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BI 14 - Instituto Superior de Engenharia do Porto - Instituto ...

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BARCHETTA 00<br />

DE COMPETIÇÃO<br />

DEPOIS DO ISEP<br />

Paulo Calçada<br />

EUROCLOUD PORTUGAL<br />

DE FORA CÁ DENTRO<br />

CRITICAL SOFTWARE<br />

Pedro Braga<br />

À CONVERSA COM...<br />

José Alberto Rodrigues


02<br />

ÍNDICE<br />

01<br />

02<br />

EDITORIAL<br />

A RETER<br />

» Por um Novo Norte Inova<strong>do</strong>r<br />

» Novos Cursos: Mestra<strong>do</strong>s em <strong>Engenharia</strong> Civil e <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />

» Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res ISEP<br />

» ISEP|GO: 10º Aniversário<br />

04<br />

EVENTOS<br />

» Fórum <strong>do</strong> Mar<br />

» Inovação, Empreen<strong>do</strong>rismo e Qualida<strong>de</strong> - As práticas que nos inspiram<br />

» XIV EEG: Geotecnia e Socieda<strong>de</strong><br />

» Palestras Thin Film 2011<br />

» Building New Entrepreneurial Lea<strong>de</strong>rs And Coaches For Portugal<br />

» 20 Anos IQI<br />

» CISTER juntou especialistas internacionais no ISEP<br />

» Dias Abertos: Balanço 2010/2011<br />

04<br />

EVENTOS<br />

08<br />

À CONVERSA COM...<br />

» José Alberto Rodrigues - Diretor <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Organização e Gestão<br />

12<br />

DE FORA CÁ DENTRO<br />

» Pedro Braga, CRITICAL SOFTWARE<br />

<strong>14</strong><br />

DESTAQUE<br />

» BARCHETTA 00<br />

16<br />

INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

» Tecnologia mudar o Mun<strong>do</strong>, Nuno Silva<br />

08<br />

À CONVERSA COM<br />

18<br />

DEPOIS DO ISEP<br />

» Paulo Calçada - EUROCLOUD PORTUGAL<br />

20<br />

A NOSSA TECNOLOGIA<br />

» Remo<strong>de</strong>lação da Estrutura <strong>de</strong> um Autocarro<br />

22<br />

BREVES<br />

» Escolinhas Criativas: Formar Gerações Multimédia e Digitais<br />

» EUROPOSGRADOS Argentina 2011<br />

» X OUTOKUMPU: Aço Inoxidável - Um Mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Soluções<br />

» MEE-SEE: Novo Plano <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

» Forman<strong>do</strong>s Aca<strong>de</strong>miacisco.ISEP conquistam Netri<strong>de</strong>rs Nacional<br />

» Martins <strong>de</strong> Carvalho na Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos<br />

» Business Sustainability 2011<br />

» <strong>14</strong> RTCM<br />

» EPS@ISEP: Apresentação <strong>de</strong> Resulta<strong>do</strong>s<br />

» ISEP no Circuito da Boavista<br />

» GILT apresenta TIME MESH na Ma<strong>de</strong>ira<br />

» Projecto Europeu Encourage lança<strong>do</strong> no ISEP<br />

» Robótica ISEP: Show <strong>de</strong> bola em CONSTANTINOPLA<br />

» DEE em Projecto Energético Revolucionário <strong>de</strong> SILICON VALLEY<br />

<strong>14</strong><br />

DESTAQUE<br />

26<br />

PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

16<br />

INVESTIGAÇÃO À LUPA


EDITORIAL 01<br />

EDITORIAL<br />

Numa era marcada por uma economia globalizada e altamente competitiva, o sucesso das organizações<br />

passa em, gran<strong>de</strong> parte, pela sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar, trabalhar em equipa, criar re<strong>de</strong>s,<br />

partilhar boas práticas. Este espírito <strong>de</strong> abertura e inclusão impõe-se igualmente às instituições<br />

académicas.<br />

Através <strong>do</strong>s seus nove grupos <strong>de</strong> investigação e cinco centros <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços, o <strong>Instituto</strong><br />

<strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> tem vin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolver inúmeros protocolos <strong>de</strong> colaboração<br />

com várias empresas nacionais e multinacionais, nomeadamente em áreas <strong>de</strong> tecnologias<br />

emergentes. O ISEP.<strong>BI</strong> <strong>14</strong> traz-nos o exemplo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas parecerias: a colaboração entre o<br />

Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo Real (CISTER) e a Critical Software. As<br />

recorrentes provas dadas por este centro <strong>de</strong> investigação foram o trampolim para que a Critical<br />

procurasse o CISTER para <strong>de</strong>senvolver uma das partes mais importantes <strong>do</strong> projeto EMMON. Na<br />

secção “De Fora Cá Dentro”, Pedro Braga, o engenheiro <strong>de</strong> software da Critical que recebeu o<br />

ISEP.<strong>BI</strong>, explica-nos to<strong>do</strong>s os contornos <strong>de</strong>ste projeto inova<strong>do</strong>r.<br />

Mas o contato com o mun<strong>do</strong> empresarial é apenas um passo no processo <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> uma<br />

instituição <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> à comunida<strong>de</strong> envolvente. Se o diálogo próximo com as empresas<br />

for complementa<strong>do</strong> com tecnologias e serviços que produzam impactos sociais positivos, então<br />

temos a combinação perfeita. Nuno Silva, investiga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Investigação em <strong>Engenharia</strong><br />

<strong>do</strong> Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD), traz-nos, neste <strong>BI</strong>, <strong>do</strong>is exemplos <strong>de</strong> projetos que<br />

estão a ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s e cujos resulta<strong>do</strong>s finais po<strong>de</strong>rão ter reflexos positivos no dia-a-dia <strong>de</strong><br />

muitos cidadãos. Apesar <strong>de</strong> terem públicos-alvo e finalida<strong>de</strong>s bem diferentes, os projetos World<br />

Search e Ambient Assisted Living for All (AAL4ALL) preten<strong>de</strong>m colocar a tecnologia ao serviço<br />

das pessoas. No “Investigação à Lupa” <strong>de</strong>svendamos to<strong>do</strong>s os seus segre<strong>do</strong>s.<br />

Reforçamos a i<strong>de</strong>ia que o ISEP, além <strong>de</strong> formar profissionais <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, preocupa-se em<br />

contribuir para a formação <strong>de</strong> cidadãos. Os estudantes e diploma<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ISEP distinguem-se<br />

pelo espírito pragmático, empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r e aberto ao mun<strong>do</strong>. Além das competências técnicas e<br />

transversais, existe uma aposta continuada na área da li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> equipas e gestão <strong>de</strong> projetos.<br />

Como tem si<strong>do</strong> a aceitação das disciplinas <strong>de</strong> gestão ou quais as maiores dificulda<strong>de</strong>s por parte<br />

<strong>de</strong> estudantes e <strong>do</strong>centes foram algumas das dúvidas que colocamos ao diretor <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> Organização e Gestão (DOG), José Alberto Rodrigues, na rubrica “À Conversa Com...”.<br />

Há ainda mais para <strong>de</strong>scobrir neste ISEP.<strong>BI</strong>. Novas tecnologias, projetos inova<strong>do</strong>res... siga as próximas<br />

páginas e entre connosco em mais uma viagem pelo mun<strong>do</strong> da tecnologia e inovação.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> <strong>14</strong><br />

_<br />

FICHA TÉCNICA<br />

PROPRIEDADE ISEP – <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> DIRECÇÃO João Manuel Simões Rocha<br />

EDIÇÃO ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação REDACÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP – DCC – GDM.2011<br />

IMPRESSÃO Ancestra, Indústria Gráfica, Lda. TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/07<br />

CONTACTOS ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação » Rua Dr. António Bernardino <strong>de</strong> Almeida, nº 431 | 4200-072 <strong>Porto</strong> – Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail gci@isep.ipp.pt


02 A RETER<br />

NOVOS CURSOS<br />

MESTRADOS EM ENGENHARIA CIVIL E<br />

ENGENHARIA MECÂNICA<br />

POR UM NOVO<br />

NORTE<br />

INOVADOR<br />

No dia em que o <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Estatística divulgou a informação<br />

<strong>de</strong> que a região <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> <strong>Porto</strong> exporta meta<strong>de</strong> da alta tecnologia<br />

portuguesa, a Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional<br />

<strong>do</strong> Norte anunciava os finalistas <strong>do</strong>s Prémios Novo Norte 2011. O ISEP<br />

foi nomea<strong>do</strong> na categoria Norte Inova<strong>do</strong>r, com o projeto E2I – Excelência<br />

e Internacionalização na Investigação.<br />

O ISEP tem investi<strong>do</strong>, sustentadamente, na investigação e na internacionalização<br />

– aposta que contempla mais <strong>de</strong> cem parcerias internacionais.<br />

O <strong>Instituto</strong> estabeleceu, recentemente, programas <strong>de</strong> dupla<br />

titulação com universida<strong>de</strong>s espanholas; promove linhas <strong>de</strong> I&D conjuntas,<br />

como é exemplo a atuação no âmbito <strong>do</strong> Programa Carnegie<br />

Mellon Portugal e da re<strong>de</strong> europeia <strong>de</strong> excelência CONET; trabalha com<br />

o MIT e outros parceiros da iniciativa CDIO; <strong>de</strong>senvolve tecnologias inova<strong>do</strong>ras<br />

com congéneres latino-americanos.<br />

O incremento da mobilida<strong>de</strong> internacional tem si<strong>do</strong> também uma das<br />

priorida<strong>de</strong>s recentes, com o reforço da participação em iniciativas <strong>do</strong><br />

Programa <strong>de</strong> Aprendizagem ao Longo da Vida, acor<strong>do</strong>s específicos<br />

com o universo lusófono, ou na captação <strong>de</strong> um maior número <strong>de</strong> estudantes<br />

e <strong>do</strong>centes estrangeiros.<br />

A título <strong>de</strong> exemplo, o Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e<br />

<strong>de</strong> Tempo-Real (CISTER) – um <strong>do</strong>s nove grupos <strong>de</strong> I&D da instituição e<br />

entre os <strong>do</strong>is <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica e Informativa avalia<strong>do</strong>s com<br />

“Excelente”, a nível nacional, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia<br />

– conta com 22 colabora<strong>do</strong>res estrangeiros na sua equipa <strong>de</strong> 39<br />

elementos – uma equipa multicultural com 56% <strong>de</strong> investiga<strong>do</strong>res,<br />

cujas nacionalida<strong>de</strong>s se esten<strong>de</strong>m da América <strong>do</strong> Sul à Ásia.<br />

A afirmação da investigação produzida no ISEP tem si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s aspetos<br />

que mais tem contribuí<strong>do</strong> para o crescente reconhecimento internacional.<br />

Por seu turno, a abertura ao mun<strong>do</strong> tem favoreci<strong>do</strong> uma<br />

transmissão <strong>de</strong> boas práticas, que ajuda a sustentar a excelência da<br />

investigação realizada. Esta procura <strong>de</strong> sinergias, geração e partilha <strong>de</strong><br />

conhecimento orienta<strong>do</strong> para o mun<strong>do</strong>-real, cumpre com os eixos estratégicos<br />

e ajuda a apoiar a competitivida<strong>de</strong> das empresas nacionais.<br />

A Agência <strong>de</strong> Avaliação e Acreditação <strong>do</strong> Ensino <strong>Superior</strong> (A3ES) aprovou<br />

<strong>do</strong>is novos cursos <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> <strong>do</strong> ISEP: o mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong><br />

Civil e o mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Mecânica. Os novos cursos arrancaram<br />

já neste ano letivo.<br />

Com a aprovação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is novos mestra<strong>do</strong>s, o ISEP reformulou a sua<br />

oferta pós-graduada. Atualmente conta com 10 cursos <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong>,<br />

com opção por horários pós-laborais, que oferecem uma especialização<br />

a jovens licencia<strong>do</strong>s ou profissionais <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. Os cursos foram<br />

<strong>de</strong>senha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a permitirem a aplicação <strong>do</strong>s conhecimentos<br />

em ambiente <strong>de</strong> trabalho, testan<strong>do</strong> as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resposta a<br />

novas situações, <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> equipas multidisciplinares e <strong>de</strong> inovação<br />

e aprendizagem contínua.<br />

O novo mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Mecânica abrange quatro áreas<br />

chave <strong>do</strong> setor: Construções Mecânicas (CM), incidin<strong>do</strong> no cálculo estrutural<br />

e tecnologias <strong>de</strong> construção e fabrico mecânico; Energia (EN),<br />

incluin<strong>do</strong> a produção energética baseada em fontes renováveis – eólica,<br />

solar – e a climatização e térmica <strong>de</strong> edifícios no setor da Energia;<br />

Gestão Industrial (GI), com <strong>de</strong>staque para a conceção e melhoria <strong>de</strong><br />

produtos, sistemas produtivos, distribuição e informação; Materiais e<br />

Tecnologias <strong>de</strong> Fabrico (MT), <strong>de</strong>signadamente ao nível <strong>do</strong> comportamento<br />

e caracterização <strong>de</strong> materiais, <strong>de</strong>senvolvimento e otimização <strong>de</strong><br />

processos produtivos e técnicas <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> materiais.<br />

Por seu turno, o novo mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Civil fornece uma especialização<br />

<strong>de</strong> elevada competência técnica e científica em quatro<br />

opções– Construções, Estruturas, Gestão da Construção, Infraestruturas<br />

e Ambiente. O mestra<strong>do</strong> permite aos seus diploma<strong>do</strong>s exercerem,<br />

a to<strong>do</strong>s os níveis, atos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil nas áreas das construções,<br />

estruturas, hidráulica e recursos hídricos, urbanismo, vias <strong>de</strong> comunicação<br />

e transporte e gestão. As capacida<strong>de</strong>s e competências profissionais<br />

transmitidas habilitam os futuros mestres para assumirem responsabilida<strong>de</strong>s<br />

ao nível da direção <strong>de</strong> obra; gestão e fiscalização <strong>de</strong> obras; administração<br />

pública e privada/gestão <strong>de</strong> empreendimentos; gestão <strong>de</strong><br />

empresas; projeto.<br />

O <strong>Instituto</strong> está comprometi<strong>do</strong> com uma cultura <strong>de</strong> inovação tecnológica<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. É neste senti<strong>do</strong> que tem vin<strong>do</strong> a<br />

promover um diálogo com parceiros empresariais e sociais, que permite<br />

avaliar as reais necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e moldar soluções para os<br />

<strong>de</strong>safios da <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> séc. XXI.<br />

O ISEP foi um digno finalista, congratulan<strong>do</strong>-se com a entrega <strong>do</strong><br />

Prémio Norte Inova<strong>do</strong>r ao INESC <strong>Porto</strong> LA, com quem firmou, recentemente,<br />

um memoran<strong>do</strong> <strong>de</strong> entendimento. Os Prémios Novo Norte<br />

nomearam ainda a Escola <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> Música, Artes e Espetáculo <strong>do</strong><br />

Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (ESMAE.IPP), na categoria Norte Criativo.


A RETER<br />

03<br />

EMPREENDEDORES ISEP<br />

O ISEP sempre assumiu como sua missão contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> soluções que criem valor-acrescenta<strong>do</strong>. Esta cultura pragmática<br />

<strong>de</strong> inovação ajuda a fomentar uma mentalida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra<br />

entre estudantes e diploma<strong>do</strong>s. Ao promover o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo, o<br />

<strong>Instituto</strong> incentiva o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências críticas para os<br />

<strong>de</strong>safios <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho.<br />

ANIVERSÁRIO<br />

O Gabinete <strong>de</strong> Orientação (ISEP|GO) celebrou o seu 10º aniversário.<br />

Este espaço tem aproveita<strong>do</strong> o lema “não pares, orienta-<br />

-te” para sustentar a consagração <strong>de</strong> uma mentalida<strong>de</strong> mais<br />

dinâmica, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2001.<br />

Dedica<strong>do</strong> à integração, bem-estar e sucesso académico <strong>do</strong>s estudantes,<br />

o ISEP|GO procura, igualmente, apoiar a construção <strong>de</strong><br />

perfis pessoais competentes e autónomos, orientação vocacional,<br />

integração profissional e consolidação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> vida.<br />

Hél<strong>de</strong>r Fernan<strong>de</strong>s é um <strong>do</strong>s exemplos <strong>do</strong>s empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res forma<strong>do</strong>s<br />

no ISEP. O engenheiro eletrotécnico criou a ViGIE Solutions – empresa<br />

premiada que se <strong>de</strong>dica à criação <strong>de</strong> soluções integradas <strong>de</strong> monitorização<br />

contínua <strong>de</strong> ambientes hospitalares. Na sua origem, esteve a<br />

constatação <strong>de</strong> que «havia uma necessida<strong>de</strong> e, consequentemente,<br />

uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio». O jovem engenheiro guarda na memória<br />

a aula em que ouviu que, «a principal função <strong>de</strong> um engenheiro<br />

é tornar a vida <strong>do</strong>s outros mais simples» e recorda o ISEP como «um<br />

local <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> excelência, on<strong>de</strong> os alunos são “espicaça<strong>do</strong>s”<br />

a <strong>de</strong>senvolver competências <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, espírito crítico, <strong>de</strong>cisão<br />

e inovação».<br />

José Pedro Airosa é outro exemplo <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r ISEP, licencia<strong>do</strong><br />

em <strong>Engenharia</strong> Informática e cofunda<strong>do</strong>r da Bluekora. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />

que o trabalho <strong>de</strong> um engenheiro inci<strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções<br />

fiáveis e inova<strong>do</strong>ras, Airosa associa facilmente a <strong>Engenharia</strong> ao<br />

empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo. Da passagem pelo ISEP ficou a i<strong>de</strong>ia da «excelente<br />

meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> ensino e <strong>de</strong> <strong>do</strong>centes que são verda<strong>de</strong>iras inspirações».<br />

Também Paulo Ramalho consi<strong>de</strong>ra in<strong>de</strong>lével a ligação entre a <strong>Engenharia</strong><br />

e o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo. O engenheiro mecânico e funda<strong>do</strong>r da<br />

Quimauto, confia na responsabilida<strong>de</strong> das instituições académicas para<br />

«formar as novas gerações <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res» e <strong>de</strong>staca o exemplo da<br />

forte componente prática e ligação ao mun<strong>do</strong> empresarial <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

A abordagem prática reflete-se, igualmente, em João Vieira Pinto. O<br />

engenheiro informático <strong>de</strong>cidiu criar a Jocopi quan<strong>do</strong> estava à procura<br />

<strong>de</strong> emprego e vê o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo como um processo contínuo<br />

<strong>de</strong> perseverança e evolução. «O ISEP foi, sem dúvida, um <strong>do</strong>s principais<br />

pilares da minha formação», comenta. Destaca, entre outras, a experiência<br />

<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> internacional ao abrigo <strong>do</strong> programa Erasmus<br />

– que lhe abriu novos horizontes – e a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>centes<br />

e <strong>de</strong> funcionários não <strong>do</strong>centes. Para João Vieira Pinto, «to<strong>do</strong>s somos<br />

empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res à espera da motivação para nos impulsionar».<br />

Conforme <strong>de</strong>stacou recentemente o Presi<strong>de</strong>nte da República, a feroz<br />

competição globalizada requer que os jovens respondam com «uma<br />

forte preparação técnica, aliada a uma inteligência criativa, motivação<br />

para a ação e gosto pela iniciativa». O ISEP vê no empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />

uma chave para a construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> mais dinâmica, competitiva<br />

e gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s.<br />

A história <strong>do</strong> ISEP|GO começou com a criação <strong>do</strong> Gabinete <strong>de</strong><br />

Apoio ao Estudante e <strong>do</strong> Gabinete <strong>de</strong> Apoio Pedagógico, ten<strong>do</strong><br />

inicia<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, o Programa <strong>de</strong> Aperfeiçoamento Pedagógico<br />

para <strong>do</strong>centes e as consultas psicológicas para estudantes.<br />

Os anos seguintes assistiram a um rápi<strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> leque<br />

<strong>de</strong> iniciativas, com o lançamento <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> formação para<br />

estudantes – sobressain<strong>do</strong> a aposta no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

competências transversais – e a participação em ações <strong>de</strong> acolhimento<br />

<strong>de</strong> novos alunos. Já integra<strong>do</strong> na Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Serviços<br />

<strong>de</strong> Apoio Psicológico no Ensino <strong>Superior</strong> (RESAPES), o Gabinete<br />

investiu nas valências <strong>de</strong> apoio à transição para o mun<strong>do</strong><br />

profissional, com o lançamento <strong>de</strong> uma UNIVA - Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Inserção na Vida Activa em 2004 e o arranque da Bolsa <strong>de</strong> Emprego<br />

<strong>do</strong> ISEP no ano seguinte.<br />

O crescente envolvimento com a integração profissional <strong>de</strong><br />

diploma<strong>do</strong>s levou à organização <strong>de</strong> eventos como a Feira <strong>de</strong><br />

Emprego <strong>do</strong> ISEP (2006) e o Fórum Inovação & Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />

(2007). Estas iniciativas contaram com a participação<br />

<strong>de</strong> várias empresas <strong>de</strong> renome, entre as quais a EDP, Lactogal,<br />

Vicaima, Hilti, FASE, entre outras.<br />

Em paralelo, o ISEP|GO foi reforçan<strong>do</strong> as medidas <strong>de</strong> apoio à integração<br />

e sucesso académico, com a dinamização <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong><br />

conferências <strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Transições, a participação no Ano Zero<br />

– curso em méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a candidatos ao Ensino<br />

<strong>Superior</strong> – e o lançamento <strong>do</strong> Programa Aluno-Tutor. O<br />

ISEP|GO colaborou ainda no seminário (UN)REST – <strong>de</strong> reintegração<br />

<strong>de</strong> alunos Erasmus – e tem promovi<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009, o<br />

seminário <strong>de</strong> acolhimento <strong>de</strong> novos alunos INTEGRA’ISEP.<br />

Em 2010, o atendimento <strong>do</strong> ISEP|GO atinge uma marca próxima<br />

<strong>do</strong>s 20% <strong>do</strong> universo estudantil ISEP (composto por mais seis<br />

mil e quinhentos alunos). Outro facto digno <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é a<br />

marca <strong>de</strong> mil empresas registadas na Bolsa <strong>de</strong> Emprego <strong>do</strong> ISEP,<br />

já em 2011.<br />

O Gabinete <strong>de</strong> Orientação é um <strong>do</strong>s serviços que espelha o<br />

investimento <strong>do</strong> ISEP no bem-estar e sucesso <strong>do</strong>s estudantes.


04 EVENTOS<br />

FÓRUM DO MAR<br />

Reconhecen<strong>do</strong> o Mar como um espaço on<strong>de</strong> Portugal se po<strong>de</strong> afirmar<br />

científica e tecnologicamente, o ISEP participou no Fórum <strong>do</strong> Mar em<br />

estreita colaboração com a Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. Além <strong>de</strong> um stand<br />

informativo, a presença na Exponor contou com uma apresentação por<br />

Ana Pires e Hel<strong>de</strong>r Chaminé, no âmbito <strong>do</strong> painel “Viver o Cluster”.<br />

A Economia <strong>do</strong> Mar compreen<strong>de</strong> uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s associadas<br />

a setores como a construção e reparação naval, pesca, aquicultura,<br />

conservação e transformação <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>, turismo e náutica <strong>de</strong><br />

recreio, energia e ambiente, novos produtos e materiais, transportes e<br />

infraestruturas portuárias.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> este potencial económico, o primeiro Fórum <strong>do</strong> Mar<br />

visou incentivar sinergias, apresentar tecnologias e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

negócio e internacionalização, sen<strong>do</strong> organiza<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is parceiros <strong>do</strong><br />

ISEP – a Oceano XXI – Cluster <strong>do</strong> Conhecimento e Economia <strong>do</strong> Mar e<br />

a Associação Empresarial <strong>de</strong> Portugal (AEP).<br />

Em linha com a ambição <strong>de</strong> usar a <strong>Engenharia</strong> para re<strong>de</strong>scobrir potencialida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong> Mar e criar soluções, o ISEP divulgou alguns <strong>do</strong>s vários projetos<br />

<strong>de</strong> investigação aplicada que <strong>de</strong>senvolve neste eixo estratégico <strong>de</strong> ação.<br />

A título <strong>de</strong> exemplo, o ISEP tem em <strong>de</strong>senvolvimento projetos na área<br />

da robótica para salvamento <strong>de</strong> náufragos ou inspeção submarina; em<br />

<strong>Engenharia</strong> Química, para aproveitamento <strong>de</strong> algas na produção <strong>de</strong><br />

biodiesel ou na avaliação da qualida<strong>de</strong> alimentar (pesca); <strong>de</strong> estu<strong>do</strong><br />

da conservação costeira rochosa e preservação <strong>do</strong>s sistemas aquíferos<br />

costeiros, no campo da <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente; além<br />

<strong>de</strong> valências da <strong>Engenharia</strong> Mecânica e da <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica,<br />

que po<strong>de</strong>m ser colocadas ao serviço das indústrias naval e conserveira<br />

ou da produção <strong>de</strong> energias limpas.<br />

A presença na Exponor serviu ainda para impulsionar a assinatura <strong>de</strong><br />

um protocolo <strong>de</strong> colaboração <strong>do</strong> Pólo <strong>do</strong> Mar, entre o Politécnico <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> e a Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.


EVENTOS<br />

05<br />

XIV EEG<br />

GEOTECNIA E SOCIEDADE<br />

O Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica (DEG) promoveu o XIV Encontro<br />

<strong>de</strong> Engenheiros Geotécnicos (XIV EEG). Subordina<strong>do</strong> ao tema<br />

“Geotecnia e Socieda<strong>de</strong>”, este evento <strong>de</strong>correu em Maio.<br />

promoveu o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> temas que concorrem para<br />

os atuais <strong>de</strong>safios que se colocam a todas as equipas <strong>de</strong> geoprofissionais,<br />

no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> favorecer uma socieda<strong>de</strong> mais equilibrada.<br />

Entre os temas em discussão no XIV EEG estiveram a atualização <strong>de</strong> conhecimentos,<br />

a troca <strong>de</strong> experiências, o contato com o mun<strong>do</strong> real da<br />

mo<strong>de</strong>rna Geotecnia nas suas diferentes vertentes – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a caracterização<br />

e obras <strong>de</strong> geoengenharia <strong>de</strong> maciços, em complexos contextos<br />

geotécnicos, até à valorização <strong>do</strong>s georrecursos e geoenergia <strong>de</strong> uma<br />

forma ambiental e sustentável.<br />

Realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios da existência <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Geotécnica (atualmente <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente), o<br />

EEG é um evento bienal que serve, igualmente, para aproximar antigos<br />

alunos – engenheiros geotécnicos espalha<strong>do</strong>s um pouco por to<strong>do</strong> o<br />

mun<strong>do</strong> – e reuni-los com atuais estudantes e <strong>do</strong>centes para um momento<br />

<strong>de</strong> convívio e troca <strong>de</strong> experiências profissionais.<br />

Aberto a profissionais e estudantes <strong>de</strong> geoengenharias, o XIV EEG contou<br />

com a presença <strong>de</strong> vários ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> elevada reputação<br />

e créditos firma<strong>do</strong>s nos meios académico e empresarial, garantin<strong>do</strong><br />

a manutenção da excelência das anteriores edições. O evento<br />

O XIV EEG contou com a participação da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Universida<strong>de</strong><br />

Fernan<strong>do</strong> Pessoa, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong> Compostela,<br />

Associação Nacional <strong>de</strong> Engenheiros Técnicos (ANET) e da empresa<br />

MonteAdriano.<br />

INOVAÇÃO, EMPREENDORISMO E QUALIDADE<br />

AS PRÁTICAS QUE NOS INSPIRAM<br />

No senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> continuar a sustentar a partilha <strong>de</strong> conhecimentos<br />

e boas práticas que contribuam para a mo<strong>de</strong>rnização e competitivida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> setor público, o ISEP promoveu o seminário “Inovação,<br />

Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e Qualida<strong>de</strong> – As práticas que nos inspiram”.<br />

O evento começou com o painel “O Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e a Inovação”,<br />

mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por Luís Fonseca (ISEP e APCER) e que incluiu as<br />

palestras “Innovation in Stimulating Entrepreneurship Through the<br />

Public Sector”, <strong>de</strong> Dane Redford (Universida<strong>de</strong> Católica) e “Práticas<br />

<strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Inovação”, por Isabel Caetano (COTEC Portugal).<br />

O ora<strong>do</strong>r norte-americano abor<strong>do</strong>u a importância <strong>do</strong> setor público<br />

como catalisa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e <strong>de</strong>stacou que aproximadamente<br />

<strong>do</strong>is terços <strong>do</strong>s portugueses com estu<strong>do</strong>s superiores<br />

gostariam <strong>de</strong> criar o seu próprio emprego. Ao abordar a importância<br />

da formação no processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma mentalida<strong>de</strong><br />

mais empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra, Dan Redford apontou ainda a premência da<br />

aposta na cooperação e partilha <strong>de</strong> boas práticas internacionais.<br />

Seguidamente, Isabel Caetano aflorou a importância da inovação<br />

como elemento chave da competitivida<strong>de</strong> num merca<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong>,<br />

seguida <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong> empresas lí<strong>de</strong>res em inovação. A<br />

apresentação permitiu <strong>de</strong>stacar, a título <strong>de</strong> exemplo, a importância<br />

das capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> associação, observação, trabalho em re<strong>de</strong>, experimentação<br />

e senti<strong>do</strong> crítico.<br />

No painel da tar<strong>de</strong>, “Boas Práticas na Qualida<strong>de</strong> e Comunicação”,<br />

Miguel Rangel (Sport Zone) apresentou “A Mudança na<br />

Comunicação”, on<strong>de</strong> abor<strong>do</strong>u o processo <strong>de</strong> criação da nova<br />

marca Sonae.<br />

O seminário terminou com a apresentação “Prémio Boas Práticas no<br />

Sector Público – A Experiência <strong>do</strong> ISEP”. A exposição <strong>de</strong> Berta Baptista<br />

(ISEP) serviu para divulgar o processo <strong>de</strong> criação da plataforma<br />

SIMPLEXmente Académico, que permitiu ao ISEP vencer o Prémio<br />

Boas Práticas no Setor Público: Serviço ao Cidadão – Ensino, mas<br />

que se espera representar apenas o início <strong>de</strong> um caso <strong>de</strong> sucesso.


06 EVENTOS<br />

CISTER JUNTOU ESPECIALISTAS INTERNACIONAIS NO ISEP<br />

O CISTER organizou a 23ª Conferência Euromicro em Sistemas <strong>de</strong> Tempo-Real<br />

(ECRTS 2011). Este evento reuniu, no ISEP, cerca <strong>de</strong> 200 especialistas<br />

em sistemas embebi<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> tempo-real, das mais reputadas<br />

instituições científicas e empresas europeias, americanas e asiáticas.<br />

Antece<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a conferência, o dia 5 <strong>de</strong> julho foi <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a cinco<br />

workshops paralelos, cujo ambiente colaborativo visou o intercâmbio<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias sobre vários tópicos especializa<strong>do</strong>s. Seguidamente, o programa<br />

da conferência esten<strong>de</strong>u-se entre 6 e 8 <strong>de</strong> julho, sen<strong>do</strong> composto<br />

por oito sessões principais e duas palestras convidadas <strong>do</strong>s professores<br />

Hermann Kopetz e David Atienza, referências mundiais nas suas áreas<br />

<strong>de</strong> trabalho.<br />

Hermann Kopetz, professor da Vienna University of Technology, abor<strong>do</strong>u<br />

os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> seu trabalho na área <strong>de</strong> “Time Triggered Architectures”,<br />

enquanto David Atienza, <strong>do</strong>cente da École Polytechnique Fédérale<br />

<strong>de</strong> Lausanne e da Universidad Complutense <strong>de</strong> Madrid, incidiu<br />

na temática <strong>de</strong> “Thermal-aware <strong>de</strong>sign of multiprocessor system-on-achip<br />

architectures”.<br />

embebidas; escalonamento <strong>de</strong> tarefas computacionais e partilha <strong>de</strong> recursos<br />

em plataformas multiprocessa<strong>do</strong>r; re<strong>de</strong>s e sistemas distribuí<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> tempo-real.<br />

O programa científico da ECRTS 2011 pautou-se pela relevância <strong>do</strong>s<br />

participantes e apresentações, contan<strong>do</strong> com um total <strong>de</strong> 25 comunicações<br />

(entre um total <strong>de</strong> 119 artigos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> submeti<strong>do</strong>s).<br />

Ao longo da semana, observaram-se ainda apresentações em tópicos,<br />

como a análise <strong>de</strong> tempos <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> programas embebi<strong>do</strong>s;<br />

gestão <strong>de</strong> energia e dissipação térmica <strong>de</strong> plataformas computacionais<br />

A ECRTS 2011 terminou com um painel <strong>de</strong> discussão sobre o tema<br />

Networked Monitoring and Control/Cyber-Physical Systems, mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />

por Jorge Pereira (Comissão Europeia) e com a participação <strong>de</strong> Ted<br />

Baker (National Science Foundation, EUA), Chenyang Lu (Washington<br />

University), Al Mok (University of Texas at Austin), Sérgio Penna (EM-<br />

BRAER), Eduar<strong>do</strong> Tovar (CISTER) e Karl-Erik Årzén (Lund University).<br />

DIAS ABERTOS: BALANÇO 2010/2011<br />

O <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é uma das principais<br />

escolas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> em Portugal. Funda<strong>do</strong> em 1852, sempre<br />

primou por uma postura <strong>de</strong> abertura e proximida<strong>de</strong> aos parceiros<br />

académicos, empresariais e sociais.<br />

Nos Dias Abertos, as escolas têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visitar o ISEP, conhecer<br />

o campus, laboratórios, cursos e filosofia <strong>de</strong> ensino/aprendizagem.<br />

Ao promover um contacto próximo com estudantes e colabora<strong>do</strong>res<br />

da Instituição, constituem uma enriquece<strong>do</strong>ra apresentação <strong>do</strong><br />

Ensino <strong>Superior</strong>, da Ciência e, particularmente, da <strong>Engenharia</strong>.<br />

No presente ano letivo, o ISEP acolheu visitas da Escola Secundária<br />

<strong>do</strong>s Carvalhos (V. N. Gaia), Colégio das Escravas <strong>do</strong> Sagra<strong>do</strong><br />

Coração <strong>de</strong> Jesus (<strong>Porto</strong>), Escola Secundária da Boa Nova (Leça da<br />

Palmeira), LIAAD - INESC <strong>Porto</strong> (<strong>Porto</strong>), Escola Secundária <strong>de</strong> Marco<br />

<strong>de</strong> Canaveses, Escola Secundária <strong>de</strong> Águas Santas (Maia), Agrupamento<br />

Vertical Canelas (V. N. Gaia), Centro <strong>de</strong> Apoio Tecnológico<br />

à Indústria Metalomecânica (<strong>Porto</strong>), GTI - Gestão, Tecnologia e Inovação<br />

S.A., Escola Secundária da Maia, Agrupamento <strong>de</strong> Escolas da<br />

Senhora da Hora nº 2 e <strong>do</strong> Programa Ciência Viva, contemplan<strong>do</strong><br />

um total <strong>de</strong> 362 alunos visitantes.<br />

Em linha com esta orientação, o ISEP promove, mensalmente, um<br />

Dia Aberto, em que recebe a visita <strong>de</strong> escolas secundárias e profissionais<br />

para <strong>de</strong>svendar um pouco <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da inovação tecnológica<br />

a candidatos ao Ensino <strong>Superior</strong>.<br />

Manten<strong>do</strong> a aposta num espírito inclusivo e colaborativo, o calendário<br />

<strong>do</strong>s Dias Abertos 2011/2012 será divulga<strong>do</strong> em breve, manten<strong>do</strong>-se<br />

o contacto gci@isep.ipp.pt para a marcação <strong>de</strong> visitas e<br />

pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> informação.


EVENTOS<br />

07<br />

PALESTRAS THIN FILM 2011<br />

O Departamento <strong>de</strong> Física (DFI) promoveu um ciclo <strong>de</strong> palestras, organiza<strong>do</strong><br />

pelo professor Lijian Meng, sobre as aplicações <strong>de</strong> filmes finos<br />

-Thin Film 2011. Este ciclo, que <strong>de</strong>correu entre 16 <strong>de</strong> maio e 13 <strong>de</strong> junho,<br />

compreen<strong>de</strong>u cinco sessões que abordaram as potencialida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> produto.<br />

Os filmes finos variam entre frações <strong>de</strong> uns nanómetros a vários micrómetros<br />

<strong>de</strong> espessura, sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong>s em aplicações como semicondutores<br />

eletrónicos, revestimentos óticos ou para uso em memórias<br />

<strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res.<br />

BUILDING NEW<br />

ENTREPRENEURIAL<br />

LEADERS AND COACHES<br />

FOR PORTUGAL<br />

A primeira ronda <strong>de</strong>ste ciclo <strong>de</strong> palestras realizou-se no dia 16 <strong>de</strong> maio,<br />

com a apresentação <strong>de</strong> Paulo Fernan<strong>de</strong>s, “Células Solares em Filmes Finos<br />

<strong>de</strong> Cu 2<br />

ZnSnS 4<br />

Cresci<strong>do</strong> por Sulfurização <strong>de</strong> Multicamadas Metálicas”.<br />

Seguiram-se “Filmes Finos Ultraduros e Nano-estrutura<strong>do</strong>s para Aplicações<br />

Tribológicas”, por Cristiano Abreu; “A Industrialização em Massa da<br />

Tecnologia CIGS”, <strong>de</strong> Manuel Azeve<strong>do</strong>; “Preparação e Caracterização <strong>de</strong><br />

Filmes Finos <strong>de</strong> Óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Índio-Estanho (ITO)”, por Lijian Meng; “Physical<br />

Characterization of Plasma Deposited Polymeric Proton Exchange<br />

Membrane used in Fuel Cells”, <strong>de</strong> Rui Silva.<br />

20 ANOS IQI<br />

O Departamento <strong>de</strong> Física (DFI) celebrou, no dia 4 <strong>de</strong> junho, os 20 anos<br />

<strong>do</strong> bacharelato em Instrumentação e Qualida<strong>de</strong> Industrial (IQI), precursor<br />

da atual licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Instrumentação e Metrologia.<br />

O bacharelato em Instrumentação e Qualida<strong>de</strong> Industrial foi aprova<strong>do</strong><br />

a 1 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1991 e iniciou o seu funcionamento no ano letivo<br />

1991/92. Seguiu-se a aprovação da licenciatura bietápica em <strong>Engenharia</strong><br />

<strong>de</strong> Instrumentação e Qualida<strong>de</strong> Industrial (EIQI), em outubro <strong>de</strong><br />

2000.<br />

No seguimento <strong>do</strong> seminário “Inovação, Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />

e Qualida<strong>de</strong> – As Práticas que nos inspiram”, o ISEP convi<strong>do</strong>u<br />

o norte-americano Ron Husted<strong>de</strong>, diretor <strong>do</strong> programa<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo Kentucky Entrepreneurial<br />

Coaches Institute, para um seminário sobre boas práticas <strong>de</strong><br />

empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo.<br />

«Os países e regiões precisam, cada vez mais, <strong>de</strong> se perspetivarem<br />

como empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res, com espaço para empresários<br />

que <strong>de</strong>safiam o status quo. É esta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar soluções,<br />

on<strong>de</strong> outros apenas veem problemas, que serve a comunida<strong>de</strong><br />

e a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida local. O sucesso<br />

das regiões passa, crucialmente, pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fomentar<br />

uma cultura empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra <strong>de</strong> inovação».<br />

Posteriormente, no âmbito <strong>do</strong> Processo <strong>de</strong> Bolonha, o curso sofreu nova<br />

reestruturação, ten<strong>do</strong> surgi<strong>do</strong> a licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Instrumentação<br />

e Metrologia no ano letivo <strong>de</strong> 2006/2007. Três anos <strong>de</strong>pois,<br />

em 2009/2010, surge o mestra<strong>do</strong> em Instrumentação e Metrologia.<br />

Direciona<strong>do</strong> para as áreas <strong>de</strong> metrologia, controlo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, gestão<br />

<strong>de</strong> equipamento industrial e hospitalar, entre outros, este curso, inova<strong>do</strong>r<br />

em Portugal, forma profissionais aptos a <strong>de</strong>sempenhar funções<br />

ao nível <strong>de</strong> direção técnica <strong>de</strong> laboratórios <strong>de</strong> metrologia e execução<br />

técnica <strong>de</strong> calibrações <strong>de</strong> equipamentos.<br />

Para a celebração <strong>do</strong>s 20 anos <strong>do</strong> IQI, o DFI contou com a presença especial<br />

<strong>de</strong> vários diploma<strong>do</strong>s, ex-<strong>do</strong>centes e empresas, que têm ajuda<strong>do</strong><br />

a edificar a sua reputação. Mecwi<strong>de</strong>, Centro <strong>de</strong> Apoio Tecnológico à<br />

Indústria Metalomecânica (CATIM), Randstad e Nicola foram alguns <strong>do</strong>s<br />

nomes representa<strong>do</strong>s.<br />

Até 2011, o ISEP já formou centenas <strong>de</strong> diploma<strong>do</strong>s nesta área, sen<strong>do</strong><br />

a licenciatura frequentada atualmente por cerca <strong>de</strong> 70 futuros<br />

diploma<strong>do</strong>s.<br />

De acor<strong>do</strong> com Natércia Lima, diretora <strong>do</strong> Departamento, o curso <strong>de</strong>staca-se<br />

por promover um saber aplica<strong>do</strong> que respon<strong>de</strong> às exigências<br />

<strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> conhecimento e criativa.<br />

O seminário aproveitou a experiência <strong>do</strong> premia<strong>do</strong> programa<br />

Kentucky Entrepreneurial Coaches Institute para refletir sobre<br />

formas <strong>de</strong> apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um programa personaliza<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res empreen<strong>do</strong>res portugueses.<br />

O programa explorou, ao longo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is dias, temas associa<strong>do</strong>s<br />

à pesquisa <strong>de</strong> ativos; aproveitamento das artes locais<br />

como fonte <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo; a cultura empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra;<br />

networking; reconhecimento; recolha <strong>de</strong> informação; aplicação<br />

<strong>de</strong> planos <strong>de</strong> negócio, entre outros.


08<br />

À CONVERSA COM...<br />

JOSÉ<br />

ALBERTO<br />

RODRIGUES<br />

DIRETOR DO<br />

DEPARTAMENTO DE<br />

ORGANIZAÇÃO E<br />

GESTÃO<br />

Numa escola em que o espírito pragmático e inova<strong>do</strong>r é o<br />

mote, apren<strong>de</strong>r a gerir é fundamental para um aluno se tornar<br />

um engenheiro <strong>de</strong> topo. Nasci<strong>do</strong> há cerca <strong>de</strong> 20 anos, o<br />

Departamento <strong>de</strong> Organização e Gestão <strong>do</strong> ISEP tem uma<br />

missão aliciante: ajudar os pragmáticos engenheiros a <strong>de</strong>senvolver<br />

as competências chave para serem bons gestores,<br />

coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res. O diretor <strong>do</strong> Departamento<br />

explicou ao ISEP|<strong>BI</strong> como se trava a batalha contra<br />

o ceticismo em relação às chamadas “disciplinas teóricas”.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Quan<strong>do</strong> nasceu o Departamento <strong>de</strong> Organização e Gestão?<br />

José Alberto Rodrigues (J.A.R.) O Departamento <strong>de</strong> Gestão nasceu<br />

por iniciativa <strong>do</strong> Conselho Científico há cerca <strong>de</strong> vinte anos, quan<strong>do</strong><br />

se começou a evi<strong>de</strong>nciar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incluir disciplinas <strong>de</strong> gestão<br />

nos vários cursos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. O primeiro associa<strong>do</strong> foi o Departamento<br />

<strong>de</strong> Informática. De uma forma gradual, as disciplinas <strong>de</strong> gestão<br />

foram passan<strong>do</strong> para a responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> novo <strong>de</strong>partamento e foi-<br />

-se estruturan<strong>do</strong> o ensino da gestão nos vários cursos da escola.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Qual a importância <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Organização e Gestão<br />

numa escola <strong>de</strong> engenharia como o ISEP?<br />

J.A.R. Atualmente, não chega a um engenheiro ter apenas competências<br />

técnicas. Tem <strong>de</strong> ter conhecimentos e competências transversais,<br />

das quais a Gestão é uma das mais importantes. Há outras, como as<br />

línguas, ou os conhecimentos básicos <strong>de</strong> informática, que são também<br />

indispensáveis. Mas a Gestão é muito, muito importante e tem várias<br />

áreas que são fundamentais. Des<strong>de</strong> logo, o conhecimento <strong>de</strong> como<br />

funcionam as empresas, como se estruturam as organizações. Conhecimentos<br />

que são úteis para que alguém que entre numa organização<br />

perceba o que se passa à sua volta. Perceber que há vários <strong>de</strong>partamentos,<br />

que há inter<strong>de</strong>pendências, que há relações <strong>de</strong> chefia e <strong>de</strong><br />

subordinação, que é preciso coor<strong>de</strong>nar processos... Depois, há competências<br />

mais específicas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> competências <strong>de</strong> trabalho em equipa,<br />

por exemplo, uma das mais valorizadas pelas empresas, competências<br />

<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> projetos, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r, competências para<br />

lidar com a mudança... Já ouvi gestores <strong>de</strong> topo afirmarem aos seus<br />

subordina<strong>do</strong>s: ‘quem não é capaz <strong>de</strong> lidar com a mudança vai ter que<br />

mudar <strong>de</strong> empresa’.


À CONVERSA COM...<br />

09<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Po<strong>de</strong> afirmar-se que um bom engenheiro <strong>de</strong>ve ser também<br />

um bom gestor?<br />

J.A.R. Diria até que, na maior parte <strong>do</strong>s casos, essa afirmação é correta.<br />

Temos feito contactos regulares com antigos alunos, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

perceber qual é a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les, quais são as competências da gestão<br />

<strong>de</strong> que mais precisam. E são muito raros os casos <strong>do</strong>s engenheiros que<br />

nos referem que gastam menos <strong>de</strong> 20% <strong>do</strong> seu tempo em tarefas <strong>de</strong><br />

gestão e <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação, sen<strong>do</strong> que há muitos <strong>de</strong>les que gastam 50%<br />

<strong>do</strong> seu tempo, ou mais, nesse tipo <strong>de</strong> tarefas.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Existiu algum ponto <strong>de</strong> viragem que permitiu a existência <strong>de</strong><br />

disciplinas <strong>de</strong> Gestão no ISEP?<br />

J.A.R. Do meu ponto <strong>de</strong> vista, não houve um momento – houve uma<br />

sensibilida<strong>de</strong> crescente. Em geral, há uns 20 ou 30 anos, os cursos <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> tinham apenas disciplinas técnicas das suas áreas. Aos poucos,<br />

as várias entida<strong>de</strong>s envolvidas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as próprias escolas, a Or<strong>de</strong>m<br />

<strong>do</strong>s Engenheiros e as próprias estruturas empresariais foram solicitan<strong>do</strong>,<br />

cada vez mais, as competências <strong>de</strong> gestão. Foi um processo gradual.<br />

Aqui, na escola, acho que a viragem se <strong>de</strong>u, realmente, aquan<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Processo <strong>de</strong> Bolonha. Quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>u a reformulação <strong>do</strong>s cursos,<br />

houve um gran<strong>de</strong> movimento no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> se organizar os cursos<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com padrões internacionais. Portanto, mais <strong>do</strong> que nunca,<br />

os responsáveis pelas <strong>de</strong>cisões curriculares foram ver o que se fazia lá<br />

fora. Sondaram-se as associações patronais, recolheu-se a opinião <strong>do</strong>s<br />

emprega<strong>do</strong>res em vários pontos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (até porque não formamos<br />

engenheiros apenas para Portugal, mas para o mun<strong>do</strong>) e as orientações<br />

eram muito claras – a Gestão é fundamental.<br />

profissional. A nível <strong>de</strong> competências mais concretas, diria que serão<br />

básicas algumas competências <strong>de</strong> organização <strong>de</strong> trabalho, por um<br />

la<strong>do</strong>, e algumas competências que têm muito a ver com atitu<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> lidar com pessoas. Neste grupo, inclui-se a comunicação,<br />

a motivação e a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> pessoas e equipas. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

planear, organizar e controlar é extremamente importante. Ser capaz<br />

<strong>de</strong> gerir reuniões, estabelecer calendários, conseguir organizar o seu<br />

trabalho e, consequentemente, o <strong>do</strong>s outros. Outra das coisas que hoje<br />

se fala muito é <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo. Não só o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />

<strong>de</strong> quem lança a sua empresa, mais também o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />

<strong>de</strong>ntro das empresas. Esta é uma competência muito importante.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Provavelmente, o contributo começa pelas escolas.<br />

J.A.R. Acho que é a nossa obrigação. Sentimos que po<strong>de</strong>mos dar um<br />

contributo importante e o <strong>de</strong>partamento está firmemente empenha<strong>do</strong><br />

em ajudar a esta transformação, que, antes <strong>de</strong> mais, é uma transformação<br />

ao nível da atitu<strong>de</strong>. Se quisermos ser mais produtivos, é fácil encontrar<br />

instrumentos e méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> trabalho simples e eficazes. O difícil é querer<br />

utilizá-los, o difícil é ver que se tem <strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>, que se tem <strong>de</strong><br />

mudar <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> trabalho. Isso é que é realmente complica<strong>do</strong>.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Quais as principais dificulda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s alunos?<br />

J.A.R. A gran<strong>de</strong> questão é convencer os alunos <strong>de</strong> que a Gestão é importante,<br />

porque, obviamente, a expetativa da generalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s alunos,<br />

quan<strong>do</strong> vem para um curso <strong>de</strong> engenharia, é tratar <strong>de</strong> “coisas técnicas”.<br />

To<strong>do</strong>s os anos temos alunos que nos dizem que se inscreveram<br />

num curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, não <strong>de</strong> Gestão.<br />

“TEMOS OBRIGATORIAMENTE QUE FAZER<br />

COISAS DIFERENTES, OU SEJA, INOVAR”<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Quais são as competências chave que <strong>de</strong>stacaria?<br />

J.A.R. Em primeiro lugar, é necessário que um engenheiro tenha a<br />

sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber o que se passa à sua volta. Se estamos, por<br />

exemplo, a falar <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res-estudantes, eles sabem o que é uma<br />

empresa, sabem o que é a coor<strong>de</strong>nação, sabem o que são os <strong>de</strong>partamentos.<br />

Mas estas competências <strong>de</strong> Gestão são especialmente importantes<br />

para alunos que nunca trabalharam, que não fazem i<strong>de</strong>ia <strong>do</strong> que<br />

é uma empresa. Portanto, tentamos transmitir esta primeira noção <strong>do</strong><br />

que é uma empresa, <strong>de</strong> como é que trabalha, como é que se <strong>de</strong>ve relacionar<br />

com o merca<strong>do</strong>, o papel <strong>do</strong>s clientes numa organização... São<br />

conceitos estruturantes e básicos. E nota-se que proporcionam uma<br />

gran<strong>de</strong> evolução <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> como os alunos encaram a sua ativida<strong>de</strong><br />

ISEP.<strong>BI</strong> E como é que contornam essa situação?<br />

J.A.R. A princípio, os alunos <strong>de</strong>sconfiam. Acham que são conteú<strong>do</strong>s<br />

pouco importantes, mas, a partir <strong>do</strong> meio <strong>do</strong> semestre, percebem realmente<br />

a importância da Gestão. E a gran<strong>de</strong> maioria a<strong>do</strong>ra. Quanto<br />

mais adianta<strong>do</strong>s estão os alunos nos cursos, mais valorizam estas disciplinas.<br />

Para alunos <strong>do</strong> primeiro ano, às vezes, é um pouco complica<strong>do</strong>,<br />

porque eles não perspetivam a sua ativida<strong>de</strong> profissional, não pensam<br />

que vão ter um emprego um dia. À medida que se aproximam <strong>do</strong> fim<br />

<strong>do</strong> seu ciclo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s, a consciência da importância da Gestão aumenta<br />

muito.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Quais as vantagens para os engenheiros <strong>de</strong> terem uma formação<br />

multifacetada, que, neste caso, inclua também a Gestão?<br />

J.A.R. Podia perguntar aos alunos como iam arranjar emprego sem<br />

estas competências. Se eles têm alguma dúvida, que falem com empresas,<br />

que falem com emprega<strong>do</strong>res, com responsáveis <strong>de</strong> recursos


10<br />

À CONVERSA COM...<br />

humanos e lhes perguntem o que esperam <strong>do</strong>s engenheiros que contratam.<br />

E a resposta vai ser muito clara. A esmaga<strong>do</strong>ra maioria <strong>do</strong>s alunos<br />

não vai conseguir ter um bom emprego, ou ter bons resulta<strong>do</strong>s<br />

no mun<strong>do</strong> profissional, sem competências <strong>de</strong> Gestão. Há estu<strong>do</strong>s que<br />

mostram claramente que a maior parte <strong>do</strong>s engenheiros, ao fim <strong>de</strong> alguns<br />

anos, tem tarefas ou cargos <strong>de</strong> gestão.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Nota diferença entre os alunos <strong>de</strong> Ciências Sociais, ou <strong>de</strong> áreas<br />

mais “teóricas” em relação aos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>?<br />

J.A.R. Diria que a maior parte <strong>do</strong>s engenheiros tem uma sensibilida<strong>de</strong><br />

natural para a Gestão. E não é por acaso que há muitos engenheiros em<br />

cargos <strong>de</strong> gestão, como o engenheiro Belmiro <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> e muitos outros.<br />

Há uma certa predisposição natural, talvez porque os alunos <strong>de</strong> engenharia<br />

apren<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, que há relações <strong>de</strong> custo-benefício<br />

nas suas <strong>de</strong>cisões. Os engenheiros têm uma particularida<strong>de</strong>: são muito<br />

pragmáticos. Querem é saber <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s, querem é saber como<br />

resolver um problema. Não lhes interessa muito as teorias, não lhes<br />

interessam muito os conceitos abstratos, coisa que os estudantes das<br />

Ciências Sociais, normalmente, têm muito mais facilida<strong>de</strong> em apren<strong>de</strong>r<br />

e gostar. Os nossos alunos querem basicamente respostas, soluções. E,<br />

portanto, procuramos estabelecer, nas nossas disciplinas,uma relação<br />

com a prática que os aju<strong>de</strong> a interessar-se pela Gestão.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> A autonomia <strong>do</strong>s alunos é também uma competência que tentam<br />

incutir?<br />

J.A.R. O paradigma <strong>de</strong> Bolonha é mais ajudar a apren<strong>de</strong>r <strong>do</strong> que ensinar.<br />

Procuramos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, entrar bem neste espírito. Os alunos<br />

<strong>de</strong>vem ser estimula<strong>do</strong>s a <strong>de</strong>senvolver competências, preferencialmente,<br />

através da realização <strong>de</strong> trabalhos e projetos. A experiência <strong>de</strong>monstra<br />

que assim é mais fácil motivá-los e que eles acabam por apren<strong>de</strong>r<br />

mais.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Isso aproxima-os <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho...<br />

J.A.R. Procuramos que as nossas disciplinas não sejam apenas concetuais.<br />

Têm <strong>de</strong> ser disciplinas em que os alunos <strong>de</strong>senvolvam competências<br />

<strong>de</strong> aplicação prática na sua vida académica e profissional. Porque<br />

o ISEP não é uma escola <strong>de</strong> gestão, é uma escola <strong>de</strong> engenharia.<br />

Procuramos continuamente a<strong>de</strong>quar as disciplinas às necessida<strong>de</strong>s da<br />

escola e <strong>do</strong>s alunos. Pensamos ser esse o nosso papel.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> De que forma o Departamento <strong>de</strong> Organização e Gestão e os<br />

professores tentam ensinar os conceitos <strong>de</strong> gestão e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />

na formação <strong>do</strong>s alunos?<br />

J.A.R. Nas nossas disciplinas, procuramos passar uma imagem muito<br />

forte <strong>de</strong> que, cada vez mais, temos <strong>de</strong> construir as nossas carreiras e<br />

temos <strong>de</strong> construir o nosso emprego, quer o façamos <strong>de</strong> forma individual,<br />

quer o façamos numa empresa. Porque, mesmo numa empresa,<br />

os profissionais têm <strong>de</strong> criar os seus resulta<strong>do</strong>s, têm <strong>de</strong> criar os seus<br />

projetos, encontrar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio. O ter um emprego, em<br />

que nos limitamos a executar o nosso trabalho, está cada vez mais ultrapassa<strong>do</strong>.<br />

E tentamos, <strong>de</strong> maneira muito forte, passar isso aos alunos.<br />

Para alguns, isto é um choque, porque ainda têm muito a perspetiva<br />

<strong>de</strong> ‘tenho um curso, tenho um canu<strong>do</strong>, por isso, tenho um emprego’.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Qual é o contributo das disciplinas oferecidas pelo <strong>de</strong>partamento<br />

para que um engenheiro seja empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r e inova<strong>do</strong>r?<br />

J.A.R. Contribuímos <strong>de</strong> duas maneiras. Primeiro, ajudamos os alunos<br />

a terem a atitu<strong>de</strong> correta e, <strong>de</strong>pois, damos algumas ferramentas<br />

essenciais para eles começarem. Não somos uma escola <strong>de</strong> Gestão,<br />

mas tentamos que os alunos saiam daqui com as competências necessárias<br />

para arrancar e para saber, <strong>de</strong>pois, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m procurar o<br />

que necessitam.


À CONVERSA COM...<br />

11<br />

ISEP.<strong>BI</strong> A inovação é uma das poucas formas <strong>de</strong> contornar o cenário<br />

que se vive atualmente?<br />

J.A.R. Acho que não há assim muitas outras formas, porque o gran<strong>de</strong><br />

problema da nossa economia é o baixo valor acrescenta<strong>do</strong> das empresas.<br />

Ou seja, na generalida<strong>de</strong> das empresas, fazem-se produtos em que<br />

a margem <strong>de</strong> lucro é muito pequena. Portanto, aquilo que ven<strong>de</strong>mos<br />

é o preço-hora <strong>de</strong> trabalho e temos <strong>de</strong> competir com salários baixos.<br />

Produtores como a China, Índia e outros têm custos muito inferiores<br />

aos nossos em termos <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra. Temos, obrigatoriamente, <strong>de</strong><br />

fazer coisas diferentes, ou seja, inovar.<br />

”EMPREENDEDORISMO É A CAPACIDADE<br />

DE FAZER UMA BOA IDEIA FUNCIONAR”<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Temos <strong>de</strong> nos impor pela qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> nosso trabalho.<br />

J.A.R. Pela qualida<strong>de</strong> e pela diferenciação. Muito mais isso <strong>do</strong> que qualquer<br />

outra coisa. É fundamental buscar novas áreas <strong>de</strong> negócio. Procuramos<br />

transmitir aos alunos essa perspetiva. Isso requer, além <strong>de</strong> competências<br />

técnicas, criativida<strong>de</strong>, livre iniciativa e propensão ao risco.<br />

São atitu<strong>de</strong>s que estão um pouco submersas na socieda<strong>de</strong> portuguesa.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Como é que <strong>de</strong>screve o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo?<br />

J.A.R. Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer uma boa i<strong>de</strong>ia funcionar.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Porque as pessoas não sabem pô-las a funcionar?<br />

J.A.R. - Por um la<strong>do</strong>, é isso e, por outro, nem todas as boas i<strong>de</strong>ias funcionam.<br />

Cerca <strong>de</strong> 80% das i<strong>de</strong>ias que surgem no merca<strong>do</strong> não resultam.<br />

Mas faz parte <strong>do</strong> processo empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r não <strong>de</strong>sistir. Se não dá uma<br />

coisa, tenta-se outra. Temos <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a valorizar o erro. Alguém que<br />

já falhou tem menos probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar a falhar. Nós temos muito<br />

me<strong>do</strong> <strong>de</strong> falhar e, por isso, acabamos também por nem sequer tentar<br />

arriscar. Qualquer nova i<strong>de</strong>ia é um risco. Se tivermos uma atitu<strong>de</strong> positiva,<br />

as hipóteses <strong>de</strong> sucesso aumentam. Mas estamos a mudar e estou<br />

otimista. Acredito que vamos dar a volta.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Quais consi<strong>de</strong>ra terem si<strong>do</strong> as principais conquistas <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> Organização e Gestão?<br />

J.A.R. A primeira, e principal conquista, foi termos reuni<strong>do</strong> um corpo<br />

<strong>do</strong>cente muito competente e com muita experiência profissional. Muitos<br />

<strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes continuam a ter ligações ao exterior, até para po<strong>de</strong>rem<br />

ir transmitin<strong>do</strong> aquilo que, em termos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> empresas, é<br />

mais atual e mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Outra conquista foi termos vin<strong>do</strong> a provar<br />

que as competências <strong>de</strong> Gestão são importantes e trazem gran<strong>de</strong>s benefícios<br />

aos alunos <strong>do</strong>s vários cursos.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Estas conquistas servem também para garantir a abertura das<br />

instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> à socieda<strong>de</strong> e às empresas?<br />

J.A.R. Fazemos questão que uma percentagem significativa <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes<br />

mantenha uma ligação ao exterior. Aliás, somos <strong>do</strong>s <strong>de</strong>partamentos<br />

que tem menos <strong>do</strong>centes em regime <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong>. A maioria,<br />

que leciona em tempo parcial ou a tempo inteiro, mantém a ligação<br />

ao exterior.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> A ligação ao exterior é importante para a aquisição <strong>de</strong> conhecimentos...<br />

J.A.R. Costumo dizer que, em termos <strong>de</strong> ensino, somos muito um <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong> “preparação profissional” <strong>de</strong> engenheiros e, por isso,<br />

temos <strong>de</strong> estar muito liga<strong>do</strong>s à ativida<strong>de</strong> prática da Gestão, para nos<br />

mantermos atualiza<strong>do</strong>s.<br />

ISEP.<strong>BI</strong> Para o futuro, quais as principais metas já traçadas pelo <strong>de</strong>partamento?<br />

J.A.R. Em primeiro lugar, <strong>de</strong>senvolver continuamente a formação <strong>do</strong>s<br />

nossos <strong>do</strong>centes, porque é fundamental para prestar um bom serviço<br />

aos alunos, a escola e ao <strong>de</strong>partamento. Depois, intensificar a oferta formativa,<br />

incluin<strong>do</strong> a pós-graduada e extracurricular em várias áreas da<br />

Gestão, para alunos e antigos alunos. Para evoluírem nas suas carreiras,<br />

têm necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação que lhes permita a melhoria e a atualização<br />

<strong>de</strong> conhecimentos e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências em diversas<br />

áreas ligadas à Gestão. Por último, incrementar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

investigação e <strong>de</strong> colaboração em projetos nacionais e internacionais,<br />

em especial com outros <strong>de</strong>partamentos e grupos <strong>do</strong> ISEP.


12<br />

DE FORA CÁ DENTRO<br />

PEDRO BRAGA<br />

CRITICAL SOFTWARE<br />

OS ENGENHEIROS<br />

DEVEM PROCURAR<br />

A APRENDIZAGEM<br />

CONTÍNUA<br />

Pedro Braga é um <strong>do</strong>s responsáveis pelas áreas <strong>de</strong> projetos da Critical<br />

Software e o interlocutor privilegia<strong>do</strong> entre a empresa e o ISEP, no âmbito<br />

<strong>do</strong> projeto EMbed<strong>de</strong>d MONitoring (EMMON). Ele está consciente<br />

<strong>de</strong> que a ligação entre as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> e o mun<strong>do</strong><br />

empresarial é essencial para o sucesso <strong>do</strong>s negócios no setor tecnológico.<br />

Senão, veja-se: as empresas estão focadas na execução <strong>do</strong>s<br />

projetos que têm em mãos e os seus objetivos são servir os clientes<br />

com o máximo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Isto implica, por um la<strong>do</strong>, profissionalismo,<br />

organização e méto<strong>do</strong> e, por outro, um enorme conhecimento da<br />

área tecnológica em causa para po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>senhar e fornecer a melhor<br />

solução, otimizan<strong>do</strong> a relação qualida<strong>de</strong>/custo da mesma. É aqui que a<br />

competência <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> investigação como o CISTER surge como<br />

um apoio relevante.<br />

A Critical Software é uma organização que reconhece a importância da<br />

investigação e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico (I&DT) como um investimento<br />

indispensável à sua competitivida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação.<br />

Esta vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> se manter na vanguarda <strong>do</strong> conhecimento, alimenta<br />

o interesse da parceria com o ISEP, para <strong>de</strong>senvolvimento e partilha <strong>de</strong><br />

conhecimento <strong>de</strong> ponta.<br />

Aprofundan<strong>do</strong> sobre as mais-valias da ligação ao centro <strong>de</strong> investigação<br />

<strong>do</strong> ISEP, Pedro Braga reconhece que «a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação<br />

científica no meio académico, além <strong>de</strong> nobre, beneficia <strong>de</strong> um âmbito<br />

mais aberto, já que os investiga<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>dicar-se a temas <strong>de</strong><br />

pesquisa emergentes e dificilmente comportáveis para o meio empresarial».<br />

Ao trabalhar em equipa, esta ligação traz benefícios complementares,<br />

já que ajuda a alimentar a inovação na empresa ce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>,<br />

igualmente, espaço para uma operacionalização <strong>do</strong>s conceitos. Por um<br />

la<strong>do</strong>, a Critical po<strong>de</strong> trabalhar com investiga<strong>do</strong>res <strong>de</strong> reconheci<strong>do</strong> mérito<br />

e evoluir em especificida<strong>de</strong>s tecnológicas e científicas. Por outro,<br />

os próprios investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ISEP po<strong>de</strong>m ver as suas pesquisas ganhar<br />

corpo em potenciais produtos e ganham um acesso privilegia<strong>do</strong> aos<br />

processos da indústria. E, quan<strong>do</strong> esta ligação é bem efetuada, e com<br />

objetivos bem <strong>de</strong>linea<strong>do</strong>s, é opinião <strong>do</strong> engenheiro que «se obtêm resulta<strong>do</strong>s<br />

excelentes» e que motivam ambas as partes.<br />

«A inovação tecnológica passa por colaborações estreitas,<br />

entre empresas que atuam no merca<strong>do</strong> e grupos<br />

<strong>de</strong> investigação que avançam as fronteiras <strong>do</strong> conhecimento<br />

em áreas-chave <strong>de</strong>sse merca<strong>do</strong>». É a partir <strong>de</strong>ste<br />

pressuposto que Pedro Braga, engenheiro da Critical<br />

Software, analisa a importância da ligação entre o meio<br />

académico e empresarial. Um exemplo bem sucedi<strong>do</strong> é a<br />

ligação entre o “gigante” tecnológico português e o ISEP,<br />

através da colaboração com o Centro <strong>de</strong> Investigação em<br />

Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo-Real (CISTER), num projeto<br />

europeu que planeia as cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> futuro. O resulta<strong>do</strong><br />

é uma parceria inova<strong>do</strong>ra, com frutos colhi<strong>do</strong>s e uma<br />

promissora perspetiva <strong>de</strong> futuro.<br />

JUNTOS POR UM MUNDO<br />

MAIS “ INTELIGENTE”<br />

O projeto EMMON, atualmente em curso, está a ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em<br />

parceria entre a Critical e o CISTER. E porquê o CISTER? Pedro Braga respon<strong>de</strong>:<br />

«É um <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> investigação que tem contribuí<strong>do</strong> mais<br />

ativamente com <strong>de</strong>senvolvimentos importantes, a nível mundial. Tem<br />

uma excelente equipa <strong>de</strong> investiga<strong>do</strong>res, com gran<strong>de</strong> competência<br />

científica, excelente abertura e disponibilida<strong>de</strong> pessoal e profissional<br />

para abordar novos caminhos. Aliás, o mérito e reconhecimento internacional<br />

<strong>do</strong> centro ficaram bem patentes no <strong>de</strong>curso da 23 rd Euromicro<br />

Conference on Real-Time Systems», que o ISEP organizou este ano.<br />

A tecnologia em causa, que se po<strong>de</strong> apelidar <strong>de</strong> “Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Sensores<br />

Sem Fios”, começa por juntar, num único componente <strong>de</strong> baixo custo,<br />

e com dimensões muito reduzidas, capacida<strong>de</strong>s sensoriais, <strong>de</strong> computação<br />

e <strong>de</strong> comunicação. Esta solução permite criar uma re<strong>de</strong> alargada<br />

<strong>de</strong> sensores, capazes <strong>de</strong> comunicar entre si e fazer um “relatório”<br />

abrangente <strong>de</strong> vários parâmetros <strong>de</strong> medição, como a temperatura ou<br />

o nível <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono, entre outros. Partin<strong>do</strong><br />

disto, po<strong>de</strong>-se trabalhar em aplicações <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> edifícios, mobilida<strong>de</strong><br />

urbana, ou contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

cida<strong>de</strong> inteligente.


DE FORA CÁ DENTRO<br />

13<br />

O engenheiro da Critical Software explica que «um <strong>do</strong>s maiores <strong>de</strong>safios<br />

para efetivar as potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta tecnologia é a escalabilida<strong>de</strong>.<br />

À medida que a área a cobrir aumenta, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação<br />

a recolher pela re<strong>de</strong> aumenta também». Ou seja, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sensores<br />

tem que ser inteligente, <strong>de</strong> forma a não comunicar todas as medidas<br />

recolhidas por qualquer sensor em qualquer momento, mas ter inteligência<br />

própria embebida na re<strong>de</strong> para processar os da<strong>do</strong>s e produzir a<br />

informação crucial, otimizan<strong>do</strong>, inclusive, o consumo energético usa<strong>do</strong><br />

nas comunicações.<br />

Ainda segun<strong>do</strong> Pedro Braga, este projeto tem um enorme potencial<br />

<strong>de</strong> aplicação no dia-a-dia. Para tal, o grupo <strong>de</strong> trabalho já i<strong>de</strong>ntificou<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> potenciais utiliza<strong>do</strong>res piloto para a tecnologia. Um<br />

exemplo <strong>de</strong> potenciais clientes são as empresas ou instituições com<br />

responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> monitorização ambiental, já que estas, atualmente,<br />

só têm acesso a informação sobre um número reduzi<strong>do</strong> <strong>de</strong> pontos<br />

<strong>de</strong> monitorização. Por exemplo, a monitorização <strong>do</strong> ozono no Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Porto</strong> é efetuada em cerca <strong>de</strong> meia dúzia <strong>de</strong> pontos. As entida<strong>de</strong>s<br />

responsáveis, têm estações <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> custo eleva<strong>do</strong> para captar<br />

da<strong>do</strong>s, com elevada precisão, em alguns pontos específicos, mas não<br />

têm da<strong>do</strong>s fiáveis sobre a área envolvente, impedin<strong>do</strong> uma leitura <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>za em torno das estações.<br />

A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integrar estas estações com uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sensores<br />

sem fios distribuída – como a proposta pela Critical e pelo CISTER – já<br />

seria capaz <strong>de</strong> fornecer uma imagem integrada <strong>de</strong> toda a área <strong>de</strong>sejada.<br />

«Desta forma, o nível <strong>de</strong> informação obti<strong>do</strong> sofreria uma melhoria<br />

consi<strong>de</strong>rável», refere Pedro Braga.<br />

O engenheiro <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> ainda que «as perspetivas <strong>de</strong> futuro passam por<br />

uma consciência ambiental cada vez maior. Edifícios inteligentes são já<br />

uma realida<strong>de</strong> e cida<strong>de</strong>s inteligentes são, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as perspetivas,<br />

o futuro. A otimização <strong>do</strong>s consumos energéticos é, sem dúvida, uma<br />

meta e as Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Sensores Sem Fios terão aqui um papel importante».<br />

“CISTER FOI UMA MAIS-VALIA PARA O<br />

PROJECTO”<br />

Para Pedro Braga, a ciência muda o mun<strong>do</strong> e a engenharia e a gestão<br />

efetivam-na em produtos. «Resumidamente, vivemos numa economia<br />

global e quem manda é o merca<strong>do</strong>», atira o engenheiro. «Po<strong>de</strong>mos ter<br />

o melhor <strong>do</strong>s inventos científicos, mas precisamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar a máquina<br />

que implementa esse invento e a estratégia <strong>do</strong> produto», explica.<br />

Por norma, a Critical Software i<strong>de</strong>ntifica áreas <strong>de</strong> investigação com<br />

potencial <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>. Essas áreas <strong>de</strong> negócio são, <strong>de</strong>pois, analisadas<br />

e, as que são <strong>de</strong>finidas como ten<strong>do</strong> interesse estratégico, entram em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. Então, proce<strong>de</strong>-se a to<strong>do</strong> um trabalho <strong>de</strong> pesquisa<br />

aprofundada, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> encontrar eventuais parceiros <strong>de</strong>ntro da<br />

comunida<strong>de</strong> científica.<br />

E com o CISTER foi precisamente assim que aconteceu. Pedro Braga<br />

consi<strong>de</strong>ra que o grupo <strong>de</strong> investigação estava já na fase <strong>de</strong> simulação<br />

e teste da tecnologia em laboratório. «O CISTER foi, sem dúvida, uma<br />

mais-valia para o projeto. Principalmente por ser uma entida<strong>de</strong> localizada<br />

no <strong>Porto</strong> e que, além <strong>de</strong> acessível, sempre <strong>de</strong>monstrou imensa<br />

qualida<strong>de</strong>, interesse e disponibilida<strong>de</strong>, o que fez toda a diferença para<br />

o projeto», admite.<br />

Sen<strong>do</strong> o EMMON o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um consórcio europeu, «estarmos tão<br />

perto permitiu uma interação que seria impossível <strong>de</strong> atingir com outras<br />

entida<strong>de</strong>s estrangeiras», acrescenta.<br />

Para o futuro, já há novas colaborações em carteira. Isto porque, segun<strong>do</strong><br />

o engenheiro da Critical, «o trabalho em conjunto serviu para termos<br />

uma consciência das capacida<strong>de</strong>s mútuas. Existe já uma interação<br />

para colaborar em projetos da mesma área <strong>de</strong>spoleta<strong>do</strong>s pelo CISTER».<br />

Por outro la<strong>do</strong>, há igualmente «um projeto da Critical com a Agência<br />

Espacial Europeia que po<strong>de</strong>rá contar com o contributo <strong>do</strong> CISTER para<br />

uma melhor sustentação científica <strong>do</strong> próprio projeto».<br />

ESPÍRITO DE INICIATIVA É A CHAVE<br />

A Critical Software gosta <strong>de</strong> contar com pessoas criativas, que <strong>de</strong>monstrem<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem contínua. Pedro Braga confessa<br />

que, quan<strong>do</strong> participa em processos <strong>de</strong> recrutamento para a sua equipa,<br />

valoriza a motivação e o entusiasmo que os candidatos <strong>de</strong>monstram.<br />

«Quan<strong>do</strong> um candidato já <strong>de</strong>senvolveu pequenas aplicações<br />

por “carolice” ou participou, por exemplo, em comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> código<br />

aberto, <strong>de</strong>monstra que gosta mesmo <strong>do</strong> que faz». O engenheiro acredita<br />

que, «mesmo que um candidato não tenha experiência profissional<br />

específica na área, se <strong>de</strong>monstrar motivação e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r,<br />

vai ser um bom profissional».<br />

«Um engenheiro não po<strong>de</strong> ser só um armazena<strong>do</strong>r <strong>de</strong> manuais <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>r,<br />

ferramentas, linguagens <strong>de</strong> programação ou mo<strong>de</strong>lação <strong>de</strong> sistemas.<br />

Um engenheiro tem que conseguir “ler” e aplicar os resulta<strong>do</strong>s<br />

da investigação científica», explica, convicto.<br />

Para Pedro Braga, a Matemática e a Física são fundamentais para o profissional<br />

da <strong>Engenharia</strong>. «Se um engenheiro não <strong>do</strong>minar estas disciplinas<br />

base, se não souber “ler” e “escrever” Matemática tão bem ou<br />

melhor <strong>do</strong> que o Português e o Inglês, fica limita<strong>do</strong> a ser utiliza<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

ferramentas e nunca vai <strong>de</strong>senvolver e mo<strong>de</strong>lar sistemas, mesmo na<br />

área <strong>de</strong> software», <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />

Em relação ao ISEP, o engenheiro sublinha que são muitas as mais-valias<br />

que o <strong>Instituto</strong> tem para os estudantes, nomeadamente ao nível da<br />

aposta num ensino prático. «Quanto mais orientada para o merca<strong>do</strong> e<br />

quanto mais suportada pela prática for a informação dada aos estudantes,<br />

melhor prepara<strong>do</strong>s ficam os diploma<strong>do</strong>s para abordar o merca<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> trabalho», sustenta. No entanto, Pedro Braga acredita que a vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> evolução e aprendizagem contínua são os elementos essenciais na<br />

carreira <strong>de</strong> um engenheiro. «Uma boa formação <strong>de</strong> base é uma garantia<br />

<strong>de</strong> maior autonomia na absorção e compreensão <strong>de</strong> novas informações,<br />

mas é fundamental que as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong><br />

ensinem sobretu<strong>do</strong> “a pescar” e a apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r».<br />

Aos jovens estudantes que agora entram no Ensino <strong>Superior</strong>, Pedro<br />

Braga aconselha: «Brinquem! Se gostam da área que abraçaram, com<br />

certeza que apren<strong>de</strong>r será um gosto, resolver problemas será um jogo<br />

e praticar será uma brinca<strong>de</strong>ira. Por isso, brinquem muito. Testem, experimentem,<br />

<strong>de</strong>senvolvam a vossa criativida<strong>de</strong>».<br />

E aos que completaram? O engenheiro aconselha «humilda<strong>de</strong> acima<br />

<strong>de</strong> tu<strong>do</strong>. Assumam que ainda não sabem nada. Não tenham vergonha<br />

<strong>de</strong> dizer numa entrevista que a única experiência que têm foi ao nível<br />

<strong>de</strong> aplicações <strong>de</strong>senvolvidas em casa ou na escola, ou que não têm<br />

nenhuma. Des<strong>de</strong> que <strong>de</strong>monstrem na entrevista que têm realmente<br />

vonta<strong>de</strong> e entusiasmo». De resto, é essencial que os engenheiros procurem<br />

a aprendizagem contínua.


<strong>14</strong><br />

DESTAQUE<br />

CARRO DESENVOLVIDO NO ISEP<br />

PODE CHEGAR À COMPETIÇÃO<br />

O ISEP tem-se <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong>s anos pela forte aposta na inovação, garantin<strong>do</strong> sempre o cunho <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que<br />

lhe é associa<strong>do</strong>. A Barchetta 00 é mais uma prova <strong>do</strong> espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r que se vive na Instituição. Em conjunto, professores,<br />

alunos e empresas <strong>de</strong>senvolveram um projeto inova<strong>do</strong>r <strong>de</strong> competição <strong>de</strong> baixo custo a nível nacional. Mais um<br />

<strong>de</strong>safio, mais uma história <strong>de</strong> sucesso.<br />

A i<strong>de</strong>ia surgiu em setembro <strong>de</strong> 2007, durante os treinos para o Challenge<br />

Fiat Unico, quan<strong>do</strong> o engenheiro José Leite <strong>de</strong>safiou Luís Miranda<br />

Torres, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica <strong>do</strong> ISEP,<br />

para construírem um veículo <strong>de</strong> corrida <strong>de</strong> baixo custo. A missão era<br />

bastante ambiciosa: <strong>de</strong>senvolver um carro para um “troféu” acessível<br />

no panorama da competição automóvel nacional. Apesar da gran<strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>, o repto foi aceite <strong>de</strong> imediato.<br />

Segun<strong>do</strong> Luís Miranda Torres, era essencial preencher “um espaço no<br />

panorama nacional <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>”. Des<strong>de</strong> aí, foi assumi<strong>do</strong> o “compromisso<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver um carro competitivo face ao preço”.<br />

Para levar a cabo este projeto, foi fundamental a colaboração <strong>de</strong> alunos,<br />

professores e <strong>de</strong> algumas empresas privadas, tais como a Alto-Perfis<br />

Pultrudi<strong>do</strong>s, BP Portugal, DBE Suspension Engineering, Interescape,<br />

KIMSO, Mundauto (na fase inicial) e a QF. Como assegurou Luís Miranda<br />

Torres, esta foi uma parceria benéfica para to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s: “Eles<br />

participam na construção <strong>do</strong> carro, têm o exclusivo da produção da<br />

sua parte <strong>do</strong> kit e nós asseguramos a vertente <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento”.<br />

O envolvimento <strong>do</strong>s alunos nos projetos é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para<br />

o ISEP, que preten<strong>de</strong> formar profissionais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e excelência,<br />

habitua<strong>do</strong>s a aceitar <strong>de</strong>safios e a trabalhar afincadamente para<br />

conseguir alcançar resulta<strong>do</strong>s positivos. É <strong>de</strong>ste esforço que nasce o<br />

espírito <strong>de</strong> equipa e o espírito criativo, fundamentais para os alunos<br />

enfrentarem o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. Este contributo representa a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> colocar em prática os conceitos que foram assimila<strong>do</strong>s<br />

nas aulas, interligan<strong>do</strong>-os com a parte prática. “Com este tipo <strong>de</strong> projeto,<br />

os alunos conseguem ter um maior contacto com outras realida<strong>de</strong>s,<br />

como a pista, as corridas, sem estarem sempre fecha<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />

sala <strong>de</strong> aula ou <strong>de</strong> um laboratório”, afirmou, por seu la<strong>do</strong>, o vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>do</strong> ISEP, José Oliveira.<br />

Os alunos também sentiram as vantagens <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong>sta iniciativa,<br />

que, para além <strong>de</strong> os formar como profissionais, os molda enquanto<br />

pessoas, dan<strong>do</strong>-lhes as ferramentas necessárias para que possam estar<br />

à altura <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>safio com que se <strong>de</strong>parem ao longo da vida.<br />

Estas oportunida<strong>de</strong>s que o ISEP proporciona vão ao encontro <strong>do</strong> seu<br />

objetivo enquanto instituição. No ISEP, é essencial preparar os alunos<br />

para uma profissão, mas também dar-lhes bases que os aju<strong>de</strong>m a evoluir<br />

enquanto pessoas.<br />

São projetos como a Barchetta que enriquecem o percurso académico<br />

<strong>do</strong>s estudantes. Cláudio Dias, um <strong>do</strong>s alunos envolvi<strong>do</strong>s, sublinhou que<br />

“é importante para os alunos e para o ISEP”, acrescentan<strong>do</strong> ainda que<br />

“é um orgulho” fazer parte <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>safio.<br />

Em quatro anos, <strong>do</strong>centes, alunos e empresas juntaram forças e i<strong>de</strong>ias<br />

para construir este carro promissor, mostran<strong>do</strong> a vertente empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra<br />

e inova<strong>do</strong>ra associada à instituição.<br />

E assim, a Barchetta começou a tomar forma no Laboratório Automóvel <strong>do</strong> ISEP.


DESTAQUE 15<br />

ASPETOS TÉCNICOS<br />

FIBRA DE VIDRO: O QUE É?<br />

Em termos técnicos, esta Barchetta é um carro <strong>de</strong> corrida aberto,<br />

bi-lugar, com um chassis tubular que se insere na categoria II (automóveis<br />

<strong>de</strong> competição), grupo E (fórmula livre) e classe 5 (até<br />

1000 c.c.). Tem o motor monta<strong>do</strong> em posição central, tração traseira,<br />

com travões <strong>de</strong> disco e suspensões com triângulos sobrepostos<br />

nas quatro rodas. Integra <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> elementos: um kit, composto<br />

por um chassis tubular e uma carroçaria em fibra <strong>de</strong> vidro,<br />

acessórios <strong>de</strong> competição e componentes mecânicos existentes<br />

no merca<strong>do</strong>.<br />

A fibra <strong>de</strong> vidro é utilizada normalmente como reforço em materiais<br />

compósitos. A carroçaria da Barchetta é fabricada em plástico<br />

reforça<strong>do</strong> com fibra <strong>de</strong> vidro (PRFV), o que permite obter componentes<br />

a um custo reduzi<strong>do</strong> com um excelente compromisso entre<br />

o peso e as proprieda<strong>de</strong>s mecânicas necessárias para este tipo<br />

<strong>de</strong> aplicação.<br />

O chassis tubular em aço, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com especificações da FIA<br />

(Fe<strong>de</strong>ration Internationale <strong>de</strong> l’Automobile), inclui braços <strong>de</strong> suspensão<br />

na configuração <strong>de</strong> triângulos sobrepostos nas quatro rodas.<br />

“É um chassis que está pensa<strong>do</strong> para permitir a montagem <strong>de</strong><br />

diferentes mecânicas. Nesta primeira fase, utilizou uma mecânica<br />

comum, tal como os Fiat Uno, mas po<strong>de</strong> utilizar outras mecânicas<br />

e, portanto, é um carro <strong>de</strong> corrida que tem uma base flexível”, explicou<br />

o responsável pelo projeto.<br />

A carroçaria é constituída por quatro peças em fibra <strong>de</strong> vidro. Os<br />

componentes mecânicos a montar nesta base são provenientes<br />

<strong>de</strong> automóveis usa<strong>do</strong>s, com baixo valor comercial. Nesta versão<br />

inicial, foram reaproveitadas peças <strong>do</strong> Fiat Uno 45, tais como o motor,<br />

a caixa <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s, a caixa <strong>de</strong> direção, os <strong>do</strong>is conjuntos <strong>de</strong><br />

mangas <strong>de</strong> eixo da frente e os <strong>do</strong>is conjuntos <strong>de</strong> travões <strong>de</strong> discos.<br />

“É um carro que está equipa<strong>do</strong> com o motor <strong>de</strong> um Fiat Uno e que<br />

acaba por ser uma reciclagem <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> motorizações”, explicou<br />

Luís Miranda Torres. No entanto, também foram produzi<strong>do</strong>s<br />

alguns componentes específicos para a Barchetta.<br />

“RESULTADOS TÊM SUPERADO<br />

EXPECTATIVAS”<br />

O carro foi apresenta<strong>do</strong> em julho no pad<strong>do</strong>ck <strong>do</strong> Circuito da Boavista,<br />

no <strong>Porto</strong>, durante o fim <strong>de</strong> semana em que se realizaram as<br />

provas <strong>de</strong> WTCC. Para o grupo envolvi<strong>do</strong> na construção, este foi<br />

o primeiro passo na concretização <strong>do</strong>s seus objetivos. Em agosto,<br />

com o apoio <strong>do</strong> Kartódromo Internacional <strong>de</strong> Braga e <strong>do</strong> Club Automóvel<br />

<strong>do</strong> Minho, foram realiza<strong>do</strong>s testes no circuito Vasco Sameiro.<br />

O piloto Pedro Matos não tem dúvidas sobre o sucesso <strong>de</strong>ste protótipo:<br />

“Tem uma condução muito pura e um comportamento<br />

muito semelhante a um Fórmula Ford. Para pessoas que queiram<br />

sair <strong>do</strong>s karts, este carro é o i<strong>de</strong>al”.<br />

No que respeita às questões técnicas, Pedro Matos salientou que<br />

o baixo centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> é uma clara vantagem à condução,<br />

acrescentan<strong>do</strong> ainda que ficou surpreendi<strong>do</strong> pelo “comportamento<br />

em curva <strong>do</strong> carro, porque curva muito rapidamente para o tipo<br />

<strong>de</strong> carro que é”. Para além <strong>do</strong>s <strong>de</strong>talhes mecânicos, o piloto afirmou<br />

que a Barchetta proporciona um “gran<strong>de</strong> prazer <strong>de</strong> condução”.<br />

O êxito <strong>de</strong>stas provas leva a equipa a traçar mais metas: “É nosso<br />

objetivo ter o projeto termina<strong>do</strong> para po<strong>de</strong>rmos ter um troféu já<br />

no próximo ano”, afirmou ainda Luís Miranda Torres. O <strong>do</strong>cente<br />

acredita que “este projeto po<strong>de</strong> ser o espaço i<strong>de</strong>al” para os jovens<br />

pilotos <strong>de</strong> kart, que, quan<strong>do</strong> terminam as suas carreiras, são força<strong>do</strong>s<br />

a ir para troféus mais caros, uma vez que não existem alternativas<br />

<strong>de</strong> baixo custo.<br />

Em setembro, o público pô<strong>de</strong> ver mais uma vez a Barchetta na rampa<br />

<strong>do</strong> Caramulo. Desta vez, foi Nuno Batista, Campeão Nacional em<br />

2010 da Categoria II <strong>do</strong> PTCC que esteve ao volante e po<strong>de</strong> mostrar<br />

a quem esteve presente, todas as potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> veículo. Mais,<br />

uma vez, foram consegui<strong>do</strong>s bons resulta<strong>do</strong>s nas sete voltas que o<br />

carro efetuou. “Esta foi uma oportunida<strong>de</strong> única para que o público<br />

pu<strong>de</strong>sse ver o carro a evoluir, num circuito, numa prova oficial”,<br />

<strong>de</strong>clarou o responsável.<br />

Para conduzir esta fase, a equipa <strong>do</strong> ISEP convi<strong>do</strong>u o piloto Pedro<br />

Matos, que, apesar <strong>de</strong> ser um jovem piloto, apresenta já um palmarés<br />

muito preenchi<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se a conquista <strong>do</strong> Circuito <strong>de</strong><br />

Spa-Francorchamps, na Bélgica, em Fórmula Ford.<br />

Durante a fase <strong>de</strong> provas, os resulta<strong>do</strong>s foram além <strong>do</strong> que se esperava.<br />

“Conseguimos reduzir os tempos em cerca <strong>de</strong> cinco segun<strong>do</strong>s<br />

por volta entre a primeira e a segunda sessão <strong>de</strong> testes”,<br />

congratulou-se Luís Miranda Torres. Além disso, os treinos mostraram<br />

que o carro apresentava condições fiáveis <strong>de</strong> segurança, como<br />

ressalvou o <strong>do</strong>cente: “Na segunda ida à pista, realizou mais <strong>de</strong> 100<br />

voltas ao circuito sem apresentar qualquer problema mecânico”.<br />

Foram ainda testa<strong>do</strong>s alguns setups, que permitiram ao carro evoluir<br />

no seu comportamento em pista, existin<strong>do</strong> ainda uma “boa<br />

margem <strong>de</strong> progressão”.<br />

CHEGAR À COMPETIÇÃO<br />

Conseguir a homologação junto da Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> Automobilismo<br />

e Karting (FPAK) para po<strong>de</strong>r organizar um troféu <strong>de</strong><br />

competição é a próxima etapa <strong>de</strong>sta equipa. Nesse senti<strong>do</strong>, os responsáveis<br />

já reuniram com a FPAK, que “manifestou o seu apoio”,<br />

segun<strong>do</strong> Luís Miranda Torres.<br />

A intenção é criar uma prova <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> disputada entre carros<br />

iguais, cuja base <strong>de</strong> mecânica seja a da Barchetta. As provas<br />

<strong>de</strong>correrão principalmente em circuitos. O regulamento da prova<br />

obrigará a ações <strong>de</strong> formação das equipas, dadas pelos responsáveis<br />

pelo projeto.


16 INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

NUNO SILVA<br />

TECNOLOGIA<br />

PARA MUDAR<br />

O MUNDO<br />

Segun<strong>do</strong> o matemático Edward Lorenz, o bater <strong>de</strong> asas <strong>de</strong> uma<br />

simples borboleta po<strong>de</strong> influenciar o curso natural <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. É o<br />

chama<strong>do</strong> Efeito Borboleta, que <strong>de</strong>termina que pequenas ações têm<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suscitar gran<strong>de</strong>s acontecimentos. E é sob este princípio<br />

que trabalham os investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ISEP: passo a passo, <strong>de</strong>senvolvem<br />

projetos capazes <strong>de</strong> mudar o mun<strong>do</strong> tecnológico. E não só.<br />

AA4All e World Search são <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s mais recentes projetos <strong>do</strong> ISEP,<br />

coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s no ISEP por Nuno Silva, investiga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> GECAD - Grupo<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> Conhecimento e Apoio à Decisão, <strong>do</strong> ISEP, os quais,<br />

apesar <strong>de</strong> terem objetivos distintos, se pautam pelo mesmo princípio:<br />

melhorar o dia a dia da socieda<strong>de</strong>.<br />

O Home Assisted Living é um merca<strong>do</strong> em crescimento a nível nacional<br />

e internacional. Refere-se à monitorização, à distância, <strong>de</strong> pessoas<br />

que, por força da ida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, têm necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vigilância permanente, mas que continuam a viver em suas casas,<br />

ou seja, não estão institucionalizadas. Perante uma população cada<br />

vez mais envelhecida, há um crescente número <strong>de</strong> empresas que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />

entrar no merca<strong>do</strong> da produção <strong>de</strong> equipamentos para a área <strong>do</strong><br />

Home Assisted Living. Dentro <strong>de</strong>stes equipamentos encontram-se, por<br />

exemplo, coletes vestíveis <strong>de</strong> monitorização cardíaca, sensores biométricos<br />

<strong>de</strong> medição <strong>de</strong> tensão arterial, sensores <strong>de</strong> movimento, entre<br />

muitos outros. No entanto, os aparelhos <strong>de</strong> monitorização à distância<br />

funcionam em ecossistema: ou seja, para além <strong>do</strong> equipamento <strong>de</strong><br />

medição, tem <strong>de</strong> haver a comunicação entre equipamentos e serviços<br />

(<strong>de</strong> profissionais responsáveis pela monitorização <strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>res),<br />

bem como um software <strong>de</strong> integração <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s que permita<br />

a sua utilização correta e partilhada.<br />

O que acontece, atualmente, é que as empresas fornece<strong>do</strong>ras têm software<br />

próprio, e adapta<strong>do</strong> unicamente aos seus produtos, o que significa<br />

que, to<strong>do</strong> o ecossistema <strong>de</strong> monitorização à distância tem <strong>de</strong> ser forneci<strong>do</strong><br />

apenas por essa empresa. E quan<strong>do</strong> é necessária a implementação<br />

<strong>de</strong> um segun<strong>do</strong> equipamento <strong>de</strong> monitorização à distância, ele terá <strong>de</strong><br />

ser, forçosamente, <strong>do</strong> mesmo fornece<strong>do</strong>r que os restantes, <strong>de</strong> forma a<br />

funcionarem em ecossistema. Cria-se, assim, um monopólio <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong><br />

Home Assisted Living. E é aqui que entra em cena o projeto AA4All.<br />

NORMALIZAÇÃO: UM PASSO GIGANTE<br />

PARA UMA MAIOR QUALIDADE<br />

O projeto AA4All vem, precisamente, tentar respon<strong>de</strong>r à necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> criar uma normalização, no que diz respeito a equipamentos <strong>de</strong><br />

Home Assisted Living. Ou seja, uniformizar a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> padrões específicos<br />

<strong>de</strong> produtos e serviços, para que os produtos e serviços, <strong>do</strong>s<br />

vários fornece<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta área, possam ser compatíveis. Desta forma,<br />

se um consumi<strong>do</strong>r pu<strong>de</strong>r a<strong>do</strong>tar um <strong>de</strong> <strong>do</strong>is equipamentos diferentes<br />

<strong>de</strong> monitorização, po<strong>de</strong>rá escolher o fornece<strong>do</strong>r que lhe oferecer<br />

a melhor qualida<strong>de</strong> ao melhor preço, não estan<strong>do</strong> limita<strong>do</strong> apenas à<br />

solução <strong>de</strong> uma empresa.<br />

Através <strong>do</strong> projeto AA4All, o papel <strong>do</strong> ISEP é compreen<strong>de</strong>r o tipo <strong>de</strong> informação<br />

necessária para integrar os diversos tipos <strong>de</strong> equipamentos,<br />

para que a informação recolhida <strong>do</strong>s vários equipamentos seja contextualizada,<br />

consistente e compreendida por todas as partes interessa-


INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

17<br />

das. Ou seja, <strong>do</strong>tar os equipamentos <strong>de</strong> autonomia suficiente para, por<br />

exemplo, alertarem o profissional que está a proce<strong>de</strong>r à monitorização<br />

<strong>do</strong> i<strong>do</strong>so, quan<strong>do</strong> os valores <strong>de</strong> pressão arterial atingirem um limite<br />

máximo numa medição. Ou então, numa situação em que um colete<br />

vestível caiu ao chão, ter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmitir a informação <strong>de</strong><br />

que não foi o utiliza<strong>do</strong>r que caiu, mas apenas o colete.<br />

O ISEP tem, assim, a missão <strong>de</strong> criar software capaz <strong>de</strong> recolher, analisar<br />

e juntar a informação obtida por estes equipamentos, e disponibilizá-la<br />

a to<strong>do</strong>s as partes envolvidas, duma forma semanticamente equivalente<br />

para todas.<br />

PARA UM GRANDE PROJETO, GRANDES<br />

PARCEIROS<br />

Nuno Silva adiantou ao ISEP.<strong>BI</strong> que já está feito um levantamento <strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong>s e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> potenciais <strong>de</strong>stinatários <strong>do</strong> ecossistema,<br />

nomeadamente instituições <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> social e consumi<strong>do</strong>res<br />

finais. Os próximos passos são “a efetiva normalização <strong>de</strong>stes sistemas,<br />

avançar com propostas <strong>de</strong> legislação e normalização e <strong>de</strong>finir<br />

interfaces em termos <strong>de</strong> equipamentos e sistemas”.<br />

Este é, tal como explica Nuno Silva, “um projeto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões,<br />

com 32 parceiros e mais <strong>de</strong> 7,5 milhões <strong>de</strong> euros <strong>de</strong> orçamento global”.<br />

A equipa <strong>do</strong> ISEP que trabalha no projeto AA4All é constituída por<br />

quatro <strong>do</strong>centes – Fátima Rodrigues, Nuno Malheiro e Nuno Silva <strong>do</strong><br />

GECAD e ainda Ângelo Martins. No <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> projeto, está prevista a<br />

contratação <strong>de</strong> mais três ou quatro bolseiros, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> das necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> trabalho.<br />

DAR SENTIDO ÀS PALAVRAS NA WEB<br />

E se, num futuro muito próximo, pu<strong>de</strong>sse “fazer uma pergunta” a um<br />

motor <strong>de</strong> busca, como por exemplo, ao Google, e a resposta recebida<br />

fosse exatamente o que pediu, pela combinação <strong>de</strong> informação <strong>de</strong><br />

várias fontes? O projeto World Search, no qual participam os investiga<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> GECAD, em conjunto com parceiros como a Microsoft,<br />

caminha, a passos largos, para essa realida<strong>de</strong>.<br />

preten<strong>de</strong> fazer é <strong>do</strong>tar os computa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> software que possibilite o<br />

processamento <strong>de</strong> vários <strong>do</strong>cumentos para criar, por combinação da<br />

informação constante <strong>de</strong>sses mesmos <strong>do</strong>cumentos, a resposta que o<br />

utiliza<strong>do</strong>r <strong>de</strong>seja.<br />

Quan<strong>do</strong> queremos comprar uma viagem <strong>de</strong> avião pela internet, não<br />

utilizamos um motor <strong>de</strong> busca como o Google, porque o máximo que<br />

ele po<strong>de</strong> fazer é dar-nos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sites <strong>de</strong> companhias e agências<br />

<strong>de</strong> viagens. Aí, o utiliza<strong>do</strong>r terá <strong>de</strong> percorrer os vários sites em busca das<br />

melhores ofertas. Mas, atualmente, existem diversos portais <strong>de</strong> viagens<br />

direciona<strong>do</strong>s para esse fim, nos quais o utiliza<strong>do</strong>r indica os da<strong>do</strong>s básicos<br />

<strong>do</strong> voo que procura: data <strong>de</strong> partida, data <strong>de</strong> regresso, origem e <strong>de</strong>stino.<br />

A resposta será concreta e direcionada aos objetivos <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>r.<br />

O que o projeto World Search preten<strong>de</strong> fazer é criar um software capaz<br />

<strong>de</strong> adaptar este tipo <strong>de</strong> motores <strong>de</strong> busca a várias áreas <strong>de</strong> atuação,<br />

como o setor imobiliário, médico, financeiro ou justiça, mas sem que,<br />

para isso, seja necessário criar uma estrutura tecnológica para cada<br />

uma das áreas.<br />

O objetivo é capacitar os computa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> competências que lhes<br />

permitam processar os <strong>do</strong>cumentos da web para encontrar, através da<br />

combinação <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> vários <strong>do</strong>cumentos/sites processa<strong>do</strong>s, a<br />

resposta que o utiliza<strong>do</strong>r <strong>de</strong>seja.<br />

O processamento da linguagem <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos presentes na web<br />

(numa primeira fase só em língua portuguesa), com vista à análise e<br />

ao processamento <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> texto, é da responsabilida<strong>de</strong><br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro e da Microsoft. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outra<br />

das componentes fundamentais <strong>do</strong> projeto, os interfaces gráficos que<br />

o utiliza<strong>do</strong>r terá para <strong>de</strong>finir a pesquisa, e que têm <strong>de</strong> ser diferentes das<br />

usadas em motores <strong>de</strong> busca como o Google, está nas mãos da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Ciências da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa.<br />

O projeto está em fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e Nuno Silva adianta que<br />

os primeiros resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>verão ser publica<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>, aproximadamente,<br />

seis meses.<br />

Quan<strong>do</strong> fazemos uma pesquisa num motor <strong>de</strong> busca como o Google,<br />

recebemos uma imensidão <strong>de</strong> informação que nada tem a ver com o<br />

nosso pedi<strong>do</strong>, e temos <strong>de</strong> fazer várias consultas, a vários <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s, para encontrar a resposta certa. Um grupo <strong>de</strong> investiga<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> ISEP, li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por Nuno Silva e com a colaboração da Microsoft,<br />

entre outros parceiros, está a <strong>de</strong>senvolver uma solução para este problema.<br />

O projeto - World Search - tem por objetivo tornar os motores<br />

<strong>de</strong> busca capazes <strong>de</strong> relacionar os parâmetros pedi<strong>do</strong>s pelo utiliza<strong>do</strong>r<br />

e fornecer respostas mais concretas, relacionan<strong>do</strong> a informação como<br />

um raciocínio lógico.<br />

Nuno Silva explicou ao ISEP.<strong>BI</strong> que, atualmente, os motores <strong>de</strong> busca<br />

recolhem a informação relacionada com os termos indica<strong>do</strong>s pelo utiliza<strong>do</strong>r<br />

e dispõe-na numa lista <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos e sites em que os termos<br />

constam, mas que não são, obrigatoriamente, a resposta que o utiliza<strong>do</strong>r<br />

preten<strong>de</strong>. Cabe-nos <strong>de</strong>pois, como utiliza<strong>do</strong>res, analisar os <strong>do</strong>cumentos<br />

e sites e escolher aquele que melhor se a<strong>de</strong>qua ao que preten<strong>de</strong>mos.<br />

O que o grupo <strong>de</strong> investiga<strong>do</strong>res que trabalham no World Search


18<br />

DEPOIS DO ISEP<br />

“QUEREMOS<br />

QUE VEJAM A<br />

EUROCLOUD COMO<br />

UM CATALISADOR<br />

DE INOVAÇÃO DAS<br />

EMPRESAS<br />

PAULO CALÇADA<br />

Fez parte <strong>do</strong> primeiro grupo <strong>de</strong> alunos da licenciatura em <strong>Engenharia</strong><br />

Eletrotécnica e Computa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ISEP, numa altura em que os recursos<br />

informáticos estavam em constante evolução. Com um percurso<br />

académico marca<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>terminação e profissionalismo, Paulo Calçada<br />

não tar<strong>do</strong>u a receber um convite por parte da instituição para<br />

ficar a trabalhar no Laboratório <strong>de</strong> Eletrotecnia, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois para o<br />

mesmo <strong>de</strong>partamento no <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (IPP). Ao longo<br />

<strong>do</strong> seu trajeto profissional, implementou mudanças significativas nas<br />

re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> telecomunicações e cimentou as bases necessárias para o <strong>de</strong>safio<br />

que hoje enfrenta ao coman<strong>do</strong> da Eurocloud Portugal. Para Paulo<br />

Calçada, o sucesso e o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo não têm segre<strong>do</strong>s. São apenas<br />

uma questão <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>.<br />

Esteve in<strong>de</strong>ciso entre um curso <strong>de</strong> Cinema e um curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>,<br />

mas a paixão por “curto-circuitar” falou mais alto. Paulo Calçada entrou<br />

para o ISEP em 1995, “numa altura <strong>de</strong> mudança radical”, quan<strong>do</strong> ainda<br />

se davam os primeiros passos no curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica e<br />

Computa<strong>do</strong>res. Os primeiros tempos não foram fáceis, uma vez que<br />

ainda faltavam alguns recursos essenciais, como a Internet. No entanto,<br />

não baixou os braços: “Comprávamos revistas relacionadas com informática,<br />

tentávamos fazer páginas <strong>de</strong> Internet em html – sem estarmos<br />

liga<strong>do</strong>s à Internet, tentávamos arranjar, fora <strong>de</strong> casa, computa<strong>do</strong>res<br />

com ligação à Internet, da<strong>do</strong> que não era recorrente ligações em casa”.<br />

Das memórias que guarda <strong>do</strong> seu percurso académico lembrou o “extraordinário<br />

espírito académico”, que o aju<strong>do</strong>u a fazer a transição entre<br />

o Ensino Secundário e o Ensino <strong>Superior</strong>. Para Paulo Calçada, a entrada<br />

neste novo mun<strong>do</strong> tem <strong>de</strong> ser encarada como o acesso a uma profissão,<br />

ten<strong>do</strong> os alunos <strong>de</strong> assumir ainda mais responsabilida<strong>de</strong>s.<br />

A existência <strong>de</strong> várias gerações <strong>de</strong> professores é, para Paulo Calçada,<br />

uma mais valia da instituição, pois permite ao ISEP estar sempre na vanguarda,<br />

existin<strong>do</strong> uma permanente permuta <strong>de</strong> conhecimentos entre<br />

os <strong>do</strong>centes. Além disso, <strong>de</strong>stacou o “espírito competitivo muito saudável”,<br />

que é “essencial” para que os alunos se superem, trabalhan<strong>do</strong>,<br />

cada vez mais, para atingir os seus objetivos.


DEPOIS DO ISEP<br />

19<br />

A CRIAÇÃO DA EUROCLOUD PORTUGAL<br />

Os conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s no seu percurso foram uma “oportunida<strong>de</strong><br />

única”, em que Paulo Calçada recolheu recursos que o conduziram<br />

à presidência da Eurocloud Portugal. Esta organização, pioneira<br />

no nosso país, tem como principal intuito fazer com que as pessoas<br />

“compreendam o valor <strong>do</strong> Cloud Computing” como um incentivo à<br />

“inovação das empresas”.<br />

No entanto, o Paulo Calçada sublinhou que não preten<strong>de</strong> que a Eurocloud<br />

se torne uma “estrutura empresarial com serviços caros”, mas sim<br />

que trabalhe em conjunto com as empresas para que estas alcancem<br />

os seus <strong>de</strong>sejos.<br />

CLOUD COMPUTING: O QUE É?<br />

Ace<strong>de</strong>r a uma plataforma, on<strong>de</strong> quer que se esteja, que contenha<br />

todas as informações sobre fornece<strong>do</strong>res e colabora<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> uma empresa é o princípio base <strong>do</strong> Cloud Computing.<br />

A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> preparar a primeira conferência a nível nacional<br />

<strong>de</strong>dicada exclusivamente ao conceito <strong>de</strong> Cloud Computing<br />

surgiu em 2008. Foi feita uma pesquisa intensiva sobre a temática<br />

em Portugal e foi convida<strong>do</strong> um especialista Janopês,<br />

Nat Sakimura, para explicar a importância <strong>de</strong>stes sistemas. Esta<br />

iniciativa veio a ser uma porta para a etapa seguinte.<br />

A ENTRADA NO MUNDO DO TRABALHO<br />

O contacto <strong>de</strong> Paulo Calçada com o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho começou<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> próprio <strong>Instituto</strong>, quan<strong>do</strong> foi convida<strong>do</strong> para cooperar no<br />

laboratório <strong>de</strong> Eletrotecnia. Nessa altura, a estrutura <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>do</strong> ISEP estava a ter um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e eram necessários<br />

técnicos da área para proporcionar um crescimento ainda maior, pelo<br />

que o engenheiro aceitou prontamente o <strong>de</strong>safio que acabou por lhe<br />

traçar o sucesso a nível profissional.<br />

Nesse ano, a re<strong>de</strong> Eurocloud estava a dar os primeiros passos<br />

na Europa, surgin<strong>do</strong> a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tornar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

e formal o blogue que tinha vin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolver, o Cloud-<br />

Views. Assim nasceu a Eurocloud Portugal, que Paulo Calçada<br />

presi<strong>de</strong>. Em mãos, tem a criação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas<br />

nacional, que, futuramente, se irá ligar a uma re<strong>de</strong> europeia,<br />

aumentan<strong>do</strong> o leque <strong>de</strong> contactos.<br />

Outros três gran<strong>de</strong>s objetivos da Eurocloud Portugal são a realização<br />

<strong>de</strong> um congresso, a atribuição <strong>do</strong> prémio europeu <strong>de</strong><br />

Cloud Computing e a promoção <strong>do</strong> Eurocloud Day, uma conferência<br />

a <strong>de</strong>correr em vários pontos em simultâneo.<br />

Reconhecen<strong>do</strong> o trabalho realiza<strong>do</strong> no ISEP, o <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> propõe a Paulo Calçada um lugar no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> comunicações<br />

e re<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> efetuou melhorias notórias nas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Telecomunicações,<br />

ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> o IPP a primeira instituição <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong><br />

a “implementar um sistema <strong>de</strong> Cloud Computing”.<br />

Entre um diversifica<strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> participações em projetos externos<br />

ao Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Paulo Calçada realça o convite da Fundação <strong>de</strong><br />

Computação Cientifica Nacional (FCCN) para se juntar ao grupo <strong>de</strong> trabalho<br />

<strong>de</strong>dica<strong>do</strong> ao estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> informática e comunicações<br />

das diferentes universida<strong>de</strong>s e politécnicos nacionais, que conduziu a<br />

“melhorias notórias que levaram a um aumento da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço”<br />

presta<strong>do</strong> a toda a comunida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> científica.<br />

Sempre liga<strong>do</strong> ao ISEP, Paulo Calçada conseguiu que o IPP fosse pioneiro<br />

na implementação <strong>do</strong> sistema Google Apps. Além disso, criou, em<br />

parceria com alguns elementos <strong>do</strong> ISEP, um blogue sobre o conceito<br />

inova<strong>do</strong>r Cloud Computing, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> CloudViews.


20 A NOSSA TECNOLOGIA<br />

REMODELAÇÃO DA ESTRUTURA<br />

DE UM AUTOCARRO<br />

FERNANDO FERREIRA E JORGE JUSTO<br />

“O GRANDE DESAFIO FOI FAZER UM<br />

AUTOCARRO COM MAIS LUGARES,<br />

MAS COM O MESMO TAMANHO”<br />

Fernan<strong>do</strong> Ferreira e Jorge Justo, <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Mecânica <strong>do</strong> ISEP, foram os responsáveis pelo projeto <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lação<br />

da estrutura <strong>de</strong> um autocarro da empresa Irmãos Mota e Cia. Em mãos,<br />

estava a criação <strong>de</strong> um novo produto, mais resistente e mais seguro, que<br />

pu<strong>de</strong>sse superar os testes <strong>de</strong> segurança ao capotamento para uma homologação<br />

europeia. Aliar to<strong>do</strong>s estes conceitos nem sempre foi uma<br />

tarefa fácil, mas o resulta<strong>do</strong> final superou, em muito, as expetativas. A<br />

chave está nos pormenores que, no final, fizeram uma gran<strong>de</strong> diferença.<br />

Foi no âmbito <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> incentivo <strong>do</strong> Quadro <strong>de</strong> Referência<br />

Estratégico Nacional (QREN), que a empresa Irmãos Mota e Cia solicitou<br />

a colaboração <strong>do</strong> ISEP para <strong>de</strong>senvolver uma carroçaria <strong>de</strong> autocarro<br />

resistente a um ensaio <strong>de</strong> capotagem, ten<strong>do</strong> também em conta a otimização<br />

em termos <strong>de</strong> peso, para que a empresa obtivesse a homologação<br />

europeia <strong>de</strong> segurança para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> autocarro em causa. O<br />

Centro <strong>de</strong> Investigação e Desenvolvimento em <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />

– CIDEM <strong>do</strong> ISEP aceitou prontamente o <strong>de</strong>safio.


A NOSSA TECNOLOGIA 21<br />

Os pressupostos eram simples: “Tínhamos <strong>de</strong> inovar, crian<strong>do</strong> uma meto<strong>do</strong>logia<br />

diferente, um produto novo”, explicou Fernan<strong>do</strong> Ferreira.<br />

Para atingir essa meta, o ISEP sugeriu o recurso a uma nova tecnologia<br />

e novos materiais, que fossem mais leves e resistentes, e ainda aconselhou<br />

algumas reformulações no sistema <strong>de</strong> construção, mas “sem<br />

alterar muito <strong>do</strong> que é o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho da empresa”, visto que,<br />

“na prática, as empresas não têm capital humano e financeiro para fazer<br />

gran<strong>de</strong>s mudanças”. Para a concretização <strong>de</strong>ste objetivo a empresa<br />

selecionou um veículo <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros, na versão <strong>de</strong> turismo,<br />

com peso bruto <strong>de</strong> 7200 quilos.<br />

Saber se um autocarro está pronto para aprovação nem sempre é um<br />

processo fácil. Uma das formas é o “processo <strong>de</strong> tentativa-erro, mas<br />

este méto<strong>do</strong> significa capotar autocarros <strong>de</strong>struin<strong>do</strong>-os, o que é muito<br />

dispendioso”. Outro processo consiste em incorporar “mais ferro na<br />

estrutura”, mas que em contrapartida, “aumentaria o peso <strong>do</strong> veículo<br />

em vazio e roubaria lugares, tornan<strong>do</strong> o autocarro mais difícil <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r<br />

a posteriori”.<br />

Segun<strong>do</strong> Fernan<strong>do</strong> Ferreira, pretendia-se “um trabalho <strong>de</strong> engenharia<br />

forte ao nível <strong>do</strong> cálculo estrutural, para saber como se po<strong>de</strong> reforçar a<br />

segurança sem acrescentar peso, <strong>de</strong> forma a ter uma garantia <strong>de</strong> que o<br />

autocarro vai passar ao primeiro teste. Este consiste em forçar o veículo<br />

para além da situação limite <strong>de</strong> inclinação lateral, capotan<strong>do</strong>-o. Durante<br />

o capotamento, a <strong>de</strong>formação da estrutura é monitorizada, sen<strong>do</strong><br />

que para a aprovação <strong>do</strong> veículo, a <strong>de</strong>formação <strong>de</strong>ve ser mínima, garantin<strong>do</strong><br />

uma reserva <strong>de</strong> segurança aos passageiros”.<br />

A altura <strong>do</strong>s bancos também sofreu alterações, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a equipa ter<br />

verifica<strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s os veículos da empresa estavam nos valores máximos<br />

– por legislação, <strong>de</strong>vem ter entre 40 cm no mínimo, e 45 cm no<br />

máximo. Ao baixar a posição <strong>do</strong>s bancos, o autocarro ficou mais leve e<br />

sobretu<strong>do</strong> com o centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> mais baixo.<br />

OS PRIMEIROS RESULTADOS<br />

Os testes iniciais revelaram-se muito promissores. Foi conseguida uma<br />

estrutura mais resistente, mas também mais leve e mais segura, o que<br />

permitirá também um “menor gasto <strong>de</strong> combustível”. Isto em muito<br />

se <strong>de</strong>veu à uma utilização mais racional <strong>do</strong>s materiais: mais e melhor<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> aço nos pontos críticos da estrutura e substituição <strong>de</strong> alguns<br />

elementos da carroçaria em ma<strong>de</strong>ira ou ferro por fibra <strong>de</strong> vidro,<br />

igualmente resistente, mais leve e também <strong>de</strong> menor custo. Além disso,<br />

foram ainda <strong>de</strong>senhadas novas peças para serem mais resistentes, e<br />

que pu<strong>de</strong>ssem ser adaptadas aos novos materiais. O re<strong>de</strong>senho e construção<br />

<strong>de</strong>ste protótipo teve também em conta o processo produtivo,<br />

sen<strong>do</strong> que o atual méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> construção da empresa foi melhora<strong>do</strong><br />

para se obter um melhor resulta<strong>do</strong>, com menor tempo <strong>de</strong> montagem.<br />

Outra alteração ao nível <strong>do</strong> chassis e carroçaria foi a eliminação <strong>de</strong><br />

peças e componentes que não eram necessários. Esta poupança <strong>de</strong><br />

materiais resultou na eliminação <strong>de</strong> seis quilos no veículo. Na fase final<br />

<strong>de</strong> construção, já com a estrutura <strong>de</strong> segurança reforçada para po<strong>de</strong>r<br />

passar no teste <strong>de</strong> capotagem para homologação, pesaram-se o antigo<br />

autocarro e o protótipo projeta<strong>do</strong> pelo ISEP: o autocarro cria<strong>do</strong> pesava<br />

menos 150 quilos <strong>do</strong> que o autocarro anteriormente produzi<strong>do</strong>.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s exce<strong>de</strong>ram largamente as expetativas, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo,<br />

inovação e motivação <strong>do</strong> ISEP contributos essenciais<br />

para o sucesso <strong>do</strong> projeto.<br />

O responsável pelo projeto na empresa sublinhou que “um <strong>do</strong>s requisitos<br />

era a adaptabilida<strong>de</strong> da estrutura, ou seja, a estrutura-base<br />

teria <strong>de</strong> estar aberta a alterações esporádicas, consoante o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> cliente”. Outro <strong>do</strong>s aspetos ti<strong>do</strong>s em conta foi a relação<br />

custo-benefício, uma vez que foi preciso “escolher a alternativa<br />

que, cumprin<strong>do</strong> os requisitos <strong>de</strong> resistência”, fosse mais económica<br />

e rentável.<br />

A estabilida<strong>de</strong> durante a circulação também foi consi<strong>de</strong>rada. Assim, foram<br />

feitas modificações para obter um centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> mais baixo,<br />

o que aju<strong>do</strong>u a tornar o veículo mais seguro.<br />

Durante a fase <strong>de</strong> cálculo estrutural, que recorreu a avança<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s<br />

numéricos para simular o caso <strong>de</strong> capotamento, esta preocupação<br />

esteve sempre presente: “Quanto mais alto estiver o centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> veículo, mais energia potencial este possui, logo, maior é o<br />

impacto sofri<strong>do</strong> pelo veículo”, acrescenta Jorge Justo.


22<br />

BREVES<br />

MEE-SEE: NOVO PLANO<br />

DE ESTUDOS<br />

Orienta<strong>do</strong> para a especialização <strong>de</strong> quadros<br />

superiores, o mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica<br />

– Sistemas Elétricos <strong>de</strong> Energia (MEE-<br />

-SEE) apresenta um novo plano <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

em 2011/2012.<br />

O novo curriculum reforça valências <strong>de</strong> apoio<br />

à evolução profissional na competitiva indústria<br />

elétrica, procuran<strong>do</strong> alavancar o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> competências ao nível <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> instalações elétricas, energias sustentáveis<br />

e gestão empresarial.<br />

O novo plano consolida ainda o papel <strong>do</strong>s<br />

estudantes no processo formativo, já que «os<br />

mestran<strong>do</strong>s são encoraja<strong>do</strong>s a intervir criticamente<br />

na <strong>de</strong>finição e concretização das atuações<br />

nessas áreas», refere Teresa Nogueira, diretora<br />

<strong>do</strong> mestra<strong>do</strong>. A <strong>do</strong>cente aponta ainda<br />

para a importância <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> I&D vocacionadas para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> produtos e serviços inova<strong>do</strong>res<br />

e <strong>de</strong> clara aplicação empresarial.<br />

O “Escolinhas Criativas” tem como principal<br />

objetivo a expansão <strong>do</strong>s espaços escolares na<br />

web, potencian<strong>do</strong> o espírito <strong>de</strong> colaboração,<br />

a inovação e a criativida<strong>de</strong> nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ensino/aprendizagem <strong>do</strong> Ensino Básico. Esta<br />

evolução <strong>do</strong> Escolinhas - plataforma colaborativa<br />

para o ensino <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> informação<br />

e comunicação a crianças entre os 6-12<br />

anos, introduz a aposta novos media digitais.<br />

Com o “Escolinhas Criativas”, surgem assim<br />

novas funcionalida<strong>de</strong>s e serviços que<br />

suportam a criação, colaboração e partilha<br />

<strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s digitais. O projeto recorre a<br />

ativida<strong>de</strong>s artísticas suportadas na mais recente<br />

tecnologia e media: infografias, áudio,<br />

música, ví<strong>de</strong>o, animação, TV, jogos interativos,<br />

ambientes virtuais, entre outros. Estas<br />

funcionalida<strong>de</strong>s preten<strong>de</strong>m apoiar a formação<br />

<strong>do</strong>s mais jovens, <strong>de</strong> uma forma segura e<br />

supervisionada.<br />

O “Escolinhas Criativas” é financia<strong>do</strong> pelo<br />

Quadro <strong>de</strong> Referência Estratégico Nacional e<br />

conta ainda com contributos da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho, INESC <strong>Porto</strong>,<br />

RTP e Microsoft.<br />

O ISEP tem investi<strong>do</strong> numa estratégia <strong>de</strong><br />

internacionalização que reúne diversas plataformas<br />

e, após a promoção institucional<br />

no encontro da European Association for<br />

International Education (EAIE Nantes 2010)<br />

e na European Higher Education Fair (EHEF-<br />

-Bangkok 2009), apostou este ano no contacto<br />

com o público latino-americano.<br />

«Po<strong>de</strong>mos oferecer um ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

somos uma Instituição <strong>de</strong> nível europeu<br />

já com um status bem posiciona<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>mos<br />

oferecer um campus <strong>de</strong> investigação<br />

reconheci<strong>do</strong> e, claro, a vantagem <strong>de</strong> sermos<br />

um país financeiramente acessível”, apontou<br />

Joana Sampaio, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP<br />

com o pelouro da Comunicação e Cooperação<br />

Internacional.<br />

A aposta na feira internacional <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong><br />

que se realizou em Buenos Aires permitiu<br />

um contacto próximo com engenheiros<br />

interessa<strong>do</strong>s em estu<strong>do</strong>s pós-gradua<strong>do</strong>s,<br />

ten<strong>do</strong>-se já verifica<strong>do</strong> os primeiros contactos.<br />

A <strong>de</strong>slocação sustentou igualmente a divulgação<br />

da marca ISEP, nomeadamente ao nível<br />

da I&D. A internacionalização <strong>do</strong> ISEP continua<br />

a crescer.<br />

Aposta<strong>do</strong> numa forte orientação prática, assente<br />

em aulas laboratoriais, o curso privilegia<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> dissertações em ambiente<br />

laboral e em estreita colaboração com<br />

empresas – opção que reforça a compreensão<br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> real.<br />

Desta forma, o MEE-SEE procura apresentar-<br />

-se também como uma ótima oportunida<strong>de</strong><br />

para a evolução na carreira <strong>de</strong> engenheiros<br />

que já se encontram no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />

ESCOLINHAS CRIATIVAS:<br />

FORMAR GERAÇÕES<br />

MULTIMÉDIA E DIGITAIS<br />

O ISEP está envolvi<strong>do</strong> no “Escolinhas Criativas”,<br />

projeto da empresa Tecla Colorida que<br />

preten<strong>de</strong> apoiar a utilização <strong>de</strong> tecnologias<br />

<strong>de</strong> informação e comunicação e novos media<br />

no Ensino Básico. Paula Viana, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong><br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica,<br />

li<strong>de</strong>ra os pacotes da componente audiovisual,<br />

sen<strong>do</strong> responsável pela área <strong>do</strong> ví<strong>de</strong>o.<br />

EUROPOSGRADOS<br />

ARGENTINA 2011<br />

O ISEP promoveu a sua oferta pós-graduada<br />

na EuroPosgra<strong>do</strong>s Argentina 2011. Nos dias<br />

13 e <strong>14</strong> <strong>de</strong> abril, o <strong>Instituto</strong> esteve naquela<br />

que é consi<strong>de</strong>rada a Expo sul-americana das<br />

instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> europeias.<br />

O futuro das organizações também passa<br />

pela sua abertura ao mun<strong>do</strong>. Numa era<br />

mundializada, as instituições académicas<br />

não fogem a esta regra, sen<strong>do</strong> crucial a sua<br />

competitivida<strong>de</strong> na captação <strong>de</strong> estudantes e<br />

colabora<strong>do</strong>res, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos<br />

conjuntos <strong>de</strong> I&D e criação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> partilha<br />

<strong>de</strong> conhecimento.<br />

X OUTOKUMPU:<br />

AÇO INOXIDÁVEL - UM<br />

MUNDO DE SOLUÇÕES<br />

O ISEP acolheu a X Conferência OUTOKUM-<br />

PU, em maio. Este evento foi promovi<strong>do</strong><br />

pelo Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />

(DEM), através <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Investigação<br />

e Desenvolvimento em <strong>Engenharia</strong><br />

Mecânica (CIDEM), em parceria com a multinacional<br />

OUTOKUMPU.<br />

Dedicada ao setor <strong>do</strong> aço inoxidável, a conferência<br />

contou com uma primeira parte<br />

preenchida por palestras técnicas e uma<br />

segunda para apresentação <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

práticos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s pelo ISEP, com as<br />

empresas SILAMPOS e MERCATUS. Ambas<br />

as sessões foram mo<strong>de</strong>radas por Rui Paulo,<br />

diretor-geral da OUTOKUMPU Portugal, e<br />

contaram com a presença <strong>de</strong> Jesús Gonzalez,<br />

da congénere espanhola.


BREVES<br />

23<br />

Ao nível das palestras, <strong>de</strong>staque para Maria<br />

Glaes, que abor<strong>do</strong>u as características e aplicações<br />

<strong>do</strong>s aços inoxidáveis Duplex, e Pasi Aspegren,<br />

que incidiu nas proprieda<strong>de</strong>s das novas<br />

ligas inox ferríticas – opção tida como mais<br />

barata para <strong>de</strong>terminadas aplicações.<br />

Na segunda parte, foram apresenta<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s<br />

práticos coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s pelo DEM. Estes estu<strong>do</strong>s<br />

compararam proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s aços inoxidáveis<br />

austeníticos AISI 201 e AISI 304L com<br />

os novos aços inoxidáveis ferríticos AISI 441.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s por Marina Pinho<br />

(ISEP e MERCATUS) e Célia Soares (SILAMPOS)<br />

<strong>de</strong>monstram que, em aplicações <strong>de</strong> exigência<br />

mo<strong>de</strong>rada, os aços inoxidáveis ferríticos po<strong>de</strong>rão<br />

substituir perfeitamente os aços inoxidáveis<br />

austeníticos, resistin<strong>do</strong> bem à corrosão e<br />

apresentan<strong>do</strong> proprieda<strong>de</strong>s interessantes.<br />

Para os responsáveis pela organização, este<br />

tipo <strong>de</strong> conferências reforça a ligação entre<br />

as empresas e o meio académico e científico,<br />

apoian<strong>do</strong> a criação <strong>de</strong> valor acrescenta<strong>do</strong>. A X<br />

OUTOKUMPU contou com 200 participantes.<br />

FORMANDOS<br />

ACADEMIACISCO.ISEP<br />

CONQUISTAM<br />

NETRIDERS NACIONAL<br />

A Aca<strong>de</strong>miaCisco.ISEP colocou três forman<strong>do</strong>s<br />

entre os quatro finalistas portugueses da<br />

“NetRi<strong>de</strong>rs”. O ISEP conquistou o pódio na eliminatória<br />

nacional <strong>do</strong> concurso da Cisco, que<br />

apurou os representantes portugueses para a<br />

final que reuniu aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.<br />

No passa<strong>do</strong> dia 25 <strong>de</strong> junho, <strong>de</strong>correu o concurso<br />

nacional da Cisco Systems “NetRi<strong>de</strong>rs”.<br />

Dos quatro representantes apura<strong>do</strong>s para integrar<br />

a <strong>de</strong>legação portuguesa na final, os três<br />

primeiros classifica<strong>do</strong>s são forman<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ISEP.<br />

Bruno Rodrigues (1º classifica<strong>do</strong> na competição<br />

nacional), Elisete Cruz (2ª) e Fábio Alves<br />

(3º) foram seleciona<strong>do</strong>s para visitar a se<strong>de</strong><br />

da Cisco Portugal, em Oeiras, on<strong>de</strong> competiram<br />

na final mundial. Os jovens engenheiros<br />

informáticos obtiveram um resulta<strong>do</strong> que<br />

os colocou entre em 97º (Fábio Alves), 99º<br />

(Bruno Rodrigues) e 128ª (Elisete Cruz), numa<br />

competição ganha por forman<strong>do</strong>s romenos e<br />

eslovacos.<br />

A Aca<strong>de</strong>miaCisco.ISEP foi a primeira aca<strong>de</strong>mia<br />

a ser fundada na região <strong>Porto</strong> e disponibiliza<br />

formação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> comprovada ao nível<br />

<strong>de</strong> routing, switching e segurança (CCNA,<br />

CCNP e CCNAS).<br />

MARTINS DE CARVALHO<br />

NA FEDERAÇÃO<br />

EUROPEIA DE GEÓLOGOS<br />

José Martins <strong>de</strong> Carvalho, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica, foi indica<strong>do</strong><br />

pela Associação Portuguesa <strong>de</strong> Geólogos (APG)<br />

para integrar o painel <strong>de</strong> peritos em Hidrogeologia<br />

da Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos<br />

(FEG). Martins <strong>de</strong> Carvalho, euro-geólogo com<br />

relevante experiência profissional, consi<strong>de</strong>rou<br />

«uma honra representar, como quadro <strong>do</strong> ISEP,<br />

os geólogos portugueses nesta ativida<strong>de</strong>».<br />

A geologia é, hoje, no conceito da geoengenharia,<br />

o motor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s económicas<br />

que geram enorme valor acrescenta<strong>do</strong>: petróleo,<br />

gás, carvão, indústria mineira e cada<br />

vez mais a gestão global <strong>do</strong> solo e subsolo<br />

<strong>de</strong>ntro dum quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

Neste contexto, a FEG surge como<br />

o organismo que integra as associações profissionais<br />

<strong>do</strong>s geólogos europeus, dan<strong>do</strong> voz<br />

aos profissionais <strong>do</strong> setor.<br />

Fundada em Paris, em 1980, a FEG assume-se<br />

um parceiro respeita<strong>do</strong> e ouvi<strong>do</strong> no Conselho<br />

e Parlamento europeus, on<strong>de</strong> promove ativamente<br />

a valorização profissional <strong>do</strong>s euro-<br />

-geólogos. De <strong>de</strong>stacar que Martins Carvalho<br />

acompanhou to<strong>do</strong>s os trabalhos <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são<br />

portuguesa à FEG e foi, durante mais <strong>de</strong> 15<br />

anos, o representante permanente da APG<br />

junto da Fe<strong>de</strong>ração, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> seu vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

entre 1982-1985.<br />

O professor coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> ISEP passa a ser o<br />

representante português num painel encabeça<strong>do</strong><br />

pelo italiano Carlo Bravi e que atua nas<br />

áreas <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> Aquíferos e da Iniciativa<br />

Comunitária Água.<br />

BUSINESS<br />

SUSTAINA<strong>BI</strong>LITY 2011<br />

O ISEP e a Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho associaram-se<br />

na organização da 2ª Conferência Internacional<br />

sobre Sustentabilida<strong>de</strong> Empresarial “Business<br />

Sustainability – BS’11”. Este evento <strong>de</strong>correu<br />

em junho, na Póvoa <strong>do</strong> Varzim, e procurou uma<br />

aproximação efetiva entre instituições académicas<br />

e empresas, a teoria e a prática.<br />

A BS’11 promoveu um clima informal no <strong>de</strong>bate<br />

<strong>do</strong>s temas, com claro enfoque para a<br />

auscultação e interação com a audiência e<br />

a promoção <strong>de</strong> “sessões <strong>de</strong> diálogo”. Destaque<br />

para as apresentações “Innnovation and<br />

the Sustainability Journey”, <strong>de</strong> Peter Smith,<br />

presi<strong>de</strong>nt da The Lea<strong>de</strong>rship Alliance Inc;<br />

“Virtual and Virtuality: Implications for Knowledge<br />

Management”, <strong>de</strong> Jovan Filipovic;<br />

“Capacity Building for Social Development;<br />

A Competency Based Mo<strong>de</strong>l for Education<br />

in Social Development”, <strong>de</strong> Raymond Saner<br />

e Lichia Yiu.<br />

A conferência contou com a participação <strong>de</strong><br />

vários autores nacionais e estrangeiros e <strong>de</strong><br />

empresas como a Gislótica, Maismetal, HAAS,<br />

ENERCER, Frenesius, Bureauveritas, Hélio Serralharia,<br />

Tetatrês, LTA e BP.<br />

A BS contou ainda com a participação <strong>do</strong>s<br />

centros <strong>de</strong> investigação CIDEM e Labvê e da<br />

C. M. da Póvoa <strong>de</strong> Varzim, cujos contributos<br />

ajudaram à reflexão sobre o tema da sustentabilida<strong>de</strong><br />

das organizações.<br />

<strong>14</strong> RTCM<br />

O ISEP acolheu os principais grupos <strong>de</strong> investigação<br />

portugueses na área das comunicações<br />

móveis para discutir o esta<strong>do</strong> da arte.<br />

Promover momentos <strong>de</strong> encontro que<br />

apoiem a partilha <strong>de</strong> conhecimento e a evolução<br />

tecnológica nacional, é um <strong>do</strong>s motivos<br />

que alimenta a realização periódica <strong>de</strong> encontros<br />

no Centro <strong>de</strong> Congressos <strong>do</strong> ISEP. No<br />

início <strong>de</strong> julho, foi a vez da <strong>14</strong>ª edição <strong>do</strong> seminário<br />

da Re<strong>de</strong> Temática <strong>de</strong> Comunicações<br />

Móveis (RTCM).


24 BREVES<br />

A RTCM é uma re<strong>de</strong> nacional <strong>de</strong> excelência,<br />

composta por centros <strong>de</strong> I&D e empresas<br />

com interesses na área das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicações<br />

móveis. Tem como objetivos principais<br />

promover a troca <strong>de</strong> conhecimentos e<br />

experiências entre os seus investiga<strong>do</strong>res; a<br />

cooperação efetiva entre os seus membros e<br />

a construção <strong>de</strong> visões partilhadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

nacional estratégico.<br />

A este nível, os seminários RTCM realizam-se<br />

duas vezes por ano e representam um espaço<br />

para troca <strong>de</strong> informação e reflexão entre os<br />

agentes envolvi<strong>do</strong>s e estudantes interessa<strong>do</strong>s.<br />

A <strong>14</strong>ª RCTM foi organizada pelo investiga<strong>do</strong>r<br />

Mário Alves (CISTER), em colaboração com<br />

Manuel Ricar<strong>do</strong> (INESC <strong>Porto</strong>) e Jorge Sá Silva<br />

(Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra).<br />

senvolvimento <strong>de</strong> competências ao nível da<br />

gestão, planeamento e execução <strong>de</strong> projetos.<br />

Nesta primeira edição, o ISEP acolheu oito<br />

estudantes <strong>de</strong> quatro nacionalida<strong>de</strong>s: Fátima<br />

Leal (Portugal), Mihály Varga e Peter Gal (Hungria),<br />

Mateusz Malkowski e Marta Józwiak (Polónia),<br />

David Testar Carbó, Marc Ribas Piñol e<br />

Iván Arrabal Camacho (Espanha). Os futuros<br />

engenheiros foram dividi<strong>do</strong>s em duas equipas<br />

que <strong>de</strong>senvolveram <strong>do</strong>is protótipos <strong>de</strong><br />

humidifica<strong>do</strong>res para o data centre <strong>do</strong> ISEP.<br />

«O aspeto mais importante foi a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conhecer <strong>de</strong> perto o ambiente empresarial<br />

e aplicar os conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s ao longo<br />

<strong>do</strong> curso», <strong>de</strong>stacou Fátima Leal.<br />

Por seu turno, Benedita Malheiro, responsável<br />

pelo EPS@ISEP, aponta que «o sucesso <strong>de</strong>sta<br />

iniciativa passou, sobretu<strong>do</strong>, pela vonta<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s estudantes em realizar os protótipos e<br />

pela motivação da equipa <strong>do</strong>cente».<br />

pela transferência <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> montagem<br />

para as equipas.<br />

A montagem da Barchetta respeita uma ficha<br />

técnica, que fará parte <strong>do</strong> regulamento <strong>do</strong><br />

troféu. No entanto, para as potenciais equipas<br />

interessadas, a team barchetta prevê <strong>de</strong>senvolver<br />

uma ação técnica <strong>de</strong> montagem. Com<br />

esta abordagem, avança-se igualmente um<br />

contributo para a formação técnica <strong>de</strong> novas<br />

equipas, em particular <strong>do</strong>s jovens pilotos.<br />

O carro esteve exposto no circuito da Boavista,<br />

com o apoio da Câmara Municipal <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e<br />

da empresa <strong>Porto</strong> Lazer. A apresentação <strong>de</strong>correu<br />

durante o fim-<strong>de</strong>-semana das provas<br />

WTCC (1 a 3 <strong>de</strong> julho), seguin<strong>do</strong>-se a fase <strong>de</strong><br />

testes em pistas e o processo <strong>de</strong> homologação.<br />

A segunda edição <strong>do</strong> EPS@ISEP está prevista<br />

para o segun<strong>do</strong> semestre <strong>de</strong> 2011-2012.<br />

GILT APRESENTA<br />

TIME MESH NA MADEIRA<br />

EPS@ISEP:<br />

APRESENTAÇÃO DE<br />

RESULTADOS<br />

Em linha com o eixo <strong>de</strong> internacionalização, o<br />

ISEP lançou em 2010/2011 a primeira edição<br />

<strong>do</strong> European Project Semestre (EPS@ISEP). Em<br />

Junho, as equipas multidisciplinares apresentaram<br />

os projetos finais, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> como i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> força que este é um projeto que merce ser<br />

acarinha<strong>do</strong>.<br />

O EPS é um programa europeu, concebi<strong>do</strong><br />

para sustentar a formação <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> com perfis propensos a carreiras<br />

internacionais. Com duração <strong>de</strong> um semestre<br />

e leciona<strong>do</strong> em inglês, este programa <strong>de</strong>safia<br />

estudantes <strong>de</strong> diferentes nacionalida<strong>de</strong>s e<br />

áreas da <strong>Engenharia</strong> a <strong>de</strong>senvolver um projeto<br />

transversal em equipa. Além <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s<br />

técnicos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, aborda ainda o <strong>de</strong>-<br />

ISEP NO CIRCUITO DA<br />

BOAVISTA<br />

O ISEP esteve representa<strong>do</strong> no circuito da<br />

Boavista, através da Barchetta – automóvel<br />

<strong>de</strong> competição <strong>de</strong>senvolvida pela team barchetta,<br />

que inclui o Laboratório Automóvel<br />

<strong>do</strong> ISEP e as empresas Auto-Perfis Pultrudi<strong>do</strong>s,<br />

KIMSO, QF, DBE Suspension Engineering<br />

e BP Portugal.<br />

Este projeto teve início em 2007, a partir da<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver um carro <strong>de</strong> baixo custo<br />

para provas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> com o objetivo <strong>de</strong><br />

criar um troféu que integrasse o campeonato<br />

nacional <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>.<br />

A filosofia <strong>do</strong> projeto assenta, por isso, na utilização<br />

da mecânica <strong>do</strong> FIAT Uno 45 S e <strong>de</strong> um<br />

kit que inclui um chassis tubular, uma carroçaria<br />

em fibra <strong>de</strong> vidro e alguns acessórios <strong>de</strong><br />

competição. Deste mo<strong>do</strong>, consegue-se reduzir<br />

o custo final <strong>do</strong> carro, através da aquisição<br />

<strong>de</strong> mecânicas a custo reduzi<strong>do</strong>, mas também<br />

O grupod <strong>de</strong> investigação <strong>do</strong> ISEP Graphics,<br />

Interaction and Learning Technologies (GILT)<br />

foi à Ma<strong>de</strong>ira apresentar oficialmente o jogo<br />

on-line “Time Mesh”. Este jogo preten<strong>de</strong> aproveitar<br />

o interesse <strong>do</strong>s jovens em ida<strong>de</strong> escolar<br />

por vi<strong>de</strong>ojogos, para <strong>de</strong>senvolver jogos sérios<br />

(serious games), com fins educativos.<br />

O “Time Mesh” resulta <strong>do</strong> projeto europeu<br />

Serious Learning Games (SELEAG), li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />

pelo grupo <strong>de</strong> investigação <strong>do</strong> ISEP e<br />

financia<strong>do</strong> pela Comissão Europeia.<br />

Aproveitan<strong>do</strong> a natureza competitiva<br />

e as interações sociais <strong>do</strong>s vi<strong>de</strong>ojogos -<br />

especialmente jogos basea<strong>do</strong>s na web , este<br />

projeto inci<strong>de</strong> em três momentos da História<br />

Europeia – Descobertas Marítimas, Revolução<br />

Industrial e II Guerra Mundial - para transmitir<br />

conteú<strong>do</strong>s educativos.<br />

O objetivo é potenciar uma aprendizagem<br />

multidisciplinar, com abordagem <strong>de</strong> conceitos<br />

e conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> história, geografia, economia,<br />

fenómenos sociais, além da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

europeia.<br />

Para este efeito, o “Time Mesh” aproveita uma<br />

plataforma on-line extensível, multilíngue,<br />

multijoga<strong>do</strong>r, colaborativa e social, para a par-


BREVES<br />

25<br />

tilha e aquisição <strong>de</strong> conhecimento da história<br />

das regiões da Europa - incluin<strong>do</strong> uma passagem<br />

pela <strong>de</strong>scoberta da ilha da Ma<strong>de</strong>ira.<br />

Aos alunos/joga<strong>do</strong>res cabe assumir papéis <strong>de</strong><br />

personagens que tiveram posições relevantes<br />

nas diversas evoluções e cenários.<br />

(Espanha), ESVALL (Espanha), Atos Research<br />

(Espanha) e eZmonitoring (Irlanda).<br />

Este projeto é <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no âmbito 7º Programa<br />

Quadro/ARTEMIS Computing Systems<br />

Initiative, da Comissão Europeia.<br />

busca e salvamento, a segurança e os transportes<br />

inteligentes».<br />

O ISEP esteve igualmente representa<strong>do</strong> no<br />

RoboCup International Symposium 2011.<br />

Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo ISEP, o SELEAG inclui como parceiros<br />

a Escola da Associação para o Ensino<br />

Livre (Portugal), Katholieke Hogeschool St.<br />

Lieven (Bélgica), Universidad <strong>de</strong> Zaragoza (Espanha),<br />

Tallin University (Estónia), University<br />

of Central Lancashire (Reino Uni<strong>do</strong>) e University<br />

of Ljubljana (Eslovénia).<br />

PROJETO<br />

EUROPEU ENCOURAGE<br />

LANÇADO NO ISEP<br />

E se os edifícios fossem inteligentes e amigos<br />

<strong>do</strong> ambiente? Em julho, o ISEP foi palco <strong>do</strong><br />

lançamento <strong>do</strong> novo projeto europeu EN-<br />

COURAGE (Embed<strong>de</strong>d iNtelligent COntrols<br />

for bUildings with Renewable generAtion<br />

and storaGE).<br />

O ENCOURAGE preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver tecnologias<br />

embebidas, inteligentes e integradas<br />

para a otimização <strong>de</strong> consumos energéticos<br />

em edifícios com energia renovável,<br />

na perspetiva <strong>de</strong> assumir um papel ativo na<br />

futura grelha <strong>de</strong> ambientes inteligentes –<br />

tema <strong>de</strong> crescente importância estratégica<br />

em Portugal.<br />

O projeto é coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> no <strong>Instituto</strong> pelo<br />

CISTER. O centro <strong>de</strong> investigação assume responsabilida<strong>de</strong>s<br />

ao nível <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> tecnologias sensoriais e event-based middleware,<br />

além <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar a exploração e disseminação<br />

<strong>do</strong>s pacotes <strong>de</strong> trabalho da arquitetura<br />

<strong>de</strong> sistemas.<br />

O consórcio <strong>do</strong> projeto é li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pela Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Aalborg (Dinamarca) e tem<br />

como parceiros o ISEP e as empresas ISA<br />

– Intelligent Sensing Anywhere (Portugal),<br />

ENEL (Itália), EnergiNord (Dinamarca), Seluxit<br />

(Dinamarca), GNERA Energia y Tecnologia<br />

ROBÓTICA ISEP:<br />

SHOW DE BOLA EM<br />

CONSTANTINOPLA<br />

O ISEP participou novamente no Campeonato<br />

<strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Futebol Robótico (RoboCup<br />

2011). A presente edição <strong>de</strong>ste fórum <strong>de</strong> excelência<br />

da inteligência artificial e robótica<br />

<strong>de</strong>correu em Istambul e colocou a equipa,<br />

que reúne investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong> INESTEC LA Robotics<br />

Pólo ISEP e estudantes da área <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Eletrotécnica e <strong>de</strong> Computa<strong>do</strong>res,<br />

frente-a-frente com outras 17 oriundas <strong>de</strong><br />

Portugal, Alemanha, China, Japão, Austrália,<br />

Holanda, Irão.<br />

A RoboCup é um evento internacional <strong>de</strong><br />

âmbito educativo, que visa incentivar a I&D<br />

em sistemas robóticos e inteligência artificial.<br />

Tem como objetivo final o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma equipa <strong>de</strong> futebol robótico,<br />

capaz <strong>de</strong> competir contra uma equipa humana<br />

em 2050.<br />

Para que uma equipa <strong>de</strong> futebol robótico realize<br />

um jogo <strong>de</strong> futebol, há to<strong>do</strong> um conjunto<br />

<strong>de</strong> tecnologias que <strong>de</strong>vem ser incorporadas,<br />

incluin<strong>do</strong> princípios <strong>de</strong> conceção/<strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> agentes ativos, cooperação multiagente,<br />

estratégias <strong>de</strong> aquisição, resposta<br />

(raciocínio) em tempo real, robótica e fusão<br />

sensorial. Neste senti<strong>do</strong>, as participações da<br />

equipa ISEP têm permiti<strong>do</strong> testar soluções e<br />

acumular experiência para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novas soluções.<br />

De acor<strong>do</strong> com Eduar<strong>do</strong> Silva, investiga<strong>do</strong>r<br />

responsável pelo laboratório <strong>de</strong> robótica,<br />

«os <strong>de</strong>senvolvimentos que resultam<br />

da participação neste <strong>de</strong>safio têm gran<strong>de</strong><br />

aplicação a outros <strong>do</strong>mínios da robótica e<br />

sistemas autónomos, como a monitorização<br />

ambiental, a inspeção <strong>de</strong> infraestruturas, a<br />

DEE EM PROJETO<br />

ENERGÉTICO INOVADOR<br />

DE SILICON VALLEY<br />

O ISEP, através <strong>do</strong> DEE, celebrou um protocolo<br />

<strong>de</strong> colaboração com a empresa californiana<br />

SyncWatts. A parceria com a empresa <strong>de</strong><br />

Silicon Valley prevê a realização <strong>de</strong> pareceres<br />

técnicos e consultoria sobre uma nova forma<br />

<strong>de</strong> produção energética revolucionária.<br />

Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pela empresa norte-americana, o<br />

projeto “Off grid proGenerator” visa <strong>de</strong>senvolver<br />

protótipos proof-of-concept e pré-<br />

-séries, para geração <strong>de</strong> energia a partir <strong>de</strong><br />

tecnologias off grid, com balanço dinâmico<br />

positivo <strong>de</strong> energia e valor acrescenta<strong>do</strong>.<br />

A tecnologia inova<strong>do</strong>ra preten<strong>de</strong> criar energia<br />

elétrica num gera<strong>do</strong>r linear periférico,<br />

através <strong>do</strong> movimento oscilatório harmónico<br />

unidimensional. A gran<strong>de</strong> inovação resi<strong>de</strong> na<br />

geração <strong>de</strong> energia cinética por ciclo <strong>de</strong> impulsão<br />

(proGera<strong>do</strong>r), manten<strong>do</strong> um balanço<br />

relativo positivo <strong>de</strong> energia entre a fonte externa<br />

auxiliar e o gera<strong>do</strong>r periférico.<br />

As potencialida<strong>de</strong>s comerciais <strong>de</strong>ste projeto<br />

são imensas e esperam possibilitar a criação<br />

<strong>de</strong> empresas regionais (off grid power operator)<br />

capazes <strong>de</strong> fornecer planos energéticos<br />

personaliza<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> custos reduzi<strong>do</strong>s,<br />

conduzin<strong>do</strong> a uma renovação <strong>do</strong> setor à<br />

escala mundial.<br />

De acor<strong>do</strong> com os responsáveis <strong>do</strong> DEE, «o<br />

ISEP, ao estar liga<strong>do</strong> a este projeto, encontra-<br />

-se na vanguarda <strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> investigação<br />

da área».<br />

A equipa será formada por José António Beleza<br />

Carvalho, António Carvalho <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>,<br />

Roque Filipe Brandão, Pedro Sousa Melo e<br />

Alexandre Silveira


26<br />

PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

TÉCNICAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL<br />

E CONTROLO ADAPTATIVO APLICADAS<br />

À GESTÃO DE PARQUES EÓLICOS<br />

Este trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento propõe um algoritmo para gestão <strong>de</strong><br />

parques eólicos que inclui, quer a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>spacho total, quer<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limitação da energia produzida pelo parque.<br />

Num futuro próximo, numa lógica <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, os promotores<br />

<strong>do</strong>s parques eólicos, terão <strong>de</strong> apresentar propostas <strong>de</strong> produção<br />

discretizadas (a 24 ou a 72 horas por exemplo), ou porque ao nível<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> intradiário haja a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a ajustes, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> a permitir o equilíbrio entre a produção e a carga.<br />

Com a materialização <strong>de</strong>sta possibilida<strong>de</strong>, situações haverá (mesmo<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser apenas em curtos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tempo) em que será necessário<br />

controlar a potência das turbinas <strong>do</strong> parque, ou mesmo proce<strong>de</strong>r<br />

à paragem completa <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>las. No caso da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma produção discretizada, o controlo <strong>de</strong> potência ou paragem <strong>de</strong><br />

turbinas <strong>de</strong>verá ser i<strong>de</strong>almente feito <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a que, em cada momento,<br />

a potência a fornecer à re<strong>de</strong> seja tão próxima quanto possível <strong>do</strong><br />

valor contratualiza<strong>do</strong>.<br />

O algoritmo é basea<strong>do</strong> em re<strong>de</strong>s neuronais artificiais (RNA) e num algoritmo<br />

genético (AG). As RNA permitem fazer a previsão <strong>do</strong> recurso,<br />

e também, uma aproximação à curva <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> cada uma das<br />

máquinas que compõem o parque eólico. O AG fará, no espaço temporal<br />

<strong>de</strong>seja<strong>do</strong> (na situação <strong>de</strong> limitação <strong>de</strong> potência), o escalonamento<br />

das turbinas que <strong>de</strong>verão estar em funcionamento com vista a permitir<br />

alcançar o objetivo <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>.<br />

As meto<strong>do</strong>logias e os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s foram posteriormente<br />

testa<strong>do</strong>s com da<strong>do</strong>s reais. A boa qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s parece<br />

sustentar a abordagem a<strong>do</strong>tada.<br />

Nome<br />

António José <strong>de</strong> Sousa Ferreira da Silva<br />

Área Científica<br />

<strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />

Orienta<strong>do</strong>r<br />

Professor Doutor José Nuno Marques Fidalgo (FEUP) e Professor Doutor<br />

Fernan<strong>do</strong> Aristi<strong>de</strong>s da Silva Ferreira <strong>de</strong> Castro (ISEP)<br />

Local<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Data da Prova<br />

janeiro 2011


PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

27<br />

INCERTEZAS NOS COMPÓSITOS<br />

ESTRUTURAIS: DESENVOLVIMENTO DE<br />

MODELOS NUMÉRICOS DE ANÁLISE DE<br />

FIA<strong>BI</strong>LIDADE E DE PROJECTO ÓPTIMO<br />

Atualmente, os mo<strong>de</strong>los matemáticos são usa<strong>do</strong>s com frequência<br />

como ferramentas para analisar o comportamento <strong>de</strong> estruturas, o<br />

que permite o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos estruturais com melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho e fiabilida<strong>de</strong>. No caso <strong>do</strong>s materiais compósitos, este<br />

comportamento é afeta<strong>do</strong> por inúmeras incertezas que <strong>de</strong>vem ser<br />

consi<strong>de</strong>radas no projeto estrutural.<br />

A propagação <strong>de</strong> incertezas em estruturas compósitas é analisada consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />

os seguintes objetivos:<br />

• obter informação sobre os <strong>do</strong>is primeiros momentos da resposta:<br />

valor médio e variância. É apresenta<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> basea<strong>do</strong> em<br />

sensibilida<strong>de</strong>s, que permite também a i<strong>de</strong>ntificação das variáveis<br />

<strong>de</strong> entrada mais importantes;<br />

• obter informação sobre a cauda da função <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />

da resposta: probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha. É proposta uma abordagem<br />

que consi<strong>de</strong>ra, simultaneamente, fiabilida<strong>de</strong> e robustez;<br />

• representação da aleatorieda<strong>de</strong> completa da resposta.<br />

Como o Méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Monte Carlo exige um número eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> avaliações<br />

pelo MEF, uma alternativa é o uso <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los substitutos computacionalmente<br />

menos dispendiosos.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, é <strong>de</strong>senvolvida uma Re<strong>de</strong> Neuronal Artificial utilizan<strong>do</strong><br />

pontos obti<strong>do</strong>s pelo méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> Delineamento Uniforme como padrões<br />

<strong>de</strong> entrada/saída. A Re<strong>de</strong> Neuronal Artificial, juntamente com o<br />

méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Monte Carlo, é usada para simular o comportamento <strong>do</strong><br />

número <strong>de</strong> Tsai crítico, <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> fiabilida<strong>de</strong> estrutural e das suas<br />

funções <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> relativa em função da anisotropia. A análise<br />

estatística <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s permite o estu<strong>do</strong> da variabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> índice <strong>de</strong><br />

fiabilida<strong>de</strong> e das suas sensibilida<strong>de</strong>s relativas em função da anisotropia.<br />

HIDROGEOLOGIA E HIDROGEOQUÍMICA<br />

DA REGIÃO LITORAL URBANA DO<br />

PORTO, ENTRE VILA DO CONDE E VILA<br />

NOVA DE GAIA (NW DE PORTUGAL):<br />

IMPLICAÇÕES GEOAM<strong>BI</strong>ENTAIS<br />

A região <strong>de</strong> Vila <strong>do</strong> Con<strong>de</strong> - Vila Nova <strong>de</strong> Gaia é uma região <strong>de</strong>nsamente<br />

urbanizada que pertence à Área Metropolitana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. O substrato<br />

rochoso é <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> por rochas cristalinas, nomeadamente granitos e<br />

gnaisses, mas igualmente rochas metassedimentares, as quais constituem<br />

um meio fratura<strong>do</strong> anisotrópico e heterogéneo.<br />

Foram adquiri<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s hidrogeoquímicos, isotópicos e hidrodinâmicos<br />

com o objetivo <strong>de</strong> avaliar a qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos hídricos<br />

subterrâneos. Além disso, <strong>de</strong>finiram-se unida<strong>de</strong>s hidrogeológicas<br />

e esboçou-se um mo<strong>de</strong>lo hidrogeológico concetual para a região.<br />

Toda a informação foi integrada numa plataforma cartográfica SIG.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> cumprir estes objetivos, seleccionou-se um campo<br />

experimental no seio da cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, as históricas galerias <strong>do</strong>s mananciais<br />

<strong>de</strong> Paranhos e Salgueiros (ca. 3.2 km). Estas galerias constituíram<br />

duas das mais importantes origens <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água à<br />

cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> durante vários séculos. Assim, recorreu-se a uma abordagem<br />

multidisciplinar combinan<strong>do</strong> diversas meto<strong>do</strong>logias e técnicas<br />

(e.g., geologia e cartografia aplicadas, hidrogeologia, hidrogeotecnia,<br />

hidrogeoquímica, hidrologia isotópica, ecotoxicologia da água subterrânea<br />

e vulnerabilida<strong>de</strong> à contaminação).<br />

Esta dissertação preten<strong>de</strong> melhorar o nosso conhecimento <strong>do</strong> ciclo<br />

hidrológico nesta área urbana e proporcionar diretrizes para o planeamento<br />

e gestão da exploração <strong>do</strong>s recursos hídricos duma forma ética,<br />

equitativa e sustentável.<br />

As meto<strong>do</strong>logias apresentadas foram aplicadas a sistemas compósitos<br />

tipo casca, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> aleatorieda<strong>de</strong> nas proprieda<strong>de</strong>s materiais e<br />

geométricas <strong>do</strong>s materiais compósitos, assim como no carregamento.<br />

Nome<br />

Luísa Hoffbauer<br />

Área Científica<br />

Matemática Aplicada<br />

Orienta<strong>do</strong>r<br />

Professor Doutor Carlos Alberto Conceição António (FEUP)<br />

Local<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Economia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

e <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Data da Prova<br />

abril 2011<br />

Nome<br />

Maria José Coxito Afonso<br />

Área Científica<br />

Georrecursos (Hidrogeologia e Recursos Hídricos)<br />

Orienta<strong>do</strong>r<br />

Professor Doutor José Manuel Marques (IST-UTL); Professor Doutor<br />

Hel<strong>de</strong>r I. Chaminé (ISEP); Professor Doutor Manuel Marques da Silva (UA)<br />

Local<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> Técnico - Universida<strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong> Lisboa<br />

Data da Prova<br />

junho 2011


28<br />

PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

ESTUDOS DE ESCOAMENTO E<br />

DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR<br />

EM FLUIDOS NEWTONIANOS E<br />

NÃO-NEWTONIANOS, NUM TUBO<br />

HELICOIDAL<br />

Os permuta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> calor <strong>de</strong> tubos <strong>de</strong> geometria helicoidal são equipamentos<br />

indispensáveis em diversos processos no teci<strong>do</strong> industrial,<br />

assim como nos sistemas comuns <strong>de</strong> refrigeração, condicionamento<br />

<strong>de</strong> ar e aquecimento <strong>de</strong> água.<br />

Este estu<strong>do</strong> teve como objetivo a realização <strong>de</strong> trabalho experimental<br />

que permitisse <strong>de</strong>terminar, para flui<strong>do</strong>s Newtonianos e não-Newtonianos,<br />

em escoamento laminar completamente <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no<br />

interior <strong>de</strong> uma serpentina helicoidal, na vertical, os fatores <strong>de</strong> atrito<br />

com transferência <strong>de</strong> calor simultânea e os coeficientes peliculares <strong>de</strong><br />

transferência <strong>de</strong> calor para a condição fronteira <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong><br />

constante.<br />

A utilização <strong>de</strong> flui<strong>do</strong>s não-Newtonianos teve por objetivo estudar o<br />

efeito da viscoelasticida<strong>de</strong> nos parâmetros acima cita<strong>do</strong>s. Para o efeito,<br />

foi construída uma instalação experimental. Concluiu-se que os fatores<br />

<strong>de</strong> atrito com transferência <strong>de</strong> calor simultânea, para flui<strong>do</strong>s Newtonianos,<br />

po<strong>de</strong>m ser calcula<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> as expressões da literatura<br />

referentes ao escoamento isotérmico. Quanto aos flui<strong>do</strong>s não-Newtonianos,<br />

verificou-se serem iguais aos obti<strong>do</strong>s para flui<strong>do</strong>s Newtonianos<br />

para números <strong>de</strong> Dean, basea<strong>do</strong>s no número <strong>de</strong> Reynolds generaliza<strong>do</strong><br />

(Pr(g)), inferiores a 80.<br />

Para valores daquele número superiores a 80, verificou-se um <strong>de</strong>svio<br />

para valores inferiores relativamente aos valores <strong>do</strong>s flui<strong>do</strong>s Newtonianos.<br />

Quanto aos coeficientes peliculares <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor <strong>do</strong>s<br />

flui<strong>do</strong>s Newtonianos, foi a correlação <strong>de</strong> Lin et al. (1997) que melhor se<br />

ajustou aos resulta<strong>do</strong>s experimentais obti<strong>do</strong>s para 11


PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

31

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