme conhecimento da<br />
área tecnológica em causa para po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>senhar e fornecer a melhor<br />
solução, otimizan<strong>do</strong> a relação qualida<strong>de</strong>/custo da mesma. É aqui que a<br />
competência <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> investigação como o CISTER surge como<br />
um apoio relevante.<br />
A Critical Software é uma organização que reconhece a importância da<br />
investigação e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico (I&DT) como um investimento<br />
indispensável à sua competitivida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação.<br />
Esta vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> se manter na vanguarda <strong>do</strong> conhecimento, alimenta<br />
o interesse da parceria com o ISEP, para <strong>de</strong>senvolvimento e partilha <strong>de</strong><br />
conhecimento <strong>de</strong> ponta.<br />
Aprofundan<strong>do</strong> sobre as mais-valias da ligação ao centro <strong>de</strong> investigação<br />
<strong>do</strong> ISEP, Pedro Braga reconhece que «a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação<br />
científica no meio académico, além <strong>de</strong> nobre, beneficia <strong>de</strong> um âmbito<br />
mais aberto, já que os investiga<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>dicar-se a temas <strong>de</strong><br />
pesquisa emergentes e dificilmente comportáveis para o meio empresarial».<br />
Ao trabalhar em equipa, esta ligação traz benefícios complementares,<br />
já que ajuda a alimentar a inovação na empresa ce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>,<br />
igualmente, espaço para uma operacionalização <strong>do</strong>s conceitos. Por um<br />
la<strong>do</strong>, a Critical po<strong>de</strong> trabalhar com investiga<strong>do</strong>res <strong>de</strong> reconheci<strong>do</strong> mérito<br />
e evoluir em especificida<strong>de</strong>s tecnológicas e científicas. Por outro,<br />
os próprios investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ISEP po<strong>de</strong>m ver as suas pesquisas ganhar<br />
corpo em potenciais produtos e ganham um acesso privilegia<strong>do</strong> aos<br />
processos da indústria. E, quan<strong>do</strong> esta ligação é bem efetuada, e com<br />
objetivos bem <strong>de</strong>linea<strong>do</strong>s, é opinião <strong>do</strong> engenheiro que «se obtêm resulta<strong>do</strong>s<br />
excelentes» e que motivam ambas as partes.<br />
«A inovação tecnológica passa por colaborações estreitas,<br />
entre empresas que atuam no merca<strong>do</strong> e grupos<br />
<strong>de</strong> investigação que avançam as fronteiras <strong>do</strong> conhecimento<br />
em áreas-chave <strong>de</strong>sse merca<strong>do</strong>». É a partir <strong>de</strong>ste<br />
pressuposto que Pedro Braga, engenheiro da Critical<br />
Software, analisa a importância da ligação entre o meio<br />
académico e empresarial. Um exemplo bem sucedi<strong>do</strong> é a<br />
ligação entre o “gigante” tecnológico português e o ISEP,<br />
através da colaboração com o Centro <strong>de</strong> Investigação em<br />
Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo-Real (CISTER), num projeto<br />
europeu que planeia as cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> futuro. O resulta<strong>do</strong><br />
é uma parceria inova<strong>do</strong>ra, com frutos colhi<strong>do</strong>s e uma<br />
promissora perspetiva <strong>de</strong> futuro.<br />
JUNTOS POR UM MUNDO<br />
MAIS “ INTELIGENTE”<br />
O projeto EMMON, atualmente em curso, está a ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em<br />
parceria entre a Critical e o CISTER. E porquê o CISTER? Pedro Braga respon<strong>de</strong>:<br />
«É um <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> investigação que tem contribuí<strong>do</strong> mais<br />
ativamente com <strong>de</strong>senvolvimentos importantes, a nível mundial. Tem<br />
uma excelente equipa <strong>de</strong> investiga<strong>do</strong>res, com gran<strong>de</strong> competência<br />
científica, excelente abertura e disponibilida<strong>de</strong> pessoal e profissional<br />
para abordar novos caminhos. Aliás, o mérito e reconhecimento internacional<br />
<strong>do</strong> centro ficaram bem patentes no <strong>de</strong>curso da 23 rd Euromicro<br />
Conference on Real-Time Systems», que o ISEP organizou este ano.<br />
A tecnologia em causa, que se po<strong>de</strong> apelidar <strong>de</strong> “Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Sensores<br />
Sem Fios”, começa por juntar, num único componente <strong>de</strong> baixo custo,<br />
e com dimensões muito reduzidas, capacida<strong>de</strong>s sensoriais, <strong>de</strong> computação<br />
e <strong>de</strong> comunicação. Esta solução permite criar uma re<strong>de</strong> alargada<br />
<strong>de</strong> sensores, capazes <strong>de</strong> comunicar entre si e fazer um “relatório”<br />
abrangente <strong>de</strong> vários parâmetros <strong>de</strong> medição, como a temperatura ou<br />
o nível <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono, entre outros. Partin<strong>do</strong><br />
disto, po<strong>de</strong>-se trabalhar em aplicações <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> edifícios, mobilida<strong>de</strong><br />
urbana, ou contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
cida<strong>de</strong> inteligente.
DE FORA CÁ DENTRO<br />
13<br />
O engenheiro da Critical Software explica que «um <strong>do</strong>s maiores <strong>de</strong>safios<br />
para efetivar as potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta tecnologia é a escalabilida<strong>de</strong>.<br />
À medida que a área a cobrir aumenta, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação<br />
a recolher pela re<strong>de</strong> aumenta também». Ou seja, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sensores<br />
tem que ser inteligente, <strong>de</strong> forma a não comunicar todas as medidas<br />
recolhidas por qualquer sensor em qualquer momento, mas ter inteligência<br />
própria embebida na re<strong>de</strong> para processar os da<strong>do</strong>s e produzir a<br />
informação crucial, otimizan<strong>do</strong>, inclusive, o consumo energético usa<strong>do</strong><br />
nas comunicações.<br />
Ainda segun<strong>do</strong> Pedro Braga, este projeto tem um enorme potencial<br />
<strong>de</strong> aplicação no dia-a-dia. Para tal, o grupo <strong>de</strong> trabalho já i<strong>de</strong>ntificou<br />
necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> potenciais utiliza<strong>do</strong>res piloto para a tecnologia. Um<br />
exemplo <strong>de</strong> potenciais clientes são as empresas ou instituições com<br />
responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> monitorização ambiental, já que estas, atualmente,<br />
só têm acesso a informação sobre um número reduzi<strong>do</strong> <strong>de</strong> pontos<br />
<strong>de</strong> monitorização. Por exemplo, a monitorização <strong>do</strong> ozono no Gran<strong>de</strong><br />
<strong>Porto</strong> é efetuada em cerca <strong>de</strong> meia dúzia <strong>de</strong> pontos. As entida<strong>de</strong>s<br />
responsáveis, têm estações <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> custo eleva<strong>do</strong> para captar<br />
da<strong>do</strong>s, com elevada precisão, em alguns pontos específicos, mas não<br />
têm da<strong>do</strong>s fiáveis sobre a área envolvente, impedin<strong>do</strong> uma leitura <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>za em torno das estações.<br />
A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integrar estas estações com uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sensores<br />
sem fios distribuída – como a proposta pela Critical e pelo CISTER – já<br />
seria capaz <strong>de</strong> fornecer uma imagem integrada <strong>de</strong> toda a área <strong>de</strong>sejada.<br />
«Desta forma, o nível <strong>de</strong> informação obti<strong>do</strong> sofreria uma melhoria<br />
consi<strong>de</strong>rável», refere Pedro Braga.<br />
O engenheiro <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> ainda que «as perspetivas <strong>de</strong> futuro passam por<br />
uma consciência ambiental cada vez maior. Edifícios inteligentes são já<br />
uma realida<strong>de</strong> e cida<strong>de</strong>s inteligentes são, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as perspetivas,<br />
o futuro. A otimização <strong>do</strong>s consumos energéticos é, sem dúvida, uma<br />
meta e as Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Sensores Sem Fios terão aqui um papel importante».<br />
“CISTER FOI UMA MAIS-VALIA PARA O<br />
PROJECTO”<br />
Para Pedro Braga, a ciência muda o mun<strong>do</strong> e a engenharia e a gestão<br />
efetivam-na em produtos. «Resumidamente, vivemos numa economia<br />
global e quem manda é o merca<strong>do</strong>», atira o engenheiro. «Po<strong>de</strong>mos ter<br />
o melhor <strong>do</strong>s inventos científicos, mas precisamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar a máquina<br />
que implementa esse invento e a estratégia <strong>do</strong> produto», explica.<br />
Por norma, a Critical Software i<strong>de</strong>ntifica áreas <strong>de</strong> investigação com<br />
potencial <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>. Essas áreas <strong>de</strong> negócio são, <strong>de</strong>pois, analisadas<br />
e, as que são <strong>de</strong>finidas como ten<strong>do</strong> interesse estratégico, entram em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento. Então, proce<strong>de</strong>-se a to<strong>do</strong> um trabalho <strong>de</strong> pesquisa<br />
aprofundada, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> encontrar eventuais parceiros <strong>de</strong>ntro da<br />
comunida<strong>de</strong> científica.<br />
E com o CISTER foi precisamente assim que aconteceu. Pedro Braga<br />
consi<strong>de</strong>ra que o grupo <strong>de</strong> investigação estava já na fase <strong>de</strong> simulação<br />
e teste da tecnologia em laboratório. «O CISTER foi, sem dúvida, uma<br />
mais-valia para o projeto. Principalmente por ser uma entida<strong>de</strong> localizada<br />
no <strong>Porto</strong> e que, além <strong>de</strong> acessível, sempre <strong>de</strong>monstrou imensa<br />
qualida<strong>de</strong>, interesse e disponibilida<strong>de</strong>, o que fez toda a diferença para<br />
o projeto», admite.<br />
Sen<strong>do</strong> o EMMON o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um consórcio europeu, «estarmos tão<br />
perto permitiu uma interação que seria impossível <strong>de</strong> atingir com outras<br />
entida<strong>de</strong>s estrangeiras», acrescenta.<br />
Para o futuro, já há novas colaborações em carteira. Isto porque, segun<strong>do</strong><br />
o engenheiro da Critical, «o trabalho em conjunto serviu para termos<br />
uma consciência das capacida<strong>de</strong>s mútuas. Existe já uma interação<br />
para colaborar em projetos da mesma área <strong>de</strong>spoleta<strong>do</strong>s pelo CISTER».<br />
Por outro la<strong>do</strong>, há igualmente «um projeto da Critical com a Agência<br />
Espacial Europeia que po<strong>de</strong>rá contar com o contributo <strong>do</strong> CISTER para<br />
uma melhor sustentação científica <strong>do</strong> próprio projeto».<br />
ESPÍRITO DE INICIATIVA É A CHAVE<br />
A Critical Software gosta <strong>de</strong> contar com pessoas criativas, que <strong>de</strong>monstrem<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem contínua. Pedro Braga confessa<br />
que, quan<strong>do</strong> participa em processos <strong>de</strong> recrutamento para a sua equipa,<br />
valoriza a motivação e o entusiasmo que os candidatos <strong>de</strong>monstram.<br />
«Quan<strong>do</strong> um candidato já <strong>de</strong>senvolveu pequenas aplicações<br />
por “carolice” ou participou, por exemplo, em comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> código<br />
aberto, <strong>de</strong>monstra que gosta mesmo <strong>do</strong> que faz». O engenheiro acredita<br />
que, «mesmo que um candidato não tenha experiência profissional<br />
específica na área, se <strong>de</strong>monstrar motivação e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r,<br />
vai ser um bom profissional».<br />
«Um engenheiro não po<strong>de</strong> ser só um armazena<strong>do</strong>r <strong>de</strong> manuais <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>r,<br />
ferramentas, linguagens <strong>de</strong> programação ou mo<strong>de</strong>lação <strong>de</strong> sistemas.<br />
Um engenheiro tem que conseguir “ler” e aplicar os resulta<strong>do</strong>s<br />
da investigação científica», explica, convicto.<br />
Para Pedro Braga, a Matemática e a Física são fundamentais para o profissional<br />
da <strong>Engenharia</strong>. «Se um engenheiro não <strong>do</strong>minar estas disciplinas<br />
base, se não souber “ler” e “escrever” Matemática tão bem ou<br />
melhor <strong>do</strong> que o Português e o Inglês, fica limita<strong>do</strong> a ser utiliza<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />
ferramentas e nunca vai <strong>de</strong>senvolver e mo<strong>de</strong>lar sistemas, mesmo na<br />
área <strong>de</strong> software», <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />
Em relação ao ISEP, o engenheiro sublinha que são muitas as mais-valias<br />
que o <strong>Instituto</strong> tem para os estudantes, nomeadamente ao nível da<br />
aposta num ensino prático. «Quanto mais orientada para o merca<strong>do</strong> e<br />
quanto mais suportada pela prática for a informação dada aos estudantes,<br />
melhor prepara<strong>do</strong>s ficam os diploma<strong>do</strong>s para abordar o merca<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> trabalho», sustenta. No entanto, Pedro Braga acredita que a vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> evolução e aprendizagem contínua são os elementos essenciais na<br />
carreira <strong>de</strong> um engenheiro. «Uma boa formação <strong>de</strong> base é uma garantia<br />
<strong>de</strong> maior autonomia na absorção e compreensão <strong>de</strong> novas informações,<br />
mas é fundamental que as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong><br />
ensinem sobretu<strong>do</strong> “a pescar” e a apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r».<br />
Aos jovens estudantes que agora entram no Ensino <strong>Superior</strong>, Pedro<br />
Braga aconselha: «Brinquem! Se gostam da área que abraçaram, com<br />
certeza que apren<strong>de</strong>r será um gosto, resolver problemas será um jogo<br />
e praticar será uma brinca<strong>de</strong>ira. Por isso, brinquem muito. Testem, experimentem,<br />
<strong>de</strong>senvolvam a vossa criativida<strong>de</strong>».<br />
E aos que completaram? O engenheiro aconselha «humilda<strong>de</strong> acima<br />
<strong>de</strong> tu<strong>do</strong>. Assumam que ainda não sabem nada. Não tenham vergonha<br />
<strong>de</strong> dizer numa entrevista que a única experiência que têm foi ao nível<br />
<strong>de</strong> aplicações <strong>de</strong>senvolvidas em casa ou na escola, ou que não têm<br />
nenhuma. Des<strong>de</strong> que <strong>de</strong>monstrem na entrevista que têm realmente<br />
vonta<strong>de</strong> e entusiasmo». De resto, é essencial que os engenheiros procurem<br />
a aprendizagem contínua.
<strong>14</strong><br />
DESTAQUE<br />
CARRO DESENVOLVIDO NO ISEP<br />
PODE CHEGAR À COMPETIÇÃO<br />
O ISEP tem-se <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong>s anos pela forte aposta na inovação, garantin<strong>do</strong> sempre o cunho <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que<br />
lhe é associa<strong>do</strong>. A Barchetta 00 é mais uma prova <strong>do</strong> espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r que se vive na Instituição. Em conjunto, professores,<br />
alunos e empresas <strong>de</strong>senvolveram um projeto inova<strong>do</strong>r <strong>de</strong> competição <strong>de</strong> baixo custo a nível nacional. Mais um<br />
<strong>de</strong>safio, mais uma história <strong>de</strong> sucesso.<br />
A i<strong>de</strong>ia surgiu em setembro <strong>de</strong> 2007, durante os treinos para o Challenge<br />
Fiat Unico, quan<strong>do</strong> o engenheiro José Leite <strong>de</strong>safiou Luís Miranda<br />
Torres, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica <strong>do</strong> ISEP,<br />
para construírem um veículo <strong>de</strong> corrida <strong>de</strong> baixo custo. A missão era<br />
bastante ambiciosa: <strong>de</strong>senvolver um carro para um “troféu” acessível<br />
no panorama da competição automóvel nacional. Apesar da gran<strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong>, o repto foi aceite <strong>de</strong> imediato.<br />
Segun<strong>do</strong> Luís Miranda Torres, era essencial preencher “um espaço no<br />
panorama nacional <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>”. Des<strong>de</strong> aí, foi assumi<strong>do</strong> o “compromisso<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver um carro competitivo face ao preço”.<br />
Para levar a cabo este projeto, foi fundamental a colaboração <strong>de</strong> alunos,<br />
professores e <strong>de</strong> algumas empresas privadas, tais como a Alto-Perfis<br />
Pultrudi<strong>do</strong>s, BP Portugal, DBE Suspension Engineering, Interescape,<br />
KIMSO, Mundauto (na fase inicial) e a QF. Como assegurou Luís Miranda<br />
Torres, esta foi uma parceria benéfica para to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s: “Eles<br />
participam na construção <strong>do</strong> carro, têm o exclusivo da produção da<br />
sua parte <strong>do</strong> kit e nós asseguramos a vertente <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento”.<br />
O envolvimento <strong>do</strong>s alunos nos projetos é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para<br />
o ISEP, que preten<strong>de</strong> formar profissionais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e excelência,<br />
habitua<strong>do</strong>s a aceitar <strong>de</strong>safios e a trabalhar afincadamente para<br />
conseguir alcançar resulta<strong>do</strong>s positivos. É <strong>de</strong>ste esforço que nasce o<br />
espírito <strong>de</strong> equipa e o espírito criativo, fundamentais para os alunos<br />
enfrentarem o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. Este contributo representa a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> colocar em prática os conceitos que foram assimila<strong>do</strong>s<br />
nas aulas, interligan<strong>do</strong>-os com a parte prática. “Com este tipo <strong>de</strong> projeto,<br />
os alunos conseguem ter um maior contacto com outras realida<strong>de</strong>s,<br />
como a pista, as corridas, sem estarem sempre fecha<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />
sala <strong>de</strong> aula ou <strong>de</strong> um laboratório”, afirmou, por seu la<strong>do</strong>, o vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>do</strong> ISEP, José Oliveira.<br />
Os alunos também sentiram as vantagens <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong>sta iniciativa,<br />
que, para além <strong>de</strong> os formar como profissionais, os molda enquanto<br />
pessoas, dan<strong>do</strong>-lhes as ferramentas necessárias para que possam estar<br />
à altura <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>safio com que se <strong>de</strong>parem ao longo da vida.<br />
Estas oportunida<strong>de</strong>s que o ISEP proporciona vão ao encontro <strong>do</strong> seu<br />
objetivo enquanto instituição. No ISEP, é essencial preparar os alunos<br />
para uma profissão, mas também dar-lhes bases que os aju<strong>de</strong>m a evoluir<br />
enquanto pessoas.<br />
São projetos como a Barchetta que enriquecem o percurso académico<br />
<strong>do</strong>s estudantes. Cláudio Dias, um <strong>do</strong>s alunos envolvi<strong>do</strong>s, sublinhou que<br />
“é importante para os alunos e para o ISEP”, acrescentan<strong>do</strong> ainda que<br />
“é um orgulho” fazer parte <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>safio.<br />
Em quatro anos, <strong>do</strong>centes, alunos e empresas juntaram forças e i<strong>de</strong>ias<br />
para construir este carro promissor, mostran<strong>do</strong> a vertente empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra<br />
e inova<strong>do</strong>ra associada à instituição.<br />
E assim, a Barchetta começou a tomar forma no Laboratório Automóvel <strong>do</strong> ISEP.
DESTAQUE 15<br />
ASPETOS TÉCNICOS<br />
FIBRA DE VIDRO: O QUE É?<br />
Em termos técnicos, esta Barchetta é um carro <strong>de</strong> corrida aberto,<br />
bi-lugar, com um chassis tubular que se insere na categoria II (automóveis<br />
<strong>de</strong> competição), grupo E (fórmula livre) e classe 5 (até<br />
1000 c.c.). Tem o motor monta<strong>do</strong> em posição central, tração traseira,<br />
com travões <strong>de</strong> disco e suspensões com triângulos sobrepostos<br />
nas quatro rodas. Integra <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> elementos: um kit, composto<br />
por um chassis tubular e uma carroçaria em fibra <strong>de</strong> vidro,<br />
acessórios <strong>de</strong> competição e componentes mecânicos existentes<br />
no merca<strong>do</strong>.<br />
A fibra <strong>de</strong> vidro é utilizada normalmente como reforço em materiais<br />
compósitos. A carroçaria da Barchetta é fabricada em plástico<br />
reforça<strong>do</strong> com fibra <strong>de</strong> vidro (PRFV), o que permite obter componentes<br />
a um custo reduzi<strong>do</strong> com um excelente compromisso entre<br />
o peso e as proprieda<strong>de</strong>s mecânicas necessárias para este tipo<br />
<strong>de</strong> aplicação.<br />
O chassis tubular em aço, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com especificações da FIA<br />
(Fe<strong>de</strong>ration Internationale <strong>de</strong> l’Automobile), inclui braços <strong>de</strong> suspensão<br />
na configuração <strong>de</strong> triângulos sobrepostos nas quatro rodas.<br />
“É um chassis que está pensa<strong>do</strong> para permitir a montagem <strong>de</strong><br />
diferentes mecânicas. Nesta primeira fase, utilizou uma mecânica<br />
comum, tal como os Fiat Uno, mas po<strong>de</strong> utilizar outras mecânicas<br />
e, portanto, é um carro <strong>de</strong> corrida que tem uma base flexível”, explicou<br />
o responsável pelo projeto.<br />
A carroçaria é constituída por quatro peças em fibra <strong>de</strong> vidro. Os<br />
componentes mecânicos a montar nesta base são provenientes<br />
<strong>de</strong> automóveis usa<strong>do</strong>s, com baixo valor comercial. Nesta versão<br />
inicial, foram reaproveitadas peças <strong>do</strong> Fiat Uno 45, tais como o motor,<br />
a caixa <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s, a caixa <strong>de</strong> direção, os <strong>do</strong>is conjuntos <strong>de</strong><br />
mangas <strong>de</strong> eixo da frente e os <strong>do</strong>is conjuntos <strong>de</strong> travões <strong>de</strong> discos.<br />
“É um carro que está equipa<strong>do</strong> com o motor <strong>de</strong> um Fiat Uno e que<br />
acaba por ser uma reciclagem <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> motorizações”, explicou<br />
Luís Miranda Torres. No entanto, também foram produzi<strong>do</strong>s<br />
alguns componentes específicos para a Barchetta.<br />
“RESULTADOS TÊM SUPERADO<br />
EXPECTATIVAS”<br />
O carro foi apresenta<strong>do</strong> em julho no pad<strong>do</strong>ck <strong>do</strong> Circuito da Boavista,<br />
no <strong>Porto</strong>, durante o fim <strong>de</strong> semana em que se realizaram as<br />
provas <strong>de</strong> WTCC. Para o grupo envolvi<strong>do</strong> na construção, este foi<br />
o primeiro passo na concretização <strong>do</strong>s seus objetivos. Em agosto,<br />
com o apoio <strong>do</strong> Kartódromo Internacional <strong>de</strong> Braga e <strong>do</strong> Club Automóvel<br />
<strong>do</strong> Minho, foram realiza<strong>do</strong>s testes no circuito Vasco Sameiro.<br />
O piloto Pedro Matos não tem dúvidas sobre o sucesso <strong>de</strong>ste protótipo:<br />
“Tem uma condução muito pura e um comportamento<br />
muito semelhante a um Fórmula Ford. Para pessoas que queiram<br />
sair <strong>do</strong>s karts, este carro é o i<strong>de</strong>al”.<br />
No que respeita às questões técnicas, Pedro Matos salientou que<br />
o baixo centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> é uma clara vantagem à condução,<br />
acrescentan<strong>do</strong> ainda que ficou surpreendi<strong>do</strong> pelo “comportamento<br />
em curva <strong>do</strong> carro, porque curva muito rapidamente para o tipo<br />
<strong>de</strong> carro que é”. Para além <strong>do</strong>s <strong>de</strong>talhes mecânicos, o piloto afirmou<br />
que a Barchetta proporciona um “gran<strong>de</strong> prazer <strong>de</strong> condução”.<br />
O êxito <strong>de</strong>stas provas leva a equipa a traçar mais metas: “É nosso<br />
objetivo ter o projeto termina<strong>do</strong> para po<strong>de</strong>rmos ter um troféu já<br />
no próximo ano”, afirmou ainda Luís Miranda Torres. O <strong>do</strong>cente<br />
acredita que “este projeto po<strong>de</strong> ser o espaço i<strong>de</strong>al” para os jovens<br />
pilotos <strong>de</strong> kart, que, quan<strong>do</strong> terminam as suas carreiras, são força<strong>do</strong>s<br />
a ir para troféus mais caros, uma vez que não existem alternativas<br />
<strong>de</strong> baixo custo.<br />
Em setembro, o público pô<strong>de</strong> ver mais uma vez a Barchetta na rampa<br />
<strong>do</strong> Caramulo. Desta vez, foi Nuno Batista, Campeão Nacional em<br />
2010 da Categoria II <strong>do</strong> PTCC que esteve ao volante e po<strong>de</strong> mostrar<br />
a quem esteve presente, todas as potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> veículo. Mais,<br />
uma vez, foram consegui<strong>do</strong>s bons resulta<strong>do</strong>s nas sete voltas que o<br />
carro efetuou. “Esta foi uma oportunida<strong>de</strong> única para que o público<br />
pu<strong>de</strong>sse ver o carro a evoluir, num circuito, numa prova oficial”,<br />
<strong>de</strong>clarou o responsável.<br />
Para conduzir esta fase, a equipa <strong>do</strong> ISEP convi<strong>do</strong>u o piloto Pedro<br />
Matos, que, apesar <strong>de</strong> ser um jovem piloto, apresenta já um palmarés<br />
muito preenchi<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se a conquista <strong>do</strong> Circuito <strong>de</strong><br />
Spa-Francorchamps, na Bélgica, em Fórmula Ford.<br />
Durante a fase <strong>de</strong> provas, os resulta<strong>do</strong>s foram além <strong>do</strong> que se esperava.<br />
“Conseguimos reduzir os tempos em cerca <strong>de</strong> cinco segun<strong>do</strong>s<br />
por volta entre a primeira e a segunda sessão <strong>de</strong> testes”,<br />
congratulou-se Luís Miranda Torres. Além disso, os treinos mostraram<br />
que o carro apresentava condições fiáveis <strong>de</strong> segurança, como<br />
ressalvou o <strong>do</strong>cente: “Na segunda ida à pista, realizou mais <strong>de</strong> 100<br />
voltas ao circuito sem apresentar qualquer problema mecânico”.<br />
Foram ainda testa<strong>do</strong>s alguns setups, que permitiram ao carro evoluir<br />
no seu comportamento em pista, existin<strong>do</strong> ainda uma “boa<br />
margem <strong>de</strong> progressão”.<br />
CHEGAR À COMPETIÇÃO<br />
Conseguir a homologação junto da Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> Automobilismo<br />
e Karting (FPAK) para po<strong>de</strong>r organizar um troféu <strong>de</strong><br />
competição é a próxima etapa <strong>de</strong>sta equipa. Nesse senti<strong>do</strong>, os responsáveis<br />
já reuniram com a FPAK, que “manifestou o seu apoio”,<br />
segun<strong>do</strong> Luís Miranda Torres.<br />
A intenção é criar uma prova <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> disputada entre carros<br />
iguais, cuja base <strong>de</strong> mecânica seja a da Barchetta. As provas<br />
<strong>de</strong>correrão principalmente em circuitos. O regulamento da prova<br />
obrigará a ações <strong>de</strong> formação das equipas, dadas pelos responsáveis<br />
pelo projeto.
16 INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
NUNO SILVA<br />
TECNOLOGIA<br />
PARA MUDAR<br />
O MUNDO<br />
Segun<strong>do</strong> o matemático Edward Lorenz, o bater <strong>de</strong> asas <strong>de</strong> uma<br />
simples borboleta po<strong>de</strong> influenciar o curso natural <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. É o<br />
chama<strong>do</strong> Efeito Borboleta, que <strong>de</strong>termina que pequenas ações têm<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suscitar gran<strong>de</strong>s acontecimentos. E é sob este princípio<br />
que trabalham os investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ISEP: passo a passo, <strong>de</strong>senvolvem<br />
projetos capazes <strong>de</strong> mudar o mun<strong>do</strong> tecnológico. E não só.<br />
AA4All e World Search são <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s mais recentes projetos <strong>do</strong> ISEP,<br />
coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s no ISEP por Nuno Silva, investiga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> GECAD - Grupo<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> Conhecimento e Apoio à Decisão, <strong>do</strong> ISEP, os quais,<br />
apesar <strong>de</strong> terem objetivos distintos, se pautam pelo mesmo princípio:<br />
melhorar o dia a dia da socieda<strong>de</strong>.<br />
O Home Assisted Living é um merca<strong>do</strong> em crescimento a nível nacional<br />
e internacional. Refere-se à monitorização, à distância, <strong>de</strong> pessoas<br />
que, por força da ida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, têm necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vigilância permanente, mas que continuam a viver em suas casas,<br />
ou seja, não estão institucionalizadas. Perante uma população cada<br />
vez mais envelhecida, há um crescente número <strong>de</strong> empresas que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
entrar no merca<strong>do</strong> da produção <strong>de</strong> equipamentos para a área <strong>do</strong><br />
Home Assisted Living. Dentro <strong>de</strong>stes equipamentos encontram-se, por<br />
exemplo, coletes vestíveis <strong>de</strong> monitorização cardíaca, sensores biométricos<br />
<strong>de</strong> medição <strong>de</strong> tensão arterial, sensores <strong>de</strong> movimento, entre<br />
muitos outros. No entanto, os aparelhos <strong>de</strong> monitorização à distância<br />
funcionam em ecossistema: ou seja, para além <strong>do</strong> equipamento <strong>de</strong><br />
medição, tem <strong>de</strong> haver a comunicação entre equipamentos e serviços<br />
(<strong>de</strong> profissionais responsáveis pela monitorização <strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>res),<br />
bem como um software <strong>de</strong> integração <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s que permita<br />
a sua utilização correta e partilhada.<br />
O que acontece, atualmente, é que as empresas fornece<strong>do</strong>ras têm software<br />
próprio, e adapta<strong>do</strong> unicamente aos seus produtos, o que significa<br />
que, to<strong>do</strong> o ecossistema <strong>de</strong> monitorização à distância tem <strong>de</strong> ser forneci<strong>do</strong><br />
apenas por essa empresa. E quan<strong>do</strong> é necessária a implementação<br />
<strong>de</strong> um segun<strong>do</strong> equipamento <strong>de</strong> monitorização à distância, ele terá <strong>de</strong><br />
ser, forçosamente, <strong>do</strong> mesmo fornece<strong>do</strong>r que os restantes, <strong>de</strong> forma a<br />
funcionarem em ecossistema. Cria-se, assim, um monopólio <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong><br />
Home Assisted Living. E é aqui que entra em cena o projeto AA4All.<br />
NORMALIZAÇÃO: UM PASSO GIGANTE<br />
PARA UMA MAIOR QUALIDADE<br />
O projeto AA4All vem, precisamente, tentar respon<strong>de</strong>r à necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> criar uma normalização, no que diz respeito a equipamentos <strong>de</strong><br />
Home Assisted Living. Ou seja, uniformizar a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> padrões específicos<br />
<strong>de</strong> produtos e serviços, para que os produtos e serviços, <strong>do</strong>s<br />
vários fornece<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta área, possam ser compatíveis. Desta forma,<br />
se um consumi<strong>do</strong>r pu<strong>de</strong>r a<strong>do</strong>tar um <strong>de</strong> <strong>do</strong>is equipamentos diferentes<br />
<strong>de</strong> monitorização, po<strong>de</strong>rá escolher o fornece<strong>do</strong>r que lhe oferecer<br />
a melhor qualida<strong>de</strong> ao melhor preço, não estan<strong>do</strong> limita<strong>do</strong> apenas à<br />
solução <strong>de</strong> uma empresa.<br />
Através <strong>do</strong> projeto AA4All, o papel <strong>do</strong> ISEP é compreen<strong>de</strong>r o tipo <strong>de</strong> informação<br />
necessária para integrar os diversos tipos <strong>de</strong> equipamentos,<br />
para que a informação recolhida <strong>do</strong>s vários equipamentos seja contextualizada,<br />
consistente e compreendida por todas as partes interessa-
INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
17<br />
das. Ou seja, <strong>do</strong>tar os equipamentos <strong>de</strong> autonomia suficiente para, por<br />
exemplo, alertarem o profissional que está a proce<strong>de</strong>r à monitorização<br />
<strong>do</strong> i<strong>do</strong>so, quan<strong>do</strong> os valores <strong>de</strong> pressão arterial atingirem um limite<br />
máximo numa medição. Ou então, numa situação em que um colete<br />
vestível caiu ao chão, ter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmitir a informação <strong>de</strong><br />
que não foi o utiliza<strong>do</strong>r que caiu, mas apenas o colete.<br />
O ISEP tem, assim, a missão <strong>de</strong> criar software capaz <strong>de</strong> recolher, analisar<br />
e juntar a informação obtida por estes equipamentos, e disponibilizá-la<br />
a to<strong>do</strong>s as partes envolvidas, duma forma semanticamente equivalente<br />
para todas.<br />
PARA UM GRANDE PROJETO, GRANDES<br />
PARCEIROS<br />
Nuno Silva adiantou ao ISEP.<strong>BI</strong> que já está feito um levantamento <strong>de</strong><br />
necessida<strong>de</strong>s e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> potenciais <strong>de</strong>stinatários <strong>do</strong> ecossistema,<br />
nomeadamente instituições <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> social e consumi<strong>do</strong>res<br />
finais. Os próximos passos são “a efetiva normalização <strong>de</strong>stes sistemas,<br />
avançar com propostas <strong>de</strong> legislação e normalização e <strong>de</strong>finir<br />
interfaces em termos <strong>de</strong> equipamentos e sistemas”.<br />
Este é, tal como explica Nuno Silva, “um projeto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões,<br />
com 32 parceiros e mais <strong>de</strong> 7,5 milhões <strong>de</strong> euros <strong>de</strong> orçamento global”.<br />
A equipa <strong>do</strong> ISEP que trabalha no projeto AA4All é constituída por<br />
quatro <strong>do</strong>centes – Fátima Rodrigues, Nuno Malheiro e Nuno Silva <strong>do</strong><br />
GECAD e ainda Ângelo Martins. No <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> projeto, está prevista a<br />
contratação <strong>de</strong> mais três ou quatro bolseiros, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> das necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> trabalho.<br />
DAR SENTIDO ÀS PALAVRAS NA WEB<br />
E se, num futuro muito próximo, pu<strong>de</strong>sse “fazer uma pergunta” a um<br />
motor <strong>de</strong> busca, como por exemplo, ao Google, e a resposta recebida<br />
fosse exatamente o que pediu, pela combinação <strong>de</strong> informação <strong>de</strong><br />
várias fontes? O projeto World Search, no qual participam os investiga<strong>do</strong>res<br />
<strong>do</strong> GECAD, em conjunto com parceiros como a Microsoft,<br />
caminha, a passos largos, para essa realida<strong>de</strong>.<br />
preten<strong>de</strong> fazer é <strong>do</strong>tar os computa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> software que possibilite o<br />
processamento <strong>de</strong> vários <strong>do</strong>cumentos para criar, por combinação da<br />
informação constante <strong>de</strong>sses mesmos <strong>do</strong>cumentos, a resposta que o<br />
utiliza<strong>do</strong>r <strong>de</strong>seja.<br />
Quan<strong>do</strong> queremos comprar uma viagem <strong>de</strong> avião pela internet, não<br />
utilizamos um motor <strong>de</strong> busca como o Google, porque o máximo que<br />
ele po<strong>de</strong> fazer é dar-nos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sites <strong>de</strong> companhias e agências<br />
<strong>de</strong> viagens. Aí, o utiliza<strong>do</strong>r terá <strong>de</strong> percorrer os vários sites em busca das<br />
melhores ofertas. Mas, atualmente, existem diversos portais <strong>de</strong> viagens<br />
direciona<strong>do</strong>s para esse fim, nos quais o utiliza<strong>do</strong>r indica os da<strong>do</strong>s básicos<br />
<strong>do</strong> voo que procura: data <strong>de</strong> partida, data <strong>de</strong> regresso, origem e <strong>de</strong>stino.<br />
A resposta será concreta e direcionada aos objetivos <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>r.<br />
O que o projeto World Search preten<strong>de</strong> fazer é criar um software capaz<br />
<strong>de</strong> adaptar este tipo <strong>de</strong> motores <strong>de</strong> busca a várias áreas <strong>de</strong> atuação,<br />
como o setor imobiliário, médico, financeiro ou justiça, mas sem que,<br />
para isso, seja necessário criar uma estrutura tecnológica para cada<br />
uma das áreas.<br />
O objetivo é capacitar os computa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> competências que lhes<br />
permitam processar os <strong>do</strong>cumentos da web para encontrar, através da<br />
combinação <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> vários <strong>do</strong>cumentos/sites processa<strong>do</strong>s, a<br />
resposta que o utiliza<strong>do</strong>r <strong>de</strong>seja.<br />
O processamento da linguagem <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos presentes na web<br />
(numa primeira fase só em língua portuguesa), com vista à análise e<br />
ao processamento <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> texto, é da responsabilida<strong>de</strong><br />
da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro e da Microsoft. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outra<br />
das componentes fundamentais <strong>do</strong> projeto, os interfaces gráficos que<br />
o utiliza<strong>do</strong>r terá para <strong>de</strong>finir a pesquisa, e que têm <strong>de</strong> ser diferentes das<br />
usadas em motores <strong>de</strong> busca como o Google, está nas mãos da Faculda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Ciências da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa.<br />
O projeto está em fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e Nuno Silva adianta que<br />
os primeiros resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>verão ser publica<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>, aproximadamente,<br />
seis meses.<br />
Quan<strong>do</strong> fazemos uma pesquisa num motor <strong>de</strong> busca como o Google,<br />
recebemos uma imensidão <strong>de</strong> informação que nada tem a ver com o<br />
nosso pedi<strong>do</strong>, e temos <strong>de</strong> fazer várias consultas, a vários <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />
obti<strong>do</strong>s, para encontrar a resposta certa. Um grupo <strong>de</strong> investiga<strong>do</strong>res<br />
<strong>do</strong> ISEP, li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por Nuno Silva e com a colaboração da Microsoft,<br />
entre outros parceiros, está a <strong>de</strong>senvolver uma solução para este problema.<br />
O projeto - World Search - tem por objetivo tornar os motores<br />
<strong>de</strong> busca capazes <strong>de</strong> relacionar os parâmetros pedi<strong>do</strong>s pelo utiliza<strong>do</strong>r<br />
e fornecer respostas mais concretas, relacionan<strong>do</strong> a informação como<br />
um raciocínio lógico.<br />
Nuno Silva explicou ao ISEP.<strong>BI</strong> que, atualmente, os motores <strong>de</strong> busca<br />
recolhem a informação relacionada com os termos indica<strong>do</strong>s pelo utiliza<strong>do</strong>r<br />
e dispõe-na numa lista <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos e sites em que os termos<br />
constam, mas que não são, obrigatoriamente, a resposta que o utiliza<strong>do</strong>r<br />
preten<strong>de</strong>. Cabe-nos <strong>de</strong>pois, como utiliza<strong>do</strong>res, analisar os <strong>do</strong>cumentos<br />
e sites e escolher aquele que melhor se a<strong>de</strong>qua ao que preten<strong>de</strong>mos.<br />
O que o grupo <strong>de</strong> investiga<strong>do</strong>res que trabalham no World Search
18<br />
DEPOIS DO ISEP<br />
“QUEREMOS<br />
QUE VEJAM A<br />
EUROCLOUD COMO<br />
UM CATALISADOR<br />
DE INOVAÇÃO DAS<br />
EMPRESAS<br />
PAULO CALÇADA<br />
Fez parte <strong>do</strong> primeiro grupo <strong>de</strong> alunos da licenciatura em <strong>Engenharia</strong><br />
Eletrotécnica e Computa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ISEP, numa altura em que os recursos<br />
informáticos estavam em constante evolução. Com um percurso<br />
académico marca<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>terminação e profissionalismo, Paulo Calçada<br />
não tar<strong>do</strong>u a receber um convite por parte da instituição para<br />
ficar a trabalhar no Laboratório <strong>de</strong> Eletrotecnia, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois para o<br />
mesmo <strong>de</strong>partamento no <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (IPP). Ao longo<br />
<strong>do</strong> seu trajeto profissional, implementou mudanças significativas nas<br />
re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> telecomunicações e cimentou as bases necessárias para o <strong>de</strong>safio<br />
que hoje enfrenta ao coman<strong>do</strong> da Eurocloud Portugal. Para Paulo<br />
Calçada, o sucesso e o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo não têm segre<strong>do</strong>s. São apenas<br />
uma questão <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>.<br />
Esteve in<strong>de</strong>ciso entre um curso <strong>de</strong> Cinema e um curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>,<br />
mas a paixão por “curto-circuitar” falou mais alto. Paulo Calçada entrou<br />
para o ISEP em 1995, “numa altura <strong>de</strong> mudança radical”, quan<strong>do</strong> ainda<br />
se davam os primeiros passos no curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica e<br />
Computa<strong>do</strong>res. Os primeiros tempos não foram fáceis, uma vez que<br />
ainda faltavam alguns recursos essenciais, como a Internet. No entanto,<br />
não baixou os braços: “Comprávamos revistas relacionadas com informática,<br />
tentávamos fazer páginas <strong>de</strong> Internet em html – sem estarmos<br />
liga<strong>do</strong>s à Internet, tentávamos arranjar, fora <strong>de</strong> casa, computa<strong>do</strong>res<br />
com ligação à Internet, da<strong>do</strong> que não era recorrente ligações em casa”.<br />
Das memórias que guarda <strong>do</strong> seu percurso académico lembrou o “extraordinário<br />
espírito académico”, que o aju<strong>do</strong>u a fazer a transição entre<br />
o Ensino Secundário e o Ensino <strong>Superior</strong>. Para Paulo Calçada, a entrada<br />
neste novo mun<strong>do</strong> tem <strong>de</strong> ser encarada como o acesso a uma profissão,<br />
ten<strong>do</strong> os alunos <strong>de</strong> assumir ainda mais responsabilida<strong>de</strong>s.<br />
A existência <strong>de</strong> várias gerações <strong>de</strong> professores é, para Paulo Calçada,<br />
uma mais valia da instituição, pois permite ao ISEP estar sempre na vanguarda,<br />
existin<strong>do</strong> uma permanente permuta <strong>de</strong> conhecimentos entre<br />
os <strong>do</strong>centes. Além disso, <strong>de</strong>stacou o “espírito competitivo muito saudável”,<br />
que é “essencial” para que os alunos se superem, trabalhan<strong>do</strong>,<br />
cada vez mais, para atingir os seus objetivos.
DEPOIS DO ISEP<br />
19<br />
A CRIAÇÃO DA EUROCLOUD PORTUGAL<br />
Os conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s no seu percurso foram uma “oportunida<strong>de</strong><br />
única”, em que Paulo Calçada recolheu recursos que o conduziram<br />
à presidência da Eurocloud Portugal. Esta organização, pioneira<br />
no nosso país, tem como principal intuito fazer com que as pessoas<br />
“compreendam o valor <strong>do</strong> Cloud Computing” como um incentivo à<br />
“inovação das empresas”.<br />
No entanto, o Paulo Calçada sublinhou que não preten<strong>de</strong> que a Eurocloud<br />
se torne uma “estrutura empresarial com serviços caros”, mas sim<br />
que trabalhe em conjunto com as empresas para que estas alcancem<br />
os seus <strong>de</strong>sejos.<br />
CLOUD COMPUTING: O QUE É?<br />
Ace<strong>de</strong>r a uma plataforma, on<strong>de</strong> quer que se esteja, que contenha<br />
todas as informações sobre fornece<strong>do</strong>res e colabora<strong>do</strong>res<br />
<strong>de</strong> uma empresa é o princípio base <strong>do</strong> Cloud Computing.<br />
A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> preparar a primeira conferência a nível nacional<br />
<strong>de</strong>dicada exclusivamente ao conceito <strong>de</strong> Cloud Computing<br />
surgiu em 2008. Foi feita uma pesquisa intensiva sobre a temática<br />
em Portugal e foi convida<strong>do</strong> um especialista Janopês,<br />
Nat Sakimura, para explicar a importância <strong>de</strong>stes sistemas. Esta<br />
iniciativa veio a ser uma porta para a etapa seguinte.<br />
A ENTRADA NO MUNDO DO TRABALHO<br />
O contacto <strong>de</strong> Paulo Calçada com o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho começou<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> próprio <strong>Instituto</strong>, quan<strong>do</strong> foi convida<strong>do</strong> para cooperar no<br />
laboratório <strong>de</strong> Eletrotecnia. Nessa altura, a estrutura <strong>de</strong> comunicação<br />
<strong>do</strong> ISEP estava a ter um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e eram necessários<br />
técnicos da área para proporcionar um crescimento ainda maior, pelo<br />
que o engenheiro aceitou prontamente o <strong>de</strong>safio que acabou por lhe<br />
traçar o sucesso a nível profissional.<br />
Nesse ano, a re<strong>de</strong> Eurocloud estava a dar os primeiros passos<br />
na Europa, surgin<strong>do</strong> a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tornar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
e formal o blogue que tinha vin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolver, o Cloud-<br />
Views. Assim nasceu a Eurocloud Portugal, que Paulo Calçada<br />
presi<strong>de</strong>. Em mãos, tem a criação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas<br />
nacional, que, futuramente, se irá ligar a uma re<strong>de</strong> europeia,<br />
aumentan<strong>do</strong> o leque <strong>de</strong> contactos.<br />
Outros três gran<strong>de</strong>s objetivos da Eurocloud Portugal são a realização<br />
<strong>de</strong> um congresso, a atribuição <strong>do</strong> prémio europeu <strong>de</strong><br />
Cloud Computing e a promoção <strong>do</strong> Eurocloud Day, uma conferência<br />
a <strong>de</strong>correr em vários pontos em simultâneo.<br />
Reconhecen<strong>do</strong> o trabalho realiza<strong>do</strong> no ISEP, o <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> propõe a Paulo Calçada um lugar no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> comunicações<br />
e re<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> efetuou melhorias notórias nas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Telecomunicações,<br />
ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> o IPP a primeira instituição <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong><br />
a “implementar um sistema <strong>de</strong> Cloud Computing”.<br />
Entre um diversifica<strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> participações em projetos externos<br />
ao Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Paulo Calçada realça o convite da Fundação <strong>de</strong><br />
Computação Cientifica Nacional (FCCN) para se juntar ao grupo <strong>de</strong> trabalho<br />
<strong>de</strong>dica<strong>do</strong> ao estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> informática e comunicações<br />
das diferentes universida<strong>de</strong>s e politécnicos nacionais, que conduziu a<br />
“melhorias notórias que levaram a um aumento da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço”<br />
presta<strong>do</strong> a toda a comunida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> científica.<br />
Sempre liga<strong>do</strong> ao ISEP, Paulo Calçada conseguiu que o IPP fosse pioneiro<br />
na implementação <strong>do</strong> sistema Google Apps. Além disso, criou, em<br />
parceria com alguns elementos <strong>do</strong> ISEP, um blogue sobre o conceito<br />
inova<strong>do</strong>r Cloud Computing, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> CloudViews.
20 A NOSSA TECNOLOGIA<br />
REMODELAÇÃO DA ESTRUTURA<br />
DE UM AUTOCARRO<br />
FERNANDO FERREIRA E JORGE JUSTO<br />
“O GRANDE DESAFIO FOI FAZER UM<br />
AUTOCARRO COM MAIS LUGARES,<br />
MAS COM O MESMO TAMANHO”<br />
Fernan<strong>do</strong> Ferreira e Jorge Justo, <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
Mecânica <strong>do</strong> ISEP, foram os responsáveis pelo projeto <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lação<br />
da estrutura <strong>de</strong> um autocarro da empresa Irmãos Mota e Cia. Em mãos,<br />
estava a criação <strong>de</strong> um novo produto, mais resistente e mais seguro, que<br />
pu<strong>de</strong>sse superar os testes <strong>de</strong> segurança ao capotamento para uma homologação<br />
europeia. Aliar to<strong>do</strong>s estes conceitos nem sempre foi uma<br />
tarefa fácil, mas o resulta<strong>do</strong> final superou, em muito, as expetativas. A<br />
chave está nos pormenores que, no final, fizeram uma gran<strong>de</strong> diferença.<br />
Foi no âmbito <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> incentivo <strong>do</strong> Quadro <strong>de</strong> Referência<br />
Estratégico Nacional (QREN), que a empresa Irmãos Mota e Cia solicitou<br />
a colaboração <strong>do</strong> ISEP para <strong>de</strong>senvolver uma carroçaria <strong>de</strong> autocarro<br />
resistente a um ensaio <strong>de</strong> capotagem, ten<strong>do</strong> também em conta a otimização<br />
em termos <strong>de</strong> peso, para que a empresa obtivesse a homologação<br />
europeia <strong>de</strong> segurança para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> autocarro em causa. O<br />
Centro <strong>de</strong> Investigação e Desenvolvimento em <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />
– CIDEM <strong>do</strong> ISEP aceitou prontamente o <strong>de</strong>safio.
A NOSSA TECNOLOGIA 21<br />
Os pressupostos eram simples: “Tínhamos <strong>de</strong> inovar, crian<strong>do</strong> uma meto<strong>do</strong>logia<br />
diferente, um produto novo”, explicou Fernan<strong>do</strong> Ferreira.<br />
Para atingir essa meta, o ISEP sugeriu o recurso a uma nova tecnologia<br />
e novos materiais, que fossem mais leves e resistentes, e ainda aconselhou<br />
algumas reformulações no sistema <strong>de</strong> construção, mas “sem<br />
alterar muito <strong>do</strong> que é o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho da empresa”, visto que,<br />
“na prática, as empresas não têm capital humano e financeiro para fazer<br />
gran<strong>de</strong>s mudanças”. Para a concretização <strong>de</strong>ste objetivo a empresa<br />
selecionou um veículo <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros, na versão <strong>de</strong> turismo,<br />
com peso bruto <strong>de</strong> 7200 quilos.<br />
Saber se um autocarro está pronto para aprovação nem sempre é um<br />
processo fácil. Uma das formas é o “processo <strong>de</strong> tentativa-erro, mas<br />
este méto<strong>do</strong> significa capotar autocarros <strong>de</strong>struin<strong>do</strong>-os, o que é muito<br />
dispendioso”. Outro processo consiste em incorporar “mais ferro na<br />
estrutura”, mas que em contrapartida, “aumentaria o peso <strong>do</strong> veículo<br />
em vazio e roubaria lugares, tornan<strong>do</strong> o autocarro mais difícil <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r<br />
a posteriori”.<br />
Segun<strong>do</strong> Fernan<strong>do</strong> Ferreira, pretendia-se “um trabalho <strong>de</strong> engenharia<br />
forte ao nível <strong>do</strong> cálculo estrutural, para saber como se po<strong>de</strong> reforçar a<br />
segurança sem acrescentar peso, <strong>de</strong> forma a ter uma garantia <strong>de</strong> que o<br />
autocarro vai passar ao primeiro teste. Este consiste em forçar o veículo<br />
para além da situação limite <strong>de</strong> inclinação lateral, capotan<strong>do</strong>-o. Durante<br />
o capotamento, a <strong>de</strong>formação da estrutura é monitorizada, sen<strong>do</strong><br />
que para a aprovação <strong>do</strong> veículo, a <strong>de</strong>formação <strong>de</strong>ve ser mínima, garantin<strong>do</strong><br />
uma reserva <strong>de</strong> segurança aos passageiros”.<br />
A altura <strong>do</strong>s bancos também sofreu alterações, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a equipa ter<br />
verifica<strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s os veículos da empresa estavam nos valores máximos<br />
– por legislação, <strong>de</strong>vem ter entre 40 cm no mínimo, e 45 cm no<br />
máximo. Ao baixar a posição <strong>do</strong>s bancos, o autocarro ficou mais leve e<br />
sobretu<strong>do</strong> com o centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> mais baixo.<br />
OS PRIMEIROS RESULTADOS<br />
Os testes iniciais revelaram-se muito promissores. Foi conseguida uma<br />
estrutura mais resistente, mas também mais leve e mais segura, o que<br />
permitirá também um “menor gasto <strong>de</strong> combustível”. Isto em muito<br />
se <strong>de</strong>veu à uma utilização mais racional <strong>do</strong>s materiais: mais e melhor<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> aço nos pontos críticos da estrutura e substituição <strong>de</strong> alguns<br />
elementos da carroçaria em ma<strong>de</strong>ira ou ferro por fibra <strong>de</strong> vidro,<br />
igualmente resistente, mais leve e também <strong>de</strong> menor custo. Além disso,<br />
foram ainda <strong>de</strong>senhadas novas peças para serem mais resistentes, e<br />
que pu<strong>de</strong>ssem ser adaptadas aos novos materiais. O re<strong>de</strong>senho e construção<br />
<strong>de</strong>ste protótipo teve também em conta o processo produtivo,<br />
sen<strong>do</strong> que o atual méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> construção da empresa foi melhora<strong>do</strong><br />
para se obter um melhor resulta<strong>do</strong>, com menor tempo <strong>de</strong> montagem.<br />
Outra alteração ao nível <strong>do</strong> chassis e carroçaria foi a eliminação <strong>de</strong><br />
peças e componentes que não eram necessários. Esta poupança <strong>de</strong><br />
materiais resultou na eliminação <strong>de</strong> seis quilos no veículo. Na fase final<br />
<strong>de</strong> construção, já com a estrutura <strong>de</strong> segurança reforçada para po<strong>de</strong>r<br />
passar no teste <strong>de</strong> capotagem para homologação, pesaram-se o antigo<br />
autocarro e o protótipo projeta<strong>do</strong> pelo ISEP: o autocarro cria<strong>do</strong> pesava<br />
menos 150 quilos <strong>do</strong> que o autocarro anteriormente produzi<strong>do</strong>.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s exce<strong>de</strong>ram largamente as expetativas, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo,<br />
inovação e motivação <strong>do</strong> ISEP contributos essenciais<br />
para o sucesso <strong>do</strong> projeto.<br />
O responsável pelo projeto na empresa sublinhou que “um <strong>do</strong>s requisitos<br />
era a adaptabilida<strong>de</strong> da estrutura, ou seja, a estrutura-base<br />
teria <strong>de</strong> estar aberta a alterações esporádicas, consoante o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> cliente”. Outro <strong>do</strong>s aspetos ti<strong>do</strong>s em conta foi a relação<br />
custo-benefício, uma vez que foi preciso “escolher a alternativa<br />
que, cumprin<strong>do</strong> os requisitos <strong>de</strong> resistência”, fosse mais económica<br />
e rentável.<br />
A estabilida<strong>de</strong> durante a circulação também foi consi<strong>de</strong>rada. Assim, foram<br />
feitas modificações para obter um centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> mais baixo,<br />
o que aju<strong>do</strong>u a tornar o veículo mais seguro.<br />
Durante a fase <strong>de</strong> cálculo estrutural, que recorreu a avança<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s<br />
numéricos para simular o caso <strong>de</strong> capotamento, esta preocupação<br />
esteve sempre presente: “Quanto mais alto estiver o centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> veículo, mais energia potencial este possui, logo, maior é o<br />
impacto sofri<strong>do</strong> pelo veículo”, acrescenta Jorge Justo.
22<br />
BREVES<br />
MEE-SEE: NOVO PLANO<br />
DE ESTUDOS<br />
Orienta<strong>do</strong> para a especialização <strong>de</strong> quadros<br />
superiores, o mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica<br />
– Sistemas Elétricos <strong>de</strong> Energia (MEE-<br />
-SEE) apresenta um novo plano <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />
em 2011/2012.<br />
O novo curriculum reforça valências <strong>de</strong> apoio<br />
à evolução profissional na competitiva indústria<br />
elétrica, procuran<strong>do</strong> alavancar o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> competências ao nível <strong>de</strong><br />
projetos <strong>de</strong> instalações elétricas, energias sustentáveis<br />
e gestão empresarial.<br />
O novo plano consolida ainda o papel <strong>do</strong>s<br />
estudantes no processo formativo, já que «os<br />
mestran<strong>do</strong>s são encoraja<strong>do</strong>s a intervir criticamente<br />
na <strong>de</strong>finição e concretização das atuações<br />
nessas áreas», refere Teresa Nogueira, diretora<br />
<strong>do</strong> mestra<strong>do</strong>. A <strong>do</strong>cente aponta ainda<br />
para a importância <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> I&D vocacionadas para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> produtos e serviços inova<strong>do</strong>res<br />
e <strong>de</strong> clara aplicação empresarial.<br />
O “Escolinhas Criativas” tem como principal<br />
objetivo a expansão <strong>do</strong>s espaços escolares na<br />
web, potencian<strong>do</strong> o espírito <strong>de</strong> colaboração,<br />
a inovação e a criativida<strong>de</strong> nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
ensino/aprendizagem <strong>do</strong> Ensino Básico. Esta<br />
evolução <strong>do</strong> Escolinhas - plataforma colaborativa<br />
para o ensino <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> informação<br />
e comunicação a crianças entre os 6-12<br />
anos, introduz a aposta novos media digitais.<br />
Com o “Escolinhas Criativas”, surgem assim<br />
novas funcionalida<strong>de</strong>s e serviços que<br />
suportam a criação, colaboração e partilha<br />
<strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s digitais. O projeto recorre a<br />
ativida<strong>de</strong>s artísticas suportadas na mais recente<br />
tecnologia e media: infografias, áudio,<br />
música, ví<strong>de</strong>o, animação, TV, jogos interativos,<br />
ambientes virtuais, entre outros. Estas<br />
funcionalida<strong>de</strong>s preten<strong>de</strong>m apoiar a formação<br />
<strong>do</strong>s mais jovens, <strong>de</strong> uma forma segura e<br />
supervisionada.<br />
O “Escolinhas Criativas” é financia<strong>do</strong> pelo<br />
Quadro <strong>de</strong> Referência Estratégico Nacional e<br />
conta ainda com contributos da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho, INESC <strong>Porto</strong>,<br />
RTP e Microsoft.<br />
O ISEP tem investi<strong>do</strong> numa estratégia <strong>de</strong><br />
internacionalização que reúne diversas plataformas<br />
e, após a promoção institucional<br />
no encontro da European Association for<br />
International Education (EAIE Nantes 2010)<br />
e na European Higher Education Fair (EHEF-<br />
-Bangkok 2009), apostou este ano no contacto<br />
com o público latino-americano.<br />
«Po<strong>de</strong>mos oferecer um ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
somos uma Instituição <strong>de</strong> nível europeu<br />
já com um status bem posiciona<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>mos<br />
oferecer um campus <strong>de</strong> investigação<br />
reconheci<strong>do</strong> e, claro, a vantagem <strong>de</strong> sermos<br />
um país financeiramente acessível”, apontou<br />
Joana Sampaio, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP<br />
com o pelouro da Comunicação e Cooperação<br />
Internacional.<br />
A aposta na feira internacional <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong><br />
que se realizou em Buenos Aires permitiu<br />
um contacto próximo com engenheiros<br />
interessa<strong>do</strong>s em estu<strong>do</strong>s pós-gradua<strong>do</strong>s,<br />
ten<strong>do</strong>-se já verifica<strong>do</strong> os primeiros contactos.<br />
A <strong>de</strong>slocação sustentou igualmente a divulgação<br />
da marca ISEP, nomeadamente ao nível<br />
da I&D. A internacionalização <strong>do</strong> ISEP continua<br />
a crescer.<br />
Aposta<strong>do</strong> numa forte orientação prática, assente<br />
em aulas laboratoriais, o curso privilegia<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> dissertações em ambiente<br />
laboral e em estreita colaboração com<br />
empresas – opção que reforça a compreensão<br />
<strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> real.<br />
Desta forma, o MEE-SEE procura apresentar-<br />
-se também como uma ótima oportunida<strong>de</strong><br />
para a evolução na carreira <strong>de</strong> engenheiros<br />
que já se encontram no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />
ESCOLINHAS CRIATIVAS:<br />
FORMAR GERAÇÕES<br />
MULTIMÉDIA E DIGITAIS<br />
O ISEP está envolvi<strong>do</strong> no “Escolinhas Criativas”,<br />
projeto da empresa Tecla Colorida que<br />
preten<strong>de</strong> apoiar a utilização <strong>de</strong> tecnologias<br />
<strong>de</strong> informação e comunicação e novos media<br />
no Ensino Básico. Paula Viana, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong><br />
Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica,<br />
li<strong>de</strong>ra os pacotes da componente audiovisual,<br />
sen<strong>do</strong> responsável pela área <strong>do</strong> ví<strong>de</strong>o.<br />
EUROPOSGRADOS<br />
ARGENTINA 2011<br />
O ISEP promoveu a sua oferta pós-graduada<br />
na EuroPosgra<strong>do</strong>s Argentina 2011. Nos dias<br />
13 e <strong>14</strong> <strong>de</strong> abril, o <strong>Instituto</strong> esteve naquela<br />
que é consi<strong>de</strong>rada a Expo sul-americana das<br />
instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> europeias.<br />
O futuro das organizações também passa<br />
pela sua abertura ao mun<strong>do</strong>. Numa era<br />
mundializada, as instituições académicas<br />
não fogem a esta regra, sen<strong>do</strong> crucial a sua<br />
competitivida<strong>de</strong> na captação <strong>de</strong> estudantes e<br />
colabora<strong>do</strong>res, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos<br />
conjuntos <strong>de</strong> I&D e criação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> partilha<br />
<strong>de</strong> conhecimento.<br />
X OUTOKUMPU:<br />
AÇO INOXIDÁVEL - UM<br />
MUNDO DE SOLUÇÕES<br />
O ISEP acolheu a X Conferência OUTOKUM-<br />
PU, em maio. Este evento foi promovi<strong>do</strong><br />
pelo Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />
(DEM), através <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Investigação<br />
e Desenvolvimento em <strong>Engenharia</strong><br />
Mecânica (CIDEM), em parceria com a multinacional<br />
OUTOKUMPU.<br />
Dedicada ao setor <strong>do</strong> aço inoxidável, a conferência<br />
contou com uma primeira parte<br />
preenchida por palestras técnicas e uma<br />
segunda para apresentação <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />
práticos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s pelo ISEP, com as<br />
empresas SILAMPOS e MERCATUS. Ambas<br />
as sessões foram mo<strong>de</strong>radas por Rui Paulo,<br />
diretor-geral da OUTOKUMPU Portugal, e<br />
contaram com a presença <strong>de</strong> Jesús Gonzalez,<br />
da congénere espanhola.
BREVES<br />
23<br />
Ao nível das palestras, <strong>de</strong>staque para Maria<br />
Glaes, que abor<strong>do</strong>u as características e aplicações<br />
<strong>do</strong>s aços inoxidáveis Duplex, e Pasi Aspegren,<br />
que incidiu nas proprieda<strong>de</strong>s das novas<br />
ligas inox ferríticas – opção tida como mais<br />
barata para <strong>de</strong>terminadas aplicações.<br />
Na segunda parte, foram apresenta<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s<br />
práticos coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s pelo DEM. Estes estu<strong>do</strong>s<br />
compararam proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s aços inoxidáveis<br />
austeníticos AISI 201 e AISI 304L com<br />
os novos aços inoxidáveis ferríticos AISI 441.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s por Marina Pinho<br />
(ISEP e MERCATUS) e Célia Soares (SILAMPOS)<br />
<strong>de</strong>monstram que, em aplicações <strong>de</strong> exigência<br />
mo<strong>de</strong>rada, os aços inoxidáveis ferríticos po<strong>de</strong>rão<br />
substituir perfeitamente os aços inoxidáveis<br />
austeníticos, resistin<strong>do</strong> bem à corrosão e<br />
apresentan<strong>do</strong> proprieda<strong>de</strong>s interessantes.<br />
Para os responsáveis pela organização, este<br />
tipo <strong>de</strong> conferências reforça a ligação entre<br />
as empresas e o meio académico e científico,<br />
apoian<strong>do</strong> a criação <strong>de</strong> valor acrescenta<strong>do</strong>. A X<br />
OUTOKUMPU contou com 200 participantes.<br />
FORMANDOS<br />
ACADEMIACISCO.ISEP<br />
CONQUISTAM<br />
NETRIDERS NACIONAL<br />
A Aca<strong>de</strong>miaCisco.ISEP colocou três forman<strong>do</strong>s<br />
entre os quatro finalistas portugueses da<br />
“NetRi<strong>de</strong>rs”. O ISEP conquistou o pódio na eliminatória<br />
nacional <strong>do</strong> concurso da Cisco, que<br />
apurou os representantes portugueses para a<br />
final que reuniu aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.<br />
No passa<strong>do</strong> dia 25 <strong>de</strong> junho, <strong>de</strong>correu o concurso<br />
nacional da Cisco Systems “NetRi<strong>de</strong>rs”.<br />
Dos quatro representantes apura<strong>do</strong>s para integrar<br />
a <strong>de</strong>legação portuguesa na final, os três<br />
primeiros classifica<strong>do</strong>s são forman<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ISEP.<br />
Bruno Rodrigues (1º classifica<strong>do</strong> na competição<br />
nacional), Elisete Cruz (2ª) e Fábio Alves<br />
(3º) foram seleciona<strong>do</strong>s para visitar a se<strong>de</strong><br />
da Cisco Portugal, em Oeiras, on<strong>de</strong> competiram<br />
na final mundial. Os jovens engenheiros<br />
informáticos obtiveram um resulta<strong>do</strong> que<br />
os colocou entre em 97º (Fábio Alves), 99º<br />
(Bruno Rodrigues) e 128ª (Elisete Cruz), numa<br />
competição ganha por forman<strong>do</strong>s romenos e<br />
eslovacos.<br />
A Aca<strong>de</strong>miaCisco.ISEP foi a primeira aca<strong>de</strong>mia<br />
a ser fundada na região <strong>Porto</strong> e disponibiliza<br />
formação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> comprovada ao nível<br />
<strong>de</strong> routing, switching e segurança (CCNA,<br />
CCNP e CCNAS).<br />
MARTINS DE CARVALHO<br />
NA FEDERAÇÃO<br />
EUROPEIA DE GEÓLOGOS<br />
José Martins <strong>de</strong> Carvalho, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica, foi indica<strong>do</strong><br />
pela Associação Portuguesa <strong>de</strong> Geólogos (APG)<br />
para integrar o painel <strong>de</strong> peritos em Hidrogeologia<br />
da Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos<br />
(FEG). Martins <strong>de</strong> Carvalho, euro-geólogo com<br />
relevante experiência profissional, consi<strong>de</strong>rou<br />
«uma honra representar, como quadro <strong>do</strong> ISEP,<br />
os geólogos portugueses nesta ativida<strong>de</strong>».<br />
A geologia é, hoje, no conceito da geoengenharia,<br />
o motor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s económicas<br />
que geram enorme valor acrescenta<strong>do</strong>: petróleo,<br />
gás, carvão, indústria mineira e cada<br />
vez mais a gestão global <strong>do</strong> solo e subsolo<br />
<strong>de</strong>ntro dum quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />
Neste contexto, a FEG surge como<br />
o organismo que integra as associações profissionais<br />
<strong>do</strong>s geólogos europeus, dan<strong>do</strong> voz<br />
aos profissionais <strong>do</strong> setor.<br />
Fundada em Paris, em 1980, a FEG assume-se<br />
um parceiro respeita<strong>do</strong> e ouvi<strong>do</strong> no Conselho<br />
e Parlamento europeus, on<strong>de</strong> promove ativamente<br />
a valorização profissional <strong>do</strong>s euro-<br />
-geólogos. De <strong>de</strong>stacar que Martins Carvalho<br />
acompanhou to<strong>do</strong>s os trabalhos <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são<br />
portuguesa à FEG e foi, durante mais <strong>de</strong> 15<br />
anos, o representante permanente da APG<br />
junto da Fe<strong>de</strong>ração, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> seu vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
entre 1982-1985.<br />
O professor coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> ISEP passa a ser o<br />
representante português num painel encabeça<strong>do</strong><br />
pelo italiano Carlo Bravi e que atua nas<br />
áreas <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> Aquíferos e da Iniciativa<br />
Comunitária Água.<br />
BUSINESS<br />
SUSTAINA<strong>BI</strong>LITY 2011<br />
O ISEP e a Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho associaram-se<br />
na organização da 2ª Conferência Internacional<br />
sobre Sustentabilida<strong>de</strong> Empresarial “Business<br />
Sustainability – BS’11”. Este evento <strong>de</strong>correu<br />
em junho, na Póvoa <strong>do</strong> Varzim, e procurou uma<br />
aproximação efetiva entre instituições académicas<br />
e empresas, a teoria e a prática.<br />
A BS’11 promoveu um clima informal no <strong>de</strong>bate<br />
<strong>do</strong>s temas, com claro enfoque para a<br />
auscultação e interação com a audiência e<br />
a promoção <strong>de</strong> “sessões <strong>de</strong> diálogo”. Destaque<br />
para as apresentações “Innnovation and<br />
the Sustainability Journey”, <strong>de</strong> Peter Smith,<br />
presi<strong>de</strong>nt da The Lea<strong>de</strong>rship Alliance Inc;<br />
“Virtual and Virtuality: Implications for Knowledge<br />
Management”, <strong>de</strong> Jovan Filipovic;<br />
“Capacity Building for Social Development;<br />
A Competency Based Mo<strong>de</strong>l for Education<br />
in Social Development”, <strong>de</strong> Raymond Saner<br />
e Lichia Yiu.<br />
A conferência contou com a participação <strong>de</strong><br />
vários autores nacionais e estrangeiros e <strong>de</strong><br />
empresas como a Gislótica, Maismetal, HAAS,<br />
ENERCER, Frenesius, Bureauveritas, Hélio Serralharia,<br />
Tetatrês, LTA e BP.<br />
A BS contou ainda com a participação <strong>do</strong>s<br />
centros <strong>de</strong> investigação CIDEM e Labvê e da<br />
C. M. da Póvoa <strong>de</strong> Varzim, cujos contributos<br />
ajudaram à reflexão sobre o tema da sustentabilida<strong>de</strong><br />
das organizações.<br />
<strong>14</strong> RTCM<br />
O ISEP acolheu os principais grupos <strong>de</strong> investigação<br />
portugueses na área das comunicações<br />
móveis para discutir o esta<strong>do</strong> da arte.<br />
Promover momentos <strong>de</strong> encontro que<br />
apoiem a partilha <strong>de</strong> conhecimento e a evolução<br />
tecnológica nacional, é um <strong>do</strong>s motivos<br />
que alimenta a realização periódica <strong>de</strong> encontros<br />
no Centro <strong>de</strong> Congressos <strong>do</strong> ISEP. No<br />
início <strong>de</strong> julho, foi a vez da <strong>14</strong>ª edição <strong>do</strong> seminário<br />
da Re<strong>de</strong> Temática <strong>de</strong> Comunicações<br />
Móveis (RTCM).
24 BREVES<br />
A RTCM é uma re<strong>de</strong> nacional <strong>de</strong> excelência,<br />
composta por centros <strong>de</strong> I&D e empresas<br />
com interesses na área das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicações<br />
móveis. Tem como objetivos principais<br />
promover a troca <strong>de</strong> conhecimentos e<br />
experiências entre os seus investiga<strong>do</strong>res; a<br />
cooperação efetiva entre os seus membros e<br />
a construção <strong>de</strong> visões partilhadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
nacional estratégico.<br />
A este nível, os seminários RTCM realizam-se<br />
duas vezes por ano e representam um espaço<br />
para troca <strong>de</strong> informação e reflexão entre os<br />
agentes envolvi<strong>do</strong>s e estudantes interessa<strong>do</strong>s.<br />
A <strong>14</strong>ª RCTM foi organizada pelo investiga<strong>do</strong>r<br />
Mário Alves (CISTER), em colaboração com<br />
Manuel Ricar<strong>do</strong> (INESC <strong>Porto</strong>) e Jorge Sá Silva<br />
(Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra).<br />
senvolvimento <strong>de</strong> competências ao nível da<br />
gestão, planeamento e execução <strong>de</strong> projetos.<br />
Nesta primeira edição, o ISEP acolheu oito<br />
estudantes <strong>de</strong> quatro nacionalida<strong>de</strong>s: Fátima<br />
Leal (Portugal), Mihály Varga e Peter Gal (Hungria),<br />
Mateusz Malkowski e Marta Józwiak (Polónia),<br />
David Testar Carbó, Marc Ribas Piñol e<br />
Iván Arrabal Camacho (Espanha). Os futuros<br />
engenheiros foram dividi<strong>do</strong>s em duas equipas<br />
que <strong>de</strong>senvolveram <strong>do</strong>is protótipos <strong>de</strong><br />
humidifica<strong>do</strong>res para o data centre <strong>do</strong> ISEP.<br />
«O aspeto mais importante foi a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> conhecer <strong>de</strong> perto o ambiente empresarial<br />
e aplicar os conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s ao longo<br />
<strong>do</strong> curso», <strong>de</strong>stacou Fátima Leal.<br />
Por seu turno, Benedita Malheiro, responsável<br />
pelo EPS@ISEP, aponta que «o sucesso <strong>de</strong>sta<br />
iniciativa passou, sobretu<strong>do</strong>, pela vonta<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s estudantes em realizar os protótipos e<br />
pela motivação da equipa <strong>do</strong>cente».<br />
pela transferência <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> montagem<br />
para as equipas.<br />
A montagem da Barchetta respeita uma ficha<br />
técnica, que fará parte <strong>do</strong> regulamento <strong>do</strong><br />
troféu. No entanto, para as potenciais equipas<br />
interessadas, a team barchetta prevê <strong>de</strong>senvolver<br />
uma ação técnica <strong>de</strong> montagem. Com<br />
esta abordagem, avança-se igualmente um<br />
contributo para a formação técnica <strong>de</strong> novas<br />
equipas, em particular <strong>do</strong>s jovens pilotos.<br />
O carro esteve exposto no circuito da Boavista,<br />
com o apoio da Câmara Municipal <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e<br />
da empresa <strong>Porto</strong> Lazer. A apresentação <strong>de</strong>correu<br />
durante o fim-<strong>de</strong>-semana das provas<br />
WTCC (1 a 3 <strong>de</strong> julho), seguin<strong>do</strong>-se a fase <strong>de</strong><br />
testes em pistas e o processo <strong>de</strong> homologação.<br />
A segunda edição <strong>do</strong> EPS@ISEP está prevista<br />
para o segun<strong>do</strong> semestre <strong>de</strong> 2011-2012.<br />
GILT APRESENTA<br />
TIME MESH NA MADEIRA<br />
EPS@ISEP:<br />
APRESENTAÇÃO DE<br />
RESULTADOS<br />
Em linha com o eixo <strong>de</strong> internacionalização, o<br />
ISEP lançou em 2010/2011 a primeira edição<br />
<strong>do</strong> European Project Semestre (EPS@ISEP). Em<br />
Junho, as equipas multidisciplinares apresentaram<br />
os projetos finais, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> como i<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> força que este é um projeto que merce ser<br />
acarinha<strong>do</strong>.<br />
O EPS é um programa europeu, concebi<strong>do</strong><br />
para sustentar a formação <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong><br />
<strong>Engenharia</strong> com perfis propensos a carreiras<br />
internacionais. Com duração <strong>de</strong> um semestre<br />
e leciona<strong>do</strong> em inglês, este programa <strong>de</strong>safia<br />
estudantes <strong>de</strong> diferentes nacionalida<strong>de</strong>s e<br />
áreas da <strong>Engenharia</strong> a <strong>de</strong>senvolver um projeto<br />
transversal em equipa. Além <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s<br />
técnicos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, aborda ainda o <strong>de</strong>-<br />
ISEP NO CIRCUITO DA<br />
BOAVISTA<br />
O ISEP esteve representa<strong>do</strong> no circuito da<br />
Boavista, através da Barchetta – automóvel<br />
<strong>de</strong> competição <strong>de</strong>senvolvida pela team barchetta,<br />
que inclui o Laboratório Automóvel<br />
<strong>do</strong> ISEP e as empresas Auto-Perfis Pultrudi<strong>do</strong>s,<br />
KIMSO, QF, DBE Suspension Engineering<br />
e BP Portugal.<br />
Este projeto teve início em 2007, a partir da<br />
i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver um carro <strong>de</strong> baixo custo<br />
para provas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> com o objetivo <strong>de</strong><br />
criar um troféu que integrasse o campeonato<br />
nacional <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>.<br />
A filosofia <strong>do</strong> projeto assenta, por isso, na utilização<br />
da mecânica <strong>do</strong> FIAT Uno 45 S e <strong>de</strong> um<br />
kit que inclui um chassis tubular, uma carroçaria<br />
em fibra <strong>de</strong> vidro e alguns acessórios <strong>de</strong><br />
competição. Deste mo<strong>do</strong>, consegue-se reduzir<br />
o custo final <strong>do</strong> carro, através da aquisição<br />
<strong>de</strong> mecânicas a custo reduzi<strong>do</strong>, mas também<br />
O grupod <strong>de</strong> investigação <strong>do</strong> ISEP Graphics,<br />
Interaction and Learning Technologies (GILT)<br />
foi à Ma<strong>de</strong>ira apresentar oficialmente o jogo<br />
on-line “Time Mesh”. Este jogo preten<strong>de</strong> aproveitar<br />
o interesse <strong>do</strong>s jovens em ida<strong>de</strong> escolar<br />
por vi<strong>de</strong>ojogos, para <strong>de</strong>senvolver jogos sérios<br />
(serious games), com fins educativos.<br />
O “Time Mesh” resulta <strong>do</strong> projeto europeu<br />
Serious Learning Games (SELEAG), li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />
pelo grupo <strong>de</strong> investigação <strong>do</strong> ISEP e<br />
financia<strong>do</strong> pela Comissão Europeia.<br />
Aproveitan<strong>do</strong> a natureza competitiva<br />
e as interações sociais <strong>do</strong>s vi<strong>de</strong>ojogos -<br />
especialmente jogos basea<strong>do</strong>s na web , este<br />
projeto inci<strong>de</strong> em três momentos da História<br />
Europeia – Descobertas Marítimas, Revolução<br />
Industrial e II Guerra Mundial - para transmitir<br />
conteú<strong>do</strong>s educativos.<br />
O objetivo é potenciar uma aprendizagem<br />
multidisciplinar, com abordagem <strong>de</strong> conceitos<br />
e conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> história, geografia, economia,<br />
fenómenos sociais, além da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
europeia.<br />
Para este efeito, o “Time Mesh” aproveita uma<br />
plataforma on-line extensível, multilíngue,<br />
multijoga<strong>do</strong>r, colaborativa e social, para a par-
BREVES<br />
25<br />
tilha e aquisição <strong>de</strong> conhecimento da história<br />
das regiões da Europa - incluin<strong>do</strong> uma passagem<br />
pela <strong>de</strong>scoberta da ilha da Ma<strong>de</strong>ira.<br />
Aos alunos/joga<strong>do</strong>res cabe assumir papéis <strong>de</strong><br />
personagens que tiveram posições relevantes<br />
nas diversas evoluções e cenários.<br />
(Espanha), ESVALL (Espanha), Atos Research<br />
(Espanha) e eZmonitoring (Irlanda).<br />
Este projeto é <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no âmbito 7º Programa<br />
Quadro/ARTEMIS Computing Systems<br />
Initiative, da Comissão Europeia.<br />
busca e salvamento, a segurança e os transportes<br />
inteligentes».<br />
O ISEP esteve igualmente representa<strong>do</strong> no<br />
RoboCup International Symposium 2011.<br />
Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo ISEP, o SELEAG inclui como parceiros<br />
a Escola da Associação para o Ensino<br />
Livre (Portugal), Katholieke Hogeschool St.<br />
Lieven (Bélgica), Universidad <strong>de</strong> Zaragoza (Espanha),<br />
Tallin University (Estónia), University<br />
of Central Lancashire (Reino Uni<strong>do</strong>) e University<br />
of Ljubljana (Eslovénia).<br />
PROJETO<br />
EUROPEU ENCOURAGE<br />
LANÇADO NO ISEP<br />
E se os edifícios fossem inteligentes e amigos<br />
<strong>do</strong> ambiente? Em julho, o ISEP foi palco <strong>do</strong><br />
lançamento <strong>do</strong> novo projeto europeu EN-<br />
COURAGE (Embed<strong>de</strong>d iNtelligent COntrols<br />
for bUildings with Renewable generAtion<br />
and storaGE).<br />
O ENCOURAGE preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver tecnologias<br />
embebidas, inteligentes e integradas<br />
para a otimização <strong>de</strong> consumos energéticos<br />
em edifícios com energia renovável,<br />
na perspetiva <strong>de</strong> assumir um papel ativo na<br />
futura grelha <strong>de</strong> ambientes inteligentes –<br />
tema <strong>de</strong> crescente importância estratégica<br />
em Portugal.<br />
O projeto é coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> no <strong>Instituto</strong> pelo<br />
CISTER. O centro <strong>de</strong> investigação assume responsabilida<strong>de</strong>s<br />
ao nível <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> tecnologias sensoriais e event-based middleware,<br />
além <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar a exploração e disseminação<br />
<strong>do</strong>s pacotes <strong>de</strong> trabalho da arquitetura<br />
<strong>de</strong> sistemas.<br />
O consórcio <strong>do</strong> projeto é li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pela Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Aalborg (Dinamarca) e tem<br />
como parceiros o ISEP e as empresas ISA<br />
– Intelligent Sensing Anywhere (Portugal),<br />
ENEL (Itália), EnergiNord (Dinamarca), Seluxit<br />
(Dinamarca), GNERA Energia y Tecnologia<br />
ROBÓTICA ISEP:<br />
SHOW DE BOLA EM<br />
CONSTANTINOPLA<br />
O ISEP participou novamente no Campeonato<br />
<strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Futebol Robótico (RoboCup<br />
2011). A presente edição <strong>de</strong>ste fórum <strong>de</strong> excelência<br />
da inteligência artificial e robótica<br />
<strong>de</strong>correu em Istambul e colocou a equipa,<br />
que reúne investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong> INESTEC LA Robotics<br />
Pólo ISEP e estudantes da área <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
Eletrotécnica e <strong>de</strong> Computa<strong>do</strong>res,<br />
frente-a-frente com outras 17 oriundas <strong>de</strong><br />
Portugal, Alemanha, China, Japão, Austrália,<br />
Holanda, Irão.<br />
A RoboCup é um evento internacional <strong>de</strong><br />
âmbito educativo, que visa incentivar a I&D<br />
em sistemas robóticos e inteligência artificial.<br />
Tem como objetivo final o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> uma equipa <strong>de</strong> futebol robótico,<br />
capaz <strong>de</strong> competir contra uma equipa humana<br />
em 2050.<br />
Para que uma equipa <strong>de</strong> futebol robótico realize<br />
um jogo <strong>de</strong> futebol, há to<strong>do</strong> um conjunto<br />
<strong>de</strong> tecnologias que <strong>de</strong>vem ser incorporadas,<br />
incluin<strong>do</strong> princípios <strong>de</strong> conceção/<strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> agentes ativos, cooperação multiagente,<br />
estratégias <strong>de</strong> aquisição, resposta<br />
(raciocínio) em tempo real, robótica e fusão<br />
sensorial. Neste senti<strong>do</strong>, as participações da<br />
equipa ISEP têm permiti<strong>do</strong> testar soluções e<br />
acumular experiência para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> novas soluções.<br />
De acor<strong>do</strong> com Eduar<strong>do</strong> Silva, investiga<strong>do</strong>r<br />
responsável pelo laboratório <strong>de</strong> robótica,<br />
«os <strong>de</strong>senvolvimentos que resultam<br />
da participação neste <strong>de</strong>safio têm gran<strong>de</strong><br />
aplicação a outros <strong>do</strong>mínios da robótica e<br />
sistemas autónomos, como a monitorização<br />
ambiental, a inspeção <strong>de</strong> infraestruturas, a<br />
DEE EM PROJETO<br />
ENERGÉTICO INOVADOR<br />
DE SILICON VALLEY<br />
O ISEP, através <strong>do</strong> DEE, celebrou um protocolo<br />
<strong>de</strong> colaboração com a empresa californiana<br />
SyncWatts. A parceria com a empresa <strong>de</strong><br />
Silicon Valley prevê a realização <strong>de</strong> pareceres<br />
técnicos e consultoria sobre uma nova forma<br />
<strong>de</strong> produção energética revolucionária.<br />
Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pela empresa norte-americana, o<br />
projeto “Off grid proGenerator” visa <strong>de</strong>senvolver<br />
protótipos proof-of-concept e pré-<br />
-séries, para geração <strong>de</strong> energia a partir <strong>de</strong><br />
tecnologias off grid, com balanço dinâmico<br />
positivo <strong>de</strong> energia e valor acrescenta<strong>do</strong>.<br />
A tecnologia inova<strong>do</strong>ra preten<strong>de</strong> criar energia<br />
elétrica num gera<strong>do</strong>r linear periférico,<br />
através <strong>do</strong> movimento oscilatório harmónico<br />
unidimensional. A gran<strong>de</strong> inovação resi<strong>de</strong> na<br />
geração <strong>de</strong> energia cinética por ciclo <strong>de</strong> impulsão<br />
(proGera<strong>do</strong>r), manten<strong>do</strong> um balanço<br />
relativo positivo <strong>de</strong> energia entre a fonte externa<br />
auxiliar e o gera<strong>do</strong>r periférico.<br />
As potencialida<strong>de</strong>s comerciais <strong>de</strong>ste projeto<br />
são imensas e esperam possibilitar a criação<br />
<strong>de</strong> empresas regionais (off grid power operator)<br />
capazes <strong>de</strong> fornecer planos energéticos<br />
personaliza<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> custos reduzi<strong>do</strong>s,<br />
conduzin<strong>do</strong> a uma renovação <strong>do</strong> setor à<br />
escala mundial.<br />
De acor<strong>do</strong> com os responsáveis <strong>do</strong> DEE, «o<br />
ISEP, ao estar liga<strong>do</strong> a este projeto, encontra-<br />
-se na vanguarda <strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> investigação<br />
da área».<br />
A equipa será formada por José António Beleza<br />
Carvalho, António Carvalho <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>,<br />
Roque Filipe Brandão, Pedro Sousa Melo e<br />
Alexandre Silveira
26<br />
PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
TÉCNICAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL<br />
E CONTROLO ADAPTATIVO APLICADAS<br />
À GESTÃO DE PARQUES EÓLICOS<br />
Este trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento propõe um algoritmo para gestão <strong>de</strong><br />
parques eólicos que inclui, quer a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>spacho total, quer<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limitação da energia produzida pelo parque.<br />
Num futuro próximo, numa lógica <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, os promotores<br />
<strong>do</strong>s parques eólicos, terão <strong>de</strong> apresentar propostas <strong>de</strong> produção<br />
discretizadas (a 24 ou a 72 horas por exemplo), ou porque ao nível<br />
<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> intradiário haja a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a ajustes, <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> a permitir o equilíbrio entre a produção e a carga.<br />
Com a materialização <strong>de</strong>sta possibilida<strong>de</strong>, situações haverá (mesmo<br />
po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser apenas em curtos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tempo) em que será necessário<br />
controlar a potência das turbinas <strong>do</strong> parque, ou mesmo proce<strong>de</strong>r<br />
à paragem completa <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>las. No caso da necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> uma produção discretizada, o controlo <strong>de</strong> potência ou paragem <strong>de</strong><br />
turbinas <strong>de</strong>verá ser i<strong>de</strong>almente feito <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a que, em cada momento,<br />
a potência a fornecer à re<strong>de</strong> seja tão próxima quanto possível <strong>do</strong><br />
valor contratualiza<strong>do</strong>.<br />
O algoritmo é basea<strong>do</strong> em re<strong>de</strong>s neuronais artificiais (RNA) e num algoritmo<br />
genético (AG). As RNA permitem fazer a previsão <strong>do</strong> recurso,<br />
e também, uma aproximação à curva <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> cada uma das<br />
máquinas que compõem o parque eólico. O AG fará, no espaço temporal<br />
<strong>de</strong>seja<strong>do</strong> (na situação <strong>de</strong> limitação <strong>de</strong> potência), o escalonamento<br />
das turbinas que <strong>de</strong>verão estar em funcionamento com vista a permitir<br />
alcançar o objetivo <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>.<br />
As meto<strong>do</strong>logias e os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s foram posteriormente<br />
testa<strong>do</strong>s com da<strong>do</strong>s reais. A boa qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s parece<br />
sustentar a abordagem a<strong>do</strong>tada.<br />
Nome<br />
António José <strong>de</strong> Sousa Ferreira da Silva<br />
Área Científica<br />
<strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />
Orienta<strong>do</strong>r<br />
Professor Doutor José Nuno Marques Fidalgo (FEUP) e Professor Doutor<br />
Fernan<strong>do</strong> Aristi<strong>de</strong>s da Silva Ferreira <strong>de</strong> Castro (ISEP)<br />
Local<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Data da Prova<br />
janeiro 2011
PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
27<br />
INCERTEZAS NOS COMPÓSITOS<br />
ESTRUTURAIS: DESENVOLVIMENTO DE<br />
MODELOS NUMÉRICOS DE ANÁLISE DE<br />
FIA<strong>BI</strong>LIDADE E DE PROJECTO ÓPTIMO<br />
Atualmente, os mo<strong>de</strong>los matemáticos são usa<strong>do</strong>s com frequência<br />
como ferramentas para analisar o comportamento <strong>de</strong> estruturas, o<br />
que permite o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos estruturais com melhor<br />
<strong>de</strong>sempenho e fiabilida<strong>de</strong>. No caso <strong>do</strong>s materiais compósitos, este<br />
comportamento é afeta<strong>do</strong> por inúmeras incertezas que <strong>de</strong>vem ser<br />
consi<strong>de</strong>radas no projeto estrutural.<br />
A propagação <strong>de</strong> incertezas em estruturas compósitas é analisada consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />
os seguintes objetivos:<br />
• obter informação sobre os <strong>do</strong>is primeiros momentos da resposta:<br />
valor médio e variância. É apresenta<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> basea<strong>do</strong> em<br />
sensibilida<strong>de</strong>s, que permite também a i<strong>de</strong>ntificação das variáveis<br />
<strong>de</strong> entrada mais importantes;<br />
• obter informação sobre a cauda da função <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />
da resposta: probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha. É proposta uma abordagem<br />
que consi<strong>de</strong>ra, simultaneamente, fiabilida<strong>de</strong> e robustez;<br />
• representação da aleatorieda<strong>de</strong> completa da resposta.<br />
Como o Méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Monte Carlo exige um número eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> avaliações<br />
pelo MEF, uma alternativa é o uso <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los substitutos computacionalmente<br />
menos dispendiosos.<br />
Neste senti<strong>do</strong>, é <strong>de</strong>senvolvida uma Re<strong>de</strong> Neuronal Artificial utilizan<strong>do</strong><br />
pontos obti<strong>do</strong>s pelo méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> Delineamento Uniforme como padrões<br />
<strong>de</strong> entrada/saída. A Re<strong>de</strong> Neuronal Artificial, juntamente com o<br />
méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Monte Carlo, é usada para simular o comportamento <strong>do</strong><br />
número <strong>de</strong> Tsai crítico, <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> fiabilida<strong>de</strong> estrutural e das suas<br />
funções <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> relativa em função da anisotropia. A análise<br />
estatística <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s permite o estu<strong>do</strong> da variabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> índice <strong>de</strong><br />
fiabilida<strong>de</strong> e das suas sensibilida<strong>de</strong>s relativas em função da anisotropia.<br />
HIDROGEOLOGIA E HIDROGEOQUÍMICA<br />
DA REGIÃO LITORAL URBANA DO<br />
PORTO, ENTRE VILA DO CONDE E VILA<br />
NOVA DE GAIA (NW DE PORTUGAL):<br />
IMPLICAÇÕES GEOAM<strong>BI</strong>ENTAIS<br />
A região <strong>de</strong> Vila <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> - Vila Nova <strong>de</strong> Gaia é uma região <strong>de</strong>nsamente<br />
urbanizada que pertence à Área Metropolitana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. O substrato<br />
rochoso é <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> por rochas cristalinas, nomeadamente granitos e<br />
gnaisses, mas igualmente rochas metassedimentares, as quais constituem<br />
um meio fratura<strong>do</strong> anisotrópico e heterogéneo.<br />
Foram adquiri<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s hidrogeoquímicos, isotópicos e hidrodinâmicos<br />
com o objetivo <strong>de</strong> avaliar a qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos hídricos<br />
subterrâneos. Além disso, <strong>de</strong>finiram-se unida<strong>de</strong>s hidrogeológicas<br />
e esboçou-se um mo<strong>de</strong>lo hidrogeológico concetual para a região.<br />
Toda a informação foi integrada numa plataforma cartográfica SIG.<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> cumprir estes objetivos, seleccionou-se um campo<br />
experimental no seio da cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, as históricas galerias <strong>do</strong>s mananciais<br />
<strong>de</strong> Paranhos e Salgueiros (ca. 3.2 km). Estas galerias constituíram<br />
duas das mais importantes origens <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água à<br />
cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> durante vários séculos. Assim, recorreu-se a uma abordagem<br />
multidisciplinar combinan<strong>do</strong> diversas meto<strong>do</strong>logias e técnicas<br />
(e.g., geologia e cartografia aplicadas, hidrogeologia, hidrogeotecnia,<br />
hidrogeoquímica, hidrologia isotópica, ecotoxicologia da água subterrânea<br />
e vulnerabilida<strong>de</strong> à contaminação).<br />
Esta dissertação preten<strong>de</strong> melhorar o nosso conhecimento <strong>do</strong> ciclo<br />
hidrológico nesta área urbana e proporcionar diretrizes para o planeamento<br />
e gestão da exploração <strong>do</strong>s recursos hídricos duma forma ética,<br />
equitativa e sustentável.<br />
As meto<strong>do</strong>logias apresentadas foram aplicadas a sistemas compósitos<br />
tipo casca, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> aleatorieda<strong>de</strong> nas proprieda<strong>de</strong>s materiais e<br />
geométricas <strong>do</strong>s materiais compósitos, assim como no carregamento.<br />
Nome<br />
Luísa Hoffbauer<br />
Área Científica<br />
Matemática Aplicada<br />
Orienta<strong>do</strong>r<br />
Professor Doutor Carlos Alberto Conceição António (FEUP)<br />
Local<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Economia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
e <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Data da Prova<br />
abril 2011<br />
Nome<br />
Maria José Coxito Afonso<br />
Área Científica<br />
Georrecursos (Hidrogeologia e Recursos Hídricos)<br />
Orienta<strong>do</strong>r<br />
Professor Doutor José Manuel Marques (IST-UTL); Professor Doutor<br />
Hel<strong>de</strong>r I. Chaminé (ISEP); Professor Doutor Manuel Marques da Silva (UA)<br />
Local<br />
<strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> Técnico - Universida<strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong> Lisboa<br />
Data da Prova<br />
junho 2011
28<br />
PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
ESTUDOS DE ESCOAMENTO E<br />
DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR<br />
EM FLUIDOS NEWTONIANOS E<br />
NÃO-NEWTONIANOS, NUM TUBO<br />
HELICOIDAL<br />
Os permuta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> calor <strong>de</strong> tubos <strong>de</strong> geometria helicoidal são equipamentos<br />
indispensáveis em diversos processos no teci<strong>do</strong> industrial,<br />
assim como nos sistemas comuns <strong>de</strong> refrigeração, condicionamento<br />
<strong>de</strong> ar e aquecimento <strong>de</strong> água.<br />
Este estu<strong>do</strong> teve como objetivo a realização <strong>de</strong> trabalho experimental<br />
que permitisse <strong>de</strong>terminar, para flui<strong>do</strong>s Newtonianos e não-Newtonianos,<br />
em escoamento laminar completamente <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no<br />
interior <strong>de</strong> uma serpentina helicoidal, na vertical, os fatores <strong>de</strong> atrito<br />
com transferência <strong>de</strong> calor simultânea e os coeficientes peliculares <strong>de</strong><br />
transferência <strong>de</strong> calor para a condição fronteira <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong><br />
constante.<br />
A utilização <strong>de</strong> flui<strong>do</strong>s não-Newtonianos teve por objetivo estudar o<br />
efeito da viscoelasticida<strong>de</strong> nos parâmetros acima cita<strong>do</strong>s. Para o efeito,<br />
foi construída uma instalação experimental. Concluiu-se que os fatores<br />
<strong>de</strong> atrito com transferência <strong>de</strong> calor simultânea, para flui<strong>do</strong>s Newtonianos,<br />
po<strong>de</strong>m ser calcula<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> as expressões da literatura<br />
referentes ao escoamento isotérmico. Quanto aos flui<strong>do</strong>s não-Newtonianos,<br />
verificou-se serem iguais aos obti<strong>do</strong>s para flui<strong>do</strong>s Newtonianos<br />
para números <strong>de</strong> Dean, basea<strong>do</strong>s no número <strong>de</strong> Reynolds generaliza<strong>do</strong><br />
(Pr(g)), inferiores a 80.<br />
Para valores daquele número superiores a 80, verificou-se um <strong>de</strong>svio<br />
para valores inferiores relativamente aos valores <strong>do</strong>s flui<strong>do</strong>s Newtonianos.<br />
Quanto aos coeficientes peliculares <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor <strong>do</strong>s<br />
flui<strong>do</strong>s Newtonianos, foi a correlação <strong>de</strong> Lin et al. (1997) que melhor se<br />
ajustou aos resulta<strong>do</strong>s experimentais obti<strong>do</strong>s para 11
PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
31