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Anais do IV Seminário de Pesquisa do Programa de Pós ...

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Outro eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> artigos, praticamente um terço <strong>do</strong> total, refere-se aos vizinhos<br />

americanos, que estão se mobilizan<strong>do</strong> pouco a pouco na luta contra o Eixo. A cada nova aliança<br />

firmada, uma reportagem enaltecen<strong>do</strong> o <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> país é realizada. Assim, quan<strong>do</strong> Getúlio<br />

Vargas firma seu propósito <strong>de</strong> luta ao la<strong>do</strong> das forças Aliadas, quatro páginas da revista são<br />

<strong>de</strong>dicadas ao Brasil, exaltan<strong>do</strong> aos olhos da América as suas belezas naturais, seu <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

governo que não poupava esforços pela luta <strong>de</strong>mocrática e seu povo maravilhoso, que parece<br />

estar muito a par <strong>do</strong> propósito real da Guerra.<br />

Uma guerra, nesse caso particular a Segunda Guerra Mundial, em que a luta fazia-se em<br />

prol da <strong>de</strong>fesa da <strong>de</strong>mocracia no mun<strong>do</strong>, não ―po<strong>de</strong>ria‖ ser feita apenas pela cúpula política e<br />

militar, mas sim pelo engajamento <strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong>. Resultante <strong>de</strong>sse pensamento, um<br />

terceiro tipo <strong>de</strong> reportagens faz-se notório na Revista, tanto em quantida<strong>de</strong> e reportagens como no<br />

<strong>de</strong>staque que estes adquirem no periódico. Estas reportagens são as que dão enfoque na<br />

mobilização da população estaduni<strong>de</strong>nse na guerra. O cidadão comum, os homens, mulheres e<br />

crianças, em seu cotidiano familiar, profissional, ou simplesmente pelo ―sim‖ à causa militar,<br />

po<strong>de</strong>m ser o fator <strong>de</strong>terminante <strong>do</strong> sucesso estaduni<strong>de</strong>nse no front.<br />

Por último, vimos que a <strong>de</strong>scaracterização <strong>do</strong> inimigo assume um valor secundário na<br />

publicação. São raras as reportagens escritas que falam <strong>de</strong>le e <strong>do</strong> ―perigo‖ que ele po<strong>de</strong> causar<br />

ao mun<strong>do</strong> <strong>de</strong>mocrático. Quan<strong>do</strong> aparecem, coinci<strong>de</strong>ntemente após uma reportagem que fala <strong>do</strong><br />

‗po<strong>de</strong>roso‘ arsenal bélico Alia<strong>do</strong>, as palavras utilizadas são ásperas e diretas e as imagens<br />

chocantes. Porém, as poucas reportagens <strong>de</strong>ssa temática refletem o i<strong>de</strong>ário ―Em Guarda‖, pois<br />

trazer a maioria das folhas impressas com notícias <strong>do</strong> ―inimigo‖ é um espaço a menos para exaltar<br />

o potencial bélico Alia<strong>do</strong>. Também pu<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r que neste ano o inimigo estava<br />

ganhan<strong>do</strong> no front <strong>de</strong> guerra. Talvez quisessem evitar falar <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> algo que, até aquele<br />

momento, levava a vitória. Sabe-se que o inimigo existe! Porém, o importante a se fazer é estar<br />

sempre ―alerta‖ contra ele.<br />

Ten<strong>do</strong> em mente as afirmações <strong>de</strong> Gerson Moura sobre o conteú<strong>do</strong> da propaganda <strong>de</strong><br />

guerra estaduni<strong>de</strong>nse estar diretamente vinculada às fases que este passa no conflito,<br />

procuramos verificar em que senti<strong>do</strong> nossa revista refletiu essa estratégia aparentemente<br />

inocente, mas que adquire propósitos bem <strong>de</strong>limita<strong>do</strong>s política e economicamente.<br />

Temos então uma constatação <strong>de</strong> que <strong>de</strong> início, os editores da ―Em Guarda‖<br />

preocuparam-se em expor o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> guerra estaduni<strong>de</strong>nse. Os governantes <strong>do</strong>s países<br />

americanos juntamente com as elites civis e militares precisavam <strong>de</strong> segurança ao a<strong>de</strong>rir à luta<br />

com os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, principalmente. A escolha não era fácil, já que po<strong>de</strong>riam receber<br />

represálias alemãs. O melhor a se fazer era unir-se aos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e colocar nele o seu<br />

<strong>de</strong>stino.

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