SER BOLSISTA ASSISTENCIAL EM UMA UNIDADE DE ... - Unifra
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<strong>SER</strong> <strong>BOLSISTA</strong> <strong>ASSISTENCIAL</strong> <strong>EM</strong> <strong>UMA</strong> <strong>UNIDA<strong>DE</strong></strong> <strong>DE</strong> CLÍNICA MÉDICA: UM<br />
RELATO <strong>DE</strong> EXPERIÊNCIA 1<br />
MARTINS, Mayani Suertegaray 2 ; GIRARDON-PERLINI, Nara Marilene Oliveira 3 ;<br />
SANTOS, Naiana Oliveira dos 4 ; <strong>DE</strong>BUS, Paula dos Santos 5 ; MARTELLO,<br />
Naiashy Vanuzzi 6<br />
RESUMO<br />
O estudo refere-se a um relato de experiência fundamentado na percepção de uma<br />
acadêmica de enfermagem, diante da vivência pessoal como bolsista assistencial em uma<br />
unidade de clínica médica de um hospital-escola da região central do Rio Grande do Sul. Ao<br />
compartilhar reflexões que a experiência possibilitou, enfatiza-se a relação teoria-prática, em<br />
consonância às experiências pessoais, corroborando para o crescimento acadêmico e<br />
profissional e o sucesso das práticas assistenciais de enfermagem. A imersão no cotidiano<br />
do cuidado contribuiu para a formação científica, técnica e humanística do futuro enfermeiro,<br />
permitindo, ao longo da experiência, uma visão ampliada do contexto profissional, além de<br />
agregar elementos para a construção da identidade profissional.<br />
Descritores: Percepção; Cuidados de Enfermagem; Aprendizagem.<br />
1 Relato de Experiência. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).<br />
2 Apresentador. Acadêmica do 6º Semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de<br />
Santa Maria. Integrante do Grupo de Pesquisa Saúde, Cuidado e Enfermagem. Email:<br />
mayani_suertegaray@hotmail.com<br />
3 Professora Doutora Adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa<br />
Maria. Professor do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM. Integrante do Grupo de<br />
Pesquisa Saúde, Cuidado e Enfermagem.<br />
4<br />
Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós- Graduação em Enfermagem da Universidade Federal<br />
de Santa Maria. Integrante do Grupo de Pesquisa Saúde, Cuidado e Enfermagem.<br />
5 Acadêmica do 6º Semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.<br />
Integrante do Grupo de Pesquisa Saúde, Cuidado e Enfermagem.<br />
6 Acadêmica do 6º Semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.<br />
Integrante do Grupo de Pesquisa Saúde, Cuidado e Enfermagem.<br />
1
ABSTRACT<br />
The study addresses the perception of an academic nursing, before an experience as<br />
a scholarship assistance unit in a medical clinic at a teaching hospital in the central region of<br />
Rio Grande do Sul, in order to share the insights That experience possible. This emphasizes<br />
the Relation Between theory and practice, in line with personal Experiences, strengthening<br />
the success of the practice of nursing care, as well as the humanized training of the<br />
professional nurse and broad vision made Possible through the experience, as well as the<br />
development of the professional who want to be. This is a report of an experience where<br />
through the proximity of the professional reality, allowed the amplification of the restricted<br />
view to the college, Improving technical and scientific knowledge, and professional identity<br />
construction based on experience.<br />
Keywords: Perception; Nursing Care; Learnig.<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
O relato de experiência que se apresenta foi desenvolvido junto ao Hospital<br />
Universitário de Santa Maria (HUSM), através do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão<br />
(NEPEs) o qual dispõe de um Programa Institucional que oferece bolsas aos estudantes da<br />
área da área da saúde, visando contribuir com a formação por meio da oferta de<br />
oportunidade de realização de atividade extracurricular remunerada em diversos setores.<br />
Nesse sentido, os acadêmicos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e de outras<br />
instituições conveniadas envolvem-se com as atividades que lhes competem sob a<br />
supervisão de um responsável do setor onde irá desempenhar a bolsa.<br />
Especificamente da enfermagem, a supervisão é de um enfermeiro, considerando os<br />
direitos éticos e legais, a fim de desempenhar a responsabilidade e o humanismo para com<br />
os pacientes. Sendo o enfermeiro um profissional que detém um saber teórico e prático, o<br />
seu processo de formação acadêmica deve passar, obrigatoriamente, pelo ensino teórico e<br />
2
das habilidades práticas (o saber fazer) necessárias à sua formação, o que ocorrerá nos<br />
campos de estágios¹.<br />
Assim a bolsa assistencial permite enfatizar a coesão entre o ensino e a prática, visto<br />
que o acadêmico apropria-se do saber diante das demandas existentes, constrói uma<br />
identidade profissional, sente-se autônomo e responsável pela assistência de enfermagem.<br />
2. OBJETIVO<br />
Tem-se como objetivo relatar a experiência referente à vivência de bolsista<br />
assistencial em uma Unidade de Clínica Médica de um Hospital Universitário, sob a ótica de<br />
uma acadêmica de enfermagem.<br />
3. METODOLOGIA<br />
Trata-se de um relato de experiência fundamentado na percepção de uma<br />
acadêmica do curso de enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria, que durante<br />
um período de nove meses, de Junho de 2011 à Março de 2012, vivenciou a condição de<br />
bolsista assistencial de enfermagem. Durante esse período foi utilizado como instrumento<br />
para registro de experiências marcantes o diário de campo e as atividades desenvolvidas<br />
mensalmente, perfaziam um total de 84h de carga horária conforme escala. A dinâmica de<br />
trabalho dá-se a partir da demanda da unidade, são realizadas atividades restritas ao<br />
enfermeiro assim como também, auxílio aos técnicos de enfermagem. A Unidade de Clínica<br />
Médica mencionada corresponde ao 5º andar do Hospital Universitário de Santa Maria<br />
(HUSM), a qual dispõe de 24 leitos, para ambos os sexos, nas especialidades de medicina<br />
interna, neurologia, pneumologia, hemato-onco, gastrologia, doenças infecciosas e<br />
cardiologia.<br />
A escolha desta unidade de adulto, para vivenciar a bolsa assistencial como<br />
alternativa de complementação e extensão das atividades da academia, deu-se a partir das<br />
aulas teóricas-práticas no período do quarto semestre do curso de graduação de<br />
enfermagem, a aproximação com diversas especialidades encontradas na Unidade referida,<br />
3
despertou o interesse de conhecer melhor cada uma delas através da experiência como<br />
bolsista assistencial em um único local.<br />
4. RESULTADOS<br />
A atuação no campo prático, como bolsista de assistência de enfermagem, viabilizou<br />
uma melhor preparação não só ao que se refere à conhecimentos técnicos, mas também a<br />
preparação individual, considerando a revisão de valores de vida e expectativas quanto ao<br />
cuidado prestado. A Unidade de Clínica Médica, devido à diversidade de especialidades<br />
médicas que apresenta, torna a possibilidade de aprendizado baseado na prática ainda<br />
maior, já que as inúmeras patologias e situações que envolvem o paciente internado<br />
permitem a ampliação do olhar acadêmico.<br />
O confronto direto do aluno com a prática de enfermagem, a partir de uma visão<br />
assistencial multidimensional, favorece a sua maturidade acadêmico-profissional.². Nesse<br />
sentido, é possível criar uma identidade profissional fundamentada na experiência prática<br />
partindo dos conhecimentos científicos e também das experiências pessoais.<br />
A realidade de deparar-se com inúmeras situações antes desconhecidas, que não se<br />
restringem somente ao paciente, mas ao contexto do mesmo, considerando sua família e<br />
situação psicossocial, suscita reflexões acerca da prática profissional e faz um convite<br />
quase que imediato a nos conhecermos a fim de exercer um cuidado humanizado, e assim<br />
também optar pelo profissional que desejamos ser. Frente a isso, o ato de cuidar na<br />
Enfermagem envolve a interação de enfermeiro com o cliente, o que exige o<br />
autoconhecimento e um conhecimento que abrange a sensibilidade no tocar, no olhar, no<br />
saber sentir e captar as emoções de quem estamos cuidando para cuidar 3 .<br />
Percebe-se que a qualidade do cuidado oferecido está intimamente ligada à<br />
sensibilidade de quem o faz, no caso, do acadêmico de enfermagem, pois além de suas<br />
expectativas quanto ao trabalho que está sendo desenvolvido, o lado emocional por<br />
diversas vezes auxilia-se na força interior, pautada em suas experiências pessoais: em suas<br />
emoções, medos, ansiedade, receios e também na capacidade de lidar com as palavras,<br />
visto que para o cuidado integral o dialogo é essencial.<br />
Assim, também se faz importante estar aberto para aprender, logo que, por vezes, os<br />
acadêmicos se deparam com situações ainda não vivenciadas, ou as quais ainda não se<br />
4
sentem preparados, tanto em aspectos técnicos, como para lidar com situações como a<br />
morte. Essas situações enriquecem a prática, logo que permitem uma maior aproximação<br />
das atividades do enfermeiro e complementam o preparo acadêmico, já que muitas vezes a<br />
carga horária ou o turno de aulas práticas, não nos contemplam com tais situações. À<br />
medida que se tem um maior domínio de técnicas e das competências de enfermagem,<br />
começamos a descobrir as necessidades de aprendizado ainda deficitárias e meios para<br />
saná-las.<br />
Algumas estratégias foram adotadas pela acadêmica para potencializar a experiência<br />
e as possibilidades de aprendizagem: elaborar planos de ação a partir de levantamento de<br />
demandas, aproximar-se de procedimentos mais especializados que ainda não teve contato,<br />
realizar curativos mais específicos, fazer a sistematização de assistência de enfermagem<br />
diária, bem como ter um olhar técnico sensível, favorecendo o sentimento de autonomia. O<br />
processo de autonomia pressupõe que o profissional enfermeiro e a equipe de enfermagem<br />
possam interferir no processo de definição das prioridades na assistência. A autonomia está<br />
embasada na direção da vontade do indivíduo para a ação, a partir de influências sociais e<br />
culturais 4 .<br />
Uma dimensão importante evidenciada nesse cenário, refere-se a responsabilidade e<br />
o compromisso diante das ações de assistência prestadas. As atividades desenvolvidas<br />
como bolsista influenciam na formação do acadêmico como futuro enfermeiro por promover<br />
a apreensão do papel deste profissional, de suas responsabilidades e atribuições e das<br />
habilidades necessárias para se desenvolver como profissional consciente e apto à<br />
prestação de cuidados em saúde.<br />
5. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />
O período de vivência como bolsista assistencial na Unidade de Clínica Médica,<br />
possibilitou desvelar as contribuições e implicações que esta experiência pode trazer para a<br />
formação profissional. Na perspectiva da acadêmica de enfermagem que a vivenciou, esta<br />
oportunidade é essencial para complementar as atividades da graduação. As atividades<br />
realizadas permitiram que as habilidades necessárias para o cuidado de enfermagem se<br />
tornassem mais claras e, a cada dia da vivência, desenvolvidas de modo mais seguro e<br />
apropriado.<br />
5
Pode-se perceber, com maior clareza, o papel do enfermeiro na equipe de saúde. A<br />
aproximação com as atividades do enfermeiro foram ao encontro das expectativas da<br />
acadêmica quanto à profissão, permitindo participar de uma rotina de trabalho que<br />
acrescentou em todos os aspectos, resultando em satisfação pessoal, segurança nas<br />
práticas, amplitude de visão, descoberta de habilidades e sensibilidade ao outro.<br />
Destaca-se que os desafios são constantes ao longo da vida de acadêmica e superar<br />
cada fase do processo de aprendizagem requer disciplina combinada com estudos, para<br />
desempenhar um cuidado de enfermagem de qualidade.<br />
6. REFERÊNCIAS<br />
¹COSTA, MLAS. Ensino de enfermagem no campo clinico: Dificuldades relatadas por um<br />
grupo de professores. Acta Paul Enferm. 1997; 10(3):55-61.<br />
²ALONSO, ILK. O exercício de liberdade e autonomia na academia – uma prática<br />
pedagógica no estágio curricular supervisionado. Rev Bras Enferm. 2003; 56(5):570-573<br />
3 CALDAS, LMR. Um dia na UTI Pediátrica: uma análise crítica. Revista Alternativa de<br />
Enfermagem. 1997; 2(5):22-26.<br />
4 MORIN, E. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Tradução de<br />
E. Jacobina. 3ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Bertrand Brasil; 2001.<br />
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