uso de medicamentos ansiolÃticos: uma abordagem sobre o ... - Unifra
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Trabalho Submetido para Avaliação - 13/09/2012 16:49:26<br />
USO DE MEDICAMENTOS ANSIOLÍTICOS: UMA ABORDAGEM SOBRE O USO<br />
INDISCRIMINADO.<br />
KASSIA CAROLINE FIGUEREDO (kassia.tquimica@yahoo.com.br) / UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA<br />
MARIA, SANTA MARIA-RS<br />
ORIENTADOR: LILIANE DE FREITAS BAUERMANN (lgfbauermann@gmail.com) / UNIVERSIDADE<br />
FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA-RS<br />
Palavras-Chave:<br />
MEDICAMENTOS ANSIOLÍTICOS, USO IRRACIONAL, ANSIEDADE<br />
Os <strong>medicamentos</strong> ansiolíticos são os chamados calmantes, tranqüilizantes e sedativos, exercendo <strong>uma</strong> ação<br />
seletiva <strong>sobre</strong> a ansieda<strong>de</strong> (CARVALHO et. al., 2004). A ansieda<strong>de</strong> trata-se <strong>de</strong> um estado emocional <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sconforto que consiste basicamente em três condições: o pressentimento do perigo iminente, atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
espera em relação ao perigo, <strong>de</strong>sestruturação ante ao perigo com a sensação <strong>de</strong> estar <strong>de</strong>sprotegido<br />
(JUAREZ et al., 2002). A Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> caracteriza os ansiolíticos como substâncias que<br />
agem no sistema nervoso central e causam modificações nas emoções, humor e comportamento. De fato,<br />
esse é o principal efeito terapêutico <strong>de</strong>sses <strong>medicamentos</strong>; minimizar ou abolir a ansieda<strong>de</strong> do indivíduo,<br />
sem afetar <strong>de</strong>masiadamente as funções psíquicas e motoras.<br />
O crescimento <strong>de</strong> seu consumo foi acelerado entre 1960 e 1980, e estudos mostram que cerca <strong>de</strong> 10% da<br />
população adulta dos países <strong>de</strong>senvolvidos utilizam ansiolíticos, regular ou esporadicamente. Segundo<br />
(PIZZOL et al., 2006) os <strong>medicamentos</strong> mais consumidos na vida, entre indivíduos no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,<br />
são os ansiolíticos. De acordo com o Sistema Nacional <strong>de</strong> Informações Tóxico-farmacológicas, os<br />
ansiolíticos li<strong>de</strong>raram a lista <strong>de</strong> agentes causadores <strong>de</strong> intoxicações em seres h<strong>uma</strong>nos no Brasil. Esses<br />
<strong>medicamentos</strong> estão entre as substâncias psicotrópicas mais consumidas <strong>de</strong> forma indiscriminada. O<br />
consumo <strong>de</strong>les po<strong>de</strong> acarretar alterações no comportamento dos indivíduos, como também levar a<br />
<strong>de</strong>pendência psíquica e/ou física, po<strong>de</strong>ndo resultar em complicações pessoais e sociais graves (CARVALHO<br />
et al., 2004). O <strong>uso</strong> <strong>de</strong> ansiolíticos esten<strong>de</strong>u-se <strong>de</strong> tal forma que ultrapassou os limites da epi<strong>de</strong>miologia<br />
médica para ser consi<strong>de</strong>rado um fenômeno cultural <strong>de</strong> massas.<br />
Estas drogas têm sido utilizadas indiscriminadamente, o que gera <strong>uma</strong> situação <strong>de</strong> nível alarmante. A<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar melhor tal problemática <strong>de</strong>corre da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que <strong>uma</strong> significativa parcela<br />
da socieda<strong>de</strong> está sob influência <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> medicamento, atualmente consi<strong>de</strong>rado um dos principais<br />
meios <strong>de</strong> enfrentamento dos problemas emocionais.<br />
O consumo <strong>de</strong> ansiolíticos tornou-se um problema complexo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública que atinge gran<strong>de</strong>s<br />
dimensões. A literatura nacional e internacional é unânime em afirmar a posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque dos ansiolíticos<br />
em relação ao consumo <strong>de</strong> <strong>medicamentos</strong>, os quais estão entre as substâncias psicotrópicas mais<br />
consumidas <strong>de</strong> forma indiscriminada em todo o mundo (CARVALHO et al., 2004).
O Brasil sofre com a falta <strong>de</strong> conhecimento <strong>sobre</strong> o <strong>uso</strong> in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> ansiolíticos. A distinção entre o estado<br />
ansioso “doentio” e o estado ansioso consi<strong>de</strong>rado “normal” não apresenta contornos nítidos, porém,<br />
representa o ponto no qual os sintomas passam a interferir com as ativida<strong>de</strong>s produtivas normais. Presumese<br />
que, por causa <strong>de</strong>sta distinção não <strong>de</strong>finida, os fármacos ansiolíticos estejam entre as substâncias mais<br />
frequentemente prescritas e usadas regularmente pela população mundial, muitas pessoas utilizam estes<br />
<strong>medicamentos</strong> ina<strong>de</strong>quadamente, sem necessida<strong>de</strong> médica, em qualquer situação que acreditem que se<br />
sentirão nervosas ou estressadas (RANG et al., 2004).<br />
O ponto principal <strong>de</strong>sse estudo é o interesse em analisar tal fenômeno, através da literatura <strong>de</strong> material<br />
bibliográfico, utilizando base <strong>de</strong> dados: Scopus, Medline e Periódicos Capes, compreendidos entre os anos<br />
<strong>de</strong> 2004 até 2012, n<strong>uma</strong> perspectiva <strong>de</strong> prevenção, através da forma educativa, voltados para a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vida e relações pessoais fazendo com que a prevenção transforme tal realida<strong>de</strong>. Segundo a OMS, a<br />
educação em saú<strong>de</strong> possibilita auxiliar o indivíduo, a observar seu estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, e a conscientizar <strong>de</strong><br />
seus problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pessoais, profissionais e sociais. Em vista disso, consi<strong>de</strong>ra-se imperativo que a<br />
população adquira conhecimento e aprenda a melhor maneira <strong>de</strong> aplicá-lo, visando preservar a saú<strong>de</strong><br />
através da sua própria ação (ALBIERO et al., 2005).<br />
O movimento <strong>de</strong> conscientização é constantemente realizado pelo projeto <strong>de</strong> extensão Prevendroga - UFSM,<br />
através <strong>de</strong> três parâmetros principais: a organização e promoção <strong>de</strong> eventos relacionados com o tema em<br />
comunida<strong>de</strong>s carentes e instituições <strong>de</strong> ensino, a capacitação <strong>de</strong> acadêmicos e profissionais voluntários das<br />
áreas da saú<strong>de</strong> e educação como agentes multiplicadores na prevenção ao <strong>uso</strong> in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> drogas e a<br />
assessoria científica aos professores <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> ensino fundamental e médio e outras instituições<br />
envolvidas na prevenção ao <strong>uso</strong> in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> drogas.<br />
REFERÊNCIAS:<br />
ALBIERO, José Francisco; BISS, Paula; BORGES, Maria Fernanda; DECKER, Daiane; LAUER, Michele;<br />
PFAU, Leonardo; SCHLUTER, Ketlyn.; A utilização freqüente <strong>de</strong> ansiolíticos e anti<strong>de</strong>pressivos no PSF Frei<br />
João Maria – Blumenau / SC: O combate pela fisioterapia preventiva.; Revista <strong>de</strong> fisioterapia da FURB; 2; 1-<br />
16; 2005.<br />
CARVALHO, Lúcia <strong>de</strong> Fátima; DIMENSTEIN, Magda.; O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> e o <strong>uso</strong> <strong>de</strong> ansiolíticos<br />
entre mulheres. ; Estudos <strong>de</strong> Psicologia; 9 ; 121-129; 2004.<br />
JUAREZ, Giovanna Maribel Rosado; GÓIS, Cristiane Franca Lisboa; SAWADA, Namie Okino.; Ansieda<strong>de</strong> e<br />
medo: avaliação crítica dos artigos na área da saú<strong>de</strong>. ; Anais do Simpósio Brasileiro <strong>de</strong> Comunicação <strong>de</strong><br />
Enfermagem. ; 9;<br />
http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000052002000200008&script=sci_arttext; 2002 .<br />
PIZZOL, Tatiane da Silva Dal; BRANCO, Mirna Maria Nicolai; CARVALHO, Rejane Maria Agne <strong>de</strong>;<br />
PASQUALOTTI, Adriano; MACIEL, Elizabeth Nunes; MIGOTT, Ana Maria Bellani; Uso não-médico <strong>de</strong><br />
<strong>medicamentos</strong> psicoativos entre escolares do ensino fundamental e médio no Sul do Brasil ; Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> Pública; 22; 109-115; 2006.
RANG, Humphrey ; DALE, Maureem ; RITTER, James.; Farmacologia; Rio <strong>de</strong> Janeiro; Elsevier; 2004.