25.10.2014 Views

Normas para aconselhamento sobre o tratamento ARV - Southern ...

Normas para aconselhamento sobre o tratamento ARV - Southern ...

Normas para aconselhamento sobre o tratamento ARV - Southern ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Série de Aconselhamento <strong>sobre</strong> o HIV da SAT<br />

Esta é a série de normas de <strong>aconselhamento</strong> <strong>para</strong> pessoas:<br />

Infectadas pelo HIV.<br />

Preocupadas por correrem o risco de serem infectadas pelo HIV.<br />

Que vivem com ou cuidam de pessoas com o SIDA.<br />

Cada livro nesta série proporciona um guião prático em questões<br />

específicas de <strong>aconselhamento</strong>. Trata-se de livros desenhados <strong>para</strong> serem<br />

usados por conselheiros comunitários, porém são, igualmente, úteis <strong>para</strong><br />

qualquer um que esteja a prestar <strong>aconselhamento</strong> e apoio. A SAT publicou<br />

normas de <strong>aconselhamento</strong> em Inglês e em Português com os seguintes<br />

títulos:<br />

Número 1: <strong>Normas</strong> de Aconselhamento das pessoas Afectadas pelo HIV acerca<br />

da revelação do seu estado<br />

Número 2: <strong>Normas</strong> de Aconselhamento <strong>sobre</strong> Abuso Sexual de Menores<br />

Número 3: <strong>Normas</strong> de Aconselhamento <strong>sobre</strong> Cuidados Paliativos e de Falecimento<br />

Número 4: <strong>Normas</strong> de Aconselhamento <strong>sobre</strong> Violência Doméstica<br />

Número 5: <strong>Normas</strong> <strong>para</strong> o Aconselhamento <strong>sobre</strong> Capacidades de Sobrevivência<br />

<strong>para</strong> Pessoas Vivendo com o HIV<br />

Número 6: <strong>Normas</strong> de Aconselhamento básico <strong>sobre</strong> o SIDA<br />

Número 7: <strong>Normas</strong> <strong>para</strong> Aconselhamento de crianças infectadas pelo HIV ou<br />

afectadas pelo HIV e SIDA<br />

Número 8: <strong>Normas</strong> de Aconselhamento <strong>sobre</strong> a Gestão do Stress<br />

Número 9: <strong>Normas</strong> <strong>para</strong> Aconselhamento de homens que fazem sexo com outros<br />

homens<br />

Número 10: <strong>Normas</strong> de Aconselhamento <strong>para</strong> a Prevenção do HIV<br />

Número 11: <strong>Normas</strong> <strong>para</strong> o Aconselhamento da Juventude em Sexualidade<br />

Número 12: <strong>Normas</strong> <strong>para</strong> Aconselhamento <strong>sobre</strong> o <strong>tratamento</strong> Antiretroviral<br />

As cópias destas publicações podem obtidas de: www.satregional.org<br />

000316


SAT<br />

<strong>Southern</strong> African<br />

AIDS Trust<br />

Apoiando respostas comunitarias<br />

ao ao HIV e SIDA na África Austral<br />

Aconselhamento <strong>sobre</strong> o HIV Série No. 12<br />

<strong>Normas</strong> <strong>para</strong><br />

Aconselhamento <strong>sobre</strong><br />

o Tratamento <strong>ARV</strong>


<strong>Normas</strong> <strong>para</strong><br />

Aconselhamento <strong>sobre</strong><br />

o Tratamento <strong>ARV</strong>


<strong>Southern</strong> African<br />

SAT AIDS Trust<br />

Apoiando respostas comunitarias<br />

ao ao HIV e SIDA na África Austral<br />

Produzida pelo SAT (<strong>Southern</strong> African AIDS Trust) com o apoio financeiro do governo<br />

do Canadá providenciado através da Canadian International Development Agency<br />

(CIDA), Swedish International Development Agency (Sida), e Royal Netherlands<br />

Embassy (RNE), a qual não partilha necessariamente as ideias aqui expressas.<br />

Primeira edição: Decembro 2006<br />

© <strong>Southern</strong> African AIDS Trust<br />

Extractos desta edição poderão ser reproduzidos gratuitamente com<br />

o conhecimento da fonte, desde que as partes reproduzidas não sejam<br />

distribuídas <strong>para</strong> fins lucrativos.<br />

As cópias imprensas desta publicação poderão ser obtidas nos escritórios da:<br />

SAT Regional Office<br />

Suite 293, Dunkeld West Centre<br />

281 Jan Smuts Ave, Dunkeld West<br />

Johannesburg, South Africa<br />

Tel: (+27 11) 341 0610<br />

Fax: (+27 11) 341 0661<br />

Email: info@satregional.org<br />

Poderá também adquirir o documento em formato PDF a partir de:<br />

www.satregional.org<br />

Desenhado e publicado por Jacana Media<br />

Impresso por Fishwicks the Printers, Durban<br />

Job No. 000316<br />

ISBN 1-92015-207-5<br />

978-1-92015-207-9


Preâmbulo<br />

Esta é a décima segunda publicação da Série <strong>Normas</strong> de Aconselhamento<br />

<strong>para</strong> as pessoas que estejam infectadas pelo HIV, preocupadas de serem<br />

infectadas pelo HIV, ou que estejam a viver com ou, a cuidar de pessoas<br />

vivendo com o SIDA. Este livro lança um olhar <strong>sobre</strong> questões específicas e<br />

proporciona um guião prático <strong>para</strong> o <strong>aconselhamento</strong> às pessoas vivendo com<br />

o HIV e SIDA (PVHS) no <strong>tratamento</strong>.<br />

O <strong>Southern</strong> African AIDS Trust (SAT)* é uma organização regional<br />

independente. Ele já apoia as respostas comunitárias <strong>sobre</strong> o HIV e SIDA na<br />

Africa Austral desde 1991. A SAT está profundamente agradecida a todos os<br />

voluntários e profissionais que tornaram possível esta e outras publicações.<br />

A maioria das Séries <strong>Normas</strong> de Aconselhamento é o resultado de workgroups<br />

organizados sob iniciativa da School Without Wall (SWW) da SAT. Trata-se<br />

de uma iniciativa da SAT <strong>sobre</strong> a partilha de habilidades e lições que validam<br />

e promovem a experiência e o conhecimento da África Austral em resposta<br />

ao HIV e SIDA. A SAT juntou os conselheiros profissionais, pessoas<br />

vivendo com o HIV e SIDA, o pessoal das organizações que trabalham<br />

na área do SIDA, e pessoas que trabalham em áreas <strong>sobre</strong> as quais a<br />

publicação aborda.<br />

Esta publicação foi revista pelos conselheiros, praticantes e pessoas<br />

vivendo com o HIV e SIDA (PVHS) em toda a região.<br />

A SAT gostaria de reconhecer a contribuição do Gail Jennings que<br />

produziu a versão final. A SAT gostaria também de agradecer o<br />

Dr. Caleb Mtizira-Nondo, que fez a revisão do livro e a Jacana Media.<br />

*A SAT era antigamente conhecida como <strong>Southern</strong> African AIDS Training<br />

Programme.


Conteúdos<br />

Introdução..................................................................................................................................................... 2<br />

Termos importantes........................................................................................................................ 3<br />

Habilidades e Técnicas Básicas de Aconselhamento.......................... 5<br />

Porque o <strong>aconselhamento</strong> <strong>para</strong> o <strong>tratamento</strong> é importante?...... 6<br />

O que é um <strong>aconselhamento</strong> básico?...................................................................... 7<br />

As habilidades e atitudes necessárias <strong>para</strong> ser conselheiro<br />

de <strong>tratamento</strong>...................................................................................................................................... 8<br />

Técnicas de <strong>aconselhamento</strong>............................................................................................ 9<br />

Dirigir uma sessão de <strong>aconselhamento</strong>................................................................ 14<br />

Informação <strong>sobre</strong> o Tratamento e Aconselhamento<br />

do HIV e SIDA......................................................................................................................................... 16<br />

O que é o HIV e SIDA?............................................................................................................ 16<br />

O que é o Tratamento Antiretroviral (T<strong>ARV</strong>)?.......................................... 17<br />

Não há nenhuma cura do SIDA.................................................................................... 17<br />

Como é que pessoas tomam o T<strong>ARV</strong>?.................................................................. 19<br />

O que é que o T<strong>ARV</strong> fazer................................................................................................... 22<br />

O T<strong>ARV</strong> e os seus efeitos colaterais......................................................................... 24<br />

O que é a aderência?.................................................................................................................... 27<br />

Como é que os clientes saberão que a seu T<strong>ARV</strong> está<br />

a funcionar?........................................................................................................................................... 30<br />

Será que as crianças podem tomar o T<strong>ARV</strong>?................................................ 31<br />

O que é a revelação?.................................................................................................................... 32<br />

Por que a revelação é uma boa ideia?...................................................................... 33<br />

Aconselhamento em volta de revelação............................................................... 33<br />

Onde ir <strong>para</strong> mais informações........................................................................................ 36<br />

Notas..................................................................................................................................................................... 38


Introdução<br />

Este livro foi escrito <strong>para</strong> os conselheiros no sentido de ajudar:<br />

pessoas que pensam em começar o <strong>tratamento</strong> do SIDA;<br />

pessoas que estão prestes a começar o <strong>tratamento</strong> do SIDA;<br />

pessoas que estejam a tomar o <strong>tratamento</strong> do SIDA.<br />

Este <strong>tratamento</strong> chama-se Tratamento Anti-retroviral (T<strong>ARV</strong>).<br />

Este livro poderá ajudar aos conselheiros a perceberem o <strong>tratamento</strong> de<br />

forma a poderem oferecer um serviço de <strong>aconselhamento</strong> informado.<br />

Eles poderão também ter algumas ideias <strong>sobre</strong> o medo que o cliente<br />

poderá ter em relação ao <strong>tratamento</strong>. Este livro tem duas partes:<br />

A primeira parte recorda aos conselheiros <strong>sobre</strong> as habilidades<br />

e técnicas básicas de <strong>aconselhamento</strong>.<br />

A segunda oferece aos conselheiros a informação <strong>sobre</strong> o T<strong>ARV</strong><br />

como o <strong>tratamento</strong> funciona e <strong>sobre</strong> os problemas que o cliente<br />

pode ter com o <strong>tratamento</strong>.<br />

Este livro não dá nem os nomes nem os programas detalhados do<br />

<strong>tratamento</strong> com o medicamento Antiretroviral. Estes podem mudar nos<br />

diferentes países da África Austral. Porém, os princípios (como aderência,<br />

resistência e efeitos colaterais) do T<strong>ARV</strong> são iguais em cada país.<br />

Como conselheiro, é importante procurar saber os nomes dos<br />

medicamentos e dos programas detalhados de <strong>tratamento</strong> na sua<br />

área. Também tente procurar saber <strong>sobre</strong> o programa nacional do<br />

seu país. Poderá também ser útil se puder fazer uma lista de clínicas e<br />

organizações que oferecem <strong>tratamento</strong> e apoio em <strong>tratamento</strong> na sua<br />

área. Existe um espaço no verso deste livro <strong>para</strong> poder escrever a lista.<br />

<br />

RECORDE<br />

O T<strong>ARV</strong> não é uma cura <strong>para</strong> o SIDA. O T<strong>ARV</strong> pode ajudar a pessoa<br />

com o HIV a viver uma vida longa e saudável. Ele ajuda a reconstruir o<br />

sistema imunológico da pessoa, <strong>para</strong> que ele ou ela possa combater as<br />

infecções.<br />

O <strong>tratamento</strong> deve ser tomado em cada dia, à mesma hora, <strong>para</strong> o<br />

resto da vida da pessoa. Isto não é sempre fácil de fazer. Se a pessoa não<br />

fizer correctamente o <strong>tratamento</strong>, o T<strong>ARV</strong> poderá deixar de funcionar.


Termos Importantes<br />

Esta é uma lista de palavras e ideias que podem ser difíceis de compreender.<br />

Poderá ser útil ler a lista antes de começar a ler o livro e pensar <strong>sobre</strong><br />

algumas ideias. As palavras que aqui estão são retiradas do livro, portanto<br />

pode voltar a esta página caso haja alguma coisa que não compreenda.<br />

Aderência: Isto significa lembrar de tomar os<br />

medicamentos <strong>ARV</strong> de maneira correcta, à<br />

mesma hora, em cada dia. Ao <strong>aconselhamento</strong><br />

que se faz no sentido de ajudar alguém,<br />

ele ou ela, a aderir ao seu medicamento<br />

(<strong>tratamento</strong>) chama-se Aconselhamento<br />

<strong>para</strong> a Aderência.<br />

Afectado pelo HIV e SIDA: Isto é quando<br />

uma pessoa passa por problemas sociais,<br />

psicológicos ou económicos por causa do HIV<br />

e SIDA. Isto ocorre quando o parceiro ou um<br />

membro da família ou um amigo vive com o<br />

HIV e SIDA ou tenha morrido de SIDA.<br />

Carga viral: Refere-se ao número de cópias de<br />

HIV em um mililitro de sangue. Uma alta carga<br />

viral mostra que as células CD4 estão a ser<br />

destruídas muito rapidamente e que a infecção<br />

do HIV na pessoa está tornar-se em SIDA.<br />

Um teste de sangue de carga viral é feito com<br />

a intenção de descobrir isto ou, como também<br />

ver a Carga Viral não detectável.<br />

Carga viral não detectável: Refere-se a um<br />

teste de sangue de carga viral que não mostra<br />

nenhum sinal do HIV. Isto não significa que a<br />

pessoa seja HIV negativo.<br />

Células de CD4: Trata-se de células<br />

importantes, saudáveis <strong>para</strong> o sistema<br />

imunológico do corpo. Um teste de sangue<br />

denominado contagem de células CD4<br />

mostrará a força do sistema imunológico.<br />

Uma pessoa saudável pode ter uma contagem<br />

de células CD4 de 500-1500 (o número de<br />

células CD4 em um mililitro de sangue).<br />

Quando alguém tem SIDA, a conta de célula<br />

CD4 será de 200 ou menos.<br />

Compassivo: Isto significa ter carinho <strong>para</strong><br />

com as outras pessoas.<br />

Confidencialidade: a informação dada ao<br />

conselheiro pelo cliente, a qual não pode ser<br />

compartilhada com ninguém mais, a menos<br />

que o cliente tenha dado o consentimento.<br />

Consentimento: dar permissão. As<br />

vezes pode ser chamado consentimento<br />

informado, quando a pessoa que dá o<br />

consentimento entende exactamente o que<br />

eles concordaram (acordaram) em fazer.<br />

Decisão informada: É tomar uma decisão<br />

baseada em factos e informação correcta.<br />

Discriminação: Isto é quando as pessoas<br />

ou grupos de pessoas são tratados<br />

incorrectamente por eles serem diferentes.<br />

Efeitos Colaterais: Refere-se aos problemas<br />

que podem acontecer quando se tomam<br />

drogas <strong>ARV</strong> (ex. vómito e dores de cabeça).<br />

Empoderado: Quando as pessoas sentem<br />

que elas estão sendo ouvidas, e elas têm<br />

força <strong>para</strong> fazer coisas por elas próprias.<br />

Estigma: É julgar as pessoas, tratandoas<br />

mal porque se pensa que elas sejam<br />

diferentes.<br />

Estirpe resistente: Refere-se a um<br />

tipo de HIV que não é tratado com<br />

nenhuma droga actual de <strong>ARV</strong>. Este<br />

não é uma nova espécie de HIV.<br />

Todas as espécies de HIV podem<br />

modificarem-se e tornarem-se uma<br />

estirpe resistente.<br />

HAART: Isto significa Terapia<br />

Anti-Retroviral Altamente Activa<br />

(também conhecida por terapia<br />

tripla). Ela ajuda a impedir a<br />

resistência do HIV às drogas <strong>ARV</strong>.<br />

HIV: Isto significa Vírus de<br />

Imunodeficiência Humana. O<br />

sistema imunológico do corpo luta<br />

contra infecções, doenças e vírus. O<br />

HIV é um vírus que destrói o sistema<br />

imunológico. Quando uma pessoa é<br />

infectada pelo HIV, ele ou ela, transporta<br />

consigo o HIV no sangue, e terá como<br />

positivo, o teste do HIV.


Horário de <strong>tratamento</strong> (diário de<br />

<strong>tratamento</strong>): Isto mostra com que<br />

frequência e em que períodos do dia<br />

é que os clientes têm de tomar o seu<br />

medicamento, prescrito por um médico<br />

ou funcionário da saúde (ex. duas vezes<br />

por dia; ou uma vez por dia). Você pode<br />

ajudar aos clientes a fazer um horário de<br />

<strong>tratamento</strong>, seguindo as instruções do<br />

funcionário da saúde.<br />

Infecções oportunistas: Refere-se<br />

às doenças que uma pessoa adquire<br />

quando o sistema imunológico é<br />

demasiado débil <strong>para</strong> manter o corpo<br />

saudável. O corpo não pode mais<br />

prevenir a infecção (ex. toldeia,<br />

tuberculose, diarreia e pneumonia).<br />

Neuropatia Periférica: Estas são<br />

sensações estranhas que as pessoas<br />

têm tido nas terminais nervosas<br />

quando tomam <strong>ARV</strong>s (ex. picanço<br />

ou dor nas mãos e pés, boca, pernas e<br />

outras partes do corpo).<br />

Plano ou regime de <strong>tratamento</strong>:<br />

Refere-se a combinação de drogas <strong>ARV</strong><br />

prescritas por um médico.<br />

Políticas de <strong>tratamento</strong>: Diferentes<br />

países têm diferentes tipos de<br />

medicamentos e meios diferentes de os<br />

adquirir e/ou fazer chegar ao seu povo.<br />

A isto se chama políticas de <strong>tratamento</strong>.<br />

Prescrito: É quando o médico receita<br />

medicamentos e dá informação <strong>sobre</strong> como e<br />

quando o cliente as deve tomar.<br />

Prontidão de <strong>tratamento</strong>: Conhecimento<br />

dos factos <strong>sobre</strong> o <strong>tratamento</strong> anti-retroviral e<br />

fazer o compromisso de tomar as drogas.<br />

Re-infecção: A pessoa é novamente infectada<br />

com o HIV. Isto pode acontecer quando uma<br />

pessoa que vive com o HIV pratica sexo<br />

inseguro (sexo sem preservativo) com outra<br />

pessoa seropositiva. A nova infecção pode ser<br />

resistente a <strong>ARV</strong>s.<br />

Referência: Oferecer ao cliente os dados<br />

de contacto de outro conselheiro ou<br />

funcionário da saúde que tem mais<br />

conhecimento <strong>sobre</strong> o problema.<br />

Resistência: Esta ocorre quando as<br />

drogas <strong>ARV</strong> já não podem impedir<br />

mais o desenvolvimento (crescimento)<br />

do HIV. Isto tem se verificado quando o<br />

vírus já aprendeu <strong>sobre</strong> como protegerse<br />

contra os medicamentos.<br />

Revelação: Isto é dizer as pessoas <strong>sobre</strong> o<br />

seu estado de HIV.<br />

Sexo seguro: Trata-se do tipo de sexo<br />

que previne a propagação da infecção<br />

do/por HIV e outras infecções sexualmente<br />

transmitidas (IST). Um dos meios mais<br />

seguro de ter sexo é usar propriamente um<br />

preservativo cada vez que você tiver sexo.<br />

SIDA: Isto significa Síndroma de<br />

Imunodeficiência Adquirida. A pessoa tem<br />

o SIDA quando o seu sistema imunológico<br />

for danificado pelo HIV. O sistema<br />

imunológico não pode proteger mais o corpo<br />

contra infecções e vírus. Isto pode levar<br />

aproximadamente um período de 5-10 anos<br />

depois da infecção com HIV.<br />

Sistema Imunológico: É a parte do nosso<br />

corpo que nos protege de qualquer micróbio<br />

que nos ataca. Ele faz isto, destruindo os<br />

micróbios não saudáveis.<br />

Sustentador ou parceiro de <strong>tratamento</strong>:<br />

É quando um amigo ou membro da<br />

família tem de recordar a alguém de<br />

tomar os seus medicamentos.<br />

T<strong>ARV</strong> e <strong>ARV</strong>: T<strong>ARV</strong> significa o<br />

Tratamento Anti-Retroviral. As drogas<br />

usadas no T<strong>ARV</strong> são drogas Anti-<br />

Retrovirais (<strong>ARV</strong>s).<br />

Terapia de combinação: Quando<br />

duas ou mais drogas de <strong>ARV</strong> são<br />

misturadas. Isto pode ser tomado<br />

ao mesmo tempo ou em tempos<br />

diferentes do dia.<br />

Tratamento da primeira linha:<br />

Refere-se ao primeiro conjunto<br />

de drogas de <strong>ARV</strong> prescritas pelo<br />

médico. As vezes, estes não têm efeito,<br />

ou pode, o doente ter efeitos colaterais<br />

sérios (toxicidade). O médico então<br />

prescreverá outra combinação chamada<br />

<strong>tratamento</strong> da segunda linha.


Habilidades e Técnicas Básicas<br />

de Aconselhamento<br />

Aconselhamento é uma conversa estruturada entre duas ou mais pessoas.<br />

Estas pessoas são cliente (ou clientes) e o conselheiro. O objectivo desta<br />

conversa é o de ajudar o cliente a trabalhar um determinado problema ou<br />

situação na (o) qual, ela ou ela, se encontra.<br />

O <strong>aconselhamento</strong> a alguém que esteja a tomar o <strong>tratamento</strong> do SIDA pode<br />

significar coisas diferentes a pessoas diferentes:<br />

Alguns clientes visitam o conselheiro <strong>para</strong> o <strong>aconselhamento</strong> de<br />

aderência. Aconselhamento de Aderência significa motivar alguém <strong>para</strong><br />

continuar a tomar o seu <strong>tratamento</strong> diariamente.<br />

Alguns clientes podem preferir que você lhes dê um <strong>aconselhamento</strong><br />

directo. Isto significa que eles estão a procurar a informação <strong>para</strong> os ajudar<br />

a tomar uma decisão informada <strong>sobre</strong> o <strong>tratamento</strong> – eles podem não<br />

querer um conselho e ajuda específica.<br />

O cliente pode querer <strong>para</strong>r com o <strong>tratamento</strong>, por exemplo. O seu<br />

papel, então, deverá ser o de ajudar o cliente a entender porque, ele<br />

ou ela, tomou aquela decisão – o seu papel não será de oferecer um<br />

<strong>aconselhamento</strong> directo.


Porque o <strong>aconselhamento</strong> <strong>para</strong> o <strong>tratamento</strong><br />

é importante?<br />

O conselheiro pode ajudar aos clientes a lidarem com as emoções<br />

e desafios que têm quando eles:<br />

Estão preocupados com o cumprimento do plano de <strong>tratamento</strong><br />

<strong>para</strong> toda a vida (que também se chama por um regime de<br />

<strong>tratamento</strong>).<br />

Estão a tentar motivar-se <strong>para</strong> tomar o <strong>tratamento</strong>.<br />

Têm medo dos possíveis efeitos colaterais do <strong>tratamento</strong>.<br />

Estão com receio que o <strong>tratamento</strong> não funcione.<br />

Estão confusos com as escolhas de <strong>tratamento</strong>.<br />

Estão assustados porque eles ouviram que o <strong>tratamento</strong> é perigoso.<br />

Estão a planear <strong>para</strong> revelar o seu estado de HIV.<br />

O conselheiro também pode ajudar aos clientes a:<br />

Parar com a re-infecção.<br />

Adquirir habilidades <strong>para</strong> lidar e resolver os problemas.<br />

Fazer escolhas e decisões <strong>sobre</strong> suportes do <strong>tratamento</strong>.<br />

Viver na maneira em que os ajuda a tomarem o <strong>tratamento</strong> segundo<br />

o que está prescrito.


O que é um <strong>aconselhamento</strong> básico?<br />

Aconselhamento é:<br />

Escutar activamente ao cliente;<br />

Dar tempo e espaço ao cliente <strong>para</strong> falar <strong>sobre</strong> o seu problema;<br />

Ajudar ao cliente a entender o seu problema;<br />

Dar ao cliente uma informação correcta e apropriada;<br />

Ajudar ao cliente a encontrar a sua própria solução;<br />

Ajudar ao cliente a reconhecer e explorar as suas próprias forças.<br />

O <strong>aconselhamento</strong> não é:<br />

Dizer ao cliente o que fazer;<br />

Tomar decisões pelo cliente;<br />

Julgar o cliente por causa do seu comportamento ou crenças culturais<br />

e religiosas;<br />

Culpar o cliente;<br />

Discutir com o cliente;<br />

Dizer o cliente o que faria se, ele ou ela, fosse você;<br />

Fazer o cliente depender de você <strong>para</strong> um conselho ou soluções.<br />

Aconselhamento é ajudar a uma pessoa a encontrar a solução<br />

<strong>para</strong> o seu próprio problema. Não dizer alguém o que você faria<br />

na sua situação.


As habilidades e atitudes necessárias<br />

<strong>para</strong> ser conselheiro de <strong>tratamento</strong><br />

Para ser um conselheiro eficaz, você precisa de:<br />

Mostrar respeito ao seu cliente e às outras pessoas;<br />

Tomar a responsabilidade pelo que você faz ou diz ao seu cliente;<br />

Escutá-lo activamente;<br />

Conhecer os seus limites como conselheiro. Isto significa saber<br />

quando é que deve enviar o cliente a alguém que possa ser capaz<br />

de o ajudar melhor;<br />

Ser honesto e digno de confiança;<br />

Não julgar alguém;<br />

Ser paciente e compassivo;<br />

Ser capaz de deixar <strong>para</strong> trás as suas próprias preocupações,<br />

e dar ao seu cliente toda a sua atenção;<br />

Ser compreensivo (compreensão).<br />

A referência do cliente significa dar a ele ou ela os dados de contacto<br />

de um outro conselheiro, funcionário da saúde ou assistente. Esta<br />

pessoa sabe mais <strong>sobre</strong> o problema do que você e pode ajudar mais<br />

efectivamente do que você pode.<br />

A segunda parte deste livro lhe dará alguma informação importante do<br />

<strong>tratamento</strong>, <strong>para</strong> que você possa ter a informação correcta (ver a página<br />

16). É importante lembrar-se de que a ciência médica sempre está a trazer<br />

novas descobertas e produzir novos medicamentos. Você tem de ler e<br />

investigar quanto mais poder. Descubra a última informação <strong>para</strong> que<br />

você esteja sempre actualizado. Você então pode dar aos seus clientes a<br />

informação exacta.<br />

<br />

LEMBRE-SE<br />

Você também tem de cuidar da sua própria saúde e emoções, <strong>para</strong><br />

que você tenha bastante força e energia de se preocupar com os seus<br />

clientes.


Técnicas de <strong>aconselhamento</strong><br />

Você encontrará mais detalhes <strong>sobre</strong> técnicas de Aconselhamento<br />

no Aconselhamento <strong>para</strong> o HIV Série 6: <strong>Normas</strong> de Aconselhamento<br />

básico <strong>sobre</strong> o SIDA.<br />

Aqui está um sumário das técnicas mais importantes.<br />

Confidencialidade<br />

Tudo que o seu cliente lhe diz é confidencial, a menos que você tenha o seu<br />

consentimento informado de dizer alguém mais. Você não deve dizer a<br />

ninguém que alguém é seu cliente.<br />

Por que é que a confidencialidade é importante<br />

O objectivo do Aconselhamento é ajudar o seu cliente a pensar<br />

cuidadosamente nos seus problemas. Isto só pode acontecer se eles são<br />

honestos com eles próprios e consigo. É mais provável que o seu cliente seja<br />

honesto consigo se, ele ou ela, souber que você manterá confidência em tudo.<br />

Há muita estigmatização<br />

e discriminação em volta<br />

do HIV e SIDA. Você tem<br />

de ajudar a proteger o seu<br />

cliente disto.


Escuta activa<br />

A escuta activa significa que você escuta muito cuidadosamente o que o<br />

seu cliente lhe está a dizer. Você não escuta com um ouvido enquanto a<br />

sua mente está a pensar <strong>sobre</strong> o que dizer depois (ou no que vai pre<strong>para</strong>r<br />

<strong>para</strong> o jantar depois da sessão!).<br />

A escuta activa também significa mostrar ao seu cliente que você está a<br />

escutar. Você pode fazer o seguinte:<br />

Olhar <strong>para</strong> seu cliente enquanto, ele ou ela, está a falar. Lembre-se de<br />

que em algumas culturas não é de bom tom olhar <strong>para</strong> a cara ou nos<br />

olhos (é ser rude) de uma pessoa;<br />

Afastar qualquer tipo de distracção. Isto pode ser um telefone<br />

celular, um rádio, um sanduíche e por aí em diante;<br />

Usar propriamente a sua linguagem corporal. Você pode fazer isto<br />

sentando-se de um modo relaxado, não brincando com o seu cabelo<br />

ou roupa. Você também pode abanar a sua cabeça ou dizer ‘mmm’<br />

ou ‘ah-ah’ <strong>para</strong> mostrar que você está escutar;<br />

Manter a sua postura aberta – não cruzar os seus braços <strong>sobre</strong> o seu<br />

corpo;<br />

Fazer perguntas;<br />

Repitir o que o seu cliente lhe disse de um modo diferente.<br />

Isto mostra que você entendeu os sentimentos dele (ela).<br />

Pratique a escuta activa com os seus amigos e família. Você até não<br />

tem de dizer a ninguém que está a praticar essas habilidades!<br />

10


Fazer perguntas<br />

Quando você faz perguntas, você e o seu cliente podem explorar o<br />

problema e aprofundar mais a sessão de <strong>aconselhamento</strong>.<br />

Tente fazer perguntas simples.<br />

Faça uma pergunta de cada vez.<br />

Tente fazer perguntas abertas. Essas são perguntas que não têm uma<br />

resposta rápida como ‘sim’ ou ‘não’.<br />

As perguntas abertas muitas vezes começam com palavras como:<br />

‘Fala-me mais <strong>sobre</strong>…’<br />

‘Como você se sente <strong>sobre</strong>…’<br />

‘O que aconteceria se…’<br />

O cliente poderá então pensar <strong>sobre</strong> a sua resposta e o aplicar o seu<br />

problema.<br />

As perguntas fechadas muitas vezes começam com palavras como ‘Quem’,<br />

‘Quando’ ou ‘Tens’.<br />

Mostrar empatia<br />

Você não tem de estar a tomar o <strong>tratamento</strong> do SIDA <strong>para</strong> mostrar a<br />

empatia a alguém que está sob o T<strong>ARV</strong>.<br />

Mostrar empatia significa compreender os sentimentos que o seu<br />

cliente tem <strong>sobre</strong> o seu problema. Você não tem de sentir os mesmos<br />

sentimentos.<br />

Quando você mostra a empatia, tente dar o nome aos sentimentos<br />

do seu cliente. Diga algo como ‘Você parece estar triste’, ou ‘parece<br />

que você está a sentir-se culpado’. Não se preocupe de dizer coisa<br />

incorrecta – o seu cliente o corrigirá, e isto ajudará a, ele ou ela, a<br />

pensar profundamente <strong>sobre</strong> aqueles sentimentos.<br />

11


Pense em todos os sentimentos diferentes que a gente pode ter.<br />

Às vezes podemo-nos empatar só falando <strong>sobre</strong> ser doente ou bem,<br />

feliz ou infeliz.<br />

A empatia não é o mesmo como simpatia, compaixão ou ter pena<br />

de alguém. Quando você sente pena de alguém, você pode fazer, ele<br />

ou ela, sentir-se fraco ou desesperado. O objectivo do conselheiro é<br />

ajudar o cliente a sentir-se forte e empoderado.<br />

Construindo as forças do seu cliente<br />

O seu papel como conselheiro é de ajudar o cliente a encontrar as suas<br />

próprias soluções <strong>para</strong> o problema. O cliente provavelmente já tem<br />

meios de encontrar uma solução, mas não ter ainda reconhecido isto.<br />

Ele ou ela poderia ter esquecido as suas próprias forças. Você também<br />

tem outro papel: ajudar o cliente a encontrar as suas forças interiores.<br />

Você pode fazer isto ajudando o seu cliente:<br />

Identificar o que ele ou ela já fez <strong>para</strong> superar o problema ou a<br />

dificuldade.<br />

Descobrir que as soluções funcionaram. Que soluções não<br />

funcionaram?<br />

Ajude o cliente a entender por que é que a solução dos problemas<br />

funcionou ou não.<br />

Identificar a meta pessoal e elaborar um plano <strong>para</strong> realizá-lo.<br />

Algumas perguntas úteis <strong>para</strong> descobrir a força interior do cliente:<br />

O que você fez <strong>sobre</strong> este problema?<br />

Você partilhou o problema com alguém mais? Quem foi esta pessoa?<br />

Há coisas que você poderia ter feito diferentemente?<br />

12


Sumário<br />

Às vezes é útil repetir resumidamente ou resumir o que o seu cliente<br />

disse. Você pode fazer isto <strong>para</strong>:<br />

Assegurar se você entendeu o que ele ou ela está a dizer.<br />

Recordar um ao outro <strong>sobre</strong> o que vocês falaram na sessão anterior<br />

(última).<br />

Passar <strong>para</strong> um tópico novo.<br />

Terminar a sessão de <strong>aconselhamento</strong>.<br />

Interpretação do papel ou actuação<br />

O seu cliente pode achar útil praticar <strong>sobre</strong> como lidar com uma situação.<br />

Isto pode ser algo como revelação do seu estado de HIV, ou de uma outra<br />

situação de que ele ou ela se preocupa.<br />

Peça ao seu cliente <strong>para</strong> ser igual a si mesmo e representar uma conversa ou<br />

uma situação. O cliente pode tentar dizer coisas diferentes e não entender<br />

correctamente. Peça ao cliente <strong>para</strong> tentar novamente até que ele ou ela<br />

tenha sucesso. A se isto chama interpretação do papel.<br />

13


Dirigir uma sessão de <strong>aconselhamento</strong><br />

Antes da sessão<br />

Limpe a sua mente de problemas pessoais.<br />

Saiba quanto tempo você pode passar com o seu cliente.<br />

Assegure-se que você não será incomodado.Para isso deve avisar as<br />

pessoas <strong>para</strong> que não o telefonem ou visitem, desligando telemóvel<br />

ou rádio.<br />

Tenha papel e uma caneta prontos<br />

<strong>para</strong> tomar notas. Verifique qualquer<br />

nota prévia que você pode ter.<br />

Tenha materiais de suporte prontos.<br />

Esses podem ser folhetos <strong>sobre</strong><br />

<strong>ARV</strong>s ou horários de aderência ou<br />

<strong>ARV</strong>s.<br />

Assegure-se que você sabe muito<br />

<strong>sobre</strong> medicamentos e <strong>tratamento</strong>s.<br />

Adquira uma lista de clínicas ou<br />

outros lugares <strong>para</strong> onde você pode<br />

referir o cliente se você pensar que<br />

ele ou ela precisa destes.<br />

14<br />

Iniciando a sessão<br />

Sorria sempre e dê as boas-vindas ao seu cliente. Você tem de criar<br />

uma relação com o seu cliente.<br />

Fale <strong>para</strong> ele ou ela quanto tempo vocês podem estar juntos.<br />

Se esta for a primeira vez que o seu cliente o visitou, diga a ele ou ela<br />

o que significa ser conselheiro. Recorde-lhe que o seu papel não é o<br />

de resolver problemas, mas sim ajuda-lo a encontrar as suas próprias<br />

soluções.<br />

Lembre ao cliente que tudo que é dito na sessão é confidencial.<br />

Não sente muito perto do seu cliente – ou demasiado longe.<br />

Escute activamente e use todas as suas habilidades e técnicas de<br />

<strong>aconselhamento</strong>.


Durante a sessão<br />

Fale <strong>sobre</strong> por que é que o cliente está na sessão.<br />

Ajude ao seu cliente a identificar o problema ou a dificuldade. Se ele<br />

ou ela tiver mais de um problema, decida em conjunto qual é o mais<br />

importante <strong>para</strong> aquele dia.<br />

Tenha sempre a informação correcta <strong>para</strong> dar ao seu cliente. Isto ajudará<br />

ao seu cliente a tomar uma decisão informada.<br />

Ajude, a ele ou ela, a pensar em soluções diferentes.<br />

Apoie, a ele ou ela, na criação de escolhas e tomada de decisões.<br />

Discuta quais coisas podem acontecer com cada escolha.<br />

Ajude ao seu cliente a encontrar um meio de enfrentar o problema<br />

ou a dificuldade.<br />

Fim de uma sessão<br />

Sumarize o que foi discutido.<br />

Converse <strong>sobre</strong> o que o seu cliente<br />

decidiu fazer, e combine no que é que<br />

vai fazer a seguir.<br />

Pergunte ao seu cliente se ele ou<br />

ela tem alguma pergunta. Estas<br />

podem ser <strong>sobre</strong> tipos diferentes de<br />

medicamentos ou meios de comer<br />

correctamente.<br />

Estabeleça o tempo <strong>para</strong> outra<br />

reunião, se você achar que é<br />

necessário.<br />

Sorria e seja amistoso enquanto<br />

estiver andar com seu cliente à porta.<br />

LEMBRE-SE<br />

Não receba outro cliente imediatamente a seguir este. Dê-se tempo <strong>para</strong><br />

pensar na sessão que você acabou de ter. Existe algo que você acha que<br />

deveria ter dito? Existe algo que você acha que não deveria ter dito? Tente<br />

aprender de cada sessão, assim você pode melhorar na ajuda aos clientes.<br />

Então dê-se algum tempo <strong>para</strong> se pre<strong>para</strong>r <strong>para</strong> o próximo cliente.<br />

15


Informação <strong>sobre</strong> o Tratamento<br />

e Aconselhamento do HIV e SIDA<br />

Esta secção lhe dará alguma informação <strong>sobre</strong> o HIV e SIDA. Esta<br />

também o ajudará como conselheiro a lidar com os problemas<br />

específicos e as preocupações que podem ter os clientes em <strong>tratamento</strong><br />

anti-retroviral, ou que ainda vão <strong>para</strong> o <strong>tratamento</strong>.<br />

O que é o HIV e SIDA?<br />

16<br />

O HIV é um vírus que faz com que o sistema imunológico seja<br />

fraco. O sistema imunológico é a parte do seu corpo que o protege<br />

contra vírus, micróbios e outras doenças. O SIDA decompõe o<br />

sistema imunológico. Quando o sistema imunológico é muito fraco,<br />

as pessoas adquirem o SIDA.<br />

Uma parte do sistema imunológico é composta por células chamadas<br />

células CD4. Essas são células boas que lutam com doenças e ajudam<br />

a manter o corpo saudável. Os funcionários da saúde podem verificar<br />

o quão forte é o sistema imunológico através da contagem do número<br />

de células CD4 no sangue.<br />

Quando alguém está infectado com o HIV, o vírus entra nas células<br />

CD4. Ele começa a fazer cópias de si mesmo. Isto significa que ele faz<br />

milhões de cópias do HIV no corpo, a cada dia.<br />

Enquanto o vírus está a copiar, ele mata as células CD4 boas. Depois<br />

de algum tempo, não haverá células CD4 suficientes deixadas<br />

no corpo. Quando isto acontece, isto significa que a infecção do<br />

HIV tornou-se em SIDA. Quando o corpo não tem células CD4<br />

suficientes, o sistema imunológico fica muito debilitado que ele não<br />

trabalha mais adequadamente. O sistema imunológico então não<br />

pode combater micróbios e doenças. A pessoa começa a adoecer<br />

de infecções oportunistas como pneumonia, toldeia, TB e diarreia.<br />

Uma pessoa saudável pode ter uma contagem de células CD4 de<br />

entre 500 a 1500 (o número de células CD4 em um mililitro do<br />

sangue). Quando alguém tem o SIDA, o número de células CD4<br />

será 200 ou menos.


O que é o Tratamento Anti-Retroviral (T<strong>ARV</strong>)?<br />

As drogas Anti-Retrovirais são usadas <strong>para</strong> tratar o SIDA. Os<br />

funcionários da saúde normalmente dirão o T<strong>ARV</strong>. Isto significa<br />

Tratamento Anti-Retroviral. As drogas Anti-retrovirais são<br />

normalmente chamadas <strong>ARV</strong>s.<br />

Não há nenhuma cura do SIDA<br />

O T<strong>ARV</strong> não é uma cura do SIDA, mas ele ajuda a impedir do HIV a destruir<br />

o sistema imunológico. O T<strong>ARV</strong> faz isto diminuindo o desenvolvimento do<br />

HIV no sangue. Este dá ao corpo uma possibilidade de produzir mais células<br />

CD4 <strong>para</strong> que o sistema imunológico se torne novamente forte.<br />

Aqui está outro meio de pensar no T<strong>ARV</strong>. Imagine que o seu corpo é como<br />

se fosse uma casa. A infecção do HIV é como um telhado que é quebrado<br />

que permite a chuva entrar dentro da casa. A casa (o seu corpo) fica<br />

molhada e as paredes começam a cair (extensões do HIV pelo seu corpo,<br />

fazendo o seu sistema imunológico débil). O T<strong>ARV</strong> é como um meio de<br />

emergência <strong>para</strong> afixar o telhado quebrado.<br />

A chuva não poderá causar mais danos<br />

por enquanto. Mas o telhado re<strong>para</strong>do<br />

enfraquecerá, consequentemente e,<br />

terá de ser afixado novamente. Do<br />

mesmo jeito que o T<strong>ARV</strong> pode<br />

ajudar a <strong>para</strong>r o dano<br />

que o SIDA causa ao seu<br />

corpo. Isto não significa<br />

que o T<strong>ARV</strong> re<strong>para</strong> a<br />

infecção do HIV, porém ele<br />

ajuda a reduzir o dano.<br />

Não é todo o mundo que está infectado com o HIV que tem de tomar<br />

o T<strong>ARV</strong>. É só quando a infecção do HIV se tornar em SIDA que o<br />

T<strong>ARV</strong> é ou tem sido necessário.<br />

17


Os funcionários da saúde farão um teste de sangue chamado contagem das<br />

células CD4 <strong>para</strong> verificar a força do sistema imunológico de uma pessoa.<br />

Quando a quantidade da célula CD4 é 200 ou menor que isso, dizemos que<br />

a pessoa tem SIDA. O médico deve pôr o doente no T<strong>ARV</strong> neste ponto.<br />

Como conselheiro é importante:<br />

Entender que tornar-se doente do SIDA é algo de que muitas<br />

pessoas ficam assustadas. Algumas pessoas ainda acreditam<br />

que uma vez que a pessoa tem o SIDA, ele ou ela irá morrer<br />

imediatamente.<br />

– Escute os seus medos, e dê-lhes toda a informação que você tem.<br />

– Lembre-os que vivendo positivamente, a boa nutrição e o T<strong>ARV</strong><br />

ajudarão às pessoas a viver/ter vidas longas e saudáveis.<br />

– Faça-os saber que é normal sentir-se assustado. Envie-os a um<br />

médico ou funcionário da saúde <strong>para</strong> mais ajuda.<br />

Lembrar-se que nem toda a gente que é HIV positivo necessita<br />

de <strong>tratamento</strong> com <strong>ARV</strong>s. Só pessoas com CD4 menor que 200<br />

precisam de T<strong>ARV</strong>. Muitas pessoas seropositivas podem ser saudáveis<br />

durante 10 anos ou mais sem o T<strong>ARV</strong>. Alguns dos seus clientes podem<br />

não entender isto:<br />

– Eles podem sentir-se zangados porque pensam que os funcionários<br />

da saúde não se preocupam com a saúde deles.<br />

– Eles podem ficar assustados porque as suas vidas estão em risco.<br />

– Eles podem sentir que são vítimas de uma política médica injusta,<br />

ou que não lhes permitem o acesso aos cuidados de saúde.<br />

Verifique que você sabe tudo <strong>sobre</strong> as políticas de <strong>tratamento</strong>.<br />

Estas podem mudar nos diferentes países e nos diferentes<br />

departamentos da saúde. Guarde uma lista de clínicas e organizações<br />

na sua área que fornecem e apoiam o <strong>tratamento</strong>.<br />

18


Como é que as pessoas tomam o T<strong>ARV</strong>?<br />

O T<strong>ARV</strong> não é como os outros <strong>tratamento</strong>s que as pessoas tomam <strong>para</strong><br />

uma doença. Com o T<strong>ARV</strong>, você tem de tomar o <strong>tratamento</strong> <strong>para</strong> o resto<br />

da sua vida. Os médicos prescrevem uma combinação de pelo menos três<br />

<strong>ARV</strong>s diferentes, normalmente a ser tomado duas vezes por dia. Às vezes,<br />

essas drogas são misturadas num ou dois comprimidos, e outras vezes, elas<br />

estão em três comprimidos diferentes.<br />

A isto se chama Terapia de Combinação. Também é conhecido por<br />

terapia tripla, terapia de cocktail ou HAART (Terapia Anti-retroviral<br />

Altamente Activa).<br />

A primeira combinação de <strong>ARV</strong>s dado a um doente é chamada Tratamento<br />

da Primeira Linha. Os médicos, normalmente, escolhem esta combinação<br />

porque é a mais fácil de tomar. Alguns comprimidos têm de ser tomados<br />

só uma vez por dia, e às vezes duas espécies de <strong>ARV</strong>s são misturadas num<br />

comprimido. Há também menos efeitos colaterais com o <strong>tratamento</strong> da<br />

primeira linha.<br />

Se esta combinação não funcionar, o médico prescreve Tratamento da<br />

Segunda Linha. Esta é uma combinação diferente de comprimidos. Esta<br />

pode ser mais difícil de tomar. Por exemplo, alguns comprimidos têm de<br />

ser tomados com a comida, e os outros têm de ser tomados sem comida.<br />

Os medicamentos são tão bons como o <strong>tratamento</strong> da primeira linha.<br />

19


Como conselheiro é importante:<br />

Ter o conhecimento <strong>sobre</strong> o acesso ao <strong>tratamento</strong> no seu país.<br />

O <strong>tratamento</strong> é gratuito? Será que todas as clínicas do governo<br />

oferecem o <strong>tratamento</strong>? Escreva uma lista de organizações e clínicas<br />

da sua área que fornecem ou apoiam o T<strong>ARV</strong>. Será que elas têm<br />

informação <strong>sobre</strong> o T<strong>ARV</strong>?<br />

Entender o que a terapia de combinação e a primeira linha e o<br />

<strong>tratamento</strong> da segunda linha significam. Explique essas ideias ao<br />

seu cliente.<br />

Tentar descobrir os nomes dos medicamentos da primeira linha e da<br />

segunda linha no seu país. Alguns clientes podem ficar preocupados<br />

por a sua combinação de medicamentos não estar tão bem quanto<br />

a daquela outra pessoa. Elas podem ficar assustadas pensando que a<br />

sua saúde está em risco. Escute os seus medos. Explique tanto como<br />

você sabe <strong>sobre</strong> o T<strong>ARV</strong>. Você poderá ser útil <strong>para</strong> enviá-los ao seu<br />

funcionário da saúde ou médico <strong>para</strong> mais informação.<br />

Entender que alguns clientes não querem tomar o T<strong>ARV</strong> porque lhes<br />

parece complicado. Não diga ao seu cliente o que fazer. Respeite a<br />

sua decisão se ele decidir não começar com o <strong>tratamento</strong>. Você deve<br />

explicar como o T<strong>ARV</strong> é importante e o que pode acontecer se ele<br />

atrasar a tomar os <strong>ARV</strong>s. Escute e ofereça o apoio e a compreensão.<br />

Lembrar-se que alguns clientes podem pedir a si <strong>para</strong> os ajudar a<br />

encontrar a motivação <strong>para</strong> começar ou continuar com o <strong>tratamento</strong>.<br />

20


Reconhecer que pessoas que precisam do <strong>tratamento</strong> nem sempre o<br />

podem adquirir. Eles podem trazer-lhe essas preocupações.<br />

Descobrir <strong>sobre</strong> o estatuto financeiro do cliente. Isto significa saber<br />

quanto dinheiro eles têm <strong>para</strong> gastar no <strong>tratamento</strong>. Às vezes, as pessoas<br />

não podem ter o <strong>tratamento</strong> por causa dos preços altos do transporte<br />

e das clínicas. As clínicas podem ficar sem medicamentos. Você deve<br />

ajudar aos clientes pensando em soluções práticas.<br />

Lembrar-se que o Estigma também possa ter um efeito no <strong>tratamento</strong>.<br />

O cliente pode ter receio de levantar o <strong>tratamento</strong> nas clínicas, porque<br />

ele estão apavorados. Ele pode não ter revelado o seu estado de HIV.<br />

Nesses casos, você pode precisar de ajudar ao cliente no processo da<br />

revelação. Não force o cliente a revelar o seu estado.<br />

Escutar as preocupações do seu cliente <strong>sobre</strong> o <strong>tratamento</strong>. Se o seu<br />

cliente rejeitar o <strong>tratamento</strong> por causa do estigma, respeite esta decisão.<br />

Ajude a ele ou ela a pensar cuidadosamente <strong>sobre</strong> a decisão. Converse<br />

<strong>sobre</strong> o que acontecerá se eles não começarem o <strong>tratamento</strong>. Converse<br />

<strong>sobre</strong> o que acontecerá se eles realmente começarem o <strong>tratamento</strong>.<br />

Converse <strong>sobre</strong> o que acontecerá no futuro, dependendo da decisão<br />

deles.<br />

LEMBRE-SE<br />

O T<strong>ARV</strong> é o único <strong>tratamento</strong> que é conhecido <strong>para</strong> reduzir a<br />

velocidade na qual o HIV se desenvolve. Ele é o único meio de<br />

aumentar a quantidade de CD4 numa pessoa.<br />

É importante começar o T<strong>ARV</strong> logo que ele ou ela tenham o CD4<br />

menor que 200. Se a quantidade de CD4 tornar-se demasiadamente<br />

baixa, e o doente tornar-se demasiadamente débil, o T<strong>ARV</strong> não<br />

trabalhará adequadamente.<br />

21


O que é que o T<strong>ARV</strong> pode fazer<br />

O T<strong>ARV</strong> não é uma cura <strong>para</strong> o SIDA. Ele realmente ajuda as pessoas a<br />

viverem vidas mais longas, mais saudáveis.<br />

As pessoas normalmente se sentem mais fortes logo depois do<br />

<strong>tratamento</strong> inicial. O sistema imunológico torna-se mais saudável e pode<br />

resistir a muitas infecções oportunistas.<br />

As pessoas não ficam doentes todo o tempo. Elas podem voltar ao<br />

trabalho, praticar desporto e viver uma vida intensa e saudável. Isto<br />

significa que as pessoas que estão a viver com o SIDA podem ter uma<br />

vida de boa qualidade.<br />

Se a pessoa estiver a fazer muito bem o <strong>tratamento</strong>, ele ou ela, pode<br />

ter o que é chamado por carga viral não detectável. Isto significa<br />

que um teste de sangue de carga viral não mostrará nenhum sinal<br />

do vírus.<br />

Isto não significa que a pessoa é HIV negativo. O vírus ainda vive<br />

calmamente em partes diferentes do corpo. Mas isto significa que<br />

as drogas (<strong>ARV</strong>) <strong>para</strong>ram o crescimento do vírus e que o sistema<br />

imunológico está tornar-se forte novamente. Uma pessoa com uma<br />

carga viral não detectável é ainda HIV positivo e ainda pode passar o<br />

vírus <strong>para</strong> outras pessoas.<br />

LEMBRE-SE<br />

Alguém que está a tomar o T<strong>ARV</strong> é ainda HIV positivo. Ele ou ela devem<br />

praticar sexo seguro e viver saudavelmente. Ele ou ela é ainda capaz de<br />

infectar mais alguém com o HIV. Ele ou ela também pode ser infectado<br />

com uma estirpe resistente do HIV.<br />

22


Como conselheiro é importante:<br />

Sentir a empatia pelosclientes que estão desapontados ao pensarem que<br />

isso não é uma cura.<br />

Ajudar aos clientes a fazer escolhas correctas <strong>sobre</strong> o sexo seguro.<br />

Algumas pessoas não praticam o sexo seguro, porque a sua carga viral<br />

não é detectável. Não julgue as pessoas que tomam uma decisão que você<br />

acredita estar errada. O seu papel é o de ajudar o seu cliente a pensar nas<br />

suas decisões.<br />

Lembrar-se de que muitas pessoas que vivem com o HIV e SIDA pensavam<br />

que iriam morrer. Eles levaram tempo <strong>para</strong> entender isto. Como conselheiro,<br />

você tem de ajudá-los a entender que eles podem agora viver vidas longas e<br />

saudáveis.<br />

Ajudar as pessoas a fazer planos <strong>para</strong> o futuro. Algumas pessoas podem ter<br />

gasto todo o seu dinheiro, e não terminarem a escola ou a formação. Agora<br />

eles podem ser capazes de pensar positivamente no seu futuro e fazer planos.<br />

Deixar os seus clientes falarem dos desgostos <strong>sobre</strong> a sua vida. Os desgostos<br />

são coisas de que eles lamentam terem ou de não terem feito. Não pense que<br />

os clientes devem ser felizes agora que lhes foram dados outra possibilidade<br />

de viver. O seu papel é de escutar e mostrar a empatia, e ajudar os clientes<br />

a encontram o seu próprio caminho <strong>para</strong> seguir em frente.<br />

Ajudar os clientes a fazer escolhas positivas, práticas <strong>sobre</strong> o seu futuro.<br />

Ajude-os a fazer as pazes com o seu passado. Estimule o seu cliente a<br />

adquirir o apoio da sua família e amigos.<br />

23


O T<strong>ARV</strong> e os seus efeitos colaterais<br />

Os Anti-retrovirais são medicamentos fortes. Eles não só afectam o<br />

sistema imunológico. Outras partes do corpo podem ser afectadas<br />

também.<br />

Esses problemas chamam-se efeitos colaterais. Todos os medicamentos<br />

fortes têm efeitos colaterais. A maior parte dos efeitos colaterais<br />

causados pelo T<strong>ARV</strong> não é perigosa. Eles podem ser desagradáveis ou<br />

pouco confortáveis, mas eles vão desaparecendo depois de algumas<br />

semanas ou meses.<br />

Outros efeitos colaterais podem ser perigosos, e a pessoa terá que<br />

contactar o seu médico o quanto mais cedo possível.<br />

Alguns efeitos colaterais do T<strong>ARV</strong> podem ser:<br />

náuseas<br />

vômitos<br />

perda de apetite (não querer comer nada)<br />

sensação de fraqueza e vertigens<br />

dores de estômago<br />

diarréia.<br />

Outras pessoas podem ter a pele cheia<br />

de borbulhas, ter insónias ou ter maus<br />

sonhos. Algumas pessoas têm sensações<br />

estranhas nas suas mãos e pés. A isto se<br />

chama neuropatia periférica.<br />

24


Como conselheiro é importante:<br />

Enviar o seu cliente a um funcionário da saúde ou médico.<br />

Independentemente de (Não se importe) que efeitos colaterais sejam,<br />

o cliente deve ter o apoio médico. Encoraje o seu cliente a estar aberto<br />

com o médico <strong>sobre</strong> qualquer tipo de efeito colateral.<br />

Encorajar o seu cliente a falar honestamente e a usar palavras directas<br />

<strong>para</strong> explicar qual é o seu problema. Os funcionários da saúde podem<br />

explicar a ele ou ela os meios práticos de lidar com os efeitos colaterais.<br />

Lembre-se de que os <strong>tratamento</strong>s podem ser alterados se os efeitos<br />

colaterais forem perigosos.<br />

Compreender que alguns efeitos colaterais podem ser dolorosos e tornar<br />

a vida dura. Os seus clientes podem querer falar <strong>sobre</strong> os problemas que<br />

têm com a dor. Outros podem querer <strong>para</strong>r com o <strong>tratamento</strong>. Alguns<br />

podem não querer começar com o <strong>tratamento</strong> por causa das coisas que<br />

eles ouvem.<br />

Dar ao seu cliente tanta informação quanto você pode. Continue a<br />

procurar saber <strong>sobre</strong> o T<strong>ARV</strong> e <strong>sobre</strong> os efeitos colaterais no sentido de<br />

você poder dar a nova informação. Não diga ao seu cliente o que fazer.<br />

Respeite a sua decisão, mesmo se você pensa que ele está errado.<br />

Ajudar, a ele ou ela, a recordar o que é se sentir doente do SIDA. Faça<br />

isso se o seu cliente decidir seguir com o <strong>tratamento</strong> e lhe pedir a<br />

ajuda <strong>para</strong> se manter no <strong>tratamento</strong>. Compare isto com a sensação<br />

de ter efeitos colaterais do T<strong>ARV</strong>.<br />

Ajudar o seu cliente a recordar-se de outras decisões difíceis que<br />

ele ou ela fizera. Isto pode fazer com que o seu cliente recobre as<br />

forças que ajudarão, a ele ou ela, a passar o problema.<br />

LEMBRE-SE<br />

Escute os medos e frustrações do seu cliente. Dê a ele ou ela a sua<br />

empatia e apoio. Encoraje o cliente a discutir problemas com um<br />

parceiro de <strong>tratamento</strong> ou amigo.<br />

25


O testemunho 1:<br />

Fale <strong>sobre</strong> ele primeiro<br />

26<br />

“<br />

O meu nome é Aida. Descobri que era HIV positiva há<br />

mais de seis anos. No ano passado, comecei a sentir-me<br />

muito, muito doente. Ficava cansada todo o tempo. Fui à<br />

clínica e descobri que a minha quantidade (contagem) de<br />

CD4 era 172. Eles disseram-me que tinha SIDA.<br />

O médico deu-me alguns comprimidos chamados <strong>ARV</strong>s.<br />

Esses foram horríveis! Mas realmente começaram a funcionar, e já não<br />

ficava tão cansada todo o tempo.<br />

Algumas semanas depois que comecei com o <strong>tratamento</strong>, saíram<br />

borbulhas por todas as partes dos meus braços. Eram vermelhas e tão<br />

sarnentas que eu quis arranhar-me com uma escova de unhas! Foi tudo<br />

que eu pude pensar, a couceira.<br />

Decidi abandonar o <strong>tratamento</strong>. Tenho ido a um grupo de apoio uma vez<br />

por mês <strong>para</strong> falar <strong>sobre</strong> o meu estado de HIV. Há um conselheiro muito<br />

bom lá e decidi falar com ele <strong>sobre</strong> as borbulhas. Foi ainda tudo o que<br />

pude pensar!<br />

O conselheiro no meu grupo de apoio, Sthembile, pediu-me <strong>para</strong> falar<br />

<strong>sobre</strong> todos os problemas primeiro, antes que eu desistisse. Ela não me<br />

disse que tinha que acompanhar o <strong>tratamento</strong>. Mas ela ajudou-me a<br />

pensar <strong>sobre</strong> por que é que tinha de começar com o <strong>tratamento</strong>.<br />

Lembrei-me de que antes de tomar o <strong>tratamento</strong> eu estive<br />

demasiadamente doente <strong>para</strong> trabalhar, e demasiadamente débil <strong>para</strong><br />

comer. Pensei nessas coisas, e decidi que era melhor ser sarnosa do que<br />

ser débil e doente.<br />

O meu conselheiro sugeriu que eu falasse a uma irmã enfermeira local,<br />

que me deu um creme <strong>para</strong> borbulhas. Depois de alguns meses, as<br />

borbulhas foram-se. Estou muito contente que adquiri o creme, e não<br />

parei com o <strong>tratamento</strong>. Mas eu gostei daquele conselheiro, que não me<br />

disse o que devia fazer – foi a minha escolha.<br />

”<br />

Aida, 28 anos


O que é a aderência?<br />

Aderência significa tomar medicamentos de <strong>tratamento</strong>s de uma<br />

maneira correcta. As pessoas que estão no T<strong>ARV</strong> devem tomar os<br />

medicamentos da forma que o médico ou o funcionário da saúde<br />

lhe prescrever. Isto significa tomar os medicamentos correctos na<br />

hora certa, em cada dia.<br />

O T<strong>ARV</strong> tem a melhor possibilidade de funcionar se a pessoa começar a<br />

tomá-lo adequadamente a primeira vez, assim como continuar a tomá-lo<br />

adequadamente daí por diante. Se alguém começa a fazer o <strong>tratamento</strong>,<br />

pára e começa novamente alguns meses depois, o <strong>tratamento</strong> não poderá<br />

funcionar bem. Se uma pessoa tomar os medicamentos tardiamente, ou<br />

faltar a uma dose, os medicamentos também podem deixar de funcionar.<br />

O HIV também pode tornar-se resistente ao <strong>tratamento</strong>. Isto acontece<br />

quando o vírus aprende a proteger-se contra os medicamentos. O HIV é<br />

então conhecido por estirpe resistente do HIV.<br />

É possível transmitir esta estirpe resistente do HIV a mais uma outra<br />

pessoa através do sexo desprotegido. Quando esta pessoa querer tomar<br />

o <strong>tratamento</strong>, é possível que o seu T<strong>ARV</strong> não funcione adequadamente.<br />

Alguém que está no T<strong>ARV</strong> precisa de tomar os medicamentos de<br />

<strong>ARV</strong> em cada dia. Muitas vezes, isto é duas vezes por dia <strong>para</strong> o resto<br />

da sua vida. Essas drogas têm de ser tomadas exactamente ao mesmo<br />

tempo em cada dia.<br />

27


Como conselheiro é importante:<br />

Lembrar que não é sempre fácil manter-se no <strong>tratamento</strong>. Celebre<br />

com o seu cliente quando ele ou ela planeia um modo de tomar<br />

correctamente os medicamentos. Em conjunto, planifique com ele ou<br />

ela <strong>sobre</strong> como tomar os medicamentos correctamente todo o tempo.<br />

Descobrir se o seu cliente está emocionalmente pronto <strong>para</strong> o<br />

<strong>tratamento</strong>. Ajude se ele ou ela não estiver pronto. Os funcionários<br />

da saúde avaliarão se o seu cliente está fisicamente pronto <strong>para</strong> o<br />

<strong>tratamento</strong>.<br />

Ser emocionalmente pronto significa:<br />

– Conhecer os factos do T<strong>ARV</strong>.<br />

– Fazer um compromisso por toda a vida <strong>para</strong> tomar os medicamentos.<br />

– Saber como viver uma vida saudável e como comer bem.<br />

– Obter um apoio de pelo menos um amigo ou membro da família.<br />

Isto também é chamado a prontidão de <strong>tratamento</strong>.<br />

Ajude o seu cliente a encontrar meios de mudar o seu estilo de vida.<br />

Tomar os medicamentos passa então a ser a parte regular da vida.<br />

Com os outros medicamentos, pessoas podem tomá-los durante alguns<br />

dias ou até meses, e melhorar. O <strong>tratamento</strong> de Anti-retroviral é <strong>para</strong><br />

toda a vida. Este estilo de vida pode ser mais fácil se o seu cliente<br />

tiver revelado o seu estatuto do HIV e pertencer a um grupo de<br />

apoio. Também pode ser mais fácil se a pessoa tiver um parceiro de<br />

<strong>tratamento</strong>.<br />

Viver positivamente inclui falar <strong>sobre</strong> uma dieta equilibrada e aconselhar<br />

o cliente a ser fisicamente activa. O cliente deve ser ajudado a gerir a sua<br />

pressão. O conselheiro e o cliente também devem discutir relações sexuais<br />

em que o cliente pode estar envolvido.<br />

28<br />

LEMBRE-SE<br />

O T<strong>ARV</strong> funciona melhor a primeira vez. Se você pensa que o seu cliente<br />

não está emocionalmente pronto <strong>para</strong> o <strong>tratamento</strong>, fale <strong>para</strong> o seu<br />

funcionário da saúde. Você deve primeiro pedir o consentimento do seu<br />

cliente. É melhor <strong>para</strong> o seu cliente pois ao começar o <strong>tratamento</strong>, ele ou<br />

ela, estará totalmente cometido (isto significa que o seu cliente pensou<br />

muito nele, e tomou uma decisão de o começar).


Ajude o seu cliente a escrever um horário de <strong>tratamento</strong>. Isto é<br />

como uma página de diário que mostra os tempos mais fáceis do dia<br />

<strong>para</strong> fazer o <strong>tratamento</strong>. Se o seu cliente trabalha em turnos, ele ou ela,<br />

pode fazer um novo horário em cada semana, ou um horário durante<br />

fim-de-semana e o outro durante a semana.<br />

Horário de <strong>tratamento</strong><br />

Marque a<br />

caixa<br />

Medicamento<br />

1<br />

Medicamento<br />

2<br />

Medicamento<br />

3<br />

Seg Terça Quarta Quinta Sexta Sab Dom<br />

3 3<br />

7am 7pm 7am 7pm 7am 7pm 7am 7pm 7am 7pm 7am 7pm 7am 7pm<br />

3<br />

1pm 1pm 1pm 1pm 1pm 1pm 1pm<br />

3 3<br />

7am 7pm 7am 7pm 7am 7pm 7am 7pm 7am 7pm 7am 7pm 7am 7pm<br />

Efeitos<br />

colaterais<br />

Dor de<br />

cabec , a,<br />

Vertigens<br />

Que<br />

comida<br />

saudável<br />

comi?<br />

Cenouras,<br />

2 laranjas,<br />

pā o<br />

castanho<br />

Que<br />

exercício<br />

fiz?<br />

Caminhei<br />

4kms<br />

<strong>para</strong> as<br />

lojas<br />

Como<br />

dormi?<br />

Despertei<br />

3 vezes,<br />

n āo<br />

dormi<br />

bem<br />

29


O testemunho 2:<br />

tenho a auto-disciplina<br />

30<br />

“<br />

Já venho tomado os meus medicamentos <strong>ARV</strong> duas<br />

vezes ao dia, em cada dia, durante cinco anos agora. Não<br />

falhei nenhuma dose.<br />

Penso que a razão é por causa da ajuda que tive do meu<br />

conselheiro. Visitei-a antes de eu começar o <strong>tratamento</strong>. Estive com medo<br />

de que iria esquecer de tomar os comprimidos, e eu sabia que isto podia<br />

ser perigoso <strong>para</strong> a minha saúde.<br />

Mas então o meu conselheiro pediu-me <strong>para</strong> lembrar do tempo da<br />

minha vida em que eu tinha mostrado muito auto-disciplina. Quando eu<br />

alimentava o meu novo bebé três vezes cada noite, eu disse!<br />

E também quando eu tomava a pílula contraceptiva, nunca me esqueci.<br />

Portanto, é assim como descobri que realmente tenho auto-disciplina<br />

<strong>para</strong> enfrentar o desafio de T<strong>ARV</strong>.<br />

”<br />

Zaida, 25 anos<br />

Como é que os clientes saberão que a seu T<strong>ARV</strong><br />

está a funcionar?<br />

A maior parte de pessoas que estão no T<strong>ARV</strong> começa a sentir-se logo<br />

melhor. Eles também têm de ter contas de célula CD4 regulares e testes<br />

de carga viral. Isto dirá aos funcionários da saúde se o <strong>tratamento</strong> está a<br />

funcionar bem. Se o T<strong>ARV</strong> estiver a funcionar, a carga viral reduz a níveis<br />

de ‘não detectáveis’ enquanto a conta de CD4 começa a aumentar.<br />

Como conselheiro, você precisará de:<br />

Compreender que a conta de célula CD4 do seu cliente pode não ter<br />

subido rapidamente, e que a sua carga viral pode não ter baixado<br />

rapidamente. O seu cliente poderá ficar triste ou zangado e sentir que o<br />

<strong>tratamento</strong> não está a funcionar.<br />

Escute aos medos e as preocupações do seu cliente, e envie, a ele ou ela,<br />

a um funcionário da saúde <strong>para</strong> mais informações.


Será que as crianças podem tomar o T<strong>ARV</strong>?<br />

As crianças e os bebés que têm o HIV podem tomar o T<strong>ARV</strong>. O T<strong>ARV</strong> é<br />

tão importante <strong>para</strong> crianças como o é <strong>para</strong> adultos. O T<strong>ARV</strong> de crianças<br />

e bebés trabalha do mesmo jeito que ele faz <strong>para</strong> os adultos. A única coisa<br />

que é diferente é que eles tomam pequenas quantidades de medicamentos,<br />

mas são os mesmos medicamentos. Os medicamentos também têm de ser<br />

tomadas ao mesmo tempo, <strong>para</strong> sempre.<br />

Os seus provedores de cuidados (pais, avós, outros parentes, professores<br />

ou pais adoptivos) normalmente dão-lhes os medicamentos que foram<br />

prescritos pelo médico.<br />

Os provedores de cuidados enfrentam muitos desafios em tomar as<br />

responsabilidades pelo <strong>tratamento</strong> de uma criança. Eles podem sentirem-se:<br />

preocupados com o esquecimento de dar o <strong>tratamento</strong>;<br />

culpados de serem aqueles que terão passado o HIV à criança ou bebé;<br />

com medo de que o <strong>tratamento</strong> não funcione numa criança ou bebé;<br />

preocupados que a criança terá efeitos colaterais maus;<br />

cansados e estressados de terem tido uma responsabilidade extra;<br />

muitas das mesmas emoções e problemas que um adulto terá, tomando o<br />

<strong>tratamento</strong>.<br />

Fale com o seu cliente <strong>sobre</strong> as suas crianças. Dê-lhes a informação <strong>sobre</strong><br />

a criança deles ter sido testada o HIV. Os bebés e as crianças podem<br />

progredir muito rapidamente do HIV à SIDA, mas podem começar a<br />

tomar o <strong>tratamento</strong> logo depois de serem diagnosticado com o HIV.<br />

O T<strong>ARV</strong> pode salvar a vida dum bebé e ajudar uma criança a viver uma<br />

vida longa e saudável.<br />

Os bebés e as crianças normalmente não têm tido efeitos colaterais no<br />

T<strong>ARV</strong>, e eles melhoram muito rapidamente.<br />

Como conselheiro:<br />

O seu papel é o de ajudar os provedores de cuidados a encontrar uma<br />

solução <strong>para</strong> as suas dificuldades, e não lhes dizer o que devem fazer.<br />

Se você não for treinado no <strong>aconselhamento</strong> de crianças, envie o seu<br />

cliente <strong>para</strong> alguém que já seja treinado.<br />

Se o seu cliente quiser uma ajuda na revelação do estatuto do HIV<br />

da criança, por exemplo, ou em apoiar a criança a tomar o seu próprio<br />

<strong>tratamento</strong>, envie, a ele ou ela, ao conselheiro infantil.<br />

31


O que é a revelação?<br />

A revelação significa dizer a outras pessoas <strong>sobre</strong> o seu estatuto do HIV.<br />

Isto pode ser muito assustador <strong>para</strong> alguém se eles forem HIV positivo.<br />

Para muitas pessoas que ainda não revelaram o seu estatuto de HIV, a<br />

revelação é um dos seus medos <strong>sobre</strong> o <strong>tratamento</strong>.<br />

Temi começar com o<br />

<strong>tratamento</strong> porque as<br />

pessoas me iriam ver na<br />

clínica. Elas saberiam<br />

porque estive lá!<br />

As pessoas que começam a tomar o <strong>tratamento</strong> têm muitas novas<br />

coisas nas suas mentes. Elas também têm a decisão difícil <strong>sobre</strong> se<br />

é preciso dizer a alguém.<br />

Se eles realmente decidirem revelar, elas precisarão do seu apoio<br />

como conselheiro. Elas precisarão de decidir:<br />

– a quem contar;<br />

– como lhes dizer;<br />

– quando lhes dizer.<br />

Eles também terão de decidir se é preciso escolher a revelação parcial<br />

ou completa.<br />

A revelação parcial significa dizer apenas a certas pessoas, como um<br />

parceiro, membro do grupo de apoio, amigo fechado ou membro da<br />

família.<br />

A revelação completa significa fazer o seu estatuto de HIV conhecido<br />

a toda a gente que você conhece.<br />

32


Por que a revelação é uma boa ideia?<br />

A revelação pode ajudar as pessoas a adquirirem o <strong>tratamento</strong><br />

médico, o cuidado e o apoio. Ela também ajuda a diminuir o estigma,<br />

a discriminação e a rejeição em volta do HIV e SIDA.<br />

Alguém que já revelou o seu estatuto de HIV tem normalmente tomado<br />

o <strong>tratamento</strong> exactamente como os médicos prescrevem.<br />

Eles normalmente não falham uma dose de medicamentos. Isto é porque<br />

eles não têm receio que alguém os veja a tomar as drogas. Isto ajuda no<br />

trabalho de <strong>tratamento</strong> propriamente dito.<br />

Alguém que já se revelou tem normalmente vivido uma vida mais saudável.<br />

Isto também ajuda o <strong>tratamento</strong> a funcionar plenamente.<br />

Se alguém que está a tomar o <strong>tratamento</strong> disser a outras pessoas como a<br />

sua saúde melhorou, isto irá encorajar mais pessoas a tomar o <strong>tratamento</strong>.<br />

Para obter mais informações <strong>sobre</strong> a revelação, leia o Aconselhamento <strong>para</strong> <br />

o HIV série no. 1 do SAT: <strong>Normas</strong> de Aconselhamento das pessoas Afectadas<br />

pelo HIV acerca da revelação do seu estado.<br />

Aconselhamento em volta de revelação<br />

A revelação é um processo e não um evento. Isto significa que leva<br />

muito tempo <strong>para</strong> que se faça. A pessoa que está revelar tem de fazê-lo<br />

muitas vezes a novas pessoas.<br />

Trata-se duma grande decisão que pode ter consequências <strong>para</strong> pessoa<br />

que vive com o HIV e aqueles em volta dele ou ela.<br />

É importante que o seu cliente não se apresse na revelação. Ele ou ela<br />

devem pensar nele cuidadosamente, e projectar <strong>para</strong> o futuro.<br />

Ajude o seu cliente a aceitar a si mesmo(a).<br />

Ajude o seu cliente a levar tempo <strong>para</strong> pensar na sua vida.<br />

Assegure que a revelação consiste no que ele ou ela quer fazer,<br />

e ajude a planificar como ela será feita.<br />

33


Identifique organizações e pessoas que poderão apoiar o seu cliente.<br />

Esses podem ser organizações de pessoas que vivem com HIV e<br />

SIDA, grupos de igreja ou organizações de <strong>aconselhamento</strong>.<br />

Jogue com o seu cliente. Por outras palavras, o seu cliente pode fingir<br />

que você é a pessoa a quem ele ou ela vai revelar, e praticar consigo.<br />

Prepare o tempo <strong>para</strong> ver o seu cliente novamente, e jogue mais com<br />

ele, antes que ele ou ela revele.<br />

É importante que o seu cliente seja bastante forte <strong>para</strong> permitir que<br />

outras pessoas falem dos seus medos <strong>sobre</strong> o HIV e o T<strong>ARV</strong>.<br />

Prepare o seu cliente <strong>para</strong> uma reacção chocada ou zangada. Isto<br />

muitas vezes acontece, mas você pode ajudar o seu cliente a entender<br />

que com o tempo, os amigos e a família normalmente aceitam o<br />

estatuto do HIV de uma pessoa. Você terá de pensar se o seu cliente<br />

pode enfrentar isto. Ajude a ele ou ela a encontrar uma fonte de<br />

força interior.<br />

Eis alguns resultados negativos da revelação:<br />

Podem haver problemas em relação aos amigos, família, membros<br />

da comunidade, empregadores e colegas de serviço.<br />

Algumas pessoas podem sentir que elas a estão ser rejeitadas em<br />

casa, no trabalho e na comunidade.<br />

Outras pessoas podem sentir que elas têm de ser um modelo <strong>para</strong><br />

as outras pessoas seropositivas. Isto pode causar stress.<br />

Também pode haver pressão <strong>para</strong> se juntar às organizações que<br />

trabalham <strong>para</strong> o acesso ao T<strong>ARV</strong>. Elas podem sentir que têm de<br />

ajudar as pessoas que vivem com o HIV e SIDA. Algumas pessoas<br />

podem não querer fazer isto.<br />

34


O testemunho 3:<br />

Eu quis ser livre<br />

“<br />

Testei positivo <strong>para</strong> o HIV há cinco anos.<br />

Comecei a tomar drogas de <strong>ARV</strong> há dois meses, mas<br />

ainda estava demasiado assustado <strong>para</strong> dizer à minha<br />

família e amigos que era HIV positiva.<br />

O meu médico disse-me o quão importante é tomar o meu <strong>tratamento</strong><br />

precisamente de uma forma correcta. Estive muito assustado que se eu não<br />

fizesse algo, o <strong>tratamento</strong> não funcionaria e eu ficaria doente. Decidi falar<br />

com o conselheiro <strong>sobre</strong> o que podia fazer <strong>para</strong> assegurar que tomava o meu<br />

<strong>tratamento</strong> precisamente correcto, na hora correcta em cada dia. Eu não quis<br />

faltar a uma dose se quer.<br />

O meu conselheiro disse-me que seria muito bom que eu realmente quisesse<br />

esclarecê-lo. Ela também me disse que poderia ser mais fácil tomar o meu<br />

<strong>tratamento</strong> correctamente se eu dissesse à minha família e amigos que era<br />

HIV positivo e que estava a fazer o <strong>tratamento</strong>. Isto significava que eles<br />

podiam apoiar-me a tomar o meu <strong>tratamento</strong> nos tempos correctos.<br />

É por isso que revelei. Eu não quis temer, tomando comprimidos fora da<br />

minha bolsa em segredo. Eu quis ser livre. Eu quis ser capaz de sair com<br />

os meus amigos a tarde, e não estar em casa <strong>para</strong> tomar comprimidos.<br />

Revelei primeiro à minha família e amigos próximos, os amigos com<br />

que passo o tempo junto nos fins-de-semana e as tardes. Sou solteiro.<br />

Alguns ficaram zangados e chocados no início, mas agora eles<br />

entendem. O Sihle até ofereceu-se <strong>para</strong> ser o meu amigo de <strong>tratamento</strong>!<br />

Estou seguro que logo irei revelar as pessoas com quem trabalho.<br />

Então talvez até uma revelação completa.<br />

”<br />

Tito, 33 anos<br />

35


Onde ir <strong>para</strong> mais<br />

informações<br />

Você pode fazer uma lista nessas páginas dos lugares na sua área que podem<br />

lhe dar, ou o seu cliente mais informações <strong>sobre</strong> o HIV e <strong>tratamento</strong> <strong>ARV</strong>.<br />

36


38<br />

Notas


Notas<br />

39


40<br />

Notas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!